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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE Tratamento de Fator Aloimune em Abortamento Recorrente Autor: Janaina Gomes da Silveira Orientador: César Pereira Lima Co-orientador: Tatiana Michelon Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Patologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre como requisito para a obtenção do grau de Mestre. 2009

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

Tratamento de Fator Aloimune em Abortamento Recorrente

Autor: Janaina Gomes da Silveira Orientador: César Pereira Lima

Co-orientador: Tatiana Michelon Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Patologia da

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre como requisito para a obtenção do grau de Mestre.

2009

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

Tratamento de Fator Aloimune em Abortamento Recorrente

Autor: Janaina Gomes da Silveira Orientador: César Pereira Lima

Co-orientador: Tatiana Michelon Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Patologia da

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre como requisito para a obtenção do grau de Mestre.

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AGRADECIMENTOS Aos meus pais, pelo apoio em todos os momentos da minha vida.

Ao meu esposo Fábio, pela compreensão, carinho e companheirismo.

A minha filha Laura da qual tenho muito orgulho e amo demais.

Ao meu orientador, Prof. César Pereira Lima, pela oportunidade, confiança,

aprendizado e pelo exemplo de dedicação à pesquisa.

Ao médico Jorge Neumann, Diretor do Laboratório de Imunologia de

Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre, pelo carinho, apoio e amizade.

À médica, co-orientadora e querida amiga Tatiana Michelon, pela

orientação, pelas inúmeras horas de dedicação durante todas as fases do

desenvolvimento deste trabalho, mesmo no momento mais difícil de sua vida.

À Biomédica e amiga Fabíola Nardi, pela parceria, dedicação e ajuda

preciosa.

Aos colegas do laboratório de Imunologia de Transplante, especialmente às

amigas Juliana Montagner, Regina Schoroeder e Marcia Petry, por suas

colaborações nos momentos certos, companheirismo e estímulo constante

nesta jornada.

Aos professores da Pós-graduação da UFCSPA.

Aos funcionários da Pós-Graduação em Patologia da UFCSPA,

especialmente a Nice e a Maristela.

Ao CAPES pelo apoio financeiro, educacional e fomento à pesquisa

científica.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................05 2. REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................06 2.1 Imunologia da Gestação......................................................................06

2.1.1 Influência Hormonal Sobre o Sistema Imune Materno..................08

2.1.2 HLA-G e Anticorpos Bloqueadores...............................................10 2.1.3 Linfócitos T e Citocinas.................................................................13

2.1.4 Células NK....................................................................................15

2.1.5 Células T Regulatórias..................................................................18

2.1.6 Estudos Clínicos...........................................................................20

3. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO...........................................................................24 4. OBJETIVOS........................................................................................................26 3.1 Objetivo Geral......................................................................................26 3.2 Objetivos Específicos.........................................................................26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................27 ARTIGO CIENTÍFICO.............................................................................................36 ARTIGO CIENTÍFICO EM INGLÊS........................................................................37 ARTIGO CIENTÍFICO EM PORTUGUÊS...............................................................67 ANEXOS Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

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LISTA DE ABREVIATURAS

NK Células Natural killer T(reg) Células T regulatórias CAA Células apresentadoras de antígenos TCR Receptor de células T PIBF Fator bloqueador induzido pela progesterona HLA Sistema principal de histocompatibilidade Th2 Linfócitos T helper tipo 2 Th1 Linfócitos T helper tipo 1 IL Interleucina

TNFb Fator de necrose tumoral beta INFg Interferongama

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1. INTRODUÇÃO

A perda gestacional é a complicação mais freqüente da gestação. O

abortamento espontâneo pode ser observado em até 15% das mulheres,

ocorrendo principalmente no primeiro trimestre da gestação. A incidência de

abortamentos espontâneos é semelhante entre as mulheres com gestação

espontânea ou obtida através de técnicas de medicina reprodutiva (Schieve et

al, 2003; Ramos et al,2006).

Casos de abortamentos recorrentes são vistos em até 5% dos casais,

sendo que uma causa específica para as perdas pode ser evidenciada em

apenas 50% dos casos (Hertz-Picciotto & Samuels, 1988). Entre as causas

mais comumente identificadas estão: as alterações cromossômicas

(aneuploidias envolvendo os cromossomos 13,16,18, 21, 22, x e y), anomalias

uterinas (septos, sinéquias, etc), distúrbios endócrinos (hipertireoidismo,

diabete melito descompensado, síndrome de ovários policísticos) e os estados

pró-trombóticos (trombofilias auto-imunes e de origem genética) (Balasch,

2004).

É curioso observar que existe a possibilidade de uma interação de

diferentes sistemas, formando um eixo psico-neuro-imuno-endócrino que pode

estar implicado de forma complexa nas perdas gestacionais não explicadas por

fatores isolados (Clark et al, 1996; Berle & Javert, 1954; Sugiura-Ogasawara

et al, 2002).

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Imunologia da Gestação

Os avanços do conhecimento em Imunologia permitiram que diversos

segmentos da Medicina se desenvolvessem rapidamente. Áreas privilegiadas

por esse desenvolvimento foram os Transplantes de órgãos e tecidos e a

Reprodução Humana.

O Sistema Imune é responsável por toda e qualquer relação entre o

organismo do indivíduo e fatores externos ou agressores ao seu estado

fisiológico habitual, tais como vírus, bactérias, fungos, corpo estranho, tumores

ou agressão de qualquer natureza.

A gestação constitui um fenômeno ímpar no organismo humano no que

se refere ao comportamento do Sistema Imune. Data de 1953 o lançamento da

hipótese de Sir Peter Medawar de que o embrião se comporta no organismo

materno como um enxerto semi-alogênico, estando, portanto, vulnerável às

teorias de rejeição e tolerância imunológica (Medawar, 1953). De fato, o

produto gestacional contém metade do seu material genético de origem

materna e a outra metade de origem paterna, sendo, portanto, estranho ao

sistema Imune da mãe que deverá abrigá-lo durante toda a gestação. O

excepcional é que, de alguma forma, este embrião é reconhecido pelo Sistema

Imune materno, sem que seja disparada uma resposta contra a sua

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permanência e desenvolvimento naquele ambiente, como ocorreria em

qualquer outra circunstância de exposição ao material genético proveniente de

outro indivíduo não idêntico (ex: transplante de órgãos induzindo rejeição).

Outra peculiaridade é que o início do desenvolvimento do produto

gestacional é fortemente caracterizado pela intensa proliferação celular

(embrião e placentação), à semelhança do que ocorre com os tumores. Porém,

na vigência de gestação, o Sistema Imune materno não dispara mecanismos

visando o bloqueio desta proliferação, como seria esperado em situações

patológicas (ex: tumores). Com isso, garante um ambiente favorável para o

desenvolvimento do concepto até um estado de maturação com capacidade de

vida extra-uterina. Este fenômeno pode ser designado “tolerância imunológica”.

A ocorrência de um status imunológico próprio do período gestacional

pode ser evidenciada também pela observação de que algumas doenças de

origem auto-imune assumem comportamentos típicos de agravamento ou de

atenuação durante o período gestacional, na dependência do padrão de

resposta imune que caracteriza a doença de base. Desta forma,

caracteristicamente doenças auto-imunes decorrentes de exacerbação de

respostas inflamatórias (ex: artrite reumatóide) são atenuadas ao iniciar-se a

homeostase gestacional, enquanto doenças caracteristicamente dependentes

da ação de auto-anticorpos são agravadas de forma importante nesta

circunstância (ex: lupus eritematoso sistêmico).

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Todas essas situações corroboram a necessidade do desenvolvimento

de um padrão de resposta aloimune durante a gestação destinada à “proteção”

do concepto desde o início da sua formação até o momento do nascimento.

Este é um padrão único, pelas peculiaridades discutidas acima, que diverge da

resposta imune esperada para situações similares não-gestacionais

vivenciadas pelo indivíduo. Desta forma, desvios da resposta aloimune ao

embrião podem ser causa de complicações gestacionais e/ou de infertilidade.

Entre os fatores envolvidos nesta intrincada rede imunomodulatória para

a tolerância e regulação do desenvolvimento fetal e formação da placenta,

destacam-se: a influência hormonal sobre o Sistema Imune materno, o

reconhecimento das moléculas do Complexo Principal de Histocompatibilidade

paterno (expresso pelo embrião), as citocinas liberadas no meio, o controle da

citoxicidade direta das células Natural Killer (NK) uterinas (uNK) e atividade das

células T regulatórias (T reg).

2.1.1 Influência Hormonal sobre o Sistema Imune Materno

Eventos decorrentes da própria ovulação, cópula e fertilização resultam

em modificações imuno-inflamatórias na superfície mucosa do trato reprodutivo

feminino com implicação direta na implantação do blastocisto. A própria

exposição ao sêmen e a outros componentes do esperma contribuem para um

efeito imunossupressor sobre a superfície mucosa do trato reprodutivo feminino

(Miao et al, 1996; Olding et al, 1997).

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Os hormônios esteróides induzidos desde o momento da ovulação

também assumem este efeito modulando a atividade das células

apresentadoras de antígenos (CAA) tanto da linhagem mielóide como linfóide,

com relação direta sobre as respostas imunológicas daí decorrentes (Probhala

& Wira, 1995). Na decídua, os leucócitos constituem uma população

proeminente de células, incluindo células NK, macrófagos e células T (Bulmer

et al 1991; King et al 1989; Salamonsen & Lathbury 2000) e estas células

são responsáveis por alertar o sistema imune materno para a presença de

aloantígenos durante toda a gestação (Olding et al, 1997; Bonney &

Matzinger, 1997).

De forma geral, a progesterona é o hormônio feminino com atividade

mais peculiar sobre o Sistema Imune materno e na interface materno-fetal. A

progesterona por si só é capaz de suprimir a função efetora das células T,

exercendo um efeito direto de modulação de canais de potássio da membrana

celular e também sobre os íons cálcio, com efeito direto sobre a expressão

gênica destas células do sistema imune (Ehring, 1998).

Talvez o mais importante efeito imunoregulatório da progesterona esteja

relacionado com a sua ação sobre os linfócitos T cujos receptores de célula T

(TCR) são do tipo γδ. Este tipo de linfócito T sob o estímulo alogênico passa a

expressar também receptores para a progesterona. A partir disso, sob altas

concentrações deste hormônio, tais linfócitos passam a sintetizar uma proteína

imunomodulatória, chamada de Fator Bloqueador Induzido pela Progesterona

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(Progesterone Induced Blocking Factor –PIBF) (Szekeres-Bartho et al, 1989-

a, 1996; Szekeres-Bartho et al, 1985, 1989-b). Esta proteína PIBF inibe a

liberação de ácido aracdônico, a atividade das células NK e modifica o balanço

de citocinas (Szekeres-Bartho et al, 2005).

Comparados a gestações normais, casos patológicos apresentam baixos

níveis de PIBF (Szekeres-Bartho et al, 1995). Todavia, apesar do tratamento

com progesterona reduzir o risco para abortamento (Check et al, 1987), os

níveis de PIBF não são diferentes ao se comparar pacientes tratadas com este

hormônio que evoluem ou não com aborto (Check et al, 1997a).

Desta forma, é possível que em algumas circunstâncias o semi-

aloenxerto fetal seja incapaz de induzir a expressão de receptores para

progesterona em linfócitos T γδ, de modo que apenas a suplementação com

progesterona seja insuficiente para desencadear uma resposta aloimune

adequada para a manutenção da gestação (Check et al, 1996, 1997b).

Portanto, a inter-relação imuno-endócrina pode constituir papel

importante na fisiopatologia do abortamento e da falha primária de implantação,

sem que os níveis hormonais estejam necessariamente alterados.

2.1.2 HLA-G e Anticorpos Bloqueadores

A partir da implantação, o principal tecido que confronta o Sistema

Imune materno é constituído pelas células trofoblásticas, as quais passam a

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representar a interface materno-embrionária. Além da expressão diferenciada

de moléculas do Sistema Principal de Histocompatibilidade (HLA - Human

Leukocyte Antigen), responsáveis pela identificação do que é “próprio” e “não-

próprio” no organismo de cada indivíduo, estas células têm um potencial

peculiar de resposta às citocinas presentes no meio. Essas características são

responsáveis pelo comportamento de “tolerância imunológica” aos tecidos

embrionários, fundamental para o desenvolvimento de uma gestação normal.

As células do sinciotrofoblasto, responsáveis pela nutrição do embrião,

produção de βhCG e progesterona, são originadas a partir do citotrofoblasto,

envolvem praticamente toda a superfície fetal e não expressam moléculas HLA.

