universidade federal do amazonas programa ......desenvolvimento deste trabalho e compreensão nos...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROGRAMA MULTI INSTITUCIONAL DE PÓS GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIAS DA AMAZÔNIA MARICLEIDE MAIA SAID PRÁTICAS DE GESTÃO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO AMAZONAS MANAUS, AM 2015

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROGRAMA ......desenvolvimento deste trabalho e compreensão nos necessários momentos de ausência do convívio familiar. Aos meus familiares, especialmente

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

PROGRAMA MULTI INSTITUCIONAL DE POacuteS GRADUACcedilAtildeO EM

BIOTECNOLOGIAS DA AMAZOcircNIA

MARICLEIDE MAIA SAID

PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM

CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO

AMAZONAS

MANAUS AM ndash 2015

MARICLEIDE MAIA SAID

PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM

CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO

AMAZONAS

Tese apresentada ao Programa Multi - Institucional

de Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da

Universidade Federal do Amazonas ndash

PPGBIOTECUFAM para a obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de

Doutor em Biotecnologia na aacuterea de concentraccedilatildeo de

Gestatildeo de biotecnologias

Orientador Prof Dr LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA

Coorientadora Profa Dra MARIA DO PERPEacuteTUO SOCORRO RODRIGUES

CHAVES

MANAUS AM ndash 2015

MARICLEIDE MAIA SAID

PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM

CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO

AMAZONAS

Tese apresentada ao Programa Multi Institucional de

Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da Universidade

Federal do Amazonas ndash PPGBIOTECUFAM para a

obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Doutor em Biotecnologia na

aacuterea de concentraccedilatildeo de Gestatildeo de biotecnologias

Aprovada em ________________

Banca Examinadora

_____________________________________________

Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira Presidente

_____________________________________________

Prof Dr Joseacute Ferreira da Silva Membro

_____________________________________________

Prof Dra Deacutebora Cristina R bandeira Membro

_____________________________________________

Prof Dr Dimas Joseacute Lasmar Membro

_____________________________________________

Prof Dra Suzy Rodrigues Simonetti Membro

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pela serenidade mental e fortalecimento fiacutesico ateacute aqui

proporcionado permitindo-me esta concretizaccedilatildeo

Aos meus filhos e ao Pedro Mendel pela valiosa colaboraccedilatildeo no

desenvolvimento deste trabalho e compreensatildeo nos necessaacuterios momentos de

ausecircncia do conviacutevio familiar

Aos meus familiares especialmente meus pais e amigos que contribuiacuteram

para a construccedilatildeo dos valores que embasaram a percepccedilatildeo necessaacuteria para a

elaboraccedilatildeo do trabalho aqui concluso

Aos docentes discentes e a equipe administrativa da Universidade Federal

do Amazonas em especial aqueles que integram o Programa de Poacutes

Graduaccedilatildeo em BiotecnologiasPPGBIOTECUFAM pela oportunidade de

ingresso no curso e concessatildeo do conhecimento e aprendizado necessaacuterios agrave

formaccedilatildeo cientiacutefica e qualificaccedilatildeo profissional

Ao Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira pela orientaccedilatildeo no transcorrer desta

Tese e valiosa colaboraccedilatildeo e acompanhamento em todas as etapas desta

pesquisa

Agrave Profa Dra Maria do Perpeacutetuo Socorro Rodrigues Chaves pela

coorientaccedilatildeo e apoio muitas vezes ultrapassando o acircmbito acadecircmico

A todos que colaboraram para a obtenccedilatildeo dos dados desta pesquisa

especialmente aos produtores rurais dos Municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva bem como aos presidentes de cooperativas

agriacutecolas associaccedilotildees empresas e liacutederes comunitaacuterios destes Municiacutepios pela

valiosa colaboraccedilatildeo na coleta de dados e informaccedilotildees sobre a cultura da

bananeira

Agraves instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas pela cooperaccedilatildeo e fornecimento dos dados

que subsidiaram a pesquisa

Aos que direta ou indiretamente colaboraram para a realizaccedilatildeo deste

trabalho

A todos Muito obrigada

RESUMO

A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica do paiacutes e

estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade tanto no acircmbito

urbano quanto no rural Em paralelo se acirram as discussotildees no sentido de conciliar a

preservaccedilatildeo dos recursos naturais e o desenvolvimento econocircmico social e cultural O

desenvolvimento da Amazocircnia se insere nesse contexto e depende da forma como seratildeo

administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos

recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua

populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave

economia nacional e mundial O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento

regional natildeo foram suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do

Amazonas pelo uso sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre

porque a cadeia produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita

com processos gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos

de produccedilatildeo produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado A cultura da

banana se insere nesse contexto Estes fatores impedem a competitividade do produto e

atribuem pouco benefiacutecio aos agentes da cadeia produtiva Este trabalho propocircs caracterizar o

sistema produtivo da banana como forma de identificar as praacuteticas de gestatildeo da sua cadeia

produtiva nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo Amazonas e analisar o

potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo desses cultivos e

estabelecer indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel Para isso foram obtidas

informaccedilotildees atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico e de dados verbais pela aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios e entrevistas estruturadas nos trecircs setores envolvidos na pesquisa propriedades

rurais produtoras de bananas ambientes institucional e organizacional Apesar de haver um

grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do Amazonas capazes de dar

todo o suporte teacutecnico e financeiro para os produtores de bananas obterem altos rendimentos

em suas propriedades rurais a produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute bem abaixo daquela considerada desejaacutevel Essa baixa

produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500

toneladas por ha ano criando condiccedilotildees para que essa cultura se insira como fator de

desenvolvimento sustentaacutevel na regiatildeo A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o

aproveitamento dos frutos nos dois municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das

perdas de bananas aleacutem de agregar valor ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa

cultura na regiatildeo

Palavras Chave Bioinduacutestrias cadeia produtiva desenvolvimento rural associaccedilotildees rurais

ABSTRACT

Globalization has brought about changes in social economic and politics of the country and

stimulated significant advances in various sectors of society both in urban areas and in rural

as it stoked the discussions to reconcile the preservation of natural resources and economic

development social and cultural The development of the Amazon depends on how its

potential will be administered by reconciling ecological balance and sustainable use of

resources so that it reflects in substantial improvement of its populations quality of life

economic growth modernization technological advances and their integration to the

economy national and global The potential for wealth and regional development policies

were insufficient to foster economic development of the Amazonas state for the sustainable

use of existing biodiversity resources in the region This is because the production chain of

regional commercially exploited species is still restricted with inefficient management

processes resulting in low productivity high production costs low quality products and little

or no added value The culture of banana falls within that context These factors impede the

competitiveness of the product and give little benefit to agents of the productive chain This

paper proposed to characterize the production of banana system as a way to identify the

management practices of the production chain in the municipalities of Rio Preto da Eva and

Presidente Figueiredo Amazonas and analyze the potential development of these

municipalities from the idealization of this culture and establish indicators for sustainable

development For this information was obtained through a literature review and verbal data

by questionnaires and structured interviews in the three sectors involved in the research

producing farms of bananas institutional and organizational environments Although there are

a large number of public and private organizations in the state of Amazonas able to give all

the technical and financial support to banana producers to obtain high yields on their farms

productivity of this culture in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da

Eva is well below that considered desirable This low productivity around 145 tons per ha

year could reach at least 500 tons per ha year creating conditions for this culture to be

inserted as a sustainable development factor in the region The implementation of bio-based

industries in order to take advantage of the fruits in the two counties could be a solution to

reduce losses of bananas as well as adding value to the product and strengthen the production

chain of this fruit species in the region

Keywords bio-based industries production chain rural development rural associations

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa 19

Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva 32

ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola 116

Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas

119

Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no ambiente

institucional 122

Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash

MAPA no ambiente institucional 127

Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash

MDIC no ambiente institucional 128

Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional 128

Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de

Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no ambiente institucional 130

Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI

no ambiente institucional 132

Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash

SEPLANCTIAM no ambiente organizacional 134

Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do

Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional 134

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash

SEPRORAM no ambiente institucional 136

Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social - BNDES no ambiente organizacional Erro Indicador natildeo definido

Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da

Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM

no ambiente organizacional 139

Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no

ambiente organizacional 141

Figura 15 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente

organizacional 142

Figura 16 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que

compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de Rio Preto da Eva e Presidente

Figueiredo no Amazonas 145

ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS

EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade 161

LISTA DE QUADROS

ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas 43

ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS

PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA

CULTURA

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 65

ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA

ESTADO DO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 92

ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em acordo

com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da

Eva no Amazonas 113

ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS

EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o

desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do Amazonas

159

Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental 164

Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica 166

Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social 169

Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo

EspacialGeograacutefico 171

Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo

Poliacutetica 172

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS

Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012 46

Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo Caipira e FHIA

18 47

Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de Bananeiras

para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas 48

Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 50

Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea

amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 52

Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio do

Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 55

Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea

Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 58

ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS

PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA

CULTURA

Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas ndash Safra

2012 69

Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do

Amazonas Safra 2012 71

Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e

Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 72

Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Safra

2012 74

Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Presidente

Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 76

Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e

Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio do Rio

Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 78

Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais em

Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas 80

Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos Acondicionamento

para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 82

ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA

ESTADO DO AMAZONAS

Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas

Safra 2012 96

Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas

Safra 2012 99

Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas

Aacutereas Amostradas Safra 2012 102

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare

Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012 103

Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por

Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012 104

Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas 45

Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012 106

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 17

21 OBJETIVO GERAL 17 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 17

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 18

31 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DO ESTADO DO AMAZONAS 18 32 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA 18 33 CRESCIMENTO ECONOcircMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL EVOLUCcedilAtildeO DAS IDEIAS

20 34 FORCcedilAS DO CAPITALISMO DA EFICIEcircNCIA Agrave DEFICIEcircNCIA 24 35 DIMENSOtildeES BAacuteSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO 26 36 INDICADORES AMBIENTAIS 29

37 CADEIA PRODUTIVA AGRIacuteCOLA 31 38 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS 33 39 A CULTURA DA BANANA COMO ATIVIDADE AGRIacuteCOLA CULTIVARES DE OCORREcircNCIAS

FREQUENTES NO ESTADO DO AMAZONAS 34

391 Tratos Culturais da Bananeira 36 3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira 36

4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS 37

41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO

AMAZONAS 37 Resumo 37

Abstract 38 411 INTRODUCcedilAtildeO 39 412 MATERIAL E MEacuteTODOS 42

4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 42 4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 42 4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 44 4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos 44

413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 46 4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil 46 4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA

18 47 4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo no Estado do

Amazonas 48 4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo 49 4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva 54

414 CONCLUSOtildeES 60 42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO

SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A

SUSTENTABILIDADE DA CULTURA 61 Resumo 61 Abstract 62

421 INTRODUCcedilAtildeO 63 422 MATERIAL E MEacuteTODOS 65

4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 65 4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 65 4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 66 4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados 67

423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 69 4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra de 2012 69 4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Amazonas 72 4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos

Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Amazonas 73 4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 76 4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva no Amazonas 78 4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos

Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo no

Amazonas 79 4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 81 424 CONCLUSOtildeES 85

43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA

EVA ESTADO DO AMAZONAS 87 Resumo 87 Abstract 88

431 INTRODUCcedilAtildeO 89 432 MATERIAL E MEacuteTODOS 92

4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 92 4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 92 4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 93 4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 94

433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 96 4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas 96 4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva Amazonas 98 4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado nos Municiacutepios

de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 101 4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare

Cultivado nas Aacutereas Amostradas 103 4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare Cultivado nas

Aacutereas Amostradas 103 4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel 105

434 CONCLUSOtildeES 108 44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO

AMAZONAS 109

Resumo 109 Abstract 110 441 INTRODUCcedilAtildeO 111 442 MATERIAL E MEacuteTODOS 112

4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 112 4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 112 4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 114 4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos 115

443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 115 4431 Sistema Produtivo Agriacutecola 115 4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola 117 4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos Municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 146 444 CONCLUSOtildeES 148

45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE

BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS 149 RESUMO 149 ABSTRACT 150

451 INTRODUCcedilAtildeO 151 452 MATERIAL E MEacuteTODOS 153

4521 Objeto e Aacuterea de Estudo 154 4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade 154

453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 156 4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade 156 4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da Banana dimensotildees

objetivos e componentes 157 4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana 160 4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 163 454 CONCLUSOtildeES 176

5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 177

REFEREcircNCIAS 180

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

O contexto maior no qual este estudo se insere eacute o desenvolvimento de municiacutepios

do Estado do Amazonas pelo aproveitamento das potencialidades endoacutegenas locais em

consonacircncia com as praacuteticas de sustentabilidade A atividade agriacutecola especialmente nos

cultivos para fins comerciais se apresenta como alternativa capaz de proporcionar a melhoria

econocircmica e social das populaccedilotildees locais e contribuir para preservaccedilatildeo ambiental e cultural

das espeacutecies envolvidas

A modernizaccedilatildeo do setor agropecuaacuterio brasileiro iniciado na deacutecada de 50 com

aacutepice a partir de 1960 caracterizou-se pela chamada ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo (AGUIAR e

MONTEIRO 2005) baseado num modelo quiacutemico mecacircnico e geneacutetico com a introduccedilatildeo

de inovaccedilotildees como o uso de agrotoacutexicos maacutequinas fertilizantes quiacutemicos sementes e

matrizes melhoradas geneticamente Esta praacutetica resultou em consideraacutevel expansatildeo do

agronegoacutecio no paiacutes Esse modelo trouxe inegaacuteveis avanccedilos relacionados com o aumento da

produccedilatildeo e da produtividade pela incorporaccedilatildeo de novas aacutereas agriacutecolas e do emprego de

novas tecnologias poreacutem trouxe tambeacutem inuacutemeros impactos ambientais tais como a

supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos

recursos naturais especialmente os recursos hiacutedricos e dos alimentos (EHLERS 1999)

Para Sachs (1996) o modelo tecnoloacutegico adotado consiste basicamente na

substituiccedilatildeo do ecossistema natural por um ecossistema artificial simplificado representado

em geral pela monocultura Em decorrecircncia dessa simplificaccedilatildeo e para compensaacute-la a

agricultura tornou-se cada vez mais dependente de insumos externos o que amplia sua

fragilidade e compromete sua sustentabilidade

Os debates sobre os riscos da degradaccedilatildeo ambiental comeccedilaram de forma esparsa

por volta de 1960 e se intensificaram ao longo dos dez primeiros anos (BRUumlSEKE 1998) A

magnitude dos desastres ecoloacutegicos mais percebidos a partir da deacutecada de 60 acelerou o

despertar da consciecircncia para as limitaccedilotildees dos recursos naturais os modos de produccedilatildeo

industrial e agriacutecola e tambeacutem para os males resultantes do uso de agrotoacutexicos (PIRES

2003) A partir de entatildeo se acirraram importantes discussotildees internacionais sobre meio

ambiente e sustentabilidade Em paralelo o processo de globalizaccedilatildeo das economias e dos

mercados apresentava dinacircmica crescente exigindo modernizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo

sobretudo nos paiacuteses em desenvolvimento para se tornarem competitivos

A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica e

estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade nos acircmbitos urbano e

15

rural Os negoacutecios agriacutecolas e industriais em especial foram fortemente pressionados a

aperfeiccediloarem a competitividade em suas cadeias produtivas sobretudo nos fatores

relacionados agrave tecnologia e gestatildeo de processos como forma de se estabelecerem num

mercado cada vez mais competitivo

A Amazocircnia possui o maior ecossistema de florestas tropicais do planeta e eacute

reconhecida como um dos componentes centrais para o desenvolvimento das proacuteximas

geraccedilotildees e o equiliacutebrio do ambiente global Contudo ainda natildeo eacute possiacutevel precisar seus

benefiacutecios futuros e estimar sua aplicabilidade no acircmbito socioeconocircmico visto que ainda eacute

pequena a parcela de componentes da biodiversidade que satildeo conhecidos e identificados pela

ciecircncia o que remete agrave necessidade de trato cauteloso dos diversos elementos que a

compotildeem

As recentes mudanccedilas na economia e sociedade global sobretudo aquelas

relacionadas agrave temaacutetica ambiental no esforccedilo de garantir a sustentabilidade dos recursos

naturais e a manutenccedilatildeo dos ecossistemas amazocircnicos resultaram em perdas de

competitividade do extrativismo e da agricultura tradicional regional em especial na forma

como satildeo praticados no Estado do Amazonas delineados mais como elementos de

subsistecircncia do que como fator de desenvolvimento e de equiliacutebrio econocircmico especialmente

nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos e tambeacutem na induacutestria e no comeacutercio

da Zona Franca de Manaus

Afirmativo eacute que o desenvolvimento da Amazocircnia depende da forma como seratildeo

satildeo administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos

recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua

populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave

economia nacional e mundial (CAVALCANTI 1997)

O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento regional natildeo foram

suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do Amazonas pelo uso

sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre porque a cadeia

produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita com processos

gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos de produccedilatildeo

produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado Estes fatores impedem a

competitividade do produto e atribuem pouco benefiacutecio aos agentes do processo produtivo

Esta dinacircmica vem sendo observada na produccedilatildeo regional da banana que apresenta

dados de baixa produtividade especialmente para cultivos comerciais nos municiacutepios de Rio

16

Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas (IBGE 2010) Em vista disso

estudos mais detalhados voltados para um melhor entendimento da cadeia produtiva dessa

cultura nesses municiacutepios podem servir de base para um aumento da sua produtividade e

sustentabilidade inserindo-a como fator de desenvolvimento econocircmico regional Nessa

dinacircmica esse estudo busca compreender quais as praacuteticas de gestatildeo apropriadas para a

implantaccedilatildeo de cultivos de bananeiras capazes de melhorar a produtividade e a qualidade dos

produtos oriundos dos municiacutepios em estudo de forma que estes cheguem ao mercado em

condiccedilotildees de competitividade com os produtos vindos de outras regiotildees do paiacutes e ainda quais

indicadores de sustentabilidade precisam ser monitorados para garantir o desenvolvimento da

regiatildeo por meio da cultura da bananeira

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Identificar as praacuteticas de gestatildeo em cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Estado do Amazonas e caracterizar os ambientes da

sua cadeia produtiva e os indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo dessa

cultura

22 Objetivos Especiacuteficos

1 Realizar um diagnoacutestico das praacuteticas culturais e de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

2 Identificar os atores da cadeia produtiva da banana e analisar suas competecircncias

objetivos e interaccedilatildeo no processo produtivo

3 Caracterizar e propor indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da

banana nos municiacutepios em estudo

18

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos do Estado do Amazonas

O Amazonas maior Estado brasileiro com aacuterea geograacutefica correspondente a

1570745680 km2 distribuiacutedos em 62 municiacutepios com populaccedilatildeo de 3393369 habitantes

(IBGE 2010) situa-se ao centro da regiatildeo Norte do Brasil na sub-regiatildeo amazocircnica

caracterizada por grande diversidade do meio natural clima geomorfologia solos

hidrografia e vegetaccedilatildeo Limita-se ao Norte com o Estado de Roraima e duas fronteiras

internacionais Venezuela e Colocircmbia a Leste com o Estado do Paraacute a Sudeste com o Mato

Grosso ao Sul com o Estado de Rondocircnia e a Sudoeste com o Estado do Acre agregando

mais uma fronteira internacional com o Peru Abriga a maior floresta equatorial do planeta

Geograficamente apresenta Latitude ao extremo Norte de 2deg08rsquo30rsquorsquo e ao extremo Sul de

9deg49rsquo00rsquorsquo Longitude ao extremo Leste de 56deg04rsquo50rsquorsquo e ao extremo Oeste de 73deg48rsquo46

(INPA 2013)

O Municiacutepio de Manaus eacute a capital do Estado do Amazonas Possui aacuterea territorial

de 11408 Kmsup2 estaacute situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees

fazendo limites com os Municiacutepios de Rio Preto da Eva Iranduba Novo Airatildeo e Presidente

Figueiredo O Municiacutepio dispotildee de transporte aeacutereo rodoviaacuterio e fluvial com acesso via

terrestre para os Estados de Rondocircnia ndash BR 319 e Roraima ndash BR 174 podendo por este

Estado se deslocar para os paiacuteses latinos por via terrestre Pelo transporte aeacutereo pode se

deslocar para qualquer parte do paiacutes ou do exterior Pelo Transporte Terrestre desloca-se para

os Estados de Rondocircnia e Roraima e para alguns municiacutepios do interior do Amazonas O

clima predominante eacute quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 267 degC (IDAM 2013) O

Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 1802525 habitantes sendo 1793416 na zona urbana e

9109 na zona rural (IBGE 2013)

32 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos dos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva

O Municiacutepio de Presidente Figueiredo possui aacuterea territorial de 25421 Kmsup2 estaacute

situado na 8ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Meacutedio Amazonas limitando-se com os

municiacutepios de Urucaraacute Satildeo Sebastiatildeo do Uatumatilde Itapiranga Rio Preto da Eva Manaus

Novo Airatildeo e o Estado de Roraima O principal meio de transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio

ligado agrave Manaus pela BR 174 distante 107 Km (em linha reta) da capital O clima

predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 32 degC (IDAM 2013) O

19

Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 27121 habitantes sendo 12999 na zona urbana e 14122

na zona rural (IBGE 2013)

O Municiacutepio de Rio Preto da Eva possui aacuterea territorial de 5813225 Kmsup2 estaacute

situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees limitando-se com os

municiacutepios de Itapiranga Itacoatiara Manaus e Presidente Figueiredo O principal meio de

transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio ligado agrave Manaus pela AM 010 distante 80 Km (em

linha reta) da capital O clima predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura

meacutedia de 28 degC (IDAM 2013) O Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 17582 habitantes

sendo 6232 na zona urbana e 11350 na zona rural (IBGE 2013)

Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Figura 1) onde estatildeo alocadas as

propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Os dois Municiacutepios

ocupam 18 da aacuterea total do Estado abrigando 132 da populaccedilatildeo total do Amazonas

(IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto

maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas (IBGE 2013) e satildeo municiacutepios

20

limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus que se configura como o maior centro

consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado

33 Crescimento Econocircmico e Desenvolvimento Sustentaacutevel Evoluccedilatildeo das Ideias

Um olhar mais profundo em torno das questotildees econocircmicas e sociais que se

configuram como os pontos centrais dos debates atuais sobre sustentabilidade encontram jaacute

no ldquoMalthusianismordquo elementos que justificam essa preocupaccedilatildeo A ascensatildeo do capitalismo

e a revoluccedilatildeo industrial provocaram mudanccedilas significativas na sociedade e na economia do

final do seacuteculo XVIII e ateacute meados do seacuteculo XIX Estes mesmos fatores motivaram Thomas

Robert Malthus (1766-1834) a preconizar que o crescimento demograacutefico da Terra

comprometeria a capacidade produtiva de alimentos

Em meados do seacuteculo XX os problemas demograacuteficos mundiais especialmente dos

paiacuteses subdesenvolvidos revitalizaram as concepccedilotildees de Malthus e o tema foi retomado sob a

oacutetica do Neomalthusianismo que atrelava ao contexto histoacuterico o crescimento populacional

a escassez dos recursos naturais e o agravamento da pobreza e do desemprego Inuacutemeras

alternativas foram propostas por esta corrente poreacutem o ponto focal era a necessidade de

poliacuteticas de controle de natalidade por meio do planejamento familiar

O debate em torno da sustentabilidade preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos

naturais ganhou forccedila e acalorou as discussotildees dos processos para a produccedilatildeo de bens e

serviccedilos da qualidade do trabalho e emprego a distribuiccedilatildeo de renda as transformaccedilotildees

sociais que resultassem em melhorias na qualidade de vida das pessoas e nas condiccedilotildees do

ambiente Este esforccedilo foi decisivo para a reavaliaccedilatildeo dos conceitos e praacuteticas em torno do

desenvolvimento e do crescimento especialmente dos paiacuteses perifeacutericos onde os problemas

sociais e ambientais se avolumam

Nos multiplicamos dez vezes em relaccedilatildeo ao iniacutecio da revoluccedilatildeo industrial Bilhotildees de

pessoas provavelmente ainda seratildeo adicionadas agrave populaccedilatildeo mundial no seacuteculo 21 Isto estaacute

contribuindo para criar um mundo dividido entre uma grande riqueza e uma incocircmoda

pobreza se deparando com desafios ambientais sem precedentes

Ateacute a deacutecada de 60 o desenvolvimento econocircmico era embasado principalmente

nos padrotildees de crescimento do Produto Interno Bruto ndash PIB sem considerar as crescentes

lacunas das desigualdades sociais e do desemprego em massa decorrentes desse processo

Esses fatores desencadearam reflexotildees profundas especialmente sobre as questotildees sociais

resultando na necessidade de reordenaccedilatildeo do conceito de desenvolvimento Nesse sentido os

economistas M Kalecki e Dudley Seers surgem como precursores do pensamento de que o

21

desenvolvimento deveria ser analisado considerando tambeacutem os iacutendices de emprego e

posteriormente na deacutecada de 90 Amartya K Sen forneceu importante contribuiccedilatildeo inserindo

a necessidade do embasamento de desenvolvimento na universalizaccedilatildeo e exerciacutecio efetivo de

todos os direitos humanos poliacuteticos civis e ciacutevicos econocircmicos sociais e culturais (SEN

2000 SACHS 2008)

O acirramento das discussotildees em torno da problemaacutetica ambiental particularmente

na deacutecada de 70 inferiu agrave reconceitualizaccedilatildeo do desenvolvimento as ideias de

ecodesenvolvimento que posteriormente evoluiu para desenvolvimento sustentaacutevel

obedecendo ao duplo imperativo eacutetico de solidariedade com as geraccedilotildees presentes e futuras

sob a eacutegide da sustentabilidade social e ambiental e de viabilidade econocircmica (SACHS

2009)

Para Sachs (2008) os objetivos do desenvolvimento distinto do crescimento

econocircmico vatildeo aleacutem da mera multiplicaccedilatildeo da riqueza material devendo preocupar-se com a

promoccedilatildeo da igualdade e a maximizaccedilatildeo da vantagem daqueles que vivem nas piores

condiccedilotildees O desenvolvimento eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para se alcanccedilar a meta de uma

vida melhor mais feliz e mais completa para todos uma vez que essa ideia implica a expiaccedilatildeo

e a reparaccedilatildeo de desigualdades passadas criando uma conexatildeo capaz de preencher o abismo

civilizatoacuterio entre as antigas naccedilotildees metropolitanas e a sua periferia colonial entre as

minorias ricas modernizadas e a maioria ainda sem oportunidades e exausta dos trabalhadores

pobres Neste sentido o desenvolvimento deve ser capaz de reduzir ou eliminar o desemprego

maciccedilosubemprego e a desigualdade crescente por meio da modernidade inclusiva que deve

ser propiciada pela mudanccedila estrutural

Enquanto o crescimento econocircmico se fundamenta basicamente da maximizaccedilatildeo do

PIB o desenvolvimento conforme enfatizado desde 1960 por Kalecki e Seers soacute se

concretiza se ampliar o emprego reduzir a pobreza e atenuar as desigualdades e sua

concretizaccedilatildeo soacute seraacute viaacutevel por meio do equiliacutebrio de sintonia fina entre cinco dimensotildees que

se configuram como os pilares do desenvolvimento sustentaacutevel (SACHS 2008) quais sejam

1- Social fundamental por motivos tanto intriacutensecos quanto instrumentais por causa

da perspectiva de disrupccedilatildeo social que paira de forma ameaccediladora sobre muitos

lugares problemaacuteticos do nosso planeta

2- Ambiental com as suas duas dimensotildees (os sistemas de sustentaccedilatildeo da vida como

provedora de recursos e como ldquorecipientesrdquo para a disposiccedilatildeo de resiacuteduos)

3- Territorial relacionado agrave distribuiccedilatildeo espacial dos recursos das populaccedilotildees e das

atividades

4- Econocircmico sendo a viabilidade econocircmica a ldquoconditio sene qua nonrdquo para que as

coisas aconteccedilam

22

5- Poliacutetico a governanccedila democraacutetica eacute um valor fundador e um instrumento

necessaacuterio para fazer as coisas acontecerem

No aspecto Social eacute preciso que o sistema crie oportunidades para todos os

segmentos da sociedade envolvendo o maacuteximo possiacutevel dos indiviacuteduos para que o

desenvolvimento os contemple e os beneficie reduzindo ou eliminando a pobreza o

analfabetismo e o desemprego bem como dando condiccedilotildees de saneamento baacutesico seguranccedila

puacuteblica educaccedilatildeo sauacutede etc

O sistema precisa tambeacutem garantir um equiliacutebrio entre o desenvolvimento e a

preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo do meio ambiente (qualidade ambiental) evitando a sua degradaccedilatildeo

Para isso necessita otimizar os espaccedilos usados para as atividades econocircmicas prevendo

unidades de conservaccedilatildeo sempre que for necessaacuterio regularizando e ordenando o espaccedilo

Territorial em benefiacutecio da sociedade e do meio ambiente

Quanto aos aspectos Econocircmicos e Poliacuteticos o sistema necessita ter um

planejamento que preveja os potenciais regionais tendo em vista o mercado local regional

nacional e internacional garantindo seguranccedila para o desenvolvimento econocircmico do modelo

Para isso a vontade poliacutetica e o envolvimento da sociedade nas decisotildees governamentais satildeo

de suma importacircncia pois se cria um elo entre o poder constituiacutedo e os segmentos da

sociedade em prol do desenvolvimento sustentaacutevel

Para Sachs (2004) a sustentabilidade local soacute seraacute possiacutevel se considerada a partir

das dimensotildees social ambiental territorial econocircmica e poliacutetica Dentro das recomendaccedilotildees

teacutecnicas e considerando que os processos sociais e naturais satildeo dinacircmicos espera-se que essa

sustentabilidade dure por no miacutenimo aproximadamente 25 anos

Os planos globais de transiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel preconizavam que

a Ameacuterica do Sul especialmente os paiacuteses tropicais adotasse poliacuteticas de desenvolvimento

endoacutegeno e inclusivo que orientasse para uma civilizaccedilatildeo moderna sustentaacutevel com base na

biomassa (biodiversidade-biomassa-biotecnologias) e ainda que este projeto de

desenvolvimento nacional fosse resultante de um amplo debate entre a sociedade e o Estado

Nesse contexto imprescindiacutevel era o gerenciamento das necessidades emergenciais e a

adoccedilatildeo de estrateacutegias de curto meacutedio e longo prazo baseado na mobilizaccedilatildeo dos recursos

internos que possibilitassem o crescimento natildeo inflacionaacuterio e induzido pelo emprego

(SACHS 2008)

23

Sachs (2009) elencou as condiccedilotildees necessaacuterias para se levar agrave frente o crescimento

induzido pelo emprego como forma de assegurar simultaneamente a sustentabilidade social e

o crescimento econocircmico

1- Capacidade local de planejamento entendida como a capacidade de identificaccedilatildeo

de gargalos e de recursos ociosos e a capacidade de superaacute-los

2- Estiacutemulo agrave capacidade de mobilizar recursos e iniciativas locais

3- Reabilitaccedilatildeo do sistema financeiro nacional para dotaacute-lo de um miacutenimo de

capacidade de atender agraves necessidades das empresas e do financiamento de obras

puacuteblicas sem excluir o recurso (em casos excepcionais) agrave quase-moeda e agrave

promoccedilatildeo do escambo

4- Uma reforma fiscal que criasse um Imposto de Valor Adicionado progressivo

sobre o consumo haveria isenccedilatildeo para os bens essenciais mas teria forte incidecircncia

sobre artigos de luxo

Contudo qualquer esforccedilo no sentido da promoccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno e

inclusivo demandaraacute a combinaccedilatildeo de vaacuterias poliacuteticas complementares que vatildeo desde a

capacidade de explorar oportunidades de crescimento induzido pelo emprego com custo baixo

ou zero de importaccedilotildees passando pela geraccedilatildeo de empregos relacionados agrave conservaccedilatildeo de

energia e de recursos e a reciclagem de materiais o incremento da agricultura familiar como

estrateacutegia para estimular o desenvolvimento rural a promoccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de

trabalhadores por conta proacutepria e de microempresas estabelecer relaccedilotildees mutuamente

beneacuteficas entre grandes e pequenas empresas inserir e estimular que pequenas e meacutedias

empresas participem das compras governamentais e ainda desenhar poliacuteticas capazes de

permitir que empresas de grande porte se transformem em atores competitivos no mercado

global (SACHS 2008)

O desenvolvimento sustentaacutevel a partir das forccedilas endoacutegenas ou seja baseado na

mobilizaccedilatildeo dos recursos internos deveraacute priorizar a modernizaccedilatildeo da agricultura pela adoccedilatildeo

de tecnologias que permitam o aumento da produtividade e qualidade dos produtos a

melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a qualidade de vida dos trabalhadores que

eleve o compartilhamento de accedilotildees entre os produtores e dinamizem o uso dos recursos

disponiacuteveis de modo que lhes sobre mais tempo para o descanso e lazer sem comprometer sua

produtividade e renda (SACHS 2009)

Com base nessas premissas surgem algumas perguntas

O estudo da sustentabilidade deve responder como o desenvolvimento econocircmico

social ambiental poliacutetico e os fatores culturais podem caminhar juntos Quais as metas

sensatas para este lotado e inteligente planeta Como fazer para que o mundo seja tanto

proacutespero como justo e ambientalmente sustentaacutevel O que precisamos fazer para que nossa

populaccedilatildeo e nossa economia natildeo esgotem a capacidade do planeta O objeto de estudo do

24

desenvolvimento sustentaacutevel precisa entrar nessa complexidade de entender os sistemas e suas

relaccedilotildees para melhorar o mundo

Para responder a essas perguntas natildeo se pode ignorar como os sistemas produtivos

interagem com a natureza sendo portanto necessaacuterio o aprimoramento das cadeias

produtivas e o acompanhamento por meio de indicadores ambientais a serem considerados na

cadeia produtiva das culturas para que possam de fato servir de fator de sustentabilidade

econocircmica e ecoloacutegica

34 Forccedilas do Capitalismo da Eficiecircncia agrave Deficiecircncia

Apesar dos exaustivos discursos sobre a globalizaccedilatildeo ainda vivemos numa sociedade

bastante fragmentada Neste sentido Sachs (2008) nos lembra que a economia capitalista eacute

louvada por sua inigualaacutevel eficiecircncia na produccedilatildeo de bens (riquezas) poreacutem ela tambeacutem se

sobressai por sua capacidade de produzir males sociais e ambientais

Os males do capitalismo soacute podem ser mitigados e compensados mediante a produccedilatildeo

de bens puacuteblicos tais como a reduccedilatildeo da pobreza ou a proteccedilatildeo do meio ambiente Este

pensamento natildeo eacute amplamente abrangente do ponto de vista da eficiecircncia Kuttner (1997) ao

estudar os limites do mercado apontou ao menos trecircs tipos de eficiecircncia a alocadora

associada ao nome de Adam Smith a inovadora que se relaciona com o pensamento

schumpteriano e a eficiecircncia do pleno emprego de todos os meios de produccedilatildeo embasada no

keynesianismo A estes Sachs (2008) deu valiosa contribuiccedilatildeo acrescentando a eficiecircncia

social que se sobrepotildee ao pensamento keynesiano quanto ao pleno emprego e a forccedila de

trabalho e a ecoeficiecircncia O capitalismo natildeo deixa duacutevidas de que eacute muito eficiente em

termos de alocaccedilatildeo poreacutem deficiente em termos da alocaccedilatildeo de eficiecircncias keynesiana social

e ecoeficiecircncia que satildeo essenciais ao conceito de desenvolvimento includente fundamentado

no trabalho decente para todos

Analisando o processo de crescimento do Brasil Furtado (2001) adverte que nossa

sociedade na tentativa de reproduzir a cultura material do capitalismo mais avanccedilado priva a

grande maioria da populaccedilatildeo dos meios de vida essenciais resultando numa sociedade de

massas em que coexistem formas sofisticadas de consumo supeacuterfluo e carecircncias essenciais no

mesmo extrato social e ateacute na mesma famiacutelia Esta observaccedilatildeo retrata a dicotomia entre o

capitalismo de mercado e o desenvolvimento sustentaacutevel

Natildeo existe ainda um consenso sobre as dimensotildees e a essencialidade do

desenvolvimento sustentaacutevel No entanto a definiccedilatildeo mais recorrente segundo Sachs (2009)

aponta para a eficiecircncia econocircmica a conservaccedilatildeo ambiental e a equidade social sendo que a

25

primeira soacute tem valor se conservar a segunda e produzir a terceira Este pensamento eacute

corroborado por Nascimento e Viana (2007) que chamam a atenccedilatildeo para as praacuteticas

capitalistas vigentes que induzem a processos distintos do desenvolvimento e da

sustentabilidade visto que ldquoo crescimento econocircmico em conformidade com os padrotildees de

consumo vigentes no mundo desenvolvido provoca destruiccedilatildeo ambiental e gradativamente se

torna inviaacutevel sobretudo na perspectiva de expansatildeo desse estilo de vidardquo tambeacutem porque

ldquonatildeo haacute equidade social em uma economia de mercadordquo

Natildeo haacute conservaccedilatildeo da natureza se a produccedilatildeo de energia se faz por meio da queima

de foacutesseis (gaacutes petroacuteleo e carvatildeo mineral) responsaacuteveis por mais de 90 da matriz

energeacutetica mundial produzindo CO2 aquecendo a Terra mudando o clima e

produzindo situaccedilotildees de reduccedilatildeo de produccedilatildeo seca e fome em vaacuterias partes do

mundo Sobretudo nos paiacuteses mais pobres

A economia de mercado ateacute pode extinguir aqui e ali a pobreza absoluta a despeito

de na realidade poder exterminaacute-la por completo da face da Terra

Becker (2009) considera que os mais de 20 milhotildees de habitantes da Amazocircnia

desejam o desenvolvimento sustentaacutevel embora cada ator perceba este termo de forma

diferenciada Eacute necessaacuterio acertar os ponteiros em torno da inclusatildeo social da conservaccedilatildeo

dos recursos e da equidade social e recomenda o caminho mais adequado talvez seja o da

inovaccedilatildeo para nos tornarmos competitivos do contraacuterio teremos que modificar o sentido do

mundo globalizado o que momentaneamente nos parece inapropriado Na Amazocircnia a

inovaccedilatildeo deve perpassar a questatildeo institucional especialmente no sentido de organizar a base

produtiva hoje extremamente dispersa e variada e exige uma reflexatildeo em torno de questotildees

ideoloacutegicas como a falsa dicotomia entre desenvolvimento e conservaccedilatildeo e entre inclusatildeo

social e competitividade Neste sentido a questatildeo fundiaacuteria merece atenccedilatildeo diferenciada que

considere as escalas miacutenimas de produccedilatildeo como elemento necessaacuterio para a transformaccedilatildeo do

produtor familiar em empreendedor agriacutecola

A urbanizaccedilatildeo tambeacutem deve ser pensada em paralelo visto que as cidades satildeo

fundamentais para o desenvolvimento quando se configuram mercado consumidor sede das

redes de organizaccedilatildeo do territoacuterio da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo e aleacutem do mais absorvem

imigrantes Portanto precisam de planejamento para atender socialmente a populaccedilatildeo em

termos de serviccedilos equipamentos e trabalho (BECKER 2009) e conclui ldquoa Amazocircnia sem

duvida eacute extremamente heterogecircnea e precisamos reconhecer a diversidade natildeo soacute a

biodiversidade mas a sociodiversidade as diferenciaccedilotildees internas e a partir disso ajustar os

princiacutepios de poliacuteticas gerais agraves condiccedilotildees variadas nas sub-regiotildees Isto eacute fundamental

Significa respeito agraves diferenccedilasrdquo nos colocando na rota da revoluccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica

26

rumo agrave organizaccedilatildeo da base produtiva agrave transformaccedilatildeo do modelo de produccedilatildeo familiar para

realmente produtiva (empreendedor agriacutecola) e agrave mudanccedila

35 Dimensotildees Baacutesicas Para o Desenvolvimento

Quando Sachs (2009) repensa a evoluccedilatildeo do conceito de desenvolvimento ao longo

destes sessenta anos concorda com Sen (1990) Precircmio Nobel de economia que define o

desenvolvimento como sendo a efetivaccedilatildeo universal do conjunto de direitos humanos desde

os direitos poliacuteticos e ciacutevicos direitos econocircmicos sociais e culturais e por fim os direitos

coletivos que inclui o direito a um ambiente saudaacutevel Nesta loacutegica Sachs (2008) trabalha o

desenvolvimento seguindo um tripeacute formado por trecircs dimensotildees baacutesicas da sociedade

desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado Em debate aberto no Centro de

Desenvolvimento Sustentaacutevel da Universidade de Brasiacutelia Sachs (2009) traacutes agrave discussatildeo sua

oacutetica sobre as vertentes pelas quais o desenvolvimento deve ser proferido

a) O desenvolvimento includente remete ao social visto que os objetivos deste satildeo

sempre eacuteticos e sociais O desafio eacute como promover o progresso social com base

no postulado eacutetico de solidariedade sincrocircnica com a nossa geraccedilatildeo respeitando as

condicionalidades ecoloacutegicas e ambientais e de solidariedade diacrocircnica com as

geraccedilotildees futuras

O desemprego aberto o subemprego e a exclusatildeo social que atinge boa parte da

populaccedilatildeo em idade de trabalho eacute o problema social atual de maior relevacircncia Neste sentido

uma observaccedilatildeo importante cabe a este processo para que as accedilotildees assistenciais necessaacuterias -

haja vista a imensidatildeo do problema mas que natildeo modificam estruturalmente a situaccedilatildeo - natildeo

sejam substituiacutedas pelas accedilotildees que consistem em promover a inclusatildeo social pelo trabalho

decente1 alertando para o fato de que natildeo eacute suficiente promover o emprego ou o

autoemprego eacute necessaacuterio incluir os preceitos de dececircncia mencionados pela Organizaccedilatildeo

Internacional do trabalho - OIT

O progresso ou o retrocesso social pode ser avaliado levando em conta trecircs indicadores

mencionados pelo economista britacircnico Dudley Sears o emprego a pobreza e a desigualdade

avaliando o aumento e a diminuiccedilatildeo ao longo do tempo mediante a aplicaccedilatildeo de poliacuteticas que

tendam ao desenvolvimento

1 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo

implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a

dignidade humana

27

Por maior que seja a taxa de crescimento econocircmico natildeo se pode falar em

desenvolvimento se houver o menor retrocesso em um dos trecircs indicadores sob pena de se

configurar apenas um crescimento socialmente perverso aquele que natildeo aumenta o emprego

decente natildeo diminui a pobreza e a desigualdade (SEARS apud SACHS 2009)

b) Desenvolvimento sustentaacutevel deve ser economicamente viaacutevel remete ao mercado

Para que os fatos se concretizem eacute necessaacuterio que se sustente no mercado tendo isso como

uma condiccedilatildeo necessaacuteria poreacutem natildeo suficiente para promover o desenvolvimento dado que

o fator econocircmico natildeo eacute um objetivo em si eacute apenas um instrumental com o qual avanccedilar a

caminho do desenvolvimento includende sustentaacutevel Nisso a ciecircncia pode contribuir natildeo soacute

no segmento da biologia ou da energia nuclear mas essencialmente no acircmbito das ciecircncias

sociais com a responsabilidade de explicitar os criteacuterios com os quais se avalia o

desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado (SACHS 2009)

c) O desenvolvimento sustentado relaciona a preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo dos recursos na

linha do tempo Neste sentido os criteacuterios ambientais satildeo mais difiacuteceis de serem definidos

mas sem duacutevida os gases de efeito estufa resultante do consumo excessivo das energias

foacutesseis devem ser avaliados para que se possa entender qual o impacto destes sobre as

mudanccedilas climaacuteticas que afetam diretamente os solos a aacutegua e as florestas em nosso planeta

(SACHS 2009)

Nesse contexto eacute imprescindiacutevel o acompanhamento por meio de indicadores de

sustentabilidade como variaacutevel selecionada e quantificada que nos permite analisar uma

tendecircncia que de outra forma natildeo seria facilmente detectada capaz de inferir uma mensuraccedilatildeo

dos recursos ambientais econocircmicos social cultural espacialgeograacutefico e poliacutetico

(TOMASONI 2006)

A sustentaccedilatildeo econocircmica guarda estreita relaccedilatildeo com o crescimento que eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria para o desenvolvimento O crescimento depende do investimento aplicado

portanto a taxa de investimento e a poupanccedila devem ser trabalhadas cuidadosamente

(SACHS 2008) A inclusatildeo social e o cuidado com o meio ambiente satildeo caracteriacutesticas de

uma boa sociedade Uma boa sociedade eacute aquela que eacute proacutespera e inclusiva ambientalmente

sustentaacutevel e politicamente bem governada

O desenvolvimento includente deve priorizar os bilhotildees de agricultores familiares e

suas famiacutelias e pensar a agricultura com base na biomassa (biodiversidade-biomassa-

biotecnologias) A biomassa eacute o combustiacutevel o alimento a forragem o adubo verde a

bioenergia o material de construccedilatildeo a mateacuteria prima industrial os faacutermacos os cosmeacuteticos e

28

os inuacutemeros outros produtos que podem ser produzidos a partir dela em bases sustentaacuteveis

usando a ciecircncia e a biotecnologia para aumentar a produtividade e tambeacutem para aumentar a

diversidade de produtos Este processo deve incluir os milhotildees de agricultores em trabalho

decente e deve considerar ainda os trabalhos natildeo agriacutecolas derivados do processo (SACHS

2009)

Todo este modelo de desenvolvimento com base na biodiversidade-biomassa-

biotecnologias deve integrar os agricultores familiares modernizando a sua visatildeo de

produccedilatildeo Aquilo que Becker (2009) chama de ldquotransformaccedilatildeo do agricultor familiar em

empreendedor ruralrdquo a que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel ldquoum

empreendedor que escolha o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo

Outra dimensatildeo do desenvolvimento que merece especial atenccedilatildeo eacute aquela que

Buarque (2009) insistentemente rebusca para o debate a educaccedilatildeo Alertando para o fato de

que ldquoo grande salto estaacute em criar uma consciecircncia nova a partir de uma revoluccedilatildeo na

educaccedilatildeordquo no caso do Brasil por meio da nacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo trazendo a educaccedilatildeo

baacutesica para a responsabilidade da naccedilatildeo e natildeo dos municiacutepios como se daacute hoje Eacute preciso

influenciar o inconsciente coletivo desde a infacircncia de toda a humanidade como forma de

agregar valor agrave natureza

Mello (2009) analisa o desenvolvimento por outra vertente natildeo menos importante que

as demais a territorialidade e o local como forma de incluir na anaacutelise as relaccedilotildees da

sociedade com o seu lugar por acreditar que isto eacute base e elo participante do processo global

As teorias a seguir satildeo condensadas dos trabalhos dessa autora Neste sentido como eacute

possiacutevel pensar em desenvolvimento sustentaacutevel sem levar em consideraccedilatildeo a grande maioria

da populaccedilatildeo brasileira e mundial que natildeo tem sequer um lugar onde viver seja no campo ou

nas cidades em detrimento de uma minoria que acumula a posse de grandes propriedades tatildeo

somente como reserva de valor na constituiccedilatildeo de patrimocircnio privado

Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar

com a riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos

ecossistemas O primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de

comeacutercio ainda que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute

possiacutevel dispensar as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo

resgatar a grande parte da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda (MELLO 2009)

Os nossos ecossistemas analisa Mello (2009) jaacute demostram a ausecircncia de um

equiliacutebrio interno caracterizado pela ameaccedila de desaparecimento de espeacutecies A produccedilatildeo

29

continuada do modelo de exploraccedilatildeo que adotamos conseguiu romper o equiliacutebrio de todos os

nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do

solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a

salinizaccedilatildeo entre outros Em vaacuterios biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em

erosatildeo e perda da fertilidade do solo Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que

temos produzido se questiona ateacute quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir

o aumento da produtividade Ou quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para

aumentar a produccedilatildeo Quanto de nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e

outros gratildeos

Tudo isto serve de norte para a mudanccedila de modo a ponderar a primazia desta forma

de utilizaccedilatildeo do territoacuterio e do local e reconstruir outros caminhos dando mais valor a tudo

aquilo que hoje na sociedade na economia e na poliacutetica estaacute completamente agrave margem

(MELLO 2009)

36 Indicadores Ambientais

Para Christen (1996) os sistemas de produccedilatildeo agriacutecola devem ser observados nas

pesquisas de avaliaccedilatildeo da sustentabilidade por meio de dimensotildees e indicadores locais que

permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais especiacuteficas considerando que dada as vastas

formas de conceituar sustentabilidade a pesquisa tambeacutem admita muitas formas de mensuraacute-

la

Em um processo de gestatildeo os indicadores guardam relaccedilatildeo com as propriedades

estruturais e funcionais Por meio deles eacute possiacutevel identificar as fraquezas e potencialidades

na avaliaccedilatildeo do planejamento e permitem contiacutenuas revisotildees dos objetivos ferramentas e

accedilotildees de tal processo (VENTURELLI GALLI 2006)

Para Magalhatildees Juacutenior (2007) os indicadores satildeo instrumentos baacutesicos de

planejamento alcance de metas e anaacutelise de tendecircncias Atendem tambeacutem a objetivos

cientiacuteficos (recomendaccedilotildees) uacuteteis principalmente na ausecircncia de normas de referecircncia e

servem ainda a objetivos de gestatildeo condicionados pela norma juriacutedica o marco legal

Os indicadores satildeo variaacuteveis que simplificam ou sumarizam determinadas informaccedilotildees

a respeito de um fenocircmeno de modo que este se torne perceptiacutevel e mensuraacutevel fornecendo

informaccedilotildees valiosas em assuntos complexos de forma relativamente acessiacutevel

contribuindo assim para o processo de tomada de decisotildees no monitoramento e avaliaccedilatildeo de

um fenocircmeno (GALLOPIN 1997 FIDALGO 2003 NIEMEIJER e DE GROOT 2008)

30

A Organization for Economic Cooperation and Development ndash OECD - estaacute entre as

organizaccedilotildees pioneiras no desenvolvimento de indicadores Ateacute os anos 80 a instituiccedilatildeo

trabalhou exaustivamente na formulaccedilatildeo de indicadores sociais A partir desta deacutecada a

instituiccedilatildeo iniciou os trabalhos no desenvolvimento de indicadores ambientais atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos paiacuteses do G-7 Esta temaacutetica refletiu-se em listas de indicadores de

sustentabilidade elaborados pela Comissatildeo de Desenvolvimento Sustentaacutevel da Organizaccedilatildeo

das Naccedilotildees Unidas e pelo Banco Mundial (MAGALHAtildeES JUNIOR 2007)

Em acordo com as definiccedilotildees da OECD (2011) o indicador eacute uma variaacutevel ou

conjunto de variaacuteveis capaz de fornecer informaccedilotildees relevantes sobre uma aacuterea ambiente ou

fenocircmeno Eacute capaz de orientar um assunto ou tornar perceptiacutevel uma tendecircncia ou processo

que natildeo eacute imediatamente detectaacutevel Seu significado vai aleacutem do que eacute de fato medido e seu

alcance pode ser maior do que focaliza o fenocircmeno de interesse

Fidalgo (2003) e Turnhout et al (2007) alertam para a necessidade de especial atenccedilatildeo

no processo de construccedilatildeo de indicadores visto que isto implica um processo de seleccedilatildeo

integraccedilatildeo e agregaccedilatildeo de um conjunto de observaccedilotildees dados e conhecimentos acerca de

paracircmetros considerados relevantes e devem ser selecionados a partir de dados disponiacuteveis e

potencialmente importantes sobre o sistema em estudo

Neste sentido o esforccedilo de identificar e contextualizar indicadores do

desenvolvimento sustentaacutevel para os municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo

no Amazonas relacionados com a produccedilatildeo de bananas nos permitiraacute a observaccedilatildeo de um

conjunto de paracircmetros considerados relevantes para o desenvolvimento sustentaacutevel dos

municiacutepios por meio do fortalecimento dos cultivos de bananeiras

O uso de indicadores permite a ligaccedilatildeo entre a produccedilatildeo e o conhecimento cientiacutefico

pela interface entre ciecircncia e poliacutetica Dessa forma recomenda-se a inclusatildeo da perspectiva de

atores sociais no processo de seleccedilatildeo dos indicadores que segundo os pesquisadores natildeo

podem ser avaliados apenas com os tradicionais criteacuterios cientiacuteficos de qualidade devendo

incluir aspectos de interdisciplinaridade relevacircncia e tambeacutem do ponto de vista dos usuaacuterios

(TURNHOUT et al 2007)

Um requisito importante e frequentemente negligenciado para a utilizaccedilatildeo e

aceitaccedilatildeo de indicadores eacute o entendimento do que seja essa ferramenta e da sua real funccedilatildeo

no processo de tomada de decisatildeo Os indicadores satildeo meios de comunicaccedilatildeo e como

qualquer forma de comunicaccedilatildeo requerem seu entendimento pelos participantes do diaacutelogo

no processo de tomada de decisatildeo em direccedilatildeo ao desenvolvimento sustentaacutevel Esses

31

elementos devem ser claros e os usuaacuterios devem estar habilitados a compreender o seu

sentido assim como sua significacircncia em termos de valores (COcircRTES 2009)

37 Cadeia Produtiva Agriacutecola

De acordo com Sppeding (1975) os conceitos de agronegoacutecio cadeia produtiva ou

sistema produtivo tecircm suas origens em aplicaccedilotildees da teoria geral dos sistemas ou possuem

enfoque sistecircmico e satildeo definidos por como um conjunto de elementos interativos

A Teoria Geral dos Sistemas - TGS - se caracteriza pelo todo organizado composto de

elementos interdependentes podendo ou natildeo interagir com o meio exterior se caracterizando

por sistema aberto ou fechado respectivamente Os sistemas e subsistemas relacionam-se e

estatildeo integrados numa cadeia hieraacuterquica onde suas partes integrantes (os subsistemas) satildeo

interdependentes constituindo um todo que eacute superior agrave soma das suas partes e tecircm

caracteriacutesticas proacuteprias satildeo autorregulados e controlados como forma de adaptaccedilatildeo agraves

alteraccedilotildees do meio exterior e para manter o seu equiliacutebrio para o alcance dos seus objetivos

(BERTALANFFY 1975)

Por sua complexidade e heterogeneidade a cadeia produtiva desempenha papel central

nos fluxos de produccedilatildeo de culturas agriacutecolas especialmente nos municiacutepios do Estado do

Amazonas cujas economias encontram suas bases no setor primaacuterio Desse modo constitui-

se elemento fundamental nos estudos sobre sustentabilidade e desenvolvimento para estes

locais (BERTALANFFY 1975 SPPEDING 1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e

CHIAVENATO 2009) Para Sachs (2008) a gestatildeo e governanccedila local devem ser trabalhadas

considerando os potenciais da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como forma de

valorizar e aproveitar os recursos naturais endoacutegenos

No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de elementos

interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e onde cada um

dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute maior do que o

resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente Qualquer

conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as relaccedilotildees

entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990)

Em acordo com Castro et al (1995) a caracterizaccedilatildeo ou anaacutelise de um sistema

agriacutecola se inicia com o estabelecimento de seus objetivos seguida da definiccedilatildeo de seus

limites subsistemas e entidades componentes e do contexto externo onde o sistema se

estabelece A cadeia produtiva eacute o conjunto de componentes interativos incluindo os sistemas

produtivos fornecedores de insumos e serviccedilos induacutestrias de processamento e transformaccedilatildeo

32

agentes de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo aleacutem de consumidores finais Todos estes atores

objetivam suprir o consumidor final de determinados produtos Este pensamento eacute

corroborado por Chiavenato (2011) que define o sistema como um conjunto de elementos

dinamicamente relacionados entre si formando uma atividade para atingir um objetivo

operando sobre entradas e fornecendo saiacutedas processadas

Para Lastres e Cassiolato (2006) o mapeamento da cadeia produtiva bem como a

identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo destes atores satildeo essenciais para a geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo da

capacidade produtiva e inovativa de um determinado setor ou atividade

A interaccedilatildeo das propriedades rurais com o mercado enquanto fornecedoras de

produtos finais pressupotildee relaccedilotildees harmoniosas com o ambiente comercial seja para o

suprimento de mateacuteria prima ou para o fornecimento de produtos ao consumidor final

A figura 2 ilustra uma tiacutepica cadeia produtiva agriacutecola com seus principais

componentes e fluxos (CASTRO et al 1995) Entre os componentes mais comuns estatildeo os

indiviacuteduos fornecedores de insumos as propriedades agriacutecolas com seus diversos sistemas

produtivos agropecuaacuterios ou agroflorestais as induacutestrias de processamento eou

transformaccedilatildeo do produto o comeacutercio atacadista o comeacutercio varejista e os consumidores

finais que influenciam e satildeo influenciados pelos demais componentes da cadeia Estes

componentes se relacionam com o ambiente institucional refletido nas leis e normas que

regulam o setor e as instituiccedilotildees e o ambiente organizacional representado pelas instituiccedilotildees

governamentais financeiras de ensino pesquisa extensatildeo apoio teacutecnico etc

Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva Fonte (Castro et al 1995 adaptado de Zylbersztajn 1994)

33

38 Arranjos Produtivos Locais

Em suma especialmente no acircmbito agriacutecola os esforccedilos acerca do desenvolvimento e

da sustentabilidade convergem para a necessidade de aproveitar as potencialidades endoacutegenas

pela valorizaccedilatildeo da biomassa modernizaccedilatildeo da agricultura brasileira criaccedilatildeo de uma nova

consciecircncia por meio da educaccedilatildeo e a valorizaccedilatildeo da territorialidade e do local atraveacutes da

riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas

(SACHS 2009 BECKER 2009 BUARQUE 2009 MELLO 2009)

Lastres e Cassiolato (2006) em seus estudos sobre os sistemas de inovaccedilatildeo concluem

que o papel do Estado eacute fundamental para o processo de desenvolvimento nacional onde os

esforccedilos devem conduzir para a formaccedilatildeo de arranjos ou de sistemas produtivos e inovativos

locais (ASPILs) focando conjuntos especiacuteficos de atores e atividades econocircmicas capazes de

articular as relaccedilotildees entre os atores sociais as empresas os conhecimentos (codificados mas

considerando especialmente os conhecimentos taacutecitos locais) com o objeto de valorizar a

diversidade e melhorar a competitividade sustentada

A noccedilatildeo de sistema de inovaccedilatildeo implica que nem produccedilatildeo nem inovaccedilatildeo constituem

processos e fenocircmenos isolados sendo necessaacuterio focar o sistema de produccedilatildeo independente

do grau de especializaccedilatildeo nuacutemero de empresas aglomeradas etc Se o enfoque estiver no

sistema de inovaccedilatildeo isto compreenderaacute os clusters distritos industriais etc Nesta base

Lastres e Cassiolato (2006) oferecem valiosa contribuiccedilatildeo agrave busca pelos caminhos que levem

ao desenvolvimento conforme sugerido por Sachs (2008) includente sustentaacutevel e

sustentado ao propor atraveacutes da RedeSist a definiccedilatildeo de Sistemas Produtivos e Inovativos

Locais (SPILs) qual seja

SPILs designa o conjunto de atores econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um

mesmo territoacuterio com foco em um conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas e que

apresentam interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem os quais satildeo fundamentais para a

geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo de capacidades produtivas e inovativas SPILs geralmente incluem

empresas ndash produtoras de bens e serviccedilos finais ndash fornecedoras de bens (mateacuterias-primas

equipamentos e outros insumos) e de serviccedilos distribuidoras e comercializadoras

consumidoras etc ndash e demais organizaccedilotildees voltadas agrave formaccedilatildeo e treinamento de recursos

humanos informaccedilatildeo pesquisa desenvolvimento e engenharia promoccedilatildeo e financiamento

aleacutem de cooperativas associaccedilotildees e representaccedilotildees

Arranjos Produtivos Locais (APLs) se configuram por

Aqueles casos fragmentados e que natildeo apresentam significativa articulaccedilatildeo entre os atores e

que assim natildeo podem se caracterizar como sistemas

Lastres e Cassiolato (2006) advertem que diferentes contextos e modos de articulaccedilatildeo

satildeo fundamentais na aquisiccedilatildeo uso e difusatildeo de conhecimentos e particularmente os taacutecitos

34

Estes sistemas e modos de articulaccedilatildeo podem ser tanto formais como informais Lembram

ainda que a base do dinamismo e da competitividade entre empresas natildeo se restringe a uma

uacutenica empresa ou um setor e sim a todas as atividades e capacidades ao longo da cadeia de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos atores sociais e poliacuteticos e do ambiente onde estatildeo inseridas

Para melhor entender e promover a dinacircmica de um sistema produtivo eacute necessaacuterio

conhecer em profundidade suas especificidades e tambeacutem seu peso e papel dentro das cadeias

complexos e setores em que se insere bem como as economias regionais e internacionais As

principais vantagens dos ASPILs indicadas por Lastres e Cassiolato (2006) satildeo as que se

seguem

Compreende o conjunto de diferentes atores (empresas e organizaccedilotildees de investigaccedilatildeo e

desenvolvimento educaccedilatildeo treinamento promoccedilatildeo e financiamento etc) e atividades

conexas que usualmente caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo local

Cobre o espaccedilo onde ocorre o aprendizado satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e

inovativas e fluem os conhecimentos e particularmente aqueles taacutecitos

Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de

capacitaccedilotildees podem ser mais efetivas

Representa um enfoque mais avanccedilado e que vai aleacutem da tradicional visatildeo baseada na

organizaccedilatildeo individual (empresa) setor aglomeraccedilotildees ou cadeias produtivas permitindo

estabelecer uma ponte entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas as quais tambeacutem natildeo se

restringem aos cortes claacutessicos espaciais como os niacuteveis municipais e de microrregiatildeo

O enfoque em ASPILs permite captar as particularidades da estrutura produtiva e

compreender a diversidade de respostas de seus diferentes sistemas Eacute necessaacuterio identificar e

analisar a configuraccedilatildeo de tais sistemas e como o conhecimento eacute gerado utilizado e

difundido nos mesmos Para tanto eacute necessaacuterio definir o sistema a partir do mapeamento da

cadeia e complexos produtivos vinculados agraves atividades econocircmicas principais ateacute a

identificaccedilatildeo de todos os atores econocircmicos poliacuteticos e sociais indispensaacuteveis ao

funcionamento do mesmo

39 A Cultura da Banana como Atividade Agriacutecola Cultivares de Ocorrecircncias

Frequentes no Estado do Amazonas

O cultivo de bananeiras pelo homem teve iniacutecio no sudeste da Aacutesia Existem ainda

muitas espeacutecies de banana selvagem na Nova Guineacute na Malaacutesia Indoneacutesia e Filipinas

Indiacutecios arqueoloacutegicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na

proviacutencia das Terras Altas Ocidentais da Nova Guineacute sugerem que esta atividade remonta

pelo menos a ateacute 5000 aC ou mesmo a ateacute 8000 aC Tais dados tornam esse local o berccedilo

do cultivo de bananeiras Eacute provaacutevel contudo que outras espeacutecies de banana selvagem

tenham sido objeto de cultivo posteriormente em outros locais do sudeste asiaacutetico

(Wikipeacutedia 2015)

35

A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela

laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da

evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem experimentado no resto do mundo com

produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a

produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os estados com maior produtividade na

regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12 tha respectivamente Entretanto as

estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela

maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil resultando em desperdiacutecio do potencial

agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO 2011)

No Estado do Amazonas ateacute o final da deacutecada de 90 os bananais eram cultivados

predominantemente em solos de vaacuterzea dos Rios Solimotildees Amazonas e Madeira

Lentamente os cultivos comerciais foram se expandindo para as aacutereas de platocirc Hoje os

Municiacutepios de Rio Preto da Eva Presidente Figueiredo Iranduba e Manacapuru entre outros

concentram grandes cultivos de bananeiras (GASPAROTTO et al 1999) e estatildeo formados

predominantemente pelas cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 entre outras em

menores proporccedilatildeo resistentes agrave pragas e doenccedilas

A cultivar Thap Maeo foi selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura de Cruz

das Almas Bahia Eacute uma variante Mysore de porte alto ciclo vegetativo de 394 dias e

apresenta resistecircncia agrave problemas fitossanitaacuterios como a sigatoka negra (Mycosphaerella

fijiensis) sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) mal do Panamaacute e moderadamente

resistente ao nematoide (Radopholus similis) e a broca do rizoma Eacute suscetiacutevel ao moko

(Ralstonia solanacearum raccedila 2) e estaacute livre do viacuterus das estrias da bananeira (BSV)

(GASPAROTTO et al 1999)

A cultivar Caipira (Yamgambi km 5) oriunda da Aacutefrica Ocidental foi introduzida no

Brasil pela Embrapa de Cruz das Almas Bahia Possui ciclo vegetativo de 383 dias e porte

meacutedioalto eacute resistente agrave sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e amarela

(Mycosphaerella musicola) ao mal do Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao

moko (Ralstonia solanacearum raccedila 2) e suscetiacutevel ao nematoide (Radopholus similis)

(GASPAROTTO et al 1999)

A FHIA 18 pertence ao subgrupo prata foi trazida de Honduras pela Embrapa

apresenta porte meacutedio e ciclo vegetativo de 327 dias Eacute resistente agrave sigatoka negra

(Mycosphaerella fijiensis) e amarela (Mycosphaerella musicola) e suscetiacutevel ao mal do

36

Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao moko (Ralstonia solanacearum)

(GASPAROTTO et al 2002)

391 Tratos Culturais da Bananeira

3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira

No momento da formaccedilatildeo dos bananais satildeo vaacuterias as indicaccedilotildees de distribuiccedilatildeo

espacial ficando a criteacuterio do produtor a escolha do espaccedilamento podendo ser utilizado

espaccedilamentos de 40 x 20 x 20 40 x 25 x 20 40 x 30 x 20 30 x 30 e 30 x 20 metros

Contudo Gasparotto et al (2006) adverte que espaccedilamentos maiores aleacutem de disponibilizar

menos mudas por hectare podem incorrer em menor aproveitamento do terreno e da luz solar

e maior suscetibilidade agrave erosatildeo e consequentemente lixiviaccedilatildeo do solo e menor

produtividade Este tipo de distribuiccedilatildeo tambeacutem pode dificultar a aplicabilidade das praacuteticas

fitossanitaacuterias e de colheita uma vez que dificulta a mecanizaccedilatildeo As informaccedilotildees seguintes

foram compiladas dos trabalhos de Arruda et al (2004) e Gasparotto et al (2006) e

representam experimentos realizados no Estado do Amazonas para a cultivar Thap Maeo

seguindo as recomendaccedilotildees dos tratos culturais de preacute e poacutes colheita

Os trabalhos de Gasparotto et al (1999) datildeo conta de que no Estado do Amazonas a

produccedilatildeo de bananas ainda eacute bastante afetada por problemas fitossanitaacuterios com a incidecircncia

das doenccedilas conhecidas como sigatoka negra sigatoka amarela mal do Panamaacute e o moko

tambeacutem decorrentes das questotildees tecnoloacutegicas como espaccedilamento aplicado para distribuiccedilatildeo

das covas processos de adubaccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes colheita transporte da produccedilatildeo e

tratos culturais ineficientes

A sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora

fijiensis)eacute a principal doenccedila da bananeira no mundo podendo causar perdas totais dos

plantios quando as cultivares atacadas satildeo do tipo prata eou maccedilatilde Quando afeta plantios com

cultivares do subgrupo Terra conhecidas no Amazonas como Pacovatilde e Pacovi as perdas

ficam em torno de 60 a 70 (GASPAROTTO et al 1999)

O mal do panamaacute eacute uma doenccedila causada pelo Fusarium oxysporum fsp cubense

fungo habitante do solo que produz clamidoacutesporos - estruturas que lhes permitem sobreviver

no solo por ateacute 50 anos - mesmo na ausecircncia de bananeiras suscetiacuteveis induz perdas

proporcionais ao nuacutemero de plantas atacadas visto que provoca murcha permanente em

plantas adultas na eacutepoca da emissatildeo dos cachos (PEREIRA et al 2008)

37

4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS

41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO

AMAZONAS

Resumo

Apesar da disponibilidade de terras desmatadas e degradadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo

clima e solos favoraacuteveis para o cultivo de frutas o Estado do Amazonas ainda apresenta

produccedilatildeo insuficiente em quantidade e qualidade e importa muitas frutas de outras regiotildees do

paiacutes A banana eacute uma fruta de grande expressatildeo na cadeia alimentar e econocircmica dos

amazonenses e eacute cultivada nos 62 municiacutepios do Estado Em 2012 foram cultivados mais de

9500 ha com bananeiras onde foram produzidas 63000 t da fruta mas a produtividade ainda

eacute muito baixa (da ordem de 122 thaa) se comparada agrave produtividade mundial que em muitos

paiacuteses ultrapassa 50 thaa Com o intuito de investigar as praacuteticas de gestatildeo e as tecnologias

empregadas nos cultivos de bananeiras no Amazonas foi realizado um levantamento por

meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 15 cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e em 30 plantios no Rio Preto da Eva no Amazonas safra de 2012 para anaacutelise da

aacuterea cultivada com bananas produccedilatildeo produtividade e observaccedilatildeo dos tratos culturais

aplicados Nos 60 ha investigados em Presidente Figueiredo a produccedilatildeo meacutedia de bananas foi

de aproximadamente 991 ta com produtividade de 163 thaa No municiacutepio de Rio Preto da

Eva foram analisados 83 ha com produccedilatildeo meacutedia de 1152 ta e produtividade meacutedia de 139

thaa O estudo revelou ainda que a produtividade meacutedia de banana nos dois municiacutepios

analisados eacute ligeiramente superior agrave produtividade meacutedia do Estado contudo estaacute muito

abaixo dos iacutendices alcanccedilados em cultivos no Estado da ordem de 50 thaa para a cultivar

Thap Maeo indicando que apesar de natildeo haver limitaccedilotildees tecnoloacutegicas ou climaacuteticas para a

cultura da banana no Estado os produtores natildeo estatildeo usando as informaccedilotildees e tecnologias

adequadas para elevarem a produtividade dessa cultura nesses municiacutepios A pesquisa

detectou a inobservacircncia das especificaccedilotildees teacutecnicas de espaccedilamento e densidade indicados

para cultivos no Amazonas incorrendo em baixo aproveitamento do solo Apenas dois dos

quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo tinham plantios com

densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois outros tinham

plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores O aproveitamento

da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente

Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72 com meacutedia igual a apenas

29 Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva

tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente O

aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de

Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com meacutedia igual a

apenas 282

Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade de banana Amazonas

38

Abstract

Despite the availability of deforested and degraded lands water resources for irrigation

favorable climate and soil for growing fruit the State of Amazonas still has insufficient

production in quantity and quality resulting of importation of many fruits from other regions

of the country The banana is a fruit which is widely recognized in the food and economic

chain of Amazonas and it is grown in 62 municipalities In 2012 more than 9500 ha were

cultivated with bananas which produced 63000 t of fruit but productivity is still very low

(around 122 t ha y) compared to world productivity in many countries which exceeds 50 t

ha y In order to investigate the management practices and technologies employed in the

cultivation of bananas in the Amazonas State a survey was conducted through questionnaires

in 15 crops of bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 plantations in Rio

Preto da Eva 2012 harvest for analysis of the area planted with bananas production

productivity and observation of the applied cultivation In the 60 ha investigated in Presidente

Figueiredo the average banana production was approximately 991 t y with yield of 163 t

ha y In the municipality of Rio Preto da Eva 83 ha were analyzed with an average

production of 1152 t y and average yield of 139 t hay The study also revealed that the

average banana productivity in the two counties analyzed is slightly higher than the average

productivity of the State However it is far below the rates achieved in the state around 50

thay for the cultivar Thap maeo indicating that although there are no technological or

climatic limitations for banana cultivation in the Amazonas State producers are not using the

appropriate information and technology to raise productivity of this crop in these

municipalities The survey found non-compliance with technical spacing and density

specifications suitable for cultivation in the Amazon incurring in low land use Only two of

the fifteen banana producers of Presidente Figueiredo had plantations with plant densitiesha

next to the technically recommended Two others had plantations with higher plant densities

and the other much lower The utilization of the productive capacity of soils in banana

plantations in the municipality of Presidente Figueiredo was well below the desirable ranging

from 93 to 72 with an average of only 29 All the 30 bananas cultivations analyzed in

Rio Preto da Eva had plantations with plant densitiesha lower than that recommended

technically The utilization of the productive capacity of soils in banana plantations in Rio

Preto da Eva was well below the desirable ranging from 72 to 840 with an average of

only 282

Key Words Banana cultivation banana productivity Amazonas

39

411 INTRODUCcedilAtildeO

Durante deacutecadas a dinacircmica econocircmica do Brasil foi referenciada essencialmente

pela sucessatildeo de ciclos de exploraccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de produtos primaacuterios com baixo ou

nenhum niacutevel de processamento Este cenaacuterio se modificou lentamente e especialmente na

deacutecada de 80 a agroinduacutestria se destaca como um dos segmentos de grande importacircncia na

economia brasileira estimulando mudanccedilas significativas nos vaacuterios elos das cadeias

produtivas agriacutecolas como forma de valorizar a produccedilatildeo do setor primaacuterio e tornar

expressivo o agronegoacutecio brasileiro (BARRETO FILHO 2000)

A fruticultura um dos segmentos do agronegoacutecio vem ganhando projeccedilatildeo nos

mercados regionais nacional e internacional em virtude de novas demandas de mercado

decorrentes dos novos haacutebitos de consumo da populaccedilatildeo Entretanto conforme enfatizado por

Barreto Filho (2000) a fruticultura brasileira precisa vencer algumas barreiras que

comprometem sua competitividade e retardam sua consolidaccedilatildeo como atividade capaz de

atender agraves expectativas de tornar-se um instrumento de projeccedilatildeo do desenvolvimento regional

Satildeo muitas as oportunidades para a produccedilatildeo de frutas na Amazocircnia cujo consumo

crescente tem sido motivado principalmente pelo aumento da demanda mundial por

alimentos a partir do crescimento populacional do crescimento da renda per capta nos paiacuteses

mais populosos do mundo como a China e a Iacutendia da crescente limitaccedilatildeo de terras

agricultaacuteveis no plano mundial e do aumento do consumo de frutas nos haacutebitos alimentares

A regiatildeo amazocircnica dispotildee de terras desmatadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo

climas e solos favoraacuteveis e apesar disso importa grande quantidade de frutas de outras

regiotildees do paiacutes Todos esses fatores propiciam o desenvolvimento da fruticultura sustentaacutevel

na Amazocircnia com perspectivas de desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura e

fortalecimento dos respectivos elos como forma de desenvolvimento da regiatildeo e melhoria na

qualidade de vida da populaccedilatildeo em especial as que satildeo originaacuterias da zona rural cuja

economia possui relaccedilatildeo direta com o agronegoacutecio

A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela

laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura eacute uma atividade de grande

relevacircncia para o agronegoacutecio da regiatildeo Norte principalmente para o Estado do Amazonas

onde se constitui importante base alimentar para os amazonenses e com alta participaccedilatildeo na

composiccedilatildeo da receita dos agricultores locais Natildeo obstante eacute uma das frutas de grande

expressatildeo cultural e de cultivo bastante disseminado no Estado do Amazonas sendo cultivada

nos 62 municiacutepios Amazonense

40

A significativa participaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia dos produtores rurais

contribui para ocorrecircncia de cultivos em todos os municiacutepios do Estado Em 2012 o Estado

do Amazonas cultivou 9545 ha com a fruta colhendo 5440 ha Nestes municiacutepios foram

produzidos 63745 toneladas da fruta com produtividade de 122 toneladas por hectare

contribuindo com mais de R$ 59 milhotildees para a economia do Estado (IBGE 2013)

As estatiacutesticas da FAO indicam que em 2009 foram cultivados com bananas

aproximadamente 48 milhotildees de hectares em todo o mundo onde foram produzidos 95

milhotildees de toneladas com produtividade de 19 tha O Brasil eacute o quinto produtor mundial de

bananas com produccedilatildeo anual de 71 milhotildees de toneladas sendo superado pela Iacutendia (262

milhotildees de toneladas) Filipinas (90 milhotildees de toneladas) China (82 milhotildees de toneladas)

e Equador (73 milhotildees de toneladas) Curioso eacute que a aacuterea cultivada no Brasil (511 milha) soacute

eacute superada pela aacuterea cultivada na Iacutendia (709 milha) Contudo o Brasil ocupa a quinta posiccedilatildeo

em produtividade entre os paiacuteses produtores de bananas analisados pela FAO Em 2009 a

produtividade Brasileira foi de 140 tha enquanto a Indoneacutesia teve produtividade de 597tha

seguida da Costa Rica com 499 tha A produtividade na Iacutendia eacute de 370 tha no Equador eacute de

353 tha na China eacute de 264 tha e nas Filipinas 202 tha (SILVA NETO 2011)

Ao se analisar a produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte que embora tenha passado por

importantes transformaccedilotildees nas duas uacuteltimas deacutecadas com a inserccedilatildeo pela Embrapa de

cultivares resistentes agraves pragas e doenccedilas como sigatoka negra causada pelo fungo

Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora fijiensis) e o mal do panamaacute causado pelo

Fusarium oxysporum fsp cubense ainda carece de melhores processos de produccedilatildeo

principalmente no que se refere agrave qualidade dos seus produtos e subprodutos da consolidaccedilatildeo

da agroinduacutestria de melhor organizaccedilatildeo de seus produtores e do fortalecimento de uma

infraestrutura que possibilite melhores condiccedilotildees de competitividade (ARRUDA 2004)

A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem

experimentado no resto do mundo com produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo

da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os

estados com maior produtividade na regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12

tha respectivamente Entretanto as estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no

mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil

resultando em desperdiacutecio do potencial agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO

2011)

41

Seguindo a anaacutelise das questotildees levantadas nesse trabalho e considerando-se a

importacircncia do desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado por meio da valorizaccedilatildeo

da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como elemento indispensaacutevel agrave sustentabilidade

dos municiacutepios do Estado do Amazonas satildeo enfatizados os processos de produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios do Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo

Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos processos produtivos dessa

frutiacutefera de cultivos bastante disseminados na regiatildeo com o objetivo de identificar as praacuteticas

de gestatildeo e as caracteriacutesticas agronocircmicas nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios do Rio

Preto da Eva e Presidente Figueiredo Estado do Amazonas como forma de analisar o

potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo de cultivos de

bananeiras articulados como sistemas produtivos orientando para o adequado manejo do solo

controle de pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo

a proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo

da populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento socioeconocircmico sustentaacutevel dos

produtores e para a economia agriacutecola dos municiacutepios

42

412 MATERIAL E MEacuteTODOS

4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo

As propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa estatildeo

alocadas nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do

Amazonas Cada Municiacutepio possui respectivamente 1 62 e 017 da aacuterea total do Estado

abrigando 080 e 052 da populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes

municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do

Estado do Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado

Manaus

Nestes municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012

por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 30 propriedades rurais produtoras dessa cultura no

Rio Preto da Eva e 15 em Presidente Figueiredo

A definiccedilatildeo destes locais para coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o

maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das

decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em

2012 estes dois municiacutepios detinham 1210 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que

possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os

dois municiacutepios selecionados para coleta de dados primaacuterios sobre a safra de bananas em

2012 Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo referenciados pelo IBGE como o

segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois

municiacutepios foram responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde

foram produzidas 1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)

4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

Foram analisadas propriedades produtoras de bananas nestes municiacutepios e a anaacutelise

dos dados de formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo e produtividade constantes do diagnoacutestico se

deu com base nos dados da safra de bananas de 2012

A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve

dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos integrados dos

dados agronocircmicos desde a formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes-colheita e

aproveitamento da capacidade produtiva do solo com a bananicultura Utilizou-se do meacutetodo

de estudo exploratoacuterio buscando diagnosticar as praacuteticas culturais para os cultivos agriacutecolas

43

dessa cultura Este meacutetodo tambeacutem foi utilizado para diagnosticar a produccedilatildeo geral da cultura

nos municiacutepios em estudo como forma de identificar os aspectos que interferem e influenciam

no processo de produccedilatildeo da banana

Para o alcance dos objetivos deste trabalho foram elaborados questionaacuterios

estruturados que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana buscando

conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios conforme Quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas

Acircmbito Agriacutecola

Situaccedilatildeo Real dos cultivos Recomendaccedilatildeo

teacutecnica(1)

Dados de formaccedilatildeo dos cultivos Dados da Produccedilatildeo Dados de formaccedilatildeo e

produccedilatildeo

- Aacuterea da propriedade

- Aacuterea cultivada com bananas

- Quantidade de bananeiras na propriedade

- Bananeiras em fase de produccedilatildeo

- Praacuteticas culturais

Produccedilatildeo meacutedia de

bananas

- Produtividade meacutedia

de bananas

- Aproveitamento da

capacidade produtiva

do solo

- Teacutecnicas de

espaccedilamento e densidade

- Produccedilatildeo meacutedia

- Produtividade meacutedia

- Aproveitamento da

capacidade produtiva do

solo (1)

Com base nos dados de produtividade fornecidos por Arruda et al (2004)

No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi

estruturadas aos produtores rurais cooperativas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias e a

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas informaccedilotildees sobre

os dados gerais para a formaccedilatildeo dos cultivos (aacuterea total da propriedade aacuterea cultivada com

bananas e plantas em fase de produccedilatildeo de frutos) as tecnologias de preacute colheita (envolvendo

as praacuteticas culturais e a densidade de plantas por hectare) as tecnologias de poacutes colheita

(produccedilatildeo e produtividade meacutedia de bananas e aproveitamento da capacidade produtiva do

solo) e feito um comparativo para os dados caso os cultivos estivessem dentro dos padrotildees de

produtividade indicados pela literatura especiacutefica a fim de conhecer a situaccedilatildeo real dos

cultivos de bananeiras

A anaacutelise destes dados permitiu conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras e

estimar o potencial produtivo nos municiacutepios estudados bem como analisar os fatores

favoraacuteveis e desfavoraacuteveis que envolvem o processo de gestatildeo na formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

desses cultivos

44

4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Neste contexto se focalizaram as propriedades rurais que compreendem os locais

dentro das zonas rurais dos municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao

cultivo agriacutecola de bananas onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para

processamento dos produtos Para fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades

rurais inquiridas para a obtenccedilatildeo do diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para

fins comerciais pela importacircncia da anaacutelise de elementos que envolvem a gestatildeo dos cultivos

Procurou-se primeiro identificar as propriedades rurais enquadradas no interesse da

pesquisa e depois diagnosticaacute-las no acircmbito agriacutecola das bananas A anaacutelise dos processos de

gestatildeo aplicados em cada etapa permitiu identificar os elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis

do processo Esta anaacutelise permitiu conhecer o processo de formaccedilatildeo dos cultivos de

bananeiras nos municiacutepios em estudo e sua relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e produtividade

4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos

quantitativos Neste caso a anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves

caracteriacutesticas de formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos de bananeiras e a gestatildeo empregada A

anaacutelise quantitativa torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no

acircmbito agriacutecola da formaccedilatildeo dos cultivos e produccedilatildeo da fruta

Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas

pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo

exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) se caracteriza por proporcionar um maior

conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da

investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em trinta propriedades

rurais distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria

45

de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do

municiacutepio

Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados

quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O

levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo

direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de

julho de 2013 a junho de 2014

46

413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em

2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas e aacuterea colhida

superou 67 mil ha A produccedilatildeo ultrapassou 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade

meacutedia alcanccedilada na regiatildeo Norte de 10 tha (Tabela 1) ainda eacute muito baixa se comparada

com as das demais regiotildees brasileiras (quando aplicadas as tecnologias apropriadas a

produtividade supera 50 tha no entorno de Brasiacutelia e 40 tha no Vale do Satildeo Francisco e na

regiatildeo Norte de Minas Gerais (SILVA NETO e GUIMARAtildeES 2011)

Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade ligeiramente maior que a

meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente Esta produccedilatildeo agregou mais

de R$ 59 milhotildees agrave economia do Amazonas e R$ 276 milhotildees agrave economia do Paraacute Nos

demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em

2012

Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012

Estado

Aacuterea

Plantada

(ha)

Aacuterea

Colhida

(ha)

Quantidade

produzida

(t)

Rendimento

meacutedio

(tha)

Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

Amazonas 9545 131 5440 81 63745 79 120 59569 126

Acre 6977 96 6017 90 64112 79 110 27282 58

Amapaacute 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46

Paraacute 41549 571 41549 620 565773 698 140 276410 583

Rondocircnia 7215 99 6840 102 59091 73 90 49420 104

Roraima 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46

Tocantins 3702 51 3507 52 25995 32 70 18195 38

Regiatildeo

Norte 72788 -- 67053 -- 810296 -- (100) 474034 --

()

Percentual do Estado em relaccedilatildeo agrave regiatildeo Norte

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

Juntos o Estado do Amazonas e Paraacute concentram 70 da aacuterea cultivada com bananas

na regiatildeo Norte do Brasil com respectivamente 13 e 57 cada Estado No Norte as

menores aacutereas cultivadas com bananas satildeo no Amapaacute e Roraima com 1900 ha cada um

contudo o menor rendimento meacutedio detectado na regiatildeo foi no Estado do Tocantins com 7

47

tha seguido dos Estados do Amapaacute Rondocircnia e Roraima com 9 tha em cada Estado O

Acre apresentou produtividade de 11 tha ficando ligeiramente acima da produtividade meacutedia

da regiatildeo Norte a exemplo do Amazonas e Paraacute

Se o Estado do Amazonas trabalhasse com cultivos tecnificados a exemplo de

algumas regiotildees brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia e regiotildees da Bahia e de

Minas Gerais na mesma aacuterea colhida de mais de 72 mil ha seria possiacutevel produzir mais de

270 mil toneladas em detrimento das 63 milt alcanccediladas em 2012

A produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte agregou mais de 474 milhotildees de reais ao PIB

brasileiro em 2012 mas esse valor poderia aumentar mais de seis vezes se os cultivos de

bananeiras atingissem a produtividade jaacute alcanccedilada em algumas regiotildees do paiacutes e no Estado

do Amazonas de 50 tha (Tabela 1)

4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo

Caipira e FHIA 18

Atendendo agrave importacircncia socioeconocircmica que a cultura da banana tem para a regiatildeo

Norte do paiacutes eacute fundamental prolongar as atenccedilotildees para proceder agrave reestruturaccedilatildeo dos

cultivos com variedades mais resistentes agraves principais doenccedilas e pragas que atingem os

bananais em todo o mundo visto que se trata de uma cultura de grande importacircncia para a

regiatildeo Norte do Brasil que natildeo pode ser negligenciada

Estas informaccedilotildees se referem ao funcionamento da bananicultura a sua importacircncia

socioeconocircmica e as implicaccedilotildees agriacutecolas e econocircmicas resultante da negligecircncia dos

cultivos para os amazocircnidas especialmente os das zonas rurais cuja economia encontra suas

bases essencialmente no setor primaacuterio (Tabela 2)

Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo

Caipira e FHIA 18

Cultivares Porte da

planta

Densidadeha(1)

(un)

- 1deg ciclo -

Peso meacutedio

do cacho

(kg)

Quantidade de

pencas por cacho

(un)

Peso meacutedio

da penca

(kg)

Thap

Maeo

Alto 1667 330 10 33

Caipira Meacutedio a

alto

1667 400 10 40

FHIA 18 Meacutedio 1667 400 10 40 (1)

Considerando espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m sugerido por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte Gasparotto et al (2003) adaptada pela autora

48

A tabela 2 traacutes as informaccedilotildees baacutesicas condensadas dos trabalhos de Gasparotto et al

(2004) sobre as caracteriacutesticas das cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 mais plantadas

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

As cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 satildeo respectivamente de porte alto

meacutedio a alto e meacutedio podendo cada uma abrigar 1667 covas por hectare no primeiro ciclo

produtivo sem prejuiacutezos para o cultivo e a produccedilatildeo quando plantadas em espaccedilamentos de

40 x 20 x 20 metros Nestas condiccedilotildees o peso meacutedio do cacho para cada cultivar eacute

respectivamente de 33 40 e 40 quilos cada cacho com meacutedia de 10 pencas por cacho

pesando respectivamente 33 kg 40 kg e 40 kg cada penca (Tabela 2)

4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo

no Estado do Amazonas

A capacidade produtiva da cultivar Thap Maeo oscila entre 30 e 35 toneladas por

hectare ano em condiccedilotildees normais (GASPAROTTO et al 1999) Estudos realizados no

Estado do Amazonas Municiacutepio de Manacapuru por Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) com essa cultivar e registraram 50 thaa em cultivos com disposiccedilotildees espaciais em

fileiras duplas de 40 x 20 X 20 m e distribuiccedilatildeo por estande de 1667 plantas no primeiro

ciclo A partir do segundo ciclo produtivo o estande teraacute mais de 3300 plantas produzindo

frutos Do terceiro ciclo em diante o estande abrigaraacute mais de 5000 plantas visto que em

cada cova devem ser mantidas a planta matildee a filha e a neta Nesta situaccedilatildeo a produccedilatildeo

estimada eacute de aproximadamente 50 toneladas por hectares ano A opccedilatildeo por estandes com este

espaccedilamento permite um incremento na produccedilatildeo da ordem de 173 se comparado com os de

espaccedilamento de 3 x 3 metros (Tabela 3)

Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de

Bananeiras para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas

Espaccedilamento

(m)

Estande

(plha)

Produccedilatildeo

esperada (ta)

Produtividade

(tha)

Incremento na

produccedilatildeo ()

40 x 20 x 20 1667 500 211 1730

40 x 25 x 20 1538 400 111 1384

40 x 30 x 20 1428 371 82 1284

30 x 30 1111 289 -- 1000 (1)

Em relaccedilatildeo ao espaccedilamento de 3 x 3 m

Fonte Arruda et al (2004) adaptada pela autora (ta)

49

A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e

mais de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100

plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa

O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 no

estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio se obteraacute mais

de 4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 2850

bananeiras produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa

Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas e

mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de

2200 plantas produzindo frutos o que significa produtividade de aproximadamente 289

thaa (Tabela 3)

A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e mais

de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100

plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa

O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 m no

estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio teraacute mais de

4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo aproximadamente 2850 bananeiras

produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa

Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas

e mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de

2200 plantas produzindo o que significa produtividade de aproximadamente 289 thaa

(Tabela 2)

Apesar do esforccedilo empregado pela Embrapa Amazocircnia Ocidental de melhoria dos

cultivos pelo uso de cultivares mais resistentes a pragas e doenccedilas e pela aplicabilidade das

teacutecnicas e tecnologias mais apropriadas para a dinamizaccedilatildeo da cultura ainda eacute possiacutevel

observar com grande frequecircncia baixa produtividade dos bananais em funccedilatildeo do niacutevel

tecnoloacutegico empregado e de problemas fitossanitaacuterios

4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Os dados descritos na tabela 4 se referem agrave anaacutelise de quinze propriedades rurais que

cultivam bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo distribuiacutedas entre os ramais do

Canoas e do Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da BR ndash 174 e

ao longo da AM ndash 240 estrada que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina

50

Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 P AT

(ha)

ACB

(ha)

ACB

QB

ha

QBP

(un)

BPF

(un)

PMB

(kgano)

PDTBha

(kgano)

01 25 20 80 750 1500 1500 4500 2250

02 316 40 13 1500 6000 3750 12000 3000

03 50 25 50 1000 2500 2500 1800 720

04 12 15 125 1200 1800 1800 1200 800

05 50 50 100 1100 5500 5500 2900 580

06 49 10 20 1100 1100 1100 900 900

07 175 30 17 1267 3801 3800 3000 1000

08 96 10 10 1850 1850 1850 500 500

09 80 05 06 800 400 400 900 1800

10 100 40 40 1125 4500 1100 2000 500

11 300 190 63 1000 19000 19000 40600 2137

12 50 15 30 2333 3500 3500 1700 1133

13 100 90 90 778 7002 7000 3500 389

14 110 50 45 1100 5500 3850 5000 1000

15 50 15 30 1133 1700 1700 2100 1400

Totais 1563 605 -- (18036) 65652 58350 82600 (18109)

Meacutedias 1042 40 38 1202 4377 3890 5507 1207 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas QB =

quantidade de bananeiras por hectare QBP = quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras

produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas PDTB = produtividade de bananas

Fonte autora

Elas somam uma aacuterea total de 1563 ha dos quais apenas 60 hectares satildeo cultivados

com bananeiras correspondendo a 38 das propriedades com um total de 58350 plantas

produzindo 82600 quilos de bananas por mecircs nas 15 propriedades analisadas que

corresponde a 5507 kg para cada uma

Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando

entre um e dez anos e em todas elas haviam plantas produzindo frutos Somente as

propriedades 02 10 e 14 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de

crescimento sem produccedilatildeo de frutos (Tabela 4)

Pelos dados dessa tabela verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades

dentro de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 12 a

316 ha (propriedades 4 e 2 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 05 e

maacuteximo de 19 ha cultivados com bananeiras (propriedades 9 e 11) indicando tambeacutem que os

percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura variaram de 1

(propriedade 8) a 125 (propriedade 04)

Foram detectados plantios com distribuiccedilatildeo em fileiras simples de 3 x 3 m com

densidade variando entre 750 e 2333 plantasha propriedades 01 e 12 respectivamente A

uacutenica exceccedilatildeo foi detectada na propriedade 07 que apresentou em um dos trecircs hectares

51

cultivados com bananas a distribuiccedilatildeo espacial em fileiras duplas de 4 x 2 x 2 m com um

total de 1660 plantas neste ha Nas demais propriedades analisadas os estudos mostram que

natildeo foram aplicadas as formas mais eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por

hectare resultando em ineficiente aproveitamento da aacuterea de plantio e consequentemente

menor produtividade excetuando-se as propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades

superiores agraves recomendadas para cultivos da cultivar Thap Maeo no Amazonas (PEREIRA et

al 2006) as demais propriedades apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves

condiccedilotildees ideais

A distribuiccedilatildeo de 750 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de

cultivo e segundo Pereira et al (2006) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa

densidade de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no

Amazonas podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando

principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 2333 plantasha

constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela

competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e

dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte

dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas

Com base nos espaccedilamentos entre plantas e aacutereas cultivadas observou-se que o

nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 400 na

propriedade 9 ateacute o maacuteximo de 19000 na propriedade 11 (Tabela 3) As 15 propriedades

analisadas totalizam 60 hectares cultivados com a cultura da bananeira predominantemente a

cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as cultivares Caipira e FIA 18 Nestes estatildeo

cultivadas mais de 65000 plantas das quais 58358 estatildeo produzindo frutos Dentro das

condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos cultivos na mesma aacuterea cultivada seria

possiacutevel abrigar aproximadamente 100000 covas melhorando a eficiecircncia de uso do solo em

35

A variaccedilatildeo de bananeiras em fase de produccedilatildeo de frutos foi de 400 ateacute 19000 nas

propriedades 09 e 11 respectivamente A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de

500 quilos na propriedade 08 ateacute 40600 kg na propriedade 11 com produtividade por hectare

de 500 quilos e 2137 kg nas respectivas propriedades

A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 02 com produccedilatildeo

mensal de 3000 quilos de bananas enquanto que na propriedade 13 com a menor

produtividade a produccedilatildeo foi de 389 quilos

52

Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e

reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo

espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de

por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha

Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando

comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e

1111 plantasha (Tabela 4)

Ainda observando o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m

permite melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as

praacuteticas culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em 14 toneladas

ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111

covasha No estado do Amazonas produtores que utilizaram a cultivar Thap Maeo

trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram

produtividade de 50 toneladas por hectare ano (ARUDA et al 2004)

Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na

Aacuterea amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos

Dados de Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012

P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo

teacutecnica (1)

ACPS

haano

() ACB

(ha)

QB

ha

QBP

(un)

PMB

(ta)

PDTBha

(ta)

QBP

(un)

PDTMB(sup2)

(ta)

01 20 750 1500 540 270 3334 100 540

02 40 1500 6000 1440 360 6668 200 720

03 25 1000 2500 216 86 4168 125 173

04 15 1200 1800 144 96 2501 75 192

05 50 1100 5500 348 70 8335 250 139

06 10 1100 1100 108 108 1667 50 216

07 30 1267 3801 360 120 5001 150 240

08 10 1850 1850 60 60 1667 50 120

09 05 (400) 400 108 216 834 25 432

10 40 1125 4500 240 60 6668 200 120

11 190 1000 19000 4872 256 31673 950 513

12 15 2333 3500 204 136 2501 75 272

13 90 778 7002 420 47 15003 450 93

14 50 1100 5500 600 120 8335 250 240

15 15 1133 1700 252 168 2501 75 336

Total 605 (17636) 65652 (9912) (2173) (100854) (3025) (4346)

Meacutedia 40 1176 4377 661 145 6724 202 290

P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare

QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =

produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento

da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados

(1) Arruda et al (2004) (sup2) Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa

Fonte autora

53

Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantasha e a produtividade alcanccedilada nos cultivos

de bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo usando o espaccedilamento de 3 x 3 m e

disposiccedilatildeo meacutedia de 1202 bananeiras por hectare e compararmos com as indicaccedilotildees ideais de

produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) para o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m e

disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 5

A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por

hectare visto que a propriedade 1 tem cerca de 750 bananeirasha sendo a menor

distribuiccedilatildeoha encontrada com 917 plantas a menos se comparadas com as condiccedilotildees

desejaacuteveis A propriedade 12 que apresentou a maior densidade de plantasha com 2333

covas representa alta densidade com diferenccedila a mais de 666 plantasha em acordo com as

indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 4) para condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas

A anaacutelise geral apresenta um total de 65652 plantas nas 15 propriedades estudadas

com meacutedia de 4377 plantaspropriedade Se fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de

densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na mesma aacuterea plantada nas 15 propriedades

estariam sendo cultivadas mais de 100000 plantas com meacutedia de 6724 bananeiras por

propriedade conforme tabela 4 Estas 15 propriedades deixaram de cultivar mais de 35000

bananeiras por natildeo aplicarem o melhor espaccedilamento e distribuiccedilatildeo de plantas por hectare

indicada para os cultivos Isto representaria um ganho de produtividade na mesma aacuterea

cultivada de aproximadamente 35

Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a

produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de pouco mais de 991 toneladas ano com meacutedia de

661 ta por propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na

propriedade 11 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de mais de 487 toneladas ano e a menor foi na

propriedade 8 com 6 ta e produtividade de pouco mais de 25 e 6 thaano nas respectivas

propriedades

Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis a propriedade com menor nuacutemero de bananeiras

nos hectares cultivados seria a propriedade 9 com 834 plantas e a maior quantidade a

propriedade 11 com 31673 plantas visto que possuem 05 e 19 ha cultivados

respectivamente A propriedade 2 com maior produtividade meacutedia por hectare foi a que mais

se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio alcanccedilando um aproveitamento do solo na

ordem de 72 com 4 ha plantados e produccedilatildeo de 144 tano enquanto que a propriedade 11

que registraria a maior produtividade em condiccedilotildees ideais quando observada nas condiccedilotildees

54

reais teve um aproveitamento do solo da ordem de 513 com produtividade de 256

thaano

Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nas 15 propriedades seria de

3025 ta compreendendo 2017 ta para cada propriedade poreacutem o que se apurou na

pesquisa foi uma produccedilatildeo meacutedia de 9912 ta nas 15 propriedades estudadas com meacutedia de

661 ta por propriedade Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade

produtiva dos solos visto que as 15 propriedades analisadas tiveram um aproveitamento de

4346 conferindo para cada propriedade aproveitamento de 29 da capacidade disponiacutevel

de solo se comparada com a produtividade indicada por Arruda et al (2004)

Esta baixa produtividade por hectare ano pode encontrar respaldo na forma de

distribuiccedilatildeo de plantas por hectare identificadas na pesquisa visto que em quase todas as

propriedades estudadas as densidades e consequentemente produtividades estavam abaixo

das recomendadas na literatura exceto a particularidade encontrada na propriedade 7 que

possuiacutea um hectare cultivado pela Embrapa como parcela de experimento e se encontrava em

condiccedilotildees ideais para ambos os fatores Outros elementos que podem responder a esta menor

eficiecircncia da produccedilatildeo satildeo as aplicabilidades dos tratos culturais necessaacuterios para se obter

produccedilotildees constantes e uniformes

4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Os dados descritos na tabela 6 se referem agrave anaacutelise de trinta propriedades rurais onde

se cultiva bananeiras no Municiacutepio do Rio Preto da Eva As propriedades estatildeo distribuiacutedas

entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados respectivamente nos

quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 estrada que daacute acesso aos municiacutepios de

Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas

Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando

entre um e dez anos e em todas elas havia plantas produzindo frutos Somente as propriedades

12 13 17 e 18 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de crescimento

sem produccedilatildeo de frutos

Elas somam uma aacuterea total de 1230 ha dos quais apenas 83 ha satildeo cultivados com

bananeiras correspondendo a 62 das propriedades com um total de 89291 plantas

produzindo 96000 quilos de bananas por mecircs compreendendo 3200 kg para cada

propriedade que corresponde a 1176 kg de bananas por hectare por mecircs

Pelos dados da tabela 6 verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades dentro

de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 18 a 150 ha

55

(propriedades 13 e 23 e 30 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 10 e

maacuteximo de 11 hectares cultivados com bananas (propriedades 3 15 16 20 21 27 e 11)

indicando tambeacutem que os percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura

variaram de 2 (propriedades 20 e 29) a 20 (propriedade 25)

Com base nos espaccedilamentos entre plantas e as aacutereas cultivadas observou-se que o

nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 800 na

propriedade 21 ateacute o maacuteximo de 12000 na propriedade 23 (Tabela 6)

Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 P AT

(ha)

ACB

(ha) ACB

QB

ha QBP

(un)

BPF

(un)

PMB

(kgmecircs)

PDTBha

(kgmecircs)

01 20 30 15 1200 3600 3600 1350 450 02 25 30 12 1200 3600 3600 3500 1167 03 25 10 4 1200 1200 1200 3500 3500 04 28 50 18 1100 5500 5500 2000 400 05 25 30 12 1100 3300 3300 1800 600 06 25 20 8 1200 2400 2400 800 400 07 25 15 6 907 1360 1360 900 600 08 26 30 12 1167 3500 3500 1800 600 09 25 30 12 1100 3300 3300 900 300 10 28 30 11 1100 3300 3300 2400 800 11 25 15 6 1067 1600 1600 3300 2200 12 25 15 6 1000 1500 1000 1200 800 13 18 20 11 1000 2000 1200 1000 500 14 25 20 8 1150 2300 2300 1500 750 15 25 10 4 1200 1200 1200 1000 1000 16 25 10 4 1111 1111 1111 1500 1500 17 25 20 8 1000 2000 1500 1200 600 18 25 25 10 960 2400 1000 1600 640 19 25 20 8 1150 2300 2300 1600 800 20 25 10 4 1000 1000 1000 1000 1000 21 52 10 2 800 800 800 3000 3000 22 50 30 6 1000 3000 3000 3000 1000 23 150 110 7 1090 12000 12000 16000 1455 24 100 30 3 1033 3100 3100 6400 2133 25 50 40 8 1050 4200 4200 6500 1625 26 35 70 20 1000 7000 7000 10000 1429 27 37 10 3 1120 1120 1120 450 450 28 45 30 7 1100 3300 3300 4800 1600 29 66 30 5 1100 3300 3300 4000 1333 30 150 30 2 1000 3000 3000 8000 2667

Totais 1230 830 (253) (32204) 89291 86091 96000 (35299)

Meacutedias 41 28 62 1073 2976 2870 3200 1176 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas ACB =

percentual de aacuterea cultivada com bananas na propriedade QB = quantidade de bananeiras por hectare QBP =

quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de

bananas (kgpropriedadeano) PDTB = produtividade de bananas (kghamecircs)

Fonte autora

56

Apesar de todos os proprietaacuterios informarem utilizar espaccedilamentos simples de 3 x 3

m a quantidade de plantas dispostas por hectare em algumas propriedades ficou abaixo ou

acima da densidade recomendada para este espaccedilamento que eacute de 1111covasha (Tabela 3)

(ARRUDA 2004) resultando em meacutedia 1073 plantasha em cada propriedade Nas demais

propriedades analisadas os estudos mostraram que natildeo foram aplicadas as formas mais

eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por hectare resultando em ineficiente

aproveitamento do solo e consequentemente baixa produtividade excetuando-se as

propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades superiores agraves recomendadas para cultivos

da cultivar Thap Maeo no Amazonas (ARRUDA 2004) As demais propriedades

apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves condiccedilotildees ideais

A distribuiccedilatildeo de 800 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de

cultivo e segundo Arruda (2004) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa densidade

de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no Amazonas

podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando

principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 1200 plantasha

constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela

competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e

dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte

dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas

Nestas 30 propriedades estatildeo cultivadas mais de 89000 plantas das quais 86091

estatildeo produzindo frutos predominando a cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as

cultivares Caipira e FIA 18 Dentro das condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos

cultivos na mesma aacuterea cultivada seria possiacutevel abrigar mais de 138000 covas melhorando a

eficiecircncia de uso do solo em 35

A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de 450 quilos na propriedade 27 ateacute

16000 kg na propriedade 23 com produtividade mensal por hectare de 450 kg e 1455 kg nas

respectivas propriedades

A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 3 que alcanccedila

produccedilatildeo mensal de 3500 quilos de bananas enquanto que a propriedade 09 tem a menor

produtividade com 300 kg

Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e

reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo

espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de

57

por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha

Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando

comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e

1111 plantasha condiccedilotildees praticadas nos cultivos analisados em Presidente Figueiredo

(Tabela 3)

Se analisarmos o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m permite

melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as praacuteticas

culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em mais de 14 toneladas

ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111

covasha No estado do Amazonas produtores que plantaram a cultivar Thap Maeo

trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram

produtividade de 50 toneladas de bananas por hectare ano (ARRUDA et al 2004) (Tabela 3)

Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantas por hectare e a produtividade alcanccedilada nos

cultivos de bananeiras do Municiacutepio de Rio Preto da Eva usando o espaccedilamento simples de 3

x 3 m e disposiccedilatildeo meacutedia de 1073 bananeiras por hectarepropriedade e compararmos com as

indicaccedilotildees ideais de produtividade fornecidas por Pereira et al (2006) para o espaccedilamento

de 4 x 2 x 2 m e disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 7

A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por

hectare visto que a propriedade 21 tem cerca de 800 bananeirasha sendo a menor

densidadeha encontrada com 867 plantashectare a menos se comparada com as condiccedilotildees

desejaacuteveis As propriedades 1 2 3 6 e 15 apresentaram a maior densidade de plantasha na

ordem de 1200 contudo ainda estatildeo em desacordo com as orientaccedilotildees para o espaccedilamento

ideal com menos 467 plantasha comparadas com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) para

condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas

A anaacutelise geral apresenta um total de 89291 plantas nas trinta propriedades

analisadas dispostas nos 83 hectares cultivados com bananeiras nos cultivos em estudo o que

significa meacutedias de 1073 bananeirasha cultivado e 2976 bananeiras por propriedade Se

fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na

mesma aacuterea plantada estariam sendo cultivadas mais de 138000 plantas em detrimento das

89291 existentes e a meacutedia de bananeiras por propriedade saltaria de 2976 plantas para mais

de 4600 conforme tabela 7

Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a

produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de 1152 toneladas ano com meacutedia de 384 ta por

58

propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na propriedade

23 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de 192 ta e a menor foi na propriedade 9 com 108 ta e

produtividade de pouco mais de 175 e 36 thaa nas respectivas propriedades

Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na

Aacuterea Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo teacutecnica

(sup1) ACPS

haano

() ACB

(ha)

QB

ha

QBP

(un)

PMB

(ta)

PDTMBha

(ta)

QBP

(un)

PDTMB(2)

(ta)

01 30 1200 3600 162 54 5001 150 108

02 30 1200 3600 420 140 5001 150 280

03 10 1200 1200 420 420 1667 50 840

04 50 1100 5500 240 48 8335 250 96

05 30 1100 3300 216 72 5001 150 144

06 20 1200 2400 96 48 3334 100 96

07 15 907 1360 108 72 2500 75 144

08 30 1167 3500 216 72 5001 150 144

09 30 1100 3300 108 36 5001 150 72

10 30 1100 3300 288 96 5001 150 192

11 15 1067 1600 396 264 2500 75 528

12 15 1000 1500 144 96 2501 75 192

13 20 1000 2000 120 60 3334 100 120

14 20 1150 2300 180 90 3334 100 180

15 10 1200 1200 120 120 1667 50 240

16 10 1111 1111 180 180 1667 50 360

17 20 1000 2000 144 72 3334 100 144

18 25 960 2400 192 77 4168 125 154

19 20 1150 2300 192 96 3334 100 192

20 10 1000 1000 120 120 1667 50 240

21 10 800 800 360 360 1667 50 720

22 30 1000 3000 360 120 5001 150 240

23 110 1090 12000 1920 175 18337 550 349

24 30 1033 3100 768 256 5001 150 512

25 40 1050 4200 780 195 6668 200 390

26 70 1000 7000 1200 171 11669 350 343

27 10 1120 1120 54 54 1667 50 108

28 30 1100 3300 576 192 5001 150 384

29 30 1100 3300 480 160 5001 150 320

30 30 1000 3000 960 320 5001 150 640

Totais 830 32204 89291 11520 (4236) 138361 4150 8472

Meacutedias 28 1073 2976 384 141 4612 138 282 P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare

QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =

produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento

da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados (1)

Arruda et al (2004) (2)

Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa

Fonte autora

59

Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis as propriedades com menor nuacutemero de bananeiras

nos hectares cultivados seriam as propriedades 3 15 16 20 21e 27 com 1667 plantas cada

uma e a maior quantidade seria a propriedade 23 com 18337 plantas visto que cada uma

possui 1 e 11 ha cultivados na mesma ordem Se comparados estes valores com a situaccedilatildeo

real nas propriedades estudadas eacute possiacutevel constatar que as propriedades 3 15 16 20 21 e

27 com menor aacuterea cultivada produziriam cada uma 50t de bananasa Dentre estas a que

mais se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio foi a propriedade 3 que obteve o

aproveitamento do solo na ordem de 84 e produtividade meacutedia de 42 thaano enquanto que

a propriedade 9 aproveitou apenas 72 da capacidade produtiva do solo visto que com 3

hectares cultivados produziu apenas 36 thaano

Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nos 83 hectares cultivados

seria de 4150 ta compreendendo em meacutedia a 138 toneladas para cada propriedade poreacutem

o que se apurou na pesquisa foi uma produtividade real da ordem de 1152 ta

correspondendo a 384 ta por propriedade

Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos

visto que o total de aacuterea cultivada em relaccedilatildeo agrave densidade de plantas e a produtividade

apresentou um aproveitamento da capacidade do solo de apenas 282 em relaccedilatildeo agraves

observadas por Arruda et al (2004) (Tabela 7)

O manejo inadequado pode ser o principal fator que justifica as baixas

produtividades encontradas nos cultivos do Municiacutepio do Rio Preto da Eva quando

comparados com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 2) visto que a distribuiccedilatildeo de

covas por hectare na maioria das propriedades estudadas estava muito proacutexima daquelas

indicadas na literatura exceto nas propriedades 7 18 e 21 que apresentaram densidades muito

abaixo das recomendadas para o espaccedilamento de 3 x 3m

60

414 CONCLUSOtildeES

Apenas dois dos quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo

tinham plantios com densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois

outros tinham plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores

Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva

tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente

O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no

municiacutepio de Presidente Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72

com meacutedia igual a apenas 29

O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no

municiacutepio de Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com

meacutedia igual a apenas 282

61

42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO

SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A

SUSTENTABILIDADE DA CULTURA

Resumo

A bananicultura do Estado do Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias

apropriadas com procedimentos produtivos e gerenciais rudimentares resultando em

produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade Diante

desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos efeitos negativos

dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no cultivo da banana que

se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia alimentar e na economia do Estado e

dos municiacutepios Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo

da produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Estado do Amazonas analisando as teacutecnicas utilizadas para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos

cultivos os tratos culturais e os procedimentos de preacute e poacutes-colheita e as formas de

organizaccedilatildeo destes produtores para a disseminaccedilatildeo de tecnologias e o fortalecimento nas

negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos Para o alcance do objetivo aqui proposto

foram elaborados questionaacuterios estruturados direcionados aos produtores rurais cooperativas

agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias que inquiriam o segmento agriacutecola da

produccedilatildeo da banana safra 2012 buscando conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos e a assistecircncia

do governo para a sustentabilidade da cultura nos municiacutepios em estudo e a organizaccedilatildeo dos

produtores a fim de entender como eles se relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a

sociedade Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham

conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do

Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas Todos

sabiam sobre a necessidade da adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana

mas apenas sete deles sabiam da necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro

deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais

eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes embora a

quase totalidade tenha participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por

organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais Eles mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas Eles realizam a

higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando as vendem na forma de pencas lavando-as e

colocando-as em caixas Apenas dois dos 15 produtores beneficiam a banana convertendo-a

em subprodutos com valor agregado como doces geleia e calda Com relaccedilatildeo aos produtores

de Rio Preto da Eva eles afirmaram que tinham conhecimento quanto ao espaccedilamento e

densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e quanto aos tratos culturais

contra pragas e doenccedilas Tambeacutem sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo de cobertura

necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da adubaccedilatildeo inicial

da cova e apenas nove deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para

uma adubaccedilatildeo mais eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em

cerca de metade das propriedades rurais desse municiacutepio embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais Eles tambeacutem se mostraram bem organizados nas formas de associaccedilotildees e

cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees

Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade da banana tratos culturais

organizaccedilotildees rurais

62

Abstract

The banana plantations of Amazonas State is often practiced without appropriate

technologies with rudimentary production and management procedures resulting in low

productivity and poor quality products and expressionless competitiveness Given this

scenario is necessary to find alternatives that counter the negative effects of this dynamic

often in state agricultural practice particularly in the banana cultivation which is presented as

very important fruit in the food chain and the states economy and municipalities This

perspective fits this proposed study of banana production management processes in the

Amazonas State municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva analyzing the

techniques used for the plant formation and maintenance cultivation and the pre and post-

harvest procedures as well as the forms of organization of these producers to the

dissemination of technologies and strengthening the trade negotiations of products and inputs

To reach the goal here proposed a structured questionnaires were developed targeted to

farmers agricultural cooperatives community associations and agribusinesses which

inquired the agricultural segment of banana production harvest 2012 seeking to know the

real situation of crops and government assistance for the sustainability of culture in the

municipalities under study Also to understand the organization of producers in order to know

how they relate to the production the market and society All 15 producers of Presidente

Figueiredo said they knew about the spacing and banana planting density in the state of

Amazonas only one of them unaware of the crop treatment against pests and diseases

Everyone knew about the need for necessary soil fertilization for the banana crop but only

seven of them knew of the need for initial soil fertilization before plant seedling and only

four of them the need to make a chemical analysis of soil for more efficient fertilizer

application Financial assistance and technical government are almost absent although almost

all have participated in programs and incentives for rural production by government and

nongovernmental organizations They proved to be well organized in the forms of

associations and cooperatives predominating among them the latter They perform the

cleaning of bananas only when sold in the form of hands washing them and putting them in

boxes Only two of the 15 producers benefit banana converting it into value-added by-

products such as candy jelly and syrup With respect to Rio Preto da Eva producers they said

they knew about the spacing and banana planting density in the state of Amazonas and for

cultivation against pests and diseases They also knew about the need for soil fertilization

required for banana culture most of them knew of the need for initial soil fertilization before

plant seedling and only nine of them the need to make a chemical analysis of soil for more

efficient fertilizer Financial assistance and government technical occur in about half of the

banana producers although almost all them have participated in programs and incentives for

rural production by government and nongovernmental organizations They also were well

organized in the forms of associations and cooperatives predominating among them the

associations

Key words banana cultivation banana productivity cultural practices farmer organizations

63

421 INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte

demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias na produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem

resultados significativos orientando para o adequado manejo do solo controle de pragas e

doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar

ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo

contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola

Para Sachs (2008) o desenvolvimento local deve ser trabalhado a partir da

valorizaccedilatildeo dos recursos naturais endoacutegenos No Estado do Amazonas cujas economias

encontram suas bases no setor primaacuterio isto se traduz na potencializaccedilatildeo da biodiversidade-

biomassa-biotecnologias e a cadeia produtiva agriacutecola por sua complexidade e

heterogeneidade desempenha papel importante no desenvolvimento da economia agriacutecola

O desenho da agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do

Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos

produtivos e gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo os cuidados

necessaacuterios na escolha das sementes ou mudas a observaccedilatildeo da densidade de plantas por

hectare as adubaccedilotildees o rodiacutezio de culturas para melhorar a fertilidade dos solos com uso

inadequado dos insumos agriacutecolas e desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade

procedimentos de preacute e poacutes colheita ineficientes resultando em produtividade baixa e

produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade conforme documentado com

cupuaccedilu por Said et al (2011)

Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos

efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no

cultivo da banana que se apresenta como uma fruta de grande importacircncia na cadeia

alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios

O desenvolvimento que garante a sustentaccedilatildeo econocircmica de determinado local e

tambeacutem possui relaccedilatildeo estreita com o crescimento que por sua vez demanda investimentos

pode ser alcanccedilado por meio da valorizaccedilatildeo do potencial biotecnoloacutegico sobretudo nos locais

onde a biodiversidade eacute abundante (SACHS 2009) como eacute o caso do Estado do Amazonas

Este modelo de desenvolvimento deve integrar os agricultores familiares e modernizar a sua

visatildeo de produccedilatildeo para promover ldquoa transformaccedilatildeo do agricultor familiar em empreendedor

ruralrdquo (BECKER 2009) O produtor rural alerta Sachs (2009) ldquona medida do possiacutevel deve

escolher o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo

64

Mello (2009) reforccedila este pensamento e nos alerta para o fato de que os nossos

ecossistemas jaacute datildeo sinais de fragilidade caracterizada pela ameaccedila do desaparecimento de

algumas espeacutecies indicando que eacute preciso mudar ou alternar os perfis ateacute aqui utilizados

Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar com a

riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas O

primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de comeacutercio ainda

que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute possiacutevel dispensar

as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo resgatar a grande parte

da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda

Se continuarmos este modelo de exploraccedilatildeo vigente que rompe o equiliacutebrio dos

nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do

solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a

salinizaccedilatildeo entre outros nos perpetuando na rota de um atraso produtivo e tecnoloacutegico sem

precedentes estaremos contribuindo para a degradaccedilatildeo de todas as espeacutecies Em vaacuterios

biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em erosatildeo e perda da fertilidade do solo

Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que temos produzido se questiona ateacute

quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir o aumento da produtividade Ou

quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para aumentar a produccedilatildeo Quanto de

nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e outros gratildeos (MELLO 2009)

Semelhante observaccedilatildeo feita por Homma (2001) e Homma e Frazatildeo (2002) orienta

para a necessidade de melhorias no modelo de cultivo com a introduccedilatildeo de inovaccedilotildees capazes

de modificar os processos vigentes no sentido de melhorar a produtividade e elevar a

qualidade dos produtos para tornaacute-los mais competitivos no mercado e evitar a demanda

desenfreada por novas aacutereas de cultivos a supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica

a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e dos alimentos

Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo da

produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado

do Amazonas analisando os cultivos desde a sua formaccedilatildeo as teacutecnicas empregadas na

manutenccedilatildeo destes envolvendo a observaccedilatildeo aos tratos culturais e agraves teacutecnicas de preacute e poacutes

colheita bem como o conhecimento do produtor rural para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos

cultivos e as formas de organizaccedilatildeo destes produtores para o fortalecimento na disseminaccedilatildeo

de tecnologias e nas negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos

65

422 MATERIAL E MEacuteTODOS

4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

No contexto administrativo da produccedilatildeo agriacutecola foram estudados os cultivos de

bananeiras nos aspectos de sua formaccedilatildeo visando a melhor produtividade o conhecimento

dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos estandes a aplicabilidade dos tratos culturais a

observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita com vistas a aumentar eou conservar a

qualidade dos produtos para que eles cheguem ao mercado de forma mais competitiva e

ainda as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores (associaccedilotildees cooperativas

agroinduacutestria ou independentes) para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos como forma

de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e se haacute algum tipo

de articulaccedilatildeo entre eles que favoreccedila o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos

produtos ou compra de insumos

4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

A orientaccedilatildeo baacutesica da pesquisa se respalda no estudo analiacutetico dos cultivos de

bananeiras dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas onde

foram analisadas as etapas do processo de produccedilatildeo relacionadas com a formaccedilatildeo dos

cultivos os tratos culturais e observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita das bananas na

safra de 2012

Para o alcance do objetivo aqui proposto foram elaborados questionaacuterios estruturados

que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana no acircmbito da formaccedilatildeo dos

cultivos e observaccedilatildeo agraves suas teacutecnicas de manutenccedilatildeo bem como a aplicabilidade das

indicaccedilotildees de preacute e poacutes colheita para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Acircmbito Agriacutecola

Teacutecnicas de formaccedilatildeo

dos cultivos

Tecnologias de

preacute colheita

praacuteticas culturais

Tecnologias de poacutes

colheita

Assistecircncia do governo

e organizaccedilatildeo social do

produtor

- Tratamento do solo para

formaccedilatildeo dos cultivos

- Espaccedilamento das plantas

- Densidade de plantas

por hectare

- Nutriccedilatildeo vegetal

- Controle de

pragas e doenccedilas

- Teacutecnicas de

adubaccedilatildeo

- Colheita

- Higienizaccedilatildeo dos

frutos

- Acondicionamento

e dos frutos

- Transporte

- Financeira

- Teacutecnica

- Incentivos fiscais

- Associaccedilotildees

- Cooperativas

- Agroinduacutestrias Fonte autora

66

No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi

estruturadas aos produtores rurais cooperativas agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e

agroinduacutestrias e a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas

informaccedilotildees sobre as teacutecnicas de formaccedilatildeo dos cultivos (tratamento do solo para formaccedilatildeo

dos cultivos espaccedilamento de plantas e densidade de plantas por hectare) as tecnologias de

preacute colheita envolvendo as praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas e

teacutecnicas de adubaccedilatildeo) e as tecnologias de poacutes colheita (colheita higienizaccedilatildeo dos frutos

acondicionamento e transporte dos produtos) e a assistecircncia do governo para a

sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo (financeira teacutecnica e de

incentivos fiscais) e a organizaccedilatildeo dos produtores (em associaccedilotildees comunitaacuterias cooperativas

e a presenccedila de agroinduacutestria) a fim de entender como os produtores rurais se organizam e se

relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a sociedade

4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

O contexto desta pesquisa focaliza as propriedades rurais produtoras de bananas em

escala comercial as associaccedilotildees comunitaacuterias as cooperativas agriacutecolas dos municiacutepios alvo

da pesquisa e as agroinduacutestrias que guardam relaccedilatildeo com a produccedilatildeo de bananas

As propriedades rurais compreendem os locais dentro das zonas rurais dos

municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao cultivo agriacutecola de bananas

onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para processamento dos produtos Para

fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades rurais inquiridas para obtenccedilatildeo do

diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para fins comerciais pela importacircncia da

anaacutelise de elementos que envolvem os cuidados na formaccedilatildeo dos cultivos a observaccedilatildeo dos

tratos culturais das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita e a participaccedilatildeo do governo com vistas agrave

sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo

A anaacutelise dos processos de gestatildeo aplicados neste estudo permitiram identificar os

elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis do processo Neste momento processou-se uma anaacutelise

descritiva da participaccedilatildeo interativa de cada elemento com o objetivo de identificar o trabalho

e a tecnologia por eles empregada

Esta anaacutelise permitiu compreender a evoluccedilatildeo no processo de desenvolvimento dos

municiacutepios e a contribuiccedilatildeo da atividade agriacutecola nos cultivos de bananeiras para o

desenvolvimento sustentaacutevel destes

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolveu alguns elementos

quantitativos como o espaccedilamento e densidade de plantas por hectare A anaacutelise qualitativa

67

permitiu abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas da cadeia produtiva e a gestatildeo

empregada no processo de formaccedilatildeo dos cultivos adubaccedilatildeo controle fitossanitaacuterio

assistecircncia do governo aos produtores rurais e a participaccedilatildeo do produtor em associaccedilotildees eou

cooperativas agriacutecolas

A anaacutelise quantitativa tornou mais consistente os estudos de algumas questotildees

especialmente no acircmbito agriacutecola da produccedilatildeo e se aplica aos dados coletados nas

propriedades relacionados ao espaccedilamento e agraves densidades de plantas

4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Nestes municiacutepios foram feitas

coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios

em 15 propriedades rurais produtoras dessa cultura em Presidente Figueiredo e 30 no Rio

Preto da Eva

Manaus eacute a capital do Amazonas e o ponto central das decisotildees poliacuteticas que

repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias e se configura como o maior centro

consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado por esta razatildeo foi inserida na coleta de dados

deste trabalho

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais

distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina em uma

agroinduacutestria de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde e nas sedes do

IDAM e do municiacutepio

O levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

observaccedilatildeo direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no

periacuteodo de janeiro de 2012 a junho de 2014

Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico e da

comercializaccedilatildeo dos produtos onde foram verificadas as tecnologias de preacute colheita como as

68

praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas densidade de plantas etc) e

as tecnologias de poacutes colheita (frutos destinaccedilatildeo e aproveitamento dos produtos e

subprodutos e agregaccedilatildeo de valor) aacuterea cultivada com a espeacutecie e produtividade obtida e

ainda a forma de organizaccedilatildeo social dos produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo desta

se satildeo produtores independentes ou se estatildeo alocados em associaccedilotildees eou cooperativas Os

dados coletados foram analisados nos aspectos agronocircmicos econocircmicos e administrativos

69

423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra

de 2012

Em 2012 o Estado do Amazonas cultivou 9545 hectares com bananas nos 62

municiacutepios existentes com uma aacuterea colhida de 3931 ha Do total cultivado 68 estatildeo

concentrados em dez municiacutepios do Estado conforme tabela 2 Manicoreacute eacute o maior produtor

de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste

municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha que juntamente com o municiacutepio de

Parintins se apresenta como a menor produtividade entre os dez municiacutepios de maior

produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)

O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos

da metade da cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do Estado

com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos

alcanccedilaram produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com

3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos

200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no

Estado de 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha a

2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)

Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas

ndash Safra 2012

Municiacutepio

Aacuterea

Plantada

(ha)

Aacuterea

colhida

(ha)

Quantidade

produzida

(t)

Rendimento

meacutedio

(tha)

Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

01 Manicoreacute 1560 1092 10920 10 9937

02 Presidente

Figueiredo 800 700 8400 12 8820

03 Manacapuru 1546 645 7735 12 7348

04 Rio Preto da

Eva 355 272 3264 12 2611

05 Novo Aripuanatilde 345 200 3200 16 4160

06 Parintins 575 253 2530 10 2783

07 Laacutebrea 330 200 2400 12 1920

08 Coari 450 198 2376 12 2138

09 Apuiacute 225 195 2300 12 1725

10 Codajaacutes 320 176 2112 12 2218

Total 6506 3931 45237 120 43660

Estado do Amazonas 9545 5440 63745 757 59569 () Em relaccedilatildeo agrave aacuterea colhida

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

70

Manicoreacute eacute o maior produtor de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e

produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha

que juntamente com o municiacutepio de Parintins se apresentou como o de menor produtividade

entre os dez municiacutepios de maior produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)

O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos

da metade da aacuterea cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do

Estado com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos

alcanccedilaram a produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com

3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos

200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no

Estado com 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha

a 2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)

De acordo com dados do IBGE (2013) em 2012 os municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva cultivavam respectivamente 800 e 355 hectares com bananas

sendo referenciados como o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (Tabela 1)

Os dados da tabela 2 apresentam a participaccedilatildeo dos cinco municiacutepios com maior

produccedilatildeo de bananas no Amazonas considerando o percentual da aacuterea plantada aacuterea colhida

quantidade produzida rendimento meacutedio e quanto a bananicultura destes municiacutepios agregou

agrave economia do Estado na safra de 2012

Os municiacutepios de Manicoreacute e Manacapuru possuem respectivamente 1634 e

1620 da aacuterea cultivada com bananas em todo o Estado e 2007 e 1186 da aacuterea colhida

o que representa 32 da aacuterea cultivada no Amazonas e 32 da aacuterea colhida O primeiro

municiacutepio responde por 1713 de toda a banana produzida no Estado e o segundo por

1213 Juntos eles satildeo responsaacuteveis por mais de 29 do total de bananas do Amazonas e

cada um contribui na mesma ordem com 1668 e 1234 do valor da produccedilatildeo desta

cultura no Amazonas o que representa 29 de todo o valor arrecadado pelo Estado com a

produccedilatildeo de bananas

Os municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo responsaacuteveis por

838 e 372 da aacuterea total cultivada com esta cultura no Estado o que representa 1210

do total de aacuterea cultivada com a fruta no Amazonas Contudo a aacuterea colhida nos dois

municiacutepios soma 178 do total do Estado com cada municiacutepio respondendo a 1287 e

500 na mesma ordem A quantidade produzida foi de 1318 e 512 do total de

71

toneladas produzidas no Estado o que representa 1481 e 438 de todo o valor arrecadado

com a venda de bananas no Estado Juntos eles respondem por 199 do total arrecadado na

comercializaccedilatildeo da fruta no Amazonas (Tabela 2)

Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no

Estado do Amazonas Safra 2012

Ndeg Municiacutepio

Aacuterea

Plantada

(ha)

da Aacuterea

colhida

(ha)

da Quantidade

produzida

(t)

do Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

01 Manicoreacute 1634 2007 1713 1668

02 Presidente

Figueiredo 838 1287 1318 1481

03 Manacapuru 1620 1186 1213 1234

04 Rio Preto da

Eva 372 500 512 438

05 Novo Aripuanatilde 602 368 502 698

Total 5066 5348 5258 5519

Estado do Amazonas (9545) (5440) (63745) (59569) () Total em relaccedilatildeo ao Estado do Amazonas

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

O municiacutepio de Novo Aripuanatilde possui 602 da aacuterea plantada no Estado com 368

Isto corresponde a 502 de toda a produccedilatildeo de bananas do Amazonas representando 698

do valor total arrecadado com a venda das frutas

Os dados da tabela 2 mostram que os cinco municiacutepios do Estado do Amazonas com

maior produccedilatildeo de bananas concentram 5066 da aacuterea cultivada com bananas no Estado e

5348 da aacuterea colhida onde satildeo produzidas 5258 de toda a produccedilatildeo Estadual

respondendo por 5518 de tudo que eacute arrecadado no Estado com a venda da fruta

A bananicultura no Amazonas contribuiu com mais de R$ 59 milhotildees para o PIB do

Estado em 2012 e os dez municiacutepios com maior produccedilatildeo no Estado satildeo responsaacuteveis pela

injeccedilatildeo de mais de 73 deste total movimentando mais de R$ 43 milhotildees na economia do

Estado no mesmo ano

Nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva estatildeo alocadas as

propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio

possui respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da

populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram

respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (Tabela 2)

72

4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas

A tabela 3 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos

cultivos de bananeiras considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e

consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o

acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas e doenccedilas e a realizaccedilatildeo

de adubaccedilotildees

A pesquisa mostrou que ao serem inquiridos quanto agrave formaccedilatildeo dos cultivos todos

os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a formaccedilatildeo dos cultivos

e a densidade de plantas por hectare (Tabela 3) Poreacutem o que se constatou em todas as

propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o espaccedilamento de 3 x 3 m As

orientaccedilotildees de Arruda et al (2004) indicam que para este espaccedilamento cada estande de 1 ha

comporta 1111 plantas

Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de

Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Conhecimento do produtor

Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo

Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel

solo

Cova Cobertura

01 x x x x -- -- x

02 x x x x x x x

03 x x x x -- -- x

04 x x x x -- -- x

05 x x x x x x x

06 x x x x -- -- x

07 x x x x x x x

08 x x x x -- -- x

09 x x -- -- -- x x

10 x x x x -- -- x

11 x x x x x x x

12 x x x x -- x x

13 x x x x -- -- x

14 x x x x -- -- x

15 x x x x -- x x Dos 3 ha cultivados com bananas na propriedade foi feita a anaacutelise do solo e adubaccedilatildeo de cova somente em 1

ha que era monitorado pela Embrapa x conhece -- desconhece

Fonte autora

Nas propriedades analisadas as quantidades de covas dispostas por hectare para este

tipo de espaccedilamento variou de 750 ateacute 2333 covas conferindo impropriedade na formaccedilatildeo

73

dos cultivos que se encontram com densidades abaixo ou acima das quantidades ideais para

cultivos no Amazonas que eacute de 1667 plha distribuiacutedas em espaccedilamentos de 4 x 2 x 2 m

(ARRUDA et al 2004) Em quase todas as propriedades envolvidas na pesquisa exceto a 09

os produtores afirmaram ter conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o

controle de pragas e doenccedilas nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a

ocorrecircncia de pragas e doenccedila Uma das razotildees para essa ausecircncia de doenccedilas eacute que as

cultivares plantadas nestas propriedades satildeo a Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 resistentes agrave

sigatoka negra e sigatoka amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do

Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis ao Moko Estas satildeo as principais doenccedilas que atingem os

bananais em niacutevel mundial (GASPAROTTO et al2002)

Quanto agrave realizaccedilatildeo do controle de pragas e doenccedilas todas as propriedades

envolvidas na pesquisa responderam positivamente quando foram inqueridas sobre a

realizaccedilatildeo desta praacutetica contudo este trabalho constatou a natildeo existecircncia de pragas e doenccedilas

nos bananais deste municiacutepio Talvez este fato seja justificado pelas cultivares plantadas nesta

regiatildeo predominantemente as Caipira Thap Maeo e FHIA 18 resistentes agraves doenccedilas mais

comuns que atingem os bananais (GASPAROTTO et al2002)

A pesquisa revelou que os produtores das propriedades 1 3 4 6 8 9 10 12 13 14

e 15 afirmaram nunca terem feito anaacutelise de solo para procederem a adubaccedilatildeo e calagem

sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Apenas as propriedades 5 7 e 11 fizeram a

anaacutelise quiacutemica do solo antes da formaccedilatildeo dos cultivos para a determinaccedilatildeo da calagem e

adubaccedilatildeo (Tabela 3)

Os produtores 1 3 4 6 8 10 13 e 14 natildeo fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada

somente nas propriedades 2 5 7 9 11 12 e 15 Em todos os cultivos foram realizadas as

adubaccedilotildees de cobertura poreacutem as dosagens de aplicaccedilatildeo de calagem e dos macros e micros

nutrientes assim como a frequecircncia de realizaccedilatildeo dos processos de adubaccedilatildeo satildeo diferentes e

na maioria dos casos essas quantidades satildeo determinadas empiricamente

4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a

Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio

de Presidente Figueiredo Amazonas

O estudo realizado nas quinze propriedades neste municiacutepio tambeacutem buscou

diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e

outros tipos de assistecircncias que por ventura os produtores rurais de banana possam receber

bem como a forma de organizaccedilatildeo do produtor rural se em associaccedilotildees ou cooperativas com

74

vistas a favorecer a disseminaccedilatildeo do conhecimento e o fortalecimento nas negociaccedilotildees

comerciais e de aquisiccedilatildeo de insumos (Tabela 4)

Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores

Safra 2012

Prop

Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor

Financeira(1)

Teacutecnica(2)

Inc Fisc(3)

Outros(4)

Associaccedilatildeo Cooperativa

1 -- -- -- -- -- --

2 -- -- -- x x --

3 -- x -- x -- x

4 -- -- -- x -- x

5 -- -- -- x -- x

6 -- -- -- x -- x

7 x x -- x x --

8 -- x -- x x --

9 -- -- -- x x --

10 -- -- -- x -- x

11 -- -- -- x x --

12 -- -- -- x x --

13 x x -- x -- x

14 -- x -- x -- x

15 -- -- -- x -- x

() (133) (333) (00) (933) (400) (533) (1)

Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)

Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)

Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)

Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc x Sim -- Natildeo

Fonte autora

Os dados da tabela 4 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades

financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou apenas dois dos

quinze produtores consultados propriedades 7 e 13 Os demais produtores natildeo realizaram

nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal

ou estadual para o incremento da produccedilatildeo

A ajuda teacutecnica alcanccedilou as propriedades 3 7 8 13 e 14 Destas quatro receberam

ajuda teacutecnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do

Estado do Amazonas ndash IDAM A exceccedilatildeo estaacute na propriedade 7 cuja ajuda veio da Empresa

Brasileira de Pesquisas Agropecuaacuterias ndash Embrapa Amazocircnia Ocidental

Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter

recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na alavancagem do

negoacutecio agriacutecola da banana

75

O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo dos governos nos processos da

sustentabilidade agriacutecola de produccedilatildeo da banana e para o municiacutepio de Presidente Figueiredo

constatou significativa expressatildeo nas trecircs esferas administrativas Uniatildeo Estado e Municiacutepio

no esforccedilo para garantir a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 4)

Somente o produtor da propriedade 1 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com

programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais produtores

estavam envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural

do Estado do Amazonas geridos pela Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash ADS como

forma de implementar o Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar PREME ndash

SEDUCSEMED para abastecimento da Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo e Qualidade do

Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo - SEMED e

Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos o Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos -

PAACONAB uma parceria do governo do Estado do Amazonas com o governo Federal

atraveacutes da Companhia Nacional de Abastecimento ndash CONAB

Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do

produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas

agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente de

disseminaccedilatildeo de tecnologias e aumento do poder de negociaccedilatildeo nas relaccedilotildees comerciais que

asseguram maior seguranccedila qualidade na produccedilatildeo e maior poder de negociaccedilatildeo e lucros nas

transaccedilotildees comerciais

Neste sentido os dados para o municiacutepio mostram que dos quinze produtores

analisados seis possuem representaccedilatildeo juriacutedica integrada agrave associaccedilatildeo comunitaacuteria onde estatildeo

alocados (propriedades 2 7 8 9 11 e 12) e oito satildeo ligados a alguma cooperativa agriacutecola

(propriedades 3 4 5 6 10 13 14 e 15) Apenas o produtor da propriedade 1 declarou natildeo

fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa (Tabela 4)

Ainda com base nos dados apresentados na tabela 4 se evidencia que as agecircncias de

fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram apenas 133 dos produtores inquiridos no

municiacutepio de Presidente Figueiredo enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e

se estendeu a 333 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como

PREMESEDUCSEMED PPACONAB e a implementaccedilatildeo de feiras do produtor rural

apresentaram significativa expressatildeo para o produtor contemplando 933 dos entrevistados

Destes 40 mantinham relaccedilotildees com a associaccedilatildeo da comunidade a que se integram e 533

satildeo integrados agrave uma cooperativa agriacutecola

76

4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da

Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento

O estudo analisou a cadeia de processamento das bananas observando a agregaccedilatildeo

de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de acondicionamento para o transporte e

a realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis

O resultado estaacute disposto na tabela 5

Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Higienizaccedilatildeo

das bananas

Embalagem p

transporte

Realiza

beneficiamento

Tipo de beneficiamento

Sim Cacho Caixa Sim Natildeo Doces Geleia Calda Chips

1 x x x x -- -- -- -- --

2 x x x x -- -- -- -- --

3 x x x x -- -- -- -- --

4 x x x x -- -- -- -- --

5 x x x x -- x x x --

6 x -- x x -- -- -- -- --

7 x x x x -- -- -- -- --

8 -- x -- x -- -- -- -- --

9 -- x -- x -- -- -- -- --

10 x x x x -- x x x --

11 x x x x -- -- -- -- --

12 x x x x -- -- -- -- --

13 x x x x -- -- -- -- --

14 x x x x -- -- -- -- --

15 x x x x -- -- -- -- --

() (867) (933) (867) (100) (--) (133) (133) (133) (00) x realiza -- natildeo realiza

Fonte autora

O processo de colheita das bananas exige a observaccedilatildeo de cuidados como a

disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte do bananal ao local de despencamento a higienizaccedilatildeo

dos frutos para descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a

forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as escoriaccedilotildees A observaccedilatildeo

destes cuidados agrega valor e favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos

De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo dos frutos deve ocorrer apoacutes

o despencamento pela imersatildeo destas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para

cada 100 litros de aacutegua) A lavagem vai remover os micro-organismos e precipitar a sika

A realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas pode evitar a perda na produccedilatildeo e

melhorar a renda dos produtores Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do

77

mercado para consumo in natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados

e os demais podem ser beneficiados para produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips

Dos 15 produtores consultados 13 afirmaram realizar a higienizaccedilatildeo das bananas

Apenas os produtores 8 e 9 natildeo realizavam este processo porque comercializavam a produccedilatildeo

direto nas feiras por unidades de cachos inteiros portanto natildeo despencavam e nem lavavam

os frutos (Tabela 5)

O acondicionamento dos frutos para transporte era feito de duas formas nos casos

em que os produtores comercializavam as bananas em cachos estes natildeo passavam pelo

processo de lavagem sendo transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em

que satildeo comercializadas por quilos ou unidades de pencas os cachos satildeo despencados ainda

na propriedade rural e as pencas satildeo lavadas e acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de

plaacutestico (de 15 a 20 kg) onde satildeo transportadas ateacute o local de repasse para o consumidor final

ou intermediaacuterio

Entre os produtores analisados somente o produtor da propriedade 6 natildeo

comercializava as bananas em cachos Nestes casos as bananas eram despencadas e

acondicionadas em caixas de papelatildeo com aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de

plaacutestico com 20 Kg As propriedades 8 e 9 comercializavam os cachos inteiros As demais

propriedades utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com

o PREME todos os fornecimentos satildeo feitos em caixa de papelatildeo ou plaacutestico Para outros

fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens podem ser transportados em cachos

Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores

afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem o uacutenico beneficiamento

realizado era a lavagem e acondicionamento dos frutos em embalagens especiacuteficas para o

transporte

No universo da pesquisa para este municiacutepio somente os produtores das

propriedades 5 e 10 realizam o beneficiamento dos produtos em agroinduacutestria com produccedilatildeo

de doces geleias e calda de bananas Trata-se de mesma empresa constituiacuteda por dois

produtores do municiacutepio de Presidente Figueiredo Nenhum dos entrevistados beneficia o

produto para transformaccedilatildeo em banana chips (Tabela 5) Este nicho de mercado jaacute eacute realidade

e registra boa aceitaccedilatildeo nos mercados do Norte do Brasil

A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que a higienizaccedilatildeo da banana eacute

realizada em mais de 86 das propriedades analisadas com acondicionamento para

transporte em caixas em 933 dos casos enquanto que 100 dos produtores realizam

78

algum tipo de beneficiamento nas bananas Poreacutem somente em pouco mais de 13 este

produto eacute transformado em outros subprodutos comercializaacuteveis (Tabela 5)

4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no

Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas

A tabela 6 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos

cultivos estudados considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e

consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o

acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas doenccedilas e de adubaccedilotildees

Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de

Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Conhecimento do produtor

Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo

Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel solo Cova Cobertura

01 x x x x -- -- x

02 x x x x -- x x

03 x x x x -- x x

04 x x x x -- -- x

05 x x x x -- -- x

06 x x x x -- -- x

07 x x x x -- -- x

08 x x x x -- -- x

09 x x x x -- -- x

10 x x x x -- x x

11 x x x x x x x

12 x x x x -- x x

13 x x x x -- -- x

14 x x x x -- x x

15 x x x x x x x

16 x x x x x x x

17 x x x x -- x x

18 x x x x -- x x

19 x x x x -- -- x

20 x x x x x x x

21 x x x x x x x

22 x x x x x x x

23 x x x x -- x x

24 x x x x x x x

25 x x x x -- x x

26 x x x x -- x x

27 x x x x -- -- x 28 x x x x x x x 29 x x x x x x x 30 x x x x -- x x

x Conhece -- Desconhece Fonte autora

79

Todos os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a

formaccedilatildeo dos cultivos e a densidade de plantas por hectare (Tabela 7) Poreacutem o que se

constatou em todas as propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o

espaccedilamento de 3 x 3 m contudo a quantidade de covas dispostas por hectare para este de

espaccedilamento resultaria numa quantidade de 1111 covasha o que natildeo foi observado na

realidade tendo em vista a variaccedilatildeo de 800 ateacute 1200 covasha (Tabela 1)

Em todas as propriedades envolvidas na pesquisa os produtores afirmaram ter

conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o controle de pragas e doenccedilas

nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a ocorrecircncia de pragas eou de

doenccedilas o que possivelmente se justifica pelo fato de estes cultivos serem constituiacutedos pelas

cultivares Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 que satildeo resistentes agrave sigatoka negra e sigatoka

amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis

ao Moko

Dos 30 produtores entrevistados somente nove realizaram anaacutelise do solo antes da

formaccedilatildeo dos cultivos (propriedades 11 15 16 20 21 22 24 28 e 29) para a determinaccedilatildeo

adequada da calagem e adubaccedilatildeo antes de iniciar o plantio Os demais afirmaram natildeo ter feito

a avaliaccedilatildeo do solo para nortear a aplicaccedilatildeo de calagem e adubaccedilatildeo de cova e de cobertura

sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Os produtores 1 4 5 6 7 8 9 13 19 e 27 natildeo

fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada nas demais propriedades Todos os proprietaacuterios

responderam realizar a adubaccedilatildeo de cobertura poreacutem as quantidades de aplicaccedilatildeo de calagem

e adubaccedilatildeo foram aplicadas de forma empiacuterica nos casos em que natildeo se realizou a anaacutelise do

solo (Tabela 6)

4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a

Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio

de Presidente Figueiredo no Amazonas

O estudo realizado nas trinta propriedades rurais produtoras de bananas no municiacutepio

do Rio Preto da Eva tambeacutem buscou diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos

financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e outros tipos de assistecircncia que por ventura

tenham recebido Os resultados da investigaccedilatildeo estatildeo expostos na tabela 7

Os dados da tabela 7 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades

financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou doze dos trinta

produtores consultados Os demais natildeo realizaram nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de

80

fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal estadual ou municipal para o incremento

da produccedilatildeo

Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais

em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas

Prop

Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor

Financeira(1)

Teacutecnica(2)

Inc Fisc(3)

Outros(4)

Associaccedilatildeo Cooperativa

1 -- x -- x -- x

2 -- -- -- -- -- --

3 -- x -- x x --

4 -- -- -- x -- x

5 -- -- -- x -- x

6 -- -- -- x -- x

7 -- -- -- x x --

8 -- -- -- x -- x

9 x x -- x -- x

10 x x -- x x x

11 -- x -- x x --

12 x x -- x x --

13 x x -- x x --

14 x x -- x x --

15 -- x -- x x --

16 x x -- x x --

17 x x -- x x --

18 x x -- x x --

19 x x -- x x --

20 -- x -- x x --

21 -- x -- x -- x

22 -- x -- x x x

23 -- x -- x x x

24 -- -- -- x x x

25 -- -- -- x x --

26 x x -- x x --

27 -- -- -- x x --

28 x x -- x x --

29 -- x -- x x x

30 x x -- x x x (1)

Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)

Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)

Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)

Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc

x Sim -- Natildeo

Fonte autora

A ajuda teacutecnica alcanccedilou 22 das 30 propriedades Toda a assistecircncia recebida veio

por intermeacutedio de agentes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal

Sustentaacutevel do Estado do Amazonas ndash IDAM

81

Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter

recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na implementaccedilatildeo

do negoacutecio agriacutecola da banana

O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo do governo nos processos agriacutecolas

quanto a sustentabilidade da produccedilatildeo da banana No Municiacutepio de Rio Preto da Eva foi

constatada significativa expressatildeo das trecircs esferas governamentais no esforccedilo para garantir a

comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 7)

Somente o produtor da propriedade 2 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com

programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais estavam

envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural Este

assunto seraacute melhor explorado quando analisarmos os dados de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

agriacutecola objeto de estudos futuros

Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do

produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas

agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente comerciais e

de processamentos dos produtos para entendermos o niacutevel de fortalecimento dos produtores

nas transaccedilotildees comerciais e na troca de informaccedilotildees e tecnologias

Neste sentido os dados para o Municiacutepio mostram que dos trinta produtores

analisados 16 satildeo membros da associaccedilatildeo da comunidade a qual pertencem e sete satildeo ligados

a alguma cooperativa agriacutecola Os produtores das propriedades 10 22 23 24 29 e 30

participam tanto da associaccedilatildeo comunitaacuteria quanto da cooperativa Apenas o produtor 2

declarou natildeo fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa

Ainda com base nos dados apresentados na tabela 7 se evidencia que as agecircncias de

fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram 40 dos produtores estudados no Municiacutepio

do Rio Preto da Eva enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e se estendeu a

70 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como PREMESDS

PAACONAB favoreceram significativamente o produtor na comercializaccedilatildeo dos produtos

contemplando 967 dos entrevistados

4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da

Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento

A pesquisa analisou a cadeia de processamento das bananas no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva observando a agregaccedilatildeo de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de

82

acondicionamento para o transporte e se era realizado algum tipo de beneficiamento nas

bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis Os resultados estatildeo expostos na

tabela 8

Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos

Acondicionamento para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas

Cultivadas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Higienizaccedilatildeo das

bananas

Embalagem p

transporte

Realiza

beneficiamento

Tipo de beneficiamento

Cacho Caixa Doces Geleia Calda Chips

1 x -- x x -- -- -- --

2 x -- x x -- -- -- --

3 x -- x x -- -- -- --

4 x -- x x -- -- -- --

5 x -- x x -- -- -- --

6 x -- x x -- -- -- --

7 x -- x x -- -- -- --

8 x -- x x -- -- -- --

9 x -- x x -- -- -- --

10 x -- x x -- -- -- --

11 x -- x x -- -- -- --

12 x -- x x -- -- -- --

13 x -- x x -- -- -- --

14 x -- x x -- -- -- --

15 x x x x -- -- -- --

16 x x x x -- -- -- --

17 x -- x x -- -- -- --

18 x -- x x -- -- -- --

19 x -- x x -- -- -- --

20 x -- x x -- -- -- --

21 x -- x x -- -- -- --

22 x -- x x -- -- -- --

23 x -- x x -- -- -- --

24 x -- x x -- -- -- --

25 x -- x x -- -- -- --

26 x -- x x -- -- -- --

27 x -- x x -- -- -- --

28 x -- x x -- -- -- --

29 x -- x x -- -- -- --

30 x -- x x -- -- -- --

() (1000) (933) (1000) (1000) (00) (00) (00) (00) x Sim -- Natildeo

Fonte autora

No Municiacutepio de Rio Preto da Eva tambeacutem foram estudados os processos de colheita

das bananas para identificar a disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte ao local de

despencamento a higienizaccedilatildeo dos frutos para descontaminaccedilatildeo por microrganismos e

precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as

83

escoriaccedilotildees nos frutos que prejudicam as vendas A observaccedilatildeo destes cuidados agrega valor e

favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos

De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo deve ocorrer apoacutes a

separaccedilatildeo dos frutos do engaccedilo processo conhecido como despencamento e pode ser

processado pela imersatildeo das pencas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para

cada 100 litros de aacutegua) A lavagem visa melhorar a higienizaccedilatildeo pela remoccedilatildeo de

microrganismos e remover e precipitar a sika

Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do mercado para consumo in

natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados e os demais podem ser

beneficiados para a produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips

Nas trinta propriedades consultadas neste municiacutepio todos os produtores afirmaram

realizar a higienizaccedilatildeo das bananas Neste processo ocorre a separaccedilatildeo das pencas do engaccedilo

(peduacutenculo que sustenta o cacho de frutas) e estas satildeo imersas em soluccedilatildeo agrave base de sulfato de

alumiacutenio e colocadas para secar aguardando os procedimentos de embalagem

O acondicionamento dos frutos para transporte eacute feito de duas formas nos casos em

que os produtores comercializam as bananas em cachos estes natildeo satildeo lavados sendo

transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em que satildeo comercializadas por

quilos ou unidades de pencas estas ainda na propriedade rural satildeo despencadas lavadas e

acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de plaacutestico sendo transportadas ateacute o local de

repasse para o mercado consumidor

Entre os produtores analisados somente as propriedades 15 e 16 comercializavam as

bananas em cachos geralmente para serem comercializados em feiras para intermediaacuterios

Todos os demais produtores armazenavam as bananas em caixas de papelatildeo com

aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de plaacutestico com 20 Kg As propriedades 15 e

16 utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com o

Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME todos os fornecimentos satildeo feitos

em caixa de papelatildeo Para outros fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens os frutos

podem ser transportados em cachos

Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores

afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem a uacutenica transformaccedilatildeo

realizada eacute a lavagem dos frutos e acondicionamento destes em embalagens especiacuteficas para o

transporte (Tabela 8)

84

No universo da pesquisa realizada neste municiacutepio natildeo foi identificada nenhuma

agroinduacutestria transformando as bananas em subprodutos como doces geleias calda ou

bananas chips apesar da boa aceitaccedilatildeo comercial para estes dois uacuteltimos nichos nos mercados

do Norte do Brasil Todas as bananas satildeo comercializadas in natura

A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que no municiacutepio de Rio Preto da

Eva referenciado pelo IDAM como um dos maiores produtores de bananas no Estado do

Amazonas a higienizaccedilatildeo das bananas eacute realizada em 100 das propriedades com

acondicionamento para transporte em caixas em 933 dos casos Em 100 das propriedades

estudadas os produtores realizam algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem em todas

elas as bananas foram comercializadas in natura natildeo tendo sido registrada nenhuma

agroinduacutestria para processamentos dos frutos e transformaccedilatildeo em subprodutos

comercializaacuteveis deixando de se agregar valor agrave produccedilatildeo (Tabela 8)

85

424 CONCLUSOtildeES

Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham

conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do

Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas

Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo sabiam sobre a necessidade da

adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana mas apenas sete deles sabiam da

necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro deles da necessidade de se fazer

uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente

A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes nas

propriedades rurais analisadas em Presidente Figueiredo embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais

Os produtores de banana de Presidente Figueiredo mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas

Os produtores de Presidente Figueiredo realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas

quando as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Apenas dois dos

15 produtores beneficiam a banana convertendo-a em subprodutos com valor agregado como

doces geleia e calda

Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva afirmaram que tinham conhecimento

quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e

quanto aos tratos culturais contra pragas e doenccedilas

Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo

de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da

adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas nove deles necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do

solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente

A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em cerca de metade das

propriedades rurais analisadas em Rio Preto da Eva embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais

Os produtores de banana de Rio Preto da Eva mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees

Os produtores de Rio Preto da Eva realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando

as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Toda a produccedilatildeo eacute

86

vendida na forma da fruta in natura natildeo a processando em subprodutos com valor agregado

como doces geleia e calda

87

43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO

DA EVA ESTADO DO AMAZONAS

Resumo

Embora a regiatildeo Norte apresente excelentes condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de

bananas de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa

eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita A bananicultura demanda a aplicaccedilatildeo de

tecnologias de produccedilatildeo que orientem para o adequado manejo do solo controle de pragas e

doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar

ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo e

contribua para o desenvolvimento da economia agriacutecola do Estado Nessa perspectiva se

insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas O estudo buscou conhecer as formas

de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola a categoria de compradores os locais de entrega dos

produtos os preccedilos de venda praticados na comercializaccedilatildeo a receita obtida pela venda dos

produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de renda da cultura da banana no acircmbito da

propriedade rural e do Municiacutepio Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel estimar quanto

os produtores deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas

para a cultura Em ambos os municiacutepios a comercializaccedilatildeo das bananas eacute feita atraveacutes de

cooperativas associaccedilotildees feiras ou intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo

processadas no atacado e no varejo em cachos ou em pencas com preccedilo meacutedio do cacho em

R$ 1400 e a penca variando de R$ 240 a R$ 260 Todos os produtores de banana dos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva analisados comercializam sua

produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo pelo varejo Predomina entre eles a

venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas produccedilotildees para a Cooperativa ou

Associaccedilatildeo a que pertencem Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com

alguns tambeacutem vendendo em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria

tambeacutem vende na forma de pencas Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que

os praticados pela Cooperativa ou Associaccedilatildeo As receitas obtidas pelos produtores dos dois

municiacutepios em Reais por hectare foram de R$1682800-R$1502200 nas vendas dos cachos

e R$2884800-R$2789800 nas vendas das pencas respectivamente em Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus

cultivos esses valores subiriam respectivamente para R$2333800 nas vendas dos cachos e

R$4000800-R$4334200 nas vendas das pencas

Palavras Chave Amazonas potencial econocircmico da banana tipos de comercializaccedilatildeo da

banana

88

Abstract

Although the Amazonia presents excellent climate and soil conditions to produce high quality

standard bananas we still need to overcome in large part the low production efficiency and

postharvest handling The banana cultivation demand the application of production

technologies to guide to the proper soil management pest and diseases and processing of

products to add value to provide real gains for the producer and improvements in quality of

life and peoples consumption and contribute to the development of the states agricultural

economy From this perspective fits the study strategy of banana cultivation in the

municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva state of Amazonas The study

sought to know the forms of marketing of agricultural yield the buyers category the local

delivery of products sales prices practiced in the market revenues from the sale of products

and estimate the potential for income generation of banana at the rural property and the city

Based on this information it was possible to estimate how much the producers failed to win

by not comply with the technical recommendations given to the culture In both counties the

marketing is done through cooperatives associations fairs or intermediaries Sales modes are

processed in wholesale and retail in clusters or bunches with an average price of R $ 1400

for clusters and the bunch ranging from R $ 240 to R $ 260 All banana producers analysed

in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva sell their wholesale

production with some also selling at retail Predominates among them selling to

intermediaries but also they negotiates their productions to the Cooperative or Association to

which they belong All them sell their production at their properties with some also selling at

fairs All sell in the form of bunches but most also sell in the form of bunches The prices

paid by intermediaries are higher than those practiced by the Cooperative or Association The

revenues earned by producers of the two municipalities in reais per hectare were R $

1682800 R $ 1502200 in sales of clusters and R$ 2884800 R$ 2789800 in sales of

bunches respectively in Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva If they had adopted

biotechnological technologies in their banana cultivation these values would rise respectively

to R $ 2333800 for clusters sales and R $ 4000800 R $ 4334200 for bunches sales

Key Words Amazonas economic potential of banana banana market types

89

431 INTRODUCcedilAtildeO

O Brasil ocupa a terceira posiccedilatildeo na produccedilatildeo mundial de frutas colhendo em torno

de 40 milhotildees de toneladas ano e destinando mais de 25 milhotildees de hectares para o seu

cultivo contribuindo com mais de R$10 bilhotildeesano para a economia do paiacutes (MAPA 2012)

contudo a produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte

demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem

resultados significativos na produccedilatildeo orientando para o adequado manejo do solo controle de

pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a

proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da

populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola

A agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do Amazonas

quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos produtivos e

gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo cuidados necessaacuterios na escolha

das sementes ou mudas observaccedilatildeo da densidade de plantas por hectare adubaccedilotildees rodiacutezio

de culturas para melhorar a fertilidade dos solos uso inadequado dos insumos agriacutecolas e

desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade procedimentos de preacute e poacutes colheita

ineficientes resultando em produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e

inexpressiva competitividade

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em

2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas onde se

produziu mais de 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade alcanccedilada eacute baixa (da

ordem de 10 tha) se comparada com as demais regiotildees brasileiras e com outros paiacuteses

produtores de bananas Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade

ligeiramente maior que a meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente

Nos demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em

2012

Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos

efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado do Amazonas em

especial no cultivo da banana que se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia

alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios O investimento na bananicultura pode

ser uma alternativa capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento

econocircmico e social do Estado do Amazonas e de seus Municiacutepios uma vez que dispotildee de

terras recursos hiacutedricos e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo dessa cultura

90

Neste sentido a observaccedilatildeo feita por Homma (2001) Homma (2006) e Homma e

Frazatildeo (2002) reflete tambeacutem a situaccedilatildeo vivida pela fruticultura na Amazocircnia que embora

tenha passado por importantes transformaccedilotildees na uacuteltima deacutecada com a ascensatildeo das frutas

nativas ateacute entatildeo de consumo essencialmente regional ainda demanda alternativas capazes de

aglutinar a inserccedilatildeo de tecnologias nos processos de produccedilatildeo agriacutecola e nas formas

gerenciais de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de insumos e de produtos para o consumo Aleacutem

disso haacute a necessidade de tornar real na cadeia produtiva agriacutecola o processamento e a

transformaccedilatildeo da produccedilatildeo em subprodutos com valor agregado para o fortalecimento do

negoacutecio agriacutecola e a transformaccedilatildeo do agricultor rural em empreendedor rural

Sachs (2008) em suas contribuiccedilotildees de alternativas para a promoccedilatildeo do

desenvolvimento nos adverte que o caminho mais promissor eacute o do desenvolvimento

endoacutegeno e inclusivo que embora demande vaacuterias poliacuteticas complementares permite o

aproveitamento do potencial poliacutetico econocircmico e social local desenhando modelos mais

competitivos e sustentaacuteveis de desenvolvimento

No Brasil este modelo endoacutegeno de desenvolvimento baseado na mobilizaccedilatildeo de

recursos internos afirma Sachs (2009) apresenta o potencial de recursos naturais e condiccedilotildees

climaacuteticas especialmente na Amazocircnia por sua diversidade e complexidade sociocultural

como forte aliado na promoccedilatildeo do desenvolvimento econocircmico e social Para isto eacute mister a

priorizaccedilatildeo da modernizaccedilatildeo agriacutecola pela adoccedilatildeo de tecnologias capazes de aumentar a

produtividade e qualidade dos produtos a melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a

qualidade de vida dos agricultores e que tambeacutem seja capaz de elevar o compartilhamento de

accedilotildees entre os produtores como forma de dinamizar o uso dos recursos e das tecnologias

disponiacuteveis

Becker (2009) em suas reflexotildees sobre alternativas de desenvolvimento para a

Amazocircnia chama a atenccedilatildeo para a necessidade de transformar o agricultor familiar em

empreendedor rural ao que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel que este deve

priorizar o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo individual ou seja compartilhando

os recursos e as tecnologias disponiacuteveis Neste sentido Mello (2009) adverte que o primeiro

dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo agriacutecola e de comeacutercio onde

o primeiro eacute baseado em processos rudimentares de produccedilatildeo e o segundo na transferecircncia de

produtos sem agregaccedilatildeo de valor

Embora a regiatildeo Norte apresente boas condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de

banana de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa

91

eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita Satildeo vaacuterios os problemas que afetam a

bananicultura dessa regiatildeo que de modo geral apresenta baixo niacutevel de tecnificaccedilatildeo

resultando em produtividade baixa e frutos com pouca qualidade

Neste sentido acredita-se que a elaboraccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo para o cultivo

da banana no Estado do Amazonas que possa aglutinar alternativas poliacuteticas econocircmicas e

sociais capazes de ampliar as oportunidades para o produtor comerciante e consumidor e

ainda de contribuir para alavancar o crescimento qualitativo e quantitativo dessa cultura se

apresenta como uma estrateacutegia viaacutevel para o desenvolvimento dos municiacutepios do Estado

Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas com o

objetivo de analisar as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores a comercializaccedilatildeo dos

produtos e aquisiccedilatildeo de insumos o processamento da produccedilatildeo para agregaccedilatildeo de valor e os

tipos de produtos comercializados para entender qual o niacutevel de organizaccedilatildeo social dos

produtores para a interaccedilatildeo de tecnologias e favorecimento nas negociaccedilotildees comerciais

relacionadas aos cultivos de bananeiras nos municiacutepios em estudo

92

432 MATERIAL E MEacuteTODOS

4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa consistiu da

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados aos produtores rurais de bananas agraves agroinduacutestrias agraves

empresas e pessoas fiacutesicas intermediaacuterias na comercializaccedilatildeo (em feiras de Manaus e dos

municiacutepios em estudo) bem como entrevistas semiestruturadas como forma de obter o

diagnoacutestico da produccedilatildeo e da comercializaccedilatildeo de bananas nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

Os questionaacuterios estruturados inquiriram dois segmentos da cadeia produtiva da

banana o acircmbito agriacutecola e o acircmbito econocircmico na esfera da comercializaccedilatildeo dos produtos

para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e

Presidente Figueiredo no Amazonas conforme quadro 1

No contexto econocircmico foram estudadas as formas de organizaccedilatildeo social dos

produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos (associaccedilotildees cooperativas

agroinduacutestria ou independentes) como forma de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e qual o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos produtos

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Acircmbito Econocircmico

Organizaccedilatildeo Social Comercializaccedilatildeo Tipos de produtos

comercializados

Fatores de

agregaccedilatildeo de valor

- Associaccedilotildees

- Cooperativas

- Agroinduacutestria

- Independentes

- Formas de

comercializaccedilatildeo

- Locais de entrega dos

produtos

- Categoria de

compradores

- Preccedilos de venda dos

produtos

- Receita bruta

- Frutos in natura

- Subprodutos

- Bananas em cacho

- Bananas em penca

- Transformaccedilatildeo dos

produtos

Fonte autora

O estudo buscou conhecer as formas de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola

(atacado eou varejo) a categoria de compradores envolvidos na comercializaccedilatildeo destes

produtos (se cooperativas empresas ou intermediaacuterios) os locais de entrega dos produtos (se

93

na propriedade rural ou no empreendimento do comprador) e os preccedilos de venda praticados

na comercializaccedilatildeo como forma de identificar o niacutevel de organizaccedilatildeo e fortalecimento dos

produtores rurais a receita obtida pela venda dos produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de

renda da cultura da banana no acircmbito da propriedade rural e do Municiacutepio Neste momento se

buscava conhecer os fatores favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis dentro do processo de

comercializaccedilatildeo e quais os subprodutos comercializados

Outro aspecto analisado foi os tipos de produtos comercializados pelo produtor rural

para compreender se no acircmbito da propriedade rural estaacute sendo feito algum tipo de

beneficiamento no produto transformando-o em um subproduto comercializaacutevel como forma

de agregar valor e diversificar a produccedilatildeo fortalecendo a cadeia produtiva inquirindo os

produtores rurais sobre os produtos comercializados se frutos in natura ou processados a fim

de identificar quais os produtos ou subprodutos comercializados e qual o destino dado aos

resiacuteduos gerados Nesta etapa foi verificado qual o tipo de beneficiamento se mecanizado ou

manual

Para complementar os dados sobre a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo tambeacutem foram

verificados os agentes envolvidos no processo se associaccedilatildeo cooperativas empresas privadas

ou intermediaacuterios sem representatividade juriacutedica e para cada agente foi verificado o preccedilo

negociado em cada produto oferecido

Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel mensurar a produccedilatildeo meacutedia de bananas por

hectare em cada municiacutepio e rendimento econocircmico dos produtores com o cultivo de

bananeiras Estas informaccedilotildees nos permitiram avaliar qual a produccedilatildeo alcanccedilada nas aacutereas

amostradas em cada municiacutepio estudado e comparaacute-las com a produccedilatildeo desejada com base

nas indicaccedilotildees de produtividade orientada pela bibliografia e estimar quanto os produtores

deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas para a cultura

4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa foram selecionadas 15 propriedades rurais produtoras

de bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva

dentre aquelas de cultivos essencialmente comercial dada a necessidade de obtenccedilatildeo de dados

sobre a comercializaccedilatildeo de produtos e subprodutos da bananicultura

O estudo buscou englobar as lideranccedilas comunitaacuterias das propriedades investigadas as

associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias envolvidas no processo de produccedilatildeo da banana

bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para tanto os

94

liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de agroinduacutestrias

intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de comercializaccedilatildeo das

bananas

4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringiu ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva onde estatildeo alocadas as propriedades

rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio possui

respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da

populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram

respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus Nestes

municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos produtores rurais

A definiccedilatildeo destes locais para a coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o

maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das

decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em

2012 estes dois municiacutepios detinham 121 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que

possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os

dois municiacutepios selecionados satildeo referenciados pelo IBGE como o segundo e o quarto

maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois municiacutepios foram

responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde foram produzidas

1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais

distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria

de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do

municiacutepio

95

Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados

quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O

levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo

direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de

julho de 2013 a junho de 2014

Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico onde seratildeo

verificados os dados gerais sobre produccedilatildeo e produtividade das bananas as tecnologias de preacute

e poacutes colheita a agregaccedilatildeo de valor e transformaccedilatildeo da produccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo dos

produtos

O estudo foi estruturado em revisatildeo bibliograacutefica sobre a temaacutetica em estudo e

entrevistas e aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos atores do processo de produccedilatildeo de bananas e das

poliacuteticas voltadas para o setor nos municiacutepios de Manaus Rio preto da Eva e Presidente

Figueiredo e evidecircncias empiacutericas colhidas e observadas em instituiccedilotildees e processos afins A

coleta de dados foi concentrada em questionaacuterios semiestruturados e abertos aplicados aos

atores selecionados

96

433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente

Figueiredo Amazonas

A tabela 1 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de

Presidente Figueiredo nas 15 propriedades envolvidas na pesquisa

A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Presidente

Figueiredo comprovou que a produccedilatildeo era comercializada atraveacutes das cooperativas

associaccedilotildees comunitaacuterias ou por meio de intermediaacuterios e eram vendidas no atacado e no

varejo

Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Amazonas Safra 2012

x Sim -- Natildeo

Fonte autora Em alguns casos o mesmo proprietaacuterio transferia seus produtos para o mercado

atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 7 8 e 9)

ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 2 11 12 e 15) Em outros casos um mesmo

produtor negociava nas trecircs modalidades (propriedades 7 8 e 9)

Dos produtores analisados somente o produtor 1 natildeo mantinha viacutenculo nem com a

associaccedilatildeo de produtores rurais do municiacutepio nem com a cooperativa agriacutecola

Pro

pri

edad

e

Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)

