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CONHECIMENTOS BANCRIOS PARA O BRB PROFESSOR: MARCUS CLIO BUENO GURGEL

ESTRUTURA ATUAL DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Uma conceituao bastante abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um conjunto de instituies que se dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condies satisfatrias para a manuteno de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores. O mercado financeiro, onde se processam essas transaes, permite que um agente econmico qualquer (um indivduo ou empresa), sem perspectivas de aplicao em algum empreendimento prprio, da poupana que capaz de gerar (denominado como um agente econmico superavitrio), seja colocado em contato com outro, cujas perspectivas de investimento superam as respectivas disponibilidades de poupana (denominado como agente econmico deficitrio). Destarte, o mercado financeiro pode ser considerado como elemento dinmico no processo de crescimento econmico, uma vez que permite a elevao das taxas de poupana e investimento. Dentro desta linha de abordagem, no que toca s instituies financeiras, a Lei de Reforma Bancria (4.595/64), em seu artigo 17, caracteriza-as com mais exatido: Consideram-se instituies financeiras, para os efeitos da legislao em vigor, as pessoas jurdicas pblicas e privadas, que tenham como atividade principal ou acessria a coleta, a intermediao ou a aplicao de recursos financeiros prprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custdia de valor de propriedade de terceiros. E complementa, em seu pargrafo nico: Para os efeitos desta Lei e da Legislao em vigor, equiparam-se s instituies financeiras as pessoas fsicas que exeram qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual. Aps essas breves consideraes, parece interessante caracterizar essas instituies em dois grandes grupos: os intermedirios financeiros e as chamadas instituies auxiliares. As primeiras distinguem-se das ltimas, basicamente, no seguinte: emitem seus prprios passivos, ou seja, captam poupana diretamente do pblico por sua prpria iniciativa e responsabilidade e, posteriormente, aplicam esses recursos

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junto s empresas, atravs de emprstimos e financiamentos.Incluem-se neste segmento os bancos comerciais, de investimento, de desenvolvimento, a Caixa Econmica Federal, as sociedades de crdito financiamento e investimento e os bancos mltiplos. Ao contrrio destas, as instituies ditas auxiliares propem-se a colocar em contato poupadores com investidores, facilitando o acesso destes queles. Nestes casos, figuram, por exemplo, as bolsas de valores, cuja finalidade, em ultima instancia, consiste em propiciar liquidez aos ttulos, emitidos pelas empresas (aes), atravs de institucionalizao do mercado secundrio para esses ativos. Este processo garante as condies fundamentais para a aceitao dos lanamentos primrios (subscrio) das empresas. Na mesma situao encontramse as sociedades corretoras e distribuidoras, constituindo-se no elemento de ligao entre poupadores e investidores, atuando na colocao de papis das empresas junto ao pblico. Outra caracterizao de instituio financeira poder ser dada sob a tica da capacidade que ela tem de criar ou no moeda escritural. Na forma afirmativa, ou seja, criando a moeda escritural, esto inseridas aquelas instituies que, em conjunto, compe o chamado sistema monetrio- uma derivao do sistema financeiro que tem como principal fonte de recursos os depsitos vista (movimentveis por cheques) - ,que representado pelo Banco do Brasil, pela Caixa Econmica Federal, pelos bancos comerciais (pblicos e privados) e pelos bancos mltiplos com carteira comercial. A capacidade de criar moeda origina-se do fato de trabalharem em um sistema de reservas fracionrias, mantendo em caixa apenas uma parte dois depsitos que recebem do pblico e aplicando o restante seja em emprstimos seja em ttulos.

COMPOSIO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

rgos Normativos Conselho Monetrio Nacional - CMN Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Conselho de Gesto de Previdncia Complementar CGPC Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CRSFN

Entidades Supervisoras Banco Central do Brasil BACEN e Comisso de Valores Mobilirios CVM (vinculados ao CMN) Superintendncia de Seguros Privados Susep e IRB Brasil Resseguros (vinculados ao CNSP)

Superintendncia Nacional de Previdncia Complementar - PREVIC (vinculada aoCGPC)

Operadores (Supervisionados pelo BACEN)

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Instituies Financeiras Captadoras de Depsitos Vista Bancos Mltiplos (inclusive o Banco do Brasil) Bancos Comerciais Caixa Econmica Federal Cooperativas de Crdito (e Bancos Cooperativos)

Demais Instituies Financeiras Agncias de Fomento Associaes de Poupana e Emprstimo Bancos de Desenvolvimento Bancos de Investimento Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) Companhias Hipotecrias Cooperativas Centrais de Crdito Sociedades de Crdito, Financiamento e Investimento Sociedades de Crdito Imobilirio Sociedades de Crdito ao Microempreendedor

Outros Intermedirios Financeiros e Administradores de Recursos de Terceiros Administradores de Consrcio Sociedades de Arrendamento Mercantil Sociedades Corretoras de Cmbio Sociedades Corretoras de Ttulos e Valores Mobilirios Sociedades de Crdito Imobilirio Sociedades Distribuidoras de Ttulos e Valores Mobilirios

Operadores (Supervisionados pela CVM) Bolsas de Mercadorias e de Futuros Bolsas de Valores

Operadores (Supervisionados pela Susep e IRB) Sociedades Seguradoras Sociedades de Capitalizao Entidades Abertas de Previdncia Complementar

Operadores (Supervisionados pela SPC) Entidades Fechadas de Previdncia Complementar (Fundos de Penso)

Sistemas de Liquidao e Custdia Sistema Especial de Liquidao e Custdia SELIC Central de Custdia e de Liquidao Financeira de Ttulos CETIP Caixas de Liquidao e Custdia

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RGOS NORMATIVOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL CONSELHO MONETRIO NACIONAL O Conselho Monetrio Nacional (CMN), que foi institudo pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, o rgo responsvel por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Integram o CMN: O Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do Planejamento, Oramento e Gesto e o Presidente do Banco Central do Brasil. NOTA: Podemos dizer que o CMN formado por trs ministros, pois desde 2006 o Presidente do BACEN possui status de ministro. Dentre suas funes esto: adaptar o volume dos meios de pagamento s reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilbrio do balano de pagamentos; orientar a aplicao dos recursos das instituies financeiras; propiciar o aperfeioamento das instituies e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvncia das instituies financeiras; coordenar as polticas monetria, creditcia, oramentria e da dvida pblica interna e externa.

CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS - CNSP O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) o rgo responsvel por fixar as diretrizes e normas da poltica de seguros privados; composto pelo: Ministro da Fazenda (Presidente), representante do Ministrio da Justia, representante do Ministrio da Previdncia Social, Superintendente da Superintendncia de Seguros Privados, representante do Banco Central do Brasil e representante da Comisso de Valores Mobilirios. Dentre as funes do CNSP esto: regular a constituio, organizao, funcionamento e fiscalizao dos que exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como a aplicao das penalidades previstas; fixar as caractersticas gerais dos contratos de seguro, previdncia privada aberta, capitalizao e resseguro; estabelecer as diretrizes gerais das operaes de resseguro; prescrever os critrios de constituio das Sociedades Seguradoras, de Capitalizao, Entidades de Previdncia Privada Aberta e Resseguradores, com fixao dos limites legais e tcnicos das respectivas operaes e disciplinar a corretagem de seguros e a profisso de corretor.

CONSELHO DE GESTO PREVIDENCIARIA COMPLEMENTAR - CGPC

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O Conselho de Gesto de Previdncia Complementar (CGPC) um rgo colegiado que integra a estrutura do Ministrio da Previdncia Social e cuja competncia regular, normatizar e coordenar as atividades das Entidades Fechadas de Previdncia Complementar (fundos de penso). Tambm cabe ao CGPC julgar, em ltima instncia, os recursos interpostos contra as decises da Secretaria de Previdncia Complementar. CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL-CRSFN Criado pelo Decreto 91.152, de 15/03/85, como rgo integrante do Ministrio da Fazenda, para julgar, em segunda e ltima instncia, os recursos interpostos das decises relativas aplicao de penalidades administrativas pelo Banco Central do Brasil e Comisso e Valores Mobilirios. integrado por oito Conselheiros, de reconhecida competncia e possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiros e de capitais, observada a seguinte composio: um representante do Ministrio da Fazenda; um representante do Banco Central; um representante da Secretaria de Comrcio Exterior do Ministrio de Desenvolvimento, Industria e Comrcio; um representante da Comisso de Valores Mobilirios; e quatro representantes das entidades de classe, dos mercados financeiro e de capitais, por elas indicados em lista trplice por solicitao do Ministrio da Fazenda. Os membros do Conselho e seus respectivos suplentes sero designados pelo Ministro da Fazenda, com mandato de dois anos, podendo ser reconduzido uma vez. Junto ao Conselho trabalham dois Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com atribuio de zelar pela fiel observncia das leis, decretos, regulamentos e demais atos administrativos. O Conselho tem como presidente o representante do Ministrio da Fazenda e como vice-presidente a pessoa designada pelo Ministrio da Fazenda entre os representantes das entidades de classe. A principal atribuio julgar os recursos interpostos das decises relativas aplicao de penalidades administrativas do Banco Central do Brasil e da Comisso de Valores Mobilirios.

ENTIDADES SUPERVISORAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL BANCO CENTRAL DO BRASIL O Banco Central do Brasil (BACEN) uma autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda, que tambm foi criada pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. o principal executor das orientaes do Conselho Monetrio Nacional e responsvel por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais em nvel adequado; estimular a formao de poupana; zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeioamento do sistema financeiro.

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Dentre suas atribuies esto: emitir papel-moeda e moeda metlica; executar os servios do meio circulante; receber recolhimentos compulsrios e voluntrios das instituies financeiras e bancrias; realizar operaes de redesconto e emprstimo s instituies financeiras; regular a execuo dos servios de compensao de cheques e outros papis; efetuar operaes de compra e venda de ttulos pblicos federais; exercer o controle de crdito; exercer a fiscalizao das instituies financeiras; autorizar o funcionamento das instituies financeiras; estabelecer as condies para o exerccio de quaisquer cargos de direo nas instituies financeiras; vigiar a interferncia de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no pas.

