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ALLAN CRISTIAN GONÇALVES AVALIAÇÃO NUTRICIONAL, DEFESAS ANTIOXIDANTES E PERFIL DE LIPÍDEOS SÉRICOS EM RATOS TREINADOS SUBMETIDAS À DIETA HIPERCOLESTROLÊMICA. Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação do núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração: Bioquímica Estrutural e Fisiológica. ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Eustáquio Silva CO-ORIENTADORA: Prof. Dr a . Maria Lúcia Pedrosa OURO PRETO – MG Fevereiro 2007

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ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL, DEFESAS ANTIOXIDANTES E PERFIL DE

LIPÍDEOS SÉRICOS EM RATOS TREINADOS SUBMETIDAS À DIETA

HIPERCOLESTROLÊMICA.

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação

do núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas da

Universidade Federal de Ouro Preto, como parte

integrante dos requisitos para obtenção do título de

Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração:

Bioquímica Estrutural e Fisiológica.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Marcelo Eustáquio Silva

CO-ORIENTADORA: Prof. Dra. Maria Lúcia Pedrosa

OURO PRETO – MG

Fevereiro 2007

Page 2: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

ii

Catalogação: [email protected]

G635a Gonçalves, Allan Cristian. Avaliação nutricional, defesas antioxidantes e perfil de lipídeos séricos em ratos treinados submetidos à dieta hipercolesterolêmica [manuscrito] / Allan Cristian Gonçalves. - 2007. xii, 84f.: il.; tabs. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Eustáquio Silva. Co-orientadora: Profª. Dra. Maria Lúcia Pedrosa. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas. Área de concentração: Bioquímica estrutural e fisiológica.

1. Exercícios físicos - Teses. 2. Hipercolesterolemia - Teses. 3. Lipídeos - Teses. 4. Antioxidantes - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.

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ii

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iii

Dedico este trabalho à minha família.

Vocês são meu suporte, meu maior incentivo, minha maior alegria,

minha maior riqueza, a manifestação mais forte de Deus na minha vida.

Page 5: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

iv

Agradecimentos Ao professor Marcelo Eustáquio Silva e à Professora Maria Lúcia Pedrosa por me orientar e ensinar bem mais do que planejar e conduzir experimentos. Vocês me ensinaram valores que me ajudarão na minha vida profissional e pessoal. Eu lhes serei eternamente grato! Ao Professor Rinaldo Cardoso dos Santos, pela presteza. Ao meu amigo Emerson que me incentivou a entrar para o mestrado. Sua determinação, sua competência, persistência e, principalmente, sua amizade têm me ajudado a trilhar o meu caminho. Muito obrigado meu amigo! À Wanda que me ajudou todo o tempo no que eu precisasse. Ao Jair Pastor Mota, amigo e funcionário do Laboratório de Nutrição Experimental. À Cida por sua competência e por ser como um anjo para todos no NUPEB. Ao Fabrício, pela convivência, a amizade e por ser essa referência como ser humano. Aos amigos do Laboratório de Nutrição Experimental: Flávia, Heloísa, Jamilly, Laura, Larissa, Marcos, Heberth, Aleçandra, Bruno, Joamyr, Fabiano, Maísa, Juliana e Kamylla. Se não fosse a colaboração e o ambiente agradável que vocês criam no laboratório e fora dele, nada disso seria possível. Ao Cássio, Olímpio, Aline, Leonardo e aos demais amigos do Mestrado. Aos amigos da Vila Maquine em Mariana, pelo incentivo e por serem os grandes amigos que são! Ao Douglas, Camila, Amanda, Fillipe Tadeu, Felipe, Ozi, Lucyano, Wellington e Alex, por me incentivar mesmo à distância. Ao Mafalda, Minhoca, Vô, Chassi, Ximbica, Punha, Goiaba, Calambau, Alex, Isadora e Bárbara – A grande República Totalizô. À Jôjo, Lili, Bia, Debinha, Su, Alessandra e Diana – A grande República Seleta. Ao Mauro Camelo de Souza e à Elizabete Cota, pela amizade e compreensão que permitiram que eu fizesse o curso até o fim! À Professora Eliane Menin e à Professora Cristina M. G. C. Dias, minhas eternas mentoras.

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v

Índice

Dedicatória iii

Agradecimentos iv

Resumo viii

Abstract ix

Lista de tabelas x

1. Introdução

1.1. Aterogênese 1

1.1.1. Aterogênese 1

1.1.2. Aterogênese e exercício 2

1.1.3. Colesterol 3

1.1.4. A fração HDL 4

1.1.4.1. Propriedades antioxidantes do HDL 5

1.2. A atividade física 5

1.3. Função do músculo esquelético 8

1.3.1. Propriedades funcionais 8

1.3.2. Tipos de fibras musculares estriadas esqueléticas 9

1.4. Exercício e metabolismo 11

1.4.1. Bioenergética 11

1.4.2. Uso dos substratos energéticos durante o exercício em diferentes

intensidades 13

1.4.3. Atividade Física e Metabolismo de Lipídios 14

1.4.4. Exercício físico e estresse oxidativo 17

1.4.4.1. Definição 17

1.4.4.2.Defesas antioxidantes 18

1.4.4.3.Exercício físico e estresse oxidativo 19

1.4.4.4. Exercício físico e lipoperoxidação 20

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vi

1.5. Efeitos morfológicos e funcionais da atividade física sobre as funções renal e

hepática 20

1.5.1. Exercício e função renal 21

1.5.2. Exercício e função hepática 22

2. Objetivo

2.1.Objetivo geral 23

2.2.Objetivos específicos 23

3. Materiais e métodos

3.1. Animais e desenho experimental 24

3.1.1. Animais 24

3.1.2. Dietas 24

3.1.3. Treinamento 25

3.1.4. Desenho experimental 26

3.2. Amostras biológicas 27

3.2.1. Obtenção dos órgãos 27

3.2.2. Obtenção do soro 27

3.3. Parâmetros bioquímicos 28

3.3.1.Colesterol 28

3.3.2. Triglicérides 29

3.3.3. Transaminases pirúvica (TGP) e oxalacética (TGO) 30

3.3.4. Fosfatase alcalina 30

3.3.5. Proteínas totais 30

3.3.6. Albumina 31

3.3.7. Creatina quinase 31

3.3.8. Hemoglobina 32

3.3.9. Uréia 32

3.3.10. Creatinina 33

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vii

3.3.11. Glicose 33

3.3.12. Sulfidrilas totais 34

3.3.13. Paraoxonase (PON) 35

3.4. Dosagens 36

3.4.1. Determinações bioquímicas 36

3.4.2. Frações de colesterol LDL e VLDL 36

3.4.3. Sulfidrilas 37

3.5. Avaliação nutricional 37

3.5.1. Ingestão alimentar, peso corporal, eficiência alimentar e produção de Fezes 37

3.5.2. Dosagem de gordura no fígado 38

3.6. Análise estatística 39

4. Resultados

4.1.Perfil lipídico 40

4.2. Função hepática 43

4.3. Hemoglobina e peso do baço 47

4.4.Função renal 48

4.5.Defesas antioxidantes 50

4.6.Avaliação nutricional 51

4.7.Osso 53

4.8. Cérebro 54

5. Discussão 56

6. Conclusões 66

7. Referências bibliográficas 67

Page 9: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

viii

Resumo

Embora muito se tenha estudado a respeito do metabolismo lipídico e

parâmetros associados ao estresse oxidativo decorrente da natureza do metabolismo

aeróbio, algumas questões permanecem em aberto. Em relação ao exercício físico e às

adaptações provocadas pelo treinamento sobre o metabolismo aeróbio de lipídeos bem

como sobre indicadores de estresse oxidativo, há pontos que não estão totalmente

elucidados. Acredita-se que estudos com animais submetidos à dieta

hipercolesterolêmica podem contribuir com mais informações de maneira que se faça

avançar no conhecimento acerca desses tópicos.

Vários trabalhos relatam que atividade física tem demonstrado atuar

beneficamente sobre fatores determinantes do metabolismo lipídico, que podem ser

verificados através de indicadores séricos e da avaliação nutricional. Tais efeitos

mostram-se mais efetivos quando o exercício é combinado com dieta equilibrada. Neste

estudo, 48 ratas Fisher adultas foram distribuídas em quatro grupos: Exercício (natação

30 min/dia, 5 dias/semana) com Dieta Hipercolesterolêmica (EH), Exercício com Dieta

Controle (EC), Sedentário com Dieta Hipercolesterolêmica (SH) e Sedentário com

Dieta Controle (SC). Após 9 semanas os animais foram sacrificados 48 horas após a

última sessão de treinamento, sendo retiradas as dietas 12 horas antes do sacrifício.

Os resultados mostram que o exercício foi eficaz em melhorar a razão

HDL/LDL, e não há indicativos de danos hepáticos provocados pela atividade. Houve

efeito do treinamento sobre parâmetros de estresse oxidativo, aumentando as sulfidrilas

livres e a atividade da paraoxonase. A eficiência do protocolo de treinamento tornou-se

evidente ao se analisar o peso do coração, maior nos animais exercitados. A creatina

quinase não apresentou diferença significativa entre os grupos estudados, indicando que

não houve lesão em células musculares induzidas pela atividade. Também não há

indício de prejuízo na função renal como resultado do treinamento.

Sugere-se que sejam feitos novos trabalhos com diferentes volumes e

intensidades e treinamento. A partir de 2006, outros trabalhos vêm sendo conduzidos no

Laboratório de Nutrição Experimental (LABNEX), onde são testados vários protocolos

de exercício a fim de se determinar qual é o mais indicado para o estudo com diferentes

tipos de dieta.

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ix

Abstract

Although much has been studied about lipid metabolism and parameters associated with

oxidative stress due to the nature of aerobic metabolism, some questions remain to be

answered. In relation to physical exercise and to the adaptations induced by training on

aerobic metabolism of lipids as well as on indicators of oxidative stress there are points

not totally elucidated. It is believed that studies with animals submitted to a

hypercholesterolemic diet might contribute with more information in order to push

forwards the knowledge about these topics.

Many works report that physical activity has been demonstrated to act

beneficially on the factors determining lipid metabolism, which can be verified through

serum indicators and nutritional evaluation. Such effects proved to be more effective

when exercise is combined with a balanced diet. In the present study 48 female Fisher

rats were distributed amongst four groups: Exercise (swimming 30 min./day, 5

days/week) with hypercholesterolemic diet (EH), Sedentary with hypercholesterolemic

diet (SH), Exercise with control diet (EC) and Sedentary with control diet (SC). After 9

weeks animals were killed 48 after the last training session, the diets being removed 12

hours before sacrifice.

The results show that exercise was effective in improving the ratio HDL/LDL

and there is no sign of hepatic damage provoked by the activity. There was effect of

training on parameters of oxidative stress, increasing free sulphydrils and paraoxonase

activity. The efficiency of the training protocol became evident when heart weight was

found to be higher in the exercised animals. Creatin kinase did not present difference

amongst the studied groups, indicating that there was no lesion in muscle cells induced

by training. Also no sign of impairment of the renal function was observed as a result of

training.

It is suggested that new works be developed with different volumes and

intensities of training. From 2006 on other works have been conducted in the

Laboratory of Experimental Nutrition where various exercise protocols are tested in

order to determine which one is the more indicated for the study of different types of

diet.

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x

Lista de tabelas

Tabela 1. Características dos tipos de fibras musculares estriadas esqueléticas humanas

10

Tabela 2. Composição das dietas controle hipercolesterolêmica em gramas para cada 1000g de dieta

25

Tabela 3 – Colesterol total, frações HDL, LDL, VLDL e triglicérides em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

40

Tabela 4 – Relação lipoproteínas de alta densidade (HDL) e lipoproteínas de baixa densidade (LDL) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

42

Tabela 5 – Transaminases pirúvica (TGP), oxalacética (TGO) (UI/L) e fosfatase alcalina (U/L) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

43

Tabela 6 – Valores em média e desvio padrão para proteínas totais (g/L) e albumina (μmol/L) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

44

Tabela 7 – Valores em média e desvio padrão para peso do fígado (g) e gordura no mesmo órgão (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

45

Tabela 8 – Valores em média e desvio padrão para creatina quinase (U/L), peso dos músculos sóleo (g), extensor longo dos dedos (ELD) (g), do coração (g) e da glândula adrenal em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

46

Tabela 9 – Valores em média e desvio padrão para hemoglobina (µmol/L) e peso do baço (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

47

Tabela 10 – Valores em média e desvio padrão para uréia (mg/dL), creatinina (mg/dL), glicose (mg/dL) e peso do rim (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

48

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xi

Tabela 11 – Valores em média e desvio padrão para sulfidrilas totais (μmol/L), sulfidrilas livres (μmol/L), sulfidrilas protéicas (μmol/L) e paraoxonase (U/mL) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

50

Tabela 12 – Valores em média e desvio padrão para ingestão alimentar (g), eficiência alimentar (g) e peso inicial em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

52

Tabela 13 – Valores em média e desvio padrão para peso final (g), ganho de peso (g) e produção de fezes (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

53

Tabela 14 – Valores em média e desvio padrão para peso (g), comprimento (mm), volume (cm3) e densidade (g/cm3) do osso fêmur em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

54

Tabela 15 – Valores em média e desvio padrão para peso do cérebro (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH)

55

Page 13: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

1

1. INTRODUÇÃO

1.1. ATEROGÊNESE

1.1.1. ATEROGÊNESE

A aterosclerose é uma doença inflamatória que se manifesta em resposta a uma

lesão endotelial. Um dos primeiros eventos na aterogênese é a adesão de monócitos às

células endoteliais, assim como a entrada de LDL no endotélio (Charo, 1992). Segundo

Steinberg et. al (1989) a oxidação do LDL incorporado pela lesão resulta numa série

de eventos que levam à atração de mais monócitos para o interior da célula (Navab et.al,

1991). De acordo com Ross (1993) dentro das células, os monócitos se diferenciam em

macrófagos, os quais expressam uma série de fatores, incluindo fatores de crescimento e

citosinas (Nathan, 1987). Springer (1990) relata que um dos efeitos das citosinas é

estimular as células endoteliais a expressar moléculas de adesão, as quais levam a

aderência de mais monócitos sangüíneos à camada de células endoteliais. Macrófagos

também se ligam e interiorizam ao LDL oxidado (ox-LDL) que converte o macrófago

em células espumosas (Ross e Agius, 1992). A combinação de um acúmulo de células

espumosas e a proliferação de células musculares lisas em resposta a fatores de

crescimento liberados pelos macrófagos resulta na formação de estrias adiposas, um

tipo de lesão amplamente reconhecida como precursora de placas ateroscleróticas. Essa

lesão causa um estreitamento mecânico da luz do vaso e, por conseguinte, uma

deterioração no fluxo sangüíneo, pode ainda, levar a fissura ou ruptura do revestimento

fibroso que pode desencadear a formação de trombos vasculares e levar à morte súbita

(LeMura e Von Duvillard, 2006).

Quando a soma das quantidades de colesterol sintetizado pelo organismo

(endógeno) e daquele obtido na dieta (exógeno) excede a quantidade necessária para

satisfazer a síntese de membranas, de sais biliares e esteróides é possível então, ocorrer

acúmulo patológico de colesterol, provocando lesão endotelial e inflamação nas paredes

dos vasos sanguíneos (placas ateroscleróticas), resultando em obstrução desses vasos

(aterogênese), instalando um quadro de aterosclerose. Ataque cardíaco devido à

Page 14: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

2

obstrução das artérias coronarianas é uma das causas principais de morte nas sociedades

industrializadas. A ocorrência de aterosclerose está ligada aos altos níveis de colesterol

no sangue, particularmente, aos altos níveis de colesterol ligado às LDL, no entanto,

existe uma correlação negativa entre os níveis de HDL e a doença arterial (Nelson e

Cox, 2002). A hipercolesterolemia, que é a concentração sangüínea elevada de

colesterol, contribui para as alterações ultra-estruturais deletérias no endotélio, e a LDL,

particularmente após a oxidação, exibe efeitos citotóxicos diretos sobre o tecido

endotelial (LeMura e Von Duvillard, 2006).

1.1.2. ATEROGÊNESE E EXERCÍCIO

Em geral, os perfis de lipídios sangüíneos dos grupos fisicamente ativos refletem

um menor risco para o surgimento de doença cardiovascular quando comparados aos

seus congêneres sedentários. Entretanto, um reconhecido problema nos estudos de

observação é que, pelos projetos, eles não explicam os fatores intercorrentes tais como

diferenças nos grupos em relação ao peso corporal, ingesta calórica, composição em

nutrientes das dietas, etc. Os mecanismos bioquímicos responsáveis pela resposta dos

lipídios ao exercício ainda não foram devidamente elucidados (LeMura e Von

Duvillard, 2006). No presente estudo, procurou-se também, avaliar o efeito da dieta e do

treinamento sobre diferentes parâmetros bioquímicos, que poderiam explicar melhor em

que aspectos a dieta ou o treinamento poderiam interferir no metabolismo de lipídios e

lipoproteínas, estresse oxidativo e, ainda, efeitos sobre parâmetros nutricionais, que

poderiam representar um panorama mais claro sobre a maneira que os dois tratamentos

causam impacto sobre o funcionamento do organismo.

