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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA MESTRADO PROFISSIONAL EM FARMACOLOGIA CLÍNICA AVALIAÇÃO DOS POSSÍVEIS EFEITOS CITOGENÉTICOS, HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS DE PROFISSIONAIS OCUPACIONALMENTE EXPOSTOS A QUIMIOTERÁPICOS EM TERESINA PI RONALDO COSTA FORTALEZA - CEARÁ 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM FARMACOLOGIA CLÍNICA

AVALIAÇÃO DOS POSSÍVEIS EFEITOS CITOGENÉTICOS, HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS DE PROFISSIONAIS

OCUPACIONALMENTE EXPOSTOS A QUIMIOTERÁPICOS EM TERESINA – PI

RONALDO COSTA

FORTALEZA - CEARÁ

2014

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RONALDO COSTA

AVALIAÇÃO DOS POSSÍVEIS EFEITOS CITOGENÉTICOS, HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS DE PROFISSIONAIS

OCUPACIONALMENTE EXPOSTOS A QUIMIOTERÁPICOS EM TERESINA – PI

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Farmacologia Clínica.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes

Co Orientadora: Profa. Dra. Ana Amélia Melo Cavalcante

FORTALEZA - CEARÁ

2014

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Dados Internacionais de Catalogação

na Publicação

Universidade

Federal do Ceará

Biblioteca de

Ciências da Saúde

C876a Costa, Ronaldo.

Avaliação dos possíveis efeitos citogenéticos, hematológicos e bioquímicos de

profissionais ocupacionalmente expostos a quimioterápicos em Teresina-PI. / Ronaldo

Costa – 2014.

123 f. : il. Color., enc. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro, Faculdade de

Medicina, Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Programa de Pós-Graduação em

Farmacologia, Mestrado em Farmacologia, Fortaleza, 2014.

Área de Concentração: Farmacologia.

Orientação: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes.

Co-Orientação: Profa. Dra. Ana Amélia Melo Cavalcante.

1. Preparações Farmacêuticas. 2. Riscos Ocupacionais. 3. Toxicidade. 4. Testes de

Mutagenicidade.

I. Título.

CDD 363.1791

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AVALIAÇÃO DOS POSSÍVEIS EFEITOS CITOGENÉTICOS, HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS DE PROFISSIONAIS

OCUPACIONALMENTE EXPOSTOS A QUIMIOTERÁPICOS EM TERESINA – PI

Dissertação submetida à Coordenação do Programa de Pós-Graduação

em Farmacologia, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, da

Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Ceará, como requisito

parcial para obtenção do grau de mestre em Farmacologia, área de

concentração em Farmacologia Clínica.

Aprovado em_____/______/_______

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará – UFC

__________________________________________________

Profa. Dra. Danielle Silveira Macedo

Universidade Federal do Ceará – UFC

___________________________________________________

Prof. Dr. Fabrício Pires de Moura do Amaral

Universidade Estadual do Piauí - UESPI

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço à Deus, pelo dom da vida.

A minha orientadora, Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes pela

atenção, de sua orientação.

A Profa. Dra. Ana Amélia Melo Cavalcante, pela valiosa co-orientação na

realização de todas as etapas deste trabalho.

A Profa. Dra. Tatiana Chaves pela amizade de longas datas, sua ajuda e

incentivo foram fundamentais para esta conquista.

Ao Prof. Dr. Fabrício Pires de Moura do Amaral pela sua competência, amizade

e o entusiasmo em ensinar.

Aos meus alunos e amigos por toda a força e auxílio que me foi concedido, em

especial a Maria de Brito Sousa Neta, Levi Leonardo Honorato Andrade, Talita

Yanomany e Débora Cássia pela atenção e apoio neste trabalho durante todas

as etapas da pesquisa.

A Ana Cleide do LACEN, pela grande ajuda no momento das coletas, pela sua

sinceridade e lealdade sempre expressada em um lindo sorriso.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, pelos

conhecimentos transmitidos.

À minha família pelo apoio.

Obrigado.

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A verdadeira motivação vem de realização, desenvolvimento pessoal, satisfação no trabalho e reconhecimento.

Frederick Herzberg

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RESUMO

AVALIAÇÃO DOS POSSÍVEIS EFEITOS CITOGENÉTICOS, HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS DE PROFISSIONAIS OCUPACIONALMENTE EXPOSTOS A QUIMIOTERÁPICOS EM TERESINA – PI. Ronaldo Costa. Orientadora: Maria Elisabete Amaral de Moraes. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, UFC, 2014.

Os quimioterápicos são substâncias citotóxicas utilizadas para causar um dano celular que não é seletivo apenas para as células tumorais, afetando todas as células do organismo, resultando em efeitos adversos, ocasionando inclusive riscos ocupacionais. O presente estudo avaliou os efeitos genotóxicos e mutagênicos em 22 profissionais que manipulam e administram essas drogas nos serviços de oncologia do município de Teresina (PI) pelo teste de micronúcleos em mucosa bucal, aberrações cromossômicas em linfócitos de sangue periférico e avaliação laboratorial. Aplicou-se um questionário recomendado pela International Comission for Protection Against Environmental Mutagens and Carcinogens-ICPEMC, e coletou-se o material biológico para as análises. O grupo controle foi formado por 22 trabalhadores administrativos. A população exposta apresentou uma média de idade de 35,2 anos, e tempo de trabalho de 6,0 anos, tempo de tabagismo de 1,1 anos, tempo de etilismo de 3,7 anos, uso de medicamentos prescritos 2,7anos e todos usam EPIs. Os resultados mostraram um aumento significante nos níveis de genotoxicidade em trabalhadores que estão expostos com uma indução significante de Micronúcleo quando comparado com o controle (2,27 contra 0,68) e (0,15 contra 0,36); P <0,05. Constataram-se alterações nucleares no grupo de sujeitos expostos mostrando uma indução nas anormalidades nucleares como cariorrexe (689,18 contra 484,13) e freqüência de cariorrex (34,29 contra 25,32). A frequência de cariorrexe foi significativa, (P<0,05). Para o teste de Aberrações cromossômicas foram analisadas ao todo 1171 metáfases e os principais tipos de AC estruturais observadas foram anéis, anéis acêntricos, cromossomos dicêntricos e tricêntricos, sendo estes dois últimos os mais frequentes. A média de Aberrações Cromossômicas estruturais nos indivíduos expostos foi de (2,000 ± 0,4699) e nos indivíduos não expostos foi de (1,178 ± 0,3770). Em nosso estudo verificamos que o grupo exposto apresentou valores de proteínas totais diminuídos (7,50 ± 1,00) contra (7,58 ± 0,70) em relação ao grupo controle, assim como para albumina (3,74 ± 0,46) no grupo exposto contra (4,30 ± 0,38) do grupo controle. Na análise hematológica pôde-se verificar que no grupo exposto alguns trabalhadores apresentaram discreta plaquetopenia (14%) e linfocitose (32%). Os parâmetros de genotoxicidade e mutagenicidade indicaram uma instabilidade genética nos trabalhadores expostos, diante disso, faz-se necessário o biomonitoramento ocupacional desses profissionais.

Palavras-chave: Quimioterápico. Trabalhadores expostos. Genotoxicidade. Mutagenicidade.

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ABSTRACT

EVALUATION OF POSSIBLE EFFECTS CYTOGENETIC ,

HEMATOLOGICAL AND PROFESSIONAL BIOCHEMISTS

OCCUPATIONALLY EXPOSED TO CHEMOTHERAPY IN TERESINA - PI .

Ronaldo Costa. Orientadora: Maria Elisabete Amaral de Moraes. Dissertação

de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia. Departamento

de Fisiologia e Farmacologia, UFC, 2014.

Chemotherapy are cytotoxic substances used to cause cellular damage that is

not only selective for tumor cells, affecting every cell in the body, resulting in

adverse effects, including causing occupational hazards. This study evaluated

the genotoxic and mutagenic effects in 22 professionals who handle and

administer these drugs in oncology services in the city of Teresina (PI) by

micronucleus test in buccal mucosa, chromosomal aberrations in peripheral

blood lymphocytes and laboratory evaluation. Applied a questionnaire

recommended by the International Commission for Protection Against

Environmental Mutagens and Carcinogens-ICPEMC, and collected up the

biological material for analysis. The control group consisted of 22 administrative

workers. The exposed population had an average age of 35.2 years and

working time of 6.0 years, smoking time of 1.1 years, alcoholism time of 3.7

years, the use of prescription drugs and 2,7anos all wear PPE. The results

showed a significant increase in genotoxicity level in workers who are exposed

to a significant micronucleus induction in comparison with the control group

(2.27 versus 0.68) and (0.15 versus 0.36); P <0.05. Found up nuclear changes

in the group of subjects exposed showing a induction in nuclear abnormalities

such as karyorrhexis (689.18 to 484.13) and frequency cariorrex (34.29 against

25.32). The frequency karyorrhexis was significant (P <0.05). For chromosomal

aberrations test were analyzed in all metaphases 1171 and the main structural

types of AC were observed rings, acentric rings, dicentric chromosomes and

tricêntricos, the latter two being the most common. The average structural

aberrations Chromosomal in exposed subjects was (2.000 ± 0.4699) and

unexposed subjects was (1.178 ± 0.3770). In our study we found that the

exposed group showed decreased values of total protein (7.50 ± 1.00) to (7.58

± 0.70) compared to the control group, as well as albumin (3.74 ± 0, 46) in the

exposed group versus (4.30 ± 0.38) in the control group. On hematological

analysis it was observed that some workers in the exposed group had mild

thrombocytopenia (14%) and lymphocytosis (32%). The parameters of

genotoxicity and mutagenicity indicated a genetic instability in exposed workers,

before that, it is necessary occupational biomonitoring of these professionals.

Keywords: Chemotherapy. Workers exposed. Genotoxicity. Mutagenicity.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Avanços na história da quimioterapia do câncer FIGURA 2. Classificação de agentes antineoplásicos

FIGURA 3. Formação de uma célula micronucleada contendo um fragmento de

cromátide acêntrica

FIGURA 4. Representação esquemática de uma seção transversal de Mucosa

Bucal de Indivíduos sãos

FIGURA 5. Modelo esquemático dos possíveis mecanismos de origem relativos à morte celular e aos danos ao DNA FIGURA 6. Identificação dos profissionais expostos à drogas antineoplásicas (N=22) FIGURA 7. Graus dos coeficientes de correlação

FIGURA 8. Fotomicrografias de células de mucosa bucal de trabalhadores expostos a quimioterápicos em Teresina-PI, 2009 (N=22) FIGURA 9. Frequência de micronúcleos em células de mucosa bucal de trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital deTeresina- PI, 2009.*P<0,05, em relação aos trabalhadores não expostos analisada com o test t FIGURA 10. Frequência de cariorréx em células de mucosa bucal de trabalhadores expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009. *P<0,05, em relação aos trabalhadores não expostos analisados com o test t

FIGURA 11. Frequência de cariólise em células de mucosa bucal de trabalhadores expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009. **P<0,001, em relação aos trabalhadores não expostos analisados com o test t FIGURA 12. Frequência de células binucleadas em células de mucosa bucal de trabalhadores expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009. ***P<0,0001, em relação aos trabalhadores não expostos analisados com o test. FIGURA 13. Número de aberrações cromossômicas em trabalhadores expostos aos quimioterápicos em relação aos não expostos em um hospital de Teresina-PI, 2009.

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FIGURA 14. Frequência de aberrações cromossômicas em trabalhadores expostos aos quimioterápicos em relação aos não expostos em um hospital de Teresina-PI, 2009. FIGURA 15. Índice metafásico identificados em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes em ***P <0,0001 em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Studentt’s FIGURA 16. Índice cromossomos dicêntricos identificados em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes em **P <0,001 em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Studentt’s FIGURA 17. Índice cromossomos tricêntricos identificados em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes em **P <0,001 em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Studentt’s FIGURA 18.Perfil Estrutural dos cromossomos com aberrações cromossômicas identificadas em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano 2009. FIGURA 19.Perfil da análise de Proteínas Totais em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes em ***P < 0.05, em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Studentt’s FIGURA 20. Perfil da análise de Albumina em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes em ***P < 0.0001, em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Studentt’s FIGURA 21. Perfil da análise de Globulina em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Não foram observadas diferenças significantes em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Studentt’s FIGURA 22. Perfil plaquetário em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes em **P < 0.05, em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Studentt’s FIGURA 23. Fotomicrografias de Neutrófilo com granulações tóxicas, macroplaquetas e monócito com vacuolização citoplasmática

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

TABELA 1 Drogas com ações ciclo celular TABELA 2 Drogas Antineoplásicas que são classificadas como carcinógenos ou prováveis carcinógenos humanos TABELA 3 Características gerais dos indivíduos (N=22) não expostos e expostos com as variáveis de média e desvio padrão com relação à idade e tempos (atividade, exposição, uso de medicamentos, tabagismo,etilismo). TABELA 4 Características dos indivíduos expostos e não expostos (N=22) quanto à raça TABELA 5 Percentual de indivíduos fumantes e não fumantes entre expostos e não expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI quanto ao Tabagismo(N=22) TABELA 6 Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI – Tempo de Uso de Medicamentos (N=22) TABELA 7 Percentual de indivíduos etilistas e não etilistas entre expostos e não expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI (N=22) TABELA 8 Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI – Câncer na família (N=22) TABELA 09 Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, em relação a câncer na família (N=22) TABELA 10 Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, em relação a câncer familiar (N=22) TABELA 11 Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI quanto à Higiene Bucal (N=22) TABELA 12 Correlação entre sexo, idade, tabagismo, etilismo e a frequência de micronúcleos em trabalhadores expostos ocupacionalmente a drogas antineoplásicas (N=22)

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TABELA 13 Correlação entre cargo/função, tempo de exposição e a freqüência de micronúcleos em trabalhadores expostos ocupacionalmente a drogas antineoplásicas (N=22) TABELA 14 Avaliação genotóxica em células de mucosa bucal de trabalhadores expostos a quimioterápicos (N=22) TABELA 15 Anormalidade nucleares identificadas em células de mucosa bucal de trabalhadores expostos a quimioterápicos (N=22) TABELA 16 Avaliação mutagênica e anormalidade nucleares identificadas em células esfoliadas de mucosa bucal de trabalhadores da saúde expostos aos quimioterápicos (N=22) TABELA 17 Avaliação de Aberrações Cromossômicas em trabalhadores expostos e não expostos aos quimioterápicos (N=22) TABELA 18 Cálculos Estatísticos Básicos dos Números de Aberrações, encontrados nos sujeitos expostos e não expostos (N=22) TABELA 19 Avaliação de Aberrações Cromossômicas Estruturais em trabalhadores expostos e não expostos aos quimioterápicos (N=22) TABELA 20 Avaliação Bioquímica dos trabalhadores de saúde expostos e não expostos aos quimioterápicos (N=22) TABELA 21 Avaliação Hematológica de trabalhadores expostos a quimioterápicos (N=22)

QUADRO 1 – Classificação dos antineoplásicos QUADRO 2 – Alguns dos Protocolos de QT antineoplásica administrados na rotina de trabalho dos profissionais expostos aos antineoplásicos no município de Teresina

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ABREVIATURAS E SIGLAS

A Absorbância AC Aberração Cromossômica ALT Alanina aminotransferase AST Aspartato aminotransferase BN Binucleada CEREST Centro de Referência em Saúde do Trabalhador CHCM Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média CNS-MS Conselho Nacional de Saúde-Ministério da Saúde CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa CL Cariólise CX Cariorrex EDTA Ácido etilenodiaminotetracético EPI Equipamentos de Proteção Individual FAL Fosfatase Alcalina GGT Gama glutamiltranspeptidase ou transferase Hb Hemoglobina HCM Hemoglobina Corpuscular Média Ht Hematócrito ICPEMC International Comission for Protection Against Environmental Mutagens and Carcinogens IFCC International Federation of Clinical Chemistry and Laboratory Medicine LACEN Laboratório Central de Saúde Pública MN Micronúcleo MS Ministério da Saúde N Tamanho da amostra OMS Organização Mundial de Saúde OPAS Organização Pan-Americana da Saúde PASW Predictive Analytics Software PI Piauí SESAPI Secretaria de Saúde do Estado do Piauí TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UFC Universidade Federal do Ceará VCM Volume Corpuscular Médio

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................16

1.1 QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA....................................................19

1.2 Definições e Conceitos........................................................................23

1.2.1 Fontes de Exposição e Usos...............................................................23

1.2.2 Mecanismos de Ação..........................................................................23

1.2.3 Efeitos Sobre a Saúde........................................................................23

1.2.4 Citostático............................................................................................24

1.2.5 Mutagênico..........................................................................................24

1.2.6 Carcinogênico......................................................................................24

1.2.7 Genotóxico..........................................................................................25

1.2.8 Genética Toxicológica.........................................................................25

1.2.9 Citotóxico.............................................................................................25

1.3 Classificação dos Antineoplásicos.......................................................26

1.3.1 Fármacos com Ação Genotóxica........................................................29

1.3.2 Fármacos com Ação Mutagênica........................................................30

1.3.3 Fármacos com Ação Carcinogênica....................................................31

1.3.4 Fármacos Tóxicas com Ação Clastogênica e Aneugênica...............32

1.4 Evolução do Risco...............................................................................32

1.4.1 Controle Ambiental..............................................................................32

1.4.2. Monitoração Biológica dos Antineoplásicos........................................32

1.4.2.1 Testes de Monitoração de Efeitos........................................................33

1.4.2.3 Testes de Aberrações Cromossomicas ...............................................33

1.4.2.4 Teste de Micronúcleos em Células da Mucosa Bucal.......................34

1.5 Justificativa..........................................................................................41

CAPÍTULO II

2 OBJETIVOS.................................................................................................44

2.1 Objetivo Geral.............................................................................................44

2.2 Objetivos Específicos.................................................................................44

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CAPÍTULO III

3 MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................46

3.1.POPULAÇÃO...............................................................................................46

3.2. Critérios de Inclusão...................................................................................46

3.3. Critérios de Exclusão..................................................................................46

3.4. Aspectos Éticos.........................................................................................47

3.4.1. Conduta do Estudo.............................................................................47

3.5 Protocolo Experimental...............................................................................47

3.5.1. Avaliação Hematológica..........................................................................47

3.5.2. Avaliação Bioquímica...............................................................................48

3.5.3. Avaliação de Genotoxicidade..................................................................48

3.5.4. Testes de Aberrações Cromossômicas...................................................49

3.5.5 Teste de Micronúcleos em Células da Mucosa Bucal.............................51

3.6 Análise Estatística......................................................................................54

CAPÍTULO IV

1. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................56

1.1.Caracterização dos Profissionais que Participaram da Pesquisa...........56

1.2. Coeficiente de Correlação.........................................................................63

2. AVALIAÇÃO CITOGENÉTICA....................................................................66

2.1. Teste de Micronúcleos em Células da Mucosa Bucal.............................66

2.2. Avaliação de Aberrações Cromossômicas................................................74

2.3. Avaliação Bioquímica.................................................................................82

2.4. Avaliação Hematológica.............................................................................86

CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................92

CONCLUSÃO...................................................................................................94

RECOMENDAÇÕES.........................................................................................96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................97

ANEXOS

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CAPÍTULO I

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16

1. INTRODUÇÃO

No mundo tem-se observado por numerosos estudos da relação dos

efeitos à saúde por vários agentes genotóxicos, entre os quais os medicamentos.

