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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS DA RESPIRAÇÃO EM FRENO-LABIAL SOBRE OS
VOLUMES PULMONARES E O PADRÃO DE HIPERINSUFLAÇÃO DINÂMICA EM PACIENTES COM ASMA
JANAINA MARIA DANTAS PINTO
Natal – RN 2011
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS DA RESPIRAÇÃO EM FRENO-LABIAL SOBRE OS VOLUMES PULMONARES E O PADRÃO DE HIPERINSUFLAÇÃO
DINÂMICA EM PACIENTES COM ASMA
JANAINA MARIA DANTAS PINTO
Orientador: Prof. Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi
Natal – RN 2011
Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, para obtenção do título de mestre em Fisioterapia.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Jamilson Simões Brasileiro
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITOS DA RESPIRAÇÃO EM FRENO-LABIAL SOBRE OS VOLUMES PULMONARES E O PADRÃO DE HIPERINSUFLAÇÃO
DINÂMICA EM PACIENTES COM ASMA
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi: Presidente – UFRN
Prof. Dr. Fernando Augusto Lavezzo Dias – UFRN
Prof. Dr. Victor Zuniga Dourado – UNIFESP
Aprovada em 29/08/2011.
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Dedicatória
Dedico toda essa vitória à minha Mãe, Maria das Neves Dantas Pinto.
Mãe zelosa, carinhosa e a principal incentivadora da minha carreira.
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Agradecimentos
Meus sinceros agradecimentos a todos que fazem parte desta minha vitória.
Primeiramente a Deus, pela vida e oportunidade do convívio científico de alto nível
nesta Universidade.
Aos meus pais, por me mostrarem que o estudo e o conhecimento é o melhor
caminho para a realização profissional. À minha mãe Maria das Neves Dantas Pinto,
pelo grande exemplo de disciplina, garra e confiar que valeria a pena dar a luz a
uma criança vítima de rubéola durante a gestação. Mãe, você é minha principal
referência de vida! TE AMO! Ao meu pai, Ananias Mafaldo Pinto, por me fazer sentir
uma pessoa importante e necessária em nossa família. Seu amor foi e é
fundamental na minha formação pessoal e profissional. TE AMO!
Aos meus irmãos, pelo apoio de sempre, mesmo a distância em pensamento.
Vocês são os principais responsáveis pela minha luta! À minha irmã Luana Maria
Dantas Pinto, por ser o sol da minha vida. Guiando-me nos momentos mais difíceis,
fortalecendo-me e lembrando-me que tudo é possível mesmo quando, às vezes, as
coisas parecem estar perdidas. TE AMO! À Rodolpho Dantas Mafaldo Pinto, pela
simplicidade, amor e carinho em seus atos. Você é em minha vida, o meu segundo
satélite guia. TE AMO!
Ao meu avô Ananias Mafaldo, in memorian, por acreditar em mim e incentivar
a meu pai a não desistir da minha educação nos momentos mais difíceis da minha
adolescência. À minha avó Olivia da Costa Dantas pelo exemplo de perseverança
em buscar o conhecimento Universitário para seus filhos. TE AMO!
Aos meus tios, tias, primos e primas. Em especial a Dina Neta Dantas pelo
incentivo e amor incondicional e Olívia da Costa Filha por me mostrar que a vida é
maravilhosa e que podemos, sim, sermos muito felizes. À minha prima Ângela
Gonçalves Costa pelo exemplo de perseverança e acreditar em nossos sonhos.
Ao meu marido, Igor Martel Franco Carvalho, pelos muitos momentos de
renúncia em todas as ocasiões que necessitei para chegar à realização desse
sonho. Pelo incentivo, confiança, apoio e acreditar que tudo valeria a pena. TE AMO
MAIS QUE TUDO!
A minha segunda família, Carvalho, pelo amor, carinho e confiança.
Principalmente a Maria do Socorro Franco Carvalho pelo exemplo profissional e de
7
mãe. À Anne Michele Franco Carvalho pelo apoio incondicional e pelas palavras de
confiança e carinho.
À minha cunhada Paula Miranda pelo apoio e momentos alegres ao lado de
nossa família. Você é muito importante para mim.
Às minhas amigas pessoais e de profissão. Sem vocês nada disso seria
possível. À Renata Melo pelo exemplo de perseverança, amor e carinho desde
1997. TE AMO! À Socorro Cruz por me mostrar que tudo vale a pena, mesmo que
tenhamos que pagar um custo muito alto pelos nossos sonhos. À Elisa Sonehara
pelo apoio, confiança e palavras de incentivo quando pensei que tudo estava
perdido. À Melyssa Medeiros pela disponibilidade, ajuda, incentivo a realização
desse sonho. À Naiana Azevedo por me mostrar que eu seria capaz de chegar ao
fim com muito orgulho do trabalho realizado. À Letícia Nóbrega e Júlia Marques por
compreenderem minha ausência em muitos momentos.
Ao meu Professor Orientador Dr. Guilherme Fregonezi pela confiança, pelo
exemplo profissional, por me guiar nessa jornada, brilhantemente, durante todo esse
tempo de convivência. Sou uma pessoa bem melhor cientificamente,
profissionalmente e pessoalmente depois de receber o presente da sua Orientação.
Espero continuar a aprender com o senhor e sua equipe. Sou eternamente grata.
À professora Dra. Vanessa Resqueti pela amizade, pelos momentos de
crescimento pessoal e profissional. E principalmente, por mediar, nos momentos
mais complicados, os contratempos existentes. Você é realmente muito especial
para mim.
Agradeço aos meus colegas de turma, em especial à Melissa Gurgel pelo
incentivo de participar da seleção do mestrado e compartilhar comigo momentos
maravilhosos. À Silvia Brilhante pelos ensinamentos científicos e pessoais, aos
momentos de maravilhosas risadas e choros. Isso não tem preço! À Ângelo
Nascimento pelo apoio e solicitude! À Rafaela Farias pelo carinho e por me
presentear com a sua companhia.
As colegas e amigas de laboratório Íllia Nadinne Lima e Elis Cabral pelo apoio
incondicional e momentos maravilhosos de alegrias e tristezas. Vocês são parte
fundamental dessa minha vitória.
Aos meus anjos da iniciação científica pertencentes ao laboratório 6, Rêncio
Florêncio, Bárbara Portela e Rodrigo Melo pelo apoio, disponibilidade, carinho e me
ensinar que tudo vale a pena! E principalmente a Lailane Saturnino e Bruno
8
Henrique Ferreira que me ofereceram seus braços para que somado aos meus tudo
isso fosse possível. Meu eterno agradecimento!
Aos meus amigos e colegas de profissão, Ana Cristina Maciel, Francisca
Rêgo, Catharinne Farias, Janice Marques, Jonilson Carvalho, Lílian Lisboa, Magno
Moreno, Roberto Sousa, Tatiana Góis, Sanny Aquino e Valeska Fernandes.
Obrigada por fazerem parte da minha rotina profissional!
E, finalmente, a todos os meus alunos que são o motivo principal de tudo isso.
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Sumário
RESUMO ............................................................................................................. xvi
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 18
1.1. Revisão de Literatura .................................................................................... 21
1.1.1. Asma ......................................................................................................... 21
1.1.2. Função Pulmonar ...................................................................................... 24
1.1.3. Fisioterapia Respiratória na Asma ............................................................. 25
1.1.4. Pletismografia Opto-eletrônica ................................................................... 26
1.2. Objetivos ......................................................................................................... 29
1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................. 29
1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................................ 29
2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 30
2.1. Tipo de Estudo ................................................................................................. 31
2.2. Amostra ......................................................................................................... 31
2.2.1. Critérios de Inclusão .................................................................................. 31
2.2.2. Critérios de Exclusão .................................................................................. 31
2.3. Local do Estudo ............................................................................................. 32
2.4. Aspectos Éticos ............................................................................................. 32
2.5. Procedimentos .............................................................................................. 32
2.5.1. Avaliação Antropométrica ......................................................................... 32
2.5.2. Prova de Função Pulmonar ....................................................................... 33
2.5.3. Pletismografia Opto-eletrônica ................................................................... 35
2.5.4. Teste Incremental Submáximo Associado a Pletismografia ...................... 36
2.6. Análise Estatística .......................................................................................... 39
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 41
4. CONCLUSÃO .................................................................................................. 68
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 70
6. ANEXOS 78
APÊNDICES 90
10
Lista de Abreviaturas Ab Abdômen
ATS American Thoracic Society
ACCP American College of Chest Physicians
Bpm Batimentos por Minuto
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CF Respiração com Freno-labial
CI Capacidade Inspiratória
CPT Capacidade Pulmonar Total
CRF Capacidade Residual Funcional
CVF Capacidade Vital Forçada
Cw Caixa Torácica Total
DC Carga de Trabalho
DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
f Frequência Respiratória
FC Frequência Cardíaca
FCmáx Frequência Cardíaca Máxima
HD Hiperinsuflação Dinâmica
HR Hiperreatividade Brônquica
HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes
Hz Hertz
IgE Imunoglobulina E
IL Interleucina
Irpm Incursões Respiratórias por Minuto
L Litros
L/s Litros por Segundo
IMC Índice de Massa Corpórea
mL Mililitros
Mm Milímetros
MMII Membros Inferiores
PaCO2 Pressão Arterial de Gás Carbônico
PAD Pressão Arterial Diastólica
PAS Pressão Arterial Sistólica
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PLB Pursed Lips-breathing
PEEP Pressão Positiva no Final da Expiração
PEEPi Pressão Positiva Intrínseca no Final da Expiração
POE Pletismografia Opto-eletrônica
RFL Respiração em Freno-labial
Rca Caixa Torácica Abdominal
Rcp Caixa Torácica Pulmonar
RN Rio Grande do Norte
Rpm Rotações por Minuto
SF Respiração sem Freno-labial
SB Respiração Espontânea
SIH Sistema de Internação Hospitalar
SpO2 Saturação Periférica de Oxigênio
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ti Tempo Inspiratório
Te Tempo Expiratório
Ttot Tempo Total
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
VE Volume Minuto
VEE Volume Expiratório Final
VEEAb Volume Expiratório Final do Abdômen
VEECw Volume Expiratório Final da Caixa Torácica Total
VEERcp Volume Expiratório Final da Caixa Torácica Pulmonar
VEI Volume Inspiratório Final
VEIAb Volume Inspiratório Final do Abdômen
VEICw Volume Inspiratório Final da Caixa Torácica Total
VEIRcp Volume Inspiratório Final da Caixa Torácica Pulmonar
VEF1 Volume Expiratório Forçado no 1° Segundo
VR Volume Residual
Vt Volume Corrente
ºC Graus Celsius
W Watts
12
Lista de Figuras
Figura 1 Disposição geral dos marcadores. Visão anterior e posterior .......... 28
Figura 2 Balança Welmy ................................................................................. 33
Figura 3 Espirômetro Datospir 120C ............................................................... 34
Figura 4 Pletismógrafo Opto-eletrônico ........................................................... 35
Figura 5 Disposição dos pontos ...................................................................... 36
Figura 6 Bicicleta ergométrica ......................................................................... 37
Figura 7 Oxímetro ........................................................................................... 38
Figura 8 Fluxograma destacando os procedimentos do protocolo
experimental ......................................................................................
39
13
Lista de Figuras – Artigo
Figura 1 Volumes da caixa torácica pulmonar total (Cw) dos grupos
euvolume e hiperinsuflado, expressos em variações durante a
respiração livre (SB – spontaneous breathing) e PLB (pursed lips-
breathing) nos momentos QB (basal), 50%, 100% da carga e
recuperação (R1, R2 e R3). Círculos fechados indicam as
variações do VEECw e os abertos, as variações do VEICw ............
61
Figura 2 Volumes da caixa torácica pulmonar (Rcp) dos grupos euvolume e
hiperinsuflado, expressos em variações durante a respiração livre
(SB – spontaneous breathing) e PLB (pursed lips-breathing) nos
momentos QB (basal), 50%, 100% da carga e recuperação (R1,
R2 e R3). Círculos fechados indicam as variações do VEERcp e os
abertos, as variações do VEIRcp......................................................
62
Figura 3 Volumes do abdômen dos grupos euvolume e hiperinsuflado,
expressos em variações durante a respiração livre (SB –
spontaneous breathing) e PLB (pursed lips-breathing) nos
momentos basal (QB), 50%, 100% da carga e recuperação (R1,
R2 e R3). Círculos fechados indicam as variações do VEEAb e os
abertos, as variações do VEIAb .......................................................
63
14
Lista de Tabelas
Tabela 1 Análise descritiva de média ± DP dos dados antropométricos e
função pulmonar ...............................................................................
64
Tabela 2 Análise descritiva da média ± DP das variáveis mensuradas
durante carga máxima do exercício ..................................................
65
Tabela 3 Análise descritiva da média ± DP dos volumes pulmonares,
frequência respiratória, tempos e duty cycle no grupo isovolume ....
66
Tabela 4 Análise descritiva da média ± DP dos volumes pulmonares,
frequência respiratória, tempos e duty cycle no grupo hiperisuflado.
67
15
Resumo
Objetivos: Avaliar como se desenvolve a hiperinsuflação dinâmica (HD) e as
possíveis modificações dos volumes pulonares operacionais durante o exercício em
respiração espontânea e respiração em freno-labial (RFL) em pacientes asmáticos.
