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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
AGRONOMIA/FITOTECNIA
CLÉCIO DA FROTA RODRIGUES
CONSÓRCIO GIRASSOL X FEIJÃO-DE-CORDA E GIRASSOL X A MENDOIM EM SÉRIE DE SUBSTITUIÇÃO
FORTALEZA
2011
CLÉCIO DA FROTA RODRIGUES
CONSÓRCIO GIRASSOL X FEIJÃO-DE-CORDA E GIRASSOL X A MENDOIM EM SÉRIE DE SUBSTITUIÇÃO
Dissertação submetida à coordenação do curso de Pós-Graduação em Agronomia, na área de concentração em Fitotecnia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Fitotecnia, da Universidade Federal do Ceará.
Área de concentração: Manejo de Grandes Culturas
Orientador Pedagógico: Prof. João Bosco Pitombeira, Ph. D
FORTALEZA
2011
R612c Rodrigues, Clécio da Frota
Consórcio girassol x feijão-de-corda e girassol x amendoim em série de substituição / Clécio da Frota Rodrigues - 2011.
78 f.: il. color., enc.; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, 2011.
Área de concentração: Manejo de Grandes Culturas. Orientação: Prof. PhD João Bosco Pitombeira
1. Helianthus Annuus 2. Vigna Unguiculata 3. Arachis Hypogaea. I.Título.
CDD 631
CLÉCIO DA FROTA RODRIGUES
CONSÓRCIO GIRASSOL X FEIJÃO-DE-CORDA E GIRASSOL X A MENDOIM EM SÉRIE DE SUBSTITUIÇÃO
Dissertação submetida à coordenação do curso de Pós-Graduação em Agronomia, na área de concentração em Fitotecnia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Fitotecnia, da Universidade Federal do Ceará. Área de concentração: Manejo de Grandes Culturas. A citação de qualquer parte desta dissertação é permitida, desde que seja feita em conformidade com as normas da ética científica.
Dissertação aprovada em: ___ /___ /____
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________ (Orientador da Dissertação)
Prof. João Bosco Pitombeira, Ph. D
____________________________________________ (Conselheiro)
Prof. Francisco José Alves Fernandes Távora, Ph. D
_____________________________________________ (Conselheiro)
Dr. Francisco das Chagas Vidal Neto Pesquisador - Embrapa
De maneira especial a minha esposa, Aline dos Santos Barros Frota, pelo amor, apoio e incentivo a mim oferecidos.
DEDICO
Ao altíssimo Deus por minha vida e salvação. Aos meus pais, Francisco do Nascimento Rodrigues e Antônia Célia da Frota Rodrigues, aos meus irmãos: Vandécio, Patrícia, Priscila, Cecília, Ercília e Ana Késsia, que na minha vida, com muita dedicação são meu principal estímulo para a realização de tudo que faço. Aos meus amigos pelo apoio e incentivo a mim oferecidos.
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
A Deus por me conceder vida, saúde, força, coragem e por mais uma etapa de
minha vida vencida; Elevo a Ti, ó Deus, toda a minha gratidão, porque de Ti, e por Ti, e para
Ti são todas as coisas. A Deus, pois, toda honra e toda a glória, hoje e para sempre. Amém!
A Universidade Federal do Ceará (UFC), pela oportunidade de realização do
curso de Pós-Graduação.
Ao CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela
bolsa de estudos que me possibilitou realizar o presente curso.
Aos meus pais, Antônia Célia da Frota Rodrigues e Francisco do Nascimento
Rodrigues, pela confiança a mim dedicado, pelo amor incondicional e por todos os momentos
alegres proporcionados. E aos demais familiares pelo incentivo;
Ao Professor, João Bosco Pitombeira, pela amizade, confiança depositada,
orientação e apoio neste trabalho;
Ao Professor Francisco Alves Fernandes Távora, por sua amizade, paciência,
pelos ensinamentos e importantes sugestões.
Aos demais professores do Departamento de Fitotecnia que contribuíram com
meu aprendizado no decorrer da minha formação para o título de Mestre.
Ao secretário do curso de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia da UFC,
Deocleciano Ivo Xavier, pela amizade presteza durante todo o curso, apesar de ser torcedor do
Ceará Sporting Club.
Aos demais funcionários do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal
do Ceará.
Aos meus amigos da Pós-Graduação, Antonio Ricardo Bezerra Vasconcelos, Jefté
Ferreira da Silva, Ciro de Miranda Pinto, Francisco Aires Sizernando, Kaliane Rebouças,
Rousilene Silva, Erivanda pela demonstração de carinho e amizade e pela convivência durante
o curso, pela compreensão, respeito, incentivo e força que me concedem nos momentos de
dificuldade;
A meu irmão em Cristo, Idelfonso pela amizade conquistada e pelos anos de apoio
das mais variadas formas contribuindo para o meu sucesso;
Especialmente a Aline dos Santos Barros Frota, pela ajuda incondicional durante
todo meu trabalho, você mora no meu coração minha amada;
E, finalmente, a todas as pessoas que, das mais variadas formas, deram sua
parcela de contribuição e apoio para que este trabalho fosse realizado.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
(1 João 1:9)
RESUMO
O consórcio de culturas consiste na semeadura de duas ou mais espécies na mesma área, de
modo que uma das espécies conviva com a outra, em todo ou em pelo menos parte de seu
ciclo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de grãos e vagens e seus componentes,
das culturas de girassol cv. CATISSOL com feijão-de-corda cv. Setentão e amendoim cv. PI
165 317 pertencente ao grupo ‘Spanish’ consorciadas em série de substituição. O estudo foi
conduzido no período de abril a julho de 2010, na Fazenda Lavoura Seca localizada em
Quixadá-Ceará, Brasil. O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso constando de 9
tratamentos. Para o estudo do comportamento do girassol foram utilizados 7 tratamentos e
quatro repetições, já para o estudo do feijão-de-corda e amendoim foram 4 tratamentos e
quatro repetições. Para as culturas em monocultivo as parcelas foram constituídas de 6 fileiras
de 5 metros, para as culturas em consórcio as parcelas foram constituídas de 12 fileiras de 5
metros. Os tratamentos consistiram do monocultivo do girassol (GI100%), fejão-de-corda
(FE100%), amendoim (AM100%) e combinações de consórcio entre essas culturas onde as
populações de plantas variaram nas proporções seguintes: GI75% + FE25%; GI50% +
FE50%; GI25% + FE75%; GI75% + AM25%: GI50% + AM50%; GI25% + AM75%. Os
rendimentos das culturas em monocultivo estudadas foram superiores aos consórcios. No
consórcio com feijão-de-corda a maior produção de aquênios de girassol ocorreu na
associação 75% girassol + 25% feijão-de-corda. No consórcio girassol + amendoim, a
presença de amendoim na proporção de população de plantas de 25% não afetou a
produtividade de aquênios de girassol em relação ao monocultivo. Os componentes da
produção do amendoim, número de vagem, peso de vagem, número de sementes por vagens,
peso de sementes por vagens e peso de 100 sementes, não foram afetados pelas diferentes
proporções de amendoim e girassol em consórcio. Os sistemas de consórcio apresentaram o
Uso Eficiente da Terra superior a 1 (um) nas proporções de população de plantas
GI75%+FE25%, GI50%+FE50%, GI75%+AM25% e GI25%+AM75%, significando
vantagem nos diferentes arranjos do consórcio sobre o monocultivo.
Palavras Chaves: Helianthus annuus, Vigna unguiculata, Arachis hypogaea.
ABSTRACT
The cultural intercrop is about sowing two or more species in the same area, in a way that one
of the species manages to live by the other during all or at least part of its cycle. The aim of
this paper is to evaluate the grain and pod production and their components, the sunflower
cultures cv. CATISSOL with cowpea cv. “Setentão” and peanut cv. PI 165 317, belonging to
the ‘Spanish’ group intercropped in replacing series. The study was developed from April to
July, 2010, in a farm named “Lavoura Seca”, located in Quixadá, Ceará, Brazil. The research
profile was the one in random blocks of 9 treatments. For the sunflower studies, it was used 7
treatments and 4 repetitions, whereas for the cowpea and peanut study, it was used 4
treatments and 4 repetitions. For the monocultures, the portions were made of 6 five-meter
rows, whereas for the intercropped cultures, the portions were made of 12 five-meter rows.
The treatments were about the monoculture of sunflower (GI100%), cowpea (FE100%),
peanut (AM100%) and intercrop between these cultures where the plant populations varied in
the following proportions: GI75% + FE25%; GI50% + FE50%; GI25% + FE75%; GI75% +
AM25%: GI50% + AM50%; GI25% + AM75%. The monoculture results were superior to the
intercropped ones. For the intercrop of cowpea, the biggest productivity of sunflower achenes
happened in the association 75% sunflower + 25% cowpea. For the intercrop between
sunflower and peanut, the peanut presence in the proportion of 25% plant population did not
affect the result productivity of sunflower achenes in relation to the monoculture. The
components of peanut production, pod number, pod weight, amount of seeds for each pod,
seed weight for each pod, and the weight of 100 seeds, were not affected by different
proportions of peanut and sunflower intercrop. The intercropped systems showed the Land
Efficient Use superior to 1 (one) in the plant population proportion GI75%+FE25%,
GI50%+FE50%, GI75%+AM25% e GI25%+AM75%, meaning that different intercropped
arrangements are more advantageous than monocultures.
Key words: Helianthus annuus, Vigna unguiculata, Arachis hypogaea.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Precipitação pluviométrica (mm) em intervalos de 10 dias na Fazenda
Experimental Lavoura Seca. Quixadá-Ceará. Abril a julho de 2010 .................. 39
FIGURA 2 Arranjo das fileiras de girassol (GI), feijão-de-corda (FE) e amendoim (AM) nas
parcelas em monocultivos e consorciados. ......................................................... 41
FIGURA 3 Produtividade (kg.ha-1) das culturas solteiras e consorciadas em sistema de série
de substituição de girassol (GI), feijão-de-corda (FE) e amendoim (AM).
Quixadá, Ceará, 2010 ......................................................................................... 48
FIGURA 4 Produtividade (kg.ha-1) do girassol e do feijão-de-corda submetidas ao plantio
consorciado em série de substituição. Quixadá, Ceará, 2010. ............................ 50
FIGURA 5 Produtividade (kg.ha-1) do girassol e do amendoim submetidas ao plantio
consorciado em série de substituição. Quixadá, Ceará, 2010. ............................ 51
FIGURA 6 Uso Eficiente da Terra (UET) do consórcio do girassol (GI) + feijão-de-corda
(FE). Quixadá, Ceará, 2010. ................................................................................ 60
FIGURA 7 Uso Eficiente da Terra (UET) do consórcio do girassol (GI) + amendoim (AM).
Quixadá, Ceará, 2010. ......................................................................................... 60
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Amplitude de variação de características da planta de girassol. ....................... 23
TABELA 2 Características morfológicas da cultivar CATISSOL ....................................... 28
TABELA 3 Características químicas do solo da área experimental. Fazenda Lavoura Seca.
Quixadá, 2010. .................................................................................................. 38
TABELA 4 Análise de variância e coeficiente de variação da altura da planta, altura do
capítulo, diâmetro do capítulo, peso de 1000 aquênios e produtividade de
aquênios do girassol no consórcio com feijão-de-corda e amendoim. Quixadá,
Ceará, 2010 ....................................................................................................... 44
TABELA 5 Componentes de produção do girassol (GI) em monocultivo e consorciado com
o feijão-de-corda (FE) e amendoim (AM). Quixadá, Ceará, 2010. .................. 47
TABELA 6 Análise de variância da produtividade de aquênios de girassol com a
decomposição dos 6 graus de liberdade dos sistemas de consórcio em contraste
ortogonais. Quixadá, Ceará, 2010. .................................................................... 49
TABELA 7 Análise de variância e coeficiente de variação do comprimento de vagem,
número de vagens, peso de vagens, número de sementes /vagens, peso médio
de sementes/vagens, peso de 100 sementes e produtividade de grãos do feijão-
de-corda cv. Setentão no consórcio com o girassol. Quixadá, Ceará, 2010 ..... 54
TABELA 8 Componentes de produção do feijão-de-corda (FE) em consórcio com o girassol
(GI) em diferentes sistemas de consórcio. Quixadá, Ceará, 2010. ................... 54
TABELA 9 Análise de variância e coeficiente de variação do número de vagens, peso de
vagens, número de sementes/vagens, peso de sementes/vagens, peso de 100
sementes e produtividade de vagens do amendoim no consórcio com girassol.
Quixadá, Ceará, 2010 ........................................................................................ 56
TABELA 10 Componentes de produção do amendoim (AM) em consórcio com o girassol
(GI). Quixadá, Ceará, 2010 ............................................................................... 56
TABELA 11 Teor de óleo do girassol em consórcio com feijão-de-corda e amendoim.
Quixadá, Ceará, 2010........................................................................................57
TABELA 12 Teor de óleo do amendoim em consórcio com o girassol. Quixadá, Ceará, 2010
........................................................................................................................... 58
TABELA 13 Uso Eficiente da Terra (UET) no consórcio girassol + feijão-de-corda e girassol
+ amendoim. Quixadá, Ceará, 2010.................................................................. 59
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 15
2.1 Classificação dos sistemas de plantio ........................................................................ 15
2.1.1 Indicadores de eficiência agroeconômica de cultivos consorciados ............................ 20
2.2 Aspectos gerais das espécies estudadas ..................................................................... 22
2.2.1 Girassol (Helianthus annuus L) .................................................................................... 22
2.2.1.1 Características da cultivar CATISSOL......................................................................... 28
2.2.2 Feijão-de-corda (Vigna unguiculata L. Walp.) ............................................................ 29
2.2.2.1 Características da cultivar Setentão .............................................................................. 32
2.2.3 Amendoim (Arachis hypogaea L.) ............................................................................... 32
2.2.3.1 Características da cultivar PI 165317 ........................................................................... 37
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 38
3.1 Material vegetal e localização da área ..................................................................... 38
3.2 Delineamento experimental e definição dos tratamentos ....................................... 39
3.3 Condução do experimento ......................................................................................... 42
3.4 Avaliação dos sistemas de cultivo .............................................................................. 43
3.5 Análise estatística ........................................................................................................ 43
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 44
4.1 Consórcio girassol, feijão-de-corda e amendoim ..................................................... 44
4.1.1 Componentes de produção e produtividade de aquênios do girassol consorciado com
feijão-de-corda e amendoim ......................................................................................... 44
4.1.2 Componentes de produção e produtividade de grãos de feijão-de-corda consorciados
com o girassol ............................................................................................................... 52
4.1.3 Componentes de produção e produtividade do amendoim consorciado com o girassol
.......................................................................................................................................54
4.1.4 Teor de óleo do girassol consorciado com o feijão-de-corda e amendoim .................. 56
4.1.5 Teor de óleo do amendoim consorciado com o girassol .............................................. 57
4.1.6 Avaliação dos sistemas de consórcio através do UET ................................................. 58
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 61
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................... 63
13
1. INTRODUÇÃO
A agricultura familiar desempenha um papel fundamental na segurança alimentar
dos pequenos produtores, pois contribuí para o aumento da produção de alimentos do país,
melhora a renda de quem vive no campo e promove o equilíbrio na ocupação do território
nacional.
