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Universidade Federal do Rio de Janeiro ANÁLISE DA EXPANSÃO DE LOJAS NA CASAS PEDRO UTILIZANDO ANALYTICS PARA A CRIAÇÃO DE UMA FERRAMENTA DE SUPORTE À EXPANSÃO João Victor Paiva de Souza Lior London 2019

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

ANÁLISE DA EXPANSÃO DE LOJAS NA CASAS PEDRO

UTILIZANDO ANALYTICS PARA A CRIAÇÃO DE UMA

FERRAMENTA DE SUPORTE À EXPANSÃO

João Victor Paiva de Souza

Lior London

2019

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ANÁLISE DA EXPANSÃO DE LOJAS NA CASAS PEDRO

Utilizando analytics para a criação de uma

ferramenta de suporte à expansão

João Victor Paiva de Souza

Lior London

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia

de Produção da Escola Politécnica, Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Roberto Ivo da Rocha Lima Filho

Rio de Janeiro

Agosto de 2019

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Souza, João Victor de Paiva

London, Lior

ANÁLISE DA EXPANSÃO DE LOJAS NA CASAS

PEDRO

Utilizando analytics para a criação de uma ferramenta

de suporte à expansão – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2019.

Orientador: Roberto Ivo da Rocha Lima Filho

Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de

Engenharia de Produção, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 54-55

1. Análise de regressão 2. Varejo alimentício 3.

Expansão de lojas

I. Filho, Roberto Ivo da Rocha Lima II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de Engenharia de

Produção. III. ANÁLISE DE EXPANSÃO DE LOJAS NA

CASAS PEDRO Utilizando analytics para a criação de uma

ferramenta de suporte à expansão.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica UFRJ

como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro

de Produção.

Análise de Expansão de Lojas na Casas Pedro

Utilizando analytics para a criação de uma ferramenta de suporte à expansão

João Victor Paiva de Souza

Lior London

Agosto/2019

Orientador: Roberto Ivo da Rocha Lima Filho

Curso: Engenharia de Produção

A análise de dados vem provando ser vantajosa para as empresas de varejo

nos últimos anos, fornecendo informações que auxiliam a direção nas tomadas

de decisão. A Casas Pedro é uma varejista de alimentos que foca, além de

outros objetivos, em desenvolvimento de seu potencial de vendas nas lojas

próprias da rede. Para atender essa demanda, foi desenvolvido um modelo de

análise de regressão que busca examinar as relações entre as vendas das

lojas da empresa com informações sociodemográficas.

Palavras-chave: Análise de regressão, Varejo, Expansão.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial

fulfillment of the requirement for the degree of Industrial Engineering

Store Expansion Analysis of Casas Pedro

Using analytics to create a tool that supports store expansion

João Victor Paiva de Souza

Lior London

Agosto/2019

Advisor: Roberto Ivo da Rocha Lima Filho

Course: Engenharia de Produção

Data analysis has proven to be beneficial for retail companies in recent years by

providing information that aids management in decision making. Casas Pedro is

a food retailer that focuses, among other objectives, on developing its sales

potential in the chain's stores. To meet this demand, a regression analysis

model was developed that seeks to examine the relationship between the

company's store sales and sociodemographic information.

Keywords: Regression analysis, Retail, Expansion.

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AGRADECIMENTOS

Nos tornar engenheiros nos fez refletir sobre todos aqueles que

estiveram conosco nessa jornada para que pudesse chegar até aqui. O

caminho nem sempre foi fácil, mas por conta de pessoas especiais tudo se

tornou mais simples e leve.

Como não poderia deixar de ser, agradecemos em primeiro lugar aos

nossos pais, que sempre foram nossos maiores apoiadores e incentivadores

nesse caminho. Agradecemos o afeto incondicional e por sempre acreditarem

em nossos potenciais, fazendo de tudo para que pudéssemos conquistar aquilo

que desejamos. Tenham certeza que sem vocês nada disso seria possível.

Agradecemos, também, aos nossos irmãos e namoradas, que durante todos

esses anos foram grandes parceiros e fortalezas para nos ajudar a superar os

desafios encontrados durante esse período.

Aos nossos colegas de turma, que tivemos a honra de partilhar grandes

momentos durante esses anos da vida acadêmica e com quem pudemos

aprender todos os dias. Com toda a certeza, foram experiências essenciais

para nossa formação como engenheiros de produção, para nossa carreira

profissional e desenvolvimento pessoal.

Agradecemos, por fim, ao nosso orientador, Roberto Ivo da Rocha Lima

Filho, por todo o carinho e atenção que demonstrou conosco durante todos

esses anos e nas orientações concedidas no presente projeto, que foram

primordiais para seu desenvolvimento.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ......................................................................... 10

1.1. OBJETIVOS .............................................................................................. 11

1.1.1. Objetivos Gerais ..................................................................................... 11

1.1.2. Objetivos Específicos ............................................................................. 11

1.2. ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TRABALHO ................................... 12

CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................... 14

2.1. DESCOBERTA DE CONHECIMENTO EM BASE DE DADOS ................. 14

2.2. MODELOS DE REGRESSÃO ................................................................... 15

CAPÍTULO 3 - REVISÃO DA LITERATURA .................................................... 19

CAPÍTULO 4 - ENTENDIMENTO DO NEGÓCIO ............................................ 21

4.1. APRESENTAÇÃO DA CASAS PEDRO .................................................... 21

4.2. ESTRATÉGIA ............................................................................................ 23

4.3. PROBLEMÁTICA ...................................................................................... 24

CAPÍTULO 5 - ENTENDIMENTO DOS DADOS .............................................. 27

5.1. IMPORTÂNCIA ANALÍTICA ...................................................................... 28

5.2. SAZONALIDADE ....................................................................................... 29

5.3. TICKET MÉDIO ......................................................................................... 30

5.4. ATENDIMENTOS ...................................................................................... 32

5.5. MATURAÇÃO DE LOJA ............................................................................ 34

5.6. CANIBALIZAÇÃO ...................................................................................... 35

5.7. METRAGEM .............................................................................................. 36

5.8. QUANTIDADE DE DIAS ÚTEIS E SÁBADOS .......................................... 37

5.9. POPULAÇÃO ............................................................................................ 37

5.10. POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA ........................................... 38

5.11. RENDA MÉDIA DOMICILIAR .................................................................. 39

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CAPÍTULO 6 - MODELAGEM .......................................................................... 40

6.1. MINERAÇÃO DE DADOS ......................................................................... 41

6.2. VALIDAÇÕES INICIAIS ............................................................................. 42

6.3. ATENDIMENTOS ...................................................................................... 43

6.4. TICKET MÉDIO ......................................................................................... 44

CAPÍTULO 7 - ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................ 45

7.1. VALIDAÇÃO DOS MODELOS .................................................................. 45

7.2. ANÁLISE GRÁFICA .................................................................................. 47

7.3. RESULTADOS OBTIDOS ......................................................................... 48

CAPÍTULO 8 - IMPLEMENTAÇÃO .................................................................. 50

CAPÍTULO 9 - PRÓXIMOS PASSOS .............................................................. 52

CONCLUSÃO ................................................................................................... 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 54

ANEXOS .......................................................................................................... 56

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Descoberta de Conhecimento em Base de Dados. ......................... 15

Figura 2 - Exemplo de regressão linear.. ......................................................... 16

Figura 3 - Exemplo de distribuição de probabilidade. ....................................... 17

Figura 4 - Média das vendas por mês de 2015 a 2018.. .................................. 30

Figura 5 - Média das vendas por mês por loja de 2015 a 2018........................ 30

Figura 6 - Ticket Médio por mês por loja de 2015 a 2018.. .............................. 31

Figura 7 - Histograma de ticket médio.. ............................................................ 32

Figura 8 - Boxplot de ticket médio. ................................................................... 32

Figura 9 - Média de atendimentos por mês por loja de 2015 a 2018.. ............. 33

Figura 10 - Histograma de atendimentos por mês por loja de 2015 a 2018. .... 34

Figura 11 - Boxplot de atendimentos por mês por loja de 2015 a 2018.. ......... 34

Figura 12 - Raios de influência das lojas extraído do Geofusion.. .................... 36

Figura 13 - Ticket Médio e Atendimentos das lojas.. ........................................ 43

Figura 14 - Correlação TM e Atendimentos...................................................... 43

Figura 15 - Resíduos em função dos valores estimados para a regressão da

quantidade de atendimentos para lojas dos bairros do Rio de Janeiro, com

exceção do Centro.. ......................................................................................... 46

Figura 16 - Distribuição normal teórica e resíduos observados para a regressão

da quantidade de atendimentos para lojas dos bairros do Rio de Janeiro, com

exceção do Centro.. ......................................................................................... 46

Figura 17 - Regressão Atendimentos. .............................................................. 47

Figura 18 - Regressão Ticket Médio.. .............................................................. 48

Figura 19 - Regressão para dados da Ilha do Governador.. ............................ 51

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

No contexto de tendência de volta do crescimento econômico do Brasil

e, mais especificamente, da cidade do Rio de Janeiro, é essencial que as

organizações estejam preparadas para aproveitar ao máximo as oportunidades

de negócio que podem surgir. No varejo, como um setor extremamente

dinâmico e competitivo no mercado brasileiro, as empresas devem estar

sempre preocupadas em se desenvolver de forma sustentável e consciente, de

maneira a maximizar o retorno nos investimentos realizados.

Um ganho de escala na operação, junto a maior eficiência operacional

fazem com que se aumente a vantagem competitiva, objetivo de grande

relevância em mercados de grande concorrência. Para tal, diversas ações se

tornam de extrema importância, tais como: aumentar vendas, fidelizar clientes,

expandir área de atuação, selecionar investimentos, otimizar processos,

aumentar o valor percebido no produto pelo cliente e aumentar o valor

percebido na empresa pela sociedade.

Hoje, ferramentas tecnológicas extremamente importantes conseguem

quantificar o que anos atrás era puramente conhecimento tácito e intuitivo,

gerando cada vez mais possibilidades de análise para auxiliar a tomada de

decisão das empresas, diferenciando-as. Assim, elas vêm evoluindo em ritmo

muito acelerado nos últimos anos, buscando endereçar as limitações técnicas

convencionais em lidar com as demandas cada vez mais sofisticadas e

crescentes volumes de dados encontrados.

Historicamente, as empresas familiares brasileiras costumam fazer uso

de análises mais simples e incompletas para tomada de decisão, sendo muitas

vezes apenas qualitativas e baseadas na experiência pessoal dos líderes, o

que se torna um risco à continuidade dessas companhias no mercado

competitivo. Nessa tendência, a Casas Pedro, empresa de varejo alimentício

muito tradicional no cenário carioca, possuía um baixo nível de controle e

poucas ferramentas de auxílio à tomada de decisão.

Nos últimos anos, a partir de uma transição para uma gestão mais

profissional, a Casas Pedro vem buscando aprimorar suas análises e controles

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para garantir sua prosperidade e seu crescimento saudável. Hoje com 37 lojas

no estado do Rio de Janeiro, a empresa aprimorou processos e adotou

ferramentas robustas de gestão, abrangendo desde controle financeiro e de

estoque até sistemas de ponto de venda e relacionamento com clientes. A

transição tem logrado grande êxito, alcançando resultados com ganhos

consideráveis em relação ao modelo anterior, mesmo sem deixar de prezar

pelos diferenciais de variedade, paixão pelas vendas e qualidade no

atendimento, marcas históricas da varejista.

