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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Instituto de Química

Programa de Pós-Graduação em Química

Estudo do Equilíbrio e Cinética de Adsorção de um Corante Aniônico em Quitosana

Roberto Rodrigues Cunha Lima

Natal – RN

2012

Dissertação realizada sob a orientação do Professor Dr. José Luís Cardozo Fonseca, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química do Instituto de Química da UFRN em preenchimento parcial dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Química.

 

Roberto Rodrigues Cunha Lima

Estudo do Equilíbrio e Cinética de Adsorção de um Corante Aniônico em Quitosana

Natal – RN

2012

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em preenchimento parcial dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Química. Orientação: Prof. Dr. José Luís Cardozo Fonseca

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Instituto de Química

Lima, Roberto Rodrigues Cunha.

Estudo do equilíbrio e cinética de adsorção de um corante aniônico em quitosana / Roberto Rodrigues Cunha Lima. Natal, 2012

73 f.

Orientador José Luís Cardozo Fonseca Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química.

1. Adsorção - Dissertação 2. Quitosana - Dissertação. 3. Corante – Dissertação.

4. Tratamento de efluentes – Dissertação. 5. Cinética de sorção - Dissertação 6. Isotermas de sorção – Dissertação. I. Fonseca, Jose Luis Cardozo. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UFRN/BSE- Instituto de Química CDU 543.215.2(043)

 

Dedico este trabalho à minha esposa Severina Carla

e aos meus filhos Sara Iasmin e Pedro Roberto...

... é um privilégio compartilhar a minha vida com vocês.

 

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos ...

Aos meus pais, Renato e Elizethe, pela oportunidade da vida e todos os bons

exemplos ilustrados em atitudes de carinho e dedicação.

À minha esposa Severina Carla e aos meus filhos Sara Iasmin e Pedro Roberto

pelo incentivo constante e pela colaboração das mais diversas formas durante todo o período

para a realização desta pós-graduação.

Aos meus irmãos Eden, Renato e Eduardo, porque em todos os momentos da

minha vida, mesmo quando distantes, estiveram sempre presentes e nunca negaram apoio.

Ao verdadeiro amigo de todas as horas, Jayme Ferreira Sales, por ter suportado

tantos desabafos existenciais, pedagógicos e psicológicos.

À Professora Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas, pela inspiração que transpira

de sua postura profissional e pela sua imensa contribuição para o meu ingresso no programa

de pós-graduação, desenvolvimento e conclusão do curso de mestrado

Ao Professor Dr. José Luís Cardozo Fonseca pelo incentivo, orientação e

disposição permanente para os esclarecimentos necessários. Sua inteligência e perspicácia

admiráveis foram imprescindíveis em todo esse tempo de convívio para que este trabalho

pudesse ser concluído.

Ao bolsista de iniciação científica e atualmente estudante do curso de Engenharia

Química da UFRN, José Alisson Soares Barbosa. A sua dedicação, além da conduta sincera e

cuidadosa foram de fundamental importância na obtenção dos dados experimentais que deram

lastro ao trabalho desenvolvido.

Aos colegas de laboratório e pós-graduação Camila, Wildson e Víctor pela

disposição para colaborar sempre que solicitado.

Ao Professor Dr. João Paulo Matos Santos Lima, pela apresentação de algumas

facilidades e conveniências muito úteis oferecidas pela informática.

Aos amigos Douglas Alexandre, Sônia Leite e Professora Dra. Márcia Rodrigues

Pereira pelo luxuoso auxílio para a confecção desta dissertação.

Ao Professor Dr. Antônio Souza de Araújo e ao Programa de Pós-graduação em

Química do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela

oportunidade de desenvolver as atividades necessárias à realização deste curso de mestrado.

Agradeço, enfim, desde à silenciosa e discreta companhia de Freud às inspirações

intangíveis de tantos Chicos.

 

“Se estiver atravessando o inferno ..... não pare!”

Winston Churchill

 

RESUMO

O fenômeno da adsorção é de fundamental importância no tratamento de efluentes

têxteis e remoção de corantes. A quitosana caracteriza-se como excelente material adsorvente,

não só pela sua capacidade de adsorção mas também pelo baixo custo de obtenção. Estudos

cinéticos e de equilíbrio foram desenvolvidos neste trabalho para descrever o mecanismo de

adsorção do azo-corante aniônico Alaranjado G em quitosana, com a obtenção de isotermas a

partir da variação da concentração de corante na fase contínua. A cinética do processo foi

analisada a partir de modelos envolvendo a adsorção de moléculas do corante em dois tipos de

sítios: polares e apolares. Experimentos de adsorção foram desenvolvidos em água e em

meios salinos com diferentes concentrações de NaCl, tanto para a determinação do tempo de

equilíbrio como para a confecção de isotermas e curvas cinéticas nas quais a quantidade de

corante adsorvido, medida de forma indireta, variou em função do tempo. Os experimentos

revelaram abertura da estrutura do biopolímero com a elevação da concentração do

Alaranjado G, acompanhada pela elevação do pH e modificação no tipo de interação entre o

corante e a superfície do adsorvente, sugerindo comportamento preconizado pela equação de

Langmuir em certa faixa de concentração do adsorvato e obedecendo à lei de Henry em

concentrações mais elevadas, a partir do aumento do número de sítios disponíveis para a

adsorção. Os estudos desenvolvidos mostraram que o meio salino reduz a capacidade de

adsorção do Alaranjado G em quitosana e pode impedir, em certa concentração, a ocorrência

de processo cooperativo de adsorção conforme mecanismo cinético em etapas sugerido como

uma nova alternativa para a interpretação do fenômeno.

Palavras-chave: Adsorção. Corante. Quitosana. Tratamento de efluentes. Cinética de sorção.

Isotermas de sorção.

 

ABSTRACT

The phenomenon of adsorption is of fundamental importance for the treatment of

textile effluents and removal of dyes. Chitosan is characterized as an excellent adsorbent

material, not only for its adsorption capacity but also the low cost production. Equilibrium

and kinetic studies were developed in this study to describe the mechanism of adsorption of

the anionic azo dye Orange G in chitosan, with the isotherms obtained from the variation of

the concentration of dye in the continuous phase. The kinetics of the process was analyzed

based on models involving the adsorption of molecules of the dye in nonpolar and polar sites.

Adsorption experiments were carried out in water and in saline media with different NaCl

concentrations, both for the determination of the equilibrium time as isotherms for making

kinetic curves in which the amount of dye adsorbed measured indirectly varied with time. The

experiments revealed the opening of the biopolymer structure with increasing concentration of

Orange G, accompanied by high pH values and change on the type of interaction between the

dye and the adsorbent surface, suggesting behavior advocated by the Langmuir equation in a

certain range of concentration of the adsorbate and following the Henry's Law at higher

concentrations, from the increased number of sites available for adsorption. The studies

conducted showed that the saline medium reduces the chitosan’s adsorption capacity

according to a certain concentration, the occurrence of the cooperative adsorption process

steps kinetic mechanism suggested as a new alternative for the interpretation of the

phenomenon.

Keywords: Adsorption. Dye. Chitosan. Efflluent treatment. Sorption kinetics. Sorption

isotherms.

 

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Representação de fragmento das unidades glicosídicas em uma quitosana

comercial .......................................................................................................... 20

Figura 2 Representação da protonação do grupo amino da quitosana seguida de

interação eletrostática com espécie aniônica .................................................... 21

Figura 3 Esquema simplificado da preparação de quitina, quitosana e seus

derivados ........................................................................................................... 22

Figura 4 Estrutura molecular do corante Alaranjado G .................................................. 27

Figura 5 Estrutura do azo-corante aniônico Alaranjado G ............................................. 36

Figura 6 Espectro FTIR da quitosana nas faixas de números de onda: (A) 4.000 a

500 cm-1 e (B) 1.750 a 1.000 cm-1 .................................................................... 44

Figura 7 Espectro UV para o corante Alaranjado G ....................................................... 45

Figura 8 Curva de calibração obtida no λmax = 480 nm com Alaranjado G .................... 45

Figura 9 Curva de absorvância versus tempo de adsorção do Alaranjado G em

quitosana ........................................................................................................... 46

Figura 10 Isoterma de adsorção (com duplicata) do corante Alaranjado G em

quitosana ........................................................................................................... 47

Figura 11 Isotermas de adsorção do corante Alaranjado G em solução de NaCl

0,05 mol.L-1 ...................................................................................................... 48

Figura 12 Isotermas de adsorção do corante Alaranjado G em solução de NaCl

1,0 mol.L-1 ........................................................................................................ 49

 

Figura 13 Comparação das isotermas de adsorção do Alaranjado G em água (círculo

preto), em solução de NaCl 0,05 mol.L-1 (círculo preto e branco) e em

solução de NaCl 1 mol.L-1 (círculo branco) ..................................................... 50

Figura 14 Isoterma de adsorção do corante Alaranjado G em quitosana (meio

aquoso) .............................................................................................................. 51

Figura 15 Isoterma de adsorção do corante Alaranjado G em água sobre quitosana,

com aplicação da Equação de Langmuir na primeira etapa do processo ......... 53

Figura 16 Processo de adsorção cooperativo do corante Alaranjado G em quitosana:

(A) em água e (B) em NaCl 0,05 mol.L-1 ......................................................... 54

Figura 17 Isotermas de adsorção do corante Alaranjado G em quitosana (solução de

NaCl 1,0 mol.L-1) com ajuste de dados na Equação de Langmuir ................... 56

Figura 18 Curvas cinéticas de adsorção do corante Alaranjado G em quitosana, em

água (A), em solução de NaCl 0,05 mol.L-1 (B) e em solução de NaCl

1,0 mol.L-1 (C), com concentração do corante de 0,02 g.L-1 (círculos),

0,077 g.L-1 (quadrados) e 0,1184 g.L-1 (losangos) ........................................... 63

 

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Propriedades físico-químicas do Alaranjado G ................................................ 27

Tabela 2 Concentrações em g.L-1 das soluções diluídas de corante em NaCl

0,05 mol.L–1 ...................................................................................................... 40

Tabela 3 Concentrações em g.L-1 das soluções diluídas de corante em NaCl

1,0 mol.L-1 ........................................................................................................ 41

Tabela 4 Parâmetros da isoterma de Langmuir obtidos para a primeira etapa do

processo de adsorção ........................................................................................ 53

Tabela 5 Parâmetros obtidos para a segunda etapa do processo de adsorção em água

(Lei de Henry) .................................................................................................. 55

Tabela 6 Condutividades, κ, das soluções de NaCl antes e depois da sorção em

quitosana (Δκ é variação percentual relativa da condutividade após a

sorção) .............................................................................................................. 58

Tabela 7 Parâmetros obtidos a partir da equação proposta de etapas cooperativas no

processo de adsorção do corante Alaranjado G em quitosana em água, em

solução de NaCl 0,05 mol.L-1 e em solução de NaCl 1 mol.L-1, utilizando

diferentes concentrações do corante ................................................................. 64

 