Historicamente, na região Nordeste do Brasil, o aumento de produção agrícola
tem ocorrido através da incorporação de novas áreas ao cultivo e não pelo aumento da
produtividade como resultado da adoção de tecnologias modernas. Os pequenos agricultores
do Nordeste adotam sistemas de cultivo que intensificam o uso dos fatores a produção, tanto
no tempo e no espaço (SILVA et al., 1990).
Dentre esses sistemas de cultivo predomina o consórcio de varias culturas como a
mandioca, milho, fava, feijões, sendo a consorciação milho e feijão a preferida dos produtores
rurais.
Essa forma de cultivo depende geralmente das precipitações pluviais, uma vez que
se faz no período das chuvas (agricultura de sequeiro), possibilitando que o agricultor obtenha
melhores rendimentos das culturas num período curto de tempo.
O cultivo consorciado caracteriza-se por plantio de duas ou mais culturas
ocupando a mesma área do terreno, permanecendo assim pelo menos uma parte do ciclo
dessas culturas. Nesse sistema espera-se que a cultura principal não tenha o seu rendimento
comprometido e as demais culturas em consórcio participem geralmente como
complementação.
O consórcio de plantas é uma prática agrícola aplicada em toda a região tropical.
É uma estratégia espontânea do agricultor para fugir da irregularidade climática muito
freqüente nessas regiões do globo terrestre. Cultivando diferentes espécies em consórcio, o
produtor poderá assegurar maior estabilidade de produção, melhor controle de pragas e
doenças, além de aspectos como otimização do uso de mão-de-obra, controle de erosão,
diversificação de matéria-prima para alimentação da família e do rebanho (FRANCIS, 1986).
Esse sistema de plantio é extremamente importante para aumentar a produção de
alimentos através da intensificação do uso da terra e o melhor aproveitamento dos recursos
naturais como, radiação solar, água, nutrientes e CO2. Dentre as várias opções de consórcio
destacam-se a associação entre leguminosas e gramíneas. No Nordeste o consórcio utilizando
o feijão-de-corda com outras culturas constitui uma prática tradicional.
14
A consorciação de culturas é considerada uma forma de cultivo múltiplo, já que o
crescimento das culturas é simultâneo na mesma área de cultivo durante todo o tempo ou
parte dele, utilizando os fatores tempo e espaço para obter maiores produtividades.
Atualmente com o advento do biodiesel as plantas oleaginosas vêm ganhando
destaque e importância econômica dentro do sistema de consorciação de plantas. Com o
incentivo do Governo Federal, as oleaginosas têm sido cultivadas em sistema de consorciação
pelos pequenos produtores principalmente da região Nordeste, e o feijão-de-corda é uma das
principais culturas utilizadas nesse sistema.
No Brasil as alternativas de matéria-prima para o fornecimento do óleo vegetal
são diversas, caso da soja, do algodão, da mamona, do girassol, do amendoim, do pinhão
manso, do dendê, do milho, entre tantas outras que podem ser cultivadas de acordo com a
aptidão agrícola e o clima de cada região do País.
Segundo Vale et al. (2011) o consórcio do milho ou feijão com uma oleaginosa
tem sido incentivado pelo governo através do programa biodiesel e aceito pelos pequenos
agricultores gerando uma expectativa de melhorar a renda familiar.
Em estudos detalhados sobre o consórcio é possível mostrar a importância desse
sistema para o melhor aproveitamento da limitada área de que dispõem os pequenos
agricultores para a produção de alimentos e, com base nos resultados, conclui que o consórcio
é vantajoso para esses agricultores por diversas razões, sobressaindo a maior produção de
grãos por unidade de área, considerando que algumas culturas nada sofrem com a associação,
assim, qualquer ganho na produção é um ganho extra (KRONKA et al., 2000).
Visto a importância da influência das diferentes combinações em consórcio das
culturas do girassol, feijão-de-corda e amendoim, o presente trabalho tem como objetivo
estudar o comportamento dessas culturas num estudo de séries de substituição, sobre os
componentes de produção, rendimento de grãos e vagens e Uso Eficiente da Terra (UET).
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Classificação dos sistemas de plantio
Os sistemas de plantio podem ser classificados conforme o número de espécies
evolvidas na exploração em: plantio solteiro e plantio múltiplo (ANDREWS; KASSAM,
1976)
Tipicamente espécies como o milho, o sorgo, o girassol são comumente plantadas
associadas com leguminosas como o feijão, amendoim e soja (MORALES et al., 2008)
Segundo Araújo et al. (2008), associações culturais que utilizam leguminosas são
bastante recomendadas, pois estas plantas estabelecem uma relação simbiótica com bactérias
fixadoras de nitrogênio no solo, beneficiando a planta consorte que pode até mesmo dispensar
a adubação nitrogenada.
De acordo com Cardoso et al. (2000), o feijão-caupi no Meio-Norte do Brasil é
cultivado, em grande parte, em associação com outras culturas. Apesar do baixo nível
tecnológico empregado pela maioria dos produtores que utilizam o consórcio de culturas, essa
prática é considerada uma opção para o aproveitamento extensivo da terra, além de
proporcionar renda familiar relativamente estável ao longo dos anos.
A prática de consórcios, em especial, de oleaginosas com culturas alimentares
como cereais e leguminosas é utilizada pelo pequeno produtor como maneira de solucionar
problemas relacionados às irregularidades climáticas no semi-árido (BELTRÃO et al., 1984).
A maioria das cultivares utilizadas nos consórcios foram selecionadas para as
condições específicas de plantio solteiro, bem diferente das condições encontradas no
consórcio, portanto, a identificação de cultivares que apresentem menor interação com o
sistema de cultivo é fundamental para obtenção de cultivares adequadas ao consórcio
(KRONKA et al., 2000).
Segundo Beltrão et al. (2006) o feijão (caupi ou comum) é o preferido nos
consórcios culturais pelas seguintes razões: a) é cultura de ciclo vegetativo curto e pouco
competitiva; b) pode ser semeado em diferentes épocas; c) é cultura relativamente tolerante à
competição movida pela planta consorte; d) é um dos alimentos básicos do povo brasileiro; e)
seu preço geralmente alcança bons níveis.
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Nos sistemas de consórcio, duas ou mais culturas com diferentes ciclos e
arquiteturas vegetativas, são exploradas concomitantemente, no mesmo terreno, não sendo
necessariamente, semeadas ao mesmo tempo. Entretanto, durante apreciável parte de seus
períodos de desenvolvimento há uma simultaneidade, forçando interação entre elas.
Diante da crescente demanda de alimentos e a atual necessidade de praticar uma
agricultura sustentável, os cultivos múltiplos constituem uma alternativa viável pela sua
potencialidade de produção e seu uso eficiente dos recursos de produção (MORALES et al.,
2006).
Em um cultivo consorciado, as espécies normalmente diferem em altura e em
distribuição espacial das folhas entre outras características morfológicas, que podem levar as
plantas a competir por energia luminosa, água e nutrientes. A divisão da radiação solar
incidente sobre as plantas, em um sistema consorciado, será determinada pela altura das
plantas e pela eficiência de intercepção e absorção (FLESCH, 2002).
O consórcio de culturas quando comparado aos monocultivos destaca-se como
vantajoso por vários fatores como: menor risco de insucesso em virtude das incertezas
climáticas, por agruparem culturas de diferentes ciclos; confere maior proteção ao solo,
através da redução do crescimento de ervas daninhas em virtude da menor freqüência dos
tratos culturais; aumenta a produção por unidade de área em um determinado período de
tempo; melhora a distribuição temporal de renda e diversifica a produção, em virtude da
maior variedade de alimentos (SANTANA, 2009).
Para Viana et al. (2009) o consórcio pode ser uma ótima opção de cultivo para a
produção de grãos ou até mesmo forragens. Esses sistemas são muito utilizados nas regiões
onde a mecanização é muito difícil ou em pequenas propriedades agrícolas em que os
agricultores têm limitação no uso da área para o cultivo e têm as gramíneas com cultura
tipicamente de subsistência.
O Nordeste brasileiro utiliza amplamente o sistema de consórcio, principalmente
pelos pequenos e médios produtores, sendo difícil constatar-se um produtor que não o
pratique. Nessa região, a época chuvosa é relativamente curta, com precipitações pluviais
intensas, intercaladas com secas inesperadas, tendo elevada demanda evaporativa do ar, solos
na maioria erodidos, capital limitado, minifúndios e sistema de parceria, condições estas que
favorecem o uso do consórcio.
Conseqüentemente, em virtude da ampla utilização nas propriedades rurais, o
consórcio de culturas tem sido amplamente estudado, visando à busca de estratégias que
colaborem para a melhoria de sua eficiência (ANDRADE et al., 2001). A escolha de
17
cultivares, sistemas de plantios e geometria de arranjamento, permitem uma divisão planejada
dos recursos naturais e manipulação da competitividade com o objetivo de aumentar a
produção de um sistema consorciado.
Vale salientar que os monocultivos, por apresentarem menor estabilidade,
favorecem o estabelecimento, multiplicação e propagação de pragas, doenças e plantas
invasoras, enquanto que no consórcio, em geral, por envolver um manejo integrado, implica
menor exigência de agroquímicos. Além disso, estando o solo coberto pela cultura intercalar,
evitam-se ou reduzem-se os prejuízos da erosão. Ao semear culturas simultaneamente na
mesma área, o pequeno produtor garanta a si maior estabilidade no rendimento, isto é, se uma
cultura falhar ou se desenvolver precariamente, a outra componente poderá compensar
(AZEVEDO et al., 1993).
Dollon e Mesquita (1976); Sanders Jr. e Holanda (1976) realizaram estudos sobre
a escolha de novas formas de utilização de tecnologias pelos agricultores do sertão semi-árido
do Nordeste, e concluíram que os agricultores são antagônicos aos riscos, em especial quando
a subsistência não esta garantida. Tal observação explica o uso de diversas culturas, para
servir como uma forma de proteção contra os riscos resultantes da instabilidade climática e de
mercado, sem contar com os riscos intrínsecos à própria mudança, deixando-os receosos,
fazendo com que suas tradições sejam mantidas (SILVA, 2005).
Pesquisas desenvolvidas com o consórcio ganharam espaço maior na década de
70, quando foram realizados estudos principalmente com culturas anuais, tendo como
exemplo: feijão-de-corda, feijão comum (Phaseolus vulgaris L.), e milho (MORGADO;
RAIO, 1985).
Para Beltrão et al.(2006) a grande desvantagem do consórcio é que ele impede a
utilização, em maior grau, de técnicas agrícolas mais eficientes e capazes de conduzir a altos
rendimentos culturais. À medida que o nível tecnológico da agricultura evolui, as culturas
consorciadas tornam-se crescentemente mais difíceis de ser manejadas, principalmente
quando a mecanização é introduzida.
Rao (1983), ao analisar vários trabalhos sobre consórcio, verificou que este não
foi vantajoso em relação ao plantio isolado, principalmente em anos secos e, de um modo
geral, em região de baixos índices pluviométricos.
Inconvenientes ligados a esse sistema foram estudados por Ferreira (2000) e
Araújo (2004), que destacaram as dificuldades na utilização de operações mecanizadas
relacionadas a capinas, aplicação de inseticidas, fungicidas, herbicidas, adubação e irrigação,
além de sombreamento e esgotamento de solo por conta da intensa utilização da área.
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Para as diferentes regiões do Brasil recomenda-se o plantio das culturas quando o
solo apresenta condições adequadas de umidade. Cada região tem um período de plantio
definido, embora possa ocorrer plantios fora de época. O plantio no início das chuvas não é
recomendado para as regiões onde a precipitação é muito elevada (CALVACANTE, 2005).
A produtividade nos cultivos consorciados é dependente da complementação e
competitividade entre as espécies em consórcio. Alguns fatores agronômicos podem ser
controlados através do uso de fertilizantes, densidade de população de plantas e escolha
adequada das espécies na associação de cultivos (SARANDÓN; CHAMORRO, 2003).
A eficiência do consórcio é muitas vezes dependente da complementaridade entre
as culturas. Quando o período de maior demanda pelos recursos ambientais das culturas
consorciadas não é coincidente, a competição entre as mesmas pode ser minimizada, sendo
esta situação denominada complementaridade temporal.
Quando as diferenças na arquitetura das plantas favorecem à melhor utilização da
luz, água e nutrientes disponíveis ocorre a denominada complementaridade espacial.
Entretanto, a complementaridade temporal é o principal fator determinante da eficiência dos
sistemas consorciados normalmente empregados (MONTEZANO; PEIL, 2006).
O arranjo espacial de plantas foi uma das primeiras práticas a serem adotadas ao
estudar a adaptação de uma espécie a uma condição de cultivo, pela alteração que proporciona
no microclima, na disponibilidade de luz, nutrientes, água, temperatura entre outros (JAUER
et al., 2003).
De acordo com Santos (2008) a utilização de consórcio, aliado a diferentes
arranjos espaciais, permite acréscimo no rendimento das culturas, principalmente da
agricultura de autoconsumo, pois, com o aumento da população por área, ocorre acréscimo no
rendimento de grãos, até atingir um patamar ideal, que é pré-determinado pelo genótipo das
culturas, bem como pelas condições edafoclimáticas.
Zanine et al. (2004), estudando competição de plantas, chama a atenção para a
competição que pode existir tanto acima como abaixo do solo e que há uma associação entre
os dois ambientes. Portanto, por ocasião da associação de espécies diferentes, deve-se optar
por um arranjo espacial que minimize a competição por luz, bem como utilização de plantas
que apresentem sistema radicular com características diferentes e que explore áreas de solos
distintas.
Para (BULGARELLI et al., 2008) dentre os fatores que interferem na
produtividade de uma cultura destaca-se a população de plantas, por afetar diretamente os
componentes de produção. Para a cultura do amendoim, segundo o mesmo autor, a fixação
19
desta população pode variar em função da cultivar, da época de semeadura, da adubação e da
região de cultivo.
Em estudo conduzido em Texcoco, México, o girassol foi avaliado em dois
sistemas de plantio (cultivo solteiro e consorciado com feijão) e os componentes de produção
não mostraram diferenças significativas (MORALES et al., 2006).
Em outro experimento, o índice de crescimento e altura de planta do girassol foi
influenciado quando o girassol foi associado com soja e feijão. Em contraste, diâmetro de
capítulos, diâmetro do caule, número de sementes por capítulo e peso de 1000 aquênios não
sofreram reduções significativas (IBRAR et al., 2002).
Em sistemas combinados de girassol com amendoim (Arachis hipogaea L.) não
foram observadas diferenças significativas no número de sementes por capítulo, produção de
semente e o peso de 1000 aquênios. O Uso Eficiente da Terra encontrado no experimento foi
de 1,45 (SAHOO et al., 2003).