Vários testes como os de MN e AC, foram introduzidos para o biomonitoramento de

alterações cromossômicas de profissionais expostos ocupacionalmente (FLORES e

YAMAGUCHI, 2008). Numa análise de fatores de risco que afetam a incidência de

biomarcadores e seus impactos sobre a concepção de estudos de

biomonitoramento, indicaram que há indícios fortes sobre os níveis de

genotoxicidade, que é complexa, mas com bons centros de excelência em

biomonitoramento os dados podem ser utilizados nas avaliações de riscos e de

medidas de gestão (BATERSHIL et. al. 2008). Os medicamentos são substâncias

que podem atuar de forma curativa ou preventiva das doenças, podendo estar

associados seus efeitos sobre a saúde. Com os avanços científicos, educacionais e

tecnológicos, tem-se aumentado o número de profissionais que estão envolvidos na

quimioterapia oncológica. Os profissionais que no ambiente de trabalho mantêm

contato com os medicamentos (enfermeiros, farmacêuticos, médicos, técnicos) e até

mesmo fora do ambiente hospitalar podem estar expostos aos efeitos prejudiciais ao

seu organismo com o frequente manuseio de alguns fármacos. O monitoramento

dos riscos ocupacionais de profissionais expostos a fármacos antineoplásicos é

marcante quanto aos riscos de genotoxicidade (MEIJESTER et al., 2006).

Os medicamentos antineoplásicos são de grande utilidade para os

pacientes que os utilizam em seus tratamentos trazendo benefícios contra

determinadas lesões, embora possam levar ao surgimento de efeitos colaterais e,

danos no DNA (SIEBEL, et al., 2012) . Por outro lado os profissionais da saúde que

as manipulam estão sujeitos aos efeitos contrários, a exemplo dos citostáticos que

por efeito acumulativo pelo tempo maior de exposição ou frequentemente à micro

absorções, aparecem condições tóxicas com possíveis efeitos mutagênicos,

teratogênicos, carcinogênicos e outras lesões teciduais (ESPANHA, 2003).

Os trabalhadores que tem contato com os fármacos anticancerígenos

durante todos os processos que vão desde a fabricação, manipulação e até à

administração aos pacientes estão sujeito à exposição devendo seguir as boas

práticas de segurança (KIKUCHI; PINTO, 2005). Os cuidados com os profissionais

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que estão expostos às fármacos antineoplásicas são necessários por causa do

poder mutagênico e carcinogênico de alguns medicamentos, com a exigência de

exames periódicos para os seus manipuladores (INCA/MS 2009).

Alguns profissionais que trabalham com antineoplásicos têm que ser

monitorados, pois estes fármacos podem modificar respostas celulares, embora

alguns grupos desses não provoquem mudanças do perfil celular (BARROS, 2009).

Em estudo realizado em hospitais de Osaka (Japão), a exposição ocupacional com

fármacos antineoplásicas foi reconhecida em torno de 97,7% dos hospitais, e a

grande maioria dos profissionais que manteve contato com antineoplásicos

(médicos, enfermeiros e farmacêuticos), mais do que 85%, sabiam dos efeitos

adversos em sua própria saúde (YOSHIDA et. al, 2008). Por outro lado, 40% dos

profissionais de um estudo feito em hospitais japoneses principalmente enfermeiros,

não reconheciam os antineoplásicos como fármaco de risco (SASAKI, 2010). Das

mais de 150 fármacos listados no documento da NIOSH (2010), a maioria são

fármacos antineoplásicas e nisto há uma recomendação de alerta para os

profissionais que estão expostos ocupacionalmente a esses fármacos.

Segundo do documento de Revisão de Definição de Fármacos Perigosas

baseada pela definição da American Society of Hospital Pharcacistis (ASHP), as

fármacos de risco são aqueles que apresentam uma ou mais das seguintes

características em humanos ou animais, relacionadas com a utilização na

quimioterapia do câncer, fármacos antivirais, hormônios, alguns medicamentos

produzidos através de processos de bioengenharia e várias outros fármaco (NIOSH,

2010):

Carcinogênica.

Teratogênica ou tóxica para outros de desenvolvimento especial.

Tóxica para a reprodução.

Órgão de toxicidade em doses baixas.

Genotóxica.

Estrutura ou perfil toxicológico de uma nova substância que se

assemelha a uma substância existente e determinada de risco pelos

critérios acima.

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18

Os fármacos antineoplásicos (citotóxicos ou citostáticos) podem ser

considerados de risco para os profissionais da área da saúde que os manuseiam

pelo contato mantido e são constatados pelos seus efeitos adversos. Estes fármacos

interferem no crescimento e desenvolvimento de células malignas e neoplásicas,

interrompendo o crescimento celular, mas são ativos frente a células que estão em

processo de divisão. Algumas podem ser carcinogênicos, mutagênicos e/ou

teratogênicos (comprovado com experimentação animal) com capacidade de

destruir células normais e ocasionar efeitos tóxicos que se manifestam com variada

sintomatologia (ESPANHA 2003). A exposição para fármacos antineoplásicos tem

sido associada com os efeitos adversos à saúde, distúrbios da reprodução, e

carcinogênicos (MEIJESTER et. al., 2006).

Nos hospitais e clínicas os profissionais de saúde que trabalham com os

fármacos antineoplásicos utilizados nos tratamentos de câncer podem estar sujeitos

ocupacionalmente às exposições que podem trazer danos genéticos. Estudos de

Ratner e colaboradores (2010), concluíram que filhos de profissionais da saúde que

manipulavam e administravam fármacos antineoplásicos durante a gravidez tinham

riscos de anomalias congênitas.

Os primeiros estudos documentados foram realizados no século passado,

na década de 70, e o resultado foi de que vários profissionais tinham um alto

indicador de fármacos antineoplásicos na urina, quando comparado com sujeitos

não expostos, com uma frequência de mutagênicos. Em 1982 nos Estados Unidos

também foram relatados estudos com profissionais que manipulavam fármacos

antineoplásicos em cabines de fluxo laminar horizontal e vertical que detectaram

concentrações de agentes antineoplásicos mutagênicos em urinas dos

trabalhadores e foram comprovadas com o uso de vários estudos examinando

mutagenicidade na urina, aberrações cromossômicas e troca de cromátides irmãs

(CONOR; MCDIARMI 2005).

O estudo de Fransman em 2005 mostrou exposição dérmica de

profissionais que trabalhavam com citostáticos, presentes nos repousos dos

profissionais de enfermagem e no suor dos pacientes, mesmo com o uso de

equipamentos de proteção. Há comprovação nos estudos, de atividade mutagênica

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19

por testes de micronúcleos e aberrações cromossômicas com profissionais expostos

a fármacos antineoplásicos (SUSPIRO; PRISTA, 2012).

O uso das terapias combinadas na conduta de doenças neoplásicas fez

com que os estudos quanto aos efeitos biológicos adversos da exposição

ocupacional para fármacos antineoplásicos fossem de grande interesse

(CORNETTA et. al., 2007).

A presença de concentrações variáveis de fármacos de risco tem deixado

especulações sobre os autocuidados de saúde dos profissionais embora haja

confirmação e conhecimento das fontes de contaminação que ocorre durante vários

estágios do circuito do fármaco: aquisição, recepção dos produtos, armazenamento,

preparação, verificação do conteúdo do recipiente, administração, e derrames

(TOUZIN et. al., 2008). Os efeitos terapêuticos e tóxicos dos quimioterápicos

dependem do tempo de exposição e da concentração plasmática do fármaco, pois a

toxidade é variável para os diversos tecidos e depende do fármaco utilizado (INCA

2012).

Pelo fato de que os antineoplásicos afetam diretamente ou indiretamente

o DNA, não apenas os pacientes portadores de câncer, e, também os profissionais

da saúde que cronicamente manuseiam estes fármacos, estão adquirindo alto risco

no seu DNA (REKHADEVI et. al., 2007).

1.1 Quimioterapia Antineoplásica

Os antineoplásicos são fármacos utilizados no tratamento de diversos

tipos de câncer. A terapia oncológica surgiu com fármacos de forma empírica no

início dos estudos científicos, mesmo se tendo o conhecimento sobre o câncer há

muitos anos (SILVA, 2006).

Os quimioterápicos são os mais utilizados no tratamento de diversos tipos

de câncer. A quimioterapia antineoplásica começou a ser estudada e utilizada no

final do século XIX (Figura 1), com a descoberta da solução de Fowler (arsenito de

potássio) por Lissauer, em 1865, e da toxina de Coley (associação de toxinas

bacterianas), em 1890, mas durante a segunda guerra mundial por causa de

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20

soldados expostos ao gás mostarda é que se avançou o interesse pela utilização de

fármacos antineoplásicas (BONASSA, 2005).

Os estudos dos quimioterápicos têm evoluído desde o inicio do século XX

quando de Paul Ehrlich que foi o primeiro a utilizar o termo quimioterapia e a definiu

como o uso de fármacos para tratamentos de doenças, e também se interessou no

tratamento do câncer. Mas a partir da segunda guerra mundial com o uso do gás

mostarda pesquisadores como Milton Winternitz, Goodman, Gilman e Gustaf

Lindskog, através de seus estudos com mostarda nitrogenada, ciclofosfamida e

clorambucil, utilizaram em tratamentos de linfomas. Farber e Harriet Kilte

desenvolveram uma série de análogos do ácido fólico (metotrexato), e antibióticos

antitumorais (actinomicina). Na década de 50 Charles Heidelberger e colaboradores

desenvolveram o primeiro exemplo de Terapia-alvo (5 fluoropirimidina - fluorouracil

(5-FU)). Nos anos 60 a oncologia médica não existia como especialidade médica e

houve desconfianças quanto ao uso de antineoplásicos.

Na década de 70 a inicia-se a idade da quimioterapia adjuvante, e

grandes quantidades de recursos foram investidos nos anos 70 e 80. Dos anos 90

em diante com os dados do genoma novas fármaco alvo foram sendo investigadas e

utilizadas que até então resistente à quimioterapia padrão.

Embora o tratamento nem sempre seja curativo para alguns cânceres,

tem havido uma significativa melhora na sobrevida. Isto está demonstrado

historicamente nas figuras 1A e 1B. Além disso, vários dos regimes de quimioterapia

mais ativos, alguns dos quais são combinado com novas terapias direcionadas,

estão sendo utilizados na configuração neoadjuvante. Nos últimos 10 anos a

quimioterapia, neoadjuvante tem sido amplamente utilizado para vários tipos de

câncer (DE VITA; CHU, 2008).

O uso da quimioterapia antineoplásica consiste como objetivo principal

destruir as células neoplásicas, preservando as normais. Devido aos seus

mecanismos de ação, atuam de forma não seletiva, fazendo-se necessários estudos

direcionados de sua atuação, pois há efeitos colaterais no seu uso (ALMEIDA et. al.,

2005).

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De acordo com Bonassa (2005) a quimioterapia é utilizada com fármacos

de uso isolado ou associada com o propósito de tratamento de neoplasias. Estes

fármacos atuam em nível celular interferindo nos processos de crescimento e

divisão. Sendo que grande parte deles não destroem de forma seletiva ou exclusiva

as células tumorais. Geralmente tóxicos aos tecidos de rápida proliferação,

constatado pela alta atividade mitótica e ciclo celular curto.

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Figura 1. Avanços na história da quimioterapia do câncer segundo De Vita & Chu (Cancer

Research-2008).

No início de 1900 foi utilizado o termo '' quimioterapia '' e definiu-o como o uso de produtos químicos para tratar a doença. Em 1908, a utilização do modelo animal com coelho, desenvolvimento de agentes alquilantes, entre 1925 a 1943, o uso de mostardas nitrogenadas em linfomas. Em 1948, foi mostrada a atividade antifolato metotrexato de leucemia infantil. Por volta de 1951, desenvolvimento de duas drogas que, mais tarde, desempenham um papel importante no tratamento de leucemia aguda: 6-thioquanine e 6-mercaptopurina. No ano de 1955, desenvolvimento do Centro Nacional de Serviços em Quimioterapia do Câncer. Entre 1963 a 1970, descoberta dos alcalóides da vinca e exito dos quimioterápicos. De 1975 a 2015, investimentos em biologia molecular, sistemas de cultura de células e declínio da mortalidade por câncer, produção da Imatinibina, aprovação do peimeiro anticorpo monoclonal, sequenciamento genomico, inibidores da tirosina kinase, utilização de alvos na quimioterapia e aceleração da queda de mortalidade por câncer.

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1.2 Definições e Conceitos

1.2.1 Fontes de Exposição e Usos

Os fármacos antineoplásicos são utilizados principalmente em processos

oncológicos, neste sentido os profissionais que mantém contatos com estes fármacos

estão sujeitos a riscos desde o momento de sua fabricação até sua eliminação do

ambiente.

Segundo Calabresi; Chabner (1996), descuidos na manipulação destes

fármacos podem causar vários sintomas como leucopenia, náusea, dor de cabeça,

vertigens e queda de cabelo entre os profissionais que preparam e administram

quimioterápicos. Também há evidências biológicas da existência de absorção sistêmica

de alguns destes fármacos, como a mutagenicidade urinária, aumento de metabólitos

dos fármacos nos trabalhadores (ESPANHA, 2003).

1.2.2 Mecanismos de Ação

Os profissionais dos serviços de quimioterapia antineoplásica podem estar

expostos durante a preparação, distribuição ou transporte interno, administração ou

eliminação de resíduos. É observado que durante o período de trabalho com a

manipulação desses fármacos, quantidades micro podem estar disponíveis para

contaminar por via respiratória (inalação dos aerossóis); devido a cortes produzidos

pela ruptura das ampolas; por contato direto através da pele ou mucosas; por via oral,

por via parenteral e através de pinçagens (MARTINS, 2004).

1.2.3 Efeitos sobre a saúde

Os efeitos mais estudados sobre a saúde com ações tóxicas são:

teratogênico, citostático, carcinogênico, mutagênico, alteração corneal, cardiotóxico,

hepatotóxico, nefrotóxico, hemorrágico, vesicante, irritante da pele e mucosa, e

hematológico (ESPANHA, 2003). As reações são produzidas por certos fármacos e

nem todos produzem as mesmas reações. Da mesma maneira que suas ações tóxicas

provocam danos ao paciente, os profissionais de saúde que trabalham com estes

fármacos estão sujeitos a riscos pela sua exposição (CONNOR; MCDIARMID, 2006). A

sua absorção sistêmica foi comprovada pelos monitoramentos biológicos como a

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mutagenicidade urinária, tioéteres na urina, efeitos citogenéticos (aberrações

cromossômicas e micronúcleos em sangue periférico) e metabólitos na urina

(ESPANHA, 2003). Mesmo doses iguais de medicação podem causar efeitos

heterogêneos em pacientes devido à eficácia e toxicidade causada por fatores diversos

(EFFORTH; WOLM, 2005).

1.2.4 Citostático

Substâncias que inibem ou impede a evolução da neoplasia, limitando a

maturação e proliferação de células malignas, atuando sobre fases específicas do ciclo

celular e por elas são ativas frente a células que se encontram no processo de divisão.

Este mecanismo demonstra suas atividades carcinogênicas, mutagênicas e/ou

teratogênicas constituindo assim um grupo heterogêneo de substâncias de distinta

natureza química, que se utiliza de forma preferencial na terapêutica de neoplasias

isoladas ou acompanhadas de outro tipo de terapia. Dentro do processo de utilização

de agentes citostáticos, a Ciclofosfamida, 5-fluorouracil e Metotrexato constituem cerca

de 81% dos antineoplásicos preparados (ESPANHA, 2003).

1.2.5 Mutagênico

Entende-se por mutação a modificação permanente na quantidade ou na

estrutura de material genético de um organismo que produz uma troca das

características do fenótipo do dito organismo. As alterações podem afetar a um só

gene, a um conjunto de genes ou a um cromossomo inteiro.

É importante observar que a mutagênese descreve uma alteração na

seqüência de pares de base do DNA (mutação), enquanto que a carcinogênese

significa que alterações no DNA conduziram a um crescimento e divisão celular

inapropriado. A carcinogênese no geral resulta de diversas mutações (SILVA;

ERDTMANN; HENRIQUES, 2003). Assim, nem todos os eventos mutagênicos

acarretam em carcinogênese (WATAHA, 2000).

1.2.6 Carcinogênico

Produto ou preparado que por inalação, ingestão ou penetração cutânea,

pode gerar câncer ou aumentar sua frequência. Alguns dos citostáticos são

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25

considerados como carcinogênicos e segundo a classificação da International Agency

for Research on Cancer (IARC), a determinação do risco carcinogênico das

substâncias químicas nos humanos, compreende nas seguintes categorias:

Grupo 1- O agente é carcinogênico para humanos.

