universidade federal do amazonas programa ......desenvolvimento deste trabalho e compreensão nos...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
PROGRAMA MULTI INSTITUCIONAL DE POacuteS GRADUACcedilAtildeO EM
BIOTECNOLOGIAS DA AMAZOcircNIA
MARICLEIDE MAIA SAID
PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM
CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO
AMAZONAS
MANAUS AM ndash 2015
MARICLEIDE MAIA SAID
PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM
CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO
AMAZONAS
Tese apresentada ao Programa Multi - Institucional
de Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da
Universidade Federal do Amazonas ndash
PPGBIOTECUFAM para a obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de
Doutor em Biotecnologia na aacuterea de concentraccedilatildeo de
Gestatildeo de biotecnologias
Orientador Prof Dr LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA
Coorientadora Profa Dra MARIA DO PERPEacuteTUO SOCORRO RODRIGUES
CHAVES
MANAUS AM ndash 2015
MARICLEIDE MAIA SAID
PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM
CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO
AMAZONAS
Tese apresentada ao Programa Multi Institucional de
Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da Universidade
Federal do Amazonas ndash PPGBIOTECUFAM para a
obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Doutor em Biotecnologia na
aacuterea de concentraccedilatildeo de Gestatildeo de biotecnologias
Aprovada em ________________
Banca Examinadora
_____________________________________________
Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira Presidente
_____________________________________________
Prof Dr Joseacute Ferreira da Silva Membro
_____________________________________________
Prof Dra Deacutebora Cristina R bandeira Membro
_____________________________________________
Prof Dr Dimas Joseacute Lasmar Membro
_____________________________________________
Prof Dra Suzy Rodrigues Simonetti Membro
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pela serenidade mental e fortalecimento fiacutesico ateacute aqui
proporcionado permitindo-me esta concretizaccedilatildeo
Aos meus filhos e ao Pedro Mendel pela valiosa colaboraccedilatildeo no
desenvolvimento deste trabalho e compreensatildeo nos necessaacuterios momentos de
ausecircncia do conviacutevio familiar
Aos meus familiares especialmente meus pais e amigos que contribuiacuteram
para a construccedilatildeo dos valores que embasaram a percepccedilatildeo necessaacuteria para a
elaboraccedilatildeo do trabalho aqui concluso
Aos docentes discentes e a equipe administrativa da Universidade Federal
do Amazonas em especial aqueles que integram o Programa de Poacutes
Graduaccedilatildeo em BiotecnologiasPPGBIOTECUFAM pela oportunidade de
ingresso no curso e concessatildeo do conhecimento e aprendizado necessaacuterios agrave
formaccedilatildeo cientiacutefica e qualificaccedilatildeo profissional
Ao Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira pela orientaccedilatildeo no transcorrer desta
Tese e valiosa colaboraccedilatildeo e acompanhamento em todas as etapas desta
pesquisa
Agrave Profa Dra Maria do Perpeacutetuo Socorro Rodrigues Chaves pela
coorientaccedilatildeo e apoio muitas vezes ultrapassando o acircmbito acadecircmico
A todos que colaboraram para a obtenccedilatildeo dos dados desta pesquisa
especialmente aos produtores rurais dos Municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva bem como aos presidentes de cooperativas
agriacutecolas associaccedilotildees empresas e liacutederes comunitaacuterios destes Municiacutepios pela
valiosa colaboraccedilatildeo na coleta de dados e informaccedilotildees sobre a cultura da
bananeira
Agraves instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas pela cooperaccedilatildeo e fornecimento dos dados
que subsidiaram a pesquisa
Aos que direta ou indiretamente colaboraram para a realizaccedilatildeo deste
trabalho
A todos Muito obrigada
RESUMO
A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica do paiacutes e
estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade tanto no acircmbito
urbano quanto no rural Em paralelo se acirram as discussotildees no sentido de conciliar a
preservaccedilatildeo dos recursos naturais e o desenvolvimento econocircmico social e cultural O
desenvolvimento da Amazocircnia se insere nesse contexto e depende da forma como seratildeo
administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos
recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua
populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave
economia nacional e mundial O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento
regional natildeo foram suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do
Amazonas pelo uso sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre
porque a cadeia produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita
com processos gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos
de produccedilatildeo produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado A cultura da
banana se insere nesse contexto Estes fatores impedem a competitividade do produto e
atribuem pouco benefiacutecio aos agentes da cadeia produtiva Este trabalho propocircs caracterizar o
sistema produtivo da banana como forma de identificar as praacuteticas de gestatildeo da sua cadeia
produtiva nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo Amazonas e analisar o
potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo desses cultivos e
estabelecer indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel Para isso foram obtidas
informaccedilotildees atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico e de dados verbais pela aplicaccedilatildeo de
questionaacuterios e entrevistas estruturadas nos trecircs setores envolvidos na pesquisa propriedades
rurais produtoras de bananas ambientes institucional e organizacional Apesar de haver um
grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do Amazonas capazes de dar
todo o suporte teacutecnico e financeiro para os produtores de bananas obterem altos rendimentos
em suas propriedades rurais a produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute bem abaixo daquela considerada desejaacutevel Essa baixa
produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500
toneladas por ha ano criando condiccedilotildees para que essa cultura se insira como fator de
desenvolvimento sustentaacutevel na regiatildeo A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o
aproveitamento dos frutos nos dois municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das
perdas de bananas aleacutem de agregar valor ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa
cultura na regiatildeo
Palavras Chave Bioinduacutestrias cadeia produtiva desenvolvimento rural associaccedilotildees rurais
ABSTRACT
Globalization has brought about changes in social economic and politics of the country and
stimulated significant advances in various sectors of society both in urban areas and in rural
as it stoked the discussions to reconcile the preservation of natural resources and economic
development social and cultural The development of the Amazon depends on how its
potential will be administered by reconciling ecological balance and sustainable use of
resources so that it reflects in substantial improvement of its populations quality of life
economic growth modernization technological advances and their integration to the
economy national and global The potential for wealth and regional development policies
were insufficient to foster economic development of the Amazonas state for the sustainable
use of existing biodiversity resources in the region This is because the production chain of
regional commercially exploited species is still restricted with inefficient management
processes resulting in low productivity high production costs low quality products and little
or no added value The culture of banana falls within that context These factors impede the
competitiveness of the product and give little benefit to agents of the productive chain This
paper proposed to characterize the production of banana system as a way to identify the
management practices of the production chain in the municipalities of Rio Preto da Eva and
Presidente Figueiredo Amazonas and analyze the potential development of these
municipalities from the idealization of this culture and establish indicators for sustainable
development For this information was obtained through a literature review and verbal data
by questionnaires and structured interviews in the three sectors involved in the research
producing farms of bananas institutional and organizational environments Although there are
a large number of public and private organizations in the state of Amazonas able to give all
the technical and financial support to banana producers to obtain high yields on their farms
productivity of this culture in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da
Eva is well below that considered desirable This low productivity around 145 tons per ha
year could reach at least 500 tons per ha year creating conditions for this culture to be
inserted as a sustainable development factor in the region The implementation of bio-based
industries in order to take advantage of the fruits in the two counties could be a solution to
reduce losses of bananas as well as adding value to the product and strengthen the production
chain of this fruit species in the region
Keywords bio-based industries production chain rural development rural associations
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa 19
Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva 32
ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola 116
Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas
119
Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no ambiente
institucional 122
Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash
MAPA no ambiente institucional 127
Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash
MDIC no ambiente institucional 128
Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional 128
Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de
Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no ambiente institucional 130
Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI
no ambiente institucional 132
Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash
SEPLANCTIAM no ambiente organizacional 134
Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do
Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional 134
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash
SEPRORAM no ambiente institucional 136
Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e
Social - BNDES no ambiente organizacional Erro Indicador natildeo definido
Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da
Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM
no ambiente organizacional 139
Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no
ambiente organizacional 141
Figura 15 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente
organizacional 142
Figura 16 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que
compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de Rio Preto da Eva e Presidente
Figueiredo no Amazonas 145
ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS
EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade 161
LISTA DE QUADROS
ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas 43
ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS
PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA
CULTURA
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 65
ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA
ESTADO DO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 92
ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em acordo
com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da
Eva no Amazonas 113
ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS
EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o
desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do Amazonas
159
Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental 164
Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica 166
Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social 169
Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo
EspacialGeograacutefico 171
Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo
Poliacutetica 172
LISTA DE TABELAS
ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS
Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012 46
Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo Caipira e FHIA
18 47
Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de Bananeiras
para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas 48
Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 50
Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea
amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 52
Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio do
Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 55
Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea
Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 58
ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS
PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA
CULTURA
Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas ndash Safra
2012 69
Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do
Amazonas Safra 2012 71
Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e
Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 72
Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Safra
2012 74
Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Presidente
Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 76
Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e
Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio do Rio
Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 78
Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais em
Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas 80
Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos Acondicionamento
para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 82
ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA
ESTADO DO AMAZONAS
Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas
Safra 2012 96
Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas
Safra 2012 99
Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas
Aacutereas Amostradas Safra 2012 102
Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare
Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012 103
Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por
Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012 104
Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas 45
Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012 106
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 OBJETIVOS 17
21 OBJETIVO GERAL 17 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 17
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 18
31 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DO ESTADO DO AMAZONAS 18 32 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA 18 33 CRESCIMENTO ECONOcircMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL EVOLUCcedilAtildeO DAS IDEIAS
20 34 FORCcedilAS DO CAPITALISMO DA EFICIEcircNCIA Agrave DEFICIEcircNCIA 24 35 DIMENSOtildeES BAacuteSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO 26 36 INDICADORES AMBIENTAIS 29
37 CADEIA PRODUTIVA AGRIacuteCOLA 31 38 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS 33 39 A CULTURA DA BANANA COMO ATIVIDADE AGRIacuteCOLA CULTIVARES DE OCORREcircNCIAS
FREQUENTES NO ESTADO DO AMAZONAS 34
391 Tratos Culturais da Bananeira 36 3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira 36
4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS 37
41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO
AMAZONAS 37 Resumo 37
Abstract 38 411 INTRODUCcedilAtildeO 39 412 MATERIAL E MEacuteTODOS 42
4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 42 4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 42 4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 44 4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos 44
413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 46 4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil 46 4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA
18 47 4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo no Estado do
Amazonas 48 4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo 49 4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva 54
414 CONCLUSOtildeES 60 42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO
SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A
SUSTENTABILIDADE DA CULTURA 61 Resumo 61 Abstract 62
421 INTRODUCcedilAtildeO 63 422 MATERIAL E MEacuteTODOS 65
4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 65 4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 65 4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 66 4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados 67
423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 69 4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra de 2012 69 4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Amazonas 72 4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos
Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Amazonas 73 4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 76 4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva no Amazonas 78 4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos
Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo no
Amazonas 79 4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 81 424 CONCLUSOtildeES 85
43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA
EVA ESTADO DO AMAZONAS 87 Resumo 87 Abstract 88
431 INTRODUCcedilAtildeO 89 432 MATERIAL E MEacuteTODOS 92
4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 92 4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 92 4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 93 4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 94
433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 96 4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas 96 4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva Amazonas 98 4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado nos Municiacutepios
de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 101 4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare
Cultivado nas Aacutereas Amostradas 103 4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare Cultivado nas
Aacutereas Amostradas 103 4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel 105
434 CONCLUSOtildeES 108 44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO
AMAZONAS 109
Resumo 109 Abstract 110 441 INTRODUCcedilAtildeO 111 442 MATERIAL E MEacuteTODOS 112
4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 112 4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 112 4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 114 4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos 115
443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 115 4431 Sistema Produtivo Agriacutecola 115 4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola 117 4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos Municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 146 444 CONCLUSOtildeES 148
45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE
BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS 149 RESUMO 149 ABSTRACT 150
451 INTRODUCcedilAtildeO 151 452 MATERIAL E MEacuteTODOS 153
4521 Objeto e Aacuterea de Estudo 154 4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade 154
453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 156 4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade 156 4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da Banana dimensotildees
objetivos e componentes 157 4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana 160 4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 163 454 CONCLUSOtildeES 176
5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 177
REFEREcircNCIAS 180
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
O contexto maior no qual este estudo se insere eacute o desenvolvimento de municiacutepios
do Estado do Amazonas pelo aproveitamento das potencialidades endoacutegenas locais em
consonacircncia com as praacuteticas de sustentabilidade A atividade agriacutecola especialmente nos
cultivos para fins comerciais se apresenta como alternativa capaz de proporcionar a melhoria
econocircmica e social das populaccedilotildees locais e contribuir para preservaccedilatildeo ambiental e cultural
das espeacutecies envolvidas
A modernizaccedilatildeo do setor agropecuaacuterio brasileiro iniciado na deacutecada de 50 com
aacutepice a partir de 1960 caracterizou-se pela chamada ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo (AGUIAR e
MONTEIRO 2005) baseado num modelo quiacutemico mecacircnico e geneacutetico com a introduccedilatildeo
de inovaccedilotildees como o uso de agrotoacutexicos maacutequinas fertilizantes quiacutemicos sementes e
matrizes melhoradas geneticamente Esta praacutetica resultou em consideraacutevel expansatildeo do
agronegoacutecio no paiacutes Esse modelo trouxe inegaacuteveis avanccedilos relacionados com o aumento da
produccedilatildeo e da produtividade pela incorporaccedilatildeo de novas aacutereas agriacutecolas e do emprego de
novas tecnologias poreacutem trouxe tambeacutem inuacutemeros impactos ambientais tais como a
supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos
recursos naturais especialmente os recursos hiacutedricos e dos alimentos (EHLERS 1999)
Para Sachs (1996) o modelo tecnoloacutegico adotado consiste basicamente na
substituiccedilatildeo do ecossistema natural por um ecossistema artificial simplificado representado
em geral pela monocultura Em decorrecircncia dessa simplificaccedilatildeo e para compensaacute-la a
agricultura tornou-se cada vez mais dependente de insumos externos o que amplia sua
fragilidade e compromete sua sustentabilidade
Os debates sobre os riscos da degradaccedilatildeo ambiental comeccedilaram de forma esparsa
por volta de 1960 e se intensificaram ao longo dos dez primeiros anos (BRUumlSEKE 1998) A
magnitude dos desastres ecoloacutegicos mais percebidos a partir da deacutecada de 60 acelerou o
despertar da consciecircncia para as limitaccedilotildees dos recursos naturais os modos de produccedilatildeo
industrial e agriacutecola e tambeacutem para os males resultantes do uso de agrotoacutexicos (PIRES
2003) A partir de entatildeo se acirraram importantes discussotildees internacionais sobre meio
ambiente e sustentabilidade Em paralelo o processo de globalizaccedilatildeo das economias e dos
mercados apresentava dinacircmica crescente exigindo modernizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo
sobretudo nos paiacuteses em desenvolvimento para se tornarem competitivos
A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica e
estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade nos acircmbitos urbano e
15
rural Os negoacutecios agriacutecolas e industriais em especial foram fortemente pressionados a
aperfeiccediloarem a competitividade em suas cadeias produtivas sobretudo nos fatores
relacionados agrave tecnologia e gestatildeo de processos como forma de se estabelecerem num
mercado cada vez mais competitivo
A Amazocircnia possui o maior ecossistema de florestas tropicais do planeta e eacute
reconhecida como um dos componentes centrais para o desenvolvimento das proacuteximas
geraccedilotildees e o equiliacutebrio do ambiente global Contudo ainda natildeo eacute possiacutevel precisar seus
benefiacutecios futuros e estimar sua aplicabilidade no acircmbito socioeconocircmico visto que ainda eacute
pequena a parcela de componentes da biodiversidade que satildeo conhecidos e identificados pela
ciecircncia o que remete agrave necessidade de trato cauteloso dos diversos elementos que a
compotildeem
As recentes mudanccedilas na economia e sociedade global sobretudo aquelas
relacionadas agrave temaacutetica ambiental no esforccedilo de garantir a sustentabilidade dos recursos
naturais e a manutenccedilatildeo dos ecossistemas amazocircnicos resultaram em perdas de
competitividade do extrativismo e da agricultura tradicional regional em especial na forma
como satildeo praticados no Estado do Amazonas delineados mais como elementos de
subsistecircncia do que como fator de desenvolvimento e de equiliacutebrio econocircmico especialmente
nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos e tambeacutem na induacutestria e no comeacutercio
da Zona Franca de Manaus
Afirmativo eacute que o desenvolvimento da Amazocircnia depende da forma como seratildeo
satildeo administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos
recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua
populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave
economia nacional e mundial (CAVALCANTI 1997)
O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento regional natildeo foram
suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do Amazonas pelo uso
sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre porque a cadeia
produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita com processos
gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos de produccedilatildeo
produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado Estes fatores impedem a
competitividade do produto e atribuem pouco benefiacutecio aos agentes do processo produtivo
Esta dinacircmica vem sendo observada na produccedilatildeo regional da banana que apresenta
dados de baixa produtividade especialmente para cultivos comerciais nos municiacutepios de Rio
16
Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas (IBGE 2010) Em vista disso
estudos mais detalhados voltados para um melhor entendimento da cadeia produtiva dessa
cultura nesses municiacutepios podem servir de base para um aumento da sua produtividade e
sustentabilidade inserindo-a como fator de desenvolvimento econocircmico regional Nessa
dinacircmica esse estudo busca compreender quais as praacuteticas de gestatildeo apropriadas para a
implantaccedilatildeo de cultivos de bananeiras capazes de melhorar a produtividade e a qualidade dos
produtos oriundos dos municiacutepios em estudo de forma que estes cheguem ao mercado em
condiccedilotildees de competitividade com os produtos vindos de outras regiotildees do paiacutes e ainda quais
indicadores de sustentabilidade precisam ser monitorados para garantir o desenvolvimento da
regiatildeo por meio da cultura da bananeira
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Identificar as praacuteticas de gestatildeo em cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Estado do Amazonas e caracterizar os ambientes da
sua cadeia produtiva e os indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo dessa
cultura
22 Objetivos Especiacuteficos
1 Realizar um diagnoacutestico das praacuteticas culturais e de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
2 Identificar os atores da cadeia produtiva da banana e analisar suas competecircncias
objetivos e interaccedilatildeo no processo produtivo
3 Caracterizar e propor indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da
banana nos municiacutepios em estudo
18
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos do Estado do Amazonas
O Amazonas maior Estado brasileiro com aacuterea geograacutefica correspondente a
1570745680 km2 distribuiacutedos em 62 municiacutepios com populaccedilatildeo de 3393369 habitantes
(IBGE 2010) situa-se ao centro da regiatildeo Norte do Brasil na sub-regiatildeo amazocircnica
caracterizada por grande diversidade do meio natural clima geomorfologia solos
hidrografia e vegetaccedilatildeo Limita-se ao Norte com o Estado de Roraima e duas fronteiras
internacionais Venezuela e Colocircmbia a Leste com o Estado do Paraacute a Sudeste com o Mato
Grosso ao Sul com o Estado de Rondocircnia e a Sudoeste com o Estado do Acre agregando
mais uma fronteira internacional com o Peru Abriga a maior floresta equatorial do planeta
Geograficamente apresenta Latitude ao extremo Norte de 2deg08rsquo30rsquorsquo e ao extremo Sul de
9deg49rsquo00rsquorsquo Longitude ao extremo Leste de 56deg04rsquo50rsquorsquo e ao extremo Oeste de 73deg48rsquo46
(INPA 2013)
O Municiacutepio de Manaus eacute a capital do Estado do Amazonas Possui aacuterea territorial
de 11408 Kmsup2 estaacute situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees
fazendo limites com os Municiacutepios de Rio Preto da Eva Iranduba Novo Airatildeo e Presidente
Figueiredo O Municiacutepio dispotildee de transporte aeacutereo rodoviaacuterio e fluvial com acesso via
terrestre para os Estados de Rondocircnia ndash BR 319 e Roraima ndash BR 174 podendo por este
Estado se deslocar para os paiacuteses latinos por via terrestre Pelo transporte aeacutereo pode se
deslocar para qualquer parte do paiacutes ou do exterior Pelo Transporte Terrestre desloca-se para
os Estados de Rondocircnia e Roraima e para alguns municiacutepios do interior do Amazonas O
clima predominante eacute quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 267 degC (IDAM 2013) O
Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 1802525 habitantes sendo 1793416 na zona urbana e
9109 na zona rural (IBGE 2013)
32 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos dos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva
O Municiacutepio de Presidente Figueiredo possui aacuterea territorial de 25421 Kmsup2 estaacute
situado na 8ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Meacutedio Amazonas limitando-se com os
municiacutepios de Urucaraacute Satildeo Sebastiatildeo do Uatumatilde Itapiranga Rio Preto da Eva Manaus
Novo Airatildeo e o Estado de Roraima O principal meio de transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio
ligado agrave Manaus pela BR 174 distante 107 Km (em linha reta) da capital O clima
predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 32 degC (IDAM 2013) O
19
Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 27121 habitantes sendo 12999 na zona urbana e 14122
na zona rural (IBGE 2013)
O Municiacutepio de Rio Preto da Eva possui aacuterea territorial de 5813225 Kmsup2 estaacute
situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees limitando-se com os
municiacutepios de Itapiranga Itacoatiara Manaus e Presidente Figueiredo O principal meio de
transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio ligado agrave Manaus pela AM 010 distante 80 Km (em
linha reta) da capital O clima predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura
meacutedia de 28 degC (IDAM 2013) O Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 17582 habitantes
sendo 6232 na zona urbana e 11350 na zona rural (IBGE 2013)
Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Figura 1) onde estatildeo alocadas as
propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Os dois Municiacutepios
ocupam 18 da aacuterea total do Estado abrigando 132 da populaccedilatildeo total do Amazonas
(IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto
maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas (IBGE 2013) e satildeo municiacutepios
20
limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus que se configura como o maior centro
consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado
33 Crescimento Econocircmico e Desenvolvimento Sustentaacutevel Evoluccedilatildeo das Ideias
Um olhar mais profundo em torno das questotildees econocircmicas e sociais que se
configuram como os pontos centrais dos debates atuais sobre sustentabilidade encontram jaacute
no ldquoMalthusianismordquo elementos que justificam essa preocupaccedilatildeo A ascensatildeo do capitalismo
e a revoluccedilatildeo industrial provocaram mudanccedilas significativas na sociedade e na economia do
final do seacuteculo XVIII e ateacute meados do seacuteculo XIX Estes mesmos fatores motivaram Thomas
Robert Malthus (1766-1834) a preconizar que o crescimento demograacutefico da Terra
comprometeria a capacidade produtiva de alimentos
Em meados do seacuteculo XX os problemas demograacuteficos mundiais especialmente dos
paiacuteses subdesenvolvidos revitalizaram as concepccedilotildees de Malthus e o tema foi retomado sob a
oacutetica do Neomalthusianismo que atrelava ao contexto histoacuterico o crescimento populacional
a escassez dos recursos naturais e o agravamento da pobreza e do desemprego Inuacutemeras
alternativas foram propostas por esta corrente poreacutem o ponto focal era a necessidade de
poliacuteticas de controle de natalidade por meio do planejamento familiar
O debate em torno da sustentabilidade preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos
naturais ganhou forccedila e acalorou as discussotildees dos processos para a produccedilatildeo de bens e
serviccedilos da qualidade do trabalho e emprego a distribuiccedilatildeo de renda as transformaccedilotildees
sociais que resultassem em melhorias na qualidade de vida das pessoas e nas condiccedilotildees do
ambiente Este esforccedilo foi decisivo para a reavaliaccedilatildeo dos conceitos e praacuteticas em torno do
desenvolvimento e do crescimento especialmente dos paiacuteses perifeacutericos onde os problemas
sociais e ambientais se avolumam
Nos multiplicamos dez vezes em relaccedilatildeo ao iniacutecio da revoluccedilatildeo industrial Bilhotildees de
pessoas provavelmente ainda seratildeo adicionadas agrave populaccedilatildeo mundial no seacuteculo 21 Isto estaacute
contribuindo para criar um mundo dividido entre uma grande riqueza e uma incocircmoda
pobreza se deparando com desafios ambientais sem precedentes
Ateacute a deacutecada de 60 o desenvolvimento econocircmico era embasado principalmente
nos padrotildees de crescimento do Produto Interno Bruto ndash PIB sem considerar as crescentes
lacunas das desigualdades sociais e do desemprego em massa decorrentes desse processo
Esses fatores desencadearam reflexotildees profundas especialmente sobre as questotildees sociais
resultando na necessidade de reordenaccedilatildeo do conceito de desenvolvimento Nesse sentido os
economistas M Kalecki e Dudley Seers surgem como precursores do pensamento de que o
21
desenvolvimento deveria ser analisado considerando tambeacutem os iacutendices de emprego e
posteriormente na deacutecada de 90 Amartya K Sen forneceu importante contribuiccedilatildeo inserindo
a necessidade do embasamento de desenvolvimento na universalizaccedilatildeo e exerciacutecio efetivo de
todos os direitos humanos poliacuteticos civis e ciacutevicos econocircmicos sociais e culturais (SEN
2000 SACHS 2008)
O acirramento das discussotildees em torno da problemaacutetica ambiental particularmente
na deacutecada de 70 inferiu agrave reconceitualizaccedilatildeo do desenvolvimento as ideias de
ecodesenvolvimento que posteriormente evoluiu para desenvolvimento sustentaacutevel
obedecendo ao duplo imperativo eacutetico de solidariedade com as geraccedilotildees presentes e futuras
sob a eacutegide da sustentabilidade social e ambiental e de viabilidade econocircmica (SACHS
2009)
Para Sachs (2008) os objetivos do desenvolvimento distinto do crescimento
econocircmico vatildeo aleacutem da mera multiplicaccedilatildeo da riqueza material devendo preocupar-se com a
promoccedilatildeo da igualdade e a maximizaccedilatildeo da vantagem daqueles que vivem nas piores
condiccedilotildees O desenvolvimento eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para se alcanccedilar a meta de uma
vida melhor mais feliz e mais completa para todos uma vez que essa ideia implica a expiaccedilatildeo
e a reparaccedilatildeo de desigualdades passadas criando uma conexatildeo capaz de preencher o abismo
civilizatoacuterio entre as antigas naccedilotildees metropolitanas e a sua periferia colonial entre as
minorias ricas modernizadas e a maioria ainda sem oportunidades e exausta dos trabalhadores
pobres Neste sentido o desenvolvimento deve ser capaz de reduzir ou eliminar o desemprego
maciccedilosubemprego e a desigualdade crescente por meio da modernidade inclusiva que deve
ser propiciada pela mudanccedila estrutural
Enquanto o crescimento econocircmico se fundamenta basicamente da maximizaccedilatildeo do
PIB o desenvolvimento conforme enfatizado desde 1960 por Kalecki e Seers soacute se
concretiza se ampliar o emprego reduzir a pobreza e atenuar as desigualdades e sua
concretizaccedilatildeo soacute seraacute viaacutevel por meio do equiliacutebrio de sintonia fina entre cinco dimensotildees que
se configuram como os pilares do desenvolvimento sustentaacutevel (SACHS 2008) quais sejam
1- Social fundamental por motivos tanto intriacutensecos quanto instrumentais por causa
da perspectiva de disrupccedilatildeo social que paira de forma ameaccediladora sobre muitos
lugares problemaacuteticos do nosso planeta
2- Ambiental com as suas duas dimensotildees (os sistemas de sustentaccedilatildeo da vida como
provedora de recursos e como ldquorecipientesrdquo para a disposiccedilatildeo de resiacuteduos)
3- Territorial relacionado agrave distribuiccedilatildeo espacial dos recursos das populaccedilotildees e das
atividades
4- Econocircmico sendo a viabilidade econocircmica a ldquoconditio sene qua nonrdquo para que as
coisas aconteccedilam
22
5- Poliacutetico a governanccedila democraacutetica eacute um valor fundador e um instrumento
necessaacuterio para fazer as coisas acontecerem
No aspecto Social eacute preciso que o sistema crie oportunidades para todos os
segmentos da sociedade envolvendo o maacuteximo possiacutevel dos indiviacuteduos para que o
desenvolvimento os contemple e os beneficie reduzindo ou eliminando a pobreza o
analfabetismo e o desemprego bem como dando condiccedilotildees de saneamento baacutesico seguranccedila
puacuteblica educaccedilatildeo sauacutede etc
O sistema precisa tambeacutem garantir um equiliacutebrio entre o desenvolvimento e a
preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo do meio ambiente (qualidade ambiental) evitando a sua degradaccedilatildeo
Para isso necessita otimizar os espaccedilos usados para as atividades econocircmicas prevendo
unidades de conservaccedilatildeo sempre que for necessaacuterio regularizando e ordenando o espaccedilo
Territorial em benefiacutecio da sociedade e do meio ambiente
Quanto aos aspectos Econocircmicos e Poliacuteticos o sistema necessita ter um
planejamento que preveja os potenciais regionais tendo em vista o mercado local regional
nacional e internacional garantindo seguranccedila para o desenvolvimento econocircmico do modelo
Para isso a vontade poliacutetica e o envolvimento da sociedade nas decisotildees governamentais satildeo
de suma importacircncia pois se cria um elo entre o poder constituiacutedo e os segmentos da
sociedade em prol do desenvolvimento sustentaacutevel
Para Sachs (2004) a sustentabilidade local soacute seraacute possiacutevel se considerada a partir
das dimensotildees social ambiental territorial econocircmica e poliacutetica Dentro das recomendaccedilotildees
teacutecnicas e considerando que os processos sociais e naturais satildeo dinacircmicos espera-se que essa
sustentabilidade dure por no miacutenimo aproximadamente 25 anos
Os planos globais de transiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel preconizavam que
a Ameacuterica do Sul especialmente os paiacuteses tropicais adotasse poliacuteticas de desenvolvimento
endoacutegeno e inclusivo que orientasse para uma civilizaccedilatildeo moderna sustentaacutevel com base na
biomassa (biodiversidade-biomassa-biotecnologias) e ainda que este projeto de
desenvolvimento nacional fosse resultante de um amplo debate entre a sociedade e o Estado
Nesse contexto imprescindiacutevel era o gerenciamento das necessidades emergenciais e a
adoccedilatildeo de estrateacutegias de curto meacutedio e longo prazo baseado na mobilizaccedilatildeo dos recursos
internos que possibilitassem o crescimento natildeo inflacionaacuterio e induzido pelo emprego
(SACHS 2008)
23
Sachs (2009) elencou as condiccedilotildees necessaacuterias para se levar agrave frente o crescimento
induzido pelo emprego como forma de assegurar simultaneamente a sustentabilidade social e
o crescimento econocircmico
1- Capacidade local de planejamento entendida como a capacidade de identificaccedilatildeo
de gargalos e de recursos ociosos e a capacidade de superaacute-los
2- Estiacutemulo agrave capacidade de mobilizar recursos e iniciativas locais
3- Reabilitaccedilatildeo do sistema financeiro nacional para dotaacute-lo de um miacutenimo de
capacidade de atender agraves necessidades das empresas e do financiamento de obras
puacuteblicas sem excluir o recurso (em casos excepcionais) agrave quase-moeda e agrave
promoccedilatildeo do escambo
4- Uma reforma fiscal que criasse um Imposto de Valor Adicionado progressivo
sobre o consumo haveria isenccedilatildeo para os bens essenciais mas teria forte incidecircncia
sobre artigos de luxo
Contudo qualquer esforccedilo no sentido da promoccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno e
inclusivo demandaraacute a combinaccedilatildeo de vaacuterias poliacuteticas complementares que vatildeo desde a
capacidade de explorar oportunidades de crescimento induzido pelo emprego com custo baixo
ou zero de importaccedilotildees passando pela geraccedilatildeo de empregos relacionados agrave conservaccedilatildeo de
energia e de recursos e a reciclagem de materiais o incremento da agricultura familiar como
estrateacutegia para estimular o desenvolvimento rural a promoccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de
trabalhadores por conta proacutepria e de microempresas estabelecer relaccedilotildees mutuamente
beneacuteficas entre grandes e pequenas empresas inserir e estimular que pequenas e meacutedias
empresas participem das compras governamentais e ainda desenhar poliacuteticas capazes de
permitir que empresas de grande porte se transformem em atores competitivos no mercado
global (SACHS 2008)
O desenvolvimento sustentaacutevel a partir das forccedilas endoacutegenas ou seja baseado na
mobilizaccedilatildeo dos recursos internos deveraacute priorizar a modernizaccedilatildeo da agricultura pela adoccedilatildeo
de tecnologias que permitam o aumento da produtividade e qualidade dos produtos a
melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a qualidade de vida dos trabalhadores que
eleve o compartilhamento de accedilotildees entre os produtores e dinamizem o uso dos recursos
disponiacuteveis de modo que lhes sobre mais tempo para o descanso e lazer sem comprometer sua
produtividade e renda (SACHS 2009)
Com base nessas premissas surgem algumas perguntas
O estudo da sustentabilidade deve responder como o desenvolvimento econocircmico
social ambiental poliacutetico e os fatores culturais podem caminhar juntos Quais as metas
sensatas para este lotado e inteligente planeta Como fazer para que o mundo seja tanto
proacutespero como justo e ambientalmente sustentaacutevel O que precisamos fazer para que nossa
populaccedilatildeo e nossa economia natildeo esgotem a capacidade do planeta O objeto de estudo do
24
desenvolvimento sustentaacutevel precisa entrar nessa complexidade de entender os sistemas e suas
relaccedilotildees para melhorar o mundo
Para responder a essas perguntas natildeo se pode ignorar como os sistemas produtivos
interagem com a natureza sendo portanto necessaacuterio o aprimoramento das cadeias
produtivas e o acompanhamento por meio de indicadores ambientais a serem considerados na
cadeia produtiva das culturas para que possam de fato servir de fator de sustentabilidade
econocircmica e ecoloacutegica
34 Forccedilas do Capitalismo da Eficiecircncia agrave Deficiecircncia
Apesar dos exaustivos discursos sobre a globalizaccedilatildeo ainda vivemos numa sociedade
bastante fragmentada Neste sentido Sachs (2008) nos lembra que a economia capitalista eacute
louvada por sua inigualaacutevel eficiecircncia na produccedilatildeo de bens (riquezas) poreacutem ela tambeacutem se
sobressai por sua capacidade de produzir males sociais e ambientais
Os males do capitalismo soacute podem ser mitigados e compensados mediante a produccedilatildeo
de bens puacuteblicos tais como a reduccedilatildeo da pobreza ou a proteccedilatildeo do meio ambiente Este
pensamento natildeo eacute amplamente abrangente do ponto de vista da eficiecircncia Kuttner (1997) ao
estudar os limites do mercado apontou ao menos trecircs tipos de eficiecircncia a alocadora
associada ao nome de Adam Smith a inovadora que se relaciona com o pensamento
schumpteriano e a eficiecircncia do pleno emprego de todos os meios de produccedilatildeo embasada no
keynesianismo A estes Sachs (2008) deu valiosa contribuiccedilatildeo acrescentando a eficiecircncia
social que se sobrepotildee ao pensamento keynesiano quanto ao pleno emprego e a forccedila de
trabalho e a ecoeficiecircncia O capitalismo natildeo deixa duacutevidas de que eacute muito eficiente em
termos de alocaccedilatildeo poreacutem deficiente em termos da alocaccedilatildeo de eficiecircncias keynesiana social
e ecoeficiecircncia que satildeo essenciais ao conceito de desenvolvimento includente fundamentado
no trabalho decente para todos
Analisando o processo de crescimento do Brasil Furtado (2001) adverte que nossa
sociedade na tentativa de reproduzir a cultura material do capitalismo mais avanccedilado priva a
grande maioria da populaccedilatildeo dos meios de vida essenciais resultando numa sociedade de
massas em que coexistem formas sofisticadas de consumo supeacuterfluo e carecircncias essenciais no
mesmo extrato social e ateacute na mesma famiacutelia Esta observaccedilatildeo retrata a dicotomia entre o
capitalismo de mercado e o desenvolvimento sustentaacutevel
Natildeo existe ainda um consenso sobre as dimensotildees e a essencialidade do
desenvolvimento sustentaacutevel No entanto a definiccedilatildeo mais recorrente segundo Sachs (2009)
aponta para a eficiecircncia econocircmica a conservaccedilatildeo ambiental e a equidade social sendo que a
25
primeira soacute tem valor se conservar a segunda e produzir a terceira Este pensamento eacute
corroborado por Nascimento e Viana (2007) que chamam a atenccedilatildeo para as praacuteticas
capitalistas vigentes que induzem a processos distintos do desenvolvimento e da
sustentabilidade visto que ldquoo crescimento econocircmico em conformidade com os padrotildees de
consumo vigentes no mundo desenvolvido provoca destruiccedilatildeo ambiental e gradativamente se
torna inviaacutevel sobretudo na perspectiva de expansatildeo desse estilo de vidardquo tambeacutem porque
ldquonatildeo haacute equidade social em uma economia de mercadordquo
Natildeo haacute conservaccedilatildeo da natureza se a produccedilatildeo de energia se faz por meio da queima
de foacutesseis (gaacutes petroacuteleo e carvatildeo mineral) responsaacuteveis por mais de 90 da matriz
energeacutetica mundial produzindo CO2 aquecendo a Terra mudando o clima e
produzindo situaccedilotildees de reduccedilatildeo de produccedilatildeo seca e fome em vaacuterias partes do
mundo Sobretudo nos paiacuteses mais pobres
A economia de mercado ateacute pode extinguir aqui e ali a pobreza absoluta a despeito
de na realidade poder exterminaacute-la por completo da face da Terra
Becker (2009) considera que os mais de 20 milhotildees de habitantes da Amazocircnia
desejam o desenvolvimento sustentaacutevel embora cada ator perceba este termo de forma
diferenciada Eacute necessaacuterio acertar os ponteiros em torno da inclusatildeo social da conservaccedilatildeo
dos recursos e da equidade social e recomenda o caminho mais adequado talvez seja o da
inovaccedilatildeo para nos tornarmos competitivos do contraacuterio teremos que modificar o sentido do
mundo globalizado o que momentaneamente nos parece inapropriado Na Amazocircnia a
inovaccedilatildeo deve perpassar a questatildeo institucional especialmente no sentido de organizar a base
produtiva hoje extremamente dispersa e variada e exige uma reflexatildeo em torno de questotildees
ideoloacutegicas como a falsa dicotomia entre desenvolvimento e conservaccedilatildeo e entre inclusatildeo
social e competitividade Neste sentido a questatildeo fundiaacuteria merece atenccedilatildeo diferenciada que
considere as escalas miacutenimas de produccedilatildeo como elemento necessaacuterio para a transformaccedilatildeo do
produtor familiar em empreendedor agriacutecola
A urbanizaccedilatildeo tambeacutem deve ser pensada em paralelo visto que as cidades satildeo
fundamentais para o desenvolvimento quando se configuram mercado consumidor sede das
redes de organizaccedilatildeo do territoacuterio da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo e aleacutem do mais absorvem
imigrantes Portanto precisam de planejamento para atender socialmente a populaccedilatildeo em
termos de serviccedilos equipamentos e trabalho (BECKER 2009) e conclui ldquoa Amazocircnia sem
duvida eacute extremamente heterogecircnea e precisamos reconhecer a diversidade natildeo soacute a
biodiversidade mas a sociodiversidade as diferenciaccedilotildees internas e a partir disso ajustar os
princiacutepios de poliacuteticas gerais agraves condiccedilotildees variadas nas sub-regiotildees Isto eacute fundamental
Significa respeito agraves diferenccedilasrdquo nos colocando na rota da revoluccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica
26
rumo agrave organizaccedilatildeo da base produtiva agrave transformaccedilatildeo do modelo de produccedilatildeo familiar para
realmente produtiva (empreendedor agriacutecola) e agrave mudanccedila
35 Dimensotildees Baacutesicas Para o Desenvolvimento
Quando Sachs (2009) repensa a evoluccedilatildeo do conceito de desenvolvimento ao longo
destes sessenta anos concorda com Sen (1990) Precircmio Nobel de economia que define o
desenvolvimento como sendo a efetivaccedilatildeo universal do conjunto de direitos humanos desde
os direitos poliacuteticos e ciacutevicos direitos econocircmicos sociais e culturais e por fim os direitos
coletivos que inclui o direito a um ambiente saudaacutevel Nesta loacutegica Sachs (2008) trabalha o
desenvolvimento seguindo um tripeacute formado por trecircs dimensotildees baacutesicas da sociedade
desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado Em debate aberto no Centro de
Desenvolvimento Sustentaacutevel da Universidade de Brasiacutelia Sachs (2009) traacutes agrave discussatildeo sua
oacutetica sobre as vertentes pelas quais o desenvolvimento deve ser proferido
a) O desenvolvimento includente remete ao social visto que os objetivos deste satildeo
sempre eacuteticos e sociais O desafio eacute como promover o progresso social com base
no postulado eacutetico de solidariedade sincrocircnica com a nossa geraccedilatildeo respeitando as
condicionalidades ecoloacutegicas e ambientais e de solidariedade diacrocircnica com as
geraccedilotildees futuras
O desemprego aberto o subemprego e a exclusatildeo social que atinge boa parte da
populaccedilatildeo em idade de trabalho eacute o problema social atual de maior relevacircncia Neste sentido
uma observaccedilatildeo importante cabe a este processo para que as accedilotildees assistenciais necessaacuterias -
haja vista a imensidatildeo do problema mas que natildeo modificam estruturalmente a situaccedilatildeo - natildeo
sejam substituiacutedas pelas accedilotildees que consistem em promover a inclusatildeo social pelo trabalho
decente1 alertando para o fato de que natildeo eacute suficiente promover o emprego ou o
autoemprego eacute necessaacuterio incluir os preceitos de dececircncia mencionados pela Organizaccedilatildeo
Internacional do trabalho - OIT
O progresso ou o retrocesso social pode ser avaliado levando em conta trecircs indicadores
mencionados pelo economista britacircnico Dudley Sears o emprego a pobreza e a desigualdade
avaliando o aumento e a diminuiccedilatildeo ao longo do tempo mediante a aplicaccedilatildeo de poliacuteticas que
tendam ao desenvolvimento
1 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo
implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a
dignidade humana
27
Por maior que seja a taxa de crescimento econocircmico natildeo se pode falar em
desenvolvimento se houver o menor retrocesso em um dos trecircs indicadores sob pena de se
configurar apenas um crescimento socialmente perverso aquele que natildeo aumenta o emprego
decente natildeo diminui a pobreza e a desigualdade (SEARS apud SACHS 2009)
b) Desenvolvimento sustentaacutevel deve ser economicamente viaacutevel remete ao mercado
Para que os fatos se concretizem eacute necessaacuterio que se sustente no mercado tendo isso como
uma condiccedilatildeo necessaacuteria poreacutem natildeo suficiente para promover o desenvolvimento dado que
o fator econocircmico natildeo eacute um objetivo em si eacute apenas um instrumental com o qual avanccedilar a
caminho do desenvolvimento includende sustentaacutevel Nisso a ciecircncia pode contribuir natildeo soacute
no segmento da biologia ou da energia nuclear mas essencialmente no acircmbito das ciecircncias
sociais com a responsabilidade de explicitar os criteacuterios com os quais se avalia o
desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado (SACHS 2009)
c) O desenvolvimento sustentado relaciona a preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo dos recursos na
linha do tempo Neste sentido os criteacuterios ambientais satildeo mais difiacuteceis de serem definidos
mas sem duacutevida os gases de efeito estufa resultante do consumo excessivo das energias
foacutesseis devem ser avaliados para que se possa entender qual o impacto destes sobre as
mudanccedilas climaacuteticas que afetam diretamente os solos a aacutegua e as florestas em nosso planeta
(SACHS 2009)
Nesse contexto eacute imprescindiacutevel o acompanhamento por meio de indicadores de
sustentabilidade como variaacutevel selecionada e quantificada que nos permite analisar uma
tendecircncia que de outra forma natildeo seria facilmente detectada capaz de inferir uma mensuraccedilatildeo
dos recursos ambientais econocircmicos social cultural espacialgeograacutefico e poliacutetico
(TOMASONI 2006)
A sustentaccedilatildeo econocircmica guarda estreita relaccedilatildeo com o crescimento que eacute condiccedilatildeo
necessaacuteria para o desenvolvimento O crescimento depende do investimento aplicado
portanto a taxa de investimento e a poupanccedila devem ser trabalhadas cuidadosamente
(SACHS 2008) A inclusatildeo social e o cuidado com o meio ambiente satildeo caracteriacutesticas de
uma boa sociedade Uma boa sociedade eacute aquela que eacute proacutespera e inclusiva ambientalmente
sustentaacutevel e politicamente bem governada
O desenvolvimento includente deve priorizar os bilhotildees de agricultores familiares e
suas famiacutelias e pensar a agricultura com base na biomassa (biodiversidade-biomassa-
biotecnologias) A biomassa eacute o combustiacutevel o alimento a forragem o adubo verde a
bioenergia o material de construccedilatildeo a mateacuteria prima industrial os faacutermacos os cosmeacuteticos e
28
os inuacutemeros outros produtos que podem ser produzidos a partir dela em bases sustentaacuteveis
usando a ciecircncia e a biotecnologia para aumentar a produtividade e tambeacutem para aumentar a
diversidade de produtos Este processo deve incluir os milhotildees de agricultores em trabalho
decente e deve considerar ainda os trabalhos natildeo agriacutecolas derivados do processo (SACHS
2009)
Todo este modelo de desenvolvimento com base na biodiversidade-biomassa-
biotecnologias deve integrar os agricultores familiares modernizando a sua visatildeo de
produccedilatildeo Aquilo que Becker (2009) chama de ldquotransformaccedilatildeo do agricultor familiar em
empreendedor ruralrdquo a que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel ldquoum
empreendedor que escolha o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo
Outra dimensatildeo do desenvolvimento que merece especial atenccedilatildeo eacute aquela que
Buarque (2009) insistentemente rebusca para o debate a educaccedilatildeo Alertando para o fato de
que ldquoo grande salto estaacute em criar uma consciecircncia nova a partir de uma revoluccedilatildeo na
educaccedilatildeordquo no caso do Brasil por meio da nacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo trazendo a educaccedilatildeo
baacutesica para a responsabilidade da naccedilatildeo e natildeo dos municiacutepios como se daacute hoje Eacute preciso
influenciar o inconsciente coletivo desde a infacircncia de toda a humanidade como forma de
agregar valor agrave natureza
Mello (2009) analisa o desenvolvimento por outra vertente natildeo menos importante que
as demais a territorialidade e o local como forma de incluir na anaacutelise as relaccedilotildees da
sociedade com o seu lugar por acreditar que isto eacute base e elo participante do processo global
As teorias a seguir satildeo condensadas dos trabalhos dessa autora Neste sentido como eacute
possiacutevel pensar em desenvolvimento sustentaacutevel sem levar em consideraccedilatildeo a grande maioria
da populaccedilatildeo brasileira e mundial que natildeo tem sequer um lugar onde viver seja no campo ou
nas cidades em detrimento de uma minoria que acumula a posse de grandes propriedades tatildeo
somente como reserva de valor na constituiccedilatildeo de patrimocircnio privado
Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar
com a riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos
ecossistemas O primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de
comeacutercio ainda que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute
possiacutevel dispensar as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo
resgatar a grande parte da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda (MELLO 2009)
Os nossos ecossistemas analisa Mello (2009) jaacute demostram a ausecircncia de um
equiliacutebrio interno caracterizado pela ameaccedila de desaparecimento de espeacutecies A produccedilatildeo
29
continuada do modelo de exploraccedilatildeo que adotamos conseguiu romper o equiliacutebrio de todos os
nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do
solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a
salinizaccedilatildeo entre outros Em vaacuterios biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em
erosatildeo e perda da fertilidade do solo Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que
temos produzido se questiona ateacute quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir
o aumento da produtividade Ou quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para
aumentar a produccedilatildeo Quanto de nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e
outros gratildeos
Tudo isto serve de norte para a mudanccedila de modo a ponderar a primazia desta forma
de utilizaccedilatildeo do territoacuterio e do local e reconstruir outros caminhos dando mais valor a tudo
aquilo que hoje na sociedade na economia e na poliacutetica estaacute completamente agrave margem
(MELLO 2009)
36 Indicadores Ambientais
Para Christen (1996) os sistemas de produccedilatildeo agriacutecola devem ser observados nas
pesquisas de avaliaccedilatildeo da sustentabilidade por meio de dimensotildees e indicadores locais que
permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais especiacuteficas considerando que dada as vastas
formas de conceituar sustentabilidade a pesquisa tambeacutem admita muitas formas de mensuraacute-
la
Em um processo de gestatildeo os indicadores guardam relaccedilatildeo com as propriedades
estruturais e funcionais Por meio deles eacute possiacutevel identificar as fraquezas e potencialidades
na avaliaccedilatildeo do planejamento e permitem contiacutenuas revisotildees dos objetivos ferramentas e
accedilotildees de tal processo (VENTURELLI GALLI 2006)
Para Magalhatildees Juacutenior (2007) os indicadores satildeo instrumentos baacutesicos de
planejamento alcance de metas e anaacutelise de tendecircncias Atendem tambeacutem a objetivos
cientiacuteficos (recomendaccedilotildees) uacuteteis principalmente na ausecircncia de normas de referecircncia e
servem ainda a objetivos de gestatildeo condicionados pela norma juriacutedica o marco legal
Os indicadores satildeo variaacuteveis que simplificam ou sumarizam determinadas informaccedilotildees
a respeito de um fenocircmeno de modo que este se torne perceptiacutevel e mensuraacutevel fornecendo
informaccedilotildees valiosas em assuntos complexos de forma relativamente acessiacutevel
contribuindo assim para o processo de tomada de decisotildees no monitoramento e avaliaccedilatildeo de
um fenocircmeno (GALLOPIN 1997 FIDALGO 2003 NIEMEIJER e DE GROOT 2008)
30
A Organization for Economic Cooperation and Development ndash OECD - estaacute entre as
organizaccedilotildees pioneiras no desenvolvimento de indicadores Ateacute os anos 80 a instituiccedilatildeo
trabalhou exaustivamente na formulaccedilatildeo de indicadores sociais A partir desta deacutecada a
instituiccedilatildeo iniciou os trabalhos no desenvolvimento de indicadores ambientais atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos paiacuteses do G-7 Esta temaacutetica refletiu-se em listas de indicadores de
sustentabilidade elaborados pela Comissatildeo de Desenvolvimento Sustentaacutevel da Organizaccedilatildeo
das Naccedilotildees Unidas e pelo Banco Mundial (MAGALHAtildeES JUNIOR 2007)
Em acordo com as definiccedilotildees da OECD (2011) o indicador eacute uma variaacutevel ou
conjunto de variaacuteveis capaz de fornecer informaccedilotildees relevantes sobre uma aacuterea ambiente ou
fenocircmeno Eacute capaz de orientar um assunto ou tornar perceptiacutevel uma tendecircncia ou processo
que natildeo eacute imediatamente detectaacutevel Seu significado vai aleacutem do que eacute de fato medido e seu
alcance pode ser maior do que focaliza o fenocircmeno de interesse
Fidalgo (2003) e Turnhout et al (2007) alertam para a necessidade de especial atenccedilatildeo
no processo de construccedilatildeo de indicadores visto que isto implica um processo de seleccedilatildeo
integraccedilatildeo e agregaccedilatildeo de um conjunto de observaccedilotildees dados e conhecimentos acerca de
paracircmetros considerados relevantes e devem ser selecionados a partir de dados disponiacuteveis e
potencialmente importantes sobre o sistema em estudo
Neste sentido o esforccedilo de identificar e contextualizar indicadores do
desenvolvimento sustentaacutevel para os municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo
no Amazonas relacionados com a produccedilatildeo de bananas nos permitiraacute a observaccedilatildeo de um
conjunto de paracircmetros considerados relevantes para o desenvolvimento sustentaacutevel dos
municiacutepios por meio do fortalecimento dos cultivos de bananeiras
O uso de indicadores permite a ligaccedilatildeo entre a produccedilatildeo e o conhecimento cientiacutefico
pela interface entre ciecircncia e poliacutetica Dessa forma recomenda-se a inclusatildeo da perspectiva de
atores sociais no processo de seleccedilatildeo dos indicadores que segundo os pesquisadores natildeo
podem ser avaliados apenas com os tradicionais criteacuterios cientiacuteficos de qualidade devendo
incluir aspectos de interdisciplinaridade relevacircncia e tambeacutem do ponto de vista dos usuaacuterios
(TURNHOUT et al 2007)
Um requisito importante e frequentemente negligenciado para a utilizaccedilatildeo e
aceitaccedilatildeo de indicadores eacute o entendimento do que seja essa ferramenta e da sua real funccedilatildeo
no processo de tomada de decisatildeo Os indicadores satildeo meios de comunicaccedilatildeo e como
qualquer forma de comunicaccedilatildeo requerem seu entendimento pelos participantes do diaacutelogo
no processo de tomada de decisatildeo em direccedilatildeo ao desenvolvimento sustentaacutevel Esses
31
elementos devem ser claros e os usuaacuterios devem estar habilitados a compreender o seu
sentido assim como sua significacircncia em termos de valores (COcircRTES 2009)
37 Cadeia Produtiva Agriacutecola
De acordo com Sppeding (1975) os conceitos de agronegoacutecio cadeia produtiva ou
sistema produtivo tecircm suas origens em aplicaccedilotildees da teoria geral dos sistemas ou possuem
enfoque sistecircmico e satildeo definidos por como um conjunto de elementos interativos
A Teoria Geral dos Sistemas - TGS - se caracteriza pelo todo organizado composto de
elementos interdependentes podendo ou natildeo interagir com o meio exterior se caracterizando
por sistema aberto ou fechado respectivamente Os sistemas e subsistemas relacionam-se e
estatildeo integrados numa cadeia hieraacuterquica onde suas partes integrantes (os subsistemas) satildeo
interdependentes constituindo um todo que eacute superior agrave soma das suas partes e tecircm
caracteriacutesticas proacuteprias satildeo autorregulados e controlados como forma de adaptaccedilatildeo agraves
alteraccedilotildees do meio exterior e para manter o seu equiliacutebrio para o alcance dos seus objetivos
(BERTALANFFY 1975)
Por sua complexidade e heterogeneidade a cadeia produtiva desempenha papel central
nos fluxos de produccedilatildeo de culturas agriacutecolas especialmente nos municiacutepios do Estado do
Amazonas cujas economias encontram suas bases no setor primaacuterio Desse modo constitui-
se elemento fundamental nos estudos sobre sustentabilidade e desenvolvimento para estes
locais (BERTALANFFY 1975 SPPEDING 1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e
CHIAVENATO 2009) Para Sachs (2008) a gestatildeo e governanccedila local devem ser trabalhadas
considerando os potenciais da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como forma de
valorizar e aproveitar os recursos naturais endoacutegenos
No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de elementos
interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e onde cada um
dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute maior do que o
resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente Qualquer
conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as relaccedilotildees
entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990)
Em acordo com Castro et al (1995) a caracterizaccedilatildeo ou anaacutelise de um sistema
agriacutecola se inicia com o estabelecimento de seus objetivos seguida da definiccedilatildeo de seus
limites subsistemas e entidades componentes e do contexto externo onde o sistema se
estabelece A cadeia produtiva eacute o conjunto de componentes interativos incluindo os sistemas
produtivos fornecedores de insumos e serviccedilos induacutestrias de processamento e transformaccedilatildeo
32
agentes de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo aleacutem de consumidores finais Todos estes atores
objetivam suprir o consumidor final de determinados produtos Este pensamento eacute
corroborado por Chiavenato (2011) que define o sistema como um conjunto de elementos
dinamicamente relacionados entre si formando uma atividade para atingir um objetivo
operando sobre entradas e fornecendo saiacutedas processadas
Para Lastres e Cassiolato (2006) o mapeamento da cadeia produtiva bem como a
identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo destes atores satildeo essenciais para a geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo da
capacidade produtiva e inovativa de um determinado setor ou atividade
A interaccedilatildeo das propriedades rurais com o mercado enquanto fornecedoras de
produtos finais pressupotildee relaccedilotildees harmoniosas com o ambiente comercial seja para o
suprimento de mateacuteria prima ou para o fornecimento de produtos ao consumidor final
A figura 2 ilustra uma tiacutepica cadeia produtiva agriacutecola com seus principais
componentes e fluxos (CASTRO et al 1995) Entre os componentes mais comuns estatildeo os
indiviacuteduos fornecedores de insumos as propriedades agriacutecolas com seus diversos sistemas
produtivos agropecuaacuterios ou agroflorestais as induacutestrias de processamento eou
transformaccedilatildeo do produto o comeacutercio atacadista o comeacutercio varejista e os consumidores
finais que influenciam e satildeo influenciados pelos demais componentes da cadeia Estes
componentes se relacionam com o ambiente institucional refletido nas leis e normas que
regulam o setor e as instituiccedilotildees e o ambiente organizacional representado pelas instituiccedilotildees
governamentais financeiras de ensino pesquisa extensatildeo apoio teacutecnico etc
Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva Fonte (Castro et al 1995 adaptado de Zylbersztajn 1994)
33
38 Arranjos Produtivos Locais
Em suma especialmente no acircmbito agriacutecola os esforccedilos acerca do desenvolvimento e
da sustentabilidade convergem para a necessidade de aproveitar as potencialidades endoacutegenas
pela valorizaccedilatildeo da biomassa modernizaccedilatildeo da agricultura brasileira criaccedilatildeo de uma nova
consciecircncia por meio da educaccedilatildeo e a valorizaccedilatildeo da territorialidade e do local atraveacutes da
riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas
(SACHS 2009 BECKER 2009 BUARQUE 2009 MELLO 2009)
Lastres e Cassiolato (2006) em seus estudos sobre os sistemas de inovaccedilatildeo concluem
que o papel do Estado eacute fundamental para o processo de desenvolvimento nacional onde os
esforccedilos devem conduzir para a formaccedilatildeo de arranjos ou de sistemas produtivos e inovativos
locais (ASPILs) focando conjuntos especiacuteficos de atores e atividades econocircmicas capazes de
articular as relaccedilotildees entre os atores sociais as empresas os conhecimentos (codificados mas
considerando especialmente os conhecimentos taacutecitos locais) com o objeto de valorizar a
diversidade e melhorar a competitividade sustentada
A noccedilatildeo de sistema de inovaccedilatildeo implica que nem produccedilatildeo nem inovaccedilatildeo constituem
processos e fenocircmenos isolados sendo necessaacuterio focar o sistema de produccedilatildeo independente
do grau de especializaccedilatildeo nuacutemero de empresas aglomeradas etc Se o enfoque estiver no
sistema de inovaccedilatildeo isto compreenderaacute os clusters distritos industriais etc Nesta base
Lastres e Cassiolato (2006) oferecem valiosa contribuiccedilatildeo agrave busca pelos caminhos que levem
ao desenvolvimento conforme sugerido por Sachs (2008) includente sustentaacutevel e
sustentado ao propor atraveacutes da RedeSist a definiccedilatildeo de Sistemas Produtivos e Inovativos
Locais (SPILs) qual seja
SPILs designa o conjunto de atores econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um
mesmo territoacuterio com foco em um conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas e que
apresentam interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem os quais satildeo fundamentais para a
geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo de capacidades produtivas e inovativas SPILs geralmente incluem
empresas ndash produtoras de bens e serviccedilos finais ndash fornecedoras de bens (mateacuterias-primas
equipamentos e outros insumos) e de serviccedilos distribuidoras e comercializadoras
consumidoras etc ndash e demais organizaccedilotildees voltadas agrave formaccedilatildeo e treinamento de recursos
humanos informaccedilatildeo pesquisa desenvolvimento e engenharia promoccedilatildeo e financiamento
aleacutem de cooperativas associaccedilotildees e representaccedilotildees
Arranjos Produtivos Locais (APLs) se configuram por
Aqueles casos fragmentados e que natildeo apresentam significativa articulaccedilatildeo entre os atores e
que assim natildeo podem se caracterizar como sistemas
Lastres e Cassiolato (2006) advertem que diferentes contextos e modos de articulaccedilatildeo
satildeo fundamentais na aquisiccedilatildeo uso e difusatildeo de conhecimentos e particularmente os taacutecitos
34
Estes sistemas e modos de articulaccedilatildeo podem ser tanto formais como informais Lembram
ainda que a base do dinamismo e da competitividade entre empresas natildeo se restringe a uma
uacutenica empresa ou um setor e sim a todas as atividades e capacidades ao longo da cadeia de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos atores sociais e poliacuteticos e do ambiente onde estatildeo inseridas
Para melhor entender e promover a dinacircmica de um sistema produtivo eacute necessaacuterio
conhecer em profundidade suas especificidades e tambeacutem seu peso e papel dentro das cadeias
complexos e setores em que se insere bem como as economias regionais e internacionais As
principais vantagens dos ASPILs indicadas por Lastres e Cassiolato (2006) satildeo as que se
seguem
Compreende o conjunto de diferentes atores (empresas e organizaccedilotildees de investigaccedilatildeo e
desenvolvimento educaccedilatildeo treinamento promoccedilatildeo e financiamento etc) e atividades
conexas que usualmente caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo local
Cobre o espaccedilo onde ocorre o aprendizado satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e
inovativas e fluem os conhecimentos e particularmente aqueles taacutecitos
Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de
capacitaccedilotildees podem ser mais efetivas
Representa um enfoque mais avanccedilado e que vai aleacutem da tradicional visatildeo baseada na
organizaccedilatildeo individual (empresa) setor aglomeraccedilotildees ou cadeias produtivas permitindo
estabelecer uma ponte entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas as quais tambeacutem natildeo se
restringem aos cortes claacutessicos espaciais como os niacuteveis municipais e de microrregiatildeo
O enfoque em ASPILs permite captar as particularidades da estrutura produtiva e
compreender a diversidade de respostas de seus diferentes sistemas Eacute necessaacuterio identificar e
analisar a configuraccedilatildeo de tais sistemas e como o conhecimento eacute gerado utilizado e
difundido nos mesmos Para tanto eacute necessaacuterio definir o sistema a partir do mapeamento da
cadeia e complexos produtivos vinculados agraves atividades econocircmicas principais ateacute a
identificaccedilatildeo de todos os atores econocircmicos poliacuteticos e sociais indispensaacuteveis ao
funcionamento do mesmo
39 A Cultura da Banana como Atividade Agriacutecola Cultivares de Ocorrecircncias
Frequentes no Estado do Amazonas
O cultivo de bananeiras pelo homem teve iniacutecio no sudeste da Aacutesia Existem ainda
muitas espeacutecies de banana selvagem na Nova Guineacute na Malaacutesia Indoneacutesia e Filipinas
Indiacutecios arqueoloacutegicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na
proviacutencia das Terras Altas Ocidentais da Nova Guineacute sugerem que esta atividade remonta
pelo menos a ateacute 5000 aC ou mesmo a ateacute 8000 aC Tais dados tornam esse local o berccedilo
do cultivo de bananeiras Eacute provaacutevel contudo que outras espeacutecies de banana selvagem
tenham sido objeto de cultivo posteriormente em outros locais do sudeste asiaacutetico
(Wikipeacutedia 2015)
35
A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela
laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da
evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem experimentado no resto do mundo com
produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a
produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os estados com maior produtividade na
regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12 tha respectivamente Entretanto as
estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela
maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil resultando em desperdiacutecio do potencial
agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO 2011)
No Estado do Amazonas ateacute o final da deacutecada de 90 os bananais eram cultivados
predominantemente em solos de vaacuterzea dos Rios Solimotildees Amazonas e Madeira
Lentamente os cultivos comerciais foram se expandindo para as aacutereas de platocirc Hoje os
Municiacutepios de Rio Preto da Eva Presidente Figueiredo Iranduba e Manacapuru entre outros
concentram grandes cultivos de bananeiras (GASPAROTTO et al 1999) e estatildeo formados
predominantemente pelas cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 entre outras em
menores proporccedilatildeo resistentes agrave pragas e doenccedilas
A cultivar Thap Maeo foi selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura de Cruz
das Almas Bahia Eacute uma variante Mysore de porte alto ciclo vegetativo de 394 dias e
apresenta resistecircncia agrave problemas fitossanitaacuterios como a sigatoka negra (Mycosphaerella
fijiensis) sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) mal do Panamaacute e moderadamente
resistente ao nematoide (Radopholus similis) e a broca do rizoma Eacute suscetiacutevel ao moko
(Ralstonia solanacearum raccedila 2) e estaacute livre do viacuterus das estrias da bananeira (BSV)
(GASPAROTTO et al 1999)
A cultivar Caipira (Yamgambi km 5) oriunda da Aacutefrica Ocidental foi introduzida no
Brasil pela Embrapa de Cruz das Almas Bahia Possui ciclo vegetativo de 383 dias e porte
meacutedioalto eacute resistente agrave sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e amarela
(Mycosphaerella musicola) ao mal do Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao
moko (Ralstonia solanacearum raccedila 2) e suscetiacutevel ao nematoide (Radopholus similis)
(GASPAROTTO et al 1999)
A FHIA 18 pertence ao subgrupo prata foi trazida de Honduras pela Embrapa
apresenta porte meacutedio e ciclo vegetativo de 327 dias Eacute resistente agrave sigatoka negra
(Mycosphaerella fijiensis) e amarela (Mycosphaerella musicola) e suscetiacutevel ao mal do
36
Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao moko (Ralstonia solanacearum)
(GASPAROTTO et al 2002)
391 Tratos Culturais da Bananeira
3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira
No momento da formaccedilatildeo dos bananais satildeo vaacuterias as indicaccedilotildees de distribuiccedilatildeo
espacial ficando a criteacuterio do produtor a escolha do espaccedilamento podendo ser utilizado
espaccedilamentos de 40 x 20 x 20 40 x 25 x 20 40 x 30 x 20 30 x 30 e 30 x 20 metros
Contudo Gasparotto et al (2006) adverte que espaccedilamentos maiores aleacutem de disponibilizar
menos mudas por hectare podem incorrer em menor aproveitamento do terreno e da luz solar
e maior suscetibilidade agrave erosatildeo e consequentemente lixiviaccedilatildeo do solo e menor
produtividade Este tipo de distribuiccedilatildeo tambeacutem pode dificultar a aplicabilidade das praacuteticas
fitossanitaacuterias e de colheita uma vez que dificulta a mecanizaccedilatildeo As informaccedilotildees seguintes
foram compiladas dos trabalhos de Arruda et al (2004) e Gasparotto et al (2006) e
representam experimentos realizados no Estado do Amazonas para a cultivar Thap Maeo
seguindo as recomendaccedilotildees dos tratos culturais de preacute e poacutes colheita
Os trabalhos de Gasparotto et al (1999) datildeo conta de que no Estado do Amazonas a
produccedilatildeo de bananas ainda eacute bastante afetada por problemas fitossanitaacuterios com a incidecircncia
das doenccedilas conhecidas como sigatoka negra sigatoka amarela mal do Panamaacute e o moko
tambeacutem decorrentes das questotildees tecnoloacutegicas como espaccedilamento aplicado para distribuiccedilatildeo
das covas processos de adubaccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes colheita transporte da produccedilatildeo e
tratos culturais ineficientes
A sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora
fijiensis)eacute a principal doenccedila da bananeira no mundo podendo causar perdas totais dos
plantios quando as cultivares atacadas satildeo do tipo prata eou maccedilatilde Quando afeta plantios com
cultivares do subgrupo Terra conhecidas no Amazonas como Pacovatilde e Pacovi as perdas
ficam em torno de 60 a 70 (GASPAROTTO et al 1999)
O mal do panamaacute eacute uma doenccedila causada pelo Fusarium oxysporum fsp cubense
fungo habitante do solo que produz clamidoacutesporos - estruturas que lhes permitem sobreviver
no solo por ateacute 50 anos - mesmo na ausecircncia de bananeiras suscetiacuteveis induz perdas
proporcionais ao nuacutemero de plantas atacadas visto que provoca murcha permanente em
plantas adultas na eacutepoca da emissatildeo dos cachos (PEREIRA et al 2008)
37
4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS
41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO
AMAZONAS
Resumo
Apesar da disponibilidade de terras desmatadas e degradadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo
clima e solos favoraacuteveis para o cultivo de frutas o Estado do Amazonas ainda apresenta
produccedilatildeo insuficiente em quantidade e qualidade e importa muitas frutas de outras regiotildees do
paiacutes A banana eacute uma fruta de grande expressatildeo na cadeia alimentar e econocircmica dos
amazonenses e eacute cultivada nos 62 municiacutepios do Estado Em 2012 foram cultivados mais de
9500 ha com bananeiras onde foram produzidas 63000 t da fruta mas a produtividade ainda
eacute muito baixa (da ordem de 122 thaa) se comparada agrave produtividade mundial que em muitos
paiacuteses ultrapassa 50 thaa Com o intuito de investigar as praacuteticas de gestatildeo e as tecnologias
empregadas nos cultivos de bananeiras no Amazonas foi realizado um levantamento por
meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 15 cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e em 30 plantios no Rio Preto da Eva no Amazonas safra de 2012 para anaacutelise da
aacuterea cultivada com bananas produccedilatildeo produtividade e observaccedilatildeo dos tratos culturais
aplicados Nos 60 ha investigados em Presidente Figueiredo a produccedilatildeo meacutedia de bananas foi
de aproximadamente 991 ta com produtividade de 163 thaa No municiacutepio de Rio Preto da
Eva foram analisados 83 ha com produccedilatildeo meacutedia de 1152 ta e produtividade meacutedia de 139
thaa O estudo revelou ainda que a produtividade meacutedia de banana nos dois municiacutepios
analisados eacute ligeiramente superior agrave produtividade meacutedia do Estado contudo estaacute muito
abaixo dos iacutendices alcanccedilados em cultivos no Estado da ordem de 50 thaa para a cultivar
Thap Maeo indicando que apesar de natildeo haver limitaccedilotildees tecnoloacutegicas ou climaacuteticas para a
cultura da banana no Estado os produtores natildeo estatildeo usando as informaccedilotildees e tecnologias
adequadas para elevarem a produtividade dessa cultura nesses municiacutepios A pesquisa
detectou a inobservacircncia das especificaccedilotildees teacutecnicas de espaccedilamento e densidade indicados
para cultivos no Amazonas incorrendo em baixo aproveitamento do solo Apenas dois dos
quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo tinham plantios com
densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois outros tinham
plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores O aproveitamento
da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente
Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72 com meacutedia igual a apenas
29 Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva
tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente O
aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de
Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com meacutedia igual a
apenas 282
Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade de banana Amazonas
38
Abstract
Despite the availability of deforested and degraded lands water resources for irrigation
favorable climate and soil for growing fruit the State of Amazonas still has insufficient
production in quantity and quality resulting of importation of many fruits from other regions
of the country The banana is a fruit which is widely recognized in the food and economic
chain of Amazonas and it is grown in 62 municipalities In 2012 more than 9500 ha were
cultivated with bananas which produced 63000 t of fruit but productivity is still very low
(around 122 t ha y) compared to world productivity in many countries which exceeds 50 t
ha y In order to investigate the management practices and technologies employed in the
cultivation of bananas in the Amazonas State a survey was conducted through questionnaires
in 15 crops of bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 plantations in Rio
Preto da Eva 2012 harvest for analysis of the area planted with bananas production
productivity and observation of the applied cultivation In the 60 ha investigated in Presidente
Figueiredo the average banana production was approximately 991 t y with yield of 163 t
ha y In the municipality of Rio Preto da Eva 83 ha were analyzed with an average
production of 1152 t y and average yield of 139 t hay The study also revealed that the
average banana productivity in the two counties analyzed is slightly higher than the average
productivity of the State However it is far below the rates achieved in the state around 50
thay for the cultivar Thap maeo indicating that although there are no technological or
climatic limitations for banana cultivation in the Amazonas State producers are not using the
appropriate information and technology to raise productivity of this crop in these
municipalities The survey found non-compliance with technical spacing and density
specifications suitable for cultivation in the Amazon incurring in low land use Only two of
the fifteen banana producers of Presidente Figueiredo had plantations with plant densitiesha
next to the technically recommended Two others had plantations with higher plant densities
and the other much lower The utilization of the productive capacity of soils in banana
plantations in the municipality of Presidente Figueiredo was well below the desirable ranging
from 93 to 72 with an average of only 29 All the 30 bananas cultivations analyzed in
Rio Preto da Eva had plantations with plant densitiesha lower than that recommended
technically The utilization of the productive capacity of soils in banana plantations in Rio
Preto da Eva was well below the desirable ranging from 72 to 840 with an average of
only 282
Key Words Banana cultivation banana productivity Amazonas
39
411 INTRODUCcedilAtildeO
Durante deacutecadas a dinacircmica econocircmica do Brasil foi referenciada essencialmente
pela sucessatildeo de ciclos de exploraccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de produtos primaacuterios com baixo ou
nenhum niacutevel de processamento Este cenaacuterio se modificou lentamente e especialmente na
deacutecada de 80 a agroinduacutestria se destaca como um dos segmentos de grande importacircncia na
economia brasileira estimulando mudanccedilas significativas nos vaacuterios elos das cadeias
produtivas agriacutecolas como forma de valorizar a produccedilatildeo do setor primaacuterio e tornar
expressivo o agronegoacutecio brasileiro (BARRETO FILHO 2000)
A fruticultura um dos segmentos do agronegoacutecio vem ganhando projeccedilatildeo nos
mercados regionais nacional e internacional em virtude de novas demandas de mercado
decorrentes dos novos haacutebitos de consumo da populaccedilatildeo Entretanto conforme enfatizado por
Barreto Filho (2000) a fruticultura brasileira precisa vencer algumas barreiras que
comprometem sua competitividade e retardam sua consolidaccedilatildeo como atividade capaz de
atender agraves expectativas de tornar-se um instrumento de projeccedilatildeo do desenvolvimento regional
Satildeo muitas as oportunidades para a produccedilatildeo de frutas na Amazocircnia cujo consumo
crescente tem sido motivado principalmente pelo aumento da demanda mundial por
alimentos a partir do crescimento populacional do crescimento da renda per capta nos paiacuteses
mais populosos do mundo como a China e a Iacutendia da crescente limitaccedilatildeo de terras
agricultaacuteveis no plano mundial e do aumento do consumo de frutas nos haacutebitos alimentares
A regiatildeo amazocircnica dispotildee de terras desmatadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo
climas e solos favoraacuteveis e apesar disso importa grande quantidade de frutas de outras
regiotildees do paiacutes Todos esses fatores propiciam o desenvolvimento da fruticultura sustentaacutevel
na Amazocircnia com perspectivas de desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura e
fortalecimento dos respectivos elos como forma de desenvolvimento da regiatildeo e melhoria na
qualidade de vida da populaccedilatildeo em especial as que satildeo originaacuterias da zona rural cuja
economia possui relaccedilatildeo direta com o agronegoacutecio
A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela
laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura eacute uma atividade de grande
relevacircncia para o agronegoacutecio da regiatildeo Norte principalmente para o Estado do Amazonas
onde se constitui importante base alimentar para os amazonenses e com alta participaccedilatildeo na
composiccedilatildeo da receita dos agricultores locais Natildeo obstante eacute uma das frutas de grande
expressatildeo cultural e de cultivo bastante disseminado no Estado do Amazonas sendo cultivada
nos 62 municiacutepios Amazonense
40
A significativa participaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia dos produtores rurais
contribui para ocorrecircncia de cultivos em todos os municiacutepios do Estado Em 2012 o Estado
do Amazonas cultivou 9545 ha com a fruta colhendo 5440 ha Nestes municiacutepios foram
produzidos 63745 toneladas da fruta com produtividade de 122 toneladas por hectare
contribuindo com mais de R$ 59 milhotildees para a economia do Estado (IBGE 2013)
As estatiacutesticas da FAO indicam que em 2009 foram cultivados com bananas
aproximadamente 48 milhotildees de hectares em todo o mundo onde foram produzidos 95
milhotildees de toneladas com produtividade de 19 tha O Brasil eacute o quinto produtor mundial de
bananas com produccedilatildeo anual de 71 milhotildees de toneladas sendo superado pela Iacutendia (262
milhotildees de toneladas) Filipinas (90 milhotildees de toneladas) China (82 milhotildees de toneladas)
e Equador (73 milhotildees de toneladas) Curioso eacute que a aacuterea cultivada no Brasil (511 milha) soacute
eacute superada pela aacuterea cultivada na Iacutendia (709 milha) Contudo o Brasil ocupa a quinta posiccedilatildeo
em produtividade entre os paiacuteses produtores de bananas analisados pela FAO Em 2009 a
produtividade Brasileira foi de 140 tha enquanto a Indoneacutesia teve produtividade de 597tha
seguida da Costa Rica com 499 tha A produtividade na Iacutendia eacute de 370 tha no Equador eacute de
353 tha na China eacute de 264 tha e nas Filipinas 202 tha (SILVA NETO 2011)
Ao se analisar a produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte que embora tenha passado por
importantes transformaccedilotildees nas duas uacuteltimas deacutecadas com a inserccedilatildeo pela Embrapa de
cultivares resistentes agraves pragas e doenccedilas como sigatoka negra causada pelo fungo
Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora fijiensis) e o mal do panamaacute causado pelo
Fusarium oxysporum fsp cubense ainda carece de melhores processos de produccedilatildeo
principalmente no que se refere agrave qualidade dos seus produtos e subprodutos da consolidaccedilatildeo
da agroinduacutestria de melhor organizaccedilatildeo de seus produtores e do fortalecimento de uma
infraestrutura que possibilite melhores condiccedilotildees de competitividade (ARRUDA 2004)
A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem
experimentado no resto do mundo com produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo
da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os
estados com maior produtividade na regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12
tha respectivamente Entretanto as estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no
mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil
resultando em desperdiacutecio do potencial agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO
2011)
41
Seguindo a anaacutelise das questotildees levantadas nesse trabalho e considerando-se a
importacircncia do desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado por meio da valorizaccedilatildeo
da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como elemento indispensaacutevel agrave sustentabilidade
dos municiacutepios do Estado do Amazonas satildeo enfatizados os processos de produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios do Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo
Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos processos produtivos dessa
frutiacutefera de cultivos bastante disseminados na regiatildeo com o objetivo de identificar as praacuteticas
de gestatildeo e as caracteriacutesticas agronocircmicas nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios do Rio
Preto da Eva e Presidente Figueiredo Estado do Amazonas como forma de analisar o
potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo de cultivos de
bananeiras articulados como sistemas produtivos orientando para o adequado manejo do solo
controle de pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo
a proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo
da populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento socioeconocircmico sustentaacutevel dos
produtores e para a economia agriacutecola dos municiacutepios
42
412 MATERIAL E MEacuteTODOS
4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
As propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa estatildeo
alocadas nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do
Amazonas Cada Municiacutepio possui respectivamente 1 62 e 017 da aacuterea total do Estado
abrigando 080 e 052 da populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes
municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do
Estado do Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado
Manaus
Nestes municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012
por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 30 propriedades rurais produtoras dessa cultura no
Rio Preto da Eva e 15 em Presidente Figueiredo
A definiccedilatildeo destes locais para coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o
maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das
decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em
2012 estes dois municiacutepios detinham 1210 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que
possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os
dois municiacutepios selecionados para coleta de dados primaacuterios sobre a safra de bananas em
2012 Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo referenciados pelo IBGE como o
segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois
municiacutepios foram responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde
foram produzidas 1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)
4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
Foram analisadas propriedades produtoras de bananas nestes municiacutepios e a anaacutelise
dos dados de formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo e produtividade constantes do diagnoacutestico se
deu com base nos dados da safra de bananas de 2012
A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve
dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos integrados dos
dados agronocircmicos desde a formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes-colheita e
aproveitamento da capacidade produtiva do solo com a bananicultura Utilizou-se do meacutetodo
de estudo exploratoacuterio buscando diagnosticar as praacuteticas culturais para os cultivos agriacutecolas
43
dessa cultura Este meacutetodo tambeacutem foi utilizado para diagnosticar a produccedilatildeo geral da cultura
nos municiacutepios em estudo como forma de identificar os aspectos que interferem e influenciam
no processo de produccedilatildeo da banana
Para o alcance dos objetivos deste trabalho foram elaborados questionaacuterios
estruturados que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana buscando
conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios conforme Quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas
Acircmbito Agriacutecola
Situaccedilatildeo Real dos cultivos Recomendaccedilatildeo
teacutecnica(1)
Dados de formaccedilatildeo dos cultivos Dados da Produccedilatildeo Dados de formaccedilatildeo e
produccedilatildeo
- Aacuterea da propriedade
- Aacuterea cultivada com bananas
- Quantidade de bananeiras na propriedade
- Bananeiras em fase de produccedilatildeo
- Praacuteticas culturais
Produccedilatildeo meacutedia de
bananas
- Produtividade meacutedia
de bananas
- Aproveitamento da
capacidade produtiva
do solo
- Teacutecnicas de
espaccedilamento e densidade
- Produccedilatildeo meacutedia
- Produtividade meacutedia
- Aproveitamento da
capacidade produtiva do
solo (1)
Com base nos dados de produtividade fornecidos por Arruda et al (2004)
No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi
estruturadas aos produtores rurais cooperativas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias e a
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas informaccedilotildees sobre
os dados gerais para a formaccedilatildeo dos cultivos (aacuterea total da propriedade aacuterea cultivada com
bananas e plantas em fase de produccedilatildeo de frutos) as tecnologias de preacute colheita (envolvendo
as praacuteticas culturais e a densidade de plantas por hectare) as tecnologias de poacutes colheita
(produccedilatildeo e produtividade meacutedia de bananas e aproveitamento da capacidade produtiva do
solo) e feito um comparativo para os dados caso os cultivos estivessem dentro dos padrotildees de
produtividade indicados pela literatura especiacutefica a fim de conhecer a situaccedilatildeo real dos
cultivos de bananeiras
A anaacutelise destes dados permitiu conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras e
estimar o potencial produtivo nos municiacutepios estudados bem como analisar os fatores
favoraacuteveis e desfavoraacuteveis que envolvem o processo de gestatildeo na formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
desses cultivos
44
4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Neste contexto se focalizaram as propriedades rurais que compreendem os locais
dentro das zonas rurais dos municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao
cultivo agriacutecola de bananas onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para
processamento dos produtos Para fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades
rurais inquiridas para a obtenccedilatildeo do diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para
fins comerciais pela importacircncia da anaacutelise de elementos que envolvem a gestatildeo dos cultivos
Procurou-se primeiro identificar as propriedades rurais enquadradas no interesse da
pesquisa e depois diagnosticaacute-las no acircmbito agriacutecola das bananas A anaacutelise dos processos de
gestatildeo aplicados em cada etapa permitiu identificar os elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis
do processo Esta anaacutelise permitiu conhecer o processo de formaccedilatildeo dos cultivos de
bananeiras nos municiacutepios em estudo e sua relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e produtividade
4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos
quantitativos Neste caso a anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves
caracteriacutesticas de formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos de bananeiras e a gestatildeo empregada A
anaacutelise quantitativa torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no
acircmbito agriacutecola da formaccedilatildeo dos cultivos e produccedilatildeo da fruta
Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas
pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo
exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) se caracteriza por proporcionar um maior
conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da
investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em trinta propriedades
rurais distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria
45
de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do
municiacutepio
Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados
quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O
levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo
direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de
julho de 2013 a junho de 2014
46
413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em
2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas e aacuterea colhida
superou 67 mil ha A produccedilatildeo ultrapassou 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade
meacutedia alcanccedilada na regiatildeo Norte de 10 tha (Tabela 1) ainda eacute muito baixa se comparada
com as das demais regiotildees brasileiras (quando aplicadas as tecnologias apropriadas a
produtividade supera 50 tha no entorno de Brasiacutelia e 40 tha no Vale do Satildeo Francisco e na
regiatildeo Norte de Minas Gerais (SILVA NETO e GUIMARAtildeES 2011)
Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade ligeiramente maior que a
meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente Esta produccedilatildeo agregou mais
de R$ 59 milhotildees agrave economia do Amazonas e R$ 276 milhotildees agrave economia do Paraacute Nos
demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em
2012
Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012
Estado
Aacuterea
Plantada
(ha)
Aacuterea
Colhida
(ha)
Quantidade
produzida
(t)
Rendimento
meacutedio
(tha)
Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
Amazonas 9545 131 5440 81 63745 79 120 59569 126
Acre 6977 96 6017 90 64112 79 110 27282 58
Amapaacute 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46
Paraacute 41549 571 41549 620 565773 698 140 276410 583
Rondocircnia 7215 99 6840 102 59091 73 90 49420 104
Roraima 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46
Tocantins 3702 51 3507 52 25995 32 70 18195 38
Regiatildeo
Norte 72788 -- 67053 -- 810296 -- (100) 474034 --
()
Percentual do Estado em relaccedilatildeo agrave regiatildeo Norte
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
Juntos o Estado do Amazonas e Paraacute concentram 70 da aacuterea cultivada com bananas
na regiatildeo Norte do Brasil com respectivamente 13 e 57 cada Estado No Norte as
menores aacutereas cultivadas com bananas satildeo no Amapaacute e Roraima com 1900 ha cada um
contudo o menor rendimento meacutedio detectado na regiatildeo foi no Estado do Tocantins com 7
47
tha seguido dos Estados do Amapaacute Rondocircnia e Roraima com 9 tha em cada Estado O
Acre apresentou produtividade de 11 tha ficando ligeiramente acima da produtividade meacutedia
da regiatildeo Norte a exemplo do Amazonas e Paraacute
Se o Estado do Amazonas trabalhasse com cultivos tecnificados a exemplo de
algumas regiotildees brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia e regiotildees da Bahia e de
Minas Gerais na mesma aacuterea colhida de mais de 72 mil ha seria possiacutevel produzir mais de
270 mil toneladas em detrimento das 63 milt alcanccediladas em 2012
A produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte agregou mais de 474 milhotildees de reais ao PIB
brasileiro em 2012 mas esse valor poderia aumentar mais de seis vezes se os cultivos de
bananeiras atingissem a produtividade jaacute alcanccedilada em algumas regiotildees do paiacutes e no Estado
do Amazonas de 50 tha (Tabela 1)
4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo
Caipira e FHIA 18
Atendendo agrave importacircncia socioeconocircmica que a cultura da banana tem para a regiatildeo
Norte do paiacutes eacute fundamental prolongar as atenccedilotildees para proceder agrave reestruturaccedilatildeo dos
cultivos com variedades mais resistentes agraves principais doenccedilas e pragas que atingem os
bananais em todo o mundo visto que se trata de uma cultura de grande importacircncia para a
regiatildeo Norte do Brasil que natildeo pode ser negligenciada
Estas informaccedilotildees se referem ao funcionamento da bananicultura a sua importacircncia
socioeconocircmica e as implicaccedilotildees agriacutecolas e econocircmicas resultante da negligecircncia dos
cultivos para os amazocircnidas especialmente os das zonas rurais cuja economia encontra suas
bases essencialmente no setor primaacuterio (Tabela 2)
Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo
Caipira e FHIA 18
Cultivares Porte da
planta
Densidadeha(1)
(un)
- 1deg ciclo -
Peso meacutedio
do cacho
(kg)
Quantidade de
pencas por cacho
(un)
Peso meacutedio
da penca
(kg)
Thap
Maeo
Alto 1667 330 10 33
Caipira Meacutedio a
alto
1667 400 10 40
FHIA 18 Meacutedio 1667 400 10 40 (1)
Considerando espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m sugerido por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte Gasparotto et al (2003) adaptada pela autora
48
A tabela 2 traacutes as informaccedilotildees baacutesicas condensadas dos trabalhos de Gasparotto et al
(2004) sobre as caracteriacutesticas das cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 mais plantadas
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
As cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 satildeo respectivamente de porte alto
meacutedio a alto e meacutedio podendo cada uma abrigar 1667 covas por hectare no primeiro ciclo
produtivo sem prejuiacutezos para o cultivo e a produccedilatildeo quando plantadas em espaccedilamentos de
40 x 20 x 20 metros Nestas condiccedilotildees o peso meacutedio do cacho para cada cultivar eacute
respectivamente de 33 40 e 40 quilos cada cacho com meacutedia de 10 pencas por cacho
pesando respectivamente 33 kg 40 kg e 40 kg cada penca (Tabela 2)
4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo
no Estado do Amazonas
A capacidade produtiva da cultivar Thap Maeo oscila entre 30 e 35 toneladas por
hectare ano em condiccedilotildees normais (GASPAROTTO et al 1999) Estudos realizados no
Estado do Amazonas Municiacutepio de Manacapuru por Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) com essa cultivar e registraram 50 thaa em cultivos com disposiccedilotildees espaciais em
fileiras duplas de 40 x 20 X 20 m e distribuiccedilatildeo por estande de 1667 plantas no primeiro
ciclo A partir do segundo ciclo produtivo o estande teraacute mais de 3300 plantas produzindo
frutos Do terceiro ciclo em diante o estande abrigaraacute mais de 5000 plantas visto que em
cada cova devem ser mantidas a planta matildee a filha e a neta Nesta situaccedilatildeo a produccedilatildeo
estimada eacute de aproximadamente 50 toneladas por hectares ano A opccedilatildeo por estandes com este
espaccedilamento permite um incremento na produccedilatildeo da ordem de 173 se comparado com os de
espaccedilamento de 3 x 3 metros (Tabela 3)
Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de
Bananeiras para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas
Espaccedilamento
(m)
Estande
(plha)
Produccedilatildeo
esperada (ta)
Produtividade
(tha)
Incremento na
produccedilatildeo ()
40 x 20 x 20 1667 500 211 1730
40 x 25 x 20 1538 400 111 1384
40 x 30 x 20 1428 371 82 1284
30 x 30 1111 289 -- 1000 (1)
Em relaccedilatildeo ao espaccedilamento de 3 x 3 m
Fonte Arruda et al (2004) adaptada pela autora (ta)
49
A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e
mais de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100
plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa
O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 no
estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio se obteraacute mais
de 4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 2850
bananeiras produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa
Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas e
mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de
2200 plantas produzindo frutos o que significa produtividade de aproximadamente 289
thaa (Tabela 3)
A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e mais
de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100
plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa
O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 m no
estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio teraacute mais de
4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo aproximadamente 2850 bananeiras
produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa
Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas
e mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de
2200 plantas produzindo o que significa produtividade de aproximadamente 289 thaa
(Tabela 2)
Apesar do esforccedilo empregado pela Embrapa Amazocircnia Ocidental de melhoria dos
cultivos pelo uso de cultivares mais resistentes a pragas e doenccedilas e pela aplicabilidade das
teacutecnicas e tecnologias mais apropriadas para a dinamizaccedilatildeo da cultura ainda eacute possiacutevel
observar com grande frequecircncia baixa produtividade dos bananais em funccedilatildeo do niacutevel
tecnoloacutegico empregado e de problemas fitossanitaacuterios
4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Os dados descritos na tabela 4 se referem agrave anaacutelise de quinze propriedades rurais que
cultivam bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo distribuiacutedas entre os ramais do
Canoas e do Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da BR ndash 174 e
ao longo da AM ndash 240 estrada que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina
50
Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 P AT
(ha)
ACB
(ha)
ACB
QB
ha
QBP
(un)
BPF
(un)
PMB
(kgano)
PDTBha
(kgano)
01 25 20 80 750 1500 1500 4500 2250
02 316 40 13 1500 6000 3750 12000 3000
03 50 25 50 1000 2500 2500 1800 720
04 12 15 125 1200 1800 1800 1200 800
05 50 50 100 1100 5500 5500 2900 580
06 49 10 20 1100 1100 1100 900 900
07 175 30 17 1267 3801 3800 3000 1000
08 96 10 10 1850 1850 1850 500 500
09 80 05 06 800 400 400 900 1800
10 100 40 40 1125 4500 1100 2000 500
11 300 190 63 1000 19000 19000 40600 2137
12 50 15 30 2333 3500 3500 1700 1133
13 100 90 90 778 7002 7000 3500 389
14 110 50 45 1100 5500 3850 5000 1000
15 50 15 30 1133 1700 1700 2100 1400
Totais 1563 605 -- (18036) 65652 58350 82600 (18109)
Meacutedias 1042 40 38 1202 4377 3890 5507 1207 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas QB =
quantidade de bananeiras por hectare QBP = quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras
produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas PDTB = produtividade de bananas
Fonte autora
Elas somam uma aacuterea total de 1563 ha dos quais apenas 60 hectares satildeo cultivados
com bananeiras correspondendo a 38 das propriedades com um total de 58350 plantas
produzindo 82600 quilos de bananas por mecircs nas 15 propriedades analisadas que
corresponde a 5507 kg para cada uma
Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando
entre um e dez anos e em todas elas haviam plantas produzindo frutos Somente as
propriedades 02 10 e 14 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de
crescimento sem produccedilatildeo de frutos (Tabela 4)
Pelos dados dessa tabela verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades
dentro de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 12 a
316 ha (propriedades 4 e 2 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 05 e
maacuteximo de 19 ha cultivados com bananeiras (propriedades 9 e 11) indicando tambeacutem que os
percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura variaram de 1
(propriedade 8) a 125 (propriedade 04)
Foram detectados plantios com distribuiccedilatildeo em fileiras simples de 3 x 3 m com
densidade variando entre 750 e 2333 plantasha propriedades 01 e 12 respectivamente A
uacutenica exceccedilatildeo foi detectada na propriedade 07 que apresentou em um dos trecircs hectares
51
cultivados com bananas a distribuiccedilatildeo espacial em fileiras duplas de 4 x 2 x 2 m com um
total de 1660 plantas neste ha Nas demais propriedades analisadas os estudos mostram que
natildeo foram aplicadas as formas mais eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por
hectare resultando em ineficiente aproveitamento da aacuterea de plantio e consequentemente
menor produtividade excetuando-se as propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades
superiores agraves recomendadas para cultivos da cultivar Thap Maeo no Amazonas (PEREIRA et
al 2006) as demais propriedades apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves
condiccedilotildees ideais
A distribuiccedilatildeo de 750 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de
cultivo e segundo Pereira et al (2006) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa
densidade de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no
Amazonas podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando
principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 2333 plantasha
constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela
competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e
dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte
dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas
Com base nos espaccedilamentos entre plantas e aacutereas cultivadas observou-se que o
nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 400 na
propriedade 9 ateacute o maacuteximo de 19000 na propriedade 11 (Tabela 3) As 15 propriedades
analisadas totalizam 60 hectares cultivados com a cultura da bananeira predominantemente a
cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as cultivares Caipira e FIA 18 Nestes estatildeo
cultivadas mais de 65000 plantas das quais 58358 estatildeo produzindo frutos Dentro das
condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos cultivos na mesma aacuterea cultivada seria
possiacutevel abrigar aproximadamente 100000 covas melhorando a eficiecircncia de uso do solo em
35
A variaccedilatildeo de bananeiras em fase de produccedilatildeo de frutos foi de 400 ateacute 19000 nas
propriedades 09 e 11 respectivamente A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de
500 quilos na propriedade 08 ateacute 40600 kg na propriedade 11 com produtividade por hectare
de 500 quilos e 2137 kg nas respectivas propriedades
A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 02 com produccedilatildeo
mensal de 3000 quilos de bananas enquanto que na propriedade 13 com a menor
produtividade a produccedilatildeo foi de 389 quilos
52
Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e
reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo
espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de
por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha
Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando
comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e
1111 plantasha (Tabela 4)
Ainda observando o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m
permite melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as
praacuteticas culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em 14 toneladas
ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111
covasha No estado do Amazonas produtores que utilizaram a cultivar Thap Maeo
trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram
produtividade de 50 toneladas por hectare ano (ARUDA et al 2004)
Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na
Aacuterea amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos
Dados de Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012
P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo
teacutecnica (1)
ACPS
haano
() ACB
(ha)
QB
ha
QBP
(un)
PMB
(ta)
PDTBha
(ta)
QBP
(un)
PDTMB(sup2)
(ta)
01 20 750 1500 540 270 3334 100 540
02 40 1500 6000 1440 360 6668 200 720
03 25 1000 2500 216 86 4168 125 173
04 15 1200 1800 144 96 2501 75 192
05 50 1100 5500 348 70 8335 250 139
06 10 1100 1100 108 108 1667 50 216
07 30 1267 3801 360 120 5001 150 240
08 10 1850 1850 60 60 1667 50 120
09 05 (400) 400 108 216 834 25 432
10 40 1125 4500 240 60 6668 200 120
11 190 1000 19000 4872 256 31673 950 513
12 15 2333 3500 204 136 2501 75 272
13 90 778 7002 420 47 15003 450 93
14 50 1100 5500 600 120 8335 250 240
15 15 1133 1700 252 168 2501 75 336
Total 605 (17636) 65652 (9912) (2173) (100854) (3025) (4346)
Meacutedia 40 1176 4377 661 145 6724 202 290
P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare
QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =
produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento
da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados
(1) Arruda et al (2004) (sup2) Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa
Fonte autora
53
Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantasha e a produtividade alcanccedilada nos cultivos
de bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo usando o espaccedilamento de 3 x 3 m e
disposiccedilatildeo meacutedia de 1202 bananeiras por hectare e compararmos com as indicaccedilotildees ideais de
produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) para o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m e
disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 5
A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por
hectare visto que a propriedade 1 tem cerca de 750 bananeirasha sendo a menor
distribuiccedilatildeoha encontrada com 917 plantas a menos se comparadas com as condiccedilotildees
desejaacuteveis A propriedade 12 que apresentou a maior densidade de plantasha com 2333
covas representa alta densidade com diferenccedila a mais de 666 plantasha em acordo com as
indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 4) para condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas
A anaacutelise geral apresenta um total de 65652 plantas nas 15 propriedades estudadas
com meacutedia de 4377 plantaspropriedade Se fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de
densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na mesma aacuterea plantada nas 15 propriedades
estariam sendo cultivadas mais de 100000 plantas com meacutedia de 6724 bananeiras por
propriedade conforme tabela 4 Estas 15 propriedades deixaram de cultivar mais de 35000
bananeiras por natildeo aplicarem o melhor espaccedilamento e distribuiccedilatildeo de plantas por hectare
indicada para os cultivos Isto representaria um ganho de produtividade na mesma aacuterea
cultivada de aproximadamente 35
Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a
produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de pouco mais de 991 toneladas ano com meacutedia de
661 ta por propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na
propriedade 11 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de mais de 487 toneladas ano e a menor foi na
propriedade 8 com 6 ta e produtividade de pouco mais de 25 e 6 thaano nas respectivas
propriedades
Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis a propriedade com menor nuacutemero de bananeiras
nos hectares cultivados seria a propriedade 9 com 834 plantas e a maior quantidade a
propriedade 11 com 31673 plantas visto que possuem 05 e 19 ha cultivados
respectivamente A propriedade 2 com maior produtividade meacutedia por hectare foi a que mais
se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio alcanccedilando um aproveitamento do solo na
ordem de 72 com 4 ha plantados e produccedilatildeo de 144 tano enquanto que a propriedade 11
que registraria a maior produtividade em condiccedilotildees ideais quando observada nas condiccedilotildees
54
reais teve um aproveitamento do solo da ordem de 513 com produtividade de 256
thaano
Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nas 15 propriedades seria de
3025 ta compreendendo 2017 ta para cada propriedade poreacutem o que se apurou na
pesquisa foi uma produccedilatildeo meacutedia de 9912 ta nas 15 propriedades estudadas com meacutedia de
661 ta por propriedade Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade
produtiva dos solos visto que as 15 propriedades analisadas tiveram um aproveitamento de
4346 conferindo para cada propriedade aproveitamento de 29 da capacidade disponiacutevel
de solo se comparada com a produtividade indicada por Arruda et al (2004)
Esta baixa produtividade por hectare ano pode encontrar respaldo na forma de
distribuiccedilatildeo de plantas por hectare identificadas na pesquisa visto que em quase todas as
propriedades estudadas as densidades e consequentemente produtividades estavam abaixo
das recomendadas na literatura exceto a particularidade encontrada na propriedade 7 que
possuiacutea um hectare cultivado pela Embrapa como parcela de experimento e se encontrava em
condiccedilotildees ideais para ambos os fatores Outros elementos que podem responder a esta menor
eficiecircncia da produccedilatildeo satildeo as aplicabilidades dos tratos culturais necessaacuterios para se obter
produccedilotildees constantes e uniformes
4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Os dados descritos na tabela 6 se referem agrave anaacutelise de trinta propriedades rurais onde
se cultiva bananeiras no Municiacutepio do Rio Preto da Eva As propriedades estatildeo distribuiacutedas
entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados respectivamente nos
quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 estrada que daacute acesso aos municiacutepios de
Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas
Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando
entre um e dez anos e em todas elas havia plantas produzindo frutos Somente as propriedades
12 13 17 e 18 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de crescimento
sem produccedilatildeo de frutos
Elas somam uma aacuterea total de 1230 ha dos quais apenas 83 ha satildeo cultivados com
bananeiras correspondendo a 62 das propriedades com um total de 89291 plantas
produzindo 96000 quilos de bananas por mecircs compreendendo 3200 kg para cada
propriedade que corresponde a 1176 kg de bananas por hectare por mecircs
Pelos dados da tabela 6 verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades dentro
de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 18 a 150 ha
55
(propriedades 13 e 23 e 30 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 10 e
maacuteximo de 11 hectares cultivados com bananas (propriedades 3 15 16 20 21 27 e 11)
indicando tambeacutem que os percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura
variaram de 2 (propriedades 20 e 29) a 20 (propriedade 25)
Com base nos espaccedilamentos entre plantas e as aacutereas cultivadas observou-se que o
nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 800 na
propriedade 21 ateacute o maacuteximo de 12000 na propriedade 23 (Tabela 6)
Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 P AT
(ha)
ACB
(ha) ACB
QB
ha QBP
(un)
BPF
(un)
PMB
(kgmecircs)
PDTBha
(kgmecircs)
01 20 30 15 1200 3600 3600 1350 450 02 25 30 12 1200 3600 3600 3500 1167 03 25 10 4 1200 1200 1200 3500 3500 04 28 50 18 1100 5500 5500 2000 400 05 25 30 12 1100 3300 3300 1800 600 06 25 20 8 1200 2400 2400 800 400 07 25 15 6 907 1360 1360 900 600 08 26 30 12 1167 3500 3500 1800 600 09 25 30 12 1100 3300 3300 900 300 10 28 30 11 1100 3300 3300 2400 800 11 25 15 6 1067 1600 1600 3300 2200 12 25 15 6 1000 1500 1000 1200 800 13 18 20 11 1000 2000 1200 1000 500 14 25 20 8 1150 2300 2300 1500 750 15 25 10 4 1200 1200 1200 1000 1000 16 25 10 4 1111 1111 1111 1500 1500 17 25 20 8 1000 2000 1500 1200 600 18 25 25 10 960 2400 1000 1600 640 19 25 20 8 1150 2300 2300 1600 800 20 25 10 4 1000 1000 1000 1000 1000 21 52 10 2 800 800 800 3000 3000 22 50 30 6 1000 3000 3000 3000 1000 23 150 110 7 1090 12000 12000 16000 1455 24 100 30 3 1033 3100 3100 6400 2133 25 50 40 8 1050 4200 4200 6500 1625 26 35 70 20 1000 7000 7000 10000 1429 27 37 10 3 1120 1120 1120 450 450 28 45 30 7 1100 3300 3300 4800 1600 29 66 30 5 1100 3300 3300 4000 1333 30 150 30 2 1000 3000 3000 8000 2667
Totais 1230 830 (253) (32204) 89291 86091 96000 (35299)
Meacutedias 41 28 62 1073 2976 2870 3200 1176 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas ACB =
percentual de aacuterea cultivada com bananas na propriedade QB = quantidade de bananeiras por hectare QBP =
quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de
bananas (kgpropriedadeano) PDTB = produtividade de bananas (kghamecircs)
Fonte autora
56
Apesar de todos os proprietaacuterios informarem utilizar espaccedilamentos simples de 3 x 3
m a quantidade de plantas dispostas por hectare em algumas propriedades ficou abaixo ou
acima da densidade recomendada para este espaccedilamento que eacute de 1111covasha (Tabela 3)
(ARRUDA 2004) resultando em meacutedia 1073 plantasha em cada propriedade Nas demais
propriedades analisadas os estudos mostraram que natildeo foram aplicadas as formas mais
eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por hectare resultando em ineficiente
aproveitamento do solo e consequentemente baixa produtividade excetuando-se as
propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades superiores agraves recomendadas para cultivos
da cultivar Thap Maeo no Amazonas (ARRUDA 2004) As demais propriedades
apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves condiccedilotildees ideais
A distribuiccedilatildeo de 800 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de
cultivo e segundo Arruda (2004) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa densidade
de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no Amazonas
podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando
principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 1200 plantasha
constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela
competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e
dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte
dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas
Nestas 30 propriedades estatildeo cultivadas mais de 89000 plantas das quais 86091
estatildeo produzindo frutos predominando a cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as
cultivares Caipira e FIA 18 Dentro das condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos
cultivos na mesma aacuterea cultivada seria possiacutevel abrigar mais de 138000 covas melhorando a
eficiecircncia de uso do solo em 35
A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de 450 quilos na propriedade 27 ateacute
16000 kg na propriedade 23 com produtividade mensal por hectare de 450 kg e 1455 kg nas
respectivas propriedades
A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 3 que alcanccedila
produccedilatildeo mensal de 3500 quilos de bananas enquanto que a propriedade 09 tem a menor
produtividade com 300 kg
Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e
reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo
espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de
57
por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha
Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando
comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e
1111 plantasha condiccedilotildees praticadas nos cultivos analisados em Presidente Figueiredo
(Tabela 3)
Se analisarmos o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m permite
melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as praacuteticas
culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em mais de 14 toneladas
ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111
covasha No estado do Amazonas produtores que plantaram a cultivar Thap Maeo
trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram
produtividade de 50 toneladas de bananas por hectare ano (ARRUDA et al 2004) (Tabela 3)
Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantas por hectare e a produtividade alcanccedilada nos
cultivos de bananeiras do Municiacutepio de Rio Preto da Eva usando o espaccedilamento simples de 3
x 3 m e disposiccedilatildeo meacutedia de 1073 bananeiras por hectarepropriedade e compararmos com as
indicaccedilotildees ideais de produtividade fornecidas por Pereira et al (2006) para o espaccedilamento
de 4 x 2 x 2 m e disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 7
A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por
hectare visto que a propriedade 21 tem cerca de 800 bananeirasha sendo a menor
densidadeha encontrada com 867 plantashectare a menos se comparada com as condiccedilotildees
desejaacuteveis As propriedades 1 2 3 6 e 15 apresentaram a maior densidade de plantasha na
ordem de 1200 contudo ainda estatildeo em desacordo com as orientaccedilotildees para o espaccedilamento
ideal com menos 467 plantasha comparadas com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) para
condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas
A anaacutelise geral apresenta um total de 89291 plantas nas trinta propriedades
analisadas dispostas nos 83 hectares cultivados com bananeiras nos cultivos em estudo o que
significa meacutedias de 1073 bananeirasha cultivado e 2976 bananeiras por propriedade Se
fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na
mesma aacuterea plantada estariam sendo cultivadas mais de 138000 plantas em detrimento das
89291 existentes e a meacutedia de bananeiras por propriedade saltaria de 2976 plantas para mais
de 4600 conforme tabela 7
Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a
produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de 1152 toneladas ano com meacutedia de 384 ta por
58
propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na propriedade
23 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de 192 ta e a menor foi na propriedade 9 com 108 ta e
produtividade de pouco mais de 175 e 36 thaa nas respectivas propriedades
Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na
Aacuterea Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo teacutecnica
(sup1) ACPS
haano
() ACB
(ha)
QB
ha
QBP
(un)
PMB
(ta)
PDTMBha
(ta)
QBP
(un)
PDTMB(2)
(ta)
01 30 1200 3600 162 54 5001 150 108
02 30 1200 3600 420 140 5001 150 280
03 10 1200 1200 420 420 1667 50 840
04 50 1100 5500 240 48 8335 250 96
05 30 1100 3300 216 72 5001 150 144
06 20 1200 2400 96 48 3334 100 96
07 15 907 1360 108 72 2500 75 144
08 30 1167 3500 216 72 5001 150 144
09 30 1100 3300 108 36 5001 150 72
10 30 1100 3300 288 96 5001 150 192
11 15 1067 1600 396 264 2500 75 528
12 15 1000 1500 144 96 2501 75 192
13 20 1000 2000 120 60 3334 100 120
14 20 1150 2300 180 90 3334 100 180
15 10 1200 1200 120 120 1667 50 240
16 10 1111 1111 180 180 1667 50 360
17 20 1000 2000 144 72 3334 100 144
18 25 960 2400 192 77 4168 125 154
19 20 1150 2300 192 96 3334 100 192
20 10 1000 1000 120 120 1667 50 240
21 10 800 800 360 360 1667 50 720
22 30 1000 3000 360 120 5001 150 240
23 110 1090 12000 1920 175 18337 550 349
24 30 1033 3100 768 256 5001 150 512
25 40 1050 4200 780 195 6668 200 390
26 70 1000 7000 1200 171 11669 350 343
27 10 1120 1120 54 54 1667 50 108
28 30 1100 3300 576 192 5001 150 384
29 30 1100 3300 480 160 5001 150 320
30 30 1000 3000 960 320 5001 150 640
Totais 830 32204 89291 11520 (4236) 138361 4150 8472
Meacutedias 28 1073 2976 384 141 4612 138 282 P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare
QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =
produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento
da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados (1)
Arruda et al (2004) (2)
Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa
Fonte autora
59
Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis as propriedades com menor nuacutemero de bananeiras
nos hectares cultivados seriam as propriedades 3 15 16 20 21e 27 com 1667 plantas cada
uma e a maior quantidade seria a propriedade 23 com 18337 plantas visto que cada uma
possui 1 e 11 ha cultivados na mesma ordem Se comparados estes valores com a situaccedilatildeo
real nas propriedades estudadas eacute possiacutevel constatar que as propriedades 3 15 16 20 21 e
27 com menor aacuterea cultivada produziriam cada uma 50t de bananasa Dentre estas a que
mais se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio foi a propriedade 3 que obteve o
aproveitamento do solo na ordem de 84 e produtividade meacutedia de 42 thaano enquanto que
a propriedade 9 aproveitou apenas 72 da capacidade produtiva do solo visto que com 3
hectares cultivados produziu apenas 36 thaano
Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nos 83 hectares cultivados
seria de 4150 ta compreendendo em meacutedia a 138 toneladas para cada propriedade poreacutem
o que se apurou na pesquisa foi uma produtividade real da ordem de 1152 ta
correspondendo a 384 ta por propriedade
Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos
visto que o total de aacuterea cultivada em relaccedilatildeo agrave densidade de plantas e a produtividade
apresentou um aproveitamento da capacidade do solo de apenas 282 em relaccedilatildeo agraves
observadas por Arruda et al (2004) (Tabela 7)
O manejo inadequado pode ser o principal fator que justifica as baixas
produtividades encontradas nos cultivos do Municiacutepio do Rio Preto da Eva quando
comparados com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 2) visto que a distribuiccedilatildeo de
covas por hectare na maioria das propriedades estudadas estava muito proacutexima daquelas
indicadas na literatura exceto nas propriedades 7 18 e 21 que apresentaram densidades muito
abaixo das recomendadas para o espaccedilamento de 3 x 3m
60
414 CONCLUSOtildeES
Apenas dois dos quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo
tinham plantios com densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois
outros tinham plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores
Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva
tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente
O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no
municiacutepio de Presidente Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72
com meacutedia igual a apenas 29
O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no
municiacutepio de Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com
meacutedia igual a apenas 282
61
42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO
SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A
SUSTENTABILIDADE DA CULTURA
Resumo
A bananicultura do Estado do Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias
apropriadas com procedimentos produtivos e gerenciais rudimentares resultando em
produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade Diante
desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos efeitos negativos
dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no cultivo da banana que
se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia alimentar e na economia do Estado e
dos municiacutepios Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo
da produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Estado do Amazonas analisando as teacutecnicas utilizadas para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos
cultivos os tratos culturais e os procedimentos de preacute e poacutes-colheita e as formas de
organizaccedilatildeo destes produtores para a disseminaccedilatildeo de tecnologias e o fortalecimento nas
negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos Para o alcance do objetivo aqui proposto
foram elaborados questionaacuterios estruturados direcionados aos produtores rurais cooperativas
agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias que inquiriam o segmento agriacutecola da
produccedilatildeo da banana safra 2012 buscando conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos e a assistecircncia
do governo para a sustentabilidade da cultura nos municiacutepios em estudo e a organizaccedilatildeo dos
produtores a fim de entender como eles se relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a
sociedade Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham
conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do
Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas Todos
sabiam sobre a necessidade da adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana
mas apenas sete deles sabiam da necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro
deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais
eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes embora a
quase totalidade tenha participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por
organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais Eles mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas Eles realizam a
higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando as vendem na forma de pencas lavando-as e
colocando-as em caixas Apenas dois dos 15 produtores beneficiam a banana convertendo-a
em subprodutos com valor agregado como doces geleia e calda Com relaccedilatildeo aos produtores
de Rio Preto da Eva eles afirmaram que tinham conhecimento quanto ao espaccedilamento e
densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e quanto aos tratos culturais
contra pragas e doenccedilas Tambeacutem sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo de cobertura
necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da adubaccedilatildeo inicial
da cova e apenas nove deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para
uma adubaccedilatildeo mais eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em
cerca de metade das propriedades rurais desse municiacutepio embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais Eles tambeacutem se mostraram bem organizados nas formas de associaccedilotildees e
cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees
Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade da banana tratos culturais
organizaccedilotildees rurais
62
Abstract
The banana plantations of Amazonas State is often practiced without appropriate
technologies with rudimentary production and management procedures resulting in low
productivity and poor quality products and expressionless competitiveness Given this
scenario is necessary to find alternatives that counter the negative effects of this dynamic
often in state agricultural practice particularly in the banana cultivation which is presented as
very important fruit in the food chain and the states economy and municipalities This
perspective fits this proposed study of banana production management processes in the
Amazonas State municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva analyzing the
techniques used for the plant formation and maintenance cultivation and the pre and post-
harvest procedures as well as the forms of organization of these producers to the
dissemination of technologies and strengthening the trade negotiations of products and inputs
To reach the goal here proposed a structured questionnaires were developed targeted to
farmers agricultural cooperatives community associations and agribusinesses which
inquired the agricultural segment of banana production harvest 2012 seeking to know the
real situation of crops and government assistance for the sustainability of culture in the
municipalities under study Also to understand the organization of producers in order to know
how they relate to the production the market and society All 15 producers of Presidente
Figueiredo said they knew about the spacing and banana planting density in the state of
Amazonas only one of them unaware of the crop treatment against pests and diseases
Everyone knew about the need for necessary soil fertilization for the banana crop but only
seven of them knew of the need for initial soil fertilization before plant seedling and only
four of them the need to make a chemical analysis of soil for more efficient fertilizer
application Financial assistance and technical government are almost absent although almost
all have participated in programs and incentives for rural production by government and
nongovernmental organizations They proved to be well organized in the forms of
associations and cooperatives predominating among them the latter They perform the
cleaning of bananas only when sold in the form of hands washing them and putting them in
boxes Only two of the 15 producers benefit banana converting it into value-added by-
products such as candy jelly and syrup With respect to Rio Preto da Eva producers they said
they knew about the spacing and banana planting density in the state of Amazonas and for
cultivation against pests and diseases They also knew about the need for soil fertilization
required for banana culture most of them knew of the need for initial soil fertilization before
plant seedling and only nine of them the need to make a chemical analysis of soil for more
efficient fertilizer Financial assistance and government technical occur in about half of the
banana producers although almost all them have participated in programs and incentives for
rural production by government and nongovernmental organizations They also were well
organized in the forms of associations and cooperatives predominating among them the
associations
Key words banana cultivation banana productivity cultural practices farmer organizations
63
421 INTRODUCcedilAtildeO
A produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte
demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias na produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem
resultados significativos orientando para o adequado manejo do solo controle de pragas e
doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar
ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo
contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola
Para Sachs (2008) o desenvolvimento local deve ser trabalhado a partir da
valorizaccedilatildeo dos recursos naturais endoacutegenos No Estado do Amazonas cujas economias
encontram suas bases no setor primaacuterio isto se traduz na potencializaccedilatildeo da biodiversidade-
biomassa-biotecnologias e a cadeia produtiva agriacutecola por sua complexidade e
heterogeneidade desempenha papel importante no desenvolvimento da economia agriacutecola
O desenho da agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do
Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos
produtivos e gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo os cuidados
necessaacuterios na escolha das sementes ou mudas a observaccedilatildeo da densidade de plantas por
hectare as adubaccedilotildees o rodiacutezio de culturas para melhorar a fertilidade dos solos com uso
inadequado dos insumos agriacutecolas e desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade
procedimentos de preacute e poacutes colheita ineficientes resultando em produtividade baixa e
produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade conforme documentado com
cupuaccedilu por Said et al (2011)
Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos
efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no
cultivo da banana que se apresenta como uma fruta de grande importacircncia na cadeia
alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios
O desenvolvimento que garante a sustentaccedilatildeo econocircmica de determinado local e
tambeacutem possui relaccedilatildeo estreita com o crescimento que por sua vez demanda investimentos
pode ser alcanccedilado por meio da valorizaccedilatildeo do potencial biotecnoloacutegico sobretudo nos locais
onde a biodiversidade eacute abundante (SACHS 2009) como eacute o caso do Estado do Amazonas
Este modelo de desenvolvimento deve integrar os agricultores familiares e modernizar a sua
visatildeo de produccedilatildeo para promover ldquoa transformaccedilatildeo do agricultor familiar em empreendedor
ruralrdquo (BECKER 2009) O produtor rural alerta Sachs (2009) ldquona medida do possiacutevel deve
escolher o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo
64
Mello (2009) reforccedila este pensamento e nos alerta para o fato de que os nossos
ecossistemas jaacute datildeo sinais de fragilidade caracterizada pela ameaccedila do desaparecimento de
algumas espeacutecies indicando que eacute preciso mudar ou alternar os perfis ateacute aqui utilizados
Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar com a
riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas O
primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de comeacutercio ainda
que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute possiacutevel dispensar
as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo resgatar a grande parte
da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda
Se continuarmos este modelo de exploraccedilatildeo vigente que rompe o equiliacutebrio dos
nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do
solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a
salinizaccedilatildeo entre outros nos perpetuando na rota de um atraso produtivo e tecnoloacutegico sem
precedentes estaremos contribuindo para a degradaccedilatildeo de todas as espeacutecies Em vaacuterios
biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em erosatildeo e perda da fertilidade do solo
Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que temos produzido se questiona ateacute
quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir o aumento da produtividade Ou
quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para aumentar a produccedilatildeo Quanto de
nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e outros gratildeos (MELLO 2009)
Semelhante observaccedilatildeo feita por Homma (2001) e Homma e Frazatildeo (2002) orienta
para a necessidade de melhorias no modelo de cultivo com a introduccedilatildeo de inovaccedilotildees capazes
de modificar os processos vigentes no sentido de melhorar a produtividade e elevar a
qualidade dos produtos para tornaacute-los mais competitivos no mercado e evitar a demanda
desenfreada por novas aacutereas de cultivos a supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica
a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e dos alimentos
Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo da
produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado
do Amazonas analisando os cultivos desde a sua formaccedilatildeo as teacutecnicas empregadas na
manutenccedilatildeo destes envolvendo a observaccedilatildeo aos tratos culturais e agraves teacutecnicas de preacute e poacutes
colheita bem como o conhecimento do produtor rural para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos
cultivos e as formas de organizaccedilatildeo destes produtores para o fortalecimento na disseminaccedilatildeo
de tecnologias e nas negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos
65
422 MATERIAL E MEacuteTODOS
4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
No contexto administrativo da produccedilatildeo agriacutecola foram estudados os cultivos de
bananeiras nos aspectos de sua formaccedilatildeo visando a melhor produtividade o conhecimento
dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos estandes a aplicabilidade dos tratos culturais a
observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita com vistas a aumentar eou conservar a
qualidade dos produtos para que eles cheguem ao mercado de forma mais competitiva e
ainda as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores (associaccedilotildees cooperativas
agroinduacutestria ou independentes) para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos como forma
de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e se haacute algum tipo
de articulaccedilatildeo entre eles que favoreccedila o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos
produtos ou compra de insumos
4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
A orientaccedilatildeo baacutesica da pesquisa se respalda no estudo analiacutetico dos cultivos de
bananeiras dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas onde
foram analisadas as etapas do processo de produccedilatildeo relacionadas com a formaccedilatildeo dos
cultivos os tratos culturais e observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita das bananas na
safra de 2012
Para o alcance do objetivo aqui proposto foram elaborados questionaacuterios estruturados
que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana no acircmbito da formaccedilatildeo dos
cultivos e observaccedilatildeo agraves suas teacutecnicas de manutenccedilatildeo bem como a aplicabilidade das
indicaccedilotildees de preacute e poacutes colheita para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Acircmbito Agriacutecola
Teacutecnicas de formaccedilatildeo
dos cultivos
Tecnologias de
preacute colheita
praacuteticas culturais
Tecnologias de poacutes
colheita
Assistecircncia do governo
e organizaccedilatildeo social do
produtor
- Tratamento do solo para
formaccedilatildeo dos cultivos
- Espaccedilamento das plantas
- Densidade de plantas
por hectare
- Nutriccedilatildeo vegetal
- Controle de
pragas e doenccedilas
- Teacutecnicas de
adubaccedilatildeo
- Colheita
- Higienizaccedilatildeo dos
frutos
- Acondicionamento
e dos frutos
- Transporte
- Financeira
- Teacutecnica
- Incentivos fiscais
- Associaccedilotildees
- Cooperativas
- Agroinduacutestrias Fonte autora
66
No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi
estruturadas aos produtores rurais cooperativas agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e
agroinduacutestrias e a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas
informaccedilotildees sobre as teacutecnicas de formaccedilatildeo dos cultivos (tratamento do solo para formaccedilatildeo
dos cultivos espaccedilamento de plantas e densidade de plantas por hectare) as tecnologias de
preacute colheita envolvendo as praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas e
teacutecnicas de adubaccedilatildeo) e as tecnologias de poacutes colheita (colheita higienizaccedilatildeo dos frutos
acondicionamento e transporte dos produtos) e a assistecircncia do governo para a
sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo (financeira teacutecnica e de
incentivos fiscais) e a organizaccedilatildeo dos produtores (em associaccedilotildees comunitaacuterias cooperativas
