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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO BIOLOGIA DOS AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS ATIVIDADE ANTIPLASMÓDICA E TOXICIDADE DOS ÓLEOS DE ANDIROBA (CARAPA GUIANENSIS Aubl.) e PIMENTA-DE-MACACO (PIPER ADUNCUM L) EM MURINOS. RAIMUNDO NONATO CARDOSO MIRANDA JÚNIOR Belém Pará 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

BIOLOGIA DOS AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS

ATIVIDADE ANTIPLASMÓDICA E TOXICIDADE DOS ÓLEOS DE ANDIROBA (CARAPA GUIANENSIS Aubl.) e PIMENTA-DE-MACACO (PIPER ADUNCUM L)

EM MURINOS.

RAIMUNDO NONATO CARDOSO MIRANDA JÚNIOR

Belém – Pará 2014

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RAIMUNDO NONATO CARDOSO MIRANDA JÚNIOR

ATIVIDADE ANTIPLASMÓDICA E TOXICIDADE DOS ÓLEOS DE ANDIROBA (CARAPA GUIANENSIS Aubl.) e PIMENTA-DE-MACACO (PIPER ADUNCUM L)

EM MURINOS.

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Orientadora: Profa. Dra. Marinete Marins Póvoa. Co–Orientadora Profa. Dra. Maria Fâni Dolabela.

,

Belém – Pará 2014

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Miranda Júnior, Raimundo Nonato Cardoso , 1978-

Atividade antiplasmódica e toxicidade dos

óleos de andiroba (Carapa guianensis aubl.) e

pimenta-de-macaco (Piper aduncum l) em murinos

/ Raimundo Nonato Cardoso Miranda Júnior. -

2014.

Orientadora: Marinete Marins Póvoa.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal do

Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Programa

de Pós-Graduação em Biologia de Agentes

Infecciosos e Parasitários, Belém, 2014.

1. Malária. 2. Antimaláricos. 3. Óleo de

andiroba. 4. Piperaceae. 5. Plasmodium berghei.

I. Título.

CDD 22. ed. 616.9362

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RAIMUNDO NONATO CARDOSO MIRANDA JÚNIOR

ATIVIDADE ANTIPLASMÓDICA E TOXICIDADE DOS ÓLEOS DE ANDIROBA (CARAPA GUIANENSIS Aubl.) e PIMENTA-DE-MACACO (PIPER ADUNCUM L)

EM MURINOS.

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará como requisito para a obtenção do grau de Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Orientadora: Profa. Dra. Marinete Marins Póvoa.

Instituo Evandro Chagas

Banca examinadora: Prof. Dr. José Guilherme Soares Maia

Instituto de Exatas e Naturais – ICEN/UFPA.

Profa. Dra. Giselle Maria Rachid Viana. Instituto Evandro Chagas

Profa. Dra. Eloisa Helena de Aguiar Andrade. Instituto de Exatas e Naturais – ICEN/UFPA.

Prof. Dr. Ricardo Luiz Dantas Machado Instituto de Ciências Biológicas – ICB/BAIP.

Belém, 11 de Junho de 2014.

Belém – Pará 2014

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“A mente que se abre a uma nova ideia

jamais voltará ao seu tamanho original”

Albert Einstein.

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Dedicado aos meus queridos pais:

Dolores e Nonato Miranda

A minha filha e esposa:

Beatriz e Nathália Miranda

Com amor e gratidão

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AGRADECIMENTO

A Deus por tudo que me concede na vida.

A minha orientadora Professora Dra. Marinete Marins Póvoa pela força, sabedoria e

grande ajuda durante o transcorrer do projeto.

Ao meu querido Professor Dr. José Guilherme Soares Maia pela orientação, apoio,

conhecimento, oportunidade de executar o projeto e por ter acreditado no meu

trabalho.

A minha Co-orientadora Professora Dra. Maria Fâni Dolabela pela ajuda durante o

trabalho.

Ao Professor Dr. Rommel Burbano e ao também Professor Dr. Marcelo Bahia pela

colaboração e apoio nos testes in vitro.

A minha amiga Natasha Rocha pela ajuda indispensável e fundamental nos testes in

vitro. Muito obrigado.

A farmacêutica Adreanne Oliveira pela ajuda e atenção.

Aos meus pais, Dolores e Nonato Miranda, por toda dedicação, amor e incentivo

durante toda a minha vida.

A minha esposa Nathália Miranda pelo amor, afeto e incentivo ao longo desses anos

de convivência e por te me dado o maior presente da minha vida, minha filha Beatriz

Miranda.

Ao meu irmão Charles Miranda por toda compreensão e carinho.

A minha família: Maria, Fyamma, Felipe Gabriel, Lisbella, Conceição e Cláudia, pelo

respeito e amor de sempre.

A Universidade Federal do Pará pela formação acadêmica

A Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa – FAPESPA pela

concessão da Bolsa.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. – CNPQ pelo

patrocínio do projeto Bionorte.

Ao Instituto Evandro Chagas, por permitir o desenvolvimento dos testes

antimaláricos na referida instituição.

Aos técnicos do Instituto Evandro Chagas José Maria, José Mário e Rodrigo pelo

apoio e ajuda nos testes antimaláricos.

A todos que contribuíram de alguma forma para realização e concretização de mais

essa etapa.

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE TABELAS 1

LISTA DE FIGURAS 2

RESUMO 3

ABSTRACT 4

1. INTRODUÇÃO......................................................................... 12

1.1 CICLO EVOLUTIVO EM HUMANOS....................................... 14

1.2 EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA.............................................. 16

1.3 CONTROLE DA MALÁRIA NO BRASIL................................... 18

1.3.1 Diagnóstico laboratorial da malária...................................... 18

1.3.2 Tratamento da malária humana............................................ 19

1.4 RESISTÊNCIA DA MALÁRIA HUMANA.................................. 29

1.4.1 Mecanismos moleculares associados à resistência do Plasmodium falciparum aos compostos quinoleicos e antifolatos................................................................................ 33

1.5 BUSCA POR NOVAS DROGAS.............................................. 36

1.6 Espécie Carapa guianensis...................................................... 39

1.7 Espécie Piper aduncum............................................................ 43

1.8 ÓLEO DE ANDIROBA (OA)..................................................... 45

1.9 ÓLEO DE PIMENTA-DE-MACACO (OPM).............................. 47

1.10 MODELOS EXPERIMENTAIS.................................................. 49

1.10.1 Modelos Murino para Atividade Antimalárica...................... 49

1.10.1.1 Ciclo biológico do Plasmodium berghei.................................... 49

1.10.2. Avaliação da Citotoxicidade.................................................. 51

1.10.3 Ensaio do Micronúcleo.......................................................... 51

1.10.4 Ensaio Cometa........................................................................ 53

2. OBJETIVOS............................................................................. 55

2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................. 55

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2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................... 55

3. MATERIAL E MÉTODOS......................................................... 56

3.1 OBTENÇÃO DO ÓLEO DE ANDIROBA (OA) E FRAÇÃO RICA EM LIMONÓIDES (FRL)................................................. 56

3.2 OBTENÇÃO DO ÓLEO PIMENTA-DE-MACACO (OPM)........ 56

3.3 AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA.................................. 56

3.4 ATIVIDADE ANTIMALÁRICA IN VIVO..................................... 58

3.4.1 Ensaios em camundongos com Plasmodium berghei....... 58

3.5 AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE........................................ 61

3.5.1 Teste de viabilidade celular (MTT)........................................ 61

3.6 MICRONÚCLEOS COM BLOQUEIO DE CITOCINESE.......... 62

3.7 ENSAIO COMETA.................................................................... 64

3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA.......................................................... 66

4. RESULTADOS......................................................................... 67

4.2 ENSAIO ANTIMALÁRICO COM Plasmodium berghei............. 70

4.3 TESTE DE VIABILIDADE CELULAR (MTT)............................. 73

4.4 TESTE DO MICRONÚCLEO COM BLOQUEIO DE CITOCINESE........................................................................... 73

4.5 ENSAIO COMETA..................................................................... 75

5. DISCUSSÃO............................................................................ 77

6. CONCLUSÃO............................................................................ 83

7. REFERÊNCIAS......................................................................... 84

ANEXOS.................................................................................... 107

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1 – Pesos dos grupos controles (1 e 2) e grupo tratado (grupo

3), após 14 dias de tratamento com o OA............................................. 67

Tabela 2 – Parâmetros Hematológicos dos grupos controle (1 e 2) e

grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OA........... 68

Tabela 3 – Parâmetros bioquímicos dos grupos controle (1 e 2) e

grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OA........... 68

Tabela 4 – Peso dos grupos controle (1 e 2) e grupo tratado (grupo

3), após 14 dias de tratamento com o OPM.......................................... 69

Tabela 5 – Parâmetros Hematológicos dos grupos controle (1 e 2) e

grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OPM........ 69

Tabela 6 – Parâmetros bioquímicos dos grupos controle (1 e 2) e

grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OPM........ 70

Tabela 7 – Atividade antimalárica dos óleos de andiroba (OA) e óleo

de pimenta-de-macaco (OPM) e da Mistura dos óleos (OA+OPM)

expresso na forma da parasitemia (%) das hemácias infectadas......... 71

Tabela 8 – Atividade antimalárica da Fração Rica em Limonóides

(FRL) e da Fração com óleo de pimenta-de-macaco (OPM) expresso

na forma da Parasitemia (%) das hemácias infectadas obtida em

relação ao grupo controle não tratado................................................... 72

Tabela 9 – Efeito do óleo de andiroba sobre o número e a frequência

de micronúcleos após 24h de exposição à droga................................. 74

Tabela 10 – Efeito do óleo de andiroba sobre o índice de divisão

nuclear após 24h de exposição à droga................................................ 74

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Tabela 11 – Efeito da mistura de óleo de andiroba e óleo de pimenta-

de-macaco sobre o número e a frequência de micronúcleos após 24h

de exposição à droga............................................................................ 75

Tabela 12 – Efeito da mistura do óleo de andiroba e do óleo de

pimenta-de-macaco sobre o índice de divisão nuclear com o após

24h de exposição à droga..................................................................... 75

Tabela 13 – Frequência de células com cometas, distribuição das

classes de cometa e índice de dano de DNA, após ser exposta ao

óleo de andiroba.................................................................................... 76

Tabela 14 – Frequência de células com cometas, distribuição das

classes de cometa dano após ser exposta a mistura do óleo de

andiroba e pimenta-de-macaco (OA+OPM).......................................... 76

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LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1 – Clico evolutivo do Plasmodium em humanos...................... 15

Figura 2 – Distribuição mundial da malária.......................................... 16

Figura 3 – Risco da malária por município de infecção, Amazônia Legal...................................................................................................... 17

Figura 4 – Fármacos que agem sobre as diferentes fases do ciclo da malária................................................................................................... 20

Figura 5 – Fórmula da Quinina............................................................. 22

Figura 6 – Formula da Cloroquina – (A) / Núcleo quinolínico da Cloroquina – (B).................................................................................... 23

Figura 7 – Fórmula da Primaquina....................................................... 23

Figura 8 – Fórmula da Amodiaquina.................................................... 24

Figura 9 – Fórmula Proguanil (1) e Pirimetamina (2)........................... 25

Figura 10 – Estruturas das sulfas: Dapsona (1), Sulfadoxina (2), Sulfadiazina (3) e Sulfaleno (4)............................................................. 25

Figura 11 – Fórmula da Atovaquona.................................................... 26

Figura 12 – Fórmula da Mefloquina...................................................... 27

Figura 13 – Fórmula da artemisinina e seus derivados........................ 28

Figura 14 – Fórmula do lumefrantina.................................................... 29

Figura 15 – Árvore da espécie Carapa guianensis............................... 41

Figura 16 – Folhas da espécie Carapa guianensis.............................. 41

Figura 17 – Limonóides isolados da Carapa guianensis...................... 43

Figura 18 – Espécie Piper aduncum. ................................................... 45

Figura19 – Componentes do óleo de pimenta-de-macaco................... 48

Figura 20 – Formação de micronúcleos após um dano genético. (1) Micronúcleo a partir de um cromossomo inteiro e fragmentos cromossômicos na anáfase; (2) Ponte cromossômica a partir de cromossomos dicêntricos, nos quais os centrômeros se dirigem para os lados opostos da célula. 52

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Figura 21 – Formação de micronúcleos com e sem a utilização da Citocalasina-B. 53

Figura 22 – Esquema da placa desenvolvida para o ensaio do MTT... 62

Figura 23 – Demonstração do padrão de escores para análise do ensaio cometa....................................................................................... 65

Figura 24 – Atividade antimalárica dos óleos de andiroba (OA) e óleo de pimenta-de-macaco (OPM) e da Mistura dos óleos (OA+OPM) administrados por via intraperitonial em camundongos infectados com P. berghei expressando a redução da parasitemia no 8° dia........ 71

Figura 25 – Atividade antimalárica da Fração Rica em Limonóides (FRL) e da FRL e óleo de pimenta-de-macaco (FRL+OPM), administrados por via intraperitonial em camundongos infectados com P. berghei expressando a redução da parasitemia no 8°.............. 73

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RESUMO

Na busca de novos antimaláricos, duas espécies típicas da região Amazônica

e uma fração rica em limonóides foram objeto deste estudo: Carapa guianensis Aubl.

(Meliaceae), conhecida popularmente como andiroba, utilizada tradicionalmente

como inseticida e no combate da malária. A espécie Piper aduncum L. (Piperaceae),

conhecida popularmente como pimenta-de-macaco, usada para tratar doenças

inflamatórias e a fração rica em limonóides fracionada do óleo de andiroba. Tanto os

óleos brutos como a fração foram submetidos a ensaios de toxicidade aguda,

atividade antimalárica em Plasmodium berghei, teste de citoxicidade e

genotoxicidade. Estes ensaios demonstraram que o óleo de andiroba apresentou

baixíssima toxicidade por não ter causado nenhuma alteração no peso e parâmetros

hematológicos e bioquímicos. Entretanto óleo de pimenta-de-macaco apresentou

baixa toxocidade, por não ter causado alteração no peso e parâmetros

hematológicos e bioquímicos, contudo, causou 20% de morte entre os animais

tratados. Na atividade antimalárica o óleo de andiroba e fração extraída desse óleo

apresentou boa atividade. Já para o óleo de pimenta-de-macaco essa atividade foi

menor. Considerando a mistura dos dois óleos e da a fração limonoídica e óleo de

pimenta aumentou a atividade antimalárica demonstrando o sinergismo.

Palavras-chaves: Andiroba, Limonóides, Pimenta-de-macaco e Plasmodium berghei.

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ABSTRACT

In the search for new antimalarials, two typical species of the Amazon region

and a fraction rich in limonoids were the subject of this study: Carapa guianensis

Aubl. (Meliaceae), popularly known as Andiroba, traditionally used as an insecticide

and in combating malaria. The species Piper aduncum L. (Piperaceae), popularly

known as the pepper-jack, used to treat inflammatory diseases and rich fraction

fractional limonoids from Andiroba oil. Both crude oils as the fraction were tested for

acute toxicity, antimalarial activity in Plasmodium berghei, cytotoxicity and

genotoxicity testing. These studies showed that the oil had very low toxicity crabwood

not have caused any changes in weight and hematological and biochemical

parameters. However chili oil-for-monkey showed low toxocidade for not having

caused changes in weight and hematological and biochemical parameters, however,

caused 20% of deaths among treated animals. Antimalarial activity in the oil and

Andiroba oil extracted fraction that showed good activity. As for the oil of pepper-jack

this activity was lower. Considering the mixture of two oils and a fraction limonoídica

and chili oil increased antimalarial activity demonstrating synergism.

Keywords: Andiroba, limonoids, Pepper-of-monkey and Plasmodium berghei.

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1. INTRODUÇÃO

A malária é uma protozoose causada por protozoários do gênero Plasmodium

e transmitida por mosquitos do gênero Anopheles. Os plasmódios são protozoários

pertencentes ao filo Apicomplexa, classe Sporozoea, ordem Eucoccidiida, família

Plasmodiidae. Esta protozoose em humanos tem como característica clínica os

acessos intermitentes de febre, calafrios, cefaléia e sudorese.

As espécies Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium

malariae e Plasmodium ovale são patogênicas para o homem. (Ferraz, 2002;

Queiroz et al., 2008). Recentemente foi relatado que o Plasmodium knowlesi seria a

quinta espécie a causar malária humana (Sabbatani et al., 2009).

O P. vivax apresenta período de incubação de 12 dias a vários meses, ciclo

eritrocítico de 42 a 48h, invadindo preferencialmente hemácias jovens. Uma

importante característica dessa espécie é a de apresentar esporozoítos que não se

desenvolvem de imediato nos hepatócitos, ficando em estado de dormência no

fígado, chamados hipnozoítas (Price et al., 2007, Hulden & Hulden, 2011).

O P. falciparum apresenta o ciclo tecidual menor, maior produção de

merozoítas tecidual e eritrocitário infectando eritrócitos de qualquer idade; é

potencialmente capaz de produzir hiperparasitemias. A alta parasitemia está

relacionada com a gravidade da doença. (Gomes et al., 2011). Dentre as cinco

espécies é a que causa a doença mais agressiva levando a uma grande morbidade

e mortalidade, com mais de um milhão de mortes por ano (Liu et al., 2010). A

malária severa apresenta um quadro clínico com: anemia grave, complicações

cerebrais, infecção placentária e perda fetal (Mackintosh et al., 2004).

O P. ovale é restrito ao continente africano sendo agente de uma forma

benigna de malária, formam os hipnozoitas, assim como o P. vivax, esporozoítos

latentes nos hepatócitos (Price et al., 2007, Lim et al., 2010).

O P. malariae é encontrado em áreas endêmicas dos continentes africano e

americano, desenvolve o ciclo eritrocítico em 72h e após a invasão dos hepatócitos

os esporozoítos desse parasito amadurem em aproximadamente 15 dias,

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13

diferentemente do P. vivax, não apresentam formas quiescentes, por isso não ocorre

recaídas, entretanto o parasito persiste por longos períodos no sangue do

hospedeiro (Collins & Jeffery, 2007).