Métodos: Foram avaliados 12 pacientes asmáticos em 3 momentos: (1)
antropometria e espirometria, (2) teste incremental submáximo no cicloergômetro em
respiração espontânea e (3), teste incremental submáximo no cicloergômetro com
RFL utilizando a Pletismografia Opto-eletrônica. Resultados: Avaliando o volume
pulmonar expiratório final (EEV) durante o teste incremental submáximo em
respiração espontânea, os pacientes foram divididos em grupo euvolume e grupo
hiperinsuflado. A RFL aumentou, significativamente, a variação do EEV no grupo
euvolume (1.4L) e diminuiu (0.272L) no grupo hiperinsuflado. No grupo euvolume
observou-se aumento significativo de 140% no Vt na situação basal, pré-exercício,
comparando a RFL e a respiração espontânea. No grupo hiperinsuflado foi
observado que a RFL induziu aumentos significativos do Vt em todos os momentos
do teste incremental, basal, 50%, 100% da carga e recuperação em 66%, 250%,
61.5% e 66% respectivamente. A frequência respiratória diminuiu significativamente
com a RFL em todos os momentos do teste incremental submáximo no grupo
euvolume. A velocidade encurtamento dos músculos inspiratórios (VtRcp/Ti) no
grupo hiperinsuflado aumentou de 1.6 ± 0.8L/s vs. 2.55 ± 0.9L/s, com a RFL
enquanto que no grupo euvolume variou de 0.72 ± 0.31L/s vs. 0.65 ± 0.2 L/s. A
velocidade de encurtamento dos músculos expiratórios (VtAb/Te) demonstrou
similaridade em resposta a RFL. No grupo hiperinsuflado variou 0.89 ± 0.47 vs. 0.80
± 0.36 e no grupo euvolume em 1.17 ± 1L vs. 0.78 ± 0.6. Conclusão: Diferentes
comportamentos em relação ao EEV nos pacientes com asma moderada foram
observados, a HD e diminuição do EEV em resposta ao exercício. O padrão
respiratório foi modulado pela RFL tanto em exercício como no repouso, tornando-o
mais eficiente.
Palavras-chave: Asma, Fisioterapia, Hiperinsuflação Dinâmica.
16
Abstract
Objectives: To evaluate how to develop dynamic hyperinflation (DH) during
exercise, the influence of pursed-lip breathing in (PLB) on breathing pattern and
operating volume in patients with asthma. Methods: We studied 12 asthmatic
patients in three moments: (1) anthropometry and spirometry, (2) submaximal
incremental cycle ergometer test in spontaneous breathing and (3), submaximal
incremental test on a cycle ergometer with PLB using the Opto-electronic
plethysmography. Results: Evaluating the end-expiratory lung volume (EEV) during
submaximal incremental test in spontaneous breathing, patients were divided into
euvolume and hyperinflated. The RFL has increased significantly, the variation of the
EEV group euvolume (1.4L) and decreased in group hyperinflated (0.272L). In group
volume observed a significant increase of 140% in Vt at baseline, before exercise,
comparing the RFL and spontaneous breathing. Hyperinflated group was observed
that the RFL induced significant increases of Vt at all times of the test incremental
baseline, 50%, 100% load and 66% recovery, 250%, 61.5% and 66% respectively.
Respiratory rate decreased significantly with PLB at all times of the submaximal
incremental test in the group euvolume. The speed of shortening of inspiratory
muscles (VtRcp/Ti) in the hyperinflated increased from 1.6 ± 0.8L/s vs. 2.55 ± 0.9L/s,
whereas in the RFL euvolume group ranged from 0.72 ± 0.31L/s vs. 0.65 ± 0.2L/s.
The velocity of shortening of the expiratory muscles (VtAb/Te) showed similarity in
response to RFL. In group hyperinflated varied vs. 0.89 ± 0.47 vs. 0.80 ± 0.36 and ±
1.17 ± 1L vs. 0.78 ± 0.6 for group euvolume. Conclusion: Different behavior in
relation to EEV in patients with moderate asthma were observed, the HD and
decreased EEV in response to exercise. The breathing pattern was modulated by
both RFL performance as at home, making it more efficient.
Keywords: Asthma, Physical Therapy, Dynamic Hyperinflation.
18
Asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela
hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo
aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento1,2. Manifesta-se clinicamente
por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse,
principalmente à noite e pela manhã ao despertar3. As repercussões clínicas são
resultado de uma interação entre a genética, a exposição ambiental e outros fatores
específicos que determinam o desenvolvimento e manutenção dos sintomas4,5,6.
A inflamação brônquica constitui o mais importante fator fisiopatogênico da
asma, pois esta resulta de interações complexas entre células, mediadores
inflamatórios e células estruturais das vias aéreas5. A crise asmática é causada por
diferentes gatilhos que induzem a inflamação nas vias aéreas e o broncoespasmo.
Seus principais causadores, identificados na prática clínica, são os alérgenos
inalatórios, as infecções virais das vias aéreas, os poluentes atmosféricos, o
exercício físico, as mudanças climáticas, os aditivos dos alimentos e o estresse
emocional6.
O diagnóstico da asma depende entre outros fatores de sinais e sintomas
clínicos, assim como do estudo das alterações de fluxo aéreo em resposta aos
broncodilatadores7. A espirometria é o método de escolha na determinação da
limitação ao fluxo aéreo e do diagnóstico da asma, sendo caracterizada por uma
redução do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) abaixo de 80%
do previsto e da sua relação com a capacidade vital forçada (CVF) VEF1/CVF abaixo
de 75% em adultos e de 86% em crianças. A fim de caracterizar essa limitação,
deve-se encontrar uma redução do VEF1 abaixo de 80% do previsto e da relação
VEF1/CVF abaixo de 75% em adultos e de 86% em crianças8. Outra importante
observação é a resposta da obstrução brônquica ao broncodilatador. Esta resposta,
desaparece ou diminui significativamente após o uso do broncodilatador, resultando
no aumento do VEF1 de 7% em relação ao valor previsto ou de 200 mL em valor
absoluto, após inalação de beta-2 agonista de curta duração1,5.
A alteração dos volumes pulmonares, sinal clínico fundamental na
caracterização da patologia, é caracterizada pelo aumento na capacidade pulmonar
total (CPT) e no volume residual (VR), resultando em quadro de hiperinsuflação
pulmonar1. Por outro lado, a hiperinsuflação dinâmica (HD) é consequência da
limitação do fluxo aéreo expiratório ocorrendo quando há aumento da demanda
ventilatória e menor tempo expiratório9, ou seja, durante o exercício. As alterações
19
dos volumes pulmonares, especialmente dos volumes operacionais, volume
pulmonar expiratório final (EEV) e volume pulmonar inspiratório final (EIV) são
essenciais para a compreensão da fisiopatologia e da resposta às diferentes
técnicas de Reabilitação Respiratória tanto em repouso como durante o exercício.
Tanto os volumes pulmonares como os volumes operacionais e suas modificações a
técnicas de Reabilitação Respiratória e ao exercício podem ser precisamente
medidos pela Pletismografia Opto-eletrônica (POE). A POE é um método capaz de
medir em tempo real, sem a necessidade de clipes nasais, bocais ou qualquer outra
conexão com o paciente, a variação de volume da parede torácica durante a
respiração. Através de um programa específico, a POE avalia as variações dos
volumes pulmonares assim como dos volumes operacionais, que são gravadas por 6
câmeras através de 89 marcadores reflexivos fixados posicionados na parede
torácica anterior e posterior do paciente. Ao mesmo tempo um processador executa,
em tempo real, algoritmos e calcula a variação do volume total da parede torácica e
seus compartimentos, caixa torácica pulmonar (Rcp), caixa torácica abdominal (Rca)
e do abdômen (Ab) através do teorema de Gauss10.
O termo exercícios respiratórios abrange uma variedade de técnicas tais
como expiração ativa, respiração profunda, freno-labial e diafragmática. Os objetivos
dessas técnicas variam consideravelmente e incluem: melhorar a ventilação e a
troca gasosa, reduzir os efeitos da hiperinsuflação dinâmica, melhorar a função dos
músculos respiratórios, reduzir a sintomatologia da dispnéia, melhorar a tolerância a
exercícios e a qualidade de vida11,12. No contexto da Fisioterapia Respiratória, o
exercício respiratórios mais utilizado na prática clínica e o mais descrito na literatura
é a respiração com freno-labial (RFL)10,13,14. Atualmente, programas de Reabilitação
Respiratória que incluem a RFL em sujeitos asmáticos no período de crise
demonstraram ser eficazes na melhora da sintomatologia relatada, na qualidade de
vida e no impacto psicológico, podendo reduzir o uso de medicação
broncodilatadora de resgate15.
As respostas fisiológicas da RFL para pacientes asmáticos no período entre
crise e durante o exercício têm como objetivo melhorar o padrão respiratório
tornando a respiração mais eficiente. Entretanto, existem poucas evidências que a
RFL possa melhorar efetivamente o padrão respiratório em repouso e durante o
exercício avaliado através de técnicas que avaliam com precisão as variações dos
volumes pulmonares. Portanto, o estudo dos volumes pulmonares em reposta ao
20
exercício e a RFL podem auxiliar no melhor entendimento fisiopatológico da resposta
ao exercício na asma assim como da influencia da RFL no padrão respiratório.
1.1. Revisão de Literatura
1.1.1. Asma
Asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela
hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo
aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. Manifesta-se clinicamente
por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse,
particularmente à noite e pela manhã ao despertar. As manifestações clínicas são
resultado de uma interação entre genética, exposição ambiental e outros fatores
específicos que determinam o desenvolvimento e à manutenção dos sintomas3,15.
A prevalência da asma é maior em países desenvolvidos do que em países
em via de desenvolvimento. Possivelmente estas diferenças sejam um reflexo das
condições de saúde, diferenças no estilo de vida, assim como exposição à alérgenos
e acesso aos cuidados de saúde1. No contexto mundial, aproximadamente 300
milhões de pessoas são afetadas por asma15. Com base em estudos
epidemiológicos para determinar a prevalência da asma considerando os sintomas
em crianças e adultos, foi encontrado que a prevalência mundial dessa doença que
varia de 1-18% da população em diferentes países5,16. Segundo alguns autores, e
devido às características da doença em diminuir a sintomatologia e as
características fisiopatológicas com o tratamento e aumentar na ausência deste, a
prevalência da doença vem aumentando em alguns países, se estabilizou ou até
mesmo começou a declinar em outros17,18. Algumas estimativas demonstram que em
todo o mundo ocorrem 250.000 mortes anuais por asma. Não existem dados
suficientes para explicar completamente as variações na prevalência dentro destas
populações, por isso existem grandes variações da prevalência mundial19. Apesar da
perspectiva do paciente e da sociedade, o custo para controle da asma é elevado, e
se torna mais despendioso quando a doença não é tratada adequadamente.
Entretanto os custos podem ser reduzidos desde que os pacientes, seus familiares e
21
as organizações de saúde estejam engajados no tratamento e educação da doença
com a participação do governo com ações governamentais favoráveis para melhorar
o controle da asma20,21. Apesar de não existirem estudos epidemiológicos nacionais,
de acordo com os dados do Ministério da Saúde - Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS), no ano de 2010, ocorreram 193.163 internações
por asma, no Brasil, com a região nordeste sendo responsável por 45% dessas
ocorrências. No mesmo ano, os custos do SUS com internações, tendo como causa
a asma, foram mais de 100 milhões de reais, com a região nordeste contribuindo
com o percentual de 43.4% desses gastos. Portanto, a asma apresenta-se como um
problema de saúde pública grave, estando entre as dez causas que mais geram
internações, influenciando negativamente na qualidade de vida dos pacientes e seus
familiares22.
Em relação aos fatores de risco para o desenvolvimento da asma foram
identificados a idade, o gênero masculino na puberdade e o gênero feminino na
transição para a fase adulta, a etnia negra e o tabagismo23. No entanto, os
mecanismos pelos quais esses fatores influenciam o desenvolvimento e a
manifestação da asma são complexos e interativos1. Os genes interagem entre si
como fatores ambientais para determinar a susceptibilidade à asma. Além disso,
aspectos do desenvolvimento na primeira infância, como a maturação da resposta
imune e doenças infecciosas durante os primeiros anos de vida, são importantes
fatores que modificam o risco da asma em pessoas geneticamente suscetíveis. Por
outro lado, existem diferenças raciais e étnicas na prevalência da asma que refletem
variedades genéticas com sobreposição significativa de condições socioeconômicas
e fatores ambientais2.
A inflamação brônquica constitui o mais importante fator fisiopatogênico da
asma. Esta resulta de interações complexas entre células e mediadores
inflamatórios e células estruturais das vias aéreas. A inflamação brônquica está
presente em asmáticos recém-diagnosticados, em pacientes com formas leves da
doença e mesmo entre os pacientes assintomáticos4,25,26. A crise de asma é
causada por diferentes gatilhos que induzem a inflamação nas vias aéreas e o
broncoespasmo. A resposta ao estímulo para iniciar o processo de resposta imune a
crise asmática variam de pessoa para pessoa e de momento para momento na
história da doença. Os principais causadores da crise asmática identificados na
prática clínica são os alérgenos inalatórios, infecções virais das vias aéreas, os
22
poluentes atmosféricos, o exercício físico, as mudanças climáticas, os aditivos dos
alimentos e o estresse emocional. Outros fatores, com menor frequência podem
contribuir como a rinite alérgica, a sinusite bacteriana, a polipose nasal, o refluxo
gastroesofágico e o período gestacional1,4,6,15.