Dentre os fatores relacionados ao exercício, parece que a intensidade tem pouco

efeito sobre as variáveis relacionadas aos lipídios sangüíneos. No entanto, o volume de

treinamento (volume e intensidade estão relacionados ao tipo de exercício, são

referência para o controle do treinamento e serão explicados mais adiante), mais

especificamente no que se refere ao dispêndio de energia, parece ser o estímulo primário

para as respostas dos lipídios sangüíneos ao exercício. Os exercícios de endurance (leia-

se resistência ou exercícios aeróbicos, executados de forma contínua e com duração

superior a dois minutos) parecem ser os mais efetivos por impor maior demanda

Page 15: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

3

calórica que os exercícios com maior intensidade (exercícios anaeróbicos, executados

de forma contínua ou intermitente, com duração inferior a dois minutos). Dentre os

principais efeitos dos exercícios aeróbios sobre o perfil de lipídios plasmáticos

destacam-se a elevação da fração HDL do colesterol e a redução de triglicérides

(LeMura e Von Duvillard, 2006).

1.1.3. COLESTEROL

O colesterol é um tipo de lipídio que tem papel crucial em muitas funções do

organismo como precursor dos hormônios esteróides e dos ácidos biliares, entretanto

altos níveis de colesterol estão fortemente correlacionados com o surgimento de

doenças cardiovasculares. O colesterol está presente em diversos tipos de alimentos,

podendo ser ingerido na dieta, mas pode também ser sintetizado no fígado a partir de

precursores mais simples. O colesterol, os ésteres de colesterol, assim como os

triacilgliceróis e fosfolipídios, são essencialmente insolúveis em água. Eles são

transportados pelo plasma sangüíneo na forma de lipoproteínas plasmáticas, que são

complexos moleculares de proteínas transportadoras específicas chamadas de

apolipoproteínas com combinações variadas de fosfolipídios, colesterol, ésteres de

colesterol e triacilgliceróis. Cada classe de lipoproteína tem uma função específica,

determinada por seu lugar de síntese, composição lipídica e conteúdo de

apolipoproteína. Os quilomícrons são as maiores lipoproteínas e também as menos

densas, contendo uma alta proporção de triacilgliceróis. Os quilomícrons são

responsáveis pelo transporte de dos triacilgliceróis do intestino até os outros tecidos.

Quando a dieta contém mais ácidos graxos que quantidade imediatamente necessária

como combustível, estes são convertidos em triacilgliceróis no fígado e unidos com

apolipoproteínas específicas para formar lipoproteínas de muito baixa densidade, as

VLDL (Very-Low-Density Lipoprotein). As VLDL transportam os triacilgliceróis do

fígado para os músculos e para o tecido adiposo, onde a ativação da lipase lipoprotéica

promove a liberação de ácidos graxos livres dos triacilgliceróis das VLDL. Os

adipócitos captam esses ácidos graxos, ressintetizam os triacilgliceróis a partir deles e

armazenam os produtos em gotículas lipídicas intracelulares, já as fibras musculares

Page 16: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

4

empregam esses ácidos graxos na produção de energia por oxidação (Nelson e Cox,

2002).

A perda de triacilgliceróis converte algumas VLDL em remanescentes de

VLDL, que são também chamadas de lipoproteínas de densidade intermediária – as IDL

(Intermediate Density Lipoprotein). Com a saída de mais triacilgliceróis, são formadas

as lipoproteínas de baixa densidade – LDL (Low-Density Lipoprotein). As LDL

transportam o colesterol para os tecidos periféricos (extra-hepáticos), que possuem

receptores de superfície específicos para ela (Nelson e Cox, 2002).

1.1.4. A FRAÇÃO HDL

As Lipoproteínas de alta densidade – HDL (High-Density Lipoproteín)

representam o outro importante tipo de lipoproteínas que são sintetizadas no fígado e no

intestino delgado como partículas pequenas ricas em proteína contendo relativamente

pouco colesterol e nenhum éster de colesterol. O HDL recebe o colesterol dos

remanescentes de quilomícrons e VLDL e os transporta para o fígado, onde o colesterol

é liberado e parte dele é convertida em sais biliares (Nelson e Cox, 2002).

A fração HDL parece atuar contra os efeitos deletérios do LDL por remover o

colesterol das células endoteliais (Clee et. al, 2000). Enquanto parece bem

compreendido que um prejuízo no transporte reverso de colesterol pode explicar o

aumento da aterosclerose em sujeitos com baixo nível de colesterol, também é possível

que um prejuízo no efluxo de colesterol seja a causa de baixos níveis de HDL e, baixos

níveis de HDL predisponham à aterosclerose por um outro mecanismo além de uma

queda no transporte reverso de colesterol. Contudo, um novo estudo comparando

ApoA-I e o efluxo mediado por HDL nos portadores de mutações nos transportadores

ABCA1 contra controles saudáveis, encontrou uma correlação direta com níveis do

HDL-C no plasma e na espessura dos endotélio das artérias carótidas. Esta observação

dá suporte a uma ligação direta entre o efluxo de colesterol, níveis de HDL e

aterogênese (Attie et. al, 2001).

Page 17: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

5

1.1.4.1. PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES DO HDL

Existe a evidência de que a oxidação do LDL e sua captação pelo endotélio

capilar, seja um dos primeiros eventos da aterogênese (Steinberg et. al, 1989). Assim, a

capacidade do HDL de inibir a oxidação do LDL representa um potencial efeito

antiaterogênico. Em estudos conduzidos in vivo o HDL inibiu a migração de monócitos

induzido pelo ox-LDL e a adesão de monócitos induzida por ox-LDL nas células

endoteliais, embora o mecanismo inibitório exato ainda não esteja totalmente elucidado

(Navab et. al, 1991). É possível que uma enzima associada ao HDL, a paraoxonase

(PON) esteja envolvida (Mackness et. al, 1993 A e B, Watson et. al, 1995). A

paraoxonase, a qual é transportada pelo HDL, parece prevenir o acúmulo de

lipoperóxidos no LDL (Garner et. al, 1998).

1.2. A ATIVIDADE FÍSICA

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é definida

como um estado de completo bem estar físico, mental, social e espiritual, e não somente

a ausência de doenças ou enfermidades. Já a aptidão física é uma condição na qual o

indivíduo possui energia e vitalidade suficientes para realizar as tarefas diárias e

participar de atividades recreativas sem fadiga (Nieman, 1999).

A saúde e a aptidão física são qualidades positivas que estão relacionadas com a

prevenção da maioria das doenças. A aptidão física enfatiza o vigor e a energia para

realizar trabalho físico e exercícios, e pode ser mensurada subjetivamente pela

determinação da quantidade de energia que uma pessoa possui para realizar coisas

agradáveis na vida e experimentar diferentes atividades naturais. As pessoas fisicamente

aptas sentem facilidade para empregar energia na realização de atividades do cotidiano e

aproveitar melhor o ambiente onde vivem e o círculo social onde elas estão inseridas,

além de possuírem hábitos que estão relacionados à manutenção da saúde. A aptidão

Page 18: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

6

cardiorrespiratória, a aptidão músculo-esquelética (onde se incluem a força e a

resistência musculares e a flexibilidade), assim como uma composição corporal

adequada, são componentes mensuráveis da aptidão física que estão relacionados à

saúde e à prevenção de doenças (Nieman, 1999).

A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido

pelos músculos esqueléticos resultando em dispêndio de energia. No entanto, o

exercício físico é definido como movimentos corporais planejados, estruturados e

repetitivos executados com o intuito de aumentar ou manter um ou mais componentes

da aptidão física (Caspersen e Merriti, 1995).

Fisiologicamente, os tipos de esforço são divididos pela ciência do treinamento

físico em aeróbios e anaeróbios. Os esforços aeróbios são caracterizados pelo

envolvimento de grandes sinergias musculares em esforços de duração superior a dois

minutos em que o metabolismo predominante envolve a presença de oxigênio. São

exemplos de esforços aeróbicos: a caminhada, a corrida, o ciclismo e a natação. Já os

esforços anaeróbios, são caracterizados por atividades com menos de dois minutos de

duração sem a participação do oxigênio. Atividades anaeróbias incluem o levantamento

de pesos, as corridas de velocidade, saltos e arremessos (Nieman, 1999).

Em um exercício físico, o organismo promove alterações no seu funcionamento

na tentativa de manter essa atividade por um maior período de tempo. Para que a

manutenção da atividade seja possível, é essencial que o sistema cardiorrespiratório

promova maior oferta de oxigênio aos tecidos, em especial aqueles que estão sendo

mais exigidos pela atividade e que possuem maiores demandas de nutrientes e oxigênio,

além de remover os metabólitos produzidos nas reações bioquímicas de fornecimento de

energia. A diminuição na oferta de oxigênio pode limitar a realização do exercício. O

consumo máximo de oxigênio (VO2max) é o índice que melhor representa, quantitativa e

qualitativamente, a capacidade funcional do sistema cardiorrespiratório durante o

exercício físico. É definido como a mais alta captação de oxigênio alcançada por um

indivíduo, respirando ar atmosférico ao nível do mar. Caracteriza-se pela perfeita

integração do organismo em captar, transportar e utilizar oxigênio para os processos

aeróbios de produção de energia durante esforço físico. Em repouso, o VO2 mostra-se

similar em indivíduos sedentários e treinados. No entanto, durante o esforço físico

Page 19: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

7

máximo, os valores encontrados em indivíduos treinados são visivelmente maiores em

relação aos sedentários (Machado et al. 2002).

O treinamento obedece a princípios que levam em consideração o volume

(traduzido em tempo total de uma sessão de treinamento, número de repetições de um

exercício e mesmo a freqüência com que o treinamento é realizado), e a intensidade das

sessões de treinamento (que diz respeito à magnitude da sobrecarga), o tipo de atividade

e, por conseguinte, a especificidade de seus efeitos, assim como a manutenção dos

mesmos, e ainda, fatores genéticos é que vão determinar a resposta do organismo que

está sendo treinado. Cada tipo de esforço promove uma resposta e uma adaptação

subseqüente (Weineck, 2003).

O American College of Sports Medicine (ACSM) em 1998 publicou suas

recomendações quanto ao volume e a intensidade dos exercícios a serem prescritos para

o desenvolvimento e a manutenção da aptidão física. Essas recomendações são seguidas

pelos profissionais de Educação Física em todo o mundo. Suas recomendações incluem

uma freqüência de treinamento entre 3 e 5 dias semanais a uma intensidade de 55/65%-

90% da freqüência cardíaca máxima, ou 40/50%-85% do VO2máx ou da freqüência

cardíaca máxima de reserva (diferença entre as freqüências cardíacas máxima e de

repouso). A duração do treinamento deve ser de 20-60 minutos de atividade aeróbia

cumpridos de forma contínua ou intermitente (com um mínimo de 10 minutos de

duração em cada sessão de exercício intermitente). A duração é dependente da

intensidade da atividade, assim, exercícios de baixa intensidade devem ser conduzidos

por um longo período de tempo (30 minutos ou mais) e, indivíduos que treinam em

altos níveis de intensidade, devem treinar por pelo menos 20 minutos. O relatório

recomenda atividades moderadas (30 minutos de exercícios, pelo menos 3 dias por

semana), para aqueles indivíduos que não estão treinando para competições atléticas. O

ACSM recomenda ainda, que os exercícios envolvam grandes grupos musculares; sejam

feitos de forma contínua e rítmica, de preferência na natureza.

Em muitos trabalhos que verificaram os efeitos benefícios da atividade física,

ficou constatado que mesmo exercícios de volume e intensidade moderados exerciam

efeitos positivos, reduzindo o risco de desenvolver doenças crônico-degenerativas, tais

como cardiopatias e o câncer. De fato, mesmo níveis relativamente baixos tanto de

Page 20: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

8

aptidão conseguida pela realização de exercícios físicos quanto de atividade física

exercem efeito protetor (Blair, 1993).

1.3. FUNÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

1.3.1. PROPRIEDADES FUNCIONAIS

A contração das fibras musculares movimenta os ossos e produz movimento.

Quando do início de um movimento, os centros de controle motor enviam um comando

às fibras musculares estriadas esqueléticas pelos neurônios motores que compõem o

sistema nervoso somático, recrutando assim, fibra por fibra, as necessárias para a

execução daquele movimento (Henatsch e Langer, 1985). O conjunto formado por um

único neurônio motor e todas as fibras musculares por ele inervadas forma as chamadas

unidades motoras. Em uma contração máxima, as unidades motoras de um músculo são

recrutadas e se contraem, somando as suas contrações, quase que sincronicamente. Já

em contrações submáximas, como nos esforços de resistência (maiores que dois

minutos), as unidades motoras se contraem e se somam de forma assincrônica, ou seja,

enquanto algumas fibras entram em seu ciclo de contração outras estão saindo, passando

ao estado de relaxamento. Tal processo retarda a instalação da fadiga. De acordo com

Loscher et al. (1994) o treinamento aumenta o grau de sincronização das unidades

motoras, entretanto, existem indícios de que o recrutamento das diferentes unidades

motoras assim como o grau de sincronização, diminui com a intensidade até que se

instale a fadiga. Essa redução no ritmo de recrutamento das unidades motoras ocorre

mesmo apesar de um aumento de estímulos excitatórios para os neurônios motores que

ainda estão inativos (Garland et al.1994).

Page 21: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

9

1.3.2. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES ESTRIADAS ESQUELÉTICAS

Os músculos envolvidos na execução dos movimentos exibem respostas distintas

às diferentes solicitações motoras devido à sua especialização. De fato, o músculo

estriado esquelético não é um tecido homogêneo. Diferentes tipos de fibras são

observados em sua constituição com diferentes proporções de cada tipo de fibra. Os

músculos estriados esqueléticos são constituídos por fibras de contração lenta adaptadas

para esforços repetitivos de baixa intensidade ou manutenção da postura, e fibras de

contração, rápida que são recrutadas para movimentos fásicos ou rápidos (Yang et al.

1997). Conhecer os diferentes tipos de fibras musculares torna-se importante para

compreender melhor a capacidade individual de desempenho ou performance, assim

como a capacidade do músculo de se adaptar às diferentes sobrecargas impostas pelas

variadas formas de atividade. Gollnick et al. (1972), falam sobre a classificação dos

diferentes tipos de fibras em fibras do tipo I ou fibras vermelhas, e do tipo II ou fibras

brancas de acordo com suas características microscópicas. Essa classificação foi

amplamente utilizada pela comunidade científica até metade do século XX. Staron e

Pette (1984) e Staron et al. (1987), versam sobre a classificação dos diferentes tipos de

fibras, de acordo com suas características metabólicas em oxidativas lentas ou do tipo I,

glicolíticas-oxidativas rápidas ou do tipo IIa e glicolíticas rápidas ou do tipo IIb. As

informações sobre os diferentes tipos de fibras remetem aos estudos desenvolvidos em

animais de laboratório. No presente trabalho, o modelo experimental contou com a

utilização de ratos. Esses animais foram bastante utilizados na classificação dos

diferentes tipos de fibras musculares. As fibras musculares dos ratos são classificadas

em fibras do tipo I, IIa, IIb, e IIx, (Schiaffino et al., 1989). Bär e Pette (1988) utilizaram

o termo IId em vez de IIx um ano antes, por terem encontrado esse tipo de fibra no

músculo diafragma dos animais estudados, embora o segundo seja o mais utilizado.

Segundo Smerdu et al. (1994), nos seres humanos, diferenciam-se os tipos de fibras I,

IIa e IIb, que seguem a nomenclatura utilizada antes da descoberta das fibras do tipo IIx,

todavia, afirmam que estudos revelaram que os transcritos do gene que codifica a fibra

do tipo IIx são expressos previamente a partir de fibras IIb e que o gene das fibras do

tipo IIb dos seres humanos são semelhantes aos que codificam o tipo IIx do rato. Ennion

Page 22: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

10

et al. (1995) afirmam que, em função dessa semelhança entre os genes e, por não haver

isoforma humana de fibras semelhantes às fibras IIb dos ratos, mais e mais autores têm

recomendado a utilização do termo IIx em vez de IIb em humanos. No presente estudo,

optou-se pelo termo IIb em vez de IIx, porque ainda existe muita discussão sobre essa

mudança de terminologia e pelo fato de que muitos autores ainda utilizam a

terminologia antiga. Pette e Schnez (1977) classificam os tipos de fibras de acordo com

o abalo produzido no músculo por estimulação neural em fibras ST (slow-twitch) ou de

abalo lento e fibras FT (fast-twitch) ou de abalo rápido. Oldfors e Sourander (1985) em

seu trabalho removeram os músculos sóleo e extensor longo dos dedos (ELD) para

verificar os efeitos do exercício sobre esses músculos de forma distinta, uma vez que

são constituídos predominantente de diferentes tipos de fibras musculares. As principais

características dos três tipos de fibras musculares humanas são apresentadas na Tabela

1.

Tabela 1. Características dos tipos de fibras musculares estriadas esqueléticas humanas.