Entretanto, apesar da evolução recente em diversos setores, uma

inciativa de extrema importância, considerando a visão definida pela empresa e

as tendências do mercado, que recebeu pouca atenção foi a de expansão de

lojas da rede. Atualmente, o processo de decisão é muito baseado em análises

puramente qualitativas dos pontos negociados.

Sendo assim, estre trabalho busca auxiliar a Casas Pedro nas análises

quantitativas para uma melhor tomada de decisão, buscando uma expansão

saudável e sustentável da rede de lojas próprias.

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivos Gerais

O objetivo geral deste trabalho é a formulação de uma ferramenta de

suporte à equipe comercial da Casas Pedro na definição da estratégia de

expansão física da empresa, auxiliando quantitativamente a tomada de decisão

quanto aos locais ideais e prioritários para futuras lojas da rede. Para orientar

este desenvolvimento será elaborado um estudo de caso, a partir de

metodologias estatísticas de análise de dados, baseado nos registros históricos

das lojas da empresa.

1.1.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

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Identificar influência de variáveis sociodemográficos no resultado das

lojas;

Identificar influência de fatores físicos das lojas em seu resultado;

Identificar viabilidade e potencial de resultado de possíveis futuras

lojas;

Aumentar o retorno sobre os investimentos da companhia em

expansão;

Incentivar a análise quantitativa do setor comercial.

1.2. ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em: introdução, 8 capítulos de

desenvolvimento (2 a 9) e conclusão. Segue as normas da ABNT de

formatação de trabalhos acadêmicos e foi desenvolvido no período de janeiro a

agosto de 2019.

O segundo capítulo apresenta os fundamentos teóricos utilizados para a

elaboração do estudo apresentado. Nesse é introduzida a metodologia utilizada

para a análise de correlação das vendas da Casas Pedro e apresentado o

modelo que foi utilizado para guiar o desenvolvimento e estrutura do trabalho.

O terceiro capítulo revisa a literatura contemporânea a fim de

contextualizar o cenário acadêmico atual sobre o tema.

O quarto capítulo apresenta uma introdução ao negócio, apresentando a

instituição Casas Pedro como uma empresa de varejo alimentício com metas

agressivas de crescimento no estado do Rio de janeiro. Em seguida, é exposta

a problemática na qual ela está inserida e se inicia a formulação de hipóteses

sobre a possível solução para o problema em questão.

O quinto capítulo aborda o entendimento dos dados, apresentando e

explicitando a base de dados utilizada no trabalho e os resultados de uma

análise exploratória realizada com os mesmos. É explicado, também, o

processo de tratamentos realizados em cada agrupamento de dados e as

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características intrínsecas ao negócio da companhia que justificam tais

manipulações.

O sexto capítulo desenvolve a descrição do modelo aplicado para a

solução do problema descrito anteriormente. Para tanto, apresenta-se todo o

conteúdo que tange a etapa de modelagem matemática, desde a preparação

dos dados até a seleção do modelo e a definição dos parâmetros utilizados

O sétimo capítulo contempla a validação do modelo apresentado

anteriormente, usando-se de abordagens estatísticas aprendidas ao longo do

curso de Engenharia de Produção para comprovar a efetiva utilização das

regressões obtidas. Depois, são utilizadas abordagens gráficas para melhor

visualizar os resultados obtidos ao longo do presente trabalho.

Já no oitavo capítulo, apresenta-se a forma proposta para utilização do

aprendizado obtido no estudo. Nele se busca aproximar o conhecimento

técnico estatístico da prática de varejo, com grande foco em tornar o modelo

simples ao usuário final.

O nono capítulo aborda possíveis próximos passos que possam

complementar o trabalho em questão, sugerindo um maior aprofundamento em

questões de extrema relevância para o problema levantado anteriormente.

Finalmente, no décimo capítulo, as conclusões do projeto são

desenvolvidas afim de finalizar o estudo realizado.

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14

CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. DESCOBERTA DE CONHECIMENTO EM BASE DE DADOS

Nos dias de hoje, o avanço das novas tecnologias de informação, a

utilização e a capacidade de armazenamento em bancos de dados estão em

constante crescimento. Consequentemente, a atividade de extrair informações

relevantes dessas bases é uma tarefa cada vez mais complexa e primordial

(WITTEN; FRANK, 2005). Nesse sentido, de acordo com Santos, Menezes e

Hora (2014), surge o processo de seleção de dados chamado de Knowledge

Discovery in Databases – KDD, que significa Descoberta de Conhecimento em

Base de Dados.

Resumidamente, Fayyad, Piatetsky – Shapiro e Smyth (1996) definem o

KDD como “o processo não trivial de identificação de padrões válidos, novos,

potencialmente úteis e, em última instância compreensíveis em dados”. O

processo pode ser definido como a descoberta de padrões, relacionamentos e

tendências significativas por meio de uma cuidadosa análise dos grandes

conjuntos de dados armazenados.

O processo KDD é interativo e iterativo, envolvendo etapas com diversas

decisões do analista. Brachman e Anand (1996) nos trazem uma leitura prática

das etapas envolvidas no processo:

1. Entender os conhecimentos necessários para a identificação do

objetivo do processo KDD;

2. Criar a base de dados: selecionar as informações necessárias,

focando no conjunto de campos essenciais para descoberta desejada;

3. Limpar os dados, removendo os outliers da base e definindo a

estratégia para lidar com dados e campos faltantes, se necessário.

4. Emparelhar a necessidade (passo 1) com a base de dados extraída,

resumindo, classificando, agrupando em clusters, etc.

5. Escolher o algoritmo de mineração de dados, selecionando métodos a

serem utilizados para a busca de padrões nas informações. Inclui

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15

decidir os modelos e parâmetros que são apropriados aos dados

extraídos

6. Minerar os dados, procurando por padrões e tendências explicadas

por árvores, regressões e outras métricas de interesse do usuário.

7. Interpretar os resultados obtidos anteriormente para, se necessário,

repetir os passos realizados e se chegar no objetivo inicial.

8. Consolidar o conhecimento adquirido, podendo incorporar o resultado

em um processo existente com objetivo de melhorá-lo.

O processo de Descoberta de Conhecimento em Base de Dados pode

envolver diversas iterações, inclusive loops entre duas etapas em sequência.

Para melhor ilustrar os procedimentos realizados, a Figura 1, inserida abaixo,

resume os passos a serem seguidos:

Figura 1 - Descoberta de Conhecimento em Base de Dados. Fonte: Elaborada pelo autor.

2.2. MODELOS DE REGRESSÃO

O conceito de relações entre variáveis, como entre a renda e os gastos

de uma família, é conhecido e pode se dar de duas formas: a partir de uma

função ou a partir de dados estatísticos (KUTNER, 2005). A relação de

variáveis a partir de uma função é expressa matematicamente através de uma

fórmula. Se X é a variável independente, ou seja, que independe de outras

variáveis e busca explicar a variável objetivo, e Y a variável dependente, ou

seja, a que depende de outras variáveis para ser explicada, a relação funcional

será dada e, um determinado valor de X indica o valor correspondente de Y: 4.

𝑌 = 𝑓(𝑋)

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16

Já a relação estatística, diferentemente da relação funcional, não é uma

relação perfeita. Em geral, os dados desse tipo de relação não se posicionam

exatamente em uma função, gerando a necessidade de se explicar o erro da

estimativa, conforme verificado na Figura 2, inserida em seguida.

Figura 2 - Exemplo de regressão linear. Fonte: Elaborada pelo autor.

A análise de regressão começou a ser desenvolvida no final do século 19

por Francis Galton. Galton, que estudou a relação entre a altura dos pais e

seus filhos e notou, a partir dos dados, que o tamanho das crianças (tanto de

pais altos quanto baixos) tende a regredir para a média do grupo. Com isso,

Francis desenvolveu uma tendência da regressão encontrada que,

futuramente, serviu como base para os modelos de regressão atuais1.

Os modelos de regressão expressam, necessariamente, dois

ingredientes essenciais de relações estatísticas: a tendência da variável

dependente Y em relação a variável independente X; e a distribuição de pontos

sobre a curva de relação estatística. Essas duas características são

incorporadas no modelo de regressão assumindo que há uma distribuição de

probabilidade de Y para cada nível de X e que a média dessas distribuições

variam de forma sistemática com X.

1 Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/160104_gasto_e_consumo_familiar_vol1_ipea_2007_web.pdf. Acesso em: 24 de agosto. 2019.

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17

Figura 3 - Exemplo de distribuição de probabilidade. Fonte: Applied linear statistical model p. 6.

A figura 3, ilustrada acima, exemplifica a distribuição de probabilidade de

Y para diferentes níveis de X. É válido ressaltar que, para mais variáveis (X1,

X2, ...), seriam necessárias mais dimensões para ilustrar graficamente o

resultado da regressão.

A análise de regressão serve, em geral, para três propósitos. Na prática,

esses motivos se entrelaçam, fazendo com que um mesmo modelo sirva para

mais de um objetivo. Para exemplificar as aplicações da análise, usaremos

casos reais da Casas Pedro:

1. Descrição: um estudo de produtos vendidos por região, assumindo

que a variável independente são as características da região e/ou dos

produtos, e que a variável dependente seja a venda de cada produto.

Dessa maneira, seria possível explicar o mix vendido por cada loja;

2. Controle: uma análise do custo operacional de cada loja da rede, a

partir de diversas variáveis, pode servir como controle de despesas da

companhia. Assim, a administração pode agir de maneira focada para

conter gastos excessivos e melhorar o resultado da companhia;

3. Predição: um modelo que resulte na previsão de venda por produto

por loja, a partir de variáveis como vendas recentes, disponibilidade

de produtos, eventos não-recorrentes (feriados), características da

região em que a loja está inserida, entre outras. Com isso, a

administração pode definir a meta de vendas da equipe de loja e

alinhar as expectativas com vendedores e gestores.

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18

A existência de relação estatística entre duas variáveis, no entanto, não

implica necessariamente que qualquer valor de Y depende de X. Não importa

quão forte seja a relação, não há obrigatoriamente relação de causalidade. É

possível encontrar, por exemplo, correlação entre o número de lançamentos

espaciais não comerciais no mundo com a quantidade de doutorados de

sociologia adquiridos nos EUA. Essa relação claramente não é de causa-efeito,

mas as análises estatísticas dizem que há uma correlação de quase 80% entre

as variáveis2. Com isso, é de extrema importância que as análises e modelos

estatísticos sejam complementados por análises qualitativas para garantir uma

tomada de decisão efetiva.

2 Data sources: Federal Aviation Administration and National Science Foundation. Disponível em: https://tylervigen.com/spurious-correlations. Acesso em: 24 de agosto. 2019.

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19

CAPÍTULO 3 - REVISÃO DA LITERATURA

Com o objetivo de melhor compreender os conceitos abordados no

presente trabalho, foi realizada uma revisão da literatura acerca do tema. Neste

tópico busca-se contextualizar os principais tópicos presentes nos artigos

acadêmicos contemporâneos e, assim, agregar o conhecimento adquirido ao

que já existe no meio.