O mecanismo pelo qual a limitação ao fluxo aéreo é desenvolvida varia de
acordo com o fator desencadeante. A broncoconstricção induzida por alérgenos
resulta da produção de mediadores inflamatórios dependentes da liberação de
imunoglobulina E (IgE) e mastócitos24,25,27. A resposta inflamatória tem
características fisiopatológicas especiais, que incluem a infiltração eosinofílica, a
granulação de mastócitos, a lesão intersticial das paredes das vias aéreas e a
ativação de linfócitos TH2 que produzem citocinas, como as interleucinas IL-4, IL-5,
IL-13, entre outras. Estas interleucinas são responsáveis pelo início e pela
manutenção do processo inflamatório. A IL-4 tem papel importante no aumento tanto
da produção de IgE específica como da expressão de receptores de alta e baixa
afinidade à essa imunoglobuliuna28,29. Outras alterações, incluindo hipertrofia e
hiperplasia do músculo liso, elevação no número de células caliciformes, aumento
das glândulas submucosas e alteração no depósito/degradação dos componentes
da matriz extracelular, são constituintes do remodelamento que interfere na
arquitetura da via aérea, levando à irreversibilidade de obstrução que se observa em
alguns pacientes3,6,30. A hipertrofia da musculatura brônquica, novos vasos
sanguíneos e deposição de colágenos intersticiais se estendem em todo interior das
vias aéreas proporcionalmente à gravidade da doença1.
O diagnóstico da asma depende entre outros fatores de sinais e sintomas
clínicos assim como do estudo das alterações de fluxo aéreo em resposta aos
broncodilatadores. Especificamente são usados os termos variabilidade e
reversibilidade que estão relacionados às alterações dos sintomas acompanhados
por alterações do fluxo aéreo que ocorrem espontaneamente ou após intervenção
farmacológica1,24. A espirometria é o método de escolha na determinação da
limitação ao fluxo aéreo e no estabelecimento do diagnóstico de asma. Para que se
possa caracterizar a essa limitação deve ser encontrada uma redução do VEF1
abaixo de 80% do previsto e da sua relação com a CVF, a relação VEF1/CVF abaixo
de 75% em adultos e de 86% em crianças8. Outra importante observação é a
resposta da obstrução ao broncodilatador. A obstrução que desaparece ou melhora
significativamente após o uso do broncodilatador, com aumento do VEF1 de 7% com
23
relação ao valor previsto e/ou de 200 mL em valor absoluto, após inalação de beta-2
agonista de curta duração1,4.
O diagnóstico clínico de asma é sugerido pelos sintomas de dispnéia
episódica, chiado, tosse e aperto no peito31. Esses sintomas após a exposição ao
alérgeno de variabilidade sazonal ou não e a presença de história familiar de asma
está associado à doença atópica e também são úteis para o estabelecimento do
diagnóstico. Alguns fatores desencadeantes da crise são sugestivos de asma; os
irritantes inespecíficos, tais como o fumo, cheiros fortes ou exercício, que
normalmente pioram com o período noturno e tem boa resposta ao tratamento
adequado. A tosse é particularmente comum e muitas vezes apresentam piora à
noite, entretanto em avaliações durante o dia este sintoma pode ser normal. A
atividade física é um importante desencadeante da crise de asma, podendo ser para
alguns o único fator desencadeante da crise7.
A caracterização da gravidade da asma envolve a gravidade dos sintomas e a
sua resposta tratamento31. Deste modo, a asma pode inicialmente apresentar-se
com sintomas graves e alta limitação ao fluxo aéreo; sendo classificada como:
persistente grave e após a introdução do tratamento e obtenção de boa resposta ao
mesmo e ser classificada como asma leve ou moderada. Portanto, a gravidade não
é uma característica fixa do paciente com asma e pode se alterar com os meses ou
anos1,4,15.
1.1.2. Função pulmonar
A diminuição progressiva da função pulmonar ao longo do tempo foi descrita
em pacientes com asma em diferentes estudos longitudinais prospectivos e
retrospecitivos. Entretanto, o declínio da função pulmonar não ocorre em todos os
pacientes. Na crise de asma, observa-se aumento da capacidade residual funcional
(CRF), da CPT e VR, com o volume corrente (Vt) perto da CPT. Clinicamente pode-
se denominar que durante a crise de asma ocorre uma hiperinsuflação em
decorrência da resposta imune, com diminuição do calibre das vias aéreas e
limitação ao fluxo aéreo32,33.
Em condições dinâmicas, como o exercício físico, muitos pacientes tendem a
desenvolver a HD. A HD é o aumento anormal do volume de ar nos pulmões no final
da expiração que se desenvolve como resultado de obstrução aguda ou da
24
incapacidade do sistema respiratório e dos músculos respiratórios em diminuir o
volume pulmonar durante o exercício34. O aumento do volume pulmonar e do calibre
das vias aéreas, consequentemente, reduz o trabalho resistivo da respiração.
Entretanto, as consequências são o uso excessivo da musculatura respiratória
acessória35. Fisiopatologicamente, na asma aguda, moderada e grave, a HD está
relacionada ao aumento da resistência expiratória nas vias aéreas, a alta demanda
ventilatória, o curto tempo expiratório e aumento da atividade pós-inspiratória dos
músculos inspiratórios; não permitindo que o sistema respiratório atinja o volume de
equilíbrio no final da expiração36. A pressão gerada por este fenômeno é chamada
de pressão positiva expiratória final intrínseca (PEEPi) ou auto-PEEP, sendo
diretamente proporcional ao volume minuto (VE) e ao grau de obstrução ao fluxo
aéreo9,37.
Os efeitos negativos da HD sobre mecânica pulmonar incluem a limitação no
volume corrente devido ao aumento do volume pulmonar expiratório final o que
diminui a complacência pulmonar e aumenta o trabalho do sistema respiratório.
Secundariamente, ocorre o achatamento do diafragma, reduzindo a geração de
força e por último, o aumento do espaço morto que determina consequentemente o
aumento do volume minuto para manter a ventilação adequada36. Em condições
extremas, devido a todas as alterações fisiopatológicas e durante a crise na asma
grave, os músculos respiratórios não conseguem manter o volume corrente
adequado levando a insuficiência respiratória38.
1.1.3. Fisioterapia respiratória na asma
A Fisioterapia Respiratória é sugerida como uma modalidade importante de
tratamento na asma. Entre as técnicas mais utilizadas incluem-se os exercícios
respiratórios, o treinamento dos músculos respiratórios e treinamento aeróbico11,39,40.
O treinamento aeróbico reduz o processo inflamatório, o número de dias com
sintomas e a morbidade psicossocial e melhora a qualidade de vida em pacientes
com asma persistente moderada ou grave. Estes resultados reforçam a importância
da melhora do condicionamento físico no manejo desta patologia11,36,40,41. Além
disso, existem evidências sobre a adoção dos exercícios respiratórios, mas
especificamente da RFL para o controle das crises. A RFL esta relacionada a um
padrão respiratório mais eficiente, pois tem a capacidade de aumentar o Vt, diminuir
a f, aumentar o tempo total do ciclo respiratório e proporcionar um início de
25
inspiração passivo, devido a energia potencial elástica da caixa torácica que durante
a RFL atinge pontos próximos ao VR, além de deslocar o ponto de igual pressão
para as vias aéreas altas. Estas novas intervenções surgiram como uma alternativa
para o controle das crises asmáticas e melhora na qualidade de vida dos
pacientes11,39,42.
Atualmente, no contexto da Fisioterapia Respiratória, a RFL é a técnica mais
utilizadas na prática clínica9,43. A RFL é uma técnica onde a expiração é realizada
através de uma resistência criada pela constrição dos lábios. Apesar da manobra de
respiração ser, muitas vezes, usada espontaneamente por pacientes com DPOC
(doença pulmonar obstrutiva crônica)12, também é rotineiramente ensinada como um
exercício respiratório em programas de Reabilitação Respiratória, pois objetiva
melhorar o padrão respiratório e, portanto, a mecânica respiratória durante as
crises10. Os efeitos da respiração em freno-labial estão relacionados à combinação
de alterações que são impostas no Vt, no volume pulmonar expiratório final (EEV) e
seu impacto na capacidade do músculo desenvolver a carga imposta sobre ele em
termos de geração de pressão44,45,46. Fisiologicamente, o uso da RFL poderia
possibilitar uma significativa redução do EEV em até 3 a 4%, regulando a respiração
com uma significativa queda da f e aumento do Vt47,48.
Em 1986, Tiep48 et al. foram os pioneiros na observação da melhora da
saturação periférica de oxigênio (SpO2) durante a RFL em combinação com
feedback da oximetria. Inúmeros trabalhos surgiram posteriormente confirmando
seus efeitos fisiológicos devido a uma melhor relação ventilação/perfusão, mudança
no padrão respiratório, redução da obstrução ao fluxo expiratório e melhor relação
de tensão/comprimento dos músculos respiratórios49. Entretanto os estudos
encontrados até a presente data sobre as alterações dos volumes pulmonares e
volumes operacionais induzidos pela RFL são baseadas em técnicas de avaliação
que estimam o movimento torácico em apenas dois graus de liberdade como a
pletismográfia por indutância elétrica ou o uso de pneumotacógrafo acoplado a
bocais.
1.1.4 Pletismografia Opto-eletrônica (POE)
A Pletismografia por indutância foi inicialmente descrita em 1977 por
Milledge50. Estes autores objetivaram o controle em tempo real dos volumes
26
pulmonares, do padrão respiratório, do movimento tóraco-abdominal assim como a
medida da assincronia entre os compartimentos tóraco-abdominais de adultos e
crianças saudáveis e com doenças pulmonares. Apesar dos avanços obtidos pela
pletismografia por indutância elétrica, basear o cálculo dos volumes pulmonares da
parede torácica em apenas dois graus de liberdade não proporciona medidas
precisas das modificações ocorridas em um compartimento como a caixa torácica e
abdómen. O complexo tóraco-abdominal apresentam diferentes características
anatômicas e fisiológicas que são diferentemente influenciadas por forças
musculares e elásticas.
Recentemente, houve a criação de um novo método de análise dos volumes
pulmonares denominado Pletismografia Opto-eletrônica (POE)51. A POE é capaz de
medir em tempo real, sem a necessidade de clipes nasais, bocais ou qualquer outra
conexão com o paciente, a variação de volume da parede torácica durante a
respiração. Esta tecnologia utiliza como modelo o compartimento torácico através de
89 pontos colocados em referências anatômicas52 (figura 1). Um programa analisa o
movimento com base em marcadores reflexivos fixados na pele do complexo tóraco-
abdominal, com adesivos, associado à câmeras que operam em 100 frames por
segundo sincronizado com LED infravermelho enquanto um processador executa em
tempo real algoritmos e calcula com exatidão as coordenadas tridimensionais dos
diferentes marcadores. Isto acontece baseado num algoritmo especial que permite o
reconhecimento dos marcadores correspondendo a um modelo pré-determinado53.
Considerando o modelo geométrico criado, é possível obter variações de volume da
caixa torácica e, além disso, as contribuições dos diferentes compartimentos da
parede torácica para a variação do volume total7. Por ser um método não invasivo,
não determina o volume pulmonar absoluto, entretanto, é um método adequado e
preciso para estimar as variações e medições respiração por respiração, como
alterações EEV bem como sua distribuição nos diferentes compartimentos da parede
torácica13. Devido a características do sistema, a avaliação dos volumes pulmonares
durante o uso de técnicas de Reabilitação Respiratória e durante o exercício tornou-
se possível.
No modelo geométrico descrito inicialmente por Konno e Mead (1967)54 do
qual a POE se utiliza, a caixa torácica é dividida em três diferentes compartimentos:
caixa torácica pulmonar (Rcp), caixa torácica abdominal (Rca) e do abdômen (Ab).
Estes autores54 descrevem que a caixa torácica e o abdômen se comportam como
27
componentes de um sistema, admitindo que o volume da caixa torácica não afeta a
relação movimento-volume do abdômen, ou vice-versa. Esse modelo, denominado
“parede torácica”, identificou as regiões corporais externas aos pulmões que
refletiam as variações do volume pulmonar e, portanto, assumiu que o tronco
poderia ser modelado como dois compartimentos que se movimentam durante a
respiração. Este modelo é apropriado para o estudo da cinemática da parede
torácica na maioria das condições, mesmo durante o
exercício9,12,13,36,37,47,52,53,56,57,58,59,60,61.
Figura 1: Disposição geral dos marcadores. Visão anterior e posterior. Fonte: Filippelli et al., 2003.
1.2 Objetivos
Geral
28
- Avaliar o efeito da RFL sobre o processo de hiperinsuflação dinâmica durante o
exercício em pacientes asmáticos.
Específicos
- Avaliar a influência da RFL sobre o padrão respiratório e os volumes operacionais
durante o repouso em paciente com asma moderada.
- Avaliar a influência da RFL sobre o padrão respiratório e os volumes operacionais e
durante o exercício em paciente com asma moderada.
30
2.2. Amostra
Nossa amostra foi composta de pacientes diagnosticados com asma
encaminhados do ambulatório de Pneumologia do Hospital Universitário Onofre
Lopes (HUOL), em Natal/RN.
2.2.1. Critérios de inclusão
Foram incluídos no estudo, (1) pacientes com diagnóstico clínico de asma de
acordo com a classificação da GINA1, VEF1 < 80% do previsto e da relação
VEF1/CVF <75%; obstrução ao fluxo aéreo, que desaparece ou melhora
significativamente após o uso de broncodilatador (aumento do VEF1 de 7% em
relação ao valor previsto e/ou de 200 mL em valor absoluto, após inalação de beta-2
agonista de curta duração)62; (2) clinicamente estável, sem exacerbações da doença
nos últimos seis meses antes da avaliação57; (3) com idade entre 18 e 50 anos e (4)
não apresentar desordens neuromusculares e/ou ortopédicas que pudessem limitar
a realização dos testes realizados44.
2.2.2. Critérios de exclusão
Foram excluídos do estudo, (1) pacientes que apresentaram alguma alteração
hemodinâmica durante o teste incremental submáximo, como por exemplo,
hipertensão reativa, considerando-se o achado de valores de pressão arterial
sistólica (PAS) > 250 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) > 120 mmHg,
arritmia ou algum dos critérios de interrupção do esforço propostos pela American
Thoracic Society / American College of Chest Physicians (ATS/ACCP)63 e (2) ser
incapaz de compreender e/ou realizar algum procedimento, não completar todas as
fases do protocolo experimental e apresentar agudização do quadro durante ou
entre os dias do experimento.