Características Tipo I Tipo IIa Tipo Iib

Velocidade de contração Lenta Alta Alta

Tipo inervação Tônica Fásica Fásica

Duração do abalo Longo Curto Curto

Tolerância à fadiga Alta Intermediária Baixa

Metabolismo predominante Aeróbio Aeróbio-Anaeróbio Anaeróbio

Concentração de mioglobina Elevada Intermediária Baixa

Reserva de glicogênio Baixa Intermediária Elevada

Número de mitocôndrias Elevado Intermediário Baixo

Número de capilares por fibra Elevado Intermediário Baixo

Ordem de recrutamento Precoce Intermediário Tardio

Modificado de Powers e Howley, Fisiologia do Exercício – Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho, Manole – SP, 2000.

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11

1.4. EXERCÍCIO E METABOLISMO

1.4.1. BIOENERGÉTICA

O processo de contração muscular ocorre com gasto de energia que é fornecida

pela quebra da ligação do fosfato terminal da molécula de adenosina trifosfato (ATP)

formando adenosina difosfato (ADP) e fosfato inorgânico (Pi). Para que a atividade

continue, é necessário que a molécula de ATP, seja ressintetizada a partir do ADP e do

Pi. (Lehninger, 2002).

À medida que as reservas de ATP livre da célula muscular vão sendo utilizadas

aumentam as concentrações de ADP. O aumento da concentração de ADP estimula

determinadas enzimas que iniciam uma série de reações que vão levar à ressíntese de

ATP. A reação mais simples de ressíntese de ATP envolve a doação de um fosfato

inorgânico da fosfocreatina e de sua ligação com o ADP, formando ATP e creatina.

Essa via metabólica de produção de ATP é chamada de sistema ATP-CP ou sistema dos

fosfagênios (Conley, 1994). Esse sistema fornece energia para atividades de alta

intensidade e curta duração (predominando em atividades com menos de 10 segundos

de duração) e sua recuperação exige ATP e ocorre somente no período de recuperação

do exercício. Com o prolongamento da atividade, ocorre a mobilização dos estoques de

glicogênio muscular pelo processo de glicogenólise que liberam glicose para a glicólise

anaeróbia (Stainsby e Brooks, 1990). Duas enzimas-chave para a glicólise anaeróbia,

segundo Stanley e Connet (1991), são a glicogênio fosforilase e a fosfofrutoquinase

(PFK). De acordo com Gross e Meyer (1974) a atividade da fosforilase é iniciada pela

interconversão de sua forma b, menos ativa, para sua forma a, mais ativa – um

mecanismo dependente de fosforilação – estimulado pela produção de adenosina

monofosfato cíclico (AMPc), formado a partir da estimulação da célula pelo hormônio

adrenalina. Paralelo a esse mecanismo de regulação, como descrito por Picton et al.

(1981), o aumento da concentração de cálcio (liberado pelo retículo sarcoplasmático), e

da concentração de hidrogênio também atuam regulando a interconversão dessa enzima.

Ploug et al. (1992) relatam que mecanismos de regulação alostérica parecem regular a

Page 24: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

12

atividade da PFK. Segundo esses autores, o ATP liga-se a dois sítios distintos, um

catalítico e outro alostérico, sua ligação com o sítio alostérico dificulta a ligação da

frutose-6-fosfato com o sítio catalítico. O AMPc e o ADP atuam como reguladores

positivos, no entanto, o hidrogênio mostra-se como um importante estimulador da

atividade da PFK.

Ploug et al. (1992) seguem explicando que o exercício intenso impõe um ritmo

muito intenso à via glicolítica, o que eleva a concentração de nicotinamida adenina

dinucleotídeo (NADH), em sua forma reduzida, o que pode comprometer a manutenção

da glicólise, assim uma enzima, a lactato desidrogenase (LDH), cataliza a transferência

dos prótons para o piruvato, formando lactato e regenerando o NAD+. O lactato pode

transferir novamente os prótons para o NAD+ em condições onde o oxigênio é

suficiente, que conduzem esses prótons ao sistema de transporte de elétrons para

fornecer energia para ressíntese de ATP; o lactato então, é reconvertido a piruvato que,

por sua vez, é convertido em acetil coenzima-A, um intermediário do ciclo de Krebs.

Esse mecanismo é bastante evidente nas fibras musculares estriadas esqueléticas do tipo

I. O lactato ainda pode ser convertido a glicose ao entrar no ciclo de Cori no fígado, que

vai auxiliar na manutenção da glicemia e no restabelecimento das reservas de

glicogênio durante o período de recuperação após o exercício (Ploug et al., 1992).

Por volta de dois minutos de exercício em um estado estável de captação de

oxigênio (aeróbio), a energia é fornecida predominantemente pela oxidação de

carboidratos e lipídeos. Normalmente, a oxidação de proteínas não contribui

significativamente para a produção de energia, de forma que as principais reservas

energéticas para esse tipo de atividade são: o glicogênio muscular, a glicose sangüínea,

os ácidos graxos plasmáticos e as reservas intramusculares de triglicerídios. Os

indivíduos não conseguem oxidar ácidos graxos em taxas altas o suficiente para atender

à demanda energética de exercícios físicos moderados a intensos. Nessas intensidades

de trabalho, a degradação aeróbia de carboidratos (energeticamente mais rentável que a

anaeróbia) deve prover a energia que não pode ser fornecida pela degradação de

gorduras. Assim, por conseqüência, ocorre fadiga posterior por depleção do glicogênio

muscular e por redução na glicemia (acompanhada por depleção das reservas de

glicogênio hepático), daí a necessidade de o indíviduo ter um aporte adequado de

carboidratos para atender a demanda do exercício (Coyle, 1995).

Page 25: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

13

1.4.2. USO DOS SUBSTRATOS ENERGÉTICOS DURANTE O EXERCÍCIO EM

DIFERENTES INTENSIDADES

De acordo com Coyle (1995), em atividades de baixa intensidade (<25% do

VO2máx) predomina o fornecimento de energia a partir dos ácidos graxos plasmáticos,

com uma pequena contribuição da glicose sangüínea. A taxa de oxidação de ácidos

graxos plasmáticos se eleva de forma linear até 65% do VO2máx, onde ocorre também a

degradação das reservas intramusculares de triglicerídios. Stich et al. (2000)

demonstraram em seu estudo que o exercício aeróbio intermitente (como por exemplo,

50% do VO2máx durante 60 minutos com período de repouso semelhante entre uma

sessão e outra) é mais eficiente na mobilização dos AG do que apenas uma sessão de

esforço físico. No caso do treinamento, é observado um aumento na concentração

plasmática de AG, porém a oxidação desses nos músculos esqueléticos depende da

intensidade relativa do esforço. Os autores complementam afirmando que a contribuição

dos ácidos graxos para a produção de energia, depende de sua liberação e da duração do

exercício. Entretanto, o conhecimento sobre a influência do exercício prévio na lipólise

e da utilização desse substrato em uma sessão de exercício ainda é limitado. Verificou-

se que exercícios curtos e intensos não alteram a fração de contribuição de lipídios e

carboidratos em uma sessão de exercício moderado (40% do VO2máx). Pelo contrário,

demonstrou-se que 30 minutos de exercício a 70% do VO2máx induz a uma elevada

utilização de gorduras durante outra sessão de exercício de mesma intensidade, com

duração de 60 min, após a primeira sessão de exercício (Coyle, 1995).

Em taxas de trabalho entre 65-75% do VO2máx, quase metade da energia

necessária é produzida também pela oxidação de carboidratos (advindos do glicogênio

muscular e da glicose sangüínea). Já em exercícios intensos (acima de 85% do VO2máx),

observam-se taxas relativamente elevadas de degradação do glicogênio muscular, assim

como da oxidação de carboidratos. Isso resulta em acelerada taxa de produção de

lactato, que passa a se acumular na corrente sangüínea, com posterior sensação de

fadiga nos músculos exercitados em função da depleção das reservas de glicogênio e do

Page 26: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

14

acúmulo de lactato. Nessa intensidade de exercício, cerca de dois terços da energia

provém da oxidação de carboidratos, enquanto que o restante provém principalmente

dos ácidos graxos plasmáticos e das reservas intramusculares de triglicerídios (Coyle,

1995).

1.4.3. ATIVIDADE FÍSICA E METABOLISMO DE LIPÍDIOS

O músculo esquelético pode utilizar como substrato energético tanto

carboidratos como lipídeos durante o exercício físico prolongado. Os lipídeos, no

entanto, são combustíveis mais vantajosos que os carboidratos tanto em termos de

produção de energia como em termos de armazenamento, uma vez que para cada grama

de carboidrato armazenada na forma de glicogênio são retidos cerca de 2 gramas de

água, podendo causar grande aumento do volume dos tecidos que o armazenam. Os

lipídeos, entretanto, são armazenados na forma de triglicerídios no tecido adiposo e no

músculo esquelético, de forma anidra, acarretando menor volume (Brouns e Van der

Vusse, 1998).

Atualmente, mesmo depois de muitos estudos, ainda existem muitas questões a

respeito do papel dos lipídeos como substratos energéticos para o exercício físico e de

como o treinamento influencia seu metabolismo, provocando adaptações.

A via metabólica de degradação aeróbia de carboidratos e lipídeos é idêntica a

partir do momento em que os substratos são convertidos a acetil-CoA. Logo, parece que

o transporte de ácidos graxos do sangue para o interior da fibra muscular representa a

etapa fundamental na utilização desse substrato para o fornecimento de energia.

Exercícios de resistência iniciam uma série de adaptações que incluem um aumento na

capacidade de metabolismo oxidativo de ácidos graxos e carboidratos no músculo. Esse

aumento é favorecido por uma melhora na capacidade de captação de ácidos graxos pela

fibra muscular e seu transporte subseqüente para as mitocôndrias, assim como sua

oxidação. Com o treinamento, esses aumentos têm sido associados a um aumento no

número de proteínas de membrana que atuam como transportadores de ácidos graxos

como a proteína de ligação de ácidos graxos da membrana plasmática (FABPpm), a

Page 27: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

15

ácido graxo translocase (FAT/CD36), da proteína citosólica de ligação de ácidos graxos

(FABPc), da transportadora mitocondrial carnitina palmitoiltransferase I ( CPT I) e, de

uma enzima-chave da β-oxidação, a hidroxiacil-CoA desidrogenase (β-HAD) (Tunstall

et al. 2001). Segundo Koonen et al. (2004), o metabolismo das células musculares

estriadas esqueléticas é capaz de modificar seu padrão de atividade. O aumento na

atividade muscular por estimulação crônica aumenta, por sua vez, o transporte de

glicose e lactato, bem como de seus respectivos transportadores GLUT4 e o

transportador monocarboxílico MCT1 e a atividade muscular pode aumentar a

expressão dos transportadores FAT/CD36 e FABPpm. Roepstorff et al. (2004), relatam

que a ingestão de dietas com alto teor de gorduras induzem a uma elevação da

expressão de FAT/CD36, FABPpm e FABPc, sugerindo que essas três proteínas

ligadoras são reguladas no músculo esquelético numa perspectiva a longo prazo.

Cameron-Smith et al. (2003) complementam as informações, relatando que os ácidos

graxos regulam a expressão de muito genes, incluindo aqueles que estão envolvidos no

metabolismo de ácidos graxos no músculo esquelético, que codificam a expressão de

proteínas transportadoras, inclusive em seres humanos.

A etapa limitante da liberação de ácidos graxos das reservas de triglicerídios do

tecido adiposo para a circulação sangüínea é a ativação da lipase hormônio-sensível

(HSL), ativada pelas catecolaminas adrenalina e noradrenalina, via AMPc. As

catecolaminas atuam através de receptores α e β-adrenérgicos, podendo aumentar ou

diminuir a lipólise, dependendo da sua concentração plasmática e sua afinidade com

seus receptores. Durante o exercício, entretanto, o aumento das catecolaminas eleva a

sensibilidade dos β-receptores, aumentando o consumo de lipídios em todo o corpo. A

insulina atua de forma contrária, inibindo a lipólise, no entanto, durante o exercício, a

liberação desse hormônio é inibida pela adrenalina. Além das reservas de triglicerídios

no tecido adiposo, as reservas intramusculares de triglicerídios também podem ser

utilizadas pelos músculos em atividade, bem como os ácidos graxos plasmáticos ligados

a albumina e às lipoproteínas (principalmente a VLDL), que são hidrolisadas pela

lipoproteína lipase (LPL), presentes no endotélio capilar do músculo esquelético

(Horowitz, 2003).

Segundo Sidossis et al. (1998), uma das adaptações ao treinamento de

resistência é uma diminuição na utilização de carboidratos e o aumento da oxidação de

Page 28: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

16

ácidos graxos durante o exercício à mesma intensidade absoluta de treinamento. Em seu

trabalho, os autores afirmam que estudos in vitro sugerem que o aumento da

disponibilidade de piruvato aumenta a formação de malonil-CoA, a qual inibe a

carnitina palmitoiltransferase I (CPT I) e que o aumento da disponibilidade de

carboidratos diminui a oxidação de ácidos graxos por inibir a entrada desse substrato no

interior da mitocôndria. De acordo com Bezaire et al. (2003), o complexo CPT, é

constituído da CPT I, da acilcarnitina translocase e da CPT II. Esse complexo facilita a

entrada de ácidos graxos de cadeia longa (LCFA) do citosol para a matriz mitocondrial,

onde a LCFA é submetida à β-oxidação. A CPT I, que se estende pela membrana

mitocondrial externa, cataliza a transferência de uma variedade de grupos acil dos

ácidos graxos para a coenzima A (CoASH) para a carnitina. A acilcarnitina gerada,

pode, então, atravessar a membrana interna, através do sistema acilcarnitina/carnitina

translocase. A metade da acetil-CoA é, então, reformada na matriz da mitocôndria via

CPT II. O passo seguinte é a entrada da molécula da acil-CoA no processo de β-

oxidação que consiste na remoção sucessiva de pares de carbonos e formação de um

certo número de moléculas de acetil-CoA proporcional ao de carbonos do ácido graxo

original. Durante a β-oxidação são liberados íons H+ e elétrons, reduzindo as moléculas

de NAD+ e FAD em NADH + H+ e FADH2, para sua posterior utilização na cadeia

transportadora de elétrons. Além disso, o acetil-CoA resultante é metabolizado no Ciclo

de Krebs, onde a oxidação do substrato é completada e mais moléculas de NAD+ e FAD

são reduzidas (Curi et al. 2003).

Tanto em roedores quanto em humanos, a alta disponibilidade de glicose em

repouso tem mostrado elevar a concentração de citrato citosólico e, conseqüentemente,

a concentração muscular de malonil-CoA (Roepstorff et al. 2005). Neste último

trabalho, os autores afirmam que o citrato citosólico é um ativador da acetil-CoA

carboxilase (ACC), que é uma enzima-chave na regulação da síntese de malonil-CoA e

o substrato para um precursor de malonil-CoA, a acetil-CoA citosólica. Já a proteína

quinase ativada por 5’-AMP (AMPK), regula a concentração de malonil-CoA por inibir

a ACC e, provavelmente, por ativar a malonil-CoA descarboxilase (MCD). Esses

autores relatam que uma série de estudos falhou em mostrar a redução da concentração

muscular de malonil-CoA durante o exercício moderado em condições normais de

reservas de glicogênio, quando a oxidação de gorduras é elevada a partir dos valores de

Page 29: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

17

repouso. Assim, permanece que, com baixa reserva de glicogênio, existe uma grande

ativação da AMPK durante o exercício, a qual diminui os níveis de malonil-CoA, desse

modo, causando grande oxidação de gorduras durante o exercício com baixa ou elevada

reserva de glicogênio muscular.

Sidossis et al. (1998) sugerem que o treinamento de resistência pode aumentar a

oxidação de gorduras por aumentar a entrada de ácidos graxos no interior da

mitocôndria. Esse aumento também pode ser devido a uma diminuição no metabolismo

de carboidratos, aumentando, assim, a atividade da CPT I, ou mesmo pelo aumento no

número de mitocôndrias, assim, aumentando o número total de CPT I.

1.4.4. EXERCÍCIO FÍSICO E ESTRESSE OXIDATIVO

1.4.4.1. DEFINIÇÃO

A degradação oxidativa de substratos possibilita um melhor aproveitamento dos

nutrientes com maior produção de energia, principalmente de lipídeos e carboidratos. O

processo e chamado de oxidativo porque são retirados elétrons desses substratos que são

transferidos para o oxigênio (principal aceptor de elétrons do organismo) ao final da

cadeia de transporte de elétrons. Johansen et al. (2005), definem estresse oxidativo

como a formação excessiva e/ou a remoção insuficiente de moléculas reativas como as

espécies reativas de oxigênio (EROs) e espécies reativas de nitrogênio (ERNs). Dentre

as espécies reativas de oxigênio, incluem-se radicais livres como o superóxido (•O2-), o

radical hidroxil (•OH), o radical peroxil (•RO2), o radical hidroperoxil (•HRO2-), bem

como as espécies chamadas não-radicais livres como o peróxido de hidrogênio (H2O2) e

o ácido hidroclórico (HOCl). As ERNs incluem os radicais livres semelhantes ao óxido

nítrico (•NO) e o dióxido de nitrogênio (•NO2-), além dos não-radicais como o

peroxinitrito (ONOO-), e o óxido nitroso (HNO2). O superóxido, óxido nítrico e o

peroxinitrito são os mais bem estudados até o momento. Quando as EROs são geradas

em condições fisiológicas elas se envolvem, por exemplo, com algumas moléculas

Page 30: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

18

sinalizadoras, em mecanismos de defesa como na fagocitose e nas funções dos

neutrófilos. A geração de estresse oxidativo adicional possui conseqüências patológicas,

incluindo danos a proteínas, lipídios e DNA.