Por outro lado, as células citotrofoblásticas (vilositárias, extra-vilositárias,

endovasculares e intersticiais) expressam pequena quantidade de moléculas

HLA de classe I (Crisa et al, 1997).

O citotrofoblasto extraviloso expressa um tipo de molécula HLA de

classe I, chamado HLA-G, com expressão limitada à placenta e células

epiteliais tímicas (Hammer et al, 1997). As células que expressam HLA-G têm

um importante papel imuno-regulatório, conferindo uma menor suscetibilidade à

lise mediada pelas células NK. Além disso, as moléculas HLA-G podem

confundir ou atrapalhar a função de reconhecimento por parte do complexo

receptor de células T maternas. Considerando-se que nenhuma célula

trofoblástica expressa HLA de classe II (Mattsson et al, 1998), essas células

são, portanto, incapazes de estimular diretamente as células T helper para o

disparo de reações imunológicas mais complexas (Goud et al, 1999). Desta

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forma, sem qualquer expressão de moléculas HLA de classe I e II, as células

trofoblásticas vilosas não podem funcionar como alvo de respostas citotóxicas

mediadas por células T durante uma gestação normal (Hammer et al, 1997;

King et al, 2000).

No caso de gestação normal, as células do sinciotrofoblasto constituem

alvo de ligação de anticorpos maternos, dirigidos contra as moléculas HLA

paternas presentes nos tecidos embrionários. Estes anticorpos são conhecidos

como “anticorpos bloqueadores”, uma vez que funcionam como proteção à

resposta citotóxica materna contra o embrião. Eles podem ser detectados

durante toda a gestação, permanecem por tempo indeterminado na circulação

materna e podem recrudescer diante de um novo desafio antigênico no caso de

nova gestação, especialmente se proveniente do mesmo pai, como decorrência

de memória imunológica específica.

Em condições normais, a simples modificação do perfil de citocinas

característico da gestação (Th2) está associada a uma grande produção de

anticorpos. A peculiaridade neste caso é que estes anticorpos não têm a

capacidade de ativar complemento localmente e por isso não desencadeiam

uma resposta imune efetiva no sentido de clearance antigênico e fagocitose.

Esta característica lhe é conferida graças a uma glicosilação local de uma das

regiões Fab da molécula do anticorpo IgG, resultando em uma conformação

assimétrica. O objetivo final de tais anticorpos é recobrir a interface materno-

fetal via HLA-G e com isso bloquear a citotoxicidade local (Gutierrez G et al,

2005).

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Quando o casal compartilha dos mesmos antígenos HLA DQα, as

moléculas HLA-G desenvolvidas nos tecidos placentários são exatamente as

mesmas que um dia a mãe utilizou para o seu próprio desenvolvimento intra-

útero. Como resultado, não ocorre a formação de anticorpos bloqueadores e o

sistema imune materno reconhece a gestação como um tecido próprio com

crescimento anômalo desenfreado (Beer A: Reproductive Medicine Program,

http://repro-med.net/info/cat1.htlm). Portanto, de forma simplificada podemos

inferir que as moléculas HLA-G representam o estímulo paterno para a

produção de anticorpos bloqueadores que protegerão o embrião e permitirão o

desenvolvimento dos tecidos placentários.

2.1.3 Linfócitos T e Citocinas

Funcionando como um tecido imunológico especializado, a decídua e

seus componentes assumem várias funções, entre elas um papel essencial na

implantação e manutenção da gestação (Loke et al, 1995; Cunningham et al,

2001). Os leucócitos deciduais podem contribuir direta e indiretamente pela

expressão de receptores que potencialmente mediam o reconhecimento do

trofoblasto fetal, a invasão trofoblástica e a produção de citocinas que regulam

e modulam a resposta imune materna e a função vascular (Moffett-King, 2002;

Chaouat et al, 2002).

Em gestação normal, as células trofoblásticas são resistentes à lise por

linfócitos T citotóxicos, citotoxicidade direta pelas células NK e citotoxicidade

dependente de anticorpo, esta última também ação das células NK locais

(Kinget al, 2000-b). Neste contexto, as citocinas assumem um papel

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complexo, atuando diretamente sobre a modulação da resposta imune. Elas

atuam como mediadores responsáveis pelo comportamento individual e pela

interação dos diferentes tipos celulares na interface materno-fetal. Podem ser

produzidas por macrófagos, linfócitos, células NK e pelas próprias células

trofoblásticas e agem através de vias complexas de feedback positivo ou

negativo, controlando o nível de ativação inflamatória neste microambiente.

Diferentes subpopulações de linfócitos T induzem a produção de um

grupo distinto de citocinas, responsáveis pela evolução ou pela interrupção da

gestação. Desta forma, linfócitos T helper tipo I (Th1) produzem IL-2, INFg e

fator de necrose tumoral beta (TNFb), que são caracteristicamente indutoras da

imunidade celular e, consequentemente, de abortamento. Linfócitos T helper

tipo 2 (Th2), todavia, produzem IL-3, IL-4 e IL-10, as quais promovem a

produção de anticorpos bloqueadores da atividade citotóxica, mantém as

células NK deciduais inibidas e têm potencial anti-inflamatório (Naiman et al,

2002; Plevyak et al, 2002; Clark et al, 1996; Mossman & Sad, 1996).

Os macrófagos estimulados liberam TNFa, que é capaz de induzir as

células NK a liberar IFNg. Este último ainda promove um feedback positivo

para a ativação continuada de macrófagos e outras células produtoras de TNFa

na interface materno-fetal, fortalecendo um ambiente citotóxico. Os linfócitos T

do tipo Th1 são também importante fonte destas citocinas pró-inflamatórias,

especialmente pela ação da IL-2 que é potente estimuladora da ativação NK-

macrofágica na interface materno-fetal. É interessante observar que parte do

mecanismo pró-inflamatório induzido pelo IFNg é resultante da indução da

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expressão de moléculas HLA de classe I e II, as quais constituirão alvo para

uma “alorejeição” materno-fetal, cujo reconhecimento pelas células T maternas

será facilitado pela presença de TNF no meio (Raghupathy et al, 2000; Ng et

al, 2002; Naiman et al, 2002).

Ao contrário, células Th2 têm o potencial de suprimir esta ativação

deletéria à gestação (Raghupathy et al, 2000; Ng et al, 2002; Clark et al,

1996), especialmente pela ação de IL-4 e IL-10, inibindo a ativação de células

NK uterinas (Clark, 1996; Bubanovic I, 2003). Além disso, as células

trofoblásticas liberam as interleucinas IL-4 e IL-7, que à semelhança das

citocinas produzidas pelos linfócitos Th2, promovem um feedback negativo

para as citocinas pró-inflamatórias Th1 (TNFa, IL-2, IFNg e IL-18).

2.1.4 Células NK

As células NK são células do sistema imune inato, reconhecidos pela

sua atividade citotóxica direta in vitro e com antígenos de superfície que os

caracterizam: CD16 e CD56. CD16 é um receptor de baixa afinidade para IgG,

está presente na maioria das células NK e é responsável pela função de

citotoxicidade celular dependente de anticorpo. Conforme a intensidade da

expressão do CD56, estas células podem ainda ser diferenciadas em duas

populações: CD56dim e CD56bright. As células CD56dim são altamente

citotóxicas, enquanto as células CD56bright são pouco citotóxicas, porém são

também produtoras de citocinas imunoregulatórias com perfil pró-inflamatório,

como IFNg e TNFa (Raj et al, 2005).

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A regulação da sua função depende da ativação dos seus diferentes

receptores. Elas possuem receptores de ativação (KAR – Killer Activating

Receptors) e de inibição (KIR – Killer Inhibitory Receptors) do seu potencial

citotóxico. Na gestação normal, as células trofoblásticas produzem IL-4 e IL-7

que induzem uma estimulação de linfócitos Th2 e um aumento do número de

receptores inibidores nas células NK deciduais, mantendo as células NK com

fenótipo não-ativado, ou seja, CD56+CD16-. Estas células são chamadas de

células NK uterinas, são capazes de reconhecer o HLA-G fetal e ainda são

produtoras de fatores supressores da citotoxicidade (Rouas-Freiss et al, 1997;

Moffet-King et al, 2002).

As citocinas Th1 são ditas indutoras de abortamento devido à sua

capacidade de induzir na interface materno-fetal a diferenciação fenotípica das

células NK, que constituem 40% dos linfócitos deciduais, em células ativadas,

ou seja CD56+CD16+. Células NK com este fenótipo perpetuam o ambiente rico

em IL-2, TNF e IFNg, com perfil Th1 pró-inflamatório e pró-trombótico devido à

ativação subsequente das células endoteliais (Ng et al, 2002; Naiman et al,

2002; Plevyak et al, 2002; Beaman et al, 1996).

Por fim, acredita-se que durante a gestação ocorra no território decidual,

à semelhança do que ocorre no timo, um processo de maturação linfocitária, o

qual é crucial para o bom desenvolvimento da gestação. Desta forma, a base

para a fisiopatologia do abortamento espontâneo de repetição estaria centrada

na ativação de células NK através de citocinas, ou seja, transformando-as de

células CD56+CD16- (produtoras de fatores supressores, pró-Th2) em células

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CD56+CD16+ (citotóxicas e pró-inflamatórias) (Bubanovic I, 2003), ou, de outra

forma, a não transformação do fenótipo das células NK para uma padrão não-

citolítico. Além da deficiência de células NK uterinas com fenótipo CD56+CD16-,

pacientes que apresentam abortamentos espontâneos de repetição também

possuem um número aumentado de células NK ativadas (CD56+CD16+) na

decídua e no sangue periférico (Hammer et al, 1997; King et al, 2000-b).

Análise com microarray mais citometria de fluxo e RT-PCR demonstra

que o fenótipo das células NK uterinas (CD16-CD56bright) é diferente das

células NK de sangue periférico (CD16+CD56dim) e que as primeiras dispõem

de um potencial immunoregulatório não demonstrado em células NK de sangue

periférico (Koopman et al, 2003). Estas observações sugerem que as células

NK uterinas representam uma subpopulação distinta das células NK circulantes

ou ainda que sofram uma diferenciação tecido-específica que as caracterizam

de forma tão peculiar. Todavia, além do que se conhece com relação às

citocinas locais, ainda são desconhecidos os eventuais fatores responsáveis

pelo controle do influxo, proliferação e diferenciação endometrial das células

NK.

Apesar da grande discussão na literatura e da grande necessidade de

um marcador periférico para tais diagnósticos, ainda se considera que a

quantificação de células NK de sangue periférico é incapaz de refletir o que de

fato acontece na interface materno-fetal ((Yamamoto et al, 1999; Yamada et

al, 2001; Yamada et al, 2003; Coulam et al, 1995; Beer et al, 1996; Eidukaite

et al, 2004; Cooper et al, 2001; Thum et al, 2004).. Desta forma, também não

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18

apresenta correlação com o número de perdas gestacionais prévias e é

incapaz também predizer o sucesso após procedimento de fertilização in vitro

(Raj et al, 2005; Thum et al, 2005)

A valorização clínica da quantificação de células NK no endométrio é

igualmente controversa, sem cut-offs de normalidade definidos até o presente

momento e sem valor prognóstico nos casos de abortamento recorrente

(Michimata et al, 2002).

2.1.5 Células T regulatórias

O mecanismo primário responsável pela tolerância aos auto-antígenos é

a deleção clonal dos linfócitos T auto-reativos que ocorre no timo. Todavia,

algumas células T auto-reativas escapam a este processo e reconhecem

antígenos teciduais periféricos. Desta forma, células T auto-reativas estão

normalmente presentes em todos os indivíduos. Todavia, a ocorrência de

doenças auto-imunes é relativamente rara. Isto indica que um mecanismo de

tolerância periférica aos auto-antígenos deve estar continuamente funcionante

para evitar doenças auto-imunes (Abbas et al,2002).

Existe consenso de que a população de células T CD4+CD25+ são as

células responsáveis por esta atividade imunoregulatória antígeno-específica.

Estão envolvidas com os mecanismos de tolerância periférica, tolerância aos

transplantes e tolerância materno-fetal, sendo, portanto, chamadas células “ T

regulatórias” (Treg) (Saito et al, 2005).

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Considerando que a maioria dos estudos são realizadas em modelos

murinos, hoje é bem conhecido que o fenótipo das células T CD4+CD25+ com

atividade imunoregulatória é discretamente distinto em humanos. As únicas

células em humanos com função imunoregulatória são as células T

CD4+CD25high (Saito et al, 2005), podendo ser encontradas em sangue

periférico, timo, linfonodos e sangue de cordão umbilical (Beacher-Allan et al,

2004).