Sua sede fica em Braslia, capital do Pas, e tem representaes nas capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paran, So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Cear e Par. COMISSO DE VALORES MOBILIRIOS (CVM) A Comisso de Valores Mobilirios (CVM) tambm uma autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda, instituda pela Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976. responsvel por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobilirios do pas. Para este fim, exerce as funes de: assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balco; proteger os titulares de valores mobilirios; evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulao no mercado; assegurar o acesso do pblico a informaes sobre valores mobilirios negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; assegurar a observncia de prticas comerciais eqitativas no mercado de valores mobilirios; estimular a formao de poupana e sua aplicao em valores mobilirios; promover a expanso e o funcionamento eficiente e regular do mercado de aes e estimular as aplicaes permanentes em aes do capital social das companhias abertas.

SUPERINTENDNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP) A Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP) - autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda; responsvel pelo controle e fiscalizao do mercado de seguro, previdncia privada aberta e capitalizao. Dentre suas atribuies esto: fiscalizar a constituio, organizao, funcionamento e operao das Sociedades Seguradoras, de Capitalizao, Entidades de Previdncia Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da poltica traada pelo CNSP; atuar no sentido de proteger a captao de poupana popular que se efetua atravs das operaes de seguro, previdncia privada aberta, de capitalizao e resseguro;

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zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; promover o aperfeioamento das instituies e dos instrumentos operacionais a eles vinculados; promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdio; zelar pela liquidez e solvncia das sociedades que integram o mercado; disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provises tcnicas; cumprir e fazer cumprir as deliberaes do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; prover os servios de Secretaria Executiva do CNSP.

INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL IRB Brasil RE Entidades, constitudas sob a forma de sociedades annimas, que tm por objeto exclusivo a realizao de operaes de resseguro e retrocesso. O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) empresa resseguradora vinculada ao Ministrio da Fazenda. Empresa resseguradora, constituda como sociedade de economia mista com controle acionrio da Unio, vinculada ao Ministrio da Fazenda. Quanto vale um satlite, um complexo industrial ou uma plataforma de petrleo? Que empresa poderia se responsabilizar pelo sinistro de um ou mesmo vrios desses bens simultaneamente? Para responder e solucionar essas questes que existe o resseguro. Como o nome sugere, resseguro o seguro do seguro. Quando uma companhia assume um contrato de seguro superior sua capacidade financeira, ela necessita repassar esse risco, ou parte dele, a uma resseguradora. O resseguro uma prtica comum, feita em todo o mundo, como forma de mitigar o risco, preservar a estabilidade das companhias seguradoras e garantir a liquidao do sinistro ao segurado. O Instituto de Resseguros do Brasil (hoje IRB-Brasil Re) foi criado em 1939 pelo ento presidente Getlio Vargas com objetivo bem delineado: fortalecer o desenvolvimento do mercado segurador nacional, atravs da criao do mercado ressegurador brasileiro. A medida pretendia ainda aumentar a capacidade seguradora das sociedades nacionais, retendo maior volume de negcios em nossa economia, ao mesmo tempo em que captaria mais poupana interna. Hoje o IRB-Brasil Re a maior resseguradora da Amrica Latina. A empresa est em processo de fortalecimento, sendo instrumentada com as mais modernas ferramentas de informao e gesto de risco. O resultado desse esforo um maior rigor e atualizao tcnica e cientfica das decises das reas de negcios da instituio. Em paralelo, diversas medidas aperfeioam o relacionamento do IRB-Brasil Re com seus clientes e com o mercado segurador como um todo, adequando a empresa e o mercado brasileiro s melhores prticas internacionais.

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SUPERINTENDNCIA PREVIC

NACIONAL

DE

PREVIDNCIA

COMPLEMENTAR

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Autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimnio prprio, vinculada ao Ministrio da Previdncia Social, com sede e foro no Distrito Federal e atuao em todo o territrio nacional. A Previc atuar como entidade de fiscalizao e de superviso das atividades das entidades fechadas de previdncia complementar e de execuo das polticas para o regime de previdncia complementar operado pelas entidades fechadas de previdncia complementar, observadas as disposies constitucionais e legais aplicveis. Compete Previc: I - proceder fiscalizao das atividades das entidades fechadas de previdncia complementar e de suas operaes; II - apurar e julgar infraes e aplicar as penalidades cabveis; III - expedir instrues e estabelecer procedimentos para a aplicao das normas relativas sua rea de competncia, de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional de Previdncia Complementar, a que se refere o inciso XVIII do art. 29 da Lei 10683, de 28 de maio de 2003; IV - autorizar: a) a constituio e o funcionamento das entidades fechadas de previdncia complementar, bem como a aplicao dos respectivos estatutos e regulamentos de planos de benefcios; b) as operaes de fuso, de ciso, de incorporao ou de qualquer outra forma de reorganizao societria, relativas s entidades fechadas de previdncia complementar; c) a celebrao de convnios e termos de adeso por patrocinadores e instituidores, bem como as retiradas de patrocinadores e instituidores; e d) as transferncias de patrocnio, grupos de participantes e assistidos, planos de benefcios e reservas entre entidades fechadas de previdncia complementar; V - harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdncia complementar com as normas e polticas estabelecidas para o segmento; VI - decretar interveno e liquidao extrajudicial das entidades fechadas de previdncia complementar, bem como nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei; VII - nomear administrador especial de plano de benefcios especfico, podendo atribuir-lhe poderes de interveno e liquidao extrajudicial, na forma da lei; VIII - promover a mediao e a conciliao entre entidades fechadas de previdncia complementar e entre estas e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem como dirimir os litgios que lhe forem submetidos na forma da Lei 9307, de 23 de setembro de 1996;

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IX - enviar relatrio anual de suas atividades ao Ministrio da Previdncia Social e, por seu intermdio, ao Presidente da Repblica e ao Congresso Nacional; e X - adotar as demais providncias necessrias ao cumprimento de seus objetivos. O Banco Central do Brasil, a Comisso de Valores Mobilirios e os rgos de fiscalizao da previdncia complementar mantero permanente intercmbio de informaes e disponibilidade de base de dados, de forma a garantir a superviso contnua das operaes realizadas no mbito da competncia de cada rgo. O sigilo de operaes no poder ser invocado como bice ao fornecimento de informaes, inclusive de forma contnua e sistematizada, pelos entes integrantes do sistema de registro e liquidao financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil ou pela Comisso de Valores Mobilirios, sobre ativos mantidos em conta de depsito em instituio ou entidade autorizada prestao desse servio. No exerccio de suas competncias administrativas, cabe ainda Previc: I - deliberar e adotar os procedimentos necessrios, nos termos da lei, quanto

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a) celebrao, alterao ou extino de seus contratos; e b) nomeao e exonerao de servidores; II - contratar obras ou servios, de acordo com a legislao aplicvel; III - adquirir, administrar e alienar seus bens; IV - submeter ao Ministro de Estado da Previdncia Social a sua proposta de oramento; V - criar unidades regionais, nos termos do regulamento; e VI - exercer outras atribuies decorrentes de lei ou de regulamento.

OPERADORES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SUPERVISIONADOS PELO BACEN) BANCOS MLTIPLOS COM CARTEIRA COMERCIAL Os bancos mltiplos so instituies financeiras privadas ou pblicas que realizam as operaes ativas, passivas e acessrias das diversas instituies financeiras, por intermdio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crdito imobilirio, de arrendamento mercantil e de crdito, financiamento e investimento.

Essas operaes esto sujeitas s mesmas normas legais e regulamentares aplicveis s instituies singulares correspondentes s suas carteiras.

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A carteira de desenvolvimento somente poder ser operada por banco pblico. O banco mltiplo deve ser constitudo com, no mnimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade annima. As instituies com carteira comercial podem captar depsitos vista. Na sua denominao social deve constar a expresso "Banco" (Resoluo CMN 2.099, de 1994). Ex. Banco de Braslia S/A Banco HSBC Banco Citibank S/A

BANCOS COMERCIAIS Os bancos comerciais so instituies financeiras privadas ou pblicas que tm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessrios para financiar, a curto e a mdio prazos, o comrcio, a indstria, as empresas prestadoras de servios, as pessoas fsicas e terceiros em geral. A captao de depsitos vista, livremente movimentveis, atividade tpica do banco comercial, o qual pode tambm captar depsitos a prazo. Deve ser constitudo sob a forma de sociedade annima e na sua denominao social deve constar a expresso "Banco" (Resoluo CMN 2.099, de 1994). Ex. Banco Bonsucesso S/A

CAIXAS ECONMICAS A Caixa Econmica Federal, criada em 1.861, est regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de 1969, como empresa pblica vinculada ao Ministrio da Fazenda. Trata-se de instituio assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depsitos vista, realizar operaes ativas e efetuar prestao de servios. Uma caracterstica distintiva da Caixa que ela prioriza a concesso de emprstimos e financiamentos a programas e projetos nas reas de assistncia social, sade, educao, trabalho, transportes urbanos e esporte. Pode operar com crdito direto ao consumidor, financiando bens de consumo durveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e cauo de ttulos, bem como tem o monoplio do emprstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignao e tem o monoplio da venda de bilhetes de loteria federal. Alm de centralizar o recolhimento e posterior aplicao de todos os recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), integra o

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Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitao (SFH).

COOPERATIVAS DE CRDITO As cooperativas de crdito observam, alm da legislao e normas do sistema financeiro, a Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a poltica nacional de cooperativismo e institui o regime jurdico das sociedades cooperativas. Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as cooperativas de crdito podem se originar da associao de funcionrios de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresrios ou mesmo adotar a livre admisso de associados em uma rea determinada de atuao, sob certas condies. Os eventuais lucros auferidos com suas operaes - prestao de servios e oferecimento de crdito aos cooperados - so repartidos entre os associados. As cooperativas de crdito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominao social, a expresso "Cooperativa", vedada a utilizao da palavra "Banco". Devem possuir o nmero mnimo de vinte cooperados e adequar sua rea de ao s possibilidades de reunio, controle, operaes e prestaes de servios. Esto autorizadas a realizar operaes de captao por meio de depsitos vista e a prazo somente de associados, de emprstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras, e de doaes. Podem conceder crdito, somente a associados, por meio de desconto de ttulos, emprstimos, financiamentos, e realizar aplicao de recursos no mercado financeiro (Resoluo CMN 3.106, de 2003).

