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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGEHARIA DE PESCA PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PESCA DIEGO ALVES DO VALE FILMES E REVESTIMENTOS DO CARANGUEJO-UÇÁ (Ucides cordatus) COM APLICAÇÃO EM POSTAS DE SERRA (Scomberomorus brasiliensis) CONGELADAS. FORTALEZA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ENGEHARIA DE PESCA PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PESCA

DIEGO ALVES DO VALE

FILMES E REVESTIMENTOS DO CARANGUEJO-UÇÁ (Ucides cordatus) COM APLICAÇÃO EM POSTAS DE SERRA (Scomberomorus brasiliensis)

CONGELADAS.

FORTALEZA 2017

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DIEGO ALVES DO VALE

FILMES E REVESTIMENTOS DO CARANGUEJO-UÇÁ (Ucides cordatus) COM APLICAÇÃO EM POSTAS DE SERRA (Scomberomorus brasiliensis)

CONGELADAS.

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Pesca, Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal do Ceará, na modalidade de qualificação para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Pesca. Orientador: Prof. Dr. Bartolomeu Warlene Silva de Souza

FORTALEZA 2017

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

V243f Vale, Diego Alves do.

Filmes e revestimentos comestíveis do Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) com aplicação

em postas de Serra (Scomberomorus brasiliensis) congeladas. / Diego Alves do Vale. –

2017.

99 f. : il. color.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias,

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Pesca, Fortaleza, 2017.

Orientação: Prof. Dr. Bartolomeu Warlene Silva de Souza .

1. Caranguejo-uçá. 2. Filmes e revestimentos comestíveis . 3. Scomberomorus

brasiliensis. I. Título.

CDD 639.2

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DIEGO ALVES DO VALE

FILMES E REVESTIMENTOS DO CARANGUEJO-UÇÁ (Ucides cordatus) COM APLICAÇÃO EM POSTAS DE SERRA (Scomberomorus brasiliensis)

CONGELADAS.

Dissertação submetida à Coordenação do Programa de Pós Graduação em Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, na modalidade de qualificação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Pesca. A citação de qualquer trecho deste projeto de dissertação é permitida, desde que seja feita de conformidade com as normas da ética científica.

Aprovado em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Bartolomeu Warlene Silva de Souza (Orientador) Departamento de Engenharia de Pesca/ UFC

___________________________________________ Prof. Dr. André Luis Coelho da Silva Departamento de Bioquímica/ UFC

___________________________________________ Dra. Fábia Karine Andrade

Departamento de Engenharia Química/ UFC

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, por permitir a realização desse projeto, ajudando em todas as

dificuldades ocorridas.

A minha família, por todo o apoio (meu irmão Tiago, Tias Rita, Goret, Graça, e aos

meus primos (as) Iagos, Igor, Ana e Renato).

Aos Amigos (as) Abraão Ramos, Luis Henrique Ribeiro, Jakson Martins, Andreia

Yara Xavier e Claudia Bradão.

Ao meu orientador Professor Bartolomeu, por todo opoio e determinação para a

realização do projeto.

A Banca examinadora ao Professor André Coelho e a Fábia Karina Andrade pelas

sugestões de modificação e correção da dissertação.

Aos Colegas Intregante Laboratório de Tecnologia do Pescado, Claudia Cintia,

Lyndervan, Juliana, Cybele, Jaqueline, Andressa, Manuella, Lana, Jéssica, Ana

Irene, Ivanildo e seu Bruno.

Aos Profesor Men de Sá pela parceira com a Empresa de Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (EMBRAPA).

A Lilian e Natália técnicas da EMBRAPA pelo ajuda.

Aos Todos os professores do programa de Pós-Gruaguação da Engenharia de

Pesca pelo conhecimento repassado.

Ao CNPq pelo apoio financeiro.

A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para realização do projeto.

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RESUMO

A indústria de pescado gera resíduos que impactam de forma negativa o meio

ambiente. Proporcionar soluções que miniminizem esses impactos vem se tornando

uma alternativa interessante nas ultimas décadas. Os resíduos de caranguejos

contém na sua composição química a quitina que através do processo de

desacetilação obtem-se a quitosana. Uma das formas de utilizar a quitosana na

indústria de alimentos é a formulação de filmes e revestimentos comestíveis com o

intuito de prolongar a vida de prateleira dos produtos alimentícios. O estudo em

questão teve como objetivo a produção de filmes e revestimentos comestíveis de

quitosana extraída do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) em diferentes

concentrações de quitosana e glicerol para posterior aplicação em postas de serra

(Scomberomorus brasiliensis) congeladas. Os filmes produzidos foram

caracterizados quanto à permeabilidade ao vapor de água, solubilidade, cor e

opacidade, tensão na ruptura e deformação na ruptura. Foram realizados testes das

soluções filmogências para avaliar a atividadade antimicrobiana frente a cepas

padrão de bactérias. O coefiente de espalhamento serviu como critério na escolha

da solução de revestimento das postas do referido pescado. Foram feitas avaliações

dos parâmetros de qualidade do pescado tais como análises físico-químicas e

microbiológicas, bem como a avaliação da perda de peso do pescado, do

revestimento e do glaze. Foi possível identificar que os filmes de quitosana de 2,0%

(p/v) com 0,6% (v/v) glicerol apresentaram boas proriedades de alongamento,

proteção contra raios ultravioleta (filmes mais escuro) sem alterar significativamente

as propriedades de opacidade, de permeabilidade ao vapor de água e de

solubilidade em relação às outras concentrações de filmes estudadas. Todas as

concentrações dos revestimentos de quitosana apresentaram atividade

antimicrobiana para quatros cepas-padrão de bactérias. Foi verificado que quanto

menor a concentração de quitosana maior era a atividade antibacteriana. A solução

de revestimento de quitosana a 2,0% (p/v) com 0,6% (v/v) de glicerol foi à escolhida

para aplicação nas postas de serra devido ao seu bom coeficiente de espalhamento.

O revestimento de quitosana sofreu uma menor perda em relação ao glaciamento.

Também apresentou melhores resultados em relação aos valores de pH, nitrogênio

das bases voláteis totais, reação as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico e

análise microbiológica. Diante do exposto pode-se verificar que os revestimentos a

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base de quitosana apresentaram potencial como revestimentos comestíveis,

prolongando o tempo de prateleira de postas de serra (Scombemorus brasilienses)

congelada.

Palavras-chave: Caranguejo-uçá. Quitosana. Filmes e revestimento comestível.

Scomberomorus brasiliensis.

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ABSTRACT

The fish industry generates wastes that negatively impact the environment. Providing

solutions that minimize these impacts has become an interesting alternative in the

last decades. Crab residues contain chitin in their chemical composition, which

through the deacetylation process chitosan is obtained. One of the ways of using

chitosan in the food industry is the formulation of films and edible coatings in order to

prolong the shelf life of food products. The objective of this study was to produce

films and edible coatings based on chitosan extracted from Uçá-crab (Ucides

cordatus) for subsequent application on frozen Serra Spanish mackerel fillets

(Scomberomorus brasiliensis). The films produced were characterized by water

vapor permeability, solubility, color and opacity and mechanical properties. The

antimicrobial activity of coating solutions was evaluated against four strains of

psychotropic bacteria. The scattering coefficient served as a criterion in the choice of

the best coating solution to be applied on frozen Serra Spanish mackerel fillets.

Evaluations of fish quality parameters such as physico-chemical and microbiological

analyzes as well as evaluation of fish, coating and glaze weight losses were carried

out. The results showed that films containing 2.0% of chitosan (w/v) 0.6% of glycerol

(v/v) presented good mechanical properties and protection against ultraviolet rays

(darker films) without significantly altering the properties of opacity, water vapor

permeability and solubility when compared to other chitosan and glycerol

concentrations studied. Although all concentrations of chitosan coatings showed

antimicrobial activity against the four strains of bacteria tested, the results showed

that the lower the chitosan concentration the greater the antibacterial activity. The

coating solution of 2.0% chitosan (w/v) and 0.6% of glycerol (v / v) was selected for

application on frozen Serra Spanish mackerel fillets due to its good spreading

coefficient. The chitosan coating presented lower weight loss than glaciation.

Moreover, the chitosan coating presented better results in relation to the pH, nitrogen

of the total volatile bases, reactive substances to thiobarbituric acid and antimicrobial

activity. Therefore, the chitosan-based coatings presented potential as edible

coatings, prolonging the shelf life of frozen Serra Spanish mackerel fillets

(Scomberomorus brasiliensis).

Keywords: Uçá-crab. Chitosan. Edible films and coatings. Serra Spanish mackerel.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Apresentação das diferenças entre as estruturas químicas

da quitina e quitosana............................................................ 20

Figura 2 Esquema da desativação da a) quitina e b) quitosana com

diferentes graus de desacetilação......................................... 21

Figura 3 Peixe serra (Scombemorus brasilienses).............................. 29

Figura 4 Fluxograma para a obtenção da quitosana do caranguejo-

uça (Ucides cordatus)............................................................ 33

Figura 5 Fluxograma para o preparo das soluções para os filmes e

revestimentos de quitosana comestíveis............................... 37

Figura 6 Sistema de coordenadas para de Hunter para a avaliação

de cor..................................................................................... 40

Figura 7 Análise de calorimetria diferencial de varredura realizada

até a temperatura a 25ºC a 400ºC (↑) da quitosana extraída

da farinha do caranguejo-uçá (Ucides cordatus)................... 53

Figura 8 Análise termogravimétrica (TGA) e derivada

termogravimétrica (DTG) realizada até de temperatura a

800ºC da quitosana extraída da farinha do caranguejo-uça

(Ucidescordatus).................................................................... 54

Figura 9 Espectroscopia na região do infravermelho (FTIR) para

quitina e quitosana extraída da farinha do caranguejo-uçá

(Ucides cordatus)................................................................... 55

Figura 10 Resonância magnética nuclear de hidrogênio da quitosana

extraída da farinha do caranguejo-ucá (Ucides

cordatus)................................................................................ 57

Figura 11 Representação da atividade microbiana nas placas de petri

para soluções filmogênicas de quitosana de 1,5%, e 2,0% e

2,5%....................................................................................... 67

Figura 12 Perda de revestimento da quitosana de 2% com 0,6% de

glicerol e glaze nas postas de serra (Scomberomorus

brasiliensis) estocada a -18 ºC por um período de 180

dias......................................................................................... 71

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Figura 13 Perda de revestimento da quitosana de 2% com 0,6% de

glicerol e glaze nas postas de serra (Scomberomorus

brasiliensis) estocada a -18 ºC por um período de 180

dias......................................................................................... 73

Figura 14 O pH do músculo de posta de serra (Scomberomorus

brasiliensis) para o grupo controle, glaze e revestimentode

quitosana de 2% com 0,6% de glicerol estocada a -18 ºC

por período de 180 dias.........................................................

74

Figura 15 Nitrogênio das bases voláteis (N-BVT) do músculo de posta

de serra (Scomberomorus brasiliensis) para o grupo

controle, glaze e revestimento de quitosana de 2% com

0,6% de glicerol estocada a -18 ºC por período de 180

dias......................................................................................... 77

Figura 16 Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico do músculo de

posta de serra (Scomberomorus brasiliensis) para o grupo

controle, glaze e revestimento de quitosana de 2% com

0,6% de glicerol estocada a -18 ºC por período de 180

dias......................................................................................... 79

Figura 17 Comportamento das Unidades Formadoras de Colônias

(UFC) de bactérias psicrotróficas do músculo de posta

serra, estocado a - 18 ºC por um período de 180 dias, para

o grupo Controle, Glaze e revestimento de

quitosana................................................................................ 83

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 Redimento por etapa do processo para obtenção da

quitosana..................................................................................

52

Tabela 2 Análises de Permeabilidade ao vapor de água e solubilidade

dos filmes a base de quitosana 1,5% (Q 1,5%), quitosana

2,0% (Q 2,0%), quitosana (Q 2,5%), com diferentes

concentrações de glicerol 0,30% (G 30%), glicerol 0,45% (G

0,45%), glicerol 0,60% (G 0,60%)............................................

58

Tabela 3 Análises de cor e opacidade dos filmes a base de quitosana

1,5% (Q 1,5%), quitosana 2,0% (Q 2,0%), quitosana (Q

2,5%), com diferentes concentrações de glicerol 0,30% (G

30%), glicerol 0,45% (G 0,45%), glicerol 0,60% (G

0,60%)......................................................................................

60

Tabela 4 Análises propriedades mecânicas dos filmes a base de

quitosana 1,5% (Q 1,5%), quitosana 2,0% (Q 2,0%),

quitosana (Q 2,5%), com diferentes concentrações de

glicerol 0,30% (G 30%), glicerol 0,45% (G 0,45%), glicerol

0,60% (G 0,60%)......................................................................

63

Tabela 5 Atividade microbiana através do método de difusão de disco

para as concentrações de quitosana de 1,5%, 2% e 2,5% e o

glicerol (puro) para bactérias Gram positivas

(Staphylococcus aureus e Vibrio parahaemolyticus) e Gram

negativas (Escherichia coli e Salmonella

entérica)...................................................................................

65

Tabela 6 Custo de produção das soluções de revestimento produzido

a partir do caranguejo-uçá....................................................... 68

Tabela 7 Coeficiente de espalhamento (W s) para o teste de diferentes

concentrações de quitosana e glicerol..........................

69

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Tabela 8 Logaritmo da Média dos valores das Unidades Formadoras

de Colônias das bactérias psicrotróficas, em função do

tempo de congelamento, encontradas no músculo de serra

(Scomberomorus brasiliensis) para o grupo controle, glaze e

revestimento de quitosona 2% com 0,6% de

glicerol......................................................................................

82

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................ 14

2 OBJETIVOS.................................................................................... 16

2.1 Objetivo geral................................................................................. 16

2.2 Objetivos específicos.................................................................... 16

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................... 17

3.1 Resíduos de pescado.................................................................... 17

3.2 Quitina e quitosana....................................................................... 18

3.3 Aplicações da quitosana.............................................................. 21

3.4 Filmes e revestimentos comestíveis........................................... 22

3.5 Filmes e revestimentos com plastificante.................................. 22

3.6 Filmes e revestimento de quitosana............................................ 26

3.6.1 Propriedade microbiana da quitosana........................................ 27

3.7 Pescado.......................................................................................... 28

4 MATERIAL E MÉTODO.................................................................. 32

4.1 Material biológico.......................................................................... 32

4.1.1 Tratamentos dos resíduos e obtenção da farinha..................... 32

4.1.2 Obtenção da quitosana................................................................. 32

4.1.3 Obtenção das postas.................................................................... 34

4.2 Caracterização da quitosana........................................................ 34

4.2.1 Rendimento da extração quitosana............................................. 34

4.2.2 Análise de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC)........... 34

4.2.3 Análise Termogravimétrica (TGA)............................................... 35

4.2.4 Análise de Espectroscopia no Infravermelho (FTIR)................. 35

4.2.5 Resonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H).......... 36

4.3 Produção e Caracterização dos filmes quitosana...................... 36

4.3.1 Preparação para soluções dos filmes e revestimentos

comestíveis....................................................................................

36

4.3.2 Permeabilidade ao vapor de água filmes de quitosana............. 38

4.3.3 Solubilidade em água dos filmes de quitosana.......................... 39

4.3.4 Caracterização mecânica dos filmes quitosana......................... 39

4.3.5 Cor e opacidade dos filmes de quitosana................................... 40

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4.3.6 Avaliação da atividade antimicrobiana revestimento de

quitosana........................................................................................

41

4.3.6.1 Bactérias-teste................................................................................. 41

4.3.6.2 Preparo dos inóculos bacterianos.................................................. 41

4.3.7 Custo de produção de cada solução de revestimento............. 42

4.4 Propriedades dos revestimentos comestíveis: capacidade

molhante.........................................................................................

42

4.4.1 Tensão crítica................................................................................ 43

4.4.2 Capacidade Molhante................................................................... 44

4.5 Análises das postas de serra congeladas................................. 45

4.5.1 Formulação do revestimento aplicado nas postas de serra

(Scrobromorus brasilienses)........................................................

45

4.5.1.1 Preparo da solução de revestimento de quitosana......................... 45

4.5.2 Os Tratamentos elaborados para posta de serra....................... 46

4.5.3 Aplicação do revestimento de quitosana e glaciamento........... 46

4.5.4 Análise perda de peso, perda revestimento e perda de

glaze................................................................................................

47

4.5.4.1 perda de peso................................................................................. 47

4.5.4.2 Perda de revestimento................................................................... 47

4.5.4.3 Perda de glaze............................................................................... 48

4.5.5 Análise físico-químicas das postas de serra.............................. 48

4.5.5.1 Determinação do pH....................................................................... 48

4.5.5.2 Análise do nitrogênio das bases voláteis totais (N-BVT)................. 48

4.5.5.3 Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrco (TBARS)..................... 49

4.5.6 Análise microbiológica................................................................ 50

4.6 Análise estatística........................................................................ 51

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................... 52

5.1 Extração e caracterização de quitosana.................................... 52

5.1.1 Rendimento da extração da quitosana caranguejo-uçá........... 52

5.1.2 Análise de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC).......... 53

5.1.3 Análise Termogravimétrica (TGA).............................................. 54

5.1.4 Análise de Espectroscopia no Infravermelho (FTIR)................ 55

5.1.5 Resonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H).......... 57

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5.2 Caracterização dos filmes de quitosana comestível................ 58

5.2.1 Permeabilidade ao vapor de água e solubilidade...................... 58

5.2.2 Cor e Opacidade........................................................................... 60

5.2.3 Propriedades Mecânicas............................................................. 63

5.2.4 Atividade antimicrobiana............................................................. 65

5.2.5 Custo de produção para cada solução de

revestimento..................................................................................

68

5.2.6 Deteminação do coeficente de espalhamento dos

revestimentos de

quitosana........................................................................................

68

5.3 Análises das postas de serras congeladas................................ 70

5.3.1 Determinação da perda de peso, perda revestimento e perda

de glaze das postas de serra........................................................ 70

5.3.1.1 Perda de peso das postas de serra................................................ 70

5.3.1.2 Perda de revestimento e perda de glaze das postas de

serra................................................................................................

72

5.3.2 Análises das proriedades físico-químicas das postas de

serra................................................................................................

73

5.3.2.1 pH.................................................................................................... 73

5.3.2.2 Nitrogênio das bases voláteis totais................................................ 76

5.3.2.3 Determinação de substâncias reativas ao ácido tiobabitútico

(TBARS).......................................................................................... 79

5.3.3 Análise da proriedade microbiana das posta de serra............. 82

5.3.3.1 Análise microbiologica.................................................................... 82

6 CONCLUSÃO................................................................................. 85

REFERÊNCIAS............................................................................... 86

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14 1 INTRODUÇÃO

O caranguejo-uçá (Ucides cordatus) é uma espécie de alto valor

comercial, sendo um recurso pesqueiro que gera renda para os catadores através

da pesca desse crustáceo na região do litoral brasilereiro. O estado do Ceará é um

dos maiores cosumidores do caranguejo-uçá, no entanto as baixas dos estoques

não permitem a prática da pesca desse recurso, sendo necessária a importação do

crustáceo através de outros estados, onde ainda existe um sistema de exploração.