e a presenccedila de agroinduacutestria) a fim de entender como os produtores rurais se organizam e se
relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a sociedade
4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
O contexto desta pesquisa focaliza as propriedades rurais produtoras de bananas em
escala comercial as associaccedilotildees comunitaacuterias as cooperativas agriacutecolas dos municiacutepios alvo
da pesquisa e as agroinduacutestrias que guardam relaccedilatildeo com a produccedilatildeo de bananas
As propriedades rurais compreendem os locais dentro das zonas rurais dos
municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao cultivo agriacutecola de bananas
onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para processamento dos produtos Para
fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades rurais inquiridas para obtenccedilatildeo do
diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para fins comerciais pela importacircncia da
anaacutelise de elementos que envolvem os cuidados na formaccedilatildeo dos cultivos a observaccedilatildeo dos
tratos culturais das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita e a participaccedilatildeo do governo com vistas agrave
sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo
A anaacutelise dos processos de gestatildeo aplicados neste estudo permitiram identificar os
elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis do processo Neste momento processou-se uma anaacutelise
descritiva da participaccedilatildeo interativa de cada elemento com o objetivo de identificar o trabalho
e a tecnologia por eles empregada
Esta anaacutelise permitiu compreender a evoluccedilatildeo no processo de desenvolvimento dos
municiacutepios e a contribuiccedilatildeo da atividade agriacutecola nos cultivos de bananeiras para o
desenvolvimento sustentaacutevel destes
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolveu alguns elementos
quantitativos como o espaccedilamento e densidade de plantas por hectare A anaacutelise qualitativa
67
permitiu abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas da cadeia produtiva e a gestatildeo
empregada no processo de formaccedilatildeo dos cultivos adubaccedilatildeo controle fitossanitaacuterio
assistecircncia do governo aos produtores rurais e a participaccedilatildeo do produtor em associaccedilotildees eou
cooperativas agriacutecolas
A anaacutelise quantitativa tornou mais consistente os estudos de algumas questotildees
especialmente no acircmbito agriacutecola da produccedilatildeo e se aplica aos dados coletados nas
propriedades relacionados ao espaccedilamento e agraves densidades de plantas
4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Nestes municiacutepios foram feitas
coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios
em 15 propriedades rurais produtoras dessa cultura em Presidente Figueiredo e 30 no Rio
Preto da Eva
Manaus eacute a capital do Amazonas e o ponto central das decisotildees poliacuteticas que
repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias e se configura como o maior centro
consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado por esta razatildeo foi inserida na coleta de dados
deste trabalho
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais
distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina em uma
agroinduacutestria de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde e nas sedes do
IDAM e do municiacutepio
O levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
observaccedilatildeo direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no
periacuteodo de janeiro de 2012 a junho de 2014
Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico e da
comercializaccedilatildeo dos produtos onde foram verificadas as tecnologias de preacute colheita como as
68
praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas densidade de plantas etc) e
as tecnologias de poacutes colheita (frutos destinaccedilatildeo e aproveitamento dos produtos e
subprodutos e agregaccedilatildeo de valor) aacuterea cultivada com a espeacutecie e produtividade obtida e
ainda a forma de organizaccedilatildeo social dos produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo desta
se satildeo produtores independentes ou se estatildeo alocados em associaccedilotildees eou cooperativas Os
dados coletados foram analisados nos aspectos agronocircmicos econocircmicos e administrativos
69
423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra
de 2012
Em 2012 o Estado do Amazonas cultivou 9545 hectares com bananas nos 62
municiacutepios existentes com uma aacuterea colhida de 3931 ha Do total cultivado 68 estatildeo
concentrados em dez municiacutepios do Estado conforme tabela 2 Manicoreacute eacute o maior produtor
de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste
municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha que juntamente com o municiacutepio de
Parintins se apresenta como a menor produtividade entre os dez municiacutepios de maior
produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)
O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos
da metade da cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do Estado
com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos
alcanccedilaram produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com
3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos
200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no
Estado de 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha a
2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)
Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas
ndash Safra 2012
Municiacutepio
Aacuterea
Plantada
(ha)
Aacuterea
colhida
(ha)
Quantidade
produzida
(t)
Rendimento
meacutedio
(tha)
Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
01 Manicoreacute 1560 1092 10920 10 9937
02 Presidente
Figueiredo 800 700 8400 12 8820
03 Manacapuru 1546 645 7735 12 7348
04 Rio Preto da
Eva 355 272 3264 12 2611
05 Novo Aripuanatilde 345 200 3200 16 4160
06 Parintins 575 253 2530 10 2783
07 Laacutebrea 330 200 2400 12 1920
08 Coari 450 198 2376 12 2138
09 Apuiacute 225 195 2300 12 1725
10 Codajaacutes 320 176 2112 12 2218
Total 6506 3931 45237 120 43660
Estado do Amazonas 9545 5440 63745 757 59569 () Em relaccedilatildeo agrave aacuterea colhida
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
70
Manicoreacute eacute o maior produtor de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e
produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha
que juntamente com o municiacutepio de Parintins se apresentou como o de menor produtividade
entre os dez municiacutepios de maior produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)
O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos
da metade da aacuterea cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do
Estado com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos
alcanccedilaram a produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com
3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos
200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no
Estado com 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha
a 2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)
De acordo com dados do IBGE (2013) em 2012 os municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva cultivavam respectivamente 800 e 355 hectares com bananas
sendo referenciados como o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (Tabela 1)
Os dados da tabela 2 apresentam a participaccedilatildeo dos cinco municiacutepios com maior
produccedilatildeo de bananas no Amazonas considerando o percentual da aacuterea plantada aacuterea colhida
quantidade produzida rendimento meacutedio e quanto a bananicultura destes municiacutepios agregou
agrave economia do Estado na safra de 2012
Os municiacutepios de Manicoreacute e Manacapuru possuem respectivamente 1634 e
1620 da aacuterea cultivada com bananas em todo o Estado e 2007 e 1186 da aacuterea colhida
o que representa 32 da aacuterea cultivada no Amazonas e 32 da aacuterea colhida O primeiro
municiacutepio responde por 1713 de toda a banana produzida no Estado e o segundo por
1213 Juntos eles satildeo responsaacuteveis por mais de 29 do total de bananas do Amazonas e
cada um contribui na mesma ordem com 1668 e 1234 do valor da produccedilatildeo desta
cultura no Amazonas o que representa 29 de todo o valor arrecadado pelo Estado com a
produccedilatildeo de bananas
Os municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo responsaacuteveis por
838 e 372 da aacuterea total cultivada com esta cultura no Estado o que representa 1210
do total de aacuterea cultivada com a fruta no Amazonas Contudo a aacuterea colhida nos dois
municiacutepios soma 178 do total do Estado com cada municiacutepio respondendo a 1287 e
500 na mesma ordem A quantidade produzida foi de 1318 e 512 do total de
71
toneladas produzidas no Estado o que representa 1481 e 438 de todo o valor arrecadado
com a venda de bananas no Estado Juntos eles respondem por 199 do total arrecadado na
comercializaccedilatildeo da fruta no Amazonas (Tabela 2)
Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no
Estado do Amazonas Safra 2012
Ndeg Municiacutepio
Aacuterea
Plantada
(ha)
da Aacuterea
colhida
(ha)
da Quantidade
produzida
(t)
do Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
01 Manicoreacute 1634 2007 1713 1668
02 Presidente
Figueiredo 838 1287 1318 1481
03 Manacapuru 1620 1186 1213 1234
04 Rio Preto da
Eva 372 500 512 438
05 Novo Aripuanatilde 602 368 502 698
Total 5066 5348 5258 5519
Estado do Amazonas (9545) (5440) (63745) (59569) () Total em relaccedilatildeo ao Estado do Amazonas
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
O municiacutepio de Novo Aripuanatilde possui 602 da aacuterea plantada no Estado com 368
Isto corresponde a 502 de toda a produccedilatildeo de bananas do Amazonas representando 698
do valor total arrecadado com a venda das frutas
Os dados da tabela 2 mostram que os cinco municiacutepios do Estado do Amazonas com
maior produccedilatildeo de bananas concentram 5066 da aacuterea cultivada com bananas no Estado e
5348 da aacuterea colhida onde satildeo produzidas 5258 de toda a produccedilatildeo Estadual
respondendo por 5518 de tudo que eacute arrecadado no Estado com a venda da fruta
A bananicultura no Amazonas contribuiu com mais de R$ 59 milhotildees para o PIB do
Estado em 2012 e os dez municiacutepios com maior produccedilatildeo no Estado satildeo responsaacuteveis pela
injeccedilatildeo de mais de 73 deste total movimentando mais de R$ 43 milhotildees na economia do
Estado no mesmo ano
Nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva estatildeo alocadas as
propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio
possui respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da
populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram
respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (Tabela 2)
72
4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas
A tabela 3 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos
cultivos de bananeiras considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e
consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o
acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas e doenccedilas e a realizaccedilatildeo
de adubaccedilotildees
A pesquisa mostrou que ao serem inquiridos quanto agrave formaccedilatildeo dos cultivos todos
os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a formaccedilatildeo dos cultivos
e a densidade de plantas por hectare (Tabela 3) Poreacutem o que se constatou em todas as
propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o espaccedilamento de 3 x 3 m As
orientaccedilotildees de Arruda et al (2004) indicam que para este espaccedilamento cada estande de 1 ha
comporta 1111 plantas
Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de
Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Conhecimento do produtor
Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo
Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel
solo
Cova Cobertura
01 x x x x -- -- x
02 x x x x x x x
03 x x x x -- -- x
04 x x x x -- -- x
05 x x x x x x x
06 x x x x -- -- x
07 x x x x x x x
08 x x x x -- -- x
09 x x -- -- -- x x
10 x x x x -- -- x
11 x x x x x x x
12 x x x x -- x x
13 x x x x -- -- x
14 x x x x -- -- x
15 x x x x -- x x Dos 3 ha cultivados com bananas na propriedade foi feita a anaacutelise do solo e adubaccedilatildeo de cova somente em 1
ha que era monitorado pela Embrapa x conhece -- desconhece
Fonte autora
Nas propriedades analisadas as quantidades de covas dispostas por hectare para este
tipo de espaccedilamento variou de 750 ateacute 2333 covas conferindo impropriedade na formaccedilatildeo
73
dos cultivos que se encontram com densidades abaixo ou acima das quantidades ideais para
cultivos no Amazonas que eacute de 1667 plha distribuiacutedas em espaccedilamentos de 4 x 2 x 2 m
(ARRUDA et al 2004) Em quase todas as propriedades envolvidas na pesquisa exceto a 09
os produtores afirmaram ter conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o
controle de pragas e doenccedilas nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a
ocorrecircncia de pragas e doenccedila Uma das razotildees para essa ausecircncia de doenccedilas eacute que as
cultivares plantadas nestas propriedades satildeo a Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 resistentes agrave
sigatoka negra e sigatoka amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do
Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis ao Moko Estas satildeo as principais doenccedilas que atingem os
bananais em niacutevel mundial (GASPAROTTO et al2002)
Quanto agrave realizaccedilatildeo do controle de pragas e doenccedilas todas as propriedades
envolvidas na pesquisa responderam positivamente quando foram inqueridas sobre a
realizaccedilatildeo desta praacutetica contudo este trabalho constatou a natildeo existecircncia de pragas e doenccedilas
nos bananais deste municiacutepio Talvez este fato seja justificado pelas cultivares plantadas nesta
regiatildeo predominantemente as Caipira Thap Maeo e FHIA 18 resistentes agraves doenccedilas mais
comuns que atingem os bananais (GASPAROTTO et al2002)
A pesquisa revelou que os produtores das propriedades 1 3 4 6 8 9 10 12 13 14
e 15 afirmaram nunca terem feito anaacutelise de solo para procederem a adubaccedilatildeo e calagem
sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Apenas as propriedades 5 7 e 11 fizeram a
anaacutelise quiacutemica do solo antes da formaccedilatildeo dos cultivos para a determinaccedilatildeo da calagem e
adubaccedilatildeo (Tabela 3)
Os produtores 1 3 4 6 8 10 13 e 14 natildeo fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada
somente nas propriedades 2 5 7 9 11 12 e 15 Em todos os cultivos foram realizadas as
adubaccedilotildees de cobertura poreacutem as dosagens de aplicaccedilatildeo de calagem e dos macros e micros
nutrientes assim como a frequecircncia de realizaccedilatildeo dos processos de adubaccedilatildeo satildeo diferentes e
na maioria dos casos essas quantidades satildeo determinadas empiricamente
4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a
Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio
de Presidente Figueiredo Amazonas
O estudo realizado nas quinze propriedades neste municiacutepio tambeacutem buscou
diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e
outros tipos de assistecircncias que por ventura os produtores rurais de banana possam receber
bem como a forma de organizaccedilatildeo do produtor rural se em associaccedilotildees ou cooperativas com
74
vistas a favorecer a disseminaccedilatildeo do conhecimento e o fortalecimento nas negociaccedilotildees
comerciais e de aquisiccedilatildeo de insumos (Tabela 4)
Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores
Safra 2012
Prop
Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor
Financeira(1)
Teacutecnica(2)
Inc Fisc(3)
Outros(4)
Associaccedilatildeo Cooperativa
1 -- -- -- -- -- --
2 -- -- -- x x --
3 -- x -- x -- x
4 -- -- -- x -- x
5 -- -- -- x -- x
6 -- -- -- x -- x
7 x x -- x x --
8 -- x -- x x --
9 -- -- -- x x --
10 -- -- -- x -- x
11 -- -- -- x x --
12 -- -- -- x x --
13 x x -- x -- x
14 -- x -- x -- x
15 -- -- -- x -- x
() (133) (333) (00) (933) (400) (533) (1)
Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)
Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)
Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)
Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc x Sim -- Natildeo
Fonte autora
Os dados da tabela 4 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades
financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou apenas dois dos
quinze produtores consultados propriedades 7 e 13 Os demais produtores natildeo realizaram
nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal
ou estadual para o incremento da produccedilatildeo
A ajuda teacutecnica alcanccedilou as propriedades 3 7 8 13 e 14 Destas quatro receberam
ajuda teacutecnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do
Estado do Amazonas ndash IDAM A exceccedilatildeo estaacute na propriedade 7 cuja ajuda veio da Empresa
Brasileira de Pesquisas Agropecuaacuterias ndash Embrapa Amazocircnia Ocidental
Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter
recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na alavancagem do
negoacutecio agriacutecola da banana
75
O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo dos governos nos processos da
sustentabilidade agriacutecola de produccedilatildeo da banana e para o municiacutepio de Presidente Figueiredo
constatou significativa expressatildeo nas trecircs esferas administrativas Uniatildeo Estado e Municiacutepio
no esforccedilo para garantir a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 4)
Somente o produtor da propriedade 1 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com
programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais produtores
estavam envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural
do Estado do Amazonas geridos pela Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash ADS como
forma de implementar o Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar PREME ndash
SEDUCSEMED para abastecimento da Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo e Qualidade do
Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo - SEMED e
Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos o Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos -
PAACONAB uma parceria do governo do Estado do Amazonas com o governo Federal
atraveacutes da Companhia Nacional de Abastecimento ndash CONAB
Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do
produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas
agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente de
disseminaccedilatildeo de tecnologias e aumento do poder de negociaccedilatildeo nas relaccedilotildees comerciais que
asseguram maior seguranccedila qualidade na produccedilatildeo e maior poder de negociaccedilatildeo e lucros nas
transaccedilotildees comerciais
Neste sentido os dados para o municiacutepio mostram que dos quinze produtores
analisados seis possuem representaccedilatildeo juriacutedica integrada agrave associaccedilatildeo comunitaacuteria onde estatildeo
alocados (propriedades 2 7 8 9 11 e 12) e oito satildeo ligados a alguma cooperativa agriacutecola
(propriedades 3 4 5 6 10 13 14 e 15) Apenas o produtor da propriedade 1 declarou natildeo
fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa (Tabela 4)
Ainda com base nos dados apresentados na tabela 4 se evidencia que as agecircncias de
fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram apenas 133 dos produtores inquiridos no
municiacutepio de Presidente Figueiredo enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e
se estendeu a 333 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como
PREMESEDUCSEMED PPACONAB e a implementaccedilatildeo de feiras do produtor rural
apresentaram significativa expressatildeo para o produtor contemplando 933 dos entrevistados
Destes 40 mantinham relaccedilotildees com a associaccedilatildeo da comunidade a que se integram e 533
satildeo integrados agrave uma cooperativa agriacutecola
76
4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da
Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento
O estudo analisou a cadeia de processamento das bananas observando a agregaccedilatildeo
de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de acondicionamento para o transporte e
a realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis
O resultado estaacute disposto na tabela 5
Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Higienizaccedilatildeo
das bananas
Embalagem p
transporte
Realiza
beneficiamento
Tipo de beneficiamento
Sim Cacho Caixa Sim Natildeo Doces Geleia Calda Chips
1 x x x x -- -- -- -- --
2 x x x x -- -- -- -- --
3 x x x x -- -- -- -- --
4 x x x x -- -- -- -- --
5 x x x x -- x x x --
6 x -- x x -- -- -- -- --
7 x x x x -- -- -- -- --
8 -- x -- x -- -- -- -- --
9 -- x -- x -- -- -- -- --
10 x x x x -- x x x --
11 x x x x -- -- -- -- --
12 x x x x -- -- -- -- --
13 x x x x -- -- -- -- --
14 x x x x -- -- -- -- --
15 x x x x -- -- -- -- --
() (867) (933) (867) (100) (--) (133) (133) (133) (00) x realiza -- natildeo realiza
Fonte autora
O processo de colheita das bananas exige a observaccedilatildeo de cuidados como a
disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte do bananal ao local de despencamento a higienizaccedilatildeo
dos frutos para descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a
forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as escoriaccedilotildees A observaccedilatildeo
destes cuidados agrega valor e favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos
De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo dos frutos deve ocorrer apoacutes
o despencamento pela imersatildeo destas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para
cada 100 litros de aacutegua) A lavagem vai remover os micro-organismos e precipitar a sika
A realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas pode evitar a perda na produccedilatildeo e
melhorar a renda dos produtores Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do
77
mercado para consumo in natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados
e os demais podem ser beneficiados para produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips
Dos 15 produtores consultados 13 afirmaram realizar a higienizaccedilatildeo das bananas
Apenas os produtores 8 e 9 natildeo realizavam este processo porque comercializavam a produccedilatildeo
direto nas feiras por unidades de cachos inteiros portanto natildeo despencavam e nem lavavam
os frutos (Tabela 5)
O acondicionamento dos frutos para transporte era feito de duas formas nos casos
em que os produtores comercializavam as bananas em cachos estes natildeo passavam pelo
processo de lavagem sendo transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em
que satildeo comercializadas por quilos ou unidades de pencas os cachos satildeo despencados ainda
na propriedade rural e as pencas satildeo lavadas e acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de
plaacutestico (de 15 a 20 kg) onde satildeo transportadas ateacute o local de repasse para o consumidor final
ou intermediaacuterio
Entre os produtores analisados somente o produtor da propriedade 6 natildeo
comercializava as bananas em cachos Nestes casos as bananas eram despencadas e
acondicionadas em caixas de papelatildeo com aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de
plaacutestico com 20 Kg As propriedades 8 e 9 comercializavam os cachos inteiros As demais
propriedades utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com
o PREME todos os fornecimentos satildeo feitos em caixa de papelatildeo ou plaacutestico Para outros
fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens podem ser transportados em cachos
Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores
afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem o uacutenico beneficiamento
realizado era a lavagem e acondicionamento dos frutos em embalagens especiacuteficas para o
transporte
No universo da pesquisa para este municiacutepio somente os produtores das
propriedades 5 e 10 realizam o beneficiamento dos produtos em agroinduacutestria com produccedilatildeo
de doces geleias e calda de bananas Trata-se de mesma empresa constituiacuteda por dois
produtores do municiacutepio de Presidente Figueiredo Nenhum dos entrevistados beneficia o
produto para transformaccedilatildeo em banana chips (Tabela 5) Este nicho de mercado jaacute eacute realidade
e registra boa aceitaccedilatildeo nos mercados do Norte do Brasil
A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que a higienizaccedilatildeo da banana eacute
realizada em mais de 86 das propriedades analisadas com acondicionamento para
transporte em caixas em 933 dos casos enquanto que 100 dos produtores realizam
78
algum tipo de beneficiamento nas bananas Poreacutem somente em pouco mais de 13 este
produto eacute transformado em outros subprodutos comercializaacuteveis (Tabela 5)
4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no
Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas
A tabela 6 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos
cultivos estudados considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e
consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o
acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas doenccedilas e de adubaccedilotildees
Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de
Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Conhecimento do produtor
Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo
Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel solo Cova Cobertura
01 x x x x -- -- x
02 x x x x -- x x
03 x x x x -- x x
04 x x x x -- -- x
05 x x x x -- -- x
06 x x x x -- -- x
07 x x x x -- -- x
08 x x x x -- -- x
09 x x x x -- -- x
10 x x x x -- x x
11 x x x x x x x
12 x x x x -- x x
13 x x x x -- -- x
14 x x x x -- x x
15 x x x x x x x
16 x x x x x x x
17 x x x x -- x x
18 x x x x -- x x
19 x x x x -- -- x
20 x x x x x x x
21 x x x x x x x
22 x x x x x x x
23 x x x x -- x x
24 x x x x x x x
25 x x x x -- x x
26 x x x x -- x x
27 x x x x -- -- x 28 x x x x x x x 29 x x x x x x x 30 x x x x -- x x
x Conhece -- Desconhece Fonte autora
79
Todos os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a
formaccedilatildeo dos cultivos e a densidade de plantas por hectare (Tabela 7) Poreacutem o que se
constatou em todas as propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o
espaccedilamento de 3 x 3 m contudo a quantidade de covas dispostas por hectare para este de
espaccedilamento resultaria numa quantidade de 1111 covasha o que natildeo foi observado na
realidade tendo em vista a variaccedilatildeo de 800 ateacute 1200 covasha (Tabela 1)
Em todas as propriedades envolvidas na pesquisa os produtores afirmaram ter
conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o controle de pragas e doenccedilas
nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a ocorrecircncia de pragas eou de
doenccedilas o que possivelmente se justifica pelo fato de estes cultivos serem constituiacutedos pelas
cultivares Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 que satildeo resistentes agrave sigatoka negra e sigatoka
amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis
ao Moko
Dos 30 produtores entrevistados somente nove realizaram anaacutelise do solo antes da
formaccedilatildeo dos cultivos (propriedades 11 15 16 20 21 22 24 28 e 29) para a determinaccedilatildeo
adequada da calagem e adubaccedilatildeo antes de iniciar o plantio Os demais afirmaram natildeo ter feito
a avaliaccedilatildeo do solo para nortear a aplicaccedilatildeo de calagem e adubaccedilatildeo de cova e de cobertura
sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Os produtores 1 4 5 6 7 8 9 13 19 e 27 natildeo
fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada nas demais propriedades Todos os proprietaacuterios
responderam realizar a adubaccedilatildeo de cobertura poreacutem as quantidades de aplicaccedilatildeo de calagem
e adubaccedilatildeo foram aplicadas de forma empiacuterica nos casos em que natildeo se realizou a anaacutelise do
solo (Tabela 6)
4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a
Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio
de Presidente Figueiredo no Amazonas
O estudo realizado nas trinta propriedades rurais produtoras de bananas no municiacutepio
do Rio Preto da Eva tambeacutem buscou diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos
financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e outros tipos de assistecircncia que por ventura
tenham recebido Os resultados da investigaccedilatildeo estatildeo expostos na tabela 7
Os dados da tabela 7 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades
financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou doze dos trinta
produtores consultados Os demais natildeo realizaram nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de
80
fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal estadual ou municipal para o incremento
da produccedilatildeo
Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais
em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas
Prop
Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor
Financeira(1)
Teacutecnica(2)
Inc Fisc(3)
Outros(4)
Associaccedilatildeo Cooperativa
1 -- x -- x -- x
2 -- -- -- -- -- --
3 -- x -- x x --
4 -- -- -- x -- x
5 -- -- -- x -- x
6 -- -- -- x -- x
7 -- -- -- x x --
8 -- -- -- x -- x
9 x x -- x -- x
10 x x -- x x x
11 -- x -- x x --
12 x x -- x x --
13 x x -- x x --
14 x x -- x x --
15 -- x -- x x --
16 x x -- x x --
17 x x -- x x --
18 x x -- x x --
19 x x -- x x --
20 -- x -- x x --
21 -- x -- x -- x
22 -- x -- x x x
23 -- x -- x x x
24 -- -- -- x x x
25 -- -- -- x x --
26 x x -- x x --
27 -- -- -- x x --
28 x x -- x x --
29 -- x -- x x x
30 x x -- x x x (1)
Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)
Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)
Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)
Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc
x Sim -- Natildeo
Fonte autora
A ajuda teacutecnica alcanccedilou 22 das 30 propriedades Toda a assistecircncia recebida veio
por intermeacutedio de agentes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal
Sustentaacutevel do Estado do Amazonas ndash IDAM
81
Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter
recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na implementaccedilatildeo
do negoacutecio agriacutecola da banana
O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo do governo nos processos agriacutecolas
quanto a sustentabilidade da produccedilatildeo da banana No Municiacutepio de Rio Preto da Eva foi
constatada significativa expressatildeo das trecircs esferas governamentais no esforccedilo para garantir a
comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 7)
Somente o produtor da propriedade 2 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com
programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais estavam
envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural Este
assunto seraacute melhor explorado quando analisarmos os dados de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
agriacutecola objeto de estudos futuros
Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do
produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas
agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente comerciais e
de processamentos dos produtos para entendermos o niacutevel de fortalecimento dos produtores
nas transaccedilotildees comerciais e na troca de informaccedilotildees e tecnologias
Neste sentido os dados para o Municiacutepio mostram que dos trinta produtores
analisados 16 satildeo membros da associaccedilatildeo da comunidade a qual pertencem e sete satildeo ligados
a alguma cooperativa agriacutecola Os produtores das propriedades 10 22 23 24 29 e 30
participam tanto da associaccedilatildeo comunitaacuteria quanto da cooperativa Apenas o produtor 2
declarou natildeo fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa
Ainda com base nos dados apresentados na tabela 7 se evidencia que as agecircncias de
fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram 40 dos produtores estudados no Municiacutepio
do Rio Preto da Eva enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e se estendeu a
70 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como PREMESDS
PAACONAB favoreceram significativamente o produtor na comercializaccedilatildeo dos produtos
contemplando 967 dos entrevistados
4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da
Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento
A pesquisa analisou a cadeia de processamento das bananas no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva observando a agregaccedilatildeo de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de
82
acondicionamento para o transporte e se era realizado algum tipo de beneficiamento nas
bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis Os resultados estatildeo expostos na
tabela 8
Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos
Acondicionamento para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas
Cultivadas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Higienizaccedilatildeo das
bananas
Embalagem p
transporte
Realiza
beneficiamento
Tipo de beneficiamento
Cacho Caixa Doces Geleia Calda Chips
1 x -- x x -- -- -- --
2 x -- x x -- -- -- --
3 x -- x x -- -- -- --
4 x -- x x -- -- -- --
5 x -- x x -- -- -- --
6 x -- x x -- -- -- --
7 x -- x x -- -- -- --
8 x -- x x -- -- -- --
9 x -- x x -- -- -- --
10 x -- x x -- -- -- --
11 x -- x x -- -- -- --
12 x -- x x -- -- -- --
13 x -- x x -- -- -- --
14 x -- x x -- -- -- --
15 x x x x -- -- -- --
16 x x x x -- -- -- --
17 x -- x x -- -- -- --
18 x -- x x -- -- -- --
19 x -- x x -- -- -- --
20 x -- x x -- -- -- --
21 x -- x x -- -- -- --
22 x -- x x -- -- -- --
23 x -- x x -- -- -- --
24 x -- x x -- -- -- --
25 x -- x x -- -- -- --
26 x -- x x -- -- -- --
27 x -- x x -- -- -- --
28 x -- x x -- -- -- --
29 x -- x x -- -- -- --
30 x -- x x -- -- -- --
() (1000) (933) (1000) (1000) (00) (00) (00) (00) x Sim -- Natildeo
Fonte autora
No Municiacutepio de Rio Preto da Eva tambeacutem foram estudados os processos de colheita
das bananas para identificar a disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte ao local de
despencamento a higienizaccedilatildeo dos frutos para descontaminaccedilatildeo por microrganismos e
precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as
83
escoriaccedilotildees nos frutos que prejudicam as vendas A observaccedilatildeo destes cuidados agrega valor e
favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos
De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo deve ocorrer apoacutes a
separaccedilatildeo dos frutos do engaccedilo processo conhecido como despencamento e pode ser
processado pela imersatildeo das pencas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para
cada 100 litros de aacutegua) A lavagem visa melhorar a higienizaccedilatildeo pela remoccedilatildeo de
microrganismos e remover e precipitar a sika
Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do mercado para consumo in
natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados e os demais podem ser
beneficiados para a produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips
Nas trinta propriedades consultadas neste municiacutepio todos os produtores afirmaram
realizar a higienizaccedilatildeo das bananas Neste processo ocorre a separaccedilatildeo das pencas do engaccedilo
(peduacutenculo que sustenta o cacho de frutas) e estas satildeo imersas em soluccedilatildeo agrave base de sulfato de
alumiacutenio e colocadas para secar aguardando os procedimentos de embalagem
O acondicionamento dos frutos para transporte eacute feito de duas formas nos casos em
que os produtores comercializam as bananas em cachos estes natildeo satildeo lavados sendo
transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em que satildeo comercializadas por
quilos ou unidades de pencas estas ainda na propriedade rural satildeo despencadas lavadas e
acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de plaacutestico sendo transportadas ateacute o local de
repasse para o mercado consumidor
Entre os produtores analisados somente as propriedades 15 e 16 comercializavam as
bananas em cachos geralmente para serem comercializados em feiras para intermediaacuterios
Todos os demais produtores armazenavam as bananas em caixas de papelatildeo com
aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de plaacutestico com 20 Kg As propriedades 15 e
16 utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com o
Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME todos os fornecimentos satildeo feitos
em caixa de papelatildeo Para outros fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens os frutos
podem ser transportados em cachos
Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores
afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem a uacutenica transformaccedilatildeo
realizada eacute a lavagem dos frutos e acondicionamento destes em embalagens especiacuteficas para o
transporte (Tabela 8)
84
No universo da pesquisa realizada neste municiacutepio natildeo foi identificada nenhuma
agroinduacutestria transformando as bananas em subprodutos como doces geleias calda ou
bananas chips apesar da boa aceitaccedilatildeo comercial para estes dois uacuteltimos nichos nos mercados
do Norte do Brasil Todas as bananas satildeo comercializadas in natura
A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que no municiacutepio de Rio Preto da
Eva referenciado pelo IDAM como um dos maiores produtores de bananas no Estado do
Amazonas a higienizaccedilatildeo das bananas eacute realizada em 100 das propriedades com
acondicionamento para transporte em caixas em 933 dos casos Em 100 das propriedades
estudadas os produtores realizam algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem em todas
elas as bananas foram comercializadas in natura natildeo tendo sido registrada nenhuma
agroinduacutestria para processamentos dos frutos e transformaccedilatildeo em subprodutos
comercializaacuteveis deixando de se agregar valor agrave produccedilatildeo (Tabela 8)
85
424 CONCLUSOtildeES
Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham
conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do
Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas
Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo sabiam sobre a necessidade da
adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana mas apenas sete deles sabiam da
necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro deles da necessidade de se fazer
uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente
A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes nas
propriedades rurais analisadas em Presidente Figueiredo embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais
Os produtores de banana de Presidente Figueiredo mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas
Os produtores de Presidente Figueiredo realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas
quando as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Apenas dois dos
15 produtores beneficiam a banana convertendo-a em subprodutos com valor agregado como
doces geleia e calda
Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva afirmaram que tinham conhecimento
quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e
quanto aos tratos culturais contra pragas e doenccedilas
Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo
de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da
adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas nove deles necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do
solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente
A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em cerca de metade das
propriedades rurais analisadas em Rio Preto da Eva embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais
Os produtores de banana de Rio Preto da Eva mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees
Os produtores de Rio Preto da Eva realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando
as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Toda a produccedilatildeo eacute
86
vendida na forma da fruta in natura natildeo a processando em subprodutos com valor agregado
como doces geleia e calda
87
43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO
DA EVA ESTADO DO AMAZONAS
Resumo
Embora a regiatildeo Norte apresente excelentes condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de
bananas de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa
eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita A bananicultura demanda a aplicaccedilatildeo de
tecnologias de produccedilatildeo que orientem para o adequado manejo do solo controle de pragas e
doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar
ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo e
contribua para o desenvolvimento da economia agriacutecola do Estado Nessa perspectiva se
insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas O estudo buscou conhecer as formas
de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola a categoria de compradores os locais de entrega dos
produtos os preccedilos de venda praticados na comercializaccedilatildeo a receita obtida pela venda dos
produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de renda da cultura da banana no acircmbito da
propriedade rural e do Municiacutepio Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel estimar quanto
os produtores deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas
para a cultura Em ambos os municiacutepios a comercializaccedilatildeo das bananas eacute feita atraveacutes de
cooperativas associaccedilotildees feiras ou intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo
processadas no atacado e no varejo em cachos ou em pencas com preccedilo meacutedio do cacho em
R$ 1400 e a penca variando de R$ 240 a R$ 260 Todos os produtores de banana dos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva analisados comercializam sua
produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo pelo varejo Predomina entre eles a
venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas produccedilotildees para a Cooperativa ou
Associaccedilatildeo a que pertencem Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com
alguns tambeacutem vendendo em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria
tambeacutem vende na forma de pencas Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que
os praticados pela Cooperativa ou Associaccedilatildeo As receitas obtidas pelos produtores dos dois
municiacutepios em Reais por hectare foram de R$1682800-R$1502200 nas vendas dos cachos
e R$2884800-R$2789800 nas vendas das pencas respectivamente em Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus
cultivos esses valores subiriam respectivamente para R$2333800 nas vendas dos cachos e
R$4000800-R$4334200 nas vendas das pencas
Palavras Chave Amazonas potencial econocircmico da banana tipos de comercializaccedilatildeo da
banana
88
Abstract
Although the Amazonia presents excellent climate and soil conditions to produce high quality
standard bananas we still need to overcome in large part the low production efficiency and
postharvest handling The banana cultivation demand the application of production
technologies to guide to the proper soil management pest and diseases and processing of
products to add value to provide real gains for the producer and improvements in quality of
life and peoples consumption and contribute to the development of the states agricultural
economy From this perspective fits the study strategy of banana cultivation in the
municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva state of Amazonas The study
sought to know the forms of marketing of agricultural yield the buyers category the local
delivery of products sales prices practiced in the market revenues from the sale of products
and estimate the potential for income generation of banana at the rural property and the city
Based on this information it was possible to estimate how much the producers failed to win
by not comply with the technical recommendations given to the culture In both counties the
marketing is done through cooperatives associations fairs or intermediaries Sales modes are
processed in wholesale and retail in clusters or bunches with an average price of R $ 1400
for clusters and the bunch ranging from R $ 240 to R $ 260 All banana producers analysed
in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva sell their wholesale
production with some also selling at retail Predominates among them selling to
intermediaries but also they negotiates their productions to the Cooperative or Association to
which they belong All them sell their production at their properties with some also selling at
fairs All sell in the form of bunches but most also sell in the form of bunches The prices
paid by intermediaries are higher than those practiced by the Cooperative or Association The
revenues earned by producers of the two municipalities in reais per hectare were R $
1682800 R $ 1502200 in sales of clusters and R$ 2884800 R$ 2789800 in sales of
bunches respectively in Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva If they had adopted
biotechnological technologies in their banana cultivation these values would rise respectively
to R $ 2333800 for clusters sales and R $ 4000800 R $ 4334200 for bunches sales
Key Words Amazonas economic potential of banana banana market types
89
431 INTRODUCcedilAtildeO
O Brasil ocupa a terceira posiccedilatildeo na produccedilatildeo mundial de frutas colhendo em torno
de 40 milhotildees de toneladas ano e destinando mais de 25 milhotildees de hectares para o seu
cultivo contribuindo com mais de R$10 bilhotildeesano para a economia do paiacutes (MAPA 2012)
contudo a produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte
demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem
resultados significativos na produccedilatildeo orientando para o adequado manejo do solo controle de
pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a
proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da
populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola
A agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do Amazonas
quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos produtivos e
gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo cuidados necessaacuterios na escolha
das sementes ou mudas observaccedilatildeo da densidade de plantas por hectare adubaccedilotildees rodiacutezio
de culturas para melhorar a fertilidade dos solos uso inadequado dos insumos agriacutecolas e
desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade procedimentos de preacute e poacutes colheita
ineficientes resultando em produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e
inexpressiva competitividade
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em
2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas onde se
produziu mais de 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade alcanccedilada eacute baixa (da
ordem de 10 tha) se comparada com as demais regiotildees brasileiras e com outros paiacuteses
produtores de bananas Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade
ligeiramente maior que a meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente
Nos demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em
2012
Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos
efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado do Amazonas em
especial no cultivo da banana que se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia
alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios O investimento na bananicultura pode
ser uma alternativa capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento
econocircmico e social do Estado do Amazonas e de seus Municiacutepios uma vez que dispotildee de
terras recursos hiacutedricos e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo dessa cultura
90
Neste sentido a observaccedilatildeo feita por Homma (2001) Homma (2006) e Homma e
Frazatildeo (2002) reflete tambeacutem a situaccedilatildeo vivida pela fruticultura na Amazocircnia que embora
tenha passado por importantes transformaccedilotildees na uacuteltima deacutecada com a ascensatildeo das frutas
nativas ateacute entatildeo de consumo essencialmente regional ainda demanda alternativas capazes de
aglutinar a inserccedilatildeo de tecnologias nos processos de produccedilatildeo agriacutecola e nas formas
gerenciais de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de insumos e de produtos para o consumo Aleacutem
disso haacute a necessidade de tornar real na cadeia produtiva agriacutecola o processamento e a
transformaccedilatildeo da produccedilatildeo em subprodutos com valor agregado para o fortalecimento do
negoacutecio agriacutecola e a transformaccedilatildeo do agricultor rural em empreendedor rural
Sachs (2008) em suas contribuiccedilotildees de alternativas para a promoccedilatildeo do
desenvolvimento nos adverte que o caminho mais promissor eacute o do desenvolvimento
endoacutegeno e inclusivo que embora demande vaacuterias poliacuteticas complementares permite o
aproveitamento do potencial poliacutetico econocircmico e social local desenhando modelos mais
competitivos e sustentaacuteveis de desenvolvimento
No Brasil este modelo endoacutegeno de desenvolvimento baseado na mobilizaccedilatildeo de
recursos internos afirma Sachs (2009) apresenta o potencial de recursos naturais e condiccedilotildees
climaacuteticas especialmente na Amazocircnia por sua diversidade e complexidade sociocultural
como forte aliado na promoccedilatildeo do desenvolvimento econocircmico e social Para isto eacute mister a
priorizaccedilatildeo da modernizaccedilatildeo agriacutecola pela adoccedilatildeo de tecnologias capazes de aumentar a
produtividade e qualidade dos produtos a melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a
qualidade de vida dos agricultores e que tambeacutem seja capaz de elevar o compartilhamento de
accedilotildees entre os produtores como forma de dinamizar o uso dos recursos e das tecnologias
disponiacuteveis
Becker (2009) em suas reflexotildees sobre alternativas de desenvolvimento para a
Amazocircnia chama a atenccedilatildeo para a necessidade de transformar o agricultor familiar em
empreendedor rural ao que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel que este deve
priorizar o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo individual ou seja compartilhando
os recursos e as tecnologias disponiacuteveis Neste sentido Mello (2009) adverte que o primeiro
dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo agriacutecola e de comeacutercio onde
o primeiro eacute baseado em processos rudimentares de produccedilatildeo e o segundo na transferecircncia de
produtos sem agregaccedilatildeo de valor
Embora a regiatildeo Norte apresente boas condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de
banana de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa
91
eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita Satildeo vaacuterios os problemas que afetam a
bananicultura dessa regiatildeo que de modo geral apresenta baixo niacutevel de tecnificaccedilatildeo
resultando em produtividade baixa e frutos com pouca qualidade
Neste sentido acredita-se que a elaboraccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo para o cultivo
da banana no Estado do Amazonas que possa aglutinar alternativas poliacuteticas econocircmicas e
sociais capazes de ampliar as oportunidades para o produtor comerciante e consumidor e
ainda de contribuir para alavancar o crescimento qualitativo e quantitativo dessa cultura se
apresenta como uma estrateacutegia viaacutevel para o desenvolvimento dos municiacutepios do Estado
Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas com o
objetivo de analisar as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores a comercializaccedilatildeo dos
produtos e aquisiccedilatildeo de insumos o processamento da produccedilatildeo para agregaccedilatildeo de valor e os
tipos de produtos comercializados para entender qual o niacutevel de organizaccedilatildeo social dos
produtores para a interaccedilatildeo de tecnologias e favorecimento nas negociaccedilotildees comerciais
relacionadas aos cultivos de bananeiras nos municiacutepios em estudo
92
432 MATERIAL E MEacuteTODOS
4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa consistiu da
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados aos produtores rurais de bananas agraves agroinduacutestrias agraves
empresas e pessoas fiacutesicas intermediaacuterias na comercializaccedilatildeo (em feiras de Manaus e dos
municiacutepios em estudo) bem como entrevistas semiestruturadas como forma de obter o
diagnoacutestico da produccedilatildeo e da comercializaccedilatildeo de bananas nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
Os questionaacuterios estruturados inquiriram dois segmentos da cadeia produtiva da
banana o acircmbito agriacutecola e o acircmbito econocircmico na esfera da comercializaccedilatildeo dos produtos
para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e
Presidente Figueiredo no Amazonas conforme quadro 1
No contexto econocircmico foram estudadas as formas de organizaccedilatildeo social dos
produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos (associaccedilotildees cooperativas
agroinduacutestria ou independentes) como forma de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e qual o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos produtos
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Acircmbito Econocircmico
Organizaccedilatildeo Social Comercializaccedilatildeo Tipos de produtos
comercializados
Fatores de
agregaccedilatildeo de valor
- Associaccedilotildees
- Cooperativas
- Agroinduacutestria
- Independentes
- Formas de
comercializaccedilatildeo
- Locais de entrega dos
produtos
- Categoria de
compradores
- Preccedilos de venda dos
produtos
- Receita bruta
- Frutos in natura
- Subprodutos
- Bananas em cacho
- Bananas em penca
- Transformaccedilatildeo dos
produtos
Fonte autora
O estudo buscou conhecer as formas de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola
(atacado eou varejo) a categoria de compradores envolvidos na comercializaccedilatildeo destes
produtos (se cooperativas empresas ou intermediaacuterios) os locais de entrega dos produtos (se
93
na propriedade rural ou no empreendimento do comprador) e os preccedilos de venda praticados
na comercializaccedilatildeo como forma de identificar o niacutevel de organizaccedilatildeo e fortalecimento dos
produtores rurais a receita obtida pela venda dos produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de
renda da cultura da banana no acircmbito da propriedade rural e do Municiacutepio Neste momento se
buscava conhecer os fatores favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis dentro do processo de
comercializaccedilatildeo e quais os subprodutos comercializados
Outro aspecto analisado foi os tipos de produtos comercializados pelo produtor rural
para compreender se no acircmbito da propriedade rural estaacute sendo feito algum tipo de
beneficiamento no produto transformando-o em um subproduto comercializaacutevel como forma
de agregar valor e diversificar a produccedilatildeo fortalecendo a cadeia produtiva inquirindo os
produtores rurais sobre os produtos comercializados se frutos in natura ou processados a fim
de identificar quais os produtos ou subprodutos comercializados e qual o destino dado aos
resiacuteduos gerados Nesta etapa foi verificado qual o tipo de beneficiamento se mecanizado ou
manual
Para complementar os dados sobre a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo tambeacutem foram
verificados os agentes envolvidos no processo se associaccedilatildeo cooperativas empresas privadas
ou intermediaacuterios sem representatividade juriacutedica e para cada agente foi verificado o preccedilo
negociado em cada produto oferecido
Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel mensurar a produccedilatildeo meacutedia de bananas por
hectare em cada municiacutepio e rendimento econocircmico dos produtores com o cultivo de
bananeiras Estas informaccedilotildees nos permitiram avaliar qual a produccedilatildeo alcanccedilada nas aacutereas
amostradas em cada municiacutepio estudado e comparaacute-las com a produccedilatildeo desejada com base
nas indicaccedilotildees de produtividade orientada pela bibliografia e estimar quanto os produtores
deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas para a cultura
4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa foram selecionadas 15 propriedades rurais produtoras
de bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva
dentre aquelas de cultivos essencialmente comercial dada a necessidade de obtenccedilatildeo de dados
sobre a comercializaccedilatildeo de produtos e subprodutos da bananicultura
O estudo buscou englobar as lideranccedilas comunitaacuterias das propriedades investigadas as
associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias envolvidas no processo de produccedilatildeo da banana
bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para tanto os
94
liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de agroinduacutestrias
intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de comercializaccedilatildeo das
bananas
4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringiu ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva onde estatildeo alocadas as propriedades
rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio possui
respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da
populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram
respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus Nestes
municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos produtores rurais
A definiccedilatildeo destes locais para a coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o
maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das
decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em
2012 estes dois municiacutepios detinham 121 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que
possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os
dois municiacutepios selecionados satildeo referenciados pelo IBGE como o segundo e o quarto
maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois municiacutepios foram
responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde foram produzidas
1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais
distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria
de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do
municiacutepio
95
Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados
quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O
levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo
direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de
julho de 2013 a junho de 2014
Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico onde seratildeo
verificados os dados gerais sobre produccedilatildeo e produtividade das bananas as tecnologias de preacute
e poacutes colheita a agregaccedilatildeo de valor e transformaccedilatildeo da produccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo dos
produtos
O estudo foi estruturado em revisatildeo bibliograacutefica sobre a temaacutetica em estudo e
entrevistas e aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos atores do processo de produccedilatildeo de bananas e das
poliacuteticas voltadas para o setor nos municiacutepios de Manaus Rio preto da Eva e Presidente
Figueiredo e evidecircncias empiacutericas colhidas e observadas em instituiccedilotildees e processos afins A
coleta de dados foi concentrada em questionaacuterios semiestruturados e abertos aplicados aos
atores selecionados
96
433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente
Figueiredo Amazonas
A tabela 1 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de
Presidente Figueiredo nas 15 propriedades envolvidas na pesquisa
A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Presidente
Figueiredo comprovou que a produccedilatildeo era comercializada atraveacutes das cooperativas
associaccedilotildees comunitaacuterias ou por meio de intermediaacuterios e eram vendidas no atacado e no
varejo
Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Amazonas Safra 2012
x Sim -- Natildeo
Fonte autora Em alguns casos o mesmo proprietaacuterio transferia seus produtos para o mercado
atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 7 8 e 9)
ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 2 11 12 e 15) Em outros casos um mesmo
produtor negociava nas trecircs modalidades (propriedades 7 8 e 9)
Dos produtores analisados somente o produtor 1 natildeo mantinha viacutenculo nem com a
associaccedilatildeo de produtores rurais do municiacutepio nem com a cooperativa agriacutecola
Pro
pri
edad
e
Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)
Co
op
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Ass
oci
accedilatildeo
Inte
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R$
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)
Co
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(R$
kg
)
Ass
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accedilatildeo
(R$
kg
)
01 -- -- x X x x -- -- X 1500 200 -- --
02 -- x x X x x -- -- X 2000 300 099 --
03 x -- -- X x x -- -- X 1500 250 099 --
04 x -- x X -- x -- -- X 1200 -- 099 --
05 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --
06 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --
07 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110
08 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110
09 x x x X x x -- -- -- 2000 250 099 110
10 x -- x X -- x -- -- -- 1000 300 099 --
11 -- x x X -- x -- -- -- 700 -- -- 110
12 -- x x X x x -- -- -- 700 200 -- 110
13 x -- -- X x x -- -- X 1500 200 099 --
14 x -- x X x x -- -- X 1500 300 099 --
15 -- x x X x x -- -- X 1200 200 -- 110
Meacutedia (1400) (240) (099) (110)
67 47 87 100 53 100 7 -- 47 -- -- -- --
97
comercializando sua produccedilatildeo de bananas diretamente com intermediaacuterios no mercado nas
feiras ou atacadistas de Presidente Figueiredo e Manaus
Os produtores 3 e 13 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a cooperativa e
nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e tambeacutem tinham dificuldades para
comercializar com intermediaacuterios visto que natildeo tinham ponto de venda nas feiras
Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e nos casos das propriedades
1 2 3 9 12 13 14 e 15 tambeacutem comercializavam as bananas no varejo em feiras da Vila de
Balbina e dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Manaus
Entre os produtores entrevistados 67 estavam vinculados agrave Cooperativa de
Produtores Rurais do Uatumatilde ndash CPUUatumatilde principal cooperativa do Municiacutepio e 47
tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades juriacutedicas estavam
integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME do governo federal
e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento ndash
PAACONAB razatildeo que motiva os produtores a se vincularem agrave cooperativa eou agrave
associaccedilatildeo para comercializarem os produtos visto que tanto o PREME como o
PAACONAB soacute negociam com pessoas juriacutedicas
Do universo da pesquisa 87 dos produtores negociavam diretamente com os
intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo
A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que todos os produtores vendiam
no atacado e 53 tambeacutem as realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no
proacuteprio municiacutepio
Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se
que em 100 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se
responsabilizando pelo transporte da produccedilatildeo sem incidecircncia de custo para o produtor Nos
casos em que a negociaccedilatildeo era feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores estas se
responsabilizavam pelo transporte da propriedade ateacute a sede da empresa e para isto recebiam
ajuda da prefeitura do municiacutepio que cedia seus caminhotildees e motorista ficando a cargo da
empresa apenas o abastecimento de combustiacutevel
Em 47 dos casos os produtores entregavam o produto nas feiras por ocasiatildeo das
vendas no varejo para os produtores que detinham bancas para este fim nas feiras de
produtores rurais poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos programas do
governo de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de transporte da
propriedade ateacute as feiras
98
As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Os cachos eram
negociados por preccedilos variando de R$ 500 (propriedades 5 e 6) a R$ 2000 (propriedades 2
7 8 e 9) As negociaccedilotildees com preccedilos mais baixos se deram nos casos em que a venda era feita
no atacado para intermediaacuterios com entrega do produto na propriedade rural ou seja custo
de transporte de responsabilidade do comprador Se as vendas se processavam nas feiras era
possiacutevel se obter preccedilos melhores pelos cachos mesmo nos casos de venda no atacado para
intermediaacuterios
O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200
(propriedades 1 12 13 e 15) a R$ 300 (propriedades 2 10 e 14)
Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa dentro do programa
PREMESDSSEDUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 099 o quilo
Neste municiacutepio a CPUUatumatilde natildeo negocia com a CONAB devido ao prazo de repasse de
pagamento ser mais demorado em relaccedilatildeo aos demais programas (informaccedilotildees verbal)2
Quando a negociaccedilatildeo era feita com a associaccedilatildeo de produtores rurais esta negociava
com a CONAB e repassava para o produtor o valor de R$ 110 por kg (propriedades 7 8 9
11 12 e 15) proporcionando maiores ganhos em relaccedilatildeo agraves negociaccedilotildees feitas atraveacutes da
Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDSAMPREME
A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio Preto da
Eva comprovou que a produccedilatildeo eacute comercializada atraveacutes da cooperativa associaccedilatildeo ou
intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo processadas no atacado e no varejo
4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Amazonas
A tabela 2 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio
Preto da Eva nas 30 propriedades envolvidas na pesquisa
Em alguns casos a mesma propriedade transferia seus produtos para o mercado
atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 22 23 24
28 29 e 30) ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 3 7 11-30) Em outros casos um
mesmo produtor negocia nas trecircs modalidades (propriedades 22 23 24 28 29 e 30)
Dos trinta produtores analisados neste municiacutepio todos mantinham viacutenculo ou com a
cooperativa ou com a associaccedilatildeo e em alguns casos foram registrados aqueles que mantinham
2 Informaccedilotildees fornecidas pela Cooperativa CPUUATUMAtilde localizada no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
no Amazonas - 2013
99
relaccedilotildees com ambas as organizaccedilotildees juriacutedicas natildeo sendo identificada nenhuma propriedade
que trabalhava de forma isolada sem este amparo organizacional
Os produtores 1 4 5 6 8 9 e 10 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a
cooperativa e nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e estes exceto o produtor 4
tambeacutem comercializavam seus produtos nas feiras do produtor no proacuteprio municiacutepio e em
Manaus com intermediaacuterios e consumidores finais por vendas no atacado e no varejo
Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no
Amazonas Safra 2012
x Sim -- Natildeo
Fonte autora
Pro
pri
edad
e
Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)
Co
op
erat
iva
Ass
oci
accedilatildeo
Inte
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(Fei
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(R$
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Pen
cas
(R$
un)
Associaccedilatildeo ou
Cooperativa
(R$Kg)
CONAB SDS
01 x -- x x x -- x x 1700 250 074 100
02 -- -- x x x -- -- x 1500 200 -- --
03 -- x x x x -- x x 1200 200 074 100
04 x -- x x -- x x -- 1000 -- 074 100
05 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100
06 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100
07 -- x x x -- -- x -- 1000 -- 074 100
08 x -- x x x -- x x 1800 250 074 100
09 x -- x x x x x x 1500 300 074 100
10 x -- x x x x x x 1800 300 074 100
11 -- x x x x -- x x 2000 300 070 100
12 -- x x x x -- x x 1800 250 070 100
13 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100
14 -- x x x -- x x -- 1500 -- 070 100
15 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100
16 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100
17 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100
18 -- x x x -- x x x 1200 -- 070 100
19 -- x x x x -- x x 1500 300 070 100
20 -- x x x -- x x -- 1200 -- 070 100
21 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
22 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
23 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
24 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100
25 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
26 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
27 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
28 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100
29 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
30 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
Meacutedias -- -- -- -- -- -- -- --
1400 260 068 100
43 77 93 97 50 53 63 57 -- -- -- --
100
Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e as propriedades 1 2 3 5 6
8 9 10 11 12 13 15 16 17 e 19 tambeacutem comercializam a banana no varejo em feiras do
Rio Preto e de Manaus
Dos trinta produtores entrevistados 43 estavam vinculados agrave Cooperativa de
Produtores Rurais do Novo Horizonte ou no ramal do Banco principais cooperativas do
Municiacutepio e 77 tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades
juriacutedicas estavam integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME
do governo federal e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de
Abastecimento ndash PPACONAB Do universo da pesquisa 93 dos produtores negociavam
diretamente com os intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo
A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que em 100 das propriedades
verificou-se que se processavam vendas no atacado e 50 dos produtores tambeacutem as
realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no proacuteprio municiacutepio
Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se
que em 53 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se
responsabilizando pelos custos do transporte da produccedilatildeo Nos casos em que a negociaccedilatildeo era
feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores essas despesas com o transporte da
produccedilatildeo era de responsabilidade da cooperativa ou associaccedilatildeo
Em 53 das propriedades estudadas o produtor natildeo arcava com os custos de entrega
dos produtos visto que os compradores retiravam as bananas na propriedade rural e em 63
das negociaccedilotildees os produtos eram entregues na propriedade do comprador incluindo-se aqui
as vendas realizadas nas feiras situaccedilatildeo em que os custos ficavam por conta do produtor
poreacutem sem incidir no produto uma vez que eram assistidos pelo governo com o
fornecimento de apoio logiacutestico
Em 57 dos casos os produtores transportavam as bananas para as feiras onde
realizavam as vendas no varejo Poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos
programas governamentais de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de
transporte da propriedade ateacute os locais de comercializaccedilatildeo
As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Nos casos em que
eram vendidas em cachos estes eram negociados ao preccedilo meacutedio que variou de R$ 1000
(propriedades 4 7 22 23 25 e 26) a R$ 1800 (propriedades 8 10 12 13 e 16) As variaccedilotildees
de preccedilos se justificam pelas diversas modalidades de vendas e pela relaccedilatildeo com o local de
entrega do produto Nos casos em que a venda era feita no atacado para intermediaacuterios com
101
entrega do produto na propriedade rural ou seja custo de transporte sob a responsabilidade
do comprador foi onde se identificou os preccedilos mais baixos (propriedades 4 22 23 25 e 26)
Se as vendas se processavam nas feiras era possiacutevel alcanccedilar preccedilos mais altos pelos cachos
das bananas mesmo nos casos de venda no atacado e para intermediaacuterios (propriedades 1 8
10 11 12 13 e 16)
O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200
(propriedades 2 3 5 e 6) a R$ 300 (propriedades 9 10 11 13 16 e 19) (Tabela 2)
Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa ou associaccedilatildeo dentro do
programa PREMESDSSECUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 100 o
quilo nas propriedades do ramal Novo Horizonte (propriedades de 1-10) enquanto que nas
negociaccedilotildees com o PPACONAB o preccedilo para o produtor era de R$ 074kg
As propriedades 11-20 localizadas no ramal da ZF-9 natildeo possuiacuteam ainda uma
cooperativa Estes estavam organizados apenas em associaccedilatildeo comunitaacuteria e vendiam para a
CONAB e a SDS repassando para o produtor a importacircncia de R$ 070 e R$ 100 o quilo
respectivamente
As propriedades 21-30 correspondem ao ramal do Banco e estavam organizadas
tanto em cooperativa como associaccedilatildeo negociando com a CONAB e SDS repassando para o
produtor a quantia de R$ 060 e R$ 100 respectivamente por cada quilo vendido
4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
A expressatildeo econocircmica das bananas pode ser avaliada pela aacuterea plantada pelo
volume produzido e comercializado pela capacidade de processamento da produccedilatildeo para
transformaccedilatildeo em subprodutos com valor comercial pelos tratos culturais e ainda pela
disponibilidade e demanda de tecnologias disponiacuteveis para fortalecer a cultura
Analisando o rendimento da bananicultura nas aacutereas amostradas no municiacutepio de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva verificou-se que a produtividade de frutos medidos
em toneladas por hectareano ficou muito abaixo dos valores alcanccedilados por Arruda et al
(2004) e Pereira et al (2006) Nesta anaacutelise tomou-se por base de preccedilo os que foram
praticados nos respectivos municiacutepios no periacuteodo analisado conforme tabelas 1 e 2 Os
resultados estatildeo dispostos na tabela 3
102
Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas
Aacutereas Amostradas Safra 2012
Situaccedilatildeo Real nas propriedades
Propriedades rurais nos municiacutepios
Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva
Aacuterea amostrada (ha) 605 830
Densidade meacutedia de plantasha (un) 1202 1073
Cachoshaa (un) 1202 1073
Peso meacutedio do cacho (kg) 121 131
Pencashaa (un) 12020 10730
Peso meacutedio da penca (kg) 12 13
Produtividade (thaa) 145 141
Cachos (R$haa) 1682800 1502200
Pencas (R$haa) 2884800 2789800 () Com base no preccedilo meacutedio de venda praticado nos municipios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
no Amazonas (Tabelas 1 e 2)
Fonte autora
Os produtores avaliados nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
mantinham cultivos com produccedilatildeo meacutedia de 1202 cachoshaa com 12020 pencashaa e
peso meacutedio de 12 kg cada penca no primeiro municiacutepio e 1073 cachoshaa com 10730
pencashaa e peso meacutedio de 13 kg cada penca no segundo municiacutepio considerando cultivos
a partir do segundo ciclo produtivo O peso meacutedio por cacho nestes municiacutepios na mesma
ordem foi de 121 kgcacho (Tabela 1) e 131 kgcacho (Tabela 2)
A receita meacutedia obtida pela venda das bananas em cachos foi de R$ 1682800haa
em Presidente Figueiredo e R$ 1502200haa no Rio Preto da Eva Se a venda fosse
processada no varejo o total obtido pela comercializaccedilatildeo das pencas seria de R$
2884800haa e R$ 2789800haa para os respectivos municiacutepios (Tabela 3)
No total da aacuterea amostrada no Municiacutepio de Rio Preto da Eva natildeo foi encontrado
nenhum produtor rural que realizasse o processamento das bananas para transformaccedilatildeo em
produtos comercializaacuteveis como doces geleias calda ou banana chips Neste municiacutepio
toda a produccedilatildeo de banana das propriedades analisadas era comercializada in natura em
cachos ou em pencas no atacado ou no varejo Em Presidente Figueiredo entre os produtores
analisados foram identificados dois produtores que transformavam a banana em doces e
fabricavam caldas de bananas na uacutenica agroinduacutestria encontrada no municiacutepio Nas demais
propriedades as bananas eram vendidas in natura ao preccedilo meacutedio de venda de R$ 1400 o
cacho em ambos os municiacutepios e de R$ 240 e R$ 260 a penca nos respectivos municiacutepios
sendo esta a uacutenica forma de obtenccedilatildeo de receita com a cultura (Tabelas 1 2 e 3)
103
4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das
Bananas por Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas
Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) analisando plantios com espaccedilamentos de
4 x 2 x 2 m e densidade de 1667 plantas por hectare a partir do segundo ciclo produtivo
registraram rendimentos de frutos na ordem de 50 thaa A produccedilatildeo de cachos foi de 1667
por hectare ano com peso meacutedio de 30 kg cada O total de pencas foi de 16670haa cada
uma pesando em meacutedia 30 kg
Com base no preccedilo meacutedio de venda do cacho e da penca (R$ 1400 e R$ 240) em
Presidente Figueiredo e R$ 1400 e R$ 260 no Rio Preto da Eva (Tabelas 1 e 2) foi feita uma
projeccedilatildeo hipoteacutetica de quanto seria a receita meacutedia por hectare cultivado com banana nos
municiacutepios estudados Os resultados estatildeo dispostos na tabela 4
A receita de venda obtida com base nos dados de Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) e o preccedilo meacutedio de venda dos cachos nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva seriam respectivamente de R$ 2333800haa em cada municiacutepio Se a
produccedilatildeo fosse comercializada em pencas seriam obtidos R$ 4000800haa e de R$
4334200haa nos respectivos municiacutepios (Tabela 4)
Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare
Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012
Propriedades rurais nos municiacutepios
Recomendaccedilatildeo teacutecnica (1)
Pres Figueiredo Rio Preto da Eva
Densidade de plantasha (un) 1667 1667
Cachoshaa (un) 1667 1667
Peso do cacho (kg) 300 300
Pencashaa (un) 16670 16670
Peso da penca (kg) 30 30
Frutos (thaa) (1)
500 500
Cachos (R$haa) 2333800 2333800
Pencas (R$haa) 4000800 4334200 (1)
Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte autora
4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare
Cultivado nas Aacutereas Amostradas
Analisando a situaccedilatildeo real de produtividade e receita meacutedia dos cultivos estudados
se observa receita pela venda dos cachos de aproximadamente R$ 1682800haa e se a
produccedilatildeo foi comercializada em pencas a receita obtida foi de R$ 2884800haa nas
propriedades de Presidente Figueiredo Os produtores de Rio Preto da Eva obteriam receita de
104
R$ 1502200haa se fossem vendidos os cachos e R$ 2789800haa para as vendas em
pencas (Tabela 3)
Considerando a produtividade meacutedia alcanccedilada por Arruda et al (2004) e Pereira et
al (2006) constantes na tabela 4 (recomendaccedilatildeo teacutecnica) foi calculada a diferenccedila de receita
que representa o que os produtores deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com
bananas Para tal foram considerados em ambos os casos os pesos e os preccedilos meacutedios de
vendas dos cachos e das pencas obtidos nos municiacutepios estudados e subtraiacutedos da
recomendaccedilatildeo teacutecnica Os dados estatildeo dispostos na tabela 5
Analisando esses dados foi possiacutevel calcular quanto os produtores amostrados
deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com bananas por natildeo seguirem as
recomendaccedilotildees teacutecnicas de distribuiccedilatildeo espacial e densidade de plantio e de manejo do solo
(adubaccedilatildeo) Ainda tomando por base o referencial de produccedilatildeo de Arruda et al (2004) e
Pereira et al (2006) verifica-se que os produtores amostrados em Presidente Figueiredo
poderiam incorporar agrave sua produtividade mais de 460 cachos de bananas por haa isto
representaria um acreacutescimo em suas receitas de mais de R$ 650000 para cada hectare
cultivado com bananas considerando-se a comercializaccedilatildeo dos cachos Esses valores sobem
para mais de 4600 pencas produzidas e R$ 1116000haa se comercializassem as bananas
por pencas (Tabela 5)
Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por
Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012
Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva
Diferenccedilas de Receita
Recomendaccedilatildeo teacutecnica(1)
ndash Situaccedilatildeo Real
Cachoshaa (un) 465 594
Pencashaa (un) 4650 5940
Cachos (R$haa) 651000 831600
Pencas (R$haa) 1116000 1544400 (1)
Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte autora
Se o mesmo referencial de produtividade for aplicado para a produccedilatildeo de Rio Preto
da Eva as diferenccedilas de rendas do que os produtores conseguiram obter para as que poderiam
alcanccedilar satildeo ainda maiores conforme pode ser observado pelos dados na tabela 5 para este
municiacutepio A diferenccedila de produtividade seria de 594 cachos por haa ou 5940 pencashaa
Isto representaria uma diferenccedila de receita caso a produccedilatildeo fosse vendida em cachos de R$
831600haa ou de R$ 1544400haa caso a produccedilatildeo fosse transacionada em pencas
105
Com essa diferenccedila de receita para cada hectare bem manejado eacute possiacutevel investir
em insumos agriacutecolas matildeo-de-obra e tecnologias capazes de dinamizar a produccedilatildeo nos
cultivos de bananeiras jaacute implantados e ainda sobra uma renda suplementar bem elevada para
o produtor rural estimulando-o ainda mais a investir nessa cultura de grande importacircncia
econocircmica e social para o Estado do Amazonas Se esses valores forem multiplicados pelos
hectares plantados com bananeiras em cada propriedade percebe-se que vale a pena investir
nas tecnologias insumos e teacutecnicas existentes para melhorar a produtividade dos bananais
nestes municiacutepios visto que existe mercado consumidor consolidado para a banana que
ocupa o 2deg lugar na preferecircncia do consumo de frutas no Brasil
4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel
Com base nesses dados procedeu-se aos caacutelculos de quanto os produtores de cada
municiacutepio obteriam se todas as aacutereas cultivadas com bananeiras fossem recuperadas e
adequadas agraves recomendaccedilotildees teacutecnicas e alcanccedilassem as produtividades meacutedias atingidas por
Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) e jaacute comprovadas tambeacutem em algumas regiotildees
brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia alguns locais na Bahia e Minas Gerais
(SILVA NETO 2011)
Os dados da tabela 6 mostram a realidade alcanccedilada pelos produtores que participaram
do presente estudo considerando suas aacutereas cultivadas totais e os seus potenciais caso
investissem no manejo adequado das bananeiras em suas propriedades
A situaccedilatildeo real das propriedades analisadas nos indica que a aacuterea amostrada em
Presidente Figueiredo foi de 605 hectares onde foram produzidas 991 toneladas de bananas
na safra de 2012 A produtividade meacutedia para esta aacuterea foi de 160 tha superando a meacutedia do
Estado que eacute de 120 tha No Rio Preto da Eva a aacuterea amostrada foi 830 ha e a produccedilatildeo de
1152 t com produtividade de 14 tha tambeacutem superior agrave do Estado Segundo dados do IBGE
(2013) a produtividade meacutedia para ambos os municiacutepios na safra de 2012 foi de 12 tha
Nas aacutereas amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva respectivamente
foram produzidos cerca de 30000 e 34900 cachos de bananas na safra de 2012 com
aproximadamente 300000 e 349000 mil pencas
Considerando o preccedilo meacutedio de venda de cada municiacutepio de R$ 1400 o cacho os
produtores rurais da aacuterea estudada obtiveram receita da ordem de R$ 420 e R$ 488 mil reais
Se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas tambeacutem considerando o preccedilo meacutedio de
106
venda das pencas em cada municiacutepio de R$ 240 e R$ 260 nesta ordem para Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva a receita obtida seria de R$ 720 e R$ 907 mil reais
Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas
45 Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012
Variaacuteveis
Situaccedilatildeo real nas propriedades
rurais avaliadas nos municiacutepios
Estado do
Amazonas Presidente
Figueiredo
Rio Preto da
Eva
Situaccedilatildeo real nas propriedades
Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440
Produccedilatildeo na aacuterea amostradasafra (ta) 991 1152 63745
Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 160 140 120
Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un)2 30000 34900 1931667
Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400 (4)
Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un)2 300000 349000 --
Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
cacho (R$100)3
420000 488600 27043338
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
pencas (R$100)3
720000 907400 --
Recomendaccedilatildeo teacutecnica1
Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440
Produccedilatildeo na aacuterea amostradaa (t) 3025 4150 277000
Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 500 500 500
Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un) 91667 125758 8393939
Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400
Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un) 916667 1257576 --
Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
cacho (R$100) 1283333 1760606 117515152
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
pencas (R$100) 2200000 3269697 --
Diferenccedilas de Renda
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos) 863333 1272006 90471814
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas) 1480000 2362297 --
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos)ha 1426997 1532537 90471814
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas)ha 2446281 2846141 -- (
1) Com base nas indicaccedilotildees de densidade e produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) (Tabela 2)
(2) Considerando o peso meacutedio do cacho indicado por Gasparotto et al (2003) Tabela 3
(3) Com base no preccedilo meacutedio de vendas dos municiacutepios em estudo
Fonte autora
Com base nestes dados foi possiacutevel imaginar uma situaccedilatildeo hipoteacutetica caso estes
produtores aplicassem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas por Pereira et al (2006)
e alcanccedilassem a produtividade indicada por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) na
mesma aacuterea amostrada em cada municiacutepio seriam produzidas 50 toneladas de bananas por
hectare e isto renderia em meacutedia 91667 cachos de banana e 916667 pencas que quando
comercializados renderiam para o municiacutepio de Presidente Figueiredo mais de R$
107
128300000 para vendas em cachos e se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas a
receita estimada seria de R$ 2200000 O municiacutepio de Rio Preto da Eva nos 830 ha
cultivados produziria 125758 cachos e 1257576 pencas pelos quais obteria receita
estimada respectivamente de R$ 176060600 e R$ 326969700 (Tabela 6)
Analisando a situaccedilatildeo real nas propriedades estudadas e comparando com a
recomendaccedilatildeo teacutecnica eacute possiacutevel observar quanto os produtores rurais deixaram de ganhar
por natildeo aplicarem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas para os cultivos de
bananeiras O municiacutepio de Presidente Figueiredo somente nos 605 hectares estudados
deixou de arrecadar mais de R$ 863 mil reais caso vendesse a produccedilatildeo em cachos e mais de
R$ 1480 mil para vendas das bananas em pencas No municiacutepio de Rio Preto da Eva nos
830 ha cultivados os produtores deixaram de arrecadar mais de R$ 1272 mil reais para a
venda em cachos e mais de R$ 2362 mil para vendas em pencas
Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos
e ineficiecircncia nos processos de comercializaccedilatildeo das bananas visto que cada hectare cultivado
com bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo mantidos os mesmos preccedilos de venda
alcanccedilado na safra de 2012 poderia arrecadar mais R$ 1426997 para venda em cachos e R$
2446281 caso a produccedilatildeo fosse vendida em pencas O Municiacutepio de Rio Preto da Eva
mantidas as mesmas condiccedilotildees em cada hectare cultivado poderia arrecadar mais R$
1532537 para vendas em cachos e R$ 2846141 para vendas em pencas (Tabela 6)
108
434 CONCLUSOtildeES
Todos os produtores de banana dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva analisados comercializam sua produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo
pelo varejo
Predomina entre eles a venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas
produccedilotildees para a Cooperativa ou Associaccedilatildeo a que pertencem
Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com alguns tambeacutem vendendo
em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria tambeacutem vende na forma de
pencas
Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que os praticados pela
Cooperativa ou Associaccedilatildeo
As receitas obtidas pelos produtores dos dois municiacutepios em Reais por hectare foram
de R$ 1682800 - R$1502200 nas vendas dos cachos e R$ 2884800 - R$ 2789800 nas
vendas das pencas respectivamente em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus cultivos eou observado as
orientaccedilotildees teacutecnicas de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos esses valores subiriam
respectivamente para R$ 2333800 nas vendas dos cachos e R$ 4000800 - R$ 4334200 nas
vendas das pencas
No municiacutepio de Presidente Figueiredo nos 605 ha cultivados com bananeiras os
produtores obtiveram receita de R$ 101809400 para vendas em cachos e R$ 174530400
para vendas em pencas Esses produtores deixam de ganhar R$ 39385500 com as vendas em
cacho e R$ 67518000 com as vendas em pencas devido agraves baixas produtividades
alcanccediladas No Rio Preto da Eva nos 803 ha cultivados as perdas foram de R$ 69022800 e
R$ 128185200 para a venda em cachos e pencas respectivamente
109
44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA
BANANA NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE
FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Resumo
A anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos seus ambientes institucional
organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua estrutura e funcionamento e a
forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que compotildeem a cadeia Este estudo visou
identificar os ambientes da cadeia produtiva da banana em dois municiacutepios do Estado do
Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional organizacional e produtivo
da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores no processo de
desenvolvimento local para o fortalecimento dessa cultura agriacutecola Foram aplicados
questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva na safra de 2012 Aleacutem disso foram
obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no presente trabalho No
Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais e estaduais responsaacuteveis pelo fornecimento
de suporte logiacutestico financeiro educacional de sauacutede e teacutecnico para consolidar os elos da
cadeia produtiva da banana Com todo o arcabouccedilo dessas instituiccedilotildees e competecircncias era de
se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva
consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual Essas instituiccedilotildees natildeo
alcanccedilam a maioria dos produtores de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva Sem uma assistecircncia adequada os produtores tem dificuldades de adquirir
insumos agriacutecolas conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas Se houvesse
uma consolidaccedilatildeo dos fluxos dentro da cadeia com um envolvimento maior das instituiccedilotildees
com os produtores e esses entre si na forma de Cooperativas e Associaccedilotildees niacuteveis bem mais
elevados de produtividade da banana no Amazonas poderiam ser alcanccedilados
Palavras Chave Produccedilatildeo rural Cooperativas rurais Associaccedilotildees rurais Produtores rurais
instituiccedilotildees puacuteblicas
110
Abstract
Analysis of agricultural production chains from their environments - institutional
organizational and productive permit our understanding of its structure and functioning and
the form of intra and inter interaction actors and environments that make up the chain This
study aimed to identify the design of the banana production chain in two municipalities in the
State of Amazonas and present the composition of institutional environments organizational
and production thereof and the role to be played by these actors in the local development
process from the strengthening of this fruit cultivation Questionnaires were used in 15 farms
who grow bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 in Rio Preto da Eva
harvest of 2012 Also it was obtained information in the sites of the institutionorganization
cited in this study The results indicated that in the Amazonas state federal and state
institutions act to give full logistical financial educational helth and technical support to
consolidate the links in the banana chain production With all the framework and expertise of
these institutions would expect a highly favorable environment for the establishment of a
consolidated supply chain for any activity of the state agricultural sector These institutions do
not reach the majority of banana producers in the municipalities of Presidente Figueiredo and
Rio Preto da Eva Without adequate assistance producers have difficulties to acquire
agricultural inputs knowledge drain and to commercialize their bananas production If there
was a consolidation of flows within the chain with greater involvement of institutions with
producers and these with each other in the form of cooperatives and associations higher
levels of banana productivity could be achieved in the Amazonas State
Key words Rural production rural cooperatives rural associations rural producers public
institutions
111
441 INTRODUCcedilAtildeO
Nos uacuteltimos anos o Brasil apresentou expressivo crescimento no comeacutercio
internacional do agronegoacutecio e consolidou sua posiccedilatildeo como um dos maiores produtores e
exportadores de alimentos e produtos agriacutecolas do planeta comercializando sua produccedilatildeo em
mais de 200 paiacuteses (MAPA 2013) Contudo o setor agriacutecola no Brasil vem passando por um
processo de reorganizaccedilatildeo especialmente na reestruturaccedilatildeo das cadeias produtivas para se
tornarem mais aacutegeis inovadoras e modernas como forma de se tornarem competitivas e
alcanccedilar o mercado global (BARRETO FILHO 2000) Essas circunstacircncias demandam
estudos que busquem entender a integralizaccedilatildeo do processo de desenvolvimento local a partir
das cadeias de suprimentos das cadeias produtivas da governanccedila e das alianccedilas estrateacutegicas
viabilizando a criaccedilatildeo de alternativas capazes de potencializar os recursos endoacutegenos
disponiacuteveis conforme enfatizado por Sachs (2009)
O estudo da organizaccedilatildeo administrativa da cadeia produtiva eacute o ponto de partida para
a anaacutelise do seu desempenho de forma a possibilitar a descriccedilatildeo das condiccedilotildees em que a
dinacircmica da produccedilatildeo e do mercado as regras governamentais e outros fatores influenciam a
performance da produccedilatildeo Desta forma a anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos
seus ambientes institucional organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua
estrutura e funcionamento e a forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que
compotildeem a cadeia
Este estudo busca identificar o desenho da cadeia produtiva da banana em dois
municiacutepios do Estado do Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional
organizacional e produtivo da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores
no processo de desenvolvimento local a partir do fortalecimento dessa cultura agriacutecola O
estudo possibilita conhecer os elementos que compotildeem o sistema produtivo dessa espeacutecie nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas assim como
identificar as interaccedilotildees cooperaccedilotildees e aprendizados entre eles e a contribuiccedilatildeo desse
processo para consolidaccedilatildeo do sistema produtivo da banana e consequente desenvolvimento
local
112
442 MATERIAL E MEacuteTODOS
4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
A cadeia produtiva reflete-se no conjunto de elementos que interagem em um
processo produtivo para a oferta de produtos eou serviccedilos ao mercado consumidor
envolvendo o emprego de trabalho e tecnologia
Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa foi delineada
a partir dos ambientes macros essenciais para o funcionamento da produccedilatildeo agriacutecola em
cadeia permitindo identificar os elementos e atores componentes de cada ambiente do sistema
produtivo com suas relaccedilotildees fluxos e dinacircmica de funcionamento no contexto dos Municiacutepios
em estudo Posteriormente todos os elos da cadeia produtiva foram contextualizados nos seus
objetivos e finalidades especiacuteficas como forma de empreender um funcionamento satisfatoacuterio
de sistema produtivo que servisse de base comparativa ao sistema ou processo real de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva no Amazonas
O mapeamento dos ambientes da cadeia produtiva busca identificar os elementos
envolvidos no processo de produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios pesquisados identificando os
atores econocircmicos poliacuteticos e sociais o ambiente institucional organizacional e produtivo
que constituem a estrutura de produccedilatildeo dessa cultura Estes elementos permitiram analisar
como se processa a governanccedila a interaccedilatildeo a cooperaccedilatildeo e o aprendizado entre as partes do
sistema e compreender como ocorre o dinamismo da competividade da atividade produtiva
deste segmento
4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve
dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos institucionais
organizacionais e produtivos com o fim de conhecer quais as forccedilas atuantes neste processo e
se elas contribuem para o desenvolvimento sustentaacutevel do local onde estatildeo inseridas
No que concerne agrave dimensatildeo da cadeia produtiva da banana foram delimitados os
ambientes da cadeia produtiva a partir do diagrama esquemaacutetico de sistema produtivo
agriacutecola desenvolvido por Zylbersztajn (1994) e verificados os elementos envolvidos em
cada ambiente e que contribuem com a produccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos seus produtos A
anaacutelise envolveu a observaccedilatildeo das instituiccedilotildees para a formaccedilatildeo de poliacuteticas relacionadas agrave
cultivos agriacutecolas as organizaccedilotildees executoras dessas poliacuteticas e o ambiente da produccedilatildeo
113
propriamente dito representado pelas propriedades agriacutecolas os fornecedores de insumos as
induacutestrias de transformaccedilatildeo dos produtos a comercializaccedilatildeo e os fluxos decorrentes do
processo e seus elos Esta anaacutelise possibilitou o desenho do mapa do sistema agriacutecola
desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios em estudo
Em seguida com base na anaacutelise processada foram elencados os principais atores da
cadeia e posteriormente foi feita uma contextualizaccedilatildeo da atividade desenvolvida por cada
elemento atuante no processo categorizando as diferentes atividades e as formas como se
relacionam a interaccedilatildeo a intervenccedilatildeo e a governanccedila entre os atores observando os objetivos
de cada um e a forma como se inserem e atuam no sistema conforme Quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em
acordo com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva no Amazonas
Ambientes da Cadeia Produtiva da Banana
Institucional Produtivo Organizacional Fluxos
- Leis
- Regulamentos
- Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Municipal
- Insumos de
produccedilatildeo
- Produccedilatildeo
- Processamento
- Comercializaccedilatildeo
- Mercados
- Serviccedilos de apoio
Teacutecnico
Institucional
Mercadoloacutegico
- Infraestrutura
Transporte
Armazenamento
- Fiacutesicos
- Financeiros
- Tecnoloacutegicos
- Informaccedilotildees
- Conhecimentos
Fonte autora
Na expectativa de delinear um padratildeo comparativo para o processo de produccedilatildeo de
bananas foram elencadas as variaacuteveis que compotildeem os ambientes institucional produtivo e
organizacional do sistema de produccedilatildeo de forma a aglutinar as leis poliacuteticas puacuteblicas
insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo propriamente dita ndash que se efetivam nas propriedades rurais
- os mercados os serviccedilos de apoio teacutecnico institucional e mercadoloacutegico a infraestrutura
necessaacuteria bem como os fluxos fiacutesicos do produto tecnoloacutegicos de informaccedilotildees e
conhecimentos que fortalecem a cadeia de produccedilatildeo
Por fim foi analisada a situaccedilatildeo real no processo produtivo da banana nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva para cada elemento previamente
delineado como forma de mensurar o niacutevel de estruturaccedilatildeo e fortalecimento da cadeia
produtiva da banana e como ela se insere na economia local nacional e internacional sua
trajetoacuteria evolutiva os condicionantes e natureza da atividade produtiva as especificidades
dos processos de aprendizagem e das trocas de conhecimentos relacionados ao negoacutecio
agriacutecola dessa cultura e o modo como esses processos satildeo afetados pelas poliacuteticas existentes
114
4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Com base na orientaccedilatildeo bibliograacutefica que subsidiou este trabalho foram caracterizadas
as dimensotildees e os atores componentes do sistema produtivo agriacutecola da banana para os
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1
Para isso foram aplicados questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no
municiacutepio de Presidente Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva safra de 2012
Aleacutem disso foram obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no
presente trabalho Em seguida se procedeu agraves anaacutelises nessas instituiccedilotildees que compotildeem cada
ambiente da cadeia produtiva no acircmbito federal estadual e municipal buscando nas suas
competecircncias organizacionais aquelas que as relacionassem ao sistema produtivo agriacutecola da
banana nos municiacutepios em estudo
A partir desse levantamento foi possiacutevel identificar os ambientes e elementos
essenciais para o desenvolvimento da produccedilatildeo agriacutecola da banana em condiccedilatildeo ideal que
funcionando de forma satisfatoacuteria seria capaz de contribuir para o desenvolvimento dos
municiacutepios em estudo
Na anaacutelise as dimensotildees institucional agriacutecola organizacional e os fluxos de
informaccedilotildees foram cruzados na tentativa de compreender a interaccedilatildeo entre o setor produtivo e
as forccedilas atuantes no processo considerando as propriedades rurais produtoras de bananas as
instituiccedilotildees e organizaccedilotildees envolvidas no processo de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo o
desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas as instituiccedilotildees de ensino e pesquisas o apoio teacutecnico a
infraestrutura e os fluxos envolvidos no contexto
Para a anaacutelise da situaccedilatildeo real da produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios estudados
foram analisados os fluxos de interaccedilatildeo entre os elementos que compotildeem o sistema onde
foram delimitados quatro nuances de contato entre os elementos inexistecircncia de contato
contato moderado contato intenso e contato eficaz a partir da percepccedilatildeo dos produtores
rurais inqueridos na pesquisa
A inexistecircncia de contato foi identificada pela natildeo atuaccedilatildeo de determinado ator com
accedilatildeo objetiva agrave outros componentes do sistema deixando de proceder contato com os
mesmos O contato moderado se reportava agravequeles presentes entre os atores poreacutem com
resultado ineficaz comprometendo o desenvolvimento do sistema O contato intenso
apontava os casos em que a interaccedilatildeo contribuiacutea para o desenvolvimento do sistema poreacutem
ainda de forma ineficaz O fluxo de contato eficaz traduzia os casos de perfeita interaccedilatildeo entre
115
os atores ou elementos contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento do sistema
produtivo da banana
4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos
quantitativos A anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas e
objetivos das instituiccedilotildees envolvidas no sistema de produccedilatildeo da banana A anaacutelise quantitativa
torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no acircmbito financeiro e
mercadoloacutegico da cadeia
Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas
pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo
exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) caracteriza-se por proporcionar um maior
conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da
investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa
443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4431 Sistema Produtivo Agriacutecola
No agronegoacutecio a exigecircncia ascendente do mercado competitivo motivou a
reorganizaccedilatildeo das cadeias produtivas como determinante de sobrevivecircncia Na regiatildeo Norte
onde as culturas agriacutecola e extrativista satildeo concorrentes o desafio eacute ainda maior e as
probabilidades de Ecircxito seratildeo mais favoraacuteveis caso se consiga aglutinar os esforccedilos de todos
os ambientes e atores do sistema produtivo
No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de
elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e em
que cada um dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute
maior do que o que as unidades poderiam ter caso funcionassem independentemente
Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as
relaccedilotildees entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990
CARAVANTES et al 2005 CHIAVENATO 2011)
O sistema produtivo do agronegoacutecio deve ser trabalhado desde as instituiccedilotildees que
desenvolvem as poliacuteticas puacuteblicas a oferta de insumos as propriedades agriacutecolas as
agroinduacutestrias o escoamento da produccedilatildeo e o mercado consumidor Essa cadeia aglutina os
serviccedilos de apoio como pesquisa assistecircncia teacutecnica processamento transporte
116
comercializaccedilatildeo creacutedito distribuidores industrializaccedilatildeo e consumidor final (GASQUES et
al 2004)
A Figura 1 apresenta de forma simplificada o panorama sistecircmico da produccedilatildeo
agriacutecola com seus ambientes e fluxos interativos
Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola
Fonte Zylbersztajn (1994) Adaptada pela autora
Neste estudo a cadeia produtiva agriacutecola eacute tratada como um sistema produtivo A
gestatildeo de um sistema deve focar a maximizaccedilatildeo da produccedilatildeo a minimizaccedilatildeo dos custos
maior eficiecircncia e eficaacutecia especialmente na qualidade dos produtos e na produtividade para
garantir a competividade e a sustentabilidade do sistema no ambiente no qual estaacute inserida
Para isto eacute preciso que os atores envolvidos tenham visatildeo holiacutestica de toda a cadeia para que
possam identificar os possiacuteveis inter-relacionamentos a fim de traccedilarem suas estrateacutegias de
forma conjunta em um modelo de accedilatildeo colaborativa e natildeo individual
Este sistema produtivo (Figura 1) configura-se como um todo organizado
constituiacutedo de partes integradas que podem ou natildeo interagir com o meio externo e que sejam
interdependentes para o seu pleno funcionamento Eacute constituiacutedo dos ambientes institucional
organizacional e produtivo e cada um possui seus proacuteprios subsistemas que se relacionam e
estatildeo integrados ao todo
O ambiente institucional abrange as leis e normas que regulamentam o sistema A ele
cabe a responsabilidade de desenhar poliacuteticas puacuteblicas que priorizem o desenvolvimento
econocircmico e social do paiacutes Se a diretriz mestra desses atores for o desenvolvimento a partir
das potencialidades locais isto demandaraacute uma governanccedila mais eficiente visto que seraacute
necessaacuterio conhecer as potencialidades endoacutegenas de cada regiatildeo Estas poliacuteticas deveratildeo ser
executadas pelas instituiccedilotildees que compotildeem o ambiente organizacional e deveraacute ser
Ambiente Institucional (leis regulamentos poliacutet governamental etc)
Ambiente Organizacional (serviccedilos de apoio teacutecnico)
Insumos
Produccedilatildeo Processamento Comercializaccedilatildeo
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
Fluxos fiacutesicos Am
bie
nte
pro
du
tivo
117
convergente para o setor produtivo que na visatildeo global da cadeia se apresenta com o papel
fundamental de realizar o maacuteximo de interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo com os demais atores envolvidos
no processo Este fator eacute determinante para que o ambiente produtivo se torne competitivo ao
niacutevel da reduccedilatildeo de custos ampliaccedilatildeo dos ganhos e oferta de produtos em qualidade e
quantidade que satisfaccedila o consumidor
O acircmbito organizacional comporta as instituiccedilotildees de apoio teacutecnico de ensino
pesquisa extensatildeo e demais instituiccedilotildees responsaacuteveis pela execuccedilatildeo das poliacuteticas leis e
normas oriundas do ambiente institucional O melhor desempenho destes dois sistemas se
daraacute pela soacutelida articulaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees e os elementos constitutivos destes ambientes
onde o primeiro fundamenta o segundo e este fornece os subsiacutedios para a consecuccedilatildeo dos
objetivos daquele
O ambiente produtivo apresenta-se como o principal sistema na hierarquia de
funcionamento do todo funciona como o motor de todo o sistema integrando diversos
subsistemas que interagem fornecendo subsiacutedios para o seu funcionamento e sustentaccedilatildeo
Estaacute constituiacutedo por empresas fornecedoras de insumos pela produccedilatildeo primaacuteria propriamente
dita - que neste estudo abrange as propriedades agriacutecolas - pelo ambiente de processamento e
transformaccedilatildeo dos produtos e o ambiente comercial com as empresas de escoamento da
produccedilatildeo e os elementos de transferecircncia dos produtos ateacute o consumidor final Entre estes
ambientes coexistem os fluxos financeiros e de informaccedilotildees e os fluxos fiacutesicos
De acordo com o exposto eacute mister que todo este conjunto de componentes ou sistemas
interativos esteja dinamicamente relacionado objetivando suprir o consumidor final de
determinado produto ou serviccedilo do ambiente agriacutecola (BERTALANFFY 1975 SPPEDING
1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e CHIAVENATO 2011)
4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola
A cadeia produtiva traduz-se em um conjunto articulado de atividades poliacuteticas
econocircmicas e sociais como consequecircncia da relaccedilatildeo em termos de mercados entre
tecnologia organizaccedilatildeo e capital A sua visualizaccedilatildeo efetiva-se como uma sucessatildeo de
operaccedilotildees de transformaccedilatildeo dissociaacuteveis capazes de ser separadas e ligadas entre si por um
encadeamento teacutecnico (PIRES 2001) Eacute entendida como um conjunto de relaccedilotildees comerciais e
financeiras que estabelecem entre todos os segmentos um fluxo de troca entre fornecedores e
clientes ou seja um conjunto de accedilotildees econocircmicas poliacuteticas e sociais que regulam a
valorizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo e asseguram a articulaccedilatildeo das operaccedilotildees
118
A anaacutelise de uma cadeia produtiva necessita da observaccedilatildeo dos ambientes
institucional organizacional e produtivo e a forma como se processa os fluxos fiacutesicos e de
informaccedilotildees nesse sistema
O ambiente institucional eacute constituiacutedo pelas normas e leis federais estaduais e
municipais aleacutem da cultura dos costumes e saberes local da sociedade que envolve e
influencia os ambientes O ambiente organizacional engloba as estruturas que satildeo criadas para
dar suporte ao funcionamento das cadeias produtivas O ambiente produtivo apresenta-se
como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana nos municiacutepios em estudo
A Figura 2 apresenta o sistema desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas envolvendo
trecircs ambientes distintos institucional produtivo e organizacional Em cada um destes estatildeo
inseridas empresas eou instituiccedilotildees com caracteriacutesticas e objetivos distintos entre si poreacutem
semelhantes nas suas finalidades que eacute a consolidaccedilatildeo do sistema produtivo agriacutecola da
banana
119
0
Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas
Fonte autora
Insumos
Produccedilatildeo Processamento
Calcaacuterio
Implementos
agriacutecolas
Pesticidas
Fertilizantes
Propriedades
agriacutecolas
Cultivos de
bananeiras
Comercializaccedilatildeo
Acessoacuterios
agriacutecolas
Bioinduacutestrias
Agroinduacutestrias
Cooperativas
Empresas
Associaccedilotildees
Mercado
Nacional
Mercado
Internacional
Mercado
Local
Mercado
Regional Varejo
Fluxos fiacutesicos
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
IDAM
INPA
UFAM
UEA MMA
MIDIC SEPROR MAPAEMBRAPA
SEBRAE
SUFRAMA (MDIC)
MS
SEPLANCTI MMA MDIC MAPA
SEPLANCTI
Atacado
INST
ITU
CIO
NA
L P
RO
DU
TIV
O
OR
GA
NIZ
AC
ION
AL
AFEAM BASA BNDES
FAPEAM
INSTIT FINANCEIRAS (BB BASA BNDES) IPAAM (SDS) INCRA (MDA)
SDS
CONAB
SUDAM
MME
MIN
120
44321 Ambiente Institucional
O ambiente institucional agrega instituiccedilotildees que estabelecem leis e normas que
regulamentam o sistema produtivo agriacutecola em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e da
sociedade devendo atuar de forma transversal e democraacutetica aglutinando os interesses
nacional regional estadual e municipal em defesa do desenvolvimento do paiacutes e do
equiliacutebrio social ambiental econocircmico politico e territorial como forma de garantir a defesa
e bem estar da sociedade e do territoacuterio
Ao se analisar as atribuiccedilotildees do Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA e do Instituto
de proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas - IPAAM com suas funccedilotildees de controle do
desmatamento regional e definiccedilatildeo da localizaccedilatildeo e extensatildeo das aacutereas cultivadas bem como
do Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria - INCRA com suas atribuiccedilotildees
fundiaacuterias no Amazonas conforme contido em seus ambientes institucionais percebe-se que
desenvolvem poliacuteticas capazes de interferir na cadeia produtiva do setor primaacuterio e portanto
da banana Do mesmo modo a Secretaria de Planejamento Ciecircncia e Tecnologia do
Amazonas - SEPLANCTI o Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio -
MDIC e a Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus ndash SUFRAMA podem ter uma
influecircncia expressiva e positiva se usarem suas competecircncias na formulaccedilatildeo de poliacuteticas
puacuteblicas que favoreccedilam os produtores agriacutecolas regionais atuando de forma coordenada e
integrada O suprimento de energia eleacutetrica e de estradas eou hidrovias para o escoamento da
produccedilatildeo agriacutecola podem ser citadas como importantes para o processo de integraccedilatildeo dos
produtores no contexto do desenvolvimento regional accedilotildees essas de responsabilidade do
Ministeacuterio das Minas e Energia - MME e Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN A
SUDAM com sede em Beleacutem tambeacutem pode ser inserida nesse contexto de poliacuteticas puacuteblicas
O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA a Secretaria de
Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas - SDS e Secretaria de Produccedilatildeo e Extensatildeo Rural
- SEPROR por outro lado devem atuar de forma integrada para que os produtores tenham
todo o apoio teacutecnico necessaacuterio para que suas propriedades aproveitem da maneira mais
produtiva possiacutevel suas aacutereas cultivadas quer suprindo informaccedilotildees de manejo do solo das
culturas das pragas e doenccedilas como tambeacutem orientaccedilotildees sobre o mercado consumidor local
regional e se possiacutevel ateacute o nacional e o internacional Com isso os produtores podem ter
uma visatildeo mais completa de como se inserem no sistema produtivo podendo assim planejar
com mais competecircncia suas accedilotildees futuras O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) tambeacutem tem um
papel importante no sistema produtivo pois a regiatildeo eacute propensa a ocorrecircncia de doenccedilas
121
principalmente as que tecircm alguns insetos como vetores (malaacuteria dengue leishmaniose etc)
capazes de causar impactos altamente elevados em assentamentos de produtores dificultando
suas atuaccedilotildees no meio rural Por fim eacute necessaacuterio citar as instituiccedilotildees financeiras como o
Banco da Amazocircnia SA - BASA Banco do Brasil - BB Banco Nacional de
Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES etc responsaacuteveis por financiamentos da
produccedilatildeo agriacutecola do Estado
Quando se analisa o aspecto organizacional do modelo de cadeia produtiva
identificando as instituiccedilotildees executoras das poliacuteticas puacuteblicas aleacutem das jaacute citadas acima
encontramos as Instituiccedilotildees de Ensino Superior -IES (UFAM UEA IFAM INPA Embrapa)
as de fomento agrave pesquisa e agrave produccedilatildeo (FAPEAM BASA SUDAM SUFRAMA BNDES)
aleacutem de apoio teacutecnico aos produtores (IDAMSEPROR SDS SEBRAE Prefeituras
Municipais) e ainda a AFEAM que fornece treinamento e creacuteditos para os setores da
economia do Amazonas e a CONAB com suas assistecircncias teacutecnicas e aquisiccedilatildeo de produtos
por preccedilos compatiacuteveis ao produtor e ao mercado consumidor
Se essa estrutura estivesse atuando de forma integrada coordenada e organizada
seria de se esperar que os elos da cadeia produtiva de qualquer produto agriacutecola pudessem
estar consolidados e contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento sustentaacutevel
regional
Os produtores teriam apoio governamental para a obtenccedilatildeo de creacuteditos e o mercado
local teria condiccedilotildees de proporcionar a preccedilos adequados todos os insumos necessaacuterios para
alavancar suas produtividades a niacuteveis elevados em quantidade e qualidade e de forma
sustentaacutevel em condiccedilotildees de competitividade com os mercados de outras regiotildees do paiacutes
criando um ciacuterculo virtuoso de desenvolvimento agriacutecola que beneficiaria todos os envolvidos
no processo inclusive a sociedade regional Os produtores estariam bem organizados em
Associaccedilotildees e Cooperativas e haveria espaccedilo para a atuaccedilatildeo de Agroinduacutestrias e
Bioinduacutestrias que processariam a banana transformando parte da produccedilatildeo em subprodutos
com maior valor agregado como doces geleias fritas ships aproveitando quase toda ou toda
a produccedilatildeo da cultura gerando mais empregos e divisas para a regiatildeo
Associaccedilotildees e Cooperativas mais consolidadas poderiam significar maior potencial
dos produtores atingirem os mercados regionais nacional e ateacute internacional com maior
competitividade e eficiecircncia garantindo a eles maiores preccedilos e maior seguranccedila na venda de
sua produccedilatildeo com os excedentes sendo exportados e trazendo mais divisas para o Estado que
dispotildee de recursos hiacutedricos terras e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo da banana
122
A seguir foram descritas de forma mais detalhada as competecircncias de cada uma dessas
instituiccedilotildees para se ter uma noccedilatildeo mais exata dos seus perfis de atuaccedilatildeo visando identificar
melhor seus papeacuteis no sistema produtivo da banana no Estado do Amazonas
O Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA atua no desenvolvimento e implementaccedilatildeo
da poliacutetica nacional do meio ambiente e dos recursos hiacutedricos na poliacutetica de preservaccedilatildeo
conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacutevel de ecossistemas e da biodiversidade na proposiccedilatildeo de
estrateacutegias mecanismos e instrumentos econocircmicos e sociais para a melhoria da qualidade
ambiental e do uso sustentaacutevel dos recursos naturais no desenvolvimento de poliacuteticas para a
integraccedilatildeo do meio ambiente e da produccedilatildeo nas poliacuteticas e programas ambientais para a
Amazocircnia Legal e no Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico - ZEE como oacutergatildeo gestor normativo
dos processos de implantaccedilatildeo dos ZEEs pelos Estados (MMA 2015)
O MMA eacute responsaacutevel por promover a adoccedilatildeo de princiacutepios e estrateacutegias para o
conhecimento a proteccedilatildeo e a recuperaccedilatildeo do meio ambiente o uso sustentaacutevel dos recursos
naturais a valorizaccedilatildeo dos serviccedilos ambientais e a inserccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel
na formulaccedilatildeo e na implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de forma transversal compartilhada
participativa e democraacutetica em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e sociedade
trabalhando de forma integrada as questotildees sociais ambientais e econocircmicas Figura 3
Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no
ambiente institucional Fonte MMA (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA tem papel
importante na gestatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo agrave agropecuaacuteria a exemplo do
Programa Nacional da Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisiccedilatildeo de
alimentos ndash PAA entre outros Deve fomentar o agronegoacutecio e regular a normatizaccedilatildeo de
MMA
Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente
Poliacutetica Nacional dos Rec Hiacutedricos
Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso dos
Ecossistemas
Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso da
Biodiversidade
Poliacuteticas para a Amazocircnia Legal
Gestatildeo Normativa dos ZEEs
Meio Ambiente
Soci
edad
e Eco
no
mia
123
serviccedilos vinculados ao setor agriacutecola agrave pecuaacuteria e ao abastecimento contemplando o
pequeno o meacutedio e o grande produtor rural e deve tambeacutem reunir atividades de suprimento
de bens e serviccedilos relacionados a estes setores bem como o processamento a transformaccedilatildeo
e a distribuiccedilatildeo de produtos de origem agropecuaacuteria ateacute o consumidor final MAPA (2015)
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash EMBRAPA e a Companhia
Nacional de Abastecimento ndash CONAB por exemplo satildeo empresas puacuteblicas que atuam sob a
gerecircncia e coordenaccedilatildeo do MAPA que tambeacutem eacute organizado em secretarias responsaacuteveis
pelos diferentes setores do agronegoacutecio brasileiro a exemplo da Secretaria de Defesa
Agropecuaacuteria ndash SDA e a Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI
(MAPA 2015)
A CONAB visa contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do
produtor rural participando da formulaccedilatildeo das poliacuteticas agriacutecola e de abastecimento Por meio
de suas atividades busca proporcionar a geraccedilatildeo de valor ao produtor rural disponibilizando
preccedilo renda e a regulaccedilatildeo do abastecimento e apoio no fortalecimento e organizaccedilatildeo do setor
Ao consumidor final proporciona o acesso aos alimentos baacutesicos no comeacutercio varejista a
preccedilos acessiacuteveis
O MAPA natildeo restringe suas atividades ao acircmbito agropecuaacuterio Embora concentre
neste setor o foco principal de suas atividades sua estrateacutegia de gestatildeo busca integrar os
aspectos mercadoloacutegicos tecnoloacutegicos cientiacuteficos ambientais e organizacionais dos setores
produtivo do abastecimento da armazenagem e do transporte de safras aleacutem da gestatildeo da
poliacutetica econocircmica e financeira do agronegoacutecio Todo este esforccedilo visa garantir a seguranccedila
alimentar da populaccedilatildeo brasileira e a produccedilatildeo de excedentes para exportaccedilatildeo como forma de
fortalecer o setor produtivo nacional e favorecer a inserccedilatildeo do Brasil no mercado
internacional
A Secretaria de Defesa Agropecuaacuteria ndash SDA eacute responsaacutevel pela execuccedilatildeo das accedilotildees
de Estado para a prevenccedilatildeo controle e erradicaccedilatildeo de doenccedilas animais e de pragas vegetais
que afetam a agropecuaacuteria com vistas a assegurar a origem a conformidade e a seguranccedila dos
produtos de origem animal e vegetal destinados agrave alimentaccedilatildeo humana ou animal e tambeacutem a
idoneidade dos insumos em uso na agricultura e pecuaacuteria brasileira (MAPA 2015)
A SDA tambeacutem participa da formulaccedilatildeo da poliacutetica agriacutecola planejando
normatizando coordenando e supervisionando as atividades de defesa agropecuaacuteria em todo o
Territoacuterio nacional Eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do Sistema Unificado de Atenccedilatildeo agrave
124
Sanidade Agropecuaacuteria ndash SUASA do sistema brasileiro de inspeccedilatildeo de produtos de origem
animal vegetal e de insumos agropecuaacuterios (MAPA 2015)
Na produccedilatildeo vegetal a Secretaria responde pela vigilacircncia fitossanitaacuteria inspeciona
e fiscaliza a produccedilatildeo de sementes mudas fertilizantes corretivos inoculantes estimulantes
e biofertilizantes Controla registro classifica e fiscaliza o comeacutercio de bebidas e a produccedilatildeo
de uvas vinhos e derivados Inspeciona a utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos e seus componentes aleacutem
de fiscalizar e classificar os produtos subprodutos e resiacuteduos vegetais de valor econocircmico
A Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI eacute responsaacutevel pela
interface do MAPA com o mercado externo pela elaboraccedilatildeo de propostas de negociaccedilotildees de
acordos sanitaacuterios e fitossanitaacuterios com outros paiacuteses e ainda por analisar as deliberaccedilotildees
relativas agraves exigecircncias fitossanitaacuterias que envolvem interesses do setor produtivo brasileiro a
fim de consolidar o reconhecimento do paiacutes interna e externamente como provedor de
alimentos seguros e de qualidade
A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo - SDC eacute a principal
responsaacutevel pela adoccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis para o agronegoacutecio brasileiro Sua atuaccedilatildeo
envolve esforccedilos para o estiacutemulo ao cooperativismo as praacuteticas da agricultura sustentaacutevel o
desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas tecnologias a proteccedilatildeo intelectual a infraestrutura e a
logiacutestica de produccedilatildeo transporte e armazenagem de safras (MAPA 2015)
A SDC estaacute estruturada em quatro departamentos responsaacuteveis por diferentes setores
organizacionais O Departamento de Cooperativismo e Associativismo - DENACOOP
fomenta o associativismo entre cooperativas assim como sua internacionalizaccedilatildeo visando
ampliar a participaccedilatildeo econocircmica do setor cooperativo no leque de exportaccedilotildees do paiacutes
Tambeacutem haacute poliacuteticas de incentivo ao cooperativismo entre o puacuteblico jovem e entre mulheres
destinadas agrave inclusatildeo social e maior participaccedilatildeo econocircmica destes setores na sociedade
O Departamento de Sistemas de Produccedilatildeo e Sustentabilidade - DEPROS eacute responsaacutevel
pela regulaccedilatildeo e estiacutemulo agrave praacuteticas de agropecuaacuteria sustentaacuteveis que preservem o ambiente e
os recursos naturais As principais poliacuteticas desenvolvidas pelo DEPROS estatildeo relacionadas agrave
produccedilatildeo de alimentos orgacircnicos (Agroecologia) Sistemas de Produccedilatildeo Integrada para
rastreabilidade e qualificaccedilatildeo da produccedilatildeo e Sistemas de Conservaccedilatildeo de Solos e Aacuteguas que
cuidam da manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas (MAPA 2015)
Questotildees relativas agrave proteccedilatildeo de propriedade intelectual ligada ao agronegoacutecio
desenvolvimento e fomento a novas cultivares pesquisa e desenvolvimento de implementos
maacutequinas e insumos satildeo responsabilidade do Departamento de Propriedade Intelectual e
125
Tecnologia da Agropecuaacuteria - DEPTA O DEPTA tambeacutem eacute responsaacutevel pelo sistema
nacional de identificaccedilatildeo geograacutefica que fomenta a homologaccedilatildeo de regiotildees geograacuteficas
produtoras de alimentos certificados
O Departamento de Infraestrutura e Logiacutestica ndash DIEL coordena questotildees relativas ao
escoamento e armazenagem dos produtos agropecuaacuterios brasileiros Normatiza e fiscaliza
condiccedilotildees fiacutesicas de portos aeroportos e armazeacutens aleacutem de desenvolver poliacuteticas de
infraestrutura e obras para o incremento da capacidade logiacutestica do agronegoacutecio Controla a
aviaccedilatildeo voltada ao setor agriacutecola normatizando e promovendo treinamentos para os pilotos
operadores Tambeacutem eacute responsaacutevel pela promoccedilatildeo das parcerias institucionais e pela
assessoria a demandas parlamentares no acircmbito do ministeacuterio
A Secretaria de Poliacutetica Agriacutecola ndash SPA atua no planejamento e execuccedilatildeo de medidas
de apoio agrave produccedilatildeo agriacutecola em trecircs pilares baacutesicos Primeiro na oferta de recursos para o
financiamento do agronegoacutecio aperfeiccediloamento e apoio agrave produccedilatildeo Segundo no apoio e
sustentaccedilatildeo dos preccedilos agropecuaacuterios por meio de aquisiccedilotildees governamentais e equalizaccedilotildees
de preccedilos E por uacuteltimo no aperfeiccediloamento da gestatildeo de risco por meio da subvenccedilatildeo ao
precircmio do seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaacuteria - PROAGRO e
do Zoneamento Agriacutecola de Risco Climaacutetico
A SPA eacute um instrumento de planejamento e gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para a
agropecuaacuteria brasileira No seu escopo eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do Plano
Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash PAP consolidando accedilotildees programas e diretrizes governamentais para o
setor fundamentais para a tomada de decisatildeo dos produtores rurais e demais agentes
econocircmicos comprometidos no agronegoacutecio A SPA conta com trecircs departamentos que
concorrem no desenvolvimento de suas atribuiccedilotildees
O Departamento de Economia Agriacutecola - DEAGRI responsaacutevel por programar e
acompanhar a aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos e privados na agropecuaacuteria e tambeacutem
acompanhar a legislaccedilatildeo e o desempenho do creacutedito rural com base em dados e estatiacutesticas
puacuteblicos e privados Para isto o DEAGRI observa a conjuntura econocircmica nacional e
internacional em suas relaccedilotildees com o agronegoacutecio e monitora os mercados de insumos
agropecuaacuterios como fertilizantes defensivos maacutequinas e implementos agriacutecolas
O Departamento de Comercializaccedilatildeo e de Abastecimento Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash
DEAGRO tem por atribuiccedilatildeo estabelecer poliacuteticas e accedilotildees voltadas agrave garantia do
abastecimento assegurando ao produtor rural preccedilos compatiacuteveis com sua atividade por meio
126
de aquisiccedilotildees de produtos e equalizaccedilatildeo dos preccedilos agriacutecolas consolidada na Poliacutetica de
Garantia de Preccedilos Miacutenimos - PGPM
O Departamento de Gestatildeo de Risco Rural ndash DEGER eacute encarregado do
desenvolvimento de estudos para a formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas gerenciais de
riscos do setor agropecuaacuterio relacionadas com o seguro rural o PROAGRO (eacute uma garantia
ofertada pela Uniatildeo principalmente para o pequeno e meacutedio produtor e se destina ao
pagamento do creacutedito tomado no banco pelos produtores aleacutem de indenizar os recursos
proacuteprios aplicados no empreendimento na hipoacutetese de ocorrecircncia de eventos climaacuteticos que
gerem perdas em suas lavouras) e o ZARC (o Zoneamento Agriacutecola tem como objetivo
indicar os periacuteodos de plantio por municiacutepio e por cultura relacionados ao ciclo das
cultivares e aos tipos de solos a fim de que eventuais eventos climaacuteticos adversos natildeo
coincidam com as fases mais sensiacuteveis das lavouras)
As accedilotildees do PROAGRO e do ZARC ocorrem por meio do Programa de Subvenccedilatildeo ao
Precircmio do Seguro Rural ndash PSR que viabiliza o acesso do produtor ao seguro mediante o
pagamento pelo governo de parte do precircmio de seguro rural contratado pelo produtor nas
modalidades agriacutecola pecuaacuteria aquiacutecola e de floresta
Aleacutem das secretarias o MAPA possui vaacuterios oacutergatildeos e unidades descentralizadas da
administraccedilatildeo direta a exemplo das Superintendecircncias Federais de Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento - SFAs oacutergatildeos de representaccedilatildeo nos Estados da Federaccedilatildeo e conta com apoio
dos Laboratoacuterios Nacionais Agropecuaacuterios ndash LANAGROS responsaacuteveis pelas anaacutelises
laboratoriais relativas ao setor entre outros (MAPA 2015) O MAPA trabalha para contribuir
com a sustentabilidade social econocircmica e ambiental por meio do apoio agrave accedilotildees para o
desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e mercadoloacutegico Figura 4
127
Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA no ambiente institucional
Fonte MAPA (2015) Adaptada pela autora
MAPA SFAs (oacutergatildeos de repres do
MAPA nos Estados) LANAGROS
Poliacuteticas para o Agronegoacutecio
SPA (instrumento de gestatildeo)
SDA
SDC (desenv agropec e coord)
Controle e defesa fitossanitaacuterio
patoloacutegico e de insumos
SRI
DEGER
DEAGRI
DEAGRO
Fomento
Controle de Preccedilo de Merc
Gestatildeo de Risco (seguro rural)
ZARC
PROAGRO
DENACOOP
DEPROS
DEPTA
DIEL
Cooperativismo
Associativismo
Sustentabilidades
Pesquisa
Prop Intelec
Logiacutestica portos aerop e armazeacutens
Mercado Externo
Poliacutetica Externa
Sust
en
tab
ilid
ade
Soci
al
Suste
ntab
ilidad
e Econ
ocircm
ica
Cientiacutefico Tecnoloacutegico Mercadoloacutegico
Sustentabilidade Ambiental
128
O Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC atua com o
propoacutesito de gerir as poliacuteticas puacuteblicas no acircmbito federal para fortalecer a competitividade
das empresas brasileiras executa e avalia poliacuteticas puacuteblicas para a promoccedilatildeo da
competitividade do comeacutercio exterior do investimento e da inovaccedilatildeo nas empresas e para o
bem estar do consumidor conforme Figura 5
Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash
MDIC no ambiente institucional Fonte MDIC (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS tem a funccedilatildeo de oferecer condiccedilotildees para a promoccedilatildeo
proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo reduzindo as enfermidades controlando as
doenccedilas endecircmicas e parasitaacuterias e melhorando a vigilacircncia agrave sauacutede como forma de garantir
mais qualidade de vida aos brasileiros Figura 6
Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional Fonte MS (2015) Adaptada pela autora
MDIC
Compras e Vendas no
Exterior
SUFRAMA Geraccedilatildeo Atraccedilatildeo e
Consolidaccedilatildeo de Investiemtno Desenvolver a socioeconomia
da regiatildeo Norte
Bem Estar das Empresas
Competitividade no Comeacutercio Exterior
Meio Ambiente
Soci
edad
e
Econ
om
ia
Investimento Puacuteblico
Infraestrutura
Formaccedilatildeo de RH
CTampI
MS
Coord e Fiscaliz do SUS
Sauacutede Ambiental
Poliacutetica Nacional de Sauacutede Pesquisa Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica na Aacuterea da Saude
Vigilacircncia da Sauacutede
Sauacutede
Soci
edad
e
Am
bien
te
Drogas
Medicamentos
Alimentos
Controle Sanitaacuterio de Fronteiras e Portos
Fluviais
Aeacutereos
Mariacutetimos
129
O empenho central desta instituiccedilatildeo foca a implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de
sauacutede aglutinando a coordenaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash SUS a sauacutede
ambiental e accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede individual e coletiva
incluindo os trabalhadores e os iacutendios fornecendo informaccedilotildees de sauacutede vigilacircncia e controle
sanitaacuterio de fronteiras e de portos mariacutetimos fluviais e aeacutereos vigilacircncia de sauacutede
especialmente drogas medicamentos e alimentos e pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica na aacuterea
de sauacutede
O Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio ndash MDA eacute responsaacutevel pelo
desenvolvimento do Brasil rural por meio da democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra da gestatildeo
territorial da estrutura fundiaacuteria da inclusatildeo produtiva da ampliaccedilatildeo da renda da agricultura
familiar e da paz no campo contribuindo com a soberania alimentar o desenvolvimento
econocircmico social e ambiental do Brasil Figura 7
Entre as competecircncias do MDA estaacute a de exercer em caraacuteter extraordinaacuterio as
competecircncias relativas agrave regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na Amazocircnia legal em acordo com o Art 35
da medida Provisoacuteria ndeg 458 de 10 de fevereiro de 2009 Exerceraacute esta tarefa por meio do
departamento de planejamento monitoramento e avaliaccedilatildeo da regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na
Amazocircnia Legal O Ministeacuterio conta ainda com a Secretaria de Reordenamento Agraacuterio que
possui um Departamento de Creacutedito Fundiaacuterio e uma Subsecretaria da Agricultura Familiar
Esta Secretaria possui um Departamento de Financiamento e Proteccedilatildeo da Produccedilatildeo e um
Departamento de Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural entre outros
O Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash INCRA eacute vinculado ao
MDA tem a personalidade juriacutedica de autarquia da Uniatildeo e sua missatildeo preciacutepua eacute
implementar a poliacutetica de reforma agraacuteria no Brasil e realizar o ordenamento fundiaacuterio
nacional A primeira se daraacute por meio da democratizaccedilatildeo do acesso a terra criando e
implantando assentamentos rurais sustentaacuteveis A segunda viraacute por meio da regularizaccedilatildeo
fundiaacuteria de terras puacuteblicas e da gerecircncia dessa estrutura no paiacutes e visa agrave desconcentraccedilatildeo da
estrutura fundiaacuteria como forma de reduzir a violecircncia e a pobreza no campo e promover a
igualdade e inclusatildeo social
A reforma agraacuteria deve ocorrer de forma participativa dentro dos princiacutepios da
legalidade impessoalidade moralidade publicidade e eficiecircncia e deve contribuir para o
fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada A autarquia tem o compromisso
de fiscalizar a funccedilatildeo social dos imoacuteveis rurais e fomentar a produccedilatildeo agroecoloacutegica de
alimentos e a inserccedilatildeo nas cadeias produtivas para tanto deveraacute buscar a qualificaccedilatildeo dos
130
Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no
ambiente institucional Fonte MDA (2015) Adaptada pela autora
INCRA
Qualificaccedilatildeo dos Assentamentos Rurais
Poliacutetica de Reforma Agraacuteria
Desconcentraccedilatildeo da estrutura Fundiaacuteria
Ordenamento Fundiaacuterio Nacional
Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria de Terras Puacuteblicas
Reduccedilatildeo da Violecircncia e da Pobreza no Campo In
clusatilde
o s
oci
al
Iguald
ade S
ocial
Democratizaccedilatildeo do Acesso agrave Terra
Licenciamento Ambiental
Assentamentos Rurais Sustentaacuteveis
Participativa
Legalidade Impessoalidade Moralidade
Publicidade Eficiecircncia
Acesso agrave infraestrutura Baacutesica e ao Creacutedito
Acesso agrave assessoria Teacutecnica e Social
Articulaccedilatildeo com as Demais Poliacuteticas Puacuteblicas
MDA
Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria na Amazocircnia Legal
Secretaria de Ordenamento Fundiaacuterio
Planejamento
Monitoramento
Avaliaccedilatildeo
Creacutedito Fundiaacuterio
Agricultura Familiar
Financiamento e proteccedilatildeo da
Produccedilatildeo
Assistecircncia Teacutecnica e
Extensatildeo Rural
131
assentamentos rurais proporcionando o licenciamento ambiental o acesso agrave infraestrutura
baacutesica o creacutedito e a assessoria teacutecnica e social e a articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas
puacuteblicas em especial a educaccedilatildeo sauacutede cultura e esportes sempre em consonacircncia com as
legislaccedilotildees ambiental e trabalhista
O Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI eacute responsaacutevel pelo
desenvolvimento da poliacutetica nacional de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e inovaccedilatildeo bem
como pela supervisatildeo e controle das atividades da ciecircncia e tecnologia poliacutetica de
desenvolvimento de informaacutetica e automaccedilatildeo poliacutetica nacional de biosseguranccedila poliacutetica
espacial poliacutetica nuclear de controle da exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos sensiacuteveis O objetivo
dessa poliacutetica eacute transformar o setor em componente estrateacutegico do desenvolvimento do paiacutes
contribuindo para que os benefiacutecios da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo sejam distribuiacutedos de
forma justa a toda a sociedade O MCTI incorpora as duas mais importantes agecircncias de
fomento da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Financiadora de Estudos e Projetos ndash FINEP e o
Conselho de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico do Paiacutes ndash CNPq e suas unidades de
pesquisa
Ao sistema MCTI tambeacutem estatildeo agregados o Centro de Gestatildeo de Estudos
Estrateacutegicos ndash CGEE a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear ndash CNEN a Agecircncia Espacial
Brasileira ndash AEB e mais dezenove unidades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de inovaccedilatildeo
e quatro empresas estatais Por meio desse conjunto de instituiccedilotildees o MCTI exerce suas
funccedilotildees estrateacutegicas desenvolvendo pesquisas e estudos que se traduzem em geraccedilatildeo de
conhecimento e de novas tecnologias criaccedilatildeo de produtos processos gestatildeo e patentes
nacionais conforme Figura 8
Sua estrutura estaacute composta de quatro secretarias temaacuteticas que satildeo responsaacuteveis pela
gestatildeo e execuccedilatildeo dos principais programas e accedilotildees do ministeacuterio quais sejam Secretaria de
Poliacuteticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento ndash SEPED Secretaria de Ciecircncia e
Tecnologia para a Inclusatildeo Social ndash SECIS Secretaria de Desenvolvimento Tecnoloacutegico e da
Inovaccedilatildeo ndash SETEC e Secretaria de Poliacutetica de Informaacutetica ndash SEPIN Por meio dessas
secretarias o MCTI alcanccedila o patrimocircnio nacional e contribui para o desenvolvimento
econocircmico social e regional favorecendo todos os biomas brasileiros atuando nas aacutereas de
ciecircncias exatas promovendo a difusatildeo de tecnologias apropriadas para o meio urbano e rural
e a capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica do paiacutes como forma de elevar a competitividade das empresas
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia ndash INPA eacute vinculado ao MCTI e sua
missatildeo eacute gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o
132
desenvolvimento da Amazocircnia Nesse contexto realiza estudo cientiacutefico do meio fiacutesico e das
condiccedilotildees de vida da regiatildeo amazocircnica tendo em vista o bem estar humano e os reclamos da
cultura da economia e da seguranccedila nacional Figura 8
O INPA produz conhecimento e forma recursos humanos na regiatildeo Norte do paiacutes
estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento sustentaacutevel a defesa do meio
ambiente e de seus ecossistemas consolidando estudos sobre a fauna a flora a
biodiversidade a sociodiversidade os recursos florestais e hiacutedricos
Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI no
ambiente institucional Fonte MCTI (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN eacute responsaacutevel pela formulaccedilatildeo e
conduccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Desenvolvimento Regional ndash PNDR formulaccedilatildeo dos planos
e programas regionais de desenvolvimento estabelecimento de estrateacutegias de integraccedilatildeo das
economias regionais definiccedilatildeo de diretrizes e prioridades na aplicaccedilatildeo dos recursos dos
programas de financiamento para o setor produtivo das Regiotildees Norte Nordeste e Centro-
Oeste conforme estabelecido no Art 159 inciso I aliacutenea ldquocrdquo da Constituiccedilatildeo Federal do
Brasil bem como por aplicar os recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazocircnia e do
Nordeste pelas obras de infraestrutura hiacutedrica a poliacutetica nacional de irrigaccedilatildeo entre outras
(MIN 2015)
MCTI
Biosseguranccedila
FINEP Poliacutetica Nacional de Pesquisa
Cientiacutefica Tecnoloacutegica e de Inovaccedilatildeo CNPq
Supervisatildeo E Controle
Geraccedilatildeo de Conhecimento
Pes
qu
isa
e Es
tud
os N
ovas Tecn
olo
gias
Informaccedilatildeo e Automaccedilatildeo
Ciecircncia e Tecnologia
Poliacutetica de Controle Ambiental
Secretarias Temaacuteticas
SECIS
SETEC
SEPED
Espacial Nuclear
Bens e Serviccedilos Sensiacuteveis SEPIN
Produccedilatildeo de processos e Patentes
INPA
Biosseguranccedila Sociodiversidadede
Flora Fauna
Capital Intelectual
133
O Ministeacuterio de Minas e Energia ndash MME entre outras competecircncias eacute responsaacutevel
pelo aproveitamento da energia hidraacuteulica pelo petroacuteleo combustiacutevel e energia eleacutetrica
incluindo energizaccedilatildeo e eletrificaccedilatildeo rural deve zelar pelo equiliacutebrio conjuntural e estrutural
entre oferta e demanda de recursos energeacuteticos no paiacutes
44322 Ambiente Organizacional
O ambiente organizacional se compotildee basicamente das instituiccedilotildees de ensino
pesquisa extensatildeo suporte teacutecnico e fiscalizaccedilatildeo entre outras que subsidiam o negoacutecio
Normalmente esses atores satildeo sustentados pela crenccedila de que as accedilotildees grupais satildeo mais
eficientes que as individuais e assim se propotildeem a atuar de forma coordenada e coletiva
obedecendo regras formais e executando as poliacuteticas definidas no ambiente institucional se
apresentando como um elo entre o ambiente institucional e produtivo (PONDEacute 1994
NORTH 1994 e CUNHA 1999) Nesses ambientes encontram-se as oportunidades e
ameaccedilas a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva
A Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA autarquia vinculada ao
Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC tambeacutem tem como
finalidade promover o desenvolvimento socioeconocircmico na regiatildeo Norte do paiacutes de forma
sustentaacutevel por meio da geraccedilatildeo atraccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de investimentos Estas accedilotildees
demandam o estiacutemulo de investimentos puacuteblicos e privados em infraestrutura na formaccedilatildeo de
capital intelectual em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo e a intensificaccedilatildeo das articulaccedilotildees com
os oacutergatildeos e entidades puacuteblicas e privadas
A Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econocircmico Ciecircncia
Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Estado do Amazonas ndash SEPLANCTI no seu escopo finaliacutestico eacute
responsaacutevel pelo planejamento estrateacutegico do Estado devendo coordenar as poliacuteticas de
desenvolvimento socioeconocircmico Recentemente uma reestruturaccedilatildeo do governo do Estado
do Amazonas agregou agraves atividades da antiga secretaria de planejamento e desenvolvimento
econocircmico as atividades de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo nascendo assim a SEPLANCTI
A esta secretaria compete a formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo de estrateacutegias de
desenvolvimento que contemplem a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica e a busca do pleno emprego a
articulaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo entre o Estado e a sociedade com vistas ao desenvolvimento
econocircmico bem como a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de incentivos fiscais e tecnoloacutegicos para
fortalecimento da economia do Estado conforme Figura 9
134
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Estado
do Amazonas ndash SDS tem o compromisso de garantir a proteccedilatildeo da natureza e dos recursos
naturais com valorizaccedilatildeo socioambiental visando ao desenvolvimento sustentaacutevel do Estado
Suas accedilotildees estatildeo voltadas agrave melhoria da qualidade de vida das pessoas e agrave conservaccedilatildeo da
natureza
Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash
SEPLANCTIAM no ambiente organizacional Fonte SEPLANCTIAM (2015) Adaptada pela autora
A SDS desempenha suas atividades articulada com as autarquias e vinculadas quais
sejam Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental ndash IPAAM Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel
do Amazonas ndash ADS Companhia de Gaacutes do Amazonas - CIGAS o Conselho Estadual de
Meio Ambiente do Estado do Amazonas - CEMAAM o Conselho Estadual de Recursos
Hiacutedricos ndash CERH o Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas ndash CEGEA e a
Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanccedilas Climaacuteticas e do Centro de Unidades de
conservaccedilatildeo Figura 10
Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do
Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional Fonte SDSAM (2015) Adaptada pela autora
SEPLANCTIAM
Desenvolvimento do Estado do Amazonas
Fort
alec
imen
to d
a Ec
on
om
ia
Plen
o Em
prego
Desenvolvimento Socioeconocircmico
Planejamento Estrateacutegico para o Amazonas
Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Articulaccedilatildeo entre Estado e Sociedade
Incentivos Fiscais e Tecnoloacutegicos
SDSAM
CIGAS
CEGEA CEMAAM CERH
IPAAM
Proteccedilatildeo da Natureza e dos Recursos Naturais
Val
ori
zaccedilatilde
o S
oci
oam
bie
nta
l
Desen
volvim
ento
Susten
taacutevel Fiscalizaccedilatildeo Licenciamento
Poliacutetica de Controle Ambiental
ADS
Monitoramento
Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo
135
O Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas ndash IPAAM eacute oacutergatildeo vinculado agrave
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDS
O IPAAM coordena e executa a poliacutetica de controle ambiental para o Estado do Amazonas
por meio das atividades fim de licenciamento fiscalizaccedilatildeo e monitoramento ambiental em
todo o Estado do Amazonas Figura 10
A Secretaria de Estado de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SEPRORAM eacute
responsaacutevel pela formulaccedilatildeo coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica estadual de
desenvolvimento integrado da agricultura pecuaacuteria atividade florestal pesca e aquicultura O
Sistema SEPROR composto por todos os oacutergatildeos essenciais ao desenvolvimento da produccedilatildeo
rural tem como vinculadas a Comissatildeo Executiva Permanente de Defesa Sanitaacuteria Animal e
Vegetal do Estado do Amazonas - CODESAV Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e
Florestal Sustentaacutevel do Amazonas - IDAM e Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura ndash
SEPA Figura 11
O objetivo da SEPRORAM eacute prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural
aos agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas mediante processos
educativos e participativos que lhes assegurem sustentabilidade cidadania e melhoria na
qualidade de vida
136
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SSEPRORAM no ambiente institucional
Fonte SEPRORAM (2015) Adaptada pela autora
SEPRORAM
Poliacutetica Estadual de Desenvolvimento Integrado
Ativ Florestais e Aquicultura
Agricultura Pecuaacuteria Pesca
SEPA
Processos Educativos e Participativos
Sust
en
tab
ilid
ade
Cid
adan
ia
CODESAV
Extensatildeo IDAM
Agropecuaacuteria
Florestal
Pesqueira
Agroindustrial
Assistecircncia Teacutecnica
Agricultores
Agricultura Familiar
Produtores Rurais
Melhoria da Qualidade de Vida no Campo
Projetos de Creacutedito Rural
Cooperativismo
Assossiativismo
Comercializaccedilatildeo
137
A Agecircncia de Fomento do Estado do Amazonas ndash AFEAM visa contribuir para o
desenvolvimento socioeconocircmico do Estado do Amazonas Seu compromisso eacute com o
desenvolvimento sustentaacutevel do Estado do Amazonas atraveacutes de apoio creditiacutecio e de
participaccedilotildees em accedilotildees teacutecnico puacuteblico privado que propiciem a geraccedilatildeo de trabalho e renda
e contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo do Estado do Amazonas
O Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do Estado do
Amazonas ndash IDAM eacute uma autarquia vinculada ao Sistema SEPROR Estaacute presente em todo o
Estado do Amazonas A finalidade do IDAM eacute a supervisatildeo coordenaccedilatildeo e execuccedilatildeo de
atividades de assistecircncia teacutecnica extensatildeo agropecuaacuteria e florestal no acircmbito das poliacuteticas e
estrateacutegias dos governos Federal e Estadual para os setores agropecuaacuterio florestal pesqueiro
e agroindustrial
O IDAM tem a missatildeo de prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural aos
agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas por meio de processos
educativos e participativos que lhes assegurem a sustentabilidade cidadania e melhoria na
qualidade de vida
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES eacute o principal
instrumento de financiamento de longo prazo para a realizaccedilatildeo de investimentos em todos os
segmentos da economia brasileira Sua poliacutetica de fomento inclui as dimensotildees social
regional e ambiental
O BNDES destaca-se no apoio agrave agricultura induacutestria infraestrutura comeacutercio e
serviccedilos oferecendo condiccedilotildees especiais para micro pequenas e meacutedias empresas Possui
linhas de investimentos sociais direcionados para a educaccedilatildeo e sauacutede agricultura familiar
saneamento baacutesico e transporte urbano
O apoio do BNDES efetiva-se por meio de financiamentos a projetos de
investimentos aquisiccedilatildeo de equipamentos e exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos Aleacutem disso o
Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina
financiamentos natildeo reembolsaacuteveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social
cultural e tecnoloacutegico
No contexto atual o planejamento estrateacutegico do Banco priorizou a inovaccedilatildeo o
desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental por entender que estes
satildeo aspectos importantes e que devem ser promovidos e apoiados em todos os
empreendimentos financiados pelo banco Figura 12
138
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico
e Social - BNDES no ambiente organizacional Fonte BNDES (2015) Adaptada pela autora
A Universidade Federal do Amazonas - UFAM contribui para a formaccedilatildeo de cidadatildeos
e para o desenvolvimento da Amazocircnia cultivando o saber em todas as aacutereas do
conhecimento por meio do ensino da pesquisa e da extensatildeo modernizando e inovando nas
estrateacutegias para o desenvolvimento regional e local
Por meio do ensino capacita recursos humanos para a regiatildeo elevando o niacutevel do
conhecimento e dos saberes A pesquisa e a poacutes-graduaccedilatildeo criam condiccedilotildees favoraacuteveis para
geraccedilatildeo de tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade da regiatildeo A extensatildeo
proporciona a disseminaccedilatildeo do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas no acircmbito da
instituiccedilatildeo e especialmente capta a demanda da sociedade alimentando sucessivos ciclos de
desenvolvimento e pesquisa A UFAM investe nas praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica
na proteccedilatildeo da propriedade intelectual dos segmentos institucionais na valorizaccedilatildeo dos
conhecimentos tradicionais associados com a promoccedilatildeo da transferecircncia tecnoloacutegica para
produccedilatildeo de inovaccedilatildeo no setor produtivo regional visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos e o
desenvolvimento da Amazocircnia
A Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA tem a missatildeo de promover a
educaccedilatildeo desenvolvendo o conhecimento cientiacutefico particularmente sobre a Amazocircnia
aprimorando a qualidade dos recursos humanos existentes na regiatildeo por meio de accedilotildees
especiais que objetivem a expansatildeo do ensino e da cultura em todo o Estado do Amazonas
realizando pesquisas e estimulando atividades criadoras valorizando o indiviacuteduo no processo
evolutivo incentivando o conhecimento cientiacutefico relacionado ao homem e ao meio ambiente
BNDES
Infraestrutura
Apoio Financeiro
Investimento
Planejamento Estrateacutegico
Ino
vaccedilatilde
o
Desen
volvim
ento
Local
Comeacutercio Aquisiccedilatildeo de Equipamentos
Projetos
Induacutestria
Exportaccedilatildeo de Bens e Serviccedilos Financiamento natildeo Reembolsaacutevel
Cultural Social Tecnoloacutegico
Agricultura
Desenvolvimento Socioambiental
139
amazocircnico participando na elaboraccedilatildeo execuccedilatildeo e acompanhamento das poliacuteticas de
desenvolvimento governamentais
O Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM com o compromisso de promover educaccedilatildeo
de excelecircncia no Estado do Amazonas desenvolve accedilotildees de ensino pesquisa extensatildeo e
inovaccedilatildeo visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos a geraccedilatildeo de tecnologias e a disseminaccedilatildeo do
conhecimento gerado no acircmbito do Instituto Figura 13
Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da
Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM no
ambiente organizacional
Fonte UFAM (2015) UEA (2015) IFAM (2015) Adaptada pela autora
A Embrapa Amazocircnia Ocidental eacute uma das Unidades Descentralizadas da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA vinculada ao Ministeacuterio da Agricultura
Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA atuando no Estado do Amazonas com a missatildeo de
viabilizar soluccedilotildees de pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da
agricultura na Amazocircnia em benefiacutecio da sociedade
Com o propoacutesito de alcanccedilar a excelecircncia na geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e
inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na Amazocircnia a EMBRAPA Amazocircnia
Ocidental prioriza a pesquisa e desenvolvimento a transferecircncia de tecnologias e a
responsabilidade social Nesse contexto a empresa organiza suas pesquisas em trecircs nuacutecleos
temaacuteticos produccedilatildeo vegetal e meio ambiente recursos geneacuteticos biotecnologias e
fitossanidade e produccedilatildeo animal
O Nuacutecleo Temaacutetico da Produccedilatildeo Vegetal e meio ambiente atua em linhas de pesquisa
como sistemas de produccedilatildeo vegetal manejo e controle de plantas daninhas olericultura
UFAM
Formaccedilatildeo de Cidadatildeos
Co
nh
ecim
ento
Saberes
Desenvolvimento da Amazocircnia
Pesquisa Ensino Extensatildeo
UEA
Capacita Recursos Humanos
Gera Tecnologias
Dissemina Conhecimento e
Tecnologia
IFAM
Proteccedilatildeo da Propriedade Intelectual
Praacuteticas de inovaccedilatildeo Social e
Tecnoloacutegica
Valorizaccedilatildeo dos Conhecimentos
tradicionais Associados
140
oleaginosas perenes alternativas potenciais para agroenergia silvicultura e manejo de florestas
plantadas fitossociologia para restauraccedilatildeo florestal geotecnologias aplicadas a estudos
florestais sementes e mudas florestais sistemas agroflorestais sistemas agrosilvopastoris
agroecologia desenvolvimento rural sustentaacutevel manejo dos agrossistemas fertilidade de
solos e nutriccedilatildeo de plantas biologia do solo caracterizaccedilatildeo de solos tropicais caracterizaccedilatildeo
de solos antroacutepicos microbiologia do solo ecologia florestal fisiologia vegetal dinacircmica do
carbono e dos nutrientes em ecossistemas de terra firme
O Nuacutecleo dos Recursos Geneacuteticos Biotecnologia e Fitossanidade trabalha com linhas
de pesquisa como recursos geneacuteticos de espeacutecies vegetais melhoramento geneacutetico de
espeacutecies vegetais biotecnologia vegetal geneacutetica de populaccedilotildees biodiversidade diversidade
geneacutetica fitossanidade manejo integrado de pragas entomologia resistecircncia de plantas a
doenccedilas biologia aplicada ecotoxicologia
O Nuacutecleo da Produccedilatildeo Animal trabalha com a fisiologia e imunologia de
peixes manejo e conservaccedilatildeo de recursos hiacutedricos sanidade de espeacutecies aquiacutecolas nutriccedilatildeo
de peixes reproduccedilatildeo de peixes melhoramento geneacutetico de espeacutecies aquiacutecolas manejo e
sistemas de criaccedilatildeo integraccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta sistemas de produccedilatildeo animal
O processo de transferecircncia de tecnologia eacute considerado uma via de matildeo dupla onde a
empresa atua de forma proativa para que as tecnologias geradas pela pesquisa sejam adotadas
pelo setor produtivo ao tempo em que busca conhecer e captar as principais demandas do
agricultor Para isso trabalha a gestatildeo integrada do conhecimento e de forma colaborativa
atua com parceiros diversos como instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas e organizaccedilotildees da
sociedade civil
A Embrapa estaacute inserida na Amazocircnia um dos mais importantes biomas do planeta Eacute
comprometida com a pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo interagindo permanentemente
com a sociedade na antecipaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das consequecircncias sociais econocircmicas culturais
e ambientais da ciecircncia e tecnologia cumprindo assim sua responsabilidade socioambiental e
a sustentabilidade da atividade agropecuaacuteria refletida em projetos voltados para a preservaccedilatildeo
e uso racional dos recursos naturais recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas e reduccedilatildeo de uso de
agroquiacutemicos entre outros com vistas a promover melhoria da qualidade de vida da
populaccedilatildeo a reduccedilatildeo da pobreza e das desigualdades regionais
Nesse contexto a Embrapa Amazocircnia Ocidental busca alcanccedilar a excelecircncia na
geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na
Amazocircnia Suas accedilotildees tecircm contribuiacutedo significativamente para o desenvolvimento da cultura
da banana nos municiacutepios estudados Figura 14
141
v
v
Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no ambiente organizacional
Fonte EMBRAPA (2015) Adaptada pela autora
EMBRAPA
Recursos Geneacuteticos Biotecnologias e Fitossanidade
Produccedilatildeo Vegetal e Meio Ambiente
Transferecircncia de tecnologias
Pes
qu
isa
e D
ese
nvo
lvim
ento
Resp
on
sabilid
ade So
cial
Melhoria da Qualidade de Vida no Campo
Sistemas de Produccedilatildeo Vegetal
Produccedilatildeo Animal
Silvicultura
Agroecologia
Desenv Rural Sustentaacutevel
Fertilidade de Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas
Microbiologia de Solos
Diversidade geneacutetica
Diversidadee
Fitossanidade
Biotecnologia Vegetal
Manejo de Pragas e Entomologia
Ecotoxicologia
Fisiologia e Imunologia de Peixes
Nutriccedilatildeo de Peixe
Manejo e Sistema de Criaccedilatildeo
Sistema de produccedilatildeo Animal
142
O Banco da Amazocircnia ndash BASA eacute o principal agente de fomento do governo federal
voltado para o desenvolvimento sustentaacutevel da Regiatildeo Amazocircnica Atua como indutor do
desenvolvimento regional gerando oportunidades de negoacutecios sustentaacuteveis para a Amazocircnia
somando esforccedilos principalmente no acircmbito da Agricultura Familiar elegendo prioridades
nas poliacuteticas de Creacutedito Rural do Governo Federal junto ao Ministeacuterio do Desenvolvimento
Agraacuterio (MDA) promovendo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores (Oacutergatildeos Oficiais de
Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural Ministeacuterios e Sociedade Civil Organizada) como
forma de criar estrateacutegias capazes de melhorar a realidade dos produtores
O BASA eacute responsaacutevel por uma parcela significativa de accedilotildees voltadas agrave geraccedilatildeo de emprego
e renda fixaccedilatildeo do homem no campo inclusatildeo social e ambiental Atraveacutes do Programa
Nacional para o Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos
individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares concedendo creacutedito para
financiar atividades agropecuaacuterias ou natildeo agropecuaacuterias para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou
modernizaccedilatildeo da estrutura de produccedilatildeo beneficiamento industrializaccedilatildeo e de serviccedilos no
estabelecimento rural ou em aacutereas comunitaacuterias rurais proacuteximas de acordo com projetos
especiacuteficos Figura 15
Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente
organizacional Fonte BASA (2015) Adaptada pela autora
O SEBRAEAM eacute uma instituiccedilatildeo sem fins lucrativos que integra o Sistema Nacional
SEBRAE para execuccedilatildeo de programas e projetos favoraacuteveis ao desenvolvimento das micro e
pequenas empresas do Estado do Amazonas
BASA
Produccedilatildeo
Fom
ento
D
esenv
olv
imen
to R
egio
nal
Ampliaccedilatildeo eou Modernizaccedilatildeo
da Estrutura de
Agricultura Familiar
Desenvolvimento Sustentaacutevel da Regiatildeo
Amazocircnica
Interlocuccedilatildeo com
Atores de Assist
Teacutecnica e Extensatildeo
Rural
Prioridades da Poliacutetica de
Creacutedito Rural do MDA
PRONAF
Projetos
Individuais eou
Coletivos
Atividades
Agropecuaacuterias
Serviccedilos
Industrializaccedilatildeo
Atividades natildeo
Agropecuaacuterias
143
O SEBRAEAM tem o compromisso de promover a competitividade e o
desenvolvimento sustentaacutevel e fomentar o empreendedorismo com vistas a induzir agrave
excelecircncia no desenvolvimento das micros e pequenas empresas Para isto disponibiliza e
executa cursos e palestras que orientam para o empreendedorismo a lideranccedila vendas
atendimento a clientes formaccedilatildeo dos preccedilos relaccedilotildees interpessoais tributaccedilatildeo mercado
cooperaccedilatildeo financcedilas e planejamento etc
44323 Ambiente Produtivo
O ambiente produtivo se apresenta como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana
nos municiacutepios em estudo O ambiente institucional eacute responsaacutevel por desenvolver e fornecer
o combustiacutevel para o funcionamento desse motor ao tempo em que ao ambiente
organizacional compete apontar a direccedilatildeo e fornecer os meios para a sua alavancagem O
ambiente produtivo estaacute subdividido em quatro subsistemas interligados que se articulam para
o seu perfeito funcionamento quais sejam insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo de bananas
propriamente dita que ocorre nas propriedades rurais o processamento e a comercializaccedilatildeo
dos produtos Cada subsistema possui elos especiacuteficos com caracteriacutesticas e finalidades
definidas
A produccedilatildeo de bananas ocorre nas propriedades agriacutecolas em trecircs etapas principais
preparaccedilatildeo do solo e plantio manutenccedilatildeo do cultivo e colheita das bananas (Figura 2) As
duas primeiras manteacutem interaccedilatildeo direta e constante com os fornecedores de insumos que
estatildeo situados dentro do proacuteprio sistema e com o ambiente institucional e organizacional por
meio do fluxo financeiro e de informaccedilotildees e do fluxo fiacutesico de produtos e serviccedilos que
migram destas empresas eou instituiccedilotildees para a propriedade A colheita da banana tambeacutem
possui interaccedilatildeo com o subsistema do processamento (visto que parte da produccedilatildeo eacute destinada
agraves cooperativas agriacutecolas e agroinduacutestrias) e da comercializaccedilatildeo tambeacutem com atividades
interligadas ao ambiente institucional e organizacional
O elo da cadeia produtiva que engloba os insumos de produccedilatildeo envolve as empresas
que fabricam distribuem e comercializam fertilizantes pesticidas calcaacuterio implementos e
acessoacuterios agriacutecolas como maacutequinas equipamentos e ferramentas usadas na produccedilatildeo
agriacutecola Estes atores mantecircm soacutelida relaccedilatildeo com os elos de produccedilatildeo e o processamento
O sistema do processamento envolve as bioinduacutestrias as agroinduacutestrias as empresas
de processamento as de suprimento fornecedoras de insumos as cooperativas e associaccedilotildees
agriacutecolas funcionando como subsistemas hora interligados hora funcionando independente
144
Contudo estes atores possuem estreita relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e o processamento e
influenciam e satildeo influenciados pelo fluxo fiacutesico financeiro e de informaccedilotildees
O sistema da comercializaccedilatildeo envolve desde os mercados internacional nacional e
regional para vendas no atacado e o mercado local onde podem ser processadas negociaccedilotildees
no atacado eou no varejo Este sistema guarda forte relaccedilatildeo com os sistemas de produccedilatildeo e
processamento influenciando e sendo influenciado pelos fluxos fiacutesicos de informaccedilotildees e
financeiro Estes satildeo constituiacutedos pelas instituiccedilotildees financeiras e de creacutedito e aqueles pelas
estruturas de escoamento da produccedilatildeo
A eficaacutecia da governanccedila na atuaccedilatildeo destas instituiccedilotildees eacute imprescindiacutevel para o
perfeito funcionamento do sistema produtivo visto que o ecircxito da cadeia depende da
participaccedilatildeo sistemaacutetica no desempenho das funccedilotildees especiacuteficas de cada elemento que integra
o sistema Nos sistemas produtivos agriacutecolas especialmente na produccedilatildeo de frutas estes
elementos vatildeo garantir a oferta de alimentos seguros evitando-se possiacuteveis riscos agrave sauacutede do
consumidor eou praacuteticas desleais de comeacutercio considerando que a qualidade e a seguranccedila
dos produtos de origem animal e vegetal dependem do cumprimento das boas praacuteticas de
fabricaccedilatildeo da fiscalizaccedilatildeo oficial e da correta aplicaccedilatildeo de normas e padrotildees teacutecnicos
estabelecidos
Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de se esperar um
ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva consolidada para
qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola
A Figura 16 mostra com base nas informaccedilotildees contidas nos capiacutetulos anteriores
onde haacute fluxos de contato intenso e os fluxos de contato moderado a relaccedilatildeo entre elos da
cadeia produtiva e onde precisam ser trabalhados para contribuir com o fortalecimento da
produccedilatildeo da banana nos dois municiacutepios estudados
Os fluxos de contato intenso satildeo aqueles identificados no sistema de produccedilatildeo com
relativa consolidaccedilatildeo das interaccedilotildees entre os atores dos ambientes institucional produtivo e
organizacional e com os fluxos fiacutesicos financeiros e de informaccedilotildees que permeiam o sistema
de forma a contribuiacuterem para o seu desenvolvimento poreacutem natildeo atingindo a eficaacutecia dos seus
objetivos Os fluxos de contato moderado satildeo aqueles identificados como de baixa
consolidaccedilatildeo impactando negativamente no funcionamento do processo de produccedilatildeo de
bananas comprometendo direta ou indiretamente a interatividade nos demais elos da cadeia e
o desenvolvimento do sistema como um todo
145
= Fluxo de contato intenso = Fluxo de contato moderado Figura 15 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de
Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Amazonas
Fonte autora pesquisa de campo (2012)
Insumos
Produccedilatildeo Processamento
Calcaacuterio
Implementos
agriacutecolas
Pesticidas
Fertilizantes
Propriedades
agriacutecolas
Cultivos de
bananeiras
Comercializaccedilatildeo
Acessoacuterios
agriacutecolas Associaccedilotildees
Cooperativas
Varejo
Mercado Local
PREMESDS
Fluxos fiacutesicos
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
Higienizaccedilatildeo
dos frutos
Atacado
Feiras
Intermediaacuterios
CONAB
MAPA
EMBRAPA
MMA
INCRA BB BASA
IPAAM SDS
SEPLANCTI IDAM UFAM BASA
SEPROR EMBRAPA INPA SDS
CONAB AFEAM
PREFEITURA MUNICIPAL
146
44324 Fluxos Fiacutesicos e de Informaccedilotildees
Quando se analisa os fluxos fiacutesicos da cadeia da banana deve-se levar em conta as
instituiccedilotildees e organizaccedilotildees que atuam na implementaccedilatildeo de accedilotildees diretas eou indiretas em
algum dos seus componentes podendo ser diretamente nas propriedades rurais ou em algum
outro segmento anti ou poacutes-produccedilatildeo
Em suma os fluxos fiacutesicos na cadeia produtiva da banana nos dois municiacutepios
estudados devem ser exercidos por instituiccedilotildees de ensino e pesquisas como INPA Embrapa
UFAM UEA IFAM bem como a Prefeitura municipal ou algumas secretarias estaduais
como a SEPRORIDAM SEPLANCTI SDS aleacutem do BASA AFEAM e CONAB Suas
accedilotildees vatildeo desde a obtenccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos necessaacuterios
para aprimorar e aumentar a produtividade da cultura no Amazonas como tambeacutem de darem
todas as informaccedilotildees necessaacuterias para os produtores rurais contornarem minimizarem ou
solucionarem os problemas que podem de algum modo prejudicar suas vidas eou as suas
atividades agriacutecolas
4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Observa-se que os fluxos intensos satildeo ainda minoria na cadeia produtiva da banana
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Quando se analisa o ambiente
produtivo da banana figura 16 no acircmbito das propriedades agriacutecolas onde estaacute concentrada a
produccedilatildeo propriamente dita do sistema foi identificado fluxo de contato intenso apenas no
que se refere agrave higienizaccedilatildeo dos frutos (lavagem dos cachos eou das palmas com soluccedilatildeo de
sulfato de alumiacutenio apoacutes a colheita para a descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e
precipitaccedilatildeo da sika) Esta eacute uma accedilatildeo muito primaacuteria mas essencial realizada em 867 e
100 das propriedades produtoras de bananas analisadas nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio preto da Eva respectivamente (Tabelas 5 e 8 do trabalho cientiacutefico 2)
As demais orientaccedilotildees teacutecnicas recomendadas para a higienizaccedilatildeo dos frutos nos
cultivos de bananeiras que vatildeo desde a disposiccedilatildeo dos cachos para transporte do bananal ao
local do despencamento ateacute a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as
escoriaccedilotildees que comprometem a qualidade dos frutos natildeo eram observadas pelos produtores
deixando de agregar valor e desfavorecendo a comercializaccedilatildeo dos frutos
O subsistema da comercializaccedilatildeo tambeacutem apresentou fluxo de contato intenso com
outros atores dentro do proacuteprio ambiente produtivo e tambeacutem com o ambiente
147
organizacional A pesquisa mostrou que no momento da comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
houveram negociaccedilotildees intensas entre o mercado atacadista por meio de intermediaacuterios e nas
vendas realizadas nas feiras de Manaus e dos municiacutepios em estudo visto que 87 das
vendas no atacado no municiacutepio de Presidente Figueiredo foram realizadas com
intermediaacuterios e 47 nas feiras (Tabela 1 trabalho cientiacutefico 3) No Rio Preto da Eva as
negociaccedilotildees foram levemente mais intensas com 97 e 57 das vendas realizadas com
intermediaacuterios e nas feiras respectivamente (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3)
No fluxo de venda por atacado quer para intermediaacuterios como para feiras constatou-
se poucas opccedilotildees na comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo e uma dependecircncia elevada do componente
ldquointermediaacuteriordquo para que o produto chegue ao mercado consumidor reduzindo a margem de
lucro dos produtores Figura 16
Haacute tambeacutem um fluxo intenso consolidado entre as instituiccedilotildees do ambiente
organizacional e o produtivo por meio da comercializaccedilatildeo dos produtos Neste sentido o
Governo federal atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME e do
Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB em
parceria com o estado do Amazonas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel
- SDS e da Secretaria de Produccedilatildeo Rural - SEPROR vecircm apresentando significativa
participaccedilatildeo no apoio e desenvolvimento agrave cultura pela aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo rural de
bananas
No municiacutepio de Presidente Figueiredo 67 das vendas feita pela cooperativa e 47
das vendas das associaccedilotildees comunitaacuterias foram transacionadas com a CONAB (Tabela 1
trabalho cientiacutefico 3) enquanto que no municiacutepio de Rio Preto da Eva 43 das vendas da
cooperativa e 77 das vendas das associaccedilotildees (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3) tambeacutem foram
comercializadas com Companhia Nacional de Abastecimento
O fluxo intenso apresentado entre a SEPROR e SDS com o mercado local eacute
chancelado pelo apoio do governo do Estado em alocar os produtores rurais em feiras
distribuiacutedas em diversos pontos da cidade as chamadas feiras do produtor rural um local
destinado pelo governo local para vendas preferencialmente direto por produtores rurais
eliminando a figura do intermediaacuterio e favorecendo os produtores rurais
Estes elementos se apresentam como favoraacuteveis ao processo de desenvolvimento da
cultura da banana contudo ainda natildeo eacute satisfatoacuterio visto que a pesquisa registrou alta
dependecircncia dos produtores rurais na hora da comercializaccedilatildeo dos produtos uma vez que a
maior parte da venda da produccedilatildeo fica restrita a dois nichos de mercado apoiado pelo
148
governo o Programa da Agricultura Sustentaacutevel - PAS e o Programa de Regionalizaccedilatildeo da
Merenda Escolar - PREME Isto representa uma fragilidade ao sistema de produccedilatildeo da
banana
Todos os demais fluxos da cadeia seja do ambiente institucional seja do ambiente
organizacional com o ambiente produtivo se apresentam de forma ainda natildeo consolidada
com baixa ou nenhuma expressatildeo uma vez que o fluxo moderado dessas instituiccedilotildees com o
ambiente produtivo fragiliza o cultivo da cultura da banana e natildeo proporciona retorno
financeiro satisfatoacuterio aos produtores e ainda restringe a oferta de produtos agrave sociedade
regional comprometendo o desenvolvimento local e a sustentabilidade da cultura
444 CONCLUSOtildeES
No Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais estaduais e municipais capazes
de dar todo o suporte legal logiacutestico financeiro teacutecnico e social para consolidar os elos do
sistema produtivo da banana Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de
se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva
consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual
Contudo a situaccedilatildeo real encontrada nos dois municiacutepios natildeo estaacute em niacutevel elevado de
organizaccedilatildeo e atividades que resultem em produtividades competitividades e eficiecircncias
satisfatoacuterias conforme demonstrado pelas informaccedilotildees obtidas nas propriedades rurais e
contidas nos trecircs capiacutetulos anteriores dessa tese Essas instituiccedilotildees natildeo alcanccedilam a maioria
dos produtores de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
Sem uma assistecircncia adequada os produtores tecircm dificuldades de adquirir insumos
agriacutecolas informaccedilotildees conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas e natildeo
conseguem transpor as barreiras que impedem a competitividade com os produtos vindos de
outras regiotildees do paiacutes perpetuando o atraso especialmente teacutecnico por parte dos produtores
rurais e a ineficiecircncia das instituiccedilotildees que natildeo alcanccedilam o ambiente produtivo da banana
149
45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS
DE BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
RESUMO
Este trabalho apresenta uma proposta para construccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade visando medir a efetividade da integraccedilatildeo dos ambientes do sistema
produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas Ela foi construiacuteda a partir da revisatildeo de literatura e de pesquisas de campo
realizadas em trinta propriedades rurais produtoras de bananas localizadas no municiacutepio de
Rio Preto da Eva e quinze em Presidente Figueiredo O sistema produtivo estaacute constituiacutedo
pelos ambientes institucional organizacional o ambiente produtivo e as interaccedilotildees fiacutesicas e
financeiras que permeiam o sistema Ao final deste trabalho se consolidou as categorias os
elementos os descritores e os indicadores orientados para a mensuraccedilatildeo da sustentabilidade
do sistema produtivo da banana nos municiacutepios em estudo Para avaliar a sustentabilidade
nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os
indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees ambiental econocircmica social
espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que
mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de
aacutegua nos periacuteodos de estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos
cultivos fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o
ciclo produtivo Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo
de venda do produto sua industrializaccedilatildeo incorporando agroinduacutestrias produtoras de
subprodutos de valores agregados de maiores valores o mercado comprador e o escoamento
da produccedilatildeo Dentro da Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees
em Associaccedilotildees e Cooperativas Dentro da Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores que
mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a falta da posse
definitiva da terra e a disponibilidade de recursos hiacutedricos Dentro da Dimensatildeo Poliacutetica
poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades rurais estudadas nos dois municiacutepios
mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento sustentaacuteveis e fragilizadas perante a
globalizaccedilatildeo da economia
Palavras Chaves Sustentabilidade desenvolvimento local indicadores de sustentabilidade
150
ABSTRACT
This paper presents a proposal for the construction of sustainability indicators aimed at
measuring the effectiveness of the integration of the production of banana system
environments in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva in the
Amazon It was built from the literature review and field research carried out in thirty-
producing farms of bananas located in Rio Preto da Eva and fifteen in Presidente Figueiredo
The production system is made up of the institutional environments organizational
productive environment and the physical and financial interactions that underlie the system
At the end of this work was consolidated categories elements descriptors and indicators
aimed at measuring the sustainability of the production of banana system in the municipalities
studied To assess sustainability in banana crops in the municipalities of Presidente
Figueiredo and Rio Preto da Eva indicators can be measured from the environmental
economic social spatial geographic cultural and political Within the environmental
dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana systems are
the water supply during the dry season and the need to apply a soil fertilizer on crops based on
chemical analysis and the needs of banana during the production cycle Within the Economic
Dimension the indicators that may most affect sustainability of production of banana systems
are financing the production the sale price of the product banana agroindustry with
subproducts of higher economic values the buyers market and the flow of production Within
the Social Dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana
systems are health education and their participation in associations and cooperatives Within
the Space Geographic Dimension the indicators that can affect the sustainability of
production of banana systems are the lack of definitive land tenure and the availability of
water resources Within the Political Dimension there are few indicators used by rural
communities studied in the two municipalities keeping them in phased stages of sustainable
development and vulnerable before the global economy
Key Words Sustainability local development sustainability indicators
151
451 INTRODUCcedilAtildeO
O crescimento populacional e as relaccedilotildees de capital resultaram num consumo
desenfreado de mateacuteria prima para a manutenccedilatildeo da vida demandando uma produccedilatildeo de bens
de consumo e alimentos sem precedentes na histoacuteria Como consequecircncia os danos
provenientes da exaustatildeo eou mau uso dos recursos passaram a fazer parte do nosso cotidiano
nos obrigando a repensar as formas de produccedilatildeo especialmente de alimentos e o uso dos
recursos naturais Mais recentemente em paralelo acirraram-se as discussotildees em torno das
questotildees ambientais e do uso responsaacutevel dos recursos naturais
Nesse contexto mensurar o consumo numa conexatildeo com a natureza eacute imprescindiacutevel
para a tomada de decisotildees que primem por evitar desequiliacutebrios que comprometam ainda mais
o suporte de recursos do planeta Dessa forma eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da
capacidade de suporte dos recursos naturais como forma de garantir o equiliacutebrio e a
sustentabilidade dos ecossistemas e da vida Nessa dinacircmica os indicadores desempenham
papel importante como instrumento para a mensuraccedilatildeo do consumo da degradaccedilatildeo do
ambiente do niacutevel de desenvolvimento econocircmico social poliacutetico e de suporte geograacutefico
No contexto do desenvolvimento econocircmico e da revoluccedilatildeo verde evidencia-se a
necessidade do uso de indicadores de sustentabilidade em virtude da utilizaccedilatildeo desenfreada
dos recursos naturais a maioria desses considerados irrenovaacuteveis Assim a Conferecircncia
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Rio 92 caracterizou-se por
fortalecer as referecircncias na construccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade Posteriormente
surgiu a necessidade do desenvolvimento de indicadores ecoloacutegicos e de sustentabilidade por
parte de cada naccedilatildeo segundo o contexto local A Agenda 213 contribuiu como ponto de
partida para o encontro sobre Indicadores Ambientais e Desenvolvimento Sustentaacutevel de
Genebra em 1993 e ao Programa de Indicadores Ambientais que permite o monitoramento
das accedilotildees de desenvolvimento (HAMMOND et al 1995) aleacutem do estudo desenvolvido por
Marzall (1999) referenciado como marco do estudo de indicadores ocorrido durante o
coloacutequio internacional com o tema Indicador de Sustentabilidade realizado na Franccedila no ano
de 1996
Antes da deacutecada de 70 os estudos sobre o desenvolvimento se atinham basicamente
da utilizaccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos recursos e da distribuiccedilatildeo dos ganhos por eles
proporcionados A partir desse periacuteodo os debates nos foacuteruns mundiais sobre
3 Programa de accedilatildeo oriundo da Conferecircncia Rio-92 com mais de 2500 recomendaccedilotildees praacuteticas para o alcance
do desenvolvimento sustentaacutevel no seacuteculo XX
152
desenvolvimento incluiacuteram a temaacutetica da sustentabilidade mediante as dimensotildees econocircmica
social e ambiental Com as contribuiccedilotildees de Sachs (1997) nesse debate ocorre a inserccedilatildeo de
mais duas dimensotildees do desenvolvimento a espacial e a cultural Para o autor o
desenvolvimento perderia o sentido se ocorresse em detrimento da cultura da sociedade
O conceito de sustentabilidade da relaccedilatildeo homem-natureza foi propagado na sociedade
a partir da deacutecada de 50 mas soacute foi popularizado durante os anos 80 atraveacutes das discussotildees
para a consolidaccedilatildeo do relatoacuterio da Comissatildeo Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento
ndash CMMAD ndash de Brundtland4 conhecido como ldquoNosso Futuro Comumrdquo adotado como base
para a definiccedilatildeo dos princiacutepios da biodiversidade e do futuro das geraccedilotildees (SACHS 1993
MONTIBELLER FILHO 2004)
Nesse cenaacuterio o termo sustentabilidade comeccedila a ser atrelado ao desenvolvimento e
disseminado mundialmente visto que o desenvolvimento permite atender as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de satisfazerem suas proacuteprias
necessidades (WCED 1987) Assim o desenvolvimento econocircmico e a utilizaccedilatildeo dos
recursos estatildeo inexoravelmente ligados no tempo e no espaccedilo
Este trabalho buscou identificar indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel da
cultura da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
para que se possa mensurar a sustentabilidade da cultura da banana e dos recursos naturais
envolvidos no processo de produccedilatildeo de forma a permitir o desenvolvimento local
4 Relatoacuterio da Comissatildeo Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) sobre os padrotildees de
desenvolvimento em relaccedilatildeo aos recursos naturais
153
452 MATERIAL E MEacuteTODOS
Para a definiccedilatildeo de indicadores visando a sustentabilidade da cultura da banana
primeiramente foram selecionadas as dimensotildees nas quais se pretendeu fundamentar o estudo
Estas observaram os conceitos de sustentabilidade que por sua vez estatildeo vinculados agrave
definiccedilatildeo de desenvolvimento Em seguida definiram-se os objetivos que se pretendeu
alcanccedilar e os componentes de estudo para cada dimensatildeo
A dimensatildeo delimita o estudo em direccedilatildeo ao objetivo que se deseja alcanccedilar Este
quando alcanccedilado iraacute apontar para a sustentabilidade do objeto em anaacutelise que seraacute
alcanccedilado mediante a definiccedilatildeo dos componentes para os quais seratildeo definidas as variaacuteveis
que seratildeo estudadas
Para a consecuccedilatildeo do objetivo deste trabalho a metodologia de pesquisa
compreendeu a identificaccedilatildeo de indicadores do desenvolvimento sustentaacutevel para cultivos de
bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
norteados pelas indicaccedilotildees de Sachs (2008) sobre as cinco dimensotildees que se configuram
como pilares do desenvolvimento sustentaacutevel ambiental econocircmica social
espacialgeograacutefico e poliacutetica que se relacionam com a atividade agriacutecola do cultivo de
bananeiras nos municiacutepios alvo da pesquisa Para cada dimensatildeo foram definidas as
categorias os elementos os descritores e um conjunto de indicadores que podem ser
avaliados para monitoramento da sustentabilidade em cultivos de bananeiras
Para a definiccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade sugeridos para o sistema
produtivo de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas seguindo as orientaccedilotildees de Daniel (2000) Moura (2002) e Sachs (2004)
adotamos os seguintes aspectos norteadores
a) O pressuposto baacutesico adotado foi o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade
onde o primeiro deve ser capaz de reduzir ou eliminar as desigualdades por meio da
modernidade inclusiva Enquanto que o segundo soacute se concretizaraacute atraveacutes de sintonia fina
entre as dimensotildees ambiental social econocircmica espacialgeograacutefica e poliacutetica envolvendo a
anaacutelise da capacidade de suporte os princiacutepios e as exigecircncias de cada dimensatildeo a fim de
alcanccedilar o equiliacutebrio entre os referenciais do desenvolvimento e da sustentabilidade
b) Foi dado o enfoque sistecircmico em niacutevel local considerando a complexidade dos
fenocircmenos que envolvem o sistema produtivo da banana e observadas as interrelaccedilotildees entre
os atores e os indicadores usando as informaccedilotildees colhidas pelo trabalho de campo realizados
nas comunidades rurais enfocadas por esse estudo
154
4521 Objeto e Aacuterea de Estudo
Para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimensatildeo analisada e identificar
suas forccedilas e fragilidades buscou-se definir caracteriacutesticas estrutural e funcional de cada
dimensatildeo e para estas se caracterizou elementos fiacutesicos bioloacutegicos e socioeconocircmicos
espacial e poliacutetico observando as categorias indicadas por Sachs (1993) Moura (2002) e
Montibeller Filho (2004)
O niacutevel de anaacutelise desta pesquisa situa-se na configuraccedilatildeo do conjunto de indicadores
de sustentabilidade para as dimensotildees ambiental econocircmica social espacial e poliacutetica para o
sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas Para cada dimensatildeo foram definidas categorias elementos descritores e os
indicadores em acordo com as especificidades locais dos cultivos em estudo
Os cultivos de bananeiras de 15 propriedades rurais no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva dentre aquelas de cultivos essencialmente
comerciais foram selecionados e o estudo envolveu as lideranccedilas e associaccedilotildees comunitaacuterias
das propriedades investigadas as agroinduacutestrias relacionadas com o processo de produccedilatildeo da
banana bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para
tanto os liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de
agroinduacutestrias intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de
comercializaccedilatildeo das bananas Procedeu-se tambeacutem a uma pesquisa bibliograacutefica em sites da
internet para consolidar o trabalho
4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade
A descriccedilatildeo das etapas deste estudo teve como finalidade facilitar a compreensatildeo
sobre o processo e a loacutegica de construccedilatildeo dos indicadores e sobremaneira o percurso trilhado
e as teacutecnicas de pesquisas empregadas para o cumprimento dos objetivos
Primeiro procedeu-se a pesquisa bibliograacutefica sobre o uso e a construccedilatildeo de
indicadores de sustentabilidade para sistemas agriacutecolas com a finalidade de identificar os
aspectos metodoloacutegicos comuns e diacutespares para a construccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade e em quais dimensotildees se processaria o estudo
Neste momento as orientaccedilotildees de Sachs (1993) Moura (2002) e Montibeller Filho
(2004) foram fundamentais para definir as dimensotildees do estudo as categorias os elementos e
os descritores para a definiccedilatildeo do conjunto de indicadores de sustentabilidade
155
Esta etapa tambeacutem subsidiou a estruturaccedilatildeo do roteiro de entrevista com os produtores
rurais da regiatildeo a fim de identificar os limites baacutesicos do sistema produtivo de banana e os
fatores que influenciam sua sustentabilidade
Considerando os preceitos metodoloacutegicos orientados por Moura (2002) e Camino e
Muumlller (1993) de que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o contexto a
definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores locais a
definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e ainda que natildeo
existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal seguiu-se
a estrutura metodoloacutegica indicada pelos autores que orientam sete etapas para a definiccedilatildeo de
indicadores de sustentabilidade adaptadas para os cultivos de bananeiras nos municiacutepios em
estudo quais sejam
Definiccedilatildeo do sistema identificaccedilatildeo de categorias significativas para o sistema
identificaccedilatildeo dos elementos para cada categoria seleccedilatildeo dos descritores definiccedilatildeo dos
indicadores anaacutelise dos indicadores e procedimentos de monitoramento
156
453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade
A agricultura moderna eacute apontada por muitos autores (SACHS 1993 MOURA
2002 MONTIBELLER FILHO 2004 BECKER 2009 MELLO 2009) como a alternativa
mais promissora para promover o desenvolvimento socioeconocircmico nas aacutereas rurais do
Brasil Contudo ela natildeo deve ser tratada isoladamente mas sim aplicada como integrante do
processo de sustentabilidade visto que conforme adverte Sachs (1993) a sustentabilidade
pressupotildee o uso racional e equitativo dos recursos de forma a garantir a disponibilidade
desses agraves geraccedilotildees futuras visando sempre a melhoria das condiccedilotildees de vida das
comunidades
Orientaccedilatildeo semelhante se faz para as praacuteticas de crescimento e desenvolvimento
econocircmico com o propoacutesito de natildeo igualar os dois conceitos que possuem caracteriacutesticas bem
distintas visto que o primeiro considera somente o acuacutemulo de riquezas embora esta se
concentre nas matildeos de pequena parcela de indiviacuteduos da populaccedilatildeo Este processo natildeo remete
agrave igualdade nem agrave justiccedila social O segundo por sua vez preocupa-se com a geraccedilatildeo de
riquezas sim mas tem o objetivo de distribuiacute-las de melhorar a qualidade de vida das
populaccedilotildees o que remete portanto agrave qualidade ambiental do planeta (CAVALCANTI
1997) Essa eacute a oacutetica moderna do desenvolvimento e deve embasar as discussotildees atuais sobre
a produccedilatildeo de bens e serviccedilos no anseio da equidade social e da sustentabilidade dos recursos
naturais em todo o planeta
A ideia de desenvolvimento local a partir da agricultura especialmente na regiatildeo
Norte sugere conciliar os fatores culturais as tradiccedilotildees locais a capacidade de suporte dos
recursos naturais e as interaccedilotildees econocircmicas e sociais de forma interdisciplinar enfrentando
o desafio do binocircmio agriculturafloresta de modo que sejamos capazes de tornaacute-la produtiva
sem destruiacute-la exercitando a sustentabilidade
O conceito de sustentabilidade deve respaldar um processo multidimensional e
intertemporal a ser praticado na escala local tendo como focos dinamizadores minimamente
as dimensotildees ambiental (resiliecircncia) econocircmica (produtividade) e social (equidade e
economia) (HAMMOND et al 1995 SACHS 2004 e SEPUacuteLVEDA 2008)
De uma maneira geral a sustentabilidade da propriedade rural passa pelo
aproveitamento eficaz das aacutereas cultivadas procurando tirar delas as melhores produtividades
possiacuteveis e por longos periacuteodos de tempo diminuindo a necessidade de ocupar novas aacutereas de
florestas Para que possam dar um retorno financeiro adequado aos produtores seus usos
157
devem ser pautados em informaccedilotildees de mercado tendo tambeacutem apoio governamental com
assistecircncia teacutecnica e para o escoamento da produccedilatildeo sem comprometer a qualidade dos
produtos e a competitividade econocircmica
4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da
Banana dimensotildees objetivos e componentes
Os indicadores satildeo detentores de informaccedilotildees sobre a dinacircmica dos diferentes tipos
dimensionais (HAMMOND et al 1995) Na avaliaccedilatildeo da sustentabilidade os indicadores
vecircm sendo cada vez mais utilizados para mensuraccedilatildeo do consumo dos recursos naturais em
funccedilatildeo das suas principais consequecircncias nocivas para o meio ambiente uma vez que o
crescimento populacional exige volumes crescentes de mateacuteria prima para manutenccedilatildeo da
vida
O termo indicador implica em inferir apontar estimar conceituando-se como uma
variaacutevel selecionada e quantificada fornecendo pistas para problemas ou tornando
perceptiacuteveis tendecircncias ou fenocircmenos difiacuteceis de serem detectaacuteveis podendo ser apresentados
em forma de dados estatiacutesticos ou graacuteficos que nos revele traccedilos da realidade e tendecircncias
futuras que de outra forma natildeo seria facilmente percebida permitindo uma aproximaccedilatildeo
simplificada da realidade observada (SARANDOacuteN 2002) Os indicadores podem ser
definidos no acircmbito global nacional regional ou local Para o alcance dos objetivos aqui
propostos eles seratildeo definidos de acordo com as especificidades locais
De acordo com Hammond et al (1995) Sachs (2004) e Sepuacutelveda (2008)
sustentabilidade deve refletir processos multidimensionais e intertemporais preferencialmente
praticados em escalas locais focando a resiliecircncia a produtividade a equidade e economia e
deve ser avaliada por meio de indicadores que permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais
especiacuteficas a serem definidas de acordo com o sistema avaliado (CHRISTEN 1996)
admitindo inuacutemeras possibilidades visto que cada sistema possui especificidades
Entre as diversas possibilidades para a definiccedilatildeo das dimensotildees a serem estudadas
encontram-se as indicadas por Darolt (2000) soacutecio cultural teacutecnico agronocircmica econocircmica
ecoloacutegica e poliacutetico institucional Por sua vez Carvalho (1994) aponta para as dimensotildees
econocircmicas socioloacutegicas ambientais poliacuteticas culturais e institucionais Costabeber (1989)
recomenda econocircmica social ecoloacutegica geograacutefica e tecnoloacutegica enquanto que Camino e
Muumlller (1993) recomendam considerar justiccedila social viabilidade econocircmica sustentabilidade
ambiental democracia solidariedade e eacutetica Por fim haacute as orientaccedilotildees de Sachs (2004) pelas
dimensotildees ambiental social econocircmica poliacutetica cultural e territorial
158
Contudo Sachs (1993) adverte que para a sustentabilidade de qualquer tipo de
sistema que envolva seres humanos pressupotildee-se o uso racional e equitativo dos recursos
sendo fundamental considerar minimamente as dimensotildees econocircmicas ambiental e social
como condiccedilatildeo preciacutepua para a geraccedilatildeo do desenvolvimento no longo prazo na temporalidade
aproximada de 25 anos
Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva em acordo com as orientaccedilotildees de Sachs (2004) e
Montibeller Filho (2004) os indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees social
econocircmica ambiental espacialgeograacutefica e poliacutetica Para cada dimensatildeo devem ser
visualizados os componentes e os objetivos que se deseja alcanccedilar para o ambiente estudado
A partir destes foram definidas as variaacuteveis estudadas Assim o quadro 1 apresenta as
dimensotildees sob as quais o desenvolvimento do sistema produtivo da banana pode ser avaliado
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas considerando as
informaccedilotildees obtidas no trabalho de campo nas comunidades rurais estudadas bem como os
objetivos que se deseja alcanccedilar e os componentes que devem ser avaliados em cada
dimensatildeo
Para esse estudo foram definidas cinco dimensotildees ambiental social econocircmica
espacialgeograacutefica e poliacutetica (Quadro 1) Para anaacutelise da sustentabilidade de cada dimensatildeo
foram identificados os objetivos que se deseja alcanccedilar e para isto definidos os componentes
que devem ser observados para que a partir destes possam ser indicadas as categorias os
elementos os descritores e os indicadores para cada dimensatildeo analisada Para a
sustentabilidade dos cultivos de bananeiras no Amazonas o sistema seraacute analisado no acircmbito
local
O estudo da sustentabilidade ambiental objetiva a melhoria da qualidade do ambiente e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Ela pode ser avaliada por meio do acompanhamento dos
ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas do uso dos recursos naturais natildeo renovaacuteveis da prioridade
agrave produccedilatildeo de biomassa do aproveitamento dos insumos naturais da reduccedilatildeo do consumo
energeacutetico das tecnologias empregadas no sistema produtivo dos iacutendices de resiacuteduos no
processo produtivo da destinaccedilatildeo dos resiacuteduos e cuidados ambientais observados no processo
produtivo Quadro 1
A sustentabilidade da dimensatildeo social que visa a reduccedilatildeo das desigualdades sociais
deve observar a criaccedilatildeo de postos de trabalho sauacutede educaccedilatildeo a disponibilidade de emprego
a renda (distribuiccedilatildeo) o respeito agrave cultura local o aproveitamento do conhecimento
159
tradicional ou taacutecito as formas e niacuteveis de organizaccedilotildees sociais e a produccedilatildeo de bens que
favoreccedilam o atendimento agraves necessidades baacutesicas das pessoas envolvidas direta eou
indiretamente no processo produtivo
Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o
desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do
Amazonas DIMENSAtildeO OBJETIVO COMPONENTES
Sustentabilidade
Ambiental
Melhoria da qualidade do
ambiente e preservaccedilatildeo
das fontes de recursos
naturais
Respeito aos ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas
O uso de recursos naturais natildeo renovaacuteveis
Prioridade agrave produccedilatildeo de biomassa
Aproveitamento dos insumos naturais
Reduccedilatildeo do consumo de energia
Tecnologias empregadas no processo produtivo
Iacutendices de resiacuteduos nos processos produtivos
Destinaccedilatildeo dos resiacuteduos
Cuidados ambientais
Sustentabilidade
Social
Reduccedilatildeo das
desigualdades sociais
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
Sauacutede
Educaccedilatildeo
Emprego
Renda (distribuiccedilatildeo)
Cultura local
Conhecimento tradicional ou taacutecito Organizaccedilotildees sociais
Produccedilatildeo de bens que favoreccedilam o atendimento agraves
necessidades baacutesicas
Sustentabilidade
Econocircmica
Melhoria da riqueza
social
Fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e
privados
Manejo eficiente dos recursos disponiacuteveis
Capacidade econocircmica
Capacidade produtiva do cultivo
Aproveitamento dos recursos internos (da
propriedade)
Absorccedilatildeo (pela propriedade) dos custos
ambientais
Produtividade
Reduccedilatildeo da dependecircncia externa
Canais de comercializaccedilatildeo
Sustentabilidade
Espacial
Geograacutefica
Evitar excessos de
aglomeraccedilotildees e exaustatildeo
dos recursos
Capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo)
Capacidade endoacutegena de desenvolvimento
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra
Disponibilidade de infraestrutura
Capacidade de suporte dos recursos naturais
Sustentabilidade
Poliacutetica
Democratizaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas
existentes e fortalecimento
da governanccedila
Criaccedilatildeo de Leis e desenvolvimento de poliacuteticas
para a agricultura
Organizaccedilatildeo poliacutetico institucional
Democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional
existente
Cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica Governanccedila Fonte Sachs (2004) Montibeller Filho (2004) Adaptado pela autora
160
A sustentabilidade na dimensatildeo econocircmica que tem por objetivo a melhoria da
riqueza social deve observar o fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e privados o
manejo dos recursos disponiacuteveis a capacidade econocircmica a capacidade produtiva do cultivo
o aproveitamento dos recursos internos da propriedade absorccedilatildeo pela propriedade dos custos
ambientais a produtividade o niacutevel de dependecircncia externa e os canais de comercializaccedilatildeo
(Quadro 1)
A sustentabilidade da dimensatildeo espacialgeograacutefica objetiva evitar os excessos de
aglomeraccedilatildeo e consequentemente a exaustatildeo dos recursos Pode ser monitorada pela
observaccedilatildeo da capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo) a capacidade endoacutegena de
desenvolvimento a democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra a infraestrutura e a capacidade de
suporte dos recursos naturais
A sustentabilidade na dimensatildeo poliacutetica objetiva a democratizaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas existentes e as adequaccedilotildees que se fizerem necessaacuterias e ainda pelo niacutevel de
governanccedila Pode ser monitorado por meio dos seguintes componentes criaccedilatildeo de Leis e
desenvolvimento de poliacuteticas para a o fortalecimento da agricultura as formas e niacuteveis da
organizaccedilatildeo poliacutetico institucional a democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional existente a
cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica os niacuteveis de governanccedila na gestatildeo destes componentes e
pela apropriaccedilatildeo pelo cidadatildeo dos serviccedilos puacuteblicos institucionais
4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana
Ateacute a deacutecada de cinquenta o desenvolvimento foi entendido como sinocircnimo do
crescimento econocircmico mensurado por indicadores de ordem estritamente quantitativa A
partir de 1960 acirraram-se as discussotildees sobre desenvolvimento atrelado agrave sustentabilidade
como caraacuteter indissociaacutevel e os indicadores do desenvolvimento econocircmico de ordem
meramente quantitativa tornaram-se insuficientes para aferir o grau de desenvolvimento
visto que natildeo considerava o bem estar social nos diferentes niacuteveis de agregaccedilatildeo humana com
melhorias na qualidade de vida da populaccedilatildeo a exemplo da diminuiccedilatildeo dos niacuteveis de pobreza
de desemprego e desigualdade das condiccedilotildees de sauacutede nutriccedilatildeo educaccedilatildeo moradia
transporte (SANDRONI 1999 MOURA 2002 CUNHA 2006) intensificando as
investigaccedilotildees em torno de indicadores capazes de aferir a sustentabilidade em diferentes
contextos
Os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade assumem papel importante no
processo de construccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade bem como na definiccedilatildeo das
161
dimensotildees analisadas dos objetivos dos componentes e das variaacuteveis estudadas revelando o
que eacute importante ser medido e como avaliar e interpretar os resultados (LOPES 2001) Neste
sentido os indicadores permitiratildeo noccedilotildees comparativas visto que um criteacuterio eacute mais ou
menos sustentaacutevel em dado contexto natildeo existindo modelos definitivos para cada criteacuterio
(MOURA 2002)
Os indicadores precisam ser os mais especiacuteficos possiacuteveis de modo a se evitar
ambiguidades e problemas de validade e confiabilidade devendo incluir o objetivo ou a meta
a ser alcanccedilado o aspecto a ser medido o periacuteodo abrangido e a aacuterea fiacutesica em questatildeo
devendo tambeacutem ser mensuraacuteveis atingiacuteveis relevantes e oportunos (GUIJT 1999)
Moura (2002) assegura que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o
contexto a definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores
locais a definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees Para
Camino e Muumlller (1993) devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias e distintas de cada ecossistema
natildeo existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal Os
autores sugerem uma estrutura metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade composto de sete etapas que foram adaptadas para o sistema produtivo da
banana figura 1
Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade
Fonte Camino e Muumlller (1993) adaptada pela autora
Identificaccedilatildeo de Categorias Significativas
Definiccedilatildeo do Sistema
Identificaccedilatildeo de Elementos Significativos em Cada
Sistema
Identificaccedilatildeo e Seleccedilatildeo de Descritores
Definiccedilatildeo e Obtenccedilatildeo de Indicadores
Anaacutelise de Indicadores
Procedimentos de Monitoramento
1deg
Pas
so
2deg
e 3deg
Pas
sos
4deg
e 5
deg
Pas
sos
6deg
Pas
so
7deg
Pas
so
Atr
ibuto
s
chav
e par
a
o s
iste
ma
Sistema Local
Car
act
dos
elem
ento
s e
Med
idas
do
s
des
crit
ore
s
162
As fases dessa sequecircncia metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade em primeiro passo orienta que seja determinado o sistema a ser analisado o
qual segundo Yurjevic (1996) apud Daniel (2000) pode ser delimitado nos niacuteveis global
nacional regional ou local permitindo adaptaccedilotildees em acordo com os interesses da avaliaccedilatildeo
Para a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalhamos com a delimitaccedilatildeo em niacutevel local
O segundo e terceiro passos respectivamente referem-se agrave identificaccedilatildeo das
categorias - que eacute um aspecto do sistema - e dos elementos significativos do sistema ndash que satildeo
parte da categoria - que apresentam significacircncia dado o grau de influecircncia desses na
sustentabilidade do sistema e a importacircncia que eles assumem para a finalidade do estudo
Estas estatildeo atreladas ao que Hansen (1996) e Marzall (1999) apud Lopes (2001) denominam
de atributos chave que influenciam na sustentabilidade de cada categoria e portanto no
sistema geral
Segundo Aacutevila (1989) Torquebiau (1989) e Camino e Muumlller (1993) apud Daniel
(2000) qualquer sistema em qualquer niacutevel de organizaccedilatildeo ou agregaccedilatildeo pode ser avaliado
mediante a anaacutelise de quatro tipos de categorias
Recursos endoacutegenos compotildeem a base de recursos do sistema ou seja representam
sua estrutura Os indicadores relacionados a essa categoria devem evidenciar se o sistema
impacta negativamente ou se melhora a base de recursos
Recursos exoacutegenos eacute formada pelos mesmos elementos da categoria dos recursos
endoacutegenos poreacutem satildeo recursos de sistemas externos com os quais o sistema estudado
manteacutem relaccedilotildees afetando e sendo afetado por eles Tambeacutem compotildeem a parte estrutural (dos
sistemas exoacutegenos)
Operaccedilatildeo do sistema representa a parte funcional do sistema constituiacutedo das
atividades necessaacuterias agrave sua exequibilidade Os indicadores desta categoria devem mostrar se
o seu manejo e desempenho satildeo compatiacuteveis com as exigecircncias da sustentabilidade
Operaccedilatildeo de sistemas exoacutegenos satildeo atividades de fora do sistema necessaacuterias ao
funcionamento do mesmo constituem sua parte funcional No sistema produtivo da banana
representam os ambientes institucional e organizacional os fluxos financeiros e de
informaccedilotildees que envolvem o sistema e o consumidor (local regional nacional e
internacional) Estes ambientes comportam o aparato legal de suporte ao sistema em estudo a
disponibilidade de recursos financeiros humanos e tecnoloacutegicos a assistecircncia teacutecnica a
163
ciecircncia e tecnologias disponiacuteveis a infraestrutura disponibilizada a comercializaccedilatildeo da
produccedilatildeo etc
O quarto e quinto passos respectivamente tratam da identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos
descritores que satildeo caracteriacutesticas relevantes dos elementos selecionados na etapa anterior e
subordinam-se aos atributos de sustentabilidade do sistema e ao niacutevel de agregaccedilatildeo e da
definiccedilatildeo e obtenccedilatildeo de indicadores que satildeo medidas importantes para esses descritores A
literatura recomenda que para cada descritor relevante deve-se definir ao menos um
indicador No quinto passo tambeacutem eacute realizada a pesquisa de campo
As etapas sexta e seacutetima orientam agrave anaacutelise dos indicadores e os procedimentos de
monitoramento Segundo Daniel (2000) a sexta pode ser subdividida em seis etapas a)
significado do indicador b) o que como onde e quando medir c) insumos necessaacuterios para o
caacutelculo d) limitaccedilotildees do indicador e) valoreslimites do indicador f) apresentaccedilatildeo e
interpretaccedilatildeo dos resultados A seacutetima pode ter seus procedimentos descritos individualmente
para cada indicador ou para todo o conjunto da forma que melhor responder ao sistema
analisado
4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios
de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
O quadro 2 identifica as categorias elementos descritores e indicadores da Dimensatildeo
Ambiental visando o cultivo de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva Amazonas Na uacuteltima coluna satildeo mostrados os indicadores a serem trabalhados
nessa dimensatildeo tendo em vista os recursos edafoclimaacuteticos fauniacutesticos energeacuteticos manejo
e de luminosidade a serem considerados dentro e fora da propriedade rural
Dentro desses paracircmetros sobressaem a) a preocupaccedilatildeo com o estoque de aacutegua nos
periacuteodos de estiagem b) a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos
fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo
produtivo Esses dois paracircmetros satildeo considerados os mais importantes tendo em vista a baixa
capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua dos solos predominantes na regiatildeo (COCHRANE et al 1985
MARQUES et al 2010) e a sazonalidade da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica (RIBEIRO VILA
NOVA 1979 SALATI MARQUES 1984) como tambeacutem pela baixa fertilidade natural dos
solos de terra firme da Amazocircnia (COCHRANE SANCHEZ 1982 NICHOLAIDES et al
1983) e o haacutebito dos produtores natildeo darem importacircncia para a reposiccedilatildeo dos nutrientes
retirados pela sua produccedilatildeo ou entatildeo por adubarem seus cultivos sem o respaldo de uma
164
anaacutelise quiacutemica dos seus solos conforme verificado nas pesquisas de campo e os resultados
apresentados nos capiacutetulos anteriores dessa tese
Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Aacutegua
Quantidade Iacutendice da pluviosidade anual (mm)
Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)
Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)
Reservatoacuterios de aacutegua (simnatildeo)
Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)
Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)
Solo
Classificaccedilatildeo
Tipos de solos
Terraceamento (simnatildeo)
Conservaccedilatildeo
Preparo mecanizado (simnatildeo)
Estimativa de perda de sedimentos via
erosatildeo (thaa-1
)
Microclima Umidade do solo ()
Temperatura do solo (degC)
Qualidade
Quiacutemica
Teor de mateacuteria orgacircnica ()
Niacutevel de acidez (pH)
Estimativa da perda de nutrientes via
lixiviaccedilatildeo (kghaa-1
)
Estimativa da perda de nutrientes via
exportaccedilatildeo (kghaa-1
)
Fertilidade (altameacutediabaixa)
Qualidade Fiacutesica
Textura (argilosasiltosaargilosa)
Retenccedilatildeo de aacutegua ()
Erodibilidade (altameacutediabaixa)
Profundidade da camada de restriccedilatildeo ao
desenvolvimento radicular (cm)
Iacutendice meacutedio de compactaccedilatildeo (densidade
aparente gdm3)
Contaminantes
Aplicaccedilatildeo de agrotoacutexicos com conhecido
poder residual prolongado no solo e com
facilidade de lixiviaccedilatildeo (simnatildeo)
Aplicaccedilatildeo de resiacuteduos industriais no solo
utilizados como fertilizantes ou
corretivos que contenham contaminantes
bioacumuladores nocivos (simnatildeo)
Fauna Fitossanidade
Presenccedila de praga (simnatildeo)
Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)
Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)
Energia
Solar Aproveitamento de energia solar
(simnatildeo)
Eoacutelica Aproveitamento de energia eoacutelica
(simnatildeo)
Hiacutedrica Aproveitamento de energia hiacutedrica
(simnatildeo)
165
Luz Radiaccedilatildeo
Temperatura no cultivo (degC)
Interceptaccedilatildeo razatildeo da radiaccedilatildeo
fotossinteticamente ativa acima do
cultivoniacutevel do solo
Recursos
Exoacutegenos
Aacutegua
Quantidade
Iacutendice da pluviosidade anual (mm)
Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)
Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)
Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)
Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)
Fauna Fitossanidade
Presenccedila de praga (simnatildeo)
Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)
Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Manejo
Teacutecnico
Solo
Presenccedila de cobertura vegetal nativa
(simnatildeo)
Presenccedila de cobertura vegetal cultivada
(simnatildeo)
Presenccedila de erosatildeo (simnatildeo)
Manejo da fertilidade (simnatildeo)
Vegetaccedilatildeo
Manutenccedilatildeo da mata nativa (simnatildeo)
Atende as determinaccedilotildees legais sobre
manutenccedilatildeo de aacutereas de floresta
(simnatildeo)
Aproveitamento de resiacuteduos orgacircnicos
(simnatildeo)
Aacutegua
Respeita a capacidade de suporte hiacutedrico
(simnatildeo)
Manutenccedilatildeo da qualidade dos recursos
hiacutedricos (simnatildeo)
Construccedilatildeo de reservatoacuterios (simnatildeo)
Resiacuteduos
Quantidade de resiacuteduos orgacircnicos natildeo
aproveitados depositados direto no
sistema (restos vegetais animais etc)
(thaa-1
)
Resiacuteduos inorgacircnicos natildeo aproveitados
depositados direto no sistema
(vasilhames maquinarias etc) (simnatildeo)
Reciclagem de embalagens de forma
direta ou indireta (simnatildeo)
Correto armazenamento de embalagens
de produtos toacutexicos (simnatildeo)
Realiza queimadas (simnatildeo)
Tratamento de resiacuteduos (simnatildeo)
Compostagem (simnatildeo)
Uso de Recursos
Naturais natildeo
Renovaacuteveis
Uso de energia eleacutetrica (simnatildeo)
Uso de combustiacuteveis foacutesseis (simnatildeo)
Fonte autora
166
Accedilotildees que minimizem ou sobreponham essas limitaccedilotildees podem favorecer os cultivos
de bananeiras nas propriedades rurais resultando em maiores produtividades e menores
impactos ambientais dentro da mesma diminuindo os riscos de erosatildeo e exposiccedilatildeo direta dos
solos ao Sol e chuvas
Quando se analisa a Dimensatildeo Econocircmica (Quadro 3) e levando em consideraccedilatildeo os
resultados jaacute mencionados nos capiacutetulos anteriores que se embasaram nos trabalhos de campo
diversos indicadores devem ser enfatizados quando se pretende atingir determinada
sustentabilidade do cultivo de bananeiras nos municiacutepios estudados
Os indicadores que mais influenciam a sustentabilidade dos cultivos satildeo o
financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do produto o mercado comprador e o
escoamento da produccedilatildeo Os produtores tem muita dificuldade em conseguir financiamento
em bancos em suma por natildeo ter a posse definitiva da propriedade rural Como eles tem
dificuldades em escoar suas produccedilotildees ficam refeacutens dos atravessadores ou entatildeo de oacutergatildeos
governamentais que adquirem sua produccedilatildeo por preccedilos muito baixos limitando-se tambeacutem
em comprar apenas parte da colheita
Aleacutem disso haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias para o fortalecimento
da cadeia produtiva tendo em vista um melhor aproveitamento da mateacuteria prima para a
produccedilatildeo de subprodutos da banana bem como da bananeira em si como doces geleias
fibras e outras aplicaccedilotildees industriais (SEBRAE 2008) reduzindo as perdas que podem
atingir 60 dos frutos da colheita ateacute o momento do consumo (SEBRAE 2008 Brasil
2010)
Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Financeiro Vendas Volume de vendas (ta)
Preccedilo de venda do produto (R$penca) -
(R$cacho)
Renda bruta (R$a)
Renda liacutequida (R$a)
Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)
Maquinaria (simnatildeo)
Capacitaccedilatildeo de recursos humanos
(simnatildeo)
Recursos tecnoloacutegicos (simnatildeo)
Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)
Varejo (ta)
Canais de
Comercializaccedilatildeo
Empresas (ta)
Intermediaacuterios (ta)
167
Cooperativas (ta)
Governo (ta)
Mercados Internacional (ta)
Nacional (ta)
Regional (ta)
Local (ta)
Recursos
Exoacutegenos
Financeiro Financiamentos Fluxo de investimentos privados (R$a)
Fluxo de investimentos puacuteblicos (R$a)
Subvenccedilatildeo (R$a)
Existecircncia de linhas de creacutedito especiacutefica
(simnatildeo)
Disponibilidade de creacutedito para
produtores proprietaacuterios (simnatildeo)
Disponibilidade de creacutedito para
produtores natildeo proprietaacuterios (simnatildeo)
Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)
Maquinaria (simnatildeo)
Capacitaccedilatildeo de recursos humanos
(simnatildeo)
Recursos tecnoloacutegicos e instalaccedilatildeo de
agroinduacutestrias (simnatildeo)
Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)
Varejo (ta)
Canais de
Comercializaccedilatildeo
Empresas (ta)
Intermediaacuterios (ta)
Cooperativas (ta)
Governo (ta)
Mercados Internacional (ta)
Nacional (ta)
Regional (ta)
Local (ta)
Operaccedilatildeo
do Sistema
Insumos Disponibilidade
no Mercado
Fertilizantes quiacutemicos (simnatildeo)
Adubos orgacircnicos (simnatildeo)
Implementos agriacutecolas (simnatildeo)
Mudas (simnatildeo)
Status dos
Insumos no
Mercado
(aquisiccedilatildeo)
No municiacutepio (simnatildeo)
No Estado (simnatildeo)
Na regiatildeo (simnatildeo)
No mercado nacional (simnatildeo)
Economia de
Recursos
Reduccedilatildeo de insumos externos
(agrotoacutexicos fertilizantes embalagens
etc) (simnatildeo)
Ampliaccedilatildeo do aproveitamento de
resiacuteduos (simnatildeo)
Emprego de
Matildeo de Obra
Familiar Assalariada (simnatildeo)
De subsistecircncia (simnatildeo)
Contratada Temporaacuteriasafra (simnatildeo)
168
Permanente (simnatildeo)
Niacutevel
Tecnoloacutegico
No Cultivo Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a formaccedilatildeo dos cultivos (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a manutenccedilatildeo dos tratos culturais
(simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a colheita (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o poacutes colheita (simnatildeo)
Uso de equipamentos modernos
(simnatildeo)
Na
Comercializaccedilatildeo
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o armazenamento (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o transporte (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o controle de estoques (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a formaccedilatildeo de banco de dados
(simnatildeo)
Na
Transformaccedilatildeo
do Produto
Processo totalmente mecanizado
(simnatildeo)
Processo parcialmente mecanizado
(simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo
dos Produtos
No tacado Supermercados (kga)
Feiras (kga)
CEASA (kga)
Intermediaacuterios (kga)
Governo (kga)
No Varejo Feiras (kga)
Na propriedade agriacutecola (kga)
Infra Estrutura Escoamento da
Produccedilatildeo
Estradas asfaltadas (simnatildeo)
Estradas de terra (simnatildeo)
Fluvial (simnatildeo)
Transporte da
Produccedilatildeo
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash do governo (simnatildeo)
Fluvial ndash do governo (simnatildeo)
Da cooperativa (simnatildeo)
Da associaccedilatildeo (simnatildeo)
Armazenamento Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Assistecircncia
Teacutecnica
Rural Trimestral (simnatildeo)
Semestral (simnatildeo)
169
Anual (simnatildeo)
Financeira Semestral (simnatildeo)
Anual (simnatildeo)
Gestatildeo Semestral (simnatildeo)
Anual (simnatildeo)
Economia de
Recursos
Reduccedilatildeo no
Consumo
Insumos de produccedilatildeo (caixas
embalagens etc) Fonte autora
Uma anaacutelise da Dimensatildeo Social (Quadro 4) considerando as informaccedilotildees obtidas nas
propriedades rurais estudadas e nos oacutergatildeos envolvidos aponta que os indicadores que mais
afetam a sustentabilidade dos sistemas satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em
Associaccedilotildees e Cooperativas Os serviccedilos de atendimento de sauacutede satildeo precaacuterios obrigando-os
a irem aos centros urbanos para serem atendidos tendo em vista que apenas em Manaus eles
encontram serviccedilos mais sofisticados para a resoluccedilatildeo de seus problemas com doenccedilas e afins
Por outro lado geralmente eles tecircm pouco acesso a uma educaccedilatildeo consolidada na aacuterea
rural precisando enviar seus filhos para escolas nas aacutereas urbanas do municiacutepio submetendo-
os a grandes dispecircndios com deslocamentos etc Quanto agraves suas Associaccedilotildees e Cooperativas
haacute pouca ou quase nenhuma organizaccedilatildeo uma vez que muitas apresentam apenas seus
nuacutemeros de CNPJ e uma relaccedilatildeo dos associadoscooperados com os nomes e telefones de
contato Algumas contribuem para a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo mas outras nem isso
fazem com cada produtor comercializando sua produccedilatildeo de forma individual
Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Desenvolvimento
Cultural
Arqueoloacutegico
Presenccedila de siacutetio ou vestiacutegio
arqueoloacutegico na aacuterea dos cultivos
(simnatildeo)
Preservaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio
arqueoloacutegico (simnatildeo)
Divulgaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio ou de
vestiacutegios arqueoloacutegico (simnatildeo)
Turiacutestico
Presenccedila de equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
(simnatildeo)
Divulgaccedilatildeo dos equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
(simnatildeo)
Exploraccedilatildeo dos equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
170
(simnatildeo)
Artesanal
Existecircncia de mateacuteria prima para
confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)
Confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)
Patrimocircnio
Religioso
Existecircncia de templos ou outras
aacutereas consideradas sagradas
(simnatildeo)
Existecircncia de cemiteacuterios (simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Desenvolvimento
Humano
Sauacutede
Posto meacutedico (simnatildeo)
Hospitais (simnatildeo)
Laboratoacuterios cliacutenicos (simnatildeo)
Cliacutenicas odontoloacutegicas (simnatildeo)
Educaccedilatildeo
Escolas de ensino superior
(Faculdades) (simnatildeo)
Escolas de ensino meacutedio (simnatildeo)
Escolas de ensino fundamental
(simnatildeo)
Emprego
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
temporaacuterio (em relaccedilatildeo ao ano
anterior)
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
permanente (em relaccedilatildeo ao ano
anterior)
Garantia dos diretos trabalhistas
(simnatildeo)
Qualificaccedilatildeo do trabalho (segundo
orientaccedilatildeo da OITtrabalho decente5)
Habitaccedilatildeo
Habitaccedilotildees de alvenaria (un)
Habitaccedilotildees de madeira (un)
Habitaccedilotildees de outros materiais (un)
Saneamento
baacutesico
Redes de esgoto nas ruas (simnatildeo)
Estaccedilotildees de tratamento de esgoto
(simnatildeo)
Rede de distribuiccedilatildeo de aacutegua
(simnatildeo)
Rede de distribuiccedilatildeo de energia
eleacutetrica (simnatildeo)
Organizaccedilotildees
Sociais
Associaccedilotildees
comunitaacuterias
Existecircncia de associaccedilatildeo comunitaacuteria
(simnatildeo)
Participaccedilatildeo da sociedade ()
Cooperativas
agriacutecolas
Existecircncia de cooperativas rurais
(simnatildeo)
Participaccedilatildeo da comunidade ()
Cooperativas
agroindustriais
Existecircncia de cooperativas
agroindustriais (simnatildeo)
5 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo
implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a
dignidade humana
171
Participaccedilatildeo da comunidade ()
Lazer
Disponibilidade de estruturas de
lazer puacuteblica (simnatildeo)
Disponibilidade de estruturas de
lazer privada (simnatildeo)
Participaccedilatildeo da sociedade ()
Creches Disponibilidade de creches (simnatildeo)
Organizaccedilotildees
Religiosas
Igrejas
Preservaccedilatildeo de igrejastemplos ou
outras aacutereas consideradas sagradas
no municiacutepio (un)
Cemiteacuterios Preservaccedilatildeo de cemiteacuterios (simnatildeo) Fonte autora
Quanto agrave Dimensatildeo EspacialGeograacutefico (Quadro 5) de todos os indicadores
identificados os mais importantes a serem considerados quando se leva em consideraccedilatildeo a
sustentabilidade do sistema produtivo satildeo a falta da posse definitiva da terra problema que
aflige a maioria dos produtores e agraves vezes agrave falta de aacutegua no periacuteodo de secas anuais
Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash
Dimensatildeo EspacialGeograacutefico
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Recursos
Naturais
Ocupaccedilatildeo do
Territoacuterio
Propriedade da Terra (simnatildeo)
Disponibilidade de infraestrutura de
acesso agrave propriedade (simnatildeo)
Terra
Disponibilidade de Terra para a
expansatildeo dos cultivos (ha)
Disponibilidade de terra para a
introduccedilatildeo de novas culturas (simnatildeo)
Disponibilidade de recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra
Aacutegua
Disponibilidade de recursos hiacutedricos
naturais ndash rios lagos igarapeacutes etc
(simnatildeo)
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave aacutegua
(simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Manejo dos
Recursos
Naturais
Ocupaccedilatildeo do
Territoacuterio
Propriedade da Terra (simnatildeo)
Capacidade de concentraccedilatildeo espacial
(habmsup2)
Capacidade do suporte hiacutedrico
(capacidade hiacutedricapor propriedade)
Hinfraestrutura disponiacutevel (transporte
energia armazenagem etc) (simnatildeo)
Recursos
Disponiacuteveis para o
Desenvolvimento
Disponibilidade de recursos minerais
(simnatildeo)
Disponibilidade de recursos turiacutesticos
(simnatildeo)
172
Disponibilidade de recursos artesanais
(simnatildeo)
Disponibilidade de espaccedilos para a
comercializaccedilatildeo (simnatildeo)
Disponibilidade de infraestrutura de
acesso agrave propriedade (simnatildeo) Fonte autora
A anaacutelise da dimensatildeo poliacutetica (Quadro 6) deve observar os recursos endoacutegenos
exoacutegenos e de operaccedilatildeo do sistema produtivo de bananas com o fim de conhecer quais as
forccedilas poliacuteticas atuantes no sistema produtivo e a influecircncia destas nos ambientes
institucional organizacional e produtivo e ainda entender como se processa os fluxos fiacutesicos
financeiros e de informaccedilotildees e o niacutevel de governanccedila existente entre os elementos do sistema
O ecircxito da dimensatildeo poliacutetica como elemento de desenvolvimento em determinado
territoacuterio se traduz no conjunto articulado das poliacuteticas existentes em niacutevel econocircmico e
social observadas preferencialmente as potencialidades locais em uma sucessatildeo de
operaccedilotildees indissociaacuteveis que se fortalecem agrave medida que se aprimora a governanccedila entre os
atores Assim a sustentabilidade da dimensatildeo poliacutetica aponta para o encadeamento das
atividades institucionais organizacionais e produtivas dos recursos endoacutegenos exoacutegenos e de
operaccedilatildeo do sistema
Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash
Dimensatildeo Poliacutetica
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Desenvolvimento de
Poliacuteticas Puacuteblicas Municipal
Uso racional dos recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Uso racional da terra (simnatildeo)
Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
(simnatildeo)
Aproveitamento da energia solar (simnatildeo)
Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)
Infraestrutura direcionada ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Fomento direcionado agrave agricultura
(simnatildeo)
Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo de incremento da renda no setor
agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave
produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)
Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o
mercado internacional (simnatildeo)
173
Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)
Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias
(simnatildeo)
Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola
(simnatildeo)
Assentamento rural (simnatildeo)
Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental
(simnatildeo)
Controle sanitaacuterio
Recursos
Exoacutegenos
Desenvolvimento de
Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Uso racional dos recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
(simnatildeo)
Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)
Infraestrutura direcionada ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Fomento direcionado agrave agricultura
(simnatildeo)
Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo de incremento da renda no setor
agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave
produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)
Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o
mercado internacional (simnatildeo)
Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)
Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias
(simnatildeo)
Apoio agraves pesquisas relacionadas ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola
(simnatildeo)
Assentamento rural (simnatildeo)
Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental
(simnatildeo)
Controle sanitaacuterio
Operaccedilatildeo
de Sistemas
Execuccedilatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Municipal
Instituiccedilatildeo de Ensino Superior ndash IES
(simnatildeo)
Instituiccedilatildeo de Ensino Teacutecnico (simnatildeo)
Praacuteticas de inclusatildeo social (simnatildeo)
Praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica
(simnatildeo)
Praacuteticas de proteccedilatildeo da propriedade
intelectual (simnatildeo)
174
Praacuteticas de cooperativismo (simnatildeo)
Praacuteticas de associativismo (simnatildeo)
Controle da produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Incentivos ao desenvolvimento
tecnoloacutegico (simnatildeo)
Atividades de licenciamento ambiental
(simnatildeo)
Atividades de fiscalizaccedilatildeo e
monitoramento ambiental (simnatildeo)
Defesa sanitaacuteria vegetal (simnatildeo)
Infraestrutura de transporte (simnatildeo)
Infraestrutura de energia (simnatildeo)
Atividades de desenvolvimento de micros
e pequenas empresas (simnatildeo)
Atividades de incentivos ao
empreendedorismo (simnatildeo)
Interlocuccedilatildeo com os atores (simnatildeo)
Atividades de incentivos ao
empreendedorismo (simnatildeo)
Atividades de incentivo agraves bioinduacutestrias
(simnatildeo) Fonte autora
Quando se analisa o Quadro 6 acima com mais detalhes e se leva em consideraccedilatildeo as
situaccedilotildees encontradas nas propriedades rurais estudadas percebe-se que os indicadores de
sustentabilidade na Dimensatildeo Poliacutetica satildeo pouco praticados ou estatildeo ausentes no sistema
produtivo de bananas nesses municiacutepios Essas ausecircncias ou incipiecircncias ocorrem tanto para
os recursos endoacutegenos e exoacutegenos como para os de operaccedilatildeo de sistemas Com raras
exceccedilotildees os produtores trabalham de forma isolada com pouco ou nenhum apoio
institucional (poliacutetico) eou organizacional (de assistecircncia teacutecnica eou financeira) para
resolver os problemas em suas propriedades rurais e os que surgem no sistema como um todo
Os oacutergatildeos oficiais apenas esporadicamente visitam suas propriedades para alertar no
cumprimento (e fiscalizaccedilatildeo) das leis ambientais e dando alguma assistecircncia teacutecnica agriacutecola
ou na aacuterea de sauacutede aleacutem de um precaacuterio suporte com escolas no niacutevel primaacuterio e agraves vezes no
secundaacuterio
Uns dos poucos serviccedilos prestados pelos governos federal estadual e municipal estatildeo
nas aacutereas de transporte e energia visto que a maioria das propriedades tem acesso rodoviaacuterio
Contudo as estradas que levam agraves propriedades em sua maioria satildeo de terra e de difiacutecil
deslocamento especialmente no periacuteodo chuvoso Todas as propriedades analisadas
175
dispunham de energia eleacutetrica poreacutem os equipamentos nas propriedades satildeo muito precaacuterios
dado o baixo niacutevel de investimentos em tecnologias aplicadas agrave produccedilatildeo e processamento
dos produtos
Tambeacutem foi identificada uma razoaacutevel assistecircncia por parte das prefeituras municipais
no transporte da produccedilatildeo das propriedades rurais ateacute agraves feiras do proacuteprio municiacutepio ou ateacute a
capital que eacute o maior centro consumidor destes produtos no momento da comercializaccedilatildeo
seja no atacado ou no varejo
O governo do Estado atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash
PREME em parceria com o governo Federal tambeacutem tem significativa participaccedilatildeo pela
aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo local Este fator se por um lado eacute de grande valia por outro se
configura como uma fragilidade do sistema visto que muitos produtores tecircm neste canal a
uacutenica forma de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo no atacado o que configura uma ameaccedila
potencial ao produtor
Na Dimensatildeo Poliacutetica portanto a maioria dos indicadores definidos no Quadro 6
pode servir de paracircmetro para a evoluccedilatildeo do sistema produtivo das bananas nos dois
municiacutepios
Este trabalho aglutina a orientaccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade para as
dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica e poliacutetica sem contudo trazer
resultados de anaacutelise destes indicadores visto que natildeo se configura objeto desta Tese que se
limita neste momento a apresentar uma proposta de indicadores que podem ser utilizados
para proceder ao monitoramento dos elementos apresentados em cada dimensatildeo como forma
de mensurar a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios estudados
176
454 CONCLUSOtildeES
Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os indicadores podem ser mensurados a partir das
dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica
Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de
estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada
em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo
Na Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do
produto o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo
Os indicadores da Dimensatildeo Social que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e a participaccedilatildeo da comunidade em
Associaccedilotildees e Cooperativas
Na Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores mais significativos para a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a posse definitiva da terra e a
disponibilidade de recursos hiacutedricos
No acircmbito da Dimensatildeo Poliacutetica poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades
rurais estudadas nos dois municiacutepios mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento
sustentaacuteveis e fragilizadas perante a globalizaccedilatildeo da economia especialmente no que se
refere agrave competitividade
177
5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Apesar de haver um grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do
Amazonas (trabalho cientiacutefico 4) capazes de dar todo o suporte teacutecnico e financeiro para os
produtores de bananas obterem altos rendimentos em suas propriedades rurais a
produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute
bem abaixo daquela considerada desejaacutevel (trabalho 1 Tabelas 1 5 e 7) Essa baixa
produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500
toneladas por ha ano conforme indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) se os produtores tivessem
apoio financeiro (inexpressiva participaccedilatildeo comprovada no trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 4 e
7) e orientaccedilatildeo teacutecnica no momento da formaccedilatildeo dos cultivos (deficiecircncia comprovada no
trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 3 e 6) que indicassem a ideal densidade de plantas por ha
manejo da fertilidade do solo do controle das pragas e doenccedilas e do momento certo para a
colheita da produccedilatildeo em seus cultivos Foi observado em feiras e mercados bem como in loco
em diversas propriedades rurais a colheita de cachos com frutos ainda sem tamanho e sem
padratildeo pequenos que apodrecem antes de amadurecerem
A falta ou deficiecircncia de financiamentos aos produtores de bananas pelo setor
financeiro geralmente eacute uma consequecircncia da ausecircncia de documentaccedilatildeo de titularidade das
propriedades rurais Sem esses financiamentos a uacutenica forma de se capitalizarem para
investirem em tecnologia e melhoria em suas propriedades rurais vem da venda de suas
produccedilotildees de bananas No entanto os oacutergatildeos governamentais que compram a produccedilatildeo para
atender agraves demandas da merenda escolar pagam muito pouco e compram apenas parte dessa
produccedilatildeo com o restante sendo geralmente vendidos agrave intermediaacuterios do mercado que pagam
um pouco mais mas ainda natildeo permitindo a esses produtores se capitalizarem
adequadamente para poderem investir melhor em suas propriedades
Outra limitaccedilatildeo quanto agrave valorizaccedilatildeo do cultivo da banana na regiatildeo se refere ao fato
de que quase toda sua produccedilatildeo eacute realizada visando ao consumo in natura Uma quantidade
muito pequena natildeo mensuraacutevel eacute convertida em bananas chips salgada ou doce A falta de
um segmento de processamento da produccedilatildeo (ausecircncia comprovada no trabalho cientiacutefico 2
tabelas 5 e 8) para a industrializaccedilatildeo da banana na regiatildeo deixa sua cadeia produtiva
fragilizada com os excedentes sendo perdidos ao inveacutes de gerarem mais empregos e fontes de
renda para o Amazonas como um todo Devido agrave fragilidade e agrave alta perecibilidade da
banana estudos mostram que entre 40 e 60 do volume produzido da fruta eacute perdido desde a
colheita ateacute o seu consumo Segundo a Fundaccedilatildeo Banco do Brasil (BRASIL 2010) a fase de
178
poacutes-colheita chega a ser responsaacutevel por 60 das perdas O desconhecimento das teacutecnicas
disponiacuteveis para reduzir as perdas por parte de agentes da cadeia produtiva eacute a maior causa do
desperdiacutecio As principais causas no atacado satildeo a inadequaccedilatildeo das embalagens e do
armazenamento bem como o transporte precaacuterio das frutas Por outro lado no varejo
acredita-se que os mais seacuterios problemas relacionados agraves perdas satildeo o tempo entre a compra e
venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor Essas perdas poderiam ser
reduzidas com o uso de embalagens adequadas e com a colocaccedilatildeo dos frutos em cacircmaras frias
com correta temperatura e umidade relativa controlada (SEBRAE 2008 BRASIL 2010) o
que natildeo se observa nas aacutereas pesquisadas no presente estudo
A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o aproveitamento dos frutos nos dois
municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das perdas de bananas aleacutem de agregar valor
ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa cultura na regiatildeo Segundo SEBRAE (2008)
diversos produtos poderiam ser obtidos usando a banana como mateacuteria prima tais como
banana passa banana chips doces tortas balas geleias baby food cristalizados iogurte
suco aguardente etc Aleacutem disso existem produtos de uso natildeo alimentar que podem ser
obtidos com a planta em si como fibras da casca da bananeira artesanato moacuteveis e objetos
de decoraccedilatildeo papel bananaplac poliacutemeros naturais e outras aplicaccedilotildees industriais
Uma importante vantagem no processamento industrial do fruto da banana eacute a reduccedilatildeo
das dificuldades logiacutesticas (incluindo transporte e armazenamento) uma vez que os processos
de industrializaccedilatildeo reduzem peso e volume dos alimentos aleacutem de tornaacute-los menos pereciacuteveis
e mais lucrativos Se esse processamento ocorrer em agroinduacutestrias proacuteximo agraves aacutereas de
cultivo os resiacuteduos do processamento podem retornar agraves propriedades e serem convertidos em
adubo evitando danos ao ambiente
Outro fator positivo em se investir na industrializaccedilatildeo da banana eacute que haacute uma
tendecircncia de fortalecimento do mercado mundial dessa cultura (SEBRAE 2008 BRASIL
2010) o que pode favorecer o seu cultivo caso se agregue valores agrave sua cadeia produtiva
Portanto investimentos regionais que visem fortalecer o cultivo da banana no
Amazonas podem trazer mais emprego divisas e desenvolvimento para o Estado Para isso
ecircnfases devem ser dadas a indicadores que afetam a cultura dentro das dimensotildees ambiental
econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica (conforme orientaccedilotildees trabalho
cientiacutefico 5 Quadros 2 3 4 5 e 6)
Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de
179
estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada
em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo (trabalho
cientiacutefico 5 Quadro 2)
Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo
de venda do produto a industrializaccedilatildeo do produto com a implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias
gerando subprodutos de valor agregado o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo
(trabalho cientiacutefico 5 Quadro 3)
Na Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede a educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em associaccedilotildees e
cooperativas consolidadas (trabalho cientiacutefico 5 Quadro 4)
180
REFEREcircNCIAS
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PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM
CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO
AMAZONAS
Tese apresentada ao Programa Multi - Institucional
de Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da
Universidade Federal do Amazonas ndash
PPGBIOTECUFAM para a obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de
Doutor em Biotecnologia na aacuterea de concentraccedilatildeo de
Gestatildeo de biotecnologias
Orientador Prof Dr LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA
Coorientadora Profa Dra MARIA DO PERPEacuteTUO SOCORRO RODRIGUES
CHAVES
MANAUS AM ndash 2015
MARICLEIDE MAIA SAID
PRAacuteTICAS DE GESTAtildeO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM
CULTIVOS DE BANANEIRAS EM DOIS MUNICIacutePIOS DO ESTADO DO
AMAZONAS
Tese apresentada ao Programa Multi Institucional de
Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da Universidade
Federal do Amazonas ndash PPGBIOTECUFAM para a
obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Doutor em Biotecnologia na
aacuterea de concentraccedilatildeo de Gestatildeo de biotecnologias
Aprovada em ________________
Banca Examinadora
_____________________________________________
Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira Presidente
_____________________________________________
Prof Dr Joseacute Ferreira da Silva Membro
_____________________________________________
Prof Dra Deacutebora Cristina R bandeira Membro
_____________________________________________
Prof Dr Dimas Joseacute Lasmar Membro
_____________________________________________
Prof Dra Suzy Rodrigues Simonetti Membro
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pela serenidade mental e fortalecimento fiacutesico ateacute aqui
proporcionado permitindo-me esta concretizaccedilatildeo
Aos meus filhos e ao Pedro Mendel pela valiosa colaboraccedilatildeo no
desenvolvimento deste trabalho e compreensatildeo nos necessaacuterios momentos de
ausecircncia do conviacutevio familiar
Aos meus familiares especialmente meus pais e amigos que contribuiacuteram
para a construccedilatildeo dos valores que embasaram a percepccedilatildeo necessaacuteria para a
elaboraccedilatildeo do trabalho aqui concluso
Aos docentes discentes e a equipe administrativa da Universidade Federal
do Amazonas em especial aqueles que integram o Programa de Poacutes
Graduaccedilatildeo em BiotecnologiasPPGBIOTECUFAM pela oportunidade de
ingresso no curso e concessatildeo do conhecimento e aprendizado necessaacuterios agrave
formaccedilatildeo cientiacutefica e qualificaccedilatildeo profissional
Ao Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira pela orientaccedilatildeo no transcorrer desta
Tese e valiosa colaboraccedilatildeo e acompanhamento em todas as etapas desta
pesquisa
Agrave Profa Dra Maria do Perpeacutetuo Socorro Rodrigues Chaves pela
coorientaccedilatildeo e apoio muitas vezes ultrapassando o acircmbito acadecircmico
A todos que colaboraram para a obtenccedilatildeo dos dados desta pesquisa
especialmente aos produtores rurais dos Municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva bem como aos presidentes de cooperativas
agriacutecolas associaccedilotildees empresas e liacutederes comunitaacuterios destes Municiacutepios pela
valiosa colaboraccedilatildeo na coleta de dados e informaccedilotildees sobre a cultura da
bananeira
Agraves instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas pela cooperaccedilatildeo e fornecimento dos dados
que subsidiaram a pesquisa
Aos que direta ou indiretamente colaboraram para a realizaccedilatildeo deste
trabalho
A todos Muito obrigada
RESUMO
A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica do paiacutes e
estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade tanto no acircmbito
urbano quanto no rural Em paralelo se acirram as discussotildees no sentido de conciliar a
preservaccedilatildeo dos recursos naturais e o desenvolvimento econocircmico social e cultural O
desenvolvimento da Amazocircnia se insere nesse contexto e depende da forma como seratildeo
administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos
recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua
populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave
economia nacional e mundial O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento
regional natildeo foram suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do
Amazonas pelo uso sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre
porque a cadeia produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita
com processos gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos
de produccedilatildeo produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado A cultura da
banana se insere nesse contexto Estes fatores impedem a competitividade do produto e
atribuem pouco benefiacutecio aos agentes da cadeia produtiva Este trabalho propocircs caracterizar o
sistema produtivo da banana como forma de identificar as praacuteticas de gestatildeo da sua cadeia
produtiva nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo Amazonas e analisar o
potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo desses cultivos e
estabelecer indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel Para isso foram obtidas
informaccedilotildees atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico e de dados verbais pela aplicaccedilatildeo de
questionaacuterios e entrevistas estruturadas nos trecircs setores envolvidos na pesquisa propriedades
rurais produtoras de bananas ambientes institucional e organizacional Apesar de haver um
grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do Amazonas capazes de dar
todo o suporte teacutecnico e financeiro para os produtores de bananas obterem altos rendimentos
em suas propriedades rurais a produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute bem abaixo daquela considerada desejaacutevel Essa baixa
produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500
toneladas por ha ano criando condiccedilotildees para que essa cultura se insira como fator de
desenvolvimento sustentaacutevel na regiatildeo A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o
aproveitamento dos frutos nos dois municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das
perdas de bananas aleacutem de agregar valor ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa
cultura na regiatildeo
Palavras Chave Bioinduacutestrias cadeia produtiva desenvolvimento rural associaccedilotildees rurais
ABSTRACT
Globalization has brought about changes in social economic and politics of the country and
stimulated significant advances in various sectors of society both in urban areas and in rural
as it stoked the discussions to reconcile the preservation of natural resources and economic
development social and cultural The development of the Amazon depends on how its
potential will be administered by reconciling ecological balance and sustainable use of
resources so that it reflects in substantial improvement of its populations quality of life
economic growth modernization technological advances and their integration to the
economy national and global The potential for wealth and regional development policies
were insufficient to foster economic development of the Amazonas state for the sustainable
use of existing biodiversity resources in the region This is because the production chain of
regional commercially exploited species is still restricted with inefficient management
processes resulting in low productivity high production costs low quality products and little
or no added value The culture of banana falls within that context These factors impede the
competitiveness of the product and give little benefit to agents of the productive chain This
paper proposed to characterize the production of banana system as a way to identify the
management practices of the production chain in the municipalities of Rio Preto da Eva and
Presidente Figueiredo Amazonas and analyze the potential development of these
municipalities from the idealization of this culture and establish indicators for sustainable
development For this information was obtained through a literature review and verbal data
by questionnaires and structured interviews in the three sectors involved in the research
producing farms of bananas institutional and organizational environments Although there are
a large number of public and private organizations in the state of Amazonas able to give all
the technical and financial support to banana producers to obtain high yields on their farms
productivity of this culture in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da
Eva is well below that considered desirable This low productivity around 145 tons per ha
year could reach at least 500 tons per ha year creating conditions for this culture to be
inserted as a sustainable development factor in the region The implementation of bio-based
industries in order to take advantage of the fruits in the two counties could be a solution to
reduce losses of bananas as well as adding value to the product and strengthen the production
chain of this fruit species in the region
Keywords bio-based industries production chain rural development rural associations
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa 19
Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva 32
ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola 116
Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas
119
Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no ambiente
institucional 122
Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash
MAPA no ambiente institucional 127
Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash
MDIC no ambiente institucional 128
Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional 128
Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de
Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no ambiente institucional 130
Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI
no ambiente institucional 132
Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash
SEPLANCTIAM no ambiente organizacional 134
Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do
Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional 134
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash
SEPRORAM no ambiente institucional 136
Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e
Social - BNDES no ambiente organizacional Erro Indicador natildeo definido
Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da
Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM
no ambiente organizacional 139
Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no
ambiente organizacional 141
Figura 15 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente
organizacional 142
Figura 16 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que
compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de Rio Preto da Eva e Presidente
Figueiredo no Amazonas 145
ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS
EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade 161
LISTA DE QUADROS
ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas 43
ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS
PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA
CULTURA
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 65
ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA
ESTADO DO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 92
ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em acordo
com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da
Eva no Amazonas 113
ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS
EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o
desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do Amazonas
159
Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental 164
Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica 166
Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social 169
Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo
EspacialGeograacutefico 171
Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo
Poliacutetica 172
LISTA DE TABELAS
ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS
Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012 46
Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo Caipira e FHIA
18 47
Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de Bananeiras
para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas 48
Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 50
Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea
amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 52
Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio do
Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 55
Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea
Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 58
ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS
PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA
CULTURA
Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas ndash Safra
2012 69
Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do
Amazonas Safra 2012 71
Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e
Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 72
Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Safra
2012 74
Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Presidente
Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 76
Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e
Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio do Rio
Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 78
Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais em
Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas 80
Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos Acondicionamento
para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 82
ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA
ESTADO DO AMAZONAS
Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas
Safra 2012 96
Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas
Safra 2012 99
Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas
Aacutereas Amostradas Safra 2012 102
Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare
Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012 103
Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por
Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012 104
Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas 45
Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012 106
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 OBJETIVOS 17
21 OBJETIVO GERAL 17 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 17
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 18
31 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DO ESTADO DO AMAZONAS 18 32 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA 18 33 CRESCIMENTO ECONOcircMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL EVOLUCcedilAtildeO DAS IDEIAS
20 34 FORCcedilAS DO CAPITALISMO DA EFICIEcircNCIA Agrave DEFICIEcircNCIA 24 35 DIMENSOtildeES BAacuteSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO 26 36 INDICADORES AMBIENTAIS 29
37 CADEIA PRODUTIVA AGRIacuteCOLA 31 38 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS 33 39 A CULTURA DA BANANA COMO ATIVIDADE AGRIacuteCOLA CULTIVARES DE OCORREcircNCIAS
FREQUENTES NO ESTADO DO AMAZONAS 34
391 Tratos Culturais da Bananeira 36 3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira 36
4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS 37
41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO
AMAZONAS 37 Resumo 37
Abstract 38 411 INTRODUCcedilAtildeO 39 412 MATERIAL E MEacuteTODOS 42
4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 42 4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 42 4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 44 4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos 44
413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 46 4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil 46 4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA
18 47 4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo no Estado do
Amazonas 48 4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo 49 4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva 54
414 CONCLUSOtildeES 60 42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO
SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A
SUSTENTABILIDADE DA CULTURA 61 Resumo 61 Abstract 62
421 INTRODUCcedilAtildeO 63 422 MATERIAL E MEacuteTODOS 65
4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 65 4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 65 4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 66 4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados 67
423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 69 4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra de 2012 69 4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Amazonas 72 4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos
Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Amazonas 73 4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 76 4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva no Amazonas 78 4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos
Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo no
Amazonas 79 4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 81 424 CONCLUSOtildeES 85
43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA
EVA ESTADO DO AMAZONAS 87 Resumo 87 Abstract 88
431 INTRODUCcedilAtildeO 89 432 MATERIAL E MEacuteTODOS 92
4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 92 4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 92 4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 93 4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 94
433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 96 4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas 96 4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva Amazonas 98 4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado nos Municiacutepios
de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 101 4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare
Cultivado nas Aacutereas Amostradas 103 4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare Cultivado nas
Aacutereas Amostradas 103 4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel 105
434 CONCLUSOtildeES 108 44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO
AMAZONAS 109
Resumo 109 Abstract 110 441 INTRODUCcedilAtildeO 111 442 MATERIAL E MEacuteTODOS 112
4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 112 4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 112 4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 114 4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos 115
443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 115 4431 Sistema Produtivo Agriacutecola 115 4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola 117 4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos Municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 146 444 CONCLUSOtildeES 148
45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE
BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS 149 RESUMO 149 ABSTRACT 150
451 INTRODUCcedilAtildeO 151 452 MATERIAL E MEacuteTODOS 153
4521 Objeto e Aacuterea de Estudo 154 4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade 154
453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 156 4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade 156 4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da Banana dimensotildees
objetivos e componentes 157 4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana 160 4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 163 454 CONCLUSOtildeES 176
5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 177
REFEREcircNCIAS 180
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
O contexto maior no qual este estudo se insere eacute o desenvolvimento de municiacutepios
do Estado do Amazonas pelo aproveitamento das potencialidades endoacutegenas locais em
consonacircncia com as praacuteticas de sustentabilidade A atividade agriacutecola especialmente nos
cultivos para fins comerciais se apresenta como alternativa capaz de proporcionar a melhoria
econocircmica e social das populaccedilotildees locais e contribuir para preservaccedilatildeo ambiental e cultural
das espeacutecies envolvidas
A modernizaccedilatildeo do setor agropecuaacuterio brasileiro iniciado na deacutecada de 50 com
aacutepice a partir de 1960 caracterizou-se pela chamada ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo (AGUIAR e
MONTEIRO 2005) baseado num modelo quiacutemico mecacircnico e geneacutetico com a introduccedilatildeo
de inovaccedilotildees como o uso de agrotoacutexicos maacutequinas fertilizantes quiacutemicos sementes e
matrizes melhoradas geneticamente Esta praacutetica resultou em consideraacutevel expansatildeo do
agronegoacutecio no paiacutes Esse modelo trouxe inegaacuteveis avanccedilos relacionados com o aumento da
produccedilatildeo e da produtividade pela incorporaccedilatildeo de novas aacutereas agriacutecolas e do emprego de
novas tecnologias poreacutem trouxe tambeacutem inuacutemeros impactos ambientais tais como a
supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos
recursos naturais especialmente os recursos hiacutedricos e dos alimentos (EHLERS 1999)
Para Sachs (1996) o modelo tecnoloacutegico adotado consiste basicamente na
substituiccedilatildeo do ecossistema natural por um ecossistema artificial simplificado representado
em geral pela monocultura Em decorrecircncia dessa simplificaccedilatildeo e para compensaacute-la a
agricultura tornou-se cada vez mais dependente de insumos externos o que amplia sua
fragilidade e compromete sua sustentabilidade
Os debates sobre os riscos da degradaccedilatildeo ambiental comeccedilaram de forma esparsa
por volta de 1960 e se intensificaram ao longo dos dez primeiros anos (BRUumlSEKE 1998) A
magnitude dos desastres ecoloacutegicos mais percebidos a partir da deacutecada de 60 acelerou o
despertar da consciecircncia para as limitaccedilotildees dos recursos naturais os modos de produccedilatildeo
industrial e agriacutecola e tambeacutem para os males resultantes do uso de agrotoacutexicos (PIRES
2003) A partir de entatildeo se acirraram importantes discussotildees internacionais sobre meio
ambiente e sustentabilidade Em paralelo o processo de globalizaccedilatildeo das economias e dos
mercados apresentava dinacircmica crescente exigindo modernizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo
sobretudo nos paiacuteses em desenvolvimento para se tornarem competitivos
A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica e
estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade nos acircmbitos urbano e
15
rural Os negoacutecios agriacutecolas e industriais em especial foram fortemente pressionados a
aperfeiccediloarem a competitividade em suas cadeias produtivas sobretudo nos fatores
relacionados agrave tecnologia e gestatildeo de processos como forma de se estabelecerem num
mercado cada vez mais competitivo
A Amazocircnia possui o maior ecossistema de florestas tropicais do planeta e eacute
reconhecida como um dos componentes centrais para o desenvolvimento das proacuteximas
geraccedilotildees e o equiliacutebrio do ambiente global Contudo ainda natildeo eacute possiacutevel precisar seus
benefiacutecios futuros e estimar sua aplicabilidade no acircmbito socioeconocircmico visto que ainda eacute
pequena a parcela de componentes da biodiversidade que satildeo conhecidos e identificados pela
ciecircncia o que remete agrave necessidade de trato cauteloso dos diversos elementos que a
compotildeem
As recentes mudanccedilas na economia e sociedade global sobretudo aquelas
relacionadas agrave temaacutetica ambiental no esforccedilo de garantir a sustentabilidade dos recursos
naturais e a manutenccedilatildeo dos ecossistemas amazocircnicos resultaram em perdas de
competitividade do extrativismo e da agricultura tradicional regional em especial na forma
como satildeo praticados no Estado do Amazonas delineados mais como elementos de
subsistecircncia do que como fator de desenvolvimento e de equiliacutebrio econocircmico especialmente
nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos e tambeacutem na induacutestria e no comeacutercio
da Zona Franca de Manaus
Afirmativo eacute que o desenvolvimento da Amazocircnia depende da forma como seratildeo
satildeo administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos
recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua
populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave
economia nacional e mundial (CAVALCANTI 1997)
O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento regional natildeo foram
suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do Amazonas pelo uso
sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre porque a cadeia
produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita com processos
gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos de produccedilatildeo
produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado Estes fatores impedem a
competitividade do produto e atribuem pouco benefiacutecio aos agentes do processo produtivo
Esta dinacircmica vem sendo observada na produccedilatildeo regional da banana que apresenta
dados de baixa produtividade especialmente para cultivos comerciais nos municiacutepios de Rio
16
Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas (IBGE 2010) Em vista disso
estudos mais detalhados voltados para um melhor entendimento da cadeia produtiva dessa
cultura nesses municiacutepios podem servir de base para um aumento da sua produtividade e
sustentabilidade inserindo-a como fator de desenvolvimento econocircmico regional Nessa
dinacircmica esse estudo busca compreender quais as praacuteticas de gestatildeo apropriadas para a
implantaccedilatildeo de cultivos de bananeiras capazes de melhorar a produtividade e a qualidade dos
produtos oriundos dos municiacutepios em estudo de forma que estes cheguem ao mercado em
condiccedilotildees de competitividade com os produtos vindos de outras regiotildees do paiacutes e ainda quais
indicadores de sustentabilidade precisam ser monitorados para garantir o desenvolvimento da
regiatildeo por meio da cultura da bananeira
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Identificar as praacuteticas de gestatildeo em cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Estado do Amazonas e caracterizar os ambientes da
sua cadeia produtiva e os indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo dessa
cultura
22 Objetivos Especiacuteficos
1 Realizar um diagnoacutestico das praacuteticas culturais e de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
2 Identificar os atores da cadeia produtiva da banana e analisar suas competecircncias
objetivos e interaccedilatildeo no processo produtivo
3 Caracterizar e propor indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da
banana nos municiacutepios em estudo
18
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos do Estado do Amazonas
O Amazonas maior Estado brasileiro com aacuterea geograacutefica correspondente a
1570745680 km2 distribuiacutedos em 62 municiacutepios com populaccedilatildeo de 3393369 habitantes
(IBGE 2010) situa-se ao centro da regiatildeo Norte do Brasil na sub-regiatildeo amazocircnica
caracterizada por grande diversidade do meio natural clima geomorfologia solos
hidrografia e vegetaccedilatildeo Limita-se ao Norte com o Estado de Roraima e duas fronteiras
internacionais Venezuela e Colocircmbia a Leste com o Estado do Paraacute a Sudeste com o Mato
Grosso ao Sul com o Estado de Rondocircnia e a Sudoeste com o Estado do Acre agregando
mais uma fronteira internacional com o Peru Abriga a maior floresta equatorial do planeta
Geograficamente apresenta Latitude ao extremo Norte de 2deg08rsquo30rsquorsquo e ao extremo Sul de
9deg49rsquo00rsquorsquo Longitude ao extremo Leste de 56deg04rsquo50rsquorsquo e ao extremo Oeste de 73deg48rsquo46
(INPA 2013)
O Municiacutepio de Manaus eacute a capital do Estado do Amazonas Possui aacuterea territorial
de 11408 Kmsup2 estaacute situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees
fazendo limites com os Municiacutepios de Rio Preto da Eva Iranduba Novo Airatildeo e Presidente
Figueiredo O Municiacutepio dispotildee de transporte aeacutereo rodoviaacuterio e fluvial com acesso via
terrestre para os Estados de Rondocircnia ndash BR 319 e Roraima ndash BR 174 podendo por este
Estado se deslocar para os paiacuteses latinos por via terrestre Pelo transporte aeacutereo pode se
deslocar para qualquer parte do paiacutes ou do exterior Pelo Transporte Terrestre desloca-se para
os Estados de Rondocircnia e Roraima e para alguns municiacutepios do interior do Amazonas O
clima predominante eacute quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 267 degC (IDAM 2013) O
Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 1802525 habitantes sendo 1793416 na zona urbana e
9109 na zona rural (IBGE 2013)
32 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos dos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva
O Municiacutepio de Presidente Figueiredo possui aacuterea territorial de 25421 Kmsup2 estaacute
situado na 8ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Meacutedio Amazonas limitando-se com os
municiacutepios de Urucaraacute Satildeo Sebastiatildeo do Uatumatilde Itapiranga Rio Preto da Eva Manaus
Novo Airatildeo e o Estado de Roraima O principal meio de transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio
ligado agrave Manaus pela BR 174 distante 107 Km (em linha reta) da capital O clima
predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 32 degC (IDAM 2013) O
19
Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 27121 habitantes sendo 12999 na zona urbana e 14122
na zona rural (IBGE 2013)
O Municiacutepio de Rio Preto da Eva possui aacuterea territorial de 5813225 Kmsup2 estaacute
situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees limitando-se com os
municiacutepios de Itapiranga Itacoatiara Manaus e Presidente Figueiredo O principal meio de
transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio ligado agrave Manaus pela AM 010 distante 80 Km (em
linha reta) da capital O clima predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura
meacutedia de 28 degC (IDAM 2013) O Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 17582 habitantes
sendo 6232 na zona urbana e 11350 na zona rural (IBGE 2013)
Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Figura 1) onde estatildeo alocadas as
propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Os dois Municiacutepios
ocupam 18 da aacuterea total do Estado abrigando 132 da populaccedilatildeo total do Amazonas
(IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto
maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas (IBGE 2013) e satildeo municiacutepios
20
limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus que se configura como o maior centro
consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado
33 Crescimento Econocircmico e Desenvolvimento Sustentaacutevel Evoluccedilatildeo das Ideias
Um olhar mais profundo em torno das questotildees econocircmicas e sociais que se
configuram como os pontos centrais dos debates atuais sobre sustentabilidade encontram jaacute
no ldquoMalthusianismordquo elementos que justificam essa preocupaccedilatildeo A ascensatildeo do capitalismo
e a revoluccedilatildeo industrial provocaram mudanccedilas significativas na sociedade e na economia do
final do seacuteculo XVIII e ateacute meados do seacuteculo XIX Estes mesmos fatores motivaram Thomas
Robert Malthus (1766-1834) a preconizar que o crescimento demograacutefico da Terra
comprometeria a capacidade produtiva de alimentos
Em meados do seacuteculo XX os problemas demograacuteficos mundiais especialmente dos
paiacuteses subdesenvolvidos revitalizaram as concepccedilotildees de Malthus e o tema foi retomado sob a
oacutetica do Neomalthusianismo que atrelava ao contexto histoacuterico o crescimento populacional
a escassez dos recursos naturais e o agravamento da pobreza e do desemprego Inuacutemeras
alternativas foram propostas por esta corrente poreacutem o ponto focal era a necessidade de
poliacuteticas de controle de natalidade por meio do planejamento familiar
O debate em torno da sustentabilidade preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos
naturais ganhou forccedila e acalorou as discussotildees dos processos para a produccedilatildeo de bens e
serviccedilos da qualidade do trabalho e emprego a distribuiccedilatildeo de renda as transformaccedilotildees
sociais que resultassem em melhorias na qualidade de vida das pessoas e nas condiccedilotildees do
ambiente Este esforccedilo foi decisivo para a reavaliaccedilatildeo dos conceitos e praacuteticas em torno do
desenvolvimento e do crescimento especialmente dos paiacuteses perifeacutericos onde os problemas
sociais e ambientais se avolumam
Nos multiplicamos dez vezes em relaccedilatildeo ao iniacutecio da revoluccedilatildeo industrial Bilhotildees de
pessoas provavelmente ainda seratildeo adicionadas agrave populaccedilatildeo mundial no seacuteculo 21 Isto estaacute
contribuindo para criar um mundo dividido entre uma grande riqueza e uma incocircmoda
pobreza se deparando com desafios ambientais sem precedentes
Ateacute a deacutecada de 60 o desenvolvimento econocircmico era embasado principalmente
nos padrotildees de crescimento do Produto Interno Bruto ndash PIB sem considerar as crescentes
lacunas das desigualdades sociais e do desemprego em massa decorrentes desse processo
Esses fatores desencadearam reflexotildees profundas especialmente sobre as questotildees sociais
resultando na necessidade de reordenaccedilatildeo do conceito de desenvolvimento Nesse sentido os
economistas M Kalecki e Dudley Seers surgem como precursores do pensamento de que o
21
desenvolvimento deveria ser analisado considerando tambeacutem os iacutendices de emprego e
posteriormente na deacutecada de 90 Amartya K Sen forneceu importante contribuiccedilatildeo inserindo
a necessidade do embasamento de desenvolvimento na universalizaccedilatildeo e exerciacutecio efetivo de
todos os direitos humanos poliacuteticos civis e ciacutevicos econocircmicos sociais e culturais (SEN
2000 SACHS 2008)
O acirramento das discussotildees em torno da problemaacutetica ambiental particularmente
na deacutecada de 70 inferiu agrave reconceitualizaccedilatildeo do desenvolvimento as ideias de
ecodesenvolvimento que posteriormente evoluiu para desenvolvimento sustentaacutevel
obedecendo ao duplo imperativo eacutetico de solidariedade com as geraccedilotildees presentes e futuras
sob a eacutegide da sustentabilidade social e ambiental e de viabilidade econocircmica (SACHS
2009)
Para Sachs (2008) os objetivos do desenvolvimento distinto do crescimento
econocircmico vatildeo aleacutem da mera multiplicaccedilatildeo da riqueza material devendo preocupar-se com a
promoccedilatildeo da igualdade e a maximizaccedilatildeo da vantagem daqueles que vivem nas piores
condiccedilotildees O desenvolvimento eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para se alcanccedilar a meta de uma
vida melhor mais feliz e mais completa para todos uma vez que essa ideia implica a expiaccedilatildeo
e a reparaccedilatildeo de desigualdades passadas criando uma conexatildeo capaz de preencher o abismo
civilizatoacuterio entre as antigas naccedilotildees metropolitanas e a sua periferia colonial entre as
minorias ricas modernizadas e a maioria ainda sem oportunidades e exausta dos trabalhadores
pobres Neste sentido o desenvolvimento deve ser capaz de reduzir ou eliminar o desemprego
maciccedilosubemprego e a desigualdade crescente por meio da modernidade inclusiva que deve
ser propiciada pela mudanccedila estrutural
Enquanto o crescimento econocircmico se fundamenta basicamente da maximizaccedilatildeo do
PIB o desenvolvimento conforme enfatizado desde 1960 por Kalecki e Seers soacute se
concretiza se ampliar o emprego reduzir a pobreza e atenuar as desigualdades e sua
concretizaccedilatildeo soacute seraacute viaacutevel por meio do equiliacutebrio de sintonia fina entre cinco dimensotildees que
se configuram como os pilares do desenvolvimento sustentaacutevel (SACHS 2008) quais sejam
1- Social fundamental por motivos tanto intriacutensecos quanto instrumentais por causa
da perspectiva de disrupccedilatildeo social que paira de forma ameaccediladora sobre muitos
lugares problemaacuteticos do nosso planeta
2- Ambiental com as suas duas dimensotildees (os sistemas de sustentaccedilatildeo da vida como
provedora de recursos e como ldquorecipientesrdquo para a disposiccedilatildeo de resiacuteduos)
3- Territorial relacionado agrave distribuiccedilatildeo espacial dos recursos das populaccedilotildees e das
atividades
4- Econocircmico sendo a viabilidade econocircmica a ldquoconditio sene qua nonrdquo para que as
coisas aconteccedilam
22
5- Poliacutetico a governanccedila democraacutetica eacute um valor fundador e um instrumento
necessaacuterio para fazer as coisas acontecerem
No aspecto Social eacute preciso que o sistema crie oportunidades para todos os
segmentos da sociedade envolvendo o maacuteximo possiacutevel dos indiviacuteduos para que o
desenvolvimento os contemple e os beneficie reduzindo ou eliminando a pobreza o
analfabetismo e o desemprego bem como dando condiccedilotildees de saneamento baacutesico seguranccedila
puacuteblica educaccedilatildeo sauacutede etc
O sistema precisa tambeacutem garantir um equiliacutebrio entre o desenvolvimento e a
preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo do meio ambiente (qualidade ambiental) evitando a sua degradaccedilatildeo
Para isso necessita otimizar os espaccedilos usados para as atividades econocircmicas prevendo
unidades de conservaccedilatildeo sempre que for necessaacuterio regularizando e ordenando o espaccedilo
Territorial em benefiacutecio da sociedade e do meio ambiente
Quanto aos aspectos Econocircmicos e Poliacuteticos o sistema necessita ter um
planejamento que preveja os potenciais regionais tendo em vista o mercado local regional
nacional e internacional garantindo seguranccedila para o desenvolvimento econocircmico do modelo
Para isso a vontade poliacutetica e o envolvimento da sociedade nas decisotildees governamentais satildeo
de suma importacircncia pois se cria um elo entre o poder constituiacutedo e os segmentos da
sociedade em prol do desenvolvimento sustentaacutevel
Para Sachs (2004) a sustentabilidade local soacute seraacute possiacutevel se considerada a partir
das dimensotildees social ambiental territorial econocircmica e poliacutetica Dentro das recomendaccedilotildees
teacutecnicas e considerando que os processos sociais e naturais satildeo dinacircmicos espera-se que essa
sustentabilidade dure por no miacutenimo aproximadamente 25 anos
Os planos globais de transiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel preconizavam que
a Ameacuterica do Sul especialmente os paiacuteses tropicais adotasse poliacuteticas de desenvolvimento
endoacutegeno e inclusivo que orientasse para uma civilizaccedilatildeo moderna sustentaacutevel com base na
biomassa (biodiversidade-biomassa-biotecnologias) e ainda que este projeto de
desenvolvimento nacional fosse resultante de um amplo debate entre a sociedade e o Estado
Nesse contexto imprescindiacutevel era o gerenciamento das necessidades emergenciais e a
adoccedilatildeo de estrateacutegias de curto meacutedio e longo prazo baseado na mobilizaccedilatildeo dos recursos
internos que possibilitassem o crescimento natildeo inflacionaacuterio e induzido pelo emprego
(SACHS 2008)
23
Sachs (2009) elencou as condiccedilotildees necessaacuterias para se levar agrave frente o crescimento
induzido pelo emprego como forma de assegurar simultaneamente a sustentabilidade social e
o crescimento econocircmico
1- Capacidade local de planejamento entendida como a capacidade de identificaccedilatildeo
de gargalos e de recursos ociosos e a capacidade de superaacute-los
2- Estiacutemulo agrave capacidade de mobilizar recursos e iniciativas locais
3- Reabilitaccedilatildeo do sistema financeiro nacional para dotaacute-lo de um miacutenimo de
capacidade de atender agraves necessidades das empresas e do financiamento de obras
puacuteblicas sem excluir o recurso (em casos excepcionais) agrave quase-moeda e agrave
promoccedilatildeo do escambo
4- Uma reforma fiscal que criasse um Imposto de Valor Adicionado progressivo
sobre o consumo haveria isenccedilatildeo para os bens essenciais mas teria forte incidecircncia
sobre artigos de luxo
Contudo qualquer esforccedilo no sentido da promoccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno e
inclusivo demandaraacute a combinaccedilatildeo de vaacuterias poliacuteticas complementares que vatildeo desde a
capacidade de explorar oportunidades de crescimento induzido pelo emprego com custo baixo
ou zero de importaccedilotildees passando pela geraccedilatildeo de empregos relacionados agrave conservaccedilatildeo de
energia e de recursos e a reciclagem de materiais o incremento da agricultura familiar como
estrateacutegia para estimular o desenvolvimento rural a promoccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de
trabalhadores por conta proacutepria e de microempresas estabelecer relaccedilotildees mutuamente
beneacuteficas entre grandes e pequenas empresas inserir e estimular que pequenas e meacutedias
empresas participem das compras governamentais e ainda desenhar poliacuteticas capazes de
permitir que empresas de grande porte se transformem em atores competitivos no mercado
global (SACHS 2008)
O desenvolvimento sustentaacutevel a partir das forccedilas endoacutegenas ou seja baseado na
mobilizaccedilatildeo dos recursos internos deveraacute priorizar a modernizaccedilatildeo da agricultura pela adoccedilatildeo
de tecnologias que permitam o aumento da produtividade e qualidade dos produtos a
melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a qualidade de vida dos trabalhadores que
eleve o compartilhamento de accedilotildees entre os produtores e dinamizem o uso dos recursos
disponiacuteveis de modo que lhes sobre mais tempo para o descanso e lazer sem comprometer sua
produtividade e renda (SACHS 2009)
Com base nessas premissas surgem algumas perguntas
O estudo da sustentabilidade deve responder como o desenvolvimento econocircmico
social ambiental poliacutetico e os fatores culturais podem caminhar juntos Quais as metas
sensatas para este lotado e inteligente planeta Como fazer para que o mundo seja tanto
proacutespero como justo e ambientalmente sustentaacutevel O que precisamos fazer para que nossa
populaccedilatildeo e nossa economia natildeo esgotem a capacidade do planeta O objeto de estudo do
24
desenvolvimento sustentaacutevel precisa entrar nessa complexidade de entender os sistemas e suas
relaccedilotildees para melhorar o mundo
Para responder a essas perguntas natildeo se pode ignorar como os sistemas produtivos
interagem com a natureza sendo portanto necessaacuterio o aprimoramento das cadeias
produtivas e o acompanhamento por meio de indicadores ambientais a serem considerados na
cadeia produtiva das culturas para que possam de fato servir de fator de sustentabilidade
econocircmica e ecoloacutegica
34 Forccedilas do Capitalismo da Eficiecircncia agrave Deficiecircncia
Apesar dos exaustivos discursos sobre a globalizaccedilatildeo ainda vivemos numa sociedade
bastante fragmentada Neste sentido Sachs (2008) nos lembra que a economia capitalista eacute
louvada por sua inigualaacutevel eficiecircncia na produccedilatildeo de bens (riquezas) poreacutem ela tambeacutem se
sobressai por sua capacidade de produzir males sociais e ambientais
Os males do capitalismo soacute podem ser mitigados e compensados mediante a produccedilatildeo
de bens puacuteblicos tais como a reduccedilatildeo da pobreza ou a proteccedilatildeo do meio ambiente Este
pensamento natildeo eacute amplamente abrangente do ponto de vista da eficiecircncia Kuttner (1997) ao
estudar os limites do mercado apontou ao menos trecircs tipos de eficiecircncia a alocadora
associada ao nome de Adam Smith a inovadora que se relaciona com o pensamento
schumpteriano e a eficiecircncia do pleno emprego de todos os meios de produccedilatildeo embasada no
keynesianismo A estes Sachs (2008) deu valiosa contribuiccedilatildeo acrescentando a eficiecircncia
social que se sobrepotildee ao pensamento keynesiano quanto ao pleno emprego e a forccedila de
trabalho e a ecoeficiecircncia O capitalismo natildeo deixa duacutevidas de que eacute muito eficiente em
termos de alocaccedilatildeo poreacutem deficiente em termos da alocaccedilatildeo de eficiecircncias keynesiana social
e ecoeficiecircncia que satildeo essenciais ao conceito de desenvolvimento includente fundamentado
no trabalho decente para todos
Analisando o processo de crescimento do Brasil Furtado (2001) adverte que nossa
sociedade na tentativa de reproduzir a cultura material do capitalismo mais avanccedilado priva a
grande maioria da populaccedilatildeo dos meios de vida essenciais resultando numa sociedade de
massas em que coexistem formas sofisticadas de consumo supeacuterfluo e carecircncias essenciais no
mesmo extrato social e ateacute na mesma famiacutelia Esta observaccedilatildeo retrata a dicotomia entre o
capitalismo de mercado e o desenvolvimento sustentaacutevel
Natildeo existe ainda um consenso sobre as dimensotildees e a essencialidade do
desenvolvimento sustentaacutevel No entanto a definiccedilatildeo mais recorrente segundo Sachs (2009)
aponta para a eficiecircncia econocircmica a conservaccedilatildeo ambiental e a equidade social sendo que a
25
primeira soacute tem valor se conservar a segunda e produzir a terceira Este pensamento eacute
corroborado por Nascimento e Viana (2007) que chamam a atenccedilatildeo para as praacuteticas
capitalistas vigentes que induzem a processos distintos do desenvolvimento e da
sustentabilidade visto que ldquoo crescimento econocircmico em conformidade com os padrotildees de
consumo vigentes no mundo desenvolvido provoca destruiccedilatildeo ambiental e gradativamente se
torna inviaacutevel sobretudo na perspectiva de expansatildeo desse estilo de vidardquo tambeacutem porque
ldquonatildeo haacute equidade social em uma economia de mercadordquo
Natildeo haacute conservaccedilatildeo da natureza se a produccedilatildeo de energia se faz por meio da queima
de foacutesseis (gaacutes petroacuteleo e carvatildeo mineral) responsaacuteveis por mais de 90 da matriz
energeacutetica mundial produzindo CO2 aquecendo a Terra mudando o clima e
produzindo situaccedilotildees de reduccedilatildeo de produccedilatildeo seca e fome em vaacuterias partes do
mundo Sobretudo nos paiacuteses mais pobres
A economia de mercado ateacute pode extinguir aqui e ali a pobreza absoluta a despeito
de na realidade poder exterminaacute-la por completo da face da Terra
Becker (2009) considera que os mais de 20 milhotildees de habitantes da Amazocircnia
desejam o desenvolvimento sustentaacutevel embora cada ator perceba este termo de forma
diferenciada Eacute necessaacuterio acertar os ponteiros em torno da inclusatildeo social da conservaccedilatildeo
dos recursos e da equidade social e recomenda o caminho mais adequado talvez seja o da
inovaccedilatildeo para nos tornarmos competitivos do contraacuterio teremos que modificar o sentido do