Convenciona-se dizer que o varejo se efetiva quando a venda do

produto é destinada ao consumidor final, diferentemente do comércio

atacadista, quando há intenção de negócio do produto comercializado. Assim,

a quantidade de mercadoria negociada tende a ser reduzida e o preço

aumentado em relação ao valor do atacado. Uma definição comumente

adotada em artigos acadêmicos é a de Kotler (2000, p. 540) apud Estende

(2005, p. 2):

O varejo engloba todas as atividades relacionadas à venda direta de produtos e serviços aos consumidores finais, para uso pessoal, não relacionada a negócio. Qualquer empresa que forneça um produto ou serviço para o consumidor final está praticando varejo. A venda pode ser realizada de forma pessoal, por correio, por telefone, por máquinas de venda ou pela internet, em uma loja, na rua ou na casa do consumidor. Há diversos tipos de organizações de varejo, e continuamente surgem novos. Existem os varejistas de loja, varejistas sem loja e organizações de varejo.

Outro fator relevante sobre o mercado varejista é sua alta frequência de

retorno dos consumidores. Principalmente quando se trata de mercados e

supermercados, esse é um dos setores com os maiores índices de revisita por

clientes, que podem chegar a ser praticamente toda a população da área em

que estão localizados, ainda que indiretamente, considerando que nem todos

os integrantes de uma residência vão às compras, porém não deixam de

consumir.

Gomez, Mclaughlin e Wittink (2003) alertam que os custos de

substituição entre redes para o consumidor são basicamente deslocar-se até o

concorrente mais próximo, o que demonstra a relevância de certos fatores para

a escolha do local de compra pelo cliente. Nesse sentido, Lu e Lukoma (2011)

testaram quantitativamente as dimensões de localização, serviços adicionais,

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20

qualidade do produto, qualidade do serviço, instalações, confiabilidade,

processos, custo-benefício, funcionários e serviços prestados pelos

funcionários em relação à satisfação do cliente. Sobre a localização, sua

ênfase se dá da seguinte forma:

A localização de qualquer loja é muito importante. Localização pode significar conveniência e acessibilidade. Localização também pode se referir ao número de lojas em uma configuração geográfica. De acordo com Martinéz-Ruiz et al (2010, p. 280), sugere-se que, uma vez que a localização é próxima a casa, os custos de substituição associados com a compra, como custos de locomoção e tempo, são substancialmente reduzidos.

Vernor e Rabianski (1933, p. 150) enfatizam que os tipos de lojas

tendem a variar de acordo com seu faturamento bruto obtido por metro

quadrado, aluguel pago por metro quadrado e metragem total. Também

atentam para o fato de que uma visão cuidadosa deve ser feita para que os

pontos não tenham espaço demais, caso contrário terão vendas insuficientes

para justificar a despesa total de aluguel.

Graham e Levy (2009) analisaram a evolução da pesquisa em varejo ao

longo dos anos 2000 e concluíram que os seguintes temas são predominantes:

estratégias de sucesso em serviços; crescimento da internet e do e-commerce,

branding e fidelidade do consumidor, e questões de comportamento

relacionadas à precificação e escolha de lojas. A pesquisa em questão, focada

em mercados emergentes, sinaliza alguns dos desafios de pesquisa para o

campo de varejo atualmente.

No presente trabalho, daremos foco à tendência de escolha de pontos

de venda, conhecimento cada vez mais influente na definição do sucesso ou

fracasso no complicado cenário competitivo do varejo brasileiro.

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CAPÍTULO 4 - ENTENDIMENTO DO NEGÓCIO

4.1. APRESENTAÇÃO DA CASAS PEDRO

A história da Casas Pedro começa na década de 20, quando um casal

de imigrantes libaneses, devastados pela guerra de seu país, deixam suas

origens para vir morar em um sobrado na região do SAARA, região central do

Rio de Janeiro. Ao chegar, o casal abre uma pequena loja de frutas secas na

parte de baixo de casa. Aos poucos, vão diversificando seus produtos e

aumentando o negócio, focando principalmente na cultura árabe que

acompanhou os fundadores. Com fundação oficial considerada em 1932, a

Casas Pedro surgiu como loja de frutas secas e produtos árabes.

Há quase 90 anos presente no Rio de Janeiro, hoje suas lojas são muito

conhecidas pela diversidade do mix de produtos e pela venda de produtos a

granel. Temperos, grãos, castanhas, oleaginosas, aperitivos, frutas secas,

farinhas, conservas, produtos naturais e pescados são exemplos de categorias

que deliciam os amantes de produtos alimentícios. A empresa possui uma forte

sazonalidade no período de Páscoa e Natal, quando sua operação cresce

consideravelmente puxada pela venda de cestas comemorativas e do chamado

“verdadeiro bacalhau”, importado da Noruega.

A administração da companhia transitou de geração em geração, e hoje

encontra-se na terceira. De origem totalmente familiar, atualmente a direção da

empresa vem passando por um processo de profissionalização, com uma

melhor gestão de resultado e caixa da empresa. Assim, foi incentivada uma

forte estratégia de expansão, que levou a rede a totalizar, atualmente, 37 lojas

espalhadas pelo estado do Rio de Janeiro, apesar da recente crise econômica

do país e do estado que influenciou relevantemente o resultado do varejo

fluminense. A expansão física continua crescendo a uma taxa relevante, guiada

por uma meta de abertura de lojas agressiva, em linha com o Sonho Grande da

empresa: “Ser a Casa de Produtos Alimentícios, com um grupo de 100 lojas

reconhecido como a melhor do segmento para nossos Clientes, Pessoas e

Sócios”.

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Além das lojas, a Casas Pedro possui um Centro de Distribuição no

bairro de São Cristóvão, onde estão localizadas as áreas de Televendas,

Compras, Planejamento, Manutenção, Logística e Operação. Também possui

um escritório administrativo no Centro do Rio de Janeiro, em cima de uma das

lojas da empresa, onde trabalham os setores de CSC, Gente & Gestão, TI,

Marketing, Financeiro, Fiscal e Nutrição.

O setor comercial, altamente voltado para a performance de vendas em

lojas, encontra-se pulverizado pelas sedes da companhia. O setor conta com

uma área de inteligência comercial, focada em análises quantitativas e novos

modelos de negócio, e 3 supervisores de loja, cada um responsável por de 10

a 15 lojas (que possuem 2 ou 3 gerentes cada), que atua de maneira mais

direta na loja, garantindo que os processos e práticas esperadas estão sendo

realizados no ponto de venda. Historicamente focada na performance diária

das lojas existentes, a equipe comercial conhece profundamente do negócio,

do cliente e da dinâmica de venda no chão de loja, mas ainda possui uma

cultura ainda pouco orientada a dados, cenário que vem se alterando com o

estabelecimento da área de inteligência.

Por mais que seu reconhecimento externo se sustente no tipo e

variedade de produtos que oferece, o diferencial da Casas Pedro se sustenta

internamente pela paixão pelas vendas e capacidade de proporcionar uma

experiência única de atendimento personalizado e caloroso. O foco da gerência

e operação para que as lojas estejam sempre prontas para atender os clientes

da melhor forma possível é o que faz com que a qualidade e a simpatia sejam

reconhecidas pelos clientes fiéis. O atendimento se diferencia,

majoritariamente, pela visão de vendedor mordomo e pelo conceito de

“Disneylândia dos Alimentos”.

A empresa é organizada e integrada pelo sistema de gestão

desenvolvido pela Totvs, o Protheus. O sistema foi implantado em 2015 e

engloba todas as áreas e operações da empresa, contendo registros confiáveis

desde então que servem, cada vez mais, de base para tomada decisões

estratégicas da empresa e concederá os insumos necessários para o presente

estudo.

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4.2. ESTRATÉGIA

Comum em empresas familiares que passam de geração em geração,

chega um momento que a profissionalização se torna fundamental para a

manutenção da empresa no mercado e crescimento sustentável e contínuo.

Com a Casas Pedro não aconteceu de forma diferente e, na virada de 2012

para 2013, a família, muito influenciada pela terceira geração que estava se

consolidando na liderança da empresa, decidiu se tornar uma potência no

varejo alimentício brasileiro, deixando de ser uma pequena rede com 12 lojas

majoritariamente no Centro e Zona Sul do Rio de Janeiro. Assim, foi criada a

empresa Nova Geração, com Felipe Mussalem – neto de Pedro, fundador

original – como líder executivo – CEO.

Em paralelo ao processo de mudança na organização, a Visagio –

consultoria carioca reconhecida pela expertise em gestão e por diversos casos

de transformação de negócios – entrou como parceira estratégica para apoiar a

profissionalização do negócio com foco no crescimento desejado. A parceria

perdura por anos, fortalecendo laços entre as empresas e fazendo com que,

hoje, consultores e sócios da Visagio atuem em cargos executivos e no

Conselho de Administração da empresa.

Para garantir que a empresa está no caminho certo, metas claras e bem

definidas são agrupadas em três frentes: lucratividade, caixa e longevidade. O

desempenho de cada uma dessas áreas é essencial para atingir o objetivo da

companhia, sendo de suma relevância a mentalidade de curto, médio e longo

prazo.

A performance de cada frente é medida através de indicadores pré-

definidos que são divididos entre as áreas e acompanhados frequentemente

em Comitês e no Conselho Administrativo. Resumidamente, o indicador que

mais representa a lucratividade é o EBITDA - Lucros antes de juros, impostos,

depreciação e amortização, direcionando o foco no crescimento da receita e na

redução de despesas e custos operacionais. Em relação a caixa, dois

indicadores acompanhados de suma importância são: dívida líquida dividida

pelo EBITDA, permitindo gerenciar o nível de endividamento da companhia e

sua capacidade de pagamento, e o ciclo financeiro da empresa, permitindo

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gerenciar a programação de recebíveis e nível de financiamento da empresa

por fornecedores. Já a longevidade é medida por diversos indicadores, como

Same Store Sales (SSS) – que mede o quanto as lojas venderam a mais em

receita em determinado mês em comparação ao mesmo período do ano

anterior –, pelo desligamento voluntário de talentos – importante para

administrar o índice de retenção de talentos (que tendem a futuramente se

tornar líderes da empresa) –, pelos resultados da Pesquisa de Clima –

essencial para entender o grau de satisfação dos colaboradores com a

empresa – e pelo Net Promoter Score (NPS) – que mede o grau de satisfação

dos clientes com as experiências proporcionadas pela empresa.

A cultura de trabalho da Casas Pedro é bem representada pela sua

missão: “Atender bem para fazer amigos”. A cultura do servir é totalmente

disseminada e visível no dia-a-dia da empresa, seja no Centro de Distribuição,

escritório ou lojas. Do CEO ao escritório, passando pelo CD, a máxima da

empresa é de “servir as lojas, assim como as lojas servem os clientes”, isto é,

com amizade, respeito e eficiência. Dessa forma, todos as áreas da empresa,

incluindo as lojas, possuem indicadores que acompanham o desempenho dos

principais processos que impactam os clientes de cada setor, sejam eles

internos ou externos.

4.3. PROBLEMÁTICA

De acordo com o Sonho Grande citado, percebe-se que a expansão

física é um tema estratégico e de suma importância. No varejo, ganhar escala

na operação de maneira eficaz é um grande diferencial estratégico para as

empresas, dado que permite uma maior diluição das despesas operacionais

fixas (como administrativas ou logísticas), reduzindo sua representatividade e

aumentando a margem EBITDA da empresa; demonstra ao público um valor de

marca mais forte e confiável, aumentando a barreira de entrada para

concorrentes; além de conceder maior poder de barganha e possibilitar

estratégias para redução do custo de mercadorias (como importação dos

produtos diretamente do fornecedor original), fator de grande importância dado

que a margem bruta do varejo alimentício é bem apertada e influencia bastante

o resultado final da empresa.

