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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ NÚCLEO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DESENVOLVIMENTO RURAL EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL LAURENA SILVA RODRIGUES CONSUMO, DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO DA TORTA DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum) PROVENIENTE DA AGROINDÚSTRIA COSMÉTICA BELÉM 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

NÚCLEO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DESENVOLVIMENTO RURAL EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

LAURENA SILVA RODRIGUES

CONSUMO, DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO DA TORTA DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum) PROVENIENTE DA

AGROINDÚSTRIA COSMÉTICA

BELÉM 2012

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) – Biblioteca Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural / UFPA, Belém-PA

Rodrigues, Laurena Silva

Consumo, digestibilidade e balanço de nitrogênio da torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) proveniente da agroindústria cosmética / Laurena Silva Rodrigues; orientadores, José de Brito Lourenço Junior, André Guimarães Maciel e Silva, Stéfano Juliano Tavares de Andrade. - 2012.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Pará, Núcleo de Ciências

Agrárias e Desenvolvimento Rural, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Belém, 2012.

1. Ruminante – Nutrição – Amazônia. 2. Ruminante – Amazônia – Alimentação

e rações. 3. Nutrição animal – Amazônia. 5. Cupuaçu. I. Título. CDD – 22.ed. 636.30852

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LAURENA SILVA RODRIGUES

CONSUMO, DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO DA TORTA DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum) PROVENIENTE DA

AGROINDÚSTRIA COSMÉTICA

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural. Universidade Federal do Pará. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Amazônia Oriental. Universidade Federal Rural da Amazônia. Área de concentração: Produção Animal. Orientador: Prof. Dr. José de Brito Lourenço Junior Co-orientador: Prof. Dr. André Guimarães Maciel e Silva Co-orientador: Prof. Dr. Stéfano Juliano Tavares de Andrade

BELÉM 2012

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LAURENA SILVA RODRIGUES

CONSUMO, DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO DA TORTA DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum) PROVENIENTE DA

AGROINDÚSTRIA COSMÉTICA Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural. Universidade Federal do Pará. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Amazônia Oriental. Universidade Federal Rural da Amazônia. Área de concentração: Produção Animal.

Data da aprovação. Belém - PA: ______/_______/_______

Banca Examinadora

_________________________________________ Prof. Dr. José de Brito Lourenço Junior - Orientador Universidade do Estado do Pará-UEPA/Centro de Ciências Naturais e Tecnologia-CCNT

_________________________________________ Prof. Dr. Ari Pinheiro Camarão Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará-IDESP

_________________________________________ Prof. Dr. Felipe Nogueira Domingues Universidade Federal do Pará-UFPA

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Dedico ao SENHOR JESUS CRISTO toda honra,

toda glória e todo louvor, pois tudo que tenho,

tudo o que sou e o que eu vier a ser vem do

SENHOR.

À minha amada e “guerreira” mãezinha, por

acreditar em mim e estar sempre ao meu lado.

Obrigada!

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AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me proporcionado a grande oportunidade de fazer mestrado.

À Universidade Federal do Pará.

À Embrapa Amazônia Oriental.

À Universidade Federal Rural da Amazônia.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), na pessoa

da Professora Célia Maria Costa Guimarães.

Ao Programa de Aperfeiçoamento Profissional CAPES, pela concessão de bolsa de

ensino, que muito contribuiu para a realização do presente trabalho.

À Beraca, por nos fornecer o subproduto do cupuaçu.

Ao Professor, doutor, orientador e amigo José de Brito Lourenço Júnior, pela

oportunidade de minha inserção no contexto acadêmico, com competência e

responsabilidade aguçadas.

Ao Professor, doutor e co-orientador, André Guimarães Maciel e Silva, pelo apoio e

contribuição brilhante neste trabalho.

Ao Professor, doutor e co-orientador, Stéfano Juliano Tavares de Andrade, pelas

contribuições.

Ao Professor, doutor Cristian Faturi, pelo apoio, atenção e dedicação, que são

qualidades preciosas...

À Professora e doutora, Jamile Andréia Rodrigues Silva, por me auxiliar com

competência no estágio de docência. Aprendi muito com você.

Aos professores membros da banca, Ari Pinheiro Camarão e Felipe Nogueira

Domingues, pela disposição e sugestões para o aperfeiçoamento deste trabalho.

Ao meu colega e amigo de pós-graduação, Bruno Peres de Menezes, pelo

destacado apoio na realização deste trabalho experimental.

Aos pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, Alexandre Rossetto Garcia e

Benjamim de Souza de Souza Nahúm.

Aos funcionários da Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, da

Embrapa Amazônia Oriental, Deoclécio Chaves de Oliveira, Eder Mauricio Amaral

Farias, Elanderson Soares Lima, Ivanildo Jose Batista Lobo, Januário Sousa Araújo,

Joarez Santana, Osvaldo Lopes de Andrade e Talmir Quinzeiro Neto, pelo apoio e

contribuição, na consecução do meu trabalho experimental.

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À minha querida e amada mãe, pelo apoio e zelo em minha criação. Você é minha

melhor amiga e eu a amo muito.

Ao meu pai, que se estivesse ainda entre nós, se orgulharia de mim.

Às minhas irmãs, Larisse e Luana, pelo companheirismo de tantos anos. Nas vitórias

e derrotas, o importante é saber que estaremos sempre juntas.

Aos meus sobrinhos Larissa, Lorrane e Lucas, pelo carinho, amor e alegria que lhes

são naturais.

Ao meu cunhado

Às minhas tias, tios, primas e primos, pelo apoio.

Às minhas amadas avós.

À amiga e eterna conselheira, Elba Moraes de Oliveira, que mesmo distante,

suportou meus longos desabafos, no MSN ou no celular, madrugada afora, sempre

oferecendo a palavra amiga ou uma bronca inspiradora, pois, afinal, é dever dos

grandes amigos, nos abrir os olhos e entender os longos períodos de silêncio,

motivados pelo excesso de cansaço ou serviço. Amo você Manamiga!

À Gercy Soares Pinto, amiga e colega de graduação e pós-graduação, por me

ajudar, quando precisei. É bom saber que posso contar com você. Amigas para

sempre...

Às minhas amigas da Igreja, Elda Carla B. Natividade, Renata Rodrigues e Irani

Rocha, pela amizade sincera e divertida.

Ao meu querido Pastor, Francisco Alves Ribeiro, e esposa, irmã Áurea Ribeiro, pelo

apoio e ajuda, desde a minha graduação.

Ao Pastor Fenelon Lima Sobrinho e sua esposa, irmã Socorro Lima. Obrigada!

Às irmãs do circulo de oração da minha Igreja, em especial a irmã Raimunda

Nonata.

À Elizangêla, o anjo enviado por Deus, para me incentivar, na conquista dos meus

sonhos.

Aos meus colegas da pós-graduação, Bruno Soares e Laura Raiol, pelo apoio e

companheirismo.

À todos que direta ou indiretamente me ajudaram na realização de mais um sonho.

MUITO OBRIGADA!

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“Os que confiam no SENHOR JESUS serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.”

(Salmo 125. 1)

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RESUMO Para avaliar substituição da gramínea Mombaça (Panicum maximum) com níveis

crescentes (0%, 10%, 20%, 40% e 60%) de torta de cupuaçu (Theobroma

grandiflorum), subproduto da agroindústria cosmética, efetuou-se o consumo

voluntário, digestibilidade aparente dos nutrientes e balanço de nitrogênio. Realizou-

se ensaio metabólico, com 20 carneiros, na Embrapa Amazônia Oriental, Belém,

Pará (1º28′ S 48º27′ W), durante 26 dias, dos quais 21 de adaptação e ajustes e

cinco de coleta de dados de alimentos fornecidos, sobras de alimentos, fezes e

urina. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, em

cinco tratamentos e quatros repetições: Tratamento A (Controle) = 100% de

volumoso (Panicum maximum); Tratamento B = 90% P. maximum + 10% de torta de

cupuaçu (TC); Tratamento C = 80% P. maximum + 20% TC; Tratamento D = 60% P.

maximum + 40% TC; e Tratamento E = 40% P. maximum + 60% TC. Foram

avaliados consumo e coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (MS),

matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra

em detergente ácido (FDA), extrato etéreo (EE), celulose (CEL), hemicelulose (HEM)

e balanço de nitrogênio (BN) das dietas. A substituição de gramínea Mombaça por

torta de cupuaçu não influenciou significativamente os consumos (P>0,05) de MS,

MO, CEL, HEM, FDA, FDA, LIG e MM, todavia os teores de EE e PB apresentaram

diferenças significativas. Os coeficientes de digestibilidade aparente da MS, MO, PB,

FDN e FDA foram significativamente diferentes, porém não apresentaram diferenças

significativas para EE, CEL e HEM. Não houve diferença significativa no BN

(P>0,05). A torta de cupuaçu constitui alternativa para suplementação alimentar de

ruminantes, como boa fonte protéica e energética.