2.3. Local do estudo
31
O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Fisioterapia
PneumoCardioVascular, localizado no Departamento de Fisioterapia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.
2.4. Aspectos éticos
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital
Universitário Onofre Lopes/UFRN (parecer n° 521/2011) (ANEXO 1) e todos os
pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE
(APÊNDICE 1).
2.5. Procedimentos
Após os devidos esclarecimentos sobre os objetivos e métodos empregados
na pesquisa e TCLE, aplicou-se o instrumento de coleta de dados (APÊNDICE 2).
Os indivíduos foram submetidos a uma avaliação inicial, constando de dados gerais,
avaliação antropométrica e função pulmonar. Havendo o cumprimento de todos os
critérios de inclusão, seguiu-se com avaliação da função pulmonar e os protocolos
de exercício incremental submáximo associado a POE. Os procedimentos de
avaliações dos pacientes foram realizados por um único examinador e cada paciente
foi avaliado em três dias diferentes. No primeiro dia foi realizada avaliação
antropométrica e espirometria; no segundo dia, o teste incremental submáximo
associado a POE no cicloergômetro com respiração espontânea e no terceiro dia o
teste incremental submáximo associado a POE no cicloergômetro utilizando a RFL.
2.5.1. Avaliação Antropométrica
Os dados antropométricos foram mensurados através de uma balança
FILIZOLA®, modelo 31 (Filizola®, São Paulo-SP, Brasil) (Figura 2), calibrada por
técnico do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(INMETRO). A pesagem foi realizada com o indivíduo na mesma posição com
calcanhares unidos, panturrilhas, nádegas, dorso e região occipital em contato com
a régua antropométrica, sendo a cabeça alinhada pelas mãos do examinador.
Posteriormente, os dados obtidos foram colocados em planilha para o cálculo do
índice de massa corpórea (IMC) e dos valores previstos da espirometria.
32
Figura 2. Balança Welmy
2.5.2. Prova de Função Pulmonar
O procedimento técnico de espirometria, os critérios de aceitabilidade,
reprodutibilidade, valores de referências e interpretativos bem como a padronização
e do equipamento seguirão as recomendações da Iniciativa Global para Asma -
GINA, descritas adiante1. Os pacientes não deveriam ingerir chá, café, refrigerante
ou estimulantes 6 horas antes da avaliação ou fazer refeição completa num período
inferior a 3 horas antes da avaliação, bem como realizar exercícios físicos
extenuantes num período inferior a 12 horas antes da avaliação62. Os pacientes
realizaram o teste na posição sentada numa cadeira confortável e previamente à
realização do teste, eles foram instruídos detalhadamente de todos os
procedimentos. Os pacientes respiraram, usando um clipe nasal, através de um
bucal de papelão descartável colocado entre seus dentes e assegurado que não
havia vazamentos durante a respiração. A seguir, foi solicitado que eles realizassem
uma inspiração máxima (próximo à CPT) seguida de uma expiração máxima
33
(próximo ao VR). Foram realizados no máximo oito testes em cada paciente e
considerados os três melhores sendo que a variabilidade entre eles foi inferior a 5%
ou 200 mL. Foram considerados o VEF1, a CVF e a relação VEF1/CVF nos seus
valores absolutos e relativos, sendo este último obtido pela comparação com a curva
de normalidade para todas as variáveis espirométricas62,64. Os testes foram
realizados pré e pós-broncodilatador (momento 1) e pré e pós-exercício (momento
2). O equipamento utilizado foi o DATOSPIR 120C (SibelMed® Barcelona, Espanha)
(Figura 3) acoplado a microcomputador e calibrado a cada teste.
Figura 3. Espirômetro Datospir 120C
Os resultados foram obtidos nos seus valores absolutos e relativos e os
maiores valores espirométricos, dentre as curvas reprodutíveis, foram considerados
para análise. Posteriormente foram comparados com os valores de referência
validados para adultos brasileiros62.
2.5.3. Pletismografia Opto-eletrônica (POE)
34
Os volumes do complexo tóraco-abdominal (Cw) e de seus compartimentos,
caixa torácica pulmonar (Rcp), caixa torácica abdominal (Rca) e abdômen (Ab)
foram avaliados através do sistema de Pletismografia Opto-eletrônica (OEP System,
BTS®, Milano, Italy) (Figura 4). Brevemente, o sistema permite a análise cinemática
computacional das três dimensões do complexo tóraco-abdominal através de 89
sensores ópticos aplicados na superfície deste complexo58. Os sensores, pequenos
hemisférios (5 mm de diâmetros) cobertos por substância refletiva, foram colocados
circunferencialmente nas três regiões horizontais do complexo tóraco-abdominal
entre as clavículas e a espinha ilíaca superior. Os sensores foram fixados em cinco
colunas verticais na região anterior e posterior e em duas colunas adicionais na linha
axilar média59 (Figura 5). Esta configuração é usada para melhorar a precisão na
avaliação do volume e definir anatomicamente as três regiões ou compartimentos
tóraco-abdominal: caixa torácica superior ou caixa torácica apoiada sobre os
pulmões, caixa torácica abdominal ou caixa torácica apoiada sobre o diafragma e
região abdominal como proposto por WARD et al.58
Figura 4. Pletismógrafo Opto-eletrônico
35
Figura 5. Disposição dos pontos
O limite entre o compartimento da Rcp e Rca foi assumida no nível do
processo xifóide e o limite entre os compartimentos de Rca e região Ab foi a margem
costal anterior mais inferior e posteriormente a margem costal posterior mais inferior.
As coordenadas dos sensores foram avaliadas usando um sistema de configuração
cinemática em seis câmaras com fotossensível aos sensores (três na região anterior
e três na região posterior) com uma frequência de aquisição de imagens de 30 Hz. A
partir das imagens captadas pelos sensores, os volumes do complexo tóraco-
abdominal serão computados por uma superfície de triangulação58,59,60. Para análise
dos resultados foi utilizado o software DiaMov. Este, plota a curva do Vt pelo tempo
de todos os compartimentos e do volume pulmonar total da caixa torácica através
das marcações dos pontos mínimos e máximos da curva de Vt. O programa, por
meio de comandos, calcula as variáveis do padrão respiratório e os volumes
operacionais.
2.5.4. Teste Incremental Submáximo Associado a POE
As avaliações foram realizadas sempre pelo mesmo avaliador, em três dias
não consecutivos. Para realização dos testes foi mantida uma temperatura ambiente
de 22 ± 2°C59 obtida por meio de um ar condicionado KOS G2 – mini Split (Komeco –
Palhoça/SC). O teste incremental submáximo foi realizado nos segundo e terceiro
36
dias de coleta em uma bicicleta ergométrica eletromagnética, modelo E-520
(Moviment®, Brudden – São Paulo/SP, Brasil) (Figura 6) fixa entre as câmeras do
pletismógrafo opto-eletrônico. Todos os participantes foram orientados previamente
a utilizarem vestimentas leves que não limitassem os seus movimentos e calçados
fechados e confortáveis que não dificultassem a pedalar no cicloergômetro. Antes da
realização do teste incremental, os voluntários foram esclarecidos sobre o estudo e
familiarizados quanto à instrumentação utilizada, especialmente com o
cicloergômetro, escala de Borg modificada. A RFL foi ensinada aos pacientes no
segundo dia de avaliação para ser utilizada no terceiro dia de avaliação. Ainda assim
no terceiro dia de avaliação, a técnica foi executada durante 3 minutos previamente
ao inicio do protocolo de exercício incremental submáximo. Os dados referentes à
espirometria basal dos participantes foram previamente avaliados para identificação
do grau de severidade da doença. Foi realizada uma nova espirometria antes e após
o teste.
Figura 6. Bicicleta ergométrica
37
Durante a realização do teste máximo, as frequência cardíaca (FC) e
saturação periférica de oxigênio (% SpO2) foram continuamente monitorada com o
oxímetro Nonin® (2500, PalmSat, Plymouth, US). (Figura 7) A altura do selim foi
ajustada individualmente em ortostatismo, tendo como referência a crista ilíaca de
cada paciente.
Figura 7. Oxímetro
Os pacientes foram colocados na posição sentada, no cicloergômetro,
centralizados em um sistema de seis câmeras previamente calibradas, segundo
recomendações do fabricante. Para a aquisição da imagem inicial foi utilizado o
software POE capture, disponibilizado pelo fabricante. Inicialmente foi solicitado que
os sujeitos permanecessem parados, respirando livremente, até que o sistema
computasse as coordenadas dos marcadores reflexivos e pudesse formar a
modelagem para o registro contínuo das medidas de volume do complexo tóraco-
abdominal e seus compartimentos. Todos foram orientados a posicionarem as mãos
sobre as coxas. Após 3 minutos de captação durante a respiração espontânea, cada
paciente realizou 1 minuto de pedalada sem carga. Seguindo do aumento da carga
no cicloergômetro a cada minuto (incrementos 30 W) mantendo a frequência de
pedalada de 60 rpm61. As FC e SpO2 foram monitoradas por um oxímetro de pulso
portátil da marca Nonin® (2500, PalmSat, Plymouth, US). A escala de Borg
modificada foi utilizada para avaliar a dispnéia e fadiga dos membros inferiores
(MMII) a cada 1 minuto durante todo o teste. O teste foi interrompido quando a
sensação de dispnéia e/ou fadiga dos MMII atingiram a intensidade 7 na escala de
Borg65 modificada ou 80% da FC máxima61. A FC máxima foi calculada através da
fórmula FCmáx=208 – idade x 0,7 como previamente descrito por Tanaka et al66. No
38
terceiro dia de avaliação, foram realizados os mesmos procedimentos para o teste
incremental submáximo, entretanto os pacientes foram orientados a realizar a RFL
desde o momento do repouso inicial já posicionado no cicloergômetro. Para isso, os
mesmos foram ensinados a realizar a respiração em freno labial, previamente, no dia
da primeira avaliação do teste incremental submáximo67. Ao mesmo tempo no dia da
avaliação incremental submáximo associado ao POE utilizando a RFL, os pacientes
foram instruídos a realizar a mesma técnica de RFL através de demonstração e
treino durante 5 minutos antes do inicio do procedimento.
O fluxograma do protocolo experimental está ilustrado na Figura 8.
Figura 8. Fluxograma destacando os procedimentos do protocolo experimental.
2.6. Análise estatística
O tamanho da amostra foi calculado baseado no desvio padrão da variável
EEV e compartimento Cw do estudo previamente publicado37 de 0.230 L.
Considerando a verdadeira diferença de 0.271 L com power de 85%, um p ≤ 0.05,
indicando um tamanho amostral de 14 pacientes. Os resultados estão apresentados
em média e desvio padrão para as variáveis paramétricas e mediana e interquartil
para as variáveis consideradas não paramétricas. A normalidade das variáveis foi
avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Nas avaliações intra-grupo foi utilizado um teste
39
t pareado e nas avaliações intergrupo foi utilizado o teste t não pareado. Foi utilizada
uma ANOVA oneway com pós-hoc de Bofferoni para analisar as possíveis
diferenças entre as variações do EEV e o EIV de todos os compartimentos durante
todo o período do teste incremental submáximo em respiração espontanea e com
RFL. Para todos os teste foi considerado o nível de significância de p ≤ 0.05.
41
Os resultados e as discussões a respeito dos achados deste estudo estão
dispostos no artigo intitulado: Efeitos da Respiração em Freno-labial Sobre os Volumes Pulmonares e o Padrão de Hiperinsuflação Dinâmica em Pacientes com Asma, que após correções serão traduzidos e enviados para a revista
Respiratory Medicine.
42
EFEITOS DA RESPIRAÇÃO EM FRENO-LABIAL SOBRE OS VOLUMES
PULMONARES E O PADRÃO DE HIPERINSUFLAÇÃO DINÂMICA EM
PACIENTES COM ASMA
Laboratório de Desempenho PneumoCardioVascular - Departamento de
Fisioterapia- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal - Rio Grande do
Norte, Brasil.
43
Resumo
Objetivos: Avaliar como se desenvolve a hiperinsuflação dinâmica (HD) durante o
exercício e a influência da respiração em freno-labial (RFL) sobre o padrão
respiratório e volumes operacionais durante o exercício em pacientes asmáticos.
Métodos: Foram avaliados 12 pacientes em 3 momentos distintos: (1) antropometria
e espirometria, (2) teste incremental submáximo no cicloergômetro em respiração
espontânea e (3) teste incremental submáximo com RFL, utilizando a Pletismografia
Opto-eletrônico. Resultados: Seguindo o comportamento do volume pulmonar
expiratório final (EEV) durante o teste em respiração espontânea, os pacientes foram
divididos em euvolume e hiperinsuflado. A RFL aumentou, significativamente, em 1.4
L a variação do EEV no grupo euvolume e no grupo hiperinsuflado diminuiu 0.272 L.