Co

op

erat

iva

Ass

oci

accedilatildeo

Inte

rmed

iaacuteri

o

Ata

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atildeo

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Pen

ca (

R$

un

)

Co

op

erat

iva

(R$

kg

)

Ass

oci

accedilatildeo

(R$

kg

)

01 -- -- x X x x -- -- X 1500 200 -- --

02 -- x x X x x -- -- X 2000 300 099 --

03 x -- -- X x x -- -- X 1500 250 099 --

04 x -- x X -- x -- -- X 1200 -- 099 --

05 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --

06 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --

07 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110

08 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110

09 x x x X x x -- -- -- 2000 250 099 110

10 x -- x X -- x -- -- -- 1000 300 099 --

11 -- x x X -- x -- -- -- 700 -- -- 110

12 -- x x X x x -- -- -- 700 200 -- 110

13 x -- -- X x x -- -- X 1500 200 099 --

14 x -- x X x x -- -- X 1500 300 099 --

15 -- x x X x x -- -- X 1200 200 -- 110

Meacutedia (1400) (240) (099) (110)

67 47 87 100 53 100 7 -- 47 -- -- -- --

97

comercializando sua produccedilatildeo de bananas diretamente com intermediaacuterios no mercado nas

feiras ou atacadistas de Presidente Figueiredo e Manaus

Os produtores 3 e 13 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a cooperativa e

nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e tambeacutem tinham dificuldades para

comercializar com intermediaacuterios visto que natildeo tinham ponto de venda nas feiras

Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e nos casos das propriedades

1 2 3 9 12 13 14 e 15 tambeacutem comercializavam as bananas no varejo em feiras da Vila de

Balbina e dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Manaus

Entre os produtores entrevistados 67 estavam vinculados agrave Cooperativa de

Produtores Rurais do Uatumatilde ndash CPUUatumatilde principal cooperativa do Municiacutepio e 47

tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades juriacutedicas estavam

integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME do governo federal

e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento ndash

PAACONAB razatildeo que motiva os produtores a se vincularem agrave cooperativa eou agrave

associaccedilatildeo para comercializarem os produtos visto que tanto o PREME como o

PAACONAB soacute negociam com pessoas juriacutedicas

Do universo da pesquisa 87 dos produtores negociavam diretamente com os

intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo

A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que todos os produtores vendiam

no atacado e 53 tambeacutem as realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no

proacuteprio municiacutepio

Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se

que em 100 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se

responsabilizando pelo transporte da produccedilatildeo sem incidecircncia de custo para o produtor Nos

casos em que a negociaccedilatildeo era feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores estas se

responsabilizavam pelo transporte da propriedade ateacute a sede da empresa e para isto recebiam

ajuda da prefeitura do municiacutepio que cedia seus caminhotildees e motorista ficando a cargo da

empresa apenas o abastecimento de combustiacutevel

Em 47 dos casos os produtores entregavam o produto nas feiras por ocasiatildeo das

vendas no varejo para os produtores que detinham bancas para este fim nas feiras de

produtores rurais poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos programas do

governo de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de transporte da

propriedade ateacute as feiras

98

As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Os cachos eram

negociados por preccedilos variando de R$ 500 (propriedades 5 e 6) a R$ 2000 (propriedades 2

7 8 e 9) As negociaccedilotildees com preccedilos mais baixos se deram nos casos em que a venda era feita

no atacado para intermediaacuterios com entrega do produto na propriedade rural ou seja custo

de transporte de responsabilidade do comprador Se as vendas se processavam nas feiras era

possiacutevel se obter preccedilos melhores pelos cachos mesmo nos casos de venda no atacado para

intermediaacuterios

O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200

(propriedades 1 12 13 e 15) a R$ 300 (propriedades 2 10 e 14)

Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa dentro do programa

PREMESDSSEDUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 099 o quilo

Neste municiacutepio a CPUUatumatilde natildeo negocia com a CONAB devido ao prazo de repasse de

pagamento ser mais demorado em relaccedilatildeo aos demais programas (informaccedilotildees verbal)2

Quando a negociaccedilatildeo era feita com a associaccedilatildeo de produtores rurais esta negociava

com a CONAB e repassava para o produtor o valor de R$ 110 por kg (propriedades 7 8 9

11 12 e 15) proporcionando maiores ganhos em relaccedilatildeo agraves negociaccedilotildees feitas atraveacutes da

Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDSAMPREME

A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio Preto da

Eva comprovou que a produccedilatildeo eacute comercializada atraveacutes da cooperativa associaccedilatildeo ou

intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo processadas no atacado e no varejo

4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Amazonas

A tabela 2 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio

Preto da Eva nas 30 propriedades envolvidas na pesquisa

Em alguns casos a mesma propriedade transferia seus produtos para o mercado

atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 22 23 24

28 29 e 30) ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 3 7 11-30) Em outros casos um

mesmo produtor negocia nas trecircs modalidades (propriedades 22 23 24 28 29 e 30)

Dos trinta produtores analisados neste municiacutepio todos mantinham viacutenculo ou com a

cooperativa ou com a associaccedilatildeo e em alguns casos foram registrados aqueles que mantinham

2 Informaccedilotildees fornecidas pela Cooperativa CPUUATUMAtilde localizada no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

no Amazonas - 2013

99

relaccedilotildees com ambas as organizaccedilotildees juriacutedicas natildeo sendo identificada nenhuma propriedade

que trabalhava de forma isolada sem este amparo organizacional

Os produtores 1 4 5 6 8 9 e 10 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a

cooperativa e nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e estes exceto o produtor 4

tambeacutem comercializavam seus produtos nas feiras do produtor no proacuteprio municiacutepio e em

Manaus com intermediaacuterios e consumidores finais por vendas no atacado e no varejo

Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no

Amazonas Safra 2012

x Sim -- Natildeo

Fonte autora

Pro

pri

edad

e

Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)

Co

op

erat

iva

Ass

oci

accedilatildeo

Inte

rmed

iaacuteri

o

Ata

cado

Var

ejo

(Fei

ras)

Pro

pri

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e

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Pro

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e

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dor

Fei

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Cac

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(R$

un)

Pen

cas

(R$

un)

Associaccedilatildeo ou

Cooperativa

(R$Kg)

CONAB SDS

01 x -- x x x -- x x 1700 250 074 100

02 -- -- x x x -- -- x 1500 200 -- --

03 -- x x x x -- x x 1200 200 074 100

04 x -- x x -- x x -- 1000 -- 074 100

05 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100

06 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100

07 -- x x x -- -- x -- 1000 -- 074 100

08 x -- x x x -- x x 1800 250 074 100

09 x -- x x x x x x 1500 300 074 100

10 x -- x x x x x x 1800 300 074 100

11 -- x x x x -- x x 2000 300 070 100

12 -- x x x x -- x x 1800 250 070 100

13 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100

14 -- x x x -- x x -- 1500 -- 070 100

15 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100

16 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100

17 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100

18 -- x x x -- x x x 1200 -- 070 100

19 -- x x x x -- x x 1500 300 070 100

20 -- x x x -- x x -- 1200 -- 070 100

21 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

22 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

23 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

24 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100

25 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

26 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

27 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

28 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100

29 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

30 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

Meacutedias -- -- -- -- -- -- -- --

1400 260 068 100

43 77 93 97 50 53 63 57 -- -- -- --

100

Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e as propriedades 1 2 3 5 6

8 9 10 11 12 13 15 16 17 e 19 tambeacutem comercializam a banana no varejo em feiras do

Rio Preto e de Manaus

Dos trinta produtores entrevistados 43 estavam vinculados agrave Cooperativa de

Produtores Rurais do Novo Horizonte ou no ramal do Banco principais cooperativas do

Municiacutepio e 77 tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades

juriacutedicas estavam integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME

do governo federal e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de

Abastecimento ndash PPACONAB Do universo da pesquisa 93 dos produtores negociavam

diretamente com os intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo

A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que em 100 das propriedades

verificou-se que se processavam vendas no atacado e 50 dos produtores tambeacutem as

realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no proacuteprio municiacutepio

Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se

que em 53 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se

responsabilizando pelos custos do transporte da produccedilatildeo Nos casos em que a negociaccedilatildeo era

feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores essas despesas com o transporte da

produccedilatildeo era de responsabilidade da cooperativa ou associaccedilatildeo

Em 53 das propriedades estudadas o produtor natildeo arcava com os custos de entrega

dos produtos visto que os compradores retiravam as bananas na propriedade rural e em 63

das negociaccedilotildees os produtos eram entregues na propriedade do comprador incluindo-se aqui

as vendas realizadas nas feiras situaccedilatildeo em que os custos ficavam por conta do produtor

poreacutem sem incidir no produto uma vez que eram assistidos pelo governo com o

fornecimento de apoio logiacutestico

Em 57 dos casos os produtores transportavam as bananas para as feiras onde

realizavam as vendas no varejo Poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos

programas governamentais de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de

transporte da propriedade ateacute os locais de comercializaccedilatildeo

As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Nos casos em que

eram vendidas em cachos estes eram negociados ao preccedilo meacutedio que variou de R$ 1000

(propriedades 4 7 22 23 25 e 26) a R$ 1800 (propriedades 8 10 12 13 e 16) As variaccedilotildees

de preccedilos se justificam pelas diversas modalidades de vendas e pela relaccedilatildeo com o local de

entrega do produto Nos casos em que a venda era feita no atacado para intermediaacuterios com

101

entrega do produto na propriedade rural ou seja custo de transporte sob a responsabilidade

do comprador foi onde se identificou os preccedilos mais baixos (propriedades 4 22 23 25 e 26)

Se as vendas se processavam nas feiras era possiacutevel alcanccedilar preccedilos mais altos pelos cachos

das bananas mesmo nos casos de venda no atacado e para intermediaacuterios (propriedades 1 8

10 11 12 13 e 16)

O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200

(propriedades 2 3 5 e 6) a R$ 300 (propriedades 9 10 11 13 16 e 19) (Tabela 2)

Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa ou associaccedilatildeo dentro do

programa PREMESDSSECUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 100 o

quilo nas propriedades do ramal Novo Horizonte (propriedades de 1-10) enquanto que nas

negociaccedilotildees com o PPACONAB o preccedilo para o produtor era de R$ 074kg

As propriedades 11-20 localizadas no ramal da ZF-9 natildeo possuiacuteam ainda uma

cooperativa Estes estavam organizados apenas em associaccedilatildeo comunitaacuteria e vendiam para a

CONAB e a SDS repassando para o produtor a importacircncia de R$ 070 e R$ 100 o quilo

respectivamente

As propriedades 21-30 correspondem ao ramal do Banco e estavam organizadas

tanto em cooperativa como associaccedilatildeo negociando com a CONAB e SDS repassando para o

produtor a quantia de R$ 060 e R$ 100 respectivamente por cada quilo vendido

4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

A expressatildeo econocircmica das bananas pode ser avaliada pela aacuterea plantada pelo

volume produzido e comercializado pela capacidade de processamento da produccedilatildeo para

transformaccedilatildeo em subprodutos com valor comercial pelos tratos culturais e ainda pela

disponibilidade e demanda de tecnologias disponiacuteveis para fortalecer a cultura

Analisando o rendimento da bananicultura nas aacutereas amostradas no municiacutepio de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva verificou-se que a produtividade de frutos medidos

em toneladas por hectareano ficou muito abaixo dos valores alcanccedilados por Arruda et al

(2004) e Pereira et al (2006) Nesta anaacutelise tomou-se por base de preccedilo os que foram

praticados nos respectivos municiacutepios no periacuteodo analisado conforme tabelas 1 e 2 Os

resultados estatildeo dispostos na tabela 3

102

Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas

Aacutereas Amostradas Safra 2012

Situaccedilatildeo Real nas propriedades

Propriedades rurais nos municiacutepios

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva

Aacuterea amostrada (ha) 605 830

Densidade meacutedia de plantasha (un) 1202 1073

Cachoshaa (un) 1202 1073

Peso meacutedio do cacho (kg) 121 131

Pencashaa (un) 12020 10730

Peso meacutedio da penca (kg) 12 13

Produtividade (thaa) 145 141

Cachos (R$haa) 1682800 1502200

Pencas (R$haa) 2884800 2789800 () Com base no preccedilo meacutedio de venda praticado nos municipios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

no Amazonas (Tabelas 1 e 2)

Fonte autora

Os produtores avaliados nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

mantinham cultivos com produccedilatildeo meacutedia de 1202 cachoshaa com 12020 pencashaa e

peso meacutedio de 12 kg cada penca no primeiro municiacutepio e 1073 cachoshaa com 10730

pencashaa e peso meacutedio de 13 kg cada penca no segundo municiacutepio considerando cultivos

a partir do segundo ciclo produtivo O peso meacutedio por cacho nestes municiacutepios na mesma

ordem foi de 121 kgcacho (Tabela 1) e 131 kgcacho (Tabela 2)

A receita meacutedia obtida pela venda das bananas em cachos foi de R$ 1682800haa

em Presidente Figueiredo e R$ 1502200haa no Rio Preto da Eva Se a venda fosse

processada no varejo o total obtido pela comercializaccedilatildeo das pencas seria de R$

2884800haa e R$ 2789800haa para os respectivos municiacutepios (Tabela 3)

No total da aacuterea amostrada no Municiacutepio de Rio Preto da Eva natildeo foi encontrado

nenhum produtor rural que realizasse o processamento das bananas para transformaccedilatildeo em

produtos comercializaacuteveis como doces geleias calda ou banana chips Neste municiacutepio

toda a produccedilatildeo de banana das propriedades analisadas era comercializada in natura em

cachos ou em pencas no atacado ou no varejo Em Presidente Figueiredo entre os produtores

analisados foram identificados dois produtores que transformavam a banana em doces e

fabricavam caldas de bananas na uacutenica agroinduacutestria encontrada no municiacutepio Nas demais

propriedades as bananas eram vendidas in natura ao preccedilo meacutedio de venda de R$ 1400 o

cacho em ambos os municiacutepios e de R$ 240 e R$ 260 a penca nos respectivos municiacutepios

sendo esta a uacutenica forma de obtenccedilatildeo de receita com a cultura (Tabelas 1 2 e 3)

103

4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das

Bananas por Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas

Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) analisando plantios com espaccedilamentos de

4 x 2 x 2 m e densidade de 1667 plantas por hectare a partir do segundo ciclo produtivo

registraram rendimentos de frutos na ordem de 50 thaa A produccedilatildeo de cachos foi de 1667

por hectare ano com peso meacutedio de 30 kg cada O total de pencas foi de 16670haa cada

uma pesando em meacutedia 30 kg

Com base no preccedilo meacutedio de venda do cacho e da penca (R$ 1400 e R$ 240) em

Presidente Figueiredo e R$ 1400 e R$ 260 no Rio Preto da Eva (Tabelas 1 e 2) foi feita uma

projeccedilatildeo hipoteacutetica de quanto seria a receita meacutedia por hectare cultivado com banana nos

municiacutepios estudados Os resultados estatildeo dispostos na tabela 4

A receita de venda obtida com base nos dados de Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) e o preccedilo meacutedio de venda dos cachos nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva seriam respectivamente de R$ 2333800haa em cada municiacutepio Se a

produccedilatildeo fosse comercializada em pencas seriam obtidos R$ 4000800haa e de R$

4334200haa nos respectivos municiacutepios (Tabela 4)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare

Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012

Propriedades rurais nos municiacutepios

Recomendaccedilatildeo teacutecnica (1)

Pres Figueiredo Rio Preto da Eva

Densidade de plantasha (un) 1667 1667

Cachoshaa (un) 1667 1667

Peso do cacho (kg) 300 300

Pencashaa (un) 16670 16670

Peso da penca (kg) 30 30

Frutos (thaa) (1)

500 500

Cachos (R$haa) 2333800 2333800

Pencas (R$haa) 4000800 4334200 (1)

Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte autora

4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare

Cultivado nas Aacutereas Amostradas

Analisando a situaccedilatildeo real de produtividade e receita meacutedia dos cultivos estudados

se observa receita pela venda dos cachos de aproximadamente R$ 1682800haa e se a

produccedilatildeo foi comercializada em pencas a receita obtida foi de R$ 2884800haa nas

propriedades de Presidente Figueiredo Os produtores de Rio Preto da Eva obteriam receita de

104

R$ 1502200haa se fossem vendidos os cachos e R$ 2789800haa para as vendas em

pencas (Tabela 3)

Considerando a produtividade meacutedia alcanccedilada por Arruda et al (2004) e Pereira et

al (2006) constantes na tabela 4 (recomendaccedilatildeo teacutecnica) foi calculada a diferenccedila de receita

que representa o que os produtores deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com

bananas Para tal foram considerados em ambos os casos os pesos e os preccedilos meacutedios de

vendas dos cachos e das pencas obtidos nos municiacutepios estudados e subtraiacutedos da

recomendaccedilatildeo teacutecnica Os dados estatildeo dispostos na tabela 5

Analisando esses dados foi possiacutevel calcular quanto os produtores amostrados

deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com bananas por natildeo seguirem as

recomendaccedilotildees teacutecnicas de distribuiccedilatildeo espacial e densidade de plantio e de manejo do solo

(adubaccedilatildeo) Ainda tomando por base o referencial de produccedilatildeo de Arruda et al (2004) e

Pereira et al (2006) verifica-se que os produtores amostrados em Presidente Figueiredo

poderiam incorporar agrave sua produtividade mais de 460 cachos de bananas por haa isto

representaria um acreacutescimo em suas receitas de mais de R$ 650000 para cada hectare

cultivado com bananas considerando-se a comercializaccedilatildeo dos cachos Esses valores sobem

para mais de 4600 pencas produzidas e R$ 1116000haa se comercializassem as bananas

por pencas (Tabela 5)

Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por

Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva

Diferenccedilas de Receita

Recomendaccedilatildeo teacutecnica(1)

ndash Situaccedilatildeo Real

Cachoshaa (un) 465 594

Pencashaa (un) 4650 5940

Cachos (R$haa) 651000 831600

Pencas (R$haa) 1116000 1544400 (1)

Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte autora

Se o mesmo referencial de produtividade for aplicado para a produccedilatildeo de Rio Preto

da Eva as diferenccedilas de rendas do que os produtores conseguiram obter para as que poderiam

alcanccedilar satildeo ainda maiores conforme pode ser observado pelos dados na tabela 5 para este

municiacutepio A diferenccedila de produtividade seria de 594 cachos por haa ou 5940 pencashaa

Isto representaria uma diferenccedila de receita caso a produccedilatildeo fosse vendida em cachos de R$

831600haa ou de R$ 1544400haa caso a produccedilatildeo fosse transacionada em pencas

105

Com essa diferenccedila de receita para cada hectare bem manejado eacute possiacutevel investir

em insumos agriacutecolas matildeo-de-obra e tecnologias capazes de dinamizar a produccedilatildeo nos

cultivos de bananeiras jaacute implantados e ainda sobra uma renda suplementar bem elevada para

o produtor rural estimulando-o ainda mais a investir nessa cultura de grande importacircncia

econocircmica e social para o Estado do Amazonas Se esses valores forem multiplicados pelos

hectares plantados com bananeiras em cada propriedade percebe-se que vale a pena investir

nas tecnologias insumos e teacutecnicas existentes para melhorar a produtividade dos bananais

nestes municiacutepios visto que existe mercado consumidor consolidado para a banana que

ocupa o 2deg lugar na preferecircncia do consumo de frutas no Brasil

4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel

Com base nesses dados procedeu-se aos caacutelculos de quanto os produtores de cada

municiacutepio obteriam se todas as aacutereas cultivadas com bananeiras fossem recuperadas e

adequadas agraves recomendaccedilotildees teacutecnicas e alcanccedilassem as produtividades meacutedias atingidas por

Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) e jaacute comprovadas tambeacutem em algumas regiotildees

brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia alguns locais na Bahia e Minas Gerais

(SILVA NETO 2011)

Os dados da tabela 6 mostram a realidade alcanccedilada pelos produtores que participaram

do presente estudo considerando suas aacutereas cultivadas totais e os seus potenciais caso

investissem no manejo adequado das bananeiras em suas propriedades

A situaccedilatildeo real das propriedades analisadas nos indica que a aacuterea amostrada em

Presidente Figueiredo foi de 605 hectares onde foram produzidas 991 toneladas de bananas

na safra de 2012 A produtividade meacutedia para esta aacuterea foi de 160 tha superando a meacutedia do

Estado que eacute de 120 tha No Rio Preto da Eva a aacuterea amostrada foi 830 ha e a produccedilatildeo de

1152 t com produtividade de 14 tha tambeacutem superior agrave do Estado Segundo dados do IBGE

(2013) a produtividade meacutedia para ambos os municiacutepios na safra de 2012 foi de 12 tha

Nas aacutereas amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva respectivamente

foram produzidos cerca de 30000 e 34900 cachos de bananas na safra de 2012 com

aproximadamente 300000 e 349000 mil pencas

Considerando o preccedilo meacutedio de venda de cada municiacutepio de R$ 1400 o cacho os

produtores rurais da aacuterea estudada obtiveram receita da ordem de R$ 420 e R$ 488 mil reais

Se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas tambeacutem considerando o preccedilo meacutedio de

106

venda das pencas em cada municiacutepio de R$ 240 e R$ 260 nesta ordem para Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva a receita obtida seria de R$ 720 e R$ 907 mil reais

Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas

45 Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012

Variaacuteveis

Situaccedilatildeo real nas propriedades

rurais avaliadas nos municiacutepios

Estado do

Amazonas Presidente

Figueiredo

Rio Preto da

Eva

Situaccedilatildeo real nas propriedades

Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440

Produccedilatildeo na aacuterea amostradasafra (ta) 991 1152 63745

Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 160 140 120

Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un)2 30000 34900 1931667

Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400 (4)

Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un)2 300000 349000 --

Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

cacho (R$100)3

420000 488600 27043338

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

pencas (R$100)3

720000 907400 --

Recomendaccedilatildeo teacutecnica1

Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440

Produccedilatildeo na aacuterea amostradaa (t) 3025 4150 277000

Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 500 500 500

Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un) 91667 125758 8393939

Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400

Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un) 916667 1257576 --

Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

cacho (R$100) 1283333 1760606 117515152

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

pencas (R$100) 2200000 3269697 --

Diferenccedilas de Renda

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos) 863333 1272006 90471814

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas) 1480000 2362297 --

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos)ha 1426997 1532537 90471814

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas)ha 2446281 2846141 -- (

1) Com base nas indicaccedilotildees de densidade e produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) (Tabela 2)

(2) Considerando o peso meacutedio do cacho indicado por Gasparotto et al (2003) Tabela 3

(3) Com base no preccedilo meacutedio de vendas dos municiacutepios em estudo

Fonte autora

Com base nestes dados foi possiacutevel imaginar uma situaccedilatildeo hipoteacutetica caso estes

produtores aplicassem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas por Pereira et al (2006)

e alcanccedilassem a produtividade indicada por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) na

mesma aacuterea amostrada em cada municiacutepio seriam produzidas 50 toneladas de bananas por

hectare e isto renderia em meacutedia 91667 cachos de banana e 916667 pencas que quando

comercializados renderiam para o municiacutepio de Presidente Figueiredo mais de R$

107

128300000 para vendas em cachos e se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas a

receita estimada seria de R$ 2200000 O municiacutepio de Rio Preto da Eva nos 830 ha

cultivados produziria 125758 cachos e 1257576 pencas pelos quais obteria receita

estimada respectivamente de R$ 176060600 e R$ 326969700 (Tabela 6)

Analisando a situaccedilatildeo real nas propriedades estudadas e comparando com a

recomendaccedilatildeo teacutecnica eacute possiacutevel observar quanto os produtores rurais deixaram de ganhar

por natildeo aplicarem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas para os cultivos de

bananeiras O municiacutepio de Presidente Figueiredo somente nos 605 hectares estudados

deixou de arrecadar mais de R$ 863 mil reais caso vendesse a produccedilatildeo em cachos e mais de

R$ 1480 mil para vendas das bananas em pencas No municiacutepio de Rio Preto da Eva nos

830 ha cultivados os produtores deixaram de arrecadar mais de R$ 1272 mil reais para a

venda em cachos e mais de R$ 2362 mil para vendas em pencas

Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos

e ineficiecircncia nos processos de comercializaccedilatildeo das bananas visto que cada hectare cultivado

com bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo mantidos os mesmos preccedilos de venda

alcanccedilado na safra de 2012 poderia arrecadar mais R$ 1426997 para venda em cachos e R$

2446281 caso a produccedilatildeo fosse vendida em pencas O Municiacutepio de Rio Preto da Eva

mantidas as mesmas condiccedilotildees em cada hectare cultivado poderia arrecadar mais R$

1532537 para vendas em cachos e R$ 2846141 para vendas em pencas (Tabela 6)

108

434 CONCLUSOtildeES

Todos os produtores de banana dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva analisados comercializam sua produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo

pelo varejo

Predomina entre eles a venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas

produccedilotildees para a Cooperativa ou Associaccedilatildeo a que pertencem

Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com alguns tambeacutem vendendo

em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria tambeacutem vende na forma de

pencas

Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que os praticados pela

Cooperativa ou Associaccedilatildeo

As receitas obtidas pelos produtores dos dois municiacutepios em Reais por hectare foram

de R$ 1682800 - R$1502200 nas vendas dos cachos e R$ 2884800 - R$ 2789800 nas

vendas das pencas respectivamente em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus cultivos eou observado as

orientaccedilotildees teacutecnicas de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos esses valores subiriam

respectivamente para R$ 2333800 nas vendas dos cachos e R$ 4000800 - R$ 4334200 nas

vendas das pencas

No municiacutepio de Presidente Figueiredo nos 605 ha cultivados com bananeiras os

produtores obtiveram receita de R$ 101809400 para vendas em cachos e R$ 174530400

para vendas em pencas Esses produtores deixam de ganhar R$ 39385500 com as vendas em

cacho e R$ 67518000 com as vendas em pencas devido agraves baixas produtividades

alcanccediladas No Rio Preto da Eva nos 803 ha cultivados as perdas foram de R$ 69022800 e

R$ 128185200 para a venda em cachos e pencas respectivamente

109

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA

BANANA NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE

FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Resumo

A anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos seus ambientes institucional

organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua estrutura e funcionamento e a

forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que compotildeem a cadeia Este estudo visou

identificar os ambientes da cadeia produtiva da banana em dois municiacutepios do Estado do

Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional organizacional e produtivo

da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores no processo de

desenvolvimento local para o fortalecimento dessa cultura agriacutecola Foram aplicados

questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva na safra de 2012 Aleacutem disso foram

obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no presente trabalho No

Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais e estaduais responsaacuteveis pelo fornecimento

de suporte logiacutestico financeiro educacional de sauacutede e teacutecnico para consolidar os elos da

cadeia produtiva da banana Com todo o arcabouccedilo dessas instituiccedilotildees e competecircncias era de

se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva

consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual Essas instituiccedilotildees natildeo

alcanccedilam a maioria dos produtores de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva Sem uma assistecircncia adequada os produtores tem dificuldades de adquirir

insumos agriacutecolas conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas Se houvesse

uma consolidaccedilatildeo dos fluxos dentro da cadeia com um envolvimento maior das instituiccedilotildees

com os produtores e esses entre si na forma de Cooperativas e Associaccedilotildees niacuteveis bem mais

elevados de produtividade da banana no Amazonas poderiam ser alcanccedilados

Palavras Chave Produccedilatildeo rural Cooperativas rurais Associaccedilotildees rurais Produtores rurais

instituiccedilotildees puacuteblicas

110

Abstract

Analysis of agricultural production chains from their environments - institutional

organizational and productive permit our understanding of its structure and functioning and

the form of intra and inter interaction actors and environments that make up the chain This

study aimed to identify the design of the banana production chain in two municipalities in the

State of Amazonas and present the composition of institutional environments organizational

and production thereof and the role to be played by these actors in the local development

process from the strengthening of this fruit cultivation Questionnaires were used in 15 farms

who grow bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 in Rio Preto da Eva

harvest of 2012 Also it was obtained information in the sites of the institutionorganization

cited in this study The results indicated that in the Amazonas state federal and state

institutions act to give full logistical financial educational helth and technical support to

consolidate the links in the banana chain production With all the framework and expertise of

these institutions would expect a highly favorable environment for the establishment of a

consolidated supply chain for any activity of the state agricultural sector These institutions do

not reach the majority of banana producers in the municipalities of Presidente Figueiredo and

Rio Preto da Eva Without adequate assistance producers have difficulties to acquire

agricultural inputs knowledge drain and to commercialize their bananas production If there

was a consolidation of flows within the chain with greater involvement of institutions with

producers and these with each other in the form of cooperatives and associations higher

levels of banana productivity could be achieved in the Amazonas State

Key words Rural production rural cooperatives rural associations rural producers public

institutions

111

441 INTRODUCcedilAtildeO

Nos uacuteltimos anos o Brasil apresentou expressivo crescimento no comeacutercio

internacional do agronegoacutecio e consolidou sua posiccedilatildeo como um dos maiores produtores e

exportadores de alimentos e produtos agriacutecolas do planeta comercializando sua produccedilatildeo em

mais de 200 paiacuteses (MAPA 2013) Contudo o setor agriacutecola no Brasil vem passando por um

processo de reorganizaccedilatildeo especialmente na reestruturaccedilatildeo das cadeias produtivas para se

tornarem mais aacutegeis inovadoras e modernas como forma de se tornarem competitivas e

alcanccedilar o mercado global (BARRETO FILHO 2000) Essas circunstacircncias demandam

estudos que busquem entender a integralizaccedilatildeo do processo de desenvolvimento local a partir

das cadeias de suprimentos das cadeias produtivas da governanccedila e das alianccedilas estrateacutegicas

viabilizando a criaccedilatildeo de alternativas capazes de potencializar os recursos endoacutegenos

disponiacuteveis conforme enfatizado por Sachs (2009)

O estudo da organizaccedilatildeo administrativa da cadeia produtiva eacute o ponto de partida para

a anaacutelise do seu desempenho de forma a possibilitar a descriccedilatildeo das condiccedilotildees em que a

dinacircmica da produccedilatildeo e do mercado as regras governamentais e outros fatores influenciam a

performance da produccedilatildeo Desta forma a anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos

seus ambientes institucional organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua

estrutura e funcionamento e a forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que

compotildeem a cadeia

Este estudo busca identificar o desenho da cadeia produtiva da banana em dois

municiacutepios do Estado do Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional

organizacional e produtivo da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores

no processo de desenvolvimento local a partir do fortalecimento dessa cultura agriacutecola O

estudo possibilita conhecer os elementos que compotildeem o sistema produtivo dessa espeacutecie nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas assim como

identificar as interaccedilotildees cooperaccedilotildees e aprendizados entre eles e a contribuiccedilatildeo desse

processo para consolidaccedilatildeo do sistema produtivo da banana e consequente desenvolvimento

local

112

442 MATERIAL E MEacuteTODOS

4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

A cadeia produtiva reflete-se no conjunto de elementos que interagem em um

processo produtivo para a oferta de produtos eou serviccedilos ao mercado consumidor

envolvendo o emprego de trabalho e tecnologia

Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa foi delineada

a partir dos ambientes macros essenciais para o funcionamento da produccedilatildeo agriacutecola em

cadeia permitindo identificar os elementos e atores componentes de cada ambiente do sistema

produtivo com suas relaccedilotildees fluxos e dinacircmica de funcionamento no contexto dos Municiacutepios

em estudo Posteriormente todos os elos da cadeia produtiva foram contextualizados nos seus

objetivos e finalidades especiacuteficas como forma de empreender um funcionamento satisfatoacuterio

de sistema produtivo que servisse de base comparativa ao sistema ou processo real de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva no Amazonas

O mapeamento dos ambientes da cadeia produtiva busca identificar os elementos

envolvidos no processo de produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios pesquisados identificando os

atores econocircmicos poliacuteticos e sociais o ambiente institucional organizacional e produtivo

que constituem a estrutura de produccedilatildeo dessa cultura Estes elementos permitiram analisar

como se processa a governanccedila a interaccedilatildeo a cooperaccedilatildeo e o aprendizado entre as partes do

sistema e compreender como ocorre o dinamismo da competividade da atividade produtiva

deste segmento

4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve

dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos institucionais

organizacionais e produtivos com o fim de conhecer quais as forccedilas atuantes neste processo e

se elas contribuem para o desenvolvimento sustentaacutevel do local onde estatildeo inseridas

No que concerne agrave dimensatildeo da cadeia produtiva da banana foram delimitados os

ambientes da cadeia produtiva a partir do diagrama esquemaacutetico de sistema produtivo

agriacutecola desenvolvido por Zylbersztajn (1994) e verificados os elementos envolvidos em

cada ambiente e que contribuem com a produccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos seus produtos A

anaacutelise envolveu a observaccedilatildeo das instituiccedilotildees para a formaccedilatildeo de poliacuteticas relacionadas agrave

cultivos agriacutecolas as organizaccedilotildees executoras dessas poliacuteticas e o ambiente da produccedilatildeo

113

propriamente dito representado pelas propriedades agriacutecolas os fornecedores de insumos as

induacutestrias de transformaccedilatildeo dos produtos a comercializaccedilatildeo e os fluxos decorrentes do

processo e seus elos Esta anaacutelise possibilitou o desenho do mapa do sistema agriacutecola

desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios em estudo

Em seguida com base na anaacutelise processada foram elencados os principais atores da

cadeia e posteriormente foi feita uma contextualizaccedilatildeo da atividade desenvolvida por cada

elemento atuante no processo categorizando as diferentes atividades e as formas como se

relacionam a interaccedilatildeo a intervenccedilatildeo e a governanccedila entre os atores observando os objetivos

de cada um e a forma como se inserem e atuam no sistema conforme Quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em

acordo com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva no Amazonas

Ambientes da Cadeia Produtiva da Banana

Institucional Produtivo Organizacional Fluxos

- Leis

- Regulamentos

- Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Municipal

- Insumos de

produccedilatildeo

- Produccedilatildeo

- Processamento

- Comercializaccedilatildeo

- Mercados

- Serviccedilos de apoio

Teacutecnico

Institucional

Mercadoloacutegico

- Infraestrutura

Transporte

Armazenamento

- Fiacutesicos

- Financeiros

- Tecnoloacutegicos

- Informaccedilotildees

- Conhecimentos

Fonte autora

Na expectativa de delinear um padratildeo comparativo para o processo de produccedilatildeo de

bananas foram elencadas as variaacuteveis que compotildeem os ambientes institucional produtivo e

organizacional do sistema de produccedilatildeo de forma a aglutinar as leis poliacuteticas puacuteblicas

insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo propriamente dita ndash que se efetivam nas propriedades rurais

- os mercados os serviccedilos de apoio teacutecnico institucional e mercadoloacutegico a infraestrutura

necessaacuteria bem como os fluxos fiacutesicos do produto tecnoloacutegicos de informaccedilotildees e

conhecimentos que fortalecem a cadeia de produccedilatildeo

Por fim foi analisada a situaccedilatildeo real no processo produtivo da banana nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva para cada elemento previamente

delineado como forma de mensurar o niacutevel de estruturaccedilatildeo e fortalecimento da cadeia

produtiva da banana e como ela se insere na economia local nacional e internacional sua

trajetoacuteria evolutiva os condicionantes e natureza da atividade produtiva as especificidades

dos processos de aprendizagem e das trocas de conhecimentos relacionados ao negoacutecio

agriacutecola dessa cultura e o modo como esses processos satildeo afetados pelas poliacuteticas existentes

114

4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Com base na orientaccedilatildeo bibliograacutefica que subsidiou este trabalho foram caracterizadas

as dimensotildees e os atores componentes do sistema produtivo agriacutecola da banana para os

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1

Para isso foram aplicados questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no

municiacutepio de Presidente Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva safra de 2012

Aleacutem disso foram obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no

presente trabalho Em seguida se procedeu agraves anaacutelises nessas instituiccedilotildees que compotildeem cada

ambiente da cadeia produtiva no acircmbito federal estadual e municipal buscando nas suas

competecircncias organizacionais aquelas que as relacionassem ao sistema produtivo agriacutecola da

banana nos municiacutepios em estudo

A partir desse levantamento foi possiacutevel identificar os ambientes e elementos

essenciais para o desenvolvimento da produccedilatildeo agriacutecola da banana em condiccedilatildeo ideal que

funcionando de forma satisfatoacuteria seria capaz de contribuir para o desenvolvimento dos

municiacutepios em estudo

Na anaacutelise as dimensotildees institucional agriacutecola organizacional e os fluxos de

informaccedilotildees foram cruzados na tentativa de compreender a interaccedilatildeo entre o setor produtivo e

as forccedilas atuantes no processo considerando as propriedades rurais produtoras de bananas as

instituiccedilotildees e organizaccedilotildees envolvidas no processo de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo o

desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas as instituiccedilotildees de ensino e pesquisas o apoio teacutecnico a

infraestrutura e os fluxos envolvidos no contexto

Para a anaacutelise da situaccedilatildeo real da produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios estudados

foram analisados os fluxos de interaccedilatildeo entre os elementos que compotildeem o sistema onde

foram delimitados quatro nuances de contato entre os elementos inexistecircncia de contato

contato moderado contato intenso e contato eficaz a partir da percepccedilatildeo dos produtores

rurais inqueridos na pesquisa

A inexistecircncia de contato foi identificada pela natildeo atuaccedilatildeo de determinado ator com

accedilatildeo objetiva agrave outros componentes do sistema deixando de proceder contato com os

mesmos O contato moderado se reportava agravequeles presentes entre os atores poreacutem com

resultado ineficaz comprometendo o desenvolvimento do sistema O contato intenso

apontava os casos em que a interaccedilatildeo contribuiacutea para o desenvolvimento do sistema poreacutem

ainda de forma ineficaz O fluxo de contato eficaz traduzia os casos de perfeita interaccedilatildeo entre

115

os atores ou elementos contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento do sistema

produtivo da banana

4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos

quantitativos A anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas e

objetivos das instituiccedilotildees envolvidas no sistema de produccedilatildeo da banana A anaacutelise quantitativa

torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no acircmbito financeiro e

mercadoloacutegico da cadeia

Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas

pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo

exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) caracteriza-se por proporcionar um maior

conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da

investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa

443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4431 Sistema Produtivo Agriacutecola

No agronegoacutecio a exigecircncia ascendente do mercado competitivo motivou a

reorganizaccedilatildeo das cadeias produtivas como determinante de sobrevivecircncia Na regiatildeo Norte

onde as culturas agriacutecola e extrativista satildeo concorrentes o desafio eacute ainda maior e as

probabilidades de Ecircxito seratildeo mais favoraacuteveis caso se consiga aglutinar os esforccedilos de todos

os ambientes e atores do sistema produtivo

No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de

elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e em

que cada um dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute

maior do que o que as unidades poderiam ter caso funcionassem independentemente

Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as

relaccedilotildees entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990

CARAVANTES et al 2005 CHIAVENATO 2011)

O sistema produtivo do agronegoacutecio deve ser trabalhado desde as instituiccedilotildees que

desenvolvem as poliacuteticas puacuteblicas a oferta de insumos as propriedades agriacutecolas as

agroinduacutestrias o escoamento da produccedilatildeo e o mercado consumidor Essa cadeia aglutina os

serviccedilos de apoio como pesquisa assistecircncia teacutecnica processamento transporte

116

comercializaccedilatildeo creacutedito distribuidores industrializaccedilatildeo e consumidor final (GASQUES et

al 2004)

A Figura 1 apresenta de forma simplificada o panorama sistecircmico da produccedilatildeo

agriacutecola com seus ambientes e fluxos interativos

Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola

Fonte Zylbersztajn (1994) Adaptada pela autora

Neste estudo a cadeia produtiva agriacutecola eacute tratada como um sistema produtivo A

gestatildeo de um sistema deve focar a maximizaccedilatildeo da produccedilatildeo a minimizaccedilatildeo dos custos

maior eficiecircncia e eficaacutecia especialmente na qualidade dos produtos e na produtividade para

garantir a competividade e a sustentabilidade do sistema no ambiente no qual estaacute inserida

Para isto eacute preciso que os atores envolvidos tenham visatildeo holiacutestica de toda a cadeia para que

possam identificar os possiacuteveis inter-relacionamentos a fim de traccedilarem suas estrateacutegias de

forma conjunta em um modelo de accedilatildeo colaborativa e natildeo individual

Este sistema produtivo (Figura 1) configura-se como um todo organizado

constituiacutedo de partes integradas que podem ou natildeo interagir com o meio externo e que sejam

interdependentes para o seu pleno funcionamento Eacute constituiacutedo dos ambientes institucional

organizacional e produtivo e cada um possui seus proacuteprios subsistemas que se relacionam e

estatildeo integrados ao todo

O ambiente institucional abrange as leis e normas que regulamentam o sistema A ele

cabe a responsabilidade de desenhar poliacuteticas puacuteblicas que priorizem o desenvolvimento

econocircmico e social do paiacutes Se a diretriz mestra desses atores for o desenvolvimento a partir

das potencialidades locais isto demandaraacute uma governanccedila mais eficiente visto que seraacute

necessaacuterio conhecer as potencialidades endoacutegenas de cada regiatildeo Estas poliacuteticas deveratildeo ser

executadas pelas instituiccedilotildees que compotildeem o ambiente organizacional e deveraacute ser

Ambiente Institucional (leis regulamentos poliacutet governamental etc)

Ambiente Organizacional (serviccedilos de apoio teacutecnico)

Insumos

Produccedilatildeo Processamento Comercializaccedilatildeo

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

Fluxos fiacutesicos Am

bie

nte

pro

du

tivo

117

convergente para o setor produtivo que na visatildeo global da cadeia se apresenta com o papel

fundamental de realizar o maacuteximo de interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo com os demais atores envolvidos

no processo Este fator eacute determinante para que o ambiente produtivo se torne competitivo ao

niacutevel da reduccedilatildeo de custos ampliaccedilatildeo dos ganhos e oferta de produtos em qualidade e

quantidade que satisfaccedila o consumidor

O acircmbito organizacional comporta as instituiccedilotildees de apoio teacutecnico de ensino

pesquisa extensatildeo e demais instituiccedilotildees responsaacuteveis pela execuccedilatildeo das poliacuteticas leis e

normas oriundas do ambiente institucional O melhor desempenho destes dois sistemas se

daraacute pela soacutelida articulaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees e os elementos constitutivos destes ambientes

onde o primeiro fundamenta o segundo e este fornece os subsiacutedios para a consecuccedilatildeo dos

objetivos daquele

O ambiente produtivo apresenta-se como o principal sistema na hierarquia de

funcionamento do todo funciona como o motor de todo o sistema integrando diversos

subsistemas que interagem fornecendo subsiacutedios para o seu funcionamento e sustentaccedilatildeo

Estaacute constituiacutedo por empresas fornecedoras de insumos pela produccedilatildeo primaacuteria propriamente

dita - que neste estudo abrange as propriedades agriacutecolas - pelo ambiente de processamento e

transformaccedilatildeo dos produtos e o ambiente comercial com as empresas de escoamento da

produccedilatildeo e os elementos de transferecircncia dos produtos ateacute o consumidor final Entre estes

ambientes coexistem os fluxos financeiros e de informaccedilotildees e os fluxos fiacutesicos

De acordo com o exposto eacute mister que todo este conjunto de componentes ou sistemas

interativos esteja dinamicamente relacionado objetivando suprir o consumidor final de

determinado produto ou serviccedilo do ambiente agriacutecola (BERTALANFFY 1975 SPPEDING

1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e CHIAVENATO 2011)

4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola

A cadeia produtiva traduz-se em um conjunto articulado de atividades poliacuteticas

econocircmicas e sociais como consequecircncia da relaccedilatildeo em termos de mercados entre

tecnologia organizaccedilatildeo e capital A sua visualizaccedilatildeo efetiva-se como uma sucessatildeo de

operaccedilotildees de transformaccedilatildeo dissociaacuteveis capazes de ser separadas e ligadas entre si por um

encadeamento teacutecnico (PIRES 2001) Eacute entendida como um conjunto de relaccedilotildees comerciais e

financeiras que estabelecem entre todos os segmentos um fluxo de troca entre fornecedores e

clientes ou seja um conjunto de accedilotildees econocircmicas poliacuteticas e sociais que regulam a

valorizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo e asseguram a articulaccedilatildeo das operaccedilotildees

118

A anaacutelise de uma cadeia produtiva necessita da observaccedilatildeo dos ambientes

institucional organizacional e produtivo e a forma como se processa os fluxos fiacutesicos e de

informaccedilotildees nesse sistema

O ambiente institucional eacute constituiacutedo pelas normas e leis federais estaduais e

municipais aleacutem da cultura dos costumes e saberes local da sociedade que envolve e

influencia os ambientes O ambiente organizacional engloba as estruturas que satildeo criadas para

dar suporte ao funcionamento das cadeias produtivas O ambiente produtivo apresenta-se

como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana nos municiacutepios em estudo

A Figura 2 apresenta o sistema desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas envolvendo

trecircs ambientes distintos institucional produtivo e organizacional Em cada um destes estatildeo

inseridas empresas eou instituiccedilotildees com caracteriacutesticas e objetivos distintos entre si poreacutem

semelhantes nas suas finalidades que eacute a consolidaccedilatildeo do sistema produtivo agriacutecola da

banana

119

0

Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas

Fonte autora

Insumos

Produccedilatildeo Processamento

Calcaacuterio

Implementos

agriacutecolas

Pesticidas

Fertilizantes

Propriedades

agriacutecolas

Cultivos de

bananeiras

Comercializaccedilatildeo

Acessoacuterios

agriacutecolas

Bioinduacutestrias

Agroinduacutestrias

Cooperativas

Empresas

Associaccedilotildees

Mercado

Nacional

Mercado

Internacional

Mercado

Local

Mercado

Regional Varejo

Fluxos fiacutesicos

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

IDAM

INPA

UFAM

UEA MMA

MIDIC SEPROR MAPAEMBRAPA

SEBRAE

SUFRAMA (MDIC)

MS

SEPLANCTI MMA MDIC MAPA

SEPLANCTI

Atacado

INST

ITU

CIO

NA

L P

RO

DU

TIV

O

OR

GA

NIZ

AC

ION

AL

AFEAM BASA BNDES

FAPEAM

INSTIT FINANCEIRAS (BB BASA BNDES) IPAAM (SDS) INCRA (MDA)

SDS

CONAB

SUDAM

MME

MIN

120

44321 Ambiente Institucional

O ambiente institucional agrega instituiccedilotildees que estabelecem leis e normas que

regulamentam o sistema produtivo agriacutecola em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e da

sociedade devendo atuar de forma transversal e democraacutetica aglutinando os interesses

nacional regional estadual e municipal em defesa do desenvolvimento do paiacutes e do

equiliacutebrio social ambiental econocircmico politico e territorial como forma de garantir a defesa

e bem estar da sociedade e do territoacuterio

Ao se analisar as atribuiccedilotildees do Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA e do Instituto

de proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas - IPAAM com suas funccedilotildees de controle do

desmatamento regional e definiccedilatildeo da localizaccedilatildeo e extensatildeo das aacutereas cultivadas bem como

do Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria - INCRA com suas atribuiccedilotildees

fundiaacuterias no Amazonas conforme contido em seus ambientes institucionais percebe-se que

desenvolvem poliacuteticas capazes de interferir na cadeia produtiva do setor primaacuterio e portanto

da banana Do mesmo modo a Secretaria de Planejamento Ciecircncia e Tecnologia do

Amazonas - SEPLANCTI o Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio -

MDIC e a Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus ndash SUFRAMA podem ter uma

influecircncia expressiva e positiva se usarem suas competecircncias na formulaccedilatildeo de poliacuteticas

puacuteblicas que favoreccedilam os produtores agriacutecolas regionais atuando de forma coordenada e

integrada O suprimento de energia eleacutetrica e de estradas eou hidrovias para o escoamento da

produccedilatildeo agriacutecola podem ser citadas como importantes para o processo de integraccedilatildeo dos

produtores no contexto do desenvolvimento regional accedilotildees essas de responsabilidade do

Ministeacuterio das Minas e Energia - MME e Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN A

SUDAM com sede em Beleacutem tambeacutem pode ser inserida nesse contexto de poliacuteticas puacuteblicas

O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA a Secretaria de

Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas - SDS e Secretaria de Produccedilatildeo e Extensatildeo Rural

- SEPROR por outro lado devem atuar de forma integrada para que os produtores tenham

todo o apoio teacutecnico necessaacuterio para que suas propriedades aproveitem da maneira mais

produtiva possiacutevel suas aacutereas cultivadas quer suprindo informaccedilotildees de manejo do solo das

culturas das pragas e doenccedilas como tambeacutem orientaccedilotildees sobre o mercado consumidor local

regional e se possiacutevel ateacute o nacional e o internacional Com isso os produtores podem ter

uma visatildeo mais completa de como se inserem no sistema produtivo podendo assim planejar

com mais competecircncia suas accedilotildees futuras O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) tambeacutem tem um

papel importante no sistema produtivo pois a regiatildeo eacute propensa a ocorrecircncia de doenccedilas

121

principalmente as que tecircm alguns insetos como vetores (malaacuteria dengue leishmaniose etc)

capazes de causar impactos altamente elevados em assentamentos de produtores dificultando

suas atuaccedilotildees no meio rural Por fim eacute necessaacuterio citar as instituiccedilotildees financeiras como o

Banco da Amazocircnia SA - BASA Banco do Brasil - BB Banco Nacional de

Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES etc responsaacuteveis por financiamentos da

produccedilatildeo agriacutecola do Estado

Quando se analisa o aspecto organizacional do modelo de cadeia produtiva

identificando as instituiccedilotildees executoras das poliacuteticas puacuteblicas aleacutem das jaacute citadas acima

encontramos as Instituiccedilotildees de Ensino Superior -IES (UFAM UEA IFAM INPA Embrapa)

as de fomento agrave pesquisa e agrave produccedilatildeo (FAPEAM BASA SUDAM SUFRAMA BNDES)

aleacutem de apoio teacutecnico aos produtores (IDAMSEPROR SDS SEBRAE Prefeituras

Municipais) e ainda a AFEAM que fornece treinamento e creacuteditos para os setores da

economia do Amazonas e a CONAB com suas assistecircncias teacutecnicas e aquisiccedilatildeo de produtos

por preccedilos compatiacuteveis ao produtor e ao mercado consumidor

Se essa estrutura estivesse atuando de forma integrada coordenada e organizada

seria de se esperar que os elos da cadeia produtiva de qualquer produto agriacutecola pudessem

estar consolidados e contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento sustentaacutevel

regional

Os produtores teriam apoio governamental para a obtenccedilatildeo de creacuteditos e o mercado

local teria condiccedilotildees de proporcionar a preccedilos adequados todos os insumos necessaacuterios para

alavancar suas produtividades a niacuteveis elevados em quantidade e qualidade e de forma

sustentaacutevel em condiccedilotildees de competitividade com os mercados de outras regiotildees do paiacutes

criando um ciacuterculo virtuoso de desenvolvimento agriacutecola que beneficiaria todos os envolvidos

no processo inclusive a sociedade regional Os produtores estariam bem organizados em

Associaccedilotildees e Cooperativas e haveria espaccedilo para a atuaccedilatildeo de Agroinduacutestrias e

Bioinduacutestrias que processariam a banana transformando parte da produccedilatildeo em subprodutos

com maior valor agregado como doces geleias fritas ships aproveitando quase toda ou toda

a produccedilatildeo da cultura gerando mais empregos e divisas para a regiatildeo

Associaccedilotildees e Cooperativas mais consolidadas poderiam significar maior potencial

dos produtores atingirem os mercados regionais nacional e ateacute internacional com maior

competitividade e eficiecircncia garantindo a eles maiores preccedilos e maior seguranccedila na venda de

sua produccedilatildeo com os excedentes sendo exportados e trazendo mais divisas para o Estado que

dispotildee de recursos hiacutedricos terras e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo da banana

122

A seguir foram descritas de forma mais detalhada as competecircncias de cada uma dessas

instituiccedilotildees para se ter uma noccedilatildeo mais exata dos seus perfis de atuaccedilatildeo visando identificar

melhor seus papeacuteis no sistema produtivo da banana no Estado do Amazonas

O Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA atua no desenvolvimento e implementaccedilatildeo

da poliacutetica nacional do meio ambiente e dos recursos hiacutedricos na poliacutetica de preservaccedilatildeo

conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacutevel de ecossistemas e da biodiversidade na proposiccedilatildeo de

estrateacutegias mecanismos e instrumentos econocircmicos e sociais para a melhoria da qualidade

ambiental e do uso sustentaacutevel dos recursos naturais no desenvolvimento de poliacuteticas para a

integraccedilatildeo do meio ambiente e da produccedilatildeo nas poliacuteticas e programas ambientais para a

Amazocircnia Legal e no Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico - ZEE como oacutergatildeo gestor normativo

dos processos de implantaccedilatildeo dos ZEEs pelos Estados (MMA 2015)

O MMA eacute responsaacutevel por promover a adoccedilatildeo de princiacutepios e estrateacutegias para o

conhecimento a proteccedilatildeo e a recuperaccedilatildeo do meio ambiente o uso sustentaacutevel dos recursos

naturais a valorizaccedilatildeo dos serviccedilos ambientais e a inserccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

na formulaccedilatildeo e na implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de forma transversal compartilhada

participativa e democraacutetica em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e sociedade

trabalhando de forma integrada as questotildees sociais ambientais e econocircmicas Figura 3

Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no

ambiente institucional Fonte MMA (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA tem papel

importante na gestatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo agrave agropecuaacuteria a exemplo do

Programa Nacional da Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisiccedilatildeo de

alimentos ndash PAA entre outros Deve fomentar o agronegoacutecio e regular a normatizaccedilatildeo de

MMA

Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente

Poliacutetica Nacional dos Rec Hiacutedricos

Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso dos

Ecossistemas

Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso da

Biodiversidade

Poliacuteticas para a Amazocircnia Legal

Gestatildeo Normativa dos ZEEs

Meio Ambiente

Soci

edad

e Eco

no

mia

123

serviccedilos vinculados ao setor agriacutecola agrave pecuaacuteria e ao abastecimento contemplando o

pequeno o meacutedio e o grande produtor rural e deve tambeacutem reunir atividades de suprimento

de bens e serviccedilos relacionados a estes setores bem como o processamento a transformaccedilatildeo

e a distribuiccedilatildeo de produtos de origem agropecuaacuteria ateacute o consumidor final MAPA (2015)

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash EMBRAPA e a Companhia

Nacional de Abastecimento ndash CONAB por exemplo satildeo empresas puacuteblicas que atuam sob a

gerecircncia e coordenaccedilatildeo do MAPA que tambeacutem eacute organizado em secretarias responsaacuteveis

pelos diferentes setores do agronegoacutecio brasileiro a exemplo da Secretaria de Defesa

Agropecuaacuteria ndash SDA e a Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI

(MAPA 2015)

A CONAB visa contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do

produtor rural participando da formulaccedilatildeo das poliacuteticas agriacutecola e de abastecimento Por meio

de suas atividades busca proporcionar a geraccedilatildeo de valor ao produtor rural disponibilizando

preccedilo renda e a regulaccedilatildeo do abastecimento e apoio no fortalecimento e organizaccedilatildeo do setor

Ao consumidor final proporciona o acesso aos alimentos baacutesicos no comeacutercio varejista a

preccedilos acessiacuteveis

O MAPA natildeo restringe suas atividades ao acircmbito agropecuaacuterio Embora concentre

neste setor o foco principal de suas atividades sua estrateacutegia de gestatildeo busca integrar os

aspectos mercadoloacutegicos tecnoloacutegicos cientiacuteficos ambientais e organizacionais dos setores

produtivo do abastecimento da armazenagem e do transporte de safras aleacutem da gestatildeo da

poliacutetica econocircmica e financeira do agronegoacutecio Todo este esforccedilo visa garantir a seguranccedila

alimentar da populaccedilatildeo brasileira e a produccedilatildeo de excedentes para exportaccedilatildeo como forma de

fortalecer o setor produtivo nacional e favorecer a inserccedilatildeo do Brasil no mercado

internacional

A Secretaria de Defesa Agropecuaacuteria ndash SDA eacute responsaacutevel pela execuccedilatildeo das accedilotildees

de Estado para a prevenccedilatildeo controle e erradicaccedilatildeo de doenccedilas animais e de pragas vegetais

que afetam a agropecuaacuteria com vistas a assegurar a origem a conformidade e a seguranccedila dos

produtos de origem animal e vegetal destinados agrave alimentaccedilatildeo humana ou animal e tambeacutem a

idoneidade dos insumos em uso na agricultura e pecuaacuteria brasileira (MAPA 2015)

A SDA tambeacutem participa da formulaccedilatildeo da poliacutetica agriacutecola planejando

normatizando coordenando e supervisionando as atividades de defesa agropecuaacuteria em todo o

Territoacuterio nacional Eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do Sistema Unificado de Atenccedilatildeo agrave

124

Sanidade Agropecuaacuteria ndash SUASA do sistema brasileiro de inspeccedilatildeo de produtos de origem

animal vegetal e de insumos agropecuaacuterios (MAPA 2015)

Na produccedilatildeo vegetal a Secretaria responde pela vigilacircncia fitossanitaacuteria inspeciona

e fiscaliza a produccedilatildeo de sementes mudas fertilizantes corretivos inoculantes estimulantes

e biofertilizantes Controla registro classifica e fiscaliza o comeacutercio de bebidas e a produccedilatildeo

de uvas vinhos e derivados Inspeciona a utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos e seus componentes aleacutem

de fiscalizar e classificar os produtos subprodutos e resiacuteduos vegetais de valor econocircmico

A Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI eacute responsaacutevel pela

interface do MAPA com o mercado externo pela elaboraccedilatildeo de propostas de negociaccedilotildees de

acordos sanitaacuterios e fitossanitaacuterios com outros paiacuteses e ainda por analisar as deliberaccedilotildees

relativas agraves exigecircncias fitossanitaacuterias que envolvem interesses do setor produtivo brasileiro a

fim de consolidar o reconhecimento do paiacutes interna e externamente como provedor de

alimentos seguros e de qualidade

A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo - SDC eacute a principal

responsaacutevel pela adoccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis para o agronegoacutecio brasileiro Sua atuaccedilatildeo

envolve esforccedilos para o estiacutemulo ao cooperativismo as praacuteticas da agricultura sustentaacutevel o

desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas tecnologias a proteccedilatildeo intelectual a infraestrutura e a

logiacutestica de produccedilatildeo transporte e armazenagem de safras (MAPA 2015)

A SDC estaacute estruturada em quatro departamentos responsaacuteveis por diferentes setores

organizacionais O Departamento de Cooperativismo e Associativismo - DENACOOP

fomenta o associativismo entre cooperativas assim como sua internacionalizaccedilatildeo visando

ampliar a participaccedilatildeo econocircmica do setor cooperativo no leque de exportaccedilotildees do paiacutes

Tambeacutem haacute poliacuteticas de incentivo ao cooperativismo entre o puacuteblico jovem e entre mulheres

destinadas agrave inclusatildeo social e maior participaccedilatildeo econocircmica destes setores na sociedade

O Departamento de Sistemas de Produccedilatildeo e Sustentabilidade - DEPROS eacute responsaacutevel

pela regulaccedilatildeo e estiacutemulo agrave praacuteticas de agropecuaacuteria sustentaacuteveis que preservem o ambiente e

os recursos naturais As principais poliacuteticas desenvolvidas pelo DEPROS estatildeo relacionadas agrave

produccedilatildeo de alimentos orgacircnicos (Agroecologia) Sistemas de Produccedilatildeo Integrada para

rastreabilidade e qualificaccedilatildeo da produccedilatildeo e Sistemas de Conservaccedilatildeo de Solos e Aacuteguas que

cuidam da manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas (MAPA 2015)

Questotildees relativas agrave proteccedilatildeo de propriedade intelectual ligada ao agronegoacutecio

desenvolvimento e fomento a novas cultivares pesquisa e desenvolvimento de implementos

maacutequinas e insumos satildeo responsabilidade do Departamento de Propriedade Intelectual e

125

Tecnologia da Agropecuaacuteria - DEPTA O DEPTA tambeacutem eacute responsaacutevel pelo sistema

nacional de identificaccedilatildeo geograacutefica que fomenta a homologaccedilatildeo de regiotildees geograacuteficas

produtoras de alimentos certificados

O Departamento de Infraestrutura e Logiacutestica ndash DIEL coordena questotildees relativas ao

escoamento e armazenagem dos produtos agropecuaacuterios brasileiros Normatiza e fiscaliza

condiccedilotildees fiacutesicas de portos aeroportos e armazeacutens aleacutem de desenvolver poliacuteticas de

infraestrutura e obras para o incremento da capacidade logiacutestica do agronegoacutecio Controla a

aviaccedilatildeo voltada ao setor agriacutecola normatizando e promovendo treinamentos para os pilotos

operadores Tambeacutem eacute responsaacutevel pela promoccedilatildeo das parcerias institucionais e pela

assessoria a demandas parlamentares no acircmbito do ministeacuterio

A Secretaria de Poliacutetica Agriacutecola ndash SPA atua no planejamento e execuccedilatildeo de medidas

de apoio agrave produccedilatildeo agriacutecola em trecircs pilares baacutesicos Primeiro na oferta de recursos para o

financiamento do agronegoacutecio aperfeiccediloamento e apoio agrave produccedilatildeo Segundo no apoio e

sustentaccedilatildeo dos preccedilos agropecuaacuterios por meio de aquisiccedilotildees governamentais e equalizaccedilotildees

de preccedilos E por uacuteltimo no aperfeiccediloamento da gestatildeo de risco por meio da subvenccedilatildeo ao

precircmio do seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaacuteria - PROAGRO e

do Zoneamento Agriacutecola de Risco Climaacutetico

A SPA eacute um instrumento de planejamento e gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para a

agropecuaacuteria brasileira No seu escopo eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do Plano

Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash PAP consolidando accedilotildees programas e diretrizes governamentais para o

setor fundamentais para a tomada de decisatildeo dos produtores rurais e demais agentes

econocircmicos comprometidos no agronegoacutecio A SPA conta com trecircs departamentos que

concorrem no desenvolvimento de suas atribuiccedilotildees

O Departamento de Economia Agriacutecola - DEAGRI responsaacutevel por programar e

acompanhar a aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos e privados na agropecuaacuteria e tambeacutem

acompanhar a legislaccedilatildeo e o desempenho do creacutedito rural com base em dados e estatiacutesticas

puacuteblicos e privados Para isto o DEAGRI observa a conjuntura econocircmica nacional e

internacional em suas relaccedilotildees com o agronegoacutecio e monitora os mercados de insumos

agropecuaacuterios como fertilizantes defensivos maacutequinas e implementos agriacutecolas

O Departamento de Comercializaccedilatildeo e de Abastecimento Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash

DEAGRO tem por atribuiccedilatildeo estabelecer poliacuteticas e accedilotildees voltadas agrave garantia do

abastecimento assegurando ao produtor rural preccedilos compatiacuteveis com sua atividade por meio

126

de aquisiccedilotildees de produtos e equalizaccedilatildeo dos preccedilos agriacutecolas consolidada na Poliacutetica de

Garantia de Preccedilos Miacutenimos - PGPM

O Departamento de Gestatildeo de Risco Rural ndash DEGER eacute encarregado do

desenvolvimento de estudos para a formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas gerenciais de

riscos do setor agropecuaacuterio relacionadas com o seguro rural o PROAGRO (eacute uma garantia

ofertada pela Uniatildeo principalmente para o pequeno e meacutedio produtor e se destina ao

pagamento do creacutedito tomado no banco pelos produtores aleacutem de indenizar os recursos

proacuteprios aplicados no empreendimento na hipoacutetese de ocorrecircncia de eventos climaacuteticos que

gerem perdas em suas lavouras) e o ZARC (o Zoneamento Agriacutecola tem como objetivo

indicar os periacuteodos de plantio por municiacutepio e por cultura relacionados ao ciclo das

cultivares e aos tipos de solos a fim de que eventuais eventos climaacuteticos adversos natildeo

coincidam com as fases mais sensiacuteveis das lavouras)

As accedilotildees do PROAGRO e do ZARC ocorrem por meio do Programa de Subvenccedilatildeo ao

Precircmio do Seguro Rural ndash PSR que viabiliza o acesso do produtor ao seguro mediante o

pagamento pelo governo de parte do precircmio de seguro rural contratado pelo produtor nas

modalidades agriacutecola pecuaacuteria aquiacutecola e de floresta

Aleacutem das secretarias o MAPA possui vaacuterios oacutergatildeos e unidades descentralizadas da

administraccedilatildeo direta a exemplo das Superintendecircncias Federais de Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento - SFAs oacutergatildeos de representaccedilatildeo nos Estados da Federaccedilatildeo e conta com apoio

dos Laboratoacuterios Nacionais Agropecuaacuterios ndash LANAGROS responsaacuteveis pelas anaacutelises

laboratoriais relativas ao setor entre outros (MAPA 2015) O MAPA trabalha para contribuir

com a sustentabilidade social econocircmica e ambiental por meio do apoio agrave accedilotildees para o

desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e mercadoloacutegico Figura 4

127

Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA no ambiente institucional

Fonte MAPA (2015) Adaptada pela autora

MAPA SFAs (oacutergatildeos de repres do

MAPA nos Estados) LANAGROS

Poliacuteticas para o Agronegoacutecio

SPA (instrumento de gestatildeo)

SDA

SDC (desenv agropec e coord)

Controle e defesa fitossanitaacuterio

patoloacutegico e de insumos

SRI

DEGER

DEAGRI

DEAGRO

Fomento

Controle de Preccedilo de Merc

Gestatildeo de Risco (seguro rural)

ZARC

PROAGRO

DENACOOP

DEPROS

DEPTA

DIEL

Cooperativismo

Associativismo

Sustentabilidades

Pesquisa

Prop Intelec

Logiacutestica portos aerop e armazeacutens

Mercado Externo

Poliacutetica Externa

Sust

en

tab

ilid

ade

Soci

al

Suste

ntab

ilidad

e Econ

ocircm

ica

Cientiacutefico Tecnoloacutegico Mercadoloacutegico

Sustentabilidade Ambiental

128

O Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC atua com o

propoacutesito de gerir as poliacuteticas puacuteblicas no acircmbito federal para fortalecer a competitividade

das empresas brasileiras executa e avalia poliacuteticas puacuteblicas para a promoccedilatildeo da

competitividade do comeacutercio exterior do investimento e da inovaccedilatildeo nas empresas e para o

bem estar do consumidor conforme Figura 5

Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash

MDIC no ambiente institucional Fonte MDIC (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS tem a funccedilatildeo de oferecer condiccedilotildees para a promoccedilatildeo

proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo reduzindo as enfermidades controlando as

doenccedilas endecircmicas e parasitaacuterias e melhorando a vigilacircncia agrave sauacutede como forma de garantir

mais qualidade de vida aos brasileiros Figura 6

Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional Fonte MS (2015) Adaptada pela autora

MDIC

Compras e Vendas no

Exterior

SUFRAMA Geraccedilatildeo Atraccedilatildeo e

Consolidaccedilatildeo de Investiemtno Desenvolver a socioeconomia

da regiatildeo Norte

Bem Estar das Empresas

Competitividade no Comeacutercio Exterior

Meio Ambiente

Soci

edad

e

Econ

om

ia

Investimento Puacuteblico

Infraestrutura

Formaccedilatildeo de RH

CTampI

MS

Coord e Fiscaliz do SUS

Sauacutede Ambiental

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Pesquisa Cientiacutefica e

Tecnoloacutegica na Aacuterea da Saude

Vigilacircncia da Sauacutede

Sauacutede

Soci

edad

e

Am

bien

te

Drogas

Medicamentos

Alimentos

Controle Sanitaacuterio de Fronteiras e Portos

Fluviais

Aeacutereos

Mariacutetimos

129

O empenho central desta instituiccedilatildeo foca a implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de

sauacutede aglutinando a coordenaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash SUS a sauacutede

ambiental e accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede individual e coletiva

incluindo os trabalhadores e os iacutendios fornecendo informaccedilotildees de sauacutede vigilacircncia e controle

sanitaacuterio de fronteiras e de portos mariacutetimos fluviais e aeacutereos vigilacircncia de sauacutede

especialmente drogas medicamentos e alimentos e pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica na aacuterea

de sauacutede

O Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio ndash MDA eacute responsaacutevel pelo

desenvolvimento do Brasil rural por meio da democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra da gestatildeo

territorial da estrutura fundiaacuteria da inclusatildeo produtiva da ampliaccedilatildeo da renda da agricultura

familiar e da paz no campo contribuindo com a soberania alimentar o desenvolvimento

econocircmico social e ambiental do Brasil Figura 7

Entre as competecircncias do MDA estaacute a de exercer em caraacuteter extraordinaacuterio as

competecircncias relativas agrave regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na Amazocircnia legal em acordo com o Art 35

da medida Provisoacuteria ndeg 458 de 10 de fevereiro de 2009 Exerceraacute esta tarefa por meio do

departamento de planejamento monitoramento e avaliaccedilatildeo da regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na

Amazocircnia Legal O Ministeacuterio conta ainda com a Secretaria de Reordenamento Agraacuterio que

possui um Departamento de Creacutedito Fundiaacuterio e uma Subsecretaria da Agricultura Familiar

Esta Secretaria possui um Departamento de Financiamento e Proteccedilatildeo da Produccedilatildeo e um

Departamento de Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural entre outros

O Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash INCRA eacute vinculado ao

MDA tem a personalidade juriacutedica de autarquia da Uniatildeo e sua missatildeo preciacutepua eacute

implementar a poliacutetica de reforma agraacuteria no Brasil e realizar o ordenamento fundiaacuterio

nacional A primeira se daraacute por meio da democratizaccedilatildeo do acesso a terra criando e

implantando assentamentos rurais sustentaacuteveis A segunda viraacute por meio da regularizaccedilatildeo

fundiaacuteria de terras puacuteblicas e da gerecircncia dessa estrutura no paiacutes e visa agrave desconcentraccedilatildeo da

estrutura fundiaacuteria como forma de reduzir a violecircncia e a pobreza no campo e promover a

igualdade e inclusatildeo social

A reforma agraacuteria deve ocorrer de forma participativa dentro dos princiacutepios da

legalidade impessoalidade moralidade publicidade e eficiecircncia e deve contribuir para o

fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada A autarquia tem o compromisso

de fiscalizar a funccedilatildeo social dos imoacuteveis rurais e fomentar a produccedilatildeo agroecoloacutegica de

alimentos e a inserccedilatildeo nas cadeias produtivas para tanto deveraacute buscar a qualificaccedilatildeo dos

130

Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no

ambiente institucional Fonte MDA (2015) Adaptada pela autora

INCRA

Qualificaccedilatildeo dos Assentamentos Rurais

Poliacutetica de Reforma Agraacuteria

Desconcentraccedilatildeo da estrutura Fundiaacuteria

Ordenamento Fundiaacuterio Nacional

Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria de Terras Puacuteblicas

Reduccedilatildeo da Violecircncia e da Pobreza no Campo In

clusatilde

o s

oci

al

Iguald

ade S

ocial

Democratizaccedilatildeo do Acesso agrave Terra

Licenciamento Ambiental

Assentamentos Rurais Sustentaacuteveis

Participativa

Legalidade Impessoalidade Moralidade

Publicidade Eficiecircncia

Acesso agrave infraestrutura Baacutesica e ao Creacutedito

Acesso agrave assessoria Teacutecnica e Social

Articulaccedilatildeo com as Demais Poliacuteticas Puacuteblicas

MDA

Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria na Amazocircnia Legal

Secretaria de Ordenamento Fundiaacuterio

Planejamento

Monitoramento

Avaliaccedilatildeo

Creacutedito Fundiaacuterio

Agricultura Familiar

Financiamento e proteccedilatildeo da

Produccedilatildeo

Assistecircncia Teacutecnica e

Extensatildeo Rural

131

assentamentos rurais proporcionando o licenciamento ambiental o acesso agrave infraestrutura

baacutesica o creacutedito e a assessoria teacutecnica e social e a articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas

puacuteblicas em especial a educaccedilatildeo sauacutede cultura e esportes sempre em consonacircncia com as

legislaccedilotildees ambiental e trabalhista

O Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI eacute responsaacutevel pelo

desenvolvimento da poliacutetica nacional de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e inovaccedilatildeo bem

como pela supervisatildeo e controle das atividades da ciecircncia e tecnologia poliacutetica de

desenvolvimento de informaacutetica e automaccedilatildeo poliacutetica nacional de biosseguranccedila poliacutetica

espacial poliacutetica nuclear de controle da exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos sensiacuteveis O objetivo

dessa poliacutetica eacute transformar o setor em componente estrateacutegico do desenvolvimento do paiacutes

contribuindo para que os benefiacutecios da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo sejam distribuiacutedos de

forma justa a toda a sociedade O MCTI incorpora as duas mais importantes agecircncias de

fomento da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Financiadora de Estudos e Projetos ndash FINEP e o

Conselho de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico do Paiacutes ndash CNPq e suas unidades de

pesquisa

Ao sistema MCTI tambeacutem estatildeo agregados o Centro de Gestatildeo de Estudos

Estrateacutegicos ndash CGEE a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear ndash CNEN a Agecircncia Espacial

Brasileira ndash AEB e mais dezenove unidades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de inovaccedilatildeo

e quatro empresas estatais Por meio desse conjunto de instituiccedilotildees o MCTI exerce suas

funccedilotildees estrateacutegicas desenvolvendo pesquisas e estudos que se traduzem em geraccedilatildeo de

conhecimento e de novas tecnologias criaccedilatildeo de produtos processos gestatildeo e patentes

nacionais conforme Figura 8

Sua estrutura estaacute composta de quatro secretarias temaacuteticas que satildeo responsaacuteveis pela

gestatildeo e execuccedilatildeo dos principais programas e accedilotildees do ministeacuterio quais sejam Secretaria de

Poliacuteticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento ndash SEPED Secretaria de Ciecircncia e

Tecnologia para a Inclusatildeo Social ndash SECIS Secretaria de Desenvolvimento Tecnoloacutegico e da

Inovaccedilatildeo ndash SETEC e Secretaria de Poliacutetica de Informaacutetica ndash SEPIN Por meio dessas

secretarias o MCTI alcanccedila o patrimocircnio nacional e contribui para o desenvolvimento

econocircmico social e regional favorecendo todos os biomas brasileiros atuando nas aacutereas de

ciecircncias exatas promovendo a difusatildeo de tecnologias apropriadas para o meio urbano e rural

e a capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica do paiacutes como forma de elevar a competitividade das empresas

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia ndash INPA eacute vinculado ao MCTI e sua

missatildeo eacute gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o

132

desenvolvimento da Amazocircnia Nesse contexto realiza estudo cientiacutefico do meio fiacutesico e das

condiccedilotildees de vida da regiatildeo amazocircnica tendo em vista o bem estar humano e os reclamos da

cultura da economia e da seguranccedila nacional Figura 8

O INPA produz conhecimento e forma recursos humanos na regiatildeo Norte do paiacutes

estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento sustentaacutevel a defesa do meio

ambiente e de seus ecossistemas consolidando estudos sobre a fauna a flora a

biodiversidade a sociodiversidade os recursos florestais e hiacutedricos

Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI no

ambiente institucional Fonte MCTI (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN eacute responsaacutevel pela formulaccedilatildeo e

conduccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Desenvolvimento Regional ndash PNDR formulaccedilatildeo dos planos

e programas regionais de desenvolvimento estabelecimento de estrateacutegias de integraccedilatildeo das

economias regionais definiccedilatildeo de diretrizes e prioridades na aplicaccedilatildeo dos recursos dos

programas de financiamento para o setor produtivo das Regiotildees Norte Nordeste e Centro-

Oeste conforme estabelecido no Art 159 inciso I aliacutenea ldquocrdquo da Constituiccedilatildeo Federal do

Brasil bem como por aplicar os recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazocircnia e do

Nordeste pelas obras de infraestrutura hiacutedrica a poliacutetica nacional de irrigaccedilatildeo entre outras

(MIN 2015)

MCTI

Biosseguranccedila

FINEP Poliacutetica Nacional de Pesquisa

Cientiacutefica Tecnoloacutegica e de Inovaccedilatildeo CNPq

Supervisatildeo E Controle

Geraccedilatildeo de Conhecimento

Pes

qu

isa

e Es

tud

os N

ovas Tecn

olo

gias

Informaccedilatildeo e Automaccedilatildeo

Ciecircncia e Tecnologia

Poliacutetica de Controle Ambiental

Secretarias Temaacuteticas

SECIS

SETEC

SEPED

Espacial Nuclear

Bens e Serviccedilos Sensiacuteveis SEPIN

Produccedilatildeo de processos e Patentes

INPA

Biosseguranccedila Sociodiversidadede

Flora Fauna

Capital Intelectual

133

O Ministeacuterio de Minas e Energia ndash MME entre outras competecircncias eacute responsaacutevel

pelo aproveitamento da energia hidraacuteulica pelo petroacuteleo combustiacutevel e energia eleacutetrica

incluindo energizaccedilatildeo e eletrificaccedilatildeo rural deve zelar pelo equiliacutebrio conjuntural e estrutural

entre oferta e demanda de recursos energeacuteticos no paiacutes

44322 Ambiente Organizacional

O ambiente organizacional se compotildee basicamente das instituiccedilotildees de ensino

pesquisa extensatildeo suporte teacutecnico e fiscalizaccedilatildeo entre outras que subsidiam o negoacutecio

Normalmente esses atores satildeo sustentados pela crenccedila de que as accedilotildees grupais satildeo mais

eficientes que as individuais e assim se propotildeem a atuar de forma coordenada e coletiva

obedecendo regras formais e executando as poliacuteticas definidas no ambiente institucional se

apresentando como um elo entre o ambiente institucional e produtivo (PONDEacute 1994

NORTH 1994 e CUNHA 1999) Nesses ambientes encontram-se as oportunidades e

ameaccedilas a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva

A Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA autarquia vinculada ao

Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC tambeacutem tem como

finalidade promover o desenvolvimento socioeconocircmico na regiatildeo Norte do paiacutes de forma

sustentaacutevel por meio da geraccedilatildeo atraccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de investimentos Estas accedilotildees

demandam o estiacutemulo de investimentos puacuteblicos e privados em infraestrutura na formaccedilatildeo de

capital intelectual em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo e a intensificaccedilatildeo das articulaccedilotildees com

os oacutergatildeos e entidades puacuteblicas e privadas

A Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econocircmico Ciecircncia

Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Estado do Amazonas ndash SEPLANCTI no seu escopo finaliacutestico eacute

responsaacutevel pelo planejamento estrateacutegico do Estado devendo coordenar as poliacuteticas de

desenvolvimento socioeconocircmico Recentemente uma reestruturaccedilatildeo do governo do Estado

do Amazonas agregou agraves atividades da antiga secretaria de planejamento e desenvolvimento

econocircmico as atividades de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo nascendo assim a SEPLANCTI

A esta secretaria compete a formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo de estrateacutegias de

desenvolvimento que contemplem a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica e a busca do pleno emprego a

articulaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo entre o Estado e a sociedade com vistas ao desenvolvimento

econocircmico bem como a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de incentivos fiscais e tecnoloacutegicos para

fortalecimento da economia do Estado conforme Figura 9

134

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Estado

do Amazonas ndash SDS tem o compromisso de garantir a proteccedilatildeo da natureza e dos recursos

naturais com valorizaccedilatildeo socioambiental visando ao desenvolvimento sustentaacutevel do Estado

Suas accedilotildees estatildeo voltadas agrave melhoria da qualidade de vida das pessoas e agrave conservaccedilatildeo da

natureza

Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash

SEPLANCTIAM no ambiente organizacional Fonte SEPLANCTIAM (2015) Adaptada pela autora

A SDS desempenha suas atividades articulada com as autarquias e vinculadas quais

sejam Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental ndash IPAAM Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel

do Amazonas ndash ADS Companhia de Gaacutes do Amazonas - CIGAS o Conselho Estadual de

Meio Ambiente do Estado do Amazonas - CEMAAM o Conselho Estadual de Recursos

Hiacutedricos ndash CERH o Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas ndash CEGEA e a

Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanccedilas Climaacuteticas e do Centro de Unidades de

conservaccedilatildeo Figura 10

Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do

Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional Fonte SDSAM (2015) Adaptada pela autora

SEPLANCTIAM

Desenvolvimento do Estado do Amazonas

Fort

alec

imen

to d

a Ec

on

om

ia

Plen

o Em

prego

Desenvolvimento Socioeconocircmico

Planejamento Estrateacutegico para o Amazonas

Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica

Articulaccedilatildeo entre Estado e Sociedade

Incentivos Fiscais e Tecnoloacutegicos

SDSAM

CIGAS

CEGEA CEMAAM CERH

IPAAM

Proteccedilatildeo da Natureza e dos Recursos Naturais

Val

ori

zaccedilatilde

o S

oci

oam

bie

nta

l

Desen

volvim

ento

Susten

taacutevel Fiscalizaccedilatildeo Licenciamento

Poliacutetica de Controle Ambiental

ADS

Monitoramento

Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo

135

O Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas ndash IPAAM eacute oacutergatildeo vinculado agrave

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDS

O IPAAM coordena e executa a poliacutetica de controle ambiental para o Estado do Amazonas

por meio das atividades fim de licenciamento fiscalizaccedilatildeo e monitoramento ambiental em

todo o Estado do Amazonas Figura 10

A Secretaria de Estado de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SEPRORAM eacute

responsaacutevel pela formulaccedilatildeo coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica estadual de

desenvolvimento integrado da agricultura pecuaacuteria atividade florestal pesca e aquicultura O

Sistema SEPROR composto por todos os oacutergatildeos essenciais ao desenvolvimento da produccedilatildeo

rural tem como vinculadas a Comissatildeo Executiva Permanente de Defesa Sanitaacuteria Animal e

Vegetal do Estado do Amazonas - CODESAV Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e

Florestal Sustentaacutevel do Amazonas - IDAM e Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura ndash

SEPA Figura 11

O objetivo da SEPRORAM eacute prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural

aos agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas mediante processos

educativos e participativos que lhes assegurem sustentabilidade cidadania e melhoria na

qualidade de vida

136

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SSEPRORAM no ambiente institucional

Fonte SEPRORAM (2015) Adaptada pela autora

SEPRORAM

Poliacutetica Estadual de Desenvolvimento Integrado

Ativ Florestais e Aquicultura

Agricultura Pecuaacuteria Pesca

SEPA

Processos Educativos e Participativos

Sust

en

tab

ilid

ade

Cid

adan

ia

CODESAV

Extensatildeo IDAM

Agropecuaacuteria

Florestal

Pesqueira

Agroindustrial

Assistecircncia Teacutecnica

Agricultores

Agricultura Familiar

Produtores Rurais

Melhoria da Qualidade de Vida no Campo

Projetos de Creacutedito Rural

Cooperativismo

Assossiativismo

Comercializaccedilatildeo

137

A Agecircncia de Fomento do Estado do Amazonas ndash AFEAM visa contribuir para o

desenvolvimento socioeconocircmico do Estado do Amazonas Seu compromisso eacute com o

desenvolvimento sustentaacutevel do Estado do Amazonas atraveacutes de apoio creditiacutecio e de

participaccedilotildees em accedilotildees teacutecnico puacuteblico privado que propiciem a geraccedilatildeo de trabalho e renda

e contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo do Estado do Amazonas

O Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do Estado do

Amazonas ndash IDAM eacute uma autarquia vinculada ao Sistema SEPROR Estaacute presente em todo o

Estado do Amazonas A finalidade do IDAM eacute a supervisatildeo coordenaccedilatildeo e execuccedilatildeo de

atividades de assistecircncia teacutecnica extensatildeo agropecuaacuteria e florestal no acircmbito das poliacuteticas e

estrateacutegias dos governos Federal e Estadual para os setores agropecuaacuterio florestal pesqueiro

e agroindustrial

O IDAM tem a missatildeo de prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural aos

agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas por meio de processos

educativos e participativos que lhes assegurem a sustentabilidade cidadania e melhoria na

qualidade de vida

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES eacute o principal

instrumento de financiamento de longo prazo para a realizaccedilatildeo de investimentos em todos os

segmentos da economia brasileira Sua poliacutetica de fomento inclui as dimensotildees social

regional e ambiental

O BNDES destaca-se no apoio agrave agricultura induacutestria infraestrutura comeacutercio e

serviccedilos oferecendo condiccedilotildees especiais para micro pequenas e meacutedias empresas Possui

linhas de investimentos sociais direcionados para a educaccedilatildeo e sauacutede agricultura familiar

saneamento baacutesico e transporte urbano

O apoio do BNDES efetiva-se por meio de financiamentos a projetos de

investimentos aquisiccedilatildeo de equipamentos e exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos Aleacutem disso o

Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina

financiamentos natildeo reembolsaacuteveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social

cultural e tecnoloacutegico

No contexto atual o planejamento estrateacutegico do Banco priorizou a inovaccedilatildeo o

desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental por entender que estes

satildeo aspectos importantes e que devem ser promovidos e apoiados em todos os

empreendimentos financiados pelo banco Figura 12

138

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico

e Social - BNDES no ambiente organizacional Fonte BNDES (2015) Adaptada pela autora

A Universidade Federal do Amazonas - UFAM contribui para a formaccedilatildeo de cidadatildeos

e para o desenvolvimento da Amazocircnia cultivando o saber em todas as aacutereas do

conhecimento por meio do ensino da pesquisa e da extensatildeo modernizando e inovando nas

estrateacutegias para o desenvolvimento regional e local

Por meio do ensino capacita recursos humanos para a regiatildeo elevando o niacutevel do

conhecimento e dos saberes A pesquisa e a poacutes-graduaccedilatildeo criam condiccedilotildees favoraacuteveis para

geraccedilatildeo de tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade da regiatildeo A extensatildeo

proporciona a disseminaccedilatildeo do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas no acircmbito da

instituiccedilatildeo e especialmente capta a demanda da sociedade alimentando sucessivos ciclos de

desenvolvimento e pesquisa A UFAM investe nas praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica

na proteccedilatildeo da propriedade intelectual dos segmentos institucionais na valorizaccedilatildeo dos

conhecimentos tradicionais associados com a promoccedilatildeo da transferecircncia tecnoloacutegica para

produccedilatildeo de inovaccedilatildeo no setor produtivo regional visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos e o

desenvolvimento da Amazocircnia

A Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA tem a missatildeo de promover a

educaccedilatildeo desenvolvendo o conhecimento cientiacutefico particularmente sobre a Amazocircnia

aprimorando a qualidade dos recursos humanos existentes na regiatildeo por meio de accedilotildees

especiais que objetivem a expansatildeo do ensino e da cultura em todo o Estado do Amazonas

realizando pesquisas e estimulando atividades criadoras valorizando o indiviacuteduo no processo

evolutivo incentivando o conhecimento cientiacutefico relacionado ao homem e ao meio ambiente

BNDES

Infraestrutura

Apoio Financeiro

Investimento

Planejamento Estrateacutegico

Ino

vaccedilatilde

o

Desen

volvim

ento

Local

Comeacutercio Aquisiccedilatildeo de Equipamentos

Projetos

Induacutestria

Exportaccedilatildeo de Bens e Serviccedilos Financiamento natildeo Reembolsaacutevel

Cultural Social Tecnoloacutegico

Agricultura

Desenvolvimento Socioambiental

139

amazocircnico participando na elaboraccedilatildeo execuccedilatildeo e acompanhamento das poliacuteticas de

desenvolvimento governamentais

O Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM com o compromisso de promover educaccedilatildeo

de excelecircncia no Estado do Amazonas desenvolve accedilotildees de ensino pesquisa extensatildeo e

inovaccedilatildeo visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos a geraccedilatildeo de tecnologias e a disseminaccedilatildeo do

conhecimento gerado no acircmbito do Instituto Figura 13

Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da

Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM no

ambiente organizacional

Fonte UFAM (2015) UEA (2015) IFAM (2015) Adaptada pela autora

A Embrapa Amazocircnia Ocidental eacute uma das Unidades Descentralizadas da Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA vinculada ao Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA atuando no Estado do Amazonas com a missatildeo de

viabilizar soluccedilotildees de pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da

agricultura na Amazocircnia em benefiacutecio da sociedade

Com o propoacutesito de alcanccedilar a excelecircncia na geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e

inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na Amazocircnia a EMBRAPA Amazocircnia

Ocidental prioriza a pesquisa e desenvolvimento a transferecircncia de tecnologias e a

responsabilidade social Nesse contexto a empresa organiza suas pesquisas em trecircs nuacutecleos

temaacuteticos produccedilatildeo vegetal e meio ambiente recursos geneacuteticos biotecnologias e

fitossanidade e produccedilatildeo animal

O Nuacutecleo Temaacutetico da Produccedilatildeo Vegetal e meio ambiente atua em linhas de pesquisa

como sistemas de produccedilatildeo vegetal manejo e controle de plantas daninhas olericultura

UFAM

Formaccedilatildeo de Cidadatildeos

Co

nh

ecim

ento

Saberes

Desenvolvimento da Amazocircnia

Pesquisa Ensino Extensatildeo

UEA

Capacita Recursos Humanos

Gera Tecnologias

Dissemina Conhecimento e

Tecnologia

IFAM

Proteccedilatildeo da Propriedade Intelectual

Praacuteticas de inovaccedilatildeo Social e

Tecnoloacutegica

Valorizaccedilatildeo dos Conhecimentos

tradicionais Associados

140

oleaginosas perenes alternativas potenciais para agroenergia silvicultura e manejo de florestas

plantadas fitossociologia para restauraccedilatildeo florestal geotecnologias aplicadas a estudos

florestais sementes e mudas florestais sistemas agroflorestais sistemas agrosilvopastoris

agroecologia desenvolvimento rural sustentaacutevel manejo dos agrossistemas fertilidade de

solos e nutriccedilatildeo de plantas biologia do solo caracterizaccedilatildeo de solos tropicais caracterizaccedilatildeo

de solos antroacutepicos microbiologia do solo ecologia florestal fisiologia vegetal dinacircmica do

carbono e dos nutrientes em ecossistemas de terra firme

O Nuacutecleo dos Recursos Geneacuteticos Biotecnologia e Fitossanidade trabalha com linhas

de pesquisa como recursos geneacuteticos de espeacutecies vegetais melhoramento geneacutetico de

espeacutecies vegetais biotecnologia vegetal geneacutetica de populaccedilotildees biodiversidade diversidade

geneacutetica fitossanidade manejo integrado de pragas entomologia resistecircncia de plantas a

doenccedilas biologia aplicada ecotoxicologia

O Nuacutecleo da Produccedilatildeo Animal trabalha com a fisiologia e imunologia de

peixes manejo e conservaccedilatildeo de recursos hiacutedricos sanidade de espeacutecies aquiacutecolas nutriccedilatildeo

de peixes reproduccedilatildeo de peixes melhoramento geneacutetico de espeacutecies aquiacutecolas manejo e

sistemas de criaccedilatildeo integraccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta sistemas de produccedilatildeo animal

O processo de transferecircncia de tecnologia eacute considerado uma via de matildeo dupla onde a

empresa atua de forma proativa para que as tecnologias geradas pela pesquisa sejam adotadas

pelo setor produtivo ao tempo em que busca conhecer e captar as principais demandas do

agricultor Para isso trabalha a gestatildeo integrada do conhecimento e de forma colaborativa

atua com parceiros diversos como instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas e organizaccedilotildees da

sociedade civil

A Embrapa estaacute inserida na Amazocircnia um dos mais importantes biomas do planeta Eacute

comprometida com a pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo interagindo permanentemente

com a sociedade na antecipaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das consequecircncias sociais econocircmicas culturais

e ambientais da ciecircncia e tecnologia cumprindo assim sua responsabilidade socioambiental e

a sustentabilidade da atividade agropecuaacuteria refletida em projetos voltados para a preservaccedilatildeo

e uso racional dos recursos naturais recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas e reduccedilatildeo de uso de

agroquiacutemicos entre outros com vistas a promover melhoria da qualidade de vida da

populaccedilatildeo a reduccedilatildeo da pobreza e das desigualdades regionais

Nesse contexto a Embrapa Amazocircnia Ocidental busca alcanccedilar a excelecircncia na

geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na

Amazocircnia Suas accedilotildees tecircm contribuiacutedo significativamente para o desenvolvimento da cultura

da banana nos municiacutepios estudados Figura 14

141

v

v

Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no ambiente organizacional

Fonte EMBRAPA (2015) Adaptada pela autora

EMBRAPA

Recursos Geneacuteticos Biotecnologias e Fitossanidade

Produccedilatildeo Vegetal e Meio Ambiente

Transferecircncia de tecnologias

Pes

qu

isa

e D

ese

nvo

lvim

ento

Resp

on

sabilid

ade So

cial

Melhoria da Qualidade de Vida no Campo

Sistemas de Produccedilatildeo Vegetal

Produccedilatildeo Animal

Silvicultura

Agroecologia

Desenv Rural Sustentaacutevel

Fertilidade de Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas

Microbiologia de Solos

Diversidade geneacutetica

Diversidadee

Fitossanidade

Biotecnologia Vegetal

Manejo de Pragas e Entomologia

Ecotoxicologia

Fisiologia e Imunologia de Peixes

Nutriccedilatildeo de Peixe

Manejo e Sistema de Criaccedilatildeo

Sistema de produccedilatildeo Animal

142

O Banco da Amazocircnia ndash BASA eacute o principal agente de fomento do governo federal

voltado para o desenvolvimento sustentaacutevel da Regiatildeo Amazocircnica Atua como indutor do

desenvolvimento regional gerando oportunidades de negoacutecios sustentaacuteveis para a Amazocircnia

somando esforccedilos principalmente no acircmbito da Agricultura Familiar elegendo prioridades

nas poliacuteticas de Creacutedito Rural do Governo Federal junto ao Ministeacuterio do Desenvolvimento

Agraacuterio (MDA) promovendo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores (Oacutergatildeos Oficiais de

Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural Ministeacuterios e Sociedade Civil Organizada) como

forma de criar estrateacutegias capazes de melhorar a realidade dos produtores

O BASA eacute responsaacutevel por uma parcela significativa de accedilotildees voltadas agrave geraccedilatildeo de emprego

e renda fixaccedilatildeo do homem no campo inclusatildeo social e ambiental Atraveacutes do Programa

Nacional para o Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos

individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares concedendo creacutedito para

financiar atividades agropecuaacuterias ou natildeo agropecuaacuterias para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

modernizaccedilatildeo da estrutura de produccedilatildeo beneficiamento industrializaccedilatildeo e de serviccedilos no

estabelecimento rural ou em aacutereas comunitaacuterias rurais proacuteximas de acordo com projetos

especiacuteficos Figura 15

Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente

organizacional Fonte BASA (2015) Adaptada pela autora

O SEBRAEAM eacute uma instituiccedilatildeo sem fins lucrativos que integra o Sistema Nacional

SEBRAE para execuccedilatildeo de programas e projetos favoraacuteveis ao desenvolvimento das micro e

pequenas empresas do Estado do Amazonas

BASA

Produccedilatildeo

Fom

ento

D

esenv

olv

imen

to R

egio

nal

Ampliaccedilatildeo eou Modernizaccedilatildeo

da Estrutura de

Agricultura Familiar

Desenvolvimento Sustentaacutevel da Regiatildeo

Amazocircnica

Interlocuccedilatildeo com

Atores de Assist

Teacutecnica e Extensatildeo

Rural

Prioridades da Poliacutetica de

Creacutedito Rural do MDA

PRONAF

Projetos

Individuais eou

Coletivos

Atividades

Agropecuaacuterias

Serviccedilos

Industrializaccedilatildeo

Atividades natildeo

Agropecuaacuterias

143

O SEBRAEAM tem o compromisso de promover a competitividade e o

desenvolvimento sustentaacutevel e fomentar o empreendedorismo com vistas a induzir agrave

excelecircncia no desenvolvimento das micros e pequenas empresas Para isto disponibiliza e

executa cursos e palestras que orientam para o empreendedorismo a lideranccedila vendas

atendimento a clientes formaccedilatildeo dos preccedilos relaccedilotildees interpessoais tributaccedilatildeo mercado

cooperaccedilatildeo financcedilas e planejamento etc

44323 Ambiente Produtivo

O ambiente produtivo se apresenta como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana

nos municiacutepios em estudo O ambiente institucional eacute responsaacutevel por desenvolver e fornecer

o combustiacutevel para o funcionamento desse motor ao tempo em que ao ambiente

organizacional compete apontar a direccedilatildeo e fornecer os meios para a sua alavancagem O

ambiente produtivo estaacute subdividido em quatro subsistemas interligados que se articulam para

o seu perfeito funcionamento quais sejam insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo de bananas

propriamente dita que ocorre nas propriedades rurais o processamento e a comercializaccedilatildeo

dos produtos Cada subsistema possui elos especiacuteficos com caracteriacutesticas e finalidades

definidas

A produccedilatildeo de bananas ocorre nas propriedades agriacutecolas em trecircs etapas principais

preparaccedilatildeo do solo e plantio manutenccedilatildeo do cultivo e colheita das bananas (Figura 2) As

duas primeiras manteacutem interaccedilatildeo direta e constante com os fornecedores de insumos que

estatildeo situados dentro do proacuteprio sistema e com o ambiente institucional e organizacional por

meio do fluxo financeiro e de informaccedilotildees e do fluxo fiacutesico de produtos e serviccedilos que

migram destas empresas eou instituiccedilotildees para a propriedade A colheita da banana tambeacutem

possui interaccedilatildeo com o subsistema do processamento (visto que parte da produccedilatildeo eacute destinada

agraves cooperativas agriacutecolas e agroinduacutestrias) e da comercializaccedilatildeo tambeacutem com atividades

interligadas ao ambiente institucional e organizacional

O elo da cadeia produtiva que engloba os insumos de produccedilatildeo envolve as empresas

que fabricam distribuem e comercializam fertilizantes pesticidas calcaacuterio implementos e

acessoacuterios agriacutecolas como maacutequinas equipamentos e ferramentas usadas na produccedilatildeo

agriacutecola Estes atores mantecircm soacutelida relaccedilatildeo com os elos de produccedilatildeo e o processamento

O sistema do processamento envolve as bioinduacutestrias as agroinduacutestrias as empresas

de processamento as de suprimento fornecedoras de insumos as cooperativas e associaccedilotildees

agriacutecolas funcionando como subsistemas hora interligados hora funcionando independente

144

Contudo estes atores possuem estreita relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e o processamento e

influenciam e satildeo influenciados pelo fluxo fiacutesico financeiro e de informaccedilotildees

O sistema da comercializaccedilatildeo envolve desde os mercados internacional nacional e

regional para vendas no atacado e o mercado local onde podem ser processadas negociaccedilotildees

no atacado eou no varejo Este sistema guarda forte relaccedilatildeo com os sistemas de produccedilatildeo e

processamento influenciando e sendo influenciado pelos fluxos fiacutesicos de informaccedilotildees e

financeiro Estes satildeo constituiacutedos pelas instituiccedilotildees financeiras e de creacutedito e aqueles pelas

estruturas de escoamento da produccedilatildeo

A eficaacutecia da governanccedila na atuaccedilatildeo destas instituiccedilotildees eacute imprescindiacutevel para o

perfeito funcionamento do sistema produtivo visto que o ecircxito da cadeia depende da

participaccedilatildeo sistemaacutetica no desempenho das funccedilotildees especiacuteficas de cada elemento que integra

o sistema Nos sistemas produtivos agriacutecolas especialmente na produccedilatildeo de frutas estes

elementos vatildeo garantir a oferta de alimentos seguros evitando-se possiacuteveis riscos agrave sauacutede do

consumidor eou praacuteticas desleais de comeacutercio considerando que a qualidade e a seguranccedila

dos produtos de origem animal e vegetal dependem do cumprimento das boas praacuteticas de

fabricaccedilatildeo da fiscalizaccedilatildeo oficial e da correta aplicaccedilatildeo de normas e padrotildees teacutecnicos

estabelecidos

Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de se esperar um

ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva consolidada para

qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola

A Figura 16 mostra com base nas informaccedilotildees contidas nos capiacutetulos anteriores

onde haacute fluxos de contato intenso e os fluxos de contato moderado a relaccedilatildeo entre elos da

cadeia produtiva e onde precisam ser trabalhados para contribuir com o fortalecimento da

produccedilatildeo da banana nos dois municiacutepios estudados

Os fluxos de contato intenso satildeo aqueles identificados no sistema de produccedilatildeo com

relativa consolidaccedilatildeo das interaccedilotildees entre os atores dos ambientes institucional produtivo e

organizacional e com os fluxos fiacutesicos financeiros e de informaccedilotildees que permeiam o sistema

de forma a contribuiacuterem para o seu desenvolvimento poreacutem natildeo atingindo a eficaacutecia dos seus

objetivos Os fluxos de contato moderado satildeo aqueles identificados como de baixa

consolidaccedilatildeo impactando negativamente no funcionamento do processo de produccedilatildeo de

bananas comprometendo direta ou indiretamente a interatividade nos demais elos da cadeia e

o desenvolvimento do sistema como um todo

145

= Fluxo de contato intenso = Fluxo de contato moderado Figura 15 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de

Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Amazonas

Fonte autora pesquisa de campo (2012)

Insumos

Produccedilatildeo Processamento

Calcaacuterio

Implementos

agriacutecolas

Pesticidas

Fertilizantes

Propriedades

agriacutecolas

Cultivos de

bananeiras

Comercializaccedilatildeo

Acessoacuterios

agriacutecolas Associaccedilotildees

Cooperativas

Varejo

Mercado Local

PREMESDS

Fluxos fiacutesicos

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

Higienizaccedilatildeo

dos frutos

Atacado

Feiras

Intermediaacuterios

CONAB

MAPA

EMBRAPA

MMA

INCRA BB BASA

IPAAM SDS

SEPLANCTI IDAM UFAM BASA

SEPROR EMBRAPA INPA SDS

CONAB AFEAM

PREFEITURA MUNICIPAL

146

44324 Fluxos Fiacutesicos e de Informaccedilotildees

Quando se analisa os fluxos fiacutesicos da cadeia da banana deve-se levar em conta as

instituiccedilotildees e organizaccedilotildees que atuam na implementaccedilatildeo de accedilotildees diretas eou indiretas em

algum dos seus componentes podendo ser diretamente nas propriedades rurais ou em algum

outro segmento anti ou poacutes-produccedilatildeo

Em suma os fluxos fiacutesicos na cadeia produtiva da banana nos dois municiacutepios

estudados devem ser exercidos por instituiccedilotildees de ensino e pesquisas como INPA Embrapa

UFAM UEA IFAM bem como a Prefeitura municipal ou algumas secretarias estaduais

como a SEPRORIDAM SEPLANCTI SDS aleacutem do BASA AFEAM e CONAB Suas

accedilotildees vatildeo desde a obtenccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos necessaacuterios

para aprimorar e aumentar a produtividade da cultura no Amazonas como tambeacutem de darem

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para os produtores rurais contornarem minimizarem ou

solucionarem os problemas que podem de algum modo prejudicar suas vidas eou as suas

atividades agriacutecolas

4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Observa-se que os fluxos intensos satildeo ainda minoria na cadeia produtiva da banana

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Quando se analisa o ambiente

produtivo da banana figura 16 no acircmbito das propriedades agriacutecolas onde estaacute concentrada a

produccedilatildeo propriamente dita do sistema foi identificado fluxo de contato intenso apenas no

que se refere agrave higienizaccedilatildeo dos frutos (lavagem dos cachos eou das palmas com soluccedilatildeo de

sulfato de alumiacutenio apoacutes a colheita para a descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e

precipitaccedilatildeo da sika) Esta eacute uma accedilatildeo muito primaacuteria mas essencial realizada em 867 e

100 das propriedades produtoras de bananas analisadas nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio preto da Eva respectivamente (Tabelas 5 e 8 do trabalho cientiacutefico 2)

As demais orientaccedilotildees teacutecnicas recomendadas para a higienizaccedilatildeo dos frutos nos

cultivos de bananeiras que vatildeo desde a disposiccedilatildeo dos cachos para transporte do bananal ao

local do despencamento ateacute a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as

escoriaccedilotildees que comprometem a qualidade dos frutos natildeo eram observadas pelos produtores

deixando de agregar valor e desfavorecendo a comercializaccedilatildeo dos frutos

O subsistema da comercializaccedilatildeo tambeacutem apresentou fluxo de contato intenso com

outros atores dentro do proacuteprio ambiente produtivo e tambeacutem com o ambiente

147

organizacional A pesquisa mostrou que no momento da comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

houveram negociaccedilotildees intensas entre o mercado atacadista por meio de intermediaacuterios e nas

vendas realizadas nas feiras de Manaus e dos municiacutepios em estudo visto que 87 das

vendas no atacado no municiacutepio de Presidente Figueiredo foram realizadas com

intermediaacuterios e 47 nas feiras (Tabela 1 trabalho cientiacutefico 3) No Rio Preto da Eva as

negociaccedilotildees foram levemente mais intensas com 97 e 57 das vendas realizadas com

intermediaacuterios e nas feiras respectivamente (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3)

No fluxo de venda por atacado quer para intermediaacuterios como para feiras constatou-

se poucas opccedilotildees na comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo e uma dependecircncia elevada do componente

ldquointermediaacuteriordquo para que o produto chegue ao mercado consumidor reduzindo a margem de

lucro dos produtores Figura 16

Haacute tambeacutem um fluxo intenso consolidado entre as instituiccedilotildees do ambiente

organizacional e o produtivo por meio da comercializaccedilatildeo dos produtos Neste sentido o

Governo federal atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME e do

Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB em

parceria com o estado do Amazonas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel

- SDS e da Secretaria de Produccedilatildeo Rural - SEPROR vecircm apresentando significativa

participaccedilatildeo no apoio e desenvolvimento agrave cultura pela aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo rural de

bananas

No municiacutepio de Presidente Figueiredo 67 das vendas feita pela cooperativa e 47

das vendas das associaccedilotildees comunitaacuterias foram transacionadas com a CONAB (Tabela 1

trabalho cientiacutefico 3) enquanto que no municiacutepio de Rio Preto da Eva 43 das vendas da

cooperativa e 77 das vendas das associaccedilotildees (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3) tambeacutem foram

comercializadas com Companhia Nacional de Abastecimento

O fluxo intenso apresentado entre a SEPROR e SDS com o mercado local eacute

chancelado pelo apoio do governo do Estado em alocar os produtores rurais em feiras

distribuiacutedas em diversos pontos da cidade as chamadas feiras do produtor rural um local

destinado pelo governo local para vendas preferencialmente direto por produtores rurais

eliminando a figura do intermediaacuterio e favorecendo os produtores rurais

Estes elementos se apresentam como favoraacuteveis ao processo de desenvolvimento da

cultura da banana contudo ainda natildeo eacute satisfatoacuterio visto que a pesquisa registrou alta

dependecircncia dos produtores rurais na hora da comercializaccedilatildeo dos produtos uma vez que a

maior parte da venda da produccedilatildeo fica restrita a dois nichos de mercado apoiado pelo

148

governo o Programa da Agricultura Sustentaacutevel - PAS e o Programa de Regionalizaccedilatildeo da

Merenda Escolar - PREME Isto representa uma fragilidade ao sistema de produccedilatildeo da

banana

Todos os demais fluxos da cadeia seja do ambiente institucional seja do ambiente

organizacional com o ambiente produtivo se apresentam de forma ainda natildeo consolidada

com baixa ou nenhuma expressatildeo uma vez que o fluxo moderado dessas instituiccedilotildees com o

ambiente produtivo fragiliza o cultivo da cultura da banana e natildeo proporciona retorno

financeiro satisfatoacuterio aos produtores e ainda restringe a oferta de produtos agrave sociedade

regional comprometendo o desenvolvimento local e a sustentabilidade da cultura

444 CONCLUSOtildeES

No Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais estaduais e municipais capazes

de dar todo o suporte legal logiacutestico financeiro teacutecnico e social para consolidar os elos do

sistema produtivo da banana Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de

se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva

consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual

Contudo a situaccedilatildeo real encontrada nos dois municiacutepios natildeo estaacute em niacutevel elevado de

organizaccedilatildeo e atividades que resultem em produtividades competitividades e eficiecircncias

satisfatoacuterias conforme demonstrado pelas informaccedilotildees obtidas nas propriedades rurais e

contidas nos trecircs capiacutetulos anteriores dessa tese Essas instituiccedilotildees natildeo alcanccedilam a maioria

dos produtores de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

Sem uma assistecircncia adequada os produtores tecircm dificuldades de adquirir insumos

agriacutecolas informaccedilotildees conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas e natildeo

conseguem transpor as barreiras que impedem a competitividade com os produtos vindos de

outras regiotildees do paiacutes perpetuando o atraso especialmente teacutecnico por parte dos produtores

rurais e a ineficiecircncia das instituiccedilotildees que natildeo alcanccedilam o ambiente produtivo da banana

149

45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS

DE BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

RESUMO

Este trabalho apresenta uma proposta para construccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade visando medir a efetividade da integraccedilatildeo dos ambientes do sistema

produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas Ela foi construiacuteda a partir da revisatildeo de literatura e de pesquisas de campo

realizadas em trinta propriedades rurais produtoras de bananas localizadas no municiacutepio de

Rio Preto da Eva e quinze em Presidente Figueiredo O sistema produtivo estaacute constituiacutedo

pelos ambientes institucional organizacional o ambiente produtivo e as interaccedilotildees fiacutesicas e

financeiras que permeiam o sistema Ao final deste trabalho se consolidou as categorias os

elementos os descritores e os indicadores orientados para a mensuraccedilatildeo da sustentabilidade

do sistema produtivo da banana nos municiacutepios em estudo Para avaliar a sustentabilidade

nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os

indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees ambiental econocircmica social

espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que

mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de

aacutegua nos periacuteodos de estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos

cultivos fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o

ciclo produtivo Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo

de venda do produto sua industrializaccedilatildeo incorporando agroinduacutestrias produtoras de

subprodutos de valores agregados de maiores valores o mercado comprador e o escoamento

da produccedilatildeo Dentro da Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees

em Associaccedilotildees e Cooperativas Dentro da Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores que

mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a falta da posse

definitiva da terra e a disponibilidade de recursos hiacutedricos Dentro da Dimensatildeo Poliacutetica

poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades rurais estudadas nos dois municiacutepios

mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento sustentaacuteveis e fragilizadas perante a

globalizaccedilatildeo da economia

Palavras Chaves Sustentabilidade desenvolvimento local indicadores de sustentabilidade

150

ABSTRACT

This paper presents a proposal for the construction of sustainability indicators aimed at

measuring the effectiveness of the integration of the production of banana system

environments in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva in the

Amazon It was built from the literature review and field research carried out in thirty-

producing farms of bananas located in Rio Preto da Eva and fifteen in Presidente Figueiredo

The production system is made up of the institutional environments organizational

productive environment and the physical and financial interactions that underlie the system

At the end of this work was consolidated categories elements descriptors and indicators

aimed at measuring the sustainability of the production of banana system in the municipalities

studied To assess sustainability in banana crops in the municipalities of Presidente

Figueiredo and Rio Preto da Eva indicators can be measured from the environmental

economic social spatial geographic cultural and political Within the environmental

dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana systems are

the water supply during the dry season and the need to apply a soil fertilizer on crops based on

chemical analysis and the needs of banana during the production cycle Within the Economic

Dimension the indicators that may most affect sustainability of production of banana systems

are financing the production the sale price of the product banana agroindustry with

subproducts of higher economic values the buyers market and the flow of production Within

the Social Dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana

systems are health education and their participation in associations and cooperatives Within

the Space Geographic Dimension the indicators that can affect the sustainability of

production of banana systems are the lack of definitive land tenure and the availability of

water resources Within the Political Dimension there are few indicators used by rural

communities studied in the two municipalities keeping them in phased stages of sustainable

development and vulnerable before the global economy

Key Words Sustainability local development sustainability indicators

151

451 INTRODUCcedilAtildeO

O crescimento populacional e as relaccedilotildees de capital resultaram num consumo

desenfreado de mateacuteria prima para a manutenccedilatildeo da vida demandando uma produccedilatildeo de bens

de consumo e alimentos sem precedentes na histoacuteria Como consequecircncia os danos

provenientes da exaustatildeo eou mau uso dos recursos passaram a fazer parte do nosso cotidiano

nos obrigando a repensar as formas de produccedilatildeo especialmente de alimentos e o uso dos

recursos naturais Mais recentemente em paralelo acirraram-se as discussotildees em torno das

questotildees ambientais e do uso responsaacutevel dos recursos naturais

Nesse contexto mensurar o consumo numa conexatildeo com a natureza eacute imprescindiacutevel

para a tomada de decisotildees que primem por evitar desequiliacutebrios que comprometam ainda mais

o suporte de recursos do planeta Dessa forma eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

capacidade de suporte dos recursos naturais como forma de garantir o equiliacutebrio e a

sustentabilidade dos ecossistemas e da vida Nessa dinacircmica os indicadores desempenham

papel importante como instrumento para a mensuraccedilatildeo do consumo da degradaccedilatildeo do

ambiente do niacutevel de desenvolvimento econocircmico social poliacutetico e de suporte geograacutefico

No contexto do desenvolvimento econocircmico e da revoluccedilatildeo verde evidencia-se a

necessidade do uso de indicadores de sustentabilidade em virtude da utilizaccedilatildeo desenfreada

dos recursos naturais a maioria desses considerados irrenovaacuteveis Assim a Conferecircncia

Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Rio 92 caracterizou-se por

fortalecer as referecircncias na construccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade Posteriormente

surgiu a necessidade do desenvolvimento de indicadores ecoloacutegicos e de sustentabilidade por

parte de cada naccedilatildeo segundo o contexto local A Agenda 213 contribuiu como ponto de

partida para o encontro sobre Indicadores Ambientais e Desenvolvimento Sustentaacutevel de

Genebra em 1993 e ao Programa de Indicadores Ambientais que permite o monitoramento

das accedilotildees de desenvolvimento (HAMMOND et al 1995) aleacutem do estudo desenvolvido por

Marzall (1999) referenciado como marco do estudo de indicadores ocorrido durante o

coloacutequio internacional com o tema Indicador de Sustentabilidade realizado na Franccedila no ano

de 1996

Antes da deacutecada de 70 os estudos sobre o desenvolvimento se atinham basicamente

da utilizaccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos recursos e da distribuiccedilatildeo dos ganhos por eles

proporcionados A partir desse periacuteodo os debates nos foacuteruns mundiais sobre

3 Programa de accedilatildeo oriundo da Conferecircncia Rio-92 com mais de 2500 recomendaccedilotildees praacuteticas para o alcance

do desenvolvimento sustentaacutevel no seacuteculo XX

152

desenvolvimento incluiacuteram a temaacutetica da sustentabilidade mediante as dimensotildees econocircmica

social e ambiental Com as contribuiccedilotildees de Sachs (1997) nesse debate ocorre a inserccedilatildeo de

mais duas dimensotildees do desenvolvimento a espacial e a cultural Para o autor o

desenvolvimento perderia o sentido se ocorresse em detrimento da cultura da sociedade

O conceito de sustentabilidade da relaccedilatildeo homem-natureza foi propagado na sociedade

a partir da deacutecada de 50 mas soacute foi popularizado durante os anos 80 atraveacutes das discussotildees

para a consolidaccedilatildeo do relatoacuterio da Comissatildeo Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento

ndash CMMAD ndash de Brundtland4 conhecido como ldquoNosso Futuro Comumrdquo adotado como base

para a definiccedilatildeo dos princiacutepios da biodiversidade e do futuro das geraccedilotildees (SACHS 1993

MONTIBELLER FILHO 2004)

Nesse cenaacuterio o termo sustentabilidade comeccedila a ser atrelado ao desenvolvimento e

disseminado mundialmente visto que o desenvolvimento permite atender as necessidades

presentes sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de satisfazerem suas proacuteprias

necessidades (WCED 1987) Assim o desenvolvimento econocircmico e a utilizaccedilatildeo dos

recursos estatildeo inexoravelmente ligados no tempo e no espaccedilo

Este trabalho buscou identificar indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel da

cultura da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

para que se possa mensurar a sustentabilidade da cultura da banana e dos recursos naturais

envolvidos no processo de produccedilatildeo de forma a permitir o desenvolvimento local

4 Relatoacuterio da Comissatildeo Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) sobre os padrotildees de

desenvolvimento em relaccedilatildeo aos recursos naturais

153

452 MATERIAL E MEacuteTODOS

Para a definiccedilatildeo de indicadores visando a sustentabilidade da cultura da banana

primeiramente foram selecionadas as dimensotildees nas quais se pretendeu fundamentar o estudo

Estas observaram os conceitos de sustentabilidade que por sua vez estatildeo vinculados agrave

definiccedilatildeo de desenvolvimento Em seguida definiram-se os objetivos que se pretendeu

alcanccedilar e os componentes de estudo para cada dimensatildeo

A dimensatildeo delimita o estudo em direccedilatildeo ao objetivo que se deseja alcanccedilar Este

quando alcanccedilado iraacute apontar para a sustentabilidade do objeto em anaacutelise que seraacute

alcanccedilado mediante a definiccedilatildeo dos componentes para os quais seratildeo definidas as variaacuteveis

que seratildeo estudadas

Para a consecuccedilatildeo do objetivo deste trabalho a metodologia de pesquisa

compreendeu a identificaccedilatildeo de indicadores do desenvolvimento sustentaacutevel para cultivos de

bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

norteados pelas indicaccedilotildees de Sachs (2008) sobre as cinco dimensotildees que se configuram

como pilares do desenvolvimento sustentaacutevel ambiental econocircmica social

espacialgeograacutefico e poliacutetica que se relacionam com a atividade agriacutecola do cultivo de

bananeiras nos municiacutepios alvo da pesquisa Para cada dimensatildeo foram definidas as

categorias os elementos os descritores e um conjunto de indicadores que podem ser

avaliados para monitoramento da sustentabilidade em cultivos de bananeiras

Para a definiccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade sugeridos para o sistema

produtivo de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas seguindo as orientaccedilotildees de Daniel (2000) Moura (2002) e Sachs (2004)

adotamos os seguintes aspectos norteadores

a) O pressuposto baacutesico adotado foi o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade

onde o primeiro deve ser capaz de reduzir ou eliminar as desigualdades por meio da

modernidade inclusiva Enquanto que o segundo soacute se concretizaraacute atraveacutes de sintonia fina

entre as dimensotildees ambiental social econocircmica espacialgeograacutefica e poliacutetica envolvendo a

anaacutelise da capacidade de suporte os princiacutepios e as exigecircncias de cada dimensatildeo a fim de

alcanccedilar o equiliacutebrio entre os referenciais do desenvolvimento e da sustentabilidade

b) Foi dado o enfoque sistecircmico em niacutevel local considerando a complexidade dos

fenocircmenos que envolvem o sistema produtivo da banana e observadas as interrelaccedilotildees entre

os atores e os indicadores usando as informaccedilotildees colhidas pelo trabalho de campo realizados

nas comunidades rurais enfocadas por esse estudo

154

4521 Objeto e Aacuterea de Estudo

Para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimensatildeo analisada e identificar

suas forccedilas e fragilidades buscou-se definir caracteriacutesticas estrutural e funcional de cada

dimensatildeo e para estas se caracterizou elementos fiacutesicos bioloacutegicos e socioeconocircmicos

espacial e poliacutetico observando as categorias indicadas por Sachs (1993) Moura (2002) e

Montibeller Filho (2004)

O niacutevel de anaacutelise desta pesquisa situa-se na configuraccedilatildeo do conjunto de indicadores

de sustentabilidade para as dimensotildees ambiental econocircmica social espacial e poliacutetica para o

sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas Para cada dimensatildeo foram definidas categorias elementos descritores e os

indicadores em acordo com as especificidades locais dos cultivos em estudo

Os cultivos de bananeiras de 15 propriedades rurais no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva dentre aquelas de cultivos essencialmente

comerciais foram selecionados e o estudo envolveu as lideranccedilas e associaccedilotildees comunitaacuterias

das propriedades investigadas as agroinduacutestrias relacionadas com o processo de produccedilatildeo da

banana bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para

tanto os liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de

agroinduacutestrias intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de

comercializaccedilatildeo das bananas Procedeu-se tambeacutem a uma pesquisa bibliograacutefica em sites da

internet para consolidar o trabalho

4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade

A descriccedilatildeo das etapas deste estudo teve como finalidade facilitar a compreensatildeo

sobre o processo e a loacutegica de construccedilatildeo dos indicadores e sobremaneira o percurso trilhado

e as teacutecnicas de pesquisas empregadas para o cumprimento dos objetivos

Primeiro procedeu-se a pesquisa bibliograacutefica sobre o uso e a construccedilatildeo de

indicadores de sustentabilidade para sistemas agriacutecolas com a finalidade de identificar os

aspectos metodoloacutegicos comuns e diacutespares para a construccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade e em quais dimensotildees se processaria o estudo

Neste momento as orientaccedilotildees de Sachs (1993) Moura (2002) e Montibeller Filho

(2004) foram fundamentais para definir as dimensotildees do estudo as categorias os elementos e

os descritores para a definiccedilatildeo do conjunto de indicadores de sustentabilidade

155

Esta etapa tambeacutem subsidiou a estruturaccedilatildeo do roteiro de entrevista com os produtores

rurais da regiatildeo a fim de identificar os limites baacutesicos do sistema produtivo de banana e os

fatores que influenciam sua sustentabilidade

Considerando os preceitos metodoloacutegicos orientados por Moura (2002) e Camino e

Muumlller (1993) de que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o contexto a

definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores locais a

definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e ainda que natildeo

existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal seguiu-se

a estrutura metodoloacutegica indicada pelos autores que orientam sete etapas para a definiccedilatildeo de

indicadores de sustentabilidade adaptadas para os cultivos de bananeiras nos municiacutepios em

estudo quais sejam

Definiccedilatildeo do sistema identificaccedilatildeo de categorias significativas para o sistema

identificaccedilatildeo dos elementos para cada categoria seleccedilatildeo dos descritores definiccedilatildeo dos

indicadores anaacutelise dos indicadores e procedimentos de monitoramento

156

453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade

A agricultura moderna eacute apontada por muitos autores (SACHS 1993 MOURA

2002 MONTIBELLER FILHO 2004 BECKER 2009 MELLO 2009) como a alternativa

mais promissora para promover o desenvolvimento socioeconocircmico nas aacutereas rurais do

Brasil Contudo ela natildeo deve ser tratada isoladamente mas sim aplicada como integrante do

processo de sustentabilidade visto que conforme adverte Sachs (1993) a sustentabilidade

pressupotildee o uso racional e equitativo dos recursos de forma a garantir a disponibilidade

desses agraves geraccedilotildees futuras visando sempre a melhoria das condiccedilotildees de vida das

comunidades

Orientaccedilatildeo semelhante se faz para as praacuteticas de crescimento e desenvolvimento

econocircmico com o propoacutesito de natildeo igualar os dois conceitos que possuem caracteriacutesticas bem

distintas visto que o primeiro considera somente o acuacutemulo de riquezas embora esta se

concentre nas matildeos de pequena parcela de indiviacuteduos da populaccedilatildeo Este processo natildeo remete

agrave igualdade nem agrave justiccedila social O segundo por sua vez preocupa-se com a geraccedilatildeo de

riquezas sim mas tem o objetivo de distribuiacute-las de melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees o que remete portanto agrave qualidade ambiental do planeta (CAVALCANTI

1997) Essa eacute a oacutetica moderna do desenvolvimento e deve embasar as discussotildees atuais sobre

a produccedilatildeo de bens e serviccedilos no anseio da equidade social e da sustentabilidade dos recursos

naturais em todo o planeta

A ideia de desenvolvimento local a partir da agricultura especialmente na regiatildeo

Norte sugere conciliar os fatores culturais as tradiccedilotildees locais a capacidade de suporte dos

recursos naturais e as interaccedilotildees econocircmicas e sociais de forma interdisciplinar enfrentando

o desafio do binocircmio agriculturafloresta de modo que sejamos capazes de tornaacute-la produtiva

sem destruiacute-la exercitando a sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade deve respaldar um processo multidimensional e

intertemporal a ser praticado na escala local tendo como focos dinamizadores minimamente

as dimensotildees ambiental (resiliecircncia) econocircmica (produtividade) e social (equidade e

economia) (HAMMOND et al 1995 SACHS 2004 e SEPUacuteLVEDA 2008)

De uma maneira geral a sustentabilidade da propriedade rural passa pelo

aproveitamento eficaz das aacutereas cultivadas procurando tirar delas as melhores produtividades

possiacuteveis e por longos periacuteodos de tempo diminuindo a necessidade de ocupar novas aacutereas de

florestas Para que possam dar um retorno financeiro adequado aos produtores seus usos

157

devem ser pautados em informaccedilotildees de mercado tendo tambeacutem apoio governamental com

assistecircncia teacutecnica e para o escoamento da produccedilatildeo sem comprometer a qualidade dos

produtos e a competitividade econocircmica

4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da

Banana dimensotildees objetivos e componentes

Os indicadores satildeo detentores de informaccedilotildees sobre a dinacircmica dos diferentes tipos

dimensionais (HAMMOND et al 1995) Na avaliaccedilatildeo da sustentabilidade os indicadores

vecircm sendo cada vez mais utilizados para mensuraccedilatildeo do consumo dos recursos naturais em

funccedilatildeo das suas principais consequecircncias nocivas para o meio ambiente uma vez que o

crescimento populacional exige volumes crescentes de mateacuteria prima para manutenccedilatildeo da

vida

O termo indicador implica em inferir apontar estimar conceituando-se como uma

variaacutevel selecionada e quantificada fornecendo pistas para problemas ou tornando

perceptiacuteveis tendecircncias ou fenocircmenos difiacuteceis de serem detectaacuteveis podendo ser apresentados

em forma de dados estatiacutesticos ou graacuteficos que nos revele traccedilos da realidade e tendecircncias

futuras que de outra forma natildeo seria facilmente percebida permitindo uma aproximaccedilatildeo

simplificada da realidade observada (SARANDOacuteN 2002) Os indicadores podem ser

definidos no acircmbito global nacional regional ou local Para o alcance dos objetivos aqui

propostos eles seratildeo definidos de acordo com as especificidades locais

De acordo com Hammond et al (1995) Sachs (2004) e Sepuacutelveda (2008)

sustentabilidade deve refletir processos multidimensionais e intertemporais preferencialmente

praticados em escalas locais focando a resiliecircncia a produtividade a equidade e economia e

deve ser avaliada por meio de indicadores que permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais

especiacuteficas a serem definidas de acordo com o sistema avaliado (CHRISTEN 1996)

admitindo inuacutemeras possibilidades visto que cada sistema possui especificidades

Entre as diversas possibilidades para a definiccedilatildeo das dimensotildees a serem estudadas

encontram-se as indicadas por Darolt (2000) soacutecio cultural teacutecnico agronocircmica econocircmica

ecoloacutegica e poliacutetico institucional Por sua vez Carvalho (1994) aponta para as dimensotildees

econocircmicas socioloacutegicas ambientais poliacuteticas culturais e institucionais Costabeber (1989)

recomenda econocircmica social ecoloacutegica geograacutefica e tecnoloacutegica enquanto que Camino e

Muumlller (1993) recomendam considerar justiccedila social viabilidade econocircmica sustentabilidade

ambiental democracia solidariedade e eacutetica Por fim haacute as orientaccedilotildees de Sachs (2004) pelas

dimensotildees ambiental social econocircmica poliacutetica cultural e territorial

158

Contudo Sachs (1993) adverte que para a sustentabilidade de qualquer tipo de

sistema que envolva seres humanos pressupotildee-se o uso racional e equitativo dos recursos

sendo fundamental considerar minimamente as dimensotildees econocircmicas ambiental e social

como condiccedilatildeo preciacutepua para a geraccedilatildeo do desenvolvimento no longo prazo na temporalidade

aproximada de 25 anos

Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva em acordo com as orientaccedilotildees de Sachs (2004) e

Montibeller Filho (2004) os indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees social

econocircmica ambiental espacialgeograacutefica e poliacutetica Para cada dimensatildeo devem ser

visualizados os componentes e os objetivos que se deseja alcanccedilar para o ambiente estudado

A partir destes foram definidas as variaacuteveis estudadas Assim o quadro 1 apresenta as

dimensotildees sob as quais o desenvolvimento do sistema produtivo da banana pode ser avaliado

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas considerando as

informaccedilotildees obtidas no trabalho de campo nas comunidades rurais estudadas bem como os

objetivos que se deseja alcanccedilar e os componentes que devem ser avaliados em cada

dimensatildeo

Para esse estudo foram definidas cinco dimensotildees ambiental social econocircmica

espacialgeograacutefica e poliacutetica (Quadro 1) Para anaacutelise da sustentabilidade de cada dimensatildeo

foram identificados os objetivos que se deseja alcanccedilar e para isto definidos os componentes

que devem ser observados para que a partir destes possam ser indicadas as categorias os

elementos os descritores e os indicadores para cada dimensatildeo analisada Para a

sustentabilidade dos cultivos de bananeiras no Amazonas o sistema seraacute analisado no acircmbito

local

O estudo da sustentabilidade ambiental objetiva a melhoria da qualidade do ambiente e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Ela pode ser avaliada por meio do acompanhamento dos

ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas do uso dos recursos naturais natildeo renovaacuteveis da prioridade

agrave produccedilatildeo de biomassa do aproveitamento dos insumos naturais da reduccedilatildeo do consumo

energeacutetico das tecnologias empregadas no sistema produtivo dos iacutendices de resiacuteduos no

processo produtivo da destinaccedilatildeo dos resiacuteduos e cuidados ambientais observados no processo

produtivo Quadro 1

A sustentabilidade da dimensatildeo social que visa a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

deve observar a criaccedilatildeo de postos de trabalho sauacutede educaccedilatildeo a disponibilidade de emprego

a renda (distribuiccedilatildeo) o respeito agrave cultura local o aproveitamento do conhecimento

159

tradicional ou taacutecito as formas e niacuteveis de organizaccedilotildees sociais e a produccedilatildeo de bens que

favoreccedilam o atendimento agraves necessidades baacutesicas das pessoas envolvidas direta eou

indiretamente no processo produtivo

Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o

desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do

Amazonas DIMENSAtildeO OBJETIVO COMPONENTES

Sustentabilidade

Ambiental

Melhoria da qualidade do

ambiente e preservaccedilatildeo

das fontes de recursos

naturais

Respeito aos ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas

O uso de recursos naturais natildeo renovaacuteveis

Prioridade agrave produccedilatildeo de biomassa

Aproveitamento dos insumos naturais

Reduccedilatildeo do consumo de energia

Tecnologias empregadas no processo produtivo

Iacutendices de resiacuteduos nos processos produtivos

Destinaccedilatildeo dos resiacuteduos

Cuidados ambientais

Sustentabilidade

Social

Reduccedilatildeo das

desigualdades sociais

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

Sauacutede

Educaccedilatildeo

Emprego

Renda (distribuiccedilatildeo)

Cultura local

Conhecimento tradicional ou taacutecito Organizaccedilotildees sociais

Produccedilatildeo de bens que favoreccedilam o atendimento agraves

necessidades baacutesicas

Sustentabilidade

Econocircmica

Melhoria da riqueza

social

Fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e

privados

Manejo eficiente dos recursos disponiacuteveis

Capacidade econocircmica

Capacidade produtiva do cultivo

Aproveitamento dos recursos internos (da

propriedade)

Absorccedilatildeo (pela propriedade) dos custos

ambientais

Produtividade

Reduccedilatildeo da dependecircncia externa

Canais de comercializaccedilatildeo

Sustentabilidade

Espacial

Geograacutefica

Evitar excessos de

aglomeraccedilotildees e exaustatildeo

dos recursos

Capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo)

Capacidade endoacutegena de desenvolvimento

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra

Disponibilidade de infraestrutura

Capacidade de suporte dos recursos naturais

Sustentabilidade

Poliacutetica

Democratizaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas

existentes e fortalecimento

da governanccedila

Criaccedilatildeo de Leis e desenvolvimento de poliacuteticas

para a agricultura

Organizaccedilatildeo poliacutetico institucional

Democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional

existente

Cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica Governanccedila Fonte Sachs (2004) Montibeller Filho (2004) Adaptado pela autora

160

A sustentabilidade na dimensatildeo econocircmica que tem por objetivo a melhoria da

riqueza social deve observar o fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e privados o

manejo dos recursos disponiacuteveis a capacidade econocircmica a capacidade produtiva do cultivo

o aproveitamento dos recursos internos da propriedade absorccedilatildeo pela propriedade dos custos

ambientais a produtividade o niacutevel de dependecircncia externa e os canais de comercializaccedilatildeo

(Quadro 1)

A sustentabilidade da dimensatildeo espacialgeograacutefica objetiva evitar os excessos de

aglomeraccedilatildeo e consequentemente a exaustatildeo dos recursos Pode ser monitorada pela

observaccedilatildeo da capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo) a capacidade endoacutegena de

desenvolvimento a democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra a infraestrutura e a capacidade de

suporte dos recursos naturais

A sustentabilidade na dimensatildeo poliacutetica objetiva a democratizaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas existentes e as adequaccedilotildees que se fizerem necessaacuterias e ainda pelo niacutevel de

governanccedila Pode ser monitorado por meio dos seguintes componentes criaccedilatildeo de Leis e

desenvolvimento de poliacuteticas para a o fortalecimento da agricultura as formas e niacuteveis da

organizaccedilatildeo poliacutetico institucional a democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional existente a

cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica os niacuteveis de governanccedila na gestatildeo destes componentes e

pela apropriaccedilatildeo pelo cidadatildeo dos serviccedilos puacuteblicos institucionais

4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana

Ateacute a deacutecada de cinquenta o desenvolvimento foi entendido como sinocircnimo do

crescimento econocircmico mensurado por indicadores de ordem estritamente quantitativa A

partir de 1960 acirraram-se as discussotildees sobre desenvolvimento atrelado agrave sustentabilidade

como caraacuteter indissociaacutevel e os indicadores do desenvolvimento econocircmico de ordem

meramente quantitativa tornaram-se insuficientes para aferir o grau de desenvolvimento

visto que natildeo considerava o bem estar social nos diferentes niacuteveis de agregaccedilatildeo humana com

melhorias na qualidade de vida da populaccedilatildeo a exemplo da diminuiccedilatildeo dos niacuteveis de pobreza

de desemprego e desigualdade das condiccedilotildees de sauacutede nutriccedilatildeo educaccedilatildeo moradia

transporte (SANDRONI 1999 MOURA 2002 CUNHA 2006) intensificando as

investigaccedilotildees em torno de indicadores capazes de aferir a sustentabilidade em diferentes

contextos

Os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade assumem papel importante no

processo de construccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade bem como na definiccedilatildeo das

161

dimensotildees analisadas dos objetivos dos componentes e das variaacuteveis estudadas revelando o

que eacute importante ser medido e como avaliar e interpretar os resultados (LOPES 2001) Neste

sentido os indicadores permitiratildeo noccedilotildees comparativas visto que um criteacuterio eacute mais ou

menos sustentaacutevel em dado contexto natildeo existindo modelos definitivos para cada criteacuterio

(MOURA 2002)

Os indicadores precisam ser os mais especiacuteficos possiacuteveis de modo a se evitar

ambiguidades e problemas de validade e confiabilidade devendo incluir o objetivo ou a meta

a ser alcanccedilado o aspecto a ser medido o periacuteodo abrangido e a aacuterea fiacutesica em questatildeo

devendo tambeacutem ser mensuraacuteveis atingiacuteveis relevantes e oportunos (GUIJT 1999)

Moura (2002) assegura que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o

contexto a definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores

locais a definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees Para

Camino e Muumlller (1993) devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias e distintas de cada ecossistema

natildeo existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal Os

autores sugerem uma estrutura metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade composto de sete etapas que foram adaptadas para o sistema produtivo da

banana figura 1

Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade

Fonte Camino e Muumlller (1993) adaptada pela autora

Identificaccedilatildeo de Categorias Significativas

Definiccedilatildeo do Sistema

Identificaccedilatildeo de Elementos Significativos em Cada

Sistema

Identificaccedilatildeo e Seleccedilatildeo de Descritores

Definiccedilatildeo e Obtenccedilatildeo de Indicadores

Anaacutelise de Indicadores

Procedimentos de Monitoramento

1deg

Pas

so

2deg

e 3deg

Pas

sos

4deg

e 5

deg

Pas

sos

6deg

Pas

so

7deg

Pas

so

Atr

ibuto

s

chav

e par

a

o s

iste

ma

Sistema Local

Car

act

dos

elem

ento

s e

Med

idas

do

s

des

crit

ore

s

162

As fases dessa sequecircncia metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade em primeiro passo orienta que seja determinado o sistema a ser analisado o

qual segundo Yurjevic (1996) apud Daniel (2000) pode ser delimitado nos niacuteveis global

nacional regional ou local permitindo adaptaccedilotildees em acordo com os interesses da avaliaccedilatildeo

Para a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalhamos com a delimitaccedilatildeo em niacutevel local

O segundo e terceiro passos respectivamente referem-se agrave identificaccedilatildeo das

categorias - que eacute um aspecto do sistema - e dos elementos significativos do sistema ndash que satildeo

parte da categoria - que apresentam significacircncia dado o grau de influecircncia desses na

sustentabilidade do sistema e a importacircncia que eles assumem para a finalidade do estudo

Estas estatildeo atreladas ao que Hansen (1996) e Marzall (1999) apud Lopes (2001) denominam

de atributos chave que influenciam na sustentabilidade de cada categoria e portanto no

sistema geral

Segundo Aacutevila (1989) Torquebiau (1989) e Camino e Muumlller (1993) apud Daniel

(2000) qualquer sistema em qualquer niacutevel de organizaccedilatildeo ou agregaccedilatildeo pode ser avaliado

mediante a anaacutelise de quatro tipos de categorias

Recursos endoacutegenos compotildeem a base de recursos do sistema ou seja representam

sua estrutura Os indicadores relacionados a essa categoria devem evidenciar se o sistema

impacta negativamente ou se melhora a base de recursos

Recursos exoacutegenos eacute formada pelos mesmos elementos da categoria dos recursos

endoacutegenos poreacutem satildeo recursos de sistemas externos com os quais o sistema estudado

manteacutem relaccedilotildees afetando e sendo afetado por eles Tambeacutem compotildeem a parte estrutural (dos

sistemas exoacutegenos)

Operaccedilatildeo do sistema representa a parte funcional do sistema constituiacutedo das

atividades necessaacuterias agrave sua exequibilidade Os indicadores desta categoria devem mostrar se

o seu manejo e desempenho satildeo compatiacuteveis com as exigecircncias da sustentabilidade

Operaccedilatildeo de sistemas exoacutegenos satildeo atividades de fora do sistema necessaacuterias ao

funcionamento do mesmo constituem sua parte funcional No sistema produtivo da banana

representam os ambientes institucional e organizacional os fluxos financeiros e de

informaccedilotildees que envolvem o sistema e o consumidor (local regional nacional e

internacional) Estes ambientes comportam o aparato legal de suporte ao sistema em estudo a

disponibilidade de recursos financeiros humanos e tecnoloacutegicos a assistecircncia teacutecnica a

163

ciecircncia e tecnologias disponiacuteveis a infraestrutura disponibilizada a comercializaccedilatildeo da

produccedilatildeo etc

O quarto e quinto passos respectivamente tratam da identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos

descritores que satildeo caracteriacutesticas relevantes dos elementos selecionados na etapa anterior e

subordinam-se aos atributos de sustentabilidade do sistema e ao niacutevel de agregaccedilatildeo e da

definiccedilatildeo e obtenccedilatildeo de indicadores que satildeo medidas importantes para esses descritores A

literatura recomenda que para cada descritor relevante deve-se definir ao menos um

indicador No quinto passo tambeacutem eacute realizada a pesquisa de campo

As etapas sexta e seacutetima orientam agrave anaacutelise dos indicadores e os procedimentos de

monitoramento Segundo Daniel (2000) a sexta pode ser subdividida em seis etapas a)

significado do indicador b) o que como onde e quando medir c) insumos necessaacuterios para o

caacutelculo d) limitaccedilotildees do indicador e) valoreslimites do indicador f) apresentaccedilatildeo e

interpretaccedilatildeo dos resultados A seacutetima pode ter seus procedimentos descritos individualmente

para cada indicador ou para todo o conjunto da forma que melhor responder ao sistema

analisado

4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios

de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

O quadro 2 identifica as categorias elementos descritores e indicadores da Dimensatildeo

Ambiental visando o cultivo de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva Amazonas Na uacuteltima coluna satildeo mostrados os indicadores a serem trabalhados

nessa dimensatildeo tendo em vista os recursos edafoclimaacuteticos fauniacutesticos energeacuteticos manejo

e de luminosidade a serem considerados dentro e fora da propriedade rural

Dentro desses paracircmetros sobressaem a) a preocupaccedilatildeo com o estoque de aacutegua nos

periacuteodos de estiagem b) a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos

fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo

produtivo Esses dois paracircmetros satildeo considerados os mais importantes tendo em vista a baixa

capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua dos solos predominantes na regiatildeo (COCHRANE et al 1985

MARQUES et al 2010) e a sazonalidade da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica (RIBEIRO VILA

NOVA 1979 SALATI MARQUES 1984) como tambeacutem pela baixa fertilidade natural dos

solos de terra firme da Amazocircnia (COCHRANE SANCHEZ 1982 NICHOLAIDES et al

1983) e o haacutebito dos produtores natildeo darem importacircncia para a reposiccedilatildeo dos nutrientes

retirados pela sua produccedilatildeo ou entatildeo por adubarem seus cultivos sem o respaldo de uma

164

anaacutelise quiacutemica dos seus solos conforme verificado nas pesquisas de campo e os resultados

apresentados nos capiacutetulos anteriores dessa tese

Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Aacutegua

Quantidade Iacutendice da pluviosidade anual (mm)

Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)

Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)

Reservatoacuterios de aacutegua (simnatildeo)

Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)

Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)

Solo

Classificaccedilatildeo

Tipos de solos

Terraceamento (simnatildeo)

Conservaccedilatildeo

Preparo mecanizado (simnatildeo)

Estimativa de perda de sedimentos via

erosatildeo (thaa-1

)

Microclima Umidade do solo ()

Temperatura do solo (degC)

Qualidade

Quiacutemica

Teor de mateacuteria orgacircnica ()

Niacutevel de acidez (pH)

Estimativa da perda de nutrientes via

lixiviaccedilatildeo (kghaa-1

)

Estimativa da perda de nutrientes via

exportaccedilatildeo (kghaa-1

)

Fertilidade (altameacutediabaixa)

Qualidade Fiacutesica

Textura (argilosasiltosaargilosa)

Retenccedilatildeo de aacutegua ()

Erodibilidade (altameacutediabaixa)

Profundidade da camada de restriccedilatildeo ao

desenvolvimento radicular (cm)

Iacutendice meacutedio de compactaccedilatildeo (densidade

aparente gdm3)

Contaminantes

Aplicaccedilatildeo de agrotoacutexicos com conhecido

poder residual prolongado no solo e com

facilidade de lixiviaccedilatildeo (simnatildeo)

Aplicaccedilatildeo de resiacuteduos industriais no solo

utilizados como fertilizantes ou

corretivos que contenham contaminantes

bioacumuladores nocivos (simnatildeo)

Fauna Fitossanidade

Presenccedila de praga (simnatildeo)

Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)

Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)

Energia

Solar Aproveitamento de energia solar

(simnatildeo)

Eoacutelica Aproveitamento de energia eoacutelica

(simnatildeo)

Hiacutedrica Aproveitamento de energia hiacutedrica

(simnatildeo)

165

Luz Radiaccedilatildeo

Temperatura no cultivo (degC)

Interceptaccedilatildeo razatildeo da radiaccedilatildeo

fotossinteticamente ativa acima do

cultivoniacutevel do solo

Recursos

Exoacutegenos

Aacutegua

Quantidade

Iacutendice da pluviosidade anual (mm)

Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)

Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)

Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)

Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)

Fauna Fitossanidade

Presenccedila de praga (simnatildeo)

Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)

Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Manejo

Teacutecnico

Solo

Presenccedila de cobertura vegetal nativa

(simnatildeo)

Presenccedila de cobertura vegetal cultivada

(simnatildeo)

Presenccedila de erosatildeo (simnatildeo)

Manejo da fertilidade (simnatildeo)

Vegetaccedilatildeo

Manutenccedilatildeo da mata nativa (simnatildeo)

Atende as determinaccedilotildees legais sobre

manutenccedilatildeo de aacutereas de floresta

(simnatildeo)

Aproveitamento de resiacuteduos orgacircnicos

(simnatildeo)

Aacutegua

Respeita a capacidade de suporte hiacutedrico

(simnatildeo)

Manutenccedilatildeo da qualidade dos recursos

hiacutedricos (simnatildeo)

Construccedilatildeo de reservatoacuterios (simnatildeo)

Resiacuteduos

Quantidade de resiacuteduos orgacircnicos natildeo

aproveitados depositados direto no

sistema (restos vegetais animais etc)

(thaa-1

)

Resiacuteduos inorgacircnicos natildeo aproveitados

depositados direto no sistema

(vasilhames maquinarias etc) (simnatildeo)

Reciclagem de embalagens de forma

direta ou indireta (simnatildeo)

Correto armazenamento de embalagens

de produtos toacutexicos (simnatildeo)

Realiza queimadas (simnatildeo)

Tratamento de resiacuteduos (simnatildeo)

Compostagem (simnatildeo)

Uso de Recursos

Naturais natildeo

Renovaacuteveis

Uso de energia eleacutetrica (simnatildeo)

Uso de combustiacuteveis foacutesseis (simnatildeo)

Fonte autora

166

Accedilotildees que minimizem ou sobreponham essas limitaccedilotildees podem favorecer os cultivos

de bananeiras nas propriedades rurais resultando em maiores produtividades e menores

impactos ambientais dentro da mesma diminuindo os riscos de erosatildeo e exposiccedilatildeo direta dos

solos ao Sol e chuvas

Quando se analisa a Dimensatildeo Econocircmica (Quadro 3) e levando em consideraccedilatildeo os

resultados jaacute mencionados nos capiacutetulos anteriores que se embasaram nos trabalhos de campo

diversos indicadores devem ser enfatizados quando se pretende atingir determinada

sustentabilidade do cultivo de bananeiras nos municiacutepios estudados

Os indicadores que mais influenciam a sustentabilidade dos cultivos satildeo o

financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do produto o mercado comprador e o

escoamento da produccedilatildeo Os produtores tem muita dificuldade em conseguir financiamento

em bancos em suma por natildeo ter a posse definitiva da propriedade rural Como eles tem

dificuldades em escoar suas produccedilotildees ficam refeacutens dos atravessadores ou entatildeo de oacutergatildeos

governamentais que adquirem sua produccedilatildeo por preccedilos muito baixos limitando-se tambeacutem

em comprar apenas parte da colheita

Aleacutem disso haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias para o fortalecimento

da cadeia produtiva tendo em vista um melhor aproveitamento da mateacuteria prima para a

produccedilatildeo de subprodutos da banana bem como da bananeira em si como doces geleias

fibras e outras aplicaccedilotildees industriais (SEBRAE 2008) reduzindo as perdas que podem

atingir 60 dos frutos da colheita ateacute o momento do consumo (SEBRAE 2008 Brasil

2010)

Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Financeiro Vendas Volume de vendas (ta)

Preccedilo de venda do produto (R$penca) -

(R$cacho)

Renda bruta (R$a)

Renda liacutequida (R$a)

Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)

Maquinaria (simnatildeo)

Capacitaccedilatildeo de recursos humanos

(simnatildeo)

Recursos tecnoloacutegicos (simnatildeo)

Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)

Varejo (ta)

Canais de

Comercializaccedilatildeo

Empresas (ta)

Intermediaacuterios (ta)

167

Cooperativas (ta)

Governo (ta)

Mercados Internacional (ta)

Nacional (ta)

Regional (ta)

Local (ta)

Recursos

Exoacutegenos

Financeiro Financiamentos Fluxo de investimentos privados (R$a)

Fluxo de investimentos puacuteblicos (R$a)

Subvenccedilatildeo (R$a)

Existecircncia de linhas de creacutedito especiacutefica

(simnatildeo)

Disponibilidade de creacutedito para

produtores proprietaacuterios (simnatildeo)

Disponibilidade de creacutedito para

produtores natildeo proprietaacuterios (simnatildeo)

Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)

Maquinaria (simnatildeo)

Capacitaccedilatildeo de recursos humanos

(simnatildeo)

Recursos tecnoloacutegicos e instalaccedilatildeo de

agroinduacutestrias (simnatildeo)

Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)

Varejo (ta)

Canais de

Comercializaccedilatildeo

Empresas (ta)

Intermediaacuterios (ta)

Cooperativas (ta)

Governo (ta)

Mercados Internacional (ta)

Nacional (ta)

Regional (ta)

Local (ta)

Operaccedilatildeo

do Sistema

Insumos Disponibilidade

no Mercado

Fertilizantes quiacutemicos (simnatildeo)

Adubos orgacircnicos (simnatildeo)

Implementos agriacutecolas (simnatildeo)

Mudas (simnatildeo)

Status dos

Insumos no

Mercado

(aquisiccedilatildeo)

No municiacutepio (simnatildeo)

No Estado (simnatildeo)

Na regiatildeo (simnatildeo)

No mercado nacional (simnatildeo)

Economia de

Recursos

Reduccedilatildeo de insumos externos

(agrotoacutexicos fertilizantes embalagens

etc) (simnatildeo)

Ampliaccedilatildeo do aproveitamento de

resiacuteduos (simnatildeo)

Emprego de

Matildeo de Obra

Familiar Assalariada (simnatildeo)

De subsistecircncia (simnatildeo)

Contratada Temporaacuteriasafra (simnatildeo)

168

Permanente (simnatildeo)

Niacutevel

Tecnoloacutegico

No Cultivo Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a formaccedilatildeo dos cultivos (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a manutenccedilatildeo dos tratos culturais

(simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a colheita (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o poacutes colheita (simnatildeo)

Uso de equipamentos modernos

(simnatildeo)

Na

Comercializaccedilatildeo

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o armazenamento (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o transporte (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o controle de estoques (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a formaccedilatildeo de banco de dados

(simnatildeo)

Na

Transformaccedilatildeo

do Produto

Processo totalmente mecanizado

(simnatildeo)

Processo parcialmente mecanizado

(simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo

dos Produtos

No tacado Supermercados (kga)

Feiras (kga)

CEASA (kga)

Intermediaacuterios (kga)

Governo (kga)

No Varejo Feiras (kga)

Na propriedade agriacutecola (kga)

Infra Estrutura Escoamento da

Produccedilatildeo

Estradas asfaltadas (simnatildeo)

Estradas de terra (simnatildeo)

Fluvial (simnatildeo)

Transporte da

Produccedilatildeo

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash do governo (simnatildeo)

Fluvial ndash do governo (simnatildeo)

Da cooperativa (simnatildeo)

Da associaccedilatildeo (simnatildeo)

Armazenamento Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Assistecircncia

Teacutecnica

Rural Trimestral (simnatildeo)

Semestral (simnatildeo)

169

Anual (simnatildeo)

Financeira Semestral (simnatildeo)

Anual (simnatildeo)

Gestatildeo Semestral (simnatildeo)

Anual (simnatildeo)

Economia de

Recursos

Reduccedilatildeo no

Consumo

Insumos de produccedilatildeo (caixas

embalagens etc) Fonte autora

Uma anaacutelise da Dimensatildeo Social (Quadro 4) considerando as informaccedilotildees obtidas nas

propriedades rurais estudadas e nos oacutergatildeos envolvidos aponta que os indicadores que mais

afetam a sustentabilidade dos sistemas satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em

Associaccedilotildees e Cooperativas Os serviccedilos de atendimento de sauacutede satildeo precaacuterios obrigando-os

a irem aos centros urbanos para serem atendidos tendo em vista que apenas em Manaus eles

encontram serviccedilos mais sofisticados para a resoluccedilatildeo de seus problemas com doenccedilas e afins

Por outro lado geralmente eles tecircm pouco acesso a uma educaccedilatildeo consolidada na aacuterea

rural precisando enviar seus filhos para escolas nas aacutereas urbanas do municiacutepio submetendo-

os a grandes dispecircndios com deslocamentos etc Quanto agraves suas Associaccedilotildees e Cooperativas

haacute pouca ou quase nenhuma organizaccedilatildeo uma vez que muitas apresentam apenas seus

nuacutemeros de CNPJ e uma relaccedilatildeo dos associadoscooperados com os nomes e telefones de

contato Algumas contribuem para a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo mas outras nem isso

fazem com cada produtor comercializando sua produccedilatildeo de forma individual

Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Desenvolvimento

Cultural

Arqueoloacutegico

Presenccedila de siacutetio ou vestiacutegio

arqueoloacutegico na aacuterea dos cultivos

(simnatildeo)

Preservaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio

arqueoloacutegico (simnatildeo)

Divulgaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio ou de

vestiacutegios arqueoloacutegico (simnatildeo)

Turiacutestico

Presenccedila de equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

(simnatildeo)

Divulgaccedilatildeo dos equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

(simnatildeo)

Exploraccedilatildeo dos equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

170

(simnatildeo)

Artesanal

Existecircncia de mateacuteria prima para

confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)

Confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)

Patrimocircnio

Religioso

Existecircncia de templos ou outras

aacutereas consideradas sagradas

(simnatildeo)

Existecircncia de cemiteacuterios (simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Desenvolvimento

Humano

Sauacutede

Posto meacutedico (simnatildeo)

Hospitais (simnatildeo)

Laboratoacuterios cliacutenicos (simnatildeo)

Cliacutenicas odontoloacutegicas (simnatildeo)

Educaccedilatildeo

Escolas de ensino superior

(Faculdades) (simnatildeo)

Escolas de ensino meacutedio (simnatildeo)

Escolas de ensino fundamental

(simnatildeo)

Emprego

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

temporaacuterio (em relaccedilatildeo ao ano

anterior)

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

permanente (em relaccedilatildeo ao ano

anterior)

Garantia dos diretos trabalhistas

(simnatildeo)

Qualificaccedilatildeo do trabalho (segundo

orientaccedilatildeo da OITtrabalho decente5)

Habitaccedilatildeo

Habitaccedilotildees de alvenaria (un)

Habitaccedilotildees de madeira (un)

Habitaccedilotildees de outros materiais (un)

Saneamento

baacutesico

Redes de esgoto nas ruas (simnatildeo)

Estaccedilotildees de tratamento de esgoto

(simnatildeo)

Rede de distribuiccedilatildeo de aacutegua

(simnatildeo)

Rede de distribuiccedilatildeo de energia

eleacutetrica (simnatildeo)

Organizaccedilotildees

Sociais

Associaccedilotildees

comunitaacuterias

Existecircncia de associaccedilatildeo comunitaacuteria

(simnatildeo)

Participaccedilatildeo da sociedade ()

Cooperativas

agriacutecolas

Existecircncia de cooperativas rurais

(simnatildeo)

Participaccedilatildeo da comunidade ()

Cooperativas

agroindustriais

Existecircncia de cooperativas

agroindustriais (simnatildeo)

5 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo

implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a

dignidade humana

171

Participaccedilatildeo da comunidade ()

Lazer

Disponibilidade de estruturas de

lazer puacuteblica (simnatildeo)

Disponibilidade de estruturas de

lazer privada (simnatildeo)

Participaccedilatildeo da sociedade ()

Creches Disponibilidade de creches (simnatildeo)

Organizaccedilotildees

Religiosas

Igrejas

Preservaccedilatildeo de igrejastemplos ou

outras aacutereas consideradas sagradas

no municiacutepio (un)

Cemiteacuterios Preservaccedilatildeo de cemiteacuterios (simnatildeo) Fonte autora

Quanto agrave Dimensatildeo EspacialGeograacutefico (Quadro 5) de todos os indicadores

identificados os mais importantes a serem considerados quando se leva em consideraccedilatildeo a

sustentabilidade do sistema produtivo satildeo a falta da posse definitiva da terra problema que

aflige a maioria dos produtores e agraves vezes agrave falta de aacutegua no periacuteodo de secas anuais

Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash

Dimensatildeo EspacialGeograacutefico

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Recursos

Naturais

Ocupaccedilatildeo do

Territoacuterio

Propriedade da Terra (simnatildeo)

Disponibilidade de infraestrutura de

acesso agrave propriedade (simnatildeo)

Terra

Disponibilidade de Terra para a

expansatildeo dos cultivos (ha)

Disponibilidade de terra para a

introduccedilatildeo de novas culturas (simnatildeo)

Disponibilidade de recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra

Aacutegua

Disponibilidade de recursos hiacutedricos

naturais ndash rios lagos igarapeacutes etc

(simnatildeo)

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave aacutegua

(simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Manejo dos

Recursos

Naturais

Ocupaccedilatildeo do

Territoacuterio

Propriedade da Terra (simnatildeo)

Capacidade de concentraccedilatildeo espacial

(habmsup2)

Capacidade do suporte hiacutedrico

(capacidade hiacutedricapor propriedade)

Hinfraestrutura disponiacutevel (transporte

energia armazenagem etc) (simnatildeo)

Recursos

Disponiacuteveis para o

Desenvolvimento

Disponibilidade de recursos minerais

(simnatildeo)

Disponibilidade de recursos turiacutesticos

(simnatildeo)

172

Disponibilidade de recursos artesanais

(simnatildeo)

Disponibilidade de espaccedilos para a

comercializaccedilatildeo (simnatildeo)

Disponibilidade de infraestrutura de

acesso agrave propriedade (simnatildeo) Fonte autora

A anaacutelise da dimensatildeo poliacutetica (Quadro 6) deve observar os recursos endoacutegenos

exoacutegenos e de operaccedilatildeo do sistema produtivo de bananas com o fim de conhecer quais as

forccedilas poliacuteticas atuantes no sistema produtivo e a influecircncia destas nos ambientes

institucional organizacional e produtivo e ainda entender como se processa os fluxos fiacutesicos

financeiros e de informaccedilotildees e o niacutevel de governanccedila existente entre os elementos do sistema

O ecircxito da dimensatildeo poliacutetica como elemento de desenvolvimento em determinado

territoacuterio se traduz no conjunto articulado das poliacuteticas existentes em niacutevel econocircmico e

social observadas preferencialmente as potencialidades locais em uma sucessatildeo de

operaccedilotildees indissociaacuteveis que se fortalecem agrave medida que se aprimora a governanccedila entre os

atores Assim a sustentabilidade da dimensatildeo poliacutetica aponta para o encadeamento das

atividades institucionais organizacionais e produtivas dos recursos endoacutegenos exoacutegenos e de

operaccedilatildeo do sistema

Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash

Dimensatildeo Poliacutetica

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Desenvolvimento de

Poliacuteticas Puacuteblicas Municipal

Uso racional dos recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Uso racional da terra (simnatildeo)

Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

(simnatildeo)

Aproveitamento da energia solar (simnatildeo)

Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)

Infraestrutura direcionada ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Fomento direcionado agrave agricultura

(simnatildeo)

Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo de incremento da renda no setor

agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave

produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)

Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o

mercado internacional (simnatildeo)

173

Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)

Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias

(simnatildeo)

Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola

(simnatildeo)

Assentamento rural (simnatildeo)

Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental

(simnatildeo)

Controle sanitaacuterio

Recursos

Exoacutegenos

Desenvolvimento de

Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Uso racional dos recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

(simnatildeo)

Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)

Infraestrutura direcionada ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Fomento direcionado agrave agricultura

(simnatildeo)

Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo de incremento da renda no setor

agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave

produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)

Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o

mercado internacional (simnatildeo)

Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)

Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias

(simnatildeo)

Apoio agraves pesquisas relacionadas ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola

(simnatildeo)

Assentamento rural (simnatildeo)

Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental

(simnatildeo)

Controle sanitaacuterio

Operaccedilatildeo

de Sistemas

Execuccedilatildeo de

Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Municipal

Instituiccedilatildeo de Ensino Superior ndash IES

(simnatildeo)

Instituiccedilatildeo de Ensino Teacutecnico (simnatildeo)

Praacuteticas de inclusatildeo social (simnatildeo)

Praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica

(simnatildeo)

Praacuteticas de proteccedilatildeo da propriedade

intelectual (simnatildeo)

174

Praacuteticas de cooperativismo (simnatildeo)

Praacuteticas de associativismo (simnatildeo)

Controle da produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Incentivos ao desenvolvimento

tecnoloacutegico (simnatildeo)

Atividades de licenciamento ambiental

(simnatildeo)

Atividades de fiscalizaccedilatildeo e

monitoramento ambiental (simnatildeo)

Defesa sanitaacuteria vegetal (simnatildeo)

Infraestrutura de transporte (simnatildeo)

Infraestrutura de energia (simnatildeo)

Atividades de desenvolvimento de micros

e pequenas empresas (simnatildeo)

Atividades de incentivos ao

empreendedorismo (simnatildeo)

Interlocuccedilatildeo com os atores (simnatildeo)

Atividades de incentivos ao

empreendedorismo (simnatildeo)

Atividades de incentivo agraves bioinduacutestrias

(simnatildeo) Fonte autora

Quando se analisa o Quadro 6 acima com mais detalhes e se leva em consideraccedilatildeo as

situaccedilotildees encontradas nas propriedades rurais estudadas percebe-se que os indicadores de

sustentabilidade na Dimensatildeo Poliacutetica satildeo pouco praticados ou estatildeo ausentes no sistema

produtivo de bananas nesses municiacutepios Essas ausecircncias ou incipiecircncias ocorrem tanto para

os recursos endoacutegenos e exoacutegenos como para os de operaccedilatildeo de sistemas Com raras

exceccedilotildees os produtores trabalham de forma isolada com pouco ou nenhum apoio

institucional (poliacutetico) eou organizacional (de assistecircncia teacutecnica eou financeira) para

resolver os problemas em suas propriedades rurais e os que surgem no sistema como um todo

Os oacutergatildeos oficiais apenas esporadicamente visitam suas propriedades para alertar no

cumprimento (e fiscalizaccedilatildeo) das leis ambientais e dando alguma assistecircncia teacutecnica agriacutecola

ou na aacuterea de sauacutede aleacutem de um precaacuterio suporte com escolas no niacutevel primaacuterio e agraves vezes no

secundaacuterio

Uns dos poucos serviccedilos prestados pelos governos federal estadual e municipal estatildeo

nas aacutereas de transporte e energia visto que a maioria das propriedades tem acesso rodoviaacuterio

Contudo as estradas que levam agraves propriedades em sua maioria satildeo de terra e de difiacutecil

deslocamento especialmente no periacuteodo chuvoso Todas as propriedades analisadas

175

dispunham de energia eleacutetrica poreacutem os equipamentos nas propriedades satildeo muito precaacuterios

dado o baixo niacutevel de investimentos em tecnologias aplicadas agrave produccedilatildeo e processamento

dos produtos

Tambeacutem foi identificada uma razoaacutevel assistecircncia por parte das prefeituras municipais

no transporte da produccedilatildeo das propriedades rurais ateacute agraves feiras do proacuteprio municiacutepio ou ateacute a

capital que eacute o maior centro consumidor destes produtos no momento da comercializaccedilatildeo

seja no atacado ou no varejo

O governo do Estado atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash

PREME em parceria com o governo Federal tambeacutem tem significativa participaccedilatildeo pela

aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo local Este fator se por um lado eacute de grande valia por outro se

configura como uma fragilidade do sistema visto que muitos produtores tecircm neste canal a

uacutenica forma de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo no atacado o que configura uma ameaccedila

potencial ao produtor

Na Dimensatildeo Poliacutetica portanto a maioria dos indicadores definidos no Quadro 6

pode servir de paracircmetro para a evoluccedilatildeo do sistema produtivo das bananas nos dois

municiacutepios

Este trabalho aglutina a orientaccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade para as

dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica e poliacutetica sem contudo trazer

resultados de anaacutelise destes indicadores visto que natildeo se configura objeto desta Tese que se

limita neste momento a apresentar uma proposta de indicadores que podem ser utilizados

para proceder ao monitoramento dos elementos apresentados em cada dimensatildeo como forma

de mensurar a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios estudados

176

454 CONCLUSOtildeES

Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os indicadores podem ser mensurados a partir das

dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica

Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de

estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada

em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo

Na Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do

produto o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo

Os indicadores da Dimensatildeo Social que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e a participaccedilatildeo da comunidade em

Associaccedilotildees e Cooperativas

Na Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores mais significativos para a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a posse definitiva da terra e a

disponibilidade de recursos hiacutedricos

No acircmbito da Dimensatildeo Poliacutetica poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades

rurais estudadas nos dois municiacutepios mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento

sustentaacuteveis e fragilizadas perante a globalizaccedilatildeo da economia especialmente no que se

refere agrave competitividade

177

5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Apesar de haver um grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do

Amazonas (trabalho cientiacutefico 4) capazes de dar todo o suporte teacutecnico e financeiro para os

produtores de bananas obterem altos rendimentos em suas propriedades rurais a

produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute

bem abaixo daquela considerada desejaacutevel (trabalho 1 Tabelas 1 5 e 7) Essa baixa

produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500

toneladas por ha ano conforme indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) se os produtores tivessem

apoio financeiro (inexpressiva participaccedilatildeo comprovada no trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 4 e

7) e orientaccedilatildeo teacutecnica no momento da formaccedilatildeo dos cultivos (deficiecircncia comprovada no

trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 3 e 6) que indicassem a ideal densidade de plantas por ha

manejo da fertilidade do solo do controle das pragas e doenccedilas e do momento certo para a

colheita da produccedilatildeo em seus cultivos Foi observado em feiras e mercados bem como in loco

em diversas propriedades rurais a colheita de cachos com frutos ainda sem tamanho e sem

padratildeo pequenos que apodrecem antes de amadurecerem

A falta ou deficiecircncia de financiamentos aos produtores de bananas pelo setor

financeiro geralmente eacute uma consequecircncia da ausecircncia de documentaccedilatildeo de titularidade das

propriedades rurais Sem esses financiamentos a uacutenica forma de se capitalizarem para

investirem em tecnologia e melhoria em suas propriedades rurais vem da venda de suas

produccedilotildees de bananas No entanto os oacutergatildeos governamentais que compram a produccedilatildeo para

atender agraves demandas da merenda escolar pagam muito pouco e compram apenas parte dessa

produccedilatildeo com o restante sendo geralmente vendidos agrave intermediaacuterios do mercado que pagam

um pouco mais mas ainda natildeo permitindo a esses produtores se capitalizarem

adequadamente para poderem investir melhor em suas propriedades

Outra limitaccedilatildeo quanto agrave valorizaccedilatildeo do cultivo da banana na regiatildeo se refere ao fato

de que quase toda sua produccedilatildeo eacute realizada visando ao consumo in natura Uma quantidade

muito pequena natildeo mensuraacutevel eacute convertida em bananas chips salgada ou doce A falta de

um segmento de processamento da produccedilatildeo (ausecircncia comprovada no trabalho cientiacutefico 2

tabelas 5 e 8) para a industrializaccedilatildeo da banana na regiatildeo deixa sua cadeia produtiva

fragilizada com os excedentes sendo perdidos ao inveacutes de gerarem mais empregos e fontes de

renda para o Amazonas como um todo Devido agrave fragilidade e agrave alta perecibilidade da

banana estudos mostram que entre 40 e 60 do volume produzido da fruta eacute perdido desde a

colheita ateacute o seu consumo Segundo a Fundaccedilatildeo Banco do Brasil (BRASIL 2010) a fase de

178

poacutes-colheita chega a ser responsaacutevel por 60 das perdas O desconhecimento das teacutecnicas

disponiacuteveis para reduzir as perdas por parte de agentes da cadeia produtiva eacute a maior causa do

desperdiacutecio As principais causas no atacado satildeo a inadequaccedilatildeo das embalagens e do

armazenamento bem como o transporte precaacuterio das frutas Por outro lado no varejo

acredita-se que os mais seacuterios problemas relacionados agraves perdas satildeo o tempo entre a compra e

venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor Essas perdas poderiam ser

reduzidas com o uso de embalagens adequadas e com a colocaccedilatildeo dos frutos em cacircmaras frias

com correta temperatura e umidade relativa controlada (SEBRAE 2008 BRASIL 2010) o

que natildeo se observa nas aacutereas pesquisadas no presente estudo

A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o aproveitamento dos frutos nos dois

municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das perdas de bananas aleacutem de agregar valor

ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa cultura na regiatildeo Segundo SEBRAE (2008)

diversos produtos poderiam ser obtidos usando a banana como mateacuteria prima tais como

banana passa banana chips doces tortas balas geleias baby food cristalizados iogurte

suco aguardente etc Aleacutem disso existem produtos de uso natildeo alimentar que podem ser

obtidos com a planta em si como fibras da casca da bananeira artesanato moacuteveis e objetos

de decoraccedilatildeo papel bananaplac poliacutemeros naturais e outras aplicaccedilotildees industriais

Uma importante vantagem no processamento industrial do fruto da banana eacute a reduccedilatildeo

das dificuldades logiacutesticas (incluindo transporte e armazenamento) uma vez que os processos

de industrializaccedilatildeo reduzem peso e volume dos alimentos aleacutem de tornaacute-los menos pereciacuteveis

e mais lucrativos Se esse processamento ocorrer em agroinduacutestrias proacuteximo agraves aacutereas de

cultivo os resiacuteduos do processamento podem retornar agraves propriedades e serem convertidos em

adubo evitando danos ao ambiente

Outro fator positivo em se investir na industrializaccedilatildeo da banana eacute que haacute uma

tendecircncia de fortalecimento do mercado mundial dessa cultura (SEBRAE 2008 BRASIL

2010) o que pode favorecer o seu cultivo caso se agregue valores agrave sua cadeia produtiva

Portanto investimentos regionais que visem fortalecer o cultivo da banana no

Amazonas podem trazer mais emprego divisas e desenvolvimento para o Estado Para isso

ecircnfases devem ser dadas a indicadores que afetam a cultura dentro das dimensotildees ambiental

econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica (conforme orientaccedilotildees trabalho

cientiacutefico 5 Quadros 2 3 4 5 e 6)

Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de

179

estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada

em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo (trabalho

cientiacutefico 5 Quadro 2)

Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo

de venda do produto a industrializaccedilatildeo do produto com a implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias

gerando subprodutos de valor agregado o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo

(trabalho cientiacutefico 5 Quadro 3)

Na Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede a educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em associaccedilotildees e

cooperativas consolidadas (trabalho cientiacutefico 5 Quadro 4)

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Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROGRAMA ......desenvolvimento deste trabalho e compreensão nos necessários momentos de ausência do convívio familiar. Aos meus familiares, especialmente

MARICLEIDE MAIA SAID

PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM

CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO

AMAZONAS

Tese apresentada ao Programa Multi - Institucional

de Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da

Universidade Federal do Amazonas ndash

PPGBIOTECUFAM para a obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de

Doutor em Biotecnologia na aacuterea de concentraccedilatildeo de

Gestatildeo de biotecnologias

Orientador Prof Dr LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA

Coorientadora Profa Dra MARIA DO PERPEacuteTUO SOCORRO RODRIGUES

CHAVES

MANAUS AM ndash 2015

MARICLEIDE MAIA SAID

PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM

CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO

AMAZONAS

Tese apresentada ao Programa Multi Institucional de

Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da Universidade

Federal do Amazonas ndash PPGBIOTECUFAM para a

obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Doutor em Biotecnologia na

aacuterea de concentraccedilatildeo de Gestatildeo de biotecnologias

Aprovada em ________________

Banca Examinadora

_____________________________________________

Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira Presidente

_____________________________________________

Prof Dr Joseacute Ferreira da Silva Membro

_____________________________________________

Prof Dra Deacutebora Cristina R bandeira Membro

_____________________________________________

Prof Dr Dimas Joseacute Lasmar Membro

_____________________________________________

Prof Dra Suzy Rodrigues Simonetti Membro

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pela serenidade mental e fortalecimento fiacutesico ateacute aqui

proporcionado permitindo-me esta concretizaccedilatildeo

Aos meus filhos e ao Pedro Mendel pela valiosa colaboraccedilatildeo no

desenvolvimento deste trabalho e compreensatildeo nos necessaacuterios momentos de

ausecircncia do conviacutevio familiar

Aos meus familiares especialmente meus pais e amigos que contribuiacuteram

para a construccedilatildeo dos valores que embasaram a percepccedilatildeo necessaacuteria para a

elaboraccedilatildeo do trabalho aqui concluso

Aos docentes discentes e a equipe administrativa da Universidade Federal

do Amazonas em especial aqueles que integram o Programa de Poacutes

Graduaccedilatildeo em BiotecnologiasPPGBIOTECUFAM pela oportunidade de

ingresso no curso e concessatildeo do conhecimento e aprendizado necessaacuterios agrave

formaccedilatildeo cientiacutefica e qualificaccedilatildeo profissional

Ao Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira pela orientaccedilatildeo no transcorrer desta

Tese e valiosa colaboraccedilatildeo e acompanhamento em todas as etapas desta

pesquisa

Agrave Profa Dra Maria do Perpeacutetuo Socorro Rodrigues Chaves pela

coorientaccedilatildeo e apoio muitas vezes ultrapassando o acircmbito acadecircmico

A todos que colaboraram para a obtenccedilatildeo dos dados desta pesquisa

especialmente aos produtores rurais dos Municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva bem como aos presidentes de cooperativas

agriacutecolas associaccedilotildees empresas e liacutederes comunitaacuterios destes Municiacutepios pela

valiosa colaboraccedilatildeo na coleta de dados e informaccedilotildees sobre a cultura da

bananeira

Agraves instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas pela cooperaccedilatildeo e fornecimento dos dados

que subsidiaram a pesquisa

Aos que direta ou indiretamente colaboraram para a realizaccedilatildeo deste

trabalho

A todos Muito obrigada

RESUMO

A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica do paiacutes e

estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade tanto no acircmbito

urbano quanto no rural Em paralelo se acirram as discussotildees no sentido de conciliar a

preservaccedilatildeo dos recursos naturais e o desenvolvimento econocircmico social e cultural O

desenvolvimento da Amazocircnia se insere nesse contexto e depende da forma como seratildeo

administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos

recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua

populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave

economia nacional e mundial O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento

regional natildeo foram suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do

Amazonas pelo uso sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre

porque a cadeia produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita

com processos gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos

de produccedilatildeo produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado A cultura da

banana se insere nesse contexto Estes fatores impedem a competitividade do produto e

atribuem pouco benefiacutecio aos agentes da cadeia produtiva Este trabalho propocircs caracterizar o

sistema produtivo da banana como forma de identificar as praacuteticas de gestatildeo da sua cadeia

produtiva nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo Amazonas e analisar o

potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo desses cultivos e

estabelecer indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel Para isso foram obtidas

informaccedilotildees atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico e de dados verbais pela aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios e entrevistas estruturadas nos trecircs setores envolvidos na pesquisa propriedades

rurais produtoras de bananas ambientes institucional e organizacional Apesar de haver um

grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do Amazonas capazes de dar

todo o suporte teacutecnico e financeiro para os produtores de bananas obterem altos rendimentos

em suas propriedades rurais a produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute bem abaixo daquela considerada desejaacutevel Essa baixa

produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500

toneladas por ha ano criando condiccedilotildees para que essa cultura se insira como fator de

desenvolvimento sustentaacutevel na regiatildeo A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o

aproveitamento dos frutos nos dois municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das

perdas de bananas aleacutem de agregar valor ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa

cultura na regiatildeo

Palavras Chave Bioinduacutestrias cadeia produtiva desenvolvimento rural associaccedilotildees rurais

ABSTRACT

Globalization has brought about changes in social economic and politics of the country and

stimulated significant advances in various sectors of society both in urban areas and in rural

as it stoked the discussions to reconcile the preservation of natural resources and economic

development social and cultural The development of the Amazon depends on how its

potential will be administered by reconciling ecological balance and sustainable use of

resources so that it reflects in substantial improvement of its populations quality of life

economic growth modernization technological advances and their integration to the

economy national and global The potential for wealth and regional development policies

were insufficient to foster economic development of the Amazonas state for the sustainable

use of existing biodiversity resources in the region This is because the production chain of

regional commercially exploited species is still restricted with inefficient management

processes resulting in low productivity high production costs low quality products and little

or no added value The culture of banana falls within that context These factors impede the

competitiveness of the product and give little benefit to agents of the productive chain This

paper proposed to characterize the production of banana system as a way to identify the

management practices of the production chain in the municipalities of Rio Preto da Eva and

Presidente Figueiredo Amazonas and analyze the potential development of these

municipalities from the idealization of this culture and establish indicators for sustainable

development For this information was obtained through a literature review and verbal data

by questionnaires and structured interviews in the three sectors involved in the research

producing farms of bananas institutional and organizational environments Although there are

a large number of public and private organizations in the state of Amazonas able to give all

the technical and financial support to banana producers to obtain high yields on their farms

productivity of this culture in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da

Eva is well below that considered desirable This low productivity around 145 tons per ha

year could reach at least 500 tons per ha year creating conditions for this culture to be

inserted as a sustainable development factor in the region The implementation of bio-based

industries in order to take advantage of the fruits in the two counties could be a solution to

reduce losses of bananas as well as adding value to the product and strengthen the production

chain of this fruit species in the region

Keywords bio-based industries production chain rural development rural associations

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa 19

Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva 32

ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola 116

Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas

119

Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no ambiente

institucional 122

Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash

MAPA no ambiente institucional 127

Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash

MDIC no ambiente institucional 128

Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional 128

Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de

Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no ambiente institucional 130

Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI

no ambiente institucional 132

Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash

SEPLANCTIAM no ambiente organizacional 134

Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do

Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional 134

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash

SEPRORAM no ambiente institucional 136

Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social - BNDES no ambiente organizacional Erro Indicador natildeo definido

Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da

Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM

no ambiente organizacional 139

Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no

ambiente organizacional 141

Figura 15 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente

organizacional 142

Figura 16 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que

compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de Rio Preto da Eva e Presidente

Figueiredo no Amazonas 145

ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS

EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade 161

LISTA DE QUADROS

ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas 43

ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS

PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA

CULTURA

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 65

ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA

ESTADO DO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 92

ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em acordo

com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da

Eva no Amazonas 113

ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS

EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o

desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do Amazonas

159

Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental 164

Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica 166

Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social 169

Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo

EspacialGeograacutefico 171

Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo

Poliacutetica 172

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS

Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012 46

Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo Caipira e FHIA

18 47

Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de Bananeiras

para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas 48

Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 50

Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea

amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 52

Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio do

Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 55

Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea

Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 58

ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS

PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA

CULTURA

Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas ndash Safra

2012 69

Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do

Amazonas Safra 2012 71

Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e

Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 72

Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Safra

2012 74

Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Presidente

Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 76

Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e

Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio do Rio

Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 78

Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais em

Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas 80

Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos Acondicionamento

para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 82

ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA

ESTADO DO AMAZONAS

Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas

Safra 2012 96

Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas

Safra 2012 99

Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas

Aacutereas Amostradas Safra 2012 102

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare

Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012 103

Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por

Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012 104

Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas 45

Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012 106

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 17

21 OBJETIVO GERAL 17 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 17

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 18

31 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DO ESTADO DO AMAZONAS 18 32 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA 18 33 CRESCIMENTO ECONOcircMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL EVOLUCcedilAtildeO DAS IDEIAS

20 34 FORCcedilAS DO CAPITALISMO DA EFICIEcircNCIA Agrave DEFICIEcircNCIA 24 35 DIMENSOtildeES BAacuteSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO 26 36 INDICADORES AMBIENTAIS 29

37 CADEIA PRODUTIVA AGRIacuteCOLA 31 38 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS 33 39 A CULTURA DA BANANA COMO ATIVIDADE AGRIacuteCOLA CULTIVARES DE OCORREcircNCIAS

FREQUENTES NO ESTADO DO AMAZONAS 34

391 Tratos Culturais da Bananeira 36 3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira 36

4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS 37

41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO

AMAZONAS 37 Resumo 37

Abstract 38 411 INTRODUCcedilAtildeO 39 412 MATERIAL E MEacuteTODOS 42

4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 42 4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 42 4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 44 4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos 44

413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 46 4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil 46 4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA

18 47 4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo no Estado do

Amazonas 48 4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo 49 4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva 54

414 CONCLUSOtildeES 60 42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO

SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A

SUSTENTABILIDADE DA CULTURA 61 Resumo 61 Abstract 62

421 INTRODUCcedilAtildeO 63 422 MATERIAL E MEacuteTODOS 65

4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 65 4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 65 4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 66 4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados 67

423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 69 4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra de 2012 69 4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Amazonas 72 4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos

Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Amazonas 73 4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 76 4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva no Amazonas 78 4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos

Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo no

Amazonas 79 4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 81 424 CONCLUSOtildeES 85

43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA

EVA ESTADO DO AMAZONAS 87 Resumo 87 Abstract 88

431 INTRODUCcedilAtildeO 89 432 MATERIAL E MEacuteTODOS 92

4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 92 4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 92 4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 93 4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 94

433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 96 4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas 96 4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva Amazonas 98 4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado nos Municiacutepios

de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 101 4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare

Cultivado nas Aacutereas Amostradas 103 4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare Cultivado nas

Aacutereas Amostradas 103 4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel 105

434 CONCLUSOtildeES 108 44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO

AMAZONAS 109

Resumo 109 Abstract 110 441 INTRODUCcedilAtildeO 111 442 MATERIAL E MEacuteTODOS 112

4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 112 4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 112 4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 114 4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos 115

443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 115 4431 Sistema Produtivo Agriacutecola 115 4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola 117 4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos Municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 146 444 CONCLUSOtildeES 148

45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE

BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS 149 RESUMO 149 ABSTRACT 150

451 INTRODUCcedilAtildeO 151 452 MATERIAL E MEacuteTODOS 153

4521 Objeto e Aacuterea de Estudo 154 4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade 154

453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 156 4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade 156 4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da Banana dimensotildees

objetivos e componentes 157 4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana 160 4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 163 454 CONCLUSOtildeES 176

5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 177

REFEREcircNCIAS 180

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

O contexto maior no qual este estudo se insere eacute o desenvolvimento de municiacutepios

do Estado do Amazonas pelo aproveitamento das potencialidades endoacutegenas locais em

consonacircncia com as praacuteticas de sustentabilidade A atividade agriacutecola especialmente nos

cultivos para fins comerciais se apresenta como alternativa capaz de proporcionar a melhoria

econocircmica e social das populaccedilotildees locais e contribuir para preservaccedilatildeo ambiental e cultural

das espeacutecies envolvidas

A modernizaccedilatildeo do setor agropecuaacuterio brasileiro iniciado na deacutecada de 50 com

aacutepice a partir de 1960 caracterizou-se pela chamada ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo (AGUIAR e

MONTEIRO 2005) baseado num modelo quiacutemico mecacircnico e geneacutetico com a introduccedilatildeo

de inovaccedilotildees como o uso de agrotoacutexicos maacutequinas fertilizantes quiacutemicos sementes e

matrizes melhoradas geneticamente Esta praacutetica resultou em consideraacutevel expansatildeo do

agronegoacutecio no paiacutes Esse modelo trouxe inegaacuteveis avanccedilos relacionados com o aumento da

produccedilatildeo e da produtividade pela incorporaccedilatildeo de novas aacutereas agriacutecolas e do emprego de

novas tecnologias poreacutem trouxe tambeacutem inuacutemeros impactos ambientais tais como a

supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos

recursos naturais especialmente os recursos hiacutedricos e dos alimentos (EHLERS 1999)

Para Sachs (1996) o modelo tecnoloacutegico adotado consiste basicamente na

substituiccedilatildeo do ecossistema natural por um ecossistema artificial simplificado representado

em geral pela monocultura Em decorrecircncia dessa simplificaccedilatildeo e para compensaacute-la a

agricultura tornou-se cada vez mais dependente de insumos externos o que amplia sua

fragilidade e compromete sua sustentabilidade

Os debates sobre os riscos da degradaccedilatildeo ambiental comeccedilaram de forma esparsa

por volta de 1960 e se intensificaram ao longo dos dez primeiros anos (BRUumlSEKE 1998) A

magnitude dos desastres ecoloacutegicos mais percebidos a partir da deacutecada de 60 acelerou o

despertar da consciecircncia para as limitaccedilotildees dos recursos naturais os modos de produccedilatildeo

industrial e agriacutecola e tambeacutem para os males resultantes do uso de agrotoacutexicos (PIRES

2003) A partir de entatildeo se acirraram importantes discussotildees internacionais sobre meio

ambiente e sustentabilidade Em paralelo o processo de globalizaccedilatildeo das economias e dos

mercados apresentava dinacircmica crescente exigindo modernizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo

sobretudo nos paiacuteses em desenvolvimento para se tornarem competitivos

A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica e

estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade nos acircmbitos urbano e

15

rural Os negoacutecios agriacutecolas e industriais em especial foram fortemente pressionados a

aperfeiccediloarem a competitividade em suas cadeias produtivas sobretudo nos fatores

relacionados agrave tecnologia e gestatildeo de processos como forma de se estabelecerem num

mercado cada vez mais competitivo

A Amazocircnia possui o maior ecossistema de florestas tropicais do planeta e eacute

reconhecida como um dos componentes centrais para o desenvolvimento das proacuteximas

geraccedilotildees e o equiliacutebrio do ambiente global Contudo ainda natildeo eacute possiacutevel precisar seus

benefiacutecios futuros e estimar sua aplicabilidade no acircmbito socioeconocircmico visto que ainda eacute

pequena a parcela de componentes da biodiversidade que satildeo conhecidos e identificados pela

ciecircncia o que remete agrave necessidade de trato cauteloso dos diversos elementos que a

compotildeem

As recentes mudanccedilas na economia e sociedade global sobretudo aquelas

relacionadas agrave temaacutetica ambiental no esforccedilo de garantir a sustentabilidade dos recursos

naturais e a manutenccedilatildeo dos ecossistemas amazocircnicos resultaram em perdas de

competitividade do extrativismo e da agricultura tradicional regional em especial na forma

como satildeo praticados no Estado do Amazonas delineados mais como elementos de

subsistecircncia do que como fator de desenvolvimento e de equiliacutebrio econocircmico especialmente

nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos e tambeacutem na induacutestria e no comeacutercio

da Zona Franca de Manaus

Afirmativo eacute que o desenvolvimento da Amazocircnia depende da forma como seratildeo

satildeo administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos

recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua

populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave

economia nacional e mundial (CAVALCANTI 1997)

O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento regional natildeo foram

suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do Amazonas pelo uso

sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre porque a cadeia

produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita com processos

gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos de produccedilatildeo

produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado Estes fatores impedem a

competitividade do produto e atribuem pouco benefiacutecio aos agentes do processo produtivo

Esta dinacircmica vem sendo observada na produccedilatildeo regional da banana que apresenta

dados de baixa produtividade especialmente para cultivos comerciais nos municiacutepios de Rio

16

Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas (IBGE 2010) Em vista disso

estudos mais detalhados voltados para um melhor entendimento da cadeia produtiva dessa

cultura nesses municiacutepios podem servir de base para um aumento da sua produtividade e

sustentabilidade inserindo-a como fator de desenvolvimento econocircmico regional Nessa

dinacircmica esse estudo busca compreender quais as praacuteticas de gestatildeo apropriadas para a

implantaccedilatildeo de cultivos de bananeiras capazes de melhorar a produtividade e a qualidade dos

produtos oriundos dos municiacutepios em estudo de forma que estes cheguem ao mercado em

condiccedilotildees de competitividade com os produtos vindos de outras regiotildees do paiacutes e ainda quais

indicadores de sustentabilidade precisam ser monitorados para garantir o desenvolvimento da

regiatildeo por meio da cultura da bananeira

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Identificar as praacuteticas de gestatildeo em cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Estado do Amazonas e caracterizar os ambientes da

sua cadeia produtiva e os indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo dessa

cultura

22 Objetivos Especiacuteficos

1 Realizar um diagnoacutestico das praacuteticas culturais e de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

2 Identificar os atores da cadeia produtiva da banana e analisar suas competecircncias

objetivos e interaccedilatildeo no processo produtivo

3 Caracterizar e propor indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da

banana nos municiacutepios em estudo

18

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos do Estado do Amazonas

O Amazonas maior Estado brasileiro com aacuterea geograacutefica correspondente a

1570745680 km2 distribuiacutedos em 62 municiacutepios com populaccedilatildeo de 3393369 habitantes

(IBGE 2010) situa-se ao centro da regiatildeo Norte do Brasil na sub-regiatildeo amazocircnica

caracterizada por grande diversidade do meio natural clima geomorfologia solos

hidrografia e vegetaccedilatildeo Limita-se ao Norte com o Estado de Roraima e duas fronteiras

internacionais Venezuela e Colocircmbia a Leste com o Estado do Paraacute a Sudeste com o Mato

Grosso ao Sul com o Estado de Rondocircnia e a Sudoeste com o Estado do Acre agregando

mais uma fronteira internacional com o Peru Abriga a maior floresta equatorial do planeta

Geograficamente apresenta Latitude ao extremo Norte de 2deg08rsquo30rsquorsquo e ao extremo Sul de

9deg49rsquo00rsquorsquo Longitude ao extremo Leste de 56deg04rsquo50rsquorsquo e ao extremo Oeste de 73deg48rsquo46

(INPA 2013)

O Municiacutepio de Manaus eacute a capital do Estado do Amazonas Possui aacuterea territorial

de 11408 Kmsup2 estaacute situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees

fazendo limites com os Municiacutepios de Rio Preto da Eva Iranduba Novo Airatildeo e Presidente

Figueiredo O Municiacutepio dispotildee de transporte aeacutereo rodoviaacuterio e fluvial com acesso via

terrestre para os Estados de Rondocircnia ndash BR 319 e Roraima ndash BR 174 podendo por este

Estado se deslocar para os paiacuteses latinos por via terrestre Pelo transporte aeacutereo pode se

deslocar para qualquer parte do paiacutes ou do exterior Pelo Transporte Terrestre desloca-se para

os Estados de Rondocircnia e Roraima e para alguns municiacutepios do interior do Amazonas O

clima predominante eacute quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 267 degC (IDAM 2013) O

Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 1802525 habitantes sendo 1793416 na zona urbana e

9109 na zona rural (IBGE 2013)

32 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos dos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva

O Municiacutepio de Presidente Figueiredo possui aacuterea territorial de 25421 Kmsup2 estaacute

situado na 8ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Meacutedio Amazonas limitando-se com os

municiacutepios de Urucaraacute Satildeo Sebastiatildeo do Uatumatilde Itapiranga Rio Preto da Eva Manaus

Novo Airatildeo e o Estado de Roraima O principal meio de transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio

ligado agrave Manaus pela BR 174 distante 107 Km (em linha reta) da capital O clima

predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 32 degC (IDAM 2013) O

19

Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 27121 habitantes sendo 12999 na zona urbana e 14122

na zona rural (IBGE 2013)

O Municiacutepio de Rio Preto da Eva possui aacuterea territorial de 5813225 Kmsup2 estaacute

situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees limitando-se com os

municiacutepios de Itapiranga Itacoatiara Manaus e Presidente Figueiredo O principal meio de

transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio ligado agrave Manaus pela AM 010 distante 80 Km (em

linha reta) da capital O clima predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura

meacutedia de 28 degC (IDAM 2013) O Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 17582 habitantes

sendo 6232 na zona urbana e 11350 na zona rural (IBGE 2013)

Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Figura 1) onde estatildeo alocadas as

propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Os dois Municiacutepios

ocupam 18 da aacuterea total do Estado abrigando 132 da populaccedilatildeo total do Amazonas

(IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto

maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas (IBGE 2013) e satildeo municiacutepios

20

limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus que se configura como o maior centro

consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado

33 Crescimento Econocircmico e Desenvolvimento Sustentaacutevel Evoluccedilatildeo das Ideias

Um olhar mais profundo em torno das questotildees econocircmicas e sociais que se

configuram como os pontos centrais dos debates atuais sobre sustentabilidade encontram jaacute

no ldquoMalthusianismordquo elementos que justificam essa preocupaccedilatildeo A ascensatildeo do capitalismo

e a revoluccedilatildeo industrial provocaram mudanccedilas significativas na sociedade e na economia do

final do seacuteculo XVIII e ateacute meados do seacuteculo XIX Estes mesmos fatores motivaram Thomas

Robert Malthus (1766-1834) a preconizar que o crescimento demograacutefico da Terra

comprometeria a capacidade produtiva de alimentos

Em meados do seacuteculo XX os problemas demograacuteficos mundiais especialmente dos

paiacuteses subdesenvolvidos revitalizaram as concepccedilotildees de Malthus e o tema foi retomado sob a

oacutetica do Neomalthusianismo que atrelava ao contexto histoacuterico o crescimento populacional

a escassez dos recursos naturais e o agravamento da pobreza e do desemprego Inuacutemeras

alternativas foram propostas por esta corrente poreacutem o ponto focal era a necessidade de

poliacuteticas de controle de natalidade por meio do planejamento familiar

O debate em torno da sustentabilidade preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos

naturais ganhou forccedila e acalorou as discussotildees dos processos para a produccedilatildeo de bens e

serviccedilos da qualidade do trabalho e emprego a distribuiccedilatildeo de renda as transformaccedilotildees

sociais que resultassem em melhorias na qualidade de vida das pessoas e nas condiccedilotildees do

ambiente Este esforccedilo foi decisivo para a reavaliaccedilatildeo dos conceitos e praacuteticas em torno do

desenvolvimento e do crescimento especialmente dos paiacuteses perifeacutericos onde os problemas

sociais e ambientais se avolumam

Nos multiplicamos dez vezes em relaccedilatildeo ao iniacutecio da revoluccedilatildeo industrial Bilhotildees de

pessoas provavelmente ainda seratildeo adicionadas agrave populaccedilatildeo mundial no seacuteculo 21 Isto estaacute

contribuindo para criar um mundo dividido entre uma grande riqueza e uma incocircmoda

pobreza se deparando com desafios ambientais sem precedentes

Ateacute a deacutecada de 60 o desenvolvimento econocircmico era embasado principalmente

nos padrotildees de crescimento do Produto Interno Bruto ndash PIB sem considerar as crescentes

lacunas das desigualdades sociais e do desemprego em massa decorrentes desse processo

Esses fatores desencadearam reflexotildees profundas especialmente sobre as questotildees sociais

resultando na necessidade de reordenaccedilatildeo do conceito de desenvolvimento Nesse sentido os

economistas M Kalecki e Dudley Seers surgem como precursores do pensamento de que o

21

desenvolvimento deveria ser analisado considerando tambeacutem os iacutendices de emprego e

posteriormente na deacutecada de 90 Amartya K Sen forneceu importante contribuiccedilatildeo inserindo

a necessidade do embasamento de desenvolvimento na universalizaccedilatildeo e exerciacutecio efetivo de

todos os direitos humanos poliacuteticos civis e ciacutevicos econocircmicos sociais e culturais (SEN

2000 SACHS 2008)

O acirramento das discussotildees em torno da problemaacutetica ambiental particularmente

na deacutecada de 70 inferiu agrave reconceitualizaccedilatildeo do desenvolvimento as ideias de

ecodesenvolvimento que posteriormente evoluiu para desenvolvimento sustentaacutevel

obedecendo ao duplo imperativo eacutetico de solidariedade com as geraccedilotildees presentes e futuras

sob a eacutegide da sustentabilidade social e ambiental e de viabilidade econocircmica (SACHS

2009)

Para Sachs (2008) os objetivos do desenvolvimento distinto do crescimento

econocircmico vatildeo aleacutem da mera multiplicaccedilatildeo da riqueza material devendo preocupar-se com a

promoccedilatildeo da igualdade e a maximizaccedilatildeo da vantagem daqueles que vivem nas piores

condiccedilotildees O desenvolvimento eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para se alcanccedilar a meta de uma

vida melhor mais feliz e mais completa para todos uma vez que essa ideia implica a expiaccedilatildeo

e a reparaccedilatildeo de desigualdades passadas criando uma conexatildeo capaz de preencher o abismo

civilizatoacuterio entre as antigas naccedilotildees metropolitanas e a sua periferia colonial entre as

minorias ricas modernizadas e a maioria ainda sem oportunidades e exausta dos trabalhadores

pobres Neste sentido o desenvolvimento deve ser capaz de reduzir ou eliminar o desemprego

maciccedilosubemprego e a desigualdade crescente por meio da modernidade inclusiva que deve

ser propiciada pela mudanccedila estrutural

Enquanto o crescimento econocircmico se fundamenta basicamente da maximizaccedilatildeo do

PIB o desenvolvimento conforme enfatizado desde 1960 por Kalecki e Seers soacute se

concretiza se ampliar o emprego reduzir a pobreza e atenuar as desigualdades e sua

concretizaccedilatildeo soacute seraacute viaacutevel por meio do equiliacutebrio de sintonia fina entre cinco dimensotildees que

se configuram como os pilares do desenvolvimento sustentaacutevel (SACHS 2008) quais sejam

1- Social fundamental por motivos tanto intriacutensecos quanto instrumentais por causa

da perspectiva de disrupccedilatildeo social que paira de forma ameaccediladora sobre muitos

lugares problemaacuteticos do nosso planeta

2- Ambiental com as suas duas dimensotildees (os sistemas de sustentaccedilatildeo da vida como

provedora de recursos e como ldquorecipientesrdquo para a disposiccedilatildeo de resiacuteduos)

3- Territorial relacionado agrave distribuiccedilatildeo espacial dos recursos das populaccedilotildees e das

atividades

4- Econocircmico sendo a viabilidade econocircmica a ldquoconditio sene qua nonrdquo para que as

coisas aconteccedilam

22

5- Poliacutetico a governanccedila democraacutetica eacute um valor fundador e um instrumento

necessaacuterio para fazer as coisas acontecerem

No aspecto Social eacute preciso que o sistema crie oportunidades para todos os

segmentos da sociedade envolvendo o maacuteximo possiacutevel dos indiviacuteduos para que o

desenvolvimento os contemple e os beneficie reduzindo ou eliminando a pobreza o

analfabetismo e o desemprego bem como dando condiccedilotildees de saneamento baacutesico seguranccedila

puacuteblica educaccedilatildeo sauacutede etc

O sistema precisa tambeacutem garantir um equiliacutebrio entre o desenvolvimento e a

preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo do meio ambiente (qualidade ambiental) evitando a sua degradaccedilatildeo

Para isso necessita otimizar os espaccedilos usados para as atividades econocircmicas prevendo

unidades de conservaccedilatildeo sempre que for necessaacuterio regularizando e ordenando o espaccedilo

Territorial em benefiacutecio da sociedade e do meio ambiente

Quanto aos aspectos Econocircmicos e Poliacuteticos o sistema necessita ter um

planejamento que preveja os potenciais regionais tendo em vista o mercado local regional

nacional e internacional garantindo seguranccedila para o desenvolvimento econocircmico do modelo

Para isso a vontade poliacutetica e o envolvimento da sociedade nas decisotildees governamentais satildeo

de suma importacircncia pois se cria um elo entre o poder constituiacutedo e os segmentos da

sociedade em prol do desenvolvimento sustentaacutevel

Para Sachs (2004) a sustentabilidade local soacute seraacute possiacutevel se considerada a partir

das dimensotildees social ambiental territorial econocircmica e poliacutetica Dentro das recomendaccedilotildees

teacutecnicas e considerando que os processos sociais e naturais satildeo dinacircmicos espera-se que essa

sustentabilidade dure por no miacutenimo aproximadamente 25 anos

Os planos globais de transiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel preconizavam que

a Ameacuterica do Sul especialmente os paiacuteses tropicais adotasse poliacuteticas de desenvolvimento

endoacutegeno e inclusivo que orientasse para uma civilizaccedilatildeo moderna sustentaacutevel com base na

biomassa (biodiversidade-biomassa-biotecnologias) e ainda que este projeto de

desenvolvimento nacional fosse resultante de um amplo debate entre a sociedade e o Estado

Nesse contexto imprescindiacutevel era o gerenciamento das necessidades emergenciais e a

adoccedilatildeo de estrateacutegias de curto meacutedio e longo prazo baseado na mobilizaccedilatildeo dos recursos

internos que possibilitassem o crescimento natildeo inflacionaacuterio e induzido pelo emprego

(SACHS 2008)

23

Sachs (2009) elencou as condiccedilotildees necessaacuterias para se levar agrave frente o crescimento

induzido pelo emprego como forma de assegurar simultaneamente a sustentabilidade social e

o crescimento econocircmico

1- Capacidade local de planejamento entendida como a capacidade de identificaccedilatildeo

de gargalos e de recursos ociosos e a capacidade de superaacute-los

2- Estiacutemulo agrave capacidade de mobilizar recursos e iniciativas locais

3- Reabilitaccedilatildeo do sistema financeiro nacional para dotaacute-lo de um miacutenimo de

capacidade de atender agraves necessidades das empresas e do financiamento de obras

puacuteblicas sem excluir o recurso (em casos excepcionais) agrave quase-moeda e agrave

promoccedilatildeo do escambo

4- Uma reforma fiscal que criasse um Imposto de Valor Adicionado progressivo

sobre o consumo haveria isenccedilatildeo para os bens essenciais mas teria forte incidecircncia

sobre artigos de luxo

Contudo qualquer esforccedilo no sentido da promoccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno e

inclusivo demandaraacute a combinaccedilatildeo de vaacuterias poliacuteticas complementares que vatildeo desde a

capacidade de explorar oportunidades de crescimento induzido pelo emprego com custo baixo

ou zero de importaccedilotildees passando pela geraccedilatildeo de empregos relacionados agrave conservaccedilatildeo de

energia e de recursos e a reciclagem de materiais o incremento da agricultura familiar como

estrateacutegia para estimular o desenvolvimento rural a promoccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de

trabalhadores por conta proacutepria e de microempresas estabelecer relaccedilotildees mutuamente

beneacuteficas entre grandes e pequenas empresas inserir e estimular que pequenas e meacutedias

empresas participem das compras governamentais e ainda desenhar poliacuteticas capazes de

permitir que empresas de grande porte se transformem em atores competitivos no mercado

global (SACHS 2008)

O desenvolvimento sustentaacutevel a partir das forccedilas endoacutegenas ou seja baseado na

mobilizaccedilatildeo dos recursos internos deveraacute priorizar a modernizaccedilatildeo da agricultura pela adoccedilatildeo

de tecnologias que permitam o aumento da produtividade e qualidade dos produtos a

melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a qualidade de vida dos trabalhadores que

eleve o compartilhamento de accedilotildees entre os produtores e dinamizem o uso dos recursos

disponiacuteveis de modo que lhes sobre mais tempo para o descanso e lazer sem comprometer sua

produtividade e renda (SACHS 2009)

Com base nessas premissas surgem algumas perguntas

O estudo da sustentabilidade deve responder como o desenvolvimento econocircmico

social ambiental poliacutetico e os fatores culturais podem caminhar juntos Quais as metas

sensatas para este lotado e inteligente planeta Como fazer para que o mundo seja tanto

proacutespero como justo e ambientalmente sustentaacutevel O que precisamos fazer para que nossa

populaccedilatildeo e nossa economia natildeo esgotem a capacidade do planeta O objeto de estudo do

24

desenvolvimento sustentaacutevel precisa entrar nessa complexidade de entender os sistemas e suas

relaccedilotildees para melhorar o mundo

Para responder a essas perguntas natildeo se pode ignorar como os sistemas produtivos

interagem com a natureza sendo portanto necessaacuterio o aprimoramento das cadeias

produtivas e o acompanhamento por meio de indicadores ambientais a serem considerados na

cadeia produtiva das culturas para que possam de fato servir de fator de sustentabilidade

econocircmica e ecoloacutegica

34 Forccedilas do Capitalismo da Eficiecircncia agrave Deficiecircncia

Apesar dos exaustivos discursos sobre a globalizaccedilatildeo ainda vivemos numa sociedade

bastante fragmentada Neste sentido Sachs (2008) nos lembra que a economia capitalista eacute

louvada por sua inigualaacutevel eficiecircncia na produccedilatildeo de bens (riquezas) poreacutem ela tambeacutem se

sobressai por sua capacidade de produzir males sociais e ambientais

Os males do capitalismo soacute podem ser mitigados e compensados mediante a produccedilatildeo

de bens puacuteblicos tais como a reduccedilatildeo da pobreza ou a proteccedilatildeo do meio ambiente Este

pensamento natildeo eacute amplamente abrangente do ponto de vista da eficiecircncia Kuttner (1997) ao

estudar os limites do mercado apontou ao menos trecircs tipos de eficiecircncia a alocadora

associada ao nome de Adam Smith a inovadora que se relaciona com o pensamento

schumpteriano e a eficiecircncia do pleno emprego de todos os meios de produccedilatildeo embasada no

keynesianismo A estes Sachs (2008) deu valiosa contribuiccedilatildeo acrescentando a eficiecircncia

social que se sobrepotildee ao pensamento keynesiano quanto ao pleno emprego e a forccedila de

trabalho e a ecoeficiecircncia O capitalismo natildeo deixa duacutevidas de que eacute muito eficiente em

termos de alocaccedilatildeo poreacutem deficiente em termos da alocaccedilatildeo de eficiecircncias keynesiana social

e ecoeficiecircncia que satildeo essenciais ao conceito de desenvolvimento includente fundamentado

no trabalho decente para todos

Analisando o processo de crescimento do Brasil Furtado (2001) adverte que nossa

sociedade na tentativa de reproduzir a cultura material do capitalismo mais avanccedilado priva a

grande maioria da populaccedilatildeo dos meios de vida essenciais resultando numa sociedade de

massas em que coexistem formas sofisticadas de consumo supeacuterfluo e carecircncias essenciais no

mesmo extrato social e ateacute na mesma famiacutelia Esta observaccedilatildeo retrata a dicotomia entre o

capitalismo de mercado e o desenvolvimento sustentaacutevel

Natildeo existe ainda um consenso sobre as dimensotildees e a essencialidade do

desenvolvimento sustentaacutevel No entanto a definiccedilatildeo mais recorrente segundo Sachs (2009)

aponta para a eficiecircncia econocircmica a conservaccedilatildeo ambiental e a equidade social sendo que a

25

primeira soacute tem valor se conservar a segunda e produzir a terceira Este pensamento eacute

corroborado por Nascimento e Viana (2007) que chamam a atenccedilatildeo para as praacuteticas

capitalistas vigentes que induzem a processos distintos do desenvolvimento e da

sustentabilidade visto que ldquoo crescimento econocircmico em conformidade com os padrotildees de

consumo vigentes no mundo desenvolvido provoca destruiccedilatildeo ambiental e gradativamente se

torna inviaacutevel sobretudo na perspectiva de expansatildeo desse estilo de vidardquo tambeacutem porque

ldquonatildeo haacute equidade social em uma economia de mercadordquo

Natildeo haacute conservaccedilatildeo da natureza se a produccedilatildeo de energia se faz por meio da queima

de foacutesseis (gaacutes petroacuteleo e carvatildeo mineral) responsaacuteveis por mais de 90 da matriz

energeacutetica mundial produzindo CO2 aquecendo a Terra mudando o clima e

produzindo situaccedilotildees de reduccedilatildeo de produccedilatildeo seca e fome em vaacuterias partes do

mundo Sobretudo nos paiacuteses mais pobres

A economia de mercado ateacute pode extinguir aqui e ali a pobreza absoluta a despeito

de na realidade poder exterminaacute-la por completo da face da Terra

Becker (2009) considera que os mais de 20 milhotildees de habitantes da Amazocircnia

desejam o desenvolvimento sustentaacutevel embora cada ator perceba este termo de forma

diferenciada Eacute necessaacuterio acertar os ponteiros em torno da inclusatildeo social da conservaccedilatildeo

dos recursos e da equidade social e recomenda o caminho mais adequado talvez seja o da

inovaccedilatildeo para nos tornarmos competitivos do contraacuterio teremos que modificar o sentido do

mundo globalizado o que momentaneamente nos parece inapropriado Na Amazocircnia a

inovaccedilatildeo deve perpassar a questatildeo institucional especialmente no sentido de organizar a base

produtiva hoje extremamente dispersa e variada e exige uma reflexatildeo em torno de questotildees

ideoloacutegicas como a falsa dicotomia entre desenvolvimento e conservaccedilatildeo e entre inclusatildeo

social e competitividade Neste sentido a questatildeo fundiaacuteria merece atenccedilatildeo diferenciada que

considere as escalas miacutenimas de produccedilatildeo como elemento necessaacuterio para a transformaccedilatildeo do

produtor familiar em empreendedor agriacutecola

A urbanizaccedilatildeo tambeacutem deve ser pensada em paralelo visto que as cidades satildeo

fundamentais para o desenvolvimento quando se configuram mercado consumidor sede das

redes de organizaccedilatildeo do territoacuterio da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo e aleacutem do mais absorvem

imigrantes Portanto precisam de planejamento para atender socialmente a populaccedilatildeo em

termos de serviccedilos equipamentos e trabalho (BECKER 2009) e conclui ldquoa Amazocircnia sem

duvida eacute extremamente heterogecircnea e precisamos reconhecer a diversidade natildeo soacute a

biodiversidade mas a sociodiversidade as diferenciaccedilotildees internas e a partir disso ajustar os

princiacutepios de poliacuteticas gerais agraves condiccedilotildees variadas nas sub-regiotildees Isto eacute fundamental

Significa respeito agraves diferenccedilasrdquo nos colocando na rota da revoluccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica

26

rumo agrave organizaccedilatildeo da base produtiva agrave transformaccedilatildeo do modelo de produccedilatildeo familiar para

realmente produtiva (empreendedor agriacutecola) e agrave mudanccedila

35 Dimensotildees Baacutesicas Para o Desenvolvimento

Quando Sachs (2009) repensa a evoluccedilatildeo do conceito de desenvolvimento ao longo

destes sessenta anos concorda com Sen (1990) Precircmio Nobel de economia que define o

desenvolvimento como sendo a efetivaccedilatildeo universal do conjunto de direitos humanos desde

os direitos poliacuteticos e ciacutevicos direitos econocircmicos sociais e culturais e por fim os direitos

coletivos que inclui o direito a um ambiente saudaacutevel Nesta loacutegica Sachs (2008) trabalha o

desenvolvimento seguindo um tripeacute formado por trecircs dimensotildees baacutesicas da sociedade

desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado Em debate aberto no Centro de

Desenvolvimento Sustentaacutevel da Universidade de Brasiacutelia Sachs (2009) traacutes agrave discussatildeo sua

oacutetica sobre as vertentes pelas quais o desenvolvimento deve ser proferido

a) O desenvolvimento includente remete ao social visto que os objetivos deste satildeo

sempre eacuteticos e sociais O desafio eacute como promover o progresso social com base

no postulado eacutetico de solidariedade sincrocircnica com a nossa geraccedilatildeo respeitando as

condicionalidades ecoloacutegicas e ambientais e de solidariedade diacrocircnica com as

geraccedilotildees futuras

O desemprego aberto o subemprego e a exclusatildeo social que atinge boa parte da

populaccedilatildeo em idade de trabalho eacute o problema social atual de maior relevacircncia Neste sentido

uma observaccedilatildeo importante cabe a este processo para que as accedilotildees assistenciais necessaacuterias -

haja vista a imensidatildeo do problema mas que natildeo modificam estruturalmente a situaccedilatildeo - natildeo

sejam substituiacutedas pelas accedilotildees que consistem em promover a inclusatildeo social pelo trabalho

decente1 alertando para o fato de que natildeo eacute suficiente promover o emprego ou o

autoemprego eacute necessaacuterio incluir os preceitos de dececircncia mencionados pela Organizaccedilatildeo

Internacional do trabalho - OIT

O progresso ou o retrocesso social pode ser avaliado levando em conta trecircs indicadores

mencionados pelo economista britacircnico Dudley Sears o emprego a pobreza e a desigualdade

avaliando o aumento e a diminuiccedilatildeo ao longo do tempo mediante a aplicaccedilatildeo de poliacuteticas que

tendam ao desenvolvimento

1 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo

implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a

dignidade humana

27

Por maior que seja a taxa de crescimento econocircmico natildeo se pode falar em

desenvolvimento se houver o menor retrocesso em um dos trecircs indicadores sob pena de se

configurar apenas um crescimento socialmente perverso aquele que natildeo aumenta o emprego

decente natildeo diminui a pobreza e a desigualdade (SEARS apud SACHS 2009)

b) Desenvolvimento sustentaacutevel deve ser economicamente viaacutevel remete ao mercado

Para que os fatos se concretizem eacute necessaacuterio que se sustente no mercado tendo isso como

uma condiccedilatildeo necessaacuteria poreacutem natildeo suficiente para promover o desenvolvimento dado que

o fator econocircmico natildeo eacute um objetivo em si eacute apenas um instrumental com o qual avanccedilar a

caminho do desenvolvimento includende sustentaacutevel Nisso a ciecircncia pode contribuir natildeo soacute

no segmento da biologia ou da energia nuclear mas essencialmente no acircmbito das ciecircncias

sociais com a responsabilidade de explicitar os criteacuterios com os quais se avalia o

desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado (SACHS 2009)

c) O desenvolvimento sustentado relaciona a preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo dos recursos na

linha do tempo Neste sentido os criteacuterios ambientais satildeo mais difiacuteceis de serem definidos

mas sem duacutevida os gases de efeito estufa resultante do consumo excessivo das energias

foacutesseis devem ser avaliados para que se possa entender qual o impacto destes sobre as

mudanccedilas climaacuteticas que afetam diretamente os solos a aacutegua e as florestas em nosso planeta

(SACHS 2009)

Nesse contexto eacute imprescindiacutevel o acompanhamento por meio de indicadores de

sustentabilidade como variaacutevel selecionada e quantificada que nos permite analisar uma

tendecircncia que de outra forma natildeo seria facilmente detectada capaz de inferir uma mensuraccedilatildeo

dos recursos ambientais econocircmicos social cultural espacialgeograacutefico e poliacutetico

(TOMASONI 2006)

A sustentaccedilatildeo econocircmica guarda estreita relaccedilatildeo com o crescimento que eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria para o desenvolvimento O crescimento depende do investimento aplicado

portanto a taxa de investimento e a poupanccedila devem ser trabalhadas cuidadosamente

(SACHS 2008) A inclusatildeo social e o cuidado com o meio ambiente satildeo caracteriacutesticas de

uma boa sociedade Uma boa sociedade eacute aquela que eacute proacutespera e inclusiva ambientalmente

sustentaacutevel e politicamente bem governada

O desenvolvimento includente deve priorizar os bilhotildees de agricultores familiares e

suas famiacutelias e pensar a agricultura com base na biomassa (biodiversidade-biomassa-

biotecnologias) A biomassa eacute o combustiacutevel o alimento a forragem o adubo verde a

bioenergia o material de construccedilatildeo a mateacuteria prima industrial os faacutermacos os cosmeacuteticos e

28

os inuacutemeros outros produtos que podem ser produzidos a partir dela em bases sustentaacuteveis

usando a ciecircncia e a biotecnologia para aumentar a produtividade e tambeacutem para aumentar a

diversidade de produtos Este processo deve incluir os milhotildees de agricultores em trabalho

decente e deve considerar ainda os trabalhos natildeo agriacutecolas derivados do processo (SACHS

2009)

Todo este modelo de desenvolvimento com base na biodiversidade-biomassa-

biotecnologias deve integrar os agricultores familiares modernizando a sua visatildeo de

produccedilatildeo Aquilo que Becker (2009) chama de ldquotransformaccedilatildeo do agricultor familiar em

empreendedor ruralrdquo a que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel ldquoum

empreendedor que escolha o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo

Outra dimensatildeo do desenvolvimento que merece especial atenccedilatildeo eacute aquela que

Buarque (2009) insistentemente rebusca para o debate a educaccedilatildeo Alertando para o fato de

que ldquoo grande salto estaacute em criar uma consciecircncia nova a partir de uma revoluccedilatildeo na

educaccedilatildeordquo no caso do Brasil por meio da nacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo trazendo a educaccedilatildeo

baacutesica para a responsabilidade da naccedilatildeo e natildeo dos municiacutepios como se daacute hoje Eacute preciso

influenciar o inconsciente coletivo desde a infacircncia de toda a humanidade como forma de

agregar valor agrave natureza

Mello (2009) analisa o desenvolvimento por outra vertente natildeo menos importante que

as demais a territorialidade e o local como forma de incluir na anaacutelise as relaccedilotildees da

sociedade com o seu lugar por acreditar que isto eacute base e elo participante do processo global

As teorias a seguir satildeo condensadas dos trabalhos dessa autora Neste sentido como eacute

possiacutevel pensar em desenvolvimento sustentaacutevel sem levar em consideraccedilatildeo a grande maioria

da populaccedilatildeo brasileira e mundial que natildeo tem sequer um lugar onde viver seja no campo ou

nas cidades em detrimento de uma minoria que acumula a posse de grandes propriedades tatildeo

somente como reserva de valor na constituiccedilatildeo de patrimocircnio privado

Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar

com a riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos

ecossistemas O primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de

comeacutercio ainda que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute

possiacutevel dispensar as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo

resgatar a grande parte da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda (MELLO 2009)

Os nossos ecossistemas analisa Mello (2009) jaacute demostram a ausecircncia de um

equiliacutebrio interno caracterizado pela ameaccedila de desaparecimento de espeacutecies A produccedilatildeo

29

continuada do modelo de exploraccedilatildeo que adotamos conseguiu romper o equiliacutebrio de todos os

nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do

solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a

salinizaccedilatildeo entre outros Em vaacuterios biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em

erosatildeo e perda da fertilidade do solo Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que

temos produzido se questiona ateacute quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir

o aumento da produtividade Ou quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para

aumentar a produccedilatildeo Quanto de nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e

outros gratildeos

Tudo isto serve de norte para a mudanccedila de modo a ponderar a primazia desta forma

de utilizaccedilatildeo do territoacuterio e do local e reconstruir outros caminhos dando mais valor a tudo

aquilo que hoje na sociedade na economia e na poliacutetica estaacute completamente agrave margem

(MELLO 2009)

36 Indicadores Ambientais

Para Christen (1996) os sistemas de produccedilatildeo agriacutecola devem ser observados nas

pesquisas de avaliaccedilatildeo da sustentabilidade por meio de dimensotildees e indicadores locais que

permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais especiacuteficas considerando que dada as vastas

formas de conceituar sustentabilidade a pesquisa tambeacutem admita muitas formas de mensuraacute-

la

Em um processo de gestatildeo os indicadores guardam relaccedilatildeo com as propriedades

estruturais e funcionais Por meio deles eacute possiacutevel identificar as fraquezas e potencialidades

na avaliaccedilatildeo do planejamento e permitem contiacutenuas revisotildees dos objetivos ferramentas e

accedilotildees de tal processo (VENTURELLI GALLI 2006)

Para Magalhatildees Juacutenior (2007) os indicadores satildeo instrumentos baacutesicos de

planejamento alcance de metas e anaacutelise de tendecircncias Atendem tambeacutem a objetivos

cientiacuteficos (recomendaccedilotildees) uacuteteis principalmente na ausecircncia de normas de referecircncia e

servem ainda a objetivos de gestatildeo condicionados pela norma juriacutedica o marco legal

Os indicadores satildeo variaacuteveis que simplificam ou sumarizam determinadas informaccedilotildees

a respeito de um fenocircmeno de modo que este se torne perceptiacutevel e mensuraacutevel fornecendo

informaccedilotildees valiosas em assuntos complexos de forma relativamente acessiacutevel

contribuindo assim para o processo de tomada de decisotildees no monitoramento e avaliaccedilatildeo de

um fenocircmeno (GALLOPIN 1997 FIDALGO 2003 NIEMEIJER e DE GROOT 2008)

30

A Organization for Economic Cooperation and Development ndash OECD - estaacute entre as

organizaccedilotildees pioneiras no desenvolvimento de indicadores Ateacute os anos 80 a instituiccedilatildeo

trabalhou exaustivamente na formulaccedilatildeo de indicadores sociais A partir desta deacutecada a

instituiccedilatildeo iniciou os trabalhos no desenvolvimento de indicadores ambientais atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos paiacuteses do G-7 Esta temaacutetica refletiu-se em listas de indicadores de

sustentabilidade elaborados pela Comissatildeo de Desenvolvimento Sustentaacutevel da Organizaccedilatildeo

das Naccedilotildees Unidas e pelo Banco Mundial (MAGALHAtildeES JUNIOR 2007)

Em acordo com as definiccedilotildees da OECD (2011) o indicador eacute uma variaacutevel ou

conjunto de variaacuteveis capaz de fornecer informaccedilotildees relevantes sobre uma aacuterea ambiente ou

fenocircmeno Eacute capaz de orientar um assunto ou tornar perceptiacutevel uma tendecircncia ou processo

que natildeo eacute imediatamente detectaacutevel Seu significado vai aleacutem do que eacute de fato medido e seu

alcance pode ser maior do que focaliza o fenocircmeno de interesse

Fidalgo (2003) e Turnhout et al (2007) alertam para a necessidade de especial atenccedilatildeo

no processo de construccedilatildeo de indicadores visto que isto implica um processo de seleccedilatildeo

integraccedilatildeo e agregaccedilatildeo de um conjunto de observaccedilotildees dados e conhecimentos acerca de

paracircmetros considerados relevantes e devem ser selecionados a partir de dados disponiacuteveis e

potencialmente importantes sobre o sistema em estudo

Neste sentido o esforccedilo de identificar e contextualizar indicadores do

desenvolvimento sustentaacutevel para os municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo

no Amazonas relacionados com a produccedilatildeo de bananas nos permitiraacute a observaccedilatildeo de um

conjunto de paracircmetros considerados relevantes para o desenvolvimento sustentaacutevel dos

municiacutepios por meio do fortalecimento dos cultivos de bananeiras

O uso de indicadores permite a ligaccedilatildeo entre a produccedilatildeo e o conhecimento cientiacutefico

pela interface entre ciecircncia e poliacutetica Dessa forma recomenda-se a inclusatildeo da perspectiva de

atores sociais no processo de seleccedilatildeo dos indicadores que segundo os pesquisadores natildeo

podem ser avaliados apenas com os tradicionais criteacuterios cientiacuteficos de qualidade devendo

incluir aspectos de interdisciplinaridade relevacircncia e tambeacutem do ponto de vista dos usuaacuterios

(TURNHOUT et al 2007)

Um requisito importante e frequentemente negligenciado para a utilizaccedilatildeo e

aceitaccedilatildeo de indicadores eacute o entendimento do que seja essa ferramenta e da sua real funccedilatildeo

no processo de tomada de decisatildeo Os indicadores satildeo meios de comunicaccedilatildeo e como

qualquer forma de comunicaccedilatildeo requerem seu entendimento pelos participantes do diaacutelogo

no processo de tomada de decisatildeo em direccedilatildeo ao desenvolvimento sustentaacutevel Esses

31

elementos devem ser claros e os usuaacuterios devem estar habilitados a compreender o seu

sentido assim como sua significacircncia em termos de valores (COcircRTES 2009)

37 Cadeia Produtiva Agriacutecola

De acordo com Sppeding (1975) os conceitos de agronegoacutecio cadeia produtiva ou

sistema produtivo tecircm suas origens em aplicaccedilotildees da teoria geral dos sistemas ou possuem

enfoque sistecircmico e satildeo definidos por como um conjunto de elementos interativos

A Teoria Geral dos Sistemas - TGS - se caracteriza pelo todo organizado composto de

elementos interdependentes podendo ou natildeo interagir com o meio exterior se caracterizando

por sistema aberto ou fechado respectivamente Os sistemas e subsistemas relacionam-se e

estatildeo integrados numa cadeia hieraacuterquica onde suas partes integrantes (os subsistemas) satildeo

interdependentes constituindo um todo que eacute superior agrave soma das suas partes e tecircm

caracteriacutesticas proacuteprias satildeo autorregulados e controlados como forma de adaptaccedilatildeo agraves

alteraccedilotildees do meio exterior e para manter o seu equiliacutebrio para o alcance dos seus objetivos

(BERTALANFFY 1975)

Por sua complexidade e heterogeneidade a cadeia produtiva desempenha papel central

nos fluxos de produccedilatildeo de culturas agriacutecolas especialmente nos municiacutepios do Estado do

Amazonas cujas economias encontram suas bases no setor primaacuterio Desse modo constitui-

se elemento fundamental nos estudos sobre sustentabilidade e desenvolvimento para estes

locais (BERTALANFFY 1975 SPPEDING 1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e

CHIAVENATO 2009) Para Sachs (2008) a gestatildeo e governanccedila local devem ser trabalhadas

considerando os potenciais da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como forma de

valorizar e aproveitar os recursos naturais endoacutegenos

No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de elementos

interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e onde cada um

dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute maior do que o

resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente Qualquer

conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as relaccedilotildees

entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990)

Em acordo com Castro et al (1995) a caracterizaccedilatildeo ou anaacutelise de um sistema

agriacutecola se inicia com o estabelecimento de seus objetivos seguida da definiccedilatildeo de seus

limites subsistemas e entidades componentes e do contexto externo onde o sistema se

estabelece A cadeia produtiva eacute o conjunto de componentes interativos incluindo os sistemas

produtivos fornecedores de insumos e serviccedilos induacutestrias de processamento e transformaccedilatildeo

32

agentes de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo aleacutem de consumidores finais Todos estes atores

objetivam suprir o consumidor final de determinados produtos Este pensamento eacute

corroborado por Chiavenato (2011) que define o sistema como um conjunto de elementos

dinamicamente relacionados entre si formando uma atividade para atingir um objetivo

operando sobre entradas e fornecendo saiacutedas processadas

Para Lastres e Cassiolato (2006) o mapeamento da cadeia produtiva bem como a

identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo destes atores satildeo essenciais para a geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo da

capacidade produtiva e inovativa de um determinado setor ou atividade

A interaccedilatildeo das propriedades rurais com o mercado enquanto fornecedoras de

produtos finais pressupotildee relaccedilotildees harmoniosas com o ambiente comercial seja para o

suprimento de mateacuteria prima ou para o fornecimento de produtos ao consumidor final

A figura 2 ilustra uma tiacutepica cadeia produtiva agriacutecola com seus principais

componentes e fluxos (CASTRO et al 1995) Entre os componentes mais comuns estatildeo os

indiviacuteduos fornecedores de insumos as propriedades agriacutecolas com seus diversos sistemas

produtivos agropecuaacuterios ou agroflorestais as induacutestrias de processamento eou

transformaccedilatildeo do produto o comeacutercio atacadista o comeacutercio varejista e os consumidores

finais que influenciam e satildeo influenciados pelos demais componentes da cadeia Estes

componentes se relacionam com o ambiente institucional refletido nas leis e normas que

regulam o setor e as instituiccedilotildees e o ambiente organizacional representado pelas instituiccedilotildees

governamentais financeiras de ensino pesquisa extensatildeo apoio teacutecnico etc

Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva Fonte (Castro et al 1995 adaptado de Zylbersztajn 1994)

33

38 Arranjos Produtivos Locais

Em suma especialmente no acircmbito agriacutecola os esforccedilos acerca do desenvolvimento e

da sustentabilidade convergem para a necessidade de aproveitar as potencialidades endoacutegenas

pela valorizaccedilatildeo da biomassa modernizaccedilatildeo da agricultura brasileira criaccedilatildeo de uma nova

consciecircncia por meio da educaccedilatildeo e a valorizaccedilatildeo da territorialidade e do local atraveacutes da

riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas

(SACHS 2009 BECKER 2009 BUARQUE 2009 MELLO 2009)

Lastres e Cassiolato (2006) em seus estudos sobre os sistemas de inovaccedilatildeo concluem

que o papel do Estado eacute fundamental para o processo de desenvolvimento nacional onde os

esforccedilos devem conduzir para a formaccedilatildeo de arranjos ou de sistemas produtivos e inovativos

locais (ASPILs) focando conjuntos especiacuteficos de atores e atividades econocircmicas capazes de

articular as relaccedilotildees entre os atores sociais as empresas os conhecimentos (codificados mas

considerando especialmente os conhecimentos taacutecitos locais) com o objeto de valorizar a

diversidade e melhorar a competitividade sustentada

A noccedilatildeo de sistema de inovaccedilatildeo implica que nem produccedilatildeo nem inovaccedilatildeo constituem

processos e fenocircmenos isolados sendo necessaacuterio focar o sistema de produccedilatildeo independente

do grau de especializaccedilatildeo nuacutemero de empresas aglomeradas etc Se o enfoque estiver no

sistema de inovaccedilatildeo isto compreenderaacute os clusters distritos industriais etc Nesta base

Lastres e Cassiolato (2006) oferecem valiosa contribuiccedilatildeo agrave busca pelos caminhos que levem

ao desenvolvimento conforme sugerido por Sachs (2008) includente sustentaacutevel e

sustentado ao propor atraveacutes da RedeSist a definiccedilatildeo de Sistemas Produtivos e Inovativos

Locais (SPILs) qual seja

SPILs designa o conjunto de atores econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um

mesmo territoacuterio com foco em um conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas e que

apresentam interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem os quais satildeo fundamentais para a

geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo de capacidades produtivas e inovativas SPILs geralmente incluem

empresas ndash produtoras de bens e serviccedilos finais ndash fornecedoras de bens (mateacuterias-primas

equipamentos e outros insumos) e de serviccedilos distribuidoras e comercializadoras

consumidoras etc ndash e demais organizaccedilotildees voltadas agrave formaccedilatildeo e treinamento de recursos

humanos informaccedilatildeo pesquisa desenvolvimento e engenharia promoccedilatildeo e financiamento

aleacutem de cooperativas associaccedilotildees e representaccedilotildees

Arranjos Produtivos Locais (APLs) se configuram por

Aqueles casos fragmentados e que natildeo apresentam significativa articulaccedilatildeo entre os atores e

que assim natildeo podem se caracterizar como sistemas

Lastres e Cassiolato (2006) advertem que diferentes contextos e modos de articulaccedilatildeo

satildeo fundamentais na aquisiccedilatildeo uso e difusatildeo de conhecimentos e particularmente os taacutecitos

34

Estes sistemas e modos de articulaccedilatildeo podem ser tanto formais como informais Lembram

ainda que a base do dinamismo e da competitividade entre empresas natildeo se restringe a uma

uacutenica empresa ou um setor e sim a todas as atividades e capacidades ao longo da cadeia de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos atores sociais e poliacuteticos e do ambiente onde estatildeo inseridas

Para melhor entender e promover a dinacircmica de um sistema produtivo eacute necessaacuterio

conhecer em profundidade suas especificidades e tambeacutem seu peso e papel dentro das cadeias

complexos e setores em que se insere bem como as economias regionais e internacionais As

principais vantagens dos ASPILs indicadas por Lastres e Cassiolato (2006) satildeo as que se

seguem

Compreende o conjunto de diferentes atores (empresas e organizaccedilotildees de investigaccedilatildeo e

desenvolvimento educaccedilatildeo treinamento promoccedilatildeo e financiamento etc) e atividades

conexas que usualmente caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo local

Cobre o espaccedilo onde ocorre o aprendizado satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e

inovativas e fluem os conhecimentos e particularmente aqueles taacutecitos

Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de

capacitaccedilotildees podem ser mais efetivas

Representa um enfoque mais avanccedilado e que vai aleacutem da tradicional visatildeo baseada na

organizaccedilatildeo individual (empresa) setor aglomeraccedilotildees ou cadeias produtivas permitindo

estabelecer uma ponte entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas as quais tambeacutem natildeo se

restringem aos cortes claacutessicos espaciais como os niacuteveis municipais e de microrregiatildeo

O enfoque em ASPILs permite captar as particularidades da estrutura produtiva e

compreender a diversidade de respostas de seus diferentes sistemas Eacute necessaacuterio identificar e

analisar a configuraccedilatildeo de tais sistemas e como o conhecimento eacute gerado utilizado e

difundido nos mesmos Para tanto eacute necessaacuterio definir o sistema a partir do mapeamento da

cadeia e complexos produtivos vinculados agraves atividades econocircmicas principais ateacute a

identificaccedilatildeo de todos os atores econocircmicos poliacuteticos e sociais indispensaacuteveis ao

funcionamento do mesmo

39 A Cultura da Banana como Atividade Agriacutecola Cultivares de Ocorrecircncias

Frequentes no Estado do Amazonas

O cultivo de bananeiras pelo homem teve iniacutecio no sudeste da Aacutesia Existem ainda

muitas espeacutecies de banana selvagem na Nova Guineacute na Malaacutesia Indoneacutesia e Filipinas

Indiacutecios arqueoloacutegicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na

proviacutencia das Terras Altas Ocidentais da Nova Guineacute sugerem que esta atividade remonta

pelo menos a ateacute 5000 aC ou mesmo a ateacute 8000 aC Tais dados tornam esse local o berccedilo

do cultivo de bananeiras Eacute provaacutevel contudo que outras espeacutecies de banana selvagem

tenham sido objeto de cultivo posteriormente em outros locais do sudeste asiaacutetico

(Wikipeacutedia 2015)

35

A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela

laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da

evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem experimentado no resto do mundo com

produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a

produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os estados com maior produtividade na

regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12 tha respectivamente Entretanto as

estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela

maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil resultando em desperdiacutecio do potencial

agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO 2011)

No Estado do Amazonas ateacute o final da deacutecada de 90 os bananais eram cultivados

predominantemente em solos de vaacuterzea dos Rios Solimotildees Amazonas e Madeira

Lentamente os cultivos comerciais foram se expandindo para as aacutereas de platocirc Hoje os

Municiacutepios de Rio Preto da Eva Presidente Figueiredo Iranduba e Manacapuru entre outros

concentram grandes cultivos de bananeiras (GASPAROTTO et al 1999) e estatildeo formados

predominantemente pelas cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 entre outras em

menores proporccedilatildeo resistentes agrave pragas e doenccedilas

A cultivar Thap Maeo foi selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura de Cruz

das Almas Bahia Eacute uma variante Mysore de porte alto ciclo vegetativo de 394 dias e

apresenta resistecircncia agrave problemas fitossanitaacuterios como a sigatoka negra (Mycosphaerella

fijiensis) sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) mal do Panamaacute e moderadamente

resistente ao nematoide (Radopholus similis) e a broca do rizoma Eacute suscetiacutevel ao moko

(Ralstonia solanacearum raccedila 2) e estaacute livre do viacuterus das estrias da bananeira (BSV)

(GASPAROTTO et al 1999)

A cultivar Caipira (Yamgambi km 5) oriunda da Aacutefrica Ocidental foi introduzida no

Brasil pela Embrapa de Cruz das Almas Bahia Possui ciclo vegetativo de 383 dias e porte

meacutedioalto eacute resistente agrave sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e amarela

(Mycosphaerella musicola) ao mal do Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao

moko (Ralstonia solanacearum raccedila 2) e suscetiacutevel ao nematoide (Radopholus similis)

(GASPAROTTO et al 1999)

A FHIA 18 pertence ao subgrupo prata foi trazida de Honduras pela Embrapa

apresenta porte meacutedio e ciclo vegetativo de 327 dias Eacute resistente agrave sigatoka negra

(Mycosphaerella fijiensis) e amarela (Mycosphaerella musicola) e suscetiacutevel ao mal do

36

Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao moko (Ralstonia solanacearum)

(GASPAROTTO et al 2002)

391 Tratos Culturais da Bananeira

3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira

No momento da formaccedilatildeo dos bananais satildeo vaacuterias as indicaccedilotildees de distribuiccedilatildeo

espacial ficando a criteacuterio do produtor a escolha do espaccedilamento podendo ser utilizado

espaccedilamentos de 40 x 20 x 20 40 x 25 x 20 40 x 30 x 20 30 x 30 e 30 x 20 metros

Contudo Gasparotto et al (2006) adverte que espaccedilamentos maiores aleacutem de disponibilizar

menos mudas por hectare podem incorrer em menor aproveitamento do terreno e da luz solar

e maior suscetibilidade agrave erosatildeo e consequentemente lixiviaccedilatildeo do solo e menor

produtividade Este tipo de distribuiccedilatildeo tambeacutem pode dificultar a aplicabilidade das praacuteticas

fitossanitaacuterias e de colheita uma vez que dificulta a mecanizaccedilatildeo As informaccedilotildees seguintes

foram compiladas dos trabalhos de Arruda et al (2004) e Gasparotto et al (2006) e

representam experimentos realizados no Estado do Amazonas para a cultivar Thap Maeo

seguindo as recomendaccedilotildees dos tratos culturais de preacute e poacutes colheita

Os trabalhos de Gasparotto et al (1999) datildeo conta de que no Estado do Amazonas a

produccedilatildeo de bananas ainda eacute bastante afetada por problemas fitossanitaacuterios com a incidecircncia

das doenccedilas conhecidas como sigatoka negra sigatoka amarela mal do Panamaacute e o moko

tambeacutem decorrentes das questotildees tecnoloacutegicas como espaccedilamento aplicado para distribuiccedilatildeo

das covas processos de adubaccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes colheita transporte da produccedilatildeo e

tratos culturais ineficientes

A sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora

fijiensis)eacute a principal doenccedila da bananeira no mundo podendo causar perdas totais dos

plantios quando as cultivares atacadas satildeo do tipo prata eou maccedilatilde Quando afeta plantios com

cultivares do subgrupo Terra conhecidas no Amazonas como Pacovatilde e Pacovi as perdas

ficam em torno de 60 a 70 (GASPAROTTO et al 1999)

O mal do panamaacute eacute uma doenccedila causada pelo Fusarium oxysporum fsp cubense

fungo habitante do solo que produz clamidoacutesporos - estruturas que lhes permitem sobreviver

no solo por ateacute 50 anos - mesmo na ausecircncia de bananeiras suscetiacuteveis induz perdas

proporcionais ao nuacutemero de plantas atacadas visto que provoca murcha permanente em

plantas adultas na eacutepoca da emissatildeo dos cachos (PEREIRA et al 2008)

37

4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS

41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO

AMAZONAS

Resumo

Apesar da disponibilidade de terras desmatadas e degradadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo

clima e solos favoraacuteveis para o cultivo de frutas o Estado do Amazonas ainda apresenta

produccedilatildeo insuficiente em quantidade e qualidade e importa muitas frutas de outras regiotildees do

paiacutes A banana eacute uma fruta de grande expressatildeo na cadeia alimentar e econocircmica dos

amazonenses e eacute cultivada nos 62 municiacutepios do Estado Em 2012 foram cultivados mais de

9500 ha com bananeiras onde foram produzidas 63000 t da fruta mas a produtividade ainda

eacute muito baixa (da ordem de 122 thaa) se comparada agrave produtividade mundial que em muitos

paiacuteses ultrapassa 50 thaa Com o intuito de investigar as praacuteticas de gestatildeo e as tecnologias

empregadas nos cultivos de bananeiras no Amazonas foi realizado um levantamento por

meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 15 cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e em 30 plantios no Rio Preto da Eva no Amazonas safra de 2012 para anaacutelise da

aacuterea cultivada com bananas produccedilatildeo produtividade e observaccedilatildeo dos tratos culturais

aplicados Nos 60 ha investigados em Presidente Figueiredo a produccedilatildeo meacutedia de bananas foi

de aproximadamente 991 ta com produtividade de 163 thaa No municiacutepio de Rio Preto da

Eva foram analisados 83 ha com produccedilatildeo meacutedia de 1152 ta e produtividade meacutedia de 139

thaa O estudo revelou ainda que a produtividade meacutedia de banana nos dois municiacutepios

analisados eacute ligeiramente superior agrave produtividade meacutedia do Estado contudo estaacute muito

abaixo dos iacutendices alcanccedilados em cultivos no Estado da ordem de 50 thaa para a cultivar

Thap Maeo indicando que apesar de natildeo haver limitaccedilotildees tecnoloacutegicas ou climaacuteticas para a

cultura da banana no Estado os produtores natildeo estatildeo usando as informaccedilotildees e tecnologias

adequadas para elevarem a produtividade dessa cultura nesses municiacutepios A pesquisa

detectou a inobservacircncia das especificaccedilotildees teacutecnicas de espaccedilamento e densidade indicados

para cultivos no Amazonas incorrendo em baixo aproveitamento do solo Apenas dois dos

quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo tinham plantios com

densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois outros tinham

plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores O aproveitamento

da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente

Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72 com meacutedia igual a apenas

29 Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva

tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente O

aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de

Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com meacutedia igual a

apenas 282

Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade de banana Amazonas

38

Abstract

Despite the availability of deforested and degraded lands water resources for irrigation

favorable climate and soil for growing fruit the State of Amazonas still has insufficient

production in quantity and quality resulting of importation of many fruits from other regions

of the country The banana is a fruit which is widely recognized in the food and economic

chain of Amazonas and it is grown in 62 municipalities In 2012 more than 9500 ha were

cultivated with bananas which produced 63000 t of fruit but productivity is still very low

(around 122 t ha y) compared to world productivity in many countries which exceeds 50 t

ha y In order to investigate the management practices and technologies employed in the

cultivation of bananas in the Amazonas State a survey was conducted through questionnaires

in 15 crops of bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 plantations in Rio

Preto da Eva 2012 harvest for analysis of the area planted with bananas production

productivity and observation of the applied cultivation In the 60 ha investigated in Presidente

Figueiredo the average banana production was approximately 991 t y with yield of 163 t

ha y In the municipality of Rio Preto da Eva 83 ha were analyzed with an average

production of 1152 t y and average yield of 139 t hay The study also revealed that the

average banana productivity in the two counties analyzed is slightly higher than the average

productivity of the State However it is far below the rates achieved in the state around 50

thay for the cultivar Thap maeo indicating that although there are no technological or

climatic limitations for banana cultivation in the Amazonas State producers are not using the

appropriate information and technology to raise productivity of this crop in these

municipalities The survey found non-compliance with technical spacing and density

specifications suitable for cultivation in the Amazon incurring in low land use Only two of

the fifteen banana producers of Presidente Figueiredo had plantations with plant densitiesha

next to the technically recommended Two others had plantations with higher plant densities

and the other much lower The utilization of the productive capacity of soils in banana

plantations in the municipality of Presidente Figueiredo was well below the desirable ranging

from 93 to 72 with an average of only 29 All the 30 bananas cultivations analyzed in

Rio Preto da Eva had plantations with plant densitiesha lower than that recommended

technically The utilization of the productive capacity of soils in banana plantations in Rio

Preto da Eva was well below the desirable ranging from 72 to 840 with an average of

only 282

Key Words Banana cultivation banana productivity Amazonas

39

411 INTRODUCcedilAtildeO

Durante deacutecadas a dinacircmica econocircmica do Brasil foi referenciada essencialmente

pela sucessatildeo de ciclos de exploraccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de produtos primaacuterios com baixo ou

nenhum niacutevel de processamento Este cenaacuterio se modificou lentamente e especialmente na

deacutecada de 80 a agroinduacutestria se destaca como um dos segmentos de grande importacircncia na

economia brasileira estimulando mudanccedilas significativas nos vaacuterios elos das cadeias

produtivas agriacutecolas como forma de valorizar a produccedilatildeo do setor primaacuterio e tornar

expressivo o agronegoacutecio brasileiro (BARRETO FILHO 2000)

A fruticultura um dos segmentos do agronegoacutecio vem ganhando projeccedilatildeo nos

mercados regionais nacional e internacional em virtude de novas demandas de mercado

decorrentes dos novos haacutebitos de consumo da populaccedilatildeo Entretanto conforme enfatizado por

Barreto Filho (2000) a fruticultura brasileira precisa vencer algumas barreiras que

comprometem sua competitividade e retardam sua consolidaccedilatildeo como atividade capaz de

atender agraves expectativas de tornar-se um instrumento de projeccedilatildeo do desenvolvimento regional

Satildeo muitas as oportunidades para a produccedilatildeo de frutas na Amazocircnia cujo consumo

crescente tem sido motivado principalmente pelo aumento da demanda mundial por

alimentos a partir do crescimento populacional do crescimento da renda per capta nos paiacuteses

mais populosos do mundo como a China e a Iacutendia da crescente limitaccedilatildeo de terras

agricultaacuteveis no plano mundial e do aumento do consumo de frutas nos haacutebitos alimentares

A regiatildeo amazocircnica dispotildee de terras desmatadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo

climas e solos favoraacuteveis e apesar disso importa grande quantidade de frutas de outras

regiotildees do paiacutes Todos esses fatores propiciam o desenvolvimento da fruticultura sustentaacutevel

na Amazocircnia com perspectivas de desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura e

fortalecimento dos respectivos elos como forma de desenvolvimento da regiatildeo e melhoria na

qualidade de vida da populaccedilatildeo em especial as que satildeo originaacuterias da zona rural cuja

economia possui relaccedilatildeo direta com o agronegoacutecio

A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela

laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura eacute uma atividade de grande

relevacircncia para o agronegoacutecio da regiatildeo Norte principalmente para o Estado do Amazonas

onde se constitui importante base alimentar para os amazonenses e com alta participaccedilatildeo na

composiccedilatildeo da receita dos agricultores locais Natildeo obstante eacute uma das frutas de grande

expressatildeo cultural e de cultivo bastante disseminado no Estado do Amazonas sendo cultivada

nos 62 municiacutepios Amazonense

40

A significativa participaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia dos produtores rurais

contribui para ocorrecircncia de cultivos em todos os municiacutepios do Estado Em 2012 o Estado

do Amazonas cultivou 9545 ha com a fruta colhendo 5440 ha Nestes municiacutepios foram

produzidos 63745 toneladas da fruta com produtividade de 122 toneladas por hectare

contribuindo com mais de R$ 59 milhotildees para a economia do Estado (IBGE 2013)

As estatiacutesticas da FAO indicam que em 2009 foram cultivados com bananas

aproximadamente 48 milhotildees de hectares em todo o mundo onde foram produzidos 95

milhotildees de toneladas com produtividade de 19 tha O Brasil eacute o quinto produtor mundial de

bananas com produccedilatildeo anual de 71 milhotildees de toneladas sendo superado pela Iacutendia (262

milhotildees de toneladas) Filipinas (90 milhotildees de toneladas) China (82 milhotildees de toneladas)

e Equador (73 milhotildees de toneladas) Curioso eacute que a aacuterea cultivada no Brasil (511 milha) soacute

eacute superada pela aacuterea cultivada na Iacutendia (709 milha) Contudo o Brasil ocupa a quinta posiccedilatildeo

em produtividade entre os paiacuteses produtores de bananas analisados pela FAO Em 2009 a

produtividade Brasileira foi de 140 tha enquanto a Indoneacutesia teve produtividade de 597tha

seguida da Costa Rica com 499 tha A produtividade na Iacutendia eacute de 370 tha no Equador eacute de

353 tha na China eacute de 264 tha e nas Filipinas 202 tha (SILVA NETO 2011)

Ao se analisar a produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte que embora tenha passado por

importantes transformaccedilotildees nas duas uacuteltimas deacutecadas com a inserccedilatildeo pela Embrapa de

cultivares resistentes agraves pragas e doenccedilas como sigatoka negra causada pelo fungo

Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora fijiensis) e o mal do panamaacute causado pelo

Fusarium oxysporum fsp cubense ainda carece de melhores processos de produccedilatildeo

principalmente no que se refere agrave qualidade dos seus produtos e subprodutos da consolidaccedilatildeo

da agroinduacutestria de melhor organizaccedilatildeo de seus produtores e do fortalecimento de uma

infraestrutura que possibilite melhores condiccedilotildees de competitividade (ARRUDA 2004)

A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem

experimentado no resto do mundo com produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo

da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os

estados com maior produtividade na regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12

tha respectivamente Entretanto as estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no

mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil

resultando em desperdiacutecio do potencial agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO

2011)

41

Seguindo a anaacutelise das questotildees levantadas nesse trabalho e considerando-se a

importacircncia do desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado por meio da valorizaccedilatildeo

da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como elemento indispensaacutevel agrave sustentabilidade

dos municiacutepios do Estado do Amazonas satildeo enfatizados os processos de produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios do Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo

Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos processos produtivos dessa

frutiacutefera de cultivos bastante disseminados na regiatildeo com o objetivo de identificar as praacuteticas

de gestatildeo e as caracteriacutesticas agronocircmicas nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios do Rio

Preto da Eva e Presidente Figueiredo Estado do Amazonas como forma de analisar o

potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo de cultivos de

bananeiras articulados como sistemas produtivos orientando para o adequado manejo do solo

controle de pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo

a proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo

da populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento socioeconocircmico sustentaacutevel dos

produtores e para a economia agriacutecola dos municiacutepios

42

412 MATERIAL E MEacuteTODOS

4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo

As propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa estatildeo

alocadas nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do

Amazonas Cada Municiacutepio possui respectivamente 1 62 e 017 da aacuterea total do Estado

abrigando 080 e 052 da populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes

municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do

Estado do Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado

Manaus

Nestes municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012

por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 30 propriedades rurais produtoras dessa cultura no

Rio Preto da Eva e 15 em Presidente Figueiredo

A definiccedilatildeo destes locais para coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o

maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das

decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em

2012 estes dois municiacutepios detinham 1210 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que

possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os

dois municiacutepios selecionados para coleta de dados primaacuterios sobre a safra de bananas em

2012 Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo referenciados pelo IBGE como o

segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois

municiacutepios foram responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde

foram produzidas 1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)

4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

Foram analisadas propriedades produtoras de bananas nestes municiacutepios e a anaacutelise

dos dados de formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo e produtividade constantes do diagnoacutestico se

deu com base nos dados da safra de bananas de 2012

A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve

dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos integrados dos

dados agronocircmicos desde a formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes-colheita e

aproveitamento da capacidade produtiva do solo com a bananicultura Utilizou-se do meacutetodo

de estudo exploratoacuterio buscando diagnosticar as praacuteticas culturais para os cultivos agriacutecolas

43

dessa cultura Este meacutetodo tambeacutem foi utilizado para diagnosticar a produccedilatildeo geral da cultura

nos municiacutepios em estudo como forma de identificar os aspectos que interferem e influenciam

no processo de produccedilatildeo da banana

Para o alcance dos objetivos deste trabalho foram elaborados questionaacuterios

estruturados que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana buscando

conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios conforme Quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas

Acircmbito Agriacutecola

Situaccedilatildeo Real dos cultivos Recomendaccedilatildeo

teacutecnica(1)

Dados de formaccedilatildeo dos cultivos Dados da Produccedilatildeo Dados de formaccedilatildeo e

produccedilatildeo

- Aacuterea da propriedade

- Aacuterea cultivada com bananas

- Quantidade de bananeiras na propriedade

- Bananeiras em fase de produccedilatildeo

- Praacuteticas culturais

Produccedilatildeo meacutedia de

bananas

- Produtividade meacutedia

de bananas

- Aproveitamento da

capacidade produtiva

do solo

- Teacutecnicas de

espaccedilamento e densidade

- Produccedilatildeo meacutedia

- Produtividade meacutedia

- Aproveitamento da

capacidade produtiva do

solo (1)

Com base nos dados de produtividade fornecidos por Arruda et al (2004)

No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi

estruturadas aos produtores rurais cooperativas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias e a

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas informaccedilotildees sobre

os dados gerais para a formaccedilatildeo dos cultivos (aacuterea total da propriedade aacuterea cultivada com

bananas e plantas em fase de produccedilatildeo de frutos) as tecnologias de preacute colheita (envolvendo

as praacuteticas culturais e a densidade de plantas por hectare) as tecnologias de poacutes colheita

(produccedilatildeo e produtividade meacutedia de bananas e aproveitamento da capacidade produtiva do

solo) e feito um comparativo para os dados caso os cultivos estivessem dentro dos padrotildees de

produtividade indicados pela literatura especiacutefica a fim de conhecer a situaccedilatildeo real dos

cultivos de bananeiras

A anaacutelise destes dados permitiu conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras e

estimar o potencial produtivo nos municiacutepios estudados bem como analisar os fatores

favoraacuteveis e desfavoraacuteveis que envolvem o processo de gestatildeo na formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

desses cultivos

44

4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Neste contexto se focalizaram as propriedades rurais que compreendem os locais

dentro das zonas rurais dos municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao

cultivo agriacutecola de bananas onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para

processamento dos produtos Para fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades

rurais inquiridas para a obtenccedilatildeo do diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para

fins comerciais pela importacircncia da anaacutelise de elementos que envolvem a gestatildeo dos cultivos

Procurou-se primeiro identificar as propriedades rurais enquadradas no interesse da

pesquisa e depois diagnosticaacute-las no acircmbito agriacutecola das bananas A anaacutelise dos processos de

gestatildeo aplicados em cada etapa permitiu identificar os elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis

do processo Esta anaacutelise permitiu conhecer o processo de formaccedilatildeo dos cultivos de

bananeiras nos municiacutepios em estudo e sua relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e produtividade

4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos

quantitativos Neste caso a anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves

caracteriacutesticas de formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos de bananeiras e a gestatildeo empregada A

anaacutelise quantitativa torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no

acircmbito agriacutecola da formaccedilatildeo dos cultivos e produccedilatildeo da fruta

Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas

pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo

exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) se caracteriza por proporcionar um maior

conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da

investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em trinta propriedades

rurais distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria

45

de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do

municiacutepio

Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados

quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O

levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo

direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de

julho de 2013 a junho de 2014

46

413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em

2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas e aacuterea colhida

superou 67 mil ha A produccedilatildeo ultrapassou 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade

meacutedia alcanccedilada na regiatildeo Norte de 10 tha (Tabela 1) ainda eacute muito baixa se comparada

com as das demais regiotildees brasileiras (quando aplicadas as tecnologias apropriadas a

produtividade supera 50 tha no entorno de Brasiacutelia e 40 tha no Vale do Satildeo Francisco e na

regiatildeo Norte de Minas Gerais (SILVA NETO e GUIMARAtildeES 2011)

Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade ligeiramente maior que a

meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente Esta produccedilatildeo agregou mais

de R$ 59 milhotildees agrave economia do Amazonas e R$ 276 milhotildees agrave economia do Paraacute Nos

demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em

2012

Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012

Estado

Aacuterea

Plantada

(ha)

Aacuterea

Colhida

(ha)

Quantidade

produzida

(t)

Rendimento

meacutedio

(tha)

Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

Amazonas 9545 131 5440 81 63745 79 120 59569 126

Acre 6977 96 6017 90 64112 79 110 27282 58

Amapaacute 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46

Paraacute 41549 571 41549 620 565773 698 140 276410 583

Rondocircnia 7215 99 6840 102 59091 73 90 49420 104

Roraima 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46

Tocantins 3702 51 3507 52 25995 32 70 18195 38

Regiatildeo

Norte 72788 -- 67053 -- 810296 -- (100) 474034 --

()

Percentual do Estado em relaccedilatildeo agrave regiatildeo Norte

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

Juntos o Estado do Amazonas e Paraacute concentram 70 da aacuterea cultivada com bananas

na regiatildeo Norte do Brasil com respectivamente 13 e 57 cada Estado No Norte as

menores aacutereas cultivadas com bananas satildeo no Amapaacute e Roraima com 1900 ha cada um

contudo o menor rendimento meacutedio detectado na regiatildeo foi no Estado do Tocantins com 7

47

tha seguido dos Estados do Amapaacute Rondocircnia e Roraima com 9 tha em cada Estado O

Acre apresentou produtividade de 11 tha ficando ligeiramente acima da produtividade meacutedia

da regiatildeo Norte a exemplo do Amazonas e Paraacute

Se o Estado do Amazonas trabalhasse com cultivos tecnificados a exemplo de

algumas regiotildees brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia e regiotildees da Bahia e de

Minas Gerais na mesma aacuterea colhida de mais de 72 mil ha seria possiacutevel produzir mais de

270 mil toneladas em detrimento das 63 milt alcanccediladas em 2012

A produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte agregou mais de 474 milhotildees de reais ao PIB

brasileiro em 2012 mas esse valor poderia aumentar mais de seis vezes se os cultivos de

bananeiras atingissem a produtividade jaacute alcanccedilada em algumas regiotildees do paiacutes e no Estado

do Amazonas de 50 tha (Tabela 1)

4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo

Caipira e FHIA 18

Atendendo agrave importacircncia socioeconocircmica que a cultura da banana tem para a regiatildeo

Norte do paiacutes eacute fundamental prolongar as atenccedilotildees para proceder agrave reestruturaccedilatildeo dos

cultivos com variedades mais resistentes agraves principais doenccedilas e pragas que atingem os

bananais em todo o mundo visto que se trata de uma cultura de grande importacircncia para a

regiatildeo Norte do Brasil que natildeo pode ser negligenciada

Estas informaccedilotildees se referem ao funcionamento da bananicultura a sua importacircncia

socioeconocircmica e as implicaccedilotildees agriacutecolas e econocircmicas resultante da negligecircncia dos

cultivos para os amazocircnidas especialmente os das zonas rurais cuja economia encontra suas

bases essencialmente no setor primaacuterio (Tabela 2)

Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo

Caipira e FHIA 18

Cultivares Porte da

planta

Densidadeha(1)

(un)

- 1deg ciclo -

Peso meacutedio

do cacho

(kg)

Quantidade de

pencas por cacho

(un)

Peso meacutedio

da penca

(kg)

Thap

Maeo

Alto 1667 330 10 33

Caipira Meacutedio a

alto

1667 400 10 40

FHIA 18 Meacutedio 1667 400 10 40 (1)

Considerando espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m sugerido por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte Gasparotto et al (2003) adaptada pela autora

48

A tabela 2 traacutes as informaccedilotildees baacutesicas condensadas dos trabalhos de Gasparotto et al

(2004) sobre as caracteriacutesticas das cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 mais plantadas

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

As cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 satildeo respectivamente de porte alto

meacutedio a alto e meacutedio podendo cada uma abrigar 1667 covas por hectare no primeiro ciclo

produtivo sem prejuiacutezos para o cultivo e a produccedilatildeo quando plantadas em espaccedilamentos de

40 x 20 x 20 metros Nestas condiccedilotildees o peso meacutedio do cacho para cada cultivar eacute

respectivamente de 33 40 e 40 quilos cada cacho com meacutedia de 10 pencas por cacho

pesando respectivamente 33 kg 40 kg e 40 kg cada penca (Tabela 2)

4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo

no Estado do Amazonas

A capacidade produtiva da cultivar Thap Maeo oscila entre 30 e 35 toneladas por

hectare ano em condiccedilotildees normais (GASPAROTTO et al 1999) Estudos realizados no

Estado do Amazonas Municiacutepio de Manacapuru por Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) com essa cultivar e registraram 50 thaa em cultivos com disposiccedilotildees espaciais em

fileiras duplas de 40 x 20 X 20 m e distribuiccedilatildeo por estande de 1667 plantas no primeiro

ciclo A partir do segundo ciclo produtivo o estande teraacute mais de 3300 plantas produzindo

frutos Do terceiro ciclo em diante o estande abrigaraacute mais de 5000 plantas visto que em

cada cova devem ser mantidas a planta matildee a filha e a neta Nesta situaccedilatildeo a produccedilatildeo

estimada eacute de aproximadamente 50 toneladas por hectares ano A opccedilatildeo por estandes com este

espaccedilamento permite um incremento na produccedilatildeo da ordem de 173 se comparado com os de

espaccedilamento de 3 x 3 metros (Tabela 3)

Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de

Bananeiras para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas

Espaccedilamento

(m)

Estande

(plha)

Produccedilatildeo

esperada (ta)

Produtividade

(tha)

Incremento na

produccedilatildeo ()

40 x 20 x 20 1667 500 211 1730

40 x 25 x 20 1538 400 111 1384

40 x 30 x 20 1428 371 82 1284

30 x 30 1111 289 -- 1000 (1)

Em relaccedilatildeo ao espaccedilamento de 3 x 3 m

Fonte Arruda et al (2004) adaptada pela autora (ta)

49

A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e

mais de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100

plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa

O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 no

estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio se obteraacute mais

de 4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 2850

bananeiras produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa

Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas e

mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de

2200 plantas produzindo frutos o que significa produtividade de aproximadamente 289

thaa (Tabela 3)

A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e mais

de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100

plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa

O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 m no

estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio teraacute mais de

4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo aproximadamente 2850 bananeiras

produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa

Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas

e mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de

2200 plantas produzindo o que significa produtividade de aproximadamente 289 thaa

(Tabela 2)

Apesar do esforccedilo empregado pela Embrapa Amazocircnia Ocidental de melhoria dos

cultivos pelo uso de cultivares mais resistentes a pragas e doenccedilas e pela aplicabilidade das

teacutecnicas e tecnologias mais apropriadas para a dinamizaccedilatildeo da cultura ainda eacute possiacutevel

observar com grande frequecircncia baixa produtividade dos bananais em funccedilatildeo do niacutevel

tecnoloacutegico empregado e de problemas fitossanitaacuterios

4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Os dados descritos na tabela 4 se referem agrave anaacutelise de quinze propriedades rurais que

cultivam bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo distribuiacutedas entre os ramais do

Canoas e do Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da BR ndash 174 e

ao longo da AM ndash 240 estrada que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina

50

Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 P AT

(ha)

ACB

(ha)

ACB

QB

ha

QBP

(un)

BPF

(un)

PMB

(kgano)

PDTBha

(kgano)

01 25 20 80 750 1500 1500 4500 2250

02 316 40 13 1500 6000 3750 12000 3000

03 50 25 50 1000 2500 2500 1800 720

04 12 15 125 1200 1800 1800 1200 800

05 50 50 100 1100 5500 5500 2900 580

06 49 10 20 1100 1100 1100 900 900

07 175 30 17 1267 3801 3800 3000 1000

08 96 10 10 1850 1850 1850 500 500

09 80 05 06 800 400 400 900 1800

10 100 40 40 1125 4500 1100 2000 500

11 300 190 63 1000 19000 19000 40600 2137

12 50 15 30 2333 3500 3500 1700 1133

13 100 90 90 778 7002 7000 3500 389

14 110 50 45 1100 5500 3850 5000 1000

15 50 15 30 1133 1700 1700 2100 1400

Totais 1563 605 -- (18036) 65652 58350 82600 (18109)

Meacutedias 1042 40 38 1202 4377 3890 5507 1207 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas QB =

quantidade de bananeiras por hectare QBP = quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras

produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas PDTB = produtividade de bananas

Fonte autora

Elas somam uma aacuterea total de 1563 ha dos quais apenas 60 hectares satildeo cultivados

com bananeiras correspondendo a 38 das propriedades com um total de 58350 plantas

produzindo 82600 quilos de bananas por mecircs nas 15 propriedades analisadas que

corresponde a 5507 kg para cada uma

Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando

entre um e dez anos e em todas elas haviam plantas produzindo frutos Somente as

propriedades 02 10 e 14 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de

crescimento sem produccedilatildeo de frutos (Tabela 4)

Pelos dados dessa tabela verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades

dentro de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 12 a

316 ha (propriedades 4 e 2 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 05 e

maacuteximo de 19 ha cultivados com bananeiras (propriedades 9 e 11) indicando tambeacutem que os

percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura variaram de 1

(propriedade 8) a 125 (propriedade 04)

Foram detectados plantios com distribuiccedilatildeo em fileiras simples de 3 x 3 m com

densidade variando entre 750 e 2333 plantasha propriedades 01 e 12 respectivamente A

uacutenica exceccedilatildeo foi detectada na propriedade 07 que apresentou em um dos trecircs hectares

51

cultivados com bananas a distribuiccedilatildeo espacial em fileiras duplas de 4 x 2 x 2 m com um

total de 1660 plantas neste ha Nas demais propriedades analisadas os estudos mostram que

natildeo foram aplicadas as formas mais eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por

hectare resultando em ineficiente aproveitamento da aacuterea de plantio e consequentemente

menor produtividade excetuando-se as propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades

superiores agraves recomendadas para cultivos da cultivar Thap Maeo no Amazonas (PEREIRA et

al 2006) as demais propriedades apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves

condiccedilotildees ideais

A distribuiccedilatildeo de 750 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de

cultivo e segundo Pereira et al (2006) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa

densidade de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no

Amazonas podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando

principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 2333 plantasha

constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela

competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e

dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte

dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas

Com base nos espaccedilamentos entre plantas e aacutereas cultivadas observou-se que o

nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 400 na

propriedade 9 ateacute o maacuteximo de 19000 na propriedade 11 (Tabela 3) As 15 propriedades

analisadas totalizam 60 hectares cultivados com a cultura da bananeira predominantemente a

cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as cultivares Caipira e FIA 18 Nestes estatildeo

cultivadas mais de 65000 plantas das quais 58358 estatildeo produzindo frutos Dentro das

condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos cultivos na mesma aacuterea cultivada seria

possiacutevel abrigar aproximadamente 100000 covas melhorando a eficiecircncia de uso do solo em

35

A variaccedilatildeo de bananeiras em fase de produccedilatildeo de frutos foi de 400 ateacute 19000 nas

propriedades 09 e 11 respectivamente A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de

500 quilos na propriedade 08 ateacute 40600 kg na propriedade 11 com produtividade por hectare

de 500 quilos e 2137 kg nas respectivas propriedades

A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 02 com produccedilatildeo

mensal de 3000 quilos de bananas enquanto que na propriedade 13 com a menor

produtividade a produccedilatildeo foi de 389 quilos

52

Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e

reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo

espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de

por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha

Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando

comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e

1111 plantasha (Tabela 4)

Ainda observando o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m

permite melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as

praacuteticas culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em 14 toneladas

ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111

covasha No estado do Amazonas produtores que utilizaram a cultivar Thap Maeo

trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram

produtividade de 50 toneladas por hectare ano (ARUDA et al 2004)

Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na

Aacuterea amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos

Dados de Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012

P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo

teacutecnica (1)

ACPS

haano

() ACB

(ha)

QB

ha

QBP

(un)

PMB

(ta)

PDTBha

(ta)

QBP

(un)

PDTMB(sup2)

(ta)

01 20 750 1500 540 270 3334 100 540

02 40 1500 6000 1440 360 6668 200 720

03 25 1000 2500 216 86 4168 125 173

04 15 1200 1800 144 96 2501 75 192

05 50 1100 5500 348 70 8335 250 139

06 10 1100 1100 108 108 1667 50 216

07 30 1267 3801 360 120 5001 150 240

08 10 1850 1850 60 60 1667 50 120

09 05 (400) 400 108 216 834 25 432

10 40 1125 4500 240 60 6668 200 120

11 190 1000 19000 4872 256 31673 950 513

12 15 2333 3500 204 136 2501 75 272

13 90 778 7002 420 47 15003 450 93

14 50 1100 5500 600 120 8335 250 240

15 15 1133 1700 252 168 2501 75 336

Total 605 (17636) 65652 (9912) (2173) (100854) (3025) (4346)

Meacutedia 40 1176 4377 661 145 6724 202 290

P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare

QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =

produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento

da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados

(1) Arruda et al (2004) (sup2) Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa

Fonte autora

53

Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantasha e a produtividade alcanccedilada nos cultivos

de bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo usando o espaccedilamento de 3 x 3 m e

disposiccedilatildeo meacutedia de 1202 bananeiras por hectare e compararmos com as indicaccedilotildees ideais de

produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) para o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m e

disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 5

A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por

hectare visto que a propriedade 1 tem cerca de 750 bananeirasha sendo a menor

distribuiccedilatildeoha encontrada com 917 plantas a menos se comparadas com as condiccedilotildees

desejaacuteveis A propriedade 12 que apresentou a maior densidade de plantasha com 2333

covas representa alta densidade com diferenccedila a mais de 666 plantasha em acordo com as

indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 4) para condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas

A anaacutelise geral apresenta um total de 65652 plantas nas 15 propriedades estudadas

com meacutedia de 4377 plantaspropriedade Se fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de

densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na mesma aacuterea plantada nas 15 propriedades

estariam sendo cultivadas mais de 100000 plantas com meacutedia de 6724 bananeiras por

propriedade conforme tabela 4 Estas 15 propriedades deixaram de cultivar mais de 35000

bananeiras por natildeo aplicarem o melhor espaccedilamento e distribuiccedilatildeo de plantas por hectare

indicada para os cultivos Isto representaria um ganho de produtividade na mesma aacuterea

cultivada de aproximadamente 35

Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a

produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de pouco mais de 991 toneladas ano com meacutedia de

661 ta por propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na

propriedade 11 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de mais de 487 toneladas ano e a menor foi na

propriedade 8 com 6 ta e produtividade de pouco mais de 25 e 6 thaano nas respectivas

propriedades

Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis a propriedade com menor nuacutemero de bananeiras

nos hectares cultivados seria a propriedade 9 com 834 plantas e a maior quantidade a

propriedade 11 com 31673 plantas visto que possuem 05 e 19 ha cultivados

respectivamente A propriedade 2 com maior produtividade meacutedia por hectare foi a que mais

se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio alcanccedilando um aproveitamento do solo na

ordem de 72 com 4 ha plantados e produccedilatildeo de 144 tano enquanto que a propriedade 11

que registraria a maior produtividade em condiccedilotildees ideais quando observada nas condiccedilotildees

54

reais teve um aproveitamento do solo da ordem de 513 com produtividade de 256

thaano

Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nas 15 propriedades seria de

3025 ta compreendendo 2017 ta para cada propriedade poreacutem o que se apurou na

pesquisa foi uma produccedilatildeo meacutedia de 9912 ta nas 15 propriedades estudadas com meacutedia de

661 ta por propriedade Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade

produtiva dos solos visto que as 15 propriedades analisadas tiveram um aproveitamento de

4346 conferindo para cada propriedade aproveitamento de 29 da capacidade disponiacutevel

de solo se comparada com a produtividade indicada por Arruda et al (2004)

Esta baixa produtividade por hectare ano pode encontrar respaldo na forma de

distribuiccedilatildeo de plantas por hectare identificadas na pesquisa visto que em quase todas as

propriedades estudadas as densidades e consequentemente produtividades estavam abaixo

das recomendadas na literatura exceto a particularidade encontrada na propriedade 7 que

possuiacutea um hectare cultivado pela Embrapa como parcela de experimento e se encontrava em

condiccedilotildees ideais para ambos os fatores Outros elementos que podem responder a esta menor

eficiecircncia da produccedilatildeo satildeo as aplicabilidades dos tratos culturais necessaacuterios para se obter

produccedilotildees constantes e uniformes

4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Os dados descritos na tabela 6 se referem agrave anaacutelise de trinta propriedades rurais onde

se cultiva bananeiras no Municiacutepio do Rio Preto da Eva As propriedades estatildeo distribuiacutedas

entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados respectivamente nos

quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 estrada que daacute acesso aos municiacutepios de

Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas

Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando

entre um e dez anos e em todas elas havia plantas produzindo frutos Somente as propriedades

12 13 17 e 18 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de crescimento

sem produccedilatildeo de frutos

Elas somam uma aacuterea total de 1230 ha dos quais apenas 83 ha satildeo cultivados com

bananeiras correspondendo a 62 das propriedades com um total de 89291 plantas

produzindo 96000 quilos de bananas por mecircs compreendendo 3200 kg para cada

propriedade que corresponde a 1176 kg de bananas por hectare por mecircs

Pelos dados da tabela 6 verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades dentro

de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 18 a 150 ha

55

(propriedades 13 e 23 e 30 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 10 e

maacuteximo de 11 hectares cultivados com bananas (propriedades 3 15 16 20 21 27 e 11)

indicando tambeacutem que os percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura

variaram de 2 (propriedades 20 e 29) a 20 (propriedade 25)

Com base nos espaccedilamentos entre plantas e as aacutereas cultivadas observou-se que o

nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 800 na

propriedade 21 ateacute o maacuteximo de 12000 na propriedade 23 (Tabela 6)

Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 P AT

(ha)

ACB

(ha) ACB

QB

ha QBP

(un)

BPF

(un)

PMB

(kgmecircs)

PDTBha

(kgmecircs)

01 20 30 15 1200 3600 3600 1350 450 02 25 30 12 1200 3600 3600 3500 1167 03 25 10 4 1200 1200 1200 3500 3500 04 28 50 18 1100 5500 5500 2000 400 05 25 30 12 1100 3300 3300 1800 600 06 25 20 8 1200 2400 2400 800 400 07 25 15 6 907 1360 1360 900 600 08 26 30 12 1167 3500 3500 1800 600 09 25 30 12 1100 3300 3300 900 300 10 28 30 11 1100 3300 3300 2400 800 11 25 15 6 1067 1600 1600 3300 2200 12 25 15 6 1000 1500 1000 1200 800 13 18 20 11 1000 2000 1200 1000 500 14 25 20 8 1150 2300 2300 1500 750 15 25 10 4 1200 1200 1200 1000 1000 16 25 10 4 1111 1111 1111 1500 1500 17 25 20 8 1000 2000 1500 1200 600 18 25 25 10 960 2400 1000 1600 640 19 25 20 8 1150 2300 2300 1600 800 20 25 10 4 1000 1000 1000 1000 1000 21 52 10 2 800 800 800 3000 3000 22 50 30 6 1000 3000 3000 3000 1000 23 150 110 7 1090 12000 12000 16000 1455 24 100 30 3 1033 3100 3100 6400 2133 25 50 40 8 1050 4200 4200 6500 1625 26 35 70 20 1000 7000 7000 10000 1429 27 37 10 3 1120 1120 1120 450 450 28 45 30 7 1100 3300 3300 4800 1600 29 66 30 5 1100 3300 3300 4000 1333 30 150 30 2 1000 3000 3000 8000 2667

Totais 1230 830 (253) (32204) 89291 86091 96000 (35299)

Meacutedias 41 28 62 1073 2976 2870 3200 1176 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas ACB =

percentual de aacuterea cultivada com bananas na propriedade QB = quantidade de bananeiras por hectare QBP =

quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de

bananas (kgpropriedadeano) PDTB = produtividade de bananas (kghamecircs)

Fonte autora

56

Apesar de todos os proprietaacuterios informarem utilizar espaccedilamentos simples de 3 x 3

m a quantidade de plantas dispostas por hectare em algumas propriedades ficou abaixo ou

acima da densidade recomendada para este espaccedilamento que eacute de 1111covasha (Tabela 3)

(ARRUDA 2004) resultando em meacutedia 1073 plantasha em cada propriedade Nas demais

propriedades analisadas os estudos mostraram que natildeo foram aplicadas as formas mais

eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por hectare resultando em ineficiente

aproveitamento do solo e consequentemente baixa produtividade excetuando-se as

propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades superiores agraves recomendadas para cultivos

da cultivar Thap Maeo no Amazonas (ARRUDA 2004) As demais propriedades

apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves condiccedilotildees ideais

A distribuiccedilatildeo de 800 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de

cultivo e segundo Arruda (2004) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa densidade

de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no Amazonas

podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando

principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 1200 plantasha

constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela

competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e

dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte

dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas

Nestas 30 propriedades estatildeo cultivadas mais de 89000 plantas das quais 86091

estatildeo produzindo frutos predominando a cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as

cultivares Caipira e FIA 18 Dentro das condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos

cultivos na mesma aacuterea cultivada seria possiacutevel abrigar mais de 138000 covas melhorando a

eficiecircncia de uso do solo em 35

A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de 450 quilos na propriedade 27 ateacute

16000 kg na propriedade 23 com produtividade mensal por hectare de 450 kg e 1455 kg nas

respectivas propriedades

A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 3 que alcanccedila

produccedilatildeo mensal de 3500 quilos de bananas enquanto que a propriedade 09 tem a menor

produtividade com 300 kg

Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e

reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo

espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de

57

por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha

Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando

comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e

1111 plantasha condiccedilotildees praticadas nos cultivos analisados em Presidente Figueiredo

(Tabela 3)

Se analisarmos o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m permite

melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as praacuteticas

culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em mais de 14 toneladas

ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111

covasha No estado do Amazonas produtores que plantaram a cultivar Thap Maeo

trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram

produtividade de 50 toneladas de bananas por hectare ano (ARRUDA et al 2004) (Tabela 3)

Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantas por hectare e a produtividade alcanccedilada nos

cultivos de bananeiras do Municiacutepio de Rio Preto da Eva usando o espaccedilamento simples de 3

x 3 m e disposiccedilatildeo meacutedia de 1073 bananeiras por hectarepropriedade e compararmos com as

indicaccedilotildees ideais de produtividade fornecidas por Pereira et al (2006) para o espaccedilamento

de 4 x 2 x 2 m e disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 7

A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por

hectare visto que a propriedade 21 tem cerca de 800 bananeirasha sendo a menor

densidadeha encontrada com 867 plantashectare a menos se comparada com as condiccedilotildees

desejaacuteveis As propriedades 1 2 3 6 e 15 apresentaram a maior densidade de plantasha na

ordem de 1200 contudo ainda estatildeo em desacordo com as orientaccedilotildees para o espaccedilamento

ideal com menos 467 plantasha comparadas com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) para

condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas

A anaacutelise geral apresenta um total de 89291 plantas nas trinta propriedades

analisadas dispostas nos 83 hectares cultivados com bananeiras nos cultivos em estudo o que

significa meacutedias de 1073 bananeirasha cultivado e 2976 bananeiras por propriedade Se

fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na

mesma aacuterea plantada estariam sendo cultivadas mais de 138000 plantas em detrimento das

89291 existentes e a meacutedia de bananeiras por propriedade saltaria de 2976 plantas para mais

de 4600 conforme tabela 7

Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a

produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de 1152 toneladas ano com meacutedia de 384 ta por

58

propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na propriedade

23 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de 192 ta e a menor foi na propriedade 9 com 108 ta e

produtividade de pouco mais de 175 e 36 thaa nas respectivas propriedades

Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na

Aacuterea Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo teacutecnica

(sup1) ACPS

haano

() ACB

(ha)

QB

ha

QBP

(un)

PMB

(ta)

PDTMBha

(ta)

QBP

(un)

PDTMB(2)

(ta)

01 30 1200 3600 162 54 5001 150 108

02 30 1200 3600 420 140 5001 150 280

03 10 1200 1200 420 420 1667 50 840

04 50 1100 5500 240 48 8335 250 96

05 30 1100 3300 216 72 5001 150 144

06 20 1200 2400 96 48 3334 100 96

07 15 907 1360 108 72 2500 75 144

08 30 1167 3500 216 72 5001 150 144

09 30 1100 3300 108 36 5001 150 72

10 30 1100 3300 288 96 5001 150 192

11 15 1067 1600 396 264 2500 75 528

12 15 1000 1500 144 96 2501 75 192

13 20 1000 2000 120 60 3334 100 120

14 20 1150 2300 180 90 3334 100 180

15 10 1200 1200 120 120 1667 50 240

16 10 1111 1111 180 180 1667 50 360

17 20 1000 2000 144 72 3334 100 144

18 25 960 2400 192 77 4168 125 154

19 20 1150 2300 192 96 3334 100 192

20 10 1000 1000 120 120 1667 50 240

21 10 800 800 360 360 1667 50 720

22 30 1000 3000 360 120 5001 150 240

23 110 1090 12000 1920 175 18337 550 349

24 30 1033 3100 768 256 5001 150 512

25 40 1050 4200 780 195 6668 200 390

26 70 1000 7000 1200 171 11669 350 343

27 10 1120 1120 54 54 1667 50 108

28 30 1100 3300 576 192 5001 150 384

29 30 1100 3300 480 160 5001 150 320

30 30 1000 3000 960 320 5001 150 640

Totais 830 32204 89291 11520 (4236) 138361 4150 8472

Meacutedias 28 1073 2976 384 141 4612 138 282 P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare

QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =

produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento

da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados (1)

Arruda et al (2004) (2)

Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa

Fonte autora

59

Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis as propriedades com menor nuacutemero de bananeiras

nos hectares cultivados seriam as propriedades 3 15 16 20 21e 27 com 1667 plantas cada

uma e a maior quantidade seria a propriedade 23 com 18337 plantas visto que cada uma

possui 1 e 11 ha cultivados na mesma ordem Se comparados estes valores com a situaccedilatildeo

real nas propriedades estudadas eacute possiacutevel constatar que as propriedades 3 15 16 20 21 e

27 com menor aacuterea cultivada produziriam cada uma 50t de bananasa Dentre estas a que

mais se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio foi a propriedade 3 que obteve o

aproveitamento do solo na ordem de 84 e produtividade meacutedia de 42 thaano enquanto que

a propriedade 9 aproveitou apenas 72 da capacidade produtiva do solo visto que com 3

hectares cultivados produziu apenas 36 thaano

Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nos 83 hectares cultivados

seria de 4150 ta compreendendo em meacutedia a 138 toneladas para cada propriedade poreacutem

o que se apurou na pesquisa foi uma produtividade real da ordem de 1152 ta

correspondendo a 384 ta por propriedade

Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos

visto que o total de aacuterea cultivada em relaccedilatildeo agrave densidade de plantas e a produtividade

apresentou um aproveitamento da capacidade do solo de apenas 282 em relaccedilatildeo agraves

observadas por Arruda et al (2004) (Tabela 7)

O manejo inadequado pode ser o principal fator que justifica as baixas

produtividades encontradas nos cultivos do Municiacutepio do Rio Preto da Eva quando

comparados com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 2) visto que a distribuiccedilatildeo de

covas por hectare na maioria das propriedades estudadas estava muito proacutexima daquelas

indicadas na literatura exceto nas propriedades 7 18 e 21 que apresentaram densidades muito

abaixo das recomendadas para o espaccedilamento de 3 x 3m

60

414 CONCLUSOtildeES

Apenas dois dos quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo

tinham plantios com densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois

outros tinham plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores

Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva

tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente

O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no

municiacutepio de Presidente Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72

com meacutedia igual a apenas 29

O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no

municiacutepio de Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com

meacutedia igual a apenas 282

61

42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO

SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A

SUSTENTABILIDADE DA CULTURA

Resumo

A bananicultura do Estado do Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias

apropriadas com procedimentos produtivos e gerenciais rudimentares resultando em

produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade Diante

desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos efeitos negativos

dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no cultivo da banana que

se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia alimentar e na economia do Estado e

dos municiacutepios Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo

da produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Estado do Amazonas analisando as teacutecnicas utilizadas para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos

cultivos os tratos culturais e os procedimentos de preacute e poacutes-colheita e as formas de

organizaccedilatildeo destes produtores para a disseminaccedilatildeo de tecnologias e o fortalecimento nas

negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos Para o alcance do objetivo aqui proposto

foram elaborados questionaacuterios estruturados direcionados aos produtores rurais cooperativas

agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias que inquiriam o segmento agriacutecola da

produccedilatildeo da banana safra 2012 buscando conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos e a assistecircncia

do governo para a sustentabilidade da cultura nos municiacutepios em estudo e a organizaccedilatildeo dos

produtores a fim de entender como eles se relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a

sociedade Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham

conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do

Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas Todos

sabiam sobre a necessidade da adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana

mas apenas sete deles sabiam da necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro

deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais

eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes embora a

quase totalidade tenha participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por

organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais Eles mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas Eles realizam a

higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando as vendem na forma de pencas lavando-as e

colocando-as em caixas Apenas dois dos 15 produtores beneficiam a banana convertendo-a

em subprodutos com valor agregado como doces geleia e calda Com relaccedilatildeo aos produtores

de Rio Preto da Eva eles afirmaram que tinham conhecimento quanto ao espaccedilamento e

densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e quanto aos tratos culturais

contra pragas e doenccedilas Tambeacutem sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo de cobertura

necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da adubaccedilatildeo inicial

da cova e apenas nove deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para

uma adubaccedilatildeo mais eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em

cerca de metade das propriedades rurais desse municiacutepio embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais Eles tambeacutem se mostraram bem organizados nas formas de associaccedilotildees e

cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees

Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade da banana tratos culturais

organizaccedilotildees rurais

62

Abstract

The banana plantations of Amazonas State is often practiced without appropriate

technologies with rudimentary production and management procedures resulting in low

productivity and poor quality products and expressionless competitiveness Given this

scenario is necessary to find alternatives that counter the negative effects of this dynamic

often in state agricultural practice particularly in the banana cultivation which is presented as

very important fruit in the food chain and the states economy and municipalities This

perspective fits this proposed study of banana production management processes in the

Amazonas State municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva analyzing the

techniques used for the plant formation and maintenance cultivation and the pre and post-

harvest procedures as well as the forms of organization of these producers to the

dissemination of technologies and strengthening the trade negotiations of products and inputs

To reach the goal here proposed a structured questionnaires were developed targeted to

farmers agricultural cooperatives community associations and agribusinesses which

inquired the agricultural segment of banana production harvest 2012 seeking to know the

real situation of crops and government assistance for the sustainability of culture in the

municipalities under study Also to understand the organization of producers in order to know

how they relate to the production the market and society All 15 producers of Presidente

Figueiredo said they knew about the spacing and banana planting density in the state of

Amazonas only one of them unaware of the crop treatment against pests and diseases

Everyone knew about the need for necessary soil fertilization for the banana crop but only

seven of them knew of the need for initial soil fertilization before plant seedling and only

four of them the need to make a chemical analysis of soil for more efficient fertilizer

application Financial assistance and technical government are almost absent although almost

all have participated in programs and incentives for rural production by government and

nongovernmental organizations They proved to be well organized in the forms of

associations and cooperatives predominating among them the latter They perform the

cleaning of bananas only when sold in the form of hands washing them and putting them in

boxes Only two of the 15 producers benefit banana converting it into value-added by-

products such as candy jelly and syrup With respect to Rio Preto da Eva producers they said

they knew about the spacing and banana planting density in the state of Amazonas and for

cultivation against pests and diseases They also knew about the need for soil fertilization

required for banana culture most of them knew of the need for initial soil fertilization before

plant seedling and only nine of them the need to make a chemical analysis of soil for more

efficient fertilizer Financial assistance and government technical occur in about half of the

banana producers although almost all them have participated in programs and incentives for

rural production by government and nongovernmental organizations They also were well

organized in the forms of associations and cooperatives predominating among them the

associations

Key words banana cultivation banana productivity cultural practices farmer organizations

63

421 INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte

demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias na produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem

resultados significativos orientando para o adequado manejo do solo controle de pragas e

doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar

ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo

contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola

Para Sachs (2008) o desenvolvimento local deve ser trabalhado a partir da

valorizaccedilatildeo dos recursos naturais endoacutegenos No Estado do Amazonas cujas economias

encontram suas bases no setor primaacuterio isto se traduz na potencializaccedilatildeo da biodiversidade-

biomassa-biotecnologias e a cadeia produtiva agriacutecola por sua complexidade e

heterogeneidade desempenha papel importante no desenvolvimento da economia agriacutecola

O desenho da agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do

Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos

produtivos e gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo os cuidados

necessaacuterios na escolha das sementes ou mudas a observaccedilatildeo da densidade de plantas por

hectare as adubaccedilotildees o rodiacutezio de culturas para melhorar a fertilidade dos solos com uso

inadequado dos insumos agriacutecolas e desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade

procedimentos de preacute e poacutes colheita ineficientes resultando em produtividade baixa e

produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade conforme documentado com

cupuaccedilu por Said et al (2011)

Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos

efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no

cultivo da banana que se apresenta como uma fruta de grande importacircncia na cadeia

alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios

O desenvolvimento que garante a sustentaccedilatildeo econocircmica de determinado local e

tambeacutem possui relaccedilatildeo estreita com o crescimento que por sua vez demanda investimentos

pode ser alcanccedilado por meio da valorizaccedilatildeo do potencial biotecnoloacutegico sobretudo nos locais

onde a biodiversidade eacute abundante (SACHS 2009) como eacute o caso do Estado do Amazonas

Este modelo de desenvolvimento deve integrar os agricultores familiares e modernizar a sua

visatildeo de produccedilatildeo para promover ldquoa transformaccedilatildeo do agricultor familiar em empreendedor

ruralrdquo (BECKER 2009) O produtor rural alerta Sachs (2009) ldquona medida do possiacutevel deve

escolher o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo

64

Mello (2009) reforccedila este pensamento e nos alerta para o fato de que os nossos

ecossistemas jaacute datildeo sinais de fragilidade caracterizada pela ameaccedila do desaparecimento de

algumas espeacutecies indicando que eacute preciso mudar ou alternar os perfis ateacute aqui utilizados

Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar com a

riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas O

primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de comeacutercio ainda

que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute possiacutevel dispensar

as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo resgatar a grande parte

da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda

Se continuarmos este modelo de exploraccedilatildeo vigente que rompe o equiliacutebrio dos

nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do

solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a

salinizaccedilatildeo entre outros nos perpetuando na rota de um atraso produtivo e tecnoloacutegico sem

precedentes estaremos contribuindo para a degradaccedilatildeo de todas as espeacutecies Em vaacuterios

biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em erosatildeo e perda da fertilidade do solo

Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que temos produzido se questiona ateacute

quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir o aumento da produtividade Ou

quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para aumentar a produccedilatildeo Quanto de

nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e outros gratildeos (MELLO 2009)

Semelhante observaccedilatildeo feita por Homma (2001) e Homma e Frazatildeo (2002) orienta

para a necessidade de melhorias no modelo de cultivo com a introduccedilatildeo de inovaccedilotildees capazes

de modificar os processos vigentes no sentido de melhorar a produtividade e elevar a

qualidade dos produtos para tornaacute-los mais competitivos no mercado e evitar a demanda

desenfreada por novas aacutereas de cultivos a supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica

a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e dos alimentos

Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo da

produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado

do Amazonas analisando os cultivos desde a sua formaccedilatildeo as teacutecnicas empregadas na

manutenccedilatildeo destes envolvendo a observaccedilatildeo aos tratos culturais e agraves teacutecnicas de preacute e poacutes

colheita bem como o conhecimento do produtor rural para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos

cultivos e as formas de organizaccedilatildeo destes produtores para o fortalecimento na disseminaccedilatildeo

de tecnologias e nas negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos

65

422 MATERIAL E MEacuteTODOS

4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

No contexto administrativo da produccedilatildeo agriacutecola foram estudados os cultivos de

bananeiras nos aspectos de sua formaccedilatildeo visando a melhor produtividade o conhecimento

dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos estandes a aplicabilidade dos tratos culturais a

observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita com vistas a aumentar eou conservar a

qualidade dos produtos para que eles cheguem ao mercado de forma mais competitiva e

ainda as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores (associaccedilotildees cooperativas

agroinduacutestria ou independentes) para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos como forma

de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e se haacute algum tipo

de articulaccedilatildeo entre eles que favoreccedila o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos

produtos ou compra de insumos

4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

A orientaccedilatildeo baacutesica da pesquisa se respalda no estudo analiacutetico dos cultivos de

bananeiras dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas onde

foram analisadas as etapas do processo de produccedilatildeo relacionadas com a formaccedilatildeo dos

cultivos os tratos culturais e observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita das bananas na

safra de 2012

Para o alcance do objetivo aqui proposto foram elaborados questionaacuterios estruturados

que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana no acircmbito da formaccedilatildeo dos

cultivos e observaccedilatildeo agraves suas teacutecnicas de manutenccedilatildeo bem como a aplicabilidade das

indicaccedilotildees de preacute e poacutes colheita para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Acircmbito Agriacutecola

Teacutecnicas de formaccedilatildeo

dos cultivos

Tecnologias de

preacute colheita

praacuteticas culturais

Tecnologias de poacutes

colheita

Assistecircncia do governo

e organizaccedilatildeo social do

produtor

- Tratamento do solo para

formaccedilatildeo dos cultivos

- Espaccedilamento das plantas

- Densidade de plantas

por hectare

- Nutriccedilatildeo vegetal

- Controle de

pragas e doenccedilas

- Teacutecnicas de

adubaccedilatildeo

- Colheita

- Higienizaccedilatildeo dos

frutos

- Acondicionamento

e dos frutos

- Transporte

- Financeira

- Teacutecnica

- Incentivos fiscais

- Associaccedilotildees

- Cooperativas

- Agroinduacutestrias Fonte autora

66

No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi

estruturadas aos produtores rurais cooperativas agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e

agroinduacutestrias e a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas

informaccedilotildees sobre as teacutecnicas de formaccedilatildeo dos cultivos (tratamento do solo para formaccedilatildeo

dos cultivos espaccedilamento de plantas e densidade de plantas por hectare) as tecnologias de

preacute colheita envolvendo as praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas e

teacutecnicas de adubaccedilatildeo) e as tecnologias de poacutes colheita (colheita higienizaccedilatildeo dos frutos

acondicionamento e transporte dos produtos) e a assistecircncia do governo para a

sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo (financeira teacutecnica e de

incentivos fiscais) e a organizaccedilatildeo dos produtores (em associaccedilotildees comunitaacuterias cooperativas

e a presenccedila de agroinduacutestria) a fim de entender como os produtores rurais se organizam e se

relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a sociedade

4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

O contexto desta pesquisa focaliza as propriedades rurais produtoras de bananas em

escala comercial as associaccedilotildees comunitaacuterias as cooperativas agriacutecolas dos municiacutepios alvo

da pesquisa e as agroinduacutestrias que guardam relaccedilatildeo com a produccedilatildeo de bananas

As propriedades rurais compreendem os locais dentro das zonas rurais dos

municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao cultivo agriacutecola de bananas

onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para processamento dos produtos Para

fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades rurais inquiridas para obtenccedilatildeo do

diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para fins comerciais pela importacircncia da

anaacutelise de elementos que envolvem os cuidados na formaccedilatildeo dos cultivos a observaccedilatildeo dos

tratos culturais das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita e a participaccedilatildeo do governo com vistas agrave

sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo

A anaacutelise dos processos de gestatildeo aplicados neste estudo permitiram identificar os

elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis do processo Neste momento processou-se uma anaacutelise

descritiva da participaccedilatildeo interativa de cada elemento com o objetivo de identificar o trabalho

e a tecnologia por eles empregada

Esta anaacutelise permitiu compreender a evoluccedilatildeo no processo de desenvolvimento dos

municiacutepios e a contribuiccedilatildeo da atividade agriacutecola nos cultivos de bananeiras para o

desenvolvimento sustentaacutevel destes

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolveu alguns elementos

quantitativos como o espaccedilamento e densidade de plantas por hectare A anaacutelise qualitativa

67

permitiu abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas da cadeia produtiva e a gestatildeo

empregada no processo de formaccedilatildeo dos cultivos adubaccedilatildeo controle fitossanitaacuterio

assistecircncia do governo aos produtores rurais e a participaccedilatildeo do produtor em associaccedilotildees eou

cooperativas agriacutecolas

A anaacutelise quantitativa tornou mais consistente os estudos de algumas questotildees

especialmente no acircmbito agriacutecola da produccedilatildeo e se aplica aos dados coletados nas

propriedades relacionados ao espaccedilamento e agraves densidades de plantas

4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Nestes municiacutepios foram feitas

coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios

em 15 propriedades rurais produtoras dessa cultura em Presidente Figueiredo e 30 no Rio

Preto da Eva

Manaus eacute a capital do Amazonas e o ponto central das decisotildees poliacuteticas que

repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias e se configura como o maior centro

consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado por esta razatildeo foi inserida na coleta de dados

deste trabalho

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais

distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina em uma

agroinduacutestria de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde e nas sedes do

IDAM e do municiacutepio

O levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

observaccedilatildeo direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no

periacuteodo de janeiro de 2012 a junho de 2014

Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico e da

comercializaccedilatildeo dos produtos onde foram verificadas as tecnologias de preacute colheita como as

68

praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas densidade de plantas etc) e

as tecnologias de poacutes colheita (frutos destinaccedilatildeo e aproveitamento dos produtos e

subprodutos e agregaccedilatildeo de valor) aacuterea cultivada com a espeacutecie e produtividade obtida e

ainda a forma de organizaccedilatildeo social dos produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo desta

se satildeo produtores independentes ou se estatildeo alocados em associaccedilotildees eou cooperativas Os

dados coletados foram analisados nos aspectos agronocircmicos econocircmicos e administrativos

69

423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra

de 2012

Em 2012 o Estado do Amazonas cultivou 9545 hectares com bananas nos 62

municiacutepios existentes com uma aacuterea colhida de 3931 ha Do total cultivado 68 estatildeo

concentrados em dez municiacutepios do Estado conforme tabela 2 Manicoreacute eacute o maior produtor

de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste

municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha que juntamente com o municiacutepio de

Parintins se apresenta como a menor produtividade entre os dez municiacutepios de maior

produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)

O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos

da metade da cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do Estado

com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos

alcanccedilaram produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com

3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos

200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no

Estado de 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha a

2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)

Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas

ndash Safra 2012

Municiacutepio

Aacuterea

Plantada

(ha)

Aacuterea

colhida

(ha)

Quantidade

produzida

(t)

Rendimento

meacutedio

(tha)

Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

01 Manicoreacute 1560 1092 10920 10 9937

02 Presidente

Figueiredo 800 700 8400 12 8820

03 Manacapuru 1546 645 7735 12 7348

04 Rio Preto da

Eva 355 272 3264 12 2611

05 Novo Aripuanatilde 345 200 3200 16 4160

06 Parintins 575 253 2530 10 2783

07 Laacutebrea 330 200 2400 12 1920

08 Coari 450 198 2376 12 2138

09 Apuiacute 225 195 2300 12 1725

10 Codajaacutes 320 176 2112 12 2218

Total 6506 3931 45237 120 43660

Estado do Amazonas 9545 5440 63745 757 59569 () Em relaccedilatildeo agrave aacuterea colhida

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

70

Manicoreacute eacute o maior produtor de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e

produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha

que juntamente com o municiacutepio de Parintins se apresentou como o de menor produtividade

entre os dez municiacutepios de maior produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)

O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos

da metade da aacuterea cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do

Estado com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos

alcanccedilaram a produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com

3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos

200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no

Estado com 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha

a 2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)

De acordo com dados do IBGE (2013) em 2012 os municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva cultivavam respectivamente 800 e 355 hectares com bananas

sendo referenciados como o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (Tabela 1)

Os dados da tabela 2 apresentam a participaccedilatildeo dos cinco municiacutepios com maior

produccedilatildeo de bananas no Amazonas considerando o percentual da aacuterea plantada aacuterea colhida

quantidade produzida rendimento meacutedio e quanto a bananicultura destes municiacutepios agregou

agrave economia do Estado na safra de 2012

Os municiacutepios de Manicoreacute e Manacapuru possuem respectivamente 1634 e

1620 da aacuterea cultivada com bananas em todo o Estado e 2007 e 1186 da aacuterea colhida

o que representa 32 da aacuterea cultivada no Amazonas e 32 da aacuterea colhida O primeiro

municiacutepio responde por 1713 de toda a banana produzida no Estado e o segundo por

1213 Juntos eles satildeo responsaacuteveis por mais de 29 do total de bananas do Amazonas e

cada um contribui na mesma ordem com 1668 e 1234 do valor da produccedilatildeo desta

cultura no Amazonas o que representa 29 de todo o valor arrecadado pelo Estado com a

produccedilatildeo de bananas

Os municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo responsaacuteveis por

838 e 372 da aacuterea total cultivada com esta cultura no Estado o que representa 1210

do total de aacuterea cultivada com a fruta no Amazonas Contudo a aacuterea colhida nos dois

municiacutepios soma 178 do total do Estado com cada municiacutepio respondendo a 1287 e

500 na mesma ordem A quantidade produzida foi de 1318 e 512 do total de

71

toneladas produzidas no Estado o que representa 1481 e 438 de todo o valor arrecadado

com a venda de bananas no Estado Juntos eles respondem por 199 do total arrecadado na

comercializaccedilatildeo da fruta no Amazonas (Tabela 2)

Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no

Estado do Amazonas Safra 2012

Ndeg Municiacutepio

Aacuterea

Plantada

(ha)

da Aacuterea

colhida

(ha)

da Quantidade

produzida

(t)

do Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

01 Manicoreacute 1634 2007 1713 1668

02 Presidente

Figueiredo 838 1287 1318 1481

03 Manacapuru 1620 1186 1213 1234

04 Rio Preto da

Eva 372 500 512 438

05 Novo Aripuanatilde 602 368 502 698

Total 5066 5348 5258 5519

Estado do Amazonas (9545) (5440) (63745) (59569) () Total em relaccedilatildeo ao Estado do Amazonas

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

O municiacutepio de Novo Aripuanatilde possui 602 da aacuterea plantada no Estado com 368

Isto corresponde a 502 de toda a produccedilatildeo de bananas do Amazonas representando 698

do valor total arrecadado com a venda das frutas

Os dados da tabela 2 mostram que os cinco municiacutepios do Estado do Amazonas com

maior produccedilatildeo de bananas concentram 5066 da aacuterea cultivada com bananas no Estado e

5348 da aacuterea colhida onde satildeo produzidas 5258 de toda a produccedilatildeo Estadual

respondendo por 5518 de tudo que eacute arrecadado no Estado com a venda da fruta

A bananicultura no Amazonas contribuiu com mais de R$ 59 milhotildees para o PIB do

Estado em 2012 e os dez municiacutepios com maior produccedilatildeo no Estado satildeo responsaacuteveis pela

injeccedilatildeo de mais de 73 deste total movimentando mais de R$ 43 milhotildees na economia do

Estado no mesmo ano

Nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva estatildeo alocadas as

propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio

possui respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da

populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram

respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (Tabela 2)

72

4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas

A tabela 3 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos

cultivos de bananeiras considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e

consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o

acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas e doenccedilas e a realizaccedilatildeo

de adubaccedilotildees

A pesquisa mostrou que ao serem inquiridos quanto agrave formaccedilatildeo dos cultivos todos

os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a formaccedilatildeo dos cultivos

e a densidade de plantas por hectare (Tabela 3) Poreacutem o que se constatou em todas as

propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o espaccedilamento de 3 x 3 m As

orientaccedilotildees de Arruda et al (2004) indicam que para este espaccedilamento cada estande de 1 ha

comporta 1111 plantas

Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de

Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Conhecimento do produtor

Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo

Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel

solo

Cova Cobertura

01 x x x x -- -- x

02 x x x x x x x

03 x x x x -- -- x

04 x x x x -- -- x

05 x x x x x x x

06 x x x x -- -- x

07 x x x x x x x

08 x x x x -- -- x

09 x x -- -- -- x x

10 x x x x -- -- x

11 x x x x x x x

12 x x x x -- x x

13 x x x x -- -- x

14 x x x x -- -- x

15 x x x x -- x x Dos 3 ha cultivados com bananas na propriedade foi feita a anaacutelise do solo e adubaccedilatildeo de cova somente em 1

ha que era monitorado pela Embrapa x conhece -- desconhece

Fonte autora

Nas propriedades analisadas as quantidades de covas dispostas por hectare para este

tipo de espaccedilamento variou de 750 ateacute 2333 covas conferindo impropriedade na formaccedilatildeo

73

dos cultivos que se encontram com densidades abaixo ou acima das quantidades ideais para

cultivos no Amazonas que eacute de 1667 plha distribuiacutedas em espaccedilamentos de 4 x 2 x 2 m

(ARRUDA et al 2004) Em quase todas as propriedades envolvidas na pesquisa exceto a 09

os produtores afirmaram ter conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o

controle de pragas e doenccedilas nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a

ocorrecircncia de pragas e doenccedila Uma das razotildees para essa ausecircncia de doenccedilas eacute que as

cultivares plantadas nestas propriedades satildeo a Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 resistentes agrave

sigatoka negra e sigatoka amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do

Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis ao Moko Estas satildeo as principais doenccedilas que atingem os

bananais em niacutevel mundial (GASPAROTTO et al2002)

Quanto agrave realizaccedilatildeo do controle de pragas e doenccedilas todas as propriedades

envolvidas na pesquisa responderam positivamente quando foram inqueridas sobre a

realizaccedilatildeo desta praacutetica contudo este trabalho constatou a natildeo existecircncia de pragas e doenccedilas

nos bananais deste municiacutepio Talvez este fato seja justificado pelas cultivares plantadas nesta

regiatildeo predominantemente as Caipira Thap Maeo e FHIA 18 resistentes agraves doenccedilas mais

comuns que atingem os bananais (GASPAROTTO et al2002)

A pesquisa revelou que os produtores das propriedades 1 3 4 6 8 9 10 12 13 14

e 15 afirmaram nunca terem feito anaacutelise de solo para procederem a adubaccedilatildeo e calagem

sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Apenas as propriedades 5 7 e 11 fizeram a

anaacutelise quiacutemica do solo antes da formaccedilatildeo dos cultivos para a determinaccedilatildeo da calagem e

adubaccedilatildeo (Tabela 3)

Os produtores 1 3 4 6 8 10 13 e 14 natildeo fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada

somente nas propriedades 2 5 7 9 11 12 e 15 Em todos os cultivos foram realizadas as

adubaccedilotildees de cobertura poreacutem as dosagens de aplicaccedilatildeo de calagem e dos macros e micros

nutrientes assim como a frequecircncia de realizaccedilatildeo dos processos de adubaccedilatildeo satildeo diferentes e

na maioria dos casos essas quantidades satildeo determinadas empiricamente

4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a

Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio

de Presidente Figueiredo Amazonas

O estudo realizado nas quinze propriedades neste municiacutepio tambeacutem buscou

diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e

outros tipos de assistecircncias que por ventura os produtores rurais de banana possam receber

bem como a forma de organizaccedilatildeo do produtor rural se em associaccedilotildees ou cooperativas com

74

vistas a favorecer a disseminaccedilatildeo do conhecimento e o fortalecimento nas negociaccedilotildees

comerciais e de aquisiccedilatildeo de insumos (Tabela 4)

Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores

Safra 2012

Prop

Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor

Financeira(1)

Teacutecnica(2)

Inc Fisc(3)

Outros(4)

Associaccedilatildeo Cooperativa

1 -- -- -- -- -- --

2 -- -- -- x x --

3 -- x -- x -- x

4 -- -- -- x -- x

5 -- -- -- x -- x

6 -- -- -- x -- x

7 x x -- x x --

8 -- x -- x x --

9 -- -- -- x x --

10 -- -- -- x -- x

11 -- -- -- x x --

12 -- -- -- x x --

13 x x -- x -- x

14 -- x -- x -- x

15 -- -- -- x -- x

() (133) (333) (00) (933) (400) (533) (1)

Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)

Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)

Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)

Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc x Sim -- Natildeo

Fonte autora

Os dados da tabela 4 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades

financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou apenas dois dos

quinze produtores consultados propriedades 7 e 13 Os demais produtores natildeo realizaram

nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal

ou estadual para o incremento da produccedilatildeo

A ajuda teacutecnica alcanccedilou as propriedades 3 7 8 13 e 14 Destas quatro receberam

ajuda teacutecnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do

Estado do Amazonas ndash IDAM A exceccedilatildeo estaacute na propriedade 7 cuja ajuda veio da Empresa

Brasileira de Pesquisas Agropecuaacuterias ndash Embrapa Amazocircnia Ocidental

Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter

recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na alavancagem do

negoacutecio agriacutecola da banana

75

O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo dos governos nos processos da

sustentabilidade agriacutecola de produccedilatildeo da banana e para o municiacutepio de Presidente Figueiredo

constatou significativa expressatildeo nas trecircs esferas administrativas Uniatildeo Estado e Municiacutepio

no esforccedilo para garantir a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 4)

Somente o produtor da propriedade 1 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com

programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais produtores

estavam envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural

do Estado do Amazonas geridos pela Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash ADS como

forma de implementar o Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar PREME ndash

SEDUCSEMED para abastecimento da Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo e Qualidade do

Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo - SEMED e

Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos o Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos -

PAACONAB uma parceria do governo do Estado do Amazonas com o governo Federal

atraveacutes da Companhia Nacional de Abastecimento ndash CONAB

Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do

produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas

agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente de

disseminaccedilatildeo de tecnologias e aumento do poder de negociaccedilatildeo nas relaccedilotildees comerciais que

asseguram maior seguranccedila qualidade na produccedilatildeo e maior poder de negociaccedilatildeo e lucros nas

transaccedilotildees comerciais

Neste sentido os dados para o municiacutepio mostram que dos quinze produtores

analisados seis possuem representaccedilatildeo juriacutedica integrada agrave associaccedilatildeo comunitaacuteria onde estatildeo

alocados (propriedades 2 7 8 9 11 e 12) e oito satildeo ligados a alguma cooperativa agriacutecola

(propriedades 3 4 5 6 10 13 14 e 15) Apenas o produtor da propriedade 1 declarou natildeo

fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa (Tabela 4)

Ainda com base nos dados apresentados na tabela 4 se evidencia que as agecircncias de

fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram apenas 133 dos produtores inquiridos no

municiacutepio de Presidente Figueiredo enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e

se estendeu a 333 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como

PREMESEDUCSEMED PPACONAB e a implementaccedilatildeo de feiras do produtor rural

apresentaram significativa expressatildeo para o produtor contemplando 933 dos entrevistados

Destes 40 mantinham relaccedilotildees com a associaccedilatildeo da comunidade a que se integram e 533

satildeo integrados agrave uma cooperativa agriacutecola

76

4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da

Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento

O estudo analisou a cadeia de processamento das bananas observando a agregaccedilatildeo

de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de acondicionamento para o transporte e

a realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis

O resultado estaacute disposto na tabela 5

Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Higienizaccedilatildeo

das bananas

Embalagem p

transporte

Realiza

beneficiamento

Tipo de beneficiamento

Sim Cacho Caixa Sim Natildeo Doces Geleia Calda Chips

1 x x x x -- -- -- -- --

2 x x x x -- -- -- -- --

3 x x x x -- -- -- -- --

4 x x x x -- -- -- -- --

5 x x x x -- x x x --

6 x -- x x -- -- -- -- --

7 x x x x -- -- -- -- --

8 -- x -- x -- -- -- -- --

9 -- x -- x -- -- -- -- --

10 x x x x -- x x x --

11 x x x x -- -- -- -- --

12 x x x x -- -- -- -- --

13 x x x x -- -- -- -- --

14 x x x x -- -- -- -- --

15 x x x x -- -- -- -- --

() (867) (933) (867) (100) (--) (133) (133) (133) (00) x realiza -- natildeo realiza

Fonte autora

O processo de colheita das bananas exige a observaccedilatildeo de cuidados como a

disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte do bananal ao local de despencamento a higienizaccedilatildeo

dos frutos para descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a

forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as escoriaccedilotildees A observaccedilatildeo

destes cuidados agrega valor e favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos

De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo dos frutos deve ocorrer apoacutes

o despencamento pela imersatildeo destas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para

cada 100 litros de aacutegua) A lavagem vai remover os micro-organismos e precipitar a sika

A realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas pode evitar a perda na produccedilatildeo e

melhorar a renda dos produtores Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do

77

mercado para consumo in natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados

e os demais podem ser beneficiados para produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips

Dos 15 produtores consultados 13 afirmaram realizar a higienizaccedilatildeo das bananas

Apenas os produtores 8 e 9 natildeo realizavam este processo porque comercializavam a produccedilatildeo

direto nas feiras por unidades de cachos inteiros portanto natildeo despencavam e nem lavavam

os frutos (Tabela 5)

O acondicionamento dos frutos para transporte era feito de duas formas nos casos

em que os produtores comercializavam as bananas em cachos estes natildeo passavam pelo

processo de lavagem sendo transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em

que satildeo comercializadas por quilos ou unidades de pencas os cachos satildeo despencados ainda

na propriedade rural e as pencas satildeo lavadas e acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de

plaacutestico (de 15 a 20 kg) onde satildeo transportadas ateacute o local de repasse para o consumidor final

ou intermediaacuterio

Entre os produtores analisados somente o produtor da propriedade 6 natildeo

comercializava as bananas em cachos Nestes casos as bananas eram despencadas e

acondicionadas em caixas de papelatildeo com aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de

plaacutestico com 20 Kg As propriedades 8 e 9 comercializavam os cachos inteiros As demais

propriedades utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com

o PREME todos os fornecimentos satildeo feitos em caixa de papelatildeo ou plaacutestico Para outros

fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens podem ser transportados em cachos

Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores

afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem o uacutenico beneficiamento

realizado era a lavagem e acondicionamento dos frutos em embalagens especiacuteficas para o

transporte

No universo da pesquisa para este municiacutepio somente os produtores das

propriedades 5 e 10 realizam o beneficiamento dos produtos em agroinduacutestria com produccedilatildeo

de doces geleias e calda de bananas Trata-se de mesma empresa constituiacuteda por dois

produtores do municiacutepio de Presidente Figueiredo Nenhum dos entrevistados beneficia o

produto para transformaccedilatildeo em banana chips (Tabela 5) Este nicho de mercado jaacute eacute realidade

e registra boa aceitaccedilatildeo nos mercados do Norte do Brasil

A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que a higienizaccedilatildeo da banana eacute

realizada em mais de 86 das propriedades analisadas com acondicionamento para

transporte em caixas em 933 dos casos enquanto que 100 dos produtores realizam

78

algum tipo de beneficiamento nas bananas Poreacutem somente em pouco mais de 13 este

produto eacute transformado em outros subprodutos comercializaacuteveis (Tabela 5)

4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no

Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas

A tabela 6 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos

cultivos estudados considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e

consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o

acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas doenccedilas e de adubaccedilotildees

Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de

Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Conhecimento do produtor

Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo

Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel solo Cova Cobertura

01 x x x x -- -- x

02 x x x x -- x x

03 x x x x -- x x

04 x x x x -- -- x

05 x x x x -- -- x

06 x x x x -- -- x

07 x x x x -- -- x

08 x x x x -- -- x

09 x x x x -- -- x

10 x x x x -- x x

11 x x x x x x x

12 x x x x -- x x

13 x x x x -- -- x

14 x x x x -- x x

15 x x x x x x x

16 x x x x x x x

17 x x x x -- x x

18 x x x x -- x x

19 x x x x -- -- x

20 x x x x x x x

21 x x x x x x x

22 x x x x x x x

23 x x x x -- x x

24 x x x x x x x

25 x x x x -- x x

26 x x x x -- x x

27 x x x x -- -- x 28 x x x x x x x 29 x x x x x x x 30 x x x x -- x x

x Conhece -- Desconhece Fonte autora

79

Todos os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a

formaccedilatildeo dos cultivos e a densidade de plantas por hectare (Tabela 7) Poreacutem o que se

constatou em todas as propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o

espaccedilamento de 3 x 3 m contudo a quantidade de covas dispostas por hectare para este de

espaccedilamento resultaria numa quantidade de 1111 covasha o que natildeo foi observado na

realidade tendo em vista a variaccedilatildeo de 800 ateacute 1200 covasha (Tabela 1)

Em todas as propriedades envolvidas na pesquisa os produtores afirmaram ter

conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o controle de pragas e doenccedilas

nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a ocorrecircncia de pragas eou de

doenccedilas o que possivelmente se justifica pelo fato de estes cultivos serem constituiacutedos pelas

cultivares Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 que satildeo resistentes agrave sigatoka negra e sigatoka

amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis

ao Moko

Dos 30 produtores entrevistados somente nove realizaram anaacutelise do solo antes da

formaccedilatildeo dos cultivos (propriedades 11 15 16 20 21 22 24 28 e 29) para a determinaccedilatildeo

adequada da calagem e adubaccedilatildeo antes de iniciar o plantio Os demais afirmaram natildeo ter feito

a avaliaccedilatildeo do solo para nortear a aplicaccedilatildeo de calagem e adubaccedilatildeo de cova e de cobertura

sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Os produtores 1 4 5 6 7 8 9 13 19 e 27 natildeo

fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada nas demais propriedades Todos os proprietaacuterios

responderam realizar a adubaccedilatildeo de cobertura poreacutem as quantidades de aplicaccedilatildeo de calagem

e adubaccedilatildeo foram aplicadas de forma empiacuterica nos casos em que natildeo se realizou a anaacutelise do

solo (Tabela 6)

4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a

Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio

de Presidente Figueiredo no Amazonas

O estudo realizado nas trinta propriedades rurais produtoras de bananas no municiacutepio

do Rio Preto da Eva tambeacutem buscou diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos

financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e outros tipos de assistecircncia que por ventura

tenham recebido Os resultados da investigaccedilatildeo estatildeo expostos na tabela 7

Os dados da tabela 7 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades

financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou doze dos trinta

produtores consultados Os demais natildeo realizaram nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de

80

fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal estadual ou municipal para o incremento

da produccedilatildeo

Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais

em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas

Prop

Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor

Financeira(1)

Teacutecnica(2)

Inc Fisc(3)

Outros(4)

Associaccedilatildeo Cooperativa

1 -- x -- x -- x

2 -- -- -- -- -- --

3 -- x -- x x --

4 -- -- -- x -- x

5 -- -- -- x -- x

6 -- -- -- x -- x

7 -- -- -- x x --

8 -- -- -- x -- x

9 x x -- x -- x

10 x x -- x x x

11 -- x -- x x --

12 x x -- x x --

13 x x -- x x --

14 x x -- x x --

15 -- x -- x x --

16 x x -- x x --

17 x x -- x x --

18 x x -- x x --

19 x x -- x x --

20 -- x -- x x --

21 -- x -- x -- x

22 -- x -- x x x

23 -- x -- x x x

24 -- -- -- x x x

25 -- -- -- x x --

26 x x -- x x --

27 -- -- -- x x --

28 x x -- x x --

29 -- x -- x x x

30 x x -- x x x (1)

Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)

Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)

Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)

Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc

x Sim -- Natildeo

Fonte autora

A ajuda teacutecnica alcanccedilou 22 das 30 propriedades Toda a assistecircncia recebida veio

por intermeacutedio de agentes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal

Sustentaacutevel do Estado do Amazonas ndash IDAM

81

Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter

recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na implementaccedilatildeo

do negoacutecio agriacutecola da banana

O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo do governo nos processos agriacutecolas

quanto a sustentabilidade da produccedilatildeo da banana No Municiacutepio de Rio Preto da Eva foi

constatada significativa expressatildeo das trecircs esferas governamentais no esforccedilo para garantir a

comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 7)

Somente o produtor da propriedade 2 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com

programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais estavam

envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural Este

assunto seraacute melhor explorado quando analisarmos os dados de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

agriacutecola objeto de estudos futuros

Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do

produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas

agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente comerciais e

de processamentos dos produtos para entendermos o niacutevel de fortalecimento dos produtores

nas transaccedilotildees comerciais e na troca de informaccedilotildees e tecnologias

Neste sentido os dados para o Municiacutepio mostram que dos trinta produtores

analisados 16 satildeo membros da associaccedilatildeo da comunidade a qual pertencem e sete satildeo ligados

a alguma cooperativa agriacutecola Os produtores das propriedades 10 22 23 24 29 e 30

participam tanto da associaccedilatildeo comunitaacuteria quanto da cooperativa Apenas o produtor 2

declarou natildeo fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa

Ainda com base nos dados apresentados na tabela 7 se evidencia que as agecircncias de

fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram 40 dos produtores estudados no Municiacutepio

do Rio Preto da Eva enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e se estendeu a

70 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como PREMESDS

PAACONAB favoreceram significativamente o produtor na comercializaccedilatildeo dos produtos

contemplando 967 dos entrevistados

4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da

Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento

A pesquisa analisou a cadeia de processamento das bananas no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva observando a agregaccedilatildeo de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de

82

acondicionamento para o transporte e se era realizado algum tipo de beneficiamento nas

bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis Os resultados estatildeo expostos na

tabela 8

Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos

Acondicionamento para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas

Cultivadas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Higienizaccedilatildeo das

bananas

Embalagem p

transporte

Realiza

beneficiamento

Tipo de beneficiamento

Cacho Caixa Doces Geleia Calda Chips

1 x -- x x -- -- -- --

2 x -- x x -- -- -- --

3 x -- x x -- -- -- --

4 x -- x x -- -- -- --

5 x -- x x -- -- -- --

6 x -- x x -- -- -- --

7 x -- x x -- -- -- --

8 x -- x x -- -- -- --

9 x -- x x -- -- -- --

10 x -- x x -- -- -- --

11 x -- x x -- -- -- --

12 x -- x x -- -- -- --

13 x -- x x -- -- -- --

14 x -- x x -- -- -- --

15 x x x x -- -- -- --

16 x x x x -- -- -- --

17 x -- x x -- -- -- --

18 x -- x x -- -- -- --

19 x -- x x -- -- -- --

20 x -- x x -- -- -- --

21 x -- x x -- -- -- --

22 x -- x x -- -- -- --

23 x -- x x -- -- -- --

24 x -- x x -- -- -- --

25 x -- x x -- -- -- --

26 x -- x x -- -- -- --

27 x -- x x -- -- -- --

28 x -- x x -- -- -- --

29 x -- x x -- -- -- --

30 x -- x x -- -- -- --

() (1000) (933) (1000) (1000) (00) (00) (00) (00) x Sim -- Natildeo

Fonte autora

No Municiacutepio de Rio Preto da Eva tambeacutem foram estudados os processos de colheita

das bananas para identificar a disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte ao local de

despencamento a higienizaccedilatildeo dos frutos para descontaminaccedilatildeo por microrganismos e

precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as

83

escoriaccedilotildees nos frutos que prejudicam as vendas A observaccedilatildeo destes cuidados agrega valor e

favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos

De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo deve ocorrer apoacutes a

separaccedilatildeo dos frutos do engaccedilo processo conhecido como despencamento e pode ser

processado pela imersatildeo das pencas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para

cada 100 litros de aacutegua) A lavagem visa melhorar a higienizaccedilatildeo pela remoccedilatildeo de

microrganismos e remover e precipitar a sika

Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do mercado para consumo in

natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados e os demais podem ser

beneficiados para a produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips

Nas trinta propriedades consultadas neste municiacutepio todos os produtores afirmaram

realizar a higienizaccedilatildeo das bananas Neste processo ocorre a separaccedilatildeo das pencas do engaccedilo

(peduacutenculo que sustenta o cacho de frutas) e estas satildeo imersas em soluccedilatildeo agrave base de sulfato de

alumiacutenio e colocadas para secar aguardando os procedimentos de embalagem

O acondicionamento dos frutos para transporte eacute feito de duas formas nos casos em

que os produtores comercializam as bananas em cachos estes natildeo satildeo lavados sendo

transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em que satildeo comercializadas por

quilos ou unidades de pencas estas ainda na propriedade rural satildeo despencadas lavadas e

acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de plaacutestico sendo transportadas ateacute o local de

repasse para o mercado consumidor

Entre os produtores analisados somente as propriedades 15 e 16 comercializavam as

bananas em cachos geralmente para serem comercializados em feiras para intermediaacuterios

Todos os demais produtores armazenavam as bananas em caixas de papelatildeo com

aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de plaacutestico com 20 Kg As propriedades 15 e

16 utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com o

Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME todos os fornecimentos satildeo feitos

em caixa de papelatildeo Para outros fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens os frutos

podem ser transportados em cachos

Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores

afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem a uacutenica transformaccedilatildeo

realizada eacute a lavagem dos frutos e acondicionamento destes em embalagens especiacuteficas para o

transporte (Tabela 8)

84

No universo da pesquisa realizada neste municiacutepio natildeo foi identificada nenhuma

agroinduacutestria transformando as bananas em subprodutos como doces geleias calda ou

bananas chips apesar da boa aceitaccedilatildeo comercial para estes dois uacuteltimos nichos nos mercados

do Norte do Brasil Todas as bananas satildeo comercializadas in natura

A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que no municiacutepio de Rio Preto da

Eva referenciado pelo IDAM como um dos maiores produtores de bananas no Estado do

Amazonas a higienizaccedilatildeo das bananas eacute realizada em 100 das propriedades com

acondicionamento para transporte em caixas em 933 dos casos Em 100 das propriedades

estudadas os produtores realizam algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem em todas

elas as bananas foram comercializadas in natura natildeo tendo sido registrada nenhuma

agroinduacutestria para processamentos dos frutos e transformaccedilatildeo em subprodutos

comercializaacuteveis deixando de se agregar valor agrave produccedilatildeo (Tabela 8)

85

424 CONCLUSOtildeES

Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham

conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do

Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas

Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo sabiam sobre a necessidade da

adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana mas apenas sete deles sabiam da

necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro deles da necessidade de se fazer

uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente

A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes nas

propriedades rurais analisadas em Presidente Figueiredo embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais

Os produtores de banana de Presidente Figueiredo mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas

Os produtores de Presidente Figueiredo realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas

quando as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Apenas dois dos

15 produtores beneficiam a banana convertendo-a em subprodutos com valor agregado como

doces geleia e calda

Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva afirmaram que tinham conhecimento

quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e

quanto aos tratos culturais contra pragas e doenccedilas

Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo

de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da

adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas nove deles necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do

solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente

A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em cerca de metade das

propriedades rurais analisadas em Rio Preto da Eva embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais

Os produtores de banana de Rio Preto da Eva mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees

Os produtores de Rio Preto da Eva realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando

as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Toda a produccedilatildeo eacute

86

vendida na forma da fruta in natura natildeo a processando em subprodutos com valor agregado

como doces geleia e calda

87

43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO

DA EVA ESTADO DO AMAZONAS

Resumo

Embora a regiatildeo Norte apresente excelentes condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de

bananas de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa

eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita A bananicultura demanda a aplicaccedilatildeo de

tecnologias de produccedilatildeo que orientem para o adequado manejo do solo controle de pragas e

doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar

ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo e

contribua para o desenvolvimento da economia agriacutecola do Estado Nessa perspectiva se

insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas O estudo buscou conhecer as formas

de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola a categoria de compradores os locais de entrega dos

produtos os preccedilos de venda praticados na comercializaccedilatildeo a receita obtida pela venda dos

produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de renda da cultura da banana no acircmbito da

propriedade rural e do Municiacutepio Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel estimar quanto

os produtores deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas

para a cultura Em ambos os municiacutepios a comercializaccedilatildeo das bananas eacute feita atraveacutes de

cooperativas associaccedilotildees feiras ou intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo

processadas no atacado e no varejo em cachos ou em pencas com preccedilo meacutedio do cacho em

R$ 1400 e a penca variando de R$ 240 a R$ 260 Todos os produtores de banana dos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva analisados comercializam sua

produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo pelo varejo Predomina entre eles a

venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas produccedilotildees para a Cooperativa ou

Associaccedilatildeo a que pertencem Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com

alguns tambeacutem vendendo em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria

tambeacutem vende na forma de pencas Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que

os praticados pela Cooperativa ou Associaccedilatildeo As receitas obtidas pelos produtores dos dois

municiacutepios em Reais por hectare foram de R$1682800-R$1502200 nas vendas dos cachos

e R$2884800-R$2789800 nas vendas das pencas respectivamente em Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus

cultivos esses valores subiriam respectivamente para R$2333800 nas vendas dos cachos e

R$4000800-R$4334200 nas vendas das pencas

Palavras Chave Amazonas potencial econocircmico da banana tipos de comercializaccedilatildeo da

banana

88

Abstract

Although the Amazonia presents excellent climate and soil conditions to produce high quality

standard bananas we still need to overcome in large part the low production efficiency and

postharvest handling The banana cultivation demand the application of production

technologies to guide to the proper soil management pest and diseases and processing of

products to add value to provide real gains for the producer and improvements in quality of

life and peoples consumption and contribute to the development of the states agricultural

economy From this perspective fits the study strategy of banana cultivation in the

municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva state of Amazonas The study

sought to know the forms of marketing of agricultural yield the buyers category the local

delivery of products sales prices practiced in the market revenues from the sale of products

and estimate the potential for income generation of banana at the rural property and the city

Based on this information it was possible to estimate how much the producers failed to win

by not comply with the technical recommendations given to the culture In both counties the

marketing is done through cooperatives associations fairs or intermediaries Sales modes are

processed in wholesale and retail in clusters or bunches with an average price of R $ 1400

for clusters and the bunch ranging from R $ 240 to R $ 260 All banana producers analysed

in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva sell their wholesale

production with some also selling at retail Predominates among them selling to

intermediaries but also they negotiates their productions to the Cooperative or Association to

which they belong All them sell their production at their properties with some also selling at

fairs All sell in the form of bunches but most also sell in the form of bunches The prices

paid by intermediaries are higher than those practiced by the Cooperative or Association The

revenues earned by producers of the two municipalities in reais per hectare were R $

1682800 R $ 1502200 in sales of clusters and R$ 2884800 R$ 2789800 in sales of

bunches respectively in Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva If they had adopted

biotechnological technologies in their banana cultivation these values would rise respectively

to R $ 2333800 for clusters sales and R $ 4000800 R $ 4334200 for bunches sales

Key Words Amazonas economic potential of banana banana market types

89

431 INTRODUCcedilAtildeO

O Brasil ocupa a terceira posiccedilatildeo na produccedilatildeo mundial de frutas colhendo em torno

de 40 milhotildees de toneladas ano e destinando mais de 25 milhotildees de hectares para o seu

cultivo contribuindo com mais de R$10 bilhotildeesano para a economia do paiacutes (MAPA 2012)

contudo a produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte

demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem

resultados significativos na produccedilatildeo orientando para o adequado manejo do solo controle de

pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a

proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da

populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola

A agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do Amazonas

quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos produtivos e

gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo cuidados necessaacuterios na escolha

das sementes ou mudas observaccedilatildeo da densidade de plantas por hectare adubaccedilotildees rodiacutezio

de culturas para melhorar a fertilidade dos solos uso inadequado dos insumos agriacutecolas e

desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade procedimentos de preacute e poacutes colheita

ineficientes resultando em produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e

inexpressiva competitividade

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em

2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas onde se

produziu mais de 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade alcanccedilada eacute baixa (da

ordem de 10 tha) se comparada com as demais regiotildees brasileiras e com outros paiacuteses

produtores de bananas Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade

ligeiramente maior que a meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente

Nos demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em

2012

Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos

efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado do Amazonas em

especial no cultivo da banana que se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia

alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios O investimento na bananicultura pode

ser uma alternativa capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento

econocircmico e social do Estado do Amazonas e de seus Municiacutepios uma vez que dispotildee de

terras recursos hiacutedricos e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo dessa cultura

90

Neste sentido a observaccedilatildeo feita por Homma (2001) Homma (2006) e Homma e

Frazatildeo (2002) reflete tambeacutem a situaccedilatildeo vivida pela fruticultura na Amazocircnia que embora

tenha passado por importantes transformaccedilotildees na uacuteltima deacutecada com a ascensatildeo das frutas

nativas ateacute entatildeo de consumo essencialmente regional ainda demanda alternativas capazes de

aglutinar a inserccedilatildeo de tecnologias nos processos de produccedilatildeo agriacutecola e nas formas

gerenciais de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de insumos e de produtos para o consumo Aleacutem

disso haacute a necessidade de tornar real na cadeia produtiva agriacutecola o processamento e a

transformaccedilatildeo da produccedilatildeo em subprodutos com valor agregado para o fortalecimento do

negoacutecio agriacutecola e a transformaccedilatildeo do agricultor rural em empreendedor rural

Sachs (2008) em suas contribuiccedilotildees de alternativas para a promoccedilatildeo do

desenvolvimento nos adverte que o caminho mais promissor eacute o do desenvolvimento

endoacutegeno e inclusivo que embora demande vaacuterias poliacuteticas complementares permite o

aproveitamento do potencial poliacutetico econocircmico e social local desenhando modelos mais

competitivos e sustentaacuteveis de desenvolvimento

No Brasil este modelo endoacutegeno de desenvolvimento baseado na mobilizaccedilatildeo de

recursos internos afirma Sachs (2009) apresenta o potencial de recursos naturais e condiccedilotildees

climaacuteticas especialmente na Amazocircnia por sua diversidade e complexidade sociocultural

como forte aliado na promoccedilatildeo do desenvolvimento econocircmico e social Para isto eacute mister a

priorizaccedilatildeo da modernizaccedilatildeo agriacutecola pela adoccedilatildeo de tecnologias capazes de aumentar a

produtividade e qualidade dos produtos a melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a

qualidade de vida dos agricultores e que tambeacutem seja capaz de elevar o compartilhamento de

accedilotildees entre os produtores como forma de dinamizar o uso dos recursos e das tecnologias

disponiacuteveis

Becker (2009) em suas reflexotildees sobre alternativas de desenvolvimento para a

Amazocircnia chama a atenccedilatildeo para a necessidade de transformar o agricultor familiar em

empreendedor rural ao que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel que este deve

priorizar o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo individual ou seja compartilhando

os recursos e as tecnologias disponiacuteveis Neste sentido Mello (2009) adverte que o primeiro

dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo agriacutecola e de comeacutercio onde

o primeiro eacute baseado em processos rudimentares de produccedilatildeo e o segundo na transferecircncia de

produtos sem agregaccedilatildeo de valor

Embora a regiatildeo Norte apresente boas condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de

banana de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa

91

eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita Satildeo vaacuterios os problemas que afetam a

bananicultura dessa regiatildeo que de modo geral apresenta baixo niacutevel de tecnificaccedilatildeo

resultando em produtividade baixa e frutos com pouca qualidade

Neste sentido acredita-se que a elaboraccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo para o cultivo

da banana no Estado do Amazonas que possa aglutinar alternativas poliacuteticas econocircmicas e

sociais capazes de ampliar as oportunidades para o produtor comerciante e consumidor e

ainda de contribuir para alavancar o crescimento qualitativo e quantitativo dessa cultura se

apresenta como uma estrateacutegia viaacutevel para o desenvolvimento dos municiacutepios do Estado

Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas com o

objetivo de analisar as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores a comercializaccedilatildeo dos

produtos e aquisiccedilatildeo de insumos o processamento da produccedilatildeo para agregaccedilatildeo de valor e os

tipos de produtos comercializados para entender qual o niacutevel de organizaccedilatildeo social dos

produtores para a interaccedilatildeo de tecnologias e favorecimento nas negociaccedilotildees comerciais

relacionadas aos cultivos de bananeiras nos municiacutepios em estudo

92

432 MATERIAL E MEacuteTODOS

4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa consistiu da

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados aos produtores rurais de bananas agraves agroinduacutestrias agraves

empresas e pessoas fiacutesicas intermediaacuterias na comercializaccedilatildeo (em feiras de Manaus e dos

municiacutepios em estudo) bem como entrevistas semiestruturadas como forma de obter o

diagnoacutestico da produccedilatildeo e da comercializaccedilatildeo de bananas nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

Os questionaacuterios estruturados inquiriram dois segmentos da cadeia produtiva da

banana o acircmbito agriacutecola e o acircmbito econocircmico na esfera da comercializaccedilatildeo dos produtos

para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e

Presidente Figueiredo no Amazonas conforme quadro 1

No contexto econocircmico foram estudadas as formas de organizaccedilatildeo social dos

produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos (associaccedilotildees cooperativas

agroinduacutestria ou independentes) como forma de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e qual o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos produtos

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Acircmbito Econocircmico

Organizaccedilatildeo Social Comercializaccedilatildeo Tipos de produtos

comercializados

Fatores de

agregaccedilatildeo de valor

- Associaccedilotildees

- Cooperativas

- Agroinduacutestria

- Independentes

- Formas de

comercializaccedilatildeo

- Locais de entrega dos

produtos

- Categoria de

compradores

- Preccedilos de venda dos

produtos

- Receita bruta

- Frutos in natura

- Subprodutos

- Bananas em cacho

- Bananas em penca

- Transformaccedilatildeo dos

produtos

Fonte autora

O estudo buscou conhecer as formas de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola

(atacado eou varejo) a categoria de compradores envolvidos na comercializaccedilatildeo destes

produtos (se cooperativas empresas ou intermediaacuterios) os locais de entrega dos produtos (se

93

na propriedade rural ou no empreendimento do comprador) e os preccedilos de venda praticados

na comercializaccedilatildeo como forma de identificar o niacutevel de organizaccedilatildeo e fortalecimento dos

produtores rurais a receita obtida pela venda dos produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de

renda da cultura da banana no acircmbito da propriedade rural e do Municiacutepio Neste momento se

buscava conhecer os fatores favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis dentro do processo de

comercializaccedilatildeo e quais os subprodutos comercializados

Outro aspecto analisado foi os tipos de produtos comercializados pelo produtor rural

para compreender se no acircmbito da propriedade rural estaacute sendo feito algum tipo de

beneficiamento no produto transformando-o em um subproduto comercializaacutevel como forma

de agregar valor e diversificar a produccedilatildeo fortalecendo a cadeia produtiva inquirindo os

produtores rurais sobre os produtos comercializados se frutos in natura ou processados a fim

de identificar quais os produtos ou subprodutos comercializados e qual o destino dado aos

resiacuteduos gerados Nesta etapa foi verificado qual o tipo de beneficiamento se mecanizado ou

manual

Para complementar os dados sobre a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo tambeacutem foram

verificados os agentes envolvidos no processo se associaccedilatildeo cooperativas empresas privadas

ou intermediaacuterios sem representatividade juriacutedica e para cada agente foi verificado o preccedilo

negociado em cada produto oferecido

Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel mensurar a produccedilatildeo meacutedia de bananas por

hectare em cada municiacutepio e rendimento econocircmico dos produtores com o cultivo de

bananeiras Estas informaccedilotildees nos permitiram avaliar qual a produccedilatildeo alcanccedilada nas aacutereas

amostradas em cada municiacutepio estudado e comparaacute-las com a produccedilatildeo desejada com base

nas indicaccedilotildees de produtividade orientada pela bibliografia e estimar quanto os produtores

deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas para a cultura

4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa foram selecionadas 15 propriedades rurais produtoras

de bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva

dentre aquelas de cultivos essencialmente comercial dada a necessidade de obtenccedilatildeo de dados

sobre a comercializaccedilatildeo de produtos e subprodutos da bananicultura

O estudo buscou englobar as lideranccedilas comunitaacuterias das propriedades investigadas as

associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias envolvidas no processo de produccedilatildeo da banana

bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para tanto os

94

liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de agroinduacutestrias

intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de comercializaccedilatildeo das

bananas

4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringiu ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva onde estatildeo alocadas as propriedades

rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio possui

respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da

populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram

respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus Nestes

municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos produtores rurais

A definiccedilatildeo destes locais para a coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o

maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das

decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em

2012 estes dois municiacutepios detinham 121 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que

possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os

dois municiacutepios selecionados satildeo referenciados pelo IBGE como o segundo e o quarto

maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois municiacutepios foram

responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde foram produzidas

1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais

distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria

de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do

municiacutepio

95

Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados

quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O

levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo

direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de

julho de 2013 a junho de 2014

Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico onde seratildeo

verificados os dados gerais sobre produccedilatildeo e produtividade das bananas as tecnologias de preacute

e poacutes colheita a agregaccedilatildeo de valor e transformaccedilatildeo da produccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo dos

produtos

O estudo foi estruturado em revisatildeo bibliograacutefica sobre a temaacutetica em estudo e

entrevistas e aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos atores do processo de produccedilatildeo de bananas e das

poliacuteticas voltadas para o setor nos municiacutepios de Manaus Rio preto da Eva e Presidente

Figueiredo e evidecircncias empiacutericas colhidas e observadas em instituiccedilotildees e processos afins A

coleta de dados foi concentrada em questionaacuterios semiestruturados e abertos aplicados aos

atores selecionados

96

433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente

Figueiredo Amazonas

A tabela 1 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de

Presidente Figueiredo nas 15 propriedades envolvidas na pesquisa

A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Presidente

Figueiredo comprovou que a produccedilatildeo era comercializada atraveacutes das cooperativas

associaccedilotildees comunitaacuterias ou por meio de intermediaacuterios e eram vendidas no atacado e no

varejo

Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Amazonas Safra 2012

x Sim -- Natildeo

Fonte autora Em alguns casos o mesmo proprietaacuterio transferia seus produtos para o mercado

atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 7 8 e 9)

ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 2 11 12 e 15) Em outros casos um mesmo

produtor negociava nas trecircs modalidades (propriedades 7 8 e 9)

Dos produtores analisados somente o produtor 1 natildeo mantinha viacutenculo nem com a

associaccedilatildeo de produtores rurais do municiacutepio nem com a cooperativa agriacutecola

Pro

pri

edad

e

Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)

Co

op

erat

iva

Ass

oci

accedilatildeo

Inte

rmed

iaacuteri

o

Ata

cad

o

Var

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(Fei

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atildeo

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Pen

ca (

R$

un

)