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Por outro lado, seguir uma estratégia de expansão física exige uma alta

capacidade de investimento, dado que o capital inicial para abertura de lojas

costuma ser relevante. Além disso, uma estratégia de expansão pouco

eficiente pode ser bastante prejudicial para os resultados da empresa, visto que

aberturas de lojas mal planejadas representam investimentos com retorno

abaixo da taxa mínima de atratividade dos investidores e acionistas, além de

reduzir a lucratividade da empresa, como em casos de canibalização de lojas

(migração de clientes de uma loja para outra) já existentes sem haver uma

geração de lucro adicional para a empresa.

Com a transição de uma organização familiar para uma gestão

profissional, uma das principais conquistas da Casas Pedro foi a capacidade de

investimento proveniente de uma gestão de caixa mais eficiente. Dessa forma,

possibilitou-se uma estratégia de expansão física mais agressiva, visando

alavancar os indicadores de resultado da empresa.

Nos últimos 4 anos, a Casas Pedro mais que triplicou o seu número de

lojas, passando de 11 lojas em 2014 (concentradas majoritariamente no Centro

e Zona Sul do Rio de Janeiro) para 36 lojas em 2018 (espalhadas por todo o

estado). Acompanhando o crescimento no número de lojas e as melhorias

implementadas nos processos de todas as áreas, os indicadores de resultado

(Receita, EBITDA, Margem EBITDA, etc) também apresentaram uma grande

melhoria, levando a empresa para outro patamar no cenário fluminense.

Entretanto, a estratégia de expansão e definição dos pontos de abertura

de novas lojas não foi baseada em dados sociodemográficos dos bairros e

regiões do estado, e sim pelo conhecimento tácito do CEO e outras lideranças,

que tinham bastante conhecimento de pontos comerciais no Rio de Janeiro por

experiências próprias vividas. No início da agressiva expansão, como a

empresa ainda possuía muitas oportunidades de crescimento no estado, esse

fator não foi um grande risco para a empresa, que conseguiu um crescimento

significativo em seu resultado e uma rentabilidade interessante nos

investimentos em novas lojas.

Contudo, no ano de 2018, como a empresa já estava presente na

maioria das principais concentrações comerciais do estado e o Sonho Grande

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da empresa ainda estava distante, a definição de novos pontos de abertura

baseada apenas no conhecimento e experiência das lideranças ficou mais

complexo e menos eficaz, apesar de ainda ser cobrada uma estratégia

agressiva de expansão. Com isso, o resultado foi de algumas aberturas de

lojas com resultados ruins, baixa rentabilidade, longo prazo de recuperação do

investimento e inclusive canibalizando o resultado de lojas antigas da rede,

reduzindo sua lucratividade.

É consenso na companhia que a expansão é de suma importância para

que os resultados da empresa continuem crescendo, dado que ainda se

encontra a uma distância considerável do sonho de atingir 100 lojas. Dessa

forma, a empresa vem buscando alternativas para ser mais efetiva na

estratégia de expansão – inclusive contratando soluções de GeoMarketing

(abordagem de marketing para entender, enxergar, planejar e atuar através de

inteligência geográfica e estratégia mercadológica) para ter um processo de

definição de pontos mais assertivo, baseado em dados.

Porém, a equipe de expansão da empresa ainda não encontrou o melhor

método para utilizar essas informações de maneira efetiva, o que tornou a

ferramenta contratada subutilizada, retornando ao modelo tácito e pouco

quantitativo de expansão. Dessa forma, o presente projeto busca responder

algumas perguntas da área de expansão da Casas Pedro, tais como:

Como alcançar uma estratégia de expansão baseada em dados?

Como aumentar eficiência da escolha de pontos comerciais,

garantindo os benefícios da expansão e melhorando o resultado da

empresa?

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CAPÍTULO 5 - ENTENDIMENTO DOS DADOS

Nesta seção, abordaremos os conhecimentos necessários para o

completo entendimento dos dados específicos da Casas Pedro. Com isso,

deseja-se ganhar familiaridade com os termos e números utilizados neste

presente trabalho.

Durante a coleta de informações, foram extraídos diversos dados do

ERP da companhia, explorando tabelas que consolidam, por exemplo,

informações de receita, atendimentos e quantidade de produtos

comercializados por cada loja, incluindo cada item de cada venda, assim como

informações de data, hora e valor pago pelo produto. Como o sistema interno

de gestão foi implementado na Casas Pedro apenas em 2015, e ainda possuiu

um tempo considerável de gestão da mudança, a equipe comercial aconselhou

que, para garantir a confiabilidade das informações, usássemos dados a partir

do ano de 2016. Assim, o histórico disponível para análise é correspondente ao

período entre janeiro de 2016 e julho de 2019.

Após a seleção dos dados da empresa, os alunos buscaram dados

referentes à região em que as lojas se encontram. Para tal foi utilizada a

ferramenta GeoFusion, cuja licença foi adquirida pela companhia em 2018 e

que possibilita um maior entendimento de métricas relacionadas à região em

que cada loja está inserida. Nesta ferramenta encontram-se, por exemplo,

dados sobre renda média, população economicamente ativa do bairro,

população, quantidade de domicílios, área por bairro ou município escolhido.

Outra abordagem utilizada com o GeoFusion foi a definição de um raio a partir

do ponto específico da loja no mapa, de maneira a possibilitar a obtenção de

dados precisos de regiões mais próximas às lojas da Casas Pedro.

É importante frisar que o raio definido no estudo partiu de uma

recomendação do setor comercial da companhia que, após benchmarkings

com outras empresas do setor, entendeu que os raios a ser analisados são de

300 metros e 500 metros a partir dos pontos de venda. Para complementar a

análise, consideramos também os raios de 1000 e 2000 metros a partir do

endereço da loja.

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Os dados coletados resultaram em uma base com centenas de milhares

de linhas, onde cada uma corresponde a uma venda de uma loja. Buscou-se,

primeiramente, obter um maior conhecimento dos dados extraídos da empresa.

Para tal, foram explicitadas abaixo algumas métricas que explicam os valores

coletados. Antes disso, será apresentada uma breve introdução acerca da

importância da análise correta de indicadores de loja para o varejo de giro.

5.1. IMPORTÂNCIA ANALÍTICA

No varejo antigo, do século XX, pré-tecnológico, media-se taxa de

conversão através de anotações a caneta em cadernos, em “listas da vez”. Era

uma medição semiútil pois, se por um lado os gestores das marcas tinham uma

direção a seguir quanto à eficiência das equipes, por outro, este sempre foi o

índice mais falsificado no varejo, especialmente quando a marca cobrava o

índice constantemente e premiava as lojas com os resultados.

Hoje em dia, porém, há diversos sistemas de várias empresas de

software que oferecem, com valores cada vez mais específicos, formas

eficientes de medição de vários indicadores. Quanto melhor é a marca, mais

ela atrai clientes e passantes – além dos clientes cativos que naturalmente vão

para a loja. A forma como a vitrine é organizada influencia enormemente na

decisão do cliente de entrada ou não no estabelecimento e, por isso, a Casas

Pedro procura posicionar produtos de boa atratividade na entrada das lojas.

Em adição à estratégia citada, é importante integrar a programação da

área de marketing com o calendário anual, principalmente no que diz respeito

às festividades que influenciam os hábitos alimentares da população. É o

exemplo do Natal, da Páscoa, da Páscoa Judaica, da Sexta Feira Santa, entre

outros. Outras medidas também devem ser consideradas para se obter o

melhor resultado de vendas nas lojas, como a escolha correta do sortimento de

produtos oferecido considerando linhas de produto, preço e qualidade

adequadas ao público da loja e o treinamento adequado da equipe de vendas,

que não só contribui para o melhor entendimento do produto oferecido, mas

também aprofunda a relação do consumidor com a marca.

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Importante ressaltar, também, a importância da análise correta do ticket

médio, medida do aproveitamento em reais da média de todas as vendas

efetuadas em uma loja em determinado período. Assim, as metas de ticket

médio estão entre as mais importantes para se cobrar resultados, uma vez

quanto maior esse indicador, maior será a venda total da loja.

5.2. SAZONALIDADE

Por conhecer a operação da Casas Pedro e saber da existência de

sazonalidade ao longo do ano, é importante ressaltar a causa e a forma de

tratamento deste efeito nos dados analisados. Pela especificidade de produto

vendido, há certa concentração de vendas na época do Natal, festividade

católica que tem por tradição a comida repleta de grãos, oleaginosas e,

principalmente, bacalhau. Nozes, castanhas, passas pretas e brancas e outras

frutas secas são campeãs de venda nesta data, representando um pico de

vendas em comparação aos meses anteriores. Além disso, outra época

sazonal mapeada é a época de Páscoa, principalmente devido ao

reconhecimento da empresa pelos clientes de comercializar o verdadeiro

bacalhau norueguês.

Para representar graficamente o impacto da sazonalidade nos dados

extraídos, o gráfico abaixo mostra a média das vendas por mês no consolidado

dos anos de 2015 a 2018. É possível observar um ponto de máximo no mês de

dezembro:

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Figura 4 - Média das vendas por mês de 2015 a 2018. Fonte: Elaborada pelo autor.

Dessa forma, visando atenuar o efeito de sazonalidade no presente

projeto, foi realizada a dessazonalização dos dados de venda, sejam eles de

faturamento, atendimentos ou ticket médio. Para esse ajuste, foi utilizado o

método de médias móveis centradas, criando uma base de dados

dessazonalizados para serem considerados no modelo.

Figura 5 - Média das vendas por mês por loja de 2015 a 2018. Fonte: Elaborada pelo autor.

5.3. TICKET MÉDIO

A fórmula de cálculo do ticket médio utilizada pela empresa é a venda

total de um determinado período dividida pela quantidade de atendimentos

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

GERAL

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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realizados. Dessa forma, o indicador é diretamente influenciado pelo preço e

quantidade de produtos vendidos por cliente, sendo medidos, respectivamente,

pelos indicadores de Preço Médio e Produtos por Atendimento. Com isso, os

gestores dão um direcionamento para os vendedores tentarem vender produtos

de maior valor agregado ou em maior quantidade, além de incentivar a

realização de venda adicional. Além disso, há uma hipótese dos gestores da

Casas Pedro que lojas inseridas em regiões com uma renda média superior

tendem a possuir ticket médio mais alto.

Para o presente estudo, os dados de ticket médio, extraídos de uma

base de 974 registros, foram dessazonalizados, conforme explicando

anteriormente, visando expurgar os efeitos claros de aumento de ticket médio

nos meses de dezembro, conforme possível visualização na Figura 6.

Figura 6 - Ticket Médio por mês por loja de 2015 a 2018. Fonte: Elaborada pelo autor.

Para complementar a visualização dos dados acima, foi elaborado um

histograma do valor médio das vendas no mês.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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Figura 7 - Histograma de ticket médio. Fonte: Elaborada pelo autor.

Necessária em qualquer análise de dados, a remoção de outliers para

esta medida não se mostrou necessária, uma vez que no boxplot, ilustrado na

Figura 8 a seguir, é possível enxergar que não há valores fora das faixas

determinadas na amostra em questão.

Figura 8 - Boxplot de ticket médio. Fonte: Elaborada pelo autor.

5.4. ATENDIMENTOS

A quantidade de atendimentos é uma métrica comumente estudada

pelas empresas de varejo. Basicamente, ela representada o número de vendas

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realizadas por cada loja, podendo ser segmentada por horário, vendedor,

caixa, entre outros.