Grupo 2 A - O agente é provavelmente carcinogênico para humanos, segundo

evidências limitadas em seres humanos e evidência suficiente em animais.

Grupo 2 B – O agente é possivelmente carcinogênico em seres humanos,

segundo evidência suficiente em animais, porém inadequada em seres humanos, ou

evidência limitada nesses, com evidência suficiente em animais.

1.2.7 Genotóxico

Agentes que podem modificar a estrutura normal do material genético e

podem causar mutações cromossômicas e gênicas (MOREIRA et al., 2002). Um

produto ou preparado que, por inalação, ingestão ou penetração cutânea, pode gerar

efeitos negativos não hereditários nas descendências, aumentar a freqüência destes,

apresentar de forma negativa a função, a capacidade reprodutora (BOURAOUI, et al.,

2011; CONNOR et al., 2010; TESTA et al., 2007).

1.2.8 Genética Toxicológica

Segundo Brusick (1980) a genética toxicológica estuda as modificações do

DNA devido a efeitos tóxicos resultantes de sua interação com agentes biológicos,

físicos e químicos. Por ser uma disciplina científica, que lida com os efeitos dos

agentes biológicos, físicos e químicos sobre as possíveis mudanças genéticas de

organismos vivos, têm sido amparadas por órgãos governamentais e instituições

científicas, para assistir finalidades quanto a protocolos de estudos, recursos de dados

baseados na web, regulamentações de testes, boas práticas de laboratórios, entre

outras definidas ao longo dos anos (YOUNG, 2002).

1.2.9 Citotóxico

As substâncias citotóxicas causam modificações do aparelho mitótico ou

deprimem a síntese de macromoléculas essenciais à vida celular e, como

conseqüência causam diminuição ou atraso da divisão celular (MOREIRA et al., 2002).

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26

1.3 Classificação dos Antineoplásicos

Os antineoplásicos dividem-se nas categorias de Fármacos Citostáticos

(agentes alquilantes, antimetabólitos, antibióticos citotóxicos, derivados de plantas),

Hormônios e outros novos fármacos que não se inserem nas categorias anteriores

(POWER; POLOVICH, 2011).

Segundo a classificação de Clark; McGee (1997) os antineoplásicos se

classificam conforme a estrutura química em seus grupos: Alquilantes; Agentes

Antimetabólicos; Antibióticos Antitumorais; Nitrosureias; Alcaloides da Vinca; Agentes

Hormonais e Agentes Diversos (miscelânea).

A quimioterapia antineoplásica consiste no emprego de substâncias

químicas e isoladas ou em combinação, com o objetivo de tratar as neoplasias sendo,

portanto, fármacos que atuam em nível celular interferindo no seu processo de

crescimento e divisão. A maioria desses fármacos não destroem seletiva e

exclusivamente as células tumorais, sendo em geral tóxicas aos tecidos de rápida

proliferação, caracterizados por uma alta atividade mitótica e ciclo celulares curtos não

possuindo especificidade (BONASSA, 2005).

Os antineoplásicos também podem ser classificados de outra forma embora

não seja definitiva. Podem ser de acordo com a fase do ciclo celular, tendo alguns

atuando em várias fases do ciclo celular. Há os que atuam numa fase específica do

ciclo celular, e os que atuam independente da fase de ciclo celular. Há outra

classificação quanto ao mecanismo de ação, mais de um ou os que ainda não

possuem a elucidação do mecanismo (SILVA, 2006).

Tradicionalmente se têm classificado os antineoplásicos quanto à função de

seu nível de atuação dentro do ciclo celular e do seu mecanismo de ação e estrutura

química. Grande parte dos fármacos antineoplásicos interfere no mecanismo celular e

com os estudos do ciclo é que se definiu a ação desses fármacos e foi através desta

condição que estudo de Bruce e colaboradores (1969) fizeram a classificação dos

antineoplásicos de acordo com sua atuação sobre o ciclo celular, demonstrado no

Quadro 1, (INCA/MS 2009).

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27

Quadro-1. Classificação dos antineoplásicos de acordo com sua atuação sobre o ciclo

celular

Antineoplásicos Atuação

Ciclo Inespecífico Atuam nas células que estão ou não no ciclo

proliferativo, caso das mostardas nitrogenadas.

Ciclo Específico Atuam somente nas células que se encontram

em proliferação, caso da ciclofosfamida.

Fase- Específica

Atuam em determinadas fases do ciclo celular,

caso do metotrexato (fase S) o ectoposideo

(fase G2) a vincristina (fase M).

Fonte: Adaptado INCA/MS,

Quanto à atuação dentro do ciclo celular não é absoluta por alguns

medicamentos terem seu nível de atuação desconhecida e outros serem de formas

múltiplas (ESPANHA, 2003).

Segundo Calabresi e Chabner (2003), os antineoplásicos classificam-se de

acordo com o seu ponto de interferência no mecanismo de ação das diferentes etapas

da síntese do DNA, transcrição e tradução como demonstra a figura 2.

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Figura 2. Classificação de agentes antineoplásicos de acordo com o seu ponto de

interferência no mecanismo de ação das diferentes etapas.

Fonte: Calabresi e Chabner, 2003.

Muitos fármacos são eficazes contra o câncer por sua atuação nas células

que estão envolvidas no ciclo celular, e são chamadas de fármacos ciclo-celular

especificas (CCS). Outro grupo é chamado de não específicos do ciclo-celular (CCNS)

que tem a capacidade de eliminar as células tumorais independente de passarem pelo

ciclo celular (ALMEIDA et. al., 2005), conforme a Tabela1.

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Tabela 1. Fármacos com ações ciclo celulares.

1- Fármacos de Ciclo Celular Específico

2- Fármacos de Ciclo Celular Não Específico

1.1 Antimetabólitos 2.1 Produtos Naturais

Análogo do ácido fólico Antibióticos Naturais

Antagonistas das pirimidinas Antraciclinas

Análogos das purinas e

inibidores correlatos

Mitomicina

Dactinomicina

1.2 Hormônios Plicamicina

Adrenocorticoesteroides Bleomicina

Progestinas Alcalóides

Estrogênios

Pirrolizidínicos 2.2 Complexos de Platina

Antiestrogênio Cisplatina

Coordenação Carboplatina

Antiodrogênio

Análogo do hormônio liberador

de gonadotropina

2.3 Alquilantes Diversos

Inibidor da aromatose Mostardas Nitrogenadas

Inibidor do hormônio peptídico Nitrossureias

Triazenos

1.3 Produtos Naturais Alquil sulfonatos

Alcalóides Vegetais

Alcalóides da Vinca

1.4 Enzimas

Fonte: Modificado de Almeida et.al (2005).

1.3.1 Fármacos com ação genotóxica

Os estudos dos antineoplásicos têm mostrado que vários fármacos

provocam modificações genéticas que são causadas por suas ações, como o do

aumento da fragilidade cromossômica e das alterações cromossômicas entre outras os

alquilantes fazem parte deste grupo (ESPANHA, 2003). Estudos realizados in vitro de

profissionais expostos ocupacionalmente a fármacos antineoplásicas como, por

exemplo, Vincristina, foi considerada uma fármaco genotóxica (JIANG et. al., 2008).

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1.3.2 Fármacos com ação mutagênica

Estudos realizados em animais, in vitro e dados em humanos, tem

demonstrado que vários fármacos antineoplásicos tem se mostrado mutagênicas a

exemplo desses fármacos Isofosfamida, Ciclofosfamida, Cisplatina, 5Fluorouracil

(IARC, 1998). Os fármacos com ações mutagênicas podem ser monitoradas

biologicamente com estudos citogenéticos das pessoas expostas para se verificar as

possíveis alterações cromossômicas estruturais (KOPJAR et. al. 2010).

1.3.3 Fármacos com ação carcinogênica

Para o homem são consideradas cancerígenas oito espécies de

antineoplásicos que estão em uso ativo: Bussulfan, Clorambucil, Ciclofosfamida,

Etoposide, Melfalan, Mtil-CCNU, Treosulfan, Tiotepa. Um aplica-se apenas para fins de

investigação (Clornafazin). Combinação desses dois fármacos: etoposide com

bleomicina e cisplatina e MOPP protocolo de quimioterapia (Clormetina, Procarbazina,

Vincristina e Prednisona), em conjunto combinado com outros protocolos que

contenham fármacos alquilantes. E provavelmente carcinogénico antineoplasicas, oito

fármacos que estão em uso ativo: Azacitidina, Cisplatina, Doxorrubicina, Carmustina,

Clormetina, Lomustina, Procarbazina, Teniposideo. (KOPJAR et al. 2010). A

International Agency for Research on Cancer (IARC) reconhece como carcinógenos

para o ser humano a ciclofosfamida, a clorambucila, e o melfalano, dentre outros.

A Tabela 2 apresenta os carcinógenos e os prováveis carcinógenos

conhecidos em humanos entre fármacos antineoplásicas no uso clínico.

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Tabela 2 - Fármacos Antineoplásicas que são classificadas como carcinógenos ou

prováveis carcinógenos humanos.

Fármacos de Risco Classificação

IARC* Fármacos de Risco

Classificação IARC*

Agentes Alquilantes Antibióticos

Bussulfano ABC 1 Bleomicina ABC -

Carmustina ABC 2a Dactinomicina ABC -

Clorambucil ABCE 1 Daunorrubicina ABC -

Clorometina 2a Doxorrubicina ABCE -

Clorometina N-óxido 2b Fluorouracil ABC 3

Clornafasina 1 Mercaptopurina ABC 3

Clorozotocina E 2a Metotrexato ABC 3

Cisplatina ABCE 2a Mitramicina -

Ciclofosfamida ABCE 1 Mitomicina ABC -

Dacarbazina ABC 2b Gerador de radical livre

Estreptozotocina AC 2b Azatioprina ACE 1

Isofosfamida ABC 3 Inibidores mitóticos

Lomustina ABCD 2a Vimblastina ABC 3

Meclorotamina BC - Vincristina 3

Melfalano ABCE 1 Asparginase ABC -

Mostarda uracila ACE - Procarbazina ABCE 2ª

1: carcinogênico para humanos; 2a: provavelmente carcinogênico para humanos; 2b: possivelmente

carcinogênico para humanos; 3: não classificado como carcinogênico para humanos.

A: The National Institutes of Health, Clinical Center Nursing Department.

B: Antineoplastic Drugs in the Physicians’ Desk Reference.

C: American Hospital Formulary, Antineoplastics.

D: Johns Hopkins Hospital.

E: International Agency for Research on Cancer.

Fonte: Adaptado de Hirata 2002.

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Fármacos Tóxicos com Ação Clastogênica e Aneugênica

Muitos dos fármacos comumente utilizadas na quimioterapia antineoplásica

são de ação clastogênica e aneugênica. Os agentes clastogênicos são agentes físicos

ou químicos que produzem danos ao DNA e podem aumentar a fragilidade

cromossômica a exemplo do 5 FU. As associações de fármacos antineoplásicas com

exposição ocupacional por longo tempo pode ter ação clastogênica no DNA de células

somáticas (REKHADEVI et. al. 2007).

1.4 Evolução do Risco

É conhecido que os antineoplásicos de uma maneira geral são de risco e o

que se pode fazer é minimizar as situações diante da improvável condição de

eliminação. Assim a evolução dos riscos está descrita como aquela considerada a

planificação de ações preventivas (ESPANHA, 2003).

1.4.1 Controle Ambiental

Em face das condições dos riscos, tem-se utilizado amostras do ambiente

para se acompanhar a evolução dos riscos. Que pode ser vinculada ou não ao controle

biológico, e são utilizadas para se comparar em diversas situações, como estado das

cabines e quanto aos agentes a sua presença e difusão em outras áreas (ESPANHA,

2003).

Há resultados comprovados em estudos que em determinados ambientes de

trabalho a contaminação se torna maior ou menor pela contenção do local, diminuindo

a liberação de fármacos no ambiente ou pelos procedimentos de trabalho dos grupos

de manuseio e de administração seguindo as normas de segurança exigidas

(CAVALLO et. al, 2005).

1.4.2 Monitoração Biológica dos Antineoplásicos

Os testes de genotoxicidade têm sido muito utilizados nas últimas décadas

como uma grande ferramenta para avaliação de riscos de cânceres derivados de

exposição a complexas misturas químicas e agentes mutagênicos (NEVES, 2010).

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33

1.4.2.1 Testes de monitoração dos efeitos

Métodos não seletivos determinam as propriedades comuns de

determinados grupos (mutagenicidade), como o teste de Ames1 para mutagenicidade

urinária e o de tioéteres na urina (ROMBALDI et al, 2009; REKHADEVI et al., 2007).

Os testes mais usados são os clássicos citogenéticos de monitoração como

os de Aberrações Cromossômicas e os de Micronúcleos em sangue periférico onde se

observam trocas nos níveis subcelulares com modificações cromossômicas e

moleculares (SOUSA 2007).

1.4.2.2 Teste de Aberrações Cromossômicas

Os primeiros estudos descrevendo aberrações cromossômicas foram

realizadas por Perthes em 1904 na irradiação de oócitos de Ascaris megalocephala e

por Koemicke em irradiações de células de Vicia faba e Pisium saliva (NATARAJAN,

2002). Segundo Rekhadevi et. al., (2007), o estudo de aberrações cromossômicas, MN,

quebras de DNA, mudanças de cromátides irmãs são marcadores mais comumente

utilizados na epidemiologia do câncer.

Os testes in vitro de aberrações cromossômicas são utilizados para danos

cromossômicos e as mais comuns são as quebras, gaps, translocações,

endoreduplicações e poliploidia. São utilizados como marcador para identificação de

carcinogenicidade (CHOY, 2001). Muitos autores descreveram aberrações

cromossômicas e outras mudanças genotóxicas por exposição ocupacional a agentes

citostáticos (MUŠÁK et al. 2009).

Os estudos com aberrações cromossômicas em linfócitos de sangue periférico

humano são reconhecidos com biomarcador de efeito importante, padronizado e

validado internacionalmente. E um preditivo de aumento de riscos de câncer. Refletindo

a exposição a carcinogênicos e seus efeitos no plano genético (SRAM et. al., 2008).

1

Teste em bactérias SalmonellaTyphimurium, onde o efeito do agente mutagênico é verificado

diante de uma mutação representada pelo crescimento de colônias em meios de cultura pobre de

histidina (Ames et al., 1975).

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34

Vários estudos de aberrações cromossômicas em linfócitos em muitos

laboratórios europeus tem confirmado a potencial associação entre medidas previsíveis

de freqüências de aberrações cromossômicas e resultados subseqüentes de câncer,

no que pode não estar associado a outros estudos em linfócitos como os de cromátides

irmãs e micronúcleos (NORPA et. al., 2006).

Secundariamente aos diferentes agentes clastogênicos as aberrações

cromossômicas são variadas desde um fragmento cromossômico acêntrico, uma

fragmentação das cadeias de DNA formando um cromossomo em anel, tem-se

utilizado a técnica citogenética tradicional com coloração de Giemsa e se analisando de

100 a 300 metáfases por indivíduos (ESCRIBANO et. al., 2009).

As aberrações cromossômicas são de importância de aplicação básica na

ciência. Especificas aberrações em células cancerosas, as correlações positivas

freqüentes em populações humanas com câncer e atividades das quebras

cromossômicas de grande parte por agentes carcinogênicos faz do teste de aberrações

cromossômicas um teste importante dentro da genética toxicológica. Também na

evolução de cuidados para mutagenicidade por agentes químicos, o estudo de

aberrações cromossômicas é um dos melhores testes utilizados (GHOSH et al., 2007;

BONASSI et. al., 2000).

As evidências de níveis associados devem ser suficientes para justificar o

uso das análises de aberrações cromossômicas como um instrumento de programas

de triagem e políticas de prevenções na saúde ocupacional e relativas ao ambiente

(NORPPA et.al., 2006). As aberrações cromossômicas analisadas em linfócitos pode

indicar câncer independentemente de exposição a carcinogênicos (BONASSI, 2005).

Tem sido bem estabelecido que enfermeiras nos serviços oncológicos que manipulam

fármacos antineoplásicos tem aumentada frequência de biomarcadores de exposição,

incluindo aberrações cromossômicas e cromátides irmãs (NORPA et al., 2006).

1.4.2.3 Teste de Micronúcleos

Existe uma variedade de testes para verificação dos efeitos genotóxicos de

diferentes materiais, entre eles o teste de micronúcleos. Os ensaios de micronúcleos

tem trazido contribuição de para muitos tipos de danos citogenéticos, incluindo eventos

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aneugênicos e clastogênicos e várias medidas de citotoxicidade como proliferação

celular e apoptose (morte celular (CHOY, 2001)). A contagem de MN é muito utilizada

no biomonitoramento e teste de mutagenicidade associados a danos cromossômicos

por conta de agentes aneugênicos e clastogênicos (SUWORY et. al., 2011).

O dano genômico é provavelmente a causa do desenvolvimento de doença

degenerativa. Está estabelecido que doenças degenerativas estejam relacionadas com

exposição ambiental de genotoxinas, procedimentos médicos a exemplo de radiações

e fármacos, deficiência de micronutrientes, fatores de estilo de vida e fatores genéticos.

Os estudos realizados em diversos países confirmaram que uma elevada freqüência de

micronúcleos em linfócitos humanos são preditivos do aumento do risco de câncer

(HOLLAND et.al., 2008).

Vários estudos têm sido realizados como estudos da capacidade de redução

de reparo que pode ser geneticamente determinado e pode conferir susceptibilidade no

câncer de mama. Resultados dos estudos apontaram que a freqüência de MN são

preditivos para câncer de mama e alta especificidade e sensitividade podem ser

alcançadas (VARGA et. al., 2006). Por outro lado estudos citogenéticos que incluíram o

teste de MN com resultados significativos para identificação individual com estado pré-

canceroso de alto risco de transformação maligna da cavidade oral, indicando danos

genéticos (SARAN et. al., 2008).