As células CD4+CD25+ expressam um gene chamado FoxP3. a

transdução deste gene indica a expressão de CD25+, fortemente associado à

função regulatória das células T. Um problema encontrado é que CD25

também indica receptor para IL2, uma citocina Th1. Portanto, em tecidos

ativados, como, por exemplo, a decídua, o melhor indicador de função

imunomodulatória, ou seja, células Treg, é a detecção de FoxP3 em linfócito T.

Quando FoxP3 é expresso em células T CD4+CD25- ocorre uma diferenciação

destas células em linfócitos T CD4+CD25+ com capacidade imunoregulatória

(Hori et al, 2003; Fontenot et al, 2003).

Estas células inibem a imunoestimulaçào convencional das células T

através de contato célula-a-célula ou através de citocinas imunossupressoras,

como IL10 e TGFb. Outros mecanismos ainda têm sido propostos, como a

estimulação da IDO nestes linfócitos, enzima importante no metabolismo do

triptofano e essencial para a ativação linfocitária em geral (Saito et al, 2005).

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Na gestação, esta atividade é especificamente dirigida aos aloantígenos

paternos, regulando todo a intrincada rede atividade imune relacionada ao

aloreconhecimento, implantação, placentação e desenvolvimento fetal (Saito et

al, 2005). Apesar de os mecanismos específicos de sua ação

imunomodulatória na gestação ainda estarem sendo estudados, a proporção

de células Treg na decídua e no sangue periférico aumenta na fase de

gestação precoce (Saito et al, 1992; Sasaki et al, 2003). Além disso, a

ausência de células Treg leva à perda gestacional devido a uma rejeição

imunológica ao feto (Aluvihare et al, 2004).

Estas observações reforçam o papel fundamental destas células no

mecanismo de tolerância materno-fetal, especialmente após a demonstração

de que estas células de fato sofrem um aumento no sangue periférico no

período precoce gestacional, com pico no segundo trimestre e declinam no

período pós-parto (Somerset et al, 2004).

2.1.6 Estudos Clínicos

Os primeiros estudos de imunoterapia para perdas gestacionais

surgiram na década de 80, e a pergunta original ainda permanece sem

resposta. Como interferir nos mecanismos imunológicos de implantação

embrionária, em pacientes com histórico de perdas gestacionais, para melhorar

os resultados gestacionais? Diferentes formas de tratamento aloimune

surgiram, entre eles destacam-se: imunização com linfócitos e imunoglobulina

endovenosa.

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A proposta terapêutica utilizando-se imunização da mulher com linfócitos

do parceiro, surgiu da observação de que pacientes submetidos à transfusões

sanguíneas seriadas apresentavam menor rejeição de aloenxertos renais.

(Sollinger et al., 1984) Também se constatou uma redução da incidência de

abortos em animais por imunização prévia com células paternas (Chaouat et

al., 1983).

Alan Beer e colaboradores propuseram a utilização de linfócitos do

esposo, como melhor forma de imunização (Beer et al., 1996).

Os mecanismos de ação da imunoterapia com linfócitos ainda são pouco

conhecidos, mas inúmeras evidências demonstram que a utilização promove

principalmente, a formação de fatores humorais específicos e a redução da

atividade de células NK induzindo a um predomínio T-Helper 2, que são

essências para um bom processo de implantação embrionária (Pandey et al.,

2004).

O resultado do primeiro estudo duplo-cego aleatório, publicado em 1975

comparando o efeito da imunização da mulher com linfócitos do parceiro versus

linfócitos autólogos, observou melhora estatisticamente negativa nos resultados

reprodutivos, no grupo tratado com imunização com células do parceiro

(Mowbray et al., 1985). Desde então, inúmeros estudos têm relatado

divergência em relação à eficácia da imunização com linfócitos. Em 1994, umj

estudo de metanálise sobre a imunoterapia com linfócitos do parceiro conclui

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que esta abordagem terapêutica beneficiaria de 8 a 10 mulheres tratadas (The

Recurrent Miscarriage Immunoterapy Trialisis Group, 1994).

Recentemente, a Cochrane Database questionou a eficácia das diversas

formas de imunoterapia (imunização com linfócitos e Imunoglobulina Humana

Endovenosa) para abortamento recorrente, inclusive recomendando o

abandono dos testes imunológicos para os casais com abortamento habitual

(Porter et al., 2006). Após a sua publicação inicial, inúmeros autores

demonstraram os erros metodológicos da revisão bibliográfica (Takeshira,

2004) (Pandey et al., 2004).

Apesar da polêmica gerada pela Cochrane, inúmeros centros do mundo

recomendaram a utilização da imunoterapia com linfócitos paternos, como

forma de tratamento de abortamento recorrente de causa aloimune. No Japão

uma revisão recente revelou que 70% dos hospitais universitários e 80% das

clínicas de reprodução humana prescrevem imunoterapia com linfócitos

(Takeshira, 2004).

No Brasil, a utilização de vacinas com linfócitos em casais com perdas

gestacionais de repetição teve seu início, simultaneamente, com o Dr. Ricardo

Barini e Dr. Jorge Neumann na década de 90.

O protocolo de investigação e tratamento de fator aloimune em perdas

gestacionais mais utilizado no Brasil é o preconizado desde 1993 no

ambulatório de abortamento recorrente do Centro de Atenção à saúde da

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mulher da Universidade Estadual de Campinas. Os resultados da Unicamp e

de outros serviços com protocolos semelhantes apresentam taxa de sucesso

em torno de 80% na gestação seguinte ao tratamento (Barini et al., 1998)

(Caetano et al., 2006).

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3. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Diante da complexa fisiologia do Sistema Imune na gestação, podemos

inferir que diversas complicações gestacionais possam decorrer de alterações

nesta intrincada rede imunoregulatória dependente de interações entre

diferentes tipos celulares e de mediadores solúveis na interface materno-fetal.

Apesar de não se poder prever quem vai ou não disparar as respostas

necessárias diante de um desafio gestacional (primeiro contato com embrião),

especula-se que uma resposta aloimune inadequada possa decorrer de um ou

mais dos seguintes fatores: desbalanço Th1/Th2, número aumentado de

células NK citotóxicas (CD56+CD16+) deciduais, aumento de receptores de

ativação ou redução de receptores de inibição de células NK deciduais,

deficiência ou não-produção de anticorpos bloqueadores após repetidas perdas

gestacionais ou FIVs e/ou redução de células T regulatórias.

Sabe-se que o sistema Imune materno recebe a informação alogênica

via HLA-G fetal e, com isso, desencadeia a formação de anticorpos

especificamente dirigidos contra o anti-HLA paterno. Estes anticorpos podem

ser detectados na circulação materna através de prova cruzada contra

linfócitos do esposo, porém sofrem uma glicosilação local (decídua) tornando-

se incapazes de ativar complemento. Desta forma, o embrião fica protegido da

citotoxicidade habitualmente presente neste microambiente fisológico para

estados não-gestacionais. A partir desta produção de anticorpos específicos

todas as demais vias indutoras de tolerância fetal passam a modular a resposta

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imune como um todo priorizando a implantação, placentação, permanência e o

desenvolvimento fetal.

A imunização com linfócitos para tratamento de casais com

abortamento recorrente de causa aloimune foi descrita pela primeira vez no

início dos anos 80. Diferentes mecanismos de ação são descritos, formação de

anticorpos contra linfócitos do parceiro, redução da citotoxicidade das células

NK e equilíbrio do perfil de interleucinas com predomínio de T-Helper 2 são os

mais estudados. Existem diferentes protocolos de imunoterapia com linfócitos,

com variações de resultados gestacionais. Apesar de uma revisão sistemática

da bibliografia Cochrane questionar a eficácia da imunoterapia com linfócitos,

diversos centros no mundo permanecem indicando seu uso, com resultados

significantes desde que sejam obedecidos princípios básicos: critérios

rigorosos de seleção de casais, controle do tratamento com prova cruzada,

imunização pré-gestacional, utilização da via intradérmica e menor intevalo de

tempo possível entre coleta de sangue e aplicação da vacina.

O presente estudo se propõe a analisar retrospectivamente a

experiência dos últimos 5 anos de um único centro, com protocolo estabelecido

para a investigação e seleção das pacientes com abortamento recorrente, bem

como tratamento clínico e avaliação de seus resultados.

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4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar os desfechos clínicos de casais com abortamento recorrente,

após tratamento para modulação de fator aloimune.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

3.2.1 – Avaliar, após tratamento para modulação de fator aloimune, em casais

com abortamento recorrente a incidência de:

A) Gestação

B) Abortamento

C) Nascimento

3.2.2 – Comparar os resultados clínicos entre as duas formas de

tratamentos aloimune X imunoglobulina humana endovenosa.

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36

ARTIGO CIENTÍFICO Artigo formatado conforme recomendações da revista Human Immunology

(Official Journal of the American Society for Histocompatibility and

Immunogenetics).

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37

TREATMENT OF ALLOIMMUNE FACTOR IN RECURRENT ABORTION

Janaína Gomes da Silveira1, Tatiana Michelon 2, Fabíola da Silva Nardi3,

Juliana de Moura Montagner4, Jorge Neumann 5, César Pereira Lima6

1. Graduation Studies in Pathology – Federal University of Medical Sciences in Porto Alegre, Biologist of the Transplant

Immunology Laboratory at Santa Casa Hospital in Porto Alegre and Biologist of the Center of Reproductive.Immunology

2. Physician of the Transplant Immunology Laboratory at Santa Casa Hospital in Porto Alegre and Physician of the

Center of the Reproductve Immunology , Doctor’s degree in Pathology, PRODOC-CAPES researcher of the Graduation

Studies in Pathology at the Federal University of Medical Sciences in Porto Alegre.

3. Graduated in Biomedicine by the Federal University of Medical Sciences in Porto Alegre, biophysical of the

Transplant Immunology Laboratory at Santa Casa Hospital in Porto Alegre

4. Biologist of the Transplant Immunology Laboratory at Santa Casa Hospital Complex in Porto Alegre, Master’s degree

in Pathology

5. Physician Director of the Transplant Immunology Laboratory at Santa Casa Hospital in Porto Alegre and Physician of

the Center of the Reproductive.Immunology

6. Doctorate Professor of the Graduation Studies in Pathology at the Federal University of Medical Sciences in Porto

Alegre and Gynecologist and Obstetrician of the Clinical Team at Santa Casa Hospital in Porto Alegre.

Key words: Spontaneous recurrent abortion, Alloimmunization, Intravenous Human Immunoglobulin, Natural Killer

Cells, childbirth.

TREATMENT OF ALLOIMMUNE FACTOR IN RECURRENT SPONTANEOUS

ABORTION

Janaína Gomes da Silveiraa,b, Tatiana Michelon a,b, Fabíola da Silva Nardia,b,

Juliana de Moura Montagnera,b, Jorge Neumann a, César Pereira Limab,c

a. Transplant Immunology Laboratory – Santa Casa Hospital in Porto Alegre

b. Graduation Studies in Pathology – Federal University of Medical Sciences in Porto Alegre

c. Gynecology and Obstetrics Department – Santa Casa Hospital in Porto Alegre

Janaína Gomes da Silveira

870/1003, Roque Callage street

ZIP CODE 91350-090

Jardim Ipiranga

Porto Alegre – RS – Brazil

Phone/fax: (55)(51) 3342-4570

E-mail: [email protected]

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38

ABSTRACT Introduction: Immunological interventions may become effective in patients

with the history of recurrent spontaneous abortion (RSA).

Objective: To evaluate the clinical results of couples with recurrent abortion,

after modulation of alloimmune factoras treatment .

Patients and Methods: Women (n=96) with history of >3 RSA were

respectively analyzed. The Immunological Treatment (IT) with Alloimmunization

or Intravenous Human Immunoglobulin (IVIg) was performed after negative

crossmatch against the partner’s lymphocytes. The clinical characteristics of the

patients and Natural Killer (NK) endometrial cells of the secretory phase

(CD16+56) were analyzed for the childbirth/pregnancy outcomes. Qui-square

tests, Exact of Fisher, Student t and Mann-Whitney were carried out according

to the case (P<0,05; IC95%).

Results: 57 patients realized IT. Clinical pregnancy occurred in 29/44 (65.9%)

from the treated group with alloimmunization and 10/13 (76.9%) from the group

treated with Intravenous Human Immunoglobulin (IVIg) (P=0.520). 23/29

(79.3%) of childbirth from the pregnant patients among the treated group with

alloimmunization and 7/10 (70%) with IVIg (P=0,920) were observed.

Conclusion: Treatment of RSA in women without circulating aloantibodies

evidence with alloimmunization or IVIg has been associated with 75% of

childbirth in the subsequent pregnancy.

Key words: Recurrent spontaneous abortion, Alloimmunization, Intravenous

Human Immunoglobulin, Natural Killer Cells, Childbirth.