No grupo hiperinsuflado a RFL aumentou significativamente o volume corrente em
todos os momentos do teste, em 66%, 250%, 61.5% e 66%. A velocidade
encurtamento dos músculos inspiratórios (VtRcp/Ti) no grupo hiperinsuflado
aumentou 1.6 ± 0.8 L/s versus 2.55 ± 0.9 L/s, (Δ= 0.95 L/s) com a RFL enquanto que
no grupo euvolume variou 0.72 ± 0.31 L/s versus 0.65 ± 0.2 L/s (Δ= -0.07 L/s). A
velocidade de encurtamento dos músculos expiratórios (VtAb/Te) demonstrou
comportamento semelhante em resposta a RFL, no grupo hiperinsuflado variou 0.89
± 0.47 versus 0.80 ± 0.36 (Δ= -0.09 L/s) e no grupo euvolume 1.17 ± 1 L versus 0.78
± 0.6 (Δ= -0.39 L/s). Conclusão: Diferenças no EEV foram observadas, um grupo
ocorreu HD e outro diminuiu o EEV em reposta ao exercício. As variáveis do padrão
respiratório foram moduladas pela RFL tanto em exercício como no repouso,
determinando um padrão respiratório mais eficiente.
Palavras-chave: Asma, Fisioterapia, Hiperinsuflação Dinâmica.
44
Introdução
A asma é uma doença definida pelas características clínicas, fisiológicas e
fisiopatológicas. A história clínica é caracterizada por crises que são episódios de
dispnéia frequentemente acompanhados de tosse.1 A falta de ar é um importante
determinante da limitação ao exercício na asma e algumas evidências sugerem que
as alterações ocorridas nos volumes pulmonares como a hiperinsuflação dinâmica
seriam responsáveis pela baixa capacidade de realizar exercício. Atualmente
existem poucos relatos sobre a resposta dos volumes pulmonares e comportamento
dos volumes operacionais, volume pulmonar expiratório final (EEV) e volume
pulmonar inspiratório final (EIV) ao exercício. Os trabalhos prévios existentes não
avaliam a resposta dos volumes pulmonares ao exercício, mas sim as modificações
dos volumes pulmonares induzidas pela broncoconstricção farmacológica.2-4
A Respiração em Freno-Labial (RFL) que muitos pacientes com asma utilizam
espontaneamente em momentos de crise tem demonstrado diminuir os sintomas da
dispnéia, melhorando algumas variáveis clínicas e fisiológicas. Segundo Guias sobre
Reabilitação Pulmonar6, a RFL ajudaria a prevenir o colapso das vais aéreas e
poderia reduzir a frequência respiratória (f), a dispnéia, a pressão arterial de gás
carbônico (PaCO2), aumentando o volume corrente (Vt) e a saturação periférica de
oxigênio (SpO2). Entretanto, esses resultados foram encontrados em situação de
repouso. Em relação aos efeitos da RFL sobre a tolerância ao exercício ou mesmo
as variáveis respiratórias avaliadas durante o esforço são relatadas em recentes
publicações, porém, os resultados são controversos. As contradições encontradas
nos estudos prévios se devem muitas vezes as metodologias utilizadas.7-9 A RFL
induz modificações em parâmetros clínicos e fisiológicos a partir de mudança no
padrão respiratório e nos volumes pulmonares.8 Essas variáveis, até alguns anos
45
atrás, eram avaliadas utilizando o pneumotacógrafo ou os sistemas de análise de
volumes pulmonares como a pletismografia por indutância elétrica ou
pneumotacógrafo, o que limitam a metodologia de avaliação e a interpretação dos
resultados dos estudos. Portanto, o estudo de técnicas que envolviam modificação
do padrão de respiração com a RFL, ou mesmo a realização deste procedimento
concomitante com teste de exercício era impossibilitada.10 Todas estas limitações
foram superadas com a introdução da Pletismografia Optoeletrônica (POE), que é
um método preciso e não invasivo que possibilita a medida da variação dos volumes
pulmonares, em tempo real, e consequentemente da ventilação da caixa torácica e
da cinemática do sistema respiratório.11,12 Portanto, os objetivos deste estudo foi
avaliar como se desenvolve o processo de hiperinsuflação dinâmica (HD) durante o
exercício e ainda avaliar a influência da RFL sobre o padrão respiratório e os
volumes operacionais em repouso e durante o exercício em paciente com asma
moderada clinicamente estáveis. Nós hipotetizamos que a RFL possa modular o
padrão respiratório e que os pacientes com asma possam ter diferentes padrões de
comportamento do EEV.
Métodos
Sujeitos
Foram incluídos no estudo pacientes com asma brônquica, de ambos os
sexos, com idade entre 18 e 50 anos, em tratamento médico a mais de 6 meses e
considerados clinicamente estáveis (sem crise ou modificação da medicação nos
últimos 30 dias e sem exacerbação clínica da doença ou internamentos nos 6 meses
prévios ao estudo). O diagnóstico de asma foi estabelecido pelo pneumologista
seguindo a Iniciativa Global para Asma (GINA).1 Os pacientes com exacerbação
46
clínica foram excluídos do estudo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (n° 521/2011) e todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE).
Desenho do estudo
Os pacientes foram avaliados em três momentos. Momento 1) avaliação
antropométrica e espirometria; momento 2) teste incremental submáximo no
cicloergômetro em respiração espontânea e momento 3) teste incremental
submáximo no cicloergômetro em RFL. Em ambos os momento 2 e 3, o teste
incremental submáximo foi realizado concomitantemente com a POE. Os
procedimentos de avaliação foram realizados por um único avaliador previamente
treinado. Entre os momentos 1, 2 e 3 foi considerado o tempo máximo de sete dias.
A espirometria foi realizada antes e depois do teste incremental do momento dois
para avaliar e excluir os pacientes com possível asma induzida por exercício. Para
caracterizar o padrão de HD, foi considerada a variação do EEV nos diferentes
tempos do teste incremental submáximo com respiração espontânea, 50% e 100%
do pico de exercício, em relação ao EEV em repouso. Os pacientes foram
classificados em euvolume, aqueles que diminuem o EEV durante o exercício ou
hiperinsuflado aqueles que aumentam o EEV durante o exercício.
Avaliação espirométrica
A espirometria foi realizada seguindo os procedimentos técnicos e os critérios
de aceitabilidade e reprodutibilidade da Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia.13 Foi utilizado o espirômetro DATOSPIR 120C (Sibelmed®, Barcelona,
Spain) para medir o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a
47
capacidade vital forçada (CVF), assim como a relação VEF1/CVF. Três manobras
reprodutíveis e a melhor curva entre elas foram consideradas no estudo. Valores
preditos foram utilizados para classificação baseado em equações pré-
estabelecidas.14
Pletismografia opto-eletrônica (POE)
A POE foi utilizada para avaliar os volumes pulmonares em repouso e durante
o exercício. Esse sistema é composto por seis câmaras infravermelhas que captam
a luz reflexiva de 89 marcadores dispostos no tórax dos pacientes15, sendo 37
marcadores na parede torácica anterior, 42 na parede torácica posterior e 10
marcadores laterais, 5 em cada lado do tórax. A partir do movimento captado pelas
câmaras, um software constrói matematicamente um modelo geométrico
previamente definido na superfície da parede torácica (Cw) que representa a soma
dos demais volumes ou compartimentos: caixa torácica pulmonar (Rcp), caixa
torácica abdominal (Rca) e abdômen (Ab). Finalmente o software calcula as
variações dos volumes da parede torácica e dos demais compartimentos.
Teste incremental submáximo associado a POE
O teste incremental submáximo foi realizado numa bicicleta ergométrica (E-
520 Moviment®, Brudden – São Paulo/SP, Brasil) fixa entre as câmeras do sistema
de POE (OEP System, BTS®, Milano, Italy). Todos os pacientes foram previamente
esclarecidos sobre o protocolo utilizado durante o teste incremental submáximo
concomitante com a POE. O protocolo utilizado foi dividido em três minutos com
respiração espontânea ou RFL seguido de 1 minuto de exercício sem carga e
incrementos de 30 W a cada minuto, mantendo a frequência de pedalada em 60
48
rpm.16 A RFL foi ensinada aos pacientes por um Fisioterapeuta experiente no final
do dia de avaliação do momento 2. Foi utilizada a seguinte descrição da técnica: os
pacientes foram instruídos a realizar uma expiração prolongada ativa com os lábios
parcialmente fechados evitando uma expiração forte ou forçada.6 Todos os
pacientes se comprometeram em treinar em suas casas a técnica e no dia de
avaliação do teste incremental submáxima com o uso da RFL (momento 3) foi
realizada uma sessão prévia de averiguação da realização correta da técnica. O
teste incremental foi interrompido quando a sensação de dispnéia e/ou fadiga dos
MMII atingiam a intensidade 7 na escala de Borg modificada ou 80% da frequência
cardíaca máxima (FCmáx).17 A FC e a SpO2 foram monitoradas por oxímetro de pulso
portátil (Nonin® 2500, PalmSat, Plymouth, US) durante todo o procedimento. A
dispnéia e a fadiga de MMII foram medidas pela escala de Borg modificada a cada
minuto durante todo o teste.18
Analise estatística
O tamanho da amostra foi calculado baseado no desvio padrão da variável
EEV em 0.230 L, de um estudo previamente publicado.4 Foi estabelecido pelo
cálculo amostral a verdadeira diferença de 0.271 L, com power de 85%, um p ≤ 0.05,
indicando um tamanho amostral de 14 pacientes. Os resultados estão apresentados
em média e desvio padrão para as variáveis paramétricas e mediana e interquartil
para as variáveis consideradas não paramétricas. A normalidade das variáveis foi
avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Nas avaliações intra-grupo foi utilizado um teste
t pareado e nas avaliações intergrupo foi utilizado o teste t não pareado. Foi utilizada
uma ANOVA oneway com pós-hoc de Bofferoni para analisar as possíveis
diferenças entre as variações do EEV e o EIV de todos os compartimentos durante
49
todo o período do teste incremental submáximo em respiração espontânea e com
RFL. Para todos os teste foi considerado o nível de significância de p ≤ 0.05.
Resultados
Foram recrutados para o estudo 14 pacientes com asma (3 homens e 11
mulheres). Dois pacientes foram excluídos do estudo por exacerbação, ocorrida
entre momento 2 e o momento 3 das avaliações. A amostra final foi composta por 12
pacientes, todos classificados segundo o Iniciativa Global para Asma (GINA)1 com
grau moderado. Nenhum paciente apresentou asma induzida por exercício, foi
observado antes e após o exercício o VEF1 de 2.23 ± 0.6 L/s versus 2.4 ± 0.6 L/s e a
CVF de 3.02 ± 0.7 L versus 3.25 ± 0.8 L. Não foram encontradas diferenças
significativas nas características antropométricas, função pulmonar e entre os dois
grupos euvolume e hiperinsuflado.19 Os pacientes do grupo hiperinsuflado,
apresentaram a variação do EIVcw significativamente maior (p ≤ 0.0001) que o
grupo euvolume. A variação do EEVCw também mostrou-se aumentada no grupo
hiperinsuflado em relação ao grupo euvolume. Ao mesmo tempo, a variação no
EEVCw foi praticamente determinada pela variação do EEVRcp tanto no grupo
euvolume como no grupo hiperinsuflado. Os resultados estão demonstrados na
tabela 1.
Efeitos da RFL sobre os volumes pulmonares e durante o exercício
A RFL induziu modificações nos volumes operacionais, EEV e EIV em ambos
os grupos, euvolume e hiperinsuflado, nos compartimentos Cw, Rcp e Ab. No
compartimento Cw a RFL aumentou a variação do EIVCw em todos os períodos do
teste incremental submáximo em relação ao basal como demonstrado na figura 1.
50
No compartimento Rcp, as variações do EIVRcp aumentaram significativamente em
todos os períodos do teste incremental submáximo em relação ao basal em ambos
os grupos. As variações do EEVRcp aumentaram significativamente do basal até a
carga 100% no grupo euvolume enquanto que no grupo hiperinsuflado foi observado
uma diminuição na carga de 50% até a recuperação 1 e 2 (figura 2). No
compartimento Ab, apenas o grupo hiperinsuflação demonstrou modificações
induzidas pela RFL, aumentando significativamente as variações do EIVAb do basal
para a carga de 100% e o momentos de recuperação 1 e 2. Houve diminuição das
variações do EEVAb nos mesmos períodos como observado na figura 3.
Dois modelos de comportamento foram encontrados em resposta ao exercício
do EEVCw e do EIVCw. Foi observado que do EEVCw o grupo euvolume aumentou
significativamente em 1.4 L e o grupo hiperinsuflado diminuiu a variação em 0.272 L.
Em relação à variação a RFL aumenta a variação do EILVCw no grupo euvolume
em 1.4 L e em 0.300 L no grupo hiperinsuflado. Os resultados estão demonstrados
na tabela 2.
Efeitos da RFL sobre o padrão respiratório em repouso e durante o exercício
No grupo euvolume foi observado um aumento significativo de 140% no Vt na
situação basal, pré-exercício, quando comparado a realização da RFL com a
respiração livre. Em relação ao grupo hiperinsuflado foi observado que a RFL induziu
aumentos significativos do Vt em todos os momentos do teste incremental, basal,
carga de 50%, carga de 100% e recuperação em 66%, 250%, 61.5% e 66%
respectivamente. A f diminuiu significativamente com o uso da RFL em todos os
momentos do teste incremental submáximo no grupo euvolume enquanto que no
grupo hiperinsuflado apenas não foi encontrado diminuição significativa na carga de
51
50% do teste. Os tempos do ciclo respiratório, tempo inspiratório (Ti), tempo
expiratório (Te) e tempo total (Ttot) aumentaram significativamente com a RFL. Em
ambos os grupos o Ttot aumentou, no grupo hiperinsuflado em todos os momentos
do teste incremental submáximo, enquanto que no euvolume apenas não foi
observada variação significativa no momento basal com a utilização da RFL. Todos
os resultados estão apresentados na tabela 3 e 4.