Tratamentos quimioterapeuticos tem fornecido grande ajuda aos pacientes

com câncer, destruindo células cancerosas, mas também pode trazer danos às células

normais com efeitos genotóxicos, afetando não somente pacientes com câncer, mas

trabalhadores expostos cronicamente a antineoplásicos na sua manipulam e

administração (SUSPIRO; PRISTA, 2012; MAHBOOB, et. al., 2012).

O uso de terapias combinadas na conduta de doenças neoplásicas tem

possibilitado estudos realizados quanto aos efeitos biológicos adversos de exposição

ocupacional para fármacos antineoplásicas de grande interesse. Vários relatos têm

sido realizados para determinação de riscos da saúde do pessoal que trabalham com a

preparação e administração de antineoplásicos, e nestes inclui riscos como o câncer. E

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36

na avaliação de danos genéticos pode-se utilizar o teste de MN (CORNETTA et. al.,

2007).

O teste de MN é uma das técnicas utilizadas ao redor do mundo como

biomarcador de instabilidade genômica na população humana. Em vários laboratórios

do mundo o teste de MN é realizado em linfócitos do sangue periférico, células

epiteliais, eritrócitos e fibroblastos. Nos últimos anos vários laboratórios se

interessaram por trabalhos com MN em células esfoliadas porque estas células tem

forte potencial como uma ferramenta de biomonitoramento de populações expostas a

agentes genotóxicos ou submetidos à terapêutica preventiva. Durante o processo de

divisão celular os cromossomos migram nas fases. Os micronúcleos são provenientes

de fragmentos acêntricos ou cromossomos inteiros que não conseguem migrar com o

resto dos cromossomos durante a divisão nuclear (FENECH, 2010).

O teste de micronúcleo é um teste quantitativo que detecta danos estruturais

para cromossomos e agora é comumente usado nos estudos de genotoxicidade (QIU

et. al., 2011). Micronúcleos são formados durante a divisão celular, telófase da mitose

ou meiose, indiferente de onde o dano atual ocorreu durante o ciclo celular. É um

pequeno núcleo separado do núcleo principal duma célula representando uma

cromatina perdida, um dano estrutural do cromossomo (fragmentos acêntricos ou alvos

mitóticos de cromossomos inteiros, representando um dano passado ou herdado por

causa de um menor grau de uma divisão celular (Figura 3)).

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37

Figura 3. Formação de uma célula micronucleada contendo um fragmento de

cromátide acêntrica

Fonte: Adaptado de Choy 2001.

Indução do dano estrutural cromossômico na interfase (a), resultando na formação do

fragmento da cromátide um centrômero (acêntrico) pode ser visualizado quando os

cromossomos são condensados na metáfase fragment lacking da mitose (como está formado

no ensaio de metáfase padronizado). (b) Rearranjo da membrana nuclear ao redor do

fragmento da cromátide produz o micronúcleo (c) no que pode ser quantificado nas células

irmãs formado após a divisão. (d), Célula filha normal. (e), Célula filha micronucleada.

São estruturalmente pequenos núcleos representando o material genético

que foi perdido pelo núcleo principal, como conseqüência de um dano genético

capazes de interferir no processo de ligação do cromossomo às fibras do fuso, ou que

possam induzir a perda do material genético (VILELLA et al., 2003).

De acordo com Silva, Erdtmann e Henriques, em 2003, a presença de

micronúcleos pode ser tomada como indicação da existência de aberração

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cromossômica. O micronúcleo aparece pela primeira vez no final da primeira divisão

mitótica, após clastogênese ou aneugênese, porém micronúcleos adicionais podem-se

formar nas divisões seguintes. Por isso, para visualizar micronúcleos, as células

precisam ter passado por um ciclo mitótico. Quando o tecido estudado é o epitelial, a

técnica de micronúcleos em células esfoliadas apresenta vantagens sobre a técnica de

micronúcleos em linfócitos. As células do tecido-alvo podem ser diretamente

estudadas e a coleta não é invasiva, além disso, o estudo dos micronúcleos em

linfócitos necessita de estímulo para que estes entrem em divisão, ao contrário das

células epiteliais, que estão em constante renovação (BOHRER, 2005).

Os micronúcleos observados nas células dos esfregaços da mucosa bucal

indicam a ocorrência de aberrações cromossômicas ocorridas nas células da camada

basal (STICH; CURTIS; PARRIDA, 1982) e, dessa forma, refletem o dano genotóxico

ocorrido 7 a 10 dias antes da coleta.

As alterações de mucosa bucal podem se utilizadas para expressar algumas

gravidades patológicas ou como biomacardores para avaliar a progressão, e eficácia

de intervenção preventivas de doenças, a freqüência de MN em estudos

epidemiológicos. A Figura 4 representa um esquema de corte de tecido da cavidade

oral de individuo saudável.

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39

Figura 4. Representação esquemática de uma seção transversal de Mucosa Bucal de

Indivíduos sãos. Ilustrando as diferentes camadas de células e possíveis relações

espaciais de vários tipos de células.

Fonte: Adaptado de Migliore et.al (2011).

A determinação dos micronúcleos é baseada em algumas características como:

estrutura e intensidade de coloração da cromatina similares ou mais fracas que o

núcleo principal; bordas nítidas, sugerindo a presença de membrana nuclear; forma

arredondada ou ovalada e incluída no mesmo citoplasma do núcleo principal e

tamanho menor que 1/5 do núcleo principal (SARTO, 1987).

Segundo Ribeiro, Salvadori e Marques (2003) os critérios para identificação

do micronúcleo são tamanho, forma e coloração. O aumento da freqüência de células

micronucleadas tem sido relacionado à exposição a diferentes carcinógenos, assim

como as lesões cancerizáveis (BOHRER, 2005).

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Salvadori, Ribeiro e Fenech (2003) afirmam que os testes de genotoxicidade

representam uma parte importante da pesquisa do câncer, para avaliação do risco e

possíveis carcinógenos. A toxicidade genética não é uma medida de

carcinogenicidade, mas é, freqüentemente, usada como indicativo para o câncer,

considerando que os testes medem um evento iniciante e intermediário na formação de

tumores, e considerando a existência de altas associações entre respostas positivas

em testes de toxicidade genética e carcinogenicidade, em roedores e no homem. Como

resultado dessas considerações, os testes de toxicidade genética, incluindo o teste de

micronúcleo in vivo, são usados, rotineiramente, na avaliação toxicológica inicial e no

teste de novos medicamentos.

Bohrer em 2005 avaliou a presença de micronúcleos em células da mucosa

bucal coletadas de três locais anatômicos em pacientes expostos a carcinógenos como

fumo e álcool. Foram obtidas lâminas com células da mucosa bucal do lábio inferior,

borda da língua e assoalho da boca, de 21 pacientes controle, de 28 pacientes

fumantes e de 19 usuários de fumo e álcool. As lâminas foram coradas com Feulgen

para a quantificação de células micronucleadas e ―broken eggs‖. Os resultados

indicaram que os grupos foram similares na presença média de células micronucleadas

e células apresentando cariorrexe. Em relação aos locais anatômicos, a média e de

células encontradas com cariorrexe foi maior no lábio inferior do que no bordo da língua

ou no assoalho da boca (em todos os grupos). Um número significante de ―broken

eggs‖ foi observado no grupo-controle quando comparado a grupos de pacientes

usuários de fumo e álcool.

Os autores constataram que um número alto de ―broken eggs‖ em pacientes

que não apresentaram fatores de risco a lesões cancerígenas sugere que essa

alteração nuclear pode estar associada ao reparo do DNA ou à mucosa saudável. Foi

observada uma tendência para um aumento no número de células micronucleadas em

usuários de álcool e fumo em todos locais anatômicos. Durante a análise do teste de

micronúcleos, também devem ser levadas em consideração outras anomalias

nucleares encontradas nos esfregaços citopatológicos da mucosa bucal, pois estas

também refletem eventos que podem estar ligados à carcinogênese. Dentre as

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anomalias celulares encontradas destacam-se: cariorrexe, picnose, cariólise,

binucleação e ―broken egg‖ (BOHRER, 2005).

Ribeiro, em 2003, afirmou que uma vantagem da técnica de micronúcleos é

a avaliação da freqüência de outras anomalias provenientes de alterações do fuso de

células em divisão mitótica, como pontes entre núcleos, núcleos irregularmente

divididos. O ―broken egg‖ é descrito como uma forma nuclear bastante anômala, da

qual não se sabe a origem ou significado. Segundo Bohrer (2003), o ―broken egg‖

representa uma primeira alteração nuclear, provavelmente uma resposta adaptativa à

ação do agente clastogênico. Quando essa ação é intensificada, origina-se um

micronúcleo. O uso concomitante do ensaio cometa e micronúcleos são recomendados

na literatura, uma vez que a aplicação desse teste está relacionada ao surgimento de

anos permanentes cromossomiais, enquanto aquele detecta injúrias reparáveis no

DNA, portanto são complementares na avaliação da genotoxicidade (SILVA;

ERDTMANN; HENRIQUES, 2003; BURGAZ et al. 2002).

Um estudo com técnicos de laboratórios odontológicos a fim de avaliar os

danos genéticos nas células nasais esfoliadas e linfócitos desses indivíduos. Para

avaliar a genotoxicidade dos elementos metálicos, foi utilizada a técnica de

micronúcleos. Os resultados indicaram que a exposição a metais como níquel, cromo e

cobalto causaram danos genotóxicos nos dois tipos de células analisadas. No entanto

não foi possível verificar quais dos metais foram responsáveis pelos danos genotóxicos

observados (CHOY, 2001).

A consequência biológica do micronúcleo e o resultado de perdas de

cromatina, onde o micronúcleo pode representar um risco para câncer, se está

envolvido genes das cromatinas nos processos de câncer (CHOY, 2001).

1.5 JUSTIFICATIVA

Não há dados de estudos no Estado do Piauí dos possíveis danos pela

exposição ocupacional dos profissionais de saúde que atuam nos serviços de

quimioterapia. Apesar do acompanhamento por marcadores bioquímicos e exames

hematológicos, a utilização de marcadores genotóxicos se fez necessária para o

biomonitoramento de profissionais expostos ocupacionalmente a antineoplásicos

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devido às condições de mutagenicidade carcinogenicidade de vários antineoplásicos e

possíveis mudanças que ocorram no DNA dos sujeitos, com o intuito de minimizar os

casos de doenças ocupacionais.

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CAPÍTULO II

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos genotóxicos

associados à exposição ocupacional a fármacos quimioterápicos, com o uso de

biomarcadores de genotoxicidade, hematológicos e bioquímicos.

2.2 Específicos

Avaliar a genotoxicidade ocasionada por agentes quimioterápicos nos

profissionais que manipulam e administram medicamentos antineoplásicos nos

serviços de oncologia da cidade de Teresina pelo Teste de Micronúcleos em culturas

de linfócitos e em mucosa bucal.

1- Avaliar efeitos clastogênicos em cultura de células com o teste de

aberrações cromossômicas.

2- Determinar os parâmetros hematológicos e bioquímicos de profissionais

de saúde, para o biomonitoramento de toxicidade.

3- Estabelecer correlações entre os resultados obtidos com dados referentes

à história pessoal, em nível ocupacional, hábitos sociais, tais como o

consumo de fumo e álcool, estilo de vida, hábitos nutricionais e história

genética

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CAPÍTULO III

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46

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. População

A análise foi realizada em 2 grupos:

Grupo teste que foi composto de 22 profissionais de saúde,

farmacêuticos, auxiliares da manipulação, enfermeiros e técnicos de

enfermagem, que trabalham nos serviços de oncologia do Hospital São

Marcos em Teresina-PI, expostos diariamente aos quimioterápicos, sendo

assim então uma exposição crônica, sejam pela manipulação destes

fármacos, ou pela administração delas aos pacientes.

Grupo controle que compreenderam de 22 profissionais de várias áreas

de atuação como psicólogos, secretárias, contadores, entre outros, que não

tinham nenhum contato com medicamentos antineoplásicos.

3.2. Critérios de Inclusão

Todos os voluntários do estudo atenderam os seguintes critérios:

Profissionais de saúde que estejam nos serviços de oncologia nos setores

de manipulação dos quimioterápicos e da administração aos pacientes que

utilizam os serviços de oncologia do hospital São Marcos de Teresina- PI.

Trabalhadores capazes de compreender o objetivo da pesquisa e

consequentemente assinarem o termo de Consentimento Livre e

Esclarecido.

3.3. Critérios de Exclusão

Foram excluídos da amostra sujeitos que estavam fazendo uso de algum

medicamento; apresentaram alguma infecção; apresentaram lesões bucais; que foram

submetidos a raios-X, tomografia ou qualquer outro procedimento radiológico há menos

de três meses; que tenham feito tratamento quimioterápico ou radioterápico em algum

momento da vida, portadores de HIV.

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3.4. Aspectos Éticos

3.4.1. Comitê de Ética e Pesquisa

O projeto de pesquisa, com o protocolo experimental e o termo de

consentimento, foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal

do Ceará- COMEPE, dentro das normas que regulamentam a pesquisa em seres

humanos, do Conselho nacional de Saúde – Ministério da Saúde, Resolução, nº 196 de

10 de outubro de 1996 e complementares. O projeto foi aprovado na reunião do

COMEPE no dia 27 de Novembro de 2008 (Of. Nº 694/08, Protocolo COMEPE nº

240/08) (ANEXO A).

Foi recebida uma declaração do hospital São Marcos autorizando a

realização da pesquisa na instituição (ANEXO B).

3.4.2. Conduta do Estudo

O Estudo foi conduzido de acordo com a declaração de Helsinque (1964) e

as revisões, assim como as regulamentações locais (Resolução 196/96 e 251/97 do

CNS-MS).

O investigador foi responsável por conduzir o estudo em estrita observação

ao Protocolo aprovado.

3.5. PROTOCOLO EXPERIMENTAL

A coleta do material foi realizada por profissionais capacitados do

Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Piauí (LACEN). No ato, foram

utilizadas coletas de células da mucosa bucal e coleta de sangue venoso. As amostras

obtidas foram usadas exclusivamente para execução desta pesquisa.

3.5.1 AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA

Para o estudo hematológico amostras de sangue foram colhidas através de

tubo de hemólise contendo anticoagulante EDTA. Logo após a coleta foram feitos os

esfregaços das lâminas com coloração (Panóptico – corante). Amostras da coleta de

sangue foram analisadas por testes hematológicos utilizando o analisador automático

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Sysmex-KX21. Diferentes parâmetros hematológicos foram utilizados: hemoglobina

(Hb), hematócrito (HCT), índices hematimétricos, contagem total de hemácias (RBC),

leucograma com contagem total de leucócitos (WBC) e contagem diferencial de

leucócitos, e a contagem de plaquetas.

3.5.2 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA

Amostras de sangue foram colhidas em tubos de hemólise sem

anticoagulante. Após a coagulação do sangue este foi submetido à centrifugação para

retirada do soro na utilização das análises bioquímicas que foram realizadas. Tais

amostras foram utilizadas para as dosagens séricas de Uréia (método enzimático

colorimétrico) e Creatinina (método creatinina K) para a avaliação da função renal;

Transaminases: Transaminase Glutâmica Oxalacética (TGO) e Transaminase

glutâmica pirúvica (TGP) (método cinética – UV – IFCC), Fosfatase Alcalina (método –

Roy – modificado) para avaliar a função hepática.

A concentração protéica foi determinada pelo teste de Proteínas Totais e

Frações utilizando metodologias colorimétricas. A Proteína Total foi realizada pela

metodologia de Biureto. A Albumina pela metodologia de Verde de Bromocresol.

3.5.3 AVALIAÇÃO DE GENOTOXICIDADE

Para os indivíduos envolvidos neste estudo, dados do tipo idade, sexo,

hábitos de dieta, fumo e álcool, foram necessários. Para tanto, a elaboração de um

questionário foi baseada conforme protocolo publicado pela Comissão Internacional

para Proteção Ambiental a Mutágenos e Carcinógenos (ICPEMC) (Carrano e

Natarajam, 1988).

Antes da coleta das amostras, foi aplicado um questionário semi estruturado

de saúde pessoal (Anexo D) primeiramente aos trabalhadores, mediante assinatura do

termo consentimento livre e esclarecido.

Os voluntários foram selecionadas nos setores farmacêuticos e de

enfermagem dos serviços quimioterapia do Hospital São Marcos na cidade de

Teresina. A parte experimental foi conduzida da seguinte maneira:

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3.5.4 Teste de Aberrações Cromossômicas

Princípio do método

Análise citogenética em sangue periférico tem sido uma técnica aceita para

monitoramento biológico de danos genéticos em células somáticas desde 1970,

induzidas pela exposição a agentes clastogênicos. O teste de aberrações

cromossômicas em linfócitos humanos é considerado como um biomarcador de efeitos

ao DNA que tem sido validado internacionalmente. As aberrações cromossômicas (AC)

são mudanças microscopicamente visíveis na estrutura do cromossomo que envolve

uma quebra ou rearranjo do material cromossômico. Segundo Kucerova et. al., (1982),

teoricamente, as AC em linfócitos podem servir como um indicador de

carcinogenicidade e de aumento de patogenia genética na progênie. Portanto, o

controle citogenético através do teste de AC assume um papel relevante na análise

qualitativa da mutagenicidade provocada pela exposição a compostos químicos, como

antineoplásicos.

Protocolo

O teste foi realizado de acordo com Sram et. al., (2000).

Amostras de sangue

As preparações metafásicas para a análise convencional de Aberrações

Cromossômicas foram obtidas seguindo os seguintes passos:

As amostras de sangue foram coletadas através de punção venosa. De

cada indivíduo foram coletado cerca de 5 ml de sangue periférico com seringa estéril e

descartável, contendo o anticoagulante heparina sódica 5000 U/ml.