Co

op

erat

iva

(R$

kg

)

Ass

oci

accedilatildeo

(R$

kg

)

01 -- -- x X x x -- -- X 1500 200 -- --

02 -- x x X x x -- -- X 2000 300 099 --

03 x -- -- X x x -- -- X 1500 250 099 --

04 x -- x X -- x -- -- X 1200 -- 099 --

05 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --

06 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --

07 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110

08 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110

09 x x x X x x -- -- -- 2000 250 099 110

10 x -- x X -- x -- -- -- 1000 300 099 --

11 -- x x X -- x -- -- -- 700 -- -- 110

12 -- x x X x x -- -- -- 700 200 -- 110

13 x -- -- X x x -- -- X 1500 200 099 --

14 x -- x X x x -- -- X 1500 300 099 --

15 -- x x X x x -- -- X 1200 200 -- 110

Meacutedia (1400) (240) (099) (110)

67 47 87 100 53 100 7 -- 47 -- -- -- --

97

comercializando sua produccedilatildeo de bananas diretamente com intermediaacuterios no mercado nas

feiras ou atacadistas de Presidente Figueiredo e Manaus

Os produtores 3 e 13 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a cooperativa e

nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e tambeacutem tinham dificuldades para

comercializar com intermediaacuterios visto que natildeo tinham ponto de venda nas feiras

Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e nos casos das propriedades

1 2 3 9 12 13 14 e 15 tambeacutem comercializavam as bananas no varejo em feiras da Vila de

Balbina e dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Manaus

Entre os produtores entrevistados 67 estavam vinculados agrave Cooperativa de

Produtores Rurais do Uatumatilde ndash CPUUatumatilde principal cooperativa do Municiacutepio e 47

tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades juriacutedicas estavam

integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME do governo federal

e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento ndash

PAACONAB razatildeo que motiva os produtores a se vincularem agrave cooperativa eou agrave

associaccedilatildeo para comercializarem os produtos visto que tanto o PREME como o

PAACONAB soacute negociam com pessoas juriacutedicas

Do universo da pesquisa 87 dos produtores negociavam diretamente com os

intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo

A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que todos os produtores vendiam

no atacado e 53 tambeacutem as realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no

proacuteprio municiacutepio

Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se

que em 100 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se

responsabilizando pelo transporte da produccedilatildeo sem incidecircncia de custo para o produtor Nos

casos em que a negociaccedilatildeo era feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores estas se

responsabilizavam pelo transporte da propriedade ateacute a sede da empresa e para isto recebiam

ajuda da prefeitura do municiacutepio que cedia seus caminhotildees e motorista ficando a cargo da

empresa apenas o abastecimento de combustiacutevel

Em 47 dos casos os produtores entregavam o produto nas feiras por ocasiatildeo das

vendas no varejo para os produtores que detinham bancas para este fim nas feiras de

produtores rurais poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos programas do

governo de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de transporte da

propriedade ateacute as feiras

98

As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Os cachos eram

negociados por preccedilos variando de R$ 500 (propriedades 5 e 6) a R$ 2000 (propriedades 2

7 8 e 9) As negociaccedilotildees com preccedilos mais baixos se deram nos casos em que a venda era feita

no atacado para intermediaacuterios com entrega do produto na propriedade rural ou seja custo

de transporte de responsabilidade do comprador Se as vendas se processavam nas feiras era

possiacutevel se obter preccedilos melhores pelos cachos mesmo nos casos de venda no atacado para

intermediaacuterios

O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200

(propriedades 1 12 13 e 15) a R$ 300 (propriedades 2 10 e 14)

Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa dentro do programa

PREMESDSSEDUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 099 o quilo

Neste municiacutepio a CPUUatumatilde natildeo negocia com a CONAB devido ao prazo de repasse de

pagamento ser mais demorado em relaccedilatildeo aos demais programas (informaccedilotildees verbal)2

Quando a negociaccedilatildeo era feita com a associaccedilatildeo de produtores rurais esta negociava

com a CONAB e repassava para o produtor o valor de R$ 110 por kg (propriedades 7 8 9

11 12 e 15) proporcionando maiores ganhos em relaccedilatildeo agraves negociaccedilotildees feitas atraveacutes da

Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDSAMPREME

A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio Preto da

Eva comprovou que a produccedilatildeo eacute comercializada atraveacutes da cooperativa associaccedilatildeo ou

intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo processadas no atacado e no varejo

4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Amazonas

A tabela 2 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio

Preto da Eva nas 30 propriedades envolvidas na pesquisa

Em alguns casos a mesma propriedade transferia seus produtos para o mercado

atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 22 23 24

28 29 e 30) ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 3 7 11-30) Em outros casos um

mesmo produtor negocia nas trecircs modalidades (propriedades 22 23 24 28 29 e 30)

Dos trinta produtores analisados neste municiacutepio todos mantinham viacutenculo ou com a

cooperativa ou com a associaccedilatildeo e em alguns casos foram registrados aqueles que mantinham

2 Informaccedilotildees fornecidas pela Cooperativa CPUUATUMAtilde localizada no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

no Amazonas - 2013

99

relaccedilotildees com ambas as organizaccedilotildees juriacutedicas natildeo sendo identificada nenhuma propriedade

que trabalhava de forma isolada sem este amparo organizacional

Os produtores 1 4 5 6 8 9 e 10 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a

cooperativa e nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e estes exceto o produtor 4

tambeacutem comercializavam seus produtos nas feiras do produtor no proacuteprio municiacutepio e em

Manaus com intermediaacuterios e consumidores finais por vendas no atacado e no varejo

Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no

Amazonas Safra 2012

x Sim -- Natildeo

Fonte autora

Pro

pri

edad

e

Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)

Co

op

erat

iva

Ass

oci

accedilatildeo

Inte

rmed

iaacuteri

o

Ata

cado

Var

ejo

(Fei

ras)

Pro

pri

edad

e

Ru

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Pro

pri

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e

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dor

Fei

ras

Cac

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(R$

un)

Pen

cas

(R$

un)

Associaccedilatildeo ou

Cooperativa

(R$Kg)

CONAB SDS

01 x -- x x x -- x x 1700 250 074 100

02 -- -- x x x -- -- x 1500 200 -- --

03 -- x x x x -- x x 1200 200 074 100

04 x -- x x -- x x -- 1000 -- 074 100

05 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100

06 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100

07 -- x x x -- -- x -- 1000 -- 074 100

08 x -- x x x -- x x 1800 250 074 100

09 x -- x x x x x x 1500 300 074 100

10 x -- x x x x x x 1800 300 074 100

11 -- x x x x -- x x 2000 300 070 100

12 -- x x x x -- x x 1800 250 070 100

13 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100

14 -- x x x -- x x -- 1500 -- 070 100

15 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100

16 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100

17 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100

18 -- x x x -- x x x 1200 -- 070 100

19 -- x x x x -- x x 1500 300 070 100

20 -- x x x -- x x -- 1200 -- 070 100

21 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

22 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

23 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

24 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100

25 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

26 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

27 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

28 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100

29 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

30 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

Meacutedias -- -- -- -- -- -- -- --

1400 260 068 100

43 77 93 97 50 53 63 57 -- -- -- --

100

Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e as propriedades 1 2 3 5 6

8 9 10 11 12 13 15 16 17 e 19 tambeacutem comercializam a banana no varejo em feiras do

Rio Preto e de Manaus

Dos trinta produtores entrevistados 43 estavam vinculados agrave Cooperativa de

Produtores Rurais do Novo Horizonte ou no ramal do Banco principais cooperativas do

Municiacutepio e 77 tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades

juriacutedicas estavam integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME

do governo federal e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de

Abastecimento ndash PPACONAB Do universo da pesquisa 93 dos produtores negociavam

diretamente com os intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo

A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que em 100 das propriedades

verificou-se que se processavam vendas no atacado e 50 dos produtores tambeacutem as

realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no proacuteprio municiacutepio

Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se

que em 53 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se

responsabilizando pelos custos do transporte da produccedilatildeo Nos casos em que a negociaccedilatildeo era

feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores essas despesas com o transporte da

produccedilatildeo era de responsabilidade da cooperativa ou associaccedilatildeo

Em 53 das propriedades estudadas o produtor natildeo arcava com os custos de entrega

dos produtos visto que os compradores retiravam as bananas na propriedade rural e em 63

das negociaccedilotildees os produtos eram entregues na propriedade do comprador incluindo-se aqui

as vendas realizadas nas feiras situaccedilatildeo em que os custos ficavam por conta do produtor

poreacutem sem incidir no produto uma vez que eram assistidos pelo governo com o

fornecimento de apoio logiacutestico

Em 57 dos casos os produtores transportavam as bananas para as feiras onde

realizavam as vendas no varejo Poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos

programas governamentais de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de

transporte da propriedade ateacute os locais de comercializaccedilatildeo

As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Nos casos em que

eram vendidas em cachos estes eram negociados ao preccedilo meacutedio que variou de R$ 1000

(propriedades 4 7 22 23 25 e 26) a R$ 1800 (propriedades 8 10 12 13 e 16) As variaccedilotildees

de preccedilos se justificam pelas diversas modalidades de vendas e pela relaccedilatildeo com o local de

entrega do produto Nos casos em que a venda era feita no atacado para intermediaacuterios com

101

entrega do produto na propriedade rural ou seja custo de transporte sob a responsabilidade

do comprador foi onde se identificou os preccedilos mais baixos (propriedades 4 22 23 25 e 26)

Se as vendas se processavam nas feiras era possiacutevel alcanccedilar preccedilos mais altos pelos cachos

das bananas mesmo nos casos de venda no atacado e para intermediaacuterios (propriedades 1 8

10 11 12 13 e 16)

O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200

(propriedades 2 3 5 e 6) a R$ 300 (propriedades 9 10 11 13 16 e 19) (Tabela 2)

Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa ou associaccedilatildeo dentro do

programa PREMESDSSECUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 100 o

quilo nas propriedades do ramal Novo Horizonte (propriedades de 1-10) enquanto que nas

negociaccedilotildees com o PPACONAB o preccedilo para o produtor era de R$ 074kg

As propriedades 11-20 localizadas no ramal da ZF-9 natildeo possuiacuteam ainda uma

cooperativa Estes estavam organizados apenas em associaccedilatildeo comunitaacuteria e vendiam para a

CONAB e a SDS repassando para o produtor a importacircncia de R$ 070 e R$ 100 o quilo

respectivamente

As propriedades 21-30 correspondem ao ramal do Banco e estavam organizadas

tanto em cooperativa como associaccedilatildeo negociando com a CONAB e SDS repassando para o

produtor a quantia de R$ 060 e R$ 100 respectivamente por cada quilo vendido

4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

A expressatildeo econocircmica das bananas pode ser avaliada pela aacuterea plantada pelo

volume produzido e comercializado pela capacidade de processamento da produccedilatildeo para

transformaccedilatildeo em subprodutos com valor comercial pelos tratos culturais e ainda pela

disponibilidade e demanda de tecnologias disponiacuteveis para fortalecer a cultura

Analisando o rendimento da bananicultura nas aacutereas amostradas no municiacutepio de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva verificou-se que a produtividade de frutos medidos

em toneladas por hectareano ficou muito abaixo dos valores alcanccedilados por Arruda et al

(2004) e Pereira et al (2006) Nesta anaacutelise tomou-se por base de preccedilo os que foram

praticados nos respectivos municiacutepios no periacuteodo analisado conforme tabelas 1 e 2 Os

resultados estatildeo dispostos na tabela 3

102

Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas

Aacutereas Amostradas Safra 2012

Situaccedilatildeo Real nas propriedades

Propriedades rurais nos municiacutepios

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva

Aacuterea amostrada (ha) 605 830

Densidade meacutedia de plantasha (un) 1202 1073

Cachoshaa (un) 1202 1073

Peso meacutedio do cacho (kg) 121 131

Pencashaa (un) 12020 10730

Peso meacutedio da penca (kg) 12 13

Produtividade (thaa) 145 141

Cachos (R$haa) 1682800 1502200

Pencas (R$haa) 2884800 2789800 () Com base no preccedilo meacutedio de venda praticado nos municipios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

no Amazonas (Tabelas 1 e 2)

Fonte autora

Os produtores avaliados nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

mantinham cultivos com produccedilatildeo meacutedia de 1202 cachoshaa com 12020 pencashaa e

peso meacutedio de 12 kg cada penca no primeiro municiacutepio e 1073 cachoshaa com 10730

pencashaa e peso meacutedio de 13 kg cada penca no segundo municiacutepio considerando cultivos

a partir do segundo ciclo produtivo O peso meacutedio por cacho nestes municiacutepios na mesma

ordem foi de 121 kgcacho (Tabela 1) e 131 kgcacho (Tabela 2)

A receita meacutedia obtida pela venda das bananas em cachos foi de R$ 1682800haa

em Presidente Figueiredo e R$ 1502200haa no Rio Preto da Eva Se a venda fosse

processada no varejo o total obtido pela comercializaccedilatildeo das pencas seria de R$

2884800haa e R$ 2789800haa para os respectivos municiacutepios (Tabela 3)

No total da aacuterea amostrada no Municiacutepio de Rio Preto da Eva natildeo foi encontrado

nenhum produtor rural que realizasse o processamento das bananas para transformaccedilatildeo em

produtos comercializaacuteveis como doces geleias calda ou banana chips Neste municiacutepio

toda a produccedilatildeo de banana das propriedades analisadas era comercializada in natura em

cachos ou em pencas no atacado ou no varejo Em Presidente Figueiredo entre os produtores

analisados foram identificados dois produtores que transformavam a banana em doces e

fabricavam caldas de bananas na uacutenica agroinduacutestria encontrada no municiacutepio Nas demais

propriedades as bananas eram vendidas in natura ao preccedilo meacutedio de venda de R$ 1400 o

cacho em ambos os municiacutepios e de R$ 240 e R$ 260 a penca nos respectivos municiacutepios

sendo esta a uacutenica forma de obtenccedilatildeo de receita com a cultura (Tabelas 1 2 e 3)

103

4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das

Bananas por Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas

Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) analisando plantios com espaccedilamentos de

4 x 2 x 2 m e densidade de 1667 plantas por hectare a partir do segundo ciclo produtivo

registraram rendimentos de frutos na ordem de 50 thaa A produccedilatildeo de cachos foi de 1667

por hectare ano com peso meacutedio de 30 kg cada O total de pencas foi de 16670haa cada

uma pesando em meacutedia 30 kg

Com base no preccedilo meacutedio de venda do cacho e da penca (R$ 1400 e R$ 240) em

Presidente Figueiredo e R$ 1400 e R$ 260 no Rio Preto da Eva (Tabelas 1 e 2) foi feita uma

projeccedilatildeo hipoteacutetica de quanto seria a receita meacutedia por hectare cultivado com banana nos

municiacutepios estudados Os resultados estatildeo dispostos na tabela 4

A receita de venda obtida com base nos dados de Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) e o preccedilo meacutedio de venda dos cachos nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva seriam respectivamente de R$ 2333800haa em cada municiacutepio Se a

produccedilatildeo fosse comercializada em pencas seriam obtidos R$ 4000800haa e de R$

4334200haa nos respectivos municiacutepios (Tabela 4)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare

Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012

Propriedades rurais nos municiacutepios

Recomendaccedilatildeo teacutecnica (1)

Pres Figueiredo Rio Preto da Eva

Densidade de plantasha (un) 1667 1667

Cachoshaa (un) 1667 1667

Peso do cacho (kg) 300 300

Pencashaa (un) 16670 16670

Peso da penca (kg) 30 30

Frutos (thaa) (1)

500 500

Cachos (R$haa) 2333800 2333800

Pencas (R$haa) 4000800 4334200 (1)

Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte autora

4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare

Cultivado nas Aacutereas Amostradas

Analisando a situaccedilatildeo real de produtividade e receita meacutedia dos cultivos estudados

se observa receita pela venda dos cachos de aproximadamente R$ 1682800haa e se a

produccedilatildeo foi comercializada em pencas a receita obtida foi de R$ 2884800haa nas

propriedades de Presidente Figueiredo Os produtores de Rio Preto da Eva obteriam receita de

104

R$ 1502200haa se fossem vendidos os cachos e R$ 2789800haa para as vendas em

pencas (Tabela 3)

Considerando a produtividade meacutedia alcanccedilada por Arruda et al (2004) e Pereira et

al (2006) constantes na tabela 4 (recomendaccedilatildeo teacutecnica) foi calculada a diferenccedila de receita

que representa o que os produtores deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com

bananas Para tal foram considerados em ambos os casos os pesos e os preccedilos meacutedios de

vendas dos cachos e das pencas obtidos nos municiacutepios estudados e subtraiacutedos da

recomendaccedilatildeo teacutecnica Os dados estatildeo dispostos na tabela 5

Analisando esses dados foi possiacutevel calcular quanto os produtores amostrados

deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com bananas por natildeo seguirem as

recomendaccedilotildees teacutecnicas de distribuiccedilatildeo espacial e densidade de plantio e de manejo do solo

(adubaccedilatildeo) Ainda tomando por base o referencial de produccedilatildeo de Arruda et al (2004) e

Pereira et al (2006) verifica-se que os produtores amostrados em Presidente Figueiredo

poderiam incorporar agrave sua produtividade mais de 460 cachos de bananas por haa isto

representaria um acreacutescimo em suas receitas de mais de R$ 650000 para cada hectare

cultivado com bananas considerando-se a comercializaccedilatildeo dos cachos Esses valores sobem

para mais de 4600 pencas produzidas e R$ 1116000haa se comercializassem as bananas

por pencas (Tabela 5)

Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por

Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva

Diferenccedilas de Receita

Recomendaccedilatildeo teacutecnica(1)

ndash Situaccedilatildeo Real

Cachoshaa (un) 465 594

Pencashaa (un) 4650 5940

Cachos (R$haa) 651000 831600

Pencas (R$haa) 1116000 1544400 (1)

Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte autora

Se o mesmo referencial de produtividade for aplicado para a produccedilatildeo de Rio Preto

da Eva as diferenccedilas de rendas do que os produtores conseguiram obter para as que poderiam

alcanccedilar satildeo ainda maiores conforme pode ser observado pelos dados na tabela 5 para este

municiacutepio A diferenccedila de produtividade seria de 594 cachos por haa ou 5940 pencashaa

Isto representaria uma diferenccedila de receita caso a produccedilatildeo fosse vendida em cachos de R$

831600haa ou de R$ 1544400haa caso a produccedilatildeo fosse transacionada em pencas

105

Com essa diferenccedila de receita para cada hectare bem manejado eacute possiacutevel investir

em insumos agriacutecolas matildeo-de-obra e tecnologias capazes de dinamizar a produccedilatildeo nos

cultivos de bananeiras jaacute implantados e ainda sobra uma renda suplementar bem elevada para

o produtor rural estimulando-o ainda mais a investir nessa cultura de grande importacircncia

econocircmica e social para o Estado do Amazonas Se esses valores forem multiplicados pelos

hectares plantados com bananeiras em cada propriedade percebe-se que vale a pena investir

nas tecnologias insumos e teacutecnicas existentes para melhorar a produtividade dos bananais

nestes municiacutepios visto que existe mercado consumidor consolidado para a banana que

ocupa o 2deg lugar na preferecircncia do consumo de frutas no Brasil

4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel

Com base nesses dados procedeu-se aos caacutelculos de quanto os produtores de cada

municiacutepio obteriam se todas as aacutereas cultivadas com bananeiras fossem recuperadas e

adequadas agraves recomendaccedilotildees teacutecnicas e alcanccedilassem as produtividades meacutedias atingidas por

Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) e jaacute comprovadas tambeacutem em algumas regiotildees

brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia alguns locais na Bahia e Minas Gerais

(SILVA NETO 2011)

Os dados da tabela 6 mostram a realidade alcanccedilada pelos produtores que participaram

do presente estudo considerando suas aacutereas cultivadas totais e os seus potenciais caso

investissem no manejo adequado das bananeiras em suas propriedades

A situaccedilatildeo real das propriedades analisadas nos indica que a aacuterea amostrada em

Presidente Figueiredo foi de 605 hectares onde foram produzidas 991 toneladas de bananas

na safra de 2012 A produtividade meacutedia para esta aacuterea foi de 160 tha superando a meacutedia do

Estado que eacute de 120 tha No Rio Preto da Eva a aacuterea amostrada foi 830 ha e a produccedilatildeo de

1152 t com produtividade de 14 tha tambeacutem superior agrave do Estado Segundo dados do IBGE

(2013) a produtividade meacutedia para ambos os municiacutepios na safra de 2012 foi de 12 tha

Nas aacutereas amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva respectivamente

foram produzidos cerca de 30000 e 34900 cachos de bananas na safra de 2012 com

aproximadamente 300000 e 349000 mil pencas

Considerando o preccedilo meacutedio de venda de cada municiacutepio de R$ 1400 o cacho os

produtores rurais da aacuterea estudada obtiveram receita da ordem de R$ 420 e R$ 488 mil reais

Se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas tambeacutem considerando o preccedilo meacutedio de

106

venda das pencas em cada municiacutepio de R$ 240 e R$ 260 nesta ordem para Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva a receita obtida seria de R$ 720 e R$ 907 mil reais

Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas

45 Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012

Variaacuteveis

Situaccedilatildeo real nas propriedades

rurais avaliadas nos municiacutepios

Estado do

Amazonas Presidente

Figueiredo

Rio Preto da

Eva

Situaccedilatildeo real nas propriedades

Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440

Produccedilatildeo na aacuterea amostradasafra (ta) 991 1152 63745

Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 160 140 120

Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un)2 30000 34900 1931667

Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400 (4)

Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un)2 300000 349000 --

Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

cacho (R$100)3

420000 488600 27043338

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

pencas (R$100)3

720000 907400 --

Recomendaccedilatildeo teacutecnica1

Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440

Produccedilatildeo na aacuterea amostradaa (t) 3025 4150 277000

Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 500 500 500

Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un) 91667 125758 8393939

Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400

Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un) 916667 1257576 --

Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

cacho (R$100) 1283333 1760606 117515152

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

pencas (R$100) 2200000 3269697 --

Diferenccedilas de Renda

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos) 863333 1272006 90471814

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas) 1480000 2362297 --

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos)ha 1426997 1532537 90471814

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas)ha 2446281 2846141 -- (

1) Com base nas indicaccedilotildees de densidade e produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) (Tabela 2)

(2) Considerando o peso meacutedio do cacho indicado por Gasparotto et al (2003) Tabela 3

(3) Com base no preccedilo meacutedio de vendas dos municiacutepios em estudo

Fonte autora

Com base nestes dados foi possiacutevel imaginar uma situaccedilatildeo hipoteacutetica caso estes

produtores aplicassem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas por Pereira et al (2006)

e alcanccedilassem a produtividade indicada por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) na

mesma aacuterea amostrada em cada municiacutepio seriam produzidas 50 toneladas de bananas por

hectare e isto renderia em meacutedia 91667 cachos de banana e 916667 pencas que quando

comercializados renderiam para o municiacutepio de Presidente Figueiredo mais de R$

107

128300000 para vendas em cachos e se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas a

receita estimada seria de R$ 2200000 O municiacutepio de Rio Preto da Eva nos 830 ha

cultivados produziria 125758 cachos e 1257576 pencas pelos quais obteria receita

estimada respectivamente de R$ 176060600 e R$ 326969700 (Tabela 6)

Analisando a situaccedilatildeo real nas propriedades estudadas e comparando com a

recomendaccedilatildeo teacutecnica eacute possiacutevel observar quanto os produtores rurais deixaram de ganhar

por natildeo aplicarem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas para os cultivos de

bananeiras O municiacutepio de Presidente Figueiredo somente nos 605 hectares estudados

deixou de arrecadar mais de R$ 863 mil reais caso vendesse a produccedilatildeo em cachos e mais de

R$ 1480 mil para vendas das bananas em pencas No municiacutepio de Rio Preto da Eva nos

830 ha cultivados os produtores deixaram de arrecadar mais de R$ 1272 mil reais para a

venda em cachos e mais de R$ 2362 mil para vendas em pencas

Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos

e ineficiecircncia nos processos de comercializaccedilatildeo das bananas visto que cada hectare cultivado

com bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo mantidos os mesmos preccedilos de venda

alcanccedilado na safra de 2012 poderia arrecadar mais R$ 1426997 para venda em cachos e R$

2446281 caso a produccedilatildeo fosse vendida em pencas O Municiacutepio de Rio Preto da Eva

mantidas as mesmas condiccedilotildees em cada hectare cultivado poderia arrecadar mais R$

1532537 para vendas em cachos e R$ 2846141 para vendas em pencas (Tabela 6)

108

434 CONCLUSOtildeES

Todos os produtores de banana dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva analisados comercializam sua produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo

pelo varejo

Predomina entre eles a venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas

produccedilotildees para a Cooperativa ou Associaccedilatildeo a que pertencem

Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com alguns tambeacutem vendendo

em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria tambeacutem vende na forma de

pencas

Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que os praticados pela

Cooperativa ou Associaccedilatildeo

As receitas obtidas pelos produtores dos dois municiacutepios em Reais por hectare foram

de R$ 1682800 - R$1502200 nas vendas dos cachos e R$ 2884800 - R$ 2789800 nas

vendas das pencas respectivamente em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus cultivos eou observado as

orientaccedilotildees teacutecnicas de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos esses valores subiriam

respectivamente para R$ 2333800 nas vendas dos cachos e R$ 4000800 - R$ 4334200 nas

vendas das pencas

No municiacutepio de Presidente Figueiredo nos 605 ha cultivados com bananeiras os

produtores obtiveram receita de R$ 101809400 para vendas em cachos e R$ 174530400

para vendas em pencas Esses produtores deixam de ganhar R$ 39385500 com as vendas em

cacho e R$ 67518000 com as vendas em pencas devido agraves baixas produtividades

alcanccediladas No Rio Preto da Eva nos 803 ha cultivados as perdas foram de R$ 69022800 e

R$ 128185200 para a venda em cachos e pencas respectivamente

109

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA

BANANA NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE

FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Resumo

A anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos seus ambientes institucional

organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua estrutura e funcionamento e a

forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que compotildeem a cadeia Este estudo visou

identificar os ambientes da cadeia produtiva da banana em dois municiacutepios do Estado do

Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional organizacional e produtivo

da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores no processo de

desenvolvimento local para o fortalecimento dessa cultura agriacutecola Foram aplicados

questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva na safra de 2012 Aleacutem disso foram

obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no presente trabalho No

Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais e estaduais responsaacuteveis pelo fornecimento

de suporte logiacutestico financeiro educacional de sauacutede e teacutecnico para consolidar os elos da

cadeia produtiva da banana Com todo o arcabouccedilo dessas instituiccedilotildees e competecircncias era de

se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva

consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual Essas instituiccedilotildees natildeo

alcanccedilam a maioria dos produtores de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva Sem uma assistecircncia adequada os produtores tem dificuldades de adquirir

insumos agriacutecolas conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas Se houvesse

uma consolidaccedilatildeo dos fluxos dentro da cadeia com um envolvimento maior das instituiccedilotildees

com os produtores e esses entre si na forma de Cooperativas e Associaccedilotildees niacuteveis bem mais

elevados de produtividade da banana no Amazonas poderiam ser alcanccedilados

Palavras Chave Produccedilatildeo rural Cooperativas rurais Associaccedilotildees rurais Produtores rurais

instituiccedilotildees puacuteblicas

110

Abstract

Analysis of agricultural production chains from their environments - institutional

organizational and productive permit our understanding of its structure and functioning and

the form of intra and inter interaction actors and environments that make up the chain This

study aimed to identify the design of the banana production chain in two municipalities in the

State of Amazonas and present the composition of institutional environments organizational

and production thereof and the role to be played by these actors in the local development

process from the strengthening of this fruit cultivation Questionnaires were used in 15 farms

who grow bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 in Rio Preto da Eva

harvest of 2012 Also it was obtained information in the sites of the institutionorganization

cited in this study The results indicated that in the Amazonas state federal and state

institutions act to give full logistical financial educational helth and technical support to

consolidate the links in the banana chain production With all the framework and expertise of

these institutions would expect a highly favorable environment for the establishment of a

consolidated supply chain for any activity of the state agricultural sector These institutions do

not reach the majority of banana producers in the municipalities of Presidente Figueiredo and

Rio Preto da Eva Without adequate assistance producers have difficulties to acquire

agricultural inputs knowledge drain and to commercialize their bananas production If there

was a consolidation of flows within the chain with greater involvement of institutions with

producers and these with each other in the form of cooperatives and associations higher

levels of banana productivity could be achieved in the Amazonas State

Key words Rural production rural cooperatives rural associations rural producers public

institutions

111

441 INTRODUCcedilAtildeO

Nos uacuteltimos anos o Brasil apresentou expressivo crescimento no comeacutercio

internacional do agronegoacutecio e consolidou sua posiccedilatildeo como um dos maiores produtores e

exportadores de alimentos e produtos agriacutecolas do planeta comercializando sua produccedilatildeo em

mais de 200 paiacuteses (MAPA 2013) Contudo o setor agriacutecola no Brasil vem passando por um

processo de reorganizaccedilatildeo especialmente na reestruturaccedilatildeo das cadeias produtivas para se

tornarem mais aacutegeis inovadoras e modernas como forma de se tornarem competitivas e

alcanccedilar o mercado global (BARRETO FILHO 2000) Essas circunstacircncias demandam

estudos que busquem entender a integralizaccedilatildeo do processo de desenvolvimento local a partir

das cadeias de suprimentos das cadeias produtivas da governanccedila e das alianccedilas estrateacutegicas

viabilizando a criaccedilatildeo de alternativas capazes de potencializar os recursos endoacutegenos

disponiacuteveis conforme enfatizado por Sachs (2009)

O estudo da organizaccedilatildeo administrativa da cadeia produtiva eacute o ponto de partida para

a anaacutelise do seu desempenho de forma a possibilitar a descriccedilatildeo das condiccedilotildees em que a

dinacircmica da produccedilatildeo e do mercado as regras governamentais e outros fatores influenciam a

performance da produccedilatildeo Desta forma a anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos

seus ambientes institucional organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua

estrutura e funcionamento e a forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que

compotildeem a cadeia

Este estudo busca identificar o desenho da cadeia produtiva da banana em dois

municiacutepios do Estado do Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional

organizacional e produtivo da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores

no processo de desenvolvimento local a partir do fortalecimento dessa cultura agriacutecola O

estudo possibilita conhecer os elementos que compotildeem o sistema produtivo dessa espeacutecie nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas assim como

identificar as interaccedilotildees cooperaccedilotildees e aprendizados entre eles e a contribuiccedilatildeo desse

processo para consolidaccedilatildeo do sistema produtivo da banana e consequente desenvolvimento

local

112

442 MATERIAL E MEacuteTODOS

4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

A cadeia produtiva reflete-se no conjunto de elementos que interagem em um

processo produtivo para a oferta de produtos eou serviccedilos ao mercado consumidor

envolvendo o emprego de trabalho e tecnologia

Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa foi delineada

a partir dos ambientes macros essenciais para o funcionamento da produccedilatildeo agriacutecola em

cadeia permitindo identificar os elementos e atores componentes de cada ambiente do sistema

produtivo com suas relaccedilotildees fluxos e dinacircmica de funcionamento no contexto dos Municiacutepios

em estudo Posteriormente todos os elos da cadeia produtiva foram contextualizados nos seus

objetivos e finalidades especiacuteficas como forma de empreender um funcionamento satisfatoacuterio

de sistema produtivo que servisse de base comparativa ao sistema ou processo real de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva no Amazonas

O mapeamento dos ambientes da cadeia produtiva busca identificar os elementos

envolvidos no processo de produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios pesquisados identificando os

atores econocircmicos poliacuteticos e sociais o ambiente institucional organizacional e produtivo

que constituem a estrutura de produccedilatildeo dessa cultura Estes elementos permitiram analisar

como se processa a governanccedila a interaccedilatildeo a cooperaccedilatildeo e o aprendizado entre as partes do

sistema e compreender como ocorre o dinamismo da competividade da atividade produtiva

deste segmento

4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve

dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos institucionais

organizacionais e produtivos com o fim de conhecer quais as forccedilas atuantes neste processo e

se elas contribuem para o desenvolvimento sustentaacutevel do local onde estatildeo inseridas

No que concerne agrave dimensatildeo da cadeia produtiva da banana foram delimitados os

ambientes da cadeia produtiva a partir do diagrama esquemaacutetico de sistema produtivo

agriacutecola desenvolvido por Zylbersztajn (1994) e verificados os elementos envolvidos em

cada ambiente e que contribuem com a produccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos seus produtos A

anaacutelise envolveu a observaccedilatildeo das instituiccedilotildees para a formaccedilatildeo de poliacuteticas relacionadas agrave

cultivos agriacutecolas as organizaccedilotildees executoras dessas poliacuteticas e o ambiente da produccedilatildeo

113

propriamente dito representado pelas propriedades agriacutecolas os fornecedores de insumos as

induacutestrias de transformaccedilatildeo dos produtos a comercializaccedilatildeo e os fluxos decorrentes do

processo e seus elos Esta anaacutelise possibilitou o desenho do mapa do sistema agriacutecola

desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios em estudo

Em seguida com base na anaacutelise processada foram elencados os principais atores da

cadeia e posteriormente foi feita uma contextualizaccedilatildeo da atividade desenvolvida por cada

elemento atuante no processo categorizando as diferentes atividades e as formas como se

relacionam a interaccedilatildeo a intervenccedilatildeo e a governanccedila entre os atores observando os objetivos

de cada um e a forma como se inserem e atuam no sistema conforme Quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em

acordo com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva no Amazonas

Ambientes da Cadeia Produtiva da Banana

Institucional Produtivo Organizacional Fluxos

- Leis

- Regulamentos

- Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Municipal

- Insumos de

produccedilatildeo

- Produccedilatildeo

- Processamento

- Comercializaccedilatildeo

- Mercados

- Serviccedilos de apoio

Teacutecnico

Institucional

Mercadoloacutegico

- Infraestrutura

Transporte

Armazenamento

- Fiacutesicos

- Financeiros

- Tecnoloacutegicos

- Informaccedilotildees

- Conhecimentos

Fonte autora

Na expectativa de delinear um padratildeo comparativo para o processo de produccedilatildeo de

bananas foram elencadas as variaacuteveis que compotildeem os ambientes institucional produtivo e

organizacional do sistema de produccedilatildeo de forma a aglutinar as leis poliacuteticas puacuteblicas

insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo propriamente dita ndash que se efetivam nas propriedades rurais

- os mercados os serviccedilos de apoio teacutecnico institucional e mercadoloacutegico a infraestrutura

necessaacuteria bem como os fluxos fiacutesicos do produto tecnoloacutegicos de informaccedilotildees e

conhecimentos que fortalecem a cadeia de produccedilatildeo

Por fim foi analisada a situaccedilatildeo real no processo produtivo da banana nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva para cada elemento previamente

delineado como forma de mensurar o niacutevel de estruturaccedilatildeo e fortalecimento da cadeia

produtiva da banana e como ela se insere na economia local nacional e internacional sua

trajetoacuteria evolutiva os condicionantes e natureza da atividade produtiva as especificidades

dos processos de aprendizagem e das trocas de conhecimentos relacionados ao negoacutecio

agriacutecola dessa cultura e o modo como esses processos satildeo afetados pelas poliacuteticas existentes

114

4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Com base na orientaccedilatildeo bibliograacutefica que subsidiou este trabalho foram caracterizadas

as dimensotildees e os atores componentes do sistema produtivo agriacutecola da banana para os

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1

Para isso foram aplicados questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no

municiacutepio de Presidente Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva safra de 2012

Aleacutem disso foram obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no

presente trabalho Em seguida se procedeu agraves anaacutelises nessas instituiccedilotildees que compotildeem cada

ambiente da cadeia produtiva no acircmbito federal estadual e municipal buscando nas suas

competecircncias organizacionais aquelas que as relacionassem ao sistema produtivo agriacutecola da

banana nos municiacutepios em estudo

A partir desse levantamento foi possiacutevel identificar os ambientes e elementos

essenciais para o desenvolvimento da produccedilatildeo agriacutecola da banana em condiccedilatildeo ideal que

funcionando de forma satisfatoacuteria seria capaz de contribuir para o desenvolvimento dos

municiacutepios em estudo

Na anaacutelise as dimensotildees institucional agriacutecola organizacional e os fluxos de

informaccedilotildees foram cruzados na tentativa de compreender a interaccedilatildeo entre o setor produtivo e

as forccedilas atuantes no processo considerando as propriedades rurais produtoras de bananas as

instituiccedilotildees e organizaccedilotildees envolvidas no processo de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo o

desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas as instituiccedilotildees de ensino e pesquisas o apoio teacutecnico a

infraestrutura e os fluxos envolvidos no contexto

Para a anaacutelise da situaccedilatildeo real da produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios estudados

foram analisados os fluxos de interaccedilatildeo entre os elementos que compotildeem o sistema onde

foram delimitados quatro nuances de contato entre os elementos inexistecircncia de contato

contato moderado contato intenso e contato eficaz a partir da percepccedilatildeo dos produtores

rurais inqueridos na pesquisa

A inexistecircncia de contato foi identificada pela natildeo atuaccedilatildeo de determinado ator com

accedilatildeo objetiva agrave outros componentes do sistema deixando de proceder contato com os

mesmos O contato moderado se reportava agravequeles presentes entre os atores poreacutem com

resultado ineficaz comprometendo o desenvolvimento do sistema O contato intenso

apontava os casos em que a interaccedilatildeo contribuiacutea para o desenvolvimento do sistema poreacutem

ainda de forma ineficaz O fluxo de contato eficaz traduzia os casos de perfeita interaccedilatildeo entre

115

os atores ou elementos contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento do sistema

produtivo da banana

4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos

quantitativos A anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas e

objetivos das instituiccedilotildees envolvidas no sistema de produccedilatildeo da banana A anaacutelise quantitativa

torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no acircmbito financeiro e

mercadoloacutegico da cadeia

Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas

pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo

exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) caracteriza-se por proporcionar um maior

conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da

investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa

443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4431 Sistema Produtivo Agriacutecola

No agronegoacutecio a exigecircncia ascendente do mercado competitivo motivou a

reorganizaccedilatildeo das cadeias produtivas como determinante de sobrevivecircncia Na regiatildeo Norte

onde as culturas agriacutecola e extrativista satildeo concorrentes o desafio eacute ainda maior e as

probabilidades de Ecircxito seratildeo mais favoraacuteveis caso se consiga aglutinar os esforccedilos de todos

os ambientes e atores do sistema produtivo

No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de

elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e em

que cada um dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute

maior do que o que as unidades poderiam ter caso funcionassem independentemente

Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as

relaccedilotildees entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990

CARAVANTES et al 2005 CHIAVENATO 2011)

O sistema produtivo do agronegoacutecio deve ser trabalhado desde as instituiccedilotildees que

desenvolvem as poliacuteticas puacuteblicas a oferta de insumos as propriedades agriacutecolas as

agroinduacutestrias o escoamento da produccedilatildeo e o mercado consumidor Essa cadeia aglutina os

serviccedilos de apoio como pesquisa assistecircncia teacutecnica processamento transporte

116

comercializaccedilatildeo creacutedito distribuidores industrializaccedilatildeo e consumidor final (GASQUES et

al 2004)

A Figura 1 apresenta de forma simplificada o panorama sistecircmico da produccedilatildeo

agriacutecola com seus ambientes e fluxos interativos

Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola

Fonte Zylbersztajn (1994) Adaptada pela autora

Neste estudo a cadeia produtiva agriacutecola eacute tratada como um sistema produtivo A

gestatildeo de um sistema deve focar a maximizaccedilatildeo da produccedilatildeo a minimizaccedilatildeo dos custos

maior eficiecircncia e eficaacutecia especialmente na qualidade dos produtos e na produtividade para

garantir a competividade e a sustentabilidade do sistema no ambiente no qual estaacute inserida

Para isto eacute preciso que os atores envolvidos tenham visatildeo holiacutestica de toda a cadeia para que

possam identificar os possiacuteveis inter-relacionamentos a fim de traccedilarem suas estrateacutegias de

forma conjunta em um modelo de accedilatildeo colaborativa e natildeo individual

Este sistema produtivo (Figura 1) configura-se como um todo organizado

constituiacutedo de partes integradas que podem ou natildeo interagir com o meio externo e que sejam

interdependentes para o seu pleno funcionamento Eacute constituiacutedo dos ambientes institucional

organizacional e produtivo e cada um possui seus proacuteprios subsistemas que se relacionam e

estatildeo integrados ao todo

O ambiente institucional abrange as leis e normas que regulamentam o sistema A ele

cabe a responsabilidade de desenhar poliacuteticas puacuteblicas que priorizem o desenvolvimento

econocircmico e social do paiacutes Se a diretriz mestra desses atores for o desenvolvimento a partir

das potencialidades locais isto demandaraacute uma governanccedila mais eficiente visto que seraacute

necessaacuterio conhecer as potencialidades endoacutegenas de cada regiatildeo Estas poliacuteticas deveratildeo ser

executadas pelas instituiccedilotildees que compotildeem o ambiente organizacional e deveraacute ser

Ambiente Institucional (leis regulamentos poliacutet governamental etc)

Ambiente Organizacional (serviccedilos de apoio teacutecnico)

Insumos

Produccedilatildeo Processamento Comercializaccedilatildeo

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

Fluxos fiacutesicos Am

bie

nte

pro

du

tivo

117

convergente para o setor produtivo que na visatildeo global da cadeia se apresenta com o papel

fundamental de realizar o maacuteximo de interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo com os demais atores envolvidos

no processo Este fator eacute determinante para que o ambiente produtivo se torne competitivo ao

niacutevel da reduccedilatildeo de custos ampliaccedilatildeo dos ganhos e oferta de produtos em qualidade e

quantidade que satisfaccedila o consumidor

O acircmbito organizacional comporta as instituiccedilotildees de apoio teacutecnico de ensino

pesquisa extensatildeo e demais instituiccedilotildees responsaacuteveis pela execuccedilatildeo das poliacuteticas leis e

normas oriundas do ambiente institucional O melhor desempenho destes dois sistemas se

daraacute pela soacutelida articulaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees e os elementos constitutivos destes ambientes

onde o primeiro fundamenta o segundo e este fornece os subsiacutedios para a consecuccedilatildeo dos

objetivos daquele

O ambiente produtivo apresenta-se como o principal sistema na hierarquia de

funcionamento do todo funciona como o motor de todo o sistema integrando diversos

subsistemas que interagem fornecendo subsiacutedios para o seu funcionamento e sustentaccedilatildeo

Estaacute constituiacutedo por empresas fornecedoras de insumos pela produccedilatildeo primaacuteria propriamente

dita - que neste estudo abrange as propriedades agriacutecolas - pelo ambiente de processamento e

transformaccedilatildeo dos produtos e o ambiente comercial com as empresas de escoamento da

produccedilatildeo e os elementos de transferecircncia dos produtos ateacute o consumidor final Entre estes

ambientes coexistem os fluxos financeiros e de informaccedilotildees e os fluxos fiacutesicos

De acordo com o exposto eacute mister que todo este conjunto de componentes ou sistemas

interativos esteja dinamicamente relacionado objetivando suprir o consumidor final de

determinado produto ou serviccedilo do ambiente agriacutecola (BERTALANFFY 1975 SPPEDING

1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e CHIAVENATO 2011)

4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola

A cadeia produtiva traduz-se em um conjunto articulado de atividades poliacuteticas

econocircmicas e sociais como consequecircncia da relaccedilatildeo em termos de mercados entre

tecnologia organizaccedilatildeo e capital A sua visualizaccedilatildeo efetiva-se como uma sucessatildeo de

operaccedilotildees de transformaccedilatildeo dissociaacuteveis capazes de ser separadas e ligadas entre si por um

encadeamento teacutecnico (PIRES 2001) Eacute entendida como um conjunto de relaccedilotildees comerciais e

financeiras que estabelecem entre todos os segmentos um fluxo de troca entre fornecedores e

clientes ou seja um conjunto de accedilotildees econocircmicas poliacuteticas e sociais que regulam a

valorizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo e asseguram a articulaccedilatildeo das operaccedilotildees

118

A anaacutelise de uma cadeia produtiva necessita da observaccedilatildeo dos ambientes

institucional organizacional e produtivo e a forma como se processa os fluxos fiacutesicos e de

informaccedilotildees nesse sistema

O ambiente institucional eacute constituiacutedo pelas normas e leis federais estaduais e

municipais aleacutem da cultura dos costumes e saberes local da sociedade que envolve e

influencia os ambientes O ambiente organizacional engloba as estruturas que satildeo criadas para

dar suporte ao funcionamento das cadeias produtivas O ambiente produtivo apresenta-se

como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana nos municiacutepios em estudo

A Figura 2 apresenta o sistema desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas envolvendo

trecircs ambientes distintos institucional produtivo e organizacional Em cada um destes estatildeo

inseridas empresas eou instituiccedilotildees com caracteriacutesticas e objetivos distintos entre si poreacutem

semelhantes nas suas finalidades que eacute a consolidaccedilatildeo do sistema produtivo agriacutecola da

banana

119

0

Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas

Fonte autora

Insumos

Produccedilatildeo Processamento

Calcaacuterio

Implementos

agriacutecolas

Pesticidas

Fertilizantes

Propriedades

agriacutecolas

Cultivos de

bananeiras

Comercializaccedilatildeo

Acessoacuterios

agriacutecolas

Bioinduacutestrias

Agroinduacutestrias

Cooperativas

Empresas

Associaccedilotildees

Mercado

Nacional

Mercado

Internacional

Mercado

Local

Mercado

Regional Varejo

Fluxos fiacutesicos

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

IDAM

INPA

UFAM

UEA MMA

MIDIC SEPROR MAPAEMBRAPA

SEBRAE

SUFRAMA (MDIC)

MS

SEPLANCTI MMA MDIC MAPA

SEPLANCTI

Atacado

INST

ITU

CIO

NA

L P

RO

DU

TIV

O

OR

GA

NIZ

AC

ION

AL

AFEAM BASA BNDES

FAPEAM

INSTIT FINANCEIRAS (BB BASA BNDES) IPAAM (SDS) INCRA (MDA)

SDS

CONAB

SUDAM

MME

MIN

120

44321 Ambiente Institucional

O ambiente institucional agrega instituiccedilotildees que estabelecem leis e normas que

regulamentam o sistema produtivo agriacutecola em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e da

sociedade devendo atuar de forma transversal e democraacutetica aglutinando os interesses

nacional regional estadual e municipal em defesa do desenvolvimento do paiacutes e do

equiliacutebrio social ambiental econocircmico politico e territorial como forma de garantir a defesa

e bem estar da sociedade e do territoacuterio

Ao se analisar as atribuiccedilotildees do Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA e do Instituto

de proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas - IPAAM com suas funccedilotildees de controle do

desmatamento regional e definiccedilatildeo da localizaccedilatildeo e extensatildeo das aacutereas cultivadas bem como

do Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria - INCRA com suas atribuiccedilotildees

fundiaacuterias no Amazonas conforme contido em seus ambientes institucionais percebe-se que

desenvolvem poliacuteticas capazes de interferir na cadeia produtiva do setor primaacuterio e portanto

da banana Do mesmo modo a Secretaria de Planejamento Ciecircncia e Tecnologia do

Amazonas - SEPLANCTI o Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio -

MDIC e a Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus ndash SUFRAMA podem ter uma

influecircncia expressiva e positiva se usarem suas competecircncias na formulaccedilatildeo de poliacuteticas

puacuteblicas que favoreccedilam os produtores agriacutecolas regionais atuando de forma coordenada e

integrada O suprimento de energia eleacutetrica e de estradas eou hidrovias para o escoamento da

produccedilatildeo agriacutecola podem ser citadas como importantes para o processo de integraccedilatildeo dos

produtores no contexto do desenvolvimento regional accedilotildees essas de responsabilidade do

Ministeacuterio das Minas e Energia - MME e Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN A

SUDAM com sede em Beleacutem tambeacutem pode ser inserida nesse contexto de poliacuteticas puacuteblicas

O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA a Secretaria de

Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas - SDS e Secretaria de Produccedilatildeo e Extensatildeo Rural

- SEPROR por outro lado devem atuar de forma integrada para que os produtores tenham

todo o apoio teacutecnico necessaacuterio para que suas propriedades aproveitem da maneira mais

produtiva possiacutevel suas aacutereas cultivadas quer suprindo informaccedilotildees de manejo do solo das

culturas das pragas e doenccedilas como tambeacutem orientaccedilotildees sobre o mercado consumidor local

regional e se possiacutevel ateacute o nacional e o internacional Com isso os produtores podem ter

uma visatildeo mais completa de como se inserem no sistema produtivo podendo assim planejar

com mais competecircncia suas accedilotildees futuras O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) tambeacutem tem um

papel importante no sistema produtivo pois a regiatildeo eacute propensa a ocorrecircncia de doenccedilas

121

principalmente as que tecircm alguns insetos como vetores (malaacuteria dengue leishmaniose etc)

capazes de causar impactos altamente elevados em assentamentos de produtores dificultando

suas atuaccedilotildees no meio rural Por fim eacute necessaacuterio citar as instituiccedilotildees financeiras como o

Banco da Amazocircnia SA - BASA Banco do Brasil - BB Banco Nacional de

Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES etc responsaacuteveis por financiamentos da

produccedilatildeo agriacutecola do Estado

Quando se analisa o aspecto organizacional do modelo de cadeia produtiva

identificando as instituiccedilotildees executoras das poliacuteticas puacuteblicas aleacutem das jaacute citadas acima

encontramos as Instituiccedilotildees de Ensino Superior -IES (UFAM UEA IFAM INPA Embrapa)

as de fomento agrave pesquisa e agrave produccedilatildeo (FAPEAM BASA SUDAM SUFRAMA BNDES)

aleacutem de apoio teacutecnico aos produtores (IDAMSEPROR SDS SEBRAE Prefeituras

Municipais) e ainda a AFEAM que fornece treinamento e creacuteditos para os setores da

economia do Amazonas e a CONAB com suas assistecircncias teacutecnicas e aquisiccedilatildeo de produtos

por preccedilos compatiacuteveis ao produtor e ao mercado consumidor

Se essa estrutura estivesse atuando de forma integrada coordenada e organizada

seria de se esperar que os elos da cadeia produtiva de qualquer produto agriacutecola pudessem

estar consolidados e contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento sustentaacutevel

regional

Os produtores teriam apoio governamental para a obtenccedilatildeo de creacuteditos e o mercado

local teria condiccedilotildees de proporcionar a preccedilos adequados todos os insumos necessaacuterios para

alavancar suas produtividades a niacuteveis elevados em quantidade e qualidade e de forma

sustentaacutevel em condiccedilotildees de competitividade com os mercados de outras regiotildees do paiacutes

criando um ciacuterculo virtuoso de desenvolvimento agriacutecola que beneficiaria todos os envolvidos

no processo inclusive a sociedade regional Os produtores estariam bem organizados em

Associaccedilotildees e Cooperativas e haveria espaccedilo para a atuaccedilatildeo de Agroinduacutestrias e

Bioinduacutestrias que processariam a banana transformando parte da produccedilatildeo em subprodutos

com maior valor agregado como doces geleias fritas ships aproveitando quase toda ou toda

a produccedilatildeo da cultura gerando mais empregos e divisas para a regiatildeo

Associaccedilotildees e Cooperativas mais consolidadas poderiam significar maior potencial

dos produtores atingirem os mercados regionais nacional e ateacute internacional com maior

competitividade e eficiecircncia garantindo a eles maiores preccedilos e maior seguranccedila na venda de

sua produccedilatildeo com os excedentes sendo exportados e trazendo mais divisas para o Estado que

dispotildee de recursos hiacutedricos terras e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo da banana

122

A seguir foram descritas de forma mais detalhada as competecircncias de cada uma dessas

instituiccedilotildees para se ter uma noccedilatildeo mais exata dos seus perfis de atuaccedilatildeo visando identificar

melhor seus papeacuteis no sistema produtivo da banana no Estado do Amazonas

O Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA atua no desenvolvimento e implementaccedilatildeo

da poliacutetica nacional do meio ambiente e dos recursos hiacutedricos na poliacutetica de preservaccedilatildeo

conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacutevel de ecossistemas e da biodiversidade na proposiccedilatildeo de

estrateacutegias mecanismos e instrumentos econocircmicos e sociais para a melhoria da qualidade

ambiental e do uso sustentaacutevel dos recursos naturais no desenvolvimento de poliacuteticas para a

integraccedilatildeo do meio ambiente e da produccedilatildeo nas poliacuteticas e programas ambientais para a

Amazocircnia Legal e no Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico - ZEE como oacutergatildeo gestor normativo

dos processos de implantaccedilatildeo dos ZEEs pelos Estados (MMA 2015)

O MMA eacute responsaacutevel por promover a adoccedilatildeo de princiacutepios e estrateacutegias para o

conhecimento a proteccedilatildeo e a recuperaccedilatildeo do meio ambiente o uso sustentaacutevel dos recursos

naturais a valorizaccedilatildeo dos serviccedilos ambientais e a inserccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

na formulaccedilatildeo e na implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de forma transversal compartilhada

participativa e democraacutetica em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e sociedade

trabalhando de forma integrada as questotildees sociais ambientais e econocircmicas Figura 3

Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no

ambiente institucional Fonte MMA (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA tem papel

importante na gestatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo agrave agropecuaacuteria a exemplo do

Programa Nacional da Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisiccedilatildeo de

alimentos ndash PAA entre outros Deve fomentar o agronegoacutecio e regular a normatizaccedilatildeo de

MMA

Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente

Poliacutetica Nacional dos Rec Hiacutedricos

Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso dos

Ecossistemas

Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso da

Biodiversidade

Poliacuteticas para a Amazocircnia Legal

Gestatildeo Normativa dos ZEEs

Meio Ambiente

Soci

edad

e Eco

no

mia

123

serviccedilos vinculados ao setor agriacutecola agrave pecuaacuteria e ao abastecimento contemplando o

pequeno o meacutedio e o grande produtor rural e deve tambeacutem reunir atividades de suprimento

de bens e serviccedilos relacionados a estes setores bem como o processamento a transformaccedilatildeo

e a distribuiccedilatildeo de produtos de origem agropecuaacuteria ateacute o consumidor final MAPA (2015)

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash EMBRAPA e a Companhia

Nacional de Abastecimento ndash CONAB por exemplo satildeo empresas puacuteblicas que atuam sob a

gerecircncia e coordenaccedilatildeo do MAPA que tambeacutem eacute organizado em secretarias responsaacuteveis

pelos diferentes setores do agronegoacutecio brasileiro a exemplo da Secretaria de Defesa

Agropecuaacuteria ndash SDA e a Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI

(MAPA 2015)

A CONAB visa contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do

produtor rural participando da formulaccedilatildeo das poliacuteticas agriacutecola e de abastecimento Por meio

de suas atividades busca proporcionar a geraccedilatildeo de valor ao produtor rural disponibilizando

preccedilo renda e a regulaccedilatildeo do abastecimento e apoio no fortalecimento e organizaccedilatildeo do setor

Ao consumidor final proporciona o acesso aos alimentos baacutesicos no comeacutercio varejista a

preccedilos acessiacuteveis

O MAPA natildeo restringe suas atividades ao acircmbito agropecuaacuterio Embora concentre

neste setor o foco principal de suas atividades sua estrateacutegia de gestatildeo busca integrar os

aspectos mercadoloacutegicos tecnoloacutegicos cientiacuteficos ambientais e organizacionais dos setores

produtivo do abastecimento da armazenagem e do transporte de safras aleacutem da gestatildeo da

poliacutetica econocircmica e financeira do agronegoacutecio Todo este esforccedilo visa garantir a seguranccedila

alimentar da populaccedilatildeo brasileira e a produccedilatildeo de excedentes para exportaccedilatildeo como forma de

fortalecer o setor produtivo nacional e favorecer a inserccedilatildeo do Brasil no mercado

internacional

A Secretaria de Defesa Agropecuaacuteria ndash SDA eacute responsaacutevel pela execuccedilatildeo das accedilotildees

de Estado para a prevenccedilatildeo controle e erradicaccedilatildeo de doenccedilas animais e de pragas vegetais

que afetam a agropecuaacuteria com vistas a assegurar a origem a conformidade e a seguranccedila dos

produtos de origem animal e vegetal destinados agrave alimentaccedilatildeo humana ou animal e tambeacutem a

idoneidade dos insumos em uso na agricultura e pecuaacuteria brasileira (MAPA 2015)

A SDA tambeacutem participa da formulaccedilatildeo da poliacutetica agriacutecola planejando

normatizando coordenando e supervisionando as atividades de defesa agropecuaacuteria em todo o

Territoacuterio nacional Eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do Sistema Unificado de Atenccedilatildeo agrave

124

Sanidade Agropecuaacuteria ndash SUASA do sistema brasileiro de inspeccedilatildeo de produtos de origem

animal vegetal e de insumos agropecuaacuterios (MAPA 2015)

Na produccedilatildeo vegetal a Secretaria responde pela vigilacircncia fitossanitaacuteria inspeciona

e fiscaliza a produccedilatildeo de sementes mudas fertilizantes corretivos inoculantes estimulantes

e biofertilizantes Controla registro classifica e fiscaliza o comeacutercio de bebidas e a produccedilatildeo

de uvas vinhos e derivados Inspeciona a utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos e seus componentes aleacutem

de fiscalizar e classificar os produtos subprodutos e resiacuteduos vegetais de valor econocircmico

A Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI eacute responsaacutevel pela

interface do MAPA com o mercado externo pela elaboraccedilatildeo de propostas de negociaccedilotildees de

acordos sanitaacuterios e fitossanitaacuterios com outros paiacuteses e ainda por analisar as deliberaccedilotildees

relativas agraves exigecircncias fitossanitaacuterias que envolvem interesses do setor produtivo brasileiro a

fim de consolidar o reconhecimento do paiacutes interna e externamente como provedor de

alimentos seguros e de qualidade

A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo - SDC eacute a principal

responsaacutevel pela adoccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis para o agronegoacutecio brasileiro Sua atuaccedilatildeo

envolve esforccedilos para o estiacutemulo ao cooperativismo as praacuteticas da agricultura sustentaacutevel o

desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas tecnologias a proteccedilatildeo intelectual a infraestrutura e a

logiacutestica de produccedilatildeo transporte e armazenagem de safras (MAPA 2015)

A SDC estaacute estruturada em quatro departamentos responsaacuteveis por diferentes setores

organizacionais O Departamento de Cooperativismo e Associativismo - DENACOOP

fomenta o associativismo entre cooperativas assim como sua internacionalizaccedilatildeo visando

ampliar a participaccedilatildeo econocircmica do setor cooperativo no leque de exportaccedilotildees do paiacutes

Tambeacutem haacute poliacuteticas de incentivo ao cooperativismo entre o puacuteblico jovem e entre mulheres

destinadas agrave inclusatildeo social e maior participaccedilatildeo econocircmica destes setores na sociedade

O Departamento de Sistemas de Produccedilatildeo e Sustentabilidade - DEPROS eacute responsaacutevel

pela regulaccedilatildeo e estiacutemulo agrave praacuteticas de agropecuaacuteria sustentaacuteveis que preservem o ambiente e

os recursos naturais As principais poliacuteticas desenvolvidas pelo DEPROS estatildeo relacionadas agrave

produccedilatildeo de alimentos orgacircnicos (Agroecologia) Sistemas de Produccedilatildeo Integrada para

rastreabilidade e qualificaccedilatildeo da produccedilatildeo e Sistemas de Conservaccedilatildeo de Solos e Aacuteguas que

cuidam da manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas (MAPA 2015)

Questotildees relativas agrave proteccedilatildeo de propriedade intelectual ligada ao agronegoacutecio

desenvolvimento e fomento a novas cultivares pesquisa e desenvolvimento de implementos

maacutequinas e insumos satildeo responsabilidade do Departamento de Propriedade Intelectual e

125

Tecnologia da Agropecuaacuteria - DEPTA O DEPTA tambeacutem eacute responsaacutevel pelo sistema

nacional de identificaccedilatildeo geograacutefica que fomenta a homologaccedilatildeo de regiotildees geograacuteficas

produtoras de alimentos certificados

O Departamento de Infraestrutura e Logiacutestica ndash DIEL coordena questotildees relativas ao

escoamento e armazenagem dos produtos agropecuaacuterios brasileiros Normatiza e fiscaliza

condiccedilotildees fiacutesicas de portos aeroportos e armazeacutens aleacutem de desenvolver poliacuteticas de

infraestrutura e obras para o incremento da capacidade logiacutestica do agronegoacutecio Controla a

aviaccedilatildeo voltada ao setor agriacutecola normatizando e promovendo treinamentos para os pilotos

operadores Tambeacutem eacute responsaacutevel pela promoccedilatildeo das parcerias institucionais e pela

assessoria a demandas parlamentares no acircmbito do ministeacuterio

A Secretaria de Poliacutetica Agriacutecola ndash SPA atua no planejamento e execuccedilatildeo de medidas

de apoio agrave produccedilatildeo agriacutecola em trecircs pilares baacutesicos Primeiro na oferta de recursos para o

financiamento do agronegoacutecio aperfeiccediloamento e apoio agrave produccedilatildeo Segundo no apoio e

sustentaccedilatildeo dos preccedilos agropecuaacuterios por meio de aquisiccedilotildees governamentais e equalizaccedilotildees

de preccedilos E por uacuteltimo no aperfeiccediloamento da gestatildeo de risco por meio da subvenccedilatildeo ao

precircmio do seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaacuteria - PROAGRO e

do Zoneamento Agriacutecola de Risco Climaacutetico

A SPA eacute um instrumento de planejamento e gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para a

agropecuaacuteria brasileira No seu escopo eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do Plano

Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash PAP consolidando accedilotildees programas e diretrizes governamentais para o

setor fundamentais para a tomada de decisatildeo dos produtores rurais e demais agentes

econocircmicos comprometidos no agronegoacutecio A SPA conta com trecircs departamentos que

concorrem no desenvolvimento de suas atribuiccedilotildees

O Departamento de Economia Agriacutecola - DEAGRI responsaacutevel por programar e

acompanhar a aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos e privados na agropecuaacuteria e tambeacutem

acompanhar a legislaccedilatildeo e o desempenho do creacutedito rural com base em dados e estatiacutesticas

puacuteblicos e privados Para isto o DEAGRI observa a conjuntura econocircmica nacional e

internacional em suas relaccedilotildees com o agronegoacutecio e monitora os mercados de insumos

agropecuaacuterios como fertilizantes defensivos maacutequinas e implementos agriacutecolas

O Departamento de Comercializaccedilatildeo e de Abastecimento Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash

DEAGRO tem por atribuiccedilatildeo estabelecer poliacuteticas e accedilotildees voltadas agrave garantia do

abastecimento assegurando ao produtor rural preccedilos compatiacuteveis com sua atividade por meio

126

de aquisiccedilotildees de produtos e equalizaccedilatildeo dos preccedilos agriacutecolas consolidada na Poliacutetica de

Garantia de Preccedilos Miacutenimos - PGPM

O Departamento de Gestatildeo de Risco Rural ndash DEGER eacute encarregado do

desenvolvimento de estudos para a formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas gerenciais de

riscos do setor agropecuaacuterio relacionadas com o seguro rural o PROAGRO (eacute uma garantia

ofertada pela Uniatildeo principalmente para o pequeno e meacutedio produtor e se destina ao

pagamento do creacutedito tomado no banco pelos produtores aleacutem de indenizar os recursos

proacuteprios aplicados no empreendimento na hipoacutetese de ocorrecircncia de eventos climaacuteticos que

gerem perdas em suas lavouras) e o ZARC (o Zoneamento Agriacutecola tem como objetivo

indicar os periacuteodos de plantio por municiacutepio e por cultura relacionados ao ciclo das

cultivares e aos tipos de solos a fim de que eventuais eventos climaacuteticos adversos natildeo

coincidam com as fases mais sensiacuteveis das lavouras)

As accedilotildees do PROAGRO e do ZARC ocorrem por meio do Programa de Subvenccedilatildeo ao

Precircmio do Seguro Rural ndash PSR que viabiliza o acesso do produtor ao seguro mediante o

pagamento pelo governo de parte do precircmio de seguro rural contratado pelo produtor nas

modalidades agriacutecola pecuaacuteria aquiacutecola e de floresta

Aleacutem das secretarias o MAPA possui vaacuterios oacutergatildeos e unidades descentralizadas da

administraccedilatildeo direta a exemplo das Superintendecircncias Federais de Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento - SFAs oacutergatildeos de representaccedilatildeo nos Estados da Federaccedilatildeo e conta com apoio

dos Laboratoacuterios Nacionais Agropecuaacuterios ndash LANAGROS responsaacuteveis pelas anaacutelises

laboratoriais relativas ao setor entre outros (MAPA 2015) O MAPA trabalha para contribuir

com a sustentabilidade social econocircmica e ambiental por meio do apoio agrave accedilotildees para o

desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e mercadoloacutegico Figura 4

127

Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA no ambiente institucional

Fonte MAPA (2015) Adaptada pela autora

MAPA SFAs (oacutergatildeos de repres do

MAPA nos Estados) LANAGROS

Poliacuteticas para o Agronegoacutecio

SPA (instrumento de gestatildeo)

SDA

SDC (desenv agropec e coord)

Controle e defesa fitossanitaacuterio

patoloacutegico e de insumos

SRI

DEGER

DEAGRI

DEAGRO

Fomento

Controle de Preccedilo de Merc

Gestatildeo de Risco (seguro rural)

ZARC

PROAGRO

DENACOOP

DEPROS

DEPTA

DIEL

Cooperativismo

Associativismo

Sustentabilidades

Pesquisa

Prop Intelec

Logiacutestica portos aerop e armazeacutens

Mercado Externo

Poliacutetica Externa

Sust

en

tab

ilid

ade

Soci

al

Suste

ntab

ilidad

e Econ

ocircm

ica

Cientiacutefico Tecnoloacutegico Mercadoloacutegico

Sustentabilidade Ambiental

128

O Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC atua com o

propoacutesito de gerir as poliacuteticas puacuteblicas no acircmbito federal para fortalecer a competitividade

das empresas brasileiras executa e avalia poliacuteticas puacuteblicas para a promoccedilatildeo da

competitividade do comeacutercio exterior do investimento e da inovaccedilatildeo nas empresas e para o

bem estar do consumidor conforme Figura 5

Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash

MDIC no ambiente institucional Fonte MDIC (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS tem a funccedilatildeo de oferecer condiccedilotildees para a promoccedilatildeo

proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo reduzindo as enfermidades controlando as

doenccedilas endecircmicas e parasitaacuterias e melhorando a vigilacircncia agrave sauacutede como forma de garantir

mais qualidade de vida aos brasileiros Figura 6

Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional Fonte MS (2015) Adaptada pela autora

MDIC

Compras e Vendas no

Exterior

SUFRAMA Geraccedilatildeo Atraccedilatildeo e

Consolidaccedilatildeo de Investiemtno Desenvolver a socioeconomia

da regiatildeo Norte

Bem Estar das Empresas

Competitividade no Comeacutercio Exterior

Meio Ambiente

Soci

edad

e

Econ

om

ia

Investimento Puacuteblico

Infraestrutura

Formaccedilatildeo de RH

CTampI

MS

Coord e Fiscaliz do SUS

Sauacutede Ambiental

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Pesquisa Cientiacutefica e

Tecnoloacutegica na Aacuterea da Saude

Vigilacircncia da Sauacutede

Sauacutede

Soci

edad

e

Am

bien

te

Drogas

Medicamentos

Alimentos

Controle Sanitaacuterio de Fronteiras e Portos

Fluviais

Aeacutereos

Mariacutetimos

129

O empenho central desta instituiccedilatildeo foca a implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de

sauacutede aglutinando a coordenaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash SUS a sauacutede

ambiental e accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede individual e coletiva

incluindo os trabalhadores e os iacutendios fornecendo informaccedilotildees de sauacutede vigilacircncia e controle

sanitaacuterio de fronteiras e de portos mariacutetimos fluviais e aeacutereos vigilacircncia de sauacutede

especialmente drogas medicamentos e alimentos e pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica na aacuterea

de sauacutede

O Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio ndash MDA eacute responsaacutevel pelo

desenvolvimento do Brasil rural por meio da democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra da gestatildeo

territorial da estrutura fundiaacuteria da inclusatildeo produtiva da ampliaccedilatildeo da renda da agricultura

familiar e da paz no campo contribuindo com a soberania alimentar o desenvolvimento

econocircmico social e ambiental do Brasil Figura 7

Entre as competecircncias do MDA estaacute a de exercer em caraacuteter extraordinaacuterio as

competecircncias relativas agrave regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na Amazocircnia legal em acordo com o Art 35

da medida Provisoacuteria ndeg 458 de 10 de fevereiro de 2009 Exerceraacute esta tarefa por meio do

departamento de planejamento monitoramento e avaliaccedilatildeo da regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na

Amazocircnia Legal O Ministeacuterio conta ainda com a Secretaria de Reordenamento Agraacuterio que

possui um Departamento de Creacutedito Fundiaacuterio e uma Subsecretaria da Agricultura Familiar

Esta Secretaria possui um Departamento de Financiamento e Proteccedilatildeo da Produccedilatildeo e um

Departamento de Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural entre outros

O Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash INCRA eacute vinculado ao

MDA tem a personalidade juriacutedica de autarquia da Uniatildeo e sua missatildeo preciacutepua eacute

implementar a poliacutetica de reforma agraacuteria no Brasil e realizar o ordenamento fundiaacuterio

nacional A primeira se daraacute por meio da democratizaccedilatildeo do acesso a terra criando e

implantando assentamentos rurais sustentaacuteveis A segunda viraacute por meio da regularizaccedilatildeo

fundiaacuteria de terras puacuteblicas e da gerecircncia dessa estrutura no paiacutes e visa agrave desconcentraccedilatildeo da

estrutura fundiaacuteria como forma de reduzir a violecircncia e a pobreza no campo e promover a

igualdade e inclusatildeo social

A reforma agraacuteria deve ocorrer de forma participativa dentro dos princiacutepios da

legalidade impessoalidade moralidade publicidade e eficiecircncia e deve contribuir para o

fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada A autarquia tem o compromisso

de fiscalizar a funccedilatildeo social dos imoacuteveis rurais e fomentar a produccedilatildeo agroecoloacutegica de

alimentos e a inserccedilatildeo nas cadeias produtivas para tanto deveraacute buscar a qualificaccedilatildeo dos

130

Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no

ambiente institucional Fonte MDA (2015) Adaptada pela autora

INCRA

Qualificaccedilatildeo dos Assentamentos Rurais

Poliacutetica de Reforma Agraacuteria

Desconcentraccedilatildeo da estrutura Fundiaacuteria

Ordenamento Fundiaacuterio Nacional

Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria de Terras Puacuteblicas

Reduccedilatildeo da Violecircncia e da Pobreza no Campo In

clusatilde

o s

oci

al

Iguald

ade S

ocial

Democratizaccedilatildeo do Acesso agrave Terra

Licenciamento Ambiental

Assentamentos Rurais Sustentaacuteveis

Participativa

Legalidade Impessoalidade Moralidade

Publicidade Eficiecircncia

Acesso agrave infraestrutura Baacutesica e ao Creacutedito

Acesso agrave assessoria Teacutecnica e Social

Articulaccedilatildeo com as Demais Poliacuteticas Puacuteblicas

MDA

Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria na Amazocircnia Legal

Secretaria de Ordenamento Fundiaacuterio

Planejamento

Monitoramento

Avaliaccedilatildeo

Creacutedito Fundiaacuterio

Agricultura Familiar

Financiamento e proteccedilatildeo da

Produccedilatildeo

Assistecircncia Teacutecnica e

Extensatildeo Rural

131

assentamentos rurais proporcionando o licenciamento ambiental o acesso agrave infraestrutura

baacutesica o creacutedito e a assessoria teacutecnica e social e a articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas

puacuteblicas em especial a educaccedilatildeo sauacutede cultura e esportes sempre em consonacircncia com as

legislaccedilotildees ambiental e trabalhista

O Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI eacute responsaacutevel pelo

desenvolvimento da poliacutetica nacional de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e inovaccedilatildeo bem

como pela supervisatildeo e controle das atividades da ciecircncia e tecnologia poliacutetica de

desenvolvimento de informaacutetica e automaccedilatildeo poliacutetica nacional de biosseguranccedila poliacutetica

espacial poliacutetica nuclear de controle da exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos sensiacuteveis O objetivo

dessa poliacutetica eacute transformar o setor em componente estrateacutegico do desenvolvimento do paiacutes

contribuindo para que os benefiacutecios da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo sejam distribuiacutedos de

forma justa a toda a sociedade O MCTI incorpora as duas mais importantes agecircncias de

fomento da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Financiadora de Estudos e Projetos ndash FINEP e o

Conselho de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico do Paiacutes ndash CNPq e suas unidades de

pesquisa

Ao sistema MCTI tambeacutem estatildeo agregados o Centro de Gestatildeo de Estudos

Estrateacutegicos ndash CGEE a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear ndash CNEN a Agecircncia Espacial

Brasileira ndash AEB e mais dezenove unidades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de inovaccedilatildeo

e quatro empresas estatais Por meio desse conjunto de instituiccedilotildees o MCTI exerce suas

funccedilotildees estrateacutegicas desenvolvendo pesquisas e estudos que se traduzem em geraccedilatildeo de

conhecimento e de novas tecnologias criaccedilatildeo de produtos processos gestatildeo e patentes

nacionais conforme Figura 8

Sua estrutura estaacute composta de quatro secretarias temaacuteticas que satildeo responsaacuteveis pela

gestatildeo e execuccedilatildeo dos principais programas e accedilotildees do ministeacuterio quais sejam Secretaria de

Poliacuteticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento ndash SEPED Secretaria de Ciecircncia e

Tecnologia para a Inclusatildeo Social ndash SECIS Secretaria de Desenvolvimento Tecnoloacutegico e da

Inovaccedilatildeo ndash SETEC e Secretaria de Poliacutetica de Informaacutetica ndash SEPIN Por meio dessas

secretarias o MCTI alcanccedila o patrimocircnio nacional e contribui para o desenvolvimento

econocircmico social e regional favorecendo todos os biomas brasileiros atuando nas aacutereas de

ciecircncias exatas promovendo a difusatildeo de tecnologias apropriadas para o meio urbano e rural

e a capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica do paiacutes como forma de elevar a competitividade das empresas

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia ndash INPA eacute vinculado ao MCTI e sua

missatildeo eacute gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o

132

desenvolvimento da Amazocircnia Nesse contexto realiza estudo cientiacutefico do meio fiacutesico e das

condiccedilotildees de vida da regiatildeo amazocircnica tendo em vista o bem estar humano e os reclamos da

cultura da economia e da seguranccedila nacional Figura 8

O INPA produz conhecimento e forma recursos humanos na regiatildeo Norte do paiacutes

estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento sustentaacutevel a defesa do meio

ambiente e de seus ecossistemas consolidando estudos sobre a fauna a flora a

biodiversidade a sociodiversidade os recursos florestais e hiacutedricos

Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI no

ambiente institucional Fonte MCTI (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN eacute responsaacutevel pela formulaccedilatildeo e

conduccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Desenvolvimento Regional ndash PNDR formulaccedilatildeo dos planos

e programas regionais de desenvolvimento estabelecimento de estrateacutegias de integraccedilatildeo das

economias regionais definiccedilatildeo de diretrizes e prioridades na aplicaccedilatildeo dos recursos dos

programas de financiamento para o setor produtivo das Regiotildees Norte Nordeste e Centro-

Oeste conforme estabelecido no Art 159 inciso I aliacutenea ldquocrdquo da Constituiccedilatildeo Federal do

Brasil bem como por aplicar os recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazocircnia e do

Nordeste pelas obras de infraestrutura hiacutedrica a poliacutetica nacional de irrigaccedilatildeo entre outras

(MIN 2015)

MCTI

Biosseguranccedila

FINEP Poliacutetica Nacional de Pesquisa

Cientiacutefica Tecnoloacutegica e de Inovaccedilatildeo CNPq

Supervisatildeo E Controle

Geraccedilatildeo de Conhecimento

Pes

qu

isa

e Es

tud

os N

ovas Tecn

olo

gias

Informaccedilatildeo e Automaccedilatildeo

Ciecircncia e Tecnologia

Poliacutetica de Controle Ambiental

Secretarias Temaacuteticas

SECIS

SETEC

SEPED

Espacial Nuclear

Bens e Serviccedilos Sensiacuteveis SEPIN

Produccedilatildeo de processos e Patentes

INPA

Biosseguranccedila Sociodiversidadede

Flora Fauna

Capital Intelectual

133

O Ministeacuterio de Minas e Energia ndash MME entre outras competecircncias eacute responsaacutevel

pelo aproveitamento da energia hidraacuteulica pelo petroacuteleo combustiacutevel e energia eleacutetrica

incluindo energizaccedilatildeo e eletrificaccedilatildeo rural deve zelar pelo equiliacutebrio conjuntural e estrutural

entre oferta e demanda de recursos energeacuteticos no paiacutes

44322 Ambiente Organizacional

O ambiente organizacional se compotildee basicamente das instituiccedilotildees de ensino

pesquisa extensatildeo suporte teacutecnico e fiscalizaccedilatildeo entre outras que subsidiam o negoacutecio

Normalmente esses atores satildeo sustentados pela crenccedila de que as accedilotildees grupais satildeo mais

eficientes que as individuais e assim se propotildeem a atuar de forma coordenada e coletiva

obedecendo regras formais e executando as poliacuteticas definidas no ambiente institucional se

apresentando como um elo entre o ambiente institucional e produtivo (PONDEacute 1994

NORTH 1994 e CUNHA 1999) Nesses ambientes encontram-se as oportunidades e

ameaccedilas a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva

A Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA autarquia vinculada ao

Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC tambeacutem tem como

finalidade promover o desenvolvimento socioeconocircmico na regiatildeo Norte do paiacutes de forma

sustentaacutevel por meio da geraccedilatildeo atraccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de investimentos Estas accedilotildees

demandam o estiacutemulo de investimentos puacuteblicos e privados em infraestrutura na formaccedilatildeo de

capital intelectual em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo e a intensificaccedilatildeo das articulaccedilotildees com

os oacutergatildeos e entidades puacuteblicas e privadas

A Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econocircmico Ciecircncia

Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Estado do Amazonas ndash SEPLANCTI no seu escopo finaliacutestico eacute

responsaacutevel pelo planejamento estrateacutegico do Estado devendo coordenar as poliacuteticas de

desenvolvimento socioeconocircmico Recentemente uma reestruturaccedilatildeo do governo do Estado

do Amazonas agregou agraves atividades da antiga secretaria de planejamento e desenvolvimento

econocircmico as atividades de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo nascendo assim a SEPLANCTI

A esta secretaria compete a formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo de estrateacutegias de

desenvolvimento que contemplem a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica e a busca do pleno emprego a

articulaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo entre o Estado e a sociedade com vistas ao desenvolvimento

econocircmico bem como a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de incentivos fiscais e tecnoloacutegicos para

fortalecimento da economia do Estado conforme Figura 9

134

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Estado

do Amazonas ndash SDS tem o compromisso de garantir a proteccedilatildeo da natureza e dos recursos

naturais com valorizaccedilatildeo socioambiental visando ao desenvolvimento sustentaacutevel do Estado

Suas accedilotildees estatildeo voltadas agrave melhoria da qualidade de vida das pessoas e agrave conservaccedilatildeo da

natureza

Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash

SEPLANCTIAM no ambiente organizacional Fonte SEPLANCTIAM (2015) Adaptada pela autora

A SDS desempenha suas atividades articulada com as autarquias e vinculadas quais

sejam Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental ndash IPAAM Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel

do Amazonas ndash ADS Companhia de Gaacutes do Amazonas - CIGAS o Conselho Estadual de

Meio Ambiente do Estado do Amazonas - CEMAAM o Conselho Estadual de Recursos

Hiacutedricos ndash CERH o Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas ndash CEGEA e a

Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanccedilas Climaacuteticas e do Centro de Unidades de

conservaccedilatildeo Figura 10

Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do

Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional Fonte SDSAM (2015) Adaptada pela autora

SEPLANCTIAM

Desenvolvimento do Estado do Amazonas

Fort

alec

imen

to d

a Ec

on

om

ia

Plen

o Em

prego

Desenvolvimento Socioeconocircmico

Planejamento Estrateacutegico para o Amazonas

Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica

Articulaccedilatildeo entre Estado e Sociedade

Incentivos Fiscais e Tecnoloacutegicos

SDSAM

CIGAS

CEGEA CEMAAM CERH

IPAAM

Proteccedilatildeo da Natureza e dos Recursos Naturais

Val

ori

zaccedilatilde

o S

oci

oam

bie

nta

l

Desen

volvim

ento

Susten

taacutevel Fiscalizaccedilatildeo Licenciamento

Poliacutetica de Controle Ambiental

ADS

Monitoramento

Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo

135

O Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas ndash IPAAM eacute oacutergatildeo vinculado agrave

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDS

O IPAAM coordena e executa a poliacutetica de controle ambiental para o Estado do Amazonas

por meio das atividades fim de licenciamento fiscalizaccedilatildeo e monitoramento ambiental em

todo o Estado do Amazonas Figura 10

A Secretaria de Estado de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SEPRORAM eacute

responsaacutevel pela formulaccedilatildeo coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica estadual de

desenvolvimento integrado da agricultura pecuaacuteria atividade florestal pesca e aquicultura O

Sistema SEPROR composto por todos os oacutergatildeos essenciais ao desenvolvimento da produccedilatildeo

rural tem como vinculadas a Comissatildeo Executiva Permanente de Defesa Sanitaacuteria Animal e

Vegetal do Estado do Amazonas - CODESAV Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e

Florestal Sustentaacutevel do Amazonas - IDAM e Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura ndash

SEPA Figura 11

O objetivo da SEPRORAM eacute prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural

aos agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas mediante processos

educativos e participativos que lhes assegurem sustentabilidade cidadania e melhoria na

qualidade de vida

136

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SSEPRORAM no ambiente institucional

Fonte SEPRORAM (2015) Adaptada pela autora

SEPRORAM

Poliacutetica Estadual de Desenvolvimento Integrado

Ativ Florestais e Aquicultura

Agricultura Pecuaacuteria Pesca

SEPA

Processos Educativos e Participativos

Sust

en

tab

ilid

ade

Cid

adan

ia

CODESAV

Extensatildeo IDAM

Agropecuaacuteria

Florestal

Pesqueira

Agroindustrial

Assistecircncia Teacutecnica

Agricultores

Agricultura Familiar

Produtores Rurais

Melhoria da Qualidade de Vida no Campo

Projetos de Creacutedito Rural

Cooperativismo

Assossiativismo

Comercializaccedilatildeo

137

A Agecircncia de Fomento do Estado do Amazonas ndash AFEAM visa contribuir para o

desenvolvimento socioeconocircmico do Estado do Amazonas Seu compromisso eacute com o

desenvolvimento sustentaacutevel do Estado do Amazonas atraveacutes de apoio creditiacutecio e de

participaccedilotildees em accedilotildees teacutecnico puacuteblico privado que propiciem a geraccedilatildeo de trabalho e renda

e contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo do Estado do Amazonas

O Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do Estado do

Amazonas ndash IDAM eacute uma autarquia vinculada ao Sistema SEPROR Estaacute presente em todo o

Estado do Amazonas A finalidade do IDAM eacute a supervisatildeo coordenaccedilatildeo e execuccedilatildeo de

atividades de assistecircncia teacutecnica extensatildeo agropecuaacuteria e florestal no acircmbito das poliacuteticas e

estrateacutegias dos governos Federal e Estadual para os setores agropecuaacuterio florestal pesqueiro

e agroindustrial

O IDAM tem a missatildeo de prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural aos

agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas por meio de processos

educativos e participativos que lhes assegurem a sustentabilidade cidadania e melhoria na

qualidade de vida

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES eacute o principal

instrumento de financiamento de longo prazo para a realizaccedilatildeo de investimentos em todos os

segmentos da economia brasileira Sua poliacutetica de fomento inclui as dimensotildees social

regional e ambiental

O BNDES destaca-se no apoio agrave agricultura induacutestria infraestrutura comeacutercio e

serviccedilos oferecendo condiccedilotildees especiais para micro pequenas e meacutedias empresas Possui

linhas de investimentos sociais direcionados para a educaccedilatildeo e sauacutede agricultura familiar

saneamento baacutesico e transporte urbano

O apoio do BNDES efetiva-se por meio de financiamentos a projetos de

investimentos aquisiccedilatildeo de equipamentos e exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos Aleacutem disso o

Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina

financiamentos natildeo reembolsaacuteveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social

cultural e tecnoloacutegico

No contexto atual o planejamento estrateacutegico do Banco priorizou a inovaccedilatildeo o

desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental por entender que estes

satildeo aspectos importantes e que devem ser promovidos e apoiados em todos os

empreendimentos financiados pelo banco Figura 12

138

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico

e Social - BNDES no ambiente organizacional Fonte BNDES (2015) Adaptada pela autora

A Universidade Federal do Amazonas - UFAM contribui para a formaccedilatildeo de cidadatildeos

e para o desenvolvimento da Amazocircnia cultivando o saber em todas as aacutereas do

conhecimento por meio do ensino da pesquisa e da extensatildeo modernizando e inovando nas

estrateacutegias para o desenvolvimento regional e local

Por meio do ensino capacita recursos humanos para a regiatildeo elevando o niacutevel do

conhecimento e dos saberes A pesquisa e a poacutes-graduaccedilatildeo criam condiccedilotildees favoraacuteveis para

geraccedilatildeo de tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade da regiatildeo A extensatildeo

proporciona a disseminaccedilatildeo do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas no acircmbito da

instituiccedilatildeo e especialmente capta a demanda da sociedade alimentando sucessivos ciclos de

desenvolvimento e pesquisa A UFAM investe nas praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica

na proteccedilatildeo da propriedade intelectual dos segmentos institucionais na valorizaccedilatildeo dos

conhecimentos tradicionais associados com a promoccedilatildeo da transferecircncia tecnoloacutegica para

produccedilatildeo de inovaccedilatildeo no setor produtivo regional visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos e o

desenvolvimento da Amazocircnia

A Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA tem a missatildeo de promover a

educaccedilatildeo desenvolvendo o conhecimento cientiacutefico particularmente sobre a Amazocircnia

aprimorando a qualidade dos recursos humanos existentes na regiatildeo por meio de accedilotildees

especiais que objetivem a expansatildeo do ensino e da cultura em todo o Estado do Amazonas

realizando pesquisas e estimulando atividades criadoras valorizando o indiviacuteduo no processo

evolutivo incentivando o conhecimento cientiacutefico relacionado ao homem e ao meio ambiente

BNDES

Infraestrutura

Apoio Financeiro

Investimento

Planejamento Estrateacutegico

Ino

vaccedilatilde

o

Desen

volvim

ento

Local

Comeacutercio Aquisiccedilatildeo de Equipamentos

Projetos

Induacutestria

Exportaccedilatildeo de Bens e Serviccedilos Financiamento natildeo Reembolsaacutevel

Cultural Social Tecnoloacutegico

Agricultura

Desenvolvimento Socioambiental

139

amazocircnico participando na elaboraccedilatildeo execuccedilatildeo e acompanhamento das poliacuteticas de

desenvolvimento governamentais

O Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM com o compromisso de promover educaccedilatildeo

de excelecircncia no Estado do Amazonas desenvolve accedilotildees de ensino pesquisa extensatildeo e

inovaccedilatildeo visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos a geraccedilatildeo de tecnologias e a disseminaccedilatildeo do

conhecimento gerado no acircmbito do Instituto Figura 13

Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da

Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM no

ambiente organizacional

Fonte UFAM (2015) UEA (2015) IFAM (2015) Adaptada pela autora

A Embrapa Amazocircnia Ocidental eacute uma das Unidades Descentralizadas da Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA vinculada ao Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA atuando no Estado do Amazonas com a missatildeo de

viabilizar soluccedilotildees de pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da

agricultura na Amazocircnia em benefiacutecio da sociedade

Com o propoacutesito de alcanccedilar a excelecircncia na geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e

inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na Amazocircnia a EMBRAPA Amazocircnia

Ocidental prioriza a pesquisa e desenvolvimento a transferecircncia de tecnologias e a

responsabilidade social Nesse contexto a empresa organiza suas pesquisas em trecircs nuacutecleos

temaacuteticos produccedilatildeo vegetal e meio ambiente recursos geneacuteticos biotecnologias e

fitossanidade e produccedilatildeo animal

O Nuacutecleo Temaacutetico da Produccedilatildeo Vegetal e meio ambiente atua em linhas de pesquisa

como sistemas de produccedilatildeo vegetal manejo e controle de plantas daninhas olericultura

UFAM

Formaccedilatildeo de Cidadatildeos

Co

nh

ecim

ento

Saberes

Desenvolvimento da Amazocircnia

Pesquisa Ensino Extensatildeo

UEA

Capacita Recursos Humanos

Gera Tecnologias

Dissemina Conhecimento e

Tecnologia

IFAM

Proteccedilatildeo da Propriedade Intelectual

Praacuteticas de inovaccedilatildeo Social e

Tecnoloacutegica

Valorizaccedilatildeo dos Conhecimentos

tradicionais Associados

140

oleaginosas perenes alternativas potenciais para agroenergia silvicultura e manejo de florestas

plantadas fitossociologia para restauraccedilatildeo florestal geotecnologias aplicadas a estudos

florestais sementes e mudas florestais sistemas agroflorestais sistemas agrosilvopastoris

agroecologia desenvolvimento rural sustentaacutevel manejo dos agrossistemas fertilidade de

solos e nutriccedilatildeo de plantas biologia do solo caracterizaccedilatildeo de solos tropicais caracterizaccedilatildeo

de solos antroacutepicos microbiologia do solo ecologia florestal fisiologia vegetal dinacircmica do

carbono e dos nutrientes em ecossistemas de terra firme

O Nuacutecleo dos Recursos Geneacuteticos Biotecnologia e Fitossanidade trabalha com linhas

de pesquisa como recursos geneacuteticos de espeacutecies vegetais melhoramento geneacutetico de

espeacutecies vegetais biotecnologia vegetal geneacutetica de populaccedilotildees biodiversidade diversidade

geneacutetica fitossanidade manejo integrado de pragas entomologia resistecircncia de plantas a

doenccedilas biologia aplicada ecotoxicologia

O Nuacutecleo da Produccedilatildeo Animal trabalha com a fisiologia e imunologia de

peixes manejo e conservaccedilatildeo de recursos hiacutedricos sanidade de espeacutecies aquiacutecolas nutriccedilatildeo

de peixes reproduccedilatildeo de peixes melhoramento geneacutetico de espeacutecies aquiacutecolas manejo e

sistemas de criaccedilatildeo integraccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta sistemas de produccedilatildeo animal

O processo de transferecircncia de tecnologia eacute considerado uma via de matildeo dupla onde a

empresa atua de forma proativa para que as tecnologias geradas pela pesquisa sejam adotadas

pelo setor produtivo ao tempo em que busca conhecer e captar as principais demandas do

agricultor Para isso trabalha a gestatildeo integrada do conhecimento e de forma colaborativa

atua com parceiros diversos como instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas e organizaccedilotildees da

sociedade civil

A Embrapa estaacute inserida na Amazocircnia um dos mais importantes biomas do planeta Eacute

comprometida com a pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo interagindo permanentemente

com a sociedade na antecipaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das consequecircncias sociais econocircmicas culturais

e ambientais da ciecircncia e tecnologia cumprindo assim sua responsabilidade socioambiental e

a sustentabilidade da atividade agropecuaacuteria refletida em projetos voltados para a preservaccedilatildeo

e uso racional dos recursos naturais recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas e reduccedilatildeo de uso de

agroquiacutemicos entre outros com vistas a promover melhoria da qualidade de vida da

populaccedilatildeo a reduccedilatildeo da pobreza e das desigualdades regionais

Nesse contexto a Embrapa Amazocircnia Ocidental busca alcanccedilar a excelecircncia na

geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na

Amazocircnia Suas accedilotildees tecircm contribuiacutedo significativamente para o desenvolvimento da cultura

da banana nos municiacutepios estudados Figura 14

141

v

v

Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no ambiente organizacional

Fonte EMBRAPA (2015) Adaptada pela autora

EMBRAPA

Recursos Geneacuteticos Biotecnologias e Fitossanidade

Produccedilatildeo Vegetal e Meio Ambiente

Transferecircncia de tecnologias

Pes

qu

isa

e D

ese

nvo

lvim

ento

Resp

on

sabilid

ade So

cial

Melhoria da Qualidade de Vida no Campo

Sistemas de Produccedilatildeo Vegetal

Produccedilatildeo Animal

Silvicultura

Agroecologia

Desenv Rural Sustentaacutevel

Fertilidade de Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas

Microbiologia de Solos

Diversidade geneacutetica

Diversidadee

Fitossanidade

Biotecnologia Vegetal

Manejo de Pragas e Entomologia

Ecotoxicologia

Fisiologia e Imunologia de Peixes

Nutriccedilatildeo de Peixe

Manejo e Sistema de Criaccedilatildeo

Sistema de produccedilatildeo Animal

142

O Banco da Amazocircnia ndash BASA eacute o principal agente de fomento do governo federal

voltado para o desenvolvimento sustentaacutevel da Regiatildeo Amazocircnica Atua como indutor do

desenvolvimento regional gerando oportunidades de negoacutecios sustentaacuteveis para a Amazocircnia

somando esforccedilos principalmente no acircmbito da Agricultura Familiar elegendo prioridades

nas poliacuteticas de Creacutedito Rural do Governo Federal junto ao Ministeacuterio do Desenvolvimento

Agraacuterio (MDA) promovendo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores (Oacutergatildeos Oficiais de

Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural Ministeacuterios e Sociedade Civil Organizada) como

forma de criar estrateacutegias capazes de melhorar a realidade dos produtores

O BASA eacute responsaacutevel por uma parcela significativa de accedilotildees voltadas agrave geraccedilatildeo de emprego

e renda fixaccedilatildeo do homem no campo inclusatildeo social e ambiental Atraveacutes do Programa

Nacional para o Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos

individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares concedendo creacutedito para

financiar atividades agropecuaacuterias ou natildeo agropecuaacuterias para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

modernizaccedilatildeo da estrutura de produccedilatildeo beneficiamento industrializaccedilatildeo e de serviccedilos no

estabelecimento rural ou em aacutereas comunitaacuterias rurais proacuteximas de acordo com projetos

especiacuteficos Figura 15

Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente

organizacional Fonte BASA (2015) Adaptada pela autora

O SEBRAEAM eacute uma instituiccedilatildeo sem fins lucrativos que integra o Sistema Nacional

SEBRAE para execuccedilatildeo de programas e projetos favoraacuteveis ao desenvolvimento das micro e

pequenas empresas do Estado do Amazonas

BASA

Produccedilatildeo

Fom

ento

D

esenv

olv

imen

to R

egio

nal

Ampliaccedilatildeo eou Modernizaccedilatildeo

da Estrutura de

Agricultura Familiar

Desenvolvimento Sustentaacutevel da Regiatildeo

Amazocircnica

Interlocuccedilatildeo com

Atores de Assist

Teacutecnica e Extensatildeo

Rural

Prioridades da Poliacutetica de

Creacutedito Rural do MDA

PRONAF

Projetos

Individuais eou

Coletivos

Atividades

Agropecuaacuterias

Serviccedilos

Industrializaccedilatildeo

Atividades natildeo

Agropecuaacuterias

143

O SEBRAEAM tem o compromisso de promover a competitividade e o

desenvolvimento sustentaacutevel e fomentar o empreendedorismo com vistas a induzir agrave

excelecircncia no desenvolvimento das micros e pequenas empresas Para isto disponibiliza e

executa cursos e palestras que orientam para o empreendedorismo a lideranccedila vendas

atendimento a clientes formaccedilatildeo dos preccedilos relaccedilotildees interpessoais tributaccedilatildeo mercado

cooperaccedilatildeo financcedilas e planejamento etc

44323 Ambiente Produtivo

O ambiente produtivo se apresenta como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana

nos municiacutepios em estudo O ambiente institucional eacute responsaacutevel por desenvolver e fornecer

o combustiacutevel para o funcionamento desse motor ao tempo em que ao ambiente

organizacional compete apontar a direccedilatildeo e fornecer os meios para a sua alavancagem O

ambiente produtivo estaacute subdividido em quatro subsistemas interligados que se articulam para

o seu perfeito funcionamento quais sejam insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo de bananas

propriamente dita que ocorre nas propriedades rurais o processamento e a comercializaccedilatildeo

dos produtos Cada subsistema possui elos especiacuteficos com caracteriacutesticas e finalidades

definidas

A produccedilatildeo de bananas ocorre nas propriedades agriacutecolas em trecircs etapas principais

preparaccedilatildeo do solo e plantio manutenccedilatildeo do cultivo e colheita das bananas (Figura 2) As

duas primeiras manteacutem interaccedilatildeo direta e constante com os fornecedores de insumos que

estatildeo situados dentro do proacuteprio sistema e com o ambiente institucional e organizacional por

meio do fluxo financeiro e de informaccedilotildees e do fluxo fiacutesico de produtos e serviccedilos que

migram destas empresas eou instituiccedilotildees para a propriedade A colheita da banana tambeacutem

possui interaccedilatildeo com o subsistema do processamento (visto que parte da produccedilatildeo eacute destinada

agraves cooperativas agriacutecolas e agroinduacutestrias) e da comercializaccedilatildeo tambeacutem com atividades

interligadas ao ambiente institucional e organizacional

O elo da cadeia produtiva que engloba os insumos de produccedilatildeo envolve as empresas

que fabricam distribuem e comercializam fertilizantes pesticidas calcaacuterio implementos e

acessoacuterios agriacutecolas como maacutequinas equipamentos e ferramentas usadas na produccedilatildeo

agriacutecola Estes atores mantecircm soacutelida relaccedilatildeo com os elos de produccedilatildeo e o processamento

O sistema do processamento envolve as bioinduacutestrias as agroinduacutestrias as empresas

de processamento as de suprimento fornecedoras de insumos as cooperativas e associaccedilotildees

agriacutecolas funcionando como subsistemas hora interligados hora funcionando independente

144

Contudo estes atores possuem estreita relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e o processamento e

influenciam e satildeo influenciados pelo fluxo fiacutesico financeiro e de informaccedilotildees

O sistema da comercializaccedilatildeo envolve desde os mercados internacional nacional e

regional para vendas no atacado e o mercado local onde podem ser processadas negociaccedilotildees

no atacado eou no varejo Este sistema guarda forte relaccedilatildeo com os sistemas de produccedilatildeo e

processamento influenciando e sendo influenciado pelos fluxos fiacutesicos de informaccedilotildees e

financeiro Estes satildeo constituiacutedos pelas instituiccedilotildees financeiras e de creacutedito e aqueles pelas

estruturas de escoamento da produccedilatildeo

A eficaacutecia da governanccedila na atuaccedilatildeo destas instituiccedilotildees eacute imprescindiacutevel para o

perfeito funcionamento do sistema produtivo visto que o ecircxito da cadeia depende da

participaccedilatildeo sistemaacutetica no desempenho das funccedilotildees especiacuteficas de cada elemento que integra

o sistema Nos sistemas produtivos agriacutecolas especialmente na produccedilatildeo de frutas estes

elementos vatildeo garantir a oferta de alimentos seguros evitando-se possiacuteveis riscos agrave sauacutede do

consumidor eou praacuteticas desleais de comeacutercio considerando que a qualidade e a seguranccedila

dos produtos de origem animal e vegetal dependem do cumprimento das boas praacuteticas de

fabricaccedilatildeo da fiscalizaccedilatildeo oficial e da correta aplicaccedilatildeo de normas e padrotildees teacutecnicos

estabelecidos

Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de se esperar um

ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva consolidada para

qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola

A Figura 16 mostra com base nas informaccedilotildees contidas nos capiacutetulos anteriores

onde haacute fluxos de contato intenso e os fluxos de contato moderado a relaccedilatildeo entre elos da

cadeia produtiva e onde precisam ser trabalhados para contribuir com o fortalecimento da

produccedilatildeo da banana nos dois municiacutepios estudados

Os fluxos de contato intenso satildeo aqueles identificados no sistema de produccedilatildeo com

relativa consolidaccedilatildeo das interaccedilotildees entre os atores dos ambientes institucional produtivo e

organizacional e com os fluxos fiacutesicos financeiros e de informaccedilotildees que permeiam o sistema

de forma a contribuiacuterem para o seu desenvolvimento poreacutem natildeo atingindo a eficaacutecia dos seus

objetivos Os fluxos de contato moderado satildeo aqueles identificados como de baixa

consolidaccedilatildeo impactando negativamente no funcionamento do processo de produccedilatildeo de

bananas comprometendo direta ou indiretamente a interatividade nos demais elos da cadeia e

o desenvolvimento do sistema como um todo

145

= Fluxo de contato intenso = Fluxo de contato moderado Figura 15 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de

Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Amazonas

Fonte autora pesquisa de campo (2012)

Insumos

Produccedilatildeo Processamento

Calcaacuterio

Implementos

agriacutecolas

Pesticidas

Fertilizantes

Propriedades

agriacutecolas

Cultivos de

bananeiras

Comercializaccedilatildeo

Acessoacuterios

agriacutecolas Associaccedilotildees

Cooperativas

Varejo

Mercado Local

PREMESDS

Fluxos fiacutesicos

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

Higienizaccedilatildeo

dos frutos

Atacado

Feiras

Intermediaacuterios

CONAB

MAPA

EMBRAPA

MMA

INCRA BB BASA

IPAAM SDS

SEPLANCTI IDAM UFAM BASA

SEPROR EMBRAPA INPA SDS

CONAB AFEAM

PREFEITURA MUNICIPAL

146

44324 Fluxos Fiacutesicos e de Informaccedilotildees

Quando se analisa os fluxos fiacutesicos da cadeia da banana deve-se levar em conta as

instituiccedilotildees e organizaccedilotildees que atuam na implementaccedilatildeo de accedilotildees diretas eou indiretas em

algum dos seus componentes podendo ser diretamente nas propriedades rurais ou em algum

outro segmento anti ou poacutes-produccedilatildeo

Em suma os fluxos fiacutesicos na cadeia produtiva da banana nos dois municiacutepios

estudados devem ser exercidos por instituiccedilotildees de ensino e pesquisas como INPA Embrapa

UFAM UEA IFAM bem como a Prefeitura municipal ou algumas secretarias estaduais

como a SEPRORIDAM SEPLANCTI SDS aleacutem do BASA AFEAM e CONAB Suas

accedilotildees vatildeo desde a obtenccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos necessaacuterios

para aprimorar e aumentar a produtividade da cultura no Amazonas como tambeacutem de darem

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para os produtores rurais contornarem minimizarem ou

solucionarem os problemas que podem de algum modo prejudicar suas vidas eou as suas

atividades agriacutecolas

4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Observa-se que os fluxos intensos satildeo ainda minoria na cadeia produtiva da banana

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Quando se analisa o ambiente

produtivo da banana figura 16 no acircmbito das propriedades agriacutecolas onde estaacute concentrada a

produccedilatildeo propriamente dita do sistema foi identificado fluxo de contato intenso apenas no

que se refere agrave higienizaccedilatildeo dos frutos (lavagem dos cachos eou das palmas com soluccedilatildeo de

sulfato de alumiacutenio apoacutes a colheita para a descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e

precipitaccedilatildeo da sika) Esta eacute uma accedilatildeo muito primaacuteria mas essencial realizada em 867 e

100 das propriedades produtoras de bananas analisadas nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio preto da Eva respectivamente (Tabelas 5 e 8 do trabalho cientiacutefico 2)

As demais orientaccedilotildees teacutecnicas recomendadas para a higienizaccedilatildeo dos frutos nos

cultivos de bananeiras que vatildeo desde a disposiccedilatildeo dos cachos para transporte do bananal ao

local do despencamento ateacute a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as

escoriaccedilotildees que comprometem a qualidade dos frutos natildeo eram observadas pelos produtores

deixando de agregar valor e desfavorecendo a comercializaccedilatildeo dos frutos

O subsistema da comercializaccedilatildeo tambeacutem apresentou fluxo de contato intenso com

outros atores dentro do proacuteprio ambiente produtivo e tambeacutem com o ambiente

147

organizacional A pesquisa mostrou que no momento da comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

houveram negociaccedilotildees intensas entre o mercado atacadista por meio de intermediaacuterios e nas

vendas realizadas nas feiras de Manaus e dos municiacutepios em estudo visto que 87 das

vendas no atacado no municiacutepio de Presidente Figueiredo foram realizadas com

intermediaacuterios e 47 nas feiras (Tabela 1 trabalho cientiacutefico 3) No Rio Preto da Eva as

negociaccedilotildees foram levemente mais intensas com 97 e 57 das vendas realizadas com

intermediaacuterios e nas feiras respectivamente (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3)

No fluxo de venda por atacado quer para intermediaacuterios como para feiras constatou-

se poucas opccedilotildees na comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo e uma dependecircncia elevada do componente

ldquointermediaacuteriordquo para que o produto chegue ao mercado consumidor reduzindo a margem de

lucro dos produtores Figura 16

Haacute tambeacutem um fluxo intenso consolidado entre as instituiccedilotildees do ambiente

organizacional e o produtivo por meio da comercializaccedilatildeo dos produtos Neste sentido o

Governo federal atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME e do

Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB em

parceria com o estado do Amazonas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel

- SDS e da Secretaria de Produccedilatildeo Rural - SEPROR vecircm apresentando significativa

participaccedilatildeo no apoio e desenvolvimento agrave cultura pela aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo rural de

bananas

No municiacutepio de Presidente Figueiredo 67 das vendas feita pela cooperativa e 47

das vendas das associaccedilotildees comunitaacuterias foram transacionadas com a CONAB (Tabela 1

trabalho cientiacutefico 3) enquanto que no municiacutepio de Rio Preto da Eva 43 das vendas da

cooperativa e 77 das vendas das associaccedilotildees (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3) tambeacutem foram

comercializadas com Companhia Nacional de Abastecimento

O fluxo intenso apresentado entre a SEPROR e SDS com o mercado local eacute

chancelado pelo apoio do governo do Estado em alocar os produtores rurais em feiras

distribuiacutedas em diversos pontos da cidade as chamadas feiras do produtor rural um local

destinado pelo governo local para vendas preferencialmente direto por produtores rurais

eliminando a figura do intermediaacuterio e favorecendo os produtores rurais

Estes elementos se apresentam como favoraacuteveis ao processo de desenvolvimento da

cultura da banana contudo ainda natildeo eacute satisfatoacuterio visto que a pesquisa registrou alta

dependecircncia dos produtores rurais na hora da comercializaccedilatildeo dos produtos uma vez que a

maior parte da venda da produccedilatildeo fica restrita a dois nichos de mercado apoiado pelo

148

governo o Programa da Agricultura Sustentaacutevel - PAS e o Programa de Regionalizaccedilatildeo da

Merenda Escolar - PREME Isto representa uma fragilidade ao sistema de produccedilatildeo da

banana

Todos os demais fluxos da cadeia seja do ambiente institucional seja do ambiente

organizacional com o ambiente produtivo se apresentam de forma ainda natildeo consolidada

com baixa ou nenhuma expressatildeo uma vez que o fluxo moderado dessas instituiccedilotildees com o

ambiente produtivo fragiliza o cultivo da cultura da banana e natildeo proporciona retorno

financeiro satisfatoacuterio aos produtores e ainda restringe a oferta de produtos agrave sociedade

regional comprometendo o desenvolvimento local e a sustentabilidade da cultura

444 CONCLUSOtildeES

No Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais estaduais e municipais capazes

de dar todo o suporte legal logiacutestico financeiro teacutecnico e social para consolidar os elos do

sistema produtivo da banana Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de

se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva

consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual

Contudo a situaccedilatildeo real encontrada nos dois municiacutepios natildeo estaacute em niacutevel elevado de

organizaccedilatildeo e atividades que resultem em produtividades competitividades e eficiecircncias

satisfatoacuterias conforme demonstrado pelas informaccedilotildees obtidas nas propriedades rurais e

contidas nos trecircs capiacutetulos anteriores dessa tese Essas instituiccedilotildees natildeo alcanccedilam a maioria

dos produtores de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

Sem uma assistecircncia adequada os produtores tecircm dificuldades de adquirir insumos

agriacutecolas informaccedilotildees conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas e natildeo

conseguem transpor as barreiras que impedem a competitividade com os produtos vindos de

outras regiotildees do paiacutes perpetuando o atraso especialmente teacutecnico por parte dos produtores

rurais e a ineficiecircncia das instituiccedilotildees que natildeo alcanccedilam o ambiente produtivo da banana

149

45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS

DE BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

RESUMO

Este trabalho apresenta uma proposta para construccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade visando medir a efetividade da integraccedilatildeo dos ambientes do sistema

produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas Ela foi construiacuteda a partir da revisatildeo de literatura e de pesquisas de campo

realizadas em trinta propriedades rurais produtoras de bananas localizadas no municiacutepio de

Rio Preto da Eva e quinze em Presidente Figueiredo O sistema produtivo estaacute constituiacutedo

pelos ambientes institucional organizacional o ambiente produtivo e as interaccedilotildees fiacutesicas e

financeiras que permeiam o sistema Ao final deste trabalho se consolidou as categorias os

elementos os descritores e os indicadores orientados para a mensuraccedilatildeo da sustentabilidade

do sistema produtivo da banana nos municiacutepios em estudo Para avaliar a sustentabilidade

nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os

indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees ambiental econocircmica social

espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que

mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de

aacutegua nos periacuteodos de estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos

cultivos fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o

ciclo produtivo Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo

de venda do produto sua industrializaccedilatildeo incorporando agroinduacutestrias produtoras de

subprodutos de valores agregados de maiores valores o mercado comprador e o escoamento

da produccedilatildeo Dentro da Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees

em Associaccedilotildees e Cooperativas Dentro da Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores que

mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a falta da posse

definitiva da terra e a disponibilidade de recursos hiacutedricos Dentro da Dimensatildeo Poliacutetica

poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades rurais estudadas nos dois municiacutepios

mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento sustentaacuteveis e fragilizadas perante a

globalizaccedilatildeo da economia

Palavras Chaves Sustentabilidade desenvolvimento local indicadores de sustentabilidade

150

ABSTRACT

This paper presents a proposal for the construction of sustainability indicators aimed at

measuring the effectiveness of the integration of the production of banana system

environments in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva in the

Amazon It was built from the literature review and field research carried out in thirty-

producing farms of bananas located in Rio Preto da Eva and fifteen in Presidente Figueiredo

The production system is made up of the institutional environments organizational

productive environment and the physical and financial interactions that underlie the system

At the end of this work was consolidated categories elements descriptors and indicators

aimed at measuring the sustainability of the production of banana system in the municipalities

studied To assess sustainability in banana crops in the municipalities of Presidente

Figueiredo and Rio Preto da Eva indicators can be measured from the environmental

economic social spatial geographic cultural and political Within the environmental

dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana systems are

the water supply during the dry season and the need to apply a soil fertilizer on crops based on

chemical analysis and the needs of banana during the production cycle Within the Economic

Dimension the indicators that may most affect sustainability of production of banana systems

are financing the production the sale price of the product banana agroindustry with

subproducts of higher economic values the buyers market and the flow of production Within

the Social Dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana

systems are health education and their participation in associations and cooperatives Within

the Space Geographic Dimension the indicators that can affect the sustainability of

production of banana systems are the lack of definitive land tenure and the availability of

water resources Within the Political Dimension there are few indicators used by rural

communities studied in the two municipalities keeping them in phased stages of sustainable

development and vulnerable before the global economy

Key Words Sustainability local development sustainability indicators

151

451 INTRODUCcedilAtildeO

O crescimento populacional e as relaccedilotildees de capital resultaram num consumo

desenfreado de mateacuteria prima para a manutenccedilatildeo da vida demandando uma produccedilatildeo de bens

de consumo e alimentos sem precedentes na histoacuteria Como consequecircncia os danos

provenientes da exaustatildeo eou mau uso dos recursos passaram a fazer parte do nosso cotidiano

nos obrigando a repensar as formas de produccedilatildeo especialmente de alimentos e o uso dos

recursos naturais Mais recentemente em paralelo acirraram-se as discussotildees em torno das

questotildees ambientais e do uso responsaacutevel dos recursos naturais

Nesse contexto mensurar o consumo numa conexatildeo com a natureza eacute imprescindiacutevel

para a tomada de decisotildees que primem por evitar desequiliacutebrios que comprometam ainda mais

o suporte de recursos do planeta Dessa forma eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

capacidade de suporte dos recursos naturais como forma de garantir o equiliacutebrio e a

sustentabilidade dos ecossistemas e da vida Nessa dinacircmica os indicadores desempenham

papel importante como instrumento para a mensuraccedilatildeo do consumo da degradaccedilatildeo do

ambiente do niacutevel de desenvolvimento econocircmico social poliacutetico e de suporte geograacutefico

No contexto do desenvolvimento econocircmico e da revoluccedilatildeo verde evidencia-se a

necessidade do uso de indicadores de sustentabilidade em virtude da utilizaccedilatildeo desenfreada

dos recursos naturais a maioria desses considerados irrenovaacuteveis Assim a Conferecircncia

Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Rio 92 caracterizou-se por

fortalecer as referecircncias na construccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade Posteriormente

surgiu a necessidade do desenvolvimento de indicadores ecoloacutegicos e de sustentabilidade por

parte de cada naccedilatildeo segundo o contexto local A Agenda 213 contribuiu como ponto de

partida para o encontro sobre Indicadores Ambientais e Desenvolvimento Sustentaacutevel de

Genebra em 1993 e ao Programa de Indicadores Ambientais que permite o monitoramento

das accedilotildees de desenvolvimento (HAMMOND et al 1995) aleacutem do estudo desenvolvido por

Marzall (1999) referenciado como marco do estudo de indicadores ocorrido durante o

coloacutequio internacional com o tema Indicador de Sustentabilidade realizado na Franccedila no ano

de 1996

Antes da deacutecada de 70 os estudos sobre o desenvolvimento se atinham basicamente

da utilizaccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos recursos e da distribuiccedilatildeo dos ganhos por eles

proporcionados A partir desse periacuteodo os debates nos foacuteruns mundiais sobre

3 Programa de accedilatildeo oriundo da Conferecircncia Rio-92 com mais de 2500 recomendaccedilotildees praacuteticas para o alcance

do desenvolvimento sustentaacutevel no seacuteculo XX

152

desenvolvimento incluiacuteram a temaacutetica da sustentabilidade mediante as dimensotildees econocircmica

social e ambiental Com as contribuiccedilotildees de Sachs (1997) nesse debate ocorre a inserccedilatildeo de

mais duas dimensotildees do desenvolvimento a espacial e a cultural Para o autor o

desenvolvimento perderia o sentido se ocorresse em detrimento da cultura da sociedade

O conceito de sustentabilidade da relaccedilatildeo homem-natureza foi propagado na sociedade

a partir da deacutecada de 50 mas soacute foi popularizado durante os anos 80 atraveacutes das discussotildees

para a consolidaccedilatildeo do relatoacuterio da Comissatildeo Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento

ndash CMMAD ndash de Brundtland4 conhecido como ldquoNosso Futuro Comumrdquo adotado como base

para a definiccedilatildeo dos princiacutepios da biodiversidade e do futuro das geraccedilotildees (SACHS 1993

MONTIBELLER FILHO 2004)

Nesse cenaacuterio o termo sustentabilidade comeccedila a ser atrelado ao desenvolvimento e

disseminado mundialmente visto que o desenvolvimento permite atender as necessidades

presentes sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de satisfazerem suas proacuteprias

necessidades (WCED 1987) Assim o desenvolvimento econocircmico e a utilizaccedilatildeo dos

recursos estatildeo inexoravelmente ligados no tempo e no espaccedilo

Este trabalho buscou identificar indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel da

cultura da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

para que se possa mensurar a sustentabilidade da cultura da banana e dos recursos naturais

envolvidos no processo de produccedilatildeo de forma a permitir o desenvolvimento local

4 Relatoacuterio da Comissatildeo Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) sobre os padrotildees de

desenvolvimento em relaccedilatildeo aos recursos naturais

153

452 MATERIAL E MEacuteTODOS

Para a definiccedilatildeo de indicadores visando a sustentabilidade da cultura da banana

primeiramente foram selecionadas as dimensotildees nas quais se pretendeu fundamentar o estudo

Estas observaram os conceitos de sustentabilidade que por sua vez estatildeo vinculados agrave

definiccedilatildeo de desenvolvimento Em seguida definiram-se os objetivos que se pretendeu

alcanccedilar e os componentes de estudo para cada dimensatildeo

A dimensatildeo delimita o estudo em direccedilatildeo ao objetivo que se deseja alcanccedilar Este

quando alcanccedilado iraacute apontar para a sustentabilidade do objeto em anaacutelise que seraacute

alcanccedilado mediante a definiccedilatildeo dos componentes para os quais seratildeo definidas as variaacuteveis

que seratildeo estudadas

Para a consecuccedilatildeo do objetivo deste trabalho a metodologia de pesquisa

compreendeu a identificaccedilatildeo de indicadores do desenvolvimento sustentaacutevel para cultivos de

bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

norteados pelas indicaccedilotildees de Sachs (2008) sobre as cinco dimensotildees que se configuram

como pilares do desenvolvimento sustentaacutevel ambiental econocircmica social

espacialgeograacutefico e poliacutetica que se relacionam com a atividade agriacutecola do cultivo de

bananeiras nos municiacutepios alvo da pesquisa Para cada dimensatildeo foram definidas as

categorias os elementos os descritores e um conjunto de indicadores que podem ser

avaliados para monitoramento da sustentabilidade em cultivos de bananeiras

Para a definiccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade sugeridos para o sistema

produtivo de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas seguindo as orientaccedilotildees de Daniel (2000) Moura (2002) e Sachs (2004)

adotamos os seguintes aspectos norteadores

a) O pressuposto baacutesico adotado foi o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade

onde o primeiro deve ser capaz de reduzir ou eliminar as desigualdades por meio da

modernidade inclusiva Enquanto que o segundo soacute se concretizaraacute atraveacutes de sintonia fina

entre as dimensotildees ambiental social econocircmica espacialgeograacutefica e poliacutetica envolvendo a

anaacutelise da capacidade de suporte os princiacutepios e as exigecircncias de cada dimensatildeo a fim de

alcanccedilar o equiliacutebrio entre os referenciais do desenvolvimento e da sustentabilidade

b) Foi dado o enfoque sistecircmico em niacutevel local considerando a complexidade dos

fenocircmenos que envolvem o sistema produtivo da banana e observadas as interrelaccedilotildees entre

os atores e os indicadores usando as informaccedilotildees colhidas pelo trabalho de campo realizados

nas comunidades rurais enfocadas por esse estudo

154

4521 Objeto e Aacuterea de Estudo

Para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimensatildeo analisada e identificar

suas forccedilas e fragilidades buscou-se definir caracteriacutesticas estrutural e funcional de cada

dimensatildeo e para estas se caracterizou elementos fiacutesicos bioloacutegicos e socioeconocircmicos

espacial e poliacutetico observando as categorias indicadas por Sachs (1993) Moura (2002) e

Montibeller Filho (2004)

O niacutevel de anaacutelise desta pesquisa situa-se na configuraccedilatildeo do conjunto de indicadores

de sustentabilidade para as dimensotildees ambiental econocircmica social espacial e poliacutetica para o

sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas Para cada dimensatildeo foram definidas categorias elementos descritores e os

indicadores em acordo com as especificidades locais dos cultivos em estudo

Os cultivos de bananeiras de 15 propriedades rurais no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva dentre aquelas de cultivos essencialmente

comerciais foram selecionados e o estudo envolveu as lideranccedilas e associaccedilotildees comunitaacuterias

das propriedades investigadas as agroinduacutestrias relacionadas com o processo de produccedilatildeo da

banana bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para

tanto os liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de

agroinduacutestrias intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de

comercializaccedilatildeo das bananas Procedeu-se tambeacutem a uma pesquisa bibliograacutefica em sites da

internet para consolidar o trabalho

4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade

A descriccedilatildeo das etapas deste estudo teve como finalidade facilitar a compreensatildeo

sobre o processo e a loacutegica de construccedilatildeo dos indicadores e sobremaneira o percurso trilhado

e as teacutecnicas de pesquisas empregadas para o cumprimento dos objetivos

Primeiro procedeu-se a pesquisa bibliograacutefica sobre o uso e a construccedilatildeo de

indicadores de sustentabilidade para sistemas agriacutecolas com a finalidade de identificar os

aspectos metodoloacutegicos comuns e diacutespares para a construccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade e em quais dimensotildees se processaria o estudo

Neste momento as orientaccedilotildees de Sachs (1993) Moura (2002) e Montibeller Filho

(2004) foram fundamentais para definir as dimensotildees do estudo as categorias os elementos e

os descritores para a definiccedilatildeo do conjunto de indicadores de sustentabilidade

155

Esta etapa tambeacutem subsidiou a estruturaccedilatildeo do roteiro de entrevista com os produtores

rurais da regiatildeo a fim de identificar os limites baacutesicos do sistema produtivo de banana e os

fatores que influenciam sua sustentabilidade

Considerando os preceitos metodoloacutegicos orientados por Moura (2002) e Camino e

Muumlller (1993) de que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o contexto a

definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores locais a

definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e ainda que natildeo

existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal seguiu-se

a estrutura metodoloacutegica indicada pelos autores que orientam sete etapas para a definiccedilatildeo de

indicadores de sustentabilidade adaptadas para os cultivos de bananeiras nos municiacutepios em

estudo quais sejam

Definiccedilatildeo do sistema identificaccedilatildeo de categorias significativas para o sistema

identificaccedilatildeo dos elementos para cada categoria seleccedilatildeo dos descritores definiccedilatildeo dos

indicadores anaacutelise dos indicadores e procedimentos de monitoramento

156

453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade

A agricultura moderna eacute apontada por muitos autores (SACHS 1993 MOURA

2002 MONTIBELLER FILHO 2004 BECKER 2009 MELLO 2009) como a alternativa

mais promissora para promover o desenvolvimento socioeconocircmico nas aacutereas rurais do

Brasil Contudo ela natildeo deve ser tratada isoladamente mas sim aplicada como integrante do

processo de sustentabilidade visto que conforme adverte Sachs (1993) a sustentabilidade

pressupotildee o uso racional e equitativo dos recursos de forma a garantir a disponibilidade

desses agraves geraccedilotildees futuras visando sempre a melhoria das condiccedilotildees de vida das

comunidades

Orientaccedilatildeo semelhante se faz para as praacuteticas de crescimento e desenvolvimento

econocircmico com o propoacutesito de natildeo igualar os dois conceitos que possuem caracteriacutesticas bem

distintas visto que o primeiro considera somente o acuacutemulo de riquezas embora esta se

concentre nas matildeos de pequena parcela de indiviacuteduos da populaccedilatildeo Este processo natildeo remete

agrave igualdade nem agrave justiccedila social O segundo por sua vez preocupa-se com a geraccedilatildeo de

riquezas sim mas tem o objetivo de distribuiacute-las de melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees o que remete portanto agrave qualidade ambiental do planeta (CAVALCANTI

1997) Essa eacute a oacutetica moderna do desenvolvimento e deve embasar as discussotildees atuais sobre

a produccedilatildeo de bens e serviccedilos no anseio da equidade social e da sustentabilidade dos recursos

naturais em todo o planeta

A ideia de desenvolvimento local a partir da agricultura especialmente na regiatildeo

Norte sugere conciliar os fatores culturais as tradiccedilotildees locais a capacidade de suporte dos

recursos naturais e as interaccedilotildees econocircmicas e sociais de forma interdisciplinar enfrentando

o desafio do binocircmio agriculturafloresta de modo que sejamos capazes de tornaacute-la produtiva

sem destruiacute-la exercitando a sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade deve respaldar um processo multidimensional e

intertemporal a ser praticado na escala local tendo como focos dinamizadores minimamente

as dimensotildees ambiental (resiliecircncia) econocircmica (produtividade) e social (equidade e

economia) (HAMMOND et al 1995 SACHS 2004 e SEPUacuteLVEDA 2008)

De uma maneira geral a sustentabilidade da propriedade rural passa pelo

aproveitamento eficaz das aacutereas cultivadas procurando tirar delas as melhores produtividades

possiacuteveis e por longos periacuteodos de tempo diminuindo a necessidade de ocupar novas aacutereas de

florestas Para que possam dar um retorno financeiro adequado aos produtores seus usos

157

devem ser pautados em informaccedilotildees de mercado tendo tambeacutem apoio governamental com

assistecircncia teacutecnica e para o escoamento da produccedilatildeo sem comprometer a qualidade dos

produtos e a competitividade econocircmica

4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da

Banana dimensotildees objetivos e componentes

Os indicadores satildeo detentores de informaccedilotildees sobre a dinacircmica dos diferentes tipos

dimensionais (HAMMOND et al 1995) Na avaliaccedilatildeo da sustentabilidade os indicadores

vecircm sendo cada vez mais utilizados para mensuraccedilatildeo do consumo dos recursos naturais em

funccedilatildeo das suas principais consequecircncias nocivas para o meio ambiente uma vez que o

crescimento populacional exige volumes crescentes de mateacuteria prima para manutenccedilatildeo da

vida

O termo indicador implica em inferir apontar estimar conceituando-se como uma

variaacutevel selecionada e quantificada fornecendo pistas para problemas ou tornando

perceptiacuteveis tendecircncias ou fenocircmenos difiacuteceis de serem detectaacuteveis podendo ser apresentados

em forma de dados estatiacutesticos ou graacuteficos que nos revele traccedilos da realidade e tendecircncias

futuras que de outra forma natildeo seria facilmente percebida permitindo uma aproximaccedilatildeo

simplificada da realidade observada (SARANDOacuteN 2002) Os indicadores podem ser

definidos no acircmbito global nacional regional ou local Para o alcance dos objetivos aqui

propostos eles seratildeo definidos de acordo com as especificidades locais

De acordo com Hammond et al (1995) Sachs (2004) e Sepuacutelveda (2008)

sustentabilidade deve refletir processos multidimensionais e intertemporais preferencialmente

praticados em escalas locais focando a resiliecircncia a produtividade a equidade e economia e

deve ser avaliada por meio de indicadores que permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais

especiacuteficas a serem definidas de acordo com o sistema avaliado (CHRISTEN 1996)

admitindo inuacutemeras possibilidades visto que cada sistema possui especificidades

Entre as diversas possibilidades para a definiccedilatildeo das dimensotildees a serem estudadas

encontram-se as indicadas por Darolt (2000) soacutecio cultural teacutecnico agronocircmica econocircmica

ecoloacutegica e poliacutetico institucional Por sua vez Carvalho (1994) aponta para as dimensotildees

econocircmicas socioloacutegicas ambientais poliacuteticas culturais e institucionais Costabeber (1989)

recomenda econocircmica social ecoloacutegica geograacutefica e tecnoloacutegica enquanto que Camino e

Muumlller (1993) recomendam considerar justiccedila social viabilidade econocircmica sustentabilidade

ambiental democracia solidariedade e eacutetica Por fim haacute as orientaccedilotildees de Sachs (2004) pelas

dimensotildees ambiental social econocircmica poliacutetica cultural e territorial

158

Contudo Sachs (1993) adverte que para a sustentabilidade de qualquer tipo de

sistema que envolva seres humanos pressupotildee-se o uso racional e equitativo dos recursos

sendo fundamental considerar minimamente as dimensotildees econocircmicas ambiental e social

como condiccedilatildeo preciacutepua para a geraccedilatildeo do desenvolvimento no longo prazo na temporalidade

aproximada de 25 anos

Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva em acordo com as orientaccedilotildees de Sachs (2004) e

Montibeller Filho (2004) os indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees social

econocircmica ambiental espacialgeograacutefica e poliacutetica Para cada dimensatildeo devem ser

visualizados os componentes e os objetivos que se deseja alcanccedilar para o ambiente estudado

A partir destes foram definidas as variaacuteveis estudadas Assim o quadro 1 apresenta as

dimensotildees sob as quais o desenvolvimento do sistema produtivo da banana pode ser avaliado

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas considerando as

informaccedilotildees obtidas no trabalho de campo nas comunidades rurais estudadas bem como os

objetivos que se deseja alcanccedilar e os componentes que devem ser avaliados em cada

dimensatildeo

Para esse estudo foram definidas cinco dimensotildees ambiental social econocircmica

espacialgeograacutefica e poliacutetica (Quadro 1) Para anaacutelise da sustentabilidade de cada dimensatildeo

foram identificados os objetivos que se deseja alcanccedilar e para isto definidos os componentes

que devem ser observados para que a partir destes possam ser indicadas as categorias os

elementos os descritores e os indicadores para cada dimensatildeo analisada Para a

sustentabilidade dos cultivos de bananeiras no Amazonas o sistema seraacute analisado no acircmbito

local

O estudo da sustentabilidade ambiental objetiva a melhoria da qualidade do ambiente e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Ela pode ser avaliada por meio do acompanhamento dos

ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas do uso dos recursos naturais natildeo renovaacuteveis da prioridade

agrave produccedilatildeo de biomassa do aproveitamento dos insumos naturais da reduccedilatildeo do consumo

energeacutetico das tecnologias empregadas no sistema produtivo dos iacutendices de resiacuteduos no

processo produtivo da destinaccedilatildeo dos resiacuteduos e cuidados ambientais observados no processo

produtivo Quadro 1

A sustentabilidade da dimensatildeo social que visa a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

deve observar a criaccedilatildeo de postos de trabalho sauacutede educaccedilatildeo a disponibilidade de emprego

a renda (distribuiccedilatildeo) o respeito agrave cultura local o aproveitamento do conhecimento

159

tradicional ou taacutecito as formas e niacuteveis de organizaccedilotildees sociais e a produccedilatildeo de bens que

favoreccedilam o atendimento agraves necessidades baacutesicas das pessoas envolvidas direta eou

indiretamente no processo produtivo

Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o

desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do

Amazonas DIMENSAtildeO OBJETIVO COMPONENTES

Sustentabilidade

Ambiental

Melhoria da qualidade do

ambiente e preservaccedilatildeo

das fontes de recursos

naturais

Respeito aos ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas

O uso de recursos naturais natildeo renovaacuteveis

Prioridade agrave produccedilatildeo de biomassa

Aproveitamento dos insumos naturais

Reduccedilatildeo do consumo de energia

Tecnologias empregadas no processo produtivo

Iacutendices de resiacuteduos nos processos produtivos

Destinaccedilatildeo dos resiacuteduos

Cuidados ambientais

Sustentabilidade

Social

Reduccedilatildeo das

desigualdades sociais

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

Sauacutede

Educaccedilatildeo

Emprego

Renda (distribuiccedilatildeo)

Cultura local

Conhecimento tradicional ou taacutecito Organizaccedilotildees sociais

Produccedilatildeo de bens que favoreccedilam o atendimento agraves

necessidades baacutesicas

Sustentabilidade

Econocircmica

Melhoria da riqueza

social

Fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e

privados

Manejo eficiente dos recursos disponiacuteveis

Capacidade econocircmica

Capacidade produtiva do cultivo

Aproveitamento dos recursos internos (da

propriedade)

Absorccedilatildeo (pela propriedade) dos custos

ambientais

Produtividade

Reduccedilatildeo da dependecircncia externa

Canais de comercializaccedilatildeo

Sustentabilidade

Espacial

Geograacutefica

Evitar excessos de

aglomeraccedilotildees e exaustatildeo

dos recursos

Capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo)

Capacidade endoacutegena de desenvolvimento

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra

Disponibilidade de infraestrutura

Capacidade de suporte dos recursos naturais

Sustentabilidade

Poliacutetica

Democratizaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas

existentes e fortalecimento

da governanccedila

Criaccedilatildeo de Leis e desenvolvimento de poliacuteticas

para a agricultura

Organizaccedilatildeo poliacutetico institucional

Democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional

existente

Cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica Governanccedila Fonte Sachs (2004) Montibeller Filho (2004) Adaptado pela autora

160

A sustentabilidade na dimensatildeo econocircmica que tem por objetivo a melhoria da

riqueza social deve observar o fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e privados o

manejo dos recursos disponiacuteveis a capacidade econocircmica a capacidade produtiva do cultivo

o aproveitamento dos recursos internos da propriedade absorccedilatildeo pela propriedade dos custos

ambientais a produtividade o niacutevel de dependecircncia externa e os canais de comercializaccedilatildeo

(Quadro 1)

A sustentabilidade da dimensatildeo espacialgeograacutefica objetiva evitar os excessos de

aglomeraccedilatildeo e consequentemente a exaustatildeo dos recursos Pode ser monitorada pela

observaccedilatildeo da capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo) a capacidade endoacutegena de

desenvolvimento a democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra a infraestrutura e a capacidade de

suporte dos recursos naturais

A sustentabilidade na dimensatildeo poliacutetica objetiva a democratizaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas existentes e as adequaccedilotildees que se fizerem necessaacuterias e ainda pelo niacutevel de

governanccedila Pode ser monitorado por meio dos seguintes componentes criaccedilatildeo de Leis e

desenvolvimento de poliacuteticas para a o fortalecimento da agricultura as formas e niacuteveis da

organizaccedilatildeo poliacutetico institucional a democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional existente a

cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica os niacuteveis de governanccedila na gestatildeo destes componentes e

pela apropriaccedilatildeo pelo cidadatildeo dos serviccedilos puacuteblicos institucionais

4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana

Ateacute a deacutecada de cinquenta o desenvolvimento foi entendido como sinocircnimo do

crescimento econocircmico mensurado por indicadores de ordem estritamente quantitativa A

partir de 1960 acirraram-se as discussotildees sobre desenvolvimento atrelado agrave sustentabilidade

como caraacuteter indissociaacutevel e os indicadores do desenvolvimento econocircmico de ordem

meramente quantitativa tornaram-se insuficientes para aferir o grau de desenvolvimento

visto que natildeo considerava o bem estar social nos diferentes niacuteveis de agregaccedilatildeo humana com

melhorias na qualidade de vida da populaccedilatildeo a exemplo da diminuiccedilatildeo dos niacuteveis de pobreza

de desemprego e desigualdade das condiccedilotildees de sauacutede nutriccedilatildeo educaccedilatildeo moradia

transporte (SANDRONI 1999 MOURA 2002 CUNHA 2006) intensificando as

investigaccedilotildees em torno de indicadores capazes de aferir a sustentabilidade em diferentes

contextos

Os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade assumem papel importante no

processo de construccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade bem como na definiccedilatildeo das

161

dimensotildees analisadas dos objetivos dos componentes e das variaacuteveis estudadas revelando o

que eacute importante ser medido e como avaliar e interpretar os resultados (LOPES 2001) Neste

sentido os indicadores permitiratildeo noccedilotildees comparativas visto que um criteacuterio eacute mais ou

menos sustentaacutevel em dado contexto natildeo existindo modelos definitivos para cada criteacuterio

(MOURA 2002)

Os indicadores precisam ser os mais especiacuteficos possiacuteveis de modo a se evitar

ambiguidades e problemas de validade e confiabilidade devendo incluir o objetivo ou a meta

a ser alcanccedilado o aspecto a ser medido o periacuteodo abrangido e a aacuterea fiacutesica em questatildeo

devendo tambeacutem ser mensuraacuteveis atingiacuteveis relevantes e oportunos (GUIJT 1999)

Moura (2002) assegura que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o

contexto a definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores

locais a definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees Para

Camino e Muumlller (1993) devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias e distintas de cada ecossistema

natildeo existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal Os

autores sugerem uma estrutura metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade composto de sete etapas que foram adaptadas para o sistema produtivo da

banana figura 1

Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade

Fonte Camino e Muumlller (1993) adaptada pela autora

Identificaccedilatildeo de Categorias Significativas

Definiccedilatildeo do Sistema

Identificaccedilatildeo de Elementos Significativos em Cada

Sistema

Identificaccedilatildeo e Seleccedilatildeo de Descritores

Definiccedilatildeo e Obtenccedilatildeo de Indicadores

Anaacutelise de Indicadores

Procedimentos de Monitoramento

1deg

Pas

so

2deg

e 3deg

Pas

sos

4deg

e 5

deg

Pas

sos

6deg

Pas

so

7deg

Pas

so

Atr

ibuto

s

chav

e par

a

o s

iste

ma

Sistema Local

Car

act

dos

elem

ento

s e

Med

idas

do

s

des

crit

ore

s

162

As fases dessa sequecircncia metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade em primeiro passo orienta que seja determinado o sistema a ser analisado o

qual segundo Yurjevic (1996) apud Daniel (2000) pode ser delimitado nos niacuteveis global

nacional regional ou local permitindo adaptaccedilotildees em acordo com os interesses da avaliaccedilatildeo

Para a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalhamos com a delimitaccedilatildeo em niacutevel local

O segundo e terceiro passos respectivamente referem-se agrave identificaccedilatildeo das

categorias - que eacute um aspecto do sistema - e dos elementos significativos do sistema ndash que satildeo

parte da categoria - que apresentam significacircncia dado o grau de influecircncia desses na

sustentabilidade do sistema e a importacircncia que eles assumem para a finalidade do estudo

Estas estatildeo atreladas ao que Hansen (1996) e Marzall (1999) apud Lopes (2001) denominam

de atributos chave que influenciam na sustentabilidade de cada categoria e portanto no

sistema geral

Segundo Aacutevila (1989) Torquebiau (1989) e Camino e Muumlller (1993) apud Daniel

(2000) qualquer sistema em qualquer niacutevel de organizaccedilatildeo ou agregaccedilatildeo pode ser avaliado

mediante a anaacutelise de quatro tipos de categorias

Recursos endoacutegenos compotildeem a base de recursos do sistema ou seja representam

sua estrutura Os indicadores relacionados a essa categoria devem evidenciar se o sistema

impacta negativamente ou se melhora a base de recursos

Recursos exoacutegenos eacute formada pelos mesmos elementos da categoria dos recursos

endoacutegenos poreacutem satildeo recursos de sistemas externos com os quais o sistema estudado

manteacutem relaccedilotildees afetando e sendo afetado por eles Tambeacutem compotildeem a parte estrutural (dos

sistemas exoacutegenos)

Operaccedilatildeo do sistema representa a parte funcional do sistema constituiacutedo das

atividades necessaacuterias agrave sua exequibilidade Os indicadores desta categoria devem mostrar se

o seu manejo e desempenho satildeo compatiacuteveis com as exigecircncias da sustentabilidade

Operaccedilatildeo de sistemas exoacutegenos satildeo atividades de fora do sistema necessaacuterias ao

funcionamento do mesmo constituem sua parte funcional No sistema produtivo da banana

representam os ambientes institucional e organizacional os fluxos financeiros e de

informaccedilotildees que envolvem o sistema e o consumidor (local regional nacional e

internacional) Estes ambientes comportam o aparato legal de suporte ao sistema em estudo a

disponibilidade de recursos financeiros humanos e tecnoloacutegicos a assistecircncia teacutecnica a

163

ciecircncia e tecnologias disponiacuteveis a infraestrutura disponibilizada a comercializaccedilatildeo da

produccedilatildeo etc

O quarto e quinto passos respectivamente tratam da identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos

descritores que satildeo caracteriacutesticas relevantes dos elementos selecionados na etapa anterior e

subordinam-se aos atributos de sustentabilidade do sistema e ao niacutevel de agregaccedilatildeo e da

definiccedilatildeo e obtenccedilatildeo de indicadores que satildeo medidas importantes para esses descritores A

literatura recomenda que para cada descritor relevante deve-se definir ao menos um

indicador No quinto passo tambeacutem eacute realizada a pesquisa de campo

As etapas sexta e seacutetima orientam agrave anaacutelise dos indicadores e os procedimentos de

monitoramento Segundo Daniel (2000) a sexta pode ser subdividida em seis etapas a)

significado do indicador b) o que como onde e quando medir c) insumos necessaacuterios para o

caacutelculo d) limitaccedilotildees do indicador e) valoreslimites do indicador f) apresentaccedilatildeo e

interpretaccedilatildeo dos resultados A seacutetima pode ter seus procedimentos descritos individualmente

para cada indicador ou para todo o conjunto da forma que melhor responder ao sistema

analisado

4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios

de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

O quadro 2 identifica as categorias elementos descritores e indicadores da Dimensatildeo

Ambiental visando o cultivo de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva Amazonas Na uacuteltima coluna satildeo mostrados os indicadores a serem trabalhados

nessa dimensatildeo tendo em vista os recursos edafoclimaacuteticos fauniacutesticos energeacuteticos manejo

e de luminosidade a serem considerados dentro e fora da propriedade rural

Dentro desses paracircmetros sobressaem a) a preocupaccedilatildeo com o estoque de aacutegua nos

periacuteodos de estiagem b) a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos

fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo

produtivo Esses dois paracircmetros satildeo considerados os mais importantes tendo em vista a baixa

capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua dos solos predominantes na regiatildeo (COCHRANE et al 1985

MARQUES et al 2010) e a sazonalidade da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica (RIBEIRO VILA

NOVA 1979 SALATI MARQUES 1984) como tambeacutem pela baixa fertilidade natural dos

solos de terra firme da Amazocircnia (COCHRANE SANCHEZ 1982 NICHOLAIDES et al

1983) e o haacutebito dos produtores natildeo darem importacircncia para a reposiccedilatildeo dos nutrientes

retirados pela sua produccedilatildeo ou entatildeo por adubarem seus cultivos sem o respaldo de uma

164

anaacutelise quiacutemica dos seus solos conforme verificado nas pesquisas de campo e os resultados

apresentados nos capiacutetulos anteriores dessa tese

Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Aacutegua

Quantidade Iacutendice da pluviosidade anual (mm)

Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)

Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)

Reservatoacuterios de aacutegua (simnatildeo)

Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)

Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)

Solo

Classificaccedilatildeo

Tipos de solos

Terraceamento (simnatildeo)

Conservaccedilatildeo

Preparo mecanizado (simnatildeo)

Estimativa de perda de sedimentos via

erosatildeo (thaa-1

)

Microclima Umidade do solo ()

Temperatura do solo (degC)

Qualidade

Quiacutemica

Teor de mateacuteria orgacircnica ()

Niacutevel de acidez (pH)

Estimativa da perda de nutrientes via

lixiviaccedilatildeo (kghaa-1

)

Estimativa da perda de nutrientes via

exportaccedilatildeo (kghaa-1

)

Fertilidade (altameacutediabaixa)

Qualidade Fiacutesica

Textura (argilosasiltosaargilosa)

Retenccedilatildeo de aacutegua ()

Erodibilidade (altameacutediabaixa)

Profundidade da camada de restriccedilatildeo ao

desenvolvimento radicular (cm)

Iacutendice meacutedio de compactaccedilatildeo (densidade

aparente gdm3)

Contaminantes

Aplicaccedilatildeo de agrotoacutexicos com conhecido

poder residual prolongado no solo e com

facilidade de lixiviaccedilatildeo (simnatildeo)

Aplicaccedilatildeo de resiacuteduos industriais no solo

utilizados como fertilizantes ou

corretivos que contenham contaminantes

bioacumuladores nocivos (simnatildeo)

Fauna Fitossanidade

Presenccedila de praga (simnatildeo)

Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)

Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)

Energia

Solar Aproveitamento de energia solar

(simnatildeo)

Eoacutelica Aproveitamento de energia eoacutelica

(simnatildeo)

Hiacutedrica Aproveitamento de energia hiacutedrica

(simnatildeo)

165

Luz Radiaccedilatildeo

Temperatura no cultivo (degC)

Interceptaccedilatildeo razatildeo da radiaccedilatildeo

fotossinteticamente ativa acima do

cultivoniacutevel do solo

Recursos

Exoacutegenos

Aacutegua

Quantidade

Iacutendice da pluviosidade anual (mm)

Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)

Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)

Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)

Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)

Fauna Fitossanidade

Presenccedila de praga (simnatildeo)

Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)

Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Manejo

Teacutecnico

Solo

Presenccedila de cobertura vegetal nativa

(simnatildeo)

Presenccedila de cobertura vegetal cultivada

(simnatildeo)

Presenccedila de erosatildeo (simnatildeo)

Manejo da fertilidade (simnatildeo)

Vegetaccedilatildeo

Manutenccedilatildeo da mata nativa (simnatildeo)

Atende as determinaccedilotildees legais sobre

manutenccedilatildeo de aacutereas de floresta

(simnatildeo)

Aproveitamento de resiacuteduos orgacircnicos

(simnatildeo)

Aacutegua

Respeita a capacidade de suporte hiacutedrico

(simnatildeo)

Manutenccedilatildeo da qualidade dos recursos

hiacutedricos (simnatildeo)

Construccedilatildeo de reservatoacuterios (simnatildeo)

Resiacuteduos

Quantidade de resiacuteduos orgacircnicos natildeo

aproveitados depositados direto no

sistema (restos vegetais animais etc)

(thaa-1

)

Resiacuteduos inorgacircnicos natildeo aproveitados

depositados direto no sistema

(vasilhames maquinarias etc) (simnatildeo)

Reciclagem de embalagens de forma

direta ou indireta (simnatildeo)

Correto armazenamento de embalagens

de produtos toacutexicos (simnatildeo)

Realiza queimadas (simnatildeo)

Tratamento de resiacuteduos (simnatildeo)

Compostagem (simnatildeo)

Uso de Recursos

Naturais natildeo

Renovaacuteveis

Uso de energia eleacutetrica (simnatildeo)

Uso de combustiacuteveis foacutesseis (simnatildeo)

Fonte autora

166

Accedilotildees que minimizem ou sobreponham essas limitaccedilotildees podem favorecer os cultivos

de bananeiras nas propriedades rurais resultando em maiores produtividades e menores

impactos ambientais dentro da mesma diminuindo os riscos de erosatildeo e exposiccedilatildeo direta dos

solos ao Sol e chuvas

Quando se analisa a Dimensatildeo Econocircmica (Quadro 3) e levando em consideraccedilatildeo os

resultados jaacute mencionados nos capiacutetulos anteriores que se embasaram nos trabalhos de campo

diversos indicadores devem ser enfatizados quando se pretende atingir determinada

sustentabilidade do cultivo de bananeiras nos municiacutepios estudados

Os indicadores que mais influenciam a sustentabilidade dos cultivos satildeo o

financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do produto o mercado comprador e o

escoamento da produccedilatildeo Os produtores tem muita dificuldade em conseguir financiamento

em bancos em suma por natildeo ter a posse definitiva da propriedade rural Como eles tem

dificuldades em escoar suas produccedilotildees ficam refeacutens dos atravessadores ou entatildeo de oacutergatildeos

governamentais que adquirem sua produccedilatildeo por preccedilos muito baixos limitando-se tambeacutem

em comprar apenas parte da colheita

Aleacutem disso haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias para o fortalecimento

da cadeia produtiva tendo em vista um melhor aproveitamento da mateacuteria prima para a

produccedilatildeo de subprodutos da banana bem como da bananeira em si como doces geleias

fibras e outras aplicaccedilotildees industriais (SEBRAE 2008) reduzindo as perdas que podem

atingir 60 dos frutos da colheita ateacute o momento do consumo (SEBRAE 2008 Brasil

2010)

Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Financeiro Vendas Volume de vendas (ta)

Preccedilo de venda do produto (R$penca) -

(R$cacho)

Renda bruta (R$a)

Renda liacutequida (R$a)

Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)

Maquinaria (simnatildeo)

Capacitaccedilatildeo de recursos humanos

(simnatildeo)

Recursos tecnoloacutegicos (simnatildeo)

Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)

Varejo (ta)

Canais de

Comercializaccedilatildeo

Empresas (ta)

Intermediaacuterios (ta)

167

Cooperativas (ta)

Governo (ta)

Mercados Internacional (ta)

Nacional (ta)

Regional (ta)

Local (ta)

Recursos

Exoacutegenos

Financeiro Financiamentos Fluxo de investimentos privados (R$a)

Fluxo de investimentos puacuteblicos (R$a)

Subvenccedilatildeo (R$a)

Existecircncia de linhas de creacutedito especiacutefica

(simnatildeo)

Disponibilidade de creacutedito para

produtores proprietaacuterios (simnatildeo)

Disponibilidade de creacutedito para

produtores natildeo proprietaacuterios (simnatildeo)

Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)

Maquinaria (simnatildeo)

Capacitaccedilatildeo de recursos humanos

(simnatildeo)

Recursos tecnoloacutegicos e instalaccedilatildeo de

agroinduacutestrias (simnatildeo)

Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)

Varejo (ta)

Canais de

Comercializaccedilatildeo

Empresas (ta)

Intermediaacuterios (ta)

Cooperativas (ta)

Governo (ta)

Mercados Internacional (ta)

Nacional (ta)

Regional (ta)

Local (ta)

Operaccedilatildeo

do Sistema

Insumos Disponibilidade

no Mercado

Fertilizantes quiacutemicos (simnatildeo)

Adubos orgacircnicos (simnatildeo)

Implementos agriacutecolas (simnatildeo)

Mudas (simnatildeo)

Status dos

Insumos no

Mercado

(aquisiccedilatildeo)

No municiacutepio (simnatildeo)

No Estado (simnatildeo)

Na regiatildeo (simnatildeo)

No mercado nacional (simnatildeo)

Economia de

Recursos

Reduccedilatildeo de insumos externos

(agrotoacutexicos fertilizantes embalagens

etc) (simnatildeo)

Ampliaccedilatildeo do aproveitamento de

resiacuteduos (simnatildeo)

Emprego de

Matildeo de Obra

Familiar Assalariada (simnatildeo)

De subsistecircncia (simnatildeo)

Contratada Temporaacuteriasafra (simnatildeo)

168

Permanente (simnatildeo)

Niacutevel

Tecnoloacutegico

No Cultivo Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a formaccedilatildeo dos cultivos (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a manutenccedilatildeo dos tratos culturais

(simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a colheita (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o poacutes colheita (simnatildeo)

Uso de equipamentos modernos

(simnatildeo)

Na

Comercializaccedilatildeo

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o armazenamento (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o transporte (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o controle de estoques (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a formaccedilatildeo de banco de dados

(simnatildeo)

Na

Transformaccedilatildeo

do Produto

Processo totalmente mecanizado

(simnatildeo)

Processo parcialmente mecanizado

(simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo

dos Produtos

No tacado Supermercados (kga)

Feiras (kga)

CEASA (kga)

Intermediaacuterios (kga)

Governo (kga)

No Varejo Feiras (kga)

Na propriedade agriacutecola (kga)

Infra Estrutura Escoamento da

Produccedilatildeo

Estradas asfaltadas (simnatildeo)

Estradas de terra (simnatildeo)

Fluvial (simnatildeo)

Transporte da

Produccedilatildeo

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash do governo (simnatildeo)

Fluvial ndash do governo (simnatildeo)

Da cooperativa (simnatildeo)

Da associaccedilatildeo (simnatildeo)

Armazenamento Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Assistecircncia

Teacutecnica

Rural Trimestral (simnatildeo)

Semestral (simnatildeo)

169

Anual (simnatildeo)

Financeira Semestral (simnatildeo)

Anual (simnatildeo)

Gestatildeo Semestral (simnatildeo)

Anual (simnatildeo)

Economia de

Recursos

Reduccedilatildeo no

Consumo

Insumos de produccedilatildeo (caixas

embalagens etc) Fonte autora

Uma anaacutelise da Dimensatildeo Social (Quadro 4) considerando as informaccedilotildees obtidas nas

propriedades rurais estudadas e nos oacutergatildeos envolvidos aponta que os indicadores que mais

afetam a sustentabilidade dos sistemas satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em

Associaccedilotildees e Cooperativas Os serviccedilos de atendimento de sauacutede satildeo precaacuterios obrigando-os

a irem aos centros urbanos para serem atendidos tendo em vista que apenas em Manaus eles

encontram serviccedilos mais sofisticados para a resoluccedilatildeo de seus problemas com doenccedilas e afins

Por outro lado geralmente eles tecircm pouco acesso a uma educaccedilatildeo consolidada na aacuterea

rural precisando enviar seus filhos para escolas nas aacutereas urbanas do municiacutepio submetendo-

os a grandes dispecircndios com deslocamentos etc Quanto agraves suas Associaccedilotildees e Cooperativas

haacute pouca ou quase nenhuma organizaccedilatildeo uma vez que muitas apresentam apenas seus

nuacutemeros de CNPJ e uma relaccedilatildeo dos associadoscooperados com os nomes e telefones de

contato Algumas contribuem para a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo mas outras nem isso

fazem com cada produtor comercializando sua produccedilatildeo de forma individual

Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Desenvolvimento

Cultural

Arqueoloacutegico

Presenccedila de siacutetio ou vestiacutegio

arqueoloacutegico na aacuterea dos cultivos

(simnatildeo)

Preservaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio

arqueoloacutegico (simnatildeo)

Divulgaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio ou de

vestiacutegios arqueoloacutegico (simnatildeo)

Turiacutestico

Presenccedila de equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

(simnatildeo)

Divulgaccedilatildeo dos equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

(simnatildeo)

Exploraccedilatildeo dos equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

170

(simnatildeo)

Artesanal

Existecircncia de mateacuteria prima para

confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)

Confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)

Patrimocircnio

Religioso

Existecircncia de templos ou outras

aacutereas consideradas sagradas

(simnatildeo)

Existecircncia de cemiteacuterios (simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Desenvolvimento

Humano

Sauacutede

Posto meacutedico (simnatildeo)

Hospitais (simnatildeo)

Laboratoacuterios cliacutenicos (simnatildeo)

Cliacutenicas odontoloacutegicas (simnatildeo)

Educaccedilatildeo

Escolas de ensino superior

(Faculdades) (simnatildeo)

Escolas de ensino meacutedio (simnatildeo)

Escolas de ensino fundamental

(simnatildeo)

Emprego

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

temporaacuterio (em relaccedilatildeo ao ano

anterior)

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

permanente (em relaccedilatildeo ao ano

anterior)

Garantia dos diretos trabalhistas

(simnatildeo)

Qualificaccedilatildeo do trabalho (segundo

orientaccedilatildeo da OITtrabalho decente5)

Habitaccedilatildeo

Habitaccedilotildees de alvenaria (un)

Habitaccedilotildees de madeira (un)

Habitaccedilotildees de outros materiais (un)

Saneamento

baacutesico

Redes de esgoto nas ruas (simnatildeo)

Estaccedilotildees de tratamento de esgoto

(simnatildeo)

Rede de distribuiccedilatildeo de aacutegua

(simnatildeo)

Rede de distribuiccedilatildeo de energia

eleacutetrica (simnatildeo)

Organizaccedilotildees

Sociais

Associaccedilotildees

comunitaacuterias

Existecircncia de associaccedilatildeo comunitaacuteria

(simnatildeo)

Participaccedilatildeo da sociedade ()

Cooperativas

agriacutecolas

Existecircncia de cooperativas rurais

(simnatildeo)

Participaccedilatildeo da comunidade ()

Cooperativas

agroindustriais

Existecircncia de cooperativas

agroindustriais (simnatildeo)

5 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo

implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a

dignidade humana

171

Participaccedilatildeo da comunidade ()

Lazer

Disponibilidade de estruturas de

lazer puacuteblica (simnatildeo)

Disponibilidade de estruturas de

lazer privada (simnatildeo)

Participaccedilatildeo da sociedade ()

Creches Disponibilidade de creches (simnatildeo)

Organizaccedilotildees

Religiosas

Igrejas

Preservaccedilatildeo de igrejastemplos ou

outras aacutereas consideradas sagradas

no municiacutepio (un)

Cemiteacuterios Preservaccedilatildeo de cemiteacuterios (simnatildeo) Fonte autora

Quanto agrave Dimensatildeo EspacialGeograacutefico (Quadro 5) de todos os indicadores

identificados os mais importantes a serem considerados quando se leva em consideraccedilatildeo a

sustentabilidade do sistema produtivo satildeo a falta da posse definitiva da terra problema que

aflige a maioria dos produtores e agraves vezes agrave falta de aacutegua no periacuteodo de secas anuais

Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash

Dimensatildeo EspacialGeograacutefico

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Recursos

Naturais

Ocupaccedilatildeo do

Territoacuterio

Propriedade da Terra (simnatildeo)

Disponibilidade de infraestrutura de

acesso agrave propriedade (simnatildeo)

Terra

Disponibilidade de Terra para a

expansatildeo dos cultivos (ha)

Disponibilidade de terra para a

introduccedilatildeo de novas culturas (simnatildeo)

Disponibilidade de recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra

Aacutegua

Disponibilidade de recursos hiacutedricos

naturais ndash rios lagos igarapeacutes etc

(simnatildeo)

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave aacutegua

(simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Manejo dos

Recursos

Naturais

Ocupaccedilatildeo do

Territoacuterio

Propriedade da Terra (simnatildeo)

Capacidade de concentraccedilatildeo espacial

(habmsup2)

Capacidade do suporte hiacutedrico

(capacidade hiacutedricapor propriedade)

Hinfraestrutura disponiacutevel (transporte

energia armazenagem etc) (simnatildeo)

Recursos

Disponiacuteveis para o

Desenvolvimento

Disponibilidade de recursos minerais

(simnatildeo)

Disponibilidade de recursos turiacutesticos

(simnatildeo)

172

Disponibilidade de recursos artesanais

(simnatildeo)

Disponibilidade de espaccedilos para a

comercializaccedilatildeo (simnatildeo)

Disponibilidade de infraestrutura de

acesso agrave propriedade (simnatildeo) Fonte autora

A anaacutelise da dimensatildeo poliacutetica (Quadro 6) deve observar os recursos endoacutegenos

exoacutegenos e de operaccedilatildeo do sistema produtivo de bananas com o fim de conhecer quais as

forccedilas poliacuteticas atuantes no sistema produtivo e a influecircncia destas nos ambientes

institucional organizacional e produtivo e ainda entender como se processa os fluxos fiacutesicos

financeiros e de informaccedilotildees e o niacutevel de governanccedila existente entre os elementos do sistema

O ecircxito da dimensatildeo poliacutetica como elemento de desenvolvimento em determinado

territoacuterio se traduz no conjunto articulado das poliacuteticas existentes em niacutevel econocircmico e

social observadas preferencialmente as potencialidades locais em uma sucessatildeo de

operaccedilotildees indissociaacuteveis que se fortalecem agrave medida que se aprimora a governanccedila entre os

atores Assim a sustentabilidade da dimensatildeo poliacutetica aponta para o encadeamento das

atividades institucionais organizacionais e produtivas dos recursos endoacutegenos exoacutegenos e de

operaccedilatildeo do sistema

Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash

Dimensatildeo Poliacutetica

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Desenvolvimento de

Poliacuteticas Puacuteblicas Municipal

Uso racional dos recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Uso racional da terra (simnatildeo)

Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

(simnatildeo)

Aproveitamento da energia solar (simnatildeo)

Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)

Infraestrutura direcionada ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Fomento direcionado agrave agricultura

(simnatildeo)

Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo de incremento da renda no setor

agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave

produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)

Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o

mercado internacional (simnatildeo)

173

Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)

Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias

(simnatildeo)

Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola

(simnatildeo)

Assentamento rural (simnatildeo)

Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental

(simnatildeo)

Controle sanitaacuterio

Recursos

Exoacutegenos

Desenvolvimento de

Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Uso racional dos recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

(simnatildeo)

Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)

Infraestrutura direcionada ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Fomento direcionado agrave agricultura

(simnatildeo)

Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo de incremento da renda no setor

agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave

produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)

Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o

mercado internacional (simnatildeo)

Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)

Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias

(simnatildeo)

Apoio agraves pesquisas relacionadas ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola

(simnatildeo)

Assentamento rural (simnatildeo)

Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental

(simnatildeo)

Controle sanitaacuterio

Operaccedilatildeo

de Sistemas

Execuccedilatildeo de

Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Municipal

Instituiccedilatildeo de Ensino Superior ndash IES

(simnatildeo)

Instituiccedilatildeo de Ensino Teacutecnico (simnatildeo)

Praacuteticas de inclusatildeo social (simnatildeo)

Praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica

(simnatildeo)

Praacuteticas de proteccedilatildeo da propriedade

intelectual (simnatildeo)

174

Praacuteticas de cooperativismo (simnatildeo)

Praacuteticas de associativismo (simnatildeo)

Controle da produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Incentivos ao desenvolvimento

tecnoloacutegico (simnatildeo)

Atividades de licenciamento ambiental

(simnatildeo)

Atividades de fiscalizaccedilatildeo e

monitoramento ambiental (simnatildeo)

Defesa sanitaacuteria vegetal (simnatildeo)

Infraestrutura de transporte (simnatildeo)

Infraestrutura de energia (simnatildeo)

Atividades de desenvolvimento de micros

e pequenas empresas (simnatildeo)

Atividades de incentivos ao

empreendedorismo (simnatildeo)

Interlocuccedilatildeo com os atores (simnatildeo)

Atividades de incentivos ao

empreendedorismo (simnatildeo)

Atividades de incentivo agraves bioinduacutestrias

(simnatildeo) Fonte autora

Quando se analisa o Quadro 6 acima com mais detalhes e se leva em consideraccedilatildeo as

situaccedilotildees encontradas nas propriedades rurais estudadas percebe-se que os indicadores de

sustentabilidade na Dimensatildeo Poliacutetica satildeo pouco praticados ou estatildeo ausentes no sistema

produtivo de bananas nesses municiacutepios Essas ausecircncias ou incipiecircncias ocorrem tanto para

os recursos endoacutegenos e exoacutegenos como para os de operaccedilatildeo de sistemas Com raras

exceccedilotildees os produtores trabalham de forma isolada com pouco ou nenhum apoio

institucional (poliacutetico) eou organizacional (de assistecircncia teacutecnica eou financeira) para

resolver os problemas em suas propriedades rurais e os que surgem no sistema como um todo

Os oacutergatildeos oficiais apenas esporadicamente visitam suas propriedades para alertar no

cumprimento (e fiscalizaccedilatildeo) das leis ambientais e dando alguma assistecircncia teacutecnica agriacutecola

ou na aacuterea de sauacutede aleacutem de um precaacuterio suporte com escolas no niacutevel primaacuterio e agraves vezes no

secundaacuterio

Uns dos poucos serviccedilos prestados pelos governos federal estadual e municipal estatildeo

nas aacutereas de transporte e energia visto que a maioria das propriedades tem acesso rodoviaacuterio

Contudo as estradas que levam agraves propriedades em sua maioria satildeo de terra e de difiacutecil

deslocamento especialmente no periacuteodo chuvoso Todas as propriedades analisadas

175

dispunham de energia eleacutetrica poreacutem os equipamentos nas propriedades satildeo muito precaacuterios

dado o baixo niacutevel de investimentos em tecnologias aplicadas agrave produccedilatildeo e processamento

dos produtos

Tambeacutem foi identificada uma razoaacutevel assistecircncia por parte das prefeituras municipais

no transporte da produccedilatildeo das propriedades rurais ateacute agraves feiras do proacuteprio municiacutepio ou ateacute a

capital que eacute o maior centro consumidor destes produtos no momento da comercializaccedilatildeo

seja no atacado ou no varejo

O governo do Estado atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash

PREME em parceria com o governo Federal tambeacutem tem significativa participaccedilatildeo pela

aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo local Este fator se por um lado eacute de grande valia por outro se

configura como uma fragilidade do sistema visto que muitos produtores tecircm neste canal a

uacutenica forma de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo no atacado o que configura uma ameaccedila

potencial ao produtor

Na Dimensatildeo Poliacutetica portanto a maioria dos indicadores definidos no Quadro 6

pode servir de paracircmetro para a evoluccedilatildeo do sistema produtivo das bananas nos dois

municiacutepios

Este trabalho aglutina a orientaccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade para as

dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica e poliacutetica sem contudo trazer

resultados de anaacutelise destes indicadores visto que natildeo se configura objeto desta Tese que se

limita neste momento a apresentar uma proposta de indicadores que podem ser utilizados

para proceder ao monitoramento dos elementos apresentados em cada dimensatildeo como forma

de mensurar a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios estudados

176

454 CONCLUSOtildeES

Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os indicadores podem ser mensurados a partir das

dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica

Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de

estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada

em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo

Na Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do

produto o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo

Os indicadores da Dimensatildeo Social que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e a participaccedilatildeo da comunidade em

Associaccedilotildees e Cooperativas

Na Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores mais significativos para a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a posse definitiva da terra e a

disponibilidade de recursos hiacutedricos

No acircmbito da Dimensatildeo Poliacutetica poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades

rurais estudadas nos dois municiacutepios mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento

sustentaacuteveis e fragilizadas perante a globalizaccedilatildeo da economia especialmente no que se

refere agrave competitividade

177

5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Apesar de haver um grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do

Amazonas (trabalho cientiacutefico 4) capazes de dar todo o suporte teacutecnico e financeiro para os

produtores de bananas obterem altos rendimentos em suas propriedades rurais a

produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute

bem abaixo daquela considerada desejaacutevel (trabalho 1 Tabelas 1 5 e 7) Essa baixa

produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500

toneladas por ha ano conforme indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) se os produtores tivessem

apoio financeiro (inexpressiva participaccedilatildeo comprovada no trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 4 e

7) e orientaccedilatildeo teacutecnica no momento da formaccedilatildeo dos cultivos (deficiecircncia comprovada no

trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 3 e 6) que indicassem a ideal densidade de plantas por ha

manejo da fertilidade do solo do controle das pragas e doenccedilas e do momento certo para a

colheita da produccedilatildeo em seus cultivos Foi observado em feiras e mercados bem como in loco

em diversas propriedades rurais a colheita de cachos com frutos ainda sem tamanho e sem

padratildeo pequenos que apodrecem antes de amadurecerem

A falta ou deficiecircncia de financiamentos aos produtores de bananas pelo setor

financeiro geralmente eacute uma consequecircncia da ausecircncia de documentaccedilatildeo de titularidade das

propriedades rurais Sem esses financiamentos a uacutenica forma de se capitalizarem para

investirem em tecnologia e melhoria em suas propriedades rurais vem da venda de suas

produccedilotildees de bananas No entanto os oacutergatildeos governamentais que compram a produccedilatildeo para

atender agraves demandas da merenda escolar pagam muito pouco e compram apenas parte dessa

produccedilatildeo com o restante sendo geralmente vendidos agrave intermediaacuterios do mercado que pagam

um pouco mais mas ainda natildeo permitindo a esses produtores se capitalizarem

adequadamente para poderem investir melhor em suas propriedades

Outra limitaccedilatildeo quanto agrave valorizaccedilatildeo do cultivo da banana na regiatildeo se refere ao fato

de que quase toda sua produccedilatildeo eacute realizada visando ao consumo in natura Uma quantidade

muito pequena natildeo mensuraacutevel eacute convertida em bananas chips salgada ou doce A falta de

um segmento de processamento da produccedilatildeo (ausecircncia comprovada no trabalho cientiacutefico 2

tabelas 5 e 8) para a industrializaccedilatildeo da banana na regiatildeo deixa sua cadeia produtiva

fragilizada com os excedentes sendo perdidos ao inveacutes de gerarem mais empregos e fontes de

renda para o Amazonas como um todo Devido agrave fragilidade e agrave alta perecibilidade da

banana estudos mostram que entre 40 e 60 do volume produzido da fruta eacute perdido desde a

colheita ateacute o seu consumo Segundo a Fundaccedilatildeo Banco do Brasil (BRASIL 2010) a fase de

178

poacutes-colheita chega a ser responsaacutevel por 60 das perdas O desconhecimento das teacutecnicas

disponiacuteveis para reduzir as perdas por parte de agentes da cadeia produtiva eacute a maior causa do

desperdiacutecio As principais causas no atacado satildeo a inadequaccedilatildeo das embalagens e do

armazenamento bem como o transporte precaacuterio das frutas Por outro lado no varejo

acredita-se que os mais seacuterios problemas relacionados agraves perdas satildeo o tempo entre a compra e

venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor Essas perdas poderiam ser

reduzidas com o uso de embalagens adequadas e com a colocaccedilatildeo dos frutos em cacircmaras frias

com correta temperatura e umidade relativa controlada (SEBRAE 2008 BRASIL 2010) o

que natildeo se observa nas aacutereas pesquisadas no presente estudo

A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o aproveitamento dos frutos nos dois

municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das perdas de bananas aleacutem de agregar valor

ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa cultura na regiatildeo Segundo SEBRAE (2008)

diversos produtos poderiam ser obtidos usando a banana como mateacuteria prima tais como

banana passa banana chips doces tortas balas geleias baby food cristalizados iogurte

suco aguardente etc Aleacutem disso existem produtos de uso natildeo alimentar que podem ser

obtidos com a planta em si como fibras da casca da bananeira artesanato moacuteveis e objetos

de decoraccedilatildeo papel bananaplac poliacutemeros naturais e outras aplicaccedilotildees industriais

Uma importante vantagem no processamento industrial do fruto da banana eacute a reduccedilatildeo

das dificuldades logiacutesticas (incluindo transporte e armazenamento) uma vez que os processos

de industrializaccedilatildeo reduzem peso e volume dos alimentos aleacutem de tornaacute-los menos pereciacuteveis

e mais lucrativos Se esse processamento ocorrer em agroinduacutestrias proacuteximo agraves aacutereas de

cultivo os resiacuteduos do processamento podem retornar agraves propriedades e serem convertidos em

adubo evitando danos ao ambiente

Outro fator positivo em se investir na industrializaccedilatildeo da banana eacute que haacute uma

tendecircncia de fortalecimento do mercado mundial dessa cultura (SEBRAE 2008 BRASIL

2010) o que pode favorecer o seu cultivo caso se agregue valores agrave sua cadeia produtiva

Portanto investimentos regionais que visem fortalecer o cultivo da banana no

Amazonas podem trazer mais emprego divisas e desenvolvimento para o Estado Para isso

ecircnfases devem ser dadas a indicadores que afetam a cultura dentro das dimensotildees ambiental

econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica (conforme orientaccedilotildees trabalho

cientiacutefico 5 Quadros 2 3 4 5 e 6)

Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de

179

estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada

em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo (trabalho

cientiacutefico 5 Quadro 2)

Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo

de venda do produto a industrializaccedilatildeo do produto com a implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias

gerando subprodutos de valor agregado o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo

(trabalho cientiacutefico 5 Quadro 3)

Na Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede a educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em associaccedilotildees e

cooperativas consolidadas (trabalho cientiacutefico 5 Quadro 4)

180

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Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROGRAMA ......desenvolvimento deste trabalho e compreensão nos necessários momentos de ausência do convívio familiar. Aos meus familiares, especialmente

MARICLEIDE MAIA SAID

PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM

CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO

AMAZONAS

Tese apresentada ao Programa Multi Institucional de

Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da Universidade

Federal do Amazonas ndash PPGBIOTECUFAM para a

obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Doutor em Biotecnologia na

aacuterea de concentraccedilatildeo de Gestatildeo de biotecnologias

Aprovada em ________________

Banca Examinadora

_____________________________________________

Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira Presidente

_____________________________________________

Prof Dr Joseacute Ferreira da Silva Membro

_____________________________________________

Prof Dra Deacutebora Cristina R bandeira Membro

_____________________________________________

Prof Dr Dimas Joseacute Lasmar Membro

_____________________________________________

Prof Dra Suzy Rodrigues Simonetti Membro

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pela serenidade mental e fortalecimento fiacutesico ateacute aqui

proporcionado permitindo-me esta concretizaccedilatildeo

Aos meus filhos e ao Pedro Mendel pela valiosa colaboraccedilatildeo no

desenvolvimento deste trabalho e compreensatildeo nos necessaacuterios momentos de

ausecircncia do conviacutevio familiar

Aos meus familiares especialmente meus pais e amigos que contribuiacuteram

para a construccedilatildeo dos valores que embasaram a percepccedilatildeo necessaacuteria para a

elaboraccedilatildeo do trabalho aqui concluso

Aos docentes discentes e a equipe administrativa da Universidade Federal

do Amazonas em especial aqueles que integram o Programa de Poacutes

Graduaccedilatildeo em BiotecnologiasPPGBIOTECUFAM pela oportunidade de

ingresso no curso e concessatildeo do conhecimento e aprendizado necessaacuterios agrave

formaccedilatildeo cientiacutefica e qualificaccedilatildeo profissional

Ao Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira pela orientaccedilatildeo no transcorrer desta

Tese e valiosa colaboraccedilatildeo e acompanhamento em todas as etapas desta

pesquisa

Agrave Profa Dra Maria do Perpeacutetuo Socorro Rodrigues Chaves pela

coorientaccedilatildeo e apoio muitas vezes ultrapassando o acircmbito acadecircmico

A todos que colaboraram para a obtenccedilatildeo dos dados desta pesquisa

especialmente aos produtores rurais dos Municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva bem como aos presidentes de cooperativas

agriacutecolas associaccedilotildees empresas e liacutederes comunitaacuterios destes Municiacutepios pela

valiosa colaboraccedilatildeo na coleta de dados e informaccedilotildees sobre a cultura da

bananeira

Agraves instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas pela cooperaccedilatildeo e fornecimento dos dados

que subsidiaram a pesquisa

Aos que direta ou indiretamente colaboraram para a realizaccedilatildeo deste

trabalho

A todos Muito obrigada

RESUMO

A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica do paiacutes e

estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade tanto no acircmbito

urbano quanto no rural Em paralelo se acirram as discussotildees no sentido de conciliar a

preservaccedilatildeo dos recursos naturais e o desenvolvimento econocircmico social e cultural O

desenvolvimento da Amazocircnia se insere nesse contexto e depende da forma como seratildeo

administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos

recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua

populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave

economia nacional e mundial O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento

regional natildeo foram suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do

Amazonas pelo uso sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre

porque a cadeia produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita

com processos gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos

de produccedilatildeo produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado A cultura da

banana se insere nesse contexto Estes fatores impedem a competitividade do produto e

atribuem pouco benefiacutecio aos agentes da cadeia produtiva Este trabalho propocircs caracterizar o

sistema produtivo da banana como forma de identificar as praacuteticas de gestatildeo da sua cadeia

produtiva nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo Amazonas e analisar o

potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo desses cultivos e

estabelecer indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel Para isso foram obtidas

informaccedilotildees atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico e de dados verbais pela aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios e entrevistas estruturadas nos trecircs setores envolvidos na pesquisa propriedades

rurais produtoras de bananas ambientes institucional e organizacional Apesar de haver um

grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do Amazonas capazes de dar

todo o suporte teacutecnico e financeiro para os produtores de bananas obterem altos rendimentos

em suas propriedades rurais a produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute bem abaixo daquela considerada desejaacutevel Essa baixa

produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500

toneladas por ha ano criando condiccedilotildees para que essa cultura se insira como fator de

desenvolvimento sustentaacutevel na regiatildeo A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o

aproveitamento dos frutos nos dois municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das

perdas de bananas aleacutem de agregar valor ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa

cultura na regiatildeo

Palavras Chave Bioinduacutestrias cadeia produtiva desenvolvimento rural associaccedilotildees rurais

ABSTRACT

Globalization has brought about changes in social economic and politics of the country and

stimulated significant advances in various sectors of society both in urban areas and in rural

as it stoked the discussions to reconcile the preservation of natural resources and economic

development social and cultural The development of the Amazon depends on how its

potential will be administered by reconciling ecological balance and sustainable use of

resources so that it reflects in substantial improvement of its populations quality of life

economic growth modernization technological advances and their integration to the

economy national and global The potential for wealth and regional development policies

were insufficient to foster economic development of the Amazonas state for the sustainable

use of existing biodiversity resources in the region This is because the production chain of

regional commercially exploited species is still restricted with inefficient management

processes resulting in low productivity high production costs low quality products and little

or no added value The culture of banana falls within that context These factors impede the

competitiveness of the product and give little benefit to agents of the productive chain This

paper proposed to characterize the production of banana system as a way to identify the

management practices of the production chain in the municipalities of Rio Preto da Eva and

Presidente Figueiredo Amazonas and analyze the potential development of these

municipalities from the idealization of this culture and establish indicators for sustainable

development For this information was obtained through a literature review and verbal data

by questionnaires and structured interviews in the three sectors involved in the research

producing farms of bananas institutional and organizational environments Although there are

a large number of public and private organizations in the state of Amazonas able to give all

the technical and financial support to banana producers to obtain high yields on their farms

productivity of this culture in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da

Eva is well below that considered desirable This low productivity around 145 tons per ha

year could reach at least 500 tons per ha year creating conditions for this culture to be

inserted as a sustainable development factor in the region The implementation of bio-based

industries in order to take advantage of the fruits in the two counties could be a solution to

reduce losses of bananas as well as adding value to the product and strengthen the production

chain of this fruit species in the region

Keywords bio-based industries production chain rural development rural associations

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa 19

Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva 32

ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola 116

Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas

119

Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no ambiente

institucional 122

Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash

MAPA no ambiente institucional 127

Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash

MDIC no ambiente institucional 128

Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional 128

Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de

Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no ambiente institucional 130

Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI

no ambiente institucional 132

Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash

SEPLANCTIAM no ambiente organizacional 134

Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do

Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional 134

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash

SEPRORAM no ambiente institucional 136

Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social - BNDES no ambiente organizacional Erro Indicador natildeo definido

Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da

Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM

no ambiente organizacional 139

Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no

ambiente organizacional 141

Figura 15 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente

organizacional 142

Figura 16 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que

compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de Rio Preto da Eva e Presidente

Figueiredo no Amazonas 145

ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS

EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade 161

LISTA DE QUADROS

ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas 43

ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS

PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA

CULTURA

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 65

ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA

ESTADO DO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 92

ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em acordo

com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da

Eva no Amazonas 113

ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS

EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o

desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do Amazonas

159

Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental 164

Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica 166

Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social 169

Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo

EspacialGeograacutefico 171

Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo

Poliacutetica 172

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS

Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012 46

Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo Caipira e FHIA

18 47

Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de Bananeiras

para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas 48

Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 50

Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea

amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 52

Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio do

Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 55

Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea

Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 58

ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS

PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA

CULTURA

Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas ndash Safra

2012 69

Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do

Amazonas Safra 2012 71

Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e

Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 72

Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Safra

2012 74

Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Presidente

Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 76

Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e

Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio do Rio

Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 78

Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais em

Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas 80

Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos Acondicionamento

para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 82

ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA

ESTADO DO AMAZONAS

Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas

Safra 2012 96

Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas

Safra 2012 99

Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas

Aacutereas Amostradas Safra 2012 102

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare

Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012 103

Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por

Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012 104

Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas 45

Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012 106

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 17

21 OBJETIVO GERAL 17 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 17

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 18

31 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DO ESTADO DO AMAZONAS 18 32 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA 18 33 CRESCIMENTO ECONOcircMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL EVOLUCcedilAtildeO DAS IDEIAS

20 34 FORCcedilAS DO CAPITALISMO DA EFICIEcircNCIA Agrave DEFICIEcircNCIA 24 35 DIMENSOtildeES BAacuteSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO 26 36 INDICADORES AMBIENTAIS 29

37 CADEIA PRODUTIVA AGRIacuteCOLA 31 38 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS 33 39 A CULTURA DA BANANA COMO ATIVIDADE AGRIacuteCOLA CULTIVARES DE OCORREcircNCIAS

FREQUENTES NO ESTADO DO AMAZONAS 34

391 Tratos Culturais da Bananeira 36 3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira 36

4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS 37

41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO

AMAZONAS 37 Resumo 37

Abstract 38 411 INTRODUCcedilAtildeO 39 412 MATERIAL E MEacuteTODOS 42

4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 42 4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 42 4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 44 4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos 44

413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 46 4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil 46 4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA

18 47 4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo no Estado do

Amazonas 48 4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo 49 4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva 54

414 CONCLUSOtildeES 60 42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO

SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A

SUSTENTABILIDADE DA CULTURA 61 Resumo 61 Abstract 62

421 INTRODUCcedilAtildeO 63 422 MATERIAL E MEacuteTODOS 65

4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 65 4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 65 4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 66 4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados 67

423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 69 4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra de 2012 69 4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Amazonas 72 4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos

Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Amazonas 73 4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 76 4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva no Amazonas 78 4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos

Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo no

Amazonas 79 4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 81 424 CONCLUSOtildeES 85

43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA

EVA ESTADO DO AMAZONAS 87 Resumo 87 Abstract 88

431 INTRODUCcedilAtildeO 89 432 MATERIAL E MEacuteTODOS 92

4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 92 4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 92 4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 93 4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 94

433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 96 4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas 96 4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva Amazonas 98 4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado nos Municiacutepios

de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 101 4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare

Cultivado nas Aacutereas Amostradas 103 4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare Cultivado nas

Aacutereas Amostradas 103 4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel 105

434 CONCLUSOtildeES 108 44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO

AMAZONAS 109

Resumo 109 Abstract 110 441 INTRODUCcedilAtildeO 111 442 MATERIAL E MEacuteTODOS 112

4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 112 4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 112 4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 114 4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos 115

443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 115 4431 Sistema Produtivo Agriacutecola 115 4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola 117 4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos Municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 146 444 CONCLUSOtildeES 148

45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE

BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS 149 RESUMO 149 ABSTRACT 150

451 INTRODUCcedilAtildeO 151 452 MATERIAL E MEacuteTODOS 153

4521 Objeto e Aacuterea de Estudo 154 4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade 154

453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 156 4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade 156 4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da Banana dimensotildees

objetivos e componentes 157 4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana 160 4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 163 454 CONCLUSOtildeES 176

5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 177

REFEREcircNCIAS 180

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

O contexto maior no qual este estudo se insere eacute o desenvolvimento de municiacutepios

do Estado do Amazonas pelo aproveitamento das potencialidades endoacutegenas locais em

consonacircncia com as praacuteticas de sustentabilidade A atividade agriacutecola especialmente nos

cultivos para fins comerciais se apresenta como alternativa capaz de proporcionar a melhoria

econocircmica e social das populaccedilotildees locais e contribuir para preservaccedilatildeo ambiental e cultural

das espeacutecies envolvidas

A modernizaccedilatildeo do setor agropecuaacuterio brasileiro iniciado na deacutecada de 50 com

aacutepice a partir de 1960 caracterizou-se pela chamada ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo (AGUIAR e

MONTEIRO 2005) baseado num modelo quiacutemico mecacircnico e geneacutetico com a introduccedilatildeo

de inovaccedilotildees como o uso de agrotoacutexicos maacutequinas fertilizantes quiacutemicos sementes e

matrizes melhoradas geneticamente Esta praacutetica resultou em consideraacutevel expansatildeo do

agronegoacutecio no paiacutes Esse modelo trouxe inegaacuteveis avanccedilos relacionados com o aumento da

produccedilatildeo e da produtividade pela incorporaccedilatildeo de novas aacutereas agriacutecolas e do emprego de

novas tecnologias poreacutem trouxe tambeacutem inuacutemeros impactos ambientais tais como a

supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos

recursos naturais especialmente os recursos hiacutedricos e dos alimentos (EHLERS 1999)

Para Sachs (1996) o modelo tecnoloacutegico adotado consiste basicamente na

substituiccedilatildeo do ecossistema natural por um ecossistema artificial simplificado representado

em geral pela monocultura Em decorrecircncia dessa simplificaccedilatildeo e para compensaacute-la a

agricultura tornou-se cada vez mais dependente de insumos externos o que amplia sua

fragilidade e compromete sua sustentabilidade

Os debates sobre os riscos da degradaccedilatildeo ambiental comeccedilaram de forma esparsa

por volta de 1960 e se intensificaram ao longo dos dez primeiros anos (BRUumlSEKE 1998) A

magnitude dos desastres ecoloacutegicos mais percebidos a partir da deacutecada de 60 acelerou o

despertar da consciecircncia para as limitaccedilotildees dos recursos naturais os modos de produccedilatildeo

industrial e agriacutecola e tambeacutem para os males resultantes do uso de agrotoacutexicos (PIRES

2003) A partir de entatildeo se acirraram importantes discussotildees internacionais sobre meio

ambiente e sustentabilidade Em paralelo o processo de globalizaccedilatildeo das economias e dos

mercados apresentava dinacircmica crescente exigindo modernizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo

sobretudo nos paiacuteses em desenvolvimento para se tornarem competitivos

A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica e

estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade nos acircmbitos urbano e

15

rural Os negoacutecios agriacutecolas e industriais em especial foram fortemente pressionados a

aperfeiccediloarem a competitividade em suas cadeias produtivas sobretudo nos fatores

relacionados agrave tecnologia e gestatildeo de processos como forma de se estabelecerem num

mercado cada vez mais competitivo

A Amazocircnia possui o maior ecossistema de florestas tropicais do planeta e eacute

reconhecida como um dos componentes centrais para o desenvolvimento das proacuteximas

geraccedilotildees e o equiliacutebrio do ambiente global Contudo ainda natildeo eacute possiacutevel precisar seus

benefiacutecios futuros e estimar sua aplicabilidade no acircmbito socioeconocircmico visto que ainda eacute

pequena a parcela de componentes da biodiversidade que satildeo conhecidos e identificados pela

ciecircncia o que remete agrave necessidade de trato cauteloso dos diversos elementos que a

compotildeem

As recentes mudanccedilas na economia e sociedade global sobretudo aquelas

relacionadas agrave temaacutetica ambiental no esforccedilo de garantir a sustentabilidade dos recursos

naturais e a manutenccedilatildeo dos ecossistemas amazocircnicos resultaram em perdas de

competitividade do extrativismo e da agricultura tradicional regional em especial na forma

como satildeo praticados no Estado do Amazonas delineados mais como elementos de

subsistecircncia do que como fator de desenvolvimento e de equiliacutebrio econocircmico especialmente

nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos e tambeacutem na induacutestria e no comeacutercio

da Zona Franca de Manaus

Afirmativo eacute que o desenvolvimento da Amazocircnia depende da forma como seratildeo

satildeo administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos

recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua

populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave

economia nacional e mundial (CAVALCANTI 1997)

O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento regional natildeo foram

suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do Amazonas pelo uso

sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre porque a cadeia

produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita com processos

gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos de produccedilatildeo

produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado Estes fatores impedem a

competitividade do produto e atribuem pouco benefiacutecio aos agentes do processo produtivo

Esta dinacircmica vem sendo observada na produccedilatildeo regional da banana que apresenta

dados de baixa produtividade especialmente para cultivos comerciais nos municiacutepios de Rio

16

Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas (IBGE 2010) Em vista disso

estudos mais detalhados voltados para um melhor entendimento da cadeia produtiva dessa

cultura nesses municiacutepios podem servir de base para um aumento da sua produtividade e

sustentabilidade inserindo-a como fator de desenvolvimento econocircmico regional Nessa

dinacircmica esse estudo busca compreender quais as praacuteticas de gestatildeo apropriadas para a

implantaccedilatildeo de cultivos de bananeiras capazes de melhorar a produtividade e a qualidade dos

produtos oriundos dos municiacutepios em estudo de forma que estes cheguem ao mercado em

condiccedilotildees de competitividade com os produtos vindos de outras regiotildees do paiacutes e ainda quais

indicadores de sustentabilidade precisam ser monitorados para garantir o desenvolvimento da

regiatildeo por meio da cultura da bananeira

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Identificar as praacuteticas de gestatildeo em cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Estado do Amazonas e caracterizar os ambientes da

sua cadeia produtiva e os indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo dessa

cultura

22 Objetivos Especiacuteficos

1 Realizar um diagnoacutestico das praacuteticas culturais e de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

2 Identificar os atores da cadeia produtiva da banana e analisar suas competecircncias

objetivos e interaccedilatildeo no processo produtivo

3 Caracterizar e propor indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da

banana nos municiacutepios em estudo

18

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos do Estado do Amazonas

O Amazonas maior Estado brasileiro com aacuterea geograacutefica correspondente a

1570745680 km2 distribuiacutedos em 62 municiacutepios com populaccedilatildeo de 3393369 habitantes

(IBGE 2010) situa-se ao centro da regiatildeo Norte do Brasil na sub-regiatildeo amazocircnica

caracterizada por grande diversidade do meio natural clima geomorfologia solos

hidrografia e vegetaccedilatildeo Limita-se ao Norte com o Estado de Roraima e duas fronteiras

internacionais Venezuela e Colocircmbia a Leste com o Estado do Paraacute a Sudeste com o Mato

Grosso ao Sul com o Estado de Rondocircnia e a Sudoeste com o Estado do Acre agregando

mais uma fronteira internacional com o Peru Abriga a maior floresta equatorial do planeta

Geograficamente apresenta Latitude ao extremo Norte de 2deg08rsquo30rsquorsquo e ao extremo Sul de

9deg49rsquo00rsquorsquo Longitude ao extremo Leste de 56deg04rsquo50rsquorsquo e ao extremo Oeste de 73deg48rsquo46

(INPA 2013)

O Municiacutepio de Manaus eacute a capital do Estado do Amazonas Possui aacuterea territorial

de 11408 Kmsup2 estaacute situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees

fazendo limites com os Municiacutepios de Rio Preto da Eva Iranduba Novo Airatildeo e Presidente

Figueiredo O Municiacutepio dispotildee de transporte aeacutereo rodoviaacuterio e fluvial com acesso via

terrestre para os Estados de Rondocircnia ndash BR 319 e Roraima ndash BR 174 podendo por este

Estado se deslocar para os paiacuteses latinos por via terrestre Pelo transporte aeacutereo pode se

deslocar para qualquer parte do paiacutes ou do exterior Pelo Transporte Terrestre desloca-se para

os Estados de Rondocircnia e Roraima e para alguns municiacutepios do interior do Amazonas O

clima predominante eacute quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 267 degC (IDAM 2013) O

Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 1802525 habitantes sendo 1793416 na zona urbana e

9109 na zona rural (IBGE 2013)

32 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos dos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva

O Municiacutepio de Presidente Figueiredo possui aacuterea territorial de 25421 Kmsup2 estaacute

situado na 8ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Meacutedio Amazonas limitando-se com os

municiacutepios de Urucaraacute Satildeo Sebastiatildeo do Uatumatilde Itapiranga Rio Preto da Eva Manaus

Novo Airatildeo e o Estado de Roraima O principal meio de transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio

ligado agrave Manaus pela BR 174 distante 107 Km (em linha reta) da capital O clima

predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 32 degC (IDAM 2013) O

19

Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 27121 habitantes sendo 12999 na zona urbana e 14122

na zona rural (IBGE 2013)

O Municiacutepio de Rio Preto da Eva possui aacuterea territorial de 5813225 Kmsup2 estaacute

situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees limitando-se com os

municiacutepios de Itapiranga Itacoatiara Manaus e Presidente Figueiredo O principal meio de

transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio ligado agrave Manaus pela AM 010 distante 80 Km (em

linha reta) da capital O clima predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura

meacutedia de 28 degC (IDAM 2013) O Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 17582 habitantes

sendo 6232 na zona urbana e 11350 na zona rural (IBGE 2013)

Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Figura 1) onde estatildeo alocadas as

propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Os dois Municiacutepios

ocupam 18 da aacuterea total do Estado abrigando 132 da populaccedilatildeo total do Amazonas

(IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto

maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas (IBGE 2013) e satildeo municiacutepios

20

limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus que se configura como o maior centro

consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado

33 Crescimento Econocircmico e Desenvolvimento Sustentaacutevel Evoluccedilatildeo das Ideias

Um olhar mais profundo em torno das questotildees econocircmicas e sociais que se

configuram como os pontos centrais dos debates atuais sobre sustentabilidade encontram jaacute

no ldquoMalthusianismordquo elementos que justificam essa preocupaccedilatildeo A ascensatildeo do capitalismo

e a revoluccedilatildeo industrial provocaram mudanccedilas significativas na sociedade e na economia do

final do seacuteculo XVIII e ateacute meados do seacuteculo XIX Estes mesmos fatores motivaram Thomas

Robert Malthus (1766-1834) a preconizar que o crescimento demograacutefico da Terra

comprometeria a capacidade produtiva de alimentos

Em meados do seacuteculo XX os problemas demograacuteficos mundiais especialmente dos

paiacuteses subdesenvolvidos revitalizaram as concepccedilotildees de Malthus e o tema foi retomado sob a

oacutetica do Neomalthusianismo que atrelava ao contexto histoacuterico o crescimento populacional

a escassez dos recursos naturais e o agravamento da pobreza e do desemprego Inuacutemeras

alternativas foram propostas por esta corrente poreacutem o ponto focal era a necessidade de

poliacuteticas de controle de natalidade por meio do planejamento familiar

O debate em torno da sustentabilidade preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos

naturais ganhou forccedila e acalorou as discussotildees dos processos para a produccedilatildeo de bens e

serviccedilos da qualidade do trabalho e emprego a distribuiccedilatildeo de renda as transformaccedilotildees

sociais que resultassem em melhorias na qualidade de vida das pessoas e nas condiccedilotildees do

ambiente Este esforccedilo foi decisivo para a reavaliaccedilatildeo dos conceitos e praacuteticas em torno do

desenvolvimento e do crescimento especialmente dos paiacuteses perifeacutericos onde os problemas

sociais e ambientais se avolumam

Nos multiplicamos dez vezes em relaccedilatildeo ao iniacutecio da revoluccedilatildeo industrial Bilhotildees de

pessoas provavelmente ainda seratildeo adicionadas agrave populaccedilatildeo mundial no seacuteculo 21 Isto estaacute

contribuindo para criar um mundo dividido entre uma grande riqueza e uma incocircmoda

pobreza se deparando com desafios ambientais sem precedentes

Ateacute a deacutecada de 60 o desenvolvimento econocircmico era embasado principalmente

nos padrotildees de crescimento do Produto Interno Bruto ndash PIB sem considerar as crescentes

lacunas das desigualdades sociais e do desemprego em massa decorrentes desse processo

Esses fatores desencadearam reflexotildees profundas especialmente sobre as questotildees sociais

resultando na necessidade de reordenaccedilatildeo do conceito de desenvolvimento Nesse sentido os

economistas M Kalecki e Dudley Seers surgem como precursores do pensamento de que o

21

desenvolvimento deveria ser analisado considerando tambeacutem os iacutendices de emprego e

posteriormente na deacutecada de 90 Amartya K Sen forneceu importante contribuiccedilatildeo inserindo

a necessidade do embasamento de desenvolvimento na universalizaccedilatildeo e exerciacutecio efetivo de

todos os direitos humanos poliacuteticos civis e ciacutevicos econocircmicos sociais e culturais (SEN

2000 SACHS 2008)

O acirramento das discussotildees em torno da problemaacutetica ambiental particularmente

na deacutecada de 70 inferiu agrave reconceitualizaccedilatildeo do desenvolvimento as ideias de

ecodesenvolvimento que posteriormente evoluiu para desenvolvimento sustentaacutevel

obedecendo ao duplo imperativo eacutetico de solidariedade com as geraccedilotildees presentes e futuras

sob a eacutegide da sustentabilidade social e ambiental e de viabilidade econocircmica (SACHS

2009)

Para Sachs (2008) os objetivos do desenvolvimento distinto do crescimento

econocircmico vatildeo aleacutem da mera multiplicaccedilatildeo da riqueza material devendo preocupar-se com a

promoccedilatildeo da igualdade e a maximizaccedilatildeo da vantagem daqueles que vivem nas piores

condiccedilotildees O desenvolvimento eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para se alcanccedilar a meta de uma

vida melhor mais feliz e mais completa para todos uma vez que essa ideia implica a expiaccedilatildeo

e a reparaccedilatildeo de desigualdades passadas criando uma conexatildeo capaz de preencher o abismo

civilizatoacuterio entre as antigas naccedilotildees metropolitanas e a sua periferia colonial entre as

minorias ricas modernizadas e a maioria ainda sem oportunidades e exausta dos trabalhadores

pobres Neste sentido o desenvolvimento deve ser capaz de reduzir ou eliminar o desemprego

maciccedilosubemprego e a desigualdade crescente por meio da modernidade inclusiva que deve

ser propiciada pela mudanccedila estrutural

Enquanto o crescimento econocircmico se fundamenta basicamente da maximizaccedilatildeo do

PIB o desenvolvimento conforme enfatizado desde 1960 por Kalecki e Seers soacute se

concretiza se ampliar o emprego reduzir a pobreza e atenuar as desigualdades e sua

concretizaccedilatildeo soacute seraacute viaacutevel por meio do equiliacutebrio de sintonia fina entre cinco dimensotildees que

se configuram como os pilares do desenvolvimento sustentaacutevel (SACHS 2008) quais sejam

1- Social fundamental por motivos tanto intriacutensecos quanto instrumentais por causa

da perspectiva de disrupccedilatildeo social que paira de forma ameaccediladora sobre muitos

lugares problemaacuteticos do nosso planeta

2- Ambiental com as suas duas dimensotildees (os sistemas de sustentaccedilatildeo da vida como

provedora de recursos e como ldquorecipientesrdquo para a disposiccedilatildeo de resiacuteduos)

3- Territorial relacionado agrave distribuiccedilatildeo espacial dos recursos das populaccedilotildees e das

atividades

4- Econocircmico sendo a viabilidade econocircmica a ldquoconditio sene qua nonrdquo para que as

coisas aconteccedilam

22

5- Poliacutetico a governanccedila democraacutetica eacute um valor fundador e um instrumento

necessaacuterio para fazer as coisas acontecerem

No aspecto Social eacute preciso que o sistema crie oportunidades para todos os

segmentos da sociedade envolvendo o maacuteximo possiacutevel dos indiviacuteduos para que o

desenvolvimento os contemple e os beneficie reduzindo ou eliminando a pobreza o

analfabetismo e o desemprego bem como dando condiccedilotildees de saneamento baacutesico seguranccedila

puacuteblica educaccedilatildeo sauacutede etc

O sistema precisa tambeacutem garantir um equiliacutebrio entre o desenvolvimento e a

preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo do meio ambiente (qualidade ambiental) evitando a sua degradaccedilatildeo

Para isso necessita otimizar os espaccedilos usados para as atividades econocircmicas prevendo

unidades de conservaccedilatildeo sempre que for necessaacuterio regularizando e ordenando o espaccedilo

Territorial em benefiacutecio da sociedade e do meio ambiente

Quanto aos aspectos Econocircmicos e Poliacuteticos o sistema necessita ter um

planejamento que preveja os potenciais regionais tendo em vista o mercado local regional

nacional e internacional garantindo seguranccedila para o desenvolvimento econocircmico do modelo

Para isso a vontade poliacutetica e o envolvimento da sociedade nas decisotildees governamentais satildeo

de suma importacircncia pois se cria um elo entre o poder constituiacutedo e os segmentos da

sociedade em prol do desenvolvimento sustentaacutevel

Para Sachs (2004) a sustentabilidade local soacute seraacute possiacutevel se considerada a partir

das dimensotildees social ambiental territorial econocircmica e poliacutetica Dentro das recomendaccedilotildees

teacutecnicas e considerando que os processos sociais e naturais satildeo dinacircmicos espera-se que essa

sustentabilidade dure por no miacutenimo aproximadamente 25 anos

Os planos globais de transiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel preconizavam que

a Ameacuterica do Sul especialmente os paiacuteses tropicais adotasse poliacuteticas de desenvolvimento

endoacutegeno e inclusivo que orientasse para uma civilizaccedilatildeo moderna sustentaacutevel com base na

biomassa (biodiversidade-biomassa-biotecnologias) e ainda que este projeto de

desenvolvimento nacional fosse resultante de um amplo debate entre a sociedade e o Estado

Nesse contexto imprescindiacutevel era o gerenciamento das necessidades emergenciais e a

adoccedilatildeo de estrateacutegias de curto meacutedio e longo prazo baseado na mobilizaccedilatildeo dos recursos

internos que possibilitassem o crescimento natildeo inflacionaacuterio e induzido pelo emprego

(SACHS 2008)

23

Sachs (2009) elencou as condiccedilotildees necessaacuterias para se levar agrave frente o crescimento

induzido pelo emprego como forma de assegurar simultaneamente a sustentabilidade social e

o crescimento econocircmico

1- Capacidade local de planejamento entendida como a capacidade de identificaccedilatildeo

de gargalos e de recursos ociosos e a capacidade de superaacute-los

2- Estiacutemulo agrave capacidade de mobilizar recursos e iniciativas locais

3- Reabilitaccedilatildeo do sistema financeiro nacional para dotaacute-lo de um miacutenimo de

capacidade de atender agraves necessidades das empresas e do financiamento de obras

puacuteblicas sem excluir o recurso (em casos excepcionais) agrave quase-moeda e agrave

promoccedilatildeo do escambo

4- Uma reforma fiscal que criasse um Imposto de Valor Adicionado progressivo

sobre o consumo haveria isenccedilatildeo para os bens essenciais mas teria forte incidecircncia

sobre artigos de luxo

Contudo qualquer esforccedilo no sentido da promoccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno e

inclusivo demandaraacute a combinaccedilatildeo de vaacuterias poliacuteticas complementares que vatildeo desde a

capacidade de explorar oportunidades de crescimento induzido pelo emprego com custo baixo

ou zero de importaccedilotildees passando pela geraccedilatildeo de empregos relacionados agrave conservaccedilatildeo de

energia e de recursos e a reciclagem de materiais o incremento da agricultura familiar como

estrateacutegia para estimular o desenvolvimento rural a promoccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de

trabalhadores por conta proacutepria e de microempresas estabelecer relaccedilotildees mutuamente

beneacuteficas entre grandes e pequenas empresas inserir e estimular que pequenas e meacutedias

empresas participem das compras governamentais e ainda desenhar poliacuteticas capazes de

permitir que empresas de grande porte se transformem em atores competitivos no mercado

global (SACHS 2008)

O desenvolvimento sustentaacutevel a partir das forccedilas endoacutegenas ou seja baseado na

mobilizaccedilatildeo dos recursos internos deveraacute priorizar a modernizaccedilatildeo da agricultura pela adoccedilatildeo

de tecnologias que permitam o aumento da produtividade e qualidade dos produtos a

melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a qualidade de vida dos trabalhadores que

eleve o compartilhamento de accedilotildees entre os produtores e dinamizem o uso dos recursos

disponiacuteveis de modo que lhes sobre mais tempo para o descanso e lazer sem comprometer sua

produtividade e renda (SACHS 2009)

Com base nessas premissas surgem algumas perguntas

O estudo da sustentabilidade deve responder como o desenvolvimento econocircmico

social ambiental poliacutetico e os fatores culturais podem caminhar juntos Quais as metas

sensatas para este lotado e inteligente planeta Como fazer para que o mundo seja tanto

proacutespero como justo e ambientalmente sustentaacutevel O que precisamos fazer para que nossa

populaccedilatildeo e nossa economia natildeo esgotem a capacidade do planeta O objeto de estudo do

24

desenvolvimento sustentaacutevel precisa entrar nessa complexidade de entender os sistemas e suas

relaccedilotildees para melhorar o mundo

Para responder a essas perguntas natildeo se pode ignorar como os sistemas produtivos

interagem com a natureza sendo portanto necessaacuterio o aprimoramento das cadeias

produtivas e o acompanhamento por meio de indicadores ambientais a serem considerados na

cadeia produtiva das culturas para que possam de fato servir de fator de sustentabilidade

econocircmica e ecoloacutegica

34 Forccedilas do Capitalismo da Eficiecircncia agrave Deficiecircncia

Apesar dos exaustivos discursos sobre a globalizaccedilatildeo ainda vivemos numa sociedade

bastante fragmentada Neste sentido Sachs (2008) nos lembra que a economia capitalista eacute

louvada por sua inigualaacutevel eficiecircncia na produccedilatildeo de bens (riquezas) poreacutem ela tambeacutem se

sobressai por sua capacidade de produzir males sociais e ambientais

Os males do capitalismo soacute podem ser mitigados e compensados mediante a produccedilatildeo

de bens puacuteblicos tais como a reduccedilatildeo da pobreza ou a proteccedilatildeo do meio ambiente Este

pensamento natildeo eacute amplamente abrangente do ponto de vista da eficiecircncia Kuttner (1997) ao

estudar os limites do mercado apontou ao menos trecircs tipos de eficiecircncia a alocadora

associada ao nome de Adam Smith a inovadora que se relaciona com o pensamento

schumpteriano e a eficiecircncia do pleno emprego de todos os meios de produccedilatildeo embasada no

keynesianismo A estes Sachs (2008) deu valiosa contribuiccedilatildeo acrescentando a eficiecircncia

social que se sobrepotildee ao pensamento keynesiano quanto ao pleno emprego e a forccedila de

trabalho e a ecoeficiecircncia O capitalismo natildeo deixa duacutevidas de que eacute muito eficiente em

termos de alocaccedilatildeo poreacutem deficiente em termos da alocaccedilatildeo de eficiecircncias keynesiana social

e ecoeficiecircncia que satildeo essenciais ao conceito de desenvolvimento includente fundamentado

no trabalho decente para todos

Analisando o processo de crescimento do Brasil Furtado (2001) adverte que nossa

sociedade na tentativa de reproduzir a cultura material do capitalismo mais avanccedilado priva a

grande maioria da populaccedilatildeo dos meios de vida essenciais resultando numa sociedade de

massas em que coexistem formas sofisticadas de consumo supeacuterfluo e carecircncias essenciais no

mesmo extrato social e ateacute na mesma famiacutelia Esta observaccedilatildeo retrata a dicotomia entre o

capitalismo de mercado e o desenvolvimento sustentaacutevel

Natildeo existe ainda um consenso sobre as dimensotildees e a essencialidade do

desenvolvimento sustentaacutevel No entanto a definiccedilatildeo mais recorrente segundo Sachs (2009)

aponta para a eficiecircncia econocircmica a conservaccedilatildeo ambiental e a equidade social sendo que a

25

primeira soacute tem valor se conservar a segunda e produzir a terceira Este pensamento eacute

corroborado por Nascimento e Viana (2007) que chamam a atenccedilatildeo para as praacuteticas

capitalistas vigentes que induzem a processos distintos do desenvolvimento e da

sustentabilidade visto que ldquoo crescimento econocircmico em conformidade com os padrotildees de

consumo vigentes no mundo desenvolvido provoca destruiccedilatildeo ambiental e gradativamente se

torna inviaacutevel sobretudo na perspectiva de expansatildeo desse estilo de vidardquo tambeacutem porque

ldquonatildeo haacute equidade social em uma economia de mercadordquo

Natildeo haacute conservaccedilatildeo da natureza se a produccedilatildeo de energia se faz por meio da queima

de foacutesseis (gaacutes petroacuteleo e carvatildeo mineral) responsaacuteveis por mais de 90 da matriz

energeacutetica mundial produzindo CO2 aquecendo a Terra mudando o clima e

produzindo situaccedilotildees de reduccedilatildeo de produccedilatildeo seca e fome em vaacuterias partes do

mundo Sobretudo nos paiacuteses mais pobres

A economia de mercado ateacute pode extinguir aqui e ali a pobreza absoluta a despeito

de na realidade poder exterminaacute-la por completo da face da Terra

Becker (2009) considera que os mais de 20 milhotildees de habitantes da Amazocircnia

desejam o desenvolvimento sustentaacutevel embora cada ator perceba este termo de forma

diferenciada Eacute necessaacuterio acertar os ponteiros em torno da inclusatildeo social da conservaccedilatildeo

dos recursos e da equidade social e recomenda o caminho mais adequado talvez seja o da

inovaccedilatildeo para nos tornarmos competitivos do contraacuterio teremos que modificar o sentido do

mundo globalizado o que momentaneamente nos parece inapropriado Na Amazocircnia a

inovaccedilatildeo deve perpassar a questatildeo institucional especialmente no sentido de organizar a base

produtiva hoje extremamente dispersa e variada e exige uma reflexatildeo em torno de questotildees

ideoloacutegicas como a falsa dicotomia entre desenvolvimento e conservaccedilatildeo e entre inclusatildeo

social e competitividade Neste sentido a questatildeo fundiaacuteria merece atenccedilatildeo diferenciada que

considere as escalas miacutenimas de produccedilatildeo como elemento necessaacuterio para a transformaccedilatildeo do

produtor familiar em empreendedor agriacutecola

A urbanizaccedilatildeo tambeacutem deve ser pensada em paralelo visto que as cidades satildeo

fundamentais para o desenvolvimento quando se configuram mercado consumidor sede das

redes de organizaccedilatildeo do territoacuterio da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo e aleacutem do mais absorvem

imigrantes Portanto precisam de planejamento para atender socialmente a populaccedilatildeo em

termos de serviccedilos equipamentos e trabalho (BECKER 2009) e conclui ldquoa Amazocircnia sem

duvida eacute extremamente heterogecircnea e precisamos reconhecer a diversidade natildeo soacute a

biodiversidade mas a sociodiversidade as diferenciaccedilotildees internas e a partir disso ajustar os

princiacutepios de poliacuteticas gerais agraves condiccedilotildees variadas nas sub-regiotildees Isto eacute fundamental

Significa respeito agraves diferenccedilasrdquo nos colocando na rota da revoluccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica

26

rumo agrave organizaccedilatildeo da base produtiva agrave transformaccedilatildeo do modelo de produccedilatildeo familiar para

realmente produtiva (empreendedor agriacutecola) e agrave mudanccedila

35 Dimensotildees Baacutesicas Para o Desenvolvimento

Quando Sachs (2009) repensa a evoluccedilatildeo do conceito de desenvolvimento ao longo

destes sessenta anos concorda com Sen (1990) Precircmio Nobel de economia que define o

desenvolvimento como sendo a efetivaccedilatildeo universal do conjunto de direitos humanos desde

os direitos poliacuteticos e ciacutevicos direitos econocircmicos sociais e culturais e por fim os direitos

coletivos que inclui o direito a um ambiente saudaacutevel Nesta loacutegica Sachs (2008) trabalha o

desenvolvimento seguindo um tripeacute formado por trecircs dimensotildees baacutesicas da sociedade

desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado Em debate aberto no Centro de

Desenvolvimento Sustentaacutevel da Universidade de Brasiacutelia Sachs (2009) traacutes agrave discussatildeo sua

oacutetica sobre as vertentes pelas quais o desenvolvimento deve ser proferido

a) O desenvolvimento includente remete ao social visto que os objetivos deste satildeo

sempre eacuteticos e sociais O desafio eacute como promover o progresso social com base

no postulado eacutetico de solidariedade sincrocircnica com a nossa geraccedilatildeo respeitando as

condicionalidades ecoloacutegicas e ambientais e de solidariedade diacrocircnica com as

geraccedilotildees futuras

O desemprego aberto o subemprego e a exclusatildeo social que atinge boa parte da

populaccedilatildeo em idade de trabalho eacute o problema social atual de maior relevacircncia Neste sentido

uma observaccedilatildeo importante cabe a este processo para que as accedilotildees assistenciais necessaacuterias -

haja vista a imensidatildeo do problema mas que natildeo modificam estruturalmente a situaccedilatildeo - natildeo

sejam substituiacutedas pelas accedilotildees que consistem em promover a inclusatildeo social pelo trabalho

decente1 alertando para o fato de que natildeo eacute suficiente promover o emprego ou o

autoemprego eacute necessaacuterio incluir os preceitos de dececircncia mencionados pela Organizaccedilatildeo

Internacional do trabalho - OIT

O progresso ou o retrocesso social pode ser avaliado levando em conta trecircs indicadores

mencionados pelo economista britacircnico Dudley Sears o emprego a pobreza e a desigualdade

avaliando o aumento e a diminuiccedilatildeo ao longo do tempo mediante a aplicaccedilatildeo de poliacuteticas que

tendam ao desenvolvimento

1 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo

implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a

dignidade humana

27

Por maior que seja a taxa de crescimento econocircmico natildeo se pode falar em

desenvolvimento se houver o menor retrocesso em um dos trecircs indicadores sob pena de se

configurar apenas um crescimento socialmente perverso aquele que natildeo aumenta o emprego

decente natildeo diminui a pobreza e a desigualdade (SEARS apud SACHS 2009)

b) Desenvolvimento sustentaacutevel deve ser economicamente viaacutevel remete ao mercado

Para que os fatos se concretizem eacute necessaacuterio que se sustente no mercado tendo isso como

uma condiccedilatildeo necessaacuteria poreacutem natildeo suficiente para promover o desenvolvimento dado que

o fator econocircmico natildeo eacute um objetivo em si eacute apenas um instrumental com o qual avanccedilar a

caminho do desenvolvimento includende sustentaacutevel Nisso a ciecircncia pode contribuir natildeo soacute

no segmento da biologia ou da energia nuclear mas essencialmente no acircmbito das ciecircncias

sociais com a responsabilidade de explicitar os criteacuterios com os quais se avalia o

desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado (SACHS 2009)

c) O desenvolvimento sustentado relaciona a preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo dos recursos na

linha do tempo Neste sentido os criteacuterios ambientais satildeo mais difiacuteceis de serem definidos

mas sem duacutevida os gases de efeito estufa resultante do consumo excessivo das energias

foacutesseis devem ser avaliados para que se possa entender qual o impacto destes sobre as

mudanccedilas climaacuteticas que afetam diretamente os solos a aacutegua e as florestas em nosso planeta

(SACHS 2009)

Nesse contexto eacute imprescindiacutevel o acompanhamento por meio de indicadores de

sustentabilidade como variaacutevel selecionada e quantificada que nos permite analisar uma

tendecircncia que de outra forma natildeo seria facilmente detectada capaz de inferir uma mensuraccedilatildeo

dos recursos ambientais econocircmicos social cultural espacialgeograacutefico e poliacutetico

(TOMASONI 2006)

A sustentaccedilatildeo econocircmica guarda estreita relaccedilatildeo com o crescimento que eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria para o desenvolvimento O crescimento depende do investimento aplicado

portanto a taxa de investimento e a poupanccedila devem ser trabalhadas cuidadosamente

(SACHS 2008) A inclusatildeo social e o cuidado com o meio ambiente satildeo caracteriacutesticas de

uma boa sociedade Uma boa sociedade eacute aquela que eacute proacutespera e inclusiva ambientalmente

sustentaacutevel e politicamente bem governada

O desenvolvimento includente deve priorizar os bilhotildees de agricultores familiares e

suas famiacutelias e pensar a agricultura com base na biomassa (biodiversidade-biomassa-

biotecnologias) A biomassa eacute o combustiacutevel o alimento a forragem o adubo verde a

bioenergia o material de construccedilatildeo a mateacuteria prima industrial os faacutermacos os cosmeacuteticos e

28

os inuacutemeros outros produtos que podem ser produzidos a partir dela em bases sustentaacuteveis

usando a ciecircncia e a biotecnologia para aumentar a produtividade e tambeacutem para aumentar a

diversidade de produtos Este processo deve incluir os milhotildees de agricultores em trabalho

decente e deve considerar ainda os trabalhos natildeo agriacutecolas derivados do processo (SACHS

2009)

Todo este modelo de desenvolvimento com base na biodiversidade-biomassa-

biotecnologias deve integrar os agricultores familiares modernizando a sua visatildeo de

produccedilatildeo Aquilo que Becker (2009) chama de ldquotransformaccedilatildeo do agricultor familiar em

empreendedor ruralrdquo a que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel ldquoum

empreendedor que escolha o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo

Outra dimensatildeo do desenvolvimento que merece especial atenccedilatildeo eacute aquela que

Buarque (2009) insistentemente rebusca para o debate a educaccedilatildeo Alertando para o fato de

que ldquoo grande salto estaacute em criar uma consciecircncia nova a partir de uma revoluccedilatildeo na

educaccedilatildeordquo no caso do Brasil por meio da nacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo trazendo a educaccedilatildeo

baacutesica para a responsabilidade da naccedilatildeo e natildeo dos municiacutepios como se daacute hoje Eacute preciso

influenciar o inconsciente coletivo desde a infacircncia de toda a humanidade como forma de

agregar valor agrave natureza

Mello (2009) analisa o desenvolvimento por outra vertente natildeo menos importante que

as demais a territorialidade e o local como forma de incluir na anaacutelise as relaccedilotildees da

sociedade com o seu lugar por acreditar que isto eacute base e elo participante do processo global

As teorias a seguir satildeo condensadas dos trabalhos dessa autora Neste sentido como eacute

possiacutevel pensar em desenvolvimento sustentaacutevel sem levar em consideraccedilatildeo a grande maioria

da populaccedilatildeo brasileira e mundial que natildeo tem sequer um lugar onde viver seja no campo ou

nas cidades em detrimento de uma minoria que acumula a posse de grandes propriedades tatildeo

somente como reserva de valor na constituiccedilatildeo de patrimocircnio privado

Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar

com a riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos

ecossistemas O primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de

comeacutercio ainda que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute

possiacutevel dispensar as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo

resgatar a grande parte da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda (MELLO 2009)

Os nossos ecossistemas analisa Mello (2009) jaacute demostram a ausecircncia de um

equiliacutebrio interno caracterizado pela ameaccedila de desaparecimento de espeacutecies A produccedilatildeo

29

continuada do modelo de exploraccedilatildeo que adotamos conseguiu romper o equiliacutebrio de todos os

nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do

solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a

salinizaccedilatildeo entre outros Em vaacuterios biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em

erosatildeo e perda da fertilidade do solo Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que

temos produzido se questiona ateacute quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir

o aumento da produtividade Ou quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para

aumentar a produccedilatildeo Quanto de nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e

outros gratildeos

Tudo isto serve de norte para a mudanccedila de modo a ponderar a primazia desta forma

de utilizaccedilatildeo do territoacuterio e do local e reconstruir outros caminhos dando mais valor a tudo

aquilo que hoje na sociedade na economia e na poliacutetica estaacute completamente agrave margem

(MELLO 2009)

36 Indicadores Ambientais

Para Christen (1996) os sistemas de produccedilatildeo agriacutecola devem ser observados nas

pesquisas de avaliaccedilatildeo da sustentabilidade por meio de dimensotildees e indicadores locais que

permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais especiacuteficas considerando que dada as vastas

formas de conceituar sustentabilidade a pesquisa tambeacutem admita muitas formas de mensuraacute-

la

Em um processo de gestatildeo os indicadores guardam relaccedilatildeo com as propriedades

estruturais e funcionais Por meio deles eacute possiacutevel identificar as fraquezas e potencialidades

na avaliaccedilatildeo do planejamento e permitem contiacutenuas revisotildees dos objetivos ferramentas e

accedilotildees de tal processo (VENTURELLI GALLI 2006)

Para Magalhatildees Juacutenior (2007) os indicadores satildeo instrumentos baacutesicos de

planejamento alcance de metas e anaacutelise de tendecircncias Atendem tambeacutem a objetivos

cientiacuteficos (recomendaccedilotildees) uacuteteis principalmente na ausecircncia de normas de referecircncia e

servem ainda a objetivos de gestatildeo condicionados pela norma juriacutedica o marco legal

Os indicadores satildeo variaacuteveis que simplificam ou sumarizam determinadas informaccedilotildees

a respeito de um fenocircmeno de modo que este se torne perceptiacutevel e mensuraacutevel fornecendo

informaccedilotildees valiosas em assuntos complexos de forma relativamente acessiacutevel

contribuindo assim para o processo de tomada de decisotildees no monitoramento e avaliaccedilatildeo de

um fenocircmeno (GALLOPIN 1997 FIDALGO 2003 NIEMEIJER e DE GROOT 2008)

30

A Organization for Economic Cooperation and Development ndash OECD - estaacute entre as

organizaccedilotildees pioneiras no desenvolvimento de indicadores Ateacute os anos 80 a instituiccedilatildeo

trabalhou exaustivamente na formulaccedilatildeo de indicadores sociais A partir desta deacutecada a

instituiccedilatildeo iniciou os trabalhos no desenvolvimento de indicadores ambientais atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos paiacuteses do G-7 Esta temaacutetica refletiu-se em listas de indicadores de

sustentabilidade elaborados pela Comissatildeo de Desenvolvimento Sustentaacutevel da Organizaccedilatildeo

das Naccedilotildees Unidas e pelo Banco Mundial (MAGALHAtildeES JUNIOR 2007)

Em acordo com as definiccedilotildees da OECD (2011) o indicador eacute uma variaacutevel ou

conjunto de variaacuteveis capaz de fornecer informaccedilotildees relevantes sobre uma aacuterea ambiente ou

fenocircmeno Eacute capaz de orientar um assunto ou tornar perceptiacutevel uma tendecircncia ou processo

que natildeo eacute imediatamente detectaacutevel Seu significado vai aleacutem do que eacute de fato medido e seu

alcance pode ser maior do que focaliza o fenocircmeno de interesse

Fidalgo (2003) e Turnhout et al (2007) alertam para a necessidade de especial atenccedilatildeo

no processo de construccedilatildeo de indicadores visto que isto implica um processo de seleccedilatildeo

integraccedilatildeo e agregaccedilatildeo de um conjunto de observaccedilotildees dados e conhecimentos acerca de

paracircmetros considerados relevantes e devem ser selecionados a partir de dados disponiacuteveis e

potencialmente importantes sobre o sistema em estudo

Neste sentido o esforccedilo de identificar e contextualizar indicadores do

desenvolvimento sustentaacutevel para os municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo

no Amazonas relacionados com a produccedilatildeo de bananas nos permitiraacute a observaccedilatildeo de um

conjunto de paracircmetros considerados relevantes para o desenvolvimento sustentaacutevel dos

municiacutepios por meio do fortalecimento dos cultivos de bananeiras

O uso de indicadores permite a ligaccedilatildeo entre a produccedilatildeo e o conhecimento cientiacutefico

pela interface entre ciecircncia e poliacutetica Dessa forma recomenda-se a inclusatildeo da perspectiva de

atores sociais no processo de seleccedilatildeo dos indicadores que segundo os pesquisadores natildeo

podem ser avaliados apenas com os tradicionais criteacuterios cientiacuteficos de qualidade devendo

incluir aspectos de interdisciplinaridade relevacircncia e tambeacutem do ponto de vista dos usuaacuterios

(TURNHOUT et al 2007)

Um requisito importante e frequentemente negligenciado para a utilizaccedilatildeo e

aceitaccedilatildeo de indicadores eacute o entendimento do que seja essa ferramenta e da sua real funccedilatildeo

no processo de tomada de decisatildeo Os indicadores satildeo meios de comunicaccedilatildeo e como

qualquer forma de comunicaccedilatildeo requerem seu entendimento pelos participantes do diaacutelogo

no processo de tomada de decisatildeo em direccedilatildeo ao desenvolvimento sustentaacutevel Esses

31

elementos devem ser claros e os usuaacuterios devem estar habilitados a compreender o seu

sentido assim como sua significacircncia em termos de valores (COcircRTES 2009)

37 Cadeia Produtiva Agriacutecola

De acordo com Sppeding (1975) os conceitos de agronegoacutecio cadeia produtiva ou

sistema produtivo tecircm suas origens em aplicaccedilotildees da teoria geral dos sistemas ou possuem

enfoque sistecircmico e satildeo definidos por como um conjunto de elementos interativos

A Teoria Geral dos Sistemas - TGS - se caracteriza pelo todo organizado composto de

elementos interdependentes podendo ou natildeo interagir com o meio exterior se caracterizando

por sistema aberto ou fechado respectivamente Os sistemas e subsistemas relacionam-se e

estatildeo integrados numa cadeia hieraacuterquica onde suas partes integrantes (os subsistemas) satildeo

interdependentes constituindo um todo que eacute superior agrave soma das suas partes e tecircm

caracteriacutesticas proacuteprias satildeo autorregulados e controlados como forma de adaptaccedilatildeo agraves

alteraccedilotildees do meio exterior e para manter o seu equiliacutebrio para o alcance dos seus objetivos

(BERTALANFFY 1975)

Por sua complexidade e heterogeneidade a cadeia produtiva desempenha papel central

nos fluxos de produccedilatildeo de culturas agriacutecolas especialmente nos municiacutepios do Estado do

Amazonas cujas economias encontram suas bases no setor primaacuterio Desse modo constitui-

se elemento fundamental nos estudos sobre sustentabilidade e desenvolvimento para estes

locais (BERTALANFFY 1975 SPPEDING 1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e

CHIAVENATO 2009) Para Sachs (2008) a gestatildeo e governanccedila local devem ser trabalhadas

considerando os potenciais da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como forma de

valorizar e aproveitar os recursos naturais endoacutegenos

No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de elementos

interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e onde cada um

dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute maior do que o

resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente Qualquer

conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as relaccedilotildees

entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990)

Em acordo com Castro et al (1995) a caracterizaccedilatildeo ou anaacutelise de um sistema

agriacutecola se inicia com o estabelecimento de seus objetivos seguida da definiccedilatildeo de seus

limites subsistemas e entidades componentes e do contexto externo onde o sistema se

estabelece A cadeia produtiva eacute o conjunto de componentes interativos incluindo os sistemas

produtivos fornecedores de insumos e serviccedilos induacutestrias de processamento e transformaccedilatildeo

32

agentes de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo aleacutem de consumidores finais Todos estes atores

objetivam suprir o consumidor final de determinados produtos Este pensamento eacute

corroborado por Chiavenato (2011) que define o sistema como um conjunto de elementos

dinamicamente relacionados entre si formando uma atividade para atingir um objetivo

operando sobre entradas e fornecendo saiacutedas processadas

Para Lastres e Cassiolato (2006) o mapeamento da cadeia produtiva bem como a

identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo destes atores satildeo essenciais para a geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo da

capacidade produtiva e inovativa de um determinado setor ou atividade

A interaccedilatildeo das propriedades rurais com o mercado enquanto fornecedoras de

produtos finais pressupotildee relaccedilotildees harmoniosas com o ambiente comercial seja para o

suprimento de mateacuteria prima ou para o fornecimento de produtos ao consumidor final

A figura 2 ilustra uma tiacutepica cadeia produtiva agriacutecola com seus principais

componentes e fluxos (CASTRO et al 1995) Entre os componentes mais comuns estatildeo os

indiviacuteduos fornecedores de insumos as propriedades agriacutecolas com seus diversos sistemas

produtivos agropecuaacuterios ou agroflorestais as induacutestrias de processamento eou

transformaccedilatildeo do produto o comeacutercio atacadista o comeacutercio varejista e os consumidores

finais que influenciam e satildeo influenciados pelos demais componentes da cadeia Estes

componentes se relacionam com o ambiente institucional refletido nas leis e normas que

regulam o setor e as instituiccedilotildees e o ambiente organizacional representado pelas instituiccedilotildees

governamentais financeiras de ensino pesquisa extensatildeo apoio teacutecnico etc

Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva Fonte (Castro et al 1995 adaptado de Zylbersztajn 1994)

33

38 Arranjos Produtivos Locais

Em suma especialmente no acircmbito agriacutecola os esforccedilos acerca do desenvolvimento e

da sustentabilidade convergem para a necessidade de aproveitar as potencialidades endoacutegenas

pela valorizaccedilatildeo da biomassa modernizaccedilatildeo da agricultura brasileira criaccedilatildeo de uma nova

consciecircncia por meio da educaccedilatildeo e a valorizaccedilatildeo da territorialidade e do local atraveacutes da

riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas

(SACHS 2009 BECKER 2009 BUARQUE 2009 MELLO 2009)

Lastres e Cassiolato (2006) em seus estudos sobre os sistemas de inovaccedilatildeo concluem

que o papel do Estado eacute fundamental para o processo de desenvolvimento nacional onde os

esforccedilos devem conduzir para a formaccedilatildeo de arranjos ou de sistemas produtivos e inovativos

locais (ASPILs) focando conjuntos especiacuteficos de atores e atividades econocircmicas capazes de

articular as relaccedilotildees entre os atores sociais as empresas os conhecimentos (codificados mas

considerando especialmente os conhecimentos taacutecitos locais) com o objeto de valorizar a

diversidade e melhorar a competitividade sustentada

A noccedilatildeo de sistema de inovaccedilatildeo implica que nem produccedilatildeo nem inovaccedilatildeo constituem

processos e fenocircmenos isolados sendo necessaacuterio focar o sistema de produccedilatildeo independente

do grau de especializaccedilatildeo nuacutemero de empresas aglomeradas etc Se o enfoque estiver no

sistema de inovaccedilatildeo isto compreenderaacute os clusters distritos industriais etc Nesta base

Lastres e Cassiolato (2006) oferecem valiosa contribuiccedilatildeo agrave busca pelos caminhos que levem

ao desenvolvimento conforme sugerido por Sachs (2008) includente sustentaacutevel e

sustentado ao propor atraveacutes da RedeSist a definiccedilatildeo de Sistemas Produtivos e Inovativos

Locais (SPILs) qual seja

SPILs designa o conjunto de atores econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um

mesmo territoacuterio com foco em um conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas e que

apresentam interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem os quais satildeo fundamentais para a

geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo de capacidades produtivas e inovativas SPILs geralmente incluem

empresas ndash produtoras de bens e serviccedilos finais ndash fornecedoras de bens (mateacuterias-primas

equipamentos e outros insumos) e de serviccedilos distribuidoras e comercializadoras

consumidoras etc ndash e demais organizaccedilotildees voltadas agrave formaccedilatildeo e treinamento de recursos

humanos informaccedilatildeo pesquisa desenvolvimento e engenharia promoccedilatildeo e financiamento

aleacutem de cooperativas associaccedilotildees e representaccedilotildees

Arranjos Produtivos Locais (APLs) se configuram por

Aqueles casos fragmentados e que natildeo apresentam significativa articulaccedilatildeo entre os atores e

que assim natildeo podem se caracterizar como sistemas

Lastres e Cassiolato (2006) advertem que diferentes contextos e modos de articulaccedilatildeo

satildeo fundamentais na aquisiccedilatildeo uso e difusatildeo de conhecimentos e particularmente os taacutecitos

34

Estes sistemas e modos de articulaccedilatildeo podem ser tanto formais como informais Lembram

ainda que a base do dinamismo e da competitividade entre empresas natildeo se restringe a uma

uacutenica empresa ou um setor e sim a todas as atividades e capacidades ao longo da cadeia de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos atores sociais e poliacuteticos e do ambiente onde estatildeo inseridas

Para melhor entender e promover a dinacircmica de um sistema produtivo eacute necessaacuterio

conhecer em profundidade suas especificidades e tambeacutem seu peso e papel dentro das cadeias

complexos e setores em que se insere bem como as economias regionais e internacionais As

principais vantagens dos ASPILs indicadas por Lastres e Cassiolato (2006) satildeo as que se

seguem

Compreende o conjunto de diferentes atores (empresas e organizaccedilotildees de investigaccedilatildeo e

desenvolvimento educaccedilatildeo treinamento promoccedilatildeo e financiamento etc) e atividades

conexas que usualmente caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo local

Cobre o espaccedilo onde ocorre o aprendizado satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e

inovativas e fluem os conhecimentos e particularmente aqueles taacutecitos

Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de

capacitaccedilotildees podem ser mais efetivas

Representa um enfoque mais avanccedilado e que vai aleacutem da tradicional visatildeo baseada na

organizaccedilatildeo individual (empresa) setor aglomeraccedilotildees ou cadeias produtivas permitindo

estabelecer uma ponte entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas as quais tambeacutem natildeo se

restringem aos cortes claacutessicos espaciais como os niacuteveis municipais e de microrregiatildeo

O enfoque em ASPILs permite captar as particularidades da estrutura produtiva e

compreender a diversidade de respostas de seus diferentes sistemas Eacute necessaacuterio identificar e

analisar a configuraccedilatildeo de tais sistemas e como o conhecimento eacute gerado utilizado e

difundido nos mesmos Para tanto eacute necessaacuterio definir o sistema a partir do mapeamento da

cadeia e complexos produtivos vinculados agraves atividades econocircmicas principais ateacute a

identificaccedilatildeo de todos os atores econocircmicos poliacuteticos e sociais indispensaacuteveis ao

funcionamento do mesmo

39 A Cultura da Banana como Atividade Agriacutecola Cultivares de Ocorrecircncias

Frequentes no Estado do Amazonas

O cultivo de bananeiras pelo homem teve iniacutecio no sudeste da Aacutesia Existem ainda

muitas espeacutecies de banana selvagem na Nova Guineacute na Malaacutesia Indoneacutesia e Filipinas

Indiacutecios arqueoloacutegicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na

proviacutencia das Terras Altas Ocidentais da Nova Guineacute sugerem que esta atividade remonta

pelo menos a ateacute 5000 aC ou mesmo a ateacute 8000 aC Tais dados tornam esse local o berccedilo

do cultivo de bananeiras Eacute provaacutevel contudo que outras espeacutecies de banana selvagem

tenham sido objeto de cultivo posteriormente em outros locais do sudeste asiaacutetico

(Wikipeacutedia 2015)

35

A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela

laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da

evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem experimentado no resto do mundo com

produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a

produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os estados com maior produtividade na

regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12 tha respectivamente Entretanto as

estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela

maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil resultando em desperdiacutecio do potencial

agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO 2011)

No Estado do Amazonas ateacute o final da deacutecada de 90 os bananais eram cultivados

predominantemente em solos de vaacuterzea dos Rios Solimotildees Amazonas e Madeira

Lentamente os cultivos comerciais foram se expandindo para as aacutereas de platocirc Hoje os

Municiacutepios de Rio Preto da Eva Presidente Figueiredo Iranduba e Manacapuru entre outros

concentram grandes cultivos de bananeiras (GASPAROTTO et al 1999) e estatildeo formados

predominantemente pelas cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 entre outras em

menores proporccedilatildeo resistentes agrave pragas e doenccedilas

A cultivar Thap Maeo foi selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura de Cruz

das Almas Bahia Eacute uma variante Mysore de porte alto ciclo vegetativo de 394 dias e

apresenta resistecircncia agrave problemas fitossanitaacuterios como a sigatoka negra (Mycosphaerella

fijiensis) sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) mal do Panamaacute e moderadamente

resistente ao nematoide (Radopholus similis) e a broca do rizoma Eacute suscetiacutevel ao moko

(Ralstonia solanacearum raccedila 2) e estaacute livre do viacuterus das estrias da bananeira (BSV)

(GASPAROTTO et al 1999)

A cultivar Caipira (Yamgambi km 5) oriunda da Aacutefrica Ocidental foi introduzida no

Brasil pela Embrapa de Cruz das Almas Bahia Possui ciclo vegetativo de 383 dias e porte

meacutedioalto eacute resistente agrave sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e amarela

(Mycosphaerella musicola) ao mal do Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao

moko (Ralstonia solanacearum raccedila 2) e suscetiacutevel ao nematoide (Radopholus similis)

(GASPAROTTO et al 1999)

A FHIA 18 pertence ao subgrupo prata foi trazida de Honduras pela Embrapa

apresenta porte meacutedio e ciclo vegetativo de 327 dias Eacute resistente agrave sigatoka negra

(Mycosphaerella fijiensis) e amarela (Mycosphaerella musicola) e suscetiacutevel ao mal do

36

Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao moko (Ralstonia solanacearum)

(GASPAROTTO et al 2002)

391 Tratos Culturais da Bananeira

3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira

No momento da formaccedilatildeo dos bananais satildeo vaacuterias as indicaccedilotildees de distribuiccedilatildeo

espacial ficando a criteacuterio do produtor a escolha do espaccedilamento podendo ser utilizado

espaccedilamentos de 40 x 20 x 20 40 x 25 x 20 40 x 30 x 20 30 x 30 e 30 x 20 metros

Contudo Gasparotto et al (2006) adverte que espaccedilamentos maiores aleacutem de disponibilizar

menos mudas por hectare podem incorrer em menor aproveitamento do terreno e da luz solar

e maior suscetibilidade agrave erosatildeo e consequentemente lixiviaccedilatildeo do solo e menor

produtividade Este tipo de distribuiccedilatildeo tambeacutem pode dificultar a aplicabilidade das praacuteticas

fitossanitaacuterias e de colheita uma vez que dificulta a mecanizaccedilatildeo As informaccedilotildees seguintes

foram compiladas dos trabalhos de Arruda et al (2004) e Gasparotto et al (2006) e

representam experimentos realizados no Estado do Amazonas para a cultivar Thap Maeo

seguindo as recomendaccedilotildees dos tratos culturais de preacute e poacutes colheita

Os trabalhos de Gasparotto et al (1999) datildeo conta de que no Estado do Amazonas a

produccedilatildeo de bananas ainda eacute bastante afetada por problemas fitossanitaacuterios com a incidecircncia

das doenccedilas conhecidas como sigatoka negra sigatoka amarela mal do Panamaacute e o moko

tambeacutem decorrentes das questotildees tecnoloacutegicas como espaccedilamento aplicado para distribuiccedilatildeo

das covas processos de adubaccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes colheita transporte da produccedilatildeo e

tratos culturais ineficientes

A sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora

fijiensis)eacute a principal doenccedila da bananeira no mundo podendo causar perdas totais dos

plantios quando as cultivares atacadas satildeo do tipo prata eou maccedilatilde Quando afeta plantios com

cultivares do subgrupo Terra conhecidas no Amazonas como Pacovatilde e Pacovi as perdas

ficam em torno de 60 a 70 (GASPAROTTO et al 1999)

O mal do panamaacute eacute uma doenccedila causada pelo Fusarium oxysporum fsp cubense

fungo habitante do solo que produz clamidoacutesporos - estruturas que lhes permitem sobreviver

no solo por ateacute 50 anos - mesmo na ausecircncia de bananeiras suscetiacuteveis induz perdas

proporcionais ao nuacutemero de plantas atacadas visto que provoca murcha permanente em

plantas adultas na eacutepoca da emissatildeo dos cachos (PEREIRA et al 2008)

37

4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS

41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO

AMAZONAS

Resumo

Apesar da disponibilidade de terras desmatadas e degradadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo

clima e solos favoraacuteveis para o cultivo de frutas o Estado do Amazonas ainda apresenta

produccedilatildeo insuficiente em quantidade e qualidade e importa muitas frutas de outras regiotildees do

paiacutes A banana eacute uma fruta de grande expressatildeo na cadeia alimentar e econocircmica dos

amazonenses e eacute cultivada nos 62 municiacutepios do Estado Em 2012 foram cultivados mais de

9500 ha com bananeiras onde foram produzidas 63000 t da fruta mas a produtividade ainda

eacute muito baixa (da ordem de 122 thaa) se comparada agrave produtividade mundial que em muitos

paiacuteses ultrapassa 50 thaa Com o intuito de investigar as praacuteticas de gestatildeo e as tecnologias

empregadas nos cultivos de bananeiras no Amazonas foi realizado um levantamento por

meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 15 cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e em 30 plantios no Rio Preto da Eva no Amazonas safra de 2012 para anaacutelise da

aacuterea cultivada com bananas produccedilatildeo produtividade e observaccedilatildeo dos tratos culturais

aplicados Nos 60 ha investigados em Presidente Figueiredo a produccedilatildeo meacutedia de bananas foi

de aproximadamente 991 ta com produtividade de 163 thaa No municiacutepio de Rio Preto da

Eva foram analisados 83 ha com produccedilatildeo meacutedia de 1152 ta e produtividade meacutedia de 139

thaa O estudo revelou ainda que a produtividade meacutedia de banana nos dois municiacutepios

analisados eacute ligeiramente superior agrave produtividade meacutedia do Estado contudo estaacute muito

abaixo dos iacutendices alcanccedilados em cultivos no Estado da ordem de 50 thaa para a cultivar

Thap Maeo indicando que apesar de natildeo haver limitaccedilotildees tecnoloacutegicas ou climaacuteticas para a

cultura da banana no Estado os produtores natildeo estatildeo usando as informaccedilotildees e tecnologias

adequadas para elevarem a produtividade dessa cultura nesses municiacutepios A pesquisa

detectou a inobservacircncia das especificaccedilotildees teacutecnicas de espaccedilamento e densidade indicados

para cultivos no Amazonas incorrendo em baixo aproveitamento do solo Apenas dois dos

quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo tinham plantios com

densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois outros tinham

plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores O aproveitamento

da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente

Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72 com meacutedia igual a apenas

29 Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva

tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente O

aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de

Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com meacutedia igual a

apenas 282

Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade de banana Amazonas

38

Abstract

Despite the availability of deforested and degraded lands water resources for irrigation

favorable climate and soil for growing fruit the State of Amazonas still has insufficient

production in quantity and quality resulting of importation of many fruits from other regions

of the country The banana is a fruit which is widely recognized in the food and economic

chain of Amazonas and it is grown in 62 municipalities In 2012 more than 9500 ha were

cultivated with bananas which produced 63000 t of fruit but productivity is still very low

(around 122 t ha y) compared to world productivity in many countries which exceeds 50 t

ha y In order to investigate the management practices and technologies employed in the

cultivation of bananas in the Amazonas State a survey was conducted through questionnaires

in 15 crops of bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 plantations in Rio

Preto da Eva 2012 harvest for analysis of the area planted with bananas production

productivity and observation of the applied cultivation In the 60 ha investigated in Presidente

Figueiredo the average banana production was approximately 991 t y with yield of 163 t

ha y In the municipality of Rio Preto da Eva 83 ha were analyzed with an average

production of 1152 t y and average yield of 139 t hay The study also revealed that the

average banana productivity in the two counties analyzed is slightly higher than the average

productivity of the State However it is far below the rates achieved in the state around 50

thay for the cultivar Thap maeo indicating that although there are no technological or

climatic limitations for banana cultivation in the Amazonas State producers are not using the

appropriate information and technology to raise productivity of this crop in these

municipalities The survey found non-compliance with technical spacing and density

specifications suitable for cultivation in the Amazon incurring in low land use Only two of

the fifteen banana producers of Presidente Figueiredo had plantations with plant densitiesha

next to the technically recommended Two others had plantations with higher plant densities

and the other much lower The utilization of the productive capacity of soils in banana

plantations in the municipality of Presidente Figueiredo was well below the desirable ranging

from 93 to 72 with an average of only 29 All the 30 bananas cultivations analyzed in

Rio Preto da Eva had plantations with plant densitiesha lower than that recommended

technically The utilization of the productive capacity of soils in banana plantations in Rio

Preto da Eva was well below the desirable ranging from 72 to 840 with an average of

only 282

Key Words Banana cultivation banana productivity Amazonas

39

411 INTRODUCcedilAtildeO

Durante deacutecadas a dinacircmica econocircmica do Brasil foi referenciada essencialmente

pela sucessatildeo de ciclos de exploraccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de produtos primaacuterios com baixo ou

nenhum niacutevel de processamento Este cenaacuterio se modificou lentamente e especialmente na

deacutecada de 80 a agroinduacutestria se destaca como um dos segmentos de grande importacircncia na

economia brasileira estimulando mudanccedilas significativas nos vaacuterios elos das cadeias

produtivas agriacutecolas como forma de valorizar a produccedilatildeo do setor primaacuterio e tornar

expressivo o agronegoacutecio brasileiro (BARRETO FILHO 2000)

A fruticultura um dos segmentos do agronegoacutecio vem ganhando projeccedilatildeo nos

mercados regionais nacional e internacional em virtude de novas demandas de mercado

decorrentes dos novos haacutebitos de consumo da populaccedilatildeo Entretanto conforme enfatizado por

Barreto Filho (2000) a fruticultura brasileira precisa vencer algumas barreiras que

comprometem sua competitividade e retardam sua consolidaccedilatildeo como atividade capaz de

atender agraves expectativas de tornar-se um instrumento de projeccedilatildeo do desenvolvimento regional

Satildeo muitas as oportunidades para a produccedilatildeo de frutas na Amazocircnia cujo consumo

crescente tem sido motivado principalmente pelo aumento da demanda mundial por

alimentos a partir do crescimento populacional do crescimento da renda per capta nos paiacuteses

mais populosos do mundo como a China e a Iacutendia da crescente limitaccedilatildeo de terras

agricultaacuteveis no plano mundial e do aumento do consumo de frutas nos haacutebitos alimentares

A regiatildeo amazocircnica dispotildee de terras desmatadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo

climas e solos favoraacuteveis e apesar disso importa grande quantidade de frutas de outras

regiotildees do paiacutes Todos esses fatores propiciam o desenvolvimento da fruticultura sustentaacutevel

na Amazocircnia com perspectivas de desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura e

fortalecimento dos respectivos elos como forma de desenvolvimento da regiatildeo e melhoria na

qualidade de vida da populaccedilatildeo em especial as que satildeo originaacuterias da zona rural cuja

economia possui relaccedilatildeo direta com o agronegoacutecio

A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela

laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura eacute uma atividade de grande

relevacircncia para o agronegoacutecio da regiatildeo Norte principalmente para o Estado do Amazonas

onde se constitui importante base alimentar para os amazonenses e com alta participaccedilatildeo na

composiccedilatildeo da receita dos agricultores locais Natildeo obstante eacute uma das frutas de grande

expressatildeo cultural e de cultivo bastante disseminado no Estado do Amazonas sendo cultivada

nos 62 municiacutepios Amazonense

40

A significativa participaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia dos produtores rurais

contribui para ocorrecircncia de cultivos em todos os municiacutepios do Estado Em 2012 o Estado

do Amazonas cultivou 9545 ha com a fruta colhendo 5440 ha Nestes municiacutepios foram

produzidos 63745 toneladas da fruta com produtividade de 122 toneladas por hectare

contribuindo com mais de R$ 59 milhotildees para a economia do Estado (IBGE 2013)

As estatiacutesticas da FAO indicam que em 2009 foram cultivados com bananas

aproximadamente 48 milhotildees de hectares em todo o mundo onde foram produzidos 95

milhotildees de toneladas com produtividade de 19 tha O Brasil eacute o quinto produtor mundial de

bananas com produccedilatildeo anual de 71 milhotildees de toneladas sendo superado pela Iacutendia (262

milhotildees de toneladas) Filipinas (90 milhotildees de toneladas) China (82 milhotildees de toneladas)

e Equador (73 milhotildees de toneladas) Curioso eacute que a aacuterea cultivada no Brasil (511 milha) soacute

eacute superada pela aacuterea cultivada na Iacutendia (709 milha) Contudo o Brasil ocupa a quinta posiccedilatildeo

em produtividade entre os paiacuteses produtores de bananas analisados pela FAO Em 2009 a

produtividade Brasileira foi de 140 tha enquanto a Indoneacutesia teve produtividade de 597tha

seguida da Costa Rica com 499 tha A produtividade na Iacutendia eacute de 370 tha no Equador eacute de

353 tha na China eacute de 264 tha e nas Filipinas 202 tha (SILVA NETO 2011)

Ao se analisar a produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte que embora tenha passado por

importantes transformaccedilotildees nas duas uacuteltimas deacutecadas com a inserccedilatildeo pela Embrapa de

cultivares resistentes agraves pragas e doenccedilas como sigatoka negra causada pelo fungo

Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora fijiensis) e o mal do panamaacute causado pelo

Fusarium oxysporum fsp cubense ainda carece de melhores processos de produccedilatildeo

principalmente no que se refere agrave qualidade dos seus produtos e subprodutos da consolidaccedilatildeo

da agroinduacutestria de melhor organizaccedilatildeo de seus produtores e do fortalecimento de uma

infraestrutura que possibilite melhores condiccedilotildees de competitividade (ARRUDA 2004)

A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem

experimentado no resto do mundo com produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo

da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os

estados com maior produtividade na regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12

tha respectivamente Entretanto as estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no

mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil

resultando em desperdiacutecio do potencial agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO

2011)

41

Seguindo a anaacutelise das questotildees levantadas nesse trabalho e considerando-se a

importacircncia do desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado por meio da valorizaccedilatildeo

da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como elemento indispensaacutevel agrave sustentabilidade

dos municiacutepios do Estado do Amazonas satildeo enfatizados os processos de produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios do Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo

Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos processos produtivos dessa

frutiacutefera de cultivos bastante disseminados na regiatildeo com o objetivo de identificar as praacuteticas

de gestatildeo e as caracteriacutesticas agronocircmicas nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios do Rio

Preto da Eva e Presidente Figueiredo Estado do Amazonas como forma de analisar o

potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo de cultivos de

bananeiras articulados como sistemas produtivos orientando para o adequado manejo do solo

controle de pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo

a proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo

da populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento socioeconocircmico sustentaacutevel dos

produtores e para a economia agriacutecola dos municiacutepios

42

412 MATERIAL E MEacuteTODOS

4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo

As propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa estatildeo

alocadas nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do

Amazonas Cada Municiacutepio possui respectivamente 1 62 e 017 da aacuterea total do Estado

abrigando 080 e 052 da populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes

municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do

Estado do Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado

Manaus

Nestes municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012

por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 30 propriedades rurais produtoras dessa cultura no

Rio Preto da Eva e 15 em Presidente Figueiredo

A definiccedilatildeo destes locais para coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o

maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das

decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em

2012 estes dois municiacutepios detinham 1210 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que

possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os

dois municiacutepios selecionados para coleta de dados primaacuterios sobre a safra de bananas em

2012 Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo referenciados pelo IBGE como o

segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois

municiacutepios foram responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde

foram produzidas 1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)

4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

Foram analisadas propriedades produtoras de bananas nestes municiacutepios e a anaacutelise

dos dados de formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo e produtividade constantes do diagnoacutestico se

deu com base nos dados da safra de bananas de 2012

A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve

dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos integrados dos

dados agronocircmicos desde a formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes-colheita e

aproveitamento da capacidade produtiva do solo com a bananicultura Utilizou-se do meacutetodo

de estudo exploratoacuterio buscando diagnosticar as praacuteticas culturais para os cultivos agriacutecolas

43

dessa cultura Este meacutetodo tambeacutem foi utilizado para diagnosticar a produccedilatildeo geral da cultura

nos municiacutepios em estudo como forma de identificar os aspectos que interferem e influenciam

no processo de produccedilatildeo da banana

Para o alcance dos objetivos deste trabalho foram elaborados questionaacuterios

estruturados que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana buscando

conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios conforme Quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas

Acircmbito Agriacutecola

Situaccedilatildeo Real dos cultivos Recomendaccedilatildeo

teacutecnica(1)

Dados de formaccedilatildeo dos cultivos Dados da Produccedilatildeo Dados de formaccedilatildeo e

produccedilatildeo

- Aacuterea da propriedade

- Aacuterea cultivada com bananas

- Quantidade de bananeiras na propriedade

- Bananeiras em fase de produccedilatildeo

- Praacuteticas culturais

Produccedilatildeo meacutedia de

bananas

- Produtividade meacutedia

de bananas

- Aproveitamento da

capacidade produtiva

do solo

- Teacutecnicas de

espaccedilamento e densidade

- Produccedilatildeo meacutedia

- Produtividade meacutedia

- Aproveitamento da

capacidade produtiva do

solo (1)

Com base nos dados de produtividade fornecidos por Arruda et al (2004)

No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi

estruturadas aos produtores rurais cooperativas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias e a

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas informaccedilotildees sobre

os dados gerais para a formaccedilatildeo dos cultivos (aacuterea total da propriedade aacuterea cultivada com

bananas e plantas em fase de produccedilatildeo de frutos) as tecnologias de preacute colheita (envolvendo

as praacuteticas culturais e a densidade de plantas por hectare) as tecnologias de poacutes colheita

(produccedilatildeo e produtividade meacutedia de bananas e aproveitamento da capacidade produtiva do

solo) e feito um comparativo para os dados caso os cultivos estivessem dentro dos padrotildees de

produtividade indicados pela literatura especiacutefica a fim de conhecer a situaccedilatildeo real dos

cultivos de bananeiras

A anaacutelise destes dados permitiu conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras e

estimar o potencial produtivo nos municiacutepios estudados bem como analisar os fatores

favoraacuteveis e desfavoraacuteveis que envolvem o processo de gestatildeo na formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

desses cultivos

44

4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Neste contexto se focalizaram as propriedades rurais que compreendem os locais

dentro das zonas rurais dos municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao

cultivo agriacutecola de bananas onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para

processamento dos produtos Para fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades

rurais inquiridas para a obtenccedilatildeo do diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para

fins comerciais pela importacircncia da anaacutelise de elementos que envolvem a gestatildeo dos cultivos

Procurou-se primeiro identificar as propriedades rurais enquadradas no interesse da

pesquisa e depois diagnosticaacute-las no acircmbito agriacutecola das bananas A anaacutelise dos processos de

gestatildeo aplicados em cada etapa permitiu identificar os elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis

do processo Esta anaacutelise permitiu conhecer o processo de formaccedilatildeo dos cultivos de

bananeiras nos municiacutepios em estudo e sua relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e produtividade

4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos

quantitativos Neste caso a anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves

caracteriacutesticas de formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos de bananeiras e a gestatildeo empregada A

anaacutelise quantitativa torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no

acircmbito agriacutecola da formaccedilatildeo dos cultivos e produccedilatildeo da fruta

Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas

pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo

exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) se caracteriza por proporcionar um maior

conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da

investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em trinta propriedades

rurais distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria

45

de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do

municiacutepio

Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados

quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O

levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo

direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de

julho de 2013 a junho de 2014

46

413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em

2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas e aacuterea colhida

superou 67 mil ha A produccedilatildeo ultrapassou 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade

meacutedia alcanccedilada na regiatildeo Norte de 10 tha (Tabela 1) ainda eacute muito baixa se comparada

com as das demais regiotildees brasileiras (quando aplicadas as tecnologias apropriadas a

produtividade supera 50 tha no entorno de Brasiacutelia e 40 tha no Vale do Satildeo Francisco e na

regiatildeo Norte de Minas Gerais (SILVA NETO e GUIMARAtildeES 2011)

Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade ligeiramente maior que a

meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente Esta produccedilatildeo agregou mais

de R$ 59 milhotildees agrave economia do Amazonas e R$ 276 milhotildees agrave economia do Paraacute Nos

demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em

2012

Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012

Estado

Aacuterea

Plantada

(ha)

Aacuterea

Colhida

(ha)

Quantidade

produzida

(t)

Rendimento

meacutedio

(tha)

Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

Amazonas 9545 131 5440 81 63745 79 120 59569 126

Acre 6977 96 6017 90 64112 79 110 27282 58

Amapaacute 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46

Paraacute 41549 571 41549 620 565773 698 140 276410 583

Rondocircnia 7215 99 6840 102 59091 73 90 49420 104

Roraima 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46

Tocantins 3702 51 3507 52 25995 32 70 18195 38

Regiatildeo

Norte 72788 -- 67053 -- 810296 -- (100) 474034 --

()

Percentual do Estado em relaccedilatildeo agrave regiatildeo Norte

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

Juntos o Estado do Amazonas e Paraacute concentram 70 da aacuterea cultivada com bananas

na regiatildeo Norte do Brasil com respectivamente 13 e 57 cada Estado No Norte as

menores aacutereas cultivadas com bananas satildeo no Amapaacute e Roraima com 1900 ha cada um

contudo o menor rendimento meacutedio detectado na regiatildeo foi no Estado do Tocantins com 7

47

tha seguido dos Estados do Amapaacute Rondocircnia e Roraima com 9 tha em cada Estado O

Acre apresentou produtividade de 11 tha ficando ligeiramente acima da produtividade meacutedia

da regiatildeo Norte a exemplo do Amazonas e Paraacute

Se o Estado do Amazonas trabalhasse com cultivos tecnificados a exemplo de

algumas regiotildees brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia e regiotildees da Bahia e de

Minas Gerais na mesma aacuterea colhida de mais de 72 mil ha seria possiacutevel produzir mais de

270 mil toneladas em detrimento das 63 milt alcanccediladas em 2012

A produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte agregou mais de 474 milhotildees de reais ao PIB

brasileiro em 2012 mas esse valor poderia aumentar mais de seis vezes se os cultivos de

bananeiras atingissem a produtividade jaacute alcanccedilada em algumas regiotildees do paiacutes e no Estado

do Amazonas de 50 tha (Tabela 1)

4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo

Caipira e FHIA 18

Atendendo agrave importacircncia socioeconocircmica que a cultura da banana tem para a regiatildeo

Norte do paiacutes eacute fundamental prolongar as atenccedilotildees para proceder agrave reestruturaccedilatildeo dos

cultivos com variedades mais resistentes agraves principais doenccedilas e pragas que atingem os

bananais em todo o mundo visto que se trata de uma cultura de grande importacircncia para a

regiatildeo Norte do Brasil que natildeo pode ser negligenciada

Estas informaccedilotildees se referem ao funcionamento da bananicultura a sua importacircncia

socioeconocircmica e as implicaccedilotildees agriacutecolas e econocircmicas resultante da negligecircncia dos

cultivos para os amazocircnidas especialmente os das zonas rurais cuja economia encontra suas

bases essencialmente no setor primaacuterio (Tabela 2)

Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo

Caipira e FHIA 18

Cultivares Porte da

planta

Densidadeha(1)

(un)

- 1deg ciclo -

Peso meacutedio

do cacho

(kg)

Quantidade de

pencas por cacho

(un)

Peso meacutedio

da penca

(kg)

Thap

Maeo

Alto 1667 330 10 33

Caipira Meacutedio a

alto

1667 400 10 40

FHIA 18 Meacutedio 1667 400 10 40 (1)

Considerando espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m sugerido por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte Gasparotto et al (2003) adaptada pela autora

48

A tabela 2 traacutes as informaccedilotildees baacutesicas condensadas dos trabalhos de Gasparotto et al

(2004) sobre as caracteriacutesticas das cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 mais plantadas

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

As cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 satildeo respectivamente de porte alto

meacutedio a alto e meacutedio podendo cada uma abrigar 1667 covas por hectare no primeiro ciclo

produtivo sem prejuiacutezos para o cultivo e a produccedilatildeo quando plantadas em espaccedilamentos de

40 x 20 x 20 metros Nestas condiccedilotildees o peso meacutedio do cacho para cada cultivar eacute

respectivamente de 33 40 e 40 quilos cada cacho com meacutedia de 10 pencas por cacho

pesando respectivamente 33 kg 40 kg e 40 kg cada penca (Tabela 2)

4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo

no Estado do Amazonas

A capacidade produtiva da cultivar Thap Maeo oscila entre 30 e 35 toneladas por

hectare ano em condiccedilotildees normais (GASPAROTTO et al 1999) Estudos realizados no

Estado do Amazonas Municiacutepio de Manacapuru por Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) com essa cultivar e registraram 50 thaa em cultivos com disposiccedilotildees espaciais em

fileiras duplas de 40 x 20 X 20 m e distribuiccedilatildeo por estande de 1667 plantas no primeiro

ciclo A partir do segundo ciclo produtivo o estande teraacute mais de 3300 plantas produzindo

frutos Do terceiro ciclo em diante o estande abrigaraacute mais de 5000 plantas visto que em

cada cova devem ser mantidas a planta matildee a filha e a neta Nesta situaccedilatildeo a produccedilatildeo

estimada eacute de aproximadamente 50 toneladas por hectares ano A opccedilatildeo por estandes com este

espaccedilamento permite um incremento na produccedilatildeo da ordem de 173 se comparado com os de

espaccedilamento de 3 x 3 metros (Tabela 3)

Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de

Bananeiras para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas

Espaccedilamento

(m)

Estande

(plha)

Produccedilatildeo

esperada (ta)

Produtividade

(tha)

Incremento na

produccedilatildeo ()

40 x 20 x 20 1667 500 211 1730

40 x 25 x 20 1538 400 111 1384

40 x 30 x 20 1428 371 82 1284

30 x 30 1111 289 -- 1000 (1)

Em relaccedilatildeo ao espaccedilamento de 3 x 3 m

Fonte Arruda et al (2004) adaptada pela autora (ta)

49

A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e

mais de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100

plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa

O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 no

estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio se obteraacute mais

de 4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 2850

bananeiras produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa

Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas e

mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de

2200 plantas produzindo frutos o que significa produtividade de aproximadamente 289

thaa (Tabela 3)

A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e mais

de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100

plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa

O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 m no

estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio teraacute mais de

4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo aproximadamente 2850 bananeiras

produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa

Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas

e mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de

2200 plantas produzindo o que significa produtividade de aproximadamente 289 thaa

(Tabela 2)

Apesar do esforccedilo empregado pela Embrapa Amazocircnia Ocidental de melhoria dos

cultivos pelo uso de cultivares mais resistentes a pragas e doenccedilas e pela aplicabilidade das

teacutecnicas e tecnologias mais apropriadas para a dinamizaccedilatildeo da cultura ainda eacute possiacutevel

observar com grande frequecircncia baixa produtividade dos bananais em funccedilatildeo do niacutevel

tecnoloacutegico empregado e de problemas fitossanitaacuterios

4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Os dados descritos na tabela 4 se referem agrave anaacutelise de quinze propriedades rurais que

cultivam bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo distribuiacutedas entre os ramais do

Canoas e do Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da BR ndash 174 e

ao longo da AM ndash 240 estrada que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina

50

Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 P AT

(ha)

ACB

(ha)

ACB

QB

ha

QBP

(un)

BPF

(un)

PMB

(kgano)

PDTBha

(kgano)

01 25 20 80 750 1500 1500 4500 2250

02 316 40 13 1500 6000 3750 12000 3000

03 50 25 50 1000 2500 2500 1800 720

04 12 15 125 1200 1800 1800 1200 800

05 50 50 100 1100 5500 5500 2900 580

06 49 10 20 1100 1100 1100 900 900

07 175 30 17 1267 3801 3800 3000 1000

08 96 10 10 1850 1850 1850 500 500

09 80 05 06 800 400 400 900 1800

10 100 40 40 1125 4500 1100 2000 500

11 300 190 63 1000 19000 19000 40600 2137

12 50 15 30 2333 3500 3500 1700 1133

13 100 90 90 778 7002 7000 3500 389

14 110 50 45 1100 5500 3850 5000 1000

15 50 15 30 1133 1700 1700 2100 1400

Totais 1563 605 -- (18036) 65652 58350 82600 (18109)

Meacutedias 1042 40 38 1202 4377 3890 5507 1207 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas QB =

quantidade de bananeiras por hectare QBP = quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras

produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas PDTB = produtividade de bananas

Fonte autora

Elas somam uma aacuterea total de 1563 ha dos quais apenas 60 hectares satildeo cultivados

com bananeiras correspondendo a 38 das propriedades com um total de 58350 plantas

produzindo 82600 quilos de bananas por mecircs nas 15 propriedades analisadas que

corresponde a 5507 kg para cada uma

Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando

entre um e dez anos e em todas elas haviam plantas produzindo frutos Somente as

propriedades 02 10 e 14 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de

crescimento sem produccedilatildeo de frutos (Tabela 4)

Pelos dados dessa tabela verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades

dentro de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 12 a

316 ha (propriedades 4 e 2 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 05 e

maacuteximo de 19 ha cultivados com bananeiras (propriedades 9 e 11) indicando tambeacutem que os

percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura variaram de 1

(propriedade 8) a 125 (propriedade 04)

Foram detectados plantios com distribuiccedilatildeo em fileiras simples de 3 x 3 m com

densidade variando entre 750 e 2333 plantasha propriedades 01 e 12 respectivamente A

uacutenica exceccedilatildeo foi detectada na propriedade 07 que apresentou em um dos trecircs hectares

51

cultivados com bananas a distribuiccedilatildeo espacial em fileiras duplas de 4 x 2 x 2 m com um

total de 1660 plantas neste ha Nas demais propriedades analisadas os estudos mostram que

natildeo foram aplicadas as formas mais eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por

hectare resultando em ineficiente aproveitamento da aacuterea de plantio e consequentemente

menor produtividade excetuando-se as propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades

superiores agraves recomendadas para cultivos da cultivar Thap Maeo no Amazonas (PEREIRA et

al 2006) as demais propriedades apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves

condiccedilotildees ideais

A distribuiccedilatildeo de 750 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de

cultivo e segundo Pereira et al (2006) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa

densidade de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no

Amazonas podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando

principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 2333 plantasha

constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela

competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e

dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte

dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas

Com base nos espaccedilamentos entre plantas e aacutereas cultivadas observou-se que o

nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 400 na

propriedade 9 ateacute o maacuteximo de 19000 na propriedade 11 (Tabela 3) As 15 propriedades

analisadas totalizam 60 hectares cultivados com a cultura da bananeira predominantemente a

cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as cultivares Caipira e FIA 18 Nestes estatildeo

cultivadas mais de 65000 plantas das quais 58358 estatildeo produzindo frutos Dentro das

condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos cultivos na mesma aacuterea cultivada seria

possiacutevel abrigar aproximadamente 100000 covas melhorando a eficiecircncia de uso do solo em

35

A variaccedilatildeo de bananeiras em fase de produccedilatildeo de frutos foi de 400 ateacute 19000 nas

propriedades 09 e 11 respectivamente A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de

500 quilos na propriedade 08 ateacute 40600 kg na propriedade 11 com produtividade por hectare

de 500 quilos e 2137 kg nas respectivas propriedades

A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 02 com produccedilatildeo

mensal de 3000 quilos de bananas enquanto que na propriedade 13 com a menor

produtividade a produccedilatildeo foi de 389 quilos

52

Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e

reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo

espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de

por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha

Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando

comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e

1111 plantasha (Tabela 4)

Ainda observando o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m

permite melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as

praacuteticas culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em 14 toneladas

ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111

covasha No estado do Amazonas produtores que utilizaram a cultivar Thap Maeo

trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram

produtividade de 50 toneladas por hectare ano (ARUDA et al 2004)

Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na

Aacuterea amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos

Dados de Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012

P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo

teacutecnica (1)

ACPS

haano

() ACB

(ha)

QB

ha

QBP

(un)

PMB

(ta)

PDTBha

(ta)

QBP

(un)

PDTMB(sup2)

(ta)

01 20 750 1500 540 270 3334 100 540

02 40 1500 6000 1440 360 6668 200 720

03 25 1000 2500 216 86 4168 125 173

04 15 1200 1800 144 96 2501 75 192

05 50 1100 5500 348 70 8335 250 139

06 10 1100 1100 108 108 1667 50 216

07 30 1267 3801 360 120 5001 150 240

08 10 1850 1850 60 60 1667 50 120

09 05 (400) 400 108 216 834 25 432

10 40 1125 4500 240 60 6668 200 120

11 190 1000 19000 4872 256 31673 950 513

12 15 2333 3500 204 136 2501 75 272

13 90 778 7002 420 47 15003 450 93

14 50 1100 5500 600 120 8335 250 240

15 15 1133 1700 252 168 2501 75 336

Total 605 (17636) 65652 (9912) (2173) (100854) (3025) (4346)

Meacutedia 40 1176 4377 661 145 6724 202 290

P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare

QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =

produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento

da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados

(1) Arruda et al (2004) (sup2) Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa

Fonte autora

53

Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantasha e a produtividade alcanccedilada nos cultivos

de bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo usando o espaccedilamento de 3 x 3 m e

disposiccedilatildeo meacutedia de 1202 bananeiras por hectare e compararmos com as indicaccedilotildees ideais de

produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) para o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m e

disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 5

A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por

hectare visto que a propriedade 1 tem cerca de 750 bananeirasha sendo a menor

distribuiccedilatildeoha encontrada com 917 plantas a menos se comparadas com as condiccedilotildees

desejaacuteveis A propriedade 12 que apresentou a maior densidade de plantasha com 2333

covas representa alta densidade com diferenccedila a mais de 666 plantasha em acordo com as

indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 4) para condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas

A anaacutelise geral apresenta um total de 65652 plantas nas 15 propriedades estudadas

com meacutedia de 4377 plantaspropriedade Se fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de

densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na mesma aacuterea plantada nas 15 propriedades

estariam sendo cultivadas mais de 100000 plantas com meacutedia de 6724 bananeiras por

propriedade conforme tabela 4 Estas 15 propriedades deixaram de cultivar mais de 35000

bananeiras por natildeo aplicarem o melhor espaccedilamento e distribuiccedilatildeo de plantas por hectare

indicada para os cultivos Isto representaria um ganho de produtividade na mesma aacuterea

cultivada de aproximadamente 35

Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a

produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de pouco mais de 991 toneladas ano com meacutedia de

661 ta por propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na

propriedade 11 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de mais de 487 toneladas ano e a menor foi na

propriedade 8 com 6 ta e produtividade de pouco mais de 25 e 6 thaano nas respectivas

propriedades

Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis a propriedade com menor nuacutemero de bananeiras

nos hectares cultivados seria a propriedade 9 com 834 plantas e a maior quantidade a

propriedade 11 com 31673 plantas visto que possuem 05 e 19 ha cultivados

respectivamente A propriedade 2 com maior produtividade meacutedia por hectare foi a que mais

se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio alcanccedilando um aproveitamento do solo na

ordem de 72 com 4 ha plantados e produccedilatildeo de 144 tano enquanto que a propriedade 11

que registraria a maior produtividade em condiccedilotildees ideais quando observada nas condiccedilotildees

54

reais teve um aproveitamento do solo da ordem de 513 com produtividade de 256

thaano

Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nas 15 propriedades seria de

3025 ta compreendendo 2017 ta para cada propriedade poreacutem o que se apurou na

pesquisa foi uma produccedilatildeo meacutedia de 9912 ta nas 15 propriedades estudadas com meacutedia de

661 ta por propriedade Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade

produtiva dos solos visto que as 15 propriedades analisadas tiveram um aproveitamento de

4346 conferindo para cada propriedade aproveitamento de 29 da capacidade disponiacutevel

de solo se comparada com a produtividade indicada por Arruda et al (2004)

Esta baixa produtividade por hectare ano pode encontrar respaldo na forma de

distribuiccedilatildeo de plantas por hectare identificadas na pesquisa visto que em quase todas as

propriedades estudadas as densidades e consequentemente produtividades estavam abaixo

das recomendadas na literatura exceto a particularidade encontrada na propriedade 7 que

possuiacutea um hectare cultivado pela Embrapa como parcela de experimento e se encontrava em

condiccedilotildees ideais para ambos os fatores Outros elementos que podem responder a esta menor

eficiecircncia da produccedilatildeo satildeo as aplicabilidades dos tratos culturais necessaacuterios para se obter

produccedilotildees constantes e uniformes

4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Os dados descritos na tabela 6 se referem agrave anaacutelise de trinta propriedades rurais onde

se cultiva bananeiras no Municiacutepio do Rio Preto da Eva As propriedades estatildeo distribuiacutedas

entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados respectivamente nos

quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 estrada que daacute acesso aos municiacutepios de

Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas

Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando

entre um e dez anos e em todas elas havia plantas produzindo frutos Somente as propriedades

12 13 17 e 18 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de crescimento

sem produccedilatildeo de frutos

Elas somam uma aacuterea total de 1230 ha dos quais apenas 83 ha satildeo cultivados com

bananeiras correspondendo a 62 das propriedades com um total de 89291 plantas

produzindo 96000 quilos de bananas por mecircs compreendendo 3200 kg para cada

propriedade que corresponde a 1176 kg de bananas por hectare por mecircs

Pelos dados da tabela 6 verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades dentro

de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 18 a 150 ha

55

(propriedades 13 e 23 e 30 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 10 e

maacuteximo de 11 hectares cultivados com bananas (propriedades 3 15 16 20 21 27 e 11)

indicando tambeacutem que os percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura

variaram de 2 (propriedades 20 e 29) a 20 (propriedade 25)

Com base nos espaccedilamentos entre plantas e as aacutereas cultivadas observou-se que o

nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 800 na

propriedade 21 ateacute o maacuteximo de 12000 na propriedade 23 (Tabela 6)

Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 P AT

(ha)

ACB

(ha) ACB

QB

ha QBP

(un)

BPF

(un)

PMB

(kgmecircs)

PDTBha

(kgmecircs)

01 20 30 15 1200 3600 3600 1350 450 02 25 30 12 1200 3600 3600 3500 1167 03 25 10 4 1200 1200 1200 3500 3500 04 28 50 18 1100 5500 5500 2000 400 05 25 30 12 1100 3300 3300 1800 600 06 25 20 8 1200 2400 2400 800 400 07 25 15 6 907 1360 1360 900 600 08 26 30 12 1167 3500 3500 1800 600 09 25 30 12 1100 3300 3300 900 300 10 28 30 11 1100 3300 3300 2400 800 11 25 15 6 1067 1600 1600 3300 2200 12 25 15 6 1000 1500 1000 1200 800 13 18 20 11 1000 2000 1200 1000 500 14 25 20 8 1150 2300 2300 1500 750 15 25 10 4 1200 1200 1200 1000 1000 16 25 10 4 1111 1111 1111 1500 1500 17 25 20 8 1000 2000 1500 1200 600 18 25 25 10 960 2400 1000 1600 640 19 25 20 8 1150 2300 2300 1600 800 20 25 10 4 1000 1000 1000 1000 1000 21 52 10 2 800 800 800 3000 3000 22 50 30 6 1000 3000 3000 3000 1000 23 150 110 7 1090 12000 12000 16000 1455 24 100 30 3 1033 3100 3100 6400 2133 25 50 40 8 1050 4200 4200 6500 1625 26 35 70 20 1000 7000 7000 10000 1429 27 37 10 3 1120 1120 1120 450 450 28 45 30 7 1100 3300 3300 4800 1600 29 66 30 5 1100 3300 3300 4000 1333 30 150 30 2 1000 3000 3000 8000 2667

Totais 1230 830 (253) (32204) 89291 86091 96000 (35299)

Meacutedias 41 28 62 1073 2976 2870 3200 1176 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas ACB =

percentual de aacuterea cultivada com bananas na propriedade QB = quantidade de bananeiras por hectare QBP =

quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de

bananas (kgpropriedadeano) PDTB = produtividade de bananas (kghamecircs)

Fonte autora

56

Apesar de todos os proprietaacuterios informarem utilizar espaccedilamentos simples de 3 x 3

m a quantidade de plantas dispostas por hectare em algumas propriedades ficou abaixo ou

acima da densidade recomendada para este espaccedilamento que eacute de 1111covasha (Tabela 3)

(ARRUDA 2004) resultando em meacutedia 1073 plantasha em cada propriedade Nas demais

propriedades analisadas os estudos mostraram que natildeo foram aplicadas as formas mais

eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por hectare resultando em ineficiente

aproveitamento do solo e consequentemente baixa produtividade excetuando-se as

propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades superiores agraves recomendadas para cultivos

da cultivar Thap Maeo no Amazonas (ARRUDA 2004) As demais propriedades

apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves condiccedilotildees ideais

A distribuiccedilatildeo de 800 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de

cultivo e segundo Arruda (2004) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa densidade

de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no Amazonas

podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando

principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 1200 plantasha

constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela

competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e

dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte

dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas

Nestas 30 propriedades estatildeo cultivadas mais de 89000 plantas das quais 86091

estatildeo produzindo frutos predominando a cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as

cultivares Caipira e FIA 18 Dentro das condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos

cultivos na mesma aacuterea cultivada seria possiacutevel abrigar mais de 138000 covas melhorando a

eficiecircncia de uso do solo em 35

A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de 450 quilos na propriedade 27 ateacute

16000 kg na propriedade 23 com produtividade mensal por hectare de 450 kg e 1455 kg nas

respectivas propriedades

A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 3 que alcanccedila

produccedilatildeo mensal de 3500 quilos de bananas enquanto que a propriedade 09 tem a menor

produtividade com 300 kg

Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e

reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo

espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de

57

por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha

Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando

comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e

1111 plantasha condiccedilotildees praticadas nos cultivos analisados em Presidente Figueiredo

(Tabela 3)

Se analisarmos o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m permite

melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as praacuteticas

culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em mais de 14 toneladas

ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111

covasha No estado do Amazonas produtores que plantaram a cultivar Thap Maeo

trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram

produtividade de 50 toneladas de bananas por hectare ano (ARRUDA et al 2004) (Tabela 3)

Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantas por hectare e a produtividade alcanccedilada nos

cultivos de bananeiras do Municiacutepio de Rio Preto da Eva usando o espaccedilamento simples de 3

x 3 m e disposiccedilatildeo meacutedia de 1073 bananeiras por hectarepropriedade e compararmos com as

indicaccedilotildees ideais de produtividade fornecidas por Pereira et al (2006) para o espaccedilamento

de 4 x 2 x 2 m e disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 7

A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por

hectare visto que a propriedade 21 tem cerca de 800 bananeirasha sendo a menor

densidadeha encontrada com 867 plantashectare a menos se comparada com as condiccedilotildees

desejaacuteveis As propriedades 1 2 3 6 e 15 apresentaram a maior densidade de plantasha na

ordem de 1200 contudo ainda estatildeo em desacordo com as orientaccedilotildees para o espaccedilamento

ideal com menos 467 plantasha comparadas com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) para

condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas

A anaacutelise geral apresenta um total de 89291 plantas nas trinta propriedades

analisadas dispostas nos 83 hectares cultivados com bananeiras nos cultivos em estudo o que

significa meacutedias de 1073 bananeirasha cultivado e 2976 bananeiras por propriedade Se

fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na

mesma aacuterea plantada estariam sendo cultivadas mais de 138000 plantas em detrimento das

89291 existentes e a meacutedia de bananeiras por propriedade saltaria de 2976 plantas para mais

de 4600 conforme tabela 7

Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a

produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de 1152 toneladas ano com meacutedia de 384 ta por

58

propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na propriedade

23 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de 192 ta e a menor foi na propriedade 9 com 108 ta e

produtividade de pouco mais de 175 e 36 thaa nas respectivas propriedades

Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na

Aacuterea Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo teacutecnica

(sup1) ACPS

haano

() ACB

(ha)

QB

ha

QBP

(un)

PMB

(ta)

PDTMBha

(ta)

QBP

(un)

PDTMB(2)

(ta)

01 30 1200 3600 162 54 5001 150 108

02 30 1200 3600 420 140 5001 150 280

03 10 1200 1200 420 420 1667 50 840

04 50 1100 5500 240 48 8335 250 96

05 30 1100 3300 216 72 5001 150 144

06 20 1200 2400 96 48 3334 100 96

07 15 907 1360 108 72 2500 75 144

08 30 1167 3500 216 72 5001 150 144

09 30 1100 3300 108 36 5001 150 72

10 30 1100 3300 288 96 5001 150 192

11 15 1067 1600 396 264 2500 75 528

12 15 1000 1500 144 96 2501 75 192

13 20 1000 2000 120 60 3334 100 120

14 20 1150 2300 180 90 3334 100 180

15 10 1200 1200 120 120 1667 50 240

16 10 1111 1111 180 180 1667 50 360

17 20 1000 2000 144 72 3334 100 144

18 25 960 2400 192 77 4168 125 154

19 20 1150 2300 192 96 3334 100 192

20 10 1000 1000 120 120 1667 50 240

21 10 800 800 360 360 1667 50 720

22 30 1000 3000 360 120 5001 150 240

23 110 1090 12000 1920 175 18337 550 349

24 30 1033 3100 768 256 5001 150 512

25 40 1050 4200 780 195 6668 200 390

26 70 1000 7000 1200 171 11669 350 343

27 10 1120 1120 54 54 1667 50 108

28 30 1100 3300 576 192 5001 150 384

29 30 1100 3300 480 160 5001 150 320

30 30 1000 3000 960 320 5001 150 640

Totais 830 32204 89291 11520 (4236) 138361 4150 8472

Meacutedias 28 1073 2976 384 141 4612 138 282 P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare

QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =

produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento

da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados (1)

Arruda et al (2004) (2)

Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa

Fonte autora

59

Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis as propriedades com menor nuacutemero de bananeiras

nos hectares cultivados seriam as propriedades 3 15 16 20 21e 27 com 1667 plantas cada

uma e a maior quantidade seria a propriedade 23 com 18337 plantas visto que cada uma

possui 1 e 11 ha cultivados na mesma ordem Se comparados estes valores com a situaccedilatildeo

real nas propriedades estudadas eacute possiacutevel constatar que as propriedades 3 15 16 20 21 e

27 com menor aacuterea cultivada produziriam cada uma 50t de bananasa Dentre estas a que

mais se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio foi a propriedade 3 que obteve o

aproveitamento do solo na ordem de 84 e produtividade meacutedia de 42 thaano enquanto que

a propriedade 9 aproveitou apenas 72 da capacidade produtiva do solo visto que com 3

hectares cultivados produziu apenas 36 thaano

Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nos 83 hectares cultivados

seria de 4150 ta compreendendo em meacutedia a 138 toneladas para cada propriedade poreacutem

o que se apurou na pesquisa foi uma produtividade real da ordem de 1152 ta

correspondendo a 384 ta por propriedade

Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos

visto que o total de aacuterea cultivada em relaccedilatildeo agrave densidade de plantas e a produtividade

apresentou um aproveitamento da capacidade do solo de apenas 282 em relaccedilatildeo agraves

observadas por Arruda et al (2004) (Tabela 7)

O manejo inadequado pode ser o principal fator que justifica as baixas

produtividades encontradas nos cultivos do Municiacutepio do Rio Preto da Eva quando

comparados com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 2) visto que a distribuiccedilatildeo de

covas por hectare na maioria das propriedades estudadas estava muito proacutexima daquelas

indicadas na literatura exceto nas propriedades 7 18 e 21 que apresentaram densidades muito

abaixo das recomendadas para o espaccedilamento de 3 x 3m

60

414 CONCLUSOtildeES

Apenas dois dos quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo

tinham plantios com densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois

outros tinham plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores

Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva

tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente

O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no

municiacutepio de Presidente Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72

com meacutedia igual a apenas 29

O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no

municiacutepio de Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com

meacutedia igual a apenas 282

61

42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO

SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A

SUSTENTABILIDADE DA CULTURA

Resumo

A bananicultura do Estado do Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias

apropriadas com procedimentos produtivos e gerenciais rudimentares resultando em

produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade Diante

desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos efeitos negativos

dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no cultivo da banana que

se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia alimentar e na economia do Estado e

dos municiacutepios Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo

da produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Estado do Amazonas analisando as teacutecnicas utilizadas para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos

cultivos os tratos culturais e os procedimentos de preacute e poacutes-colheita e as formas de

organizaccedilatildeo destes produtores para a disseminaccedilatildeo de tecnologias e o fortalecimento nas

negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos Para o alcance do objetivo aqui proposto

foram elaborados questionaacuterios estruturados direcionados aos produtores rurais cooperativas

agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias que inquiriam o segmento agriacutecola da

produccedilatildeo da banana safra 2012 buscando conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos e a assistecircncia

do governo para a sustentabilidade da cultura nos municiacutepios em estudo e a organizaccedilatildeo dos

produtores a fim de entender como eles se relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a

sociedade Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham

conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do

Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas Todos

sabiam sobre a necessidade da adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana

mas apenas sete deles sabiam da necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro

deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais

eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes embora a

quase totalidade tenha participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por

organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais Eles mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas Eles realizam a

higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando as vendem na forma de pencas lavando-as e

colocando-as em caixas Apenas dois dos 15 produtores beneficiam a banana convertendo-a

em subprodutos com valor agregado como doces geleia e calda Com relaccedilatildeo aos produtores

de Rio Preto da Eva eles afirmaram que tinham conhecimento quanto ao espaccedilamento e

densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e quanto aos tratos culturais

contra pragas e doenccedilas Tambeacutem sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo de cobertura

necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da adubaccedilatildeo inicial

da cova e apenas nove deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para

uma adubaccedilatildeo mais eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em

cerca de metade das propriedades rurais desse municiacutepio embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais Eles tambeacutem se mostraram bem organizados nas formas de associaccedilotildees e

cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees

Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade da banana tratos culturais

organizaccedilotildees rurais

62

Abstract

The banana plantations of Amazonas State is often practiced without appropriate

technologies with rudimentary production and management procedures resulting in low

productivity and poor quality products and expressionless competitiveness Given this

scenario is necessary to find alternatives that counter the negative effects of this dynamic

often in state agricultural practice particularly in the banana cultivation which is presented as

very important fruit in the food chain and the states economy and municipalities This

perspective fits this proposed study of banana production management processes in the

Amazonas State municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva analyzing the

techniques used for the plant formation and maintenance cultivation and the pre and post-

harvest procedures as well as the forms of organization of these producers to the

dissemination of technologies and strengthening the trade negotiations of products and inputs

To reach the goal here proposed a structured questionnaires were developed targeted to

farmers agricultural cooperatives community associations and agribusinesses which

inquired the agricultural segment of banana production harvest 2012 seeking to know the

real situation of crops and government assistance for the sustainability of culture in the

municipalities under study Also to understand the organization of producers in order to know

how they relate to the production the market and society All 15 producers of Presidente

Figueiredo said they knew about the spacing and banana planting density in the state of

Amazonas only one of them unaware of the crop treatment against pests and diseases

Everyone knew about the need for necessary soil fertilization for the banana crop but only

seven of them knew of the need for initial soil fertilization before plant seedling and only

four of them the need to make a chemical analysis of soil for more efficient fertilizer

application Financial assistance and technical government are almost absent although almost

all have participated in programs and incentives for rural production by government and

nongovernmental organizations They proved to be well organized in the forms of

associations and cooperatives predominating among them the latter They perform the

cleaning of bananas only when sold in the form of hands washing them and putting them in

boxes Only two of the 15 producers benefit banana converting it into value-added by-

products such as candy jelly and syrup With respect to Rio Preto da Eva producers they said

they knew about the spacing and banana planting density in the state of Amazonas and for

cultivation against pests and diseases They also knew about the need for soil fertilization

required for banana culture most of them knew of the need for initial soil fertilization before

plant seedling and only nine of them the need to make a chemical analysis of soil for more

efficient fertilizer Financial assistance and government technical occur in about half of the

banana producers although almost all them have participated in programs and incentives for

rural production by government and nongovernmental organizations They also were well

organized in the forms of associations and cooperatives predominating among them the

associations

Key words banana cultivation banana productivity cultural practices farmer organizations

63

421 INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte

demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias na produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem

resultados significativos orientando para o adequado manejo do solo controle de pragas e

doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar

ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo

contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola

Para Sachs (2008) o desenvolvimento local deve ser trabalhado a partir da

valorizaccedilatildeo dos recursos naturais endoacutegenos No Estado do Amazonas cujas economias

encontram suas bases no setor primaacuterio isto se traduz na potencializaccedilatildeo da biodiversidade-

biomassa-biotecnologias e a cadeia produtiva agriacutecola por sua complexidade e

heterogeneidade desempenha papel importante no desenvolvimento da economia agriacutecola

O desenho da agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do

Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos

produtivos e gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo os cuidados

necessaacuterios na escolha das sementes ou mudas a observaccedilatildeo da densidade de plantas por

hectare as adubaccedilotildees o rodiacutezio de culturas para melhorar a fertilidade dos solos com uso

inadequado dos insumos agriacutecolas e desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade

procedimentos de preacute e poacutes colheita ineficientes resultando em produtividade baixa e

produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade conforme documentado com

cupuaccedilu por Said et al (2011)

Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos

efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no

cultivo da banana que se apresenta como uma fruta de grande importacircncia na cadeia

alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios

O desenvolvimento que garante a sustentaccedilatildeo econocircmica de determinado local e

tambeacutem possui relaccedilatildeo estreita com o crescimento que por sua vez demanda investimentos

pode ser alcanccedilado por meio da valorizaccedilatildeo do potencial biotecnoloacutegico sobretudo nos locais

onde a biodiversidade eacute abundante (SACHS 2009) como eacute o caso do Estado do Amazonas

Este modelo de desenvolvimento deve integrar os agricultores familiares e modernizar a sua

visatildeo de produccedilatildeo para promover ldquoa transformaccedilatildeo do agricultor familiar em empreendedor

ruralrdquo (BECKER 2009) O produtor rural alerta Sachs (2009) ldquona medida do possiacutevel deve

escolher o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo

64

Mello (2009) reforccedila este pensamento e nos alerta para o fato de que os nossos

ecossistemas jaacute datildeo sinais de fragilidade caracterizada pela ameaccedila do desaparecimento de

algumas espeacutecies indicando que eacute preciso mudar ou alternar os perfis ateacute aqui utilizados

Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar com a

riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas O

primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de comeacutercio ainda

que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute possiacutevel dispensar

as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo resgatar a grande parte

da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda

Se continuarmos este modelo de exploraccedilatildeo vigente que rompe o equiliacutebrio dos

nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do

solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a

salinizaccedilatildeo entre outros nos perpetuando na rota de um atraso produtivo e tecnoloacutegico sem

precedentes estaremos contribuindo para a degradaccedilatildeo de todas as espeacutecies Em vaacuterios

biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em erosatildeo e perda da fertilidade do solo

Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que temos produzido se questiona ateacute

quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir o aumento da produtividade Ou

quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para aumentar a produccedilatildeo Quanto de

nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e outros gratildeos (MELLO 2009)

Semelhante observaccedilatildeo feita por Homma (2001) e Homma e Frazatildeo (2002) orienta

para a necessidade de melhorias no modelo de cultivo com a introduccedilatildeo de inovaccedilotildees capazes

de modificar os processos vigentes no sentido de melhorar a produtividade e elevar a

qualidade dos produtos para tornaacute-los mais competitivos no mercado e evitar a demanda

desenfreada por novas aacutereas de cultivos a supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica

a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e dos alimentos

Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo da

produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado

do Amazonas analisando os cultivos desde a sua formaccedilatildeo as teacutecnicas empregadas na

manutenccedilatildeo destes envolvendo a observaccedilatildeo aos tratos culturais e agraves teacutecnicas de preacute e poacutes

colheita bem como o conhecimento do produtor rural para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos

cultivos e as formas de organizaccedilatildeo destes produtores para o fortalecimento na disseminaccedilatildeo

de tecnologias e nas negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos

65

422 MATERIAL E MEacuteTODOS

4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

No contexto administrativo da produccedilatildeo agriacutecola foram estudados os cultivos de

bananeiras nos aspectos de sua formaccedilatildeo visando a melhor produtividade o conhecimento

dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos estandes a aplicabilidade dos tratos culturais a

observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita com vistas a aumentar eou conservar a

qualidade dos produtos para que eles cheguem ao mercado de forma mais competitiva e

ainda as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores (associaccedilotildees cooperativas

agroinduacutestria ou independentes) para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos como forma

de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e se haacute algum tipo

de articulaccedilatildeo entre eles que favoreccedila o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos

produtos ou compra de insumos

4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

A orientaccedilatildeo baacutesica da pesquisa se respalda no estudo analiacutetico dos cultivos de

bananeiras dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas onde

foram analisadas as etapas do processo de produccedilatildeo relacionadas com a formaccedilatildeo dos

cultivos os tratos culturais e observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita das bananas na

safra de 2012

Para o alcance do objetivo aqui proposto foram elaborados questionaacuterios estruturados

que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana no acircmbito da formaccedilatildeo dos

cultivos e observaccedilatildeo agraves suas teacutecnicas de manutenccedilatildeo bem como a aplicabilidade das

indicaccedilotildees de preacute e poacutes colheita para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Acircmbito Agriacutecola

Teacutecnicas de formaccedilatildeo

dos cultivos

Tecnologias de

preacute colheita

praacuteticas culturais

Tecnologias de poacutes

colheita

Assistecircncia do governo

e organizaccedilatildeo social do

produtor

- Tratamento do solo para

formaccedilatildeo dos cultivos

- Espaccedilamento das plantas

- Densidade de plantas

por hectare

- Nutriccedilatildeo vegetal

- Controle de

pragas e doenccedilas

- Teacutecnicas de

adubaccedilatildeo

- Colheita

- Higienizaccedilatildeo dos

frutos

- Acondicionamento

e dos frutos

- Transporte

- Financeira

- Teacutecnica

- Incentivos fiscais

- Associaccedilotildees

- Cooperativas

- Agroinduacutestrias Fonte autora

66

No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi

estruturadas aos produtores rurais cooperativas agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e

agroinduacutestrias e a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas

informaccedilotildees sobre as teacutecnicas de formaccedilatildeo dos cultivos (tratamento do solo para formaccedilatildeo

dos cultivos espaccedilamento de plantas e densidade de plantas por hectare) as tecnologias de

preacute colheita envolvendo as praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas e

teacutecnicas de adubaccedilatildeo) e as tecnologias de poacutes colheita (colheita higienizaccedilatildeo dos frutos

acondicionamento e transporte dos produtos) e a assistecircncia do governo para a

sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo (financeira teacutecnica e de

incentivos fiscais) e a organizaccedilatildeo dos produtores (em associaccedilotildees comunitaacuterias cooperativas

e a presenccedila de agroinduacutestria) a fim de entender como os produtores rurais se organizam e se

relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a sociedade

4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

O contexto desta pesquisa focaliza as propriedades rurais produtoras de bananas em

escala comercial as associaccedilotildees comunitaacuterias as cooperativas agriacutecolas dos municiacutepios alvo

da pesquisa e as agroinduacutestrias que guardam relaccedilatildeo com a produccedilatildeo de bananas

As propriedades rurais compreendem os locais dentro das zonas rurais dos

municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao cultivo agriacutecola de bananas

onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para processamento dos produtos Para

fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades rurais inquiridas para obtenccedilatildeo do

diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para fins comerciais pela importacircncia da

anaacutelise de elementos que envolvem os cuidados na formaccedilatildeo dos cultivos a observaccedilatildeo dos

tratos culturais das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita e a participaccedilatildeo do governo com vistas agrave

sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo

A anaacutelise dos processos de gestatildeo aplicados neste estudo permitiram identificar os

elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis do processo Neste momento processou-se uma anaacutelise

descritiva da participaccedilatildeo interativa de cada elemento com o objetivo de identificar o trabalho

e a tecnologia por eles empregada

Esta anaacutelise permitiu compreender a evoluccedilatildeo no processo de desenvolvimento dos

municiacutepios e a contribuiccedilatildeo da atividade agriacutecola nos cultivos de bananeiras para o

desenvolvimento sustentaacutevel destes

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolveu alguns elementos

quantitativos como o espaccedilamento e densidade de plantas por hectare A anaacutelise qualitativa

67

permitiu abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas da cadeia produtiva e a gestatildeo

empregada no processo de formaccedilatildeo dos cultivos adubaccedilatildeo controle fitossanitaacuterio

assistecircncia do governo aos produtores rurais e a participaccedilatildeo do produtor em associaccedilotildees eou

cooperativas agriacutecolas

A anaacutelise quantitativa tornou mais consistente os estudos de algumas questotildees

especialmente no acircmbito agriacutecola da produccedilatildeo e se aplica aos dados coletados nas

propriedades relacionados ao espaccedilamento e agraves densidades de plantas

4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Nestes municiacutepios foram feitas

coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios

em 15 propriedades rurais produtoras dessa cultura em Presidente Figueiredo e 30 no Rio

Preto da Eva

Manaus eacute a capital do Amazonas e o ponto central das decisotildees poliacuteticas que

repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias e se configura como o maior centro

consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado por esta razatildeo foi inserida na coleta de dados

deste trabalho

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais

distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina em uma

agroinduacutestria de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde e nas sedes do

IDAM e do municiacutepio

O levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

observaccedilatildeo direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no

periacuteodo de janeiro de 2012 a junho de 2014

Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico e da

comercializaccedilatildeo dos produtos onde foram verificadas as tecnologias de preacute colheita como as

68

praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas densidade de plantas etc) e

as tecnologias de poacutes colheita (frutos destinaccedilatildeo e aproveitamento dos produtos e

subprodutos e agregaccedilatildeo de valor) aacuterea cultivada com a espeacutecie e produtividade obtida e

ainda a forma de organizaccedilatildeo social dos produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo desta

se satildeo produtores independentes ou se estatildeo alocados em associaccedilotildees eou cooperativas Os

dados coletados foram analisados nos aspectos agronocircmicos econocircmicos e administrativos

69

423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra

de 2012

Em 2012 o Estado do Amazonas cultivou 9545 hectares com bananas nos 62

municiacutepios existentes com uma aacuterea colhida de 3931 ha Do total cultivado 68 estatildeo

concentrados em dez municiacutepios do Estado conforme tabela 2 Manicoreacute eacute o maior produtor

de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste

municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha que juntamente com o municiacutepio de

Parintins se apresenta como a menor produtividade entre os dez municiacutepios de maior

produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)

O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos

da metade da cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do Estado

com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos

alcanccedilaram produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com

3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos

200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no

Estado de 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha a

2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)

Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas

ndash Safra 2012

Municiacutepio

Aacuterea

Plantada

(ha)

Aacuterea

colhida

(ha)

Quantidade

produzida

(t)

Rendimento

meacutedio

(tha)

Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

01 Manicoreacute 1560 1092 10920 10 9937

02 Presidente

Figueiredo 800 700 8400 12 8820

03 Manacapuru 1546 645 7735 12 7348

04 Rio Preto da

Eva 355 272 3264 12 2611

05 Novo Aripuanatilde 345 200 3200 16 4160

06 Parintins 575 253 2530 10 2783

07 Laacutebrea 330 200 2400 12 1920

08 Coari 450 198 2376 12 2138

09 Apuiacute 225 195 2300 12 1725

10 Codajaacutes 320 176 2112 12 2218

Total 6506 3931 45237 120 43660

Estado do Amazonas 9545 5440 63745 757 59569 () Em relaccedilatildeo agrave aacuterea colhida

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

70

Manicoreacute eacute o maior produtor de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e

produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha

que juntamente com o municiacutepio de Parintins se apresentou como o de menor produtividade

entre os dez municiacutepios de maior produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)

O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos

da metade da aacuterea cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do

Estado com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos

alcanccedilaram a produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com

3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos

200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no

Estado com 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha

a 2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)

De acordo com dados do IBGE (2013) em 2012 os municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva cultivavam respectivamente 800 e 355 hectares com bananas

sendo referenciados como o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (Tabela 1)

Os dados da tabela 2 apresentam a participaccedilatildeo dos cinco municiacutepios com maior

produccedilatildeo de bananas no Amazonas considerando o percentual da aacuterea plantada aacuterea colhida

quantidade produzida rendimento meacutedio e quanto a bananicultura destes municiacutepios agregou

agrave economia do Estado na safra de 2012

Os municiacutepios de Manicoreacute e Manacapuru possuem respectivamente 1634 e

1620 da aacuterea cultivada com bananas em todo o Estado e 2007 e 1186 da aacuterea colhida

o que representa 32 da aacuterea cultivada no Amazonas e 32 da aacuterea colhida O primeiro

municiacutepio responde por 1713 de toda a banana produzida no Estado e o segundo por

1213 Juntos eles satildeo responsaacuteveis por mais de 29 do total de bananas do Amazonas e

cada um contribui na mesma ordem com 1668 e 1234 do valor da produccedilatildeo desta

cultura no Amazonas o que representa 29 de todo o valor arrecadado pelo Estado com a

produccedilatildeo de bananas

Os municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo responsaacuteveis por

838 e 372 da aacuterea total cultivada com esta cultura no Estado o que representa 1210

do total de aacuterea cultivada com a fruta no Amazonas Contudo a aacuterea colhida nos dois

municiacutepios soma 178 do total do Estado com cada municiacutepio respondendo a 1287 e

500 na mesma ordem A quantidade produzida foi de 1318 e 512 do total de

71

toneladas produzidas no Estado o que representa 1481 e 438 de todo o valor arrecadado

com a venda de bananas no Estado Juntos eles respondem por 199 do total arrecadado na

comercializaccedilatildeo da fruta no Amazonas (Tabela 2)

Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no

Estado do Amazonas Safra 2012

Ndeg Municiacutepio

Aacuterea

Plantada

(ha)

da Aacuterea

colhida

(ha)

da Quantidade

produzida

(t)

do Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

01 Manicoreacute 1634 2007 1713 1668

02 Presidente

Figueiredo 838 1287 1318 1481

03 Manacapuru 1620 1186 1213 1234

04 Rio Preto da

Eva 372 500 512 438

05 Novo Aripuanatilde 602 368 502 698

Total 5066 5348 5258 5519

Estado do Amazonas (9545) (5440) (63745) (59569) () Total em relaccedilatildeo ao Estado do Amazonas

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

O municiacutepio de Novo Aripuanatilde possui 602 da aacuterea plantada no Estado com 368

Isto corresponde a 502 de toda a produccedilatildeo de bananas do Amazonas representando 698

do valor total arrecadado com a venda das frutas

Os dados da tabela 2 mostram que os cinco municiacutepios do Estado do Amazonas com

maior produccedilatildeo de bananas concentram 5066 da aacuterea cultivada com bananas no Estado e

5348 da aacuterea colhida onde satildeo produzidas 5258 de toda a produccedilatildeo Estadual

respondendo por 5518 de tudo que eacute arrecadado no Estado com a venda da fruta

A bananicultura no Amazonas contribuiu com mais de R$ 59 milhotildees para o PIB do

Estado em 2012 e os dez municiacutepios com maior produccedilatildeo no Estado satildeo responsaacuteveis pela

injeccedilatildeo de mais de 73 deste total movimentando mais de R$ 43 milhotildees na economia do

Estado no mesmo ano

Nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva estatildeo alocadas as

propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio

possui respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da

populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram

respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (Tabela 2)

72

4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas

A tabela 3 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos

cultivos de bananeiras considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e

consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o

acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas e doenccedilas e a realizaccedilatildeo

de adubaccedilotildees

A pesquisa mostrou que ao serem inquiridos quanto agrave formaccedilatildeo dos cultivos todos

os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a formaccedilatildeo dos cultivos

e a densidade de plantas por hectare (Tabela 3) Poreacutem o que se constatou em todas as

propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o espaccedilamento de 3 x 3 m As

orientaccedilotildees de Arruda et al (2004) indicam que para este espaccedilamento cada estande de 1 ha

comporta 1111 plantas

Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de

Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Conhecimento do produtor

Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo

Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel

solo

Cova Cobertura

01 x x x x -- -- x

02 x x x x x x x

03 x x x x -- -- x

04 x x x x -- -- x

05 x x x x x x x

06 x x x x -- -- x

07 x x x x x x x

08 x x x x -- -- x

09 x x -- -- -- x x

10 x x x x -- -- x

11 x x x x x x x

12 x x x x -- x x

13 x x x x -- -- x

14 x x x x -- -- x

15 x x x x -- x x Dos 3 ha cultivados com bananas na propriedade foi feita a anaacutelise do solo e adubaccedilatildeo de cova somente em 1

ha que era monitorado pela Embrapa x conhece -- desconhece

Fonte autora

Nas propriedades analisadas as quantidades de covas dispostas por hectare para este

tipo de espaccedilamento variou de 750 ateacute 2333 covas conferindo impropriedade na formaccedilatildeo

73

dos cultivos que se encontram com densidades abaixo ou acima das quantidades ideais para

cultivos no Amazonas que eacute de 1667 plha distribuiacutedas em espaccedilamentos de 4 x 2 x 2 m

(ARRUDA et al 2004) Em quase todas as propriedades envolvidas na pesquisa exceto a 09

os produtores afirmaram ter conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o

controle de pragas e doenccedilas nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a

ocorrecircncia de pragas e doenccedila Uma das razotildees para essa ausecircncia de doenccedilas eacute que as

cultivares plantadas nestas propriedades satildeo a Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 resistentes agrave

sigatoka negra e sigatoka amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do

Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis ao Moko Estas satildeo as principais doenccedilas que atingem os

bananais em niacutevel mundial (GASPAROTTO et al2002)

Quanto agrave realizaccedilatildeo do controle de pragas e doenccedilas todas as propriedades

envolvidas na pesquisa responderam positivamente quando foram inqueridas sobre a

realizaccedilatildeo desta praacutetica contudo este trabalho constatou a natildeo existecircncia de pragas e doenccedilas

nos bananais deste municiacutepio Talvez este fato seja justificado pelas cultivares plantadas nesta

regiatildeo predominantemente as Caipira Thap Maeo e FHIA 18 resistentes agraves doenccedilas mais

comuns que atingem os bananais (GASPAROTTO et al2002)

A pesquisa revelou que os produtores das propriedades 1 3 4 6 8 9 10 12 13 14

e 15 afirmaram nunca terem feito anaacutelise de solo para procederem a adubaccedilatildeo e calagem

sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Apenas as propriedades 5 7 e 11 fizeram a

anaacutelise quiacutemica do solo antes da formaccedilatildeo dos cultivos para a determinaccedilatildeo da calagem e

adubaccedilatildeo (Tabela 3)

Os produtores 1 3 4 6 8 10 13 e 14 natildeo fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada

somente nas propriedades 2 5 7 9 11 12 e 15 Em todos os cultivos foram realizadas as

adubaccedilotildees de cobertura poreacutem as dosagens de aplicaccedilatildeo de calagem e dos macros e micros

nutrientes assim como a frequecircncia de realizaccedilatildeo dos processos de adubaccedilatildeo satildeo diferentes e

na maioria dos casos essas quantidades satildeo determinadas empiricamente

4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a

Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio

de Presidente Figueiredo Amazonas

O estudo realizado nas quinze propriedades neste municiacutepio tambeacutem buscou

diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e

outros tipos de assistecircncias que por ventura os produtores rurais de banana possam receber

bem como a forma de organizaccedilatildeo do produtor rural se em associaccedilotildees ou cooperativas com

74

vistas a favorecer a disseminaccedilatildeo do conhecimento e o fortalecimento nas negociaccedilotildees

comerciais e de aquisiccedilatildeo de insumos (Tabela 4)

Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores

Safra 2012

Prop

Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor

Financeira(1)

Teacutecnica(2)

Inc Fisc(3)

Outros(4)

Associaccedilatildeo Cooperativa

1 -- -- -- -- -- --

2 -- -- -- x x --

3 -- x -- x -- x

4 -- -- -- x -- x

5 -- -- -- x -- x

6 -- -- -- x -- x

7 x x -- x x --

8 -- x -- x x --

9 -- -- -- x x --

10 -- -- -- x -- x

11 -- -- -- x x --

12 -- -- -- x x --

13 x x -- x -- x

14 -- x -- x -- x

15 -- -- -- x -- x

() (133) (333) (00) (933) (400) (533) (1)

Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)

Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)

Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)

Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc x Sim -- Natildeo

Fonte autora

Os dados da tabela 4 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades

financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou apenas dois dos

quinze produtores consultados propriedades 7 e 13 Os demais produtores natildeo realizaram

nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal

ou estadual para o incremento da produccedilatildeo

A ajuda teacutecnica alcanccedilou as propriedades 3 7 8 13 e 14 Destas quatro receberam

ajuda teacutecnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do

Estado do Amazonas ndash IDAM A exceccedilatildeo estaacute na propriedade 7 cuja ajuda veio da Empresa

Brasileira de Pesquisas Agropecuaacuterias ndash Embrapa Amazocircnia Ocidental

Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter

recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na alavancagem do

negoacutecio agriacutecola da banana

75

O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo dos governos nos processos da

sustentabilidade agriacutecola de produccedilatildeo da banana e para o municiacutepio de Presidente Figueiredo

constatou significativa expressatildeo nas trecircs esferas administrativas Uniatildeo Estado e Municiacutepio

no esforccedilo para garantir a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 4)

Somente o produtor da propriedade 1 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com

programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais produtores

estavam envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural

do Estado do Amazonas geridos pela Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash ADS como

forma de implementar o Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar PREME ndash

SEDUCSEMED para abastecimento da Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo e Qualidade do

Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo - SEMED e

Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos o Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos -

PAACONAB uma parceria do governo do Estado do Amazonas com o governo Federal

atraveacutes da Companhia Nacional de Abastecimento ndash CONAB

Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do

produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas

agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente de

disseminaccedilatildeo de tecnologias e aumento do poder de negociaccedilatildeo nas relaccedilotildees comerciais que

asseguram maior seguranccedila qualidade na produccedilatildeo e maior poder de negociaccedilatildeo e lucros nas

transaccedilotildees comerciais

Neste sentido os dados para o municiacutepio mostram que dos quinze produtores

analisados seis possuem representaccedilatildeo juriacutedica integrada agrave associaccedilatildeo comunitaacuteria onde estatildeo

alocados (propriedades 2 7 8 9 11 e 12) e oito satildeo ligados a alguma cooperativa agriacutecola

(propriedades 3 4 5 6 10 13 14 e 15) Apenas o produtor da propriedade 1 declarou natildeo

fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa (Tabela 4)

Ainda com base nos dados apresentados na tabela 4 se evidencia que as agecircncias de

fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram apenas 133 dos produtores inquiridos no

municiacutepio de Presidente Figueiredo enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e

se estendeu a 333 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como

PREMESEDUCSEMED PPACONAB e a implementaccedilatildeo de feiras do produtor rural

apresentaram significativa expressatildeo para o produtor contemplando 933 dos entrevistados

Destes 40 mantinham relaccedilotildees com a associaccedilatildeo da comunidade a que se integram e 533

satildeo integrados agrave uma cooperativa agriacutecola

76

4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da

Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento

O estudo analisou a cadeia de processamento das bananas observando a agregaccedilatildeo

de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de acondicionamento para o transporte e

a realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis

O resultado estaacute disposto na tabela 5

Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Higienizaccedilatildeo

das bananas

Embalagem p

transporte

Realiza

beneficiamento

Tipo de beneficiamento

Sim Cacho Caixa Sim Natildeo Doces Geleia Calda Chips

1 x x x x -- -- -- -- --

2 x x x x -- -- -- -- --

3 x x x x -- -- -- -- --

4 x x x x -- -- -- -- --

5 x x x x -- x x x --

6 x -- x x -- -- -- -- --

7 x x x x -- -- -- -- --

8 -- x -- x -- -- -- -- --

9 -- x -- x -- -- -- -- --

10 x x x x -- x x x --

11 x x x x -- -- -- -- --

12 x x x x -- -- -- -- --

13 x x x x -- -- -- -- --

14 x x x x -- -- -- -- --

15 x x x x -- -- -- -- --

() (867) (933) (867) (100) (--) (133) (133) (133) (00) x realiza -- natildeo realiza

Fonte autora

O processo de colheita das bananas exige a observaccedilatildeo de cuidados como a

disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte do bananal ao local de despencamento a higienizaccedilatildeo

dos frutos para descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a

forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as escoriaccedilotildees A observaccedilatildeo

destes cuidados agrega valor e favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos

De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo dos frutos deve ocorrer apoacutes

o despencamento pela imersatildeo destas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para

cada 100 litros de aacutegua) A lavagem vai remover os micro-organismos e precipitar a sika

A realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas pode evitar a perda na produccedilatildeo e

melhorar a renda dos produtores Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do

77

mercado para consumo in natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados

e os demais podem ser beneficiados para produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips

Dos 15 produtores consultados 13 afirmaram realizar a higienizaccedilatildeo das bananas

Apenas os produtores 8 e 9 natildeo realizavam este processo porque comercializavam a produccedilatildeo

direto nas feiras por unidades de cachos inteiros portanto natildeo despencavam e nem lavavam

os frutos (Tabela 5)

O acondicionamento dos frutos para transporte era feito de duas formas nos casos

em que os produtores comercializavam as bananas em cachos estes natildeo passavam pelo

processo de lavagem sendo transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em

que satildeo comercializadas por quilos ou unidades de pencas os cachos satildeo despencados ainda

na propriedade rural e as pencas satildeo lavadas e acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de

plaacutestico (de 15 a 20 kg) onde satildeo transportadas ateacute o local de repasse para o consumidor final

ou intermediaacuterio

Entre os produtores analisados somente o produtor da propriedade 6 natildeo

comercializava as bananas em cachos Nestes casos as bananas eram despencadas e

acondicionadas em caixas de papelatildeo com aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de

plaacutestico com 20 Kg As propriedades 8 e 9 comercializavam os cachos inteiros As demais

propriedades utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com

o PREME todos os fornecimentos satildeo feitos em caixa de papelatildeo ou plaacutestico Para outros

fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens podem ser transportados em cachos

Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores

afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem o uacutenico beneficiamento

realizado era a lavagem e acondicionamento dos frutos em embalagens especiacuteficas para o

transporte

No universo da pesquisa para este municiacutepio somente os produtores das

propriedades 5 e 10 realizam o beneficiamento dos produtos em agroinduacutestria com produccedilatildeo

de doces geleias e calda de bananas Trata-se de mesma empresa constituiacuteda por dois

produtores do municiacutepio de Presidente Figueiredo Nenhum dos entrevistados beneficia o

produto para transformaccedilatildeo em banana chips (Tabela 5) Este nicho de mercado jaacute eacute realidade

e registra boa aceitaccedilatildeo nos mercados do Norte do Brasil

A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que a higienizaccedilatildeo da banana eacute

realizada em mais de 86 das propriedades analisadas com acondicionamento para

transporte em caixas em 933 dos casos enquanto que 100 dos produtores realizam

78

algum tipo de beneficiamento nas bananas Poreacutem somente em pouco mais de 13 este

produto eacute transformado em outros subprodutos comercializaacuteveis (Tabela 5)

4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no

Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas

A tabela 6 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos

cultivos estudados considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e

consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o

acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas doenccedilas e de adubaccedilotildees

Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de

Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Conhecimento do produtor

Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo

Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel solo Cova Cobertura

01 x x x x -- -- x

02 x x x x -- x x

03 x x x x -- x x

04 x x x x -- -- x

05 x x x x -- -- x

06 x x x x -- -- x

07 x x x x -- -- x

08 x x x x -- -- x

09 x x x x -- -- x

10 x x x x -- x x

11 x x x x x x x

12 x x x x -- x x

13 x x x x -- -- x

14 x x x x -- x x

15 x x x x x x x

16 x x x x x x x

17 x x x x -- x x

18 x x x x -- x x

19 x x x x -- -- x

20 x x x x x x x

21 x x x x x x x

22 x x x x x x x

23 x x x x -- x x

24 x x x x x x x

25 x x x x -- x x

26 x x x x -- x x

27 x x x x -- -- x 28 x x x x x x x 29 x x x x x x x 30 x x x x -- x x

x Conhece -- Desconhece Fonte autora

79

Todos os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a

formaccedilatildeo dos cultivos e a densidade de plantas por hectare (Tabela 7) Poreacutem o que se

constatou em todas as propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o

espaccedilamento de 3 x 3 m contudo a quantidade de covas dispostas por hectare para este de

espaccedilamento resultaria numa quantidade de 1111 covasha o que natildeo foi observado na

realidade tendo em vista a variaccedilatildeo de 800 ateacute 1200 covasha (Tabela 1)

Em todas as propriedades envolvidas na pesquisa os produtores afirmaram ter

conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o controle de pragas e doenccedilas

nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a ocorrecircncia de pragas eou de

doenccedilas o que possivelmente se justifica pelo fato de estes cultivos serem constituiacutedos pelas

cultivares Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 que satildeo resistentes agrave sigatoka negra e sigatoka

amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis

ao Moko

Dos 30 produtores entrevistados somente nove realizaram anaacutelise do solo antes da

formaccedilatildeo dos cultivos (propriedades 11 15 16 20 21 22 24 28 e 29) para a determinaccedilatildeo

adequada da calagem e adubaccedilatildeo antes de iniciar o plantio Os demais afirmaram natildeo ter feito

a avaliaccedilatildeo do solo para nortear a aplicaccedilatildeo de calagem e adubaccedilatildeo de cova e de cobertura

sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Os produtores 1 4 5 6 7 8 9 13 19 e 27 natildeo

fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada nas demais propriedades Todos os proprietaacuterios

responderam realizar a adubaccedilatildeo de cobertura poreacutem as quantidades de aplicaccedilatildeo de calagem

e adubaccedilatildeo foram aplicadas de forma empiacuterica nos casos em que natildeo se realizou a anaacutelise do

solo (Tabela 6)

4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a

Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio

de Presidente Figueiredo no Amazonas

O estudo realizado nas trinta propriedades rurais produtoras de bananas no municiacutepio

do Rio Preto da Eva tambeacutem buscou diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos

financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e outros tipos de assistecircncia que por ventura

tenham recebido Os resultados da investigaccedilatildeo estatildeo expostos na tabela 7

Os dados da tabela 7 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades

financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou doze dos trinta

produtores consultados Os demais natildeo realizaram nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de

80

fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal estadual ou municipal para o incremento

da produccedilatildeo

Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais

em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas

Prop

Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor

Financeira(1)

Teacutecnica(2)

Inc Fisc(3)

Outros(4)

Associaccedilatildeo Cooperativa

1 -- x -- x -- x

2 -- -- -- -- -- --

3 -- x -- x x --

4 -- -- -- x -- x

5 -- -- -- x -- x

6 -- -- -- x -- x

7 -- -- -- x x --

8 -- -- -- x -- x

9 x x -- x -- x

10 x x -- x x x

11 -- x -- x x --

12 x x -- x x --

13 x x -- x x --

14 x x -- x x --

15 -- x -- x x --

16 x x -- x x --

17 x x -- x x --

18 x x -- x x --

19 x x -- x x --

20 -- x -- x x --

21 -- x -- x -- x

22 -- x -- x x x

23 -- x -- x x x

24 -- -- -- x x x

25 -- -- -- x x --

26 x x -- x x --

27 -- -- -- x x --

28 x x -- x x --

29 -- x -- x x x

30 x x -- x x x (1)

Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)

Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)

Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)

Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc

x Sim -- Natildeo

Fonte autora

A ajuda teacutecnica alcanccedilou 22 das 30 propriedades Toda a assistecircncia recebida veio

por intermeacutedio de agentes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal

Sustentaacutevel do Estado do Amazonas ndash IDAM

81

Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter

recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na implementaccedilatildeo

do negoacutecio agriacutecola da banana

O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo do governo nos processos agriacutecolas

quanto a sustentabilidade da produccedilatildeo da banana No Municiacutepio de Rio Preto da Eva foi

constatada significativa expressatildeo das trecircs esferas governamentais no esforccedilo para garantir a

comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 7)

Somente o produtor da propriedade 2 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com

programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais estavam

envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural Este

assunto seraacute melhor explorado quando analisarmos os dados de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

agriacutecola objeto de estudos futuros

Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do

produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas

agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente comerciais e

de processamentos dos produtos para entendermos o niacutevel de fortalecimento dos produtores

nas transaccedilotildees comerciais e na troca de informaccedilotildees e tecnologias

Neste sentido os dados para o Municiacutepio mostram que dos trinta produtores

analisados 16 satildeo membros da associaccedilatildeo da comunidade a qual pertencem e sete satildeo ligados

a alguma cooperativa agriacutecola Os produtores das propriedades 10 22 23 24 29 e 30

participam tanto da associaccedilatildeo comunitaacuteria quanto da cooperativa Apenas o produtor 2

declarou natildeo fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa

Ainda com base nos dados apresentados na tabela 7 se evidencia que as agecircncias de

fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram 40 dos produtores estudados no Municiacutepio

do Rio Preto da Eva enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e se estendeu a

70 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como PREMESDS

PAACONAB favoreceram significativamente o produtor na comercializaccedilatildeo dos produtos

contemplando 967 dos entrevistados

4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da

Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento

A pesquisa analisou a cadeia de processamento das bananas no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva observando a agregaccedilatildeo de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de

82

acondicionamento para o transporte e se era realizado algum tipo de beneficiamento nas

bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis Os resultados estatildeo expostos na

tabela 8

Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos

Acondicionamento para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas

Cultivadas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Higienizaccedilatildeo das

bananas

Embalagem p

transporte

Realiza

beneficiamento

Tipo de beneficiamento

Cacho Caixa Doces Geleia Calda Chips

1 x -- x x -- -- -- --

2 x -- x x -- -- -- --

3 x -- x x -- -- -- --

4 x -- x x -- -- -- --

5 x -- x x -- -- -- --

6 x -- x x -- -- -- --

7 x -- x x -- -- -- --

8 x -- x x -- -- -- --

9 x -- x x -- -- -- --

10 x -- x x -- -- -- --

11 x -- x x -- -- -- --

12 x -- x x -- -- -- --

13 x -- x x -- -- -- --

14 x -- x x -- -- -- --

15 x x x x -- -- -- --

16 x x x x -- -- -- --

17 x -- x x -- -- -- --

18 x -- x x -- -- -- --

19 x -- x x -- -- -- --

20 x -- x x -- -- -- --

21 x -- x x -- -- -- --

22 x -- x x -- -- -- --

23 x -- x x -- -- -- --

24 x -- x x -- -- -- --

25 x -- x x -- -- -- --

26 x -- x x -- -- -- --

27 x -- x x -- -- -- --

28 x -- x x -- -- -- --

29 x -- x x -- -- -- --

30 x -- x x -- -- -- --

() (1000) (933) (1000) (1000) (00) (00) (00) (00) x Sim -- Natildeo

Fonte autora

No Municiacutepio de Rio Preto da Eva tambeacutem foram estudados os processos de colheita

das bananas para identificar a disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte ao local de

despencamento a higienizaccedilatildeo dos frutos para descontaminaccedilatildeo por microrganismos e

precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as

83

escoriaccedilotildees nos frutos que prejudicam as vendas A observaccedilatildeo destes cuidados agrega valor e

favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos

De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo deve ocorrer apoacutes a

separaccedilatildeo dos frutos do engaccedilo processo conhecido como despencamento e pode ser

processado pela imersatildeo das pencas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para

cada 100 litros de aacutegua) A lavagem visa melhorar a higienizaccedilatildeo pela remoccedilatildeo de

microrganismos e remover e precipitar a sika

Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do mercado para consumo in

natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados e os demais podem ser

beneficiados para a produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips

Nas trinta propriedades consultadas neste municiacutepio todos os produtores afirmaram

realizar a higienizaccedilatildeo das bananas Neste processo ocorre a separaccedilatildeo das pencas do engaccedilo

(peduacutenculo que sustenta o cacho de frutas) e estas satildeo imersas em soluccedilatildeo agrave base de sulfato de

alumiacutenio e colocadas para secar aguardando os procedimentos de embalagem

O acondicionamento dos frutos para transporte eacute feito de duas formas nos casos em

que os produtores comercializam as bananas em cachos estes natildeo satildeo lavados sendo

transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em que satildeo comercializadas por

quilos ou unidades de pencas estas ainda na propriedade rural satildeo despencadas lavadas e

acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de plaacutestico sendo transportadas ateacute o local de

repasse para o mercado consumidor

Entre os produtores analisados somente as propriedades 15 e 16 comercializavam as

bananas em cachos geralmente para serem comercializados em feiras para intermediaacuterios

Todos os demais produtores armazenavam as bananas em caixas de papelatildeo com

aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de plaacutestico com 20 Kg As propriedades 15 e

16 utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com o

Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME todos os fornecimentos satildeo feitos

em caixa de papelatildeo Para outros fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens os frutos

podem ser transportados em cachos

Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores

afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem a uacutenica transformaccedilatildeo

realizada eacute a lavagem dos frutos e acondicionamento destes em embalagens especiacuteficas para o

transporte (Tabela 8)

84

No universo da pesquisa realizada neste municiacutepio natildeo foi identificada nenhuma

agroinduacutestria transformando as bananas em subprodutos como doces geleias calda ou

bananas chips apesar da boa aceitaccedilatildeo comercial para estes dois uacuteltimos nichos nos mercados

do Norte do Brasil Todas as bananas satildeo comercializadas in natura

A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que no municiacutepio de Rio Preto da

Eva referenciado pelo IDAM como um dos maiores produtores de bananas no Estado do

Amazonas a higienizaccedilatildeo das bananas eacute realizada em 100 das propriedades com

acondicionamento para transporte em caixas em 933 dos casos Em 100 das propriedades

estudadas os produtores realizam algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem em todas

elas as bananas foram comercializadas in natura natildeo tendo sido registrada nenhuma

agroinduacutestria para processamentos dos frutos e transformaccedilatildeo em subprodutos

comercializaacuteveis deixando de se agregar valor agrave produccedilatildeo (Tabela 8)

85

424 CONCLUSOtildeES

Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham

conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do

Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas

Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo sabiam sobre a necessidade da

adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana mas apenas sete deles sabiam da

necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro deles da necessidade de se fazer

uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente

A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes nas

propriedades rurais analisadas em Presidente Figueiredo embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais

Os produtores de banana de Presidente Figueiredo mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas

Os produtores de Presidente Figueiredo realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas

quando as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Apenas dois dos

15 produtores beneficiam a banana convertendo-a em subprodutos com valor agregado como

doces geleia e calda

Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva afirmaram que tinham conhecimento

quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e

quanto aos tratos culturais contra pragas e doenccedilas

Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo

de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da

adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas nove deles necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do

solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente

A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em cerca de metade das

propriedades rurais analisadas em Rio Preto da Eva embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais

Os produtores de banana de Rio Preto da Eva mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees

Os produtores de Rio Preto da Eva realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando

as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Toda a produccedilatildeo eacute

86

vendida na forma da fruta in natura natildeo a processando em subprodutos com valor agregado

como doces geleia e calda

87

43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO

DA EVA ESTADO DO AMAZONAS

Resumo

Embora a regiatildeo Norte apresente excelentes condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de

bananas de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa

eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita A bananicultura demanda a aplicaccedilatildeo de

tecnologias de produccedilatildeo que orientem para o adequado manejo do solo controle de pragas e

doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar

ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo e

contribua para o desenvolvimento da economia agriacutecola do Estado Nessa perspectiva se

insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas O estudo buscou conhecer as formas

de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola a categoria de compradores os locais de entrega dos

produtos os preccedilos de venda praticados na comercializaccedilatildeo a receita obtida pela venda dos

produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de renda da cultura da banana no acircmbito da

propriedade rural e do Municiacutepio Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel estimar quanto

os produtores deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas

para a cultura Em ambos os municiacutepios a comercializaccedilatildeo das bananas eacute feita atraveacutes de

cooperativas associaccedilotildees feiras ou intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo

processadas no atacado e no varejo em cachos ou em pencas com preccedilo meacutedio do cacho em

R$ 1400 e a penca variando de R$ 240 a R$ 260 Todos os produtores de banana dos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva analisados comercializam sua

produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo pelo varejo Predomina entre eles a

venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas produccedilotildees para a Cooperativa ou

Associaccedilatildeo a que pertencem Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com

alguns tambeacutem vendendo em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria

tambeacutem vende na forma de pencas Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que

os praticados pela Cooperativa ou Associaccedilatildeo As receitas obtidas pelos produtores dos dois

municiacutepios em Reais por hectare foram de R$1682800-R$1502200 nas vendas dos cachos

e R$2884800-R$2789800 nas vendas das pencas respectivamente em Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus

cultivos esses valores subiriam respectivamente para R$2333800 nas vendas dos cachos e

R$4000800-R$4334200 nas vendas das pencas

Palavras Chave Amazonas potencial econocircmico da banana tipos de comercializaccedilatildeo da

banana

88

Abstract

Although the Amazonia presents excellent climate and soil conditions to produce high quality

standard bananas we still need to overcome in large part the low production efficiency and

postharvest handling The banana cultivation demand the application of production

technologies to guide to the proper soil management pest and diseases and processing of

products to add value to provide real gains for the producer and improvements in quality of

life and peoples consumption and contribute to the development of the states agricultural

economy From this perspective fits the study strategy of banana cultivation in the

municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva state of Amazonas The study

sought to know the forms of marketing of agricultural yield the buyers category the local

delivery of products sales prices practiced in the market revenues from the sale of products

and estimate the potential for income generation of banana at the rural property and the city

Based on this information it was possible to estimate how much the producers failed to win

by not comply with the technical recommendations given to the culture In both counties the

marketing is done through cooperatives associations fairs or intermediaries Sales modes are

processed in wholesale and retail in clusters or bunches with an average price of R $ 1400

for clusters and the bunch ranging from R $ 240 to R $ 260 All banana producers analysed

in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva sell their wholesale

production with some also selling at retail Predominates among them selling to

intermediaries but also they negotiates their productions to the Cooperative or Association to

which they belong All them sell their production at their properties with some also selling at

fairs All sell in the form of bunches but most also sell in the form of bunches The prices

paid by intermediaries are higher than those practiced by the Cooperative or Association The

revenues earned by producers of the two municipalities in reais per hectare were R $

1682800 R $ 1502200 in sales of clusters and R$ 2884800 R$ 2789800 in sales of

bunches respectively in Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva If they had adopted

biotechnological technologies in their banana cultivation these values would rise respectively

to R $ 2333800 for clusters sales and R $ 4000800 R $ 4334200 for bunches sales

Key Words Amazonas economic potential of banana banana market types

89

431 INTRODUCcedilAtildeO

O Brasil ocupa a terceira posiccedilatildeo na produccedilatildeo mundial de frutas colhendo em torno

de 40 milhotildees de toneladas ano e destinando mais de 25 milhotildees de hectares para o seu

cultivo contribuindo com mais de R$10 bilhotildeesano para a economia do paiacutes (MAPA 2012)

contudo a produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte

demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem

resultados significativos na produccedilatildeo orientando para o adequado manejo do solo controle de

pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a

proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da

populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola

A agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do Amazonas

quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos produtivos e

gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo cuidados necessaacuterios na escolha

das sementes ou mudas observaccedilatildeo da densidade de plantas por hectare adubaccedilotildees rodiacutezio

de culturas para melhorar a fertilidade dos solos uso inadequado dos insumos agriacutecolas e

desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade procedimentos de preacute e poacutes colheita

ineficientes resultando em produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e

inexpressiva competitividade

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em

2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas onde se

produziu mais de 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade alcanccedilada eacute baixa (da

ordem de 10 tha) se comparada com as demais regiotildees brasileiras e com outros paiacuteses

produtores de bananas Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade

ligeiramente maior que a meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente

Nos demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em

2012

Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos

efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado do Amazonas em

especial no cultivo da banana que se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia

alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios O investimento na bananicultura pode

ser uma alternativa capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento

econocircmico e social do Estado do Amazonas e de seus Municiacutepios uma vez que dispotildee de

terras recursos hiacutedricos e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo dessa cultura

90

Neste sentido a observaccedilatildeo feita por Homma (2001) Homma (2006) e Homma e

Frazatildeo (2002) reflete tambeacutem a situaccedilatildeo vivida pela fruticultura na Amazocircnia que embora

tenha passado por importantes transformaccedilotildees na uacuteltima deacutecada com a ascensatildeo das frutas

nativas ateacute entatildeo de consumo essencialmente regional ainda demanda alternativas capazes de

aglutinar a inserccedilatildeo de tecnologias nos processos de produccedilatildeo agriacutecola e nas formas

gerenciais de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de insumos e de produtos para o consumo Aleacutem

disso haacute a necessidade de tornar real na cadeia produtiva agriacutecola o processamento e a

transformaccedilatildeo da produccedilatildeo em subprodutos com valor agregado para o fortalecimento do

negoacutecio agriacutecola e a transformaccedilatildeo do agricultor rural em empreendedor rural

Sachs (2008) em suas contribuiccedilotildees de alternativas para a promoccedilatildeo do

desenvolvimento nos adverte que o caminho mais promissor eacute o do desenvolvimento

endoacutegeno e inclusivo que embora demande vaacuterias poliacuteticas complementares permite o

aproveitamento do potencial poliacutetico econocircmico e social local desenhando modelos mais

competitivos e sustentaacuteveis de desenvolvimento

No Brasil este modelo endoacutegeno de desenvolvimento baseado na mobilizaccedilatildeo de

recursos internos afirma Sachs (2009) apresenta o potencial de recursos naturais e condiccedilotildees

climaacuteticas especialmente na Amazocircnia por sua diversidade e complexidade sociocultural

como forte aliado na promoccedilatildeo do desenvolvimento econocircmico e social Para isto eacute mister a

priorizaccedilatildeo da modernizaccedilatildeo agriacutecola pela adoccedilatildeo de tecnologias capazes de aumentar a

produtividade e qualidade dos produtos a melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a

qualidade de vida dos agricultores e que tambeacutem seja capaz de elevar o compartilhamento de

accedilotildees entre os produtores como forma de dinamizar o uso dos recursos e das tecnologias

disponiacuteveis

Becker (2009) em suas reflexotildees sobre alternativas de desenvolvimento para a

Amazocircnia chama a atenccedilatildeo para a necessidade de transformar o agricultor familiar em

empreendedor rural ao que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel que este deve

priorizar o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo individual ou seja compartilhando

os recursos e as tecnologias disponiacuteveis Neste sentido Mello (2009) adverte que o primeiro

dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo agriacutecola e de comeacutercio onde

o primeiro eacute baseado em processos rudimentares de produccedilatildeo e o segundo na transferecircncia de

produtos sem agregaccedilatildeo de valor

Embora a regiatildeo Norte apresente boas condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de

banana de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa

91

eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita Satildeo vaacuterios os problemas que afetam a

bananicultura dessa regiatildeo que de modo geral apresenta baixo niacutevel de tecnificaccedilatildeo

resultando em produtividade baixa e frutos com pouca qualidade

Neste sentido acredita-se que a elaboraccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo para o cultivo

da banana no Estado do Amazonas que possa aglutinar alternativas poliacuteticas econocircmicas e

sociais capazes de ampliar as oportunidades para o produtor comerciante e consumidor e

ainda de contribuir para alavancar o crescimento qualitativo e quantitativo dessa cultura se

apresenta como uma estrateacutegia viaacutevel para o desenvolvimento dos municiacutepios do Estado

Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas com o

objetivo de analisar as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores a comercializaccedilatildeo dos

produtos e aquisiccedilatildeo de insumos o processamento da produccedilatildeo para agregaccedilatildeo de valor e os

tipos de produtos comercializados para entender qual o niacutevel de organizaccedilatildeo social dos

produtores para a interaccedilatildeo de tecnologias e favorecimento nas negociaccedilotildees comerciais

relacionadas aos cultivos de bananeiras nos municiacutepios em estudo

92

432 MATERIAL E MEacuteTODOS

4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa consistiu da

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados aos produtores rurais de bananas agraves agroinduacutestrias agraves

empresas e pessoas fiacutesicas intermediaacuterias na comercializaccedilatildeo (em feiras de Manaus e dos

municiacutepios em estudo) bem como entrevistas semiestruturadas como forma de obter o

diagnoacutestico da produccedilatildeo e da comercializaccedilatildeo de bananas nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

Os questionaacuterios estruturados inquiriram dois segmentos da cadeia produtiva da

banana o acircmbito agriacutecola e o acircmbito econocircmico na esfera da comercializaccedilatildeo dos produtos

para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e

Presidente Figueiredo no Amazonas conforme quadro 1

No contexto econocircmico foram estudadas as formas de organizaccedilatildeo social dos

produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos (associaccedilotildees cooperativas

agroinduacutestria ou independentes) como forma de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e qual o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos produtos

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Acircmbito Econocircmico

Organizaccedilatildeo Social Comercializaccedilatildeo Tipos de produtos

comercializados

Fatores de

agregaccedilatildeo de valor

- Associaccedilotildees

- Cooperativas

- Agroinduacutestria

- Independentes

- Formas de

comercializaccedilatildeo

- Locais de entrega dos

produtos

- Categoria de

compradores

- Preccedilos de venda dos

produtos

- Receita bruta

- Frutos in natura

- Subprodutos

- Bananas em cacho

- Bananas em penca

- Transformaccedilatildeo dos

produtos

Fonte autora

O estudo buscou conhecer as formas de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola

(atacado eou varejo) a categoria de compradores envolvidos na comercializaccedilatildeo destes

produtos (se cooperativas empresas ou intermediaacuterios) os locais de entrega dos produtos (se

93

na propriedade rural ou no empreendimento do comprador) e os preccedilos de venda praticados

na comercializaccedilatildeo como forma de identificar o niacutevel de organizaccedilatildeo e fortalecimento dos

produtores rurais a receita obtida pela venda dos produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de

renda da cultura da banana no acircmbito da propriedade rural e do Municiacutepio Neste momento se

buscava conhecer os fatores favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis dentro do processo de

comercializaccedilatildeo e quais os subprodutos comercializados

Outro aspecto analisado foi os tipos de produtos comercializados pelo produtor rural

para compreender se no acircmbito da propriedade rural estaacute sendo feito algum tipo de

beneficiamento no produto transformando-o em um subproduto comercializaacutevel como forma

de agregar valor e diversificar a produccedilatildeo fortalecendo a cadeia produtiva inquirindo os

produtores rurais sobre os produtos comercializados se frutos in natura ou processados a fim

de identificar quais os produtos ou subprodutos comercializados e qual o destino dado aos

resiacuteduos gerados Nesta etapa foi verificado qual o tipo de beneficiamento se mecanizado ou

manual

Para complementar os dados sobre a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo tambeacutem foram

verificados os agentes envolvidos no processo se associaccedilatildeo cooperativas empresas privadas

ou intermediaacuterios sem representatividade juriacutedica e para cada agente foi verificado o preccedilo

negociado em cada produto oferecido

Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel mensurar a produccedilatildeo meacutedia de bananas por

hectare em cada municiacutepio e rendimento econocircmico dos produtores com o cultivo de

bananeiras Estas informaccedilotildees nos permitiram avaliar qual a produccedilatildeo alcanccedilada nas aacutereas

amostradas em cada municiacutepio estudado e comparaacute-las com a produccedilatildeo desejada com base

nas indicaccedilotildees de produtividade orientada pela bibliografia e estimar quanto os produtores

deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas para a cultura

4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa foram selecionadas 15 propriedades rurais produtoras

de bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva

dentre aquelas de cultivos essencialmente comercial dada a necessidade de obtenccedilatildeo de dados

sobre a comercializaccedilatildeo de produtos e subprodutos da bananicultura

O estudo buscou englobar as lideranccedilas comunitaacuterias das propriedades investigadas as

associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias envolvidas no processo de produccedilatildeo da banana

bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para tanto os

94

liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de agroinduacutestrias

intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de comercializaccedilatildeo das

bananas

4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringiu ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva onde estatildeo alocadas as propriedades

rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio possui

respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da

populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram

respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus Nestes

municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos produtores rurais

A definiccedilatildeo destes locais para a coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o

maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das

decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em

2012 estes dois municiacutepios detinham 121 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que

possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os

dois municiacutepios selecionados satildeo referenciados pelo IBGE como o segundo e o quarto

maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois municiacutepios foram

responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde foram produzidas

1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais

distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria

de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do

municiacutepio

95

Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados

quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O

levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo

direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de

julho de 2013 a junho de 2014

Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico onde seratildeo

verificados os dados gerais sobre produccedilatildeo e produtividade das bananas as tecnologias de preacute

e poacutes colheita a agregaccedilatildeo de valor e transformaccedilatildeo da produccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo dos

produtos

O estudo foi estruturado em revisatildeo bibliograacutefica sobre a temaacutetica em estudo e

entrevistas e aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos atores do processo de produccedilatildeo de bananas e das

poliacuteticas voltadas para o setor nos municiacutepios de Manaus Rio preto da Eva e Presidente

Figueiredo e evidecircncias empiacutericas colhidas e observadas em instituiccedilotildees e processos afins A

coleta de dados foi concentrada em questionaacuterios semiestruturados e abertos aplicados aos

atores selecionados

96

433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente

Figueiredo Amazonas

A tabela 1 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de

Presidente Figueiredo nas 15 propriedades envolvidas na pesquisa

A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Presidente

Figueiredo comprovou que a produccedilatildeo era comercializada atraveacutes das cooperativas

associaccedilotildees comunitaacuterias ou por meio de intermediaacuterios e eram vendidas no atacado e no

varejo

Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Amazonas Safra 2012

x Sim -- Natildeo

Fonte autora Em alguns casos o mesmo proprietaacuterio transferia seus produtos para o mercado

atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 7 8 e 9)

ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 2 11 12 e 15) Em outros casos um mesmo

produtor negociava nas trecircs modalidades (propriedades 7 8 e 9)

Dos produtores analisados somente o produtor 1 natildeo mantinha viacutenculo nem com a

associaccedilatildeo de produtores rurais do municiacutepio nem com a cooperativa agriacutecola

Pro

pri

edad

e

Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)

Co

op

erat

iva

Ass

oci

accedilatildeo

Inte

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ras

Cac

ho

(R

$u

n)

Pen

ca (

R$

un

)

Co

op

erat

iva

(R$

kg

)

Ass

oci

accedilatildeo

(R$

kg

)

01 -- -- x X x x -- -- X 1500 200 -- --

02 -- x x X x x -- -- X 2000 300 099 --

03 x -- -- X x x -- -- X 1500 250 099 --

04 x -- x X -- x -- -- X 1200 -- 099 --

05 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --

06 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --

07 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110

08 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110

09 x x x X x x -- -- -- 2000 250 099 110

10 x -- x X -- x -- -- -- 1000 300 099 --

11 -- x x X -- x -- -- -- 700 -- -- 110

12 -- x x X x x -- -- -- 700 200 -- 110

13 x -- -- X x x -- -- X 1500 200 099 --

14 x -- x X x x -- -- X 1500 300 099 --

15 -- x x X x x -- -- X 1200 200 -- 110

Meacutedia (1400) (240) (099) (110)