Palavras-chave: Amazônia Oriental. Nutrição de ruminantes. Panicum maximum.

Subproduto agroindustrial. Suplementação alimentar.

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ABSTRACT

To evaluate replacement of Mombaça grass (Panicum maximum) with increasing

levels (0%, 10%, 20%, 40% and 60%) pie cupuaçu (Theobroma grandiflorum), a

byproduct of agribusiness cosmetics, it was made voluntary intake, apparent

digestibility and nitrogen balance. Held metabolism trial, 20 sheep, at Embrapa

Amazônia Oriental, Belém, Pará (1º28'S/48º27'W), during 26 days, there were in 21

days adaptation and adjustment, and five data collection of food provided, leftover

food, feces and urine. The experiment was conducted in a completely randomized

design in four replications and five treatments: Treatment A (control) = 100% forage

(Panicum maximum), Treatment B = 90% P. maximum + 10% pie cupuaçu (TC),

Treatment C = 80% P. maximum + 20% TC; Treatment D = 60% P. maximum + 40%

TC and Treatment E = 40% P. maximum + 60% TC. We assessed intake and

apparent digestibility of dry matter (DM), organic matter (OM), crude protein (CP),

neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), ether extract (EE), cellulose

(CEL), hemicellulose (HEM) and nitrogen balance (NB) of the diets. The replacement

of grass Mombaça by pie cupuaçu did not significantly influence (P> 0.05) for

consumption of DM, OM, CEL, HEM, FDA, FDA, lignin, and MM, but the levels of EE

and CP showed significant difference. The apparent digestibility of DM, OM, CP, NDF

and ADF were significantly different, but no significant difference for EE, CEL, and

HEM. There was no significant difference in NB (P> 0.05). The pie cupuaçu is

alternative to supplemental feeding of ruminants, as a good source of protein and

energy.

Keywords: Eastern Amazon. Ruminant nutrition. Panicum maximum. Agro-industrial

by-product. Supplementary feeding.

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LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1 - Árvore de Theobroma grandiflorum Schum, e seu fruto, o cupuaçu...............................................................................

17

Figura 2 - Fruto do cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).......... 18

Figura 3 - Fluxograma da torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)...........................................................

20

Figura 4 - Interdependência de fatores nutricionais que interferem no desempenho animal.......................................................

23

Figura 5 - Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará..........................

26

Figura 6 - Adubação a lanço (A) da gramínea Mombaça (Panicum maximum Jacq.), após 30 dias de descanso (B), na Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará...............

27

Figura 7 - Corte diário (A), coleta (B) e trituração da gramínea Panicum maximum cv. Mombaça (C), na Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará.........................................

27

Figura 8 - Gaiolas localizadas no galpão de ensaio metabólico da Unidade de Pesquisa “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará....................

28

Figura 9 - Torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) (A), arraçoamento (B) e consumo da dieta por ovino (C) no galpão de ensaio metabólico Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará.........................................................................

30

Figura 10 - Coleta total de fezes no galpão de ensaio metabólico da Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará (A e B).......

32

Figura 11 - Coleta de urina no galpão de ensaio metabólico da Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará (A e B).......

33

Figura 12 - Consumo de PB, em função dos níveis de substituição de 37

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Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)........................

Figura 13 - Consumo de EE, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)........................

37

Figura 14 - Coeficiente de digestibilidade aparente da MS, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq. cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)................................................................................

40

Figura 15 - Coeficiente de digestibilidade aparente da MO, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)................................................................................

41

Figura 16 - Coeficiente de digestibilidade aparente da PB, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)................................................................................

42

Figura 17 - Coeficiente de digestibilidade aparente do FDN, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)...........................................................

44

Figura 18 - Coeficiente de digestibilidade aparente do FDA, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)...........................................................

45

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1 - Composição bromatológica dos ingredientes das dietas experimentais e da dieta total, em matéria seca................

29

Tabela 2 - Composição da mistura mineral (100 kg)........................... 30

Tabela 3 - Modelo de análise de variância.......................................... 33

Tabela 4 - Consumo das dietas experimentais, em níveis de substituição de gramínea mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)......................................

35

Tabela 5 - Médias dos CDAMS, CDAMO, CDAPB, CDAEE, CDAFDN, CDAFDA e CDACEL, das dietas com torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).......................

39

Tabela 6 - Médias de nitrogênio ingerido (g.dia-1), nitrogênio fecal (g.dia-1), nitrogênio urinário (g.dia-1) e nitrogênio retido (% sobre o nitrogênio ingerido), das dietas com torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).......................

46

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SUMÁRIO

Página 1 INTRODUÇÃO....................................................................... 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................. 15 2.1 ESTACIONALIDADE PRODUTIVA DE FORRAGENS.......... 15 2.2 SUBPRODUTOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL.................... 16 2.2.1 Cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)......................... 17 2.2.1.1 Torta de Cupuaçu.................................................................. 19 2.3 GRAMÍNEA MOMBAÇA (Panicum maximum Jacq.)............. 21 2.4 CONSUMO VOLUNTÁRIO, VALOR NUTRITIVO E

DIGESTIBILIDADE................................................................ 22

3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................... 26 3.1 ÁREA EXPERIMENTAL......................................................... 26 3.2 ANIMAIS EXPERIMENTAIS.................................................. 28 3.3 DIETAS EXPERIMENTAIS.................................................... 28 3.4 VALOR NUTRITIVO DA DIETA............................................. 30 3.4.1 Análises Bromatológicas.................................................... 31 3.4.1.1 Composição Química-bromatológica..................................... 31 3.5 CONSUMO VOLUNTÁRIO E DIGESTIBILIDADE

APARENTE............................................................................ 31

3.6 BALANÇO DE NITROGÊNIO................................................ 32 3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA........................................................ 33 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................. 35 4.1 INFLUÊNCIA DA SUSTITUIÇÃO DA GRAMÍNEA POR

TORTA DE CUPUAÇU NO CONSUMO VOLUNTÁRIO........ 35

4.2 INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE SUBSTITUIÇÃO DA GRAMÍNEA MOMBAÇA PELA TORTA DE CUPUAÇU NA DIGESTIBILIDADE APARENTE DOS NUTRIENTES...........

38

4.3 BALANÇO DE NITROGÊNIO................................................ 45 5 CONCLUSÃO........................................................................ 48 REFERÊNCIAS..................................................................... 49

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1 INTRODUÇÃO

O aumento da conscientização ecológica, iniciada no final do Século XX,

deixou claro que o grande desafio da humanidade para as próximas décadas é

equilibrar a produção de bens e serviços, crescimento econômico, igualdade social e

sustentabilidade ambiental (PELIZER et al., 2007). A preocupação com o ambiente

leva à viabilização de projetos que promovem a sustentabilidade do sistema de

produção, ao contrário do que acontecia no passado, quando resíduos eram

descartados indevidamente. Atualmente, conceitos de minimização, recuperação e

aproveitamento de resíduos, para transformá-los em subprodutos, estão cada vez

mais difundidos (LAUFENBERG et al., 2003).

A constante busca por proteína animal de qualidade tem despertado o

interesse da pesquisa agropecuária, no desenvolvimento de inovações tecnológicas

que possibilitem a elevação dos índices produtivos da pecuária, com

sustentabilidade econômica, social e reduzido impacto ambiental, além de permitir

obter animal precoce e de qualidade competitiva nos mercados interno e externo,

cada vez mais exigentes (LOURENÇO JÚNIOR et al., 2005).

A produção de ruminantes vem sendo desenvolvida em sistemas de produção

que precisam ser melhorados, pois um dos principais fatores que influencia na sua

sustentabilidade é a alimentação. Uma estratégia que pode ser utilizada para elevar

a economia dessa atividade é o manejo alimentar adequado, principalmente na

época seca do ano, associado ao uso de sistemas intensivos e alternativos de

produção, que disponibilizam alimentos de bom valor nutritivo, com baixo custo

(RODRIGUES FILHO et al., 2001). Assim, é importante que os sistemas produtivos,

sejam manejados, visando não só a sobrevivência do homem, mas, principalmente,

a necessidade de se legar às gerações futuras um ambiente saudável, sem poluição

e que seja capaz de produzir alimentos, de forma racional, através do adequado uso

dos recursos do solo, água, planta e animal (DIAS FILHO, 2003).