As informações foram extraídas diretamente do banco de dados da

Casas Pedro, e representam a quantidade de atendimentos realizados por mês

por loja entre janeiro de 2016 e julho de 2019, totalizando 974 registros. A

única operação de ajuste realizada foi a dessazonalização dos dados, visando

expurgar os efeitos claros de aumento no número de atendimentos nas épocas

sazonais, conforme possível visualização na Figura X.

Figura 9 - Média de atendimentos por mês por loja de 2015 a 2018. Fonte: Elaborada pelo autor.

Para complementar a visualização dos dados acima, foi elaborado um

histograma do número de atendimentos por mês por loja (Figura 9) além do

box plot (Figura 10), que não indica a necessidade de remoção de outliers.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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Figura 10 - Histograma de atendimentos por mês por loja de 2015 a 2018. Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 11 - Boxplot de atendimentos por mês por loja de 2015 a 2018. Fonte: Elaborada pelo autor.

5.5. MATURAÇÃO DE LOJA

A organização da Casas Pedro costuma considerar o tempo de

maturação das lojas, chamado ramp up, quando se estima o faturamento delas.

É sabido que, no início de sua existência, os pontos de venda começam com

um faturamento abaixo de seu potencial máximo e, após seguidas análises

empíricas, definiu-se o tempo médio de maturação de 12 meses contados a

partir da data de abertura da filial.

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Tal comportamento foi considerado no estudo pela inserção de uma

variável binária (0 ou 1) como possível variável explicativa dos parâmetros

escolhidos. Definiu-se como 0 os registros de quando a loja não completou seu

ciclo de maturação e 1 nos casos em que as filiais já podem ser consideradas

maduras, ou seja, mais de 12 meses após sua inauguração.

5.6. CANIBALIZAÇÃO

Consideramos, também, os possíveis efeitos de canibalização da rede.

Como explicado anteriormente, a Casas Pedro caminha em direção a seu

Sonho Grande – de chegar a 100 lojas – o que, consequentemente, atrai

grande ênfase em seu projeto de expansão. Com isso, é natural que os pontos

escolhidos para novas aberturas acabem canibalizando pontos já existentes, o

que ocorreu principalmente nos últimos anos. Para tratar o impacto da

competição pelo mesmo consumidor entre lojas diferentes, separamos o

impacto potencial em 4 categorias: existência de lojas da Casas Pedro nos

raios (menor que 300 metros; entre 300 e 500 metros; entre 500 metros e 1

quilômetro e; entre 1 quilômetro e 2 quilômetros). Conforme validado com

gestores da Casas Pedro, acredita-se que lojas distantes em mais de 2

quilômetros não afetam diretamente a demanda conflitante entre elas, o que

pode ser justificado pelo modelo de vendas da companhia ser reconhecido por

ser um mercado de conveniência, usualmente frequentado por moradores e

trabalhadores da região próxima.

Para visualizar tal efeito, extraímos uma visualização da ferramenta de

geolocalização utilizada pela Casas Pedro, chamada GeoFusion, que ilustra a

proximidade entre duas lojas da rede no Rio de Janeiro, uma localizada no

bairro da Tijuca e a outra no Grajaú. É possível perceber na imagem que, para

a loja do Grajaú, não existem lojas concorrentes em nenhum dos raios

definidos. Enquanto isso, a filial Tijuca possui duas lojas impactando nos raios

considerado, sendo uma entre os raios de 300 e 500 metros e outra está entre

500 metros e 1 quilômetro da loja considerada.

Espera-se que a relação de influência seja maior em lojas mais

próximas, ou seja, que a lojas mais próximas impactem mais o resultado das

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lojas canibalizadas. Para medir esses impactos, adicionamos 12 colunas à

base utilizada que correspondem ao: somatório do número de lojas em cada

faixa de distância; somatório do faturamento gerado por essas lojas e;

somatório da quantidade de atendimentos das mesmas.

Figura 12 - Raios de influência das lojas extraído do Geofusion. Fonte: Elaborada pelo autor.

5.7. METRAGEM

Um dos fatores mapeados que podem impactar diretamente o resultado

de uma loja é o seu tamanho, quantificado pela metragem quadrada do salão

de vendas. A Casas Pedro é muito reconhecida no ramo alimentício pela

variedade de seu mix, que atualmente contempla quase 3000 SKUs ativos,

demandando um espaço mínimo necessário para a exposição desses produtos

sem gerar grandes prejuízos ao aspecto visual do local. Além disso, é uma

hipótese consensual na empresa que espaços menores geram um desconforto

grande aos clientes, prejudicando sua experiência de compra e reduzindo sua

cesta de produtos. Apesar disso, percebe-se que, apesar de ser internamente

reconhecido como um aspecto importante, o padrão de loja da Casas Pedro é

bem enxuto, consideravelmente menor que os principais players do varejo

alimentício, buscando reduzir as despesas de aluguel nas lojas.

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Nesse cenário, é de grande relevância para a empresa entender melhor

a importância desse critério no resultado da loja, para ajudar nas tomadas de

decisão sobre o espaço ideal para novas lojas, e até mesmo pensar em

ampliação das lojas atuais. Assim, algumas respostas que seriam de grande

valor à empresa seriam das seguintes perguntas:

• A área do salão de venda impacta diretamente o resultado?

• O quanto ter um espaço maior na loja impacta o ticket médio, e

consequentemente o faturamento, por ter condições de expor uma quantidade maior de produtos?

• Quanto a área da loja impacta na compra média dos clientes, dado

que existe a hipótese que em lojas maiores ele se sente mais confortável e tende a comprar mais?

Dessa forma, a área do salão de vendas das lojas foi uma das variáveis

a serem analisadas no projeto, buscando entender e quantificar seu impacto no

desempenho das lojas da Casas Pedro.

5.8. QUANTIDADE DE DIAS ÚTEIS E SÁBADOS

Um fator que influencia diretamente a variação do resultado no varejo é

o número de dias de venda no período. Naturalmente, em um período com

mais dias de venda, é esperado que se alcance um resultado absoluto

superior. Logo, muitas vezes esse fator explica a diferença de resultado

alcançado entre dois períodos.

Dessa forma, como na base de dados utilizada a apuração é mensal, e

por ser um fator que explica diretamente as diferenças de resultado realizado

entre os períodos na Casas Pedro, foi calculada a informação de dias úteis e

sábados de venda por mês para ser avaliada pelo modelo.

5.9. POPULAÇÃO

Um dos indicadores sociodemográficos mais estudados no varejo é a

população da região em que se encontra a operação. É de vital importância

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para o resultado a ser atingido pelas lojas que os indicadores populacionais

estejam alinhados com a estratégia e modelo de negócio da operação, tanto

considerando o número absoluto de habitantes, quanto o perfil dos clientes da

região. Muitas vezes, varejos de giro, que necessitam de um grande fluxo de

clientes para se sustentar, buscam estar mais próximos de regiões com grande

densidade demográfica.

Vista como um varejo de giro, a hipótese inicial difundida na Casas

Pedro é que é de suma importância ter operação em locais próximos a grandes

centros residenciais. Dessa forma, o dado de população segmentado por

região foi mapeado como de grande importância a ser considerado no estudo.

Buscando ser o mais preciso possível nessa análise, o presente trabalho

considerou a informação da população residente em diversos raios a partir das

lojas, buscando avaliar o impacto da distância e da concentração de habitantes

próximos a operação. Com o auxílio da ferramenta Geofusion, foram extraídas

informações populacionais de raios de 300 metros, 500 metros, 1 quilômetro e

2 quilômetros a partir de cada uma das lojas da Casas Pedro, além do dado

consolidado dos bairros e municípios onde há operação da empresa.

5.10. POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA

Como expresso anteriormente, para a Casas Pedro, caracterizada como

varejo de giro, é muito importante encontrar pontos de venda em locais de

grande fluxo de pessoas. Como relatado pelo CEO da empresa: “Para nós,

ponto bom é ponto com calçada gasta”. Nesse cenário, indicadores de fluxo

devem ser sempre avaliados durante o processo de expansão e avaliação de

novas lojas. Sendo assim, além da já citada relevância da população, é preciso

buscar análises de todos os potenciais consumidores daquela região, sejam

eles residentes ou trabalhadores.

Dado isso, uma informação muito relevante para previsão de fluxo é a

População Economicamente Ativa. O indicador reflete uma boa perspectiva

sobre o volume dos potenciais consumidores da região, sejam eles habitantes,

trabalhadores formais ou informais, se tornando uma informação de grande

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importância para comparação entre regiões e para tomada de decisão de

maneira mais consciente com a expectativa de fluxo de cada uma.

Dada a importância do tópico para a Casas Pedro, assim como realizado

para população, foram extraídos, a partir da ferramenta Geofusion, indicadores

de População Economicamente Ativa Diária dos raios de 300 metros, 500

metros, 1 quilômetro e 2 quilômetros a partir de cada uma das lojas da Casas

Pedro, além do dado consolidado dos bairros e municípios, de maneira a

entender e quantificar o impacto desse critério no desempenho das lojas.

5.11. RENDA MÉDIA DOMICILIAR

Além da importância de avaliação de indicativos de fluxo, uma hipótese

bem aceita internamente é que o faturamento tende a ser maior em regiões

onde os clientes possuem maior capacidade de aquisição de produtos, aspecto

relacionado diretamente à condição financeira dos mesmos. Apesar da grande

variedade do mix, os principais produtos da empresa não são considerados

alimentos básicos na cultura brasileira, quando comparados, por exemplo, a

pão, arroz branco ou feijão preto. Dessa forma, entende-se ser importante

priorizar regiões onde a maior parte dos potenciais consumidores, além de

adquirir alimentos de primeira necessidade, também tenham condições

financeiras de usufruir dos produtos carros-chefes da Casas Pedro.

Dessa forma, um indicador explorado pelo projeto para buscar validar

essa hipótese foi o de Renda Média Domiciliar, que estima os rendimentos

médios mensais das famílias, buscando medir a capacidade de aquisição de

bens e serviços em determinada região. Assim como realizado para os

indicadores de fluxo, utilizou-se a ferramenta Geofusion para extrair esse

indicador em determinados raios e bairros de cada uma das lojas da Casas

Pedro, buscando analisar esse impacto sobre o resultado das vendas.

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40

CAPÍTULO 6 - MODELAGEM

Tendo sido dada a devida ênfase no entendimento inicial dos dados

trabalhados, é de suma relevância definir o processo de análise que será

realizado. Como citado anteriormente, a explicação estatística do faturamento

de lojas potenciais da Casas Pedro é extremamente relevante para a

companhia e, pensando nisso, dividimos a modelagem em duas métricas a

serem explicadas: Quantidade de Atendimentos e Ticket Médio.

Basicamente, a simples multiplicação entre os dois parâmetros significa,

matematicamente, o faturamento total de uma loja em determinado período.

Como são independentes entre si e tendem a ter comportamentos distintos de

acordo com os perfis de loja, foi separada a modelagem para os dois fatores.

Em ambos os modelos iniciaremos aplicando todos os dados coletados

com o intuito de confirmar quais se mostram estatisticamente relevantes. É

importante ressaltar, entretanto, as hipóteses formuladas para o projeto,

considerando os alinhamentos realizados com gestores da Casas Pedro, antes

da modelagem ser realizada. A intuição inicial era de que a quantidade de

atendimentos poderia ser explicada principalmente por dados de população e

trabalhadores da região, enquanto o ticket médio das lojas poderia seguir uma

tendência de acordo com informações do poder aquisitivo dos locais, ilustrado

pelo indicador de Renda Média Domiciliar. A modelagem a seguir busca validar

ou refutar tais hipóteses, assim como entender que outros aspectos podem ser

relevantes para responder à problemática levantada no trabalho.