67 47 87 100 53 100 7 -- 47 -- -- -- --

97

comercializando sua produccedilatildeo de bananas diretamente com intermediaacuterios no mercado nas

feiras ou atacadistas de Presidente Figueiredo e Manaus

Os produtores 3 e 13 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a cooperativa e

nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e tambeacutem tinham dificuldades para

comercializar com intermediaacuterios visto que natildeo tinham ponto de venda nas feiras

Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e nos casos das propriedades

1 2 3 9 12 13 14 e 15 tambeacutem comercializavam as bananas no varejo em feiras da Vila de

Balbina e dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Manaus

Entre os produtores entrevistados 67 estavam vinculados agrave Cooperativa de

Produtores Rurais do Uatumatilde ndash CPUUatumatilde principal cooperativa do Municiacutepio e 47

tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades juriacutedicas estavam

integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME do governo federal

e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento ndash

PAACONAB razatildeo que motiva os produtores a se vincularem agrave cooperativa eou agrave

associaccedilatildeo para comercializarem os produtos visto que tanto o PREME como o

PAACONAB soacute negociam com pessoas juriacutedicas

Do universo da pesquisa 87 dos produtores negociavam diretamente com os

intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo

A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que todos os produtores vendiam

no atacado e 53 tambeacutem as realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no

proacuteprio municiacutepio

Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se

que em 100 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se

responsabilizando pelo transporte da produccedilatildeo sem incidecircncia de custo para o produtor Nos

casos em que a negociaccedilatildeo era feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores estas se

responsabilizavam pelo transporte da propriedade ateacute a sede da empresa e para isto recebiam

ajuda da prefeitura do municiacutepio que cedia seus caminhotildees e motorista ficando a cargo da

empresa apenas o abastecimento de combustiacutevel

Em 47 dos casos os produtores entregavam o produto nas feiras por ocasiatildeo das

vendas no varejo para os produtores que detinham bancas para este fim nas feiras de

produtores rurais poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos programas do

governo de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de transporte da

propriedade ateacute as feiras

98

As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Os cachos eram

negociados por preccedilos variando de R$ 500 (propriedades 5 e 6) a R$ 2000 (propriedades 2

7 8 e 9) As negociaccedilotildees com preccedilos mais baixos se deram nos casos em que a venda era feita

no atacado para intermediaacuterios com entrega do produto na propriedade rural ou seja custo

de transporte de responsabilidade do comprador Se as vendas se processavam nas feiras era

possiacutevel se obter preccedilos melhores pelos cachos mesmo nos casos de venda no atacado para

intermediaacuterios

O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200

(propriedades 1 12 13 e 15) a R$ 300 (propriedades 2 10 e 14)

Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa dentro do programa

PREMESDSSEDUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 099 o quilo

Neste municiacutepio a CPUUatumatilde natildeo negocia com a CONAB devido ao prazo de repasse de

pagamento ser mais demorado em relaccedilatildeo aos demais programas (informaccedilotildees verbal)2

Quando a negociaccedilatildeo era feita com a associaccedilatildeo de produtores rurais esta negociava

com a CONAB e repassava para o produtor o valor de R$ 110 por kg (propriedades 7 8 9

11 12 e 15) proporcionando maiores ganhos em relaccedilatildeo agraves negociaccedilotildees feitas atraveacutes da

Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDSAMPREME

A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio Preto da

Eva comprovou que a produccedilatildeo eacute comercializada atraveacutes da cooperativa associaccedilatildeo ou

intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo processadas no atacado e no varejo

4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Amazonas

A tabela 2 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio

Preto da Eva nas 30 propriedades envolvidas na pesquisa

Em alguns casos a mesma propriedade transferia seus produtos para o mercado

atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 22 23 24

28 29 e 30) ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 3 7 11-30) Em outros casos um

mesmo produtor negocia nas trecircs modalidades (propriedades 22 23 24 28 29 e 30)

Dos trinta produtores analisados neste municiacutepio todos mantinham viacutenculo ou com a

cooperativa ou com a associaccedilatildeo e em alguns casos foram registrados aqueles que mantinham

2 Informaccedilotildees fornecidas pela Cooperativa CPUUATUMAtilde localizada no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

no Amazonas - 2013

99

relaccedilotildees com ambas as organizaccedilotildees juriacutedicas natildeo sendo identificada nenhuma propriedade

que trabalhava de forma isolada sem este amparo organizacional

Os produtores 1 4 5 6 8 9 e 10 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a

cooperativa e nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e estes exceto o produtor 4

tambeacutem comercializavam seus produtos nas feiras do produtor no proacuteprio municiacutepio e em

Manaus com intermediaacuterios e consumidores finais por vendas no atacado e no varejo

Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no

Amazonas Safra 2012

x Sim -- Natildeo

Fonte autora

Pro

pri

edad

e

Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)

Co

op

erat

iva

Ass

oci

accedilatildeo

Inte

rmed

iaacuteri

o

Ata

cado

Var

ejo

(Fei

ras)

Pro

pri

edad

e

Ru

ral

Pro

pri

edad

e

com

pra

dor

Fei

ras

Cac

ho

(R$

un)

Pen

cas

(R$

un)

Associaccedilatildeo ou

Cooperativa

(R$Kg)

CONAB SDS

01 x -- x x x -- x x 1700 250 074 100

02 -- -- x x x -- -- x 1500 200 -- --

03 -- x x x x -- x x 1200 200 074 100

04 x -- x x -- x x -- 1000 -- 074 100

05 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100

06 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100

07 -- x x x -- -- x -- 1000 -- 074 100

08 x -- x x x -- x x 1800 250 074 100

09 x -- x x x x x x 1500 300 074 100

10 x -- x x x x x x 1800 300 074 100

11 -- x x x x -- x x 2000 300 070 100

12 -- x x x x -- x x 1800 250 070 100

13 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100

14 -- x x x -- x x -- 1500 -- 070 100

15 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100

16 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100

17 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100

18 -- x x x -- x x x 1200 -- 070 100

19 -- x x x x -- x x 1500 300 070 100

20 -- x x x -- x x -- 1200 -- 070 100

21 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

22 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

23 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

24 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100

25 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

26 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

27 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

28 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100

29 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

30 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

Meacutedias -- -- -- -- -- -- -- --

1400 260 068 100

43 77 93 97 50 53 63 57 -- -- -- --

100

Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e as propriedades 1 2 3 5 6

8 9 10 11 12 13 15 16 17 e 19 tambeacutem comercializam a banana no varejo em feiras do

Rio Preto e de Manaus

Dos trinta produtores entrevistados 43 estavam vinculados agrave Cooperativa de

Produtores Rurais do Novo Horizonte ou no ramal do Banco principais cooperativas do

Municiacutepio e 77 tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades

juriacutedicas estavam integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME

do governo federal e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de

Abastecimento ndash PPACONAB Do universo da pesquisa 93 dos produtores negociavam

diretamente com os intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo

A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que em 100 das propriedades

verificou-se que se processavam vendas no atacado e 50 dos produtores tambeacutem as

realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no proacuteprio municiacutepio

Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se

que em 53 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se

responsabilizando pelos custos do transporte da produccedilatildeo Nos casos em que a negociaccedilatildeo era

feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores essas despesas com o transporte da

produccedilatildeo era de responsabilidade da cooperativa ou associaccedilatildeo

Em 53 das propriedades estudadas o produtor natildeo arcava com os custos de entrega

dos produtos visto que os compradores retiravam as bananas na propriedade rural e em 63

das negociaccedilotildees os produtos eram entregues na propriedade do comprador incluindo-se aqui

as vendas realizadas nas feiras situaccedilatildeo em que os custos ficavam por conta do produtor

poreacutem sem incidir no produto uma vez que eram assistidos pelo governo com o

fornecimento de apoio logiacutestico

Em 57 dos casos os produtores transportavam as bananas para as feiras onde

realizavam as vendas no varejo Poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos

programas governamentais de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de

transporte da propriedade ateacute os locais de comercializaccedilatildeo

As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Nos casos em que

eram vendidas em cachos estes eram negociados ao preccedilo meacutedio que variou de R$ 1000

(propriedades 4 7 22 23 25 e 26) a R$ 1800 (propriedades 8 10 12 13 e 16) As variaccedilotildees

de preccedilos se justificam pelas diversas modalidades de vendas e pela relaccedilatildeo com o local de

entrega do produto Nos casos em que a venda era feita no atacado para intermediaacuterios com

101

entrega do produto na propriedade rural ou seja custo de transporte sob a responsabilidade

do comprador foi onde se identificou os preccedilos mais baixos (propriedades 4 22 23 25 e 26)

Se as vendas se processavam nas feiras era possiacutevel alcanccedilar preccedilos mais altos pelos cachos

das bananas mesmo nos casos de venda no atacado e para intermediaacuterios (propriedades 1 8

10 11 12 13 e 16)

O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200

(propriedades 2 3 5 e 6) a R$ 300 (propriedades 9 10 11 13 16 e 19) (Tabela 2)

Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa ou associaccedilatildeo dentro do

programa PREMESDSSECUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 100 o

quilo nas propriedades do ramal Novo Horizonte (propriedades de 1-10) enquanto que nas

negociaccedilotildees com o PPACONAB o preccedilo para o produtor era de R$ 074kg

As propriedades 11-20 localizadas no ramal da ZF-9 natildeo possuiacuteam ainda uma

cooperativa Estes estavam organizados apenas em associaccedilatildeo comunitaacuteria e vendiam para a

CONAB e a SDS repassando para o produtor a importacircncia de R$ 070 e R$ 100 o quilo

respectivamente

As propriedades 21-30 correspondem ao ramal do Banco e estavam organizadas

tanto em cooperativa como associaccedilatildeo negociando com a CONAB e SDS repassando para o

produtor a quantia de R$ 060 e R$ 100 respectivamente por cada quilo vendido

4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

A expressatildeo econocircmica das bananas pode ser avaliada pela aacuterea plantada pelo

volume produzido e comercializado pela capacidade de processamento da produccedilatildeo para

transformaccedilatildeo em subprodutos com valor comercial pelos tratos culturais e ainda pela

disponibilidade e demanda de tecnologias disponiacuteveis para fortalecer a cultura

Analisando o rendimento da bananicultura nas aacutereas amostradas no municiacutepio de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva verificou-se que a produtividade de frutos medidos

em toneladas por hectareano ficou muito abaixo dos valores alcanccedilados por Arruda et al

(2004) e Pereira et al (2006) Nesta anaacutelise tomou-se por base de preccedilo os que foram

praticados nos respectivos municiacutepios no periacuteodo analisado conforme tabelas 1 e 2 Os

resultados estatildeo dispostos na tabela 3

102

Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas

Aacutereas Amostradas Safra 2012

Situaccedilatildeo Real nas propriedades

Propriedades rurais nos municiacutepios

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva

Aacuterea amostrada (ha) 605 830

Densidade meacutedia de plantasha (un) 1202 1073

Cachoshaa (un) 1202 1073

Peso meacutedio do cacho (kg) 121 131

Pencashaa (un) 12020 10730

Peso meacutedio da penca (kg) 12 13

Produtividade (thaa) 145 141

Cachos (R$haa) 1682800 1502200

Pencas (R$haa) 2884800 2789800 () Com base no preccedilo meacutedio de venda praticado nos municipios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

no Amazonas (Tabelas 1 e 2)

Fonte autora

Os produtores avaliados nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

mantinham cultivos com produccedilatildeo meacutedia de 1202 cachoshaa com 12020 pencashaa e

peso meacutedio de 12 kg cada penca no primeiro municiacutepio e 1073 cachoshaa com 10730

pencashaa e peso meacutedio de 13 kg cada penca no segundo municiacutepio considerando cultivos

a partir do segundo ciclo produtivo O peso meacutedio por cacho nestes municiacutepios na mesma

ordem foi de 121 kgcacho (Tabela 1) e 131 kgcacho (Tabela 2)

A receita meacutedia obtida pela venda das bananas em cachos foi de R$ 1682800haa

em Presidente Figueiredo e R$ 1502200haa no Rio Preto da Eva Se a venda fosse

processada no varejo o total obtido pela comercializaccedilatildeo das pencas seria de R$

2884800haa e R$ 2789800haa para os respectivos municiacutepios (Tabela 3)

No total da aacuterea amostrada no Municiacutepio de Rio Preto da Eva natildeo foi encontrado

nenhum produtor rural que realizasse o processamento das bananas para transformaccedilatildeo em

produtos comercializaacuteveis como doces geleias calda ou banana chips Neste municiacutepio

toda a produccedilatildeo de banana das propriedades analisadas era comercializada in natura em

cachos ou em pencas no atacado ou no varejo Em Presidente Figueiredo entre os produtores

analisados foram identificados dois produtores que transformavam a banana em doces e

fabricavam caldas de bananas na uacutenica agroinduacutestria encontrada no municiacutepio Nas demais

propriedades as bananas eram vendidas in natura ao preccedilo meacutedio de venda de R$ 1400 o

cacho em ambos os municiacutepios e de R$ 240 e R$ 260 a penca nos respectivos municiacutepios

sendo esta a uacutenica forma de obtenccedilatildeo de receita com a cultura (Tabelas 1 2 e 3)

103

4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das

Bananas por Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas

Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) analisando plantios com espaccedilamentos de

4 x 2 x 2 m e densidade de 1667 plantas por hectare a partir do segundo ciclo produtivo

registraram rendimentos de frutos na ordem de 50 thaa A produccedilatildeo de cachos foi de 1667

por hectare ano com peso meacutedio de 30 kg cada O total de pencas foi de 16670haa cada

uma pesando em meacutedia 30 kg

Com base no preccedilo meacutedio de venda do cacho e da penca (R$ 1400 e R$ 240) em

Presidente Figueiredo e R$ 1400 e R$ 260 no Rio Preto da Eva (Tabelas 1 e 2) foi feita uma

projeccedilatildeo hipoteacutetica de quanto seria a receita meacutedia por hectare cultivado com banana nos

municiacutepios estudados Os resultados estatildeo dispostos na tabela 4

A receita de venda obtida com base nos dados de Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) e o preccedilo meacutedio de venda dos cachos nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva seriam respectivamente de R$ 2333800haa em cada municiacutepio Se a

produccedilatildeo fosse comercializada em pencas seriam obtidos R$ 4000800haa e de R$

4334200haa nos respectivos municiacutepios (Tabela 4)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare

Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012

Propriedades rurais nos municiacutepios

Recomendaccedilatildeo teacutecnica (1)

Pres Figueiredo Rio Preto da Eva

Densidade de plantasha (un) 1667 1667

Cachoshaa (un) 1667 1667

Peso do cacho (kg) 300 300

Pencashaa (un) 16670 16670

Peso da penca (kg) 30 30

Frutos (thaa) (1)

500 500

Cachos (R$haa) 2333800 2333800

Pencas (R$haa) 4000800 4334200 (1)

Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte autora

4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare

Cultivado nas Aacutereas Amostradas

Analisando a situaccedilatildeo real de produtividade e receita meacutedia dos cultivos estudados

se observa receita pela venda dos cachos de aproximadamente R$ 1682800haa e se a

produccedilatildeo foi comercializada em pencas a receita obtida foi de R$ 2884800haa nas

propriedades de Presidente Figueiredo Os produtores de Rio Preto da Eva obteriam receita de

104

R$ 1502200haa se fossem vendidos os cachos e R$ 2789800haa para as vendas em

pencas (Tabela 3)

Considerando a produtividade meacutedia alcanccedilada por Arruda et al (2004) e Pereira et

al (2006) constantes na tabela 4 (recomendaccedilatildeo teacutecnica) foi calculada a diferenccedila de receita

que representa o que os produtores deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com

bananas Para tal foram considerados em ambos os casos os pesos e os preccedilos meacutedios de

vendas dos cachos e das pencas obtidos nos municiacutepios estudados e subtraiacutedos da

recomendaccedilatildeo teacutecnica Os dados estatildeo dispostos na tabela 5

Analisando esses dados foi possiacutevel calcular quanto os produtores amostrados

deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com bananas por natildeo seguirem as

recomendaccedilotildees teacutecnicas de distribuiccedilatildeo espacial e densidade de plantio e de manejo do solo

(adubaccedilatildeo) Ainda tomando por base o referencial de produccedilatildeo de Arruda et al (2004) e

Pereira et al (2006) verifica-se que os produtores amostrados em Presidente Figueiredo

poderiam incorporar agrave sua produtividade mais de 460 cachos de bananas por haa isto

representaria um acreacutescimo em suas receitas de mais de R$ 650000 para cada hectare

cultivado com bananas considerando-se a comercializaccedilatildeo dos cachos Esses valores sobem

para mais de 4600 pencas produzidas e R$ 1116000haa se comercializassem as bananas

por pencas (Tabela 5)

Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por

Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva

Diferenccedilas de Receita

Recomendaccedilatildeo teacutecnica(1)

ndash Situaccedilatildeo Real

Cachoshaa (un) 465 594

Pencashaa (un) 4650 5940

Cachos (R$haa) 651000 831600

Pencas (R$haa) 1116000 1544400 (1)

Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte autora

Se o mesmo referencial de produtividade for aplicado para a produccedilatildeo de Rio Preto

da Eva as diferenccedilas de rendas do que os produtores conseguiram obter para as que poderiam

alcanccedilar satildeo ainda maiores conforme pode ser observado pelos dados na tabela 5 para este

municiacutepio A diferenccedila de produtividade seria de 594 cachos por haa ou 5940 pencashaa

Isto representaria uma diferenccedila de receita caso a produccedilatildeo fosse vendida em cachos de R$

831600haa ou de R$ 1544400haa caso a produccedilatildeo fosse transacionada em pencas

105

Com essa diferenccedila de receita para cada hectare bem manejado eacute possiacutevel investir

em insumos agriacutecolas matildeo-de-obra e tecnologias capazes de dinamizar a produccedilatildeo nos

cultivos de bananeiras jaacute implantados e ainda sobra uma renda suplementar bem elevada para

o produtor rural estimulando-o ainda mais a investir nessa cultura de grande importacircncia

econocircmica e social para o Estado do Amazonas Se esses valores forem multiplicados pelos

hectares plantados com bananeiras em cada propriedade percebe-se que vale a pena investir

nas tecnologias insumos e teacutecnicas existentes para melhorar a produtividade dos bananais

nestes municiacutepios visto que existe mercado consumidor consolidado para a banana que

ocupa o 2deg lugar na preferecircncia do consumo de frutas no Brasil

4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel

Com base nesses dados procedeu-se aos caacutelculos de quanto os produtores de cada

municiacutepio obteriam se todas as aacutereas cultivadas com bananeiras fossem recuperadas e

adequadas agraves recomendaccedilotildees teacutecnicas e alcanccedilassem as produtividades meacutedias atingidas por

Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) e jaacute comprovadas tambeacutem em algumas regiotildees

brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia alguns locais na Bahia e Minas Gerais

(SILVA NETO 2011)

Os dados da tabela 6 mostram a realidade alcanccedilada pelos produtores que participaram

do presente estudo considerando suas aacutereas cultivadas totais e os seus potenciais caso

investissem no manejo adequado das bananeiras em suas propriedades

A situaccedilatildeo real das propriedades analisadas nos indica que a aacuterea amostrada em

Presidente Figueiredo foi de 605 hectares onde foram produzidas 991 toneladas de bananas

na safra de 2012 A produtividade meacutedia para esta aacuterea foi de 160 tha superando a meacutedia do

Estado que eacute de 120 tha No Rio Preto da Eva a aacuterea amostrada foi 830 ha e a produccedilatildeo de

1152 t com produtividade de 14 tha tambeacutem superior agrave do Estado Segundo dados do IBGE

(2013) a produtividade meacutedia para ambos os municiacutepios na safra de 2012 foi de 12 tha

Nas aacutereas amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva respectivamente

foram produzidos cerca de 30000 e 34900 cachos de bananas na safra de 2012 com

aproximadamente 300000 e 349000 mil pencas

Considerando o preccedilo meacutedio de venda de cada municiacutepio de R$ 1400 o cacho os

produtores rurais da aacuterea estudada obtiveram receita da ordem de R$ 420 e R$ 488 mil reais

Se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas tambeacutem considerando o preccedilo meacutedio de

106

venda das pencas em cada municiacutepio de R$ 240 e R$ 260 nesta ordem para Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva a receita obtida seria de R$ 720 e R$ 907 mil reais

Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas

45 Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012

Variaacuteveis

Situaccedilatildeo real nas propriedades

rurais avaliadas nos municiacutepios

Estado do

Amazonas Presidente

Figueiredo

Rio Preto da

Eva

Situaccedilatildeo real nas propriedades

Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440

Produccedilatildeo na aacuterea amostradasafra (ta) 991 1152 63745

Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 160 140 120

Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un)2 30000 34900 1931667

Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400 (4)

Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un)2 300000 349000 --

Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

cacho (R$100)3

420000 488600 27043338

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

pencas (R$100)3

720000 907400 --

Recomendaccedilatildeo teacutecnica1

Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440

Produccedilatildeo na aacuterea amostradaa (t) 3025 4150 277000

Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 500 500 500

Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un) 91667 125758 8393939

Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400

Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un) 916667 1257576 --

Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

cacho (R$100) 1283333 1760606 117515152

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

pencas (R$100) 2200000 3269697 --

Diferenccedilas de Renda

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos) 863333 1272006 90471814

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas) 1480000 2362297 --

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos)ha 1426997 1532537 90471814

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas)ha 2446281 2846141 -- (

1) Com base nas indicaccedilotildees de densidade e produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) (Tabela 2)

(2) Considerando o peso meacutedio do cacho indicado por Gasparotto et al (2003) Tabela 3

(3) Com base no preccedilo meacutedio de vendas dos municiacutepios em estudo

Fonte autora

Com base nestes dados foi possiacutevel imaginar uma situaccedilatildeo hipoteacutetica caso estes

produtores aplicassem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas por Pereira et al (2006)

e alcanccedilassem a produtividade indicada por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) na

mesma aacuterea amostrada em cada municiacutepio seriam produzidas 50 toneladas de bananas por

hectare e isto renderia em meacutedia 91667 cachos de banana e 916667 pencas que quando

comercializados renderiam para o municiacutepio de Presidente Figueiredo mais de R$

107

128300000 para vendas em cachos e se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas a

receita estimada seria de R$ 2200000 O municiacutepio de Rio Preto da Eva nos 830 ha

cultivados produziria 125758 cachos e 1257576 pencas pelos quais obteria receita

estimada respectivamente de R$ 176060600 e R$ 326969700 (Tabela 6)

Analisando a situaccedilatildeo real nas propriedades estudadas e comparando com a

recomendaccedilatildeo teacutecnica eacute possiacutevel observar quanto os produtores rurais deixaram de ganhar

por natildeo aplicarem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas para os cultivos de

bananeiras O municiacutepio de Presidente Figueiredo somente nos 605 hectares estudados

deixou de arrecadar mais de R$ 863 mil reais caso vendesse a produccedilatildeo em cachos e mais de

R$ 1480 mil para vendas das bananas em pencas No municiacutepio de Rio Preto da Eva nos

830 ha cultivados os produtores deixaram de arrecadar mais de R$ 1272 mil reais para a

venda em cachos e mais de R$ 2362 mil para vendas em pencas

Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos

e ineficiecircncia nos processos de comercializaccedilatildeo das bananas visto que cada hectare cultivado

com bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo mantidos os mesmos preccedilos de venda

alcanccedilado na safra de 2012 poderia arrecadar mais R$ 1426997 para venda em cachos e R$

2446281 caso a produccedilatildeo fosse vendida em pencas O Municiacutepio de Rio Preto da Eva

mantidas as mesmas condiccedilotildees em cada hectare cultivado poderia arrecadar mais R$

1532537 para vendas em cachos e R$ 2846141 para vendas em pencas (Tabela 6)

108

434 CONCLUSOtildeES

Todos os produtores de banana dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva analisados comercializam sua produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo

pelo varejo

Predomina entre eles a venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas

produccedilotildees para a Cooperativa ou Associaccedilatildeo a que pertencem

Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com alguns tambeacutem vendendo

em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria tambeacutem vende na forma de

pencas

Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que os praticados pela

Cooperativa ou Associaccedilatildeo

As receitas obtidas pelos produtores dos dois municiacutepios em Reais por hectare foram

de R$ 1682800 - R$1502200 nas vendas dos cachos e R$ 2884800 - R$ 2789800 nas

vendas das pencas respectivamente em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus cultivos eou observado as

orientaccedilotildees teacutecnicas de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos esses valores subiriam

respectivamente para R$ 2333800 nas vendas dos cachos e R$ 4000800 - R$ 4334200 nas

vendas das pencas

No municiacutepio de Presidente Figueiredo nos 605 ha cultivados com bananeiras os

produtores obtiveram receita de R$ 101809400 para vendas em cachos e R$ 174530400

para vendas em pencas Esses produtores deixam de ganhar R$ 39385500 com as vendas em

cacho e R$ 67518000 com as vendas em pencas devido agraves baixas produtividades

alcanccediladas No Rio Preto da Eva nos 803 ha cultivados as perdas foram de R$ 69022800 e

R$ 128185200 para a venda em cachos e pencas respectivamente

109

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA

BANANA NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE

FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Resumo

A anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos seus ambientes institucional

organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua estrutura e funcionamento e a

forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que compotildeem a cadeia Este estudo visou

identificar os ambientes da cadeia produtiva da banana em dois municiacutepios do Estado do

Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional organizacional e produtivo

da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores no processo de

desenvolvimento local para o fortalecimento dessa cultura agriacutecola Foram aplicados

questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva na safra de 2012 Aleacutem disso foram

obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no presente trabalho No

Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais e estaduais responsaacuteveis pelo fornecimento

de suporte logiacutestico financeiro educacional de sauacutede e teacutecnico para consolidar os elos da

cadeia produtiva da banana Com todo o arcabouccedilo dessas instituiccedilotildees e competecircncias era de

se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva

consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual Essas instituiccedilotildees natildeo

alcanccedilam a maioria dos produtores de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva Sem uma assistecircncia adequada os produtores tem dificuldades de adquirir

insumos agriacutecolas conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas Se houvesse

uma consolidaccedilatildeo dos fluxos dentro da cadeia com um envolvimento maior das instituiccedilotildees

com os produtores e esses entre si na forma de Cooperativas e Associaccedilotildees niacuteveis bem mais

elevados de produtividade da banana no Amazonas poderiam ser alcanccedilados

Palavras Chave Produccedilatildeo rural Cooperativas rurais Associaccedilotildees rurais Produtores rurais

instituiccedilotildees puacuteblicas

110

Abstract

Analysis of agricultural production chains from their environments - institutional

organizational and productive permit our understanding of its structure and functioning and

the form of intra and inter interaction actors and environments that make up the chain This

study aimed to identify the design of the banana production chain in two municipalities in the

State of Amazonas and present the composition of institutional environments organizational

and production thereof and the role to be played by these actors in the local development

process from the strengthening of this fruit cultivation Questionnaires were used in 15 farms

who grow bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 in Rio Preto da Eva

harvest of 2012 Also it was obtained information in the sites of the institutionorganization

cited in this study The results indicated that in the Amazonas state federal and state

institutions act to give full logistical financial educational helth and technical support to

consolidate the links in the banana chain production With all the framework and expertise of

these institutions would expect a highly favorable environment for the establishment of a

consolidated supply chain for any activity of the state agricultural sector These institutions do

not reach the majority of banana producers in the municipalities of Presidente Figueiredo and

Rio Preto da Eva Without adequate assistance producers have difficulties to acquire

agricultural inputs knowledge drain and to commercialize their bananas production If there

was a consolidation of flows within the chain with greater involvement of institutions with

producers and these with each other in the form of cooperatives and associations higher

levels of banana productivity could be achieved in the Amazonas State

Key words Rural production rural cooperatives rural associations rural producers public

institutions

111

441 INTRODUCcedilAtildeO

Nos uacuteltimos anos o Brasil apresentou expressivo crescimento no comeacutercio

internacional do agronegoacutecio e consolidou sua posiccedilatildeo como um dos maiores produtores e

exportadores de alimentos e produtos agriacutecolas do planeta comercializando sua produccedilatildeo em

mais de 200 paiacuteses (MAPA 2013) Contudo o setor agriacutecola no Brasil vem passando por um

processo de reorganizaccedilatildeo especialmente na reestruturaccedilatildeo das cadeias produtivas para se

tornarem mais aacutegeis inovadoras e modernas como forma de se tornarem competitivas e

alcanccedilar o mercado global (BARRETO FILHO 2000) Essas circunstacircncias demandam

estudos que busquem entender a integralizaccedilatildeo do processo de desenvolvimento local a partir

das cadeias de suprimentos das cadeias produtivas da governanccedila e das alianccedilas estrateacutegicas

viabilizando a criaccedilatildeo de alternativas capazes de potencializar os recursos endoacutegenos

disponiacuteveis conforme enfatizado por Sachs (2009)

O estudo da organizaccedilatildeo administrativa da cadeia produtiva eacute o ponto de partida para

a anaacutelise do seu desempenho de forma a possibilitar a descriccedilatildeo das condiccedilotildees em que a

dinacircmica da produccedilatildeo e do mercado as regras governamentais e outros fatores influenciam a

performance da produccedilatildeo Desta forma a anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos

seus ambientes institucional organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua

estrutura e funcionamento e a forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que

compotildeem a cadeia

Este estudo busca identificar o desenho da cadeia produtiva da banana em dois

municiacutepios do Estado do Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional

organizacional e produtivo da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores

no processo de desenvolvimento local a partir do fortalecimento dessa cultura agriacutecola O

estudo possibilita conhecer os elementos que compotildeem o sistema produtivo dessa espeacutecie nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas assim como

identificar as interaccedilotildees cooperaccedilotildees e aprendizados entre eles e a contribuiccedilatildeo desse

processo para consolidaccedilatildeo do sistema produtivo da banana e consequente desenvolvimento

local

112

442 MATERIAL E MEacuteTODOS

4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

A cadeia produtiva reflete-se no conjunto de elementos que interagem em um

processo produtivo para a oferta de produtos eou serviccedilos ao mercado consumidor

envolvendo o emprego de trabalho e tecnologia

Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa foi delineada

a partir dos ambientes macros essenciais para o funcionamento da produccedilatildeo agriacutecola em

cadeia permitindo identificar os elementos e atores componentes de cada ambiente do sistema

produtivo com suas relaccedilotildees fluxos e dinacircmica de funcionamento no contexto dos Municiacutepios

em estudo Posteriormente todos os elos da cadeia produtiva foram contextualizados nos seus

objetivos e finalidades especiacuteficas como forma de empreender um funcionamento satisfatoacuterio

de sistema produtivo que servisse de base comparativa ao sistema ou processo real de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva no Amazonas

O mapeamento dos ambientes da cadeia produtiva busca identificar os elementos

envolvidos no processo de produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios pesquisados identificando os

atores econocircmicos poliacuteticos e sociais o ambiente institucional organizacional e produtivo

que constituem a estrutura de produccedilatildeo dessa cultura Estes elementos permitiram analisar

como se processa a governanccedila a interaccedilatildeo a cooperaccedilatildeo e o aprendizado entre as partes do

sistema e compreender como ocorre o dinamismo da competividade da atividade produtiva

deste segmento

4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve

dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos institucionais

organizacionais e produtivos com o fim de conhecer quais as forccedilas atuantes neste processo e

se elas contribuem para o desenvolvimento sustentaacutevel do local onde estatildeo inseridas

No que concerne agrave dimensatildeo da cadeia produtiva da banana foram delimitados os

ambientes da cadeia produtiva a partir do diagrama esquemaacutetico de sistema produtivo

agriacutecola desenvolvido por Zylbersztajn (1994) e verificados os elementos envolvidos em

cada ambiente e que contribuem com a produccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos seus produtos A

anaacutelise envolveu a observaccedilatildeo das instituiccedilotildees para a formaccedilatildeo de poliacuteticas relacionadas agrave

cultivos agriacutecolas as organizaccedilotildees executoras dessas poliacuteticas e o ambiente da produccedilatildeo

113

propriamente dito representado pelas propriedades agriacutecolas os fornecedores de insumos as

induacutestrias de transformaccedilatildeo dos produtos a comercializaccedilatildeo e os fluxos decorrentes do

processo e seus elos Esta anaacutelise possibilitou o desenho do mapa do sistema agriacutecola

desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios em estudo

Em seguida com base na anaacutelise processada foram elencados os principais atores da

cadeia e posteriormente foi feita uma contextualizaccedilatildeo da atividade desenvolvida por cada

elemento atuante no processo categorizando as diferentes atividades e as formas como se

relacionam a interaccedilatildeo a intervenccedilatildeo e a governanccedila entre os atores observando os objetivos

de cada um e a forma como se inserem e atuam no sistema conforme Quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em

acordo com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva no Amazonas

Ambientes da Cadeia Produtiva da Banana

Institucional Produtivo Organizacional Fluxos

- Leis

- Regulamentos

- Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Municipal

- Insumos de

produccedilatildeo

- Produccedilatildeo

- Processamento

- Comercializaccedilatildeo

- Mercados

- Serviccedilos de apoio

Teacutecnico

Institucional

Mercadoloacutegico

- Infraestrutura

Transporte

Armazenamento

- Fiacutesicos

- Financeiros

- Tecnoloacutegicos

- Informaccedilotildees

- Conhecimentos

Fonte autora

Na expectativa de delinear um padratildeo comparativo para o processo de produccedilatildeo de

bananas foram elencadas as variaacuteveis que compotildeem os ambientes institucional produtivo e

organizacional do sistema de produccedilatildeo de forma a aglutinar as leis poliacuteticas puacuteblicas

insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo propriamente dita ndash que se efetivam nas propriedades rurais

- os mercados os serviccedilos de apoio teacutecnico institucional e mercadoloacutegico a infraestrutura

necessaacuteria bem como os fluxos fiacutesicos do produto tecnoloacutegicos de informaccedilotildees e

conhecimentos que fortalecem a cadeia de produccedilatildeo

Por fim foi analisada a situaccedilatildeo real no processo produtivo da banana nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva para cada elemento previamente

delineado como forma de mensurar o niacutevel de estruturaccedilatildeo e fortalecimento da cadeia

produtiva da banana e como ela se insere na economia local nacional e internacional sua

trajetoacuteria evolutiva os condicionantes e natureza da atividade produtiva as especificidades

dos processos de aprendizagem e das trocas de conhecimentos relacionados ao negoacutecio

agriacutecola dessa cultura e o modo como esses processos satildeo afetados pelas poliacuteticas existentes

114

4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Com base na orientaccedilatildeo bibliograacutefica que subsidiou este trabalho foram caracterizadas

as dimensotildees e os atores componentes do sistema produtivo agriacutecola da banana para os

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1

Para isso foram aplicados questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no

municiacutepio de Presidente Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva safra de 2012

Aleacutem disso foram obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no

presente trabalho Em seguida se procedeu agraves anaacutelises nessas instituiccedilotildees que compotildeem cada

ambiente da cadeia produtiva no acircmbito federal estadual e municipal buscando nas suas

competecircncias organizacionais aquelas que as relacionassem ao sistema produtivo agriacutecola da

banana nos municiacutepios em estudo

A partir desse levantamento foi possiacutevel identificar os ambientes e elementos

essenciais para o desenvolvimento da produccedilatildeo agriacutecola da banana em condiccedilatildeo ideal que

funcionando de forma satisfatoacuteria seria capaz de contribuir para o desenvolvimento dos

municiacutepios em estudo

Na anaacutelise as dimensotildees institucional agriacutecola organizacional e os fluxos de

informaccedilotildees foram cruzados na tentativa de compreender a interaccedilatildeo entre o setor produtivo e

as forccedilas atuantes no processo considerando as propriedades rurais produtoras de bananas as

instituiccedilotildees e organizaccedilotildees envolvidas no processo de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo o

desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas as instituiccedilotildees de ensino e pesquisas o apoio teacutecnico a

infraestrutura e os fluxos envolvidos no contexto

Para a anaacutelise da situaccedilatildeo real da produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios estudados

foram analisados os fluxos de interaccedilatildeo entre os elementos que compotildeem o sistema onde

foram delimitados quatro nuances de contato entre os elementos inexistecircncia de contato

contato moderado contato intenso e contato eficaz a partir da percepccedilatildeo dos produtores

rurais inqueridos na pesquisa

A inexistecircncia de contato foi identificada pela natildeo atuaccedilatildeo de determinado ator com

accedilatildeo objetiva agrave outros componentes do sistema deixando de proceder contato com os

mesmos O contato moderado se reportava agravequeles presentes entre os atores poreacutem com

resultado ineficaz comprometendo o desenvolvimento do sistema O contato intenso

apontava os casos em que a interaccedilatildeo contribuiacutea para o desenvolvimento do sistema poreacutem

ainda de forma ineficaz O fluxo de contato eficaz traduzia os casos de perfeita interaccedilatildeo entre

115

os atores ou elementos contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento do sistema

produtivo da banana

4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos

quantitativos A anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas e

objetivos das instituiccedilotildees envolvidas no sistema de produccedilatildeo da banana A anaacutelise quantitativa

torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no acircmbito financeiro e

mercadoloacutegico da cadeia

Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas

pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo

exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) caracteriza-se por proporcionar um maior

conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da

investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa

443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4431 Sistema Produtivo Agriacutecola

No agronegoacutecio a exigecircncia ascendente do mercado competitivo motivou a

reorganizaccedilatildeo das cadeias produtivas como determinante de sobrevivecircncia Na regiatildeo Norte

onde as culturas agriacutecola e extrativista satildeo concorrentes o desafio eacute ainda maior e as

probabilidades de Ecircxito seratildeo mais favoraacuteveis caso se consiga aglutinar os esforccedilos de todos

os ambientes e atores do sistema produtivo

No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de

elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e em

que cada um dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute

maior do que o que as unidades poderiam ter caso funcionassem independentemente

Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as

relaccedilotildees entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990

CARAVANTES et al 2005 CHIAVENATO 2011)

O sistema produtivo do agronegoacutecio deve ser trabalhado desde as instituiccedilotildees que

desenvolvem as poliacuteticas puacuteblicas a oferta de insumos as propriedades agriacutecolas as

agroinduacutestrias o escoamento da produccedilatildeo e o mercado consumidor Essa cadeia aglutina os

serviccedilos de apoio como pesquisa assistecircncia teacutecnica processamento transporte

116

comercializaccedilatildeo creacutedito distribuidores industrializaccedilatildeo e consumidor final (GASQUES et

al 2004)

A Figura 1 apresenta de forma simplificada o panorama sistecircmico da produccedilatildeo

agriacutecola com seus ambientes e fluxos interativos

Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola

Fonte Zylbersztajn (1994) Adaptada pela autora

Neste estudo a cadeia produtiva agriacutecola eacute tratada como um sistema produtivo A

gestatildeo de um sistema deve focar a maximizaccedilatildeo da produccedilatildeo a minimizaccedilatildeo dos custos

maior eficiecircncia e eficaacutecia especialmente na qualidade dos produtos e na produtividade para

garantir a competividade e a sustentabilidade do sistema no ambiente no qual estaacute inserida

Para isto eacute preciso que os atores envolvidos tenham visatildeo holiacutestica de toda a cadeia para que

possam identificar os possiacuteveis inter-relacionamentos a fim de traccedilarem suas estrateacutegias de

forma conjunta em um modelo de accedilatildeo colaborativa e natildeo individual

Este sistema produtivo (Figura 1) configura-se como um todo organizado

constituiacutedo de partes integradas que podem ou natildeo interagir com o meio externo e que sejam

interdependentes para o seu pleno funcionamento Eacute constituiacutedo dos ambientes institucional

organizacional e produtivo e cada um possui seus proacuteprios subsistemas que se relacionam e

estatildeo integrados ao todo

O ambiente institucional abrange as leis e normas que regulamentam o sistema A ele

cabe a responsabilidade de desenhar poliacuteticas puacuteblicas que priorizem o desenvolvimento

econocircmico e social do paiacutes Se a diretriz mestra desses atores for o desenvolvimento a partir

das potencialidades locais isto demandaraacute uma governanccedila mais eficiente visto que seraacute

necessaacuterio conhecer as potencialidades endoacutegenas de cada regiatildeo Estas poliacuteticas deveratildeo ser

executadas pelas instituiccedilotildees que compotildeem o ambiente organizacional e deveraacute ser

Ambiente Institucional (leis regulamentos poliacutet governamental etc)

Ambiente Organizacional (serviccedilos de apoio teacutecnico)

Insumos

Produccedilatildeo Processamento Comercializaccedilatildeo

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

Fluxos fiacutesicos Am

bie

nte

pro

du

tivo

117

convergente para o setor produtivo que na visatildeo global da cadeia se apresenta com o papel

fundamental de realizar o maacuteximo de interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo com os demais atores envolvidos

no processo Este fator eacute determinante para que o ambiente produtivo se torne competitivo ao

niacutevel da reduccedilatildeo de custos ampliaccedilatildeo dos ganhos e oferta de produtos em qualidade e

quantidade que satisfaccedila o consumidor

O acircmbito organizacional comporta as instituiccedilotildees de apoio teacutecnico de ensino

pesquisa extensatildeo e demais instituiccedilotildees responsaacuteveis pela execuccedilatildeo das poliacuteticas leis e

normas oriundas do ambiente institucional O melhor desempenho destes dois sistemas se

daraacute pela soacutelida articulaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees e os elementos constitutivos destes ambientes

onde o primeiro fundamenta o segundo e este fornece os subsiacutedios para a consecuccedilatildeo dos

objetivos daquele

O ambiente produtivo apresenta-se como o principal sistema na hierarquia de

funcionamento do todo funciona como o motor de todo o sistema integrando diversos

subsistemas que interagem fornecendo subsiacutedios para o seu funcionamento e sustentaccedilatildeo

Estaacute constituiacutedo por empresas fornecedoras de insumos pela produccedilatildeo primaacuteria propriamente

dita - que neste estudo abrange as propriedades agriacutecolas - pelo ambiente de processamento e

transformaccedilatildeo dos produtos e o ambiente comercial com as empresas de escoamento da

produccedilatildeo e os elementos de transferecircncia dos produtos ateacute o consumidor final Entre estes

ambientes coexistem os fluxos financeiros e de informaccedilotildees e os fluxos fiacutesicos

De acordo com o exposto eacute mister que todo este conjunto de componentes ou sistemas

interativos esteja dinamicamente relacionado objetivando suprir o consumidor final de

determinado produto ou serviccedilo do ambiente agriacutecola (BERTALANFFY 1975 SPPEDING

1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e CHIAVENATO 2011)

4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola

A cadeia produtiva traduz-se em um conjunto articulado de atividades poliacuteticas

econocircmicas e sociais como consequecircncia da relaccedilatildeo em termos de mercados entre

tecnologia organizaccedilatildeo e capital A sua visualizaccedilatildeo efetiva-se como uma sucessatildeo de

operaccedilotildees de transformaccedilatildeo dissociaacuteveis capazes de ser separadas e ligadas entre si por um

encadeamento teacutecnico (PIRES 2001) Eacute entendida como um conjunto de relaccedilotildees comerciais e

financeiras que estabelecem entre todos os segmentos um fluxo de troca entre fornecedores e

clientes ou seja um conjunto de accedilotildees econocircmicas poliacuteticas e sociais que regulam a

valorizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo e asseguram a articulaccedilatildeo das operaccedilotildees

118

A anaacutelise de uma cadeia produtiva necessita da observaccedilatildeo dos ambientes

institucional organizacional e produtivo e a forma como se processa os fluxos fiacutesicos e de

informaccedilotildees nesse sistema

O ambiente institucional eacute constituiacutedo pelas normas e leis federais estaduais e

municipais aleacutem da cultura dos costumes e saberes local da sociedade que envolve e

influencia os ambientes O ambiente organizacional engloba as estruturas que satildeo criadas para

dar suporte ao funcionamento das cadeias produtivas O ambiente produtivo apresenta-se

como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana nos municiacutepios em estudo

A Figura 2 apresenta o sistema desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas envolvendo

trecircs ambientes distintos institucional produtivo e organizacional Em cada um destes estatildeo

inseridas empresas eou instituiccedilotildees com caracteriacutesticas e objetivos distintos entre si poreacutem

semelhantes nas suas finalidades que eacute a consolidaccedilatildeo do sistema produtivo agriacutecola da

banana

119

0

Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas

Fonte autora

Insumos

Produccedilatildeo Processamento

Calcaacuterio

Implementos

agriacutecolas

Pesticidas

Fertilizantes

Propriedades

agriacutecolas

Cultivos de

bananeiras

Comercializaccedilatildeo

Acessoacuterios

agriacutecolas

Bioinduacutestrias

Agroinduacutestrias

Cooperativas

Empresas

Associaccedilotildees

Mercado

Nacional

Mercado

Internacional

Mercado

Local

Mercado

Regional Varejo

Fluxos fiacutesicos

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

IDAM

INPA

UFAM

UEA MMA

MIDIC SEPROR MAPAEMBRAPA

SEBRAE

SUFRAMA (MDIC)

MS

SEPLANCTI MMA MDIC MAPA

SEPLANCTI

Atacado

INST

ITU

CIO

NA

L P

RO

DU

TIV

O

OR

GA

NIZ

AC

ION

AL

AFEAM BASA BNDES

FAPEAM

INSTIT FINANCEIRAS (BB BASA BNDES) IPAAM (SDS) INCRA (MDA)

SDS

CONAB

SUDAM

MME

MIN

120

44321 Ambiente Institucional

O ambiente institucional agrega instituiccedilotildees que estabelecem leis e normas que

regulamentam o sistema produtivo agriacutecola em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e da

sociedade devendo atuar de forma transversal e democraacutetica aglutinando os interesses

nacional regional estadual e municipal em defesa do desenvolvimento do paiacutes e do

equiliacutebrio social ambiental econocircmico politico e territorial como forma de garantir a defesa

e bem estar da sociedade e do territoacuterio

Ao se analisar as atribuiccedilotildees do Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA e do Instituto

de proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas - IPAAM com suas funccedilotildees de controle do

desmatamento regional e definiccedilatildeo da localizaccedilatildeo e extensatildeo das aacutereas cultivadas bem como

do Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria - INCRA com suas atribuiccedilotildees

fundiaacuterias no Amazonas conforme contido em seus ambientes institucionais percebe-se que

desenvolvem poliacuteticas capazes de interferir na cadeia produtiva do setor primaacuterio e portanto

da banana Do mesmo modo a Secretaria de Planejamento Ciecircncia e Tecnologia do

Amazonas - SEPLANCTI o Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio -

MDIC e a Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus ndash SUFRAMA podem ter uma

influecircncia expressiva e positiva se usarem suas competecircncias na formulaccedilatildeo de poliacuteticas

puacuteblicas que favoreccedilam os produtores agriacutecolas regionais atuando de forma coordenada e

integrada O suprimento de energia eleacutetrica e de estradas eou hidrovias para o escoamento da

produccedilatildeo agriacutecola podem ser citadas como importantes para o processo de integraccedilatildeo dos

produtores no contexto do desenvolvimento regional accedilotildees essas de responsabilidade do

Ministeacuterio das Minas e Energia - MME e Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN A

SUDAM com sede em Beleacutem tambeacutem pode ser inserida nesse contexto de poliacuteticas puacuteblicas

O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA a Secretaria de

Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas - SDS e Secretaria de Produccedilatildeo e Extensatildeo Rural

- SEPROR por outro lado devem atuar de forma integrada para que os produtores tenham

todo o apoio teacutecnico necessaacuterio para que suas propriedades aproveitem da maneira mais

produtiva possiacutevel suas aacutereas cultivadas quer suprindo informaccedilotildees de manejo do solo das

culturas das pragas e doenccedilas como tambeacutem orientaccedilotildees sobre o mercado consumidor local

regional e se possiacutevel ateacute o nacional e o internacional Com isso os produtores podem ter

uma visatildeo mais completa de como se inserem no sistema produtivo podendo assim planejar

com mais competecircncia suas accedilotildees futuras O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) tambeacutem tem um

papel importante no sistema produtivo pois a regiatildeo eacute propensa a ocorrecircncia de doenccedilas

121

principalmente as que tecircm alguns insetos como vetores (malaacuteria dengue leishmaniose etc)

capazes de causar impactos altamente elevados em assentamentos de produtores dificultando

suas atuaccedilotildees no meio rural Por fim eacute necessaacuterio citar as instituiccedilotildees financeiras como o

Banco da Amazocircnia SA - BASA Banco do Brasil - BB Banco Nacional de

Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES etc responsaacuteveis por financiamentos da

produccedilatildeo agriacutecola do Estado

Quando se analisa o aspecto organizacional do modelo de cadeia produtiva

identificando as instituiccedilotildees executoras das poliacuteticas puacuteblicas aleacutem das jaacute citadas acima

encontramos as Instituiccedilotildees de Ensino Superior -IES (UFAM UEA IFAM INPA Embrapa)

as de fomento agrave pesquisa e agrave produccedilatildeo (FAPEAM BASA SUDAM SUFRAMA BNDES)

aleacutem de apoio teacutecnico aos produtores (IDAMSEPROR SDS SEBRAE Prefeituras

Municipais) e ainda a AFEAM que fornece treinamento e creacuteditos para os setores da

economia do Amazonas e a CONAB com suas assistecircncias teacutecnicas e aquisiccedilatildeo de produtos

por preccedilos compatiacuteveis ao produtor e ao mercado consumidor

Se essa estrutura estivesse atuando de forma integrada coordenada e organizada

seria de se esperar que os elos da cadeia produtiva de qualquer produto agriacutecola pudessem

estar consolidados e contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento sustentaacutevel

regional

Os produtores teriam apoio governamental para a obtenccedilatildeo de creacuteditos e o mercado

local teria condiccedilotildees de proporcionar a preccedilos adequados todos os insumos necessaacuterios para

alavancar suas produtividades a niacuteveis elevados em quantidade e qualidade e de forma

sustentaacutevel em condiccedilotildees de competitividade com os mercados de outras regiotildees do paiacutes

criando um ciacuterculo virtuoso de desenvolvimento agriacutecola que beneficiaria todos os envolvidos

no processo inclusive a sociedade regional Os produtores estariam bem organizados em

Associaccedilotildees e Cooperativas e haveria espaccedilo para a atuaccedilatildeo de Agroinduacutestrias e

Bioinduacutestrias que processariam a banana transformando parte da produccedilatildeo em subprodutos

com maior valor agregado como doces geleias fritas ships aproveitando quase toda ou toda

a produccedilatildeo da cultura gerando mais empregos e divisas para a regiatildeo

Associaccedilotildees e Cooperativas mais consolidadas poderiam significar maior potencial

dos produtores atingirem os mercados regionais nacional e ateacute internacional com maior

competitividade e eficiecircncia garantindo a eles maiores preccedilos e maior seguranccedila na venda de

sua produccedilatildeo com os excedentes sendo exportados e trazendo mais divisas para o Estado que

dispotildee de recursos hiacutedricos terras e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo da banana

122

A seguir foram descritas de forma mais detalhada as competecircncias de cada uma dessas

instituiccedilotildees para se ter uma noccedilatildeo mais exata dos seus perfis de atuaccedilatildeo visando identificar

melhor seus papeacuteis no sistema produtivo da banana no Estado do Amazonas

O Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA atua no desenvolvimento e implementaccedilatildeo

da poliacutetica nacional do meio ambiente e dos recursos hiacutedricos na poliacutetica de preservaccedilatildeo

conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacutevel de ecossistemas e da biodiversidade na proposiccedilatildeo de

estrateacutegias mecanismos e instrumentos econocircmicos e sociais para a melhoria da qualidade

ambiental e do uso sustentaacutevel dos recursos naturais no desenvolvimento de poliacuteticas para a

integraccedilatildeo do meio ambiente e da produccedilatildeo nas poliacuteticas e programas ambientais para a

Amazocircnia Legal e no Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico - ZEE como oacutergatildeo gestor normativo

dos processos de implantaccedilatildeo dos ZEEs pelos Estados (MMA 2015)

O MMA eacute responsaacutevel por promover a adoccedilatildeo de princiacutepios e estrateacutegias para o

conhecimento a proteccedilatildeo e a recuperaccedilatildeo do meio ambiente o uso sustentaacutevel dos recursos

naturais a valorizaccedilatildeo dos serviccedilos ambientais e a inserccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

na formulaccedilatildeo e na implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de forma transversal compartilhada

participativa e democraacutetica em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e sociedade

trabalhando de forma integrada as questotildees sociais ambientais e econocircmicas Figura 3

Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no

ambiente institucional Fonte MMA (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA tem papel

importante na gestatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo agrave agropecuaacuteria a exemplo do

Programa Nacional da Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisiccedilatildeo de

alimentos ndash PAA entre outros Deve fomentar o agronegoacutecio e regular a normatizaccedilatildeo de

MMA

Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente

Poliacutetica Nacional dos Rec Hiacutedricos

Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso dos

Ecossistemas

Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso da

Biodiversidade

Poliacuteticas para a Amazocircnia Legal

Gestatildeo Normativa dos ZEEs

Meio Ambiente

Soci

edad

e Eco

no

mia

123

serviccedilos vinculados ao setor agriacutecola agrave pecuaacuteria e ao abastecimento contemplando o

pequeno o meacutedio e o grande produtor rural e deve tambeacutem reunir atividades de suprimento

de bens e serviccedilos relacionados a estes setores bem como o processamento a transformaccedilatildeo

e a distribuiccedilatildeo de produtos de origem agropecuaacuteria ateacute o consumidor final MAPA (2015)

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash EMBRAPA e a Companhia

Nacional de Abastecimento ndash CONAB por exemplo satildeo empresas puacuteblicas que atuam sob a

gerecircncia e coordenaccedilatildeo do MAPA que tambeacutem eacute organizado em secretarias responsaacuteveis

pelos diferentes setores do agronegoacutecio brasileiro a exemplo da Secretaria de Defesa

Agropecuaacuteria ndash SDA e a Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI

(MAPA 2015)

A CONAB visa contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do

produtor rural participando da formulaccedilatildeo das poliacuteticas agriacutecola e de abastecimento Por meio

de suas atividades busca proporcionar a geraccedilatildeo de valor ao produtor rural disponibilizando

preccedilo renda e a regulaccedilatildeo do abastecimento e apoio no fortalecimento e organizaccedilatildeo do setor

Ao consumidor final proporciona o acesso aos alimentos baacutesicos no comeacutercio varejista a

preccedilos acessiacuteveis

O MAPA natildeo restringe suas atividades ao acircmbito agropecuaacuterio Embora concentre

neste setor o foco principal de suas atividades sua estrateacutegia de gestatildeo busca integrar os

aspectos mercadoloacutegicos tecnoloacutegicos cientiacuteficos ambientais e organizacionais dos setores

produtivo do abastecimento da armazenagem e do transporte de safras aleacutem da gestatildeo da

poliacutetica econocircmica e financeira do agronegoacutecio Todo este esforccedilo visa garantir a seguranccedila

alimentar da populaccedilatildeo brasileira e a produccedilatildeo de excedentes para exportaccedilatildeo como forma de

fortalecer o setor produtivo nacional e favorecer a inserccedilatildeo do Brasil no mercado

internacional

A Secretaria de Defesa Agropecuaacuteria ndash SDA eacute responsaacutevel pela execuccedilatildeo das accedilotildees

de Estado para a prevenccedilatildeo controle e erradicaccedilatildeo de doenccedilas animais e de pragas vegetais

que afetam a agropecuaacuteria com vistas a assegurar a origem a conformidade e a seguranccedila dos

produtos de origem animal e vegetal destinados agrave alimentaccedilatildeo humana ou animal e tambeacutem a

idoneidade dos insumos em uso na agricultura e pecuaacuteria brasileira (MAPA 2015)

A SDA tambeacutem participa da formulaccedilatildeo da poliacutetica agriacutecola planejando

normatizando coordenando e supervisionando as atividades de defesa agropecuaacuteria em todo o

Territoacuterio nacional Eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do Sistema Unificado de Atenccedilatildeo agrave

124

Sanidade Agropecuaacuteria ndash SUASA do sistema brasileiro de inspeccedilatildeo de produtos de origem

animal vegetal e de insumos agropecuaacuterios (MAPA 2015)

Na produccedilatildeo vegetal a Secretaria responde pela vigilacircncia fitossanitaacuteria inspeciona

e fiscaliza a produccedilatildeo de sementes mudas fertilizantes corretivos inoculantes estimulantes

e biofertilizantes Controla registro classifica e fiscaliza o comeacutercio de bebidas e a produccedilatildeo

de uvas vinhos e derivados Inspeciona a utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos e seus componentes aleacutem

de fiscalizar e classificar os produtos subprodutos e resiacuteduos vegetais de valor econocircmico

A Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI eacute responsaacutevel pela

interface do MAPA com o mercado externo pela elaboraccedilatildeo de propostas de negociaccedilotildees de

acordos sanitaacuterios e fitossanitaacuterios com outros paiacuteses e ainda por analisar as deliberaccedilotildees

relativas agraves exigecircncias fitossanitaacuterias que envolvem interesses do setor produtivo brasileiro a

fim de consolidar o reconhecimento do paiacutes interna e externamente como provedor de

alimentos seguros e de qualidade

A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo - SDC eacute a principal

responsaacutevel pela adoccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis para o agronegoacutecio brasileiro Sua atuaccedilatildeo

envolve esforccedilos para o estiacutemulo ao cooperativismo as praacuteticas da agricultura sustentaacutevel o

desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas tecnologias a proteccedilatildeo intelectual a infraestrutura e a

logiacutestica de produccedilatildeo transporte e armazenagem de safras (MAPA 2015)

A SDC estaacute estruturada em quatro departamentos responsaacuteveis por diferentes setores

organizacionais O Departamento de Cooperativismo e Associativismo - DENACOOP

fomenta o associativismo entre cooperativas assim como sua internacionalizaccedilatildeo visando

ampliar a participaccedilatildeo econocircmica do setor cooperativo no leque de exportaccedilotildees do paiacutes

Tambeacutem haacute poliacuteticas de incentivo ao cooperativismo entre o puacuteblico jovem e entre mulheres

destinadas agrave inclusatildeo social e maior participaccedilatildeo econocircmica destes setores na sociedade

O Departamento de Sistemas de Produccedilatildeo e Sustentabilidade - DEPROS eacute responsaacutevel

pela regulaccedilatildeo e estiacutemulo agrave praacuteticas de agropecuaacuteria sustentaacuteveis que preservem o ambiente e

os recursos naturais As principais poliacuteticas desenvolvidas pelo DEPROS estatildeo relacionadas agrave

produccedilatildeo de alimentos orgacircnicos (Agroecologia) Sistemas de Produccedilatildeo Integrada para

rastreabilidade e qualificaccedilatildeo da produccedilatildeo e Sistemas de Conservaccedilatildeo de Solos e Aacuteguas que

cuidam da manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas (MAPA 2015)

Questotildees relativas agrave proteccedilatildeo de propriedade intelectual ligada ao agronegoacutecio

desenvolvimento e fomento a novas cultivares pesquisa e desenvolvimento de implementos

maacutequinas e insumos satildeo responsabilidade do Departamento de Propriedade Intelectual e

125

Tecnologia da Agropecuaacuteria - DEPTA O DEPTA tambeacutem eacute responsaacutevel pelo sistema

nacional de identificaccedilatildeo geograacutefica que fomenta a homologaccedilatildeo de regiotildees geograacuteficas

produtoras de alimentos certificados

O Departamento de Infraestrutura e Logiacutestica ndash DIEL coordena questotildees relativas ao

escoamento e armazenagem dos produtos agropecuaacuterios brasileiros Normatiza e fiscaliza

condiccedilotildees fiacutesicas de portos aeroportos e armazeacutens aleacutem de desenvolver poliacuteticas de

infraestrutura e obras para o incremento da capacidade logiacutestica do agronegoacutecio Controla a

aviaccedilatildeo voltada ao setor agriacutecola normatizando e promovendo treinamentos para os pilotos

operadores Tambeacutem eacute responsaacutevel pela promoccedilatildeo das parcerias institucionais e pela

assessoria a demandas parlamentares no acircmbito do ministeacuterio

A Secretaria de Poliacutetica Agriacutecola ndash SPA atua no planejamento e execuccedilatildeo de medidas

de apoio agrave produccedilatildeo agriacutecola em trecircs pilares baacutesicos Primeiro na oferta de recursos para o

financiamento do agronegoacutecio aperfeiccediloamento e apoio agrave produccedilatildeo Segundo no apoio e

sustentaccedilatildeo dos preccedilos agropecuaacuterios por meio de aquisiccedilotildees governamentais e equalizaccedilotildees

de preccedilos E por uacuteltimo no aperfeiccediloamento da gestatildeo de risco por meio da subvenccedilatildeo ao

precircmio do seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaacuteria - PROAGRO e

do Zoneamento Agriacutecola de Risco Climaacutetico

A SPA eacute um instrumento de planejamento e gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para a

agropecuaacuteria brasileira No seu escopo eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do Plano

Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash PAP consolidando accedilotildees programas e diretrizes governamentais para o

setor fundamentais para a tomada de decisatildeo dos produtores rurais e demais agentes

econocircmicos comprometidos no agronegoacutecio A SPA conta com trecircs departamentos que

concorrem no desenvolvimento de suas atribuiccedilotildees

O Departamento de Economia Agriacutecola - DEAGRI responsaacutevel por programar e

acompanhar a aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos e privados na agropecuaacuteria e tambeacutem

acompanhar a legislaccedilatildeo e o desempenho do creacutedito rural com base em dados e estatiacutesticas

puacuteblicos e privados Para isto o DEAGRI observa a conjuntura econocircmica nacional e

internacional em suas relaccedilotildees com o agronegoacutecio e monitora os mercados de insumos

agropecuaacuterios como fertilizantes defensivos maacutequinas e implementos agriacutecolas

O Departamento de Comercializaccedilatildeo e de Abastecimento Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash

DEAGRO tem por atribuiccedilatildeo estabelecer poliacuteticas e accedilotildees voltadas agrave garantia do

abastecimento assegurando ao produtor rural preccedilos compatiacuteveis com sua atividade por meio

126

de aquisiccedilotildees de produtos e equalizaccedilatildeo dos preccedilos agriacutecolas consolidada na Poliacutetica de

Garantia de Preccedilos Miacutenimos - PGPM

O Departamento de Gestatildeo de Risco Rural ndash DEGER eacute encarregado do

desenvolvimento de estudos para a formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas gerenciais de

riscos do setor agropecuaacuterio relacionadas com o seguro rural o PROAGRO (eacute uma garantia

ofertada pela Uniatildeo principalmente para o pequeno e meacutedio produtor e se destina ao

pagamento do creacutedito tomado no banco pelos produtores aleacutem de indenizar os recursos

proacuteprios aplicados no empreendimento na hipoacutetese de ocorrecircncia de eventos climaacuteticos que

gerem perdas em suas lavouras) e o ZARC (o Zoneamento Agriacutecola tem como objetivo

indicar os periacuteodos de plantio por municiacutepio e por cultura relacionados ao ciclo das

cultivares e aos tipos de solos a fim de que eventuais eventos climaacuteticos adversos natildeo

coincidam com as fases mais sensiacuteveis das lavouras)

As accedilotildees do PROAGRO e do ZARC ocorrem por meio do Programa de Subvenccedilatildeo ao

Precircmio do Seguro Rural ndash PSR que viabiliza o acesso do produtor ao seguro mediante o

pagamento pelo governo de parte do precircmio de seguro rural contratado pelo produtor nas

modalidades agriacutecola pecuaacuteria aquiacutecola e de floresta

Aleacutem das secretarias o MAPA possui vaacuterios oacutergatildeos e unidades descentralizadas da

administraccedilatildeo direta a exemplo das Superintendecircncias Federais de Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento - SFAs oacutergatildeos de representaccedilatildeo nos Estados da Federaccedilatildeo e conta com apoio

dos Laboratoacuterios Nacionais Agropecuaacuterios ndash LANAGROS responsaacuteveis pelas anaacutelises

laboratoriais relativas ao setor entre outros (MAPA 2015) O MAPA trabalha para contribuir

com a sustentabilidade social econocircmica e ambiental por meio do apoio agrave accedilotildees para o

desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e mercadoloacutegico Figura 4

127

Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA no ambiente institucional

Fonte MAPA (2015) Adaptada pela autora

MAPA SFAs (oacutergatildeos de repres do

MAPA nos Estados) LANAGROS

Poliacuteticas para o Agronegoacutecio

SPA (instrumento de gestatildeo)

SDA

SDC (desenv agropec e coord)

Controle e defesa fitossanitaacuterio

patoloacutegico e de insumos

SRI

DEGER

DEAGRI

DEAGRO

Fomento

Controle de Preccedilo de Merc

Gestatildeo de Risco (seguro rural)

ZARC

PROAGRO

DENACOOP

DEPROS

DEPTA

DIEL

Cooperativismo

Associativismo

Sustentabilidades

Pesquisa

Prop Intelec

Logiacutestica portos aerop e armazeacutens

Mercado Externo

Poliacutetica Externa

Sust

en

tab

ilid

ade

Soci

al

Suste

ntab

ilidad

e Econ

ocircm

ica

Cientiacutefico Tecnoloacutegico Mercadoloacutegico

Sustentabilidade Ambiental

128

O Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC atua com o

propoacutesito de gerir as poliacuteticas puacuteblicas no acircmbito federal para fortalecer a competitividade

das empresas brasileiras executa e avalia poliacuteticas puacuteblicas para a promoccedilatildeo da

competitividade do comeacutercio exterior do investimento e da inovaccedilatildeo nas empresas e para o

bem estar do consumidor conforme Figura 5

Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash

MDIC no ambiente institucional Fonte MDIC (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS tem a funccedilatildeo de oferecer condiccedilotildees para a promoccedilatildeo

proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo reduzindo as enfermidades controlando as

doenccedilas endecircmicas e parasitaacuterias e melhorando a vigilacircncia agrave sauacutede como forma de garantir

mais qualidade de vida aos brasileiros Figura 6

Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional Fonte MS (2015) Adaptada pela autora

MDIC

Compras e Vendas no

Exterior

SUFRAMA Geraccedilatildeo Atraccedilatildeo e

Consolidaccedilatildeo de Investiemtno Desenvolver a socioeconomia

da regiatildeo Norte

Bem Estar das Empresas

Competitividade no Comeacutercio Exterior

Meio Ambiente

Soci

edad

e

Econ

om

ia

Investimento Puacuteblico

Infraestrutura

Formaccedilatildeo de RH

CTampI

MS

Coord e Fiscaliz do SUS

Sauacutede Ambiental

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Pesquisa Cientiacutefica e

Tecnoloacutegica na Aacuterea da Saude

Vigilacircncia da Sauacutede

Sauacutede

Soci

edad

e

Am

bien

te

Drogas

Medicamentos

Alimentos

Controle Sanitaacuterio de Fronteiras e Portos

Fluviais

Aeacutereos

Mariacutetimos

129

O empenho central desta instituiccedilatildeo foca a implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de

sauacutede aglutinando a coordenaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash SUS a sauacutede

ambiental e accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede individual e coletiva

incluindo os trabalhadores e os iacutendios fornecendo informaccedilotildees de sauacutede vigilacircncia e controle

sanitaacuterio de fronteiras e de portos mariacutetimos fluviais e aeacutereos vigilacircncia de sauacutede

especialmente drogas medicamentos e alimentos e pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica na aacuterea

de sauacutede

O Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio ndash MDA eacute responsaacutevel pelo

desenvolvimento do Brasil rural por meio da democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra da gestatildeo

territorial da estrutura fundiaacuteria da inclusatildeo produtiva da ampliaccedilatildeo da renda da agricultura

familiar e da paz no campo contribuindo com a soberania alimentar o desenvolvimento

econocircmico social e ambiental do Brasil Figura 7

Entre as competecircncias do MDA estaacute a de exercer em caraacuteter extraordinaacuterio as

competecircncias relativas agrave regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na Amazocircnia legal em acordo com o Art 35

da medida Provisoacuteria ndeg 458 de 10 de fevereiro de 2009 Exerceraacute esta tarefa por meio do

departamento de planejamento monitoramento e avaliaccedilatildeo da regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na

Amazocircnia Legal O Ministeacuterio conta ainda com a Secretaria de Reordenamento Agraacuterio que

possui um Departamento de Creacutedito Fundiaacuterio e uma Subsecretaria da Agricultura Familiar

Esta Secretaria possui um Departamento de Financiamento e Proteccedilatildeo da Produccedilatildeo e um

Departamento de Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural entre outros

O Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash INCRA eacute vinculado ao

MDA tem a personalidade juriacutedica de autarquia da Uniatildeo e sua missatildeo preciacutepua eacute

implementar a poliacutetica de reforma agraacuteria no Brasil e realizar o ordenamento fundiaacuterio

nacional A primeira se daraacute por meio da democratizaccedilatildeo do acesso a terra criando e

implantando assentamentos rurais sustentaacuteveis A segunda viraacute por meio da regularizaccedilatildeo

fundiaacuteria de terras puacuteblicas e da gerecircncia dessa estrutura no paiacutes e visa agrave desconcentraccedilatildeo da

estrutura fundiaacuteria como forma de reduzir a violecircncia e a pobreza no campo e promover a

igualdade e inclusatildeo social

A reforma agraacuteria deve ocorrer de forma participativa dentro dos princiacutepios da

legalidade impessoalidade moralidade publicidade e eficiecircncia e deve contribuir para o

fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada A autarquia tem o compromisso

de fiscalizar a funccedilatildeo social dos imoacuteveis rurais e fomentar a produccedilatildeo agroecoloacutegica de

alimentos e a inserccedilatildeo nas cadeias produtivas para tanto deveraacute buscar a qualificaccedilatildeo dos

130

Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no

ambiente institucional Fonte MDA (2015) Adaptada pela autora

INCRA

Qualificaccedilatildeo dos Assentamentos Rurais

Poliacutetica de Reforma Agraacuteria

Desconcentraccedilatildeo da estrutura Fundiaacuteria

Ordenamento Fundiaacuterio Nacional

Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria de Terras Puacuteblicas

Reduccedilatildeo da Violecircncia e da Pobreza no Campo In

clusatilde

o s

oci

al

Iguald

ade S

ocial

Democratizaccedilatildeo do Acesso agrave Terra

Licenciamento Ambiental

Assentamentos Rurais Sustentaacuteveis

Participativa

Legalidade Impessoalidade Moralidade

Publicidade Eficiecircncia

Acesso agrave infraestrutura Baacutesica e ao Creacutedito

Acesso agrave assessoria Teacutecnica e Social

Articulaccedilatildeo com as Demais Poliacuteticas Puacuteblicas

MDA

Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria na Amazocircnia Legal

Secretaria de Ordenamento Fundiaacuterio

Planejamento

Monitoramento

Avaliaccedilatildeo

Creacutedito Fundiaacuterio

Agricultura Familiar

Financiamento e proteccedilatildeo da

Produccedilatildeo

Assistecircncia Teacutecnica e

Extensatildeo Rural

131

assentamentos rurais proporcionando o licenciamento ambiental o acesso agrave infraestrutura

baacutesica o creacutedito e a assessoria teacutecnica e social e a articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas

puacuteblicas em especial a educaccedilatildeo sauacutede cultura e esportes sempre em consonacircncia com as

legislaccedilotildees ambiental e trabalhista

O Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI eacute responsaacutevel pelo

desenvolvimento da poliacutetica nacional de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e inovaccedilatildeo bem

como pela supervisatildeo e controle das atividades da ciecircncia e tecnologia poliacutetica de

desenvolvimento de informaacutetica e automaccedilatildeo poliacutetica nacional de biosseguranccedila poliacutetica

espacial poliacutetica nuclear de controle da exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos sensiacuteveis O objetivo

dessa poliacutetica eacute transformar o setor em componente estrateacutegico do desenvolvimento do paiacutes

contribuindo para que os benefiacutecios da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo sejam distribuiacutedos de

forma justa a toda a sociedade O MCTI incorpora as duas mais importantes agecircncias de

fomento da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Financiadora de Estudos e Projetos ndash FINEP e o

Conselho de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico do Paiacutes ndash CNPq e suas unidades de

pesquisa

Ao sistema MCTI tambeacutem estatildeo agregados o Centro de Gestatildeo de Estudos

Estrateacutegicos ndash CGEE a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear ndash CNEN a Agecircncia Espacial

Brasileira ndash AEB e mais dezenove unidades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de inovaccedilatildeo

e quatro empresas estatais Por meio desse conjunto de instituiccedilotildees o MCTI exerce suas

funccedilotildees estrateacutegicas desenvolvendo pesquisas e estudos que se traduzem em geraccedilatildeo de

conhecimento e de novas tecnologias criaccedilatildeo de produtos processos gestatildeo e patentes

nacionais conforme Figura 8

Sua estrutura estaacute composta de quatro secretarias temaacuteticas que satildeo responsaacuteveis pela

gestatildeo e execuccedilatildeo dos principais programas e accedilotildees do ministeacuterio quais sejam Secretaria de

Poliacuteticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento ndash SEPED Secretaria de Ciecircncia e

Tecnologia para a Inclusatildeo Social ndash SECIS Secretaria de Desenvolvimento Tecnoloacutegico e da

Inovaccedilatildeo ndash SETEC e Secretaria de Poliacutetica de Informaacutetica ndash SEPIN Por meio dessas

secretarias o MCTI alcanccedila o patrimocircnio nacional e contribui para o desenvolvimento

econocircmico social e regional favorecendo todos os biomas brasileiros atuando nas aacutereas de

ciecircncias exatas promovendo a difusatildeo de tecnologias apropriadas para o meio urbano e rural

e a capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica do paiacutes como forma de elevar a competitividade das empresas

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia ndash INPA eacute vinculado ao MCTI e sua

missatildeo eacute gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o

132

desenvolvimento da Amazocircnia Nesse contexto realiza estudo cientiacutefico do meio fiacutesico e das

condiccedilotildees de vida da regiatildeo amazocircnica tendo em vista o bem estar humano e os reclamos da

cultura da economia e da seguranccedila nacional Figura 8

O INPA produz conhecimento e forma recursos humanos na regiatildeo Norte do paiacutes

estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento sustentaacutevel a defesa do meio

ambiente e de seus ecossistemas consolidando estudos sobre a fauna a flora a

biodiversidade a sociodiversidade os recursos florestais e hiacutedricos

Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI no

ambiente institucional Fonte MCTI (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN eacute responsaacutevel pela formulaccedilatildeo e

conduccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Desenvolvimento Regional ndash PNDR formulaccedilatildeo dos planos

e programas regionais de desenvolvimento estabelecimento de estrateacutegias de integraccedilatildeo das

economias regionais definiccedilatildeo de diretrizes e prioridades na aplicaccedilatildeo dos recursos dos

programas de financiamento para o setor produtivo das Regiotildees Norte Nordeste e Centro-

Oeste conforme estabelecido no Art 159 inciso I aliacutenea ldquocrdquo da Constituiccedilatildeo Federal do

Brasil bem como por aplicar os recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazocircnia e do

Nordeste pelas obras de infraestrutura hiacutedrica a poliacutetica nacional de irrigaccedilatildeo entre outras

(MIN 2015)

MCTI

Biosseguranccedila

FINEP Poliacutetica Nacional de Pesquisa

Cientiacutefica Tecnoloacutegica e de Inovaccedilatildeo CNPq

Supervisatildeo E Controle

Geraccedilatildeo de Conhecimento

Pes

qu

isa

e Es

tud

os N

ovas Tecn

olo

gias

Informaccedilatildeo e Automaccedilatildeo

Ciecircncia e Tecnologia

Poliacutetica de Controle Ambiental

Secretarias Temaacuteticas

SECIS

SETEC

SEPED

Espacial Nuclear

Bens e Serviccedilos Sensiacuteveis SEPIN

Produccedilatildeo de processos e Patentes

INPA

Biosseguranccedila Sociodiversidadede

Flora Fauna

Capital Intelectual

133

O Ministeacuterio de Minas e Energia ndash MME entre outras competecircncias eacute responsaacutevel

pelo aproveitamento da energia hidraacuteulica pelo petroacuteleo combustiacutevel e energia eleacutetrica

incluindo energizaccedilatildeo e eletrificaccedilatildeo rural deve zelar pelo equiliacutebrio conjuntural e estrutural

entre oferta e demanda de recursos energeacuteticos no paiacutes

44322 Ambiente Organizacional

O ambiente organizacional se compotildee basicamente das instituiccedilotildees de ensino

pesquisa extensatildeo suporte teacutecnico e fiscalizaccedilatildeo entre outras que subsidiam o negoacutecio

Normalmente esses atores satildeo sustentados pela crenccedila de que as accedilotildees grupais satildeo mais

eficientes que as individuais e assim se propotildeem a atuar de forma coordenada e coletiva

obedecendo regras formais e executando as poliacuteticas definidas no ambiente institucional se

apresentando como um elo entre o ambiente institucional e produtivo (PONDEacute 1994

NORTH 1994 e CUNHA 1999) Nesses ambientes encontram-se as oportunidades e

ameaccedilas a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva

A Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA autarquia vinculada ao

Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC tambeacutem tem como

finalidade promover o desenvolvimento socioeconocircmico na regiatildeo Norte do paiacutes de forma

sustentaacutevel por meio da geraccedilatildeo atraccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de investimentos Estas accedilotildees

demandam o estiacutemulo de investimentos puacuteblicos e privados em infraestrutura na formaccedilatildeo de

capital intelectual em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo e a intensificaccedilatildeo das articulaccedilotildees com

os oacutergatildeos e entidades puacuteblicas e privadas

A Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econocircmico Ciecircncia

Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Estado do Amazonas ndash SEPLANCTI no seu escopo finaliacutestico eacute

responsaacutevel pelo planejamento estrateacutegico do Estado devendo coordenar as poliacuteticas de

desenvolvimento socioeconocircmico Recentemente uma reestruturaccedilatildeo do governo do Estado

do Amazonas agregou agraves atividades da antiga secretaria de planejamento e desenvolvimento

econocircmico as atividades de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo nascendo assim a SEPLANCTI

A esta secretaria compete a formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo de estrateacutegias de

desenvolvimento que contemplem a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica e a busca do pleno emprego a

articulaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo entre o Estado e a sociedade com vistas ao desenvolvimento

econocircmico bem como a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de incentivos fiscais e tecnoloacutegicos para

fortalecimento da economia do Estado conforme Figura 9

134

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Estado

do Amazonas ndash SDS tem o compromisso de garantir a proteccedilatildeo da natureza e dos recursos

naturais com valorizaccedilatildeo socioambiental visando ao desenvolvimento sustentaacutevel do Estado

Suas accedilotildees estatildeo voltadas agrave melhoria da qualidade de vida das pessoas e agrave conservaccedilatildeo da

natureza

Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash

SEPLANCTIAM no ambiente organizacional Fonte SEPLANCTIAM (2015) Adaptada pela autora

A SDS desempenha suas atividades articulada com as autarquias e vinculadas quais

sejam Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental ndash IPAAM Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel

do Amazonas ndash ADS Companhia de Gaacutes do Amazonas - CIGAS o Conselho Estadual de

Meio Ambiente do Estado do Amazonas - CEMAAM o Conselho Estadual de Recursos

Hiacutedricos ndash CERH o Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas ndash CEGEA e a

Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanccedilas Climaacuteticas e do Centro de Unidades de

conservaccedilatildeo Figura 10

Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do

Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional Fonte SDSAM (2015) Adaptada pela autora

SEPLANCTIAM

Desenvolvimento do Estado do Amazonas

Fort

alec

imen

to d

a Ec

on

om

ia

Plen

o Em

prego

Desenvolvimento Socioeconocircmico

Planejamento Estrateacutegico para o Amazonas

Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica

Articulaccedilatildeo entre Estado e Sociedade

Incentivos Fiscais e Tecnoloacutegicos

SDSAM

CIGAS

CEGEA CEMAAM CERH

IPAAM

Proteccedilatildeo da Natureza e dos Recursos Naturais

Val

ori

zaccedilatilde

o S

oci

oam

bie

nta

l

Desen

volvim

ento

Susten

taacutevel Fiscalizaccedilatildeo Licenciamento

Poliacutetica de Controle Ambiental

ADS

Monitoramento

Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo

135

O Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas ndash IPAAM eacute oacutergatildeo vinculado agrave

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDS

O IPAAM coordena e executa a poliacutetica de controle ambiental para o Estado do Amazonas

por meio das atividades fim de licenciamento fiscalizaccedilatildeo e monitoramento ambiental em

todo o Estado do Amazonas Figura 10

A Secretaria de Estado de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SEPRORAM eacute

responsaacutevel pela formulaccedilatildeo coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica estadual de

desenvolvimento integrado da agricultura pecuaacuteria atividade florestal pesca e aquicultura O

Sistema SEPROR composto por todos os oacutergatildeos essenciais ao desenvolvimento da produccedilatildeo

rural tem como vinculadas a Comissatildeo Executiva Permanente de Defesa Sanitaacuteria Animal e

Vegetal do Estado do Amazonas - CODESAV Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e

Florestal Sustentaacutevel do Amazonas - IDAM e Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura ndash

SEPA Figura 11

O objetivo da SEPRORAM eacute prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural

aos agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas mediante processos

educativos e participativos que lhes assegurem sustentabilidade cidadania e melhoria na

qualidade de vida

136

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SSEPRORAM no ambiente institucional

Fonte SEPRORAM (2015) Adaptada pela autora

SEPRORAM

Poliacutetica Estadual de Desenvolvimento Integrado

Ativ Florestais e Aquicultura

Agricultura Pecuaacuteria Pesca

SEPA

Processos Educativos e Participativos

Sust

en

tab

ilid

ade

Cid

adan

ia

CODESAV

Extensatildeo IDAM

Agropecuaacuteria

Florestal

Pesqueira

Agroindustrial

Assistecircncia Teacutecnica

Agricultores

Agricultura Familiar

Produtores Rurais

Melhoria da Qualidade de Vida no Campo

Projetos de Creacutedito Rural

Cooperativismo

Assossiativismo

Comercializaccedilatildeo

137

A Agecircncia de Fomento do Estado do Amazonas ndash AFEAM visa contribuir para o

desenvolvimento socioeconocircmico do Estado do Amazonas Seu compromisso eacute com o

desenvolvimento sustentaacutevel do Estado do Amazonas atraveacutes de apoio creditiacutecio e de

participaccedilotildees em accedilotildees teacutecnico puacuteblico privado que propiciem a geraccedilatildeo de trabalho e renda

e contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo do Estado do Amazonas

O Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do Estado do

Amazonas ndash IDAM eacute uma autarquia vinculada ao Sistema SEPROR Estaacute presente em todo o

Estado do Amazonas A finalidade do IDAM eacute a supervisatildeo coordenaccedilatildeo e execuccedilatildeo de

atividades de assistecircncia teacutecnica extensatildeo agropecuaacuteria e florestal no acircmbito das poliacuteticas e

estrateacutegias dos governos Federal e Estadual para os setores agropecuaacuterio florestal pesqueiro

e agroindustrial

O IDAM tem a missatildeo de prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural aos

agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas por meio de processos

educativos e participativos que lhes assegurem a sustentabilidade cidadania e melhoria na

qualidade de vida

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES eacute o principal

instrumento de financiamento de longo prazo para a realizaccedilatildeo de investimentos em todos os

segmentos da economia brasileira Sua poliacutetica de fomento inclui as dimensotildees social

regional e ambiental

O BNDES destaca-se no apoio agrave agricultura induacutestria infraestrutura comeacutercio e

serviccedilos oferecendo condiccedilotildees especiais para micro pequenas e meacutedias empresas Possui

linhas de investimentos sociais direcionados para a educaccedilatildeo e sauacutede agricultura familiar

saneamento baacutesico e transporte urbano

O apoio do BNDES efetiva-se por meio de financiamentos a projetos de

investimentos aquisiccedilatildeo de equipamentos e exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos Aleacutem disso o

Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina

financiamentos natildeo reembolsaacuteveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social

cultural e tecnoloacutegico

No contexto atual o planejamento estrateacutegico do Banco priorizou a inovaccedilatildeo o

desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental por entender que estes

satildeo aspectos importantes e que devem ser promovidos e apoiados em todos os

empreendimentos financiados pelo banco Figura 12

138

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico

e Social - BNDES no ambiente organizacional Fonte BNDES (2015) Adaptada pela autora

A Universidade Federal do Amazonas - UFAM contribui para a formaccedilatildeo de cidadatildeos

e para o desenvolvimento da Amazocircnia cultivando o saber em todas as aacutereas do

conhecimento por meio do ensino da pesquisa e da extensatildeo modernizando e inovando nas

estrateacutegias para o desenvolvimento regional e local

Por meio do ensino capacita recursos humanos para a regiatildeo elevando o niacutevel do

conhecimento e dos saberes A pesquisa e a poacutes-graduaccedilatildeo criam condiccedilotildees favoraacuteveis para

geraccedilatildeo de tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade da regiatildeo A extensatildeo

proporciona a disseminaccedilatildeo do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas no acircmbito da

instituiccedilatildeo e especialmente capta a demanda da sociedade alimentando sucessivos ciclos de

desenvolvimento e pesquisa A UFAM investe nas praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica

na proteccedilatildeo da propriedade intelectual dos segmentos institucionais na valorizaccedilatildeo dos

conhecimentos tradicionais associados com a promoccedilatildeo da transferecircncia tecnoloacutegica para

produccedilatildeo de inovaccedilatildeo no setor produtivo regional visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos e o

desenvolvimento da Amazocircnia

A Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA tem a missatildeo de promover a

educaccedilatildeo desenvolvendo o conhecimento cientiacutefico particularmente sobre a Amazocircnia

aprimorando a qualidade dos recursos humanos existentes na regiatildeo por meio de accedilotildees

especiais que objetivem a expansatildeo do ensino e da cultura em todo o Estado do Amazonas

realizando pesquisas e estimulando atividades criadoras valorizando o indiviacuteduo no processo

evolutivo incentivando o conhecimento cientiacutefico relacionado ao homem e ao meio ambiente

BNDES

Infraestrutura

Apoio Financeiro

Investimento

Planejamento Estrateacutegico

Ino

vaccedilatilde

o

Desen

volvim

ento

Local

Comeacutercio Aquisiccedilatildeo de Equipamentos

Projetos

Induacutestria

Exportaccedilatildeo de Bens e Serviccedilos Financiamento natildeo Reembolsaacutevel

Cultural Social Tecnoloacutegico

Agricultura

Desenvolvimento Socioambiental

139

amazocircnico participando na elaboraccedilatildeo execuccedilatildeo e acompanhamento das poliacuteticas de

desenvolvimento governamentais

O Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM com o compromisso de promover educaccedilatildeo

de excelecircncia no Estado do Amazonas desenvolve accedilotildees de ensino pesquisa extensatildeo e

inovaccedilatildeo visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos a geraccedilatildeo de tecnologias e a disseminaccedilatildeo do

conhecimento gerado no acircmbito do Instituto Figura 13

Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da

Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM no

ambiente organizacional

Fonte UFAM (2015) UEA (2015) IFAM (2015) Adaptada pela autora

A Embrapa Amazocircnia Ocidental eacute uma das Unidades Descentralizadas da Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA vinculada ao Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA atuando no Estado do Amazonas com a missatildeo de

viabilizar soluccedilotildees de pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da

agricultura na Amazocircnia em benefiacutecio da sociedade

Com o propoacutesito de alcanccedilar a excelecircncia na geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e

inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na Amazocircnia a EMBRAPA Amazocircnia

Ocidental prioriza a pesquisa e desenvolvimento a transferecircncia de tecnologias e a

responsabilidade social Nesse contexto a empresa organiza suas pesquisas em trecircs nuacutecleos

temaacuteticos produccedilatildeo vegetal e meio ambiente recursos geneacuteticos biotecnologias e

fitossanidade e produccedilatildeo animal

O Nuacutecleo Temaacutetico da Produccedilatildeo Vegetal e meio ambiente atua em linhas de pesquisa

como sistemas de produccedilatildeo vegetal manejo e controle de plantas daninhas olericultura

UFAM

Formaccedilatildeo de Cidadatildeos

Co

nh

ecim

ento

Saberes

Desenvolvimento da Amazocircnia

Pesquisa Ensino Extensatildeo

UEA

Capacita Recursos Humanos

Gera Tecnologias

Dissemina Conhecimento e

Tecnologia

IFAM

Proteccedilatildeo da Propriedade Intelectual

Praacuteticas de inovaccedilatildeo Social e

Tecnoloacutegica

Valorizaccedilatildeo dos Conhecimentos

tradicionais Associados

140

oleaginosas perenes alternativas potenciais para agroenergia silvicultura e manejo de florestas

plantadas fitossociologia para restauraccedilatildeo florestal geotecnologias aplicadas a estudos

florestais sementes e mudas florestais sistemas agroflorestais sistemas agrosilvopastoris

agroecologia desenvolvimento rural sustentaacutevel manejo dos agrossistemas fertilidade de

solos e nutriccedilatildeo de plantas biologia do solo caracterizaccedilatildeo de solos tropicais caracterizaccedilatildeo

de solos antroacutepicos microbiologia do solo ecologia florestal fisiologia vegetal dinacircmica do

carbono e dos nutrientes em ecossistemas de terra firme

O Nuacutecleo dos Recursos Geneacuteticos Biotecnologia e Fitossanidade trabalha com linhas

de pesquisa como recursos geneacuteticos de espeacutecies vegetais melhoramento geneacutetico de

espeacutecies vegetais biotecnologia vegetal geneacutetica de populaccedilotildees biodiversidade diversidade

geneacutetica fitossanidade manejo integrado de pragas entomologia resistecircncia de plantas a

doenccedilas biologia aplicada ecotoxicologia

O Nuacutecleo da Produccedilatildeo Animal trabalha com a fisiologia e imunologia de

peixes manejo e conservaccedilatildeo de recursos hiacutedricos sanidade de espeacutecies aquiacutecolas nutriccedilatildeo

de peixes reproduccedilatildeo de peixes melhoramento geneacutetico de espeacutecies aquiacutecolas manejo e

sistemas de criaccedilatildeo integraccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta sistemas de produccedilatildeo animal

O processo de transferecircncia de tecnologia eacute considerado uma via de matildeo dupla onde a

empresa atua de forma proativa para que as tecnologias geradas pela pesquisa sejam adotadas

pelo setor produtivo ao tempo em que busca conhecer e captar as principais demandas do

agricultor Para isso trabalha a gestatildeo integrada do conhecimento e de forma colaborativa

atua com parceiros diversos como instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas e organizaccedilotildees da

sociedade civil

A Embrapa estaacute inserida na Amazocircnia um dos mais importantes biomas do planeta Eacute

comprometida com a pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo interagindo permanentemente

com a sociedade na antecipaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das consequecircncias sociais econocircmicas culturais

e ambientais da ciecircncia e tecnologia cumprindo assim sua responsabilidade socioambiental e

a sustentabilidade da atividade agropecuaacuteria refletida em projetos voltados para a preservaccedilatildeo

e uso racional dos recursos naturais recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas e reduccedilatildeo de uso de

agroquiacutemicos entre outros com vistas a promover melhoria da qualidade de vida da

populaccedilatildeo a reduccedilatildeo da pobreza e das desigualdades regionais

Nesse contexto a Embrapa Amazocircnia Ocidental busca alcanccedilar a excelecircncia na

geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na

Amazocircnia Suas accedilotildees tecircm contribuiacutedo significativamente para o desenvolvimento da cultura

da banana nos municiacutepios estudados Figura 14

141

v

v

Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no ambiente organizacional

Fonte EMBRAPA (2015) Adaptada pela autora

EMBRAPA

Recursos Geneacuteticos Biotecnologias e Fitossanidade

Produccedilatildeo Vegetal e Meio Ambiente

Transferecircncia de tecnologias

Pes

qu

isa

e D

ese

nvo

lvim

ento

Resp

on

sabilid

ade So

cial

Melhoria da Qualidade de Vida no Campo

Sistemas de Produccedilatildeo Vegetal

Produccedilatildeo Animal

Silvicultura

Agroecologia

Desenv Rural Sustentaacutevel

Fertilidade de Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas

Microbiologia de Solos

Diversidade geneacutetica

Diversidadee

Fitossanidade

Biotecnologia Vegetal

Manejo de Pragas e Entomologia

Ecotoxicologia

Fisiologia e Imunologia de Peixes

Nutriccedilatildeo de Peixe

Manejo e Sistema de Criaccedilatildeo

Sistema de produccedilatildeo Animal

142

O Banco da Amazocircnia ndash BASA eacute o principal agente de fomento do governo federal

voltado para o desenvolvimento sustentaacutevel da Regiatildeo Amazocircnica Atua como indutor do

desenvolvimento regional gerando oportunidades de negoacutecios sustentaacuteveis para a Amazocircnia

somando esforccedilos principalmente no acircmbito da Agricultura Familiar elegendo prioridades

nas poliacuteticas de Creacutedito Rural do Governo Federal junto ao Ministeacuterio do Desenvolvimento

Agraacuterio (MDA) promovendo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores (Oacutergatildeos Oficiais de

Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural Ministeacuterios e Sociedade Civil Organizada) como

forma de criar estrateacutegias capazes de melhorar a realidade dos produtores

O BASA eacute responsaacutevel por uma parcela significativa de accedilotildees voltadas agrave geraccedilatildeo de emprego

e renda fixaccedilatildeo do homem no campo inclusatildeo social e ambiental Atraveacutes do Programa

Nacional para o Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos

individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares concedendo creacutedito para

financiar atividades agropecuaacuterias ou natildeo agropecuaacuterias para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

modernizaccedilatildeo da estrutura de produccedilatildeo beneficiamento industrializaccedilatildeo e de serviccedilos no

estabelecimento rural ou em aacutereas comunitaacuterias rurais proacuteximas de acordo com projetos

especiacuteficos Figura 15

Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente

organizacional Fonte BASA (2015) Adaptada pela autora

O SEBRAEAM eacute uma instituiccedilatildeo sem fins lucrativos que integra o Sistema Nacional

SEBRAE para execuccedilatildeo de programas e projetos favoraacuteveis ao desenvolvimento das micro e

pequenas empresas do Estado do Amazonas

BASA

Produccedilatildeo

Fom

ento

D

esenv

olv

imen

to R

egio

nal

Ampliaccedilatildeo eou Modernizaccedilatildeo

da Estrutura de

Agricultura Familiar

Desenvolvimento Sustentaacutevel da Regiatildeo

Amazocircnica

Interlocuccedilatildeo com

Atores de Assist

Teacutecnica e Extensatildeo

Rural

Prioridades da Poliacutetica de

Creacutedito Rural do MDA

PRONAF

Projetos

Individuais eou

Coletivos

Atividades

Agropecuaacuterias

Serviccedilos

Industrializaccedilatildeo

Atividades natildeo

Agropecuaacuterias

143

O SEBRAEAM tem o compromisso de promover a competitividade e o

desenvolvimento sustentaacutevel e fomentar o empreendedorismo com vistas a induzir agrave

excelecircncia no desenvolvimento das micros e pequenas empresas Para isto disponibiliza e

executa cursos e palestras que orientam para o empreendedorismo a lideranccedila vendas

atendimento a clientes formaccedilatildeo dos preccedilos relaccedilotildees interpessoais tributaccedilatildeo mercado

cooperaccedilatildeo financcedilas e planejamento etc

44323 Ambiente Produtivo

O ambiente produtivo se apresenta como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana

nos municiacutepios em estudo O ambiente institucional eacute responsaacutevel por desenvolver e fornecer

o combustiacutevel para o funcionamento desse motor ao tempo em que ao ambiente

organizacional compete apontar a direccedilatildeo e fornecer os meios para a sua alavancagem O

ambiente produtivo estaacute subdividido em quatro subsistemas interligados que se articulam para

o seu perfeito funcionamento quais sejam insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo de bananas

propriamente dita que ocorre nas propriedades rurais o processamento e a comercializaccedilatildeo

dos produtos Cada subsistema possui elos especiacuteficos com caracteriacutesticas e finalidades

definidas

A produccedilatildeo de bananas ocorre nas propriedades agriacutecolas em trecircs etapas principais

preparaccedilatildeo do solo e plantio manutenccedilatildeo do cultivo e colheita das bananas (Figura 2) As

duas primeiras manteacutem interaccedilatildeo direta e constante com os fornecedores de insumos que

estatildeo situados dentro do proacuteprio sistema e com o ambiente institucional e organizacional por

meio do fluxo financeiro e de informaccedilotildees e do fluxo fiacutesico de produtos e serviccedilos que

migram destas empresas eou instituiccedilotildees para a propriedade A colheita da banana tambeacutem

possui interaccedilatildeo com o subsistema do processamento (visto que parte da produccedilatildeo eacute destinada

agraves cooperativas agriacutecolas e agroinduacutestrias) e da comercializaccedilatildeo tambeacutem com atividades

interligadas ao ambiente institucional e organizacional

O elo da cadeia produtiva que engloba os insumos de produccedilatildeo envolve as empresas

que fabricam distribuem e comercializam fertilizantes pesticidas calcaacuterio implementos e

acessoacuterios agriacutecolas como maacutequinas equipamentos e ferramentas usadas na produccedilatildeo

agriacutecola Estes atores mantecircm soacutelida relaccedilatildeo com os elos de produccedilatildeo e o processamento

O sistema do processamento envolve as bioinduacutestrias as agroinduacutestrias as empresas

de processamento as de suprimento fornecedoras de insumos as cooperativas e associaccedilotildees

agriacutecolas funcionando como subsistemas hora interligados hora funcionando independente

144

Contudo estes atores possuem estreita relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e o processamento e

influenciam e satildeo influenciados pelo fluxo fiacutesico financeiro e de informaccedilotildees

O sistema da comercializaccedilatildeo envolve desde os mercados internacional nacional e

regional para vendas no atacado e o mercado local onde podem ser processadas negociaccedilotildees

no atacado eou no varejo Este sistema guarda forte relaccedilatildeo com os sistemas de produccedilatildeo e

processamento influenciando e sendo influenciado pelos fluxos fiacutesicos de informaccedilotildees e

financeiro Estes satildeo constituiacutedos pelas instituiccedilotildees financeiras e de creacutedito e aqueles pelas

estruturas de escoamento da produccedilatildeo

A eficaacutecia da governanccedila na atuaccedilatildeo destas instituiccedilotildees eacute imprescindiacutevel para o

perfeito funcionamento do sistema produtivo visto que o ecircxito da cadeia depende da

participaccedilatildeo sistemaacutetica no desempenho das funccedilotildees especiacuteficas de cada elemento que integra

o sistema Nos sistemas produtivos agriacutecolas especialmente na produccedilatildeo de frutas estes

elementos vatildeo garantir a oferta de alimentos seguros evitando-se possiacuteveis riscos agrave sauacutede do

consumidor eou praacuteticas desleais de comeacutercio considerando que a qualidade e a seguranccedila

dos produtos de origem animal e vegetal dependem do cumprimento das boas praacuteticas de

fabricaccedilatildeo da fiscalizaccedilatildeo oficial e da correta aplicaccedilatildeo de normas e padrotildees teacutecnicos

estabelecidos

Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de se esperar um

ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva consolidada para

qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola

A Figura 16 mostra com base nas informaccedilotildees contidas nos capiacutetulos anteriores

onde haacute fluxos de contato intenso e os fluxos de contato moderado a relaccedilatildeo entre elos da

cadeia produtiva e onde precisam ser trabalhados para contribuir com o fortalecimento da

produccedilatildeo da banana nos dois municiacutepios estudados

Os fluxos de contato intenso satildeo aqueles identificados no sistema de produccedilatildeo com

relativa consolidaccedilatildeo das interaccedilotildees entre os atores dos ambientes institucional produtivo e

organizacional e com os fluxos fiacutesicos financeiros e de informaccedilotildees que permeiam o sistema

de forma a contribuiacuterem para o seu desenvolvimento poreacutem natildeo atingindo a eficaacutecia dos seus

objetivos Os fluxos de contato moderado satildeo aqueles identificados como de baixa

consolidaccedilatildeo impactando negativamente no funcionamento do processo de produccedilatildeo de

bananas comprometendo direta ou indiretamente a interatividade nos demais elos da cadeia e

o desenvolvimento do sistema como um todo

145

= Fluxo de contato intenso = Fluxo de contato moderado Figura 15 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de

Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Amazonas

Fonte autora pesquisa de campo (2012)

Insumos

Produccedilatildeo Processamento

Calcaacuterio

Implementos

agriacutecolas

Pesticidas

Fertilizantes

Propriedades

agriacutecolas

Cultivos de

bananeiras

Comercializaccedilatildeo

Acessoacuterios

agriacutecolas Associaccedilotildees

Cooperativas

Varejo

Mercado Local

PREMESDS

Fluxos fiacutesicos

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

Higienizaccedilatildeo

dos frutos

Atacado

Feiras

Intermediaacuterios

CONAB

MAPA

EMBRAPA

MMA

INCRA BB BASA

IPAAM SDS

SEPLANCTI IDAM UFAM BASA

SEPROR EMBRAPA INPA SDS

CONAB AFEAM

PREFEITURA MUNICIPAL

146

44324 Fluxos Fiacutesicos e de Informaccedilotildees

Quando se analisa os fluxos fiacutesicos da cadeia da banana deve-se levar em conta as

instituiccedilotildees e organizaccedilotildees que atuam na implementaccedilatildeo de accedilotildees diretas eou indiretas em

algum dos seus componentes podendo ser diretamente nas propriedades rurais ou em algum

outro segmento anti ou poacutes-produccedilatildeo

Em suma os fluxos fiacutesicos na cadeia produtiva da banana nos dois municiacutepios

estudados devem ser exercidos por instituiccedilotildees de ensino e pesquisas como INPA Embrapa

UFAM UEA IFAM bem como a Prefeitura municipal ou algumas secretarias estaduais

como a SEPRORIDAM SEPLANCTI SDS aleacutem do BASA AFEAM e CONAB Suas

accedilotildees vatildeo desde a obtenccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos necessaacuterios

para aprimorar e aumentar a produtividade da cultura no Amazonas como tambeacutem de darem

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para os produtores rurais contornarem minimizarem ou

solucionarem os problemas que podem de algum modo prejudicar suas vidas eou as suas

atividades agriacutecolas

4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Observa-se que os fluxos intensos satildeo ainda minoria na cadeia produtiva da banana

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Quando se analisa o ambiente

produtivo da banana figura 16 no acircmbito das propriedades agriacutecolas onde estaacute concentrada a

produccedilatildeo propriamente dita do sistema foi identificado fluxo de contato intenso apenas no

que se refere agrave higienizaccedilatildeo dos frutos (lavagem dos cachos eou das palmas com soluccedilatildeo de

sulfato de alumiacutenio apoacutes a colheita para a descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e

precipitaccedilatildeo da sika) Esta eacute uma accedilatildeo muito primaacuteria mas essencial realizada em 867 e

100 das propriedades produtoras de bananas analisadas nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio preto da Eva respectivamente (Tabelas 5 e 8 do trabalho cientiacutefico 2)

As demais orientaccedilotildees teacutecnicas recomendadas para a higienizaccedilatildeo dos frutos nos

cultivos de bananeiras que vatildeo desde a disposiccedilatildeo dos cachos para transporte do bananal ao

local do despencamento ateacute a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as

escoriaccedilotildees que comprometem a qualidade dos frutos natildeo eram observadas pelos produtores

deixando de agregar valor e desfavorecendo a comercializaccedilatildeo dos frutos

O subsistema da comercializaccedilatildeo tambeacutem apresentou fluxo de contato intenso com

outros atores dentro do proacuteprio ambiente produtivo e tambeacutem com o ambiente

147

organizacional A pesquisa mostrou que no momento da comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

houveram negociaccedilotildees intensas entre o mercado atacadista por meio de intermediaacuterios e nas

vendas realizadas nas feiras de Manaus e dos municiacutepios em estudo visto que 87 das

vendas no atacado no municiacutepio de Presidente Figueiredo foram realizadas com

intermediaacuterios e 47 nas feiras (Tabela 1 trabalho cientiacutefico 3) No Rio Preto da Eva as

negociaccedilotildees foram levemente mais intensas com 97 e 57 das vendas realizadas com

intermediaacuterios e nas feiras respectivamente (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3)

No fluxo de venda por atacado quer para intermediaacuterios como para feiras constatou-

se poucas opccedilotildees na comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo e uma dependecircncia elevada do componente

ldquointermediaacuteriordquo para que o produto chegue ao mercado consumidor reduzindo a margem de

lucro dos produtores Figura 16

Haacute tambeacutem um fluxo intenso consolidado entre as instituiccedilotildees do ambiente

organizacional e o produtivo por meio da comercializaccedilatildeo dos produtos Neste sentido o

Governo federal atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME e do

Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB em

parceria com o estado do Amazonas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel

- SDS e da Secretaria de Produccedilatildeo Rural - SEPROR vecircm apresentando significativa

participaccedilatildeo no apoio e desenvolvimento agrave cultura pela aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo rural de

bananas

No municiacutepio de Presidente Figueiredo 67 das vendas feita pela cooperativa e 47

das vendas das associaccedilotildees comunitaacuterias foram transacionadas com a CONAB (Tabela 1

trabalho cientiacutefico 3) enquanto que no municiacutepio de Rio Preto da Eva 43 das vendas da

cooperativa e 77 das vendas das associaccedilotildees (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3) tambeacutem foram

comercializadas com Companhia Nacional de Abastecimento

O fluxo intenso apresentado entre a SEPROR e SDS com o mercado local eacute

chancelado pelo apoio do governo do Estado em alocar os produtores rurais em feiras

distribuiacutedas em diversos pontos da cidade as chamadas feiras do produtor rural um local

destinado pelo governo local para vendas preferencialmente direto por produtores rurais

eliminando a figura do intermediaacuterio e favorecendo os produtores rurais

Estes elementos se apresentam como favoraacuteveis ao processo de desenvolvimento da

cultura da banana contudo ainda natildeo eacute satisfatoacuterio visto que a pesquisa registrou alta

dependecircncia dos produtores rurais na hora da comercializaccedilatildeo dos produtos uma vez que a

maior parte da venda da produccedilatildeo fica restrita a dois nichos de mercado apoiado pelo

148

governo o Programa da Agricultura Sustentaacutevel - PAS e o Programa de Regionalizaccedilatildeo da

Merenda Escolar - PREME Isto representa uma fragilidade ao sistema de produccedilatildeo da

banana

Todos os demais fluxos da cadeia seja do ambiente institucional seja do ambiente

organizacional com o ambiente produtivo se apresentam de forma ainda natildeo consolidada

com baixa ou nenhuma expressatildeo uma vez que o fluxo moderado dessas instituiccedilotildees com o

ambiente produtivo fragiliza o cultivo da cultura da banana e natildeo proporciona retorno

financeiro satisfatoacuterio aos produtores e ainda restringe a oferta de produtos agrave sociedade

regional comprometendo o desenvolvimento local e a sustentabilidade da cultura

444 CONCLUSOtildeES

No Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais estaduais e municipais capazes

de dar todo o suporte legal logiacutestico financeiro teacutecnico e social para consolidar os elos do

sistema produtivo da banana Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de

se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva

consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual

Contudo a situaccedilatildeo real encontrada nos dois municiacutepios natildeo estaacute em niacutevel elevado de

organizaccedilatildeo e atividades que resultem em produtividades competitividades e eficiecircncias

satisfatoacuterias conforme demonstrado pelas informaccedilotildees obtidas nas propriedades rurais e

contidas nos trecircs capiacutetulos anteriores dessa tese Essas instituiccedilotildees natildeo alcanccedilam a maioria

dos produtores de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

Sem uma assistecircncia adequada os produtores tecircm dificuldades de adquirir insumos

agriacutecolas informaccedilotildees conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas e natildeo

conseguem transpor as barreiras que impedem a competitividade com os produtos vindos de

outras regiotildees do paiacutes perpetuando o atraso especialmente teacutecnico por parte dos produtores

rurais e a ineficiecircncia das instituiccedilotildees que natildeo alcanccedilam o ambiente produtivo da banana

149

45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS

DE BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

RESUMO

Este trabalho apresenta uma proposta para construccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade visando medir a efetividade da integraccedilatildeo dos ambientes do sistema

produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas Ela foi construiacuteda a partir da revisatildeo de literatura e de pesquisas de campo

realizadas em trinta propriedades rurais produtoras de bananas localizadas no municiacutepio de

Rio Preto da Eva e quinze em Presidente Figueiredo O sistema produtivo estaacute constituiacutedo

pelos ambientes institucional organizacional o ambiente produtivo e as interaccedilotildees fiacutesicas e

financeiras que permeiam o sistema Ao final deste trabalho se consolidou as categorias os

elementos os descritores e os indicadores orientados para a mensuraccedilatildeo da sustentabilidade

do sistema produtivo da banana nos municiacutepios em estudo Para avaliar a sustentabilidade

nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os

indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees ambiental econocircmica social

espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que

mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de

aacutegua nos periacuteodos de estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos

cultivos fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o

ciclo produtivo Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo

de venda do produto sua industrializaccedilatildeo incorporando agroinduacutestrias produtoras de

subprodutos de valores agregados de maiores valores o mercado comprador e o escoamento

da produccedilatildeo Dentro da Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees

em Associaccedilotildees e Cooperativas Dentro da Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores que

mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a falta da posse

definitiva da terra e a disponibilidade de recursos hiacutedricos Dentro da Dimensatildeo Poliacutetica

poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades rurais estudadas nos dois municiacutepios

mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento sustentaacuteveis e fragilizadas perante a

globalizaccedilatildeo da economia

Palavras Chaves Sustentabilidade desenvolvimento local indicadores de sustentabilidade

150

ABSTRACT

This paper presents a proposal for the construction of sustainability indicators aimed at

measuring the effectiveness of the integration of the production of banana system

environments in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva in the

Amazon It was built from the literature review and field research carried out in thirty-

producing farms of bananas located in Rio Preto da Eva and fifteen in Presidente Figueiredo

The production system is made up of the institutional environments organizational

productive environment and the physical and financial interactions that underlie the system

At the end of this work was consolidated categories elements descriptors and indicators

aimed at measuring the sustainability of the production of banana system in the municipalities

studied To assess sustainability in banana crops in the municipalities of Presidente

Figueiredo and Rio Preto da Eva indicators can be measured from the environmental

economic social spatial geographic cultural and political Within the environmental

dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana systems are

the water supply during the dry season and the need to apply a soil fertilizer on crops based on

chemical analysis and the needs of banana during the production cycle Within the Economic

Dimension the indicators that may most affect sustainability of production of banana systems

are financing the production the sale price of the product banana agroindustry with

subproducts of higher economic values the buyers market and the flow of production Within

the Social Dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana

systems are health education and their participation in associations and cooperatives Within

the Space Geographic Dimension the indicators that can affect the sustainability of

production of banana systems are the lack of definitive land tenure and the availability of

water resources Within the Political Dimension there are few indicators used by rural

communities studied in the two municipalities keeping them in phased stages of sustainable

development and vulnerable before the global economy

Key Words Sustainability local development sustainability indicators

151

451 INTRODUCcedilAtildeO

O crescimento populacional e as relaccedilotildees de capital resultaram num consumo

desenfreado de mateacuteria prima para a manutenccedilatildeo da vida demandando uma produccedilatildeo de bens

de consumo e alimentos sem precedentes na histoacuteria Como consequecircncia os danos

provenientes da exaustatildeo eou mau uso dos recursos passaram a fazer parte do nosso cotidiano

nos obrigando a repensar as formas de produccedilatildeo especialmente de alimentos e o uso dos

recursos naturais Mais recentemente em paralelo acirraram-se as discussotildees em torno das

questotildees ambientais e do uso responsaacutevel dos recursos naturais

Nesse contexto mensurar o consumo numa conexatildeo com a natureza eacute imprescindiacutevel

para a tomada de decisotildees que primem por evitar desequiliacutebrios que comprometam ainda mais

o suporte de recursos do planeta Dessa forma eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

capacidade de suporte dos recursos naturais como forma de garantir o equiliacutebrio e a

sustentabilidade dos ecossistemas e da vida Nessa dinacircmica os indicadores desempenham

papel importante como instrumento para a mensuraccedilatildeo do consumo da degradaccedilatildeo do

ambiente do niacutevel de desenvolvimento econocircmico social poliacutetico e de suporte geograacutefico

No contexto do desenvolvimento econocircmico e da revoluccedilatildeo verde evidencia-se a

necessidade do uso de indicadores de sustentabilidade em virtude da utilizaccedilatildeo desenfreada

dos recursos naturais a maioria desses considerados irrenovaacuteveis Assim a Conferecircncia

Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Rio 92 caracterizou-se por

fortalecer as referecircncias na construccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade Posteriormente

surgiu a necessidade do desenvolvimento de indicadores ecoloacutegicos e de sustentabilidade por

parte de cada naccedilatildeo segundo o contexto local A Agenda 213 contribuiu como ponto de

partida para o encontro sobre Indicadores Ambientais e Desenvolvimento Sustentaacutevel de

Genebra em 1993 e ao Programa de Indicadores Ambientais que permite o monitoramento

das accedilotildees de desenvolvimento (HAMMOND et al 1995) aleacutem do estudo desenvolvido por

Marzall (1999) referenciado como marco do estudo de indicadores ocorrido durante o

coloacutequio internacional com o tema Indicador de Sustentabilidade realizado na Franccedila no ano

de 1996

Antes da deacutecada de 70 os estudos sobre o desenvolvimento se atinham basicamente

da utilizaccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos recursos e da distribuiccedilatildeo dos ganhos por eles

proporcionados A partir desse periacuteodo os debates nos foacuteruns mundiais sobre

3 Programa de accedilatildeo oriundo da Conferecircncia Rio-92 com mais de 2500 recomendaccedilotildees praacuteticas para o alcance

do desenvolvimento sustentaacutevel no seacuteculo XX

152

desenvolvimento incluiacuteram a temaacutetica da sustentabilidade mediante as dimensotildees econocircmica

social e ambiental Com as contribuiccedilotildees de Sachs (1997) nesse debate ocorre a inserccedilatildeo de

mais duas dimensotildees do desenvolvimento a espacial e a cultural Para o autor o

desenvolvimento perderia o sentido se ocorresse em detrimento da cultura da sociedade

O conceito de sustentabilidade da relaccedilatildeo homem-natureza foi propagado na sociedade

a partir da deacutecada de 50 mas soacute foi popularizado durante os anos 80 atraveacutes das discussotildees

para a consolidaccedilatildeo do relatoacuterio da Comissatildeo Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento

ndash CMMAD ndash de Brundtland4 conhecido como ldquoNosso Futuro Comumrdquo adotado como base

para a definiccedilatildeo dos princiacutepios da biodiversidade e do futuro das geraccedilotildees (SACHS 1993

MONTIBELLER FILHO 2004)

Nesse cenaacuterio o termo sustentabilidade comeccedila a ser atrelado ao desenvolvimento e

disseminado mundialmente visto que o desenvolvimento permite atender as necessidades

presentes sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de satisfazerem suas proacuteprias

necessidades (WCED 1987) Assim o desenvolvimento econocircmico e a utilizaccedilatildeo dos

recursos estatildeo inexoravelmente ligados no tempo e no espaccedilo

Este trabalho buscou identificar indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel da

cultura da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

para que se possa mensurar a sustentabilidade da cultura da banana e dos recursos naturais

envolvidos no processo de produccedilatildeo de forma a permitir o desenvolvimento local

4 Relatoacuterio da Comissatildeo Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) sobre os padrotildees de

desenvolvimento em relaccedilatildeo aos recursos naturais

153

452 MATERIAL E MEacuteTODOS

Para a definiccedilatildeo de indicadores visando a sustentabilidade da cultura da banana

primeiramente foram selecionadas as dimensotildees nas quais se pretendeu fundamentar o estudo

Estas observaram os conceitos de sustentabilidade que por sua vez estatildeo vinculados agrave

definiccedilatildeo de desenvolvimento Em seguida definiram-se os objetivos que se pretendeu

alcanccedilar e os componentes de estudo para cada dimensatildeo

A dimensatildeo delimita o estudo em direccedilatildeo ao objetivo que se deseja alcanccedilar Este

quando alcanccedilado iraacute apontar para a sustentabilidade do objeto em anaacutelise que seraacute

alcanccedilado mediante a definiccedilatildeo dos componentes para os quais seratildeo definidas as variaacuteveis

que seratildeo estudadas

Para a consecuccedilatildeo do objetivo deste trabalho a metodologia de pesquisa

compreendeu a identificaccedilatildeo de indicadores do desenvolvimento sustentaacutevel para cultivos de

bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

norteados pelas indicaccedilotildees de Sachs (2008) sobre as cinco dimensotildees que se configuram

como pilares do desenvolvimento sustentaacutevel ambiental econocircmica social

espacialgeograacutefico e poliacutetica que se relacionam com a atividade agriacutecola do cultivo de

bananeiras nos municiacutepios alvo da pesquisa Para cada dimensatildeo foram definidas as

categorias os elementos os descritores e um conjunto de indicadores que podem ser

avaliados para monitoramento da sustentabilidade em cultivos de bananeiras

Para a definiccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade sugeridos para o sistema

produtivo de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas seguindo as orientaccedilotildees de Daniel (2000) Moura (2002) e Sachs (2004)

adotamos os seguintes aspectos norteadores

a) O pressuposto baacutesico adotado foi o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade

onde o primeiro deve ser capaz de reduzir ou eliminar as desigualdades por meio da

modernidade inclusiva Enquanto que o segundo soacute se concretizaraacute atraveacutes de sintonia fina

entre as dimensotildees ambiental social econocircmica espacialgeograacutefica e poliacutetica envolvendo a

anaacutelise da capacidade de suporte os princiacutepios e as exigecircncias de cada dimensatildeo a fim de

alcanccedilar o equiliacutebrio entre os referenciais do desenvolvimento e da sustentabilidade

b) Foi dado o enfoque sistecircmico em niacutevel local considerando a complexidade dos

fenocircmenos que envolvem o sistema produtivo da banana e observadas as interrelaccedilotildees entre

os atores e os indicadores usando as informaccedilotildees colhidas pelo trabalho de campo realizados

nas comunidades rurais enfocadas por esse estudo

154

4521 Objeto e Aacuterea de Estudo

Para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimensatildeo analisada e identificar

suas forccedilas e fragilidades buscou-se definir caracteriacutesticas estrutural e funcional de cada

dimensatildeo e para estas se caracterizou elementos fiacutesicos bioloacutegicos e socioeconocircmicos

espacial e poliacutetico observando as categorias indicadas por Sachs (1993) Moura (2002) e

Montibeller Filho (2004)

O niacutevel de anaacutelise desta pesquisa situa-se na configuraccedilatildeo do conjunto de indicadores

de sustentabilidade para as dimensotildees ambiental econocircmica social espacial e poliacutetica para o

sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas Para cada dimensatildeo foram definidas categorias elementos descritores e os

indicadores em acordo com as especificidades locais dos cultivos em estudo

Os cultivos de bananeiras de 15 propriedades rurais no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva dentre aquelas de cultivos essencialmente

comerciais foram selecionados e o estudo envolveu as lideranccedilas e associaccedilotildees comunitaacuterias

das propriedades investigadas as agroinduacutestrias relacionadas com o processo de produccedilatildeo da

banana bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para

tanto os liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de

agroinduacutestrias intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de

comercializaccedilatildeo das bananas Procedeu-se tambeacutem a uma pesquisa bibliograacutefica em sites da

internet para consolidar o trabalho

4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade

A descriccedilatildeo das etapas deste estudo teve como finalidade facilitar a compreensatildeo

sobre o processo e a loacutegica de construccedilatildeo dos indicadores e sobremaneira o percurso trilhado

e as teacutecnicas de pesquisas empregadas para o cumprimento dos objetivos

Primeiro procedeu-se a pesquisa bibliograacutefica sobre o uso e a construccedilatildeo de

indicadores de sustentabilidade para sistemas agriacutecolas com a finalidade de identificar os

aspectos metodoloacutegicos comuns e diacutespares para a construccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade e em quais dimensotildees se processaria o estudo

Neste momento as orientaccedilotildees de Sachs (1993) Moura (2002) e Montibeller Filho

(2004) foram fundamentais para definir as dimensotildees do estudo as categorias os elementos e

os descritores para a definiccedilatildeo do conjunto de indicadores de sustentabilidade

155

Esta etapa tambeacutem subsidiou a estruturaccedilatildeo do roteiro de entrevista com os produtores

rurais da regiatildeo a fim de identificar os limites baacutesicos do sistema produtivo de banana e os

fatores que influenciam sua sustentabilidade

Considerando os preceitos metodoloacutegicos orientados por Moura (2002) e Camino e

Muumlller (1993) de que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o contexto a

definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores locais a

definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e ainda que natildeo

existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal seguiu-se

a estrutura metodoloacutegica indicada pelos autores que orientam sete etapas para a definiccedilatildeo de

indicadores de sustentabilidade adaptadas para os cultivos de bananeiras nos municiacutepios em

estudo quais sejam

Definiccedilatildeo do sistema identificaccedilatildeo de categorias significativas para o sistema

identificaccedilatildeo dos elementos para cada categoria seleccedilatildeo dos descritores definiccedilatildeo dos

indicadores anaacutelise dos indicadores e procedimentos de monitoramento

156

453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade

A agricultura moderna eacute apontada por muitos autores (SACHS 1993 MOURA

2002 MONTIBELLER FILHO 2004 BECKER 2009 MELLO 2009) como a alternativa

mais promissora para promover o desenvolvimento socioeconocircmico nas aacutereas rurais do

Brasil Contudo ela natildeo deve ser tratada isoladamente mas sim aplicada como integrante do

processo de sustentabilidade visto que conforme adverte Sachs (1993) a sustentabilidade

pressupotildee o uso racional e equitativo dos recursos de forma a garantir a disponibilidade

desses agraves geraccedilotildees futuras visando sempre a melhoria das condiccedilotildees de vida das

comunidades

Orientaccedilatildeo semelhante se faz para as praacuteticas de crescimento e desenvolvimento

econocircmico com o propoacutesito de natildeo igualar os dois conceitos que possuem caracteriacutesticas bem

distintas visto que o primeiro considera somente o acuacutemulo de riquezas embora esta se

concentre nas matildeos de pequena parcela de indiviacuteduos da populaccedilatildeo Este processo natildeo remete

agrave igualdade nem agrave justiccedila social O segundo por sua vez preocupa-se com a geraccedilatildeo de

riquezas sim mas tem o objetivo de distribuiacute-las de melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees o que remete portanto agrave qualidade ambiental do planeta (CAVALCANTI

1997) Essa eacute a oacutetica moderna do desenvolvimento e deve embasar as discussotildees atuais sobre

a produccedilatildeo de bens e serviccedilos no anseio da equidade social e da sustentabilidade dos recursos

naturais em todo o planeta

A ideia de desenvolvimento local a partir da agricultura especialmente na regiatildeo

Norte sugere conciliar os fatores culturais as tradiccedilotildees locais a capacidade de suporte dos

recursos naturais e as interaccedilotildees econocircmicas e sociais de forma interdisciplinar enfrentando

o desafio do binocircmio agriculturafloresta de modo que sejamos capazes de tornaacute-la produtiva

sem destruiacute-la exercitando a sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade deve respaldar um processo multidimensional e

intertemporal a ser praticado na escala local tendo como focos dinamizadores minimamente

as dimensotildees ambiental (resiliecircncia) econocircmica (produtividade) e social (equidade e

economia) (HAMMOND et al 1995 SACHS 2004 e SEPUacuteLVEDA 2008)

De uma maneira geral a sustentabilidade da propriedade rural passa pelo

aproveitamento eficaz das aacutereas cultivadas procurando tirar delas as melhores produtividades

possiacuteveis e por longos periacuteodos de tempo diminuindo a necessidade de ocupar novas aacutereas de

florestas Para que possam dar um retorno financeiro adequado aos produtores seus usos

157

devem ser pautados em informaccedilotildees de mercado tendo tambeacutem apoio governamental com

assistecircncia teacutecnica e para o escoamento da produccedilatildeo sem comprometer a qualidade dos

produtos e a competitividade econocircmica

4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da

Banana dimensotildees objetivos e componentes

Os indicadores satildeo detentores de informaccedilotildees sobre a dinacircmica dos diferentes tipos

dimensionais (HAMMOND et al 1995) Na avaliaccedilatildeo da sustentabilidade os indicadores

vecircm sendo cada vez mais utilizados para mensuraccedilatildeo do consumo dos recursos naturais em

funccedilatildeo das suas principais consequecircncias nocivas para o meio ambiente uma vez que o

crescimento populacional exige volumes crescentes de mateacuteria prima para manutenccedilatildeo da

vida

O termo indicador implica em inferir apontar estimar conceituando-se como uma

variaacutevel selecionada e quantificada fornecendo pistas para problemas ou tornando

perceptiacuteveis tendecircncias ou fenocircmenos difiacuteceis de serem detectaacuteveis podendo ser apresentados

em forma de dados estatiacutesticos ou graacuteficos que nos revele traccedilos da realidade e tendecircncias

futuras que de outra forma natildeo seria facilmente percebida permitindo uma aproximaccedilatildeo

simplificada da realidade observada (SARANDOacuteN 2002) Os indicadores podem ser

definidos no acircmbito global nacional regional ou local Para o alcance dos objetivos aqui

propostos eles seratildeo definidos de acordo com as especificidades locais

De acordo com Hammond et al (1995) Sachs (2004) e Sepuacutelveda (2008)

sustentabilidade deve refletir processos multidimensionais e intertemporais preferencialmente

praticados em escalas locais focando a resiliecircncia a produtividade a equidade e economia e

deve ser avaliada por meio de indicadores que permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais

especiacuteficas a serem definidas de acordo com o sistema avaliado (CHRISTEN 1996)

admitindo inuacutemeras possibilidades visto que cada sistema possui especificidades

Entre as diversas possibilidades para a definiccedilatildeo das dimensotildees a serem estudadas

encontram-se as indicadas por Darolt (2000) soacutecio cultural teacutecnico agronocircmica econocircmica

ecoloacutegica e poliacutetico institucional Por sua vez Carvalho (1994) aponta para as dimensotildees

econocircmicas socioloacutegicas ambientais poliacuteticas culturais e institucionais Costabeber (1989)

recomenda econocircmica social ecoloacutegica geograacutefica e tecnoloacutegica enquanto que Camino e

Muumlller (1993) recomendam considerar justiccedila social viabilidade econocircmica sustentabilidade

ambiental democracia solidariedade e eacutetica Por fim haacute as orientaccedilotildees de Sachs (2004) pelas

dimensotildees ambiental social econocircmica poliacutetica cultural e territorial

158

Contudo Sachs (1993) adverte que para a sustentabilidade de qualquer tipo de

sistema que envolva seres humanos pressupotildee-se o uso racional e equitativo dos recursos

sendo fundamental considerar minimamente as dimensotildees econocircmicas ambiental e social

como condiccedilatildeo preciacutepua para a geraccedilatildeo do desenvolvimento no longo prazo na temporalidade

aproximada de 25 anos

Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva em acordo com as orientaccedilotildees de Sachs (2004) e

Montibeller Filho (2004) os indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees social

econocircmica ambiental espacialgeograacutefica e poliacutetica Para cada dimensatildeo devem ser

visualizados os componentes e os objetivos que se deseja alcanccedilar para o ambiente estudado

A partir destes foram definidas as variaacuteveis estudadas Assim o quadro 1 apresenta as

dimensotildees sob as quais o desenvolvimento do sistema produtivo da banana pode ser avaliado

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas considerando as

informaccedilotildees obtidas no trabalho de campo nas comunidades rurais estudadas bem como os

objetivos que se deseja alcanccedilar e os componentes que devem ser avaliados em cada

dimensatildeo

Para esse estudo foram definidas cinco dimensotildees ambiental social econocircmica

espacialgeograacutefica e poliacutetica (Quadro 1) Para anaacutelise da sustentabilidade de cada dimensatildeo

foram identificados os objetivos que se deseja alcanccedilar e para isto definidos os componentes

que devem ser observados para que a partir destes possam ser indicadas as categorias os

elementos os descritores e os indicadores para cada dimensatildeo analisada Para a

sustentabilidade dos cultivos de bananeiras no Amazonas o sistema seraacute analisado no acircmbito

local

O estudo da sustentabilidade ambiental objetiva a melhoria da qualidade do ambiente e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Ela pode ser avaliada por meio do acompanhamento dos

ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas do uso dos recursos naturais natildeo renovaacuteveis da prioridade

agrave produccedilatildeo de biomassa do aproveitamento dos insumos naturais da reduccedilatildeo do consumo

energeacutetico das tecnologias empregadas no sistema produtivo dos iacutendices de resiacuteduos no

processo produtivo da destinaccedilatildeo dos resiacuteduos e cuidados ambientais observados no processo

produtivo Quadro 1

A sustentabilidade da dimensatildeo social que visa a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

deve observar a criaccedilatildeo de postos de trabalho sauacutede educaccedilatildeo a disponibilidade de emprego

a renda (distribuiccedilatildeo) o respeito agrave cultura local o aproveitamento do conhecimento

159

tradicional ou taacutecito as formas e niacuteveis de organizaccedilotildees sociais e a produccedilatildeo de bens que

favoreccedilam o atendimento agraves necessidades baacutesicas das pessoas envolvidas direta eou

indiretamente no processo produtivo

Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o

desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do

Amazonas DIMENSAtildeO OBJETIVO COMPONENTES

Sustentabilidade

Ambiental

Melhoria da qualidade do

ambiente e preservaccedilatildeo

das fontes de recursos

naturais

Respeito aos ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas

O uso de recursos naturais natildeo renovaacuteveis

Prioridade agrave produccedilatildeo de biomassa

Aproveitamento dos insumos naturais

Reduccedilatildeo do consumo de energia

Tecnologias empregadas no processo produtivo

Iacutendices de resiacuteduos nos processos produtivos

Destinaccedilatildeo dos resiacuteduos

Cuidados ambientais

Sustentabilidade

Social

Reduccedilatildeo das

desigualdades sociais

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

Sauacutede

Educaccedilatildeo

Emprego

Renda (distribuiccedilatildeo)

Cultura local

Conhecimento tradicional ou taacutecito Organizaccedilotildees sociais

Produccedilatildeo de bens que favoreccedilam o atendimento agraves

necessidades baacutesicas

Sustentabilidade

Econocircmica

Melhoria da riqueza

social

Fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e

privados

Manejo eficiente dos recursos disponiacuteveis

Capacidade econocircmica

Capacidade produtiva do cultivo

Aproveitamento dos recursos internos (da

propriedade)

Absorccedilatildeo (pela propriedade) dos custos

ambientais

Produtividade

Reduccedilatildeo da dependecircncia externa

Canais de comercializaccedilatildeo

Sustentabilidade

Espacial

Geograacutefica

Evitar excessos de

aglomeraccedilotildees e exaustatildeo

dos recursos

Capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo)

Capacidade endoacutegena de desenvolvimento

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra

Disponibilidade de infraestrutura

Capacidade de suporte dos recursos naturais

Sustentabilidade

Poliacutetica

Democratizaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas

existentes e fortalecimento

da governanccedila

Criaccedilatildeo de Leis e desenvolvimento de poliacuteticas

para a agricultura

Organizaccedilatildeo poliacutetico institucional

Democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional

existente

Cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica Governanccedila Fonte Sachs (2004) Montibeller Filho (2004) Adaptado pela autora

160

A sustentabilidade na dimensatildeo econocircmica que tem por objetivo a melhoria da

riqueza social deve observar o fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e privados o

manejo dos recursos disponiacuteveis a capacidade econocircmica a capacidade produtiva do cultivo

o aproveitamento dos recursos internos da propriedade absorccedilatildeo pela propriedade dos custos

ambientais a produtividade o niacutevel de dependecircncia externa e os canais de comercializaccedilatildeo

(Quadro 1)

A sustentabilidade da dimensatildeo espacialgeograacutefica objetiva evitar os excessos de

aglomeraccedilatildeo e consequentemente a exaustatildeo dos recursos Pode ser monitorada pela

observaccedilatildeo da capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo) a capacidade endoacutegena de

desenvolvimento a democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra a infraestrutura e a capacidade de

suporte dos recursos naturais

A sustentabilidade na dimensatildeo poliacutetica objetiva a democratizaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas existentes e as adequaccedilotildees que se fizerem necessaacuterias e ainda pelo niacutevel de

governanccedila Pode ser monitorado por meio dos seguintes componentes criaccedilatildeo de Leis e

desenvolvimento de poliacuteticas para a o fortalecimento da agricultura as formas e niacuteveis da

organizaccedilatildeo poliacutetico institucional a democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional existente a

cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica os niacuteveis de governanccedila na gestatildeo destes componentes e

pela apropriaccedilatildeo pelo cidadatildeo dos serviccedilos puacuteblicos institucionais

4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana

Ateacute a deacutecada de cinquenta o desenvolvimento foi entendido como sinocircnimo do

crescimento econocircmico mensurado por indicadores de ordem estritamente quantitativa A

partir de 1960 acirraram-se as discussotildees sobre desenvolvimento atrelado agrave sustentabilidade

como caraacuteter indissociaacutevel e os indicadores do desenvolvimento econocircmico de ordem

meramente quantitativa tornaram-se insuficientes para aferir o grau de desenvolvimento

visto que natildeo considerava o bem estar social nos diferentes niacuteveis de agregaccedilatildeo humana com

melhorias na qualidade de vida da populaccedilatildeo a exemplo da diminuiccedilatildeo dos niacuteveis de pobreza

de desemprego e desigualdade das condiccedilotildees de sauacutede nutriccedilatildeo educaccedilatildeo moradia

transporte (SANDRONI 1999 MOURA 2002 CUNHA 2006) intensificando as

investigaccedilotildees em torno de indicadores capazes de aferir a sustentabilidade em diferentes

contextos

Os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade assumem papel importante no

processo de construccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade bem como na definiccedilatildeo das

161

dimensotildees analisadas dos objetivos dos componentes e das variaacuteveis estudadas revelando o

que eacute importante ser medido e como avaliar e interpretar os resultados (LOPES 2001) Neste

sentido os indicadores permitiratildeo noccedilotildees comparativas visto que um criteacuterio eacute mais ou

menos sustentaacutevel em dado contexto natildeo existindo modelos definitivos para cada criteacuterio

(MOURA 2002)

Os indicadores precisam ser os mais especiacuteficos possiacuteveis de modo a se evitar

ambiguidades e problemas de validade e confiabilidade devendo incluir o objetivo ou a meta

a ser alcanccedilado o aspecto a ser medido o periacuteodo abrangido e a aacuterea fiacutesica em questatildeo

devendo tambeacutem ser mensuraacuteveis atingiacuteveis relevantes e oportunos (GUIJT 1999)

Moura (2002) assegura que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o

contexto a definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores

locais a definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees Para

Camino e Muumlller (1993) devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias e distintas de cada ecossistema

natildeo existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal Os

autores sugerem uma estrutura metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade composto de sete etapas que foram adaptadas para o sistema produtivo da

banana figura 1

Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade

Fonte Camino e Muumlller (1993) adaptada pela autora

Identificaccedilatildeo de Categorias Significativas

Definiccedilatildeo do Sistema

Identificaccedilatildeo de Elementos Significativos em Cada

Sistema

Identificaccedilatildeo e Seleccedilatildeo de Descritores

Definiccedilatildeo e Obtenccedilatildeo de Indicadores

Anaacutelise de Indicadores

Procedimentos de Monitoramento

1deg

Pas

so

2deg

e 3deg

Pas

sos

4deg

e 5

deg

Pas

sos

6deg

Pas

so

7deg

Pas

so

Atr

ibuto

s

chav

e par

a

o s

iste

ma

Sistema Local

Car

act

dos

elem

ento

s e

Med

idas

do

s

des

crit

ore

s

162

As fases dessa sequecircncia metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade em primeiro passo orienta que seja determinado o sistema a ser analisado o

qual segundo Yurjevic (1996) apud Daniel (2000) pode ser delimitado nos niacuteveis global

nacional regional ou local permitindo adaptaccedilotildees em acordo com os interesses da avaliaccedilatildeo

Para a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalhamos com a delimitaccedilatildeo em niacutevel local

O segundo e terceiro passos respectivamente referem-se agrave identificaccedilatildeo das

categorias - que eacute um aspecto do sistema - e dos elementos significativos do sistema ndash que satildeo

parte da categoria - que apresentam significacircncia dado o grau de influecircncia desses na

sustentabilidade do sistema e a importacircncia que eles assumem para a finalidade do estudo

Estas estatildeo atreladas ao que Hansen (1996) e Marzall (1999) apud Lopes (2001) denominam

de atributos chave que influenciam na sustentabilidade de cada categoria e portanto no

sistema geral

Segundo Aacutevila (1989) Torquebiau (1989) e Camino e Muumlller (1993) apud Daniel

(2000) qualquer sistema em qualquer niacutevel de organizaccedilatildeo ou agregaccedilatildeo pode ser avaliado

mediante a anaacutelise de quatro tipos de categorias

Recursos endoacutegenos compotildeem a base de recursos do sistema ou seja representam

sua estrutura Os indicadores relacionados a essa categoria devem evidenciar se o sistema

impacta negativamente ou se melhora a base de recursos

Recursos exoacutegenos eacute formada pelos mesmos elementos da categoria dos recursos

endoacutegenos poreacutem satildeo recursos de sistemas externos com os quais o sistema estudado

manteacutem relaccedilotildees afetando e sendo afetado por eles Tambeacutem compotildeem a parte estrutural (dos

sistemas exoacutegenos)

Operaccedilatildeo do sistema representa a parte funcional do sistema constituiacutedo das

atividades necessaacuterias agrave sua exequibilidade Os indicadores desta categoria devem mostrar se

o seu manejo e desempenho satildeo compatiacuteveis com as exigecircncias da sustentabilidade

Operaccedilatildeo de sistemas exoacutegenos satildeo atividades de fora do sistema necessaacuterias ao

funcionamento do mesmo constituem sua parte funcional No sistema produtivo da banana

representam os ambientes institucional e organizacional os fluxos financeiros e de

informaccedilotildees que envolvem o sistema e o consumidor (local regional nacional e

internacional) Estes ambientes comportam o aparato legal de suporte ao sistema em estudo a

disponibilidade de recursos financeiros humanos e tecnoloacutegicos a assistecircncia teacutecnica a

163

ciecircncia e tecnologias disponiacuteveis a infraestrutura disponibilizada a comercializaccedilatildeo da

produccedilatildeo etc

O quarto e quinto passos respectivamente tratam da identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos

descritores que satildeo caracteriacutesticas relevantes dos elementos selecionados na etapa anterior e

subordinam-se aos atributos de sustentabilidade do sistema e ao niacutevel de agregaccedilatildeo e da

definiccedilatildeo e obtenccedilatildeo de indicadores que satildeo medidas importantes para esses descritores A

literatura recomenda que para cada descritor relevante deve-se definir ao menos um

indicador No quinto passo tambeacutem eacute realizada a pesquisa de campo

As etapas sexta e seacutetima orientam agrave anaacutelise dos indicadores e os procedimentos de

monitoramento Segundo Daniel (2000) a sexta pode ser subdividida em seis etapas a)

significado do indicador b) o que como onde e quando medir c) insumos necessaacuterios para o

caacutelculo d) limitaccedilotildees do indicador e) valoreslimites do indicador f) apresentaccedilatildeo e

interpretaccedilatildeo dos resultados A seacutetima pode ter seus procedimentos descritos individualmente

para cada indicador ou para todo o conjunto da forma que melhor responder ao sistema

analisado

4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios

de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

O quadro 2 identifica as categorias elementos descritores e indicadores da Dimensatildeo

Ambiental visando o cultivo de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva Amazonas Na uacuteltima coluna satildeo mostrados os indicadores a serem trabalhados

nessa dimensatildeo tendo em vista os recursos edafoclimaacuteticos fauniacutesticos energeacuteticos manejo

e de luminosidade a serem considerados dentro e fora da propriedade rural

Dentro desses paracircmetros sobressaem a) a preocupaccedilatildeo com o estoque de aacutegua nos

periacuteodos de estiagem b) a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos

fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo

produtivo Esses dois paracircmetros satildeo considerados os mais importantes tendo em vista a baixa

capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua dos solos predominantes na regiatildeo (COCHRANE et al 1985

MARQUES et al 2010) e a sazonalidade da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica (RIBEIRO VILA

NOVA 1979 SALATI MARQUES 1984) como tambeacutem pela baixa fertilidade natural dos

solos de terra firme da Amazocircnia (COCHRANE SANCHEZ 1982 NICHOLAIDES et al

1983) e o haacutebito dos produtores natildeo darem importacircncia para a reposiccedilatildeo dos nutrientes

retirados pela sua produccedilatildeo ou entatildeo por adubarem seus cultivos sem o respaldo de uma

164

anaacutelise quiacutemica dos seus solos conforme verificado nas pesquisas de campo e os resultados

apresentados nos capiacutetulos anteriores dessa tese

Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Aacutegua

Quantidade Iacutendice da pluviosidade anual (mm)

Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)

Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)

Reservatoacuterios de aacutegua (simnatildeo)

Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)

Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)

Solo

Classificaccedilatildeo

Tipos de solos

Terraceamento (simnatildeo)

Conservaccedilatildeo

Preparo mecanizado (simnatildeo)

Estimativa de perda de sedimentos via

erosatildeo (thaa-1

)

Microclima Umidade do solo ()

Temperatura do solo (degC)

Qualidade

Quiacutemica

Teor de mateacuteria orgacircnica ()

Niacutevel de acidez (pH)

Estimativa da perda de nutrientes via

lixiviaccedilatildeo (kghaa-1

)

Estimativa da perda de nutrientes via

exportaccedilatildeo (kghaa-1

)

Fertilidade (altameacutediabaixa)

Qualidade Fiacutesica

Textura (argilosasiltosaargilosa)

Retenccedilatildeo de aacutegua ()

Erodibilidade (altameacutediabaixa)

Profundidade da camada de restriccedilatildeo ao

desenvolvimento radicular (cm)

Iacutendice meacutedio de compactaccedilatildeo (densidade

aparente gdm3)

Contaminantes

Aplicaccedilatildeo de agrotoacutexicos com conhecido

poder residual prolongado no solo e com

facilidade de lixiviaccedilatildeo (simnatildeo)

Aplicaccedilatildeo de resiacuteduos industriais no solo

utilizados como fertilizantes ou

corretivos que contenham contaminantes

bioacumuladores nocivos (simnatildeo)

Fauna Fitossanidade

Presenccedila de praga (simnatildeo)

Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)

Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)

Energia

Solar Aproveitamento de energia solar

(simnatildeo)

Eoacutelica Aproveitamento de energia eoacutelica

(simnatildeo)

Hiacutedrica Aproveitamento de energia hiacutedrica

(simnatildeo)

165

Luz Radiaccedilatildeo

Temperatura no cultivo (degC)

Interceptaccedilatildeo razatildeo da radiaccedilatildeo

fotossinteticamente ativa acima do

cultivoniacutevel do solo

Recursos

Exoacutegenos

Aacutegua

Quantidade

Iacutendice da pluviosidade anual (mm)

Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)

Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)

Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)

Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)

Fauna Fitossanidade

Presenccedila de praga (simnatildeo)

Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)

Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Manejo

Teacutecnico

Solo

Presenccedila de cobertura vegetal nativa

(simnatildeo)

Presenccedila de cobertura vegetal cultivada

(simnatildeo)

Presenccedila de erosatildeo (simnatildeo)

Manejo da fertilidade (simnatildeo)

Vegetaccedilatildeo

Manutenccedilatildeo da mata nativa (simnatildeo)

Atende as determinaccedilotildees legais sobre

manutenccedilatildeo de aacutereas de floresta

(simnatildeo)

Aproveitamento de resiacuteduos orgacircnicos

(simnatildeo)

Aacutegua

Respeita a capacidade de suporte hiacutedrico

(simnatildeo)

Manutenccedilatildeo da qualidade dos recursos

hiacutedricos (simnatildeo)

Construccedilatildeo de reservatoacuterios (simnatildeo)

Resiacuteduos

Quantidade de resiacuteduos orgacircnicos natildeo

aproveitados depositados direto no

sistema (restos vegetais animais etc)

(thaa-1

)

Resiacuteduos inorgacircnicos natildeo aproveitados

depositados direto no sistema

(vasilhames maquinarias etc) (simnatildeo)

Reciclagem de embalagens de forma

direta ou indireta (simnatildeo)

Correto armazenamento de embalagens

de produtos toacutexicos (simnatildeo)

Realiza queimadas (simnatildeo)

Tratamento de resiacuteduos (simnatildeo)

Compostagem (simnatildeo)

Uso de Recursos

Naturais natildeo

Renovaacuteveis

Uso de energia eleacutetrica (simnatildeo)

Uso de combustiacuteveis foacutesseis (simnatildeo)

Fonte autora

166

Accedilotildees que minimizem ou sobreponham essas limitaccedilotildees podem favorecer os cultivos

de bananeiras nas propriedades rurais resultando em maiores produtividades e menores

impactos ambientais dentro da mesma diminuindo os riscos de erosatildeo e exposiccedilatildeo direta dos

solos ao Sol e chuvas

Quando se analisa a Dimensatildeo Econocircmica (Quadro 3) e levando em consideraccedilatildeo os

resultados jaacute mencionados nos capiacutetulos anteriores que se embasaram nos trabalhos de campo

diversos indicadores devem ser enfatizados quando se pretende atingir determinada

sustentabilidade do cultivo de bananeiras nos municiacutepios estudados

Os indicadores que mais influenciam a sustentabilidade dos cultivos satildeo o

financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do produto o mercado comprador e o

escoamento da produccedilatildeo Os produtores tem muita dificuldade em conseguir financiamento

em bancos em suma por natildeo ter a posse definitiva da propriedade rural Como eles tem

dificuldades em escoar suas produccedilotildees ficam refeacutens dos atravessadores ou entatildeo de oacutergatildeos

governamentais que adquirem sua produccedilatildeo por preccedilos muito baixos limitando-se tambeacutem

em comprar apenas parte da colheita

Aleacutem disso haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias para o fortalecimento

da cadeia produtiva tendo em vista um melhor aproveitamento da mateacuteria prima para a

produccedilatildeo de subprodutos da banana bem como da bananeira em si como doces geleias

fibras e outras aplicaccedilotildees industriais (SEBRAE 2008) reduzindo as perdas que podem

atingir 60 dos frutos da colheita ateacute o momento do consumo (SEBRAE 2008 Brasil

2010)

Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Financeiro Vendas Volume de vendas (ta)

Preccedilo de venda do produto (R$penca) -

(R$cacho)

Renda bruta (R$a)

Renda liacutequida (R$a)

Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)

Maquinaria (simnatildeo)

Capacitaccedilatildeo de recursos humanos

(simnatildeo)

Recursos tecnoloacutegicos (simnatildeo)

Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)

Varejo (ta)

Canais de

Comercializaccedilatildeo

Empresas (ta)

Intermediaacuterios (ta)

167

Cooperativas (ta)

Governo (ta)

Mercados Internacional (ta)

Nacional (ta)

Regional (ta)

Local (ta)

Recursos

Exoacutegenos

Financeiro Financiamentos Fluxo de investimentos privados (R$a)

Fluxo de investimentos puacuteblicos (R$a)

Subvenccedilatildeo (R$a)

Existecircncia de linhas de creacutedito especiacutefica

(simnatildeo)

Disponibilidade de creacutedito para

produtores proprietaacuterios (simnatildeo)

Disponibilidade de creacutedito para

produtores natildeo proprietaacuterios (simnatildeo)

Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)

Maquinaria (simnatildeo)

Capacitaccedilatildeo de recursos humanos

(simnatildeo)

Recursos tecnoloacutegicos e instalaccedilatildeo de

agroinduacutestrias (simnatildeo)

Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)

Varejo (ta)

Canais de

Comercializaccedilatildeo

Empresas (ta)

Intermediaacuterios (ta)

Cooperativas (ta)

Governo (ta)

Mercados Internacional (ta)

Nacional (ta)

Regional (ta)

Local (ta)

Operaccedilatildeo

do Sistema

Insumos Disponibilidade

no Mercado

Fertilizantes quiacutemicos (simnatildeo)

Adubos orgacircnicos (simnatildeo)

Implementos agriacutecolas (simnatildeo)

Mudas (simnatildeo)

Status dos

Insumos no

Mercado

(aquisiccedilatildeo)

No municiacutepio (simnatildeo)

No Estado (simnatildeo)

Na regiatildeo (simnatildeo)

No mercado nacional (simnatildeo)

Economia de

Recursos

Reduccedilatildeo de insumos externos

(agrotoacutexicos fertilizantes embalagens

etc) (simnatildeo)

Ampliaccedilatildeo do aproveitamento de

resiacuteduos (simnatildeo)

Emprego de

Matildeo de Obra

Familiar Assalariada (simnatildeo)

De subsistecircncia (simnatildeo)

Contratada Temporaacuteriasafra (simnatildeo)

168

Permanente (simnatildeo)

Niacutevel

Tecnoloacutegico

No Cultivo Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a formaccedilatildeo dos cultivos (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a manutenccedilatildeo dos tratos culturais

(simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a colheita (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o poacutes colheita (simnatildeo)

Uso de equipamentos modernos

(simnatildeo)

Na

Comercializaccedilatildeo

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o armazenamento (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o transporte (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o controle de estoques (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a formaccedilatildeo de banco de dados

(simnatildeo)

Na

Transformaccedilatildeo

do Produto

Processo totalmente mecanizado

(simnatildeo)

Processo parcialmente mecanizado

(simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo

dos Produtos

No tacado Supermercados (kga)

Feiras (kga)

CEASA (kga)

Intermediaacuterios (kga)

Governo (kga)

No Varejo Feiras (kga)

Na propriedade agriacutecola (kga)

Infra Estrutura Escoamento da

Produccedilatildeo

Estradas asfaltadas (simnatildeo)

Estradas de terra (simnatildeo)

Fluvial (simnatildeo)

Transporte da

Produccedilatildeo

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash do governo (simnatildeo)

Fluvial ndash do governo (simnatildeo)

Da cooperativa (simnatildeo)

Da associaccedilatildeo (simnatildeo)

Armazenamento Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Assistecircncia

Teacutecnica

Rural Trimestral (simnatildeo)

Semestral (simnatildeo)

169

Anual (simnatildeo)

Financeira Semestral (simnatildeo)

Anual (simnatildeo)

Gestatildeo Semestral (simnatildeo)

Anual (simnatildeo)

Economia de

Recursos

Reduccedilatildeo no

Consumo

Insumos de produccedilatildeo (caixas

embalagens etc) Fonte autora

Uma anaacutelise da Dimensatildeo Social (Quadro 4) considerando as informaccedilotildees obtidas nas

propriedades rurais estudadas e nos oacutergatildeos envolvidos aponta que os indicadores que mais

afetam a sustentabilidade dos sistemas satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em

Associaccedilotildees e Cooperativas Os serviccedilos de atendimento de sauacutede satildeo precaacuterios obrigando-os

a irem aos centros urbanos para serem atendidos tendo em vista que apenas em Manaus eles

encontram serviccedilos mais sofisticados para a resoluccedilatildeo de seus problemas com doenccedilas e afins

Por outro lado geralmente eles tecircm pouco acesso a uma educaccedilatildeo consolidada na aacuterea

rural precisando enviar seus filhos para escolas nas aacutereas urbanas do municiacutepio submetendo-

os a grandes dispecircndios com deslocamentos etc Quanto agraves suas Associaccedilotildees e Cooperativas

haacute pouca ou quase nenhuma organizaccedilatildeo uma vez que muitas apresentam apenas seus

nuacutemeros de CNPJ e uma relaccedilatildeo dos associadoscooperados com os nomes e telefones de

contato Algumas contribuem para a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo mas outras nem isso

fazem com cada produtor comercializando sua produccedilatildeo de forma individual

Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Desenvolvimento

Cultural

Arqueoloacutegico

Presenccedila de siacutetio ou vestiacutegio

arqueoloacutegico na aacuterea dos cultivos

(simnatildeo)

Preservaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio

arqueoloacutegico (simnatildeo)

Divulgaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio ou de

vestiacutegios arqueoloacutegico (simnatildeo)

Turiacutestico

Presenccedila de equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

(simnatildeo)

Divulgaccedilatildeo dos equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

(simnatildeo)

Exploraccedilatildeo dos equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

170

(simnatildeo)

Artesanal

Existecircncia de mateacuteria prima para

confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)

Confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)

Patrimocircnio

Religioso

Existecircncia de templos ou outras

aacutereas consideradas sagradas

(simnatildeo)

Existecircncia de cemiteacuterios (simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Desenvolvimento

Humano

Sauacutede

Posto meacutedico (simnatildeo)

Hospitais (simnatildeo)

Laboratoacuterios cliacutenicos (simnatildeo)

Cliacutenicas odontoloacutegicas (simnatildeo)

Educaccedilatildeo

Escolas de ensino superior

(Faculdades) (simnatildeo)

Escolas de ensino meacutedio (simnatildeo)

Escolas de ensino fundamental

(simnatildeo)

Emprego

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

temporaacuterio (em relaccedilatildeo ao ano

anterior)

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

permanente (em relaccedilatildeo ao ano

anterior)

Garantia dos diretos trabalhistas

(simnatildeo)

Qualificaccedilatildeo do trabalho (segundo

orientaccedilatildeo da OITtrabalho decente5)

Habitaccedilatildeo

Habitaccedilotildees de alvenaria (un)

Habitaccedilotildees de madeira (un)

Habitaccedilotildees de outros materiais (un)

Saneamento

baacutesico

Redes de esgoto nas ruas (simnatildeo)

Estaccedilotildees de tratamento de esgoto

(simnatildeo)

Rede de distribuiccedilatildeo de aacutegua

(simnatildeo)

Rede de distribuiccedilatildeo de energia

eleacutetrica (simnatildeo)

Organizaccedilotildees

Sociais

Associaccedilotildees

comunitaacuterias

Existecircncia de associaccedilatildeo comunitaacuteria

(simnatildeo)

Participaccedilatildeo da sociedade ()

Cooperativas

agriacutecolas

Existecircncia de cooperativas rurais

(simnatildeo)

Participaccedilatildeo da comunidade ()

Cooperativas

agroindustriais

Existecircncia de cooperativas

agroindustriais (simnatildeo)

5 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo

implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a

dignidade humana

171

Participaccedilatildeo da comunidade ()

Lazer

Disponibilidade de estruturas de

lazer puacuteblica (simnatildeo)

Disponibilidade de estruturas de

lazer privada (simnatildeo)

Participaccedilatildeo da sociedade ()

Creches Disponibilidade de creches (simnatildeo)

Organizaccedilotildees

Religiosas

Igrejas

Preservaccedilatildeo de igrejastemplos ou

outras aacutereas consideradas sagradas

no municiacutepio (un)

Cemiteacuterios Preservaccedilatildeo de cemiteacuterios (simnatildeo) Fonte autora

Quanto agrave Dimensatildeo EspacialGeograacutefico (Quadro 5) de todos os indicadores

identificados os mais importantes a serem considerados quando se leva em consideraccedilatildeo a

sustentabilidade do sistema produtivo satildeo a falta da posse definitiva da terra problema que

aflige a maioria dos produtores e agraves vezes agrave falta de aacutegua no periacuteodo de secas anuais

Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash

Dimensatildeo EspacialGeograacutefico

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Recursos

Naturais

Ocupaccedilatildeo do

Territoacuterio

Propriedade da Terra (simnatildeo)

Disponibilidade de infraestrutura de

acesso agrave propriedade (simnatildeo)

Terra

Disponibilidade de Terra para a

expansatildeo dos cultivos (ha)

Disponibilidade de terra para a

introduccedilatildeo de novas culturas (simnatildeo)

Disponibilidade de recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra

Aacutegua

Disponibilidade de recursos hiacutedricos

naturais ndash rios lagos igarapeacutes etc

(simnatildeo)

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave aacutegua

(simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Manejo dos

Recursos

Naturais

Ocupaccedilatildeo do

Territoacuterio

Propriedade da Terra (simnatildeo)

Capacidade de concentraccedilatildeo espacial

(habmsup2)

Capacidade do suporte hiacutedrico

(capacidade hiacutedricapor propriedade)

Hinfraestrutura disponiacutevel (transporte

energia armazenagem etc) (simnatildeo)

Recursos

Disponiacuteveis para o

Desenvolvimento

Disponibilidade de recursos minerais

(simnatildeo)

Disponibilidade de recursos turiacutesticos

(simnatildeo)

172

Disponibilidade de recursos artesanais

(simnatildeo)

Disponibilidade de espaccedilos para a

comercializaccedilatildeo (simnatildeo)

Disponibilidade de infraestrutura de

acesso agrave propriedade (simnatildeo) Fonte autora

A anaacutelise da dimensatildeo poliacutetica (Quadro 6) deve observar os recursos endoacutegenos

exoacutegenos e de operaccedilatildeo do sistema produtivo de bananas com o fim de conhecer quais as

forccedilas poliacuteticas atuantes no sistema produtivo e a influecircncia destas nos ambientes

institucional organizacional e produtivo e ainda entender como se processa os fluxos fiacutesicos

financeiros e de informaccedilotildees e o niacutevel de governanccedila existente entre os elementos do sistema

O ecircxito da dimensatildeo poliacutetica como elemento de desenvolvimento em determinado

territoacuterio se traduz no conjunto articulado das poliacuteticas existentes em niacutevel econocircmico e

social observadas preferencialmente as potencialidades locais em uma sucessatildeo de

operaccedilotildees indissociaacuteveis que se fortalecem agrave medida que se aprimora a governanccedila entre os

atores Assim a sustentabilidade da dimensatildeo poliacutetica aponta para o encadeamento das

atividades institucionais organizacionais e produtivas dos recursos endoacutegenos exoacutegenos e de

operaccedilatildeo do sistema

Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash

Dimensatildeo Poliacutetica

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Desenvolvimento de

Poliacuteticas Puacuteblicas Municipal

Uso racional dos recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Uso racional da terra (simnatildeo)

Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

(simnatildeo)

Aproveitamento da energia solar (simnatildeo)

Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)

Infraestrutura direcionada ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Fomento direcionado agrave agricultura

(simnatildeo)

Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo de incremento da renda no setor

agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave

produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)

Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o

mercado internacional (simnatildeo)

173

Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)

Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias

(simnatildeo)

Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola

(simnatildeo)

Assentamento rural (simnatildeo)

Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental

(simnatildeo)

Controle sanitaacuterio

Recursos

Exoacutegenos

Desenvolvimento de

Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Uso racional dos recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

(simnatildeo)

Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)

Infraestrutura direcionada ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Fomento direcionado agrave agricultura

(simnatildeo)

Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo de incremento da renda no setor

agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave

produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)

Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o

mercado internacional (simnatildeo)

Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)

Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias

(simnatildeo)

Apoio agraves pesquisas relacionadas ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola

(simnatildeo)

Assentamento rural (simnatildeo)

Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental

(simnatildeo)

Controle sanitaacuterio

Operaccedilatildeo

de Sistemas

Execuccedilatildeo de

Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Municipal

Instituiccedilatildeo de Ensino Superior ndash IES

(simnatildeo)

Instituiccedilatildeo de Ensino Teacutecnico (simnatildeo)

Praacuteticas de inclusatildeo social (simnatildeo)

Praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica

(simnatildeo)

Praacuteticas de proteccedilatildeo da propriedade

intelectual (simnatildeo)

174

Praacuteticas de cooperativismo (simnatildeo)

Praacuteticas de associativismo (simnatildeo)

Controle da produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Incentivos ao desenvolvimento

tecnoloacutegico (simnatildeo)

Atividades de licenciamento ambiental

(simnatildeo)

Atividades de fiscalizaccedilatildeo e

monitoramento ambiental (simnatildeo)

Defesa sanitaacuteria vegetal (simnatildeo)

Infraestrutura de transporte (simnatildeo)

Infraestrutura de energia (simnatildeo)

Atividades de desenvolvimento de micros

e pequenas empresas (simnatildeo)

Atividades de incentivos ao

empreendedorismo (simnatildeo)

Interlocuccedilatildeo com os atores (simnatildeo)

Atividades de incentivos ao

empreendedorismo (simnatildeo)

Atividades de incentivo agraves bioinduacutestrias

(simnatildeo) Fonte autora

Quando se analisa o Quadro 6 acima com mais detalhes e se leva em consideraccedilatildeo as

situaccedilotildees encontradas nas propriedades rurais estudadas percebe-se que os indicadores de

sustentabilidade na Dimensatildeo Poliacutetica satildeo pouco praticados ou estatildeo ausentes no sistema

produtivo de bananas nesses municiacutepios Essas ausecircncias ou incipiecircncias ocorrem tanto para

os recursos endoacutegenos e exoacutegenos como para os de operaccedilatildeo de sistemas Com raras

exceccedilotildees os produtores trabalham de forma isolada com pouco ou nenhum apoio

institucional (poliacutetico) eou organizacional (de assistecircncia teacutecnica eou financeira) para

resolver os problemas em suas propriedades rurais e os que surgem no sistema como um todo

Os oacutergatildeos oficiais apenas esporadicamente visitam suas propriedades para alertar no

cumprimento (e fiscalizaccedilatildeo) das leis ambientais e dando alguma assistecircncia teacutecnica agriacutecola

ou na aacuterea de sauacutede aleacutem de um precaacuterio suporte com escolas no niacutevel primaacuterio e agraves vezes no

secundaacuterio

Uns dos poucos serviccedilos prestados pelos governos federal estadual e municipal estatildeo

nas aacutereas de transporte e energia visto que a maioria das propriedades tem acesso rodoviaacuterio

Contudo as estradas que levam agraves propriedades em sua maioria satildeo de terra e de difiacutecil

deslocamento especialmente no periacuteodo chuvoso Todas as propriedades analisadas

175

dispunham de energia eleacutetrica poreacutem os equipamentos nas propriedades satildeo muito precaacuterios

dado o baixo niacutevel de investimentos em tecnologias aplicadas agrave produccedilatildeo e processamento

dos produtos

Tambeacutem foi identificada uma razoaacutevel assistecircncia por parte das prefeituras municipais

no transporte da produccedilatildeo das propriedades rurais ateacute agraves feiras do proacuteprio municiacutepio ou ateacute a

capital que eacute o maior centro consumidor destes produtos no momento da comercializaccedilatildeo

seja no atacado ou no varejo

O governo do Estado atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash

PREME em parceria com o governo Federal tambeacutem tem significativa participaccedilatildeo pela

aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo local Este fator se por um lado eacute de grande valia por outro se

configura como uma fragilidade do sistema visto que muitos produtores tecircm neste canal a

uacutenica forma de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo no atacado o que configura uma ameaccedila

potencial ao produtor

Na Dimensatildeo Poliacutetica portanto a maioria dos indicadores definidos no Quadro 6

pode servir de paracircmetro para a evoluccedilatildeo do sistema produtivo das bananas nos dois

municiacutepios

Este trabalho aglutina a orientaccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade para as

dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica e poliacutetica sem contudo trazer

resultados de anaacutelise destes indicadores visto que natildeo se configura objeto desta Tese que se

limita neste momento a apresentar uma proposta de indicadores que podem ser utilizados

para proceder ao monitoramento dos elementos apresentados em cada dimensatildeo como forma

de mensurar a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios estudados

176

454 CONCLUSOtildeES

Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os indicadores podem ser mensurados a partir das

dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica

Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de

estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada

em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo

Na Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do

produto o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo

Os indicadores da Dimensatildeo Social que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e a participaccedilatildeo da comunidade em

Associaccedilotildees e Cooperativas

Na Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores mais significativos para a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a posse definitiva da terra e a

disponibilidade de recursos hiacutedricos

No acircmbito da Dimensatildeo Poliacutetica poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades

rurais estudadas nos dois municiacutepios mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento

sustentaacuteveis e fragilizadas perante a globalizaccedilatildeo da economia especialmente no que se

refere agrave competitividade

177

5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Apesar de haver um grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do

Amazonas (trabalho cientiacutefico 4) capazes de dar todo o suporte teacutecnico e financeiro para os

produtores de bananas obterem altos rendimentos em suas propriedades rurais a

produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute

bem abaixo daquela considerada desejaacutevel (trabalho 1 Tabelas 1 5 e 7) Essa baixa

produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500

toneladas por ha ano conforme indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) se os produtores tivessem

apoio financeiro (inexpressiva participaccedilatildeo comprovada no trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 4 e

7) e orientaccedilatildeo teacutecnica no momento da formaccedilatildeo dos cultivos (deficiecircncia comprovada no

trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 3 e 6) que indicassem a ideal densidade de plantas por ha

manejo da fertilidade do solo do controle das pragas e doenccedilas e do momento certo para a

colheita da produccedilatildeo em seus cultivos Foi observado em feiras e mercados bem como in loco

em diversas propriedades rurais a colheita de cachos com frutos ainda sem tamanho e sem

padratildeo pequenos que apodrecem antes de amadurecerem

A falta ou deficiecircncia de financiamentos aos produtores de bananas pelo setor

financeiro geralmente eacute uma consequecircncia da ausecircncia de documentaccedilatildeo de titularidade das

propriedades rurais Sem esses financiamentos a uacutenica forma de se capitalizarem para

investirem em tecnologia e melhoria em suas propriedades rurais vem da venda de suas

produccedilotildees de bananas No entanto os oacutergatildeos governamentais que compram a produccedilatildeo para

atender agraves demandas da merenda escolar pagam muito pouco e compram apenas parte dessa

produccedilatildeo com o restante sendo geralmente vendidos agrave intermediaacuterios do mercado que pagam

um pouco mais mas ainda natildeo permitindo a esses produtores se capitalizarem

adequadamente para poderem investir melhor em suas propriedades

Outra limitaccedilatildeo quanto agrave valorizaccedilatildeo do cultivo da banana na regiatildeo se refere ao fato

de que quase toda sua produccedilatildeo eacute realizada visando ao consumo in natura Uma quantidade

muito pequena natildeo mensuraacutevel eacute convertida em bananas chips salgada ou doce A falta de

um segmento de processamento da produccedilatildeo (ausecircncia comprovada no trabalho cientiacutefico 2

tabelas 5 e 8) para a industrializaccedilatildeo da banana na regiatildeo deixa sua cadeia produtiva

fragilizada com os excedentes sendo perdidos ao inveacutes de gerarem mais empregos e fontes de

renda para o Amazonas como um todo Devido agrave fragilidade e agrave alta perecibilidade da

banana estudos mostram que entre 40 e 60 do volume produzido da fruta eacute perdido desde a

colheita ateacute o seu consumo Segundo a Fundaccedilatildeo Banco do Brasil (BRASIL 2010) a fase de

178

poacutes-colheita chega a ser responsaacutevel por 60 das perdas O desconhecimento das teacutecnicas

disponiacuteveis para reduzir as perdas por parte de agentes da cadeia produtiva eacute a maior causa do

desperdiacutecio As principais causas no atacado satildeo a inadequaccedilatildeo das embalagens e do

armazenamento bem como o transporte precaacuterio das frutas Por outro lado no varejo

acredita-se que os mais seacuterios problemas relacionados agraves perdas satildeo o tempo entre a compra e

venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor Essas perdas poderiam ser

reduzidas com o uso de embalagens adequadas e com a colocaccedilatildeo dos frutos em cacircmaras frias

com correta temperatura e umidade relativa controlada (SEBRAE 2008 BRASIL 2010) o

que natildeo se observa nas aacutereas pesquisadas no presente estudo

A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o aproveitamento dos frutos nos dois

municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das perdas de bananas aleacutem de agregar valor

ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa cultura na regiatildeo Segundo SEBRAE (2008)

diversos produtos poderiam ser obtidos usando a banana como mateacuteria prima tais como

banana passa banana chips doces tortas balas geleias baby food cristalizados iogurte

suco aguardente etc Aleacutem disso existem produtos de uso natildeo alimentar que podem ser

obtidos com a planta em si como fibras da casca da bananeira artesanato moacuteveis e objetos

de decoraccedilatildeo papel bananaplac poliacutemeros naturais e outras aplicaccedilotildees industriais

Uma importante vantagem no processamento industrial do fruto da banana eacute a reduccedilatildeo

das dificuldades logiacutesticas (incluindo transporte e armazenamento) uma vez que os processos

de industrializaccedilatildeo reduzem peso e volume dos alimentos aleacutem de tornaacute-los menos pereciacuteveis

e mais lucrativos Se esse processamento ocorrer em agroinduacutestrias proacuteximo agraves aacutereas de

cultivo os resiacuteduos do processamento podem retornar agraves propriedades e serem convertidos em

adubo evitando danos ao ambiente

Outro fator positivo em se investir na industrializaccedilatildeo da banana eacute que haacute uma

tendecircncia de fortalecimento do mercado mundial dessa cultura (SEBRAE 2008 BRASIL

2010) o que pode favorecer o seu cultivo caso se agregue valores agrave sua cadeia produtiva

Portanto investimentos regionais que visem fortalecer o cultivo da banana no

Amazonas podem trazer mais emprego divisas e desenvolvimento para o Estado Para isso

ecircnfases devem ser dadas a indicadores que afetam a cultura dentro das dimensotildees ambiental

econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica (conforme orientaccedilotildees trabalho

cientiacutefico 5 Quadros 2 3 4 5 e 6)

Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de

179

estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada

em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo (trabalho

cientiacutefico 5 Quadro 2)

Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo

de venda do produto a industrializaccedilatildeo do produto com a implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias

gerando subprodutos de valor agregado o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo

(trabalho cientiacutefico 5 Quadro 3)

Na Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede a educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em associaccedilotildees e

cooperativas consolidadas (trabalho cientiacutefico 5 Quadro 4)

180

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Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROGRAMA ......desenvolvimento deste trabalho e compreensão nos necessários momentos de ausência do convívio familiar. Aos meus familiares, especialmente