Os estados que mais contribuiem para a produção do caranguejo-uçá são o

Maranhão e Pará, seguindo por Piuaí, sendo extraídas toneladas anuais deste

recurso (Pinheiros; Boos 2016). Os crustáceos são de grande importância para

seres humanos, sendo uma fonte de alimenção, e ao mesmo tempo geram uma

fonte de renda para a população, com destaque para os camarões, lagosta e

caranguejos (SHALABY, 2017). No entanto a comercialização de crustáceos acaba

gerando grande produção de resíduos, devido à presença do exoesqueleto na

espécie, representando aproximadamente 50-60% do peso corporal. Uma forma de

aproveitar os resíduos é a extração de quitina (presente no exoesqueleto), pois esse

polissacarídeo tem um alto valor comercial e representa cerca de 10 a 25% em

relação ao peso seco, e essa variação encontrada nos resíduos dos crustáceos vai

depender de cada espécie.

Os resíduos de caranguejo-uçá podem ser utilizados para gera matéria-

prima com valor comercial, uma vez a quitina presente em sua composição pode ser

transformada em quitosana através de processos de desacetilação. A quitosana é

um biopolímero natural modificado a partir da quitina, sendo um componente

principal encontrado em penas de lulas, parede celular de alguns fungos,

exoesqueleto de camarão e caranguejo (BOONLERTNIRUN et al., 2008). Para

tecnologia de alimentos a quitosana pode ser utilizada na produção de filmes e

revestimentos comestíveis para o uso em alimentos, pois a quitosana possui

propriedades específicas como agente antimicrobiana e antioxidante que pode

auxiliar na manutenção e no aumento da vida de prateira dos alimentos. Materiais de

embalagens biodegradáveis podem ser formados a partir de polímeros naturais, tais

como a quitosana, colágeno, elastina e amido, sendo a quitosana bastante utilizada

uma vez que é comestível, biodegradável, tem a capacidade de forma filmes com

ácidos fracos e possui uma natureza bactericida, podendo controlar efetivamente o

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15 crescimento micro-organismo em alimentos (VIMALADEVI et al., 2015 e REESHA et

al., 2015). Os filmes comestíveis e revestimentos têm funções semelhantes à de

embalagem convencional, incluído a barreira a vapor de água e gases melhorando

integralmente as propriedades e estruturas dos alimentos manipulados (GALUS e

KADZIŃSKA, 2015).

O pescado de modo geral é um alimento com baixa vida de prateleira

devido a degração das proteínas, oxidação lipídica e decomposição causada por

ação de bactérias ou enzimas endógenas ao pescado (WU et al., 2016). Sabe-se

que o congelamento é um tecnologia eficiente para manter a qualidade do pescado

por períodos prolongados. Além do congelameto, os revestimento de quitosana

podem ser utizados para aumentar o tempo de prateleira do pescado, sendo uma

forma de maximizar o tempo de congelamento por períodos mais prolongados. A

utiização do revestimento de quitosana no peixe serra (Scomberomorus brasiliensis)

é bem interessante, pois é uma espécie de grande valor comercial, sendo um

pescado que já é comercializado na forma de posta, portanto facilita a aceitação por

parte dos consumidores e ao mesmo tempo agrega valor ao produto com maior

tempo de prateleira. O objetivo do presente estudo consistiu na formulação e

caracterização de filmes e revestimentos comestíveis de quitosana do caranguejo-

uçá, com aplicação em postas de serra (Scomberomorus brasiliensis) congeladas,

para avaliar a qualidade durante o armazemamento.

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16 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral

Produzir filmes e revestimento de quitosana do caranguejo-uçá (Ucides cordatus)

para avaliar o seu efeito sobre a qualidade de postas de serra (Scomberomorus

brasiliensis) congeladas.

2.2 Objetivos específicos

● Extrair quitosana de carapaça do caranguejo-uçá;

● Confirmação do polissárideo extraído;

● Caracterizar química e termicamente a quitosana extraída de carapaças de

caranguejo-uçá;

● Formulação e caracterização de filmes e revestimento a base de quitosana;

● Avaliar os efeitos das diferentes concentrações de quitosana e glicerol nas

propriedades dos filmes e revestimentos produzidos; ● Verificar as atividades antimicrobianas dos revestimentos contra cepas padrão de

bactérias;

● Verificar a eficiência do revestimento de quitosana no aumento no tempo de

prateleira das postas de serra congeladas.

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17 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Resíduos de pescado

Um dos grandes desafios enfrentados pela indústria pesqueira é devido à

produção de resíduos e como escoar-los sem causar prejuízo ao meio ambiente

(Amaral et al., 2017). Costa et al., (2016), afirmam que os resíduos de pescado na

sua maioria são depositados diretamente em lixões ou aterros sanitários,

principalmente em locais onde a aquicultura ou pesca são praticadas. Os resíduos

gerados da comercialização do pescado devem possuir um descarte adequado para

que não se crie um problema no meio ambiente.

Segundo a resolução do CONAMA nº 313 do ano 2002, de acordo com o

artigo 2, resíduo sólido industrial é todo o resíduo que resulte de atividades

industriais e que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso ou líquido,

cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto

ou em corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente

inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. O empregado de uma tecnologia

adequada para os resíduos podem convertê-los em produtos comerciais ou

matérias-primas secundárias, esse aproveitamento do desperdício residual é de uma

importância fundamental, para que se minimizem os problemas de poluição

ambiental causado pela falta de destino adequado para os resíduos (MALHEIRO,

2015).

Com o grande consumo do caranguejo-uçá na capital cearense, não é

diferente na geração de resíduo, pois esse pescado possui em sua constituição

corporal o exoesqueleto (carapaças), sendo a maior proporção do peso do animal,

portanto grandes quantidades de resíduos são produzidas. Segundo Ogawa et al.,

(2008) mais de 70% do pescado tornar-se resíduo depois do consumo. E parte de

resíduo pode ser reaproveitado para gerar produtos com valor comercial. O

caranguejo-uçá possui em sua composicação um polissacarídeo conhecido com

quitina, que a partir desse polissacarídeo pode ser obtido a quitosana. A quitosana é

uma matéria prima com grande aplicação em várias áreas, entre as quais se destaca

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18 a tecnologia de alimentos, na produção de filmes e revestimentos com a finalidade

de melhorar a qualidade dos alimentos.

3.2 Quitina e quitosana

A quitina é um polissacarídeo de cadeia longa de N-acetilglucosamina (2-

acetamido-2-desoxi-D-glicopirose), unidos por um ligação glicosídicas no carbono 1

e 4 (SURESH, 2012). A Quitina é o segundo biopolímero mais abundante, devido

essa grande disponibilidade há um foco recente para o estudo desse polímero, com

objetivo de se conhece seu aspecto estrutural, além de ser um polissacarídeo de

fácil afinidade e biodegradabilidade (ROBLES et al, 2016). Entre as principais fontes

onde pode ser encontrada a quitina estão os exoesqueletos de crustáceos, através

dos resíduos gerados das carapaças de camarão e caranguejo, nos fungos, na

parede celular de microalgas, nos insetos e no endoesqueleto de moluscos como os

cefalópodes (HAMED et al., 2016; HOSEINI et al., 2016; YOUNES et al., 2016).

A quitina é encontrada na natureza sobre três formas estruturais

diferentes α, e , e essas diferenças são classificadas de acordo com arranjo da

cadeia polimórfica na região cristalina. A α-quitina possui um arranjo antiparalelo das

lamelas ou folhas em sua estrutura, que favorecem as ligações de hidrogênios inter

e intramolecular, essas facilidades das ligações de hidrogênios proporcionam um

maior compactamente da estrutura, já para -quitina há um arranjo paralelo das

lamelas ou folhas em sua estrutura, nesse arranjo existe uma dificulta para manter

as ligações de hidrogênios inter e intramolecular tornando-as menos compactada

quando comparada a α-quitina, e a -quitina é encontrada na natureza, diferindo da

a α-quitina e -quitina por apresentarem os dois arranjos das lamelas ou folhas, com

as configurações paralela e antiparalela da cadeia polimórfica da região cristalina

(BROWN; WALSH 2016). O favorecimento das ligações de hidrogênios na α-quitina

para as lamelas ou folhas possibilitam uma maior compactação da estrutura,

conferido uma maior rigidez para a α-quitina, enquanto a -quitina existe a

dificuldade de manter as ligações de hidrogênios inter e intramolecular das lamelas

ou folhas no arranjo paralelo, e essa dificuldade torna a -quitina menos resistente

quando comparada com a α-quitina. A forma mais frágil de quitina encontrada na

natureza é a -quitna. As diferenças apresentadas para os três tipos de quitinas vão

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19 depende da função que venhar desempenha no organismo, quanto maior for à

necessidade de resistência para o organismo, sendo a α-quitina a mais resistente,

depois vem a -quitina e a forma mais frágil entre as três é a -quitina. Os três tipos

de quitina são isolados de espécies diferentes na natureza, sendo a α-quitina

encontrada no exoesqueleto de crustáceos particularmente em caranguejos e

camarões, a -quitina é extraída a partir de penas (esqueleto interno) de lulas,

enquanto a -quitina de fungos e leveduras (SAGHEER et al., 2009).

A quitosana é um polímero natural obtido através da desacetilação da

quitina, sendo polissacarídeo policatiônico que é solúvel em um ambiente ácido com

um pKa em torno de 6,5 (DEMITRI et al., 2016). No processo de desacetilação da

quitina o grupo acetoamido é removido transformando-se em quitosana com o grupo

amino livre presente na estrutura. Na figura 1 pode ser observada a diferença entre

a quitina e quitosana. A produção comercial da quitosana é proveniente

principalmente de resíduos de crustáceos (caranguejo, camarão, krill, lagosta)

amplamente comercializado no mundo todo, sendo produzidas por vários países,

entre os quais se destacam os Estados Unidos, Japão, Índia, Correia do Sul,

Noruega, Alemanha e França, além dos resíduos de crustáceos, existem outras

fontes para comercialização da quitosana como é caso de fungos e insetos, mas a

produção de quitosana a partir de espécies de fungos ou insetos é um sério

problema encontrado pelas indústrias, devido à quantidade de matéria-prima

insuficiente para a exploração desse polímero (KARDAS et al., 2013). Atualmente a

quitosana industrial é produzida através do método alcalino quente, sendo

necessário elevadas temperaturas comitantemente com o pH elevado, desde modo,

consegue-se uma quitosana de alto grau de desacetilação com uma rápida

velocidade de reação, gerando uma produção viável em relação a massa final

produzida (TAN et al., 2015).

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20 Figura 1. Apresentação das diferenças entre as estruturas químicas da quitina e quitosana.

Fonte: Anitha et al., 2014.

Na quitosana existem três grupos funcionais reativos, entre os grupos

presentes na estrutura do polissacarídeo estão dois grupos hidroxis, um no carbono

na posição 3 e o outro no carbono na posição 6, já no carbono na posição 2

encontra-se o grupo amino, sabe-se que entre os dois grupos funcionais presente

na molécula, o grupo amino livre é de fundamental importância, devido as suas

características biológicas, como também para as propriedades físicas e químicas do

polímero (TAMER et al., 2016). O peso molecular e o grau de desacetilação são dois

parâmentro importantes para a quitosana, pois esses parâmentro estão relacionados

com as propriedades físico-quimicas da quitosana como também a solubilidade do

polímero (GOY et al., 2016). O grau de desacetilção da quitosana é medido através

da remoção do grupo acetil N-acetil-D-glucosamina (GlcNA) da quitina unidos por

ligações -O-(1-4) em um meio alcalino quente, na qual é quebrado o N-acetil e

gerados unidades D-glucosamina (Glc), sendo usado o número das unidades (Glc)

na cadeia polímetrica para determina o grau de desacetilação, no qual é aceito um

percentual acima de 50 até 100% para que seja considerado a modificação da

quitina em quitosana (JENNINGS e BUMGARDNER, 2017). Sabe-se que a

conversão da quitina em quitosana não é totalmente competa podendo variar de

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21 50% a 95%. O proceso de desacetilação da quitina e quitosana pode ser visto na

figura 2.

Figura 2. Esquema da desativação da a) quitina e b) quitosana com diferentes graus de desacetilação. N-acetil-D-glucosamina (GlcNA), D-glucosamina (Glc) e ligações -O-(1-4).

Fonte: Jennings e Bumgardner, 2017.

3.3 Aplicações da quitosana

A quitosana possui uma vantagem na sua comercialização, pois é um

polímero de ampla abundância, alta segurança, baixa toxicidade, e uma boa

reatividade química e física, sendo um polímero de grande versatilidade para o uso,

e por isso, proporcionar uma aplicação em vários setores como áreas biomédicas,

farmacêuticos e alimentares (WANG e CHEN, 2014). O que realmente torna a

quitosana um polímero versátil é a prensença do grupo amino em um primeiro plano

e em um segundo plano para as hidroxilas, pois esses grupos funcionais permitem

uma fácil modificação através de reações químicas, possibilitando inúmeras

aplicações, além da característica reativa, a quitosana é um excelente

antimicrobiano, com propriedade anti-inflamatória, mucoadesivo, tornando-a de

muita utilidade por vários setores industriais (CHIAPPISI e GRADZIELSKI, 2015).

Thakur;Thakur (2014) relatam as propriedades de natureza química, física e

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22 biológica, sendo observado para as propriedades físico-químicas; a função

complexante e quelante, adsorve partículas, tem propriedade de floculação com a

carga negativa da molécula, sendo um polímero biocompatível, biodegradável,

bioativo reativo com a capacidade de forma filme e com característica adesivante, já

para as propriedades biológicas; é um antiácido, antiulcera, antitumoral, funcionando

como um anticoagulante sanguíneo e com propriedade microbiana (fungos,

bactérias e vírus).

Como já foi descrito anteriormente, a quitosana é um material

biocompatível com características funcionais que pode ser utilizado para aplicações

em várias áreas; como na agricultura (mecanismos defensivos e adubo para

plantas), tratamento de água (floculante para clarificação, remoção de íons

metálicos, polímero ecológico e redução de odores), indústria alimentícia (fibras

dietéticas, redutor de colesterol, conservante para molhos, fungicida e bactericida,

recobrimento de frutas), indústria de cosméticos (esfoliante para a pele, tratamento

de acne, hidratante capilar, creme dental) e biofarmacêutica (anti tumoral,

hemostático e anticoagulante) (Ferreira et al., 2016). Na tecnologia de alimentos a

quitosana pode ser explorada para a conservação de produtos entre quais incluem

carnes, peixes e frutos no aumento do tempo de prateleira para o consumidor.

Mohan et al 2012, relatou a capacidade no uso de revestimento de quitosana na

presenvação de filés de sadinha indiana (Sardinella longiceps).

3.4 Filmes e revestimentos comestíveis

A indústria de alimento moderna vem enfrentando grandes desafios, entre

os quais estão o acondicionamento dos produtos alimentícios em embalagens

plásticas e seus derivados, ocasionam sérios problemas ambientais em relação

deterioração dessas embalagens ao meio ambiente contribuindo para a poluição,

nesse sentido, é necessário o desenvolvimento de novas alternativas para

solucionar esses problemas que causuam a destruíção ambiental, sendo de grande

interesse por parte das indústrias como também por parte dos pesquisadores, até

mesmo para proporcionar uma redução nos custos de produção das embalagens

(AIDER, 2010). No setor industrial já existir uma preocupação com a

sustentabilidade do meio ambiente, e nesse sentido, cresce o aproveitamento de

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23 recursos naturais rumo a uma bioecomonia mais limpa “verde”, nas quais destacam-

se os biopolímeros devido as suas características de boa biodegradabilidade,

biocompatibilidade e abundância (GOMES et al., 2016). Os polímeros são um dos

materiais mais usados na indústria, possuindo um potencial de aplicação

multutidimensional, com desenvolvimento e produção de tecnologia para a

viabilização dos polímeros como fontes renováveis (DILARRI et al., 2016).

A procura por novas estratégias pelas indústrias com o propósito de

aumentar o tempo de prateleira dos alimentos é uma realidade, entre as novas

estratégias estão à produção de filmes comestíveis a partir de polímeros naturais

para fabricação de embalagens biodegradáveis. Intensos esforços vêm acontecendo

para utilização de novos materiais no desenvolvimento de embalagens, para

estender a vida de prateleira de alimentos frescos ou minimamente processados,

com a finalidade de manter a segurança alimentar do consumidor, e assim, reduzir

os riscos com surtos de doenças transmitidas por alimentos, evitando as perdas por

parte das indústrias, além de ser ecologicamente correto (CARO et al., 2016).

Atualmente, a quantidade de pesquisas envolvendo a produção e caracterização de

filmes biodegradáveis aumentou substancialmente, principalmente devido ao

interesse em minimizar o impacto ecológico causado pelo uso de materiais sintéticos

para a produção de embalagens (BALLESTER-COSTA et al 2016).

Os filmes comestíveis fornecem um reforço de camadas naturais para

evitar as perdas de umidade, permitindo o intercâmbio no controle da passagem de

gases como o dióxido de carbono (CO2) e o oxigênio (O2) (SABERI et al., 2016). Os

filmes comestíveis são produzidos a partir de material que possa ser consumido

através da alimentação, fucionando como uma pequena barreira ao alimento, nas

quais vão melhorar suas propriedades com a ampliação do tempo de prateira dos

produtos alimentícios, além de diminuir a contaminação com redução do

crescimento de microbiano e as alterações sensoriais ocorridas nos alimentos

(ARHAM et al., 2016). Os filmes comestíveis e revestimentos têm funções

semelhantes à de embalagem convencional, incluído a barreia a vapor de água e

gases, melhorando as propriedades e estruturas dos alimentos manipulados

(GALUS e KADZIŃSKA, 2015).

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24 Os termos filmes e revestimentos comestíveis são utilizados na área

alimentar, mas existe uma distinção entre esses dois termos, sendo o filme uma

película formada pela secagem (casting) da solução do biopolímero preparada

separadamente do alimento, que é posteriormente aplicado sobre o alimento,

enquanto o revestimento pode ser uma suspensão ou uma emulsificação aplicada

diretamente na superfície do alimento que após a secagem leva á formação do f ilme.