RESUMINDO: As cooperativas de crdito equiparam-se a uma instituio financeira (Lei 4.595, de 31.12.1964). Cooperativas so sociedades de pessoas com forma jurdica prpria, de natureza civil, sem finalidade lucrativa, no sujeitas falncia, organizadas para prestao de servios ou exerccio de outras atividades de interesse comum dos associados. Essas sociedades podero adotar por objeto qualquer gnero de servios, operaes ou atividades, respeitada a legislao em vigor, assegurandose-lhes o direito exclusivo e a obrigao do uso da expresso cooperativa. As cooperativas so classificadas em cooperativas de 1 Grau (locais e regionais), de 2 Grau (centrais e federaes de cooperativas) e de 3 Grau (confederaes de cooperativas). Qualquer que seja o grau, as cooperativas obedecem sempre aos seguintes princpios:

1. adeso voluntria, com nmero ilimitado de associados, salvo havendo impossibilidade tcnica de prestao de servios; 2. variabilidade do capital social ou inexistncia deste; 3. limitao do nmero de quotas-partes de capital para cada associado, observado o critrio de proporcionalidade; 4. incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos sociedade;

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5. singularidade de voto; 6. quorum para funcionarem as assemblias gerais baseado no nmero de associados e no no capital; 7. retorno das sobras lquidas do exerccio, quando autorizado pela assemblia, diretamente proporcional s operaes realizadas pelos associados com a sociedade; 8. faculdade de exigir jia de admisso, limitada ao valor da quota-parte, e de atribuir juro mdico e fixo ao capital social; 9. indivisibilidade do Fundo de Reserva; 10. rea de ao limitada sede e a municpios circunvizinhos, extensvel ao municpio imediatamente seguinte, se a no se apresentarem condies tcnicas para instalao de outra cooperativa, no se aplicando tal exigncia s cooperativas centrais e regionais; 11. responsabilidade limitada ou ilimitada, que perdurar at quando forem aprovadas as contas do exerccio em que se deu a retirada do associado; 12. indiscriminao poltica, religiosa e racial; 13. mnimo de 20 pessoas fsicas para a constituio de cooperativas de 1 grau. As cooperativas visam a obter vantagens para os seus associados, sendo, assim, em princpio e essncia, sociedades anticomerciais, j que, apesar de possurem fim econmico, no visam lucro fazendo especulao, elemento bsico das atividades mercantis. Pela lei atual, as cooperativas de crdito e as que tenham seo de crdito ficam subordinadas, na parte normativa, ao Conselho Monetrio Nacional, e na parte executiva ao Banco Central (Lei n. 59, de 21.11.1966, art. 8; Lei n. 4.595, de 1964, art. 55). Igualmente, as atribuies cometidas por lei ao Ministrio da Agricultura, no que concerne autorizao para funcionamento e fiscalizao das carteiras de crdito das cooperativas que as tenham, foram transferidas para o Banco Central (Lei n. 4.595, art. 55), ficando todas elas sujeitas disciplina sobre instituies financeiras de que trata a Lei n. 4.595/64 (arts. 17 e 18). A autorizao para o funcionamento dessas cooperativas se faz de acordo com o Anexo II da Circular n. 45, de 06.07.1966, do Banco Central do Brasil. As cooperativas de crdito atuam basicamente no setor primrio da economia. Uma das formas de captao das cooperativas de crdito permitida pelo BACEN operando contas com depsitos vista e a prazo. Uma parte dos recursos depositados recolhida ao banco que lhe representa na cmara de compensao, como reserva tcnica, mas a maior parte repassada aos cooperados na forma de mais emprstimos. Elas tambm podem oferecer produtos como conta-corrente, chequeespecial, recebimento de contas de servios pblicos e processamento da folha de pagamento dos funcionrios da empresa. A conta com depsitos vista uma forma de captao de recursos com custo zero diante das contribuies que tm de ser remuneradas, assim, como os depsitos a prazo. Nesse caso, chamamos de Recibo de Depsito de Cooperativas (RDC). As operaes so restritas aos cooperados e, operacionalmente, a contabilidade

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enquadra-se no padro estabelecido pelo plano de contas das Cooperativas de Crdito Mtuo, normas e circulares do BACEN, de conformidade com o COSIF.

BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS A finalidade das cooperativas em geral realizar operaes apenas com os seus associados. O Decreto n. 22.239;32, esclarecida, no art. 30, que as cooperativas de crdito tm por objetivo principal proporcionar a seus associados crdito e moeda, por meio da mutualidade e da economia, mediante uma taxa mdica de juros, auxiliando de modo particular o pequeno trabalho em qualquer ordem de atividade na qual ele se manifeste, seja agrcola, industrial, comercial ou profissional. O BACEN, atravs da Resoluo 2.193, de 31.08.1995, autorizou a constituio de bancos comerciais na forma de sociedades annimas de capital fechado, com participao exclusiva de cooperativas de crdito singulares, exceto as do tipo Luzzati (aquelas que admitem a participao de no-cooperados), e centrais, bem como de federaes de cooperativas de crdito, com atuao restrita Unidade da Federao de sua sede, cujo Patrimnio Lquido Autorizado dever estar enquadrado nas regras do Acordo de Basilia. No podem participar no capital social de instituies financeiras autorizadas a funcionar pelo BACEN, nem realizar operaes de SWAP por conta de terceiros. O BACEN deu autorizao para que as cooperativas de crdito abrissem seus prprios bancos comerciais, podendo fazer tudo o que qualquer outro banco comercial j faz: ter talo de cheques, emitir carto de crdito, fazer diretamente a compensao de documentos e, principalmente, passar a administrar a carteira de crdito antes sob responsabilidade das cooperativas. A constituio do banco cooperativo veio permitir, tambm, levantar recursos no exterior, atividade vetada s atuais cooperativas de crdito. No Banco Cooperativo a vantagem para o sistema, entre outras que o produtor rural o gerador e o controlador do fluxo do dinheiro, ao mesmo tempo que mantm esses recursos. Assim, o dinheiro fica na regio onde gerado, para reaplicao no desenvolvimento de novas culturas.

Ex. BANCCOB DF e BANSICRED POA

DEMAIS INSTITUIES FINANCEIRAS

ASSOCIAES DE POUPANA E EMPRSTIMOS As associaes de poupana e emprstimo so constitudas sob a forma de sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados.

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Suas operaes ativas so, basicamente, direcionadas ao mercado imobilirio e ao Sistema Financeiro da Habitao (SFH). As operaes passivas so constitudas de emisso de letras e cdulas hipotecrias, depsitos de cadernetas de poupana, depsitos interfinanceiros e emprstimos externos. Os depositantes dessas entidades so considerados acionistas da associao e, por isso, no recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositantes so, assim, classificados no patrimnio lquido da associao e no no passivo exigvel (Resoluo CMN 52, de 1967). Atualmente, existe uma nica APE, a Poupex, administrada pelo Banco do Brasil.

A POUPEX foi criada pela FHE - Fundao Habitacional do Exrcito, ao amparo da Lei n. 6.855, de 18 Nov. 80. Trata-se de uma sociedade civil de mbito nacional, que integra o SFH - Sistema Financeiro de Habitao, tendo como misso promover melhor qualidade de vida aos seus clientes, mediante acesso moradia e a seus produtos e servios. A POUPEX conta, atualmente, com mais de 1 milho e 50 mil poupadores (posio em janeiro/2009), dispersos pelo territrio nacional. Pelo volume captado, segundo ltimo ranking elaborado pelo Banco Central, ocupa o 11 lugar (posio em outubro/2008) dentre as instituies integrantes do Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo - SBPE. Qualquer pessoa fsica ou jurdica pode se associar POUPEX. Para tanto, basta abrir uma Poupana POUPEX em qualquer agncia ou terminal de Auto-Atendimento do Banco do Brasil (se correntista) ou, ainda, pela Internet. A movimentao da conta pode ser feita pela Internet, por telefone ou com carto magntico. BANCOS DE DESENVOLVIMENTO Os bancos de desenvolvimento so instituies financeiras controladas pelos governos estaduais, e tm como objetivo precpuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessrios ao financiamento, a mdio e a longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econmico e social do respectivo Estado. As operaes passivas so depsitos a prazo, emprstimos externos, emisso ou endosso de cdulas hipotecrias, emisso de cdulas pignoratcias de debntures e de Ttulos de Desenvolvimento Econmico. As operaes ativas so emprstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado. Devem ser constitudos sob a forma de sociedade annima, com sede na capital do Estado que detiver seu controle acionrio, devendo adotar, obrigatria e privativamente, em sua denominao social, a expresso "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome do Estado em que tenha sede (Resoluo CMN 394, de 1976). Ex. BNB Banco do Nordeste do Brasil S/A BASA- Banco da Amaznia S/A BDMG Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais

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BANCOS DE INVESTIMENTO Os bancos de investimento so instituies financeiras privadas especializadas em operaes de participao societria de carter temporrio, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administrao de recursos de terceiros. Devem ser constitudos sob a forma de sociedade annima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominao social, a expresso "Banco de Investimento". No possuem contas correntes e captam recursos via depsitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. As principais operaes ativas so financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrio ou aquisio de ttulos e valores mobilirios, depsitos interfinanceiros e repasses de emprstimos externos (Resoluo CMN 2.624, de 1999). Ex. Banco BES Investimento do Brasil S/A Banco BBM Investimentos S/A Banco Royal de Investimentos S/A

SOCIEDADES DE CRDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS As sociedades de crdito, financiamento e investimento, tambm conhecidas por financeiras, foram institudas pela Portaria do Ministrio da Fazenda 309, de 30 de novembro de 1959. So instituies financeiras privadas que tm como objetivo bsico a realizao de financiamento para a aquisio de bens, servios e capital de giro. Devem ser constitudas sob a forma de sociedade annima e na sua denominao social deve constar a expresso "Crdito, Financiamento e Investimento". Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocao de Letras de Cmbio (Resoluo CMN 45, de 1966) e Recibos de Depsitos Bancrios (Resoluo CMN 3454, de 2007). SOCIEDADES DE CRDITO IMOBILIRIO As sociedades de crdito imobilirio so instituies financeiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. Constituem operaes passivas dessas instituies os depsitos de poupana, a emisso de letras e cdulas hipotecrias e depsitos interfinanceiros. Suas operaes ativas so: financiamento para construo de habitaes, abertura de crdito para compra ou construo de casa prpria, financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construo.