LISTA DE SÍMBOLOS

qe Quantidade adsorvida por massa de adsorvente no equilíbrio

Fa Constante de Freundlich

Fb Constante relacionada com o fator de heterogeneidade de Freundlich

Ce Concentração de adsorvato no equilíbrio

qm Quantidade máxima adsorvida

La , LK Constantes de Langmuir

R R RK , a , b Constantes de Redlich-Peterson

R Constante dos gases

T Temperatura

T Tb , A Constantes de Temkin

Dq Quantidade máxima adsorvida por mol de adsorvato

DB Constante de Dubinin-Radushkevich

t tK , a Constantes de Toth

LF LFK , a Constantes de Langmuir-Freundlich

LFn Fator de heterogeneidade de Langmuir-Freundlich

e, measq Quantidade adsorvida por massa de adsorvente no equilíbrio – valor medido

e, calcq Quantidade adsorvida por massa de adsorvente no equilíbrio – valor calculado

tq Quantidade adsorvida por massa de adsorvente no equilíbrio no tempo t

fk Constante cinética de pseudo-primeira ordem

sk Constante cinética de pseudo-segunda ordem

α Taxa de adsorção inicial

β Relação entre o grau de cobertura da superfície e a energia de ativação

idk Constante de difusão intrapartícula

C Constante relacionada com a espessura da camada de difusão

t Tempo

A0 Absorvância inicial

At Absorvância no tempo t

a Absortividade

 

b Distância percorrida pelo feixe de luz

C0 Concentração inicial em g.L–1

Ct Concentração em g.L–1 no tempo t

ε Coeficiente relacionado com a declividade da curva de calibração

Ae Absorvância no equilíbrio

Δ Variação

Eq Quantidade adsorvida por massa de adsorvente no equilíbrio

Mq Quantidade máxima adsorvida

R2 Ajuste da curva

AG Alaranjado G

Dk Constante cinética da reação direta

Ik Constante cinética da reação inversa

AGM Massa molar do alaranjado G

ka Constante cinética aparente de adsorção não-eletrostática

kb Constante cinética aparente de adsorção eletrostática

fa Fator relacionado com o número de sítios de adsorção disponíveis na quitosana

para interação não-eletrostática

fb Fator relacionado com o número de sítios de adsorção disponíveis na quitosana

para interação eletrostática

 

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 16

2 OBJETIVOS .................................................................................................. 18

2.1 OBJETIVOS GERAIS .................................................................................... 18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 18

3 ESTADO DA ARTE ...................................................................................... 19

3.1 QUITOSANA .................................................................................................. 19

3.1.1 Quitina e Quitosana ....................................................................................... 19

3.1.2 Aplicações da Quitosana ................................................................................ 22

3.1.3 Vantagens e Desvantagens na Utilização de Quitosana como

Adsorvente ....................................................................................................... 24

3.2 CORANTES .................................................................................................... 24

3.2.1 Poluição dos Mananciais Hídricos ............................................................... 24

3.2.2 Alaranjado G .................................................................................................. 26

3.2.3 Tratamento de Efluentes Contaminados com Corantes ............................ 28

3.3 ADSORÇÃO ................................................................................................... 29

3.3.1 Estudos de Equilíbrio – Modelos de Isotermas de Adsorção ..................... 30

3.4 ESTUDOS CINÉTICOS ................................................................................. 33

4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ................................................... 36

4.1 MATERIAIS E REAGENTES ........................................................................ 36

4.2 CURVAS DE CALIBRAÇÃO E ABSORVÂNCIA MÁXIMA ..................... 37

4.3 EXPERIMENTOS DE EQUILÍBRIO ............................................................. 37

4.3.1 Tempo de Equilíbrio ...................................................................................... 37

4.3.2 Isotermas de Adsorção .................................................................................. 37

4.3.2.1 Isotermas de Adsorção em Água ..................................................................... 40

4.3.2.2 Isotermas de Adsorção em NaCl 0,05 mol.L-1 ................................................ 40

4.3.2.3 Isotermas de Adsorção em NaCl 1 mol.L-1 ..................................................... 41

4.4 ENSAIOS CINÉTICOS .................................................................................. 41

4.4.1 Ensaios Cinéticos de Adsorção em Água ..................................................... 41

4.4.2 Ensaios Cinéticos de Adsorção em NaCl 0,05 mol.L-1 ................................ 42

4.4.3 Ensaios Cinéticos de Adsorção em NaCl 1 mol.L-1 ..................................... 42

 

4.5 CURVAS DE pH .............................................................................................. 42

4.6 MEDIDAS DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ........................................... 42

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 44

5.1 EXPERIMENTOS DE EQUILÍBRIO .............................................................. 44

5.1.1 Isotermas de Adsorção em Água e em Soluções Salinas ............................. 46

5.2 INFLUÊNCIA DO pH ...................................................................................... 56

5.3 INFLUÊNCIA DO MEIO SALINO ................................................................. 58

5.4 ESTUDOS CINÉTICOS .................................................................................. 59

5.4.1 Mecanismo de Adsorção ................................................................................ 59

6 CONCLUSÕES ............................................................................................... 65

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 66

16 

1 INTRODUÇÃO

A quitosana é um aminopolissacarídeo biodegradável e biocompatível obtido por

desacetilação da quitina, o segundo biopolímero natural mais abundante, extraído

principalmente a partir do exoesqueleto de crustáceos. Dessa forma, a aplicação correta da

quitosana pode representar utilização de material de baixo custo com a contribuição ambiental

de se reduzir o descarte de quantidades significativas de resíduos sólidos.

O fenômeno da adsorção tem sido estudado para o tratamento de águas residuais

originadas de atividades industriais diversas. No caso de efluentes têxteis, a necessidade do

desenvolvimento e utilização de adsorventes de baixo custo tem gerado diversos trabalhos e

publicações, demonstrando não só o interesse estritamente acadêmico, mas também a

expectativa da obtenção e otimização de materiais adsorventes com importantes aplicações

ambientais.

Conhecer as interações entre adsorvatos e adsorventes para compreender o

mecanismo de adsorção é de fundamental importância para possibilitar a utilização adequada

de determinado processo. Tais interações podem ser investigadas indiretamente a partir da

obtenção de isotermas de equilíbrio e de estudos cinéticos, nos quais observam-se as

variações das concentrações de adsorvatos em fase contínua.

Neste trabalho, foram realizados estudos de adsorção de um corante aniônico, o

Alaranjado G, utilizando o polímero quitosana como adsorvente. Para o esclarecimento desse

mecanismo de adsorção, foram consideradas diferentes interações possíveis entre as

moléculas do corante e a superfície da quitosana, desde forças de natureza puramente

eletrostáticas entre íons e contraíons, passando por ligações de hidrogênio até chegar às

interações hidrofóbicas.

A investigação de um processo cooperativo de adsorção revelou-se estimuladora e

inédita, exigindo construção de proposta para a interpretação do fenômeno, bem como o

desenvolvimento de equação cinética semi-empírica com ajuste satisfatório dos dados

experimentais obtidos.

A abordagem matemática realizada lança uma nova perspectiva na elucidação dos

processos de adsorção, oferecendo uma alternativa aos métodos de pseudo-abordagem

frequentemente utilizados e extensamente relatados na literatura especializada, os quais

apontam sobretudo mecanismos de pseudo-primeira ordem ou pseudo-segunda ordem na

adsorção de várias classes de corantes em quitosana. Assim, foi possível perceber que

17 

processos cooperativos durante a adsorção podem indicar mecanismos até então pouco

considerados.

Para lastrear a investigação do processo de adsorção foram desenvolvidos

experimentos de equilíbrio, com a obtenção de isotermas e posterior aplicação de equações

para busca de melhor ajuste dos dados obtidos e compreensão do fenômeno.

Os trabalhos experimentais de cinética e equilíbrio foram desenvolvidos tanto em

meio aquoso como em diferentes concentrações de cloreto de sódio, e procedimentos de

análise não linear utilizados na investigação dos dados obtidos permitiram análise mais

criteriosa dos resultados, consolidando como hipótese bastante razoável, a possibilidade de

mecanismo de adsorção em etapas cooperativas envolvendo interações em sítios polares e

apolares do adsorvente.

Medidas de pH e condutividade forneceram parâmetros adicionais para a análise

do mecanismo de adsorção, culminando com a elaboração da proposta apresentada.

18 

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Desenvolver estudos de equilíbrio e cinético para proposição de mecanismo de

adsorção de um corante aniônico – o Alaranjado G – em quitosana, tanto em água como em

meio salino, a partir da medidas de absorvância realizadas na fase fluida.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Ratificar a capacidade adsorvente da quitosana;

• Investigar a natureza das interações entre as moléculas do corante

Alaranjado G e a superfície da quitosana em meio alcalino;

• Verificar a capacidade de adsorção do corante utilizado em quitosana,

tanto em meio aquoso como em meio salino;

• Indicar equação de isoterma com melhor ajuste dos dados experimentais

para a adsorção de Alaranjado G em quitosana.

19 

3 ESTADO DA ARTE

3.1 QUITOSANA

3.1.1 Quitina e Quitosana

A quitina é um dos mais abundantes polímeros naturais e pode ser encontrada nas

paredes celulares de alguns fungos, algas e leveduras, articulações e cutículas de insetos, e em

maior quantidade no exoesqueleto de crustáceos, como krill, camarões, caranguejos e lagostas

(MOMENZADEH et al. 2011; NGAH et al. 2011). É quimicamente denominada poli-

β(1→4)-2-acetamido-2-desoxi-D-glicopiranose, caracterizando-se como um mucopo-

lissacarídeo altamente hidrofóbico e insolúvel em água e na maioria dos solventes orgânicos

(CARONI et al. 2009; MOMENZADEH et al. 2011). A quitina é normalmente obtida a partir

do processamento de pescado, principalmente da carapaça de caranguejos, camarões e

lagosta, o que se constitui em aproveitamento com baixo custo de resíduo abundante em

diversos países, inclusive no Brasil, onde a indústria da carcinocultura tem se expandido em

algumas regiões. Dessa forma, o aproveitamento desse material resulta em redução do

impacto ambiental que seria causado pelo seu descarte indevido.

A presença dos grupos acetamido na estrutura da quitina é altamente vantajosa

porque permite diferentes funções de adsorção e conduz reações de modificação

(MAHMOODI et al. 2011). Uma dessas reações leva à formação de um importante

copolímero linear – a quitosana – um aminopolissacarídeo obtido a partir da N-desacetilação

da quitina.

Dessa forma, a quitosana é constituída por unidades repetitivas de 2-amino-2-

deoxi-D-glicopiranose e 2-acetamido-2-desoxi-D-glicopiranose unidas por ligações glico-

sídicas β(1 4). A composição da quitosana varia de acordo com o grau de desacetilação

(CARONI et al. 2009). A Figura 1 apresentada a seguir mostra fragmentos das unidades

glicosídicas citadas e a estrutura básica de uma quitosana comercial.

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22 

Figura 3 – Esquema simplificado da preparação de quitina, quitosana e seus derivados.

Fonte: (CRINI; BADOT 2008).

3.1.2 Aplicações da Quitosana

O interesse nos biopolímeros quitina e quitosana é refletido pelo número crescente

de artigos publicados e de congressos realizados na Europa, Ásia e no continente americano.