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39

INTRODUCTION

Gestational loss is the most frequent complication in pregnancy. The

spontaneous abortion may be observed in up to 15% of women (1). During

decades, recurrent spontaneous abortion (RSA) was defined as the occurrence

of 3 or more fetal losses with even 20 weeks of evolution without apparent

cause, being the investigation of the second loss, more recently admitted (2).

Considering 3 early and consecutive gestational losses, until 5% of the

couples present RSA, evidencing a specific cause in not more than 50% of the

cases (3,4). Among the most commonly identified causes are: chromosome

alterations (aneuploidy), uterine anatomical disorders, endocrinological and

infectious causes (5). However, for the development of a normal pregnancy,

there is also the necessity of a complex interaction between the neuroendocrine

and immunological systems. Immunological dysfunctions, however, may be

implicated in the gestational losses and not explained by isolated factors (6, 7, 8,

9).

Several immunological mechanisms have been associated with RSA,

such as the maintenance of an excessively pro-inflammatory microenvironment,

with Th1 cytokines and NK cytotoxic cells increase (10). Intervention on these

abnormalities , as immunotherapy, has been practiced for several years, with

results being considered controversial because of the heterogeneity of clinical

studies (11, 3, 12).

This study aims to analyze the clinical results of a series of cases with 3

or more recurrent abortions treated with parental lymphocytes or intravenous

human immunoglobulin (IVIg), the most widely applied approaches for the

modulation of gestational immune response.

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40

PATIENTS AND METHODS

96 women were respectively analyzed with history of 3 or more RSA,

assisted by the Transplant Immunology team at Santa Casa Hospital in Porto

Alegre, from January 2002 to July 2007. The patients were submitted to a

gynecological evaluation, besides immunological and cytogenetic investigation.

Thrombophilias of genetic origin were investigated (mutation of

prothrombin gene, mutation of Leiden, deficiency of antithrombin III and

deficiency of S and/or C protein) and antiphospholipid syndrome of

(anticardiolipin, lupic anticoagulant, and anti-β2glicoprotein I). In addition, the

presence of anti-phosphatidilserin autoantibodies was researched (13, 14, 15, 16). In

case of the diagnosis, patients were conveniently treated along the pregnancy

with salicylic acetyl acid and/or enoxaparin, according to the current

recommendation (15).

Alloimmune Factor The couple with RSA was considered likely bearer of an alteration of

alloimmune response to the embryo when there was no circulating anti-parental

aloantibodies in the female blood.

Although not considered as a diagnostic criterion, all women were

submitted to a relative quantification of NK cytotoxic cells among endometrial

lymphoid cells during the secretory phase of the menstrual cycle. In the cycle

when this evaluation was realized, no patient used hormonal contraceptive. This

test was utilized as an auxiliary to the endometrial evaluation, with potential

prognostic effect for the proposed therapy.

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41

Crossmatch against Parental Lymphocytes

For the identification of antibodies directed against aloantigens of

parental origin, a crossmatch was performed against the spouse’s total

lymphocytes by the complement dependent microlymphocitotoxicity (CDC)

technique of , according to the protocol advocated by the American Society of

Histocompatibility and Immunogenetics (ASHI) (17).

Cellular Quantification

The quantification of NK cells was performed using a FacsCalibur flow

cytometer (Becton Dickinson, Sao Jose, CA), applying CellQuest program,

version 3.1 (Becton Dickinson, Sao Jose, CA). The endometrial samples were

collected during the secretory phase of the menstrual cycle, conditioned in a

sterile recipient containing physiological solution NaCl 0,9% and analyzed up to

6 hours. Mechanical cellular disaggregation was realized through the tissue

maceration, obtaining a cellular suspension.

The quantification of T lymphocytes, B lymphocytes and NK cells in

endometrium was defined as a percentage of each cellular type among a total

of 15000 events analyzed in each test. The total number of lymphocytes was

identified as CD45+ with high fluorescence, obtained through the strategy of

analysis SSC/CD45. From this point, respective relative quantifications of the

cells, the types of interest were determined: T lymphocytes (CD3+; anti-CD3

PerCP, Becton Dickinson San Jose, CA), B lymphocytes (CD19+; anti-CD19

PE, Becton Dickinson, San Jose, CA) and NK cells (CD16+CD56; PE, Becton

Dickinson, San Jose, CA). For the purpose of this study, the cells

simultaneously identified through CD16+CD56 were called “NK cells”

(CD45+/CD3-/CD19-/CD16+CD56+).

Treatment for the modulation of alloimmune factor Patients defined as bearers of alloimmune factor, that is, with probable

alteration of alloimmune response to the embryo by the absence of anti-parental

aloantibodies in the female blood circulation, were treated, according to the

couple option, with: alloimmunization using the husband’s lymphocytes or IVIg.

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42

The decision for the treatment was based on the best available clinical practice,

in common accordance between the assistant doctor (gynecologist),

immunologist and the own couple.

Patients with evidence of circulating anti-paternal alloantibodies or with

alteration in the couple cariotype had a formal contraindication for

immunological treatment.

Alloimmunization with the husband´s lymphocytes

For this modality of therapy, a paternal serological screening was

performed, including: anti-HIV, anti-HTLV I and II, anti-HCV, HBsAg, VDRL and

Chagas, according to current recommendations fornational haemotherapy

services(18). Any positivity constituted contra-indication for the alloimmunization.

According to the international practice, women not bearing antigen D (Rh factor)

received passive immunization aftereach alloimmunization, due to the

theoretical risk of anti-D immunization by eventual contamination of the

lymphocitary suspension with D+ positive erythrocytes (19).

The treatment constituted of subcutaneous injection of a total lymphocyte

suspensionobtained from the separation of the husband’s peripheral blood

through the gradient of density (Histopaque, Sigma-Aldrich, UK). Each one of

the doses contained 30-50x106lymphocytes/ml, and was repeated with intervals

from 3 to 4 weeks. After the third dose the first evaluation of the treatment was

performedby a CDC crossmatch against husband T lymphocytes (T,

T+ditiotreitol (DTT), T+human anti-globulin (AGH), T+AGH+DTT) for

determining the presence of antibodies IgG isotype directed against class I

HLA antigens. All tests were peformed with serum and serial titles up to 1:256.

The positivity in title 1:32 was searched based on the pilot study with pregnant

women at term without obstetrics complication (data not presented), focusing on

the circulating antibody persistence detectable by a long period until the

beginning of the next pregnancy.

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43

Intravenous Human Immunoglobulin (IVIg) Contra-indication for this therapeutic modality was the clinical history

compatible with the congenital deficiency IgA , to

Immediately after the pregnancy biochemical confirmation (always as

soon as possible), the patient received a dose of IVIg 0.5g/kg. The dose was

repeated every four weeks, until the end of the first gestational trimester. In this

analysis, four cases of RSA after in vitro fertilization procedure . These patients

received the first dose of IVIg 24-48hours before the embryo transfer (20).

The drug was administrated in the hospital environment under

continuous clinical monitoring during the infusion, due to the risk of

anaphylactic and idiosyncratic reactions.

Statistical Analysis Qui-square tests or Exact of Fisher were applied for the quantitative

variable analysis, and Student t test or Mann-Whitney for continuous variables.

The results were described through percentage, mean and standard deviation

or median, according to the case. Significant values of P<0.05 and interval of

confidence of 95% (IC95%) were considered. Statistical Package for Social

Sciences (SPSS) software version 14.0 was applied.

Ethical Considerations This observational study is a descriptive analysis of a single clinical

experience in a private setting, where we searched for providing the selected

patients with the best available practice for dealing with RSA, and being

individually evaluated. The decision for the treatment was in common

accordance between the assistant doctor, the immunologist, and the own

couple, based on the ethical principles of non-damage, justice, benefiting and

autonomy. The present study was carried out after being approved by the

Committee of Ethics and Research from two involved institutions, guaranteeing

the confidentiality of the collected data.

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44

RESULTS

Figure 1 describes the casuistic analyzed in this series. From 96 eligible

patients, 57 patients that were treated with immunotherapy were studied. . The

women’s mean age from the studied group was of 37.0+4.9 years old

(minimum: 25 and maximum: 45 years old), being 63.2% (n=36) of them with

age superior to 35 years old.

The majority of the studied patients were bearer of primary RSA (n=46;

80.7%), existing 9 (15.8%) patients with 1 son and two (3.5%) with two previous

children. The mean number of previous miscarriages was of 3.4+0.6 (minimum:

3 and maximum: 5).

Thrombophilia was completely investigated in 50 from 57 patients, being

40% (20/50) positive: autoimmune (n=12; 24.0%), genetics (n=5; 10.0%) and

associated with genetics+autoimmune (n=3; 6.0%). The genetic thrombophilias

diagnosed included: mutation of Leiden in heterozygosity (n=3; 6.0%),

deficiency of S protein (n=2; 4.0%), deficiency of antithrombin III (n=2; 4.0%)

and mutation in the prothrombin gene (n=1; 2.0%). From 15 cases with

antiphospholipid syndrome, the following auto-antibodies were evidenced: lupic

anticoagulant (n=1), anti-cardiolipin (n=4), anti-β2glicoprotein I (n=5), anti-

phosphatidilserin (n=2), association with anti-cardiolipin+anti-β2glicoprotein I

(n=2) and association with anti-cardiolipin+anti-phosphatidilserin (n=1). From 7

confirmed cases of anti-cardiolipin, 5 were of IgM isotype and 2 IgM+IgG. From

7 positive cases of anti- β2glicoprotein I, 3 were IgM, 2 IgG and 2 IgM+IgG. 3

patients with anti-phosphatidilserin had, respectively, IgM, IgG and IgM+IgG.

The distribution of the endometrial lymphoid cells in the second phase of

the cycle was the following: CD3+ 53.2+15.5%, CD19+ 8.3+5.5% and NK

36.8+14.5%.

The global range of pregnancy after the immunological treatment during

the follow up was of 68.4% (n=39). Childbirth occurred in 30 of these cases

(76.9%). The patients’ clinical characteristics have been presented according to

the clinical outcome (pregnancy and childbirth) in tables 1 and 2, respectively.

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45

For analysis of the pregnancy outcome and childbirth, 57 patients with

alloimmune factor that received immunological treatment were divided in 2

groups: the ones that received alloimmunization with husband lymphocytes

(n=44; 77.2%) and the ones that received treatment with IVIg (n=13; 22.8%).

The mean age of patients treated with parental lymphocytes was of 37.0 + 4.7

years old, mean of previous miscarriages of 3.3 + 0.6 and endometrial NK cells

of 36.7+14.9%. The mean age of patients treated with IVIg was of 37.0 + 5.8

years old, 3.5+0.8 previous miscarriages and mean of endometrial NK cells of

37.2+13.8%. These characteristics were similar among the groups of treatment,

as well as the incidence of genetic and/or acquired thrombophilia (40% in both

groups; P=1,000).

Clinical results of pregnancy and childbirth have been presented in Table

3 according to the type of immunological treatment received. Along the

monitoring, clinical pregnancy was documented in 65.9% (29/44) of the group

treated with alloimmunization and 76.9% (10/13) of IVIg group (P=0,520). Four

patients with RSA were, by the immunological treatment occasion with IVIg,

performing in vitro fertilization procedure due to maternal age. Three of them did

not have implantation and one had gemelar pregnancy with evolution at the

term period. The miscarriage occurred in 20.7% (6/29) of the patients treated

with alloimmunization that got pregnant later and in 30.0% (3/10) from those

with IVIg. The rate of post-treatment childbirth was not different among the

groups either, being 79.3% (23/29) and 70.0% (7/10) in alloimmunization

groups and IVIg, respectively, according to what was demonstrated in the

graphic 1 (P=0.920).

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46

DISCUSSION

RSA challenge begins with its diagnosis, being one of few diseases in

which it is necessary to suffer at least twice (until recently three times) the

complication before being authorized its investigation by academic

recommendations. Considering that the most common cause of fetal loss is

aneuploidy, it is fundamental to provide the chromosomal diagnosis before

inexplicit gestational losses, associating it with the conventional anatomy-

pathological evaluation (21). The lack of abortion cariotype may compromise, or,

at least, delay future diagnostic strategies, once the couple’s cariotype

evaluation, as performed in the present study, has not excluded the occurrence

of previous numerical chromosome deficiencies.