Em conversas com a direção da organização estudada, foi possível

perceber diferenciação de perfis de loja de acordo com sua localização. O perfil

de consumidor varia a partir do tipo de população que circula nas regiões,

gerando a necessidade de clusterizar as filiais. Foram definidos 3 clusters,

sendo eles: lojas de bairros residenciais do município do Rio de Janeiro; lojas

do Centro do Rio de Janeiro, que atingem majoritariamente um público de

trabalhadores; e lojas em outros municípios do estado do Rio de Janeiro. Cada

variável a ser explicada (Atendimentos e Ticket Médio) será modelada

separadamente para cada cluster, com o intuito de gerar melhores resultados.

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Com o entendimento da problemática do trabalho, dos dados

trabalhados e da metodologia utilizada para resolução do problema, segue-se o

estudo com a etapa quantitativa. A seguir, destacaremos os principais marcos

no caminho realizado para a chegada no modelo que se acredita melhor

responder às perguntas formuladas anteriormente.

6.1. MINERAÇÃO DE DADOS

O ser humano sempre aprendeu observando padrões, formulando

hipóteses e testando-as para descobrir regras, e a mineração de dados tem

papel fundamental neste processo. É formada por um conjunto de ferramentas

e técnicas capazes de explorar um conjunto de dados, extraindo ou ajudando a

evidenciar padrões nestes dados e auxiliando na descoberta de conhecimento.

Primeiramente, os dados foram extraídos de suas fontes primárias,

sendo elas:

Banco de Dados da Casas Pedro: Faturamento mensal por loja, quebrado por Ticket Médio e Quantidade de Atendimentos, Metragem da Loja e Maturação da Loja;

GeoFusion: Canibalização, População, População Economicamente Ativa e Renda Média Domiciliar;

IBGE: População, Renda Média Domiciliar;

De posse dos dados, iniciou-se o processo de tratamento das bases. O

primeiro tratamento realizado foi feito já na extração dos dados de venda das

lojas a partir do banco de dados da companhia. A fim de se obter uma amostra

significativa, consolidamos as vendas mensais de cada loja a partir do primeiro

mês completo de vendas. Dessa forma, obtivemos aproximadamente 1.000

registros.

Em seguida inserimos a data de abertura de cada loja, junto com a

variável binária de loja “madura” ou “não-madura”, em que consideramos como

0 os meses em que a loja ainda não tivesse atingido o estado de maturação

considerado (12 meses de operação) e como 1 os meses subsequentes.

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O Faturamento Bruto, Quantidade de Atendimentos e Ticket Médio

foram extraídos e/ou calculados, com as métricas devidas para cada

parâmetro, como soma ou média ponderada dependendo da variável

diretamente da base de dados do sistema de gestão da Cassa Pedro. A

Metragem do salão de vendas de cada filial e a contagem de Dias Úteis e

Sábados foram obtidas com a gerência da companhia, que armazena tais

informações para controle interno de diversas medidas.

Para informações de População, População Economicamente Ativa e

Renda Média nos raios citados, foi usado o software Geofusion, já citado

anteriormente. Utilizamos uma estimativa para os meses do ano para esses

dados, já que a ferramenta utilizada para extração possui apenas dados

consolidados do ano de 2018. Por isso, extraímos da Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) dados mensais para as

informações em questão. Foi necessário estimar a partir de simples regra de

três os dados coletados no Geofusion para se obter os valores mensais para

cada raio de cada região. Foi utilizado como métrica para ponderação:

População do Geofusion População no Rio de Janeiro

População Economicamente Ativa do Geofusion PEA Brasil

Renda Média Geofusion Renda Média Brasil

Por fim, para detalhar as relações de canibalização das lojas inserindo

dados de lojas próximas, foi necessária a análise loja a loja das filiais que

estavam posicionadas dentro dos raios definidos, considerando as datas de

abertura de cada uma. Com isso, foi possível definir as interrelações entre os

pontos e agregar tal conhecimento à base de dados.

Desta forma, a base de dados resultou em 39 colunas, como mostra o

ANEXO 1.

6.2. VALIDAÇÕES INICIAIS

Como dito anteriormente, foram separados o ticket médio e a quantidade

de atendimentos para a análise. É válido ressaltar que não há relação de

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dependência entre estas variáveis, confirmado pelo baixo índice de correlação

(0,09) e como pode ser observado no gráfico abaixo:

Figura 13 - Ticket Médio e Atendimentos das lojas. Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 14 - Correlação TM e Atendimentos. Fonte: Elaborada pelo autor.

Em contrapartida, é de se esperar que a multiplicação entre os dois

parâmetros explique o faturamento bruto total das lojas de maneira completa, o

que foi validado com a mensagem ao final da regressão, demonstrando um

ajuste perfeito que pode ser visualizado no ANEXO 2.

6.3. ATENDIMENTOS

Primeiramente, foram inseridos todos os dados para análise de

regressão da quantidade de atendimentos. Como pode ser observado nos

ANEXOS de 3, 5 e 7 (respectivamente bairros do Rio, Centro e outros

municípios), muitas das variáveis inseridas no modelo não se mostraram

significativas e, com isso, selecionamos apenas as variáveis explicativas com

relevância estatística.

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44

Além disso, foi utilizado também o input tácito do negócio. É de

conhecimento geral o entendimento que não faz sentido haver intercepto, uma

vez que não há atendimentos se a loja não existir (metragem zerada) ou não

houver dias no mês (DU e DS zerados), por exemplo. Chegamos, assim, às

regressões finais que melhor explicam o comportamento da quantidade de

atendimentos de uma loja da Casas Pedro, demonstradas nos ANEXOS 4, 6 e

8 para os diferentes clusters.

6.4. TICKET MÉDIO

De forma similar ao realizado no item anterior, no primeiro momento

desta etapa optou-se por realizar as regressões lineares para todas as

variáveis elencadas anteriormente. Como esperado, algumas das variáveis

também não se mostraram significativas, como podemos ver nos ANEXOS 9,

11 e 13.

Assim, foi necessário selecionar apenas as variáveis que se mostraram

significativas, além de considerar aspectos qualitativos como os descritos

anteriormente. Repetindo os passos realizados na análise para a regressão de

quantidade de atendimentos, podemos ver os resultados nos anexos 10, 12 e

14, já separados nos grupos de lojas definidos.

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45

CAPÍTULO 7 - ANÁLISE DOS RESULTADOS

7.1. VALIDAÇÃO DOS MODELOS

Algumas validações foram realizadas para garantir que o modelo

represente bem as relações entre as variáveis coletadas. Com isso, buscou-se

garantir que os resultados gerados não sejam baseados em erros conceituais

ou teóricos, nem tampouco sejam enviesados por problemas gerados pela má

qualidade dos dados.

Procurou-se validar estatisticamente as regressões obtidas, realizando

testes de hipótese reconhecidamente relevantes para validações dos modelos

encontrados. Os testes de significância utilizados permitem tomar uma decisão

entre duas ou mais hipóteses utilizando os dados observados. Os resultados

dos testes em questão são utilizados para determinar se o estudo científico

pode rejeitar a hipótese nula H0 a um nível de significância preestabelecido.

Conceitualmente, se os testes não forem devidamente atendidos o resultado

não será válido e a informação será incoerente.

Os testes foram realizados para todas as regressões obtidas, porém por

questões práticas, serão demonstrados neste material os de maior relevância.

Primeiramente foi realizado o Teste da Normalidade dos Resíduos,

conhecido como teste de Shapiro-Wilk. Sua importância está no fato de que a

distribuição dos resíduos deve seguir uma distribuição normal e, caso a

pressuposição não seja atendida, é necessário submeter os dados a

transformações, como a angular, raiz quadrada ou logarítmica. Os resultados

dos testes podem ser encontrados nos anexos referentes às regressões

modeladas. Abaixo será destacada uma análise específica da regressão da

quantidade de atendimentos para lojas dos bairros do Rio de Janeiro, com

exceção do Centro. Pela distribuição dos resíduos em função dos valores

estimados para a regressão em questão, pode-se utilizar este gráfico para

observar a independência e a homocedasticidade, já que os resíduos se

distribuem de maneira razoavelmente aleatória e com a mesma amplitude em

torno do zero.

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46

Figura 15 - Resíduos em função dos valores estimados para a regressão da quantidade de atendimentos para lojas dos bairros do Rio de Janeiro, com exceção do Centro. Fonte: Elaborada pelo autor.

Em seguida foi testada a homocedasticidade da regressão, ou seja, se

as variâncias dos erros são homogêneas. Isso implica que cada tratamento que

se está sendo comparado deve ter aproximadamente a mesma variância para

que o modelo tenha validade. Quando esse pressuposto não é atendido

dizemos que as variâncias não são homogêneas, ou ainda, que existe

heterocedasticidade. Aplicamos, assim, o teste de Breusch-Pagan em R para

todas as regressões, o que pode ser visualizado nos anexos das respectivas

regressões.

Figura 16 - Distribuição normal teórica e resíduos observados para a regressão da quantidade de atendimentos para lojas dos bairros do Rio de Janeiro, com exceção do Centro. Fonte: Elaborada pelo autor.

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A imagem acima nos permite confirmar a normalidade dos resíduos, pois

podemos perceber que não há grande fuga dos pontos em relação à reta

teórica.

7.2. ANÁLISE GRÁFICA

Para melhor visualização dos resultados gerados pela análise de

regressão, foram gerados gráficos que visam ilustrar os valores obtidos. Para

tal, foi selecionada, aleatoriamente, uma loja da base para comparar os valores

obtidos no modelo dos valores realizados até então. A loja escolhida foi uma

das que, em janeiro de 2016, já estava em sua fase madura, ou seja, já estava

aberta há mais de 12 meses.

Abaixo podemos perceber a proximidade entre o modelo gerado e as

observações mensais de quantidade de atendimentos.

Figura 17 - Regressão Atendimentos. Fonte: Elaborada pelo autor.

Entretanto, o mesmo não pode ser observado para os dados de ticket

médio, como podemos perceber para o comparativo da mesma loja estudada

acima.

2016

01

2016

03

2016

05

2016

07

2016

09

2016

11

2017

01

2017

03

2017

05

2017

07

2017

09

2017

11

2018

01

2018

03

2018

05

2018

07

2018

09

2018

11

2019

01

2019

03

2019

05

2019

07

Atendimentos REAL Atendimentos Modelo

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48

Figura 18 - Regressão Ticket Médio. Fonte: Elaborada pelo autor.

7.3. RESULTADOS OBTIDOS

Resumindo os resultados encontrados nas seções anteriores, é possível

perceber que os modelos de regressão encontrados ao longo do estudo

demonstram significâncias estatísticas distintas. Enquanto a explicação da

quantidade de atendimentos para lojas de bairro do Rio de Janeiro se mostrou

efetiva, todas as outras relações propostas não se mostraram efetivamente

confiáveis. Esta conclusão é confirmada pela análise conjunta dos coeficientes

das regressões, em adição das análises gráficas e dos resíduos. Algumas

possíveis explicações para o conhecimento adquirido não só podem ser

discutidas como sugerem futuros estudos acerca do tema.