O sucesso econômico de uma atividade, geralmente, requer a maximização

dos processos produtivos, onde os recursos disponíveis devem estar em plena

capacidade de uso. Na criação intensiva de ruminantes, os custos com alimentação

representam um dos principais componentes da produção. A procura por alimentos

alternativos e de baixo valor comercial, tais como resíduos e subprodutos agrícolas,

representa forma de minimizar os gastos. A utilização de subprodutos da

agroindústria cosmética surge como alternativa e pode auxiliar na suplementação

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animal, permitir ajustes na oferta de alimentos, ao longo do ano, e aumentar a

capacidade de suporte, que evita a derrubada de áreas de florestas, para expansão

pecuária (GRANDINI, 2001).

Os subprodutos da agroindústria são fontes valiosas de proteínas, energia e

fibra para a produção animal e, tradicionalmente, têm sido utilizados para substituir

concentrados energéticos e protéicos (NRC, 1989; 2001). Dentre os que podem

substituir soja e milho, destaca-se a torta do cupuaçu (Theobroma glandiflorum

Schum), oriundo da indústria cosmética regional, que pode ser utilizado na

alimentação de ruminantes e contribuir para reduzir os gastos alimentares e o

impacto ambiental da indústria de processamento de frutos (DANTAS FILHO et al.,

2007).

Avanços tecnológicos na área da nutrição são importantes para elevar a

produtividade animal e permitem o desenvolvimento dos sistemas de produção de

ruminantes, pois um dos seus principais entraves é a baixa rentabilidade na criação

tradicional, onde não é atendida a demanda nutricional, principalmente, devido ao

período de estiagem, quando ocorre redução da massa de forragem e diminuição do

seu valor nutritivo, além da crescente demanda por produtividade e competitividade

no setor agropecuário (CASTRO, 2005).

Objetivou-se com este estudo avaliar a torta de cupuaçu (Theobroma

grandiflorum Schum), oriunda do processamento das sementes, após a extração do

óleo pela indústria cosmética, através do consumo, digestibilidade e balanço de

nitrogênio em ruminantes.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ESTACIONALIDADE PRODUTIVA DE FORRAGENS

A estacionalidade produtiva de forragens - “período crítico” -, varia durante o

ano, conforme as estações, o que influencia o crescimento e desenvolvimento da

planta. As variações sazonais nas características das pastagens exercem forte

impacto na pecuária de corte brasileira, porque os animais são alimentados

basicamente com pasto. A pecuária tem nas pastagens cultivadas o principal recurso

para a alimentação dos rebanhos e, na época chuvosa, devido à alta disponibilidade

e bom valor nutritivo da forragem, observa-se um desempenho satisfatório dos

animais. No entanto, durante o período seco ocorre o oposto e, como conseqüência,

redução do desempenho ou até perda de peso e redução drástica na produção

animal (EUCLIDES et al., 1992; VALENTIM; MOREIRA, 1994; RESTLE et al., 1996;

RASSINI, 2004).

A falta de alimentação adequada do gado é um dos principais fatores

limitantes à produtividade pecuária no continente sul-americano. Neste aspecto,

pesquisas sobre estratégias que amenizem, de modo considerável, o declínio

produtivo em épocas de déficit hídrico, são fundamentais para regiões que sofrem

impacto de sazonalidade hídrica sobre a produção forrageira. Aproximadamente

80% da matéria seca das forragens produzidas nas pastagens, durante o ano, estão

disponíveis na estação quente e chuvosa, tornando-se a seca um período crítico, no

qual a produção de forragens é insuficiente, daí a necessidade de ser

complementada com outras fontes alimentares (SCHULTZE-KRAFT, 1980;

FERNANDES et al., 2003).

A qualidade do pasto assume grande importância, porque a deficiência ou o

baixo consumo de qualquer nutriente essencial restringe a produção animal. Espera-

se que os animais em pastejo consigam extrair energia, proteína e outros nutrientes

da forragem para suprir suas necessidades alimentares e, se elas não forem

atendidas pelo pasto e/ou por alimentos suplementares, o animal usará sua reserva

corporal e/ou reduzirá sua produção. Sistemas de uso da terra mais diversificados e

equilibrados são importantes para pecuária, que é fundamental na economia da

região Norte. A utilização de subprodutos tem potencial para suplementar, com

vantagens, os atuais ecossistemas, que em sua grande maioria são constituídos por

monoculturas de gramíneas forrageiras, tornando a atividade sustentável do ponto

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de vista econômico, além de ambientalmente correta (BLASER, 1994; NOLLER et

al., 1997; FRANKE et al., 2001).

2.2 SUBPRODUTOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

O Brasil possui enorme quantidade de resíduos e subprodutos da agricultura

e da agroindústria, com potencial de uso na alimentação de ruminantes. O país

produz, anualmente, 41 milhões de toneladas de frutas e ocupa a segunda

colocação no ranking mundial. Embora a maior parte das frutas produzidas seja

comercializada na forma “in natura”, nos últimos oito anos, o mercado de produtos

processados (conservas, polpas congeladas e sucos) vem apresentando

crescimento de 10% ao ano (ANUÁRIO, 2008). Segundo dados da Food and

Agriculture Organization, citados por Lousada Jr. (2005), nos países em

desenvolvimento, como resultados do processamento de frutas, são gerados 40% de

resíduos agroindustriais, que representam custos operacionais para as empresas,

uma vez que precisam dar destino adequado a esse material, e evitar que se tornem

fontes de contaminação ambiental (LOUSADA JR., 2005).

A indústria de processamento de cupuaçu gera uma quantidade significativa

de resíduos, cujo montante aumenta, substancialmente, o problema ambiental,

principalmente nos grandes centros urbanos, onde o material é de difícil descarte,

sendo enviado para lixões e aterros sanitários. O simples tratamento dos resíduos

gerados na indústria não é medida suficiente para resolver os problemas de sua

deposição final (CALLADO, 1999). Essa é uma das conhecidas soluções “fim-de-

tubo”, pois aborda o que já foi produzido e não evita que resíduos sejam gerados,

mas, apenas, transferidos de um meio para outro. Assim, é necessário reduzir,

reutilizar e reciclar os resíduos (CALLADO, 1999), os quais são considerados

impróprios para a alimentação humana, mas possuem grande potencial de uso na

alimentação animal, principalmente na dieta de ruminantes, devido a algumas

particularidades digestivas que lhes possibilitam utilizar eficientemente fontes

alimentares alternativas, com elevado teor de fibra.

Subprodutos da agroindústria, encontrados em determinadas regiões do

território nacional, podem ser utilizados na alimentação de ovinos, podendo

contribuir significativamente para reduzir os custos alimentares e diminuir o impacto

ambiental da indústria de processamento de frutas (DANTAS FILHO et al. 2007).

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2.2.1 Cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum)

O cupuaçuzeiro, Theobroma grandiflorum Schum, é uma planta frutífera de

grande importância para a região amazônica. Pertence à família Sterculíaceae,

gênero Theobroma. Esta espécie é encontrada espontaneamente nas áreas de mata

do sul e nordeste da Amazônia Oriental brasileira e nordeste do Maranhão, e

também na região Amazônica de países vizinhos. Seu cultivo está disseminado por

toda a bacia Amazônica, sendo uma das frutas mais atrativas da região, pelas

excelentes características de aroma e sabor de sua polpa (SCHWAN, 2000). O

estado do Pará é o maior produtor nacional desta fruta, seguido pelos estados do

Amazonas, Rondônia e Acre (CARVALHO, 2004).

Espécie arbórea que apresenta rápido crescimento, mesmo em solos pobres,

como os que predominam na Amazônia; já nos três primeiros anos pode atingir 2 a 3

m de altura. Na maturidade chega a atingir 15 m de altura e 6 a 8 m de diâmetro de

copa. As plantas mais precoces iniciam a floração, no segundo ano pós-plantio,

entre outubro e novembro, embora existam plantas com floração quase o ano inteiro.

As flores são completas, com 1,5 cm, de cor creme púrpura. Atinge picos de

frutificação entre fevereiro e março (CARVALHO, 2004) (Figura 1).

Figura 1 - Árvore de Theobroma grandiflorum Schum, e seu fruto, o cupuaçu.

Fonte: Arquivo pessoal (2011).

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Da floração à maturação dos frutos decorre de quatro a cinco meses. O fruto

mede de 15 a 35 cm de comprimento por 10 a 15 cm de diâmetro e tem peso médio

de 1 kg, embora haja registro de frutos de até 4 kg. A casca corresponde a 40-50%

do peso do fruto e a polpa a 35-45%. As sementes apresentam 48% de gordura

branca, semelhante à manteiga do cacau e sua aplicação na indústria de doces é

muito interessante. Elas podem ser processadas para produzir, de forma semelhante

ao cacau, o chocolate de cupuaçu ou cupulate, o qual apresenta um bom potencial

de mercado como um substituto do chocolate (MEDEIROS et al., 2006). De acordo

com Venturieri (1993) as sementes possuem tamanho variável, entre 2 e 3,5 cm de

diâmetro para as maiores (Figura 2).

Figura 2 - Fruto do cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Arquivo pessoal (2011).