The best accepted immunological mechanism among clinicians as the

cause of the gestational losses has still been related to the presence of

antiphospholipidantibodies. Nevertheless, this diagnosis has still found

resistance in the assistance practice, although a lot has been improved in

relation to the diagnostic criteria, laboratory methodologies and safe possibilities

of treatment along the pregnancy and puerperal. Physio-pathologically, the

importance of this mechanism has been explained by its persistent

inflammatory potential at the maternal-fetal interface and activation of the

complement (22,23). The genetic thrombophilias have also been associated with

RSA, having to, therefore, be valued and treated during the pregnancy (24) Our

results have presented the prevalence of antiphospholipid syndrome and

thrombophilia of genetic origin being compatible to the described ones in the

majority casuistic, however, the association of this factor may masquerade the

interpretation of results obtained with the respective modalities of applied

immunological therapy (16, 25).

The majority of gestational losses that are related to chromosome

abnormalities have derived from failures in the process of embryo implantation.

The physiological and molecular understanding, responsible for this crucial

phase for the gestational success, has probably constituted the only way for

understanding and the development of efficient clinical interventions in

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47

searching for the reproductive success (26) The process of embryo implantation

depends on the properties of the endometrium that are not only influenced by

hormonal factors, but also by immunological effector mechanisms (27, 28, 29, 30).

Although some degree of inflammatory response is necessary for the invasion

process and initial implantation, the excess of inflammation is known deleterious

to the gestational development (31, 32) and needs to be regulated.

The importance of maternal-fetal alloimmunotolerance involved in this

process is still less discussed among the clinicians and ends up with the lack of

clearness of the diagnostic criteria and in the shortage of systematical studies

and clinical trials in this area. The most important reason for this has derived

from the persistence of concepts that guide the beginnings of the immunological

interventions, but that currently has shown mistaken or distorted. The own

concept of embryo as semi-allogeneic graft, making possible to suffer rejection

in the maternal organism, has constituted, these days, the overly simplistic

explanation for the miscarriage by the immunological cause. It is related, in fact,

to a failure in the complex immune response that must be established from the

understanding of the beginning of a pregnancy and the establishment of a

favorable environment to the embryo development intrinsically related to

maternal-fetal alloimmunotolerance.

Therefore, loss cases may be better explained as a result of a hostile

environment, in which the embryo ends being the victim of an inflammation and

auto-immunity process (33). Collaborating with it, the importance of the

accumulation of theT regulatory cells in the implantation fields becomes clear,

modulating the indirect recognition of parental alloantigens, and the persistence

of elevated levels of these cells in women’s circulation with normal pregnancy.

Therefore, the regulation of the immune response, with anti-inflammatory

cytokines, non-complement activating antibodies modulating NK citotoxicity and

increase in regulatory T cells are fundamental mechanisms for the normal

pregnancy maintenance (34, 35, 36, 37, 38, 39).

If the stimulus to this modulation, is represented by the own pregnancy,

that is the presence of the embryo, is rational if supposed in women that find

difficulty in triggering this response, and that already lost repeated pregnancies,

may benefit by promoting such modulation before starting it. For almost 25

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48

years, the alloimmunization in the treatment of RSA has been applied, with

favorable results all over the world. However, the “controversy” has been

sustained, where scandalous motivated by its bad practice forced a search for

an alternative therapeutic modality. The alternative for alloimmunization is IVIg

and, more recently, anti-TNFα. Drugs. However,, these drugs are still being

difficultly accessed and their cost is practically prohibited for its clinical

utilization in larger scale. For this reason, especially for IVIg, these therapies

finishes being directed to more complex cases, compromising the results.

Despite of contrary publications, an important randomized double-blind and

placebo-controlled European study defined clearly its benefit to secondary RSA (39).

A particularity of RSA treatment with IVIg has been related to the delay

of the beginning of the treatment, that is, starting only after the clinical

diagnostic of pregnancy confirmation, and leaving the first weeks of evolution

completely free from immunological protection. The importance of the beginning

of the IVIg treatment pre-conceptionally was suggested by meta-analysis

published by Daya and coworkers (40, 41) Although not significant, the smallest

childbirth rate observed among the patients treated with IVIg in our series may

be explained through this fact. An aggravated potential in this case that

deserves being highlighted was the inclusion of patients with previous RSA

being submitted to an assisted reproduction procedure at the time of the

immunotherapy.

Clinical trials involving pregnant women, especially the ones passing

through high risk, that had already lost at least 3 previous pregnancies, are

extremely hard to be performed due to epidemiological and ethic issues. The

patients do not accept placebo treatment, understanding it as an invitation for a

repetition of the previously experienced case. Although devoid of an ideal

design, the present study reinforces the necessity and the validity of the

observational studies when evidencing that those similar clinical benefits may

be reached with less expensive therapies, constituting a real perspective of

prognostic improvement.

The alloimmunization increases the chance of childbirth with subsequent

pregnancy in at least 9 to 10% (42). By adopting a strict criterion of more than

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49

three abortions with the same spouse, without previous children and with the

absence of autoantibodies, it is necessary to treat three to four patients for

obtaining an additional childbirth. This protector effect continues to be shown by

recent studies (12, 43, 44)

Intriguing is the clear observation that an only study, conducted by Ober

and collaborators, endowed of gross bias, compromises the significance of the

benefit above described, in meta-analysis of Cochrane, rebounding negatively

not only in the scientific community (45, 46). Beyond the absence of criteria for the

indication of treatment, one of the explanations for the divergent results

presented by Ober and collaborators is the storageof lymphocytes for at least

12 hours before its administration under low temperature. This practice results

in the reduction of the expression CD200 in the cellular membrane, molecule

responsible for the protector immunomodulatory effect (47). Other authors have

also criticized this bad practice of lymphocyte storage before its administration

and they have related the benefits of immunotherapy to the use of fresh

isolatedlymphocytes (43)

As part of the observed heterogeneity in the majority of clinical studies in

this field, recent studies have demonstrated benefit in the combination of the

therapies: without alloimmunization and without IVIg: 19% x IVIg: 55% x

IVIg+alloimmunization: 70% of childbirth (44). When anti-TNFα plus heparin are

applied instead of alloimmunization very similar to the previous results may be

observed (heparin: 19% x heparin+IVIg: 54% x heparin+IVIg+anti-TNFα: 71% of

childbirth) (48)

The clinical results observed in this series of cases are similar to the

reported ones in the literature, with childbirth rates superior to 70%,

independently on the number of necessary immunizations, similar to what

observed in women with RSA with aloantibodies (49, 43). It is interesting to

highlight that the protocol of immunization evaluated in this study was extremely

demanding with the level of antibodies, aiming the prolonged maintenance of

circulating antibodies, once the majority of patients was above 35 years old,

strongly associated with the reduction of fertility. However, for the same reason

and supported by the observed results, and by several protocols already

applied in the literature, it has been plausible to consider only the positivity of

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50

the crossmatch for the beginning of the pregnancy (generally after 2 or three

immunizations), once the developed IgG assures the specific immunological

memory.

Although not evaluated in the present study and despite of the

heterogeneity of the samples, the protocols of evaluation and the treatment

applied in several series, the childbirth rate observed in women with RSA that

not received immunological treatment is about 30% (in the circulating

aloantibody absence) and 50% (when not evaluated for this factor) (12, 50, 51)

Before what currently has been known on the antigenic expression of

trophoblastic cells, those that represent the fetal interface in contact with the

cells of the maternal decidual immune system, the probable specificity of such

antibodies are class I HLA moleculesrepresented by C (HLA-C) antigens,

evaluated in the crossmatch against husband´s lymphocytes (52) In addition, as

from a natural pregnancy as after the induced immunomodulation through

alloimmunization with lymphocytes or IVIg, the predominance of Th2 cytokines

may be observed (53). This pattern of humoral response, strongly associated

with the stimulation of lymphocytes B, synthesis of antibodies and the reduction

of NK citotoxicity, is, therefore, related to the efficacy of the immunomodulatory

therapy (54, 55, 56, 57, 12, 58). The most similar effects are the effects that

characterize IVIg as an anti-inflammatory medication and embryo protector,

including: blocking of Fc receptors, neutralization of auto-antibodies via

idiotypic-anti-idiotypic network, interference in apoptotic via mediated by Fas-

Fas ligand, regulation of the complement components, reduction of the NK

cytotoxic activity, inhibition of the metalloproteinases, suppression of activation

transcription factors (NFkB), reduction of the leukocytes recruitment, attenuation

of the stimulus mediated by T cells and kinetic modulation of the antibodies and

dentritic cells (59) At least, part of the suppressor effect of NK citotoxity induced

by IVIg is mediated by CD200 molecules present in the presentations of IVIg in

varied quantities, explaining the differences in the suppressor potential among

several commercial presentations of the medication (33)

The evidence has been strong, therefore, related to what immunological

factors involved in RSA may be modulated for increasing the childbirth rate in

selected patients. The identification of specific subsets for therapeutic

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51

individualization before the multiplicity of available options (AAS, heparin,

alloimmunization, IVIg, anti-TNF, isolated or associated) has constituted the

greatest challenge today.

This challenge starts in the standardization of methodologies, criteria of

initial evaluation and monitoring of pre and post-conception. A classical

example is valuing the controversy of the quantification of NK cells in peripheral

blood, with little reproductive results and easily modified by factors non-related

to the history and/or RSA physiopathology (stress, for example). NK cells may

be characterized in subsets, according to the phenotypic expression or by its

functionality (cytotoxic capacity and/or production of cytokines) and this

heterogeneity has hindered the comparison among the studies (60).

NK uterine cells, less eminently cytotoxic, with a pattern of expression of

peculiar surface markers CD16 and CD56 (>90% CD16-CD56high) differ in

phenotypic and the functionality of the population of circulating NK (>90%

CD16+CD56low) and its endometrial concentration is hormonally regulated (61).

Several studies associate elevated rates of NK cells in the blood and

endometrium with recurrent miscarriage and response to the treatment for RSA (62, 63, 64, 20). In a previous study (65) we confirmed the inexistence of the

correlation between the distribution of circulating lymphoid cells and the cells

present in the secretor endometrium. At this moment, we have confirmed the

incapacity of this endometrial evaluation in the prediction of a clinical result and

in the selection of the subsets of patients with RSA with better perspective of

success after immunotherapy. This way, the best evidences indicate that the

quantification of intracellular cytokines and/or the quantification of markers of

activation in lymphocytes and in NK peripheral stimulated cells (CD56high),

beyond the test of reactivity NK and/or the quantification of NKT circulating cells

(CD3+CD56+), presented better clinical correlation and correlation with a

response to the treatment (66, 67).

Finally, the pregnancy constitutes a physiological exceptional

phenomenon in the female homeostasis and demands equally from the immune

system. Old concepts have been better understood today concerning the

maternal-embryo relationship and the potential risks for the “non-tolerance” by

the maternal immune system, as well as by the maintenance of active

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52

autoimmune mechanisms. In the same way, old solutions, as the

alloimmunization and AAS, initially directed to distinct goals with which have

searched for interfering these days, constituting a precious arsenal for dealing

with RSA. It is necessary to investigate it more frequently and more previously.

It is necessary to uniform conducts and select subsets of patients with RSA who

have available diagnostic and/or prognostic resources beyond the therapeutic

possibilities. It is necessary to understand RSA as a complex disease for being

able to approach it in clinical studies in a multifactor means and, this way, to

control the involved factor and make possible the stratification of risk/prognostic

and optimization of therapeutic strategies.

In conclusion, the treatment of RSA without evidence of circulating

aloantibodies with alloimmunization with paternal lymphocytes or IVIg has been

associated with more than 75% of childbirth in subsequent pregnancy.

Association with thrombophilias and/or antiphospholipid syndrome has been

common, thus, demanding appropriate investigation.

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Figure 1. Recurrent Spontaneous Abortion (RSA; >3 fetal losses before 20

weeks) – description of the casuistic.

AER > 3 losses before 20 weeks N=96

Without

Alloimmune Factor or

Non-Treated n=39

(40,6%)

Alloimmune Factor Treated

n=57 (59,4%)

Without Follow-up

Alloimmunization n=44

(77,2%)

IVIg n=13

(22,8%)

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Table 1. Comparison of patients’ clinical characteristics according to clinical

outcome.

Non-pregnant

women (n=18) Pregnant women

(n=39) P

Age (n ± SD) 39,2 ± 5,1 35,9 ± 4,5 0,016 Age > 35 13/18 (72,2%) 23/39 (59,0%) 0,335

Miscarriage # 3,3 ± 0,7 3,4 ± 0,6 0,890 Previous children #

0,1 ± 0,3 0,3 ± 0,6 0,271

CD16 + 56%* 37,1 ± 17,3 36,6 ± 13,2 0,726 Immunizations #

** 8,2 ± 2,1 6,3 ± 2,1 0,041

Thrombophilia 5/15 (33,3%) 15/35 (42,8%) 0,529 Genetical

Thrombophilia 2/15 (13,3%) 6,35 (17,1%) 1,000

Auto-immune Thrombophilia

3/15 (20%) 12/35 (34,3%) 0,502

SD: standard deviation

*%NK CD16+56 among endometrial lymphocyte cells in the secretory phase of

the menstrual cycle.