Atualmente, esses polímeros e seus derivados encontram aplicação em farmácia, na medicina,

na biotecnologia, na química, na indústria de cosméticos e produtos de higiene pessoal, em

tecnologia de alimentos, produtos têxteis e agrícolas, além de indústrias de papel e em outros

campos, como na enologia, odontologia e fotografia. O potencial uso industrial da quitosana é

amplamente reconhecido e sua versatilidade permite aplicação em clarificação e purificação

de água na forma de floculantes, coagulantes e quelantes. Há um considerável interesse na

23 

quitosana devido à interessante seletividade na quelação de metais pesados aliada ao seu

baixo custo quando comparado com carvão ativado comercial (KHRAISHEH et al. 2002).

Importante ressaltar que a sua capacidade de adsorção pode alcançar valores elevados como

3 mmol de cobre ou até 10 mmol de molibdênio e vanádio por grama do polímero (CRINI;

BADOT 2008).

A quitosana apresenta baixa toxicidade, é biodegradável e biocompatível, e pode

ser utilizada nas mais diversas formas: em solução, como membrana, na forma de gel, de pó,

pérolas ou em flocos. Para aplicação em meio ácido, a quitosana pode ser utilizada quando

modificada por reticulação química com reagentes bifuncionais. Interessante enfatizar que a

reticulação ocorre nos mesmos sítios de adsorção, gerando a necessidade da busca de um

equilíbrio entre a resistência à acidez e a capacidade adsortiva (MORAIS 2007).

Além de ser empregada na confecção de membranas e sistemas particulados

potencialmente úteis na liberação de fármacos (CARONI et al. 2009), a quitosana e seus

derivados têm sido amplamente aplicados para a remoção de íons metálicos e diversos

corantes – os grupos hidroxila e amino favorecem a adsorção através de interações iônicas

(DEBRASSI et al. 2011).

A aplicação de biopolímeros como a quitosana é um dos métodos emergentes de

adsorção para a remoção de corantes e íons de metais pesados de águas residuais, mesmo em

baixas concentrações (NGAH et al. 2011). Diversos corantes, principalmente os aniônicos do

grupo azo, têm sido utilizados em ensaios de adsorção com quitosana e derivados (CRINI;

BADOT 2008). Nos estudos divulgados na literatura foram utilizados efluentes sintéticos e

reais (KYZAS et al. 2011).

Os derivados de quitosana, quitosana enxertada e compósitos de quitosana têm

sido amplamente estudados e divulgados na literatura. Derivados contendo nitrogênio, fósforo

e enxofre como heteroátomos, e outros derivados, como éteres de coroa de quitosana e

complexos com ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) estão entre os compósitos de

quitosana, cujas capacidades de adsorção têm sido pesquisadas. Mais recentemente,

compósitos de materiais como montmorilonita, poliuretano, argila ativada, bentonita,

poliálcool vinílico, policloreto de vinila, caulinita, óleo de cinzas de palmas e perlite foram

apontados como úteis para a remoção de metais pesados e corantes de águas residuais. Para

melhorar o desempenho da quitosana como adsorvente, reagentes reticuladores tais como

glioxal, formaldeído, glutaraldeído, epicloridrina, etilenoglicol e isocianatos têm sido

utilizados (NGAH et al. 2011). A capacidade adsortiva da quitosana tem sido avaliada

levando-se em consideração o efeito de diversos parâmetros, tais como as características da

24 

quitosana, as condições de ativação, as variáveis de processo, a química do corante e as

condições experimentais. Importantes estudos consideram modelos de equilíbrio e cinéticos,

além de parâmetros termodinâmicos, para determinar a capacidade de biossorção e projetar

processos de tratamento de água contaminada (CRINI; BADOT 2008).

3.1.3 Vantagens e Desvantagens na Utilização de Quitosana como Adsorvente

Na remoção de poluentes de sistemas hídricos, estão entre as mais relevantes

vantagens do uso da quitosana: baixo custo com o aproveitamento de biomassa poluidora

como rejeito de pescados, biodegradabilidade e biocompatibilidade, versatilidade permitindo

a utilização nas mais diversas formas, eficiência na remoção de corantes em diferentes

concentrações, alta capacidade e grande velocidade de adsorção, excelentes propriedades de

quelação e complexação devido aos grupos funcionais presentes e suas quantidades, além de

fácil regeneração de superfície após utilização, permitindo nova aplicação imediata do

polímero (GUIBAL 2004; CRINI 2006; CRINI; BADOT 2008; BHATNAGAR;

SILLANPAA 2009; CHAVES 2009).

Entre as desvantagens podem ser consideradas: a capacidade de adsorção da

quitosana depende da origem do material e do seu grau de desacetilação, grande variação de

poluentes em águas residuais que gera necessidade de escolha de um determinado

polissacarídeo como material adsorvente, eficiência da adsorção dependente de características

físico-químicas como área superficial específica e tamanho das partículas (a quitosana é, em

geral, não porosa e apresenta baixa área superficial) e a performance na adsorção depende de

parâmetros inerentes à amostra de água como o seu pH (CHAVES 2009).

3.2 CORANTES

3.2.1 Poluição dos Mananciais Hídricos

A presença de contaminantes orgânicos, tais como corantes, surfactantes,

pesticidas e outros na hidrosfera é particularmente preocupante para os mananciais de água

doce, ambientes costeiros e marinhos, por causa de sua não degradabilidade e a natureza

potencialmente carcinogênica da maioria destes compostos (AMINI et al. 2011).

Muitas indústrias, tais como têxtil, de papel, plásticos e corantes consomem

grande volume de água e também usam produtos químicos durante a fabricação e na forma de

25 

tinturas para colorir seus produtos. Como resultado, elas geram uma quantidade considerável

de efluentes poluídos. Seus efluentes contendo carga tóxica são uma importante fonte de

poluição aquática e causam danos consideráveis para as águas receptoras, se descarregados

sem tratamento. A poluição é caracterizada pela redução na demanda bioquímica de oxigênio

(DBO), na demanda química de oxigênio (DQO), presença de sólidos em suspensão, mau

cheiro, toxicidade (alta concentração de nutrientes, presença de cloro, compostos fenólicos,

derivados de enxofre e de lignina, etc) e, especialmente, de cor (MAHMOODI et al. 2011).

Estima-se que mais de 100.000 corantes estão disponíveis comercialmente com

mais de 7.105 toneladas dessa classe de insumo sendo produzido anualmente. Esses corantes

são estáveis, difíceis de degradar, tóxicos, tornando a água residual imprópria para o uso.

Alguns corantes em particular, podem sofrer degradação anaeróbica para gerar aminas

potencialmente cancerígenas (ARULKUMAR et al. 2011).

Os efluentes altamente coloridos e a disposição destes resíduos em águas

receptoras causam danos ao meio ambiente, pois eles podem afetar significativamente a

atividade fotossintética no meio aquático, devido à penetração reduzida de luz, além de poder

serem tóxicos devido à presença de metais, cloretos, entre outros (DIZGE et al. 2008).

A descoberta de corantes sintéticos tem reduzido o papel dos corantes naturais

devido ao seu baixo custo de produção. Os corantes sintéticos apresentam cores mais

brilhantes, melhor resistência a fatores ambientais e fácil aplicação. Tais características

levaram a um maior consumo de corantes sintéticos para a maioria dos tipos de aplicações

industriais. Essas substâncias, porém, são muitas vezes altamente tóxicas e cancerígenas. Os

corantes são constituídos por dois grupos principais - cromóforos e auxocromos. Enquanto os

grupos cromóforos determinam a cor do corante, os auxocromos determinam a intensidade da

cor (NGAH et al. 2011).

Os avanços tecnológicos na síntese de corantes estáveis também produziram seus

próprios problemas, uma vez que a requerida persistência da cor e natureza não biodegradável

desses produtos representam sérios problemas ao meio ambiente (MORAIS et al. 2007).

Corantes sintéticos constituem um importante grupo de compostos orgânicos

recalcitrantes e são frequentemente encontrados no ambiente. Estes poluentes industriais são

contaminantes comuns em águas residuais pois são produzidos em larga escala e são difíceis

de degradar devido à sua complexa estrutura aromática e origem sintética (MAHMOODI et

al. 2011). Corantes azo, caracterizados pela presença de um ou mais grupos azo (N=N)

ligados a anéis aromáticos, constituem a maior e mais importante classe de corantes orgânicos

sintéticos (OLIVEIRA 2006). Tem sido estimado que mais de 50% de todos os pigmentos de

26 

uso comum são corantes azo por causa de sua estabilidade química e versatilidade. Além

disso, as estruturas moleculares complexas e estáveis tornam a maioria dos corantes dessa

classe resistentes à degradação biológica ou mesmo química (SUN et al. 2009). Não são

biodegradáveis, são tóxicos e potencialmente cancerígenos (XU; LI 2010).

Indústrias têxteis produzem uma grande quantidade de efluentes, que contém uma

série de contaminantes, incluindo ácidos ou sólidos cáusticos dissolvidos, compostos tóxicos

e principalmente corantes (SAKKAYAWONG et al. 2005). Durante o processamento têxtil,

ineficiências no processo de tingimento resultam em uma média de 10-15% do total de

corantes lançada diretamente no esgoto. Com um consumo de mais de 7.105 toneladas de

corantes por ano, há uma grande pressão sobre a indústria de têxteis, que é muitas vezes

considerada como uma das principais poluidoras da água, tendo em conta tanto volume de

descarga como a composição dos efluentes. Rótulos ecológicos para os produtos têxteis e

restrições mais severas de descargas de águas residuais estão apontando para a necessidade de

reutilização da água de processo (DOJCINOVIC et al. 2011).

A fixação do corante à fibra pode ser feita de diferentes maneiras e em diferentes

etapas do processo têxtil. Uma etapa final de lavagem em banhos correntes é realizada para a

retirada do excesso de corante original ou corante hidrolisado não fixado à fibra nas etapas

precedentes (GUARATINI; ZANONI 2000).

Apesar da média considerada, no tingimento de tecidos, até 50% de corante pode

ser perdido pelo baixo nível de fixação nas fibras. Importante considerar que uma

concentração de apenas 1 mg/L de corante torna a água imprópria para consumo e mesmo

essa baixa concentração pode resultar em forte e desaconselhável coloração (SALLEH et al.

2011).

3.2.2 Alaranjado G

Apesar de existirem muitos trabalhos de pesquisa sobre a adsorção de corantes

têxteis, limitadas pesquisas envolvem o corante Alaranjado G, cuja estrutura aparece na

Figura 4 (ARULKUMAR et al. 2011).

27 

Figura 4 – Estrutura molecular do corante Alaranjado G.

Fonte: (MALL et al. 2006).

O Alaranjado G é um corante azo, típico em efluentes têxteis, mas também

utilizado no tingimento de lâminas para microscopia, especialmente quando utilizado na

preparação de amostras para exames oncológicos (Papanicolau). Algumas características

físico-químicas desse corante são apresentadas na Tabela 1 (XU; LI 2010).

Tabela 1 – Propriedades físico-químicas do Alaranjado G.

Corante Estrutura química Fórmula molecular MM (g mol–1) λmax (nm)

Alaranjado

G C16H10N2Na2O7S2 452 478

Fonte: (XU; LI 2010).