O uso de revestimento comestível tem sido popularmente empregado nos

últimos anos, com a formação de uma fina camada sobre o alimento, tendo a função

de controlar a composição interna dos gases presentes sobre o produto revestido,

além de ser uma barreia protetora que ajuda no retardo da desidratação,

melhorando a textura e qualidade do produto (CHOI, et al., 2016). Os revestimentos

fabricados a partir de polímeros comestíveis têm inúmeras vantagens, por ser

biodegradável, reciclável, melhora a aparência dos alimentos e garantir a

manutenção de suas propriedades durante período de armazenagento e manuseio

do produto (DURANGO et al., 2011).

Várias fontes como os lipídios, as proteínas e a quitosana são utilizadas

para a formulação de soluções de revestimentos com propriedade de barreia e uma

atmosfera modificada para gases, além dessas propriedades, os revestimentos

levam funções específicas como uma atividade antifúngica, antibacteriana e

antioxidante (SÁNCHEZ et al., 2014). A vantagem para aplicação das soluções de

revestimentos sobre os alimentos estão nas atividades específicas mencionadas,

nas quais estendem o tempo de prateira dos produtos, já que ao utilizar as

embalagens convencionais (plásticas) essas propriedades não são repassadas aos

alimentos. O uso dos filmes e revestimentos comestíveis como embalagens

primárias, ainda é um passo desafiador, devido ao caráter hidrofílico das matérias-

primas, mas uso dessas tecnologias emergentes podem claramente melhorar

qualidade dos alimentos.

3.5 Filmes e revestimentos comestíveis com plastificantes

A formulação de filmes e revestimento a base de polissacarídeo

normalmente requer na maioria dos casos a presença de um plastificante, pois os

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25 filmes sem um plastificante apresentam uma estrutura frágil e com pouca

flexibilidade, essa situação é revertida com aplicação de bom plastificante que

promove uma modificação na estrutura do polímero, com a interação entre o

polímero e o plastificante (ASHUTOSH, 2010). A utilização de um bom plastificante

combinado com a matriz poliméricas da matéria-prima para obtenção de filmes é de

grande interesse para melhorar as propriedades mecânicas dos filmes produzidos,

proporcionando películas com características desejáveis como uma estrutura mais

flexível, uma aparência uniforme e textura mais homogénea (PAN et al., 2014). Os

plastificantes conseguem realizar modificações na matriz do polímero, sendo uma

mudança secundária (são responsáveis pelas modificações na estruturara cristalina

do matérial polimérico), sem alterar a estrutura química fundamental do polímero, e

essas alterações são estabelecidas devido à formação de ligações de segunda

ordem fracas ou através de ligações covalentes com o polímero, (FUNDO et al.,

2014).

De acordo com o Epure (2011) o glicerol é o plastificante mais utilizado,

devido á sua boa eficiência na função de plastificação, sendo um produto de grande

disponibilidade, além de possui a propriedade de baixa exsudação. Quimicamente o

glicerol é um triálcool com 3 carbonos, tendo como nome sistemático (IUPAC) 1,2,3-

propanotriol, é um líquido incolor, com gosto adocicado, sem cheiro e muito viscoso,

derivado de fontes naturais ou petroquímica, tendo o nome de glicerol devido a

palavra grega glykys que em português significa doce, (BEATRIZ et al., 2011). O

glicerol é um álcool simples com aplicação em cosmético, em pintura, na indústria

farmacêutica e alimentícia, sendo que na indústria de alimentos o glicerol tem a

finalidade com um dos contituintes de filmes biodegradável, a fim de aumentar a

flexibilidade, sendo o plastificante preferido para utilização em películas comestíveis

(TONNY et al., 2014). Normalmente, antes de uma aplicação de revestimento ou até

mesmo de um filme comestível sobre o alimento, há uma necessidade de conhecer

as suas propriedades, por esse motivo existe uma necessidade de realizar estudos

para as formulações dos filmes e revestimentos comestíveis com diferentes

concentrações de plastificante, para então chegar a uma formulação adequada na

utilização em alimentos.

O desenvolvimento para os revestimentos comestíveis é dependente de

sua composição e das condições em que são utilizadas (exemplo é umidade

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26 relativa), não sendo diferentes para a produção de películas comestíveis devido à

fragilidade, por isso quase sempre existir a necessidade de adicionar plastificante

para a redução das forças intermoleculares e aumentar a mobilidade das cadeias

poliméricas, melhorando as flexibilidade e extensão das películas (SOUZA et al.,

2009). A capacidade de como o plastificante vai atuar na redução das forças

intermoleculares e na mobilidade da cadeia é dependente da configuração do

polímero, do número de hidroxilas livres e compatibilidade do plastificante com o

polímero (SANTACRUZ et al., 2015).

3.6 Filmes e revestimento comestíveis de quitosana

A quitosana é o segundo polissacárideo mais abundade encontrado na

natureza com caracteristícas desejavéis para a aplicação em alimentos,

principalmente por ser um composto atóxico, material biodegradável com proriedade

antimirobiana, despertando grande interresse para fabricação de embalagens para

fins alimentícos (LAETA et al., 2013). Entre os hidrocolóides disponíveis a quitosana

é um dos biopolímeros com maior potencial para o desenvolvimento de filmes e

aplicação como revestimentos comestíveis (CARDOSO et al., 2016). A utilização da

quitosana é permitida por vários países na área alimentícia, devido ao grande

potencial para a produção de embalagens na preservação da qualidade de uma

variedade de alimentos (IFUKU et al., 2013). Vários são os métodos relatados para a

obtenção dos filmes a base de quitosana, sendo necessária acidificação em meio

para dissolver polissacarídeo, e quando necessário pode ser administrado um

plastificante, tendo com resultado o revestimento da quitosana que é vertida em uma

superfície plana até o solvente ser totalmente evaporando para formação do filme

(CAZÓN et al., 2016). Em geral, a quitosana é insolúvel em água, em meio alcalino e

solventes orgânicos, mas solúvel em solução de ácidos orgânicos, principalmente

em soluções de ácido láctico, ácido fórmico ou ácido acético com pH inferior a 6

(DANG e YOKSAN, 2015).

Filmes de quitosana tem a capacidade para incorporar ingredientes, tais

plastificantes, vitaminas, minerais, óleos essenciais, emulsionantes, entre outros. A

incorporação de compostos permite aumentar a funcionalidade dos filmes, e

melhorar as suas propriedades mecânicas, antimicrobianas, antioxidantes. Os filmes

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27 de quitosana são um sistema promissor para garantir a qualidade e a segurança dos

produtos alimentares perecíveis (SOUZA et al., 2015).

Na literatura várias são as informações da capacidade dos revestimentos

a base de quitosana para o aumento no tempo de prateira dos alimentos. Shiri et al.,

(2013) confirmam que o revestimento de quitosana prolonga o tempo de prateira de

uvas. Shao et al., (2012) relataram o aumento da aceitação por parte dos

consumidores de maças revestidas com quitosana. O pescado é um produto nobre,

mas ao mesmo tempo, um produto altamente perecível, deste modo, os

revestimentos de quitosana são capazes de aumentar a qualidade do pescado no

período do armazenamento. Soares et al., (2017) estudaram a influência do

revestimento de quitosana sobre filé de salmão (Salmo salar) congelado, e

observaram uma maior eficiência no controle do crescimento das bactérias nos filés

e consequentemente uma melhor aceitação por parte dos consumidores.

3.6.1 Propriedades microbianas da quitosana

A contaminação microbiana em alimentos, não só resultar na redução na

vida de prateleira dos alimetos devido a deteriorização, mas também podem causar

doenças e perdas econômicas, com sérios distúrbios intestinais como diarreias e

vômitos devido ao crescimento dos micro-organismo sobre os alimentos (SAYARI et

al., 2016). Nos últimos anos, quitosana e seus derivados vêm recebendo

consideráveis atenções devido a sua capacidade microbiana para diferentes grupos

de micro-organimos, tais como bactérias, leveduras e fungos, sendo que as

propriedades antibacterianas e antifúngicas são utilizadas através de filmes e

revestimentos comestíveis (YOUNES et al., 2014).

Na quitosana o grupo amino é responsável por diferentes propriedades

biológicas, entre as propriedades envolvidas estão à atividade microbiana, na qual o

grupo amino quando carregado positivamente entra em contato com a parede

celular dos micro-organismos que são carregadas negativamente provocando a

ruptura (lise) da parede celular, existindo o vazamento das proteínas e de outros

constituintes presentes no interior dos micro-organismos (BAUTISTA-BAÑOS,

ROMANAZZI e JIMÉNEZ-APARICIO, 2016). Jeon et al., (2016), afirmam que o

mecanismo da atividade microbiana da quitosana ainda não é muito claro, mas é

aceito a explicação em relação a permeabilidade das membranas das bactérias que

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28 são carregadas negativamente, sendo alterado pela carga positiva presente na

quitosana, resultando na funga dos componentes intracelulares, conduzido a morte

celular das bactérias.

Estudos sobre a atividade antimicrobiana da quitosana em diferentes

grupos de micro-organismos foram realizados, sendo sugeridos três mecanismos

principais como causa da inibição do crescimento de bactérias. O primeiro está

ligado a interação iônica do grupo amina com carga positiva com os grupos

aniônicos na superfície de bactérias aumenta a permeabilidade das membranas,

conduzido os danos osmóticos e fluxo dos constituintes celulares (proteína e íons)

para fora do citoplasma, ocorrendo a morte celular, o segundo mecanismo envolve a

inibição transcrição do RNA mensageiro e da tradução das proteínas, causando

perturbações que levam à morte celular e o terceiro é inibição do crescimento

microbiano atuando como agente quelante de metais e nutrientes essenciais para o

organismo e que por isso ficam indisponíveis, impedindo o crescimento do micro-

organismo (KHAMENEH et al., 2016)

3.7 Pescado

Segundo RIISPOA (1952) Art. 438, a denominação genérica “pescado”

compreendida para espécie de peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e

mamíferos de água doce ou salgada, usados na alimentação humana. A produção

mundial de pescado tem crescido constantemente nos últimos cinco décadas, e

esse crescimeto dar-se pela ação conjunta da atividade pesqueira e aquícola, tendo

a pesca como atividade que mais incentivou para esse crescimento com uma

produção 91,3 toneladas em 2012 enquanto a aquicultura obteve 66,6 toneladas no

mesmo ano, além do crescimento na produção mundial de pescado houve também

um crescimento no consumo que passaou de 18,7 kg/ per capito por ano em 2011

para 19,2 kg/ per capita por ano 2012, dado crescimento esta relacionado com

elevação do poder aquititivo e urbanição que facilita e fortifica dos meios de

escoamento da produção pesquira (FAO, 2014).

Atualmente os brasileiros seguem a mesma tendência mundial de

procurar alimentos que beneficiam a saúde, por isso, o pescado destacar-se por ser

um alimento com alto teor proteico e baixo teor de gordura, aumentando o interrese

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29 por parte dos consumidores, pois além da qualidade proteica com um baleceamento

dos aminóacidos essenciais, o pescado pode conter em sua composição ácidos

graxos poli-insaturados conhecidos populamente como Omega 3, que atuam no

organismo para redução dos triglicérios e o coleterol no sangue, desta maneira

prevenido contra doenças cardiovasculares (SOARES et al., 2011). Os ácidos

graxos poli-insaturados que beneficiam a saúde são característicos de espécies

marinhas, nos quais podem ser encontrado o EPA (ácido eicosapentaenóico) e o

DHA (ácido docosahexaenoico) (KARSDOTTIR et al., 2014).

Entre os peixes marinhos o Scomberomorus brasiliensis, conhecida

popularmente como serra, é uma espécie de peixe de grande importância no

território do brasileiro, possuindo uma distribuição geográfica abrangente em todo o

território, além de ser uma espécie abundante a serra é um dos peixes com alto

valor de mercado no Brasil, sendo um recurso pesqueiro explorado com grande

valor comerial para o país (EIRAS et al., 2014). A serra é um peixe que pertecem a

Ordem Perciformes, família Scombridae, espécie Scomberomorus brasiliensis

Collette, Russo & Zavala Camin, 1978, com a nadadeira dorsal dupla, a primeira

com 17 a 18 espinhos e a segunda com 15 a 19 raios, seguida por 8 a 10 pínulas;

anal com 2 espinhos, 15 a 16 raios e 8 a 10 pínulas; 11 a 16 rastros no primeiro

arco; com o corpo bastante alongado, moderadamente comprimido e elíptico;

cabeça afilada; focinho cônico e pontudo com boca grande, ampla, com cerca de 32

dentes triangulares e afiados em cada maxilar, de acordo com a figura 3 (GURGEL

et al., 2014).

Figura 3. Peixe serra (Scombemorus brasilienses).

Fonte: Wikipedia

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30

A serra é peixe bastante apreciado no mercado brasileiro, sendo uma

fonte proteica primordial aos consumidores brasileiros com a comercialização na

forma de posta ou peixe inteiro, mas para obter um produto de qualidade é

necessário o cuidado com a cadeia do frio para manter a sua qualidade. Em um

modo geral, o pescado é um alimento rico em nutriente, mas ao mesmo tempo é um

produto altamente perecível, podendo deteriora-se rapidamente se for estocado

inadequadamente (FERREIRA et al., 2014). O peixe fresco é um produto altamente

perecível devido á sua composição biológica, pois o pescado sofre alterações

provocadas por reações biológicas, com a perda da funcionalidade das proteínas

através da reação autolíticas inerente ao peixe veiculada com as atividades

enzimáticas e pelas atividades metabólicas geradas por micro-organismo, além

deteriorização proteica ainda há oxidação lipídica do pescado (RAMEZANI et al.,

2015).

O estado de frescor é muito importante para a conservação do pescado,

pois quanto maior for o tempo em que o pescado permanece em rigor mortis maior

será o retardo na degração da proteínas por ação autólise enzimas do próprio

pescado e ação bacteriana, sendo identificos em três estágios para o estado de rigor

mortins, tendo o pré-rigor e rigor mortis como os estados desejáveis para o pescado

e o pós-rigor o estado em que o pescado encontra-se em putrefação (MIRANDA et

al., 2016). Os autores afirman que a influência inicial do estado de pré-rigor é

dependente das reservas de ATP e do glicogênio no momento da morte do pescado,

pois as quantidades iniciais desses reservas estão diretamente ligada a forma de

como o pescado foi abatido, e quanto mais tempo durarem essas reservas maiores

serão as garantias de um pescado com maior grau de frescor.

A rapidez de com que se desenvolve a deteriorização é depende de como

foram aplicadas as formas dos princípios básicos de conservação, higiene,

manutenção da cadeia do frio, assim também como as espécies foram capturadas e

o método de captura (GONÇALVES, 2011). O controle da temperatura é ponto

crítico para retardar as deteriorizações de produtos alimentares perecíveis, como é

caso do peixe frescor, sendo uma forma de manter sua qualidade durante

transporte, armazenamento até chega ao consumidor, essa logística é de extrema

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31 importância para que consumidor receba um produto de alto valor (MARGEIRSSON

et al., 2012).

O congelamento é um dos métodos mais tradicionais e antigos que vêm

sendo utilizado pelo o homem na conservação de produtos alimenticíos, mesmo com

uma cadeia logística que torna o seu custo mais elevado frente a outros métodos de

conservação, os alimentos congelados ainda possuem um amplo mercado,

principalmente devido á sua praticidade de consumo (PROVESI e AMANTE, 2015).

O estado da água em produtos alimentares é uma ponto-chave para uma explicação

completa na manutenção da estabilidade da qualidade do peixe congelado a baixas

temperaturas e ultra baixas temperaturas, pois a água é um bom solvente e atuar

em muitos processos bioquímicos nos alimentos (TOLSTOREBROW et al., 2016). A

maior proporção no pescado é o teor de água que varia de 60 a 85%, quando

congelamento a água fica indisponível e desta forma impedem que os processos

bíoquimicos ocorram. Segundo Lee e Park (2016) para conservar o pescado o

método de congelamento é uma técnica muito importante e eficaz por períodos

muito prolongados. Além do congelamento o uso de quitosana na forma de

revestimento comestível pode auxiliar a diminuição da deteriorização do pescado em

conjunto com o congelamento.

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32 4. MATERIAL E MÉTODO

O experimento foi realizado no Laboratório Tecnologia do Pescado

(LATEPE), integrante do Departamento de Engenharia de Pesca, Centro de

Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará (Campus do Pici, Fortaleza,

Ceará), com parceria ao Laboratório da Tecnologia de Biomassa (LTB) da Empresa

Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (EMPRAPA).

4.1 Material Biológico

4.1.1 Tratamentos dos resíduos e obtenção da farinha

As carapaças de caranguejo-uçá foram adquiridas em um Restaurante do

município de Fortaleza, e posteriormente lavadas para a remoção de todos os

resíduos e secos em uma estufa de recirculação de ar em 50°C. Após o resfriamento

as carapaças foram trituradas em liquidificador industrial para obtenção da farinha

do caranguejo.

4.1.2 Obtenção da quitosana

Inicialmente ocorreu a desmineralização, para cada 2 g da farinha do

caranguejo-uçá utilizou-se 40 mL de ácido clorídrico a 4% em um agitador

magnético por 2 h. O próximo passo foi a desprotenização, para cada 2 g utilizou-se

20 mL de hidróxido de sódio a 15% em um agitador magnético a 65 ºC por 3 h. Na

terceira etapa foi a despigmentação, para cada 2 g utilizou-se 50 mL de hipoclorito

de sódio a 0,5% em um agitador magnético a 40º C por 30 minutos. Já na última

etapa que é desacetilação, para cada 5 g utilizou-se 200 mL de hidróxido de sódio a

50% em um agitador magnético a 100 ºC por 8 h, de acordo com a figura 4. Em

todos os processos a matéria-prima resultante de cada etapa foi lavado com água

destilada até pH neutro e posteriormente foi secada em uma estufa de recirculação a

60 ºC por 12 h. A extração realizada está de acordo com Antonino (2007) com

adaptações.

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33 Figura 4. Fluxograma para a obtenção da quitosana do caranguejo-uçá (Ucides cordatus).

Fonte: Antonino 2007, com modificações pelo autor.

Agitado com NaOH 10% a 65 ºC por 3 horas

Lavado com água destilada pH neutro

Secado a 60 º C por 12 horas

Agitado com NaClO 1% a 40 º C por 30 minutos

Lavado com água destilada pH neutro

Secado a 60 ºC por 12 horas

Despigmentação

Carapaça caranguaejo-uça foi lavada e seca em

estufa de recirculação a 60 ºC.

Carapaça foi triturada em um liquidificador industrial.

750 g da farinha do caranguejo foi desmineralizada.