** Among patients treated by alloimmunization with the husband’s lymphocytes.

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Table 2. Comparison of patients’ clinical characteristics according to clinical

outcome.

Without childbirth (n=9)

With childbirth (n=30)

P

Age (n ± SD) 36,9 ± 5,6 35,6 ± 4,1 0,466 Age > 35 6/9 (66,7%) 17/30 (56,7%) 0,711

Miscarriage # 3,2 ± 0,7 3,4 ± 0,6 0,464 Previous children #

0,4 ± 0,7 0,2 ± 0,5 0,376

CD16 + 56%* 34,0 ± 10,8 37,4 ± 14,0 0,440 Immunization #

** 7,6 ± 2,2 6,0 ± 2,2 0,158

Thrombophilia 2/8 (25%) 13/27 (48,1%) 0,419 Genetical

Thrombophilia 1/8 (12,5%) 5/27 (13,5%) 1,000

Auto-immune Thrombophilia

2/8 (25%) 10/27 (37,0%) 0,685

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Table 3. Pregnancy and childbirth rates according to the type of immunological

therapy: alloimmunization with paternall lymphocytes or intravenous human

immunoglobulin (IVIg).

Alloimmunization(n=44)

IVIg (n=13)

Total (n=57)

P

Pregnancy 29/44 (65.9%) 10/13

(76.9%)

39/57

(68.4%)

0.520

General Childbirth

23/44 (52.3%) 7/13 (53.8%) 30/57

(52.6%)

Pregnant Women’s Childbirth

23/29 (79.3%) 7/10 (70.0%) 30/39

(76.9%)

0.920

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Graphic 1. Childbirth rate in recurrent spontaneous abortion after

immunotherapy, according to the type of treatment.

23/29 (79,3%)

7/10 (70,0%) IVIg: intravenous human immunoglobulin

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Aloimunização IVIg

%

ALLOIMUNIZATION

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TRATAMENTO DE FATOR ALOIMUNE EM ABORTAMENTO RECORRENTE

Janaína Gomes da Silveira1, Tatiana Michelon 2, Fabíola da Silva Nardi3,

Juliana de Moura Montagner4, Jorge Neumann 5, César Pereira Lima6

1. Aluna de Pós-Graduação em Patologia – Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e Bióloga do

Laboratório de Imunologia de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre e do Centro de Imunologia da Reprodução.

2. Médica do Laboratório de Imunologia de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre e do Centro de Imunologia da

Reprodução, Doutora em Patologia, pesquisadora PRODOC-CAPES do Programa de Pós-Graduação em Patologia da

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

3. Graduada em Biomedicina pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, biomédica do

Laboratório de Imunologia de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre

4. Bióloga do Laboratório de Imunologia de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre, mestre em Patologia

5. Médico diretor do Laboratório de Imunologia de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre e do Centro de

Imunologia da Reprodução.

6. Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Patologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de

Porto Alegre e Ginecologista e Obstetra do Corpo Clínico da Santa Casa de Porto Alegre.

Palavras Chave: Aborto espontâneo recorrente, Aloimunização, Imunoglobulina Humana Endovenosa, Células Natural

Killer, nascimento.

TREATMENT OF ALOIMMUNE FACTOR IN RECURRENT SPONTANEOUS

ABORTION

Janaína Gomes da Silveiraa,b, Tatiana Michelon a,b, Fabíola da Silva Nardia,b,

Juliana de Moura Montagnera,b, Jorge Neumann a, César Pereira Limab,c

a. Transplant Immunology Laboratory – Santa Casa Hospital

b. Pathology Post Graduation Program – Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

c. Gynecology and Obstetrics Department – Santa Casa de Porto Alegre

Janaína Gomes da Silveira

Rua Roque Callage 870/1003

CEP 91350-090

Bairro Jardim Ipiranga

Porto Alegre – RS – Brasil

Fone/fax: (55)(51) 3342-4570

E-mail: [email protected]

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RESUMO Introdução: Intervenções imunológicas podem se tornar efetivas em pacientes

com histórico de abortamento espontâneo recorrente (AER).

Objetivo: Avaliar os desfechos clínicos de casais com abortamento recorrente,

após tratamento para modulação de fator aloimune.

Pacientes e Métodos: Foram analisadas, retrospectivamente, mulheres (n=96)

com histórico de >3 AER. Tratamento imunológico (TI) com Aloimunização ou

Imunoglobulina Humana Endovenosa (IVIg) foi realizado após prova cruzada

negativa contra linfócitos do parceiro. Características clínicas das pacientes e

células Natural Killer (NK) endometriais da fase secretória (CD16+56) foram

analisadas para o desfecho gestação/nascimento. Os testes Qui-quadrado,

Exato de Fisher, t de Student e Mann-Whitney foram empregados conforme o

caso (P<0,05; IC95%).

Resultados: 57 pacientes realizaram TI. Gestação clínica ocorreu em 29/44

(65,9%) no grupo tratado com aloimunização e 10/13 (76,9%) no grupo tratado

com Imunoglobulina humana endovenosa (IVIg) (P=0,520). Observou-se 23/29

(79,3%) de nascimento no grupo tratado com aloimunização e 7/10 (70%) no

grupo tratado com IVIg (P=0,920).

Conclusão: O tratamento de AER para mulheres sem evidência de

aloanticorpos circulantes com aloimunização ou IVIg está associado a mais de

75% de nascimento em gestação subsequente.

Palavras-chave: Aborto espontâneo recorrente, Aloimunização,

Imunoglobulina Humana Endovenosa, Células Natural Killer, Nascimento.

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LISTA DE ABREVIATURAS

AER ABORTO ESPONTÂNEO DE REPETIÇÃO NK CÉLULAS NATURAL KILLER IVIg IMUNOGLOBULINA HUMANA ENDOVENOSA CDC CITOTOXICIDADE DEPENDENTE DE COMPLEMENTO DTT DITIOTREITOL AGH ANTI-GLOBULINA HUMANA

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INTRODUÇÃO

A perda gestacional é a complicação mais freqüente da gestação. O

abortamento espontâneo pode ser observado em até 15% das mulheres (1).

Durante décadas, abortamento espontâneo recorrente (AER) foi definido como

a ocorrência de 3 ou mais perdas fetais com até 20 semanas de evolução,

sendo muito recentemente admitida a investigação a partir da segunda perda

sem causa aparente (2).

Admitindo-se as 3 perdas gestacionais precoces e consecutivas, até 5%

dos casais apresentam AER, evidenciando-se uma causa específica em não

mais do que 50% dos casos (3,4). Entre as causas mais comumente

identificadas estão: as alterações cromossômicas (aneuploidias), alterações

anatômicas uterinas, causas endócrinas e infecciosas (5). Entretanto, para o

desenvolvimento de uma gestação normal, existe também a necessidade de

uma interação complexa entre os sistemas neuro-endócrino e imunológico.

Disfunções imunológicas, portanto, podem estar implicadas nas perdas

gestacionais não explicadas por fatores isolados (6, 7, 8, 9).

Diversos mecanismos imunológicos têm sido associados aos AER, tais

como a manutenção de um microambiente excessivamente pró-inflamatório,

com aumento de citocinas Th1 e de células NK citotóxicas (10). Intervenção

sobre estas anormalidades através de imunoterapia tem sido praticada há

vários anos, com resultados considerados controversos diante da

heterogeneidade dos estudos clínicos (11, 3, 12).

Este estudo se propõe a analisar os resultados clínicos de uma série de

casos com 3 ou mais abortamentos recorrentes tratados com linfócitos

paternos ou imunoglobulina humana endovenosa (IVIg), as abordagens mais

amplamente empregadas para a modulação da resposta imune gestacional.

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PACIENTES E MÉTODOS

Foram analisadas retrospectivamente 96 mulheres com histórico de 3 ou

mais AER, atendidas no Laboratório de Imunologia de Transplantes da Santa

Casa de Porto Alegre, no período de janeiro de 2002 a julho de 2007. As

pacientes foram submetidas a avaliação ginecológica, além de investigação

imunológica e citogenética.

Foram investigadas trombofilias de origem genética (mutação da

protrombina, mutação de Leiden, deficiência de antitrombina III e deficiência de

proteína S e/ou C) e de síndrome antifosfolipídeo (anticoagulante lúpico,

anticardiolipina e anti-β2glicoproteína I). Também foi pesquisada a presença de

auto-anticorpos anti-fosfatidilserina (13, 14, 15, 16). Diante de um destes

diagnósticos, foram tratadas convenientemente ao longo da gestação com

ácido acetil salicílico e/ou enoxaparina, conforme recomendação vigente (15).

Fator Aloimune O casal com AER foi considerado como portador de uma provável

alteração da resposta aloimune ao embrião diante da ausência de

aloanticorpos anti-paternos na circulação sangüínea feminina.

Embora não considerado critério diagnóstico, todas as mulheres foram

submetidas à quantificação relativa de células NK citotóxicas entre as células

linfóides endometriais em fase secretora do ciclo menstrual. No ciclo em que se

realizou esta avaliação, nenhuma paciente fazia uso de anticoncepção

hormonal. Este teste foi utilizado como auxiliar na avaliação endometrial, com

potencial efeito prognóstico para a terapia proposta.

Prova Cruzada Contra Linfócitos Paternos

Para a identificação de anticorpos dirigidos contra aloantígenos de

origem paterna empregou-se prova cruzada contra linfócitos totais do cônjuge

por técnica de microlinfocitotoxicidade dependente de complemento (CDC),

conforme protocolo preconizado pela Sociedade Americana de

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Histocompatibilidade e Imunogenética (American Society for Histocompatibility

and Immunogenetics-ASHI) (17).

Quantificação celular

A quantificação das células NK foi realizada em citômetro de fluxo

FacsCalibur (Becton Dickinson, Sao Jose, CA), empregando-se o programa

CellQuest versão 3.1 (Becton Dickinson, Sao Jose, CA). As amostras

endometriais foram colhidas durante a fase secretora do ciclo menstrual,

acondicionadas em frasco estéril contendo solução fisiológica NaCl 0,9% e

analisadas em até 6 horas. Realizou-se separação celular mecânica, através

de maceração tecidual, obtendo-se uma suspensão celular.

A quantificação de linfócitos T, linfócitos B e células NK no endométrio

foi definida como a porcentagem de cada tipo celular entre um total de 15000

eventos analisados em cada teste. O número total de linfócitos foi identificado

como CD45+ de alta fluorescência, obtidos através da estratégia de análise por

SSC/CD45. A partir disto, determinaram-se as respectivas quantificações

relativas dos tipos celulares de interesse: linfócitos T (CD3+; anti-CD3 PerCP,

Becton Dickinson San Jose, CA), linfócitos B (CD19+; anti-CD19 PE, Becton

Dickinson, San Jose, CA) e células NK (CD16+CD56; PE, Becton Dickinson,

San Jose, CA). Para o propósito deste estudo, as células identificadas

simultaneamente em CD16+CD56 foram chamadas “células NK” (CD45+/CD3-

/CD19-/CD16+CD56+).

Tratamento para modulação de fator aloimune Pacientes definidas como portadoras de fator aloimune, ou seja, com

provável alteração da resposta aloimune ao embrião por ausência de

aloanticorpos antipaternos na circulação sanguínea feminina, foram tratadas,

conforme a opção do casal, com: aloimunização utilizando linfócitos do cônjuge

ou IVIg. A decisão pelo tratamento foi baseada na melhor prática clínica

disponível, em comum acordo entre médico assistente (ginecologista),

imunologista e o próprio casal.

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Foram preteridas da indicação de imunomodulação as pacientes com

evidência de aloanticorpos anti-paternos circulantes ou diante de alteração no

cariótipo do casal.

Aloimunização com linfócitos do cônjuge

Para esta modalidade de terapia, realizou-se triagem sorológica do

cônjuge, incluindo pesquisa de: anti-HIV, anti-HTLV I e II, anti-HCV, HBsAg,

VDRL e Chagas, conforme recomendações aplicadas em serviços de

hemoterapia no país (18). Qualquer positividade constituiu contra-indicação para

a aloimunização. Conforme prática internacional, mulheres não portadoras do

antígeno D (fator Rh) receberam imunização passiva a cada aloimunização,

devido ao risco teórico de imunização anti-D por eventual contaminação do

concentrado linfomonocitário com eritrócitos D+ positivos (19).