Devem ser constitudas sob a forma de sociedade annima, adotando obrigatoriamente em sua denominao social a expresso "Crdito Imobilirio". (Resoluo CMN 2.735, de 2000).

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OUTROS INTERMEDIRIOS RECURSOS DE TERCEIROS.

FINANCEIROS

E

ADMINISTRADORES

DE

SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL As sociedades de arrendamento mercantil so constitudas sob a forma de sociedade annima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominao social a expresso "Arrendamento Mercantil". As operaes passivas dessas sociedades so emisso de debntures, dvida externa, emprstimos e financiamentos de instituies financeiras. Suas operaes ativas so constitudas por ttulos da dvida pblica, cesso de direitos creditrios e, principalmente, por operaes de arrendamento mercantil de bens mveis, de produo nacional ou estrangeira, e bens imveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso prprio do arrendatrio. So supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resoluo CMN 2.309, de 1996). SOCIEDADES CORRETORAS DE TTULOS E VALORES MOBILIRIOS As sociedades corretoras de ttulos e valores mobilirios so constitudas sob a forma de sociedade annima ou por quotas de responsabilidade limitada. Dentre seus objetivos esto: operar em bolsas de valores, subscrever emisses de ttulos e valores mobilirios no mercado; comprar e vender ttulos e valores mobilirios por conta prpria e de terceiros; encarregar-se da administrao de carteiras e da custdia de ttulos e valores mobilirios; exercer funes de agente fiducirio; instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; emitir certificados de depsito de aes e cdulas pignoratcias de debntures; intermediar operaes de cmbio; praticar operaes no mercado de cmbio de taxas flutuantes; praticar operaes de conta margem; realizar operaes compromissadas; praticar operaes de compra e venda de metais preciosos, no mercado fsico, por conta prpria e de terceiros; operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta prpria e de terceiros.

So supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resoluo CMN 1.655, de 1989). Os FUNDOS DE INVESTIMENTO, administrados por corretoras ou outros intermedirios financeiros, so constitudos sob forma de condomnio e representam a reunio de recursos para a aplicao em carteira diversificada de ttulos e valores mobilirios, com o objetivo de propiciar aos condminos valorizao de quotas, a um custo global mais baixo. A normatizao, concesso de autorizao, registro e a superviso dos fundos de investimento so de competncia da Comisso de Valores Mobilirios.

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SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TTULOS E VALORES MOBILIRIOS As sociedades distribuidoras de ttulos e valores mobilirios so constitudas sob a forma de sociedade annima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominao social a expresso "Distribuidora de Ttulos e Valores Mobilirios". Algumas de suas atividades: Intermedeiam a oferta pblica e distribuio de ttulos e valores mobilirios no mercado; administram e custodiam as carteiras de ttulos e valores mobilirios; instituem, organizam e administram fundos e clubes de investimento; operam no mercado acionrio, comprando, vendendo e distribuindo ttulos e valores mobilirios, inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros; fazem a intermediao com as bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lanamentos pblicos de aes; operam no mercado aberto e intermedeiam operaes de cmbio. So supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resoluo CMN 1.120, de 1986).

CORRETORAS DE SEGUROS So pessoas, naturais ou jurdicas, que, devidamente habilitadas e autorizadas, se dedicam a angariar e promover contratos de seguros entre as sociedades seguradoras e as pessoas fsicas ou jurdicas de Direito Privado. Deve o corretor, para poder exercer essas atividades, habilitar-se e estar registrado como tal. A habilitao feita perante a Susep, mediante prova de capacidade tcnico-profissional, na forma das instrues baixadas pelo CNSP, sendo o registro promovido Dispe sobre a administrao do Instituto de Resseguros do Brasil - IRB, sobre a transferncia e a transformao de suas aes, e d outras providncias tambm na Susep. Para que o corretor seja registrado necessria a apresentao de documentos que comprovem os seguintes requisitos:

ser brasileiro ou estrangeiro com residncia permanente no Pas; estar quite com o servio militar, quando se tratar de brasileiro; no ser falido; ter habilitao tcnico-profissional; no haver sido condenado por certos crimes previstos no Cdigo Penal; apresentar declarao assinada pelo candidato, com a firma reconhecida, de que no exerce emprego de pessoa jurdica de Direito Pblico nem mantm relao de emprego ou de direo com sociedade seguradora.

Obs.: em se tratando de pessoa jurdica, deve provar que est organizada segundo a lei brasileira; que tem sede no Pas e aes normativas; que seus diretores, gerentes, administradores, scios ou acionistas no exercem emprego de pessoa jurdica de Direito Pblico nem mantm relao de emprego ou de direo de outra sociedade seguradora (Dec. n. 60.459, art. 102).

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Os corretores de seguros podem ser prepostos de sua livre escolha, designando os que os substituiro, e respondem civilmente perante os segurados e as sociedades seguradoras pelos prejuzos que causarem, por omisso, impercia ou negligncia no exerccio da profisso. Respondendo, ainda, profissionalmente, perante a Susep, os corretores que deixarem de cumprir as leis, os regulamentos e as resolues em vigor ou que derem causa, dolosa ou culposa, aos prejuzos s sociedades seguradoras ou aos segurados. Os corretores de seguros so sujeitos multa, suspenso temporria do exerccio da profisso ou cancelamento do registro, penalidades impostas pela Susep. Pelos seguros angariados, as corretoras tm direito a uma remunerao que se denomina de comisso. O interesse segurvel e o risco so os elementos preponderantes para a existncia do contrato de seguro. Interesse segurvel aquilo que constitui o objeto do contrato; , justamente, atravs do interesse segurvel que se calcula a indenizao visada pelo seguro. Risco entende-se como qualquer evento futuro e incerto, se bem que previsto no contrato, que, independente, da vontade das partes, possa afetar o interesse segurado. Faz-se o contrato do seguro justamente para prevenir a ocorrncia do evento. Se esse se verificar, ser devida a indenizao por parte do segurador caso o prmio tenha sido oportunamente pago. Da dizer que o contrato de seguro repousa em quatro elementos: interesse segurvel, prmio, risco e indenizao. O contrato de seguro consensual, bilateral, oneroso, aleatrio, formal e de adeso. Aplice o documento mais importante do contrato de seguro, porque o instrumento da constituio do mesmo.

OPERADORES (SUPERVISIONADOS PELA CVM)

BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS (BM&F)

As bolsas de mercadorias e futuros so associaes privadas civis, com objetivo de efetuar o registro, a compensao e a liquidao, fsica e financeira, das operaes realizadas em prego ou em sistema eletrnico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econmicos a oportunidade de efetuarem operaes de hedging (proteo) ante flutuaes de preo de commodities agropecurias, ndices, taxas de juro, moedas e metais, bem como de todo e qualquer instrumento ou varivel macroeconmica cuja incerteza de preo no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e so fiscalizadas pela Comisso de Valores Mobilirios. BOLSA DE VALORES

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As bolsas de valores so sociedades annimas ou associaes civis, com o objetivo de manter local ou sistema adequado ao encontro de seus membros e realizao entre eles de transaes de compra e venda de ttulos e valores mobilirios, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado por seus membros e pela Comisso de Valores Mobilirios. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa (Resoluo CMN 2.690, de 2000). NOTA: Em maio de 2008 foi criada a BMF&BOVESPA, aps a integrao entre a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e a Bolsa de Valores de So Paulo (BOVESPA).

OPERADORES (SUPERVISIONADOS PELA SUSEP E IRB) SOCIEDADES SEGURADORAS Sociedades seguradoras - so entidades, constitudas sob a forma de sociedades annimas, especializadas em pactuar contrato, por meio do qual assumem a obrigao de pagar ao contratante (segurado), ou a quem este designar, uma indenizao, no caso em que advenha o risco indicado e temido, recebendo, para isso, o prmio estabelecido. SOCIEDADES DE CAPITALIZAO Sociedades de capitalizao - so entidades, constitudas sob a forma de sociedades annimas, que negociam contratos (ttulos de capitalizao) que tm por objeto o depsito peridico de prestaes pecunirias pelo contratante, o qual ter, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente; conferindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prmios em dinheiro. Mais informaes podero ser encontradas no endereo: ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDENCIA COMPLEMENTAR Entidades abertas de previdncia complementar - so entidades constitudas unicamente sob a forma de sociedades annimas e tm por objetivo instituir e operar planos de benefcios de carter previdencirio concedidos em forma de renda continuada ou pagamento nico, acessveis a quaisquer pessoas fsicas. So regidas pelo Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, e pela Lei Complementar 109, de 29 de maio de 2001. As funes do rgo regulador e do rgo fiscalizador so exercidas pelo Ministrio da Fazenda, por intermdio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP). SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE SEGURO SADE

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So Instituies ligadas aos sistemas de previdncia e seguros. Atuam, principalmente, por meio de prestao peridica, que assegura ao associado acesso a uma rede de mdicos e hospitais.

OPERADORES (SUPERVISIONADOS PELO SPC) ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR (FUNDOS DE PENSO)

As entidades fechadas de previdncia complementar (fundos de penso) so organizadas sob a forma de fundao ou sociedade civil, sem fins lucrativos e so acessveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, entes denominados patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas jurdicas de carter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores. As entidades de previdncia fechada devem seguir as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetrio Nacional, por meio da Resoluo 3.121, de 25 de setembro de 2003, no que tange aplicao dos recursos dos planos de benefcios. Tambm so regidas pela Lei Complementar 109, de 29 de maio de 2001.