A sensação dos gestores da Casas Pedro com relação aos dados

analisados era, desde o início, de que a quantidade de atendimentos poderia

ser mais bem explicada do que os dados de ticket médio, uma vez que o

comportamento da primeira variável tende a depender mais de variáveis

sociodemográficas da região, enquanto o ticket médio depende diretamente da

qualidade de operação das lojas e vendedores, aspectos que não foram

considerados no trabalho por terem um aspecto mais qualitativo. Ao final,

percebe-se que a intuição inicial se confirmou pelos dados.

De maneira complementar, os clusters definidos podem ter influenciado

nos resultados de regressão dos dois últimos grupos (bairros do Centro do Rio

e outros municípios), uma vez que as amostras resultantes dos filtros

20

16

01

20

16

03

20

16

05

20

16

07

20

16

09

20

16

11

20

17

01

20

17

03

20

17

05

20

17

07

20

17

09

20

17

11

20

18

01

20

18

03

20

18

05

20

18

07

2018

09

20

18

11

2019

01

20

19

03

20

19

05

20

19

07

Ticket Médio REAL Ticket Médio Modelo

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estabelecidos acabaram tendo poucos dados. Dois fatores contribuíram para

tal: a baixa quantidade de lojas nestas regiões em comparação com a

quantidade de lojas no município do Rio de Janeiro e a abertura relativamente

recente de muitas dessas lojas, o que pode ter causado impacto significativo

explicado pela curva de maturação discutida no tópico 6.

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50

CAPÍTULO 8 - IMPLEMENTAÇÃO

Segundo Prangsmal, Van Boxtel, Kanselaar e Kirschner (2009), a

visualização de dados é utilizada para comunicar ideias concretas e abstratas

nas áreas de ciência, engenharia e educação. O resultado esperado básico da

modelagem descrita no presente trabalho é a estimação, a partir de um nível

de confiança, do resultado de vendas de uma loja a partir de dados geográficos

e sociológicos da região. A visualização destes resultados foi considerada parte

integral da implementação do estudo e foi pedido, por parte da empresa, uma

forma visual de fácil entendimento para o manuseio correto dos modelos

apresentados.

Com a finalidade de se garantir a usabilidade dos conhecimentos

adquiridos, foi criada uma ferramenta em Excel que, com base em informações

imputadas definidas pelos modelos, se obtenha o potencial de vendas de uma

região determinada. Os parâmetros para essas regras são os mesmos

descritos nas seções anteriores.

Com o intuito de validar o modelo encontrado e como forma de estímulo

à utilização das regressões encontradas, foi realizada uma análise em uma

região do Rio de Janeiro que a Casas Pedro não tem loja. Com isso, o grupo

busca orientar a organização a analisar quantitativamente o potencial de

retorno dos pontos estudados para expansão da rede.

A região escolhida foi a Ilha do Governador que, independentemente de

estar no radar ou não da empresa para uma futura abertura, é uma

possibilidade real de crescimento da marca pela grande quantidade de

interações que os moradores têm nas mídias sociais. De maneira prática, a

equipe de marketing busca aproximar o contato com os clientes através do

Instagram e ocasionalmente, buscando auxiliar a equipe de expansão,

pergunta aos seguidores os locais mais desejados para a abertura de um ponto

comercial da varejista de alimentos.

Utilizando a regressão encontrada neste trabalho para a quantidade de

atendimentos de uma região, é possível demonstrar um valor provável da

quantidade de atendimentos que um ponto genérico, definido pelo Geofusion,

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tem potencial de atingir. Inserindo os dados no modelo, assim como

informações genéricas de dias úteis e dias de sábado compatíveis com o

restante dos dados analisados, temos o valor de 20.174 atendimentos, como

mostra a tabela abaixo:

Figura 19 - Regressão para dados da Ilha do Governador. Fonte: Elaborada pelo autor.

Em comparação com a faixa de atendimentos das lojas da Casas Pedro,

percebe-se que o valor está posicionado na primeira faixa de grandeza (onde

se situa grande parte da amostra), o que representa um potencial baixo de

atendimentos se comparada com o geral da companhia.

ILHA DO GOVERNADOR DADOS EXTRAÍDOS Beta DADO * Beta

DU 23,00 544,48 12.523

DS 4,00 686,01 2.744

PEA_300 5.890,12 0,49 2.863

PEA_500_1 36.504,52 -0,05 -1.674

PEA_1_2 75.231,15 0,06 4.434

PEA_BAIRRO 114.207,41 -0,04 -4.746

POP_300 15.434,01 -0,73 -11.265

POP_300_500 21.081,38 0,53 11.161

POP_1_2 108.430,50 -0,05 -5.418

POP_BAIRRO 171.920,76 0,05 7.738

RM_300 16.897,23 -0,15 -2.523

RM_BAIRRO 18.769,11 0,23 4.336

ATEND_LOJAS_500_1 0,00 -0,21 0

20.174TOTAL DE ATENDIMENTOS =

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CAPÍTULO 9 - PRÓXIMOS PASSOS

A modelagem de vendas das lojas da Casas Pedro é o primeiro passo

para outras diversas análises potenciais para a equipe de expansão da

companhia. Como dito ao longo do estudo, as ferramentas utilizadas são pouco

maduras no sentido técnico e ainda se baseiam muito no conhecimento tácito

dos líderes da empresa.

A análise quantitativa de pontos para futuras lojas pode significar um

primeiro passo para que a equipe passe a se especializar em abrir pontos com

maior potencial de maneira que o crescimento da rede de lojas seja mais

assertivo. Os próximos passos sugeridos pelo presente trabalho seriam o

refinamento dos parâmetros encontrados a partir de uma maior gama de dados

a serem inseridos no modelo e, principalmente, a consideração de fatores de

custo no resultado da loja.

Este estudo busca explicar as vendas das lojas a partir de fatores

externos à administração da empresa, mas vale destacar que a principal

métrica para se avaliar o desempenho de uma loja é seu resultado financeiro,

já descontando todos os custos associados à operação. Assim, é importante

frisar que o faturamento bruto das lojas não deve ser o fator final decisório da

equipe de expansão.

Sugere-se, por exemplo, a correta análise de custos de aluguel, pessoal,

energia elétrica, material de limpeza, material de escritório, internet,

manutenção, descontos, investimentos e outros possíveis gastos associados a

uma operação de varejo alimentar. Seguindo a metodologia utilizada, será

possível encontrar correlações entre as saídas de caixa descritas acima e

métricas internas, como quantidade de atendimentos, metragem da loja, tempo

de vida útil do maquinário e outras.

Com isso, espera-se obter o validador final de “go / no go” para a

decisão de abertura de uma loja em determinada região, podendo definir

valores mínimos de lucratividade para auxílio da escolha.

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CONCLUSÃO

Os resultados obtidos pela análise de regressão entre o faturamento das

lojas da Casas Pedro e variáveis explicativas externas evidenciam a existência

de algum nível de explicação das vendas dos pontos a partir destes fatores.

Algumas relações já eram esperadas pela experiência da administração, mas

nunca haviam sido comprovadas estatisticamente, como, por exemplo, a

relação entre atendimentos e a população da região. Outras relações foram

recebidas pelo setor comercial com relativa surpresa, pois não eram difundidas

entre os funcionários da empresa afim de potencializar o processo de

expansão ao máximo.

A visualização dos resultados em ferramenta de fácil manuseio pela

equipe permite aos funcionários responsáveis uma melhor aproximação do

resultado esperado de uma nova abertura, considerando um nível de confiança

adequadamente selecionado para as estimativas em questão. Desta forma,

espera-se que, a partir deste trabalho, a rede consiga atingir o Sonho Grande

de chegar às 100 lojas mais rápido e, principalmente, de forma mais

sustentável.

Com isso, pode-se considerar que os objetivos do projeto foram

alcançados com rigor. Dessa maneira, cabe ao time da Casas Pedro o bom

uso das informações apresentadas no modelo para aumentar a assertividade

na escolha dos pontos. O produto deste projeto fornece a instituição mais um

insumo que utiliza algumas das tecnologias e metodologias estatísticas mais

modernas para orientar decisões da empresa e suportá-la na conquista de

seus objetivos estratégicos de curto e longo prazo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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56