O tratamento consistiu de injeção subcutânea de concentrado de

linfócitos totais obtidos a partir da separação do sangue periférico do esposo

através de gradiente de densidade (Histopaque, Sigma-Aldrich, UK). As doses,

cada uma contendo 30-50x106 linfócitos/ml, eram repetidas com intervalos de 3

a 4 semanas. Após a terceira dose, realizava-se a primeira avaliação do

tratamento, através de prova cruzada por técnica de CDC contra linfócitos T do

esposo (T, T+ditiotreitol (DTT), T+anti-globulina humana (AGH), T+AGH+DTT)

para a determinação da presença de anticorpos de isotipo IgG dirigidos contra

antígenos HLA de classe I paternos. Todas as provas eram realizadas com

soro puro e com titulações seriadas até 1:256. Buscava-se positividade em

titulação 1:32, baseado em estudo piloto com gestantes a termo sem

complicação obstétrica (dados não apresentados), com vistas à persistência de

anticorpo circulante detectável por um período prolongado até o início da

próxima gestação.

Imunoglobulina Humana Endovenosa (IVIg) Para esta modalidade terapêutica, considerou-se contra-indicação a

deficiência congênita de IgA, baseada em história clínica compatível com

imunodeficiência.

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Imediatamente após a confirmação bioquímica da gestação (sempre o

mais breve possível), a paciente recebia uma dose de IVIg 0,5g/kg. A dose era

repetida a cada quatro semanas, até o final do primeiro trimestre gestacional.

Foram incluídos nesta análise quatro casos de AER que estavam realizando

procedimento de fertilização in vitro. Estas pacientes receberam a primeira

dose de IVIg 24-48horas antes da transferência embrionária (20).

A medicação era administrada em ambiente hospitalar sob

monitorização clínica contínua durante a infusão, devido aos riscos inerentes

de reações anafiláticas e idiossincrásicas.

Análise Estatística Foram utilizados os testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher para a

análise das variáveis qualitativas, e o teste t de Student ou Mann-Whitney para

as variáveis contínuas. Os resultados foram descritos através de porcentagem,

média e desvio-padrão ou mediana, conforme o caso. Foram considerados

significativos os valores de P<0,05 e intervalo de confiança de 95% (IC95%).

Empregou-se o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão

14.0.

Considerações Éticas Este estudo observacional consistiu de uma análise descritiva derivada

de experiência clínica em âmbito privado, onde se buscou disponibilizar aos

pacientes selecionados a melhor prática disponível para o manejo do AER,

avaliado individualmente. A decisão pela realização do tratamento foi em

comum acordo entre médico assistente, imunologista e o próprio casal,

embasados nos princípios éticos de não-maleficência, de justiça, de

beneficência e de autonomia. O presente estudo foi realizado após aprovação

pelo Comitê de Ética em Pesquisa das duas instituições envolvidas,

resguardando a confidencialidade das informações colhidas.

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RESULTADOS

A Figura 1 descreve a casuística analisada nesta série. Dentre as 96

pacientes elegíveis foram estudadas as 57 pacientes cujo cariótipo do casal era

normal e a prova cruzada negativa e que foram tratadas com imunoterapia. A

média de idade das mulheres do grupo estudado foi de 37,0+4,9 anos

(mínimo:25 e máximo:45 anos), sendo 63,2% (n=36) delas com idade superior

a 35 anos de idade.

A maioria das pacientes estudadas era portadora de AER primário

(n=46; 80,7%), havendo 9 (15,8%) pacientes com 1 filho e duas (3,5%) com

dois filhos prévios. O número médio de abortamentos prévios foi de 3,4+0,6

(mínimo:3 e máximo:5).

Investigação de trombofilias foi realizada de forma completa em 50 das

57 pacientes, sendo 40% (20/50) positivas: auto-imune (n=12; 24,0%), genética

(n=5; 10,0%) e associadas genética+auto-imune (n=3; 6,0%). As trombofilias

genéticas diagnosticadas incluíram: mutação de Leiden em heterozigose (n=3;

6,0%), deficiência de proteína S livre (n=2; 4,0%), deficiência de antitrombina III

(n=2; 4,0%) e mutação no gene da protrombina (n=1; 2,0%). Entre os 15 casos

com síndrome antifosfolipídeo, foram evidenciados os seguintes auto-

anticorpos: anticoagulante lúpico (n=1), anti-cardiolipina (n=4), anti-

β2glicoproteína I (n=5), anti-fosfatidilserina (n=2), associação de anti-

cardiolipina+anti-β2glicoproteína I (n=2) e associação de anti-cardiolipina+anti-

fosfatidilserina (n=1). Entre os 7 casos confirmados de anti-cardiolipina, 5 eram

do isotipo IgM e 2 IgM+IgG. Entre os 7 casos positivos para anti-

β2glicoproteína I, 3 eram IgM, 2 IgG e 2 IgM+IgG. As 3 pacientes com anti-

fosfatidilserina tinham, respectivamente, IgM, IgG e IgM+IgG.

A distribuição das células linfóides endometriais na segunda fase do

ciclo foi a seguinte: CD3+ 53,2+15,5%, CD19+ 8,3+5,5% e NK 36,8+14,5%.

A taxa global de gestação após o tratamento imunológico ao longo do

acompanhamento foi de 68,4% (n=39). Nascimento ocorreu em 30 destes

casos (76,9%). As características clínicas das pacientes estão apresentadas

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conforme o desfecho clínico (gestação e nascimento) nas tabelas 1 e 2,

respectivamente.

Para análise dos desfechos gestação e nascimento, as 57 pacientes

com fator aloimune e que receberam tratamento imunológico foram divididas

em 2 grupos: as que receberam aloimunização com linfócitos paternos (n=44;

77,2%) e as que receberam tratamento com IVIg (n=13; 22,8%). Pacientes que

realizaram tratamento com linfócitos paternos tinham média de idade de 37,0 +

4,7 anos, média de abortamentos prévios de 3,3 + 0,6 e NK endometrial de

36,7+14,9%. Pacientes tratadas com IVIg tinham média de idade de 37,0 + 5,8

anos, 3,5+0,8 abortamentos prévios e média de 37,2+13,8% de NK

endometrial. Estas características foram semelhantes entre os grupos de

tratamento, bem como a incidência de trombofilia genética e/ou adquirida (40%

em ambos os grupos; P=1,000).

Os resultados clínicos de gestação e de nascimento estão apresentados

na Tabela 3 conforme o tipo de tratamento imunológico realizado. Ao longo do

acompanhamento, gestação clínica foi documentada em 65,9% (29/44) do

grupo tratado com aloimunização e 76,9% (10/13) do grupo IVIg (P=0,520).

Quatro pacientes com história de AER estavam, por ocasião do tratamento

imunológico com IVIg, realizando procedimento de fertilização in vitro devido ao

fator idade materna. Três delas não tiveram implantação e uma teve uma

gestação gemelar com evolução ao termo. Abortamento ocorreu em 20,7%

(6/29) das pacientes tratadas com aloimunização que engravidaram após e em

30,0% (3/10) daquelas com IVIg. A taxa de nascimento pós-tratamento também

não foi diferente entre os grupos, sendo 79,3% (23/29) e 70,0% (7/10) nos

grupos aloimunização e IVIg, respectivamente, conforme demonstrado no

gráfico 1 (P=0,920).

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DISCUSSÃO

O desafio do AER inicia pelo seu diagnóstico, sendo uma das poucas

patologias em que é necessário sofrer pelo menos duas (até recentemente

três) vezes a complicação antes que seja autorizada a sua investigação pelas

recomendações acadêmicas. Considerando que a causa mais comum de perda

fetal são as aneuploidias, é fundamental que se oportunize o diagnóstico

cromossômico diante das perdas gestacionais inexplicadas, associando-o à

avaliação anátomo-patológica convencional (21). A não realização do cariótipo

por ocasião de uma ou mais perdas pode comprometer, ou, pelo menos,

retardar estratégias diagnósticas futuras, já que a avaliação do cariótipo do

casal, conforme realizado no presente estudo, não exclui a ocorrência de

anomalias cromossômicas numéricas anteriores.

O mecanismo imunológico melhor aceito entre os clínicos como causa

de perdas gestacionais ainda é relacionado à presença dos anticorpos

antifosfolipideos. Apesar disso, este diagnóstico ainda encontra resistência na

prática assistencial, embora muito se tenha evoluído com relação aos critérios

diagnósticos, metodologias laboratoriais e possibilidades seguras de

tratamento ao longo da gestação e puerpério. Fisiopatologicamente, a

importância deste mecanismo se explica pelo seu potencial inflamatório

persistente na interface materno-fetal e conseqüente ativação do complemento (22,23). As trombofilias de origem genética também têm sido associadas ao AER,

devendo, portanto, ser valorizadas e tratadas ao longo da gestação (24) Nossos

resultados apresentam prevalência de síndrome antifosfolipideo e de

trombofilia de origem genética compatível com as descritas na maioria das

casuísticas, porém a associação deste fator pode mascarar a interpretação dos

resultados obtidos com as respectivas modalidades de terapia imunológica

empregadas (16, 25).

A maioria das perdas gestacionais estão relacionadas a anormalidades

cromossômicas derivam de falhas no processo de implantação embrionária. O

entendimento fisiológico e molecular responsável por esta etapa crucial para o

sucesso gestacional constitui provavelmente o único meio para o entendimento

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e desenvolvimento de intervenções clínicas eficazes em busca do sucesso

reprodutivo (26) O processo de implantação embrionária depende de

propriedades do endométrio que são influenciadas não somente por fatores

hormonais, mas também por mecanismos efetores imunológicos (27, 28, 29, 30).

Embora algum grau de resposta inflamatória seja necessário para o processo

de invasão e implantação inicial, excesso de inflamação é sabidamente

deletério ao desenvolvimento gestacional (31, 32) e necessita ser regulado.

A importância da aloimunotolerância materno-fetal envolvida neste

processo ainda é pouco discutida entre os clínicos e esbarra na falta de clareza

dos critérios diagnósticos e na escassez de estudos sistemáticos e ensaios

clínicos nesta área. A mais importante razão para isto deriva da persistência de

conceitos que nortearam os primórdios das intervenções imunológicas, mas

que hoje se mostram equivocados ou distorcidos. O próprio conceito do

embrião como enxerto semi-alogênico, podendo sofrer rejeição no organismo

materno, constitui hoje uma explicação demasiadamente simplista para o

abortamento de causa imunológica. Trata-se, na realidade, de uma falha na

complexa resposta imune que deve se estabelecer a partir do entendimento do

início de uma gestação e o estabelecimento de um ambiente favorável ao

desenvolvimento embrionário intrinsecamente relacionado à aloimunotolerância

materno-fetal.

Portanto, casos de perda podem ser explicados melhor como uma

decorrência de um ambiente hostil, em que o embrião acaba sendo vítima de

um processo de inflamação e de auto-imunidade (33). Corroborando isto, é

notória a importância do acúmulo das células T regulatórias nos sítios de

implantação, modulando o reconhecimento indireto dos aloantígenos paternos,

e a persistência de níveis elevados destas células na circulação de mulheres

com gestação normal. Desta forma, a regulação da resposta imune, com

citocinas anti-inflamatórias, anticorpos não-ativadores de complemento

modulando citotoxicidade NK e aumento de células T regulatórias são

mecanismos fundamentais para a manutenção da gestação normal (34, 35, 36, 37,

38, 39).

Se o estímulo a esta modulação, em meio à dinâmica hormonal, é

representado pela própria gestação, ou seja, a presença do embrião, é racional

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se supor que mulheres que encontram dificuldade no desencadeamento desta

resposta, e que já perderam repetidas gestações, possam se beneficiar ao

promover tal modulação antes de reiniciá-la. Há quase 25 anos vem se

empregando a aloimunização no tratamento do AER, com resultados

favoráveis ao redor do mundo todo. Todavia, a “controvérsia” é sustentada,

aonde escândalos motivados pela sua má prática forçaram a busca de uma

modalidade terapêutica alternativa. A alternativa à aloimunização é a IVIg e,

mais recentemente, as drogas anti-TNFα., esta última ainda de difícil acesso.

Todavia, o custo da IVIg é praticamente proibitivo para sua utilização clínica em

maior escala. Por causa disso, esta terapia acaba sendo resguardada aos

casos mais complexos, comprometendo a avaliação dos resultados obtidos. A

despeito de publicações contrárias, um importante estudo europeu

randomizado duplo-cego e controlado por placebo definiu claramente o seu

benefício em AER secundário (39).