As EROs podem, também, estimular a oxidação da lipoproteína de baixa

densidade (LDL), a ox-LDL, que não pode ser reconhecida pelo receptor de LDL e

pode ser englobado por macrófagos, levando à formação de placas ateroscleróticas. No

entanto, dentre outros fatores, as LDL podem ser protegidas pelas lipoproteínas de alta

densidade (HDL). Essa capacidade pode ser definida por diversos fatores como a

composição química do HDL, a concentração de antioxidantes lipossolúveis e a

presença de enzimas como a paraoxonase (PON) (Brites et al. 2006). As mitocôndrias

são os principais sítios de geração de EROs e o principal alvo dessas moléculas na

célula e restam poucas dúvidas a respeito de sua ocorrência no organismo durante e

após o exercício (Bejma e Ji, 1999).

1.4.4.2.DEFESAS ANTIOXIDANTES

Segundo Schneider e Oliveira (2004), os mecanismos de defesa antioxidante são

muito específicos, podendo ser inclusive, diferentes entre células do mesmo tipo em um

determinado tecido. Esses mecanismos são destinados a combater os radicais livres

formados continuamente, mas em pequena quantidade no organismo, e podem ser

divididos em: mecanismos enzimáticos – que incluem as enzimas superóxido dismutase

(SOD), a catalase (CAT) e a glutationa redutase (GPx). E os não enzimáticos – que são

constituídos por compostos produzidos pelo corpo humano como a bilirrubina,

ceruloplasmina, os hormônios sexuais, a melatonina, a coenzima Q e o ácido úrico,

dentre outros. Os mecanismos não-enzimáticos também são constituídos por compostos

ingeridos na dieta ou por suplementação como o ácido ascórbico (vitamina C), α-

tocoferol (vitamina E) e β-caroteno – que é precursor da vitamina A.

Sen e Packer (2000) apresentam os tióis como moléculas multifuncionais e que,

dentre essas funções, desempenham um papel como antioxidante, e são caracterizados

pela presença de radicais sulfidrila (-SH) em seu sítio ativo. Quimicamente, os tióis são

Page 31: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

19

mercaptanos (C-SH) e os mercaptanos biológicos são chamados biotióis. As pontes

dissulfeto (-S-S-) entre dois resíduos -SH são importantes determinantes estruturais das

proteínas. Os autores ressaltam que os tióis têm como característica funcional a

capacidade de atuar como agentes redutores, podendo se ligar às EROs neutralizando o

potencial oxidativo dessas moléculas.

1.4.4.3.EXERCÍCIO FÍSICO E ESTRESSE OXIDATIVO

Desde a década de 1980, estudos relatam que o exercício físico intenso e de

curta duração provoca a formação de precursores de EROs, favorecendo, inclusive, sua

formação no período de repouso. Ji (1999) aponta os fatores que elevam a formação de

EROs pelo exercício físico intenso: a auto-oxidação de catecolaminas; o aumento na

atividade de neutrófilos em sítios inflamatórios de músculos lesionados; a ativação do

sistema do citocromo p-450 microssomal e o incremento do metabolismo peroxisomal.

Gutteridge et al. 1985 já afirmavam, no entanto, que o ferro e o cobre

desempenham um papel importante na formação de EROs no organismo, e que o fato de

terem encontrado os dois metais no suor de atletas, coletados imediatamente após o

exercício, indicava um provável mecanismo protetor, e isso diminuiria o dano oxidativo

que os mesmos poderiam provocar. Eram os primeiros indícios de mecanismos de

defesa dos músculos esqueléticos contra os fatores que levam ao estresse oxidativo. Ji e

Fu (1992) verificaram que no músculo esquelético uma sobrecarga intensa de trabalho,

aplicada de forma isolada, produzia um aumento na lipoperoxidação (que é a oxidação

da camada lipídica da membrana plasmática), no entanto, a atividade de enzimas que

atuam como antioxidantes (a já citada glutationa redutase, a superóxido dismutase e a

catalase) estava aumentada.

De acordo com Margaritis et al. (1997), a resposta dos mecanismos de defesa

antioxidante é dependente das sobrecargas de treinamento e existe uma correlação

positiva entre o VO2máx, em praticantes de triatlo, e a atividade da glutationa redutase

nos eritrócitos. Leeuwenburgh et al. (1997) afirmam que as adaptações induzidas pelo

exercício pode levar a adaptações, provavelmente tecido-específicas, o que sugere um

Page 32: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

20

complexo mecanismo regulatório. Venditti e Di Meo (1997) afirmam que ratos

submetidos a um ano de treinamento aeróbio regular tinham, além do aumento da

resistência específica, uma melhora nas defesas antioxidantes.

1.4.4.4. EXERCÍCIO FÍSICO E LIPOPEROXIDAÇÃO

De acordo com Sevaniam e Hochstein (1985) a lipoperoxidação inicia-se pelo

ataque de um oxidante forte a ácidos graxos poliinsaturados com capacidade de abstrair

moléculas de hidrogênio alílicas das fontes metilênicas dessas moléculas. Segundo

Powers et al. (1994), as fibras musculares estriadas esqueléticas do tipo I demonstram

maior lipoperoxidação que as fibras do tipo II, o que parece indicar que as primeiras são

mais susceptíveis ao estresse oxidativo. Pereira et al. (1994) em um experimento em

que ratos foram treinados seguindo um protocolo de natação uma hora por dia, cinco

dias por semana, com sobrecarga de 5% do peso corporal, por 8 semanas, verificaram

um aumento nas concentrações de lipoperóxidos na fibras do tipo II do músculo

gastrocnêmio e do músculo sóleo. A grande variabilidade de protocolos de exercício,

não permite concluir que o treinamento aeróbio provoca diminuição do estresse

oxidativo induzido pelo exercício. O que parece existir é uma tendência verificada pelo

exercício físico moderado em reduzir a lipoperoxidação lipídica (Powers et al., 1994).

1.5. EFEITOS MORFOLÓGICOS E FUNCIONAIS DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE

AS FUNÇÕES RENAL E HEPÁTICA.

O treinamento físico produz uma série de importantes mudanças funcionais

fisiológicas e metabólicas em diversos órgãos e tecidos, em especial, no fígado, nos rins

e no sistema circulatório (Lutoslawska e Gorski, 1989).

Page 33: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

21

1.5.1. EXERCÍCIO E FUNÇÃO RENAL

De acordo com Levey et al. (2003), a avaliação da função renal é importante na

prática médica para, dentre outros fatores: identificar se existe doença renal crônica e

classifica-la; avaliar clinicamente o funcionamento do órgão; associar o grau de função

renal com possíveis complicações advindas de patologias relativas ao órgão e

estratificar o risco de perda da função renal e o desenvolvimento de doenças

cardiovasculares.

A avaliação da função renal também pode oferecer valiosas informações sobre o

impacto do exercício físico na fisiologia do organismo. O exercício induz intensas

modificações na hemodinâmica renal e na excreção de eletrólitos e proteínas. O fluxo

plasmático renal se torna diminuído de acordo com a intensidade do exercício. Essa

redução produz um efeito concomitante de redução da taxa de filtração glomerular. O

exercício possui efeito antidiurético, explicado pela concentração de hormônios

antidiuréticos na corrente sangüínea, que por sua vez é dependente também da

intensidade do exercício. A atividade física intensa exerce efeito inibitório em muitos

dos eletrólitos (como o sódio, o potássio, o cloreto e o cálcio). Em relação ao potássio,

contudo, muitos estudos demonstram que esse eletrólito tem sua excreção aumentada

durante o exercício moderado a intenso (Poortmans, 1984). Aumentos na secreção de

aldosterona ajudam a manter as concentrações desse íon, por aumentar sua reabsorção

nos túbulos renais. Exercício intenso pode levar à excreção de leucócitos e eritrócitos na

urina. A proteinúria é comum em períodos pós-exercício e tal fato está diretamente

relacionado à intensidade do exercício; um fenômeno transiente com meia-vida de cerca

de uma hora. Hemoglobinúria e mioglobinúria podem ser observadas em condições

especiais de exercício. O grau de hidratação exerce bastante influência em todos esses

processos e pode auxiliar na redução de todas essas anormalidades (Poortmans, 1984).

Page 34: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

22

1.5.2. EXERCÍCIO E FUNÇÃO HEPÁTICA

O fígado é um órgão central para o metabolismo. Durante o exercício, os dois

primeiros substratos disponíveis para o fornecimento de energia para o trabalho

muscular são os carboidratos e os lipídeos. O fígado pode armazenar carboidratos na

forma de glicogênio, ou produzi-la pelo processo de gliconeogênese, e dispor dessas

reservas no momento do exercício, com suas contribuições relativas variando de acordo

com a intensidade (Phillips et al., 1996; Van Loon et al., 1999). Gorski et al. (1990)

relatam que o fígado também tem um papel importante no metabolismo de lipídios,

aspecto que pode ser afetado pelo exercício. O exercício reduz também o acúmulo de

gordura e colesterol no fígado em animais alimentados com dietas ricas em lipídeos. O

treinamento reduz a atividade das enzimas que estão envolvidas na síntese de ácidos

graxos e aumenta sua oxidação no fígado. De acordo com os autores, ocorre uma

redução na produção de triacilgliceróis no fígado e um aumento na síntese da fração

HDL do colesterol, o que constitui uma ação benéfica. O fígado também produz

enzimas que atuam como antioxidantes, também influenciadas pelo treinamento (Ji et

al., 1988).

Page 35: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

23

2. OBJETIVO

2.1.OBJETIVO GERAL

Verificar o efeito do protocolo de exercício com baixo volume e baixa

intensidade sobre o perfil nutricional, de lipídeos séricos e defesas antioxidantes de

ratos submetidos à dieta hipercolesterolêmica.

2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar o protocolo de treinamento para verificar sua interação com a dieta

hipercolesterolêmica.

Comparar os diferentes grupos de treinamento do ponto de vista nutricional

Avaliar interação entre a dieta hipercolesterolêmica e o exercício sobre o perfil

de lipídeos séricos.

Avaliar o efeito do treinamento sobre a resposta dos mecanismos de defesa

antioxidante.

Page 36: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

24

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. ANIMAIS E DESENHO EXPERIMENTAL.

3.1.1. ANIMAIS.

Foram utilizados 48 ratos Fisher, fornecidas pelo Laboratório de Nutrição

Experimental – LABNEX, da Universidade Federal de Ouro Preto, mantidos em gaiolas

individuais e com temperatura a 27º ± 2º, 300 lux de luminosidade e 65% ± 5% de

umidade.

3.1.2. DIETAS.

Os Animais foram alimentados com dietas controle AIN-93M (Reeves et al.,

1997) e hipercolesterolêmica AIN-93M, modificando-se o teor de lipídios, de 4% para

25%, adicionando colesterol equivalente a 1% da dieta e reduzindo a quantidade de

amido de milho, de 72,25% para 50,25%, para induzir um perfil dietético

hipercolesterolêmico. (conforme indicado na tabela 2).

Page 37: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

25

Tabela 2. Composição das dietas controle hipercolesterolêmica em gramas para cada

1000g de dieta (AIN-93M e AIN-93M Modificada - Reeves et al., 1997).

Composição Dieta Controle Dieta Hipercolesterolêmica

Colina 2,5g 2,5g

Mistura de Sais1 35 g 35g

Mistura de Vitaminas2 10g 10g

Fibra 50g 50g

Caseína 140g 140g

Óleo 40g 250g

Colesterol 0g 10g

Amido de milho 722,5g 502,5g 1Mistura de sais (g/kg de mistura): NaCl – 139,3 / KI – 0,79 / MgSO4.7H2O – 57,3 /

CaCO3 – 381,4 / MnSO4.H2O – 4,01 / FeSO4.7H2O – 27,0 / ZnSO4.7H2O - 0,548 /

CuSO4.5H2O – 0,477 / CoCl2.6H2O – 0.023 / KH2PO4 – 389,0. 2Mistura de

vitaminas (g/Kg de mistura): Acetato de retinol – 2.000.000IU / Colecalciferol –

200.000IU / Ácido p-aminobenzóico – 10,00 / I-Inositol – 10,00 / Niacina – 4,00 /

Pantotenato de cálcio – 4,00 / Riboflavina – 0,80/ Tiamina HCL – 0,50 / Piridoxina

HCL – 0,50 / Ácido fólico – 0,20 / Biotina – 0,04 / Vitamina B12 – 0,003 / Sacarose –

q.s.p. 1000. / Colina – 200,0 / α-Tocoferol – 10.000IU. 3Colesterol Isofar.

3.1.3. TREINAMENTO

Os animais que se exercitaram foram adaptados ao meio liquido (água a 31 ºC ±

1 ºC) da seguinte forma: 1º e 2 º dias, 30 min em piscina com água rasa (5 cm); 3º e 4º

dias, duas séries de 15 min por 5 min de intervalo em piscina com água a 50 cm de

profundidade e no 5º dia nadaram 30 min contínuos, mantendo a mesma profundidade

do dia anterior. Da segunda à décima semana os animais exercitados repetiram a sessão

do quinto dia de adaptação, uma vez por dia, cinco dias por semana. Os animais

sedentários foram submetidos ao contato com a água durante 30 min em piscina com

Page 38: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

26

água rasa (5 cm) durante as nove semanas de treinamento do grupo exercitado, para que

passassem pelo mesmo estresse ambiental e de manuseio.

3.1.4. DESENHO EXPERIMENTAL.

Foram utilizados 48 ratos Fisher, com 75 dias de idade, pesando

aproximadamente 145 gramas, distribuídos em 4 grupos de acordo com o peso inicial

para torná-los mais homogêneos. Os grupos foram assim divididos de acordo com o

tratamento recebido: Exercício com Dieta Controle (EC), Sedentário com Dieta

Controle (SC), Exercício com Dieta Hipercolesterolêmica (EH) e Sedentário com Dieta

Hipercolesterolêmica (SH), com 12 animais em cada. Os animais receberam água

filtrada e dieta ad libitum e foram mantidos em gaiolas individuais em ambiente com

ciclos de luz/escuridão de 12 horas (temperatura a 27º ± 2º, 300 lux de luminosidade e

65% ± 5% de umidade).

Os animais passaram por um período de 15 dias de adaptação às suas respectivas

dietas. Os animais treinados foram adaptados ao meio líquido, ao volume e intensidade

de exercício por uma semana, em seguida, treinaram por 9 semanas até o sacrifício por

eutanásia, realizada com o animal previamente anestesiado com éter, seguido de morte

por ensangüinação por secção do plexo braquial, que ocorreu 24 horas após a última

sessão de treinamento, com a retirada das dietas 12 horas antes.

O controle do peso, a ingestão alimentar, a eficiência alimentar e a produção de

fezes foram determinados entre a terceira e a quinta semanas do experimento. Após o

sacrifício, foram determinados os níveis plasmáticos de colesterol, colesterol HDL,

colesterol outras frações (tomados em conjunto LDL e VLDL); triglicérides,

transaminases pirúvica e oxalacética, fosfatase alcalina; proteínas totais, albumina, peso

do fígado, gordura no fígado, creatina quinase, peso do músculo sóleo, peso do músculo

extensor longo dos dedos, peso do coração, peso da glândula adrenal, hemoglobina,

peso do baço, uréia, creatinina; glicose, peso do rim esquerdo, sulfidrilas totais, livres e

ligadas; paraoxonase; gordura nas fezes; peso, comprimento, volume e densidade dos

fêmures e peso do cérebro de cada animal.

Page 39: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

27

3.2. AMOSTRAS BIOLÓGICAS

3.2.1. OBTENÇÃO DOS ÓRGÃOS

No momento do sacrifício, após a retirada do sangue, foram retirados, por meio

de secção: o fígado, o coração, a glândula adrenal, o baço, o rim esquerdo, o cérebro, os

músculos sóleo e extensor longo dos dedos e os fêmures. A pesagem dos órgãos foi

feita logo após a secção em balança digital da marca Marte A500. Os fígados foram

guardados e mantidos sob refrigeração (-4°C) , para posterior dosagem de gordura.

Os fêmures foram pesados e tiveram seu volume medido através do

deslocamento de água em uma proveta graduada. Com o conhecimento dos valores de

peso e do volume, a densidade foi calculada através da fórmula:

D = M , onde: V D= Densidade

M= Massa

V= Volume

3.2.2. OBTENÇÃO DO SORO

O sangue foi recolhido em 3 tubos de ependorff (1,5 ml) por animal, por secção

do plexo braquial, após anestesia usando éter etílico e, posteriormente, centrifugado a

3000 RPM por 15 minutos para obtenção do soro que foi guardado sob refrigeração (-

4ºC) e todas as dosagens realizadas em até 4 dias.