Cultura de linfócitos

Foram coletados 5mL de sangue periférico, com seringa descartável estéril

heparinizada. Para cada indivíduo foram feitas três culturas de 5 ml em meio: 3,8 mL

de RPMI 1640, 20% e 0,6mL de soro bovino fetal, e 2% (0,1 ml) de fitohemaglutinina

(todos da CULTILAB ®), para estimular a divisão celular. Em seguida, foram

adicionadas 0,5mL de sangue total, e agitado vagarosamente os vidros. As culturas

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50

foram incubadas em estufa comum a 37 ºC por 48 horas. Aproximadamente 90 minutos

antes do término da incubação, adicionou-se 12,5µL colchicina (Sigma ®) em cada

frasco de cultura, com leve agitação para obtenção de células em metáfase. Os frascos

foram agitados manualmente para evitar que as células ficassem aderidas às paredes

e o conteúdo e em seguida transferidos para os tubos Falcon e centrifugados a 800

RPM por 5 minutos. Em seguida, o sobrenadante foi descartado e o sedimento foi

resuspendido com 10 ml de solução de KCL a (0,075 M) a 37ºC vagarosamente para

não romper as células. Os tubos permanecem em estufa a 37ºC por 10 minutos.

Centrifugou-se novamente a 800 RPM por 5 minutos e retirou-se o sobrenadante

batendo o tubo contra a palma da mão até misturar o sedimento obtendo-se então uma

suspensão de células homogêneas sem a formação de grumos. Acrescentou-se 5 mL

de fixador (recém-preparado), que consiste em metanol (MERCK®) e ácido acético na

proporção de 3:1 respectivamente. No dia seguinte, centrifugou-se a 800 RPM por 5

minutos, o sobrenadante foi desprezado e o sedimento lavado em 5 ml de fixador.

Repetiu-se este procedimento por mais uma vez.

Ressuspendeu-se a células com 0,3 a 0,5 mL de fixador, obtendo-se uma

diluição adequada de células para a confecção de lâminas (ROSSNER, et al. 2005).

Preparo das lâminas

Antes do preparo das lâminas, as mesmas foram lavadas com sabão

Dextran® e armazenadas na geladeira a 4ºC imersas em água destilada e sem

resíduos de gordura. Retirou-se as lâminas do reservatório e gotejou-se 2 a 4 gotas do

material sobre as lâminas em posição horizontal, inclinando-as levemente para o

espalhamento do material. Duas lâminas foram preparadas para cada sujeito.

Preparo das lâminas para análise de Aberrações Cromossômicas

Após secagem das lâminas à temperatura ambiente ou à 37ºC em estufa de

secagem, as lâminas foram coradas com Giemsa 10% (MERCK) cobrindo-se toda a

lâmina com uma camada uniforme por 5 minutos (coloração convencional). Em

seguida, as lâminas foram lavadas em água destilada e colocadas para secar na estufa

por alguns minutos. As análises das 100 metáfases bandeadas por indivíduos foram

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51

realizadas em teste cego ao microscópio de luz na objetiva de 100X. O percentual de

AC foi expresso pelo número de AC/número de células (ALBERTINI et. al., 2000).

3.5.5 Teste de Micronúcleos

Os micronúcleos são fragmentos de DNA que são reportados como de alto

risco para o aparecimento do câncer, em resposta a agentes genotóxicos e

carcinógenos. Os micronúcleos (MN) nas células esfoliadas refletem os eventos

genotóxicos que ocorreram nas células em divisão da camada basal no período de

uma a três semanas depois da ação dos agentes genotóxicos (STICH et al., 1993). O

teste de micronúcleos é um teste citogenético que pode ser usado como biomarcador

para avaliação de efeitos aneugênicos e clastogênicos e tem sido bastante usado para

avaliar danos citogenéticos em várias populações do mundo (PASTOR et al., 2003).

Princípio do método

O teste do micronúcleo foi previamente descrito por Schmid (1975). A

freqüência de micronúcleos representa um índice composto de aberrações

cromossômicas em uma determinada população celular tendo sido proposta sua

utilização como teste de curta duração para avaliação do potencial genotóxico de

agentes químicos e físicos (SCHMID, 1975). O Teste do Micronúcleo pode ser aplicado

com sucesso a quaisquer células humanas esfoliadas que possam ser facilmente

obtidas, como as do tecido da mucosa bucal. Os micronúcleos representam

marcadores simples, que podem ser examinados em preparações citológicas de rotina,

sendo considerado um teste valioso na avaliação de danos citogenéticos de

populações expostas a agentes mutagênicos e carcinogênicos (HOLLAND et al., 2008).

O teste de micronúcleo é atualmente usado como padrão de teste de mutagenicidade

cromossômica e segue a norma OECD – ―Guidelines for the testing of

Chemicals/section 4: Health Effects – Mammalian Erythrocytes. Micronúcleos Test: nº -

474 e a recomendação do Gene – Tox program, Environmental Protection Agency –

EPAIUS‖. A análise das alterações nucleares pode ser feita através da quantificação de

micronúcleos em células esfoliadas da mucosa bucal. O teste de micronúcleos pode

ser usado para evidenciar a ação mutagênica de agentes físicos, tanto em estudos in

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52

vivo como em estudos in vitro (FENECH et al., 1999). O protocolo foi padronizado

segundo Cerqueira et al., (2004), com algumas modificações.

Protocolo

O teste de micronúcleos foi realizado no laboratório de Genética

Toxicológica do LACEN-PI. Para tanto foram coletados amostras de esfoliado de

mucosa oral.

Coleta de células da mucosa bucal

As amostras foram coletadas com o uso da escova ―cytobrush‖ (utilizada

pela ginecologia para coleta de células cervicais). De acordo com Kassie et al. (2001) e

Casartelli et al. (2000) a ―cytobrush‖ é a forma mais apropriada para a coleta de células

esfoliadas de mucosa bucal. As células foram colocadas em 5 mL de solução salina

(0,9% de NaCl), que é considerada um excelente meio de conservação das células até

a etapa de preparação das lâminas. Imediatamente após a coleta, as amostras foram

encaminhadas ao laboratório para a preparação das lâminas, de acordo com Cerqueira

et al. (2004).

Preparação do esfregaço e fixação de células esfoliadas de mucosa

bucal

As amostras de células foram lavadas por três vezes antes da preparação

do esfregaço para diminuir a quantidade de bactérias, no preparado permanente, pois

as mesmas dificultam as análises (HOLLAND et al., 2008). O processo de lavagem foi

realizado em 5 mL solução salina (0,9 % de NaCl), com centrifugações por 10 min a

1.500 RPM seguido de remoção do sobrenadante e substituição da solução sempre no

volume final de 5 mL, segundo Thomas et al. (2008). Antes da preparação do

esfregaço as lâminas são foram pré-aquecidas a 37ºC. As células foram

homogeneizadas no vortex e colocadas sobre as lâminas para a realização do

esfregaço e deixadas em temperatura ambiente para a secagem durante 15 minutos. A

fixação foi feita com metanol: ácido acético (3:1) por 15 min, de acordo com Thomas et

al. (2008). Foram preparadas duas lâminas para cada paciente.

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53

Coloração e observação de células esfoliadas de mucosa bucal

Após a fixação as lâminas ficaram em temperatura ambiente durante 12

horas e em seguida foram imersas em água destilada durante 1 minuto antes da

coloração com Giemsa a 2%, de acordo com Gabriel et al. (2006). A lavagem das

lâminas foi realizada por duas vezes em água destilada durante 3 minutos e por fim,

secou-se a temperatura ambiente. A observação das células foi feita com o uso de

microscópio óptico (OLYMPUS, CX, 41), no aumento de 1000 X, com o uso de óleo de

imersão. Cerca de 1000 células foram observadas em todas as lâminas, totalizando

2.000 células observadas para cada paciente, segundo Tolbert et al. (1991).

Critérios de identificação de MN

A identificação de MN em células esfoliadas de mucosa bucal dos pacientes

foi realizada considerando as células com citoplasma e núcleo intacto e com distinção

do perímetro nuclear. Na identificação dos micronúcleos foram utilizados os critérios:

perímetro arredondado sugestivo de envolvimento por membrana; diâmetro

correspondente a 1/3 do diâmetro do núcleo; coloração, intensidade e textura similar ao

núcleo e ausência de ponte com o núcleo, Distribuição cromatínica e coloração igual

(ou mais clara) do que a do núcleo, dentro do mesmo plano segundo Tolbert et al.

(1991).

Identificação de outras anormalidades nucleares

As anormalidades nucleares foram identificadas e quantificadas segundo

critérios estabelecidos por Tolbert et al. (1991). Essas anormalidades foram

consideradas como tipos de células associadas como processos de diferenciação

como demonstrado na Figura 5.

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54

Figura 5: Modelo esquemático dos possíveis mecanismos de origem relativos à morte

celular e aos danos ao DNA. Fonte: Adaptado de HOLLAND et al., (2008).

Essas alterações devem ser levadas em consideração visto que, representam

diferentes fenômenos celulares degenerativos e/ou adaptativos próprios do tecido

epitelial, ou representam eventos ligados à carcinogênese (CARRARD et al., 2007;

BOHRER, 2003).

3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados obtidos neste trabalho foram submetidos ao teste Qui-quadrado (X2)

através do software PASW Statistics 18.0. e submetidos ao teste One –way ANOVA

(não paramétrico), através do programa Prizma, com nível de significância de 95%.

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55

CAPÍTULO IV

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56

1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

1.1. Caracterização dos profissionais que participaram da pesquisa

Foram selecionados para participar da pesquisa 22 sujeitos no grupo de

expostos que trabalham no setor de quimioterapia, e 22 sujeitos no grupo de não

expostos que trabalham em áreas diversas. Dos trabalhadores expostos 14%

correspondem a farmacêuticos, 23% a auxiliares de enfermagem e, 63% a técnicos em

enfermagem (Figura 6).

14%

63%

23%

0%

Identificação dos expostos a antineoplásicos

Farmacêuticos (manipulação)

Téc. De enfermagem(aplicação)

Auxiliar de enfermagem

Figura 6. Identificação dos profissionais expostos às fármacos antineoplásicos no serviço de quimioterapia de um hospital de Teresina-PI, 2009.

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57

Na Tabela 3, há demonstração que a média de idade dos indivíduos

expostos foi maior (35 anos) do que os não expostos (31 anos).

Tabela 3. Características gerais dos indivíduos não expostos e expostos com as variáveis de média e desvio padrão com relação à idade e tempos (atividade, exposição, uso de medicamentos, tabagismo, etilismo) no serviço de quimioterapia de um hospital de Teresina-PI, 2009.

Características da população Expostos (N =22)

Não expostos (N =22)

Idade 35,2 ± 7,7 31,2 ± 8,2

Tempo de Trabalho* 6,0 ± 5,9 7,3 ± 4,8

Tempo de Tabagismo*

1,1 ± 4,3 1,4 ± 2,3

Tempo de Uso de Medicamentos* 2,7 ± 4,7 0,9 ± 0,8

Tempo de Etilismo* 3,7± 7,0 2,0 ± 3,2

*(anos)

Fonte: autoria própria

Outros fatores que podem implicar ou não como fatores de riscos também

são apresentados na tabela acima, como o etilismo (3,7± 7,0) e tempo de uso de

medicamentos em média (2,7 ± 4,7) maior nos sujeitos expostos do que os não

expostos. Quanto ao tempo de exposições a agentes, atividade de trabalho e o uso de

tabagismo os expostos tem uma relação menor quanto aos não expostos como

demonstra a tabela acima.

Quanto ao tempo de trabalho, a média da população é de 6 (seis) anos de

trabalho e, quanto ao uso de EPIs verificamos in loco durante os períodos de coleta

das amostras e abordagem dos questionários que os EPIs, preconizados pelas normas

de biossegurança eram corretamente utilizados pelos trabalhadores. Há estudos em

que a freqüência de micronúcleos foram mais acentuados conforme o avanço da idade,

(BATTERSHILL et. al., 2008), ou correlacionada pela exposição ao longo do tempo de

trabalho ou pelo mau uso dos EPIs (REKHADVVI, 2007; ROMBALDI, 2009).

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58

Em relação ao etilismo, no nosso estudo não houve significância entre os

grupos de expostos e não expostos já que o consumo caracterizou-se como

esporádico. Estudos como o de (BATTERSHILL et. al., 2006), afirmam que o álcool não

afeta na caracterização de MN e de AC. Enquanto que em outro estudo, obteve-se

resultados com correlação significativamente positiva quando comparado o tempo de

exposição aos quimioterápicos e o consumo de álcool (MUSAK et al,. 2009).

No presente trabalho o tabagismo também não trouxe significância entre os

grupos de expostos e não expostos, mostrando semelhanças aos estudos de

Nersesyan e Chobanyan (2010). Cornetta et al., (2007) em seus com enfermeiros

também demonstrou que no grupo de não exposto houve maior significância do que no

dos expostos. Porém, Battershill et al., (2006) evidenciou em seus estudos que o fumo

traz resultados significantes (BATTERSHILL et. al. 2006).

Dentro das características quanto à raça os expostos apresentam uma ia

prevalência maior dos negros em relação aos não expostos. Brancos ou os que não

informaram suas características raciais são mais prevalentes nos não expostos do que

nos expostos, de acordo com a Tabela 4.

Tabela 4. Características dos indivíduos expostos e não expostos quanto à raça que trabalham em serviços de quimioterapia de um hospital de Teresina-PI

%: Percentual. Fonte: autoria própria

Houve uma pequena diferença a menor dos sujeitos expostos que em

relação aos não expostos em relação ao tabagismo, de acordo com a Tabela 5.

Raça Exposto Frequência % Não Exposto

Frequência %

Não Informado 01 01 4,5 03 03 36,4

Branco 06 06 27,3 08 08 13,6

Negro 15 15 68,2 11 11 50,0

Total 22 22 100,0 22 22 100,0

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Tabela 5. Percentual de indivíduos fumantes e não fumantes entre expostos e não expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI quanto ao Tabagismo

%: Percentual. Fonte: autoria própria

O tempo de uso de medicamento é diversificado nos grupos expostos e não

expostos em ambos os grupos, a maior parte fez uso em torno de um ano ou menos,

dos mais diversos tipos de medicamentos que de certa forma não alteram os

resultados das análises, de acordo com a Tabela 6.

Tabela 6. Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos a

quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI – Tempo de Uso de Medicamentos

%: Percentual. Fonte: autoria própria

O consumo de álcool no grupo de expostos foi equitativo quanto ao seu uso,

mas em relação ao grupo de não expostos o consumo mostrou-se menor, conforme se

demonstra na Tabela 7. Não tendo influencias no estudo já que nas análises

socioeconômicas o uso foi de moderado a baixo.

Expostos Frequência % Não Exposto Frequência %

Sim 03 03 13,6 06 06 27,3 Não 19 19 86,4 16 16 72,7 Total 22 22 100,0 22 22 100,0

Tempo Expostos Frequência % Não Expostos

Frequência %

< 1 ano 09 09 40,9 Até 1 ano 07 31,8

1 ano 08 08 36,4 Até 1 anos 11 50,0

quatro anos

01 01 4,5 Até 2 anos 03 13,6

10 anos 03 03 13,6 Até 3 anos 01 4,6

17 anos 01 01 4,5 - - -

Total 22 22 100,0 Total 22 100,0

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Tabela 7. Percentual de indivíduos etilistas e não etilistas entre expostos e não

expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI

Etilismo Expostos Frequência % Não Expostos Frequência %

Sim 11 11 50,0 13 13 59,1 Não 11 11 50,0 09 09 40,9 Total 22 22 100,0 22 22 100,0

%: Percentual. Fonte: autoria própria

Os indivíduos que participaram da pesquisa têm um índice elevado de

parentes que em algum momento de suas vidas tiveram ou tem câncer, num percentual

de aproximadamente 64%, conforme apresentado na Tabela 8.

Tabela 8. Percentual de indivíduos expostos a quimioterápicos em um hospital de

Teresina-PI, com casos de câncer na família

Câncer na Família Frequência Percentual

Sim 14 63,6

Não 08 36,4

Total 22 100,0

Fonte: autoria própria

Há estudos como o de Surowy et al., (2011) que constataram que a

variabilidade dos MN está em parte associadas devido a fatores genéticos de

hereditariedade e que podem ser utilizados como preditores de riscos de câncer.

Quanto ao grau de parentesco ficou demonstrado de acordo com a Tabela

9, e, que os parentes mais idosos apresentaram uma maior frequência de câncer.

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Tabela 9. Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, em relação a câncer na familiar

Grau de Parentesco Freqüência Percentual

Pai 01 4,5

Avô 01 4,5

Avó 07 31,8

Irmão 01 4,5

Tio 04 18,2

Total 14 100,0

Fonte: autoria própria

Há uma predominância dos cânceres mais comuns entre mulheres e

homens entre os parentes da família, com o câncer de mama e de próstata, além do

câncer de estomago e intestino, demonstrado pela Tabela 10.

Tabela 10. Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, em relação aos tipos de câncer na família

Fonte: autoria própria

Tipo de Câncer Frequência Percentual

Mama 3 13,6 Próstata 2 9,1 Intestino 2 9,1 Reto 1 4,5 Útero 1 4,5 Linfoma 1 4,5 Estômago 2 9,1 Garganta 1 4,5 Pele 1 4,5 Total 14 100,0

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Os indivíduos que participaram desta pesquisa têm o hábito de higiene bucal

numa maior freqüência de três vezes ao dia, conforme demonstrado na Tabela 11.

Tabela 11. Avaliação Sócio Epidemiológica dos trabalhadores expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI quanto à Higiene Bucal

Higiene Frequência Nº de indivíduos

Percentual

2 x ao dia 2 9,1

3x ao dia 20 90,9

Total 22 100,0

Fonte: autoria própria

O grupo exposto tem em sua rotina de trabalho a administração de

protocolos de QT- antineoplásica em pacientes submetidos a tratamento oncológico. O

Quadro 2 mostra alguns desses protocolos.

Quadro 2. Alguns dos Protocolos de QT antineoplásica administrados na rotina de

trabalho dos profissionais expostos aos antineoplásicos no município de Teresina.