Uma particularidade do tratamento do AER com IVIg está relacionada

ao atraso no início do tratamento, ou seja, iniciando-se somente após

confirmado o diagnóstico clínico de gestação, deixando as primeiras semanas

de evolução completamente livres de proteção imunológica. A importância do

início do tratamento com IVIg pré-concepção foi sugerido pelos resultados de

metanálise publicada por Daya e colaboradores (40, 41) Embora não significativa,

a menor taxa de nascimento observada entre as pacientes tratadas com IVIg

em nossa série pode ser explicada por este fato. Um potencial agravante neste

caso e que merece destaque foi a inclusão de pacientes com AER prévio em

procedimento de Reprodução Assistida concomitante à imunoterapia.

Ensaios clínicos envolvendo gestantes, especialmente gestantes de alto

risco, que já perderam pelo menos 3 gestações prévias, são extremamente

difíceis de serem realizados por questões epidemiológicas e éticas. As

pacientes não aceitam tratamento placebo, entendendo-o como um convite a

uma repetição do quadro vivenciado anteriormente. Embora desprovido de um

desenho ideal, o presente estudo reforça a necessidade e a validade de

estudos observacionais ao evidenciar que benefícios clínicos semelhantes

podem ser alcançados com terapias menos dispendiosas, constituindo, em

última análise, uma real perspectiva de melhora prognóstica.

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A aloimunização aumenta em pelo menos 9 a 10% a chance de

nascimento em gestação subseqüente (42). Adotando-se um critério estrito de

mais de três abortamentos com um mesmo parceiro, sem filhos prévios e na

ausência de auto-anticorpos, necessita-se tratar três a quatro pacientes para

obter um nascimento adicional Este efeito protetor continua sendo corroborado

por estudos mais recentes (12, 43, 44)

Intrigante é a observação clara de que um único estudo, conduzido por

Ober e colaboradores, dotado de vieses grosseiros, compromete a significância

do benefício descrito acima, em metanálise da Cochrane, repercutindo

negativamente não apenas na comunidade científica (45, 46). Além da ausência

de critérios para a indicação do tratamento, uma das explicações para os

resultados divergentes apresentados por Ober e colaboradores é o

armazenamento dos linfócitos por pelo menos 12 horas antes da sua

administração em temperatura baixa. Esta prática resulta em redução da

expressão de CD200 na membrana celular, molécula esta responsável por

efeito imunomodulatório protetor (47). Outros autores também criticam esta má

prática do armazenamento linfocitário antes da sua administração e relacionam

os benefícios da imunoterapia ao uso de linfócitos recém processados (43)

Como parte da heterogeneidade observada na maioria dos estudos

clínicos nesta área, estudos recentes demonstram benefício na combinação de

terapias: sem aloimunização e sem IVIg:19% x IVIg:55% x IVIg+aloimunização:

70% de nascimento (44) . Resultados muito semelhantes a estes são

observados quando se emprega anti-TNFα mais heparina em lugar de

aloimunização (heparina:19% x heparina+IVIg:54% x heparina+IVIg+anti-TNFα:

71% de nascimento) (48)

Os resultados clínicos observados nesta série de casos são muito

semelhantes aos relatados na literatura, com taxas de nascimento superiores a

70%, independente do número de imunizações necessárias, semelhante ao

observado em mulheres com AER com aloanticorpos dirigidos a alvos

antigênicos paternos (49, 43). É interessante ressaltar que o protocolo de

imunização avaliado neste estudo foi extremamente exigente com o nível de

anticorpos, visando a manutenção prolongada do aloanticorpos circulantes,

uma vez que a maioria das pacientes tinha idade superior a 35 anos,

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fortemente associada a redução da fertilidade. Todavia, por este mesmo motivo

e corroborado pelos resultados observados e pelos diversos protocolos já

aplicados na literatura, é plausível se considerar apenas a positividade da

prova cruzada para o início da gestação (geralmente após 2 ou três

imunizações), uma vez que a IgG desenvolvida assegura a memória

imunológica específica.

Embora não avaliado no presente estudo e a despeito da

heterogeneidade das amostras, dos protocolos de avaliação e de tratamento

empregados nas mais variadas séries, a taxa de nascimento observada em

mulheres com AER que não recebem tratamento imunológico é da ordem de

30% (na ausência de aloanticorpo circulante) a 50% (quando não avaliadas

para este fator) (12, 50, 51)

Diante do que hoje se conhece sobre a expressão antigênica das células

trofoblásticas, aquelas que representam a interface fetal em contato direto com

as células do sistema imune materno na decídua, a provável especificidade de

tais anticorpos são os alvos HLA de classe I representados pelos antígenos C

(HLA-C), avaliados na prova cruzada contra linfócitos paternos (52) Além disso,

tanto a partir de uma gestação natural como após imunomodulação induzida

pela aloimunização com linfócitos ou IVIg, observa-se um predomínio de

citocinas Th2 (53). Este padrão de resposta humoral, fortemente associado à

estimulação de linfócitos B, síntese de anticorpos e redução de citotoxicidade

NK, está por sua vez relacionado com a eficácia da terapia imunomodulatória (54, 55, 56, 57, 12, 58).Efeitos muito semelhantes são os que caracterizam a IVIg

como uma medicação anti-inflamatória e protetora do embrião, incluindo:

bloqueio de receptores Fc, neutralização de auto-anticorpos via rede idiotípica-

anti-idiotípica, interferência na via apoptótica mediada por Fas-Fas ligande,

regulação de componentes do complemento, redução da atividade citotóxica

NK, inibição de metaloproteinases, supressão de fatores de transcrição

ativadores (NFkB), redução do recrutamento leucocitário, atenuação do

estímulo mediado por células T e modulação da cinética de anticorpos e das

células dendríticas (59) Pelo menos parte do efeito supressor da citotoxidade

NK induzido pela IVIg é mediada por moléculas CD200 presentes nas

apresentações de IVIg em quantidades variadas, explicando as diferenças

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observadas no potencial supressor entre as diversas apresentações comerciais

da medicação (33)

É forte a evidência, portanto, de que fatores imunológicos envolvidos no

AER podem ser modulados para aumentar a taxa de nascimento em pacientes

selecionados. A identificação de subgrupos específicos para a individualização

terapêutica diante da multiplicidade de opções disponíveis (AAS, heparina,

aloimunização, IVIg, anti-TNF isolados ou associados) constitui hoje o maior

desafio.

Este desafio inicia na padronização de metodologias e de critérios de

avaliação inicial e de monitorização pré e pós-concepção. Um exemplo clássico

é controversa valorização da quantificação de células NK em sangue periférico,

com resultados pouco reprodutíveis e facilmente modificáveis por fatores não

relacionados ao histórico e/ou à fisiopatologia do AER (estresse, por exemplo).

As células NK podem ser caracterizadas em subgrupos, conforme a expressão

fenotípica ou pela sua funcionalidade (capacidade citotóxica e/ou produção de

citocinas) e esta heterogeneidade tem dificultado a comparação entre os

estudos (60).

As células NK uterinas, eminentemente menos citotóxicas, com padrão

de expressão de marcadores de superfície CD16 e CD56 peculiares (>90%

CD16-CD56high) diferem fenotípica e funcionalmente da população de NK

circulantes (>90% CD16+CD56low) e sua concentração endometrial é regulada

hormonalmente (61). Diversos estudos associam elevadas taxas de células NK

no sangue e no endométrio com abortamento recorrente e resposta ao

tratamento para AER (62, 63, 64, 20). Em estudo anterior (65) confirmamos a

inexistência de correlação entre a distribuição das células linfóides circulantes e

as células presentes no endométrio secretor. Neste momento, confirmamos a

incapacidade desta avaliação endometrial na predição de resultado clínico e na

seleção de subgrupos de pacientes com AER com melhor perspectiva de êxito

após imunoterapia. Neste sentido, as melhores evidências indicam que a

quantificação de citocinas intracelulares e/ou a quantificação de marcadores de

ativação em linfócitos e em células NK (CD56high) periféricas estimuladas, além

do teste de reatividade NK e/ou a quantificação de células NKT (CD3+CD56+)

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circulantes apresentam melhor correlação clínica e correlação com a resposta

a tratamento (66, 67).

Em resumo, a gestação constitui um fenômeno fisiologicamente

excepcional na homeostasia feminina e exige adaptação igualmente ímpar do

sistema imune. Conceitos antigos são hoje melhor compreendidos no que diz

respeito ao entendimento da relação mãe-embrião/feto e aos potenciais riscos

representados pela “não-tolerância” por parte do sistema imune materno, assim

como pela manutenção de mecanismos auto-imunes ativos. Da mesma forma,

soluções antigas, como a aloimunização e o AAS, inicialmente dirigidos a alvos

distintos daqueles com quais se busca interferir hoje, constituem arsenal

precioso para o manejo do AER. É necessário investigar mais e mais

precocemente. É necessário uniformizar condutas e selecionar subgrupos de

pacientes com AER para as quais se dispõe de recursos diagnósticos e/ou

prognósticos além de possibilidades terapêuticas. É necessário se entender o

AER como uma doença complexa para que se possa abordá-lo nos estudos

clínicos de forma multifatorial e assim se controlar cada fator envolvido e

possibilitar a estratificação do risco/prognóstico e otimização das estratégias

terapêuticas.

Em conclusão, o tratamento de AER sem evidência de aloanticorpos

circulantes com aloimunização com linfócitos paternos ou IVIg está associado a

mais de 75% de nascimento em gestação subseqüente. Associação com

trombofilias e/ou síndrome antifosfolipideo é comum, devendo ser investigada.

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Anexos Figura 1. Abortamento Espontâneo de Repetição (ERA; >3 perdas fetais antes

de 20 semanas) – descrição da casuística

AER > 3 perdas antes de 20 semanas N=96

Ausência de Fator Aloimune

ou Não Tratadas

n=39 (40,6%)

Fator Aloimune Tratadas

n=57 (59,4%)

Perda de follow-up

Aloimunização n=44

(77,2%)

IVIg n=13

(22,8%)

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Tabela 1. Comparação das características clínicas das pacientes conforme o

desfecho clínico.

Não gestantes

(n=18) Gestantes

(n=39) P

Idade (n ± DP) 39,2 ± 5,1 35,9 ± 4,5 0,016 Idade > 35 13/18 (72,2%) 23/39 (59,0%) 0,335 Nº abortos 3,3 ± 0,7 3,4 ± 0,6 0,890

Nº filhos prévios 0,1 ± 0,3 0,3 ± 0,6 0,271 CD16 + 56%* 37,1 ± 17,3 36,6 ± 13,2 0,726

Nº de Imunizações**

8,2 ± 2,1 6,3 ± 2,1 0,041

Trombofilia 5/15 (33,3%) 15/35 (42,8%) 0,529 Trombofilia

Genética 2/15 (13,3%) 6,35 (17,1%) 1,000

Trombofilia auto-imune

3/15 (20%) 12/35 (34,3%) 0,502

DP: desvio-padrão

*%NK CD16+56 entre as células linfóides endometriais em fase secretora do

ciclo menstrual

** Entre as pacientes tratadas com aloimunização com linfócitos do esposo

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Tabela 2. Comparação das características clínicas das pacientes conforme o

desfecho clínico.

Sem nascimento (n=9)

Com nascimento(n=30)

P

Idade (n ± DP) 36,9 ± 5,6 35,6 ± 4,1 0,466 Idade > 35 6/9 (66,7%) 17/30 (56,7%) 0,711 Nº abortos 3,2 ± 0,7 3,4 ± 0,6 0,464

Nº filhos prévios 0,4 ± 0,7 0,2 ± 0,5 0,376 CD16 + 56%* 34,0 ± 10,8 37,4 ± 14,0 0,440

Nº de Imunizações**

7,6 ± 2,2 6,0 ± 2,2 0,158

Trombofilia 2/8 (25%) 13/27 (48,1%) 0,419 Trombofilia

Genética 1/8 (12,5%) 5/27 (13,5%) 1,000

Trombofilia auto-imune

2/8 (25%) 10/27 (37,0%) 0,685

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Tabela 3. Taxas de gestação e nascimento conforme o tipo de terapia

imunológica: aloimunização com linfócitos paternos ou imunoglobulina humana

endovenosa (IVIg).

Aloimunização(n=44)

IVIg (n=13)

Total (n=57)

P

Gestação pós-tto

29/44 (65,9%) 10/13

(76,9%)

39/57

(68,4%)

0,520

Nascimento geral

23/44 (52,3%) 7/13 (53,8%) 30/57

(52,6%)

Nascimento das

gestantes

23/29 (79,3%) 7/10 (70,0%) 30/39

(76,9%)

0,920

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Gráfico 1. Taxa de nascimento em abortamento espontâneo de repetição após

imunoterapia, conforme o tipo de tratamento

23/29 (79,3%)

7/10 (70,0%) IVIg: imunoglobulina humana endovenosa

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Aloimunização IVIg

%

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