A RFL modulou a atividade dos músculos inspiratórios de forma distintas nos
grupos euvolume e hiperinsuflado. No grupo hiperinsuflado na carga de 100% houve
um aumento da velocidade encurtamento dos músculos inspiratórios VtRcp/Ti de 1.6
± 0.8 L/s versus 2.55 ± 0.9 L/s, (Δ= 0.95 L/s) enquanto que no grupo euvolume
variou de 0.72 ± 0.31 L/s versus 0.65 ± 0.2 L/s (Δ= -0.07 L/s). A velocidade de
encurtamento dos músculos expiratórios VtAb/Te na carga de 100%, em resposta a
RFL, variou de 0.89 ± 0.47 versus 0.80 ± 0.36 (Δ= -0.09 L/s) no grupo hiperinsuflado
e no grupo euvolume de 1.17 ± 1 L versus 0.78 ± 0.6 (Δ= -0.39 L/s).
Discussão
O presente estudo se propôs a avaliar como se desenvolve o processo de
hiperinsuflação dinâmica durante o exercício, a influência da RFL sobre o padrão
respiratório e as possíveis modificações nos volumes operacionais em repouso e
durante o exercício em pacientes clinicamente estáveis com asma moderada. Os
resultados encontrados demonstraram que os pacientes apresentam dois padrões
diferentes de HD. Aqueles onde o EEVCw diminui durante a realização do exercício,
denominados euvolume e os pacientes em que o EEVCw aumenta durante a
realização do exercício denominados hiperinsuflados. A RFL induziu importantes
modificações no repouso e durante o exercício, não somente nas variáveis do
52
padrão respiratório como nos Vt, f, Ti, Te e Ttot, mas também na variação do EEV e
do EIV nos Cw e compartimentos Rcp e Ab.
A literatura relata que em sujeitos saudáveis durante o exercício, o EEV
diminui com o aumento da ventilação; similar ao encontrado em nossos pacientes
classificados como euvolume.11,19 Ao mesmo tempo, a definição de hiperinsuflado
adotada previamente para pacientes com DPOC20, foi empregada no presente
estudo para definir aqueles pacientes que em resposta ao exercício aumentam o
EEV associado com a ventilação. A resposta dos volumes operacionais, EEV e EIV
ao exercício, não foi previamente estudada na asma, entretanto, um trabalho
publicado previamente em pacientes com DPOC de Aliverti et al.19 demonstrou que,
assim como no presente estudo, uma parte dos pacientes (n= 12) aumentaram o
EEV em resposta ao exercício incremental em 0.592 L, enquanto que outra parte
dos pacientes (n= 8) diminuiu o EEV.
Em pacientes com asma, dois estudos prévios relacionaram erroneamente a
HD à bronconstricção farmacológica.3,4 A HD é definida como o aumento anormal do
volume de ar nos pulmões no final da expiração (EEV), que se desenvolve como
resultado da obstrução aguda ou da incapacidade do sistema respiratório e
músculos respiratórios em diminuir o volume pulmonar durante o exercício. Portanto,
apesar dos autores se referirem a HD nestes dois trabalhos, apenas a
hiperinsuflação foi estudada. O primeiro trabalho de Tantucci et al.3 em 1999,
estudou 10 pacientes com asma moderada, onde os mesmo foram avaliados em
relação a limitação ao fluxo expiratório desenvolvida através de broncoprovocação
com metacolina em procedimento de dose resposta, como possível fator para
aumentar o EEV. Foram encontrados interessantes resultados demonstrando que a
limitação expiratória ao fluxo aéreo não representa um importante fator para o
53
desenvolvimento da hiperinsuflação na asma moderada. De 10 pacientes estudados
8 aumentaram EEV estimado pela capacidade inspiratória (CI) em 0.850 L, mas não
desenvolveram limitação ao fluxo expiratório. A técnica utilizada neste estudo que
infere o EEV, através da CI, o que não representa precisamente as mudanças
ocorridas nos volumes pulmonares; pois a avaliação do volume através de peças
bocais sofre influência do drift e as variações de volume não são precisamente
medidas. A técnica recentemente introduzida na literatura, a POE, representa um
importante avanço clínico não apenas na avaliação dos volumes pulmonares
durante o exercício, mas também, na avaliação em repouso e no exercício de
técnicas ou instrumentos utilizados nos processo de reabilitação respiratória. Em
outro estudo de indução da hiperinsuflação através de broncoprovocação, foi
utilizada como técnica de avaliação de volumes pulmonares a POE. Filippelli et al.4
estudaram, em 8 pacientes com asma leve, a relação linear entre o aumento do EEV
com a variação do VEF1 e a sensação de dispnéia. Estes autores observaram que
através da indução da bronconstricção pela metacolina, os pacientes desenvolveram
um aumento do EEV de 0.550 L. Ao mesmo tempo, os autores concluíram que o
aumento do volume pulmonar estava diretamente relacionado com a sensação de
dispnéia em reposta a broncoprovocação. Em relação aos estudos de Tantucci et
al.3 e Filippelli et al.4, apesar de apontarem interessantes resultados, os mesmos
não utilizaram o exercício como indutor da HD. Portanto, as variações induzidas pela
metacolina sobre o EEV não representa uma real resposta do sistema respiratório,
pois como demonstrado em nosso estudo 50% da amostra não apresentaram HD.
Por outro lado, apesar da magnitude do aumento de EEV de 0.272 L encontrados no
grupo de pacientes considerado hiperinsuflado ser inferior aos apresentados por
Tantucci et al.3 e Filippelli et al.4, no presente estudo a resposta ao exercício foi
54
avaliada através de um protocolo de teste incremental submáximo desenhado
também para avaliar a resposta a RFL. Portanto, a dimensão da resposta pareceu
ser proporcional ao tipo de protocolo utilizado, ao exercício assim como a
intensidade do mesmo. Quando consideramos dois estudos prévios em pacientes
com DPOC, o EEV aumentou em resposta ao exercício entre 0.210 L e 0.750 L,16,19
portanto nossos resultados parecem enquadrar-se na magnitude dos daqueles
publicados previamente.
A resposta dos volumes pulmonares a RFL acompanhou as modificações
ocorridas no padrão de recrutamento dos músculos respiratório nos diferentes
grupos durante o exercício. Enquanto que o grupo hiperinsuflado aumentou não só o
EEVCw mas também o EIVCw, a RFL induziu uma maior velocidade de
encurtamento dos músculos inspiratórios e expiratórios, representado pelo
compartimento Rcp através do VtRcp/Ti e compartimento Ab através do VtAb/Te. O
grupo hiperinsuflado, para compensar a demanda ventilatória, devido ao aumento do
EEVCw, aumentou a velocidade encurtamento dos músculos inspiratórios. Enquanto
que a RFL manteve a velocidade de encurtamento dos músculos expiratórios,
praticamente inalterada no grupo hiperinsuflado. No grupo euvolume a velocidade de
encurtamento dos músculos expiratórios diminuiu.
Os efeitos da RFL têm sido estudados desde a década de 60. O uso da RFL
em condições de repouso em pacientes com DPOC demonstrou ser uma técnica
que induz a uma respiração mais fisiológica e eficiente, aumentando o Vt,
melhorando as trocas gasosas e diminuindo o consumo de oxigênio. Entretanto, com
resposta variável, favorável ou desfavorável em relação à dispnéia. Esta resposta
está principalmente relacionada ao uso da musculatura acessória durante a RFL,
que é menos resistente a fadiga.5 Em pacientes asmáticos, desde o nosso
55
conhecimento, não foram publicados trabalhos prévios que avaliaram isoladamente
a resposta da RFL sobre os volumes pulmonares e as variáveis do padrão
respiratório. Os resultados encontrados em nosso estudo, de modulação do padrão
respiratório, confirmaram os resultados prévios obtidos em pacientes com DPOC.
Um relevante e elegante trabalho sobre os efeitos da RFL em repouso e
durante o exercício em 8 pacientes com DPOC moderada foi publicado por Spahija
et al.24 Todos os pacientes foram submetidos a dois protocolos de exercício com
carga constante de 60% da carga máxima. Durante o exercício, com ou sem a RFL,
o padrão respiratório e a mecânica respiratória foi avaliada através de um
pneumotacógrafo conectado a uma máscara facial. Estes autores encontraram que a
RFL aumentou o Ttot em 41%, o Vt em 53% e diminui a f em 20% durante o
repouso. Nossos resultados foram muito semelhantes, entretanto, em maior
intensidade com aumento de 66% do Ttot, 58% do Vt e uma diminuição da f de
44.2%. Durante o exercício estas mesmas variáveis foram estudadas por Spahija et
al.24 onde foram encontrados incrementos de 30% no Ttot, 18.8% do Vt e uma
diminuição da f de 18%. Em nosso estudo foi verificado nas mesmas variáveis as
porcentagens de 50%, 14% e 32.%, respectivamente. Ao mesmo tempo, estes
autores apresentaram alguns resultados que contrastam com nosso estudo em
relação ao EEV durante o exercício. Spahija et al.24 não encontraram nenhuma
modificação no EEV enquanto que nosso estudo observou que a RFL no grupo
euvolume aumentou o EEV em 1,12 L, enquanto que no grupo hiperinsuflado foi
observado uma diminuição de 0.272 L. Portanto a resposta encontrada em nosso
estudo indica que os pacientes do grupo hiperinsuflado, onde houve o aumento do
EEV, se beneficiam da RFL. Enquanto, que o grupo euvolume manteve inalterado os
volumes operacionais o que permitiu o aumento do EEV através da RFL sem
56
modificações clínicas. Do mesmo modo, ambos os grupo aumentaram a sensação
de dispnéia em relação à realização do exercício utilizando a técnica de RFL.
O presente estudo apresenta fortes evidências sobre o comportamento dos
volumes pulmonares operacionais durante o exercício na asma, assim como, os
efeitos da RFL sobre o padrão respiratório e os volumes operacionais. Entretanto,
apresenta algumas potenciais limitações. A principal limitação do estudo foi o
pequeno tamanho amostral, que poderia ser minimizada, pois, o tamanho amostral
utilizado foi muito próximo ao calculado assim como o resultado da variação do EEV
próximo a diferença mínima estabelecida.
O presente trabalho demonstrou que os pacientes com asma moderada
apresentam diferentes comportamentos em relação ao EEV. As variáveis do padrão
respiratório foram moduladas pela RFL tanto em exercício como no repouso,
determinando um padrão respiratório mais eficiente. Por último a RFL induz
diferentes respostas nos grupo de pacientes denominados euvolume e
hiperinsuflado.
57
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60
Euvolumic
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB50
%10
0% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
Euvolumic
Worload (peak)
Vol
ume
(l)
QB50
%10
0% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
* ****
*
Hyperinflator
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB50
%10
0% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
*
*
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB50
%10
0% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
Hyperinflator
* ** * *
*
SB PLB
Figura 1- Volumes da caixa torácica pulmonar total (Cw) dos grupos euvolume e
hiperinsuflado, expressos em variações durante a respiração espontânea (SB –
spontaneous breathing) e PLB (pursed lips-breathing) nos momentos QB (basal),
50%, 100% da carga e recuperação (R1, R2 e R3). Círculos fechados indicam as
variações do VEECw e os abertos, as variações do VEICw.
61
Euvolumic
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB50
%10
0% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
Euvolumic
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB50
%10
0% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
**
*
* * * *
Hyperinflator
Worload (peak)
Vol
ume
(l)
QB50
%10
0% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
* * *** ** **
***
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB50
%10
0% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
Hyperinflator
** *
* * * * *
*
PLBSB
Figura 2- Volumes da caixa torácica pulmonar (Rcp) dos grupos euvolume e
hiperinsuflado, expressos em variações durante a respiração espontânea (SB –
spontaneous breathing) e PLB (pursed lips-breathing) nos momentos QB (basal),
50%, 100% da carga e recuperação (R1, R2 e R3). Círculos fechados indicam as
variações do VEERcp e os abertos, as variações do VEIRcp.
62
Euvolumic
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB
50%
100% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
Euvolumic
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB
50%
100% R1 R3 R2
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
Hyperinflator
Worload (peak)
Volu
me
(l)
QB
50%
100% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
Worload (peak)
Vol
ume
(l)
QB
50%
100% R1 R2 R3
-1.5-1.0-0.50.00.51.01.52.02.5
Hyperinflator
* * **
* * *
PLBSB
Figura 3- Volumes do abdômen dos grupos euvolume e hiperinsuflado, expressos
em variações durante a respiração espontânea (SB – spontaneous breathing) e PLB
(pursed lips-breathing) nos momentos basal (QB), 50%, 100% da carga e
recuperação (R1, R2 e R3). Círculos fechados indicam as variações do VEEAb e os
abertos, as variações do VEIAb.
63
Tabela 1- Análise descritiva de média ± DP dos dados antropométricos e função
pulmonar.
ASMA (n = 12)
Euvolume (n = 6)
Hiperinsuflado (n = 6)
Idade (anos) 33.9 ± 10.6 38 ± 11.5 29.8 ± 8.7 Altura (cm) 162 ± 11 162.8 ± 11.6 161.2 ± 11.3 Peso (kg) 73 ± 14.4 74.1 ± 18.7 71.8 ± 10.2 IMC (kg/m2) 27.6 ± 3.5 27.6 ± 4.4 27.6 ± 2.8 VEF1 (L) 2.2 ± 0.6 2.4 ± 0.7 2 ± 0.5 VEF1 (% pred) 65.7 ± 18.6 70.2 ± 16.3 61.2 ± 17.6 CVF (L) 3 ± 0.7 3.2 ± 0.7 2.8 ± 0.8 CVF (% pred) 74.6 ± 14.7 78.8 ± 15.1 70.4 ±14.3 VEF1 / CVF% 73.6 ± 10.4 74.1 ± 9.8 73 ± 11.7 EIVCw (L) ---------- 0.31 ± 0.4 1,55 ± 0.80* EEVCw (L) ---------- -1.07 ± 0.8 0.27 ± 0.5 EIVRcp (L) ---------- 0.30 ±0.30 0.74 ± 0.30 EEVRcp (L) ---------- -0.13 ± 0.3 0.33 ± 0.30 IMC, índice de massa corporal; VEF1, volume expiratório forçado no
primeiro segundo; CVF, capacidade vital forçada; % pred.,
porcentagem do predito; , variações do EIVCw e Rcp e EEVCw e Rcp
observados na comparação da carga 100% em relação ao basal em
respiração livre.