Page 40: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

28

3.3. PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

3.3.1.COLESTEROL.

O colesterol é o principal esterol do organismo e ocorre em todas as células

desempenhando diversas funções, como componente estrutural das membranas e das

lipoproteínas (Lipoproteína de alta densidade - HDL, Lipoproteína de muito baixa

densidade - VLDL e, principalmente, Lipoproteína de baixa densidade - LDL). É o

precursor na formação dos hormônios esteróides pelas glândulas sexuais e córtex da

supra – renal, dentre outros compostos. Cerca de 70 a 75% do colesterol plasmático

encontra-se na forma de éster e 25 a 30% existe como colesterol livre. O colesterol pode

ser obtido pela dieta, sendo absorvido pelo epitélio intestinal, assim chamado colesterol

exógeno ou pode ser sintetizado pelo fígado – denominado colesterol endógeno

(Lehninger, 2002).

Os níveis de colesterol sérico, juntamente com a hipertensão, o fumo, e a

inatividade física constituem fatores de risco de aterosclerose e doença arterial

coronariana (DAC), além de outras doenças crônico-degenerativas (DCD). Por tudo

isso, a avaliação correta e precisa do colesterol sangüíneo representa uma estratégia de

vários programas de saúde que visam educar e conscientizar as populações de diversos

países, no intuito de reduzir a morbilidade e a mortalidade atribuída à doença arterial

coronariana (Castro et al., 2004; Myers et al. 2000).

Em 1977 ficou demonstrado que o colesterol HDL possui um efeito protetor

contra DCD. Foi definido que níveis elevados de colesterol LDL estão associados com

risco aumentado de DCD. Paralelamente, definiu-se que tanto o colesterol total quanto

as frações LDL e VLDL, podem ser reduzidos com medicamentos e/ou dieta. Uma

redução de 1% no valor de colesterol total diminui a prevalência de DCI em

aproximadamente 2%. Segundo Cobbaert et al. (1999), uma série de estudos

epidemiológicos e triagens clínicas têm demonstrado que baixos níveis de HDL

representam um fator de risco independente para DAC e diabetes mellitus.

Page 41: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

29

As concentrações de colesterol total e do colesterol HDL dependem de vias

metabólicas distintas, de forma que seria errônea a tentativa de buscar correlação entre

seus níveis de concentração.

A VLDL é a lipoproteína que transporta maior quantidade de triglicerídios em

seu núcleo (Hallidai et al. 1993). Nauck et al. (2002) relatam que a associação entre

colesterol total e o risco de DAC foi bem estabelecida pelo Framingham Heart Study.

Segundo os autores, a maior parte do colesterol sanguíneo consiste na fração LDL, o

qual tem sido demonstrado de forma conclusiva em estudos de triagem clínica como um

dos fatores primários em associação com o risco de DAC. Kleinveld et al. (1992)

complementam afirmando que a oxidação da LDL pode ser um elo crucial entre a

concentração plasmática e a formação de lesões ateroscleróticas.

3.3.2. TRIGLICÉRIDES

Tratam-se dos principais constituintes do tecido adiposo. A mobilização de

ácidos graxos no organismo é feita com presteza em resposta a diversos estímulos ou

condições (como dieta, atividade física, estresse, senescência, dentre outros). Assim

sendo, é razoável crer que os triglicérides, um dos mais importantes veículos de

transporte de ácidos graxos, tenham modificada a sua concentração em resposta a algum

destes fatores.

Níveis elevados de triglicerídeos no soro estão associados a condições

patogênicas que aceleram o processo de aterosclerose, além de existirem evidências de

que a hipertrigliceridemia é um fator de risco independente para doenças coronarianas

ao contribuir para as cardiopatias, devido ao efeito aterogênico direto das lipoproteínas

ricas em triglicerídeos (Schiavo et al. 2003).

Page 42: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

30

3.3.3. TRANSAMINASES PIRÚVICA (TGP) E OXALACÉTICA (TGO)

De acordo com Noguchi et al., (2002) nos chamados testes de função hepática

são verificados os valores de alaninoaminotransferase (ALT) também denominada

transaminase pirúvica (TGP) e de aspartatoaminotransferase (AST) também

denominada transaminase oxalacética (TGO). Koutedakis et al. (1993), comparando

indivíduos treinados e não treinados, verificaram que o exercício aumenta

temporariamente a atividade de ALT e da AST , assim como da creatina quinase (C-K)

e, o nível de aptidão e a duração do exercício correlacionam-se às atividades dessas 3

enzimas.

3.3.4. FOSFATASE ALCALINA

Essa enzima atua na superfície do intestino delgado e tem como substrato o

fosfato inorgânico (Pi). A fosfatase alcalina é produzida por muitos tecidos como ossos,

placenta, fígado e intestino e é excretada na bile. Nas patologias hepatobiliares e ósseas,

a mensuração das concentrações séricas dessa enzima é útil no processo de investigação

(Devlin, 2003).

3.3.5. PROTEÍNAS TOTAIS

A dosagem isolada de proteínas totais tem pouco valor, haja vista que a alteração

de uma das frações pode ser compensada por um incremento de outra fração, como é

observado em algumas doenças crônicas, por exemplo, em que a queda nas

concentrações de albumina é compensada pelo aumento das concentrações de

gamaglobulina. Observa-se o contrário em respostas de fase aguda tais como infecções

ou traumas. Um exemplo que pode ser citado é o do estudo de Mashiko et al. (2004),

Page 43: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

31

em que a medida dos níveis séricos de proteínas combinado com a avaliação de

parâmetros de função renal, serviam de indicativo de danos no tecido muscular induzido

pelo exercício.

3.3.6. ALBUMINA

A albumina é a proteína plasmática mais importante do corpo humano,

perfazendo de 40 a 60% do total de proteínas plasmáticas. Devido á sua relação com o

aporte protéico e produção hepática, usualmente, os níveis de albumina são usados na

avaliação nutricional e como marcadores da função hepática. De acordo com a National

Kidney Foundation guideline (2000), a albumina é usada clinicamente para medir o

estado nutricional relacionado ao aporte protéico, bem como medir o pool de proteínas

em tecidos viscerais. Os níveis séricos de albumina também podem ser utilizados,

juntamente com a atividade física ou o nível de aptidão, como preditor de risco para

DAC (Corti et al, 1999).

3.3.7. CREATINA QUINASE

A creatina quinase (CK) é um dímero formado por duas subunidades: B e M.

Essa proteína ocorre em três diferentes isoenzimas: BB (CK1), MB (CK2) e MM

(CK3). Nos músculos esquelético e cardíaco, cérebro e intestino são observadas

elevadas concentrações de creatina quinase.

Estudos de distribuição tissular mostram que no músculo esquelético predomina

a isoenzima MM. O cérebro, assim como o trato gastrintestinal, contém isoenzima BB

em maior concentração. Já no músculo cardíaco, cerca de 80% é composto da isoenzima

MM e os outros 20% são compostos pela MB. Gunst et al. (1998) afirmam que a

atividade da creatina quinase é um indicador comumente utilizado no diagnóstico de

desordens do músculo estriado esquelético.

Page 44: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

32

3.3.8. HEMOGLOBINA

A hemoglobina é a principal componente das hemácias, que atua no transporte

de oxigênio. A determinação das concentrações de hemoglobina é importante no

diagnóstico e na monitoração da evolução de anemias e policitemias. Segundo Brugnara

et al. (2006), a mensuração direta da concentração de hemoglobina em células

vermelhas sangüínea (reticulócitos) em estágios iniciais, pode auxiliar na identificação

da deficiência de ferro em um tempo que outros parâmetros bioquímicos tradicionais

não permitem. Também é utilizada na predição de distúrbios relacionados ao ferro

descritos em correlação com o exercício extenuante (Moore et al. 1993).

3.3.9. URÉIA

A dieta hiperprotéica e a idade, particularmente a partir dos 40 anos, elevam

fisiologicamente a concentração de uréia. Em situações em que o catabolismo se

encontra elevado (febre, por exemplo), hemorragias internas, principalmente no trato

gastrintestinal, além de falha no processo de excreção, também se verifica uma elevação

nas concentrações de uréia. De acordo com Comtois et al. (1988), indivíduos

desidratados usualmente apresentam uma elevada concentração sérica de uréia, em

parte, esse aumento se deve ao aumento na reabsorção de uréia mediada pelo hormônio

antidiurético (ADH). Em relação ao exercício, Hartmann e Mester (2000) afirmam que

a uréia também serve como marcador biológico da intensidade de treinamento, inclusive

como preditor do estado de sobretreinamento.

Page 45: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

33

3.3.10. CREATININA

A creatinina é considerada como um excelente marcador da função renal, dada a

sua constância de formação e excreção e, em razão de sua relativa independência de

fatores, como dieta, grau de hidratação e metabolismo protéico, é utilizada,

principalmente, como indicativo da filtração glomerular, servindo de indicador da

função renal na prática clínica. A determinação da concentração de creatinina é um teste

de função renal mais preciso que a uréia, dado que em virtude de doenças renais a

concentração de creatinina se eleva mais vagarosamente que a de uréia, além de se

reduzir mais vagarosamente na hemodiálise (Perrone et al. 1992).

3.3.11. GLICOSE

A glicose é o carboidrato mais importante para a manutenção das funções do

organismo. Sua concentração está intimamente relacionada à ação da insulina.

Após uma refeição rica em carboidratos, a glicemia se eleva rapidamente,

estimulando a liberação de insulina pelo pâncreas endócrino que, por sua vez, estimula a

captação e utilização de glicose para fins energéticos, em especial no músculo

esquelético e fígado (que podem armazenar glicose na forma de glicogênio) e no tecido

adiposo (na forma de gordura).

Valores elevados de glicose são observados no diabetes (do tipo I ou II), na

intolerância à glicose e, em outras doenças tais como: hipertireoidismo,

hiperpituitarismo e hiperadrenocorticalismo. Valores reduzidos são observados em

estados hipoglicêmicos de origem multifatorial (McArdle et al. 1998).

Page 46: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

34

3.3.12. SULFIDRILAS TOTAIS

De acordo com Ferreira e Matsubara (1997), de maneira simples, o termo radical

livre refere-se a um átomo ou molécula altamente reativo, que contêm número ímpar de

elétrons em sua última camada eletrônica. É este não-emparelhamento de elétrons da

última camada que confere alta reatividade a esses átomos ou moléculas.

Na verdade, radical livre não é o termo ideal para designar os agentes reativos

patogênicos, pois alguns deles não apresentam elétrons desemparelhados em sua última

camada. Como em sua maioria, são derivados do metabolismo do O2. O termo “espécies

reativas do metabolismo do oxigênio” (ERMO) é o mais indicado para referirmo-nos a

eles. As ERMO são encontradas em todos os sistemas biológicos.

Normalmente, a redução completa do O2 ocorre na mitocôndria, e a reatividade

das ERMO é neutralizada com a entrada dos quatro elétrons.

O excesso de íons metálicos, peróxido de hidrogênio, e radicais livres derivados

de oxigênio nas células, encontra-se associado com uma variedade de efeitos deletérios

que incluem a depleção de glutationa reduzida (GSH), oxidação de lipídios de

membrana, modificação oxidativa de proteínas e danos à estrutura do DNA. As

sulfidrilas têm um importante papel na biologia da célula, haja vista que o estado

reduzido de grupos sulfidrilas da cisteína dita a estrutura nativa e/ou atividade de muitas

enzimas, receptores, fatores de transcrição de proteínas, além do transporte de proteínas

requeridas para manutenção da homeostase da célula. As células possuem eficientes

sistemas removedores de radicais livres como, por exemplo, a superóxido desmutase e a

glutationa peroxidase para proteger contra prováveis danos oxidativos.

De acordo com Mahan e Scott-Stump (2005), o óxido nítrico (NO) causa uma

profunda e duradoura hiporesponsividade a vasoconstritores, como a que se observa no

choque séptico. Como o NO reage com avidez com grupamentos sulfidrila (-SH). Como

o óxido nítrico é um vasodilatador-chave, produzido por células endoteliais, além de

inibidor da agregação plaquetária, da proliferação de células musculares lisas e da

aderência de monócitos, sua combinação com os grupamentos sulfidrila pode atuar

prejudicialmente, impedindo a ação do NO.

Page 47: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

35

A dosagem de sulfidrilas pode ser mais um indicativo do nível de estresse

oxidativo ao qual o organismo é submetido, e assim predizer sobre a capacidade de

resposta a um determinado estímulo. Proteínas como, por exemplo, a albumina que

possui grupos –SH em sua estrutura, atuam como antioxidantes, logo, a dosagem de

sulfidrilas pode ser usada para aferir o estresse oxidativo, pela dosagem dos grupos –SH

totais.

No presente estudo foram determinadas as concentrações de sulfidrilas totais e

livres e, subtraindo-se o segundo do primeiro, onde se estimou a concentração de

sulfidrilas ligadas.

3.3.13. PARAOXONASE (PON)

Por estar associada à lipoproteína de alta densidade (HDL), acredita-se que a

paraoxonase exerça uma função protetora contra a oxidação da lipoproteína de baixa

densidade (LDL) e, portanto, diminua o risco de doença arterial coronariana (DAC).

Stafforini et al. (1993) e Watson et al. (1995), citados por Sanghera et al. (1998),

relatam que estudos recentes indicaram que o HDL associado com duas enzimas – a

paraoxonase e a acetil hidrolase - possui propriedades antioxidantes e antiinflamatórias.

Existem três genes que codificam a paraoxonase (PON 1, PON 2 e PON 3), os

quais estão todos agrupados na mesma região no cromossomo 7. A gravidade da doença

arterial coronariana, em termos de número de vasos doentes, é afetada por variações

genéticas comuns no cluster do gene que codifica a PON.

De acordo com Mackness et al. (2000), a atividade sérica da enzima PON 1 está

diminuída em indivíduos que tiveram infarto no miocárdio e em indivíduos acometidos

por diabetes dos tipos I ou II. Mesmo no diabetes induzido por estreptozotocina, houve

decréscimo na atividade sérica da PON. Esses dados dão suporte a hipótese de que o

decréscimo na atividade da PON 1 poderia contribuir para o aumento da mortalidade

por doença coronariana e está associada com o aumento da peroxidação de lipídios

encontrada no diabetes. A dosagem de PON, então pode ser um valioso instrumento de

Page 48: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

36

determinação da predisposição a complicações causadas por estresse oxidativo, como na

aterosclerose e no diabetes.

3.4. DOSAGENS

3.4.1. DETERMINAÇÕES BIOQUÍMICAS

Foram feitos testes para dosagem de Colesterol, Colesterol HDL, Triglicérides,

Transaminases Pirúvica (TGP) e Oxalacética (TGO), Fosfatase Alcalina, Proteínas

Totais, Albumina, Creatina Quinase, Hemoglobina, Uréia, Creatinina, Glicose,

Sulfidrilas Totais e Paraoxonase (PON). Para estas dosagens, foram usados kits

comerciais (Labtest, Cat – vide anexo).

3.4.2. FRAÇÕES DE COLESTEROL LDL E VLDL

Para a determinação dos valores de colesterol LDL e VLDL, utilizou-se a

equação de Friedewald, onde os valores eram calculados da seguinte maneira:

Colesterol VLDL= triglicérides/5

Colesterol LDL= Colesterol total – (HDL+VLDL)

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37

3.4.3. SULFIDRILAS

Nesse estudo, foram determinadas as concentrações de sulfidrilas totais e livres

e, subtraindo-se o segundo do primeiro, onde se estimou a concentração de sulfidrilas

ligadas.

3.5. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

3.5.1. INGESTÃO ALIMENTAR, PESO CORPORAL, EFICIÊNCIA ALIMENTAR E

PRODUÇÃO DE FEZES

O controle da ingestão alimentar foi feito da terceira à quinta semana do

experimento. Sob cada gaiola foram colocadas bandejas para coletar as fezes e a dieta

desperdiçada por cada animal. As fezes foram separadas da dieta desperdiçada e ambas

foram quantificadas. Registrou-se também, a dieta restante nos recipientes onde elas

eram oferecidas. A ingestão foi mensurada da terceira à quinta semana do experimento

subtraindo-se a quantidade de dieta restante (no recipiente e na bandeja colocada abaixo

da gaiola) da quantidade de dieta que era colocada nos recipientes, posteriormente, a

ingestão total de cada animal foi calculada, assim como a média e o desvio-padrão para

cada grupo. O cálculo do ganho de peso foi feito subtraindo-se o peso dos animais na

terceira semana do peso dos mesmos na quinta semana, obtendo-se o ganho de peso de

cada animal, a média e o desvio-padrão para cada grupo.

Ingestão Alimentar = Dieta oferecida – (Sobras no pote + Sobras na bandeja)

A eficiência alimentar foi determinada dividindo-se o ganho de peso, pela

ingestão alimentar.