Agitado com HCl 4% por 2 horas

Lavado com água destilada pH neutro

Secado a 60 º C por 12 horas

Desprotenização

Desacetilação

Agitado com NaOH 50% a 100 ºC por 8 horas

Lavado com água destilada pH neutro

Secado a 60 ºC por 12 horas

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34 4.1.3 Obtenção das postas

Foram utilizadas 84 postas de Serra (Scomberomorus brasilienses) a uma

temperatura de 4 ± 0,5 ºC com uma média de peso de 120 g para cada posta,

obtidas diretamente de uma Peixaria localizada do município de Fortaleza – Ce,

Após serem adquiridas, as postas foram previamente acondicionadas em caixas

isotérmicas e transportadas a Laboratório Tecnologia do Pescado (LATEPE) do

Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, onde

foram armazenadas em um refrigerador (Brastemp Frost Free) a - 22 ± 0,1°C até o

momento da aplicação dos revestimentos.

4.2 Caracterização da quitosana

4.2.1 Rendimento da extração quitosana

Para que os resíduos tornem-se uma fonte de matéria-prima, é

necessário levar em consideração viabilidade do rendimento, para que então possa

existir a possibilidade de uma produção em escala comercial. O rendimento foi

calculado a partir do peso da massa seca (quitosana) obtida através do processo

final da desacetilação divido por peso inicial da massa da farinha do caranguejo

multiplicado por 100 de acordo com Equação 1. Para determinação do rendimento

foram utilizados 5 repetições de 150 g da farinha do caranguejo, a partir dessas

cincos repetições foi realizado uma média para o calculo do rendimento.

Eq. (1)

4.2.2 Análise de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC)

Na análise de DSC, a amostra e o material de referência são mantidos à

mesma temperatura durante o programa térmico, onde a temperatura é controlada

rigorosamente.

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35 A análise de DSC para quitosana foi realizada utilizando-se um

equipamento da TA INSTRUMENT (modelo Q20) sob atmosfera de nitrogênio, com

fluxo constante de 50 mL.min-1 a partir de 5,1 mg da amostra em pó, com taxa de

aquecimento de 10 ºC/min, na faixa de temperatura de 0 ºC a 400 ºC.

4.2.3 Análise Termogravimétrica (TGA)

É uma técnica na qual se monitora a variação da massa de uma amostra

em função da temperatura ou do tempo em um ambiente de temperatura e

atmosfera controladas. Seu princípio de funcionamento é analisar a perda ou a

agregação de massa da amonstra em temperaturas variadas.

Na análise de termogravimétrica (TGA) da quitosana foi realizada

utilizando-se um equipamento da PerKinElmer (modelo STA 6000) sob atmosfera de

nitrogênio, com fluxo constante de 50 mL.min-1. A partir de aproximadamente 18,49

mg das amostras em pó, com taxa de aquecimento de 10 ºC/min, na faixa de

temperatura de 25 ºC a 800 ºC.

4.2.4 Análise de Espectroscopia no Infravermelho (FTIR)

A espectroscopia de infravermelho é um tipo de espectroscopia de

absorção a qual usa a região do infravermelho do espectro eletromagnético, ela

pode ser usada para identificar um composto ou investigar a composição de uma

amostra. Tal fato se baseia em que as ligações químicas das substâncias possuem

frequências de vibração específicas, as quais correspondem a níveis de energia da

molécula (níveis vibracionais). Assim podem vibrar de seis modos: estiramento

simétrico, estiramento assimétrico, tesoura, torção, balanço e rotação.

A análise foi realizada pelo método KBr (amostra seca e em pó foi

misturada com brometo de potássio e prensada em pastilhas) no Laboratório de

Química de Produtos Naturais da Embrapa Agroindústria tropical em

espectrofotômetro de marca Varian (modelo FT-IR) na faixa de comprimento de

entre 400 e 4000 cm4.

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36 4.2.5 Resonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H)

O Espectro de RMN 1H foi obtido através do espectrômetro agilent, a

partir do prodecimento descrito por Signimi e Campana-filho 1998.

Inicialmente, uma solução de acidificada de 1 % (v/v) de acido clorídrico

foi para dissolver a quitosana. Aproximadamente 10 mg de quitosana foi solubilizada

em 1mL de do ácido clorídrico 1% por um período de 24 horas em temperatura

ambiente. Uma alíquoca dessa solução foi colocada em tubos de quartzo de 5 mm

de diâmetro em uma temperatura de 70 ºC.

O grau de acetilação foi determinado de acordo com a equação abaixo;

Sabe-se que o ACH3 corresponde aos núcleos de hidrogênio da metila do

grupo acetamino e AH2 ao núcleo de hidrogênio na posição 2 do anel de glicosamina.

Por diferença foi determinado o grau de desacetilação:

%GD = 100 – (%GA)

4.3 Produção e Caracterização dos filmes quitosana

4.3.1 Preparação para soluções dos filmes e revestimentos comestíveis.

Tanto os filmes como os revestimentos comestíveis foram preparados de

acordo com a metodologia proposta por SOUZA et al., (2010) com adaptações e

VÁSCONEZ et al., (2009). Inicialmente foram preparadas três soluções mães de

quitosana com três concentrações diferentes, a primeira solução foi a quitosana

1,5% (p/v) dissolvida em solução de ácido lático 1% (v/v), na segunda foi a

quitosana 2,0% (p/v) dissolvida em solução de ácido lático 1% (v/v) e a terceira foi a

quitosana 2,5% (p/v) dissolvida em uma solução de ácido lático 1% (v/v), sobre

agitação em um agitador magnético por um período de 2 horas. Posteriormente cada

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37 solução mãe foi subdivida em três soluções para receber três diferentes

concentrações de glicerol, na primeira concentração de 0,3% (v/v), na segunda

concentração de 0,45% (v/v) e na terceira 0,6% (v/v), todas as soluções ficaram

sobre agitação em um agitador magnético por 30 minutos, gerando 9 soluções de

revestimentos comestíveis de acordo com a figura 5.

Figura 5. Fluxograma para o preparo das soluções para os filmes e revestimentos comestíveis.

Fonte: autor.

Os filmes comestíveis foram produzidos através da técnica de casting (ou

evaporação do solvente), de acordo com SOUZA et al., (2010) com adaptações: 28

mL de cada solução de revestimento (quitosana 1,5% (p/v), quitosana 2,0% (p/v),

quitosana 2,5% (p/v)), para cada solução de revestimento houve a adição de três

diferentes concentrações de glicerol (0,3% (v/v), 0,45% (v/v), 0,6% (v/v)) totalizando

Preparo das soluções dos filmes e revestimento

comestíveis

Quitosana 2,0% Quitosana 2,5% Quitosana 1,5%

Agitação por 2 horas em

temperatura ambiente

Agitação por 2 horas em

temperatura ambiente

Agitação por 2 horas em

temperatura ambiente

Adição 0,30%

de glicerol Adição 0,30%

de glicerol Adição 0,45%

de glicerol Adição 0,45%

de glicerol Adição 0,45%

de glicerol Adição 0,60%

de glicerol Adição 0,60%

de glicerol Adição 0,60%

de glicerol Adição 0,30%

de glicerol

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38 9 soluções de revestimento, sendo colocadas sobre a superfície de uma placa de

Petri de 9 cm de diâmetro e secos em uma estufa de recirculação a 35º C por 24

horas. Depois secos as amostras foram acondicionada em um dessecador contendo

sílica, com umidade relativa de 10% com uma temperatura de 25 ºC.

4.3.2 Permeabilidade ao vapor de água filmes de quitosana

A medição da permeabilidade ao vapor de água (PVA) foi determinada

por gravimetria baseada no método ASTM E96-92 (Guillard, Broyart, Bonazzi,

Guilbert & Gontard, 2003; McHugh, Avena-Bustillos & Krochta, 1993). Os filmes

foram selados no topo da célula contendo 50 mL de água destilada (100% UR, 2337

Pa, pressão de vapor de água 20 ºC), sendo colocados em um dessecador a 25 ºC a

10% de UR cotendo sílica. A mediação foi determinada através da perda da

transferência da água do interior da célula para a sílica presente no dessecador. As

células foram pesadas em intervalos de 2 horas durante 8 horas. Condições de

pressão de água em estado estacionário e uniforme foram assumidas, mantendo a

circulação de ar constante fora da célula de teste usando um ventilador em miniatura

dentro do dessecador. A inclinação da curva que representa a perda de peso em

função do tempo foi obtida por regressão linear. A medida (PVA) dos filmes foi

determinada conforme equação 2:

Eq. (2)

onde TTVA é a taxa de transmissão de vapor de água (g x m-2h-1) medida

através do filme (calculado a partir da inclinação da curva dividida pela área do

filme), L é a espessura média do filme (m) e ΔP é a diferença de pressão parcial de

vapor da água (atm) nos dois lados do filme. Para cada tipo de filme foram

realizadas três repetições. A espessura de cada amostra foi medida utilizando-se um

micrômetro digital (Digimess, São Paulo, Brasil), em dez diferentes posições de cada

amostra avaliada.

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39 4.3.3 Solubilidade em água dos filmes de quitosana

A solubilidade é definida como a porcentagem da matéria seca do filme

após 24 h de imersão em água destilada (GONTARD, GUILBERT, CUQ, 1992). A

matéria seca inicial dos filmes foi determinada por secagem de discos com 2 cm de

diâmetro em uma estufa, a 100 °C, durante 24 h. Após este período, os discos foram

pesados e imersos em 50 mL de água destilada, com agitação periódica de 82 rpm

através de uma mesa agitadora orbital SL 180 (marca SOLAB), por 24 h a 25 °C.

Finalmente, os filmes foram retirados e secos (100 °C por 24 h) para determinar a

matéria seca final. A solubilidade foi expressa como sendo a diferença entre a

matéria seca inicial e final em relação à matéria seca inicial. Os testes foram

realizados em triplicata.

4.3.4 Caracterização mecânica dos filmes quitosana

Foram realizados ensaios de tração para a caracterização mecânica dos

filmes (tensão máxima e deformação na ruptura), no Laboratório de Tecnologia da

Biomassa da EMBRAPA Agroindústria Tropical, Fortaleza - CE.

Os corpos de prova utilizados para os ensaios mecânicos foram cortados

por uma prensa estampadora pneumática marca CEAST, cuja pressão de operação

utilizada foi 7 bar.

Antes da realização dos testes, os filmes foram acondicionados em um

dessecador contendo nitrato de magnésio hexahidratado (Mg(NO3)2 x 6H2O) para

mantê-los em um ambiente com umidade relativa e temperatura em torno,

respectivamente, de 50 ± 5% e 24 ± 2°C, por no mínimo 40 horas. Nos ensaios de

tração, os corpos de prova com comprimento de 61,92 mm e largura de 12,37 mm

foram afixados por meio de garras acopladas a uma travessa móvel da Máquina

Universal de Ensaio, seguindo as orientações da ASTM-D-882-91 (1991). A taxa de

deformação de tração é controlada pelo mecanismo de direcionamento, enquanto a

tensão de tração sustentada pela amostra é registrada pela célula de carga, ambos

acoplados à travessa fixa. O equipamento utilizado para análise foi o EMIC (Máquina

Universal de Ensaios, modelo DL-3000), com uma célula de carga de 100 N. A

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40 velocidade de tracionamento utilizada foi de 50 mm/min, sendo a distância inicial

entre as garras de 30 mm.

A tensão força máxima na ruptura foi expressa em MPa e calculada

dividindo a força máxima (N) necessária para romper o corpo de prova pela área

inicial transversal (m2) da amostra. A deformação na ruptura foi calculada como

sendo a razão entre o comprimento final no ponto de ruptura da amostra pelo

comprimento inicial da amostra (30 mm) e expressa em porcentagem. Os ensaios

foram realizados cinco vezes para cada amostra.

4.3.5 Cor e opacidade dos filmes de quitosana

A cor e opacidade foram realizados no Laboratório de Tecnologia da

Biomassa da EMBRAPA Agroindústria Tropical, Fortaleza - CE. A cor dos filmes foi

determinada com um um Colorímetro digital (Konica Minolta CR400), utilizando uma

escala L*, a*, b* do sistema CIELab, desenvolvido por Hunter (1975). Onde L* a* b*

em que L* varia de preto a branco (0 a 100), a* varia do verde ao vermelho (-60 a

+60) e b* varia de azul a amarelo (-60 a +60) representado na figura 6. Nove

repetições foram realizadas para cada amostra de filme.

Figura 6. Sistema para cor através do método de Hunter.

Fonte: HUNTERLAB

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41 A opacidade dos filmes foi determinada usando um medidor de cor e de

acordo com a escala de cores Hunterlab. Seguindo este método, a opacidade (Y) foi

calculada como a razão entre a opacidade de cada amostra sobre o padrão preto

(Yb) e a opacidade de cada amostra no padrão branco (Yw). Nove repetições de

cada amostra de filme foram determinados aleatoriamente para Yb e Yw e a média

deles foram usadas para os cálculos. Os resultados foram expressos em

porcentagem, conforme a equação 3 (CERQUEIRA et al., 2010).

Eq. (3)

4.3.6 Avaliação da atividade antimicrobiana revestimento de quitosana

4.3.6.1 Bactérias-teste

A avaliação da atividade antimicrobiana da quitosana (1,5%, 2,0% e

2,5%) foi realizada frente a quatro cepas padrões: Staphylococcus aureus ATCC

25923, Escherichia coli ATCC 25922, Salmonella enterica ATCC 13076 e Vibrio

parahaemolyticus IOC 18950. As cepas foram crescidas em ágar de soja trípitca

(TSA) e, para o caso específico de Vibrio parahaemolyticus, foi adicionado 1% (p/v)

de NaCl na composição do TSA. As cepas foram incubadas em estufa bacteriológica

a 35 °C por 24 h.

4.3.6.1 Preparo dos inóculos bacterianos

Das culturas crescidas em TSA a 35 °C por 24 h, foi retirada uma porção

do inóculo e homogeneizada em 9 mL de solução salina 0,85% de cloreto de sódio

(p/v) para Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Salmonella enterica e 9 mL de

solução salina 1,0% de cloreto de sódio (p/v) para Vibrio parahaemolyticus (Vetec)

até se obter uma turvação equivalente à turbidez 0,5 na escala de McFarland. A

absorbância foi aferida em espectrofotômetro (Micronal), sendo considerado o

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42 intervalo entre 0,08 e 0,10 em um comprimento de onda de 625 nm. A turbidez

óptica comparável à solução padrão 0,5 de McFarland equivale a uma suspensão

contendo, aproximadamente, 1 × 108 unidades formadoras de colônia por mililitro

(UFC / mL) (CLSI, 2013).

Cada bactéria-teste, com concentração do inóculo ajustada, foi inoculada,

em duplicata, em placas contendo ágar Mueller-Hinton sem adição de NaCl para

Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Salmonella enterica e com adição de 1%

de NaCl (p/v) para Vibrio parahaemolyticus, com auxílio de um swab de algodão

estéril (CLSI, 2013).

Em cada placa com o meio de cultura inoculado com a bactéria-teste,

foram perfurados quatro poços de 6 mm de diâmetro com o auxílio de um perfurador

inox esterilizado (BALOUIRI et al, 2016). Nos poços foi adicionada uma alíquota de

50 μL dos extratos de quitosana nas concentrações de 1,5%, 2,0% e 2,5% e, no

quarto poço, o mesmo volume de glicerol. Após, as placas foram incubadas em

estufa bacteriológica a 35 °C por 48 h.

Após o período de incubação, cada placa foi conferida para avaliação da

atividade antimicrobiana dos extratos de quitosana. A presença de um halo

transparente ao redor dos poços confirmou o resultado qualitativo positivo da ação

antimicrobiana dos extratos.

4.3.7 Custo de produção de cada solução de revestimento

A partir de 15 g foi determinado o preço da quitosana extraída, sem

considera os custos com a energia elétrica e água. Para então determinar os preço

do revestimentos por litro produzido.

4.4 Propriedades dos revestimentos comestíveis: capacidade molhante

As soluções de revestimento de quitosana foram elaboradas conforme o

item 4.3.1 de acordo com a figura 5 para determinação da capacidade molhante

(através do ângulo de contato) em postas de serra.

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43 O ângulo de contato (θ) foi medido através do medidor de ângulo de

contato GBX Instrumentation Scientifique acoplado a uma câmera Pixelink Nikon

com sistema de análise de imagens, operado em atmosfera e a temperatura

ambiente. Para análise as postas de serra foram cortadas em forma retângula com

um auxílio de bisturi e colocadas em uma placa de petri, cujo cada solução de

revestimento foi colocada em uma seringa de vidro de 1 mL (Fortuna® Optima) com

um diâmetro da agulha de 0,815 mm determinado com um micrômetro digital 0-

0,25mm (Mitutoyo, Japan) com precisão de 0,0001 mm. Doze repetições de ângulo

de contato foram obtidos a 20,0 ± 0,5 ºC.

A tensão superficial dos revestimentos de quitosana foi medida através de

um tensiômetro analógico que se baseou no método do anel DuNoüy. Primeiro

houve a calibração do aparelho com uma tensão superficial conhecida através da

água ultrapura que é de 72 mN/m e posteriormente foram medidos as tensões

superficiais das soluções de revestimento.

4.4.2 Tensão crítica

Antes de analisar a capacidade molhante dos revestimentos de quitosana

em postas de serra, é necessário determinar a tensão superficial de acordo Zisman

(1964), que desenvolveu o método prático que visa caracterizar a capacidade

molhante em superfícies sólidos. O sistema se baseia na observação de uma

superfície com uma tensão inferior a 100 mN/m, sendo classificada como uma

superfície de baixa energia. A capacidade molhante é aplicada em superfície sólida

que tem a característica de baixa energia, portanto é necassária a determinação da

energia da superfície das postas de serra. De acordo com Zisman, em sistemas que

a tensão superficial inferior a 100 mN/m (surpefícies de baixa energia), uma gota em

superfície sólida será em função linear da tensão superficial do líquido.

Para um líquido puro, se interações polares ( ) e dispersivas ( ) são

conhecidas e o ângulo de contato (θ) entre o líquido e o sólido, essas interações

podem ser descrita em termos por trabalho reversível de adesão (W a) de acordo

com Zisman:

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44

Eq. (4)

A equação 5 é um rearranjo da equação 4, para ( ) e ( ) que são as

contribuições polares e dispersivas da superfície do sólido estudo.

Eq. (5)

Foi calculo o ângulo de contato de três compostos puros, formamida

(marca VETEC, 95%), tolueno (marca VETEC, 99,5%) e água ultrapura, na

superfície de das postas de serra combinado com suas componentes polares e

dispensivas que permitiram calcular a variável dependente equação 6 e

independente da equação 7 de acordo com a equação 4.