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A quantidade de sementes varia muito de acordo, com o tamanho do fruto. Na

literatura são encontradas diferentes médias de número de sementes, variando de

30 até 51 por fruto (CARVALHO et al. 2004; VENTURIERI, 1993). Considera-se que

a quantidade de sementes representa de 15 a 20% do peso do fruto. Há três

décadas a maior parte do cupuaçu comercializado na região era predominantemente

proveniente de reservas extrativistas, e apenas uma pequena parte era oriunda de

pequenas propriedades produtoras (CARVALHO et al., 2004). Atualmente, estima-se

que já existam mais de 24.000 ha de área cultivada com a espécie. A produção

brasileira de polpa de cupuaçu situa-se entre 12.000 e 15.000 t/ano, sendo que mais

de 80% é oriunda de pomares comerciais (CARVALHO et al., 2004).

O produto mais comercializado deste fruto é a polpa, obtida através de

despolpa manual ou mecânica, vendida comumente acondicionada em sacos

plásticos de 1 a 2 kg, congelada até a sua comercialização (ARAGÃO, 1992). Esta é

utilizada para a produção comercial ou artesanal de sorvetes, doces, licores, geléias,

picolés, bombons, iogurte e outros.

2.2.1.1 Torta de Cupuaçu

A torta do cupuaçu é o resíduo da extração do óleo da semente seca, livre de

resíduo da polpa, por prensagem mecânica, através do qual retira-se cerca de 80%

do óleo total da semente, resultando num resíduo com aproximadamente 11% de

extrato etéreo total. Antes de ser prensada a semente passa por etapas iniciais de

processamento que envolve fermentação e secagem. Após a colheita, os frutos

devem ser quebrados e deles retiradas as sementes com a polpa aderida, que foram

submetidas à fermentação. O período entre a quebra e o início da fermentação não

deve ser superior a 24 horas, para que não ocorram reações químicas indesejáveis.

Sementes provenientes de quebras em dias diferentes não devem ser fermentadas

juntas, pois isso conduz a uma fermentação desigual. (CARVALHO, 2004).

A fermentação é uma etapa essencial para a obtenção da amêndoa de boa

qualidade. O desenvolvimento de microrganismos que participam desta etapa é

propiciado pela polpa mucilaginosa que envolve as sementes do cupuaçu. Possui,

em média, de 80 a 90% de água, 10-13% de açúcares, sendo 1/3 sacarose e 2/3

monoses e pH variando entre 3,5-3,6. Esse meio, associado ao baixo teor de

oxigênio disponível devido a compactação da massa no interior dos montes ou

cochos de fermentação, é excelente para o desenvolvimento de leveduras, as quais

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multiplicam-se rapidamente e são responsáveis pela fermentação alcoólica inicial. A

polpa dos frutos sadios é isenta de microrganismos, contaminando-se,

imediatamente, durante a quebra dos frutos, pelas mãos dos operadores e depois,

pela exposição ao ambiente. A atividade microbiana provoca aumento da

temperatura da massa, que contribui para o término do poder germinativo da

semente. Têm-se então condições propícias às reações bioquímicas, que culminam

com a síntese dos precursores de sabor e aroma (CARVALHO, 2004).

A amêndoa torrada é prensada, extraindo-se 80% de óleo. O resíduo da

amêndoa após a retirada do óleo é chamada torta de cupuaçu e possui, em média,

11% de EE, 19% de PB e de 89% de MS (CARVALHO, 2004). Existe um grande

potencial de uso deste resíduo na alimentação animal, principalmente como

ingredientes na dieta de ruminantes, devido a algumas particularidades digestivas

destes animais que lhes possibilitam utilizar eficientemente fontes alimentares

alternativas com elevado teor de fibra. Figura 3 do fluxograma da torta de cupuaçu.

Figura 3 - Fluxograma da torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Carvalho (2004).

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2.3 GRAMÍNEA MOMBAÇA (Panicum maximum Jacq.)

A gramínea Mombaça (Panicum maximum Jacq.), espécie forrageira tropical,

de hábito ereto de crescimento, foi coletado pelo ORSTOM (Institut Français de

Récherche Scientifique pour le Dévelopment en Coopération) em Korogue, Tanzânia

(SANTOS, 1997), sendo lançada comercialmente no Brasil após um longo trabalho

de seleção, coordenado pela Embrapa (JANK et al., 1994). É uma planta cespitosa

com altura média de 1,65 m, cujas folhas são quebradiças, com largura média de 3,0

cm e sem cerosidade (SANTOS, 1997). Suas lâminas foliares apresentam poucos

pêlos, duros e curtos, principalmente na face superior e seus colmos são levemente

arroxeados. Comparado a outros cultivares da mesma espécie, apresenta a maior

altura de plantas (HERLING et al., 2001).

A maior parte do território brasileiro não apresenta limitações edafoclimáticas

ao desenvolvimento adequado do capim Mombaça, à exceção daquelas onde as

temperaturas mínimas são inferiores a 15 °C, as quais provocariam diminuição em

sua produção de forragem, não impedindo, porém, o seu estabelecimento

(HERLING et al., 2001).

Espécies forrageiras tropicais, pertencentes ao grupo C4 (SALLISBURY;

ROSS, 1992), apresentam elevado potencial de produção de forragem quando a

fertilidade do solo e as condições climáticas são adequadas. O capim Mombaça,

produziu 41 t de massa seca por hectare, sendo que 81,9% desta corresponderam à

produção de folhas, comprovando o elevado potencial forrageiro dessa planta (JANK

et al., 1994).

A composição química de uma espécie forrageira é um dos parâmetros

utilizados para avaliar seu valor nutritivo. É baixa a variabilidade em termos de valor

nutritivo entre gêneros, espécies e cultivares de plantas forrageiras, quando

comparados sob as mesmas condições de produção. Dados relatados pelo CNPGC

da EMBRAPA apresentaram valores de 13,4% de proteína bruta para as folhas do

capim Mombaça e 9,7% para os colmos (HERLING et al., 2001). Na exploração

racional, é relevante que a pastagem apresente persistência e alta produção, para

que o animal possa expressar o seu potencial genético com a utilização de forragens

de alto valor nutritivo (PETERNELLI, 2003, ALAXANDRINO et al., 2003). Em função

disso optou-se pela gramínea mombaça no experimento.

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2.4 CONSUMO VOLUNTÁRIO, VALOR NUTRITIVO E DIGESTIBILIDADE

O consumo relaciona-se, diretamente, com o aporte de nutrientes e o

atendimento das exigências nutricionais dos animais é considerado como a principal

variável determinante do desempenho animal (VAN SOEST, 1994). O consumo

voluntário e o valor nutritivo da dieta são fundamentais para a predição do

desempenho animal (BARRETO et al., 1986).

Os principais controladores de consumo voluntário podem ser agrupados em

“físicos” e “metabólicos”. Os físicos referem-se aos aspectos de preenchimento do

rúmen. Por exemplo, volume do rúmen, teor de fibras, tamanho de partículas e

estrutura da planta. Os fatores metabólicos estão relacionados aos compostos do

alimento, que podem inibir ou favorecer o consumo, como os gerados pelo processo

de conservação do alimento ou presença de fatores antinutricionais (ROMNEY;

GILL, 2000).

Outros fatores influenciam no consumo e não necessariamente dependem do

alimento, como o estado fisiológico e sanitário do animal, conforto térmico, sistema

de manejo da alimentação, entre outros (KYRIAZAKIS; OLDHAM, 1997). O consumo

voluntário pode ser regulado por três mecanismos. O psicogênico - envolve o

comportamento do animal, face aos fatores inibidores ou estimuladores,

relacionados ao alimento ou ao ambiente. O fisiológico – regulado pelo balanço

nutricional e o físico - capacidade do animal de distensão do rúmen. Portanto,

tamanho, condição corporal, raça, estágio fisiológico e características da dieta são

fatores universalmente aceitos como determinantes do consumo voluntário

(MERTENS, 1994).

O consumo é, provavelmente, o fator determinante mais importante do

desempenho animal e está, normalmente, correlacionado ao teor de nutrientes que

podem ser aproveitados do alimento, ou seja, sua digestibilidade (ROMNEY; GILL,

2000). Para Euclides et al. (1993), tão importante quanto à estimativa do valor

nutritivo, é o conhecimento de como utilizá-lo, levando-se em consideração as

exigências nutricionais dos animais, no que diz respeito à energia, proteína,

minerais, vitaminas, consumo e digestibilidade. Na Figura 4 estão os principais

fatores nutricionais da dieta que interferem de forma, direta ou indireta, no

desempenho animal.

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Figura 4 - Interdependência de fatores nutricionais que interferem no desempenho animal.

Fonte: Mertens (1994).