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pela serenidade mental e fortalecimento fiacutesico ateacute aqui

proporcionado permitindo-me esta concretizaccedilatildeo

Aos meus filhos e ao Pedro Mendel pela valiosa colaboraccedilatildeo no

desenvolvimento deste trabalho e compreensatildeo nos necessaacuterios momentos de

ausecircncia do conviacutevio familiar

Aos meus familiares especialmente meus pais e amigos que contribuiacuteram

para a construccedilatildeo dos valores que embasaram a percepccedilatildeo necessaacuteria para a

elaboraccedilatildeo do trabalho aqui concluso

Aos docentes discentes e a equipe administrativa da Universidade Federal

do Amazonas em especial aqueles que integram o Programa de Poacutes

Graduaccedilatildeo em BiotecnologiasPPGBIOTECUFAM pela oportunidade de

ingresso no curso e concessatildeo do conhecimento e aprendizado necessaacuterios agrave

formaccedilatildeo cientiacutefica e qualificaccedilatildeo profissional

Ao Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira pela orientaccedilatildeo no transcorrer desta

Tese e valiosa colaboraccedilatildeo e acompanhamento em todas as etapas desta

pesquisa

Agrave Profa Dra Maria do Perpeacutetuo Socorro Rodrigues Chaves pela

coorientaccedilatildeo e apoio muitas vezes ultrapassando o acircmbito acadecircmico

A todos que colaboraram para a obtenccedilatildeo dos dados desta pesquisa

especialmente aos produtores rurais dos Municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva bem como aos presidentes de cooperativas

agriacutecolas associaccedilotildees empresas e liacutederes comunitaacuterios destes Municiacutepios pela

valiosa colaboraccedilatildeo na coleta de dados e informaccedilotildees sobre a cultura da

bananeira

Agraves instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas pela cooperaccedilatildeo e fornecimento dos dados

que subsidiaram a pesquisa

Aos que direta ou indiretamente colaboraram para a realizaccedilatildeo deste

trabalho

A todos Muito obrigada

RESUMO

A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica do paiacutes e

estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade tanto no acircmbito

urbano quanto no rural Em paralelo se acirram as discussotildees no sentido de conciliar a

preservaccedilatildeo dos recursos naturais e o desenvolvimento econocircmico social e cultural O

desenvolvimento da Amazocircnia se insere nesse contexto e depende da forma como seratildeo

administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos

recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua

populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave

economia nacional e mundial O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento

regional natildeo foram suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do

Amazonas pelo uso sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre

porque a cadeia produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita

com processos gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos

de produccedilatildeo produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado A cultura da

banana se insere nesse contexto Estes fatores impedem a competitividade do produto e

atribuem pouco benefiacutecio aos agentes da cadeia produtiva Este trabalho propocircs caracterizar o

sistema produtivo da banana como forma de identificar as praacuteticas de gestatildeo da sua cadeia

produtiva nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo Amazonas e analisar o

potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo desses cultivos e

estabelecer indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel Para isso foram obtidas

informaccedilotildees atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico e de dados verbais pela aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios e entrevistas estruturadas nos trecircs setores envolvidos na pesquisa propriedades

rurais produtoras de bananas ambientes institucional e organizacional Apesar de haver um

grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do Amazonas capazes de dar

todo o suporte teacutecnico e financeiro para os produtores de bananas obterem altos rendimentos

em suas propriedades rurais a produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute bem abaixo daquela considerada desejaacutevel Essa baixa

produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500

toneladas por ha ano criando condiccedilotildees para que essa cultura se insira como fator de

desenvolvimento sustentaacutevel na regiatildeo A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o

aproveitamento dos frutos nos dois municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das

perdas de bananas aleacutem de agregar valor ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa

cultura na regiatildeo

Palavras Chave Bioinduacutestrias cadeia produtiva desenvolvimento rural associaccedilotildees rurais

ABSTRACT

Globalization has brought about changes in social economic and politics of the country and

stimulated significant advances in various sectors of society both in urban areas and in rural

as it stoked the discussions to reconcile the preservation of natural resources and economic

development social and cultural The development of the Amazon depends on how its

potential will be administered by reconciling ecological balance and sustainable use of

resources so that it reflects in substantial improvement of its populations quality of life

economic growth modernization technological advances and their integration to the

economy national and global The potential for wealth and regional development policies

were insufficient to foster economic development of the Amazonas state for the sustainable

use of existing biodiversity resources in the region This is because the production chain of

regional commercially exploited species is still restricted with inefficient management

processes resulting in low productivity high production costs low quality products and little

or no added value The culture of banana falls within that context These factors impede the

competitiveness of the product and give little benefit to agents of the productive chain This

paper proposed to characterize the production of banana system as a way to identify the

management practices of the production chain in the municipalities of Rio Preto da Eva and

Presidente Figueiredo Amazonas and analyze the potential development of these

municipalities from the idealization of this culture and establish indicators for sustainable

development For this information was obtained through a literature review and verbal data

by questionnaires and structured interviews in the three sectors involved in the research

producing farms of bananas institutional and organizational environments Although there are

a large number of public and private organizations in the state of Amazonas able to give all

the technical and financial support to banana producers to obtain high yields on their farms

productivity of this culture in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da

Eva is well below that considered desirable This low productivity around 145 tons per ha

year could reach at least 500 tons per ha year creating conditions for this culture to be

inserted as a sustainable development factor in the region The implementation of bio-based

industries in order to take advantage of the fruits in the two counties could be a solution to

reduce losses of bananas as well as adding value to the product and strengthen the production

chain of this fruit species in the region

Keywords bio-based industries production chain rural development rural associations

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa 19

Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva 32

ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola 116

Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas

119

Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no ambiente

institucional 122

Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash

MAPA no ambiente institucional 127

Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash

MDIC no ambiente institucional 128

Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional 128

Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de

Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no ambiente institucional 130

Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI

no ambiente institucional 132

Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash

SEPLANCTIAM no ambiente organizacional 134

Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do

Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional 134

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash

SEPRORAM no ambiente institucional 136

Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social - BNDES no ambiente organizacional Erro Indicador natildeo definido

Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da

Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM

no ambiente organizacional 139

Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no

ambiente organizacional 141

Figura 15 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente

organizacional 142

Figura 16 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que

compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de Rio Preto da Eva e Presidente

Figueiredo no Amazonas 145

ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS

EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade 161

LISTA DE QUADROS

ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas 43

ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS

PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA

CULTURA

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 65

ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA

ESTADO DO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 92

ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em acordo

com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da

Eva no Amazonas 113

ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS

EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o

desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do Amazonas

159

Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental 164

Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica 166

Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social 169

Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo

EspacialGeograacutefico 171

Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo

Poliacutetica 172

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS

Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012 46

Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo Caipira e FHIA

18 47

Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de Bananeiras

para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas 48

Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 50

Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea

amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 52

Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio do

Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 55

Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea

Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 58

ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS

PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA

CULTURA

Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas ndash Safra

2012 69

Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do

Amazonas Safra 2012 71

Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e

Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 72

Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Safra

2012 74

Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Presidente

Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 76

Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e

Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio do Rio

Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 78

Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais em

Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas 80

Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos Acondicionamento

para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 82

ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA

ESTADO DO AMAZONAS

Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas

Safra 2012 96

Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas

Safra 2012 99

Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas

Aacutereas Amostradas Safra 2012 102

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare

Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012 103

Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por

Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012 104

Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas 45

Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012 106

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 17

21 OBJETIVO GERAL 17 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 17

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 18

31 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DO ESTADO DO AMAZONAS 18 32 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA 18 33 CRESCIMENTO ECONOcircMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL EVOLUCcedilAtildeO DAS IDEIAS

20 34 FORCcedilAS DO CAPITALISMO DA EFICIEcircNCIA Agrave DEFICIEcircNCIA 24 35 DIMENSOtildeES BAacuteSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO 26 36 INDICADORES AMBIENTAIS 29

37 CADEIA PRODUTIVA AGRIacuteCOLA 31 38 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS 33 39 A CULTURA DA BANANA COMO ATIVIDADE AGRIacuteCOLA CULTIVARES DE OCORREcircNCIAS

FREQUENTES NO ESTADO DO AMAZONAS 34

391 Tratos Culturais da Bananeira 36 3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira 36

4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS 37

41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO

AMAZONAS 37 Resumo 37

Abstract 38 411 INTRODUCcedilAtildeO 39 412 MATERIAL E MEacuteTODOS 42

4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 42 4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 42 4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 44 4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos 44

413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 46 4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil 46 4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA

18 47 4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo no Estado do

Amazonas 48 4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo 49 4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva 54

414 CONCLUSOtildeES 60 42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO

SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A

SUSTENTABILIDADE DA CULTURA 61 Resumo 61 Abstract 62

421 INTRODUCcedilAtildeO 63 422 MATERIAL E MEacuteTODOS 65

4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 65 4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 65 4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 66 4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados 67

423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 69 4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra de 2012 69 4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Amazonas 72 4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos

Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Amazonas 73 4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 76 4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva no Amazonas 78 4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos

Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo no

Amazonas 79 4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 81 424 CONCLUSOtildeES 85

43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA

EVA ESTADO DO AMAZONAS 87 Resumo 87 Abstract 88

431 INTRODUCcedilAtildeO 89 432 MATERIAL E MEacuteTODOS 92

4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 92 4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 92 4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 93 4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 94

433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 96 4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas 96 4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva Amazonas 98 4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado nos Municiacutepios

de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 101 4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare

Cultivado nas Aacutereas Amostradas 103 4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare Cultivado nas

Aacutereas Amostradas 103 4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel 105

434 CONCLUSOtildeES 108 44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA

NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO

AMAZONAS 109

Resumo 109 Abstract 110 441 INTRODUCcedilAtildeO 111 442 MATERIAL E MEacuteTODOS 112

4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 112 4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 112 4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 114 4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos 115

443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 115 4431 Sistema Produtivo Agriacutecola 115 4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola 117 4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos Municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 146 444 CONCLUSOtildeES 148

45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE

BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS 149 RESUMO 149 ABSTRACT 150

451 INTRODUCcedilAtildeO 151 452 MATERIAL E MEacuteTODOS 153

4521 Objeto e Aacuterea de Estudo 154 4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade 154

453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 156 4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade 156 4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da Banana dimensotildees

objetivos e componentes 157 4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana 160 4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 163 454 CONCLUSOtildeES 176

5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 177

REFEREcircNCIAS 180

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

O contexto maior no qual este estudo se insere eacute o desenvolvimento de municiacutepios

do Estado do Amazonas pelo aproveitamento das potencialidades endoacutegenas locais em

consonacircncia com as praacuteticas de sustentabilidade A atividade agriacutecola especialmente nos

cultivos para fins comerciais se apresenta como alternativa capaz de proporcionar a melhoria

econocircmica e social das populaccedilotildees locais e contribuir para preservaccedilatildeo ambiental e cultural

das espeacutecies envolvidas

A modernizaccedilatildeo do setor agropecuaacuterio brasileiro iniciado na deacutecada de 50 com

aacutepice a partir de 1960 caracterizou-se pela chamada ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo (AGUIAR e

MONTEIRO 2005) baseado num modelo quiacutemico mecacircnico e geneacutetico com a introduccedilatildeo

de inovaccedilotildees como o uso de agrotoacutexicos maacutequinas fertilizantes quiacutemicos sementes e

matrizes melhoradas geneticamente Esta praacutetica resultou em consideraacutevel expansatildeo do

agronegoacutecio no paiacutes Esse modelo trouxe inegaacuteveis avanccedilos relacionados com o aumento da

produccedilatildeo e da produtividade pela incorporaccedilatildeo de novas aacutereas agriacutecolas e do emprego de

novas tecnologias poreacutem trouxe tambeacutem inuacutemeros impactos ambientais tais como a

supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos

recursos naturais especialmente os recursos hiacutedricos e dos alimentos (EHLERS 1999)

Para Sachs (1996) o modelo tecnoloacutegico adotado consiste basicamente na

substituiccedilatildeo do ecossistema natural por um ecossistema artificial simplificado representado

em geral pela monocultura Em decorrecircncia dessa simplificaccedilatildeo e para compensaacute-la a

agricultura tornou-se cada vez mais dependente de insumos externos o que amplia sua

fragilidade e compromete sua sustentabilidade

Os debates sobre os riscos da degradaccedilatildeo ambiental comeccedilaram de forma esparsa

por volta de 1960 e se intensificaram ao longo dos dez primeiros anos (BRUumlSEKE 1998) A

magnitude dos desastres ecoloacutegicos mais percebidos a partir da deacutecada de 60 acelerou o

despertar da consciecircncia para as limitaccedilotildees dos recursos naturais os modos de produccedilatildeo

industrial e agriacutecola e tambeacutem para os males resultantes do uso de agrotoacutexicos (PIRES

2003) A partir de entatildeo se acirraram importantes discussotildees internacionais sobre meio

ambiente e sustentabilidade Em paralelo o processo de globalizaccedilatildeo das economias e dos

mercados apresentava dinacircmica crescente exigindo modernizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo

sobretudo nos paiacuteses em desenvolvimento para se tornarem competitivos

A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica e

estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade nos acircmbitos urbano e

15

rural Os negoacutecios agriacutecolas e industriais em especial foram fortemente pressionados a

aperfeiccediloarem a competitividade em suas cadeias produtivas sobretudo nos fatores

relacionados agrave tecnologia e gestatildeo de processos como forma de se estabelecerem num

mercado cada vez mais competitivo

A Amazocircnia possui o maior ecossistema de florestas tropicais do planeta e eacute

reconhecida como um dos componentes centrais para o desenvolvimento das proacuteximas

geraccedilotildees e o equiliacutebrio do ambiente global Contudo ainda natildeo eacute possiacutevel precisar seus

benefiacutecios futuros e estimar sua aplicabilidade no acircmbito socioeconocircmico visto que ainda eacute

pequena a parcela de componentes da biodiversidade que satildeo conhecidos e identificados pela

ciecircncia o que remete agrave necessidade de trato cauteloso dos diversos elementos que a

compotildeem

As recentes mudanccedilas na economia e sociedade global sobretudo aquelas

relacionadas agrave temaacutetica ambiental no esforccedilo de garantir a sustentabilidade dos recursos

naturais e a manutenccedilatildeo dos ecossistemas amazocircnicos resultaram em perdas de

competitividade do extrativismo e da agricultura tradicional regional em especial na forma

como satildeo praticados no Estado do Amazonas delineados mais como elementos de

subsistecircncia do que como fator de desenvolvimento e de equiliacutebrio econocircmico especialmente

nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos e tambeacutem na induacutestria e no comeacutercio

da Zona Franca de Manaus

Afirmativo eacute que o desenvolvimento da Amazocircnia depende da forma como seratildeo

satildeo administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos

recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua

populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave

economia nacional e mundial (CAVALCANTI 1997)

O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento regional natildeo foram

suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do Amazonas pelo uso

sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre porque a cadeia

produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita com processos

gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos de produccedilatildeo

produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado Estes fatores impedem a

competitividade do produto e atribuem pouco benefiacutecio aos agentes do processo produtivo

Esta dinacircmica vem sendo observada na produccedilatildeo regional da banana que apresenta

dados de baixa produtividade especialmente para cultivos comerciais nos municiacutepios de Rio

16

Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas (IBGE 2010) Em vista disso

estudos mais detalhados voltados para um melhor entendimento da cadeia produtiva dessa

cultura nesses municiacutepios podem servir de base para um aumento da sua produtividade e

sustentabilidade inserindo-a como fator de desenvolvimento econocircmico regional Nessa

dinacircmica esse estudo busca compreender quais as praacuteticas de gestatildeo apropriadas para a

implantaccedilatildeo de cultivos de bananeiras capazes de melhorar a produtividade e a qualidade dos

produtos oriundos dos municiacutepios em estudo de forma que estes cheguem ao mercado em

condiccedilotildees de competitividade com os produtos vindos de outras regiotildees do paiacutes e ainda quais

indicadores de sustentabilidade precisam ser monitorados para garantir o desenvolvimento da

regiatildeo por meio da cultura da bananeira

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Identificar as praacuteticas de gestatildeo em cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Estado do Amazonas e caracterizar os ambientes da

sua cadeia produtiva e os indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo dessa

cultura

22 Objetivos Especiacuteficos

1 Realizar um diagnoacutestico das praacuteticas culturais e de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

2 Identificar os atores da cadeia produtiva da banana e analisar suas competecircncias

objetivos e interaccedilatildeo no processo produtivo

3 Caracterizar e propor indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da

banana nos municiacutepios em estudo

18

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos do Estado do Amazonas

O Amazonas maior Estado brasileiro com aacuterea geograacutefica correspondente a

1570745680 km2 distribuiacutedos em 62 municiacutepios com populaccedilatildeo de 3393369 habitantes

(IBGE 2010) situa-se ao centro da regiatildeo Norte do Brasil na sub-regiatildeo amazocircnica

caracterizada por grande diversidade do meio natural clima geomorfologia solos

hidrografia e vegetaccedilatildeo Limita-se ao Norte com o Estado de Roraima e duas fronteiras

internacionais Venezuela e Colocircmbia a Leste com o Estado do Paraacute a Sudeste com o Mato

Grosso ao Sul com o Estado de Rondocircnia e a Sudoeste com o Estado do Acre agregando

mais uma fronteira internacional com o Peru Abriga a maior floresta equatorial do planeta

Geograficamente apresenta Latitude ao extremo Norte de 2deg08rsquo30rsquorsquo e ao extremo Sul de

9deg49rsquo00rsquorsquo Longitude ao extremo Leste de 56deg04rsquo50rsquorsquo e ao extremo Oeste de 73deg48rsquo46

(INPA 2013)

O Municiacutepio de Manaus eacute a capital do Estado do Amazonas Possui aacuterea territorial

de 11408 Kmsup2 estaacute situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees

fazendo limites com os Municiacutepios de Rio Preto da Eva Iranduba Novo Airatildeo e Presidente

Figueiredo O Municiacutepio dispotildee de transporte aeacutereo rodoviaacuterio e fluvial com acesso via

terrestre para os Estados de Rondocircnia ndash BR 319 e Roraima ndash BR 174 podendo por este

Estado se deslocar para os paiacuteses latinos por via terrestre Pelo transporte aeacutereo pode se

deslocar para qualquer parte do paiacutes ou do exterior Pelo Transporte Terrestre desloca-se para

os Estados de Rondocircnia e Roraima e para alguns municiacutepios do interior do Amazonas O

clima predominante eacute quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 267 degC (IDAM 2013) O

Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 1802525 habitantes sendo 1793416 na zona urbana e

9109 na zona rural (IBGE 2013)

32 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos dos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva

O Municiacutepio de Presidente Figueiredo possui aacuterea territorial de 25421 Kmsup2 estaacute

situado na 8ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Meacutedio Amazonas limitando-se com os

municiacutepios de Urucaraacute Satildeo Sebastiatildeo do Uatumatilde Itapiranga Rio Preto da Eva Manaus

Novo Airatildeo e o Estado de Roraima O principal meio de transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio

ligado agrave Manaus pela BR 174 distante 107 Km (em linha reta) da capital O clima

predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 32 degC (IDAM 2013) O

19

Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 27121 habitantes sendo 12999 na zona urbana e 14122

na zona rural (IBGE 2013)

O Municiacutepio de Rio Preto da Eva possui aacuterea territorial de 5813225 Kmsup2 estaacute

situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees limitando-se com os

municiacutepios de Itapiranga Itacoatiara Manaus e Presidente Figueiredo O principal meio de

transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio ligado agrave Manaus pela AM 010 distante 80 Km (em

linha reta) da capital O clima predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura

meacutedia de 28 degC (IDAM 2013) O Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 17582 habitantes

sendo 6232 na zona urbana e 11350 na zona rural (IBGE 2013)

Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Figura 1) onde estatildeo alocadas as

propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Os dois Municiacutepios

ocupam 18 da aacuterea total do Estado abrigando 132 da populaccedilatildeo total do Amazonas

(IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto

maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas (IBGE 2013) e satildeo municiacutepios

20

limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus que se configura como o maior centro

consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado

33 Crescimento Econocircmico e Desenvolvimento Sustentaacutevel Evoluccedilatildeo das Ideias

Um olhar mais profundo em torno das questotildees econocircmicas e sociais que se

configuram como os pontos centrais dos debates atuais sobre sustentabilidade encontram jaacute

no ldquoMalthusianismordquo elementos que justificam essa preocupaccedilatildeo A ascensatildeo do capitalismo

e a revoluccedilatildeo industrial provocaram mudanccedilas significativas na sociedade e na economia do

final do seacuteculo XVIII e ateacute meados do seacuteculo XIX Estes mesmos fatores motivaram Thomas

Robert Malthus (1766-1834) a preconizar que o crescimento demograacutefico da Terra

comprometeria a capacidade produtiva de alimentos

Em meados do seacuteculo XX os problemas demograacuteficos mundiais especialmente dos

paiacuteses subdesenvolvidos revitalizaram as concepccedilotildees de Malthus e o tema foi retomado sob a

oacutetica do Neomalthusianismo que atrelava ao contexto histoacuterico o crescimento populacional

a escassez dos recursos naturais e o agravamento da pobreza e do desemprego Inuacutemeras

alternativas foram propostas por esta corrente poreacutem o ponto focal era a necessidade de

poliacuteticas de controle de natalidade por meio do planejamento familiar

O debate em torno da sustentabilidade preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos

naturais ganhou forccedila e acalorou as discussotildees dos processos para a produccedilatildeo de bens e

serviccedilos da qualidade do trabalho e emprego a distribuiccedilatildeo de renda as transformaccedilotildees

sociais que resultassem em melhorias na qualidade de vida das pessoas e nas condiccedilotildees do

ambiente Este esforccedilo foi decisivo para a reavaliaccedilatildeo dos conceitos e praacuteticas em torno do

desenvolvimento e do crescimento especialmente dos paiacuteses perifeacutericos onde os problemas

sociais e ambientais se avolumam

Nos multiplicamos dez vezes em relaccedilatildeo ao iniacutecio da revoluccedilatildeo industrial Bilhotildees de

pessoas provavelmente ainda seratildeo adicionadas agrave populaccedilatildeo mundial no seacuteculo 21 Isto estaacute

contribuindo para criar um mundo dividido entre uma grande riqueza e uma incocircmoda

pobreza se deparando com desafios ambientais sem precedentes

Ateacute a deacutecada de 60 o desenvolvimento econocircmico era embasado principalmente

nos padrotildees de crescimento do Produto Interno Bruto ndash PIB sem considerar as crescentes

lacunas das desigualdades sociais e do desemprego em massa decorrentes desse processo

Esses fatores desencadearam reflexotildees profundas especialmente sobre as questotildees sociais

resultando na necessidade de reordenaccedilatildeo do conceito de desenvolvimento Nesse sentido os

economistas M Kalecki e Dudley Seers surgem como precursores do pensamento de que o

21

desenvolvimento deveria ser analisado considerando tambeacutem os iacutendices de emprego e

posteriormente na deacutecada de 90 Amartya K Sen forneceu importante contribuiccedilatildeo inserindo

a necessidade do embasamento de desenvolvimento na universalizaccedilatildeo e exerciacutecio efetivo de

todos os direitos humanos poliacuteticos civis e ciacutevicos econocircmicos sociais e culturais (SEN

2000 SACHS 2008)

O acirramento das discussotildees em torno da problemaacutetica ambiental particularmente

na deacutecada de 70 inferiu agrave reconceitualizaccedilatildeo do desenvolvimento as ideias de

ecodesenvolvimento que posteriormente evoluiu para desenvolvimento sustentaacutevel

obedecendo ao duplo imperativo eacutetico de solidariedade com as geraccedilotildees presentes e futuras

sob a eacutegide da sustentabilidade social e ambiental e de viabilidade econocircmica (SACHS

2009)

Para Sachs (2008) os objetivos do desenvolvimento distinto do crescimento

econocircmico vatildeo aleacutem da mera multiplicaccedilatildeo da riqueza material devendo preocupar-se com a

promoccedilatildeo da igualdade e a maximizaccedilatildeo da vantagem daqueles que vivem nas piores

condiccedilotildees O desenvolvimento eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para se alcanccedilar a meta de uma

vida melhor mais feliz e mais completa para todos uma vez que essa ideia implica a expiaccedilatildeo

e a reparaccedilatildeo de desigualdades passadas criando uma conexatildeo capaz de preencher o abismo

civilizatoacuterio entre as antigas naccedilotildees metropolitanas e a sua periferia colonial entre as

minorias ricas modernizadas e a maioria ainda sem oportunidades e exausta dos trabalhadores

pobres Neste sentido o desenvolvimento deve ser capaz de reduzir ou eliminar o desemprego

maciccedilosubemprego e a desigualdade crescente por meio da modernidade inclusiva que deve

ser propiciada pela mudanccedila estrutural

Enquanto o crescimento econocircmico se fundamenta basicamente da maximizaccedilatildeo do

PIB o desenvolvimento conforme enfatizado desde 1960 por Kalecki e Seers soacute se

concretiza se ampliar o emprego reduzir a pobreza e atenuar as desigualdades e sua

concretizaccedilatildeo soacute seraacute viaacutevel por meio do equiliacutebrio de sintonia fina entre cinco dimensotildees que

se configuram como os pilares do desenvolvimento sustentaacutevel (SACHS 2008) quais sejam

1- Social fundamental por motivos tanto intriacutensecos quanto instrumentais por causa

da perspectiva de disrupccedilatildeo social que paira de forma ameaccediladora sobre muitos

lugares problemaacuteticos do nosso planeta

2- Ambiental com as suas duas dimensotildees (os sistemas de sustentaccedilatildeo da vida como

provedora de recursos e como ldquorecipientesrdquo para a disposiccedilatildeo de resiacuteduos)

3- Territorial relacionado agrave distribuiccedilatildeo espacial dos recursos das populaccedilotildees e das

atividades

4- Econocircmico sendo a viabilidade econocircmica a ldquoconditio sene qua nonrdquo para que as

coisas aconteccedilam

22

5- Poliacutetico a governanccedila democraacutetica eacute um valor fundador e um instrumento

necessaacuterio para fazer as coisas acontecerem

No aspecto Social eacute preciso que o sistema crie oportunidades para todos os

segmentos da sociedade envolvendo o maacuteximo possiacutevel dos indiviacuteduos para que o

desenvolvimento os contemple e os beneficie reduzindo ou eliminando a pobreza o

analfabetismo e o desemprego bem como dando condiccedilotildees de saneamento baacutesico seguranccedila

puacuteblica educaccedilatildeo sauacutede etc

O sistema precisa tambeacutem garantir um equiliacutebrio entre o desenvolvimento e a

preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo do meio ambiente (qualidade ambiental) evitando a sua degradaccedilatildeo

Para isso necessita otimizar os espaccedilos usados para as atividades econocircmicas prevendo

unidades de conservaccedilatildeo sempre que for necessaacuterio regularizando e ordenando o espaccedilo

Territorial em benefiacutecio da sociedade e do meio ambiente

Quanto aos aspectos Econocircmicos e Poliacuteticos o sistema necessita ter um

planejamento que preveja os potenciais regionais tendo em vista o mercado local regional

nacional e internacional garantindo seguranccedila para o desenvolvimento econocircmico do modelo

Para isso a vontade poliacutetica e o envolvimento da sociedade nas decisotildees governamentais satildeo

de suma importacircncia pois se cria um elo entre o poder constituiacutedo e os segmentos da

sociedade em prol do desenvolvimento sustentaacutevel

Para Sachs (2004) a sustentabilidade local soacute seraacute possiacutevel se considerada a partir

das dimensotildees social ambiental territorial econocircmica e poliacutetica Dentro das recomendaccedilotildees

teacutecnicas e considerando que os processos sociais e naturais satildeo dinacircmicos espera-se que essa

sustentabilidade dure por no miacutenimo aproximadamente 25 anos

Os planos globais de transiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel preconizavam que

a Ameacuterica do Sul especialmente os paiacuteses tropicais adotasse poliacuteticas de desenvolvimento

endoacutegeno e inclusivo que orientasse para uma civilizaccedilatildeo moderna sustentaacutevel com base na

biomassa (biodiversidade-biomassa-biotecnologias) e ainda que este projeto de

desenvolvimento nacional fosse resultante de um amplo debate entre a sociedade e o Estado

Nesse contexto imprescindiacutevel era o gerenciamento das necessidades emergenciais e a

adoccedilatildeo de estrateacutegias de curto meacutedio e longo prazo baseado na mobilizaccedilatildeo dos recursos

internos que possibilitassem o crescimento natildeo inflacionaacuterio e induzido pelo emprego

(SACHS 2008)

23

Sachs (2009) elencou as condiccedilotildees necessaacuterias para se levar agrave frente o crescimento

induzido pelo emprego como forma de assegurar simultaneamente a sustentabilidade social e

o crescimento econocircmico

1- Capacidade local de planejamento entendida como a capacidade de identificaccedilatildeo

de gargalos e de recursos ociosos e a capacidade de superaacute-los

2- Estiacutemulo agrave capacidade de mobilizar recursos e iniciativas locais

3- Reabilitaccedilatildeo do sistema financeiro nacional para dotaacute-lo de um miacutenimo de

capacidade de atender agraves necessidades das empresas e do financiamento de obras

puacuteblicas sem excluir o recurso (em casos excepcionais) agrave quase-moeda e agrave

promoccedilatildeo do escambo

4- Uma reforma fiscal que criasse um Imposto de Valor Adicionado progressivo

sobre o consumo haveria isenccedilatildeo para os bens essenciais mas teria forte incidecircncia

sobre artigos de luxo

Contudo qualquer esforccedilo no sentido da promoccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno e

inclusivo demandaraacute a combinaccedilatildeo de vaacuterias poliacuteticas complementares que vatildeo desde a

capacidade de explorar oportunidades de crescimento induzido pelo emprego com custo baixo

ou zero de importaccedilotildees passando pela geraccedilatildeo de empregos relacionados agrave conservaccedilatildeo de

energia e de recursos e a reciclagem de materiais o incremento da agricultura familiar como

estrateacutegia para estimular o desenvolvimento rural a promoccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de

trabalhadores por conta proacutepria e de microempresas estabelecer relaccedilotildees mutuamente

beneacuteficas entre grandes e pequenas empresas inserir e estimular que pequenas e meacutedias

empresas participem das compras governamentais e ainda desenhar poliacuteticas capazes de

permitir que empresas de grande porte se transformem em atores competitivos no mercado

global (SACHS 2008)

O desenvolvimento sustentaacutevel a partir das forccedilas endoacutegenas ou seja baseado na

mobilizaccedilatildeo dos recursos internos deveraacute priorizar a modernizaccedilatildeo da agricultura pela adoccedilatildeo

de tecnologias que permitam o aumento da produtividade e qualidade dos produtos a

melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a qualidade de vida dos trabalhadores que

eleve o compartilhamento de accedilotildees entre os produtores e dinamizem o uso dos recursos

disponiacuteveis de modo que lhes sobre mais tempo para o descanso e lazer sem comprometer sua

produtividade e renda (SACHS 2009)

Com base nessas premissas surgem algumas perguntas

O estudo da sustentabilidade deve responder como o desenvolvimento econocircmico

social ambiental poliacutetico e os fatores culturais podem caminhar juntos Quais as metas

sensatas para este lotado e inteligente planeta Como fazer para que o mundo seja tanto

proacutespero como justo e ambientalmente sustentaacutevel O que precisamos fazer para que nossa

populaccedilatildeo e nossa economia natildeo esgotem a capacidade do planeta O objeto de estudo do

24

desenvolvimento sustentaacutevel precisa entrar nessa complexidade de entender os sistemas e suas

relaccedilotildees para melhorar o mundo

Para responder a essas perguntas natildeo se pode ignorar como os sistemas produtivos

interagem com a natureza sendo portanto necessaacuterio o aprimoramento das cadeias

produtivas e o acompanhamento por meio de indicadores ambientais a serem considerados na

cadeia produtiva das culturas para que possam de fato servir de fator de sustentabilidade

econocircmica e ecoloacutegica

34 Forccedilas do Capitalismo da Eficiecircncia agrave Deficiecircncia

Apesar dos exaustivos discursos sobre a globalizaccedilatildeo ainda vivemos numa sociedade

bastante fragmentada Neste sentido Sachs (2008) nos lembra que a economia capitalista eacute

louvada por sua inigualaacutevel eficiecircncia na produccedilatildeo de bens (riquezas) poreacutem ela tambeacutem se

sobressai por sua capacidade de produzir males sociais e ambientais

Os males do capitalismo soacute podem ser mitigados e compensados mediante a produccedilatildeo

de bens puacuteblicos tais como a reduccedilatildeo da pobreza ou a proteccedilatildeo do meio ambiente Este

pensamento natildeo eacute amplamente abrangente do ponto de vista da eficiecircncia Kuttner (1997) ao

estudar os limites do mercado apontou ao menos trecircs tipos de eficiecircncia a alocadora

associada ao nome de Adam Smith a inovadora que se relaciona com o pensamento

schumpteriano e a eficiecircncia do pleno emprego de todos os meios de produccedilatildeo embasada no

keynesianismo A estes Sachs (2008) deu valiosa contribuiccedilatildeo acrescentando a eficiecircncia

social que se sobrepotildee ao pensamento keynesiano quanto ao pleno emprego e a forccedila de

trabalho e a ecoeficiecircncia O capitalismo natildeo deixa duacutevidas de que eacute muito eficiente em

termos de alocaccedilatildeo poreacutem deficiente em termos da alocaccedilatildeo de eficiecircncias keynesiana social

e ecoeficiecircncia que satildeo essenciais ao conceito de desenvolvimento includente fundamentado

no trabalho decente para todos

Analisando o processo de crescimento do Brasil Furtado (2001) adverte que nossa

sociedade na tentativa de reproduzir a cultura material do capitalismo mais avanccedilado priva a

grande maioria da populaccedilatildeo dos meios de vida essenciais resultando numa sociedade de

massas em que coexistem formas sofisticadas de consumo supeacuterfluo e carecircncias essenciais no

mesmo extrato social e ateacute na mesma famiacutelia Esta observaccedilatildeo retrata a dicotomia entre o

capitalismo de mercado e o desenvolvimento sustentaacutevel

Natildeo existe ainda um consenso sobre as dimensotildees e a essencialidade do

desenvolvimento sustentaacutevel No entanto a definiccedilatildeo mais recorrente segundo Sachs (2009)

aponta para a eficiecircncia econocircmica a conservaccedilatildeo ambiental e a equidade social sendo que a

25

primeira soacute tem valor se conservar a segunda e produzir a terceira Este pensamento eacute

corroborado por Nascimento e Viana (2007) que chamam a atenccedilatildeo para as praacuteticas

capitalistas vigentes que induzem a processos distintos do desenvolvimento e da

sustentabilidade visto que ldquoo crescimento econocircmico em conformidade com os padrotildees de

consumo vigentes no mundo desenvolvido provoca destruiccedilatildeo ambiental e gradativamente se

torna inviaacutevel sobretudo na perspectiva de expansatildeo desse estilo de vidardquo tambeacutem porque

ldquonatildeo haacute equidade social em uma economia de mercadordquo

Natildeo haacute conservaccedilatildeo da natureza se a produccedilatildeo de energia se faz por meio da queima

de foacutesseis (gaacutes petroacuteleo e carvatildeo mineral) responsaacuteveis por mais de 90 da matriz

energeacutetica mundial produzindo CO2 aquecendo a Terra mudando o clima e

produzindo situaccedilotildees de reduccedilatildeo de produccedilatildeo seca e fome em vaacuterias partes do

mundo Sobretudo nos paiacuteses mais pobres

A economia de mercado ateacute pode extinguir aqui e ali a pobreza absoluta a despeito

de na realidade poder exterminaacute-la por completo da face da Terra

Becker (2009) considera que os mais de 20 milhotildees de habitantes da Amazocircnia

desejam o desenvolvimento sustentaacutevel embora cada ator perceba este termo de forma

diferenciada Eacute necessaacuterio acertar os ponteiros em torno da inclusatildeo social da conservaccedilatildeo

dos recursos e da equidade social e recomenda o caminho mais adequado talvez seja o da

inovaccedilatildeo para nos tornarmos competitivos do contraacuterio teremos que modificar o sentido do

mundo globalizado o que momentaneamente nos parece inapropriado Na Amazocircnia a

inovaccedilatildeo deve perpassar a questatildeo institucional especialmente no sentido de organizar a base

produtiva hoje extremamente dispersa e variada e exige uma reflexatildeo em torno de questotildees

ideoloacutegicas como a falsa dicotomia entre desenvolvimento e conservaccedilatildeo e entre inclusatildeo

social e competitividade Neste sentido a questatildeo fundiaacuteria merece atenccedilatildeo diferenciada que

considere as escalas miacutenimas de produccedilatildeo como elemento necessaacuterio para a transformaccedilatildeo do

produtor familiar em empreendedor agriacutecola

A urbanizaccedilatildeo tambeacutem deve ser pensada em paralelo visto que as cidades satildeo

fundamentais para o desenvolvimento quando se configuram mercado consumidor sede das

redes de organizaccedilatildeo do territoacuterio da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo e aleacutem do mais absorvem

imigrantes Portanto precisam de planejamento para atender socialmente a populaccedilatildeo em

termos de serviccedilos equipamentos e trabalho (BECKER 2009) e conclui ldquoa Amazocircnia sem

duvida eacute extremamente heterogecircnea e precisamos reconhecer a diversidade natildeo soacute a

biodiversidade mas a sociodiversidade as diferenciaccedilotildees internas e a partir disso ajustar os

princiacutepios de poliacuteticas gerais agraves condiccedilotildees variadas nas sub-regiotildees Isto eacute fundamental

Significa respeito agraves diferenccedilasrdquo nos colocando na rota da revoluccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica

26

rumo agrave organizaccedilatildeo da base produtiva agrave transformaccedilatildeo do modelo de produccedilatildeo familiar para

realmente produtiva (empreendedor agriacutecola) e agrave mudanccedila

35 Dimensotildees Baacutesicas Para o Desenvolvimento

Quando Sachs (2009) repensa a evoluccedilatildeo do conceito de desenvolvimento ao longo

destes sessenta anos concorda com Sen (1990) Precircmio Nobel de economia que define o

desenvolvimento como sendo a efetivaccedilatildeo universal do conjunto de direitos humanos desde

os direitos poliacuteticos e ciacutevicos direitos econocircmicos sociais e culturais e por fim os direitos

coletivos que inclui o direito a um ambiente saudaacutevel Nesta loacutegica Sachs (2008) trabalha o

desenvolvimento seguindo um tripeacute formado por trecircs dimensotildees baacutesicas da sociedade

desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado Em debate aberto no Centro de

Desenvolvimento Sustentaacutevel da Universidade de Brasiacutelia Sachs (2009) traacutes agrave discussatildeo sua

oacutetica sobre as vertentes pelas quais o desenvolvimento deve ser proferido

a) O desenvolvimento includente remete ao social visto que os objetivos deste satildeo

sempre eacuteticos e sociais O desafio eacute como promover o progresso social com base

no postulado eacutetico de solidariedade sincrocircnica com a nossa geraccedilatildeo respeitando as

condicionalidades ecoloacutegicas e ambientais e de solidariedade diacrocircnica com as

geraccedilotildees futuras

O desemprego aberto o subemprego e a exclusatildeo social que atinge boa parte da

populaccedilatildeo em idade de trabalho eacute o problema social atual de maior relevacircncia Neste sentido

uma observaccedilatildeo importante cabe a este processo para que as accedilotildees assistenciais necessaacuterias -

haja vista a imensidatildeo do problema mas que natildeo modificam estruturalmente a situaccedilatildeo - natildeo

sejam substituiacutedas pelas accedilotildees que consistem em promover a inclusatildeo social pelo trabalho

decente1 alertando para o fato de que natildeo eacute suficiente promover o emprego ou o

autoemprego eacute necessaacuterio incluir os preceitos de dececircncia mencionados pela Organizaccedilatildeo

Internacional do trabalho - OIT

O progresso ou o retrocesso social pode ser avaliado levando em conta trecircs indicadores

mencionados pelo economista britacircnico Dudley Sears o emprego a pobreza e a desigualdade

avaliando o aumento e a diminuiccedilatildeo ao longo do tempo mediante a aplicaccedilatildeo de poliacuteticas que

tendam ao desenvolvimento

1 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo

implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a

dignidade humana

27

Por maior que seja a taxa de crescimento econocircmico natildeo se pode falar em

desenvolvimento se houver o menor retrocesso em um dos trecircs indicadores sob pena de se

configurar apenas um crescimento socialmente perverso aquele que natildeo aumenta o emprego

decente natildeo diminui a pobreza e a desigualdade (SEARS apud SACHS 2009)

b) Desenvolvimento sustentaacutevel deve ser economicamente viaacutevel remete ao mercado

Para que os fatos se concretizem eacute necessaacuterio que se sustente no mercado tendo isso como

uma condiccedilatildeo necessaacuteria poreacutem natildeo suficiente para promover o desenvolvimento dado que

o fator econocircmico natildeo eacute um objetivo em si eacute apenas um instrumental com o qual avanccedilar a

caminho do desenvolvimento includende sustentaacutevel Nisso a ciecircncia pode contribuir natildeo soacute

no segmento da biologia ou da energia nuclear mas essencialmente no acircmbito das ciecircncias

sociais com a responsabilidade de explicitar os criteacuterios com os quais se avalia o

desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado (SACHS 2009)

c) O desenvolvimento sustentado relaciona a preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo dos recursos na

linha do tempo Neste sentido os criteacuterios ambientais satildeo mais difiacuteceis de serem definidos

mas sem duacutevida os gases de efeito estufa resultante do consumo excessivo das energias

foacutesseis devem ser avaliados para que se possa entender qual o impacto destes sobre as

mudanccedilas climaacuteticas que afetam diretamente os solos a aacutegua e as florestas em nosso planeta

(SACHS 2009)

Nesse contexto eacute imprescindiacutevel o acompanhamento por meio de indicadores de

sustentabilidade como variaacutevel selecionada e quantificada que nos permite analisar uma

tendecircncia que de outra forma natildeo seria facilmente detectada capaz de inferir uma mensuraccedilatildeo

dos recursos ambientais econocircmicos social cultural espacialgeograacutefico e poliacutetico

(TOMASONI 2006)

A sustentaccedilatildeo econocircmica guarda estreita relaccedilatildeo com o crescimento que eacute condiccedilatildeo

necessaacuteria para o desenvolvimento O crescimento depende do investimento aplicado

portanto a taxa de investimento e a poupanccedila devem ser trabalhadas cuidadosamente

(SACHS 2008) A inclusatildeo social e o cuidado com o meio ambiente satildeo caracteriacutesticas de

uma boa sociedade Uma boa sociedade eacute aquela que eacute proacutespera e inclusiva ambientalmente

sustentaacutevel e politicamente bem governada

O desenvolvimento includente deve priorizar os bilhotildees de agricultores familiares e

suas famiacutelias e pensar a agricultura com base na biomassa (biodiversidade-biomassa-

biotecnologias) A biomassa eacute o combustiacutevel o alimento a forragem o adubo verde a

bioenergia o material de construccedilatildeo a mateacuteria prima industrial os faacutermacos os cosmeacuteticos e

28

os inuacutemeros outros produtos que podem ser produzidos a partir dela em bases sustentaacuteveis

usando a ciecircncia e a biotecnologia para aumentar a produtividade e tambeacutem para aumentar a

diversidade de produtos Este processo deve incluir os milhotildees de agricultores em trabalho

decente e deve considerar ainda os trabalhos natildeo agriacutecolas derivados do processo (SACHS

2009)

Todo este modelo de desenvolvimento com base na biodiversidade-biomassa-

biotecnologias deve integrar os agricultores familiares modernizando a sua visatildeo de

produccedilatildeo Aquilo que Becker (2009) chama de ldquotransformaccedilatildeo do agricultor familiar em

empreendedor ruralrdquo a que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel ldquoum

empreendedor que escolha o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo

Outra dimensatildeo do desenvolvimento que merece especial atenccedilatildeo eacute aquela que

Buarque (2009) insistentemente rebusca para o debate a educaccedilatildeo Alertando para o fato de

que ldquoo grande salto estaacute em criar uma consciecircncia nova a partir de uma revoluccedilatildeo na

educaccedilatildeordquo no caso do Brasil por meio da nacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo trazendo a educaccedilatildeo

baacutesica para a responsabilidade da naccedilatildeo e natildeo dos municiacutepios como se daacute hoje Eacute preciso

influenciar o inconsciente coletivo desde a infacircncia de toda a humanidade como forma de

agregar valor agrave natureza

Mello (2009) analisa o desenvolvimento por outra vertente natildeo menos importante que

as demais a territorialidade e o local como forma de incluir na anaacutelise as relaccedilotildees da

sociedade com o seu lugar por acreditar que isto eacute base e elo participante do processo global

As teorias a seguir satildeo condensadas dos trabalhos dessa autora Neste sentido como eacute

possiacutevel pensar em desenvolvimento sustentaacutevel sem levar em consideraccedilatildeo a grande maioria

da populaccedilatildeo brasileira e mundial que natildeo tem sequer um lugar onde viver seja no campo ou

nas cidades em detrimento de uma minoria que acumula a posse de grandes propriedades tatildeo

somente como reserva de valor na constituiccedilatildeo de patrimocircnio privado

Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar

com a riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos

ecossistemas O primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de

comeacutercio ainda que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute

possiacutevel dispensar as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo

resgatar a grande parte da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda (MELLO 2009)

Os nossos ecossistemas analisa Mello (2009) jaacute demostram a ausecircncia de um

equiliacutebrio interno caracterizado pela ameaccedila de desaparecimento de espeacutecies A produccedilatildeo

29

continuada do modelo de exploraccedilatildeo que adotamos conseguiu romper o equiliacutebrio de todos os

nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do

solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a

salinizaccedilatildeo entre outros Em vaacuterios biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em

erosatildeo e perda da fertilidade do solo Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que

temos produzido se questiona ateacute quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir

o aumento da produtividade Ou quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para

aumentar a produccedilatildeo Quanto de nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e

outros gratildeos

Tudo isto serve de norte para a mudanccedila de modo a ponderar a primazia desta forma

de utilizaccedilatildeo do territoacuterio e do local e reconstruir outros caminhos dando mais valor a tudo

aquilo que hoje na sociedade na economia e na poliacutetica estaacute completamente agrave margem

(MELLO 2009)

36 Indicadores Ambientais

Para Christen (1996) os sistemas de produccedilatildeo agriacutecola devem ser observados nas

pesquisas de avaliaccedilatildeo da sustentabilidade por meio de dimensotildees e indicadores locais que

permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais especiacuteficas considerando que dada as vastas

formas de conceituar sustentabilidade a pesquisa tambeacutem admita muitas formas de mensuraacute-

la

Em um processo de gestatildeo os indicadores guardam relaccedilatildeo com as propriedades

estruturais e funcionais Por meio deles eacute possiacutevel identificar as fraquezas e potencialidades

na avaliaccedilatildeo do planejamento e permitem contiacutenuas revisotildees dos objetivos ferramentas e

accedilotildees de tal processo (VENTURELLI GALLI 2006)

Para Magalhatildees Juacutenior (2007) os indicadores satildeo instrumentos baacutesicos de

planejamento alcance de metas e anaacutelise de tendecircncias Atendem tambeacutem a objetivos

cientiacuteficos (recomendaccedilotildees) uacuteteis principalmente na ausecircncia de normas de referecircncia e

servem ainda a objetivos de gestatildeo condicionados pela norma juriacutedica o marco legal

Os indicadores satildeo variaacuteveis que simplificam ou sumarizam determinadas informaccedilotildees

a respeito de um fenocircmeno de modo que este se torne perceptiacutevel e mensuraacutevel fornecendo

informaccedilotildees valiosas em assuntos complexos de forma relativamente acessiacutevel

contribuindo assim para o processo de tomada de decisotildees no monitoramento e avaliaccedilatildeo de

um fenocircmeno (GALLOPIN 1997 FIDALGO 2003 NIEMEIJER e DE GROOT 2008)

30

A Organization for Economic Cooperation and Development ndash OECD - estaacute entre as

organizaccedilotildees pioneiras no desenvolvimento de indicadores Ateacute os anos 80 a instituiccedilatildeo

trabalhou exaustivamente na formulaccedilatildeo de indicadores sociais A partir desta deacutecada a

instituiccedilatildeo iniciou os trabalhos no desenvolvimento de indicadores ambientais atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos paiacuteses do G-7 Esta temaacutetica refletiu-se em listas de indicadores de

sustentabilidade elaborados pela Comissatildeo de Desenvolvimento Sustentaacutevel da Organizaccedilatildeo

das Naccedilotildees Unidas e pelo Banco Mundial (MAGALHAtildeES JUNIOR 2007)

Em acordo com as definiccedilotildees da OECD (2011) o indicador eacute uma variaacutevel ou

conjunto de variaacuteveis capaz de fornecer informaccedilotildees relevantes sobre uma aacuterea ambiente ou

fenocircmeno Eacute capaz de orientar um assunto ou tornar perceptiacutevel uma tendecircncia ou processo

que natildeo eacute imediatamente detectaacutevel Seu significado vai aleacutem do que eacute de fato medido e seu

alcance pode ser maior do que focaliza o fenocircmeno de interesse

Fidalgo (2003) e Turnhout et al (2007) alertam para a necessidade de especial atenccedilatildeo

no processo de construccedilatildeo de indicadores visto que isto implica um processo de seleccedilatildeo

integraccedilatildeo e agregaccedilatildeo de um conjunto de observaccedilotildees dados e conhecimentos acerca de

paracircmetros considerados relevantes e devem ser selecionados a partir de dados disponiacuteveis e

potencialmente importantes sobre o sistema em estudo

Neste sentido o esforccedilo de identificar e contextualizar indicadores do

desenvolvimento sustentaacutevel para os municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo

no Amazonas relacionados com a produccedilatildeo de bananas nos permitiraacute a observaccedilatildeo de um

conjunto de paracircmetros considerados relevantes para o desenvolvimento sustentaacutevel dos

municiacutepios por meio do fortalecimento dos cultivos de bananeiras

O uso de indicadores permite a ligaccedilatildeo entre a produccedilatildeo e o conhecimento cientiacutefico

pela interface entre ciecircncia e poliacutetica Dessa forma recomenda-se a inclusatildeo da perspectiva de

atores sociais no processo de seleccedilatildeo dos indicadores que segundo os pesquisadores natildeo

podem ser avaliados apenas com os tradicionais criteacuterios cientiacuteficos de qualidade devendo

incluir aspectos de interdisciplinaridade relevacircncia e tambeacutem do ponto de vista dos usuaacuterios

(TURNHOUT et al 2007)

Um requisito importante e frequentemente negligenciado para a utilizaccedilatildeo e

aceitaccedilatildeo de indicadores eacute o entendimento do que seja essa ferramenta e da sua real funccedilatildeo

no processo de tomada de decisatildeo Os indicadores satildeo meios de comunicaccedilatildeo e como

qualquer forma de comunicaccedilatildeo requerem seu entendimento pelos participantes do diaacutelogo

no processo de tomada de decisatildeo em direccedilatildeo ao desenvolvimento sustentaacutevel Esses

31

elementos devem ser claros e os usuaacuterios devem estar habilitados a compreender o seu

sentido assim como sua significacircncia em termos de valores (COcircRTES 2009)

37 Cadeia Produtiva Agriacutecola

De acordo com Sppeding (1975) os conceitos de agronegoacutecio cadeia produtiva ou

sistema produtivo tecircm suas origens em aplicaccedilotildees da teoria geral dos sistemas ou possuem

enfoque sistecircmico e satildeo definidos por como um conjunto de elementos interativos

A Teoria Geral dos Sistemas - TGS - se caracteriza pelo todo organizado composto de

elementos interdependentes podendo ou natildeo interagir com o meio exterior se caracterizando

por sistema aberto ou fechado respectivamente Os sistemas e subsistemas relacionam-se e

estatildeo integrados numa cadeia hieraacuterquica onde suas partes integrantes (os subsistemas) satildeo

interdependentes constituindo um todo que eacute superior agrave soma das suas partes e tecircm

caracteriacutesticas proacuteprias satildeo autorregulados e controlados como forma de adaptaccedilatildeo agraves

alteraccedilotildees do meio exterior e para manter o seu equiliacutebrio para o alcance dos seus objetivos

(BERTALANFFY 1975)

Por sua complexidade e heterogeneidade a cadeia produtiva desempenha papel central

nos fluxos de produccedilatildeo de culturas agriacutecolas especialmente nos municiacutepios do Estado do

Amazonas cujas economias encontram suas bases no setor primaacuterio Desse modo constitui-

se elemento fundamental nos estudos sobre sustentabilidade e desenvolvimento para estes

locais (BERTALANFFY 1975 SPPEDING 1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e

CHIAVENATO 2009) Para Sachs (2008) a gestatildeo e governanccedila local devem ser trabalhadas

considerando os potenciais da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como forma de

valorizar e aproveitar os recursos naturais endoacutegenos

No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de elementos

interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e onde cada um

dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute maior do que o

resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente Qualquer

conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as relaccedilotildees

entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990)

Em acordo com Castro et al (1995) a caracterizaccedilatildeo ou anaacutelise de um sistema

agriacutecola se inicia com o estabelecimento de seus objetivos seguida da definiccedilatildeo de seus

limites subsistemas e entidades componentes e do contexto externo onde o sistema se

estabelece A cadeia produtiva eacute o conjunto de componentes interativos incluindo os sistemas

produtivos fornecedores de insumos e serviccedilos induacutestrias de processamento e transformaccedilatildeo

32

agentes de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo aleacutem de consumidores finais Todos estes atores

objetivam suprir o consumidor final de determinados produtos Este pensamento eacute

corroborado por Chiavenato (2011) que define o sistema como um conjunto de elementos

dinamicamente relacionados entre si formando uma atividade para atingir um objetivo

operando sobre entradas e fornecendo saiacutedas processadas

Para Lastres e Cassiolato (2006) o mapeamento da cadeia produtiva bem como a

identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo destes atores satildeo essenciais para a geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo da

capacidade produtiva e inovativa de um determinado setor ou atividade

A interaccedilatildeo das propriedades rurais com o mercado enquanto fornecedoras de

produtos finais pressupotildee relaccedilotildees harmoniosas com o ambiente comercial seja para o

suprimento de mateacuteria prima ou para o fornecimento de produtos ao consumidor final

A figura 2 ilustra uma tiacutepica cadeia produtiva agriacutecola com seus principais

componentes e fluxos (CASTRO et al 1995) Entre os componentes mais comuns estatildeo os

indiviacuteduos fornecedores de insumos as propriedades agriacutecolas com seus diversos sistemas

produtivos agropecuaacuterios ou agroflorestais as induacutestrias de processamento eou

transformaccedilatildeo do produto o comeacutercio atacadista o comeacutercio varejista e os consumidores

finais que influenciam e satildeo influenciados pelos demais componentes da cadeia Estes

componentes se relacionam com o ambiente institucional refletido nas leis e normas que

regulam o setor e as instituiccedilotildees e o ambiente organizacional representado pelas instituiccedilotildees

governamentais financeiras de ensino pesquisa extensatildeo apoio teacutecnico etc

Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva Fonte (Castro et al 1995 adaptado de Zylbersztajn 1994)

33

38 Arranjos Produtivos Locais

Em suma especialmente no acircmbito agriacutecola os esforccedilos acerca do desenvolvimento e

da sustentabilidade convergem para a necessidade de aproveitar as potencialidades endoacutegenas

pela valorizaccedilatildeo da biomassa modernizaccedilatildeo da agricultura brasileira criaccedilatildeo de uma nova

consciecircncia por meio da educaccedilatildeo e a valorizaccedilatildeo da territorialidade e do local atraveacutes da

riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas

(SACHS 2009 BECKER 2009 BUARQUE 2009 MELLO 2009)

Lastres e Cassiolato (2006) em seus estudos sobre os sistemas de inovaccedilatildeo concluem

que o papel do Estado eacute fundamental para o processo de desenvolvimento nacional onde os

esforccedilos devem conduzir para a formaccedilatildeo de arranjos ou de sistemas produtivos e inovativos

locais (ASPILs) focando conjuntos especiacuteficos de atores e atividades econocircmicas capazes de

articular as relaccedilotildees entre os atores sociais as empresas os conhecimentos (codificados mas

considerando especialmente os conhecimentos taacutecitos locais) com o objeto de valorizar a

diversidade e melhorar a competitividade sustentada

A noccedilatildeo de sistema de inovaccedilatildeo implica que nem produccedilatildeo nem inovaccedilatildeo constituem

processos e fenocircmenos isolados sendo necessaacuterio focar o sistema de produccedilatildeo independente

do grau de especializaccedilatildeo nuacutemero de empresas aglomeradas etc Se o enfoque estiver no

sistema de inovaccedilatildeo isto compreenderaacute os clusters distritos industriais etc Nesta base

Lastres e Cassiolato (2006) oferecem valiosa contribuiccedilatildeo agrave busca pelos caminhos que levem

ao desenvolvimento conforme sugerido por Sachs (2008) includente sustentaacutevel e

sustentado ao propor atraveacutes da RedeSist a definiccedilatildeo de Sistemas Produtivos e Inovativos

Locais (SPILs) qual seja

SPILs designa o conjunto de atores econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um

mesmo territoacuterio com foco em um conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas e que

apresentam interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem os quais satildeo fundamentais para a

geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo de capacidades produtivas e inovativas SPILs geralmente incluem

empresas ndash produtoras de bens e serviccedilos finais ndash fornecedoras de bens (mateacuterias-primas

equipamentos e outros insumos) e de serviccedilos distribuidoras e comercializadoras

consumidoras etc ndash e demais organizaccedilotildees voltadas agrave formaccedilatildeo e treinamento de recursos

humanos informaccedilatildeo pesquisa desenvolvimento e engenharia promoccedilatildeo e financiamento

aleacutem de cooperativas associaccedilotildees e representaccedilotildees

Arranjos Produtivos Locais (APLs) se configuram por

Aqueles casos fragmentados e que natildeo apresentam significativa articulaccedilatildeo entre os atores e

que assim natildeo podem se caracterizar como sistemas

Lastres e Cassiolato (2006) advertem que diferentes contextos e modos de articulaccedilatildeo

satildeo fundamentais na aquisiccedilatildeo uso e difusatildeo de conhecimentos e particularmente os taacutecitos

34

Estes sistemas e modos de articulaccedilatildeo podem ser tanto formais como informais Lembram

ainda que a base do dinamismo e da competitividade entre empresas natildeo se restringe a uma

uacutenica empresa ou um setor e sim a todas as atividades e capacidades ao longo da cadeia de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos atores sociais e poliacuteticos e do ambiente onde estatildeo inseridas

Para melhor entender e promover a dinacircmica de um sistema produtivo eacute necessaacuterio

conhecer em profundidade suas especificidades e tambeacutem seu peso e papel dentro das cadeias

complexos e setores em que se insere bem como as economias regionais e internacionais As

principais vantagens dos ASPILs indicadas por Lastres e Cassiolato (2006) satildeo as que se

seguem

Compreende o conjunto de diferentes atores (empresas e organizaccedilotildees de investigaccedilatildeo e

desenvolvimento educaccedilatildeo treinamento promoccedilatildeo e financiamento etc) e atividades

conexas que usualmente caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo local

Cobre o espaccedilo onde ocorre o aprendizado satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e

inovativas e fluem os conhecimentos e particularmente aqueles taacutecitos

Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de

capacitaccedilotildees podem ser mais efetivas

Representa um enfoque mais avanccedilado e que vai aleacutem da tradicional visatildeo baseada na

organizaccedilatildeo individual (empresa) setor aglomeraccedilotildees ou cadeias produtivas permitindo

estabelecer uma ponte entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas as quais tambeacutem natildeo se

restringem aos cortes claacutessicos espaciais como os niacuteveis municipais e de microrregiatildeo

O enfoque em ASPILs permite captar as particularidades da estrutura produtiva e

compreender a diversidade de respostas de seus diferentes sistemas Eacute necessaacuterio identificar e

analisar a configuraccedilatildeo de tais sistemas e como o conhecimento eacute gerado utilizado e

difundido nos mesmos Para tanto eacute necessaacuterio definir o sistema a partir do mapeamento da

cadeia e complexos produtivos vinculados agraves atividades econocircmicas principais ateacute a

identificaccedilatildeo de todos os atores econocircmicos poliacuteticos e sociais indispensaacuteveis ao

funcionamento do mesmo

39 A Cultura da Banana como Atividade Agriacutecola Cultivares de Ocorrecircncias

Frequentes no Estado do Amazonas

O cultivo de bananeiras pelo homem teve iniacutecio no sudeste da Aacutesia Existem ainda

muitas espeacutecies de banana selvagem na Nova Guineacute na Malaacutesia Indoneacutesia e Filipinas

Indiacutecios arqueoloacutegicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na

proviacutencia das Terras Altas Ocidentais da Nova Guineacute sugerem que esta atividade remonta

pelo menos a ateacute 5000 aC ou mesmo a ateacute 8000 aC Tais dados tornam esse local o berccedilo

do cultivo de bananeiras Eacute provaacutevel contudo que outras espeacutecies de banana selvagem

tenham sido objeto de cultivo posteriormente em outros locais do sudeste asiaacutetico

(Wikipeacutedia 2015)

35

A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela

laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da

evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem experimentado no resto do mundo com

produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a

produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os estados com maior produtividade na

regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12 tha respectivamente Entretanto as

estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela

maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil resultando em desperdiacutecio do potencial

agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO 2011)

No Estado do Amazonas ateacute o final da deacutecada de 90 os bananais eram cultivados

predominantemente em solos de vaacuterzea dos Rios Solimotildees Amazonas e Madeira

Lentamente os cultivos comerciais foram se expandindo para as aacutereas de platocirc Hoje os

Municiacutepios de Rio Preto da Eva Presidente Figueiredo Iranduba e Manacapuru entre outros

concentram grandes cultivos de bananeiras (GASPAROTTO et al 1999) e estatildeo formados

predominantemente pelas cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 entre outras em

menores proporccedilatildeo resistentes agrave pragas e doenccedilas

A cultivar Thap Maeo foi selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura de Cruz

das Almas Bahia Eacute uma variante Mysore de porte alto ciclo vegetativo de 394 dias e

apresenta resistecircncia agrave problemas fitossanitaacuterios como a sigatoka negra (Mycosphaerella

fijiensis) sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) mal do Panamaacute e moderadamente

resistente ao nematoide (Radopholus similis) e a broca do rizoma Eacute suscetiacutevel ao moko

(Ralstonia solanacearum raccedila 2) e estaacute livre do viacuterus das estrias da bananeira (BSV)

(GASPAROTTO et al 1999)

A cultivar Caipira (Yamgambi km 5) oriunda da Aacutefrica Ocidental foi introduzida no

Brasil pela Embrapa de Cruz das Almas Bahia Possui ciclo vegetativo de 383 dias e porte

meacutedioalto eacute resistente agrave sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e amarela

(Mycosphaerella musicola) ao mal do Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao

moko (Ralstonia solanacearum raccedila 2) e suscetiacutevel ao nematoide (Radopholus similis)

(GASPAROTTO et al 1999)

A FHIA 18 pertence ao subgrupo prata foi trazida de Honduras pela Embrapa

apresenta porte meacutedio e ciclo vegetativo de 327 dias Eacute resistente agrave sigatoka negra

(Mycosphaerella fijiensis) e amarela (Mycosphaerella musicola) e suscetiacutevel ao mal do

36

Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao moko (Ralstonia solanacearum)

(GASPAROTTO et al 2002)

391 Tratos Culturais da Bananeira

3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira

No momento da formaccedilatildeo dos bananais satildeo vaacuterias as indicaccedilotildees de distribuiccedilatildeo

espacial ficando a criteacuterio do produtor a escolha do espaccedilamento podendo ser utilizado

espaccedilamentos de 40 x 20 x 20 40 x 25 x 20 40 x 30 x 20 30 x 30 e 30 x 20 metros

Contudo Gasparotto et al (2006) adverte que espaccedilamentos maiores aleacutem de disponibilizar

menos mudas por hectare podem incorrer em menor aproveitamento do terreno e da luz solar

e maior suscetibilidade agrave erosatildeo e consequentemente lixiviaccedilatildeo do solo e menor

produtividade Este tipo de distribuiccedilatildeo tambeacutem pode dificultar a aplicabilidade das praacuteticas

fitossanitaacuterias e de colheita uma vez que dificulta a mecanizaccedilatildeo As informaccedilotildees seguintes

foram compiladas dos trabalhos de Arruda et al (2004) e Gasparotto et al (2006) e

representam experimentos realizados no Estado do Amazonas para a cultivar Thap Maeo

seguindo as recomendaccedilotildees dos tratos culturais de preacute e poacutes colheita

Os trabalhos de Gasparotto et al (1999) datildeo conta de que no Estado do Amazonas a

produccedilatildeo de bananas ainda eacute bastante afetada por problemas fitossanitaacuterios com a incidecircncia

das doenccedilas conhecidas como sigatoka negra sigatoka amarela mal do Panamaacute e o moko

tambeacutem decorrentes das questotildees tecnoloacutegicas como espaccedilamento aplicado para distribuiccedilatildeo

das covas processos de adubaccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes colheita transporte da produccedilatildeo e

tratos culturais ineficientes

A sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora

fijiensis)eacute a principal doenccedila da bananeira no mundo podendo causar perdas totais dos

plantios quando as cultivares atacadas satildeo do tipo prata eou maccedilatilde Quando afeta plantios com

cultivares do subgrupo Terra conhecidas no Amazonas como Pacovatilde e Pacovi as perdas

ficam em torno de 60 a 70 (GASPAROTTO et al 1999)

O mal do panamaacute eacute uma doenccedila causada pelo Fusarium oxysporum fsp cubense

fungo habitante do solo que produz clamidoacutesporos - estruturas que lhes permitem sobreviver

no solo por ateacute 50 anos - mesmo na ausecircncia de bananeiras suscetiacuteveis induz perdas

proporcionais ao nuacutemero de plantas atacadas visto que provoca murcha permanente em

plantas adultas na eacutepoca da emissatildeo dos cachos (PEREIRA et al 2008)

37

4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS

41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS

MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO

AMAZONAS

Resumo

Apesar da disponibilidade de terras desmatadas e degradadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo

clima e solos favoraacuteveis para o cultivo de frutas o Estado do Amazonas ainda apresenta

produccedilatildeo insuficiente em quantidade e qualidade e importa muitas frutas de outras regiotildees do

paiacutes A banana eacute uma fruta de grande expressatildeo na cadeia alimentar e econocircmica dos

amazonenses e eacute cultivada nos 62 municiacutepios do Estado Em 2012 foram cultivados mais de

9500 ha com bananeiras onde foram produzidas 63000 t da fruta mas a produtividade ainda

eacute muito baixa (da ordem de 122 thaa) se comparada agrave produtividade mundial que em muitos

paiacuteses ultrapassa 50 thaa Com o intuito de investigar as praacuteticas de gestatildeo e as tecnologias

empregadas nos cultivos de bananeiras no Amazonas foi realizado um levantamento por

meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 15 cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e em 30 plantios no Rio Preto da Eva no Amazonas safra de 2012 para anaacutelise da

aacuterea cultivada com bananas produccedilatildeo produtividade e observaccedilatildeo dos tratos culturais

aplicados Nos 60 ha investigados em Presidente Figueiredo a produccedilatildeo meacutedia de bananas foi

de aproximadamente 991 ta com produtividade de 163 thaa No municiacutepio de Rio Preto da

Eva foram analisados 83 ha com produccedilatildeo meacutedia de 1152 ta e produtividade meacutedia de 139

thaa O estudo revelou ainda que a produtividade meacutedia de banana nos dois municiacutepios

analisados eacute ligeiramente superior agrave produtividade meacutedia do Estado contudo estaacute muito

abaixo dos iacutendices alcanccedilados em cultivos no Estado da ordem de 50 thaa para a cultivar

Thap Maeo indicando que apesar de natildeo haver limitaccedilotildees tecnoloacutegicas ou climaacuteticas para a

cultura da banana no Estado os produtores natildeo estatildeo usando as informaccedilotildees e tecnologias

adequadas para elevarem a produtividade dessa cultura nesses municiacutepios A pesquisa

detectou a inobservacircncia das especificaccedilotildees teacutecnicas de espaccedilamento e densidade indicados

para cultivos no Amazonas incorrendo em baixo aproveitamento do solo Apenas dois dos

quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo tinham plantios com

densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois outros tinham

plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores O aproveitamento

da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente

Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72 com meacutedia igual a apenas

29 Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva

tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente O

aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de

Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com meacutedia igual a

apenas 282

Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade de banana Amazonas

38

Abstract

Despite the availability of deforested and degraded lands water resources for irrigation

favorable climate and soil for growing fruit the State of Amazonas still has insufficient

production in quantity and quality resulting of importation of many fruits from other regions

of the country The banana is a fruit which is widely recognized in the food and economic

chain of Amazonas and it is grown in 62 municipalities In 2012 more than 9500 ha were

cultivated with bananas which produced 63000 t of fruit but productivity is still very low

(around 122 t ha y) compared to world productivity in many countries which exceeds 50 t

ha y In order to investigate the management practices and technologies employed in the

cultivation of bananas in the Amazonas State a survey was conducted through questionnaires

in 15 crops of bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 plantations in Rio

Preto da Eva 2012 harvest for analysis of the area planted with bananas production

productivity and observation of the applied cultivation In the 60 ha investigated in Presidente

Figueiredo the average banana production was approximately 991 t y with yield of 163 t

ha y In the municipality of Rio Preto da Eva 83 ha were analyzed with an average

production of 1152 t y and average yield of 139 t hay The study also revealed that the

average banana productivity in the two counties analyzed is slightly higher than the average

productivity of the State However it is far below the rates achieved in the state around 50

thay for the cultivar Thap maeo indicating that although there are no technological or

climatic limitations for banana cultivation in the Amazonas State producers are not using the

appropriate information and technology to raise productivity of this crop in these

municipalities The survey found non-compliance with technical spacing and density

specifications suitable for cultivation in the Amazon incurring in low land use Only two of

the fifteen banana producers of Presidente Figueiredo had plantations with plant densitiesha

next to the technically recommended Two others had plantations with higher plant densities

and the other much lower The utilization of the productive capacity of soils in banana

plantations in the municipality of Presidente Figueiredo was well below the desirable ranging

from 93 to 72 with an average of only 29 All the 30 bananas cultivations analyzed in

Rio Preto da Eva had plantations with plant densitiesha lower than that recommended

technically The utilization of the productive capacity of soils in banana plantations in Rio

Preto da Eva was well below the desirable ranging from 72 to 840 with an average of

only 282

Key Words Banana cultivation banana productivity Amazonas

39

411 INTRODUCcedilAtildeO

Durante deacutecadas a dinacircmica econocircmica do Brasil foi referenciada essencialmente

pela sucessatildeo de ciclos de exploraccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de produtos primaacuterios com baixo ou

nenhum niacutevel de processamento Este cenaacuterio se modificou lentamente e especialmente na

deacutecada de 80 a agroinduacutestria se destaca como um dos segmentos de grande importacircncia na

economia brasileira estimulando mudanccedilas significativas nos vaacuterios elos das cadeias

produtivas agriacutecolas como forma de valorizar a produccedilatildeo do setor primaacuterio e tornar

expressivo o agronegoacutecio brasileiro (BARRETO FILHO 2000)

A fruticultura um dos segmentos do agronegoacutecio vem ganhando projeccedilatildeo nos

mercados regionais nacional e internacional em virtude de novas demandas de mercado

decorrentes dos novos haacutebitos de consumo da populaccedilatildeo Entretanto conforme enfatizado por

Barreto Filho (2000) a fruticultura brasileira precisa vencer algumas barreiras que

comprometem sua competitividade e retardam sua consolidaccedilatildeo como atividade capaz de

atender agraves expectativas de tornar-se um instrumento de projeccedilatildeo do desenvolvimento regional

Satildeo muitas as oportunidades para a produccedilatildeo de frutas na Amazocircnia cujo consumo

crescente tem sido motivado principalmente pelo aumento da demanda mundial por

alimentos a partir do crescimento populacional do crescimento da renda per capta nos paiacuteses

mais populosos do mundo como a China e a Iacutendia da crescente limitaccedilatildeo de terras

agricultaacuteveis no plano mundial e do aumento do consumo de frutas nos haacutebitos alimentares

A regiatildeo amazocircnica dispotildee de terras desmatadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo

climas e solos favoraacuteveis e apesar disso importa grande quantidade de frutas de outras

regiotildees do paiacutes Todos esses fatores propiciam o desenvolvimento da fruticultura sustentaacutevel

na Amazocircnia com perspectivas de desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura e

fortalecimento dos respectivos elos como forma de desenvolvimento da regiatildeo e melhoria na

qualidade de vida da populaccedilatildeo em especial as que satildeo originaacuterias da zona rural cuja

economia possui relaccedilatildeo direta com o agronegoacutecio

A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela

laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura eacute uma atividade de grande

relevacircncia para o agronegoacutecio da regiatildeo Norte principalmente para o Estado do Amazonas

onde se constitui importante base alimentar para os amazonenses e com alta participaccedilatildeo na

composiccedilatildeo da receita dos agricultores locais Natildeo obstante eacute uma das frutas de grande

expressatildeo cultural e de cultivo bastante disseminado no Estado do Amazonas sendo cultivada

nos 62 municiacutepios Amazonense

40

A significativa participaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia dos produtores rurais

contribui para ocorrecircncia de cultivos em todos os municiacutepios do Estado Em 2012 o Estado

do Amazonas cultivou 9545 ha com a fruta colhendo 5440 ha Nestes municiacutepios foram

produzidos 63745 toneladas da fruta com produtividade de 122 toneladas por hectare

contribuindo com mais de R$ 59 milhotildees para a economia do Estado (IBGE 2013)

As estatiacutesticas da FAO indicam que em 2009 foram cultivados com bananas

aproximadamente 48 milhotildees de hectares em todo o mundo onde foram produzidos 95

milhotildees de toneladas com produtividade de 19 tha O Brasil eacute o quinto produtor mundial de

bananas com produccedilatildeo anual de 71 milhotildees de toneladas sendo superado pela Iacutendia (262

milhotildees de toneladas) Filipinas (90 milhotildees de toneladas) China (82 milhotildees de toneladas)

e Equador (73 milhotildees de toneladas) Curioso eacute que a aacuterea cultivada no Brasil (511 milha) soacute

eacute superada pela aacuterea cultivada na Iacutendia (709 milha) Contudo o Brasil ocupa a quinta posiccedilatildeo

em produtividade entre os paiacuteses produtores de bananas analisados pela FAO Em 2009 a

produtividade Brasileira foi de 140 tha enquanto a Indoneacutesia teve produtividade de 597tha

seguida da Costa Rica com 499 tha A produtividade na Iacutendia eacute de 370 tha no Equador eacute de

353 tha na China eacute de 264 tha e nas Filipinas 202 tha (SILVA NETO 2011)

Ao se analisar a produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte que embora tenha passado por

importantes transformaccedilotildees nas duas uacuteltimas deacutecadas com a inserccedilatildeo pela Embrapa de

cultivares resistentes agraves pragas e doenccedilas como sigatoka negra causada pelo fungo

Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora fijiensis) e o mal do panamaacute causado pelo

Fusarium oxysporum fsp cubense ainda carece de melhores processos de produccedilatildeo

principalmente no que se refere agrave qualidade dos seus produtos e subprodutos da consolidaccedilatildeo

da agroinduacutestria de melhor organizaccedilatildeo de seus produtores e do fortalecimento de uma

infraestrutura que possibilite melhores condiccedilotildees de competitividade (ARRUDA 2004)

A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem

experimentado no resto do mundo com produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo

da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os

estados com maior produtividade na regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12

tha respectivamente Entretanto as estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no

mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil

resultando em desperdiacutecio do potencial agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO

2011)

41

Seguindo a anaacutelise das questotildees levantadas nesse trabalho e considerando-se a

importacircncia do desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado por meio da valorizaccedilatildeo

da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como elemento indispensaacutevel agrave sustentabilidade

dos municiacutepios do Estado do Amazonas satildeo enfatizados os processos de produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios do Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo

Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos processos produtivos dessa

frutiacutefera de cultivos bastante disseminados na regiatildeo com o objetivo de identificar as praacuteticas

de gestatildeo e as caracteriacutesticas agronocircmicas nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios do Rio

Preto da Eva e Presidente Figueiredo Estado do Amazonas como forma de analisar o

potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo de cultivos de

bananeiras articulados como sistemas produtivos orientando para o adequado manejo do solo

controle de pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo

a proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo

da populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento socioeconocircmico sustentaacutevel dos

produtores e para a economia agriacutecola dos municiacutepios

42

412 MATERIAL E MEacuteTODOS

4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo

As propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa estatildeo

alocadas nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do

Amazonas Cada Municiacutepio possui respectivamente 1 62 e 017 da aacuterea total do Estado

abrigando 080 e 052 da populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes

municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do

Estado do Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado

Manaus

Nestes municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012

por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 30 propriedades rurais produtoras dessa cultura no

Rio Preto da Eva e 15 em Presidente Figueiredo

A definiccedilatildeo destes locais para coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o

maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das

decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em

2012 estes dois municiacutepios detinham 1210 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que

possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os

dois municiacutepios selecionados para coleta de dados primaacuterios sobre a safra de bananas em

2012 Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo referenciados pelo IBGE como o

segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois

municiacutepios foram responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde

foram produzidas 1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)

4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

Foram analisadas propriedades produtoras de bananas nestes municiacutepios e a anaacutelise

dos dados de formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo e produtividade constantes do diagnoacutestico se

deu com base nos dados da safra de bananas de 2012

A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve

dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos integrados dos

dados agronocircmicos desde a formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes-colheita e

aproveitamento da capacidade produtiva do solo com a bananicultura Utilizou-se do meacutetodo

de estudo exploratoacuterio buscando diagnosticar as praacuteticas culturais para os cultivos agriacutecolas

43

dessa cultura Este meacutetodo tambeacutem foi utilizado para diagnosticar a produccedilatildeo geral da cultura

nos municiacutepios em estudo como forma de identificar os aspectos que interferem e influenciam

no processo de produccedilatildeo da banana

Para o alcance dos objetivos deste trabalho foram elaborados questionaacuterios

estruturados que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana buscando

conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios conforme Quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas

Acircmbito Agriacutecola

Situaccedilatildeo Real dos cultivos Recomendaccedilatildeo

teacutecnica(1)

Dados de formaccedilatildeo dos cultivos Dados da Produccedilatildeo Dados de formaccedilatildeo e

produccedilatildeo

- Aacuterea da propriedade

- Aacuterea cultivada com bananas

- Quantidade de bananeiras na propriedade

- Bananeiras em fase de produccedilatildeo

- Praacuteticas culturais

Produccedilatildeo meacutedia de

bananas

- Produtividade meacutedia

de bananas

- Aproveitamento da

capacidade produtiva

do solo

- Teacutecnicas de

espaccedilamento e densidade

- Produccedilatildeo meacutedia

- Produtividade meacutedia

- Aproveitamento da

capacidade produtiva do

solo (1)

Com base nos dados de produtividade fornecidos por Arruda et al (2004)

No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi

estruturadas aos produtores rurais cooperativas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias e a

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas informaccedilotildees sobre

os dados gerais para a formaccedilatildeo dos cultivos (aacuterea total da propriedade aacuterea cultivada com

bananas e plantas em fase de produccedilatildeo de frutos) as tecnologias de preacute colheita (envolvendo

as praacuteticas culturais e a densidade de plantas por hectare) as tecnologias de poacutes colheita

(produccedilatildeo e produtividade meacutedia de bananas e aproveitamento da capacidade produtiva do

solo) e feito um comparativo para os dados caso os cultivos estivessem dentro dos padrotildees de

produtividade indicados pela literatura especiacutefica a fim de conhecer a situaccedilatildeo real dos

cultivos de bananeiras

A anaacutelise destes dados permitiu conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras e

estimar o potencial produtivo nos municiacutepios estudados bem como analisar os fatores

favoraacuteveis e desfavoraacuteveis que envolvem o processo de gestatildeo na formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo

desses cultivos

44

4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Neste contexto se focalizaram as propriedades rurais que compreendem os locais

dentro das zonas rurais dos municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao

cultivo agriacutecola de bananas onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para

processamento dos produtos Para fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades

rurais inquiridas para a obtenccedilatildeo do diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para

fins comerciais pela importacircncia da anaacutelise de elementos que envolvem a gestatildeo dos cultivos

Procurou-se primeiro identificar as propriedades rurais enquadradas no interesse da

pesquisa e depois diagnosticaacute-las no acircmbito agriacutecola das bananas A anaacutelise dos processos de

gestatildeo aplicados em cada etapa permitiu identificar os elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis

do processo Esta anaacutelise permitiu conhecer o processo de formaccedilatildeo dos cultivos de

bananeiras nos municiacutepios em estudo e sua relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e produtividade

4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos

quantitativos Neste caso a anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves

caracteriacutesticas de formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos de bananeiras e a gestatildeo empregada A

anaacutelise quantitativa torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no

acircmbito agriacutecola da formaccedilatildeo dos cultivos e produccedilatildeo da fruta

Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas

pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo

exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) se caracteriza por proporcionar um maior

conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da

investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em trinta propriedades

rurais distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria

45

de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do

municiacutepio

Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados

quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O

levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo

direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de

julho de 2013 a junho de 2014

46

413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em

2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas e aacuterea colhida

superou 67 mil ha A produccedilatildeo ultrapassou 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade

meacutedia alcanccedilada na regiatildeo Norte de 10 tha (Tabela 1) ainda eacute muito baixa se comparada

com as das demais regiotildees brasileiras (quando aplicadas as tecnologias apropriadas a

produtividade supera 50 tha no entorno de Brasiacutelia e 40 tha no Vale do Satildeo Francisco e na

regiatildeo Norte de Minas Gerais (SILVA NETO e GUIMARAtildeES 2011)

Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade ligeiramente maior que a

meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente Esta produccedilatildeo agregou mais

de R$ 59 milhotildees agrave economia do Amazonas e R$ 276 milhotildees agrave economia do Paraacute Nos

demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em

2012

Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012

Estado

Aacuterea

Plantada

(ha)

Aacuterea

Colhida

(ha)

Quantidade

produzida

(t)

Rendimento

meacutedio

(tha)

Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

Amazonas 9545 131 5440 81 63745 79 120 59569 126

Acre 6977 96 6017 90 64112 79 110 27282 58

Amapaacute 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46

Paraacute 41549 571 41549 620 565773 698 140 276410 583

Rondocircnia 7215 99 6840 102 59091 73 90 49420 104

Roraima 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46

Tocantins 3702 51 3507 52 25995 32 70 18195 38

Regiatildeo

Norte 72788 -- 67053 -- 810296 -- (100) 474034 --

()

Percentual do Estado em relaccedilatildeo agrave regiatildeo Norte

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

Juntos o Estado do Amazonas e Paraacute concentram 70 da aacuterea cultivada com bananas

na regiatildeo Norte do Brasil com respectivamente 13 e 57 cada Estado No Norte as

menores aacutereas cultivadas com bananas satildeo no Amapaacute e Roraima com 1900 ha cada um

contudo o menor rendimento meacutedio detectado na regiatildeo foi no Estado do Tocantins com 7

47

tha seguido dos Estados do Amapaacute Rondocircnia e Roraima com 9 tha em cada Estado O

Acre apresentou produtividade de 11 tha ficando ligeiramente acima da produtividade meacutedia

da regiatildeo Norte a exemplo do Amazonas e Paraacute

Se o Estado do Amazonas trabalhasse com cultivos tecnificados a exemplo de

algumas regiotildees brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia e regiotildees da Bahia e de

Minas Gerais na mesma aacuterea colhida de mais de 72 mil ha seria possiacutevel produzir mais de

270 mil toneladas em detrimento das 63 milt alcanccediladas em 2012

A produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte agregou mais de 474 milhotildees de reais ao PIB

brasileiro em 2012 mas esse valor poderia aumentar mais de seis vezes se os cultivos de

bananeiras atingissem a produtividade jaacute alcanccedilada em algumas regiotildees do paiacutes e no Estado

do Amazonas de 50 tha (Tabela 1)

4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo

Caipira e FHIA 18

Atendendo agrave importacircncia socioeconocircmica que a cultura da banana tem para a regiatildeo

Norte do paiacutes eacute fundamental prolongar as atenccedilotildees para proceder agrave reestruturaccedilatildeo dos

cultivos com variedades mais resistentes agraves principais doenccedilas e pragas que atingem os

bananais em todo o mundo visto que se trata de uma cultura de grande importacircncia para a

regiatildeo Norte do Brasil que natildeo pode ser negligenciada

Estas informaccedilotildees se referem ao funcionamento da bananicultura a sua importacircncia

socioeconocircmica e as implicaccedilotildees agriacutecolas e econocircmicas resultante da negligecircncia dos

cultivos para os amazocircnidas especialmente os das zonas rurais cuja economia encontra suas

bases essencialmente no setor primaacuterio (Tabela 2)

Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo

Caipira e FHIA 18

Cultivares Porte da

planta

Densidadeha(1)

(un)

- 1deg ciclo -

Peso meacutedio

do cacho

(kg)

Quantidade de

pencas por cacho

(un)

Peso meacutedio

da penca

(kg)

Thap

Maeo

Alto 1667 330 10 33

Caipira Meacutedio a

alto

1667 400 10 40

FHIA 18 Meacutedio 1667 400 10 40 (1)

Considerando espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m sugerido por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte Gasparotto et al (2003) adaptada pela autora

48

A tabela 2 traacutes as informaccedilotildees baacutesicas condensadas dos trabalhos de Gasparotto et al

(2004) sobre as caracteriacutesticas das cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 mais plantadas

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

As cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 satildeo respectivamente de porte alto

meacutedio a alto e meacutedio podendo cada uma abrigar 1667 covas por hectare no primeiro ciclo

produtivo sem prejuiacutezos para o cultivo e a produccedilatildeo quando plantadas em espaccedilamentos de

40 x 20 x 20 metros Nestas condiccedilotildees o peso meacutedio do cacho para cada cultivar eacute

respectivamente de 33 40 e 40 quilos cada cacho com meacutedia de 10 pencas por cacho

pesando respectivamente 33 kg 40 kg e 40 kg cada penca (Tabela 2)

4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo

no Estado do Amazonas

A capacidade produtiva da cultivar Thap Maeo oscila entre 30 e 35 toneladas por

hectare ano em condiccedilotildees normais (GASPAROTTO et al 1999) Estudos realizados no

Estado do Amazonas Municiacutepio de Manacapuru por Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) com essa cultivar e registraram 50 thaa em cultivos com disposiccedilotildees espaciais em

fileiras duplas de 40 x 20 X 20 m e distribuiccedilatildeo por estande de 1667 plantas no primeiro

ciclo A partir do segundo ciclo produtivo o estande teraacute mais de 3300 plantas produzindo

frutos Do terceiro ciclo em diante o estande abrigaraacute mais de 5000 plantas visto que em

cada cova devem ser mantidas a planta matildee a filha e a neta Nesta situaccedilatildeo a produccedilatildeo

estimada eacute de aproximadamente 50 toneladas por hectares ano A opccedilatildeo por estandes com este

espaccedilamento permite um incremento na produccedilatildeo da ordem de 173 se comparado com os de

espaccedilamento de 3 x 3 metros (Tabela 3)

Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de

Bananeiras para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas

Espaccedilamento

(m)

Estande

(plha)

Produccedilatildeo

esperada (ta)

Produtividade

(tha)

Incremento na

produccedilatildeo ()

40 x 20 x 20 1667 500 211 1730

40 x 25 x 20 1538 400 111 1384

40 x 30 x 20 1428 371 82 1284

30 x 30 1111 289 -- 1000 (1)

Em relaccedilatildeo ao espaccedilamento de 3 x 3 m

Fonte Arruda et al (2004) adaptada pela autora (ta)

49

A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e

mais de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100

plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa

O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 no

estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio se obteraacute mais

de 4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 2850

bananeiras produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa

Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas e

mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de

2200 plantas produzindo frutos o que significa produtividade de aproximadamente 289

thaa (Tabela 3)

A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e mais

de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100

plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa

O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 m no

estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio teraacute mais de

4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo aproximadamente 2850 bananeiras

produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa

Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas

e mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de

2200 plantas produzindo o que significa produtividade de aproximadamente 289 thaa

(Tabela 2)

Apesar do esforccedilo empregado pela Embrapa Amazocircnia Ocidental de melhoria dos

cultivos pelo uso de cultivares mais resistentes a pragas e doenccedilas e pela aplicabilidade das

teacutecnicas e tecnologias mais apropriadas para a dinamizaccedilatildeo da cultura ainda eacute possiacutevel

observar com grande frequecircncia baixa produtividade dos bananais em funccedilatildeo do niacutevel

tecnoloacutegico empregado e de problemas fitossanitaacuterios

4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Os dados descritos na tabela 4 se referem agrave anaacutelise de quinze propriedades rurais que

cultivam bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo distribuiacutedas entre os ramais do

Canoas e do Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da BR ndash 174 e

ao longo da AM ndash 240 estrada que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina

50

Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 P AT

(ha)

ACB

(ha)

ACB

QB

ha

QBP

(un)

BPF

(un)

PMB

(kgano)

PDTBha

(kgano)

01 25 20 80 750 1500 1500 4500 2250

02 316 40 13 1500 6000 3750 12000 3000

03 50 25 50 1000 2500 2500 1800 720

04 12 15 125 1200 1800 1800 1200 800

05 50 50 100 1100 5500 5500 2900 580

06 49 10 20 1100 1100 1100 900 900

07 175 30 17 1267 3801 3800 3000 1000

08 96 10 10 1850 1850 1850 500 500

09 80 05 06 800 400 400 900 1800

10 100 40 40 1125 4500 1100 2000 500

11 300 190 63 1000 19000 19000 40600 2137

12 50 15 30 2333 3500 3500 1700 1133

13 100 90 90 778 7002 7000 3500 389

14 110 50 45 1100 5500 3850 5000 1000

15 50 15 30 1133 1700 1700 2100 1400

Totais 1563 605 -- (18036) 65652 58350 82600 (18109)

Meacutedias 1042 40 38 1202 4377 3890 5507 1207 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas QB =

quantidade de bananeiras por hectare QBP = quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras

produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas PDTB = produtividade de bananas

Fonte autora

Elas somam uma aacuterea total de 1563 ha dos quais apenas 60 hectares satildeo cultivados

com bananeiras correspondendo a 38 das propriedades com um total de 58350 plantas

produzindo 82600 quilos de bananas por mecircs nas 15 propriedades analisadas que

corresponde a 5507 kg para cada uma

Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando

entre um e dez anos e em todas elas haviam plantas produzindo frutos Somente as

propriedades 02 10 e 14 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de

crescimento sem produccedilatildeo de frutos (Tabela 4)

Pelos dados dessa tabela verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades

dentro de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 12 a

316 ha (propriedades 4 e 2 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 05 e

maacuteximo de 19 ha cultivados com bananeiras (propriedades 9 e 11) indicando tambeacutem que os

percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura variaram de 1

(propriedade 8) a 125 (propriedade 04)

Foram detectados plantios com distribuiccedilatildeo em fileiras simples de 3 x 3 m com

densidade variando entre 750 e 2333 plantasha propriedades 01 e 12 respectivamente A

uacutenica exceccedilatildeo foi detectada na propriedade 07 que apresentou em um dos trecircs hectares

51

cultivados com bananas a distribuiccedilatildeo espacial em fileiras duplas de 4 x 2 x 2 m com um

total de 1660 plantas neste ha Nas demais propriedades analisadas os estudos mostram que

natildeo foram aplicadas as formas mais eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por

hectare resultando em ineficiente aproveitamento da aacuterea de plantio e consequentemente

menor produtividade excetuando-se as propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades

superiores agraves recomendadas para cultivos da cultivar Thap Maeo no Amazonas (PEREIRA et

al 2006) as demais propriedades apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves

condiccedilotildees ideais

A distribuiccedilatildeo de 750 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de

cultivo e segundo Pereira et al (2006) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa

densidade de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no

Amazonas podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando

principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 2333 plantasha

constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela

competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e

dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte

dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas

Com base nos espaccedilamentos entre plantas e aacutereas cultivadas observou-se que o

nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 400 na

propriedade 9 ateacute o maacuteximo de 19000 na propriedade 11 (Tabela 3) As 15 propriedades

analisadas totalizam 60 hectares cultivados com a cultura da bananeira predominantemente a

cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as cultivares Caipira e FIA 18 Nestes estatildeo

cultivadas mais de 65000 plantas das quais 58358 estatildeo produzindo frutos Dentro das

condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos cultivos na mesma aacuterea cultivada seria

possiacutevel abrigar aproximadamente 100000 covas melhorando a eficiecircncia de uso do solo em

35

A variaccedilatildeo de bananeiras em fase de produccedilatildeo de frutos foi de 400 ateacute 19000 nas

propriedades 09 e 11 respectivamente A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de

500 quilos na propriedade 08 ateacute 40600 kg na propriedade 11 com produtividade por hectare

de 500 quilos e 2137 kg nas respectivas propriedades

A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 02 com produccedilatildeo

mensal de 3000 quilos de bananas enquanto que na propriedade 13 com a menor

produtividade a produccedilatildeo foi de 389 quilos

52

Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e

reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo

espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de

por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha

Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando

comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e

1111 plantasha (Tabela 4)

Ainda observando o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m

permite melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as

praacuteticas culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em 14 toneladas

ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111

covasha No estado do Amazonas produtores que utilizaram a cultivar Thap Maeo

trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram

produtividade de 50 toneladas por hectare ano (ARUDA et al 2004)

Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na

Aacuterea amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos

Dados de Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012

P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo

teacutecnica (1)

ACPS

haano

() ACB

(ha)

QB

ha

QBP

(un)

PMB

(ta)

PDTBha

(ta)

QBP

(un)

PDTMB(sup2)

(ta)

01 20 750 1500 540 270 3334 100 540

02 40 1500 6000 1440 360 6668 200 720

03 25 1000 2500 216 86 4168 125 173

04 15 1200 1800 144 96 2501 75 192

05 50 1100 5500 348 70 8335 250 139

06 10 1100 1100 108 108 1667 50 216

07 30 1267 3801 360 120 5001 150 240

08 10 1850 1850 60 60 1667 50 120

09 05 (400) 400 108 216 834 25 432

10 40 1125 4500 240 60 6668 200 120

11 190 1000 19000 4872 256 31673 950 513

12 15 2333 3500 204 136 2501 75 272

13 90 778 7002 420 47 15003 450 93

14 50 1100 5500 600 120 8335 250 240

15 15 1133 1700 252 168 2501 75 336

Total 605 (17636) 65652 (9912) (2173) (100854) (3025) (4346)

Meacutedia 40 1176 4377 661 145 6724 202 290

P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare

QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =

produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento

da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados

(1) Arruda et al (2004) (sup2) Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa

Fonte autora

53

Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantasha e a produtividade alcanccedilada nos cultivos

de bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo usando o espaccedilamento de 3 x 3 m e

disposiccedilatildeo meacutedia de 1202 bananeiras por hectare e compararmos com as indicaccedilotildees ideais de

produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) para o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m e

disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 5

A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por

hectare visto que a propriedade 1 tem cerca de 750 bananeirasha sendo a menor

distribuiccedilatildeoha encontrada com 917 plantas a menos se comparadas com as condiccedilotildees

desejaacuteveis A propriedade 12 que apresentou a maior densidade de plantasha com 2333

covas representa alta densidade com diferenccedila a mais de 666 plantasha em acordo com as

indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 4) para condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas

A anaacutelise geral apresenta um total de 65652 plantas nas 15 propriedades estudadas

com meacutedia de 4377 plantaspropriedade Se fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de

densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na mesma aacuterea plantada nas 15 propriedades

estariam sendo cultivadas mais de 100000 plantas com meacutedia de 6724 bananeiras por

propriedade conforme tabela 4 Estas 15 propriedades deixaram de cultivar mais de 35000

bananeiras por natildeo aplicarem o melhor espaccedilamento e distribuiccedilatildeo de plantas por hectare

indicada para os cultivos Isto representaria um ganho de produtividade na mesma aacuterea

cultivada de aproximadamente 35

Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a

produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de pouco mais de 991 toneladas ano com meacutedia de

661 ta por propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na

propriedade 11 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de mais de 487 toneladas ano e a menor foi na

propriedade 8 com 6 ta e produtividade de pouco mais de 25 e 6 thaano nas respectivas

propriedades

Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis a propriedade com menor nuacutemero de bananeiras

nos hectares cultivados seria a propriedade 9 com 834 plantas e a maior quantidade a

propriedade 11 com 31673 plantas visto que possuem 05 e 19 ha cultivados

respectivamente A propriedade 2 com maior produtividade meacutedia por hectare foi a que mais

se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio alcanccedilando um aproveitamento do solo na

ordem de 72 com 4 ha plantados e produccedilatildeo de 144 tano enquanto que a propriedade 11

que registraria a maior produtividade em condiccedilotildees ideais quando observada nas condiccedilotildees

54

reais teve um aproveitamento do solo da ordem de 513 com produtividade de 256

thaano

Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nas 15 propriedades seria de

3025 ta compreendendo 2017 ta para cada propriedade poreacutem o que se apurou na

pesquisa foi uma produccedilatildeo meacutedia de 9912 ta nas 15 propriedades estudadas com meacutedia de

661 ta por propriedade Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade

produtiva dos solos visto que as 15 propriedades analisadas tiveram um aproveitamento de

4346 conferindo para cada propriedade aproveitamento de 29 da capacidade disponiacutevel

de solo se comparada com a produtividade indicada por Arruda et al (2004)

Esta baixa produtividade por hectare ano pode encontrar respaldo na forma de

distribuiccedilatildeo de plantas por hectare identificadas na pesquisa visto que em quase todas as

propriedades estudadas as densidades e consequentemente produtividades estavam abaixo

das recomendadas na literatura exceto a particularidade encontrada na propriedade 7 que

possuiacutea um hectare cultivado pela Embrapa como parcela de experimento e se encontrava em

condiccedilotildees ideais para ambos os fatores Outros elementos que podem responder a esta menor

eficiecircncia da produccedilatildeo satildeo as aplicabilidades dos tratos culturais necessaacuterios para se obter

produccedilotildees constantes e uniformes

4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Os dados descritos na tabela 6 se referem agrave anaacutelise de trinta propriedades rurais onde

se cultiva bananeiras no Municiacutepio do Rio Preto da Eva As propriedades estatildeo distribuiacutedas

entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados respectivamente nos

quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 estrada que daacute acesso aos municiacutepios de

Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas

Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando

entre um e dez anos e em todas elas havia plantas produzindo frutos Somente as propriedades

12 13 17 e 18 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de crescimento

sem produccedilatildeo de frutos

Elas somam uma aacuterea total de 1230 ha dos quais apenas 83 ha satildeo cultivados com

bananeiras correspondendo a 62 das propriedades com um total de 89291 plantas

produzindo 96000 quilos de bananas por mecircs compreendendo 3200 kg para cada

propriedade que corresponde a 1176 kg de bananas por hectare por mecircs

Pelos dados da tabela 6 verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades dentro

de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 18 a 150 ha

55

(propriedades 13 e 23 e 30 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 10 e

maacuteximo de 11 hectares cultivados com bananas (propriedades 3 15 16 20 21 27 e 11)

indicando tambeacutem que os percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura

variaram de 2 (propriedades 20 e 29) a 20 (propriedade 25)

Com base nos espaccedilamentos entre plantas e as aacutereas cultivadas observou-se que o

nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 800 na

propriedade 21 ateacute o maacuteximo de 12000 na propriedade 23 (Tabela 6)

Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 P AT

(ha)

ACB

(ha) ACB

QB

ha QBP

(un)

BPF

(un)

PMB

(kgmecircs)

PDTBha

(kgmecircs)

01 20 30 15 1200 3600 3600 1350 450 02 25 30 12 1200 3600 3600 3500 1167 03 25 10 4 1200 1200 1200 3500 3500 04 28 50 18 1100 5500 5500 2000 400 05 25 30 12 1100 3300 3300 1800 600 06 25 20 8 1200 2400 2400 800 400 07 25 15 6 907 1360 1360 900 600 08 26 30 12 1167 3500 3500 1800 600 09 25 30 12 1100 3300 3300 900 300 10 28 30 11 1100 3300 3300 2400 800 11 25 15 6 1067 1600 1600 3300 2200 12 25 15 6 1000 1500 1000 1200 800 13 18 20 11 1000 2000 1200 1000 500 14 25 20 8 1150 2300 2300 1500 750 15 25 10 4 1200 1200 1200 1000 1000 16 25 10 4 1111 1111 1111 1500 1500 17 25 20 8 1000 2000 1500 1200 600 18 25 25 10 960 2400 1000 1600 640 19 25 20 8 1150 2300 2300 1600 800 20 25 10 4 1000 1000 1000 1000 1000 21 52 10 2 800 800 800 3000 3000 22 50 30 6 1000 3000 3000 3000 1000 23 150 110 7 1090 12000 12000 16000 1455 24 100 30 3 1033 3100 3100 6400 2133 25 50 40 8 1050 4200 4200 6500 1625 26 35 70 20 1000 7000 7000 10000 1429 27 37 10 3 1120 1120 1120 450 450 28 45 30 7 1100 3300 3300 4800 1600 29 66 30 5 1100 3300 3300 4000 1333 30 150 30 2 1000 3000 3000 8000 2667

Totais 1230 830 (253) (32204) 89291 86091 96000 (35299)

Meacutedias 41 28 62 1073 2976 2870 3200 1176 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas ACB =

percentual de aacuterea cultivada com bananas na propriedade QB = quantidade de bananeiras por hectare QBP =

quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de

bananas (kgpropriedadeano) PDTB = produtividade de bananas (kghamecircs)

Fonte autora

56

Apesar de todos os proprietaacuterios informarem utilizar espaccedilamentos simples de 3 x 3

m a quantidade de plantas dispostas por hectare em algumas propriedades ficou abaixo ou

acima da densidade recomendada para este espaccedilamento que eacute de 1111covasha (Tabela 3)

(ARRUDA 2004) resultando em meacutedia 1073 plantasha em cada propriedade Nas demais

propriedades analisadas os estudos mostraram que natildeo foram aplicadas as formas mais

eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por hectare resultando em ineficiente

aproveitamento do solo e consequentemente baixa produtividade excetuando-se as

propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades superiores agraves recomendadas para cultivos

da cultivar Thap Maeo no Amazonas (ARRUDA 2004) As demais propriedades

apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves condiccedilotildees ideais

A distribuiccedilatildeo de 800 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de

cultivo e segundo Arruda (2004) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa densidade

de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no Amazonas

podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando

principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 1200 plantasha

constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela

competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e

dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte

dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas

Nestas 30 propriedades estatildeo cultivadas mais de 89000 plantas das quais 86091

estatildeo produzindo frutos predominando a cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as

cultivares Caipira e FIA 18 Dentro das condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos

cultivos na mesma aacuterea cultivada seria possiacutevel abrigar mais de 138000 covas melhorando a

eficiecircncia de uso do solo em 35

A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de 450 quilos na propriedade 27 ateacute

16000 kg na propriedade 23 com produtividade mensal por hectare de 450 kg e 1455 kg nas

respectivas propriedades

A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 3 que alcanccedila

produccedilatildeo mensal de 3500 quilos de bananas enquanto que a propriedade 09 tem a menor

produtividade com 300 kg

Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e

reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo

espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de

57

por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha

Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando

comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e

1111 plantasha condiccedilotildees praticadas nos cultivos analisados em Presidente Figueiredo

(Tabela 3)

Se analisarmos o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m permite

melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as praacuteticas

culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em mais de 14 toneladas

ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111

covasha No estado do Amazonas produtores que plantaram a cultivar Thap Maeo

trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram

produtividade de 50 toneladas de bananas por hectare ano (ARRUDA et al 2004) (Tabela 3)

Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantas por hectare e a produtividade alcanccedilada nos

cultivos de bananeiras do Municiacutepio de Rio Preto da Eva usando o espaccedilamento simples de 3

x 3 m e disposiccedilatildeo meacutedia de 1073 bananeiras por hectarepropriedade e compararmos com as

indicaccedilotildees ideais de produtividade fornecidas por Pereira et al (2006) para o espaccedilamento

de 4 x 2 x 2 m e disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 7

A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por

hectare visto que a propriedade 21 tem cerca de 800 bananeirasha sendo a menor

densidadeha encontrada com 867 plantashectare a menos se comparada com as condiccedilotildees

desejaacuteveis As propriedades 1 2 3 6 e 15 apresentaram a maior densidade de plantasha na

ordem de 1200 contudo ainda estatildeo em desacordo com as orientaccedilotildees para o espaccedilamento

ideal com menos 467 plantasha comparadas com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) para

condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas

A anaacutelise geral apresenta um total de 89291 plantas nas trinta propriedades

analisadas dispostas nos 83 hectares cultivados com bananeiras nos cultivos em estudo o que

significa meacutedias de 1073 bananeirasha cultivado e 2976 bananeiras por propriedade Se

fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na

mesma aacuterea plantada estariam sendo cultivadas mais de 138000 plantas em detrimento das

89291 existentes e a meacutedia de bananeiras por propriedade saltaria de 2976 plantas para mais

de 4600 conforme tabela 7

Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a

produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de 1152 toneladas ano com meacutedia de 384 ta por

58

propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na propriedade

23 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de 192 ta e a menor foi na propriedade 9 com 108 ta e

produtividade de pouco mais de 175 e 36 thaa nas respectivas propriedades

Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na

Aacuterea Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de

Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo teacutecnica

(sup1) ACPS

haano

() ACB

(ha)

QB

ha

QBP

(un)

PMB

(ta)

PDTMBha

(ta)

QBP

(un)

PDTMB(2)

(ta)

01 30 1200 3600 162 54 5001 150 108

02 30 1200 3600 420 140 5001 150 280

03 10 1200 1200 420 420 1667 50 840

04 50 1100 5500 240 48 8335 250 96

05 30 1100 3300 216 72 5001 150 144

06 20 1200 2400 96 48 3334 100 96

07 15 907 1360 108 72 2500 75 144

08 30 1167 3500 216 72 5001 150 144

09 30 1100 3300 108 36 5001 150 72

10 30 1100 3300 288 96 5001 150 192

11 15 1067 1600 396 264 2500 75 528

12 15 1000 1500 144 96 2501 75 192

13 20 1000 2000 120 60 3334 100 120

14 20 1150 2300 180 90 3334 100 180

15 10 1200 1200 120 120 1667 50 240

16 10 1111 1111 180 180 1667 50 360

17 20 1000 2000 144 72 3334 100 144

18 25 960 2400 192 77 4168 125 154

19 20 1150 2300 192 96 3334 100 192

20 10 1000 1000 120 120 1667 50 240

21 10 800 800 360 360 1667 50 720

22 30 1000 3000 360 120 5001 150 240

23 110 1090 12000 1920 175 18337 550 349

24 30 1033 3100 768 256 5001 150 512

25 40 1050 4200 780 195 6668 200 390

26 70 1000 7000 1200 171 11669 350 343

27 10 1120 1120 54 54 1667 50 108

28 30 1100 3300 576 192 5001 150 384

29 30 1100 3300 480 160 5001 150 320

30 30 1000 3000 960 320 5001 150 640

Totais 830 32204 89291 11520 (4236) 138361 4150 8472

Meacutedias 28 1073 2976 384 141 4612 138 282 P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare

QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =

produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento

da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados (1)

Arruda et al (2004) (2)

Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa

Fonte autora

59

Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis as propriedades com menor nuacutemero de bananeiras

nos hectares cultivados seriam as propriedades 3 15 16 20 21e 27 com 1667 plantas cada

uma e a maior quantidade seria a propriedade 23 com 18337 plantas visto que cada uma

possui 1 e 11 ha cultivados na mesma ordem Se comparados estes valores com a situaccedilatildeo

real nas propriedades estudadas eacute possiacutevel constatar que as propriedades 3 15 16 20 21 e

27 com menor aacuterea cultivada produziriam cada uma 50t de bananasa Dentre estas a que

mais se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio foi a propriedade 3 que obteve o

aproveitamento do solo na ordem de 84 e produtividade meacutedia de 42 thaano enquanto que

a propriedade 9 aproveitou apenas 72 da capacidade produtiva do solo visto que com 3

hectares cultivados produziu apenas 36 thaano

Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nos 83 hectares cultivados

seria de 4150 ta compreendendo em meacutedia a 138 toneladas para cada propriedade poreacutem

o que se apurou na pesquisa foi uma produtividade real da ordem de 1152 ta

correspondendo a 384 ta por propriedade

Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos

visto que o total de aacuterea cultivada em relaccedilatildeo agrave densidade de plantas e a produtividade

apresentou um aproveitamento da capacidade do solo de apenas 282 em relaccedilatildeo agraves

observadas por Arruda et al (2004) (Tabela 7)

O manejo inadequado pode ser o principal fator que justifica as baixas

produtividades encontradas nos cultivos do Municiacutepio do Rio Preto da Eva quando

comparados com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 2) visto que a distribuiccedilatildeo de

covas por hectare na maioria das propriedades estudadas estava muito proacutexima daquelas

indicadas na literatura exceto nas propriedades 7 18 e 21 que apresentaram densidades muito

abaixo das recomendadas para o espaccedilamento de 3 x 3m

60

414 CONCLUSOtildeES

Apenas dois dos quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo

tinham plantios com densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois

outros tinham plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores

Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva

tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente

O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no

municiacutepio de Presidente Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72

com meacutedia igual a apenas 29

O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no

municiacutepio de Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com

meacutedia igual a apenas 282

61

42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO

PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO

SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A

SUSTENTABILIDADE DA CULTURA

Resumo

A bananicultura do Estado do Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias

apropriadas com procedimentos produtivos e gerenciais rudimentares resultando em

produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade Diante

desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos efeitos negativos

dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no cultivo da banana que

se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia alimentar e na economia do Estado e

dos municiacutepios Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo

da produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Estado do Amazonas analisando as teacutecnicas utilizadas para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos

cultivos os tratos culturais e os procedimentos de preacute e poacutes-colheita e as formas de

organizaccedilatildeo destes produtores para a disseminaccedilatildeo de tecnologias e o fortalecimento nas

negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos Para o alcance do objetivo aqui proposto

foram elaborados questionaacuterios estruturados direcionados aos produtores rurais cooperativas

agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias que inquiriam o segmento agriacutecola da

produccedilatildeo da banana safra 2012 buscando conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos e a assistecircncia

do governo para a sustentabilidade da cultura nos municiacutepios em estudo e a organizaccedilatildeo dos

produtores a fim de entender como eles se relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a

sociedade Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham

conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do

Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas Todos

sabiam sobre a necessidade da adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana

mas apenas sete deles sabiam da necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro

deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais

eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes embora a

quase totalidade tenha participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por

organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais Eles mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas Eles realizam a

higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando as vendem na forma de pencas lavando-as e

colocando-as em caixas Apenas dois dos 15 produtores beneficiam a banana convertendo-a

em subprodutos com valor agregado como doces geleia e calda Com relaccedilatildeo aos produtores

de Rio Preto da Eva eles afirmaram que tinham conhecimento quanto ao espaccedilamento e

densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e quanto aos tratos culturais

contra pragas e doenccedilas Tambeacutem sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo de cobertura

necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da adubaccedilatildeo inicial

da cova e apenas nove deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para

uma adubaccedilatildeo mais eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em

cerca de metade das propriedades rurais desse municiacutepio embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais Eles tambeacutem se mostraram bem organizados nas formas de associaccedilotildees e

cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees

Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade da banana tratos culturais

organizaccedilotildees rurais

62

Abstract

The banana plantations of Amazonas State is often practiced without appropriate

technologies with rudimentary production and management procedures resulting in low

productivity and poor quality products and expressionless competitiveness Given this

scenario is necessary to find alternatives that counter the negative effects of this dynamic

often in state agricultural practice particularly in the banana cultivation which is presented as

very important fruit in the food chain and the states economy and municipalities This

perspective fits this proposed study of banana production management processes in the

Amazonas State municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva analyzing the

techniques used for the plant formation and maintenance cultivation and the pre and post-

harvest procedures as well as the forms of organization of these producers to the

dissemination of technologies and strengthening the trade negotiations of products and inputs

To reach the goal here proposed a structured questionnaires were developed targeted to

farmers agricultural cooperatives community associations and agribusinesses which

inquired the agricultural segment of banana production harvest 2012 seeking to know the

real situation of crops and government assistance for the sustainability of culture in the

municipalities under study Also to understand the organization of producers in order to know

how they relate to the production the market and society All 15 producers of Presidente

Figueiredo said they knew about the spacing and banana planting density in the state of

Amazonas only one of them unaware of the crop treatment against pests and diseases

Everyone knew about the need for necessary soil fertilization for the banana crop but only

seven of them knew of the need for initial soil fertilization before plant seedling and only

four of them the need to make a chemical analysis of soil for more efficient fertilizer

application Financial assistance and technical government are almost absent although almost

all have participated in programs and incentives for rural production by government and

nongovernmental organizations They proved to be well organized in the forms of

associations and cooperatives predominating among them the latter They perform the

cleaning of bananas only when sold in the form of hands washing them and putting them in

boxes Only two of the 15 producers benefit banana converting it into value-added by-

products such as candy jelly and syrup With respect to Rio Preto da Eva producers they said

they knew about the spacing and banana planting density in the state of Amazonas and for

cultivation against pests and diseases They also knew about the need for soil fertilization

required for banana culture most of them knew of the need for initial soil fertilization before

plant seedling and only nine of them the need to make a chemical analysis of soil for more

efficient fertilizer Financial assistance and government technical occur in about half of the

banana producers although almost all them have participated in programs and incentives for

rural production by government and nongovernmental organizations They also were well

organized in the forms of associations and cooperatives predominating among them the

associations

Key words banana cultivation banana productivity cultural practices farmer organizations

63

421 INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte

demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias na produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem

resultados significativos orientando para o adequado manejo do solo controle de pragas e

doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar

ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo

contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola

Para Sachs (2008) o desenvolvimento local deve ser trabalhado a partir da

valorizaccedilatildeo dos recursos naturais endoacutegenos No Estado do Amazonas cujas economias

encontram suas bases no setor primaacuterio isto se traduz na potencializaccedilatildeo da biodiversidade-

biomassa-biotecnologias e a cadeia produtiva agriacutecola por sua complexidade e

heterogeneidade desempenha papel importante no desenvolvimento da economia agriacutecola

O desenho da agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do

Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos

produtivos e gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo os cuidados

necessaacuterios na escolha das sementes ou mudas a observaccedilatildeo da densidade de plantas por

hectare as adubaccedilotildees o rodiacutezio de culturas para melhorar a fertilidade dos solos com uso

inadequado dos insumos agriacutecolas e desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade

procedimentos de preacute e poacutes colheita ineficientes resultando em produtividade baixa e

produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade conforme documentado com

cupuaccedilu por Said et al (2011)

Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos

efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no

cultivo da banana que se apresenta como uma fruta de grande importacircncia na cadeia

alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios

O desenvolvimento que garante a sustentaccedilatildeo econocircmica de determinado local e

tambeacutem possui relaccedilatildeo estreita com o crescimento que por sua vez demanda investimentos

pode ser alcanccedilado por meio da valorizaccedilatildeo do potencial biotecnoloacutegico sobretudo nos locais

onde a biodiversidade eacute abundante (SACHS 2009) como eacute o caso do Estado do Amazonas

Este modelo de desenvolvimento deve integrar os agricultores familiares e modernizar a sua

visatildeo de produccedilatildeo para promover ldquoa transformaccedilatildeo do agricultor familiar em empreendedor

ruralrdquo (BECKER 2009) O produtor rural alerta Sachs (2009) ldquona medida do possiacutevel deve

escolher o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo

64

Mello (2009) reforccedila este pensamento e nos alerta para o fato de que os nossos

ecossistemas jaacute datildeo sinais de fragilidade caracterizada pela ameaccedila do desaparecimento de

algumas espeacutecies indicando que eacute preciso mudar ou alternar os perfis ateacute aqui utilizados

Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar com a

riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas O

primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de comeacutercio ainda

que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute possiacutevel dispensar

as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo resgatar a grande parte

da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda

Se continuarmos este modelo de exploraccedilatildeo vigente que rompe o equiliacutebrio dos

nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do

solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a

salinizaccedilatildeo entre outros nos perpetuando na rota de um atraso produtivo e tecnoloacutegico sem

precedentes estaremos contribuindo para a degradaccedilatildeo de todas as espeacutecies Em vaacuterios

biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em erosatildeo e perda da fertilidade do solo

Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que temos produzido se questiona ateacute

quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir o aumento da produtividade Ou

quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para aumentar a produccedilatildeo Quanto de

nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e outros gratildeos (MELLO 2009)

Semelhante observaccedilatildeo feita por Homma (2001) e Homma e Frazatildeo (2002) orienta

para a necessidade de melhorias no modelo de cultivo com a introduccedilatildeo de inovaccedilotildees capazes

de modificar os processos vigentes no sentido de melhorar a produtividade e elevar a

qualidade dos produtos para tornaacute-los mais competitivos no mercado e evitar a demanda

desenfreada por novas aacutereas de cultivos a supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica

a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e dos alimentos

Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo da

produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado

do Amazonas analisando os cultivos desde a sua formaccedilatildeo as teacutecnicas empregadas na

manutenccedilatildeo destes envolvendo a observaccedilatildeo aos tratos culturais e agraves teacutecnicas de preacute e poacutes

colheita bem como o conhecimento do produtor rural para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos

cultivos e as formas de organizaccedilatildeo destes produtores para o fortalecimento na disseminaccedilatildeo

de tecnologias e nas negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos

65

422 MATERIAL E MEacuteTODOS

4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

No contexto administrativo da produccedilatildeo agriacutecola foram estudados os cultivos de

bananeiras nos aspectos de sua formaccedilatildeo visando a melhor produtividade o conhecimento

dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos estandes a aplicabilidade dos tratos culturais a

observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita com vistas a aumentar eou conservar a

qualidade dos produtos para que eles cheguem ao mercado de forma mais competitiva e

ainda as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores (associaccedilotildees cooperativas

agroinduacutestria ou independentes) para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos como forma

de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e se haacute algum tipo

de articulaccedilatildeo entre eles que favoreccedila o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos

produtos ou compra de insumos

4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

A orientaccedilatildeo baacutesica da pesquisa se respalda no estudo analiacutetico dos cultivos de

bananeiras dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas onde

foram analisadas as etapas do processo de produccedilatildeo relacionadas com a formaccedilatildeo dos

cultivos os tratos culturais e observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita das bananas na

safra de 2012

Para o alcance do objetivo aqui proposto foram elaborados questionaacuterios estruturados

que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana no acircmbito da formaccedilatildeo dos

cultivos e observaccedilatildeo agraves suas teacutecnicas de manutenccedilatildeo bem como a aplicabilidade das

indicaccedilotildees de preacute e poacutes colheita para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Acircmbito Agriacutecola

Teacutecnicas de formaccedilatildeo

dos cultivos

Tecnologias de

preacute colheita

praacuteticas culturais

Tecnologias de poacutes

colheita

Assistecircncia do governo

e organizaccedilatildeo social do

produtor

- Tratamento do solo para

formaccedilatildeo dos cultivos

- Espaccedilamento das plantas

- Densidade de plantas

por hectare

- Nutriccedilatildeo vegetal

- Controle de

pragas e doenccedilas

- Teacutecnicas de

adubaccedilatildeo

- Colheita

- Higienizaccedilatildeo dos

frutos

- Acondicionamento

e dos frutos

- Transporte

- Financeira

- Teacutecnica

- Incentivos fiscais

- Associaccedilotildees

- Cooperativas

- Agroinduacutestrias Fonte autora

66

No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi

estruturadas aos produtores rurais cooperativas agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e

agroinduacutestrias e a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas

informaccedilotildees sobre as teacutecnicas de formaccedilatildeo dos cultivos (tratamento do solo para formaccedilatildeo

dos cultivos espaccedilamento de plantas e densidade de plantas por hectare) as tecnologias de

preacute colheita envolvendo as praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas e

teacutecnicas de adubaccedilatildeo) e as tecnologias de poacutes colheita (colheita higienizaccedilatildeo dos frutos

acondicionamento e transporte dos produtos) e a assistecircncia do governo para a

sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo (financeira teacutecnica e de

incentivos fiscais) e a organizaccedilatildeo dos produtores (em associaccedilotildees comunitaacuterias cooperativas

e a presenccedila de agroinduacutestria) a fim de entender como os produtores rurais se organizam e se

relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a sociedade

4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

O contexto desta pesquisa focaliza as propriedades rurais produtoras de bananas em

escala comercial as associaccedilotildees comunitaacuterias as cooperativas agriacutecolas dos municiacutepios alvo

da pesquisa e as agroinduacutestrias que guardam relaccedilatildeo com a produccedilatildeo de bananas

As propriedades rurais compreendem os locais dentro das zonas rurais dos

municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao cultivo agriacutecola de bananas

onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para processamento dos produtos Para

fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades rurais inquiridas para obtenccedilatildeo do

diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para fins comerciais pela importacircncia da

anaacutelise de elementos que envolvem os cuidados na formaccedilatildeo dos cultivos a observaccedilatildeo dos

tratos culturais das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita e a participaccedilatildeo do governo com vistas agrave

sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo

A anaacutelise dos processos de gestatildeo aplicados neste estudo permitiram identificar os

elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis do processo Neste momento processou-se uma anaacutelise

descritiva da participaccedilatildeo interativa de cada elemento com o objetivo de identificar o trabalho

e a tecnologia por eles empregada

Esta anaacutelise permitiu compreender a evoluccedilatildeo no processo de desenvolvimento dos

municiacutepios e a contribuiccedilatildeo da atividade agriacutecola nos cultivos de bananeiras para o

desenvolvimento sustentaacutevel destes

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolveu alguns elementos

quantitativos como o espaccedilamento e densidade de plantas por hectare A anaacutelise qualitativa

67

permitiu abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas da cadeia produtiva e a gestatildeo

empregada no processo de formaccedilatildeo dos cultivos adubaccedilatildeo controle fitossanitaacuterio

assistecircncia do governo aos produtores rurais e a participaccedilatildeo do produtor em associaccedilotildees eou

cooperativas agriacutecolas

A anaacutelise quantitativa tornou mais consistente os estudos de algumas questotildees

especialmente no acircmbito agriacutecola da produccedilatildeo e se aplica aos dados coletados nas

propriedades relacionados ao espaccedilamento e agraves densidades de plantas

4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Nestes municiacutepios foram feitas

coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios

em 15 propriedades rurais produtoras dessa cultura em Presidente Figueiredo e 30 no Rio

Preto da Eva

Manaus eacute a capital do Amazonas e o ponto central das decisotildees poliacuteticas que

repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias e se configura como o maior centro

consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado por esta razatildeo foi inserida na coleta de dados

deste trabalho

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais

distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina em uma

agroinduacutestria de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde e nas sedes do

IDAM e do municiacutepio

O levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterio

observaccedilatildeo direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no

periacuteodo de janeiro de 2012 a junho de 2014

Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico e da

comercializaccedilatildeo dos produtos onde foram verificadas as tecnologias de preacute colheita como as

68

praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas densidade de plantas etc) e

as tecnologias de poacutes colheita (frutos destinaccedilatildeo e aproveitamento dos produtos e

subprodutos e agregaccedilatildeo de valor) aacuterea cultivada com a espeacutecie e produtividade obtida e

ainda a forma de organizaccedilatildeo social dos produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo desta

se satildeo produtores independentes ou se estatildeo alocados em associaccedilotildees eou cooperativas Os

dados coletados foram analisados nos aspectos agronocircmicos econocircmicos e administrativos

69

423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra

de 2012

Em 2012 o Estado do Amazonas cultivou 9545 hectares com bananas nos 62

municiacutepios existentes com uma aacuterea colhida de 3931 ha Do total cultivado 68 estatildeo

concentrados em dez municiacutepios do Estado conforme tabela 2 Manicoreacute eacute o maior produtor

de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste

municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha que juntamente com o municiacutepio de

Parintins se apresenta como a menor produtividade entre os dez municiacutepios de maior

produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)

O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos

da metade da cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do Estado

com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos

alcanccedilaram produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com

3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos

200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no

Estado de 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha a

2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)

Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas

ndash Safra 2012

Municiacutepio

Aacuterea

Plantada

(ha)

Aacuterea

colhida

(ha)

Quantidade

produzida

(t)

Rendimento

meacutedio

(tha)

Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

01 Manicoreacute 1560 1092 10920 10 9937

02 Presidente

Figueiredo 800 700 8400 12 8820

03 Manacapuru 1546 645 7735 12 7348

04 Rio Preto da

Eva 355 272 3264 12 2611

05 Novo Aripuanatilde 345 200 3200 16 4160

06 Parintins 575 253 2530 10 2783

07 Laacutebrea 330 200 2400 12 1920

08 Coari 450 198 2376 12 2138

09 Apuiacute 225 195 2300 12 1725

10 Codajaacutes 320 176 2112 12 2218

Total 6506 3931 45237 120 43660

Estado do Amazonas 9545 5440 63745 757 59569 () Em relaccedilatildeo agrave aacuterea colhida

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

70

Manicoreacute eacute o maior produtor de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e

produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha

que juntamente com o municiacutepio de Parintins se apresentou como o de menor produtividade

entre os dez municiacutepios de maior produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)

O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos

da metade da aacuterea cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do

Estado com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos

alcanccedilaram a produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com

3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos

200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no

Estado com 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha

a 2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)

De acordo com dados do IBGE (2013) em 2012 os municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva cultivavam respectivamente 800 e 355 hectares com bananas

sendo referenciados como o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (Tabela 1)

Os dados da tabela 2 apresentam a participaccedilatildeo dos cinco municiacutepios com maior

produccedilatildeo de bananas no Amazonas considerando o percentual da aacuterea plantada aacuterea colhida

quantidade produzida rendimento meacutedio e quanto a bananicultura destes municiacutepios agregou

agrave economia do Estado na safra de 2012

Os municiacutepios de Manicoreacute e Manacapuru possuem respectivamente 1634 e

1620 da aacuterea cultivada com bananas em todo o Estado e 2007 e 1186 da aacuterea colhida

o que representa 32 da aacuterea cultivada no Amazonas e 32 da aacuterea colhida O primeiro

municiacutepio responde por 1713 de toda a banana produzida no Estado e o segundo por

1213 Juntos eles satildeo responsaacuteveis por mais de 29 do total de bananas do Amazonas e

cada um contribui na mesma ordem com 1668 e 1234 do valor da produccedilatildeo desta

cultura no Amazonas o que representa 29 de todo o valor arrecadado pelo Estado com a

produccedilatildeo de bananas

Os municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo responsaacuteveis por

838 e 372 da aacuterea total cultivada com esta cultura no Estado o que representa 1210

do total de aacuterea cultivada com a fruta no Amazonas Contudo a aacuterea colhida nos dois

municiacutepios soma 178 do total do Estado com cada municiacutepio respondendo a 1287 e

500 na mesma ordem A quantidade produzida foi de 1318 e 512 do total de

71

toneladas produzidas no Estado o que representa 1481 e 438 de todo o valor arrecadado

com a venda de bananas no Estado Juntos eles respondem por 199 do total arrecadado na

comercializaccedilatildeo da fruta no Amazonas (Tabela 2)

Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no

Estado do Amazonas Safra 2012

Ndeg Municiacutepio

Aacuterea

Plantada

(ha)

da Aacuterea

colhida

(ha)

da Quantidade

produzida

(t)

do Valor da

produccedilatildeo

(mil reais)

01 Manicoreacute 1634 2007 1713 1668

02 Presidente

Figueiredo 838 1287 1318 1481

03 Manacapuru 1620 1186 1213 1234

04 Rio Preto da

Eva 372 500 512 438

05 Novo Aripuanatilde 602 368 502 698

Total 5066 5348 5258 5519

Estado do Amazonas (9545) (5440) (63745) (59569) () Total em relaccedilatildeo ao Estado do Amazonas

Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora

O municiacutepio de Novo Aripuanatilde possui 602 da aacuterea plantada no Estado com 368

Isto corresponde a 502 de toda a produccedilatildeo de bananas do Amazonas representando 698

do valor total arrecadado com a venda das frutas

Os dados da tabela 2 mostram que os cinco municiacutepios do Estado do Amazonas com

maior produccedilatildeo de bananas concentram 5066 da aacuterea cultivada com bananas no Estado e

5348 da aacuterea colhida onde satildeo produzidas 5258 de toda a produccedilatildeo Estadual

respondendo por 5518 de tudo que eacute arrecadado no Estado com a venda da fruta

A bananicultura no Amazonas contribuiu com mais de R$ 59 milhotildees para o PIB do

Estado em 2012 e os dez municiacutepios com maior produccedilatildeo no Estado satildeo responsaacuteveis pela

injeccedilatildeo de mais de 73 deste total movimentando mais de R$ 43 milhotildees na economia do

Estado no mesmo ano

Nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva estatildeo alocadas as

propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio

possui respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da

populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram

respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (Tabela 2)

72

4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas

A tabela 3 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos

cultivos de bananeiras considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e

consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o

acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas e doenccedilas e a realizaccedilatildeo

de adubaccedilotildees

A pesquisa mostrou que ao serem inquiridos quanto agrave formaccedilatildeo dos cultivos todos

os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a formaccedilatildeo dos cultivos

e a densidade de plantas por hectare (Tabela 3) Poreacutem o que se constatou em todas as

propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o espaccedilamento de 3 x 3 m As

orientaccedilotildees de Arruda et al (2004) indicam que para este espaccedilamento cada estande de 1 ha

comporta 1111 plantas

Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de

Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Conhecimento do produtor

Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo

Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel

solo

Cova Cobertura

01 x x x x -- -- x

02 x x x x x x x

03 x x x x -- -- x

04 x x x x -- -- x

05 x x x x x x x

06 x x x x -- -- x

07 x x x x x x x

08 x x x x -- -- x

09 x x -- -- -- x x

10 x x x x -- -- x

11 x x x x x x x

12 x x x x -- x x

13 x x x x -- -- x

14 x x x x -- -- x

15 x x x x -- x x Dos 3 ha cultivados com bananas na propriedade foi feita a anaacutelise do solo e adubaccedilatildeo de cova somente em 1

ha que era monitorado pela Embrapa x conhece -- desconhece

Fonte autora

Nas propriedades analisadas as quantidades de covas dispostas por hectare para este

tipo de espaccedilamento variou de 750 ateacute 2333 covas conferindo impropriedade na formaccedilatildeo

73

dos cultivos que se encontram com densidades abaixo ou acima das quantidades ideais para

cultivos no Amazonas que eacute de 1667 plha distribuiacutedas em espaccedilamentos de 4 x 2 x 2 m

(ARRUDA et al 2004) Em quase todas as propriedades envolvidas na pesquisa exceto a 09

os produtores afirmaram ter conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o

controle de pragas e doenccedilas nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a

ocorrecircncia de pragas e doenccedila Uma das razotildees para essa ausecircncia de doenccedilas eacute que as

cultivares plantadas nestas propriedades satildeo a Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 resistentes agrave

sigatoka negra e sigatoka amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do

Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis ao Moko Estas satildeo as principais doenccedilas que atingem os

bananais em niacutevel mundial (GASPAROTTO et al2002)

Quanto agrave realizaccedilatildeo do controle de pragas e doenccedilas todas as propriedades

envolvidas na pesquisa responderam positivamente quando foram inqueridas sobre a

realizaccedilatildeo desta praacutetica contudo este trabalho constatou a natildeo existecircncia de pragas e doenccedilas

nos bananais deste municiacutepio Talvez este fato seja justificado pelas cultivares plantadas nesta

regiatildeo predominantemente as Caipira Thap Maeo e FHIA 18 resistentes agraves doenccedilas mais

comuns que atingem os bananais (GASPAROTTO et al2002)

A pesquisa revelou que os produtores das propriedades 1 3 4 6 8 9 10 12 13 14

e 15 afirmaram nunca terem feito anaacutelise de solo para procederem a adubaccedilatildeo e calagem

sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Apenas as propriedades 5 7 e 11 fizeram a

anaacutelise quiacutemica do solo antes da formaccedilatildeo dos cultivos para a determinaccedilatildeo da calagem e

adubaccedilatildeo (Tabela 3)

Os produtores 1 3 4 6 8 10 13 e 14 natildeo fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada

somente nas propriedades 2 5 7 9 11 12 e 15 Em todos os cultivos foram realizadas as

adubaccedilotildees de cobertura poreacutem as dosagens de aplicaccedilatildeo de calagem e dos macros e micros

nutrientes assim como a frequecircncia de realizaccedilatildeo dos processos de adubaccedilatildeo satildeo diferentes e

na maioria dos casos essas quantidades satildeo determinadas empiricamente

4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a

Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio

de Presidente Figueiredo Amazonas

O estudo realizado nas quinze propriedades neste municiacutepio tambeacutem buscou

diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e

outros tipos de assistecircncias que por ventura os produtores rurais de banana possam receber

bem como a forma de organizaccedilatildeo do produtor rural se em associaccedilotildees ou cooperativas com

74

vistas a favorecer a disseminaccedilatildeo do conhecimento e o fortalecimento nas negociaccedilotildees

comerciais e de aquisiccedilatildeo de insumos (Tabela 4)

Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores

Safra 2012

Prop

Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor

Financeira(1)

Teacutecnica(2)

Inc Fisc(3)

Outros(4)

Associaccedilatildeo Cooperativa

1 -- -- -- -- -- --

2 -- -- -- x x --

3 -- x -- x -- x

4 -- -- -- x -- x

5 -- -- -- x -- x

6 -- -- -- x -- x

7 x x -- x x --

8 -- x -- x x --

9 -- -- -- x x --

10 -- -- -- x -- x

11 -- -- -- x x --

12 -- -- -- x x --

13 x x -- x -- x

14 -- x -- x -- x

15 -- -- -- x -- x

() (133) (333) (00) (933) (400) (533) (1)

Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)

Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)

Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)

Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc x Sim -- Natildeo

Fonte autora

Os dados da tabela 4 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades

financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou apenas dois dos

quinze produtores consultados propriedades 7 e 13 Os demais produtores natildeo realizaram

nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal

ou estadual para o incremento da produccedilatildeo

A ajuda teacutecnica alcanccedilou as propriedades 3 7 8 13 e 14 Destas quatro receberam

ajuda teacutecnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do

Estado do Amazonas ndash IDAM A exceccedilatildeo estaacute na propriedade 7 cuja ajuda veio da Empresa

Brasileira de Pesquisas Agropecuaacuterias ndash Embrapa Amazocircnia Ocidental

Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter

recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na alavancagem do

negoacutecio agriacutecola da banana

75

O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo dos governos nos processos da

sustentabilidade agriacutecola de produccedilatildeo da banana e para o municiacutepio de Presidente Figueiredo

constatou significativa expressatildeo nas trecircs esferas administrativas Uniatildeo Estado e Municiacutepio

no esforccedilo para garantir a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 4)

Somente o produtor da propriedade 1 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com

programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais produtores

estavam envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural

do Estado do Amazonas geridos pela Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash ADS como

forma de implementar o Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar PREME ndash

SEDUCSEMED para abastecimento da Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo e Qualidade do

Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo - SEMED e

Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos o Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos -

PAACONAB uma parceria do governo do Estado do Amazonas com o governo Federal

atraveacutes da Companhia Nacional de Abastecimento ndash CONAB

Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do

produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas

agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente de

disseminaccedilatildeo de tecnologias e aumento do poder de negociaccedilatildeo nas relaccedilotildees comerciais que

asseguram maior seguranccedila qualidade na produccedilatildeo e maior poder de negociaccedilatildeo e lucros nas

transaccedilotildees comerciais

Neste sentido os dados para o municiacutepio mostram que dos quinze produtores

analisados seis possuem representaccedilatildeo juriacutedica integrada agrave associaccedilatildeo comunitaacuteria onde estatildeo

alocados (propriedades 2 7 8 9 11 e 12) e oito satildeo ligados a alguma cooperativa agriacutecola

(propriedades 3 4 5 6 10 13 14 e 15) Apenas o produtor da propriedade 1 declarou natildeo

fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa (Tabela 4)

Ainda com base nos dados apresentados na tabela 4 se evidencia que as agecircncias de

fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram apenas 133 dos produtores inquiridos no

municiacutepio de Presidente Figueiredo enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e

se estendeu a 333 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como

PREMESEDUCSEMED PPACONAB e a implementaccedilatildeo de feiras do produtor rural

apresentaram significativa expressatildeo para o produtor contemplando 933 dos entrevistados

Destes 40 mantinham relaccedilotildees com a associaccedilatildeo da comunidade a que se integram e 533

satildeo integrados agrave uma cooperativa agriacutecola

76

4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da

Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento

O estudo analisou a cadeia de processamento das bananas observando a agregaccedilatildeo

de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de acondicionamento para o transporte e

a realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis

O resultado estaacute disposto na tabela 5

Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de

Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Higienizaccedilatildeo

das bananas

Embalagem p

transporte

Realiza

beneficiamento

Tipo de beneficiamento

Sim Cacho Caixa Sim Natildeo Doces Geleia Calda Chips

1 x x x x -- -- -- -- --

2 x x x x -- -- -- -- --

3 x x x x -- -- -- -- --

4 x x x x -- -- -- -- --

5 x x x x -- x x x --

6 x -- x x -- -- -- -- --

7 x x x x -- -- -- -- --

8 -- x -- x -- -- -- -- --

9 -- x -- x -- -- -- -- --

10 x x x x -- x x x --

11 x x x x -- -- -- -- --

12 x x x x -- -- -- -- --

13 x x x x -- -- -- -- --

14 x x x x -- -- -- -- --

15 x x x x -- -- -- -- --

() (867) (933) (867) (100) (--) (133) (133) (133) (00) x realiza -- natildeo realiza

Fonte autora

O processo de colheita das bananas exige a observaccedilatildeo de cuidados como a

disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte do bananal ao local de despencamento a higienizaccedilatildeo

dos frutos para descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a

forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as escoriaccedilotildees A observaccedilatildeo

destes cuidados agrega valor e favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos

De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo dos frutos deve ocorrer apoacutes

o despencamento pela imersatildeo destas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para

cada 100 litros de aacutegua) A lavagem vai remover os micro-organismos e precipitar a sika

A realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas pode evitar a perda na produccedilatildeo e

melhorar a renda dos produtores Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do

77

mercado para consumo in natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados

e os demais podem ser beneficiados para produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips

Dos 15 produtores consultados 13 afirmaram realizar a higienizaccedilatildeo das bananas

Apenas os produtores 8 e 9 natildeo realizavam este processo porque comercializavam a produccedilatildeo

direto nas feiras por unidades de cachos inteiros portanto natildeo despencavam e nem lavavam

os frutos (Tabela 5)

O acondicionamento dos frutos para transporte era feito de duas formas nos casos

em que os produtores comercializavam as bananas em cachos estes natildeo passavam pelo

processo de lavagem sendo transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em

que satildeo comercializadas por quilos ou unidades de pencas os cachos satildeo despencados ainda

na propriedade rural e as pencas satildeo lavadas e acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de

plaacutestico (de 15 a 20 kg) onde satildeo transportadas ateacute o local de repasse para o consumidor final

ou intermediaacuterio

Entre os produtores analisados somente o produtor da propriedade 6 natildeo

comercializava as bananas em cachos Nestes casos as bananas eram despencadas e

acondicionadas em caixas de papelatildeo com aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de

plaacutestico com 20 Kg As propriedades 8 e 9 comercializavam os cachos inteiros As demais

propriedades utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com

o PREME todos os fornecimentos satildeo feitos em caixa de papelatildeo ou plaacutestico Para outros

fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens podem ser transportados em cachos

Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores

afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem o uacutenico beneficiamento

realizado era a lavagem e acondicionamento dos frutos em embalagens especiacuteficas para o

transporte

No universo da pesquisa para este municiacutepio somente os produtores das

propriedades 5 e 10 realizam o beneficiamento dos produtos em agroinduacutestria com produccedilatildeo

de doces geleias e calda de bananas Trata-se de mesma empresa constituiacuteda por dois

produtores do municiacutepio de Presidente Figueiredo Nenhum dos entrevistados beneficia o

produto para transformaccedilatildeo em banana chips (Tabela 5) Este nicho de mercado jaacute eacute realidade

e registra boa aceitaccedilatildeo nos mercados do Norte do Brasil

A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que a higienizaccedilatildeo da banana eacute

realizada em mais de 86 das propriedades analisadas com acondicionamento para

transporte em caixas em 933 dos casos enquanto que 100 dos produtores realizam

78

algum tipo de beneficiamento nas bananas Poreacutem somente em pouco mais de 13 este

produto eacute transformado em outros subprodutos comercializaacuteveis (Tabela 5)

4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no

Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas

A tabela 6 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos

cultivos estudados considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e

consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o

acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas doenccedilas e de adubaccedilotildees

Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de

Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Conhecimento do produtor

Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo

Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel solo Cova Cobertura

01 x x x x -- -- x

02 x x x x -- x x

03 x x x x -- x x

04 x x x x -- -- x

05 x x x x -- -- x

06 x x x x -- -- x

07 x x x x -- -- x

08 x x x x -- -- x

09 x x x x -- -- x

10 x x x x -- x x

11 x x x x x x x

12 x x x x -- x x

13 x x x x -- -- x

14 x x x x -- x x

15 x x x x x x x

16 x x x x x x x

17 x x x x -- x x

18 x x x x -- x x

19 x x x x -- -- x

20 x x x x x x x

21 x x x x x x x

22 x x x x x x x

23 x x x x -- x x

24 x x x x x x x

25 x x x x -- x x

26 x x x x -- x x

27 x x x x -- -- x 28 x x x x x x x 29 x x x x x x x 30 x x x x -- x x

x Conhece -- Desconhece Fonte autora

79

Todos os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a

formaccedilatildeo dos cultivos e a densidade de plantas por hectare (Tabela 7) Poreacutem o que se

constatou em todas as propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o

espaccedilamento de 3 x 3 m contudo a quantidade de covas dispostas por hectare para este de

espaccedilamento resultaria numa quantidade de 1111 covasha o que natildeo foi observado na

realidade tendo em vista a variaccedilatildeo de 800 ateacute 1200 covasha (Tabela 1)

Em todas as propriedades envolvidas na pesquisa os produtores afirmaram ter

conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o controle de pragas e doenccedilas

nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a ocorrecircncia de pragas eou de

doenccedilas o que possivelmente se justifica pelo fato de estes cultivos serem constituiacutedos pelas

cultivares Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 que satildeo resistentes agrave sigatoka negra e sigatoka

amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis

ao Moko

Dos 30 produtores entrevistados somente nove realizaram anaacutelise do solo antes da

formaccedilatildeo dos cultivos (propriedades 11 15 16 20 21 22 24 28 e 29) para a determinaccedilatildeo

adequada da calagem e adubaccedilatildeo antes de iniciar o plantio Os demais afirmaram natildeo ter feito

a avaliaccedilatildeo do solo para nortear a aplicaccedilatildeo de calagem e adubaccedilatildeo de cova e de cobertura

sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Os produtores 1 4 5 6 7 8 9 13 19 e 27 natildeo

fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada nas demais propriedades Todos os proprietaacuterios

responderam realizar a adubaccedilatildeo de cobertura poreacutem as quantidades de aplicaccedilatildeo de calagem

e adubaccedilatildeo foram aplicadas de forma empiacuterica nos casos em que natildeo se realizou a anaacutelise do

solo (Tabela 6)

4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a

Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio

de Presidente Figueiredo no Amazonas

O estudo realizado nas trinta propriedades rurais produtoras de bananas no municiacutepio

do Rio Preto da Eva tambeacutem buscou diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos

financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e outros tipos de assistecircncia que por ventura

tenham recebido Os resultados da investigaccedilatildeo estatildeo expostos na tabela 7

Os dados da tabela 7 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades

financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou doze dos trinta

produtores consultados Os demais natildeo realizaram nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de

80

fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal estadual ou municipal para o incremento

da produccedilatildeo

Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no

Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais

em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas

Prop

Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor

Financeira(1)

Teacutecnica(2)

Inc Fisc(3)

Outros(4)

Associaccedilatildeo Cooperativa

1 -- x -- x -- x

2 -- -- -- -- -- --

3 -- x -- x x --

4 -- -- -- x -- x

5 -- -- -- x -- x

6 -- -- -- x -- x

7 -- -- -- x x --

8 -- -- -- x -- x

9 x x -- x -- x

10 x x -- x x x

11 -- x -- x x --

12 x x -- x x --

13 x x -- x x --

14 x x -- x x --

15 -- x -- x x --

16 x x -- x x --

17 x x -- x x --

18 x x -- x x --

19 x x -- x x --

20 -- x -- x x --

21 -- x -- x -- x

22 -- x -- x x x

23 -- x -- x x x

24 -- -- -- x x x

25 -- -- -- x x --

26 x x -- x x --

27 -- -- -- x x --

28 x x -- x x --

29 -- x -- x x x

30 x x -- x x x (1)

Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)

Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)

Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)

Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc

x Sim -- Natildeo

Fonte autora

A ajuda teacutecnica alcanccedilou 22 das 30 propriedades Toda a assistecircncia recebida veio

por intermeacutedio de agentes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal

Sustentaacutevel do Estado do Amazonas ndash IDAM

81

Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter

recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na implementaccedilatildeo

do negoacutecio agriacutecola da banana

O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo do governo nos processos agriacutecolas

quanto a sustentabilidade da produccedilatildeo da banana No Municiacutepio de Rio Preto da Eva foi

constatada significativa expressatildeo das trecircs esferas governamentais no esforccedilo para garantir a

comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 7)

Somente o produtor da propriedade 2 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com

programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais estavam

envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural Este

assunto seraacute melhor explorado quando analisarmos os dados de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

agriacutecola objeto de estudos futuros

Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do

produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas

agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente comerciais e

de processamentos dos produtos para entendermos o niacutevel de fortalecimento dos produtores

nas transaccedilotildees comerciais e na troca de informaccedilotildees e tecnologias

Neste sentido os dados para o Municiacutepio mostram que dos trinta produtores

analisados 16 satildeo membros da associaccedilatildeo da comunidade a qual pertencem e sete satildeo ligados

a alguma cooperativa agriacutecola Os produtores das propriedades 10 22 23 24 29 e 30

participam tanto da associaccedilatildeo comunitaacuteria quanto da cooperativa Apenas o produtor 2

declarou natildeo fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa

Ainda com base nos dados apresentados na tabela 7 se evidencia que as agecircncias de

fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram 40 dos produtores estudados no Municiacutepio

do Rio Preto da Eva enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e se estendeu a

70 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como PREMESDS

PAACONAB favoreceram significativamente o produtor na comercializaccedilatildeo dos produtos

contemplando 967 dos entrevistados

4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da

Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento

A pesquisa analisou a cadeia de processamento das bananas no Municiacutepio de Rio

Preto da Eva observando a agregaccedilatildeo de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de

82

acondicionamento para o transporte e se era realizado algum tipo de beneficiamento nas

bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis Os resultados estatildeo expostos na

tabela 8

Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos

Acondicionamento para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas

Cultivadas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012

Prop

Higienizaccedilatildeo das

bananas

Embalagem p

transporte

Realiza

beneficiamento

Tipo de beneficiamento

Cacho Caixa Doces Geleia Calda Chips

1 x -- x x -- -- -- --

2 x -- x x -- -- -- --

3 x -- x x -- -- -- --

4 x -- x x -- -- -- --

5 x -- x x -- -- -- --

6 x -- x x -- -- -- --

7 x -- x x -- -- -- --

8 x -- x x -- -- -- --

9 x -- x x -- -- -- --

10 x -- x x -- -- -- --

11 x -- x x -- -- -- --

12 x -- x x -- -- -- --

13 x -- x x -- -- -- --

14 x -- x x -- -- -- --

15 x x x x -- -- -- --

16 x x x x -- -- -- --

17 x -- x x -- -- -- --

18 x -- x x -- -- -- --

19 x -- x x -- -- -- --

20 x -- x x -- -- -- --

21 x -- x x -- -- -- --

22 x -- x x -- -- -- --

23 x -- x x -- -- -- --

24 x -- x x -- -- -- --

25 x -- x x -- -- -- --

26 x -- x x -- -- -- --

27 x -- x x -- -- -- --

28 x -- x x -- -- -- --

29 x -- x x -- -- -- --

30 x -- x x -- -- -- --

() (1000) (933) (1000) (1000) (00) (00) (00) (00) x Sim -- Natildeo

Fonte autora

No Municiacutepio de Rio Preto da Eva tambeacutem foram estudados os processos de colheita

das bananas para identificar a disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte ao local de

despencamento a higienizaccedilatildeo dos frutos para descontaminaccedilatildeo por microrganismos e

precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as

83

escoriaccedilotildees nos frutos que prejudicam as vendas A observaccedilatildeo destes cuidados agrega valor e

favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos

De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo deve ocorrer apoacutes a

separaccedilatildeo dos frutos do engaccedilo processo conhecido como despencamento e pode ser

processado pela imersatildeo das pencas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para

cada 100 litros de aacutegua) A lavagem visa melhorar a higienizaccedilatildeo pela remoccedilatildeo de

microrganismos e remover e precipitar a sika

Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do mercado para consumo in

natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados e os demais podem ser

beneficiados para a produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips

Nas trinta propriedades consultadas neste municiacutepio todos os produtores afirmaram

realizar a higienizaccedilatildeo das bananas Neste processo ocorre a separaccedilatildeo das pencas do engaccedilo

(peduacutenculo que sustenta o cacho de frutas) e estas satildeo imersas em soluccedilatildeo agrave base de sulfato de

alumiacutenio e colocadas para secar aguardando os procedimentos de embalagem

O acondicionamento dos frutos para transporte eacute feito de duas formas nos casos em

que os produtores comercializam as bananas em cachos estes natildeo satildeo lavados sendo

transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em que satildeo comercializadas por

quilos ou unidades de pencas estas ainda na propriedade rural satildeo despencadas lavadas e

acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de plaacutestico sendo transportadas ateacute o local de

repasse para o mercado consumidor

Entre os produtores analisados somente as propriedades 15 e 16 comercializavam as

bananas em cachos geralmente para serem comercializados em feiras para intermediaacuterios

Todos os demais produtores armazenavam as bananas em caixas de papelatildeo com

aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de plaacutestico com 20 Kg As propriedades 15 e

16 utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com o

Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME todos os fornecimentos satildeo feitos

em caixa de papelatildeo Para outros fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens os frutos

podem ser transportados em cachos

Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores

afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem a uacutenica transformaccedilatildeo

realizada eacute a lavagem dos frutos e acondicionamento destes em embalagens especiacuteficas para o

transporte (Tabela 8)

84

No universo da pesquisa realizada neste municiacutepio natildeo foi identificada nenhuma

agroinduacutestria transformando as bananas em subprodutos como doces geleias calda ou

bananas chips apesar da boa aceitaccedilatildeo comercial para estes dois uacuteltimos nichos nos mercados

do Norte do Brasil Todas as bananas satildeo comercializadas in natura

A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que no municiacutepio de Rio Preto da

Eva referenciado pelo IDAM como um dos maiores produtores de bananas no Estado do

Amazonas a higienizaccedilatildeo das bananas eacute realizada em 100 das propriedades com

acondicionamento para transporte em caixas em 933 dos casos Em 100 das propriedades

estudadas os produtores realizam algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem em todas

elas as bananas foram comercializadas in natura natildeo tendo sido registrada nenhuma

agroinduacutestria para processamentos dos frutos e transformaccedilatildeo em subprodutos

comercializaacuteveis deixando de se agregar valor agrave produccedilatildeo (Tabela 8)

85

424 CONCLUSOtildeES

Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham

conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do

Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas

Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo sabiam sobre a necessidade da

adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana mas apenas sete deles sabiam da

necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro deles da necessidade de se fazer

uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente

A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes nas

propriedades rurais analisadas em Presidente Figueiredo embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais

Os produtores de banana de Presidente Figueiredo mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas

Os produtores de Presidente Figueiredo realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas

quando as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Apenas dois dos

15 produtores beneficiam a banana convertendo-a em subprodutos com valor agregado como

doces geleia e calda

Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva afirmaram que tinham conhecimento

quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e

quanto aos tratos culturais contra pragas e doenccedilas

Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo

de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da

adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas nove deles necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do

solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente

A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em cerca de metade das

propriedades rurais analisadas em Rio Preto da Eva embora a quase totalidade tenha

participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e

natildeo governamentais

Os produtores de banana de Rio Preto da Eva mostraram-se bem organizados nas

formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees

Os produtores de Rio Preto da Eva realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando

as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Toda a produccedilatildeo eacute

86

vendida na forma da fruta in natura natildeo a processando em subprodutos com valor agregado

como doces geleia e calda

87

43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE

BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO

DA EVA ESTADO DO AMAZONAS

Resumo

Embora a regiatildeo Norte apresente excelentes condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de

bananas de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa

eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita A bananicultura demanda a aplicaccedilatildeo de

tecnologias de produccedilatildeo que orientem para o adequado manejo do solo controle de pragas e

doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar

ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo e

contribua para o desenvolvimento da economia agriacutecola do Estado Nessa perspectiva se

insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas O estudo buscou conhecer as formas

de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola a categoria de compradores os locais de entrega dos

produtos os preccedilos de venda praticados na comercializaccedilatildeo a receita obtida pela venda dos

produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de renda da cultura da banana no acircmbito da

propriedade rural e do Municiacutepio Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel estimar quanto

os produtores deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas

para a cultura Em ambos os municiacutepios a comercializaccedilatildeo das bananas eacute feita atraveacutes de

cooperativas associaccedilotildees feiras ou intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo

processadas no atacado e no varejo em cachos ou em pencas com preccedilo meacutedio do cacho em

R$ 1400 e a penca variando de R$ 240 a R$ 260 Todos os produtores de banana dos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva analisados comercializam sua

produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo pelo varejo Predomina entre eles a

venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas produccedilotildees para a Cooperativa ou

Associaccedilatildeo a que pertencem Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com

alguns tambeacutem vendendo em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria

tambeacutem vende na forma de pencas Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que

os praticados pela Cooperativa ou Associaccedilatildeo As receitas obtidas pelos produtores dos dois

municiacutepios em Reais por hectare foram de R$1682800-R$1502200 nas vendas dos cachos

e R$2884800-R$2789800 nas vendas das pencas respectivamente em Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus

cultivos esses valores subiriam respectivamente para R$2333800 nas vendas dos cachos e

R$4000800-R$4334200 nas vendas das pencas

Palavras Chave Amazonas potencial econocircmico da banana tipos de comercializaccedilatildeo da

banana

88

Abstract

Although the Amazonia presents excellent climate and soil conditions to produce high quality

standard bananas we still need to overcome in large part the low production efficiency and

postharvest handling The banana cultivation demand the application of production

technologies to guide to the proper soil management pest and diseases and processing of

products to add value to provide real gains for the producer and improvements in quality of

life and peoples consumption and contribute to the development of the states agricultural

economy From this perspective fits the study strategy of banana cultivation in the

municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva state of Amazonas The study

sought to know the forms of marketing of agricultural yield the buyers category the local

delivery of products sales prices practiced in the market revenues from the sale of products

and estimate the potential for income generation of banana at the rural property and the city

Based on this information it was possible to estimate how much the producers failed to win

by not comply with the technical recommendations given to the culture In both counties the

marketing is done through cooperatives associations fairs or intermediaries Sales modes are

processed in wholesale and retail in clusters or bunches with an average price of R $ 1400

for clusters and the bunch ranging from R $ 240 to R $ 260 All banana producers analysed

in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva sell their wholesale

production with some also selling at retail Predominates among them selling to

intermediaries but also they negotiates their productions to the Cooperative or Association to

which they belong All them sell their production at their properties with some also selling at

fairs All sell in the form of bunches but most also sell in the form of bunches The prices

paid by intermediaries are higher than those practiced by the Cooperative or Association The

revenues earned by producers of the two municipalities in reais per hectare were R $

1682800 R $ 1502200 in sales of clusters and R$ 2884800 R$ 2789800 in sales of

bunches respectively in Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva If they had adopted

biotechnological technologies in their banana cultivation these values would rise respectively

to R $ 2333800 for clusters sales and R $ 4000800 R $ 4334200 for bunches sales

Key Words Amazonas economic potential of banana banana market types

89

431 INTRODUCcedilAtildeO

O Brasil ocupa a terceira posiccedilatildeo na produccedilatildeo mundial de frutas colhendo em torno

de 40 milhotildees de toneladas ano e destinando mais de 25 milhotildees de hectares para o seu

cultivo contribuindo com mais de R$10 bilhotildeesano para a economia do paiacutes (MAPA 2012)

contudo a produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte

demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem

resultados significativos na produccedilatildeo orientando para o adequado manejo do solo controle de

pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a

proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da

populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola

A agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do Amazonas

quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos produtivos e

gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo cuidados necessaacuterios na escolha

das sementes ou mudas observaccedilatildeo da densidade de plantas por hectare adubaccedilotildees rodiacutezio

de culturas para melhorar a fertilidade dos solos uso inadequado dos insumos agriacutecolas e

desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade procedimentos de preacute e poacutes colheita

ineficientes resultando em produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e

inexpressiva competitividade

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em

2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas onde se

produziu mais de 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade alcanccedilada eacute baixa (da

ordem de 10 tha) se comparada com as demais regiotildees brasileiras e com outros paiacuteses

produtores de bananas Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade

ligeiramente maior que a meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente

Nos demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em

2012

Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos

efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado do Amazonas em

especial no cultivo da banana que se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia

alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios O investimento na bananicultura pode

ser uma alternativa capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento

econocircmico e social do Estado do Amazonas e de seus Municiacutepios uma vez que dispotildee de

terras recursos hiacutedricos e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo dessa cultura

90

Neste sentido a observaccedilatildeo feita por Homma (2001) Homma (2006) e Homma e

Frazatildeo (2002) reflete tambeacutem a situaccedilatildeo vivida pela fruticultura na Amazocircnia que embora

tenha passado por importantes transformaccedilotildees na uacuteltima deacutecada com a ascensatildeo das frutas

nativas ateacute entatildeo de consumo essencialmente regional ainda demanda alternativas capazes de

aglutinar a inserccedilatildeo de tecnologias nos processos de produccedilatildeo agriacutecola e nas formas

gerenciais de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de insumos e de produtos para o consumo Aleacutem

disso haacute a necessidade de tornar real na cadeia produtiva agriacutecola o processamento e a

transformaccedilatildeo da produccedilatildeo em subprodutos com valor agregado para o fortalecimento do

negoacutecio agriacutecola e a transformaccedilatildeo do agricultor rural em empreendedor rural

Sachs (2008) em suas contribuiccedilotildees de alternativas para a promoccedilatildeo do

desenvolvimento nos adverte que o caminho mais promissor eacute o do desenvolvimento

endoacutegeno e inclusivo que embora demande vaacuterias poliacuteticas complementares permite o

aproveitamento do potencial poliacutetico econocircmico e social local desenhando modelos mais

competitivos e sustentaacuteveis de desenvolvimento

No Brasil este modelo endoacutegeno de desenvolvimento baseado na mobilizaccedilatildeo de

recursos internos afirma Sachs (2009) apresenta o potencial de recursos naturais e condiccedilotildees

climaacuteticas especialmente na Amazocircnia por sua diversidade e complexidade sociocultural

como forte aliado na promoccedilatildeo do desenvolvimento econocircmico e social Para isto eacute mister a

priorizaccedilatildeo da modernizaccedilatildeo agriacutecola pela adoccedilatildeo de tecnologias capazes de aumentar a

produtividade e qualidade dos produtos a melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a

qualidade de vida dos agricultores e que tambeacutem seja capaz de elevar o compartilhamento de

accedilotildees entre os produtores como forma de dinamizar o uso dos recursos e das tecnologias

disponiacuteveis

Becker (2009) em suas reflexotildees sobre alternativas de desenvolvimento para a

Amazocircnia chama a atenccedilatildeo para a necessidade de transformar o agricultor familiar em

empreendedor rural ao que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel que este deve

priorizar o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo individual ou seja compartilhando

os recursos e as tecnologias disponiacuteveis Neste sentido Mello (2009) adverte que o primeiro

dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo agriacutecola e de comeacutercio onde

o primeiro eacute baseado em processos rudimentares de produccedilatildeo e o segundo na transferecircncia de

produtos sem agregaccedilatildeo de valor

Embora a regiatildeo Norte apresente boas condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de

banana de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa

91

eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita Satildeo vaacuterios os problemas que afetam a

bananicultura dessa regiatildeo que de modo geral apresenta baixo niacutevel de tecnificaccedilatildeo

resultando em produtividade baixa e frutos com pouca qualidade

Neste sentido acredita-se que a elaboraccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo para o cultivo

da banana no Estado do Amazonas que possa aglutinar alternativas poliacuteticas econocircmicas e

sociais capazes de ampliar as oportunidades para o produtor comerciante e consumidor e

ainda de contribuir para alavancar o crescimento qualitativo e quantitativo dessa cultura se

apresenta como uma estrateacutegia viaacutevel para o desenvolvimento dos municiacutepios do Estado

Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas com o

objetivo de analisar as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores a comercializaccedilatildeo dos

produtos e aquisiccedilatildeo de insumos o processamento da produccedilatildeo para agregaccedilatildeo de valor e os

tipos de produtos comercializados para entender qual o niacutevel de organizaccedilatildeo social dos

produtores para a interaccedilatildeo de tecnologias e favorecimento nas negociaccedilotildees comerciais

relacionadas aos cultivos de bananeiras nos municiacutepios em estudo

92

432 MATERIAL E MEacuteTODOS

4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa consistiu da

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados aos produtores rurais de bananas agraves agroinduacutestrias agraves

empresas e pessoas fiacutesicas intermediaacuterias na comercializaccedilatildeo (em feiras de Manaus e dos

municiacutepios em estudo) bem como entrevistas semiestruturadas como forma de obter o

diagnoacutestico da produccedilatildeo e da comercializaccedilatildeo de bananas nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

Os questionaacuterios estruturados inquiriram dois segmentos da cadeia produtiva da

banana o acircmbito agriacutecola e o acircmbito econocircmico na esfera da comercializaccedilatildeo dos produtos

para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e

Presidente Figueiredo no Amazonas conforme quadro 1

No contexto econocircmico foram estudadas as formas de organizaccedilatildeo social dos

produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos (associaccedilotildees cooperativas

agroinduacutestria ou independentes) como forma de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e qual o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos produtos

Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de

Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Acircmbito Econocircmico

Organizaccedilatildeo Social Comercializaccedilatildeo Tipos de produtos

comercializados

Fatores de

agregaccedilatildeo de valor

- Associaccedilotildees

- Cooperativas

- Agroinduacutestria

- Independentes

- Formas de

comercializaccedilatildeo

- Locais de entrega dos

produtos

- Categoria de

compradores

- Preccedilos de venda dos

produtos

- Receita bruta

- Frutos in natura

- Subprodutos

- Bananas em cacho

- Bananas em penca

- Transformaccedilatildeo dos

produtos

Fonte autora

O estudo buscou conhecer as formas de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola

(atacado eou varejo) a categoria de compradores envolvidos na comercializaccedilatildeo destes

produtos (se cooperativas empresas ou intermediaacuterios) os locais de entrega dos produtos (se

93

na propriedade rural ou no empreendimento do comprador) e os preccedilos de venda praticados

na comercializaccedilatildeo como forma de identificar o niacutevel de organizaccedilatildeo e fortalecimento dos

produtores rurais a receita obtida pela venda dos produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de

renda da cultura da banana no acircmbito da propriedade rural e do Municiacutepio Neste momento se

buscava conhecer os fatores favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis dentro do processo de

comercializaccedilatildeo e quais os subprodutos comercializados

Outro aspecto analisado foi os tipos de produtos comercializados pelo produtor rural

para compreender se no acircmbito da propriedade rural estaacute sendo feito algum tipo de

beneficiamento no produto transformando-o em um subproduto comercializaacutevel como forma

de agregar valor e diversificar a produccedilatildeo fortalecendo a cadeia produtiva inquirindo os

produtores rurais sobre os produtos comercializados se frutos in natura ou processados a fim

de identificar quais os produtos ou subprodutos comercializados e qual o destino dado aos

resiacuteduos gerados Nesta etapa foi verificado qual o tipo de beneficiamento se mecanizado ou

manual

Para complementar os dados sobre a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo tambeacutem foram

verificados os agentes envolvidos no processo se associaccedilatildeo cooperativas empresas privadas

ou intermediaacuterios sem representatividade juriacutedica e para cada agente foi verificado o preccedilo

negociado em cada produto oferecido

Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel mensurar a produccedilatildeo meacutedia de bananas por

hectare em cada municiacutepio e rendimento econocircmico dos produtores com o cultivo de

bananeiras Estas informaccedilotildees nos permitiram avaliar qual a produccedilatildeo alcanccedilada nas aacutereas

amostradas em cada municiacutepio estudado e comparaacute-las com a produccedilatildeo desejada com base

nas indicaccedilotildees de produtividade orientada pela bibliografia e estimar quanto os produtores

deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas para a cultura

4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa foram selecionadas 15 propriedades rurais produtoras

de bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva

dentre aquelas de cultivos essencialmente comercial dada a necessidade de obtenccedilatildeo de dados

sobre a comercializaccedilatildeo de produtos e subprodutos da bananicultura

O estudo buscou englobar as lideranccedilas comunitaacuterias das propriedades investigadas as

associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias envolvidas no processo de produccedilatildeo da banana

bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para tanto os

94

liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de agroinduacutestrias

intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de comercializaccedilatildeo das

bananas

4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo

A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringiu ao Estado do Amazonas nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva onde estatildeo alocadas as propriedades

rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio possui

respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da

populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram

respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do

Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus Nestes

municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da

aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos produtores rurais

A definiccedilatildeo destes locais para a coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o

maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das

decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em

2012 estes dois municiacutepios detinham 121 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que

possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os

dois municiacutepios selecionados satildeo referenciados pelo IBGE como o segundo e o quarto

maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois municiacutepios foram

responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde foram produzidas

1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)

No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais

distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados

respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos

municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e

do Municiacutepio

No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do

Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao

longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria

de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do

municiacutepio

95

Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados

quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O

levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo

direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de

julho de 2013 a junho de 2014

Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico onde seratildeo

verificados os dados gerais sobre produccedilatildeo e produtividade das bananas as tecnologias de preacute

e poacutes colheita a agregaccedilatildeo de valor e transformaccedilatildeo da produccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo dos

produtos

O estudo foi estruturado em revisatildeo bibliograacutefica sobre a temaacutetica em estudo e

entrevistas e aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos atores do processo de produccedilatildeo de bananas e das

poliacuteticas voltadas para o setor nos municiacutepios de Manaus Rio preto da Eva e Presidente

Figueiredo e evidecircncias empiacutericas colhidas e observadas em instituiccedilotildees e processos afins A

coleta de dados foi concentrada em questionaacuterios semiestruturados e abertos aplicados aos

atores selecionados

96

433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente

Figueiredo Amazonas

A tabela 1 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de

Presidente Figueiredo nas 15 propriedades envolvidas na pesquisa

A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Presidente

Figueiredo comprovou que a produccedilatildeo era comercializada atraveacutes das cooperativas

associaccedilotildees comunitaacuterias ou por meio de intermediaacuterios e eram vendidas no atacado e no

varejo

Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

Amazonas Safra 2012

x Sim -- Natildeo

Fonte autora Em alguns casos o mesmo proprietaacuterio transferia seus produtos para o mercado

atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 7 8 e 9)

ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 2 11 12 e 15) Em outros casos um mesmo

produtor negociava nas trecircs modalidades (propriedades 7 8 e 9)

Dos produtores analisados somente o produtor 1 natildeo mantinha viacutenculo nem com a

associaccedilatildeo de produtores rurais do municiacutepio nem com a cooperativa agriacutecola

Pro

pri

edad

e

Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)

Co

op

erat

iva

Ass

oci

accedilatildeo

Inte

rmed

iaacuteri

o

Ata

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(Fei

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Ru

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R$

un

)

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iva

(R$

kg

)

Ass

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accedilatildeo

(R$

kg

)

01 -- -- x X x x -- -- X 1500 200 -- --

02 -- x x X x x -- -- X 2000 300 099 --

03 x -- -- X x x -- -- X 1500 250 099 --

04 x -- x X -- x -- -- X 1200 -- 099 --

05 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --

06 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --

07 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110

08 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110

09 x x x X x x -- -- -- 2000 250 099 110

10 x -- x X -- x -- -- -- 1000 300 099 --

11 -- x x X -- x -- -- -- 700 -- -- 110

12 -- x x X x x -- -- -- 700 200 -- 110

13 x -- -- X x x -- -- X 1500 200 099 --

14 x -- x X x x -- -- X 1500 300 099 --

15 -- x x X x x -- -- X 1200 200 -- 110

Meacutedia (1400) (240) (099) (110)

67 47 87 100 53 100 7 -- 47 -- -- -- --

97

comercializando sua produccedilatildeo de bananas diretamente com intermediaacuterios no mercado nas

feiras ou atacadistas de Presidente Figueiredo e Manaus

Os produtores 3 e 13 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a cooperativa e

nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e tambeacutem tinham dificuldades para

comercializar com intermediaacuterios visto que natildeo tinham ponto de venda nas feiras

Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e nos casos das propriedades

1 2 3 9 12 13 14 e 15 tambeacutem comercializavam as bananas no varejo em feiras da Vila de