Eficiência Alimentar = Ganho de peso (g) / Ingestão Alimentar (g)

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38

3.5.2. DOSAGEM DE GORDURA NO FÍGADO

Sobre o termo gordura, subentende-se, na análise de alimentos, a infusão do

material anidro com solventes orgânicos como éter de petróleo, tricloroetileno, etc. Isto

é, extração de todas as substâncias solúveis nestes solventes anidros e que não são

voláteis para secagem do material na estufa a 100ºC. Além dos glicérides (lípides) e

ácidos graxos livres, a gordura extraída poderá conter também derivados lipóicos,

estearina e seus ésteres, fosfatídeos, ceras, hidrocarbonetos, óleos etéreos, alcalóides,

corantes, ácidos orgânicos entre outros (AOAC, 1990).

Por isso, costuma-se denominar também esta infusão de “gordura bruta”,

substâncias etéreas ou extrato etéreo, que é amais comum.

Depois de retirada a umidade do fígado, todo o material foi transferido para

cartuchos de papel de filtro e estes foram mergulhados em solução de éter de petróleo

no aparelho de extração de gordura e deixados à temperatura ambiente durante a noite.

Após esse processo, o aparelho Sohxlet era ligado e as amostras permaneciam então por

oito horas sob refluxo em éter. Em seguida os cartuchos eram retirados, deixando o éter

para evaporação. Os balões foram transferidos para um dessecador e, após o total

resfriamento, foram pesados. O resultado final foi obtido por meio do seguinte cálculo

(AOAC, 1990):

% de gordura = 100 X D, onde:

A

D = diferença do peso do balão contendo a amostra, antes e depois da evaporação do

éter.

A = peso da amostra.

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39

3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A comparação entre os grupos foi feita utilizando-se ANOVA Two-way ao nível

de significância de p < 0,05, com post hoc de Bonferroni. Para efetuar os cálculos, foi

utilizado o software GraphPad Prism Project 4.0.

Page 52: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

40

4. RESULTADOS

4.1.PERFIL LIPÍDICO

Tabela 3 – Valores em média e desvio padrão (mmol/L) para colesterol total, frações

HDL, LDL, VLDL e triglicérides em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e

sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e

sedentários (SH).

Grupos Colesterol

(mmol/L)

HDL

(mmol/L)

LDL

(mmol/L)

VLDL

(mmol/L)

Triglicérides

(mmol/L)

EC 1,69 ± 0,19 1,07 ± 0,21 0,44 ± 0,29 0,18 ± 0,05 0,89 ± 0,23

SC 2,05 ± 0,66 1,10 ± 0,26 0,79 ± 0,77 0,15 ± 0,06 0,77 ± 0,32

EH 4,78 ± 1,91 0,16 ± 0,10 4,46 ± 1,98 0,17 ± 0,09 0,83 ± 0,43

SH 5,64 ± 1,57 0,12 ± 0,07 5,33 ± 1,61 0,19 ± 0,12 0,95 ± 0,59

Valor de p

Exercício NS NS NS NS NS

Dieta < 0,05 < 0,05 < 0,05 NS NS

Interação NS NS NS NS NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper,

HDL = Lipoproteína de alta densidade, LDL = Lipoproteína de baixa densidade, VLDL

Lipoproteína de muito baixa densidade.

A tabela 3 mostra resultados de colesterol total, frações de colesterol – HDL,

LDL, VLDL – e triglicérides. Em relação ao colesterol total, houve um efeito

significativo para a dieta onde o colesterol era maior no grupo que recebeu dieta hiper

(EH = 4,78 ± 1,91 e SH = 5,64 ± 1,57) do que no grupo que recebeu dieta controle (EC

= 1,69 ± 0,19 e SC = 2,05 ± 0,66). Não foi observado efeito do exercício nem interação

entre os dois tratamentos.

Page 53: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

41

Em relação ao colesterol HDL houve efeito significativo da dieta, onde se

observou maiores valores no grupo que recebeu a dieta controle (EC = 1,07 ± 0,21 e SC

= 1,1 ± 0,26) do que no grupo que recebeu a dieta hiper (EH = 0,16 ± 0,1 e SH = 0,12 ±

0,07). Não houve efeito do exercício e nem interação entre os dois tratamentos.

Para o colesterol LDL, houve diferença estatística provocada pela dieta. Os

animais do grupo que recebeu dieta hiper (EH = 4,46 ± 1,98 e SH = 5,33 ± 1,61)

apresentaram valores mais elevados que os animais que receberam dieta controle (EC =

0,44 ± 0,29 e SC = 0,79 ± 0,77). Não houve efeito do exercício e nem interação entre os

dois tratamentos.

No referente ao colesterol VLDL, não se observou diferença estatística quer por

efeito da dieta, do exercício e não houve interação entre os dois tratamentos. Os grupos

são estatisticamente iguais.

Em relação a triglicérides não foram observados efeitos significativos em

relação à dieta, exercício e nem interação entre os dois tratamentos. Os grupos são

estatisticamente iguais.

Page 54: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

42

Tabela 4 – Valores em média e desvio padrão (mmol/L) para a relação lipoproteínas de

alta densidade (HDL) e lipoproteínas de baixa densidade (LDL) em animais dos grupos

controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta

hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos Relação HDL/LDL (mmol/L)

EC 3,17 ± 1,34a#

SC 1,99 ± 0,87b

EH 0,06 ± 0,08c

SH 0,03 ± 0,02c

Valor de p

Exercício < 0,05

Dieta < 0,05

Interação < 0,05

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. # letras diferentes indicam

diferenças significativas para p<0,05. NS = não significativo. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper,

HDL = Lipoproteína de alta densidade, LDL = Lipoproteína de baixa densidade.

Os dados apresentados na tabela 4, sobre a relação HDL/LDL mostram que

houve efeito do exercício, os animais dos grupos treinados (EC = 3,17 ± 1,34 e EH =

0,06 ± 0,08) apresentaram maiores valores que os sedentários (SC = 1,99 ± 0,87 e SH =

0,03 ± 0,02). Houve também, efeito da dieta, onde os animais que receberam dieta hiper

(EH = 0,06 ± 0,08 e SH = 0,03 ± 0,02) mostraram menores valores para essa relação

comparados aos animais que receberam dieta controle (EC = 3,17 ± 1,34 e SC = 1,99 ±

0,87). Verificou-se também, uma interação entre os dois tratamentos onde os animais do

grupo exercício controle apresentaram maiores resultados que os animais sedentários

que receberam a mesma dieta e que os animais que receberam dieta hiper, exercitados e

sedentários.

Page 55: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

43

4.2. FUNÇÃO HEPÁTICA

Tabela 5 – Valores em média e desvio padrão para transaminases pirúvica (TGP),

oxalacética (TGO) (UI/L) e fosfatase alcalina (U/L) em animais dos grupos controle –

exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica –

treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos TGP (UI/L) TGO (UI/L) Fosfatase Alcalina (U/L)

EC 18,40 ± 8,53 70,80 ± 8,67 18,69 ± 5,44

SC 19,95 ± 6,50 76,32 ± 11,06 16,06 ± 3,99

EH 30,84 ± 1,58 86,65 ± 10,64 27,89 ± 5,37

SH 27,39 ± 10,51 67,08 ± 20,5 25,10 ± 8,97

Valor de p

Exercício NS NS NS

Dieta NS NS < 0,05

Interação NS NS NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper,

TGP = Transaminase pirúvica, TGO = Transaminase oxalacética.

A tabela 5 mostra os resultados para TGP, TGO e fosfatase alcalina. Não foram

observados efeitos significativos para dieta, exercício e nem interação entre os dois

tratamentos para TGP e TGO.

Em relação à fosfatase alcalina houve diferença significativa por efeito da dieta,

os animais que receberam dieta hiper (EH = 27,89 ± 5,37 e SH = 25,10 ± 8,97)

apresentaram valores mais elevados que os animais que receberam dieta controle (EC =

18,69 ± 5,44 e SC = 16,06 ± 3,99). Não foi observada diferença significativa por efeito

do exercício e não houve interação entre os dois tratamentos.

Page 56: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

44

Tabela 6 – Valores em média e desvio padrão para proteínas totais (g/L) e albumina

(μmol/L) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e

submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos Proteínas totais (g/L) Albumina (µmol/L)

EC 41,46 ± 3,09 c 487,89 ± 57,80

SC 45,45 ± 2,44 b 491,54 ± 74,47

EH 49,83 ± 2,23 a 445,52 ± 36,82

SH 50,16 ± 4,23 a 446,28 ± 43,55

Valor de p

Exercício < 0,05 NS

Dieta < 0,05 < 0,05

Interação < 0,05 NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Letras diferentes indicam

diferenças significativas para p<0,05. NS = não significativo. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

A tabela 6 mostra os resultados para proteínas totais e albumina. Para proteínas

totais, foi observado efeito significativo do exercício, onde os grupos sedentários (SC =

45,45 ± 2,44 e SH = 50,16 ± 4,23) mostraram valores maiores do que os exercitados

(EC = 41,46 ± 3,09 e EH = 49,83 ± 2,23). Observou-se efeito significativo também por

ação da dieta, onde os animais que receberam dieta hiper (EH = 49,83 ± 2,23 e SH =

50,16 ± 4,23) exibiram valores mais altos que os animais que receberam dieta controle

(EC = 41,46 ± 3,09 e SC = 45,45 ± 2,44). Ainda, houve interação entre os dois

tratamentos, os animais que foram exercitados e receberam dieta controle apresentaram

os valores mais baixos dentre todos os grupos avaliados, diferindo dos animais

sedentários que receberam a mesma dieta e dos animais que receberam dieta hiper,

exercitados ou não.

Houve efeito significativo da dieta sobre a concentração de albumina do soro

que exibiu maiores valores no grupo que recebeu a dieta controle (EC = 487,89 ± 57,80

e SC = 491,54 ± 74,47) do que no grupo que recebeu dieta hiper (EH = 445,52 ± 36,82 e

Page 57: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

45

SH = 446,28 ± 43,55). Não houve alteração por efeito do exercício e não houve

interação entre os dois tratamentos.

Tabela 7 – Valores em média e desvio padrão para peso do fígado (g) e gordura no

mesmo órgão (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC),

e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos Peso do fígado (g) Gordura no fígado (g)

EC 5,79 ± 0,55 c 0,46 ± 0,29

SC 5,87 ± 0,52 c 0,41 ± 0,16

EH 10,17 ± 1,3 a 1,07 ± 0,28

SH 8,19 ± 10 b 0,96 ± 0,20

Valor de p

Exercício p< 0,05 NS

Dieta p< 0,05 p< 0,05

Interação p< 0,05 NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Letras diferentes indicam

diferenças significativas para p<0,05. NS = não significativo. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

A tabela 7 mostra os resultados em relação ao peso e a gordura no fígado. Houve

efeito significativo do exercício sobre o peso do fígado onde os fígados dos animais

exercitados (EC = 5,79 ± 0,55 e EH = 10,17± 1,3) eram mais pesados do que nos grupos

sedentários (SC = 5,87 ± 0,52 e SH = 8,19 ± 1). Houve diferença também, provocada

por ação da dieta. Os animais que receberam dieta hiper (EH = 10,17± 1,3 e SH = 8,19

± 1) exibiram fígados mais pesados que os animais que receberam dieta controle (EC =

5,79 ± 0,55 e SC = 5,87 ± 0,52). Ainda, observou-se diferença estatística por interação

entre os dois tratamentos. Os animais do grupo exercício hiper possuíam os fígados

mais pesados que os animais do grupo sedentário que recebeu a mesma dieta e dos

grupos de animais que receberam dieta controle, exercitados ou não.

Page 58: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

46

Em relação à gordura no fígado, houve efeito da dieta em que os animais do

grupo hiper (EH = 1,07 ± 0,28 e SH = 0,96 ± 0,2) apresentaram valores maiores que os

animais do grupo controle (EC = 0,46 ± 0,29 e SC = 0,41 ± 0,16). Não houve diferença

estatística provocada por efeito do exercício e não houve interação entre os tratamentos.

Tabela 8 – Valores em média e desvio padrão para creatina quinase (U/L), peso dos

músculos sóleo (g), extensor longo dos dedos (ELD) (g), do coração (g) e da glândula

adrenal em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e

submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos CK (U/L) Sóleo (g) ELD (g) Coração (g) Adrenal (g)

EC 1,74 ± 0,44 0,07 ± 0,02 0,09 ± 0,02 0,79 ± 0,06 0,03 ± 0,01

SC 1,53 ± 0,44 0,08 ± 0,01 0,08 ± 0,02 0,75 ± 0,05 0,02 ± 0,01

EH 1,44 ± 0,5 0,08 ± 0,01 0,09 ± 0,01 0,75 ± 0,06 0,02 ± 0,01

SH 1,29 ± 0,45 0,09 ± 0,01 0,09 ± 0,01 0,72 ± 0,05 0,03 ± 0,01

Valor de p

Exercício NS < 0,05 NS < 0,05 NS

Dieta NS NS NS < 0,05 NS

Interação NS NS NS NS NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper, CK

= Creatina quinase, ELD = Extensor longo dos dedos.

A tabela 8 mostra os resultados em relação à creatina quinase, peso dos

músculos sóleo e extensor longo dos dedos, peso do coração e da glândula adrenal. Não

foram observadas diferenças significativas para dieta, exercício e nem interação entre os

dois tratamentos em relação à creatina quinase. Em relação ao peso do músculo sóleo,

foi observada diferença estatística por ação do exercício, os animais dos grupos

exercitados (EC = 0,07 ± 0,02 e EH = 0,08 ± 0,01) apresentaram menores valores

comparados aos sedentários (SC = 0,08 ± 0,01 e SH = 0,09 ± 0,01). Não houve

diferença significativa por efeito da dieta nem interação entre os dois tratamentos.

Page 59: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

47

Não foram observadas diferenças significativas em relação ao peso dos

músculos ELD por efeito da dieta, exercício ou interação entre os dois tratamentos.

Em relação ao peso do coração foi observada diferença significativa devido ao

efeito da dieta, nesse caso, os corações dos grupos que receberam dieta controle (EC =

0,03 ± 0,01 e SC = 0,75 ± 0,05) eram, em média, mais pesados no grupo que recebeu

dieta controle do que nos grupos que receberam dieta hiper (EH = 0,75 ± 0,06 e SH =

0,72 ± 0,05). Os resultados também mostram diferença significativa por efeito do

exercício. Os animais dos grupos exercitados (EC = 0,03 ± 0,01 e EH = 0,75 ± 0,06)

apresentaram corações mais pesados que os animais dos grupos sedentários (SC = 0,75

± 0,05 e SH = 0,72 ± 0,05). Não houve interação entre os dois tratamentos.

Não foram observadas diferenças significativas em relação ao peso da glândula

adrenal por efeito da dieta, exercício ou da interação entre os dois tratamentos.

4.3. HEMOGLOBINA E PESO DO BAÇO

Tabela 9 – Valores em média e desvio padrão para hemoglobina (µmol/L) e peso do

baço (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e

submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos Hemoglobina (µmol/L) Peso do baço (g)

EC 26,34 ± 2,24 0,42 ± 0,04

SC 26,52 ± 2,01 0,43 ± 0,05

EH 25,21 ± 1,92 0,49 ± 0,06

SH 26,24 ± 1,57 0,47 ± 0,03

Valor de p

Exercício NS NS

Dieta NS < 0,05

Interação NS NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. . Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

Page 60: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

48

A tabela 9 mostra os valores para hemoglobina e peso do baço. Não foram

observadas diferenças significativas em relação à concentração de hemoglobina por

efeito da dieta, exercício ou da interação entre os dois tratamentos.

Foi observada diferença significativa em relação ao peso do baço por efeito da

dieta. O peso do baço foi, em média, maior nos grupos que receberam dieta hiper (EH =

0,49 ± 0,06 e SH = 0,47 ± 0,03) do que nos grupos que receberam dieta controle (EC =

0,42 ± 0,04 e SC = 0,43 ± 0,05). Não foram observadas diferenças significativas por

efeito do exercício e não houve interação entre os dois tratamentos.

4.4.FUNÇÃO RENAL

Tabela 10 – Valores em média e desvio padrão para uréia (mg/dL), creatinina (mg/dL),

glicose (mg/dL) e peso do rim (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e

sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e

sedentários (SH).

Grupos Uréia

(mg/dL)

Creatinina

(mg/dL)

Glicose

(mg/dL)

Rim (g)

EC 4,19 ± 0,79 32,10 ± 19,59a 7,28 ± 1,77 a,b 0,58 ± 0,08

SC 4,21 ± 0,84 15,07 ± 7,07 b 8,63 ± 1,49 a 0,65 ± 0,06

EH 6,82 ± 3,94 26,14± 8,48a,b 7,27 ± 0,78 a,b 0,61 ± 0,04

SH 6,20 ± 0,95 36,92± 16,44a 6,36 ± 1,49 b 0,62 ± 0,04

Valor de p

Exercício NS NS NS < 0,05

Dieta < 0,05 < 0,05 < 0,05 NS

Interação NS < 0,05 < 0,05 NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Letras diferentes indicam

diferenças significativas para p<0,05. NS = não significativo. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

Page 61: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

49

Houve diferença significativa na concentração de uréia por efeito da dieta. Os

animais que receberam dieta controle (EC = 4,19 ± 0,79 e SC = 4,21 ± 0,84) exibiram

menor concentração de uréia do que os animais que receberam dieta hiper (EH = 6,82 ±

3,94 e SH = 6,20 ± 0,95). Não foram observadas diferenças significativas por efeito do

exercício nem interação entre os dois tratamentos.