64
Tabela 2- Análise descritiva da média ± DP das variáveis mensuradas durante carga máxima do exercício.
ASMA (n = 12)
Euvolume (n = 6)
Hiperinsuflado (n = 6)
SF CF SF CF SF CF Carga Máxima (watts) 61.2 ± 17.4 61.2 ± 13.5 57.5 ± 19.9 60 ± 13.4 65 ± 15.4 62.5 ± 14.7 Tempo exercício (min.) 7.6 ± 1.9 7.1 ± 1.6 7.4 ± 1.6 7.2 ± 0.6 7.7 ± 2.4 7.1 ± 2.4 FC (bpm) 129.3 ± 27.5 117 ± 26 112.1 ± 16.5 114 ± 16.3 146 ± 26.5 120 ± 34.8 FC (máx%) 64 ± 12 58 ± 13 56 ± 5 56 ± 7 72 ± 11 60 ± 18 SpO2 (%) 98 ± 1 98 ± 1.4 98 ± 0.5 98 ± 0.8 98 ± 1.3 97 ± 1.8 VE (L/min) 66 ± 35.3 58 ± 22.2 67.8 ± 48.2 51.5 ± 22.1 58.3 ± 19.2 64.7 ± 22.3 Vt (l) 1.3 ± 0.5 1.8 ± 0.4 1.3 ± 0.6 1.5 ± 0.2 1.2 ± 0.4 2 ± 0.4 f (irpm) 46 ± 9 31 ± 7 47 ± 13 32 ± 8 46 ± 6 31 ± 7 Dispnéia (Borg) 5 (3 - 5.7) 7 (6.2 - 7) 4.5 (3 - 5) 7 (4 - 7) 5.5 (2 - 7.2) 7 (5.2 - 7) Fadiga MMII (Borg) 7 (7 - 7) 7 (6.2 - 7) 7 (7 - 7) 7 (4.2 - 7) 7 (6 - 7) 7 (6.7 - 7.5) EIVCw (L) 0.9 ± 0.9 1.9 ± 0.5 0.3 ± 0.3 1.7 ± 0.2 1.5 ± 0.8 1.8 ± 0.7 EEVCw (L) -0.4 ± 0.9 0.04 ± 0.4 -1 ± 0.1 0.12 ± 0.3* 0.27 ± 0.4 -0.02 ± 0.5 FC, frequência cardíaca; SpO2, saturação periférica de oxigênio; VE, volume minuto; Vt, volume corrente; f,
frequência respiratória; EIVCw, variação do volume inspiratório final da caixa torácica total, EEVCw,
variação do volume expiratório final da caixa torácica total no pico do exercício na carga de 100% em relação
ao basal; SF, sem respiração em freno-labial e CF, respiração em freno-labial.
65
Tabela 3- Análise descritiva da média ± DP dos volumes pulmonares, frequência respiratória, tempos e duty cycle no grupo
euvolume.
EUVOLUME Basal – SF Basal – CF 50% - SF 50% - CF 100% - SF 100% - CF Rec - SF Rec – CF Vt 0.5 ± 0.2* 1.2 ± 0.6* 1.2 ± 0.7 2 ± 0.7 1.4 ± 0.7 1.6 ± 0.3 1 ± 0.6 1.5 ± 0.6 VE 12.7 ± 2.4 14.8 ± 3.7 61.6 ± 55.3 44.7 ± 31.3 67.8 ± 48.2 51.6 ± 22.2 30.4 ± 17.8 30 ± 12 F 25.9 ± 4.6* 14.5 ± 7* 47.6 ± 17.1* 21.3 ± 8.6* 47 ± 13.2* 32.1 ± 8.8* 31.3 ± 2.9* 20.5 ± 4.9* Ttot 2.5 ± 0.46 5.4 ± 3.2 1.5 ± 0.4* 3.7 ± 2.3* 1.4 ± 0.4* 2.1 ± 0.5* 1.9 ± 0.2* 3.2 ± 0.7* Ti 0.9 ± 0.2 1.4 ± 0.62 0.7 ± 0.1* 1 ± 0.2* 0.6 ± 0.1 0.7 ± 0.1 0.8 ± 0.08 1 ± 0.3 Te 1.5 ± 0.3 4 ± 2.9 0.8 ± 0.3 2.7 ± 2.3 3.2 ± 5.9 1.4 ± 0.4 1.1 ± 0.1* 2.2 ± 0.5* DC 37.9 ± 3.9 28.6 ± 10.7 48.1 ± 9 33.5 ± 15.2 40.4 ± 12.4 37 ± 8.5 42.7 ± 2.4* 31.5 ± 7.9*
Vt, volume corrente; VE, volume minuto; f, frequência respiratória; Ttot, tempo total; Tinsp, tempo inspiratório; Texp,
tempo expiratório; DC, duty cycle; SF, sem respiração em freno-labial e CF, respiração em freno-labial.*p< 0,05 SF x CF.
66
Tabela 4- Análise descritiva da média ± DP dos volumes pulmonares, frequência respiratória, tempos e duty cycle no grupo
hiperisuflado.
HIPERINSUFLADO Basal – SF Basal – CF 50% - SF 50% - CF 100% - SF 100% - CF Rec - SF Rec – CF Vt 0.4 ± 0.2* 1.4 ± 0.4* 1.2 ± 0.4* 2 ± 0.6* 1.3 ± 0.4* 2.1 ± 0.4* 0.9 ± 0.3* 1.5 ± 0.5* VE 10.7 ± 2.5 13.5 ± 4.5 40.4 ± 10.9 45.2 ± 13 58.3 ± 19.2 64.8 ± 22.3 28.9 ± 11.3 26.5 ± 8.6 F 28.2 ± 8* 10 ± 3.9* 36.6 ± 10.3 25.5 ± 13.1 46.4 ± 6* 31.2 ± 6.9* 31.5 ± 6.8* 18 ± 5.2* Ttot 2.4 ± 0.8* 7 ± 2* 1.9 ± 0.5* 3 ± 1.1* 1.4 ± 0.2* 2.1 ± 0.3* 2.2 ± 0.9* 3.8 ± 1.1* Tinsp 0.8 ± 0.3* 1.6 ± 0.5* 0.8 ± 0.2 1.1 ± 0.3 0.6 ± 0.1* 0.8 ± 0.1* 0.9 ± 0.4 1.2 ± 0.3 Texp 1.5 ± 0.6* 5.4 ± 1.6* 1.1 ± 0.3 2 ± 0.8 0.7 ± 0.2* 1.3 ± 0.3* 1.3 ± 0.5* 2.6 ± 0.9* DC 36.5 ± 4.8* 24.8 ± 6.2* 43.7 ± 5 40.3 ± 8 45.7 ± 3.7 42 ± 5.5 41.1 ± 3.3 34.3 ± 7.4 Vt, volume corrente; VE, volume minuto; f, frequência respiratória; Ttot, tempo total; Tinsp, tempo inspiratório; Texp,
tempo expiratório; DC, duty cycle; SF, sem respiração em freno-labial e CF, respiração em freno-labial.*p< 0,05 SF x
CF.
68
O presente estudo apresenta importantes delineamentos dentro da
fisiopatologia da asma. A resposta dos volumes pulmonares ao exercício que na
asma, embora a doença apresente particularidades em relação a outras doenças
respiratórias, demonstrou ser bastante semelhante à observada na DPOC. Em um
grupo de pacientes o exercício induziu a hiperinsuflação pulmonar dinâmica
enquanto que em outro grupo comportou-se como nos individuos saudáveis. Ao
mesmo tempo este trabalho apresenta evidências que suportam os efeitos da
Respiração em Freno-Labial (RFL) não somente sobre as variáveis do padrão
ventilatório, confirmando aquelas já descritas na literatura em repouso, mas também
descreve resultados inéditos sobre a influência da RFL sobre os volumes
pulmonares operacionais EEV e EIV. A RFL induziu diferentes respostas para os
pacientes classificados como hiperinsuflados e euvolume durante o exercício,
modificando o comportamento do complexo toraco-abdominal em relação aos
volumes e as velocidades de contração de músculos inspiratórios e expiratórios. Os
resultados em relação à RFL introduzirão nos processo de Reabilitação Respiratória
e no tratamento da Fisioterapia Respiratória a segurança que alguns pacientes, mas
não todos, beneficiam-se da técnica. Como perspectivas futuras, novos processos
e/ou testes simples devem ser desenvolvidos para poder definir de maneira fácil,
ambulatorialmente na prática clínica como distinguir os pacientes que são
considerados euvolume ou hiperinsuflados.
70
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78
ANEXO 1
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answering the following questions:
Has the work been seen and approved by all co-authors?
How is the work clinically relevant, and how does it add to existing
research?
Have papers closely related to the submitted manuscript been published or
submitted for publication elsewhere? If so please provide details.
Failure to provide a cover letter addressing each of the questions above will result in
the paper being returned to the author. The cover letter must be uploaded as a
separate submission item.
For queries, please contact the journal editorial office directly:
Authorship
All authors should have made substantial contributions to all of the following: (1) the
conception and design of the study, or acquisition of data, or analysis and
interpretation of data, (2) drafting the article or revising it critically for important
intellectual content, (3) final approval of the version to be submitted.
Acknowledgements
All contributors who do not meet the criteria for authorship as defined above should
be listed in an acknowledgements section. Examples of those who might be
acknowledged include a person who provided purely technical help, writing
assistance, or a department chair who provided only general support. Authors should
disclose whether they had any writing assistance and identify the entity that paid for
this assistance.
80
Conflict of interest
The potential for conflict of interest exists when an author (or the author's institution),
reviewer or editor has financial or personal relationships that may inappropriately
influence his or her actions. Editors and reviewers for the journal are responsible for
disclosing to the Chief Editor any personal or financial relationship that may bias their
work during the peer review process.
Authors are specifically asked to reflect on financial conflicts of interest (such as
employment, consultancy, stock ownership, honoraria and paid expert testimony) as
well as other forms of conflict of interest, including personal, academic and
intellectual issues.
For the conflict of interest statement all authors must disclose any financial and
personal relationships with other people or organisations that could inappropriately
influence (bias) their work. Examples of potential conflicts of interest include
employment, consultancies, stock ownership, honoraria, paid expert testimony,
patent applications/registrations, and grants or other funding. The Conflict of Interest
Statement is a mandatory submission item: authors are required to submit the
statement to proceed with their submission. Conflict of Interest statements will
typically be published within the body of the article, and will appear preceding the
references section. All sources of funding should be declared as an
acknowledgement at the end of the text. Authors should declare the role of study
sponsors, if any, in the study design, in the collection, analysis and interpretation of
data; in the writing of the manuscript; and in the decision to submit the manuscript for
publication. If the study sponsors had no such involvement, the authors should so
state.
Randomised controlled trials
All randomised controlled trials submitted for publication in Respiratory Medicine
should include a completed Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT)
flow chart. Please refer to the CONSORT statement website at http://www.consort-
statement.org for more information. Respiratory Medicine has adopted the proposal
from the International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) which require,
as a condition of consideration for publication of clinical trials, registration in a public
trials registry. Trials must register at or before the onset of patient enrolment. The
clinical trial registration number should be included at the end of the abstract of the
81
article. For this purpose, a clinical trial is defined as any research study that
prospectively assigns human participants or groups of humans to one or more health-
related interventions to evaluate the effects of health outcomes. Health-related
interventions include any intervention used to modify a biomedical or health-related
outcome (for example drugs, surgical procedures, devices, behavioural treatments,
dietary interventions, and process-of-care changes). Health outcomes include any
biomedical or health-related measures obtained in patients or participants, including
pharmacokinetic measures and adverse events. Purely observational studies (those
in which the assignment of the medical intervention is not at the discretion of the
investigator) will not require registration. Further information can be found at
http://www.icmje.org.
Disclosure of Clinical Trial Results
When submitting a Clinical Trial paper to the journal via the online submission system
please select Clinical Trial Paper as an article type.
In line with the position of the International Committee of Medical Journal Editors, the
journal will not consider results posted in the same clinical trials registry in which
primary registration resides to be prior publication if the results posted are presented
in the form of a brief structured (less than 500 words) abstract or table. However,
divulging results in other circumstances (eg, investors' meetings) is discouraged and
may jeopardise consideration of the manuscript. Authors should fully disclose all
posting in registries of results of the same or closely related work.
Supplementary material
Respiratory Medicine accepts electronic supplementary material to support and
enhance your scientific research. Supplementary files offer the author additional
possibilities to publish supporting applications, movies, animation sequences, high-
resolution images, background datasets, sound clips and more. Supplementary files
supplied will be published online alongside the electronic version of your article
including ScienceDirect: http://www.sciencedirect.com. In order to ensure that your
submitted material is directly usable, please ensure that data is provided in one of our
recommended file formats. Authors should submit the material in electronic format
together with the article and supply a concise and descriptive caption for each file.
For more detailed instructions please visit our artwork instruction pages at
82
http://www.elsevier.com/artworkinstructions.