SISTEMA DE LIQUIDAO E CUSTDIA

Sistema Especial de Liquidao e de Custdia - Selic O Selic o depositrio central dos ttulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa condio processa, relativamente a esses ttulos, a emisso, o resgate, o pagamento dos juros e a custdia. O sistema processa tambm a liquidao das operaes definitivas e compromissadas registradas em seu ambiente, observando o modelo 1 de entrega contra pagamento. Todos os ttulos so escriturais, isto , emitidos exclusivamente na forma eletrnica. A liquidao da ponta financeira de cada operao realizada por intermdio do STR, ao qual o Selic interligado. O sistema, que gerido pelo Banco Central do Brasil e por ele operado em parceria com a Anbima, tem seus centros operacionais (centro principal e centro de contingncia) localizados na cidade do Rio de Janeiro. O horrio normal de funcionamento segue o do STR, das 6h30 s 18h30, em todos os dias considerados teis para o sistema financeiro. Para comandar operaes, os participantes liquidantes e os participantes responsveis por sistemas de compensao e de liquidao encaminham mensagens por intermdio da RSFN, observando padres e procedimentos previstos em manuais especficos da rede. Os demais participantes utilizam outras redes, conforme procedimentos previstos no regulamento do sistema. Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de custdia, alm do Tesouro Nacional e do Banco Central do Brasil, bancos comerciais, bancos mltiplos, bancos de investimento, caixas econmicas, distribuidoras e corretoras de ttulos e valores mobilirios, entidades operadoras de servios de compensao e de liquidao, fundos de investimento e diversas outras instituies integrantes

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do Sistema Financeiro Nacional. So considerados liquidantes, respondendo diretamente pela liquidao financeira de operaes, alm do Banco Central do Brasil, os participantes titulares de conta de reservas bancrias, incluindo-se nessa situao, obrigatoriamente, os bancos comerciais, os bancos mltiplos com carteira comercial e as caixas econmicas, e, opcionalmente, os bancos de investimento. Os no-liquidantes liquidam suas operaes por intermdio de participantes liquidantes, conforme acordo entre as partes, e operam dentro de limites fixados por eles. Cada participante no-liquidante pode utilizar os servios de mais de um participante liquidante, exceto no caso de operaes especficas, previstas no regulamento do sistema, tais como pagamento de juros e resgate de ttulos, que so obrigatoriamente liquidadas por intermdio de um liquidante-padro previamente indicado pelo participante no-liquidante. Os participantes no-liquidantes so classificados como autnomos ou como subordinados, conforme registrem suas operaes diretamente ou o faam por intermdio de seu liquidante-padro. Os fundos de investimento so normalmente subordinados e as corretoras e distribuidoras, normalmente autnomas. As entidades responsveis por sistemas de compensao e de liquidao so obrigatoriamente participantes autnomos. Tambm obrigatoriamente, so participantes subordinados as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalizao, as entidades abertas de previdncia, as entidades fechadas de previdncia e as resseguradoras locais. O sistema conta com cerca de 6.879 participantes (set/2009). Tratando-se de um sistema de liquidao em tempo real, a liquidao de operaes sempre condicionada disponibilidade do ttulo negociado na conta de custdia do vendedor e disponibilidade de recursos por parte do comprador. Se a conta de custdia do vendedor no apresentar saldo suficiente de ttulos, a operao mantida em pendncia pelo prazo mximo de 60 minutos ou at 18h30, o que ocorrer primeiro (no se enquadram nessa restrio as operaes de venda de ttulos adquiridos em leilo primrio realizado no dia). A operao s encaminhada ao STR para liquidao da ponta financeira aps o bloqueio dos ttulos negociados, sendo que a no liquidao por insuficincia de fundos implica sua rejeio pelo STR e, em seguida, pelo Selic. Na forma do regulamento do sistema, so admitidas algumas associaes de operaes. Nesses casos, embora ao final a liquidao seja feita operao por operao, so considerados, na verificao da disponibilidade de ttulos e de recursos financeiros, os resultados lquidos relacionados com o conjunto de operaes associadas.

Diagrama: Selic Exemplos de operaes associadas

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CETIP S/A Balco Organizado de Ativos e Derivativos.

A Cetip depositria principalmente de ttulos de renda fixa privados, ttulos pblicos estaduais e municipais e ttulos representativos de dvidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, de que so exemplos os relacionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensao de Variao Salarial FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuria - Proagro e com a dvida agrria (TDA). Na qualidade de depositria, a entidade processa a emisso, o resgate e a custdia dos ttulos, bem como, quando o caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles relacionados. Com poucas excees, os ttulos so emitidos escrituralmente, isto , existem apenas sob a forma de registros eletrnicos (os ttulos emitidos em papel so fisicamente custodiados por bancos autorizados). As operaes de compra e venda so realizadas no mercado de balco, incluindo aquelas processadas por intermdio do CetipNet (sistema eletrnico de negociao). Conforme o tipo de operao e o horrio em que realizada, a liquidao em D ou D+1. As operaes no mercado primrio, envolvendo ttulos registrados na Cetip, so geralmente liquidadas com compensao multilateral de obrigaes (a Cetip no atua como contraparte central). Compensao bilateral utilizada na liquidao das operaes com derivativos e liquidao bruta em tempo real, nas operaes com ttulos negociados no mercado secundrio. A Cetip observa os modelos 1 e 3 de entrega contra pagamento, conforme a liquidao seja efetuada, respectivamente, sem ou com compensao de obrigaes. As diversas modalidades de liquidao so processadas conforme a seguinte grade de horrios:

Quadro: Cetip - Grade horria Hora 06h30 Abertura do Sistema Evento

08h30 s Registro de operaes com liquidao na modalidade bruta em tempo real LBTR. 17h30 08h30 s Registro de operaes com liquidao na modalidade multilateral Janela Cetip. 11h20 08h30 s Registro de operaes com liquidao na modalidade bilateral. 11h 08h30 s Registro de operaes sem liquidao via STR booktransfer. 18h40

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Quadro: Cetip - Grade horria Hora Evento

08h30 s Registro de operaes atravs de transferncia de arquivos (sesso matutina). 10h35 13h30 s Registro de operaes atravs de transferncia de arquivos (sesso vespertina). 16h45 17h50 s Registro de operaes atravs de transferncia de arquivos (sesso noturna). 18h20 11h35 Horrio limite para a Cetip informar a posio lquida multilateral dos participantes.

08h30 s Horrio para os bancos confirmarem o resultado devedor de operaes sem 18h40 liquidao via STR. 11h25 s Horrio para os bancos confirmarem o resultado consolidado devedor 12h05 modalidade multilateral. Horrio para os bancos liquidantes efetuarem a transferncia do resultado devedor 08h30 s para a conta de liquidao da Cetip no Banco Central do Brasil (STR) modalidade 17h45 bruta. Horrio para os bancos liquidantes efetuarem a transferncia do(s) resultado(s) 11h05 s devedor(es) para a conta de liquidao da Cetip no Banco Central do Brasil (STR) 13h55 modalidade bilateral. Horrio para os bancos liquidantes efetuarem a transferncia do resultado devedor 08h30 s para a conta de liquidao da Cetip no Banco Central do Brasil (STR) modalidade 12h30 multilateral. 12h45 Horrio limite para a Cetip efetuar a transferncia de fundos para as contas de reservas bancrias dos bancos liquidantes com resultado consolidado credor (STR) Horrio limite para a Cetip efetuar transferncias de fundos para as contas de liquidao dos bancos liquidantes com resultado credor (STR) - modalidade bruta Fechamento do Sistema.

18h 20h

Se algum banco liquidante no confirmar o pagamento de participante a ele vinculado, ou se houver inadimplncia de banco liquidante, a compensao multilateral reprocessada, com possvel extenso da janela de liquidao, na forma do regulamento da Cetip. No primeiro caso (no confirmao de pagamento), o novo resultado multilateral calculado com a simples excluso das operaes do participante cuja posio deixou de ser confirmada pelo banco liquidante, sendo as operaes remetidas para liquidao na modalidade LBTR. No segundo 23

caso, inadimplncia de banco liquidante, alm de remeter essas operaes para a modalidade LBTR, abre-se a possibilidade de os participantes indicarem novo banco liquidante. A liquidao financeira final realizada via STR em contas de liquidao mantidas no Banco Central do Brasil (excluem-se da liquidao via STR as posies bilaterais de participantes que tm conta no mesmo banco liquidante). Podem participar da Cetip bancos comerciais, bancos mltiplos, caixas econmicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras de valores, sociedades distribuidoras de valores, sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing, companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais, pessoas jurdicas no financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de previdncia privada, investidores estrangeiros, alm de outras instituies tambm autorizadas a operar nos mercados financeiro e de capitais. Os participantes no-titulares de conta de reservas bancrias liquidam suas obrigaes por intermdio de instituies que so titulares de contas dessa espcie. A Cetip conta com cerca de 8.400 participantes (set/2009). A entidade mantm dois centros de processamento (centro principal e centro secundrio). Em situaes de contingncia, o processamento pode ser retomado no centro secundrio em menos de uma hora. Para registro das operaes podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicaes para o Mercado RTM e a RSFN . A segunda rede utilizada tambm para o trfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidao das operaes. Em todas as situaes, o processamento todo automatizado, isto , sem interveno manual entre o registro e a liquidao das operaes (straight through processing- STP). (straight through processing). 1 Certificados de Depsito Bancrio - CDB, Recibos de Depsito Bancrio - RDB, Depsitos Interfinanceiros - DI, Letras de Cmbio-LC, Letras Hipotecrias - LH, debntures e commercial papers, entre outros. 2 No modelo 3 de entrega contra pagamento, a liquidao financeira e a liquidao fsica (entrega dos ttulos) so feitas de forma simultnea, por resultados lquidos, geralmente ao final do dia. No modelo 1, conforme mencionado em nota anterior, a liquidao das duas pernas feita ao longo do dia, operao por operao.

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PRODUTOS E SERVIOS FINANCEIROS

SERVIOS BANCRIOS Conceito: Antigamente, os bancos somente serviam para as pessoas guardarem dinheiro, fazerem emprstimos, hipotecas, enfim somente operaes financeiras. Hoje, com o objetivo de melhor atender seus clientes, e tambm obterem um melhor resultado financeiro, os bancos operam mais como um grande prestador de servios, sem contudo deixar de lado sua funo principal. Hoje, nos bancos podemos pagar: Contas de luz, gua, esgoto e telefone; Impostos (Federais, Estaduais e Municipais), Contribuies providenciarias; FGTS; Carnes de prestaes diversas; Duplicatas; Consrcios; Mensalidades Escolares; E muitas outras.

Empresas pblicas, particulares e entidades governamentais utilizam-se dos servios bancrios para efetuar pagamentos de salrios, aposentadorias e penses a seus empregados, funcionrios e pensionistas. Os bancos prestam, ainda inmeros servios, como : cobrana e desconto de duplicatas; guarda de valores (ouro. jias, colees raras de dinheiro, de selos); financiam o desenvolvimento de indstrias, comercio e agricultura; financiam construo e compra de imveis habitacionais, inclusive casas populares para os trabalhadores de baixa renda; promovem, atravs de ordens de pagamento, transferncia de dinheiro de uma localidade para outra; etc. Existem ainda alguns servios especiais, que so delegados pelo governo federal, como o FGTS, Seguro Desemprego e Pis que so realizados pela Caixa Econmica Federal e o PASEP que realizado pelo Banco do Brasil.