ANEXOS

ANEXO 1 – BASE DE DADOS COMPLETA. ELABORAÇÃO PRÓPRIA

LOJA

AN

OM

ESM

ATU

RA

CA

OFA

T_BR

UTO

ATEN

DIM

ENTO

STM

PA

PM

M2

DU

DS

BA

RR

A2

01

60

11

59

3.9

91

R$

1

6.0

18

3

7,0

8R

$

3,4

49

,50

R$

1

06

19

5

IPA

NEM

A2

01

60

11

78

2.4

17

R$

2

4.9

43

3

1,3

7R

$

2,9

29

,49

R$

1

26

19

5

GA

VEA

20

16

01

15

00

.25

5R

$

16

.39

9

30

,51

R$

2

,70

9,9

9R

$

10

81

95

CO

PA

CA

BA

NA

20

16

01

18

30

.20

1R

$

28

.90

8

28

,72

R$

2

,63

9,6

3R

$

62

19

5

CO

PA

10

66

20

16

01

16

49

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5R

$

22

.43

0

28

,96

R$

2

,72

9,3

9R

$

10

81

95

PA

SSOS 1

10

20

16

01

14

67

.12

5R

$

17

.01

8

27

,45

R$

2

,87

8,4

4R

$

52

19

5

ALFA

ND

EGA

20

16

01

15

30

.21

4R

$

19

.13

8

27

,70

R$

2

,79

8,7

7R

$

74

19

5

TIJUC

A2

01

60

11

43

4.7

27

R$

1

5.0

90

2

8,8

1R

$

2,8

68

,91

R$

3

41

95

BU

ENO

34

62

01

60

11

32

2.9

68

R$

1

1.9

57

2

7,0

1R

$

2,7

48

,69

R$

1

01

19

5

NITER

OI

20

16

01

16

18

.69

5R

$

22

.13

0

27

,96

R$

2

,89

8,5

4R

$

10

81

95

ICA

RA

I2

01

60

11

49

2.4

56

R$

1

8.0

35

2

7,3

1R

$

2,8

18

,59

R$

1

26

19

5

BO

TAFO

GO

20

16

01

15

92

.36

4R

$

21

.47

8

27

,58

R$

2

,84

8,5

7R

$

11

91

95

QU

ITAN

DA

20

16

01

14

82

.86

6R

$

20

.92

4

23

,08

R$

2

,53

8,0

6R

$

84

19

5

TOM

E2

01

60

11

31

0.7

75

R$

1

2.2

75

2

5,3

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$

2,6

58

,43

R$

6

61

95

BA

RR

A2

01

60

21

58

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37

R$

1

6.6

00

3

5,0

6R

$

3,3

99

,65

R$

1

06

18

4

IPA

NEM

A2

01

60

21

76

9.8

05

R$

2

5.3

90

3

0,3

1R

$

2,9

79

,51

R$

1

26

18

4

GA

VEA

20

16

02

15

18

.17

3R

$

17

.17

7

30

,15

R$

2

,83

9,9

5R

$

10

81

84

CO

PA

CA

BA

NA

20

16

02

18

08

.92

9R

$

29

.27

7

27

,62

R$

2

,62

9,8

6R

$

62

18

4

CO

PA

10

66

20

16

02

16

28

.11

6R

$

21

.87

8

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R$

2

,77

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$

10

81

84

PA

SSOS 1

10

20

16

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14

35

.63

4R

$

16

.38

5

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R$

2

,82

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0R

$

52

18

4

ALFA

ND

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20

16

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15

24

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$

19

.22

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27

,25

R$

2

,87

8,8

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$

74

18

4

TIJUC

A2

01

60

21

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R$

1

5.5

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2

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$

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R$

3

41

84

BU

ENO

34

62

01

60

21

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R$

1

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2

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$

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78

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R$

1

01

18

4

NITER

OI

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$

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4

BO

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R$

2

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$

11

91

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QU

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TOM

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R$

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BA

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#N/D

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#N/D

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3#N

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85

#N/D

6.1

78

4.0

85

16

.77

66

1.7

31

16

.54

3#N

/D

15

.31

92

1.7

53

53

.00

91

37

.67

61

51

.33

2#N

/D

13

.84

22

0.0

41

55

.61

89

3.7

10

15

1.3

32

#N/D

33

49

02

15

.75

58

3.2

74

42

.53

1#N

/D

16

17

42

5.7

33

77

.39

34

2.5

31

#N/D

8.9

34

15

.43

46

3.1

20

15

2.7

82

16

9.3

33

#N/D

44

01

.96

33

4.9

06

86

.45

34

2.5

31

#N/D

1.8

32

5.3

91

26

.19

77

0.8

01

#N/D

48

7.4

49

13

.82

21

5.6

18

48

.97

49

1.8

72

#N/D

48

7.4

49

6.5

85

12

.69

14

1.3

27

14

6.9

63

85

.68

7#N

/D

71

20

12

.29

37

1.5

64

42

.53

1#N

/D

39

61

.36

72

8.4

27

84

.92

24

2.5

31

#N/D

1.6

23

3.1

70

10

.63

41

8.3

20

14

0.5

71

#N/D

8.5

68

10

.76

63

9.1

83

80

.07

14

4.2

05

#N/D

Page 60: Universidade Federal do Rio de Janeiromonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029551.pdf · Universidade Federal do Rio de Janeiro ANÁLISE DA EXPANSÃO DE LOJAS NA CASAS PEDRO

59

RM

_30

0R

M_3

00

_50

0R

M_5

00

_10

00

RM

_1_2

RM

_BA

IRR

OR

M_M

UN

ICIP

IO

33

.40

8R

$

37

.33

4R

$

34

.74

7R

$

43

.26

0R

$

52

.03

6R

$

#N/D

49

.95

5R

$

51

.14

3R

$

36

.77

1R

$

30

.26

6R

$

49

.60

3R

$

#N/D

53

.49

3R

$

47

.90

9R

$

39

.72

7R

$

44

.07

7R

$

47

.54

3R

$

#N/D

21

.08

7R

$

21

.35

7R

$

20

.62

2R

$

24

.42

4R

$

19

.76

0R

$

#N/D

17

.41

1R

$

18

.52

1R

$

26

.34

5R

$

33

.61

8R

$

19

.76

0R

$

#N/D

3.6

26

R$

3

.59

3R

$

4.3

07

R$

5

.38

3R

$

5.2

13

R$

#N

/D

4.4

86

R$

3

.93

8R

$

3.5

42

R$

5

.28

6R

$

5.2

13

R$

#N

/D

28

.28

0R

$

28

.18

0R

$

24

.20

8R

$

15

.95

4R

$

21

.27

5R

$

#N/D

4.0

59

R$

4

.28

4R

$

4.8

43

R$

5

.13

0R

$

5.2

13

R$

#N

/D

5.8

19

R$

6

.22

0R

$

10

.74

8R

$

21

.07

3R

$

#N/D

10

.90

7R

$

27

.50

9R

$

27

.37

7R

$

23

.15

7R

$

15

.17

9R

$

#N/D

10

.90

7R

$

17

.56

1R

$

24

.10

4R

$

21

.22

0R

$

25

.83

8R

$

22

.35

3R

$

#N/D

5.8

14

R$

5

.42

4R

$

4.4

59

R$

5

.71

0R

$

5.2

13

R$

#N

/D

3.6

48

R$

3

.81

0R

$

4.5

26

R$

5

.32

5R

$

5.2

13

R$

#N

/D

33

.66

4R

$

37

.62

0R

$

35

.01

4R

$

43

.59

2R

$

52

.43

4R

$

#N/D

50

.33

8R

$

51

.53

5R

$

37

.05

2R

$

30

.49

8R

$

49

.98

3R

$

#N/D

53

.90

2R

$

48

.27

7R

$

40

.03

1R

$

44

.41

5R

$

47

.90

7R

$

#N/D

21

.24

8R

$

21

.52

1R

$

20

.78

0R

$

24

.61

2R

$

19

.91

1R

$

#N/D

17

.54

4R

$

18

.66

2R

$

26

.54

7R

$

33

.87

6R

$

19

.91

1R

$

#N/D

3.6

54

R$

3

.62

0R

$

4.3

40

R$

5

.42

4R

$

5.2

53

R$

#N

/D

4.5

21

R$

3

.96

8R

$

3.5

69

R$

5

.32

7R

$

5.2

53

R$

#N

/D

28

.49

7R

$

28

.39

6R

$

24

.39

3R

$

16

.07

6R

$

21

.43

8R

$

#N/D

4.0

90

R$

4

.31

7R

$

4.8

81

R$

5

.16

9R

$

5.2

53

R$

#N

/D

5.8

64

R$

6

.26

8R

$

10

.83

1R

$

21

.23

4R

$

#N/D

10

.99

0R

$

27

.72

0R

$

27

.58

7R

$

23

.33

4R

$

15

.29

5R

$

#N/D

10

.99

0R

$

17

.69

5R

$

24

.28

9R

$

21

.38

3R

$

26

.03

6R

$

22

.52

4R

$

#N/D

5.8

59

R$

5

.46

6R

$

4.4

93

R$

5

.75

4R

$

5.2

53

R$

#N

/D

3.6

76

R$

3

.83

9R

$

4.5

61

R$

5

.36

6R

$

5.2

53

R$

#N

/D

33

.39

3R

$

37

.31

8R

$

34

.73

2R

$

43

.24

1R

$

52

.01

2R

$

#N/D

49

.93

3R

$

51

.12

0R

$

36

.75

4R

$

30

.25

3R

$

49

.58

1R

$

#N/D

Page 61: Universidade Federal do Rio de Janeiromonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029551.pdf · Universidade Federal do Rio de Janeiro ANÁLISE DA EXPANSÃO DE LOJAS NA CASAS PEDRO

60

LOJA

S_30

0LO

JAS_3

00

_50

0LO

JAS_5

00

_1LO

JAS_1

_2

00

00

00

01

00

00

00

02

00

01

03

10

02

20

00

00

11

11

00

01

00

01

00

00

01

12

11

11

00

00

00

01

00

00

00

02

00

01

03

10

02

20

00

00

11

11

00

01

00

01

00

00

01

12

11

11

00

00

00

01

Page 62: Universidade Federal do Rio de Janeiromonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029551.pdf · Universidade Federal do Rio de Janeiro ANÁLISE DA EXPANSÃO DE LOJAS NA CASAS PEDRO

61

FAT_LO

JAS_3

00

FAT_LO

JAS_3

00

_50

0FA

T_LOJA

S_50

0_1

FAT_LO

JAS_1

_2

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

64

9.6

15

R$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

1.2

41

.97

9R

$

-R

$

-R

$

-R

$

78

2.4

17

R$

-R

$

1.1

63

.95

7R

$

48

2.8

66

R$

-

R$

-R

$

94

9.9

91

R$

6

33

.74

3R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

31

0.7

75

R$

4

67

.12

5R

$

53

0.2

14

R$

4

82

.86

6R

$

-R

$

-R

$

-R

$

49

2.4

56

R$

-R

$

-R

$

-R

$

61

8.6

95

R$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

53

0.2

14

R$

4

67

.12

5R

$

63

3.7

43

R$

32

2.9

68

R$

4

67

.12

5R

$

53

0.2

14

R$

4

82

.86

6R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

62

8.1

16

R$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

1.2

22

.90

3R

$

-R

$

-R

$

-R

$

76

9.8

05

R$

-R

$

1.1

45

.62

3R

$

53

6.7

52

R$

-

R$

-R

$

97

2.3

86

R$

6

21

.54

3R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

30

4.7

92

R$

4

35

.63

4R

$

52

4.0

80

R$

5

36

.75

2R

$

-R

$

-R

$

-R

$

52

4.1

64

R$

-R

$

-R

$

-R

$

60

8.4

76

R$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

52

4.0

80

R$

4

35

.63

4R

$

62

1.5

43

R$

31

6.7

50

R$

4

35

.63

4R

$

52

4.0

80

R$

5

36

.75

2R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

-R

$

64

6.2

45

R$

Page 63: Universidade Federal do Rio de Janeiromonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029551.pdf · Universidade Federal do Rio de Janeiro ANÁLISE DA EXPANSÃO DE LOJAS NA CASAS PEDRO

62

ATEN

D_LO

JAS_3

00

ATEN

D_LO

JAS_3

00

_50

0A

TEND

_LOJA

S_50

0_1

ATEN

D_LO

JAS_1

_2

00

00

00

02

2.4

30

00

00

00

04

3.9

08

00

02

4.9

43

04

3.3

71

20

.92

40

03

7.9

42

24

.23

30

00

00

12

.27

51

7.0

18

19

.13

82

0.9

24

00

01

8.0

35

00

02

2.1

30

00

00

01

9.1

38

17

.01

82

4.2

33

11

.95

71

7.0

18

19

.13

82

0.9

24

00

00

00

02

1.8

78

00

00

00

04

3.4

10

00

02

5.3

90

04

3.9

29

23

.65

20

04

0.0

37

24

.70

20

00

00

12

.51

31

6.3

85

19

.22

72

3.6

52

00

01

9.0

86

00

02

2.4

49

00

00

01

9.2

27

16

.38

52

4.7

02

12

.18

91

6.3

85

19

.22

72

3.6

52

00

00

00

02

3.6

63

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63

ANEXO 2 – REGRESSÃO TICKET MÉDIO E ATENDIMENTOS.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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64

ANEXO 3 – 1ª REGRESSÃO ATENDIMENTOS – BAIRROS RJ.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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65

ANEXO 4 – 2ª REGRESSÃO ATENDIMENTOS – BAIRROS RJ.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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66

ANEXO 5 – 1ª REGRESSÃO ATENDIMENTOS – CENTRO RJ.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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67

ANEXO 6 – 2ª REGRESSÃO ATENDIMENTOS – CENTRO RJ.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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68

ANEXO 7 – 1ª REGRESSÃO ATENDIMENTOS – OUTROS MUNICÍPIOS.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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69

ANEXO 8 – 2ª REGRESSÃO ATENDIMENTOS – OUTROS MUNICÍPIOS.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

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70

ANEXO 9 – 1ª REGRESSÃO TICKET MÉDIO – BAIRROS RJ. ELABORAÇÃO

PRÓPRIA

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71

ANEXO 10 – 2ª REGRESSÃO TICKET MÉDIO – BAIRROS RJ.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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72

ANEXO 11 – 1ª REGRESSÃO TICKET MÉDIO – CENTRO RJ. ELABORAÇÃO

PRÓPRIA

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73

ANEXO 12 – 2ª REGRESSÃO TICKET MÉDIO – CENTRO RJ. ELABORAÇÃO

PRÓPRIA

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74

ANEXO 13 – 1ª REGRESSÃO TICKET MÉDIO – OUTROS MUNICÍPIOS.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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75

ANEXO 14 – 2ª REGRESSÃO TICKET MÉDIO – OUTROS MUNICÍPIOS.

ELABORAÇÃO PRÓPRIA