Balbina e dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Manaus

Entre os produtores entrevistados 67 estavam vinculados agrave Cooperativa de

Produtores Rurais do Uatumatilde ndash CPUUatumatilde principal cooperativa do Municiacutepio e 47

tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades juriacutedicas estavam

integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME do governo federal

e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento ndash

PAACONAB razatildeo que motiva os produtores a se vincularem agrave cooperativa eou agrave

associaccedilatildeo para comercializarem os produtos visto que tanto o PREME como o

PAACONAB soacute negociam com pessoas juriacutedicas

Do universo da pesquisa 87 dos produtores negociavam diretamente com os

intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo

A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que todos os produtores vendiam

no atacado e 53 tambeacutem as realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no

proacuteprio municiacutepio

Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se

que em 100 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se

responsabilizando pelo transporte da produccedilatildeo sem incidecircncia de custo para o produtor Nos

casos em que a negociaccedilatildeo era feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores estas se

responsabilizavam pelo transporte da propriedade ateacute a sede da empresa e para isto recebiam

ajuda da prefeitura do municiacutepio que cedia seus caminhotildees e motorista ficando a cargo da

empresa apenas o abastecimento de combustiacutevel

Em 47 dos casos os produtores entregavam o produto nas feiras por ocasiatildeo das

vendas no varejo para os produtores que detinham bancas para este fim nas feiras de

produtores rurais poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos programas do

governo de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de transporte da

propriedade ateacute as feiras

98

As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Os cachos eram

negociados por preccedilos variando de R$ 500 (propriedades 5 e 6) a R$ 2000 (propriedades 2

7 8 e 9) As negociaccedilotildees com preccedilos mais baixos se deram nos casos em que a venda era feita

no atacado para intermediaacuterios com entrega do produto na propriedade rural ou seja custo

de transporte de responsabilidade do comprador Se as vendas se processavam nas feiras era

possiacutevel se obter preccedilos melhores pelos cachos mesmo nos casos de venda no atacado para

intermediaacuterios

O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200

(propriedades 1 12 13 e 15) a R$ 300 (propriedades 2 10 e 14)

Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa dentro do programa

PREMESDSSEDUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 099 o quilo

Neste municiacutepio a CPUUatumatilde natildeo negocia com a CONAB devido ao prazo de repasse de

pagamento ser mais demorado em relaccedilatildeo aos demais programas (informaccedilotildees verbal)2

Quando a negociaccedilatildeo era feita com a associaccedilatildeo de produtores rurais esta negociava

com a CONAB e repassava para o produtor o valor de R$ 110 por kg (propriedades 7 8 9

11 12 e 15) proporcionando maiores ganhos em relaccedilatildeo agraves negociaccedilotildees feitas atraveacutes da

Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDSAMPREME

A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio Preto da

Eva comprovou que a produccedilatildeo eacute comercializada atraveacutes da cooperativa associaccedilatildeo ou

intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo processadas no atacado e no varejo

4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva

Amazonas

A tabela 2 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio

Preto da Eva nas 30 propriedades envolvidas na pesquisa

Em alguns casos a mesma propriedade transferia seus produtos para o mercado

atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 22 23 24

28 29 e 30) ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 3 7 11-30) Em outros casos um

mesmo produtor negocia nas trecircs modalidades (propriedades 22 23 24 28 29 e 30)

Dos trinta produtores analisados neste municiacutepio todos mantinham viacutenculo ou com a

cooperativa ou com a associaccedilatildeo e em alguns casos foram registrados aqueles que mantinham

2 Informaccedilotildees fornecidas pela Cooperativa CPUUATUMAtilde localizada no Municiacutepio de Presidente Figueiredo

no Amazonas - 2013

99

relaccedilotildees com ambas as organizaccedilotildees juriacutedicas natildeo sendo identificada nenhuma propriedade

que trabalhava de forma isolada sem este amparo organizacional

Os produtores 1 4 5 6 8 9 e 10 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a

cooperativa e nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e estes exceto o produtor 4

tambeacutem comercializavam seus produtos nas feiras do produtor no proacuteprio municiacutepio e em

Manaus com intermediaacuterios e consumidores finais por vendas no atacado e no varejo

Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no

Amazonas Safra 2012

x Sim -- Natildeo

Fonte autora

Pro

pri

edad

e

Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)

Co

op

erat

iva

Ass

oci

accedilatildeo

Inte

rmed

iaacuteri

o

Ata

cado

Var

ejo

(Fei

ras)

Pro

pri

edad

e

Ru

ral

Pro

pri

edad

e

com

pra

dor

Fei

ras

Cac

ho

(R$

un)

Pen

cas

(R$

un)

Associaccedilatildeo ou

Cooperativa

(R$Kg)

CONAB SDS

01 x -- x x x -- x x 1700 250 074 100

02 -- -- x x x -- -- x 1500 200 -- --

03 -- x x x x -- x x 1200 200 074 100

04 x -- x x -- x x -- 1000 -- 074 100

05 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100

06 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100

07 -- x x x -- -- x -- 1000 -- 074 100

08 x -- x x x -- x x 1800 250 074 100

09 x -- x x x x x x 1500 300 074 100

10 x -- x x x x x x 1800 300 074 100

11 -- x x x x -- x x 2000 300 070 100

12 -- x x x x -- x x 1800 250 070 100

13 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100

14 -- x x x -- x x -- 1500 -- 070 100

15 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100

16 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100

17 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100

18 -- x x x -- x x x 1200 -- 070 100

19 -- x x x x -- x x 1500 300 070 100

20 -- x x x -- x x -- 1200 -- 070 100

21 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

22 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

23 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

24 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100

25 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

26 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100

27 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

28 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100

29 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

30 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100

Meacutedias -- -- -- -- -- -- -- --

1400 260 068 100

43 77 93 97 50 53 63 57 -- -- -- --

100

Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e as propriedades 1 2 3 5 6

8 9 10 11 12 13 15 16 17 e 19 tambeacutem comercializam a banana no varejo em feiras do

Rio Preto e de Manaus

Dos trinta produtores entrevistados 43 estavam vinculados agrave Cooperativa de

Produtores Rurais do Novo Horizonte ou no ramal do Banco principais cooperativas do

Municiacutepio e 77 tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades

juriacutedicas estavam integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME

do governo federal e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de

Abastecimento ndash PPACONAB Do universo da pesquisa 93 dos produtores negociavam

diretamente com os intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo

A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que em 100 das propriedades

verificou-se que se processavam vendas no atacado e 50 dos produtores tambeacutem as

realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no proacuteprio municiacutepio

Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se

que em 53 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se

responsabilizando pelos custos do transporte da produccedilatildeo Nos casos em que a negociaccedilatildeo era

feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores essas despesas com o transporte da

produccedilatildeo era de responsabilidade da cooperativa ou associaccedilatildeo

Em 53 das propriedades estudadas o produtor natildeo arcava com os custos de entrega

dos produtos visto que os compradores retiravam as bananas na propriedade rural e em 63

das negociaccedilotildees os produtos eram entregues na propriedade do comprador incluindo-se aqui

as vendas realizadas nas feiras situaccedilatildeo em que os custos ficavam por conta do produtor

poreacutem sem incidir no produto uma vez que eram assistidos pelo governo com o

fornecimento de apoio logiacutestico

Em 57 dos casos os produtores transportavam as bananas para as feiras onde

realizavam as vendas no varejo Poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos

programas governamentais de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de

transporte da propriedade ateacute os locais de comercializaccedilatildeo

As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Nos casos em que

eram vendidas em cachos estes eram negociados ao preccedilo meacutedio que variou de R$ 1000

(propriedades 4 7 22 23 25 e 26) a R$ 1800 (propriedades 8 10 12 13 e 16) As variaccedilotildees

de preccedilos se justificam pelas diversas modalidades de vendas e pela relaccedilatildeo com o local de

entrega do produto Nos casos em que a venda era feita no atacado para intermediaacuterios com

101

entrega do produto na propriedade rural ou seja custo de transporte sob a responsabilidade

do comprador foi onde se identificou os preccedilos mais baixos (propriedades 4 22 23 25 e 26)

Se as vendas se processavam nas feiras era possiacutevel alcanccedilar preccedilos mais altos pelos cachos

das bananas mesmo nos casos de venda no atacado e para intermediaacuterios (propriedades 1 8

10 11 12 13 e 16)

O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200

(propriedades 2 3 5 e 6) a R$ 300 (propriedades 9 10 11 13 16 e 19) (Tabela 2)

Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa ou associaccedilatildeo dentro do

programa PREMESDSSECUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 100 o

quilo nas propriedades do ramal Novo Horizonte (propriedades de 1-10) enquanto que nas

negociaccedilotildees com o PPACONAB o preccedilo para o produtor era de R$ 074kg

As propriedades 11-20 localizadas no ramal da ZF-9 natildeo possuiacuteam ainda uma

cooperativa Estes estavam organizados apenas em associaccedilatildeo comunitaacuteria e vendiam para a

CONAB e a SDS repassando para o produtor a importacircncia de R$ 070 e R$ 100 o quilo

respectivamente

As propriedades 21-30 correspondem ao ramal do Banco e estavam organizadas

tanto em cooperativa como associaccedilatildeo negociando com a CONAB e SDS repassando para o

produtor a quantia de R$ 060 e R$ 100 respectivamente por cada quilo vendido

4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado

nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

A expressatildeo econocircmica das bananas pode ser avaliada pela aacuterea plantada pelo

volume produzido e comercializado pela capacidade de processamento da produccedilatildeo para

transformaccedilatildeo em subprodutos com valor comercial pelos tratos culturais e ainda pela

disponibilidade e demanda de tecnologias disponiacuteveis para fortalecer a cultura

Analisando o rendimento da bananicultura nas aacutereas amostradas no municiacutepio de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva verificou-se que a produtividade de frutos medidos

em toneladas por hectareano ficou muito abaixo dos valores alcanccedilados por Arruda et al

(2004) e Pereira et al (2006) Nesta anaacutelise tomou-se por base de preccedilo os que foram

praticados nos respectivos municiacutepios no periacuteodo analisado conforme tabelas 1 e 2 Os

resultados estatildeo dispostos na tabela 3

102

Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas

Aacutereas Amostradas Safra 2012

Situaccedilatildeo Real nas propriedades

Propriedades rurais nos municiacutepios

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva

Aacuterea amostrada (ha) 605 830

Densidade meacutedia de plantasha (un) 1202 1073

Cachoshaa (un) 1202 1073

Peso meacutedio do cacho (kg) 121 131

Pencashaa (un) 12020 10730

Peso meacutedio da penca (kg) 12 13

Produtividade (thaa) 145 141

Cachos (R$haa) 1682800 1502200

Pencas (R$haa) 2884800 2789800 () Com base no preccedilo meacutedio de venda praticado nos municipios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

no Amazonas (Tabelas 1 e 2)

Fonte autora

Os produtores avaliados nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

mantinham cultivos com produccedilatildeo meacutedia de 1202 cachoshaa com 12020 pencashaa e

peso meacutedio de 12 kg cada penca no primeiro municiacutepio e 1073 cachoshaa com 10730

pencashaa e peso meacutedio de 13 kg cada penca no segundo municiacutepio considerando cultivos

a partir do segundo ciclo produtivo O peso meacutedio por cacho nestes municiacutepios na mesma

ordem foi de 121 kgcacho (Tabela 1) e 131 kgcacho (Tabela 2)

A receita meacutedia obtida pela venda das bananas em cachos foi de R$ 1682800haa

em Presidente Figueiredo e R$ 1502200haa no Rio Preto da Eva Se a venda fosse

processada no varejo o total obtido pela comercializaccedilatildeo das pencas seria de R$

2884800haa e R$ 2789800haa para os respectivos municiacutepios (Tabela 3)

No total da aacuterea amostrada no Municiacutepio de Rio Preto da Eva natildeo foi encontrado

nenhum produtor rural que realizasse o processamento das bananas para transformaccedilatildeo em

produtos comercializaacuteveis como doces geleias calda ou banana chips Neste municiacutepio

toda a produccedilatildeo de banana das propriedades analisadas era comercializada in natura em

cachos ou em pencas no atacado ou no varejo Em Presidente Figueiredo entre os produtores

analisados foram identificados dois produtores que transformavam a banana em doces e

fabricavam caldas de bananas na uacutenica agroinduacutestria encontrada no municiacutepio Nas demais

propriedades as bananas eram vendidas in natura ao preccedilo meacutedio de venda de R$ 1400 o

cacho em ambos os municiacutepios e de R$ 240 e R$ 260 a penca nos respectivos municiacutepios

sendo esta a uacutenica forma de obtenccedilatildeo de receita com a cultura (Tabelas 1 2 e 3)

103

4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das

Bananas por Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas

Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) analisando plantios com espaccedilamentos de

4 x 2 x 2 m e densidade de 1667 plantas por hectare a partir do segundo ciclo produtivo

registraram rendimentos de frutos na ordem de 50 thaa A produccedilatildeo de cachos foi de 1667

por hectare ano com peso meacutedio de 30 kg cada O total de pencas foi de 16670haa cada

uma pesando em meacutedia 30 kg

Com base no preccedilo meacutedio de venda do cacho e da penca (R$ 1400 e R$ 240) em

Presidente Figueiredo e R$ 1400 e R$ 260 no Rio Preto da Eva (Tabelas 1 e 2) foi feita uma

projeccedilatildeo hipoteacutetica de quanto seria a receita meacutedia por hectare cultivado com banana nos

municiacutepios estudados Os resultados estatildeo dispostos na tabela 4

A receita de venda obtida com base nos dados de Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) e o preccedilo meacutedio de venda dos cachos nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva seriam respectivamente de R$ 2333800haa em cada municiacutepio Se a

produccedilatildeo fosse comercializada em pencas seriam obtidos R$ 4000800haa e de R$

4334200haa nos respectivos municiacutepios (Tabela 4)

Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare

Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012

Propriedades rurais nos municiacutepios

Recomendaccedilatildeo teacutecnica (1)

Pres Figueiredo Rio Preto da Eva

Densidade de plantasha (un) 1667 1667

Cachoshaa (un) 1667 1667

Peso do cacho (kg) 300 300

Pencashaa (un) 16670 16670

Peso da penca (kg) 30 30

Frutos (thaa) (1)

500 500

Cachos (R$haa) 2333800 2333800

Pencas (R$haa) 4000800 4334200 (1)

Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte autora

4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare

Cultivado nas Aacutereas Amostradas

Analisando a situaccedilatildeo real de produtividade e receita meacutedia dos cultivos estudados

se observa receita pela venda dos cachos de aproximadamente R$ 1682800haa e se a

produccedilatildeo foi comercializada em pencas a receita obtida foi de R$ 2884800haa nas

propriedades de Presidente Figueiredo Os produtores de Rio Preto da Eva obteriam receita de

104

R$ 1502200haa se fossem vendidos os cachos e R$ 2789800haa para as vendas em

pencas (Tabela 3)

Considerando a produtividade meacutedia alcanccedilada por Arruda et al (2004) e Pereira et

al (2006) constantes na tabela 4 (recomendaccedilatildeo teacutecnica) foi calculada a diferenccedila de receita

que representa o que os produtores deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com

bananas Para tal foram considerados em ambos os casos os pesos e os preccedilos meacutedios de

vendas dos cachos e das pencas obtidos nos municiacutepios estudados e subtraiacutedos da

recomendaccedilatildeo teacutecnica Os dados estatildeo dispostos na tabela 5

Analisando esses dados foi possiacutevel calcular quanto os produtores amostrados

deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com bananas por natildeo seguirem as

recomendaccedilotildees teacutecnicas de distribuiccedilatildeo espacial e densidade de plantio e de manejo do solo

(adubaccedilatildeo) Ainda tomando por base o referencial de produccedilatildeo de Arruda et al (2004) e

Pereira et al (2006) verifica-se que os produtores amostrados em Presidente Figueiredo

poderiam incorporar agrave sua produtividade mais de 460 cachos de bananas por haa isto

representaria um acreacutescimo em suas receitas de mais de R$ 650000 para cada hectare

cultivado com bananas considerando-se a comercializaccedilatildeo dos cachos Esses valores sobem

para mais de 4600 pencas produzidas e R$ 1116000haa se comercializassem as bananas

por pencas (Tabela 5)

Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por

Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva

Diferenccedilas de Receita

Recomendaccedilatildeo teacutecnica(1)

ndash Situaccedilatildeo Real

Cachoshaa (un) 465 594

Pencashaa (un) 4650 5940

Cachos (R$haa) 651000 831600

Pencas (R$haa) 1116000 1544400 (1)

Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)

Fonte autora

Se o mesmo referencial de produtividade for aplicado para a produccedilatildeo de Rio Preto

da Eva as diferenccedilas de rendas do que os produtores conseguiram obter para as que poderiam

alcanccedilar satildeo ainda maiores conforme pode ser observado pelos dados na tabela 5 para este

municiacutepio A diferenccedila de produtividade seria de 594 cachos por haa ou 5940 pencashaa

Isto representaria uma diferenccedila de receita caso a produccedilatildeo fosse vendida em cachos de R$

831600haa ou de R$ 1544400haa caso a produccedilatildeo fosse transacionada em pencas

105

Com essa diferenccedila de receita para cada hectare bem manejado eacute possiacutevel investir

em insumos agriacutecolas matildeo-de-obra e tecnologias capazes de dinamizar a produccedilatildeo nos

cultivos de bananeiras jaacute implantados e ainda sobra uma renda suplementar bem elevada para

o produtor rural estimulando-o ainda mais a investir nessa cultura de grande importacircncia

econocircmica e social para o Estado do Amazonas Se esses valores forem multiplicados pelos

hectares plantados com bananeiras em cada propriedade percebe-se que vale a pena investir

nas tecnologias insumos e teacutecnicas existentes para melhorar a produtividade dos bananais

nestes municiacutepios visto que existe mercado consumidor consolidado para a banana que

ocupa o 2deg lugar na preferecircncia do consumo de frutas no Brasil

4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel

Com base nesses dados procedeu-se aos caacutelculos de quanto os produtores de cada

municiacutepio obteriam se todas as aacutereas cultivadas com bananeiras fossem recuperadas e

adequadas agraves recomendaccedilotildees teacutecnicas e alcanccedilassem as produtividades meacutedias atingidas por

Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) e jaacute comprovadas tambeacutem em algumas regiotildees

brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia alguns locais na Bahia e Minas Gerais

(SILVA NETO 2011)

Os dados da tabela 6 mostram a realidade alcanccedilada pelos produtores que participaram

do presente estudo considerando suas aacutereas cultivadas totais e os seus potenciais caso

investissem no manejo adequado das bananeiras em suas propriedades

A situaccedilatildeo real das propriedades analisadas nos indica que a aacuterea amostrada em

Presidente Figueiredo foi de 605 hectares onde foram produzidas 991 toneladas de bananas

na safra de 2012 A produtividade meacutedia para esta aacuterea foi de 160 tha superando a meacutedia do

Estado que eacute de 120 tha No Rio Preto da Eva a aacuterea amostrada foi 830 ha e a produccedilatildeo de

1152 t com produtividade de 14 tha tambeacutem superior agrave do Estado Segundo dados do IBGE

(2013) a produtividade meacutedia para ambos os municiacutepios na safra de 2012 foi de 12 tha

Nas aacutereas amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva respectivamente

foram produzidos cerca de 30000 e 34900 cachos de bananas na safra de 2012 com

aproximadamente 300000 e 349000 mil pencas

Considerando o preccedilo meacutedio de venda de cada municiacutepio de R$ 1400 o cacho os

produtores rurais da aacuterea estudada obtiveram receita da ordem de R$ 420 e R$ 488 mil reais

Se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas tambeacutem considerando o preccedilo meacutedio de

106

venda das pencas em cada municiacutepio de R$ 240 e R$ 260 nesta ordem para Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva a receita obtida seria de R$ 720 e R$ 907 mil reais

Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas

45 Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012

Variaacuteveis

Situaccedilatildeo real nas propriedades

rurais avaliadas nos municiacutepios

Estado do

Amazonas Presidente

Figueiredo

Rio Preto da

Eva

Situaccedilatildeo real nas propriedades

Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440

Produccedilatildeo na aacuterea amostradasafra (ta) 991 1152 63745

Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 160 140 120

Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un)2 30000 34900 1931667

Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400 (4)

Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un)2 300000 349000 --

Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

cacho (R$100)3

420000 488600 27043338

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

pencas (R$100)3

720000 907400 --

Recomendaccedilatildeo teacutecnica1

Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440

Produccedilatildeo na aacuterea amostradaa (t) 3025 4150 277000

Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 500 500 500

Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un) 91667 125758 8393939

Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400

Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un) 916667 1257576 --

Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

cacho (R$100) 1283333 1760606 117515152

Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em

pencas (R$100) 2200000 3269697 --

Diferenccedilas de Renda

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos) 863333 1272006 90471814

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas) 1480000 2362297 --

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos)ha 1426997 1532537 90471814

Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas)ha 2446281 2846141 -- (

1) Com base nas indicaccedilotildees de densidade e produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) e Pereira et al

(2006) (Tabela 2)

(2) Considerando o peso meacutedio do cacho indicado por Gasparotto et al (2003) Tabela 3

(3) Com base no preccedilo meacutedio de vendas dos municiacutepios em estudo

Fonte autora

Com base nestes dados foi possiacutevel imaginar uma situaccedilatildeo hipoteacutetica caso estes

produtores aplicassem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas por Pereira et al (2006)

e alcanccedilassem a produtividade indicada por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) na

mesma aacuterea amostrada em cada municiacutepio seriam produzidas 50 toneladas de bananas por

hectare e isto renderia em meacutedia 91667 cachos de banana e 916667 pencas que quando

comercializados renderiam para o municiacutepio de Presidente Figueiredo mais de R$

107

128300000 para vendas em cachos e se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas a

receita estimada seria de R$ 2200000 O municiacutepio de Rio Preto da Eva nos 830 ha

cultivados produziria 125758 cachos e 1257576 pencas pelos quais obteria receita

estimada respectivamente de R$ 176060600 e R$ 326969700 (Tabela 6)

Analisando a situaccedilatildeo real nas propriedades estudadas e comparando com a

recomendaccedilatildeo teacutecnica eacute possiacutevel observar quanto os produtores rurais deixaram de ganhar

por natildeo aplicarem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas para os cultivos de

bananeiras O municiacutepio de Presidente Figueiredo somente nos 605 hectares estudados

deixou de arrecadar mais de R$ 863 mil reais caso vendesse a produccedilatildeo em cachos e mais de

R$ 1480 mil para vendas das bananas em pencas No municiacutepio de Rio Preto da Eva nos

830 ha cultivados os produtores deixaram de arrecadar mais de R$ 1272 mil reais para a

venda em cachos e mais de R$ 2362 mil para vendas em pencas

Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos

e ineficiecircncia nos processos de comercializaccedilatildeo das bananas visto que cada hectare cultivado

com bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo mantidos os mesmos preccedilos de venda

alcanccedilado na safra de 2012 poderia arrecadar mais R$ 1426997 para venda em cachos e R$

2446281 caso a produccedilatildeo fosse vendida em pencas O Municiacutepio de Rio Preto da Eva

mantidas as mesmas condiccedilotildees em cada hectare cultivado poderia arrecadar mais R$

1532537 para vendas em cachos e R$ 2846141 para vendas em pencas (Tabela 6)

108

434 CONCLUSOtildeES

Todos os produtores de banana dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva analisados comercializam sua produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo

pelo varejo

Predomina entre eles a venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas

produccedilotildees para a Cooperativa ou Associaccedilatildeo a que pertencem

Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com alguns tambeacutem vendendo

em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria tambeacutem vende na forma de

pencas

Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que os praticados pela

Cooperativa ou Associaccedilatildeo

As receitas obtidas pelos produtores dos dois municiacutepios em Reais por hectare foram

de R$ 1682800 - R$1502200 nas vendas dos cachos e R$ 2884800 - R$ 2789800 nas

vendas das pencas respectivamente em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus cultivos eou observado as

orientaccedilotildees teacutecnicas de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos esses valores subiriam

respectivamente para R$ 2333800 nas vendas dos cachos e R$ 4000800 - R$ 4334200 nas

vendas das pencas

No municiacutepio de Presidente Figueiredo nos 605 ha cultivados com bananeiras os

produtores obtiveram receita de R$ 101809400 para vendas em cachos e R$ 174530400

para vendas em pencas Esses produtores deixam de ganhar R$ 39385500 com as vendas em

cacho e R$ 67518000 com as vendas em pencas devido agraves baixas produtividades

alcanccediladas No Rio Preto da Eva nos 803 ha cultivados as perdas foram de R$ 69022800 e

R$ 128185200 para a venda em cachos e pencas respectivamente

109

44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA

BANANA NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE

FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Resumo

A anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos seus ambientes institucional

organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua estrutura e funcionamento e a

forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que compotildeem a cadeia Este estudo visou

identificar os ambientes da cadeia produtiva da banana em dois municiacutepios do Estado do

Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional organizacional e produtivo

da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores no processo de

desenvolvimento local para o fortalecimento dessa cultura agriacutecola Foram aplicados

questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva na safra de 2012 Aleacutem disso foram

obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no presente trabalho No

Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais e estaduais responsaacuteveis pelo fornecimento

de suporte logiacutestico financeiro educacional de sauacutede e teacutecnico para consolidar os elos da

cadeia produtiva da banana Com todo o arcabouccedilo dessas instituiccedilotildees e competecircncias era de

se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva

consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual Essas instituiccedilotildees natildeo

alcanccedilam a maioria dos produtores de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva Sem uma assistecircncia adequada os produtores tem dificuldades de adquirir

insumos agriacutecolas conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas Se houvesse

uma consolidaccedilatildeo dos fluxos dentro da cadeia com um envolvimento maior das instituiccedilotildees

com os produtores e esses entre si na forma de Cooperativas e Associaccedilotildees niacuteveis bem mais

elevados de produtividade da banana no Amazonas poderiam ser alcanccedilados

Palavras Chave Produccedilatildeo rural Cooperativas rurais Associaccedilotildees rurais Produtores rurais

instituiccedilotildees puacuteblicas

110

Abstract

Analysis of agricultural production chains from their environments - institutional

organizational and productive permit our understanding of its structure and functioning and

the form of intra and inter interaction actors and environments that make up the chain This

study aimed to identify the design of the banana production chain in two municipalities in the

State of Amazonas and present the composition of institutional environments organizational

and production thereof and the role to be played by these actors in the local development

process from the strengthening of this fruit cultivation Questionnaires were used in 15 farms

who grow bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 in Rio Preto da Eva

harvest of 2012 Also it was obtained information in the sites of the institutionorganization

cited in this study The results indicated that in the Amazonas state federal and state

institutions act to give full logistical financial educational helth and technical support to

consolidate the links in the banana chain production With all the framework and expertise of

these institutions would expect a highly favorable environment for the establishment of a

consolidated supply chain for any activity of the state agricultural sector These institutions do

not reach the majority of banana producers in the municipalities of Presidente Figueiredo and

Rio Preto da Eva Without adequate assistance producers have difficulties to acquire

agricultural inputs knowledge drain and to commercialize their bananas production If there

was a consolidation of flows within the chain with greater involvement of institutions with

producers and these with each other in the form of cooperatives and associations higher

levels of banana productivity could be achieved in the Amazonas State

Key words Rural production rural cooperatives rural associations rural producers public

institutions

111

441 INTRODUCcedilAtildeO

Nos uacuteltimos anos o Brasil apresentou expressivo crescimento no comeacutercio

internacional do agronegoacutecio e consolidou sua posiccedilatildeo como um dos maiores produtores e

exportadores de alimentos e produtos agriacutecolas do planeta comercializando sua produccedilatildeo em

mais de 200 paiacuteses (MAPA 2013) Contudo o setor agriacutecola no Brasil vem passando por um

processo de reorganizaccedilatildeo especialmente na reestruturaccedilatildeo das cadeias produtivas para se

tornarem mais aacutegeis inovadoras e modernas como forma de se tornarem competitivas e

alcanccedilar o mercado global (BARRETO FILHO 2000) Essas circunstacircncias demandam

estudos que busquem entender a integralizaccedilatildeo do processo de desenvolvimento local a partir

das cadeias de suprimentos das cadeias produtivas da governanccedila e das alianccedilas estrateacutegicas

viabilizando a criaccedilatildeo de alternativas capazes de potencializar os recursos endoacutegenos

disponiacuteveis conforme enfatizado por Sachs (2009)

O estudo da organizaccedilatildeo administrativa da cadeia produtiva eacute o ponto de partida para

a anaacutelise do seu desempenho de forma a possibilitar a descriccedilatildeo das condiccedilotildees em que a

dinacircmica da produccedilatildeo e do mercado as regras governamentais e outros fatores influenciam a

performance da produccedilatildeo Desta forma a anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos

seus ambientes institucional organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua

estrutura e funcionamento e a forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que

compotildeem a cadeia

Este estudo busca identificar o desenho da cadeia produtiva da banana em dois

municiacutepios do Estado do Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional

organizacional e produtivo da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores

no processo de desenvolvimento local a partir do fortalecimento dessa cultura agriacutecola O

estudo possibilita conhecer os elementos que compotildeem o sistema produtivo dessa espeacutecie nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas assim como

identificar as interaccedilotildees cooperaccedilotildees e aprendizados entre eles e a contribuiccedilatildeo desse

processo para consolidaccedilatildeo do sistema produtivo da banana e consequente desenvolvimento

local

112

442 MATERIAL E MEacuteTODOS

4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica

A cadeia produtiva reflete-se no conjunto de elementos que interagem em um

processo produtivo para a oferta de produtos eou serviccedilos ao mercado consumidor

envolvendo o emprego de trabalho e tecnologia

Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa foi delineada

a partir dos ambientes macros essenciais para o funcionamento da produccedilatildeo agriacutecola em

cadeia permitindo identificar os elementos e atores componentes de cada ambiente do sistema

produtivo com suas relaccedilotildees fluxos e dinacircmica de funcionamento no contexto dos Municiacutepios

em estudo Posteriormente todos os elos da cadeia produtiva foram contextualizados nos seus

objetivos e finalidades especiacuteficas como forma de empreender um funcionamento satisfatoacuterio

de sistema produtivo que servisse de base comparativa ao sistema ou processo real de

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto

da Eva no Amazonas

O mapeamento dos ambientes da cadeia produtiva busca identificar os elementos

envolvidos no processo de produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios pesquisados identificando os

atores econocircmicos poliacuteticos e sociais o ambiente institucional organizacional e produtivo

que constituem a estrutura de produccedilatildeo dessa cultura Estes elementos permitiram analisar

como se processa a governanccedila a interaccedilatildeo a cooperaccedilatildeo e o aprendizado entre as partes do

sistema e compreender como ocorre o dinamismo da competividade da atividade produtiva

deste segmento

4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa

A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve

dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos institucionais

organizacionais e produtivos com o fim de conhecer quais as forccedilas atuantes neste processo e

se elas contribuem para o desenvolvimento sustentaacutevel do local onde estatildeo inseridas

No que concerne agrave dimensatildeo da cadeia produtiva da banana foram delimitados os

ambientes da cadeia produtiva a partir do diagrama esquemaacutetico de sistema produtivo

agriacutecola desenvolvido por Zylbersztajn (1994) e verificados os elementos envolvidos em

cada ambiente e que contribuem com a produccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos seus produtos A

anaacutelise envolveu a observaccedilatildeo das instituiccedilotildees para a formaccedilatildeo de poliacuteticas relacionadas agrave

cultivos agriacutecolas as organizaccedilotildees executoras dessas poliacuteticas e o ambiente da produccedilatildeo

113

propriamente dito representado pelas propriedades agriacutecolas os fornecedores de insumos as

induacutestrias de transformaccedilatildeo dos produtos a comercializaccedilatildeo e os fluxos decorrentes do

processo e seus elos Esta anaacutelise possibilitou o desenho do mapa do sistema agriacutecola

desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios em estudo

Em seguida com base na anaacutelise processada foram elencados os principais atores da

cadeia e posteriormente foi feita uma contextualizaccedilatildeo da atividade desenvolvida por cada

elemento atuante no processo categorizando as diferentes atividades e as formas como se

relacionam a interaccedilatildeo a intervenccedilatildeo e a governanccedila entre os atores observando os objetivos

de cada um e a forma como se inserem e atuam no sistema conforme Quadro 1

Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em

acordo com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva no Amazonas

Ambientes da Cadeia Produtiva da Banana

Institucional Produtivo Organizacional Fluxos

- Leis

- Regulamentos

- Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Municipal

- Insumos de

produccedilatildeo

- Produccedilatildeo

- Processamento

- Comercializaccedilatildeo

- Mercados

- Serviccedilos de apoio

Teacutecnico

Institucional

Mercadoloacutegico

- Infraestrutura

Transporte

Armazenamento

- Fiacutesicos

- Financeiros

- Tecnoloacutegicos

- Informaccedilotildees

- Conhecimentos

Fonte autora

Na expectativa de delinear um padratildeo comparativo para o processo de produccedilatildeo de

bananas foram elencadas as variaacuteveis que compotildeem os ambientes institucional produtivo e

organizacional do sistema de produccedilatildeo de forma a aglutinar as leis poliacuteticas puacuteblicas

insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo propriamente dita ndash que se efetivam nas propriedades rurais

- os mercados os serviccedilos de apoio teacutecnico institucional e mercadoloacutegico a infraestrutura

necessaacuteria bem como os fluxos fiacutesicos do produto tecnoloacutegicos de informaccedilotildees e

conhecimentos que fortalecem a cadeia de produccedilatildeo

Por fim foi analisada a situaccedilatildeo real no processo produtivo da banana nos

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva para cada elemento previamente

delineado como forma de mensurar o niacutevel de estruturaccedilatildeo e fortalecimento da cadeia

produtiva da banana e como ela se insere na economia local nacional e internacional sua

trajetoacuteria evolutiva os condicionantes e natureza da atividade produtiva as especificidades

dos processos de aprendizagem e das trocas de conhecimentos relacionados ao negoacutecio

agriacutecola dessa cultura e o modo como esses processos satildeo afetados pelas poliacuteticas existentes

114

4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise

Com base na orientaccedilatildeo bibliograacutefica que subsidiou este trabalho foram caracterizadas

as dimensotildees e os atores componentes do sistema produtivo agriacutecola da banana para os

municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1

Para isso foram aplicados questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no

municiacutepio de Presidente Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva safra de 2012

Aleacutem disso foram obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no

presente trabalho Em seguida se procedeu agraves anaacutelises nessas instituiccedilotildees que compotildeem cada

ambiente da cadeia produtiva no acircmbito federal estadual e municipal buscando nas suas

competecircncias organizacionais aquelas que as relacionassem ao sistema produtivo agriacutecola da

banana nos municiacutepios em estudo

A partir desse levantamento foi possiacutevel identificar os ambientes e elementos

essenciais para o desenvolvimento da produccedilatildeo agriacutecola da banana em condiccedilatildeo ideal que

funcionando de forma satisfatoacuteria seria capaz de contribuir para o desenvolvimento dos

municiacutepios em estudo

Na anaacutelise as dimensotildees institucional agriacutecola organizacional e os fluxos de

informaccedilotildees foram cruzados na tentativa de compreender a interaccedilatildeo entre o setor produtivo e

as forccedilas atuantes no processo considerando as propriedades rurais produtoras de bananas as

instituiccedilotildees e organizaccedilotildees envolvidas no processo de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo o

desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas as instituiccedilotildees de ensino e pesquisas o apoio teacutecnico a

infraestrutura e os fluxos envolvidos no contexto

Para a anaacutelise da situaccedilatildeo real da produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios estudados

foram analisados os fluxos de interaccedilatildeo entre os elementos que compotildeem o sistema onde

foram delimitados quatro nuances de contato entre os elementos inexistecircncia de contato

contato moderado contato intenso e contato eficaz a partir da percepccedilatildeo dos produtores

rurais inqueridos na pesquisa

A inexistecircncia de contato foi identificada pela natildeo atuaccedilatildeo de determinado ator com

accedilatildeo objetiva agrave outros componentes do sistema deixando de proceder contato com os

mesmos O contato moderado se reportava agravequeles presentes entre os atores poreacutem com

resultado ineficaz comprometendo o desenvolvimento do sistema O contato intenso

apontava os casos em que a interaccedilatildeo contribuiacutea para o desenvolvimento do sistema poreacutem

ainda de forma ineficaz O fluxo de contato eficaz traduzia os casos de perfeita interaccedilatildeo entre

115

os atores ou elementos contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento do sistema

produtivo da banana

4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos

Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos

quantitativos A anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas e

objetivos das instituiccedilotildees envolvidas no sistema de produccedilatildeo da banana A anaacutelise quantitativa

torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no acircmbito financeiro e

mercadoloacutegico da cadeia

Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas

pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo

exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) caracteriza-se por proporcionar um maior

conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da

investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa

443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4431 Sistema Produtivo Agriacutecola

No agronegoacutecio a exigecircncia ascendente do mercado competitivo motivou a

reorganizaccedilatildeo das cadeias produtivas como determinante de sobrevivecircncia Na regiatildeo Norte

onde as culturas agriacutecola e extrativista satildeo concorrentes o desafio eacute ainda maior e as

probabilidades de Ecircxito seratildeo mais favoraacuteveis caso se consiga aglutinar os esforccedilos de todos

os ambientes e atores do sistema produtivo

No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de

elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e em

que cada um dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute

maior do que o que as unidades poderiam ter caso funcionassem independentemente

Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as

relaccedilotildees entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990

CARAVANTES et al 2005 CHIAVENATO 2011)

O sistema produtivo do agronegoacutecio deve ser trabalhado desde as instituiccedilotildees que

desenvolvem as poliacuteticas puacuteblicas a oferta de insumos as propriedades agriacutecolas as

agroinduacutestrias o escoamento da produccedilatildeo e o mercado consumidor Essa cadeia aglutina os

serviccedilos de apoio como pesquisa assistecircncia teacutecnica processamento transporte

116

comercializaccedilatildeo creacutedito distribuidores industrializaccedilatildeo e consumidor final (GASQUES et

al 2004)

A Figura 1 apresenta de forma simplificada o panorama sistecircmico da produccedilatildeo

agriacutecola com seus ambientes e fluxos interativos

Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola

Fonte Zylbersztajn (1994) Adaptada pela autora

Neste estudo a cadeia produtiva agriacutecola eacute tratada como um sistema produtivo A

gestatildeo de um sistema deve focar a maximizaccedilatildeo da produccedilatildeo a minimizaccedilatildeo dos custos

maior eficiecircncia e eficaacutecia especialmente na qualidade dos produtos e na produtividade para

garantir a competividade e a sustentabilidade do sistema no ambiente no qual estaacute inserida

Para isto eacute preciso que os atores envolvidos tenham visatildeo holiacutestica de toda a cadeia para que

possam identificar os possiacuteveis inter-relacionamentos a fim de traccedilarem suas estrateacutegias de

forma conjunta em um modelo de accedilatildeo colaborativa e natildeo individual

Este sistema produtivo (Figura 1) configura-se como um todo organizado

constituiacutedo de partes integradas que podem ou natildeo interagir com o meio externo e que sejam

interdependentes para o seu pleno funcionamento Eacute constituiacutedo dos ambientes institucional

organizacional e produtivo e cada um possui seus proacuteprios subsistemas que se relacionam e

estatildeo integrados ao todo

O ambiente institucional abrange as leis e normas que regulamentam o sistema A ele

cabe a responsabilidade de desenhar poliacuteticas puacuteblicas que priorizem o desenvolvimento

econocircmico e social do paiacutes Se a diretriz mestra desses atores for o desenvolvimento a partir

das potencialidades locais isto demandaraacute uma governanccedila mais eficiente visto que seraacute

necessaacuterio conhecer as potencialidades endoacutegenas de cada regiatildeo Estas poliacuteticas deveratildeo ser

executadas pelas instituiccedilotildees que compotildeem o ambiente organizacional e deveraacute ser

Ambiente Institucional (leis regulamentos poliacutet governamental etc)

Ambiente Organizacional (serviccedilos de apoio teacutecnico)

Insumos

Produccedilatildeo Processamento Comercializaccedilatildeo

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

Fluxos fiacutesicos Am

bie

nte

pro

du

tivo

117

convergente para o setor produtivo que na visatildeo global da cadeia se apresenta com o papel

fundamental de realizar o maacuteximo de interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo com os demais atores envolvidos

no processo Este fator eacute determinante para que o ambiente produtivo se torne competitivo ao

niacutevel da reduccedilatildeo de custos ampliaccedilatildeo dos ganhos e oferta de produtos em qualidade e

quantidade que satisfaccedila o consumidor

O acircmbito organizacional comporta as instituiccedilotildees de apoio teacutecnico de ensino

pesquisa extensatildeo e demais instituiccedilotildees responsaacuteveis pela execuccedilatildeo das poliacuteticas leis e

normas oriundas do ambiente institucional O melhor desempenho destes dois sistemas se

daraacute pela soacutelida articulaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees e os elementos constitutivos destes ambientes

onde o primeiro fundamenta o segundo e este fornece os subsiacutedios para a consecuccedilatildeo dos

objetivos daquele

O ambiente produtivo apresenta-se como o principal sistema na hierarquia de

funcionamento do todo funciona como o motor de todo o sistema integrando diversos

subsistemas que interagem fornecendo subsiacutedios para o seu funcionamento e sustentaccedilatildeo

Estaacute constituiacutedo por empresas fornecedoras de insumos pela produccedilatildeo primaacuteria propriamente

dita - que neste estudo abrange as propriedades agriacutecolas - pelo ambiente de processamento e

transformaccedilatildeo dos produtos e o ambiente comercial com as empresas de escoamento da

produccedilatildeo e os elementos de transferecircncia dos produtos ateacute o consumidor final Entre estes

ambientes coexistem os fluxos financeiros e de informaccedilotildees e os fluxos fiacutesicos

De acordo com o exposto eacute mister que todo este conjunto de componentes ou sistemas

interativos esteja dinamicamente relacionado objetivando suprir o consumidor final de

determinado produto ou serviccedilo do ambiente agriacutecola (BERTALANFFY 1975 SPPEDING

1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e CHIAVENATO 2011)

4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola

A cadeia produtiva traduz-se em um conjunto articulado de atividades poliacuteticas

econocircmicas e sociais como consequecircncia da relaccedilatildeo em termos de mercados entre

tecnologia organizaccedilatildeo e capital A sua visualizaccedilatildeo efetiva-se como uma sucessatildeo de

operaccedilotildees de transformaccedilatildeo dissociaacuteveis capazes de ser separadas e ligadas entre si por um

encadeamento teacutecnico (PIRES 2001) Eacute entendida como um conjunto de relaccedilotildees comerciais e

financeiras que estabelecem entre todos os segmentos um fluxo de troca entre fornecedores e

clientes ou seja um conjunto de accedilotildees econocircmicas poliacuteticas e sociais que regulam a

valorizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo e asseguram a articulaccedilatildeo das operaccedilotildees

118

A anaacutelise de uma cadeia produtiva necessita da observaccedilatildeo dos ambientes

institucional organizacional e produtivo e a forma como se processa os fluxos fiacutesicos e de

informaccedilotildees nesse sistema

O ambiente institucional eacute constituiacutedo pelas normas e leis federais estaduais e

municipais aleacutem da cultura dos costumes e saberes local da sociedade que envolve e

influencia os ambientes O ambiente organizacional engloba as estruturas que satildeo criadas para

dar suporte ao funcionamento das cadeias produtivas O ambiente produtivo apresenta-se

como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana nos municiacutepios em estudo

A Figura 2 apresenta o sistema desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas envolvendo

trecircs ambientes distintos institucional produtivo e organizacional Em cada um destes estatildeo

inseridas empresas eou instituiccedilotildees com caracteriacutesticas e objetivos distintos entre si poreacutem

semelhantes nas suas finalidades que eacute a consolidaccedilatildeo do sistema produtivo agriacutecola da

banana

119

0

Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas

Fonte autora

Insumos

Produccedilatildeo Processamento

Calcaacuterio

Implementos

agriacutecolas

Pesticidas

Fertilizantes

Propriedades

agriacutecolas

Cultivos de

bananeiras

Comercializaccedilatildeo

Acessoacuterios

agriacutecolas

Bioinduacutestrias

Agroinduacutestrias

Cooperativas

Empresas

Associaccedilotildees

Mercado

Nacional

Mercado

Internacional

Mercado

Local

Mercado

Regional Varejo

Fluxos fiacutesicos

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

IDAM

INPA

UFAM

UEA MMA

MIDIC SEPROR MAPAEMBRAPA

SEBRAE

SUFRAMA (MDIC)

MS

SEPLANCTI MMA MDIC MAPA

SEPLANCTI

Atacado

INST

ITU

CIO

NA

L P

RO

DU

TIV

O

OR

GA

NIZ

AC

ION

AL

AFEAM BASA BNDES

FAPEAM

INSTIT FINANCEIRAS (BB BASA BNDES) IPAAM (SDS) INCRA (MDA)

SDS

CONAB

SUDAM

MME

MIN

120

44321 Ambiente Institucional

O ambiente institucional agrega instituiccedilotildees que estabelecem leis e normas que

regulamentam o sistema produtivo agriacutecola em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e da

sociedade devendo atuar de forma transversal e democraacutetica aglutinando os interesses

nacional regional estadual e municipal em defesa do desenvolvimento do paiacutes e do

equiliacutebrio social ambiental econocircmico politico e territorial como forma de garantir a defesa

e bem estar da sociedade e do territoacuterio

Ao se analisar as atribuiccedilotildees do Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA e do Instituto

de proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas - IPAAM com suas funccedilotildees de controle do

desmatamento regional e definiccedilatildeo da localizaccedilatildeo e extensatildeo das aacutereas cultivadas bem como

do Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria - INCRA com suas atribuiccedilotildees

fundiaacuterias no Amazonas conforme contido em seus ambientes institucionais percebe-se que

desenvolvem poliacuteticas capazes de interferir na cadeia produtiva do setor primaacuterio e portanto

da banana Do mesmo modo a Secretaria de Planejamento Ciecircncia e Tecnologia do

Amazonas - SEPLANCTI o Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio -

MDIC e a Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus ndash SUFRAMA podem ter uma

influecircncia expressiva e positiva se usarem suas competecircncias na formulaccedilatildeo de poliacuteticas

puacuteblicas que favoreccedilam os produtores agriacutecolas regionais atuando de forma coordenada e

integrada O suprimento de energia eleacutetrica e de estradas eou hidrovias para o escoamento da

produccedilatildeo agriacutecola podem ser citadas como importantes para o processo de integraccedilatildeo dos

produtores no contexto do desenvolvimento regional accedilotildees essas de responsabilidade do

Ministeacuterio das Minas e Energia - MME e Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN A

SUDAM com sede em Beleacutem tambeacutem pode ser inserida nesse contexto de poliacuteticas puacuteblicas

O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA a Secretaria de

Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas - SDS e Secretaria de Produccedilatildeo e Extensatildeo Rural

- SEPROR por outro lado devem atuar de forma integrada para que os produtores tenham

todo o apoio teacutecnico necessaacuterio para que suas propriedades aproveitem da maneira mais

produtiva possiacutevel suas aacutereas cultivadas quer suprindo informaccedilotildees de manejo do solo das

culturas das pragas e doenccedilas como tambeacutem orientaccedilotildees sobre o mercado consumidor local

regional e se possiacutevel ateacute o nacional e o internacional Com isso os produtores podem ter

uma visatildeo mais completa de como se inserem no sistema produtivo podendo assim planejar

com mais competecircncia suas accedilotildees futuras O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) tambeacutem tem um

papel importante no sistema produtivo pois a regiatildeo eacute propensa a ocorrecircncia de doenccedilas

121

principalmente as que tecircm alguns insetos como vetores (malaacuteria dengue leishmaniose etc)

capazes de causar impactos altamente elevados em assentamentos de produtores dificultando

suas atuaccedilotildees no meio rural Por fim eacute necessaacuterio citar as instituiccedilotildees financeiras como o

Banco da Amazocircnia SA - BASA Banco do Brasil - BB Banco Nacional de

Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES etc responsaacuteveis por financiamentos da

produccedilatildeo agriacutecola do Estado

Quando se analisa o aspecto organizacional do modelo de cadeia produtiva

identificando as instituiccedilotildees executoras das poliacuteticas puacuteblicas aleacutem das jaacute citadas acima

encontramos as Instituiccedilotildees de Ensino Superior -IES (UFAM UEA IFAM INPA Embrapa)

as de fomento agrave pesquisa e agrave produccedilatildeo (FAPEAM BASA SUDAM SUFRAMA BNDES)

aleacutem de apoio teacutecnico aos produtores (IDAMSEPROR SDS SEBRAE Prefeituras

Municipais) e ainda a AFEAM que fornece treinamento e creacuteditos para os setores da

economia do Amazonas e a CONAB com suas assistecircncias teacutecnicas e aquisiccedilatildeo de produtos

por preccedilos compatiacuteveis ao produtor e ao mercado consumidor

Se essa estrutura estivesse atuando de forma integrada coordenada e organizada

seria de se esperar que os elos da cadeia produtiva de qualquer produto agriacutecola pudessem

estar consolidados e contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento sustentaacutevel

regional

Os produtores teriam apoio governamental para a obtenccedilatildeo de creacuteditos e o mercado

local teria condiccedilotildees de proporcionar a preccedilos adequados todos os insumos necessaacuterios para

alavancar suas produtividades a niacuteveis elevados em quantidade e qualidade e de forma

sustentaacutevel em condiccedilotildees de competitividade com os mercados de outras regiotildees do paiacutes

criando um ciacuterculo virtuoso de desenvolvimento agriacutecola que beneficiaria todos os envolvidos

no processo inclusive a sociedade regional Os produtores estariam bem organizados em

Associaccedilotildees e Cooperativas e haveria espaccedilo para a atuaccedilatildeo de Agroinduacutestrias e

Bioinduacutestrias que processariam a banana transformando parte da produccedilatildeo em subprodutos

com maior valor agregado como doces geleias fritas ships aproveitando quase toda ou toda

a produccedilatildeo da cultura gerando mais empregos e divisas para a regiatildeo

Associaccedilotildees e Cooperativas mais consolidadas poderiam significar maior potencial

dos produtores atingirem os mercados regionais nacional e ateacute internacional com maior

competitividade e eficiecircncia garantindo a eles maiores preccedilos e maior seguranccedila na venda de

sua produccedilatildeo com os excedentes sendo exportados e trazendo mais divisas para o Estado que

dispotildee de recursos hiacutedricos terras e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo da banana

122

A seguir foram descritas de forma mais detalhada as competecircncias de cada uma dessas

instituiccedilotildees para se ter uma noccedilatildeo mais exata dos seus perfis de atuaccedilatildeo visando identificar

melhor seus papeacuteis no sistema produtivo da banana no Estado do Amazonas

O Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA atua no desenvolvimento e implementaccedilatildeo

da poliacutetica nacional do meio ambiente e dos recursos hiacutedricos na poliacutetica de preservaccedilatildeo

conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacutevel de ecossistemas e da biodiversidade na proposiccedilatildeo de

estrateacutegias mecanismos e instrumentos econocircmicos e sociais para a melhoria da qualidade

ambiental e do uso sustentaacutevel dos recursos naturais no desenvolvimento de poliacuteticas para a

integraccedilatildeo do meio ambiente e da produccedilatildeo nas poliacuteticas e programas ambientais para a

Amazocircnia Legal e no Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico - ZEE como oacutergatildeo gestor normativo

dos processos de implantaccedilatildeo dos ZEEs pelos Estados (MMA 2015)

O MMA eacute responsaacutevel por promover a adoccedilatildeo de princiacutepios e estrateacutegias para o

conhecimento a proteccedilatildeo e a recuperaccedilatildeo do meio ambiente o uso sustentaacutevel dos recursos

naturais a valorizaccedilatildeo dos serviccedilos ambientais e a inserccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

na formulaccedilatildeo e na implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de forma transversal compartilhada

participativa e democraacutetica em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e sociedade

trabalhando de forma integrada as questotildees sociais ambientais e econocircmicas Figura 3

Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no

ambiente institucional Fonte MMA (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA tem papel

importante na gestatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo agrave agropecuaacuteria a exemplo do

Programa Nacional da Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisiccedilatildeo de

alimentos ndash PAA entre outros Deve fomentar o agronegoacutecio e regular a normatizaccedilatildeo de

MMA

Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente

Poliacutetica Nacional dos Rec Hiacutedricos

Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso dos

Ecossistemas

Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso da

Biodiversidade

Poliacuteticas para a Amazocircnia Legal

Gestatildeo Normativa dos ZEEs

Meio Ambiente

Soci

edad

e Eco

no

mia

123

serviccedilos vinculados ao setor agriacutecola agrave pecuaacuteria e ao abastecimento contemplando o

pequeno o meacutedio e o grande produtor rural e deve tambeacutem reunir atividades de suprimento

de bens e serviccedilos relacionados a estes setores bem como o processamento a transformaccedilatildeo

e a distribuiccedilatildeo de produtos de origem agropecuaacuteria ateacute o consumidor final MAPA (2015)

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash EMBRAPA e a Companhia

Nacional de Abastecimento ndash CONAB por exemplo satildeo empresas puacuteblicas que atuam sob a

gerecircncia e coordenaccedilatildeo do MAPA que tambeacutem eacute organizado em secretarias responsaacuteveis

pelos diferentes setores do agronegoacutecio brasileiro a exemplo da Secretaria de Defesa

Agropecuaacuteria ndash SDA e a Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI

(MAPA 2015)

A CONAB visa contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do

produtor rural participando da formulaccedilatildeo das poliacuteticas agriacutecola e de abastecimento Por meio

de suas atividades busca proporcionar a geraccedilatildeo de valor ao produtor rural disponibilizando

preccedilo renda e a regulaccedilatildeo do abastecimento e apoio no fortalecimento e organizaccedilatildeo do setor

Ao consumidor final proporciona o acesso aos alimentos baacutesicos no comeacutercio varejista a

preccedilos acessiacuteveis

O MAPA natildeo restringe suas atividades ao acircmbito agropecuaacuterio Embora concentre

neste setor o foco principal de suas atividades sua estrateacutegia de gestatildeo busca integrar os

aspectos mercadoloacutegicos tecnoloacutegicos cientiacuteficos ambientais e organizacionais dos setores

produtivo do abastecimento da armazenagem e do transporte de safras aleacutem da gestatildeo da

poliacutetica econocircmica e financeira do agronegoacutecio Todo este esforccedilo visa garantir a seguranccedila

alimentar da populaccedilatildeo brasileira e a produccedilatildeo de excedentes para exportaccedilatildeo como forma de

fortalecer o setor produtivo nacional e favorecer a inserccedilatildeo do Brasil no mercado

internacional

A Secretaria de Defesa Agropecuaacuteria ndash SDA eacute responsaacutevel pela execuccedilatildeo das accedilotildees

de Estado para a prevenccedilatildeo controle e erradicaccedilatildeo de doenccedilas animais e de pragas vegetais

que afetam a agropecuaacuteria com vistas a assegurar a origem a conformidade e a seguranccedila dos

produtos de origem animal e vegetal destinados agrave alimentaccedilatildeo humana ou animal e tambeacutem a

idoneidade dos insumos em uso na agricultura e pecuaacuteria brasileira (MAPA 2015)

A SDA tambeacutem participa da formulaccedilatildeo da poliacutetica agriacutecola planejando

normatizando coordenando e supervisionando as atividades de defesa agropecuaacuteria em todo o

Territoacuterio nacional Eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do Sistema Unificado de Atenccedilatildeo agrave

124

Sanidade Agropecuaacuteria ndash SUASA do sistema brasileiro de inspeccedilatildeo de produtos de origem

animal vegetal e de insumos agropecuaacuterios (MAPA 2015)

Na produccedilatildeo vegetal a Secretaria responde pela vigilacircncia fitossanitaacuteria inspeciona

e fiscaliza a produccedilatildeo de sementes mudas fertilizantes corretivos inoculantes estimulantes

e biofertilizantes Controla registro classifica e fiscaliza o comeacutercio de bebidas e a produccedilatildeo

de uvas vinhos e derivados Inspeciona a utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos e seus componentes aleacutem

de fiscalizar e classificar os produtos subprodutos e resiacuteduos vegetais de valor econocircmico

A Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI eacute responsaacutevel pela

interface do MAPA com o mercado externo pela elaboraccedilatildeo de propostas de negociaccedilotildees de

acordos sanitaacuterios e fitossanitaacuterios com outros paiacuteses e ainda por analisar as deliberaccedilotildees

relativas agraves exigecircncias fitossanitaacuterias que envolvem interesses do setor produtivo brasileiro a

fim de consolidar o reconhecimento do paiacutes interna e externamente como provedor de

alimentos seguros e de qualidade

A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo - SDC eacute a principal

responsaacutevel pela adoccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis para o agronegoacutecio brasileiro Sua atuaccedilatildeo

envolve esforccedilos para o estiacutemulo ao cooperativismo as praacuteticas da agricultura sustentaacutevel o

desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas tecnologias a proteccedilatildeo intelectual a infraestrutura e a

logiacutestica de produccedilatildeo transporte e armazenagem de safras (MAPA 2015)

A SDC estaacute estruturada em quatro departamentos responsaacuteveis por diferentes setores

organizacionais O Departamento de Cooperativismo e Associativismo - DENACOOP

fomenta o associativismo entre cooperativas assim como sua internacionalizaccedilatildeo visando

ampliar a participaccedilatildeo econocircmica do setor cooperativo no leque de exportaccedilotildees do paiacutes

Tambeacutem haacute poliacuteticas de incentivo ao cooperativismo entre o puacuteblico jovem e entre mulheres

destinadas agrave inclusatildeo social e maior participaccedilatildeo econocircmica destes setores na sociedade

O Departamento de Sistemas de Produccedilatildeo e Sustentabilidade - DEPROS eacute responsaacutevel

pela regulaccedilatildeo e estiacutemulo agrave praacuteticas de agropecuaacuteria sustentaacuteveis que preservem o ambiente e

os recursos naturais As principais poliacuteticas desenvolvidas pelo DEPROS estatildeo relacionadas agrave

produccedilatildeo de alimentos orgacircnicos (Agroecologia) Sistemas de Produccedilatildeo Integrada para

rastreabilidade e qualificaccedilatildeo da produccedilatildeo e Sistemas de Conservaccedilatildeo de Solos e Aacuteguas que

cuidam da manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas (MAPA 2015)

Questotildees relativas agrave proteccedilatildeo de propriedade intelectual ligada ao agronegoacutecio

desenvolvimento e fomento a novas cultivares pesquisa e desenvolvimento de implementos

maacutequinas e insumos satildeo responsabilidade do Departamento de Propriedade Intelectual e

125

Tecnologia da Agropecuaacuteria - DEPTA O DEPTA tambeacutem eacute responsaacutevel pelo sistema

nacional de identificaccedilatildeo geograacutefica que fomenta a homologaccedilatildeo de regiotildees geograacuteficas

produtoras de alimentos certificados

O Departamento de Infraestrutura e Logiacutestica ndash DIEL coordena questotildees relativas ao

escoamento e armazenagem dos produtos agropecuaacuterios brasileiros Normatiza e fiscaliza

condiccedilotildees fiacutesicas de portos aeroportos e armazeacutens aleacutem de desenvolver poliacuteticas de

infraestrutura e obras para o incremento da capacidade logiacutestica do agronegoacutecio Controla a

aviaccedilatildeo voltada ao setor agriacutecola normatizando e promovendo treinamentos para os pilotos

operadores Tambeacutem eacute responsaacutevel pela promoccedilatildeo das parcerias institucionais e pela

assessoria a demandas parlamentares no acircmbito do ministeacuterio

A Secretaria de Poliacutetica Agriacutecola ndash SPA atua no planejamento e execuccedilatildeo de medidas

de apoio agrave produccedilatildeo agriacutecola em trecircs pilares baacutesicos Primeiro na oferta de recursos para o

financiamento do agronegoacutecio aperfeiccediloamento e apoio agrave produccedilatildeo Segundo no apoio e

sustentaccedilatildeo dos preccedilos agropecuaacuterios por meio de aquisiccedilotildees governamentais e equalizaccedilotildees

de preccedilos E por uacuteltimo no aperfeiccediloamento da gestatildeo de risco por meio da subvenccedilatildeo ao

precircmio do seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaacuteria - PROAGRO e

do Zoneamento Agriacutecola de Risco Climaacutetico

A SPA eacute um instrumento de planejamento e gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para a

agropecuaacuteria brasileira No seu escopo eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do Plano

Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash PAP consolidando accedilotildees programas e diretrizes governamentais para o

setor fundamentais para a tomada de decisatildeo dos produtores rurais e demais agentes

econocircmicos comprometidos no agronegoacutecio A SPA conta com trecircs departamentos que

concorrem no desenvolvimento de suas atribuiccedilotildees

O Departamento de Economia Agriacutecola - DEAGRI responsaacutevel por programar e

acompanhar a aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos e privados na agropecuaacuteria e tambeacutem

acompanhar a legislaccedilatildeo e o desempenho do creacutedito rural com base em dados e estatiacutesticas

puacuteblicos e privados Para isto o DEAGRI observa a conjuntura econocircmica nacional e

internacional em suas relaccedilotildees com o agronegoacutecio e monitora os mercados de insumos

agropecuaacuterios como fertilizantes defensivos maacutequinas e implementos agriacutecolas

O Departamento de Comercializaccedilatildeo e de Abastecimento Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash

DEAGRO tem por atribuiccedilatildeo estabelecer poliacuteticas e accedilotildees voltadas agrave garantia do

abastecimento assegurando ao produtor rural preccedilos compatiacuteveis com sua atividade por meio

126

de aquisiccedilotildees de produtos e equalizaccedilatildeo dos preccedilos agriacutecolas consolidada na Poliacutetica de

Garantia de Preccedilos Miacutenimos - PGPM

O Departamento de Gestatildeo de Risco Rural ndash DEGER eacute encarregado do

desenvolvimento de estudos para a formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas gerenciais de

riscos do setor agropecuaacuterio relacionadas com o seguro rural o PROAGRO (eacute uma garantia

ofertada pela Uniatildeo principalmente para o pequeno e meacutedio produtor e se destina ao

pagamento do creacutedito tomado no banco pelos produtores aleacutem de indenizar os recursos

proacuteprios aplicados no empreendimento na hipoacutetese de ocorrecircncia de eventos climaacuteticos que

gerem perdas em suas lavouras) e o ZARC (o Zoneamento Agriacutecola tem como objetivo

indicar os periacuteodos de plantio por municiacutepio e por cultura relacionados ao ciclo das

cultivares e aos tipos de solos a fim de que eventuais eventos climaacuteticos adversos natildeo

coincidam com as fases mais sensiacuteveis das lavouras)

As accedilotildees do PROAGRO e do ZARC ocorrem por meio do Programa de Subvenccedilatildeo ao

Precircmio do Seguro Rural ndash PSR que viabiliza o acesso do produtor ao seguro mediante o

pagamento pelo governo de parte do precircmio de seguro rural contratado pelo produtor nas

modalidades agriacutecola pecuaacuteria aquiacutecola e de floresta

Aleacutem das secretarias o MAPA possui vaacuterios oacutergatildeos e unidades descentralizadas da

administraccedilatildeo direta a exemplo das Superintendecircncias Federais de Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento - SFAs oacutergatildeos de representaccedilatildeo nos Estados da Federaccedilatildeo e conta com apoio

dos Laboratoacuterios Nacionais Agropecuaacuterios ndash LANAGROS responsaacuteveis pelas anaacutelises

laboratoriais relativas ao setor entre outros (MAPA 2015) O MAPA trabalha para contribuir

com a sustentabilidade social econocircmica e ambiental por meio do apoio agrave accedilotildees para o

desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e mercadoloacutegico Figura 4

127

Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA no ambiente institucional

Fonte MAPA (2015) Adaptada pela autora

MAPA SFAs (oacutergatildeos de repres do

MAPA nos Estados) LANAGROS

Poliacuteticas para o Agronegoacutecio

SPA (instrumento de gestatildeo)

SDA

SDC (desenv agropec e coord)

Controle e defesa fitossanitaacuterio

patoloacutegico e de insumos

SRI

DEGER

DEAGRI

DEAGRO

Fomento

Controle de Preccedilo de Merc

Gestatildeo de Risco (seguro rural)

ZARC

PROAGRO

DENACOOP

DEPROS

DEPTA

DIEL

Cooperativismo

Associativismo

Sustentabilidades

Pesquisa

Prop Intelec

Logiacutestica portos aerop e armazeacutens

Mercado Externo

Poliacutetica Externa

Sust

en

tab

ilid

ade

Soci

al

Suste

ntab

ilidad

e Econ

ocircm

ica

Cientiacutefico Tecnoloacutegico Mercadoloacutegico

Sustentabilidade Ambiental

128

O Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC atua com o

propoacutesito de gerir as poliacuteticas puacuteblicas no acircmbito federal para fortalecer a competitividade

das empresas brasileiras executa e avalia poliacuteticas puacuteblicas para a promoccedilatildeo da

competitividade do comeacutercio exterior do investimento e da inovaccedilatildeo nas empresas e para o

bem estar do consumidor conforme Figura 5

Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash

MDIC no ambiente institucional Fonte MDIC (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS tem a funccedilatildeo de oferecer condiccedilotildees para a promoccedilatildeo

proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo reduzindo as enfermidades controlando as

doenccedilas endecircmicas e parasitaacuterias e melhorando a vigilacircncia agrave sauacutede como forma de garantir

mais qualidade de vida aos brasileiros Figura 6

Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional Fonte MS (2015) Adaptada pela autora

MDIC

Compras e Vendas no

Exterior

SUFRAMA Geraccedilatildeo Atraccedilatildeo e

Consolidaccedilatildeo de Investiemtno Desenvolver a socioeconomia

da regiatildeo Norte

Bem Estar das Empresas

Competitividade no Comeacutercio Exterior

Meio Ambiente

Soci

edad

e

Econ

om

ia

Investimento Puacuteblico

Infraestrutura

Formaccedilatildeo de RH

CTampI

MS

Coord e Fiscaliz do SUS

Sauacutede Ambiental

Poliacutetica Nacional de Sauacutede Pesquisa Cientiacutefica e

Tecnoloacutegica na Aacuterea da Saude

Vigilacircncia da Sauacutede

Sauacutede

Soci

edad

e

Am

bien

te

Drogas

Medicamentos

Alimentos

Controle Sanitaacuterio de Fronteiras e Portos

Fluviais

Aeacutereos

Mariacutetimos

129

O empenho central desta instituiccedilatildeo foca a implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de

sauacutede aglutinando a coordenaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash SUS a sauacutede

ambiental e accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede individual e coletiva

incluindo os trabalhadores e os iacutendios fornecendo informaccedilotildees de sauacutede vigilacircncia e controle

sanitaacuterio de fronteiras e de portos mariacutetimos fluviais e aeacutereos vigilacircncia de sauacutede

especialmente drogas medicamentos e alimentos e pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica na aacuterea

de sauacutede

O Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio ndash MDA eacute responsaacutevel pelo

desenvolvimento do Brasil rural por meio da democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra da gestatildeo

territorial da estrutura fundiaacuteria da inclusatildeo produtiva da ampliaccedilatildeo da renda da agricultura

familiar e da paz no campo contribuindo com a soberania alimentar o desenvolvimento

econocircmico social e ambiental do Brasil Figura 7

Entre as competecircncias do MDA estaacute a de exercer em caraacuteter extraordinaacuterio as

competecircncias relativas agrave regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na Amazocircnia legal em acordo com o Art 35

da medida Provisoacuteria ndeg 458 de 10 de fevereiro de 2009 Exerceraacute esta tarefa por meio do

departamento de planejamento monitoramento e avaliaccedilatildeo da regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na

Amazocircnia Legal O Ministeacuterio conta ainda com a Secretaria de Reordenamento Agraacuterio que

possui um Departamento de Creacutedito Fundiaacuterio e uma Subsecretaria da Agricultura Familiar

Esta Secretaria possui um Departamento de Financiamento e Proteccedilatildeo da Produccedilatildeo e um

Departamento de Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural entre outros

O Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash INCRA eacute vinculado ao

MDA tem a personalidade juriacutedica de autarquia da Uniatildeo e sua missatildeo preciacutepua eacute

implementar a poliacutetica de reforma agraacuteria no Brasil e realizar o ordenamento fundiaacuterio

nacional A primeira se daraacute por meio da democratizaccedilatildeo do acesso a terra criando e

implantando assentamentos rurais sustentaacuteveis A segunda viraacute por meio da regularizaccedilatildeo

fundiaacuteria de terras puacuteblicas e da gerecircncia dessa estrutura no paiacutes e visa agrave desconcentraccedilatildeo da

estrutura fundiaacuteria como forma de reduzir a violecircncia e a pobreza no campo e promover a

igualdade e inclusatildeo social

A reforma agraacuteria deve ocorrer de forma participativa dentro dos princiacutepios da

legalidade impessoalidade moralidade publicidade e eficiecircncia e deve contribuir para o

fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada A autarquia tem o compromisso

de fiscalizar a funccedilatildeo social dos imoacuteveis rurais e fomentar a produccedilatildeo agroecoloacutegica de

alimentos e a inserccedilatildeo nas cadeias produtivas para tanto deveraacute buscar a qualificaccedilatildeo dos

130

Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no

ambiente institucional Fonte MDA (2015) Adaptada pela autora

INCRA

Qualificaccedilatildeo dos Assentamentos Rurais

Poliacutetica de Reforma Agraacuteria

Desconcentraccedilatildeo da estrutura Fundiaacuteria

Ordenamento Fundiaacuterio Nacional

Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria de Terras Puacuteblicas

Reduccedilatildeo da Violecircncia e da Pobreza no Campo In

clusatilde

o s

oci

al

Iguald

ade S

ocial

Democratizaccedilatildeo do Acesso agrave Terra

Licenciamento Ambiental

Assentamentos Rurais Sustentaacuteveis

Participativa

Legalidade Impessoalidade Moralidade

Publicidade Eficiecircncia

Acesso agrave infraestrutura Baacutesica e ao Creacutedito

Acesso agrave assessoria Teacutecnica e Social

Articulaccedilatildeo com as Demais Poliacuteticas Puacuteblicas

MDA

Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria na Amazocircnia Legal

Secretaria de Ordenamento Fundiaacuterio

Planejamento

Monitoramento

Avaliaccedilatildeo

Creacutedito Fundiaacuterio

Agricultura Familiar

Financiamento e proteccedilatildeo da

Produccedilatildeo

Assistecircncia Teacutecnica e

Extensatildeo Rural

131

assentamentos rurais proporcionando o licenciamento ambiental o acesso agrave infraestrutura

baacutesica o creacutedito e a assessoria teacutecnica e social e a articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas

puacuteblicas em especial a educaccedilatildeo sauacutede cultura e esportes sempre em consonacircncia com as

legislaccedilotildees ambiental e trabalhista

O Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI eacute responsaacutevel pelo

desenvolvimento da poliacutetica nacional de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e inovaccedilatildeo bem

como pela supervisatildeo e controle das atividades da ciecircncia e tecnologia poliacutetica de

desenvolvimento de informaacutetica e automaccedilatildeo poliacutetica nacional de biosseguranccedila poliacutetica

espacial poliacutetica nuclear de controle da exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos sensiacuteveis O objetivo

dessa poliacutetica eacute transformar o setor em componente estrateacutegico do desenvolvimento do paiacutes

contribuindo para que os benefiacutecios da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo sejam distribuiacutedos de

forma justa a toda a sociedade O MCTI incorpora as duas mais importantes agecircncias de

fomento da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Financiadora de Estudos e Projetos ndash FINEP e o

Conselho de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico do Paiacutes ndash CNPq e suas unidades de

pesquisa

Ao sistema MCTI tambeacutem estatildeo agregados o Centro de Gestatildeo de Estudos

Estrateacutegicos ndash CGEE a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear ndash CNEN a Agecircncia Espacial

Brasileira ndash AEB e mais dezenove unidades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de inovaccedilatildeo

e quatro empresas estatais Por meio desse conjunto de instituiccedilotildees o MCTI exerce suas

funccedilotildees estrateacutegicas desenvolvendo pesquisas e estudos que se traduzem em geraccedilatildeo de

conhecimento e de novas tecnologias criaccedilatildeo de produtos processos gestatildeo e patentes

nacionais conforme Figura 8

Sua estrutura estaacute composta de quatro secretarias temaacuteticas que satildeo responsaacuteveis pela

gestatildeo e execuccedilatildeo dos principais programas e accedilotildees do ministeacuterio quais sejam Secretaria de

Poliacuteticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento ndash SEPED Secretaria de Ciecircncia e

Tecnologia para a Inclusatildeo Social ndash SECIS Secretaria de Desenvolvimento Tecnoloacutegico e da

Inovaccedilatildeo ndash SETEC e Secretaria de Poliacutetica de Informaacutetica ndash SEPIN Por meio dessas

secretarias o MCTI alcanccedila o patrimocircnio nacional e contribui para o desenvolvimento

econocircmico social e regional favorecendo todos os biomas brasileiros atuando nas aacutereas de

ciecircncias exatas promovendo a difusatildeo de tecnologias apropriadas para o meio urbano e rural

e a capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica do paiacutes como forma de elevar a competitividade das empresas

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia ndash INPA eacute vinculado ao MCTI e sua

missatildeo eacute gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o

132

desenvolvimento da Amazocircnia Nesse contexto realiza estudo cientiacutefico do meio fiacutesico e das

condiccedilotildees de vida da regiatildeo amazocircnica tendo em vista o bem estar humano e os reclamos da

cultura da economia e da seguranccedila nacional Figura 8

O INPA produz conhecimento e forma recursos humanos na regiatildeo Norte do paiacutes

estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento sustentaacutevel a defesa do meio

ambiente e de seus ecossistemas consolidando estudos sobre a fauna a flora a

biodiversidade a sociodiversidade os recursos florestais e hiacutedricos

Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI no

ambiente institucional Fonte MCTI (2015) Adaptada pela autora

O Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN eacute responsaacutevel pela formulaccedilatildeo e

conduccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Desenvolvimento Regional ndash PNDR formulaccedilatildeo dos planos

e programas regionais de desenvolvimento estabelecimento de estrateacutegias de integraccedilatildeo das

economias regionais definiccedilatildeo de diretrizes e prioridades na aplicaccedilatildeo dos recursos dos

programas de financiamento para o setor produtivo das Regiotildees Norte Nordeste e Centro-

Oeste conforme estabelecido no Art 159 inciso I aliacutenea ldquocrdquo da Constituiccedilatildeo Federal do

Brasil bem como por aplicar os recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazocircnia e do

Nordeste pelas obras de infraestrutura hiacutedrica a poliacutetica nacional de irrigaccedilatildeo entre outras

(MIN 2015)

MCTI

Biosseguranccedila

FINEP Poliacutetica Nacional de Pesquisa

Cientiacutefica Tecnoloacutegica e de Inovaccedilatildeo CNPq

Supervisatildeo E Controle

Geraccedilatildeo de Conhecimento

Pes

qu

isa

e Es

tud

os N

ovas Tecn

olo

gias

Informaccedilatildeo e Automaccedilatildeo

Ciecircncia e Tecnologia

Poliacutetica de Controle Ambiental

Secretarias Temaacuteticas

SECIS

SETEC

SEPED

Espacial Nuclear

Bens e Serviccedilos Sensiacuteveis SEPIN

Produccedilatildeo de processos e Patentes

INPA

Biosseguranccedila Sociodiversidadede

Flora Fauna

Capital Intelectual

133

O Ministeacuterio de Minas e Energia ndash MME entre outras competecircncias eacute responsaacutevel

pelo aproveitamento da energia hidraacuteulica pelo petroacuteleo combustiacutevel e energia eleacutetrica

incluindo energizaccedilatildeo e eletrificaccedilatildeo rural deve zelar pelo equiliacutebrio conjuntural e estrutural

entre oferta e demanda de recursos energeacuteticos no paiacutes

44322 Ambiente Organizacional

O ambiente organizacional se compotildee basicamente das instituiccedilotildees de ensino

pesquisa extensatildeo suporte teacutecnico e fiscalizaccedilatildeo entre outras que subsidiam o negoacutecio

Normalmente esses atores satildeo sustentados pela crenccedila de que as accedilotildees grupais satildeo mais

eficientes que as individuais e assim se propotildeem a atuar de forma coordenada e coletiva

obedecendo regras formais e executando as poliacuteticas definidas no ambiente institucional se

apresentando como um elo entre o ambiente institucional e produtivo (PONDEacute 1994

NORTH 1994 e CUNHA 1999) Nesses ambientes encontram-se as oportunidades e

ameaccedilas a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva

A Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA autarquia vinculada ao

Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC tambeacutem tem como

finalidade promover o desenvolvimento socioeconocircmico na regiatildeo Norte do paiacutes de forma

sustentaacutevel por meio da geraccedilatildeo atraccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de investimentos Estas accedilotildees

demandam o estiacutemulo de investimentos puacuteblicos e privados em infraestrutura na formaccedilatildeo de

capital intelectual em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo e a intensificaccedilatildeo das articulaccedilotildees com

os oacutergatildeos e entidades puacuteblicas e privadas

A Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econocircmico Ciecircncia

Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Estado do Amazonas ndash SEPLANCTI no seu escopo finaliacutestico eacute

responsaacutevel pelo planejamento estrateacutegico do Estado devendo coordenar as poliacuteticas de

desenvolvimento socioeconocircmico Recentemente uma reestruturaccedilatildeo do governo do Estado

do Amazonas agregou agraves atividades da antiga secretaria de planejamento e desenvolvimento

econocircmico as atividades de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo nascendo assim a SEPLANCTI

A esta secretaria compete a formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo de estrateacutegias de

desenvolvimento que contemplem a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica e a busca do pleno emprego a

articulaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo entre o Estado e a sociedade com vistas ao desenvolvimento

econocircmico bem como a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de incentivos fiscais e tecnoloacutegicos para

fortalecimento da economia do Estado conforme Figura 9

134

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Estado

do Amazonas ndash SDS tem o compromisso de garantir a proteccedilatildeo da natureza e dos recursos

naturais com valorizaccedilatildeo socioambiental visando ao desenvolvimento sustentaacutevel do Estado

Suas accedilotildees estatildeo voltadas agrave melhoria da qualidade de vida das pessoas e agrave conservaccedilatildeo da

natureza

Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash

SEPLANCTIAM no ambiente organizacional Fonte SEPLANCTIAM (2015) Adaptada pela autora

A SDS desempenha suas atividades articulada com as autarquias e vinculadas quais

sejam Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental ndash IPAAM Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel

do Amazonas ndash ADS Companhia de Gaacutes do Amazonas - CIGAS o Conselho Estadual de

Meio Ambiente do Estado do Amazonas - CEMAAM o Conselho Estadual de Recursos

Hiacutedricos ndash CERH o Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas ndash CEGEA e a

Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanccedilas Climaacuteticas e do Centro de Unidades de

conservaccedilatildeo Figura 10

Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do

Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional Fonte SDSAM (2015) Adaptada pela autora

SEPLANCTIAM

Desenvolvimento do Estado do Amazonas

Fort

alec

imen

to d

a Ec

on

om

ia

Plen

o Em

prego

Desenvolvimento Socioeconocircmico

Planejamento Estrateacutegico para o Amazonas

Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica

Articulaccedilatildeo entre Estado e Sociedade

Incentivos Fiscais e Tecnoloacutegicos

SDSAM

CIGAS

CEGEA CEMAAM CERH

IPAAM

Proteccedilatildeo da Natureza e dos Recursos Naturais

Val

ori

zaccedilatilde

o S

oci

oam

bie

nta

l

Desen

volvim

ento

Susten

taacutevel Fiscalizaccedilatildeo Licenciamento

Poliacutetica de Controle Ambiental

ADS

Monitoramento

Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo

135

O Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas ndash IPAAM eacute oacutergatildeo vinculado agrave

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDS

O IPAAM coordena e executa a poliacutetica de controle ambiental para o Estado do Amazonas

por meio das atividades fim de licenciamento fiscalizaccedilatildeo e monitoramento ambiental em

todo o Estado do Amazonas Figura 10

A Secretaria de Estado de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SEPRORAM eacute

responsaacutevel pela formulaccedilatildeo coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica estadual de

desenvolvimento integrado da agricultura pecuaacuteria atividade florestal pesca e aquicultura O

Sistema SEPROR composto por todos os oacutergatildeos essenciais ao desenvolvimento da produccedilatildeo

rural tem como vinculadas a Comissatildeo Executiva Permanente de Defesa Sanitaacuteria Animal e

Vegetal do Estado do Amazonas - CODESAV Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e

Florestal Sustentaacutevel do Amazonas - IDAM e Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura ndash

SEPA Figura 11

O objetivo da SEPRORAM eacute prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural

aos agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas mediante processos

educativos e participativos que lhes assegurem sustentabilidade cidadania e melhoria na

qualidade de vida

136

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SSEPRORAM no ambiente institucional

Fonte SEPRORAM (2015) Adaptada pela autora

SEPRORAM

Poliacutetica Estadual de Desenvolvimento Integrado

Ativ Florestais e Aquicultura

Agricultura Pecuaacuteria Pesca

SEPA

Processos Educativos e Participativos

Sust

en

tab

ilid

ade

Cid

adan

ia

CODESAV

Extensatildeo IDAM

Agropecuaacuteria

Florestal

Pesqueira

Agroindustrial

Assistecircncia Teacutecnica

Agricultores

Agricultura Familiar

Produtores Rurais

Melhoria da Qualidade de Vida no Campo

Projetos de Creacutedito Rural

Cooperativismo

Assossiativismo

Comercializaccedilatildeo

137

A Agecircncia de Fomento do Estado do Amazonas ndash AFEAM visa contribuir para o

desenvolvimento socioeconocircmico do Estado do Amazonas Seu compromisso eacute com o

desenvolvimento sustentaacutevel do Estado do Amazonas atraveacutes de apoio creditiacutecio e de

participaccedilotildees em accedilotildees teacutecnico puacuteblico privado que propiciem a geraccedilatildeo de trabalho e renda

e contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo do Estado do Amazonas

O Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do Estado do

Amazonas ndash IDAM eacute uma autarquia vinculada ao Sistema SEPROR Estaacute presente em todo o

Estado do Amazonas A finalidade do IDAM eacute a supervisatildeo coordenaccedilatildeo e execuccedilatildeo de

atividades de assistecircncia teacutecnica extensatildeo agropecuaacuteria e florestal no acircmbito das poliacuteticas e

estrateacutegias dos governos Federal e Estadual para os setores agropecuaacuterio florestal pesqueiro

e agroindustrial

O IDAM tem a missatildeo de prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural aos

agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas por meio de processos

educativos e participativos que lhes assegurem a sustentabilidade cidadania e melhoria na

qualidade de vida

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES eacute o principal

instrumento de financiamento de longo prazo para a realizaccedilatildeo de investimentos em todos os

segmentos da economia brasileira Sua poliacutetica de fomento inclui as dimensotildees social

regional e ambiental

O BNDES destaca-se no apoio agrave agricultura induacutestria infraestrutura comeacutercio e

serviccedilos oferecendo condiccedilotildees especiais para micro pequenas e meacutedias empresas Possui

linhas de investimentos sociais direcionados para a educaccedilatildeo e sauacutede agricultura familiar

saneamento baacutesico e transporte urbano

O apoio do BNDES efetiva-se por meio de financiamentos a projetos de

investimentos aquisiccedilatildeo de equipamentos e exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos Aleacutem disso o

Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina

financiamentos natildeo reembolsaacuteveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social

cultural e tecnoloacutegico

No contexto atual o planejamento estrateacutegico do Banco priorizou a inovaccedilatildeo o

desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental por entender que estes

satildeo aspectos importantes e que devem ser promovidos e apoiados em todos os

empreendimentos financiados pelo banco Figura 12

138

Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico

e Social - BNDES no ambiente organizacional Fonte BNDES (2015) Adaptada pela autora

A Universidade Federal do Amazonas - UFAM contribui para a formaccedilatildeo de cidadatildeos

e para o desenvolvimento da Amazocircnia cultivando o saber em todas as aacutereas do

conhecimento por meio do ensino da pesquisa e da extensatildeo modernizando e inovando nas

estrateacutegias para o desenvolvimento regional e local

Por meio do ensino capacita recursos humanos para a regiatildeo elevando o niacutevel do

conhecimento e dos saberes A pesquisa e a poacutes-graduaccedilatildeo criam condiccedilotildees favoraacuteveis para

geraccedilatildeo de tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade da regiatildeo A extensatildeo

proporciona a disseminaccedilatildeo do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas no acircmbito da

instituiccedilatildeo e especialmente capta a demanda da sociedade alimentando sucessivos ciclos de

desenvolvimento e pesquisa A UFAM investe nas praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica

na proteccedilatildeo da propriedade intelectual dos segmentos institucionais na valorizaccedilatildeo dos

conhecimentos tradicionais associados com a promoccedilatildeo da transferecircncia tecnoloacutegica para

produccedilatildeo de inovaccedilatildeo no setor produtivo regional visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos e o

desenvolvimento da Amazocircnia

A Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA tem a missatildeo de promover a

educaccedilatildeo desenvolvendo o conhecimento cientiacutefico particularmente sobre a Amazocircnia

aprimorando a qualidade dos recursos humanos existentes na regiatildeo por meio de accedilotildees

especiais que objetivem a expansatildeo do ensino e da cultura em todo o Estado do Amazonas

realizando pesquisas e estimulando atividades criadoras valorizando o indiviacuteduo no processo

evolutivo incentivando o conhecimento cientiacutefico relacionado ao homem e ao meio ambiente

BNDES

Infraestrutura

Apoio Financeiro

Investimento

Planejamento Estrateacutegico

Ino

vaccedilatilde

o

Desen

volvim

ento

Local

Comeacutercio Aquisiccedilatildeo de Equipamentos

Projetos

Induacutestria

Exportaccedilatildeo de Bens e Serviccedilos Financiamento natildeo Reembolsaacutevel

Cultural Social Tecnoloacutegico

Agricultura

Desenvolvimento Socioambiental

139

amazocircnico participando na elaboraccedilatildeo execuccedilatildeo e acompanhamento das poliacuteticas de

desenvolvimento governamentais

O Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM com o compromisso de promover educaccedilatildeo

de excelecircncia no Estado do Amazonas desenvolve accedilotildees de ensino pesquisa extensatildeo e

inovaccedilatildeo visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos a geraccedilatildeo de tecnologias e a disseminaccedilatildeo do

conhecimento gerado no acircmbito do Instituto Figura 13

Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da

Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM no

ambiente organizacional

Fonte UFAM (2015) UEA (2015) IFAM (2015) Adaptada pela autora

A Embrapa Amazocircnia Ocidental eacute uma das Unidades Descentralizadas da Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA vinculada ao Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA atuando no Estado do Amazonas com a missatildeo de

viabilizar soluccedilotildees de pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da

agricultura na Amazocircnia em benefiacutecio da sociedade

Com o propoacutesito de alcanccedilar a excelecircncia na geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e

inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na Amazocircnia a EMBRAPA Amazocircnia

Ocidental prioriza a pesquisa e desenvolvimento a transferecircncia de tecnologias e a

responsabilidade social Nesse contexto a empresa organiza suas pesquisas em trecircs nuacutecleos

temaacuteticos produccedilatildeo vegetal e meio ambiente recursos geneacuteticos biotecnologias e

fitossanidade e produccedilatildeo animal

O Nuacutecleo Temaacutetico da Produccedilatildeo Vegetal e meio ambiente atua em linhas de pesquisa

como sistemas de produccedilatildeo vegetal manejo e controle de plantas daninhas olericultura

UFAM

Formaccedilatildeo de Cidadatildeos

Co

nh

ecim

ento

Saberes

Desenvolvimento da Amazocircnia

Pesquisa Ensino Extensatildeo

UEA

Capacita Recursos Humanos

Gera Tecnologias

Dissemina Conhecimento e

Tecnologia

IFAM

Proteccedilatildeo da Propriedade Intelectual

Praacuteticas de inovaccedilatildeo Social e

Tecnoloacutegica

Valorizaccedilatildeo dos Conhecimentos

tradicionais Associados

140

oleaginosas perenes alternativas potenciais para agroenergia silvicultura e manejo de florestas

plantadas fitossociologia para restauraccedilatildeo florestal geotecnologias aplicadas a estudos

florestais sementes e mudas florestais sistemas agroflorestais sistemas agrosilvopastoris

agroecologia desenvolvimento rural sustentaacutevel manejo dos agrossistemas fertilidade de

solos e nutriccedilatildeo de plantas biologia do solo caracterizaccedilatildeo de solos tropicais caracterizaccedilatildeo

de solos antroacutepicos microbiologia do solo ecologia florestal fisiologia vegetal dinacircmica do

carbono e dos nutrientes em ecossistemas de terra firme

O Nuacutecleo dos Recursos Geneacuteticos Biotecnologia e Fitossanidade trabalha com linhas

de pesquisa como recursos geneacuteticos de espeacutecies vegetais melhoramento geneacutetico de

espeacutecies vegetais biotecnologia vegetal geneacutetica de populaccedilotildees biodiversidade diversidade

geneacutetica fitossanidade manejo integrado de pragas entomologia resistecircncia de plantas a

doenccedilas biologia aplicada ecotoxicologia

O Nuacutecleo da Produccedilatildeo Animal trabalha com a fisiologia e imunologia de

peixes manejo e conservaccedilatildeo de recursos hiacutedricos sanidade de espeacutecies aquiacutecolas nutriccedilatildeo

de peixes reproduccedilatildeo de peixes melhoramento geneacutetico de espeacutecies aquiacutecolas manejo e

sistemas de criaccedilatildeo integraccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta sistemas de produccedilatildeo animal

O processo de transferecircncia de tecnologia eacute considerado uma via de matildeo dupla onde a

empresa atua de forma proativa para que as tecnologias geradas pela pesquisa sejam adotadas

pelo setor produtivo ao tempo em que busca conhecer e captar as principais demandas do

agricultor Para isso trabalha a gestatildeo integrada do conhecimento e de forma colaborativa

atua com parceiros diversos como instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas e organizaccedilotildees da

sociedade civil

A Embrapa estaacute inserida na Amazocircnia um dos mais importantes biomas do planeta Eacute

comprometida com a pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo interagindo permanentemente

com a sociedade na antecipaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das consequecircncias sociais econocircmicas culturais

e ambientais da ciecircncia e tecnologia cumprindo assim sua responsabilidade socioambiental e

a sustentabilidade da atividade agropecuaacuteria refletida em projetos voltados para a preservaccedilatildeo

e uso racional dos recursos naturais recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas e reduccedilatildeo de uso de

agroquiacutemicos entre outros com vistas a promover melhoria da qualidade de vida da

populaccedilatildeo a reduccedilatildeo da pobreza e das desigualdades regionais

Nesse contexto a Embrapa Amazocircnia Ocidental busca alcanccedilar a excelecircncia na

geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na

Amazocircnia Suas accedilotildees tecircm contribuiacutedo significativamente para o desenvolvimento da cultura

da banana nos municiacutepios estudados Figura 14

141

v

v

Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no ambiente organizacional

Fonte EMBRAPA (2015) Adaptada pela autora

EMBRAPA

Recursos Geneacuteticos Biotecnologias e Fitossanidade

Produccedilatildeo Vegetal e Meio Ambiente

Transferecircncia de tecnologias

Pes

qu

isa

e D

ese

nvo

lvim

ento

Resp

on

sabilid

ade So

cial

Melhoria da Qualidade de Vida no Campo

Sistemas de Produccedilatildeo Vegetal

Produccedilatildeo Animal

Silvicultura

Agroecologia

Desenv Rural Sustentaacutevel

Fertilidade de Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas

Microbiologia de Solos

Diversidade geneacutetica

Diversidadee

Fitossanidade

Biotecnologia Vegetal

Manejo de Pragas e Entomologia

Ecotoxicologia

Fisiologia e Imunologia de Peixes

Nutriccedilatildeo de Peixe

Manejo e Sistema de Criaccedilatildeo

Sistema de produccedilatildeo Animal

142

O Banco da Amazocircnia ndash BASA eacute o principal agente de fomento do governo federal

voltado para o desenvolvimento sustentaacutevel da Regiatildeo Amazocircnica Atua como indutor do

desenvolvimento regional gerando oportunidades de negoacutecios sustentaacuteveis para a Amazocircnia

somando esforccedilos principalmente no acircmbito da Agricultura Familiar elegendo prioridades

nas poliacuteticas de Creacutedito Rural do Governo Federal junto ao Ministeacuterio do Desenvolvimento

Agraacuterio (MDA) promovendo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores (Oacutergatildeos Oficiais de

Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural Ministeacuterios e Sociedade Civil Organizada) como

forma de criar estrateacutegias capazes de melhorar a realidade dos produtores

O BASA eacute responsaacutevel por uma parcela significativa de accedilotildees voltadas agrave geraccedilatildeo de emprego

e renda fixaccedilatildeo do homem no campo inclusatildeo social e ambiental Atraveacutes do Programa

Nacional para o Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos

individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares concedendo creacutedito para

financiar atividades agropecuaacuterias ou natildeo agropecuaacuterias para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou

modernizaccedilatildeo da estrutura de produccedilatildeo beneficiamento industrializaccedilatildeo e de serviccedilos no

estabelecimento rural ou em aacutereas comunitaacuterias rurais proacuteximas de acordo com projetos

especiacuteficos Figura 15

Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente

organizacional Fonte BASA (2015) Adaptada pela autora

O SEBRAEAM eacute uma instituiccedilatildeo sem fins lucrativos que integra o Sistema Nacional

SEBRAE para execuccedilatildeo de programas e projetos favoraacuteveis ao desenvolvimento das micro e

pequenas empresas do Estado do Amazonas

BASA

Produccedilatildeo

Fom

ento

D

esenv

olv

imen

to R

egio

nal

Ampliaccedilatildeo eou Modernizaccedilatildeo

da Estrutura de

Agricultura Familiar

Desenvolvimento Sustentaacutevel da Regiatildeo

Amazocircnica

Interlocuccedilatildeo com

Atores de Assist

Teacutecnica e Extensatildeo

Rural

Prioridades da Poliacutetica de

Creacutedito Rural do MDA

PRONAF

Projetos

Individuais eou

Coletivos

Atividades

Agropecuaacuterias

Serviccedilos

Industrializaccedilatildeo

Atividades natildeo

Agropecuaacuterias

143

O SEBRAEAM tem o compromisso de promover a competitividade e o

desenvolvimento sustentaacutevel e fomentar o empreendedorismo com vistas a induzir agrave

excelecircncia no desenvolvimento das micros e pequenas empresas Para isto disponibiliza e

executa cursos e palestras que orientam para o empreendedorismo a lideranccedila vendas

atendimento a clientes formaccedilatildeo dos preccedilos relaccedilotildees interpessoais tributaccedilatildeo mercado

cooperaccedilatildeo financcedilas e planejamento etc

44323 Ambiente Produtivo

O ambiente produtivo se apresenta como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana

nos municiacutepios em estudo O ambiente institucional eacute responsaacutevel por desenvolver e fornecer

o combustiacutevel para o funcionamento desse motor ao tempo em que ao ambiente

organizacional compete apontar a direccedilatildeo e fornecer os meios para a sua alavancagem O

ambiente produtivo estaacute subdividido em quatro subsistemas interligados que se articulam para

o seu perfeito funcionamento quais sejam insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo de bananas

propriamente dita que ocorre nas propriedades rurais o processamento e a comercializaccedilatildeo

dos produtos Cada subsistema possui elos especiacuteficos com caracteriacutesticas e finalidades

definidas

A produccedilatildeo de bananas ocorre nas propriedades agriacutecolas em trecircs etapas principais

preparaccedilatildeo do solo e plantio manutenccedilatildeo do cultivo e colheita das bananas (Figura 2) As

duas primeiras manteacutem interaccedilatildeo direta e constante com os fornecedores de insumos que

estatildeo situados dentro do proacuteprio sistema e com o ambiente institucional e organizacional por

meio do fluxo financeiro e de informaccedilotildees e do fluxo fiacutesico de produtos e serviccedilos que

migram destas empresas eou instituiccedilotildees para a propriedade A colheita da banana tambeacutem

possui interaccedilatildeo com o subsistema do processamento (visto que parte da produccedilatildeo eacute destinada

agraves cooperativas agriacutecolas e agroinduacutestrias) e da comercializaccedilatildeo tambeacutem com atividades

interligadas ao ambiente institucional e organizacional

O elo da cadeia produtiva que engloba os insumos de produccedilatildeo envolve as empresas

que fabricam distribuem e comercializam fertilizantes pesticidas calcaacuterio implementos e

acessoacuterios agriacutecolas como maacutequinas equipamentos e ferramentas usadas na produccedilatildeo

agriacutecola Estes atores mantecircm soacutelida relaccedilatildeo com os elos de produccedilatildeo e o processamento

O sistema do processamento envolve as bioinduacutestrias as agroinduacutestrias as empresas

de processamento as de suprimento fornecedoras de insumos as cooperativas e associaccedilotildees

agriacutecolas funcionando como subsistemas hora interligados hora funcionando independente

144

Contudo estes atores possuem estreita relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e o processamento e

influenciam e satildeo influenciados pelo fluxo fiacutesico financeiro e de informaccedilotildees

O sistema da comercializaccedilatildeo envolve desde os mercados internacional nacional e

regional para vendas no atacado e o mercado local onde podem ser processadas negociaccedilotildees

no atacado eou no varejo Este sistema guarda forte relaccedilatildeo com os sistemas de produccedilatildeo e

processamento influenciando e sendo influenciado pelos fluxos fiacutesicos de informaccedilotildees e

financeiro Estes satildeo constituiacutedos pelas instituiccedilotildees financeiras e de creacutedito e aqueles pelas

estruturas de escoamento da produccedilatildeo

A eficaacutecia da governanccedila na atuaccedilatildeo destas instituiccedilotildees eacute imprescindiacutevel para o

perfeito funcionamento do sistema produtivo visto que o ecircxito da cadeia depende da

participaccedilatildeo sistemaacutetica no desempenho das funccedilotildees especiacuteficas de cada elemento que integra

o sistema Nos sistemas produtivos agriacutecolas especialmente na produccedilatildeo de frutas estes

elementos vatildeo garantir a oferta de alimentos seguros evitando-se possiacuteveis riscos agrave sauacutede do

consumidor eou praacuteticas desleais de comeacutercio considerando que a qualidade e a seguranccedila

dos produtos de origem animal e vegetal dependem do cumprimento das boas praacuteticas de

fabricaccedilatildeo da fiscalizaccedilatildeo oficial e da correta aplicaccedilatildeo de normas e padrotildees teacutecnicos

estabelecidos

Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de se esperar um

ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva consolidada para

qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola

A Figura 16 mostra com base nas informaccedilotildees contidas nos capiacutetulos anteriores

onde haacute fluxos de contato intenso e os fluxos de contato moderado a relaccedilatildeo entre elos da

cadeia produtiva e onde precisam ser trabalhados para contribuir com o fortalecimento da

produccedilatildeo da banana nos dois municiacutepios estudados

Os fluxos de contato intenso satildeo aqueles identificados no sistema de produccedilatildeo com

relativa consolidaccedilatildeo das interaccedilotildees entre os atores dos ambientes institucional produtivo e

organizacional e com os fluxos fiacutesicos financeiros e de informaccedilotildees que permeiam o sistema

de forma a contribuiacuterem para o seu desenvolvimento poreacutem natildeo atingindo a eficaacutecia dos seus

objetivos Os fluxos de contato moderado satildeo aqueles identificados como de baixa

consolidaccedilatildeo impactando negativamente no funcionamento do processo de produccedilatildeo de

bananas comprometendo direta ou indiretamente a interatividade nos demais elos da cadeia e

o desenvolvimento do sistema como um todo

145

= Fluxo de contato intenso = Fluxo de contato moderado Figura 15 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de

Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Amazonas

Fonte autora pesquisa de campo (2012)

Insumos

Produccedilatildeo Processamento

Calcaacuterio

Implementos

agriacutecolas

Pesticidas

Fertilizantes

Propriedades

agriacutecolas

Cultivos de

bananeiras

Comercializaccedilatildeo

Acessoacuterios

agriacutecolas Associaccedilotildees

Cooperativas

Varejo

Mercado Local

PREMESDS

Fluxos fiacutesicos

Fluxos financeiros e de informaccedilotildees

Higienizaccedilatildeo

dos frutos

Atacado

Feiras

Intermediaacuterios

CONAB

MAPA

EMBRAPA

MMA

INCRA BB BASA

IPAAM SDS

SEPLANCTI IDAM UFAM BASA

SEPROR EMBRAPA INPA SDS

CONAB AFEAM

PREFEITURA MUNICIPAL

146

44324 Fluxos Fiacutesicos e de Informaccedilotildees

Quando se analisa os fluxos fiacutesicos da cadeia da banana deve-se levar em conta as

instituiccedilotildees e organizaccedilotildees que atuam na implementaccedilatildeo de accedilotildees diretas eou indiretas em

algum dos seus componentes podendo ser diretamente nas propriedades rurais ou em algum

outro segmento anti ou poacutes-produccedilatildeo

Em suma os fluxos fiacutesicos na cadeia produtiva da banana nos dois municiacutepios

estudados devem ser exercidos por instituiccedilotildees de ensino e pesquisas como INPA Embrapa

UFAM UEA IFAM bem como a Prefeitura municipal ou algumas secretarias estaduais

como a SEPRORIDAM SEPLANCTI SDS aleacutem do BASA AFEAM e CONAB Suas

accedilotildees vatildeo desde a obtenccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos necessaacuterios

para aprimorar e aumentar a produtividade da cultura no Amazonas como tambeacutem de darem

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para os produtores rurais contornarem minimizarem ou

solucionarem os problemas que podem de algum modo prejudicar suas vidas eou as suas

atividades agriacutecolas

4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos

Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

Observa-se que os fluxos intensos satildeo ainda minoria na cadeia produtiva da banana

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Quando se analisa o ambiente

produtivo da banana figura 16 no acircmbito das propriedades agriacutecolas onde estaacute concentrada a

produccedilatildeo propriamente dita do sistema foi identificado fluxo de contato intenso apenas no

que se refere agrave higienizaccedilatildeo dos frutos (lavagem dos cachos eou das palmas com soluccedilatildeo de

sulfato de alumiacutenio apoacutes a colheita para a descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e

precipitaccedilatildeo da sika) Esta eacute uma accedilatildeo muito primaacuteria mas essencial realizada em 867 e

100 das propriedades produtoras de bananas analisadas nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio preto da Eva respectivamente (Tabelas 5 e 8 do trabalho cientiacutefico 2)

As demais orientaccedilotildees teacutecnicas recomendadas para a higienizaccedilatildeo dos frutos nos

cultivos de bananeiras que vatildeo desde a disposiccedilatildeo dos cachos para transporte do bananal ao

local do despencamento ateacute a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as

escoriaccedilotildees que comprometem a qualidade dos frutos natildeo eram observadas pelos produtores

deixando de agregar valor e desfavorecendo a comercializaccedilatildeo dos frutos

O subsistema da comercializaccedilatildeo tambeacutem apresentou fluxo de contato intenso com

outros atores dentro do proacuteprio ambiente produtivo e tambeacutem com o ambiente

147

organizacional A pesquisa mostrou que no momento da comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo

houveram negociaccedilotildees intensas entre o mercado atacadista por meio de intermediaacuterios e nas

vendas realizadas nas feiras de Manaus e dos municiacutepios em estudo visto que 87 das

vendas no atacado no municiacutepio de Presidente Figueiredo foram realizadas com

intermediaacuterios e 47 nas feiras (Tabela 1 trabalho cientiacutefico 3) No Rio Preto da Eva as

negociaccedilotildees foram levemente mais intensas com 97 e 57 das vendas realizadas com

intermediaacuterios e nas feiras respectivamente (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3)

No fluxo de venda por atacado quer para intermediaacuterios como para feiras constatou-

se poucas opccedilotildees na comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo e uma dependecircncia elevada do componente

ldquointermediaacuteriordquo para que o produto chegue ao mercado consumidor reduzindo a margem de

lucro dos produtores Figura 16

Haacute tambeacutem um fluxo intenso consolidado entre as instituiccedilotildees do ambiente

organizacional e o produtivo por meio da comercializaccedilatildeo dos produtos Neste sentido o

Governo federal atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME e do

Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB em

parceria com o estado do Amazonas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel

- SDS e da Secretaria de Produccedilatildeo Rural - SEPROR vecircm apresentando significativa

participaccedilatildeo no apoio e desenvolvimento agrave cultura pela aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo rural de

bananas

No municiacutepio de Presidente Figueiredo 67 das vendas feita pela cooperativa e 47

das vendas das associaccedilotildees comunitaacuterias foram transacionadas com a CONAB (Tabela 1

trabalho cientiacutefico 3) enquanto que no municiacutepio de Rio Preto da Eva 43 das vendas da

cooperativa e 77 das vendas das associaccedilotildees (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3) tambeacutem foram

comercializadas com Companhia Nacional de Abastecimento

O fluxo intenso apresentado entre a SEPROR e SDS com o mercado local eacute

chancelado pelo apoio do governo do Estado em alocar os produtores rurais em feiras

distribuiacutedas em diversos pontos da cidade as chamadas feiras do produtor rural um local

destinado pelo governo local para vendas preferencialmente direto por produtores rurais

eliminando a figura do intermediaacuterio e favorecendo os produtores rurais

Estes elementos se apresentam como favoraacuteveis ao processo de desenvolvimento da

cultura da banana contudo ainda natildeo eacute satisfatoacuterio visto que a pesquisa registrou alta

dependecircncia dos produtores rurais na hora da comercializaccedilatildeo dos produtos uma vez que a

maior parte da venda da produccedilatildeo fica restrita a dois nichos de mercado apoiado pelo

148

governo o Programa da Agricultura Sustentaacutevel - PAS e o Programa de Regionalizaccedilatildeo da

Merenda Escolar - PREME Isto representa uma fragilidade ao sistema de produccedilatildeo da

banana

Todos os demais fluxos da cadeia seja do ambiente institucional seja do ambiente

organizacional com o ambiente produtivo se apresentam de forma ainda natildeo consolidada

com baixa ou nenhuma expressatildeo uma vez que o fluxo moderado dessas instituiccedilotildees com o

ambiente produtivo fragiliza o cultivo da cultura da banana e natildeo proporciona retorno

financeiro satisfatoacuterio aos produtores e ainda restringe a oferta de produtos agrave sociedade

regional comprometendo o desenvolvimento local e a sustentabilidade da cultura

444 CONCLUSOtildeES

No Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais estaduais e municipais capazes

de dar todo o suporte legal logiacutestico financeiro teacutecnico e social para consolidar os elos do

sistema produtivo da banana Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de

se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva

consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual

Contudo a situaccedilatildeo real encontrada nos dois municiacutepios natildeo estaacute em niacutevel elevado de

organizaccedilatildeo e atividades que resultem em produtividades competitividades e eficiecircncias

satisfatoacuterias conforme demonstrado pelas informaccedilotildees obtidas nas propriedades rurais e

contidas nos trecircs capiacutetulos anteriores dessa tese Essas instituiccedilotildees natildeo alcanccedilam a maioria

dos produtores de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva

Sem uma assistecircncia adequada os produtores tecircm dificuldades de adquirir insumos

agriacutecolas informaccedilotildees conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas e natildeo

conseguem transpor as barreiras que impedem a competitividade com os produtos vindos de

outras regiotildees do paiacutes perpetuando o atraso especialmente teacutecnico por parte dos produtores

rurais e a ineficiecircncia das instituiccedilotildees que natildeo alcanccedilam o ambiente produtivo da banana

149

45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS

DE BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS

RESUMO

Este trabalho apresenta uma proposta para construccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade visando medir a efetividade da integraccedilatildeo dos ambientes do sistema

produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas Ela foi construiacuteda a partir da revisatildeo de literatura e de pesquisas de campo

realizadas em trinta propriedades rurais produtoras de bananas localizadas no municiacutepio de

Rio Preto da Eva e quinze em Presidente Figueiredo O sistema produtivo estaacute constituiacutedo

pelos ambientes institucional organizacional o ambiente produtivo e as interaccedilotildees fiacutesicas e

financeiras que permeiam o sistema Ao final deste trabalho se consolidou as categorias os

elementos os descritores e os indicadores orientados para a mensuraccedilatildeo da sustentabilidade

do sistema produtivo da banana nos municiacutepios em estudo Para avaliar a sustentabilidade

nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os

indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees ambiental econocircmica social

espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que

mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de

aacutegua nos periacuteodos de estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos

cultivos fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o

ciclo produtivo Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo

de venda do produto sua industrializaccedilatildeo incorporando agroinduacutestrias produtoras de

subprodutos de valores agregados de maiores valores o mercado comprador e o escoamento

da produccedilatildeo Dentro da Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees

em Associaccedilotildees e Cooperativas Dentro da Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores que

mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a falta da posse

definitiva da terra e a disponibilidade de recursos hiacutedricos Dentro da Dimensatildeo Poliacutetica

poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades rurais estudadas nos dois municiacutepios

mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento sustentaacuteveis e fragilizadas perante a

globalizaccedilatildeo da economia

Palavras Chaves Sustentabilidade desenvolvimento local indicadores de sustentabilidade

150

ABSTRACT

This paper presents a proposal for the construction of sustainability indicators aimed at

measuring the effectiveness of the integration of the production of banana system

environments in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva in the

Amazon It was built from the literature review and field research carried out in thirty-

producing farms of bananas located in Rio Preto da Eva and fifteen in Presidente Figueiredo

The production system is made up of the institutional environments organizational

productive environment and the physical and financial interactions that underlie the system

At the end of this work was consolidated categories elements descriptors and indicators

aimed at measuring the sustainability of the production of banana system in the municipalities

studied To assess sustainability in banana crops in the municipalities of Presidente

Figueiredo and Rio Preto da Eva indicators can be measured from the environmental

economic social spatial geographic cultural and political Within the environmental

dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana systems are

the water supply during the dry season and the need to apply a soil fertilizer on crops based on

chemical analysis and the needs of banana during the production cycle Within the Economic

Dimension the indicators that may most affect sustainability of production of banana systems

are financing the production the sale price of the product banana agroindustry with

subproducts of higher economic values the buyers market and the flow of production Within

the Social Dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana

systems are health education and their participation in associations and cooperatives Within

the Space Geographic Dimension the indicators that can affect the sustainability of

production of banana systems are the lack of definitive land tenure and the availability of

water resources Within the Political Dimension there are few indicators used by rural

communities studied in the two municipalities keeping them in phased stages of sustainable

development and vulnerable before the global economy

Key Words Sustainability local development sustainability indicators

151

451 INTRODUCcedilAtildeO

O crescimento populacional e as relaccedilotildees de capital resultaram num consumo

desenfreado de mateacuteria prima para a manutenccedilatildeo da vida demandando uma produccedilatildeo de bens

de consumo e alimentos sem precedentes na histoacuteria Como consequecircncia os danos

provenientes da exaustatildeo eou mau uso dos recursos passaram a fazer parte do nosso cotidiano

nos obrigando a repensar as formas de produccedilatildeo especialmente de alimentos e o uso dos

recursos naturais Mais recentemente em paralelo acirraram-se as discussotildees em torno das

questotildees ambientais e do uso responsaacutevel dos recursos naturais

Nesse contexto mensurar o consumo numa conexatildeo com a natureza eacute imprescindiacutevel

para a tomada de decisotildees que primem por evitar desequiliacutebrios que comprometam ainda mais

o suporte de recursos do planeta Dessa forma eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

capacidade de suporte dos recursos naturais como forma de garantir o equiliacutebrio e a

sustentabilidade dos ecossistemas e da vida Nessa dinacircmica os indicadores desempenham

papel importante como instrumento para a mensuraccedilatildeo do consumo da degradaccedilatildeo do

ambiente do niacutevel de desenvolvimento econocircmico social poliacutetico e de suporte geograacutefico

No contexto do desenvolvimento econocircmico e da revoluccedilatildeo verde evidencia-se a

necessidade do uso de indicadores de sustentabilidade em virtude da utilizaccedilatildeo desenfreada

dos recursos naturais a maioria desses considerados irrenovaacuteveis Assim a Conferecircncia

Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Rio 92 caracterizou-se por

fortalecer as referecircncias na construccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade Posteriormente

surgiu a necessidade do desenvolvimento de indicadores ecoloacutegicos e de sustentabilidade por

parte de cada naccedilatildeo segundo o contexto local A Agenda 213 contribuiu como ponto de

partida para o encontro sobre Indicadores Ambientais e Desenvolvimento Sustentaacutevel de

Genebra em 1993 e ao Programa de Indicadores Ambientais que permite o monitoramento

das accedilotildees de desenvolvimento (HAMMOND et al 1995) aleacutem do estudo desenvolvido por

Marzall (1999) referenciado como marco do estudo de indicadores ocorrido durante o

coloacutequio internacional com o tema Indicador de Sustentabilidade realizado na Franccedila no ano

de 1996

Antes da deacutecada de 70 os estudos sobre o desenvolvimento se atinham basicamente

da utilizaccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos recursos e da distribuiccedilatildeo dos ganhos por eles

proporcionados A partir desse periacuteodo os debates nos foacuteruns mundiais sobre

3 Programa de accedilatildeo oriundo da Conferecircncia Rio-92 com mais de 2500 recomendaccedilotildees praacuteticas para o alcance

do desenvolvimento sustentaacutevel no seacuteculo XX

152

desenvolvimento incluiacuteram a temaacutetica da sustentabilidade mediante as dimensotildees econocircmica

social e ambiental Com as contribuiccedilotildees de Sachs (1997) nesse debate ocorre a inserccedilatildeo de

mais duas dimensotildees do desenvolvimento a espacial e a cultural Para o autor o

desenvolvimento perderia o sentido se ocorresse em detrimento da cultura da sociedade

O conceito de sustentabilidade da relaccedilatildeo homem-natureza foi propagado na sociedade

a partir da deacutecada de 50 mas soacute foi popularizado durante os anos 80 atraveacutes das discussotildees

para a consolidaccedilatildeo do relatoacuterio da Comissatildeo Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento

ndash CMMAD ndash de Brundtland4 conhecido como ldquoNosso Futuro Comumrdquo adotado como base

para a definiccedilatildeo dos princiacutepios da biodiversidade e do futuro das geraccedilotildees (SACHS 1993

MONTIBELLER FILHO 2004)

Nesse cenaacuterio o termo sustentabilidade comeccedila a ser atrelado ao desenvolvimento e

disseminado mundialmente visto que o desenvolvimento permite atender as necessidades

presentes sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de satisfazerem suas proacuteprias

necessidades (WCED 1987) Assim o desenvolvimento econocircmico e a utilizaccedilatildeo dos

recursos estatildeo inexoravelmente ligados no tempo e no espaccedilo

Este trabalho buscou identificar indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel da

cultura da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

para que se possa mensurar a sustentabilidade da cultura da banana e dos recursos naturais

envolvidos no processo de produccedilatildeo de forma a permitir o desenvolvimento local

4 Relatoacuterio da Comissatildeo Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) sobre os padrotildees de

desenvolvimento em relaccedilatildeo aos recursos naturais

153

452 MATERIAL E MEacuteTODOS

Para a definiccedilatildeo de indicadores visando a sustentabilidade da cultura da banana

primeiramente foram selecionadas as dimensotildees nas quais se pretendeu fundamentar o estudo

Estas observaram os conceitos de sustentabilidade que por sua vez estatildeo vinculados agrave

definiccedilatildeo de desenvolvimento Em seguida definiram-se os objetivos que se pretendeu

alcanccedilar e os componentes de estudo para cada dimensatildeo

A dimensatildeo delimita o estudo em direccedilatildeo ao objetivo que se deseja alcanccedilar Este

quando alcanccedilado iraacute apontar para a sustentabilidade do objeto em anaacutelise que seraacute

alcanccedilado mediante a definiccedilatildeo dos componentes para os quais seratildeo definidas as variaacuteveis

que seratildeo estudadas

Para a consecuccedilatildeo do objetivo deste trabalho a metodologia de pesquisa

compreendeu a identificaccedilatildeo de indicadores do desenvolvimento sustentaacutevel para cultivos de

bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

norteados pelas indicaccedilotildees de Sachs (2008) sobre as cinco dimensotildees que se configuram

como pilares do desenvolvimento sustentaacutevel ambiental econocircmica social

espacialgeograacutefico e poliacutetica que se relacionam com a atividade agriacutecola do cultivo de

bananeiras nos municiacutepios alvo da pesquisa Para cada dimensatildeo foram definidas as

categorias os elementos os descritores e um conjunto de indicadores que podem ser

avaliados para monitoramento da sustentabilidade em cultivos de bananeiras

Para a definiccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade sugeridos para o sistema

produtivo de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas seguindo as orientaccedilotildees de Daniel (2000) Moura (2002) e Sachs (2004)

adotamos os seguintes aspectos norteadores

a) O pressuposto baacutesico adotado foi o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade

onde o primeiro deve ser capaz de reduzir ou eliminar as desigualdades por meio da

modernidade inclusiva Enquanto que o segundo soacute se concretizaraacute atraveacutes de sintonia fina

entre as dimensotildees ambiental social econocircmica espacialgeograacutefica e poliacutetica envolvendo a

anaacutelise da capacidade de suporte os princiacutepios e as exigecircncias de cada dimensatildeo a fim de

alcanccedilar o equiliacutebrio entre os referenciais do desenvolvimento e da sustentabilidade

b) Foi dado o enfoque sistecircmico em niacutevel local considerando a complexidade dos

fenocircmenos que envolvem o sistema produtivo da banana e observadas as interrelaccedilotildees entre

os atores e os indicadores usando as informaccedilotildees colhidas pelo trabalho de campo realizados

nas comunidades rurais enfocadas por esse estudo

154

4521 Objeto e Aacuterea de Estudo

Para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimensatildeo analisada e identificar

suas forccedilas e fragilidades buscou-se definir caracteriacutesticas estrutural e funcional de cada

dimensatildeo e para estas se caracterizou elementos fiacutesicos bioloacutegicos e socioeconocircmicos

espacial e poliacutetico observando as categorias indicadas por Sachs (1993) Moura (2002) e

Montibeller Filho (2004)

O niacutevel de anaacutelise desta pesquisa situa-se na configuraccedilatildeo do conjunto de indicadores

de sustentabilidade para as dimensotildees ambiental econocircmica social espacial e poliacutetica para o

sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no

Amazonas Para cada dimensatildeo foram definidas categorias elementos descritores e os

indicadores em acordo com as especificidades locais dos cultivos em estudo

Os cultivos de bananeiras de 15 propriedades rurais no municiacutepio de Presidente

Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva dentre aquelas de cultivos essencialmente

comerciais foram selecionados e o estudo envolveu as lideranccedilas e associaccedilotildees comunitaacuterias

das propriedades investigadas as agroinduacutestrias relacionadas com o processo de produccedilatildeo da

banana bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para

tanto os liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de

agroinduacutestrias intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de

comercializaccedilatildeo das bananas Procedeu-se tambeacutem a uma pesquisa bibliograacutefica em sites da

internet para consolidar o trabalho

4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade

A descriccedilatildeo das etapas deste estudo teve como finalidade facilitar a compreensatildeo

sobre o processo e a loacutegica de construccedilatildeo dos indicadores e sobremaneira o percurso trilhado

e as teacutecnicas de pesquisas empregadas para o cumprimento dos objetivos

Primeiro procedeu-se a pesquisa bibliograacutefica sobre o uso e a construccedilatildeo de

indicadores de sustentabilidade para sistemas agriacutecolas com a finalidade de identificar os

aspectos metodoloacutegicos comuns e diacutespares para a construccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade e em quais dimensotildees se processaria o estudo

Neste momento as orientaccedilotildees de Sachs (1993) Moura (2002) e Montibeller Filho

(2004) foram fundamentais para definir as dimensotildees do estudo as categorias os elementos e

os descritores para a definiccedilatildeo do conjunto de indicadores de sustentabilidade

155

Esta etapa tambeacutem subsidiou a estruturaccedilatildeo do roteiro de entrevista com os produtores

rurais da regiatildeo a fim de identificar os limites baacutesicos do sistema produtivo de banana e os

fatores que influenciam sua sustentabilidade

Considerando os preceitos metodoloacutegicos orientados por Moura (2002) e Camino e

Muumlller (1993) de que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o contexto a

definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores locais a

definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e ainda que natildeo

existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal seguiu-se

a estrutura metodoloacutegica indicada pelos autores que orientam sete etapas para a definiccedilatildeo de

indicadores de sustentabilidade adaptadas para os cultivos de bananeiras nos municiacutepios em

estudo quais sejam

Definiccedilatildeo do sistema identificaccedilatildeo de categorias significativas para o sistema

identificaccedilatildeo dos elementos para cada categoria seleccedilatildeo dos descritores definiccedilatildeo dos

indicadores anaacutelise dos indicadores e procedimentos de monitoramento

156

453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade

A agricultura moderna eacute apontada por muitos autores (SACHS 1993 MOURA

2002 MONTIBELLER FILHO 2004 BECKER 2009 MELLO 2009) como a alternativa

mais promissora para promover o desenvolvimento socioeconocircmico nas aacutereas rurais do

Brasil Contudo ela natildeo deve ser tratada isoladamente mas sim aplicada como integrante do

processo de sustentabilidade visto que conforme adverte Sachs (1993) a sustentabilidade

pressupotildee o uso racional e equitativo dos recursos de forma a garantir a disponibilidade

desses agraves geraccedilotildees futuras visando sempre a melhoria das condiccedilotildees de vida das

comunidades

Orientaccedilatildeo semelhante se faz para as praacuteticas de crescimento e desenvolvimento

econocircmico com o propoacutesito de natildeo igualar os dois conceitos que possuem caracteriacutesticas bem

distintas visto que o primeiro considera somente o acuacutemulo de riquezas embora esta se

concentre nas matildeos de pequena parcela de indiviacuteduos da populaccedilatildeo Este processo natildeo remete

agrave igualdade nem agrave justiccedila social O segundo por sua vez preocupa-se com a geraccedilatildeo de

riquezas sim mas tem o objetivo de distribuiacute-las de melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees o que remete portanto agrave qualidade ambiental do planeta (CAVALCANTI

1997) Essa eacute a oacutetica moderna do desenvolvimento e deve embasar as discussotildees atuais sobre

a produccedilatildeo de bens e serviccedilos no anseio da equidade social e da sustentabilidade dos recursos

naturais em todo o planeta

A ideia de desenvolvimento local a partir da agricultura especialmente na regiatildeo

Norte sugere conciliar os fatores culturais as tradiccedilotildees locais a capacidade de suporte dos

recursos naturais e as interaccedilotildees econocircmicas e sociais de forma interdisciplinar enfrentando

o desafio do binocircmio agriculturafloresta de modo que sejamos capazes de tornaacute-la produtiva

sem destruiacute-la exercitando a sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade deve respaldar um processo multidimensional e

intertemporal a ser praticado na escala local tendo como focos dinamizadores minimamente

as dimensotildees ambiental (resiliecircncia) econocircmica (produtividade) e social (equidade e

economia) (HAMMOND et al 1995 SACHS 2004 e SEPUacuteLVEDA 2008)

De uma maneira geral a sustentabilidade da propriedade rural passa pelo

aproveitamento eficaz das aacutereas cultivadas procurando tirar delas as melhores produtividades

possiacuteveis e por longos periacuteodos de tempo diminuindo a necessidade de ocupar novas aacutereas de

florestas Para que possam dar um retorno financeiro adequado aos produtores seus usos

157

devem ser pautados em informaccedilotildees de mercado tendo tambeacutem apoio governamental com

assistecircncia teacutecnica e para o escoamento da produccedilatildeo sem comprometer a qualidade dos

produtos e a competitividade econocircmica

4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da

Banana dimensotildees objetivos e componentes

Os indicadores satildeo detentores de informaccedilotildees sobre a dinacircmica dos diferentes tipos

dimensionais (HAMMOND et al 1995) Na avaliaccedilatildeo da sustentabilidade os indicadores

vecircm sendo cada vez mais utilizados para mensuraccedilatildeo do consumo dos recursos naturais em

funccedilatildeo das suas principais consequecircncias nocivas para o meio ambiente uma vez que o

crescimento populacional exige volumes crescentes de mateacuteria prima para manutenccedilatildeo da

vida

O termo indicador implica em inferir apontar estimar conceituando-se como uma

variaacutevel selecionada e quantificada fornecendo pistas para problemas ou tornando

perceptiacuteveis tendecircncias ou fenocircmenos difiacuteceis de serem detectaacuteveis podendo ser apresentados

em forma de dados estatiacutesticos ou graacuteficos que nos revele traccedilos da realidade e tendecircncias

futuras que de outra forma natildeo seria facilmente percebida permitindo uma aproximaccedilatildeo

simplificada da realidade observada (SARANDOacuteN 2002) Os indicadores podem ser

definidos no acircmbito global nacional regional ou local Para o alcance dos objetivos aqui

propostos eles seratildeo definidos de acordo com as especificidades locais

De acordo com Hammond et al (1995) Sachs (2004) e Sepuacutelveda (2008)

sustentabilidade deve refletir processos multidimensionais e intertemporais preferencialmente

praticados em escalas locais focando a resiliecircncia a produtividade a equidade e economia e

deve ser avaliada por meio de indicadores que permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais

especiacuteficas a serem definidas de acordo com o sistema avaliado (CHRISTEN 1996)

admitindo inuacutemeras possibilidades visto que cada sistema possui especificidades

Entre as diversas possibilidades para a definiccedilatildeo das dimensotildees a serem estudadas

encontram-se as indicadas por Darolt (2000) soacutecio cultural teacutecnico agronocircmica econocircmica

ecoloacutegica e poliacutetico institucional Por sua vez Carvalho (1994) aponta para as dimensotildees

econocircmicas socioloacutegicas ambientais poliacuteticas culturais e institucionais Costabeber (1989)

recomenda econocircmica social ecoloacutegica geograacutefica e tecnoloacutegica enquanto que Camino e

Muumlller (1993) recomendam considerar justiccedila social viabilidade econocircmica sustentabilidade

ambiental democracia solidariedade e eacutetica Por fim haacute as orientaccedilotildees de Sachs (2004) pelas

dimensotildees ambiental social econocircmica poliacutetica cultural e territorial

158

Contudo Sachs (1993) adverte que para a sustentabilidade de qualquer tipo de

sistema que envolva seres humanos pressupotildee-se o uso racional e equitativo dos recursos

sendo fundamental considerar minimamente as dimensotildees econocircmicas ambiental e social

como condiccedilatildeo preciacutepua para a geraccedilatildeo do desenvolvimento no longo prazo na temporalidade

aproximada de 25 anos

Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva em acordo com as orientaccedilotildees de Sachs (2004) e

Montibeller Filho (2004) os indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees social

econocircmica ambiental espacialgeograacutefica e poliacutetica Para cada dimensatildeo devem ser

visualizados os componentes e os objetivos que se deseja alcanccedilar para o ambiente estudado

A partir destes foram definidas as variaacuteveis estudadas Assim o quadro 1 apresenta as

dimensotildees sob as quais o desenvolvimento do sistema produtivo da banana pode ser avaliado

nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas considerando as

informaccedilotildees obtidas no trabalho de campo nas comunidades rurais estudadas bem como os

objetivos que se deseja alcanccedilar e os componentes que devem ser avaliados em cada

dimensatildeo

Para esse estudo foram definidas cinco dimensotildees ambiental social econocircmica

espacialgeograacutefica e poliacutetica (Quadro 1) Para anaacutelise da sustentabilidade de cada dimensatildeo

foram identificados os objetivos que se deseja alcanccedilar e para isto definidos os componentes

que devem ser observados para que a partir destes possam ser indicadas as categorias os

elementos os descritores e os indicadores para cada dimensatildeo analisada Para a

sustentabilidade dos cultivos de bananeiras no Amazonas o sistema seraacute analisado no acircmbito

local

O estudo da sustentabilidade ambiental objetiva a melhoria da qualidade do ambiente e

preservaccedilatildeo dos recursos naturais Ela pode ser avaliada por meio do acompanhamento dos

ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas do uso dos recursos naturais natildeo renovaacuteveis da prioridade

agrave produccedilatildeo de biomassa do aproveitamento dos insumos naturais da reduccedilatildeo do consumo

energeacutetico das tecnologias empregadas no sistema produtivo dos iacutendices de resiacuteduos no

processo produtivo da destinaccedilatildeo dos resiacuteduos e cuidados ambientais observados no processo

produtivo Quadro 1

A sustentabilidade da dimensatildeo social que visa a reduccedilatildeo das desigualdades sociais

deve observar a criaccedilatildeo de postos de trabalho sauacutede educaccedilatildeo a disponibilidade de emprego

a renda (distribuiccedilatildeo) o respeito agrave cultura local o aproveitamento do conhecimento

159

tradicional ou taacutecito as formas e niacuteveis de organizaccedilotildees sociais e a produccedilatildeo de bens que

favoreccedilam o atendimento agraves necessidades baacutesicas das pessoas envolvidas direta eou

indiretamente no processo produtivo

Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o

desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do

Amazonas DIMENSAtildeO OBJETIVO COMPONENTES

Sustentabilidade

Ambiental

Melhoria da qualidade do

ambiente e preservaccedilatildeo

das fontes de recursos

naturais

Respeito aos ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas

O uso de recursos naturais natildeo renovaacuteveis

Prioridade agrave produccedilatildeo de biomassa

Aproveitamento dos insumos naturais

Reduccedilatildeo do consumo de energia

Tecnologias empregadas no processo produtivo

Iacutendices de resiacuteduos nos processos produtivos

Destinaccedilatildeo dos resiacuteduos

Cuidados ambientais

Sustentabilidade

Social

Reduccedilatildeo das

desigualdades sociais

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

Sauacutede

Educaccedilatildeo

Emprego

Renda (distribuiccedilatildeo)

Cultura local

Conhecimento tradicional ou taacutecito Organizaccedilotildees sociais

Produccedilatildeo de bens que favoreccedilam o atendimento agraves

necessidades baacutesicas

Sustentabilidade

Econocircmica

Melhoria da riqueza

social

Fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e

privados

Manejo eficiente dos recursos disponiacuteveis

Capacidade econocircmica

Capacidade produtiva do cultivo

Aproveitamento dos recursos internos (da

propriedade)

Absorccedilatildeo (pela propriedade) dos custos

ambientais

Produtividade

Reduccedilatildeo da dependecircncia externa

Canais de comercializaccedilatildeo

Sustentabilidade

Espacial

Geograacutefica

Evitar excessos de

aglomeraccedilotildees e exaustatildeo

dos recursos

Capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo)

Capacidade endoacutegena de desenvolvimento

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra

Disponibilidade de infraestrutura

Capacidade de suporte dos recursos naturais

Sustentabilidade

Poliacutetica

Democratizaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas

existentes e fortalecimento

da governanccedila

Criaccedilatildeo de Leis e desenvolvimento de poliacuteticas

para a agricultura

Organizaccedilatildeo poliacutetico institucional

Democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional

existente

Cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica Governanccedila Fonte Sachs (2004) Montibeller Filho (2004) Adaptado pela autora

160

A sustentabilidade na dimensatildeo econocircmica que tem por objetivo a melhoria da

riqueza social deve observar o fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e privados o

manejo dos recursos disponiacuteveis a capacidade econocircmica a capacidade produtiva do cultivo

o aproveitamento dos recursos internos da propriedade absorccedilatildeo pela propriedade dos custos

ambientais a produtividade o niacutevel de dependecircncia externa e os canais de comercializaccedilatildeo

(Quadro 1)

A sustentabilidade da dimensatildeo espacialgeograacutefica objetiva evitar os excessos de

aglomeraccedilatildeo e consequentemente a exaustatildeo dos recursos Pode ser monitorada pela

observaccedilatildeo da capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo) a capacidade endoacutegena de

desenvolvimento a democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra a infraestrutura e a capacidade de

suporte dos recursos naturais

A sustentabilidade na dimensatildeo poliacutetica objetiva a democratizaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas existentes e as adequaccedilotildees que se fizerem necessaacuterias e ainda pelo niacutevel de

governanccedila Pode ser monitorado por meio dos seguintes componentes criaccedilatildeo de Leis e

desenvolvimento de poliacuteticas para a o fortalecimento da agricultura as formas e niacuteveis da

organizaccedilatildeo poliacutetico institucional a democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional existente a

cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica os niacuteveis de governanccedila na gestatildeo destes componentes e

pela apropriaccedilatildeo pelo cidadatildeo dos serviccedilos puacuteblicos institucionais

4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana

Ateacute a deacutecada de cinquenta o desenvolvimento foi entendido como sinocircnimo do

crescimento econocircmico mensurado por indicadores de ordem estritamente quantitativa A

partir de 1960 acirraram-se as discussotildees sobre desenvolvimento atrelado agrave sustentabilidade

como caraacuteter indissociaacutevel e os indicadores do desenvolvimento econocircmico de ordem

meramente quantitativa tornaram-se insuficientes para aferir o grau de desenvolvimento

visto que natildeo considerava o bem estar social nos diferentes niacuteveis de agregaccedilatildeo humana com

melhorias na qualidade de vida da populaccedilatildeo a exemplo da diminuiccedilatildeo dos niacuteveis de pobreza

de desemprego e desigualdade das condiccedilotildees de sauacutede nutriccedilatildeo educaccedilatildeo moradia

transporte (SANDRONI 1999 MOURA 2002 CUNHA 2006) intensificando as

investigaccedilotildees em torno de indicadores capazes de aferir a sustentabilidade em diferentes

contextos

Os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade assumem papel importante no

processo de construccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade bem como na definiccedilatildeo das

161

dimensotildees analisadas dos objetivos dos componentes e das variaacuteveis estudadas revelando o

que eacute importante ser medido e como avaliar e interpretar os resultados (LOPES 2001) Neste

sentido os indicadores permitiratildeo noccedilotildees comparativas visto que um criteacuterio eacute mais ou

menos sustentaacutevel em dado contexto natildeo existindo modelos definitivos para cada criteacuterio

(MOURA 2002)

Os indicadores precisam ser os mais especiacuteficos possiacuteveis de modo a se evitar

ambiguidades e problemas de validade e confiabilidade devendo incluir o objetivo ou a meta

a ser alcanccedilado o aspecto a ser medido o periacuteodo abrangido e a aacuterea fiacutesica em questatildeo

devendo tambeacutem ser mensuraacuteveis atingiacuteveis relevantes e oportunos (GUIJT 1999)

Moura (2002) assegura que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o

contexto a definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores

locais a definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees Para

Camino e Muumlller (1993) devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias e distintas de cada ecossistema

natildeo existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal Os

autores sugerem uma estrutura metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade composto de sete etapas que foram adaptadas para o sistema produtivo da

banana figura 1

Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade

Fonte Camino e Muumlller (1993) adaptada pela autora

Identificaccedilatildeo de Categorias Significativas

Definiccedilatildeo do Sistema

Identificaccedilatildeo de Elementos Significativos em Cada

Sistema

Identificaccedilatildeo e Seleccedilatildeo de Descritores

Definiccedilatildeo e Obtenccedilatildeo de Indicadores

Anaacutelise de Indicadores

Procedimentos de Monitoramento

1deg

Pas

so

2deg

e 3deg

Pas

sos

4deg

e 5

deg

Pas

sos

6deg

Pas

so

7deg

Pas

so

Atr

ibuto

s

chav

e par

a

o s

iste

ma

Sistema Local

Car

act

dos

elem

ento

s e

Med

idas

do

s

des

crit

ore

s

162

As fases dessa sequecircncia metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de

sustentabilidade em primeiro passo orienta que seja determinado o sistema a ser analisado o

qual segundo Yurjevic (1996) apud Daniel (2000) pode ser delimitado nos niacuteveis global

nacional regional ou local permitindo adaptaccedilotildees em acordo com os interesses da avaliaccedilatildeo

Para a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente

Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalhamos com a delimitaccedilatildeo em niacutevel local

O segundo e terceiro passos respectivamente referem-se agrave identificaccedilatildeo das

categorias - que eacute um aspecto do sistema - e dos elementos significativos do sistema ndash que satildeo

parte da categoria - que apresentam significacircncia dado o grau de influecircncia desses na

sustentabilidade do sistema e a importacircncia que eles assumem para a finalidade do estudo

Estas estatildeo atreladas ao que Hansen (1996) e Marzall (1999) apud Lopes (2001) denominam

de atributos chave que influenciam na sustentabilidade de cada categoria e portanto no

sistema geral

Segundo Aacutevila (1989) Torquebiau (1989) e Camino e Muumlller (1993) apud Daniel

(2000) qualquer sistema em qualquer niacutevel de organizaccedilatildeo ou agregaccedilatildeo pode ser avaliado

mediante a anaacutelise de quatro tipos de categorias

Recursos endoacutegenos compotildeem a base de recursos do sistema ou seja representam

sua estrutura Os indicadores relacionados a essa categoria devem evidenciar se o sistema

impacta negativamente ou se melhora a base de recursos

Recursos exoacutegenos eacute formada pelos mesmos elementos da categoria dos recursos

endoacutegenos poreacutem satildeo recursos de sistemas externos com os quais o sistema estudado

manteacutem relaccedilotildees afetando e sendo afetado por eles Tambeacutem compotildeem a parte estrutural (dos

sistemas exoacutegenos)

Operaccedilatildeo do sistema representa a parte funcional do sistema constituiacutedo das

atividades necessaacuterias agrave sua exequibilidade Os indicadores desta categoria devem mostrar se

o seu manejo e desempenho satildeo compatiacuteveis com as exigecircncias da sustentabilidade

Operaccedilatildeo de sistemas exoacutegenos satildeo atividades de fora do sistema necessaacuterias ao

funcionamento do mesmo constituem sua parte funcional No sistema produtivo da banana

representam os ambientes institucional e organizacional os fluxos financeiros e de

informaccedilotildees que envolvem o sistema e o consumidor (local regional nacional e

internacional) Estes ambientes comportam o aparato legal de suporte ao sistema em estudo a

disponibilidade de recursos financeiros humanos e tecnoloacutegicos a assistecircncia teacutecnica a

163

ciecircncia e tecnologias disponiacuteveis a infraestrutura disponibilizada a comercializaccedilatildeo da

produccedilatildeo etc

O quarto e quinto passos respectivamente tratam da identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos

descritores que satildeo caracteriacutesticas relevantes dos elementos selecionados na etapa anterior e

subordinam-se aos atributos de sustentabilidade do sistema e ao niacutevel de agregaccedilatildeo e da

definiccedilatildeo e obtenccedilatildeo de indicadores que satildeo medidas importantes para esses descritores A

literatura recomenda que para cada descritor relevante deve-se definir ao menos um

indicador No quinto passo tambeacutem eacute realizada a pesquisa de campo

As etapas sexta e seacutetima orientam agrave anaacutelise dos indicadores e os procedimentos de

monitoramento Segundo Daniel (2000) a sexta pode ser subdividida em seis etapas a)

significado do indicador b) o que como onde e quando medir c) insumos necessaacuterios para o

caacutelculo d) limitaccedilotildees do indicador e) valoreslimites do indicador f) apresentaccedilatildeo e

interpretaccedilatildeo dos resultados A seacutetima pode ter seus procedimentos descritos individualmente

para cada indicador ou para todo o conjunto da forma que melhor responder ao sistema

analisado

4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios

de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas

O quadro 2 identifica as categorias elementos descritores e indicadores da Dimensatildeo

Ambiental visando o cultivo de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio

Preto da Eva Amazonas Na uacuteltima coluna satildeo mostrados os indicadores a serem trabalhados

nessa dimensatildeo tendo em vista os recursos edafoclimaacuteticos fauniacutesticos energeacuteticos manejo

e de luminosidade a serem considerados dentro e fora da propriedade rural

Dentro desses paracircmetros sobressaem a) a preocupaccedilatildeo com o estoque de aacutegua nos

periacuteodos de estiagem b) a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos

fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo

produtivo Esses dois paracircmetros satildeo considerados os mais importantes tendo em vista a baixa

capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua dos solos predominantes na regiatildeo (COCHRANE et al 1985

MARQUES et al 2010) e a sazonalidade da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica (RIBEIRO VILA

NOVA 1979 SALATI MARQUES 1984) como tambeacutem pela baixa fertilidade natural dos

solos de terra firme da Amazocircnia (COCHRANE SANCHEZ 1982 NICHOLAIDES et al

1983) e o haacutebito dos produtores natildeo darem importacircncia para a reposiccedilatildeo dos nutrientes

retirados pela sua produccedilatildeo ou entatildeo por adubarem seus cultivos sem o respaldo de uma

164

anaacutelise quiacutemica dos seus solos conforme verificado nas pesquisas de campo e os resultados

apresentados nos capiacutetulos anteriores dessa tese

Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Aacutegua

Quantidade Iacutendice da pluviosidade anual (mm)

Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)

Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)

Reservatoacuterios de aacutegua (simnatildeo)

Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)

Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)

Solo

Classificaccedilatildeo

Tipos de solos

Terraceamento (simnatildeo)

Conservaccedilatildeo

Preparo mecanizado (simnatildeo)

Estimativa de perda de sedimentos via

erosatildeo (thaa-1

)

Microclima Umidade do solo ()

Temperatura do solo (degC)

Qualidade

Quiacutemica

Teor de mateacuteria orgacircnica ()

Niacutevel de acidez (pH)

Estimativa da perda de nutrientes via

lixiviaccedilatildeo (kghaa-1

)

Estimativa da perda de nutrientes via

exportaccedilatildeo (kghaa-1

)

Fertilidade (altameacutediabaixa)

Qualidade Fiacutesica

Textura (argilosasiltosaargilosa)

Retenccedilatildeo de aacutegua ()

Erodibilidade (altameacutediabaixa)

Profundidade da camada de restriccedilatildeo ao

desenvolvimento radicular (cm)

Iacutendice meacutedio de compactaccedilatildeo (densidade

aparente gdm3)

Contaminantes

Aplicaccedilatildeo de agrotoacutexicos com conhecido

poder residual prolongado no solo e com

facilidade de lixiviaccedilatildeo (simnatildeo)

Aplicaccedilatildeo de resiacuteduos industriais no solo

utilizados como fertilizantes ou

corretivos que contenham contaminantes

bioacumuladores nocivos (simnatildeo)

Fauna Fitossanidade

Presenccedila de praga (simnatildeo)

Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)

Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)

Energia

Solar Aproveitamento de energia solar

(simnatildeo)

Eoacutelica Aproveitamento de energia eoacutelica

(simnatildeo)

Hiacutedrica Aproveitamento de energia hiacutedrica

(simnatildeo)

165

Luz Radiaccedilatildeo

Temperatura no cultivo (degC)

Interceptaccedilatildeo razatildeo da radiaccedilatildeo

fotossinteticamente ativa acima do

cultivoniacutevel do solo

Recursos

Exoacutegenos

Aacutegua

Quantidade

Iacutendice da pluviosidade anual (mm)

Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)

Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)

Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)

Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)

Fauna Fitossanidade

Presenccedila de praga (simnatildeo)

Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)

Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Manejo

Teacutecnico

Solo

Presenccedila de cobertura vegetal nativa

(simnatildeo)

Presenccedila de cobertura vegetal cultivada

(simnatildeo)

Presenccedila de erosatildeo (simnatildeo)

Manejo da fertilidade (simnatildeo)

Vegetaccedilatildeo

Manutenccedilatildeo da mata nativa (simnatildeo)

Atende as determinaccedilotildees legais sobre

manutenccedilatildeo de aacutereas de floresta

(simnatildeo)

Aproveitamento de resiacuteduos orgacircnicos

(simnatildeo)

Aacutegua

Respeita a capacidade de suporte hiacutedrico

(simnatildeo)

Manutenccedilatildeo da qualidade dos recursos

hiacutedricos (simnatildeo)

Construccedilatildeo de reservatoacuterios (simnatildeo)

Resiacuteduos

Quantidade de resiacuteduos orgacircnicos natildeo

aproveitados depositados direto no

sistema (restos vegetais animais etc)

(thaa-1

)

Resiacuteduos inorgacircnicos natildeo aproveitados

depositados direto no sistema

(vasilhames maquinarias etc) (simnatildeo)

Reciclagem de embalagens de forma

direta ou indireta (simnatildeo)

Correto armazenamento de embalagens

de produtos toacutexicos (simnatildeo)

Realiza queimadas (simnatildeo)

Tratamento de resiacuteduos (simnatildeo)

Compostagem (simnatildeo)

Uso de Recursos

Naturais natildeo

Renovaacuteveis

Uso de energia eleacutetrica (simnatildeo)

Uso de combustiacuteveis foacutesseis (simnatildeo)

Fonte autora

166

Accedilotildees que minimizem ou sobreponham essas limitaccedilotildees podem favorecer os cultivos

de bananeiras nas propriedades rurais resultando em maiores produtividades e menores

impactos ambientais dentro da mesma diminuindo os riscos de erosatildeo e exposiccedilatildeo direta dos

solos ao Sol e chuvas

Quando se analisa a Dimensatildeo Econocircmica (Quadro 3) e levando em consideraccedilatildeo os

resultados jaacute mencionados nos capiacutetulos anteriores que se embasaram nos trabalhos de campo

diversos indicadores devem ser enfatizados quando se pretende atingir determinada

sustentabilidade do cultivo de bananeiras nos municiacutepios estudados

Os indicadores que mais influenciam a sustentabilidade dos cultivos satildeo o

financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do produto o mercado comprador e o

escoamento da produccedilatildeo Os produtores tem muita dificuldade em conseguir financiamento

em bancos em suma por natildeo ter a posse definitiva da propriedade rural Como eles tem

dificuldades em escoar suas produccedilotildees ficam refeacutens dos atravessadores ou entatildeo de oacutergatildeos

governamentais que adquirem sua produccedilatildeo por preccedilos muito baixos limitando-se tambeacutem

em comprar apenas parte da colheita

Aleacutem disso haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias para o fortalecimento

da cadeia produtiva tendo em vista um melhor aproveitamento da mateacuteria prima para a

produccedilatildeo de subprodutos da banana bem como da bananeira em si como doces geleias

fibras e outras aplicaccedilotildees industriais (SEBRAE 2008) reduzindo as perdas que podem

atingir 60 dos frutos da colheita ateacute o momento do consumo (SEBRAE 2008 Brasil

2010)

Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Financeiro Vendas Volume de vendas (ta)

Preccedilo de venda do produto (R$penca) -

(R$cacho)

Renda bruta (R$a)

Renda liacutequida (R$a)

Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)

Maquinaria (simnatildeo)

Capacitaccedilatildeo de recursos humanos

(simnatildeo)

Recursos tecnoloacutegicos (simnatildeo)

Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)

Varejo (ta)

Canais de

Comercializaccedilatildeo

Empresas (ta)

Intermediaacuterios (ta)

167

Cooperativas (ta)

Governo (ta)

Mercados Internacional (ta)

Nacional (ta)

Regional (ta)

Local (ta)

Recursos

Exoacutegenos

Financeiro Financiamentos Fluxo de investimentos privados (R$a)

Fluxo de investimentos puacuteblicos (R$a)

Subvenccedilatildeo (R$a)

Existecircncia de linhas de creacutedito especiacutefica

(simnatildeo)

Disponibilidade de creacutedito para

produtores proprietaacuterios (simnatildeo)

Disponibilidade de creacutedito para

produtores natildeo proprietaacuterios (simnatildeo)

Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)

Maquinaria (simnatildeo)

Capacitaccedilatildeo de recursos humanos

(simnatildeo)

Recursos tecnoloacutegicos e instalaccedilatildeo de

agroinduacutestrias (simnatildeo)

Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)

Varejo (ta)

Canais de

Comercializaccedilatildeo

Empresas (ta)

Intermediaacuterios (ta)

Cooperativas (ta)

Governo (ta)

Mercados Internacional (ta)

Nacional (ta)

Regional (ta)

Local (ta)

Operaccedilatildeo

do Sistema

Insumos Disponibilidade

no Mercado

Fertilizantes quiacutemicos (simnatildeo)

Adubos orgacircnicos (simnatildeo)

Implementos agriacutecolas (simnatildeo)

Mudas (simnatildeo)

Status dos

Insumos no

Mercado

(aquisiccedilatildeo)

No municiacutepio (simnatildeo)

No Estado (simnatildeo)

Na regiatildeo (simnatildeo)

No mercado nacional (simnatildeo)

Economia de

Recursos

Reduccedilatildeo de insumos externos

(agrotoacutexicos fertilizantes embalagens

etc) (simnatildeo)

Ampliaccedilatildeo do aproveitamento de

resiacuteduos (simnatildeo)

Emprego de

Matildeo de Obra

Familiar Assalariada (simnatildeo)

De subsistecircncia (simnatildeo)

Contratada Temporaacuteriasafra (simnatildeo)

168

Permanente (simnatildeo)

Niacutevel

Tecnoloacutegico

No Cultivo Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a formaccedilatildeo dos cultivos (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a manutenccedilatildeo dos tratos culturais

(simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a colheita (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o poacutes colheita (simnatildeo)

Uso de equipamentos modernos

(simnatildeo)

Na

Comercializaccedilatildeo

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o armazenamento (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o transporte (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para o controle de estoques (simnatildeo)

Uso de tecnologias modernas especiacuteficas

para a formaccedilatildeo de banco de dados

(simnatildeo)

Na

Transformaccedilatildeo

do Produto

Processo totalmente mecanizado

(simnatildeo)

Processo parcialmente mecanizado

(simnatildeo)

Comercializaccedilatildeo

dos Produtos

No tacado Supermercados (kga)

Feiras (kga)

CEASA (kga)

Intermediaacuterios (kga)

Governo (kga)

No Varejo Feiras (kga)

Na propriedade agriacutecola (kga)

Infra Estrutura Escoamento da

Produccedilatildeo

Estradas asfaltadas (simnatildeo)

Estradas de terra (simnatildeo)

Fluvial (simnatildeo)

Transporte da

Produccedilatildeo

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash do governo (simnatildeo)

Fluvial ndash do governo (simnatildeo)

Da cooperativa (simnatildeo)

Da associaccedilatildeo (simnatildeo)

Armazenamento Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)

Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)

Assistecircncia

Teacutecnica

Rural Trimestral (simnatildeo)

Semestral (simnatildeo)

169

Anual (simnatildeo)

Financeira Semestral (simnatildeo)

Anual (simnatildeo)

Gestatildeo Semestral (simnatildeo)

Anual (simnatildeo)

Economia de

Recursos

Reduccedilatildeo no

Consumo

Insumos de produccedilatildeo (caixas

embalagens etc) Fonte autora

Uma anaacutelise da Dimensatildeo Social (Quadro 4) considerando as informaccedilotildees obtidas nas

propriedades rurais estudadas e nos oacutergatildeos envolvidos aponta que os indicadores que mais

afetam a sustentabilidade dos sistemas satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em

Associaccedilotildees e Cooperativas Os serviccedilos de atendimento de sauacutede satildeo precaacuterios obrigando-os

a irem aos centros urbanos para serem atendidos tendo em vista que apenas em Manaus eles

encontram serviccedilos mais sofisticados para a resoluccedilatildeo de seus problemas com doenccedilas e afins

Por outro lado geralmente eles tecircm pouco acesso a uma educaccedilatildeo consolidada na aacuterea

rural precisando enviar seus filhos para escolas nas aacutereas urbanas do municiacutepio submetendo-

os a grandes dispecircndios com deslocamentos etc Quanto agraves suas Associaccedilotildees e Cooperativas

haacute pouca ou quase nenhuma organizaccedilatildeo uma vez que muitas apresentam apenas seus

nuacutemeros de CNPJ e uma relaccedilatildeo dos associadoscooperados com os nomes e telefones de

contato Algumas contribuem para a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo mas outras nem isso

fazem com cada produtor comercializando sua produccedilatildeo de forma individual

Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Desenvolvimento

Cultural

Arqueoloacutegico

Presenccedila de siacutetio ou vestiacutegio

arqueoloacutegico na aacuterea dos cultivos

(simnatildeo)

Preservaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio

arqueoloacutegico (simnatildeo)

Divulgaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio ou de

vestiacutegios arqueoloacutegico (simnatildeo)

Turiacutestico

Presenccedila de equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

(simnatildeo)

Divulgaccedilatildeo dos equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

(simnatildeo)

Exploraccedilatildeo dos equipamentos com

potencial turiacutestico ndash cachoeiras

corredeiras trilhas grutas etc

170

(simnatildeo)

Artesanal

Existecircncia de mateacuteria prima para

confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)

Confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)

Patrimocircnio

Religioso

Existecircncia de templos ou outras

aacutereas consideradas sagradas

(simnatildeo)

Existecircncia de cemiteacuterios (simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Desenvolvimento

Humano

Sauacutede

Posto meacutedico (simnatildeo)

Hospitais (simnatildeo)

Laboratoacuterios cliacutenicos (simnatildeo)

Cliacutenicas odontoloacutegicas (simnatildeo)

Educaccedilatildeo

Escolas de ensino superior

(Faculdades) (simnatildeo)

Escolas de ensino meacutedio (simnatildeo)

Escolas de ensino fundamental

(simnatildeo)

Emprego

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

temporaacuterio (em relaccedilatildeo ao ano

anterior)

Criaccedilatildeo de postos de trabalho

permanente (em relaccedilatildeo ao ano

anterior)

Garantia dos diretos trabalhistas

(simnatildeo)

Qualificaccedilatildeo do trabalho (segundo

orientaccedilatildeo da OITtrabalho decente5)

Habitaccedilatildeo

Habitaccedilotildees de alvenaria (un)

Habitaccedilotildees de madeira (un)

Habitaccedilotildees de outros materiais (un)

Saneamento

baacutesico

Redes de esgoto nas ruas (simnatildeo)

Estaccedilotildees de tratamento de esgoto

(simnatildeo)

Rede de distribuiccedilatildeo de aacutegua

(simnatildeo)

Rede de distribuiccedilatildeo de energia

eleacutetrica (simnatildeo)

Organizaccedilotildees

Sociais

Associaccedilotildees

comunitaacuterias

Existecircncia de associaccedilatildeo comunitaacuteria

(simnatildeo)

Participaccedilatildeo da sociedade ()

Cooperativas

agriacutecolas

Existecircncia de cooperativas rurais

(simnatildeo)

Participaccedilatildeo da comunidade ()

Cooperativas

agroindustriais

Existecircncia de cooperativas

agroindustriais (simnatildeo)

5 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo

implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a

dignidade humana

171

Participaccedilatildeo da comunidade ()

Lazer

Disponibilidade de estruturas de

lazer puacuteblica (simnatildeo)

Disponibilidade de estruturas de

lazer privada (simnatildeo)

Participaccedilatildeo da sociedade ()

Creches Disponibilidade de creches (simnatildeo)

Organizaccedilotildees

Religiosas

Igrejas

Preservaccedilatildeo de igrejastemplos ou

outras aacutereas consideradas sagradas

no municiacutepio (un)

Cemiteacuterios Preservaccedilatildeo de cemiteacuterios (simnatildeo) Fonte autora

Quanto agrave Dimensatildeo EspacialGeograacutefico (Quadro 5) de todos os indicadores

identificados os mais importantes a serem considerados quando se leva em consideraccedilatildeo a

sustentabilidade do sistema produtivo satildeo a falta da posse definitiva da terra problema que

aflige a maioria dos produtores e agraves vezes agrave falta de aacutegua no periacuteodo de secas anuais

Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash

Dimensatildeo EspacialGeograacutefico

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Recursos

Naturais

Ocupaccedilatildeo do

Territoacuterio

Propriedade da Terra (simnatildeo)

Disponibilidade de infraestrutura de

acesso agrave propriedade (simnatildeo)

Terra

Disponibilidade de Terra para a

expansatildeo dos cultivos (ha)

Disponibilidade de terra para a

introduccedilatildeo de novas culturas (simnatildeo)

Disponibilidade de recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra

Aacutegua

Disponibilidade de recursos hiacutedricos

naturais ndash rios lagos igarapeacutes etc

(simnatildeo)

Democratizaccedilatildeo do acesso agrave aacutegua

(simnatildeo)

Operaccedilatildeo do

Sistema

Manejo dos

Recursos

Naturais

Ocupaccedilatildeo do

Territoacuterio

Propriedade da Terra (simnatildeo)

Capacidade de concentraccedilatildeo espacial

(habmsup2)

Capacidade do suporte hiacutedrico

(capacidade hiacutedricapor propriedade)

Hinfraestrutura disponiacutevel (transporte

energia armazenagem etc) (simnatildeo)

Recursos

Disponiacuteveis para o

Desenvolvimento

Disponibilidade de recursos minerais

(simnatildeo)

Disponibilidade de recursos turiacutesticos

(simnatildeo)

172

Disponibilidade de recursos artesanais

(simnatildeo)

Disponibilidade de espaccedilos para a

comercializaccedilatildeo (simnatildeo)

Disponibilidade de infraestrutura de

acesso agrave propriedade (simnatildeo) Fonte autora

A anaacutelise da dimensatildeo poliacutetica (Quadro 6) deve observar os recursos endoacutegenos

exoacutegenos e de operaccedilatildeo do sistema produtivo de bananas com o fim de conhecer quais as

forccedilas poliacuteticas atuantes no sistema produtivo e a influecircncia destas nos ambientes

institucional organizacional e produtivo e ainda entender como se processa os fluxos fiacutesicos

financeiros e de informaccedilotildees e o niacutevel de governanccedila existente entre os elementos do sistema

O ecircxito da dimensatildeo poliacutetica como elemento de desenvolvimento em determinado

territoacuterio se traduz no conjunto articulado das poliacuteticas existentes em niacutevel econocircmico e

social observadas preferencialmente as potencialidades locais em uma sucessatildeo de

operaccedilotildees indissociaacuteveis que se fortalecem agrave medida que se aprimora a governanccedila entre os

atores Assim a sustentabilidade da dimensatildeo poliacutetica aponta para o encadeamento das

atividades institucionais organizacionais e produtivas dos recursos endoacutegenos exoacutegenos e de

operaccedilatildeo do sistema

Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash

Dimensatildeo Poliacutetica

Categoria Elemento Descritor Indicadores

Recursos

Endoacutegenos

Desenvolvimento de

Poliacuteticas Puacuteblicas Municipal

Uso racional dos recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Uso racional da terra (simnatildeo)

Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

(simnatildeo)

Aproveitamento da energia solar (simnatildeo)

Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)

Infraestrutura direcionada ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Fomento direcionado agrave agricultura

(simnatildeo)

Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo de incremento da renda no setor

agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave

produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)

Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o

mercado internacional (simnatildeo)

173

Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)

Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias

(simnatildeo)

Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola

(simnatildeo)

Assentamento rural (simnatildeo)

Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental

(simnatildeo)

Controle sanitaacuterio

Recursos

Exoacutegenos

Desenvolvimento de

Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Uso racional dos recursos hiacutedricos

(simnatildeo)

Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas

(simnatildeo)

Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)

Infraestrutura direcionada ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Fomento direcionado agrave agricultura

(simnatildeo)

Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo de incremento da renda no setor

agriacutecola (simnatildeo)

Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave

produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)

Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o

mercado internacional (simnatildeo)

Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)

Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias

(simnatildeo)

Apoio agraves pesquisas relacionadas ao setor

agriacutecola (simnatildeo)

Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola

(simnatildeo)

Assentamento rural (simnatildeo)

Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental

(simnatildeo)

Controle sanitaacuterio

Operaccedilatildeo

de Sistemas

Execuccedilatildeo de

Poliacuteticas Puacuteblicas

Federal

Estadual

Municipal

Instituiccedilatildeo de Ensino Superior ndash IES

(simnatildeo)

Instituiccedilatildeo de Ensino Teacutecnico (simnatildeo)

Praacuteticas de inclusatildeo social (simnatildeo)

Praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica

(simnatildeo)

Praacuteticas de proteccedilatildeo da propriedade

intelectual (simnatildeo)

174

Praacuteticas de cooperativismo (simnatildeo)

Praacuteticas de associativismo (simnatildeo)

Controle da produccedilatildeo rural (simnatildeo)

Incentivos fiscais (simnatildeo)

Incentivos ao desenvolvimento

tecnoloacutegico (simnatildeo)

Atividades de licenciamento ambiental

(simnatildeo)

Atividades de fiscalizaccedilatildeo e

monitoramento ambiental (simnatildeo)

Defesa sanitaacuteria vegetal (simnatildeo)

Infraestrutura de transporte (simnatildeo)

Infraestrutura de energia (simnatildeo)

Atividades de desenvolvimento de micros

e pequenas empresas (simnatildeo)

Atividades de incentivos ao

empreendedorismo (simnatildeo)

Interlocuccedilatildeo com os atores (simnatildeo)

Atividades de incentivos ao

empreendedorismo (simnatildeo)

Atividades de incentivo agraves bioinduacutestrias

(simnatildeo) Fonte autora

Quando se analisa o Quadro 6 acima com mais detalhes e se leva em consideraccedilatildeo as

situaccedilotildees encontradas nas propriedades rurais estudadas percebe-se que os indicadores de

sustentabilidade na Dimensatildeo Poliacutetica satildeo pouco praticados ou estatildeo ausentes no sistema

produtivo de bananas nesses municiacutepios Essas ausecircncias ou incipiecircncias ocorrem tanto para

os recursos endoacutegenos e exoacutegenos como para os de operaccedilatildeo de sistemas Com raras

exceccedilotildees os produtores trabalham de forma isolada com pouco ou nenhum apoio

institucional (poliacutetico) eou organizacional (de assistecircncia teacutecnica eou financeira) para

resolver os problemas em suas propriedades rurais e os que surgem no sistema como um todo

Os oacutergatildeos oficiais apenas esporadicamente visitam suas propriedades para alertar no

cumprimento (e fiscalizaccedilatildeo) das leis ambientais e dando alguma assistecircncia teacutecnica agriacutecola

ou na aacuterea de sauacutede aleacutem de um precaacuterio suporte com escolas no niacutevel primaacuterio e agraves vezes no

secundaacuterio

Uns dos poucos serviccedilos prestados pelos governos federal estadual e municipal estatildeo

nas aacutereas de transporte e energia visto que a maioria das propriedades tem acesso rodoviaacuterio

Contudo as estradas que levam agraves propriedades em sua maioria satildeo de terra e de difiacutecil

deslocamento especialmente no periacuteodo chuvoso Todas as propriedades analisadas

175

dispunham de energia eleacutetrica poreacutem os equipamentos nas propriedades satildeo muito precaacuterios

dado o baixo niacutevel de investimentos em tecnologias aplicadas agrave produccedilatildeo e processamento

dos produtos

Tambeacutem foi identificada uma razoaacutevel assistecircncia por parte das prefeituras municipais

no transporte da produccedilatildeo das propriedades rurais ateacute agraves feiras do proacuteprio municiacutepio ou ateacute a

capital que eacute o maior centro consumidor destes produtos no momento da comercializaccedilatildeo

seja no atacado ou no varejo

O governo do Estado atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash

PREME em parceria com o governo Federal tambeacutem tem significativa participaccedilatildeo pela

aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo local Este fator se por um lado eacute de grande valia por outro se

configura como uma fragilidade do sistema visto que muitos produtores tecircm neste canal a

uacutenica forma de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo no atacado o que configura uma ameaccedila

potencial ao produtor

Na Dimensatildeo Poliacutetica portanto a maioria dos indicadores definidos no Quadro 6

pode servir de paracircmetro para a evoluccedilatildeo do sistema produtivo das bananas nos dois

municiacutepios

Este trabalho aglutina a orientaccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade para as

dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica e poliacutetica sem contudo trazer

resultados de anaacutelise destes indicadores visto que natildeo se configura objeto desta Tese que se

limita neste momento a apresentar uma proposta de indicadores que podem ser utilizados

para proceder ao monitoramento dos elementos apresentados em cada dimensatildeo como forma

de mensurar a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios estudados

176

454 CONCLUSOtildeES

Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de

Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os indicadores podem ser mensurados a partir das

dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica

Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de

estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada

em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo

Na Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do

produto o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo

Os indicadores da Dimensatildeo Social que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e a participaccedilatildeo da comunidade em

Associaccedilotildees e Cooperativas

Na Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores mais significativos para a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a posse definitiva da terra e a

disponibilidade de recursos hiacutedricos

No acircmbito da Dimensatildeo Poliacutetica poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades

rurais estudadas nos dois municiacutepios mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento

sustentaacuteveis e fragilizadas perante a globalizaccedilatildeo da economia especialmente no que se

refere agrave competitividade

177

5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Apesar de haver um grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do

Amazonas (trabalho cientiacutefico 4) capazes de dar todo o suporte teacutecnico e financeiro para os

produtores de bananas obterem altos rendimentos em suas propriedades rurais a

produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute

bem abaixo daquela considerada desejaacutevel (trabalho 1 Tabelas 1 5 e 7) Essa baixa

produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500

toneladas por ha ano conforme indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) se os produtores tivessem

apoio financeiro (inexpressiva participaccedilatildeo comprovada no trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 4 e

7) e orientaccedilatildeo teacutecnica no momento da formaccedilatildeo dos cultivos (deficiecircncia comprovada no

trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 3 e 6) que indicassem a ideal densidade de plantas por ha

manejo da fertilidade do solo do controle das pragas e doenccedilas e do momento certo para a

colheita da produccedilatildeo em seus cultivos Foi observado em feiras e mercados bem como in loco

em diversas propriedades rurais a colheita de cachos com frutos ainda sem tamanho e sem

padratildeo pequenos que apodrecem antes de amadurecerem

A falta ou deficiecircncia de financiamentos aos produtores de bananas pelo setor

financeiro geralmente eacute uma consequecircncia da ausecircncia de documentaccedilatildeo de titularidade das

propriedades rurais Sem esses financiamentos a uacutenica forma de se capitalizarem para

investirem em tecnologia e melhoria em suas propriedades rurais vem da venda de suas

produccedilotildees de bananas No entanto os oacutergatildeos governamentais que compram a produccedilatildeo para

atender agraves demandas da merenda escolar pagam muito pouco e compram apenas parte dessa

produccedilatildeo com o restante sendo geralmente vendidos agrave intermediaacuterios do mercado que pagam

um pouco mais mas ainda natildeo permitindo a esses produtores se capitalizarem

adequadamente para poderem investir melhor em suas propriedades

Outra limitaccedilatildeo quanto agrave valorizaccedilatildeo do cultivo da banana na regiatildeo se refere ao fato

de que quase toda sua produccedilatildeo eacute realizada visando ao consumo in natura Uma quantidade

muito pequena natildeo mensuraacutevel eacute convertida em bananas chips salgada ou doce A falta de

um segmento de processamento da produccedilatildeo (ausecircncia comprovada no trabalho cientiacutefico 2

tabelas 5 e 8) para a industrializaccedilatildeo da banana na regiatildeo deixa sua cadeia produtiva

fragilizada com os excedentes sendo perdidos ao inveacutes de gerarem mais empregos e fontes de

renda para o Amazonas como um todo Devido agrave fragilidade e agrave alta perecibilidade da

banana estudos mostram que entre 40 e 60 do volume produzido da fruta eacute perdido desde a

colheita ateacute o seu consumo Segundo a Fundaccedilatildeo Banco do Brasil (BRASIL 2010) a fase de

178

poacutes-colheita chega a ser responsaacutevel por 60 das perdas O desconhecimento das teacutecnicas

disponiacuteveis para reduzir as perdas por parte de agentes da cadeia produtiva eacute a maior causa do

desperdiacutecio As principais causas no atacado satildeo a inadequaccedilatildeo das embalagens e do

armazenamento bem como o transporte precaacuterio das frutas Por outro lado no varejo

acredita-se que os mais seacuterios problemas relacionados agraves perdas satildeo o tempo entre a compra e

venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor Essas perdas poderiam ser

reduzidas com o uso de embalagens adequadas e com a colocaccedilatildeo dos frutos em cacircmaras frias

com correta temperatura e umidade relativa controlada (SEBRAE 2008 BRASIL 2010) o

que natildeo se observa nas aacutereas pesquisadas no presente estudo

A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o aproveitamento dos frutos nos dois

municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das perdas de bananas aleacutem de agregar valor

ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa cultura na regiatildeo Segundo SEBRAE (2008)

diversos produtos poderiam ser obtidos usando a banana como mateacuteria prima tais como

banana passa banana chips doces tortas balas geleias baby food cristalizados iogurte

suco aguardente etc Aleacutem disso existem produtos de uso natildeo alimentar que podem ser

obtidos com a planta em si como fibras da casca da bananeira artesanato moacuteveis e objetos

de decoraccedilatildeo papel bananaplac poliacutemeros naturais e outras aplicaccedilotildees industriais

Uma importante vantagem no processamento industrial do fruto da banana eacute a reduccedilatildeo

das dificuldades logiacutesticas (incluindo transporte e armazenamento) uma vez que os processos

de industrializaccedilatildeo reduzem peso e volume dos alimentos aleacutem de tornaacute-los menos pereciacuteveis

e mais lucrativos Se esse processamento ocorrer em agroinduacutestrias proacuteximo agraves aacutereas de

cultivo os resiacuteduos do processamento podem retornar agraves propriedades e serem convertidos em

adubo evitando danos ao ambiente

Outro fator positivo em se investir na industrializaccedilatildeo da banana eacute que haacute uma

tendecircncia de fortalecimento do mercado mundial dessa cultura (SEBRAE 2008 BRASIL

2010) o que pode favorecer o seu cultivo caso se agregue valores agrave sua cadeia produtiva

Portanto investimentos regionais que visem fortalecer o cultivo da banana no

Amazonas podem trazer mais emprego divisas e desenvolvimento para o Estado Para isso

ecircnfases devem ser dadas a indicadores que afetam a cultura dentro das dimensotildees ambiental

econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica (conforme orientaccedilotildees trabalho

cientiacutefico 5 Quadros 2 3 4 5 e 6)

Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de

179

estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada

em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo (trabalho

cientiacutefico 5 Quadro 2)

Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a

sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo

de venda do produto a industrializaccedilatildeo do produto com a implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias

gerando subprodutos de valor agregado o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo

(trabalho cientiacutefico 5 Quadro 3)

Na Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos

sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede a educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em associaccedilotildees e

cooperativas consolidadas (trabalho cientiacutefico 5 Quadro 4)

180

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