Nome Componentes

FAC Fluouracila, Adriblastina, Ciclofosfamida

CHOP Ciclofosfamida, Hidroxidoxorubicina (doxorubicina), Vincristina (Oncovin),

CHOP-R ou R-CHOP CHOP + rituximab (Mabtera)

MTX Metotrexato

CMF Ciclofosfamida, Metotrexato, Fluorouracil (5-FU)

FOLFOX Fluorouracila (5-FU), leucovorin (Ácido folínico)

COPP Ciclofosfamida, Oncovir (Vincristina), Procarbazina

FEC Fluouroracila (5-FU), Epurubicina, Ciclofosfamida

ABVD Doxorubicina, Vimblastina, Dacarbazina, Bleomicina

Fonte: Dados da pesquisa

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63

1.2 Coeficientes de Correlação

Neste estudo foram utilizadas as Correlações de Pearson (r) e as de

Spearman (p). A Tabela 12 apresenta as Correlações de Pearson entre sexo, idade,

tabagismo etilismo e a freqüência de micronúcleos.

Tabela 12. Correlação entre sexo, idade, tabagismo, etilismo e a freqüência de micronúcleos em trabalhadores expostos ocupacionalmente a fármacos antineoplásicas em um hospital de Teresina-PI, 2009

VARIÁVEL %MN Correlação (r)2

Sexo r = -0,033 - 0,001 (1%)

Idade r = -0,311 -0,09 (9%)

Tabagismo r = 0,131 0,01 (1%)

Etilismo r = 0,113 -0,01 (1%)

Legenda: r = Pearson, %MN = Frequência de Micronúcleo; P> 0,05.

A tabela acima mostra que variáveis como sexo, tabagismo e etilismo

correspondem a apenas 1% da frequência de micronúcleos. A prática do tabagismo

não foi um hábito freqüente entre os indivíduos, com apenas dois fumantes de um total

de 22 indivíduos. Nenhum deles fumava mais de 20 cigarros por dia. Este fato pode

explicar uma correlação fraca entre o hábito de fumar e as alterações genéticas

detectadas. A idade corresponde a 9% da freqüência dos micronúcleos e os outros

91% podem estar relacionados com outros fatores. Em outros estudos a idade se

mostra relevante para o aparecimento de micronúcleos, quanto maior a idade maior

será a freqüência de micronúcleos (ZALACAIN et. al., 2005).

A Tabela 13 mostra as Correlações de Spearman entre o cargo/função, a

manipulação, o tempo de exposição e a frequência de micronúcleos.

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Tabela 13. Correlação entre cargo/função, tempo de exposição e a freqüência de micronúcleos em trabalhadores expostos ocupacionalmente a fármacos antineoplásicas em um hospital de Teresina-PI, 2009

VARIÁVEL %MN Correlação ( p )2

Cargo/função p = -0,441* - 0,1 (10%)

Manipulação p = -0,164 0,02 (2%)

Tempo de exposição p = -0,27 -0,07 (7%)

Legenda: p = Spearman, %MN = Frequência de Micronúcleo; * Valor de significância.

A correlação de Spearman demonstra que 10% da frequência de

micronúcleo obtida são decorrentes do cargo e da função exercida. A manipulação

pode ser responsável por 2% da frequência de micronúcleos e 7% da frequência

encontrada podem ser decorrentes do tempo de exposição às fármacos

antineoplásicas. A variável cargo/função apresentou uma correlação fraca entre a

frequência de micronúcleos. Já a manipulação apresentou ma correlação positiva,

porém fraca. Em relação ao tempo de exposição e a correlação fraca, depende do grau

de carcinogenicidade do antineoplásico e do uso correto dos EPI’s. Segundo Martins e

Rosa (2004), os estudos realizados em trabalhadores que adotam as medidas

preventivas adequadas, os indicadores genéticos se mostram negativos.

Para testar a relação entre as variáveis deste estudo calculou-se o

coeficiente de correlação, que de acordo com Dancey e Reidy (2006), proporciona

descobrir se existe um relacionamento entre as variáveis. A intensidade do

relacionamento de coeficiente de correlação pode ser positivo ou negativo e a força

desta correlação pode variar entre 0 e 1, sendo este negativo ou positivo (Figura 7).

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65

Figura 7. Graus dos coeficientes de correlação

Fonte: Dancey e Reidy (2006:186).

O diagrama da Figura 7 dá a ideia de que -1 é tão forte quanto +1. Só

porque o relacionamento é negativo não significa que seja menos forte do que um

relacionamento positivo. Uma correlação de 0,9 é forte, quanto mais próximo a 1 (+ ou

-) está um coeficiente de correlação, mais forte é o relacionamento. Portanto, quanto

mais próximo a 0 (que significa a ausência de relacionamento), mais fraco é a

correlação, isto mostra que coeficiente de correlação mede a proximidade dos pontos

(DANCEY & REIDY, 2006).

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66

2. Avaliação Citogenética

2.1 Teste de Micronúcleos

Os resultados da Tabela 15 indicam que a exposição ocupacional induz a

um nível significante de genotoxicidade nos profissionais expostos aos quimioterápicos.

Nossos resultados indicaram um aumento significante nos níveis de

genotoxicidade em trabalhadores que estão expostos ocupacionalmente aos

quimioterápicos. Neste estudo os trabalhadores expostos mostraram uma indução

significante de MN quando comparado com o controle (2,27 contra 0,68) e (0,15 contra

0,036); p = 0,0278 (Tabela 14).

Estes resultados sugerem uma relação positiva entre a frequência de

micronúcleos de células esfoliadas da mucosa bucal dos trabalhadores expostos

ocupacionalmente a fármacos antineoplásicas, como mostra o nosso estudo.

Tabela 14. Avaliação genotóxica em células de mucosa bucal de trabalhadores

expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009

Grupos Micronúcleoa Frequência (%) de MNb

Expostos (N=22)

2,273 ± 3,135*

0,1500 ± 0,2474*

Não expostos (N=22)

0,6818 ± 0,9455

0,03636 ± 0,04676

a 2000 células por indivíduo. Resultados expressos em média ± desvio padrão.

Significância em bP=0,0278, em relação aos trabalhadores não expostos analisados com o test t.

Nas análises morfológicas de anormalidades nucleares celulares deste

estudo foram verificadas algumas alterações nucleares no grupo exposto, tais como

cariorrex, cariólise e células binucleadas. De acordo com a Tabela 16, os trabalhadores

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mostraram uma indução nas anormalidades nucleares como cariorrex (689,18 contra

484,13) e freqüência de cariorrex (34,29 contra 25,32). As freqüências de cariólise e de

células binucleadas também foram significantes.

Nas análises deste estudo foram verificadas algumas alterações nucleares

no grupo de sujeitos expostos. De acordo com a Tabela 16, os trabalhadores

mostraram uma indução nas anormalidades nucleares como cariorrexe (689,18 contra

484,13) e freqüência de cariorrex (34,29 contra 25,32). A freqüência de cariorrexe foi

significativa, (P<0,05) o que demonstra a figura 8, a de cariólise e de células

binucleadas também foram significantes.

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Tabela 16 - Anormalidade nucleares identificadas em células de mucosa bucal de trabalhadores expostos a quimioterápicos em

um hospital de Teresina-PI, 2009

Anormalidades nucleares

CX (%) CX CL (%) CL Células BN (%) BN

Expostos

689,18 ± 279,01

34,29 ± 14,12*

146,27 ± 78,46

7,31 ± 3,91**

19,45 ± 17,09

0,816 ± 0,821***

Não expostos

484,13 ± 219,71

25,32 ± 9,92

61,95 ± 46,89

3,09 ± 2,33

5,22 ± 2,77

0,243 ± 0,158

(%) =Frequência; CX= Cariorrexe; CL=Cariólise; BN= Binucleadas. Resultados expressos em média ± desvio padrão em 2000 células por indivíduo. Significância em ***P<0,0001, **P<0,001 e *P<0,05 em relação aos trabalhadores não expostos analisado com o teste t.

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Na Figura 8, de acordo com as análises realizadas pode-se verificar a presença

de micronúcleos, células binucleadas (raramente as células podem tornar-se

binucleadas), cariorrexe e cariólise.

Figura 8. Fotomicrografias de células de mucosa bucal de trabalhadores expostos a

quimioterápicos em Teresina-PI, 2009. MN (micronúcleos); BN (células binucleadas); C

(Cariorrexe) e Cl (Cariólise). Aumento de 100X.

Podemos supor que a presença dessas células binucleadas se deve aos

efeitos químicos à exposição dos quimioterápicos.As anormalidades nucleares como

células binucleadas, cariólise e cariorrex, são utilizadas como indicadores de exposição

a substancias químicas e tóxicas (CELIK, ÇAVAS, ERGENE-GOÈZUÈKARA, 2003).

Os resultados dessas alterações estão na tabela 16.

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Tabela 16. Avaliação mutagênica e anormalidade nucleares identificadas em células esfoliadas de mucosa bucal de trabalhadores da saúde expostos quimioterápicos em um hospital de Teresina-Piauí, 2009

Grupos Micronúcleoa Frequência (%) de MN

Expostos (N=22) 2,28 ± 0,67 0,15 ± 0,05

Não expostos (N=22) 0,68 ± 0,67 *** 0,036 ± 0,009 ***

2000 células por indivíduo. Resultados expressos em Média ± erro padrão. Significância em ***P<0,001, em relação aos trabalhadores não expostos com o teste t.

Neste estudo, houve um aumento significativo na frequência de

micronúcleos observada no grupo dos expostos em relação ao grupo controle. Estas

observações são indicativos de danos genéticos, no que vem corroborar com vários

estudos de resultados positivos realizados, em que os micronúcleos são indicadores de

danos cromossômicos resultante de modificações como perdas e quebras (THOMAS

et. al., 2011). De acordo com a figura 9, há uma frequência maior de MN em células de

mucosa bucal de trabalhadores expostos em relação ao grupo de não expostos, com

alguns sujeitos com frequência acima do intervalo da média.

Figura 9- Frequência de micronúcleos em células de mucosa bucal de trabalhadores

expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009.

*P<0,05, em relação aos trabalhadores não expostos analisada com o test t.

Exp

ostos

Não

exp

osto

0.0

0.5

1.0

1.5

*

Fre

qu

ên

cia

(%

) d

e M

N/2

.000 c

élu

las

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71

O teste de micronúcleo (MN) tem sido amplamente utilizado em uma variedade

de investigações exploratórias, com o objetivo de compreender os mecanismos básicos

subjacentes de genotoxicidade (ELHAJOUJI et. al., 2011). Na figura 10, encontramos

uma frequência de cariorrexe maior no grupo de expostos embora em ambos

observamos um número considerável de sujeitos com valores acima do intervalo da

média.

Figura 10. Frequência de cariorrexe em células de mucosa bucal de trabalhadores

expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009. *P<0,05, em relação

aos trabalhadores não expostos analisada com o test t.

A cariorrex representa a fragmentação nuclear e está presente nos processos de

apoptose, predominantemente em células em processo de necrose (BOHRER, 2003)

Exp

ostos

Não

exp

ostos

0

20

40

60

80

100

*

Fre

qu

ên

cia

(%

) d

e C

ari

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.000 c

élu

las

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72

Na figura 11, a frequência de cariólise está maior no grupo de expostos em

relação aos não expostos com uma quantidade significante de indivíduos acima do

valor da média encontrada.

Exposto

s

Não

exp

ostos

0

5

10

15

20

**

Fre

qu

ên

cia

(%

) d

e c

ari

ólis

e/2

000 c

élu

las

Figura 11. Frequência de cariólise em células de mucosa bucal de trabalhadores

expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009. **P<0,001, em

relação aos trabalhadores não expostos analisada com o test t.

A cariólise é definida como a ausência do núcleo e, assim como a cariorrex

também é encontrada em células em processo de necrose. De acordo com Robbins

(1994), muitos agentes quimioterápicos também induzem a lesão celular por efeito

citotóxico direto.

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73

Na figura 12, identificamos a freqüência de células binucleadas com maior

frequência nos indivíduos expostos do que no grupo de não expostos sendo que houve

uma quantidade significante de indivíduos acima do intervalo da média.

Figura 12. Frequência de células binucleadas em células de mucosa bucal de

trabalhadores expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009.

***P<0,0001, em relação aos trabalhadores não expostos analisada com o test t.

Nosso estudo mostrou que o dano genético foi evidente nesses

trabalhadores, devido à exposição ocupacional a antineoplásicos. A presença de

micronúcleos estava significativamente aumentada (P<0,05), quando comparados ao

grupo controle.

A mucosa bucal permite a coleta de células através de uma abordagem

rápida e fácil. À luz do fato de que 0,90% dos cânceres são de origem epitelial, a

utilização de células bucal tem grande potencial epidemiológico tanto como um meio

Exp

ostos

Não

exp

ostos

0

1

2

3

4

***

Fre

qu

ên

cia

de c

élu

las

bin

ucle

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as/2

000 c

élu

las

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74

não invasivo para avaliação genotóxica e na identificação de potenciais biomarcadores

para avaliação da doença no futuro (THOMAS et al. 2011). A presença de

micronúcleos nessas células serve como um dosímetro interno, principalmente na

avaliação da extensão em que determinado agente está relacionado à instabilidade

genômica da célula (MARTINS; BOSCHINI FILHO, 2003).

2.2 Avaliação de Aberrações Cromossômicas

Foram analisadas ao todo 1171 metáfases. E os principais tipos de

aberrações cromossômicas estruturais observadas em linfócitos de sangue periférico

foram anéis, anéis acêntricos, cromossomos dicêntricos e tricêntricos. Sendo estes

dois últimos os mais freqüentes. Embora os índices metafásicos dos indivíduos não

expostos tenham sido maiores os números e percentuais de aberrações

cromossômicas dos indivíduos expostos foram maiores. Segundo Araújo (2008),

quando as amostras são pequenas o desvio padrão tende a ser maior do que a média,

sendo assim usado o erro padrão como referencia de variabilidade.

De acordo com a Tabela 17, a média de aberrações cromossômicas

estruturais nos indivíduos expostos foi de (2,000 ± 0,4699) e nos indivíduos não

expostos foi de (1,178 ± 0,3770). O desvio padrão foi substituído pelo erro padrão, pois

havia indivíduos com e sem aberrações cromossômicas.

Em relação ao teste de aberrações cromossômicas, os resultados do

nosso estudo sugerem uma relação positiva entre a indução de aberrações

cromossômicas em cultura de linfócitos de trabalhadores expostos ocupacionalmente a

quimioterápicos.

Tabela 17. Avaliação de Aberrações Cromossômicas em trabalhadores expostos e não expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009

Ind.Met.: índice metafásico; AC: Aberrações Cromossômicas; %AC: Percentual de Aberrações

Cromossômicas

Significantes aumentos na frequência de AC foram observados em

trabalhadores enfermeiros e farmacêuticos que manipulam quimioterápicos (DENG et

Grupos Nº de AC % de AC Ind. Met

Exposto 2.000 ±0.4699 0,1500 ± 0,05274 56,30 ± 4,780

Não Exposto 1.178 ±0.3770 0,05909 ± 0,01666 19,30 ± 3,271

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75

al. 2006; DENG et al. 2005; MARTINS; ROSA, 2004; FAUST et al. 2003; RUBES et al.

1998; FUCIC, et al. 1998; GOLONI-BERTOLLO et al. 1991).

Para melhor avaliação dos resultados e de acordo com o informado na

tabela 18, dispusemos os cálculos estatísticos básicos na tabela 18, que indicam os

erros padrões que foram utilizados nos resultados das ACs.

Tabela 18. Cálculos Estatísticos Básicos dos Números de Aberrações, encontrados nos sujeitos expostos e não expostos

Cálculos Estatísticos Básicos

Grupos Média SD SE Mediana Expostos 2,000 2,204 0,4699 1,500 Não Exposto 1,178 1,768 0,3770 0,000

SD= Desvio Padrão; SE= Erro Padrão

O numero de Aberrações Cromossômicas do grupo de sujeitos expostos foi

maior do que no grupo de não expostos sendo que houve um maior numero de

indivíduos com valores acima do intervalo da média no grupo de expostos (Figura 13).

Exp

ostos

Não

exp

ostos

0

2

4

6

8

mero

de A

berr

açõ

es

cro

mo

ssô

mic

as

Figura 13. Número de Aberrações Cromossômicas identificadas em

trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009.

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76

A frequência de AC no grupo de expostos foi maior no grupo de sujeitos

expostos do que no de não expostos (Figura 14). O aumento dos níveis de Aberrações

Cromossômicas está relacionado com idade, estilos de vida tais como tabagismo,

etilismo, exposição terapêutica a raios X.

As diferenças encontradas nas freqüências de aberrações cromossômicas

observadas nos trabalhadores em estudo, especialmente entre os expostos aos

quimioterápicos podem ser explicadas por diferenças individuais pela Figura 14.

frequencia

de A

C exposto

s

frequencia

de A

C Nexposto

s

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

Figura 14. Frequência de aberrações cromossômicas identificadas em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009.

O Índice de Metáfases teve maior significância no grupo de sujeitos não

expostos do que no grupo dos expostos, embora neste grupo o percentual de

metáfases fosse acima da média dos não expostos (Figura 15).

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77

Não

exp

ostos

Exp

ostos

0

50

100

150

***

Metá

fase (

%)

FIGURA 15. Índice metafásico identificadas em trabalhadores expostos a

quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes

em ***P <0,0001 em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste

t Student’s.

Das ACs, estruturais encontradas houve a predominância de dicêntricos e

tricêntricos nos grupos expostos em relação ao grupo de não expostos enquanto que

nas estruturas de anéis e anéis acêntricos houve uma predominância no grupo de não

expostos (Tabela 19).