De acordo com Saleem et al. (2003) o girassol sofre grande competição inter e
intra-especifica para os fatores de crescimento com mungbean (Vigna radiata L.) e mashbean
(Vigna mungo L.) em vários sistemas de consórcios e arranjos geométricos resultam em uma
redução significativa da produção de sementes.
Tsubo et al. (2003) não encontraram reduções significativas na produção de
matéria seca e rendimento de sementes em cultivares de feijão comum de crescimento
indeterminado quando consorciado com o milho, atribuindo esse fato ao menor
sombreamento causado pelo milho sobre as cultivares de feijão em teste. Quando o feijão
comum é consorciado para a produção de biomassa o rendimento de sementes é afetado pela
competição exercida pela outra espécie (MORALES et al., 2008).
Segundo estudos conduzidos por Bellettini e Endo (2001), houve tendência de
menor produtividade e peso de 1000 sementes de amendoim em maiores densidades. As
densidades apresentaram efeito linear decrescente sobre o peso de sementes, ou seja, Quanto
maior a densidade menor o peso de 1.000 sementes.
Para o amendoim, a variação na densidade de plantas pode ocasionar efeitos na
massa de 100 sementes tendo-se o aumento destas com a diminuição do número de plantas
por hectare (GOPALASWAMY et al., 1979). O número de vagens por planta de amendoim é
o componente da produção mais afetado pela população de plantas de amendoim e mostra ter
uma relação inversa com a densidade de plantio (LAURENCE, 1974).
Nakagawa et al. (2000), trabalhando com a cultivar Tatu Vermelho-53,
constataram que dentre os componentes de produção, o número de vagens por planta foi o
20
mais afetado pela variação da população de plantas, tendo diminuído com o aumento da
densidade. A massa de 100 vagens, a percentagem de vagens chochas, o número de sementes
por vagem e peso de 100 sementes não foram afetados pela densidade de semeadura.
2.1.1 Indicadores de eficiência agroeconômica de cultivos consorciados
Na avaliação dos agrossistemas consorciados deve-se envolver indicadores
agroeconômicos, tais como: índice de Uso Eficiente da Terra (UET), coeficiente relativo
populacional, vantagem monetária e renda líquida, que parece ser a variável econômica mais
indicada para a avaliação de consórcios comparando-os ao monocultivo (BELTRÃO et al.,
2001; ARAÚJO, 2008).
O Uso Eficiente da Terra é o índice mais usado pelos pesquisadores para
comparar o consórcio de duas ou mais culturas com seus respectivos monocultivos, tendo
igual área cultivada e o mesmo nível de manejo (ANDREWS; KASSAM, 1976; WILLEY,
1979; MEAD; WILLEY, 1980; VIEIRA, 1984). O UET é expressado através da seguinte
fórmula:
UET � Produção da cultura A consorciada
Produção da cultura A solteira�
Produção da cultura B consorciada
Produção da cultura B solteira
A eficiência e as vantagens de um sistema consorciado fundamentam-se,
principalmente, na complementaridade entre as culturas envolvidas, sendo que serão tanto
maiores quanto menores forem o(s) efeito(s) negativo(s) estabelecido(s) de uma cultura sobre
a outra (CERETTA, 1986).
Para a validade do método UET é necessário que as produtividades dos sistemas
exclusivos sejam obtidas com as populações recomendadas para o sistema cultural. O manejo
adotado deve ser o mesmo para os sistemas de cultivo.
Valores de UET acima de 1,0 representam vantagem do consórcio sobre as
culturas solteiras, na mesma área (BANTILAN; HARWOOD, 1973).
Pesquisas têm demonstrado maior eficiência no uso da terra por sistemas
consorciados, em relação ás respectivas monoculturas (OSIRU; WILLEY, 1972; WILLEY;
OSIRU 1972; VIEIRA et al., 1980; ALVES et al., 1984; TÁVORA; LOPES, 1990;
21
CARDOSO et al., 1992; OLIVEIRA, 1993; RAPOSO et al., 1995; FLESCH, 2002; SILVA,
2005; BELTRÃO et al., 2006).
Morales et al., (2006) relataram resultados encontrados no consórcio de girassol +
feijão comum em que os índices de UET foram superiores em 60, 90 e 200% nas
combinações de cv. Victoria e Canário 107; cv. Victoria e Michoacán e cv. Victoria +
Bayomex, respectivamente, a qualquer monocultivo.
Prasad e Brook (2005), estudando o efeito da variação de densidade no consórcio
de milho e soja, observaram uma redução no índice UET com o aumento da densidade de
plantas para o ano de 2001, sendo que os índices variaram de 1,36 a 1,30.
Em estudos com o consórcio de duas cultivares de milho + girassol em
Moçambique, Lopez et al. (2001) concluíram que os UET’s totais do consórcio aumentaram à
medida que a população de milho aumentava, sendo que o mais elevado UET foi registrado
nos sistemas em que o girassol participou com 25% de sua população.
Raposo et al. (1995), estudando o consórcio de feijão-de-corda e milho em
diversos arranjos, verificou como média dos tratamentos um UET de 1,25, afirmando que o
consórcio proporcionou vantagem de 25% sobre os respectivos monocultivos, no que se refere
a utilização eficiente da terra. Beltrão et al., (2006) estudando o consórcio de mamona +
amendoim encontraram, na média, UET total de 1,36.
Shanthy, et al. (2009) em estudo sobre o consórcio de amendoim + girassol
influenciados por diferentes quantidades de fertilizantes, concluíram que os UET’s totais do
consórcio variaram de 0,88 a 1,29, sendo o menor valor atribuído ao tratamento sem
fertilizante.
Machado et al. (1984) e Machado et al. (1987), compararam consórcios feijão +
milho, feijão + girassol e girassol + milho e os monocultivos usando o Uso Eficiente da
Terra, sob diferentes condições de manejo, tiveram como resultado, em todos os níveis de
manejo utilizados, que a consorciação de culturas foi mais eficiente na utilização da terra
quando comparada com as culturas isoladas em 12, 26 e 17%, respectivamente.
Ghosh (2004) estudando o efeito do consórcio de amendoim com milho, sorgo e
milheto, verificou que o amendoim quando consorciado com o milho obteve maior índice de
utilização eficiente da terra em comparação aos outros tipos de consórcio com um UET total
de 1,68, indicando uma eficiência de 68% em relação ao monocultivo.
22
2.2 Aspectos gerais das espécies estudadas
2.2.1 Girassol (Helianthus annuus L.)
As paisagens rurais brasileiras estão apresentando notáveis mudanças, onde antes
apenas viam-se plantações de milho, feijão e soja, já podem ser observadas algumas
plantações de girassol. Em parte, esse aumento do cultivo de girassol é devido ao Programa
Nacional do Biodiesel, que a partir de 2008 previu a obrigatoriedade da mistura de 2% de
biodiesel ao diesel de petróleo nos motores de ciclo diesel (ACOSTA, 2009). A partir de 1 de
janeiro de 2010 houve o aumento do percentual da mistura para 5% de biodiesel sendo
antecipada em três anos a meta do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel.
O girassol (Helianthus annuus L) é uma planta originária do continente norte-
americano, e foi levado à Europa pelos colonizadores espanhóis e portugueses, passando a ser
cultivado como planta ornamental. As propriedades oleaginosas dos frutos foram descobertas
na Rússia, sendo então reintroduzida na América do Norte, via Canadá (GONÇALVES et al.,
1999).
As primeiras referências sobre o cultivo do girassol no Brasil datam de 1924,
embora se presuma que a cultura tenha entrado no Rio Grande do Sul no final do século XIX,
trazida pelas primeiras levas de colonos europeus, que consumiam as sementes torradas e
também fabricavam uma espécie de chá, muito rico em cafeína e substituto do café no
desjejum matinal. Os primeiros plantios comerciais foram feitos no Rio Grande do Sul, no
final da década de 1940 (DALL´AGNOL et al., 2005).
O girassol também é conhecido como “flor do sol” devido à sua intrigante rotação
sempre voltada para o Sol (heliotropismo). Segundo Leite et al. (2007) o girassol é uma
cultura que se adapta a diferentes condições climáticas. A baixa sensibilidade fotoperiódica da
planta permite o seu cultivo no Brasil durante o ano todo, em todas as regiões produtoras de
grãos. Em função das condições hídricas e da temperatura característica de cada região, pode
ser cultivado como primeira cultura, aproveitando o inicio das chuvas (inverno-primavera), ou
como segunda cultura (verão-outono), aproveitando o final das chuvas.
O girassol é uma das oleaginosas de características agronômicas mais
importantes, visto que apresenta maior resistência à seca, ao frio e ao calor do que a maioria
das espécies normalmente cultivadas no Brasil. Por possuir um ciclo vegetativo relativamente
23
curto, elevada adaptabilidade às diferentes condições edafoclimáticas e por não ter seu
rendimento afetado por parâmetros como latitude, longitude e fotoperíodo, seu cultivo torna-
se uma opção nos sistemas de rotação e sucessão de culturas em regiões produtoras de grãos.
Segundo Castro (2007), esses fatores que colocam o girassol como uma cultura adaptada a
diversas regiões.
A planta de girassol apresenta porte alto, raízes profundas e uma grande
diversificação de características fenotípicas. A raiz pivotante (profunda) e com amplo
crescimento lateral, permitem explorar um grande volume de solo, maximizando a capacidade
de absorção de água e a adaptação ao cultivo de sequeiro nas condições do semi-árido
promovendo uma considerável reciclagem de nutrientes, das camadas mais profundas para as
camadas superficiais do solo, auxiliando na sua fertilização natural (MONTEIRO, 2007).
Algumas características quantitativas da planta de girassol como altura, capítulo,
tamanho de aquênio, tempo para maturação, entre outros, variam consideravelmente de
acordo com genótipo da planta, conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 – Amplitude de variação de características da planta de girassol.
Característica Amplitude de Variação
Altura da planta (cm)
50 - 400
Diâmetro do caule (mm)
15 - 90
Diâmetro do capítulo (cm)
6 - 50
Óleo no aquênio (%)
10 - 60
Óleo na amêndoa (%)
26 - 72 Fonte: Corrêa (2009)
Por mais que o girassol tenha facilidade de adaptação em vários tipos de solo, o
ideal é a utilização de solos corrigidos, com pH entre 5,2 e 6,4, a fim de se evitar sintomas de
toxidez. Além disso, solos profundos, de textura média, férteis, planos e bem drenados,
favorecem o bom desenvolvimento do sistema radicular. Essas características dão maior
resistência à seca e ao tombamento, proporcionando maior absorção de água e nutrientes e,
conseqüentemente, maior rendimento. Solos leves ou pesados também podem ser usados se
não houver impedimento para o desenvolvimento do sistema radicular (ACOSTA, 2009).
Segundo Castro e Farias (2005), a necessidade de água para o girassol aumenta
com o desenvolvimento da planta, iniciando com 0,5 a 0,7 mm dia-1 durante a fase da
24
semeadura à emergência, até o máximo de 6,0 a 8,0 mm dia-1 na floração e no enchimento de
grãos, decrescendo, após esse período, até a maturação fisiológica. Os mesmos autores
consideram que 400 a 500 mm de água bem distribuídos ao longo do ciclo da cultura do
girassol resultam em rendimentos próximos ao potencial máximo e que, apesar de ser
considerada tolerante à seca, em situações de limitada disponibilidade de água, a produção de
grãos pode ser afetada drasticamente.
O ciclo vegetativo do girassol varia entre 90 a 130 dias, dependendo do cultivar,
da data de semeadura e das condições ambientais características de cada região e ano
(EMBRAPA, 2010), apresenta caule robusto e ereto, com ou sem pêlos, geralmente sem
ramificações e com diâmetros variando entre 15 e 90 mm. Quanto à altura, são observadas
variações de 0,5 a 4,0 m (CASTIGLIONI et al., 1997), usualmente oscilando entre 1,0 m e 2,5
m. Suas folhas são alternadas e pecioladas, com comprimentos de 8 a 50 cm e seu número por
caule variando entre 8 e 70, mas geralmente este número fica entre 20 e 40. Além disso, as
folhas de girassol podem ter diversos formatos e tamanhos (FRANK; SZABO, (1989) apud
CASTIGLIONI et al., 1997).
A inflorescência é um capítulo, onde se desenvolvem os grãos, denominados
aquênios, pode ter formação plana, convexa ou côncava, com flores que se desenvolvem do
exterior para o interior do capítulo, dando origem aos frutos (CASTRO et al., 1996). Os
capítulos têm diâmetros de 6 a 50 cm, contendo de 100 a 8000 flores, sendo mais freqüente
um número de flores variando entre 800 e 1700 por capítulo. O caule e o capítulo são os
componentes de maior participação na produção de massa do girassol.
Na fase de enchimento de aquênios, a cultura finaliza a expansão foliar, determina
a concentração e a qualidade do óleo. Também é o período que a cultura define o numero de
aquênios por área, considerado como principal componente de produção do rendimento
(VIEIRA, 2005).
O girassol é uma planta de polinização cruzada, que é feita basicamente por
insetos, particularmente as abelhas. Em lavouras comerciais, durante a floração, as abelhas
propiciam aumento da produção, pela polinização de um maior número de flores além de
possibilitar completa fecundação das mesmas, ou seja, além da produção de aquênios, a
produção de mel pode ser outra fonte de renda, visto que chega a produzir de 30 a 40 Kg de
mel por hectare. Conforme CASTRO et al. (1996), atualmente algumas cultivares têm alto
grau de autocompatibilidade, reproduzindo-se mesmo na ausência de insetos.
A produção mundial de grãos de girassol, para a safra 2010/11, segundo
previsões, deverá ser da ordem de 30,05 milhões de toneladas, 12,0 milhões de toneladas de
25
farelo e 11,1 milhões de toneladas de óleo. A estimativa realizada no mês de novembro de
2010 a nível mundial aponta uma queda na produção do grão em torno de 1,12%, farelo,
3,14% e óleo 3,44% respectivamente (CONAB, 2010).
O girassol produz um dos óleos vegetais de melhor qualidade nutricional e
organoléptica. De cada tonelada de sementes, se extraem em média 400 kg de óleo, 250 kg de
casca e 350 kg de torta para os animais, com 45 a 50% de proteína bruta.
Mais de 90% da produção mundial de girassol destina-se a produção de óleo
comestível, que possui alta relação de ácidos graxos polinsaturados/saturados, sendo que o
teor de polinsaturados é constituído, em sua quase totalidade, pelo ácido linoléico (65%, em
média). Este é essencial ao desempenho das funções fisiológicas do organismo humano e
deve ser ingerido através dos alimentos, pois não é sintetizado pelo organismo. Por apresentar
essas características, é um dos óleos vegetais de melhor qualidade nutricional e organoléptica
do mundo (EMBRAPA SOJA, 2011).