A estima da tensão superficial crítica ( c) foi realizada a partir

extrapolação gráfica de Zisman, sendo a tensão superficial crítica definido;

4.4.2 Capacidade Molhante

A capacidade molhante das soluções de revestimento de quitosana foi

determinado através do coeficiente de espalhamento (WS), coeficiente de coesão

(WC) e coeficiente de adesão (Wa). O ângulo de contato (θ) de uma gota de líquido

na superfície sólida é definido pelo equilíbrio mecânico da gota sob a ação de três

com Eq. (6) Eq. (7)

Eq. (8)

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45 tensões interfaciais: sólido-vapor (YSV), sólido-líquido (YSL) e líquido-vapor (YLV). O

coeficinete de espalhamento (W S) foi calculado de acordo com a (Equação 9) só

pode assumir valores negativos ou zero.

Eq. (9)

Os coeficientes adesão (Wa) e coesão (Wc) são definidos de acordo com

equações abaixo;

Eq. (10)

Eq. (11)

A solução que mais aproximou-se de zero foi escolhido para a aplicação

como revestimento nas postas de serra.

4.5 Análises das postas de serra congeladas

4.5.1 Formulação do revestimento aplicado nas postas de serra (Scrobromorus

brasilienses).

4.5.1.1 Preparo da solução de revestimento de quitosana.

Foi preparada a solução de revestimento de quitosana, sendo solução a

2% (m/v), com aplicação de com 0,6% (v/v) de glicerol. A quitosana foi dissolvida em

solução de ácido láctico esterilizada, sob agitação em temperatura ambiente por

aproximadamente 2 horas e 30 minutos, posteriormente foi adicionado o glicerol sob

agitação por mais 30 minutos. Após a completa diluição, a solução foi acondicionada

em uma capela de fluxo laminar (Pachane modelo Pa40) e submetida à esterilização

em Luz Ultravioleta por 30 minutos.

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46 4.5.2 Os Tratamentos elaborados para posta de serra

No total, foram elaborados 3 tratamentos, in natura, glaceado e

revestido de quitosana para as postas de serra congeladas, com uma análise no dia

inicial até um período de 180 dias. Das 84 postas de serra, foram dívidas três postas

para cada tratamento por 30 dias de análise, conforme demonstrado a seguir;

● Controle (C) - posta de serra in natura mantida sobre congelamento.

● Glaciamento (G) – posta de serra congelada com glaceamento.

● Revestimento quitosana (Q) - postos de serra congelada com revestidas de

quitosana 2% com 0,6% de glicerol.

Para a perda de peso, perda de glaze e perda revestimento de

quitosana foram separados sete posta de serras para cada análise. Em todas as

análises físico-químicas para cada posta foi analisada em triplicata, totalizado 9

repetições por tratamento a cada 30 dias. Para as análises microbiológicas foi

realizada pela técnica de Pour plate para três postas por tratamento.

4.5.3 Aplicação do revestimento de quitosana e glaciamento

As postas de serra foram submetidas à aplicação da solução de

revestimento por imersão. O método consistiu na imersão das postas congelada na

solução de revestimento a 4 ºC, após aplicação foi feita uma drenagem em peneira

de malha de aço inoxidável por 20 segundos e em seguida, cada posta de

aproximadamente 120 g, foram acondicionados em bandeja de isopor, envolvidas

em papel filme e etiquetados. Para o glaceameamento as postas foram submentidas

a imersão em água estéril a 2 ºC por 20 segundos, após aplicação foi feita uma

drenagem em peneira de malha de aço inoxidável por 20 segundos e em seguida,

as postas de aproximadamente 120 g cada, foram acondicionados em bandeja de

isopor, envolvidas em papel filme e etiquetados. Posteriormente aplicação da

solução de revestimento e glaciamento as posta foram armazenados em refrigerador

(Brastemp Frost Free) a temperatura - 22,0 ± 0,1ºC durante 180 dias.

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47 4.5.4 Análise perda de peso, perda revestimento e perda de glaze

A perda de peso, perda de revestimento e perda de glaze das amonstras

foi determinada de acordo com Soares et al., (2015).

4.5.4.1 perda de peso

Para a determinação perda de peso foi separada setes postas de serra

não revestidas, sendo que as postas foram pesadas antes de serem congeladas

(W1) e depois que foram congeladas (W 2) durante os 180 dias de análises. O cálculo

para perda de peso esta de acordo com a equação abaixo;

Eq. (12)

4.5.4.2 Perda de revestimento

Para a determinação perda de revestimento foi separada setes postas de

serra e foram revestidas a 4 ºC, primeiro foi determinado a taxa de absorção do

revestimento com a pesagem depois do revestimento (W 3) e após serem

congeladas (W4) de acordo com a fórmula abaixo;

Eq. (13)

Para a determinação da perda de revestimento foram realizados as

pesagem das postas revestidas (W 5) por cada 30 dias de acordo com a fórmula;

Eq. (14)

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48 4.5.4.3 Perda de glaze

Para a determinação perda de glaze foi separada setes postas de serra e

foram glaceadas a 4 ºC, primeiro foi determinado a taxa de absorção do glaze com a

pesagem depois do glaceamento (W 6) e após serem congeladas (W 7) de acordo

com a fórmula abaixo;

Eq. (15)

Para a determinação da perda de glaze foram realizados as pesagem das

postas revestidas (W8) por cada 30 dias de acordo com a fórmula;

Eq. (16)

4.5.5 Análise físico-químicas das postas de serra

4.5.5.1 Determinação do pH

O potencial hidrogeniônico foi medido com auxílio de pHmetro digital

(Kasvi modelo K39-1014B) a partir da homogeneização de 10 g da posta de serra foi

macerada com 100 mL de água destilada por 30 segundos de acordo com a

metodologia citada nas Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008).

4.5.5.2 Análise do nitrogênio das bases voláteis totais (N-BVT)

Para a preparação do extrato foram pesados em balança analítica

(Ohaus) 10 g das postas de serra previamente trituradas em multiprocessador (Arno)

e adicionados 90 mL de ácido tricloroacético (TCA) a 7,5% (v/v), ficando em repouso

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49 por 5 minutos. Posteriormente homogenizado foi filtrado em papel de filtro para

obtenção do extrato.

No tubo de destilação foram adicionados 25 mL do extrato filtrado com 5

mL de hidróxido de sódio 10% (p/v). Utilizou-se, ainda, ácido bórico 4% (p/v) com

0,04 mL de indicador misto (vermelho de metila e verde de bromocresol) no

erlenmeyer para a destilação. O BVT-N foi medido de acordo com a metodologia,

com modificações, de Malle & Tao (1987). A destilação foi realizada no destilador de

Nitrogênio (TECNAL modelo TE-036/1) até obter o volume total de 50 mL de solução

no erlenmeyer. As quantidades de BVT-N foram calculadas a partir do volume de

ácido sulfúrico 0,05 M utilizado para a titulação. Os valores foram expressos em mg

de N-BVT/100 g de posta de serra e calculado através da (equação.17) a seguir:

N-BVT = (14 g/mol X a X b X 300) / 25 mL Eq.(17)

Onde:

a = mL de ácido sulfúrico gasto na titulação

b = normalidade do ácido sulfurico (0,1)

4.5.5.3 Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrco (TBARS)

A oxidação de lípidos das amostras foi realizada por medição de

substâncias que reagem ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) como descrito por Vyncke

(1970).

Para a preparação do extrato foram pesados em balança analítica

(Ohaus) 10 g da posta de serra e homogeneizado em 50 mL de ácido tricloroacético

(TCA) a 7,5% (v/v), ficando em repouso por 5 minutos. Posteriormente

homogenizado foi filtrado em papel de filtro para obtenção do extrato.

Foram adicionado 5 mL da solução do extrato com 5 mL do ácido

tiobarbitúrico a 0,02 M, sendo homogeneizados com auxílio de um agitador de tubos

(Vortex modelo QL-901). Para o branco utilizou-se 5 mL ácido tiobarbitúrico e 5 mL

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50 de água destilada. Em seguida os tubos foram acondicionados em banho maria

(Banho maria microproce SSADO, modelo 0215M2, Quimis) a 90° C por 10 minutos

e posteriormente resfriado em água com gelo para o desenvolvimento de uma

coloração rosa.

Para encontrar o valor de TBARS em mg de malonaldeído equivalentes /

kg músculo da posta de serra utilizou-se a curva padrão a partir de 1,1,3,3-

tetraetoxipropano (TEP). A evolução da oxidação da gordura foi acompanhada pela

alteração da concentração de substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico.

4.5.6 Análise microbiológica

A quantificação de bactérias psicrotróficas seguiu as recomendações da

American Public Health Association (APHA), na sua quarta edição do Compendium

of Methods for the Microbiological Examination of Foods (DOWNES; ITO, 2001).

Foram macerados 25 g de músculo e homogeneizados em 225 mL de

solução salina a 0,85% de NaCl, correspondendo à diluição de 10-1. Deste

homogenato, foi retirada uma alíquota de 1 mL e diluída em 9 mL de solução salina

0,85%, correspondendo à diluição 10-2, e assim sucessivamente até a diluição 10-5.

A técnica utilizada para o preparo das placas foi o de Pour-plate. Os tubos

de cada diluição, com as postas de serra, foram homogeneizados com auxílio de um

agitador de tubos (Vortex modelo QL-901). De cada diluição foi retirada uma alíquota

de 1 mL e inoculada em placas de Petri, em duplicata, na qual foram colocados 15

mL de Agar Padrão para Contagem (PCA) pela técnica de pour plate (SWANSON,

PETRAN, HANLIN, 2001). As placas para contagem de bacterias psicrotroficas

foram invertidas e incubadas a temperatura de 7°C por 10 dias em Estufa de

incubação do tipo DBO (QUIMIS modelo Q 315M26).

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51 4.6 Análise estatística

Os resultados foram avaliados usando a análise de variância (ANOVA) e

as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%. A

análise estatística foi realizada utilizando o software STATISTICA (versão 10,

STATISTICA Statsoft Inc., US).

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52 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Extração e caracterizaação de quitosana

5.1.1 Rendimento da extração da quitosana do caranguejo-uçá

Os resíduos de caranguejo podem ser transformados em fontes de

matéria-prima com valor comercial, dando uso ao lixo que traria prejuízo ao meio

ambiente, sendo uma forma de contribuir para a sustentabilidade do nosso planeta.

Tabela 1. Redimento por etapa do processo para obtenção da quitosana.

Etapas Percentual em relação a farinha do caranguejo (%)

Percentual em relação ao peso incial

Pré-lavagem 100 - Desminerilização 16 84,00%

Desproteinização

(quitina)

12,91 87,28%

Despigmentação

(quitina)

12,72 87,09%

Desacetilação

(quitosana)

10,07 89,83%

Foi realizada uma média de cinco amonstragem a parti de 150g de farinha do caranguejo cada.

No processo de desminerilização houve maior redução do peso inicial

divido aos compostos minerais presente na farinha do caranguejo, tendo uma

redução de 84% do peso inicial da materia-prima coforme na tabela 1. Essa redução

substancial no processo de desmineralzação esta veiculada pelo alto teor de

carbanato de cálcio presente no caranguejo-uçá, pois esse mineral proporcionar

rigidez ao exoesqueleto. De acordo com Assis (2008), o principal componente

inôrgânico presente na caparaças de crustáceo é o carbonato de cálcio, no qual é

extraído com ácido clorídrico. No processo de desminerilização a liberação do

carbonato de cálcio ocorre devido ao cloreto liga-se ao cálcio com a formação de

água e liberando gás carbonico.

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53

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

Flu

xo

de

ca

lor

(w/g

)

Temperatura

1

2

Já no processo de desprotenização e despigmentação houve uma

redução de respectivamente de 87,28% e 87,09%, do peso inicial da farinha do

caranguejo-uçá. De acordo com Belgacem (2008), o processo de desproteinização

consiste no tratamento da carapaça do crustáceo com hidróxido de sódio em

conjunto com tratamento térmico e para Campanha-filho (2007) o pigmento mais

abundante presente no exoesqueleto de crustáceos é a astaxantina. No processo de

desacetilação houve uma redução de 89,83% do peso da farinha do caranguejo-uça,

obtendo uma percentual de 10,07% de quitosana. Resultado similar foi obtido por

Demir et al., (2016) que reportam um rendimento para quitina e quitosana extraídas

caranguejo azul (Callinectes sapidus) respectivamente de 11,73% e 9,13%. Como já

mencionado os valores de quitina em crustáceos apresentam uma variação de 25 a

10% depedendo da espécie.

5.1.2 Análise de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC)

A análise de Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) da quitosana foi

realizada com o objetivo de verificar as transições físicas e/ou químicas ocorridas

durante o processo de decomposição.

Figura 7. Análise de calorimetria diferencial de varredura realizada até a temperatura a 25ºC a 400ºC (↑) da quitosana extraída da farinha do caranguejo-uçá (Ucides cordatus).

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54

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

40

60

80

100

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

-1,4

-1,2

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

14,45%

Per

da d

e m

assa

(%)

Temperatura (ºC)

TGA

40,75%

Der

ivad

a da

per

da d

e m

assa

(%.º

C-1)

DTG

13,33%

84,66 ºC

313,18 ºC

A figura 7 descreve o comportamento térmico das curvas DSC para a

quitosana extraída do caranguejo-uçá. A curva DSC no primenro evento térmico

(ponto 1) apresentou uma transição endotérmica, com temperatura 131,58 ºC e

entalpia de -299,1 J/g e o segundo evento térmico (ponto 2) apresentou uma

transição exotérmico com uma temperatura 311,96 ºC e uma entalpia de 266,8 J/g.

O primeiro pico está relacionado com o ponto de fusão do polímero e o segundo pico

esta relacionado com a degradação. Olorunsola et al., (2015), atribuíram uma

temperatura 182,6 ºC de para o ponto de fusão da quitosana extraída de resíduos de

caranguejo (Pachygrapsus mamoratus) e uma entalpia de -164,7 J/g interpretado-a

como o calor latente de fusão, já a degradação do polímero foi a uma temperatura

de 377,9 ºC com a entalpia de 184,9 J/g. García et al., (2015), reportaram valores

similares para a degradação da quitosana a partir de resíduos de lagostas (Panulirus

argus). Observou-se para o comportamento térmico da quitosana extraída do

caranguejo-uçá (Ucides cordatus) possui uma temperatura inferior para a fusão e

degradação do polímero quando comparados a Pachygrapsus mamoratus e

Panulirus argus.

5.1.3 Análise Termogravimétrica (TGA)

A análise termogravimétrica (TGA) e a sua derivada (DTG) permitiu

quantificar a perda de massa envolvida durante o aquecimento da mesma, e revela

o comportamento de degradação térmica do material.

Figura 8. Análise termogravimétrica (TGA) e derivada termogravimétrica (DTG) realizada até a

temperatura a 800ºC da quitosana extraída da farinha do caranguejo-uçá (Ucides cordatus).

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55

Na figura 8 pode-se observar a primeira decomposição, referente à perda

de água, que ocorreu numa temperatura de pico de 84,66 ºC, com uma perda de

massa de 13,33%, já a segunda decomposição, referente a perda do material

cabornizado, ocorreu numa temperatura de 313,18 ºC, com uma perda de massa de

40,75%. Kaya et al., (2016), extraindo quitosana do caranguejo azul (Callinectes

sapidus) observaram dois eventos térmicos para TGA e DTG, com o primeira

decomposição ocorreu em uma temperatura de até 150 ºC , com a perda de massa

de 4% e a segunda composição ocorreu em uma temperatura de 306 ºC, com uma

perda de massa de 61%, os autores relatam a perda de água para a primeira

decomposição térmica e a degradação do polímero com o seguda decomposição.

Em adição, a decomposição da quitosana não se completa em 800 ºC, notando-se

uma massa residual de 30,86%.

5.1.4 Análise de Espectroscopia no Infravermelho (FTIR)

A figura 9 demonstra a espectroscopia na região do infravermelho (FTIR)

que possibitou a interpretação dos grupos funcionais característicos da quitina e

quitosana extraída do caranguejo-uçá (Ucides cordatus).

Figura 9. Espectroscopia na região do infravermelho (FTIR) para quitina e quitosana extraída da

farinha do caranguejo-uçá (Ucides cordatus).

4500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 5004500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

32603480

1312

1660

1553

Tran

smitâ

ncia

(%)

Quitosana

1380

1664

35992909

2900

1609

1378

3280

Número de onda (cm-1)

Quitina

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56 Para os espectros da amostra da quitina pode-se observar na região 3480

cm-1 está associada as vibrações do estiramento axial de O-H e as regiões 3380 a

3260 cm-1 ao estiramento de N-H para o grupo amida, o qual não foi detectado no

espectro da quitosana. Mhamdi et al., (2017) observaram através da quitina

comercial para a região 3460 cm-1 as vibrações do estiramento axial O-H e para a

região 3250 cm-1 estiramento do N-H. Quando observou-se o infravermelho da

quitosana as regiões 3380 e 3260 cm-1 houve o desaparecimento devido a

desacetição do grupo acetoamino (NHCOCH3), com a transformação do grupo

amida em uma amina primária. Para a banda na região 2900 cm-1 é atribuída ao

estiramento C-H. As bandas de 1660 cm-1 são atribuídas a deformação axial do

C=O da amida I. Fernando et al., (2016) analisando a quitina do caranguejo azul

Filipino (Portunus pelagicus) encontrou a mesma banda para deformação axial do

C=O atribuído a amida I. Já a banda 1553 cm-1 é a mistura de dois modos

vibratórios, N-H no plano e o estiramento C-H, chamada de amida II. Satkauskien et

al., 2017 extraíndo quitina do (Ommatoiulus moreleti) conhecido vulgarmente como

milípede português conseguiu identificar na região 1552 cm-1 como modos

vibratórios da amida II. As bandas 1380 cm-1 esta atribuída a deformação angular

simétrica grupo CH3 e banda 1312 cm-1 as ligações C-N e C-H.

Para o espectro da quitosana para a banda 3599 cm-1 corresponde ao

O-H sobreposto com o estiramento N-H e ligações inter-hidrogênio do polissacárido,

já para região 2909 cm-1 ao estiramento C-H, como observadas por Kumari et al.,

(2015), através da quitosana extraída de escamas de pescado. Observou-se um

aumento na intensificação da região 1664 cm-1 quando comparado região 1615 cm-1,

esse aumento indica à prevalência do grupo NH2 sugerido a ocorrência da

desacetilação do grupo acetoamida presente na quitina. Kumari e Rath (2014)

observaram o mesmo comportamento extraindo quitosana de escamas de peixes

(Labeo rohit), com o aumento intensificação da banda 1655 cm-1 em relação à banda

1597 cm-1. A banda 1378 cm-1 corresponde à deformação angular simétrica do grupo

CH3. Embora os espectros do FTIR da quitina e quitosana sejam semelhantes, é

possível identifica as diferenças nas regiões atribuídas ao grupo acetomida, nas

bandas 3380 a 3260 cm-1 e 1604 a1664 cm-1.