Pode-se assumir como valor nutritivo, a quantidade de nutrientes que são

consumidos pelo animal e que estejam, efetivamente, disponíveis para os processos

fisiológicos de mantença e produção. Por conseguinte, quanto maior a concentração

de nutrientes na planta, maior o valor nutritivo da forragem, o qual é caracterizado

como sendo o resultado do consumo voluntário da matéria seca da forragem, sua

composição química, digestibilidade e eficiência de utilização dos nutrientes

absorvidos (COSTA, 2007).

Os carboidratos são classificados em estruturais e não estruturais e

constituem a principal fonte de energia para os ruminantes (MERTENS, 2001). O

seu aproveitamento é feito após o desdobramento em ácidos graxos voláteis e

outros ácidos, através do processo de fermentação no rúmen (VIEIRA, 2000). São

divididos em estruturais e não estruturais. A parede celular pode representar de 30%

a 80% da matéria seca da planta forrageira, dependendo da espécie e grau de

maturidade (SNIFFEN et al., 1992).

Alimentos com concentração de carboidratos não estruturais é muito mais

elevada que a dos estruturais, como, por exemplo, concentrados, podem conduzir a

distúrbios digestivos, em razão dos produtos intermediários de fermentação, como a

acidose metabólica. É por isso que os ruminantes devem consumir dietas com um

mínimo de 18% de fibra bruta (LEAL et al., 2007). Para garantir a efetividade do

FDN, faz-se necessário que a dieta com base na forragem tenho no mínimo 20% a

25% FDN na MS para ruminantes em crescimeno, onde a utilização de forragem é

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importante para manter o pH adequado do rúmen (FOX et al., 2004; CANNAS et al.,

2004).

De acordo com Van Soest (1994), a parede celular é composta por

carboidratos estruturais de baixa solubilidade (celulose e hemicelulose), além de

sílica e cutina, os quais correspondem à fração fibra bruta da forragem. Há, também,

o conteúdo celular, que é composto por amido, carboidratos solúveis, proteína bruta,

lipídios, vitaminas e minerais, correspondendo à fração solúvel ou parcialmente

solúvel e de alta digestibilidade da célula da planta.

A fibra em detergente neutro (FDN) é um componente dietético bastante

representativo do volume ocupado pelo alimento (VAN SOEST, 1994), sendo,

portanto, inversamente relacionado à densidade energética. A FDN em dietas com

elevada proporção de fração fibrosa preenche os espaços do rúmen-retículo,

levando maior tempo que os conteúdos celulares para deixar esse compartimento,

por intermédio dos mecanismos de digestão, ruminação e passagem. Gramíneas de

clima tropical apresentam níveis de parede celular (FDN) raramente inferiores a

55%, sendo que valores de 65% são normalmente observados em plantas em

estádio vegetativo inicial e de 75% a 80%, nos estádios mais avançados de

maturidade (DIAS et al., 2000).

A proteína bruta das plantas forrageiras inclui todos os compostos

nitrogenados, como nitrogênio protéico ou proteína verdadeira e nitrogênio não

protéico (NNP), tais como amidas, aminas, aminoácidos, nitratos (TOLEDO, 2004).

Para adequada atividade bacteriana no rúmen é necessário que a dieta contenha o

mínimo de 8% de PB, pois abaixo desse nível a digestibilidade do alimento fica

comprometida, por baixa atividade bacteriana (COSTA, 2003).

Os lipídios são importante fonte energética para os ruminantes, possuem

gordura 2,25 vezes maior de conteúdo energético que os carboidratos (REDDY et

al., 1994; SIMAS, 1998), porém, existem limitações quanto a sua utilização, como

redução na digestibilidade da matéria seca, matéria orgânica, celulose e proteína

bruta (SCHNEIDER; FLATT, 1975; SCHAUFF et al., 1992). A concentração de

lipídios nas plantas forrageiras é muito reduzida, raramente excede 6% da matéria

seca (PALMQUIST, 1994).

Os ruminantes retêm e submetem os alimentos à fermentação pré-gástrica e

a digestão intestinal, sob a ação da diversa microbiota que existe nesse

compartimento (HUNGATE, 1996). O processo de digestão nos ruminantes é o

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resultado de uma seqüência de eventos que ocorrem em diferentes segmentos do

trato gastrintestinal. O local de digestão influencia a natureza dos produtos finais

absorvidos, a extensão das perdas que ocorrem e, provavelmente, a resposta

produtiva do animal (MERCHEN et al., 1997).

O estômago dos ruminantes apresenta processos fisiológicos que acarreta

um sistema biológico complexo, onde certos processos digestivos não são

totalmente conhecidos e quantificados, dificultando a escolha do alimento a ser

utilizado, assim como a formulação de rações. Portanto, é fundamental o

conhecimento da participação dos microrganismos ruminais na degradação dos

nutrientes oriundos de alimentos com distintas características nutricionais (VAN

SOEST; FOX, 1992).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 ÁREA EXPERIMENTAL

O experimento foi conduzido na Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro

Adolpho”, pertencente a Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará (1º28 S e 48º27

W), no período de junho a julho de 2010. O tipo climático do local experimental é o

Afi, segundo a classificação de Köppen, com precipitação pluviométrica média de

3.001,3 mm/ano, bem distribuída ao longo dos meses, com período mais chuvoso de

dezembro a maio e, menos chuvoso, de junho a novembro. A temperatura média

anual é de 26,4ºC, com média de umidade relativa do ar em torno de 84% e

insolação anual de 2.338,3 horas/ano (BASTOS et al., 2002) (Figura 5).

Figura 5 - Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará.

Fonte: Embrapa Amazônia Oriental (2006).

A gramínea Panicum maximum cv. Mombaça recebeu adubação de 36 kg de

NPK (10:28:20), na sua implantação, em área de 1.800 m2, dividida em 30 piquetes

de 60 m2 (10 m x 6 m). Foi realizado corte total da área selecionada para nivelar a

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altura da gramínea, após 30 dias realizou-se corte diário (25 cm do solo), para

permitir volumoso de mesmo estádio fisiológico, com 30 dias de descanso (Figuras 6

e 7).

Figura 6 - Adubação a lanço (A) da gramínea Mombaça (Panicum maximum Jacq.), após 30 dias de descanso (B), na Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará.

Fonte: Arquivo pessoal (2011). Figura 7 - Corte diário (A), coleta (B) e trituração da gramínea Panicum maximum cv.

Mombaça (C), na Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará.

Fonte: Arquivo pessoal (2011).

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3.2 ANIMAIS EXPERIMENTAIS

Para estimativa do consumo voluntário e digestibilidade aparente foram

utilizados 20 ovinos mestiços, machos, castrados, com média de peso vivo de 25 kg,

mantidos em gaiolas metabólicas individuais(Figura 8), durante 26 dias, 21 de

adaptação e cinco de coleta experimental. Os animais foram submetidos aos

exames de brucelose, tuberculose e fezes foram coletadas para determinação de

ovos por gramas (OPG) e também foram pesados e vermifugados.

Figura 8 – Gaiolas localizadas no galpão de ensaio metabólico da Unidade de Pesquisa “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará.

Fonte: Arquivo pessoal (2011).

3.3 DIETAS EXPERIMENTAIS

A dieta dos animais era constituída de volumoso (Panicum maximum cv.

Mombaça) e concentrado os quais eram diferentes níveis de substituição da

gramínea Mombaça por torta de cupuaçu (TC), ambas eram fornecidas com base na

matéria seca em duas refeições diárias (08h:00 e 15h:00) e ajustadas, diariamente,

para proporcionar 10% de sobras na matéria natural e recebiam água e sal mineral à

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vontade (Figura 9). As sobras eram pesadas todos os dias, sempre pela manhã,

antes do fornecimento da primeira refeição do dia, para determinação do consumo

de ração pelo animal e para o ajuste do consumo. Durante o período experimental

foram coletadas amostragens diárias das dietas, sobras e fezes. Os alimentos

oferecidos eram amostrados antes da refeição matinal e as sobras coletadas e

pesadas. As amostras eram acondicionadas em sacos de plástico, identificados e

conservados em freezer a -20 °C. No final do período experimental, foram

descongeladas à temperatura ambiente, homogeneizadas, para confecção das

amostras compostas e posteriores análises. A composição bromatológica dos

ingredientes das dietas experimentais e dieta total, em % de MS, está na Tabela 1.

Tabela 1 - Composição bromatológica dos ingredientes das dietas experimentais e

da dieta total em matéria seca.