No Brasil a cultura do girassol está distribuída em grande parte do território
nacional devido a sua ampla adaptação a diferentes condições climáticas, como tolerância a
seca, a geadas e ao calor quando comparada à maioria das espécies normalmente cultivadas
no país (FAGUNDES, 2011).
No Brasil a área cultivada com girassol saltou de pouco mais de 55 mil hectares
em 2001, para mais de 99 mil hectares em 2007 e a produção brasileira aumentou de 74.504
toneladas no ano agrícola 2001/2002, para 99.138 toneladas em 2006/2007 (EMBRAPA,
2008).
O estado maior produtor é o Mato Grosso, com uma produção prevista em torno
de 60,0 mil toneladas, em segundo lugar está o estado de Goiás, com 17,8 mil toneladas, com
uma participação percentual em torno de 61,4% e 18,2% para a safra 2010/11,
respectivamente, superando o estado do Rio Grande do Sul que ocupava o segundo lugar em
2008. A produção nacional de girassol deve ficar em torno de 97,8 mil toneladas, superior à
safra anterior em 21,3%, ou seja, 17,2 mil toneladas a mais (CONAB, 2010).
Tendo em vista à alta demanda dos produtos e finalidades derivados do cultivo de
girassol, esse continua em expansão em nosso país, já tendo despertado nos últimos anos, o
interesse inclusive dos estados da Região Nordeste.
No Nordeste essa cultura começou a ser implantada em nível experimental a partir
de 2005 em alguns estados como Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e a Bahia. Na
Bahia foram plantados cerca de 502 ha com rendimento médio de 960 kg.ha-1, sendo
26
encontrado o rendimento máximo de até 1.000 kg.ha-1, nos municípios de Ibipeba, Irecê, João
Dourado (IBGE/PAM, 2010).
Atualmente o estado maior produtor do Nordeste é o Ceará com uma produção de
2,1 mil toneladas representando 2,0 % da área plantada em todo o Brasil, superando o estado
do Rio Grande do Norte que foi o maior produtor no ano de 2008 com uma produção de 0,9
mil toneladas (CONAB, 2010).
Um dos problemas da pecuária no Brasil é a sazonalidade de produção de
forrageiras ao longo do ano, levando a períodos de grande produção, seguidos de escassez.
Assim, para evitar a falta de alimento volumoso na época seca, são propostos métodos de
conservação, sendo a ensilagem o mais utilizado (EVANGELISTA; LIMA, 2001). Autores
como McGuffey e Schingoethe (1980) relatam que o girassol presta-se à prática da ensilagem
tanto em sistema de monocultivo quanto consorciado a outras culturas, inclusive o milho, sem
reduzir a qualidade desta silagem.
O girassol tem sido utilizado na América do Norte e em países da Europa na
forma de silagem e parece ser uma boa opção para esta finalidade no Brasil, em razão da
grande quantidade de matéria seca produzida por área e silagem de boa qualidade. O girassol
possui a capacidade de armazenar, em sua estrutura residual, grande quantidade de umidade e
para Ramos et al. (2001) essa característica pode comprometer a qualidade da silagem, pois
forragens com baixos teores de matéria seca não apresentam fermentação lática adequada,
permitindo, assim, a formação de ácido butírico.
Do ponto de vista calórico, Neto et al. (2003) afirma que, o óleo de girassol se
apresenta como o melhor óleo vegetal comestível com 8,8 calorias, das quais o organismo
pode assimilar 98%. O ácido linoléico faz com que ele seja o mais recomendável na
prevenção de enfermidades cardiovasculares produzidas pelo excesso de colesterol.
A primeira menção européia do uso do girassol como fonte de óleo é uma patente
de invenção inglesa (de número 408 na Oficina de Patentes de Londres) outorgada a Arthur
Bunyan em 1716, onde foi feita referência a uma semente que poderia ser pressionada para
obter óleo de grande valor para os interessados no fabrico de lã, pintura, couro, e assim por
diante (GROMPONE, 2005).
Em resposta a crise de combustível de origem fóssil, o mercado sentiu a
necessidade de diminuir a dependência de petróleo, uma vez que houve um aumento da
demanda em países como a China e Índia estimulando o investimento no desenvolvimento de
tecnologia de produção e no uso de fontes de energia alternativa (DIB, 2010).
27
O uso de óleos vegetais em motores de combustão interna teve inicio com Rodolf
Diesel, que utilizou o óleo de amendoim, em 1900. No entanto, razões econômicas levaram ao
completo abandono dessa alternativa como combustível. Somente na década de 1970, tal idéia
foi retomada, pois o mercado de petróleo, nesse período, passou por dois súbitos
desequilíbrios entre oferta e demanda mundiais, conhecidas como primeiro e segundo choque
de petróleo.
Nessa busca de fontes alternativas de energia redutoras de poluição, capazes de
gerar empregos e com custos competitivos, o biodiesel apresentou-se como candidato natural
a um programa global que também vem ganhando espaço nas discussões energéticas do
Brasil. A Agência Nacional do Petróleo do Brasil definiu por meio da portaria 225, de
setembro de 2003, o biodiesel como conjunto de ésteres de ácidos graxos oriundos de
biomassa, que atendem as especificações determinadas, para evitar danos aos motores
(CASTELLANELLI et al., 2007).
O biodiesel representa evolução da tentativa de substituir o óleo diesel por
biomassa originada do aproveitamento de óleos vegetais “in natura”, e resultante da reação de
óleos vegetais novos ou usados, formando a reação de um álcool com um catalisador,
processo conhecido como transesterificação.
No Brasil, as opções para produzir biodiesel a partir de óleos vegetais são
inúmeras, pois existem mais de 150 espécies de oleaginosas que podem ser usadas para a
produção de energia, via transesterificação, ou seja, alcoólise catalítica ou via pirólise
catalítica, também denominada de craqueamento catalítico (BELTRÃO et al., 2006).
Segundo Holanda (2004), o biodiesel permite um ciclo fechado de carbono onde o
dióxido de carbono, principal responsável pelo aquecimento global, é absorvido quando a
planta cresce e é liberado quando o biodiesel é queimado na combustão do motor.
O girassol é responsável por cerca de 13% de todo óleo vegetal produzido na
mundo, sendo uma cultura de ampla adaptabilidade, alta tolerância a seca e um alto
rendimento. A viabilidade de produção de biodiesel a partir do óleo de girassol deve-se ao seu
teor de óleo das sementes de aproximadamente 40%, sendo que os triglicerídeos presentes no
óleo de girassol são derivados dos ácidos, palmítico (16:0), oléico (18:1) e linoléico (18:2).
Várias cultivares de girassol tem apresentado bom comportamento no Rio Grande do Norte,
com destaque para a cv. CATISSOL com produção de grãos de 1.500 a 2.500 kg. ha-1 num
ciclo de 100 a 110 dias, com teor de óleo na semente acima de 38% e produção de torta em
torno de 35%, com mais de 40% de proteína bruta (HOLANDA et al, 2008).
28
O girassol por ser uma oleaginosa de fácil processamento, a extração de óleo pode
servir como uma alternativa viável para os pequenos produtores, utilizando apenas uma
simples miniprensa. Devido ao seu baixo custo e fácil manuseio, torna-se uma alternativa para
pequenas propriedades e cooperativas, que cultivam essa cultura, obtenham receita com a
venda do óleo e a utilização da torta na alimentação animal, agregando valor à cultura do
girassol (OLIVEIRA; VIEIRA 2004).
No aspecto econômico, representa uma alternativa para a redução da dependência
do Brasil das importações de petróleo e óleo diesel. Quanto à questão ambiental, a exploração
do biodiesel é uma alternativa de grande impacto para a redução do efeito estufa, que tem sido
bastante agravado com o uso de combustíveis de origem fóssil.
2.2.1.1 Características da cultivar CATISSOL
O girassol cv. CATISSOL possui ciclo precoce, boa uniformidade de maturação,
excelente rusticidade, boa produtividade, tolerância às doenças, teor de óleo acima de 40%,
grande potencial para a produção de grãos, produção de mel, produção de silagem e pode ser
usado como adubo verde (CATI, 2011).
A Tabela 2 apresenta algumas características morfológicas dessa variedade de
girassol.
Tabela 2 – Características morfológicas da cultivar CATISSOL.
Características morfológicas do girassol cv. CATISSOL
Caule Porte: ereto
Altura: 1,70 m
Flor Tipo: Capítulo
Diâmetro do capítulo: 22 cm
Semente Tipo: aquênio
Cor: preta
Peso médio 1000 aquênios: 70g
Fonte: Corrêa (2009)
29
2.2.2 Feijão-de-corda (Vigna unguiculata L. Walp.)
O feijão tem uma ampla variedade de espécies e tem pouca importância comercial
em termos mundiais, pois o consumo é muito pequeno e até mesmo inexistente em países de
primeiro mundo. Os principais países produtores são também grandes consumidores, não
havendo, portanto, excedente exportável, razão pela qual o comércio internacional é tão
restrito. O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de feijão, seguido pela Índia,
China e México (CONAB, 2011).
O feijão-de-corda (Vigna unguiculata L. Walp.) também conhecido como feijão
caupi e feijão-de-macassar, é uma leguminosa comestível de alto teor de proteína, boa
capacidade de fixar nitrogênio, sendo também pouco exigente em termos de fertilidade de
solo. Trata-se de um alimento básico para a população presente nas regiões tropicais e
subtropicais. Em termos de consumo (feijão comum ou feijão-de-corda), todo o Brasil prefere
o feijão comum, preto ou marrom, com exceção da região Nordeste onde a preferência do
consumidor é pelo feijão-de-corda, especialmente na zona rural (ARAÚJO, 1988).
As variedades do gênero Vigna são plantas anuais, herbáceas, robustas, arbustivas,
prostradas ou escandentes, geralmente glabras. O sistema radicular é bastante desenvolvido,
ocorrendo a presença de bactérias do gênero Rhizobium, responsáveis pela assimilação
simbiótica de nitrogênio. As folhas são compostas, trifolioladas, longo-pecioladas, com
folíolos de formato ovalado, de base cuneada e ápice agudo ou obtuso, todos de tamanho
equivalente, com 6-8 cm de comprimento. A inflorescência ocorre no ápice de pedúnculos
comuns, conjuntos de flores que se abrem escalonadamente. Os frutos são legumes
cilíndricos, retos ou curvados, deixando visível a posição interna das sementes. Com a
maturação os legumes secam e se abrem pelas suturas (BEVILAQUA et al., 2007).
Segundo (PARODA; THOMAS, 1987) citado por (GHAFOOR et al., 2001) o
gênero Vigna compreende 170 espécies, das quais 120 estão presentes na África, com 66
endêmicas, na Índia encontram-se 22 e no sudeste da Ásia 16 endêmicas, sendo observadas
poucas espécies descritas para as Américas e a Austrália. Desenvolve-se bem na faixa de
temperatura de 20 a 30°C, sendo bem adaptado às condições climáticas brasileiras,
especialmente as da região Nordeste. Destaca-se entre outras culturas, como a mais cultivada
no Nordeste do Brasil, considerada então a principal cultura de subsistência das populações da
zona rural (MOUSINHO et al., 2008).
30
Porém, mesmo com todas as características favoráveis para um bom
desenvolvimento dessa cultura, a produtividade média nacional que era de 649 kg.ha-1 no
início da década de 60, reduziu-se para 597 kg.ha-1 na década de 90 (ASSIS JÚNIOR, 2007).
Segundo Cardoso et al. (2000), as deficiências hídricas iniciais podem afetar
sensivelmente o processo germinativo, comprometendo dessa forma o estabelecimento da
cultura. Deficiências posteriores poderão paralisar o crescimento, bem como retardar o
desenvolvimento reprodutivo das plantas.
Segundo Beltrão et al. (2006) o feijão-de-corda enriquece o solo com nutrientes,
possui resistência a seca e possui baixa demanda nutricional, permitindo uma melhor
cobertura do solo em complementação com a mamoneira, cultura de arquitetura foliar rala que
não permite boa cobertura do solo. Assim, sendo uma cultura intercalar que auxilia na
cobertura do solo, o feijão-de-corda é interessante sob todos os aspectos econômicos, sociais e
ecológicos (AZEVEDO et al., 1999).
O grão do feijão-de-corda apresenta teores de proteínas variando de 20% a 26%,
apresentando importantes frações de lipídeos, açúcares, cálcio, ferro, potássio, fósforo e
aminoácidos essenciais como isoleucina, leucina, fenilalanina, tirosina, metionina, dentre
outros, com destaque para a última por estar presente em quantidades bem superiores ao feijão
do gênero Phaseolus (SALES, 1988; MOUSINHO, 2005).
O feijão-caupi apresenta-se como uma fonte de proteína para a população
campesina, principalmente. Também, é utilizado na produção de feno para nutrição protéica
dos animais, bem como uma opção para fixação de nitrogênio e incorporação de matéria
orgânica em solos, uma vez que é capaz de se desenvolver em situações de baixa fertilidade
(FREITAS, 2006).
O feijão-de-corda, além de ser bastante cultivado em sistemas de monocultivo, é
muito comum observá-lo em áreas cultivadas em consórcio como o milho (Zea mays L.),
sendo possível a utilização de dois cultivos de feijão-de-corda sem que o rendimento de grãos
de milho seja prejudicado (CARDOSO et al., 1995).
Conforme Oliveira e Carvalho (1988) o feijão caupi requer durante todo o seu ciclo
precipitações em torno de 300 mm para produzir satisfatoriamente. A falta ou excesso de água
pode prejudicar o desenvolvimento da planta, afetando o processo de fixação biológica do
nitrogênio, realizado com eficiência pela cultura. As regiões cujas cotas pluviométricas variam
entre 250 e 500 mm anuais são consideradas aptas para a implantação da cultura. Entretanto, a
limitação em termos hídricos encontra-se mais diretamente condicionada à distribuição do que à
quantidade total de chuvas ocorridas no período.
31
O principal país produtor de feijão-de-corda é a Nigéria, que responde por 51% da
produção mundial. Em seguida vem o Níger, participando por 27% do total e Burkina na 3ª
colocação com 5% do volume total médio produzido em 2008. Apenas seis países respondem
por 76% do comércio mundial da leguminosa. São eles: China, Mianmar, EUA, Canadá e
Argentina (SEAB, 2010).
Na região Nordeste do Brasil, em conseqüência das incertezas climáticas, o
cultivo do feijão Phaseolus e macassar quase sempre está associado a outras culturas como o
milho, o algodão e a mandioca, culturas com maior permanência de cultivo no campo
(FREIRE FILHO et al. 2005; SANTOS, 2008).
Aproximadamente 62% das áreas de segunda safra vêm da região Norte e
Nordeste, mas quando se fala em produção, estas regiões representam 37% da produção
nacional de feijão segunda safra, O baixo rendimento é ocasionado pela forma de cultivo
utilizado normalmente pelo agricultor regional que ainda usa o sistema de plantio
consorciado, o que leva a um rendimento muito menor.