N N

SO

O

O

OH

S

O

O

O

Na+

Na+

NN

SO3Na

OH

SO3Na

28 

3.2.3 Tratamento de Efluentes Contaminados com Corantes

Métodos de remoção de corantes presentes em efluentes industriais podem ser

tradicionalmente divididos em três categorias principais: físicos, químicos e processos

biológicos. Adsorção física é geralmente considerada o método mais eficiente para a rápida

diminuição da concentração de corantes dissolvidos em efluentes (ARULKUMAR et al. 2011).

Vários métodos tradicionais, tais como adsorção (física ou química), coagulação

(método químico), filtração (método físico), sedimentação (método físico) e tratamentos

biológicos têm sido utilizados para tratar as águas residuais de indústrias têxteis, mas existe

dificuldade para realizar tratamento satisfatório por causa do alto grau de polaridade e da

estrutura molecular complexa dos corantes (DOJCINOVIC et al. 2011).

Uma dificuldade encontrada durante a remoção de corantes é a sua baixa

concentração nas águas residuais. O alto custo para remover traços de impurezas faz com que

os métodos convencionais de remoção de corantes tornem-se desfavoráveis para aplicação em

larga escala. Alguns métodos convencionais de remoção de corantes, tais como adsorção em

carvão ativado, floculação, osmose reversa, lodo ativado, ação bacteriana, oxidação química,

ozonização, e métodos físicos, como filtração por membranas, de troca iônica e técnicas

eletroquímicas ou são caros ou ineficientes (NGAH et al. 2011). Além disso, os processos

convencionais de tratamento, incluindo a oxidação biológica, tratamentos químicos e físico-

químicos geralmente causam contaminações secundárias (SUN et al. 2006).

Consequentemente, muitos investigadores têm estudado a viabilidade do uso de

substâncias de baixo custo, tais como: sementes de ameixa, quitina, quitosana, perlite, argila

natural, carvão, cinzas de vegetais, cinzas de caldeira, madeira, casca de arroz, turfa, milho,

resíduos de feijão, casca de banana, palha de coco, casca de laranja e suspensão dos resíduos

de biogás como adsorventes para a remoção de corantes a partir de águas residuárias (MALL

et al. 2006).

Efluentes têxteis reais incluem alta concentração de corantes, normalmente

maiores do que as concentrações utilizadas nas pesquisas e encontradas na literatura. Portanto,

os pesquisadores utilizaram procedimentos de projetos empíricos baseados em condições de

equilíbrio de adsorção, a fim de prever a quantidade necessária do adsorvente e verificar o seu

desempenho (SALLEH et al. 2011).

A adsorção em sistemas de partículas tem sido utilizada para captação de metais

pesados, como parte do tratamento de águas residuais de fábricas de papel e no tratamento de

efluentes da indústria têxtil. Estudos cinéticos e de equilíbrio têm sido desenvolvidos

29 

utilizando a quitosana como adsorvente para tratamento de água servida contendo corantes

têxteis (MORAIS et al. 2008).

3.3 ADSORÇÃO

O conceito de adsorção foi introduzido na ciência de superfícies por Gibbs há

mais de 100 anos, com um modelo proposto sem qualquer padrão de estrutura para a

interface. Verschaffeld e Guggenheim propõem uma convenção na qual a interface apresenta

volume e espessura finitos, localizada entre fases adjacentes (MORAIS 2007).

Desta forma, a adsorção é um fenômeno superficial de equilíbrio entre duas fases,

no qual a superfície onde ocorre a adsorção chama-se adsorvente e a substância adsorvida é o

adsorvato (CHAVES 2009).

A maioria das teorias avançadas de adsorção é descrita pela termodinâmica

estatística, caracterizando-se nível de complexidade especial para os casos de superfícies

sólidas heterogêneas, com estrutura porosa complexa (MORAIS 2007).

Uma interessante analogia ao processo de adsorção consiste em considerar que uma

molécula de gás (adsorvato) que colide com uma superfície (adsorvente) pode ser concebida

como uma bola de pingue-pongue que pula aleatoriamente sobre um grupo de laranjas

organizadas lado a lado em uma bandeja. A molécula perde energia ao quicar sobre a superfície,

mas possivelmente escapa antes de a perda de energia provocar a sua captura. O mesmo pode ser

imaginado com um cristal iônico em contato com uma solução. Parece pequena a vantagem

energética quando um íon em solução perde parte das moléculas de solvatação e se fixa numa

posição exposta sobre a superfície. O modelo se altera quando a superfície tem defeitos, pois

então formam-se arestas de camadas incompletas de átomos ou de íons. Um típico defeito

superficial é o degrau de aresta que separa duas camadas planas regulares de átomos – os terraços

– que exibem defeitos ou irregularidades. Quando um átomo pousa num terraço pode se deslocar

sob a ação do potencial intermolecular e chegar a uma aresta ou a um vértice de irregularidade –

essa interação com diversos átomos pode ser suficientemente forte para fixá-lo. Da mesma forma,

quando há deposição de íons de uma solução, a perda de moléculas de solvatação é compensada

pela interação coulombiana intensa entre os íons que chegam à superfície e muitos outros íons que

estão nos defeitos da superfície (ATKINS 1999). Aspectos entrópicos não podem ser

desconsiderados no processo de adsorção (LUDWICZAK; MUCHA 2010).

Um adsorvente polimérico como a quitosana certamente exibe defeitos em sua

superfície, dadas as diferentes possíveis conformações que a macromolécula pode assumir.

30 

Uma proposta para estudo futuro pode envolver a influência do meio na conformação do

polímero e o consequente efeito sobre o processo de adsorção. (BLACKBURN 2004).

3.3.1 Estudos de Equilíbrio – Modelos de Isotermas de Adsorção

Uma isoterma de adsorção relaciona a variação do recobrimento relativo de uma

superfície adsorvente com a concentração (ou pressão, no caso de gases) do adsorvato à

temperatura constante (ATKINS 1999), de forma que as isotermas são capazes de descrever

as relações de equilíbrio entre a quantidade de espécie adsorvida (adsorvato) por unidade de

massa do adsorvente, em função da concentração do adsorvato que permanece na dispersão. A

temperatura deve ser mantida constante e especificada devido à sua influência no processo de

adsorção. Dessa necessidade resulta a utilização do termo isoterma (CARONI 2009).

Modelos de isotermas de equilíbrio foram desenvolvidos para descrever os dados

experimentais de sorção, permitindo a melhor compreensão a respeito do mecanismo de

sorção a sobre as propriedades de superfície e afinidade do sorvente (HO; PORTER 2002).

As formas analíticas das equações de isotermas dependem de modelos adotados

para a superfície e a fase contínua, sendo naturalmente desafiadoras face à heterogeneidade

energética das superfícies sólidas. A adsorção pode caracterizar formação de mono ou

multicamada localizada, móvel ou parcialmente móvel (MORAIS et al. 2007).

As isotermas são capazes de descrever uma grande variedade de dados de

adsorção relevantes para diversas aplicações, como no tratamento de efluentes, produção de

membranas, implantes e liberação de fármacos (KINNIBURGH 1986).

As Equações de Isotermas de Adsorção mais utilizadas estão relacionadas a seguir

(HO; PORTER 2002):

• Isoterma de Freundlich: de 1906, esse modelo empírico pode ser aplicado na

sorção em superfícies heterogêneas com formação de múltiplas camadas, com

um decaimento exponencial na sorção. Na equação (1), eq é a quantidade de

adsorvato por grama de adsorvente no equilíbrio, Fa é a constante de

Freundlich que representa a capacidade de adsorção, eC é a concentração de

adsorvato no equilíbrio e Fb é o fator de heterogeneidade de Freundlich.

Fb

e F eq a C=

(1)

31 

• Isoterma de Langmuir: é provavelmente o modelo mais conhecido e mais

amplamente aplicado de isoterma. Foi desenvolvido em 1916 originalmente

para adsorção de gases em superfícies sólidas a partir da pressão gasosa

aplicada e prediz uma adsorção em monocamada. Nas equações a seguir, mq

representa a quantidade máxima adsorvida, enquanto L La e K são as

constantes de Langmuir.

m L ee

L e

q a Cq1 a C

=+

ou L ee

L e

K Cq1 a C

=+

(2)

• Isoterma de Redlich-Peterson: modelo obtido em 1959 e posteriormente

modificado com a incorporação de parâmetros das equações de Lagmuir e

Freundlich. Aproxima-se da lei de Henry em baixas concentrações e da

isoterma de Freundlich a elevadas concentrações. R R RK , a e b são as

constantes (parâmetros) de Redlich-Peterson.

R

R ee b

R e

K Cq1 a C

=+

(3)

• Isoterma Temkin: sua derivação assume que a queda no calor de sorção é

linear e não logarítmica, como implícito na equação de Freundlich. Enquanto

R é a constante universal dos gases e T, a temperatura, bT e AT são as

constantes de Temkin.

e T eT

RTq ln(A C )b

= (4)

• Isoterma Toth: derivada da teoria potencial, esse modelo de 1962 é útil em

descrever a sorção em sistemas heterogêneos. Assume uma distribuição

assimétrica de energia. Na equação da isoterma representada abaixo, t tK , a e t

são constantes.

t e

e 1/ tt e

K Cq(a C )

=+

(6)

32 

• Isoterma Sips ou Langmuir-Freundlich: Langmuir também considerou a

hipótese de uma molécula ocupar dois sítios. Esse modelo, de 1948, assume

que as taxas de adsorção e dessorção são relacionadas à fração de cobertura da

superfície. Enquanto em baixa concentração prevê de forma eficaz o

comportamento segundo Freundlich, em elevadas concentrações admite

formação de monocamada e capacidade de sorção segundo a equação de

Langmuir. Na equação, LF LF LFK , a e n , são as constantes da isoterma híbrida

de Sips.

LF

LF

nLF e

e nLF e

K Cq1 (a C )

=+

(7)

Importante considerar que métodos de análise não-lineares devem ser empregados

para a estimativa dos parâmetros das isotermas, pois permitem uma descrição

matematicamente mais rigorosa e facilitam a comparação entre as diferentes equações

(KINNIBURGH 1986).

O procedimento de otimização requer a seleção de uma função de erro para

avaliar o ajuste da isoterma para os dados obtidos experimentalmente. Algumas das funções

de erro mais utilizadas estão relacionadas a seguir (HO; PORTER 2002):

• Soma dos quadrados:

p

2e,meas e,calc i

i l(q q )

=

−∑ (8)

• Composição de Erro Fracionário:

2p

e,meas e,calc

i l e,meas i

(q q )q=

⎡ ⎤−⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

∑ (9)

33 

• Percentual de Desvio de Levenberg-Marquardt:

2

pe,meas e,calc

i l e,meas i

q qq=

⎛ ⎞−⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠

∑ (10)

• Erro Médio Relativo:

pe,meas e,calc

i l e,meas i

q qq=

−∑ (11)

• Soma dos Erros Absolutos:

p

e,meas e,calc ii l

q q=

−∑ (12)

Para a análise dos dados experimentais obtidos neste trabalho, foi aplicado o

método de Levenberg-Marquardt, utilizando o software Origin 8.0 (TRAAS 1988; MORAIS

et al. 2007).