Dieta Variável (% em MS)

MS MM MO EE PB FDN FDA CEL HEM LIG NDT NIDA NIDN

Torta de cupuaçu

82,48 9,11 90,89 17,93 17,79 53,51 38,2 22,76 15,11 15,44 - 47,97 50,70

Mombaça 24,26 7,54 92,65 1,62 10,32 69,21 55,85 45,17 13,32 10,68 - 24,28 33,27

0 24,26 7,54 92,65 1,62 10,32 69,21 55,85 45,17 13,32 10,68 38,02 - -

10 30,08 7,69 92,47 3,25 11,06 67,64 54,08 42,93 13,53 11,63 56,35 - -

20 35,90 7,85 92,30 4,88 11,81 66,07 52,32 40,69 13,71 11,63 54,89 - -

40 47,55 8,17 91,95 8,14 13,31 62,85 48,79 36,20 14,06 12,58 60,94 - -

60 59,19 8,48 91,59 11,40 14,80 59,95 45,26 31,72 14,41 13,56 56,79 - -

Matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), celulose (CEL), hemicelulose (HEM), lignina (LIG) e nutrientes digestíveis totais (NDT). NDT- Nutrientes digestíveis totais: %NDT = (NDT Consumido / MS Consumida) x 100 (SNIFFEN et al. 1992). Nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) e Nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN), Silva e Queiroz (2002). Fonte: Pesquisa de campo (2011).

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco

tratamentos e quatro repetições. Tratamento A (Controle) = 100% de gramínea;

Tratamento B = 90% de gramínea + 10% de TC; Tratamento C = 80% de gramínea +

20% de TC; Tratamento D = 60% de gramínea + 40% de TC; e Tratamento E = 40%

de gramínea + 60% de TC. Na Tabela 2 está a composição da mistura mineral.

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Figura 9 - Torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) (A), arraçoamento (B) e consumo da dieta por ovino (C) no galpão de ensaio metabólico Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará.

Fonte: Arquivo pessoal (2011). Tabela 2 - Composição da mistura mineral (100 kg)

Ingrediente Quantidade

Fósforo 80 g

Cálcio 140 g

Magnésio 78 g

Enxofre 12 g

Sódio 155 g

Zinco 4,200 mg

Cobre 300 mg

Manganês 800 mg

Ferro 1500 mg

Cobalto 100 mg

Iodo 150 mg

Selênio 15 mg

Flúor Max. 600 g

3.4 VALOR NUTRITIVO DA DIETA

Para posterior avaliação da contribuição da forragem na dieta alimentar as

amostras coletadas foram acondicionadas em sacos de papel e levadas à estufa de

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pré-secagem, por 72 horas, à temperatura de 55ºC, trituradas em moinho tipo Willey,

com peneira de malha de 1 mm, e acondicionadas em recipientes de plástico para

posteriores análises (SILVA; QUEIROZ, 2002).

3.4.1 Análises Bromatológicas

As análises de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE),

matéria mineral (MM), lignina (LIG), fibra detergente neutro (FDN) e fibra em

detergente ácido (FDA), segundo Van Soest et al. (2002) foram realizadas no

Laboratório de Nutrição Animal da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA

e no Laboratório de Solos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Pará – IFPA/Campus Castanhal, entre junho e julho de 2011.

3.4.1.1 Composição Química-bromatológica

Os teores de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO) e matéria mineral

(MM) dos alimentos, sobras e fezes foram determinadas, de acordo com a AOAC

(1995). A fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),

celulose (CEL) e lignina (LIG) seguiram o método seqüencial, descrito por Van Soest

et al. (1991). As determinações de proteína bruta (PB) foram efetuadas pelo método

Kjeldahl (AOAC, 1995). O extrato etéreo foi determinado segundo as

recomendações de Silva; Queiroz (2002).

3.5 CONSUMO VOLUNTÁRIO E DIGESTIBILIDADE APARENTE

O consumo da matéria seca (CMS), matéria orgânica (CMO), proteína bruta

(CPB), extrato etéreo (CEE), fibra em detergente neutro (CFDN), fibra em detergente

ácido (CFDA), celulose (CCEL) e lignina (CLIG), foram obtidos através das

recomendações de Silva e Leão (1979). Os coeficientes de digestibilidade aparente

da matéria seca (CDAMS), matéria orgânica (CDAMO), proteína bruta (CDAPB),

energia bruta (CDAEE), fibra em detergente neutro (CDAFDN), fibra em detergente

ácido (CDAFDA), determinados por coleta total de fezes. Nos cálculos dos

coeficientes de digestibilidade aparente da MS, MO, PB, EE, FDN, FDA, adotou-se a

fórmula CDAN (%) = [(NCON - NEXC)/ NCON] x100, onde: CDAN = coeficiente de

digestibilidade aparente do nutriente; NCON = quantidade do nutriente consumido, em

gramas, e NEXC = quantidade do nutriente excretado nas fezes, em gramas (Figura 10).

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Figura 10 - Coleta total de fezes no galpão de ensaio metabólico da Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará (A e B).

Fonte: Arquivo pessoal (2011). 3.6 BALANÇO DE NITROGÊNIO

As amostras de urina foram coletadas a partir do antepenúltimo dia, do

período experimental, e obtidas em coletas de 24 horas (VALADARES et al., 1997a),

utilizando-se funis coletores adaptados aos animais (Figura 11). Mangueiras de

borracha, acopladas aos funis, conduziam a urina até recipientes plásticos contendo

20 ml de ácido clorídrico (HCl) 1:1 para evitar a proliferação de bactérias e possíveis

perdas por volatilização. Do volume total de urina excretada foi retirada alíquota de

20% por animal. Foi realizada análise de nitrogênio (SILVA; QUEIROZ, 2002).

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Figura 11 - Coleta de urina no galpão de ensaio metabólico da Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará (A e B).

Fonte: Arquivo pessoal (2011).

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco

tratamentos e quatro repetições (Tabela 3) e os dados submetidos a análise de

variância e comparação de médias (teste “t”, 0,05) (SAS, 2003).

Tabela 3 - Modelo de análise de variância

Fonte de variação Grau de liberdade

Tratamento 4

Resíduo 15

Total 19

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Utilizou-se análise de regressão linear, com média e erro padrão. Efetuou-se

análise da variância, utilizando-se método de mínimos quadrados. A significância

dos efeitos estudados foi verificada pelo teste F e as médias de tratamentos

comparadas por Tukey, em nível de significância de 0,05 de probabilidade. As

variáveis respostas foram correlacionadas entre si, computando-se o coeficiente de

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correlação simples (r) entre as mesmas, utilizando-se o teste “t”, em nível de

significância de 0,05 de probabilidade (STEEL; TORRIE, 1960).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 INFLUÊNCIA DA SUSTITUIÇÃO DA GRAMÍNEA POR TORTA DE CUPUAÇU

NO CONSUMO VOLUNTÁRIO

Os níveis de substituição por torta de cupuaçu (Tabelas 4) não promoveram

diferenças significativas nos consumos de matéria seca (CMS), matéria orgânica

(CMO), fibra em detergente neutro (CFDN), fibra em detergente ácido (CFDA),

celulose (CCEL), hemicelulose (CHEM), lignina (CLIG) e matéria mineral (MM). No

entanto, os consumos de extrato etéreo (CEE) e proteína bruta (CPB), apresentaram

diferenças significativas.

Tabela 4 - Consumo das dietas experimentais em níveis de substituição de gramínea

mombaça por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Consumo Nível de substituição de torta de cupuaçu (%)

ER

R2

CV (%)

0 10 20 40 60

MS(g) 570,41 478,27 429,09 398,83 587,46 ns - 26,92

MS(PV) 2,43 2,00 1,66 1,60 2,25 ns - 1,38

MO(g) 634,6 607,3 506,0 480,4 628,6 ns - 25,95

MM(g) 43,01 36,78 33,69 32,58 49,82 ns - 26,99

PB(g) 58,87 52,90 50,90 53,08 86,94 Y = 0,026x2-1,1374x+60,514* 0,40 27,25

PB(PV) 2,54 2,22 1,96 2,13 3,33 Y = 0,0011x2-0,0541x+2,5857* 0,09 1,60

EE(g) 9,24 15,54 20,94 32,46 66,97 Y = 0,0139x2+0,067x+11,409* 0,84 30,79

FDN(g) 394,78 323,50 283,50 250,98 352,18 ns - 26,88

FDA(g) 310,58 258,65 224,50 194,59 265,88 ns - 26,89

HEM(g) 75,98 64,71 58,83 56,07 84,65 ns - 26,98

CEL(g) 257,66 205,32 174,60 144,38 186,34 ns - 26,92

LIG(g) 60,92 55,63 49,91 50,17 79,66 ns - 27,18

Matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra detergente em neutro (FDN), fibra em detergente ácida (FDA), celulose (CEL), hemicelulose (HEM), lignina (LIG). ER = Equação de regressão; R2 = Coeficiente de determinação; CV = Coeficiente de variação; *Significativo (P< 0,001), ns = não significativo. Fonte: Pesquisa de campo (2011).