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57 5.1.5 Resonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H)

Figura 10. Resonância magnética nuclear de hidrogênio da quitosana extraída da farinha do

caranguejo-ucá (Ucides cordatus).

A resonância magética nuclear foi utilizada para determinar o grau de

desacetilação da quitosana. Na figura 11 mostra os espectros, cujo o pico na região

2,4 ppm corresponde aos núcleos de hidrogênio da metila ligado ao grupo

acetamino e o 3,5 ppm atribuído ao núcelo de hidrogênio na posição 2 do anel de

glicosamina, sendo através desses dois picos os pontos utilizados para a

determinação do grau de acetilação da quitosana extraída que foi de 8 %. Quando o

grau de acetilação é menor que 50% pode dizer que houve a transformação da

quitina em quitosana (Roberts, 1992). Já o grau de decatilação foi de 92%. Como já

mencionado para que haja a converção da quitina em quitosana é necessário que o

grau de desacetilação sejá acima de 50%, mas para ser considerada com o valor

comercial é necessário um grau em torno de 70%. No presente estudo a quitosana

possuído bom grau de desacetilação. Tanto o meio ácido como o meio alcalino pode

ser utilizado para realizar a desacetilação da quitina, mas o a escolha do meio

alcanino é devida as ligações de glicosídicas serem suscetíveis ao meio ácido (Hajji

et al., 2014).

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58 5.2 Caracterização do filme de quitosana comestível

5.2.1 Permeabilidade ao vapor de água e solubilidade

Na tabela 2 pode-se observar a permeabiliade ao vapor (PVA) e solubilidade para

diferentes combinações de quitosana e glicerol na elaboração dos filmes.

Tabela 2 – Análises de Permeabilidade ao vapor de água, solubilidade dos filmes e espessura a base de quitosana 1,5% (Q 1,5%), quitosana 2,0% (Q 2,0%), quitosana (Q 2,5%), com diferentes concentrações de glicerol 0,30% (G 30%), glicerol 0,45% (G 0,45%), glicerol 0,60% (G 0,60%).

Concentrações Permeabilidade ao

vapor de água -

PVA (g/m.dia.atm)

Solubilidade

(%)

Espessura

(mm)

Q 1,5% c G 0,30% 1,59±0,14a 29,13±0,41c 0,099

Q 1,5% c G 0,45% 1,64±0,15ab 25,95±0,46b 0,099

Q 1,5% c G 0,60% 1,86±0,03bc 22,95±0,43a 0,099

Q 2,0% c G 0,30% 1,67±0,03abc 35,49±0,21fg 0,116

Q 2,0% c G 0,45% 2,05±0,14cd 44±0,48de 0,117

Q 2,0% c G 0,60% 2,23±0,03d 32,57±0,46d 0,116

Q 2,5% c G 0,30% 1,74±0,08ab 38,61±0,48h 0,137

Q 2,5% c G 0,45% 1,89±0,04bc 35,83±0,20g 0,140

Q 2,5% c G 0,60% 1,89±0,05bc 34,38±0,28ef 0,140

As médias mais o desvio padrão com letras distintas possui diferença estatistamente significativa entre si pelo teste de Tukey (ANOVA p<0,05).

O aumento 0,5% de quitosana na elaboração dos filmes de 1,5% para

2,0% possibilitou identificar uma relação direta entre concentração do polímero e

PVA. Quanto maior foi a quantidade do polímero maior era a permeabilidade ao

vapor de água para os filmes de 1,5% e 2,0 % de quitosana. Já para os filmes 2,5%

de quitosana o aumento do PVA foi reduzido. Quando analisado o nível glicerol para

os filmes de quitosana produzidos observou-se uma influência na permeablidade ao

vapor de água. Para as formulações de 1,5% e 2,0% de quitosana como o aumento

na adição de 0,3% para 0,60% de glicerol houve uma aumento na PVA com uma

diferença estatistica significativa (p<0,5). Na concentração mediana do glicerol

0,45% não afeta tanto a perda de vapor para os filmes de 1,5% e 2,0% de quitosana.

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59 O caráter hidrofílico do plastificante reduz as forças intermoleculares por

cadeia polimérica da quitosana facilitando a migração de moléculas de vapor de

água e, portanto, resultar em maiores valores de permeabilidade para os filmes

produzidos. Rivero et al., (2016), observaram um aumento na permeabilidade do

vapor de água com a adição de crescente de glicerol para filmes de quitosana. Já na

concentração de 2,5% para os filmes de quitosana, não houve uma diferença

estatisticamente significativa (p<0,05) nas três concentrações de glicerol. O glicerol

aumenta a perda de água dos filmes de 1,5% e 2,0% de quitosana, mas ao analisar

os filmes de 2,5% o platificante não tem nenhum efeito sobre a permeabilidade de

vapor de água.

O glicerol é um composto orgânico com características higroscópica e

hidrofílica, que acabam afetando a permeabilidade ao vapor de água. Baron et al.,

(2017), no estudos de blendas a base de quitosana extraído de caranguejo azul

(Callinectes sapidus) e pectina extraída de laranja (Citrus sinensis Osbeck)

afirmaram que a característica higroscópica do glicerol e dos biopolímeros afetar a

permeabilidade ao vapor de água. Os biopolímeros e glicerol na formulação de

filmes comestíveis apresentam características hidrofílicas em sua estrutura devidas

há predominância de grupos funcionais como os grupos aminos, hidroxilas e

carboxila (NH3, OH-, COO-) ligadas por ligações covalentes, mas essas ligações têm

efeito positivo por tornar os filmes mais homogêneos devido a uma melhor dispersão

do polímero (ASSIS; BRITO, 2014). Para a quitosana estão presentes os grupos

funcionais hidroxilas e aminos, enquanto no glicerol estão presentes as hidroxilas.

Ao analisar a solubilidade dos filmes 1,5% e 2,5% com o aumento

crescente no valor do glicerol houve uma redução na perda do material,

conseguindo manter um maior percentual do polímero quanto maior a concentração

do glicerol com uma diferença estatisticamente signitiva (p<0,05) em todas as

concentrações estudadas. O mesmo perfil foi observado para filmes de 2,0%

quitosana mas sem existir uma diferença estatística (p<0,5) entre as concentrações

0,45% e 0,60% de glicerol. Fundo et al., (2015), estudando a solubilidade de filmes

com diferentes concentrações de quitosana e glicerol, observaram um efeito contário

ao do presente estudo, em praticamente todas as concentrações relatadas pelos

autores houve um aumento para a solubilidade com o aumento do glicerol, mas sem

existir uma relação entre o aumento da solubilidade com o aumento da quitosana.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS … · contém na sua composição química a quitina que através do processo de desacetilação obtem-se a quitosana. Uma das

60 Já no presente estudo o efeito foi inverso em relação adição do glicerol e

para concentração de quitosana. Para as diferentes concentrações de quitosana foi

observado uma relação direta do aumento da solubilidade com o aumento na

concentração de 0,5% do polímero. Portanto, quanto menor a concentração do

polímero menor foram os valores de solubilidade. Para adição do glicerol nos filmes

de quitosana produzidos a partir do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) o efeito

também foi o inverso ao apresentado por Fundo et al., 2015, pois os filmes

produzidos sem adição de glicerol não possibilitaram seu estudo na presente

pesquisa devido sua alta solubilidade em água. O glicerol foi determinante na

redução da solubilidade dos filmes de quitosana, sendo necessário a administração

do glicerol para manter a solubilidade dos filmes reduzidas. Rivero et al., (2016),

ressaltaram a eficiência do glicerol como um plastificante, mas afirmaram um efeito

contrário ao encontrado no presente estudo.

5.2.2 Cor e Opacidade

Tabela 3 – Análises de cor e opacidade dos filmes a base de quitosana 1,5% (Q 1,5%), quitosana 2,0% (Q 2,0%), quitosana (Q 2,5%), com diferentes concentrações de glicerol 0,30% (G 30%), glicerol 0,45% (G 0,45%), glicerol 0,60% (G 0,60%).

Concentrações L* a* b* Opacidade%

Q 1,5% com G 0,30% 82,28±1,70a 0,76±0,07a 13,07±0,77a 21,21±0,63abd

Q 1,5% com G 0,45% 82,68±0,71a 0,71±0,08a 13,83±1,40a 20,53±0,40cd

Q 1,5% com G 0,60% 82,60±0,59a 0,72±0,05a 14,30±1,80a 20,33±0,28c

Q 2,0% com G 0,30% 81,08±0,63b 0,66±0,12a 18,17±1,26b 21,49±0,48ab

Q 2,0% com G 0,45% 81,07±0,51b 0,67±0,13a 18,44±1,12b 20,89±0,32ab

Q 2,0% com G 0,60% 80,73±0,73b 0,71±0,10a 17,36±0,82b 21,00±0,72acd

Q 2,5% com G 0,30% 79,86±1,3b 1,26±0,29b 20,25±1,42c 22,65±0,66e

Q 2,5% com G 0,45% 79,86±1,33b 1,20±0,29b 20,23±0,51c 21,16±0,92b

Q 2,5% com G 0,60% 79,92±0,66b 1,11±0,17b 20,63±0,60c 21,49±0,55ab

As médias mais o desvio padrão com letras distintas possui diferença estatistamente significativa entre si pelo teste de Tukey (ANOVA p<0,05).

A cor e opacidade dos filmes são de extrema importância para as

embalagens, pois essas propriedades podem propiciar uma boa atividade óptica no

controle da incidência de luz, mas ao mesmo tempo tem que assegurar uma

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61 transparência ao produto para que o consumidor possa visualizar o alimento

(COSTA et al., 2015).

A tabela 3 apresenta os valores médios mais o desvio padrão para os

parâmentos L*, a*, b* e opacidade para filmes de quitosana em diferentes

concentrações de glicerol. As concentrações diferentes dos filmes de quitosana com

as combinações de glicerol apresentaram uma variação de 82,68 ± 0,71 a 79,86 ±

1,33 para os valores de luminosidade. Os filmes de quitosana de 1,5% apresentaram

maiores valores de luminosidade quando comparados aos filmes de 2,0% e 2,5% de

quitosana, existindo uma diferença estatisticamente significativa (p<0,05). Portanto,

filmes de 2,0% e 2,5% de quitosana possuem valores de luminosidade menores,

com isso protege mais os alimentos contra a luz penetração da luz. O aumento de

0,5% de quitosana indica uma diminuição na luminosidade, o que torna os filmes

com uma coloração mais intensa devido a uma maior concentração de quitosana.

A cor e opacidade dos filmes são de extrema importância para as

embalagens, pois essas propriedades podem propiciar uma boa atividade óptica no

controle da incidência de luz, mas ao mesmo tempo tem que assegurar uma

transparência ao produto para que o consumidor possa visualizar o alimento

(COSTA et al., 2015). Já a adição de glicerol não interferiu nos valores de

luminosidade em nenhuma das concentrações dos filmes de quitosana.

Para valores da a* (eixo verde – vermelho) na escala Cielab, para os

filmes de 2,5% de quitosana houve diferença estatística (p<0,05) em relação aos

filmes de 1,5% e 2,0%. Para os valores de a* os filmes de 2,5% de quitosana que

sofreu uma variação de 1,11 ± 0,17 a 1,26 ± 0,29, quando comparado aos filmes de

1,5% quitosana com uma variação de 0,71 ± 0,08 a 0,76 ± 0,07 e aos filmes de 2,0%

de quitosana com uma variação de 0,66 ± 0,12 a 0,71 ± 0,10, e esses valores

positivos indicam uma predominância maior para a cor vermelha. O aumento na

concentração do glicerol não proporcionou uma diferença para os valores de a* para

os filmes estudados.

Para os valores de b* (eixo azul – amarelo) houve uma tendência de

crescimento com o acréscimo de 0,5% de quitosana na elaboração dos filmes.

Essse crescimento já era esperado, devido os valores de b* indicarem a presença

da cor amarela, sendo essa, a coloração dos filmes produzidos. Portanto, quanto

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62 maior a concentração da quitosana nos filmes produzidos maior era a intensidade da

cor amarelada. Para os valores de b* as três concentrações de quitosana testadas

diferenciaram estatisticamente entre si (p<0,5), apresentando valores de 13,07 ±

0,77 a 14,30 ± 1,80 para quitosana de 1,5%, 17,36 ±0,82 a 18,44 ± 1,12 para

quitosana de 2,0% e 20,23 ± 0,51 a 20,63 ± 0,60 para quitosana 2,5%.

López-Mata et al., (2017), reportaram uma redução para valores de a* em

filmes de 1% de quitosana quando comparado aos filmes de 2% quitosana, já para

os valores de b* foi encontrado o mesmo padrão do presente trabalho, com o

aumento nos valores de b* com o aumento na concentração de quitosana, mas no

entanto essa diferença não foi tão significitiva como a encontrada no presente

trabalho. O glicerol não influenciou para os valores de b*.

Os valores de opacidade praticamente não diferem entre si, sendo

observado maior valor de opacidade para o filme quitosana de 2,5% com 0,3% de

glicerol com valor de 22,65 ± 0,66 quando comparado às todos os filmes estudados.

Souza et al., (2017), reportaram que a opacidade do filmes de quitosana é

influenciada através de suas características devido a cor opaca e densa. Quanto

maior a opacidade dos filmes, menor a quantidade de luz que atravessa o filme

funcionando como uma barreira para controlar a incidência de luz para os produtos

alimentares.

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63 5.2.3 Propriedades Mecânicas

Tabela 4 – Análises propriedades mecânicas dos filmes a base de quitosana 1,5% (Q 1,5%), quitosana 2,0% (Q 2,0%), quitosana (Q 2,5%), com diferentes concentrações de glicerol 0,30% (G 30%), glicerol 0,45% (G 0,45%), glicerol 0,60% (G 0,60%).

Concentrações Tensão na ruptura – TR

(MPa)

Deformação na ruptura - DR

(%)

Q 1,5% c G 0,30% 7,71±0,67c 49,90±4,51abc

Q 1,5% c G 0,45% 1,72±0,06a 58,48±8,13bc

Q 1,5% c G 0,60% 1,73±0,22a 71,64±4,91d

Q 2,0% c G 0,30% 10,96±0,41e 43,61±3,92ab

Q 2,0% c G 0,45% 10,89±1,07de 48,16±1,46abc

Q 2,0% c G 0,60% 4,86±0,87b 73,91±8,63d

Q 2,5% c G 0,30% 28,88±1,31g 37,59±4,50a

Q 2,5% c G 0,45% 23,11±1,33f 44,09±4,67ab

Q 2,5% c G 0,60% 9,14±0,73cd 44,69±4,48ab

As médias mais o desvio padrão com letras distintas possui diferença estatistamente significativa entre si pelo teste de Tukey (ANOVA p<0,05).

Várias são as estratégias para melhorar as propriedades mecânicas dos

filmes comestíveis a base de quitosana, como a adição de plastificante

(GIANNAKAS et al., 2016). Como a quitosana forma filmes quebradiços e com baixa

resistência mecânica, é necessário à adição de um plastificante para melhorar essas

propriedades e permitir a sua utilização na produção de filmes para embalagens

(FIORI et al., 2014).

Na tabela 4 pode ser observado que o aumento na concentração do

glicerol proporcionou uma redução nos valores de tensão na ruptura para os filmes

de quitosana analisada. Para filmes 1,5% de quitosana com de glicerol houve uma

redução no valor de tensão ruptura (TR) com adição crescente de glicerol obtendo

menor valor para maiores concentrações do plastificante. Já para os filmes 2,0% de

quitosana observou-se o mesmo efeito para redução da tensão na ruptura com o

aumento na concentração do glicerol, sendo mais significativa para adição de 0,6%.

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64 Os maiores valores de tensão de ruptura foram encontrados para os

filmes de 2,5% de quitosana. No geral quanto maior a concentração do polímero

maior eram os valores da tensão de ruptura. Para os filmes de 2,5% houve uma

redução para os valores de TR com uma diferença estatisticamente significativa

(p<0,05) para os três níveis de glicerol 0,30%, 0,45% e 0,60%. Silva et al., (2016),

descreveram a mesma situação para adição de 0,2% de glicerol em filmes de 1% de

quitosana, com uma redução nos valores de tensão na ruptura de 49,04 PMa para

12,36 PMa, os autores ainda ressaltaram que o plastificante modificar as interações

inter e intramolecular da quitosana, interferindo na redução da atração

intermolecular.

Para a deformação na ruptura (DR), observou-se um aumento para os

filmes de 1,5% de quitosana com adição dos três níveis de glicerol testados, quanto

maior concentração do glicerol melhor era a capacidade de alogamento para os

filmes estudados. O mesmo se observou quando analisado os filmes de 2,0% de

quitosana para o aumento deformação na ruptura com adição crescente do glicerol,

obtendo o maior valor para adição de 0,6% de glicerol que foi de 73,91 ± 4,91%.

Para os filmes de 1,5% e 2,0% de quitosana o glicerol aumentou a deformação na

ruptura. Sabe-se que a principal função do plastificante é melhorar a flexibilidade e

estrutura do polímero, pois é conhecido que os plastificantes são matérias de baixo

peso molecular, e essa característica facilita a interação do plastif icante com os

polímeros, devido à ocupação dos espaços intermoleculares da cadeia do polímero

o que causa a redução das forças secundárias entre eles (JARAMILHO et al., 2016).

Já para os filmes 2,5% de quitosana não foi observado uma diferença

estatisticamente significativa (p<0,05) para os três níveis de glicerol estudado.

Debandi et al., (2016), no estudo da deformação na ruptura de filmes de 3% de

quitosana, observaram para deformação de ruptura um aumento de 4,5% para 71,

5% com aplicação de 0,5% de glicerol, resultado similares ao encontrado na

presente pesquisa principalmente em relação aos filmes de 1,5 e 2,0% de quitosana

com aplicação de 0,6% de glicerol. Ren et al., (2017), relataram que a adição de

glicerol aumentou o alongamento na ruptura e diminuiu a resistência a tração dos

filmes a base de quitosana. Bem é sabido que o plastificante tem a função de

aumentar o alogamentos dos filmes, mas existir um efeito inverso em relação à

tensão na ruptura.

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65 Quanto maior a concentração de quitosana para os filmes produzidos

maiores foram valores de TR e menores para DR. Resultados similares foram

observados em relação ao aumento nos valores deformação da ruptura e diminuição

nos valores de tensão na ruptura com aumento de 0,5% na concentração para os

filmes de quitosana (MOHORAMED et al., 2013).

5.2.4 Atividade antimicrobiana

Atualmente vários estudos estão sendo realizados para comprovar a

atividade microbiana da quitosana para aplicação em alimentos, tanto para manter a

sua qualidade como para prolongar o tempo de prateira.