O P. knowlesi ocorre normalmente em macacos de cauda longa e porco de

cauda (porcos-tailed) que habitam floresta do Sudeste da Ásia. A transmissão

ocorre, também, pela picada de um mosquito infectado, muito embora essa infecção

fosse tida como caso raro. Contudo, após descoberta de um grande foco na Malásia

(ilha de Bornéo), 58% dos casos de malária do hospital Kapit, além de outros casos

na Tailândia, Filipinas e Singapura, considerou-se que esse parasita está se

difundindo entre os seres humanos. (Van Hellemond et al. 2009, Van Den Eede et

al. 2009).

Em um estudo realizado pelos pesquisadores Knowles e Das Gupta ao

infectar três voluntários humanos, dois com P. knowlesi por passagem de sangue de

macaco e o terceiro com passagem de sanguínea de um hospedeiro humano,

observaram que os três pacientes desenvolveram malária. A infecção causada pelo

P. knowlesi apresenta um ciclo biológico curto, cerca de 24h, com episódios de

febres diários, com morfologia semelhante ao P. falciparum nas formas jovens

(trofozoíto) e as demais formas sanguíneas semelhantes ao P. malariae (Cox-Singh

& Singh, 2008, Singh & Daneshvar, 2013)

A principal forma de transmissão da infecção é pela picada da fêmea do

Anopheles. Os Anofelinos são dípteros, família Culicidae, distribuídos pelas regiões

temperada, tropical e círculo polar ártico. O gênero Anopheles é responsável pela

transmissão da malária nos seres humanos (Harbach & Kitching, 2005). O

Anopheles darlingi é a espécie transmissora mais importante tanto no Brasil como

na América do Sul (Deane, 1986) e outras espécies como as do complexo An. (Nys.)

albitarsis e o An. aquasalis, também tem sido consideradas importantes vetores de

malária humana nas Américas. As espécies do complexo albitarsis apresentam

diferentes padrões de transmissão em diferentes localidades dentro de um mesmo

país e entre países e já o An. aquasalis é importante nas áreas litorâneas do

continente americano (Wilkerson et al. 2005, Póvoa et al. 2006; Brochero &

Wilkerson, 2007, Bahia et al., 2010).

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14

1.1. CICLO EVOLUTIVO EM HUMANOS.

O Plasmodium é transmitido ao homem durante o repasto sanguíneo. O ciclo

do Plasmodium é heteroxênico (Fig. 1), tendo uma fase assexuada endógena

(esquizogônica) no hospedeiro vertebrado e outra fase sexuada exógena

(esporogônica) no hospedeiro invertebrado.

Durante o repasto sanguíneo o Anopheles inocula os parasitas (esporozoítos)

no tecido subcutâneo e com menor frequência na corrente sanguínea. Há evidências

que estas formas passam por vários hepatócitos, antes do desenvolvimento da

infecção; primeiramente invadem as células de Küpffer (macrófagos) se alojam nos

capilares sinusóides hepáticos para chegar aos hepatócitos (Baer et al., 2007

glaécia). Nas células do fígado os esporozoítos se diferenciam em trofozoítas, que

se reproduzem assexuadamente, por esquizogonia, dando origem aos esquizontes

teciduais e posteriormente aos merozoítas. O ciclo hepático varia entre as espécies

infectantes: o mais curto, 9 – 17 dias, para o P. ovale o mais longo, 15 – 30 dias,

para o P. malariae. O P. falciparum e P. vivax com períodos de 8 – 25 dias e o 8 –

27 dias, respectivamentes. Os merozoítos formados invadem os eritrócitos

terminando o ciclo exo – eritrocítica. Entretanto nas espécies P. vivax e P. ovale,

alguns esporozoítos podem permanecer quiescentes no fígado originando as formas

denominadas de hipnozoítas (Murgatroyd, 1952, Miller et al., 2002, Tuteja, 2007).

A invasão das hemácias ocorre quando os parasitas reconhecem os

receptores destas células. O parasita induz a formação de um vacúolo na membrana

plasmática das hemácias, por onde entram. Quando os merozoítas teciduais

invadem as hemácias, se inicia o ciclo eritrocítico. O desenvolvimento do parasita no

eritrócito também ocorre por esquizogonia, com formação de novos merozoítas que

invadirão outras hemácias (Miller et al., 2002, Tuteja, 2007). O número de

merozoítos nos esquizontes de cada espécie é específico: 8 – 26 para o P.

falciparum, 8 – 24 para o P. vivax, 6 – 12 para o P. malariae e P. ovale. A evolução

da infecção promove o rompimento dos esquizontes sanguíneos culminando com a

liberação de toxinas do parasito no leito vascular o que implica em acessos febris

regulares e depende, também, da espécie infectante, 36 – 48h para o P. falciparum,

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15

48h para o P. vivax e P. ovale, 72h para o P. malariae. Após algum tempo estes

merozoítas sanguíneos sofrem diferenciação em estágios sexuados, os gametócitos,

que não mais se dividem, e são injetados no hospedeiro vertebrado pelo mosquito,

durante o repasto sanguíneo, completando o ciclo (Murgatroyd, 1952).

No hospedeiro invertebrado, Anopheles, ocorre o ciclo sexuado. Após o

repasto sanguíneo apenas gametócitos permanecem viáveis diferenciando-se em

gametas masculinos (microgametas) e femininos (macrogametas). Após a

fecundação forma-se o zigoto chamado de oocineto, forma morfológica invasiva e

móvel que se aloja na parede intestinal do mosquito transformando-se em oocisto.

Por esporogonia (assexuado) originam-se os esporozoítos que se deslocam para as

glândulas salivares do inseto (Smith et al., 2014).

Figura 1 – Clico evolutivo do Plasmodium em humanos. Fonte: White, 2004.

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1.2. EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA.

Em 2013, cerca de cento e quatro países, nos trópicos e sub-trópicos, foram

considerados áreas endêmicas para a malária (Fig. 2). Em números globais cerca de

3,4 bilhões de pessoas estariam em risco. Calcula-se que em 2012 havia 207

milhões de casos de malária no mundo, sendo que 80% registrados no continente

Africano; e mais de 620 mil mortes, das quais 90% teriam ocorrido na África, sendo

a grande maioria (77%) de crianças menores de cinco anos. Os P. falciparum e P.

vivax são as espécies mais importantes, a primeira é mais letal e predomina na

África e a segunda apresenta ampla distribuição mundial (WHO, 2013).

Figura 2: Distribuição mundial da malária. Fonte: Petersen et al., 2011

Na região das Américas, em 2008, foram registrados mais de 550 mil casos,

sendo os países que compartilham a floresta Amazônica os que apresentam o maior

número de casos, 89% do total, tendo o Brasil com maior proporção desses casos

(56%). O México com os países da América Central formam a sub-região com

menores níveis de transmissão (PAHO, 2010). Segundo a Organização

Panamericana de saúde (OPAS) em 2011 houve redução no número de casos, ≤

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17

500 mil, na maioria dos vinte e um países, nos quais a malária é endêmica. Todavia

Guiana, Nicarágua e Venezuela na seguiram a mesma tendência e apresentaram

aumento no número de casos (PAHO, 2012).

O Brasil registrou 241.363 mil casos de malaria em 2012, sendo restrita aos

estados Amazônicos, ou seja, endêmica na Amazônia Legal (Fig. 3). Destes 31.595

(13.09%) foram causados por P. falciparum; 202.457 (83.8%) por P. vivax; 3.663

(1.5%) (P. falciparum e P. vivax) e 89 (aproximadamente 0.03%) por P. malariae e 1

P. ovale (importado da África). Segundo a OMS (2011) 20% da população brasileira

moram em áreas de risco. Apesar da malaria no Brasil ser endêmica na Amazônia, a

distribuição de casos é muito heterogênea entre seus estados e municípios, o que

levou o Ministério da Saúde (MS) a adotar o indicador IPA (Incidência Parasitária

Anual) para classificar o grau de risco de se adoecer de malária em cada um deles:

alto risco (IPA ≥ 50/1.000 habitantes), médio risco (entre 10 – 49/1.000 hab.) e baixo

risco (IPA < 10/1.000 hab.) (Fig. 2) (Brasil, 2009).

Figura 3 – Risco da malária por município de infecção, Amazônia Legal. Fonte: Brasil, 2010.

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18

1.3. CONTROLE DA MALÁRIA NO BRASIL.

O Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM) do Ministério da Saúde

objetiva: reduzir a letalidade e a gravidade dos casos de malária; a incidência da

doença; eliminar a transmissão em áreas urbanas e manter a ausência da doença

em locais onde a transmissão já não é presente. Dentre os planos adotados, pelo

programa, para atingir os objetivos expostos, tem-se: o diagnóstico precoce, o

tratamento oportuno e adequado dos casos e controle do mosquito transmissor

(Brasil, 2010, Frasson et al., 2009).

O Ministério da Saúde orienta o tratamento e distribui os medicamentos

antimaláricos em toda extensão territorial brasileira, em unidades do Sistema Único

de Saúde (SUS). Com o tratamento se objetiva: a interrupção da esquizogonia

sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da doença, a

destruição de formas latentes (hipnozoítas) das espécies P. vivax e P. ovale,

evitando as recaídas tardias, e a interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de

drogas que impedem o desenvolvimento de formas sexuadas (gametócitos) (Brasil,

2010).

1.3.1 Diagnóstico Laboratorial da malária.

A detecção rápida e precisa dos parasitas da malária é fundamental no

combate e controle da doença, haja vista, que a alta morbidade e mortalidade

podem ser atribuídas ao desenvolvimento da resistência do parasita às drogas

antimalárica, sendo assim, o diagnóstico inadequado ocasiona desperdício de

recurso e prejudica o tratamento imediato (Brasil, 2009, Mouatcho & Goldring, 2013).

O método clássico é feito através da pesquisa microscópica do protozoário da

malária que pode ser feito em distendido sanguíneo como na gota espessa (Brasil,

2009).

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19

O método supracitado pouco foi alterado ao longo dos anos, depois das

modificações na coloração promovidas por Romanowsky em 1800. Obtém-se o

distendido sanguíneo de uma gota de sangue do dedo ou lóbulo da orelha, após o

sangue ser espalhado na lâmina é fixado pelo álcool metílico e corado com Giemsa.

A gota espessa é obtida de uma amostra de sangue colhida por punção digital ou

venosa sem anticoagulante. A coloração é feita pelo método de Walker (azul de

metileno fosfatado e Giemsa) (Brasil, 2009, Tangpukdee et al., 2009). É mais

vantajosa por concentrar uma quantidade de sangue maior em uma pequena área,

aumentando a probabilidade de se encontrar o Plasmodium. Esta técnica permite

quantificar a parasitemia sanguínea e o diagnóstico da malária no Brasil. (Brasil,

2009, Tangpukdee et al., 2009).

Outra forma para diagnóstico da malária são os testes de diagnóstico rápido

(TDR), desenvolvidos nos anos 90, utilizados em áreas endêmicas, que se baseiam

na detecção de antígenos presente no sangue dos hospedeiros. A princípio utilizado

para o P. falciparum através da detecção da proteína rica em histidina 2 (PfHRP2),

na detecção da enzima lactato desidrogenase (Pf-pLDH) ou da enzima aldolase de

Plasmodium sp (Mouatcho & Goldring, 2013, Maltha et al., 2014).

1.3.2. Tratamento da malária humana.

No tratamento da malária são utilizados fármacos que atuam nas diferentes

formas do parasito e etapas do ciclo, isto é, interrompem a esquizogonia sanguínea;

podem atuar nas formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítas) das

espécies P. vivax e P. ovale, evitando assim as recaídas tardias e ainda

interrompendo a transmissão dos parasitos (gametócitos) (Brasil, 2001).

A classificação dos fármacos utilizados no combate a malária baseia-se na

ação sobre as diferentes fases do ciclo biológico do parasito (Fig. 4). Fármacos que

atuam sobre as formas hepáticas, ou em latência – esquizonticidas teciduais. Sobre

os parasitos eritrocíticos são – esquizonticidas sanguíneos. E que atuam nos

gametócitos, impedindo a transmissão para o mosquito (Brasil, 2001).

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20

Figura 4: Fármacos que agem sobre as diferentes fases do ciclo da malária. Fonte: Bassat, 2011.

As manifestações clínicas da malária se iniciam com: mal estar, cefaleia,

mialgia, cansaço e febre. Passada a fase inicial, a febre passa a ser intermitente,

variando entre 48 e 72h, dependendo da espécie. Na malária não complicada, a

clínica da fase aguda é comum às quatro espécies clássicas: náuseas, debilidade

física, anemia, palidez e vômitos. Na malária grave e complicada as manifestações

clínicas são mais intensa, como: hipoglicemia, convulsões, edema pulmonar,

icterícia e malaria cerebral, sendo fatal para o Plasmodium falciparum (Brasil, 2001).

O esquema de tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde depende

da espécie envolvida. Para as espécies que apresentam forma latente hepática (P.

vivax e P. ovale), em virtude da particularidade do ciclo biológico (formação de

hipnozoítas) é conveniente resaltar a importância das infecções que se repetem

após o tratamento medicamentoso, as quais são classificadas de três formas:

recaída, proveniente de formas latentes do fígado; recrudecência, oriunda de formas

parasitárias assexuadas sanguíneas que sobreviveram ao tratamento

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medicamentoso e a reinfecção que decorre de uma nova inoculação de esporozoítos

pelo mosquito transmissor (Baird, 2004, Imwong et al., 2007).

A interrupção do tratamento, tipo de tratamento, doses inadequadas, aspectos

farmacocinéticos e casos de resistência, são fatores que podem explicar a falha

terapêutica da malária (Camargo et al., 2009; Garcia, 2010) .

A resistência do Plasmodium, principalmente do P. falciparum, representa um

problema importante de saúde pública. Tanto no Brasil quanto na Ásia e África, o P.

falciparum resistente à cloroquina é muito frequente, onde também já foram

encontrados parasitos multiresistentes. Com isso, preconiza-se o tratamento em

associações de antimaláricos, a fim de melhorar a eficiência do tratamento e tentar

diminuir a resistência (Giao & Vries, 2001).

A quimioterapia da malaria teve inicio no século XVII. Os jesuítas que vieram

para a America do Sul observaram que os índios do Peru utilizavam plantas do

gênero Cinchona spp (Rubiaceae), conhecidas popularmente por quinas, para o

tratamento de doenças febris. No inicio do século XIX, foi isolado o quinina (Fig. 5),

por Pelletier e Caventou, que apresentou atividade antimalárica.

Em 1820 a quinina foi identificada como sendo o princípio ativo da casca da

cinchona, em seguida difundindo-se pela Europa, América e Ásia, sendo a primeira

opção de tratamento da malária. A resistência a essa droga foi relatada na América

do Sul há quase um século, na Tailândia e Cambódia nos anos 60 (Wernsdorfer &

Payne, 1991, França et al., 2008, Pradines et al., 2010).

Esse amino-álcool, quinina, é eficaz contra o P. falciparum, com boa

solubilidade para formulações intravenosas, importante no tratamento de pacientes

que não toleram a medicação por via oral. Devido a alta toxicidade, cardiopatias,

“cinchonismo” (Bateman & Dyson 1986, França et al., 2008), tornou-se necessário

buscar drogas menos tóxicas (Cooper & Magwere, 2008).

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22

N

O

OH

N

HCH2

Figura 5: Fórmula da Quinina. Fonte: Vale et al., 2005

No cenário internacional o mundo estava dividido pela Guerra Fria, entretanto

os EUA e a China apresentaram importante destaque na pesquisa e

desenvolvimento de fármacos antimaláricos sintéticos. Na década de 40, os EUA

intensificaram a síntese de medicamentos antimaláricos, com a finalidade de

proteção de suas forças armadas. O Walter Reed Army Institute for Research

(WRAIR), sessão científica dessas forças armadas, foi uma importante liderança na

pesquisa de drogas antimaláricas desde a Segunda Guerra Mundial (Manzali de Sá,

2011).

A história da cloroquina inicia no período entre as I e II guerras, 1934, quando

o químico alemão Hans Andersag desenvolveu e patenteou uma molécula e um

derivado chamado, “resochin” e “sontochin”, respectivamente. Suas estruturas

químicas apresentavam uma base comum, 4-amino-quinolina, responsável pela

atividade farmacológica na fase esquizonte do plasmódio. Posteriormente, a

molécula sintética “resochin” recebeu novo nome, cloroquina (Fig. 6) (Manzali de Sá,

2011). Esse composto, 4-aminoquinolídio, sintetizado após a II Guerra Mundial,

dominou o combate à malária mundialmente. Em 1955, quando o Programa Global

de Erradicação da Malária foi adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

havia um clima de otimismo em virtude desse novo medicamento e inseticidas como

o DDT (Manzali de Sá, 2011). A investigação desse derivado sintético foi

fundamental, pois apresenta níveis tóxicos toleráveis e eficácia sobre várias

espécies de Plasmódio (Vale et al., 2005). Este fármaco, esquizonticida sanguíneo,

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foi amplamente utilizado para o tratamento da malária causado por P. vivax, P.

malariae, P. ovale e P. falciparum (Cravo & Rosario, 2002, Vale et al., 2005).

N

NH

CH3

N CH3

CH3

Cl

N

B

A

Figura 6: A: Formula da Cloroquina; B: Núcleo quinolínico da Cloroquina. Fonte: Manzali de Sá, 2011.

Em meados dos anos 50 foi sintetizado nos EUA a primaquina (Fig. 7), uma

8-aminoquinolina, com atividade anti esquizonte tecidual, além de atividade contra

os gametócitos e todas as formas exoeritrocíticas (Vale et al., 2005, Jonh et al.,

2012).

N

NHNH2

O

Fgura 7: Fórmula da Primaquina. Fonte: Vale et al., 2005.

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24

Da mesma forma que a cloroquina em 1945, outra molécula sintética surgiu, a

amodiaquina (Fig. 8), pró-fármaco, 4–aminoquinolínico, esquizonticida sanguíneo,

apresentava-se muito eficácia no tratamento de malária falcipara e menos tóxica

quando comparada a cloroquina. Contudo, em meados da década de 90 seu uso foi

associado a efeitos de hepatotoxicidade e agranulositose (Gomeset al., 1997, Vale

et al., 2005, França et al., 2008, O´Neill et al., 2012).