3.4 ESTUDOS CINÉTICOS

Vários modelos cinéticos têm sido utilizados com o objetivo de examinar o

mecanismo de adsorção (AHMAD et al. 2005). Tais modelos permitem melhor avaliação dos

parâmetros de controle dos processos de adsorção, influenciados por fatores como a estrutura

química do adsorvato, as características do adsorvente e as condições experimentais

(MOMENZADEH et al. 2011).

Estudos cinéticos da adsorção de corantes presentes em efluentes contaminados

em diferentes adsorventes têm sido vastamente relatados por diversos pesquisadores como de

fundamental importância para a elucidação da interação adsorvato-adsorvente, a partir da

determinação de parâmetros como ordem de reação, constante de velocidade e energia de

ativação (CHATTERJEE et al. 2005; CHAVES 2009). Um conhecimento adequado das

interações interfaciais entre um adsorvente sólido e moléculas dispersas em meios contínuos é

34 

muito relevante para o domínio de seu uso tecnológico em diversas aplicações, como no

tratamento de efluentes (CARONI et al. 2012).

A dependência do tempo de adsorção em superfícies sólidas caracteriza a

cinética de adsorção, que em geral envolve as etapas de difusão de moléculas na fase

contínua, difusão de moléculas na superfície do adsorvente, difusão de moléculas

intrapartículas e o equilíbrio adsorção/dessorção em processos elementares (DABROWSKI

2001; MORAIS 2007; ZUIM 2010).

A utilização de abordagem de cinética de adsorção de pseudo-ordem tornou-se

muito comum e esse método admite o processo como sendo uma pseudo-reação química

(MORAIS et al. 2008; CARONI et al. 2012). Há uma inconsistência na aplicação dos

métodos de pseudo-ordem a partir de dados experimentais obtidos da variação da

concentração de adsorvato na fase contínua, pois a equação da velocidade depende

exclusivamente do número de sítios de adsorção disponíveis na superfície do adsorvente. Tal

situação seria admissível se a concentração de adsorvato na fase contínua pudesse ser

considerada constante (CARONI et al. 2012).

É ainda questionável a descrição do processo de adsorção por difusão controlada,

pois nesse caso poder-se-ia admitir não a adsorção, mas a absorção como característica

determinante do fenômeno (CARONI et al. 2012).

Deve-se também ressaltar que a otimização do procedimento requer uma função

de erro a ser definida para validar quantitativamente a aplicabilidade de diferentes modelos

aos dados obtidos (CRINI et al. 2008). Por exemplo, tem sido observado que o procedimento

de linearização para determinação dos parâmetros cinéticos podem gerar resultados

originados de artefatos estatísticos (CARONI 2009; CARONI et al. 2012).

Os modelos cinéticos mais encontrados na literatura especializada são

apresentados a seguir (CHIOU; LI 2002; AHMAD et al. 2005; CHATTERJEE et al. 2005;

CRINI et al. 2008; CARONI 2009; DOTTO; PINTO 2011; MOMENZADEH et al. 2011):

• Modelo cinético de pseudo-primeira ordem:

A equação de Lagergren é muito aplicada na adsorção de adsorvatos em fase

líquida.

f e tdq k (q q )dt

= ⋅ − (13)

35 

Onde qt é a quantidade de adsorvato em mg.g-1 adsorvido em um tempo t, qe é

a quantidade adsorvida no equilíbrio, kf é a constante de velocidade de

pseudo-primeira ordem (h-1) e t é o tempo de contato (h).

• Modelo cinético de pseudo-segunda ordem:

O modelo de Ho e McKay revela que a taxa de adsorção é proporcional ao

quadrado da quantidade adsorvida.

2ts e t

dq k (q q )dt

= ⋅ − (14)

Onde ks é a constante de velocidade de pseudo-segunda ordem dada em

g.mg-1.h-1.

• Modelo cinético Elovich:

Trata-se de modelo cinético que admite processo de quimissorção e

frequentemente aplicado para adsorvente de superfície heterogênea.

tt

dq exp( q )dt

= α −β (15)

Onde α é a taxa de adsorção inicial (mg.g-1.h-1) e β é a relação entre o grau de

cobertura da superfície e a energia de ativação envolvida na quimissorção

(g.mg-1).

• Modelo de difusão intrapartícula:

A equação é expressa como:

t idq k t C= ⋅ + (16)

Onde kid é a constante de difusão intrapartícula (mg.g-1.min-0,5) e C é a

constante relacionada com a espessura da camada de difusão dada em mg.g-1.

36 

4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

4.1 MATERIAIS E REAGENTES

A quitosana utilizada nos experimentos foi utilizada como fornecida pela Polymar

Ltda., Brasil, com a expectativa de evitar os custos de uma possível purificação, uma vez que

se visa o envolvimento desse biopolímero como alternativa economicamente acessível no

tratamento de efluentes. As partículas de quitosana, secas e peneiradas, têm um diâmetro

médio de 107 µm (determinado utilizando granulômetro a laser Cilas 920L a 23oC, usando

água destilada como fase contínua). Espectroscopia na região do infravermelho (FTIR) foi

realizada com um espectrofotômetro Thermo Nicolet Nexus 470 a partir de pastilhas

prensadas de KBr, com 32 varreduras e resolução de 4 cm-1.

O corante investigado, denominado Alaranjado G, cuja estrutura está representada

na Figura 5, foi fornecido pela MERCK S. A. Indústrias Químicas, Brasil e o Cloreto de

Sódio, 99,5% de pureza, também produto da MERCK S. A., Brasil. A água bidestilada que foi

empregada nos ensaios foi obtida em Destilador de Água TE - 178 (TECNAL, Brasil).

Figura 5 – Estrutura do azo-corante aniônico Alaranjado G.

Fonte: (MALL et al. 2006).

N N

SO

O

O

OH

S

O

O

O

Na+

Na+

37 

4.2 CURVAS DE CALIBRAÇÃO E ABSORVÂNCIA MÁXIMA

As medidas foram realizadas no espectrofotômetro UV-Visível (modelo Genesys

10 UV-vis, Thermo Electron Corporation, EUA) para determinar comprimento de onda de

absorção máxima do corante Alaranjado G.

A solução aquosa do corante foi preparada pesando-se 0,0148 g de Alaranjado G

em uma Balança Analítica (Metller Toledo AL204, EUA) e dissolvendo-se em água

bidestilada para completar 250 mL de solução, em balão volumétrico. A partir de diluições

realizadas, com a retirada de alíquotas da solução preparada com o auxílio de uma bureta, foi

obtida a curva de calibração com coeficiente de correlação 0,9997. Em todos os ensaios

experimentais foram obtidas duplicatas e triplicatas dos resultados para verificação de sua

reprodutibilidade e confiabilidade.

4.3 EXPERIMENTOS DE EQUILÍBRIO

4.3.1 Tempo de Equilíbrio

Em 10 tubos de vidro de cor âmbar foram pesadas separadamente amostras de

0,05 g de quitosana às quais foram adicionadas posteriormente 1 mL de água bidestilada (em

cada tubo). Solução do corante foi preparada dissolvendo-se 0,01778 g de Alaranjado G em

250 mL de solução, implicando em concentração de 0,07112 g.L-1 e que se dilui à

0,0593 g.L-1 quando alíquotas de 5 mL da solução original são adicionadas em cada um dos

tubos contendo 1 mL de água com a quitosana já inserida. Em intervalos de tempo definidos,

os sobrenadantes que foram recolhidos com o auxílio de pipetas de Pasteur, tiveram as suas

absorvâncias medidas ao longo de 15 horas.

4.3.2 Isotermas de Adsorção

Isotermas de adsorção são relações de equilíbrio entre a concentração (ou pressão)

do adsorvato no fluido e no adsorvente à temperatura constante. Para a obtenção experimental

dessas curvas são feitas algumas considerações.

A lei de Beer faz uma relação direta da absorvância com a concentração da

solução, a absortividade (uma constante que é função basicamente do soluto) e o caminho

óptico traçado pela radiação ao incidir na amostra (comumente considerado o comprimento da

38 

cubeta). Nas equações a seguir, a é a absortividade e b é o comprimento da cubeta. Na

equação (17), Co é a concentração inicial da solução do corante, enquanto na equação (18), o

índice t (At e Ct) representa a medida em um tempo qualquer.

A0 = abC0 (17)

At = abCt (18)

Subtraindo a equação (18) da equação (17):

A0 – At = abC0 – abCt ⇒ A0 – At = ab . (C0 – Ct)

Considerando as relações:

corante0

solução

mCV

= e corante na soluçãot

solução

mC

V= , tem-se:

corante na soluçãocorante0 t

solução solução

mmA A ab.V V

⎛ ⎞− = −⎜ ⎟⎜ ⎟

⎝ ⎠

Com o volume da solução em evidência:

solução 0 t corante corante na solução

solução 0 t adsorvida

adsorvida 0 t solução

V .(A A ) ab.(m m )

V .(A A ) ab m

1m .(A A ).Vab

− = − ⇒

− = ⋅ ⇒

= − ⇒

Considerando qe como a massa de corante adsorvido por massa de quitosana, na

condição de equilíbrio, na qual At = Ae, tem-se:

0 e soluçãoadsorvidae e

quitosana quitosana

.(A A ).Vmq qm m

ε −= ⇒ = (19)

39 

A massa de quitosana é constante e igual a 0,05 g e a massa de corante adsorvido

é obtida pela equação (19). O ensaio foi realizado admitindo que o sistema pode ser

considerado em equilíbrio após oito (8) horas, conforme resultado apresentado mais adiante.

Os erros estão presentes em todas as medidas realizadas, independentemente do

grau de precisão. O controle máximo desses erros permite que não sejam consideráveis a

ponto de comprometer a confiabilidade dos resultados experimentais. Os erros são grandezas

aditivas em um experimento. O erro relativo é a razão entre o erro de uma medida e a medida

em si. Assim, alguns erros devem ser considerados como o de cada equipamento (Balança

Analítica: erro de 0,0001 g na tara e 0,0001 g da massa medida; e do espectrofotômetro UV-

Visível: erro de 0,5% ou 0,005 da absorbância medida). Alguns erros nas medidas foram

determinados:

0abA

C 0erroerroerro C .

A ab⎛ ⎞= +⎜ ⎟⎝ ⎠

,

onde erroab = erro da linearidade (própria curva).

0 eA AA

0 e

erro erroerro A

A AΔ

⎛ ⎞= Δ +⎜ ⎟

⎝ ⎠.

Considerando Ae como medida no equilíbrio,

ee

quitosana

e

ee e

A abC e

e

mabAq e

quitosana

AAe abC Cab

erro erroerro C .A ab

erroerroerroerro q .A ab mΔ

= ⇒ =

⎛ ⎞= +⎜ ⎟

⎝ ⎠

⎛ ⎞= + +⎜ ⎟⎜ ⎟Δ⎝ ⎠

40 

4.3.2.1 Isotermas de Adsorção em Água

A partir de 500 mL de solução preparada com 0,0592 g do corante Alaranjado G

(concentração de 0,1184 g.L-1) foram realizadas 15 diluições com alíquotas recolhidas com

pipetas volumétricas. Foram pesadas 15 amostras com 0,05 g de quitosana em 15 frascos de

cor âmbar, aos quais foram adicionados 5 mL de cada uma das soluções diluídas com

diferentes concentrações. Após intervalo de 15 horas e com auxílio de pipetas de Pasteur, os

sobrenadantes foram recolhidos cuidadosamente e transferidos para tubos volumétricos,

submetidos à centrifugação por 10 minutos e a 600 rpm. A necessidade da centrifugação está

relacionada à garantia de que nenhum material particulado possa alterar resultados devido ao

espalhamento de luz. A absorvância de cada solução sobrenadante foi medida e a repetição do

ensaio permitiram a confecção de curvas que relacionam a massa de corante adsorvido por

massa de quitosana (qe) com a concentração de equilíbrio Ce, considerando a temperatura

constante – isotermas. A solução inicial apresentou pH 7,5 medido em pHmetro Micronal B

474, Brasil.