Tabela 5. Atividade antimicrobiana através do método de difusão de disco para as concentrações de quitosana de 1,5%, 2% e 2,5% e o glicerol (puro) para bactérias Gram positivas (Staphylococcus aureus e Vibrio parahaemolyticus) e Gram negativas (Escherichia coli e Salmonella entérica).

Concentrações

halo de inibição em (mm)

Staphylococcus

aureus

ATCC 25923

Vibrio

parahaemolyticus

IOC 18950

Escherichia

coli

ATCC 25922

Salmonella

entérica

ATCC 13076

Quitosona 1,5% 16,22 14,11 16,5 14,28

Quitosana 2,0% 16,02 14,08 15,9 11,65

Quitosana 2,5% 15,99 13,98 12,33 9,8

Glicerol (Vetec) 0 0 0 0

Na tabela 5 estão dispostas as quantificações do halo de inibição para as

cepas-padrão. A formação de um halo transparente, como pode ser visualizada na

figura 10, indica resultado positivo, ou seja, ação antimicrobiana das soluções

filmogênicas de quitosana.

Para as cepas de Staphylococcus aureus pode-se verificar que houve

uma redução no diâmentro com o aumento na concentração de quitosana. O mesmo

perfil foi encontrado para cepas de Vibrio parahaemolyticus com uma formação de

zona de inibição um pouco menor do que a encontrada por cepas de

Staphylococcus aureus. Hajji et al., (2015), relataram resultado positivo na atividade

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66 antimicrobiana para Staphylococcus aureus (ATCC 25923) com a quitosana extraída

a partir de três espécies diferentes organismos aquáticos, o camarão (Penaeus

kerathurus), o caranguejo (Carcinus mediterraneus) e a sépia (Sepia officinalis).

Para 5% de revestimento de quitosana, os autores obteveram os seguintes valores

para zonas de inibição: a sépia apresentou 14 mm, o caranguejo 12 mm e 9 mm

para o camarão. Além das zonas de inibições serem menores quando comparadas

as da quitosana extraída do caranguejo-uçá, a menor concentração de quitosana já

foi mais eficiente no controle da atividade antimicrobiana.

Para cepas de Escherichia coli houve um crescimento na formação da

zona de inibição com a redução na concentração das soluções filmogênicas de

quitosana. As cepas de Salmonella entérica também demonstraram o mesmo

comportamento das cepas de Escherichia coli citadas anteriormente. Remya et al.,

(2016), não conseguiram encontrar uma atividade antimicrobiana para mesma

cepas-padrão de Staphylococcus aureus e Escherichia coli na concentração de 1,5%

de quitosana. Foi apenas observada uma zona de inibição quando houve a adição

de óleo de essencial de gengibre. Os autores relataram que para a maior

concentração utilizada desse óleo (0,3%) foi verificada uma zona de inibição de

14,50 mm para Staphylococcus aureus e 4,5 mm para Escherichia coli.

A atividade antimicrobiana é influenciada pelo grau de desacetilação. Na

literatura várias explicações relacionam a atividade antimicrobiana com o grupo

amino presente na quitosana. A protonação deste grupamento provoca a lise da

parede celular bacteriana que é carregada negativamente e quanto maior o grau de

desacetilaçação maior será a quantidade de grupo amino livre na molécula. A

quantidade de grupo amino (–NH3+) carregada positivamente tem um efeito na

atividade antimicrobiana da quitosana (CRUZ-ROMERO et al., 2013). A atividade

antimicroniana cresce com o aumneto no número do grupo amino presente na

molécula da quitosana devido ao aumento a carga positiva do polímero (MOHY

ELDIN, 2012). Além do grau de desacetilação da quitosana o peso molecular e o pH

também estão relacionados com a atividade antimicrobiana. Chag et al., (2015)

relataram que em pH ácido (5,0 e 6,0) houve um aumento da atividade na

antimicrobiana com o aumento do peso molecular. Já para o pH neutro (7,0) o efeito

foi inverso, ou seja, quanto menor o peso molecular da quitosana maior era atividade

antimicrobiana. O efeito da atividade antimicrobiana em relação ao peso molecular

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67 proposto é que a quitosana com o baixo peso molecular, após a quebrar da parede

celular bacteriana entra em contato com o DNA ou RMA ligando-se os mesmos com

inibição da síntese do ácido nucleico (JENNINGS e BUMGARDERDNER, 2017).

As soluções filmogênicas de quitosana apresentaram uma maior atividade

antimicrobiana para as cepas Gram positivas quando comparadas as Gram

negativas. A estrutura da parede celular das bactérias Gram negativas e Gram

positivas são diferenciadas, pois a parede celular das Gram positivas é constituída

de peptidoglicano em uma maior proporção em relação às Gram negativas, mas as

Gram negativas apresentam uma membrana mais externa rica em glicolipídeo e

glicoproteína. Hoog, 2005 confirma uma maior proporção para de peptiglicano na

parede celular das bactérias Gram positivas, mas resalta uma membrana mais

externa rica de lipopolissácarideo e proteínas para as bactérias Gram negativas.

Essa característica pode sugerir uma maior resistência à ação bactericida ou

bacteriostática da quitosana para as Gram negativas em relação às Gram positivas.

Figura 11. Representação da atividade microbiana nas placas de petri para soluções filmogênicas de quitosana de 1,5%, e 2,0% e 2,5%.

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68 5.2.5 Custo de produção para cada solução de revestimento

Tabela 7. Custo de produção das soluções de revestimento produzido a partir do caranguejo-uçá.

Revestimento Litros Preco R$

1,5 % 1 8,75

2,0 % 1 11,67

2,5% 1 14,59

Sem considerá os gastos com energia elétrica e água.

Para produzir 15 g de quitosana do caranguejo-uçá existir um gasto de

87,54 reais em escala laboratorial. Os custos podem ser reduzidos em uma escala

comercial encontrando uma forma de aperfeiçoar a extração e aquisição de

reagentes com preços mais baratos. Ao analisar a tabela 6, pode-se observado que

as soluções de 1 litro de revestimentos não se tornam muito caro para produzir-los,

podendo o preço ser ainda mais diluído ao revestir os produtos alimentícios sem

afeta tanto o preço final para o consumidor e mesmo tempo um ganho com o

aumento no tempo de prateira do produto.

5.2.6 Determinação do coeficente de espalhamento dos revestimentos de quitosana

A tensão superficial através de reagentes puros (água, formamida e

tolueno) para as postas de serra (Scomberomorus brasiliensis) foi realizada com o

intuito de se verificar a tensão superficial do pescado para posterior escolha da

solução de revestimento de quitosana que melhor se aderaria a supefície do

pescado.

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69 Tabela 7. Coeficiente de espalhamento (Ws) para o teste de diferentes concentrações de quitosana e glicerol.

Solução Quitosana (w/v) Glicerol (w/v) Ws (mN/m)

1 1,5% 0,30% -27,31±6,13a

2 1,5% 0,45% -16,86±2,66cd

3 1,5% 0,60% -15,18±6,30cd

4 2,0% 0,30% -24,33±6,52ab

5 2,0% 0,45% -14,30±5,17cd

6 2,0% 0,60% -11,72±4,56d

7 2,5% 0,30% -21,06±6,34abc

8 2,5% 0,45% -17,98±6,16bc

9 2,5% 0,60% -15,17±2,10cd

As médias mais o desvio padrão com letras distintas possui diferença estatistamente significativa

entre si pelo teste de Tukey (ANOVA p<0,05).

De acordo com Zisman (1964) a superfície de um sólido precisa ter uma

tensão superficial abaixo de 100 mN/m. No presente estudo a tensão superficial da

superfície da posta de serra foi de 62,03 mN/m, indicando que ela é de baixa energia

e podendo portanto, ser aplicado o ângulo de contato para a determinação do

coeficiente de espalhamento (WS).

Na tabela 7 estão dispostos os coeficentes de espalhamento para nove

soluções de revestimento de quitosana testadas. Foi observado quanto maior a

concentração de glicerol melhor foi a molhabilidade. Para as soluções de

revestimento de quitosana de 1,5% com o aumento na concentração de 0,30%,

0,45% e 0,60% de glicerol, houve um aumento nos seguintes valores de W s

respectivamente: -27,31 mN/m para -16,86 mN/m e -15,18 mN/m. Nas soluções de

revestimento 2,0% de quitosana o aumento nas concentrações do plastificante

proporcionaram as mesmas reduções para o coefeiciente de espalhamento, sendo

observado como o melhor coeficiente para solução de revestimento de 2,0% com

0,6% de glicerol que foi -11,72 ±4,56 mN/m. Já para as soluções de revestimento

2,5% de quitosana com as concentrações crescentes do glicerol foi observado o

mesmo perfil das soluções de 1,5% e 2,0%.

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70 Alcântara (2015), afirmou para o coeficiente de espalhamento uma

redução nos valores para soluções de revestimento de quitosana nas concentrações

1,0% e 2,0% aumento do glicerol para superfície de camarão (Litopenaeus

vannamei), portanto o efeito inverso encontrado na presente pesquisa com posta de

serra. O autor enfatizar resultado semelhante quando estudou soluções de

revestimento de 1,5% de quitosana com aumento crescente do glicerol. Pinnheiro et

al., (2010), afirmaram que a concentração de quitosana e de plastificante (glicerol ou

sorbital) dimimuen o coefiente de espalhamento. O mesmo pode ser dito ao analisar

os valores obtidos para as soluções de revestimento de quitosana com as diferentes

concentrações de glicerol.

Quanto mais próximo de zero for o coeficiente de espalhamento, maior a

capacidade da solução filmogênica de revestir o pescado. Por esse motivo, a

escolha da solução de quitosana com o nível de glicerol empregado foi determinada

com o valor que mais se aproximou de zero. De acordo com dados obtidos para as

soluções de quitosana optou-se pela solução 6, mesmo sabendo que a solução 6

não difere (p<0,05) quando comparada as soluções de 2, 3, 5 e 9. A concentração

do revestimento de quitosana que foi utilizada para o revestimento das postas de

serra (Scomberomorus brasiliensis) foi de 2,0% de quitosana com 0,60% de glicerol.

5.3 Análises das postas de serras congeladas

5.3.1 Determinação da perda de peso, perda revestimento e perda de glaze das

postas de serra

5.3.1.1 Perda de peso das postas de serra

A figura 12 demonstra a perda de peso para o grupo Controle das postas

de serra (Scomberomorus brasiliensis) congeladas a -18ºC no período de 180 dias.

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71 Figura 12. Perda de peso para grupo controle das postas de serra (Scomberomorus brasiliensis) estocada congelada a -18 ºC por um período de 180 dias.

Cada coluna representa a média ± o desvio padrão de sete das amostras de posta de serra. Letras distintas possui diferença estatistamente significativa entre si (teste de Tukey, p<0,05).

A perda de água, é um dos indicadores físicos importantes para avaliar a

qualidade do peixe, não só por afetar a textura, a aparência e o sabor, mas também

é de grande importância econômica, já que o peixe é vendido por peso (HUFF-

LOBERGAN; LONERGAN, 2005). Para o primeiro dia foi observada uma perda de

peso de 0,88%, e essa perda de peso tornou-se crescente até os 180 dias de

análise, mas só foi possível verificar uma perda de peso significativa (p<0,05) a partir

dos 150 dias que foi de 1,13%, permanecendo com a diferença aos 180 dias de

1,66% em relação ao peso inicial. Soares et al., (2015), afirmaram que a baixa perda

de peso dos filés de salmão pode ser explicada devido ao controle efetivo da

temperatura de armazenamento. A perda de peso por conta da desidratação sofrida

pelo os alimentos é dependente do tipo de freezer onde estes alimentos são

armazenados (JOHNSTON et al., 1994). No presente trabalho a perda de peso foi

crescente no período em que as postas de serra (Scomberomorus brasiliensis)

permaceram em armazemamentos. Ao final do experimento (180 dias) pode-se

verificar uma perda de peso menor que 2% do peso incial das postas de serra

congeladas.

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 1 dia 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias 150 dias 180 dias Perca de peso (%) Tempo de estocagem -18 ºC (dias) a ab ab ab bc c c

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72 5.3.1.2 Perda de revestimento e perda de glaze das postas de serra

A perda de glaciamento ou revestimento de quitosana é uma análise

muito importante na manutenção da qualidade das postas de serra (Scomberomorus

brasiliensis).

A taxa de absorção inicial do revestimento de quitosana foi 10,85%,

enquanto a do glaciamento foi de 6,66%. A taxa de absorção do glaze pode variar

de 4 a 10% em alimentos congelados. Essa taxa de absorção vai depender do

produto glaceado. Entretanto esta variação pode variar de 2 a 20% e em alguns

extremos os produtos de origem marinha podem chegar a uma taxa de 25 a 40%.

Porém os valores entre 6 a 10% para filés de pescado são normalmente adequados

para proteção contra a desidratação e a oxidação na perda da qualidade no período

de armazemamento de pescado congelado (POPELKA et al., 2012). A taxa de

absorção de revestimento de quitosana no referido estudo foi superior a do

glaciamento.

Figura 13. Perda de revestimento da quitosana de 2% com 0,6% de glicerol e glaze nas postas de serra (Scomberomorus brasiliensis) estocada a -18 ºC por um período de 180 dias.

Cada coluna representa a média ± o desvio padrão de sete das amostras de posta de serra revestida e glaceada. Letras minúsculas distintas representam uma diferença estatisticamente signicativa para o mesmo dia entre o revestimento e glace e letras maiúsculas distintas representam a diferença estatisticamente signifivativa entre os dias e a coluna de mesma cor (teste de Turkey, p<0,05).

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias 150 dias 180 dias Perda de revestimento e glaze (%) Tempo de estocageem -18 ºC (dias) Glaze Quitosana a a a a a a a b a b a b A AB B BC C C A AB AB AB AB B

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73 Na figura 13 pode-se observar que a perda de revestimento é bem inferior

a do glaciamentos realizado nas postas de serra. Desde aos 30 dias a perda de

revestimento de quitosana é menor que a perda de glaciamento, mas é a partir dos

120 dias de estocagem que a perda de revestimento de quitosana sobrassaiu em

relação ao glaciamento podendo ser identificado uma diferença estatística

significativa (p<0,05) até os 180 dias, com uma perda de 4,41% para revestimento

de quitosana e com e 7,24% para glaciamento aos 180 dias de estocagem. A perda

de glaciamento é praticmante o dobro da perda do revestimento de quitosana ao

final das análises.

O revestimento de quitosana além de apresenta uma maior taxa de

absorção nas postas de serra (Scomberomorus brasiliensis) também apresentou

uma menor perda de revestimento quando comparado ao da perda de glaciamento.

Soares et al., (2013), observaram resultados maiores para a perda do glaciamento

em relação a perda de revestimento de quitosana, mas essas perdas não diferiram

estatisticamente entre si. Os autores ressaltaram uma menor perda de revestimento

de quitosana devido a reologia (ramo da ciência que estuda as deformações e

escoamento da matéria) da quitosana no filé de salmão (Salmo salar) quando

comparado com a água. A perda de revestimento de quitosana em relação aos dias

de estocagem praticamente não diferiu estatisticamente (p<0,05). O mesmo ocorreu

para a perda de glaze.

5.3.2 Análises das proriedades físico-químicas das postas de serra

5.3.2.1 pH

O pH é um parâmetro físico-quimico muito utilizado na avaliação de

pescados na indicação do índice de frescor.

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74 Figura 14. O pH do músculo de posta de serra (Scomberomorus brasiliensis) para o

grupo controle, glaze e revestimento de quitosana de 2% com 0,6% de glicerol estocada a -18 ºC por

período de 180 dias.

Cada coluna representa a média ± o desvio padrão de do controle, glaze e revestimento de quitosana. Letras minúsculas distintas representam uma diferença estatisticamente significativa para o mesmo dia para o grupo controle, glace e revestimento de quitosana. Letras maiúsculas distintas representam a diferença estatisticamente significativa entre os dias e a coluna de mesma cor (teste de Turkey, p<0,05).

Na figura 14 o pH das postas de serra (Scomberomorus brasiliensis) do

primeiro dia até o trigésimo dia não foi verificada uma diferença para os grupos

Controle, Glaciamento e o de Revestimento de quitosana. Os valores de pH até o

trigésimo dia permaneceram respectivamente 6,71, 6,71 e 6,70. Segundo He; Xiao

(2016), o pH inicial do pescado varia ente 6 e 7, e essa variação é depedente da

espécie do peixe analisada, da sua alimentação, do período da estação do ano, da

alta atividade de estresse na captura e do tipo de músculo do pescado.

Nos 60 dias ocorreu um aumento nos valores do grupo Controle em

relação ao do Glaciamento e ao do Revestimento de quitosana, sendo observada

uma diferença significativa (p<0,05). Esse perfil de aumento no pH do grupo

Controle em relação ao do Glaciamento e do Revestimeto de quitosana se repetiu

até os 120 de estocagem com valores respectivos de 7,4, 7,23 e 7,14. Somente aos

120 dias de estocagem é que foi detectada uma diferença (p<0,05) entre o grupo

Controle, o do Glaciamento e o do Resvetimento de quitosana. Aos 180 dias de

5,8 6 6,2 6,4 6,6 6,8 7 7,2 7,4 7,6 7,8 1 dia 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias 150 dias 180 dias pH Tempo de estocagem -18 ºC (dias) Controle Glaze Quitosana a a a a a a a a b b b b b b b b a a a c c A B C CD D D D A B C CD CD E DE A B C C C C C

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75 armazemanento o grupo Controle apresentou 7,57; o do Glaciamento foi de 7,36 e o

de Revestimento de quitosana foi 7,17.

A queda no pH inicial pode estar associada ao acúmulo do ácido lático

devido a degradação do ATP durante o processo de glicólise anaeróbica no estágio

de rigor. Enquanto o aumento do pH está ligado com a formação de aminas

biogênicas e amônia produzida por enzimas endógenas ao pescado ou por ação de

micro-organsimos (LIU et al., 2013). O Regulamento da Inspeção Industrial e

Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) estabelece limites máximos de

pH de 6,5 para parte interna do pescado fresco (BRASIL, 1997). Todas os

tratamentos empregados apresentarão valores acima do permitido para os valores

do pH após os sessenta dias.

Entre os tratamentos empregados o Revestimento de quitosana

prevaleceu em relação ao do Glaciamento e o do grupo Controle, sendo evidente

principalmente aos 150 dias de estocagem. Soares et al., (2015) estudaram o efeito

do glaze e revestimento de quitosana para manter o frescor em filés de salmão

(Salmo salar) congelado. Eles não encontraram diferença estatística significativa

para aplicação dos dois tratamentos em relação ao grupo Controle aos cento e

oitenta dias de estocegem. Os valores encontrados pelos autores aos quarenta dias

já sugeria que os filés de salmão estavam impróprios para o consumo de acordo

com a legistalção brasileira.