No cenário da produção agrícola nordestina, devido às ocorrências insuficientes
de chuvas, o feijão-de-corda, pelas suas características de ciclo curto e tolerância a estresse
hídrico maior que outras culturas, ocupa especial relevância no suprimento alimentar e na
composição da renda das famílias, em virtudes das menores perdas observadas e da ocupação
de mão-de-obra em períodos sazonais (CARDOSO, 2000). Esse mesmo autor afirmou ainda
que, o potencial de rendimento do feijão-de-corda é superior a 2.500 kg.ha-1, no entanto a
disponibilidade e adoção de tecnologias relacionadas aos aspectos de exploração são muito
baixas, o que contribui decisivamente para a perda de produtividade da cultura e qualidade do
produto, nesse quadro, o fornecimento adequado de nutrientes é um dos fatores limitantes à
obtenção de maiores rendimentos.
No estado do Ceará, a área cultivada deve chegar a 463,2 mil hectares,
representando um crescimento de 4,0% em relação à safra anterior. O excesso e a
irregularidade das chuvas ocorridos nos meses de janeiro e fevereiro impediram os
agricultores de efetuarem um plantio maior, além de refletir também na redução de
rendimento de algumas áreas, com efeitos também da sua falta em março. (CONAB, 2011).
Segundo o Instituto Agropolos do Ceará (2010), o município de Limoeiro do
Norte produziu 1365 toneladas de feijão-de-corda, seguido pelos municípios de Jaguaribe e
Brejo Santo, produzindo 1200 e 585 toneladas respectivamente.
32
2.2.2.1 Características da cultivar Setentão
A cultivar setentão, que além da excelente qualidade de semente com relação à
cor e tamanho, apresenta boa capacidade produtiva, recebendo esse nome em comemoração
aos 70 anos de fundação da Escola de Agronomia no Estado do Ceará. Esta leguminosa
apresenta as seguintes características: crescimento indeterminado, porte semi-ramador, ciclo
de 65 a 70 dias, flor violeta, média de 14 grãos por vagem, comprimento da vagem de 21 cm
(PAIVA, 1990).
2.2.3 Amendoim (Arachis hypogaea L.)
Muito antes da chegada dos portugueses ao Brasil no ano de 1500, os índios que
aqui habitavam conheciam e já utilizavam o amendoim. Em algumas tribos ele era chamado
de mandubi ou mandobim e em outras de manobi. Mas tarde, provavelmente por causa do
gosto semelhante do “Manobi” com as amêndoas já largamente conhecidas na Europa, os
colonizadores portugueses foram adaptando o seu nome para “Amendoi” – derivado de
amêndoa – surgindo o seu nome atual - amendoim (MARTIN, 1985).
O amendoim (Arachis hypogaea L.) é uma oleaginosa subtropical, anual,
herbácea, de porte ereto ou rasteiro, que pertence à família Fabaceae. Apresenta sementes
com grande valor nutritivo, as quais possuem, em média, 25% de proteína, 50% de lipídios e
12% de amido (PATTEE; YOUNG, 1982).
O Arachis hypogaea L. é uma leguminosa, cujo fruto é, na verdade, uma vagem
que se desenvolve por processo especial de frutificação, denominado geocarpia, em que uma
flor aérea, após ser fecundada, produz um ginóforo, que entra no solo e produz um fruto
subterrâneo (vagem) (SUASSUNA et al., 2006). A casca representa de 25 a 30% do peso dos
frutos secos, tem como principal constituinte a celulose e é pobre em nutrientes
(CENTURION; CENTURION, 1998).
A espécie Arachis hypogaea é classificada em duas subespécies, hypogaea e
fastigiata de acordo com a presença ou não de flores no eixo principal. Estas subespécies
foram então divididas em variedades botânicas conforme o habito de crescimento (hypogaea,
hirsuta, fastigiata, vulgaris, aequatoriana e peruviana) (KRAPOVICKAS; GREGORY,
33
1994). Pode ser observada ainda que a cor da folhagem da subespécie hypogaea é verde
escura diferente do que ocorre na subespécie fastigiata que apresenta um verde de tom mais
claro (BORGES, 2006).
A cultura caracteriza-se por ser de ciclo curto, resistente à seca e de
adaptabilidade ampla, sendo cultivada por pequenos e médios produtores em vários estados da
federação, especialmente na região Nordeste, tanto em sistema de produção de sequeiro,
quanto irrigado (BORGES, 2006).
Távora et al. (2002) testaram genótipos de amendoim de porte ereto no Ceará e
concluíram que os eretos atingem maior grau de adaptação sob condições limitadas e de
irregularidade de disponibilidade hídrica.
As cultivares de amendoim, segundo Conagin (1958), são diferenciadas em tipos
vegetativos e separadas em séries: a série de ramificações alternadas, representada por plantas
de porte ereto ou rasteiro do grupo Virgínia e a série de ramificações seqüenciais,
representada por plantas de porte ereto dos grupos Spanish e Valência.
O amendoim possui grande importância no mercado mundial de grãos, sendo
amplamente cultivado nas regiões semi-árida da Ásia e da África, liderado pela China e ela
Índia, que detêm, juntas, mais de 50% do total de 33 milhões de toneladas produzidas
mundialmente (FREITAS et al., 2005).
O Brasil já foi importante produtor de amendoim, ocupando papel expressivo
tanto no suprimento interno de óleo vegetal quanto na exportação de sub-produtos. Porém, a
partir da década de 1970, diversos fatores mercadológicos, políticos e tecnológicos levaram à
redução do cultivo nacional e, indiretamente, modificaram o perfil do mercado desta
oleaginosa (FREIRE et al.,1998).
De acordo com o balanço mundial os maiores produtores de amendoim na safra
2005/06 foram: China, Índia, Estados Unidos, Nigéria, Indonésia e Burma; sendo os maiores
exportadores: China, Argentina, Estados Unidos, Vietnã, Índia e Nicarágua (AGRIANUAL,
2006).
As maiores áreas de plantio no mundo estão localizadas na China e na Índia, as
quais por sua vez são, juntamente com os Estados Unidos, grandes consumidores do produto
na forma de óleo, alimento humano e alimento animal. A área total ocupada por esta cultura,
no Brasil, é de 88,4 mil hectares. A produção obtida para o Brasil na safra 2010/2011 foi de
224,1 mil toneladas (CONAB, 2011).
34
A China é o maior produtor mundial e consumidor de amendoim em grãos,
consome 95% do que produz, o equivalente a 14 milhões de toneladas. Para se ter uma noção,
o consumo chinês é mais de 118 vezes toda a produção brasileira. Ademais, impressiona que
os 5% restantes para exportação faz da China, também, o maior exportador mundial
(AGRIANUAL, 2011).
O amendoim nordestino está distribuído no Recôncavo Baiano, nos tabuleiros
costeiros de Sergipe, nas zonas da Mata, Agreste e Sertão Pernambucano, no Agreste e Brejo
da Paraíba e no Cariri Cearense (EMBRAPA, 2011). De acordo com dados da CONAB
(2010), Bahia, maior produtor de amendoim no Nordeste, plantou na última safra, cerca de 7
mil hectares de amendoim, seguida pela Paraíba com uma área plantada de 1,9 mil hectares,
Sergipe (1,2 mil hectares) e Ceará (800 hectares). A produtividade média do amendoim no
semi-árido nordestino corresponde a 910 kg.ha-1.
O cultivo do amendoim na região Nordeste tomou impulso no final da década de
80, onde a área cultivada em regime de sequeiro passou de 3.000 há para atuais 7.000 ha
(Anuário Estatístico do Brasil, 1989; Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, 1997).
Uma maior produtividade pode ser atendida por meio do cultivo de variedades mais
produtivas e adaptadas à região, que podem contribuir para elevar os atuais produtividades em
vagens para um patamar mais atraente do ponto de vista agrícola e econômico.
Essa oleaginosa, no Nordeste brasileiro, tem sido tradicionalmente cultivada em
condições de agricultura de sequeiro, com isso estão sujeitas aos elevados riscos causados
pelas variações do clima da região. Um dos maiores problemas apontados por Andrade Lima
(1989) encontrados nas regiões semi-áridas é a deficiência hídrica, devido à baixa
pluviosidade, má distribuição das chuvas, elevada taxa de evapotranspiração e baixa
capacidade de retenção de água dos solos, em geral rasos e pedregosos.
Na agroeconomia do Nordeste brasileiro, o amendoim tem se destacado por ser de
fácil manejo, ciclo curto e preço atraente de mercado, alem de se constituir em fonte adicional
e agregadora de renda em razão das varias formas de produtos que podem ser processados, e
que incentivam a agroindústria regional. Pesquisas desenvolvidas na Embrapa Algodão com
amendoim desde a década de 80 têm disponibilizando ao setor produtivo cultivares
comerciais destinados ao mercado brasileiro (SANTOS et al., 2006).
Particularmente, é considerada a mais importante leguminosa, junto com o feijão
e a soja, não só como alimento protéico e energético de reconhecida qualidade, assim como
um dos principais produtores de óleo com amplas possibilidades de aproveitamento na
indústria, inclusive para o biodiesel como substituto para óleo diesel (SMIDERLE, 2008).
35
Para o Nordeste brasileiro, onde as condições freqüentes de estresse hídrico são
limitantes para o bom desempenho agrícola, o amendoim torna-se uma excelente opção por
ser de ciclo curto e por possuir mecanismos fisiológicos que capacitam a planta a sobreviver
em ambientes com estas características (SANTOS et al., 2007).
Todas as etapas produtivas no cultivo do amendoim podem ser realizadas com
técnicas simples e equipamentos rudimentares, utilizando-se a mão- de- obra familiar nesse
processo. A cultura exige duas a três capinas e amontoa (que consiste em juntar terra na base
da planta, caso as vagens estejam expostas à luz).
Outra questão importante para a agricultura familiar no semi-árido é a
possibilidade de aproveitar os restos culturais como adubos e/ou na alimentação animal. No
caso do amendoim e do girassol, os restos culturais podem ser aproveitados por serem
abundantes e altamente nutritivos e dando um feno de excelente qualidade com destaque para
o amendoim pelo alto teor de nitrogênio dos restos culturais (MONTEIRO, 2007).
A fixação de nitrogênio pelo amendoim é benéfica para a melhoria de solos, sendo
recomendável o plantio de amendoim como forma de melhorar a oferta de nitrogênio do solo
para os plantios subseqüentes (FRANCO; BALIEIRO, 2000).
O amendoim é uma importante fonte de alimento, seja como óleo ou utilizado
diretamente para o consumo humano. Segundo Alvarez et al. (2005), é consumido
mundialmente, e cerca de oito milhões de toneladas anuais de grãos destina-se ao consumo in
natura ou industrializados, e 15 a 18 milhões são esmagados para a fabricação de óleos
comestíveis.
A atividade agrícola com amendoim no Brasil, atualmente, está associada à cadeia
produtiva de doces e confeitos. A produção não só atende a demanda de consumo interno
como também registra um crescimento adicional, motivado pelas oportunidades de exportação
do produto brasileiro, constituindo um mercado lucrativo, atrativo e cada vez mais exigente
quanto à qualidade para o consumidor (IAC, 2009).
Segundo (Melo et al., 2010) a equipe de melhoramento do amendoim da Embrapa
vem, desde 2005, desenvolvendo cruzamentos entre cultivares divergentes que possuem alto
potencial agronômico e nutricional, objetivando ofertar aos agricultores uma nova cultivar
que atenda suas demandas nos aspectos agroindustriais.
Para (SILVA et. al., 1993) essa cultura é considerada, entre as leguminosas, uma
das mais importantes culturas comerciais ao lado do feijão e da soja e sua importância
socioeconômica está demonstrada por seu cultivo em cerca de 103 países entre 400 de latitude
norte e de 360 de latitude sul.
36
A utilização do amendoim é diversificada, podendo ser consumido “in natura”,
como aperitivos salgados; na forma de doces de grãos inteiros com diversas coberturas ou
grãos moídos na forma de paçocas; substituindo a castanha de caju em cobertura de sorvetes;
na forma de óleo, de conservas e em produtos medicinais. O farelo obtido após a extração de
óleo é utilizado na alimentação animal (FERNANDES, 2007).
Os grãos de amendoim, por terem mais óleo do que proteína, tem grande potencial
para produção de biodiesel. Em terras do Cerrado brasileiro, o amendoim poderá ser a melhor
opção, pois é uma cultura totalmente passível de mecanização, produz um farelo de excelente
qualidade nutricional para rações e para alimentos, e ainda possui, em sua casca, as calorias
para a produção de vapor (HOLANDA, 2004).
O óleo, seu principal produto, é muito rico em ácidos graxos insaturados, média
de 51,0% de oléico e de 28,0% de linoléico e, cada 100g é capaz de fornecer 580 Kcal. O
amendoim é ainda uma rica fonte de proteínas (25% da massa dos grãos) e vitamina E
(antioxidante), além de conter vitaminas do complexo B, ácido fólico e minerais como cálcio,
fósforo, potássio e zinco (BONONI, 2006).
Um dos primeiros motores a diesel foi mostrado ao publico numa exposição em
Paris, funcionando com óleo de amendoim. A Embrapa disponibilizou a cultivar de
amendoim mais precoce do Brasil: BRS 151 L-7 com ciclo de 87 dias sendo a mais indicada
para a produção de óleo com produção potencial de 1.850 kg.ha-1 em vagens, um rendimento
de 71% de sementes contendo 46% de óleo bruto e 30% de proteína bruta. É tolerante ao
estresse hídrico e indicada para o cultivo de sequeiro (rendimento médio de 1.850 Kg.ha-1) ou
irrigado (atinge até 4.500 Kg.ha-1) no Nordeste brasileiro. (BASÍLIO, 2010).
Dentre os óleos vegetais que podem apresentar perspectivas de produção
competitiva de biodiesel podemos citar o óleo de amendoim. Os óleos vegetais podem variar
também em qualidade, em função, principalmente, dos teores dos diversos ácidos que
compõem a sua fração triglicéride. No amendoim, os ácidos oléico e linoléico são os que
aparecem em maior proporção, seguidos do palmítico, esteárico e beênico. Outros ácidos são
encontrados em proporções reduzidas.
37
2.2.3.1 Características da cultivar PI 165317
O cultivar PI 165317 é oriundo do Southern Regional Plant Introducion at
Experiment, Georgia (E.U.A). Esta inserida no grupo Spanish e apresenta porte ereto, vagens
de tamanho médio e constrição moderada, contendo duas sementes médias e arredondadas em
todas as vagens. Segundo Távora et al. (2002), o cultivar PI 165317 alcançou uma
produtividade de 2065 kg.ha-1 no município de Pentecoste, Ceará.
38
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material vegetal e localização
Foram utilizadas três espécies vegetais: girassol (Helianthus annuus L.) cv.
CATISSOL, feijão-de-corda [Vigna unguiculata (L.) Walp] cv. Setentão e amendoim
(Arachis hypogaea L.) cv. PI 165317 pertencente ao grupo ‘Spanish’.