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O CMS e CMO apresentaram efeito quadrático, onde os menores consumos

MS e MO foram evidenciados nos níveis de substituição por torta de cupuaçu em

29,83% (394,30 g.dia-1) e 31,84% (488,67 g.dia-1) respectivamente.

O CPB apresentou feito quadrático e por derivação da equação de regressão,

o nível de 21,87% (48,07 g.dia-1) de substituição por torta de cupuaçu proporcionou

menor CPB (Figura 12). A partir desse nível o consumo se elevou até 60% de

substituição. Desse modo, pode-se afirmar que a torta de cupuaçu constitui-se boa

fonte protéica, com boa palatabilidade e/ou aceitabilidade, para suplementação

alimentar, pois além do crescente CPB evidenciado, a composição da dieta

experimental (Tabela 1) demonstra o bom potencial desse subproduto da

agroindústria cosmética no arraçoamento animal, com teores acima de 7% de PB,

mínimo exigido para a manutenção das funções vitais dos ruminantes (MERTENS,

1994; NRC, 1996; MINSON; MILFORD, 1967). Esse fato é devido aos níveis

protéicos da torta de cupuaçu (17,79%) e da gramínea Mombaça (10,32%).

Assim, a substituição de gramínea, por torta de cupuaçu, constitui alternativa

como fonte de proteína na dieta de ruminantes, principalmente, em época de

estiagem, quando as pastagens na Amazônia apresentam baixo valor nutritivo, o

que causa deficiência nutricional nos animais, com redução na produtividade animal

e, consequente, prejuízos econômicos.

Nota-se efeito quadrático no CEE (Figura 13) em função dos níveis de

substituição da gramínea Mombaça por torta de cupuaçu e por equação de

derivação obteve-se o menor CEE no nível de 2,41% (11,17 g.dia-1).

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Figura 12 - Consumo de PB, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Pesquisa de campo (2011). Figura 13 - Consumo de EE, em função dos níveis de substituição de Panicum

maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

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O CFDN apresentou efeito quadrático e o menor consumo desse nutriente

ocorreu no nível de 33,02% (253,87 g.dia-1) de substituição de gramínea Mombaça.

O efeito quadrático do nível de substituição por torta de cupuaçu sobre o CFDN foi

influenciando tanto no CMS como pelo teor de FDN na torta de cupuaçu.

Os CFDN variaram entre 394,78 g.dia-1 e 352,18 g.dia-1 e foram inferiores aos

determinados (530,0 g.dia-1) por Pires et al. (2002) em dietas com níveis de 0% e

30% de farelo de cacau, na alimentação de ovinos. O conteúdo de fibra em

detergente neutro (FDN) está relacionado com o mecanismo do consumo animal

(BRÂNCIO et al., 2002) e para Van Soest (1994) é muito importante conhecer seus

teores, pois quando estão acima de 55-60% na matéria seca correlacionam-se

negativamente com o consumo da forragem. Pode-se considerar que os

decréscimos nos CFDN estão relacionados ao aumento dos níveis de substituição

do subproduto de cupuaçu, associados a redução do CMS total.

A equação de regressão apresentou efeito quadrático para a variável CFDA,

com 34,3% de substituição por torta de cupuaçu, e menor consumo de 198,59 g.dia-1

de FDA.

4. 2 INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE SUBSTITUIÇÃO DA GRAMÍNEA MOMBAÇA PELA

TORTA DE CUPUAÇU NA DIGESTIBILIDADE APARENTE DOS NUTRIENTES

As médias dos coeficientes de digestibilidade aparente de matéria seca

(CDAMS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro

(FDN) e fibra em detergente ácido (FDA), apresentam diferenças significativas, em

função dos níveis crescentes de substituição da gramínea Mombaça pela torta de

cupuaçu, todavia os coeficientes digestibilidade do extrato etéreo (EE), celulose

(CEL) e hemicelulose (HEM) não apresentaram diferenças significativas (Tabela 5).

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Tabela 5 - Médias dos CDAMS, CDAMO, CDAPB, CDAEE, CDAFDN, CDAFDA e CDACEL das dietas com torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Variável (%)

Nível substituição torta de cupuaçu (%)

ER

R2

CV (%)

0 10 20 40 60

CDAMS 60,01 60,23 54,19 41,54 45,74 y = 0,0057x2-0,6547x+62,84* 0,46 13,32

CDAMO 63,03 64,18 57,90 45,88 48,65 y = 0,0044x2-0,5743x+65,88* 0,46 12,23

CDAPB 64,39 57,82 48,46 30,54 35,03 y = 0,0123x2-1,2972x+66,905* 0,75 15,19

CDAEE 57,82 57,26 58,96 71,61 73,81 ns - 19,31

CDAFDN 64,05 63,49 57,12 45,47 47,48 y = 0,0051x2-0,6436x+66,426* 0,50 12,90

CDAFDA 58,67 58,16 50,09 34,85 36,43 y = 0,0058x2-0,7931x+61,70* 0,56 17,40

CDACEL 60,61 59,10 57,59 45,84 42,46 ns - 18,08

CDHEM 86,49 84,71 83,82 82,02 81,17 ns - 4,94

Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDAMS), matéria orgânica (CDAMO), matéria mineral (CDAMM), proteína bruta (CDAPB), extrato etéreo (CDAEE), fibra detergente em neutro (CDAFDN), fibra em detergente ácida (CDAFDA), celulose (CDACEL) e hemicelulose (CDHEM). ER = Equação de regressão; R2 = Coeficiente de determinação; CV = Coeficiente de variação; *Significativo (P<0,001). Fonte: Pesquisa de campo (2011).

O coeficiente de digestibilidade aparente da MS (CDAMS) apresentou

comportamento quadrático (Figura 14) e através da derivação da equação de

regressão pôde-se observar que no nível de 57,43% de substituição da gramínea

Mombaça por torta de cupuaçu apresentou a menor digestibilidade aparente

(44,04%). Esse fato pode ser explicado pelo teor de lignina nas dietas experimentais

(Tabela 4), pois ela afeta a digestibilidade da MS, ao interferir na digestão da parede

celular dos vegetais. É importante destacar que a lignina constitui-se como o

principal componente de interferência negativa sobre a digestibilidade ruminal

(JUNG; VOGEL, 1986).

O aumento de lipídeos nos tratamentos com elevação dos níveis de

substituição da gramínea mombaça pela torta de cupuaçu pode ser outro motivo de

redução da digestibilidade da MS. Palmquist e Conrad (1978) e Van Soest, (1994)

relatam que é comum, no caso da matéria seca, a depressão no coeficiente de

digestibilidade desse componente, em dietas com elevado nível de inclusão, e ou

substituição de lipídios.

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Figura 14 - Coeficiente de digestibilidade aparente da MS, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq. cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Houve efeito quadrático (Figura 15) e por derivação da equação de regressão

o menor CDAMO foi observado em 65,26% (46,76%) de substituição por torta de

cupuaçu.

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Figura 15 - Coeficiente de digestibilidade aparente da MO, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

A redução do CDAMS, também, está relacionada ao CDAFDN (Figura 17).

Houve efeito quadrático no CDAFDN onde 63,10% de substituição de gramínea

Mombaça por torta de cupuaçu apresentou o menor CDAFDN em 46,12%. Um dos

fatores que pode ter influenciado na redução do coeficiente de digestibilidade

aparente para esse nutriente pode estar associado a percentagem de lignina da torta

de cupuaçu (15,44%), considerada alta, quando comparada a de alimentos

concentrados tradicionais, como milho (1,14%) e soja (1,31%).

Na avaliação de torta de cupuaçu, Pereira (2009) e Lima (2011) encontraram

valores de lignina de 14,2% e 17,91% respectivamente. O aumento no teor de

lignina das dietas é considerado como fator que influencia na menor disponibilidade

de nutrientes para os microrganismos do rúmen (LICITRA et al.,1996; VAN SOEST e

MANSON, 1991). A maioria dos vegetais contém, pelo menos, alguma fração de

lignina. O conteúdo de lignina varia de 4 a 12% e pode chegar a 20% da MS nas

forragens mais fibrosas (SILVA; QUEIROZ, 2002).

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Observou-se efeito quadrático (Figura 16) com menor CDAPB em 52,73%

(32,70%) de substituição por torta de cupuaçu.

A inclusão de fontes protéicas, com alto teor de nitrogênio, para ruminantes,

de acordo com Rodriguez (2003), justifica-se pelo fato de que a proteína microbiana

não satisfaz as reais necessidades protéicas para produção e taxa de crescimento.

Nesse pressuposto, é imprescindível aumentar o fornecimento de proteína na dieta.

Porém, como foi observado efeito decrescente na digestibilidade da proteína bruta

da torta de cupuaçu há um limite para ser observado na substituição de

subprodutos.