mundo globalizado o que momentaneamente nos parece inapropriado Na Amazocircnia a
inovaccedilatildeo deve perpassar a questatildeo institucional especialmente no sentido de organizar a base
produtiva hoje extremamente dispersa e variada e exige uma reflexatildeo em torno de questotildees
ideoloacutegicas como a falsa dicotomia entre desenvolvimento e conservaccedilatildeo e entre inclusatildeo
social e competitividade Neste sentido a questatildeo fundiaacuteria merece atenccedilatildeo diferenciada que
considere as escalas miacutenimas de produccedilatildeo como elemento necessaacuterio para a transformaccedilatildeo do
produtor familiar em empreendedor agriacutecola
A urbanizaccedilatildeo tambeacutem deve ser pensada em paralelo visto que as cidades satildeo
fundamentais para o desenvolvimento quando se configuram mercado consumidor sede das
redes de organizaccedilatildeo do territoacuterio da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo e aleacutem do mais absorvem
imigrantes Portanto precisam de planejamento para atender socialmente a populaccedilatildeo em
termos de serviccedilos equipamentos e trabalho (BECKER 2009) e conclui ldquoa Amazocircnia sem
duvida eacute extremamente heterogecircnea e precisamos reconhecer a diversidade natildeo soacute a
biodiversidade mas a sociodiversidade as diferenciaccedilotildees internas e a partir disso ajustar os
princiacutepios de poliacuteticas gerais agraves condiccedilotildees variadas nas sub-regiotildees Isto eacute fundamental
Significa respeito agraves diferenccedilasrdquo nos colocando na rota da revoluccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica
26
rumo agrave organizaccedilatildeo da base produtiva agrave transformaccedilatildeo do modelo de produccedilatildeo familiar para
realmente produtiva (empreendedor agriacutecola) e agrave mudanccedila
35 Dimensotildees Baacutesicas Para o Desenvolvimento
Quando Sachs (2009) repensa a evoluccedilatildeo do conceito de desenvolvimento ao longo
destes sessenta anos concorda com Sen (1990) Precircmio Nobel de economia que define o
desenvolvimento como sendo a efetivaccedilatildeo universal do conjunto de direitos humanos desde
os direitos poliacuteticos e ciacutevicos direitos econocircmicos sociais e culturais e por fim os direitos
coletivos que inclui o direito a um ambiente saudaacutevel Nesta loacutegica Sachs (2008) trabalha o
desenvolvimento seguindo um tripeacute formado por trecircs dimensotildees baacutesicas da sociedade
desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado Em debate aberto no Centro de
Desenvolvimento Sustentaacutevel da Universidade de Brasiacutelia Sachs (2009) traacutes agrave discussatildeo sua
oacutetica sobre as vertentes pelas quais o desenvolvimento deve ser proferido
a) O desenvolvimento includente remete ao social visto que os objetivos deste satildeo
sempre eacuteticos e sociais O desafio eacute como promover o progresso social com base
no postulado eacutetico de solidariedade sincrocircnica com a nossa geraccedilatildeo respeitando as
condicionalidades ecoloacutegicas e ambientais e de solidariedade diacrocircnica com as
geraccedilotildees futuras
O desemprego aberto o subemprego e a exclusatildeo social que atinge boa parte da
populaccedilatildeo em idade de trabalho eacute o problema social atual de maior relevacircncia Neste sentido
uma observaccedilatildeo importante cabe a este processo para que as accedilotildees assistenciais necessaacuterias -
haja vista a imensidatildeo do problema mas que natildeo modificam estruturalmente a situaccedilatildeo - natildeo
sejam substituiacutedas pelas accedilotildees que consistem em promover a inclusatildeo social pelo trabalho
decente1 alertando para o fato de que natildeo eacute suficiente promover o emprego ou o
autoemprego eacute necessaacuterio incluir os preceitos de dececircncia mencionados pela Organizaccedilatildeo
Internacional do trabalho - OIT
O progresso ou o retrocesso social pode ser avaliado levando em conta trecircs indicadores
mencionados pelo economista britacircnico Dudley Sears o emprego a pobreza e a desigualdade
avaliando o aumento e a diminuiccedilatildeo ao longo do tempo mediante a aplicaccedilatildeo de poliacuteticas que
tendam ao desenvolvimento
1 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo
implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a
dignidade humana
27
Por maior que seja a taxa de crescimento econocircmico natildeo se pode falar em
desenvolvimento se houver o menor retrocesso em um dos trecircs indicadores sob pena de se
configurar apenas um crescimento socialmente perverso aquele que natildeo aumenta o emprego
decente natildeo diminui a pobreza e a desigualdade (SEARS apud SACHS 2009)
b) Desenvolvimento sustentaacutevel deve ser economicamente viaacutevel remete ao mercado
Para que os fatos se concretizem eacute necessaacuterio que se sustente no mercado tendo isso como
uma condiccedilatildeo necessaacuteria poreacutem natildeo suficiente para promover o desenvolvimento dado que
o fator econocircmico natildeo eacute um objetivo em si eacute apenas um instrumental com o qual avanccedilar a
caminho do desenvolvimento includende sustentaacutevel Nisso a ciecircncia pode contribuir natildeo soacute
no segmento da biologia ou da energia nuclear mas essencialmente no acircmbito das ciecircncias
sociais com a responsabilidade de explicitar os criteacuterios com os quais se avalia o
desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado (SACHS 2009)
c) O desenvolvimento sustentado relaciona a preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo dos recursos na
linha do tempo Neste sentido os criteacuterios ambientais satildeo mais difiacuteceis de serem definidos
mas sem duacutevida os gases de efeito estufa resultante do consumo excessivo das energias
foacutesseis devem ser avaliados para que se possa entender qual o impacto destes sobre as
mudanccedilas climaacuteticas que afetam diretamente os solos a aacutegua e as florestas em nosso planeta
(SACHS 2009)
Nesse contexto eacute imprescindiacutevel o acompanhamento por meio de indicadores de
sustentabilidade como variaacutevel selecionada e quantificada que nos permite analisar uma
tendecircncia que de outra forma natildeo seria facilmente detectada capaz de inferir uma mensuraccedilatildeo
dos recursos ambientais econocircmicos social cultural espacialgeograacutefico e poliacutetico
(TOMASONI 2006)
A sustentaccedilatildeo econocircmica guarda estreita relaccedilatildeo com o crescimento que eacute condiccedilatildeo
necessaacuteria para o desenvolvimento O crescimento depende do investimento aplicado
portanto a taxa de investimento e a poupanccedila devem ser trabalhadas cuidadosamente
(SACHS 2008) A inclusatildeo social e o cuidado com o meio ambiente satildeo caracteriacutesticas de
uma boa sociedade Uma boa sociedade eacute aquela que eacute proacutespera e inclusiva ambientalmente
sustentaacutevel e politicamente bem governada
O desenvolvimento includente deve priorizar os bilhotildees de agricultores familiares e
suas famiacutelias e pensar a agricultura com base na biomassa (biodiversidade-biomassa-
biotecnologias) A biomassa eacute o combustiacutevel o alimento a forragem o adubo verde a
bioenergia o material de construccedilatildeo a mateacuteria prima industrial os faacutermacos os cosmeacuteticos e
28
os inuacutemeros outros produtos que podem ser produzidos a partir dela em bases sustentaacuteveis
usando a ciecircncia e a biotecnologia para aumentar a produtividade e tambeacutem para aumentar a
diversidade de produtos Este processo deve incluir os milhotildees de agricultores em trabalho
decente e deve considerar ainda os trabalhos natildeo agriacutecolas derivados do processo (SACHS
2009)
Todo este modelo de desenvolvimento com base na biodiversidade-biomassa-
biotecnologias deve integrar os agricultores familiares modernizando a sua visatildeo de
produccedilatildeo Aquilo que Becker (2009) chama de ldquotransformaccedilatildeo do agricultor familiar em
empreendedor ruralrdquo a que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel ldquoum
empreendedor que escolha o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo
Outra dimensatildeo do desenvolvimento que merece especial atenccedilatildeo eacute aquela que
Buarque (2009) insistentemente rebusca para o debate a educaccedilatildeo Alertando para o fato de
que ldquoo grande salto estaacute em criar uma consciecircncia nova a partir de uma revoluccedilatildeo na
educaccedilatildeordquo no caso do Brasil por meio da nacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo trazendo a educaccedilatildeo
baacutesica para a responsabilidade da naccedilatildeo e natildeo dos municiacutepios como se daacute hoje Eacute preciso
influenciar o inconsciente coletivo desde a infacircncia de toda a humanidade como forma de
agregar valor agrave natureza
Mello (2009) analisa o desenvolvimento por outra vertente natildeo menos importante que
as demais a territorialidade e o local como forma de incluir na anaacutelise as relaccedilotildees da
sociedade com o seu lugar por acreditar que isto eacute base e elo participante do processo global
As teorias a seguir satildeo condensadas dos trabalhos dessa autora Neste sentido como eacute
possiacutevel pensar em desenvolvimento sustentaacutevel sem levar em consideraccedilatildeo a grande maioria
da populaccedilatildeo brasileira e mundial que natildeo tem sequer um lugar onde viver seja no campo ou
nas cidades em detrimento de uma minoria que acumula a posse de grandes propriedades tatildeo
somente como reserva de valor na constituiccedilatildeo de patrimocircnio privado
Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar
com a riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos
ecossistemas O primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de
comeacutercio ainda que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute
possiacutevel dispensar as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo
resgatar a grande parte da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda (MELLO 2009)
Os nossos ecossistemas analisa Mello (2009) jaacute demostram a ausecircncia de um
equiliacutebrio interno caracterizado pela ameaccedila de desaparecimento de espeacutecies A produccedilatildeo
29
continuada do modelo de exploraccedilatildeo que adotamos conseguiu romper o equiliacutebrio de todos os
nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do
solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a
salinizaccedilatildeo entre outros Em vaacuterios biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em
erosatildeo e perda da fertilidade do solo Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que
temos produzido se questiona ateacute quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir
o aumento da produtividade Ou quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para
aumentar a produccedilatildeo Quanto de nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e
outros gratildeos
Tudo isto serve de norte para a mudanccedila de modo a ponderar a primazia desta forma
de utilizaccedilatildeo do territoacuterio e do local e reconstruir outros caminhos dando mais valor a tudo
aquilo que hoje na sociedade na economia e na poliacutetica estaacute completamente agrave margem
(MELLO 2009)
36 Indicadores Ambientais
Para Christen (1996) os sistemas de produccedilatildeo agriacutecola devem ser observados nas
pesquisas de avaliaccedilatildeo da sustentabilidade por meio de dimensotildees e indicadores locais que
permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais especiacuteficas considerando que dada as vastas
formas de conceituar sustentabilidade a pesquisa tambeacutem admita muitas formas de mensuraacute-
la
Em um processo de gestatildeo os indicadores guardam relaccedilatildeo com as propriedades
estruturais e funcionais Por meio deles eacute possiacutevel identificar as fraquezas e potencialidades
na avaliaccedilatildeo do planejamento e permitem contiacutenuas revisotildees dos objetivos ferramentas e
accedilotildees de tal processo (VENTURELLI GALLI 2006)
Para Magalhatildees Juacutenior (2007) os indicadores satildeo instrumentos baacutesicos de
planejamento alcance de metas e anaacutelise de tendecircncias Atendem tambeacutem a objetivos
cientiacuteficos (recomendaccedilotildees) uacuteteis principalmente na ausecircncia de normas de referecircncia e
servem ainda a objetivos de gestatildeo condicionados pela norma juriacutedica o marco legal
Os indicadores satildeo variaacuteveis que simplificam ou sumarizam determinadas informaccedilotildees
a respeito de um fenocircmeno de modo que este se torne perceptiacutevel e mensuraacutevel fornecendo
informaccedilotildees valiosas em assuntos complexos de forma relativamente acessiacutevel
contribuindo assim para o processo de tomada de decisotildees no monitoramento e avaliaccedilatildeo de
um fenocircmeno (GALLOPIN 1997 FIDALGO 2003 NIEMEIJER e DE GROOT 2008)
30
A Organization for Economic Cooperation and Development ndash OECD - estaacute entre as
organizaccedilotildees pioneiras no desenvolvimento de indicadores Ateacute os anos 80 a instituiccedilatildeo
trabalhou exaustivamente na formulaccedilatildeo de indicadores sociais A partir desta deacutecada a
instituiccedilatildeo iniciou os trabalhos no desenvolvimento de indicadores ambientais atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos paiacuteses do G-7 Esta temaacutetica refletiu-se em listas de indicadores de
sustentabilidade elaborados pela Comissatildeo de Desenvolvimento Sustentaacutevel da Organizaccedilatildeo
das Naccedilotildees Unidas e pelo Banco Mundial (MAGALHAtildeES JUNIOR 2007)
Em acordo com as definiccedilotildees da OECD (2011) o indicador eacute uma variaacutevel ou
conjunto de variaacuteveis capaz de fornecer informaccedilotildees relevantes sobre uma aacuterea ambiente ou
fenocircmeno Eacute capaz de orientar um assunto ou tornar perceptiacutevel uma tendecircncia ou processo
que natildeo eacute imediatamente detectaacutevel Seu significado vai aleacutem do que eacute de fato medido e seu
alcance pode ser maior do que focaliza o fenocircmeno de interesse
Fidalgo (2003) e Turnhout et al (2007) alertam para a necessidade de especial atenccedilatildeo
no processo de construccedilatildeo de indicadores visto que isto implica um processo de seleccedilatildeo
integraccedilatildeo e agregaccedilatildeo de um conjunto de observaccedilotildees dados e conhecimentos acerca de
paracircmetros considerados relevantes e devem ser selecionados a partir de dados disponiacuteveis e
potencialmente importantes sobre o sistema em estudo
Neste sentido o esforccedilo de identificar e contextualizar indicadores do
desenvolvimento sustentaacutevel para os municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo
no Amazonas relacionados com a produccedilatildeo de bananas nos permitiraacute a observaccedilatildeo de um
conjunto de paracircmetros considerados relevantes para o desenvolvimento sustentaacutevel dos
municiacutepios por meio do fortalecimento dos cultivos de bananeiras
O uso de indicadores permite a ligaccedilatildeo entre a produccedilatildeo e o conhecimento cientiacutefico
pela interface entre ciecircncia e poliacutetica Dessa forma recomenda-se a inclusatildeo da perspectiva de
atores sociais no processo de seleccedilatildeo dos indicadores que segundo os pesquisadores natildeo
podem ser avaliados apenas com os tradicionais criteacuterios cientiacuteficos de qualidade devendo
incluir aspectos de interdisciplinaridade relevacircncia e tambeacutem do ponto de vista dos usuaacuterios
(TURNHOUT et al 2007)
Um requisito importante e frequentemente negligenciado para a utilizaccedilatildeo e
aceitaccedilatildeo de indicadores eacute o entendimento do que seja essa ferramenta e da sua real funccedilatildeo
no processo de tomada de decisatildeo Os indicadores satildeo meios de comunicaccedilatildeo e como
qualquer forma de comunicaccedilatildeo requerem seu entendimento pelos participantes do diaacutelogo
no processo de tomada de decisatildeo em direccedilatildeo ao desenvolvimento sustentaacutevel Esses
31
elementos devem ser claros e os usuaacuterios devem estar habilitados a compreender o seu
sentido assim como sua significacircncia em termos de valores (COcircRTES 2009)
37 Cadeia Produtiva Agriacutecola
De acordo com Sppeding (1975) os conceitos de agronegoacutecio cadeia produtiva ou
sistema produtivo tecircm suas origens em aplicaccedilotildees da teoria geral dos sistemas ou possuem
enfoque sistecircmico e satildeo definidos por como um conjunto de elementos interativos
A Teoria Geral dos Sistemas - TGS - se caracteriza pelo todo organizado composto de
elementos interdependentes podendo ou natildeo interagir com o meio exterior se caracterizando
por sistema aberto ou fechado respectivamente Os sistemas e subsistemas relacionam-se e
estatildeo integrados numa cadeia hieraacuterquica onde suas partes integrantes (os subsistemas) satildeo
interdependentes constituindo um todo que eacute superior agrave soma das suas partes e tecircm
caracteriacutesticas proacuteprias satildeo autorregulados e controlados como forma de adaptaccedilatildeo agraves
alteraccedilotildees do meio exterior e para manter o seu equiliacutebrio para o alcance dos seus objetivos
(BERTALANFFY 1975)
Por sua complexidade e heterogeneidade a cadeia produtiva desempenha papel central
nos fluxos de produccedilatildeo de culturas agriacutecolas especialmente nos municiacutepios do Estado do
Amazonas cujas economias encontram suas bases no setor primaacuterio Desse modo constitui-
se elemento fundamental nos estudos sobre sustentabilidade e desenvolvimento para estes
locais (BERTALANFFY 1975 SPPEDING 1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e
CHIAVENATO 2009) Para Sachs (2008) a gestatildeo e governanccedila local devem ser trabalhadas
considerando os potenciais da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como forma de
valorizar e aproveitar os recursos naturais endoacutegenos
No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de elementos
interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e onde cada um
dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute maior do que o
resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente Qualquer
conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as relaccedilotildees
entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990)
Em acordo com Castro et al (1995) a caracterizaccedilatildeo ou anaacutelise de um sistema
agriacutecola se inicia com o estabelecimento de seus objetivos seguida da definiccedilatildeo de seus
limites subsistemas e entidades componentes e do contexto externo onde o sistema se
estabelece A cadeia produtiva eacute o conjunto de componentes interativos incluindo os sistemas
produtivos fornecedores de insumos e serviccedilos induacutestrias de processamento e transformaccedilatildeo
32
agentes de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo aleacutem de consumidores finais Todos estes atores
objetivam suprir o consumidor final de determinados produtos Este pensamento eacute
corroborado por Chiavenato (2011) que define o sistema como um conjunto de elementos
dinamicamente relacionados entre si formando uma atividade para atingir um objetivo
operando sobre entradas e fornecendo saiacutedas processadas
Para Lastres e Cassiolato (2006) o mapeamento da cadeia produtiva bem como a
identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo destes atores satildeo essenciais para a geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo da
capacidade produtiva e inovativa de um determinado setor ou atividade
A interaccedilatildeo das propriedades rurais com o mercado enquanto fornecedoras de
produtos finais pressupotildee relaccedilotildees harmoniosas com o ambiente comercial seja para o
suprimento de mateacuteria prima ou para o fornecimento de produtos ao consumidor final
A figura 2 ilustra uma tiacutepica cadeia produtiva agriacutecola com seus principais
componentes e fluxos (CASTRO et al 1995) Entre os componentes mais comuns estatildeo os
indiviacuteduos fornecedores de insumos as propriedades agriacutecolas com seus diversos sistemas
produtivos agropecuaacuterios ou agroflorestais as induacutestrias de processamento eou
transformaccedilatildeo do produto o comeacutercio atacadista o comeacutercio varejista e os consumidores
finais que influenciam e satildeo influenciados pelos demais componentes da cadeia Estes
componentes se relacionam com o ambiente institucional refletido nas leis e normas que
regulam o setor e as instituiccedilotildees e o ambiente organizacional representado pelas instituiccedilotildees
governamentais financeiras de ensino pesquisa extensatildeo apoio teacutecnico etc
Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva Fonte (Castro et al 1995 adaptado de Zylbersztajn 1994)
33
38 Arranjos Produtivos Locais
Em suma especialmente no acircmbito agriacutecola os esforccedilos acerca do desenvolvimento e
da sustentabilidade convergem para a necessidade de aproveitar as potencialidades endoacutegenas
pela valorizaccedilatildeo da biomassa modernizaccedilatildeo da agricultura brasileira criaccedilatildeo de uma nova
consciecircncia por meio da educaccedilatildeo e a valorizaccedilatildeo da territorialidade e do local atraveacutes da
riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas
(SACHS 2009 BECKER 2009 BUARQUE 2009 MELLO 2009)
Lastres e Cassiolato (2006) em seus estudos sobre os sistemas de inovaccedilatildeo concluem
que o papel do Estado eacute fundamental para o processo de desenvolvimento nacional onde os
esforccedilos devem conduzir para a formaccedilatildeo de arranjos ou de sistemas produtivos e inovativos
locais (ASPILs) focando conjuntos especiacuteficos de atores e atividades econocircmicas capazes de
articular as relaccedilotildees entre os atores sociais as empresas os conhecimentos (codificados mas
considerando especialmente os conhecimentos taacutecitos locais) com o objeto de valorizar a
diversidade e melhorar a competitividade sustentada
A noccedilatildeo de sistema de inovaccedilatildeo implica que nem produccedilatildeo nem inovaccedilatildeo constituem
processos e fenocircmenos isolados sendo necessaacuterio focar o sistema de produccedilatildeo independente
do grau de especializaccedilatildeo nuacutemero de empresas aglomeradas etc Se o enfoque estiver no
sistema de inovaccedilatildeo isto compreenderaacute os clusters distritos industriais etc Nesta base
Lastres e Cassiolato (2006) oferecem valiosa contribuiccedilatildeo agrave busca pelos caminhos que levem
ao desenvolvimento conforme sugerido por Sachs (2008) includente sustentaacutevel e
sustentado ao propor atraveacutes da RedeSist a definiccedilatildeo de Sistemas Produtivos e Inovativos
Locais (SPILs) qual seja
SPILs designa o conjunto de atores econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um
mesmo territoacuterio com foco em um conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas e que
apresentam interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem os quais satildeo fundamentais para a
geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo de capacidades produtivas e inovativas SPILs geralmente incluem
empresas ndash produtoras de bens e serviccedilos finais ndash fornecedoras de bens (mateacuterias-primas
equipamentos e outros insumos) e de serviccedilos distribuidoras e comercializadoras
consumidoras etc ndash e demais organizaccedilotildees voltadas agrave formaccedilatildeo e treinamento de recursos
humanos informaccedilatildeo pesquisa desenvolvimento e engenharia promoccedilatildeo e financiamento
aleacutem de cooperativas associaccedilotildees e representaccedilotildees
Arranjos Produtivos Locais (APLs) se configuram por
Aqueles casos fragmentados e que natildeo apresentam significativa articulaccedilatildeo entre os atores e
que assim natildeo podem se caracterizar como sistemas
Lastres e Cassiolato (2006) advertem que diferentes contextos e modos de articulaccedilatildeo
satildeo fundamentais na aquisiccedilatildeo uso e difusatildeo de conhecimentos e particularmente os taacutecitos
34
Estes sistemas e modos de articulaccedilatildeo podem ser tanto formais como informais Lembram
ainda que a base do dinamismo e da competitividade entre empresas natildeo se restringe a uma
uacutenica empresa ou um setor e sim a todas as atividades e capacidades ao longo da cadeia de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos atores sociais e poliacuteticos e do ambiente onde estatildeo inseridas
Para melhor entender e promover a dinacircmica de um sistema produtivo eacute necessaacuterio
conhecer em profundidade suas especificidades e tambeacutem seu peso e papel dentro das cadeias
complexos e setores em que se insere bem como as economias regionais e internacionais As
principais vantagens dos ASPILs indicadas por Lastres e Cassiolato (2006) satildeo as que se
seguem
Compreende o conjunto de diferentes atores (empresas e organizaccedilotildees de investigaccedilatildeo e
desenvolvimento educaccedilatildeo treinamento promoccedilatildeo e financiamento etc) e atividades
conexas que usualmente caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo local
Cobre o espaccedilo onde ocorre o aprendizado satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e
inovativas e fluem os conhecimentos e particularmente aqueles taacutecitos
Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de
capacitaccedilotildees podem ser mais efetivas
Representa um enfoque mais avanccedilado e que vai aleacutem da tradicional visatildeo baseada na
organizaccedilatildeo individual (empresa) setor aglomeraccedilotildees ou cadeias produtivas permitindo
estabelecer uma ponte entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas as quais tambeacutem natildeo se
restringem aos cortes claacutessicos espaciais como os niacuteveis municipais e de microrregiatildeo
O enfoque em ASPILs permite captar as particularidades da estrutura produtiva e
compreender a diversidade de respostas de seus diferentes sistemas Eacute necessaacuterio identificar e
analisar a configuraccedilatildeo de tais sistemas e como o conhecimento eacute gerado utilizado e
difundido nos mesmos Para tanto eacute necessaacuterio definir o sistema a partir do mapeamento da
cadeia e complexos produtivos vinculados agraves atividades econocircmicas principais ateacute a
identificaccedilatildeo de todos os atores econocircmicos poliacuteticos e sociais indispensaacuteveis ao
funcionamento do mesmo
39 A Cultura da Banana como Atividade Agriacutecola Cultivares de Ocorrecircncias
Frequentes no Estado do Amazonas
O cultivo de bananeiras pelo homem teve iniacutecio no sudeste da Aacutesia Existem ainda
muitas espeacutecies de banana selvagem na Nova Guineacute na Malaacutesia Indoneacutesia e Filipinas
Indiacutecios arqueoloacutegicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na
proviacutencia das Terras Altas Ocidentais da Nova Guineacute sugerem que esta atividade remonta
pelo menos a ateacute 5000 aC ou mesmo a ateacute 8000 aC Tais dados tornam esse local o berccedilo
do cultivo de bananeiras Eacute provaacutevel contudo que outras espeacutecies de banana selvagem
tenham sido objeto de cultivo posteriormente em outros locais do sudeste asiaacutetico
(Wikipeacutedia 2015)
35
A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela
laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da
evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem experimentado no resto do mundo com
produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a
produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os estados com maior produtividade na
regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12 tha respectivamente Entretanto as
estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela
maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil resultando em desperdiacutecio do potencial
agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO 2011)
No Estado do Amazonas ateacute o final da deacutecada de 90 os bananais eram cultivados
predominantemente em solos de vaacuterzea dos Rios Solimotildees Amazonas e Madeira
Lentamente os cultivos comerciais foram se expandindo para as aacutereas de platocirc Hoje os
Municiacutepios de Rio Preto da Eva Presidente Figueiredo Iranduba e Manacapuru entre outros
concentram grandes cultivos de bananeiras (GASPAROTTO et al 1999) e estatildeo formados
predominantemente pelas cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 entre outras em
menores proporccedilatildeo resistentes agrave pragas e doenccedilas
A cultivar Thap Maeo foi selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura de Cruz
das Almas Bahia Eacute uma variante Mysore de porte alto ciclo vegetativo de 394 dias e
apresenta resistecircncia agrave problemas fitossanitaacuterios como a sigatoka negra (Mycosphaerella
fijiensis) sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) mal do Panamaacute e moderadamente
resistente ao nematoide (Radopholus similis) e a broca do rizoma Eacute suscetiacutevel ao moko
(Ralstonia solanacearum raccedila 2) e estaacute livre do viacuterus das estrias da bananeira (BSV)
(GASPAROTTO et al 1999)
A cultivar Caipira (Yamgambi km 5) oriunda da Aacutefrica Ocidental foi introduzida no
Brasil pela Embrapa de Cruz das Almas Bahia Possui ciclo vegetativo de 383 dias e porte
meacutedioalto eacute resistente agrave sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e amarela
(Mycosphaerella musicola) ao mal do Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao
moko (Ralstonia solanacearum raccedila 2) e suscetiacutevel ao nematoide (Radopholus similis)
(GASPAROTTO et al 1999)
A FHIA 18 pertence ao subgrupo prata foi trazida de Honduras pela Embrapa
apresenta porte meacutedio e ciclo vegetativo de 327 dias Eacute resistente agrave sigatoka negra
(Mycosphaerella fijiensis) e amarela (Mycosphaerella musicola) e suscetiacutevel ao mal do
36
Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao moko (Ralstonia solanacearum)
(GASPAROTTO et al 2002)
391 Tratos Culturais da Bananeira
3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira
No momento da formaccedilatildeo dos bananais satildeo vaacuterias as indicaccedilotildees de distribuiccedilatildeo
espacial ficando a criteacuterio do produtor a escolha do espaccedilamento podendo ser utilizado
espaccedilamentos de 40 x 20 x 20 40 x 25 x 20 40 x 30 x 20 30 x 30 e 30 x 20 metros
Contudo Gasparotto et al (2006) adverte que espaccedilamentos maiores aleacutem de disponibilizar
menos mudas por hectare podem incorrer em menor aproveitamento do terreno e da luz solar
e maior suscetibilidade agrave erosatildeo e consequentemente lixiviaccedilatildeo do solo e menor
produtividade Este tipo de distribuiccedilatildeo tambeacutem pode dificultar a aplicabilidade das praacuteticas
fitossanitaacuterias e de colheita uma vez que dificulta a mecanizaccedilatildeo As informaccedilotildees seguintes
foram compiladas dos trabalhos de Arruda et al (2004) e Gasparotto et al (2006) e
representam experimentos realizados no Estado do Amazonas para a cultivar Thap Maeo
seguindo as recomendaccedilotildees dos tratos culturais de preacute e poacutes colheita
Os trabalhos de Gasparotto et al (1999) datildeo conta de que no Estado do Amazonas a
produccedilatildeo de bananas ainda eacute bastante afetada por problemas fitossanitaacuterios com a incidecircncia
das doenccedilas conhecidas como sigatoka negra sigatoka amarela mal do Panamaacute e o moko
tambeacutem decorrentes das questotildees tecnoloacutegicas como espaccedilamento aplicado para distribuiccedilatildeo
das covas processos de adubaccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes colheita transporte da produccedilatildeo e
tratos culturais ineficientes
A sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora
fijiensis)eacute a principal doenccedila da bananeira no mundo podendo causar perdas totais dos
plantios quando as cultivares atacadas satildeo do tipo prata eou maccedilatilde Quando afeta plantios com
cultivares do subgrupo Terra conhecidas no Amazonas como Pacovatilde e Pacovi as perdas
ficam em torno de 60 a 70 (GASPAROTTO et al 1999)
O mal do panamaacute eacute uma doenccedila causada pelo Fusarium oxysporum fsp cubense
fungo habitante do solo que produz clamidoacutesporos - estruturas que lhes permitem sobreviver
no solo por ateacute 50 anos - mesmo na ausecircncia de bananeiras suscetiacuteveis induz perdas
proporcionais ao nuacutemero de plantas atacadas visto que provoca murcha permanente em
plantas adultas na eacutepoca da emissatildeo dos cachos (PEREIRA et al 2008)
37
4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS
41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO
AMAZONAS
Resumo
Apesar da disponibilidade de terras desmatadas e degradadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo
clima e solos favoraacuteveis para o cultivo de frutas o Estado do Amazonas ainda apresenta
produccedilatildeo insuficiente em quantidade e qualidade e importa muitas frutas de outras regiotildees do
paiacutes A banana eacute uma fruta de grande expressatildeo na cadeia alimentar e econocircmica dos
amazonenses e eacute cultivada nos 62 municiacutepios do Estado Em 2012 foram cultivados mais de
9500 ha com bananeiras onde foram produzidas 63000 t da fruta mas a produtividade ainda
eacute muito baixa (da ordem de 122 thaa) se comparada agrave produtividade mundial que em muitos
paiacuteses ultrapassa 50 thaa Com o intuito de investigar as praacuteticas de gestatildeo e as tecnologias
empregadas nos cultivos de bananeiras no Amazonas foi realizado um levantamento por
meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 15 cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e em 30 plantios no Rio Preto da Eva no Amazonas safra de 2012 para anaacutelise da
aacuterea cultivada com bananas produccedilatildeo produtividade e observaccedilatildeo dos tratos culturais
aplicados Nos 60 ha investigados em Presidente Figueiredo a produccedilatildeo meacutedia de bananas foi
de aproximadamente 991 ta com produtividade de 163 thaa No municiacutepio de Rio Preto da
Eva foram analisados 83 ha com produccedilatildeo meacutedia de 1152 ta e produtividade meacutedia de 139
thaa O estudo revelou ainda que a produtividade meacutedia de banana nos dois municiacutepios
analisados eacute ligeiramente superior agrave produtividade meacutedia do Estado contudo estaacute muito
abaixo dos iacutendices alcanccedilados em cultivos no Estado da ordem de 50 thaa para a cultivar
Thap Maeo indicando que apesar de natildeo haver limitaccedilotildees tecnoloacutegicas ou climaacuteticas para a
cultura da banana no Estado os produtores natildeo estatildeo usando as informaccedilotildees e tecnologias
adequadas para elevarem a produtividade dessa cultura nesses municiacutepios A pesquisa
detectou a inobservacircncia das especificaccedilotildees teacutecnicas de espaccedilamento e densidade indicados
para cultivos no Amazonas incorrendo em baixo aproveitamento do solo Apenas dois dos
quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo tinham plantios com
densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois outros tinham
plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores O aproveitamento
da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente
Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72 com meacutedia igual a apenas
29 Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva
tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente O
aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de
Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com meacutedia igual a
apenas 282
Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade de banana Amazonas
38
Abstract
Despite the availability of deforested and degraded lands water resources for irrigation
favorable climate and soil for growing fruit the State of Amazonas still has insufficient
production in quantity and quality resulting of importation of many fruits from other regions
of the country The banana is a fruit which is widely recognized in the food and economic
chain of Amazonas and it is grown in 62 municipalities In 2012 more than 9500 ha were
cultivated with bananas which produced 63000 t of fruit but productivity is still very low
(around 122 t ha y) compared to world productivity in many countries which exceeds 50 t
ha y In order to investigate the management practices and technologies employed in the
cultivation of bananas in the Amazonas State a survey was conducted through questionnaires
in 15 crops of bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 plantations in Rio
Preto da Eva 2012 harvest for analysis of the area planted with bananas production
productivity and observation of the applied cultivation In the 60 ha investigated in Presidente
Figueiredo the average banana production was approximately 991 t y with yield of 163 t
ha y In the municipality of Rio Preto da Eva 83 ha were analyzed with an average
production of 1152 t y and average yield of 139 t hay The study also revealed that the
average banana productivity in the two counties analyzed is slightly higher than the average
productivity of the State However it is far below the rates achieved in the state around 50
thay for the cultivar Thap maeo indicating that although there are no technological or
climatic limitations for banana cultivation in the Amazonas State producers are not using the
appropriate information and technology to raise productivity of this crop in these
municipalities The survey found non-compliance with technical spacing and density
specifications suitable for cultivation in the Amazon incurring in low land use Only two of
the fifteen banana producers of Presidente Figueiredo had plantations with plant densitiesha
next to the technically recommended Two others had plantations with higher plant densities
and the other much lower The utilization of the productive capacity of soils in banana
plantations in the municipality of Presidente Figueiredo was well below the desirable ranging
from 93 to 72 with an average of only 29 All the 30 bananas cultivations analyzed in
Rio Preto da Eva had plantations with plant densitiesha lower than that recommended
technically The utilization of the productive capacity of soils in banana plantations in Rio
Preto da Eva was well below the desirable ranging from 72 to 840 with an average of
only 282
Key Words Banana cultivation banana productivity Amazonas
39
411 INTRODUCcedilAtildeO
Durante deacutecadas a dinacircmica econocircmica do Brasil foi referenciada essencialmente
pela sucessatildeo de ciclos de exploraccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de produtos primaacuterios com baixo ou
nenhum niacutevel de processamento Este cenaacuterio se modificou lentamente e especialmente na
deacutecada de 80 a agroinduacutestria se destaca como um dos segmentos de grande importacircncia na
economia brasileira estimulando mudanccedilas significativas nos vaacuterios elos das cadeias
produtivas agriacutecolas como forma de valorizar a produccedilatildeo do setor primaacuterio e tornar
expressivo o agronegoacutecio brasileiro (BARRETO FILHO 2000)
A fruticultura um dos segmentos do agronegoacutecio vem ganhando projeccedilatildeo nos
mercados regionais nacional e internacional em virtude de novas demandas de mercado
decorrentes dos novos haacutebitos de consumo da populaccedilatildeo Entretanto conforme enfatizado por
Barreto Filho (2000) a fruticultura brasileira precisa vencer algumas barreiras que
comprometem sua competitividade e retardam sua consolidaccedilatildeo como atividade capaz de
atender agraves expectativas de tornar-se um instrumento de projeccedilatildeo do desenvolvimento regional
Satildeo muitas as oportunidades para a produccedilatildeo de frutas na Amazocircnia cujo consumo
crescente tem sido motivado principalmente pelo aumento da demanda mundial por
alimentos a partir do crescimento populacional do crescimento da renda per capta nos paiacuteses
mais populosos do mundo como a China e a Iacutendia da crescente limitaccedilatildeo de terras
agricultaacuteveis no plano mundial e do aumento do consumo de frutas nos haacutebitos alimentares
A regiatildeo amazocircnica dispotildee de terras desmatadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo
climas e solos favoraacuteveis e apesar disso importa grande quantidade de frutas de outras
regiotildees do paiacutes Todos esses fatores propiciam o desenvolvimento da fruticultura sustentaacutevel
na Amazocircnia com perspectivas de desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura e
fortalecimento dos respectivos elos como forma de desenvolvimento da regiatildeo e melhoria na
qualidade de vida da populaccedilatildeo em especial as que satildeo originaacuterias da zona rural cuja
economia possui relaccedilatildeo direta com o agronegoacutecio
A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela
laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura eacute uma atividade de grande
relevacircncia para o agronegoacutecio da regiatildeo Norte principalmente para o Estado do Amazonas
onde se constitui importante base alimentar para os amazonenses e com alta participaccedilatildeo na
composiccedilatildeo da receita dos agricultores locais Natildeo obstante eacute uma das frutas de grande
expressatildeo cultural e de cultivo bastante disseminado no Estado do Amazonas sendo cultivada
nos 62 municiacutepios Amazonense
40
A significativa participaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia dos produtores rurais
contribui para ocorrecircncia de cultivos em todos os municiacutepios do Estado Em 2012 o Estado
do Amazonas cultivou 9545 ha com a fruta colhendo 5440 ha Nestes municiacutepios foram
produzidos 63745 toneladas da fruta com produtividade de 122 toneladas por hectare
contribuindo com mais de R$ 59 milhotildees para a economia do Estado (IBGE 2013)
As estatiacutesticas da FAO indicam que em 2009 foram cultivados com bananas
aproximadamente 48 milhotildees de hectares em todo o mundo onde foram produzidos 95
milhotildees de toneladas com produtividade de 19 tha O Brasil eacute o quinto produtor mundial de
bananas com produccedilatildeo anual de 71 milhotildees de toneladas sendo superado pela Iacutendia (262
milhotildees de toneladas) Filipinas (90 milhotildees de toneladas) China (82 milhotildees de toneladas)
e Equador (73 milhotildees de toneladas) Curioso eacute que a aacuterea cultivada no Brasil (511 milha) soacute
eacute superada pela aacuterea cultivada na Iacutendia (709 milha) Contudo o Brasil ocupa a quinta posiccedilatildeo
em produtividade entre os paiacuteses produtores de bananas analisados pela FAO Em 2009 a
produtividade Brasileira foi de 140 tha enquanto a Indoneacutesia teve produtividade de 597tha
seguida da Costa Rica com 499 tha A produtividade na Iacutendia eacute de 370 tha no Equador eacute de
353 tha na China eacute de 264 tha e nas Filipinas 202 tha (SILVA NETO 2011)
Ao se analisar a produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte que embora tenha passado por
importantes transformaccedilotildees nas duas uacuteltimas deacutecadas com a inserccedilatildeo pela Embrapa de
cultivares resistentes agraves pragas e doenccedilas como sigatoka negra causada pelo fungo
Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora fijiensis) e o mal do panamaacute causado pelo
Fusarium oxysporum fsp cubense ainda carece de melhores processos de produccedilatildeo
principalmente no que se refere agrave qualidade dos seus produtos e subprodutos da consolidaccedilatildeo
da agroinduacutestria de melhor organizaccedilatildeo de seus produtores e do fortalecimento de uma
infraestrutura que possibilite melhores condiccedilotildees de competitividade (ARRUDA 2004)
A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem
experimentado no resto do mundo com produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo
da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os
estados com maior produtividade na regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12
tha respectivamente Entretanto as estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no
mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil
resultando em desperdiacutecio do potencial agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO
2011)
41
Seguindo a anaacutelise das questotildees levantadas nesse trabalho e considerando-se a
importacircncia do desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado por meio da valorizaccedilatildeo
da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como elemento indispensaacutevel agrave sustentabilidade
dos municiacutepios do Estado do Amazonas satildeo enfatizados os processos de produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios do Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo
Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos processos produtivos dessa
frutiacutefera de cultivos bastante disseminados na regiatildeo com o objetivo de identificar as praacuteticas
de gestatildeo e as caracteriacutesticas agronocircmicas nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios do Rio
Preto da Eva e Presidente Figueiredo Estado do Amazonas como forma de analisar o
potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo de cultivos de
bananeiras articulados como sistemas produtivos orientando para o adequado manejo do solo
controle de pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo
a proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo
da populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento socioeconocircmico sustentaacutevel dos
produtores e para a economia agriacutecola dos municiacutepios
42
412 MATERIAL E MEacuteTODOS
4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
As propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa estatildeo
alocadas nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do
Amazonas Cada Municiacutepio possui respectivamente 1 62 e 017 da aacuterea total do Estado
abrigando 080 e 052 da populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes
municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do
Estado do Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado
Manaus
Nestes municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012
por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 30 propriedades rurais produtoras dessa cultura no
Rio Preto da Eva e 15 em Presidente Figueiredo
A definiccedilatildeo destes locais para coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o
maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das
decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em
2012 estes dois municiacutepios detinham 1210 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que
possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os
dois municiacutepios selecionados para coleta de dados primaacuterios sobre a safra de bananas em
2012 Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo referenciados pelo IBGE como o
segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois
municiacutepios foram responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde
foram produzidas 1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)
4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
Foram analisadas propriedades produtoras de bananas nestes municiacutepios e a anaacutelise
dos dados de formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo e produtividade constantes do diagnoacutestico se
deu com base nos dados da safra de bananas de 2012
A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve
dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos integrados dos
dados agronocircmicos desde a formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes-colheita e
aproveitamento da capacidade produtiva do solo com a bananicultura Utilizou-se do meacutetodo
de estudo exploratoacuterio buscando diagnosticar as praacuteticas culturais para os cultivos agriacutecolas
43
dessa cultura Este meacutetodo tambeacutem foi utilizado para diagnosticar a produccedilatildeo geral da cultura
nos municiacutepios em estudo como forma de identificar os aspectos que interferem e influenciam
no processo de produccedilatildeo da banana
Para o alcance dos objetivos deste trabalho foram elaborados questionaacuterios
estruturados que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana buscando
conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios conforme Quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas
Acircmbito Agriacutecola
Situaccedilatildeo Real dos cultivos Recomendaccedilatildeo
teacutecnica(1)
Dados de formaccedilatildeo dos cultivos Dados da Produccedilatildeo Dados de formaccedilatildeo e
produccedilatildeo
- Aacuterea da propriedade
- Aacuterea cultivada com bananas
- Quantidade de bananeiras na propriedade
- Bananeiras em fase de produccedilatildeo
- Praacuteticas culturais
Produccedilatildeo meacutedia de
bananas
- Produtividade meacutedia
de bananas
- Aproveitamento da
capacidade produtiva
do solo
- Teacutecnicas de
espaccedilamento e densidade
- Produccedilatildeo meacutedia
- Produtividade meacutedia
- Aproveitamento da
capacidade produtiva do
solo (1)
Com base nos dados de produtividade fornecidos por Arruda et al (2004)
No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi
estruturadas aos produtores rurais cooperativas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias e a
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas informaccedilotildees sobre
os dados gerais para a formaccedilatildeo dos cultivos (aacuterea total da propriedade aacuterea cultivada com
bananas e plantas em fase de produccedilatildeo de frutos) as tecnologias de preacute colheita (envolvendo
as praacuteticas culturais e a densidade de plantas por hectare) as tecnologias de poacutes colheita
(produccedilatildeo e produtividade meacutedia de bananas e aproveitamento da capacidade produtiva do
solo) e feito um comparativo para os dados caso os cultivos estivessem dentro dos padrotildees de
produtividade indicados pela literatura especiacutefica a fim de conhecer a situaccedilatildeo real dos
cultivos de bananeiras
A anaacutelise destes dados permitiu conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras e
estimar o potencial produtivo nos municiacutepios estudados bem como analisar os fatores
favoraacuteveis e desfavoraacuteveis que envolvem o processo de gestatildeo na formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
desses cultivos
44
4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Neste contexto se focalizaram as propriedades rurais que compreendem os locais
dentro das zonas rurais dos municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao
cultivo agriacutecola de bananas onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para
processamento dos produtos Para fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades
rurais inquiridas para a obtenccedilatildeo do diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para
fins comerciais pela importacircncia da anaacutelise de elementos que envolvem a gestatildeo dos cultivos
Procurou-se primeiro identificar as propriedades rurais enquadradas no interesse da
pesquisa e depois diagnosticaacute-las no acircmbito agriacutecola das bananas A anaacutelise dos processos de
gestatildeo aplicados em cada etapa permitiu identificar os elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis
do processo Esta anaacutelise permitiu conhecer o processo de formaccedilatildeo dos cultivos de
bananeiras nos municiacutepios em estudo e sua relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e produtividade
4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos
quantitativos Neste caso a anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves
caracteriacutesticas de formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos de bananeiras e a gestatildeo empregada A
anaacutelise quantitativa torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no
acircmbito agriacutecola da formaccedilatildeo dos cultivos e produccedilatildeo da fruta
Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas
pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo
exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) se caracteriza por proporcionar um maior
conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da
investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em trinta propriedades
rurais distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria
45
de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do
municiacutepio
Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados
quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O
levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo
direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de
julho de 2013 a junho de 2014
46
413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em
2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas e aacuterea colhida
superou 67 mil ha A produccedilatildeo ultrapassou 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade
meacutedia alcanccedilada na regiatildeo Norte de 10 tha (Tabela 1) ainda eacute muito baixa se comparada
com as das demais regiotildees brasileiras (quando aplicadas as tecnologias apropriadas a
produtividade supera 50 tha no entorno de Brasiacutelia e 40 tha no Vale do Satildeo Francisco e na
regiatildeo Norte de Minas Gerais (SILVA NETO e GUIMARAtildeES 2011)
Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade ligeiramente maior que a
meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente Esta produccedilatildeo agregou mais
de R$ 59 milhotildees agrave economia do Amazonas e R$ 276 milhotildees agrave economia do Paraacute Nos
demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em
2012
Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012
Estado
Aacuterea
Plantada
(ha)
Aacuterea
Colhida
(ha)
Quantidade
produzida
(t)
Rendimento
meacutedio
(tha)
Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
Amazonas 9545 131 5440 81 63745 79 120 59569 126
Acre 6977 96 6017 90 64112 79 110 27282 58
Amapaacute 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46
Paraacute 41549 571 41549 620 565773 698 140 276410 583
Rondocircnia 7215 99 6840 102 59091 73 90 49420 104
Roraima 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46
Tocantins 3702 51 3507 52 25995 32 70 18195 38
Regiatildeo
Norte 72788 -- 67053 -- 810296 -- (100) 474034 --
()
Percentual do Estado em relaccedilatildeo agrave regiatildeo Norte
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
Juntos o Estado do Amazonas e Paraacute concentram 70 da aacuterea cultivada com bananas
na regiatildeo Norte do Brasil com respectivamente 13 e 57 cada Estado No Norte as
menores aacutereas cultivadas com bananas satildeo no Amapaacute e Roraima com 1900 ha cada um
contudo o menor rendimento meacutedio detectado na regiatildeo foi no Estado do Tocantins com 7
47
tha seguido dos Estados do Amapaacute Rondocircnia e Roraima com 9 tha em cada Estado O
Acre apresentou produtividade de 11 tha ficando ligeiramente acima da produtividade meacutedia
da regiatildeo Norte a exemplo do Amazonas e Paraacute
Se o Estado do Amazonas trabalhasse com cultivos tecnificados a exemplo de
algumas regiotildees brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia e regiotildees da Bahia e de
Minas Gerais na mesma aacuterea colhida de mais de 72 mil ha seria possiacutevel produzir mais de
270 mil toneladas em detrimento das 63 milt alcanccediladas em 2012
A produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte agregou mais de 474 milhotildees de reais ao PIB
brasileiro em 2012 mas esse valor poderia aumentar mais de seis vezes se os cultivos de
bananeiras atingissem a produtividade jaacute alcanccedilada em algumas regiotildees do paiacutes e no Estado
do Amazonas de 50 tha (Tabela 1)
4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo
Caipira e FHIA 18
Atendendo agrave importacircncia socioeconocircmica que a cultura da banana tem para a regiatildeo
Norte do paiacutes eacute fundamental prolongar as atenccedilotildees para proceder agrave reestruturaccedilatildeo dos
cultivos com variedades mais resistentes agraves principais doenccedilas e pragas que atingem os
bananais em todo o mundo visto que se trata de uma cultura de grande importacircncia para a
regiatildeo Norte do Brasil que natildeo pode ser negligenciada
Estas informaccedilotildees se referem ao funcionamento da bananicultura a sua importacircncia
socioeconocircmica e as implicaccedilotildees agriacutecolas e econocircmicas resultante da negligecircncia dos
cultivos para os amazocircnidas especialmente os das zonas rurais cuja economia encontra suas
bases essencialmente no setor primaacuterio (Tabela 2)
Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo
Caipira e FHIA 18
Cultivares Porte da
planta
Densidadeha(1)
(un)
- 1deg ciclo -
Peso meacutedio
do cacho
(kg)
Quantidade de
pencas por cacho
(un)
Peso meacutedio
da penca
(kg)
Thap
Maeo
Alto 1667 330 10 33
Caipira Meacutedio a
alto
1667 400 10 40
FHIA 18 Meacutedio 1667 400 10 40 (1)
Considerando espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m sugerido por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte Gasparotto et al (2003) adaptada pela autora
48
A tabela 2 traacutes as informaccedilotildees baacutesicas condensadas dos trabalhos de Gasparotto et al
(2004) sobre as caracteriacutesticas das cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 mais plantadas
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
As cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 satildeo respectivamente de porte alto
meacutedio a alto e meacutedio podendo cada uma abrigar 1667 covas por hectare no primeiro ciclo
produtivo sem prejuiacutezos para o cultivo e a produccedilatildeo quando plantadas em espaccedilamentos de
40 x 20 x 20 metros Nestas condiccedilotildees o peso meacutedio do cacho para cada cultivar eacute
respectivamente de 33 40 e 40 quilos cada cacho com meacutedia de 10 pencas por cacho
pesando respectivamente 33 kg 40 kg e 40 kg cada penca (Tabela 2)
4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo
no Estado do Amazonas
A capacidade produtiva da cultivar Thap Maeo oscila entre 30 e 35 toneladas por
hectare ano em condiccedilotildees normais (GASPAROTTO et al 1999) Estudos realizados no
Estado do Amazonas Municiacutepio de Manacapuru por Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) com essa cultivar e registraram 50 thaa em cultivos com disposiccedilotildees espaciais em
fileiras duplas de 40 x 20 X 20 m e distribuiccedilatildeo por estande de 1667 plantas no primeiro
ciclo A partir do segundo ciclo produtivo o estande teraacute mais de 3300 plantas produzindo
frutos Do terceiro ciclo em diante o estande abrigaraacute mais de 5000 plantas visto que em
cada cova devem ser mantidas a planta matildee a filha e a neta Nesta situaccedilatildeo a produccedilatildeo
estimada eacute de aproximadamente 50 toneladas por hectares ano A opccedilatildeo por estandes com este
espaccedilamento permite um incremento na produccedilatildeo da ordem de 173 se comparado com os de
espaccedilamento de 3 x 3 metros (Tabela 3)
Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de
Bananeiras para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas
Espaccedilamento
(m)
Estande
(plha)
Produccedilatildeo
esperada (ta)
Produtividade
(tha)
Incremento na
produccedilatildeo ()
40 x 20 x 20 1667 500 211 1730
40 x 25 x 20 1538 400 111 1384
40 x 30 x 20 1428 371 82 1284
30 x 30 1111 289 -- 1000 (1)
Em relaccedilatildeo ao espaccedilamento de 3 x 3 m
Fonte Arruda et al (2004) adaptada pela autora (ta)
49
A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e
mais de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100
plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa
O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 no
estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio se obteraacute mais
de 4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 2850
bananeiras produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa
Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas e
mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de
2200 plantas produzindo frutos o que significa produtividade de aproximadamente 289
thaa (Tabela 3)
A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e mais
de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100
plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa
O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 m no
estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio teraacute mais de
4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo aproximadamente 2850 bananeiras
produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa
Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas
e mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de
2200 plantas produzindo o que significa produtividade de aproximadamente 289 thaa
(Tabela 2)
Apesar do esforccedilo empregado pela Embrapa Amazocircnia Ocidental de melhoria dos
cultivos pelo uso de cultivares mais resistentes a pragas e doenccedilas e pela aplicabilidade das
teacutecnicas e tecnologias mais apropriadas para a dinamizaccedilatildeo da cultura ainda eacute possiacutevel
observar com grande frequecircncia baixa produtividade dos bananais em funccedilatildeo do niacutevel
tecnoloacutegico empregado e de problemas fitossanitaacuterios
4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Os dados descritos na tabela 4 se referem agrave anaacutelise de quinze propriedades rurais que
cultivam bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo distribuiacutedas entre os ramais do
Canoas e do Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da BR ndash 174 e
ao longo da AM ndash 240 estrada que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina
50
Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 P AT
(ha)
ACB
(ha)
ACB
QB
ha
QBP
(un)
BPF
(un)
PMB
(kgano)
PDTBha
(kgano)
01 25 20 80 750 1500 1500 4500 2250
02 316 40 13 1500 6000 3750 12000 3000
03 50 25 50 1000 2500 2500 1800 720
04 12 15 125 1200 1800 1800 1200 800
05 50 50 100 1100 5500 5500 2900 580
06 49 10 20 1100 1100 1100 900 900
07 175 30 17 1267 3801 3800 3000 1000
08 96 10 10 1850 1850 1850 500 500
09 80 05 06 800 400 400 900 1800
10 100 40 40 1125 4500 1100 2000 500
11 300 190 63 1000 19000 19000 40600 2137
12 50 15 30 2333 3500 3500 1700 1133
13 100 90 90 778 7002 7000 3500 389
14 110 50 45 1100 5500 3850 5000 1000
15 50 15 30 1133 1700 1700 2100 1400
Totais 1563 605 -- (18036) 65652 58350 82600 (18109)
Meacutedias 1042 40 38 1202 4377 3890 5507 1207 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas QB =
quantidade de bananeiras por hectare QBP = quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras
produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas PDTB = produtividade de bananas
Fonte autora
Elas somam uma aacuterea total de 1563 ha dos quais apenas 60 hectares satildeo cultivados
com bananeiras correspondendo a 38 das propriedades com um total de 58350 plantas
produzindo 82600 quilos de bananas por mecircs nas 15 propriedades analisadas que
corresponde a 5507 kg para cada uma
Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando
entre um e dez anos e em todas elas haviam plantas produzindo frutos Somente as
propriedades 02 10 e 14 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de
crescimento sem produccedilatildeo de frutos (Tabela 4)
Pelos dados dessa tabela verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades
dentro de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 12 a
316 ha (propriedades 4 e 2 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 05 e
maacuteximo de 19 ha cultivados com bananeiras (propriedades 9 e 11) indicando tambeacutem que os
percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura variaram de 1
(propriedade 8) a 125 (propriedade 04)
Foram detectados plantios com distribuiccedilatildeo em fileiras simples de 3 x 3 m com
densidade variando entre 750 e 2333 plantasha propriedades 01 e 12 respectivamente A
uacutenica exceccedilatildeo foi detectada na propriedade 07 que apresentou em um dos trecircs hectares
51
cultivados com bananas a distribuiccedilatildeo espacial em fileiras duplas de 4 x 2 x 2 m com um
total de 1660 plantas neste ha Nas demais propriedades analisadas os estudos mostram que
natildeo foram aplicadas as formas mais eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por
hectare resultando em ineficiente aproveitamento da aacuterea de plantio e consequentemente
menor produtividade excetuando-se as propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades
superiores agraves recomendadas para cultivos da cultivar Thap Maeo no Amazonas (PEREIRA et
al 2006) as demais propriedades apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves
condiccedilotildees ideais
A distribuiccedilatildeo de 750 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de
cultivo e segundo Pereira et al (2006) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa
densidade de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no
Amazonas podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando
principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 2333 plantasha
constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela
competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e
dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte
dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas
Com base nos espaccedilamentos entre plantas e aacutereas cultivadas observou-se que o
nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 400 na
propriedade 9 ateacute o maacuteximo de 19000 na propriedade 11 (Tabela 3) As 15 propriedades
analisadas totalizam 60 hectares cultivados com a cultura da bananeira predominantemente a
cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as cultivares Caipira e FIA 18 Nestes estatildeo
cultivadas mais de 65000 plantas das quais 58358 estatildeo produzindo frutos Dentro das
condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos cultivos na mesma aacuterea cultivada seria
possiacutevel abrigar aproximadamente 100000 covas melhorando a eficiecircncia de uso do solo em
35
A variaccedilatildeo de bananeiras em fase de produccedilatildeo de frutos foi de 400 ateacute 19000 nas
propriedades 09 e 11 respectivamente A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de
500 quilos na propriedade 08 ateacute 40600 kg na propriedade 11 com produtividade por hectare
de 500 quilos e 2137 kg nas respectivas propriedades
A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 02 com produccedilatildeo
mensal de 3000 quilos de bananas enquanto que na propriedade 13 com a menor
produtividade a produccedilatildeo foi de 389 quilos
52
Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e
reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo
espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de
por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha
Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando
comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e
1111 plantasha (Tabela 4)
Ainda observando o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m
permite melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as
praacuteticas culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em 14 toneladas
ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111
covasha No estado do Amazonas produtores que utilizaram a cultivar Thap Maeo
trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram
produtividade de 50 toneladas por hectare ano (ARUDA et al 2004)
Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na
Aacuterea amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos
Dados de Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012
P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo
teacutecnica (1)
ACPS
haano
() ACB
(ha)
QB
ha
QBP
(un)
PMB
(ta)
PDTBha
(ta)
QBP
(un)
PDTMB(sup2)
(ta)
01 20 750 1500 540 270 3334 100 540
02 40 1500 6000 1440 360 6668 200 720
03 25 1000 2500 216 86 4168 125 173
04 15 1200 1800 144 96 2501 75 192
05 50 1100 5500 348 70 8335 250 139
06 10 1100 1100 108 108 1667 50 216
07 30 1267 3801 360 120 5001 150 240
08 10 1850 1850 60 60 1667 50 120
09 05 (400) 400 108 216 834 25 432
10 40 1125 4500 240 60 6668 200 120
11 190 1000 19000 4872 256 31673 950 513
12 15 2333 3500 204 136 2501 75 272
13 90 778 7002 420 47 15003 450 93
14 50 1100 5500 600 120 8335 250 240
15 15 1133 1700 252 168 2501 75 336
Total 605 (17636) 65652 (9912) (2173) (100854) (3025) (4346)
Meacutedia 40 1176 4377 661 145 6724 202 290
P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare
QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =
produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento
da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados
(1) Arruda et al (2004) (sup2) Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa
Fonte autora
53
Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantasha e a produtividade alcanccedilada nos cultivos
de bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo usando o espaccedilamento de 3 x 3 m e
disposiccedilatildeo meacutedia de 1202 bananeiras por hectare e compararmos com as indicaccedilotildees ideais de
produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) para o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m e
disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 5
A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por
hectare visto que a propriedade 1 tem cerca de 750 bananeirasha sendo a menor
distribuiccedilatildeoha encontrada com 917 plantas a menos se comparadas com as condiccedilotildees
desejaacuteveis A propriedade 12 que apresentou a maior densidade de plantasha com 2333
covas representa alta densidade com diferenccedila a mais de 666 plantasha em acordo com as
indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 4) para condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas
A anaacutelise geral apresenta um total de 65652 plantas nas 15 propriedades estudadas
com meacutedia de 4377 plantaspropriedade Se fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de
densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na mesma aacuterea plantada nas 15 propriedades
estariam sendo cultivadas mais de 100000 plantas com meacutedia de 6724 bananeiras por
propriedade conforme tabela 4 Estas 15 propriedades deixaram de cultivar mais de 35000
bananeiras por natildeo aplicarem o melhor espaccedilamento e distribuiccedilatildeo de plantas por hectare
indicada para os cultivos Isto representaria um ganho de produtividade na mesma aacuterea
cultivada de aproximadamente 35
Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a
produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de pouco mais de 991 toneladas ano com meacutedia de
661 ta por propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na
propriedade 11 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de mais de 487 toneladas ano e a menor foi na
propriedade 8 com 6 ta e produtividade de pouco mais de 25 e 6 thaano nas respectivas
propriedades
Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis a propriedade com menor nuacutemero de bananeiras
nos hectares cultivados seria a propriedade 9 com 834 plantas e a maior quantidade a
propriedade 11 com 31673 plantas visto que possuem 05 e 19 ha cultivados
respectivamente A propriedade 2 com maior produtividade meacutedia por hectare foi a que mais
se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio alcanccedilando um aproveitamento do solo na
ordem de 72 com 4 ha plantados e produccedilatildeo de 144 tano enquanto que a propriedade 11
que registraria a maior produtividade em condiccedilotildees ideais quando observada nas condiccedilotildees
54
reais teve um aproveitamento do solo da ordem de 513 com produtividade de 256
thaano
Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nas 15 propriedades seria de
3025 ta compreendendo 2017 ta para cada propriedade poreacutem o que se apurou na
pesquisa foi uma produccedilatildeo meacutedia de 9912 ta nas 15 propriedades estudadas com meacutedia de
661 ta por propriedade Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade
produtiva dos solos visto que as 15 propriedades analisadas tiveram um aproveitamento de
4346 conferindo para cada propriedade aproveitamento de 29 da capacidade disponiacutevel
de solo se comparada com a produtividade indicada por Arruda et al (2004)
Esta baixa produtividade por hectare ano pode encontrar respaldo na forma de
distribuiccedilatildeo de plantas por hectare identificadas na pesquisa visto que em quase todas as
propriedades estudadas as densidades e consequentemente produtividades estavam abaixo
das recomendadas na literatura exceto a particularidade encontrada na propriedade 7 que
possuiacutea um hectare cultivado pela Embrapa como parcela de experimento e se encontrava em
condiccedilotildees ideais para ambos os fatores Outros elementos que podem responder a esta menor
eficiecircncia da produccedilatildeo satildeo as aplicabilidades dos tratos culturais necessaacuterios para se obter
produccedilotildees constantes e uniformes
4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Os dados descritos na tabela 6 se referem agrave anaacutelise de trinta propriedades rurais onde
se cultiva bananeiras no Municiacutepio do Rio Preto da Eva As propriedades estatildeo distribuiacutedas
entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados respectivamente nos
quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 estrada que daacute acesso aos municiacutepios de
Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas
Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando
entre um e dez anos e em todas elas havia plantas produzindo frutos Somente as propriedades
12 13 17 e 18 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de crescimento
sem produccedilatildeo de frutos
Elas somam uma aacuterea total de 1230 ha dos quais apenas 83 ha satildeo cultivados com
bananeiras correspondendo a 62 das propriedades com um total de 89291 plantas
produzindo 96000 quilos de bananas por mecircs compreendendo 3200 kg para cada
propriedade que corresponde a 1176 kg de bananas por hectare por mecircs
Pelos dados da tabela 6 verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades dentro
de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 18 a 150 ha
55
(propriedades 13 e 23 e 30 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 10 e
maacuteximo de 11 hectares cultivados com bananas (propriedades 3 15 16 20 21 27 e 11)
indicando tambeacutem que os percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura
variaram de 2 (propriedades 20 e 29) a 20 (propriedade 25)
Com base nos espaccedilamentos entre plantas e as aacutereas cultivadas observou-se que o
nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 800 na
propriedade 21 ateacute o maacuteximo de 12000 na propriedade 23 (Tabela 6)
Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 P AT
(ha)
ACB
(ha) ACB
QB
ha QBP
(un)
BPF
(un)
PMB
(kgmecircs)
PDTBha
(kgmecircs)
01 20 30 15 1200 3600 3600 1350 450 02 25 30 12 1200 3600 3600 3500 1167 03 25 10 4 1200 1200 1200 3500 3500 04 28 50 18 1100 5500 5500 2000 400 05 25 30 12 1100 3300 3300 1800 600 06 25 20 8 1200 2400 2400 800 400 07 25 15 6 907 1360 1360 900 600 08 26 30 12 1167 3500 3500 1800 600 09 25 30 12 1100 3300 3300 900 300 10 28 30 11 1100 3300 3300 2400 800 11 25 15 6 1067 1600 1600 3300 2200 12 25 15 6 1000 1500 1000 1200 800 13 18 20 11 1000 2000 1200 1000 500 14 25 20 8 1150 2300 2300 1500 750 15 25 10 4 1200 1200 1200 1000 1000 16 25 10 4 1111 1111 1111 1500 1500 17 25 20 8 1000 2000 1500 1200 600 18 25 25 10 960 2400 1000 1600 640 19 25 20 8 1150 2300 2300 1600 800 20 25 10 4 1000 1000 1000 1000 1000 21 52 10 2 800 800 800 3000 3000 22 50 30 6 1000 3000 3000 3000 1000 23 150 110 7 1090 12000 12000 16000 1455 24 100 30 3 1033 3100 3100 6400 2133 25 50 40 8 1050 4200 4200 6500 1625 26 35 70 20 1000 7000 7000 10000 1429 27 37 10 3 1120 1120 1120 450 450 28 45 30 7 1100 3300 3300 4800 1600 29 66 30 5 1100 3300 3300 4000 1333 30 150 30 2 1000 3000 3000 8000 2667
Totais 1230 830 (253) (32204) 89291 86091 96000 (35299)
Meacutedias 41 28 62 1073 2976 2870 3200 1176 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas ACB =
percentual de aacuterea cultivada com bananas na propriedade QB = quantidade de bananeiras por hectare QBP =
quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de
bananas (kgpropriedadeano) PDTB = produtividade de bananas (kghamecircs)
Fonte autora
56
Apesar de todos os proprietaacuterios informarem utilizar espaccedilamentos simples de 3 x 3
m a quantidade de plantas dispostas por hectare em algumas propriedades ficou abaixo ou
acima da densidade recomendada para este espaccedilamento que eacute de 1111covasha (Tabela 3)
(ARRUDA 2004) resultando em meacutedia 1073 plantasha em cada propriedade Nas demais
propriedades analisadas os estudos mostraram que natildeo foram aplicadas as formas mais
eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por hectare resultando em ineficiente
aproveitamento do solo e consequentemente baixa produtividade excetuando-se as
propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades superiores agraves recomendadas para cultivos
da cultivar Thap Maeo no Amazonas (ARRUDA 2004) As demais propriedades
apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves condiccedilotildees ideais
A distribuiccedilatildeo de 800 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de
cultivo e segundo Arruda (2004) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa densidade
de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no Amazonas
podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando
principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 1200 plantasha
constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela
competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e
dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte
dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas
Nestas 30 propriedades estatildeo cultivadas mais de 89000 plantas das quais 86091
estatildeo produzindo frutos predominando a cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as
cultivares Caipira e FIA 18 Dentro das condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos
cultivos na mesma aacuterea cultivada seria possiacutevel abrigar mais de 138000 covas melhorando a
eficiecircncia de uso do solo em 35
A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de 450 quilos na propriedade 27 ateacute
16000 kg na propriedade 23 com produtividade mensal por hectare de 450 kg e 1455 kg nas
respectivas propriedades
A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 3 que alcanccedila
produccedilatildeo mensal de 3500 quilos de bananas enquanto que a propriedade 09 tem a menor
produtividade com 300 kg
Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e
reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo
espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de
57
por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha
Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando
comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e
1111 plantasha condiccedilotildees praticadas nos cultivos analisados em Presidente Figueiredo
(Tabela 3)
Se analisarmos o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m permite
melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as praacuteticas
culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em mais de 14 toneladas
ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111
covasha No estado do Amazonas produtores que plantaram a cultivar Thap Maeo
trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram
produtividade de 50 toneladas de bananas por hectare ano (ARRUDA et al 2004) (Tabela 3)
Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantas por hectare e a produtividade alcanccedilada nos
cultivos de bananeiras do Municiacutepio de Rio Preto da Eva usando o espaccedilamento simples de 3
x 3 m e disposiccedilatildeo meacutedia de 1073 bananeiras por hectarepropriedade e compararmos com as
indicaccedilotildees ideais de produtividade fornecidas por Pereira et al (2006) para o espaccedilamento
de 4 x 2 x 2 m e disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 7
A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por
hectare visto que a propriedade 21 tem cerca de 800 bananeirasha sendo a menor
densidadeha encontrada com 867 plantashectare a menos se comparada com as condiccedilotildees
desejaacuteveis As propriedades 1 2 3 6 e 15 apresentaram a maior densidade de plantasha na
ordem de 1200 contudo ainda estatildeo em desacordo com as orientaccedilotildees para o espaccedilamento
ideal com menos 467 plantasha comparadas com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) para
condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas
A anaacutelise geral apresenta um total de 89291 plantas nas trinta propriedades
analisadas dispostas nos 83 hectares cultivados com bananeiras nos cultivos em estudo o que
significa meacutedias de 1073 bananeirasha cultivado e 2976 bananeiras por propriedade Se
fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na
mesma aacuterea plantada estariam sendo cultivadas mais de 138000 plantas em detrimento das
89291 existentes e a meacutedia de bananeiras por propriedade saltaria de 2976 plantas para mais
de 4600 conforme tabela 7
Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a
produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de 1152 toneladas ano com meacutedia de 384 ta por
58
propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na propriedade
23 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de 192 ta e a menor foi na propriedade 9 com 108 ta e
produtividade de pouco mais de 175 e 36 thaa nas respectivas propriedades
Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na
Aacuterea Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo teacutecnica
(sup1) ACPS
haano
() ACB
(ha)
QB
ha
QBP
(un)
PMB
(ta)
PDTMBha
(ta)
QBP
(un)
PDTMB(2)
(ta)
01 30 1200 3600 162 54 5001 150 108
02 30 1200 3600 420 140 5001 150 280
03 10 1200 1200 420 420 1667 50 840
04 50 1100 5500 240 48 8335 250 96
05 30 1100 3300 216 72 5001 150 144
06 20 1200 2400 96 48 3334 100 96
07 15 907 1360 108 72 2500 75 144
08 30 1167 3500 216 72 5001 150 144
09 30 1100 3300 108 36 5001 150 72
10 30 1100 3300 288 96 5001 150 192
11 15 1067 1600 396 264 2500 75 528
12 15 1000 1500 144 96 2501 75 192
13 20 1000 2000 120 60 3334 100 120
14 20 1150 2300 180 90 3334 100 180
15 10 1200 1200 120 120 1667 50 240
16 10 1111 1111 180 180 1667 50 360
17 20 1000 2000 144 72 3334 100 144
18 25 960 2400 192 77 4168 125 154
19 20 1150 2300 192 96 3334 100 192
20 10 1000 1000 120 120 1667 50 240
21 10 800 800 360 360 1667 50 720
22 30 1000 3000 360 120 5001 150 240
23 110 1090 12000 1920 175 18337 550 349
24 30 1033 3100 768 256 5001 150 512
25 40 1050 4200 780 195 6668 200 390
26 70 1000 7000 1200 171 11669 350 343
27 10 1120 1120 54 54 1667 50 108
28 30 1100 3300 576 192 5001 150 384
29 30 1100 3300 480 160 5001 150 320
30 30 1000 3000 960 320 5001 150 640
Totais 830 32204 89291 11520 (4236) 138361 4150 8472
Meacutedias 28 1073 2976 384 141 4612 138 282 P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare
QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =
produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento
da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados (1)
Arruda et al (2004) (2)
Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa
Fonte autora
59
Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis as propriedades com menor nuacutemero de bananeiras
nos hectares cultivados seriam as propriedades 3 15 16 20 21e 27 com 1667 plantas cada
uma e a maior quantidade seria a propriedade 23 com 18337 plantas visto que cada uma
possui 1 e 11 ha cultivados na mesma ordem Se comparados estes valores com a situaccedilatildeo
real nas propriedades estudadas eacute possiacutevel constatar que as propriedades 3 15 16 20 21 e
27 com menor aacuterea cultivada produziriam cada uma 50t de bananasa Dentre estas a que
mais se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio foi a propriedade 3 que obteve o
aproveitamento do solo na ordem de 84 e produtividade meacutedia de 42 thaano enquanto que
a propriedade 9 aproveitou apenas 72 da capacidade produtiva do solo visto que com 3
hectares cultivados produziu apenas 36 thaano
Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nos 83 hectares cultivados
seria de 4150 ta compreendendo em meacutedia a 138 toneladas para cada propriedade poreacutem
o que se apurou na pesquisa foi uma produtividade real da ordem de 1152 ta
correspondendo a 384 ta por propriedade
Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos
visto que o total de aacuterea cultivada em relaccedilatildeo agrave densidade de plantas e a produtividade
apresentou um aproveitamento da capacidade do solo de apenas 282 em relaccedilatildeo agraves
observadas por Arruda et al (2004) (Tabela 7)
O manejo inadequado pode ser o principal fator que justifica as baixas
produtividades encontradas nos cultivos do Municiacutepio do Rio Preto da Eva quando
comparados com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 2) visto que a distribuiccedilatildeo de
covas por hectare na maioria das propriedades estudadas estava muito proacutexima daquelas
indicadas na literatura exceto nas propriedades 7 18 e 21 que apresentaram densidades muito
abaixo das recomendadas para o espaccedilamento de 3 x 3m
60
414 CONCLUSOtildeES
Apenas dois dos quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo
tinham plantios com densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois
outros tinham plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores
Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva
tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente
O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no
municiacutepio de Presidente Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72
com meacutedia igual a apenas 29
O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no
municiacutepio de Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com
meacutedia igual a apenas 282
61
42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO
SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A
SUSTENTABILIDADE DA CULTURA
Resumo
A bananicultura do Estado do Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias
apropriadas com procedimentos produtivos e gerenciais rudimentares resultando em
produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade Diante
desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos efeitos negativos
dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no cultivo da banana que
se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia alimentar e na economia do Estado e
dos municiacutepios Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo
da produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Estado do Amazonas analisando as teacutecnicas utilizadas para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos
cultivos os tratos culturais e os procedimentos de preacute e poacutes-colheita e as formas de
organizaccedilatildeo destes produtores para a disseminaccedilatildeo de tecnologias e o fortalecimento nas
negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos Para o alcance do objetivo aqui proposto
foram elaborados questionaacuterios estruturados direcionados aos produtores rurais cooperativas
agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias que inquiriam o segmento agriacutecola da
produccedilatildeo da banana safra 2012 buscando conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos e a assistecircncia
do governo para a sustentabilidade da cultura nos municiacutepios em estudo e a organizaccedilatildeo dos
produtores a fim de entender como eles se relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a
sociedade Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham
conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do
Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas Todos
sabiam sobre a necessidade da adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana
mas apenas sete deles sabiam da necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro
deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais
eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes embora a
quase totalidade tenha participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por
organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais Eles mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas Eles realizam a
higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando as vendem na forma de pencas lavando-as e
colocando-as em caixas Apenas dois dos 15 produtores beneficiam a banana convertendo-a
em subprodutos com valor agregado como doces geleia e calda Com relaccedilatildeo aos produtores
de Rio Preto da Eva eles afirmaram que tinham conhecimento quanto ao espaccedilamento e
densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e quanto aos tratos culturais
contra pragas e doenccedilas Tambeacutem sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo de cobertura
necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da adubaccedilatildeo inicial
da cova e apenas nove deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para
uma adubaccedilatildeo mais eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em
cerca de metade das propriedades rurais desse municiacutepio embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais Eles tambeacutem se mostraram bem organizados nas formas de associaccedilotildees e
cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees
Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade da banana tratos culturais
organizaccedilotildees rurais
62
Abstract
The banana plantations of Amazonas State is often practiced without appropriate
technologies with rudimentary production and management procedures resulting in low
productivity and poor quality products and expressionless competitiveness Given this
scenario is necessary to find alternatives that counter the negative effects of this dynamic
often in state agricultural practice particularly in the banana cultivation which is presented as
very important fruit in the food chain and the states economy and municipalities This
perspective fits this proposed study of banana production management processes in the
Amazonas State municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva analyzing the
techniques used for the plant formation and maintenance cultivation and the pre and post-
harvest procedures as well as the forms of organization of these producers to the
dissemination of technologies and strengthening the trade negotiations of products and inputs
To reach the goal here proposed a structured questionnaires were developed targeted to
farmers agricultural cooperatives community associations and agribusinesses which
inquired the agricultural segment of banana production harvest 2012 seeking to know the
real situation of crops and government assistance for the sustainability of culture in the
municipalities under study Also to understand the organization of producers in order to know
how they relate to the production the market and society All 15 producers of Presidente
Figueiredo said they knew about the spacing and banana planting density in the state of
Amazonas only one of them unaware of the crop treatment against pests and diseases
Everyone knew about the need for necessary soil fertilization for the banana crop but only
seven of them knew of the need for initial soil fertilization before plant seedling and only
four of them the need to make a chemical analysis of soil for more efficient fertilizer
application Financial assistance and technical government are almost absent although almost
all have participated in programs and incentives for rural production by government and
nongovernmental organizations They proved to be well organized in the forms of
associations and cooperatives predominating among them the latter They perform the
cleaning of bananas only when sold in the form of hands washing them and putting them in
boxes Only two of the 15 producers benefit banana converting it into value-added by-
products such as candy jelly and syrup With respect to Rio Preto da Eva producers they said
they knew about the spacing and banana planting density in the state of Amazonas and for
cultivation against pests and diseases They also knew about the need for soil fertilization
required for banana culture most of them knew of the need for initial soil fertilization before
plant seedling and only nine of them the need to make a chemical analysis of soil for more
efficient fertilizer Financial assistance and government technical occur in about half of the
banana producers although almost all them have participated in programs and incentives for
rural production by government and nongovernmental organizations They also were well
organized in the forms of associations and cooperatives predominating among them the
associations
Key words banana cultivation banana productivity cultural practices farmer organizations
63
421 INTRODUCcedilAtildeO
A produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte
demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias na produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem
resultados significativos orientando para o adequado manejo do solo controle de pragas e
doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar
ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo
contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola
Para Sachs (2008) o desenvolvimento local deve ser trabalhado a partir da
valorizaccedilatildeo dos recursos naturais endoacutegenos No Estado do Amazonas cujas economias
encontram suas bases no setor primaacuterio isto se traduz na potencializaccedilatildeo da biodiversidade-
biomassa-biotecnologias e a cadeia produtiva agriacutecola por sua complexidade e
heterogeneidade desempenha papel importante no desenvolvimento da economia agriacutecola
O desenho da agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do
Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos
produtivos e gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo os cuidados
necessaacuterios na escolha das sementes ou mudas a observaccedilatildeo da densidade de plantas por
hectare as adubaccedilotildees o rodiacutezio de culturas para melhorar a fertilidade dos solos com uso
inadequado dos insumos agriacutecolas e desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade
procedimentos de preacute e poacutes colheita ineficientes resultando em produtividade baixa e
produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade conforme documentado com
cupuaccedilu por Said et al (2011)
Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos
efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no
cultivo da banana que se apresenta como uma fruta de grande importacircncia na cadeia
alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios
O desenvolvimento que garante a sustentaccedilatildeo econocircmica de determinado local e
tambeacutem possui relaccedilatildeo estreita com o crescimento que por sua vez demanda investimentos
pode ser alcanccedilado por meio da valorizaccedilatildeo do potencial biotecnoloacutegico sobretudo nos locais
onde a biodiversidade eacute abundante (SACHS 2009) como eacute o caso do Estado do Amazonas
Este modelo de desenvolvimento deve integrar os agricultores familiares e modernizar a sua
visatildeo de produccedilatildeo para promover ldquoa transformaccedilatildeo do agricultor familiar em empreendedor
ruralrdquo (BECKER 2009) O produtor rural alerta Sachs (2009) ldquona medida do possiacutevel deve
escolher o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo
64
Mello (2009) reforccedila este pensamento e nos alerta para o fato de que os nossos
ecossistemas jaacute datildeo sinais de fragilidade caracterizada pela ameaccedila do desaparecimento de
algumas espeacutecies indicando que eacute preciso mudar ou alternar os perfis ateacute aqui utilizados
Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar com a
riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas O
primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de comeacutercio ainda
que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute possiacutevel dispensar
as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo resgatar a grande parte
da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda
Se continuarmos este modelo de exploraccedilatildeo vigente que rompe o equiliacutebrio dos
nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do
solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a
salinizaccedilatildeo entre outros nos perpetuando na rota de um atraso produtivo e tecnoloacutegico sem
precedentes estaremos contribuindo para a degradaccedilatildeo de todas as espeacutecies Em vaacuterios
biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em erosatildeo e perda da fertilidade do solo
Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que temos produzido se questiona ateacute
quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir o aumento da produtividade Ou
quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para aumentar a produccedilatildeo Quanto de
nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e outros gratildeos (MELLO 2009)
Semelhante observaccedilatildeo feita por Homma (2001) e Homma e Frazatildeo (2002) orienta
para a necessidade de melhorias no modelo de cultivo com a introduccedilatildeo de inovaccedilotildees capazes
de modificar os processos vigentes no sentido de melhorar a produtividade e elevar a
qualidade dos produtos para tornaacute-los mais competitivos no mercado e evitar a demanda
desenfreada por novas aacutereas de cultivos a supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica
a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e dos alimentos
Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo da
produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado
do Amazonas analisando os cultivos desde a sua formaccedilatildeo as teacutecnicas empregadas na
manutenccedilatildeo destes envolvendo a observaccedilatildeo aos tratos culturais e agraves teacutecnicas de preacute e poacutes
colheita bem como o conhecimento do produtor rural para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos
cultivos e as formas de organizaccedilatildeo destes produtores para o fortalecimento na disseminaccedilatildeo
de tecnologias e nas negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos
65
422 MATERIAL E MEacuteTODOS
4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
No contexto administrativo da produccedilatildeo agriacutecola foram estudados os cultivos de
bananeiras nos aspectos de sua formaccedilatildeo visando a melhor produtividade o conhecimento
dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos estandes a aplicabilidade dos tratos culturais a
observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita com vistas a aumentar eou conservar a
qualidade dos produtos para que eles cheguem ao mercado de forma mais competitiva e
ainda as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores (associaccedilotildees cooperativas
agroinduacutestria ou independentes) para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos como forma
de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e se haacute algum tipo
de articulaccedilatildeo entre eles que favoreccedila o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos
produtos ou compra de insumos
4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
A orientaccedilatildeo baacutesica da pesquisa se respalda no estudo analiacutetico dos cultivos de
bananeiras dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas onde
foram analisadas as etapas do processo de produccedilatildeo relacionadas com a formaccedilatildeo dos
cultivos os tratos culturais e observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita das bananas na
safra de 2012
Para o alcance do objetivo aqui proposto foram elaborados questionaacuterios estruturados
que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana no acircmbito da formaccedilatildeo dos
cultivos e observaccedilatildeo agraves suas teacutecnicas de manutenccedilatildeo bem como a aplicabilidade das
indicaccedilotildees de preacute e poacutes colheita para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Acircmbito Agriacutecola
Teacutecnicas de formaccedilatildeo
dos cultivos
Tecnologias de
preacute colheita
praacuteticas culturais
Tecnologias de poacutes
colheita
Assistecircncia do governo
e organizaccedilatildeo social do
produtor
- Tratamento do solo para
formaccedilatildeo dos cultivos
- Espaccedilamento das plantas
- Densidade de plantas
por hectare
- Nutriccedilatildeo vegetal
- Controle de
pragas e doenccedilas
- Teacutecnicas de
adubaccedilatildeo
- Colheita
- Higienizaccedilatildeo dos
frutos
- Acondicionamento
e dos frutos
- Transporte
- Financeira
- Teacutecnica
- Incentivos fiscais
- Associaccedilotildees
- Cooperativas
- Agroinduacutestrias Fonte autora
66
No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi
estruturadas aos produtores rurais cooperativas agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e
agroinduacutestrias e a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas
informaccedilotildees sobre as teacutecnicas de formaccedilatildeo dos cultivos (tratamento do solo para formaccedilatildeo
dos cultivos espaccedilamento de plantas e densidade de plantas por hectare) as tecnologias de
preacute colheita envolvendo as praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas e
teacutecnicas de adubaccedilatildeo) e as tecnologias de poacutes colheita (colheita higienizaccedilatildeo dos frutos
acondicionamento e transporte dos produtos) e a assistecircncia do governo para a
sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo (financeira teacutecnica e de
incentivos fiscais) e a organizaccedilatildeo dos produtores (em associaccedilotildees comunitaacuterias cooperativas
e a presenccedila de agroinduacutestria) a fim de entender como os produtores rurais se organizam e se
relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a sociedade
4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
O contexto desta pesquisa focaliza as propriedades rurais produtoras de bananas em
escala comercial as associaccedilotildees comunitaacuterias as cooperativas agriacutecolas dos municiacutepios alvo
da pesquisa e as agroinduacutestrias que guardam relaccedilatildeo com a produccedilatildeo de bananas
As propriedades rurais compreendem os locais dentro das zonas rurais dos
municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao cultivo agriacutecola de bananas
onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para processamento dos produtos Para
fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades rurais inquiridas para obtenccedilatildeo do
diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para fins comerciais pela importacircncia da
anaacutelise de elementos que envolvem os cuidados na formaccedilatildeo dos cultivos a observaccedilatildeo dos
tratos culturais das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita e a participaccedilatildeo do governo com vistas agrave
sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo
A anaacutelise dos processos de gestatildeo aplicados neste estudo permitiram identificar os
elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis do processo Neste momento processou-se uma anaacutelise
descritiva da participaccedilatildeo interativa de cada elemento com o objetivo de identificar o trabalho
e a tecnologia por eles empregada
Esta anaacutelise permitiu compreender a evoluccedilatildeo no processo de desenvolvimento dos
municiacutepios e a contribuiccedilatildeo da atividade agriacutecola nos cultivos de bananeiras para o
desenvolvimento sustentaacutevel destes
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolveu alguns elementos
quantitativos como o espaccedilamento e densidade de plantas por hectare A anaacutelise qualitativa
67
permitiu abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas da cadeia produtiva e a gestatildeo
empregada no processo de formaccedilatildeo dos cultivos adubaccedilatildeo controle fitossanitaacuterio
assistecircncia do governo aos produtores rurais e a participaccedilatildeo do produtor em associaccedilotildees eou
cooperativas agriacutecolas
A anaacutelise quantitativa tornou mais consistente os estudos de algumas questotildees
especialmente no acircmbito agriacutecola da produccedilatildeo e se aplica aos dados coletados nas
propriedades relacionados ao espaccedilamento e agraves densidades de plantas
4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Nestes municiacutepios foram feitas
coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios
em 15 propriedades rurais produtoras dessa cultura em Presidente Figueiredo e 30 no Rio
Preto da Eva
Manaus eacute a capital do Amazonas e o ponto central das decisotildees poliacuteticas que
repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias e se configura como o maior centro
consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado por esta razatildeo foi inserida na coleta de dados
deste trabalho
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais
distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina em uma
agroinduacutestria de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde e nas sedes do
IDAM e do municiacutepio
O levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
observaccedilatildeo direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no
periacuteodo de janeiro de 2012 a junho de 2014
Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico e da
comercializaccedilatildeo dos produtos onde foram verificadas as tecnologias de preacute colheita como as
68
praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas densidade de plantas etc) e
as tecnologias de poacutes colheita (frutos destinaccedilatildeo e aproveitamento dos produtos e
subprodutos e agregaccedilatildeo de valor) aacuterea cultivada com a espeacutecie e produtividade obtida e
ainda a forma de organizaccedilatildeo social dos produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo desta
se satildeo produtores independentes ou se estatildeo alocados em associaccedilotildees eou cooperativas Os
dados coletados foram analisados nos aspectos agronocircmicos econocircmicos e administrativos
69
423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra
de 2012
Em 2012 o Estado do Amazonas cultivou 9545 hectares com bananas nos 62
municiacutepios existentes com uma aacuterea colhida de 3931 ha Do total cultivado 68 estatildeo
concentrados em dez municiacutepios do Estado conforme tabela 2 Manicoreacute eacute o maior produtor
de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste
municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha que juntamente com o municiacutepio de
Parintins se apresenta como a menor produtividade entre os dez municiacutepios de maior
produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)
O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos
da metade da cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do Estado
com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos
alcanccedilaram produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com
3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos
200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no
Estado de 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha a
2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)
Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas
ndash Safra 2012
Municiacutepio
Aacuterea
Plantada
(ha)
Aacuterea
colhida
(ha)
Quantidade
produzida
(t)
Rendimento
meacutedio
(tha)
Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
01 Manicoreacute 1560 1092 10920 10 9937
02 Presidente
Figueiredo 800 700 8400 12 8820
03 Manacapuru 1546 645 7735 12 7348
04 Rio Preto da
Eva 355 272 3264 12 2611
05 Novo Aripuanatilde 345 200 3200 16 4160
06 Parintins 575 253 2530 10 2783
07 Laacutebrea 330 200 2400 12 1920
08 Coari 450 198 2376 12 2138
09 Apuiacute 225 195 2300 12 1725
10 Codajaacutes 320 176 2112 12 2218
Total 6506 3931 45237 120 43660
Estado do Amazonas 9545 5440 63745 757 59569 () Em relaccedilatildeo agrave aacuterea colhida
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
70
Manicoreacute eacute o maior produtor de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e
produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha
que juntamente com o municiacutepio de Parintins se apresentou como o de menor produtividade
entre os dez municiacutepios de maior produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)
O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos
da metade da aacuterea cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do
Estado com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos
alcanccedilaram a produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com
3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos
200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no
Estado com 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha
a 2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)
De acordo com dados do IBGE (2013) em 2012 os municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva cultivavam respectivamente 800 e 355 hectares com bananas
sendo referenciados como o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (Tabela 1)
Os dados da tabela 2 apresentam a participaccedilatildeo dos cinco municiacutepios com maior
produccedilatildeo de bananas no Amazonas considerando o percentual da aacuterea plantada aacuterea colhida
quantidade produzida rendimento meacutedio e quanto a bananicultura destes municiacutepios agregou
agrave economia do Estado na safra de 2012
Os municiacutepios de Manicoreacute e Manacapuru possuem respectivamente 1634 e
1620 da aacuterea cultivada com bananas em todo o Estado e 2007 e 1186 da aacuterea colhida
o que representa 32 da aacuterea cultivada no Amazonas e 32 da aacuterea colhida O primeiro
municiacutepio responde por 1713 de toda a banana produzida no Estado e o segundo por
1213 Juntos eles satildeo responsaacuteveis por mais de 29 do total de bananas do Amazonas e
cada um contribui na mesma ordem com 1668 e 1234 do valor da produccedilatildeo desta
cultura no Amazonas o que representa 29 de todo o valor arrecadado pelo Estado com a
produccedilatildeo de bananas
Os municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo responsaacuteveis por
838 e 372 da aacuterea total cultivada com esta cultura no Estado o que representa 1210
do total de aacuterea cultivada com a fruta no Amazonas Contudo a aacuterea colhida nos dois
municiacutepios soma 178 do total do Estado com cada municiacutepio respondendo a 1287 e
500 na mesma ordem A quantidade produzida foi de 1318 e 512 do total de
71
toneladas produzidas no Estado o que representa 1481 e 438 de todo o valor arrecadado
com a venda de bananas no Estado Juntos eles respondem por 199 do total arrecadado na
comercializaccedilatildeo da fruta no Amazonas (Tabela 2)
Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no
Estado do Amazonas Safra 2012
Ndeg Municiacutepio
Aacuterea
Plantada
(ha)
da Aacuterea
colhida
(ha)
da Quantidade
produzida
(t)
do Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
01 Manicoreacute 1634 2007 1713 1668
02 Presidente
Figueiredo 838 1287 1318 1481
03 Manacapuru 1620 1186 1213 1234
04 Rio Preto da
Eva 372 500 512 438
05 Novo Aripuanatilde 602 368 502 698
Total 5066 5348 5258 5519
Estado do Amazonas (9545) (5440) (63745) (59569) () Total em relaccedilatildeo ao Estado do Amazonas
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
O municiacutepio de Novo Aripuanatilde possui 602 da aacuterea plantada no Estado com 368
Isto corresponde a 502 de toda a produccedilatildeo de bananas do Amazonas representando 698
do valor total arrecadado com a venda das frutas
Os dados da tabela 2 mostram que os cinco municiacutepios do Estado do Amazonas com
maior produccedilatildeo de bananas concentram 5066 da aacuterea cultivada com bananas no Estado e
5348 da aacuterea colhida onde satildeo produzidas 5258 de toda a produccedilatildeo Estadual
respondendo por 5518 de tudo que eacute arrecadado no Estado com a venda da fruta
A bananicultura no Amazonas contribuiu com mais de R$ 59 milhotildees para o PIB do
Estado em 2012 e os dez municiacutepios com maior produccedilatildeo no Estado satildeo responsaacuteveis pela
injeccedilatildeo de mais de 73 deste total movimentando mais de R$ 43 milhotildees na economia do
Estado no mesmo ano
Nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva estatildeo alocadas as
propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio
possui respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da
populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram
respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (Tabela 2)
72
4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas
A tabela 3 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos
cultivos de bananeiras considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e
consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o
acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas e doenccedilas e a realizaccedilatildeo
de adubaccedilotildees
A pesquisa mostrou que ao serem inquiridos quanto agrave formaccedilatildeo dos cultivos todos
os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a formaccedilatildeo dos cultivos
e a densidade de plantas por hectare (Tabela 3) Poreacutem o que se constatou em todas as
propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o espaccedilamento de 3 x 3 m As
orientaccedilotildees de Arruda et al (2004) indicam que para este espaccedilamento cada estande de 1 ha
comporta 1111 plantas
Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de
Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Conhecimento do produtor
Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo
Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel
solo
Cova Cobertura
01 x x x x -- -- x
02 x x x x x x x
03 x x x x -- -- x
04 x x x x -- -- x
05 x x x x x x x
06 x x x x -- -- x
07 x x x x x x x
08 x x x x -- -- x
09 x x -- -- -- x x
10 x x x x -- -- x
11 x x x x x x x
12 x x x x -- x x
13 x x x x -- -- x
14 x x x x -- -- x
15 x x x x -- x x Dos 3 ha cultivados com bananas na propriedade foi feita a anaacutelise do solo e adubaccedilatildeo de cova somente em 1
ha que era monitorado pela Embrapa x conhece -- desconhece
Fonte autora
Nas propriedades analisadas as quantidades de covas dispostas por hectare para este
tipo de espaccedilamento variou de 750 ateacute 2333 covas conferindo impropriedade na formaccedilatildeo
73
dos cultivos que se encontram com densidades abaixo ou acima das quantidades ideais para
cultivos no Amazonas que eacute de 1667 plha distribuiacutedas em espaccedilamentos de 4 x 2 x 2 m
(ARRUDA et al 2004) Em quase todas as propriedades envolvidas na pesquisa exceto a 09
os produtores afirmaram ter conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o
controle de pragas e doenccedilas nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a
ocorrecircncia de pragas e doenccedila Uma das razotildees para essa ausecircncia de doenccedilas eacute que as
cultivares plantadas nestas propriedades satildeo a Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 resistentes agrave
sigatoka negra e sigatoka amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do
Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis ao Moko Estas satildeo as principais doenccedilas que atingem os
bananais em niacutevel mundial (GASPAROTTO et al2002)
Quanto agrave realizaccedilatildeo do controle de pragas e doenccedilas todas as propriedades
envolvidas na pesquisa responderam positivamente quando foram inqueridas sobre a
realizaccedilatildeo desta praacutetica contudo este trabalho constatou a natildeo existecircncia de pragas e doenccedilas
nos bananais deste municiacutepio Talvez este fato seja justificado pelas cultivares plantadas nesta
regiatildeo predominantemente as Caipira Thap Maeo e FHIA 18 resistentes agraves doenccedilas mais
comuns que atingem os bananais (GASPAROTTO et al2002)
A pesquisa revelou que os produtores das propriedades 1 3 4 6 8 9 10 12 13 14
e 15 afirmaram nunca terem feito anaacutelise de solo para procederem a adubaccedilatildeo e calagem
sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Apenas as propriedades 5 7 e 11 fizeram a
anaacutelise quiacutemica do solo antes da formaccedilatildeo dos cultivos para a determinaccedilatildeo da calagem e
adubaccedilatildeo (Tabela 3)
Os produtores 1 3 4 6 8 10 13 e 14 natildeo fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada
somente nas propriedades 2 5 7 9 11 12 e 15 Em todos os cultivos foram realizadas as
adubaccedilotildees de cobertura poreacutem as dosagens de aplicaccedilatildeo de calagem e dos macros e micros
nutrientes assim como a frequecircncia de realizaccedilatildeo dos processos de adubaccedilatildeo satildeo diferentes e
na maioria dos casos essas quantidades satildeo determinadas empiricamente
4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a
Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio
de Presidente Figueiredo Amazonas
O estudo realizado nas quinze propriedades neste municiacutepio tambeacutem buscou
diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e
outros tipos de assistecircncias que por ventura os produtores rurais de banana possam receber
bem como a forma de organizaccedilatildeo do produtor rural se em associaccedilotildees ou cooperativas com
74
vistas a favorecer a disseminaccedilatildeo do conhecimento e o fortalecimento nas negociaccedilotildees
comerciais e de aquisiccedilatildeo de insumos (Tabela 4)
Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores
Safra 2012
Prop
Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor
Financeira(1)
Teacutecnica(2)
Inc Fisc(3)
Outros(4)
Associaccedilatildeo Cooperativa
1 -- -- -- -- -- --
2 -- -- -- x x --
3 -- x -- x -- x
4 -- -- -- x -- x
5 -- -- -- x -- x
6 -- -- -- x -- x
7 x x -- x x --
8 -- x -- x x --
9 -- -- -- x x --
10 -- -- -- x -- x
11 -- -- -- x x --
12 -- -- -- x x --
13 x x -- x -- x
14 -- x -- x -- x
15 -- -- -- x -- x
() (133) (333) (00) (933) (400) (533) (1)
Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)
Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)
Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)
Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc x Sim -- Natildeo
Fonte autora
Os dados da tabela 4 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades
financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou apenas dois dos
quinze produtores consultados propriedades 7 e 13 Os demais produtores natildeo realizaram
nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal
ou estadual para o incremento da produccedilatildeo
A ajuda teacutecnica alcanccedilou as propriedades 3 7 8 13 e 14 Destas quatro receberam
ajuda teacutecnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do
Estado do Amazonas ndash IDAM A exceccedilatildeo estaacute na propriedade 7 cuja ajuda veio da Empresa
Brasileira de Pesquisas Agropecuaacuterias ndash Embrapa Amazocircnia Ocidental
Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter
recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na alavancagem do
negoacutecio agriacutecola da banana
75
O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo dos governos nos processos da
sustentabilidade agriacutecola de produccedilatildeo da banana e para o municiacutepio de Presidente Figueiredo
constatou significativa expressatildeo nas trecircs esferas administrativas Uniatildeo Estado e Municiacutepio
no esforccedilo para garantir a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 4)
Somente o produtor da propriedade 1 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com
programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais produtores
estavam envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural
do Estado do Amazonas geridos pela Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash ADS como
forma de implementar o Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar PREME ndash
SEDUCSEMED para abastecimento da Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo e Qualidade do
Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo - SEMED e
Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos o Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos -
PAACONAB uma parceria do governo do Estado do Amazonas com o governo Federal
atraveacutes da Companhia Nacional de Abastecimento ndash CONAB
Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do
produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas
agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente de
disseminaccedilatildeo de tecnologias e aumento do poder de negociaccedilatildeo nas relaccedilotildees comerciais que
asseguram maior seguranccedila qualidade na produccedilatildeo e maior poder de negociaccedilatildeo e lucros nas
transaccedilotildees comerciais
Neste sentido os dados para o municiacutepio mostram que dos quinze produtores
analisados seis possuem representaccedilatildeo juriacutedica integrada agrave associaccedilatildeo comunitaacuteria onde estatildeo
alocados (propriedades 2 7 8 9 11 e 12) e oito satildeo ligados a alguma cooperativa agriacutecola
(propriedades 3 4 5 6 10 13 14 e 15) Apenas o produtor da propriedade 1 declarou natildeo
fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa (Tabela 4)
Ainda com base nos dados apresentados na tabela 4 se evidencia que as agecircncias de
fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram apenas 133 dos produtores inquiridos no
municiacutepio de Presidente Figueiredo enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e
se estendeu a 333 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como
PREMESEDUCSEMED PPACONAB e a implementaccedilatildeo de feiras do produtor rural
apresentaram significativa expressatildeo para o produtor contemplando 933 dos entrevistados
Destes 40 mantinham relaccedilotildees com a associaccedilatildeo da comunidade a que se integram e 533
satildeo integrados agrave uma cooperativa agriacutecola
76
4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da
Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento
O estudo analisou a cadeia de processamento das bananas observando a agregaccedilatildeo
de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de acondicionamento para o transporte e
a realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis
O resultado estaacute disposto na tabela 5
Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Higienizaccedilatildeo
das bananas
Embalagem p
transporte
Realiza
beneficiamento
Tipo de beneficiamento
Sim Cacho Caixa Sim Natildeo Doces Geleia Calda Chips
1 x x x x -- -- -- -- --
2 x x x x -- -- -- -- --
3 x x x x -- -- -- -- --
4 x x x x -- -- -- -- --
5 x x x x -- x x x --
6 x -- x x -- -- -- -- --
7 x x x x -- -- -- -- --
8 -- x -- x -- -- -- -- --
9 -- x -- x -- -- -- -- --
10 x x x x -- x x x --
11 x x x x -- -- -- -- --
12 x x x x -- -- -- -- --
13 x x x x -- -- -- -- --
14 x x x x -- -- -- -- --
15 x x x x -- -- -- -- --
() (867) (933) (867) (100) (--) (133) (133) (133) (00) x realiza -- natildeo realiza
Fonte autora
O processo de colheita das bananas exige a observaccedilatildeo de cuidados como a
disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte do bananal ao local de despencamento a higienizaccedilatildeo
dos frutos para descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a
forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as escoriaccedilotildees A observaccedilatildeo
destes cuidados agrega valor e favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos
De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo dos frutos deve ocorrer apoacutes
o despencamento pela imersatildeo destas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para
cada 100 litros de aacutegua) A lavagem vai remover os micro-organismos e precipitar a sika
A realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas pode evitar a perda na produccedilatildeo e
melhorar a renda dos produtores Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do
77
mercado para consumo in natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados
e os demais podem ser beneficiados para produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips
Dos 15 produtores consultados 13 afirmaram realizar a higienizaccedilatildeo das bananas
Apenas os produtores 8 e 9 natildeo realizavam este processo porque comercializavam a produccedilatildeo
direto nas feiras por unidades de cachos inteiros portanto natildeo despencavam e nem lavavam
os frutos (Tabela 5)
O acondicionamento dos frutos para transporte era feito de duas formas nos casos
em que os produtores comercializavam as bananas em cachos estes natildeo passavam pelo
processo de lavagem sendo transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em
que satildeo comercializadas por quilos ou unidades de pencas os cachos satildeo despencados ainda
na propriedade rural e as pencas satildeo lavadas e acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de
plaacutestico (de 15 a 20 kg) onde satildeo transportadas ateacute o local de repasse para o consumidor final
ou intermediaacuterio
Entre os produtores analisados somente o produtor da propriedade 6 natildeo
comercializava as bananas em cachos Nestes casos as bananas eram despencadas e
acondicionadas em caixas de papelatildeo com aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de
plaacutestico com 20 Kg As propriedades 8 e 9 comercializavam os cachos inteiros As demais
propriedades utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com
o PREME todos os fornecimentos satildeo feitos em caixa de papelatildeo ou plaacutestico Para outros
fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens podem ser transportados em cachos
Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores
afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem o uacutenico beneficiamento
realizado era a lavagem e acondicionamento dos frutos em embalagens especiacuteficas para o
transporte
No universo da pesquisa para este municiacutepio somente os produtores das
propriedades 5 e 10 realizam o beneficiamento dos produtos em agroinduacutestria com produccedilatildeo
de doces geleias e calda de bananas Trata-se de mesma empresa constituiacuteda por dois
produtores do municiacutepio de Presidente Figueiredo Nenhum dos entrevistados beneficia o
produto para transformaccedilatildeo em banana chips (Tabela 5) Este nicho de mercado jaacute eacute realidade
e registra boa aceitaccedilatildeo nos mercados do Norte do Brasil
A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que a higienizaccedilatildeo da banana eacute
realizada em mais de 86 das propriedades analisadas com acondicionamento para
transporte em caixas em 933 dos casos enquanto que 100 dos produtores realizam
78
algum tipo de beneficiamento nas bananas Poreacutem somente em pouco mais de 13 este
produto eacute transformado em outros subprodutos comercializaacuteveis (Tabela 5)
4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no
Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas
A tabela 6 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos
cultivos estudados considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e
consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o
acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas doenccedilas e de adubaccedilotildees
Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de
Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Conhecimento do produtor
Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo
Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel solo Cova Cobertura
01 x x x x -- -- x
02 x x x x -- x x
03 x x x x -- x x
04 x x x x -- -- x
05 x x x x -- -- x
06 x x x x -- -- x
07 x x x x -- -- x
08 x x x x -- -- x
09 x x x x -- -- x
10 x x x x -- x x
11 x x x x x x x
12 x x x x -- x x
13 x x x x -- -- x
14 x x x x -- x x
15 x x x x x x x
16 x x x x x x x
17 x x x x -- x x
18 x x x x -- x x
19 x x x x -- -- x
20 x x x x x x x
21 x x x x x x x
22 x x x x x x x
23 x x x x -- x x
24 x x x x x x x
25 x x x x -- x x
26 x x x x -- x x
27 x x x x -- -- x 28 x x x x x x x 29 x x x x x x x 30 x x x x -- x x
x Conhece -- Desconhece Fonte autora
79
Todos os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a
formaccedilatildeo dos cultivos e a densidade de plantas por hectare (Tabela 7) Poreacutem o que se
constatou em todas as propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o
espaccedilamento de 3 x 3 m contudo a quantidade de covas dispostas por hectare para este de
espaccedilamento resultaria numa quantidade de 1111 covasha o que natildeo foi observado na
realidade tendo em vista a variaccedilatildeo de 800 ateacute 1200 covasha (Tabela 1)
Em todas as propriedades envolvidas na pesquisa os produtores afirmaram ter
conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o controle de pragas e doenccedilas
nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a ocorrecircncia de pragas eou de
doenccedilas o que possivelmente se justifica pelo fato de estes cultivos serem constituiacutedos pelas
cultivares Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 que satildeo resistentes agrave sigatoka negra e sigatoka
amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis
ao Moko
Dos 30 produtores entrevistados somente nove realizaram anaacutelise do solo antes da
formaccedilatildeo dos cultivos (propriedades 11 15 16 20 21 22 24 28 e 29) para a determinaccedilatildeo
adequada da calagem e adubaccedilatildeo antes de iniciar o plantio Os demais afirmaram natildeo ter feito
a avaliaccedilatildeo do solo para nortear a aplicaccedilatildeo de calagem e adubaccedilatildeo de cova e de cobertura
sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Os produtores 1 4 5 6 7 8 9 13 19 e 27 natildeo
fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada nas demais propriedades Todos os proprietaacuterios
responderam realizar a adubaccedilatildeo de cobertura poreacutem as quantidades de aplicaccedilatildeo de calagem
e adubaccedilatildeo foram aplicadas de forma empiacuterica nos casos em que natildeo se realizou a anaacutelise do
solo (Tabela 6)
4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a
Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio
de Presidente Figueiredo no Amazonas
O estudo realizado nas trinta propriedades rurais produtoras de bananas no municiacutepio
do Rio Preto da Eva tambeacutem buscou diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos
financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e outros tipos de assistecircncia que por ventura
tenham recebido Os resultados da investigaccedilatildeo estatildeo expostos na tabela 7
Os dados da tabela 7 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades
financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou doze dos trinta
produtores consultados Os demais natildeo realizaram nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de
80
fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal estadual ou municipal para o incremento
da produccedilatildeo
Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais
em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas
Prop
Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor
Financeira(1)
Teacutecnica(2)
Inc Fisc(3)
Outros(4)
Associaccedilatildeo Cooperativa
1 -- x -- x -- x
2 -- -- -- -- -- --
3 -- x -- x x --
4 -- -- -- x -- x
5 -- -- -- x -- x
6 -- -- -- x -- x
7 -- -- -- x x --
8 -- -- -- x -- x
9 x x -- x -- x
10 x x -- x x x
11 -- x -- x x --
12 x x -- x x --
13 x x -- x x --
14 x x -- x x --
15 -- x -- x x --
16 x x -- x x --
17 x x -- x x --
18 x x -- x x --
19 x x -- x x --
20 -- x -- x x --
21 -- x -- x -- x
22 -- x -- x x x
23 -- x -- x x x
24 -- -- -- x x x
25 -- -- -- x x --
26 x x -- x x --
27 -- -- -- x x --
28 x x -- x x --
29 -- x -- x x x
30 x x -- x x x (1)
Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)
Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)
Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)
Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc
x Sim -- Natildeo
Fonte autora
A ajuda teacutecnica alcanccedilou 22 das 30 propriedades Toda a assistecircncia recebida veio
por intermeacutedio de agentes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal
Sustentaacutevel do Estado do Amazonas ndash IDAM
81
Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter
recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na implementaccedilatildeo
do negoacutecio agriacutecola da banana
O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo do governo nos processos agriacutecolas
quanto a sustentabilidade da produccedilatildeo da banana No Municiacutepio de Rio Preto da Eva foi
constatada significativa expressatildeo das trecircs esferas governamentais no esforccedilo para garantir a
comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 7)
Somente o produtor da propriedade 2 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com
programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais estavam
envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural Este
assunto seraacute melhor explorado quando analisarmos os dados de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
agriacutecola objeto de estudos futuros
Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do
produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas
agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente comerciais e
de processamentos dos produtos para entendermos o niacutevel de fortalecimento dos produtores
nas transaccedilotildees comerciais e na troca de informaccedilotildees e tecnologias
Neste sentido os dados para o Municiacutepio mostram que dos trinta produtores
analisados 16 satildeo membros da associaccedilatildeo da comunidade a qual pertencem e sete satildeo ligados
a alguma cooperativa agriacutecola Os produtores das propriedades 10 22 23 24 29 e 30
participam tanto da associaccedilatildeo comunitaacuteria quanto da cooperativa Apenas o produtor 2
declarou natildeo fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa
Ainda com base nos dados apresentados na tabela 7 se evidencia que as agecircncias de
fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram 40 dos produtores estudados no Municiacutepio
do Rio Preto da Eva enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e se estendeu a
70 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como PREMESDS
PAACONAB favoreceram significativamente o produtor na comercializaccedilatildeo dos produtos
contemplando 967 dos entrevistados
4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da
Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento
A pesquisa analisou a cadeia de processamento das bananas no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva observando a agregaccedilatildeo de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de
82
acondicionamento para o transporte e se era realizado algum tipo de beneficiamento nas
bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis Os resultados estatildeo expostos na
tabela 8
Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos
Acondicionamento para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas
Cultivadas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Higienizaccedilatildeo das
bananas
Embalagem p
transporte
Realiza
beneficiamento
Tipo de beneficiamento
Cacho Caixa Doces Geleia Calda Chips
1 x -- x x -- -- -- --
2 x -- x x -- -- -- --
3 x -- x x -- -- -- --
4 x -- x x -- -- -- --
5 x -- x x -- -- -- --
6 x -- x x -- -- -- --
7 x -- x x -- -- -- --
8 x -- x x -- -- -- --
9 x -- x x -- -- -- --
10 x -- x x -- -- -- --
11 x -- x x -- -- -- --
12 x -- x x -- -- -- --
13 x -- x x -- -- -- --
14 x -- x x -- -- -- --
15 x x x x -- -- -- --
16 x x x x -- -- -- --
17 x -- x x -- -- -- --
18 x -- x x -- -- -- --
19 x -- x x -- -- -- --
20 x -- x x -- -- -- --
21 x -- x x -- -- -- --
22 x -- x x -- -- -- --
23 x -- x x -- -- -- --
24 x -- x x -- -- -- --
25 x -- x x -- -- -- --
26 x -- x x -- -- -- --
27 x -- x x -- -- -- --
28 x -- x x -- -- -- --
29 x -- x x -- -- -- --
30 x -- x x -- -- -- --
() (1000) (933) (1000) (1000) (00) (00) (00) (00) x Sim -- Natildeo
Fonte autora
No Municiacutepio de Rio Preto da Eva tambeacutem foram estudados os processos de colheita
das bananas para identificar a disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte ao local de
despencamento a higienizaccedilatildeo dos frutos para descontaminaccedilatildeo por microrganismos e
precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as
83
escoriaccedilotildees nos frutos que prejudicam as vendas A observaccedilatildeo destes cuidados agrega valor e
favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos
De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo deve ocorrer apoacutes a
separaccedilatildeo dos frutos do engaccedilo processo conhecido como despencamento e pode ser
processado pela imersatildeo das pencas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para
cada 100 litros de aacutegua) A lavagem visa melhorar a higienizaccedilatildeo pela remoccedilatildeo de
microrganismos e remover e precipitar a sika
Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do mercado para consumo in
natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados e os demais podem ser
beneficiados para a produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips
Nas trinta propriedades consultadas neste municiacutepio todos os produtores afirmaram
realizar a higienizaccedilatildeo das bananas Neste processo ocorre a separaccedilatildeo das pencas do engaccedilo
(peduacutenculo que sustenta o cacho de frutas) e estas satildeo imersas em soluccedilatildeo agrave base de sulfato de
alumiacutenio e colocadas para secar aguardando os procedimentos de embalagem
O acondicionamento dos frutos para transporte eacute feito de duas formas nos casos em
que os produtores comercializam as bananas em cachos estes natildeo satildeo lavados sendo
transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em que satildeo comercializadas por
quilos ou unidades de pencas estas ainda na propriedade rural satildeo despencadas lavadas e
acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de plaacutestico sendo transportadas ateacute o local de
repasse para o mercado consumidor
Entre os produtores analisados somente as propriedades 15 e 16 comercializavam as
bananas em cachos geralmente para serem comercializados em feiras para intermediaacuterios
Todos os demais produtores armazenavam as bananas em caixas de papelatildeo com
aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de plaacutestico com 20 Kg As propriedades 15 e
16 utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com o
Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME todos os fornecimentos satildeo feitos
em caixa de papelatildeo Para outros fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens os frutos
podem ser transportados em cachos
Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores
afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem a uacutenica transformaccedilatildeo
realizada eacute a lavagem dos frutos e acondicionamento destes em embalagens especiacuteficas para o
transporte (Tabela 8)
84
No universo da pesquisa realizada neste municiacutepio natildeo foi identificada nenhuma
agroinduacutestria transformando as bananas em subprodutos como doces geleias calda ou
bananas chips apesar da boa aceitaccedilatildeo comercial para estes dois uacuteltimos nichos nos mercados
do Norte do Brasil Todas as bananas satildeo comercializadas in natura
A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que no municiacutepio de Rio Preto da
Eva referenciado pelo IDAM como um dos maiores produtores de bananas no Estado do
Amazonas a higienizaccedilatildeo das bananas eacute realizada em 100 das propriedades com
acondicionamento para transporte em caixas em 933 dos casos Em 100 das propriedades
estudadas os produtores realizam algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem em todas
elas as bananas foram comercializadas in natura natildeo tendo sido registrada nenhuma
agroinduacutestria para processamentos dos frutos e transformaccedilatildeo em subprodutos
comercializaacuteveis deixando de se agregar valor agrave produccedilatildeo (Tabela 8)
85
424 CONCLUSOtildeES
Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham
conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do
Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas
Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo sabiam sobre a necessidade da
adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana mas apenas sete deles sabiam da
necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro deles da necessidade de se fazer
uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente
A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes nas
propriedades rurais analisadas em Presidente Figueiredo embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais
Os produtores de banana de Presidente Figueiredo mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas
Os produtores de Presidente Figueiredo realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas
quando as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Apenas dois dos
15 produtores beneficiam a banana convertendo-a em subprodutos com valor agregado como
doces geleia e calda
Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva afirmaram que tinham conhecimento
quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e
quanto aos tratos culturais contra pragas e doenccedilas
Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo
de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da
adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas nove deles necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do
solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente
A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em cerca de metade das
propriedades rurais analisadas em Rio Preto da Eva embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais
Os produtores de banana de Rio Preto da Eva mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees
Os produtores de Rio Preto da Eva realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando
as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Toda a produccedilatildeo eacute
86
vendida na forma da fruta in natura natildeo a processando em subprodutos com valor agregado
como doces geleia e calda
87
43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO
DA EVA ESTADO DO AMAZONAS
Resumo
Embora a regiatildeo Norte apresente excelentes condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de
bananas de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa
eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita A bananicultura demanda a aplicaccedilatildeo de
tecnologias de produccedilatildeo que orientem para o adequado manejo do solo controle de pragas e
doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar
ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo e
contribua para o desenvolvimento da economia agriacutecola do Estado Nessa perspectiva se
insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas O estudo buscou conhecer as formas
de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola a categoria de compradores os locais de entrega dos
produtos os preccedilos de venda praticados na comercializaccedilatildeo a receita obtida pela venda dos
produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de renda da cultura da banana no acircmbito da
propriedade rural e do Municiacutepio Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel estimar quanto
os produtores deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas
para a cultura Em ambos os municiacutepios a comercializaccedilatildeo das bananas eacute feita atraveacutes de
cooperativas associaccedilotildees feiras ou intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo
processadas no atacado e no varejo em cachos ou em pencas com preccedilo meacutedio do cacho em
R$ 1400 e a penca variando de R$ 240 a R$ 260 Todos os produtores de banana dos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva analisados comercializam sua
produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo pelo varejo Predomina entre eles a
venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas produccedilotildees para a Cooperativa ou
Associaccedilatildeo a que pertencem Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com
alguns tambeacutem vendendo em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria
tambeacutem vende na forma de pencas Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que
os praticados pela Cooperativa ou Associaccedilatildeo As receitas obtidas pelos produtores dos dois
municiacutepios em Reais por hectare foram de R$1682800-R$1502200 nas vendas dos cachos
e R$2884800-R$2789800 nas vendas das pencas respectivamente em Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus
cultivos esses valores subiriam respectivamente para R$2333800 nas vendas dos cachos e
R$4000800-R$4334200 nas vendas das pencas
Palavras Chave Amazonas potencial econocircmico da banana tipos de comercializaccedilatildeo da
banana
88
Abstract
Although the Amazonia presents excellent climate and soil conditions to produce high quality
standard bananas we still need to overcome in large part the low production efficiency and
postharvest handling The banana cultivation demand the application of production
technologies to guide to the proper soil management pest and diseases and processing of
products to add value to provide real gains for the producer and improvements in quality of
life and peoples consumption and contribute to the development of the states agricultural
economy From this perspective fits the study strategy of banana cultivation in the
municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva state of Amazonas The study
sought to know the forms of marketing of agricultural yield the buyers category the local
delivery of products sales prices practiced in the market revenues from the sale of products
and estimate the potential for income generation of banana at the rural property and the city
Based on this information it was possible to estimate how much the producers failed to win
by not comply with the technical recommendations given to the culture In both counties the
marketing is done through cooperatives associations fairs or intermediaries Sales modes are
processed in wholesale and retail in clusters or bunches with an average price of R $ 1400
for clusters and the bunch ranging from R $ 240 to R $ 260 All banana producers analysed
in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva sell their wholesale
production with some also selling at retail Predominates among them selling to
intermediaries but also they negotiates their productions to the Cooperative or Association to
which they belong All them sell their production at their properties with some also selling at
fairs All sell in the form of bunches but most also sell in the form of bunches The prices
paid by intermediaries are higher than those practiced by the Cooperative or Association The
revenues earned by producers of the two municipalities in reais per hectare were R $
1682800 R $ 1502200 in sales of clusters and R$ 2884800 R$ 2789800 in sales of
bunches respectively in Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva If they had adopted
biotechnological technologies in their banana cultivation these values would rise respectively
to R $ 2333800 for clusters sales and R $ 4000800 R $ 4334200 for bunches sales
Key Words Amazonas economic potential of banana banana market types
89
431 INTRODUCcedilAtildeO
O Brasil ocupa a terceira posiccedilatildeo na produccedilatildeo mundial de frutas colhendo em torno
de 40 milhotildees de toneladas ano e destinando mais de 25 milhotildees de hectares para o seu
cultivo contribuindo com mais de R$10 bilhotildeesano para a economia do paiacutes (MAPA 2012)
contudo a produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte
demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem
resultados significativos na produccedilatildeo orientando para o adequado manejo do solo controle de
pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a
proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da
populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola
A agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do Amazonas
quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos produtivos e
gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo cuidados necessaacuterios na escolha
das sementes ou mudas observaccedilatildeo da densidade de plantas por hectare adubaccedilotildees rodiacutezio
de culturas para melhorar a fertilidade dos solos uso inadequado dos insumos agriacutecolas e
desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade procedimentos de preacute e poacutes colheita
ineficientes resultando em produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e
inexpressiva competitividade
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em
2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas onde se
produziu mais de 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade alcanccedilada eacute baixa (da
ordem de 10 tha) se comparada com as demais regiotildees brasileiras e com outros paiacuteses
produtores de bananas Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade
ligeiramente maior que a meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente
Nos demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em
2012
Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos
efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado do Amazonas em
especial no cultivo da banana que se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia
alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios O investimento na bananicultura pode
ser uma alternativa capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento
econocircmico e social do Estado do Amazonas e de seus Municiacutepios uma vez que dispotildee de
terras recursos hiacutedricos e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo dessa cultura
90
Neste sentido a observaccedilatildeo feita por Homma (2001) Homma (2006) e Homma e
Frazatildeo (2002) reflete tambeacutem a situaccedilatildeo vivida pela fruticultura na Amazocircnia que embora
tenha passado por importantes transformaccedilotildees na uacuteltima deacutecada com a ascensatildeo das frutas
nativas ateacute entatildeo de consumo essencialmente regional ainda demanda alternativas capazes de
aglutinar a inserccedilatildeo de tecnologias nos processos de produccedilatildeo agriacutecola e nas formas
gerenciais de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de insumos e de produtos para o consumo Aleacutem
disso haacute a necessidade de tornar real na cadeia produtiva agriacutecola o processamento e a
transformaccedilatildeo da produccedilatildeo em subprodutos com valor agregado para o fortalecimento do
negoacutecio agriacutecola e a transformaccedilatildeo do agricultor rural em empreendedor rural
Sachs (2008) em suas contribuiccedilotildees de alternativas para a promoccedilatildeo do
desenvolvimento nos adverte que o caminho mais promissor eacute o do desenvolvimento
endoacutegeno e inclusivo que embora demande vaacuterias poliacuteticas complementares permite o
aproveitamento do potencial poliacutetico econocircmico e social local desenhando modelos mais
competitivos e sustentaacuteveis de desenvolvimento
No Brasil este modelo endoacutegeno de desenvolvimento baseado na mobilizaccedilatildeo de
recursos internos afirma Sachs (2009) apresenta o potencial de recursos naturais e condiccedilotildees
climaacuteticas especialmente na Amazocircnia por sua diversidade e complexidade sociocultural
como forte aliado na promoccedilatildeo do desenvolvimento econocircmico e social Para isto eacute mister a
priorizaccedilatildeo da modernizaccedilatildeo agriacutecola pela adoccedilatildeo de tecnologias capazes de aumentar a
produtividade e qualidade dos produtos a melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a
qualidade de vida dos agricultores e que tambeacutem seja capaz de elevar o compartilhamento de
accedilotildees entre os produtores como forma de dinamizar o uso dos recursos e das tecnologias
disponiacuteveis
Becker (2009) em suas reflexotildees sobre alternativas de desenvolvimento para a
Amazocircnia chama a atenccedilatildeo para a necessidade de transformar o agricultor familiar em
empreendedor rural ao que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel que este deve
priorizar o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo individual ou seja compartilhando
os recursos e as tecnologias disponiacuteveis Neste sentido Mello (2009) adverte que o primeiro
dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo agriacutecola e de comeacutercio onde
o primeiro eacute baseado em processos rudimentares de produccedilatildeo e o segundo na transferecircncia de
produtos sem agregaccedilatildeo de valor
Embora a regiatildeo Norte apresente boas condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de
banana de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa
91
eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita Satildeo vaacuterios os problemas que afetam a
bananicultura dessa regiatildeo que de modo geral apresenta baixo niacutevel de tecnificaccedilatildeo
resultando em produtividade baixa e frutos com pouca qualidade
Neste sentido acredita-se que a elaboraccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo para o cultivo
da banana no Estado do Amazonas que possa aglutinar alternativas poliacuteticas econocircmicas e
sociais capazes de ampliar as oportunidades para o produtor comerciante e consumidor e
ainda de contribuir para alavancar o crescimento qualitativo e quantitativo dessa cultura se
apresenta como uma estrateacutegia viaacutevel para o desenvolvimento dos municiacutepios do Estado
Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas com o
objetivo de analisar as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores a comercializaccedilatildeo dos
produtos e aquisiccedilatildeo de insumos o processamento da produccedilatildeo para agregaccedilatildeo de valor e os
tipos de produtos comercializados para entender qual o niacutevel de organizaccedilatildeo social dos
produtores para a interaccedilatildeo de tecnologias e favorecimento nas negociaccedilotildees comerciais
relacionadas aos cultivos de bananeiras nos municiacutepios em estudo
92
432 MATERIAL E MEacuteTODOS
4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa consistiu da
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados aos produtores rurais de bananas agraves agroinduacutestrias agraves
empresas e pessoas fiacutesicas intermediaacuterias na comercializaccedilatildeo (em feiras de Manaus e dos
municiacutepios em estudo) bem como entrevistas semiestruturadas como forma de obter o
diagnoacutestico da produccedilatildeo e da comercializaccedilatildeo de bananas nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
Os questionaacuterios estruturados inquiriram dois segmentos da cadeia produtiva da
banana o acircmbito agriacutecola e o acircmbito econocircmico na esfera da comercializaccedilatildeo dos produtos
para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e
Presidente Figueiredo no Amazonas conforme quadro 1
No contexto econocircmico foram estudadas as formas de organizaccedilatildeo social dos
produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos (associaccedilotildees cooperativas
agroinduacutestria ou independentes) como forma de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e qual o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos produtos
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Acircmbito Econocircmico
Organizaccedilatildeo Social Comercializaccedilatildeo Tipos de produtos
comercializados
Fatores de
agregaccedilatildeo de valor
- Associaccedilotildees
- Cooperativas
- Agroinduacutestria
- Independentes
- Formas de
comercializaccedilatildeo
- Locais de entrega dos
produtos
- Categoria de
compradores
- Preccedilos de venda dos
produtos
- Receita bruta
- Frutos in natura
- Subprodutos
- Bananas em cacho
- Bananas em penca
- Transformaccedilatildeo dos
produtos
Fonte autora
O estudo buscou conhecer as formas de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola
(atacado eou varejo) a categoria de compradores envolvidos na comercializaccedilatildeo destes
produtos (se cooperativas empresas ou intermediaacuterios) os locais de entrega dos produtos (se
93
na propriedade rural ou no empreendimento do comprador) e os preccedilos de venda praticados
na comercializaccedilatildeo como forma de identificar o niacutevel de organizaccedilatildeo e fortalecimento dos
produtores rurais a receita obtida pela venda dos produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de
renda da cultura da banana no acircmbito da propriedade rural e do Municiacutepio Neste momento se
buscava conhecer os fatores favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis dentro do processo de
comercializaccedilatildeo e quais os subprodutos comercializados
Outro aspecto analisado foi os tipos de produtos comercializados pelo produtor rural
para compreender se no acircmbito da propriedade rural estaacute sendo feito algum tipo de
beneficiamento no produto transformando-o em um subproduto comercializaacutevel como forma
de agregar valor e diversificar a produccedilatildeo fortalecendo a cadeia produtiva inquirindo os
produtores rurais sobre os produtos comercializados se frutos in natura ou processados a fim
de identificar quais os produtos ou subprodutos comercializados e qual o destino dado aos
resiacuteduos gerados Nesta etapa foi verificado qual o tipo de beneficiamento se mecanizado ou
manual
Para complementar os dados sobre a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo tambeacutem foram
verificados os agentes envolvidos no processo se associaccedilatildeo cooperativas empresas privadas
ou intermediaacuterios sem representatividade juriacutedica e para cada agente foi verificado o preccedilo
negociado em cada produto oferecido
Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel mensurar a produccedilatildeo meacutedia de bananas por
hectare em cada municiacutepio e rendimento econocircmico dos produtores com o cultivo de
bananeiras Estas informaccedilotildees nos permitiram avaliar qual a produccedilatildeo alcanccedilada nas aacutereas
amostradas em cada municiacutepio estudado e comparaacute-las com a produccedilatildeo desejada com base
nas indicaccedilotildees de produtividade orientada pela bibliografia e estimar quanto os produtores
deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas para a cultura
4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa foram selecionadas 15 propriedades rurais produtoras
de bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva
dentre aquelas de cultivos essencialmente comercial dada a necessidade de obtenccedilatildeo de dados
sobre a comercializaccedilatildeo de produtos e subprodutos da bananicultura
O estudo buscou englobar as lideranccedilas comunitaacuterias das propriedades investigadas as
associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias envolvidas no processo de produccedilatildeo da banana
bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para tanto os
94
liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de agroinduacutestrias
intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de comercializaccedilatildeo das
bananas
4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringiu ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva onde estatildeo alocadas as propriedades
rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio possui
respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da
populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram
respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus Nestes
municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos produtores rurais
A definiccedilatildeo destes locais para a coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o
maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das
decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em
2012 estes dois municiacutepios detinham 121 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que
possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os
dois municiacutepios selecionados satildeo referenciados pelo IBGE como o segundo e o quarto
maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois municiacutepios foram
responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde foram produzidas
1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais
distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria
de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do
municiacutepio
95
Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados
quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O
levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo
direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de
julho de 2013 a junho de 2014
Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico onde seratildeo
verificados os dados gerais sobre produccedilatildeo e produtividade das bananas as tecnologias de preacute
e poacutes colheita a agregaccedilatildeo de valor e transformaccedilatildeo da produccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo dos
produtos
O estudo foi estruturado em revisatildeo bibliograacutefica sobre a temaacutetica em estudo e
entrevistas e aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos atores do processo de produccedilatildeo de bananas e das
poliacuteticas voltadas para o setor nos municiacutepios de Manaus Rio preto da Eva e Presidente
Figueiredo e evidecircncias empiacutericas colhidas e observadas em instituiccedilotildees e processos afins A
coleta de dados foi concentrada em questionaacuterios semiestruturados e abertos aplicados aos
atores selecionados
96
433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente
Figueiredo Amazonas
A tabela 1 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de
Presidente Figueiredo nas 15 propriedades envolvidas na pesquisa
A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Presidente
Figueiredo comprovou que a produccedilatildeo era comercializada atraveacutes das cooperativas
associaccedilotildees comunitaacuterias ou por meio de intermediaacuterios e eram vendidas no atacado e no
varejo
Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Amazonas Safra 2012
x Sim -- Natildeo
Fonte autora Em alguns casos o mesmo proprietaacuterio transferia seus produtos para o mercado
atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 7 8 e 9)
ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 2 11 12 e 15) Em outros casos um mesmo
produtor negociava nas trecircs modalidades (propriedades 7 8 e 9)
Dos produtores analisados somente o produtor 1 natildeo mantinha viacutenculo nem com a
associaccedilatildeo de produtores rurais do municiacutepio nem com a cooperativa agriacutecola
Pro
pri
edad
e
Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)
Co
op
erat
iva
Ass
oci
accedilatildeo
Inte
rmed
iaacuteri
o
Ata
cad
o
Var
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(Fei
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Pro
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atildeo
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n)
Pen
ca (
R$
un
)
Co
op
erat
iva
(R$
kg
)
Ass
oci
accedilatildeo
(R$
kg
)
01 -- -- x X x x -- -- X 1500 200 -- --
02 -- x x X x x -- -- X 2000 300 099 --
03 x -- -- X x x -- -- X 1500 250 099 --
04 x -- x X -- x -- -- X 1200 -- 099 --
05 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --
06 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --
07 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110
08 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110
09 x x x X x x -- -- -- 2000 250 099 110
10 x -- x X -- x -- -- -- 1000 300 099 --
11 -- x x X -- x -- -- -- 700 -- -- 110
12 -- x x X x x -- -- -- 700 200 -- 110
13 x -- -- X x x -- -- X 1500 200 099 --
14 x -- x X x x -- -- X 1500 300 099 --
15 -- x x X x x -- -- X 1200 200 -- 110
Meacutedia (1400) (240) (099) (110)
67 47 87 100 53 100 7 -- 47 -- -- -- --
97
comercializando sua produccedilatildeo de bananas diretamente com intermediaacuterios no mercado nas
feiras ou atacadistas de Presidente Figueiredo e Manaus
Os produtores 3 e 13 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a cooperativa e
nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e tambeacutem tinham dificuldades para
comercializar com intermediaacuterios visto que natildeo tinham ponto de venda nas feiras
Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e nos casos das propriedades
1 2 3 9 12 13 14 e 15 tambeacutem comercializavam as bananas no varejo em feiras da Vila de
Balbina e dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Manaus
Entre os produtores entrevistados 67 estavam vinculados agrave Cooperativa de
Produtores Rurais do Uatumatilde ndash CPUUatumatilde principal cooperativa do Municiacutepio e 47
tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades juriacutedicas estavam
integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME do governo federal
e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento ndash
PAACONAB razatildeo que motiva os produtores a se vincularem agrave cooperativa eou agrave
associaccedilatildeo para comercializarem os produtos visto que tanto o PREME como o
PAACONAB soacute negociam com pessoas juriacutedicas
Do universo da pesquisa 87 dos produtores negociavam diretamente com os
intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo
A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que todos os produtores vendiam
no atacado e 53 tambeacutem as realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no
proacuteprio municiacutepio
Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se
que em 100 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se
responsabilizando pelo transporte da produccedilatildeo sem incidecircncia de custo para o produtor Nos
casos em que a negociaccedilatildeo era feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores estas se
responsabilizavam pelo transporte da propriedade ateacute a sede da empresa e para isto recebiam
ajuda da prefeitura do municiacutepio que cedia seus caminhotildees e motorista ficando a cargo da
empresa apenas o abastecimento de combustiacutevel
Em 47 dos casos os produtores entregavam o produto nas feiras por ocasiatildeo das
vendas no varejo para os produtores que detinham bancas para este fim nas feiras de
produtores rurais poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos programas do
governo de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de transporte da
propriedade ateacute as feiras
98
As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Os cachos eram
negociados por preccedilos variando de R$ 500 (propriedades 5 e 6) a R$ 2000 (propriedades 2
7 8 e 9) As negociaccedilotildees com preccedilos mais baixos se deram nos casos em que a venda era feita
no atacado para intermediaacuterios com entrega do produto na propriedade rural ou seja custo
de transporte de responsabilidade do comprador Se as vendas se processavam nas feiras era
possiacutevel se obter preccedilos melhores pelos cachos mesmo nos casos de venda no atacado para
intermediaacuterios
O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200
(propriedades 1 12 13 e 15) a R$ 300 (propriedades 2 10 e 14)
Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa dentro do programa
PREMESDSSEDUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 099 o quilo
Neste municiacutepio a CPUUatumatilde natildeo negocia com a CONAB devido ao prazo de repasse de
pagamento ser mais demorado em relaccedilatildeo aos demais programas (informaccedilotildees verbal)2
Quando a negociaccedilatildeo era feita com a associaccedilatildeo de produtores rurais esta negociava
com a CONAB e repassava para o produtor o valor de R$ 110 por kg (propriedades 7 8 9
11 12 e 15) proporcionando maiores ganhos em relaccedilatildeo agraves negociaccedilotildees feitas atraveacutes da
Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDSAMPREME
A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio Preto da
Eva comprovou que a produccedilatildeo eacute comercializada atraveacutes da cooperativa associaccedilatildeo ou
intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo processadas no atacado e no varejo
4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Amazonas
A tabela 2 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio
Preto da Eva nas 30 propriedades envolvidas na pesquisa
Em alguns casos a mesma propriedade transferia seus produtos para o mercado
atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 22 23 24
28 29 e 30) ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 3 7 11-30) Em outros casos um
mesmo produtor negocia nas trecircs modalidades (propriedades 22 23 24 28 29 e 30)
Dos trinta produtores analisados neste municiacutepio todos mantinham viacutenculo ou com a
cooperativa ou com a associaccedilatildeo e em alguns casos foram registrados aqueles que mantinham
2 Informaccedilotildees fornecidas pela Cooperativa CPUUATUMAtilde localizada no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
no Amazonas - 2013
99
relaccedilotildees com ambas as organizaccedilotildees juriacutedicas natildeo sendo identificada nenhuma propriedade
que trabalhava de forma isolada sem este amparo organizacional
Os produtores 1 4 5 6 8 9 e 10 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a
cooperativa e nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e estes exceto o produtor 4
tambeacutem comercializavam seus produtos nas feiras do produtor no proacuteprio municiacutepio e em
Manaus com intermediaacuterios e consumidores finais por vendas no atacado e no varejo
Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no
Amazonas Safra 2012
x Sim -- Natildeo
Fonte autora
Pro
pri
edad
e
Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)
Co
op
erat
iva
Ass
oci
accedilatildeo
Inte
rmed
iaacuteri
o
Ata
cado
Var
ejo
(Fei
ras)
Pro
pri
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e
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pri
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e
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Fei
ras
Cac
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(R$
un)
Pen
cas
(R$
un)
Associaccedilatildeo ou
Cooperativa
(R$Kg)
CONAB SDS
01 x -- x x x -- x x 1700 250 074 100
02 -- -- x x x -- -- x 1500 200 -- --
03 -- x x x x -- x x 1200 200 074 100
04 x -- x x -- x x -- 1000 -- 074 100
05 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100
06 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100
07 -- x x x -- -- x -- 1000 -- 074 100
08 x -- x x x -- x x 1800 250 074 100
09 x -- x x x x x x 1500 300 074 100
10 x -- x x x x x x 1800 300 074 100
11 -- x x x x -- x x 2000 300 070 100
12 -- x x x x -- x x 1800 250 070 100
13 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100
14 -- x x x -- x x -- 1500 -- 070 100
15 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100
16 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100
17 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100
18 -- x x x -- x x x 1200 -- 070 100
19 -- x x x x -- x x 1500 300 070 100
20 -- x x x -- x x -- 1200 -- 070 100
21 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
22 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
23 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
24 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100
25 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
26 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
27 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
28 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100
29 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
30 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
Meacutedias -- -- -- -- -- -- -- --
1400 260 068 100
43 77 93 97 50 53 63 57 -- -- -- --
100
Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e as propriedades 1 2 3 5 6
8 9 10 11 12 13 15 16 17 e 19 tambeacutem comercializam a banana no varejo em feiras do
Rio Preto e de Manaus
Dos trinta produtores entrevistados 43 estavam vinculados agrave Cooperativa de
Produtores Rurais do Novo Horizonte ou no ramal do Banco principais cooperativas do
Municiacutepio e 77 tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades
juriacutedicas estavam integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME
do governo federal e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de
Abastecimento ndash PPACONAB Do universo da pesquisa 93 dos produtores negociavam
diretamente com os intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo
A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que em 100 das propriedades
verificou-se que se processavam vendas no atacado e 50 dos produtores tambeacutem as
realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no proacuteprio municiacutepio
Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se
que em 53 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se
responsabilizando pelos custos do transporte da produccedilatildeo Nos casos em que a negociaccedilatildeo era
feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores essas despesas com o transporte da
produccedilatildeo era de responsabilidade da cooperativa ou associaccedilatildeo
Em 53 das propriedades estudadas o produtor natildeo arcava com os custos de entrega
dos produtos visto que os compradores retiravam as bananas na propriedade rural e em 63
das negociaccedilotildees os produtos eram entregues na propriedade do comprador incluindo-se aqui
as vendas realizadas nas feiras situaccedilatildeo em que os custos ficavam por conta do produtor
poreacutem sem incidir no produto uma vez que eram assistidos pelo governo com o
fornecimento de apoio logiacutestico
Em 57 dos casos os produtores transportavam as bananas para as feiras onde
realizavam as vendas no varejo Poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos
programas governamentais de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de
transporte da propriedade ateacute os locais de comercializaccedilatildeo
As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Nos casos em que
eram vendidas em cachos estes eram negociados ao preccedilo meacutedio que variou de R$ 1000
(propriedades 4 7 22 23 25 e 26) a R$ 1800 (propriedades 8 10 12 13 e 16) As variaccedilotildees
de preccedilos se justificam pelas diversas modalidades de vendas e pela relaccedilatildeo com o local de
entrega do produto Nos casos em que a venda era feita no atacado para intermediaacuterios com
101
entrega do produto na propriedade rural ou seja custo de transporte sob a responsabilidade
do comprador foi onde se identificou os preccedilos mais baixos (propriedades 4 22 23 25 e 26)
Se as vendas se processavam nas feiras era possiacutevel alcanccedilar preccedilos mais altos pelos cachos
das bananas mesmo nos casos de venda no atacado e para intermediaacuterios (propriedades 1 8
10 11 12 13 e 16)
O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200
(propriedades 2 3 5 e 6) a R$ 300 (propriedades 9 10 11 13 16 e 19) (Tabela 2)
Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa ou associaccedilatildeo dentro do
programa PREMESDSSECUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 100 o
quilo nas propriedades do ramal Novo Horizonte (propriedades de 1-10) enquanto que nas
negociaccedilotildees com o PPACONAB o preccedilo para o produtor era de R$ 074kg
As propriedades 11-20 localizadas no ramal da ZF-9 natildeo possuiacuteam ainda uma
cooperativa Estes estavam organizados apenas em associaccedilatildeo comunitaacuteria e vendiam para a
CONAB e a SDS repassando para o produtor a importacircncia de R$ 070 e R$ 100 o quilo
respectivamente
As propriedades 21-30 correspondem ao ramal do Banco e estavam organizadas
tanto em cooperativa como associaccedilatildeo negociando com a CONAB e SDS repassando para o
produtor a quantia de R$ 060 e R$ 100 respectivamente por cada quilo vendido
4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
A expressatildeo econocircmica das bananas pode ser avaliada pela aacuterea plantada pelo
volume produzido e comercializado pela capacidade de processamento da produccedilatildeo para
transformaccedilatildeo em subprodutos com valor comercial pelos tratos culturais e ainda pela
disponibilidade e demanda de tecnologias disponiacuteveis para fortalecer a cultura
Analisando o rendimento da bananicultura nas aacutereas amostradas no municiacutepio de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva verificou-se que a produtividade de frutos medidos
em toneladas por hectareano ficou muito abaixo dos valores alcanccedilados por Arruda et al
(2004) e Pereira et al (2006) Nesta anaacutelise tomou-se por base de preccedilo os que foram
praticados nos respectivos municiacutepios no periacuteodo analisado conforme tabelas 1 e 2 Os
resultados estatildeo dispostos na tabela 3
102
Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas
Aacutereas Amostradas Safra 2012
Situaccedilatildeo Real nas propriedades
Propriedades rurais nos municiacutepios
Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva
Aacuterea amostrada (ha) 605 830
Densidade meacutedia de plantasha (un) 1202 1073
Cachoshaa (un) 1202 1073
Peso meacutedio do cacho (kg) 121 131
Pencashaa (un) 12020 10730
Peso meacutedio da penca (kg) 12 13
Produtividade (thaa) 145 141
Cachos (R$haa) 1682800 1502200
Pencas (R$haa) 2884800 2789800 () Com base no preccedilo meacutedio de venda praticado nos municipios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
no Amazonas (Tabelas 1 e 2)
Fonte autora
Os produtores avaliados nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
mantinham cultivos com produccedilatildeo meacutedia de 1202 cachoshaa com 12020 pencashaa e
peso meacutedio de 12 kg cada penca no primeiro municiacutepio e 1073 cachoshaa com 10730
pencashaa e peso meacutedio de 13 kg cada penca no segundo municiacutepio considerando cultivos
a partir do segundo ciclo produtivo O peso meacutedio por cacho nestes municiacutepios na mesma
ordem foi de 121 kgcacho (Tabela 1) e 131 kgcacho (Tabela 2)
A receita meacutedia obtida pela venda das bananas em cachos foi de R$ 1682800haa
em Presidente Figueiredo e R$ 1502200haa no Rio Preto da Eva Se a venda fosse
processada no varejo o total obtido pela comercializaccedilatildeo das pencas seria de R$
2884800haa e R$ 2789800haa para os respectivos municiacutepios (Tabela 3)
No total da aacuterea amostrada no Municiacutepio de Rio Preto da Eva natildeo foi encontrado
nenhum produtor rural que realizasse o processamento das bananas para transformaccedilatildeo em
produtos comercializaacuteveis como doces geleias calda ou banana chips Neste municiacutepio
toda a produccedilatildeo de banana das propriedades analisadas era comercializada in natura em
cachos ou em pencas no atacado ou no varejo Em Presidente Figueiredo entre os produtores
analisados foram identificados dois produtores que transformavam a banana em doces e
fabricavam caldas de bananas na uacutenica agroinduacutestria encontrada no municiacutepio Nas demais
propriedades as bananas eram vendidas in natura ao preccedilo meacutedio de venda de R$ 1400 o
cacho em ambos os municiacutepios e de R$ 240 e R$ 260 a penca nos respectivos municiacutepios
sendo esta a uacutenica forma de obtenccedilatildeo de receita com a cultura (Tabelas 1 2 e 3)
103
4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das
Bananas por Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas
Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) analisando plantios com espaccedilamentos de
4 x 2 x 2 m e densidade de 1667 plantas por hectare a partir do segundo ciclo produtivo
registraram rendimentos de frutos na ordem de 50 thaa A produccedilatildeo de cachos foi de 1667
por hectare ano com peso meacutedio de 30 kg cada O total de pencas foi de 16670haa cada
uma pesando em meacutedia 30 kg
Com base no preccedilo meacutedio de venda do cacho e da penca (R$ 1400 e R$ 240) em
Presidente Figueiredo e R$ 1400 e R$ 260 no Rio Preto da Eva (Tabelas 1 e 2) foi feita uma
projeccedilatildeo hipoteacutetica de quanto seria a receita meacutedia por hectare cultivado com banana nos
municiacutepios estudados Os resultados estatildeo dispostos na tabela 4
A receita de venda obtida com base nos dados de Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) e o preccedilo meacutedio de venda dos cachos nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva seriam respectivamente de R$ 2333800haa em cada municiacutepio Se a
produccedilatildeo fosse comercializada em pencas seriam obtidos R$ 4000800haa e de R$
4334200haa nos respectivos municiacutepios (Tabela 4)
Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare
Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012
Propriedades rurais nos municiacutepios
Recomendaccedilatildeo teacutecnica (1)
Pres Figueiredo Rio Preto da Eva
Densidade de plantasha (un) 1667 1667
Cachoshaa (un) 1667 1667
Peso do cacho (kg) 300 300
Pencashaa (un) 16670 16670
Peso da penca (kg) 30 30
Frutos (thaa) (1)
500 500
Cachos (R$haa) 2333800 2333800
Pencas (R$haa) 4000800 4334200 (1)
Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte autora
4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare
Cultivado nas Aacutereas Amostradas
Analisando a situaccedilatildeo real de produtividade e receita meacutedia dos cultivos estudados
se observa receita pela venda dos cachos de aproximadamente R$ 1682800haa e se a
produccedilatildeo foi comercializada em pencas a receita obtida foi de R$ 2884800haa nas
propriedades de Presidente Figueiredo Os produtores de Rio Preto da Eva obteriam receita de
104
R$ 1502200haa se fossem vendidos os cachos e R$ 2789800haa para as vendas em
pencas (Tabela 3)
Considerando a produtividade meacutedia alcanccedilada por Arruda et al (2004) e Pereira et
al (2006) constantes na tabela 4 (recomendaccedilatildeo teacutecnica) foi calculada a diferenccedila de receita
que representa o que os produtores deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com
bananas Para tal foram considerados em ambos os casos os pesos e os preccedilos meacutedios de
vendas dos cachos e das pencas obtidos nos municiacutepios estudados e subtraiacutedos da
recomendaccedilatildeo teacutecnica Os dados estatildeo dispostos na tabela 5
Analisando esses dados foi possiacutevel calcular quanto os produtores amostrados
deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com bananas por natildeo seguirem as
recomendaccedilotildees teacutecnicas de distribuiccedilatildeo espacial e densidade de plantio e de manejo do solo
(adubaccedilatildeo) Ainda tomando por base o referencial de produccedilatildeo de Arruda et al (2004) e
Pereira et al (2006) verifica-se que os produtores amostrados em Presidente Figueiredo
poderiam incorporar agrave sua produtividade mais de 460 cachos de bananas por haa isto
representaria um acreacutescimo em suas receitas de mais de R$ 650000 para cada hectare
cultivado com bananas considerando-se a comercializaccedilatildeo dos cachos Esses valores sobem
para mais de 4600 pencas produzidas e R$ 1116000haa se comercializassem as bananas
por pencas (Tabela 5)
Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por
Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012
Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva
Diferenccedilas de Receita
Recomendaccedilatildeo teacutecnica(1)
ndash Situaccedilatildeo Real
Cachoshaa (un) 465 594
Pencashaa (un) 4650 5940
Cachos (R$haa) 651000 831600
Pencas (R$haa) 1116000 1544400 (1)
Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte autora
Se o mesmo referencial de produtividade for aplicado para a produccedilatildeo de Rio Preto
da Eva as diferenccedilas de rendas do que os produtores conseguiram obter para as que poderiam
alcanccedilar satildeo ainda maiores conforme pode ser observado pelos dados na tabela 5 para este
municiacutepio A diferenccedila de produtividade seria de 594 cachos por haa ou 5940 pencashaa
Isto representaria uma diferenccedila de receita caso a produccedilatildeo fosse vendida em cachos de R$
831600haa ou de R$ 1544400haa caso a produccedilatildeo fosse transacionada em pencas
105
Com essa diferenccedila de receita para cada hectare bem manejado eacute possiacutevel investir
em insumos agriacutecolas matildeo-de-obra e tecnologias capazes de dinamizar a produccedilatildeo nos
cultivos de bananeiras jaacute implantados e ainda sobra uma renda suplementar bem elevada para
o produtor rural estimulando-o ainda mais a investir nessa cultura de grande importacircncia
econocircmica e social para o Estado do Amazonas Se esses valores forem multiplicados pelos
hectares plantados com bananeiras em cada propriedade percebe-se que vale a pena investir
nas tecnologias insumos e teacutecnicas existentes para melhorar a produtividade dos bananais
nestes municiacutepios visto que existe mercado consumidor consolidado para a banana que
ocupa o 2deg lugar na preferecircncia do consumo de frutas no Brasil
4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel
Com base nesses dados procedeu-se aos caacutelculos de quanto os produtores de cada
municiacutepio obteriam se todas as aacutereas cultivadas com bananeiras fossem recuperadas e
adequadas agraves recomendaccedilotildees teacutecnicas e alcanccedilassem as produtividades meacutedias atingidas por
Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) e jaacute comprovadas tambeacutem em algumas regiotildees
brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia alguns locais na Bahia e Minas Gerais
(SILVA NETO 2011)
Os dados da tabela 6 mostram a realidade alcanccedilada pelos produtores que participaram
do presente estudo considerando suas aacutereas cultivadas totais e os seus potenciais caso
investissem no manejo adequado das bananeiras em suas propriedades
A situaccedilatildeo real das propriedades analisadas nos indica que a aacuterea amostrada em
Presidente Figueiredo foi de 605 hectares onde foram produzidas 991 toneladas de bananas
na safra de 2012 A produtividade meacutedia para esta aacuterea foi de 160 tha superando a meacutedia do
Estado que eacute de 120 tha No Rio Preto da Eva a aacuterea amostrada foi 830 ha e a produccedilatildeo de
1152 t com produtividade de 14 tha tambeacutem superior agrave do Estado Segundo dados do IBGE
(2013) a produtividade meacutedia para ambos os municiacutepios na safra de 2012 foi de 12 tha
Nas aacutereas amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva respectivamente
foram produzidos cerca de 30000 e 34900 cachos de bananas na safra de 2012 com
aproximadamente 300000 e 349000 mil pencas
Considerando o preccedilo meacutedio de venda de cada municiacutepio de R$ 1400 o cacho os
produtores rurais da aacuterea estudada obtiveram receita da ordem de R$ 420 e R$ 488 mil reais
Se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas tambeacutem considerando o preccedilo meacutedio de
106
venda das pencas em cada municiacutepio de R$ 240 e R$ 260 nesta ordem para Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva a receita obtida seria de R$ 720 e R$ 907 mil reais
Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas
45 Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012
Variaacuteveis
Situaccedilatildeo real nas propriedades
rurais avaliadas nos municiacutepios
Estado do
Amazonas Presidente
Figueiredo
Rio Preto da
Eva
Situaccedilatildeo real nas propriedades
Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440
Produccedilatildeo na aacuterea amostradasafra (ta) 991 1152 63745
Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 160 140 120
Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un)2 30000 34900 1931667
Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400 (4)
Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un)2 300000 349000 --
Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
cacho (R$100)3
420000 488600 27043338
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
pencas (R$100)3
720000 907400 --
Recomendaccedilatildeo teacutecnica1
Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440
Produccedilatildeo na aacuterea amostradaa (t) 3025 4150 277000
Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 500 500 500
Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un) 91667 125758 8393939
Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400
Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un) 916667 1257576 --
Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
cacho (R$100) 1283333 1760606 117515152
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
pencas (R$100) 2200000 3269697 --
Diferenccedilas de Renda
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos) 863333 1272006 90471814
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas) 1480000 2362297 --
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos)ha 1426997 1532537 90471814
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas)ha 2446281 2846141 -- (
1) Com base nas indicaccedilotildees de densidade e produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) (Tabela 2)
(2) Considerando o peso meacutedio do cacho indicado por Gasparotto et al (2003) Tabela 3
(3) Com base no preccedilo meacutedio de vendas dos municiacutepios em estudo
Fonte autora
Com base nestes dados foi possiacutevel imaginar uma situaccedilatildeo hipoteacutetica caso estes
produtores aplicassem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas por Pereira et al (2006)
e alcanccedilassem a produtividade indicada por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) na
mesma aacuterea amostrada em cada municiacutepio seriam produzidas 50 toneladas de bananas por
hectare e isto renderia em meacutedia 91667 cachos de banana e 916667 pencas que quando
comercializados renderiam para o municiacutepio de Presidente Figueiredo mais de R$
107
128300000 para vendas em cachos e se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas a
receita estimada seria de R$ 2200000 O municiacutepio de Rio Preto da Eva nos 830 ha
cultivados produziria 125758 cachos e 1257576 pencas pelos quais obteria receita
estimada respectivamente de R$ 176060600 e R$ 326969700 (Tabela 6)
Analisando a situaccedilatildeo real nas propriedades estudadas e comparando com a
recomendaccedilatildeo teacutecnica eacute possiacutevel observar quanto os produtores rurais deixaram de ganhar
por natildeo aplicarem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas para os cultivos de
bananeiras O municiacutepio de Presidente Figueiredo somente nos 605 hectares estudados
deixou de arrecadar mais de R$ 863 mil reais caso vendesse a produccedilatildeo em cachos e mais de
R$ 1480 mil para vendas das bananas em pencas No municiacutepio de Rio Preto da Eva nos
830 ha cultivados os produtores deixaram de arrecadar mais de R$ 1272 mil reais para a
venda em cachos e mais de R$ 2362 mil para vendas em pencas
Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos
e ineficiecircncia nos processos de comercializaccedilatildeo das bananas visto que cada hectare cultivado
com bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo mantidos os mesmos preccedilos de venda
alcanccedilado na safra de 2012 poderia arrecadar mais R$ 1426997 para venda em cachos e R$
2446281 caso a produccedilatildeo fosse vendida em pencas O Municiacutepio de Rio Preto da Eva
mantidas as mesmas condiccedilotildees em cada hectare cultivado poderia arrecadar mais R$
1532537 para vendas em cachos e R$ 2846141 para vendas em pencas (Tabela 6)
108
434 CONCLUSOtildeES
Todos os produtores de banana dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva analisados comercializam sua produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo
pelo varejo
Predomina entre eles a venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas
produccedilotildees para a Cooperativa ou Associaccedilatildeo a que pertencem
Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com alguns tambeacutem vendendo
em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria tambeacutem vende na forma de
pencas
Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que os praticados pela
Cooperativa ou Associaccedilatildeo
As receitas obtidas pelos produtores dos dois municiacutepios em Reais por hectare foram
de R$ 1682800 - R$1502200 nas vendas dos cachos e R$ 2884800 - R$ 2789800 nas
vendas das pencas respectivamente em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus cultivos eou observado as
orientaccedilotildees teacutecnicas de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos esses valores subiriam
respectivamente para R$ 2333800 nas vendas dos cachos e R$ 4000800 - R$ 4334200 nas
vendas das pencas
No municiacutepio de Presidente Figueiredo nos 605 ha cultivados com bananeiras os
produtores obtiveram receita de R$ 101809400 para vendas em cachos e R$ 174530400
para vendas em pencas Esses produtores deixam de ganhar R$ 39385500 com as vendas em
cacho e R$ 67518000 com as vendas em pencas devido agraves baixas produtividades
alcanccediladas No Rio Preto da Eva nos 803 ha cultivados as perdas foram de R$ 69022800 e
R$ 128185200 para a venda em cachos e pencas respectivamente
109
44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA
BANANA NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE
FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Resumo
A anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos seus ambientes institucional
organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua estrutura e funcionamento e a
forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que compotildeem a cadeia Este estudo visou
identificar os ambientes da cadeia produtiva da banana em dois municiacutepios do Estado do
Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional organizacional e produtivo
da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores no processo de
desenvolvimento local para o fortalecimento dessa cultura agriacutecola Foram aplicados
questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva na safra de 2012 Aleacutem disso foram
obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no presente trabalho No
Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais e estaduais responsaacuteveis pelo fornecimento
de suporte logiacutestico financeiro educacional de sauacutede e teacutecnico para consolidar os elos da
cadeia produtiva da banana Com todo o arcabouccedilo dessas instituiccedilotildees e competecircncias era de
se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva
consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual Essas instituiccedilotildees natildeo
alcanccedilam a maioria dos produtores de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva Sem uma assistecircncia adequada os produtores tem dificuldades de adquirir
insumos agriacutecolas conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas Se houvesse
uma consolidaccedilatildeo dos fluxos dentro da cadeia com um envolvimento maior das instituiccedilotildees
com os produtores e esses entre si na forma de Cooperativas e Associaccedilotildees niacuteveis bem mais
elevados de produtividade da banana no Amazonas poderiam ser alcanccedilados
Palavras Chave Produccedilatildeo rural Cooperativas rurais Associaccedilotildees rurais Produtores rurais
instituiccedilotildees puacuteblicas
110
Abstract
Analysis of agricultural production chains from their environments - institutional
organizational and productive permit our understanding of its structure and functioning and
the form of intra and inter interaction actors and environments that make up the chain This
study aimed to identify the design of the banana production chain in two municipalities in the
State of Amazonas and present the composition of institutional environments organizational
and production thereof and the role to be played by these actors in the local development
process from the strengthening of this fruit cultivation Questionnaires were used in 15 farms
who grow bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 in Rio Preto da Eva
harvest of 2012 Also it was obtained information in the sites of the institutionorganization
cited in this study The results indicated that in the Amazonas state federal and state
institutions act to give full logistical financial educational helth and technical support to
consolidate the links in the banana chain production With all the framework and expertise of
these institutions would expect a highly favorable environment for the establishment of a
consolidated supply chain for any activity of the state agricultural sector These institutions do
not reach the majority of banana producers in the municipalities of Presidente Figueiredo and
Rio Preto da Eva Without adequate assistance producers have difficulties to acquire
agricultural inputs knowledge drain and to commercialize their bananas production If there
was a consolidation of flows within the chain with greater involvement of institutions with
producers and these with each other in the form of cooperatives and associations higher
levels of banana productivity could be achieved in the Amazonas State
Key words Rural production rural cooperatives rural associations rural producers public
institutions
111
441 INTRODUCcedilAtildeO
Nos uacuteltimos anos o Brasil apresentou expressivo crescimento no comeacutercio
internacional do agronegoacutecio e consolidou sua posiccedilatildeo como um dos maiores produtores e
exportadores de alimentos e produtos agriacutecolas do planeta comercializando sua produccedilatildeo em
mais de 200 paiacuteses (MAPA 2013) Contudo o setor agriacutecola no Brasil vem passando por um
processo de reorganizaccedilatildeo especialmente na reestruturaccedilatildeo das cadeias produtivas para se
tornarem mais aacutegeis inovadoras e modernas como forma de se tornarem competitivas e
alcanccedilar o mercado global (BARRETO FILHO 2000) Essas circunstacircncias demandam
estudos que busquem entender a integralizaccedilatildeo do processo de desenvolvimento local a partir
das cadeias de suprimentos das cadeias produtivas da governanccedila e das alianccedilas estrateacutegicas
viabilizando a criaccedilatildeo de alternativas capazes de potencializar os recursos endoacutegenos
disponiacuteveis conforme enfatizado por Sachs (2009)
O estudo da organizaccedilatildeo administrativa da cadeia produtiva eacute o ponto de partida para
a anaacutelise do seu desempenho de forma a possibilitar a descriccedilatildeo das condiccedilotildees em que a
dinacircmica da produccedilatildeo e do mercado as regras governamentais e outros fatores influenciam a
performance da produccedilatildeo Desta forma a anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos
seus ambientes institucional organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua
estrutura e funcionamento e a forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que
compotildeem a cadeia
Este estudo busca identificar o desenho da cadeia produtiva da banana em dois
municiacutepios do Estado do Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional
organizacional e produtivo da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores
no processo de desenvolvimento local a partir do fortalecimento dessa cultura agriacutecola O
estudo possibilita conhecer os elementos que compotildeem o sistema produtivo dessa espeacutecie nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas assim como
identificar as interaccedilotildees cooperaccedilotildees e aprendizados entre eles e a contribuiccedilatildeo desse
processo para consolidaccedilatildeo do sistema produtivo da banana e consequente desenvolvimento
local
112
442 MATERIAL E MEacuteTODOS
4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
A cadeia produtiva reflete-se no conjunto de elementos que interagem em um
processo produtivo para a oferta de produtos eou serviccedilos ao mercado consumidor
envolvendo o emprego de trabalho e tecnologia
Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa foi delineada
a partir dos ambientes macros essenciais para o funcionamento da produccedilatildeo agriacutecola em
cadeia permitindo identificar os elementos e atores componentes de cada ambiente do sistema
produtivo com suas relaccedilotildees fluxos e dinacircmica de funcionamento no contexto dos Municiacutepios
em estudo Posteriormente todos os elos da cadeia produtiva foram contextualizados nos seus
objetivos e finalidades especiacuteficas como forma de empreender um funcionamento satisfatoacuterio
de sistema produtivo que servisse de base comparativa ao sistema ou processo real de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva no Amazonas
O mapeamento dos ambientes da cadeia produtiva busca identificar os elementos
envolvidos no processo de produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios pesquisados identificando os
atores econocircmicos poliacuteticos e sociais o ambiente institucional organizacional e produtivo
que constituem a estrutura de produccedilatildeo dessa cultura Estes elementos permitiram analisar
como se processa a governanccedila a interaccedilatildeo a cooperaccedilatildeo e o aprendizado entre as partes do
sistema e compreender como ocorre o dinamismo da competividade da atividade produtiva
deste segmento
4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve
dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos institucionais
organizacionais e produtivos com o fim de conhecer quais as forccedilas atuantes neste processo e
se elas contribuem para o desenvolvimento sustentaacutevel do local onde estatildeo inseridas
No que concerne agrave dimensatildeo da cadeia produtiva da banana foram delimitados os
ambientes da cadeia produtiva a partir do diagrama esquemaacutetico de sistema produtivo
agriacutecola desenvolvido por Zylbersztajn (1994) e verificados os elementos envolvidos em
cada ambiente e que contribuem com a produccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos seus produtos A
anaacutelise envolveu a observaccedilatildeo das instituiccedilotildees para a formaccedilatildeo de poliacuteticas relacionadas agrave
cultivos agriacutecolas as organizaccedilotildees executoras dessas poliacuteticas e o ambiente da produccedilatildeo
113
propriamente dito representado pelas propriedades agriacutecolas os fornecedores de insumos as
induacutestrias de transformaccedilatildeo dos produtos a comercializaccedilatildeo e os fluxos decorrentes do
processo e seus elos Esta anaacutelise possibilitou o desenho do mapa do sistema agriacutecola
desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios em estudo
Em seguida com base na anaacutelise processada foram elencados os principais atores da
cadeia e posteriormente foi feita uma contextualizaccedilatildeo da atividade desenvolvida por cada
elemento atuante no processo categorizando as diferentes atividades e as formas como se
relacionam a interaccedilatildeo a intervenccedilatildeo e a governanccedila entre os atores observando os objetivos
de cada um e a forma como se inserem e atuam no sistema conforme Quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em
acordo com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva no Amazonas
Ambientes da Cadeia Produtiva da Banana
Institucional Produtivo Organizacional Fluxos
- Leis
- Regulamentos
- Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Municipal
- Insumos de
produccedilatildeo
- Produccedilatildeo
- Processamento
- Comercializaccedilatildeo
- Mercados
- Serviccedilos de apoio
Teacutecnico
Institucional
Mercadoloacutegico
- Infraestrutura
Transporte
Armazenamento
- Fiacutesicos
- Financeiros
- Tecnoloacutegicos
- Informaccedilotildees
- Conhecimentos
Fonte autora
Na expectativa de delinear um padratildeo comparativo para o processo de produccedilatildeo de
bananas foram elencadas as variaacuteveis que compotildeem os ambientes institucional produtivo e
organizacional do sistema de produccedilatildeo de forma a aglutinar as leis poliacuteticas puacuteblicas
insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo propriamente dita ndash que se efetivam nas propriedades rurais
- os mercados os serviccedilos de apoio teacutecnico institucional e mercadoloacutegico a infraestrutura
necessaacuteria bem como os fluxos fiacutesicos do produto tecnoloacutegicos de informaccedilotildees e
conhecimentos que fortalecem a cadeia de produccedilatildeo
Por fim foi analisada a situaccedilatildeo real no processo produtivo da banana nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva para cada elemento previamente
delineado como forma de mensurar o niacutevel de estruturaccedilatildeo e fortalecimento da cadeia
produtiva da banana e como ela se insere na economia local nacional e internacional sua
trajetoacuteria evolutiva os condicionantes e natureza da atividade produtiva as especificidades
dos processos de aprendizagem e das trocas de conhecimentos relacionados ao negoacutecio
agriacutecola dessa cultura e o modo como esses processos satildeo afetados pelas poliacuteticas existentes
114
4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Com base na orientaccedilatildeo bibliograacutefica que subsidiou este trabalho foram caracterizadas
as dimensotildees e os atores componentes do sistema produtivo agriacutecola da banana para os
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1
Para isso foram aplicados questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no
municiacutepio de Presidente Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva safra de 2012
Aleacutem disso foram obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no
presente trabalho Em seguida se procedeu agraves anaacutelises nessas instituiccedilotildees que compotildeem cada
ambiente da cadeia produtiva no acircmbito federal estadual e municipal buscando nas suas
competecircncias organizacionais aquelas que as relacionassem ao sistema produtivo agriacutecola da
banana nos municiacutepios em estudo
A partir desse levantamento foi possiacutevel identificar os ambientes e elementos
essenciais para o desenvolvimento da produccedilatildeo agriacutecola da banana em condiccedilatildeo ideal que
funcionando de forma satisfatoacuteria seria capaz de contribuir para o desenvolvimento dos
municiacutepios em estudo
Na anaacutelise as dimensotildees institucional agriacutecola organizacional e os fluxos de
informaccedilotildees foram cruzados na tentativa de compreender a interaccedilatildeo entre o setor produtivo e
as forccedilas atuantes no processo considerando as propriedades rurais produtoras de bananas as
instituiccedilotildees e organizaccedilotildees envolvidas no processo de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo o
desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas as instituiccedilotildees de ensino e pesquisas o apoio teacutecnico a
infraestrutura e os fluxos envolvidos no contexto
Para a anaacutelise da situaccedilatildeo real da produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios estudados
foram analisados os fluxos de interaccedilatildeo entre os elementos que compotildeem o sistema onde
foram delimitados quatro nuances de contato entre os elementos inexistecircncia de contato
contato moderado contato intenso e contato eficaz a partir da percepccedilatildeo dos produtores
rurais inqueridos na pesquisa
A inexistecircncia de contato foi identificada pela natildeo atuaccedilatildeo de determinado ator com
accedilatildeo objetiva agrave outros componentes do sistema deixando de proceder contato com os
mesmos O contato moderado se reportava agravequeles presentes entre os atores poreacutem com
resultado ineficaz comprometendo o desenvolvimento do sistema O contato intenso
apontava os casos em que a interaccedilatildeo contribuiacutea para o desenvolvimento do sistema poreacutem
ainda de forma ineficaz O fluxo de contato eficaz traduzia os casos de perfeita interaccedilatildeo entre
115
os atores ou elementos contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento do sistema
produtivo da banana
4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos
quantitativos A anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas e
objetivos das instituiccedilotildees envolvidas no sistema de produccedilatildeo da banana A anaacutelise quantitativa
torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no acircmbito financeiro e
mercadoloacutegico da cadeia
Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas
pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo
exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) caracteriza-se por proporcionar um maior
conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da
investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa
443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4431 Sistema Produtivo Agriacutecola
No agronegoacutecio a exigecircncia ascendente do mercado competitivo motivou a
reorganizaccedilatildeo das cadeias produtivas como determinante de sobrevivecircncia Na regiatildeo Norte
onde as culturas agriacutecola e extrativista satildeo concorrentes o desafio eacute ainda maior e as
probabilidades de Ecircxito seratildeo mais favoraacuteveis caso se consiga aglutinar os esforccedilos de todos
os ambientes e atores do sistema produtivo
No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de
elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e em
que cada um dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute
maior do que o que as unidades poderiam ter caso funcionassem independentemente
Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as
relaccedilotildees entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990
CARAVANTES et al 2005 CHIAVENATO 2011)
O sistema produtivo do agronegoacutecio deve ser trabalhado desde as instituiccedilotildees que
desenvolvem as poliacuteticas puacuteblicas a oferta de insumos as propriedades agriacutecolas as
agroinduacutestrias o escoamento da produccedilatildeo e o mercado consumidor Essa cadeia aglutina os
serviccedilos de apoio como pesquisa assistecircncia teacutecnica processamento transporte
116
comercializaccedilatildeo creacutedito distribuidores industrializaccedilatildeo e consumidor final (GASQUES et
al 2004)
A Figura 1 apresenta de forma simplificada o panorama sistecircmico da produccedilatildeo
agriacutecola com seus ambientes e fluxos interativos
Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola
Fonte Zylbersztajn (1994) Adaptada pela autora
Neste estudo a cadeia produtiva agriacutecola eacute tratada como um sistema produtivo A
gestatildeo de um sistema deve focar a maximizaccedilatildeo da produccedilatildeo a minimizaccedilatildeo dos custos
maior eficiecircncia e eficaacutecia especialmente na qualidade dos produtos e na produtividade para
garantir a competividade e a sustentabilidade do sistema no ambiente no qual estaacute inserida
Para isto eacute preciso que os atores envolvidos tenham visatildeo holiacutestica de toda a cadeia para que
possam identificar os possiacuteveis inter-relacionamentos a fim de traccedilarem suas estrateacutegias de
forma conjunta em um modelo de accedilatildeo colaborativa e natildeo individual
Este sistema produtivo (Figura 1) configura-se como um todo organizado
constituiacutedo de partes integradas que podem ou natildeo interagir com o meio externo e que sejam
interdependentes para o seu pleno funcionamento Eacute constituiacutedo dos ambientes institucional
organizacional e produtivo e cada um possui seus proacuteprios subsistemas que se relacionam e
estatildeo integrados ao todo
O ambiente institucional abrange as leis e normas que regulamentam o sistema A ele
cabe a responsabilidade de desenhar poliacuteticas puacuteblicas que priorizem o desenvolvimento
econocircmico e social do paiacutes Se a diretriz mestra desses atores for o desenvolvimento a partir
das potencialidades locais isto demandaraacute uma governanccedila mais eficiente visto que seraacute
necessaacuterio conhecer as potencialidades endoacutegenas de cada regiatildeo Estas poliacuteticas deveratildeo ser
executadas pelas instituiccedilotildees que compotildeem o ambiente organizacional e deveraacute ser
Ambiente Institucional (leis regulamentos poliacutet governamental etc)
Ambiente Organizacional (serviccedilos de apoio teacutecnico)
Insumos
Produccedilatildeo Processamento Comercializaccedilatildeo
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
Fluxos fiacutesicos Am
bie
nte
pro
du
tivo
117
convergente para o setor produtivo que na visatildeo global da cadeia se apresenta com o papel
fundamental de realizar o maacuteximo de interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo com os demais atores envolvidos
no processo Este fator eacute determinante para que o ambiente produtivo se torne competitivo ao
niacutevel da reduccedilatildeo de custos ampliaccedilatildeo dos ganhos e oferta de produtos em qualidade e
quantidade que satisfaccedila o consumidor
O acircmbito organizacional comporta as instituiccedilotildees de apoio teacutecnico de ensino
pesquisa extensatildeo e demais instituiccedilotildees responsaacuteveis pela execuccedilatildeo das poliacuteticas leis e
normas oriundas do ambiente institucional O melhor desempenho destes dois sistemas se
daraacute pela soacutelida articulaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees e os elementos constitutivos destes ambientes
onde o primeiro fundamenta o segundo e este fornece os subsiacutedios para a consecuccedilatildeo dos
objetivos daquele
O ambiente produtivo apresenta-se como o principal sistema na hierarquia de
funcionamento do todo funciona como o motor de todo o sistema integrando diversos
subsistemas que interagem fornecendo subsiacutedios para o seu funcionamento e sustentaccedilatildeo
Estaacute constituiacutedo por empresas fornecedoras de insumos pela produccedilatildeo primaacuteria propriamente
dita - que neste estudo abrange as propriedades agriacutecolas - pelo ambiente de processamento e
transformaccedilatildeo dos produtos e o ambiente comercial com as empresas de escoamento da
produccedilatildeo e os elementos de transferecircncia dos produtos ateacute o consumidor final Entre estes
ambientes coexistem os fluxos financeiros e de informaccedilotildees e os fluxos fiacutesicos
De acordo com o exposto eacute mister que todo este conjunto de componentes ou sistemas
interativos esteja dinamicamente relacionado objetivando suprir o consumidor final de
determinado produto ou serviccedilo do ambiente agriacutecola (BERTALANFFY 1975 SPPEDING
1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e CHIAVENATO 2011)
4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola
A cadeia produtiva traduz-se em um conjunto articulado de atividades poliacuteticas
econocircmicas e sociais como consequecircncia da relaccedilatildeo em termos de mercados entre
tecnologia organizaccedilatildeo e capital A sua visualizaccedilatildeo efetiva-se como uma sucessatildeo de
operaccedilotildees de transformaccedilatildeo dissociaacuteveis capazes de ser separadas e ligadas entre si por um
encadeamento teacutecnico (PIRES 2001) Eacute entendida como um conjunto de relaccedilotildees comerciais e
financeiras que estabelecem entre todos os segmentos um fluxo de troca entre fornecedores e
clientes ou seja um conjunto de accedilotildees econocircmicas poliacuteticas e sociais que regulam a
valorizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo e asseguram a articulaccedilatildeo das operaccedilotildees
118
A anaacutelise de uma cadeia produtiva necessita da observaccedilatildeo dos ambientes
institucional organizacional e produtivo e a forma como se processa os fluxos fiacutesicos e de
informaccedilotildees nesse sistema
O ambiente institucional eacute constituiacutedo pelas normas e leis federais estaduais e
municipais aleacutem da cultura dos costumes e saberes local da sociedade que envolve e
influencia os ambientes O ambiente organizacional engloba as estruturas que satildeo criadas para
dar suporte ao funcionamento das cadeias produtivas O ambiente produtivo apresenta-se
como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana nos municiacutepios em estudo
A Figura 2 apresenta o sistema desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas envolvendo
trecircs ambientes distintos institucional produtivo e organizacional Em cada um destes estatildeo
inseridas empresas eou instituiccedilotildees com caracteriacutesticas e objetivos distintos entre si poreacutem
semelhantes nas suas finalidades que eacute a consolidaccedilatildeo do sistema produtivo agriacutecola da
banana
119
0
Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas
Fonte autora
Insumos
Produccedilatildeo Processamento
Calcaacuterio
Implementos
agriacutecolas
Pesticidas
Fertilizantes
Propriedades
agriacutecolas
Cultivos de
bananeiras
Comercializaccedilatildeo
Acessoacuterios
agriacutecolas
Bioinduacutestrias
Agroinduacutestrias
Cooperativas
Empresas
Associaccedilotildees
Mercado
Nacional
Mercado
Internacional
Mercado
Local
Mercado
Regional Varejo
Fluxos fiacutesicos
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
IDAM
INPA
UFAM
UEA MMA
MIDIC SEPROR MAPAEMBRAPA
SEBRAE
SUFRAMA (MDIC)
MS
SEPLANCTI MMA MDIC MAPA
SEPLANCTI
Atacado
INST
ITU
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NA
L P
RO
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TIV
O
OR
GA
NIZ
AC
ION
AL
AFEAM BASA BNDES
FAPEAM
INSTIT FINANCEIRAS (BB BASA BNDES) IPAAM (SDS) INCRA (MDA)
SDS
CONAB
SUDAM
MME
MIN
120
44321 Ambiente Institucional
O ambiente institucional agrega instituiccedilotildees que estabelecem leis e normas que
regulamentam o sistema produtivo agriacutecola em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e da
sociedade devendo atuar de forma transversal e democraacutetica aglutinando os interesses
nacional regional estadual e municipal em defesa do desenvolvimento do paiacutes e do
equiliacutebrio social ambiental econocircmico politico e territorial como forma de garantir a defesa
e bem estar da sociedade e do territoacuterio
Ao se analisar as atribuiccedilotildees do Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA e do Instituto
de proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas - IPAAM com suas funccedilotildees de controle do
desmatamento regional e definiccedilatildeo da localizaccedilatildeo e extensatildeo das aacutereas cultivadas bem como
do Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria - INCRA com suas atribuiccedilotildees
fundiaacuterias no Amazonas conforme contido em seus ambientes institucionais percebe-se que
desenvolvem poliacuteticas capazes de interferir na cadeia produtiva do setor primaacuterio e portanto
da banana Do mesmo modo a Secretaria de Planejamento Ciecircncia e Tecnologia do
Amazonas - SEPLANCTI o Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio -
MDIC e a Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus ndash SUFRAMA podem ter uma
influecircncia expressiva e positiva se usarem suas competecircncias na formulaccedilatildeo de poliacuteticas
puacuteblicas que favoreccedilam os produtores agriacutecolas regionais atuando de forma coordenada e
integrada O suprimento de energia eleacutetrica e de estradas eou hidrovias para o escoamento da
produccedilatildeo agriacutecola podem ser citadas como importantes para o processo de integraccedilatildeo dos
produtores no contexto do desenvolvimento regional accedilotildees essas de responsabilidade do
Ministeacuterio das Minas e Energia - MME e Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN A
SUDAM com sede em Beleacutem tambeacutem pode ser inserida nesse contexto de poliacuteticas puacuteblicas
O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA a Secretaria de
Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas - SDS e Secretaria de Produccedilatildeo e Extensatildeo Rural
- SEPROR por outro lado devem atuar de forma integrada para que os produtores tenham
todo o apoio teacutecnico necessaacuterio para que suas propriedades aproveitem da maneira mais
produtiva possiacutevel suas aacutereas cultivadas quer suprindo informaccedilotildees de manejo do solo das
culturas das pragas e doenccedilas como tambeacutem orientaccedilotildees sobre o mercado consumidor local
regional e se possiacutevel ateacute o nacional e o internacional Com isso os produtores podem ter
uma visatildeo mais completa de como se inserem no sistema produtivo podendo assim planejar
com mais competecircncia suas accedilotildees futuras O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) tambeacutem tem um
papel importante no sistema produtivo pois a regiatildeo eacute propensa a ocorrecircncia de doenccedilas
121
principalmente as que tecircm alguns insetos como vetores (malaacuteria dengue leishmaniose etc)
capazes de causar impactos altamente elevados em assentamentos de produtores dificultando
suas atuaccedilotildees no meio rural Por fim eacute necessaacuterio citar as instituiccedilotildees financeiras como o
Banco da Amazocircnia SA - BASA Banco do Brasil - BB Banco Nacional de
Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES etc responsaacuteveis por financiamentos da
produccedilatildeo agriacutecola do Estado
Quando se analisa o aspecto organizacional do modelo de cadeia produtiva
identificando as instituiccedilotildees executoras das poliacuteticas puacuteblicas aleacutem das jaacute citadas acima
encontramos as Instituiccedilotildees de Ensino Superior -IES (UFAM UEA IFAM INPA Embrapa)
as de fomento agrave pesquisa e agrave produccedilatildeo (FAPEAM BASA SUDAM SUFRAMA BNDES)
aleacutem de apoio teacutecnico aos produtores (IDAMSEPROR SDS SEBRAE Prefeituras
Municipais) e ainda a AFEAM que fornece treinamento e creacuteditos para os setores da
economia do Amazonas e a CONAB com suas assistecircncias teacutecnicas e aquisiccedilatildeo de produtos
por preccedilos compatiacuteveis ao produtor e ao mercado consumidor
Se essa estrutura estivesse atuando de forma integrada coordenada e organizada
seria de se esperar que os elos da cadeia produtiva de qualquer produto agriacutecola pudessem
estar consolidados e contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento sustentaacutevel
regional
Os produtores teriam apoio governamental para a obtenccedilatildeo de creacuteditos e o mercado
local teria condiccedilotildees de proporcionar a preccedilos adequados todos os insumos necessaacuterios para
alavancar suas produtividades a niacuteveis elevados em quantidade e qualidade e de forma
sustentaacutevel em condiccedilotildees de competitividade com os mercados de outras regiotildees do paiacutes
criando um ciacuterculo virtuoso de desenvolvimento agriacutecola que beneficiaria todos os envolvidos
no processo inclusive a sociedade regional Os produtores estariam bem organizados em
Associaccedilotildees e Cooperativas e haveria espaccedilo para a atuaccedilatildeo de Agroinduacutestrias e
Bioinduacutestrias que processariam a banana transformando parte da produccedilatildeo em subprodutos
com maior valor agregado como doces geleias fritas ships aproveitando quase toda ou toda
a produccedilatildeo da cultura gerando mais empregos e divisas para a regiatildeo
Associaccedilotildees e Cooperativas mais consolidadas poderiam significar maior potencial
dos produtores atingirem os mercados regionais nacional e ateacute internacional com maior
competitividade e eficiecircncia garantindo a eles maiores preccedilos e maior seguranccedila na venda de
sua produccedilatildeo com os excedentes sendo exportados e trazendo mais divisas para o Estado que
dispotildee de recursos hiacutedricos terras e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo da banana
122
A seguir foram descritas de forma mais detalhada as competecircncias de cada uma dessas
instituiccedilotildees para se ter uma noccedilatildeo mais exata dos seus perfis de atuaccedilatildeo visando identificar
melhor seus papeacuteis no sistema produtivo da banana no Estado do Amazonas
O Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA atua no desenvolvimento e implementaccedilatildeo
da poliacutetica nacional do meio ambiente e dos recursos hiacutedricos na poliacutetica de preservaccedilatildeo
conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacutevel de ecossistemas e da biodiversidade na proposiccedilatildeo de
estrateacutegias mecanismos e instrumentos econocircmicos e sociais para a melhoria da qualidade
ambiental e do uso sustentaacutevel dos recursos naturais no desenvolvimento de poliacuteticas para a
integraccedilatildeo do meio ambiente e da produccedilatildeo nas poliacuteticas e programas ambientais para a
Amazocircnia Legal e no Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico - ZEE como oacutergatildeo gestor normativo
dos processos de implantaccedilatildeo dos ZEEs pelos Estados (MMA 2015)
O MMA eacute responsaacutevel por promover a adoccedilatildeo de princiacutepios e estrateacutegias para o
conhecimento a proteccedilatildeo e a recuperaccedilatildeo do meio ambiente o uso sustentaacutevel dos recursos
naturais a valorizaccedilatildeo dos serviccedilos ambientais e a inserccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel
na formulaccedilatildeo e na implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de forma transversal compartilhada
participativa e democraacutetica em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e sociedade
trabalhando de forma integrada as questotildees sociais ambientais e econocircmicas Figura 3
Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no
ambiente institucional Fonte MMA (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA tem papel
importante na gestatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo agrave agropecuaacuteria a exemplo do
Programa Nacional da Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisiccedilatildeo de
alimentos ndash PAA entre outros Deve fomentar o agronegoacutecio e regular a normatizaccedilatildeo de
MMA
Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente
Poliacutetica Nacional dos Rec Hiacutedricos
Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso dos
Ecossistemas
Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso da
Biodiversidade
Poliacuteticas para a Amazocircnia Legal
Gestatildeo Normativa dos ZEEs
Meio Ambiente
Soci
edad
e Eco
no
mia
123
serviccedilos vinculados ao setor agriacutecola agrave pecuaacuteria e ao abastecimento contemplando o
pequeno o meacutedio e o grande produtor rural e deve tambeacutem reunir atividades de suprimento
de bens e serviccedilos relacionados a estes setores bem como o processamento a transformaccedilatildeo
e a distribuiccedilatildeo de produtos de origem agropecuaacuteria ateacute o consumidor final MAPA (2015)
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash EMBRAPA e a Companhia
Nacional de Abastecimento ndash CONAB por exemplo satildeo empresas puacuteblicas que atuam sob a
gerecircncia e coordenaccedilatildeo do MAPA que tambeacutem eacute organizado em secretarias responsaacuteveis
pelos diferentes setores do agronegoacutecio brasileiro a exemplo da Secretaria de Defesa
Agropecuaacuteria ndash SDA e a Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI
(MAPA 2015)
A CONAB visa contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do
produtor rural participando da formulaccedilatildeo das poliacuteticas agriacutecola e de abastecimento Por meio
de suas atividades busca proporcionar a geraccedilatildeo de valor ao produtor rural disponibilizando
preccedilo renda e a regulaccedilatildeo do abastecimento e apoio no fortalecimento e organizaccedilatildeo do setor
Ao consumidor final proporciona o acesso aos alimentos baacutesicos no comeacutercio varejista a
preccedilos acessiacuteveis
O MAPA natildeo restringe suas atividades ao acircmbito agropecuaacuterio Embora concentre
neste setor o foco principal de suas atividades sua estrateacutegia de gestatildeo busca integrar os
aspectos mercadoloacutegicos tecnoloacutegicos cientiacuteficos ambientais e organizacionais dos setores
produtivo do abastecimento da armazenagem e do transporte de safras aleacutem da gestatildeo da
poliacutetica econocircmica e financeira do agronegoacutecio Todo este esforccedilo visa garantir a seguranccedila
alimentar da populaccedilatildeo brasileira e a produccedilatildeo de excedentes para exportaccedilatildeo como forma de
fortalecer o setor produtivo nacional e favorecer a inserccedilatildeo do Brasil no mercado
internacional
A Secretaria de Defesa Agropecuaacuteria ndash SDA eacute responsaacutevel pela execuccedilatildeo das accedilotildees
de Estado para a prevenccedilatildeo controle e erradicaccedilatildeo de doenccedilas animais e de pragas vegetais
que afetam a agropecuaacuteria com vistas a assegurar a origem a conformidade e a seguranccedila dos
produtos de origem animal e vegetal destinados agrave alimentaccedilatildeo humana ou animal e tambeacutem a
idoneidade dos insumos em uso na agricultura e pecuaacuteria brasileira (MAPA 2015)
A SDA tambeacutem participa da formulaccedilatildeo da poliacutetica agriacutecola planejando
normatizando coordenando e supervisionando as atividades de defesa agropecuaacuteria em todo o
Territoacuterio nacional Eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do Sistema Unificado de Atenccedilatildeo agrave
124
Sanidade Agropecuaacuteria ndash SUASA do sistema brasileiro de inspeccedilatildeo de produtos de origem
animal vegetal e de insumos agropecuaacuterios (MAPA 2015)
Na produccedilatildeo vegetal a Secretaria responde pela vigilacircncia fitossanitaacuteria inspeciona
e fiscaliza a produccedilatildeo de sementes mudas fertilizantes corretivos inoculantes estimulantes
e biofertilizantes Controla registro classifica e fiscaliza o comeacutercio de bebidas e a produccedilatildeo
de uvas vinhos e derivados Inspeciona a utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos e seus componentes aleacutem
de fiscalizar e classificar os produtos subprodutos e resiacuteduos vegetais de valor econocircmico
A Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI eacute responsaacutevel pela
interface do MAPA com o mercado externo pela elaboraccedilatildeo de propostas de negociaccedilotildees de
acordos sanitaacuterios e fitossanitaacuterios com outros paiacuteses e ainda por analisar as deliberaccedilotildees
relativas agraves exigecircncias fitossanitaacuterias que envolvem interesses do setor produtivo brasileiro a
fim de consolidar o reconhecimento do paiacutes interna e externamente como provedor de
alimentos seguros e de qualidade
A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo - SDC eacute a principal
responsaacutevel pela adoccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis para o agronegoacutecio brasileiro Sua atuaccedilatildeo
envolve esforccedilos para o estiacutemulo ao cooperativismo as praacuteticas da agricultura sustentaacutevel o
desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas tecnologias a proteccedilatildeo intelectual a infraestrutura e a
logiacutestica de produccedilatildeo transporte e armazenagem de safras (MAPA 2015)
A SDC estaacute estruturada em quatro departamentos responsaacuteveis por diferentes setores
organizacionais O Departamento de Cooperativismo e Associativismo - DENACOOP
fomenta o associativismo entre cooperativas assim como sua internacionalizaccedilatildeo visando
ampliar a participaccedilatildeo econocircmica do setor cooperativo no leque de exportaccedilotildees do paiacutes
Tambeacutem haacute poliacuteticas de incentivo ao cooperativismo entre o puacuteblico jovem e entre mulheres
destinadas agrave inclusatildeo social e maior participaccedilatildeo econocircmica destes setores na sociedade
O Departamento de Sistemas de Produccedilatildeo e Sustentabilidade - DEPROS eacute responsaacutevel
pela regulaccedilatildeo e estiacutemulo agrave praacuteticas de agropecuaacuteria sustentaacuteveis que preservem o ambiente e
os recursos naturais As principais poliacuteticas desenvolvidas pelo DEPROS estatildeo relacionadas agrave
produccedilatildeo de alimentos orgacircnicos (Agroecologia) Sistemas de Produccedilatildeo Integrada para
rastreabilidade e qualificaccedilatildeo da produccedilatildeo e Sistemas de Conservaccedilatildeo de Solos e Aacuteguas que
cuidam da manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas (MAPA 2015)
Questotildees relativas agrave proteccedilatildeo de propriedade intelectual ligada ao agronegoacutecio
desenvolvimento e fomento a novas cultivares pesquisa e desenvolvimento de implementos
maacutequinas e insumos satildeo responsabilidade do Departamento de Propriedade Intelectual e
125
Tecnologia da Agropecuaacuteria - DEPTA O DEPTA tambeacutem eacute responsaacutevel pelo sistema
nacional de identificaccedilatildeo geograacutefica que fomenta a homologaccedilatildeo de regiotildees geograacuteficas
produtoras de alimentos certificados
O Departamento de Infraestrutura e Logiacutestica ndash DIEL coordena questotildees relativas ao
escoamento e armazenagem dos produtos agropecuaacuterios brasileiros Normatiza e fiscaliza
condiccedilotildees fiacutesicas de portos aeroportos e armazeacutens aleacutem de desenvolver poliacuteticas de
infraestrutura e obras para o incremento da capacidade logiacutestica do agronegoacutecio Controla a
aviaccedilatildeo voltada ao setor agriacutecola normatizando e promovendo treinamentos para os pilotos
operadores Tambeacutem eacute responsaacutevel pela promoccedilatildeo das parcerias institucionais e pela
assessoria a demandas parlamentares no acircmbito do ministeacuterio
A Secretaria de Poliacutetica Agriacutecola ndash SPA atua no planejamento e execuccedilatildeo de medidas
de apoio agrave produccedilatildeo agriacutecola em trecircs pilares baacutesicos Primeiro na oferta de recursos para o
financiamento do agronegoacutecio aperfeiccediloamento e apoio agrave produccedilatildeo Segundo no apoio e
sustentaccedilatildeo dos preccedilos agropecuaacuterios por meio de aquisiccedilotildees governamentais e equalizaccedilotildees
de preccedilos E por uacuteltimo no aperfeiccediloamento da gestatildeo de risco por meio da subvenccedilatildeo ao
precircmio do seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaacuteria - PROAGRO e
do Zoneamento Agriacutecola de Risco Climaacutetico
A SPA eacute um instrumento de planejamento e gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para a
agropecuaacuteria brasileira No seu escopo eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do Plano
Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash PAP consolidando accedilotildees programas e diretrizes governamentais para o
setor fundamentais para a tomada de decisatildeo dos produtores rurais e demais agentes
econocircmicos comprometidos no agronegoacutecio A SPA conta com trecircs departamentos que
concorrem no desenvolvimento de suas atribuiccedilotildees
O Departamento de Economia Agriacutecola - DEAGRI responsaacutevel por programar e
acompanhar a aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos e privados na agropecuaacuteria e tambeacutem
acompanhar a legislaccedilatildeo e o desempenho do creacutedito rural com base em dados e estatiacutesticas
puacuteblicos e privados Para isto o DEAGRI observa a conjuntura econocircmica nacional e
internacional em suas relaccedilotildees com o agronegoacutecio e monitora os mercados de insumos
agropecuaacuterios como fertilizantes defensivos maacutequinas e implementos agriacutecolas
O Departamento de Comercializaccedilatildeo e de Abastecimento Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash
DEAGRO tem por atribuiccedilatildeo estabelecer poliacuteticas e accedilotildees voltadas agrave garantia do
abastecimento assegurando ao produtor rural preccedilos compatiacuteveis com sua atividade por meio
126
de aquisiccedilotildees de produtos e equalizaccedilatildeo dos preccedilos agriacutecolas consolidada na Poliacutetica de
Garantia de Preccedilos Miacutenimos - PGPM
O Departamento de Gestatildeo de Risco Rural ndash DEGER eacute encarregado do
desenvolvimento de estudos para a formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas gerenciais de
riscos do setor agropecuaacuterio relacionadas com o seguro rural o PROAGRO (eacute uma garantia
ofertada pela Uniatildeo principalmente para o pequeno e meacutedio produtor e se destina ao
pagamento do creacutedito tomado no banco pelos produtores aleacutem de indenizar os recursos
proacuteprios aplicados no empreendimento na hipoacutetese de ocorrecircncia de eventos climaacuteticos que
gerem perdas em suas lavouras) e o ZARC (o Zoneamento Agriacutecola tem como objetivo
indicar os periacuteodos de plantio por municiacutepio e por cultura relacionados ao ciclo das
cultivares e aos tipos de solos a fim de que eventuais eventos climaacuteticos adversos natildeo
coincidam com as fases mais sensiacuteveis das lavouras)
As accedilotildees do PROAGRO e do ZARC ocorrem por meio do Programa de Subvenccedilatildeo ao
Precircmio do Seguro Rural ndash PSR que viabiliza o acesso do produtor ao seguro mediante o
pagamento pelo governo de parte do precircmio de seguro rural contratado pelo produtor nas
modalidades agriacutecola pecuaacuteria aquiacutecola e de floresta
Aleacutem das secretarias o MAPA possui vaacuterios oacutergatildeos e unidades descentralizadas da
administraccedilatildeo direta a exemplo das Superintendecircncias Federais de Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento - SFAs oacutergatildeos de representaccedilatildeo nos Estados da Federaccedilatildeo e conta com apoio
dos Laboratoacuterios Nacionais Agropecuaacuterios ndash LANAGROS responsaacuteveis pelas anaacutelises
laboratoriais relativas ao setor entre outros (MAPA 2015) O MAPA trabalha para contribuir
com a sustentabilidade social econocircmica e ambiental por meio do apoio agrave accedilotildees para o
desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e mercadoloacutegico Figura 4
127
Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA no ambiente institucional
Fonte MAPA (2015) Adaptada pela autora
MAPA SFAs (oacutergatildeos de repres do
MAPA nos Estados) LANAGROS
Poliacuteticas para o Agronegoacutecio
SPA (instrumento de gestatildeo)
SDA
SDC (desenv agropec e coord)
Controle e defesa fitossanitaacuterio
patoloacutegico e de insumos
SRI
DEGER
DEAGRI
DEAGRO
Fomento
Controle de Preccedilo de Merc
Gestatildeo de Risco (seguro rural)
ZARC
PROAGRO
DENACOOP
DEPROS
DEPTA
DIEL
Cooperativismo
Associativismo
Sustentabilidades
Pesquisa
Prop Intelec
Logiacutestica portos aerop e armazeacutens
Mercado Externo
Poliacutetica Externa
Sust
en
tab
ilid
ade
Soci
al
Suste
ntab
ilidad
e Econ
ocircm
ica
Cientiacutefico Tecnoloacutegico Mercadoloacutegico
Sustentabilidade Ambiental
128
O Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC atua com o
propoacutesito de gerir as poliacuteticas puacuteblicas no acircmbito federal para fortalecer a competitividade
das empresas brasileiras executa e avalia poliacuteticas puacuteblicas para a promoccedilatildeo da
competitividade do comeacutercio exterior do investimento e da inovaccedilatildeo nas empresas e para o
bem estar do consumidor conforme Figura 5
Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash
MDIC no ambiente institucional Fonte MDIC (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS tem a funccedilatildeo de oferecer condiccedilotildees para a promoccedilatildeo
proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo reduzindo as enfermidades controlando as
doenccedilas endecircmicas e parasitaacuterias e melhorando a vigilacircncia agrave sauacutede como forma de garantir
mais qualidade de vida aos brasileiros Figura 6
Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional Fonte MS (2015) Adaptada pela autora
MDIC
Compras e Vendas no
Exterior
SUFRAMA Geraccedilatildeo Atraccedilatildeo e
Consolidaccedilatildeo de Investiemtno Desenvolver a socioeconomia
da regiatildeo Norte
Bem Estar das Empresas
Competitividade no Comeacutercio Exterior
Meio Ambiente
Soci
edad
e
Econ
om
ia
Investimento Puacuteblico
Infraestrutura
Formaccedilatildeo de RH
CTampI
MS
Coord e Fiscaliz do SUS
Sauacutede Ambiental
Poliacutetica Nacional de Sauacutede Pesquisa Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica na Aacuterea da Saude
Vigilacircncia da Sauacutede
Sauacutede
Soci
edad
e
Am
bien
te
Drogas
Medicamentos
Alimentos
Controle Sanitaacuterio de Fronteiras e Portos
Fluviais
Aeacutereos
Mariacutetimos
129
O empenho central desta instituiccedilatildeo foca a implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de
sauacutede aglutinando a coordenaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash SUS a sauacutede
ambiental e accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede individual e coletiva
incluindo os trabalhadores e os iacutendios fornecendo informaccedilotildees de sauacutede vigilacircncia e controle
sanitaacuterio de fronteiras e de portos mariacutetimos fluviais e aeacutereos vigilacircncia de sauacutede
especialmente drogas medicamentos e alimentos e pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica na aacuterea
de sauacutede
O Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio ndash MDA eacute responsaacutevel pelo
desenvolvimento do Brasil rural por meio da democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra da gestatildeo
territorial da estrutura fundiaacuteria da inclusatildeo produtiva da ampliaccedilatildeo da renda da agricultura
familiar e da paz no campo contribuindo com a soberania alimentar o desenvolvimento
econocircmico social e ambiental do Brasil Figura 7
Entre as competecircncias do MDA estaacute a de exercer em caraacuteter extraordinaacuterio as
competecircncias relativas agrave regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na Amazocircnia legal em acordo com o Art 35
da medida Provisoacuteria ndeg 458 de 10 de fevereiro de 2009 Exerceraacute esta tarefa por meio do
departamento de planejamento monitoramento e avaliaccedilatildeo da regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na
Amazocircnia Legal O Ministeacuterio conta ainda com a Secretaria de Reordenamento Agraacuterio que
possui um Departamento de Creacutedito Fundiaacuterio e uma Subsecretaria da Agricultura Familiar
Esta Secretaria possui um Departamento de Financiamento e Proteccedilatildeo da Produccedilatildeo e um
Departamento de Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural entre outros
O Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash INCRA eacute vinculado ao
MDA tem a personalidade juriacutedica de autarquia da Uniatildeo e sua missatildeo preciacutepua eacute
implementar a poliacutetica de reforma agraacuteria no Brasil e realizar o ordenamento fundiaacuterio
nacional A primeira se daraacute por meio da democratizaccedilatildeo do acesso a terra criando e
implantando assentamentos rurais sustentaacuteveis A segunda viraacute por meio da regularizaccedilatildeo
fundiaacuteria de terras puacuteblicas e da gerecircncia dessa estrutura no paiacutes e visa agrave desconcentraccedilatildeo da
estrutura fundiaacuteria como forma de reduzir a violecircncia e a pobreza no campo e promover a
igualdade e inclusatildeo social
A reforma agraacuteria deve ocorrer de forma participativa dentro dos princiacutepios da
legalidade impessoalidade moralidade publicidade e eficiecircncia e deve contribuir para o
fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada A autarquia tem o compromisso
de fiscalizar a funccedilatildeo social dos imoacuteveis rurais e fomentar a produccedilatildeo agroecoloacutegica de
alimentos e a inserccedilatildeo nas cadeias produtivas para tanto deveraacute buscar a qualificaccedilatildeo dos
130
Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no
ambiente institucional Fonte MDA (2015) Adaptada pela autora
INCRA
Qualificaccedilatildeo dos Assentamentos Rurais
Poliacutetica de Reforma Agraacuteria
Desconcentraccedilatildeo da estrutura Fundiaacuteria
Ordenamento Fundiaacuterio Nacional
Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria de Terras Puacuteblicas
Reduccedilatildeo da Violecircncia e da Pobreza no Campo In
clusatilde
o s
oci
al
Iguald
ade S
ocial
Democratizaccedilatildeo do Acesso agrave Terra
Licenciamento Ambiental
Assentamentos Rurais Sustentaacuteveis
Participativa
Legalidade Impessoalidade Moralidade
Publicidade Eficiecircncia
Acesso agrave infraestrutura Baacutesica e ao Creacutedito
Acesso agrave assessoria Teacutecnica e Social
Articulaccedilatildeo com as Demais Poliacuteticas Puacuteblicas
MDA
Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria na Amazocircnia Legal
Secretaria de Ordenamento Fundiaacuterio
Planejamento
Monitoramento
Avaliaccedilatildeo
Creacutedito Fundiaacuterio
Agricultura Familiar
Financiamento e proteccedilatildeo da
Produccedilatildeo
Assistecircncia Teacutecnica e
Extensatildeo Rural
131
assentamentos rurais proporcionando o licenciamento ambiental o acesso agrave infraestrutura
baacutesica o creacutedito e a assessoria teacutecnica e social e a articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas
puacuteblicas em especial a educaccedilatildeo sauacutede cultura e esportes sempre em consonacircncia com as
legislaccedilotildees ambiental e trabalhista
O Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI eacute responsaacutevel pelo
desenvolvimento da poliacutetica nacional de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e inovaccedilatildeo bem
como pela supervisatildeo e controle das atividades da ciecircncia e tecnologia poliacutetica de
desenvolvimento de informaacutetica e automaccedilatildeo poliacutetica nacional de biosseguranccedila poliacutetica
espacial poliacutetica nuclear de controle da exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos sensiacuteveis O objetivo
dessa poliacutetica eacute transformar o setor em componente estrateacutegico do desenvolvimento do paiacutes
contribuindo para que os benefiacutecios da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo sejam distribuiacutedos de
forma justa a toda a sociedade O MCTI incorpora as duas mais importantes agecircncias de
fomento da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Financiadora de Estudos e Projetos ndash FINEP e o
Conselho de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico do Paiacutes ndash CNPq e suas unidades de
pesquisa
Ao sistema MCTI tambeacutem estatildeo agregados o Centro de Gestatildeo de Estudos
Estrateacutegicos ndash CGEE a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear ndash CNEN a Agecircncia Espacial
Brasileira ndash AEB e mais dezenove unidades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de inovaccedilatildeo
e quatro empresas estatais Por meio desse conjunto de instituiccedilotildees o MCTI exerce suas
funccedilotildees estrateacutegicas desenvolvendo pesquisas e estudos que se traduzem em geraccedilatildeo de
conhecimento e de novas tecnologias criaccedilatildeo de produtos processos gestatildeo e patentes
nacionais conforme Figura 8
Sua estrutura estaacute composta de quatro secretarias temaacuteticas que satildeo responsaacuteveis pela
gestatildeo e execuccedilatildeo dos principais programas e accedilotildees do ministeacuterio quais sejam Secretaria de
Poliacuteticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento ndash SEPED Secretaria de Ciecircncia e
Tecnologia para a Inclusatildeo Social ndash SECIS Secretaria de Desenvolvimento Tecnoloacutegico e da
Inovaccedilatildeo ndash SETEC e Secretaria de Poliacutetica de Informaacutetica ndash SEPIN Por meio dessas
secretarias o MCTI alcanccedila o patrimocircnio nacional e contribui para o desenvolvimento
econocircmico social e regional favorecendo todos os biomas brasileiros atuando nas aacutereas de
ciecircncias exatas promovendo a difusatildeo de tecnologias apropriadas para o meio urbano e rural
e a capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica do paiacutes como forma de elevar a competitividade das empresas
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia ndash INPA eacute vinculado ao MCTI e sua
missatildeo eacute gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o
132
desenvolvimento da Amazocircnia Nesse contexto realiza estudo cientiacutefico do meio fiacutesico e das
condiccedilotildees de vida da regiatildeo amazocircnica tendo em vista o bem estar humano e os reclamos da
cultura da economia e da seguranccedila nacional Figura 8
O INPA produz conhecimento e forma recursos humanos na regiatildeo Norte do paiacutes
estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento sustentaacutevel a defesa do meio
ambiente e de seus ecossistemas consolidando estudos sobre a fauna a flora a
biodiversidade a sociodiversidade os recursos florestais e hiacutedricos
Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI no
ambiente institucional Fonte MCTI (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN eacute responsaacutevel pela formulaccedilatildeo e
conduccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Desenvolvimento Regional ndash PNDR formulaccedilatildeo dos planos
e programas regionais de desenvolvimento estabelecimento de estrateacutegias de integraccedilatildeo das
economias regionais definiccedilatildeo de diretrizes e prioridades na aplicaccedilatildeo dos recursos dos
programas de financiamento para o setor produtivo das Regiotildees Norte Nordeste e Centro-
Oeste conforme estabelecido no Art 159 inciso I aliacutenea ldquocrdquo da Constituiccedilatildeo Federal do
Brasil bem como por aplicar os recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazocircnia e do
Nordeste pelas obras de infraestrutura hiacutedrica a poliacutetica nacional de irrigaccedilatildeo entre outras
(MIN 2015)
MCTI
Biosseguranccedila
FINEP Poliacutetica Nacional de Pesquisa
Cientiacutefica Tecnoloacutegica e de Inovaccedilatildeo CNPq
Supervisatildeo E Controle
Geraccedilatildeo de Conhecimento
Pes
qu
isa
e Es
tud
os N
ovas Tecn
olo
gias
Informaccedilatildeo e Automaccedilatildeo
Ciecircncia e Tecnologia
Poliacutetica de Controle Ambiental
Secretarias Temaacuteticas
SECIS
SETEC
SEPED
Espacial Nuclear
Bens e Serviccedilos Sensiacuteveis SEPIN
Produccedilatildeo de processos e Patentes
INPA
Biosseguranccedila Sociodiversidadede
Flora Fauna
Capital Intelectual
133
O Ministeacuterio de Minas e Energia ndash MME entre outras competecircncias eacute responsaacutevel
pelo aproveitamento da energia hidraacuteulica pelo petroacuteleo combustiacutevel e energia eleacutetrica
incluindo energizaccedilatildeo e eletrificaccedilatildeo rural deve zelar pelo equiliacutebrio conjuntural e estrutural
entre oferta e demanda de recursos energeacuteticos no paiacutes
44322 Ambiente Organizacional
O ambiente organizacional se compotildee basicamente das instituiccedilotildees de ensino
pesquisa extensatildeo suporte teacutecnico e fiscalizaccedilatildeo entre outras que subsidiam o negoacutecio
Normalmente esses atores satildeo sustentados pela crenccedila de que as accedilotildees grupais satildeo mais
eficientes que as individuais e assim se propotildeem a atuar de forma coordenada e coletiva
obedecendo regras formais e executando as poliacuteticas definidas no ambiente institucional se
apresentando como um elo entre o ambiente institucional e produtivo (PONDEacute 1994
NORTH 1994 e CUNHA 1999) Nesses ambientes encontram-se as oportunidades e
ameaccedilas a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva
A Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA autarquia vinculada ao
Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC tambeacutem tem como
finalidade promover o desenvolvimento socioeconocircmico na regiatildeo Norte do paiacutes de forma
sustentaacutevel por meio da geraccedilatildeo atraccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de investimentos Estas accedilotildees
demandam o estiacutemulo de investimentos puacuteblicos e privados em infraestrutura na formaccedilatildeo de
capital intelectual em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo e a intensificaccedilatildeo das articulaccedilotildees com
os oacutergatildeos e entidades puacuteblicas e privadas
A Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econocircmico Ciecircncia
Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Estado do Amazonas ndash SEPLANCTI no seu escopo finaliacutestico eacute
responsaacutevel pelo planejamento estrateacutegico do Estado devendo coordenar as poliacuteticas de
desenvolvimento socioeconocircmico Recentemente uma reestruturaccedilatildeo do governo do Estado
do Amazonas agregou agraves atividades da antiga secretaria de planejamento e desenvolvimento
econocircmico as atividades de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo nascendo assim a SEPLANCTI
A esta secretaria compete a formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo de estrateacutegias de
desenvolvimento que contemplem a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica e a busca do pleno emprego a
articulaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo entre o Estado e a sociedade com vistas ao desenvolvimento
econocircmico bem como a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de incentivos fiscais e tecnoloacutegicos para
fortalecimento da economia do Estado conforme Figura 9
134
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Estado
do Amazonas ndash SDS tem o compromisso de garantir a proteccedilatildeo da natureza e dos recursos
naturais com valorizaccedilatildeo socioambiental visando ao desenvolvimento sustentaacutevel do Estado
Suas accedilotildees estatildeo voltadas agrave melhoria da qualidade de vida das pessoas e agrave conservaccedilatildeo da
natureza
Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash
SEPLANCTIAM no ambiente organizacional Fonte SEPLANCTIAM (2015) Adaptada pela autora
A SDS desempenha suas atividades articulada com as autarquias e vinculadas quais
sejam Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental ndash IPAAM Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel
do Amazonas ndash ADS Companhia de Gaacutes do Amazonas - CIGAS o Conselho Estadual de
Meio Ambiente do Estado do Amazonas - CEMAAM o Conselho Estadual de Recursos
Hiacutedricos ndash CERH o Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas ndash CEGEA e a
Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanccedilas Climaacuteticas e do Centro de Unidades de
conservaccedilatildeo Figura 10
Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do
Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional Fonte SDSAM (2015) Adaptada pela autora
SEPLANCTIAM
Desenvolvimento do Estado do Amazonas
Fort
alec
imen
to d
a Ec
on
om
ia
Plen
o Em
prego
Desenvolvimento Socioeconocircmico
Planejamento Estrateacutegico para o Amazonas
Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Articulaccedilatildeo entre Estado e Sociedade
Incentivos Fiscais e Tecnoloacutegicos
SDSAM
CIGAS
CEGEA CEMAAM CERH
IPAAM
Proteccedilatildeo da Natureza e dos Recursos Naturais
Val
ori
zaccedilatilde
o S
oci
oam
bie
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l
Desen
volvim
ento
Susten
taacutevel Fiscalizaccedilatildeo Licenciamento
Poliacutetica de Controle Ambiental
ADS
Monitoramento
Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo
135
O Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas ndash IPAAM eacute oacutergatildeo vinculado agrave
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDS
O IPAAM coordena e executa a poliacutetica de controle ambiental para o Estado do Amazonas
por meio das atividades fim de licenciamento fiscalizaccedilatildeo e monitoramento ambiental em
todo o Estado do Amazonas Figura 10
A Secretaria de Estado de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SEPRORAM eacute
responsaacutevel pela formulaccedilatildeo coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica estadual de
desenvolvimento integrado da agricultura pecuaacuteria atividade florestal pesca e aquicultura O
Sistema SEPROR composto por todos os oacutergatildeos essenciais ao desenvolvimento da produccedilatildeo
rural tem como vinculadas a Comissatildeo Executiva Permanente de Defesa Sanitaacuteria Animal e
Vegetal do Estado do Amazonas - CODESAV Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e
Florestal Sustentaacutevel do Amazonas - IDAM e Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura ndash
SEPA Figura 11
O objetivo da SEPRORAM eacute prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural
aos agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas mediante processos
educativos e participativos que lhes assegurem sustentabilidade cidadania e melhoria na
qualidade de vida
136
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SSEPRORAM no ambiente institucional
Fonte SEPRORAM (2015) Adaptada pela autora
SEPRORAM
Poliacutetica Estadual de Desenvolvimento Integrado
Ativ Florestais e Aquicultura
Agricultura Pecuaacuteria Pesca
SEPA
Processos Educativos e Participativos
Sust
en
tab
ilid
ade
Cid
adan
ia
CODESAV
Extensatildeo IDAM
Agropecuaacuteria
Florestal
Pesqueira
Agroindustrial
Assistecircncia Teacutecnica
Agricultores
Agricultura Familiar
Produtores Rurais
Melhoria da Qualidade de Vida no Campo
Projetos de Creacutedito Rural
Cooperativismo
Assossiativismo
Comercializaccedilatildeo
137
A Agecircncia de Fomento do Estado do Amazonas ndash AFEAM visa contribuir para o
desenvolvimento socioeconocircmico do Estado do Amazonas Seu compromisso eacute com o
desenvolvimento sustentaacutevel do Estado do Amazonas atraveacutes de apoio creditiacutecio e de
participaccedilotildees em accedilotildees teacutecnico puacuteblico privado que propiciem a geraccedilatildeo de trabalho e renda
e contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo do Estado do Amazonas
O Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do Estado do
Amazonas ndash IDAM eacute uma autarquia vinculada ao Sistema SEPROR Estaacute presente em todo o
Estado do Amazonas A finalidade do IDAM eacute a supervisatildeo coordenaccedilatildeo e execuccedilatildeo de
atividades de assistecircncia teacutecnica extensatildeo agropecuaacuteria e florestal no acircmbito das poliacuteticas e
estrateacutegias dos governos Federal e Estadual para os setores agropecuaacuterio florestal pesqueiro
e agroindustrial
O IDAM tem a missatildeo de prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural aos
agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas por meio de processos
educativos e participativos que lhes assegurem a sustentabilidade cidadania e melhoria na
qualidade de vida
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES eacute o principal
instrumento de financiamento de longo prazo para a realizaccedilatildeo de investimentos em todos os
segmentos da economia brasileira Sua poliacutetica de fomento inclui as dimensotildees social
regional e ambiental
O BNDES destaca-se no apoio agrave agricultura induacutestria infraestrutura comeacutercio e
serviccedilos oferecendo condiccedilotildees especiais para micro pequenas e meacutedias empresas Possui
linhas de investimentos sociais direcionados para a educaccedilatildeo e sauacutede agricultura familiar
saneamento baacutesico e transporte urbano
O apoio do BNDES efetiva-se por meio de financiamentos a projetos de
investimentos aquisiccedilatildeo de equipamentos e exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos Aleacutem disso o
Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina
financiamentos natildeo reembolsaacuteveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social
cultural e tecnoloacutegico
No contexto atual o planejamento estrateacutegico do Banco priorizou a inovaccedilatildeo o
desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental por entender que estes
satildeo aspectos importantes e que devem ser promovidos e apoiados em todos os
empreendimentos financiados pelo banco Figura 12
138
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico
e Social - BNDES no ambiente organizacional Fonte BNDES (2015) Adaptada pela autora
A Universidade Federal do Amazonas - UFAM contribui para a formaccedilatildeo de cidadatildeos
e para o desenvolvimento da Amazocircnia cultivando o saber em todas as aacutereas do
conhecimento por meio do ensino da pesquisa e da extensatildeo modernizando e inovando nas
estrateacutegias para o desenvolvimento regional e local
Por meio do ensino capacita recursos humanos para a regiatildeo elevando o niacutevel do
conhecimento e dos saberes A pesquisa e a poacutes-graduaccedilatildeo criam condiccedilotildees favoraacuteveis para
geraccedilatildeo de tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade da regiatildeo A extensatildeo
proporciona a disseminaccedilatildeo do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas no acircmbito da
instituiccedilatildeo e especialmente capta a demanda da sociedade alimentando sucessivos ciclos de
desenvolvimento e pesquisa A UFAM investe nas praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica
na proteccedilatildeo da propriedade intelectual dos segmentos institucionais na valorizaccedilatildeo dos
conhecimentos tradicionais associados com a promoccedilatildeo da transferecircncia tecnoloacutegica para
produccedilatildeo de inovaccedilatildeo no setor produtivo regional visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos e o
desenvolvimento da Amazocircnia
A Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA tem a missatildeo de promover a
educaccedilatildeo desenvolvendo o conhecimento cientiacutefico particularmente sobre a Amazocircnia
aprimorando a qualidade dos recursos humanos existentes na regiatildeo por meio de accedilotildees
especiais que objetivem a expansatildeo do ensino e da cultura em todo o Estado do Amazonas
realizando pesquisas e estimulando atividades criadoras valorizando o indiviacuteduo no processo
evolutivo incentivando o conhecimento cientiacutefico relacionado ao homem e ao meio ambiente
BNDES
Infraestrutura
Apoio Financeiro
Investimento
Planejamento Estrateacutegico
Ino
vaccedilatilde
o
Desen
volvim
ento
Local
Comeacutercio Aquisiccedilatildeo de Equipamentos
Projetos
Induacutestria
Exportaccedilatildeo de Bens e Serviccedilos Financiamento natildeo Reembolsaacutevel
Cultural Social Tecnoloacutegico
Agricultura
Desenvolvimento Socioambiental
139
amazocircnico participando na elaboraccedilatildeo execuccedilatildeo e acompanhamento das poliacuteticas de
desenvolvimento governamentais
O Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM com o compromisso de promover educaccedilatildeo
de excelecircncia no Estado do Amazonas desenvolve accedilotildees de ensino pesquisa extensatildeo e
inovaccedilatildeo visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos a geraccedilatildeo de tecnologias e a disseminaccedilatildeo do
conhecimento gerado no acircmbito do Instituto Figura 13
Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da
Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM no
ambiente organizacional
Fonte UFAM (2015) UEA (2015) IFAM (2015) Adaptada pela autora
A Embrapa Amazocircnia Ocidental eacute uma das Unidades Descentralizadas da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA vinculada ao Ministeacuterio da Agricultura
Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA atuando no Estado do Amazonas com a missatildeo de
viabilizar soluccedilotildees de pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da
agricultura na Amazocircnia em benefiacutecio da sociedade
Com o propoacutesito de alcanccedilar a excelecircncia na geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e
inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na Amazocircnia a EMBRAPA Amazocircnia
Ocidental prioriza a pesquisa e desenvolvimento a transferecircncia de tecnologias e a
responsabilidade social Nesse contexto a empresa organiza suas pesquisas em trecircs nuacutecleos
temaacuteticos produccedilatildeo vegetal e meio ambiente recursos geneacuteticos biotecnologias e
fitossanidade e produccedilatildeo animal
O Nuacutecleo Temaacutetico da Produccedilatildeo Vegetal e meio ambiente atua em linhas de pesquisa
como sistemas de produccedilatildeo vegetal manejo e controle de plantas daninhas olericultura
UFAM
Formaccedilatildeo de Cidadatildeos
Co
nh
ecim
ento
Saberes
Desenvolvimento da Amazocircnia
Pesquisa Ensino Extensatildeo
UEA
Capacita Recursos Humanos
Gera Tecnologias
Dissemina Conhecimento e
Tecnologia
IFAM
Proteccedilatildeo da Propriedade Intelectual
Praacuteticas de inovaccedilatildeo Social e
Tecnoloacutegica
Valorizaccedilatildeo dos Conhecimentos
tradicionais Associados
140
oleaginosas perenes alternativas potenciais para agroenergia silvicultura e manejo de florestas
plantadas fitossociologia para restauraccedilatildeo florestal geotecnologias aplicadas a estudos
florestais sementes e mudas florestais sistemas agroflorestais sistemas agrosilvopastoris
agroecologia desenvolvimento rural sustentaacutevel manejo dos agrossistemas fertilidade de
solos e nutriccedilatildeo de plantas biologia do solo caracterizaccedilatildeo de solos tropicais caracterizaccedilatildeo
de solos antroacutepicos microbiologia do solo ecologia florestal fisiologia vegetal dinacircmica do
carbono e dos nutrientes em ecossistemas de terra firme
O Nuacutecleo dos Recursos Geneacuteticos Biotecnologia e Fitossanidade trabalha com linhas
de pesquisa como recursos geneacuteticos de espeacutecies vegetais melhoramento geneacutetico de
espeacutecies vegetais biotecnologia vegetal geneacutetica de populaccedilotildees biodiversidade diversidade
geneacutetica fitossanidade manejo integrado de pragas entomologia resistecircncia de plantas a
doenccedilas biologia aplicada ecotoxicologia
O Nuacutecleo da Produccedilatildeo Animal trabalha com a fisiologia e imunologia de
peixes manejo e conservaccedilatildeo de recursos hiacutedricos sanidade de espeacutecies aquiacutecolas nutriccedilatildeo
de peixes reproduccedilatildeo de peixes melhoramento geneacutetico de espeacutecies aquiacutecolas manejo e
sistemas de criaccedilatildeo integraccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta sistemas de produccedilatildeo animal
O processo de transferecircncia de tecnologia eacute considerado uma via de matildeo dupla onde a
empresa atua de forma proativa para que as tecnologias geradas pela pesquisa sejam adotadas
pelo setor produtivo ao tempo em que busca conhecer e captar as principais demandas do
agricultor Para isso trabalha a gestatildeo integrada do conhecimento e de forma colaborativa
atua com parceiros diversos como instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas e organizaccedilotildees da
sociedade civil
A Embrapa estaacute inserida na Amazocircnia um dos mais importantes biomas do planeta Eacute
comprometida com a pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo interagindo permanentemente
com a sociedade na antecipaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das consequecircncias sociais econocircmicas culturais
e ambientais da ciecircncia e tecnologia cumprindo assim sua responsabilidade socioambiental e
a sustentabilidade da atividade agropecuaacuteria refletida em projetos voltados para a preservaccedilatildeo
e uso racional dos recursos naturais recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas e reduccedilatildeo de uso de
agroquiacutemicos entre outros com vistas a promover melhoria da qualidade de vida da
populaccedilatildeo a reduccedilatildeo da pobreza e das desigualdades regionais
Nesse contexto a Embrapa Amazocircnia Ocidental busca alcanccedilar a excelecircncia na
geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na
Amazocircnia Suas accedilotildees tecircm contribuiacutedo significativamente para o desenvolvimento da cultura
da banana nos municiacutepios estudados Figura 14
141
v
v
Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no ambiente organizacional
Fonte EMBRAPA (2015) Adaptada pela autora
EMBRAPA
Recursos Geneacuteticos Biotecnologias e Fitossanidade
Produccedilatildeo Vegetal e Meio Ambiente
Transferecircncia de tecnologias
Pes
qu
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ese
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Resp
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sabilid
ade So
cial
Melhoria da Qualidade de Vida no Campo
Sistemas de Produccedilatildeo Vegetal
Produccedilatildeo Animal
Silvicultura
Agroecologia
Desenv Rural Sustentaacutevel
Fertilidade de Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas
Microbiologia de Solos
Diversidade geneacutetica
Diversidadee
Fitossanidade
Biotecnologia Vegetal
Manejo de Pragas e Entomologia
Ecotoxicologia
Fisiologia e Imunologia de Peixes
Nutriccedilatildeo de Peixe
Manejo e Sistema de Criaccedilatildeo
Sistema de produccedilatildeo Animal
142
O Banco da Amazocircnia ndash BASA eacute o principal agente de fomento do governo federal
voltado para o desenvolvimento sustentaacutevel da Regiatildeo Amazocircnica Atua como indutor do
desenvolvimento regional gerando oportunidades de negoacutecios sustentaacuteveis para a Amazocircnia
somando esforccedilos principalmente no acircmbito da Agricultura Familiar elegendo prioridades
nas poliacuteticas de Creacutedito Rural do Governo Federal junto ao Ministeacuterio do Desenvolvimento
Agraacuterio (MDA) promovendo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores (Oacutergatildeos Oficiais de
Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural Ministeacuterios e Sociedade Civil Organizada) como
forma de criar estrateacutegias capazes de melhorar a realidade dos produtores
O BASA eacute responsaacutevel por uma parcela significativa de accedilotildees voltadas agrave geraccedilatildeo de emprego
e renda fixaccedilatildeo do homem no campo inclusatildeo social e ambiental Atraveacutes do Programa
Nacional para o Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos
individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares concedendo creacutedito para
financiar atividades agropecuaacuterias ou natildeo agropecuaacuterias para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou
modernizaccedilatildeo da estrutura de produccedilatildeo beneficiamento industrializaccedilatildeo e de serviccedilos no
estabelecimento rural ou em aacutereas comunitaacuterias rurais proacuteximas de acordo com projetos
especiacuteficos Figura 15
Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente
organizacional Fonte BASA (2015) Adaptada pela autora
O SEBRAEAM eacute uma instituiccedilatildeo sem fins lucrativos que integra o Sistema Nacional
SEBRAE para execuccedilatildeo de programas e projetos favoraacuteveis ao desenvolvimento das micro e
pequenas empresas do Estado do Amazonas
BASA
Produccedilatildeo
Fom
ento
D
esenv
olv
imen
to R
egio
nal
Ampliaccedilatildeo eou Modernizaccedilatildeo
da Estrutura de
Agricultura Familiar
Desenvolvimento Sustentaacutevel da Regiatildeo
Amazocircnica
Interlocuccedilatildeo com
Atores de Assist
Teacutecnica e Extensatildeo
Rural
Prioridades da Poliacutetica de
Creacutedito Rural do MDA
PRONAF
Projetos
Individuais eou
Coletivos
Atividades
Agropecuaacuterias
Serviccedilos
Industrializaccedilatildeo
Atividades natildeo
Agropecuaacuterias
143
O SEBRAEAM tem o compromisso de promover a competitividade e o
desenvolvimento sustentaacutevel e fomentar o empreendedorismo com vistas a induzir agrave
excelecircncia no desenvolvimento das micros e pequenas empresas Para isto disponibiliza e
executa cursos e palestras que orientam para o empreendedorismo a lideranccedila vendas
atendimento a clientes formaccedilatildeo dos preccedilos relaccedilotildees interpessoais tributaccedilatildeo mercado
cooperaccedilatildeo financcedilas e planejamento etc
44323 Ambiente Produtivo
O ambiente produtivo se apresenta como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana
nos municiacutepios em estudo O ambiente institucional eacute responsaacutevel por desenvolver e fornecer
o combustiacutevel para o funcionamento desse motor ao tempo em que ao ambiente
organizacional compete apontar a direccedilatildeo e fornecer os meios para a sua alavancagem O
ambiente produtivo estaacute subdividido em quatro subsistemas interligados que se articulam para
o seu perfeito funcionamento quais sejam insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo de bananas
propriamente dita que ocorre nas propriedades rurais o processamento e a comercializaccedilatildeo
dos produtos Cada subsistema possui elos especiacuteficos com caracteriacutesticas e finalidades
definidas
A produccedilatildeo de bananas ocorre nas propriedades agriacutecolas em trecircs etapas principais
preparaccedilatildeo do solo e plantio manutenccedilatildeo do cultivo e colheita das bananas (Figura 2) As
duas primeiras manteacutem interaccedilatildeo direta e constante com os fornecedores de insumos que
estatildeo situados dentro do proacuteprio sistema e com o ambiente institucional e organizacional por
meio do fluxo financeiro e de informaccedilotildees e do fluxo fiacutesico de produtos e serviccedilos que
migram destas empresas eou instituiccedilotildees para a propriedade A colheita da banana tambeacutem
possui interaccedilatildeo com o subsistema do processamento (visto que parte da produccedilatildeo eacute destinada
agraves cooperativas agriacutecolas e agroinduacutestrias) e da comercializaccedilatildeo tambeacutem com atividades
interligadas ao ambiente institucional e organizacional
O elo da cadeia produtiva que engloba os insumos de produccedilatildeo envolve as empresas
que fabricam distribuem e comercializam fertilizantes pesticidas calcaacuterio implementos e
acessoacuterios agriacutecolas como maacutequinas equipamentos e ferramentas usadas na produccedilatildeo
agriacutecola Estes atores mantecircm soacutelida relaccedilatildeo com os elos de produccedilatildeo e o processamento
O sistema do processamento envolve as bioinduacutestrias as agroinduacutestrias as empresas
de processamento as de suprimento fornecedoras de insumos as cooperativas e associaccedilotildees
agriacutecolas funcionando como subsistemas hora interligados hora funcionando independente
144
Contudo estes atores possuem estreita relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e o processamento e
influenciam e satildeo influenciados pelo fluxo fiacutesico financeiro e de informaccedilotildees
O sistema da comercializaccedilatildeo envolve desde os mercados internacional nacional e
regional para vendas no atacado e o mercado local onde podem ser processadas negociaccedilotildees
no atacado eou no varejo Este sistema guarda forte relaccedilatildeo com os sistemas de produccedilatildeo e
processamento influenciando e sendo influenciado pelos fluxos fiacutesicos de informaccedilotildees e
financeiro Estes satildeo constituiacutedos pelas instituiccedilotildees financeiras e de creacutedito e aqueles pelas
estruturas de escoamento da produccedilatildeo
A eficaacutecia da governanccedila na atuaccedilatildeo destas instituiccedilotildees eacute imprescindiacutevel para o
perfeito funcionamento do sistema produtivo visto que o ecircxito da cadeia depende da
participaccedilatildeo sistemaacutetica no desempenho das funccedilotildees especiacuteficas de cada elemento que integra
o sistema Nos sistemas produtivos agriacutecolas especialmente na produccedilatildeo de frutas estes
elementos vatildeo garantir a oferta de alimentos seguros evitando-se possiacuteveis riscos agrave sauacutede do
consumidor eou praacuteticas desleais de comeacutercio considerando que a qualidade e a seguranccedila
dos produtos de origem animal e vegetal dependem do cumprimento das boas praacuteticas de
fabricaccedilatildeo da fiscalizaccedilatildeo oficial e da correta aplicaccedilatildeo de normas e padrotildees teacutecnicos
estabelecidos
Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de se esperar um
ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva consolidada para
qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola
A Figura 16 mostra com base nas informaccedilotildees contidas nos capiacutetulos anteriores
onde haacute fluxos de contato intenso e os fluxos de contato moderado a relaccedilatildeo entre elos da
cadeia produtiva e onde precisam ser trabalhados para contribuir com o fortalecimento da
produccedilatildeo da banana nos dois municiacutepios estudados
Os fluxos de contato intenso satildeo aqueles identificados no sistema de produccedilatildeo com
relativa consolidaccedilatildeo das interaccedilotildees entre os atores dos ambientes institucional produtivo e
organizacional e com os fluxos fiacutesicos financeiros e de informaccedilotildees que permeiam o sistema
de forma a contribuiacuterem para o seu desenvolvimento poreacutem natildeo atingindo a eficaacutecia dos seus
objetivos Os fluxos de contato moderado satildeo aqueles identificados como de baixa
consolidaccedilatildeo impactando negativamente no funcionamento do processo de produccedilatildeo de
bananas comprometendo direta ou indiretamente a interatividade nos demais elos da cadeia e
o desenvolvimento do sistema como um todo
145
= Fluxo de contato intenso = Fluxo de contato moderado Figura 15 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de
Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Amazonas
Fonte autora pesquisa de campo (2012)
Insumos
Produccedilatildeo Processamento
Calcaacuterio
Implementos
agriacutecolas
Pesticidas
Fertilizantes
Propriedades
agriacutecolas
Cultivos de
bananeiras
Comercializaccedilatildeo
Acessoacuterios
agriacutecolas Associaccedilotildees
Cooperativas
Varejo
Mercado Local
PREMESDS
Fluxos fiacutesicos
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
Higienizaccedilatildeo
dos frutos
Atacado
Feiras
Intermediaacuterios
CONAB
MAPA
EMBRAPA
MMA
INCRA BB BASA
IPAAM SDS
SEPLANCTI IDAM UFAM BASA
SEPROR EMBRAPA INPA SDS
CONAB AFEAM
PREFEITURA MUNICIPAL
146
44324 Fluxos Fiacutesicos e de Informaccedilotildees
Quando se analisa os fluxos fiacutesicos da cadeia da banana deve-se levar em conta as
instituiccedilotildees e organizaccedilotildees que atuam na implementaccedilatildeo de accedilotildees diretas eou indiretas em
algum dos seus componentes podendo ser diretamente nas propriedades rurais ou em algum
outro segmento anti ou poacutes-produccedilatildeo
Em suma os fluxos fiacutesicos na cadeia produtiva da banana nos dois municiacutepios
estudados devem ser exercidos por instituiccedilotildees de ensino e pesquisas como INPA Embrapa
UFAM UEA IFAM bem como a Prefeitura municipal ou algumas secretarias estaduais
como a SEPRORIDAM SEPLANCTI SDS aleacutem do BASA AFEAM e CONAB Suas
accedilotildees vatildeo desde a obtenccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos necessaacuterios
para aprimorar e aumentar a produtividade da cultura no Amazonas como tambeacutem de darem
todas as informaccedilotildees necessaacuterias para os produtores rurais contornarem minimizarem ou
solucionarem os problemas que podem de algum modo prejudicar suas vidas eou as suas
atividades agriacutecolas
4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Observa-se que os fluxos intensos satildeo ainda minoria na cadeia produtiva da banana
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Quando se analisa o ambiente
produtivo da banana figura 16 no acircmbito das propriedades agriacutecolas onde estaacute concentrada a
produccedilatildeo propriamente dita do sistema foi identificado fluxo de contato intenso apenas no
que se refere agrave higienizaccedilatildeo dos frutos (lavagem dos cachos eou das palmas com soluccedilatildeo de
sulfato de alumiacutenio apoacutes a colheita para a descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e
precipitaccedilatildeo da sika) Esta eacute uma accedilatildeo muito primaacuteria mas essencial realizada em 867 e
100 das propriedades produtoras de bananas analisadas nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio preto da Eva respectivamente (Tabelas 5 e 8 do trabalho cientiacutefico 2)
As demais orientaccedilotildees teacutecnicas recomendadas para a higienizaccedilatildeo dos frutos nos
cultivos de bananeiras que vatildeo desde a disposiccedilatildeo dos cachos para transporte do bananal ao
local do despencamento ateacute a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as
escoriaccedilotildees que comprometem a qualidade dos frutos natildeo eram observadas pelos produtores
deixando de agregar valor e desfavorecendo a comercializaccedilatildeo dos frutos
O subsistema da comercializaccedilatildeo tambeacutem apresentou fluxo de contato intenso com
outros atores dentro do proacuteprio ambiente produtivo e tambeacutem com o ambiente
147
organizacional A pesquisa mostrou que no momento da comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
houveram negociaccedilotildees intensas entre o mercado atacadista por meio de intermediaacuterios e nas
vendas realizadas nas feiras de Manaus e dos municiacutepios em estudo visto que 87 das
vendas no atacado no municiacutepio de Presidente Figueiredo foram realizadas com
intermediaacuterios e 47 nas feiras (Tabela 1 trabalho cientiacutefico 3) No Rio Preto da Eva as
negociaccedilotildees foram levemente mais intensas com 97 e 57 das vendas realizadas com
intermediaacuterios e nas feiras respectivamente (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3)
No fluxo de venda por atacado quer para intermediaacuterios como para feiras constatou-
se poucas opccedilotildees na comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo e uma dependecircncia elevada do componente
ldquointermediaacuteriordquo para que o produto chegue ao mercado consumidor reduzindo a margem de
lucro dos produtores Figura 16
Haacute tambeacutem um fluxo intenso consolidado entre as instituiccedilotildees do ambiente
organizacional e o produtivo por meio da comercializaccedilatildeo dos produtos Neste sentido o
Governo federal atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME e do
Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB em
parceria com o estado do Amazonas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel
- SDS e da Secretaria de Produccedilatildeo Rural - SEPROR vecircm apresentando significativa
participaccedilatildeo no apoio e desenvolvimento agrave cultura pela aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo rural de
bananas
No municiacutepio de Presidente Figueiredo 67 das vendas feita pela cooperativa e 47
das vendas das associaccedilotildees comunitaacuterias foram transacionadas com a CONAB (Tabela 1
trabalho cientiacutefico 3) enquanto que no municiacutepio de Rio Preto da Eva 43 das vendas da
cooperativa e 77 das vendas das associaccedilotildees (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3) tambeacutem foram
comercializadas com Companhia Nacional de Abastecimento
O fluxo intenso apresentado entre a SEPROR e SDS com o mercado local eacute
chancelado pelo apoio do governo do Estado em alocar os produtores rurais em feiras
distribuiacutedas em diversos pontos da cidade as chamadas feiras do produtor rural um local
destinado pelo governo local para vendas preferencialmente direto por produtores rurais
eliminando a figura do intermediaacuterio e favorecendo os produtores rurais
Estes elementos se apresentam como favoraacuteveis ao processo de desenvolvimento da
cultura da banana contudo ainda natildeo eacute satisfatoacuterio visto que a pesquisa registrou alta
dependecircncia dos produtores rurais na hora da comercializaccedilatildeo dos produtos uma vez que a
maior parte da venda da produccedilatildeo fica restrita a dois nichos de mercado apoiado pelo
148
governo o Programa da Agricultura Sustentaacutevel - PAS e o Programa de Regionalizaccedilatildeo da
Merenda Escolar - PREME Isto representa uma fragilidade ao sistema de produccedilatildeo da
banana
Todos os demais fluxos da cadeia seja do ambiente institucional seja do ambiente
organizacional com o ambiente produtivo se apresentam de forma ainda natildeo consolidada
com baixa ou nenhuma expressatildeo uma vez que o fluxo moderado dessas instituiccedilotildees com o
ambiente produtivo fragiliza o cultivo da cultura da banana e natildeo proporciona retorno
financeiro satisfatoacuterio aos produtores e ainda restringe a oferta de produtos agrave sociedade
regional comprometendo o desenvolvimento local e a sustentabilidade da cultura
444 CONCLUSOtildeES
No Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais estaduais e municipais capazes
de dar todo o suporte legal logiacutestico financeiro teacutecnico e social para consolidar os elos do
sistema produtivo da banana Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de
se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva
consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual
Contudo a situaccedilatildeo real encontrada nos dois municiacutepios natildeo estaacute em niacutevel elevado de
organizaccedilatildeo e atividades que resultem em produtividades competitividades e eficiecircncias
satisfatoacuterias conforme demonstrado pelas informaccedilotildees obtidas nas propriedades rurais e
contidas nos trecircs capiacutetulos anteriores dessa tese Essas instituiccedilotildees natildeo alcanccedilam a maioria
dos produtores de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
Sem uma assistecircncia adequada os produtores tecircm dificuldades de adquirir insumos
agriacutecolas informaccedilotildees conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas e natildeo
conseguem transpor as barreiras que impedem a competitividade com os produtos vindos de
outras regiotildees do paiacutes perpetuando o atraso especialmente teacutecnico por parte dos produtores
rurais e a ineficiecircncia das instituiccedilotildees que natildeo alcanccedilam o ambiente produtivo da banana
149
45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS
DE BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
RESUMO
Este trabalho apresenta uma proposta para construccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade visando medir a efetividade da integraccedilatildeo dos ambientes do sistema
produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas Ela foi construiacuteda a partir da revisatildeo de literatura e de pesquisas de campo
realizadas em trinta propriedades rurais produtoras de bananas localizadas no municiacutepio de
Rio Preto da Eva e quinze em Presidente Figueiredo O sistema produtivo estaacute constituiacutedo
pelos ambientes institucional organizacional o ambiente produtivo e as interaccedilotildees fiacutesicas e
financeiras que permeiam o sistema Ao final deste trabalho se consolidou as categorias os
elementos os descritores e os indicadores orientados para a mensuraccedilatildeo da sustentabilidade
do sistema produtivo da banana nos municiacutepios em estudo Para avaliar a sustentabilidade
nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os
indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees ambiental econocircmica social
espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que
mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de
aacutegua nos periacuteodos de estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos
cultivos fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o
ciclo produtivo Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo
de venda do produto sua industrializaccedilatildeo incorporando agroinduacutestrias produtoras de
subprodutos de valores agregados de maiores valores o mercado comprador e o escoamento
da produccedilatildeo Dentro da Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees
em Associaccedilotildees e Cooperativas Dentro da Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores que
mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a falta da posse
definitiva da terra e a disponibilidade de recursos hiacutedricos Dentro da Dimensatildeo Poliacutetica
poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades rurais estudadas nos dois municiacutepios
mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento sustentaacuteveis e fragilizadas perante a
globalizaccedilatildeo da economia
Palavras Chaves Sustentabilidade desenvolvimento local indicadores de sustentabilidade
150
ABSTRACT
This paper presents a proposal for the construction of sustainability indicators aimed at
measuring the effectiveness of the integration of the production of banana system
environments in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva in the
Amazon It was built from the literature review and field research carried out in thirty-
producing farms of bananas located in Rio Preto da Eva and fifteen in Presidente Figueiredo
The production system is made up of the institutional environments organizational
productive environment and the physical and financial interactions that underlie the system
At the end of this work was consolidated categories elements descriptors and indicators
aimed at measuring the sustainability of the production of banana system in the municipalities
studied To assess sustainability in banana crops in the municipalities of Presidente
Figueiredo and Rio Preto da Eva indicators can be measured from the environmental
economic social spatial geographic cultural and political Within the environmental
dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana systems are
the water supply during the dry season and the need to apply a soil fertilizer on crops based on
chemical analysis and the needs of banana during the production cycle Within the Economic
Dimension the indicators that may most affect sustainability of production of banana systems
are financing the production the sale price of the product banana agroindustry with
subproducts of higher economic values the buyers market and the flow of production Within
the Social Dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana
systems are health education and their participation in associations and cooperatives Within
the Space Geographic Dimension the indicators that can affect the sustainability of
production of banana systems are the lack of definitive land tenure and the availability of
water resources Within the Political Dimension there are few indicators used by rural
communities studied in the two municipalities keeping them in phased stages of sustainable
development and vulnerable before the global economy
Key Words Sustainability local development sustainability indicators
151
451 INTRODUCcedilAtildeO
O crescimento populacional e as relaccedilotildees de capital resultaram num consumo
desenfreado de mateacuteria prima para a manutenccedilatildeo da vida demandando uma produccedilatildeo de bens
de consumo e alimentos sem precedentes na histoacuteria Como consequecircncia os danos
provenientes da exaustatildeo eou mau uso dos recursos passaram a fazer parte do nosso cotidiano
nos obrigando a repensar as formas de produccedilatildeo especialmente de alimentos e o uso dos
recursos naturais Mais recentemente em paralelo acirraram-se as discussotildees em torno das
questotildees ambientais e do uso responsaacutevel dos recursos naturais
Nesse contexto mensurar o consumo numa conexatildeo com a natureza eacute imprescindiacutevel
para a tomada de decisotildees que primem por evitar desequiliacutebrios que comprometam ainda mais
o suporte de recursos do planeta Dessa forma eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da
capacidade de suporte dos recursos naturais como forma de garantir o equiliacutebrio e a
sustentabilidade dos ecossistemas e da vida Nessa dinacircmica os indicadores desempenham
papel importante como instrumento para a mensuraccedilatildeo do consumo da degradaccedilatildeo do
ambiente do niacutevel de desenvolvimento econocircmico social poliacutetico e de suporte geograacutefico
No contexto do desenvolvimento econocircmico e da revoluccedilatildeo verde evidencia-se a
necessidade do uso de indicadores de sustentabilidade em virtude da utilizaccedilatildeo desenfreada
dos recursos naturais a maioria desses considerados irrenovaacuteveis Assim a Conferecircncia
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Rio 92 caracterizou-se por
fortalecer as referecircncias na construccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade Posteriormente
surgiu a necessidade do desenvolvimento de indicadores ecoloacutegicos e de sustentabilidade por
parte de cada naccedilatildeo segundo o contexto local A Agenda 213 contribuiu como ponto de
partida para o encontro sobre Indicadores Ambientais e Desenvolvimento Sustentaacutevel de
Genebra em 1993 e ao Programa de Indicadores Ambientais que permite o monitoramento
das accedilotildees de desenvolvimento (HAMMOND et al 1995) aleacutem do estudo desenvolvido por
Marzall (1999) referenciado como marco do estudo de indicadores ocorrido durante o
coloacutequio internacional com o tema Indicador de Sustentabilidade realizado na Franccedila no ano
de 1996
Antes da deacutecada de 70 os estudos sobre o desenvolvimento se atinham basicamente
da utilizaccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos recursos e da distribuiccedilatildeo dos ganhos por eles
proporcionados A partir desse periacuteodo os debates nos foacuteruns mundiais sobre
3 Programa de accedilatildeo oriundo da Conferecircncia Rio-92 com mais de 2500 recomendaccedilotildees praacuteticas para o alcance
do desenvolvimento sustentaacutevel no seacuteculo XX
152
desenvolvimento incluiacuteram a temaacutetica da sustentabilidade mediante as dimensotildees econocircmica
social e ambiental Com as contribuiccedilotildees de Sachs (1997) nesse debate ocorre a inserccedilatildeo de
mais duas dimensotildees do desenvolvimento a espacial e a cultural Para o autor o
desenvolvimento perderia o sentido se ocorresse em detrimento da cultura da sociedade
O conceito de sustentabilidade da relaccedilatildeo homem-natureza foi propagado na sociedade
a partir da deacutecada de 50 mas soacute foi popularizado durante os anos 80 atraveacutes das discussotildees
para a consolidaccedilatildeo do relatoacuterio da Comissatildeo Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento
ndash CMMAD ndash de Brundtland4 conhecido como ldquoNosso Futuro Comumrdquo adotado como base
para a definiccedilatildeo dos princiacutepios da biodiversidade e do futuro das geraccedilotildees (SACHS 1993
MONTIBELLER FILHO 2004)
Nesse cenaacuterio o termo sustentabilidade comeccedila a ser atrelado ao desenvolvimento e
disseminado mundialmente visto que o desenvolvimento permite atender as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de satisfazerem suas proacuteprias
necessidades (WCED 1987) Assim o desenvolvimento econocircmico e a utilizaccedilatildeo dos
recursos estatildeo inexoravelmente ligados no tempo e no espaccedilo
Este trabalho buscou identificar indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel da
cultura da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
para que se possa mensurar a sustentabilidade da cultura da banana e dos recursos naturais
envolvidos no processo de produccedilatildeo de forma a permitir o desenvolvimento local
4 Relatoacuterio da Comissatildeo Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) sobre os padrotildees de
desenvolvimento em relaccedilatildeo aos recursos naturais
153
452 MATERIAL E MEacuteTODOS
Para a definiccedilatildeo de indicadores visando a sustentabilidade da cultura da banana
primeiramente foram selecionadas as dimensotildees nas quais se pretendeu fundamentar o estudo
Estas observaram os conceitos de sustentabilidade que por sua vez estatildeo vinculados agrave
definiccedilatildeo de desenvolvimento Em seguida definiram-se os objetivos que se pretendeu
alcanccedilar e os componentes de estudo para cada dimensatildeo
A dimensatildeo delimita o estudo em direccedilatildeo ao objetivo que se deseja alcanccedilar Este
quando alcanccedilado iraacute apontar para a sustentabilidade do objeto em anaacutelise que seraacute
alcanccedilado mediante a definiccedilatildeo dos componentes para os quais seratildeo definidas as variaacuteveis
que seratildeo estudadas
Para a consecuccedilatildeo do objetivo deste trabalho a metodologia de pesquisa
compreendeu a identificaccedilatildeo de indicadores do desenvolvimento sustentaacutevel para cultivos de
bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
norteados pelas indicaccedilotildees de Sachs (2008) sobre as cinco dimensotildees que se configuram
como pilares do desenvolvimento sustentaacutevel ambiental econocircmica social
espacialgeograacutefico e poliacutetica que se relacionam com a atividade agriacutecola do cultivo de
bananeiras nos municiacutepios alvo da pesquisa Para cada dimensatildeo foram definidas as
categorias os elementos os descritores e um conjunto de indicadores que podem ser
avaliados para monitoramento da sustentabilidade em cultivos de bananeiras
Para a definiccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade sugeridos para o sistema
produtivo de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas seguindo as orientaccedilotildees de Daniel (2000) Moura (2002) e Sachs (2004)
adotamos os seguintes aspectos norteadores
a) O pressuposto baacutesico adotado foi o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade
onde o primeiro deve ser capaz de reduzir ou eliminar as desigualdades por meio da
modernidade inclusiva Enquanto que o segundo soacute se concretizaraacute atraveacutes de sintonia fina
entre as dimensotildees ambiental social econocircmica espacialgeograacutefica e poliacutetica envolvendo a
anaacutelise da capacidade de suporte os princiacutepios e as exigecircncias de cada dimensatildeo a fim de
alcanccedilar o equiliacutebrio entre os referenciais do desenvolvimento e da sustentabilidade
b) Foi dado o enfoque sistecircmico em niacutevel local considerando a complexidade dos
fenocircmenos que envolvem o sistema produtivo da banana e observadas as interrelaccedilotildees entre
os atores e os indicadores usando as informaccedilotildees colhidas pelo trabalho de campo realizados
nas comunidades rurais enfocadas por esse estudo
154
4521 Objeto e Aacuterea de Estudo
Para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimensatildeo analisada e identificar
suas forccedilas e fragilidades buscou-se definir caracteriacutesticas estrutural e funcional de cada
dimensatildeo e para estas se caracterizou elementos fiacutesicos bioloacutegicos e socioeconocircmicos
espacial e poliacutetico observando as categorias indicadas por Sachs (1993) Moura (2002) e
Montibeller Filho (2004)
O niacutevel de anaacutelise desta pesquisa situa-se na configuraccedilatildeo do conjunto de indicadores
de sustentabilidade para as dimensotildees ambiental econocircmica social espacial e poliacutetica para o
sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas Para cada dimensatildeo foram definidas categorias elementos descritores e os
indicadores em acordo com as especificidades locais dos cultivos em estudo
Os cultivos de bananeiras de 15 propriedades rurais no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva dentre aquelas de cultivos essencialmente
comerciais foram selecionados e o estudo envolveu as lideranccedilas e associaccedilotildees comunitaacuterias
das propriedades investigadas as agroinduacutestrias relacionadas com o processo de produccedilatildeo da
banana bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para
tanto os liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de
agroinduacutestrias intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de
comercializaccedilatildeo das bananas Procedeu-se tambeacutem a uma pesquisa bibliograacutefica em sites da
internet para consolidar o trabalho
4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade
A descriccedilatildeo das etapas deste estudo teve como finalidade facilitar a compreensatildeo
sobre o processo e a loacutegica de construccedilatildeo dos indicadores e sobremaneira o percurso trilhado
e as teacutecnicas de pesquisas empregadas para o cumprimento dos objetivos
Primeiro procedeu-se a pesquisa bibliograacutefica sobre o uso e a construccedilatildeo de