Em relação á creatinina, observou-se diferença significativa por efeito da dieta

onde os animais que receberam dieta hiper (EH = 26,14± 8,48 e SH = 36,92± 16,44)

apresentaram valores mais elevados que os animais que receberam dieta controle (EC =

32,10 ± 19,59 e SC = 36,92± 16,44). Houve também, diferença estatística provocada

por interação entre os dois tratamentos, os animais dos grupos sedentário controle e os

animais do grupo exercício hiper mostraram-se estatisticamente semelhantes, exibindo

os menores valores, enquanto os animais dos grupos exercício controle e sedentário

hiper são estatísticamente iguais, entretanto, exibindo os maiores valores.

Houve diferença significativa observada por efeito da dieta em relação à

concentração e glicose. Os animais que receberam dieta controle (EC = 7,28 ± 1,77 e

SC = 8,63 ± 1,49) exibiram valores de concentração de glicose maiores que os que

receberam dieta hiper (EH = 7,27 ± 0,78 e SH = 6,36 ± 1,49). Houve também, interação

exercício-dieta sobre a concentração de glicose. O grupo sedentário controle foi o que

apresentou o maior valor dentre todos os grupos estudados, os demais eram

estatisticamente semelhantes. Não foi observado efeito do exercício sobre esse

parâmetro.

Em relação ao peso dos rins, houve diferença significativa por efeito do

exercício. Os animais exercitados (EC = 0,58 ± 0,08 e EH = 0,61 ± 0,04) apresentaram

rins mais leves que os animais sedentários (SC = 0,65 ± 0,060 e SH = 0,62 ± 0,04). Não

houve efeito da dieta e não houve interação dos dois tratamentos.

Page 62: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

50

4.5.DEFESAS ANTIOXIDANTES

Tabela 11 – Valores em média e desvio padrão para sulfidrilas totais (μmol/L),

sulfidrilas livres (μmol/L), sulfidrilas protéicas (μmol/L) e paraoxonase (U/mL) em

animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta

hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos Sulfidrilas

totais (μmol/L)

Sulfidrilas

livres (μmol/L)

Sulfidrilas

protéicas

(μmol/L)

Paraoxonase

U/mL

EC 209,7 ± 90,27 a 164,4 ± 28,33 a 45,36 ± 82,37 246,45 ± 8,31a

SC 180,0 ± 71,09 b 94,05 ± 46,04 c 85,98 ± 76,63 252,16 ± 17,82a

EH 95,86 ± 92,96 c 83,80 ± 39,66 c 13,35 ± 34,96 103,87 ± 32,88c

SH 203,0 ± 28,84 a 105,3 ± 36,14 b 97,73 ± 22,28 149,94 ± 56,79b

Valor de p

Exercício NS NS NS < 0,05

Dieta NS NS NS < 0,05

Interação < 0,05 < 0,05 NS < 0,05

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Letras diferentes indicam

diferenças significativas para p<0,05. NS = não significativo. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

A tabela 11 mostra os valores para sulfidrilas totais, livres e protéicas, além da

paraoxonase. Em relação à sulfidrilas totais, não foram observadas diferenças

significativas por efeito da dieta ou do exercício. Também não houve interação entre os

dois tratamentos. Para sulfidrilas livres, não foram observadas diferenças significativas

em relação ao efeito da dieta ou do exercício. Entretanto, houve interação entre os dois

tratamentos, onde o grupo exercitado apresentou resultados mais elevados que o grupo

sedentário. Não foi observada diferença significativa por efeito do exercício, da dieta e

enm interação para sulfidrilas proteicas.

Page 63: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

51

Em relação à paraoxonase, foi observado efeito significativo para o exercício e

para a dieta. O grupo que recebeu dieta controle (EC = 246,45 ± 8,31 e SC = 252,16 ±

17,82) apresentou valores mais elevados que o grupo que recebeu dieta hiper (EH =

103,87 ± 32,88 e SH = 149,94 ± 56,79). Os animais exercitados (EC = 246,45 ± 8,31 e

EH = 103,87 ± 32,88) apresentou valores mais baixos comparados aos animais

sedentários (SC = 252,16 ± 17,82 e SH = 149,94 ± 56,79). Os resultados mostram que

houve interação entre os dois tratamentos, onde os animais do grupo controle (EC e SC)

são estatísticamente iguais com os maiores valores, seguidos do grupo exercitado com

dieta hiper (EH) e, por fim, com os menores valores, os animais do grupo sedentário

hiper (SH).

4.6.AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Considerando a ingestão alimentar média entre a terceira e quinta semanas do

experimento, verificou-se diferença significativa por efeito exercício, onde os animais

dos grupos exercitados ingeriram menor quantidade de dieta que os animais sedentários.

Verificou-se também diferença significativa por efeito da dieta, os animais dos grupos

controle ingeriram mais dieta que os animais dos grupos hiper. Observou-se também

diferença estatística devido à interação entre os dois tratamentos; os animais do grupo

sedentário controle ingeriram mais dieta que os animais do grupo sedentário hiper e

ambos ingeriram significativamente mais que os animais dos dois grupos restantes, que

foram estatisticamente iguais.

Page 64: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

52

Tabela 12 – Valores em média e desvio padrão para ingestão alimentar (g), eficiência

alimentar (g) e peso inicial em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e

sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e

sedentários (SH).

Grupos Ingestão Alimentar

Média (g)

Eficiência Alimentar

sem média (g)

Peso inicial (g)

EC 79,94 ± 5,01c 0,036 ±0,017 144,58 ± 6,24

SC 117,51 ± 7,91a 0,046±0,047 143,83 ± 6,97

EH 79,34 ± 4,53c 0,070 ± 0,025 144,08 ± 5,30

SH 106,77 ± 6,17b 0,078±0,033 145,83 ± 7,80

Valor de p

Exercício < 0,05 NS NS

Dieta < 0,05 < 0,05 NS

Interação < 0,05 NS NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Letras diferentes indicam

diferenças significativas para p<0,05. NS = não significativo. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

Em relação à eficiência alimentar, houve diferença significativa por ação da

dieta, os animais que receberam dieta controle mostraram menores valores de eficiência

alimentar que os animais que receberam dieta hiper, pois tiveram de ingerir mais dieta.

No início do período de controle, quando se avaliou pela primeira vez o ganho

de peso dos animais, os resultados não indicaram diferença significativa entre os grupos

avaliados seja por efeito do exercício, da dieta ou por uma interação entre os dois

tratamentos.

Page 65: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

53

Tabela 13 – Valores em média e desvio padrão para peso final (g), ganho de peso (g) e

produção de fezes (g) em animais dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários

(SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos Peso final (g) Ganho de Peso médio

(g)

Produção de fezes média

(g)

EC 211,08 ± 15,37 60,92 ± 6,76 4,13 ± 0,95

SC 201,17 ± 13,18 63,33 ± 6,90 3,33 ± 1,03

EH 208,42 ± 12,03 67,67 ± 7,41 4,20 ± 0,66

SH 206,83 ± 13,68 67,67 ± 5,25 3,48 ± 0,62

Valor de p

Exercício NS NS < 0,05

Dieta NS NS NS

Interação NS NS NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

Em relação ao ganho médio de peso dos animais, não houve diferença

significativa por efeito do exercício, da dieta e nem interação entre os dois tratamentos.

Os resultados indicam diferença significativa na produção média de fezes por

ação do exercício, onde os animais exercitados (EC = 4,13 ± 0,95 e EH = 4,20 ± 0,66)

produziram mais fezes que os animais do grupo sedentário (SC = 3,33 ± 1,03 e SH =

3,48 ± 0,62). Não houve diferença estatística por efeito da dieta nem interação entre os

dois tratamentos.

4.7.OSSO

Não se verificou diferença significativa em relação ao peso, comprimento,

volume e densidade (calculada dividindo-se a massa, leia-se peso, pelo volume dos

Page 66: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

54

fêmures) dos fêmures em nenhum dos grupos estudados, quer por efeito da dieta, do

exercício e não houve interação entre os dois tratamentos.

Tabela 14 – Valores em média e desvio padrão para peso (g), comprimento (mm),

volume (cm3) e densidade (g/cm3) do osso fêmur em animais dos grupos controle –

exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta hipercolesterolêmica –

treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos Peso (g) Comprimento

(mm)

Volume (cm3) Densidade

(g/cm3)

EC 0,5740 ± 0,06 33,96 ± 0,65 0,47 ± 0,09 1,26 ± 0,22

SC 0,6003 ± 0,06 33,4 ± 0,67 0,44 ± 0,05 1,37 ± 0,14

EH 0,6011 ± 0,07 33,86 ± 1,04 0,45 ± 0,07 1,36 ± 0,23

SH 0,5738 ± 0,07 33,83 ± 0,61 0,49 ± 0,09 1,21 ± 0,31

Valor de p

Exercício NS NS NS NS

Dieta NS NS NS NS

Interação NS NS NS NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

4.8. CÉREBRO

Em relação ao peso do cérebro, houve diferença significativa pelo efeito do

exercício. Os animais exercitados (EC = 1,59 ± 0,08 e EH = 1,57 ± 0,11) exibiram

menores valores comparados aos animais sedentários (SC = 1,64 ± 0,04 e SH = 1,64 ±

0,09). Não houve diferença significativa pelo efeito da dieta. Também não foi observada

interação entre os dois tratamentos.

Page 67: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

55

Tabela 15 – Valores em média e desvio padrão para peso do cérebro (g) em animais

dos grupos controle – exercitados (EC) e sedentários (SC), e submetidos à dieta

hipercolesterolêmica – treinados (EH) e sedentários (SH).

Grupos Cérebro (g)

EC 1,59 ± 0,08

SC 1,64 ± 0,04

EH 1,57 ± 0,11

SH 1,64 ± 0,09

Valor de p

Exercício < 0,05

Dieta NS

Interação NS

Os valores são apresentados em média ± desvio padrão. Legenda: EC = Exercício

Controle, SC = Sedentário Controle, EH = Exercício Hiper, SH = Sedentário Hiper.

Page 68: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

56

5. DISCUSSÃO

Em relação ao colesterol total, neste estudo, os maiores valores foram

encontrados nos animais que receberam dieta hiper, não houve efeito significativo por

ação do exercício. Hasler (1987) e Dhingra e Bansal (2005) também encontraram

maiores valores de colesterol sérico nos grupos de animais que receberam dieta

hipercolesterolêmica, comparados aos animais que receberam dieta controle. Bartus et

al. (2005), em um trabalho que aponta que a hipertrigliceridemia e não a

hipercolesterolemia é responsável por provocar disfunção endotelial em ratos,

utilizaram a mesma dieta empregada neste estudo. Quanto às frações de colesterol,

Yokozawa et al. (2006); Dhingra e Bansal (2005) e Park et al. (1998) observaram uma

concentração mais elevada de LDL nos animais que receberam dieta hiper, em

comparação aos seus respectivos grupos controle, resultado também verificado no

presente estudo. Aqui, observou-se também que a VLDL, não variou significativamente

entre os grupos estudados. Matos et al. (2005) também não observaram diferença

significativa para essa fração, ao passo que Park et al. (1998) verificaram elevação da

concentração da fração VLDL. No entanto, esses autores utilizaram menor teor de fibra

na composição de sua dieta hiper (20g/kg), do que o utilizado nesse trabalho (50g/Kg).

Para os valores de triglicérides Hasler (1987); Matos et al. (2005) e Bartus et al.

(2005) (No estudo de Bartus et al., a exceção é feita a um grupo que teve sua dieta

suplementada com manteiga em 20% para induzir um perfil hipertrigliceridêmico),

também não verificaram diferenças significativas entre os grupos estudados, da mesma

forma que o indicado nos dados deste trabalho. Mathe et al. (1991), observaram uma

elevada atividade da lipase lipoprotéica em ratos que foram submetidos à dieta

hipercolesterolêmica (1% suplem. colesterol), mesma quantidade do presente estudo,

fator que pode ser responsável pela manutenção dos valores de triglicérides. Quiles et

al. (2003) verificaram uma redução benéfica nos valores de colesterol total e

triglicérides, induzida por ação do exercício, o que não foi verificado neste trabalho.

Acredita-se que os dados desses autores destoam dos observados aqui por terem

utilizado uma dieta com menor teor lipídico e, por terem submetido seus animais a um

protocolo de exercício mais intenso.

Page 69: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

57

Bestetti e Santos (1984), Couillard et al. (2001); Lalonde et al. (2002) e

Thompson (2003), afirmam que os exercícios aeróbicos regulares são reconhecidos

como capazes de elevar as concentrações de HDL. Hill et al. (2005), relatam que em um

estudo realizado com homens saudáveis e não treinados submetidos a sete dias de

treinamento, que estes demonstraram uma elevação aguda nas concentrações de HDL,

em amostras recolhidas imediatamente após o encerramento dos exercícios, dados

semelhantes já foram descritos por Bestetti e Santos (1984) e Prado e Dantas (2002).

Estes últimos afirmam ainda que, após um programa de exercícios aeróbios com

diferentes intensidades, durações e freqüências, realizadas por indivíduos de variadas

faixas etárias e níveis de aptidão cardiorrespiratória, poucos foram aqueles que não

encontraram mudanças significativas nos níveis de HDL e LDL com o exercício. Nesse

estudo, a HDL foi menor nos animais que receberam a dieta hiper (EH e SH)

comparados aos animais que receberam dieta controle (EC e SC), Yokozawa et al.

(2006) encontraram menores valores da fração HDL em seus animais submetidos à

dieta hipercolesterolêmica, comparados aos seus controles. Estadella et al. (2004),

utilizaram um protocolo de exercício com maior volume (90 min/dia) que o utilizado

nesse trabalho, e também não observaram aumento nas concentrações de HDL em seus

animais. Fato interessante é descrito no trabalho de Moghadasian et al. (2002), em que

os autores relatam que, diferente de humanos e outros animais, os roedores não possuem

a proteína éster colesteril transferase (CETP) e, ainda, mais de 70% colesterol total é

constituido da fração HDL, podendo, assim, ser este, os principais elementos de

resistência a fatores aterogênicos como elevação do colesterol LDL e triglicérides, além

de dificultar a elevação do HDL induzida pela atividade física. Embora não tenha

havido diferença significativa em termos de elevação da fração HDL, observou-se no

presente estudo, melhora na relação HDL/LDL. Os animais exercitados (EC e EH)

mostraram maior relação HDL/LDL que os animais sedentários (SC e SH), tal efeito se

deve a uma redução na fração LDL e uma discreta elevação nos níveis de HDL (embora

não estatísticamente significativa) da fração HDL nos animais exercitados. A melhora

foi ainda mais pronunciada nos animais que receberam dieta controle.

Não foram encontradas diferenças significativas para TGO e TGP no presente

estudo. Fan et al. (2005), também não verificaram diferença nas concentrações destas

duas enzimas em animais submetidos à dieta hipercolesterolêmica por 8 semanas, no

Page 70: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

58

entanto, havia um aumento significativo no grupo hiper entre 8 e 16 semanas. Amelink

et al. (1988) verificaram que o perfil de TGO era alterado em 1% em ratos machos logo

após uma sessão de treinamento em esteira, no entanto o mesmo não era observado em

fêmeas, indicando que o perfil dessa enzima parece ter relação com o sexo, sendo

menor nas fêmeas. Deve-se atentar para o fato de que, no presente estudo, os animais

foram treinados por 9 semanas. Talvez por isso, os dados aqui mostrados destoem do

exposto por Fan et al. (2005), o que pode indicar um efeito crônico da dieta hiper sobre

as duas enzimas. No presente estudo, foram utilizadas somente animais fêmeas, e não se

encontrou diferença estatística, o que pode reforçar a diferença de gênero em relação ao

perfil de TGO.

Neste estudo, os animais que receberam dieta hiper mostraram maiores valores

para fosfatase alcalina, quando comparados com os grupos controle. Esses dados

reforçam os achados de Beynen et al. (1986); Deepa e Varalakshmi (2004) e Kumar et

al. (2006 a e b), que também observaram aumento na concentração de fosfatase alcalina

em seus animais que receberam dieta hipercolesterolêmica. Nesses dois últimos estudos,

os autores mostram evidências de que o aumento das concentrações de fosfatase

alcalina pode ser reflexo do acúmulo de colesterol no fígado, bem como alterações no

conteúdo de gordura na histologia desse órgão, além de estresse renal provocado pela

dieta hipercolesterolêmica. No presente estudo, observou-se - além dos maiores valores

para fosfatase alcalina - maior quantidade de gordura no fígado dos animais do grupo

hiper. Houve também, maior concentração total de proteínas e de uréia que podem levar

a danos renais. Logo, os dados do presente estudo reforçam os achados dos autores

supracitados em relação à fosfatase alcalina.

Neste trabalho, os animais do grupo exercício controle apresentaram menores

valores de proteínas totais comparado com os sedentários que receberam a mesma dieta,

diferentemente de Galdino e Almeida (2000), que verificaram maiores valores para os

animais do seu grupo exercício controle, comparados com os animais sedentários que

receberam a mesma dieta. No presente estudo, os animais que receberam dieta hiper

mostraram maiores valores para proteínas totais e menores valores para albumina.