O experimento foi conduzido na Fazenda Lavoura Seca, no município de
Quixadá-Ceará, Brasil. Situada no Sertão Central do referido Estado, tem posição geográfica
de 4º 59’ de latitude sul de 39o 01’ de longitude a oeste de Greenwich e precipitação média
anual de aproximadamente 880,0 mm. Essa região apresenta solo classificado de Argissolo
Vermelho-Amarelo, vegetação xerófita e um clima estépico, semi-árido do tipo BsH, baseado
na classificação de Köppen. O estudo foi conduzido sob condições de sequeiro, de abril a
julho de 2010.
As características químicas do solo da área experimental são apresentadas na
Tabela 3. As análises foram realizadas no Laboratório de Solos/Água do Departamento de
Ciências do Solo, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará.
O preparo do solo para o plantio na área experimental constou de duas gradagens
cruzadas. Os dados pluviométricos semanais colhidos na Fazenda Lavoura Seca no período de
abril a julho de 2010 estão apresentados na Figura 1.
Tabela 3- Características químicas do solo da área experimental. Fazenda Lavoura Seca. Quixadá, 2010.
Características químicas do solo
pH 6,2
Fósforo (mg/dm3) 50
Potássio (mg/dm3) 11
Cálcio+Magnésio (cmolc/dm3) 1,5
Cálcio (cmolc/dm3) 0,8
Magnésio (cmolc/dm3) 0,7
Alumínio (cmolc/dm3) 0,0
Sódio (mg/dm3) 123
Fonte: Laboratório de Ciências do Solo-UFC, 2010
39
Figura 1- Precipitação pluviométrica (mm) em intervalos de 10 dias na Fazenda Experimental Lavoura Seca. Quixadá-Ceará. Abril a julho de 2010.
3.2 Delineamento experimental e definição dos tratamentos
O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso constando de 9 tratamentos.
Para o estudo do comportamento do girassol foram utilizados 7 tratamentos e 4 repetições, já
para o estudo dos componentes de produção do feijão-de-corda e amendoim foram utilizados
4 tratamentos e 4 repetições. As parcelas das culturas em monocultivos constaram de 6 fileiras
de 5,0 m de comprimento com uma área total de 24m2 (4,8m x 5,0m), e área útil de 12,8m2
(3,2m x 4,0m). Os tratamentos consorciados foram utilizados 12 fileiras de 5,0m de
comprimento com uma área total de 48 m2 (9,6m x 5,0m), e área útil de 12,8 m2. A área de
cada bloco foi de 216m2 (5m x 43,2m), e a área total do experimento 1123m2 (Figura 2).
Os tratamentos consorciados foram constituídos de diferentes proporções de
população de plantas de girassol com o feijão-de-corda e amendoim obedecendo ao sistema
de série de substituição, conforme a seguir:
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1⁰ 2⁰ 3⁰ 4⁰ 5⁰ 6⁰ 7⁰ 8⁰ 9⁰ 10⁰ 11⁰
Decêndio
Pre
cipt
ação
Plu
viom
etric
a(m
m)
40
T1- (GI100%) girassol monocultivo;
T2- (FE100%) feijão-de-corda monocultivo;
T3- (AM100%) amendoim monocultivo;
T4- (GI75% + FE25%) 3 fileiras de girassol + 1 fileira de feijão-de-corda;
T5- (GI50% + FE50%) 2 fileiras de girassol + 2 fileiras de feijão-de-corda;
T6- (GI25% + FE75%) 1 fileira de girassol + 3 fileiras de feijão-de-corda;
T7- (GI75% + AM25%) 3 fileiras de girassol + 1 fileira de feijão-de-corda;
T8- (GI50% + AM50%) 2 fileiras de girassol + 2 fileiras de feijão-de-corda;
T9- (GI25% + AM75%) 1 fileira de girassol + 3 fileiras de amendoim.
O arranjo das fileiras dos tratamentos nas parcelas são apresentados na Figura 2.
41
T4-GI 75% + FE 25% T5-GI 50% + FE 50%
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI GI FE GI GI FE FE GI GI FE FE GI GI FE FE
T6-GI 25% + FE 75% T7-GI 75% + AM 25%
FE FE FE GI FE FE FE GI FE FE FE GI GI GI GI AM GI GI GI AM GI GI GI AM
FE FE FE GI FE FE FE GI FE FE FE GI GI GI GI AM GI GI GI AM GI GI GI AM
FE FE FE GI FE FE FE GI FE FE FE GI GI GI GI AM GI GI GI AM GI GI GI AM
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FE FE FE GI FE FE FE GI FE FE FE GI GI GI GI AM GI GI GI AM GI GI GI AM
FE FE FE GI FE FE FE GI FE FE FE GI GI GI GI AM GI GI GI AM GI GI GI AM
T8-GI 50% + AM 50% T9-GI 25% + AM75%
GI GI AM AM GI GI AM AM GI GI AM AM AM AM AM GI AM AM AM GI AM AM AM GI
GI GI AM AM GI GI AM AM GI GI AM AM AM AM AM GI AM AM AM GI AM AM AM GI
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Figura 2- Arranjo das fileiras de girassol (GI), feijão-de-corda (FE) e amendoim (AM) nas parcelas em monocultivos e consorciados.
T1-GI 100% T2-FE 100%
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
GI GI GI GI GI GI FE FE FE FE FE FE
T3-AM 100%
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
AM AM AM AM AM AM
42
3.3 Condução do experimento
Foram utilizadas 60 sementes de girassol por linha de plantio, utilizando um total
de 1440 sementes.
No feijão-de-corda usou-se 75 sementes por linha de plantio, totalizando, 1125
sementes.
Para o amendoim foram necessárias 150 sementes por linha de cultura, totalizando
2250 sementes.
Em 09 de abril de 2010, o girassol e o feijão-de-corda foram semeados em covas
com 3 sementes/cova, e o amendoim foi semeado em sulco com 5cm de profundidade, com
20 sementes por metro linear de fileira.
O desbaste foi realizado 30 dias após o plantio, deixando 1 planta por cova para o
girassol e feijão-de-corda, e para o amendoim 10 plantas por metro linear.
O controle de plantas daninhas foi realizado 2 vezes durante o ciclo das culturas,
por meio de capinas manuais com enxada.
As culturas de girassol, feijão-de-corda e amendoim foram consorciadas em
fileiras alternadas, com espaçamento de 0,8m x 0,25m para as culturas de girassol, feijão-de-
corda de 0,8m x 0,20m e de 0,8m x 0,10m para o amendoim.
As colheitas foram realizadas de acordo com o ciclo de cada cultura.
Foi considerado o rendimento dos grãos e vagens obtidos na área útil para avaliar
os efeitos dos tratamentos e os dados obtidos nas parcelas foram transformados em kg.ha-1.
Os procedimentos adotados na área útil de cada parcela para a obtenção dos
componentes de produção constam a seguir:
No girassol o peso de 1.000 aquênios obteve-se a partir de oito subamostras de
100 aquênios retiradas aleatoriamente dos capítulos dentro de cada tratamento,
posteriormente, pesava-os em uma balança, com precisão de quatro casas decimais, sendo o
valor expresso em gramas. Quanto à altura de planta, altura do capítulo e diâmetro do capítulo
foram obtidas de 5 plantas escolhidas ao acaso em cada parcela.
No feijão-de-corda para a determinação do peso de 100 sementes foram utilizadas
oito subamostras de 100 sementes retiradas de cada tratamento. Quanto ao comprimento de
vagens, peso de vagens, número de sementes/vagem, número de vagens e peso de
sementes/vagem foram obtidas a partir de uma amostra aleatória de quinze vagens colhidas
em cada parcela.
43
No amendoim para a determinação do peso de 100 sementes foram utilizadas oito
subamostras de 100 sementes retiradas de cada tratamento. Quanto ao número de vagens por
planta, peso de vagem, número de sementes por vagem e peso de sementes por vagens foram
obtidas de 5 plantas escolhidas ao acaso em cada parcela.
Foram obtidos os teores de óleo das sementes de amendoim e girassol com o
extrator de gordura modelo TC-044-8/50 da Tecnal, usando o hexano como solvente. Para a
extração, pesou-se 5 gramas das amostras das sementes trituradas em um almofariz colocado-
as num cartucho de papel filtro para a extração.
3.4 Avaliação dos sistemas de cultivo
Para avaliar a eficiência relativa dos diferentes sistemas de consórcio em relação
ao monocultivo, em termos de produção de grãos, utilizou-se o índice de Uso Eficiente da
Terra (UET), proposto por Bantillan e Harwood (1973) calculado através da seguinte formula:
UET � Produção da cultura A consorciada
Produção da cultura A solteira�
Produção da cultura B consorciada
Produção da cultura B solteira
3.5 Análise estatística
Com o objetivo de avaliar o efeito de significância do efeito dos sistemas de
plantio sobre cada uma das características estudadas, foi efetuada a análise de variância.
Contraste entre todos os componentes avaliados foram estabelecidos pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
44
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Consórcio girassol, feijão-de-corda e amendoim
4.1.1 Componentes de produção e produtividade de aquênios do girassol consorciado com feijão-de-corda e amendoim
Os componentes de produção altura de planta, diâmetro do capítulo e a
produtividade de aquênios do girassol, diferiram significativamente (p<0,05) entre os
tratamentos envolvendo o consórcio de girassol com o feijão-de-corda e amendoim, contudo o
mesmo não aconteceu com altura do capítulo e peso de 1000 aquênios (Tabelas 4 e 5). Como
o girassol, em vários sistemas de consórcio, pode sofrer competição tanto inter como intra-
especifica por recursos de crescimento, é possível que ocorram reduções significativas na
altura da planta e diâmetro de capítulo em comparado com o cultivo solteiro.
No consórcio cana-de-açúcar + girassol, Khakwani et al. (2001) encontraram
respostas semelhantes para o diâmetro do capítulo e observaram que a altura de planta do
girassol não foi significativamente modificada por esse sistema de consórcio.
(CAVALCANTE, 2005) estudando o consórcio de mandioca com feijão, observou que a
altura de planta da mandioca não diferiu significativamente entre o monocultivo e os sistemas
de consórcios investigados. Essas informações indicam que as alterações na altura de planta
nos sistemas de consórcio dependem das culturas envolvidas.
Tabela 4 - Análise de variância e coeficiente de variação da altura da planta, altura do capítulo, diâmetro do capítulo, peso de 1000 aquênios e produtividade de aquênios do girassol no consórcio com feijão-de-corda e amendoim. Quixadá, Ceará, 2010.
Causa de variação
Quadrado Médio
Gl
Altura da Planta
Altura do capítulo
Diâmetro do capitulo
Peso de 1000
Aquênios
Produtividade de
aquênios
Tratamentos 6 0,03* 222,76 6,34* 025,65 204446,16**
Bloco 3 0,01 257,02 6,35 118,34 25130,43
Resíduo 18 0,01 96,10 2,04 041,27 14434,51
C.V% - 8,87 12,96 11,38 11,41 27,97
*Significativo ao nível de 5%, **significativo ao nível de 1%
45
A maior altura de planta do girassol ocorreu no tratamento GI50% + FE50% que
diferiu, estatisticamente, somente do tratamento GI25% + AM75%, já para o monocultivo de
girassol e suas combinações no consórcio com o feijão-de-corda foram semelhantes aos
demais tratamentos (Tabela 5). Isso demonstra que o amendoim causou uma maior
depreciação dessa variável em relação ao girassol quando comparado ao feijão-de-corda. Na
baixa densidade de girassol (25%) o esperado seria plantas com altura e capítulos maiores.
Esses resultados concordam com Bayu et al. (2007), que avaliando consórcio de
girassol e tef (Eragrostis tef) encontraram os menores valores de altura do girassol para a
menor população de plantas de girassol em relação ao tef, indicando sua menor habilidade de
competição em baixas densidades populacionais.
O maior diâmetro do capítulo (14,58 cm) foi observado no tratamento GI75% +
FE25%. A única redução significativa no diâmetro de capítulo do girassol em relação ao
obtido no consórcio do girassol com 25% de proporção de população de plantas de feijão-de-
corda ocorreu quando a participação do amendoim no consórcio com o girassol foi de 75%.
Fica evidenciado que a competição de girassol com o feijão-de-corda, em todas as
proporções de população de plantas, e com amendoim nas proporções de população de plantas
de até 50% não afetaram as variáveis altura de planta e diâmetro do capítulo.
Além do efeito provocado pelas diferentes proporções de população de plantas, os
menores valores médios de altura de plantas e de diâmetro do capítulo (1,11m e 12,54 cm
respectivamente) nas condições mostradas nesse estudo em comparação à quantificação
realizada pela CATI (2011) em São Paulo, podem ter ocorrido devido à baixa precipitação
pluviométrica ao longo do experimento (373,4 mm) ocasionando um possível déficit hídrico,
provocando o fechamento dos estômatos, diminuindo a assimilação de CO2 e,
conseqüentemente, diminuindo as atividades fisiológicas das plantas, principalmente a divisão
e o crescimento das células, refletindo assim em uma menor produtividade.
Lima (2011) avaliando a altura de planta de girassol cv. CATISSOL em diferentes
lâminas de irrigação em Russas – CE, observou que a disponibilidade hídrica de 807,1mm
proporcionou o maior crescimento em altura (1, 07 m), sendo esse valor de altura semelhante
ao encontrado nesse experimento, com uma disponibilidade hídrica 54% menor. Podemos
então concluir que apesar da pouca disponibilidade hídrica, o efeito da população de plantas
foi, talvez, a maior responsável pelas respostas de altura de planta e diâmetro do capítulo, ou
seja, houve provavelmente maior competição por luz que por água.
A produtividade de aquênios de girassol consorciado como feijão-de-corda nas
proporções GI50% + FE50% e GI25% + FE75% foram significativamente inferiores ao do
46
cultivo solteiro indicando efeito competitivo da cultura do feijão sobre o girassol nesses tipos
de substituição. Apenas no tratamento GI75% + FE25% não foi constatado efeito de
competição (Tabela 5 e Figura 3). Bezerra et al. (2007), observaram que no consórcio do
sorgo na proporção de 75% com o milho não houve efeito de competição.
Quanto às proporções de 25% de população de plantas de amendoim (GI75% +
AM25%), a exemplo do ocorrido no consórcio de GI75% + FE25%, observou-se a ausência
de competição, indicando que o girassol suportou o consórcio com apenas 25% de população
de amendoim sem alterar sua produtividade de aquênios.
O plantio consorciado de girassol com o amendoim reduziu significativamente o
rendimento de aquênios nas proporções GI50%+ AM50% e GI25% +AM75%, em relação ao
cultivo solteiro. No girassol em menor proporção em relação ao amendoim foram observadas
perdas maiores em seu rendimento quando comparado ao cultivo solteiro e as suas demais
combinações de consórcio. Foram encontradas reduções de produtividade de aquênios de até
79% nas proporções de população de plantas de 25% de girassol em relação ao amendoim
(GI25% +AM75%). Essa resposta pode ser explicada pelo efeito da maior densidade de
plantas de amendoim, seu porte ereto além do maior ciclo da cultura (90 dias) quando
comparado com o ciclo do feijão-de-corda (70 dias).