indicadores de sustentabilidade para sistemas agriacutecolas com a finalidade de identificar os
aspectos metodoloacutegicos comuns e diacutespares para a construccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade e em quais dimensotildees se processaria o estudo
Neste momento as orientaccedilotildees de Sachs (1993) Moura (2002) e Montibeller Filho
(2004) foram fundamentais para definir as dimensotildees do estudo as categorias os elementos e
os descritores para a definiccedilatildeo do conjunto de indicadores de sustentabilidade
155
Esta etapa tambeacutem subsidiou a estruturaccedilatildeo do roteiro de entrevista com os produtores
rurais da regiatildeo a fim de identificar os limites baacutesicos do sistema produtivo de banana e os
fatores que influenciam sua sustentabilidade
Considerando os preceitos metodoloacutegicos orientados por Moura (2002) e Camino e
Muumlller (1993) de que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o contexto a
definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores locais a
definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e ainda que natildeo
existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal seguiu-se
a estrutura metodoloacutegica indicada pelos autores que orientam sete etapas para a definiccedilatildeo de
indicadores de sustentabilidade adaptadas para os cultivos de bananeiras nos municiacutepios em
estudo quais sejam
Definiccedilatildeo do sistema identificaccedilatildeo de categorias significativas para o sistema
identificaccedilatildeo dos elementos para cada categoria seleccedilatildeo dos descritores definiccedilatildeo dos
indicadores anaacutelise dos indicadores e procedimentos de monitoramento
156
453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade
A agricultura moderna eacute apontada por muitos autores (SACHS 1993 MOURA
2002 MONTIBELLER FILHO 2004 BECKER 2009 MELLO 2009) como a alternativa
mais promissora para promover o desenvolvimento socioeconocircmico nas aacutereas rurais do
Brasil Contudo ela natildeo deve ser tratada isoladamente mas sim aplicada como integrante do
processo de sustentabilidade visto que conforme adverte Sachs (1993) a sustentabilidade
pressupotildee o uso racional e equitativo dos recursos de forma a garantir a disponibilidade
desses agraves geraccedilotildees futuras visando sempre a melhoria das condiccedilotildees de vida das
comunidades
Orientaccedilatildeo semelhante se faz para as praacuteticas de crescimento e desenvolvimento
econocircmico com o propoacutesito de natildeo igualar os dois conceitos que possuem caracteriacutesticas bem
distintas visto que o primeiro considera somente o acuacutemulo de riquezas embora esta se
concentre nas matildeos de pequena parcela de indiviacuteduos da populaccedilatildeo Este processo natildeo remete
agrave igualdade nem agrave justiccedila social O segundo por sua vez preocupa-se com a geraccedilatildeo de
riquezas sim mas tem o objetivo de distribuiacute-las de melhorar a qualidade de vida das
populaccedilotildees o que remete portanto agrave qualidade ambiental do planeta (CAVALCANTI
1997) Essa eacute a oacutetica moderna do desenvolvimento e deve embasar as discussotildees atuais sobre
a produccedilatildeo de bens e serviccedilos no anseio da equidade social e da sustentabilidade dos recursos
naturais em todo o planeta
A ideia de desenvolvimento local a partir da agricultura especialmente na regiatildeo
Norte sugere conciliar os fatores culturais as tradiccedilotildees locais a capacidade de suporte dos
recursos naturais e as interaccedilotildees econocircmicas e sociais de forma interdisciplinar enfrentando
o desafio do binocircmio agriculturafloresta de modo que sejamos capazes de tornaacute-la produtiva
sem destruiacute-la exercitando a sustentabilidade
O conceito de sustentabilidade deve respaldar um processo multidimensional e
intertemporal a ser praticado na escala local tendo como focos dinamizadores minimamente
as dimensotildees ambiental (resiliecircncia) econocircmica (produtividade) e social (equidade e
economia) (HAMMOND et al 1995 SACHS 2004 e SEPUacuteLVEDA 2008)
De uma maneira geral a sustentabilidade da propriedade rural passa pelo
aproveitamento eficaz das aacutereas cultivadas procurando tirar delas as melhores produtividades
possiacuteveis e por longos periacuteodos de tempo diminuindo a necessidade de ocupar novas aacutereas de
florestas Para que possam dar um retorno financeiro adequado aos produtores seus usos
157
devem ser pautados em informaccedilotildees de mercado tendo tambeacutem apoio governamental com
assistecircncia teacutecnica e para o escoamento da produccedilatildeo sem comprometer a qualidade dos
produtos e a competitividade econocircmica
4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da
Banana dimensotildees objetivos e componentes
Os indicadores satildeo detentores de informaccedilotildees sobre a dinacircmica dos diferentes tipos
dimensionais (HAMMOND et al 1995) Na avaliaccedilatildeo da sustentabilidade os indicadores
vecircm sendo cada vez mais utilizados para mensuraccedilatildeo do consumo dos recursos naturais em
funccedilatildeo das suas principais consequecircncias nocivas para o meio ambiente uma vez que o
crescimento populacional exige volumes crescentes de mateacuteria prima para manutenccedilatildeo da
vida
O termo indicador implica em inferir apontar estimar conceituando-se como uma
variaacutevel selecionada e quantificada fornecendo pistas para problemas ou tornando
perceptiacuteveis tendecircncias ou fenocircmenos difiacuteceis de serem detectaacuteveis podendo ser apresentados
em forma de dados estatiacutesticos ou graacuteficos que nos revele traccedilos da realidade e tendecircncias
futuras que de outra forma natildeo seria facilmente percebida permitindo uma aproximaccedilatildeo
simplificada da realidade observada (SARANDOacuteN 2002) Os indicadores podem ser
definidos no acircmbito global nacional regional ou local Para o alcance dos objetivos aqui
propostos eles seratildeo definidos de acordo com as especificidades locais
De acordo com Hammond et al (1995) Sachs (2004) e Sepuacutelveda (2008)
sustentabilidade deve refletir processos multidimensionais e intertemporais preferencialmente
praticados em escalas locais focando a resiliecircncia a produtividade a equidade e economia e
deve ser avaliada por meio de indicadores que permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais
especiacuteficas a serem definidas de acordo com o sistema avaliado (CHRISTEN 1996)
admitindo inuacutemeras possibilidades visto que cada sistema possui especificidades
Entre as diversas possibilidades para a definiccedilatildeo das dimensotildees a serem estudadas
encontram-se as indicadas por Darolt (2000) soacutecio cultural teacutecnico agronocircmica econocircmica
ecoloacutegica e poliacutetico institucional Por sua vez Carvalho (1994) aponta para as dimensotildees
econocircmicas socioloacutegicas ambientais poliacuteticas culturais e institucionais Costabeber (1989)
recomenda econocircmica social ecoloacutegica geograacutefica e tecnoloacutegica enquanto que Camino e
Muumlller (1993) recomendam considerar justiccedila social viabilidade econocircmica sustentabilidade
ambiental democracia solidariedade e eacutetica Por fim haacute as orientaccedilotildees de Sachs (2004) pelas
dimensotildees ambiental social econocircmica poliacutetica cultural e territorial
158
Contudo Sachs (1993) adverte que para a sustentabilidade de qualquer tipo de
sistema que envolva seres humanos pressupotildee-se o uso racional e equitativo dos recursos
sendo fundamental considerar minimamente as dimensotildees econocircmicas ambiental e social
como condiccedilatildeo preciacutepua para a geraccedilatildeo do desenvolvimento no longo prazo na temporalidade
aproximada de 25 anos
Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva em acordo com as orientaccedilotildees de Sachs (2004) e
Montibeller Filho (2004) os indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees social
econocircmica ambiental espacialgeograacutefica e poliacutetica Para cada dimensatildeo devem ser
visualizados os componentes e os objetivos que se deseja alcanccedilar para o ambiente estudado
A partir destes foram definidas as variaacuteveis estudadas Assim o quadro 1 apresenta as
dimensotildees sob as quais o desenvolvimento do sistema produtivo da banana pode ser avaliado
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas considerando as
informaccedilotildees obtidas no trabalho de campo nas comunidades rurais estudadas bem como os
objetivos que se deseja alcanccedilar e os componentes que devem ser avaliados em cada
dimensatildeo
Para esse estudo foram definidas cinco dimensotildees ambiental social econocircmica
espacialgeograacutefica e poliacutetica (Quadro 1) Para anaacutelise da sustentabilidade de cada dimensatildeo
foram identificados os objetivos que se deseja alcanccedilar e para isto definidos os componentes
que devem ser observados para que a partir destes possam ser indicadas as categorias os
elementos os descritores e os indicadores para cada dimensatildeo analisada Para a
sustentabilidade dos cultivos de bananeiras no Amazonas o sistema seraacute analisado no acircmbito
local
O estudo da sustentabilidade ambiental objetiva a melhoria da qualidade do ambiente e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Ela pode ser avaliada por meio do acompanhamento dos
ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas do uso dos recursos naturais natildeo renovaacuteveis da prioridade
agrave produccedilatildeo de biomassa do aproveitamento dos insumos naturais da reduccedilatildeo do consumo
energeacutetico das tecnologias empregadas no sistema produtivo dos iacutendices de resiacuteduos no
processo produtivo da destinaccedilatildeo dos resiacuteduos e cuidados ambientais observados no processo
produtivo Quadro 1
A sustentabilidade da dimensatildeo social que visa a reduccedilatildeo das desigualdades sociais
deve observar a criaccedilatildeo de postos de trabalho sauacutede educaccedilatildeo a disponibilidade de emprego
a renda (distribuiccedilatildeo) o respeito agrave cultura local o aproveitamento do conhecimento
159
tradicional ou taacutecito as formas e niacuteveis de organizaccedilotildees sociais e a produccedilatildeo de bens que
favoreccedilam o atendimento agraves necessidades baacutesicas das pessoas envolvidas direta eou
indiretamente no processo produtivo
Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o
desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do
Amazonas DIMENSAtildeO OBJETIVO COMPONENTES
Sustentabilidade
Ambiental
Melhoria da qualidade do
ambiente e preservaccedilatildeo
das fontes de recursos
naturais
Respeito aos ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas
O uso de recursos naturais natildeo renovaacuteveis
Prioridade agrave produccedilatildeo de biomassa
Aproveitamento dos insumos naturais
Reduccedilatildeo do consumo de energia
Tecnologias empregadas no processo produtivo
Iacutendices de resiacuteduos nos processos produtivos
Destinaccedilatildeo dos resiacuteduos
Cuidados ambientais
Sustentabilidade
Social
Reduccedilatildeo das
desigualdades sociais
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
Sauacutede
Educaccedilatildeo
Emprego
Renda (distribuiccedilatildeo)
Cultura local
Conhecimento tradicional ou taacutecito Organizaccedilotildees sociais
Produccedilatildeo de bens que favoreccedilam o atendimento agraves
necessidades baacutesicas
Sustentabilidade
Econocircmica
Melhoria da riqueza
social
Fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e
privados
Manejo eficiente dos recursos disponiacuteveis
Capacidade econocircmica
Capacidade produtiva do cultivo
Aproveitamento dos recursos internos (da
propriedade)
Absorccedilatildeo (pela propriedade) dos custos
ambientais
Produtividade
Reduccedilatildeo da dependecircncia externa
Canais de comercializaccedilatildeo
Sustentabilidade
Espacial
Geograacutefica
Evitar excessos de
aglomeraccedilotildees e exaustatildeo
dos recursos
Capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo)
Capacidade endoacutegena de desenvolvimento
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra
Disponibilidade de infraestrutura
Capacidade de suporte dos recursos naturais
Sustentabilidade
Poliacutetica
Democratizaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas
existentes e fortalecimento
da governanccedila
Criaccedilatildeo de Leis e desenvolvimento de poliacuteticas
para a agricultura
Organizaccedilatildeo poliacutetico institucional
Democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional
existente
Cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica Governanccedila Fonte Sachs (2004) Montibeller Filho (2004) Adaptado pela autora
160
A sustentabilidade na dimensatildeo econocircmica que tem por objetivo a melhoria da
riqueza social deve observar o fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e privados o
manejo dos recursos disponiacuteveis a capacidade econocircmica a capacidade produtiva do cultivo
o aproveitamento dos recursos internos da propriedade absorccedilatildeo pela propriedade dos custos
ambientais a produtividade o niacutevel de dependecircncia externa e os canais de comercializaccedilatildeo
(Quadro 1)
A sustentabilidade da dimensatildeo espacialgeograacutefica objetiva evitar os excessos de
aglomeraccedilatildeo e consequentemente a exaustatildeo dos recursos Pode ser monitorada pela
observaccedilatildeo da capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo) a capacidade endoacutegena de
desenvolvimento a democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra a infraestrutura e a capacidade de
suporte dos recursos naturais
A sustentabilidade na dimensatildeo poliacutetica objetiva a democratizaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas existentes e as adequaccedilotildees que se fizerem necessaacuterias e ainda pelo niacutevel de
governanccedila Pode ser monitorado por meio dos seguintes componentes criaccedilatildeo de Leis e
desenvolvimento de poliacuteticas para a o fortalecimento da agricultura as formas e niacuteveis da
organizaccedilatildeo poliacutetico institucional a democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional existente a
cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica os niacuteveis de governanccedila na gestatildeo destes componentes e
pela apropriaccedilatildeo pelo cidadatildeo dos serviccedilos puacuteblicos institucionais
4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana
Ateacute a deacutecada de cinquenta o desenvolvimento foi entendido como sinocircnimo do
crescimento econocircmico mensurado por indicadores de ordem estritamente quantitativa A
partir de 1960 acirraram-se as discussotildees sobre desenvolvimento atrelado agrave sustentabilidade
como caraacuteter indissociaacutevel e os indicadores do desenvolvimento econocircmico de ordem
meramente quantitativa tornaram-se insuficientes para aferir o grau de desenvolvimento
visto que natildeo considerava o bem estar social nos diferentes niacuteveis de agregaccedilatildeo humana com
melhorias na qualidade de vida da populaccedilatildeo a exemplo da diminuiccedilatildeo dos niacuteveis de pobreza
de desemprego e desigualdade das condiccedilotildees de sauacutede nutriccedilatildeo educaccedilatildeo moradia
transporte (SANDRONI 1999 MOURA 2002 CUNHA 2006) intensificando as
investigaccedilotildees em torno de indicadores capazes de aferir a sustentabilidade em diferentes
contextos
Os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade assumem papel importante no
processo de construccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade bem como na definiccedilatildeo das
161
dimensotildees analisadas dos objetivos dos componentes e das variaacuteveis estudadas revelando o
que eacute importante ser medido e como avaliar e interpretar os resultados (LOPES 2001) Neste
sentido os indicadores permitiratildeo noccedilotildees comparativas visto que um criteacuterio eacute mais ou
menos sustentaacutevel em dado contexto natildeo existindo modelos definitivos para cada criteacuterio
(MOURA 2002)
Os indicadores precisam ser os mais especiacuteficos possiacuteveis de modo a se evitar
ambiguidades e problemas de validade e confiabilidade devendo incluir o objetivo ou a meta
a ser alcanccedilado o aspecto a ser medido o periacuteodo abrangido e a aacuterea fiacutesica em questatildeo
devendo tambeacutem ser mensuraacuteveis atingiacuteveis relevantes e oportunos (GUIJT 1999)
Moura (2002) assegura que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o
contexto a definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores
locais a definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees Para
Camino e Muumlller (1993) devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias e distintas de cada ecossistema
natildeo existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal Os
autores sugerem uma estrutura metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade composto de sete etapas que foram adaptadas para o sistema produtivo da
banana figura 1
Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade
Fonte Camino e Muumlller (1993) adaptada pela autora
Identificaccedilatildeo de Categorias Significativas
Definiccedilatildeo do Sistema
Identificaccedilatildeo de Elementos Significativos em Cada
Sistema
Identificaccedilatildeo e Seleccedilatildeo de Descritores
Definiccedilatildeo e Obtenccedilatildeo de Indicadores
Anaacutelise de Indicadores
Procedimentos de Monitoramento
1deg
Pas
so
2deg
e 3deg
Pas
sos
4deg
e 5
deg
Pas
sos
6deg
Pas
so
7deg
Pas
so
Atr
ibuto
s
chav
e par
a
o s
iste
ma
Sistema Local
Car
act
dos
elem
ento
s e
Med
idas
do
s
des
crit
ore
s
162
As fases dessa sequecircncia metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade em primeiro passo orienta que seja determinado o sistema a ser analisado o
qual segundo Yurjevic (1996) apud Daniel (2000) pode ser delimitado nos niacuteveis global
nacional regional ou local permitindo adaptaccedilotildees em acordo com os interesses da avaliaccedilatildeo
Para a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalhamos com a delimitaccedilatildeo em niacutevel local
O segundo e terceiro passos respectivamente referem-se agrave identificaccedilatildeo das
categorias - que eacute um aspecto do sistema - e dos elementos significativos do sistema ndash que satildeo
parte da categoria - que apresentam significacircncia dado o grau de influecircncia desses na
sustentabilidade do sistema e a importacircncia que eles assumem para a finalidade do estudo
Estas estatildeo atreladas ao que Hansen (1996) e Marzall (1999) apud Lopes (2001) denominam
de atributos chave que influenciam na sustentabilidade de cada categoria e portanto no
sistema geral
Segundo Aacutevila (1989) Torquebiau (1989) e Camino e Muumlller (1993) apud Daniel
(2000) qualquer sistema em qualquer niacutevel de organizaccedilatildeo ou agregaccedilatildeo pode ser avaliado
mediante a anaacutelise de quatro tipos de categorias
Recursos endoacutegenos compotildeem a base de recursos do sistema ou seja representam
sua estrutura Os indicadores relacionados a essa categoria devem evidenciar se o sistema
impacta negativamente ou se melhora a base de recursos
Recursos exoacutegenos eacute formada pelos mesmos elementos da categoria dos recursos
endoacutegenos poreacutem satildeo recursos de sistemas externos com os quais o sistema estudado
manteacutem relaccedilotildees afetando e sendo afetado por eles Tambeacutem compotildeem a parte estrutural (dos
sistemas exoacutegenos)
Operaccedilatildeo do sistema representa a parte funcional do sistema constituiacutedo das
atividades necessaacuterias agrave sua exequibilidade Os indicadores desta categoria devem mostrar se
o seu manejo e desempenho satildeo compatiacuteveis com as exigecircncias da sustentabilidade
Operaccedilatildeo de sistemas exoacutegenos satildeo atividades de fora do sistema necessaacuterias ao
funcionamento do mesmo constituem sua parte funcional No sistema produtivo da banana
representam os ambientes institucional e organizacional os fluxos financeiros e de
informaccedilotildees que envolvem o sistema e o consumidor (local regional nacional e
internacional) Estes ambientes comportam o aparato legal de suporte ao sistema em estudo a
disponibilidade de recursos financeiros humanos e tecnoloacutegicos a assistecircncia teacutecnica a
163
ciecircncia e tecnologias disponiacuteveis a infraestrutura disponibilizada a comercializaccedilatildeo da
produccedilatildeo etc
O quarto e quinto passos respectivamente tratam da identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos
descritores que satildeo caracteriacutesticas relevantes dos elementos selecionados na etapa anterior e
subordinam-se aos atributos de sustentabilidade do sistema e ao niacutevel de agregaccedilatildeo e da
definiccedilatildeo e obtenccedilatildeo de indicadores que satildeo medidas importantes para esses descritores A
literatura recomenda que para cada descritor relevante deve-se definir ao menos um
indicador No quinto passo tambeacutem eacute realizada a pesquisa de campo
As etapas sexta e seacutetima orientam agrave anaacutelise dos indicadores e os procedimentos de
monitoramento Segundo Daniel (2000) a sexta pode ser subdividida em seis etapas a)
significado do indicador b) o que como onde e quando medir c) insumos necessaacuterios para o
caacutelculo d) limitaccedilotildees do indicador e) valoreslimites do indicador f) apresentaccedilatildeo e
interpretaccedilatildeo dos resultados A seacutetima pode ter seus procedimentos descritos individualmente
para cada indicador ou para todo o conjunto da forma que melhor responder ao sistema
analisado
4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios
de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
O quadro 2 identifica as categorias elementos descritores e indicadores da Dimensatildeo
Ambiental visando o cultivo de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva Amazonas Na uacuteltima coluna satildeo mostrados os indicadores a serem trabalhados
nessa dimensatildeo tendo em vista os recursos edafoclimaacuteticos fauniacutesticos energeacuteticos manejo
e de luminosidade a serem considerados dentro e fora da propriedade rural
Dentro desses paracircmetros sobressaem a) a preocupaccedilatildeo com o estoque de aacutegua nos
periacuteodos de estiagem b) a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos
fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo
produtivo Esses dois paracircmetros satildeo considerados os mais importantes tendo em vista a baixa
capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua dos solos predominantes na regiatildeo (COCHRANE et al 1985
MARQUES et al 2010) e a sazonalidade da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica (RIBEIRO VILA
NOVA 1979 SALATI MARQUES 1984) como tambeacutem pela baixa fertilidade natural dos
solos de terra firme da Amazocircnia (COCHRANE SANCHEZ 1982 NICHOLAIDES et al
1983) e o haacutebito dos produtores natildeo darem importacircncia para a reposiccedilatildeo dos nutrientes
retirados pela sua produccedilatildeo ou entatildeo por adubarem seus cultivos sem o respaldo de uma
164
anaacutelise quiacutemica dos seus solos conforme verificado nas pesquisas de campo e os resultados
apresentados nos capiacutetulos anteriores dessa tese
Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Aacutegua
Quantidade Iacutendice da pluviosidade anual (mm)
Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)
Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)
Reservatoacuterios de aacutegua (simnatildeo)
Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)
Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)
Solo
Classificaccedilatildeo
Tipos de solos
Terraceamento (simnatildeo)
Conservaccedilatildeo
Preparo mecanizado (simnatildeo)
Estimativa de perda de sedimentos via
erosatildeo (thaa-1
)
Microclima Umidade do solo ()
Temperatura do solo (degC)
Qualidade
Quiacutemica
Teor de mateacuteria orgacircnica ()
Niacutevel de acidez (pH)
Estimativa da perda de nutrientes via
lixiviaccedilatildeo (kghaa-1
)
Estimativa da perda de nutrientes via
exportaccedilatildeo (kghaa-1
)
Fertilidade (altameacutediabaixa)
Qualidade Fiacutesica
Textura (argilosasiltosaargilosa)
Retenccedilatildeo de aacutegua ()
Erodibilidade (altameacutediabaixa)
Profundidade da camada de restriccedilatildeo ao
desenvolvimento radicular (cm)
Iacutendice meacutedio de compactaccedilatildeo (densidade
aparente gdm3)
Contaminantes
Aplicaccedilatildeo de agrotoacutexicos com conhecido
poder residual prolongado no solo e com
facilidade de lixiviaccedilatildeo (simnatildeo)
Aplicaccedilatildeo de resiacuteduos industriais no solo
utilizados como fertilizantes ou
corretivos que contenham contaminantes
bioacumuladores nocivos (simnatildeo)
Fauna Fitossanidade
Presenccedila de praga (simnatildeo)
Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)
Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)
Energia
Solar Aproveitamento de energia solar
(simnatildeo)
Eoacutelica Aproveitamento de energia eoacutelica
(simnatildeo)
Hiacutedrica Aproveitamento de energia hiacutedrica
(simnatildeo)
165
Luz Radiaccedilatildeo
Temperatura no cultivo (degC)
Interceptaccedilatildeo razatildeo da radiaccedilatildeo
fotossinteticamente ativa acima do
cultivoniacutevel do solo
Recursos
Exoacutegenos
Aacutegua
Quantidade
Iacutendice da pluviosidade anual (mm)
Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)
Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)
Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)
Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)
Fauna Fitossanidade
Presenccedila de praga (simnatildeo)
Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)
Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Manejo
Teacutecnico
Solo
Presenccedila de cobertura vegetal nativa
(simnatildeo)
Presenccedila de cobertura vegetal cultivada
(simnatildeo)
Presenccedila de erosatildeo (simnatildeo)
Manejo da fertilidade (simnatildeo)
Vegetaccedilatildeo
Manutenccedilatildeo da mata nativa (simnatildeo)
Atende as determinaccedilotildees legais sobre
manutenccedilatildeo de aacutereas de floresta
(simnatildeo)
Aproveitamento de resiacuteduos orgacircnicos
(simnatildeo)
Aacutegua
Respeita a capacidade de suporte hiacutedrico
(simnatildeo)
Manutenccedilatildeo da qualidade dos recursos
hiacutedricos (simnatildeo)
Construccedilatildeo de reservatoacuterios (simnatildeo)
Resiacuteduos
Quantidade de resiacuteduos orgacircnicos natildeo
aproveitados depositados direto no
sistema (restos vegetais animais etc)
(thaa-1
)
Resiacuteduos inorgacircnicos natildeo aproveitados
depositados direto no sistema
(vasilhames maquinarias etc) (simnatildeo)
Reciclagem de embalagens de forma
direta ou indireta (simnatildeo)
Correto armazenamento de embalagens
de produtos toacutexicos (simnatildeo)
Realiza queimadas (simnatildeo)
Tratamento de resiacuteduos (simnatildeo)
Compostagem (simnatildeo)
Uso de Recursos
Naturais natildeo
Renovaacuteveis
Uso de energia eleacutetrica (simnatildeo)
Uso de combustiacuteveis foacutesseis (simnatildeo)
Fonte autora
166
Accedilotildees que minimizem ou sobreponham essas limitaccedilotildees podem favorecer os cultivos
de bananeiras nas propriedades rurais resultando em maiores produtividades e menores
impactos ambientais dentro da mesma diminuindo os riscos de erosatildeo e exposiccedilatildeo direta dos
solos ao Sol e chuvas
Quando se analisa a Dimensatildeo Econocircmica (Quadro 3) e levando em consideraccedilatildeo os
resultados jaacute mencionados nos capiacutetulos anteriores que se embasaram nos trabalhos de campo
diversos indicadores devem ser enfatizados quando se pretende atingir determinada
sustentabilidade do cultivo de bananeiras nos municiacutepios estudados
Os indicadores que mais influenciam a sustentabilidade dos cultivos satildeo o
financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do produto o mercado comprador e o
escoamento da produccedilatildeo Os produtores tem muita dificuldade em conseguir financiamento
em bancos em suma por natildeo ter a posse definitiva da propriedade rural Como eles tem
dificuldades em escoar suas produccedilotildees ficam refeacutens dos atravessadores ou entatildeo de oacutergatildeos
governamentais que adquirem sua produccedilatildeo por preccedilos muito baixos limitando-se tambeacutem
em comprar apenas parte da colheita
Aleacutem disso haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias para o fortalecimento
da cadeia produtiva tendo em vista um melhor aproveitamento da mateacuteria prima para a
produccedilatildeo de subprodutos da banana bem como da bananeira em si como doces geleias
fibras e outras aplicaccedilotildees industriais (SEBRAE 2008) reduzindo as perdas que podem
atingir 60 dos frutos da colheita ateacute o momento do consumo (SEBRAE 2008 Brasil
2010)
Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Financeiro Vendas Volume de vendas (ta)
Preccedilo de venda do produto (R$penca) -
(R$cacho)
Renda bruta (R$a)
Renda liacutequida (R$a)
Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)
Maquinaria (simnatildeo)
Capacitaccedilatildeo de recursos humanos
(simnatildeo)
Recursos tecnoloacutegicos (simnatildeo)
Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)
Varejo (ta)
Canais de
Comercializaccedilatildeo
Empresas (ta)
Intermediaacuterios (ta)
167
Cooperativas (ta)
Governo (ta)
Mercados Internacional (ta)
Nacional (ta)
Regional (ta)
Local (ta)
Recursos
Exoacutegenos
Financeiro Financiamentos Fluxo de investimentos privados (R$a)
Fluxo de investimentos puacuteblicos (R$a)
Subvenccedilatildeo (R$a)
Existecircncia de linhas de creacutedito especiacutefica
(simnatildeo)
Disponibilidade de creacutedito para
produtores proprietaacuterios (simnatildeo)
Disponibilidade de creacutedito para
produtores natildeo proprietaacuterios (simnatildeo)
Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)
Maquinaria (simnatildeo)
Capacitaccedilatildeo de recursos humanos
(simnatildeo)
Recursos tecnoloacutegicos e instalaccedilatildeo de
agroinduacutestrias (simnatildeo)
Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)
Varejo (ta)
Canais de
Comercializaccedilatildeo
Empresas (ta)
Intermediaacuterios (ta)
Cooperativas (ta)
Governo (ta)
Mercados Internacional (ta)
Nacional (ta)
Regional (ta)
Local (ta)
Operaccedilatildeo
do Sistema
Insumos Disponibilidade
no Mercado
Fertilizantes quiacutemicos (simnatildeo)
Adubos orgacircnicos (simnatildeo)
Implementos agriacutecolas (simnatildeo)
Mudas (simnatildeo)
Status dos
Insumos no
Mercado
(aquisiccedilatildeo)
No municiacutepio (simnatildeo)
No Estado (simnatildeo)
Na regiatildeo (simnatildeo)
No mercado nacional (simnatildeo)
Economia de
Recursos
Reduccedilatildeo de insumos externos
(agrotoacutexicos fertilizantes embalagens
etc) (simnatildeo)
Ampliaccedilatildeo do aproveitamento de
resiacuteduos (simnatildeo)
Emprego de
Matildeo de Obra
Familiar Assalariada (simnatildeo)
De subsistecircncia (simnatildeo)
Contratada Temporaacuteriasafra (simnatildeo)
168
Permanente (simnatildeo)
Niacutevel
Tecnoloacutegico
No Cultivo Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a formaccedilatildeo dos cultivos (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a manutenccedilatildeo dos tratos culturais
(simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a colheita (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o poacutes colheita (simnatildeo)
Uso de equipamentos modernos
(simnatildeo)
Na
Comercializaccedilatildeo
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o armazenamento (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o transporte (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o controle de estoques (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a formaccedilatildeo de banco de dados
(simnatildeo)
Na
Transformaccedilatildeo
do Produto
Processo totalmente mecanizado
(simnatildeo)
Processo parcialmente mecanizado
(simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo
dos Produtos
No tacado Supermercados (kga)
Feiras (kga)
CEASA (kga)
Intermediaacuterios (kga)
Governo (kga)
No Varejo Feiras (kga)
Na propriedade agriacutecola (kga)
Infra Estrutura Escoamento da
Produccedilatildeo
Estradas asfaltadas (simnatildeo)
Estradas de terra (simnatildeo)
Fluvial (simnatildeo)
Transporte da
Produccedilatildeo
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash do governo (simnatildeo)
Fluvial ndash do governo (simnatildeo)
Da cooperativa (simnatildeo)
Da associaccedilatildeo (simnatildeo)
Armazenamento Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Assistecircncia
Teacutecnica
Rural Trimestral (simnatildeo)
Semestral (simnatildeo)
169
Anual (simnatildeo)
Financeira Semestral (simnatildeo)
Anual (simnatildeo)
Gestatildeo Semestral (simnatildeo)
Anual (simnatildeo)
Economia de
Recursos
Reduccedilatildeo no
Consumo
Insumos de produccedilatildeo (caixas
embalagens etc) Fonte autora
Uma anaacutelise da Dimensatildeo Social (Quadro 4) considerando as informaccedilotildees obtidas nas
propriedades rurais estudadas e nos oacutergatildeos envolvidos aponta que os indicadores que mais
afetam a sustentabilidade dos sistemas satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em
Associaccedilotildees e Cooperativas Os serviccedilos de atendimento de sauacutede satildeo precaacuterios obrigando-os
a irem aos centros urbanos para serem atendidos tendo em vista que apenas em Manaus eles
encontram serviccedilos mais sofisticados para a resoluccedilatildeo de seus problemas com doenccedilas e afins
Por outro lado geralmente eles tecircm pouco acesso a uma educaccedilatildeo consolidada na aacuterea
rural precisando enviar seus filhos para escolas nas aacutereas urbanas do municiacutepio submetendo-
os a grandes dispecircndios com deslocamentos etc Quanto agraves suas Associaccedilotildees e Cooperativas
haacute pouca ou quase nenhuma organizaccedilatildeo uma vez que muitas apresentam apenas seus
nuacutemeros de CNPJ e uma relaccedilatildeo dos associadoscooperados com os nomes e telefones de
contato Algumas contribuem para a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo mas outras nem isso
fazem com cada produtor comercializando sua produccedilatildeo de forma individual
Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Desenvolvimento
Cultural
Arqueoloacutegico
Presenccedila de siacutetio ou vestiacutegio
arqueoloacutegico na aacuterea dos cultivos
(simnatildeo)
Preservaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio
arqueoloacutegico (simnatildeo)
Divulgaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio ou de
vestiacutegios arqueoloacutegico (simnatildeo)
Turiacutestico
Presenccedila de equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
(simnatildeo)
Divulgaccedilatildeo dos equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
(simnatildeo)
Exploraccedilatildeo dos equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
170
(simnatildeo)
Artesanal
Existecircncia de mateacuteria prima para
confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)
Confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)
Patrimocircnio
Religioso
Existecircncia de templos ou outras
aacutereas consideradas sagradas
(simnatildeo)
Existecircncia de cemiteacuterios (simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Desenvolvimento
Humano
Sauacutede
Posto meacutedico (simnatildeo)
Hospitais (simnatildeo)
Laboratoacuterios cliacutenicos (simnatildeo)
Cliacutenicas odontoloacutegicas (simnatildeo)
Educaccedilatildeo
Escolas de ensino superior
(Faculdades) (simnatildeo)
Escolas de ensino meacutedio (simnatildeo)
Escolas de ensino fundamental
(simnatildeo)
Emprego
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
temporaacuterio (em relaccedilatildeo ao ano
anterior)
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
permanente (em relaccedilatildeo ao ano
anterior)
Garantia dos diretos trabalhistas
(simnatildeo)
Qualificaccedilatildeo do trabalho (segundo
orientaccedilatildeo da OITtrabalho decente5)
Habitaccedilatildeo
Habitaccedilotildees de alvenaria (un)
Habitaccedilotildees de madeira (un)
Habitaccedilotildees de outros materiais (un)
Saneamento
baacutesico
Redes de esgoto nas ruas (simnatildeo)
Estaccedilotildees de tratamento de esgoto
(simnatildeo)
Rede de distribuiccedilatildeo de aacutegua
(simnatildeo)
Rede de distribuiccedilatildeo de energia
eleacutetrica (simnatildeo)
Organizaccedilotildees
Sociais
Associaccedilotildees
comunitaacuterias
Existecircncia de associaccedilatildeo comunitaacuteria
(simnatildeo)
Participaccedilatildeo da sociedade ()
Cooperativas
agriacutecolas
Existecircncia de cooperativas rurais
(simnatildeo)
Participaccedilatildeo da comunidade ()
Cooperativas
agroindustriais
Existecircncia de cooperativas
agroindustriais (simnatildeo)
5 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo
implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a
dignidade humana
171
Participaccedilatildeo da comunidade ()
Lazer
Disponibilidade de estruturas de
lazer puacuteblica (simnatildeo)
Disponibilidade de estruturas de
lazer privada (simnatildeo)
Participaccedilatildeo da sociedade ()
Creches Disponibilidade de creches (simnatildeo)
Organizaccedilotildees
Religiosas
Igrejas
Preservaccedilatildeo de igrejastemplos ou
outras aacutereas consideradas sagradas
no municiacutepio (un)
Cemiteacuterios Preservaccedilatildeo de cemiteacuterios (simnatildeo) Fonte autora
Quanto agrave Dimensatildeo EspacialGeograacutefico (Quadro 5) de todos os indicadores
identificados os mais importantes a serem considerados quando se leva em consideraccedilatildeo a
sustentabilidade do sistema produtivo satildeo a falta da posse definitiva da terra problema que
aflige a maioria dos produtores e agraves vezes agrave falta de aacutegua no periacuteodo de secas anuais
Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash
Dimensatildeo EspacialGeograacutefico
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Recursos
Naturais
Ocupaccedilatildeo do
Territoacuterio
Propriedade da Terra (simnatildeo)
Disponibilidade de infraestrutura de
acesso agrave propriedade (simnatildeo)
Terra
Disponibilidade de Terra para a
expansatildeo dos cultivos (ha)
Disponibilidade de terra para a
introduccedilatildeo de novas culturas (simnatildeo)
Disponibilidade de recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra
Aacutegua
Disponibilidade de recursos hiacutedricos
naturais ndash rios lagos igarapeacutes etc
(simnatildeo)
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave aacutegua
(simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Manejo dos
Recursos
Naturais
Ocupaccedilatildeo do
Territoacuterio
Propriedade da Terra (simnatildeo)
Capacidade de concentraccedilatildeo espacial
(habmsup2)
Capacidade do suporte hiacutedrico
(capacidade hiacutedricapor propriedade)
Hinfraestrutura disponiacutevel (transporte
energia armazenagem etc) (simnatildeo)
Recursos
Disponiacuteveis para o
Desenvolvimento
Disponibilidade de recursos minerais
(simnatildeo)
Disponibilidade de recursos turiacutesticos
(simnatildeo)
172
Disponibilidade de recursos artesanais
(simnatildeo)
Disponibilidade de espaccedilos para a
comercializaccedilatildeo (simnatildeo)
Disponibilidade de infraestrutura de
acesso agrave propriedade (simnatildeo) Fonte autora
A anaacutelise da dimensatildeo poliacutetica (Quadro 6) deve observar os recursos endoacutegenos
exoacutegenos e de operaccedilatildeo do sistema produtivo de bananas com o fim de conhecer quais as
forccedilas poliacuteticas atuantes no sistema produtivo e a influecircncia destas nos ambientes
institucional organizacional e produtivo e ainda entender como se processa os fluxos fiacutesicos
financeiros e de informaccedilotildees e o niacutevel de governanccedila existente entre os elementos do sistema
O ecircxito da dimensatildeo poliacutetica como elemento de desenvolvimento em determinado
territoacuterio se traduz no conjunto articulado das poliacuteticas existentes em niacutevel econocircmico e
social observadas preferencialmente as potencialidades locais em uma sucessatildeo de
operaccedilotildees indissociaacuteveis que se fortalecem agrave medida que se aprimora a governanccedila entre os
atores Assim a sustentabilidade da dimensatildeo poliacutetica aponta para o encadeamento das
atividades institucionais organizacionais e produtivas dos recursos endoacutegenos exoacutegenos e de
operaccedilatildeo do sistema
Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash
Dimensatildeo Poliacutetica
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Desenvolvimento de
Poliacuteticas Puacuteblicas Municipal
Uso racional dos recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Uso racional da terra (simnatildeo)
Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
(simnatildeo)
Aproveitamento da energia solar (simnatildeo)
Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)
Infraestrutura direcionada ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Fomento direcionado agrave agricultura
(simnatildeo)
Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo de incremento da renda no setor
agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave
produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)
Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o
mercado internacional (simnatildeo)
173
Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)
Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias
(simnatildeo)
Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola
(simnatildeo)
Assentamento rural (simnatildeo)
Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental
(simnatildeo)
Controle sanitaacuterio
Recursos
Exoacutegenos
Desenvolvimento de
Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Uso racional dos recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
(simnatildeo)
Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)
Infraestrutura direcionada ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Fomento direcionado agrave agricultura
(simnatildeo)
Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo de incremento da renda no setor
agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave
produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)
Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o
mercado internacional (simnatildeo)
Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)
Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias
(simnatildeo)
Apoio agraves pesquisas relacionadas ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola
(simnatildeo)
Assentamento rural (simnatildeo)
Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental
(simnatildeo)
Controle sanitaacuterio
Operaccedilatildeo
de Sistemas
Execuccedilatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Municipal
Instituiccedilatildeo de Ensino Superior ndash IES
(simnatildeo)
Instituiccedilatildeo de Ensino Teacutecnico (simnatildeo)
Praacuteticas de inclusatildeo social (simnatildeo)
Praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica
(simnatildeo)
Praacuteticas de proteccedilatildeo da propriedade
intelectual (simnatildeo)
174
Praacuteticas de cooperativismo (simnatildeo)
Praacuteticas de associativismo (simnatildeo)
Controle da produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Incentivos ao desenvolvimento
tecnoloacutegico (simnatildeo)
Atividades de licenciamento ambiental
(simnatildeo)
Atividades de fiscalizaccedilatildeo e
monitoramento ambiental (simnatildeo)
Defesa sanitaacuteria vegetal (simnatildeo)
Infraestrutura de transporte (simnatildeo)
Infraestrutura de energia (simnatildeo)
Atividades de desenvolvimento de micros
e pequenas empresas (simnatildeo)
Atividades de incentivos ao
empreendedorismo (simnatildeo)
Interlocuccedilatildeo com os atores (simnatildeo)
Atividades de incentivos ao
empreendedorismo (simnatildeo)
Atividades de incentivo agraves bioinduacutestrias
(simnatildeo) Fonte autora
Quando se analisa o Quadro 6 acima com mais detalhes e se leva em consideraccedilatildeo as
situaccedilotildees encontradas nas propriedades rurais estudadas percebe-se que os indicadores de
sustentabilidade na Dimensatildeo Poliacutetica satildeo pouco praticados ou estatildeo ausentes no sistema
produtivo de bananas nesses municiacutepios Essas ausecircncias ou incipiecircncias ocorrem tanto para
os recursos endoacutegenos e exoacutegenos como para os de operaccedilatildeo de sistemas Com raras
exceccedilotildees os produtores trabalham de forma isolada com pouco ou nenhum apoio
institucional (poliacutetico) eou organizacional (de assistecircncia teacutecnica eou financeira) para
resolver os problemas em suas propriedades rurais e os que surgem no sistema como um todo
Os oacutergatildeos oficiais apenas esporadicamente visitam suas propriedades para alertar no
cumprimento (e fiscalizaccedilatildeo) das leis ambientais e dando alguma assistecircncia teacutecnica agriacutecola
ou na aacuterea de sauacutede aleacutem de um precaacuterio suporte com escolas no niacutevel primaacuterio e agraves vezes no
secundaacuterio
Uns dos poucos serviccedilos prestados pelos governos federal estadual e municipal estatildeo
nas aacutereas de transporte e energia visto que a maioria das propriedades tem acesso rodoviaacuterio
Contudo as estradas que levam agraves propriedades em sua maioria satildeo de terra e de difiacutecil
deslocamento especialmente no periacuteodo chuvoso Todas as propriedades analisadas
175
dispunham de energia eleacutetrica poreacutem os equipamentos nas propriedades satildeo muito precaacuterios
dado o baixo niacutevel de investimentos em tecnologias aplicadas agrave produccedilatildeo e processamento
dos produtos
Tambeacutem foi identificada uma razoaacutevel assistecircncia por parte das prefeituras municipais
no transporte da produccedilatildeo das propriedades rurais ateacute agraves feiras do proacuteprio municiacutepio ou ateacute a
capital que eacute o maior centro consumidor destes produtos no momento da comercializaccedilatildeo
seja no atacado ou no varejo
O governo do Estado atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash
PREME em parceria com o governo Federal tambeacutem tem significativa participaccedilatildeo pela
aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo local Este fator se por um lado eacute de grande valia por outro se
configura como uma fragilidade do sistema visto que muitos produtores tecircm neste canal a
uacutenica forma de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo no atacado o que configura uma ameaccedila
potencial ao produtor
Na Dimensatildeo Poliacutetica portanto a maioria dos indicadores definidos no Quadro 6
pode servir de paracircmetro para a evoluccedilatildeo do sistema produtivo das bananas nos dois
municiacutepios
Este trabalho aglutina a orientaccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade para as
dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica e poliacutetica sem contudo trazer
resultados de anaacutelise destes indicadores visto que natildeo se configura objeto desta Tese que se
limita neste momento a apresentar uma proposta de indicadores que podem ser utilizados
para proceder ao monitoramento dos elementos apresentados em cada dimensatildeo como forma
de mensurar a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios estudados
176
454 CONCLUSOtildeES
Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os indicadores podem ser mensurados a partir das
dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica
Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de
estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada
em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo
Na Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do
produto o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo
Os indicadores da Dimensatildeo Social que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e a participaccedilatildeo da comunidade em
Associaccedilotildees e Cooperativas
Na Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores mais significativos para a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a posse definitiva da terra e a
disponibilidade de recursos hiacutedricos
No acircmbito da Dimensatildeo Poliacutetica poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades
rurais estudadas nos dois municiacutepios mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento
sustentaacuteveis e fragilizadas perante a globalizaccedilatildeo da economia especialmente no que se
refere agrave competitividade
177
5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Apesar de haver um grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do
Amazonas (trabalho cientiacutefico 4) capazes de dar todo o suporte teacutecnico e financeiro para os
produtores de bananas obterem altos rendimentos em suas propriedades rurais a
produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute
bem abaixo daquela considerada desejaacutevel (trabalho 1 Tabelas 1 5 e 7) Essa baixa
produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500
toneladas por ha ano conforme indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) se os produtores tivessem
apoio financeiro (inexpressiva participaccedilatildeo comprovada no trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 4 e
7) e orientaccedilatildeo teacutecnica no momento da formaccedilatildeo dos cultivos (deficiecircncia comprovada no
trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 3 e 6) que indicassem a ideal densidade de plantas por ha
manejo da fertilidade do solo do controle das pragas e doenccedilas e do momento certo para a
colheita da produccedilatildeo em seus cultivos Foi observado em feiras e mercados bem como in loco
em diversas propriedades rurais a colheita de cachos com frutos ainda sem tamanho e sem
padratildeo pequenos que apodrecem antes de amadurecerem
A falta ou deficiecircncia de financiamentos aos produtores de bananas pelo setor
financeiro geralmente eacute uma consequecircncia da ausecircncia de documentaccedilatildeo de titularidade das
propriedades rurais Sem esses financiamentos a uacutenica forma de se capitalizarem para
investirem em tecnologia e melhoria em suas propriedades rurais vem da venda de suas
produccedilotildees de bananas No entanto os oacutergatildeos governamentais que compram a produccedilatildeo para
atender agraves demandas da merenda escolar pagam muito pouco e compram apenas parte dessa
produccedilatildeo com o restante sendo geralmente vendidos agrave intermediaacuterios do mercado que pagam
um pouco mais mas ainda natildeo permitindo a esses produtores se capitalizarem
adequadamente para poderem investir melhor em suas propriedades
Outra limitaccedilatildeo quanto agrave valorizaccedilatildeo do cultivo da banana na regiatildeo se refere ao fato
de que quase toda sua produccedilatildeo eacute realizada visando ao consumo in natura Uma quantidade
muito pequena natildeo mensuraacutevel eacute convertida em bananas chips salgada ou doce A falta de
um segmento de processamento da produccedilatildeo (ausecircncia comprovada no trabalho cientiacutefico 2
tabelas 5 e 8) para a industrializaccedilatildeo da banana na regiatildeo deixa sua cadeia produtiva
fragilizada com os excedentes sendo perdidos ao inveacutes de gerarem mais empregos e fontes de
renda para o Amazonas como um todo Devido agrave fragilidade e agrave alta perecibilidade da
banana estudos mostram que entre 40 e 60 do volume produzido da fruta eacute perdido desde a
colheita ateacute o seu consumo Segundo a Fundaccedilatildeo Banco do Brasil (BRASIL 2010) a fase de
178
poacutes-colheita chega a ser responsaacutevel por 60 das perdas O desconhecimento das teacutecnicas
disponiacuteveis para reduzir as perdas por parte de agentes da cadeia produtiva eacute a maior causa do
desperdiacutecio As principais causas no atacado satildeo a inadequaccedilatildeo das embalagens e do
armazenamento bem como o transporte precaacuterio das frutas Por outro lado no varejo
acredita-se que os mais seacuterios problemas relacionados agraves perdas satildeo o tempo entre a compra e
venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor Essas perdas poderiam ser
reduzidas com o uso de embalagens adequadas e com a colocaccedilatildeo dos frutos em cacircmaras frias
com correta temperatura e umidade relativa controlada (SEBRAE 2008 BRASIL 2010) o
que natildeo se observa nas aacutereas pesquisadas no presente estudo
A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o aproveitamento dos frutos nos dois
municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das perdas de bananas aleacutem de agregar valor
ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa cultura na regiatildeo Segundo SEBRAE (2008)
diversos produtos poderiam ser obtidos usando a banana como mateacuteria prima tais como
banana passa banana chips doces tortas balas geleias baby food cristalizados iogurte
suco aguardente etc Aleacutem disso existem produtos de uso natildeo alimentar que podem ser
obtidos com a planta em si como fibras da casca da bananeira artesanato moacuteveis e objetos
de decoraccedilatildeo papel bananaplac poliacutemeros naturais e outras aplicaccedilotildees industriais
Uma importante vantagem no processamento industrial do fruto da banana eacute a reduccedilatildeo
das dificuldades logiacutesticas (incluindo transporte e armazenamento) uma vez que os processos
de industrializaccedilatildeo reduzem peso e volume dos alimentos aleacutem de tornaacute-los menos pereciacuteveis
e mais lucrativos Se esse processamento ocorrer em agroinduacutestrias proacuteximo agraves aacutereas de
cultivo os resiacuteduos do processamento podem retornar agraves propriedades e serem convertidos em
adubo evitando danos ao ambiente
Outro fator positivo em se investir na industrializaccedilatildeo da banana eacute que haacute uma
tendecircncia de fortalecimento do mercado mundial dessa cultura (SEBRAE 2008 BRASIL
2010) o que pode favorecer o seu cultivo caso se agregue valores agrave sua cadeia produtiva
Portanto investimentos regionais que visem fortalecer o cultivo da banana no
Amazonas podem trazer mais emprego divisas e desenvolvimento para o Estado Para isso
ecircnfases devem ser dadas a indicadores que afetam a cultura dentro das dimensotildees ambiental
econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica (conforme orientaccedilotildees trabalho
cientiacutefico 5 Quadros 2 3 4 5 e 6)
Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de
179
estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada
em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo (trabalho
cientiacutefico 5 Quadro 2)
Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo
de venda do produto a industrializaccedilatildeo do produto com a implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias
gerando subprodutos de valor agregado o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo
(trabalho cientiacutefico 5 Quadro 3)
Na Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede a educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em associaccedilotildees e
cooperativas consolidadas (trabalho cientiacutefico 5 Quadro 4)
180
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Tese apresentada ao Programa Multi Institucional de
Poacutes Graduaccedilatildeo em Biotecnologia da Universidade
Federal do Amazonas ndash PPGBIOTECUFAM para a
obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Doutor em Biotecnologia na
aacuterea de concentraccedilatildeo de Gestatildeo de biotecnologias
Aprovada em ________________
Banca Examinadora
_____________________________________________
Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira Presidente
_____________________________________________
Prof Dr Joseacute Ferreira da Silva Membro
_____________________________________________
Prof Dra Deacutebora Cristina R bandeira Membro
_____________________________________________
Prof Dr Dimas Joseacute Lasmar Membro
_____________________________________________
Prof Dra Suzy Rodrigues Simonetti Membro
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pela serenidade mental e fortalecimento fiacutesico ateacute aqui
proporcionado permitindo-me esta concretizaccedilatildeo
Aos meus filhos e ao Pedro Mendel pela valiosa colaboraccedilatildeo no
desenvolvimento deste trabalho e compreensatildeo nos necessaacuterios momentos de
ausecircncia do conviacutevio familiar
Aos meus familiares especialmente meus pais e amigos que contribuiacuteram
para a construccedilatildeo dos valores que embasaram a percepccedilatildeo necessaacuteria para a
elaboraccedilatildeo do trabalho aqui concluso
Aos docentes discentes e a equipe administrativa da Universidade Federal
do Amazonas em especial aqueles que integram o Programa de Poacutes
Graduaccedilatildeo em BiotecnologiasPPGBIOTECUFAM pela oportunidade de
ingresso no curso e concessatildeo do conhecimento e aprendizado necessaacuterios agrave
formaccedilatildeo cientiacutefica e qualificaccedilatildeo profissional
Ao Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira pela orientaccedilatildeo no transcorrer desta
Tese e valiosa colaboraccedilatildeo e acompanhamento em todas as etapas desta
pesquisa
Agrave Profa Dra Maria do Perpeacutetuo Socorro Rodrigues Chaves pela
coorientaccedilatildeo e apoio muitas vezes ultrapassando o acircmbito acadecircmico
A todos que colaboraram para a obtenccedilatildeo dos dados desta pesquisa
especialmente aos produtores rurais dos Municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva bem como aos presidentes de cooperativas
agriacutecolas associaccedilotildees empresas e liacutederes comunitaacuterios destes Municiacutepios pela
valiosa colaboraccedilatildeo na coleta de dados e informaccedilotildees sobre a cultura da
bananeira
Agraves instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas pela cooperaccedilatildeo e fornecimento dos dados
que subsidiaram a pesquisa
Aos que direta ou indiretamente colaboraram para a realizaccedilatildeo deste
trabalho
A todos Muito obrigada
RESUMO
A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica do paiacutes e
estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade tanto no acircmbito
urbano quanto no rural Em paralelo se acirram as discussotildees no sentido de conciliar a
preservaccedilatildeo dos recursos naturais e o desenvolvimento econocircmico social e cultural O
desenvolvimento da Amazocircnia se insere nesse contexto e depende da forma como seratildeo
administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos
recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua
populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave
economia nacional e mundial O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento
regional natildeo foram suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do
Amazonas pelo uso sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre
porque a cadeia produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita
com processos gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos
de produccedilatildeo produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado A cultura da
banana se insere nesse contexto Estes fatores impedem a competitividade do produto e
atribuem pouco benefiacutecio aos agentes da cadeia produtiva Este trabalho propocircs caracterizar o
sistema produtivo da banana como forma de identificar as praacuteticas de gestatildeo da sua cadeia
produtiva nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo Amazonas e analisar o
potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo desses cultivos e
estabelecer indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel Para isso foram obtidas
informaccedilotildees atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico e de dados verbais pela aplicaccedilatildeo de
questionaacuterios e entrevistas estruturadas nos trecircs setores envolvidos na pesquisa propriedades
rurais produtoras de bananas ambientes institucional e organizacional Apesar de haver um
grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do Amazonas capazes de dar
todo o suporte teacutecnico e financeiro para os produtores de bananas obterem altos rendimentos
em suas propriedades rurais a produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute bem abaixo daquela considerada desejaacutevel Essa baixa
produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500
toneladas por ha ano criando condiccedilotildees para que essa cultura se insira como fator de
desenvolvimento sustentaacutevel na regiatildeo A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o
aproveitamento dos frutos nos dois municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das
perdas de bananas aleacutem de agregar valor ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa
cultura na regiatildeo
Palavras Chave Bioinduacutestrias cadeia produtiva desenvolvimento rural associaccedilotildees rurais
ABSTRACT
Globalization has brought about changes in social economic and politics of the country and
stimulated significant advances in various sectors of society both in urban areas and in rural
as it stoked the discussions to reconcile the preservation of natural resources and economic
development social and cultural The development of the Amazon depends on how its
potential will be administered by reconciling ecological balance and sustainable use of
resources so that it reflects in substantial improvement of its populations quality of life
economic growth modernization technological advances and their integration to the
economy national and global The potential for wealth and regional development policies
were insufficient to foster economic development of the Amazonas state for the sustainable
use of existing biodiversity resources in the region This is because the production chain of
regional commercially exploited species is still restricted with inefficient management
processes resulting in low productivity high production costs low quality products and little
or no added value The culture of banana falls within that context These factors impede the
competitiveness of the product and give little benefit to agents of the productive chain This
paper proposed to characterize the production of banana system as a way to identify the
management practices of the production chain in the municipalities of Rio Preto da Eva and
Presidente Figueiredo Amazonas and analyze the potential development of these
municipalities from the idealization of this culture and establish indicators for sustainable
development For this information was obtained through a literature review and verbal data
by questionnaires and structured interviews in the three sectors involved in the research
producing farms of bananas institutional and organizational environments Although there are
a large number of public and private organizations in the state of Amazonas able to give all
the technical and financial support to banana producers to obtain high yields on their farms
productivity of this culture in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da
Eva is well below that considered desirable This low productivity around 145 tons per ha
year could reach at least 500 tons per ha year creating conditions for this culture to be
inserted as a sustainable development factor in the region The implementation of bio-based
industries in order to take advantage of the fruits in the two counties could be a solution to
reduce losses of bananas as well as adding value to the product and strengthen the production
chain of this fruit species in the region
Keywords bio-based industries production chain rural development rural associations
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa 19
Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva 32
ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola 116
Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas
119
Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no ambiente
institucional 122
Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash
MAPA no ambiente institucional 127
Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash
MDIC no ambiente institucional 128
Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional 128
Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de
Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no ambiente institucional 130
Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI
no ambiente institucional 132
Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash
SEPLANCTIAM no ambiente organizacional 134
Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do
Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional 134
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash
SEPRORAM no ambiente institucional 136
Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e
Social - BNDES no ambiente organizacional Erro Indicador natildeo definido
Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da
Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM
no ambiente organizacional 139
Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no
ambiente organizacional 141
Figura 15 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente
organizacional 142
Figura 16 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que
compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de Rio Preto da Eva e Presidente
Figueiredo no Amazonas 145
ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS
EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade 161
LISTA DE QUADROS
ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas 43
ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS
PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA
CULTURA
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 65
ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA
ESTADO DO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 92
ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em acordo
com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da
Eva no Amazonas 113
ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS
EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o
desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do Amazonas
159
Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental 164
Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica 166
Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social 169
Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo
EspacialGeograacutefico 171
Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo
Poliacutetica 172
LISTA DE TABELAS
ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS
Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012 46
Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo Caipira e FHIA
18 47
Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de Bananeiras
para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas 48
Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 50
Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea
amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 52
Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio do
Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 55
Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea
Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 58
ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS
PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA
CULTURA
Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas ndash Safra
2012 69
Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do
Amazonas Safra 2012 71
Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e
Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 72
Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Safra
2012 74
Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Presidente
Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 76
Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e
Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio do Rio
Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 78
Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais em
Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas 80
Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos Acondicionamento
para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 82
ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA
ESTADO DO AMAZONAS
Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas
Safra 2012 96
Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas
Safra 2012 99
Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas
Aacutereas Amostradas Safra 2012 102
Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare
Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012 103
Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por
Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012 104
Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas 45
Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012 106
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 OBJETIVOS 17
21 OBJETIVO GERAL 17 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 17
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 18
31 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DO ESTADO DO AMAZONAS 18 32 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA 18 33 CRESCIMENTO ECONOcircMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL EVOLUCcedilAtildeO DAS IDEIAS
20 34 FORCcedilAS DO CAPITALISMO DA EFICIEcircNCIA Agrave DEFICIEcircNCIA 24 35 DIMENSOtildeES BAacuteSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO 26 36 INDICADORES AMBIENTAIS 29
37 CADEIA PRODUTIVA AGRIacuteCOLA 31 38 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS 33 39 A CULTURA DA BANANA COMO ATIVIDADE AGRIacuteCOLA CULTIVARES DE OCORREcircNCIAS
FREQUENTES NO ESTADO DO AMAZONAS 34
391 Tratos Culturais da Bananeira 36 3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira 36
4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS 37
41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO
AMAZONAS 37 Resumo 37
Abstract 38 411 INTRODUCcedilAtildeO 39 412 MATERIAL E MEacuteTODOS 42
4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 42 4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 42 4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 44 4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos 44
413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 46 4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil 46 4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA
18 47 4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo no Estado do
Amazonas 48 4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo 49 4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva 54
414 CONCLUSOtildeES 60 42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO
SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A
SUSTENTABILIDADE DA CULTURA 61 Resumo 61 Abstract 62
421 INTRODUCcedilAtildeO 63 422 MATERIAL E MEacuteTODOS 65
4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 65 4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 65 4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 66 4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados 67
423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 69 4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra de 2012 69 4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Amazonas 72 4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos
Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Amazonas 73 4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 76 4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva no Amazonas 78 4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos
Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo no
Amazonas 79 4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 81 424 CONCLUSOtildeES 85
43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA
EVA ESTADO DO AMAZONAS 87 Resumo 87 Abstract 88
431 INTRODUCcedilAtildeO 89 432 MATERIAL E MEacuteTODOS 92
4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 92 4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 92 4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 93 4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 94
433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 96 4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas 96 4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva Amazonas 98 4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado nos Municiacutepios
de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 101 4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare
Cultivado nas Aacutereas Amostradas 103 4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare Cultivado nas
Aacutereas Amostradas 103 4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel 105
434 CONCLUSOtildeES 108 44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO
AMAZONAS 109
Resumo 109 Abstract 110 441 INTRODUCcedilAtildeO 111 442 MATERIAL E MEacuteTODOS 112
4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 112 4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 112 4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 114 4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos 115
443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 115 4431 Sistema Produtivo Agriacutecola 115 4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola 117 4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos Municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 146 444 CONCLUSOtildeES 148
45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE
BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS 149 RESUMO 149 ABSTRACT 150
451 INTRODUCcedilAtildeO 151 452 MATERIAL E MEacuteTODOS 153
4521 Objeto e Aacuterea de Estudo 154 4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade 154
453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 156 4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade 156 4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da Banana dimensotildees
objetivos e componentes 157 4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana 160 4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 163 454 CONCLUSOtildeES 176
5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 177
REFEREcircNCIAS 180
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
O contexto maior no qual este estudo se insere eacute o desenvolvimento de municiacutepios
do Estado do Amazonas pelo aproveitamento das potencialidades endoacutegenas locais em
consonacircncia com as praacuteticas de sustentabilidade A atividade agriacutecola especialmente nos
cultivos para fins comerciais se apresenta como alternativa capaz de proporcionar a melhoria
econocircmica e social das populaccedilotildees locais e contribuir para preservaccedilatildeo ambiental e cultural
das espeacutecies envolvidas
A modernizaccedilatildeo do setor agropecuaacuterio brasileiro iniciado na deacutecada de 50 com
aacutepice a partir de 1960 caracterizou-se pela chamada ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo (AGUIAR e
MONTEIRO 2005) baseado num modelo quiacutemico mecacircnico e geneacutetico com a introduccedilatildeo
de inovaccedilotildees como o uso de agrotoacutexicos maacutequinas fertilizantes quiacutemicos sementes e
matrizes melhoradas geneticamente Esta praacutetica resultou em consideraacutevel expansatildeo do
agronegoacutecio no paiacutes Esse modelo trouxe inegaacuteveis avanccedilos relacionados com o aumento da
produccedilatildeo e da produtividade pela incorporaccedilatildeo de novas aacutereas agriacutecolas e do emprego de
novas tecnologias poreacutem trouxe tambeacutem inuacutemeros impactos ambientais tais como a
supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos
recursos naturais especialmente os recursos hiacutedricos e dos alimentos (EHLERS 1999)
Para Sachs (1996) o modelo tecnoloacutegico adotado consiste basicamente na
substituiccedilatildeo do ecossistema natural por um ecossistema artificial simplificado representado
em geral pela monocultura Em decorrecircncia dessa simplificaccedilatildeo e para compensaacute-la a
agricultura tornou-se cada vez mais dependente de insumos externos o que amplia sua
fragilidade e compromete sua sustentabilidade
Os debates sobre os riscos da degradaccedilatildeo ambiental comeccedilaram de forma esparsa
por volta de 1960 e se intensificaram ao longo dos dez primeiros anos (BRUumlSEKE 1998) A
magnitude dos desastres ecoloacutegicos mais percebidos a partir da deacutecada de 60 acelerou o
despertar da consciecircncia para as limitaccedilotildees dos recursos naturais os modos de produccedilatildeo
industrial e agriacutecola e tambeacutem para os males resultantes do uso de agrotoacutexicos (PIRES
2003) A partir de entatildeo se acirraram importantes discussotildees internacionais sobre meio
ambiente e sustentabilidade Em paralelo o processo de globalizaccedilatildeo das economias e dos
mercados apresentava dinacircmica crescente exigindo modernizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo
sobretudo nos paiacuteses em desenvolvimento para se tornarem competitivos
A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica e
estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade nos acircmbitos urbano e
15
rural Os negoacutecios agriacutecolas e industriais em especial foram fortemente pressionados a
aperfeiccediloarem a competitividade em suas cadeias produtivas sobretudo nos fatores
relacionados agrave tecnologia e gestatildeo de processos como forma de se estabelecerem num
mercado cada vez mais competitivo
A Amazocircnia possui o maior ecossistema de florestas tropicais do planeta e eacute
reconhecida como um dos componentes centrais para o desenvolvimento das proacuteximas
geraccedilotildees e o equiliacutebrio do ambiente global Contudo ainda natildeo eacute possiacutevel precisar seus
benefiacutecios futuros e estimar sua aplicabilidade no acircmbito socioeconocircmico visto que ainda eacute
pequena a parcela de componentes da biodiversidade que satildeo conhecidos e identificados pela
ciecircncia o que remete agrave necessidade de trato cauteloso dos diversos elementos que a
compotildeem
As recentes mudanccedilas na economia e sociedade global sobretudo aquelas
relacionadas agrave temaacutetica ambiental no esforccedilo de garantir a sustentabilidade dos recursos
naturais e a manutenccedilatildeo dos ecossistemas amazocircnicos resultaram em perdas de
competitividade do extrativismo e da agricultura tradicional regional em especial na forma
como satildeo praticados no Estado do Amazonas delineados mais como elementos de
subsistecircncia do que como fator de desenvolvimento e de equiliacutebrio econocircmico especialmente
nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos e tambeacutem na induacutestria e no comeacutercio
da Zona Franca de Manaus
Afirmativo eacute que o desenvolvimento da Amazocircnia depende da forma como seratildeo
satildeo administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos
recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua
populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave
economia nacional e mundial (CAVALCANTI 1997)
O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento regional natildeo foram
suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do Amazonas pelo uso
sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre porque a cadeia
produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita com processos
gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos de produccedilatildeo
produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado Estes fatores impedem a
competitividade do produto e atribuem pouco benefiacutecio aos agentes do processo produtivo
Esta dinacircmica vem sendo observada na produccedilatildeo regional da banana que apresenta
dados de baixa produtividade especialmente para cultivos comerciais nos municiacutepios de Rio
16
Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas (IBGE 2010) Em vista disso
estudos mais detalhados voltados para um melhor entendimento da cadeia produtiva dessa
cultura nesses municiacutepios podem servir de base para um aumento da sua produtividade e
sustentabilidade inserindo-a como fator de desenvolvimento econocircmico regional Nessa
dinacircmica esse estudo busca compreender quais as praacuteticas de gestatildeo apropriadas para a
implantaccedilatildeo de cultivos de bananeiras capazes de melhorar a produtividade e a qualidade dos
produtos oriundos dos municiacutepios em estudo de forma que estes cheguem ao mercado em
condiccedilotildees de competitividade com os produtos vindos de outras regiotildees do paiacutes e ainda quais
indicadores de sustentabilidade precisam ser monitorados para garantir o desenvolvimento da
regiatildeo por meio da cultura da bananeira
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Identificar as praacuteticas de gestatildeo em cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Estado do Amazonas e caracterizar os ambientes da
sua cadeia produtiva e os indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo dessa
cultura
22 Objetivos Especiacuteficos
1 Realizar um diagnoacutestico das praacuteticas culturais e de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
2 Identificar os atores da cadeia produtiva da banana e analisar suas competecircncias
objetivos e interaccedilatildeo no processo produtivo
3 Caracterizar e propor indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da
banana nos municiacutepios em estudo
18
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos do Estado do Amazonas
O Amazonas maior Estado brasileiro com aacuterea geograacutefica correspondente a
1570745680 km2 distribuiacutedos em 62 municiacutepios com populaccedilatildeo de 3393369 habitantes
(IBGE 2010) situa-se ao centro da regiatildeo Norte do Brasil na sub-regiatildeo amazocircnica
caracterizada por grande diversidade do meio natural clima geomorfologia solos
hidrografia e vegetaccedilatildeo Limita-se ao Norte com o Estado de Roraima e duas fronteiras
internacionais Venezuela e Colocircmbia a Leste com o Estado do Paraacute a Sudeste com o Mato
Grosso ao Sul com o Estado de Rondocircnia e a Sudoeste com o Estado do Acre agregando
mais uma fronteira internacional com o Peru Abriga a maior floresta equatorial do planeta
Geograficamente apresenta Latitude ao extremo Norte de 2deg08rsquo30rsquorsquo e ao extremo Sul de
9deg49rsquo00rsquorsquo Longitude ao extremo Leste de 56deg04rsquo50rsquorsquo e ao extremo Oeste de 73deg48rsquo46
(INPA 2013)
O Municiacutepio de Manaus eacute a capital do Estado do Amazonas Possui aacuterea territorial
de 11408 Kmsup2 estaacute situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees
fazendo limites com os Municiacutepios de Rio Preto da Eva Iranduba Novo Airatildeo e Presidente
Figueiredo O Municiacutepio dispotildee de transporte aeacutereo rodoviaacuterio e fluvial com acesso via
terrestre para os Estados de Rondocircnia ndash BR 319 e Roraima ndash BR 174 podendo por este
Estado se deslocar para os paiacuteses latinos por via terrestre Pelo transporte aeacutereo pode se
deslocar para qualquer parte do paiacutes ou do exterior Pelo Transporte Terrestre desloca-se para
os Estados de Rondocircnia e Roraima e para alguns municiacutepios do interior do Amazonas O
clima predominante eacute quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 267 degC (IDAM 2013) O
Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 1802525 habitantes sendo 1793416 na zona urbana e
9109 na zona rural (IBGE 2013)
32 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos dos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva
O Municiacutepio de Presidente Figueiredo possui aacuterea territorial de 25421 Kmsup2 estaacute
situado na 8ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Meacutedio Amazonas limitando-se com os
municiacutepios de Urucaraacute Satildeo Sebastiatildeo do Uatumatilde Itapiranga Rio Preto da Eva Manaus
Novo Airatildeo e o Estado de Roraima O principal meio de transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio
ligado agrave Manaus pela BR 174 distante 107 Km (em linha reta) da capital O clima
predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 32 degC (IDAM 2013) O
19
Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 27121 habitantes sendo 12999 na zona urbana e 14122
na zona rural (IBGE 2013)
O Municiacutepio de Rio Preto da Eva possui aacuterea territorial de 5813225 Kmsup2 estaacute
situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees limitando-se com os
municiacutepios de Itapiranga Itacoatiara Manaus e Presidente Figueiredo O principal meio de
transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio ligado agrave Manaus pela AM 010 distante 80 Km (em
linha reta) da capital O clima predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura
meacutedia de 28 degC (IDAM 2013) O Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 17582 habitantes
sendo 6232 na zona urbana e 11350 na zona rural (IBGE 2013)
Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Figura 1) onde estatildeo alocadas as
propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Os dois Municiacutepios
ocupam 18 da aacuterea total do Estado abrigando 132 da populaccedilatildeo total do Amazonas
(IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto
maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas (IBGE 2013) e satildeo municiacutepios
20
limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus que se configura como o maior centro
consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado
33 Crescimento Econocircmico e Desenvolvimento Sustentaacutevel Evoluccedilatildeo das Ideias
Um olhar mais profundo em torno das questotildees econocircmicas e sociais que se
configuram como os pontos centrais dos debates atuais sobre sustentabilidade encontram jaacute
no ldquoMalthusianismordquo elementos que justificam essa preocupaccedilatildeo A ascensatildeo do capitalismo
e a revoluccedilatildeo industrial provocaram mudanccedilas significativas na sociedade e na economia do
final do seacuteculo XVIII e ateacute meados do seacuteculo XIX Estes mesmos fatores motivaram Thomas
Robert Malthus (1766-1834) a preconizar que o crescimento demograacutefico da Terra
comprometeria a capacidade produtiva de alimentos
Em meados do seacuteculo XX os problemas demograacuteficos mundiais especialmente dos
paiacuteses subdesenvolvidos revitalizaram as concepccedilotildees de Malthus e o tema foi retomado sob a
oacutetica do Neomalthusianismo que atrelava ao contexto histoacuterico o crescimento populacional
a escassez dos recursos naturais e o agravamento da pobreza e do desemprego Inuacutemeras
alternativas foram propostas por esta corrente poreacutem o ponto focal era a necessidade de
poliacuteticas de controle de natalidade por meio do planejamento familiar
O debate em torno da sustentabilidade preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos
naturais ganhou forccedila e acalorou as discussotildees dos processos para a produccedilatildeo de bens e
serviccedilos da qualidade do trabalho e emprego a distribuiccedilatildeo de renda as transformaccedilotildees
sociais que resultassem em melhorias na qualidade de vida das pessoas e nas condiccedilotildees do
ambiente Este esforccedilo foi decisivo para a reavaliaccedilatildeo dos conceitos e praacuteticas em torno do
desenvolvimento e do crescimento especialmente dos paiacuteses perifeacutericos onde os problemas
sociais e ambientais se avolumam
Nos multiplicamos dez vezes em relaccedilatildeo ao iniacutecio da revoluccedilatildeo industrial Bilhotildees de
pessoas provavelmente ainda seratildeo adicionadas agrave populaccedilatildeo mundial no seacuteculo 21 Isto estaacute
contribuindo para criar um mundo dividido entre uma grande riqueza e uma incocircmoda
pobreza se deparando com desafios ambientais sem precedentes
Ateacute a deacutecada de 60 o desenvolvimento econocircmico era embasado principalmente
nos padrotildees de crescimento do Produto Interno Bruto ndash PIB sem considerar as crescentes
lacunas das desigualdades sociais e do desemprego em massa decorrentes desse processo
Esses fatores desencadearam reflexotildees profundas especialmente sobre as questotildees sociais
resultando na necessidade de reordenaccedilatildeo do conceito de desenvolvimento Nesse sentido os
economistas M Kalecki e Dudley Seers surgem como precursores do pensamento de que o
21
desenvolvimento deveria ser analisado considerando tambeacutem os iacutendices de emprego e
posteriormente na deacutecada de 90 Amartya K Sen forneceu importante contribuiccedilatildeo inserindo
a necessidade do embasamento de desenvolvimento na universalizaccedilatildeo e exerciacutecio efetivo de
todos os direitos humanos poliacuteticos civis e ciacutevicos econocircmicos sociais e culturais (SEN
2000 SACHS 2008)
O acirramento das discussotildees em torno da problemaacutetica ambiental particularmente
na deacutecada de 70 inferiu agrave reconceitualizaccedilatildeo do desenvolvimento as ideias de
ecodesenvolvimento que posteriormente evoluiu para desenvolvimento sustentaacutevel
obedecendo ao duplo imperativo eacutetico de solidariedade com as geraccedilotildees presentes e futuras
sob a eacutegide da sustentabilidade social e ambiental e de viabilidade econocircmica (SACHS
2009)
Para Sachs (2008) os objetivos do desenvolvimento distinto do crescimento
econocircmico vatildeo aleacutem da mera multiplicaccedilatildeo da riqueza material devendo preocupar-se com a
promoccedilatildeo da igualdade e a maximizaccedilatildeo da vantagem daqueles que vivem nas piores
condiccedilotildees O desenvolvimento eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para se alcanccedilar a meta de uma
vida melhor mais feliz e mais completa para todos uma vez que essa ideia implica a expiaccedilatildeo
e a reparaccedilatildeo de desigualdades passadas criando uma conexatildeo capaz de preencher o abismo
civilizatoacuterio entre as antigas naccedilotildees metropolitanas e a sua periferia colonial entre as
minorias ricas modernizadas e a maioria ainda sem oportunidades e exausta dos trabalhadores
pobres Neste sentido o desenvolvimento deve ser capaz de reduzir ou eliminar o desemprego
maciccedilosubemprego e a desigualdade crescente por meio da modernidade inclusiva que deve
ser propiciada pela mudanccedila estrutural
Enquanto o crescimento econocircmico se fundamenta basicamente da maximizaccedilatildeo do
PIB o desenvolvimento conforme enfatizado desde 1960 por Kalecki e Seers soacute se
concretiza se ampliar o emprego reduzir a pobreza e atenuar as desigualdades e sua
concretizaccedilatildeo soacute seraacute viaacutevel por meio do equiliacutebrio de sintonia fina entre cinco dimensotildees que
se configuram como os pilares do desenvolvimento sustentaacutevel (SACHS 2008) quais sejam
1- Social fundamental por motivos tanto intriacutensecos quanto instrumentais por causa
da perspectiva de disrupccedilatildeo social que paira de forma ameaccediladora sobre muitos
lugares problemaacuteticos do nosso planeta
2- Ambiental com as suas duas dimensotildees (os sistemas de sustentaccedilatildeo da vida como
provedora de recursos e como ldquorecipientesrdquo para a disposiccedilatildeo de resiacuteduos)
3- Territorial relacionado agrave distribuiccedilatildeo espacial dos recursos das populaccedilotildees e das
atividades
4- Econocircmico sendo a viabilidade econocircmica a ldquoconditio sene qua nonrdquo para que as
coisas aconteccedilam
22
5- Poliacutetico a governanccedila democraacutetica eacute um valor fundador e um instrumento
necessaacuterio para fazer as coisas acontecerem
No aspecto Social eacute preciso que o sistema crie oportunidades para todos os
segmentos da sociedade envolvendo o maacuteximo possiacutevel dos indiviacuteduos para que o
desenvolvimento os contemple e os beneficie reduzindo ou eliminando a pobreza o
analfabetismo e o desemprego bem como dando condiccedilotildees de saneamento baacutesico seguranccedila
puacuteblica educaccedilatildeo sauacutede etc
O sistema precisa tambeacutem garantir um equiliacutebrio entre o desenvolvimento e a
preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo do meio ambiente (qualidade ambiental) evitando a sua degradaccedilatildeo
Para isso necessita otimizar os espaccedilos usados para as atividades econocircmicas prevendo
unidades de conservaccedilatildeo sempre que for necessaacuterio regularizando e ordenando o espaccedilo
Territorial em benefiacutecio da sociedade e do meio ambiente
Quanto aos aspectos Econocircmicos e Poliacuteticos o sistema necessita ter um
planejamento que preveja os potenciais regionais tendo em vista o mercado local regional
nacional e internacional garantindo seguranccedila para o desenvolvimento econocircmico do modelo
Para isso a vontade poliacutetica e o envolvimento da sociedade nas decisotildees governamentais satildeo
de suma importacircncia pois se cria um elo entre o poder constituiacutedo e os segmentos da
sociedade em prol do desenvolvimento sustentaacutevel
Para Sachs (2004) a sustentabilidade local soacute seraacute possiacutevel se considerada a partir
das dimensotildees social ambiental territorial econocircmica e poliacutetica Dentro das recomendaccedilotildees
teacutecnicas e considerando que os processos sociais e naturais satildeo dinacircmicos espera-se que essa
sustentabilidade dure por no miacutenimo aproximadamente 25 anos
Os planos globais de transiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel preconizavam que
a Ameacuterica do Sul especialmente os paiacuteses tropicais adotasse poliacuteticas de desenvolvimento
endoacutegeno e inclusivo que orientasse para uma civilizaccedilatildeo moderna sustentaacutevel com base na
biomassa (biodiversidade-biomassa-biotecnologias) e ainda que este projeto de
desenvolvimento nacional fosse resultante de um amplo debate entre a sociedade e o Estado
Nesse contexto imprescindiacutevel era o gerenciamento das necessidades emergenciais e a
adoccedilatildeo de estrateacutegias de curto meacutedio e longo prazo baseado na mobilizaccedilatildeo dos recursos
internos que possibilitassem o crescimento natildeo inflacionaacuterio e induzido pelo emprego
(SACHS 2008)
23
Sachs (2009) elencou as condiccedilotildees necessaacuterias para se levar agrave frente o crescimento
induzido pelo emprego como forma de assegurar simultaneamente a sustentabilidade social e
o crescimento econocircmico
1- Capacidade local de planejamento entendida como a capacidade de identificaccedilatildeo
de gargalos e de recursos ociosos e a capacidade de superaacute-los
2- Estiacutemulo agrave capacidade de mobilizar recursos e iniciativas locais
3- Reabilitaccedilatildeo do sistema financeiro nacional para dotaacute-lo de um miacutenimo de
capacidade de atender agraves necessidades das empresas e do financiamento de obras
puacuteblicas sem excluir o recurso (em casos excepcionais) agrave quase-moeda e agrave
promoccedilatildeo do escambo
4- Uma reforma fiscal que criasse um Imposto de Valor Adicionado progressivo
sobre o consumo haveria isenccedilatildeo para os bens essenciais mas teria forte incidecircncia
sobre artigos de luxo
Contudo qualquer esforccedilo no sentido da promoccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno e
inclusivo demandaraacute a combinaccedilatildeo de vaacuterias poliacuteticas complementares que vatildeo desde a
capacidade de explorar oportunidades de crescimento induzido pelo emprego com custo baixo
ou zero de importaccedilotildees passando pela geraccedilatildeo de empregos relacionados agrave conservaccedilatildeo de
energia e de recursos e a reciclagem de materiais o incremento da agricultura familiar como
estrateacutegia para estimular o desenvolvimento rural a promoccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de
trabalhadores por conta proacutepria e de microempresas estabelecer relaccedilotildees mutuamente
beneacuteficas entre grandes e pequenas empresas inserir e estimular que pequenas e meacutedias
empresas participem das compras governamentais e ainda desenhar poliacuteticas capazes de
permitir que empresas de grande porte se transformem em atores competitivos no mercado
global (SACHS 2008)
O desenvolvimento sustentaacutevel a partir das forccedilas endoacutegenas ou seja baseado na
mobilizaccedilatildeo dos recursos internos deveraacute priorizar a modernizaccedilatildeo da agricultura pela adoccedilatildeo
de tecnologias que permitam o aumento da produtividade e qualidade dos produtos a
melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a qualidade de vida dos trabalhadores que
eleve o compartilhamento de accedilotildees entre os produtores e dinamizem o uso dos recursos
disponiacuteveis de modo que lhes sobre mais tempo para o descanso e lazer sem comprometer sua
produtividade e renda (SACHS 2009)
Com base nessas premissas surgem algumas perguntas
O estudo da sustentabilidade deve responder como o desenvolvimento econocircmico
social ambiental poliacutetico e os fatores culturais podem caminhar juntos Quais as metas
sensatas para este lotado e inteligente planeta Como fazer para que o mundo seja tanto
proacutespero como justo e ambientalmente sustentaacutevel O que precisamos fazer para que nossa
populaccedilatildeo e nossa economia natildeo esgotem a capacidade do planeta O objeto de estudo do
24
desenvolvimento sustentaacutevel precisa entrar nessa complexidade de entender os sistemas e suas
relaccedilotildees para melhorar o mundo
Para responder a essas perguntas natildeo se pode ignorar como os sistemas produtivos
interagem com a natureza sendo portanto necessaacuterio o aprimoramento das cadeias
produtivas e o acompanhamento por meio de indicadores ambientais a serem considerados na
cadeia produtiva das culturas para que possam de fato servir de fator de sustentabilidade
econocircmica e ecoloacutegica
34 Forccedilas do Capitalismo da Eficiecircncia agrave Deficiecircncia
Apesar dos exaustivos discursos sobre a globalizaccedilatildeo ainda vivemos numa sociedade
bastante fragmentada Neste sentido Sachs (2008) nos lembra que a economia capitalista eacute
louvada por sua inigualaacutevel eficiecircncia na produccedilatildeo de bens (riquezas) poreacutem ela tambeacutem se
sobressai por sua capacidade de produzir males sociais e ambientais
Os males do capitalismo soacute podem ser mitigados e compensados mediante a produccedilatildeo
de bens puacuteblicos tais como a reduccedilatildeo da pobreza ou a proteccedilatildeo do meio ambiente Este
pensamento natildeo eacute amplamente abrangente do ponto de vista da eficiecircncia Kuttner (1997) ao
estudar os limites do mercado apontou ao menos trecircs tipos de eficiecircncia a alocadora
associada ao nome de Adam Smith a inovadora que se relaciona com o pensamento
schumpteriano e a eficiecircncia do pleno emprego de todos os meios de produccedilatildeo embasada no
keynesianismo A estes Sachs (2008) deu valiosa contribuiccedilatildeo acrescentando a eficiecircncia
social que se sobrepotildee ao pensamento keynesiano quanto ao pleno emprego e a forccedila de
trabalho e a ecoeficiecircncia O capitalismo natildeo deixa duacutevidas de que eacute muito eficiente em
termos de alocaccedilatildeo poreacutem deficiente em termos da alocaccedilatildeo de eficiecircncias keynesiana social
e ecoeficiecircncia que satildeo essenciais ao conceito de desenvolvimento includente fundamentado
no trabalho decente para todos
Analisando o processo de crescimento do Brasil Furtado (2001) adverte que nossa
sociedade na tentativa de reproduzir a cultura material do capitalismo mais avanccedilado priva a
grande maioria da populaccedilatildeo dos meios de vida essenciais resultando numa sociedade de
massas em que coexistem formas sofisticadas de consumo supeacuterfluo e carecircncias essenciais no
mesmo extrato social e ateacute na mesma famiacutelia Esta observaccedilatildeo retrata a dicotomia entre o
capitalismo de mercado e o desenvolvimento sustentaacutevel
Natildeo existe ainda um consenso sobre as dimensotildees e a essencialidade do
desenvolvimento sustentaacutevel No entanto a definiccedilatildeo mais recorrente segundo Sachs (2009)
aponta para a eficiecircncia econocircmica a conservaccedilatildeo ambiental e a equidade social sendo que a
25
primeira soacute tem valor se conservar a segunda e produzir a terceira Este pensamento eacute
corroborado por Nascimento e Viana (2007) que chamam a atenccedilatildeo para as praacuteticas
capitalistas vigentes que induzem a processos distintos do desenvolvimento e da
sustentabilidade visto que ldquoo crescimento econocircmico em conformidade com os padrotildees de
consumo vigentes no mundo desenvolvido provoca destruiccedilatildeo ambiental e gradativamente se
torna inviaacutevel sobretudo na perspectiva de expansatildeo desse estilo de vidardquo tambeacutem porque
ldquonatildeo haacute equidade social em uma economia de mercadordquo
Natildeo haacute conservaccedilatildeo da natureza se a produccedilatildeo de energia se faz por meio da queima
de foacutesseis (gaacutes petroacuteleo e carvatildeo mineral) responsaacuteveis por mais de 90 da matriz
energeacutetica mundial produzindo CO2 aquecendo a Terra mudando o clima e
produzindo situaccedilotildees de reduccedilatildeo de produccedilatildeo seca e fome em vaacuterias partes do
mundo Sobretudo nos paiacuteses mais pobres
A economia de mercado ateacute pode extinguir aqui e ali a pobreza absoluta a despeito
de na realidade poder exterminaacute-la por completo da face da Terra
Becker (2009) considera que os mais de 20 milhotildees de habitantes da Amazocircnia
desejam o desenvolvimento sustentaacutevel embora cada ator perceba este termo de forma
diferenciada Eacute necessaacuterio acertar os ponteiros em torno da inclusatildeo social da conservaccedilatildeo
dos recursos e da equidade social e recomenda o caminho mais adequado talvez seja o da
inovaccedilatildeo para nos tornarmos competitivos do contraacuterio teremos que modificar o sentido do
mundo globalizado o que momentaneamente nos parece inapropriado Na Amazocircnia a
inovaccedilatildeo deve perpassar a questatildeo institucional especialmente no sentido de organizar a base
produtiva hoje extremamente dispersa e variada e exige uma reflexatildeo em torno de questotildees
ideoloacutegicas como a falsa dicotomia entre desenvolvimento e conservaccedilatildeo e entre inclusatildeo
social e competitividade Neste sentido a questatildeo fundiaacuteria merece atenccedilatildeo diferenciada que
considere as escalas miacutenimas de produccedilatildeo como elemento necessaacuterio para a transformaccedilatildeo do
produtor familiar em empreendedor agriacutecola
A urbanizaccedilatildeo tambeacutem deve ser pensada em paralelo visto que as cidades satildeo
fundamentais para o desenvolvimento quando se configuram mercado consumidor sede das
redes de organizaccedilatildeo do territoacuterio da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo e aleacutem do mais absorvem
imigrantes Portanto precisam de planejamento para atender socialmente a populaccedilatildeo em
termos de serviccedilos equipamentos e trabalho (BECKER 2009) e conclui ldquoa Amazocircnia sem
duvida eacute extremamente heterogecircnea e precisamos reconhecer a diversidade natildeo soacute a
biodiversidade mas a sociodiversidade as diferenciaccedilotildees internas e a partir disso ajustar os
princiacutepios de poliacuteticas gerais agraves condiccedilotildees variadas nas sub-regiotildees Isto eacute fundamental
Significa respeito agraves diferenccedilasrdquo nos colocando na rota da revoluccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica
26
rumo agrave organizaccedilatildeo da base produtiva agrave transformaccedilatildeo do modelo de produccedilatildeo familiar para
realmente produtiva (empreendedor agriacutecola) e agrave mudanccedila
35 Dimensotildees Baacutesicas Para o Desenvolvimento
Quando Sachs (2009) repensa a evoluccedilatildeo do conceito de desenvolvimento ao longo
destes sessenta anos concorda com Sen (1990) Precircmio Nobel de economia que define o
desenvolvimento como sendo a efetivaccedilatildeo universal do conjunto de direitos humanos desde
os direitos poliacuteticos e ciacutevicos direitos econocircmicos sociais e culturais e por fim os direitos
coletivos que inclui o direito a um ambiente saudaacutevel Nesta loacutegica Sachs (2008) trabalha o
desenvolvimento seguindo um tripeacute formado por trecircs dimensotildees baacutesicas da sociedade
desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado Em debate aberto no Centro de
Desenvolvimento Sustentaacutevel da Universidade de Brasiacutelia Sachs (2009) traacutes agrave discussatildeo sua
oacutetica sobre as vertentes pelas quais o desenvolvimento deve ser proferido
a) O desenvolvimento includente remete ao social visto que os objetivos deste satildeo
sempre eacuteticos e sociais O desafio eacute como promover o progresso social com base
no postulado eacutetico de solidariedade sincrocircnica com a nossa geraccedilatildeo respeitando as
condicionalidades ecoloacutegicas e ambientais e de solidariedade diacrocircnica com as
geraccedilotildees futuras
O desemprego aberto o subemprego e a exclusatildeo social que atinge boa parte da
populaccedilatildeo em idade de trabalho eacute o problema social atual de maior relevacircncia Neste sentido
uma observaccedilatildeo importante cabe a este processo para que as accedilotildees assistenciais necessaacuterias -
haja vista a imensidatildeo do problema mas que natildeo modificam estruturalmente a situaccedilatildeo - natildeo
sejam substituiacutedas pelas accedilotildees que consistem em promover a inclusatildeo social pelo trabalho
decente1 alertando para o fato de que natildeo eacute suficiente promover o emprego ou o
autoemprego eacute necessaacuterio incluir os preceitos de dececircncia mencionados pela Organizaccedilatildeo
Internacional do trabalho - OIT
O progresso ou o retrocesso social pode ser avaliado levando em conta trecircs indicadores
mencionados pelo economista britacircnico Dudley Sears o emprego a pobreza e a desigualdade
avaliando o aumento e a diminuiccedilatildeo ao longo do tempo mediante a aplicaccedilatildeo de poliacuteticas que
tendam ao desenvolvimento
1 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo
implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a
dignidade humana
27
Por maior que seja a taxa de crescimento econocircmico natildeo se pode falar em
desenvolvimento se houver o menor retrocesso em um dos trecircs indicadores sob pena de se
configurar apenas um crescimento socialmente perverso aquele que natildeo aumenta o emprego
decente natildeo diminui a pobreza e a desigualdade (SEARS apud SACHS 2009)
b) Desenvolvimento sustentaacutevel deve ser economicamente viaacutevel remete ao mercado
Para que os fatos se concretizem eacute necessaacuterio que se sustente no mercado tendo isso como
uma condiccedilatildeo necessaacuteria poreacutem natildeo suficiente para promover o desenvolvimento dado que
o fator econocircmico natildeo eacute um objetivo em si eacute apenas um instrumental com o qual avanccedilar a
caminho do desenvolvimento includende sustentaacutevel Nisso a ciecircncia pode contribuir natildeo soacute
no segmento da biologia ou da energia nuclear mas essencialmente no acircmbito das ciecircncias
sociais com a responsabilidade de explicitar os criteacuterios com os quais se avalia o
desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado (SACHS 2009)
c) O desenvolvimento sustentado relaciona a preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo dos recursos na
linha do tempo Neste sentido os criteacuterios ambientais satildeo mais difiacuteceis de serem definidos
mas sem duacutevida os gases de efeito estufa resultante do consumo excessivo das energias
foacutesseis devem ser avaliados para que se possa entender qual o impacto destes sobre as
mudanccedilas climaacuteticas que afetam diretamente os solos a aacutegua e as florestas em nosso planeta
(SACHS 2009)
Nesse contexto eacute imprescindiacutevel o acompanhamento por meio de indicadores de
sustentabilidade como variaacutevel selecionada e quantificada que nos permite analisar uma
tendecircncia que de outra forma natildeo seria facilmente detectada capaz de inferir uma mensuraccedilatildeo
dos recursos ambientais econocircmicos social cultural espacialgeograacutefico e poliacutetico
(TOMASONI 2006)
A sustentaccedilatildeo econocircmica guarda estreita relaccedilatildeo com o crescimento que eacute condiccedilatildeo
necessaacuteria para o desenvolvimento O crescimento depende do investimento aplicado
portanto a taxa de investimento e a poupanccedila devem ser trabalhadas cuidadosamente
(SACHS 2008) A inclusatildeo social e o cuidado com o meio ambiente satildeo caracteriacutesticas de
uma boa sociedade Uma boa sociedade eacute aquela que eacute proacutespera e inclusiva ambientalmente
sustentaacutevel e politicamente bem governada
O desenvolvimento includente deve priorizar os bilhotildees de agricultores familiares e
suas famiacutelias e pensar a agricultura com base na biomassa (biodiversidade-biomassa-
biotecnologias) A biomassa eacute o combustiacutevel o alimento a forragem o adubo verde a
bioenergia o material de construccedilatildeo a mateacuteria prima industrial os faacutermacos os cosmeacuteticos e
28
os inuacutemeros outros produtos que podem ser produzidos a partir dela em bases sustentaacuteveis
usando a ciecircncia e a biotecnologia para aumentar a produtividade e tambeacutem para aumentar a
diversidade de produtos Este processo deve incluir os milhotildees de agricultores em trabalho
decente e deve considerar ainda os trabalhos natildeo agriacutecolas derivados do processo (SACHS
2009)
Todo este modelo de desenvolvimento com base na biodiversidade-biomassa-
biotecnologias deve integrar os agricultores familiares modernizando a sua visatildeo de
produccedilatildeo Aquilo que Becker (2009) chama de ldquotransformaccedilatildeo do agricultor familiar em
empreendedor ruralrdquo a que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel ldquoum
empreendedor que escolha o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo
Outra dimensatildeo do desenvolvimento que merece especial atenccedilatildeo eacute aquela que
Buarque (2009) insistentemente rebusca para o debate a educaccedilatildeo Alertando para o fato de
que ldquoo grande salto estaacute em criar uma consciecircncia nova a partir de uma revoluccedilatildeo na
educaccedilatildeordquo no caso do Brasil por meio da nacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo trazendo a educaccedilatildeo
baacutesica para a responsabilidade da naccedilatildeo e natildeo dos municiacutepios como se daacute hoje Eacute preciso
influenciar o inconsciente coletivo desde a infacircncia de toda a humanidade como forma de
agregar valor agrave natureza
Mello (2009) analisa o desenvolvimento por outra vertente natildeo menos importante que
as demais a territorialidade e o local como forma de incluir na anaacutelise as relaccedilotildees da
sociedade com o seu lugar por acreditar que isto eacute base e elo participante do processo global
As teorias a seguir satildeo condensadas dos trabalhos dessa autora Neste sentido como eacute
possiacutevel pensar em desenvolvimento sustentaacutevel sem levar em consideraccedilatildeo a grande maioria
da populaccedilatildeo brasileira e mundial que natildeo tem sequer um lugar onde viver seja no campo ou
nas cidades em detrimento de uma minoria que acumula a posse de grandes propriedades tatildeo
somente como reserva de valor na constituiccedilatildeo de patrimocircnio privado
Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar
com a riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos
ecossistemas O primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de
comeacutercio ainda que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute
possiacutevel dispensar as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo
resgatar a grande parte da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda (MELLO 2009)
Os nossos ecossistemas analisa Mello (2009) jaacute demostram a ausecircncia de um
equiliacutebrio interno caracterizado pela ameaccedila de desaparecimento de espeacutecies A produccedilatildeo
29
continuada do modelo de exploraccedilatildeo que adotamos conseguiu romper o equiliacutebrio de todos os
nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do
solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a
salinizaccedilatildeo entre outros Em vaacuterios biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em
erosatildeo e perda da fertilidade do solo Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que
temos produzido se questiona ateacute quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir
o aumento da produtividade Ou quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para
aumentar a produccedilatildeo Quanto de nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e
outros gratildeos
Tudo isto serve de norte para a mudanccedila de modo a ponderar a primazia desta forma
de utilizaccedilatildeo do territoacuterio e do local e reconstruir outros caminhos dando mais valor a tudo
aquilo que hoje na sociedade na economia e na poliacutetica estaacute completamente agrave margem
(MELLO 2009)
36 Indicadores Ambientais
Para Christen (1996) os sistemas de produccedilatildeo agriacutecola devem ser observados nas
pesquisas de avaliaccedilatildeo da sustentabilidade por meio de dimensotildees e indicadores locais que
permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais especiacuteficas considerando que dada as vastas
formas de conceituar sustentabilidade a pesquisa tambeacutem admita muitas formas de mensuraacute-
la
Em um processo de gestatildeo os indicadores guardam relaccedilatildeo com as propriedades
estruturais e funcionais Por meio deles eacute possiacutevel identificar as fraquezas e potencialidades
na avaliaccedilatildeo do planejamento e permitem contiacutenuas revisotildees dos objetivos ferramentas e
accedilotildees de tal processo (VENTURELLI GALLI 2006)
Para Magalhatildees Juacutenior (2007) os indicadores satildeo instrumentos baacutesicos de
planejamento alcance de metas e anaacutelise de tendecircncias Atendem tambeacutem a objetivos
cientiacuteficos (recomendaccedilotildees) uacuteteis principalmente na ausecircncia de normas de referecircncia e
servem ainda a objetivos de gestatildeo condicionados pela norma juriacutedica o marco legal
Os indicadores satildeo variaacuteveis que simplificam ou sumarizam determinadas informaccedilotildees
a respeito de um fenocircmeno de modo que este se torne perceptiacutevel e mensuraacutevel fornecendo
informaccedilotildees valiosas em assuntos complexos de forma relativamente acessiacutevel
contribuindo assim para o processo de tomada de decisotildees no monitoramento e avaliaccedilatildeo de
um fenocircmeno (GALLOPIN 1997 FIDALGO 2003 NIEMEIJER e DE GROOT 2008)
30
A Organization for Economic Cooperation and Development ndash OECD - estaacute entre as
organizaccedilotildees pioneiras no desenvolvimento de indicadores Ateacute os anos 80 a instituiccedilatildeo
trabalhou exaustivamente na formulaccedilatildeo de indicadores sociais A partir desta deacutecada a
instituiccedilatildeo iniciou os trabalhos no desenvolvimento de indicadores ambientais atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos paiacuteses do G-7 Esta temaacutetica refletiu-se em listas de indicadores de
sustentabilidade elaborados pela Comissatildeo de Desenvolvimento Sustentaacutevel da Organizaccedilatildeo
das Naccedilotildees Unidas e pelo Banco Mundial (MAGALHAtildeES JUNIOR 2007)
Em acordo com as definiccedilotildees da OECD (2011) o indicador eacute uma variaacutevel ou
conjunto de variaacuteveis capaz de fornecer informaccedilotildees relevantes sobre uma aacuterea ambiente ou
fenocircmeno Eacute capaz de orientar um assunto ou tornar perceptiacutevel uma tendecircncia ou processo
que natildeo eacute imediatamente detectaacutevel Seu significado vai aleacutem do que eacute de fato medido e seu
alcance pode ser maior do que focaliza o fenocircmeno de interesse
Fidalgo (2003) e Turnhout et al (2007) alertam para a necessidade de especial atenccedilatildeo
no processo de construccedilatildeo de indicadores visto que isto implica um processo de seleccedilatildeo
integraccedilatildeo e agregaccedilatildeo de um conjunto de observaccedilotildees dados e conhecimentos acerca de
paracircmetros considerados relevantes e devem ser selecionados a partir de dados disponiacuteveis e
potencialmente importantes sobre o sistema em estudo
Neste sentido o esforccedilo de identificar e contextualizar indicadores do
desenvolvimento sustentaacutevel para os municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo
no Amazonas relacionados com a produccedilatildeo de bananas nos permitiraacute a observaccedilatildeo de um
conjunto de paracircmetros considerados relevantes para o desenvolvimento sustentaacutevel dos
municiacutepios por meio do fortalecimento dos cultivos de bananeiras
O uso de indicadores permite a ligaccedilatildeo entre a produccedilatildeo e o conhecimento cientiacutefico
pela interface entre ciecircncia e poliacutetica Dessa forma recomenda-se a inclusatildeo da perspectiva de
atores sociais no processo de seleccedilatildeo dos indicadores que segundo os pesquisadores natildeo
podem ser avaliados apenas com os tradicionais criteacuterios cientiacuteficos de qualidade devendo
incluir aspectos de interdisciplinaridade relevacircncia e tambeacutem do ponto de vista dos usuaacuterios
(TURNHOUT et al 2007)
Um requisito importante e frequentemente negligenciado para a utilizaccedilatildeo e
aceitaccedilatildeo de indicadores eacute o entendimento do que seja essa ferramenta e da sua real funccedilatildeo
no processo de tomada de decisatildeo Os indicadores satildeo meios de comunicaccedilatildeo e como
qualquer forma de comunicaccedilatildeo requerem seu entendimento pelos participantes do diaacutelogo
no processo de tomada de decisatildeo em direccedilatildeo ao desenvolvimento sustentaacutevel Esses
31
elementos devem ser claros e os usuaacuterios devem estar habilitados a compreender o seu
sentido assim como sua significacircncia em termos de valores (COcircRTES 2009)
37 Cadeia Produtiva Agriacutecola
De acordo com Sppeding (1975) os conceitos de agronegoacutecio cadeia produtiva ou
sistema produtivo tecircm suas origens em aplicaccedilotildees da teoria geral dos sistemas ou possuem
enfoque sistecircmico e satildeo definidos por como um conjunto de elementos interativos
A Teoria Geral dos Sistemas - TGS - se caracteriza pelo todo organizado composto de
elementos interdependentes podendo ou natildeo interagir com o meio exterior se caracterizando
por sistema aberto ou fechado respectivamente Os sistemas e subsistemas relacionam-se e
estatildeo integrados numa cadeia hieraacuterquica onde suas partes integrantes (os subsistemas) satildeo
interdependentes constituindo um todo que eacute superior agrave soma das suas partes e tecircm
caracteriacutesticas proacuteprias satildeo autorregulados e controlados como forma de adaptaccedilatildeo agraves
alteraccedilotildees do meio exterior e para manter o seu equiliacutebrio para o alcance dos seus objetivos
(BERTALANFFY 1975)
Por sua complexidade e heterogeneidade a cadeia produtiva desempenha papel central
nos fluxos de produccedilatildeo de culturas agriacutecolas especialmente nos municiacutepios do Estado do
Amazonas cujas economias encontram suas bases no setor primaacuterio Desse modo constitui-
se elemento fundamental nos estudos sobre sustentabilidade e desenvolvimento para estes
locais (BERTALANFFY 1975 SPPEDING 1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e
CHIAVENATO 2009) Para Sachs (2008) a gestatildeo e governanccedila local devem ser trabalhadas
considerando os potenciais da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como forma de
valorizar e aproveitar os recursos naturais endoacutegenos
No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de elementos
interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e onde cada um
dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute maior do que o
resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente Qualquer
conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as relaccedilotildees
entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990)
Em acordo com Castro et al (1995) a caracterizaccedilatildeo ou anaacutelise de um sistema
agriacutecola se inicia com o estabelecimento de seus objetivos seguida da definiccedilatildeo de seus
limites subsistemas e entidades componentes e do contexto externo onde o sistema se
estabelece A cadeia produtiva eacute o conjunto de componentes interativos incluindo os sistemas
produtivos fornecedores de insumos e serviccedilos induacutestrias de processamento e transformaccedilatildeo
32
agentes de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo aleacutem de consumidores finais Todos estes atores
objetivam suprir o consumidor final de determinados produtos Este pensamento eacute
corroborado por Chiavenato (2011) que define o sistema como um conjunto de elementos
dinamicamente relacionados entre si formando uma atividade para atingir um objetivo
operando sobre entradas e fornecendo saiacutedas processadas
Para Lastres e Cassiolato (2006) o mapeamento da cadeia produtiva bem como a
identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo destes atores satildeo essenciais para a geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo da
capacidade produtiva e inovativa de um determinado setor ou atividade
A interaccedilatildeo das propriedades rurais com o mercado enquanto fornecedoras de
produtos finais pressupotildee relaccedilotildees harmoniosas com o ambiente comercial seja para o
suprimento de mateacuteria prima ou para o fornecimento de produtos ao consumidor final
A figura 2 ilustra uma tiacutepica cadeia produtiva agriacutecola com seus principais
componentes e fluxos (CASTRO et al 1995) Entre os componentes mais comuns estatildeo os
indiviacuteduos fornecedores de insumos as propriedades agriacutecolas com seus diversos sistemas
produtivos agropecuaacuterios ou agroflorestais as induacutestrias de processamento eou
transformaccedilatildeo do produto o comeacutercio atacadista o comeacutercio varejista e os consumidores
finais que influenciam e satildeo influenciados pelos demais componentes da cadeia Estes
componentes se relacionam com o ambiente institucional refletido nas leis e normas que
regulam o setor e as instituiccedilotildees e o ambiente organizacional representado pelas instituiccedilotildees
governamentais financeiras de ensino pesquisa extensatildeo apoio teacutecnico etc
Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva Fonte (Castro et al 1995 adaptado de Zylbersztajn 1994)
33
38 Arranjos Produtivos Locais
Em suma especialmente no acircmbito agriacutecola os esforccedilos acerca do desenvolvimento e
da sustentabilidade convergem para a necessidade de aproveitar as potencialidades endoacutegenas
pela valorizaccedilatildeo da biomassa modernizaccedilatildeo da agricultura brasileira criaccedilatildeo de uma nova
consciecircncia por meio da educaccedilatildeo e a valorizaccedilatildeo da territorialidade e do local atraveacutes da
riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas
(SACHS 2009 BECKER 2009 BUARQUE 2009 MELLO 2009)
Lastres e Cassiolato (2006) em seus estudos sobre os sistemas de inovaccedilatildeo concluem
que o papel do Estado eacute fundamental para o processo de desenvolvimento nacional onde os
esforccedilos devem conduzir para a formaccedilatildeo de arranjos ou de sistemas produtivos e inovativos
locais (ASPILs) focando conjuntos especiacuteficos de atores e atividades econocircmicas capazes de
articular as relaccedilotildees entre os atores sociais as empresas os conhecimentos (codificados mas
considerando especialmente os conhecimentos taacutecitos locais) com o objeto de valorizar a
diversidade e melhorar a competitividade sustentada
A noccedilatildeo de sistema de inovaccedilatildeo implica que nem produccedilatildeo nem inovaccedilatildeo constituem
processos e fenocircmenos isolados sendo necessaacuterio focar o sistema de produccedilatildeo independente
do grau de especializaccedilatildeo nuacutemero de empresas aglomeradas etc Se o enfoque estiver no
sistema de inovaccedilatildeo isto compreenderaacute os clusters distritos industriais etc Nesta base
Lastres e Cassiolato (2006) oferecem valiosa contribuiccedilatildeo agrave busca pelos caminhos que levem
ao desenvolvimento conforme sugerido por Sachs (2008) includente sustentaacutevel e
sustentado ao propor atraveacutes da RedeSist a definiccedilatildeo de Sistemas Produtivos e Inovativos
Locais (SPILs) qual seja
SPILs designa o conjunto de atores econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um
mesmo territoacuterio com foco em um conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas e que
apresentam interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem os quais satildeo fundamentais para a
geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo de capacidades produtivas e inovativas SPILs geralmente incluem
empresas ndash produtoras de bens e serviccedilos finais ndash fornecedoras de bens (mateacuterias-primas
equipamentos e outros insumos) e de serviccedilos distribuidoras e comercializadoras
consumidoras etc ndash e demais organizaccedilotildees voltadas agrave formaccedilatildeo e treinamento de recursos
humanos informaccedilatildeo pesquisa desenvolvimento e engenharia promoccedilatildeo e financiamento
aleacutem de cooperativas associaccedilotildees e representaccedilotildees
Arranjos Produtivos Locais (APLs) se configuram por
Aqueles casos fragmentados e que natildeo apresentam significativa articulaccedilatildeo entre os atores e
que assim natildeo podem se caracterizar como sistemas
Lastres e Cassiolato (2006) advertem que diferentes contextos e modos de articulaccedilatildeo
satildeo fundamentais na aquisiccedilatildeo uso e difusatildeo de conhecimentos e particularmente os taacutecitos
34
Estes sistemas e modos de articulaccedilatildeo podem ser tanto formais como informais Lembram
ainda que a base do dinamismo e da competitividade entre empresas natildeo se restringe a uma
uacutenica empresa ou um setor e sim a todas as atividades e capacidades ao longo da cadeia de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos atores sociais e poliacuteticos e do ambiente onde estatildeo inseridas
Para melhor entender e promover a dinacircmica de um sistema produtivo eacute necessaacuterio
conhecer em profundidade suas especificidades e tambeacutem seu peso e papel dentro das cadeias
complexos e setores em que se insere bem como as economias regionais e internacionais As
principais vantagens dos ASPILs indicadas por Lastres e Cassiolato (2006) satildeo as que se
seguem
Compreende o conjunto de diferentes atores (empresas e organizaccedilotildees de investigaccedilatildeo e
desenvolvimento educaccedilatildeo treinamento promoccedilatildeo e financiamento etc) e atividades
conexas que usualmente caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo local
Cobre o espaccedilo onde ocorre o aprendizado satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e
inovativas e fluem os conhecimentos e particularmente aqueles taacutecitos
Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de
capacitaccedilotildees podem ser mais efetivas
Representa um enfoque mais avanccedilado e que vai aleacutem da tradicional visatildeo baseada na
organizaccedilatildeo individual (empresa) setor aglomeraccedilotildees ou cadeias produtivas permitindo
estabelecer uma ponte entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas as quais tambeacutem natildeo se
restringem aos cortes claacutessicos espaciais como os niacuteveis municipais e de microrregiatildeo
O enfoque em ASPILs permite captar as particularidades da estrutura produtiva e
compreender a diversidade de respostas de seus diferentes sistemas Eacute necessaacuterio identificar e
analisar a configuraccedilatildeo de tais sistemas e como o conhecimento eacute gerado utilizado e
difundido nos mesmos Para tanto eacute necessaacuterio definir o sistema a partir do mapeamento da
cadeia e complexos produtivos vinculados agraves atividades econocircmicas principais ateacute a
identificaccedilatildeo de todos os atores econocircmicos poliacuteticos e sociais indispensaacuteveis ao
funcionamento do mesmo
39 A Cultura da Banana como Atividade Agriacutecola Cultivares de Ocorrecircncias
Frequentes no Estado do Amazonas
O cultivo de bananeiras pelo homem teve iniacutecio no sudeste da Aacutesia Existem ainda
muitas espeacutecies de banana selvagem na Nova Guineacute na Malaacutesia Indoneacutesia e Filipinas
Indiacutecios arqueoloacutegicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na
proviacutencia das Terras Altas Ocidentais da Nova Guineacute sugerem que esta atividade remonta
pelo menos a ateacute 5000 aC ou mesmo a ateacute 8000 aC Tais dados tornam esse local o berccedilo
do cultivo de bananeiras Eacute provaacutevel contudo que outras espeacutecies de banana selvagem
tenham sido objeto de cultivo posteriormente em outros locais do sudeste asiaacutetico
(Wikipeacutedia 2015)
35
A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela
laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da
evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem experimentado no resto do mundo com
produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a
produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os estados com maior produtividade na
regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12 tha respectivamente Entretanto as
estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela
maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil resultando em desperdiacutecio do potencial
agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO 2011)
No Estado do Amazonas ateacute o final da deacutecada de 90 os bananais eram cultivados
predominantemente em solos de vaacuterzea dos Rios Solimotildees Amazonas e Madeira
Lentamente os cultivos comerciais foram se expandindo para as aacutereas de platocirc Hoje os
Municiacutepios de Rio Preto da Eva Presidente Figueiredo Iranduba e Manacapuru entre outros
concentram grandes cultivos de bananeiras (GASPAROTTO et al 1999) e estatildeo formados
predominantemente pelas cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 entre outras em
menores proporccedilatildeo resistentes agrave pragas e doenccedilas
A cultivar Thap Maeo foi selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura de Cruz
das Almas Bahia Eacute uma variante Mysore de porte alto ciclo vegetativo de 394 dias e
apresenta resistecircncia agrave problemas fitossanitaacuterios como a sigatoka negra (Mycosphaerella
fijiensis) sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) mal do Panamaacute e moderadamente
resistente ao nematoide (Radopholus similis) e a broca do rizoma Eacute suscetiacutevel ao moko
(Ralstonia solanacearum raccedila 2) e estaacute livre do viacuterus das estrias da bananeira (BSV)
(GASPAROTTO et al 1999)
A cultivar Caipira (Yamgambi km 5) oriunda da Aacutefrica Ocidental foi introduzida no
Brasil pela Embrapa de Cruz das Almas Bahia Possui ciclo vegetativo de 383 dias e porte
meacutedioalto eacute resistente agrave sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e amarela
(Mycosphaerella musicola) ao mal do Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao
moko (Ralstonia solanacearum raccedila 2) e suscetiacutevel ao nematoide (Radopholus similis)
(GASPAROTTO et al 1999)
A FHIA 18 pertence ao subgrupo prata foi trazida de Honduras pela Embrapa
apresenta porte meacutedio e ciclo vegetativo de 327 dias Eacute resistente agrave sigatoka negra
(Mycosphaerella fijiensis) e amarela (Mycosphaerella musicola) e suscetiacutevel ao mal do
36
Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao moko (Ralstonia solanacearum)
(GASPAROTTO et al 2002)
391 Tratos Culturais da Bananeira
3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira
No momento da formaccedilatildeo dos bananais satildeo vaacuterias as indicaccedilotildees de distribuiccedilatildeo
espacial ficando a criteacuterio do produtor a escolha do espaccedilamento podendo ser utilizado
espaccedilamentos de 40 x 20 x 20 40 x 25 x 20 40 x 30 x 20 30 x 30 e 30 x 20 metros
Contudo Gasparotto et al (2006) adverte que espaccedilamentos maiores aleacutem de disponibilizar
menos mudas por hectare podem incorrer em menor aproveitamento do terreno e da luz solar
e maior suscetibilidade agrave erosatildeo e consequentemente lixiviaccedilatildeo do solo e menor
produtividade Este tipo de distribuiccedilatildeo tambeacutem pode dificultar a aplicabilidade das praacuteticas
fitossanitaacuterias e de colheita uma vez que dificulta a mecanizaccedilatildeo As informaccedilotildees seguintes
foram compiladas dos trabalhos de Arruda et al (2004) e Gasparotto et al (2006) e
representam experimentos realizados no Estado do Amazonas para a cultivar Thap Maeo
seguindo as recomendaccedilotildees dos tratos culturais de preacute e poacutes colheita
Os trabalhos de Gasparotto et al (1999) datildeo conta de que no Estado do Amazonas a
produccedilatildeo de bananas ainda eacute bastante afetada por problemas fitossanitaacuterios com a incidecircncia
das doenccedilas conhecidas como sigatoka negra sigatoka amarela mal do Panamaacute e o moko
tambeacutem decorrentes das questotildees tecnoloacutegicas como espaccedilamento aplicado para distribuiccedilatildeo
das covas processos de adubaccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes colheita transporte da produccedilatildeo e
tratos culturais ineficientes
A sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora
fijiensis)eacute a principal doenccedila da bananeira no mundo podendo causar perdas totais dos
plantios quando as cultivares atacadas satildeo do tipo prata eou maccedilatilde Quando afeta plantios com
cultivares do subgrupo Terra conhecidas no Amazonas como Pacovatilde e Pacovi as perdas
ficam em torno de 60 a 70 (GASPAROTTO et al 1999)
O mal do panamaacute eacute uma doenccedila causada pelo Fusarium oxysporum fsp cubense
fungo habitante do solo que produz clamidoacutesporos - estruturas que lhes permitem sobreviver
no solo por ateacute 50 anos - mesmo na ausecircncia de bananeiras suscetiacuteveis induz perdas
proporcionais ao nuacutemero de plantas atacadas visto que provoca murcha permanente em
plantas adultas na eacutepoca da emissatildeo dos cachos (PEREIRA et al 2008)
37
4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS
41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO
AMAZONAS
Resumo
Apesar da disponibilidade de terras desmatadas e degradadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo
clima e solos favoraacuteveis para o cultivo de frutas o Estado do Amazonas ainda apresenta
produccedilatildeo insuficiente em quantidade e qualidade e importa muitas frutas de outras regiotildees do
paiacutes A banana eacute uma fruta de grande expressatildeo na cadeia alimentar e econocircmica dos
amazonenses e eacute cultivada nos 62 municiacutepios do Estado Em 2012 foram cultivados mais de
9500 ha com bananeiras onde foram produzidas 63000 t da fruta mas a produtividade ainda
eacute muito baixa (da ordem de 122 thaa) se comparada agrave produtividade mundial que em muitos
paiacuteses ultrapassa 50 thaa Com o intuito de investigar as praacuteticas de gestatildeo e as tecnologias
empregadas nos cultivos de bananeiras no Amazonas foi realizado um levantamento por
meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 15 cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e em 30 plantios no Rio Preto da Eva no Amazonas safra de 2012 para anaacutelise da
aacuterea cultivada com bananas produccedilatildeo produtividade e observaccedilatildeo dos tratos culturais
aplicados Nos 60 ha investigados em Presidente Figueiredo a produccedilatildeo meacutedia de bananas foi
de aproximadamente 991 ta com produtividade de 163 thaa No municiacutepio de Rio Preto da
Eva foram analisados 83 ha com produccedilatildeo meacutedia de 1152 ta e produtividade meacutedia de 139
thaa O estudo revelou ainda que a produtividade meacutedia de banana nos dois municiacutepios
analisados eacute ligeiramente superior agrave produtividade meacutedia do Estado contudo estaacute muito
abaixo dos iacutendices alcanccedilados em cultivos no Estado da ordem de 50 thaa para a cultivar
Thap Maeo indicando que apesar de natildeo haver limitaccedilotildees tecnoloacutegicas ou climaacuteticas para a
cultura da banana no Estado os produtores natildeo estatildeo usando as informaccedilotildees e tecnologias
adequadas para elevarem a produtividade dessa cultura nesses municiacutepios A pesquisa
detectou a inobservacircncia das especificaccedilotildees teacutecnicas de espaccedilamento e densidade indicados
para cultivos no Amazonas incorrendo em baixo aproveitamento do solo Apenas dois dos
quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo tinham plantios com
densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois outros tinham
plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores O aproveitamento
da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente
Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72 com meacutedia igual a apenas
29 Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva
tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente O
aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de
Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com meacutedia igual a
apenas 282
Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade de banana Amazonas
38
Abstract
Despite the availability of deforested and degraded lands water resources for irrigation
favorable climate and soil for growing fruit the State of Amazonas still has insufficient
production in quantity and quality resulting of importation of many fruits from other regions
of the country The banana is a fruit which is widely recognized in the food and economic
chain of Amazonas and it is grown in 62 municipalities In 2012 more than 9500 ha were
cultivated with bananas which produced 63000 t of fruit but productivity is still very low
(around 122 t ha y) compared to world productivity in many countries which exceeds 50 t
ha y In order to investigate the management practices and technologies employed in the
cultivation of bananas in the Amazonas State a survey was conducted through questionnaires
in 15 crops of bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 plantations in Rio
Preto da Eva 2012 harvest for analysis of the area planted with bananas production
productivity and observation of the applied cultivation In the 60 ha investigated in Presidente
Figueiredo the average banana production was approximately 991 t y with yield of 163 t
ha y In the municipality of Rio Preto da Eva 83 ha were analyzed with an average
production of 1152 t y and average yield of 139 t hay The study also revealed that the
average banana productivity in the two counties analyzed is slightly higher than the average
productivity of the State However it is far below the rates achieved in the state around 50
thay for the cultivar Thap maeo indicating that although there are no technological or
climatic limitations for banana cultivation in the Amazonas State producers are not using the
appropriate information and technology to raise productivity of this crop in these
municipalities The survey found non-compliance with technical spacing and density
specifications suitable for cultivation in the Amazon incurring in low land use Only two of
the fifteen banana producers of Presidente Figueiredo had plantations with plant densitiesha
next to the technically recommended Two others had plantations with higher plant densities
and the other much lower The utilization of the productive capacity of soils in banana
plantations in the municipality of Presidente Figueiredo was well below the desirable ranging
from 93 to 72 with an average of only 29 All the 30 bananas cultivations analyzed in
Rio Preto da Eva had plantations with plant densitiesha lower than that recommended
technically The utilization of the productive capacity of soils in banana plantations in Rio
Preto da Eva was well below the desirable ranging from 72 to 840 with an average of
only 282
Key Words Banana cultivation banana productivity Amazonas
39
411 INTRODUCcedilAtildeO
Durante deacutecadas a dinacircmica econocircmica do Brasil foi referenciada essencialmente
pela sucessatildeo de ciclos de exploraccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de produtos primaacuterios com baixo ou
nenhum niacutevel de processamento Este cenaacuterio se modificou lentamente e especialmente na
deacutecada de 80 a agroinduacutestria se destaca como um dos segmentos de grande importacircncia na
economia brasileira estimulando mudanccedilas significativas nos vaacuterios elos das cadeias
produtivas agriacutecolas como forma de valorizar a produccedilatildeo do setor primaacuterio e tornar
expressivo o agronegoacutecio brasileiro (BARRETO FILHO 2000)
A fruticultura um dos segmentos do agronegoacutecio vem ganhando projeccedilatildeo nos
mercados regionais nacional e internacional em virtude de novas demandas de mercado
decorrentes dos novos haacutebitos de consumo da populaccedilatildeo Entretanto conforme enfatizado por
Barreto Filho (2000) a fruticultura brasileira precisa vencer algumas barreiras que
comprometem sua competitividade e retardam sua consolidaccedilatildeo como atividade capaz de
atender agraves expectativas de tornar-se um instrumento de projeccedilatildeo do desenvolvimento regional
Satildeo muitas as oportunidades para a produccedilatildeo de frutas na Amazocircnia cujo consumo
crescente tem sido motivado principalmente pelo aumento da demanda mundial por
alimentos a partir do crescimento populacional do crescimento da renda per capta nos paiacuteses
mais populosos do mundo como a China e a Iacutendia da crescente limitaccedilatildeo de terras
agricultaacuteveis no plano mundial e do aumento do consumo de frutas nos haacutebitos alimentares
A regiatildeo amazocircnica dispotildee de terras desmatadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo
climas e solos favoraacuteveis e apesar disso importa grande quantidade de frutas de outras
regiotildees do paiacutes Todos esses fatores propiciam o desenvolvimento da fruticultura sustentaacutevel
na Amazocircnia com perspectivas de desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura e
fortalecimento dos respectivos elos como forma de desenvolvimento da regiatildeo e melhoria na
qualidade de vida da populaccedilatildeo em especial as que satildeo originaacuterias da zona rural cuja
economia possui relaccedilatildeo direta com o agronegoacutecio
A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela
laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura eacute uma atividade de grande
relevacircncia para o agronegoacutecio da regiatildeo Norte principalmente para o Estado do Amazonas
onde se constitui importante base alimentar para os amazonenses e com alta participaccedilatildeo na
composiccedilatildeo da receita dos agricultores locais Natildeo obstante eacute uma das frutas de grande
expressatildeo cultural e de cultivo bastante disseminado no Estado do Amazonas sendo cultivada
nos 62 municiacutepios Amazonense
40
A significativa participaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia dos produtores rurais
contribui para ocorrecircncia de cultivos em todos os municiacutepios do Estado Em 2012 o Estado
do Amazonas cultivou 9545 ha com a fruta colhendo 5440 ha Nestes municiacutepios foram
produzidos 63745 toneladas da fruta com produtividade de 122 toneladas por hectare
contribuindo com mais de R$ 59 milhotildees para a economia do Estado (IBGE 2013)
As estatiacutesticas da FAO indicam que em 2009 foram cultivados com bananas
aproximadamente 48 milhotildees de hectares em todo o mundo onde foram produzidos 95
milhotildees de toneladas com produtividade de 19 tha O Brasil eacute o quinto produtor mundial de
bananas com produccedilatildeo anual de 71 milhotildees de toneladas sendo superado pela Iacutendia (262
milhotildees de toneladas) Filipinas (90 milhotildees de toneladas) China (82 milhotildees de toneladas)
e Equador (73 milhotildees de toneladas) Curioso eacute que a aacuterea cultivada no Brasil (511 milha) soacute
eacute superada pela aacuterea cultivada na Iacutendia (709 milha) Contudo o Brasil ocupa a quinta posiccedilatildeo
em produtividade entre os paiacuteses produtores de bananas analisados pela FAO Em 2009 a
produtividade Brasileira foi de 140 tha enquanto a Indoneacutesia teve produtividade de 597tha
seguida da Costa Rica com 499 tha A produtividade na Iacutendia eacute de 370 tha no Equador eacute de
353 tha na China eacute de 264 tha e nas Filipinas 202 tha (SILVA NETO 2011)
Ao se analisar a produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte que embora tenha passado por
importantes transformaccedilotildees nas duas uacuteltimas deacutecadas com a inserccedilatildeo pela Embrapa de
cultivares resistentes agraves pragas e doenccedilas como sigatoka negra causada pelo fungo
Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora fijiensis) e o mal do panamaacute causado pelo
Fusarium oxysporum fsp cubense ainda carece de melhores processos de produccedilatildeo
principalmente no que se refere agrave qualidade dos seus produtos e subprodutos da consolidaccedilatildeo
da agroinduacutestria de melhor organizaccedilatildeo de seus produtores e do fortalecimento de uma
infraestrutura que possibilite melhores condiccedilotildees de competitividade (ARRUDA 2004)
A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem
experimentado no resto do mundo com produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo
da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os
estados com maior produtividade na regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12
tha respectivamente Entretanto as estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no
mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil
resultando em desperdiacutecio do potencial agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO
2011)
41
Seguindo a anaacutelise das questotildees levantadas nesse trabalho e considerando-se a
importacircncia do desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado por meio da valorizaccedilatildeo
da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como elemento indispensaacutevel agrave sustentabilidade
dos municiacutepios do Estado do Amazonas satildeo enfatizados os processos de produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios do Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo
Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos processos produtivos dessa
frutiacutefera de cultivos bastante disseminados na regiatildeo com o objetivo de identificar as praacuteticas
de gestatildeo e as caracteriacutesticas agronocircmicas nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios do Rio
Preto da Eva e Presidente Figueiredo Estado do Amazonas como forma de analisar o
potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo de cultivos de
bananeiras articulados como sistemas produtivos orientando para o adequado manejo do solo
controle de pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo
a proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo
da populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento socioeconocircmico sustentaacutevel dos
produtores e para a economia agriacutecola dos municiacutepios
42
412 MATERIAL E MEacuteTODOS
4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
As propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa estatildeo
alocadas nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do
Amazonas Cada Municiacutepio possui respectivamente 1 62 e 017 da aacuterea total do Estado
abrigando 080 e 052 da populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes
municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do
Estado do Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado
Manaus
Nestes municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012
por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 30 propriedades rurais produtoras dessa cultura no
Rio Preto da Eva e 15 em Presidente Figueiredo
A definiccedilatildeo destes locais para coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o
maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das
decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em
2012 estes dois municiacutepios detinham 1210 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que
possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os
dois municiacutepios selecionados para coleta de dados primaacuterios sobre a safra de bananas em
2012 Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo referenciados pelo IBGE como o
segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois
municiacutepios foram responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde
foram produzidas 1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)
4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
Foram analisadas propriedades produtoras de bananas nestes municiacutepios e a anaacutelise
dos dados de formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo e produtividade constantes do diagnoacutestico se
deu com base nos dados da safra de bananas de 2012
A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve
dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos integrados dos
dados agronocircmicos desde a formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes-colheita e
aproveitamento da capacidade produtiva do solo com a bananicultura Utilizou-se do meacutetodo
de estudo exploratoacuterio buscando diagnosticar as praacuteticas culturais para os cultivos agriacutecolas
43
dessa cultura Este meacutetodo tambeacutem foi utilizado para diagnosticar a produccedilatildeo geral da cultura
nos municiacutepios em estudo como forma de identificar os aspectos que interferem e influenciam
no processo de produccedilatildeo da banana