N

NH

Cl

N

OH

Figura 8: Fórmula da Amodiaquina. Fonte: Vale et al., 2005.

Os Tetraidrofolatos são fundamentais na síntese do ácido desoxirribonucléico

(DNA) e no metabolismo da metionina. Diferentemente dos seres humanos que

necessitam da dieta para obter o folato, muitos microorganismos, como o

Plasmodium é capaz de sintetizar essas moléculas, desta forma drogas que agem

na síntese do ácido fólico seriam úteis no tratamento da malária (Salcedo-sora et al.,

2011).

Deste modo, ainda durante as décadas de 40 e 50 foi desenvolvido o

proguanil e a pirimetamina (Fig. 9). As duas drogas são inibidoras específicas da

enzima dihidrofolatoredutase (DHFR) e, em combinação com sulfas, foram utilizadas

no tratamento da malária. Entretanto, após o lançamento desse composto, vieram as

falhas no tratamento do P. falciparum. A resistência aos antifolatos tornou-se um

grande problema em regiões endêmicas de todo o mundo, tendo sido relatado o

primeiro caso de resistência a pirimetamina no final dos anos 50, na zona rural da

Tanzânia. (Peterson et al., 1990, falta colocar, Mharakurwa et al., 2011).

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NH

NH

NH

NH

NHCl

N

N

NH2

NH2

Cl

12

Figura 9: Fórmula Proguanil (1) e Pirimetamina (2). Fonte: Vale et al., 2005.

As sulfas são inibidoras da diidropteroato sintetase (DHPS) que impedem a

formação do ácido di-hidrofólico, necessário para a síntese do ácido nucleico. Os

principais representantes desse grupo são as sulfadoxina, sulfadiazina, dapsona e

sulfaleno (Fig. 10). O uso desses medicamentos foi sendo reduzida, por conta da

baixa eficácia, toxicidade e posteriormente os casos de resistência (França et al.,

2008, Sridaran et al., 2010, Nzila et al., 2011).

S NH2NH2

O

O

S NNH2

O

O

H

NN

O

O CH3

CH3

S NNH2

O

O

H

N

N

S NNH2

O

O

H

N

N

O CH3

1 2

3 4

Figura 10 – Estruturas das sulfas: Dapsona (1), Sulfadoxina (2), Sulfadiazina (3) e

Sulfaleno (4). Fonte: França et al., 2008.

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A Atovaquona é um hidroxi–1,4–nafitoquinona (Fig. 11) com mecanismo de

ação por inibição do sistema transportador de elétrons no citocromo bc1. Nos

parasitas da malária, os elétrons apresentam uma ligação obrigatória da biossíntese

de pirimidina, anel heterocíclico com dois átomos de nitrogênio, e o de transporte de

elétrons pela via ubiquinona/ubiquinol, que participam do processo de formação de

ATP. O efeito tóxico da atovaquona para o P. falciparum é devido as diferenças

entre a sensibilidade do sistema de transporte de elétrons dos mamíferos e do

Plasmódio para hidroxinaftoquinonas. Alem disso, pelo fato dos Plasmodium spp.

serem dependentes da formação de novos aneis pirimidínicos, diferentemente dos

vertebrados que apresentam a capacidade de recuperar a pirimidina. Desta forma, a

atovaquona impede a síntese de ácido nucléico do protozoário (Fry & Pudney, 1992,

Looareesuwan et al., 1999, Cordel et al., 2013).

Cl

O

O

OH

H

H

Figura 11: Fórmula da Atovaquona. Fonte: Vale et al., 2005.

Na década de 70 foi desenvolvida a molécula da mefloquina (Fig. 12),

derivado sintético da quinina, com atividade esquizonticida sanguíneo do P.

falciparum e P. vivax, contudo sem efeito sobre as formas tissulares. Essa molécula

passou a ser utilizada como alternativa nos casos de parasitos resistentes da época.

Entretanto, a resistência a esse composto, foi observada pela primeira vez no final

dos anos 80 na Tailândia com o Camboja. Na cidade de Manaus foi relatada a

resistência a mefloquina, de 51 crianças atendidas com malária falciparum,

avaliadas entre o 3° e 35° dia de tratamento, foi encontrado uma incidência de

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resistência de 5,9% (Noronha et al., 2000, Farooq & Mahajan, 2004, Vale et al.,

2005, Nosten et al., 2012).

N

NH

OH

OH

CF3

CF3

Figura 12 – Fórmula da Mefloquina. Fonte: Vale et al., 2005.

Ainda nos anos 70 foi extraído da planta chinesa Artemisia annua L, a

artemisinina (Fig. 13), um sesquisterpeno que era utilizado na China, para o

tratamento de doenças febris. Esse composto como seus derivados

(dihidroartemisinina (2), artemeter (3), artesunato de sódio (4) e artéter (5)) são

esquizonticidas sanguíneos de ação rápida, que também apresentam atividade

gametocitocida, sendo ativos contra cepas de P. falciparum resistentes a todos os

outros fármacos (Vale et al., 2005, França et al., 2008, WHO, 2010).

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28

O

O

O

H

H

O

O

O

O

O

H

H

O

OH

O

O

O

H

H

O

O

O

O

H

H

O

OCH3

OC2H

5

(1) (2)(3)

(5)

O

O

O

H

H

O

OCO(CH2)2COONa

(4)

Figura 13 – Fórmula da artemisinina e seus derivados. Fonte: França et al., 2008

Agentes terapêuticos combinados são usados geralmente para acelerar a a

resposta terapêutica e protegendo os componentes ativo dessas drogas de

possíveis casos de resistência. A terapia combinada à base de artemisinina (TCA) é

recomendada pela Organização Mundial de Saúde como tratamento de primeira

linha para malária não complicada por Plasmodium falciparum na África Sub-

Sariana. O Coartem® é a combinação da artemisinina, do composto de ação rápida,

com a lumefrantrina, substância de ação longa (Färnert et al., 2012).

A lumefantrina (Fig. 14) foi sintetizada na China nos anos 70 sendo

classificada como droga dos aril amino-alcoóis semelhante a quinina e mefloquina.

São altamente lipofílicos, de absorção lenta, com meia-vida de 5h, esquizonticida

sanguíneo de ação prolongada e lenta no estágio eritrocítico assexuado do

plasmódio (Pinheiro et al.,2013).

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NOH

Cl Cl

Cl

Figura 14 – fórmula do lumefrantina. Fonte: Vale et al., 2005.

1.4. RESISTÊNCIA DA MALÁRIA HUMANA.

A malaria é uma grande causadora de morbidade e mortalidade, entretanto a

sua erradicação da doença, na maioria dos países subdesenvolvidos, não foi

possível em razão; da resistência generalizada aos inseticidas, guerras, migração

populacional e por fim o aparecimento da resistência à cloroquina (Hay et al., 2004,

Petersen, et al., 2011).

No final da década de 50 foram relatados os primeiros casos de resistência do

P. falciparum à cloroquina, no Sudeste da Ásia (Tailândia-Cambódia) e

concomitantemente na America do Sul (Colômbia) (Wernsdorfer & Payne, 1991). A

resistência à cloroquina disseminou-se por inúmeros países: America do Sul nos

anos 70, Ásia e Oceania no final dos anos 80. No continente africano a resistência

foi relatada pela primeira vez em 1978, espalhando-se posteriormente para o centro-

sul do continente até ser relatada em meados dos anos 90 na África Sub-saariana.

Atualmente a resistência à cloroquina é predominante em quase todas as regiões

endêmicas de malária (Wongsrichanalai et al., 2002, Farooq & Mahajan, 2004,

Petersen et al., 2011).

Esse fármaco é o de escolha para o tratamento de malária causada por P.

Vivax em alguns países como o Brasil (Yohannes et al., 2011). A cloroquina é

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associada com a primaquina para evitar a recaida, em quaisquer pacientes não

gravidas e maiores de seis meses com atividade normal da glicose-6-fosfato (G-6-

PD) (Graf et al., 2012). A recorrência do P. vivax pode ocorrer quando há falha no

tratamento com drogas antimaláricas da fase sanguínea, como a cloroquina, ou

quando drogas antimaláricas da fase hepática, como primaquina. Considerando a

sensibilidade à cloroquina, a concentração eficaz mínima (CEM) é de 100 ng/ml que

determina se o P. vivax é sensível ou resistente a essa droga (Baird, 2004). O

aparecimento de casos de P. vivax resistente a cloroquina (PVRC), pode ter uma

das causas o generalizado de cloroquina associado a primaquina. Em um estudo

realizado no Peru, entre 2005 e 2008, com quinhentos e quarenta pacientes tratados

com cloroquina em associação com a primaquina, quatro apresentaram recorrência

dos sintomas no periodo de trinta e cinco dias após o início do tratamento o que

indica uma possível falha. Nas amostras de sangue de um desses pacientes o nível

de cloroquina foi de 95 ng/ml, entretanto segundo critérios para classificar o P. Vivax

como resistente um dos critérios é o nível de cloroquina > 100 ng/ml (Graf, et al.,

2012). Na Etiopa, entre 2004 e 2005, foram avaliados casos de pacientes tratados

para malária vivax com cloroquina, dos 57 casos que completaram o tratamento

ambulatorial, 7,5% apresentaram falha. Sendo que a resistência foi confirmada em

três dos cinco casos de falhas (Yohannes et al., 2011).

Um estudo envolvendo derivados 4-aminoquinolínicos e a quinina foi

realizado para avaliar a resistência do P. falciparum dez pacientes, divididos em dois

grupos, infectados na Amazônia brasileira. Esses pacientes foram submetidos a um

estudo in vivo de sensibilidade a tratamento com cloroquina e amodiaquina (grupo

A) e com quinina (grupo B). No grupo A, três pacientes receberam cloroquina e dois

amodiaquina, e foi demonstrado resistência em todos os pacientes que concluíram o

tratamento. No grupo B, cinco pacientes receberam quinina por via oral por sete

dias, destes, quatro apresentaram diminuição da parasitemia após a primeira

semana de tratamento e um paciente apresentou aumento de parasitemia nos

primeiros três dias de tratamento, com sinais de piora do quadro clínico, exibindo

padrão de resistência R III ao tratamento (Segurado et al., 1997).

Como possível solução para o tratamento de malária resistente a cloroquina,

foi proposta á associação de dois fármacos que agem na formação do folato,

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entretanto a resistência à combinação de sulfadoxina-pirimetamina foi descrita, pela

primeira vez, na Tailândia e Camboja nos anos 60, posteriormente em outros locais

como no continente africano em e na Índia (Choudhury et al., 1987). Até o final dos

anos 80, a resistência à sulfadoxina, pirimetamina e a mefloquina foi prevalente na

(Tailândia com o Camboja eTailândia-Mianmar) e toda a África. Atualmente, nos

diferentes continentes, tem sido encontrado isolados de P. falciparum multidroga

resistentes (MDR) (Wongsrichanalai et al., 2002).

A artemisinina é utilizada como tratamento de primeira linha, em casos de

malária falciparum não complicada em áreas endêmicas, em substituição a

tratamentos ineficazes com cloroquina, sulfadoxina–pirimetamina. Contudo, falhas

no tratamento com a artemisinina já foi descrita na fronteira da Tailândia-Cambódia

evidenciando a resistência ao fármaco. (Dondorp et al., 2009). Em um estudo, com

94 adultos, com malária falciparum não complicada, os pacientes foram tratados

com doses elevadas de artesunato ou quinina-tetraciclina. Para classificar as cepas

como resistentes, alguns critérios foram adotados: os pacientes que apresentassem

fracasso na redução da parasitemia em sete dias de tratamento ou re-ermêgencia

dos parasitos em vinte e oito dias de acompanhamento e concentrações plasmáticas

inadequadas do medicamento. Dentre os sessenta pacientes tratados com

artesunato dois (3,3%) apresentaram uma redução da parasitemia em 133 e 95h,

entretanto a média era de 52,2h, sendo caracterizada a resistência do parasito

(Noedl et al., 2010).

A combinação de fármacos é uma alternativa para evitar o desenvolvimento

de resistência. A amodiaquina combinada com o artesunato tem sido utilizada em

substituição a cloroquina em países da África.

A associação da atovaquona e proguanil, é utilizada para prevenção e o

tratamento de malária falciparum resistente a cloroquina. Em um estudo foi relatado,

um caso isolado, de um viajante resistente a atovaquona e proguanil que saiu do

Canada para África (Serra Leoa) em 2005. Utilizando a tecnica da reação em cadeia

da polimerase (PCR) confirmou-se a presença de uma mutação pontual (Tyr268Ser)

no gene citocromo b (Kuhnet al., 2005).

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A terapia com drogas combinadas à base de arteminisinina (TCA) é

recomendada pela OMS como tratamento de primeira linha para malária não

complicada de Plasmodium falciparum na África Sub-sariana (WHO, 2010).

Uma das combinações recomendadas consiste na associação de uma droga

de ação rápida (artemisinina) e outra de longa duração (lumefrantrino) a fim de evitar

a recrudescência e o aparecimento de resistência.

Apesar da eficácia do tratamento combinado (TCA) já foi relatado casos de

resistência a esse tratamento. Segundo Färnert e colaboradores (2012) relataram

que um viajante que retornava da Tanzânia e estava infectado com Plasmodium

falciparum recrusdeceu. A genotipagem para marcadores de resistência revelaram a

presença de pfcrt (alelo 76K) e pfmdr1 (alelo 86N). Na genotipagem da proteína de

superfície do merozoito, msp2, foram detectados dois alelos o 336bp FC27 e 487bp

IC-1. A demonstração de msp2, pfcrt e pfmdr1 confirmam a recrudescência. Além da

genotipagem o estudo avaliou o desbutillumefrantrino, metabólito do lumefrantrino,

sendo constatada uma concentração de 2,96ng/ml, valor abaixo dos encontrados em

crianças com tratamentos bem sucedidos (média de 15,5 ng/ml)

Na fronteira da Tailandia e Mianmar, 134 pacientes com malária falciparum

não complicada apresentaram resistência ao tratamento de três dias com a

mefloquina e artesunato. Visando compreender os fatores genéticos envolvidos

nesta resistência avaliou-se os polimorfismos genéticos do Plasmodium falciparum

transportador de resistência a cloroquina (pfcrt), P. falciparum multirresistência1

(pfmdr1) e P. falciparum ATPase (pfatp6). Mutações para o pfcrt (codons 76, 220,

271, 326, 356 e 371) foram encontradas em 100% das amostras. Contudo, nenhuma

mutação de pfmdr1 (codon86) e pfatp6 (codons 37, 693, 769, 898) foi encontrada

(Muhamad et al., 2011).

Com o aparecimento das cepas de P. falciparum resistente à cloroquina, a

OMS substitui esse medicamento de primeira linha e passa a adotar a terapia

combinada tendo como base a artemisinina; esquizonticida rápido, para malaria não

complicada em áreas de multiresistência, com drogas como o lumefrantrina.

Contudo, como já descrito anteriormente os genes pfmdr1 e pfcrt podem conferir

resistência ao P. falciparum frente a vários fármacos. O pfmdr1 86Y e pfcrt 72-76

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estão associados a resistência a cloroquina e amodiaquina. Entretanto, parasitos

que apresentam o alelo pfcrt K76 já tem demonstrado tolerância ao lumefrantrina

(Eyase et al., 2013).

1.4.1 Mecanismos moleculares associados à resistência do Plasmodium

falciparum aos compostos quinoleicos e antifolatos.

Após ser sintetizada, a cloroquina foi sucesso no tratamento na malária

falciparum baseado, principalmente, na eficácia clínica, baixa toxicidade e por ser

um composto de fácil síntese. Todavia, em pouco tempo de uso os relatos de

resistência começaram ser de domínio público. O mecanismo de resistência a esse

composto não seja bem entendido, alguns mecanismos já foram propostos (Jensen

& Mehlhom, 2009).

A cloroquina é uma base fraca que acumula no vacúolo digestivo ácido do

parasito, ou seja, sua forma não protonada penetra pela membrana da hemácia

parasitada e no vacúolo digestivo, que devido às características ácidas, sofre

processo de ionização, o que impossibilita sua saída, do vacúolo pela membrana

lipossolúvel, ficando aprisionada neste compartimento ácido do parasito (Geary,

1990, Egan. 2008).

A resistência a esse composto pelo P. falciparum é um processo multifatorial,

pois deve ser levado em consideração: tipo de tratamento, abandono ou tratamento

incompleto, uso excessivo dos fármacos, capacidade de adaptação dos plasmódios

(Zalis, 2000; Hyde, 2005) e principalmente os eventos multigênicos do P. falciparum

resistente (Foote et al.,1990).

O parasito tem desenvolvido meios de contornar a eficácia das drogas com

mutações que conferem resistência. Nas cepas resistentes o acumulo de cloroquina

no interior do vacúolo digestivo é menor ou há um aumento do seu efluxo (Krogstad

et al., 1987; Wellems et al., 1990). Estando envolvidos, principalmente, dois genes,

pfmdr1 (Plasmodium falciparaum multi-droga resistente 1) e pfcrt (Plasmodium

falciparaum resistente à Cloroquina relacionado ao transportador). No P. falciparum

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o pfmdr1 pertence à superfamília ABC. Ele é homologo a glicoproteína P humana,

composto por um domínio N-terminal e outro domínio C-terminal. O pfcrt contém dez

hélices transmembranares, ambos localizados na membrana do vacúolo do parasito

(Johnson et al., 2004, Ferreira et al., 2011).

Estudos mostram que a resistência à cloroquina está associada com a

mutação pontual no códon 76 do gene do transportador (pfcrt), o que implica em

falência do tratamento. Outras mutações pontuais, N86Y, Y183F, S1034C, N1042D

e D1246Y, no pfmdr1, também se associam essa resistência (Mubjer et al., 2011).