4.3.2.2 Isotermas de Adsorção em NaCl, 0,05 mol.L-1

O procedimento realizado com água foi repetido com a massa de 0,0592 grama do

corante Alaranjado G (concentração de 0,1184 g.L-1) dissolvida em 500 mililitros de solução

aquosa de NaCl 0,05 mol.L-1. Foram realizadas diluições com alíquotas recolhidas com

pipetas volumétricas. A seguir, foram pesadas 8 amostras com 0,05 grama de quitosana em 8

recipientes plásticos, aos quais foram adicionados 5 mL de cada uma das soluções diluídas

com diferentes concentrações. A Tabela 2 apresenta as concentrações das soluções diluídas

utilizadas.

Tabela 2 – Concentrações em g.L-1 das soluções diluídas de corante em NaCl 0,05 mol.L–1.

Solução

original

Primeira

diluição

Segunda

diluição

Terceira

diluição

Quarta

diluição

Quinta

diluição

Sexta

diluição

Sétima

diluição

0,1184 0,1043 0,0948 0,0711 0,0474 0,0237 0,0095 0,0047

Fonte: (DO AUTOR).

41 

4.3.2.3 Isotermas de Adsorção em NaCl, 1 mol.L–1

O procedimento anterior foi repetido com a massa de 0,0592 grama do corante

Alaranjado G (concentração de 0,1184 g.L-1) dissolvida em 500 mililitros de solução aquosa

de NaCl 1 mol.L-1. Foram realizadas 10 diluições com alíquotas recolhidas com pipetas

volumétricas. Foram pesadas 10 amostras com 0,05 g de quitosana em 10 recipientes

plásticos, aos quais foram adicionados 5 mL de cada uma das soluções diluídas com

diferentes concentrações. A Tabela 3 apresenta as concentrações das soluções diluídas

utilizadas.

Tabela 3 – Concentrações em g.L-1 das soluções diluídas de corante em NaCl 1,0 mol.L-1.

Solução

original

Primeira

diluição

Segunda

diluição

Terceira

diluição

Quarta

diluição

Quinta

diluição

Sexta

diluição

Sétima

diluição

Oitava

diluição

Nona

diluição

0,1184 0,1044 0,0948 0,0854 0,0759 0,0569 0,0474 0,0285 0,0095 0,0047

Fonte: (DO AUTOR).

4.4 ENSAIOS CINÉTICOS

4.4.1 Ensaios Cinéticos de Adsorção em Água

Em um béquer foram introduzidos 8 gramas de quitosana e adicionado um volume

de 0,7 litro de água bidestilada. O sistema permaneceu em repouso durante 24 horas à

temperatura ambiente para que o entumescimento da quitosana não tivesse influência

significativa na cinética de adsorção do corante em estudo. Após o período de repouso, com o

sistema quitosana-água mantido sob agitação mecânica e termostatizado em equipamento

modelo TE-184 (Tecnal, Brasil), 0,1 litro de solução de Alaranjado G foi adicionado, de tal

forma que a concentração inicial de corante para a realização do experimento fosse de 0,02

g.L-1 (escolhida a partir das isotermas de equilíbrio). O momento da adição da solução de

corante foi tratado como tempo zero no ensaio cinético.

Durante 200 minutos, sempre sob agitação para garantir homogeinização e com a

temperatura controlada (25±1)oC, alíquotas de 10 mililitros foram coletadas em intervalos de

5 minutos com o auxílio de pipetas de Pasteur. Após rápida decantação, o sobrenadante foi

recolhido com uma seringa descartável e submetido à filtração com um filtro Millipore de

42 

porosidade 0,41 µm (Millex Millipore, EUA). As amostras filtradas foram submetidas a 30

minutos de centrifugação a 600 rpm. As soluções límpidas resultantes tiveram então as

absorvâncias medidas em espectrofotômetro UV-Visível no comprimento de onda de 480 nm.

Importante notar que a medida foi feita na solução do corante, desta forma revelando a

concentração de corante presente na fase fluida e não no montante adsorvido, em

determinados intervalos de tempo. O ensaio foi repetido com a adição de solução de corante

para a realização dos experimentos com concentrações iniciais de Alaranjado G iguais a

0,077 g.L-1 e 0,1184 g.L-1 (também consideradas a partir da observação das isotermas), em

todas as concentrações com a realização de duplicatas e triplicatas.

4.4.2 Ensaios Cinéticos de Adsorção em NaCl 0,05 mol.L–1

O procedimento realizado no ensaio cinético em água, foi repetido com as

mesmas concentrações de corante com solução de NaCl 0,05 mol.L-1

4.4.3 Ensaios Cinéticos de Adsorção em NaCl 1 mol.L–1

O mesmo procedimento realizado no ensaio cinético em solução de NaCl

0,05 g.L-1, foi repetido com as mesmas concentrações de corante Alaranjado G com solução

de NaCl 1 mol.L-1.

4.5 CURVAS DE PH

Medidas de pH foram realizadas utilizando pHmetro Micronal B 474 (Brasil)

variando a concentração de corante Alaranjado G na solução, sem e com a presença da

quitosana, até o valor máximo de 0,1184 g.L-1.

4.6 MEDIDAS DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA

Utilizando um condutivímetro Tecnopon mCA 8910/910 (Brasil), foram medidas

as condutividades elétricas de soluções de NaCl com as concentrações 0,05 e 1 mol.L-1.

Posteriormente, novas medidas de condutividade foram realizadas nas referidas soluções de

43 

NaCl após 10 horas em contato com a mesma massa de quitosana utilizada nos experimentos

de equilíbrio.

5

carac

respe

defor

em 1

H e/

absor

(defo

quito

titula

Fonte

5.1

de on

de a

RES

Espe

cterísticas

ectivamente

rmação de N

1420 cm-1. A

ou O-H, be

rção em 11

ormações de

osana aprese

ação condut

Figura 6 –

e: (MORAIS e

EXP

A pa

nda de abso

adsorção ob

SULTADO

ectroscopia

de grupos

e), sendo qu

NH2 em 15

A banda int

em como d

154 cm-1 (d

e ligações C

entou grau d

tométrica (M

– Espectro FTI

et al. 2007).

PERIMENT

artir do espe

orção máxim

btidas, com

OS E DISCU

realizada n

amidas (a

ue a banda

590 cm-1. A

ensa em 34

das ligações

deformação

C-O) são car

de desacetil

MORAIS et

IR da quitosan(

TOS DE EQ

ectro obtido

mo (λmax = 4

m a realizaç

USSÃO

na região d

amida I e

de amida II

A presença d

420 cm-1 est

s de hidrog

assimétrica

racterísticas

lação de 88

t al. 2007).

na nas faixas dB) 1.750 a 1.0

QUILÍBRIO

o (Figura 7)

480 nm), da

ção de dup

do infraverm

amida II

I pode estar

dos grupos

tá relacionad

gênios prese

a do grupo

s da estrutur

% determin

de números de000 cm-1.

O

), de onde p

a curva de c

licatas, pod

melho (Figu

em 1647

r sendo sob

aminos é c

da ao estira

entes no po

C-O-C), 1

ra polissaca

nado por ana

e ondas: (A) 4

ode ser veri

calibração (

de-se então

ura 6) reve

7 cm-1 e 1

breposta pel

confirmada

amento das l

olímero. As

078 cm-1 e

arídica da q

alise elemen

4.000 a 500 cm

ificado o co

(Figura 8) e

o estimar o

44

elou bandas

1598 cm-1,

la banda de

pela banda

ligações N-

bandas de

1031 cm-1

uitosana. A

ntar CHN e

m-1 e

omprimento

e das curvas

o tempo de

s

,

e

a

-

e 1

A

e

o

s

e

equil

aprox

Fonte

Fonte

líbrio do

ximadamen

e: (DO AUTO

F

e: (DO AUTO

processo

nte 8 horas (

Fig

R).

Figura 8 – Cu

R).

de adsorç

(Figura 9).

gura 7 – Espec

urva de calibra

ção do co

ctro UV para

ação obtida no

orante Ala

o corante Ala

o λmax = 480 nm

aranjado G

aranjado G.

m com Alaran

(nm) 

G em quit

njado G.

(g.L‐1)

45

tosana em

 

m

46 

Figura 9 – Curva de absorvância versus tempo de adsorção do Alaranjado G em quitosana.

Fonte: (DO AUTOR).

A partir do tempo de equilíbrio, foram realizados ensaios para a obtenção das

isotermas de adsorção, tanto em água, como em soluções de NaCl (concentrações de 0,05 e

1 mol.L–1).

5.1.1 Isotermas de Adsorção em Água e em Soluções Salinas

Isotermas foram obtidas com a solução do corante Alaranjado G em água (Figura

10) e em meio salino com as seguintes concentrações de NaCl: 0,05 mol.L–1 (Figura 11) e

1,0 mol.L–1 (Figura 12).

0 7 14

1,4

1,6

1,8

2,0Ab

sorb

ance

Tempo (Hora)

Abs

orvâ

ncia

47 

Figura 10 – Isoterma de adsorção (com duplicata) do corante Alaranjado G em quitosana.

Fonte: (DO AUTOR).

0,00 0,04 0,08

0,000

0,001

0,002

0,003

qE

Ce (g.L‐1) 

48 

Figura 11 – Isotermas de adsorção do corante Alaranjado G em solução de NaCl 0,05 mol.L-1.

Fonte: (DO AUTOR).

0,00 0,05 0,10

0,0000

0,0008

0,0016

qe

Ce (g.L‐1) 

49 

Figura 12 – Isotermas de adsorção do corante Alaranjado G em solução de NaCl 1,0 mol.L-1.

Fonte: (DO AUTOR).

As isotermas obtidas revelam um aumento na adsorção com a elevação da

concentração do Alaranjado G na solução. Como pode ser verificado no gráfico a seguir

(Figura 13), a adsorção foi menor na presença de NaCl, sobretudo em concentração salina

mais elevada, mas ainda assim percebe-se o aumento na adsorção do alaranjado G em

quitosana, com o aumento da concentração do corante.

0,00 0,07 0,14

0,0000

0,0004

0,0008

0,0012

qe

Ce (g.L‐1) 

50 

Figura 13 – Comparação das isotermas de adsorção do Alaranjado G em água (círculo preto), em solução de NaCl 0,05 mol.L-1 (círculo preto e branco) e em solução de NaCl 1 mol.L-1 (círculo branco).

Fonte: (DO AUTOR).