Para o alcance dos objetivos deste trabalho foram elaborados questionaacuterios
estruturados que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana buscando
conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios conforme Quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas
Acircmbito Agriacutecola
Situaccedilatildeo Real dos cultivos Recomendaccedilatildeo
teacutecnica(1)
Dados de formaccedilatildeo dos cultivos Dados da Produccedilatildeo Dados de formaccedilatildeo e
produccedilatildeo
- Aacuterea da propriedade
- Aacuterea cultivada com bananas
- Quantidade de bananeiras na propriedade
- Bananeiras em fase de produccedilatildeo
- Praacuteticas culturais
Produccedilatildeo meacutedia de
bananas
- Produtividade meacutedia
de bananas
- Aproveitamento da
capacidade produtiva
do solo
- Teacutecnicas de
espaccedilamento e densidade
- Produccedilatildeo meacutedia
- Produtividade meacutedia
- Aproveitamento da
capacidade produtiva do
solo (1)
Com base nos dados de produtividade fornecidos por Arruda et al (2004)
No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi
estruturadas aos produtores rurais cooperativas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias e a
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas informaccedilotildees sobre
os dados gerais para a formaccedilatildeo dos cultivos (aacuterea total da propriedade aacuterea cultivada com
bananas e plantas em fase de produccedilatildeo de frutos) as tecnologias de preacute colheita (envolvendo
as praacuteticas culturais e a densidade de plantas por hectare) as tecnologias de poacutes colheita
(produccedilatildeo e produtividade meacutedia de bananas e aproveitamento da capacidade produtiva do
solo) e feito um comparativo para os dados caso os cultivos estivessem dentro dos padrotildees de
produtividade indicados pela literatura especiacutefica a fim de conhecer a situaccedilatildeo real dos
cultivos de bananeiras
A anaacutelise destes dados permitiu conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras e
estimar o potencial produtivo nos municiacutepios estudados bem como analisar os fatores
favoraacuteveis e desfavoraacuteveis que envolvem o processo de gestatildeo na formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
desses cultivos
44
4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Neste contexto se focalizaram as propriedades rurais que compreendem os locais
dentro das zonas rurais dos municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao
cultivo agriacutecola de bananas onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para
processamento dos produtos Para fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades
rurais inquiridas para a obtenccedilatildeo do diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para
fins comerciais pela importacircncia da anaacutelise de elementos que envolvem a gestatildeo dos cultivos
Procurou-se primeiro identificar as propriedades rurais enquadradas no interesse da
pesquisa e depois diagnosticaacute-las no acircmbito agriacutecola das bananas A anaacutelise dos processos de
gestatildeo aplicados em cada etapa permitiu identificar os elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis
do processo Esta anaacutelise permitiu conhecer o processo de formaccedilatildeo dos cultivos de
bananeiras nos municiacutepios em estudo e sua relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e produtividade
4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos
quantitativos Neste caso a anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves
caracteriacutesticas de formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos de bananeiras e a gestatildeo empregada A
anaacutelise quantitativa torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no
acircmbito agriacutecola da formaccedilatildeo dos cultivos e produccedilatildeo da fruta
Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas
pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo
exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) se caracteriza por proporcionar um maior
conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da
investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em trinta propriedades
rurais distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria
45
de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do
municiacutepio
Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados
quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O
levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo
direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de
julho de 2013 a junho de 2014
46
413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em
2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas e aacuterea colhida
superou 67 mil ha A produccedilatildeo ultrapassou 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade
meacutedia alcanccedilada na regiatildeo Norte de 10 tha (Tabela 1) ainda eacute muito baixa se comparada
com as das demais regiotildees brasileiras (quando aplicadas as tecnologias apropriadas a
produtividade supera 50 tha no entorno de Brasiacutelia e 40 tha no Vale do Satildeo Francisco e na
regiatildeo Norte de Minas Gerais (SILVA NETO e GUIMARAtildeES 2011)
Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade ligeiramente maior que a
meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente Esta produccedilatildeo agregou mais
de R$ 59 milhotildees agrave economia do Amazonas e R$ 276 milhotildees agrave economia do Paraacute Nos
demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em
2012
Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012
Estado
Aacuterea
Plantada
(ha)
Aacuterea
Colhida
(ha)
Quantidade
produzida
(t)
Rendimento
meacutedio
(tha)
Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
Amazonas 9545 131 5440 81 63745 79 120 59569 126
Acre 6977 96 6017 90 64112 79 110 27282 58
Amapaacute 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46
Paraacute 41549 571 41549 620 565773 698 140 276410 583
Rondocircnia 7215 99 6840 102 59091 73 90 49420 104
Roraima 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46
Tocantins 3702 51 3507 52 25995 32 70 18195 38
Regiatildeo
Norte 72788 -- 67053 -- 810296 -- (100) 474034 --
()
Percentual do Estado em relaccedilatildeo agrave regiatildeo Norte
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
Juntos o Estado do Amazonas e Paraacute concentram 70 da aacuterea cultivada com bananas
na regiatildeo Norte do Brasil com respectivamente 13 e 57 cada Estado No Norte as
menores aacutereas cultivadas com bananas satildeo no Amapaacute e Roraima com 1900 ha cada um
contudo o menor rendimento meacutedio detectado na regiatildeo foi no Estado do Tocantins com 7
47
tha seguido dos Estados do Amapaacute Rondocircnia e Roraima com 9 tha em cada Estado O
Acre apresentou produtividade de 11 tha ficando ligeiramente acima da produtividade meacutedia
da regiatildeo Norte a exemplo do Amazonas e Paraacute
Se o Estado do Amazonas trabalhasse com cultivos tecnificados a exemplo de
algumas regiotildees brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia e regiotildees da Bahia e de
Minas Gerais na mesma aacuterea colhida de mais de 72 mil ha seria possiacutevel produzir mais de
270 mil toneladas em detrimento das 63 milt alcanccediladas em 2012
A produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte agregou mais de 474 milhotildees de reais ao PIB
brasileiro em 2012 mas esse valor poderia aumentar mais de seis vezes se os cultivos de
bananeiras atingissem a produtividade jaacute alcanccedilada em algumas regiotildees do paiacutes e no Estado
do Amazonas de 50 tha (Tabela 1)
4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo
Caipira e FHIA 18
Atendendo agrave importacircncia socioeconocircmica que a cultura da banana tem para a regiatildeo
Norte do paiacutes eacute fundamental prolongar as atenccedilotildees para proceder agrave reestruturaccedilatildeo dos
cultivos com variedades mais resistentes agraves principais doenccedilas e pragas que atingem os
bananais em todo o mundo visto que se trata de uma cultura de grande importacircncia para a
regiatildeo Norte do Brasil que natildeo pode ser negligenciada
Estas informaccedilotildees se referem ao funcionamento da bananicultura a sua importacircncia
socioeconocircmica e as implicaccedilotildees agriacutecolas e econocircmicas resultante da negligecircncia dos
cultivos para os amazocircnidas especialmente os das zonas rurais cuja economia encontra suas
bases essencialmente no setor primaacuterio (Tabela 2)
Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo
Caipira e FHIA 18
Cultivares Porte da
planta
Densidadeha(1)
(un)
- 1deg ciclo -
Peso meacutedio
do cacho
(kg)
Quantidade de
pencas por cacho
(un)
Peso meacutedio
da penca
(kg)
Thap
Maeo
Alto 1667 330 10 33
Caipira Meacutedio a
alto
1667 400 10 40
FHIA 18 Meacutedio 1667 400 10 40 (1)
Considerando espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m sugerido por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte Gasparotto et al (2003) adaptada pela autora
48
A tabela 2 traacutes as informaccedilotildees baacutesicas condensadas dos trabalhos de Gasparotto et al
(2004) sobre as caracteriacutesticas das cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 mais plantadas
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
As cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 satildeo respectivamente de porte alto
meacutedio a alto e meacutedio podendo cada uma abrigar 1667 covas por hectare no primeiro ciclo
produtivo sem prejuiacutezos para o cultivo e a produccedilatildeo quando plantadas em espaccedilamentos de
40 x 20 x 20 metros Nestas condiccedilotildees o peso meacutedio do cacho para cada cultivar eacute
respectivamente de 33 40 e 40 quilos cada cacho com meacutedia de 10 pencas por cacho
pesando respectivamente 33 kg 40 kg e 40 kg cada penca (Tabela 2)
4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo
no Estado do Amazonas
A capacidade produtiva da cultivar Thap Maeo oscila entre 30 e 35 toneladas por
hectare ano em condiccedilotildees normais (GASPAROTTO et al 1999) Estudos realizados no
Estado do Amazonas Municiacutepio de Manacapuru por Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) com essa cultivar e registraram 50 thaa em cultivos com disposiccedilotildees espaciais em
fileiras duplas de 40 x 20 X 20 m e distribuiccedilatildeo por estande de 1667 plantas no primeiro
ciclo A partir do segundo ciclo produtivo o estande teraacute mais de 3300 plantas produzindo
frutos Do terceiro ciclo em diante o estande abrigaraacute mais de 5000 plantas visto que em
cada cova devem ser mantidas a planta matildee a filha e a neta Nesta situaccedilatildeo a produccedilatildeo
estimada eacute de aproximadamente 50 toneladas por hectares ano A opccedilatildeo por estandes com este
espaccedilamento permite um incremento na produccedilatildeo da ordem de 173 se comparado com os de
espaccedilamento de 3 x 3 metros (Tabela 3)
Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de
Bananeiras para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas
Espaccedilamento
(m)
Estande
(plha)
Produccedilatildeo
esperada (ta)
Produtividade
(tha)
Incremento na
produccedilatildeo ()
40 x 20 x 20 1667 500 211 1730
40 x 25 x 20 1538 400 111 1384
40 x 30 x 20 1428 371 82 1284
30 x 30 1111 289 -- 1000 (1)
Em relaccedilatildeo ao espaccedilamento de 3 x 3 m
Fonte Arruda et al (2004) adaptada pela autora (ta)
49
A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e
mais de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100
plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa
O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 no
estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio se obteraacute mais
de 4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 2850
bananeiras produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa
Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas e
mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de
2200 plantas produzindo frutos o que significa produtividade de aproximadamente 289
thaa (Tabela 3)
A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e mais
de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100
plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa
O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 m no
estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio teraacute mais de
4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo aproximadamente 2850 bananeiras
produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa
Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas
e mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de
2200 plantas produzindo o que significa produtividade de aproximadamente 289 thaa
(Tabela 2)
Apesar do esforccedilo empregado pela Embrapa Amazocircnia Ocidental de melhoria dos
cultivos pelo uso de cultivares mais resistentes a pragas e doenccedilas e pela aplicabilidade das
teacutecnicas e tecnologias mais apropriadas para a dinamizaccedilatildeo da cultura ainda eacute possiacutevel
observar com grande frequecircncia baixa produtividade dos bananais em funccedilatildeo do niacutevel
tecnoloacutegico empregado e de problemas fitossanitaacuterios
4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Os dados descritos na tabela 4 se referem agrave anaacutelise de quinze propriedades rurais que
cultivam bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo distribuiacutedas entre os ramais do
Canoas e do Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da BR ndash 174 e
ao longo da AM ndash 240 estrada que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina
50
Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 P AT
(ha)
ACB
(ha)
ACB
QB
ha
QBP
(un)
BPF
(un)
PMB
(kgano)
PDTBha
(kgano)
01 25 20 80 750 1500 1500 4500 2250
02 316 40 13 1500 6000 3750 12000 3000
03 50 25 50 1000 2500 2500 1800 720
04 12 15 125 1200 1800 1800 1200 800
05 50 50 100 1100 5500 5500 2900 580
06 49 10 20 1100 1100 1100 900 900
07 175 30 17 1267 3801 3800 3000 1000
08 96 10 10 1850 1850 1850 500 500
09 80 05 06 800 400 400 900 1800
10 100 40 40 1125 4500 1100 2000 500
11 300 190 63 1000 19000 19000 40600 2137
12 50 15 30 2333 3500 3500 1700 1133
13 100 90 90 778 7002 7000 3500 389
14 110 50 45 1100 5500 3850 5000 1000
15 50 15 30 1133 1700 1700 2100 1400
Totais 1563 605 -- (18036) 65652 58350 82600 (18109)
Meacutedias 1042 40 38 1202 4377 3890 5507 1207 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas QB =
quantidade de bananeiras por hectare QBP = quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras
produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas PDTB = produtividade de bananas
Fonte autora
Elas somam uma aacuterea total de 1563 ha dos quais apenas 60 hectares satildeo cultivados
com bananeiras correspondendo a 38 das propriedades com um total de 58350 plantas
produzindo 82600 quilos de bananas por mecircs nas 15 propriedades analisadas que
corresponde a 5507 kg para cada uma
Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando
entre um e dez anos e em todas elas haviam plantas produzindo frutos Somente as
propriedades 02 10 e 14 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de
crescimento sem produccedilatildeo de frutos (Tabela 4)
Pelos dados dessa tabela verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades
dentro de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 12 a
316 ha (propriedades 4 e 2 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 05 e
maacuteximo de 19 ha cultivados com bananeiras (propriedades 9 e 11) indicando tambeacutem que os
percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura variaram de 1
(propriedade 8) a 125 (propriedade 04)
Foram detectados plantios com distribuiccedilatildeo em fileiras simples de 3 x 3 m com
densidade variando entre 750 e 2333 plantasha propriedades 01 e 12 respectivamente A
uacutenica exceccedilatildeo foi detectada na propriedade 07 que apresentou em um dos trecircs hectares
51
cultivados com bananas a distribuiccedilatildeo espacial em fileiras duplas de 4 x 2 x 2 m com um
total de 1660 plantas neste ha Nas demais propriedades analisadas os estudos mostram que
natildeo foram aplicadas as formas mais eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por
hectare resultando em ineficiente aproveitamento da aacuterea de plantio e consequentemente
menor produtividade excetuando-se as propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades
superiores agraves recomendadas para cultivos da cultivar Thap Maeo no Amazonas (PEREIRA et
al 2006) as demais propriedades apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves
condiccedilotildees ideais
A distribuiccedilatildeo de 750 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de
cultivo e segundo Pereira et al (2006) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa
densidade de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no
Amazonas podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando
principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 2333 plantasha
constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela
competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e
dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte
dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas
Com base nos espaccedilamentos entre plantas e aacutereas cultivadas observou-se que o
nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 400 na
propriedade 9 ateacute o maacuteximo de 19000 na propriedade 11 (Tabela 3) As 15 propriedades
analisadas totalizam 60 hectares cultivados com a cultura da bananeira predominantemente a
cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as cultivares Caipira e FIA 18 Nestes estatildeo
cultivadas mais de 65000 plantas das quais 58358 estatildeo produzindo frutos Dentro das
condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos cultivos na mesma aacuterea cultivada seria
possiacutevel abrigar aproximadamente 100000 covas melhorando a eficiecircncia de uso do solo em
35
A variaccedilatildeo de bananeiras em fase de produccedilatildeo de frutos foi de 400 ateacute 19000 nas
propriedades 09 e 11 respectivamente A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de
500 quilos na propriedade 08 ateacute 40600 kg na propriedade 11 com produtividade por hectare
de 500 quilos e 2137 kg nas respectivas propriedades
A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 02 com produccedilatildeo
mensal de 3000 quilos de bananas enquanto que na propriedade 13 com a menor
produtividade a produccedilatildeo foi de 389 quilos
52
Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e
reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo
espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de
por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha
Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando
comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e
1111 plantasha (Tabela 4)
Ainda observando o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m
permite melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as
praacuteticas culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em 14 toneladas
ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111
covasha No estado do Amazonas produtores que utilizaram a cultivar Thap Maeo
trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram
produtividade de 50 toneladas por hectare ano (ARUDA et al 2004)
Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na
Aacuterea amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos
Dados de Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012
P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo
teacutecnica (1)
ACPS
haano
() ACB
(ha)
QB
ha
QBP
(un)
PMB
(ta)
PDTBha
(ta)
QBP
(un)
PDTMB(sup2)
(ta)
01 20 750 1500 540 270 3334 100 540
02 40 1500 6000 1440 360 6668 200 720
03 25 1000 2500 216 86 4168 125 173
04 15 1200 1800 144 96 2501 75 192
05 50 1100 5500 348 70 8335 250 139
06 10 1100 1100 108 108 1667 50 216
07 30 1267 3801 360 120 5001 150 240
08 10 1850 1850 60 60 1667 50 120
09 05 (400) 400 108 216 834 25 432
10 40 1125 4500 240 60 6668 200 120
11 190 1000 19000 4872 256 31673 950 513
12 15 2333 3500 204 136 2501 75 272
13 90 778 7002 420 47 15003 450 93
14 50 1100 5500 600 120 8335 250 240
15 15 1133 1700 252 168 2501 75 336
Total 605 (17636) 65652 (9912) (2173) (100854) (3025) (4346)
Meacutedia 40 1176 4377 661 145 6724 202 290
P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare
QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =
produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento
da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados
(1) Arruda et al (2004) (sup2) Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa
Fonte autora
53
Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantasha e a produtividade alcanccedilada nos cultivos
de bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo usando o espaccedilamento de 3 x 3 m e
disposiccedilatildeo meacutedia de 1202 bananeiras por hectare e compararmos com as indicaccedilotildees ideais de
produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) para o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m e
disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 5
A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por
hectare visto que a propriedade 1 tem cerca de 750 bananeirasha sendo a menor
distribuiccedilatildeoha encontrada com 917 plantas a menos se comparadas com as condiccedilotildees
desejaacuteveis A propriedade 12 que apresentou a maior densidade de plantasha com 2333
covas representa alta densidade com diferenccedila a mais de 666 plantasha em acordo com as
indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 4) para condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas
A anaacutelise geral apresenta um total de 65652 plantas nas 15 propriedades estudadas
com meacutedia de 4377 plantaspropriedade Se fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de
densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na mesma aacuterea plantada nas 15 propriedades
estariam sendo cultivadas mais de 100000 plantas com meacutedia de 6724 bananeiras por
propriedade conforme tabela 4 Estas 15 propriedades deixaram de cultivar mais de 35000
bananeiras por natildeo aplicarem o melhor espaccedilamento e distribuiccedilatildeo de plantas por hectare
indicada para os cultivos Isto representaria um ganho de produtividade na mesma aacuterea
cultivada de aproximadamente 35
Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a
produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de pouco mais de 991 toneladas ano com meacutedia de
661 ta por propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na
propriedade 11 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de mais de 487 toneladas ano e a menor foi na
propriedade 8 com 6 ta e produtividade de pouco mais de 25 e 6 thaano nas respectivas
propriedades
Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis a propriedade com menor nuacutemero de bananeiras
nos hectares cultivados seria a propriedade 9 com 834 plantas e a maior quantidade a
propriedade 11 com 31673 plantas visto que possuem 05 e 19 ha cultivados
respectivamente A propriedade 2 com maior produtividade meacutedia por hectare foi a que mais
se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio alcanccedilando um aproveitamento do solo na
ordem de 72 com 4 ha plantados e produccedilatildeo de 144 tano enquanto que a propriedade 11
que registraria a maior produtividade em condiccedilotildees ideais quando observada nas condiccedilotildees
54
reais teve um aproveitamento do solo da ordem de 513 com produtividade de 256
thaano
Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nas 15 propriedades seria de
3025 ta compreendendo 2017 ta para cada propriedade poreacutem o que se apurou na
pesquisa foi uma produccedilatildeo meacutedia de 9912 ta nas 15 propriedades estudadas com meacutedia de
661 ta por propriedade Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade
produtiva dos solos visto que as 15 propriedades analisadas tiveram um aproveitamento de
4346 conferindo para cada propriedade aproveitamento de 29 da capacidade disponiacutevel
de solo se comparada com a produtividade indicada por Arruda et al (2004)
Esta baixa produtividade por hectare ano pode encontrar respaldo na forma de
distribuiccedilatildeo de plantas por hectare identificadas na pesquisa visto que em quase todas as
propriedades estudadas as densidades e consequentemente produtividades estavam abaixo
das recomendadas na literatura exceto a particularidade encontrada na propriedade 7 que
possuiacutea um hectare cultivado pela Embrapa como parcela de experimento e se encontrava em
condiccedilotildees ideais para ambos os fatores Outros elementos que podem responder a esta menor
eficiecircncia da produccedilatildeo satildeo as aplicabilidades dos tratos culturais necessaacuterios para se obter
produccedilotildees constantes e uniformes
4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Os dados descritos na tabela 6 se referem agrave anaacutelise de trinta propriedades rurais onde
se cultiva bananeiras no Municiacutepio do Rio Preto da Eva As propriedades estatildeo distribuiacutedas
entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados respectivamente nos
quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 estrada que daacute acesso aos municiacutepios de
Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas
Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando
entre um e dez anos e em todas elas havia plantas produzindo frutos Somente as propriedades
12 13 17 e 18 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de crescimento
sem produccedilatildeo de frutos
Elas somam uma aacuterea total de 1230 ha dos quais apenas 83 ha satildeo cultivados com
bananeiras correspondendo a 62 das propriedades com um total de 89291 plantas
produzindo 96000 quilos de bananas por mecircs compreendendo 3200 kg para cada
propriedade que corresponde a 1176 kg de bananas por hectare por mecircs
Pelos dados da tabela 6 verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades dentro
de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 18 a 150 ha
55
(propriedades 13 e 23 e 30 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 10 e
maacuteximo de 11 hectares cultivados com bananas (propriedades 3 15 16 20 21 27 e 11)
indicando tambeacutem que os percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura
variaram de 2 (propriedades 20 e 29) a 20 (propriedade 25)
Com base nos espaccedilamentos entre plantas e as aacutereas cultivadas observou-se que o
nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 800 na
propriedade 21 ateacute o maacuteximo de 12000 na propriedade 23 (Tabela 6)
Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 P AT
(ha)
ACB
(ha) ACB
QB
ha QBP
(un)
BPF
(un)
PMB
(kgmecircs)
PDTBha
(kgmecircs)
01 20 30 15 1200 3600 3600 1350 450 02 25 30 12 1200 3600 3600 3500 1167 03 25 10 4 1200 1200 1200 3500 3500 04 28 50 18 1100 5500 5500 2000 400 05 25 30 12 1100 3300 3300 1800 600 06 25 20 8 1200 2400 2400 800 400 07 25 15 6 907 1360 1360 900 600 08 26 30 12 1167 3500 3500 1800 600 09 25 30 12 1100 3300 3300 900 300 10 28 30 11 1100 3300 3300 2400 800 11 25 15 6 1067 1600 1600 3300 2200 12 25 15 6 1000 1500 1000 1200 800 13 18 20 11 1000 2000 1200 1000 500 14 25 20 8 1150 2300 2300 1500 750 15 25 10 4 1200 1200 1200 1000 1000 16 25 10 4 1111 1111 1111 1500 1500 17 25 20 8 1000 2000 1500 1200 600 18 25 25 10 960 2400 1000 1600 640 19 25 20 8 1150 2300 2300 1600 800 20 25 10 4 1000 1000 1000 1000 1000 21 52 10 2 800 800 800 3000 3000 22 50 30 6 1000 3000 3000 3000 1000 23 150 110 7 1090 12000 12000 16000 1455 24 100 30 3 1033 3100 3100 6400 2133 25 50 40 8 1050 4200 4200 6500 1625 26 35 70 20 1000 7000 7000 10000 1429 27 37 10 3 1120 1120 1120 450 450 28 45 30 7 1100 3300 3300 4800 1600 29 66 30 5 1100 3300 3300 4000 1333 30 150 30 2 1000 3000 3000 8000 2667
Totais 1230 830 (253) (32204) 89291 86091 96000 (35299)
Meacutedias 41 28 62 1073 2976 2870 3200 1176 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas ACB =
percentual de aacuterea cultivada com bananas na propriedade QB = quantidade de bananeiras por hectare QBP =
quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de
bananas (kgpropriedadeano) PDTB = produtividade de bananas (kghamecircs)
Fonte autora
56
Apesar de todos os proprietaacuterios informarem utilizar espaccedilamentos simples de 3 x 3
m a quantidade de plantas dispostas por hectare em algumas propriedades ficou abaixo ou
acima da densidade recomendada para este espaccedilamento que eacute de 1111covasha (Tabela 3)
(ARRUDA 2004) resultando em meacutedia 1073 plantasha em cada propriedade Nas demais
propriedades analisadas os estudos mostraram que natildeo foram aplicadas as formas mais
eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por hectare resultando em ineficiente
aproveitamento do solo e consequentemente baixa produtividade excetuando-se as
propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades superiores agraves recomendadas para cultivos
da cultivar Thap Maeo no Amazonas (ARRUDA 2004) As demais propriedades
apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves condiccedilotildees ideais
A distribuiccedilatildeo de 800 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de
cultivo e segundo Arruda (2004) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa densidade
de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no Amazonas
podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando
principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 1200 plantasha
constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela
competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e
dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte
dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas
Nestas 30 propriedades estatildeo cultivadas mais de 89000 plantas das quais 86091
estatildeo produzindo frutos predominando a cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as
cultivares Caipira e FIA 18 Dentro das condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos
cultivos na mesma aacuterea cultivada seria possiacutevel abrigar mais de 138000 covas melhorando a
eficiecircncia de uso do solo em 35
A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de 450 quilos na propriedade 27 ateacute
16000 kg na propriedade 23 com produtividade mensal por hectare de 450 kg e 1455 kg nas
respectivas propriedades
A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 3 que alcanccedila
produccedilatildeo mensal de 3500 quilos de bananas enquanto que a propriedade 09 tem a menor
produtividade com 300 kg
Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e
reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo
espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de
57
por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha
Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando
comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e
1111 plantasha condiccedilotildees praticadas nos cultivos analisados em Presidente Figueiredo
(Tabela 3)
Se analisarmos o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m permite
melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as praacuteticas
culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em mais de 14 toneladas
ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111
covasha No estado do Amazonas produtores que plantaram a cultivar Thap Maeo
trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram
produtividade de 50 toneladas de bananas por hectare ano (ARRUDA et al 2004) (Tabela 3)
Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantas por hectare e a produtividade alcanccedilada nos
cultivos de bananeiras do Municiacutepio de Rio Preto da Eva usando o espaccedilamento simples de 3
x 3 m e disposiccedilatildeo meacutedia de 1073 bananeiras por hectarepropriedade e compararmos com as
indicaccedilotildees ideais de produtividade fornecidas por Pereira et al (2006) para o espaccedilamento
de 4 x 2 x 2 m e disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 7
A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por
hectare visto que a propriedade 21 tem cerca de 800 bananeirasha sendo a menor
densidadeha encontrada com 867 plantashectare a menos se comparada com as condiccedilotildees
desejaacuteveis As propriedades 1 2 3 6 e 15 apresentaram a maior densidade de plantasha na
ordem de 1200 contudo ainda estatildeo em desacordo com as orientaccedilotildees para o espaccedilamento
ideal com menos 467 plantasha comparadas com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) para
condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas
A anaacutelise geral apresenta um total de 89291 plantas nas trinta propriedades
analisadas dispostas nos 83 hectares cultivados com bananeiras nos cultivos em estudo o que
significa meacutedias de 1073 bananeirasha cultivado e 2976 bananeiras por propriedade Se
fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na
mesma aacuterea plantada estariam sendo cultivadas mais de 138000 plantas em detrimento das
89291 existentes e a meacutedia de bananeiras por propriedade saltaria de 2976 plantas para mais
de 4600 conforme tabela 7
Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a
produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de 1152 toneladas ano com meacutedia de 384 ta por
58
propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na propriedade
23 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de 192 ta e a menor foi na propriedade 9 com 108 ta e
produtividade de pouco mais de 175 e 36 thaa nas respectivas propriedades
Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na
Aacuterea Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo teacutecnica
(sup1) ACPS
haano
() ACB
(ha)
QB
ha
QBP
(un)
PMB
(ta)
PDTMBha
(ta)
QBP
(un)
PDTMB(2)
(ta)
01 30 1200 3600 162 54 5001 150 108
02 30 1200 3600 420 140 5001 150 280
03 10 1200 1200 420 420 1667 50 840
04 50 1100 5500 240 48 8335 250 96
05 30 1100 3300 216 72 5001 150 144
06 20 1200 2400 96 48 3334 100 96
07 15 907 1360 108 72 2500 75 144
08 30 1167 3500 216 72 5001 150 144
09 30 1100 3300 108 36 5001 150 72
10 30 1100 3300 288 96 5001 150 192
11 15 1067 1600 396 264 2500 75 528
12 15 1000 1500 144 96 2501 75 192
13 20 1000 2000 120 60 3334 100 120
14 20 1150 2300 180 90 3334 100 180
15 10 1200 1200 120 120 1667 50 240
16 10 1111 1111 180 180 1667 50 360
17 20 1000 2000 144 72 3334 100 144
18 25 960 2400 192 77 4168 125 154
19 20 1150 2300 192 96 3334 100 192
20 10 1000 1000 120 120 1667 50 240
21 10 800 800 360 360 1667 50 720
22 30 1000 3000 360 120 5001 150 240
23 110 1090 12000 1920 175 18337 550 349
24 30 1033 3100 768 256 5001 150 512
25 40 1050 4200 780 195 6668 200 390
26 70 1000 7000 1200 171 11669 350 343
27 10 1120 1120 54 54 1667 50 108
28 30 1100 3300 576 192 5001 150 384
29 30 1100 3300 480 160 5001 150 320
30 30 1000 3000 960 320 5001 150 640
Totais 830 32204 89291 11520 (4236) 138361 4150 8472
Meacutedias 28 1073 2976 384 141 4612 138 282 P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare
QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =
produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento
da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados (1)
Arruda et al (2004) (2)
Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa
Fonte autora
59
Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis as propriedades com menor nuacutemero de bananeiras
nos hectares cultivados seriam as propriedades 3 15 16 20 21e 27 com 1667 plantas cada
uma e a maior quantidade seria a propriedade 23 com 18337 plantas visto que cada uma
possui 1 e 11 ha cultivados na mesma ordem Se comparados estes valores com a situaccedilatildeo
real nas propriedades estudadas eacute possiacutevel constatar que as propriedades 3 15 16 20 21 e
27 com menor aacuterea cultivada produziriam cada uma 50t de bananasa Dentre estas a que
mais se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio foi a propriedade 3 que obteve o
aproveitamento do solo na ordem de 84 e produtividade meacutedia de 42 thaano enquanto que
a propriedade 9 aproveitou apenas 72 da capacidade produtiva do solo visto que com 3
hectares cultivados produziu apenas 36 thaano
Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nos 83 hectares cultivados
seria de 4150 ta compreendendo em meacutedia a 138 toneladas para cada propriedade poreacutem
o que se apurou na pesquisa foi uma produtividade real da ordem de 1152 ta
correspondendo a 384 ta por propriedade
Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos
visto que o total de aacuterea cultivada em relaccedilatildeo agrave densidade de plantas e a produtividade
apresentou um aproveitamento da capacidade do solo de apenas 282 em relaccedilatildeo agraves
observadas por Arruda et al (2004) (Tabela 7)
O manejo inadequado pode ser o principal fator que justifica as baixas
produtividades encontradas nos cultivos do Municiacutepio do Rio Preto da Eva quando
comparados com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 2) visto que a distribuiccedilatildeo de
covas por hectare na maioria das propriedades estudadas estava muito proacutexima daquelas
indicadas na literatura exceto nas propriedades 7 18 e 21 que apresentaram densidades muito
abaixo das recomendadas para o espaccedilamento de 3 x 3m
60
414 CONCLUSOtildeES
Apenas dois dos quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo
tinham plantios com densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois
outros tinham plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores
Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva
tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente
O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no
municiacutepio de Presidente Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72
com meacutedia igual a apenas 29
O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no
municiacutepio de Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com
meacutedia igual a apenas 282
61
42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO
SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A
SUSTENTABILIDADE DA CULTURA
Resumo
A bananicultura do Estado do Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias
apropriadas com procedimentos produtivos e gerenciais rudimentares resultando em
produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade Diante
desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos efeitos negativos
dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no cultivo da banana que
se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia alimentar e na economia do Estado e
dos municiacutepios Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo
da produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Estado do Amazonas analisando as teacutecnicas utilizadas para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos
cultivos os tratos culturais e os procedimentos de preacute e poacutes-colheita e as formas de
organizaccedilatildeo destes produtores para a disseminaccedilatildeo de tecnologias e o fortalecimento nas
negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos Para o alcance do objetivo aqui proposto
foram elaborados questionaacuterios estruturados direcionados aos produtores rurais cooperativas
agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias que inquiriam o segmento agriacutecola da
produccedilatildeo da banana safra 2012 buscando conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos e a assistecircncia
do governo para a sustentabilidade da cultura nos municiacutepios em estudo e a organizaccedilatildeo dos
produtores a fim de entender como eles se relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a
sociedade Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham
conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do
Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas Todos
sabiam sobre a necessidade da adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana
mas apenas sete deles sabiam da necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro
deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais
eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes embora a
quase totalidade tenha participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por
organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais Eles mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas Eles realizam a
higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando as vendem na forma de pencas lavando-as e
colocando-as em caixas Apenas dois dos 15 produtores beneficiam a banana convertendo-a
em subprodutos com valor agregado como doces geleia e calda Com relaccedilatildeo aos produtores
de Rio Preto da Eva eles afirmaram que tinham conhecimento quanto ao espaccedilamento e
densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e quanto aos tratos culturais
contra pragas e doenccedilas Tambeacutem sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo de cobertura
necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da adubaccedilatildeo inicial
da cova e apenas nove deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para
uma adubaccedilatildeo mais eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em
cerca de metade das propriedades rurais desse municiacutepio embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais Eles tambeacutem se mostraram bem organizados nas formas de associaccedilotildees e
cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees
Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade da banana tratos culturais
organizaccedilotildees rurais
62
Abstract
The banana plantations of Amazonas State is often practiced without appropriate
technologies with rudimentary production and management procedures resulting in low
productivity and poor quality products and expressionless competitiveness Given this
scenario is necessary to find alternatives that counter the negative effects of this dynamic
often in state agricultural practice particularly in the banana cultivation which is presented as
very important fruit in the food chain and the states economy and municipalities This
perspective fits this proposed study of banana production management processes in the
Amazonas State municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva analyzing the
techniques used for the plant formation and maintenance cultivation and the pre and post-
harvest procedures as well as the forms of organization of these producers to the
dissemination of technologies and strengthening the trade negotiations of products and inputs
To reach the goal here proposed a structured questionnaires were developed targeted to
farmers agricultural cooperatives community associations and agribusinesses which
inquired the agricultural segment of banana production harvest 2012 seeking to know the
real situation of crops and government assistance for the sustainability of culture in the
municipalities under study Also to understand the organization of producers in order to know
how they relate to the production the market and society All 15 producers of Presidente
Figueiredo said they knew about the spacing and banana planting density in the state of
Amazonas only one of them unaware of the crop treatment against pests and diseases
Everyone knew about the need for necessary soil fertilization for the banana crop but only
seven of them knew of the need for initial soil fertilization before plant seedling and only
four of them the need to make a chemical analysis of soil for more efficient fertilizer
application Financial assistance and technical government are almost absent although almost
all have participated in programs and incentives for rural production by government and
nongovernmental organizations They proved to be well organized in the forms of
associations and cooperatives predominating among them the latter They perform the
cleaning of bananas only when sold in the form of hands washing them and putting them in
boxes Only two of the 15 producers benefit banana converting it into value-added by-
products such as candy jelly and syrup With respect to Rio Preto da Eva producers they said
they knew about the spacing and banana planting density in the state of Amazonas and for
cultivation against pests and diseases They also knew about the need for soil fertilization
required for banana culture most of them knew of the need for initial soil fertilization before
plant seedling and only nine of them the need to make a chemical analysis of soil for more
efficient fertilizer Financial assistance and government technical occur in about half of the
banana producers although almost all them have participated in programs and incentives for
rural production by government and nongovernmental organizations They also were well
organized in the forms of associations and cooperatives predominating among them the
associations
Key words banana cultivation banana productivity cultural practices farmer organizations
63
421 INTRODUCcedilAtildeO
A produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte
demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias na produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem
resultados significativos orientando para o adequado manejo do solo controle de pragas e
doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar
ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo
contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola
Para Sachs (2008) o desenvolvimento local deve ser trabalhado a partir da
valorizaccedilatildeo dos recursos naturais endoacutegenos No Estado do Amazonas cujas economias
encontram suas bases no setor primaacuterio isto se traduz na potencializaccedilatildeo da biodiversidade-
biomassa-biotecnologias e a cadeia produtiva agriacutecola por sua complexidade e
heterogeneidade desempenha papel importante no desenvolvimento da economia agriacutecola
O desenho da agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do
Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos
produtivos e gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo os cuidados
necessaacuterios na escolha das sementes ou mudas a observaccedilatildeo da densidade de plantas por
hectare as adubaccedilotildees o rodiacutezio de culturas para melhorar a fertilidade dos solos com uso
inadequado dos insumos agriacutecolas e desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade
procedimentos de preacute e poacutes colheita ineficientes resultando em produtividade baixa e
produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade conforme documentado com
cupuaccedilu por Said et al (2011)
Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos
efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no
cultivo da banana que se apresenta como uma fruta de grande importacircncia na cadeia
alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios
O desenvolvimento que garante a sustentaccedilatildeo econocircmica de determinado local e
tambeacutem possui relaccedilatildeo estreita com o crescimento que por sua vez demanda investimentos
pode ser alcanccedilado por meio da valorizaccedilatildeo do potencial biotecnoloacutegico sobretudo nos locais
onde a biodiversidade eacute abundante (SACHS 2009) como eacute o caso do Estado do Amazonas
Este modelo de desenvolvimento deve integrar os agricultores familiares e modernizar a sua
visatildeo de produccedilatildeo para promover ldquoa transformaccedilatildeo do agricultor familiar em empreendedor
ruralrdquo (BECKER 2009) O produtor rural alerta Sachs (2009) ldquona medida do possiacutevel deve
escolher o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo
64
Mello (2009) reforccedila este pensamento e nos alerta para o fato de que os nossos
ecossistemas jaacute datildeo sinais de fragilidade caracterizada pela ameaccedila do desaparecimento de
algumas espeacutecies indicando que eacute preciso mudar ou alternar os perfis ateacute aqui utilizados
Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar com a
riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas O
primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de comeacutercio ainda
que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute possiacutevel dispensar
as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo resgatar a grande parte
da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda
Se continuarmos este modelo de exploraccedilatildeo vigente que rompe o equiliacutebrio dos
nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do
solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a
salinizaccedilatildeo entre outros nos perpetuando na rota de um atraso produtivo e tecnoloacutegico sem
precedentes estaremos contribuindo para a degradaccedilatildeo de todas as espeacutecies Em vaacuterios
biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em erosatildeo e perda da fertilidade do solo
Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que temos produzido se questiona ateacute
quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir o aumento da produtividade Ou
quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para aumentar a produccedilatildeo Quanto de
nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e outros gratildeos (MELLO 2009)
Semelhante observaccedilatildeo feita por Homma (2001) e Homma e Frazatildeo (2002) orienta
para a necessidade de melhorias no modelo de cultivo com a introduccedilatildeo de inovaccedilotildees capazes
de modificar os processos vigentes no sentido de melhorar a produtividade e elevar a
qualidade dos produtos para tornaacute-los mais competitivos no mercado e evitar a demanda
desenfreada por novas aacutereas de cultivos a supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica
a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e dos alimentos
Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo da
produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado
do Amazonas analisando os cultivos desde a sua formaccedilatildeo as teacutecnicas empregadas na
manutenccedilatildeo destes envolvendo a observaccedilatildeo aos tratos culturais e agraves teacutecnicas de preacute e poacutes
colheita bem como o conhecimento do produtor rural para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos
cultivos e as formas de organizaccedilatildeo destes produtores para o fortalecimento na disseminaccedilatildeo
de tecnologias e nas negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos
65
422 MATERIAL E MEacuteTODOS
4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
No contexto administrativo da produccedilatildeo agriacutecola foram estudados os cultivos de
bananeiras nos aspectos de sua formaccedilatildeo visando a melhor produtividade o conhecimento
dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos estandes a aplicabilidade dos tratos culturais a
observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita com vistas a aumentar eou conservar a
qualidade dos produtos para que eles cheguem ao mercado de forma mais competitiva e
ainda as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores (associaccedilotildees cooperativas
agroinduacutestria ou independentes) para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos como forma
de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e se haacute algum tipo
de articulaccedilatildeo entre eles que favoreccedila o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos
produtos ou compra de insumos
4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
A orientaccedilatildeo baacutesica da pesquisa se respalda no estudo analiacutetico dos cultivos de
bananeiras dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas onde
foram analisadas as etapas do processo de produccedilatildeo relacionadas com a formaccedilatildeo dos
cultivos os tratos culturais e observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita das bananas na
safra de 2012
Para o alcance do objetivo aqui proposto foram elaborados questionaacuterios estruturados
que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana no acircmbito da formaccedilatildeo dos
cultivos e observaccedilatildeo agraves suas teacutecnicas de manutenccedilatildeo bem como a aplicabilidade das
indicaccedilotildees de preacute e poacutes colheita para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Acircmbito Agriacutecola
Teacutecnicas de formaccedilatildeo
dos cultivos
Tecnologias de
preacute colheita
praacuteticas culturais
Tecnologias de poacutes
colheita
Assistecircncia do governo
e organizaccedilatildeo social do
produtor
- Tratamento do solo para
formaccedilatildeo dos cultivos
- Espaccedilamento das plantas
- Densidade de plantas
por hectare
- Nutriccedilatildeo vegetal
- Controle de
pragas e doenccedilas
- Teacutecnicas de
adubaccedilatildeo
- Colheita
- Higienizaccedilatildeo dos
frutos
- Acondicionamento
e dos frutos
- Transporte
- Financeira
- Teacutecnica
- Incentivos fiscais
- Associaccedilotildees
- Cooperativas
- Agroinduacutestrias Fonte autora
66
No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi
estruturadas aos produtores rurais cooperativas agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e
agroinduacutestrias e a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas
informaccedilotildees sobre as teacutecnicas de formaccedilatildeo dos cultivos (tratamento do solo para formaccedilatildeo
dos cultivos espaccedilamento de plantas e densidade de plantas por hectare) as tecnologias de
preacute colheita envolvendo as praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas e
teacutecnicas de adubaccedilatildeo) e as tecnologias de poacutes colheita (colheita higienizaccedilatildeo dos frutos
acondicionamento e transporte dos produtos) e a assistecircncia do governo para a
sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo (financeira teacutecnica e de
incentivos fiscais) e a organizaccedilatildeo dos produtores (em associaccedilotildees comunitaacuterias cooperativas
e a presenccedila de agroinduacutestria) a fim de entender como os produtores rurais se organizam e se
relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a sociedade
4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
O contexto desta pesquisa focaliza as propriedades rurais produtoras de bananas em
escala comercial as associaccedilotildees comunitaacuterias as cooperativas agriacutecolas dos municiacutepios alvo
da pesquisa e as agroinduacutestrias que guardam relaccedilatildeo com a produccedilatildeo de bananas
As propriedades rurais compreendem os locais dentro das zonas rurais dos
municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao cultivo agriacutecola de bananas
onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para processamento dos produtos Para
fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades rurais inquiridas para obtenccedilatildeo do
diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para fins comerciais pela importacircncia da
anaacutelise de elementos que envolvem os cuidados na formaccedilatildeo dos cultivos a observaccedilatildeo dos
tratos culturais das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita e a participaccedilatildeo do governo com vistas agrave
sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo
A anaacutelise dos processos de gestatildeo aplicados neste estudo permitiram identificar os
elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis do processo Neste momento processou-se uma anaacutelise
descritiva da participaccedilatildeo interativa de cada elemento com o objetivo de identificar o trabalho
e a tecnologia por eles empregada
Esta anaacutelise permitiu compreender a evoluccedilatildeo no processo de desenvolvimento dos
municiacutepios e a contribuiccedilatildeo da atividade agriacutecola nos cultivos de bananeiras para o
desenvolvimento sustentaacutevel destes
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolveu alguns elementos
quantitativos como o espaccedilamento e densidade de plantas por hectare A anaacutelise qualitativa
67
permitiu abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas da cadeia produtiva e a gestatildeo
empregada no processo de formaccedilatildeo dos cultivos adubaccedilatildeo controle fitossanitaacuterio
assistecircncia do governo aos produtores rurais e a participaccedilatildeo do produtor em associaccedilotildees eou
cooperativas agriacutecolas
A anaacutelise quantitativa tornou mais consistente os estudos de algumas questotildees
especialmente no acircmbito agriacutecola da produccedilatildeo e se aplica aos dados coletados nas
propriedades relacionados ao espaccedilamento e agraves densidades de plantas
4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Nestes municiacutepios foram feitas
coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios
em 15 propriedades rurais produtoras dessa cultura em Presidente Figueiredo e 30 no Rio
Preto da Eva
Manaus eacute a capital do Amazonas e o ponto central das decisotildees poliacuteticas que
repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias e se configura como o maior centro
consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado por esta razatildeo foi inserida na coleta de dados
deste trabalho
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais
distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina em uma
agroinduacutestria de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde e nas sedes do
IDAM e do municiacutepio
O levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
observaccedilatildeo direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no
periacuteodo de janeiro de 2012 a junho de 2014
Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico e da
comercializaccedilatildeo dos produtos onde foram verificadas as tecnologias de preacute colheita como as
68
praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas densidade de plantas etc) e
as tecnologias de poacutes colheita (frutos destinaccedilatildeo e aproveitamento dos produtos e
subprodutos e agregaccedilatildeo de valor) aacuterea cultivada com a espeacutecie e produtividade obtida e
ainda a forma de organizaccedilatildeo social dos produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo desta
se satildeo produtores independentes ou se estatildeo alocados em associaccedilotildees eou cooperativas Os
dados coletados foram analisados nos aspectos agronocircmicos econocircmicos e administrativos
69
423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra
de 2012
Em 2012 o Estado do Amazonas cultivou 9545 hectares com bananas nos 62
municiacutepios existentes com uma aacuterea colhida de 3931 ha Do total cultivado 68 estatildeo
concentrados em dez municiacutepios do Estado conforme tabela 2 Manicoreacute eacute o maior produtor
de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste
municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha que juntamente com o municiacutepio de
Parintins se apresenta como a menor produtividade entre os dez municiacutepios de maior
produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)
O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos
da metade da cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do Estado
com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos
alcanccedilaram produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com
3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos
200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no
Estado de 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha a
2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)
Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas
ndash Safra 2012
Municiacutepio
Aacuterea
Plantada
(ha)
Aacuterea
colhida
(ha)
Quantidade
produzida
(t)
Rendimento
meacutedio
(tha)
Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
01 Manicoreacute 1560 1092 10920 10 9937
02 Presidente
Figueiredo 800 700 8400 12 8820
03 Manacapuru 1546 645 7735 12 7348
04 Rio Preto da
Eva 355 272 3264 12 2611
05 Novo Aripuanatilde 345 200 3200 16 4160
06 Parintins 575 253 2530 10 2783
07 Laacutebrea 330 200 2400 12 1920
08 Coari 450 198 2376 12 2138
09 Apuiacute 225 195 2300 12 1725
10 Codajaacutes 320 176 2112 12 2218
Total 6506 3931 45237 120 43660
Estado do Amazonas 9545 5440 63745 757 59569 () Em relaccedilatildeo agrave aacuterea colhida
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
70
Manicoreacute eacute o maior produtor de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e
produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha
que juntamente com o municiacutepio de Parintins se apresentou como o de menor produtividade
entre os dez municiacutepios de maior produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)
O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos
da metade da aacuterea cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do
Estado com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos
alcanccedilaram a produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com
3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos
200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no
Estado com 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha
a 2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)
De acordo com dados do IBGE (2013) em 2012 os municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva cultivavam respectivamente 800 e 355 hectares com bananas
sendo referenciados como o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (Tabela 1)
Os dados da tabela 2 apresentam a participaccedilatildeo dos cinco municiacutepios com maior
produccedilatildeo de bananas no Amazonas considerando o percentual da aacuterea plantada aacuterea colhida
quantidade produzida rendimento meacutedio e quanto a bananicultura destes municiacutepios agregou
agrave economia do Estado na safra de 2012
Os municiacutepios de Manicoreacute e Manacapuru possuem respectivamente 1634 e
1620 da aacuterea cultivada com bananas em todo o Estado e 2007 e 1186 da aacuterea colhida
o que representa 32 da aacuterea cultivada no Amazonas e 32 da aacuterea colhida O primeiro
municiacutepio responde por 1713 de toda a banana produzida no Estado e o segundo por
1213 Juntos eles satildeo responsaacuteveis por mais de 29 do total de bananas do Amazonas e
cada um contribui na mesma ordem com 1668 e 1234 do valor da produccedilatildeo desta
cultura no Amazonas o que representa 29 de todo o valor arrecadado pelo Estado com a
produccedilatildeo de bananas
Os municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo responsaacuteveis por
838 e 372 da aacuterea total cultivada com esta cultura no Estado o que representa 1210
do total de aacuterea cultivada com a fruta no Amazonas Contudo a aacuterea colhida nos dois
municiacutepios soma 178 do total do Estado com cada municiacutepio respondendo a 1287 e
500 na mesma ordem A quantidade produzida foi de 1318 e 512 do total de
71
toneladas produzidas no Estado o que representa 1481 e 438 de todo o valor arrecadado
com a venda de bananas no Estado Juntos eles respondem por 199 do total arrecadado na
comercializaccedilatildeo da fruta no Amazonas (Tabela 2)
Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no
Estado do Amazonas Safra 2012
Ndeg Municiacutepio
Aacuterea
Plantada
(ha)
da Aacuterea
colhida
(ha)
da Quantidade
produzida
(t)
do Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
01 Manicoreacute 1634 2007 1713 1668
02 Presidente
Figueiredo 838 1287 1318 1481
03 Manacapuru 1620 1186 1213 1234
04 Rio Preto da
Eva 372 500 512 438
05 Novo Aripuanatilde 602 368 502 698
Total 5066 5348 5258 5519
Estado do Amazonas (9545) (5440) (63745) (59569) () Total em relaccedilatildeo ao Estado do Amazonas
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
O municiacutepio de Novo Aripuanatilde possui 602 da aacuterea plantada no Estado com 368
Isto corresponde a 502 de toda a produccedilatildeo de bananas do Amazonas representando 698
do valor total arrecadado com a venda das frutas
Os dados da tabela 2 mostram que os cinco municiacutepios do Estado do Amazonas com
maior produccedilatildeo de bananas concentram 5066 da aacuterea cultivada com bananas no Estado e
5348 da aacuterea colhida onde satildeo produzidas 5258 de toda a produccedilatildeo Estadual
respondendo por 5518 de tudo que eacute arrecadado no Estado com a venda da fruta
A bananicultura no Amazonas contribuiu com mais de R$ 59 milhotildees para o PIB do
Estado em 2012 e os dez municiacutepios com maior produccedilatildeo no Estado satildeo responsaacuteveis pela
injeccedilatildeo de mais de 73 deste total movimentando mais de R$ 43 milhotildees na economia do
Estado no mesmo ano
Nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva estatildeo alocadas as
propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio
possui respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da
populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram
respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (Tabela 2)
72
4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas
A tabela 3 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos
cultivos de bananeiras considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e
consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o
acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas e doenccedilas e a realizaccedilatildeo
de adubaccedilotildees
A pesquisa mostrou que ao serem inquiridos quanto agrave formaccedilatildeo dos cultivos todos
os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a formaccedilatildeo dos cultivos
e a densidade de plantas por hectare (Tabela 3) Poreacutem o que se constatou em todas as
propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o espaccedilamento de 3 x 3 m As
orientaccedilotildees de Arruda et al (2004) indicam que para este espaccedilamento cada estande de 1 ha
comporta 1111 plantas
Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de
Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Conhecimento do produtor
Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo
Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel
solo
Cova Cobertura
01 x x x x -- -- x
02 x x x x x x x
03 x x x x -- -- x
04 x x x x -- -- x
05 x x x x x x x
06 x x x x -- -- x
07 x x x x x x x
08 x x x x -- -- x
09 x x -- -- -- x x
10 x x x x -- -- x
11 x x x x x x x
12 x x x x -- x x
13 x x x x -- -- x
14 x x x x -- -- x
15 x x x x -- x x Dos 3 ha cultivados com bananas na propriedade foi feita a anaacutelise do solo e adubaccedilatildeo de cova somente em 1
ha que era monitorado pela Embrapa x conhece -- desconhece
Fonte autora
Nas propriedades analisadas as quantidades de covas dispostas por hectare para este
tipo de espaccedilamento variou de 750 ateacute 2333 covas conferindo impropriedade na formaccedilatildeo
73
dos cultivos que se encontram com densidades abaixo ou acima das quantidades ideais para
cultivos no Amazonas que eacute de 1667 plha distribuiacutedas em espaccedilamentos de 4 x 2 x 2 m
(ARRUDA et al 2004) Em quase todas as propriedades envolvidas na pesquisa exceto a 09
os produtores afirmaram ter conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o
controle de pragas e doenccedilas nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a
ocorrecircncia de pragas e doenccedila Uma das razotildees para essa ausecircncia de doenccedilas eacute que as
cultivares plantadas nestas propriedades satildeo a Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 resistentes agrave
sigatoka negra e sigatoka amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do
Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis ao Moko Estas satildeo as principais doenccedilas que atingem os
bananais em niacutevel mundial (GASPAROTTO et al2002)
Quanto agrave realizaccedilatildeo do controle de pragas e doenccedilas todas as propriedades
envolvidas na pesquisa responderam positivamente quando foram inqueridas sobre a
realizaccedilatildeo desta praacutetica contudo este trabalho constatou a natildeo existecircncia de pragas e doenccedilas
nos bananais deste municiacutepio Talvez este fato seja justificado pelas cultivares plantadas nesta
regiatildeo predominantemente as Caipira Thap Maeo e FHIA 18 resistentes agraves doenccedilas mais
comuns que atingem os bananais (GASPAROTTO et al2002)
A pesquisa revelou que os produtores das propriedades 1 3 4 6 8 9 10 12 13 14
e 15 afirmaram nunca terem feito anaacutelise de solo para procederem a adubaccedilatildeo e calagem
sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Apenas as propriedades 5 7 e 11 fizeram a
anaacutelise quiacutemica do solo antes da formaccedilatildeo dos cultivos para a determinaccedilatildeo da calagem e
adubaccedilatildeo (Tabela 3)
Os produtores 1 3 4 6 8 10 13 e 14 natildeo fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada
somente nas propriedades 2 5 7 9 11 12 e 15 Em todos os cultivos foram realizadas as
adubaccedilotildees de cobertura poreacutem as dosagens de aplicaccedilatildeo de calagem e dos macros e micros
nutrientes assim como a frequecircncia de realizaccedilatildeo dos processos de adubaccedilatildeo satildeo diferentes e
na maioria dos casos essas quantidades satildeo determinadas empiricamente
4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a
Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio
de Presidente Figueiredo Amazonas
O estudo realizado nas quinze propriedades neste municiacutepio tambeacutem buscou
diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e
outros tipos de assistecircncias que por ventura os produtores rurais de banana possam receber
bem como a forma de organizaccedilatildeo do produtor rural se em associaccedilotildees ou cooperativas com
74
vistas a favorecer a disseminaccedilatildeo do conhecimento e o fortalecimento nas negociaccedilotildees
comerciais e de aquisiccedilatildeo de insumos (Tabela 4)
Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores
Safra 2012
Prop
Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor
Financeira(1)
Teacutecnica(2)
Inc Fisc(3)
Outros(4)
Associaccedilatildeo Cooperativa
1 -- -- -- -- -- --
2 -- -- -- x x --
3 -- x -- x -- x
4 -- -- -- x -- x
5 -- -- -- x -- x
6 -- -- -- x -- x
7 x x -- x x --
8 -- x -- x x --
9 -- -- -- x x --
10 -- -- -- x -- x
11 -- -- -- x x --
12 -- -- -- x x --
13 x x -- x -- x
14 -- x -- x -- x
15 -- -- -- x -- x
() (133) (333) (00) (933) (400) (533) (1)
Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)
Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)
Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)
Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc x Sim -- Natildeo
Fonte autora
Os dados da tabela 4 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades
financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou apenas dois dos
quinze produtores consultados propriedades 7 e 13 Os demais produtores natildeo realizaram
nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal
ou estadual para o incremento da produccedilatildeo
A ajuda teacutecnica alcanccedilou as propriedades 3 7 8 13 e 14 Destas quatro receberam
ajuda teacutecnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do
Estado do Amazonas ndash IDAM A exceccedilatildeo estaacute na propriedade 7 cuja ajuda veio da Empresa
Brasileira de Pesquisas Agropecuaacuterias ndash Embrapa Amazocircnia Ocidental
Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter
recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na alavancagem do
negoacutecio agriacutecola da banana
75
O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo dos governos nos processos da
sustentabilidade agriacutecola de produccedilatildeo da banana e para o municiacutepio de Presidente Figueiredo
constatou significativa expressatildeo nas trecircs esferas administrativas Uniatildeo Estado e Municiacutepio
no esforccedilo para garantir a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 4)
Somente o produtor da propriedade 1 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com
programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais produtores
estavam envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural
do Estado do Amazonas geridos pela Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash ADS como
forma de implementar o Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar PREME ndash
SEDUCSEMED para abastecimento da Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo e Qualidade do
Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo - SEMED e
Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos o Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos -
PAACONAB uma parceria do governo do Estado do Amazonas com o governo Federal
atraveacutes da Companhia Nacional de Abastecimento ndash CONAB
Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do
produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas
agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente de
disseminaccedilatildeo de tecnologias e aumento do poder de negociaccedilatildeo nas relaccedilotildees comerciais que
asseguram maior seguranccedila qualidade na produccedilatildeo e maior poder de negociaccedilatildeo e lucros nas
transaccedilotildees comerciais
Neste sentido os dados para o municiacutepio mostram que dos quinze produtores
analisados seis possuem representaccedilatildeo juriacutedica integrada agrave associaccedilatildeo comunitaacuteria onde estatildeo
alocados (propriedades 2 7 8 9 11 e 12) e oito satildeo ligados a alguma cooperativa agriacutecola
(propriedades 3 4 5 6 10 13 14 e 15) Apenas o produtor da propriedade 1 declarou natildeo
fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa (Tabela 4)
Ainda com base nos dados apresentados na tabela 4 se evidencia que as agecircncias de
fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram apenas 133 dos produtores inquiridos no
municiacutepio de Presidente Figueiredo enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e
se estendeu a 333 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como
PREMESEDUCSEMED PPACONAB e a implementaccedilatildeo de feiras do produtor rural
apresentaram significativa expressatildeo para o produtor contemplando 933 dos entrevistados
Destes 40 mantinham relaccedilotildees com a associaccedilatildeo da comunidade a que se integram e 533
satildeo integrados agrave uma cooperativa agriacutecola
76
4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da
Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento
O estudo analisou a cadeia de processamento das bananas observando a agregaccedilatildeo
de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de acondicionamento para o transporte e
a realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis
O resultado estaacute disposto na tabela 5
Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Higienizaccedilatildeo
das bananas
Embalagem p
transporte
Realiza
beneficiamento
Tipo de beneficiamento
Sim Cacho Caixa Sim Natildeo Doces Geleia Calda Chips
1 x x x x -- -- -- -- --
2 x x x x -- -- -- -- --
3 x x x x -- -- -- -- --
4 x x x x -- -- -- -- --
5 x x x x -- x x x --
6 x -- x x -- -- -- -- --
7 x x x x -- -- -- -- --
8 -- x -- x -- -- -- -- --
9 -- x -- x -- -- -- -- --
10 x x x x -- x x x --
11 x x x x -- -- -- -- --
12 x x x x -- -- -- -- --
13 x x x x -- -- -- -- --
14 x x x x -- -- -- -- --
15 x x x x -- -- -- -- --
() (867) (933) (867) (100) (--) (133) (133) (133) (00) x realiza -- natildeo realiza
Fonte autora
O processo de colheita das bananas exige a observaccedilatildeo de cuidados como a
disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte do bananal ao local de despencamento a higienizaccedilatildeo
dos frutos para descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a
forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as escoriaccedilotildees A observaccedilatildeo
destes cuidados agrega valor e favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos
De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo dos frutos deve ocorrer apoacutes
o despencamento pela imersatildeo destas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para
cada 100 litros de aacutegua) A lavagem vai remover os micro-organismos e precipitar a sika
A realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas pode evitar a perda na produccedilatildeo e
melhorar a renda dos produtores Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do
77
mercado para consumo in natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados
e os demais podem ser beneficiados para produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips
Dos 15 produtores consultados 13 afirmaram realizar a higienizaccedilatildeo das bananas
Apenas os produtores 8 e 9 natildeo realizavam este processo porque comercializavam a produccedilatildeo
direto nas feiras por unidades de cachos inteiros portanto natildeo despencavam e nem lavavam
os frutos (Tabela 5)
O acondicionamento dos frutos para transporte era feito de duas formas nos casos
em que os produtores comercializavam as bananas em cachos estes natildeo passavam pelo
processo de lavagem sendo transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em
que satildeo comercializadas por quilos ou unidades de pencas os cachos satildeo despencados ainda
na propriedade rural e as pencas satildeo lavadas e acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de
plaacutestico (de 15 a 20 kg) onde satildeo transportadas ateacute o local de repasse para o consumidor final
ou intermediaacuterio
Entre os produtores analisados somente o produtor da propriedade 6 natildeo
comercializava as bananas em cachos Nestes casos as bananas eram despencadas e
acondicionadas em caixas de papelatildeo com aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de
plaacutestico com 20 Kg As propriedades 8 e 9 comercializavam os cachos inteiros As demais
propriedades utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com
o PREME todos os fornecimentos satildeo feitos em caixa de papelatildeo ou plaacutestico Para outros
fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens podem ser transportados em cachos
Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores
afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem o uacutenico beneficiamento
realizado era a lavagem e acondicionamento dos frutos em embalagens especiacuteficas para o
transporte
No universo da pesquisa para este municiacutepio somente os produtores das
propriedades 5 e 10 realizam o beneficiamento dos produtos em agroinduacutestria com produccedilatildeo
de doces geleias e calda de bananas Trata-se de mesma empresa constituiacuteda por dois
produtores do municiacutepio de Presidente Figueiredo Nenhum dos entrevistados beneficia o
produto para transformaccedilatildeo em banana chips (Tabela 5) Este nicho de mercado jaacute eacute realidade
e registra boa aceitaccedilatildeo nos mercados do Norte do Brasil
A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que a higienizaccedilatildeo da banana eacute
realizada em mais de 86 das propriedades analisadas com acondicionamento para
transporte em caixas em 933 dos casos enquanto que 100 dos produtores realizam
78
algum tipo de beneficiamento nas bananas Poreacutem somente em pouco mais de 13 este
produto eacute transformado em outros subprodutos comercializaacuteveis (Tabela 5)
4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no
Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas
A tabela 6 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos
cultivos estudados considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e
consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o
acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas doenccedilas e de adubaccedilotildees
Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de
Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Conhecimento do produtor
Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo
Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel solo Cova Cobertura
01 x x x x -- -- x
02 x x x x -- x x
03 x x x x -- x x
04 x x x x -- -- x
05 x x x x -- -- x
06 x x x x -- -- x
07 x x x x -- -- x
08 x x x x -- -- x
09 x x x x -- -- x
10 x x x x -- x x
11 x x x x x x x
12 x x x x -- x x
13 x x x x -- -- x
14 x x x x -- x x
15 x x x x x x x
16 x x x x x x x
17 x x x x -- x x
18 x x x x -- x x
19 x x x x -- -- x
20 x x x x x x x
21 x x x x x x x
22 x x x x x x x
23 x x x x -- x x
24 x x x x x x x
25 x x x x -- x x
26 x x x x -- x x
27 x x x x -- -- x 28 x x x x x x x 29 x x x x x x x 30 x x x x -- x x
x Conhece -- Desconhece Fonte autora
79
Todos os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a
formaccedilatildeo dos cultivos e a densidade de plantas por hectare (Tabela 7) Poreacutem o que se
constatou em todas as propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o
espaccedilamento de 3 x 3 m contudo a quantidade de covas dispostas por hectare para este de
espaccedilamento resultaria numa quantidade de 1111 covasha o que natildeo foi observado na
realidade tendo em vista a variaccedilatildeo de 800 ateacute 1200 covasha (Tabela 1)
Em todas as propriedades envolvidas na pesquisa os produtores afirmaram ter
conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o controle de pragas e doenccedilas
nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a ocorrecircncia de pragas eou de
doenccedilas o que possivelmente se justifica pelo fato de estes cultivos serem constituiacutedos pelas
cultivares Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 que satildeo resistentes agrave sigatoka negra e sigatoka
amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis
ao Moko
Dos 30 produtores entrevistados somente nove realizaram anaacutelise do solo antes da
formaccedilatildeo dos cultivos (propriedades 11 15 16 20 21 22 24 28 e 29) para a determinaccedilatildeo
adequada da calagem e adubaccedilatildeo antes de iniciar o plantio Os demais afirmaram natildeo ter feito
a avaliaccedilatildeo do solo para nortear a aplicaccedilatildeo de calagem e adubaccedilatildeo de cova e de cobertura
sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Os produtores 1 4 5 6 7 8 9 13 19 e 27 natildeo
fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada nas demais propriedades Todos os proprietaacuterios
responderam realizar a adubaccedilatildeo de cobertura poreacutem as quantidades de aplicaccedilatildeo de calagem
e adubaccedilatildeo foram aplicadas de forma empiacuterica nos casos em que natildeo se realizou a anaacutelise do
solo (Tabela 6)
4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a
Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio
de Presidente Figueiredo no Amazonas
O estudo realizado nas trinta propriedades rurais produtoras de bananas no municiacutepio
do Rio Preto da Eva tambeacutem buscou diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos
financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e outros tipos de assistecircncia que por ventura
tenham recebido Os resultados da investigaccedilatildeo estatildeo expostos na tabela 7
Os dados da tabela 7 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades
financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou doze dos trinta
produtores consultados Os demais natildeo realizaram nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de
80
fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal estadual ou municipal para o incremento
da produccedilatildeo
Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais
em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas
Prop
Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor
Financeira(1)
Teacutecnica(2)
Inc Fisc(3)
Outros(4)
Associaccedilatildeo Cooperativa
1 -- x -- x -- x
2 -- -- -- -- -- --
3 -- x -- x x --
4 -- -- -- x -- x
5 -- -- -- x -- x
6 -- -- -- x -- x
7 -- -- -- x x --
8 -- -- -- x -- x
9 x x -- x -- x
10 x x -- x x x
11 -- x -- x x --
12 x x -- x x --
13 x x -- x x --
14 x x -- x x --
15 -- x -- x x --
16 x x -- x x --
17 x x -- x x --
18 x x -- x x --
19 x x -- x x --
20 -- x -- x x --
21 -- x -- x -- x
22 -- x -- x x x
23 -- x -- x x x
24 -- -- -- x x x
25 -- -- -- x x --
26 x x -- x x --
27 -- -- -- x x --
28 x x -- x x --
29 -- x -- x x x
30 x x -- x x x (1)
Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)
Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)
Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)
Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc
x Sim -- Natildeo
Fonte autora
A ajuda teacutecnica alcanccedilou 22 das 30 propriedades Toda a assistecircncia recebida veio
por intermeacutedio de agentes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal
Sustentaacutevel do Estado do Amazonas ndash IDAM
81
Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter
recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na implementaccedilatildeo
do negoacutecio agriacutecola da banana
O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo do governo nos processos agriacutecolas
quanto a sustentabilidade da produccedilatildeo da banana No Municiacutepio de Rio Preto da Eva foi
constatada significativa expressatildeo das trecircs esferas governamentais no esforccedilo para garantir a
comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 7)
Somente o produtor da propriedade 2 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com
programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais estavam
envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural Este
assunto seraacute melhor explorado quando analisarmos os dados de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
agriacutecola objeto de estudos futuros
Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do
produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas
agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente comerciais e
de processamentos dos produtos para entendermos o niacutevel de fortalecimento dos produtores
nas transaccedilotildees comerciais e na troca de informaccedilotildees e tecnologias
Neste sentido os dados para o Municiacutepio mostram que dos trinta produtores
analisados 16 satildeo membros da associaccedilatildeo da comunidade a qual pertencem e sete satildeo ligados
a alguma cooperativa agriacutecola Os produtores das propriedades 10 22 23 24 29 e 30
participam tanto da associaccedilatildeo comunitaacuteria quanto da cooperativa Apenas o produtor 2
declarou natildeo fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa
Ainda com base nos dados apresentados na tabela 7 se evidencia que as agecircncias de
fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram 40 dos produtores estudados no Municiacutepio
do Rio Preto da Eva enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e se estendeu a
70 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como PREMESDS
PAACONAB favoreceram significativamente o produtor na comercializaccedilatildeo dos produtos
contemplando 967 dos entrevistados
4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da
Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento
A pesquisa analisou a cadeia de processamento das bananas no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva observando a agregaccedilatildeo de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de
82
acondicionamento para o transporte e se era realizado algum tipo de beneficiamento nas
bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis Os resultados estatildeo expostos na
tabela 8
Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos
Acondicionamento para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas
Cultivadas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Higienizaccedilatildeo das
bananas
Embalagem p
transporte
Realiza
beneficiamento
Tipo de beneficiamento
Cacho Caixa Doces Geleia Calda Chips
1 x -- x x -- -- -- --
2 x -- x x -- -- -- --
3 x -- x x -- -- -- --
4 x -- x x -- -- -- --
5 x -- x x -- -- -- --
6 x -- x x -- -- -- --
7 x -- x x -- -- -- --
8 x -- x x -- -- -- --
9 x -- x x -- -- -- --
10 x -- x x -- -- -- --
11 x -- x x -- -- -- --
12 x -- x x -- -- -- --
13 x -- x x -- -- -- --
14 x -- x x -- -- -- --
15 x x x x -- -- -- --
16 x x x x -- -- -- --
17 x -- x x -- -- -- --
18 x -- x x -- -- -- --
19 x -- x x -- -- -- --
20 x -- x x -- -- -- --
21 x -- x x -- -- -- --
22 x -- x x -- -- -- --
23 x -- x x -- -- -- --
24 x -- x x -- -- -- --
25 x -- x x -- -- -- --
26 x -- x x -- -- -- --
27 x -- x x -- -- -- --
28 x -- x x -- -- -- --
29 x -- x x -- -- -- --
30 x -- x x -- -- -- --
() (1000) (933) (1000) (1000) (00) (00) (00) (00) x Sim -- Natildeo
Fonte autora
No Municiacutepio de Rio Preto da Eva tambeacutem foram estudados os processos de colheita
das bananas para identificar a disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte ao local de
despencamento a higienizaccedilatildeo dos frutos para descontaminaccedilatildeo por microrganismos e
precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as
83
escoriaccedilotildees nos frutos que prejudicam as vendas A observaccedilatildeo destes cuidados agrega valor e
favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos
De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo deve ocorrer apoacutes a
separaccedilatildeo dos frutos do engaccedilo processo conhecido como despencamento e pode ser
processado pela imersatildeo das pencas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para
cada 100 litros de aacutegua) A lavagem visa melhorar a higienizaccedilatildeo pela remoccedilatildeo de
microrganismos e remover e precipitar a sika
Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do mercado para consumo in
natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados e os demais podem ser
beneficiados para a produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips
Nas trinta propriedades consultadas neste municiacutepio todos os produtores afirmaram
realizar a higienizaccedilatildeo das bananas Neste processo ocorre a separaccedilatildeo das pencas do engaccedilo
(peduacutenculo que sustenta o cacho de frutas) e estas satildeo imersas em soluccedilatildeo agrave base de sulfato de
alumiacutenio e colocadas para secar aguardando os procedimentos de embalagem
O acondicionamento dos frutos para transporte eacute feito de duas formas nos casos em
que os produtores comercializam as bananas em cachos estes natildeo satildeo lavados sendo
transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em que satildeo comercializadas por
quilos ou unidades de pencas estas ainda na propriedade rural satildeo despencadas lavadas e
acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de plaacutestico sendo transportadas ateacute o local de
repasse para o mercado consumidor
Entre os produtores analisados somente as propriedades 15 e 16 comercializavam as
bananas em cachos geralmente para serem comercializados em feiras para intermediaacuterios
Todos os demais produtores armazenavam as bananas em caixas de papelatildeo com
aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de plaacutestico com 20 Kg As propriedades 15 e
16 utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com o
Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME todos os fornecimentos satildeo feitos
em caixa de papelatildeo Para outros fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens os frutos
podem ser transportados em cachos
Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores
afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem a uacutenica transformaccedilatildeo
realizada eacute a lavagem dos frutos e acondicionamento destes em embalagens especiacuteficas para o
transporte (Tabela 8)
84
No universo da pesquisa realizada neste municiacutepio natildeo foi identificada nenhuma
agroinduacutestria transformando as bananas em subprodutos como doces geleias calda ou
bananas chips apesar da boa aceitaccedilatildeo comercial para estes dois uacuteltimos nichos nos mercados
do Norte do Brasil Todas as bananas satildeo comercializadas in natura
A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que no municiacutepio de Rio Preto da
Eva referenciado pelo IDAM como um dos maiores produtores de bananas no Estado do
Amazonas a higienizaccedilatildeo das bananas eacute realizada em 100 das propriedades com
acondicionamento para transporte em caixas em 933 dos casos Em 100 das propriedades
estudadas os produtores realizam algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem em todas
elas as bananas foram comercializadas in natura natildeo tendo sido registrada nenhuma
agroinduacutestria para processamentos dos frutos e transformaccedilatildeo em subprodutos
comercializaacuteveis deixando de se agregar valor agrave produccedilatildeo (Tabela 8)
85
424 CONCLUSOtildeES
Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham
conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do
Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas
Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo sabiam sobre a necessidade da
adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana mas apenas sete deles sabiam da
necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro deles da necessidade de se fazer
uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente
A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes nas
propriedades rurais analisadas em Presidente Figueiredo embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais
Os produtores de banana de Presidente Figueiredo mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas
Os produtores de Presidente Figueiredo realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas
quando as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Apenas dois dos
15 produtores beneficiam a banana convertendo-a em subprodutos com valor agregado como
doces geleia e calda
Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva afirmaram que tinham conhecimento
quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e
quanto aos tratos culturais contra pragas e doenccedilas
Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo
de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da
adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas nove deles necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do
solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente
A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em cerca de metade das
propriedades rurais analisadas em Rio Preto da Eva embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais
Os produtores de banana de Rio Preto da Eva mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees
Os produtores de Rio Preto da Eva realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando
as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Toda a produccedilatildeo eacute
86
vendida na forma da fruta in natura natildeo a processando em subprodutos com valor agregado
como doces geleia e calda
87
43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO
DA EVA ESTADO DO AMAZONAS
Resumo
Embora a regiatildeo Norte apresente excelentes condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de
bananas de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa
eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita A bananicultura demanda a aplicaccedilatildeo de
tecnologias de produccedilatildeo que orientem para o adequado manejo do solo controle de pragas e
doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar
ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo e
contribua para o desenvolvimento da economia agriacutecola do Estado Nessa perspectiva se
insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas O estudo buscou conhecer as formas
de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola a categoria de compradores os locais de entrega dos
produtos os preccedilos de venda praticados na comercializaccedilatildeo a receita obtida pela venda dos
produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de renda da cultura da banana no acircmbito da
propriedade rural e do Municiacutepio Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel estimar quanto
os produtores deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas
para a cultura Em ambos os municiacutepios a comercializaccedilatildeo das bananas eacute feita atraveacutes de
cooperativas associaccedilotildees feiras ou intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo
processadas no atacado e no varejo em cachos ou em pencas com preccedilo meacutedio do cacho em
R$ 1400 e a penca variando de R$ 240 a R$ 260 Todos os produtores de banana dos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva analisados comercializam sua
produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo pelo varejo Predomina entre eles a
venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas produccedilotildees para a Cooperativa ou
Associaccedilatildeo a que pertencem Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com
alguns tambeacutem vendendo em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria
tambeacutem vende na forma de pencas Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que
os praticados pela Cooperativa ou Associaccedilatildeo As receitas obtidas pelos produtores dos dois
municiacutepios em Reais por hectare foram de R$1682800-R$1502200 nas vendas dos cachos
e R$2884800-R$2789800 nas vendas das pencas respectivamente em Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus
cultivos esses valores subiriam respectivamente para R$2333800 nas vendas dos cachos e
R$4000800-R$4334200 nas vendas das pencas
Palavras Chave Amazonas potencial econocircmico da banana tipos de comercializaccedilatildeo da
banana
88
Abstract
Although the Amazonia presents excellent climate and soil conditions to produce high quality
standard bananas we still need to overcome in large part the low production efficiency and
postharvest handling The banana cultivation demand the application of production
technologies to guide to the proper soil management pest and diseases and processing of
products to add value to provide real gains for the producer and improvements in quality of
life and peoples consumption and contribute to the development of the states agricultural
economy From this perspective fits the study strategy of banana cultivation in the
municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva state of Amazonas The study
sought to know the forms of marketing of agricultural yield the buyers category the local
delivery of products sales prices practiced in the market revenues from the sale of products
and estimate the potential for income generation of banana at the rural property and the city
Based on this information it was possible to estimate how much the producers failed to win
by not comply with the technical recommendations given to the culture In both counties the
marketing is done through cooperatives associations fairs or intermediaries Sales modes are
processed in wholesale and retail in clusters or bunches with an average price of R $ 1400
for clusters and the bunch ranging from R $ 240 to R $ 260 All banana producers analysed
in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva sell their wholesale
production with some also selling at retail Predominates among them selling to
intermediaries but also they negotiates their productions to the Cooperative or Association to
which they belong All them sell their production at their properties with some also selling at
fairs All sell in the form of bunches but most also sell in the form of bunches The prices
paid by intermediaries are higher than those practiced by the Cooperative or Association The
revenues earned by producers of the two municipalities in reais per hectare were R $
1682800 R $ 1502200 in sales of clusters and R$ 2884800 R$ 2789800 in sales of
bunches respectively in Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva If they had adopted
biotechnological technologies in their banana cultivation these values would rise respectively
to R $ 2333800 for clusters sales and R $ 4000800 R $ 4334200 for bunches sales
Key Words Amazonas economic potential of banana banana market types
89
431 INTRODUCcedilAtildeO
O Brasil ocupa a terceira posiccedilatildeo na produccedilatildeo mundial de frutas colhendo em torno
de 40 milhotildees de toneladas ano e destinando mais de 25 milhotildees de hectares para o seu
cultivo contribuindo com mais de R$10 bilhotildeesano para a economia do paiacutes (MAPA 2012)
contudo a produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte
demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem
resultados significativos na produccedilatildeo orientando para o adequado manejo do solo controle de
pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a
proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da
populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola
A agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do Amazonas
quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos produtivos e
gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo cuidados necessaacuterios na escolha
das sementes ou mudas observaccedilatildeo da densidade de plantas por hectare adubaccedilotildees rodiacutezio
de culturas para melhorar a fertilidade dos solos uso inadequado dos insumos agriacutecolas e
desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade procedimentos de preacute e poacutes colheita
ineficientes resultando em produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e
inexpressiva competitividade
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em
2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas onde se
produziu mais de 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade alcanccedilada eacute baixa (da
ordem de 10 tha) se comparada com as demais regiotildees brasileiras e com outros paiacuteses
produtores de bananas Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade
ligeiramente maior que a meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente
Nos demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em
2012
Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos
efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado do Amazonas em
especial no cultivo da banana que se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia
alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios O investimento na bananicultura pode
ser uma alternativa capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento
econocircmico e social do Estado do Amazonas e de seus Municiacutepios uma vez que dispotildee de
terras recursos hiacutedricos e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo dessa cultura
90
Neste sentido a observaccedilatildeo feita por Homma (2001) Homma (2006) e Homma e
Frazatildeo (2002) reflete tambeacutem a situaccedilatildeo vivida pela fruticultura na Amazocircnia que embora
tenha passado por importantes transformaccedilotildees na uacuteltima deacutecada com a ascensatildeo das frutas
nativas ateacute entatildeo de consumo essencialmente regional ainda demanda alternativas capazes de
aglutinar a inserccedilatildeo de tecnologias nos processos de produccedilatildeo agriacutecola e nas formas
gerenciais de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de insumos e de produtos para o consumo Aleacutem
disso haacute a necessidade de tornar real na cadeia produtiva agriacutecola o processamento e a
transformaccedilatildeo da produccedilatildeo em subprodutos com valor agregado para o fortalecimento do
negoacutecio agriacutecola e a transformaccedilatildeo do agricultor rural em empreendedor rural
Sachs (2008) em suas contribuiccedilotildees de alternativas para a promoccedilatildeo do
desenvolvimento nos adverte que o caminho mais promissor eacute o do desenvolvimento
endoacutegeno e inclusivo que embora demande vaacuterias poliacuteticas complementares permite o
aproveitamento do potencial poliacutetico econocircmico e social local desenhando modelos mais
competitivos e sustentaacuteveis de desenvolvimento
No Brasil este modelo endoacutegeno de desenvolvimento baseado na mobilizaccedilatildeo de
recursos internos afirma Sachs (2009) apresenta o potencial de recursos naturais e condiccedilotildees
climaacuteticas especialmente na Amazocircnia por sua diversidade e complexidade sociocultural
como forte aliado na promoccedilatildeo do desenvolvimento econocircmico e social Para isto eacute mister a
priorizaccedilatildeo da modernizaccedilatildeo agriacutecola pela adoccedilatildeo de tecnologias capazes de aumentar a
produtividade e qualidade dos produtos a melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a
qualidade de vida dos agricultores e que tambeacutem seja capaz de elevar o compartilhamento de
accedilotildees entre os produtores como forma de dinamizar o uso dos recursos e das tecnologias
disponiacuteveis
Becker (2009) em suas reflexotildees sobre alternativas de desenvolvimento para a
Amazocircnia chama a atenccedilatildeo para a necessidade de transformar o agricultor familiar em
empreendedor rural ao que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel que este deve
priorizar o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo individual ou seja compartilhando
os recursos e as tecnologias disponiacuteveis Neste sentido Mello (2009) adverte que o primeiro
dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo agriacutecola e de comeacutercio onde
o primeiro eacute baseado em processos rudimentares de produccedilatildeo e o segundo na transferecircncia de
produtos sem agregaccedilatildeo de valor
Embora a regiatildeo Norte apresente boas condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de
banana de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa
91
eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita Satildeo vaacuterios os problemas que afetam a
bananicultura dessa regiatildeo que de modo geral apresenta baixo niacutevel de tecnificaccedilatildeo
resultando em produtividade baixa e frutos com pouca qualidade
Neste sentido acredita-se que a elaboraccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo para o cultivo
da banana no Estado do Amazonas que possa aglutinar alternativas poliacuteticas econocircmicas e
sociais capazes de ampliar as oportunidades para o produtor comerciante e consumidor e
ainda de contribuir para alavancar o crescimento qualitativo e quantitativo dessa cultura se
apresenta como uma estrateacutegia viaacutevel para o desenvolvimento dos municiacutepios do Estado
Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas com o
objetivo de analisar as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores a comercializaccedilatildeo dos
produtos e aquisiccedilatildeo de insumos o processamento da produccedilatildeo para agregaccedilatildeo de valor e os
tipos de produtos comercializados para entender qual o niacutevel de organizaccedilatildeo social dos
produtores para a interaccedilatildeo de tecnologias e favorecimento nas negociaccedilotildees comerciais
relacionadas aos cultivos de bananeiras nos municiacutepios em estudo
92
432 MATERIAL E MEacuteTODOS
4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa consistiu da
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados aos produtores rurais de bananas agraves agroinduacutestrias agraves
empresas e pessoas fiacutesicas intermediaacuterias na comercializaccedilatildeo (em feiras de Manaus e dos
municiacutepios em estudo) bem como entrevistas semiestruturadas como forma de obter o
diagnoacutestico da produccedilatildeo e da comercializaccedilatildeo de bananas nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
Os questionaacuterios estruturados inquiriram dois segmentos da cadeia produtiva da
banana o acircmbito agriacutecola e o acircmbito econocircmico na esfera da comercializaccedilatildeo dos produtos
para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e
Presidente Figueiredo no Amazonas conforme quadro 1
No contexto econocircmico foram estudadas as formas de organizaccedilatildeo social dos
produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos (associaccedilotildees cooperativas
agroinduacutestria ou independentes) como forma de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e qual o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos produtos
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Acircmbito Econocircmico
Organizaccedilatildeo Social Comercializaccedilatildeo Tipos de produtos
comercializados
Fatores de
agregaccedilatildeo de valor
- Associaccedilotildees
- Cooperativas
- Agroinduacutestria
- Independentes
- Formas de
comercializaccedilatildeo
- Locais de entrega dos
produtos
- Categoria de
compradores
- Preccedilos de venda dos
produtos
- Receita bruta
- Frutos in natura
- Subprodutos
- Bananas em cacho
- Bananas em penca
- Transformaccedilatildeo dos
produtos
Fonte autora
O estudo buscou conhecer as formas de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola
(atacado eou varejo) a categoria de compradores envolvidos na comercializaccedilatildeo destes
produtos (se cooperativas empresas ou intermediaacuterios) os locais de entrega dos produtos (se
93
na propriedade rural ou no empreendimento do comprador) e os preccedilos de venda praticados
na comercializaccedilatildeo como forma de identificar o niacutevel de organizaccedilatildeo e fortalecimento dos
produtores rurais a receita obtida pela venda dos produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de
renda da cultura da banana no acircmbito da propriedade rural e do Municiacutepio Neste momento se
buscava conhecer os fatores favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis dentro do processo de
comercializaccedilatildeo e quais os subprodutos comercializados
Outro aspecto analisado foi os tipos de produtos comercializados pelo produtor rural
para compreender se no acircmbito da propriedade rural estaacute sendo feito algum tipo de
beneficiamento no produto transformando-o em um subproduto comercializaacutevel como forma
de agregar valor e diversificar a produccedilatildeo fortalecendo a cadeia produtiva inquirindo os
produtores rurais sobre os produtos comercializados se frutos in natura ou processados a fim
de identificar quais os produtos ou subprodutos comercializados e qual o destino dado aos
resiacuteduos gerados Nesta etapa foi verificado qual o tipo de beneficiamento se mecanizado ou
manual
Para complementar os dados sobre a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo tambeacutem foram
verificados os agentes envolvidos no processo se associaccedilatildeo cooperativas empresas privadas
ou intermediaacuterios sem representatividade juriacutedica e para cada agente foi verificado o preccedilo
negociado em cada produto oferecido
Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel mensurar a produccedilatildeo meacutedia de bananas por
hectare em cada municiacutepio e rendimento econocircmico dos produtores com o cultivo de
bananeiras Estas informaccedilotildees nos permitiram avaliar qual a produccedilatildeo alcanccedilada nas aacutereas
amostradas em cada municiacutepio estudado e comparaacute-las com a produccedilatildeo desejada com base
nas indicaccedilotildees de produtividade orientada pela bibliografia e estimar quanto os produtores
deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas para a cultura
4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa foram selecionadas 15 propriedades rurais produtoras
de bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva
dentre aquelas de cultivos essencialmente comercial dada a necessidade de obtenccedilatildeo de dados
sobre a comercializaccedilatildeo de produtos e subprodutos da bananicultura
O estudo buscou englobar as lideranccedilas comunitaacuterias das propriedades investigadas as
associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias envolvidas no processo de produccedilatildeo da banana
bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para tanto os
94
liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de agroinduacutestrias
intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de comercializaccedilatildeo das
bananas
4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringiu ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva onde estatildeo alocadas as propriedades
rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio possui
respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da
populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram
respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus Nestes
municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos produtores rurais
A definiccedilatildeo destes locais para a coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o
maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das
decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em
2012 estes dois municiacutepios detinham 121 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que
possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os
dois municiacutepios selecionados satildeo referenciados pelo IBGE como o segundo e o quarto
maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois municiacutepios foram
responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde foram produzidas
1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais
distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria
de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do
municiacutepio
95
Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados
quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O
levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo
direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de
julho de 2013 a junho de 2014
Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico onde seratildeo
verificados os dados gerais sobre produccedilatildeo e produtividade das bananas as tecnologias de preacute
e poacutes colheita a agregaccedilatildeo de valor e transformaccedilatildeo da produccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo dos
produtos
O estudo foi estruturado em revisatildeo bibliograacutefica sobre a temaacutetica em estudo e
entrevistas e aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos atores do processo de produccedilatildeo de bananas e das
poliacuteticas voltadas para o setor nos municiacutepios de Manaus Rio preto da Eva e Presidente
Figueiredo e evidecircncias empiacutericas colhidas e observadas em instituiccedilotildees e processos afins A
coleta de dados foi concentrada em questionaacuterios semiestruturados e abertos aplicados aos
atores selecionados
96
433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente
Figueiredo Amazonas
A tabela 1 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de
Presidente Figueiredo nas 15 propriedades envolvidas na pesquisa
A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Presidente
Figueiredo comprovou que a produccedilatildeo era comercializada atraveacutes das cooperativas
associaccedilotildees comunitaacuterias ou por meio de intermediaacuterios e eram vendidas no atacado e no
varejo
Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Amazonas Safra 2012
x Sim -- Natildeo
Fonte autora Em alguns casos o mesmo proprietaacuterio transferia seus produtos para o mercado
atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 7 8 e 9)
ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 2 11 12 e 15) Em outros casos um mesmo
produtor negociava nas trecircs modalidades (propriedades 7 8 e 9)
Dos produtores analisados somente o produtor 1 natildeo mantinha viacutenculo nem com a
associaccedilatildeo de produtores rurais do municiacutepio nem com a cooperativa agriacutecola
Pro
pri
edad
e
Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)
Co
op
erat
iva
Ass
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accedilatildeo
Inte
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(R$
kg
)
Ass
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accedilatildeo
(R$
kg
)
01 -- -- x X x x -- -- X 1500 200 -- --
02 -- x x X x x -- -- X 2000 300 099 --
03 x -- -- X x x -- -- X 1500 250 099 --
04 x -- x X -- x -- -- X 1200 -- 099 --
05 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --
06 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --
07 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110
08 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110
09 x x x X x x -- -- -- 2000 250 099 110
10 x -- x X -- x -- -- -- 1000 300 099 --
11 -- x x X -- x -- -- -- 700 -- -- 110
12 -- x x X x x -- -- -- 700 200 -- 110
13 x -- -- X x x -- -- X 1500 200 099 --
14 x -- x X x x -- -- X 1500 300 099 --
15 -- x x X x x -- -- X 1200 200 -- 110
Meacutedia (1400) (240) (099) (110)
67 47 87 100 53 100 7 -- 47 -- -- -- --
97
comercializando sua produccedilatildeo de bananas diretamente com intermediaacuterios no mercado nas
feiras ou atacadistas de Presidente Figueiredo e Manaus
Os produtores 3 e 13 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a cooperativa e
nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e tambeacutem tinham dificuldades para
comercializar com intermediaacuterios visto que natildeo tinham ponto de venda nas feiras
Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e nos casos das propriedades
1 2 3 9 12 13 14 e 15 tambeacutem comercializavam as bananas no varejo em feiras da Vila de
Balbina e dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Manaus
Entre os produtores entrevistados 67 estavam vinculados agrave Cooperativa de
Produtores Rurais do Uatumatilde ndash CPUUatumatilde principal cooperativa do Municiacutepio e 47
tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades juriacutedicas estavam
integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME do governo federal
e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento ndash
PAACONAB razatildeo que motiva os produtores a se vincularem agrave cooperativa eou agrave
associaccedilatildeo para comercializarem os produtos visto que tanto o PREME como o
PAACONAB soacute negociam com pessoas juriacutedicas
Do universo da pesquisa 87 dos produtores negociavam diretamente com os
intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo
A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que todos os produtores vendiam
no atacado e 53 tambeacutem as realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no
proacuteprio municiacutepio
Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se
que em 100 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se
responsabilizando pelo transporte da produccedilatildeo sem incidecircncia de custo para o produtor Nos
casos em que a negociaccedilatildeo era feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores estas se
responsabilizavam pelo transporte da propriedade ateacute a sede da empresa e para isto recebiam
ajuda da prefeitura do municiacutepio que cedia seus caminhotildees e motorista ficando a cargo da
empresa apenas o abastecimento de combustiacutevel
Em 47 dos casos os produtores entregavam o produto nas feiras por ocasiatildeo das
vendas no varejo para os produtores que detinham bancas para este fim nas feiras de
produtores rurais poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos programas do
governo de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de transporte da
propriedade ateacute as feiras
98
As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Os cachos eram
negociados por preccedilos variando de R$ 500 (propriedades 5 e 6) a R$ 2000 (propriedades 2
7 8 e 9) As negociaccedilotildees com preccedilos mais baixos se deram nos casos em que a venda era feita
no atacado para intermediaacuterios com entrega do produto na propriedade rural ou seja custo
de transporte de responsabilidade do comprador Se as vendas se processavam nas feiras era
possiacutevel se obter preccedilos melhores pelos cachos mesmo nos casos de venda no atacado para
intermediaacuterios
O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200
(propriedades 1 12 13 e 15) a R$ 300 (propriedades 2 10 e 14)
Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa dentro do programa
PREMESDSSEDUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 099 o quilo
Neste municiacutepio a CPUUatumatilde natildeo negocia com a CONAB devido ao prazo de repasse de
pagamento ser mais demorado em relaccedilatildeo aos demais programas (informaccedilotildees verbal)2
Quando a negociaccedilatildeo era feita com a associaccedilatildeo de produtores rurais esta negociava
com a CONAB e repassava para o produtor o valor de R$ 110 por kg (propriedades 7 8 9
11 12 e 15) proporcionando maiores ganhos em relaccedilatildeo agraves negociaccedilotildees feitas atraveacutes da
Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDSAMPREME
A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio Preto da
Eva comprovou que a produccedilatildeo eacute comercializada atraveacutes da cooperativa associaccedilatildeo ou
intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo processadas no atacado e no varejo
4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Amazonas
A tabela 2 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio
Preto da Eva nas 30 propriedades envolvidas na pesquisa
Em alguns casos a mesma propriedade transferia seus produtos para o mercado
atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 22 23 24
28 29 e 30) ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 3 7 11-30) Em outros casos um
mesmo produtor negocia nas trecircs modalidades (propriedades 22 23 24 28 29 e 30)
Dos trinta produtores analisados neste municiacutepio todos mantinham viacutenculo ou com a
cooperativa ou com a associaccedilatildeo e em alguns casos foram registrados aqueles que mantinham
2 Informaccedilotildees fornecidas pela Cooperativa CPUUATUMAtilde localizada no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
no Amazonas - 2013
99
relaccedilotildees com ambas as organizaccedilotildees juriacutedicas natildeo sendo identificada nenhuma propriedade
que trabalhava de forma isolada sem este amparo organizacional
Os produtores 1 4 5 6 8 9 e 10 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a
cooperativa e nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e estes exceto o produtor 4
tambeacutem comercializavam seus produtos nas feiras do produtor no proacuteprio municiacutepio e em
Manaus com intermediaacuterios e consumidores finais por vendas no atacado e no varejo
Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no
Amazonas Safra 2012
x Sim -- Natildeo
Fonte autora
Pro
pri
edad
e
Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)
Co
op
erat
iva
Ass
oci
accedilatildeo
Inte
rmed
iaacuteri
o
Ata
cado
Var
ejo
(Fei
ras)
Pro
pri
edad
e
Ru
ral
Pro
pri
edad
e
com
pra
dor
Fei
ras
Cac
ho
(R$
un)
Pen
cas
(R$
un)
Associaccedilatildeo ou
Cooperativa
(R$Kg)
CONAB SDS
01 x -- x x x -- x x 1700 250 074 100
02 -- -- x x x -- -- x 1500 200 -- --
03 -- x x x x -- x x 1200 200 074 100
04 x -- x x -- x x -- 1000 -- 074 100
05 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100
06 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100
07 -- x x x -- -- x -- 1000 -- 074 100
08 x -- x x x -- x x 1800 250 074 100
09 x -- x x x x x x 1500 300 074 100
10 x -- x x x x x x 1800 300 074 100
11 -- x x x x -- x x 2000 300 070 100
12 -- x x x x -- x x 1800 250 070 100
13 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100
14 -- x x x -- x x -- 1500 -- 070 100
15 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100
16 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100
17 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100
18 -- x x x -- x x x 1200 -- 070 100
19 -- x x x x -- x x 1500 300 070 100
20 -- x x x -- x x -- 1200 -- 070 100
21 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
22 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
23 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
24 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100
25 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
26 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
27 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
28 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100
29 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
30 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
Meacutedias -- -- -- -- -- -- -- --
1400 260 068 100
43 77 93 97 50 53 63 57 -- -- -- --
100
Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e as propriedades 1 2 3 5 6
8 9 10 11 12 13 15 16 17 e 19 tambeacutem comercializam a banana no varejo em feiras do
Rio Preto e de Manaus
Dos trinta produtores entrevistados 43 estavam vinculados agrave Cooperativa de
Produtores Rurais do Novo Horizonte ou no ramal do Banco principais cooperativas do
Municiacutepio e 77 tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades
juriacutedicas estavam integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME
do governo federal e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de
Abastecimento ndash PPACONAB Do universo da pesquisa 93 dos produtores negociavam
diretamente com os intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo
A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que em 100 das propriedades
verificou-se que se processavam vendas no atacado e 50 dos produtores tambeacutem as
realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no proacuteprio municiacutepio
Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se
que em 53 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se
responsabilizando pelos custos do transporte da produccedilatildeo Nos casos em que a negociaccedilatildeo era
feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores essas despesas com o transporte da
produccedilatildeo era de responsabilidade da cooperativa ou associaccedilatildeo
Em 53 das propriedades estudadas o produtor natildeo arcava com os custos de entrega
dos produtos visto que os compradores retiravam as bananas na propriedade rural e em 63
das negociaccedilotildees os produtos eram entregues na propriedade do comprador incluindo-se aqui
as vendas realizadas nas feiras situaccedilatildeo em que os custos ficavam por conta do produtor
poreacutem sem incidir no produto uma vez que eram assistidos pelo governo com o
fornecimento de apoio logiacutestico
Em 57 dos casos os produtores transportavam as bananas para as feiras onde
realizavam as vendas no varejo Poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos
programas governamentais de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de
transporte da propriedade ateacute os locais de comercializaccedilatildeo
As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Nos casos em que
eram vendidas em cachos estes eram negociados ao preccedilo meacutedio que variou de R$ 1000
(propriedades 4 7 22 23 25 e 26) a R$ 1800 (propriedades 8 10 12 13 e 16) As variaccedilotildees
de preccedilos se justificam pelas diversas modalidades de vendas e pela relaccedilatildeo com o local de
entrega do produto Nos casos em que a venda era feita no atacado para intermediaacuterios com
101
entrega do produto na propriedade rural ou seja custo de transporte sob a responsabilidade
do comprador foi onde se identificou os preccedilos mais baixos (propriedades 4 22 23 25 e 26)
Se as vendas se processavam nas feiras era possiacutevel alcanccedilar preccedilos mais altos pelos cachos
das bananas mesmo nos casos de venda no atacado e para intermediaacuterios (propriedades 1 8
10 11 12 13 e 16)
O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200
(propriedades 2 3 5 e 6) a R$ 300 (propriedades 9 10 11 13 16 e 19) (Tabela 2)
Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa ou associaccedilatildeo dentro do
programa PREMESDSSECUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 100 o
quilo nas propriedades do ramal Novo Horizonte (propriedades de 1-10) enquanto que nas
negociaccedilotildees com o PPACONAB o preccedilo para o produtor era de R$ 074kg
As propriedades 11-20 localizadas no ramal da ZF-9 natildeo possuiacuteam ainda uma
cooperativa Estes estavam organizados apenas em associaccedilatildeo comunitaacuteria e vendiam para a
CONAB e a SDS repassando para o produtor a importacircncia de R$ 070 e R$ 100 o quilo
respectivamente
As propriedades 21-30 correspondem ao ramal do Banco e estavam organizadas
tanto em cooperativa como associaccedilatildeo negociando com a CONAB e SDS repassando para o
produtor a quantia de R$ 060 e R$ 100 respectivamente por cada quilo vendido
4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
A expressatildeo econocircmica das bananas pode ser avaliada pela aacuterea plantada pelo
volume produzido e comercializado pela capacidade de processamento da produccedilatildeo para
transformaccedilatildeo em subprodutos com valor comercial pelos tratos culturais e ainda pela
disponibilidade e demanda de tecnologias disponiacuteveis para fortalecer a cultura
Analisando o rendimento da bananicultura nas aacutereas amostradas no municiacutepio de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva verificou-se que a produtividade de frutos medidos
em toneladas por hectareano ficou muito abaixo dos valores alcanccedilados por Arruda et al
(2004) e Pereira et al (2006) Nesta anaacutelise tomou-se por base de preccedilo os que foram
praticados nos respectivos municiacutepios no periacuteodo analisado conforme tabelas 1 e 2 Os
resultados estatildeo dispostos na tabela 3
102
Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas
Aacutereas Amostradas Safra 2012
Situaccedilatildeo Real nas propriedades
Propriedades rurais nos municiacutepios
Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva
Aacuterea amostrada (ha) 605 830
Densidade meacutedia de plantasha (un) 1202 1073
Cachoshaa (un) 1202 1073
Peso meacutedio do cacho (kg) 121 131
Pencashaa (un) 12020 10730
Peso meacutedio da penca (kg) 12 13
Produtividade (thaa) 145 141
Cachos (R$haa) 1682800 1502200
Pencas (R$haa) 2884800 2789800 () Com base no preccedilo meacutedio de venda praticado nos municipios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
no Amazonas (Tabelas 1 e 2)
Fonte autora
Os produtores avaliados nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
mantinham cultivos com produccedilatildeo meacutedia de 1202 cachoshaa com 12020 pencashaa e
peso meacutedio de 12 kg cada penca no primeiro municiacutepio e 1073 cachoshaa com 10730
pencashaa e peso meacutedio de 13 kg cada penca no segundo municiacutepio considerando cultivos
a partir do segundo ciclo produtivo O peso meacutedio por cacho nestes municiacutepios na mesma
ordem foi de 121 kgcacho (Tabela 1) e 131 kgcacho (Tabela 2)
A receita meacutedia obtida pela venda das bananas em cachos foi de R$ 1682800haa
em Presidente Figueiredo e R$ 1502200haa no Rio Preto da Eva Se a venda fosse
processada no varejo o total obtido pela comercializaccedilatildeo das pencas seria de R$
2884800haa e R$ 2789800haa para os respectivos municiacutepios (Tabela 3)
No total da aacuterea amostrada no Municiacutepio de Rio Preto da Eva natildeo foi encontrado
nenhum produtor rural que realizasse o processamento das bananas para transformaccedilatildeo em
produtos comercializaacuteveis como doces geleias calda ou banana chips Neste municiacutepio
toda a produccedilatildeo de banana das propriedades analisadas era comercializada in natura em
cachos ou em pencas no atacado ou no varejo Em Presidente Figueiredo entre os produtores
analisados foram identificados dois produtores que transformavam a banana em doces e
fabricavam caldas de bananas na uacutenica agroinduacutestria encontrada no municiacutepio Nas demais
propriedades as bananas eram vendidas in natura ao preccedilo meacutedio de venda de R$ 1400 o
cacho em ambos os municiacutepios e de R$ 240 e R$ 260 a penca nos respectivos municiacutepios
sendo esta a uacutenica forma de obtenccedilatildeo de receita com a cultura (Tabelas 1 2 e 3)
103
4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das
Bananas por Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas
Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) analisando plantios com espaccedilamentos de
4 x 2 x 2 m e densidade de 1667 plantas por hectare a partir do segundo ciclo produtivo
registraram rendimentos de frutos na ordem de 50 thaa A produccedilatildeo de cachos foi de 1667
por hectare ano com peso meacutedio de 30 kg cada O total de pencas foi de 16670haa cada
uma pesando em meacutedia 30 kg
Com base no preccedilo meacutedio de venda do cacho e da penca (R$ 1400 e R$ 240) em
Presidente Figueiredo e R$ 1400 e R$ 260 no Rio Preto da Eva (Tabelas 1 e 2) foi feita uma
projeccedilatildeo hipoteacutetica de quanto seria a receita meacutedia por hectare cultivado com banana nos
municiacutepios estudados Os resultados estatildeo dispostos na tabela 4
A receita de venda obtida com base nos dados de Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) e o preccedilo meacutedio de venda dos cachos nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva seriam respectivamente de R$ 2333800haa em cada municiacutepio Se a
produccedilatildeo fosse comercializada em pencas seriam obtidos R$ 4000800haa e de R$
4334200haa nos respectivos municiacutepios (Tabela 4)
Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare
Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012
Propriedades rurais nos municiacutepios
Recomendaccedilatildeo teacutecnica (1)
Pres Figueiredo Rio Preto da Eva
Densidade de plantasha (un) 1667 1667
Cachoshaa (un) 1667 1667
Peso do cacho (kg) 300 300
Pencashaa (un) 16670 16670
Peso da penca (kg) 30 30
Frutos (thaa) (1)
500 500
Cachos (R$haa) 2333800 2333800
Pencas (R$haa) 4000800 4334200 (1)
Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte autora
4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare
Cultivado nas Aacutereas Amostradas
Analisando a situaccedilatildeo real de produtividade e receita meacutedia dos cultivos estudados
se observa receita pela venda dos cachos de aproximadamente R$ 1682800haa e se a
produccedilatildeo foi comercializada em pencas a receita obtida foi de R$ 2884800haa nas
propriedades de Presidente Figueiredo Os produtores de Rio Preto da Eva obteriam receita de
104
R$ 1502200haa se fossem vendidos os cachos e R$ 2789800haa para as vendas em
pencas (Tabela 3)
Considerando a produtividade meacutedia alcanccedilada por Arruda et al (2004) e Pereira et
al (2006) constantes na tabela 4 (recomendaccedilatildeo teacutecnica) foi calculada a diferenccedila de receita
que representa o que os produtores deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com
bananas Para tal foram considerados em ambos os casos os pesos e os preccedilos meacutedios de
vendas dos cachos e das pencas obtidos nos municiacutepios estudados e subtraiacutedos da
recomendaccedilatildeo teacutecnica Os dados estatildeo dispostos na tabela 5
Analisando esses dados foi possiacutevel calcular quanto os produtores amostrados
deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com bananas por natildeo seguirem as
recomendaccedilotildees teacutecnicas de distribuiccedilatildeo espacial e densidade de plantio e de manejo do solo
(adubaccedilatildeo) Ainda tomando por base o referencial de produccedilatildeo de Arruda et al (2004) e
Pereira et al (2006) verifica-se que os produtores amostrados em Presidente Figueiredo
poderiam incorporar agrave sua produtividade mais de 460 cachos de bananas por haa isto
representaria um acreacutescimo em suas receitas de mais de R$ 650000 para cada hectare
cultivado com bananas considerando-se a comercializaccedilatildeo dos cachos Esses valores sobem
para mais de 4600 pencas produzidas e R$ 1116000haa se comercializassem as bananas
por pencas (Tabela 5)
Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por
Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012
Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva
Diferenccedilas de Receita
Recomendaccedilatildeo teacutecnica(1)
ndash Situaccedilatildeo Real
Cachoshaa (un) 465 594
Pencashaa (un) 4650 5940
Cachos (R$haa) 651000 831600
Pencas (R$haa) 1116000 1544400 (1)
Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte autora
Se o mesmo referencial de produtividade for aplicado para a produccedilatildeo de Rio Preto
da Eva as diferenccedilas de rendas do que os produtores conseguiram obter para as que poderiam
alcanccedilar satildeo ainda maiores conforme pode ser observado pelos dados na tabela 5 para este
municiacutepio A diferenccedila de produtividade seria de 594 cachos por haa ou 5940 pencashaa
Isto representaria uma diferenccedila de receita caso a produccedilatildeo fosse vendida em cachos de R$
831600haa ou de R$ 1544400haa caso a produccedilatildeo fosse transacionada em pencas
105
Com essa diferenccedila de receita para cada hectare bem manejado eacute possiacutevel investir
em insumos agriacutecolas matildeo-de-obra e tecnologias capazes de dinamizar a produccedilatildeo nos
cultivos de bananeiras jaacute implantados e ainda sobra uma renda suplementar bem elevada para
o produtor rural estimulando-o ainda mais a investir nessa cultura de grande importacircncia
econocircmica e social para o Estado do Amazonas Se esses valores forem multiplicados pelos
hectares plantados com bananeiras em cada propriedade percebe-se que vale a pena investir
nas tecnologias insumos e teacutecnicas existentes para melhorar a produtividade dos bananais
nestes municiacutepios visto que existe mercado consumidor consolidado para a banana que
ocupa o 2deg lugar na preferecircncia do consumo de frutas no Brasil
4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel
Com base nesses dados procedeu-se aos caacutelculos de quanto os produtores de cada
municiacutepio obteriam se todas as aacutereas cultivadas com bananeiras fossem recuperadas e
adequadas agraves recomendaccedilotildees teacutecnicas e alcanccedilassem as produtividades meacutedias atingidas por
Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) e jaacute comprovadas tambeacutem em algumas regiotildees
brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia alguns locais na Bahia e Minas Gerais
(SILVA NETO 2011)
Os dados da tabela 6 mostram a realidade alcanccedilada pelos produtores que participaram
do presente estudo considerando suas aacutereas cultivadas totais e os seus potenciais caso
investissem no manejo adequado das bananeiras em suas propriedades
A situaccedilatildeo real das propriedades analisadas nos indica que a aacuterea amostrada em
Presidente Figueiredo foi de 605 hectares onde foram produzidas 991 toneladas de bananas
na safra de 2012 A produtividade meacutedia para esta aacuterea foi de 160 tha superando a meacutedia do
Estado que eacute de 120 tha No Rio Preto da Eva a aacuterea amostrada foi 830 ha e a produccedilatildeo de
1152 t com produtividade de 14 tha tambeacutem superior agrave do Estado Segundo dados do IBGE
(2013) a produtividade meacutedia para ambos os municiacutepios na safra de 2012 foi de 12 tha
Nas aacutereas amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva respectivamente
foram produzidos cerca de 30000 e 34900 cachos de bananas na safra de 2012 com
aproximadamente 300000 e 349000 mil pencas
Considerando o preccedilo meacutedio de venda de cada municiacutepio de R$ 1400 o cacho os
produtores rurais da aacuterea estudada obtiveram receita da ordem de R$ 420 e R$ 488 mil reais
Se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas tambeacutem considerando o preccedilo meacutedio de
106
venda das pencas em cada municiacutepio de R$ 240 e R$ 260 nesta ordem para Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva a receita obtida seria de R$ 720 e R$ 907 mil reais
Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas
45 Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012
Variaacuteveis
Situaccedilatildeo real nas propriedades
rurais avaliadas nos municiacutepios
Estado do
Amazonas Presidente
Figueiredo
Rio Preto da
Eva
Situaccedilatildeo real nas propriedades
Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440
Produccedilatildeo na aacuterea amostradasafra (ta) 991 1152 63745
Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 160 140 120
Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un)2 30000 34900 1931667
Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400 (4)
Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un)2 300000 349000 --
Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
cacho (R$100)3
420000 488600 27043338
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
pencas (R$100)3
720000 907400 --
Recomendaccedilatildeo teacutecnica1
Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440
Produccedilatildeo na aacuterea amostradaa (t) 3025 4150 277000
Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 500 500 500
Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un) 91667 125758 8393939
Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400
Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un) 916667 1257576 --
Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
cacho (R$100) 1283333 1760606 117515152
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
pencas (R$100) 2200000 3269697 --
Diferenccedilas de Renda
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos) 863333 1272006 90471814
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas) 1480000 2362297 --
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos)ha 1426997 1532537 90471814
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas)ha 2446281 2846141 -- (
1) Com base nas indicaccedilotildees de densidade e produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) (Tabela 2)
(2) Considerando o peso meacutedio do cacho indicado por Gasparotto et al (2003) Tabela 3
(3) Com base no preccedilo meacutedio de vendas dos municiacutepios em estudo
Fonte autora
Com base nestes dados foi possiacutevel imaginar uma situaccedilatildeo hipoteacutetica caso estes
produtores aplicassem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas por Pereira et al (2006)
e alcanccedilassem a produtividade indicada por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) na
mesma aacuterea amostrada em cada municiacutepio seriam produzidas 50 toneladas de bananas por
hectare e isto renderia em meacutedia 91667 cachos de banana e 916667 pencas que quando
comercializados renderiam para o municiacutepio de Presidente Figueiredo mais de R$
107
128300000 para vendas em cachos e se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas a
receita estimada seria de R$ 2200000 O municiacutepio de Rio Preto da Eva nos 830 ha
cultivados produziria 125758 cachos e 1257576 pencas pelos quais obteria receita
estimada respectivamente de R$ 176060600 e R$ 326969700 (Tabela 6)
Analisando a situaccedilatildeo real nas propriedades estudadas e comparando com a
recomendaccedilatildeo teacutecnica eacute possiacutevel observar quanto os produtores rurais deixaram de ganhar
por natildeo aplicarem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas para os cultivos de
bananeiras O municiacutepio de Presidente Figueiredo somente nos 605 hectares estudados
deixou de arrecadar mais de R$ 863 mil reais caso vendesse a produccedilatildeo em cachos e mais de
R$ 1480 mil para vendas das bananas em pencas No municiacutepio de Rio Preto da Eva nos
830 ha cultivados os produtores deixaram de arrecadar mais de R$ 1272 mil reais para a
venda em cachos e mais de R$ 2362 mil para vendas em pencas
Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos
e ineficiecircncia nos processos de comercializaccedilatildeo das bananas visto que cada hectare cultivado
com bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo mantidos os mesmos preccedilos de venda
alcanccedilado na safra de 2012 poderia arrecadar mais R$ 1426997 para venda em cachos e R$
2446281 caso a produccedilatildeo fosse vendida em pencas O Municiacutepio de Rio Preto da Eva
mantidas as mesmas condiccedilotildees em cada hectare cultivado poderia arrecadar mais R$
1532537 para vendas em cachos e R$ 2846141 para vendas em pencas (Tabela 6)
108
434 CONCLUSOtildeES
Todos os produtores de banana dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva analisados comercializam sua produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo
pelo varejo
Predomina entre eles a venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas
produccedilotildees para a Cooperativa ou Associaccedilatildeo a que pertencem
Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com alguns tambeacutem vendendo
em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria tambeacutem vende na forma de
pencas
Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que os praticados pela
Cooperativa ou Associaccedilatildeo
As receitas obtidas pelos produtores dos dois municiacutepios em Reais por hectare foram
de R$ 1682800 - R$1502200 nas vendas dos cachos e R$ 2884800 - R$ 2789800 nas
vendas das pencas respectivamente em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus cultivos eou observado as
orientaccedilotildees teacutecnicas de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos esses valores subiriam
respectivamente para R$ 2333800 nas vendas dos cachos e R$ 4000800 - R$ 4334200 nas
vendas das pencas
No municiacutepio de Presidente Figueiredo nos 605 ha cultivados com bananeiras os
produtores obtiveram receita de R$ 101809400 para vendas em cachos e R$ 174530400
para vendas em pencas Esses produtores deixam de ganhar R$ 39385500 com as vendas em
cacho e R$ 67518000 com as vendas em pencas devido agraves baixas produtividades
alcanccediladas No Rio Preto da Eva nos 803 ha cultivados as perdas foram de R$ 69022800 e
R$ 128185200 para a venda em cachos e pencas respectivamente
109
44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA
BANANA NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE
FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Resumo
A anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos seus ambientes institucional
organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua estrutura e funcionamento e a
forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que compotildeem a cadeia Este estudo visou
identificar os ambientes da cadeia produtiva da banana em dois municiacutepios do Estado do
Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional organizacional e produtivo
da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores no processo de
desenvolvimento local para o fortalecimento dessa cultura agriacutecola Foram aplicados
questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva na safra de 2012 Aleacutem disso foram
obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no presente trabalho No
Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais e estaduais responsaacuteveis pelo fornecimento
de suporte logiacutestico financeiro educacional de sauacutede e teacutecnico para consolidar os elos da
cadeia produtiva da banana Com todo o arcabouccedilo dessas instituiccedilotildees e competecircncias era de
se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva
consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual Essas instituiccedilotildees natildeo
alcanccedilam a maioria dos produtores de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva Sem uma assistecircncia adequada os produtores tem dificuldades de adquirir
insumos agriacutecolas conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas Se houvesse
uma consolidaccedilatildeo dos fluxos dentro da cadeia com um envolvimento maior das instituiccedilotildees
com os produtores e esses entre si na forma de Cooperativas e Associaccedilotildees niacuteveis bem mais
elevados de produtividade da banana no Amazonas poderiam ser alcanccedilados
Palavras Chave Produccedilatildeo rural Cooperativas rurais Associaccedilotildees rurais Produtores rurais
instituiccedilotildees puacuteblicas
110
Abstract
Analysis of agricultural production chains from their environments - institutional
organizational and productive permit our understanding of its structure and functioning and
the form of intra and inter interaction actors and environments that make up the chain This
study aimed to identify the design of the banana production chain in two municipalities in the
State of Amazonas and present the composition of institutional environments organizational
and production thereof and the role to be played by these actors in the local development
process from the strengthening of this fruit cultivation Questionnaires were used in 15 farms
who grow bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 in Rio Preto da Eva
harvest of 2012 Also it was obtained information in the sites of the institutionorganization
cited in this study The results indicated that in the Amazonas state federal and state
institutions act to give full logistical financial educational helth and technical support to
consolidate the links in the banana chain production With all the framework and expertise of
these institutions would expect a highly favorable environment for the establishment of a
consolidated supply chain for any activity of the state agricultural sector These institutions do
not reach the majority of banana producers in the municipalities of Presidente Figueiredo and
Rio Preto da Eva Without adequate assistance producers have difficulties to acquire
agricultural inputs knowledge drain and to commercialize their bananas production If there
was a consolidation of flows within the chain with greater involvement of institutions with
producers and these with each other in the form of cooperatives and associations higher
levels of banana productivity could be achieved in the Amazonas State
Key words Rural production rural cooperatives rural associations rural producers public
institutions
111
441 INTRODUCcedilAtildeO
Nos uacuteltimos anos o Brasil apresentou expressivo crescimento no comeacutercio
internacional do agronegoacutecio e consolidou sua posiccedilatildeo como um dos maiores produtores e
exportadores de alimentos e produtos agriacutecolas do planeta comercializando sua produccedilatildeo em
mais de 200 paiacuteses (MAPA 2013) Contudo o setor agriacutecola no Brasil vem passando por um
processo de reorganizaccedilatildeo especialmente na reestruturaccedilatildeo das cadeias produtivas para se
tornarem mais aacutegeis inovadoras e modernas como forma de se tornarem competitivas e
alcanccedilar o mercado global (BARRETO FILHO 2000) Essas circunstacircncias demandam
estudos que busquem entender a integralizaccedilatildeo do processo de desenvolvimento local a partir