Os servios bancrios facilitam a vida do cidado e, principalmente, das empresas comerciais que deles se utilizam para fazer depsitos, retiradas de dinheiro, emprstimos, cobranas e descontos de duplicatas, pagamentos a empregados, recolhimentos de obrigaes tributrias e trabalhistas etc. As pessoas que guardam dinheiro em bancos so chamadas de correntistas.

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Para se tornar cliente de um banco, preciso, primeiro abrir uma conta. Os clientes recebem tales de cheques, extratos bancrios, cartes magnticos e outros documentos relacionados movimentao de suas contas. Antes de iniciarmos os nossos estudos sobre os produtos e servios financeiros, demonstramos abaixo, um quadro ilustrativo sobre a intermediao financeira, praticada por um Banco, para um melhor entendimento no aprendizado. Operaes Passivas Banco Intermediador Captao de Recursos Financeiro Operaes Ativas Emprstimos / Financiamentos

Junto aos agentes superavitrios atravs dos instrumentos:

O que o Banco ganha com essa intermediao?

Junto aos agentes deficitrios atravs de financiamentos.

Exemplos:

Resposta: O Spread que a diferena entre o custo da captao versus o preo do dinheiro vendido na forma de emprstimos/financiamentos

Exemplos: Cheque especial

Depsito vista (soma dos saldos em contas correntes de PF e PJ) Depsito a prazo ( CDB e RDB) Cadernetas de Poupana

Operaes de Leasing CDC Conta Garantida Desconto de Ttulos Hot Money

Notamos no quadro acima, que os bancos captam recursos junto aos agentes superavitrios atravs de instrumentos, tais como: depsitos vista, depsitos a prazo, cadernetas de poupana e etc. E transferem esses recursos aos agentes deficitrios, atravs de vrios outros instrumentos como: Cheque especial, Leasing, Crdito Direto ao Consumidor, Conta Garantida, Descontos de Ttulos, Hot Money e etc. O que o banco ganha com essa intermediao?

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O Spread que a diferena entre o custo da captao dos recursos versus o preo do dinheiro vendido.

Exemplo: O banco X, capta a custo zero, R$ 10.000,00 (Dez mil reais) junto a um agente superavitrio atravs do Depsito vista e empresta esses recursos a um agente deficitrio atravs de cheque especial taxa de 9% a.m. Obtendo assim a grosso modo um spread de 9%.

DEPSITOS VISTA O que depsito a vista? Depsito vista uma atividade tpica e distinta dos bancos comerciais, o que os configura como instituies financeiras monetrias. a chamada captao a custo zero. Assim, o depsito vista para os bancos, um dinheiro gratuito. Alguns bancos podem estabelecer um valor mnimo para a abertura de conta, bem como exigem um saldo mdio que visa a garantir os custos operacionais das contas. Os depsitos so efetuados em contas correntes que representam a relao entre banco e cliente. A conta corrente um produto fundamental na relao cliente/ banco, pois proporciona movimentao via depsitos, saques de cheques, remessa e cumprimento de ordens de pagamento, dbitos em conta, etc. A conta corrente pode ser tanto de pessoa fsica como de pessoa jurdica, bem como ser individual ou conjunta. Se for conjunta poder ser solidria ou no solidria/simples. Os depsitos em conta corrente tanto podem ser em dinheiro como em cheque, s que os depsitos em cheques s estaro disposio do correntista aps a compensao. Nota: Dos valores depositados em conta corrente, os bancos so obrigados a direcionar 43% para o depsito compulsrio no BC, (valor que devero ficar depositados na conta reserva do banco mantida no Banco Central do Brasil), 25% para os emprstimos vinculados ao crdito rural, e 2% para os emprstimos vinculados ao microcrdito. Dessa forma, apenas 30% dos recursos disponveis no depsito a vista so recursos de livre movimentao.

Exemplo: um banco que mantenha uma mdia de R$ 1.000.000,00 em depsitos vista dever manter em sua conta reserva 43%, R$ 430.000,00 de depsito compulsrio. Estes recursos ficaro indisponveis para o uso do Banco, ou seja, ele no poder usar esses valores para emprestar aos clientes deficitrios. 25%, R$ 250.000,00 devero ser destinados nica e exclusivamente para financiamento do crdito rural e 2%, R$ 20.000,00, devero ser destinados ao microcrdito. Depsito vista = Contas correntes Pessoas Fsicas e Pessoas Jurdicas

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As contas correntes de Pessoas Fsicas podem ser: Individual ou Conjunta As conjuntas por sua vez podem ser: Solidrias ou no Solidrias ou Simples As Solidrias podem ser movimentadas por um de seus titulares individualmente e a no Solidria ou Simples devem ser movimentadas por no mnimo dois titulares que assinaram a movimentao em conjunto.

Ex 1. Conta solidria Maria dos Santos ou Jos Soares Ex 2. Conta no Solidria ou Simples Andr Fernandes e Jonas Cavaleiro

Contas Correntes1. Quais os tipos de conta que posso ter? Os principais tipos de conta so a conta de depsito vista, a conta de depsito de poupana e a "conta-salrio". A conta de depsito vista o tipo mais usual de conta bancria. Nela, o dinheiro do depositante fica sua disposio para ser sacado a qualquer momento. A poupana foi criada para estimular a economia popular e permite a aplicao de pequenos valores que passam a gerar rendimentos mensalmente. A "conta-salrio" um tipo especial de conta de registro e controle de fluxo de recursos, destinada a receber salrios, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, penses e similares. A "conta-salrio" no admite outro tipo de depsito alm dos crditos da entidade pagadora e no movimentvel por cheques. 2. O que necessrio para abrir uma conta de depsitos? Para abertura de conta de depsito, necessrio preencher a ficha-proposta de abertura de conta, que o contrato firmado entre banco e cliente; dispor de quantia mnima, caso exigida pelo banco; e apresentar os originais dos seguintes documentos: no caso de pessoa fsica: documento de identificao (carteira de identidade ou equivalente, como, por exemplo, a carteira nacional de habilitao nos moldes previstos na Lei 9.503, de 1997); inscrio no Cadastro de Pessoa Fsica (CPF); e comprovante de residncia.

no caso de pessoa jurdica: documento de constituio da empresa (contrato social e registro na junta

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comercial); documentos que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatrios ou prepostos a movimentar a conta; inscrio no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica (CNPJ).

Lembramos que, sendo o contrato de abertura de conta um acordo entre as partes, a instituio financeira no obrigada a abrir uma conta especfica. 3. O menor de idade pode ser titular de conta bancria? Sim. O jovem menor de 16 anos precisa ser representado pelo pai, me ou responsvel legal. O maior de 16 e menor de 18 anos no-emancipado deve ser assistido pelo pai, me ou pelo responsvel legal. 4. Que informaes o banco deve me prestar no ato de abertura da minha conta? Informaes sobre direitos e deveres do correntista e do banco, constantes de contrato, como: condies para fornecimento de talonrio de cheques; necessidade de voc comunicar, por escrito, qualquer mudana de endereo ou nmero de telefone; condies para incluso do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos (CCF); informao de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, podero ser destrudos; tarifas de servios, incluindo a informao sobre servios que no podem ser cobrados; saldo mdio mnimo exigido para manuteno da conta.

Todos esses assuntos devem estar previstos em clusulas explicativas na fichaproposta. 5. Quais os cuidados que devo tomar antes de abrir uma conta? Voc deve: ler atentamente o contrato de abertura de conta (ficha-proposta); no assinar nenhum documento antes de esclarecer todas as dvidas, inclusive referentes a tarifas, juros e outros encargos; solicitar cpia dos documentos que assinou.

6. Quais os cuidados que o banco deve ter por ocasio da abertura de minha conta? As informaes includas na ficha-proposta e todos os documentos de identificao devem ser conferidos, nos originais, pelo funcionrio encarregado da abertura da conta, que assina a ficha juntamente com o gerente responsvel. Os nomes desses dois funcionrios devem estar claramente indicados na ficha-proposta. Em caso de abertura de contas para deficientes visuais o banco deve providenciar a leitura de todo o contrato, em voz alta. 7. O dinheiro depositado em qualquer tipo de conta pode ser transferido, pelo banco, para qualquer modalidade de investimento sem minha autorizao? No. Somente com sua autorizao feita por escrito ou por meio eletrnico.

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8. O banco pode fazer dbitos em minha conta sem minha autorizao? No. O banco s pode debitar sua conta se tiver sido autorizado por voc. Essa autorizao pode ocorrer no momento da assinatura do contrato, ou em contratos de financiamento e emprstimo em que voc concorde com o dbito em sua conta, ou ainda nas situaes de agendamento de pagamento solicitado por voc. O dbito relativo a tarifas bancrias normalmente autorizado no momento da assinatura do contrato. Verifique suas condies. Observe que, mesmo autorizado, o dbito referente cobrana de tarifa em conta corrente e em conta de poupana no pode ser superior ao saldo disponvel, sendo que o saldo disponvel compreende o saldo em sua conta mais o limite de cheque especial, quando houver. O dbito referente cobrana de tarifa em conta de poupana somente poder ocorrer aps o lanamento dos rendimentos de cada perodo. 9. O que necessrio para encerrar a minha conta no banco? Sendo um contrato voluntrio e por tempo indeterminado, uma conta bancria pode ser encerrada por qualquer uma das partes envolvidas. Quando a iniciativa do encerramento for do banco, ele deve: comunicar o fato a voc, solicitando-lhe a regularizao do saldo e a devoluo dos cheques por acaso em seu poder; anotar a deciso na ficha-proposta.