O aumento na concentração do Alaranjado G no meio fluido permite que os sítios

de adsorção da quitosana sejam ocupados de forma a apontar para uma posterior saturação. A

adsorção inicial se dá de forma mais rápida devido ao número de sítios disponíveis

inicialmente. Com o decorrer do processo, o número de sítios na superfície da quitosana vai se

tornando mais escasso, explicando a taxa decrescente de adsorção até a formação de um platô

com comportamento aparentemente assintótico. Os dados obtidos experimentalmente foram

testados a partir de ajuste não-linear com as isotermas de Langmuir, Freundlich e Sips, e o

comportamento descrito revelou-se coerente com o preconizado pela equação de Langmuir e

com a formação de monocamada que inicialmente recobre a superfície do adsorvente até a

saturação de seus sítios de adsorção (LANGMUIR 1916).

No entanto, um interessante fenômeno parece ocorrer com o processo de adsorção

em estudo, como pode ser visualizado no gráfico a seguir (Figura 14).

0,00 0,05 0,10

0,000

0,001

0,002

0,003qE

Ce (g.L‐1) 

51 

Figura 14 – Isoterma de adsorção do corante Alaranjado G em quitosana (meio aquoso).

Fonte: (DO AUTOR).

Quando a concentração do corante na fase fluida e em água está entre 0,05 e

0,08 g.L-1, observa-se um desvio do comportamento assintótico com a elevação de qE e

consequente aumento na quantidade de corante adsorvido. É possível admitir, pelo

comportamento da curva, que parece então haver mais sítios disponíveis à adsorção a partir

daquele intervalo de concentrações, evidenciando um novo comportamento na adsorção do

corante pela quitosana, onde poderia se supor uma nova etapa do processo que extrapola o

limite de saturação inicial da superfície do adsorvente. Dessa forma, a adsorção do corante

Alaranjado G em quitosana, poderia ser tratado como um fenômeno caracterizado por dois

processos de adsorção cooperativos. Fenômeno cooperativo com especificidade distinta foi

observado em trabalho recente com adsorção de tetraciclina em partículas de quitosana

(CARONI et al. 2012).

Diferentes trabalhos têm apontado as isotermas de Langmuir (KANNAN;

SUNDARAM 2001; CHATTERJEE et al. 2005; SAHA et al. 2005; HU et al. 2006;

CHATTERJEE et al. 2007; VASCONCELOS et al. 2007; CRINI et al. 2008), Freundlich

(AHMAD et al. 2005; KIM 2005) e Sips (MORAIS et al. 2007; DIZGE et al. 2008; NGAH et

0,00 0,0 4 0,08

0 ,000

0 ,001

0 ,002

0 ,003

qE

Ce

52 

al. 2011) como as mais adequadas para descrever o processo de adsorção em quitosana. No

entanto, alguns relatos são encontrados na literatura específica com bons ajustes da adsorção

em quitosana segundo as isotermas de Temkin (MAHMOODI et al. 2011) e Redlich-Peterson

(WONG et al. 2004). Há, ainda, quem admita que a busca de um propósito para isoterma de

adsorção deve se manter como uma meta ilusória, haja vista que equações são desenvolvidas

sobre modelos, admitindo-se considerações específicas que muitas vezes não se aplicam ao

caso em estudo (KINNIBURGH 1986).

Aplicando-se a equação de Langmuir à primeira etapa do processo de adsorção,

pode-se verificar um bom ajuste dos dados experimentais, confirmando as expectativas

anunciadas para aquele trecho da isoterma (GHABBOUR; DAVIES 2011; CARONI et al.

2012).

M L EE

L E

q K Cq(1 K C )

=+

(20)

Onde, qM é o valor máximo de qE e KL é proporcional à relação entre as

velocidades se adsorção e de dessorção. A curva obtida está representada na Figura 15 e os

valores dos parâmetros obtidos para a Equação (20) estão apresentados na Tabela 4.

53 

Figura 15 – Isoterma de adsorção do corante Alaranjado G em água sobre quitosana, com aplicação da Equação de Langmuir na primeira etapa do processo.

Fonte: (DO AUTOR).

Tabela 4 – Parâmetros da isoterma de Langmuir obtidos para a primeira etapa do processo de adsorção.

Equação de Langmuir – Etapa 1

KL (g-1.L) 4,97

qM x 103 1,8

R2 0,98996

Fonte: (DO AUTOR).

Para a segunda etapa do processo de adsorção, pode-se aplicar com satisfatório

ajuste uma equação que obedece à Lei de Henry, o que permite admitir um aumento

considerável no número de sítios disponíveis e o consequente aumento na capacidade de

adsorção da quitosana até onde as medidas experimentais foram realizadas. Tal

comportamento pode ser visualizado a partir das curvas representadas na Figura 16, com os

parâmetros apresentados na Tabela 5.

0,00 0,04 0,08

0,000

0,001

0,002

0,003

qE

Ce

54 

Figura 16 – Processo de adsorção cooperativo do corante Alaranjado G em quitosana: (A) em água e (B) em NaCl 0,05 mol.L-1.

(A)

0,00 0,04 0,08

0,000

0,001

0,002

0,003

qE

Ce

55 

(B)

Fonte: (DO AUTOR).

Tabela 5 – Parâmetros obtidos para a segunda etapa do processo de adsorção em água (Lei de Henry).

Lei de Henry – Etapa 2

K (coeficiente angular) 0,032

B (coeficiente linear) 2.10-4

R2 0,90018

Fonte: (DO AUTOR).

Fica evidente no gráfico apresentado na Figura 17, que o fenômeno de adsorção

em duas etapas cooperativas não é mais perceptível quando a concentração salina é mais

elevada, pois não é possível observar a mudança no comportamento da curva em quaisquer

das concentrações de equilíbrio consideradas.

0,00 0,05 0,10

0,0000

0,0008

0,0016

qe

Ce

56 

Figura 17 – Isotermas de adsorção do corante Alaranjado G em quitosana (solução de NaCl 1,0 mol.L-1) com ajuste de dados na Equação de Langmuir

Fonte: (DO AUTOR).

5.2 INFLUÊNCIA DO pH

Medidas de pH foram realizadas em função da variação da concentração de

corante na ausência e na presença de quitosana. Sem a quitosana, o pH da solução de

Alaranjado G variou de 5,68 a 6,18 com o aumento da concentração do corante. Na presença

da quitosana observa-se uma elevação do pH do meio, perfeitamente compreensível quando

se considera a presença dos grupos amino do polímero (CRINI; BADOT 2008), com variação

de 8,62 a 8,82, à medida que se eleva a concentração de corante. Portanto, observa-se que a

adsorção do corante alaranjado G em quitosana ocorre em meio básico.

Tratando-se de azo-corante aniônico, com a presença de dois grupos sulfonatos

por unidade molecular, pode-se então admitir processo de adsorção de caráter eletrostático

caracterizado pela atração entre os grupos aminos protonados da quitosana e os grupos

sulfonatos do corante. Fica evidente que a redução do pH do meio tornaria mais intenso o

processo de adsorção sob o ponto de vista do potencial coulômbico (CHIOU; LI 2002;

0,00 0,07 0,14

0,0000

0,0004

0,0008

0,0012

qe

Ce

57 

CHIOU; CHUANG 2006; HU et al. 2006), haja vista a maior quantidade de grupos aminos

protonados na superfície do adsorvente. Tal fenômeno tem sido bastante reportado na

literatura mostrando claramente que a maioria dos trabalhos realizados envolvendo a adsorção

de corantes em quitosana evidencia melhores resultados principalmente na faixa de pH entre 2

e 4 (CRINI 2003; AHMAD et al. 2005; CRINI 2005; KIM 2005; KARADAG 2007;

MOMENZADEH et al. 2011). No entanto, deve-se levar em conta a presença dos grupos

aminos protonados mesmo em pH neutro ou básico, com a ressalva de que tais grupos

existirão em quantidade cada vez menor à medida que o pH do meio é elevado (DOTTO;

PINTO 2011).

Em processos de adsorção em quitosana, têm sido publicado que a interação em

meio neutro e alcalino deve-se à presença de forças intermoleculares como ligações de

hidrogênio e interações hidrofóbicas (WONG et al. 2004; DIZGE et al. 2008; DEBRASSI et

al. 2011). Assim, os processos de adsorção cooperativos que são revelados pela mudança de

comportamento observado nas isotermas obtidas neste trabalho, podem ser propostos como

uma modificação no tipo de interação entre adsorvato e adsorvente, a partir da variação do

pH, a elevação da alcalinidade do meio e a consequente alteração da carga superficial da

quitosana (MORAIS 2007; MORAIS et al. 2008; CARONI 2009; CARONI et al. 2012).

Enquanto na primeira etapa de adsorção prevalecem as interações eletrostáticas entre corante

e quitosana, na segunda etapa as forças intermoleculares predominam com a crescente

participação das interações de natureza hidrofóbica (DALTIN 2011; DEBRASSI et al. 2011).

Estas últimas, em determinado momento, justificariam o desenlace de forças de mesma

natureza existentes na estrutura do polímero causando a abertura da quitosana e

disponibilizando maior número de sítios de adsorção.

Importante considerar que enquanto as interações entre as cargas contrárias dos

grupos sulfonatos do corante e dos grupos aminos protonados da quitosana, bem como a

presença de ligações de hidrogênio na adesão adsorvato-adsorvente tem maior relação

termodinâmica com a variação de entalpia do processo de adsorção (LUDWICZAK; MUCHA

2010; NGAH et al. 2011), as interações de natureza hidrofóbica estão fortemente associadas à

variação de entropia do processo, apesar de também existir componente entrópica na atração

eletrostática associada ao desenlace de interações de espécies solvatadas (ZHU 1995;

DALTIN 2011). O efeito hidrofóbico caracteriza o espalhamento das moléculas do

dispersante (água) anteriormente associadas com o menor estado energético possível às

regiões hidrofóbicas, revelando aumento na entropia do sistema e contribuindo para a

variação de energia livre e a consequente espontaneidade do fenômeno da adsorção.

58 

5.3 INFLUÊNCIA DO MEIO SALINO

Para esclarecer a influência do cloreto de sódio na adsorção do corante Alaranjado

G pela quitosana, foram realizadas simples medidas de condutividade elétrica nas soluções

salinas sem quitosana e com quitosana (considerando o tempo de equilíbrio). A condutividade

elétrica na solução de NaCl 0,05 mol.L-1 diminuiu em cerca de 14% na presença da quitosana

(de 5,17 a 4,46 mS.cm-1) e na solução de NaCl 1 mol.L-1, a condutividade foi reduzida

aproximadamente 2% (de 74,74 a 73,37 mS.cm-1), comprovando a capacidade da quitosana na

adsorção dos íons (Tabela 6). Tais resultados explicam a redução da capacidade de adsorção

do biopolímero adsorvente no meio salino em relação ao corante Alaranjado G, uma vez que

os íons dissociados do meio competem pelos sítios de adsorção da quitosana e exercem efeito

de blindagem (reduzindo o potencial coulômbico) dificultando a interação eletrostática entre

os íons sulfonatos do corantes e os grupos aminos protonados da quitosana (CRINI; BADOT

2008; MAHMOODI et al. 2011).

Tabela 6 – Condutividades, κ, das soluções de NaCl antes e depois da sorção em quitosana (Δκ é variação

percentual relativa da condutividade após a sorção).  