Um estudo investigou a associação do Plasmodium falciparum transportador

de resistência a cloroquina (pfcrt) T76 e o Plasmodium falciparum multirsistente gene

1(pfmdr1) alelo Y86 em isolados de crianças tratadas com amodiaquina no Sudoeste

da Nigéria em 2005. Após o tratamento, o exame parasitológico demonstrou que

87% das crianças tratadas com amodiaquina ficaram curadas e em 13% houve falha

do tratamento (Happi et al., 2006).

No estudo com quarenta amostras de isolados sanguíneos, da região

Amazônica brasileira, para investigação da base molecular da resistência do P.

falciparum á cloroquina, foi identificado polimorfismos nos códons TYR184PHE,

ASN1042ASP e ASP1246TYR do gene pfmdr1, as regiões kappa e gamma do gene cg2 e

a mutação K76T do gene pfcrt. Neste estudo, foi demonstrada resistência in vitro do

P. falciparum em todos os isolados analisados para os genes pfmdr1, região gamma

do gene cg2 e a mutação K76T do gene pfcrt. (Viana et al. 2006). Na América do

Sul a resistência à cloroquina esta ligada a mutações no pfcrt, (K76T), além de

outras mutações (C72S, M74I, N75E e N75K) (Griffing et al., 2010).

Para os quinolinometanóis, quinina e mefloquina, o mecanismo de resistência

também está relacionado ao gene pfmdr1. O mecanismo de resistência a quinina

não está totalmente esclarecido, porém mutações no gene pfmdr1, contribuem para

a redução da susceptibilidade a essa droga. (Zalis et al., 1998). Múltiplos genes s’ao

candidatos a contribuírem para a resistência a quinina, sendo o pfnhe-1 um deles.

Um polimorfismo de repetição nesses gene está associado com diminuição da

resposta à quinina na Ásia África e America do Sul (Ferdig et al., 2004).

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Em relação à mefloquina a resistência remete-se, principalmente, as regiões

do Sudeste Asiático e da América do Sul (Wongsrichanalai et al., 2004). Para essa

droga, a amplificação do pfmdr1, ou seja, o aumento do número de cópias desse

gene está relacionado com a resistência a Tailândia e Camboja (Griffind et al.,

2010). Polimorfismos únicos de nucleotídeos no gene pfmdr1 têm demonstrado

relação com resistência a drogas antimaláricas como a mefloquina (Ferreira et al.,

2011). Em um estudo realizado na Tailândia com o P. falciparum (TM036) utilizando-

se marcadores genéticos. Foi observado que a resistência a mefloquina foi adquirida

por exposição continua as concentrações crescentes da droga, sendo demonstrado

que o número de cópias do gene resistente aumentou à proporção que a

susceptibilidade a droga diminuiu (Preechapornkul et al., 2009).

Para os compostos que agem na síntese do folato, como a sulfonamida e

pirimetamina, têm seu mecanismo de ação, relacionado com a inibição das enzimas

diidropteroato sintase (DHPS) e diidrofolato redutase (DHFR), respectivamente.

Mutações em genes dessas enzimas, DHFR e DHPS, apresentam relação com a

resistência no P. falciparum. Uma mutação na enzima DHFR, do tipo Ser108 para

Asn108 (S108N) é suficiente para identificar resistência a pirimetamina in vitro e in

vivo (Peterson et al., 1988, Sridaran et al., 2010). O aumento progressivo de

mutações do tipo Cys50 por Arg (C50R), Asn51 para Ile (N51I), Cys59 a Arg (C59R)

e Ile164 para Leu (I164L) em DHFR estão relacionadas com a produção de níveis

mais elevados de resistência a essas drogas (Basco et al., 1995, Sridaran et al.,

2010).

Para o grupo das sulfonamidas, por exemplo, a sulfadoxina, mutações nos

codons como: Ser436 Ala ou Phe (S436A / F), Ala437 para Gly (A437G), Lys540

para Glu (K540E), Ala581 a Gly (A581G) e Ala613 a Ser ou Thr (A613S/T) DHPS, já

demonstraram afetar a susceptibilidade do parasita as sulfas incluindo sulfadoxina

(Triglia et al., 1997, Sridaran et al., 2010).

Devido a todos os relatos de resistência do Plasmodium falciparum a

diferentes fármacos, o aparecimento e disseminação de cepas resistentes aos

fármacos antimaláricos (Quadro 1), principalmente a cloroquina (fármaco muito

utilizado no tratamento de malária) justifica a busca por drogas, medicamentos ou

tratamentos alternativos. Historicamente as plantas têm contribuído na descoberta

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de antimaláricos, haja vista que foram isolados, a partir de plantas, a quinina do

gênero Cinchona e a artemisinina da Artemisia annua L.

Quadro 1: Utilização clínica dos fármacos e o aparecimento de resistencia do P.falciparum. Fonte: Wongsrichanalai et al., 2002.

Fármacos Inicio do uso clinico

Surgimento da resistência

Diferença de anos

Quinina 1632 1910 278

Cloroquina 1945 1957 12

Proguanil 1948 1949 1

Sulfadoxina-pirimetamina 1967 1967 0

Mefloquina 1977 1982 5

Atovaquona 1996 1996 0

1.5. BUSCA POR NOVAS DROGAS.

A flora brasileira desperta interesse de estudiosos desde quando botânicos

europeus visitaram o país entre os séculos XVII e XIX para estudar as paisagens e a

flora do Brasil. O Brasil apresenta uma flora muito rica, com expressiva diversidade

de ecossistemas florestais, devido a sua grande área física, climas e solos, com

mais de 56.000 espécies de plantas – cerca 19% da flora mundial (Leitão Filho,

1987; Giuliett et al., 2005).

A utilização de plantas medicinais é uma alternativa na busca de novos

agentes terapêuticos. A medicina tradicional é empregada para a manutenção e

recuperação da saúde desde existência humana, sendo principalmente utilizada em

regiões pobres do mundo. Grande parte dos produtos farmacêuticos foi originada de

produtos naturais. Considerando-se a grande diversidade de plantas, estima-se que

70% dessas plantas ocorram em países como: China, Índia, Peru, México e Brasil

(Brandão et al., 2010; Giraldi & Hanazaki, 2010; Nogueira et al., 2010).

Segundo Nogueira e colaboradores, 2010, nos últimos 25 anos mais de 75%

dos agentes anticancerígenos testados e aprovados provem de produtos naturais.

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Inequivocamente o uso de plantas medicinais no tratamento de malária é importante,

visto que fármacos importantes foram extraídos de plantas como por exemplo a

quinina e artemisinina.

Neste contexto, estudos demonstram a importância de produtos naturais

como novas substâncias ativas. Carneiro et al., 2012 selecionaram frações e

extratos de Azadirachta eficientes para os ensaios sobre formas amastigotas de

Leishmania amazonensis. O extrato etanólico das folhas e as frações diclorometano

e de clorofórmio apresentaram CI50 de 38, 3,9 e 1,2 µg/mL para promastigotas e CI50

de 9,8, 1,1 e 0,6 µg/mL para amastigotas, respectivamente, após 72h.

Quinze extratos e quatorze compostos (limonóides e triterpenos) e isolamento

de 25 compostos conhecidos, sendo seis limonóides, sugerem que a espécie

Cedrela fissilis (Meliaceae) apresenta atividade tripanocida (Leite et al., 2008).

No caso da malária, parte da população dos países em desenvolvimento

utiliza plantas medicinais para o seu tratamento, sendo assim, a triagem de plantas

medicinais constitui uma estratégia promissora. No Brasil, várias plantas são

utilizadas popularmente para o tratamento da malária. Pela abordagem

etnofarmacológica, já foram identificadas centenas de espécies citadas na literatura

brasileira, para tratamento de febre, malária e problemas hepáticos (Brandão et al.,

2010; Kretlli, 2012).

Vinte e três extratos diferentes de algumas espécies de Aspidosperma

(Apocynaceae), coletadas em Minas Gerais, foram testados in vitro contra os clones

de P. falciparum, W2 e o 3D7 resistente e sensível à cloroquina, respectivamente,

demonstrando atividade com CI50 que variaram de 5 µg/ml a 65 µg/ml (Dolabela et

al., 2012). Em outro estudo a Esenbeckia febrifuga (Rutaceae), utilizada

popularmente na Amazônia brasileira para tratar malária, apresentou in vitro, frente

aos clones de P. falciparum, W2 CI50 15,5 µg/mL) e 3D7 (CI50 21,0 µg/mL) (Dolabela

et al., 2008).

A avaliação farmacológica in vivo de mais de 20 plantas usadas no Brasil

identificou quatro espécies com atividade contra Plasmodium berghei em

camundongos. As espécies: Esenbeckia febrifuga (Rutaceae), Acanthospermum

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australe (Compositae), Lisianthus speciosus e Tachia guyanensis as duas da família

Gentianaceae. (Brandão et al., 1992).

Outro estudo avaliou duzentos e sete extratos de plantas do cerrado brasileiro

das quais cerca de 30 plantas foram ativas, ou seja, impediram o crescimento do

Plasmodium, sendo as famílias; Flacourtiaceae e Sapindaceae com CI50 0,9 µg/mL e

Apocynaceae e Annonaceae com CI50 4,9 µg/mL mais ativas (De Mesquita et al.,

2007).

A avaliação do potencial antimalárico da espécie Lansium domesticum

(Meliaceae) demonstrou que extrato aquoso e metanólico das folhas e casca do

fruto frente ao plasmódio 3D7 reduziram a parasitemia em mais 50% (Yapp & Yap ,

2003).

O antotecol, limonóide da Khaya anthotheca (Meliaceae) foi avaliado in vitro

contra Plasmodium falciparum (W2) usando o método da [3H] hipoxantina por 24h e o

ensaio de desenvolvimento por 48h. Esse limonóide demonstrou atividade

antimalárica com CI50 os valores de 1,4 e 0,17 µM usando os dois ensaios. Além

disso, gedunina teve atividade antimalárica com CI50 os valores de 3,1 e 0,14 µM. No

entanto, os limonóides, limonina e obacunona não apresentaram qualquer atividade

antimalárica (Lee et al., 2008).

Limonóides isolados da Chisocheton siamensis foram testados frente ao

Plasmodium falciparum (K1) demonstrando atividade com CI50 2,06 – 6,31µg/mL. A

azadiradiona, epoxiazadiradiona e disobina CI50 2,91, 3,18 e 2,06µg/mL,

respectivamente (Maneerat et al., 2008).

Outras famílias também têm espécies que já demonstraram atividade

antiplasmódica, dentre elas a Piperaceae, na qual o gênero Piper apresentou

potencial. No estudo com setenta e seis extratos vegetais obtidos de dezessete

espécies, o extrato clorometileno de Piper capense apresentou atividade

antiplasmódica frente ao clone W2, com CI50 7 μg/mL (Kaouet al., 2008).

Neste contexto, duas espécies que também são promissoras para malária são

a Carapa guianensis e o Piper aduncum. Em estudo in vitro realizado por Miranda

Junior et al. (2012) no estado do Pará foi demonstrado que o óleo da espécie

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Carapa guianensis inibe o crescimento do clone de P. falciparum resistente a

cloroquina (Dd2) até a concentração de 8,2 µg/mL. O fracionamento deste óleo levou

ao isolamento de uma fração rica em limonóides (FRL), princípio ativo do óleo, que

também inibiu o crescimento do clone de P. falciparum resistente a cloroquina em

uma concentração de 3.1 µg/mL.

Considerando a outra espécie, o Piper aduncum L. (Piperaceae), conhecida

popularmente como pimenta-de-macaco, usada para tratar doenças inflamatórias.

Nos ensaios realizados por Miranda Junior (2012) foi demonstrado que o óleo

apresentava atividade antiplasmódica, sendo que na concentração de 10,3 μg/mL a

inibição foi de 77%, após 72h de exposição, para o Plasmodium falciparum.

1.6. ESPÉCIE CARAPA GUIANENSIS.

A Carapa guianensis Aubl., (Fig. 15) conhecida popularmente como andiroba,

iandiroba, carapa e nandiroba (Fisch et al., 1995; Lorenzi, 1992; Bickii et al., 2000;

Muellner et al., 2003), pertence à família Meliaceae que é composta por cerca de 50

gêneros, (Muellner et al., 2003).

No Brasil é representada por 7 gêneros, Cedrela, Cabralea, Swietenia,

Carapa, Guarea, Trichilia e Khaya (Guimarães et al., 2004). O gênero Carapa,

subfamília Swietenioideae, é composto por duas espécies, C. procera e C.

guianensis (Pennington et al., 1981). A família tem distribuição nos trópicos de todo

o planeta, com pequena penetração nas zonas temperadas (Joly, 1987). A C.

procera ocorre na África e América do Sul, enquanto a C. guianensis ocorre da

América Central até o norte da América do Sul. No Brasil, as duas espécies ocorrem

principalmente no estado do Amazonas (Fisch et al., 1995; Ferraz & Sampaio,

1996).

Plantas pertencentes à Meliaceae, em geral, são arbóreas e de grande porte,

com folhas grandes (Fig. 16), de crescimento apical (da raque), sem estípulas, ás

vezes com pulvinos na base, pinadas, bipinadas ou unifoliadas. Flores pequenas

actinomorfas, em inflorescências paniculadas terminais ou nas axilas superiores,

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hermafroditas, cíclicas, diclamídeas, de simetria radical. Sépalas e pétalas livres.

Ovário súpero, com 4 a 5 carpelos e outros tantos lóculos, cada qual com 1 ou 2

óvulos. Fruto drupa, baga ou capsular loculicida ou baciforme. Sementes com arilo

ou aladas presas à columela. As não aladas podem ser elipsódes, plano-convexas

ou angulosas, cobertas ou não por 22 sarcotesta ou um arilóide. O embrião é

geralmente reto, com cotilédones planos ou planos-convexos, com eixo radícula-

hipocótilo incluso ou externo. No gênero Carapa, os cotilédones são muito crassos,

fusionados entre si (Gemtchújnicov, 1976; Joly, 1987; Muellneret al., 2003).

A andiroba é constituída por folíolos medindo de 80 a 110 mm de

comprimento, podendo atingir 30 m de altura e 1,20 m de largura, ocorrendo em

toda a região Amazônica, em várzeas secas e alagadiças, beiras de rios e igarapés

do Pará até a Bahia. A madeira moderadamente pesada (densidade de 0,73 g/cm3),

dura, porém fácil de fender, superfície ligeiramente áspera ao tato, textura média,

pouco resistente às intempéries, contudo inatacável por insetos, alburno pouco

diferenciado. Floresce duas vezes ao ano, agosto-setembro e janeiro-fevereiro e os

frutos amadurecem em junho-julho e fevereiro-março (Lorenzi, 1992; Ambrozin et al.,

2006).

Figura 15 – Árvore da espécie Carapa guianensis. Fonte: Lorezzi, 1992.

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Figura 16 – Folhas da espécie Carapa guianensis. Fonte: Ferraz, 2003.

A casca é cinzenta e grossa e tem folhas impinadas ou abrupto-impinada

composta por inúmeros folíolos subopostos, elíptico-oblongo; apresenta flores

pequenas, amarelas ou vermelhas, axilares; o fruto é capsular ovóide semigloboso,

lenhoso; tem número variado de sementes vermelhas, coriáceas e quase lenhosas,

convexas, angulosas ou irregularmente tetraédricas, achatadas lateralmente

(Corrêa, 1926).

Em termos econômicos, a madeira das Meliaceas possui ótima qualidade, por

isso são bastante usadas na indústria de móveis, construção de barcos e navios

(Mendonça & Ferraz 2007). Por suas propriedades físicas e mecânicas a madeira de

andiroba alcançou o mercado de países como o Japão, EUA e Alemanha. Na

primeira metade da década de 90, a produção de madeira serrada exportada pelo

estado do Pará variou ano a ano, porém alcançando valores superiores a 13.400 m3,

com preço médio de US$ 227,00/m3 (Ferraz et al., 2003). Com a espécie C.

guianensis, além da madeira, as sementes (Fig. 15) são utilizadas para extração do

óleo. As indústrias farmacêuticas e de cosméticos têm grande interesse utilizando-o

em alguns produtos como; shampoos, condicionador, sabonetes e cremes

hidratantes (Boufleuer, 2004; Ferrari et al., 2007).

Diferente da extração madeireira, a coleta das sementes demanda um

pequeno investimento e os subprodutos oriundos do óleo, como sabonetes e velas,

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são revendidos em feiras livres do Norte do país, tendo um grande impacto na

economia de alguns estados da região (Mendonça & Ferraz 2007).

O óleo é constituído de material saponificável, como ácido palmítico, oléico

(cerca de 50%), esteárico e linoléico (Castro et al., 2006), além de uma fração

insaponificável (2 a 5%) constituída principalmente de substâncias amargas,

chamadas meliacinas ou limonóides.

Os limonóides são tetranortriterpenóides altamente oxigenados, polaridade

moderada, insolúvel em água, todavia solúvel em hidrocarbonetos, álcool e acetona

(Roy & Saraf, 2006, Silva et al., 2009; Mohamad et al., 2009). Esses compostos

ocorrem principalmente em Meliaceae e Rutaceae. São compostos estereoquímicos

homogêneos, tendo como precursor a cadeia 4,4,8–trimetil–17–furanilesteróide. Nos

limonóides cítricos a estrutura química apresenta um anel furano ligado ao anel D no

carbono 17 (C-17), como também grupos funcionais contendo oxigênio nos

carbonos C-3, C-4, C-7, C-16 e C-17. Contudo, as variações estruturais são menos

frequentes nas Rutaceae quando comparados as Meliaceae (Roy & Saraf, 2006).

Alguns limonóides (Fig. 17) presente na Carapa guianensis são: gedunina (1),

6--acetoxigedunina (2), 7-desacetoxi-7-oxogedunina (3), 7-deacetilgedunina (4),

1,2-di-hidro-3--hidroxi-7-desacetoxi-7-oxogedunina (5), andirobina (6), que

provavelmente são responsáveis pela atividade biológica do óleo (Ambrozim et al.,

2006, Silva & Nunomura, 2012, Miranda Júnior et al., 2012).

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10

5

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O

15

O

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O

19 30

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O

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4 5

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O

O

O

O

O

O6 OMe

Figura 17: Limonóides isolados da Carapa guianensis. Fonte: Miranda Júnior, 2010.