Figura 16 - Coeficiente de digestibilidade aparente da PB, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Outro fator que pode ter afetado o CDAFDN (Figura 17) é a elevada

concentração de EE nas dietas, com maiores teores de torta de cupuaçu, o que

poderia ter deprimido a degradação das frações fibrosas no rúmen, principal sítio de

digestão da fibra.

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O CDAEE apresentou efeito linear crescente em relação ao nível de

substituição por torta de cupuaçu e em 60% de substituição apresentou o maior

CDAEE, o que demonstra que a fração lipídica da torta de cupuaçu é altamente

digestível.

O excesso de lipídios insaturados no trato digestivo pode ser prejudicial ao

processo fermentativo, porém, a sua transformação para lipídios saturados, pelo

processo de biohidrogenação, acarreta migração dos ácidos graxos do rúmen para o

abomaso, sem que sejam utilizados pela microflora ruminal, o que minimiza esses

efeitos (MAIA, 2006). Os lipídeos presentes na maioria dos alimentos utilizados na

alimentação animal possuem, em sua constituição, maiores proporções de ácidos

graxos insaturados (VAN SOEST, 1994), que são tóxicos aos microrganismos

ruminais, principalmente às bactérias gram-positivas e protozoários, e aderem à

partícula do alimento criando barreira física à ação de microrganismos e enzimas

microbianas (JENKINS, 1993; AFERRI, 2005; MAIA, 2006).

Os subprodutos da agroindústria podem ser considerados fontes valiosas de

proteína, energia e FDN para produção animal (NRC 1989). Levando-se em

consideração tal afirmação, ao se balancear rações é importante dar ênfase a sua

utilização como fontes de fibra não forrageiras (FFNF). A utilização de FDN

provenientes de subprodutos no atendimento de parte do teor de FDNTotal da dieta

representa opção na alimentação de ruminantes.

No entanto, a adição de fontes de fibra não forrageiras às rações com intuito

de substituir parte da FDN da forragem deve considerar as diferenças na

composição química, características físicas (tamanho de partículas) e taxas de

digestão e passagem, em relação às fontes de fibra das forragens (NUSSIO et al.,

2006). Além disso, as FFNF apresentam gravidade específica mais elevada, que

favorece o aumento da taxa de passagem ruminal (GRANT, 1997). A combinação

desses fatores contribui para reduzir o tempo de retenção desses alimentos no

rúmen; aumentar a taxa de passagem da FDN potencialmente digestível para o trato

digestório inferior o que, consequentemente, reduz a digestibilidade da FDN (FINKS,

1997). Tal fato pode ter ocorrido no presente trabalho, uma vez que os CDAFDN

decresceram à medida que se aumentou os níveis de substituição com torta de

cupuaçu na dieta (Figura 17).

Como a digestão e passagem são processos que competem entre si, às

fontes de fibra não forrageiras devem ser retidas ou diminuídas para aumentar a

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digestibilidade ruminal da FDN potencialmente digestível. Existe potencial para

aumentar a digestibilidade ruminal quando fontes de FNF são adicionadas à dieta

(FINKS, 1997). Sutherland (1991) enfatiza que o fornecimento de partículas maiores

favorece a estratificação bifásica do conteúdo ruminal, que retém as partículas, o

que aumenta o tempo de digestão. Assim, a fibra que compõe dietas de ruminantes

deve ser de qualidade e tamanho de partículas apropriadas para assegurar o

máximo de consumo (CLARK; ARMENTANO 1993); atividade de mastigação

(GRANT, 1997) e fermentação ruminal (MERTENS, 1997).

Figura 17 - Coeficiente de digestibilidade aparente do FDN, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

O CDAFDA (Figura 18) apresentou efeito quadrático, com redução do

coeficiente de digestibilidade à medida que se aumentou o nível de substituição por

torta de cupuaçu. Altos teores de FDA na ração podem prejudicar a digestibilidade,

haja vista que a fração da fibra indigestível, a lignina, representa a maior proporção

da FDA (EASTRIDGE, 1997).

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Figura 18 - Coeficiente de digestibilidade aparente do FDA, em função dos níveis de substituição de Panicum maximum Jacq., cv Mombaça, por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

4.3 BALANÇO DE NITROGÊNIO

A determinação do balanço de nitrogênio, ou seja, o nitrogênio consumido

menos o nitrogênio fecal e urinário, sob condições controladas, quantifica o

metabolismo protéico e demonstra especificamente se o organismo está a ganhar ou

perder proteína (LADEIRA et al., 2002).

O valor nutricional dos alimentos para os ruminantes depende, em grande

parte, da interação entre os nutrientes ingeridos e a ação dos microrganismos do

trato digestivo (MARTINS et al., 2000). Tradicionalmente, a qualidade da proteína

das dietas de ruminantes tem sido avaliada como proteína digestível e menos

frequentemente por seu balanço de nitrogênio. A proteína digestível considera

apenas o balanço entre o consumo de proteína da dieta e a excreção, enquanto o

balanço de nitrogênio reflete as perdas urinárias (VAN SOEST, 1994).

A ingestão de nitrogênio supera a excreção (Tabela 6), o que demonstra que

os animais que recebiam níveis crescentes de substituição com torta de cupuaçu

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encontravam-se em balanço de N positivo. A máxima ingestão de nitrogênio é obtida

no nível de 60% de substituição. Não foi observada diferença significativa na

ingestão de N, em função dos níveis crescentes de substituição, com média de 8,82

g.dia-1.

Tabela 6 - Médias de nitrogênio ingerido (g.dia-1), nitrogênio fecal (g.dia-1), nitrogênio urinário (g.dia-1) e nitrogênio retido (% sobre o nitrogênio ingerido) das dietas com torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

Variável

(g.dia-1)

Nível de substituição de torta de cupuaçu (%)

ER

R2

CV (%)

0 10 20 40 60

N-ingerido 10,03 8,99 9,74 10,35 14,20 ns - 31,39

N-fecal 3,05 3,16 3,66 5,32 8,10 y=0,0014x2+0,0027x+3,03* 0,64 35,44

N-urinário 3,23 1,86 1,86 4,21 2,12 ns - 48,98

Balanço-N 3,75 3,97 4,21 0,82 3,98 ns - 64,39

N-retido 3,75 3,97 4,21 0,82 3,98 ns - 64,39

ER = Equação de regressão; R2 = Coeficiente de determinação; CV = Coeficiente de variação; *Significativo (P<0,001); ns = não significativo. Fonte: Pesquisa de campo (2011).

O aumento dos níveis de substituição da gramínea Mombaça pela torta de

cupuaçu promoveu efeito quadrático na ingestão de N, através da equação de

regressão, y = 0,0026x2 - 0,0896x + 9,9763, que por derivação indicou a menor

ingestão de N (7,66 g.dia-1), no ponto de 7,23% de substituição.

Ocorreu efeito quadrático para a variável excreção de N das fezes (Tabela 6)

com menor excreção de N (3,03 g.dia-1), no nível de 0% de substituição de gramínea

Mombaça. As maiores perdas de nitrogênio fecal foram causadas pelas maiores

ingestões de nitrogênio.

Para a excreção de nitrogênio, via urina, não foram observadas diferenças,

em função dos níveis de substituição, com média de 2,6 g.dia-1.

A equação de regressão (y = 0,0016x2 - 0,1151x + 4,4961) apresentou efeito

quadrático para a variável N retido, com a menor retenção de N (0,41 g.dia-1), no

nível de 35,97% de substituição. O aumento desses níveis promoveu elevação na

ingestão de N, o que foi traduzido em maior retenção de N pelos animais, exceto

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entre 35,97% e 40% de substituição. Pode-se afirmar que a menor retenção de N

deve-se, em grande parte, ao excretado de N nas fezes e urina. A dieta com 40% de

substituição, 10,35% de nitrogênio ingerido, provavelmente, deveu-se a menor

eficiência de uso do nitrogênio para a síntese de proteína microbiana, confirmada

pela menor retenção de nitrogênio, em relação aos demais tratamentos. Em todos os

níveis de substituição, os balanços de nitrogênio foram positivos, o que indica que

houve retenção de proteína no organismo animal e que o subproduto do cupuaçu

está apto para formular dietas de ruminantes.

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5 CONCLUSÃO

O resíduo da agroindústria cosmética, torta de cupuaçu, constitui alternativa

para suplementação alimentar de ruminantes, como boa fonte protéica e energética.

Níveis crescentes do subproduto do cupuaçu proporcionam aumento no consumo

voluntário por ovinos a partir de 40% de substituição da gramínea Mombaça por torta

de cupuaçu, porém a digestibilidade dos nutrientes decresceram em todos os níveis

de substituição. Independente do nível de subproduto nas dietas, não se observou

valor negativo para o balanço de nitrogênio. Mais estudos são necessários para se

estabelecer uma recomendação segura do nível de substituição com torta de

cupuaçu na dieta de ruminantes.

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