[NaCl] (mol.L-1) κ (mS.cm-1)

Δκ (%) Antes da sorção Depois da sorção

0,05 5,17 ± 0,01 4,46 ± 0,01 13,73 ± 0,06

1,00 74,70 ± 0,07 73,40 ± 0,50 1,74 ± 0,01

Fonte: (DO AUTOR).

A interferência dos íons presentes nas soluções de NaCl utilizadas também é

nítida quando são consideradas interações por ligações de hidrogênio ou de natureza

hidrofóbica entre moléculas de Alaranjado G e a quitosana, posto que as forças íon-dipolo

entre os íons presentes na solução salina e as moléculas do polímero são muito mais eficientes

(MOMENZADEH et al. 2011).

59 

5.4 ESTUDOS CINÉTICOS

Tomando como referência determinados pontos das isotermas de adsorção,

estudos cinéticos foram desenvolvidos com as seguintes concentrações de Alaranjado G:

0,02 g.L-1, 0,077 g.L-1 e 0,1184 g.L-1. Tais procedimentos permitiram a obtenção de curvas

que relacionam a quantidade de corante qt em função do tempo, considerando tanto o meio

aquoso, como também os meios salinos, com as concentrações de NaCl de 0,05 mol.L-1 e

1,0 mol.L-1.

5.4.1 Mecanismo de Adsorção

A partir da análise dos gráficos e respectivos dados relacionados, o mecanismo de

adsorção do Alaranjado G em quitosana pode ser proposto em duas etapas, envolvendo

interações com diferentes sítios de polaridades distintas na superfície do adsorvente.

Para a etapa que envolve interações não eletrostáticas (forças intermoleculares,

inclusive as de natureza hidrofóbica):

D

I

k

kAG A chit AG A chit⎯⎯→+ − ⋅⋅⋅ −←⎯⎯ , (21)

onde AG representa o Alaranjado G e A caracteriza sítio específico na superfície da

quitosana. Em termos cinéticos, o processo pode ser descrito como:

D Id[AG] k [chit A][AG] k [AG A chit]

dt= − − + ⋅⋅⋅ −

( )D I 0k [chit A][AG] k [AG] [AG] ,= − − + − (22)

Admitindo que a quantidade de corante adsorvido nessa etapa relaciona-se com a

concentração inicial de corante no meio fluido [AG]0 e sua concentração em certo instante

[AG]. Dessa forma, pode-se considerar que 0[AG A chit] [AG] [AG]⋅⋅⋅ − = − .

Admitindo a existência de muito mais sítios de adsorção na superfície da

quitosana do que o número de moléculas do corante, tem-se: [chit A] constante− = .

60 

Rearranjando a equação (22):

I 0

D I D I

k [AG]1 [AG] [AG]k [chit A] k dt k [chit A] k

− = −− + − +

(23)

Integrando a equação (23) e convertendo-a à forma exponencial, obtém-se:

( ) AGk tE 0 E[AG] [AG] [AG] [AG] e− ⋅= + − , (24)

onde [AG]0 é a concentração inicial do corante e [AG]E é a concentração do corante no

equilíbrio, definida como: I 0E

D I

k [AG][AG]k [chit A] k

=- +

. A constante de velocidade aparente é

AG D Ik k [chit A] k= - + .

De acordo com a equação (19), pode-se então escrever:

( )AG0 0

c c

V.MVq(t) [C C(t)] [AG] [AG]m m

= × - = × - , (25)

De modo que

AGk t

Eq(t) q (1 e )-= - , (26)

onde ( )AG 0 E

Ec

V.M [AG] [AG]q

m-

= .

Para a etapa que envolve as interações puramente coulômbicas, pode-se

considerar o equilíbrio de adsorção:

D

I

k3 3 3 3k

AG SO H N chit AG SO H N chit- + - +¾ ¾®- + - - -¬ ¾¾ L (27)

61 

Desenvolvendo o mesmo raciocínio matemático utilizado na etapa anterior,

tem-se:

3

D 3 3 I 3 3

d[AG SO ]dt

k [ H N chit] [AG SO ] k [AG SO ... H N chit]

+ − − +

−=

= − ⋅ − ⋅ − + ⋅ − − (28)

ou seja,

( ) AG SO3k .t

3 3 E 3 0 3 E[AG SO ] [AG SO ] [AG SO ] [AG SO ] e--

-- - - -- = - + - - - , (29)

implicando em

( )AG SO3k .t

Eq(t) q 1 e--

-= - (30)

Admitindo-se as constantes de velocidade para cada etapa como:

3AG a bAG SO

k k e k k ;−−= =

e os fatores:

3

3 3

AG SOAGa b

AG AGAG SO AG SO

CCf e f ,C C C C

-

- -

-

- -

DD= =D + D D + D

chega-se à expressão semi-empírica para a cinética de adsorção do Alaranjado G:

( ) ( )( )a bk .t k .tT E a aq q . f . 1 e 1 f . 1 e .- -é ù= - + - -ê úë û (31)

62 

Os fatores fa e fb estão associados às frações dos diferentes sítios disponíveis na

superfície da quitosana e relacionam-se como:

a bf f 1+ = , de forma que: a b0 f 1 e 0 f 1£ £ £ £ ,

onde:

a AGf f= (interações não-eletrostáticas) e 3

b AG SOf f --

= (interações eletrostáticas).

Dessa forma, quando fa aproxima-se de 0, a adsorção tende a ser descrita como

processo puramente eletrostático. Quando fa tende a 1, o processo pode ser descrito como

sendo governado pelas interações não-eletrostáticas, com constante de velocidade ka.

Um ajuste satisfatório dos dados obtidos experimentalmente à Equação (31)

permite a validação do mecanismo cooperativo de adsorção (Figura 18), e revela dados

(Tabela 7) que carecem de interpretação cuidadosa.

A análise dos parâmetros obtidos leva à consideração de que a etapa que envolve

as interações não-eletrostáticas é determinante da velocidade, constatação corroborada pela

facilidade com a qual ocorre a interação eletrostática e a consequente rapidez na saturação dos

sítios e estabelecimento de equilíbrio químico.

Interessante notar que a mesma variação das concentrações de corante,

inicialmente para a adsorção em água e posteriormente em meio salino cada vez mais

concentrado (em NaCl), implica na elevação do valor da constante de velocidade ka,

aumentando a velocidade da etapa de adsorção que envolve interações intermoleculares

(ligações de hidrogênio, forças de dispersão de London, entre outras) ao mesmo tempo em

que, regra geral, cresce a fração de sítios ocupados na superfície da quitosana com interações

não eletrostáticas. Na mais elevada concentração de NaCl, provavelmente devido à forte

blindagem eletrostática do adsorvente, parece ocorrer mecanismo simples de adsorção e

governado por interações não-eletrostáticas. Outra possibilidade quando são analisados os

parâmetros é a de que a concentração muito elevada de íons poderia reduzir

significativamente a diferença das contribuições dos dois mecanismos propostos. Os

resultados são apresentados nos gráficos da Figura 18 e na Tabela 7 expostos a seguir.

63 

Figura 18 – Curvas cinéticas de adsorção do corante Alaranjado G em quitosana, em água (A), em solução de NaCl 0,05 mol.L-1 (B) e em solução de NaCl 1,0 mol.L-1 (C), com concentração do corante de 0,02 g.L-1

(círculos), 0,077 g.L-1 (quadrados) e 0,1184 g.L-1 (losangos).

Fonte: (DO AUTOR).

0 80 160

0,0

1,5

3,0

0 80 160

0,0

1,5

3,0

0 80 160

0,0

1,5

3,0

q(t)×

103

t (min)

(A)

(C)

(B)

t (min)

q(t)×

103

t (min)

q(t)×

103

64 

Tabela 7 – Parâmetros obtidos a partir da equação proposta de etapas cooperativas no processo de adsorção do corante Alaranjado G em quitosana em água, em solução de NaCl 0,05 mol.L-1 e em solução de NaCl 1 mol.L-1,

utilizando diferentes concentrações do corante.

Meio Fluido C0 (g.L-1) fa ka (min-1) log (kb / min-1)

Água

0,0200 0,51 ± 0,01 0,011 ± 0,001 14 ± 1

0,0770 0,57 ± 0,02 0,011 ± 0,003 5 ± 8

0,1184 0,55 ± 0,06 0,011 ± 0,002 13 ± 2

NaCl 0.05 M

0,0200 0,60 ± 0,30 0,030 ± 0,020 5 ± 8

0,0770 0,19 ± 0,02 0,020 ± 0,020 -0,42 ± 0,09

0,1184 0,11 ± 0,04 0,016 ± 0,007 -0,48 ± 0,08

NaCl 1 M

0,0200 1,00 0,030 ± 0,020 -

0,1184 1,00 0,400 ± 0,100 -

Fonte: (DO AUTOR).

65 

6 CONCLUSÕES

A quitosana revelou-se um bom adsorvente para remoção do corante Alaranjado

G de meios fluidos, mesmo considerando meios neutro e básico, quando comparado com os

resultados de outros estudos (GUIBAL 2004; CRINI 2006; CRINI; BADOT 2008;

BHATNAGAR; SILLANPAA 2009).

Admitindo interações em sítios polares e apolares na superfície da quitosana,

pode-se concluir que valores mais baixos de pH permitem interações eletrostáticas mais

intensas, favorecendo a adsorção de corante de classe aniônica. Em situação de pH neutro ou

mais elevado, porém, a ação adsorvente da quitosana permanece satisfatória, uma vez que

interações como ligações de hidrogênio e de natureza hidrofóbica (interações não-

eletrostáticas) passam a atuar de forma mais efetiva. Enquanto as interações eletrostáticas

envolvem a associação dos grupos sulfonatos da molécula do corante com os grupos aminos

protonados da superfície do polímero, interações hidrofóbicas podem ser consideradas entre

as porções apolares de ambas as espécies, bem como podem ser consideradas ligações de

hidrogênio envolvendo hidroxila fenólica do Alaranjado G e hidroxilas ou grupos amino não-

protonados existentes na estrutura da quitosana.

O meio salino reduz a capacidade de adsorção da quitosana porque além de

competir pelos mesmos sítios, seus íons realizam forte blindagem e reduzem o potencial

coulômbico entre adsorvato e adsorvente. Importante considerar que a influência relacionada

ao aspecto conformacional da quitosana em diferentes meios não foi levada em consideração

neste trabalho.

Fenômeno cooperativo pode ser sugerido para justificar o mecanismo de adsorção

estudado neste trabalho, a partir do excelente ajuste verificado quando da aplicação da

equação cinética semi-empírica, considerando duas etapas associativas de pseudo-primeira

ordem, perfeitamente coerentes com o comportamento das isotermas obtidas, nas quais as

equações de Langmuir e de Henry podem ser utilizadas com bom resultado em diferentes

faixas de concentração do corante.

Percebe-se, ainda, que a presença de maior concentração de íons (maior

concentração da solução salina) permite uma maior ocupação dos sítios disponíveis através de

interações não-eletrostáticas até que a condução do mecanismo de adsorção não seja mais, ou

pelo menos não seja tão influenciada pela etapa regida por interações puramente

eletrostáticas.

66 

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