Acreditamos que, o maior valor de proteínas totais juntamente com valores menores de

albumina, indicam que houve elevação na concentração de globulinas (que não foi

dosada neste experimento, mais que pode ser calculada de forma indireta ao se subtrair

Page 71: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

59

o valor de albumina do valor de proteínas totais), neste caso, acreditamos que maiores

valores de globulinas podem indicar uma resposta inflamatória no fígado e no rim, cujos

parâmetros de função, foram mais afetados pela dieta hiperclosterolêmica.

Em relação à albumina, os animais que receberam dieta controle exibiram

valores mais elevados que os animais que receberam dieta hiper, diferente do trabalho

de Matos et al. (2005), que não verificaram diferença significativa para albumina entre

os animais que receberam dieta controle e dieta hipercolesterolêmica. Joles et al.

(2000), ao analisar as concentrações de albumina na urina de ratos submetidos á dieta

hipercolesterolêmica, verificaram maior concentração de albumina na urina dos ratos

que receberam dieta hiper. Embora no presente trabalho não tenha sido avaliado esse

parâmetro na urina dos animais, os resultados relatados por esses autores pode ser um

indício da razão pela qual, os animais do grupo hiper mostraram menores valores de

albumina sérica comparados aos controles.

O peso do fígado foi maior nos animais que receberam dieta hiper que nos

animais que receberam dieta controle, dados verificados, também, por Zulet et al.

(1999). Pellizzon et al. (2002) mostraram que o exercício causou redução no peso do

fígado dos animais treinados que foram significativamente menores que os sedentários

com dieta equivalente, exceto para o grupo exercitado que recebeu dieta hiper com óleo

de soja. Este obteve resultados elevados comparados aos demais grupos (18.4g ± 2.1)

ficando abaixo somente dos sedentários que receberam dieta com óleo de palma (21.8g

± 2.4) e óleo de soja na mesma dieta (21.9g ± 1.6). O grupo treinado que recebeu dieta

hiper com óleo de soja mostrou a segunda maior concentração de gordura no fígado

(2.35g ± 0.43, o maior foi o sedentário que recebeu dieta com óleo de palma, 2.53 ±

0.62). A gordura no fígado não foi afetada estatísticamente pelo exercício no estudo

citado. Em relação à gordura no fígado, a quantidade de gordura observada neste

trabalho, foi maior nos animais que receberam dieta hiper do que os que receberam

dieta controle, também não demonstrando ser esse parâmetro afetado pelo exercício. No

entanto, a maior concentração de gordura no fígado observada nos animais que

receberam dieta hiper contribuiu para o maior peso médio desse órgão nesse grupo de

animais. Rustan et al. (1992) verificaram maiores conteúdos de gordura no fígado dos

ratos que receberam dieta rica em lipídios que os animais do grupo controle e Han et al.

(2005), também verificaram maior acúmulo de lipídios no fígado de camundongos por

Page 72: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

60

efeito de dieta rica em lipídios, estando o presente estudo em concordância com os

dados da literatura, que versam sobre o acúmulo de gordura no fígado de ratos

submetidos à dieta hipercolesterolêmica.

Em relação à creatina quinase, não foi verificada diferença estatística entre os

grupos estudados. Sudhahar et al. (2006) também não verificaram diferença entre os

grupos estudados em seu trabalho. Neste trabalho foi utilizado um teor de colesterol

menor que o do trabalho citado (1% colest. contra 4%) e, da mesma forma, não foi

verificada diferença para esse parâmetro. De acordo com o trabalho de Chen et al.

(2006), parece que existe uma resposta aguda na liberação de creatina quinase

imediatamente após o exercício, aumentando sua concentração sérica, seguida de uma

diminuição na concentração á medida que passa o tempo após o término da sessão de

treinamento, retornando a valores semelhantes aos do grupo controle, após passadas 3

horas do término da sessão. Vale lembrar que no protocolo utilizado no presente

trabalho, o sacrifício foi realizado 24 horas após a última sessão de treinamento. Como

a concentração sérica creatina quinase é um indicativo de lesão muscular, conclui-se

que o protocolo de treinamento utilizado neste estudo não foi lesivo para a musculatura.

Neste estudo, o peso do músculo sóleo foi menor nos animais exercitados que

nos sedentários, enquanto não foi observada diferença significativa para o peso do ELD

em nenhum dos grupos estudados. Esses resultados contrastam com os de Mochizuki e

Hasegawa (2005) que, num estudo em que todos os animais eram ovariectomizados,

verificaram aumento no peso dos dois músculos, nos animais exercitados comparados

aos controles, no entanto, os animais desse estudo foram submetidos a um rotocolo de

exercício de esteira mais intenso do que o utilizado no presente trabalho.

Para o peso do coração, os animais do grupo controle mostraram valores maiores

que os animais do grupo hiper, resultado que contrasta com os obtidos por Ouwens et

al. (2005), que utilizaram o mesmo teor de lipídeos em sua dieta e verificaram maiores

valores nos animais do grupo hiper comparados aos controles. Houve hipertrofia

cardíaca nos animais exercitados neste experimento e os dados corroboram os de

Medeiros et al. (2004), que observaram maior peso do coração em animais treinados

comparados aos sedentários. Os resultados observados por efeito do exercício neste

experimento chamam atenção por causa da diferença de intensidade (natação

30min/dia/5x semana) em relação ao experimento citado (natação 30min/dia/5x

Page 73: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

61

semana/5% peso corporal), logo, menos intenso nesse experimento e ainda assim eficaz

em termos de adaptação do tecido cardíaco.

Neste trabalho, não foi verificada diferença significativa em relação ao peso da

glândula adrenal, entre os grupos experimentais, diferente de Mela e Kris-Etherton

(1984), que também utilizaram ratos Fisher fêmeas, mas observaram valores mais

elevados no grupo exercitado com dieta hiper. Esses autores relatam que já havia um

grande número de estudos que apontavam o aumento da glândula adrenal em protocolos

de esteira, natação e exercício voluntário em rodas de exercício. O fato de não ter sido

observada diferença entre os animais em relação ao peso da glândula talvez se deva à

diferença na intensidade dos exercícios, maior no experimento citado (protocolo de

corrida em esteira/1,2-1,4Km/h com 9% de inclinação, 6x/semana). O protocolo de

exercício utilizado neste experimento não provocou estresse suficientemente grande

para induzir aumento do peso da glândula adrenal.

Ao final do experimento, não houve diferença significativa para as

concentrações de hemoglobina para nenhum dos grupos estudados. Estes dados estão

em concordância com os de Hadj-Saad et al.(1997), uma vez que esses autores também

não encontraram diferenças entre os grupos estudados utilizando um protocolo de maior

volume (natação 1h/dia, 6x/semana, por 9 semanas). Para o peso do baço, foi

encontrada diferença significativa por efeito da dieta, sendo os maiores valores os dos

animais que receberam dieta hiper. No futuro, sugere-se que sejam feitas dosagens de

proteínas, gordura e umidade desse órgão para se discutir melhor os efeitos dos

tratamentos.

Neste trabalho, foi observada diferença significativa nas concentrações de uréia,

onde os animais que receberam dieta hiper apresentaram maiores valores comparados

aos animais que receberam dieta controle. Lu et al. (2002) também encontraram

maiores valores de uréia e creatinina em animais que receberam diversos tipos de dieta

hiper, comparados aos controles e nenhuma diferença em relação ao peso dos rins. Já

Sasaki et al. (1994), embora não tenham observado diferença significativa na uréia

sérica, também verificaram aumento significativo na concentração de creatinina. Neste

trabalho, assim como nos estudos citados, os animais que receberam dieta hiper também

mostraram maior concentração de creatinina, o que, segundo Sasaki et al. (1994), pode

ser um indicativo de que a hipercolesterolemia pode provocar problemas renais. No

Page 74: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

62

entanto, verificou-se, neste experimento, que os animais treinados do grupo hiper

apresentaram valores de creatinina estatísticamente iguais aos dos animais do grupo

sedentário controle, como resultado da interação entre os dois tratamentos, que deixa

em aberto a possibilidade de o exercício exercer efeito protetor contra possíveis

problemas renais decorrentes de hipercolesterolemia. Os rins dos animais dos grupos

exercitados mostraram menores valores, em relação ao peso, que os animais

sedentários, neste experimento, demonstrando que a atividade física não teve efeito

estressante sobre esse órgão e reforçando seu efeito protetor contra a dieta hiper.

A dosagem de glicose sérica mostrou valores menores nos animais que

receberam dieta hiper que nos animais do grupo controle. Kim et al. (2000), não

verificaram diferença significativa nas concentrações de glicose entre seus diferentes

grupos de estudo. No entanto, de acordo com esses autores, o exercício aumenta a

captação de glicose e a concentração de glicose-6-fosfato intracelular, o que poderia

explicar os menores valores séricos de glicose nos grupos controle. A atividade da

glicogênio-sintase também é estimulada pelo exercício, no entanto, é inibida por dietas

com alto teor de lipídios. A taxa de glicólise estimulada pela insulina também é inibida

por dietas com alto teor de lipídios, por esta aumentar a oxidação de ácidos graxos, o

que por sua vez, pode explicar os valores mais baixos das concentrações de glicose nos

animais dos grupos que receberam dieta hiper. Aoki et al. (2003), concluem em seu

trabalho que dietas suplementadas com lipídios reduzem a utilização de carboidratos no

fígado e no músculo, indicando um aumento na utilização de lipídios como fonte de

energia, o que pode abreviar a capacidade de execução do exercício pelo surgimento de

hipoglicemia. No presente estudo, verificou-se uma interação entre dieta e exercício, em

que os animais exercitados mostraram concentrações de glicose semelhantes onde,

provavelmente, as nuances proporcionadas pelas respectivas dietas foram

contrabalançadas pela ação do exercício. Lee et al. (2001) verificaram diferença na

concentração sérica de glicose em animais sedentários que receberam dietas isocalóricas

com alto teor de carboidratos ou com alto teor de lipídios, onde os animais do grupo

com alto teor de lipídios obtiveram valores mais baixos que os animais do grupo com

alto teor de carboidratos e observaram também, efeito do exercício, diminuindo a

concentração de glicose numa relação inversa com a intensidade do exercício, os dados

aqui descritos corroboram os destes autores.

Page 75: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

63

Em relação às sulfidrilas – que são grupamentos químicos comuns em enzimas

antioxidantes -, verificou-se que o grupo exercitado controle (EC) e sedentário hiper

(SH) são estatísticamente iguais e com maiores valores maiores que os demais grupos

estudados. No entanto, observa-se que o grupo sedentário hiper apresenta maior

quantidade de sulfidrilas ligadas a proteínas, o que indica maior estresse oxidativo

imposto pela dieta hipercolesterolêmica. No grupo exercitado com dieta controle,

verificou-se que o aumento se deve à maior concentração de sulfidrilas livres, o que

indica um efeito adaptativo benéfico ao estresse oxidativo imposto pela atividade física.

Em relação à paraoxonase, que é uma enzima relacionada ao estresse oxidativo,

pôde-se verificar que sua concentração é influenciada tanto pelo estresse imposto pela

dieta quanto pelo exercício, haja vista que, os menores valores foram observados no

grupo exercitado com dieta hiper. No entanto, os animais do grupo controle, exercitado

e sedentário foi estatísticamente igual. Como a paraoxonase é uma enzima associada à

fração HDL do colesterol e, essa mesma se mostrou estatísticamente reduzida nos

animais que receberam dieta hiper (EH e SH), parece que o efeito da dieta é mais

pronunciado. O exercício provocou aumento discreto, mas não estatístico na fração

HDL, o que não permitiu verificar uma elevação da concentração dessa enzima.

Acreditamos que o exercício, embora seja capaz de impor estresse oxidativo ao

organismo, seja capaz de provocar adaptações benéficas no perfil de paraoxonase.

Sugere-se que seja feita a dosagem de paraoxonase em animais treinados em protocolos

de exercício com diferentes volumes e intensidades, por acreditar que os níveis da

fração HDL devem se elevar e, com ela, as concentrações de paraoxonase.

Em relação à ingestão alimentar, os animais do grupo controle ingeriram mais

dieta que os animais do grupo hiper, mesmos resultados encontrados por Turner et al.

(2004), que treinaram animais que receberam dietas com alto teor de carboidrato ou alto

teor de lipídio, indicando que a dieta com alto teor de lipídios poderia ser

energeticamente mais vantajosa, levando os animais a ingerir menor quantidade,

comparada a dieta com carboidratos. Gauthier et al. (2003) observaram maior ingesta

calórica diária dos animais do grupo hiper que os animais do grupo controle, dentro do

grupo de animais sedentários. Já no grupo de animais exercitados, os animais que

receberam dieta controle ingeriram a mesma quantidade de calorias que os animais que

receberam dieta hiper, com menores valores de ingestão no grupo hiper. Isto também

Page 76: ALLAN CRISTIAN GONÇALVES

64

indica melhor performance energética da dieta hiper no exercício de endurance,

comparada à dieta controle. No presente trabalho, foi verificado que os animais

exercitados ingeriram menor quantidade de dieta que os dois grupos sedentários, sendo,

entretanto, a ingesta rigorosamente similar entre eles, não havendo diferença entre as

duas dietas em relação à ingesta, nos grupos submetidos ao exercício. Mela e Kris-

Etherton (1984), Hasler et al. (1987) e Quiles et al. (2003) não verificaram diferença na

ingesta alimentar dos grupos estudados e, nos três trabalhos, os animais sedentários

obtiveram maior ganho de peso que os animais exercitados, sendo maior o ganho nos

animais que receberam dieta hiper que nos animais que receberam dieta controle.

Sugere-se que seja feito um estudo comparativo com dietas controle e hiper que sejam

isocalóricas para verificar se os animais são movidos a ingerir dieta de acordo com o

seu valor energético e quais os possíveis efeitos do exercício nessa ingestão.

Os animais que receberam dieta hiper mostraram maior ganho de peso por

grama de dieta ingerida que os animais que receberam dieta controle. Quando se leva

em consideração o efeito do exercício, os animais do grupo exercitado, independente da

dieta, tiveram menor ingesta alimentar que os sedentários e ainda produziram mais fezes

comparados aos animais exercitados. Embora não tenha havido diferença significativa

no peso final dos animais, acredita-se que esses animais devam ter desenvolvido maior

massa muscular comparados aos animais sedentários em função do treinamento e as

diferenças, então, poderiam ser decorrentes da alteração na composição corporal

induzida pela atividade física.

Em relação aos ossos, não foram observadas diferenças para peso, comprimento,

volume ou densidade dos fêmures dos animais utilizados no experimento. Notomi et al.

(2001), relatam que o aumento da massa óssea possui relação direta com a sobrecarga

imposta pela atividade aos ossos e não por razões secundárias como aumento de massa

magra. Como o protocolo de exercício utilizado nesse trabalho foi de natação, este não

produz impacto significativo em termos de sobrecarga aos ossos desses animais.

Os cérebros dos animais exercitados se apresentaram menores em termos de

peso que os animais sedentários. Segundo Wainwright et al. (1997), o peso do cérebro é

afetado pela ingestão de dietas ricas em lipídios e que essa influência depende do tipo

de ácido graxo existente na composição da dieta. Hadj-Saad et al. (1997), utilizando u

protocolo de natação de 60 min/dia, 6 dias/semanas, por 9 semanas, não observaram

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65

diferenças em relação ao peso do cérebro dos seus animais por efeito da atividade física.

Peters et al. (2004), em seu trabalho de revisão afirmam que o cérebro possui um alto

consumo energético e uma baixa capacidade de armazenamento de energia. O neocórtex

e o complexo formado pelo sistema límbico-hipotálamo-hipófise-adrenal, atuam juntos

para manter constante o fornecimento de energia ao cérebro, bem como o equilíbrio

energético entre o cérebro e a periferia, inclusive em situações de estresse, como o

exercício físico. No entanto, o mecanismo exato de como esse controle é feito ainda não

é completamente compreendido. A partir dos presentes dados, este estudo não foi capaz

de explicar os resultados obtidos em relação ao peso desse órgão.

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66

6. CONCLUSÕES

A dieta AIN-93M modificada, utilizada neste estudo, foi eficaz em induzir um

perfil dietético hipercolesterolêmico.

O protocolo de exercício de 9 semanas exerceu efeito sobre o organismo dos

animais provocando aumento do peso do coração nos animais e não se mostrou lesivo

para o tecido muscular, o que pôde ser observado pelas concentrações de creatina

quinase.

O protocolo de exercício utilizado se mostrou capaz de atenuar os efeitos da

dieta hipercolesterolêmica em relação razão HDL/LDL.

Os animais do grupo controle ingeriram mais dieta que os animais do grupo

hiper e mostraram maior ganho de peso por grama de dieta ingerida, tais fatos nos

levam a crer que a dieta hiper foi energeticamente mais eficiente que a dieta controle.

O protocolo de treinamento utilizado induziu alterações nas defesas

antioxidantes, observadas pela concentração de sulfidrilas e paraoxonase, parecendo

exercer um efeito protetor ao estresse oxidativo provocado pela dieta hiper.

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