Ethics Work on human beings that is submitted to Respiratory Medicine should comply with
the principles laid down in the Declaration of Helsinki; Recommendations guiding
physicians in biomedical research involving human subjects. Adopted by the 18th
World Medical Assembly, Helsinki, Finland, June 1964, amended by the 29th World
Medical Assembly, Tokyo, Japan, October 1975, the 35th World Medical Assembly,
Venice, Italy, October 1983, and the 41st World Medical Assembly, Hong Kong,
September 1989. The manuscript should contain a statement that the work has been
approved by the appropriate ethical committees related to the institution(s) in which it
was performed and that subjects gave informed consent to the work. Studies
involving experiments with animals must state that their care was in accordance with
institution guidelines. Patients' and volunteers' names, initials, and hospital numbers
should not be used.
Copyright
Accepted papers become the copyright of the Journal and are accepted on the
understanding that they have not been published, are not being considered for
publication elsewhere and are subject to editorial revision. If papers closely related to
the submitted manuscript have been published or submitted for publication
elsewhere, the author must state this in their cover letter Upon acceptance of an
article, authors will be asked to sign a "Journal Publishing Agreement" (for more
information on this and copyright see http://www.elsevier.com/authors). Acceptance
of the agreement will ensure the widest possible dissemination of information. An e-
mail (or letter) will be sent to the corresponding author confirming receipt of the
manuscript together with a 'Journal Publishing Agreement' form.
If excerpts from other copyrighted works are included, the author(s) must obtain
written permission from the copyright owners and credit the source(s) in the article.
Elsevier has preprinted forms for use by authors in these cases: please consult
http://www.elsevier.com/permissions. Or email [email protected].
83
Manuscript submission checklist
Authors should ensure they have uploaded the following as separate items in order
for the editorial office to process their submission. Failure to provide any of the
mandatory items below will result in the manuscript being returned to the author.
Cover letter (mandatory)
Abstract (including clinical trial registration number where appropriate)
(mandatory)
Conflict of Interest Statement (mandatory) Manuscript including ethics
statement as appropriate (mandatory)
Artwork (optional)
Supplementary files eg. datasets, video files (optional)
Permissions letters (As necessary, see below)
Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT) flow chart as
appropriate
Reviews
The journal welcomes submission of state-of-the-art reviews on important topics with
a clinical relevance. Potential review authors are encouraged to contact the Deputy
Editor Dr N. Hanania [email protected] in advance with their review proposals.
Case Reports (Respiratory Medicine CME)
All case reports will henceforth no longer be considered for publication in Respiratory
Medicine, but instead for the sister publication Respiratory Medicine CME. Please
note that this is a separate publication to the regular journal. Case reports may be
submitted for consideration for Respiratory Medicine CME via the same online
submission site as the regular journal, as described below. Authors are urged to visit
Respiratory Medicine CME for specific information and acceptance criteria used.
Preparing your manuscript
Authors are asked to bear in mind the following additional points before entering
the submission process.
84
Format and Structure
Most text formats can be accommodated, but Microsoft Word is preferable. In
general, articles should conform to the conventional structure of Summary,
Introduction, Methods, Results, Discussion and References.
Title
Your title page, should give the title in capital letters (not exceeding 100 letters), a
running title (not exceeding 50 letters) and the authors' names (as they are to
appear), affiliations and complete addresses, including postal (zip) codes. The author
and address to whom correspondence should be sent must be clearly indicated.
Please supply telephone, fax and e-mail numbers for the corresponding author.
Abstract
An abstract of your manuscript summarizing the content, at a maximum of 250
words, should be provided as a separate submission item.
Reference Format
Manuscripts should use the 'Embellished Vancouver' style for references, as follows:
Text: Indicate references by superscript numbers in the text. The actual authors can
be referred to, but the reference number(s) must always be given.
List: Number the references in the list in the order in which they appear in the text.
Examples:
Reference to a journal publication:
1. Van der Geer J, Hanraads JAJ, Lupton RA. The art of writing a scientific article. J
Sci Commun 2000; 163:51–9.
2. Reference to a book:
3. Strunk Jr W, White EB. The elements of style. 3rd ed. New York: Macmillan; 1979.
4. Reference to a chapter in an edited book:
5. Mettam GR, Adams LB. How to prepare an electronic version of your article. In:
Jones BS, Smith RZ, editors. Introduction to the electronic age. New York: E-
Publishing Inc; 1999, p. 281–304. Note shortened form for last page number. e.g.,
51–9, and that for more than 6 authors the first 6 should be listed followed by 'et al.'
For further details you are referred to "Uniform Requirements for Manuscripts
submitted to Biomedical Journals" (J Am Med Assoc 1997;277:927–34), see also
85
http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/terms_cond.html.
Figures
Figures of good quality should be submitted online as a separate file. For detailed
instructions on the preparation of electronic artwork, consult:
http://www.elsevier.com/authors. Permission to reproduce illustrations should always
be obtained before submission and details included with the captions.
Tables
Tables should be submitted online as a separate file, bear a short descriptive title,
and be numbered in Arabic numbers. Tables should be cited in the text.
Keywords
A list of three to six keywords should be supplied: full instructions are provided when
submitting the article online.
Units and Abbreviations
These should be given in SI units with the traditional equivalent in parentheses where
appropriate. Conventions for abbreviations should be those detailed in Units,
Symbols, and Abbreviations, available from the Royal Society of Medicine.
Language Editing
Papers will only be accepted when they are written in an acceptable standard of
English. Authors who require information about language editing and copyediting
services pre and post-submission please visit
http://www.elsevier.com/wps/find/authorshome.authors/languagepolishing or contact
[email protected] for more information. Please note Elsevier neither
endorses nor takes responsibility for any products, goods or services offered by
outside vendors through our services or in any advertising. For more information
please refer to our Terms and Conditions.
Brief Communications
These should be submitted as detailed above but should not exceed 1000 words,
and may normally contain only one illustration or table. Brief communications
86
containing new information may be selected for rapid peer review and publication at
the discretion of the editor and editorial board.
Permissions Information
If illustrations are borrowed from published sources, written permission must be
obtained from both publisher and author, and a credit line giving the source added to
the legend. If text material totalling 250 to 300 words, or any tables, are borrowed
verbatim from published sources, written permission is required from both publisher
and author. With shorter quotations, it is sufficient to add a bibliographic credit.
Permission letters for reproduced text or illustration must accompany the manuscript.
If you have been unable to obtain permission, please point this out.
Fast-track Publication
The journal aims for prompt publication of all accepted papers. Submissions
containing new and particularly important data may be fast-tracked for peer review
and publication; this is a limited facility and is strictly at the discretion of the Chief
Editor.
Proofs
One set of page proofs in PDF format will be sent by e-mail to the corresponding
author which they are requested to correct and return within 48 hours. Only minor
corrections are acceptable at this stage. If we do not have an e-mail address then
paper proofs will be sent by post. Elsevier now sends PDF proofs which can be
annotated; for this you will need to download Adobe Reader version 7 available free
from Adobe. Instructions on how to annotate PDF files will accompany the proofs.
The exact system requirements are given at the Adobe site. If you do not wish to use
the PDF annotations function, you may list the corrections (including replies to the
Query Form) and return to Elsevier in an e-mail. Please list your corrections quoting
line number. If, for any reason, this is not possible, then mark the corrections and any
other comments (including replies to the Query Form) on a printout of your proof and
return by fax, or scan the pages and e-mail, or by post. Please use this proof only for
checking the typesetting, editing, completeness and correctness of the text, tables
and figures.
87
Offprints
The corresponding author, at no cost, will be provided with a PDF file of the article via
e-mail or, alternatively, 25 free paper offprints. The PDF file is a watermarked version
of the published article and includes a cover sheet with the journal cover image and a
disclaimer outlining the terms and conditions of use. Additional paper offprints can be
ordered by the authors. An order form with prices will be sent to the corresponding
author.
Accepted Articles
For the facility to track accepted articles and set email alerts to inform you of when an
article's status has changed visit: http://www.elsevier.com/authors. There are also
detailed artwork guidelines, copyright information, frequently asked questions and
more. Contact details for questions arising after acceptance of an article, especially
those related to proofs, are provided after registration of an article for publication.
Funding body agreements and policies
Elsevier has established agreements and developed policies to allow authors who
publish in Elsevier journals to comply with potential manuscript archiving
requirements as specified as conditions of their grant awards. To learn more about
existing agreements and policies please visit http://www.elsevier.com/fundingbodies.
90
APÊNDICE 1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA MESTRADO EM FISIOTERAPIA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa Efeitos da Respiração em
Freno-labial Sobre os Volumes Pulmonares e o Padrão de Hiperinsuflação Dinâmica em Pacientes com Asma que é coordenada pelo Professor Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi e sua orientanda de mestrado Janaina Maria Dantas Pinto.
Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a
qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum
prejuízo ou penalidade. Não haverá pagamento pela sua participação.
Essa pesquisa procura avaliar o comportamento dos músculos respiratórios e
de exercícios respiratórios sobre os testes de função pulmonar em pessoas com
asma brônquica. Serão realizados os seguintes procedimentos: avaliação da função pulmonar e volumes dos pulmões.
A avaliação que será realizada trará um mínimo risco para a sua saúde, pois
não serão realizados procedimentos que envolvam corte. Durante a avaliação você
poderá sentir um pequeno desconforto respiratório, porém este risco será diminuído
pelo intervalo entre um teste e outro, além de técnicas de respiração que poderão
ser utilizadas.
Você poderá se beneficiar desta pesquisa, pois após este poderemos comprovar a eficácia da técnica de respiração em freno-labial.
Você terá total liberdade para se recusar a participar ou se retirar a qualquer
momento da pesquisa, sem penalização alguma e sem que isso traga prejuízo ao
seu cuidado e tratamento. As instituição (UFRN) e pesquisadora colocam à sua
disposição, tratamento médico e indenização a que legalmente você terá direito em
casos de danos diretamente causados pela pesquisa. Sua participação nesta
91
pesquisa é estritamente voluntária. Porém, caso seja necessário ressarcimento, o
mesmo será feito pela pesquisadora.
Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será
identificado em nenhum momento. Qualquer dúvida que você tiver a respeito desta
pesquisa, poderá perguntar diretamente para Janaina Maria Dantas Pinto no
endereço: Laboratório de Fisioterapia PneumoCardioVascular – Departamento de Fisioterapia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Caixa Postal 1524, Campus Universitário, CEP: 59072-970, Natal/RN, Brasil ou pelos telefones (84) 3215-4274 / 3215-4275. Endereço do
Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL/UFRN: Av. Cordeiro de Farias s/n – Petrópolis – Natal/RN – CEP.: 59010-180 – Fones: (84) 3342-5027/5050.
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, ___________________________________________________________,
declaro estar ciente e informado (a) sobre os procedimentos de realização da
pesquisa, conforme explicitados acima, e aceito participar voluntariamente da
mesma.
Assinatura: ___________________________________
Assinatura da pesquisadora: _____________________
Data: _____ / _____ / 2011.
Endereço do Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL/UFRN: Av. Cordeiro de Farias s/n – Petrópolis – Natal/RN – CEP.: 59010-180 – Fones: (84) 3342-5027/5050.
92
APÊNDICE 2
FICHA DE COLETA Laboratório de Desempenho PneumoCardioVascular
PROTOCOLO: ARQUIVO: PASTA/PC: Pesquisador Responsável:
DADOS PESSOAIS DATA: NOME: RESPONSÁVEL: ENDEREÇO: TELEFONE: SEXO: IDADE: DATA DE NASCIMENTO: DIAGNÓSTICO: MEDICAÇÕES: TEMPO DE DIAGNÓSTICO: ANTECEDENTES PESSOAIS: TABAGISMO – ANOS/MAÇO:
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DATA: PESO: ALTURA: IMC: CIRC. CINTURA: CIRC. QUADRIL: REL. Q/C:
CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA ASMA
INTERMITENTE PERSISTENTE LEVE MODERADA GRAVE
SINTOMAS RAROS SEMANAIS DIÁRIOS DIÁRIOS OU CONT.
DISPERTAR NOITE RAROS MENSAIS SEMANAIS QUASE DIÁRIOS
BETA 2 – ALÍVIO RARA EVENTUAL DIÁRIA DIÁRIA
LIMITE ATIVIDADE NENHUMA + NAS EXACERBAÇÕES + NAS EXACERBAÇÕES CONTÍNUA
EXACERBAÇÕES RARAS AFETA ATIV, E SONO AFETA ATIV, E SONO FREQÜENTES
VEF1 OU PFE ≥ 80% PREDITO ≥ 80% PREDITO 60-80% PREDITO ≤ 60% PREDITO
VAR. VEF1 OU PFE < 20% < 20-30% > 30% > 30%
93
PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR Pré-broncodilatador CVF
CVFRef VEF1
VEF1Ref PFE
PFERef FEF25-75%
FEF25-75%Ref
PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR Pós-broncodilatador CVF VEF1 PFE
FEF25-75% EVOLUÇÕES E INTERCORRÊNCIAS
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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APÊNDICE 3
FICHA DE COLETA OEP Laboratório de Desempenho PneumoCardioVascular
PROTOCOLO: ARQUIVO: PASTA/PC: Pesquisador Responsável:
DADOS PESSOAIS DATA:
NOME:
RESPIRAÇÃO SEM FRENO-LABIAL
Carga Tempo cronômetro (min)
Tempo OEP (s) FC SpO2
Borg Dispnéia
Borg MMII
Início 0 Repouso 3 Carga 0 4
30 W 5 60 W 6 90 W 7 120 W 8 150 W 9 180 W 10 210 W 11 240 W 12 280 W 13 310 W 14
RESPIRAÇÃO COM FRENO-LABIAL
Carga Tempo cronômetro (min)
Tempo OEP (s) FC SpO2
Borg Dispnéia
Borg MMII
Início 0 Repouso 3 Carga 0 4
30 W 5 60 W 6 90 W 7 120 W 8 150 W 9 180 W 10 210 W 11 240 W 12 280 W 13 310 W 14