1.7. ESPÉCIE PIPER ADUNCUM.

A espécie Piper aduncum L conhecida popularmente como pimenta-de-

macaco e aperta-ruão (Maia et al., 2000), pertence a família Piperaceae que é da

ordem das Piperales e é composta por 10 a 12 gêneros com cerca de 2000 espécies

distribuídas em todas as regiões tropicais. No Brasil, a família é representada por 5

gêneros, tendo o gênero Piper como um dos maiores, com cerca de 260 espécies,

sendo que a Amazônia abriga próximo de 140 espécies (Maia et al., 1998; Jaramillo

& Manos, 2001; Guimarães et al., 2004). Esta família inclui plantas com hábitos

predominantemente herbáceos (trepadeiras, arbustos e até arvores), de distribuição

pan-tropical. Quanto aos aspectos botânicos, às folhas são inteiras, com predomínio

da disposição alternada, com estípulas, que muitas vezes estão soldadas simulando

uma bainha. Inflorescência em geral espiciforme. Flores muito pequenas,

aclamídeas, hermafroditas, raramente diclinas, protegidas por uma ou duas

bractéolas pediceladas ou sésseis, geralmente petaladas. O caule se apresenta

articulado (com nós e entre nós) com articulações intumescidas. Androceu composto

por 1 a 10 estames livres, com anteras bitecas ou unitecas, risomas. Fruto pequeno,

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drupáceo, carnoso. Semente com perisperma e endosperma escasso e embrião

reduzido (Gemtchújnicov, 1976; Joly, 1987).

O gênero Piper apresenta boa representatividade comercial e destaque no

cenário econômico, sendo a espécie indiana Piper nigrum, produtora da pimenta-do-

reino, a mais difundida no mundo. O Piper hispidinervum, uma espécie nativa da

Amazônia brasileira, conhecida como pimenta-longa, tem despertado grande

interesse como fonte para obtenção de safrol. As maiores aplicações do safrol é a

sua conversão para piperonal e butóxido de piperolina, sendo o primeiro um fixador

de fragrância e o último um agente sinérgico das piretrinas, na formulação e

estabilização e potencialização de um inseticida biodegradável (Souto, 2006; Nunes

et al., 2007). Este gênero é muito utilizado na medicina popular da America Latina e

Oeste da Índia. O extrato clorofórmio de P. aborescens apresentou significativa

atividade contra cultura de células KB e em culturas de células de leucemia

linfocítica, P–388, e o P. sylvaticum como antídoto eficaz, contra picadas de

serpente na Índia (Parmar et al., 1997).

Na Jamaica foram usadas 11 espécies do gênero Piper dentre elas o P.

aduncum contra dores estomacais e como repelente de insetos, o P. chaba utilizado

contra asma, bronquite e febre e o P. amalago para inflamação (Parmar et al., 1997).

A pimenta-de-macaco (Fig. 18) é um arbusto de 2 a 7 m, bastante nodoso;

folhas membranáceas ou cartáceas, elípticas, elíptico-ovaladas ou elíptico-

lanceoladas ápices curtamente acuminado, base assimétrica arredondada ou

codiforme, opacas em ambas as faces, sendo a inferior finamente pubescente,

nervação com pêlos quase adpressos espigas alongadas, flores minúsculas e frutos

obpiramidais; frutos drupa amarelada, com minúsculas sementes marrons (Maia et

al., 2000).

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Figura 18: Espécie Piper aduncum. Fonte: Maia, 2000.

No Brasil distribuem-se pelos Estados da região Norte e Nordeste (Maia et al.,

2000). Esta espécie é considerada uma planta oportunista que invade áreas

desflorestadas após exploração de madeira, de alta rusticidade e elevada resistência

às mudanças climáticas (Sousa et al., 2008).

1.8. ÓLEO DE ANDIROBA (OA).

Alguns estudos avaliando o potencial farmacológico deste óleo já foram

realizados. A avaliação da atividade repelente foi realizada utilizando larvas de

Aedes aegypti, onde se observou um elevado potencial (Mendonça et al., 2005).

Em estudo realizado com voluntários, que tiveram seus antebraços recobertos

com óleo de andiroba (100%), óleo de andiroba (15%) óleo de soja refinado, e na

ausência de produto (controle negativo) DEET 50% (N.N-dietil-meta-toluamida)

como controle positivo, contra a picada das fêmeas do Aedes sp. Após aferição do

tempo da primeira e terceira picada, foi observado um discreto efeito repelente do

óleo de andiroba a 100%, quando comparado ao óleo de soja refinado, óleo de

andiroba a 15% e o controle negativo, sendo significativamente inferior ao inseticida

(DEET 50%) (Miot et al., 2004).

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Em estudos de toxicidade reprodutiva com ratas Wistar, durante 45 dias com

administração oral do óleo de andiroba, após analise dos índices de fertilidade,

viabilidade, lactação, gestação, relação prole/mãe, percentual de natimorto e massa

corpórea da prole, foi visto que o óleo de andiroba não induziu toxicidade materna,

efeito abortivo, assim como não alterou o desenvolvimento normal da prole e seus

parâmetros comportamentais (Costa-Silva et al., 2006). Estes resultados sugerem

que o óleo possui baixo potencial teratogênico.

A atividade antiplasmódica de alguns limonóides presentes no óleo de

andiroba foi avaliada utilizando dois clones de Plasmodium falciparum, o primeiro

sensível à cloroquina (D6) e o segundo resistente a cloroquina (W2). Dentre os

limonóides a gedunina mostrou maior potencial antimalárico, visto possuir menor

concentração inibitória média para o clone Plasmodium falciparum resistente a

cloroquina W2 (CI50 20 ng/mL) (Mackinnon et al., 1997).

Outro estudo avaliou a atividade antiplasmódica da gedunina frente ao

Plasmodium falciparum sendo observada uma CI50 de cerca 1 μM depois de 48h de

exposição e 0,3 μM depois de 96h de exposição (Khalid et al., 1986). Segundo

Rochanakij e colaboradores (1985) a gedunina apresentou atividade antiplasmódica

frente ao clone D6 de Plasmodium falciparum (CI50= 720 ng/mL).

Além da gedunina outros limonóides também demonstraram atividade

antimalárica como os limonóides trichirubina A e B (CI50 0,3 e 0,2 μg/mL,

respectivamente) isolados da Trichilia rubescens. Esses limonóides têm sua

atividade atribuída à presença de grupos fortemente reativos no anel A com a

carbonila no carbono C-3 e à insaturação nos carbonos C-1/C-2 (Kirandeep et al.,

2009).

Além do óleo, alguns extratos obtidos de C. guianensis foram submetidos a

diferentes tipos de ensaios biológicos e farmacológicos. Através do ensaio

fluorimétrico e com Hipoxantina marcada avaliou-se a atividade antiplasmódica do

extrato C. guianensis, onde se obteve CI50 (concentração inibitória 50%) superior a

50μg/mL, sendo considerada pouca ativa para o P. falciparum (Corbett et al., 2004).

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1.9. ÓLEO DE PIMENTA-DE-MACACO (OPM).

A atividade antifúngica dos óleos essenciais de Piper aduncum, Piper

arboretum e Piper tuberculatum foi realizada por bioautografia em placas de CCD.

Os óleos essenciais dos frutos de Piper tuberculatum e Piper aduncum,

demonstraram alta atividade, com concentração inibitória mínima de10 μg/mL contra

os fungos Cladosporium sphaerospermum e Cladosporium cladosporioides,

respectivamente (Navickiene et al., 2006). O óleo também foi testado contra

Crinipellis perniciosa, fungo patogênico que ataca o cacau, apresentando inibição de

100% nas concentrações de 50 e 100 ppm. (Maia et al., 1998).

Utilizando clone de o P. falciparum resistente a cloroquina, com o teste da

hipoxantina marcada, avaliou-se a atividade antiplasmódica de P. aduncum, sendo

observado alto potencial antimalárico desta espécie (CI50 < 10 μg/mL) (Valadeau et

al., 2009).

Com relação à toxicidade na determinação da dose letal 50% (DL50) do óleo

essencial de Piper aduncum o valor obtido por interpolação semi-logarítmica,

correspondeu a 2.400 ± 191,7 mg/kg de massa corpórea. Segundo a Organização

da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (2001) o óleo de P. aduncum

pertence à classe dos agentes xenobióticos, de baixa toxidade.

Dentre as Piperáceas da Amazônia, o P. aduncum é uma excelente produtora

de óleo essencial, de elevado padrão de oxigenação (Maia et al., 1998; Fazolin et

al., 2007). Na investigação fitoquímica da espécie numerosos compostos (Fig. 19)

com atividade biológica já foram isolados como; aduncamida (1) uma nova amida

isolada do P. aduncum com ação bactericida contra o Bacillus subtilis e Micrococus

luteus, fenilpropanóides como o dilapiol (2), miristicina (3) e apiol (4), sendo esses

compostos sinérgicos de inseticidas naturais e sintéticos. Compostos terpênicos

como piperitona (5), com ação inseticida (Vidal et al., 2008). As chalconas como

piperaduncina A (6), B (7) e C (8), com ação bactericida (Parmar et al., 1997). Dentre

os fenilpropanoides, o dilapiol é o composto majoritário do P. aduncum (Parmar et

al., 1997). No óleo de P. aduncum o dilapiol, constituído por um grupo

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metilenodioxidofenila, varia de 58% a 88,4% (Smith & Kassim, 1979; Maia et al.,

1998; Fazolin et al., 2007).

Outros componentes fazem parte do óleo essencial de pimenta-de-macaco

dentres como: piperitona, terpinen–4–ol, miristicina, (E)–cariofileno, γ–terpineno,

germacreno D, –pineno, –pineno, limoneno, (Z)––ocimeno, (E)––ocimeno e –

terpineno.

O OH

O

OH

O

O

O

O

H

OCH3

OCH3

O

O

O

H

H

OCH3

H

O

O OCH3

H3CO

O

O

O O OH

OH

OH O

O

OH O

O

OH

OO

H

O

OH O

OH

O

OH OH

O

(1) (2) (3)

(4) (5)

(6) (7) (8)

Figura19: Componentes do óleo de pimenta-de-macaco.

A associação do dilapiol, presente no P. aduncum, que contém o grupo

metilenedioxidofenil, funciona como importante inibidor da monooxigenases do

citocromo P–450 (Mukerjee et al., 1979, Belzile et al., 2000). O dilapiol inibindo o

citocromo P–450, permite um incremento na biodisponibilidade de compostos

associados, promovendo um efeito sinérgico com esses compostos.

Neste contexto, as plantas da família Meliaceae, que podem ser utilizadas no

tratamento de malária, como a andiroba, que apresenta limonóides com atividade

antimalárica. A espécie Piper aduncum, pimenta-de-macaco, da qual se extrai o

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óleo, rico em dilapiol, com moderada atividade antiplasmódica (OMAR et al., 2003)

podem ser associados e apresentar o sinergismo supracitado, justificando a

associação entre ambos os óleos.

1.10. MODELOS EXPERIMENTAIS

1.10.1. Modelos Murino para Atividade Antimalárica.

Quatro espécies de Plasmodium, parasito da malária, infectantes de roedores

africanos foram amoldados para o crescimento em camundongos: P. berghei, P.

chabaudi, P. vinckei e P. yoelii. Estes parasitos tornaram-se interessante devido seu

fácil manejo experimental; além de apresentar características análogas aos

parasitos da malária humana e de outros primatas em alguns aspectos fisiológicos e

do ciclo de vida (Carter & Diggs, 1977).

Uma das formas de avaliação da atividade antimalárica utilizando o modelo

murino é o teste de supressivo por quatro dias, desenvolvido por Peters. Nesse teste

os camundongos são infectados por parasitas de roedores e as doses diferentes de

tratamento, da substância em avaliação, são ministradas logo após a infecção sendo

repetidas por três dias subsequentes. Nos dias 4° e 7° pós-infecção, a parasitemia é

avaliada. Após o dia 7°, nenhuma manipulação é realizada nos camundongos,

observando-se apenas sua sobrevivência (Peters, 1975).

1.10.1.1.Ciclo biológico do Plasmodium berghei

Ciclo assexuado pré-eritrocítico – o ciclo biológico do P. berghei se inicia com

a picada do mosquito infectado que inocula os esporozoítos haploides,

morfologicamente semelhantes aos dos parasitas humanos, na corrente sanguínea

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do hospedeiro vertebrado, eles invadem algumas células hospedeiras,

posteriormente, migram para o fígado e invadem os hepatócitos (Ménard, 2001,

Copii, et al., 2011). Quando os hepatócitos são invadidos a membrana plasmática da

célula hospedeira sofre uma invaginação para formar o vacúolo parasitóforo que

rodeia o esporozoíto invasor. Dentro do hepatócito, esporozoíto se desenvolvem

diferenciando-se nos estágios de trofozóitos a esquizontes maduros, não tendo

evidência para a fase hipnozoíta, que é encontrada no P. vivax e P. ovale. Após a

ruptura das células do fígado os merozoítos tissulares são liberados na corrente

sanguínea invadindo as hemácias (Mota et al., 2001).

Na fase eritrocítica os merozoítos hepáticos, que são liberados dos

esquizontes tissulares, invadem os eritrócitos preferencialmente os reticulócitos, mas

também podem invadir os glóbulos vermelhos maduros. Dentro dessas células,

inicialmente, os merozoítos se diferenciam em trofozóito que consome a

hemoglobina das hemácias, produzindo os cristais de hemozoína. Posteriormente o

protozoário entra na fase de esquizonte, que por divisão assexuada, formam os

merozoítos sanguíneos semelhantes aos dos parasitos humanos. Essa fase

sanguínea apresenta duração de 22 à 24h (Bannister, et al., 2001).

Em certo momento temos a diferenciação sexual que ocorre com 5 – 25% dos

parasitos, diferente do Plasmodium falciparum que alterna a divisão assexuada com

a produção de gametócitos (Mons, 1986). No Plasmodium berghei os gametócitos

podem ser formados a partir dos merozoítos hepáticos após a invasão das hemácias

(Suhrbier et al., 1987). Acrescente-se também, o tempo de formação desses

gametócitos de 26 – 30h, quando o P. falciparum é cerca de 10 dias (Mons, 1986).

Por conseguinte a fêmea de um mosquito, exemplo Anopheles stephensi, se

alimenta do sangue desse roedor infectado e os gametócitos maduros, de forma

sexuada formarão o zigoto, oocineto e oocisto que irar se diferenciar nos

esporozoítos fechando o ciclo (Sinden, 1997).

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1.10.2. Avaliação da Citotoxicidade

A avaliação da toxicidade é uma ferramenta rápida para à escolha de

candidatos a novas drogas e/ou medicamentos. A toxicidade consiste no potencial

de um composto induzir morte celular. As culturas de células in vitro são utilizadas

como um método eficaz para a investigação da toxicidade de novos compostos, por

apresentar algumas vantagens como: metodologias rápidas, de fácil execução e

custo reduzido. Nas culturas vários tipos de células podem ser úteis: HepG2, BEL-

7402, HL60, K1; Vero entre outras. Para estudos envolvendo compostos

antimaláricos, pode-se utilizar o teste da função mitocondrial reduzida ou teste do

MTT [(3 - (4,5-dimetil-2-il) -2,5 dimetil-brometo de tetrazolium]. Esse teste pode ser

realizado em microculturas, utilizando múltiplas concentrações de uma amostra em

placas de 96 poços (Nogueira & Rosário, 2010).

Portanto uma nova droga em potencial, não pode apresentar toxicidade às

células do hospedeiro, nessa perspectiva é válido considerar o grau de seletividade

de um composto, pois esse índice sugere o grau de segurança de uma substância.

O índice é calculado através da razão entre CI50% do teste de citoxicidade

(celular) e CI50% da atividade antimalárica in vitro (parasito) [IS = CI50% celular / CI50%

parasitas]. Quanto maior o índice, mais promissor é o composto, devido à sua

seletividade pelo microorganismo (Mitaine–Offer et al., 2002). Dessa forma, pode-se

considerar: IS < 100 – baixo; 100 < IS < 300 moderado e IS > 300 – alto (Wrigth et

al., 1994).

1.10.3. Ensaio do Micronúcleo

A exposição a agentes químicos, como medicamentos, pode promover danos

mutagênicos; que quebram cromossomos (agente clastogênico) ou que interferem

na formação do fuso mitótico (agente aneugênico). O teste do micronúcleo foi

descrito por Schimidt W., em 1975. É um teste citogenético que pode ser

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desenvolvido com metodologias in vivo e in vitro. O ensaio in vitro é simples e pode

ser utilizado como screening da toxicidade celular, sendo muito útil no rastreamento

de um agente químico com potencial carcinogênico e mutagênico (Flores &

Yamaguchi, 2008).

Os micronúcleos (MN) (Fig. 20) são corpúsculos nucleares, de morfologia

idêntica à do núcleo principal, separados do núcleo inicial como resultado de um

dano genético. Na anáfase mitótica, após a migração das cromátides para os polos,

os dois novos núcleos são reconstituídos, entretanto caso um cromossomo inteiro ou

uma parte (fragmento) cromossômica não esteja integrado ao núcleo principal, este

constituir um micronúcleo (Fig. 19) (Flores & Yamaguchi, 2008, Holland et al., 2008).

A caracterização dos micronúcleos seguem alguns critérios: estrutura da

cromatina similar e mesma coloração ou mais fraca do que a do núcleo principal;

formato arredondado; localização intracitoplasmática; 5. Diâmetro menor do que 1/5

do núcleo principal. (Bonassi et al., 2007).

Figura 20 – Formação de micronúcleos após um dano genético. (1) Micronúcleo a partir de um cromossomo inteiro e fragmentos cromossômicos na anáfase; (2) Ponte cromossômica a partir de cromossomos dicêntricos, nos quais os centrômeros se dirigem para os lados opostos da célula. Adaptada de Fenech, 2000.