Quando analisado o pH por cada tratamento em comparação aos dias de

estocagem, obervou-se que para o grupo Controle houve uma queda em relação ao

primeiro dia até os trinta dias. Já para os 60 dias até os noventa dias de estocagem

o pH aumentou com uma diferença estatisticamente significativa (p<0,05), porém

nos noventa dias até os cento e oitenta dias não houve uma diferença. Para o

Glaciamento e Revestimento de quitosana apresentaram o mesmo perfil de queda

inicial do pH, mas não houve diferença (p<0,05) no cresimento do pH a partir do 60

dias até os 180 dias para esses dois tratamentos

O Revestimento de quitosana apresentou menores valores para o pH nas

postas de serras (Scomberomorus brasiliensis), conforme a comparação entre os

grupos aplicados, e também para os dias de estocagem. Yu et al., (2017) afirmam

que o revestimento de quitosana reduz a formação de compostos alcalino com a

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76 inibição da deteriorização por microbiana, com valores de pH mais baixo quando

comparados a pescado sem aplicação de revestimento base de quitosana.

Como já mencinado, de acordo com (RISPOA) os valores de pH a partir

dos 60 dias estão acima do pertimido para legislação brasileira. Silva et al., (2016)

relataram a importância do pH como sendo uma análise físico-química bastante

importante na determinação da qualidade do frescor do pescado. Porém os autores

ressaltam que esse parâmetro não deve ser usado de forma isolada para avaliação

de pescados.

5.3.2.2 Nitrogênio das bases voláteis totais

Para a comercialização de produtos torna-se necessário levar em

consideração a qualidade inicial da matéria-prima, tanto para importação quanto

para venda no mercardo interno. Deve-se ter ainda mais atenção com os pescados

de origem marinha, já que possuem uma maior tendência de deterioração devido

aos seus componentes químicos. Um dos parâmetros muito utilizados na avaliação

da qualidade do pescado é a análise do nitrogênio das bases voláteis totais

(ELMASRY et al., 2016). A produção das bases voláteis totais se dá pela ação de

enzimas endógenas do pescado e/ou por ação bacteriana. Isso causa a perda do

frescor e o aparecimento dos primeiro sinais de putrefação do peixe (OLIVEIRA et

al., 2014).

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77 Figura 15. Nitrogênio das bases voláteis (N-BVT) do músculo de posta de serra (Scomberomorus brasiliensis) para o grupo controle, glaze e revestimento de quitosana de 2% com 0,6% de glicerol estocada a -18 ºC por período de 180 dias.

Cada coluna representa a média ± o desvio padrão de do controle, glaze e revestimento de quitosana. Letras minúsculas distintas representam uma diferença estatisticamente significativa para o mesmo dia entre o controle, glaze e revestimento de quitosana e letras maiúsculas distintas representam a diferença estatisticamente significativa entre os dias e a coluna de mesma cor (teste de Turkey, p<0,05).

Os valores detectados de nitrogênio de base volátil total (N-BVT) do

presente estudo encontram-se na figura 15. No primeiro dia não foi detectada uma

diferença para as posta de serra (Scomberomorus brasiliensis) do grupo Controle

em relação ao do Glaze e do Revestimento de quitosana. Foi identificada uma

diferente estatistica significativa (p<0,05) no trigésimo dia de estocagem até os 150

dias. Esse perfil modificou-se nos 180 dias de estocagem, pois o grupo Controle e o

Glaze não apresentaram diferença, mas essa diferença foi evidente para o

revestimento de quitosana. Já quando se comparou o Glaciamento com o

Revestimento de quitosana identificou-se uma diferença significativa (p<0,05) aos 30

dias e aos 90 dias de estocagem. Essa diferença se tornou bem evidente aos 180

dias de estocagem quando os valores foram bem menores quando se comparou os

do Glaciamento e os do Revestimento de quitosana.

Soares et al., (2017), ao pesquisarem revestimento de quitosana e

glaciamento em filés de salmão em um período de 180 dias de estocagem,

relataram valores baixos para N- BVT. Os valores de N-BVT encontrados por esses

autores permaneceram em torno de 10 mg N-BVT/ por 100g do pescado em 180

0 1 2 3 4 5 6 7 8 1 dia 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias 150 dias 180 dias N-BVT mg/ 100g do músculo de serra Tempo de estocagem -18 ºC (dias) Controle Glaze Quitosana a a a a b c a b b D a b c a a a b b b b a c A BC BC CD CD E A B B B B B C

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78 dias de estocagem a -18 ºC. Não foi identificada uma diferença significativa entre o

glaciamento e o revestimento de quitosana. Os autores enfatizaram que os valores

baixos de N-BVT encontrados na referida pesquisa foi devido às boas condições de

frescor inicial dos filés de salmão e a temperatura ideal para a conservação do

pescado analisado. O presente trabalho com as postas de serra também foi possível

identificar o mesmo padrão em relação aos baixos valores de N-BVT, mas houve um

diferencial no presente estudo, principalmente aos 180 dias de estocagem, quando

foi identicado uma diferença mais evidente para valores analisados em relação ao

Revestimento de quitosana quando comparado ao Glaciamento.

Para analise do grupo controle em relação ao dias de estocagem,

observou-se que para os 30 dias até os 150 dias de estocagem não houve uma

diferença, sendo que o mesmo ocorreu para as postas de serra glaciadas nos 30

dias e nos 150 dias. Essa diferença tornou-se signigicativa (p<0,05) aos 180 dias de

armazenamento, tanto para o grupo Controle como para o do Glaciamento. Um fato

positivo foi o controle no crescimento nitrogênio das bases voláteis totais relação às

postas de serra Revestidas com quitosana no período de estocagem. Os 180 dias

de armazenamento não foram suficientes para se observar grandes mudanças no

frescor das postas de serras para com os tratamentos elaborados no presente

estudo. Já que os valores de N-BVT foram valores muito baixos, sendo detectados

6,35 mg N-BVT/100 g músculo para o grupo Controle, 5,97 mg N-BVT/100 g para o

glaciamento e 1,68 mg N-BVT/100 g músculo para o Revestimento de quitosana.

Segundo Ogawa; Maia (1999) o pescado com valores entre 5 e 10 mg N-

BVT/100 g no músculo do pescado são considerados pescados frescos. Diante do

exposto, pode-se concluir que todos os tratamentos avaliados encontram-se em

ótimo estado de frescor até o último dia de estocagem em congelamento. Pois para

serem considerados impróprios para o consumo os valores devem estar acima de 30

mg N/100 g para peixes inteiros e eviscerados, excluídos os elasmobrânquios,

segundo a Secretaria da Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuário

e Abastecimento DAS/MAPA (Gonçalves 2011). Embora os valores de N-BVT se

encontrando abaixo do permitido, os de valores detectados no grupo do

Revestimento de quiosana ainda foram bem mais baixos que os que foram tratados

apenas com o Glaciamento.

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79

5.3.2.3 Determinação de substâncias reativas ao ácido tiobabitútico (TBARS)

Um dos métodos clássicos para a mensurar a oxidação em alimentos é a

determinação de susbstâncias reativas ao ácido tibabitúrico (TBARS). O teste do

ácido tibabitúrico (TBA) quantifica o malonaldeído (MDA), um dos principais produtos

de decomposição dos hidroperóxidos de ácidos graxos poliinsaturados, formado

durante o processo oxidativo o MDA, que é um dialdeído de três carbonos, com

grupos carbonilas nos carbonos C-1 e C-3. Ao se optar pelo teste de TBA, deve-se

conhecer a composição dos ácidos graxos do alimento em análise, uma vez que o

teste mede a extensão da oxidação de lipídios com três ou mais duplas ligações.

Esta análise é considerada de grande importância na avaliação de pescados

(OSAWA et al., 2005).

Figura 16. Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico do músculo de posta de serra (Scomberomorus brasiliensis) para o grupo controle, glaze e revestimento de quitosana de 2% com 0,6% de glicerol estocada a -18 ºC por período de 180 dias.

Cada coluna representa a média ± o desvio padrão de do controle, glaze e revestimento de quitosana. Letras minúsculas distintas representam uma diferença estatisticamente significativa para o mesmo dia entre o controle, glaze e revestimento de quitosana e letras maiúsculas distintas representam a diferença estatisticamente significativa entre os dias e a coluna de mesma cor (teste de Turkey, P < 0,05).

Durante o armazenamento de produtos congelados, principalmente o

pescado de origem marinha, pode ocorrer o desenvolvimento de uma secagem

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 1 dias 30 dias 60 dais 90 dias 120 dias 150 dias 180 dias TBARS (mg de malonaldeído/ Kg do músculo de posta de serra) Tempo de estocagem -18 ºC (dias) Controle Glaze Quitosana a a b a a a b b a a a a a b b b b b b b b A A B B B C C

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80 superficial e por consequência uma desidratação, o que leva a queimadura pelo frio,

tal fato pode afetar a qualidade do alimento devido a oxidação gerada e a

consequente formação de um gosto de ranço (ÇOBAN et al., 2013).

Na figura 16 pode-se observar a eficiência do Glaciamento e do

Revestimento de quitosana para proteção do pescado contra a oxidação lipídica. O

grupo Controle não apresentou diferença quando comparado ao Glaciamento e o

Revestimento de quitosana até 30 dias. Só no primeiro dia os valores de

malonaldeído no Revestimento de quitosana diferem do Glaciamento e do grupo

Controle. Após 60 dias o Glaciamento e o Revestimento de quitosana sobressai em

relação ao Grupo controle até 180 dias de uma forma crescente, com uma diferente

significativa (p<0,05). A oxidação é uma causa importante na deterioração da

qualidade de pescado congelado de origem marinha, pois o músculo do peixe torna-

se susceptível a oxidação durante o período em que permanace congelado devido à

abundância de ácidos graxos poli-insaturados presentes na carne do pescado

(OJAGH et al., 2014).

Quando comparado o revestimento de quitosana com o glaciamento os

valores de malonaldeído foram inferiores aos encontrados para o glaciamento,

porém não houve uma diferença. Aos 180 dias os grupos Controle, Glaciamento e

Revestimento de quitosana apresentaram respectivamente 3,10 mgMDA/kg do

pescado, 1,17 mgMDA/kg do pescado e 0,84 mgMDA/kg do pescado. Connell

(1990) afirma que valores entre 1 a 2 mgMDA/kg do pescado é o desejado para

peixe. Somente o grupo Controle ficou acima do valor permitido aos 150 dias de

estocagem. Tanto o Revestimento de quitosana como o Glaciamento são técnicas

utilizadas para diminuir o processo de oxidação sofrido durante o armazenanto de

produtos congelados. Soares et al., (2016) reforçam a questão de um bom

glaciamento para redução da perda de qualidade do pescado no período em que

permanece congelado. a quitosana é conhecida pela sua atividade antioxidante,

tanto que a produção do malonaldeído quando comparado o Revestimento de

quitosana ao Glaciamento os valores são inferiores aos 60 dias até os 150 dias de

estocagem.

Quando analisado o tempo de estocagem para o grupo Controle do

primeiro aos 30 dias não foi detectada uma diferença, em relação ao tempo de

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81 estocagem com a produção do malonaldeído. Mas os valores de manonaldeído

tornam-se crescente em relação aos 60 dias até os 180 dias. O que pode ajuda a

reduzir a oxidação em peixes é o armazenamento em baixa temperatura e/ou utilizar

embalagens adequadas, sendo muito comumente empregado filmes plásticos

envolvendo os recipientes termoformados para o armazenamento do produto, no

entanto, o pescado ainda acaba sofrendo com a deteriorização química mesmo com

condições de baixas temperaturas e armazenamento adequado (HASSOUN e

KAROUNI, 2015). Já para o Revestimento de quitosana e o de Glaciamento não

houve diferença estatisticamente significativa (p<0,05) para produção de

malnaldeído em relação ao tempo de estocagem.

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82 5.3.3 Análise da proriedade microbiana das posta de serra

5.3.3.1 Análise microbiologica

Tabela 8 – Logaritmo da Média dos valores das Unidades Formadoras de Colônias das bactérias psicrotróficas, em função do tempo de congelamento, encontradas no músculo de serra (Scomberomorus brasiliensis) para o grupo controle, glaze e revestimento de quitosona 2% com 0,6% de glicerol.

Tempo Tratamento Músculo (UFC/g)

1 dia

Controle 5,09

Glaze 5,08

Quitosana 4,92

30 dias

Controle 5,93

Glaze 5,29

Quitosana 5,06

60 dias

Controle 6,9

Glaze 5,34

Quitosana 5,22

90 dias

Controle 5,53

Glaze 5,1

Quitosana 4,96

120 dias

Controle 5,93

Glaze 5,31

Quitosana 4,22

150 dias

Controle 6,89

Glaze 5,34

Quitosana 4,22

180 dias

Controle 6,24

Glaze 5,33

Quitosana 3,06

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83 Os resultados das médias logarítimo decimais das Unidades Formadoras

de Colônias de bactérias psicrotróficas oriundas do músculo das postas serra

(Scomberomorus brasiliensis) estão detalhados na tabela 8. A variação expressa em

logaritmo do número de bactérias psicrotróficas foi de 3,06 a 6,89.

Baixas temperaturas podem ser consideradas condições desfavoráveis

para o desenvolvimento bacteriano, entretanto pode ocorrer um médio crescimento

de bactérias psicrotróficas e psicrófilas nessas temperaturas, alterando a qualidade

do pescado por ação desses micro-organismos e de suas toxinas (MOL et al., 2007).

Assim, bactérias podem diminuir a vida de prateleira desses produtos e serem

fatores de risco ao consumidor (GHALY et al., 2010).

Os micro-organismos que crescem em alimentos refrigerados entre 0 e 4º

C mas tem uma temperatura de crescimento ótima de 20 oC, são conhecidos como

psicrotróficos (CARDOSO, 2006). Estes micro-organismos são os mais comuns em

alimentos refrigerados e são responsáveis pela deterioração destes. Alguns

psicrotróficos podem ser patogênicos, como a Aeromonas hydrophila, algumas

cepas de Bacillus cereus, Clostridium botulinum tipo E, B e F e Listeria spp.

(COUSIN, JAY, VASAVADA, 2001).

Figura 17. Comportamento das Unidades Formadoras de Colônias (UFC) de bactérias psicrotróficas do músculo de posta serra, estocado a - 18 ºC por um período de 180 dias, para o grupo Controle, Glaze e Quitosana.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 1 dia 30 dia 60 dias 90 dias 120 dias 150 dias 180 dias Log 10 UFC/g Tempo de estocagem -18 ºC (dias) Controle Glaze Quitosana

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84 As contagens bacterianas de psicrotróficas foram crescentes em todos os

tratamentos até os sessenta dias de estocagem de acordo com a figura 17. Porém a

partir do noventa dias os tratamentos Controle e Glaze apresentaram crescimento

irregular. Tal fato pode ser explicado pela disponibilidade de nutrientes, bem como a

adaptação dos grupos bacterianos às temperaturas de estocagem, o que favorece o

crescimento de alguns, em detrimento de outros. Essa sucessão bacteriana é

bastante estudada devido à grande diversidade de bactérias existentes (ERCOLINI

et al., 2009).

Já para o tratamento com quitosana foi verificado um decréscimo do

crescimento bacteriano a partir dos cento vinte dias fato este não ocorrido nos outros

tratamentos. Pode-se então considera a ação bacteriostática e/ou bactericida da

quitosana. Essa é uma das diversas propriedades com potencial biotecnológico que

vem sendo estudado nos últimos anos, o que confere a quitosana um

aproveitamento bastante versátil (CHUNG et al., 2004); (JING et al., 2007);

(MUZZARELLI et al., 1990).

Vieira (2004) considera o músculo do pescado estéril, porém o autor

afirma que pode ocorrer migração das bactérias do trato intestinal durante o

processo de deterioração de pescados. As contagens bacterianas do grupo Controle

a partir do 150 dias apresentaram valores superiores ao relatado pela Resolução da

Comissão Nacional de Normas e Padrões Alimentares que tem como limite máximo

de CPP para esse grupo bacteriano 106 UFC/g em pescados crus, frescos,

refrigerados ou congelados (BRASIL, 1978). Porém desde 1987, a contagem de

bactérias heterotróficas (mesófilas, psicrotróficas e psicrófilas) totais não e mais

usadas como parâmetro para a avaliação microbiológica da qualidade do pescado

(BRASIL, 1987). Entretanto esse parâmetro ainda é bastante utilizado na indústria

de alimentos como indicador de qualidade durante o processamento de alimentos.

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85 6. CONCLUSÃO

No presente estudo foi possível confirma a produção a quitosana a partir do

caranguejo-uçá através da espectroscopia no infravermelho principalmete com

remoção do grupo acetoamino atribuídas as bandas 3380 a 3260 cm-1 e a presença

do grupo amino nas bandas 1604 a 1664 cm-1 característico do polímero, sendo

comprovado com o grau de desacetilação que foi de 92% para o grupo amino

presente na molécula de quitosana.

A combinação do uso do glicerol como plastificante foi determinante para

modificação da estrututura dos filmes produzidos, sendo possível identificar uma

interação entre o polímero e o glicerol tornando os filmes mais flexíveis quanto maior

a presença do plastificante. Além disso, é claro que a interação entre o glicerol e a

quitosana mantém o filme mais compactado e como consequência foi observado

um menor percentual de perda de massa, sendo verificando através da solubilidade,

pois quanto maior concentração do glicerol menor era a perda do material em água

para os filmes produzidos. Mais um ponto positivo do glicerol é que a concentração

crescente do plastificante melhora aderência da solução de revestimento sobre a

superfície das postas de serra.

As soluções filmogênicas em todas as concentrações apresentaram atividade

antimicrobiana para todas as cepas padrões bacterianas estudadas. A atividade

antimicrobiana da quitosana é essencial para manter a qualidade de produtos

alimentícios, sendo evidenciada através da aplicação do revestimento quitosana nas

postas de serra. O revestimento de quitosana foi eficiente para maximizar a

qualidade das postas de serra, com uma inibição do crescimento de bactérias

psicrotróficas refletido em uma menor formação de bases voláteis totais e pH mais

baixos caracetrizado um maior frescor para as postas de serra, além disso, sendo

capaz de diminuir a oxidação das gorduras no pescado.

O descarte inadequado de resíduos oriundo do pescado geram impactos ambientais

adversos ao meio ambiente. Assim, a extração de quitosana da caparaças do

carangujo-uça (Ucides cordatus) pode ser uma opção para agregar valor aos

resíduos de uma forma barata. Contribuindo assim na diminuição dos impactos

ambientais e no avanço de novas biotecnologias.

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