Tabela 19. Avaliação de Aberrações Cromossômicas Estruturais em trabalhadores expostos e não expostos aos quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, 2009

Grupos Aberrações Cromossômicas Estruturais

Anel Anel Acêntrico Dicêntrico Tricêntrico

Exposto 0,2727 ± 0,1345 0,54 ± 0.21 1,091± 0,2364 0,5455 ± 0,1575 Não Exposto 0,6364 ± 0,2033 0,54 ± 0,21 0,1364 ± 0,07489 0,00

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78

No nosso estudo foram encontradas aberrações cromossômicas estruturais

em alguns profissionais. Dicêntricos em 13 profissionais (Figura 16), tricêntricos em 8

profissionais (Figura 17), anéis em 4 profissionais e em um profissional com anel

acêntrico, todos com um índice pequeno por indivíduos, sendo que houve uma maior

predominância nos indivíduos expostos de dicêntricos e tricêntricos, e nos indivíduos

não expostos uma predominância de anéis, anéis acêntricos (Tabela 20). Tendo uma

distribuição aproximadamente equitativa em relação aos profissionais que trabalham na

manipulação e na administração dos quimioterápicos.

Não

exp

osto

Exp

ostos

0

1

2

3

4

**

Grupos

Cro

mo

sso

mo

s d

icên

tric

os/3

00 c

élu

las

FIGURA 16 - Índice cromossomos dicêntricos identificados em trabalhadores expostos

a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes

em **P <0,001 em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t

Student’s.

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79

Não

Exp

ostos

Exp

ostos

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

**

Grupos

Cro

mo

sso

mo

s t

ricên

tric

os/3

00 c

élu

las

FIGURA 17 - Índice cromossomos tricêntricos identificados em trabalhadores expostos

a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes

em **P <0,001 em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t

Student’s.

O aumento de aberrações cromossômicas está confirmado neste estudo, O

que conclui que há riscos para os profissionais que manipulam estes fármacos, entre

os quais o efeito acumulativo pode levar ao câncer, sendo que há correlações

confirmadas de AC e câncer, e o estudo de AC é um preditor de riscos de c ncer

(DUŠINSKA et. al 2003; BONASSI, 2006).

Detectamos também um aumento significativo de aberrações

cromossômicas estruturais (Figura 18). Controles em geral apresentaram valores

significativamente mais elevados de índice de taxa de proliferação em relação ao grupo

de expostos. Os resultados confirmam a ação genotóxica de fármacos antineoplásicas

em linfócitos de sangue periférico dos trabalhadores expostos.

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80

Achados semelhantes foram encontrados em outras pesquisas como a de

Bouraoui et al., (2011), e Burgaz et al., (2002) que também apontaram a ação

genotóxica de fármacos antineoplásicas em enfermeiros expostos.

Exposição a genotóxicos carcinógenos está associada com AC e câncer,

mas exposição ocupacional a carcinógenos e o hábito de fumar parece não ser

relacionada. Outras fontes importantes de interferência na exposição incluem-se a

dieta, exposição ambiental, exposição a medicamentos, radiações ionizantes e geração

interna de espécies genotóxicas (BONASSI et al., 2006).

As modificações estruturais de cromossomos pelos testes de aberrações

cromossômicas com a frequência de dicêntricos mostram uma correlação significante

com a freqüência de micronúcleos com exposição de outros agentes, tipo radiações

(HATAYOGLU, OTTA, 2007).

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81

A B

C D

E F

Figura 18. Perfil Estrutural dos cromossomos com aberrações cromossômicas identificadas em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano 2009.

Tricêntrico

Anel

acêntrico

Anel acêntrico

Anel

acêntrico

Dicêntrico Tricêntrico

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82

2.3 Análise Bioquímica

Neste estudo foram realizadas análises bioquímicas, parâmetros que

avaliam as funções hepáticas e renais dos grupos de expostos e não expostos. Sendo

realizadas as análises de ALP, TGO e TGP, Bilirrubina Total e Frações, Proteínas

Totais e Frações, Ácido Úrico, Creatinina e Uréia (Tabela 20). Alguns parâmetros

bioquímicos não indicaram que grande parte da amostragem tenha sido intoxicada, o

que não significa que os mesmos estavam isentos de intoxicação, há de se ressaltar

que vários estudos têm demonstrado os efeitos negativos da exposição ocupacional

aos quimioterápicos nesses parâmetros.

As alterações bioquímicas mais evidentes foram as da Fosfatase Alcalina

com vários indivíduos apresentando valores acima dos de referência.

As enzimas hepáticas são importantes na avaliação geral do funcionamento

do organismo devido à sua correlação com a histologia hepática e, são biomarcadores

de efeito e bastante utilizados pela toxicologia ocupacional, por apresentar uma

alteração do organismo a uma exposição (BURTIS et al., 2008; UVA, 2006). As

fosfatases são enzimas que estão na maioria dos tecidos humanos, nas superfícies

celulares. E as concentrações mais altas são encontradas no intestino, fígado, osso,

baço, placenta e nos rins. E ocasionalmente frações hepáticas estão presentes em

condições patológicas não detectáveis (BISHOP 2010). Nos estudos de Bonassa em

2005 classificaram dentre os principais efeitos colaterais ou tóxicos dos quimioterápicos

os de hepatotoxicidade com elevação transitória das fosfatases alcalinas e

transaminases.

As enzimas são encontradas em vários tecidos e pode ser comum encontrar

em pessoas sem sintomas, valores alterados de enzimas como transaminases e

fosfatases alcalinas (MINCIS, 2005).

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83

Tabela 20. Avaliação Bioquímica dos trabalhadores de saúde expostos e não expostos aos quimioterápicos

em um hospital de Teresina-PI

EXPOSTOS NÃO EXPOSTOS

Analitos* N Mínimo Máximo Média ± SD N Mínimo Máximo Média ± SD

ALP 22 40,0 190,0 121,7 ± 59,2 22 16,00 61,00 39,0 ± 11,9

ÁC. ÚRICO 22 1,40 5,20 3,33 ± 1,01 22 2,50 6,00 3,68 ± 1,13

URÉIA 22 8,0 32,0 21,8 ± 8,20 22 16,0 38,0 26,7 ± 5,3

CREATININA 22 0,60 1,40 0,93 ± 0,26 22 ,70 1,10 0,93 ± 0,12

P. TOTAIS 22 4,80 8,80 7,50 ± 1,00 22 6,00 8,60 7,58 ± 0,70

ALBUMINA 22 2,50 4,30 3,74 ± 0,46 22 3,50 5,00 4,30 ± 0,38

GLOBULINA 22 2,30 4,90 3,75 ± 0,64 22 2,00 4,10 3,23 ± 0,66

AST 22 15,0 28,0 18,3 ± 3,00 22 17,6 51,0 30,3 ± 8,76

ALT 22 9,0 61,0 20,1 ±12,3 22 6,00 57,0 27,6 ± 12,9

B. TOTAL 22 0,30 1,20 0,64 ± 0,25 22 0,30 1,00 0,64 ± 0,24

B. DIRETA 22 0,10 0,50 0,20 ± 0,15 22 0,10 0,50 0,23 ± 0,14

B. INDIRETA 22 0,10 0,80 0,45 ± 0,16 22 0, 20 0,60 0,40 ± 0,12

Valores de Referencia: Ácido Úrico*(2,0 a 6,0 mg/dL); AST*(4 a 32 U/L); ALT*(4 a 36 U/L); ALP(27 a 100U/L); Bilirrubina Total*(até 1,2 mg/dL);

Bilirrubina Direta*(até o,4mg/dL); Creatinina*(0,8 a 1,3 mg/dL); Uréia*(15 a 40mg/dL); Proteínas Totais*(6,0 a 8,0mg/dL); Albumina*(3,5 a 5,5mg/dL)

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84

Em nosso estudo verificamos que o grupo exposto apresentou valores de

proteínas totais diminuídos (7,50 ± 1,00) contra (7,58 ± 0,70) em relação ao grupo

controle (Tabela 21). De acordo com o bulário da Labtest®, valores diminuídos de

proteínas totais estão presentes em estado hiper-hidratação, desnutrição grave, cirrose

e outras doenças hepáticas. Essas diminuições também foram verificadas nos valores

da albumina (3,74 ± 0,46) no grupo exposto contra (4,30 ± 0,38) do grupo controle

(Tabela 21). A diminuição está associada a doenças hepáticas, incluindo o alcoolismo

crônico, e ao uso de contraceptivos orais, sendo esses valores evidenciados pelo fato

de que grande parte dos nossos voluntários fazia uso de contraceptivos orais. As

figuras 19 e 20 apresentam o perfil das análises de proteínas totais e albumina em

trabalhadores expostos aos quimioterápicos em relação ao grupo controle.

Exp

osto

s

Não

Exp

osto

s0

2

4

6

8

10

Pro

teín

as T

ota

is

p = 0,0008

Figura 19. Perfil da análise de Proteínas Totais em trabalhadores expostos a

quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes

em ***P < 0.05, em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t

Student’s.

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85

Exp

osto

Não

Exp

osto

s0

1

2

3

4

5

p < 0,0001

Alb

um

ina

Figura 20. Perfil da análise de Albumina em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Diferenças significantes em ***P < 0.0001, em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Student’s.

Exp

osto

Não

Exp

osto

s0

1

2

3

4

Glo

bu

lina

p = 0, 5390

Figura 21. Perfil da análise de Globulina em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Não foram observadas diferenças significantes em relação aos trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Student’s.

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86

2.4. Análise Hematológica

No estudo hematológico foi utilizado o hemograma com os índices

eritrocitários, leucocitários e plaquetários com o intuito de investigar as possíveis

alterações morfológicas nesses trabalhadores. Foram observadas em alguns indivíduos

expostos uma discreta leucopenia e plaquetopenia (Tabela 21, e Figura 22).

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87

Tabela 21. Avaliação Hematológica de trabalhadores expostos a quimioterápicos em hospitais de Teresina-PI

* Valores de Referência: * Hemácias- ** Hemoglobina- ***Hematócrito- **** Leucócitos- ****** Plaquetas-

Grupo de Expostos Grupo de Não Expostos

S. Vermelha N Mínimo Máximo Média SD N Mínimo Máximo Média SD

Hemácias* 22 4.300 5.150 4.500 ±292.000 22 4.300 5.500 4.800 ±299.000

Hemoglobina** 22 12,3 15,8 13,8 ± 1,38 22 13,4 17,6 14,9 ± 1,2

Hematócrito *** 22 38,0 49,0 42, 2 ± 2,8 22 41,0 50,0 44,8 ± 2,8

S. Branca

Leucócitos**** 22 4700 7200 6073 ± 618,9 22 2800 7600 5995 ± 1115

S. Plaquetária

Plaquetas***** 22 119.000 320.000 189.000 ±46.520 22 158.000 369.000 242.0000 ±60.830

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88

De acordo com o gráfico o grupo de sujeitos não expostos apresentou o

nível de plaquetas dentro dos intervalos de referência em relação ao grupo dos

expostos (Figura 22).

CN

EXP

OSTO

S

0

100000

200000

300000

p=0,0021

FIGURA 22. Perfil plaquetário em trabalhadores expostos a quimioterápicos em um

hospital de Teresina-PI, ano de 2009. Não houve significância em relação aos

trabalhadores não expostos, observadas com o Teste t Student’s.

Neste estudo foram observadas presença de macroplaquetas, neutrófilos

com granulações ―tóxicas‖ e hipersegmentação, poiquilocitose, atipias linfocitárias e

monócitos com vacuolização citoplasmática. Algumas alterações morfológicas

leucocitárias e plaquetárias foram identificadas neste estudo (Figura 23).

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Figura 23. Fotomicrografias de esfregaços hematológicos de sangue periférico dos

trabalhadores expostos. 100X.

(A) Neutrófilo com granulações tóxicas (seta vermelha) e macroplaquetas (setas pretas); (B);

neutrófilo com granulações tóxicas; (C) monócito com vacuolização citoplasmática.

Geralmente as granulações tóxicas, estão associadas às infecções

inflamatórias e estado reativo agudo. A presença de macroplaquetas se deve à

disfunção da medula em várias doenças. Segundo Farias e Bó (2010), macroplaquetas

levam a uma maior agregação facilitando a formação de trombos.

Em relação à presença de neutrófilos hipersegmentados em nosso estudo

segundo Naoum (2006), a hipersegmentação em neutrófilos com mais de cinco lobos

distintos está associada à anemia, deficiência de Vitamina B12 e folatos.

No estudo de Sanchez-Suarez e colaboradores, verificaram uma diminuição

de leucócitos de pacientes tratados para câncer e que esta diminuição está associada

devido às terapias combinadas de antineoplásicos, alterando as sub-populações de

linfócitos e em parte causar um maior danos nos linfócitos em estudos dos

micronúcleos.

A diminuição anormal do número de plaquetas (trombocitopenia) ocorre em

situações como anemias perniciosas; infecções bacteriana, virais e por riquétsias,

lesões da medula óssea, durante a quimioterapia e outras substancias químicas.

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Muitos antineoplásicos têm efeitos citotóxicos e, a dose não precisa ser alta já que, em

trabalhadores expostos, micropartículas podem ser o suficiente para serem tóxicas. A

trombocitopenia tóxica está associada à incapacidade do organismo de metabolizar e

secretar a substância tóxica.

Fármacos antineoplásicas como Clorambucila, Carmustina, Bleomicina,

Ciclofosfamida, Citarabina, Dacarbazina e Doxorrubicina, favorecem a diminuição do

número de plaquetas (ALMEIDA, et al., 2005).

Em relação aos antineoplásicos, de acordo com Martins e Rosa (2004), os

efeitos sistêmicos são os que ocorrem no sistema hematopoiético ou em diversos

órgãos e tecidos. Esses efeitos são apresentados por pacientes em tratamento

oncológico, porém podem ser observados em trabalhadores expostos.

Estudos relatam que os trabalhadores que lidam com esses fármacos,

apresentam efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia, irregularidades

menstruais, reações cutâneas, perda de cabelo, e genotoxicidade (MAHBOOB, et. al.,

2012).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Alguns parâmetros bioquímicos analisados não indicaram que grande parte

da amostra tenha sido intoxicada. Esse fato evidencia que para uma melhor avaliação

dos efeitos dos quimioterápicos e seus possíveis efeitos na exposição ocupacional,

poderia ser feito através de biomarcadores citogenéticos.

O presente estudo evidenciou pelo aumento da frequência de aberrações

cromossômicas estruturais, bem como pelo aparecimento de alterações cromatídicas,

quando comparado com os trabalhadores do grupo controle, que os trabalhadores

expostos apresentaram danos clastogênicos e aneugênicos.

Também ficou evidenciado que o uso do teste de MN, com células de

mucosa bucal, apontou anormalidades nucleares, especialmente cariorrexes e

cariólises, demonstrando ser um teste adicional para o monitoramento de danos

induzidos por exposição a fármacos antineoplásicas dos trabalhadores que manipulam

e administram esses fármacos.

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CONCLUSÃO

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CONCLUSÃO

Concluiu-se que neste estudo os profissionais que manipulam fármacos

antineoplásicas estão sujeitos a risco ocupacional devido às analises realizadas neste

trabalho e que a monitoração por testes citogenéticos é preditor destes riscos através

dos dados encontrados.

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RECOMENDAÇÕES

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RECOMENDAÇÕES

Que seja realizado testes citogenéticos subsequentes de acompanhamento

destes profissionais, e que se introduzam estes testes como parâmetros para

monitoramento de saúde ocupacional.

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REFERÊNCIAS

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109

ANEXOS

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110

ANEXO A

APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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111

ANEXO B

DECLARAÇÃO

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112

ANEXO C

ROTEIRO SÓCIO EPIDEMIOLÓGICO APLICADO NA PESQUISA

TERMO DE CONSENTIMENTO

Você está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Sua

participação é importante, porém, você não deve participar contra sua vontade. Leia

atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar para que

todas as dúvidas sobre a pesquisa sejam esclarecidas.

Devido ao fato de que algumas substâncias poderem alterar o DNA das células

do homem tornando-o mais propenso a desenvolver alguma forma de doença, torna-se

importante e necessária à avaliação dessas substâncias quanto aos seus possíveis

efeitos causadores de doenças

A presente pesquisa objetiva avaliar o potencial das substâncias utilizadas como

quimioterápicos, quanto à possibilidade de alterar o DNA do seu sangue e nas células

da mucosa bucal. Para tanto vamos colher com esta escova material da sua boca ,o

exame a ser feito é muito simples, não causa dor e não traz nenhum risco à saúde.

Estudo desse tipo poderá contribuir para o conhecimento dos efeitos dessas

substâncias que são usadas rotineiramente na quimioterapia, quanto à possibilidade de

alterar o DNA das células do ser humano. Essa pesquisa se baseia em estudo

experimental em que os benefícios aos voluntários serão de forma indireta, ao se

verificar os efeitos mutagênicos desses medicamentos.

Para a realização da pesquisa, necessitamos de sua colaboração voluntária.

Você ajudaria nosso estudo doando 10mL de sangue, que serão coletados no

Laboratório Central de Saúde Pública do estado do Piauí - PI, por pessoal devidamente

treinado e habilitado. A retirada de sangue é um procedimento seguro e pode causar

um leve desconforto. Pode ocorrer uma mancha roxa no local da picada da agulha que,

normalmente, desaparece logo. Esta coleta terá como objetivo a obtenção dos

linfócitos humanos, a partir do sangue total. Também, será necessário responder as

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113

perguntas feitas em entrevista, e permitir que se faça uma raspagem na mucosa bucal

(bochecha), com uma escova. A raspagem é superficial e não fere a mucosa.

Para ser voluntário é condição indispensável que esteja em boa saúde, e,

portanto não esteja, no momento, sob tratamento médico ou fazendo uso de

medicações regulares, exceto anticoncepcionais (para mulheres).

A pesquisa será desenvolvida pelo farmacêutico Ronaldo Costa, aluno do

Mestrado em Farmacologia, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da

Universidade Federal do Ceará, e pelos pesquisadores do referido projeto. O material

colhido será usado exclusivamente para a execução desta pesquisa, e os dados

obtidos serão encaminhados para publicação em revistas especializadas e congressos,

sendo mantido o sigilo e respeitando a privacidade dos seus voluntários. A qualquer

momento você poderá solicitar informações sobre a pesquisa.