O teste de MN pode ser realizado com bloqueio de citocinese (Fig. 21),

utilizado para mensurar danos ao DNA e a citocinese (Duan et al., 2009). O teste

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pode avaliar: as pontes nucleoplasmáticas, que sinalizam como sendo rearranjos

cromossômicos que se formam quando os centrômeros de cromossomos dicêntricos

ou cromátides são puxados para os polos da célula durante a anáfase; e brotos, que

ocorrem quando as células removem amplificações de DNA originados de

fragmentos acêntricos terminal ou intersticial (Umegaki & Fenech, 2000). O bloqueio

da citocinese, em cultura celular, é feito com a citocalasina B. Esse composto é um

inibidor da polimerização da actina, indispensável na divisão citoplasmática durante

a citocinese (Fenech et al., 2006).

Figura 21 – Formação de micronúcleos com e sem a utilização da Citocalasina-B.

Adaptado de Decordier, (2009).

1.10.4. Ensaio Cometa

O ensaio cometa é outro modelo para avaliação genotóxica, no qual expomos

as células, in vitro ou in vivo, a um agente químico. É utilizado para análise de dano

e reparos de DNA. Esse teste é eficiente, rápido e utiliza pequeno número de células

que estejam em processo de divisão. Essas céluas individualizadas, lisadas e em

divisão são encaixadas em um gel de agarose, espalhadas em uma lâmina e

submetidas a uma corrente elétrica que favorece a migração dos fragmentos de

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DNA livres, para fora do núcleo. Após a fase da eletroforese, nas células lesadas os

fragmentos de DNA formam uma cauda semelhante à de um cometa, sendo o seu

tamanho propocional ao dano. O reconhecimento desse dano ao DNA pode ser feita

pela medição do comprimento da cauda ou por classificação em diferentes nivíes

que variam de zero a cinco (Silva, 2007, Spivak et al., 2009).

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2. OBJETIVOS.

2.1. OBJETIVO GERAL.

Avaliar a atividade antimalárica e toxicidade dos óleos de C. guianensis e P.

aduncum.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.

- Estudar a atividade antimalárica dos óleos de C. guianensis e P. aduncum isolados

e associados.

- Determinar a toxicidade aguda dose única dos óleos de C. guianensis e P.

aduncum

- Avaliar a citoxicidade dos óleos de C. guianensis e P. aduncum isolados e

associados.

- Avaliar a mutagenicidade dos óleos de C. guianensis e P. aduncum isolados e

associados.

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3. MATERIAL E MÉTODOS.

3.1. OBTENÇÃO DO ÓLEO DE ANDIROBA (OA) E FRAÇÃO RICA EM

LIMONÓIDES (FRL).

O óleo de andiroba foi coletado em Belém e obtido por processo artesanal,

após a seleção e o armazenamento das amêndoas por 14 dias. Esse procedimento

foi realizado no Laboratório de Produtos Naturais da Universidade Federal do Pará

(LEPRON).

A Fração Rica em Limonóides (FRL) foi obtida a partir do óleo de andiroba no

Laboratório de Cromatografia da Universidade Federal do Pará (LABCROL).

3.2. OBTENÇÃO DO ÓLEO PIMENTA-DE-MACACO (OPM).

Para obtenção do óleo de pimenta-de-macaco, as partes aéreas (folhas e

talos finos) foram coletadas no Município de Santo Antonio do Tauá, em propriedade

particular. Esse material foi seco e moído, sendo posteriormente submetido à

destilação por arraste a vapor durante 3 horas, usando-se aparato de vidro tipo

Clevenger.

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3.3. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA.

Foi realizado o estudo de toxicidade aguda, onde grupos de camundongos

machos e fêmeas suíças foram tratadas com uma dose fixa de 2.000 mg/kg com o

óleo de andiroba (OA) e o óleo de pimenta-de-macaco (OPM) por um período de 14

dias. No teste da toxicidade aguda foram avaliadas alterações de peso,

hematológicas e bioquímicas, tanto para (OA) como OPM; peso, hematológicos e

bioquímicos.

Para os testes de toxicidade oral aguda, foram utilizados os procedimentos de

Dose Fixa da OECD 420, na sua versão revisada adotada em 2001 (OECD 420,

2001), com algumas adaptações.

Foram utilizados 15 animais (camundongos fêmeas) no Biotério do Instituto

Evandro Chagas Ananindeua – PA para um período de aclimatação. Os animais

foram separados em 3 grupos (5 animais/grupo). O primeiro grupo 1, água destilada

(100µL); o segundo grupo 2, água e DMSO no terceiro grupo 3, 100µL emulsão do

óleo, correspondente a uma dose de 2.000 mg/Kg, aplicadas via oral (gavagem) em

dose única. O peso e a avaliação clínica dos animais foram determinados,

diariamente, durante os 14 dias de experimento. No 14º dia o sangue foi coletado e

realizado avaliações hematológicas e bioquímicas, expressos como a Média ±

Desvio Padrão da Média (D.P.M), comparados utilizando-se a análise de variância

(ANOVA), com p < 0.05.

Os animais foram observados durante um período de 14 dias. Para uma

avaliação, que forneceu uma visão geral da natureza farmacológica e toxicológica

da substância teste, como: estado consciente e disposição, atividade e

coordenação do sistema motor, reflexos, atividade sobre o SNC e SNP (Malone e

Robichaud, 1983).

Após o procedimento de administração, os animais foram observados aos 15,

30, 60, 120, 180 e 240 minutos no primeiro dia após o tratamento e uma vez por dia

nos dias subsequentes. Ao final dos 14 dias de observação, os animais foram

submetidos à eutanásia (pela mistura (2:1) cetamina/xilazina; duas partes de

cloridrato de cetamina + Uma parte de xilazina, na dose de 2,5 mL/kg i.p.).

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Todos os animais, foram pesados diariamente em balança semi-analítica

antes da administração das drogas ou água e durante o período de observação, até

o final dos 14 dias, onde foi calculado o ganho ponderal médio dos animais. O

consumo de água e ração foi avaliado a partir do primeiro dia após o tratamento.

Para avaliar o consumo de água, um volume fixo da mesma, foi adicionado as

mamadeiras de capacidade de 150 mL. No dia seguinte o volume da mamadeira foi

medido e a diferença era registrada. De maneira similar o consumo de ração foi

avaliado. A também foi disponibilizada pesada em porções de 100g/dia/gaiola e no

dia seguinte, a diferença (quantidade consumida) era anotada.

Os parâmetros bioquímicos foram realizados em amostra de soro ou plasma.

Foram determinada, glicose, colesterol total e triglicerídeo, aspartato transaminase

(AST), alanina transaminase (ALT), fosfatase alqualina, ureia, creatinina, realizadas

em analisador bioquímico automatizado.

A hematologia foi feita através do estudo da parte vermelha (eritrograma) e

branca (leucograma) em contador de células automatizado.

3.4. ATIVIDADE ANTIMALÁRICA IN VIVO.

3.4.1 Ensaios em camundongos com Plasmodium berghei.

Os procedimentos realizados com animais seguiram rígidas normas de

experimentação animal, de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação

Animal, segundo as Normas da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de

Laboratório – SBCAL (Lei No. 11.794, publicada no DOU de 08/10/2008). O

procedimento experimental foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com

Animais de Experimentação (CEPAE) da Universidade Federal do Pará – UFPA e

aprovado com parecer de n° BIO039-12.

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No experimento foram utilizados camundongos (Mus muscullus), linhagem

Swiss (var. albino), machos e fêmeas (nulíparas e não grávidas) com peso corporal

inicial de 25±2g. Os camundongos utilizados foram provenientes do biotério do

Instituto Evandro Chagas (IEC) Ananindeua – PA. Os animais foram mantidos em

ambiente de temperatura controlada (23 ± 3°C), umidade em torno de 50 a 70%,

ciclo de luz claro/escuro de 12 horas, baixo nível de ruídos e com contínuo sistema

de exaustão de ar. Eles foram mantidos com livre acesso a água filtrada e ração

peletizada em caixas de polipropileno com tampa metálica, forradas com palha de

arroz e número máximo de 5 animais que foi devidamente etiquetada.

A cepa de Plasmodium berghei (ANKA) foi mantida em camundongos por

passagens sanguíneas semanais de animal para animal. A manutenção semanal foi

realizada após a confecção dos esfregaços sanguíneos de camundongos infectados.

Os esfregaços foram corados com solução de Giemsa e examinados ao microscópio

ótico (1000x) para a avaliação e determinação da percentagem de parasitemia.

A parasitemia foi determinada por meio de esfregaços sanguíneos

confeccionados, fixados com metanol e corados com solução diluída de Giemsa na

proporção de três gotas para cada 1ml de solução salina tamponada pH 6,8. Após

10 minutos, as lâminas foram lavadas em água corrente, secas ao ar e examinadas

ao microscópio óptico com objetiva de imersão (1000x).

Os animais selecionados foram os que apresentavam a parasitemia no

intervalo de 5% a 15%. Destes o sangue foi coletado da ponta da cauda (em torno

de 4 gotas) e solubilizado em anticoagulante Citrato de sódio 3,8%. O número de

hemácias por microlitros (µL) de sangue era determinada em câmera de Newbauer

ao microscópio óptico (400x). A partir da percentagem de parasitemia e do número

total de hemácias contadas era realizada a padronização do inóculo com sangue

parasitado em RPMI completo com Citrato de sódio 3,8%, de modo que cada animal

recebesse cerca de 105 hemácias parasitadas, via intraperitoneal, em um volume

final de 0,2ml (200µL).

Para esse ensaio com Plasmodium berghei foram preparadas emulsões com

o OA e OPM diluídas em solução de DMSO (5%) q.s.p. em concentrações de 500,

250, 125 e 62,5 (mg/kg/peso) em um volume de 200µL/animal. Também foi testado

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60

uma mistura dos óleos de andiroba e pimenta-de-macaco, para também ser testada

nas mesmas concentrações, 500, 250, 125 e 62,5 (mg/kg/peso) em um volume de

200µL/animal. A mistura foi preparada utilizando os dois óleos sempre na proporção

de 1:1. Os resultados, tanto do OA e OPM como da mistura desses óleos, foram

expressos em percentual de hemácias parasitadas. Além dos óleos também foi

analisado uma fração rica em limonóides (FRL), extraída da andiroba, que

representa a parte ativa do óleo. Para a fração as concentrações trabalhadas foram

50, 25, 12,5 e 5 (mg/kg/peso) diluídas em solução de DMSO (5%) q.s.p. e também

administrada em um volume de 200µL/animal, sendo os resultados expressos na

tabela 8. A FRL também foi misturada ao óleo de pimenta-de-macaco na

concentração de 500 mg/kg. O controle positivo foi feito com cloroquina (CQ) a

30mg/kg/peso, solubilizada em água destilada e administrada no mesmo volume por

animal.

Para o ensaio experimental os animais foram divididos em diferentes grupos

(5 animais por grupo): grupo controle não tratado e grupos testes. As amostras

testes selecionadas eram preparadas e diluídas em DMSO 5%. Nesta concentração

o DMSO não interfere no crescimento do parasito in vivo. A cloroquina foi pesada e

depois diluída em água destilada. Os camundongos foram tratados inicialmente por

via oral, caso não se obtivesse resultado satisfatório para essa via foi escolhido a via

intraperitoneal para o tratamento de três dias consecutivos através do “Teste

Supressivo” descrito por Peters (1965;1967). A redução da parasitemia foi avaliada

comparando com o grupo controle não tratado.

A avaliação da atividade dos óleos e fração foi realizada através da

determinação da parasitemia em esfregaços sanguíneos dos animais infectados,

confeccionados no 5° e 8° dias após inoculação do parasito.

O cálculo da percentagem da redução da parasitemia pelas amostras

testadas foi realizado em relação ao grupo controle não tratado após leitura dos

esfregaços. Como critério de atividade in vivo a redução de 30% ou mais do

crescimento do P. berghei foi considerada como indicador de amostra ativa

(Carvalho et al., 1991; Andrade-neto et al., 2003).

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61

3.5. AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE.

3.5.1. Teste de viabilidade celular (MTT)

O ensaio de viabilidade celular foi realizado utilizando-se células de

carcinoma hepático humano (HEPG2). Essas células foram cultivadas em placa de

96 poços (Fig. 22) foram cultivadas 0,01x106 células/mL em meio RPMI-1640

suplementado com 10% de SFB, as placas foram incubadas a 37 °C em atmosfera

com 5% de CO2. Passado 24h foi realizado o tratamento com cinco concentrações

em ordem crescente (61,5, 125, 250, 1000 e 2000μg/ml) do óleo de andiroba (AO) e

com a mistura dos óleos de andiroba e óleo de pimenta-de-macaco (OPM),

posteriormente as placas foram incubadas a 37 °C em atmosfera com 5% de CO2.

Depois de 48 horas de tratamento, as amostras foram retiradas poço por poço e foi

adicionado o MTT (brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio]) a uma

concentração de 500μg/mL, posteriormente as placas foram incubadas, novamente,

a 37 °C em atmosfera com 5% de CO2 durante 4 horas. Após este período, foi

adicionado o DMSO (dimetilsulfóxido) a todos os poços para dissolver os cristais

azuis escuros formados. Transcorrido 1 hora, para garantir que todos os cristais

fossem dissolvidos, as absorbâncias dos poços foram lidas em um

espectrofotômetro de varredura de múltiplos poços, utilizando um comprimento de

onda de referência de 570 nm.

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62

Figura 22 – Esquema da placa desenvolvida para o ensaio do MTT.

Legenda: Apenas células / Apenas DMSO (branco) / Óleo de andiroba /

Mistura dos óleos de andiroba e pimenta-de-macaco.

Cálculo da viabilidade celular:

%células vivas= Absorbância das células tratadas x 100

Absorbância das células sem tratamento

Ou seja, para o cálculo das células mortas (CM):

% CM= Absor. das céls. sem tratamento – absor. Das céls. Tratadas x 100

Absor. das céls. sem tratamento

3.6. MICRONÚCLEOS COM BLOQUEIO DE CITOCINESE.

O teste foi realizado utilizando-se placas de 12 poços, nas quais foram

semeadas 0,2x106 células/mL (HEPG2) em meio RPMI–1640 suplementado com

10% de SFB, em estufa a 37°C, com atmosfera umidificada contendo 5% de CO2.

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Transcorrido o período de 20h em cultura, as células foram tratadas com três

concentrações dos óleos: para o OA (163 μg/mL, 81,5 μg/mL e 40 μg/mL), OPM

(280 μg/mL, 140 μg/mL e 70 μg/mL). O controle negativo foi feito com células e meio

de cultura, e no controle positivo as células foram tratadas com 0,02 μg/mL de

doxorrubicina. Após 24h do tratamento, ou seja, 44h de incubação da cultura, foram

adicionados 3 μg/mL de citocalasina-B (CitB). Passado mais 24h com CitB (72h de

incubação), as células foram tripsinisadas e transferidas para tubos de centrífuga

para serem centrifugadas a 1000rpm/5min. O sobrenadante era desprezado

mantendo-se um volume de aproximadamente 0,5 mL para leve homogeneização.

Cuidadosamente, foram adicionados 5 mL de solução hipotônica gelada (KCl

0,075M), em seguida, realizou-se a homogeneização e centrifugação a 1000rpm por

5min. O sobrenadante foi descartado deixando 0,5ml para homogeneização, em

seguida, foi adicionado 5 mL de fixador 5:1 (5 partes de metanol: 1 parte de ácido

acético) recém preparado e 3 gotas de formaldeído, o qual auxilia na preservação do

citoplasma. Após a homogeneização e centrifugação a 1000rpm por 5min, o

sobrenadante foi descartado deixando 0,5 mL para a ressuspensão e adicionado em

leve agitação, 5 mL de fixador 3:1 recém preparado (3 partes de metanol: 1 parte de

ácido acético).

O conteúdo foi novamente homogeneizado e centrifugado a 1000 rpm por 5

min. Por fim, o sobrenadante foi descartado deixando aproximadamente 400 μL de

suspensão no tubo para a preparação das lâminas. Para cada lâmina utiliza-se 3 a 4

gotas dependendo da quantidade de material. As lâminas secaram a temperatura

ambiente e foram coradas com Giemsa 5% por 5min. Por fim, a análise de diversos

parâmetros como o micronúcleo convencional e o índice de divisão nuclear (IDN) foi

realizada em microscópio óptico de luz em aumento de 100X (Fenech e Morley,

1985).

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3.7. ENSAIO COMETA

Para o ensaio cometa, inicialmente foram confeccionadas lâminas cobertas

por solução de agarose de ponto de fusão normal (1,5%), sendo, posteriormente,

mantidas a temperatura ambiente para que ocorra a solidificação da mesma.

Utilizando placa de 12 poços, foram semeadas 0,15x106 células/mL (HEPG2)

em meio RPMI–1640 suplementado com 10% de SFB, as células foram cultivadas a

37°C numa atmosfera umidificada contendo 5% de CO2. Transcorrido o período de

21h em cultura, as células foram tratadas nas concentrações: OA (163 μg/mL, 81,5

μg/mL e 40 μg/mL) e OPM (280 μg/mL, 140 μg/mL e 70 μg/mL). O controle negativo

foi feito com células e meio de cultura, e o controle positivo com 0,02 μg/mL de

doxorrubicina. O período de exposição das células as drogas foi de 3h.

Após este período foram coletados 450 μL de amostra de cada grupo para

submeter à centrifugação de 1000 rpm por 5 min em microcentrífuga. Após a

centrifugação o sobrenadante foi descartado deixando 100 μL para a ressuspensão.

Deste conteúdo, 30 μL foram acrescentados em 300 μL de agarose de baixo ponto

de fusão (0,8%), e após homogeneização, 100 μL deste conteúdo foram distribuídos

por lâmina (coberta anteriormente por solução de agarose com ponto de fusão

normal).

Cada lâmina foi coberta com uma lamínula (24x60 mm). As lâminas foram

mantidas a 4ºC por 5min até a solidificação da agarose. Após a solidificação, as

lamínulas foram removidas cuidadosamente, após essa fase as lâminas foram

submersas em solução de lise (2,5 M NaCl, 100 mM EDTA , 10 mM Tris, 1 % Triton

X–100 e 10% DMSO; pH 10) e mantidas a 4 ºC protegidas da luz, por 24h.