O banco dever encerrar a conta se forem verificadas irregularidades nas informaes prestadas, julgadas de natureza grave, comunicando o fato imediatamente ao Banco Central. No caso da incluso no CCF, o encerramento da conta depende da deciso do prprio banco, mas no poder continuar fornecendo talo de cheque a voc. Quando a iniciativa do encerramento for sua, voc dever observar os seguintes cuidados: entregar ao banco correspondncia solicitando o encerramento da sua conta, exigindo recibo na cpia, ou enviar pelo correio, por meio de carta registrada; verificar se todos os cheques emitidos foram compensados para evitar que seu nome seja includo no CCF pelo motivo 13 (conta encerrada); entregar ao banco as folhas de cheque ainda em seu poder, ou apresentar declarao de que as inutilizou; manter recursos suficientes para o pagamento de compromissos assumidos com a instituio financeira ou decorrentes de disposies legais.

A instituio financeira deve lhe informar a data do efetivo encerramento da conta, por correspondncia ou por meio eletrnico.

Conta Salrio1. O que "conta-salrio"? A "conta-salrio" um tipo especial de conta de registro e controle de fluxo de recursos, destinada a receber salrios, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, penses e similares. A "conta-salrio" no admite outro tipo de depsito alm dos crditos da entidade pagadora e no movimentvel por cheques.

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2. Qual a vantagem de se ter uma "conta-salrio"? Um benefcio trazido pela "conta-salrio" a possibilidade de o empregado transferir o seu salrio para outra conta diferente daquela aberta pelo empregador, sem precisar pagar tarifa por isso. A indicao da conta a ser creditada deve ser comunicada por escrito instituio financeira, em carter de instruo permanente. A instituio obrigada a aceitar a ordem no prazo mximo de cinco dias teis contados da data do recebimento da comunicao. Caso o empregado formalize o pedido no banco contratado pela empresa pagadora, os recursos devem ser transferidos para o banco escolhido pelo empregado, no mesmo dia do crdito, at as 12h. O empregado tambm pode optar pelo saque dos recursos da prpria "contasalrio" ou pela sua transferncia para conta de depsitos aberta no mesmo banco. Outro benefcio a iseno de algumas tarifas sobre essas contas. 3. Quais tarifas no podem ser cobradas sobre a "conta-salrio"? Sobre esse tipo de conta vedada a cobrana de tarifa nas transferncias dos recursos para outra instituio financeira, para crdito conta de depsito de titularidade do beneficirio, conjunta ou no, desde que esses valores sejam transferidos pelo valor total creditado, admitida a deduo de parcelas de emprstimo, de financiamento ou de arrendamento mercantil, contratados na "conta-salrio". Na transferncia parcial do crdito para outra instituio financeira pode ser cobrada tarifa, mesmo que seja uma s transferncia. Se a transferncia for para outra conta na mesma instituio financeira, vedada a cobrana de tarifa nas transferncias pelo valor total ou parcial dos crditos. Tambm no podem ser cobradas tarifas por: fornecimento de carto magntico, a no ser nos casos de pedidos de reposio decorrentes de perda, roubo, danificao e outros motivos no imputveis instituio financeira; realizao de at cinco saques, por evento de crdito; acesso a pelo menos duas consultas mensais ao saldo nos terminais de auto-atendimento ou diretamente no guich de caixa; fornecimento, por meio dos terminais de auto-atendimento ou diretamente no guich de caixa, de pelo menos dois extratos contendo toda a movimentao da conta nos ltimos trinta dias; manuteno da conta, inclusive no caso de no haver movimentao.

4. Posso abrir uma "conta-salrio"? Para abertura da "conta-salrio", necessrio que seja firmado um contrato ou convnio entre a instituio financeira e o empregador. A "conta-salrio" no aberta por iniciativa do empregado. A "conta-salrio" aberta por iniciativa do empregador, que responsvel pela identificao dos beneficirios. 5. Os bancos so obrigados a abrir "conta-salrio"? As instituies financeiras somente esto obrigadas a abrir conta-salrio se prestarem servios de execuo de folha de pagamento de uma empresa. Para isso, necessrio que seja firmado um contrato ou convnio entre a instituio financeira e o empregador, conforme indicado na pergunta anterior.

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6. obrigatria a utilizao empregados pblicos?

de

"conta-salrio"

para

servidores

e

Para os servios de execuo de folha de pagamento prestados pelas instituies financeiras ao setor pblico, a adoo da conta-salrio somente passar a ser obrigatria a partir de 2 de janeiro de 2012. At essa data, podero ser feitos pagamentos de salrios por meio de contas comuns, desde que os contratos firmados entre o rgo pblico e a instituio financeira contenham clusulas que estabeleam vedao cobrana de tarifas dos beneficirios para, no mnimo, os seguintes servios: transferncia, total ou parcial, dos crditos para outras instituies; saques, totais ou parciais, dos crditos; e fornecimento de carto magntico e de talonrio de cheques para movimentao dos crditos.

Nesses casos, a conta de que o servidor ou empregado pblico dispe est sujeita s regras sobre tarifas bancrias estabelecidas pela Resoluo CMN 3.919, de 2010, com o benefcio adicional das isenes acima citadas. 7. obrigatria a utilizao de "conta-salrio" para os empregados da iniciativa privada? Para os servios de execuo de folha de pagamento prestados pelas instituies financeiras ao setor privado, a adoo da conta-salrio obrigatria desde 2 de janeiro de 2009. 8. Posso ter cheque da "conta-salrio"? No. A "conta-salrio" no movimentvel por cheques. 9. Como posso sacar os recursos de minha "conta-salrio"? Os recursos creditados na conta-salrio podem ser sacados em terminais de autoatendimento, diretamente em guich de caixa, inclusive em ponto de atendimento de correspondente no Pas, ou por qualquer outro meio previsto no instrumento contratual firmado entre a instituio financeira e a entidade contratante. Alm disso, os recursos podem tambm ser utilizados para: 10. Dirias podem ser pagas por meio de "conta-salrio"? Sim. A "conta-salrio" se destina ao pagamento de salrios, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, penses e similares. Ou seja, devem ser pagas por meio da conta-salrio todas as verbas provenientes de remunerao do trabalho prestado, devidas pelo empregador, e que efetivamente transitem em folha de pagamento. 11. Os beneficirios do INSS podem ter "conta-salrio"? No. As disposies da conta-salrio no se aplicam aos beneficirios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No entanto, verifique com o INSS sobre a existncia de regulamentao semelhante que alcance os benefcios pagos por aquele Instituto. pagamentos com o uso de carto magntico com funo de dbito; liquidao de contas, faturas ou quaisquer outros documentos representativos de dvidas, inclusive mediante dbito automtico.

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- normativos: Resoluo CMN 3.402, de 2006 Resoluo CMN 3.424, de 2006 Circular 3.336, de 2006 Circular 3.338, de 2006

Tarifas1. Os bancos so livres para cobrar qualquer tarifa? No. Desde 30 de abril de 2008, quando entrou em vigor nova regulamentao editada pelo Conselho Monetrio Nacional e pelo Banco Central (Resoluo CMN 3.518, de 2007), houve alterao no disciplinamento das cobranas de tarifas pelas instituies financeiras. A regulamentao atualmente em vigor (Resoluo CMN 3.919, de 2010) classifica em quatro modalidades os tipos de servios prestados s pessoas fsicas pelas instituies financeiras e demais instituies autorizadas a funcionar pelo Banco Central: servios essenciais: aqueles que no podem ser cobrados; servios prioritrios: aqueles relacionados a contas de depsitos, transferncias de recursos, operaes de crdito e de arrendamento mercantil, carto de crdito bsico e cadastro, somente podendo ser cobrados os servios constantes da Lista de Servios da Tabela I anexa Resoluo CMN 3.919, de 2010, devendo ainda ser observados a padronizao, as siglas e os fatos geradores da cobrana, tambm estabelecidos por meio da citada Tabela I; servios especiais: aqueles cuja legislao e regulamentao especficas definem as tarifas e as condies em que aplicveis, a exemplo dos servios referentes ao crdito rural, ao Sistema Financeiro da Habitao (SFH), ao Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), ao Fundo PIS/PASEP, s chamadas contas-salrio, bem como s operaes de microcrdito de que trata a Resoluo CMN 3.422, de 2006; servios diferenciados: aqueles que podem ser cobrados desde que explicitadas ao cliente ou ao usurio as condies de utilizao e de pagamento.

2. Quais so os servios essenciais, ou seja, aqueles que no podem ser cobrados? No pode haver cobrana sobre os seguintes servios essenciais prestados a pessoas fsicas: relativamente conta corrente de depsito vista: fornecimento de carto com funo dbito; fornecimento de segunda via do carto de dbito, exceto nos casos decorrentes de perda, roubo, furto, danificao e outros motivos no imputveis instituio emitente; realizao de at quatro saques, por ms, em guich de caixa, inclusive por meio de cheque ou de cheque avulso, ou em terminal de autoatendimento; realizao de at duas transferncias de recursos entre contas na prpria instituio, por ms, em guich de caixa, em terminal de autoatendimento e/ou pela internet; fornecimento de at dois extratos, por ms, contendo a movimentao dos ltimos 30 dias por meio de guich de caixa e/ou terminal de autoatendimento; realizao de consultas mediante utilizao da internet; fornecimento, at 28 de fevereiro de cada ano, do extrato consolidado, discriminando, ms a ms, os valores cobrados no ano anterior relativos a

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tarifas; compensao de cheques; fornecimento de at dez folhas de cheques por ms, desde que o cliente rena os requisitos necessrios utilizao de cheques, conforme a regulamentao em vigor e condies pactuadas; e prestao de qualquer servio por meios eletrnicos, no caso de contas cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrnicos.

relativamente conta de depsito de poupana: fornecimento de carto com funo movimentao; fornecimento de segunda via do carto, exceto nos casos de pedidos de reposio formulados pelo correntista, decorrentes de perda, roubo, furto, danificao e outros motivos no imputveis instituio emitente; realizao de at dois saques, por ms, em guich de caixa ou em terminal de auto atendimento; realizao de at duas transferncias, por ms, para conta de depsitos de mesma titularidade; fornecimento de at dois extratos, por ms, contendo a movimentao dos ltimos trinta dias; realizao de consultas mediante utilizao da internet; fornecimento, at 28 de fevereiro de cada ano, do extrato consolidado, discriminando, ms a ms, os valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas; prestao de qualquer servio por meios eletrnicos, no caso de contas cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrnicos.