Você poderá entrar em contato com a responsável pela pesquisa nos seguintes

endereços:

Ronaldo Costa (Diretoria do Laboratório Central de Saúde Pública ―Dr. Costa

Alvarenga – LACEN/SESAPI-PI)

Endereço: Rua 19 de novembro 2865 Bairro: Primavera

Declaro que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter

entendido o que me foi explicado, concordo conscientemente em participar da presente

pesquisa, doando 10mL de sangue e permitindo a raspagem da mucosa bucal.

Teresina,_____ de _______________de 2009

Endereço:____________________________________

CPF:________________ Identidade: ________________

_______________________________

Ronaldo Costa

Pesquisador Responsável

ANEXO D

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114

FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA

IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO

DATA___________________ Nº de identificação _______

Nome ____________________________________________________

Data de Nascimento _________________________________________

Local onde nasceu __________________________________________

Idade ________________ anos

Sexo ____________________

Raça: ( ) Branca ( ) Negra ( ) Oriental ( ) Outras/especificar

Endereço ____________________________________________________

Ocupação atual _________________________________

Tempo de atividade ______________________________

Ocupação anterior _______________________________

Tempo nessa ocupação ___________________________

Uso de antissépticos bucais ( ) sim ( ) não

Higiene bucal ( ) um vez ao dia ( ) duas vezes ao dia ( ) três vezes ao dia

( ) mais de três vezes ao dia ( ) nenhuma vez ao dia

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115

USO DE MEDICAMENTOS

1. Nome(s) do(s) produto(s) que você usa? Há quanto

tempo_________________________________

2. Você usa algum anticoncepcional? Sim ( ) Não ( )

Nome(s) do(s) produto(s) que você usa?_________________________________ Há

quanto tempo?_____________________________________________________

OUTROS QUESTIONAMENTOS

3. Tabagismo: ( ) Sim ( ) Não

Há quanto tempo fuma?_______________ Quantos cigarros/dia:________

4. Fez uso de raios X ( ) Sim ( ) Não

Há quanto tempo?___________________________________________

Quantas vezes:______________________________________________

5. Filhos: ( ) Sim ( ) Não

6. Na sua família existem casos de câncer? ( ) Sim ( ) Não

7. Qual o grau de parentesco com essa(s) pessoa(s)?

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

8. Ela(s) estão viva(s)? ( ) Sim ( ) Não

9. Onde foi o câncer?_________________________

10. Faz uso de Álcool? ( ) Sim ( ) Não Quantidade/dia________

Há quanto tempo bebe?______________

11. Faz uso de vitaminas? ( ) Sim ( ) Não

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116

Quais?________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________

12. Sua alimentação inclui legumes verduras e frutas regularmente?

( )Sim ( )Não

Quais?________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________

Quantas vezes por semana?____________________________________________

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117

ANEXO E - RESULTADO DAS ANÁLISES DOS EXAMES LABORATORIAS HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS

Individuo exposto aos quimioterápicos

Fosfatase alcalina- VR

Fosfatase alcalina- VD

Ácido Úrico-VR

Ácido Úrico-VD Ureia- VR Ureia- VD

Creatinina- VR Creatinina- VD

Paciente 1 13 a 43 U/I 305 2 a 7 mg/dL 3,8 10 a 52 mg/dl 32 0,4 a 1,3 mg/dl 0.8

Paciente 2 13 a 43 U/I 267 2 a 7 mg/dL 1,8 10 a 52 mg/dl 27 0,4 a 1,3 mg/dl 0.6

Paciente 3 13 a 43 U/I 240 2 a 7 mg/dL 3,9 10 a 52 mg/dl 18 0,4 a 1,3 mg/dl 0.8

Paciente 4 13 a 43 U/I 173 2 a 7 mg/dL 3,9 10 a 52 mg/dl 31 0,4 a 1,3 mg/dl 0.9

Paciente 5 13 a 43 U/I 40 2 a 7 mg/dL 2,8 10 a 52 mg/dl 12 0,4 a 1,3 mg/dl 0.8

Paciente 6 13 a 43 U/I 241 2 a 7 mg/dL 1,6 10 a 52 mg/dl 12 0,4 a 1,3 mg/dl 0.6

Paciente 7 13 a 43 U/I 215 2 a 7 mg/dL 2,9 10 a 52 mg/dl 23 0,4 a 1,3 mg/dl 0.8

Paciente 8 13 a 43 U/I 305 2 a 7 mg/dL 3,8 10 a 52 mg/dl 32 0,4 a 1,3 mg/dl 0.8

Paciente 9 13 a 43 U/I 79 2 a 7 mg/dL 1,4 10 a 52 mg/dl 11 0,4 a 1,3 mg/dl 0.6

Paciente 10 13 a 43 U/I 144 2 a 7 mg/dL 3,8 10 a 52 mg/dl 24 0,4 a 1,3 mg/dl 0.6

Paciente 11 13 a 43 U/I 40 2 a 7 mg/dL 2,9 10 a 52 mg/dl 24 0,4 a 1,3 mg/dl 0.7

Paciente 12 13 a 43 U/I 126 2 a 7 mg/dL 5,2 10 a 52 mg/dl 32 0,4 a 1,3 mg/dl 1.4

Paciente 13 13 a 43 U/I 165 2 a 7 mg/dL 4,9 10 a 52 mg/dl 30 0,4 a 1,3 mg/dl 1.4

Paciente 14 13 a 43 U/I 41 2 a 7 mg/dL 5 10 a 52 mg/dl 20 0,4 a 1,3 mg/dl 1.4

Paciente 5 13 a 43 U/I 87 2 a 7 mg/dL 3,2 10 a 52 mg/dl 13 0,4 a 1,3 mg/dl 1.1

Paciente 16 13 a 43 U/I 54 2 a 7 mg/dL 3,4 10 a 52 mg/dl 10 0,4 a 1,3 mg/dl 1.0

Paciente 17 13 a 43 U/I 66 2 a 7 mg/dL 2,6 10 a 52 mg/dl 15 0,4 a 1,3 mg/dl 0.8

Paciente 18 13 a 43 U/I 207 2 a 7 mg/dL 3 10 a 52 mg/dl 31 0,4 a 1,3 mg/dl 1.1

Paciente 19 13 a 43 U/I 227 2 a 7 mg/dL 3,2 10 a 52 mg/dl 22 0,4 a 1,3 mg/dl 1.1

Paciente 20 13 a 43 U/I 145 2 a 7 mg/dL 2,9 10 a 52 mg/dl

28 0,4 a 1,3 mg/dl 1.1

Paciente 21 13 a 43 U/I 50 2 a 7 mg/dL 4,1 10 a 52 mg/dl

25 0,4 a 1,3 mg/dl 1.0

Paciente 22 13 a 43 U/I 43 2 a 7 mg/dL 3,1 10 a 52 mg/dl

8 0,4 a 1,3 mg/dl 1.0

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118

Individuo exposto

quimioterápicos

Proteínas totais- VR

Proteínas totais- VD

Albumina- VR Albumina- VD

Globulinas- VR

Globulinas- VD

Transaminase Oxalacética(TGO)-VR

Transaminase Oxalacética (TGO)- VD

Paciente 1 6 a 8 g/dl 8.7 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4,1g/dl 4,6 4 a 36 U/ml 19 U/ml

Paciente 2 6 a 8 g/dl 8.8 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.9g/dl 4.9 4 a 36 U/ml 19 U/ml

Paciente 3 6 a 8 g/dl 8.0 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.9g/dl 4.1 4 a 36 U/ml 16 U/ml

Paciente 4 6 a 8 g/dl 8.2 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4.3g/dl 3.9 4 a 36 U/ml 22 U/ml

Paciente 5 6 a 8 g/dl 8.0 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4.1g/dl 3.9 4 a 36 U/ml 15 U/ml

Paciente 6 6 a 8 g/dl 7.5 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4.0g/dl 3.5 4 a 36 U/ml 16 U/ml

Paciente 7 6 a 8 g/dl 7.6 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4.1g/dl 3.5 4 a 36 U/ml 18 U/ml

Paciente 8 6 a 8 g/dl 8.7 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4.1g/dl 4.6 4 a 36 U/ml 19 U/ml

Paciente 9 6 a 8 g/dl 8.4 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4.2g/dl 4.2 4 a 36 U/ml 18 U/ml

Paciente 10 6 a 8 g/dl 8.4 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.6g/dl 4.8 4 a 36 U/ml 17 U/ml

Paciente 11 6 a 8 g/dl 7.0 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.8g/dl 3.2 4 a 36 U/ml 17 U/ml

Paciente 12 6 a 8 g/dl 6.8 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.4g/dl 3.4 4 a 36 U/ml 20 U/ml

Paciente 13 6 a 8 g/dl 7.3 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.9g/dl 3.4 4 a 36 U/ml 15 U/ml

Paciente 14 6 a 8 g/dl 4.8 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 2.5g/dl 2.3 4 a 36 U/ml 18 U/ml

Paciente 15 6 a 8 g/dl 6.1 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.0g/dl 3.1 4 a 36 U/ml 15 U/ml

Paciente 16 6 a 8 g/dl 6.2 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.2g/dl 3.0 4 a 36 U/ml 20 U/ml

Paciente 17 6 a 8 g/dl 7.0 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.3g/dl 3.6 4 a 36 U/ml 15 U/ml

Paciente 18 6 a 8 g/dl 7.4 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.8g/dl 3.6 4 a 36 U/ml 19 U/ml

Paciente 19 6 a 8 g/dl 7.9 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.9g/dl 4.0 4 a 36 U/ml 20 U/ml

Paciente 20 6 a 8 g/dl 8.0 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4.0g/dl 4.0 4 a 36 U/ml 28 U/ml

Paciente 21 6 a 8 g/dl 7.8 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 4.0g/dl 3.8 4 a 36 U/ml 15 U/ml

Paciente 22 6 a 8 g/dl 6.3 g/dl 3,5 a 5,5 g/dl 3.1g/dl 3.2 4 a 36 U/ml 21 U/ml

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Exposto quimioterápicos

Transaminase Pirúvica

(TGP)- VR

Transaminase Pirúvica(TGP)- VD

Bilirrubina Total -VR

Bilirrubina Total (BT)-VD

Bilirrubina Direta –VR

Bilirrubina Direta -

VD

Bilirrubina Indireta

VR

Bilirrubina

Indireta -VD

Paciente 1 4 a 32 U/ml 20 U/ml até 1,2mg/dL 0.3 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.2 mg/dl Paciente 2 4 a 32 U/ml 46 U/ml até 1,2mg/dL 0.7 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1mg/dl 0.6 mg/dl Paciente 3 4 a 32 U/ml 20 U/ml até 1,2mg/dL 0.5 mg/dl até 0,4mg/dL 0.2 mg/dl 0.5 mg/dl Paciente 4 4 a 32 U/ml 61 U/ml até 1,2mg/dL 0.7 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.6 mg/dl Paciente 5 4 a 32 U/ml 16 U/ml até 1,2mg/dL 0.6 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.5 mg/dl Paciente 6 4 a 32 U/ml 12 U/ml até 1,2mg/dL 0.9 mg/dl até 0,4mg/dL 0.3 mg/dl 0.6 mg/dl Paciente 7 4 a 32 U/ml 20 U/ml até 1,2mg/dL 1.0 mg/dl até 0,4mg/dL 0.5 mg/dl 0.5 mg/dl Paciente 8 4 a 32 U/ml 20 U/ml até 1,2mg/dL 0.3 mg/dl até 0,4mg/dL 0.2 mg/dl 0.1 mg/dl Paciente 9 4 a 32 U/ml 22 U/ml até 1,2mg/dL 1.2 mg/dl até 0,4mg/dL 0.4 mg/dl 0.8 mg/dl Paciente 10 4 a 32 U/ml 19 U/ml até 1,2mg/dL 0.7 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.6 mg/dl Paciente 11 4 a 32 U/ml 13 U/ml até 1,2mg/dL 0.6 mg/dl até 0,4mg/dL 0.2 mg/dl 0.4 mg/dl Paciente 12 4 a 32 U/ml 28 U/ml até 1,2mg/dL 0.5 mg/dl até 0,4mg/dL 0.2 mg/dl 0.3 mg/dl Paciente 13 4 a 32 U/ml 18 U/ml até 1,2mg/dL 0.7 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.6 mg/dl Paciente 14 4 a 32 U/ml 13 U/ml até 1,2mg/dL 1.0 mg/dl até 0,4mg/dL 0.5 mg/dl 0.5 mg/dl Paciente 15 4 a 32 U/ml 10 U/ml até 1,2mg/dL 0.4 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.3 mg/dl Paciente 16 4 a 32 U/ml 12 U/ml até 1,2mg/dL 0.5 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.4 mg/dl Paciente 17 4 a 32 U/ml 12 U/ml até 1,2mg/dL 1.0 mg/dl até 0,4mg/dL 0.5 mg/dl 0.5 mg/dl Paciente 18 4 a 32 U/ml 17 U/ml até 1,2mg/dL 0.4 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.3 mg/dl Paciente 19 4 a 32 U/ml 12 U/ml até 1,2mg/dL 0.4 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.3 mg/dl Paciente 20 4 a 32 U/ml 29 U/ml até 1,2mg/dL 0.6 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.5 mg/dl Paciente 21 4 a 32 U/ml 9 U/ml até 1,2mg/dL 0.5 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.4 mg/dl Paciente 22 4 a 32 U/ml 13 U/ml até 1,2mg/dL 0.5 mg/dl até 0,4mg/dL 0.1 mg/dl 0.4 mg/dl

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ANEXO F

EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS LABORATORIAS UTILIZADOS NA

PESQUISA

Espectrofotômetro ou fotocolorímetro, capaz de medir absorvância em

405mm até 670mm;

Pipetas semi-automáticas de 10ml, 20ml, 25ml, 50ml, 100ml;

Banho-maria (37ºC);

Ponteiras descartáveis;

Água Deionizada ou destilada;

Relógio ou cronômetro;

Câmara de Newbauer;

Algodão e gaze;

Contador automático de células(Sysmex SE 9500, ano 2002);

Caneta marcadora permanente;

Etiqueta adesivas (tipo as de ―preço‖ de mercadoria);

Geladeira e Freezer (-20ºC)

Lâminas de vidro;

Luvas descartáveis;

Micropipetas automáticas 1000μL e 200 μL (GILSON®);

Microscópio óptico binocular;

Centrífuga;

Tubo de hematócrito de Wintrobe;

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MÉTODOS CREATININA Metodologia: Labtest

Reagentes:

1. Ácido pícrico

2. Tampão: contém hidróxido de sódio 210 mmol/L, tetraborato de sódio

12,7 mmol/L e sulfactante 184

3. Padrão 4,0 mg/dL

4. Acidificante

URÉIA

Metodologia: Colorimétrico

1. Reagente 1 – Padrão – Contém: Uréia 70,0 mg/dL

2. Reagente 2 – Enzima Contém Uréase > 10.000VI, Tampão fosfato

100mnol/L pH 6,8, estabilizantes e conservantes.

3. Reagente 3 – Tampão estoque – Contém: Tampão fosfato 100mmol/L, pH

7,5, Nitroprussiato de sódio 5mmol/L, salicilato de sódio 300mmol/L, estabilizantes e

conservantes.

Reagente 4 – Oxidante Estoque – Contém: hidróxido de sódio 1,5mmol/L e

Hipoclorito de sódio 10mmol/L.

ALBUMINA

Metodologia: Verde de Bromocresol

1. Reagentes:

2. Reagente de Cor 185

3. Tampão 60mmol/L

4. Padrão 3,8g/dL

5. Verde de Bromocresol 300mmol/L

GAMA GT LIQUIFORM

Metodologia: Szasz modificado

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1. Reagente 1– contém: tampão 125mmol/L , pH 8,0, Glicilglicina 187mmol/L e

Azida Sódica 15mmol/L.

2. Reagente 2 – contém: Y-glutamida – p –nitroanilida 14,5mmol/L e Azida

Sódica 15mmol/L

3. Padrão: Contém: p-nitroanilina 500mmol/L e Azida Sódica 15mmol/L.

FOSFATASE ALCALINA

Metodologia: Roy modificado

1. Reagente 1– Contém: Timolftaleina monofosfato 40μmol/L

2. Reagente 2 – Tampão contém: Dietanolamina 0,3μmol/L, pH 9,9, Citrato de

sódio 10μmol/L, sulfactante e ativador.

3. Reagente 3 – Reagente de Cor contém: carbonato de sódio 150mmol/L

hidróxido de sódio 100μmol/L.

4. Padrão 40VI – contém: Timolftaleína 0,4μmol/L (40VI) e solubilizante.

ALT/GPT LIQUIFORM

Metodologia: Cinética UV-JFCC

1. Reagente 1– Contém: tampão Tris 100mmol/L, L-alanina 625mmol/L, LDH ≥

1250U/L e Azida sódica 14,6mmol/L

2. Reagente 2 – contém: NADH 900mmol/L, cetoglutarato 75mmol/L e Azida

sódica 14,6mmol/L.

PROTEÍNAS TOTAIS

Metodologia: Biureto

Reagentes:

1. Biureto – Estoque – Contém: hidróxido de sódio 1,86mmol/L, Tartarato de

sódio e potássio, sulfato de cobre 120mmol/L e iodeto de potássio 300mmol/L.

2. Padrão 4,0 g/dL – contém: Azida sódica 15,4mmol/L

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AST/GOT LIQUIFORM

Metodologia: Cinética UV-JFCC

1. Reagente 1– Contém: tampão Tris 80mmol/L, pH 7,8; L-aspartato 300mmol/L;

MDH ≥ 1125U/L e Azida sódica 14,6mmol/L.

2. Reagente 2 – contém: NADH 900mmol/L, cetoglutarato 60mmol/L e Azida

sódica 14,6mmol/L.

HEMOGRAMA

Metodologia: analisador automático Sysmex-KX21.

Material para punção venosa:

1.frasco com anticoagulante EDTA;

2. líquido de Turk ;

3. corante hematológico Panotico;

4. óleo de imersão