Quando as lâminas foram retiradas da solução de lise, foram colocadas na

cuba de eletroforese, previamente preenchida com a solução de eletroforese. A

eletroforese foi realizada a uma tensão (ddp) de 34 V em corrente de 300 mA por um

período de 20 min. Depois deste processo, as lâminas foram retiradas da cuba e

mergulhadas rapidamente em H2O destilada gelada (4ºC), sendo posteriormente

transferidas para um novo mergulho em H2O destilada gelada por 5 min. As lâminas

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foram fixadas com etanol 100% por 3 min e posteriormente coradas com 50 μL de

solução de Brometo de Etídio (20 μg/mL). Em seguida, foram cobertas com lamínula

(24X60 mm) para a realização das análises (SINGH et al.,1988).

Para a visualização das lâminas foi utilizado microscópio de fluorescência em

aumento de 40X, analisando-se 100 células por grupo. A análise foi realizada pelo

padrão de escores de acordo com Mota e colaboradores (2011) onde se avalia o

grau de lesão sofrido pela célula de acordo com o tamanho e intensidade da cauda

do cometa, que representa o nível de fragmentação de DNA.

Os cometas forma classificados em cinco classes de dano (Fig. 23),

chamadas de classe 0 a classe 4. A classe 0 correspondem aos cometas intactos,

ou seja, sem dano; classe 1 cometas com pequenos danos; classe 2 danos médios;

classe 3 danos intensos e classe 4 danos máximos.

Figura 23 – Demonstração do padrão de escores para análise do ensaio cometa. Legenda: Classe 0 = sem danos (<5%), Classe 1 = baixo nível de danos (5-20%). Classe 2 = médio nível de danos (20-40%). Classe 3 = alto nível de danos (40-95%) e Classe 4 = dano total (95%). Fonte: Mota et al., 2011.

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A análise foi feita utilizando índices visuais:

Porcentagem de classe de dano: representa a porcentagem de ocorrência de

cada classe (classe 0 a 4) no total contabilizado:

PORCENTAGEM DE CLASSE DE DANO = (n de cada classe X 100) / n total de

cometas.

Índice de dano (ID) foi obtido pelo total do produto da multiplicação entre o

número de cometa de cada classe e o dígito denominador da classe 0 – 1– 2 – 3 –

4.

ID TOTAL = 0 X (n° classe 0) + 1 x (n° classe 1) + 2 x (n° classe 2) + 3 x (n° classe

3) + 4 x (n° classe 4).

A Frequência de dano foi calculada com a porcentagem de todos os cometas

danificados (classe 1 a classe 4) em relação ao total de cometas contados (n total)

FREQUÊNCIA DE DANO = [ n total – n classe 00). 100] / n total.

3.8. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para a avaliação estatística da atividade antimalárica in vivo os resultados

foram expressos como média ± desvio padrão das amostras testadas. As médias de

parasitemia nos grupos tratado e controle foram avaliados pela Análise de Variância

(ANOVA), adotando como critério o nível de significância (p< 0,05), através do

programa BioEstat versão 5.0.

No ensaio de toxicidade aguda oral, para avaliar se houve diferença significante

da evolução ponderal, do consumo de ração e água entre os animais controles e

tratados, os resultados foram expressos como média ± desvio padrão para cada grupo

de animais e avaliados pela Análise de Variância (ANOVA), adotando como critério o

nível de significância (p< 0,05), através do programa BioEstat versão 5.0.

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4. RESULTADOS

3.1. TOXICIDADE AGUDA DOS ÓLEOS DE ANDIROBA (OA) E PIMENTA-DE-

MACACO (OPM).

Segundo os resultados não foram observados sinais evidentes de toxicidade

nos animais testados com óleo de andiroba (OA), durante o período de tratamento,

pois não houve diferenças significativas no peso (Tabela 1) (p = 0.83) e parâmetros

hematológicos (Tabela 2) (p = 0.99) e bioquímicos (Tabela 3) analisados, para o

grupo tratado com o óleo de andiroba (grupo 3), p = 0,98, quando comparado aos

grupos controles não tratado grupo 1 e 2, utilizando a análise de variância (ANOVA),

após os quatorze dias de teste.

Tabela 1 – Pesos dos grupos controles (1 e 2) e grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OA.

Dias Grupo 1* Controle

(H20)

Variação

de peso

Grupo 2* Controle (DMSO e

H20)

Variação

de peso

Grupo 3* Tratado

Variação

de peso

Peso (g) Aumento

(%)

Peso (g) Aumento

(%)

Peso (g) Aumento

(%)

0 30.4±0.7 0 29.2±0.8 0 29.6±0.9 0

7 33.8±1.1 11 32±1.2 9 31.7±1.3 7

14 37.2±1.1 22 35.6±1.1 21 34.8±1.2 17

* Média ± Desvio Padrão; DMSO – Dimetil-sufóxido (p = 0.83).

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Tabela 2 – Parâmetros Hematológicos dos grupos controle (1 e 2) e grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OA.

Parâmetros Grupo 1* Controle (H20)

Grupo 2* Controle (DMSO e

H20)

Grupo 3* Tratado

Hemácias (106/mm3) 8.73 ± 0.2 8.35 ± 0.1 8.38 ± 0.3

Hemoglobina (g/dL) 13.7 ± 0.2 13,6 ± 0.2 14.1 ± 0.1

Hematócrito (%) 42.6 ± 0.4 42.2 ± 0.7 42.8 ± 0.3

VCM (fL) 50.6 ± 0.8 49.6 ± 0.9 51.9 ± 1.9

HCM (pg) 17.1 ± 0.7 17.1 ± 0.4 17.5 ± 0.5

CHCM (g/dL) 31.4 ± 0.3 30.8 ± 0.2 31.2 ± 0.2

Leucócitos Totais (103/mm3) 7.74 ± 0.2 7.66 ± 0.2 8.04 ± 0.1

*Média ± Desvio Padrão; VCM: Volume corpuscular médio; HCM: Hemoglobina corpuscular média;

CHCM: Concentração de hemoglobina corpuscular média (p = 0.9).

Tabela 3 – Parâmetros bioquímicos dos grupos controle (1 e 2) e grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OA.

Parâmetros Grupo 1* Controle

(H20)

Grupo 2* Controle (DMSO e

H20)

Grupo 3* Tratado

Glicose (mg/dL) 88.2 ± 4.0 87.2 ± 3.7 83.1 ± 2.7

AST (U/L) 64.4 ± 2.5 64.5 ± 1.8 69.2 ± 2.6

ALT (U/L)

Creatinina

49.8 ± 2.3

0.56 ± 0.02

49.6 ± 1.9

0,62 ± 0.03

51.8 ± 1.7

0.58 ± 0.02

*Média ± Desvio Padrão; AST/TGO: Aspartato aminotransferase; ALT/TGP: Alanina aminotransferase (p = 0.9).

Para o óleo de pimenta-de-macaco também foram analisados o peso (Tabela

4), e os parâmetros hematológicos (Tabela 5), bioquímicos (Tabela 6), sendo que os

mesmos, também, não sofreram alterações significativas quando se comparou o

grupo 3, tratado com o óleo de pimenta-de-macaco aos grupos controles não

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tratados (1 e 2), utilizando a análise de variância (ANOVA), após os quatorze dias de

teste, entretanto foi observado um discreto aumento na excreção de fezes e urina e

tremores abdominais, logo o óleo foi considerado de baixa toxicidade.

Tabela 4 – Peso dos grupos controle (1 e 2) e grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OPM.

Dias Grupo 1* Controle

(H20)

Variação

de peso

Grupo 2* Controle (DMSO e

H20)

Variação

de peso

Grupo 3* Tratado

Variação de

peso

Peso (g) Aumento

(%)

Peso (g) Aumento

(%)

Peso (g) Aumento (%)

0 30.4±0.7 0 29.2±0.8 0 27.4±0.9 0

7 33.8±1.1 11 32±1.2 9 30.1±1.3 10

14 37.2±1.1 22 35.6±1.1 21 32.0±1.2 17

*Média ± Desvio Padrão; DMSO – Dimetil-sufóxido (p = 0,38)

Tabela 5 – Parâmetros Hematológicos dos grupos controle (1 e 2) e grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OPM.

Parâmetros Grupo 1 Controle

(H20)

Grupo 2 Controle (DMSO e

H20)

Grupo 3 Tratado

Hemácias (106/mm3) 8.73 ± 0.2 8.35 ± 0.1 8.31 ± 0.1

Hemoglobina (g/dL) 13.7 ± 0.2 13,6 ± 0.2 13.2 ± 0.3

Hematócrito (%) 42.6 ± 0.4 42.2 ± 0.7 41.3 ± 0.6

VCM (fL) 50.6 ± 0.8 49.6 ± 0.9 49.7 ± 1.6

HCM (pg) 17.1 ± 0.7 17.1 ± 0.4 17.3 ± 0.5

CHCM (g/dL) 31.4 ± 0.3 30.8 ± 0.2 31.1 ± 0.4

Leucócitos Totais (103/mm3) 7.74 ± 0.2 7.66 ± 0.2 7.90 ± 0.3

*Média ± Desvio Padrão; VCM: Volume corpuscular médio; HCM: Hemoglobina corpuscular média;

CHCM: Concentração de hemoglobina corpuscular média (p = 0,9).

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Tabela 6 – Parâmetros bioquímicos dos grupos controle (1 e 2) e grupo tratado (grupo 3), após 14 dias de tratamento com o OPM.

Parâmetros Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

Glicose (mg/dL) 88.2 ± 4.0 87.2 ± 3.7 80.7 ± 3.3

AST (U/L) 64.4 ± 2.5 64.5 ± 1.8 66.1 ± 3.1

ALT (U/L)

Creatinina

49.8 ± 2.3

0.56 ± 0.02

49.6 ± 1.9

0,62 ± 0.03

50.2 ± 3.2

0.65 ± 0.02

*Média ± Desvio Padrão; AST/TGO: Aspartato aminotransferase; ALT/TGP: Alanina aminotransferase. (p = 0.8)

4.2. ENSAIO ANTIMALÁRICO COM Plasmodium berghei

A tabela 7 apresenta os resultados da parasitemia percentual e a redução da

parasitemia percentual, no quinto e oitavo dia de experimento para o óleo de

andiroba (OA), o óleo de pimenta-de-macaco (OPM) e para a mistura desses óleos.

Esses resultados foram expressos em percentual de hemácias parasitadas obtidas

em relação ao grupo controle não tratado. O óleo de andiroba foi ativo no oitavo dia

com redução de 40% da parasitemia na concentração de 500mg/kg. Agora o óleo de

pimenta-de-macaco apresentou pequena redução da parasitemia (< 20%) na maior

concentração. Entretanto, quando o OA e o OPM foram misturados, na

concentração de 500mg/kg, o percentual de redução da parasitemia foi maior (>

50%) o que demonstra um sinergismo dos óleos na atividade antimalárica.

Na figura 24 podemos observar que não houve atividade antimalárica no

quinto dia para nenhuma droga testada, entretanto, no oitavo dia, houve atividade

para as amostras testadas.

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Tabela 7 – Atividade antimalárica dos óleos de andiroba (OA) e óleo de pimenta-de-

macaco (OPM) e da Mistura dos óleos (OA+OPM) expresso na forma da parasitemia

(%) das hemácias infectadas.

Amostras Parasitemia (%)

Redução da parasitemia (%)

Média ± DP*

5°dia 8°dia 5°dia 8°dia

OA 500mg/kg 1,9 ± 1,7 6.63 ± 3,69 0 40.8

OA 250mg/kg 2,6 ± 2,15 9.02 ± 2,31 0 19.4

OPM 500mg/kg 1,9 ± 1,15 9.09 ± 5,17 0 18.8

OA+OPM 500mg/kg 2,1 ± 1,01 5.42 ± 4,59 0 51.6

OA+OPM 250mg/kg 2,3 ± 2,48 7.97 ± 4.62 0 28.8

Controle Negativo 1.2 ± 0.5 11,2 ± 4,25 - -

CQ** 30mg/kg 0,06 ± 0,05 0 96 100

*Média ± Desvio Padrão / **Cloroquina

Figura 24 – Atividade antimalárica dos óleos de andiroba (OA) e óleo de pimenta-de-

macaco (OPM) e da Mistura dos óleos (OA+OPM) administrados por via

intraperitonial em camundongos infectados com P. berghei expressando a redução

da parasitemia no 8° dia.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

5° dia 8° dia - OA 8° dia - OPM 8° dia - Mistura

% Inib

ição

Determinação da redução da parasitemia no 5° e 8° dia

250mg/kg/peso

500mg/kg/peso

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Além dos óleos também foi analisada uma Fração Rica em limonóides (FRL)

extraída do óleo de andiroba. Os resultados da FRL demonstram que nas

concentrações de 50 e 25mg/kg a redução da parasitemia foi de 49.6 e 27.8%,

respectivamente (Tabela 8). Quando a FRL foi misturada ao óleo de pimenta-de-

macaco essa atividade antimalárica foi ainda maior, com redução da parasitemia de

55.4 e 32.2% nas concentrações de 50 e 25mg/kg, também expressos na tabela 8.

Na figura 25 pode-se observar que não houve atividade antimalárica da FRL

no quinto dia de experimento, entretanto, no oitavo dia, houve atividade da FRL e

para FRL misturada com o óleo de pimenta essa atividade no oitavo dia foi maior.

Nas tabelas citadas são descritos apenas as concentrações nas quais foi

observada redução da parasitemia, nas demais concentrações testadas à redução

foi inferior a 10%, sendo considerada não significativa.

Os resultados evidenciaram a influência do óleo de pimenta-de-macaco na

atividade do óleo de andiroba e seus derivados, pois o OPM é rico em dilapiol,

composto que promove inibição enzimática hepática, Consequentemente, com a

inibição, o metabolismo hepático das drogas e fármacos desses animais fica

reduzido, aumentando a biodisponibilidade, ou seja, a droga ativa do OA.

Tabela 8 – Atividade antimalárica da Fração Rica em Limonóides (FRL) e da Fração

com óleo de pimenta-de-macaco (OPM) expresso na forma da Parasitemia (%) das

hemácias infectadas obtida em relação ao grupo controle não tratado.

Amostras Parasitemia (%) Redução da parasitemia (%)

Média ± DP*

5°dia 8°dia 5°dia 8°dia

FRL 50mg/kg 2,3 ± 1,81 5.29 ± 3,93 0 49.6

FRL 25mg/kg 2,9 ± 2,3 7.58 ± 2,42 0 27.8

FRL + OPM 50mg/kg 1,7 ± 1,01 4.68 ± 1,29 0 55.4

FRL + OPM 25mg/kg 2,6 ± 1,41 7.11 ± 2.64 0 32.2

Controle Negativo 1.8 ± 0.4 10.5 ± 3,83 - -

CQ 30mg/kg 0,06 ± 0,05 0 96 100

*Média ± Desvio Padrão / **Cloroquina; FRL = fração rica e limonóides; CQ - cloroquina

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Figura 25 – Atividade antimalárica da Fração Rica em Limonóides (FRL) e da FRL e óleo de pimenta-de-macaco (FRL+OPM), administrados por via intraperitonial em camundongos infectados com P. berghei expressando a redução da parasitemia no 8° dia.

4.3. TESTE DE VIABILIDADE CELULAR (MTT)

Utilizando o teste de viabilidade celular após 48h de tratamento, foi possível

determinar a CI50% do óleo de andiroba e da mistura dos óleos. O óleo de andiroba

apresentou uma CI50% 326.3μg/ml e a mistura CI50% 559,9μg/ml.

4.4. TESTE DO MICRONÚCLEO COM BLOQUEIO DE CITOCINESE.

Os resultados do teste do micronúcleo estão expostos na tabela 9 que

apresenta o número e a frequência de micronúcleos quando as células (HEPG2)

foram expostas ao óleo de andiroba. Os resultados demonstram que não houve

diferença significativa entre o número de micronúcleos observado no grupo tratado e

o grupo não tratado (p = 0,57). Na mesma tabela encontram-se os resultados do

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

5° dia 8° dia - FRL 8° dia - FRL + OPM

% Inib

ição

Determinação da redução da parasitemia no 5° e 8° dia

25mg/kg/peso

50mg/kg/peso

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índice de divisão nuclear (p = 0.96), os resultados mostram que o óleo de andiroba

não influenciou o índice de divisão nuclear.

Tabela 9 – Efeito do óleo de andiroba sobre o número e a frequência de micronúcleos após 24h de exposição à droga.

Concentrações (µg/ml) Número de Micronúcleos (NMN)

Frequência de Micronúcleos (FMN)

163 45 0.045

81,5 43 0.043

40 37 0.037

Controle Negativo 29 0.029

Controle Positivo 375 0.375

A tabela 10 apresenta o número e a frequência de micronúcleos quando as

células (HEPG2) foram expostas a mistura do óleo de andiroba com o óleo de

pimenta-de-macaco.

Tabela 10 – Efeito do óleo de andiroba sobre o índice de divisão nuclear após 24h de exposição à droga.

Concentrações (µg/ml)

Média de Micronúcleos (MMN ± DP*)

Índice de divisão nuclear (IDN ± DP*)

163 11.25 ± 2.99 1.97 ± 0.46

81,5 10.75 ± 2.06 1.94 ± 0.54

40 9.25 ± 1.29 1.91 ± 0.49

Controle Negativo 11.75 ± 0.9 1.93 ± 0.43

Controle Positivo 93.7 ± 7.2 1.90 ± 0.11

**Média ± Desvio Padrão

Para a mistura dos óleos o teste foi realizado e os resultados estão expostos

nas tabelas 11 e 12. Na tabela 11 encontra-se o número e a frequência de

micronúcleos e observa-se que houve diferença entre os grupos tratados e o

controle (p< 0.01). Na tabela 12 encontram-se os resultados do índice de divisão

nuclear (p = 0.98), que leva em consideração a frequência de células com 1, 2, 3 ou

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4 núcleos numa população de 500 células analisadas. Sendo que mistura de óleos,

também, não influenciou o índice de divisão nuclear.

Tabela 11 – Efeito da mistura de óleo de andiroba e óleo de pimenta-de-macaco sobre o número e a frequência de micronúcleos após 24h de exposição à droga.