Observa-se ainda uma possível associação positiva entre o diâmetro do capítulo e
a produtividade de aquênios, pois a menor produtividade foi obtida justamente com os
capítulos de menores diâmetros nos tratamentos em consórcio.
As reduções na produtividade aumentaram quando a proporção de plantas de
girassol no consórcio diminuía progressivamente em relação à cultura consorciada (Tabela 5 e
Figura 3). O girassol, portanto, quando foi utilizado com uma maior população de plantas
contribuiu para a menor redução de sua produtividade. Esses resultados concordam com
Prasad et al. (2004), que observaram uma redução na produtividade de grãos de milho com a
redução da sua população em relação à cultura da soja. Araújo Filho et al. (2004) também
observaram uma redução de 41% na produção de grãos de mamona quando consorciada com
amendoim.
47
Tabela 5 - Componentes de produção do girassol (GI) em monocultivo e consorciado com o feijão-de-corda (FE) e amendoim (AM). Quixadá, Ceará, 2010.
Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para o girassol fica evidente o efeito de competitividade em relação ao consórcio,
onde os menores rendimentos de grãos do girassol consorciado com ambas as culturas, foram
observadas quando o girassol apresentou uma proporção de população de plantas de 25%
(Figura 3). Olowe et al. (2006), estudando o efeito da soja e do feijão-de-corda consorciado
com o girassol, observaram que o feijão semeado simultaneamente com o girassol também
causou reduções na produtividade do girassol.
Ressalta-se que a produtividade de 712,9 kg ha-1, obtida com a cultivar
CATISSOL em monocultivo foi inferior a média brasileira (1.320 kg ha-1) reportada por
FAOSTAT (2009). Para a CATI (2011), a produtividade média de aquênios da cultivar
CATISSOL situa-se entre 1.500 e 2.500 kg ha-1.
Pode-se observar na Figura 1 que a precipitação pluviométrica do período do
experimento foi de 373,4 mm, inferior á necessária para o girassol (400 a 500 mm) sendo,
provavelmente, o principal fator da redução da produtividade de aquênios, uma vez que, a
pouca chuva que ocorreu no período do florescimento e a falta dela no período de formação
da semente, pôde também ter contribuído para a baixa produtividade. Thomaz (2008), afirma
que a cultura do girassol em situações de limitada disponibilidade hídrica tem sua produção de
aquênios é comprometida.
Sistema de consórcio
Componentes de produção Altura da
Planta (m)
Altura do capítulo
(cm)
Diâmetro do capitulo
(cm)
Peso de 1000 Aquênios
(g)
Produtividade de
aquênios (kg.ha-1)
GI100% 1,09 ab 66,58 a 12,08 ab 54,59 a 712,90 a
GI75% + FE25% 1,19 ab 83,25 a 14,58 a 59,90 a 630,86 ab
GI50% + FE50% 1,22 a 84,33 a 12,75 ab 57,77 a 392,58 bc
GI25% + FE75% 1,12 ab 74,83 a 12,33 ab 53,64 a 201,17 c
GI75% + AM25% 1,16 ab 78,75 a 13,50 ab 58,59 a 622,07 ab
GI50% + AM50% 1,05 ab 76,25 a 12,00 ab 53,45 a 297,85 c
GI25% + AM75% 0,98 b 65,25 a 10,58 b 56,12 a 150,40 c
Médias 1,11 75,60 12,54 56,29 429,69
DMS 0,23 22,88 3,33 1,50 280,53
48
Segundo (ANDRADE, 2000) o período do florescimento é o mais sensível ao
déficit de água, pois altera a formação de sementes, causando reduções severas tanto no
rendimento das sementes quanto no teor de óleo.
Trabalho conduzido por Vale et al. (2011) na mesma localidade no ano de 2009,
com precipitação média de 928,6 mm, obtiveram média de produtividade de aquênios de
1.414,06 kg.ha-1.
Taiz e Zeiger (2009) explicam que em condições de deficiência hídrica as plantas
utilizam o mecanismo de fechamento dos estômatos no intuito de restringir a perda de água
reduzindo a transpiração, sacrificando a absorção de CO2, acarretando como conseqüência
reduções nas taxas fotossintéticas, fatos que reduzem a acumulação de fotossintatos e, por
conseguinte a produtividade de aquênios nesta cultura.
Assim como a produtividade do girassol foi comprometida com sua utilização em
sistemas de consórcio, as culturas do feijão-de-corda e do amendoim, quando em consórcio,
apresentaram reduções nos rendimentos de grãos e vagens em relação aos plantios isolados
(Figura 3). Resultados semelhantes foram verificados por Távora et al. (1988) quando
estudaram o feijão-de-corda e o amendoim consorciados com a mamona.
Figura 3 - Produtividade (kg.ha-1) das culturas solteiras e consorciadas em sistema de série de substituição de girassol (GI), feijão-de-corda (FE) e amendoim (AM). Quixadá, Ceará, 2010.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400Feijão-de-corda (FE)
Girassol (GI)
Amendoim (AM)
Pro
dutiv
idad
e (
kg.h
a-1 )
Sistemas de consórcio
49
Quando se compara a produtividade do girassol nos diferentes sistemas de
consórcio através do contrastes ortogonais (Tabela 6), pode ser verificado que, para o
contraste Y1 (GI100% vs. Girassol em consórcio) apresentou significância, mostrando a
melhor produtividade de aquênios para a cultura do girassol em monocultivo. Para o contraste
Y2 (girassol em consórcio com feijão-de-corda vs. girassol em consórcio com amendoim), não
houve resposta significativa, comprovando comportamento semelhante do girassol quando
consorciado com feijão-de-corda em comparação com o girassol consorciado com o
amendoim.
Pela discussão apresentada confirma-se que, a população de 25% de plantas, tanto
de feijão-de-corda como a de amendoim, teve menor influência sobre a produtividade do
girassol do que as demais populações (Tabela 6 e Figura 3).
Segundo Ramalho et al. (1990) estudando consórcio entre gramíneas e
leguminosas concluíram que a redução da competição poderia caracterizar o sucesso do
empreendimento sendo necessário identificar como uma cultura compete com seu consorte.
Tabela 6 - Análise de variância da produtividade de aquênios de girassol com a decomposição dos 6 graus de liberdade dos sistemas de consórcio em contraste ortogonais. Quixadá, Ceará, 2010.
*Significativo ao nível de 5%, **significativo ao nível de 1%
A Figura 4 mostra as relações competitivas entre o girassol e o feijão-de-corda
(obtida e esperada) nos diferentes sistemas de consórcio. A produção de sementes de girassol
obteve valores maiores do que o esperado em todas as proporções de populações de plantas,
principalmente nas proporções GI75% + FE25%, tendo refletido uma produção superior ao
esperado no consórcio com o feijão-de-corda devido ao efeito de compensação da produção
de girassol sobre a produção do feijão-de-corda. Sendo assim, o girassol se comportou como
cultura dominante quando associado ao feijão-de-corda. Silva (2005), estudando consórcio de
Causa de variação Produtividade de aquênios
GL QM
Blocos 3 25130,49
Tratamentos 6 204446,16**
Contraste Y1 (GI100% vs Demais) 1 374285,38**
Contraste Y2 (GI+FE vs GI+AM) 1 15871,68
Outros 4 209129,97**
Resíduo 18 14434,51 Total 27
CV% 27,97
50
milho e sorgo em série de substituição, observou uma produção superior ao esperado no
consórcio, na proporção de Milho75% + Sorgo25%.
Em relação à cultura do feijão-de-corda foi observada, para todas as combinações
com o girassol, uma inibição de comportamento da sua produtividade, verificando maior
efeito inibitório na proporção de 75% de população de plantas de feijão-de-corda, refletindo
na sua desvantagem no consórcio com o girassol, mesmo havendo uma produtividade maior
que a esperada por parte do girassol. Segundo a discussão apresentada, o girassol, mesmo em
baixa densidade, provocou redução da produtividade da cultura do feijão. Nota-se ainda que, à
medida que decresce a população de girassol ocorre uma redução da produção no consórcio.
Figura 4 - Produtividade (kg.ha-1) do girassol e do feijão-de-corda submetidas ao plantio consorciado em série de substituição. Quixadá, Ceará, 2010.
A Figura 5 mostra as relações competitivas entre o girassol (obtida e esperada) e o
amendoim em sistemas de consórcio. A produção de aquênios de girassol obteve valores
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Pro
dutiv
idad
e do
gira
ssol
(kg
.ha-1
)
Girassol Feijão GI + FE
Sistemas de consórcio
Pro
dutiv
idad
edo
feijã
o-de
-cor
da (
kg.h
a-1)
51
maiores do que o esperado em todas as combinações, tendo refletido uma produção superior
ao esperado no consórcio com o amendoim em todos os sistemas de consórcio. Para o sistema
de consórcio GI25% + AM75% foi observada uma maior produção em consórcio, uma vez
que, a produção do amendoim muito superior à produção esperada se comparado com os
outros sistemas de consórcio.
Fica evidenciada uma interação de cooperação entre o girassol e o amendoim,
ficando explícito que ambas as culturas produziram mais do que o esperado, com exceção da
combinação GI75% + AM25%, nessa combinação os valores obtidos para a produção de
amendoim foram próximos aos esperados, não havendo interação de tipo inibitório ou
compensatório. Esses resultados concordam com Silva (2005) que, estudando consórcio de
milho e sorgo em série de substituição, observou ausência de interação de inibição ou
compensação entre os consortes com exceção da proporção de Milho75% + Sorgo25%.
Nota-se ainda que, ao contrário do que ocorreu com o consórcio girassol e feijão-
de-corda, à medida que decresce a população de girassol ocorre um aumento da produção no
consórcio.
Figura 5 - Produtividade (kg.ha-1) do girassol e do amendoim submetidas ao plantio consorciado em série de substituição. Quixadá, Ceará, 2010.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Pro
dutiv
idad
e do
gira
ssol
(kg
.ha-1
)
Sistemas de consórcio
Girassol Amendoim GI+AM
Pro
dutiv
idad
e do
am
endo
im (
kg.h
a-1)
52
4.1.2 Componentes de produção e produtividade de grãos de feijão-de-corda consorciados com o girassol
A análise da variância do feijão-de-corda em monocultivo e consorciado com o
girassol estão representado na Tabela 7, onde estão expostos os quadrados médios do
comprimento de vagens, número de vagens, peso de vagens, número de sementes por vagens,
peso de sementes por vagens, peso de 100 sementes e produtividade de grãos.
Observa-se que houve diferenças significativas (P<0,05) entre os sistemas de
consórcio para as características número médio de vagens por planta, peso médio de vagens e
na produtividade de grãos.
Os maiores valores de número de vagens ocorreram quando o feijão-de-corda
participou com 50% de população de plantas no consórcio com o girassol, não diferindo da
participação de 75% de feijão-de-corda e do seu monocultivo, porém diferiu
significativamente quando a substituição de população de plantas foi de 25% (Tabela 8).
No consórcio, fica evidente que a substituição de população de plantas de girassol
até 50% não afeta essa característica. Segundo Escalante e Kohashi (1993), o número de
vagens, juntamente com o número de sementes são os componentes morfológicos que mais se
correlacionam com a produtividade de grãos do feijão. Ibrair et al.(2002) avaliando diferentes
leguminosas consorciadas com o girassol, encontraram alterações no número de vagens, assim
como número de sementes por planta e comprimento de vagens. Ramalho et al. (1990)
afirmam que o número de vagens é o componente primário para a produção do feijoeiro mais
afetado quando em consórcio com o milho.
O peso de vagens no tratamento FE25% + GI75%, onde ocorreu uma menor
população de plantas em relação ao girassol, foi significativamente inferior ao monocultivo e
aos demais sistemas de consórcio, indicando uma menor competitividade do feijão-de-corda
em relação ao girassol, fato que pode ter sido influenciado pelo menor número de vagens
contribuindo assim para a menor produtividade de grãos nesse tratamento.
Quanto a produtividade de grãos do feijão-de-corda constatou-se uma redução
significativa em relação ao monocultivo quando consorciado com o girassol em diferentes
populações de plantas (Tabela 8). Essa redução esta associada, possivelmente, aos
decréscimos populacionais dos tratamentos consorciados. O aumento na produtividade do
feijão-de-corda com a diminuição do número de plantas de girassol pode ser explicado pelo
53
menor número de populações utilizadas, ou seja, no monocultivo há a utilização de toda a área
com o plantio de uma única cultura, aumentando a população de plantas (Figuras 3 e 4).
Resultados semelhantes foram encontrados por Pereira Filho et al. (1991); Costa e
Marinho , (2000), em que a produção do feijoeiro aumentou linearmente com o decréscimo da
população de milho assim como um decréscimo linear na produtividade do milho pelo uso de
populações menores.
A maior produtividade em consórcio do feijão-de-corda com o girassol foi o
tratamento FE75% + GI25% havendo competição entre as culturas, podendo ser observada a
influência do girassol na produção de feijão-de-corda. Esses resultados são contrários aos de
Bezerra et al. (2007) onde o rendimento de grãos do feijão-de-corda consorciado com a
cultura do sorgo na proporção sorgo 25% + Feijão 75% não diferiu significativamente do
rendimento do cultivo solteiro, observado no tratamento a ausência de competição entre as
culturas.
O sombreamento provocado pelo girassol foi, provavelmente, um das causas para
essas reduções de produtividade, uma vez que, a população de plantas e a radiação solar
afetam o desenvolvimento das culturas em consórcio. O sombreamento causado pela cultura
mais alta reduz tanto a quantidade de radiação solar à cultura mais baixa como a sua área
foliar (FLESCH, 2002). Stern (1993) registrou reduções no rendimento de soja e de feijão
quando foram sombreados pelo consórcio com o girassol.
Lopes (1987) estudando o comportamento do consórcio milho x feijão-caupi e dos
cultivos solteiros quando submetidos a estresse hídrico no solo nas condições edafoclimáticas
de Petrolina, PE constataram que a produção de grãos do feijão-caupi não foi afetada pelos
níveis de déficit hídrico no solo, sendo seriamente prejudicada pelo sistema de cultivo
consorciado.
54
Tabela 7 - Análise de variância e coeficiente de variação do comprimento de vagem, número de vagens, peso de vagens, número de sementes /vagens, peso médio de sementes/vagens, peso de 100 sementes e produtividade de grãos do feijão-de-corda cv. Setentão no consórcio com o girassol. Quixadá, Ceará, 2010.