A regulamentao estabelece tambm que a realizao de saques em terminais de auto atendimento em intervalo de at trinta minutos considerada como um nico evento. Alm dos servios essenciais, tambm no pode ser cobrada tarifa por liquidao antecipada em operaes de crdito e de arrendamento mercantil financeiro pactuadas com pessoas fsicas e com microempresas e empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar 123, de 2006, para contratos assinados a partir de 10.12.2007. 3. Quais so os servios prioritrios? Os servios prioritrios so aqueles listados na Tabela I da Resoluo CMN 3.919, de 2010. So exemplos de servios prioritrios: o fornecimento de 2 via de carto nos casos decorrentes de perda, roubo, furto, danificao e outros motivos no imputveis instituio emitente; excluso do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF); emisso de cheque administrativo. Ressalte-se que apenas podem ser cobrados das pessoas fsicas aqueles servios prioritrios listados na referida Tabela I. 4. Quais so os servios diferenciados? Os servios diferenciados so aqueles listados no artigo 5 da Resoluo CMN 3.919, de 2010. So exemplos de servios diferenciados: o aditamento de contratos; aval e fiana; cmbio; envio de mensagem automtica relativa movimentao ou lanamento em conta de depsitos ou de carto de crdito; fornecimento de atestados, certificados e declaraes. Destaque-se que no so considerados aditamento de contrato: I - contratos por adeso, exceto no caso de substituio do bem em operaes de

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arrendamento mercantil; e II - liquidao ou amortizao antecipada, cancelamento ou resciso de contratos. Tambm no pode haver cobrana pelo fornecimento de atestados, certificados e declaraes nas situaes em que o fornecimento obrigatrio por determinao legal ou regulamentar. 5. Os bancos podem aumentar o valor das tarifas a qualquer tempo? E podem criar novas tarifas? O aumento do valor de tarifa existente ou a instituio de nova tarifa aplicvel a pessoas fsicas deve ser divulgado com, no mnimo, trinta dias de antecedncia cobrana. Os preos dos servios prioritrios e o valor do pacote padronizado obrigatrio somente podem ser majorados aps 180 dias de sua ltima alterao, admitindo-se a sua reduo a qualquer tempo. Esse prazo aplica-se individualmente a cada tarifa. 6. Como ficam as novas regras sobre tarifas de carto de crdito? As novas regras de tarifas de cartes de crdito esto em vigor desde 1 de junho de 2011. Para os contratos formalizados a partir dessa data, os bancos s podem cobrar cinco tarifas referentes prestao de servios de carto de crdito (anuidade, emisso de segunda via do carto, tarifa para uso na funo saque, para uso do carto no pagamento de contas e no pedido de avaliao emergencial do limite de crdito). Para os contratos formalizados at 31 de maio de 2011, essas regras passam a valer a partir de 1 de junho de 2012. At essa data, os servios referentes a esses cartes so considerados servios diferenciados e podem ser cobrados, de acordo com os termos do contrato, desde que devidamente explicitadas, ao cliente ou usurio, as condies de utilizao e de pagamento. 7. E os pacotes de servios? obrigatria a disponibilizao de pacote padronizado de servios prioritrios para pessoas fsicas, nos termos da Tabela II da Resoluo CMN 3.919, de 2010. O valor cobrado mensalmente pelo pacote padronizado de servios no pode exceder o somatrio do valor das tarifas individuais que o compem. Adicionalmente, as instituies podem oferecer pacotes especficos de servios contendo servios prioritrios, especiais e/ou diferenciados, no podendo incluir os servios cuja cobrana proibida, bem como servios vinculados a carto de crdito. A contratao de pacotes de servios deve ser realizada mediante contrato especfico. O cliente tem, tambm, o direito de optar pelo pacote padronizado, ou pela utilizao e pagamento somente por servios individualizados. 8. As instituies devem divulgar as tarifas que cobram? Sim, as instituies financeiras so obrigadas a divulgar, em local e formato visvel ao pblico, nas suas dependncias e nas respectivas pginas na internet: tabela com os servios essenciais (os que no podem ser cobrados); tabela com os servios prioritrios; tabela contendo informaes sobre o pacote padronizado; tabelas de demais servios prestados pela instituio, inclusive pacotes de

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servios; esclarecimento de que os valores das tarifas foram estabelecidos pela prpria instituio; outras informaes estabelecidas pela regulamentao em vigor.

obrigatria a divulgao no recinto dos correspondentes no Pas, alm dessas tabelas, das tarifas relativas aos servios prestados por meio do correspondente. Na divulgao de pacotes de servios, devem ser informados, no mnimo: I - o valor individual de cada servio includo; II - o total de eventos admitidos por servio includo; e III - o preo estabelecido para o pacote.

Cheques1. O que o cheque? O cheque uma ordem de pagamento vista e um ttulo de crdito. A operao com cheque envolve trs agentes: o emitente (emissor ou sacador), que aquele que emite o cheque; o beneficirio, que a pessoa a favor de quem o cheque emitido; e o sacado, que o banco onde est depositado o dinheiro do emitente.

O cheque uma ordem de pagamento vista, porque deve ser pago no momento de sua apresentao ao banco sacado. Contudo, para os cheques de valor superior a R$ 5 mil, prudente que o cliente comunique ao banco com antecedncia, pois a instituio pode postergar saques acima desse valor para o expediente seguinte. O cheque tambm um ttulo de crdito para o beneficirio que o recebe, porque pode ser protestado ou executado em juzo. No cheque esto presentes dois tipos de relao jurdica: uma entre o emitente e o banco (baseada na conta bancria); outra entre o emitente e o beneficirio. 2. Quais as formas de emisso do cheque? O cheque pode ser emitido de trs formas: nominal (ou nominativo) ordem: s pode ser apresentado ao banco pelo beneficirio indicado no cheque, podendo ser transferido por endosso do beneficirio; nominal no ordem: no pode ser transferido pelo beneficirio; e ao portador: no nomeia um beneficirio e pagvel a quem o apresente ao banco sacado. No pode ter valor superior a R$ 100.

Para tornar um cheque no ordem, basta o emitente escrever, aps o nome do beneficirio, a expresso no ordem, ou no-transfervel, ou proibido o endosso, ou outra equivalente. Cheque de valor superior a R$100 tem que ser nominal, ou seja, trazer a identificao do beneficirio. O cheque de valor superior a R$100 emitido sem identificao do beneficirio ser devolvido pelo motivo '48-cheque emitido sem identificao do beneficirio - acima do valor estabelecido'. 3. As pessoas, lojas, empresas so obrigadas a receber cheques? No. Apenas as cdulas e as moedas do real tm curso forado. Veja tambm as perguntas e respostas sobre o uso do dinheiro.

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4. O que cheque especial? O chamado cheque especial um produto que decorre de uma relao contratual em que fornecida ao cliente uma linha de crdito para cobrir cheques que ultrapassem o valor existente na conta. O banco cobra juros por esse emprstimo. 5. Um cheque apresentado antes do dia nele indicado (pr-datado) pode ser pago pelo banco? Sim. O cheque uma ordem de pagamento vista, vlida para o dia de sua apresentao ao banco, mesmo que nele esteja indicada uma data futura. Se houver fundos, o cheque pr-datado pago; se no houver, devolvido pelo motivo 11 ou 12. Do ponto de vista da operao comercial, divergncias devem ser tratadas na esfera judicial. 7. O motivo de devoluo deve ser registrado no cheque? Sim. Ao recusar o pagamento de cheque apresentado para compensao, a instituio deve registrar, no verso do cheque, em declarao datada, o cdigo correspondente ao motivo da devoluo. No caso de cheque apresentado ao caixa, o registro deve ser feito com anuncia do beneficirio. 8. O banco obrigado a comunicar ao emitente a devoluo de cheques sem fundos? Somente nos motivos 12, 13 e 14, que implicam incluso do seu nome no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF). 9. O correntista pode impedir o pagamento de um cheque j emitido? Sim. Existem duas formas: oposio ao pagamento ou sustao, que pode ser determinada pelo emitente ou pelo portador legitimado, durante o prazo de apresentao; contra-ordem ou revogao, que determinada pelo emitente aps o trmino do prazo de apresentao.

Os bancos no podem impedir ou limitar o direito do emitente de sustar o pagamento de um cheque. No entanto, os bancos podem cobrar tarifa pela sustao, cujo valor deve constar da tabela de servios prioritrios da instituio. (Veja tambm as perguntas e respostas sobre tarifas bancrias.) No caso de cheque devolvido por sustao, cabe ao banco sacado informar o motivo alegado pelo oponente, sempre que solicitado pelo favorecido nominalmente indicado no cheque ou pelo portador, quando se tratar de cheque cujo valor dispense a indicao do favorecido. 10. O banco pode fornecer informaes sobre o emitente de cheque devolvido? A instituio financeira sacada obrigada a fornecer, mediante solicitao formal do interessado, nome completo e endereos residencial e comercial do emitente, no caso de cheque devolvido por: insuficincia de fundos; motivos que ensejam registro de ocorrncia no CCF; sustao ou revogao devidamente confirmada, no motivada por furto, roubo

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ou extravio; divergncia, insuficincia ou ausncia de assinatura; ou erro formal de preenchimento.

As informaes referidas acima devem ser prestadas em documento timbrado da instituio financeira e somente podem ser fornecidas: ao beneficirio, caso esteja indicado no cheque, ou a mandatrio legalmente constitudo; ou ao portador, em se tratando de cheque em relao ao qual a legislao em vigor no exija a identificao do beneficirio e que no contenha a referida identificao.

11. O que fazer no caso de ter cheque furtado ou roubado? No caso de furto ou roubo de folha de cheque em branco ou de cheque emitido, o correntista deve, primeiro, registrar ocorrncia policial. No ato de sustao, deve ser apresentado, ao banco, o boletim de ocorrncia. Assim, o cheque, se apresentado, ser devolvido pelo motivo 20 (folha roubada e sustada) ou 28 (cheque roubado e sustado), conforme o caso, e o banco estar proibido de fornecer qualquer informao ao portador. Nesse caso, o correntista fica liberado do pagamento das taxas estabelecidas pelo Conselho Monetrio Nacional e, no caso de ter sido includo indevidamente no CCF, da tarifa pelo servio de excluso do seu nome do cadastro. No entanto, o banco pode cobrar tarifa pela sustao do cheque, cujo valor deve constar da tabela de servios prioritrios da instituio. A solicitao de sustao pode ser realizada em carter provisrio, mediante qualquer mei