Concentrações (µg/ml) Número de Micronúcleos (NMN)

Frequência de Micronúcleos (FMN)

280 159 0.159

140 126 0.126

70 115 0.115

Controle Negativo 29 0.029

Controle Positivo 375 0.375

Tabela 12 – Efeito da mistura do óleo de andiroba e do óleo de pimenta-de-macaco sobre o índice de divisão nuclear com o após 24h de exposição à droga.

Concentrações (µg/ml)

Média de Micronúcleos (MMN ± DP*)

Índice de divisão nuclear (IDN ± DP*)

280 46.5 ± 14.9 1.96 ± 0.42

140 34.7 ± 5.7 1.94 ± 0.49

70 28.2 ± 3.1 1.93 ± 0.52

Controle Negativo 18.0 ± 1.0 1.93 ± 0.43

Controle Positivo 93.7 ± 7.2 1.90 ± 0.31

*Média ± Desvio Padrão

4.5. ENSAIO COMETA

A tabela 13 mostra a porcentagem e a frequência de dano ao DNA em células

HEPG2 causado pelo óleo de andiroba. Comparando os resultados (Tabela 13) da

distribuição das classes de cometa com o grupo controle não tratado foi possível

identificar diferenças significativas entre os grupos (p = 0,06). Além disso, também,

foi identificada alta frequência de dano em todos os grupos tratados.

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Tabela 13 – Frequência de células com cometas, distribuição das classes de cometa e índice de dano de DNA, após ser exposta ao óleo de andiroba.

Concentrações (μg/mL)

Porcentagem de dano (%) Frequência de dano

Índice de Dano Média±DP*

Classe

(0)

Classe

(1)

Classe

(2)

Classe

(3)

Classe

(4)

163 9 15 37 39 0 92 2.12±0.07

81.5 7 11 45 37 1 91 2.06±0.06

40 17 28 47 8 1 81 1.46±0.17

Controle negativo

58 20 13 5 4 44 0.77±0.13

Controle positivo

3 15 50 20 12 97 2.22±0.04

*Desvio Padrão

Na tabela 14 observamos, também, a porcentagem e a frequência de dano ao

DNA em células HEPG2 causado pela mistura do óleo de andiroba e o óleo de

pimenta-de macaco. Comparando os resultados (Tabela 14) da distribuição das

classes de cometa com o grupo controle não tratado foi possível identificar

diferenças significativas entre os grupos (p = 0,05), Além disso, também, foi

identificada uma alta frequência de dano em todos os grupos tratados.

Tabela 14 – Frequência de células com cometas, distribuição das classes de cometa dano após ser exposta a mistura do óleo de andiroba e pimenta-de-macaco (OA+OPM).

Concentrações

(μg/mL)

Porcentagem de dano (%) Frequência de dano

Índice de Dano

Média±DP*

Classe

(0)

Classe

(1)

Classe

(2)

Classe

(3)

Classe

(4)

280 8 5 48 40 0 96 2.20±0.04

140 3 37 47 11 2 93 1.72±0.04

70 18 39 40 3 2 82 1.27±0.04

Controle negativo

58 20 13 5 4 44 0.77±0.13

Controle positivo

3 15 50 20 12 97 2.22±0.04

*Desvio Padrão

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5. DISCUSSÃO

A malaria gera graves problemas de saúde pública, principalmente, para os

países tropicais. A existência de cepas resistentes de Plasmodium falciparum

justifica a busca por novas drogas, mais eficazes e menos tóxicas. A medicina

tradicional chinesa contribuiu para a popularidade dos medicamentos fitoterápicos

em todo o mundo. No Brasil, da enorme biodiversidade, existem exemplos [Ilex

paraguariensis (mate), Myroxylon balsamum (bálsamo de Tolu), Spilanthes acmella

(jambu), Tabebuia sp. (lapacho), Uncaria tomentosa (unha-de-gato), Copaifera

sp.(copaíba)] que já são utilizados em tratamentos tradicionais e/ou caseiros.

Todavia, apesar da riqueza da biodiversidade no Brasil, o uso de plantas como fonte

de novos medicamentos ou remédios ainda é pouco explorado (Rates, 2001, Gurib-

Fakim, 2006).

Vale salientar que cerca de 30% de todos os medicamentos modernos são

derivados diretamente ou indiretamente de plantas medicinais (Gurib-Fakim, 2006).

Neste contexto as plantas medicinais apresentam papel de destaque, pois as

principais drogas antimaláricas são de origem vegetal; quina e artemisinina,

Cinchona sp e Artemisia annua, respectivamente, o que ratifica o desenvolvimento

desse trabalho.

O óleo de andiroba é constituído de ácido palmítico, oléico e linoléico (Castro

et al., 2006), além de uma fração insaponificável constituída principalmente de

substâncias amargas, chamadas meliacinas ou limonóides, que provavelmente são

responsáveis pela atividade biológica do óleo (Ambrozin et al., 2000; Ambrozin et al.,

2006). Já foram isolados deste óleo sete limonóides: 17β-hidroxiazadiradiona, 6α-

acetoxi-gedunina, 7-deacetoxi-7-oxogedunia, deacetilgedunina, andirobina,

gedunina, metil-angolesato (Ambrozin et al., 2006; Silva et al., 2009).

No teste de toxicidade aguda o óleo de andiroba foi aplicado por via oral em

dose única para se observar os possíveis efeitos tóxicos. O peso e as avaliações

clínicas foram determinados diariamente, as avaliações hematológicas e

bioquímicas após os 14 dias de experimento. Após o tratamento, os grupos não

apresentaram alterações significativas no peso e parâmetros hematológicos e

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bioquímicos, quando se comparou o grupo tratado com os grupos controles.

Também, não apresentou alterações clínicas e mortes, mostrando assim não haver

toxicidade aguda.

Esses resultados são ratificados por trabalho, como o de Costa-Silva e

colaboradores (2006), pois em estudo de toxicidade reprodutiva com ratas Wistar,

durante 45 dias com administração oral do óleo de andiroba, após analise dos

índices de fertilidade, viabilidade, lactação, gestação, relação prole/mãe, percentual

de natimorto e massa corpórea da prole, foi visto que o óleo de andiroba não induziu

toxicidade materna, efeito abortivo, assim como não alterou o desenvolvimento da

prole e seus parâmetros comportamentais.

No estudo de toxicidade aguda e subaguda, com o óleo de andiroba, Costa-

Silva e colaboradores (2008), não observaram quaisquer sintomas de intoxicação,

morte, alteração de peso, no consumo de alimento e de água e nos parâmetros

hematológicos e bioquímicos. Estes resultados sugerem que o óleo possui baixo

potencial teratogênico.

O óleo de pimenta-de-macaco tem o dilapiol como constituinte majoritário,

piperitona, terpinen-4-ol, miristicina, (E)-cariofileno, γ-terpineno , germacreno D e

apiol (Miranda Júnior, 2010).

Para a toxicidade aguda do óleo de pimenta-de-macaco, durante as

avaliações clínicas observaram-se, inicialmente, aumento do bolo fecal e contrações

abdominais no grupo tratado, além de ter se registrado um índice de 20% de morte

entre os animais desse grupo. Quando comparado aos grupos controles, o grupo

tratado não apresentaram alterações significativas no peso e parâmetros

hematológicos e bioquímicos. Com esse aumento nas excretas e com o número de

morte ocorrido, além dos índices de peso e parâmetros hematológicos e bioquímicos

podemos considerar o óleo de pimenta-de-macaco de baixa toxicidade. Sousa e

colaboradores (2008) demonstraram que o óleo essencial de Piper aduncum não

alterou de maneira significativa os parâmetros hematológicos e bioquímicos em

relação ao controle. Além disso, o valor da DL50,acima de 2000mg/kg (dose máxima

utilizada no nosso estudo) também ratifica a baixa toxicidade deste óleo.

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79

No presente estudo foram avaliadas as atividades antimaláricas do óleo de

andiroba, da mistura dos óleos de andiroba e do óleo de pimenta-de-macaco e da

fração rica em limonóides (FRL).

Neste trabalho, foi avaliada a atividade antimalárica, por via oral, dos óleos de

andiroba, pimenta-de-macaco, assim como da mistura desses óleos. Contudo essa

atividade só foi significativa pela via intraperitoneal, provavelmente por conta da

rápida absorção devido à grande superfície de absorção da cavidade abdominal.

Entretanto, na via oral, pelo fato de ter que atravessar a barreira gastrointestinal,

pode gerar perdas na biodisponibilidade da droga (Zanni & Oga, 1979).

Para a atividade antiplasmódica, o óleo de andiroba apresentou redução

significativa da parasitemia na maior concentração testada. A sobrevida média dos

animais, tratados com esse óleo, foi 32 dias, maior quando comparado ao grupo

controle não tratado. Para o óleo de pimenta-de-macaco a redução não foi

expressiva em nenhuma concentração testada. A sobrevida dos animais foi de 22

dias, similar ao grupo controle não tratado.

Na mistura dos dois óleos foi observada redução acima de 50% da

parasitemia na maior concnetração. Isso se deve ao fato do dilapiol, composto

majoritário do óleo de pimenta-de-macaco, causar uma inibição enzimática hepática

do citocromo P-450 (Omar et al., 2003), permitindo maior biodisponibilidade dos

limonóides presentes no óleo de andiroba, que tem ação antiplasmódica

comprovada como nos estudos de Omar et al., 2003, Lee e colaboradores (2008) e

Miranda Júnior et al., 2010.

Os limonóides das mais diferentes espécies vegetais apresentam atividade

antiplasmódica (Mackinnon et al., 1997, Yapp&Yap , 2003, Maneerat et al., 2008,

Maneerat et al., 2008).

Segundo Mota (2009) a atividade de óleos essenciais de espécies de

Asteraceae, Verbenaceae e Euphorbiaceae da região do Ceará apresentou melhor

atividade antimalárica quando aplicado por via subcutânea do que por via oral.

Com os resultados obtidos também é possível inferir uma relação tempo

dependência da droga, todavia só foi observado redução da parasitemia no oitavo

dia, fato provavelmente associado ao tempo que a droga leva para se ligar ao

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80

receptor alvo, ou seja, período para o aparecimento dos efeitos farmacológicos

(tempo de latência). Em estudo realizado por Mota (2009) foi verificado que as

doses administradas foram tempo dependente, ou seja, apresentando melhor

resultado, a partir do sétimo dia com redução de 57% da parasitemia, o que é

semelhante ao encontrado neste estudo.

Para a atividade antimálarica da FRL também se observou redução da

parasitemia, principalmente, na maior concentração testada, a qual foi muito menor

que a concentração do óleo de andiroba in natura, o que justifica as menores

concentrações, pois se trata de um produto isolado. Inclusive quando a fração foi

associada ao óleo de pimenta-de-macaco foi observado o sinergismo na redução da

parasitemia foi ainda maior na parasitemia.

No ensaio realizado com P. berghei utilizando a gedunina e o dilapiol foi

observado que a gedunina isolada produzia redução na parasitemia na ordem de

50%. Entretanto, quando misturado ao dilapiol o percentual de redução da

parasitemia foi superior a 70% (Omar et al., 2003). Entretanto o dilapiol isolado não

apresentou redução significativa da parasitemia. Esses resultados são semelhantes

aos descritos nesse trabalho, pois o OA quando testado sozinho apresentou uma

menor redução da parasitemia e quando misturado ao OPM a redução foi

significativa.

No teste de viabilidade celular foi possível observar a atividade citotóxica dos

óleos de andiroba e da mistura óleos. A fração farmacologicamente ativa deste óleo

é representada pelos limonóides que são comprovadametne citotóxicos por estudos

realizados por Itokawa et al., 1995; Cohen et al., 1996 e Chidambara Murthy et al.,

2011 utilizando diferentes limonóides (nimbolidina, epoxiazadiradiona, salanim,

nimbina, deacetilnimbina, azadiractina, limonina e limonina glicosídeo) originários de

diferentes plantas. Os valores de CI50% mais baixos encontrados nos estudos

relatados acima, provavelmente se devem ao fato desses trabalhos terem sido feitos

com substâncias isoladas e no nosso, o óleo in natura. Esta característica dos

limonóides mostra que este óleo tem possibilidade de se tornar um fármaco para o

tratamento da malária por ser capaz de eliminar o plasmódio.

A segunda droga em teste de viabilidade celular, neste trabalho, foi à mistura

dos óleos de andiroba e o óleo de pimenta-de-macaco. Esse composto também

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apresentou atividade citotóxica, o que já era esperado devido à comprovação já

existente da citotoxicidade de ambos os óleos (Mendes et al. 2009, Sperotto et al.

2008).

Considerando os resultados obtidos é possível inferir uma relação tempo

dependência no efeito das drogas, OA e a mistura, quanto à ação citotóxica, porque

ao se aumentar o tempo de exposição das células as drogas estudadas, o efeito

citotóxico dos óleos foi mais evidente.

O teste do micronúcleo é um teste citogênico que mede a perda

cromossômica, ou seja, identifica possíveis danos cromossômicos, como aumento

na frequência de mutação de células expostas a agente genotóxico (Flores &

Yamaguchi, 2008).

Os resultados desse trabalho mostram que não houve diferença significativa

entre o número de micronúcleos observado no grupo tratado com óleo de andiroba e

o grupo controle não tratado. No índice de divisão nuclear, também não houve

diferença significativa entre os grupos. Portanto, o óleo de andiroba não interfere na

proliferação celular. Baseado nestes resultados pode-se inferir que o óleo de

andiroba não causou efeito mutagênico. Esses resultados são endossados pelo

estudo de Arrebola e colaboradores (2012), que também não observou diferenças

significantes ao trabalhar com o óleo das sementes de Carapa guianenis em medula

óssea de camundongos. Em outro estudo realizado com o óleo de andiroba não foi

verificado diferença entre os grupos tratados e controle negativo, sugerindo que o

óleo não tem potencial genotóxico (Arrebola et al., 2013).

Utilizando o óleo de Azadirachta indica, chamada popularmente de neem, que

pertence à família Meliaceae, a mesma família vegetal da Carapa guianensis, não foi

observado aumento significativo de hemácias policromáticas micronucleadas

quando comparado ao controle negativo, o que corrobora nossos resultados (Vinod

et al., 2011).

Os limonóides são indutores da glutationa s-transferase, enzima que estimula

a eliminação de componentes tóxicos (Edenharder et al., 2002; Tassaneeyakul et al.,

2000; Franke et al., 2005). Os compostos fenólicos também estão relacionados ao

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reparo do DNA, através da regulação da transcrição ou estabilização do RNAm

(Abalea et al., 1999).

Relacionado à mistura de óleos os resultados demonstram diferenças

significativas entre os grupos tratados e o controle não tratado e isso muito

provavelmente em decorrência da presença do óleo de pimenta-de-macaco que

pode causar genotoxicidade (Rojas, 2007). Junqueira (2006) mostrou o efeito

clastogênico (fragmentação cromossômica) e genotóxico (alterações no material

genético) do óleo da Piper cubeba, semelhante ao óleo de pimenta de macaco para

as células dos roedores.

O Ensaio Cometa detecta lesões genômicas que, após serem processadas,

podem resultar em mutação. Entretanto diferente das mutações, essas lesões

detectadas pelo ensaio Cometa podem ser corrigidas. Sendo assim para o óleo de

andiroba a análise da genotoxicidade apresentou moderados níveis de danos, sendo

este diferente do grupo não tratado.

Em relação a mistura os resultados também foram semelhantes ao do óleo de

andiroba, ou seja, a mistura dos óleos também apresentou moderados níveis de

danos ao DNA celular, porém passiveis de reparo.

Desta forma, demonstrou-se que os dois óleos estudados separadamente não

são promissores. Porém, quando misturados, demonstram um melhor potencial para

o desenvolvimento de uma nova droga para o tratamento da malária humana.

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83

6. CONCLUSÃO

Baseado nos resultados:

O óleo de andiroba apresentou baixíssima toxicidade por não ter causado

nenhuma alteração no peso e parâmetros hematológicos e bioquímicos.

O óleo de pimenta-de-macaco aparesentou baixa toxocidade, apesar de não

ter causado alteração no peso e parâmetros hematológicos e bioquímicos, pois

causou 20% de morte entre os animais tratados.

O óleo de andiroba e fração extraída desse óleo apresentou boa atividade

antimalárica.

A fração rica em limonóides apresentou boa atividade antimalárica em

concentrações menores que o óleo in natura.

O óleo de pimenta-de-macaco apresentou ação antiplasmódica menor do

que a do óleo de andiroba.

A mistura dos dois óleos e da a fração limonoídica e óleo de pimenta

aumentou a atividade antimalárica demosntrando o sinergismo.

O óleo de andiroba não apresentou citotoxicidade e genotoxicidade.

O óleo de pimenta-de-macaco apresentou efeito citotóxico e genotóxico.

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Anexo 01

PARECER BIO039-12

Projeto: POTENCIAL ECONÔMICO E USO SUSTENTÁVEL DE PIPERACEAE DA

AMAZÔNIA.

Coordenador: Prof. Dra. Marinete Marins Póvoa

Área Temática: Biologia

Vigência: 03/2010 a 03/2014

N° no CEPAE-UFPA: BIO039-12

O projeto acima identificado foi avaliado pelo Comitê de Ética Em Pesquisa Com

Animais de Experimentação da Universidade Federal do Pará (CEPAE). O tema eleito para a

investigação e de alto teor científico justificando a utilização do modelo animal proposto. Os

procedimentos experimentais utilizados seguem as normas locais e internacionais para

tratamento e manipulação de animais de experimentação. Portanto, o CEPAE, através de seu

presidente, no uso das atribuições delegadas pela portaria N° 1568/2005 do Reitor da

Universidade Federal do Pará, resolve APROVAR a utilização de animais de experimentação

nas atividades do projeto em questão, no período de vigência estabelecido. As atividades

experimentais fora do período de vigência devem receber nova autorização deste comitê.

Belém, 02 de fevereiro de 2010.

Prof. Dr. Walace Gomes Leal

Presidente CEPAE-UFPA

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Anexo 02: Artigo publicado