Causa de variação
Quadrado Médio
Gl
Comp. de
Vagens
Número de
vagens
Peso de vagens
Número de
sementes/ vagens
Peso de sementes/
vagens
Peso de 100 sementes
Produtividade de
grãos
Sistema de consórcio
3 0,85 8,58* 8,63** 102,64 0,047 376,45 193222,04**
Bloco 3 0,46 1,87 1,53 177,81 0,043 180,90 52780,15*
Resíduo 9 0,48 1,84 766,70 0,88 0,048 209,88 7705,69
CV% - 4,074 12,98 11,44 7,31 13,61 11,52 23,23
*Significativo pelo teste F a 5%; **Significativo pelo teste F a 1%
Tabela 8 - Componentes de produção do feijão-de-corda (FE) em consórcio com o girassol (GI) em diferentes sistemas de consórcio. Quixadá, Ceará, 2010.
Sistemas de consórcio
Componentes de produção
Comp. de vagens (cm)
Número de
vagens
Peso de vagens
(g)
Número de
sementes/ vagens
Peso de sementes/
vagens (g)
Peso de 100
sementes (g)
Produtividade de
grãos (kg.ha-1)
FE100% 17,13 a 10,05 ab 24,75 a 12,78 a 1,75a 13,69 a 648,43 a
FE75%+GI25% 17,30 a 11,50 ab 29,00 a 13,48 a 1,62a 12,04a 433,59 b
FE50%+GI50% 17,33 a 11,70 a 25,25 a 12,92 a 1,48a 11,53 a 302,73 bc
FE25%+GI75% 16,60 a 8,55b 17,85 b 12,25 a 1,60a 13,06 a 123,95 c
Médias 17,09 10,45 24,21 12,86 1,61 12,33 377,17
DMS 1,53 2,99 6,12 2.07 0,48 3,20 193,99
Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.1.3 Componentes de produção e produtividade do amendoim consorciado com o girassol
No amendoim os componentes de produção número de vagens, peso de vagens,
número de sementes/vagem, peso de sementes/vagens e peso de 100 sementes, não foram
influenciados pelos sistemas de consórcio (Tabela 9), ou seja, não teve reduções significativas
55
em seus valores médios á medida que a população de plantas de amendoim diminuía quando
comparado ao sistema isolado. Os dados sugerem uma grande estabilidade dessas variáveis
frente aos diferentes sistemas de consórcio utilizados. Souza (2003), também relata grande
estabilidade dos componentes de produção do sorgo em plantio solteiro e consorciado com
feijão-de-corda e milho.
Távora et al,. 1986, estudando o número de vagem, peso de vagens, peso de 100
sementes e produção da cultivar PI 165317 no município de Pacajus-CE, encontraram valores
médios inferiores para essas características.
A produtividade de vagens do amendoim diferiu significativamente entre os
sistemas de consórcio com o girassol. Na comparação das médias pelo teste de Tukey (Tabela
10) constata-se que não houve diferenças significativas entre a proporção de consórcio
AM75% + GI25% e o monocultivo, indicando que o amendoim não foi afetado pela presença
do girassol na proporção citada. Entretanto, nas demais proporções de população de plantas a
produtividade do amendoim foi significativamente inferior ao monocultivo. Podemos concluir
que, em temos de produtividade de vagens de amendoim, temos o consórcio AM75% +
GI25% como sendo a combinação mais vantajosa.
Para o amendoim consorciado com o girassol a produtividade pode ter sido
afetada pela competição dessa associação por luz, causada pelo sombreamento. Isso confirma
resultados por Ghosh (2004) em sistema de consorciação do amendoim com cereais
comestíveis. O autor constatou reduções na nodulação e na fixação de nitrogênio em virtude
do sombreamento gerado, o que pode ter provocado diminuições na produtividade desta
leguminosa. Sankaran e Kuppuswamy (1991) observaram que o rendimento do amendoim,
quando consorciado com girassol, reduziu drasticamente a produção do mesmo.
Santos, (1999) constataram que o amendoim cultivar BR-1 plantada em Rodelas
(BA), quando foram fornecidos 700 mm de água o amendoim alcançou uma produtividade de
2.302kg/ha. Observa-se que a produtividade encontrada neste estudo (1144,53 kg.ha-1)
quando o amendoim foi submetido a 373,4 mm de chuva e em consórcio com 25% de plantas
de girassol obteve valor em torno de 50% da produtividade encontrada no semi-árido baiano,
indicando que embora essa cultura responda bem a maior oferta de água, sua produção no
semi-árido é totalmente viável.
56
Tabela 9 - Análise de variância e coeficiente de variação do número de vagens, peso de vagens, número de sementes/vagens, peso de sementes/vagens, peso de 100 sementes e produtividade de vagens do amendoim no consórcio com girassol. Quixadá, Ceará, 2010.
Causa de variação
Quadrado Médio
Gl Número
de vagens
Peso de vagens
Número de sementes/
vagem
Peso de sementes/
vagem
Peso de 100 sementes
Produtividade de vagens
Sistemas de consórcio
3 7,25 172,56 0,05 0,00046 1,19 723570,31**
Bloco 3 43,25 142,81 0,03 0,00387 0,31 62373,74
Resíduo 9 18,04 750,75 0,02 0,00222 2,82 44192,11
C.V% - 19,90 18,84 9,14 7,16 4,33 25,48
**Significativo pelo teste F a 1%
Tabela 10 - Componentes de produção do amendoim (AM) em consórcio com o girassol (GI). Quixadá, Ceará, 2010.
Sistemas de consórcio
Componentes de produção
Número de vagens
Peso de vagens
(g)
Número de sementes/
vagem
Peso de sementes/
vagem (g)
Peso de 100 sementes
(g)
Produtividade de vagens
(kg.ha-1)
AM100% 22,95a 15,37 a 1,30 a 0,64 a 38,66 a 1186,52 a
AM75%+GI25% 19,70 a 13,76 a 1,44 a 0,67 a 38,79 a 1144,53 ab
AM50%+GI50% 21,65 a 14,50a 1,56 a 0,66 a 39,65 a 681,64 bc
AM25%+GI75% 21,10 a 14,53 a 1,48 a 0,66 a 38,38 a 287,11 c
Média 21,35 14,54 1,44 0,66 38,87 827,95
DMS 9,39 6,05 0,30 0,10 3,72 464,58
Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.1.4 Teor de óleo do girassol consorciado com o feijão-de-corda e amendoim
Para o teor de óleo, pode-se constatar que, para a cultivar CATISSOL, não houve
diferença significativa entre os sistemas de consórcio. Os valores médios de teor de óleo de
girassol foram de 42,96 e 43,97% quando consorciado com o feijão-de-corda e com o
amendoim respectivamente (Tabela 11). CATI (2011), verificou um teor de óleo para a
cultivar CATISSOL acima de 40%. Simões et al., (2010) encontraram valores para o teor de
óleo de girassol acima de 40% no consórcio com o amendoim. Holanda et al., (2008)
57
observaram respostas semelhantes, encontrando teores de óleo de sementes de girassol com
valores acima de 38%.
Lima (2011), estudando o teor de óleo do girassol cv. CATISSOL com lâminas de
irrigação variando de 378 a 807,1 mm, observou médias de teor de óleo de 41,38%. Podemos
então observar que apesar da irregularidade das chuvas no período do experimento (373,4
mm) a média do teor de óleo foi superior a do girassol da mesma cultivar com um bom
suprimento de água, evidenciando que essa característica não foi afetada pelos baixos níveis
de disponibilidade hídrica no solo e pelos sistemas de cultivo consorciado em série de
substituição.
Tabela 11 - Teor de óleo do girassol em consórcio com feijão-de-corda e amendoim. Quixadá, Ceará, 2010.
Consórcio girassol/feijão-de-corda ou amendoim Teor
%
GI100% 43,40 a
GI25% + FE75% 42,11 a
GI50% + FE50% 43,99 a
GI75% + FE25% 42,80 a
GI25% + AM75% 44,20 a
GI50% + AM 50% 43,80 a
GI75% + AM 25% 43,91 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.1.5 Teor de óleo do amendoim consorciado com o girassol
Observa-se, na Tabela 12, os valores médios do teor de óleo dos grãos de
amendoim em consórcio com o girassol. Pode-se notar que para essa variável, mesmo não
havendo diferença significativa, que a média do teor de óleo do amendoim em monocultivo e
em consórcio foi de 43,79% e que o tratamento AM75% + GI25% proporcionou maior teor de
óleo com valor de 44,61%.
Tanto o girassol como o amendoim alcançaram valores de teor de óleo acima de
40%, verificando um resultado satisfatório, visto que, de acordo com Basílio (2010),
oleaginosas com teor de óleo acima de 40% são desejáveis por permitirem a extração com
mais facilidade e menor custo.
58
Tabela 12 - Teor de óleo do amendoim em consórcio com o girassol. Quixadá, Ceará, 2010.
Consórcio amendoim/girassol Teor
%
AM100% 44,74 a
AM25% + GI75% 42,35 a
AM50% + GI50% 43,48 a
AM75% + GI25% 44,61 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.1.6 Avaliação dos sistemas de consórcio através do UET
A avaliação do consórcio girassol e feijão-de-corda, através do Uso Eficiente da
Terra (UET), revelou uma ausência de vantagem sobre os monocultivos para a combinação
GI25% + FE75% (0,95) (Tabela 13). Esses dados coincidem com o observado na Figura 4,
onde o feijão-de-corda sofreu uma maior inibição quando consorciado com o girassol,
influenciando negativamente o rendimento total das culturas em consórcio e,
conseqüentemente, seu UET. As combinações GI50% + FE50% e GI75% + FE25%
proporcionaram vantagens de apenas 10 e 8%, respectivamente.
Essas informações coincidiram com os de Olowe et al (2006) que observaram
índices de UET superiores a unidade no consórcio de girassol com feijão-de-corda variando
de 4 a 15%.
As análises dos valores parciais de UET mostram claramente que a cultura do
girassol, nas combinações GI75% + FE25% (0,88) e GI50% + FE50% (0,55) comportou-se
como cultura dominante (Tabela 13, Figura 4 e Figura 6). Muhammad et al. (2007) estudando
consórcio de girassol com canola, observaram valores parciais de UET que chegaram a 0,95.
Quando o girassol foi consorciado com o amendoim, a avaliação desse consórcio,
através do Uso Eficiente da Terra, revelou vantagens de 11 e 18% nas combinações GI75% +
AM25% e GI25% + AM75%, respectivamente. Porém, a proporção de GI50% + AM50% não
59
proporcionou resultados positivos de produtividade da terra em relação aos plantios isolados
de cada cultura (0,99).
Essa melhor resposta do índice Uso Eficiente da Terra para a combinação
GI25%+AM75% se deu devido à produção de vagens de amendoim ter sido superior ao
esperado para essa proporção de população de plantas (Figura 5), o qual contribui para um
UET parcial de 0,96, sendo esse valor superior entre todos os UET’s parciais. Esse resultado
pode ser aplicado para outras culturas, Lopez et al. (2001) observaram que o mais elevado
UET foi registrado nos sistemas que o girassol participou com 25% em relação a cultura do
milho.
A análise dos valores parciais de UET das culturas estudadas, quando o girassol
foi consorciado nas proporções 50% e 25% em relação à cultura do amendoim , indicaram a
ausência de dominância do girassol, passando a ser a cultura dominada no consórcio (Tabela
13, Figura 5 e Figura 7). Esses dados estão em divergência com os de AKRAM et al. (2004)
que observaram que a cultura do girassol foi dominante sobre a cultura do Trevo Egípcio
(Trifolium alexandrinum L.). Priya et al. (2009) também observaram que no consórcio de
girassol com amendoim houve uma dominância da cultura do girassol.
Tabela 13 - Uso Eficiente da Terra (UET) no consórcio girassol + feijão-de-corda e girassol + amendoim. Quixadá, Ceará, 2010.
Sistemas de consórcio
Produtividade (kg.ha-1) UET’s parciais (%) UET total Girassol
Feijão-de-
corda Amendoim Girassol
Feijão-de-
corda Amendoim
GI100% 712,89 - - - - - -
FE1 00% - 648,44 - - - - -
AM100% - - 1186,52 - - - -
GI75%+FE25% 630,86 126,95 - 0,88 0,20 - 1,08
GI50%+FE50% 392,58 302,73 - 0,55 0,47 - 1,10
GI25%+FE75% 201,17 433,59 - 0,28 0,67 - 0,95
GI75%+AM25% 622,07 - 287,11 0,87 - 0,24 1,11
GI50%+AM50% 297,85 - 681,64 0,42 - 0,57 0,99
GI25%+AM75% 150,39 - 1144,53 0,21 - 0,96 1,18
60
Figura 6 - Uso Eficiente da Terra (UET) do consórcio do girassol (GI) + feijão-de-corda (FE). Quixadá, Ceará, 2010.
Figura 7 - Uso Eficiente da Terra (UET) do consórcio do girassol (GI) + amendoim (AM). Quixadá, Ceará, 2010.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
UE
T a
men
doim
UET girassol
GI75%+AM25%
GI50%+AM50%
GI25%+AM75%
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
UE
T fe
ijão-
de-c
orda
UET girassol
GI75%+FE25%
GI50%+FE50%
GI25%+FE75%
61
5. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos no presente trabalho permitiram as seguintes conclusões:
1- Quando analisadas isoladamente, a produtividade de grãos e vagens das culturas
consorciadas do girassol, feijão-de-corda e amendoim, semeados em serie de
substituição, apresentam reduções em relação ao seu mnocultivo.
2- A produtividade de aquênios de girassol (kg ha-1) atingiu valores máximos nos
plantios isolados ou consorciados com o 75 % de feijão-de-corda e 75% de
amendoim.
3- No amendoim, o número de vagens por planta, peso de vagens, número de
sementes por vagens, peso de sementes por vagens e peso de 100 sementes não
foram alterados significativamente pelas diferentes proporções populacionais de
girassol nos consórcios avaliados.
4- O girassol mostrou-se como cultura dominante em relação ao feijão-de-corda no
tratamento GI75%+FE25% e GI50%+FE50%, e sobre a cultura do amendoim foi
dominante apenas no tratamento GI75%+AM25%.
5- A cultura do girassol consorciado com o amendoim apresentou reduções variando
de 13% a 79%. Quando consorciado com o feijão-de-corda, apresentou reduções
significativas de 45% e 22%.
6- A pouca precipitação pluviométrica ocorrida durante o experimento (373,4mm)
causou maiores danos para produtividade do girassol quando comparado com as
produtividades das culturas do feijão-de-corda e amendoim.
7- O teor de óleo do girassol não foi afetado pelo consórcio com feijão-de-corda e
amendoim.
8- O teor de óleo de amendoim não foi afetado pelo consórcio com o girassol.
9- O índice Uso Eficiente da Terra (UET) revela vantagens de 8 e 10% para os
sistemas de cultivo consorciado entre o girassol e feijão-de-corda nas proporções
GI75% + FE25% e GI50% + FE50% respectivamente.
62
10- O consórcio girassol com amendoim apresentou melhores resultados, com uma
vantagem em produtividade de 18 % sobre os respectivos monocultivos, apenas
quando o amendoim foi semeado na proporção de 75%.
63
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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