das cadeias de suprimentos das cadeias produtivas da governanccedila e das alianccedilas estrateacutegicas
viabilizando a criaccedilatildeo de alternativas capazes de potencializar os recursos endoacutegenos
disponiacuteveis conforme enfatizado por Sachs (2009)
O estudo da organizaccedilatildeo administrativa da cadeia produtiva eacute o ponto de partida para
a anaacutelise do seu desempenho de forma a possibilitar a descriccedilatildeo das condiccedilotildees em que a
dinacircmica da produccedilatildeo e do mercado as regras governamentais e outros fatores influenciam a
performance da produccedilatildeo Desta forma a anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos
seus ambientes institucional organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua
estrutura e funcionamento e a forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que
compotildeem a cadeia
Este estudo busca identificar o desenho da cadeia produtiva da banana em dois
municiacutepios do Estado do Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional
organizacional e produtivo da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores
no processo de desenvolvimento local a partir do fortalecimento dessa cultura agriacutecola O
estudo possibilita conhecer os elementos que compotildeem o sistema produtivo dessa espeacutecie nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas assim como
identificar as interaccedilotildees cooperaccedilotildees e aprendizados entre eles e a contribuiccedilatildeo desse
processo para consolidaccedilatildeo do sistema produtivo da banana e consequente desenvolvimento
local
112
442 MATERIAL E MEacuteTODOS
4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
A cadeia produtiva reflete-se no conjunto de elementos que interagem em um
processo produtivo para a oferta de produtos eou serviccedilos ao mercado consumidor
envolvendo o emprego de trabalho e tecnologia
Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa foi delineada
a partir dos ambientes macros essenciais para o funcionamento da produccedilatildeo agriacutecola em
cadeia permitindo identificar os elementos e atores componentes de cada ambiente do sistema
produtivo com suas relaccedilotildees fluxos e dinacircmica de funcionamento no contexto dos Municiacutepios
em estudo Posteriormente todos os elos da cadeia produtiva foram contextualizados nos seus
objetivos e finalidades especiacuteficas como forma de empreender um funcionamento satisfatoacuterio
de sistema produtivo que servisse de base comparativa ao sistema ou processo real de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva no Amazonas
O mapeamento dos ambientes da cadeia produtiva busca identificar os elementos
envolvidos no processo de produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios pesquisados identificando os
atores econocircmicos poliacuteticos e sociais o ambiente institucional organizacional e produtivo
que constituem a estrutura de produccedilatildeo dessa cultura Estes elementos permitiram analisar
como se processa a governanccedila a interaccedilatildeo a cooperaccedilatildeo e o aprendizado entre as partes do
sistema e compreender como ocorre o dinamismo da competividade da atividade produtiva
deste segmento
4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve
dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos institucionais
organizacionais e produtivos com o fim de conhecer quais as forccedilas atuantes neste processo e
se elas contribuem para o desenvolvimento sustentaacutevel do local onde estatildeo inseridas
No que concerne agrave dimensatildeo da cadeia produtiva da banana foram delimitados os
ambientes da cadeia produtiva a partir do diagrama esquemaacutetico de sistema produtivo
agriacutecola desenvolvido por Zylbersztajn (1994) e verificados os elementos envolvidos em
cada ambiente e que contribuem com a produccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos seus produtos A
anaacutelise envolveu a observaccedilatildeo das instituiccedilotildees para a formaccedilatildeo de poliacuteticas relacionadas agrave
cultivos agriacutecolas as organizaccedilotildees executoras dessas poliacuteticas e o ambiente da produccedilatildeo
113
propriamente dito representado pelas propriedades agriacutecolas os fornecedores de insumos as
induacutestrias de transformaccedilatildeo dos produtos a comercializaccedilatildeo e os fluxos decorrentes do
processo e seus elos Esta anaacutelise possibilitou o desenho do mapa do sistema agriacutecola
desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios em estudo
Em seguida com base na anaacutelise processada foram elencados os principais atores da
cadeia e posteriormente foi feita uma contextualizaccedilatildeo da atividade desenvolvida por cada
elemento atuante no processo categorizando as diferentes atividades e as formas como se
relacionam a interaccedilatildeo a intervenccedilatildeo e a governanccedila entre os atores observando os objetivos
de cada um e a forma como se inserem e atuam no sistema conforme Quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em
acordo com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva no Amazonas
Ambientes da Cadeia Produtiva da Banana
Institucional Produtivo Organizacional Fluxos
- Leis
- Regulamentos
- Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Municipal
- Insumos de
produccedilatildeo
- Produccedilatildeo
- Processamento
- Comercializaccedilatildeo
- Mercados
- Serviccedilos de apoio
Teacutecnico
Institucional
Mercadoloacutegico
- Infraestrutura
Transporte
Armazenamento
- Fiacutesicos
- Financeiros
- Tecnoloacutegicos
- Informaccedilotildees
- Conhecimentos
Fonte autora
Na expectativa de delinear um padratildeo comparativo para o processo de produccedilatildeo de
bananas foram elencadas as variaacuteveis que compotildeem os ambientes institucional produtivo e
organizacional do sistema de produccedilatildeo de forma a aglutinar as leis poliacuteticas puacuteblicas
insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo propriamente dita ndash que se efetivam nas propriedades rurais
- os mercados os serviccedilos de apoio teacutecnico institucional e mercadoloacutegico a infraestrutura
necessaacuteria bem como os fluxos fiacutesicos do produto tecnoloacutegicos de informaccedilotildees e
conhecimentos que fortalecem a cadeia de produccedilatildeo
Por fim foi analisada a situaccedilatildeo real no processo produtivo da banana nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva para cada elemento previamente
delineado como forma de mensurar o niacutevel de estruturaccedilatildeo e fortalecimento da cadeia
produtiva da banana e como ela se insere na economia local nacional e internacional sua
trajetoacuteria evolutiva os condicionantes e natureza da atividade produtiva as especificidades
dos processos de aprendizagem e das trocas de conhecimentos relacionados ao negoacutecio
agriacutecola dessa cultura e o modo como esses processos satildeo afetados pelas poliacuteticas existentes
114
4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Com base na orientaccedilatildeo bibliograacutefica que subsidiou este trabalho foram caracterizadas
as dimensotildees e os atores componentes do sistema produtivo agriacutecola da banana para os
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1
Para isso foram aplicados questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no
municiacutepio de Presidente Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva safra de 2012
Aleacutem disso foram obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no
presente trabalho Em seguida se procedeu agraves anaacutelises nessas instituiccedilotildees que compotildeem cada
ambiente da cadeia produtiva no acircmbito federal estadual e municipal buscando nas suas
competecircncias organizacionais aquelas que as relacionassem ao sistema produtivo agriacutecola da
banana nos municiacutepios em estudo
A partir desse levantamento foi possiacutevel identificar os ambientes e elementos
essenciais para o desenvolvimento da produccedilatildeo agriacutecola da banana em condiccedilatildeo ideal que
funcionando de forma satisfatoacuteria seria capaz de contribuir para o desenvolvimento dos
municiacutepios em estudo
Na anaacutelise as dimensotildees institucional agriacutecola organizacional e os fluxos de
informaccedilotildees foram cruzados na tentativa de compreender a interaccedilatildeo entre o setor produtivo e
as forccedilas atuantes no processo considerando as propriedades rurais produtoras de bananas as
instituiccedilotildees e organizaccedilotildees envolvidas no processo de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo o
desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas as instituiccedilotildees de ensino e pesquisas o apoio teacutecnico a
infraestrutura e os fluxos envolvidos no contexto
Para a anaacutelise da situaccedilatildeo real da produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios estudados
foram analisados os fluxos de interaccedilatildeo entre os elementos que compotildeem o sistema onde
foram delimitados quatro nuances de contato entre os elementos inexistecircncia de contato
contato moderado contato intenso e contato eficaz a partir da percepccedilatildeo dos produtores
rurais inqueridos na pesquisa
A inexistecircncia de contato foi identificada pela natildeo atuaccedilatildeo de determinado ator com
accedilatildeo objetiva agrave outros componentes do sistema deixando de proceder contato com os
mesmos O contato moderado se reportava agravequeles presentes entre os atores poreacutem com
resultado ineficaz comprometendo o desenvolvimento do sistema O contato intenso
apontava os casos em que a interaccedilatildeo contribuiacutea para o desenvolvimento do sistema poreacutem
ainda de forma ineficaz O fluxo de contato eficaz traduzia os casos de perfeita interaccedilatildeo entre
115
os atores ou elementos contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento do sistema
produtivo da banana
4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos
quantitativos A anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas e
objetivos das instituiccedilotildees envolvidas no sistema de produccedilatildeo da banana A anaacutelise quantitativa
torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no acircmbito financeiro e
mercadoloacutegico da cadeia
Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas
pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo
exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) caracteriza-se por proporcionar um maior
conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da
investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa
443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4431 Sistema Produtivo Agriacutecola
No agronegoacutecio a exigecircncia ascendente do mercado competitivo motivou a
reorganizaccedilatildeo das cadeias produtivas como determinante de sobrevivecircncia Na regiatildeo Norte
onde as culturas agriacutecola e extrativista satildeo concorrentes o desafio eacute ainda maior e as
probabilidades de Ecircxito seratildeo mais favoraacuteveis caso se consiga aglutinar os esforccedilos de todos
os ambientes e atores do sistema produtivo
No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de
elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e em
que cada um dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute
maior do que o que as unidades poderiam ter caso funcionassem independentemente
Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as
relaccedilotildees entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990
CARAVANTES et al 2005 CHIAVENATO 2011)
O sistema produtivo do agronegoacutecio deve ser trabalhado desde as instituiccedilotildees que
desenvolvem as poliacuteticas puacuteblicas a oferta de insumos as propriedades agriacutecolas as
agroinduacutestrias o escoamento da produccedilatildeo e o mercado consumidor Essa cadeia aglutina os
serviccedilos de apoio como pesquisa assistecircncia teacutecnica processamento transporte
116
comercializaccedilatildeo creacutedito distribuidores industrializaccedilatildeo e consumidor final (GASQUES et
al 2004)
A Figura 1 apresenta de forma simplificada o panorama sistecircmico da produccedilatildeo
agriacutecola com seus ambientes e fluxos interativos
Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola
Fonte Zylbersztajn (1994) Adaptada pela autora
Neste estudo a cadeia produtiva agriacutecola eacute tratada como um sistema produtivo A
gestatildeo de um sistema deve focar a maximizaccedilatildeo da produccedilatildeo a minimizaccedilatildeo dos custos
maior eficiecircncia e eficaacutecia especialmente na qualidade dos produtos e na produtividade para
garantir a competividade e a sustentabilidade do sistema no ambiente no qual estaacute inserida
Para isto eacute preciso que os atores envolvidos tenham visatildeo holiacutestica de toda a cadeia para que
possam identificar os possiacuteveis inter-relacionamentos a fim de traccedilarem suas estrateacutegias de
forma conjunta em um modelo de accedilatildeo colaborativa e natildeo individual
Este sistema produtivo (Figura 1) configura-se como um todo organizado
constituiacutedo de partes integradas que podem ou natildeo interagir com o meio externo e que sejam
interdependentes para o seu pleno funcionamento Eacute constituiacutedo dos ambientes institucional
organizacional e produtivo e cada um possui seus proacuteprios subsistemas que se relacionam e
estatildeo integrados ao todo
O ambiente institucional abrange as leis e normas que regulamentam o sistema A ele
cabe a responsabilidade de desenhar poliacuteticas puacuteblicas que priorizem o desenvolvimento
econocircmico e social do paiacutes Se a diretriz mestra desses atores for o desenvolvimento a partir
das potencialidades locais isto demandaraacute uma governanccedila mais eficiente visto que seraacute
necessaacuterio conhecer as potencialidades endoacutegenas de cada regiatildeo Estas poliacuteticas deveratildeo ser
executadas pelas instituiccedilotildees que compotildeem o ambiente organizacional e deveraacute ser
Ambiente Institucional (leis regulamentos poliacutet governamental etc)
Ambiente Organizacional (serviccedilos de apoio teacutecnico)
Insumos
Produccedilatildeo Processamento Comercializaccedilatildeo
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
Fluxos fiacutesicos Am
bie
nte
pro
du
tivo
117
convergente para o setor produtivo que na visatildeo global da cadeia se apresenta com o papel
fundamental de realizar o maacuteximo de interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo com os demais atores envolvidos
no processo Este fator eacute determinante para que o ambiente produtivo se torne competitivo ao
niacutevel da reduccedilatildeo de custos ampliaccedilatildeo dos ganhos e oferta de produtos em qualidade e
quantidade que satisfaccedila o consumidor
O acircmbito organizacional comporta as instituiccedilotildees de apoio teacutecnico de ensino
pesquisa extensatildeo e demais instituiccedilotildees responsaacuteveis pela execuccedilatildeo das poliacuteticas leis e
normas oriundas do ambiente institucional O melhor desempenho destes dois sistemas se
daraacute pela soacutelida articulaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees e os elementos constitutivos destes ambientes
onde o primeiro fundamenta o segundo e este fornece os subsiacutedios para a consecuccedilatildeo dos
objetivos daquele
O ambiente produtivo apresenta-se como o principal sistema na hierarquia de
funcionamento do todo funciona como o motor de todo o sistema integrando diversos
subsistemas que interagem fornecendo subsiacutedios para o seu funcionamento e sustentaccedilatildeo
Estaacute constituiacutedo por empresas fornecedoras de insumos pela produccedilatildeo primaacuteria propriamente
dita - que neste estudo abrange as propriedades agriacutecolas - pelo ambiente de processamento e
transformaccedilatildeo dos produtos e o ambiente comercial com as empresas de escoamento da
produccedilatildeo e os elementos de transferecircncia dos produtos ateacute o consumidor final Entre estes
ambientes coexistem os fluxos financeiros e de informaccedilotildees e os fluxos fiacutesicos
De acordo com o exposto eacute mister que todo este conjunto de componentes ou sistemas
interativos esteja dinamicamente relacionado objetivando suprir o consumidor final de
determinado produto ou serviccedilo do ambiente agriacutecola (BERTALANFFY 1975 SPPEDING
1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e CHIAVENATO 2011)
4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola
A cadeia produtiva traduz-se em um conjunto articulado de atividades poliacuteticas
econocircmicas e sociais como consequecircncia da relaccedilatildeo em termos de mercados entre
tecnologia organizaccedilatildeo e capital A sua visualizaccedilatildeo efetiva-se como uma sucessatildeo de
operaccedilotildees de transformaccedilatildeo dissociaacuteveis capazes de ser separadas e ligadas entre si por um
encadeamento teacutecnico (PIRES 2001) Eacute entendida como um conjunto de relaccedilotildees comerciais e
financeiras que estabelecem entre todos os segmentos um fluxo de troca entre fornecedores e
clientes ou seja um conjunto de accedilotildees econocircmicas poliacuteticas e sociais que regulam a
valorizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo e asseguram a articulaccedilatildeo das operaccedilotildees
118
A anaacutelise de uma cadeia produtiva necessita da observaccedilatildeo dos ambientes
institucional organizacional e produtivo e a forma como se processa os fluxos fiacutesicos e de
informaccedilotildees nesse sistema
O ambiente institucional eacute constituiacutedo pelas normas e leis federais estaduais e
municipais aleacutem da cultura dos costumes e saberes local da sociedade que envolve e
influencia os ambientes O ambiente organizacional engloba as estruturas que satildeo criadas para
dar suporte ao funcionamento das cadeias produtivas O ambiente produtivo apresenta-se
como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana nos municiacutepios em estudo
A Figura 2 apresenta o sistema desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas envolvendo
trecircs ambientes distintos institucional produtivo e organizacional Em cada um destes estatildeo
inseridas empresas eou instituiccedilotildees com caracteriacutesticas e objetivos distintos entre si poreacutem
semelhantes nas suas finalidades que eacute a consolidaccedilatildeo do sistema produtivo agriacutecola da
banana
119
0
Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas
Fonte autora
Insumos
Produccedilatildeo Processamento
Calcaacuterio
Implementos
agriacutecolas
Pesticidas
Fertilizantes
Propriedades
agriacutecolas
Cultivos de
bananeiras
Comercializaccedilatildeo
Acessoacuterios
agriacutecolas
Bioinduacutestrias
Agroinduacutestrias
Cooperativas
Empresas
Associaccedilotildees
Mercado
Nacional
Mercado
Internacional
Mercado
Local
Mercado
Regional Varejo
Fluxos fiacutesicos
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
IDAM
INPA
UFAM
UEA MMA
MIDIC SEPROR MAPAEMBRAPA
SEBRAE
SUFRAMA (MDIC)
MS
SEPLANCTI MMA MDIC MAPA
SEPLANCTI
Atacado
INST
ITU
CIO
NA
L P
RO
DU
TIV
O
OR
GA
NIZ
AC
ION
AL
AFEAM BASA BNDES
FAPEAM
INSTIT FINANCEIRAS (BB BASA BNDES) IPAAM (SDS) INCRA (MDA)
SDS
CONAB
SUDAM
MME
MIN
120
44321 Ambiente Institucional
O ambiente institucional agrega instituiccedilotildees que estabelecem leis e normas que
regulamentam o sistema produtivo agriacutecola em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e da
sociedade devendo atuar de forma transversal e democraacutetica aglutinando os interesses
nacional regional estadual e municipal em defesa do desenvolvimento do paiacutes e do
equiliacutebrio social ambiental econocircmico politico e territorial como forma de garantir a defesa
e bem estar da sociedade e do territoacuterio
Ao se analisar as atribuiccedilotildees do Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA e do Instituto
de proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas - IPAAM com suas funccedilotildees de controle do
desmatamento regional e definiccedilatildeo da localizaccedilatildeo e extensatildeo das aacutereas cultivadas bem como
do Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria - INCRA com suas atribuiccedilotildees
fundiaacuterias no Amazonas conforme contido em seus ambientes institucionais percebe-se que
desenvolvem poliacuteticas capazes de interferir na cadeia produtiva do setor primaacuterio e portanto
da banana Do mesmo modo a Secretaria de Planejamento Ciecircncia e Tecnologia do
Amazonas - SEPLANCTI o Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio -
MDIC e a Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus ndash SUFRAMA podem ter uma
influecircncia expressiva e positiva se usarem suas competecircncias na formulaccedilatildeo de poliacuteticas
puacuteblicas que favoreccedilam os produtores agriacutecolas regionais atuando de forma coordenada e
integrada O suprimento de energia eleacutetrica e de estradas eou hidrovias para o escoamento da
produccedilatildeo agriacutecola podem ser citadas como importantes para o processo de integraccedilatildeo dos
produtores no contexto do desenvolvimento regional accedilotildees essas de responsabilidade do
Ministeacuterio das Minas e Energia - MME e Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN A
SUDAM com sede em Beleacutem tambeacutem pode ser inserida nesse contexto de poliacuteticas puacuteblicas
O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA a Secretaria de
Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas - SDS e Secretaria de Produccedilatildeo e Extensatildeo Rural
- SEPROR por outro lado devem atuar de forma integrada para que os produtores tenham
todo o apoio teacutecnico necessaacuterio para que suas propriedades aproveitem da maneira mais
produtiva possiacutevel suas aacutereas cultivadas quer suprindo informaccedilotildees de manejo do solo das
culturas das pragas e doenccedilas como tambeacutem orientaccedilotildees sobre o mercado consumidor local
regional e se possiacutevel ateacute o nacional e o internacional Com isso os produtores podem ter
uma visatildeo mais completa de como se inserem no sistema produtivo podendo assim planejar
com mais competecircncia suas accedilotildees futuras O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) tambeacutem tem um
papel importante no sistema produtivo pois a regiatildeo eacute propensa a ocorrecircncia de doenccedilas
121
principalmente as que tecircm alguns insetos como vetores (malaacuteria dengue leishmaniose etc)
capazes de causar impactos altamente elevados em assentamentos de produtores dificultando
suas atuaccedilotildees no meio rural Por fim eacute necessaacuterio citar as instituiccedilotildees financeiras como o
Banco da Amazocircnia SA - BASA Banco do Brasil - BB Banco Nacional de
Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES etc responsaacuteveis por financiamentos da
produccedilatildeo agriacutecola do Estado
Quando se analisa o aspecto organizacional do modelo de cadeia produtiva
identificando as instituiccedilotildees executoras das poliacuteticas puacuteblicas aleacutem das jaacute citadas acima
encontramos as Instituiccedilotildees de Ensino Superior -IES (UFAM UEA IFAM INPA Embrapa)
as de fomento agrave pesquisa e agrave produccedilatildeo (FAPEAM BASA SUDAM SUFRAMA BNDES)
aleacutem de apoio teacutecnico aos produtores (IDAMSEPROR SDS SEBRAE Prefeituras
Municipais) e ainda a AFEAM que fornece treinamento e creacuteditos para os setores da
economia do Amazonas e a CONAB com suas assistecircncias teacutecnicas e aquisiccedilatildeo de produtos
por preccedilos compatiacuteveis ao produtor e ao mercado consumidor
Se essa estrutura estivesse atuando de forma integrada coordenada e organizada
seria de se esperar que os elos da cadeia produtiva de qualquer produto agriacutecola pudessem
estar consolidados e contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento sustentaacutevel
regional
Os produtores teriam apoio governamental para a obtenccedilatildeo de creacuteditos e o mercado
local teria condiccedilotildees de proporcionar a preccedilos adequados todos os insumos necessaacuterios para
alavancar suas produtividades a niacuteveis elevados em quantidade e qualidade e de forma
sustentaacutevel em condiccedilotildees de competitividade com os mercados de outras regiotildees do paiacutes
criando um ciacuterculo virtuoso de desenvolvimento agriacutecola que beneficiaria todos os envolvidos
no processo inclusive a sociedade regional Os produtores estariam bem organizados em
Associaccedilotildees e Cooperativas e haveria espaccedilo para a atuaccedilatildeo de Agroinduacutestrias e
Bioinduacutestrias que processariam a banana transformando parte da produccedilatildeo em subprodutos
com maior valor agregado como doces geleias fritas ships aproveitando quase toda ou toda
a produccedilatildeo da cultura gerando mais empregos e divisas para a regiatildeo
Associaccedilotildees e Cooperativas mais consolidadas poderiam significar maior potencial
dos produtores atingirem os mercados regionais nacional e ateacute internacional com maior
competitividade e eficiecircncia garantindo a eles maiores preccedilos e maior seguranccedila na venda de
sua produccedilatildeo com os excedentes sendo exportados e trazendo mais divisas para o Estado que
dispotildee de recursos hiacutedricos terras e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo da banana
122
A seguir foram descritas de forma mais detalhada as competecircncias de cada uma dessas
instituiccedilotildees para se ter uma noccedilatildeo mais exata dos seus perfis de atuaccedilatildeo visando identificar
melhor seus papeacuteis no sistema produtivo da banana no Estado do Amazonas
O Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA atua no desenvolvimento e implementaccedilatildeo
da poliacutetica nacional do meio ambiente e dos recursos hiacutedricos na poliacutetica de preservaccedilatildeo
conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacutevel de ecossistemas e da biodiversidade na proposiccedilatildeo de
estrateacutegias mecanismos e instrumentos econocircmicos e sociais para a melhoria da qualidade
ambiental e do uso sustentaacutevel dos recursos naturais no desenvolvimento de poliacuteticas para a
integraccedilatildeo do meio ambiente e da produccedilatildeo nas poliacuteticas e programas ambientais para a
Amazocircnia Legal e no Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico - ZEE como oacutergatildeo gestor normativo
dos processos de implantaccedilatildeo dos ZEEs pelos Estados (MMA 2015)
O MMA eacute responsaacutevel por promover a adoccedilatildeo de princiacutepios e estrateacutegias para o
conhecimento a proteccedilatildeo e a recuperaccedilatildeo do meio ambiente o uso sustentaacutevel dos recursos
naturais a valorizaccedilatildeo dos serviccedilos ambientais e a inserccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel
na formulaccedilatildeo e na implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de forma transversal compartilhada
participativa e democraacutetica em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e sociedade
trabalhando de forma integrada as questotildees sociais ambientais e econocircmicas Figura 3
Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no
ambiente institucional Fonte MMA (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA tem papel
importante na gestatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo agrave agropecuaacuteria a exemplo do
Programa Nacional da Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisiccedilatildeo de
alimentos ndash PAA entre outros Deve fomentar o agronegoacutecio e regular a normatizaccedilatildeo de
MMA
Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente
Poliacutetica Nacional dos Rec Hiacutedricos
Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso dos
Ecossistemas
Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso da
Biodiversidade
Poliacuteticas para a Amazocircnia Legal
Gestatildeo Normativa dos ZEEs
Meio Ambiente
Soci
edad
e Eco
no
mia
123
serviccedilos vinculados ao setor agriacutecola agrave pecuaacuteria e ao abastecimento contemplando o
pequeno o meacutedio e o grande produtor rural e deve tambeacutem reunir atividades de suprimento
de bens e serviccedilos relacionados a estes setores bem como o processamento a transformaccedilatildeo
e a distribuiccedilatildeo de produtos de origem agropecuaacuteria ateacute o consumidor final MAPA (2015)
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash EMBRAPA e a Companhia
Nacional de Abastecimento ndash CONAB por exemplo satildeo empresas puacuteblicas que atuam sob a
gerecircncia e coordenaccedilatildeo do MAPA que tambeacutem eacute organizado em secretarias responsaacuteveis
pelos diferentes setores do agronegoacutecio brasileiro a exemplo da Secretaria de Defesa
Agropecuaacuteria ndash SDA e a Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI
(MAPA 2015)
A CONAB visa contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do
produtor rural participando da formulaccedilatildeo das poliacuteticas agriacutecola e de abastecimento Por meio
de suas atividades busca proporcionar a geraccedilatildeo de valor ao produtor rural disponibilizando
preccedilo renda e a regulaccedilatildeo do abastecimento e apoio no fortalecimento e organizaccedilatildeo do setor
Ao consumidor final proporciona o acesso aos alimentos baacutesicos no comeacutercio varejista a
preccedilos acessiacuteveis
O MAPA natildeo restringe suas atividades ao acircmbito agropecuaacuterio Embora concentre
neste setor o foco principal de suas atividades sua estrateacutegia de gestatildeo busca integrar os
aspectos mercadoloacutegicos tecnoloacutegicos cientiacuteficos ambientais e organizacionais dos setores
produtivo do abastecimento da armazenagem e do transporte de safras aleacutem da gestatildeo da
poliacutetica econocircmica e financeira do agronegoacutecio Todo este esforccedilo visa garantir a seguranccedila
alimentar da populaccedilatildeo brasileira e a produccedilatildeo de excedentes para exportaccedilatildeo como forma de
fortalecer o setor produtivo nacional e favorecer a inserccedilatildeo do Brasil no mercado
internacional
A Secretaria de Defesa Agropecuaacuteria ndash SDA eacute responsaacutevel pela execuccedilatildeo das accedilotildees
de Estado para a prevenccedilatildeo controle e erradicaccedilatildeo de doenccedilas animais e de pragas vegetais
que afetam a agropecuaacuteria com vistas a assegurar a origem a conformidade e a seguranccedila dos
produtos de origem animal e vegetal destinados agrave alimentaccedilatildeo humana ou animal e tambeacutem a
idoneidade dos insumos em uso na agricultura e pecuaacuteria brasileira (MAPA 2015)
A SDA tambeacutem participa da formulaccedilatildeo da poliacutetica agriacutecola planejando
normatizando coordenando e supervisionando as atividades de defesa agropecuaacuteria em todo o
Territoacuterio nacional Eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do Sistema Unificado de Atenccedilatildeo agrave
124
Sanidade Agropecuaacuteria ndash SUASA do sistema brasileiro de inspeccedilatildeo de produtos de origem
animal vegetal e de insumos agropecuaacuterios (MAPA 2015)
Na produccedilatildeo vegetal a Secretaria responde pela vigilacircncia fitossanitaacuteria inspeciona
e fiscaliza a produccedilatildeo de sementes mudas fertilizantes corretivos inoculantes estimulantes
e biofertilizantes Controla registro classifica e fiscaliza o comeacutercio de bebidas e a produccedilatildeo
de uvas vinhos e derivados Inspeciona a utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos e seus componentes aleacutem
de fiscalizar e classificar os produtos subprodutos e resiacuteduos vegetais de valor econocircmico
A Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI eacute responsaacutevel pela
interface do MAPA com o mercado externo pela elaboraccedilatildeo de propostas de negociaccedilotildees de
acordos sanitaacuterios e fitossanitaacuterios com outros paiacuteses e ainda por analisar as deliberaccedilotildees
relativas agraves exigecircncias fitossanitaacuterias que envolvem interesses do setor produtivo brasileiro a
fim de consolidar o reconhecimento do paiacutes interna e externamente como provedor de
alimentos seguros e de qualidade
A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo - SDC eacute a principal
responsaacutevel pela adoccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis para o agronegoacutecio brasileiro Sua atuaccedilatildeo
envolve esforccedilos para o estiacutemulo ao cooperativismo as praacuteticas da agricultura sustentaacutevel o
desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas tecnologias a proteccedilatildeo intelectual a infraestrutura e a
logiacutestica de produccedilatildeo transporte e armazenagem de safras (MAPA 2015)
A SDC estaacute estruturada em quatro departamentos responsaacuteveis por diferentes setores
organizacionais O Departamento de Cooperativismo e Associativismo - DENACOOP
fomenta o associativismo entre cooperativas assim como sua internacionalizaccedilatildeo visando
ampliar a participaccedilatildeo econocircmica do setor cooperativo no leque de exportaccedilotildees do paiacutes
Tambeacutem haacute poliacuteticas de incentivo ao cooperativismo entre o puacuteblico jovem e entre mulheres
destinadas agrave inclusatildeo social e maior participaccedilatildeo econocircmica destes setores na sociedade
O Departamento de Sistemas de Produccedilatildeo e Sustentabilidade - DEPROS eacute responsaacutevel
pela regulaccedilatildeo e estiacutemulo agrave praacuteticas de agropecuaacuteria sustentaacuteveis que preservem o ambiente e
os recursos naturais As principais poliacuteticas desenvolvidas pelo DEPROS estatildeo relacionadas agrave
produccedilatildeo de alimentos orgacircnicos (Agroecologia) Sistemas de Produccedilatildeo Integrada para
rastreabilidade e qualificaccedilatildeo da produccedilatildeo e Sistemas de Conservaccedilatildeo de Solos e Aacuteguas que
cuidam da manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas (MAPA 2015)
Questotildees relativas agrave proteccedilatildeo de propriedade intelectual ligada ao agronegoacutecio
desenvolvimento e fomento a novas cultivares pesquisa e desenvolvimento de implementos
maacutequinas e insumos satildeo responsabilidade do Departamento de Propriedade Intelectual e
125
Tecnologia da Agropecuaacuteria - DEPTA O DEPTA tambeacutem eacute responsaacutevel pelo sistema
nacional de identificaccedilatildeo geograacutefica que fomenta a homologaccedilatildeo de regiotildees geograacuteficas
produtoras de alimentos certificados
O Departamento de Infraestrutura e Logiacutestica ndash DIEL coordena questotildees relativas ao
escoamento e armazenagem dos produtos agropecuaacuterios brasileiros Normatiza e fiscaliza
condiccedilotildees fiacutesicas de portos aeroportos e armazeacutens aleacutem de desenvolver poliacuteticas de
infraestrutura e obras para o incremento da capacidade logiacutestica do agronegoacutecio Controla a
aviaccedilatildeo voltada ao setor agriacutecola normatizando e promovendo treinamentos para os pilotos
operadores Tambeacutem eacute responsaacutevel pela promoccedilatildeo das parcerias institucionais e pela
assessoria a demandas parlamentares no acircmbito do ministeacuterio
A Secretaria de Poliacutetica Agriacutecola ndash SPA atua no planejamento e execuccedilatildeo de medidas
de apoio agrave produccedilatildeo agriacutecola em trecircs pilares baacutesicos Primeiro na oferta de recursos para o
financiamento do agronegoacutecio aperfeiccediloamento e apoio agrave produccedilatildeo Segundo no apoio e
sustentaccedilatildeo dos preccedilos agropecuaacuterios por meio de aquisiccedilotildees governamentais e equalizaccedilotildees
de preccedilos E por uacuteltimo no aperfeiccediloamento da gestatildeo de risco por meio da subvenccedilatildeo ao
precircmio do seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaacuteria - PROAGRO e
do Zoneamento Agriacutecola de Risco Climaacutetico
A SPA eacute um instrumento de planejamento e gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para a
agropecuaacuteria brasileira No seu escopo eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do Plano
Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash PAP consolidando accedilotildees programas e diretrizes governamentais para o
setor fundamentais para a tomada de decisatildeo dos produtores rurais e demais agentes
econocircmicos comprometidos no agronegoacutecio A SPA conta com trecircs departamentos que
concorrem no desenvolvimento de suas atribuiccedilotildees
O Departamento de Economia Agriacutecola - DEAGRI responsaacutevel por programar e
acompanhar a aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos e privados na agropecuaacuteria e tambeacutem
acompanhar a legislaccedilatildeo e o desempenho do creacutedito rural com base em dados e estatiacutesticas
puacuteblicos e privados Para isto o DEAGRI observa a conjuntura econocircmica nacional e
internacional em suas relaccedilotildees com o agronegoacutecio e monitora os mercados de insumos
agropecuaacuterios como fertilizantes defensivos maacutequinas e implementos agriacutecolas
O Departamento de Comercializaccedilatildeo e de Abastecimento Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash
DEAGRO tem por atribuiccedilatildeo estabelecer poliacuteticas e accedilotildees voltadas agrave garantia do
abastecimento assegurando ao produtor rural preccedilos compatiacuteveis com sua atividade por meio
126
de aquisiccedilotildees de produtos e equalizaccedilatildeo dos preccedilos agriacutecolas consolidada na Poliacutetica de
Garantia de Preccedilos Miacutenimos - PGPM
O Departamento de Gestatildeo de Risco Rural ndash DEGER eacute encarregado do
desenvolvimento de estudos para a formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas gerenciais de
riscos do setor agropecuaacuterio relacionadas com o seguro rural o PROAGRO (eacute uma garantia
ofertada pela Uniatildeo principalmente para o pequeno e meacutedio produtor e se destina ao
pagamento do creacutedito tomado no banco pelos produtores aleacutem de indenizar os recursos
proacuteprios aplicados no empreendimento na hipoacutetese de ocorrecircncia de eventos climaacuteticos que
gerem perdas em suas lavouras) e o ZARC (o Zoneamento Agriacutecola tem como objetivo
indicar os periacuteodos de plantio por municiacutepio e por cultura relacionados ao ciclo das
cultivares e aos tipos de solos a fim de que eventuais eventos climaacuteticos adversos natildeo
coincidam com as fases mais sensiacuteveis das lavouras)
As accedilotildees do PROAGRO e do ZARC ocorrem por meio do Programa de Subvenccedilatildeo ao
Precircmio do Seguro Rural ndash PSR que viabiliza o acesso do produtor ao seguro mediante o
pagamento pelo governo de parte do precircmio de seguro rural contratado pelo produtor nas
modalidades agriacutecola pecuaacuteria aquiacutecola e de floresta
Aleacutem das secretarias o MAPA possui vaacuterios oacutergatildeos e unidades descentralizadas da
administraccedilatildeo direta a exemplo das Superintendecircncias Federais de Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento - SFAs oacutergatildeos de representaccedilatildeo nos Estados da Federaccedilatildeo e conta com apoio
dos Laboratoacuterios Nacionais Agropecuaacuterios ndash LANAGROS responsaacuteveis pelas anaacutelises
laboratoriais relativas ao setor entre outros (MAPA 2015) O MAPA trabalha para contribuir
com a sustentabilidade social econocircmica e ambiental por meio do apoio agrave accedilotildees para o
desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e mercadoloacutegico Figura 4
127
Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA no ambiente institucional
Fonte MAPA (2015) Adaptada pela autora
MAPA SFAs (oacutergatildeos de repres do
MAPA nos Estados) LANAGROS
Poliacuteticas para o Agronegoacutecio
SPA (instrumento de gestatildeo)
SDA
SDC (desenv agropec e coord)
Controle e defesa fitossanitaacuterio
patoloacutegico e de insumos
SRI
DEGER
DEAGRI
DEAGRO
Fomento
Controle de Preccedilo de Merc
Gestatildeo de Risco (seguro rural)
ZARC
PROAGRO
DENACOOP
DEPROS
DEPTA
DIEL
Cooperativismo
Associativismo
Sustentabilidades
Pesquisa
Prop Intelec
Logiacutestica portos aerop e armazeacutens
Mercado Externo
Poliacutetica Externa
Sust
en
tab
ilid
ade
Soci
al
Suste
ntab
ilidad
e Econ
ocircm
ica
Cientiacutefico Tecnoloacutegico Mercadoloacutegico
Sustentabilidade Ambiental
128
O Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC atua com o
propoacutesito de gerir as poliacuteticas puacuteblicas no acircmbito federal para fortalecer a competitividade
das empresas brasileiras executa e avalia poliacuteticas puacuteblicas para a promoccedilatildeo da
competitividade do comeacutercio exterior do investimento e da inovaccedilatildeo nas empresas e para o
bem estar do consumidor conforme Figura 5
Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash
MDIC no ambiente institucional Fonte MDIC (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS tem a funccedilatildeo de oferecer condiccedilotildees para a promoccedilatildeo
proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo reduzindo as enfermidades controlando as
doenccedilas endecircmicas e parasitaacuterias e melhorando a vigilacircncia agrave sauacutede como forma de garantir
mais qualidade de vida aos brasileiros Figura 6
Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional Fonte MS (2015) Adaptada pela autora
MDIC
Compras e Vendas no
Exterior
SUFRAMA Geraccedilatildeo Atraccedilatildeo e
Consolidaccedilatildeo de Investiemtno Desenvolver a socioeconomia
da regiatildeo Norte
Bem Estar das Empresas
Competitividade no Comeacutercio Exterior
Meio Ambiente
Soci
edad
e
Econ
om
ia
Investimento Puacuteblico
Infraestrutura
Formaccedilatildeo de RH
CTampI
MS
Coord e Fiscaliz do SUS
Sauacutede Ambiental
Poliacutetica Nacional de Sauacutede Pesquisa Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica na Aacuterea da Saude
Vigilacircncia da Sauacutede
Sauacutede
Soci
edad
e
Am
bien
te
Drogas
Medicamentos
Alimentos
Controle Sanitaacuterio de Fronteiras e Portos
Fluviais
Aeacutereos
Mariacutetimos
129
O empenho central desta instituiccedilatildeo foca a implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de
sauacutede aglutinando a coordenaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash SUS a sauacutede
ambiental e accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede individual e coletiva
incluindo os trabalhadores e os iacutendios fornecendo informaccedilotildees de sauacutede vigilacircncia e controle
sanitaacuterio de fronteiras e de portos mariacutetimos fluviais e aeacutereos vigilacircncia de sauacutede
especialmente drogas medicamentos e alimentos e pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica na aacuterea
de sauacutede
O Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio ndash MDA eacute responsaacutevel pelo
desenvolvimento do Brasil rural por meio da democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra da gestatildeo
territorial da estrutura fundiaacuteria da inclusatildeo produtiva da ampliaccedilatildeo da renda da agricultura
familiar e da paz no campo contribuindo com a soberania alimentar o desenvolvimento
econocircmico social e ambiental do Brasil Figura 7
Entre as competecircncias do MDA estaacute a de exercer em caraacuteter extraordinaacuterio as
competecircncias relativas agrave regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na Amazocircnia legal em acordo com o Art 35
da medida Provisoacuteria ndeg 458 de 10 de fevereiro de 2009 Exerceraacute esta tarefa por meio do
departamento de planejamento monitoramento e avaliaccedilatildeo da regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na
Amazocircnia Legal O Ministeacuterio conta ainda com a Secretaria de Reordenamento Agraacuterio que
possui um Departamento de Creacutedito Fundiaacuterio e uma Subsecretaria da Agricultura Familiar
Esta Secretaria possui um Departamento de Financiamento e Proteccedilatildeo da Produccedilatildeo e um
Departamento de Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural entre outros
O Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash INCRA eacute vinculado ao
MDA tem a personalidade juriacutedica de autarquia da Uniatildeo e sua missatildeo preciacutepua eacute
implementar a poliacutetica de reforma agraacuteria no Brasil e realizar o ordenamento fundiaacuterio
nacional A primeira se daraacute por meio da democratizaccedilatildeo do acesso a terra criando e
implantando assentamentos rurais sustentaacuteveis A segunda viraacute por meio da regularizaccedilatildeo
fundiaacuteria de terras puacuteblicas e da gerecircncia dessa estrutura no paiacutes e visa agrave desconcentraccedilatildeo da
estrutura fundiaacuteria como forma de reduzir a violecircncia e a pobreza no campo e promover a
igualdade e inclusatildeo social
A reforma agraacuteria deve ocorrer de forma participativa dentro dos princiacutepios da
legalidade impessoalidade moralidade publicidade e eficiecircncia e deve contribuir para o
fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada A autarquia tem o compromisso
de fiscalizar a funccedilatildeo social dos imoacuteveis rurais e fomentar a produccedilatildeo agroecoloacutegica de
alimentos e a inserccedilatildeo nas cadeias produtivas para tanto deveraacute buscar a qualificaccedilatildeo dos
130
Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no
ambiente institucional Fonte MDA (2015) Adaptada pela autora
INCRA
Qualificaccedilatildeo dos Assentamentos Rurais
Poliacutetica de Reforma Agraacuteria
Desconcentraccedilatildeo da estrutura Fundiaacuteria
Ordenamento Fundiaacuterio Nacional
Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria de Terras Puacuteblicas
Reduccedilatildeo da Violecircncia e da Pobreza no Campo In
clusatilde
o s
oci
al
Iguald
ade S
ocial
Democratizaccedilatildeo do Acesso agrave Terra
Licenciamento Ambiental
Assentamentos Rurais Sustentaacuteveis
Participativa
Legalidade Impessoalidade Moralidade
Publicidade Eficiecircncia
Acesso agrave infraestrutura Baacutesica e ao Creacutedito
Acesso agrave assessoria Teacutecnica e Social
Articulaccedilatildeo com as Demais Poliacuteticas Puacuteblicas
MDA
Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria na Amazocircnia Legal
Secretaria de Ordenamento Fundiaacuterio
Planejamento
Monitoramento
Avaliaccedilatildeo
Creacutedito Fundiaacuterio
Agricultura Familiar
Financiamento e proteccedilatildeo da
Produccedilatildeo
Assistecircncia Teacutecnica e
Extensatildeo Rural
131
assentamentos rurais proporcionando o licenciamento ambiental o acesso agrave infraestrutura
baacutesica o creacutedito e a assessoria teacutecnica e social e a articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas
puacuteblicas em especial a educaccedilatildeo sauacutede cultura e esportes sempre em consonacircncia com as
legislaccedilotildees ambiental e trabalhista
O Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI eacute responsaacutevel pelo
desenvolvimento da poliacutetica nacional de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e inovaccedilatildeo bem
como pela supervisatildeo e controle das atividades da ciecircncia e tecnologia poliacutetica de
desenvolvimento de informaacutetica e automaccedilatildeo poliacutetica nacional de biosseguranccedila poliacutetica
espacial poliacutetica nuclear de controle da exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos sensiacuteveis O objetivo
dessa poliacutetica eacute transformar o setor em componente estrateacutegico do desenvolvimento do paiacutes
contribuindo para que os benefiacutecios da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo sejam distribuiacutedos de
forma justa a toda a sociedade O MCTI incorpora as duas mais importantes agecircncias de
fomento da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Financiadora de Estudos e Projetos ndash FINEP e o
Conselho de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico do Paiacutes ndash CNPq e suas unidades de
pesquisa
Ao sistema MCTI tambeacutem estatildeo agregados o Centro de Gestatildeo de Estudos
Estrateacutegicos ndash CGEE a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear ndash CNEN a Agecircncia Espacial
Brasileira ndash AEB e mais dezenove unidades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de inovaccedilatildeo
e quatro empresas estatais Por meio desse conjunto de instituiccedilotildees o MCTI exerce suas
funccedilotildees estrateacutegicas desenvolvendo pesquisas e estudos que se traduzem em geraccedilatildeo de
conhecimento e de novas tecnologias criaccedilatildeo de produtos processos gestatildeo e patentes
nacionais conforme Figura 8
Sua estrutura estaacute composta de quatro secretarias temaacuteticas que satildeo responsaacuteveis pela
gestatildeo e execuccedilatildeo dos principais programas e accedilotildees do ministeacuterio quais sejam Secretaria de
Poliacuteticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento ndash SEPED Secretaria de Ciecircncia e
Tecnologia para a Inclusatildeo Social ndash SECIS Secretaria de Desenvolvimento Tecnoloacutegico e da
Inovaccedilatildeo ndash SETEC e Secretaria de Poliacutetica de Informaacutetica ndash SEPIN Por meio dessas
secretarias o MCTI alcanccedila o patrimocircnio nacional e contribui para o desenvolvimento
econocircmico social e regional favorecendo todos os biomas brasileiros atuando nas aacutereas de
ciecircncias exatas promovendo a difusatildeo de tecnologias apropriadas para o meio urbano e rural
e a capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica do paiacutes como forma de elevar a competitividade das empresas
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia ndash INPA eacute vinculado ao MCTI e sua
missatildeo eacute gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o
132
desenvolvimento da Amazocircnia Nesse contexto realiza estudo cientiacutefico do meio fiacutesico e das
condiccedilotildees de vida da regiatildeo amazocircnica tendo em vista o bem estar humano e os reclamos da
cultura da economia e da seguranccedila nacional Figura 8
O INPA produz conhecimento e forma recursos humanos na regiatildeo Norte do paiacutes
estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento sustentaacutevel a defesa do meio
ambiente e de seus ecossistemas consolidando estudos sobre a fauna a flora a
biodiversidade a sociodiversidade os recursos florestais e hiacutedricos
Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI no
ambiente institucional Fonte MCTI (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN eacute responsaacutevel pela formulaccedilatildeo e
conduccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Desenvolvimento Regional ndash PNDR formulaccedilatildeo dos planos
e programas regionais de desenvolvimento estabelecimento de estrateacutegias de integraccedilatildeo das
economias regionais definiccedilatildeo de diretrizes e prioridades na aplicaccedilatildeo dos recursos dos
programas de financiamento para o setor produtivo das Regiotildees Norte Nordeste e Centro-
Oeste conforme estabelecido no Art 159 inciso I aliacutenea ldquocrdquo da Constituiccedilatildeo Federal do
Brasil bem como por aplicar os recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazocircnia e do
Nordeste pelas obras de infraestrutura hiacutedrica a poliacutetica nacional de irrigaccedilatildeo entre outras
(MIN 2015)
MCTI
Biosseguranccedila
FINEP Poliacutetica Nacional de Pesquisa
Cientiacutefica Tecnoloacutegica e de Inovaccedilatildeo CNPq
Supervisatildeo E Controle
Geraccedilatildeo de Conhecimento
Pes
qu
isa
e Es
tud
os N
ovas Tecn
olo
gias
Informaccedilatildeo e Automaccedilatildeo
Ciecircncia e Tecnologia
Poliacutetica de Controle Ambiental
Secretarias Temaacuteticas
SECIS
SETEC
SEPED
Espacial Nuclear
Bens e Serviccedilos Sensiacuteveis SEPIN
Produccedilatildeo de processos e Patentes
INPA
Biosseguranccedila Sociodiversidadede
Flora Fauna
Capital Intelectual
133
O Ministeacuterio de Minas e Energia ndash MME entre outras competecircncias eacute responsaacutevel
pelo aproveitamento da energia hidraacuteulica pelo petroacuteleo combustiacutevel e energia eleacutetrica
incluindo energizaccedilatildeo e eletrificaccedilatildeo rural deve zelar pelo equiliacutebrio conjuntural e estrutural
entre oferta e demanda de recursos energeacuteticos no paiacutes
44322 Ambiente Organizacional
O ambiente organizacional se compotildee basicamente das instituiccedilotildees de ensino
pesquisa extensatildeo suporte teacutecnico e fiscalizaccedilatildeo entre outras que subsidiam o negoacutecio
Normalmente esses atores satildeo sustentados pela crenccedila de que as accedilotildees grupais satildeo mais
eficientes que as individuais e assim se propotildeem a atuar de forma coordenada e coletiva
obedecendo regras formais e executando as poliacuteticas definidas no ambiente institucional se
apresentando como um elo entre o ambiente institucional e produtivo (PONDEacute 1994
NORTH 1994 e CUNHA 1999) Nesses ambientes encontram-se as oportunidades e
ameaccedilas a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva
A Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA autarquia vinculada ao
Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC tambeacutem tem como
finalidade promover o desenvolvimento socioeconocircmico na regiatildeo Norte do paiacutes de forma
sustentaacutevel por meio da geraccedilatildeo atraccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de investimentos Estas accedilotildees
demandam o estiacutemulo de investimentos puacuteblicos e privados em infraestrutura na formaccedilatildeo de
capital intelectual em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo e a intensificaccedilatildeo das articulaccedilotildees com
os oacutergatildeos e entidades puacuteblicas e privadas
A Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econocircmico Ciecircncia
Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Estado do Amazonas ndash SEPLANCTI no seu escopo finaliacutestico eacute
responsaacutevel pelo planejamento estrateacutegico do Estado devendo coordenar as poliacuteticas de
desenvolvimento socioeconocircmico Recentemente uma reestruturaccedilatildeo do governo do Estado
do Amazonas agregou agraves atividades da antiga secretaria de planejamento e desenvolvimento
econocircmico as atividades de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo nascendo assim a SEPLANCTI
A esta secretaria compete a formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo de estrateacutegias de
desenvolvimento que contemplem a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica e a busca do pleno emprego a
articulaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo entre o Estado e a sociedade com vistas ao desenvolvimento
econocircmico bem como a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de incentivos fiscais e tecnoloacutegicos para
fortalecimento da economia do Estado conforme Figura 9
134
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Estado
do Amazonas ndash SDS tem o compromisso de garantir a proteccedilatildeo da natureza e dos recursos
naturais com valorizaccedilatildeo socioambiental visando ao desenvolvimento sustentaacutevel do Estado
Suas accedilotildees estatildeo voltadas agrave melhoria da qualidade de vida das pessoas e agrave conservaccedilatildeo da
natureza
Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash
SEPLANCTIAM no ambiente organizacional Fonte SEPLANCTIAM (2015) Adaptada pela autora
A SDS desempenha suas atividades articulada com as autarquias e vinculadas quais
sejam Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental ndash IPAAM Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel
do Amazonas ndash ADS Companhia de Gaacutes do Amazonas - CIGAS o Conselho Estadual de
Meio Ambiente do Estado do Amazonas - CEMAAM o Conselho Estadual de Recursos
Hiacutedricos ndash CERH o Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas ndash CEGEA e a
Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanccedilas Climaacuteticas e do Centro de Unidades de
conservaccedilatildeo Figura 10
Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do
Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional Fonte SDSAM (2015) Adaptada pela autora
SEPLANCTIAM
Desenvolvimento do Estado do Amazonas
Fort
alec
imen
to d
a Ec
on
om
ia
Plen
o Em
prego
Desenvolvimento Socioeconocircmico
Planejamento Estrateacutegico para o Amazonas
Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Articulaccedilatildeo entre Estado e Sociedade
Incentivos Fiscais e Tecnoloacutegicos
SDSAM
CIGAS
CEGEA CEMAAM CERH
IPAAM
Proteccedilatildeo da Natureza e dos Recursos Naturais
Val
ori
zaccedilatilde
o S
oci
oam
bie
nta
l
Desen
volvim
ento
Susten
taacutevel Fiscalizaccedilatildeo Licenciamento
Poliacutetica de Controle Ambiental
ADS
Monitoramento
Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo
135
O Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas ndash IPAAM eacute oacutergatildeo vinculado agrave
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDS
O IPAAM coordena e executa a poliacutetica de controle ambiental para o Estado do Amazonas
por meio das atividades fim de licenciamento fiscalizaccedilatildeo e monitoramento ambiental em
todo o Estado do Amazonas Figura 10
A Secretaria de Estado de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SEPRORAM eacute
responsaacutevel pela formulaccedilatildeo coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica estadual de
desenvolvimento integrado da agricultura pecuaacuteria atividade florestal pesca e aquicultura O
Sistema SEPROR composto por todos os oacutergatildeos essenciais ao desenvolvimento da produccedilatildeo
rural tem como vinculadas a Comissatildeo Executiva Permanente de Defesa Sanitaacuteria Animal e
Vegetal do Estado do Amazonas - CODESAV Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e
Florestal Sustentaacutevel do Amazonas - IDAM e Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura ndash
SEPA Figura 11
O objetivo da SEPRORAM eacute prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural
aos agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas mediante processos
educativos e participativos que lhes assegurem sustentabilidade cidadania e melhoria na
qualidade de vida
136
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SSEPRORAM no ambiente institucional
Fonte SEPRORAM (2015) Adaptada pela autora
SEPRORAM
Poliacutetica Estadual de Desenvolvimento Integrado
Ativ Florestais e Aquicultura
Agricultura Pecuaacuteria Pesca
SEPA
Processos Educativos e Participativos
Sust
en
tab
ilid
ade
Cid
adan
ia
CODESAV
Extensatildeo IDAM
Agropecuaacuteria
Florestal
Pesqueira
Agroindustrial
Assistecircncia Teacutecnica
Agricultores
Agricultura Familiar
Produtores Rurais
Melhoria da Qualidade de Vida no Campo
Projetos de Creacutedito Rural
Cooperativismo
Assossiativismo
Comercializaccedilatildeo
137
A Agecircncia de Fomento do Estado do Amazonas ndash AFEAM visa contribuir para o
desenvolvimento socioeconocircmico do Estado do Amazonas Seu compromisso eacute com o
desenvolvimento sustentaacutevel do Estado do Amazonas atraveacutes de apoio creditiacutecio e de
participaccedilotildees em accedilotildees teacutecnico puacuteblico privado que propiciem a geraccedilatildeo de trabalho e renda
e contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo do Estado do Amazonas
O Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do Estado do
Amazonas ndash IDAM eacute uma autarquia vinculada ao Sistema SEPROR Estaacute presente em todo o
Estado do Amazonas A finalidade do IDAM eacute a supervisatildeo coordenaccedilatildeo e execuccedilatildeo de
atividades de assistecircncia teacutecnica extensatildeo agropecuaacuteria e florestal no acircmbito das poliacuteticas e
estrateacutegias dos governos Federal e Estadual para os setores agropecuaacuterio florestal pesqueiro
e agroindustrial
O IDAM tem a missatildeo de prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural aos
agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas por meio de processos
educativos e participativos que lhes assegurem a sustentabilidade cidadania e melhoria na
qualidade de vida
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES eacute o principal
instrumento de financiamento de longo prazo para a realizaccedilatildeo de investimentos em todos os
segmentos da economia brasileira Sua poliacutetica de fomento inclui as dimensotildees social
regional e ambiental
O BNDES destaca-se no apoio agrave agricultura induacutestria infraestrutura comeacutercio e
serviccedilos oferecendo condiccedilotildees especiais para micro pequenas e meacutedias empresas Possui
linhas de investimentos sociais direcionados para a educaccedilatildeo e sauacutede agricultura familiar
saneamento baacutesico e transporte urbano
O apoio do BNDES efetiva-se por meio de financiamentos a projetos de
investimentos aquisiccedilatildeo de equipamentos e exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos Aleacutem disso o
Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina
financiamentos natildeo reembolsaacuteveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social
cultural e tecnoloacutegico
No contexto atual o planejamento estrateacutegico do Banco priorizou a inovaccedilatildeo o
desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental por entender que estes
satildeo aspectos importantes e que devem ser promovidos e apoiados em todos os
empreendimentos financiados pelo banco Figura 12
138
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico
e Social - BNDES no ambiente organizacional Fonte BNDES (2015) Adaptada pela autora
A Universidade Federal do Amazonas - UFAM contribui para a formaccedilatildeo de cidadatildeos
e para o desenvolvimento da Amazocircnia cultivando o saber em todas as aacutereas do
conhecimento por meio do ensino da pesquisa e da extensatildeo modernizando e inovando nas
estrateacutegias para o desenvolvimento regional e local
Por meio do ensino capacita recursos humanos para a regiatildeo elevando o niacutevel do
conhecimento e dos saberes A pesquisa e a poacutes-graduaccedilatildeo criam condiccedilotildees favoraacuteveis para
geraccedilatildeo de tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade da regiatildeo A extensatildeo
proporciona a disseminaccedilatildeo do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas no acircmbito da
instituiccedilatildeo e especialmente capta a demanda da sociedade alimentando sucessivos ciclos de
desenvolvimento e pesquisa A UFAM investe nas praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica
na proteccedilatildeo da propriedade intelectual dos segmentos institucionais na valorizaccedilatildeo dos
conhecimentos tradicionais associados com a promoccedilatildeo da transferecircncia tecnoloacutegica para
produccedilatildeo de inovaccedilatildeo no setor produtivo regional visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos e o
desenvolvimento da Amazocircnia
A Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA tem a missatildeo de promover a
educaccedilatildeo desenvolvendo o conhecimento cientiacutefico particularmente sobre a Amazocircnia
aprimorando a qualidade dos recursos humanos existentes na regiatildeo por meio de accedilotildees
especiais que objetivem a expansatildeo do ensino e da cultura em todo o Estado do Amazonas
realizando pesquisas e estimulando atividades criadoras valorizando o indiviacuteduo no processo
evolutivo incentivando o conhecimento cientiacutefico relacionado ao homem e ao meio ambiente
BNDES
Infraestrutura
Apoio Financeiro
Investimento
Planejamento Estrateacutegico
Ino
vaccedilatilde
o
Desen
volvim
ento
Local
Comeacutercio Aquisiccedilatildeo de Equipamentos
Projetos
Induacutestria
Exportaccedilatildeo de Bens e Serviccedilos Financiamento natildeo Reembolsaacutevel
Cultural Social Tecnoloacutegico
Agricultura
Desenvolvimento Socioambiental
139
amazocircnico participando na elaboraccedilatildeo execuccedilatildeo e acompanhamento das poliacuteticas de
desenvolvimento governamentais
O Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM com o compromisso de promover educaccedilatildeo
de excelecircncia no Estado do Amazonas desenvolve accedilotildees de ensino pesquisa extensatildeo e
inovaccedilatildeo visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos a geraccedilatildeo de tecnologias e a disseminaccedilatildeo do
conhecimento gerado no acircmbito do Instituto Figura 13
Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da
Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM no
ambiente organizacional
Fonte UFAM (2015) UEA (2015) IFAM (2015) Adaptada pela autora
A Embrapa Amazocircnia Ocidental eacute uma das Unidades Descentralizadas da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA vinculada ao Ministeacuterio da Agricultura
Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA atuando no Estado do Amazonas com a missatildeo de
viabilizar soluccedilotildees de pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da
agricultura na Amazocircnia em benefiacutecio da sociedade
Com o propoacutesito de alcanccedilar a excelecircncia na geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e
inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na Amazocircnia a EMBRAPA Amazocircnia
Ocidental prioriza a pesquisa e desenvolvimento a transferecircncia de tecnologias e a
responsabilidade social Nesse contexto a empresa organiza suas pesquisas em trecircs nuacutecleos
temaacuteticos produccedilatildeo vegetal e meio ambiente recursos geneacuteticos biotecnologias e
fitossanidade e produccedilatildeo animal
O Nuacutecleo Temaacutetico da Produccedilatildeo Vegetal e meio ambiente atua em linhas de pesquisa
como sistemas de produccedilatildeo vegetal manejo e controle de plantas daninhas olericultura
UFAM
Formaccedilatildeo de Cidadatildeos
Co
nh
ecim
ento
Saberes
Desenvolvimento da Amazocircnia
Pesquisa Ensino Extensatildeo
UEA
Capacita Recursos Humanos
Gera Tecnologias
Dissemina Conhecimento e
Tecnologia
IFAM
Proteccedilatildeo da Propriedade Intelectual
Praacuteticas de inovaccedilatildeo Social e
Tecnoloacutegica
Valorizaccedilatildeo dos Conhecimentos
tradicionais Associados
140
oleaginosas perenes alternativas potenciais para agroenergia silvicultura e manejo de florestas
plantadas fitossociologia para restauraccedilatildeo florestal geotecnologias aplicadas a estudos
florestais sementes e mudas florestais sistemas agroflorestais sistemas agrosilvopastoris
agroecologia desenvolvimento rural sustentaacutevel manejo dos agrossistemas fertilidade de
solos e nutriccedilatildeo de plantas biologia do solo caracterizaccedilatildeo de solos tropicais caracterizaccedilatildeo
de solos antroacutepicos microbiologia do solo ecologia florestal fisiologia vegetal dinacircmica do
carbono e dos nutrientes em ecossistemas de terra firme
O Nuacutecleo dos Recursos Geneacuteticos Biotecnologia e Fitossanidade trabalha com linhas
de pesquisa como recursos geneacuteticos de espeacutecies vegetais melhoramento geneacutetico de
espeacutecies vegetais biotecnologia vegetal geneacutetica de populaccedilotildees biodiversidade diversidade
geneacutetica fitossanidade manejo integrado de pragas entomologia resistecircncia de plantas a
doenccedilas biologia aplicada ecotoxicologia
O Nuacutecleo da Produccedilatildeo Animal trabalha com a fisiologia e imunologia de
peixes manejo e conservaccedilatildeo de recursos hiacutedricos sanidade de espeacutecies aquiacutecolas nutriccedilatildeo
de peixes reproduccedilatildeo de peixes melhoramento geneacutetico de espeacutecies aquiacutecolas manejo e
sistemas de criaccedilatildeo integraccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta sistemas de produccedilatildeo animal
O processo de transferecircncia de tecnologia eacute considerado uma via de matildeo dupla onde a
empresa atua de forma proativa para que as tecnologias geradas pela pesquisa sejam adotadas
pelo setor produtivo ao tempo em que busca conhecer e captar as principais demandas do
agricultor Para isso trabalha a gestatildeo integrada do conhecimento e de forma colaborativa
atua com parceiros diversos como instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas e organizaccedilotildees da
sociedade civil
A Embrapa estaacute inserida na Amazocircnia um dos mais importantes biomas do planeta Eacute
comprometida com a pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo interagindo permanentemente
com a sociedade na antecipaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das consequecircncias sociais econocircmicas culturais
e ambientais da ciecircncia e tecnologia cumprindo assim sua responsabilidade socioambiental e
a sustentabilidade da atividade agropecuaacuteria refletida em projetos voltados para a preservaccedilatildeo
e uso racional dos recursos naturais recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas e reduccedilatildeo de uso de
agroquiacutemicos entre outros com vistas a promover melhoria da qualidade de vida da
populaccedilatildeo a reduccedilatildeo da pobreza e das desigualdades regionais
Nesse contexto a Embrapa Amazocircnia Ocidental busca alcanccedilar a excelecircncia na
geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na
Amazocircnia Suas accedilotildees tecircm contribuiacutedo significativamente para o desenvolvimento da cultura
da banana nos municiacutepios estudados Figura 14
141
v
v
Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no ambiente organizacional
Fonte EMBRAPA (2015) Adaptada pela autora
EMBRAPA
Recursos Geneacuteticos Biotecnologias e Fitossanidade
Produccedilatildeo Vegetal e Meio Ambiente
Transferecircncia de tecnologias
Pes
qu
isa
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ese
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Resp
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sabilid
ade So
cial
Melhoria da Qualidade de Vida no Campo
Sistemas de Produccedilatildeo Vegetal
Produccedilatildeo Animal
Silvicultura
Agroecologia
Desenv Rural Sustentaacutevel
Fertilidade de Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas
Microbiologia de Solos
Diversidade geneacutetica
Diversidadee
Fitossanidade
Biotecnologia Vegetal
Manejo de Pragas e Entomologia
Ecotoxicologia
Fisiologia e Imunologia de Peixes
Nutriccedilatildeo de Peixe
Manejo e Sistema de Criaccedilatildeo
Sistema de produccedilatildeo Animal
142
O Banco da Amazocircnia ndash BASA eacute o principal agente de fomento do governo federal
voltado para o desenvolvimento sustentaacutevel da Regiatildeo Amazocircnica Atua como indutor do
desenvolvimento regional gerando oportunidades de negoacutecios sustentaacuteveis para a Amazocircnia
somando esforccedilos principalmente no acircmbito da Agricultura Familiar elegendo prioridades
nas poliacuteticas de Creacutedito Rural do Governo Federal junto ao Ministeacuterio do Desenvolvimento
Agraacuterio (MDA) promovendo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores (Oacutergatildeos Oficiais de
Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural Ministeacuterios e Sociedade Civil Organizada) como
forma de criar estrateacutegias capazes de melhorar a realidade dos produtores
O BASA eacute responsaacutevel por uma parcela significativa de accedilotildees voltadas agrave geraccedilatildeo de emprego
e renda fixaccedilatildeo do homem no campo inclusatildeo social e ambiental Atraveacutes do Programa
Nacional para o Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos
individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares concedendo creacutedito para
financiar atividades agropecuaacuterias ou natildeo agropecuaacuterias para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou
modernizaccedilatildeo da estrutura de produccedilatildeo beneficiamento industrializaccedilatildeo e de serviccedilos no
estabelecimento rural ou em aacutereas comunitaacuterias rurais proacuteximas de acordo com projetos
especiacuteficos Figura 15
Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente
organizacional Fonte BASA (2015) Adaptada pela autora
O SEBRAEAM eacute uma instituiccedilatildeo sem fins lucrativos que integra o Sistema Nacional
SEBRAE para execuccedilatildeo de programas e projetos favoraacuteveis ao desenvolvimento das micro e
pequenas empresas do Estado do Amazonas
BASA
Produccedilatildeo
Fom
ento
D
esenv
olv
imen
to R
egio
nal
Ampliaccedilatildeo eou Modernizaccedilatildeo
da Estrutura de
Agricultura Familiar
Desenvolvimento Sustentaacutevel da Regiatildeo
Amazocircnica
Interlocuccedilatildeo com
Atores de Assist
Teacutecnica e Extensatildeo
Rural
Prioridades da Poliacutetica de
Creacutedito Rural do MDA
PRONAF
Projetos
Individuais eou
Coletivos
Atividades
Agropecuaacuterias
Serviccedilos
Industrializaccedilatildeo
Atividades natildeo
Agropecuaacuterias
143
O SEBRAEAM tem o compromisso de promover a competitividade e o
desenvolvimento sustentaacutevel e fomentar o empreendedorismo com vistas a induzir agrave
excelecircncia no desenvolvimento das micros e pequenas empresas Para isto disponibiliza e
executa cursos e palestras que orientam para o empreendedorismo a lideranccedila vendas
atendimento a clientes formaccedilatildeo dos preccedilos relaccedilotildees interpessoais tributaccedilatildeo mercado
cooperaccedilatildeo financcedilas e planejamento etc
44323 Ambiente Produtivo
O ambiente produtivo se apresenta como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana
nos municiacutepios em estudo O ambiente institucional eacute responsaacutevel por desenvolver e fornecer
o combustiacutevel para o funcionamento desse motor ao tempo em que ao ambiente
organizacional compete apontar a direccedilatildeo e fornecer os meios para a sua alavancagem O
ambiente produtivo estaacute subdividido em quatro subsistemas interligados que se articulam para
o seu perfeito funcionamento quais sejam insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo de bananas
propriamente dita que ocorre nas propriedades rurais o processamento e a comercializaccedilatildeo
dos produtos Cada subsistema possui elos especiacuteficos com caracteriacutesticas e finalidades
definidas
A produccedilatildeo de bananas ocorre nas propriedades agriacutecolas em trecircs etapas principais
preparaccedilatildeo do solo e plantio manutenccedilatildeo do cultivo e colheita das bananas (Figura 2) As
duas primeiras manteacutem interaccedilatildeo direta e constante com os fornecedores de insumos que
estatildeo situados dentro do proacuteprio sistema e com o ambiente institucional e organizacional por
meio do fluxo financeiro e de informaccedilotildees e do fluxo fiacutesico de produtos e serviccedilos que
migram destas empresas eou instituiccedilotildees para a propriedade A colheita da banana tambeacutem
possui interaccedilatildeo com o subsistema do processamento (visto que parte da produccedilatildeo eacute destinada
agraves cooperativas agriacutecolas e agroinduacutestrias) e da comercializaccedilatildeo tambeacutem com atividades
interligadas ao ambiente institucional e organizacional
O elo da cadeia produtiva que engloba os insumos de produccedilatildeo envolve as empresas
que fabricam distribuem e comercializam fertilizantes pesticidas calcaacuterio implementos e
acessoacuterios agriacutecolas como maacutequinas equipamentos e ferramentas usadas na produccedilatildeo
agriacutecola Estes atores mantecircm soacutelida relaccedilatildeo com os elos de produccedilatildeo e o processamento
O sistema do processamento envolve as bioinduacutestrias as agroinduacutestrias as empresas
de processamento as de suprimento fornecedoras de insumos as cooperativas e associaccedilotildees
agriacutecolas funcionando como subsistemas hora interligados hora funcionando independente
144
Contudo estes atores possuem estreita relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e o processamento e
influenciam e satildeo influenciados pelo fluxo fiacutesico financeiro e de informaccedilotildees
O sistema da comercializaccedilatildeo envolve desde os mercados internacional nacional e
regional para vendas no atacado e o mercado local onde podem ser processadas negociaccedilotildees
no atacado eou no varejo Este sistema guarda forte relaccedilatildeo com os sistemas de produccedilatildeo e
processamento influenciando e sendo influenciado pelos fluxos fiacutesicos de informaccedilotildees e
financeiro Estes satildeo constituiacutedos pelas instituiccedilotildees financeiras e de creacutedito e aqueles pelas
estruturas de escoamento da produccedilatildeo
A eficaacutecia da governanccedila na atuaccedilatildeo destas instituiccedilotildees eacute imprescindiacutevel para o
perfeito funcionamento do sistema produtivo visto que o ecircxito da cadeia depende da
participaccedilatildeo sistemaacutetica no desempenho das funccedilotildees especiacuteficas de cada elemento que integra
o sistema Nos sistemas produtivos agriacutecolas especialmente na produccedilatildeo de frutas estes
elementos vatildeo garantir a oferta de alimentos seguros evitando-se possiacuteveis riscos agrave sauacutede do
consumidor eou praacuteticas desleais de comeacutercio considerando que a qualidade e a seguranccedila
dos produtos de origem animal e vegetal dependem do cumprimento das boas praacuteticas de
fabricaccedilatildeo da fiscalizaccedilatildeo oficial e da correta aplicaccedilatildeo de normas e padrotildees teacutecnicos
estabelecidos
Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de se esperar um
ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva consolidada para
qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola
A Figura 16 mostra com base nas informaccedilotildees contidas nos capiacutetulos anteriores
onde haacute fluxos de contato intenso e os fluxos de contato moderado a relaccedilatildeo entre elos da
cadeia produtiva e onde precisam ser trabalhados para contribuir com o fortalecimento da
produccedilatildeo da banana nos dois municiacutepios estudados
Os fluxos de contato intenso satildeo aqueles identificados no sistema de produccedilatildeo com
relativa consolidaccedilatildeo das interaccedilotildees entre os atores dos ambientes institucional produtivo e
organizacional e com os fluxos fiacutesicos financeiros e de informaccedilotildees que permeiam o sistema
de forma a contribuiacuterem para o seu desenvolvimento poreacutem natildeo atingindo a eficaacutecia dos seus
objetivos Os fluxos de contato moderado satildeo aqueles identificados como de baixa
consolidaccedilatildeo impactando negativamente no funcionamento do processo de produccedilatildeo de
bananas comprometendo direta ou indiretamente a interatividade nos demais elos da cadeia e
o desenvolvimento do sistema como um todo
145
= Fluxo de contato intenso = Fluxo de contato moderado Figura 15 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de
Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Amazonas
Fonte autora pesquisa de campo (2012)
Insumos
Produccedilatildeo Processamento
Calcaacuterio
Implementos
agriacutecolas
Pesticidas
Fertilizantes
Propriedades
agriacutecolas
Cultivos de
bananeiras
Comercializaccedilatildeo
Acessoacuterios
agriacutecolas Associaccedilotildees
Cooperativas
Varejo
Mercado Local
PREMESDS
Fluxos fiacutesicos
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
Higienizaccedilatildeo
dos frutos
Atacado
Feiras
Intermediaacuterios
CONAB
MAPA
EMBRAPA
MMA
INCRA BB BASA
IPAAM SDS
SEPLANCTI IDAM UFAM BASA
SEPROR EMBRAPA INPA SDS
CONAB AFEAM
PREFEITURA MUNICIPAL
146
44324 Fluxos Fiacutesicos e de Informaccedilotildees
Quando se analisa os fluxos fiacutesicos da cadeia da banana deve-se levar em conta as
instituiccedilotildees e organizaccedilotildees que atuam na implementaccedilatildeo de accedilotildees diretas eou indiretas em
algum dos seus componentes podendo ser diretamente nas propriedades rurais ou em algum
outro segmento anti ou poacutes-produccedilatildeo
Em suma os fluxos fiacutesicos na cadeia produtiva da banana nos dois municiacutepios
estudados devem ser exercidos por instituiccedilotildees de ensino e pesquisas como INPA Embrapa
UFAM UEA IFAM bem como a Prefeitura municipal ou algumas secretarias estaduais
como a SEPRORIDAM SEPLANCTI SDS aleacutem do BASA AFEAM e CONAB Suas
accedilotildees vatildeo desde a obtenccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos necessaacuterios
para aprimorar e aumentar a produtividade da cultura no Amazonas como tambeacutem de darem
todas as informaccedilotildees necessaacuterias para os produtores rurais contornarem minimizarem ou
solucionarem os problemas que podem de algum modo prejudicar suas vidas eou as suas
atividades agriacutecolas
4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Observa-se que os fluxos intensos satildeo ainda minoria na cadeia produtiva da banana
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Quando se analisa o ambiente
produtivo da banana figura 16 no acircmbito das propriedades agriacutecolas onde estaacute concentrada a
produccedilatildeo propriamente dita do sistema foi identificado fluxo de contato intenso apenas no
que se refere agrave higienizaccedilatildeo dos frutos (lavagem dos cachos eou das palmas com soluccedilatildeo de
sulfato de alumiacutenio apoacutes a colheita para a descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e
precipitaccedilatildeo da sika) Esta eacute uma accedilatildeo muito primaacuteria mas essencial realizada em 867 e
100 das propriedades produtoras de bananas analisadas nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio preto da Eva respectivamente (Tabelas 5 e 8 do trabalho cientiacutefico 2)
As demais orientaccedilotildees teacutecnicas recomendadas para a higienizaccedilatildeo dos frutos nos
cultivos de bananeiras que vatildeo desde a disposiccedilatildeo dos cachos para transporte do bananal ao
local do despencamento ateacute a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as
escoriaccedilotildees que comprometem a qualidade dos frutos natildeo eram observadas pelos produtores
deixando de agregar valor e desfavorecendo a comercializaccedilatildeo dos frutos
O subsistema da comercializaccedilatildeo tambeacutem apresentou fluxo de contato intenso com
outros atores dentro do proacuteprio ambiente produtivo e tambeacutem com o ambiente
147
organizacional A pesquisa mostrou que no momento da comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
houveram negociaccedilotildees intensas entre o mercado atacadista por meio de intermediaacuterios e nas
vendas realizadas nas feiras de Manaus e dos municiacutepios em estudo visto que 87 das
vendas no atacado no municiacutepio de Presidente Figueiredo foram realizadas com
intermediaacuterios e 47 nas feiras (Tabela 1 trabalho cientiacutefico 3) No Rio Preto da Eva as
negociaccedilotildees foram levemente mais intensas com 97 e 57 das vendas realizadas com
intermediaacuterios e nas feiras respectivamente (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3)
No fluxo de venda por atacado quer para intermediaacuterios como para feiras constatou-
se poucas opccedilotildees na comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo e uma dependecircncia elevada do componente
ldquointermediaacuteriordquo para que o produto chegue ao mercado consumidor reduzindo a margem de
lucro dos produtores Figura 16
Haacute tambeacutem um fluxo intenso consolidado entre as instituiccedilotildees do ambiente
organizacional e o produtivo por meio da comercializaccedilatildeo dos produtos Neste sentido o
Governo federal atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME e do
Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB em
parceria com o estado do Amazonas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel
- SDS e da Secretaria de Produccedilatildeo Rural - SEPROR vecircm apresentando significativa
participaccedilatildeo no apoio e desenvolvimento agrave cultura pela aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo rural de
bananas
No municiacutepio de Presidente Figueiredo 67 das vendas feita pela cooperativa e 47
das vendas das associaccedilotildees comunitaacuterias foram transacionadas com a CONAB (Tabela 1
trabalho cientiacutefico 3) enquanto que no municiacutepio de Rio Preto da Eva 43 das vendas da
cooperativa e 77 das vendas das associaccedilotildees (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3) tambeacutem foram
comercializadas com Companhia Nacional de Abastecimento
O fluxo intenso apresentado entre a SEPROR e SDS com o mercado local eacute
chancelado pelo apoio do governo do Estado em alocar os produtores rurais em feiras
distribuiacutedas em diversos pontos da cidade as chamadas feiras do produtor rural um local
destinado pelo governo local para vendas preferencialmente direto por produtores rurais
eliminando a figura do intermediaacuterio e favorecendo os produtores rurais
Estes elementos se apresentam como favoraacuteveis ao processo de desenvolvimento da
cultura da banana contudo ainda natildeo eacute satisfatoacuterio visto que a pesquisa registrou alta
dependecircncia dos produtores rurais na hora da comercializaccedilatildeo dos produtos uma vez que a
maior parte da venda da produccedilatildeo fica restrita a dois nichos de mercado apoiado pelo
148
governo o Programa da Agricultura Sustentaacutevel - PAS e o Programa de Regionalizaccedilatildeo da
Merenda Escolar - PREME Isto representa uma fragilidade ao sistema de produccedilatildeo da
banana
Todos os demais fluxos da cadeia seja do ambiente institucional seja do ambiente
organizacional com o ambiente produtivo se apresentam de forma ainda natildeo consolidada
com baixa ou nenhuma expressatildeo uma vez que o fluxo moderado dessas instituiccedilotildees com o
ambiente produtivo fragiliza o cultivo da cultura da banana e natildeo proporciona retorno
financeiro satisfatoacuterio aos produtores e ainda restringe a oferta de produtos agrave sociedade
regional comprometendo o desenvolvimento local e a sustentabilidade da cultura
444 CONCLUSOtildeES
No Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais estaduais e municipais capazes
de dar todo o suporte legal logiacutestico financeiro teacutecnico e social para consolidar os elos do
sistema produtivo da banana Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de
se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva
consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual
Contudo a situaccedilatildeo real encontrada nos dois municiacutepios natildeo estaacute em niacutevel elevado de
organizaccedilatildeo e atividades que resultem em produtividades competitividades e eficiecircncias
satisfatoacuterias conforme demonstrado pelas informaccedilotildees obtidas nas propriedades rurais e
contidas nos trecircs capiacutetulos anteriores dessa tese Essas instituiccedilotildees natildeo alcanccedilam a maioria
dos produtores de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
Sem uma assistecircncia adequada os produtores tecircm dificuldades de adquirir insumos
agriacutecolas informaccedilotildees conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas e natildeo
conseguem transpor as barreiras que impedem a competitividade com os produtos vindos de
outras regiotildees do paiacutes perpetuando o atraso especialmente teacutecnico por parte dos produtores
rurais e a ineficiecircncia das instituiccedilotildees que natildeo alcanccedilam o ambiente produtivo da banana
149
45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS
DE BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
RESUMO
Este trabalho apresenta uma proposta para construccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade visando medir a efetividade da integraccedilatildeo dos ambientes do sistema
produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas Ela foi construiacuteda a partir da revisatildeo de literatura e de pesquisas de campo
realizadas em trinta propriedades rurais produtoras de bananas localizadas no municiacutepio de
Rio Preto da Eva e quinze em Presidente Figueiredo O sistema produtivo estaacute constituiacutedo
pelos ambientes institucional organizacional o ambiente produtivo e as interaccedilotildees fiacutesicas e
financeiras que permeiam o sistema Ao final deste trabalho se consolidou as categorias os
elementos os descritores e os indicadores orientados para a mensuraccedilatildeo da sustentabilidade
do sistema produtivo da banana nos municiacutepios em estudo Para avaliar a sustentabilidade
nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os
indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees ambiental econocircmica social
espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que
mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de
aacutegua nos periacuteodos de estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos
cultivos fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o
ciclo produtivo Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo
de venda do produto sua industrializaccedilatildeo incorporando agroinduacutestrias produtoras de
subprodutos de valores agregados de maiores valores o mercado comprador e o escoamento
da produccedilatildeo Dentro da Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees
em Associaccedilotildees e Cooperativas Dentro da Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores que
mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a falta da posse
definitiva da terra e a disponibilidade de recursos hiacutedricos Dentro da Dimensatildeo Poliacutetica
poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades rurais estudadas nos dois municiacutepios
mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento sustentaacuteveis e fragilizadas perante a
globalizaccedilatildeo da economia
Palavras Chaves Sustentabilidade desenvolvimento local indicadores de sustentabilidade
150
ABSTRACT
This paper presents a proposal for the construction of sustainability indicators aimed at
measuring the effectiveness of the integration of the production of banana system
environments in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva in the
Amazon It was built from the literature review and field research carried out in thirty-
producing farms of bananas located in Rio Preto da Eva and fifteen in Presidente Figueiredo
The production system is made up of the institutional environments organizational
productive environment and the physical and financial interactions that underlie the system
At the end of this work was consolidated categories elements descriptors and indicators
aimed at measuring the sustainability of the production of banana system in the municipalities
studied To assess sustainability in banana crops in the municipalities of Presidente
Figueiredo and Rio Preto da Eva indicators can be measured from the environmental
economic social spatial geographic cultural and political Within the environmental
dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana systems are
the water supply during the dry season and the need to apply a soil fertilizer on crops based on
chemical analysis and the needs of banana during the production cycle Within the Economic
Dimension the indicators that may most affect sustainability of production of banana systems
are financing the production the sale price of the product banana agroindustry with
subproducts of higher economic values the buyers market and the flow of production Within
the Social Dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana
systems are health education and their participation in associations and cooperatives Within
the Space Geographic Dimension the indicators that can affect the sustainability of
production of banana systems are the lack of definitive land tenure and the availability of
water resources Within the Political Dimension there are few indicators used by rural
communities studied in the two municipalities keeping them in phased stages of sustainable
development and vulnerable before the global economy
Key Words Sustainability local development sustainability indicators
151
451 INTRODUCcedilAtildeO
O crescimento populacional e as relaccedilotildees de capital resultaram num consumo
desenfreado de mateacuteria prima para a manutenccedilatildeo da vida demandando uma produccedilatildeo de bens
de consumo e alimentos sem precedentes na histoacuteria Como consequecircncia os danos
provenientes da exaustatildeo eou mau uso dos recursos passaram a fazer parte do nosso cotidiano
nos obrigando a repensar as formas de produccedilatildeo especialmente de alimentos e o uso dos
recursos naturais Mais recentemente em paralelo acirraram-se as discussotildees em torno das
questotildees ambientais e do uso responsaacutevel dos recursos naturais
Nesse contexto mensurar o consumo numa conexatildeo com a natureza eacute imprescindiacutevel
para a tomada de decisotildees que primem por evitar desequiliacutebrios que comprometam ainda mais
o suporte de recursos do planeta Dessa forma eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da
capacidade de suporte dos recursos naturais como forma de garantir o equiliacutebrio e a
sustentabilidade dos ecossistemas e da vida Nessa dinacircmica os indicadores desempenham
papel importante como instrumento para a mensuraccedilatildeo do consumo da degradaccedilatildeo do
ambiente do niacutevel de desenvolvimento econocircmico social poliacutetico e de suporte geograacutefico
No contexto do desenvolvimento econocircmico e da revoluccedilatildeo verde evidencia-se a
necessidade do uso de indicadores de sustentabilidade em virtude da utilizaccedilatildeo desenfreada
dos recursos naturais a maioria desses considerados irrenovaacuteveis Assim a Conferecircncia
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Rio 92 caracterizou-se por
fortalecer as referecircncias na construccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade Posteriormente
surgiu a necessidade do desenvolvimento de indicadores ecoloacutegicos e de sustentabilidade por
parte de cada naccedilatildeo segundo o contexto local A Agenda 213 contribuiu como ponto de
partida para o encontro sobre Indicadores Ambientais e Desenvolvimento Sustentaacutevel de
Genebra em 1993 e ao Programa de Indicadores Ambientais que permite o monitoramento
das accedilotildees de desenvolvimento (HAMMOND et al 1995) aleacutem do estudo desenvolvido por
Marzall (1999) referenciado como marco do estudo de indicadores ocorrido durante o
coloacutequio internacional com o tema Indicador de Sustentabilidade realizado na Franccedila no ano
de 1996
Antes da deacutecada de 70 os estudos sobre o desenvolvimento se atinham basicamente
da utilizaccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos recursos e da distribuiccedilatildeo dos ganhos por eles
proporcionados A partir desse periacuteodo os debates nos foacuteruns mundiais sobre
3 Programa de accedilatildeo oriundo da Conferecircncia Rio-92 com mais de 2500 recomendaccedilotildees praacuteticas para o alcance
do desenvolvimento sustentaacutevel no seacuteculo XX
152
desenvolvimento incluiacuteram a temaacutetica da sustentabilidade mediante as dimensotildees econocircmica
social e ambiental Com as contribuiccedilotildees de Sachs (1997) nesse debate ocorre a inserccedilatildeo de
mais duas dimensotildees do desenvolvimento a espacial e a cultural Para o autor o
desenvolvimento perderia o sentido se ocorresse em detrimento da cultura da sociedade
O conceito de sustentabilidade da relaccedilatildeo homem-natureza foi propagado na sociedade
a partir da deacutecada de 50 mas soacute foi popularizado durante os anos 80 atraveacutes das discussotildees
para a consolidaccedilatildeo do relatoacuterio da Comissatildeo Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento
ndash CMMAD ndash de Brundtland4 conhecido como ldquoNosso Futuro Comumrdquo adotado como base
para a definiccedilatildeo dos princiacutepios da biodiversidade e do futuro das geraccedilotildees (SACHS 1993
MONTIBELLER FILHO 2004)
Nesse cenaacuterio o termo sustentabilidade comeccedila a ser atrelado ao desenvolvimento e
disseminado mundialmente visto que o desenvolvimento permite atender as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de satisfazerem suas proacuteprias
necessidades (WCED 1987) Assim o desenvolvimento econocircmico e a utilizaccedilatildeo dos
recursos estatildeo inexoravelmente ligados no tempo e no espaccedilo
Este trabalho buscou identificar indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel da
cultura da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
para que se possa mensurar a sustentabilidade da cultura da banana e dos recursos naturais
envolvidos no processo de produccedilatildeo de forma a permitir o desenvolvimento local
4 Relatoacuterio da Comissatildeo Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) sobre os padrotildees de
desenvolvimento em relaccedilatildeo aos recursos naturais
153
452 MATERIAL E MEacuteTODOS
Para a definiccedilatildeo de indicadores visando a sustentabilidade da cultura da banana
primeiramente foram selecionadas as dimensotildees nas quais se pretendeu fundamentar o estudo
Estas observaram os conceitos de sustentabilidade que por sua vez estatildeo vinculados agrave
definiccedilatildeo de desenvolvimento Em seguida definiram-se os objetivos que se pretendeu
alcanccedilar e os componentes de estudo para cada dimensatildeo
A dimensatildeo delimita o estudo em direccedilatildeo ao objetivo que se deseja alcanccedilar Este
quando alcanccedilado iraacute apontar para a sustentabilidade do objeto em anaacutelise que seraacute
alcanccedilado mediante a definiccedilatildeo dos componentes para os quais seratildeo definidas as variaacuteveis
que seratildeo estudadas
Para a consecuccedilatildeo do objetivo deste trabalho a metodologia de pesquisa
compreendeu a identificaccedilatildeo de indicadores do desenvolvimento sustentaacutevel para cultivos de
bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
norteados pelas indicaccedilotildees de Sachs (2008) sobre as cinco dimensotildees que se configuram
como pilares do desenvolvimento sustentaacutevel ambiental econocircmica social
espacialgeograacutefico e poliacutetica que se relacionam com a atividade agriacutecola do cultivo de
bananeiras nos municiacutepios alvo da pesquisa Para cada dimensatildeo foram definidas as
categorias os elementos os descritores e um conjunto de indicadores que podem ser
avaliados para monitoramento da sustentabilidade em cultivos de bananeiras
Para a definiccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade sugeridos para o sistema
produtivo de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas seguindo as orientaccedilotildees de Daniel (2000) Moura (2002) e Sachs (2004)
adotamos os seguintes aspectos norteadores
a) O pressuposto baacutesico adotado foi o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade
onde o primeiro deve ser capaz de reduzir ou eliminar as desigualdades por meio da
modernidade inclusiva Enquanto que o segundo soacute se concretizaraacute atraveacutes de sintonia fina
entre as dimensotildees ambiental social econocircmica espacialgeograacutefica e poliacutetica envolvendo a
anaacutelise da capacidade de suporte os princiacutepios e as exigecircncias de cada dimensatildeo a fim de
alcanccedilar o equiliacutebrio entre os referenciais do desenvolvimento e da sustentabilidade
b) Foi dado o enfoque sistecircmico em niacutevel local considerando a complexidade dos
fenocircmenos que envolvem o sistema produtivo da banana e observadas as interrelaccedilotildees entre
os atores e os indicadores usando as informaccedilotildees colhidas pelo trabalho de campo realizados
nas comunidades rurais enfocadas por esse estudo
154
4521 Objeto e Aacuterea de Estudo
Para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimensatildeo analisada e identificar
suas forccedilas e fragilidades buscou-se definir caracteriacutesticas estrutural e funcional de cada
dimensatildeo e para estas se caracterizou elementos fiacutesicos bioloacutegicos e socioeconocircmicos
espacial e poliacutetico observando as categorias indicadas por Sachs (1993) Moura (2002) e
Montibeller Filho (2004)
O niacutevel de anaacutelise desta pesquisa situa-se na configuraccedilatildeo do conjunto de indicadores
de sustentabilidade para as dimensotildees ambiental econocircmica social espacial e poliacutetica para o
sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas Para cada dimensatildeo foram definidas categorias elementos descritores e os
indicadores em acordo com as especificidades locais dos cultivos em estudo
Os cultivos de bananeiras de 15 propriedades rurais no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva dentre aquelas de cultivos essencialmente
comerciais foram selecionados e o estudo envolveu as lideranccedilas e associaccedilotildees comunitaacuterias
das propriedades investigadas as agroinduacutestrias relacionadas com o processo de produccedilatildeo da
banana bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para
tanto os liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de
agroinduacutestrias intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de
comercializaccedilatildeo das bananas Procedeu-se tambeacutem a uma pesquisa bibliograacutefica em sites da
internet para consolidar o trabalho
4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade
A descriccedilatildeo das etapas deste estudo teve como finalidade facilitar a compreensatildeo
sobre o processo e a loacutegica de construccedilatildeo dos indicadores e sobremaneira o percurso trilhado
e as teacutecnicas de pesquisas empregadas para o cumprimento dos objetivos
Primeiro procedeu-se a pesquisa bibliograacutefica sobre o uso e a construccedilatildeo de
indicadores de sustentabilidade para sistemas agriacutecolas com a finalidade de identificar os
aspectos metodoloacutegicos comuns e diacutespares para a construccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade e em quais dimensotildees se processaria o estudo
Neste momento as orientaccedilotildees de Sachs (1993) Moura (2002) e Montibeller Filho
(2004) foram fundamentais para definir as dimensotildees do estudo as categorias os elementos e
os descritores para a definiccedilatildeo do conjunto de indicadores de sustentabilidade
155
Esta etapa tambeacutem subsidiou a estruturaccedilatildeo do roteiro de entrevista com os produtores
rurais da regiatildeo a fim de identificar os limites baacutesicos do sistema produtivo de banana e os
fatores que influenciam sua sustentabilidade
Considerando os preceitos metodoloacutegicos orientados por Moura (2002) e Camino e
Muumlller (1993) de que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o contexto a
definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores locais a
definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e ainda que natildeo
existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal seguiu-se
a estrutura metodoloacutegica indicada pelos autores que orientam sete etapas para a definiccedilatildeo de
indicadores de sustentabilidade adaptadas para os cultivos de bananeiras nos municiacutepios em
estudo quais sejam
Definiccedilatildeo do sistema identificaccedilatildeo de categorias significativas para o sistema
identificaccedilatildeo dos elementos para cada categoria seleccedilatildeo dos descritores definiccedilatildeo dos
indicadores anaacutelise dos indicadores e procedimentos de monitoramento
156
453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade
A agricultura moderna eacute apontada por muitos autores (SACHS 1993 MOURA
2002 MONTIBELLER FILHO 2004 BECKER 2009 MELLO 2009) como a alternativa
mais promissora para promover o desenvolvimento socioeconocircmico nas aacutereas rurais do
Brasil Contudo ela natildeo deve ser tratada isoladamente mas sim aplicada como integrante do
processo de sustentabilidade visto que conforme adverte Sachs (1993) a sustentabilidade
pressupotildee o uso racional e equitativo dos recursos de forma a garantir a disponibilidade
desses agraves geraccedilotildees futuras visando sempre a melhoria das condiccedilotildees de vida das
comunidades
Orientaccedilatildeo semelhante se faz para as praacuteticas de crescimento e desenvolvimento
econocircmico com o propoacutesito de natildeo igualar os dois conceitos que possuem caracteriacutesticas bem
distintas visto que o primeiro considera somente o acuacutemulo de riquezas embora esta se
concentre nas matildeos de pequena parcela de indiviacuteduos da populaccedilatildeo Este processo natildeo remete
agrave igualdade nem agrave justiccedila social O segundo por sua vez preocupa-se com a geraccedilatildeo de
riquezas sim mas tem o objetivo de distribuiacute-las de melhorar a qualidade de vida das
populaccedilotildees o que remete portanto agrave qualidade ambiental do planeta (CAVALCANTI
1997) Essa eacute a oacutetica moderna do desenvolvimento e deve embasar as discussotildees atuais sobre
a produccedilatildeo de bens e serviccedilos no anseio da equidade social e da sustentabilidade dos recursos
naturais em todo o planeta
A ideia de desenvolvimento local a partir da agricultura especialmente na regiatildeo
Norte sugere conciliar os fatores culturais as tradiccedilotildees locais a capacidade de suporte dos
recursos naturais e as interaccedilotildees econocircmicas e sociais de forma interdisciplinar enfrentando
o desafio do binocircmio agriculturafloresta de modo que sejamos capazes de tornaacute-la produtiva
sem destruiacute-la exercitando a sustentabilidade
O conceito de sustentabilidade deve respaldar um processo multidimensional e
intertemporal a ser praticado na escala local tendo como focos dinamizadores minimamente
as dimensotildees ambiental (resiliecircncia) econocircmica (produtividade) e social (equidade e
economia) (HAMMOND et al 1995 SACHS 2004 e SEPUacuteLVEDA 2008)
De uma maneira geral a sustentabilidade da propriedade rural passa pelo
aproveitamento eficaz das aacutereas cultivadas procurando tirar delas as melhores produtividades
possiacuteveis e por longos periacuteodos de tempo diminuindo a necessidade de ocupar novas aacutereas de
florestas Para que possam dar um retorno financeiro adequado aos produtores seus usos
157
devem ser pautados em informaccedilotildees de mercado tendo tambeacutem apoio governamental com
assistecircncia teacutecnica e para o escoamento da produccedilatildeo sem comprometer a qualidade dos
produtos e a competitividade econocircmica
4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da
Banana dimensotildees objetivos e componentes
Os indicadores satildeo detentores de informaccedilotildees sobre a dinacircmica dos diferentes tipos
dimensionais (HAMMOND et al 1995) Na avaliaccedilatildeo da sustentabilidade os indicadores
vecircm sendo cada vez mais utilizados para mensuraccedilatildeo do consumo dos recursos naturais em
funccedilatildeo das suas principais consequecircncias nocivas para o meio ambiente uma vez que o
crescimento populacional exige volumes crescentes de mateacuteria prima para manutenccedilatildeo da
vida
O termo indicador implica em inferir apontar estimar conceituando-se como uma
variaacutevel selecionada e quantificada fornecendo pistas para problemas ou tornando
perceptiacuteveis tendecircncias ou fenocircmenos difiacuteceis de serem detectaacuteveis podendo ser apresentados
em forma de dados estatiacutesticos ou graacuteficos que nos revele traccedilos da realidade e tendecircncias
futuras que de outra forma natildeo seria facilmente percebida permitindo uma aproximaccedilatildeo
simplificada da realidade observada (SARANDOacuteN 2002) Os indicadores podem ser
definidos no acircmbito global nacional regional ou local Para o alcance dos objetivos aqui
propostos eles seratildeo definidos de acordo com as especificidades locais
De acordo com Hammond et al (1995) Sachs (2004) e Sepuacutelveda (2008)
sustentabilidade deve refletir processos multidimensionais e intertemporais preferencialmente
praticados em escalas locais focando a resiliecircncia a produtividade a equidade e economia e
deve ser avaliada por meio de indicadores que permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais
especiacuteficas a serem definidas de acordo com o sistema avaliado (CHRISTEN 1996)
admitindo inuacutemeras possibilidades visto que cada sistema possui especificidades
Entre as diversas possibilidades para a definiccedilatildeo das dimensotildees a serem estudadas
encontram-se as indicadas por Darolt (2000) soacutecio cultural teacutecnico agronocircmica econocircmica
ecoloacutegica e poliacutetico institucional Por sua vez Carvalho (1994) aponta para as dimensotildees
econocircmicas socioloacutegicas ambientais poliacuteticas culturais e institucionais Costabeber (1989)
recomenda econocircmica social ecoloacutegica geograacutefica e tecnoloacutegica enquanto que Camino e
Muumlller (1993) recomendam considerar justiccedila social viabilidade econocircmica sustentabilidade
ambiental democracia solidariedade e eacutetica Por fim haacute as orientaccedilotildees de Sachs (2004) pelas
dimensotildees ambiental social econocircmica poliacutetica cultural e territorial
158
Contudo Sachs (1993) adverte que para a sustentabilidade de qualquer tipo de
sistema que envolva seres humanos pressupotildee-se o uso racional e equitativo dos recursos
sendo fundamental considerar minimamente as dimensotildees econocircmicas ambiental e social
como condiccedilatildeo preciacutepua para a geraccedilatildeo do desenvolvimento no longo prazo na temporalidade
aproximada de 25 anos
Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva em acordo com as orientaccedilotildees de Sachs (2004) e
Montibeller Filho (2004) os indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees social
econocircmica ambiental espacialgeograacutefica e poliacutetica Para cada dimensatildeo devem ser
visualizados os componentes e os objetivos que se deseja alcanccedilar para o ambiente estudado
A partir destes foram definidas as variaacuteveis estudadas Assim o quadro 1 apresenta as
dimensotildees sob as quais o desenvolvimento do sistema produtivo da banana pode ser avaliado
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas considerando as
informaccedilotildees obtidas no trabalho de campo nas comunidades rurais estudadas bem como os
objetivos que se deseja alcanccedilar e os componentes que devem ser avaliados em cada
dimensatildeo
Para esse estudo foram definidas cinco dimensotildees ambiental social econocircmica
espacialgeograacutefica e poliacutetica (Quadro 1) Para anaacutelise da sustentabilidade de cada dimensatildeo
foram identificados os objetivos que se deseja alcanccedilar e para isto definidos os componentes
que devem ser observados para que a partir destes possam ser indicadas as categorias os
elementos os descritores e os indicadores para cada dimensatildeo analisada Para a
sustentabilidade dos cultivos de bananeiras no Amazonas o sistema seraacute analisado no acircmbito
local
O estudo da sustentabilidade ambiental objetiva a melhoria da qualidade do ambiente e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Ela pode ser avaliada por meio do acompanhamento dos
ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas do uso dos recursos naturais natildeo renovaacuteveis da prioridade
agrave produccedilatildeo de biomassa do aproveitamento dos insumos naturais da reduccedilatildeo do consumo
energeacutetico das tecnologias empregadas no sistema produtivo dos iacutendices de resiacuteduos no
processo produtivo da destinaccedilatildeo dos resiacuteduos e cuidados ambientais observados no processo
produtivo Quadro 1
A sustentabilidade da dimensatildeo social que visa a reduccedilatildeo das desigualdades sociais
deve observar a criaccedilatildeo de postos de trabalho sauacutede educaccedilatildeo a disponibilidade de emprego
a renda (distribuiccedilatildeo) o respeito agrave cultura local o aproveitamento do conhecimento
159
tradicional ou taacutecito as formas e niacuteveis de organizaccedilotildees sociais e a produccedilatildeo de bens que
favoreccedilam o atendimento agraves necessidades baacutesicas das pessoas envolvidas direta eou
indiretamente no processo produtivo
Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o
desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do
Amazonas DIMENSAtildeO OBJETIVO COMPONENTES
Sustentabilidade
Ambiental
Melhoria da qualidade do
ambiente e preservaccedilatildeo
das fontes de recursos
naturais
Respeito aos ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas
O uso de recursos naturais natildeo renovaacuteveis
Prioridade agrave produccedilatildeo de biomassa
Aproveitamento dos insumos naturais
Reduccedilatildeo do consumo de energia
Tecnologias empregadas no processo produtivo
Iacutendices de resiacuteduos nos processos produtivos
Destinaccedilatildeo dos resiacuteduos
Cuidados ambientais
Sustentabilidade
Social
Reduccedilatildeo das
desigualdades sociais
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
Sauacutede
Educaccedilatildeo
Emprego
Renda (distribuiccedilatildeo)
Cultura local
Conhecimento tradicional ou taacutecito Organizaccedilotildees sociais
Produccedilatildeo de bens que favoreccedilam o atendimento agraves
necessidades baacutesicas
Sustentabilidade
Econocircmica
Melhoria da riqueza
social
Fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e
privados
Manejo eficiente dos recursos disponiacuteveis
Capacidade econocircmica
Capacidade produtiva do cultivo
Aproveitamento dos recursos internos (da
propriedade)
Absorccedilatildeo (pela propriedade) dos custos
ambientais
Produtividade
Reduccedilatildeo da dependecircncia externa
Canais de comercializaccedilatildeo
Sustentabilidade
Espacial
Geograacutefica
Evitar excessos de
aglomeraccedilotildees e exaustatildeo
dos recursos
Capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo)
Capacidade endoacutegena de desenvolvimento
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra
Disponibilidade de infraestrutura
Capacidade de suporte dos recursos naturais
Sustentabilidade
Poliacutetica
Democratizaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas
existentes e fortalecimento
da governanccedila
Criaccedilatildeo de Leis e desenvolvimento de poliacuteticas
para a agricultura
Organizaccedilatildeo poliacutetico institucional
Democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional
existente
Cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica Governanccedila Fonte Sachs (2004) Montibeller Filho (2004) Adaptado pela autora
160
A sustentabilidade na dimensatildeo econocircmica que tem por objetivo a melhoria da
riqueza social deve observar o fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e privados o
manejo dos recursos disponiacuteveis a capacidade econocircmica a capacidade produtiva do cultivo
o aproveitamento dos recursos internos da propriedade absorccedilatildeo pela propriedade dos custos
ambientais a produtividade o niacutevel de dependecircncia externa e os canais de comercializaccedilatildeo
(Quadro 1)
A sustentabilidade da dimensatildeo espacialgeograacutefica objetiva evitar os excessos de
aglomeraccedilatildeo e consequentemente a exaustatildeo dos recursos Pode ser monitorada pela
observaccedilatildeo da capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo) a capacidade endoacutegena de
desenvolvimento a democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra a infraestrutura e a capacidade de
suporte dos recursos naturais
A sustentabilidade na dimensatildeo poliacutetica objetiva a democratizaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas existentes e as adequaccedilotildees que se fizerem necessaacuterias e ainda pelo niacutevel de
governanccedila Pode ser monitorado por meio dos seguintes componentes criaccedilatildeo de Leis e
desenvolvimento de poliacuteticas para a o fortalecimento da agricultura as formas e niacuteveis da
organizaccedilatildeo poliacutetico institucional a democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional existente a
cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica os niacuteveis de governanccedila na gestatildeo destes componentes e
pela apropriaccedilatildeo pelo cidadatildeo dos serviccedilos puacuteblicos institucionais
4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana
Ateacute a deacutecada de cinquenta o desenvolvimento foi entendido como sinocircnimo do
crescimento econocircmico mensurado por indicadores de ordem estritamente quantitativa A
partir de 1960 acirraram-se as discussotildees sobre desenvolvimento atrelado agrave sustentabilidade
como caraacuteter indissociaacutevel e os indicadores do desenvolvimento econocircmico de ordem
meramente quantitativa tornaram-se insuficientes para aferir o grau de desenvolvimento
visto que natildeo considerava o bem estar social nos diferentes niacuteveis de agregaccedilatildeo humana com
melhorias na qualidade de vida da populaccedilatildeo a exemplo da diminuiccedilatildeo dos niacuteveis de pobreza
de desemprego e desigualdade das condiccedilotildees de sauacutede nutriccedilatildeo educaccedilatildeo moradia
transporte (SANDRONI 1999 MOURA 2002 CUNHA 2006) intensificando as
investigaccedilotildees em torno de indicadores capazes de aferir a sustentabilidade em diferentes
contextos
Os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade assumem papel importante no
processo de construccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade bem como na definiccedilatildeo das
161
dimensotildees analisadas dos objetivos dos componentes e das variaacuteveis estudadas revelando o
que eacute importante ser medido e como avaliar e interpretar os resultados (LOPES 2001) Neste
sentido os indicadores permitiratildeo noccedilotildees comparativas visto que um criteacuterio eacute mais ou
menos sustentaacutevel em dado contexto natildeo existindo modelos definitivos para cada criteacuterio
(MOURA 2002)
Os indicadores precisam ser os mais especiacuteficos possiacuteveis de modo a se evitar
ambiguidades e problemas de validade e confiabilidade devendo incluir o objetivo ou a meta
a ser alcanccedilado o aspecto a ser medido o periacuteodo abrangido e a aacuterea fiacutesica em questatildeo
devendo tambeacutem ser mensuraacuteveis atingiacuteveis relevantes e oportunos (GUIJT 1999)
Moura (2002) assegura que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o
contexto a definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores
locais a definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees Para
Camino e Muumlller (1993) devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias e distintas de cada ecossistema
natildeo existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal Os
autores sugerem uma estrutura metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade composto de sete etapas que foram adaptadas para o sistema produtivo da
banana figura 1
Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade
Fonte Camino e Muumlller (1993) adaptada pela autora
Identificaccedilatildeo de Categorias Significativas
Definiccedilatildeo do Sistema
Identificaccedilatildeo de Elementos Significativos em Cada
Sistema
Identificaccedilatildeo e Seleccedilatildeo de Descritores
Definiccedilatildeo e Obtenccedilatildeo de Indicadores
Anaacutelise de Indicadores
Procedimentos de Monitoramento
1deg
Pas
so
2deg
e 3deg
Pas
sos
4deg
e 5
deg
Pas
sos
6deg
Pas
so
7deg
Pas
so
Atr
ibuto
s
chav
e par
a
o s
iste
ma
Sistema Local
Car
act
dos
elem
ento
s e
Med
idas
do
s
des
crit
ore
s
162
As fases dessa sequecircncia metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade em primeiro passo orienta que seja determinado o sistema a ser analisado o
qual segundo Yurjevic (1996) apud Daniel (2000) pode ser delimitado nos niacuteveis global
nacional regional ou local permitindo adaptaccedilotildees em acordo com os interesses da avaliaccedilatildeo
Para a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalhamos com a delimitaccedilatildeo em niacutevel local
O segundo e terceiro passos respectivamente referem-se agrave identificaccedilatildeo das
categorias - que eacute um aspecto do sistema - e dos elementos significativos do sistema ndash que satildeo
parte da categoria - que apresentam significacircncia dado o grau de influecircncia desses na
sustentabilidade do sistema e a importacircncia que eles assumem para a finalidade do estudo
Estas estatildeo atreladas ao que Hansen (1996) e Marzall (1999) apud Lopes (2001) denominam
de atributos chave que influenciam na sustentabilidade de cada categoria e portanto no
sistema geral
Segundo Aacutevila (1989) Torquebiau (1989) e Camino e Muumlller (1993) apud Daniel
(2000) qualquer sistema em qualquer niacutevel de organizaccedilatildeo ou agregaccedilatildeo pode ser avaliado
mediante a anaacutelise de quatro tipos de categorias
Recursos endoacutegenos compotildeem a base de recursos do sistema ou seja representam
sua estrutura Os indicadores relacionados a essa categoria devem evidenciar se o sistema
impacta negativamente ou se melhora a base de recursos
Recursos exoacutegenos eacute formada pelos mesmos elementos da categoria dos recursos
endoacutegenos poreacutem satildeo recursos de sistemas externos com os quais o sistema estudado
manteacutem relaccedilotildees afetando e sendo afetado por eles Tambeacutem compotildeem a parte estrutural (dos
sistemas exoacutegenos)
Operaccedilatildeo do sistema representa a parte funcional do sistema constituiacutedo das
atividades necessaacuterias agrave sua exequibilidade Os indicadores desta categoria devem mostrar se
o seu manejo e desempenho satildeo compatiacuteveis com as exigecircncias da sustentabilidade
Operaccedilatildeo de sistemas exoacutegenos satildeo atividades de fora do sistema necessaacuterias ao
funcionamento do mesmo constituem sua parte funcional No sistema produtivo da banana
representam os ambientes institucional e organizacional os fluxos financeiros e de
informaccedilotildees que envolvem o sistema e o consumidor (local regional nacional e
internacional) Estes ambientes comportam o aparato legal de suporte ao sistema em estudo a
disponibilidade de recursos financeiros humanos e tecnoloacutegicos a assistecircncia teacutecnica a
163
ciecircncia e tecnologias disponiacuteveis a infraestrutura disponibilizada a comercializaccedilatildeo da
produccedilatildeo etc
O quarto e quinto passos respectivamente tratam da identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos
descritores que satildeo caracteriacutesticas relevantes dos elementos selecionados na etapa anterior e
subordinam-se aos atributos de sustentabilidade do sistema e ao niacutevel de agregaccedilatildeo e da
definiccedilatildeo e obtenccedilatildeo de indicadores que satildeo medidas importantes para esses descritores A
literatura recomenda que para cada descritor relevante deve-se definir ao menos um
indicador No quinto passo tambeacutem eacute realizada a pesquisa de campo
As etapas sexta e seacutetima orientam agrave anaacutelise dos indicadores e os procedimentos de
monitoramento Segundo Daniel (2000) a sexta pode ser subdividida em seis etapas a)
significado do indicador b) o que como onde e quando medir c) insumos necessaacuterios para o
caacutelculo d) limitaccedilotildees do indicador e) valoreslimites do indicador f) apresentaccedilatildeo e
interpretaccedilatildeo dos resultados A seacutetima pode ter seus procedimentos descritos individualmente
para cada indicador ou para todo o conjunto da forma que melhor responder ao sistema
analisado
4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios
de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
O quadro 2 identifica as categorias elementos descritores e indicadores da Dimensatildeo
Ambiental visando o cultivo de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva Amazonas Na uacuteltima coluna satildeo mostrados os indicadores a serem trabalhados
nessa dimensatildeo tendo em vista os recursos edafoclimaacuteticos fauniacutesticos energeacuteticos manejo
e de luminosidade a serem considerados dentro e fora da propriedade rural
Dentro desses paracircmetros sobressaem a) a preocupaccedilatildeo com o estoque de aacutegua nos
periacuteodos de estiagem b) a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos
fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo
produtivo Esses dois paracircmetros satildeo considerados os mais importantes tendo em vista a baixa
capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua dos solos predominantes na regiatildeo (COCHRANE et al 1985
MARQUES et al 2010) e a sazonalidade da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica (RIBEIRO VILA
NOVA 1979 SALATI MARQUES 1984) como tambeacutem pela baixa fertilidade natural dos
solos de terra firme da Amazocircnia (COCHRANE SANCHEZ 1982 NICHOLAIDES et al
1983) e o haacutebito dos produtores natildeo darem importacircncia para a reposiccedilatildeo dos nutrientes
retirados pela sua produccedilatildeo ou entatildeo por adubarem seus cultivos sem o respaldo de uma
164
anaacutelise quiacutemica dos seus solos conforme verificado nas pesquisas de campo e os resultados
apresentados nos capiacutetulos anteriores dessa tese
Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Aacutegua
Quantidade Iacutendice da pluviosidade anual (mm)
Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)
Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)
Reservatoacuterios de aacutegua (simnatildeo)
Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)
Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)
Solo
Classificaccedilatildeo
Tipos de solos
Terraceamento (simnatildeo)
Conservaccedilatildeo
Preparo mecanizado (simnatildeo)
Estimativa de perda de sedimentos via
erosatildeo (thaa-1
)
Microclima Umidade do solo ()
Temperatura do solo (degC)
Qualidade
Quiacutemica
Teor de mateacuteria orgacircnica ()
Niacutevel de acidez (pH)
Estimativa da perda de nutrientes via
lixiviaccedilatildeo (kghaa-1
)
Estimativa da perda de nutrientes via
exportaccedilatildeo (kghaa-1
)
Fertilidade (altameacutediabaixa)
Qualidade Fiacutesica
Textura (argilosasiltosaargilosa)
Retenccedilatildeo de aacutegua ()
Erodibilidade (altameacutediabaixa)
Profundidade da camada de restriccedilatildeo ao
desenvolvimento radicular (cm)
Iacutendice meacutedio de compactaccedilatildeo (densidade
aparente gdm3)
Contaminantes
Aplicaccedilatildeo de agrotoacutexicos com conhecido
poder residual prolongado no solo e com
facilidade de lixiviaccedilatildeo (simnatildeo)
Aplicaccedilatildeo de resiacuteduos industriais no solo
utilizados como fertilizantes ou
corretivos que contenham contaminantes
bioacumuladores nocivos (simnatildeo)
Fauna Fitossanidade
Presenccedila de praga (simnatildeo)
Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)
Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)
Energia
Solar Aproveitamento de energia solar
(simnatildeo)
Eoacutelica Aproveitamento de energia eoacutelica
(simnatildeo)
Hiacutedrica Aproveitamento de energia hiacutedrica
(simnatildeo)
165
Luz Radiaccedilatildeo
Temperatura no cultivo (degC)
Interceptaccedilatildeo razatildeo da radiaccedilatildeo
fotossinteticamente ativa acima do
cultivoniacutevel do solo
Recursos
Exoacutegenos
Aacutegua
Quantidade
Iacutendice da pluviosidade anual (mm)
Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)
Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)
Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)
Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)
Fauna Fitossanidade
Presenccedila de praga (simnatildeo)
Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)
Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Manejo
Teacutecnico
Solo
Presenccedila de cobertura vegetal nativa
(simnatildeo)
Presenccedila de cobertura vegetal cultivada
(simnatildeo)
Presenccedila de erosatildeo (simnatildeo)
Manejo da fertilidade (simnatildeo)
Vegetaccedilatildeo
Manutenccedilatildeo da mata nativa (simnatildeo)
Atende as determinaccedilotildees legais sobre
manutenccedilatildeo de aacutereas de floresta
(simnatildeo)
Aproveitamento de resiacuteduos orgacircnicos
(simnatildeo)
Aacutegua
Respeita a capacidade de suporte hiacutedrico
(simnatildeo)
Manutenccedilatildeo da qualidade dos recursos
hiacutedricos (simnatildeo)
Construccedilatildeo de reservatoacuterios (simnatildeo)
Resiacuteduos
Quantidade de resiacuteduos orgacircnicos natildeo
aproveitados depositados direto no
sistema (restos vegetais animais etc)
(thaa-1
)
Resiacuteduos inorgacircnicos natildeo aproveitados
depositados direto no sistema
(vasilhames maquinarias etc) (simnatildeo)
Reciclagem de embalagens de forma
direta ou indireta (simnatildeo)
Correto armazenamento de embalagens
de produtos toacutexicos (simnatildeo)
Realiza queimadas (simnatildeo)
Tratamento de resiacuteduos (simnatildeo)
Compostagem (simnatildeo)
Uso de Recursos
Naturais natildeo
Renovaacuteveis
Uso de energia eleacutetrica (simnatildeo)
Uso de combustiacuteveis foacutesseis (simnatildeo)
Fonte autora
166
Accedilotildees que minimizem ou sobreponham essas limitaccedilotildees podem favorecer os cultivos
de bananeiras nas propriedades rurais resultando em maiores produtividades e menores
impactos ambientais dentro da mesma diminuindo os riscos de erosatildeo e exposiccedilatildeo direta dos
solos ao Sol e chuvas
Quando se analisa a Dimensatildeo Econocircmica (Quadro 3) e levando em consideraccedilatildeo os
resultados jaacute mencionados nos capiacutetulos anteriores que se embasaram nos trabalhos de campo
diversos indicadores devem ser enfatizados quando se pretende atingir determinada
sustentabilidade do cultivo de bananeiras nos municiacutepios estudados
Os indicadores que mais influenciam a sustentabilidade dos cultivos satildeo o
financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do produto o mercado comprador e o
escoamento da produccedilatildeo Os produtores tem muita dificuldade em conseguir financiamento
em bancos em suma por natildeo ter a posse definitiva da propriedade rural Como eles tem
dificuldades em escoar suas produccedilotildees ficam refeacutens dos atravessadores ou entatildeo de oacutergatildeos
governamentais que adquirem sua produccedilatildeo por preccedilos muito baixos limitando-se tambeacutem
em comprar apenas parte da colheita
Aleacutem disso haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias para o fortalecimento
da cadeia produtiva tendo em vista um melhor aproveitamento da mateacuteria prima para a
produccedilatildeo de subprodutos da banana bem como da bananeira em si como doces geleias
fibras e outras aplicaccedilotildees industriais (SEBRAE 2008) reduzindo as perdas que podem
atingir 60 dos frutos da colheita ateacute o momento do consumo (SEBRAE 2008 Brasil
2010)
Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Financeiro Vendas Volume de vendas (ta)
Preccedilo de venda do produto (R$penca) -
(R$cacho)
Renda bruta (R$a)
Renda liacutequida (R$a)
Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)
Maquinaria (simnatildeo)
Capacitaccedilatildeo de recursos humanos
(simnatildeo)
Recursos tecnoloacutegicos (simnatildeo)
Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)
Varejo (ta)
Canais de
Comercializaccedilatildeo
Empresas (ta)
Intermediaacuterios (ta)
167
Cooperativas (ta)
Governo (ta)
Mercados Internacional (ta)
Nacional (ta)
Regional (ta)
Local (ta)
Recursos
Exoacutegenos
Financeiro Financiamentos Fluxo de investimentos privados (R$a)
Fluxo de investimentos puacuteblicos (R$a)
Subvenccedilatildeo (R$a)
Existecircncia de linhas de creacutedito especiacutefica
(simnatildeo)
Disponibilidade de creacutedito para
produtores proprietaacuterios (simnatildeo)
Disponibilidade de creacutedito para
produtores natildeo proprietaacuterios (simnatildeo)
Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)
Maquinaria (simnatildeo)
Capacitaccedilatildeo de recursos humanos
(simnatildeo)
Recursos tecnoloacutegicos e instalaccedilatildeo de
agroinduacutestrias (simnatildeo)
Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)
Varejo (ta)
Canais de
Comercializaccedilatildeo
Empresas (ta)
Intermediaacuterios (ta)
Cooperativas (ta)
Governo (ta)
Mercados Internacional (ta)
Nacional (ta)
Regional (ta)
Local (ta)
Operaccedilatildeo
do Sistema
Insumos Disponibilidade
no Mercado
Fertilizantes quiacutemicos (simnatildeo)
Adubos orgacircnicos (simnatildeo)
Implementos agriacutecolas (simnatildeo)
Mudas (simnatildeo)
Status dos
Insumos no
Mercado
(aquisiccedilatildeo)
No municiacutepio (simnatildeo)
No Estado (simnatildeo)
Na regiatildeo (simnatildeo)
No mercado nacional (simnatildeo)
Economia de
Recursos
Reduccedilatildeo de insumos externos
(agrotoacutexicos fertilizantes embalagens
etc) (simnatildeo)
Ampliaccedilatildeo do aproveitamento de
resiacuteduos (simnatildeo)
Emprego de
Matildeo de Obra
Familiar Assalariada (simnatildeo)
De subsistecircncia (simnatildeo)
Contratada Temporaacuteriasafra (simnatildeo)
168
Permanente (simnatildeo)
Niacutevel
Tecnoloacutegico
No Cultivo Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a formaccedilatildeo dos cultivos (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a manutenccedilatildeo dos tratos culturais
(simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a colheita (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o poacutes colheita (simnatildeo)
Uso de equipamentos modernos
(simnatildeo)
Na
Comercializaccedilatildeo
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o armazenamento (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o transporte (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o controle de estoques (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a formaccedilatildeo de banco de dados
(simnatildeo)
Na
Transformaccedilatildeo
do Produto
Processo totalmente mecanizado
(simnatildeo)
Processo parcialmente mecanizado
(simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo
dos Produtos
No tacado Supermercados (kga)
Feiras (kga)
CEASA (kga)
Intermediaacuterios (kga)
Governo (kga)
No Varejo Feiras (kga)
Na propriedade agriacutecola (kga)
Infra Estrutura Escoamento da
Produccedilatildeo
Estradas asfaltadas (simnatildeo)
Estradas de terra (simnatildeo)
Fluvial (simnatildeo)
Transporte da
Produccedilatildeo
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash do governo (simnatildeo)
Fluvial ndash do governo (simnatildeo)
Da cooperativa (simnatildeo)
Da associaccedilatildeo (simnatildeo)
Armazenamento Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Assistecircncia
Teacutecnica
Rural Trimestral (simnatildeo)
Semestral (simnatildeo)
169
Anual (simnatildeo)
Financeira Semestral (simnatildeo)
Anual (simnatildeo)
Gestatildeo Semestral (simnatildeo)
Anual (simnatildeo)
Economia de
Recursos
Reduccedilatildeo no
Consumo
Insumos de produccedilatildeo (caixas
embalagens etc) Fonte autora
Uma anaacutelise da Dimensatildeo Social (Quadro 4) considerando as informaccedilotildees obtidas nas
propriedades rurais estudadas e nos oacutergatildeos envolvidos aponta que os indicadores que mais
afetam a sustentabilidade dos sistemas satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em
Associaccedilotildees e Cooperativas Os serviccedilos de atendimento de sauacutede satildeo precaacuterios obrigando-os
a irem aos centros urbanos para serem atendidos tendo em vista que apenas em Manaus eles
encontram serviccedilos mais sofisticados para a resoluccedilatildeo de seus problemas com doenccedilas e afins
Por outro lado geralmente eles tecircm pouco acesso a uma educaccedilatildeo consolidada na aacuterea
rural precisando enviar seus filhos para escolas nas aacutereas urbanas do municiacutepio submetendo-
os a grandes dispecircndios com deslocamentos etc Quanto agraves suas Associaccedilotildees e Cooperativas
haacute pouca ou quase nenhuma organizaccedilatildeo uma vez que muitas apresentam apenas seus
nuacutemeros de CNPJ e uma relaccedilatildeo dos associadoscooperados com os nomes e telefones de
contato Algumas contribuem para a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo mas outras nem isso
fazem com cada produtor comercializando sua produccedilatildeo de forma individual
Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Desenvolvimento
Cultural
Arqueoloacutegico
Presenccedila de siacutetio ou vestiacutegio
arqueoloacutegico na aacuterea dos cultivos
(simnatildeo)
Preservaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio
arqueoloacutegico (simnatildeo)
Divulgaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio ou de
vestiacutegios arqueoloacutegico (simnatildeo)
Turiacutestico
Presenccedila de equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
(simnatildeo)
Divulgaccedilatildeo dos equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
(simnatildeo)
Exploraccedilatildeo dos equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
170
(simnatildeo)
Artesanal
Existecircncia de mateacuteria prima para
confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)
Confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)
Patrimocircnio
Religioso
Existecircncia de templos ou outras
aacutereas consideradas sagradas
(simnatildeo)
Existecircncia de cemiteacuterios (simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Desenvolvimento
Humano
Sauacutede
Posto meacutedico (simnatildeo)
Hospitais (simnatildeo)
Laboratoacuterios cliacutenicos (simnatildeo)
Cliacutenicas odontoloacutegicas (simnatildeo)
Educaccedilatildeo
Escolas de ensino superior
(Faculdades) (simnatildeo)
Escolas de ensino meacutedio (simnatildeo)
Escolas de ensino fundamental
(simnatildeo)
Emprego
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
temporaacuterio (em relaccedilatildeo ao ano
anterior)
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
permanente (em relaccedilatildeo ao ano
anterior)
Garantia dos diretos trabalhistas
(simnatildeo)
Qualificaccedilatildeo do trabalho (segundo
orientaccedilatildeo da OITtrabalho decente5)
Habitaccedilatildeo
Habitaccedilotildees de alvenaria (un)
Habitaccedilotildees de madeira (un)
Habitaccedilotildees de outros materiais (un)
Saneamento
baacutesico
Redes de esgoto nas ruas (simnatildeo)
Estaccedilotildees de tratamento de esgoto
(simnatildeo)
Rede de distribuiccedilatildeo de aacutegua
(simnatildeo)
Rede de distribuiccedilatildeo de energia
eleacutetrica (simnatildeo)
Organizaccedilotildees
Sociais
Associaccedilotildees
comunitaacuterias
Existecircncia de associaccedilatildeo comunitaacuteria
(simnatildeo)
Participaccedilatildeo da sociedade ()
Cooperativas
agriacutecolas
Existecircncia de cooperativas rurais
(simnatildeo)
Participaccedilatildeo da comunidade ()
Cooperativas
agroindustriais
Existecircncia de cooperativas
agroindustriais (simnatildeo)
5 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo
implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a
dignidade humana
171
Participaccedilatildeo da comunidade ()
Lazer
Disponibilidade de estruturas de
lazer puacuteblica (simnatildeo)
Disponibilidade de estruturas de
lazer privada (simnatildeo)
Participaccedilatildeo da sociedade ()
Creches Disponibilidade de creches (simnatildeo)
Organizaccedilotildees
Religiosas
Igrejas
Preservaccedilatildeo de igrejastemplos ou
outras aacutereas consideradas sagradas
no municiacutepio (un)
Cemiteacuterios Preservaccedilatildeo de cemiteacuterios (simnatildeo) Fonte autora
Quanto agrave Dimensatildeo EspacialGeograacutefico (Quadro 5) de todos os indicadores
identificados os mais importantes a serem considerados quando se leva em consideraccedilatildeo a
sustentabilidade do sistema produtivo satildeo a falta da posse definitiva da terra problema que
aflige a maioria dos produtores e agraves vezes agrave falta de aacutegua no periacuteodo de secas anuais
Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash
Dimensatildeo EspacialGeograacutefico
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Recursos
Naturais
Ocupaccedilatildeo do
Territoacuterio
Propriedade da Terra (simnatildeo)
Disponibilidade de infraestrutura de
acesso agrave propriedade (simnatildeo)
Terra
Disponibilidade de Terra para a
expansatildeo dos cultivos (ha)
Disponibilidade de terra para a
introduccedilatildeo de novas culturas (simnatildeo)
Disponibilidade de recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra
Aacutegua
Disponibilidade de recursos hiacutedricos
naturais ndash rios lagos igarapeacutes etc
(simnatildeo)
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave aacutegua
(simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Manejo dos
Recursos
Naturais
Ocupaccedilatildeo do
Territoacuterio
Propriedade da Terra (simnatildeo)
Capacidade de concentraccedilatildeo espacial
(habmsup2)
Capacidade do suporte hiacutedrico
(capacidade hiacutedricapor propriedade)
Hinfraestrutura disponiacutevel (transporte
energia armazenagem etc) (simnatildeo)
Recursos
Disponiacuteveis para o
Desenvolvimento
Disponibilidade de recursos minerais
(simnatildeo)
Disponibilidade de recursos turiacutesticos
(simnatildeo)
172
Disponibilidade de recursos artesanais
(simnatildeo)
Disponibilidade de espaccedilos para a
comercializaccedilatildeo (simnatildeo)
Disponibilidade de infraestrutura de
acesso agrave propriedade (simnatildeo) Fonte autora
A anaacutelise da dimensatildeo poliacutetica (Quadro 6) deve observar os recursos endoacutegenos
exoacutegenos e de operaccedilatildeo do sistema produtivo de bananas com o fim de conhecer quais as
forccedilas poliacuteticas atuantes no sistema produtivo e a influecircncia destas nos ambientes
institucional organizacional e produtivo e ainda entender como se processa os fluxos fiacutesicos
financeiros e de informaccedilotildees e o niacutevel de governanccedila existente entre os elementos do sistema
O ecircxito da dimensatildeo poliacutetica como elemento de desenvolvimento em determinado
territoacuterio se traduz no conjunto articulado das poliacuteticas existentes em niacutevel econocircmico e
social observadas preferencialmente as potencialidades locais em uma sucessatildeo de
operaccedilotildees indissociaacuteveis que se fortalecem agrave medida que se aprimora a governanccedila entre os
atores Assim a sustentabilidade da dimensatildeo poliacutetica aponta para o encadeamento das
atividades institucionais organizacionais e produtivas dos recursos endoacutegenos exoacutegenos e de
operaccedilatildeo do sistema
Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash
Dimensatildeo Poliacutetica
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Desenvolvimento de
Poliacuteticas Puacuteblicas Municipal
Uso racional dos recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Uso racional da terra (simnatildeo)
Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
(simnatildeo)
Aproveitamento da energia solar (simnatildeo)
Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)
Infraestrutura direcionada ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Fomento direcionado agrave agricultura
(simnatildeo)
Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo de incremento da renda no setor
agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave
produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)
Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o
mercado internacional (simnatildeo)
173
Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)
Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias
(simnatildeo)
Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola
(simnatildeo)
Assentamento rural (simnatildeo)
Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental
(simnatildeo)
Controle sanitaacuterio
Recursos
Exoacutegenos
Desenvolvimento de
Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Uso racional dos recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
(simnatildeo)
Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)
Infraestrutura direcionada ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Fomento direcionado agrave agricultura
(simnatildeo)
Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo de incremento da renda no setor
agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave
produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)
Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o
mercado internacional (simnatildeo)
Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)
Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias
(simnatildeo)
Apoio agraves pesquisas relacionadas ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola
(simnatildeo)
Assentamento rural (simnatildeo)
Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental
(simnatildeo)
Controle sanitaacuterio
Operaccedilatildeo
de Sistemas
Execuccedilatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Municipal
Instituiccedilatildeo de Ensino Superior ndash IES
(simnatildeo)
Instituiccedilatildeo de Ensino Teacutecnico (simnatildeo)
Praacuteticas de inclusatildeo social (simnatildeo)
Praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica
(simnatildeo)
Praacuteticas de proteccedilatildeo da propriedade
intelectual (simnatildeo)
174
Praacuteticas de cooperativismo (simnatildeo)
Praacuteticas de associativismo (simnatildeo)
Controle da produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Incentivos ao desenvolvimento
tecnoloacutegico (simnatildeo)
Atividades de licenciamento ambiental
(simnatildeo)
Atividades de fiscalizaccedilatildeo e
monitoramento ambiental (simnatildeo)
Defesa sanitaacuteria vegetal (simnatildeo)
Infraestrutura de transporte (simnatildeo)
Infraestrutura de energia (simnatildeo)
Atividades de desenvolvimento de micros
e pequenas empresas (simnatildeo)
Atividades de incentivos ao
empreendedorismo (simnatildeo)
Interlocuccedilatildeo com os atores (simnatildeo)
Atividades de incentivos ao
empreendedorismo (simnatildeo)
Atividades de incentivo agraves bioinduacutestrias
(simnatildeo) Fonte autora
Quando se analisa o Quadro 6 acima com mais detalhes e se leva em consideraccedilatildeo as
situaccedilotildees encontradas nas propriedades rurais estudadas percebe-se que os indicadores de
sustentabilidade na Dimensatildeo Poliacutetica satildeo pouco praticados ou estatildeo ausentes no sistema
produtivo de bananas nesses municiacutepios Essas ausecircncias ou incipiecircncias ocorrem tanto para
os recursos endoacutegenos e exoacutegenos como para os de operaccedilatildeo de sistemas Com raras
exceccedilotildees os produtores trabalham de forma isolada com pouco ou nenhum apoio
institucional (poliacutetico) eou organizacional (de assistecircncia teacutecnica eou financeira) para
resolver os problemas em suas propriedades rurais e os que surgem no sistema como um todo
Os oacutergatildeos oficiais apenas esporadicamente visitam suas propriedades para alertar no
cumprimento (e fiscalizaccedilatildeo) das leis ambientais e dando alguma assistecircncia teacutecnica agriacutecola
ou na aacuterea de sauacutede aleacutem de um precaacuterio suporte com escolas no niacutevel primaacuterio e agraves vezes no
secundaacuterio
Uns dos poucos serviccedilos prestados pelos governos federal estadual e municipal estatildeo
nas aacutereas de transporte e energia visto que a maioria das propriedades tem acesso rodoviaacuterio
Contudo as estradas que levam agraves propriedades em sua maioria satildeo de terra e de difiacutecil
deslocamento especialmente no periacuteodo chuvoso Todas as propriedades analisadas
175
dispunham de energia eleacutetrica poreacutem os equipamentos nas propriedades satildeo muito precaacuterios
dado o baixo niacutevel de investimentos em tecnologias aplicadas agrave produccedilatildeo e processamento
dos produtos
Tambeacutem foi identificada uma razoaacutevel assistecircncia por parte das prefeituras municipais
no transporte da produccedilatildeo das propriedades rurais ateacute agraves feiras do proacuteprio municiacutepio ou ateacute a
capital que eacute o maior centro consumidor destes produtos no momento da comercializaccedilatildeo
seja no atacado ou no varejo
O governo do Estado atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash
PREME em parceria com o governo Federal tambeacutem tem significativa participaccedilatildeo pela
aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo local Este fator se por um lado eacute de grande valia por outro se
configura como uma fragilidade do sistema visto que muitos produtores tecircm neste canal a
uacutenica forma de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo no atacado o que configura uma ameaccedila
potencial ao produtor
Na Dimensatildeo Poliacutetica portanto a maioria dos indicadores definidos no Quadro 6
pode servir de paracircmetro para a evoluccedilatildeo do sistema produtivo das bananas nos dois
municiacutepios
Este trabalho aglutina a orientaccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade para as
dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica e poliacutetica sem contudo trazer
resultados de anaacutelise destes indicadores visto que natildeo se configura objeto desta Tese que se
limita neste momento a apresentar uma proposta de indicadores que podem ser utilizados
para proceder ao monitoramento dos elementos apresentados em cada dimensatildeo como forma
de mensurar a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios estudados
176
454 CONCLUSOtildeES
Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os indicadores podem ser mensurados a partir das
dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica
Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de
estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada
em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo
Na Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do
produto o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo
Os indicadores da Dimensatildeo Social que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e a participaccedilatildeo da comunidade em
Associaccedilotildees e Cooperativas
Na Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores mais significativos para a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a posse definitiva da terra e a
disponibilidade de recursos hiacutedricos
No acircmbito da Dimensatildeo Poliacutetica poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades
rurais estudadas nos dois municiacutepios mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento
sustentaacuteveis e fragilizadas perante a globalizaccedilatildeo da economia especialmente no que se
refere agrave competitividade
177
5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Apesar de haver um grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do
Amazonas (trabalho cientiacutefico 4) capazes de dar todo o suporte teacutecnico e financeiro para os
produtores de bananas obterem altos rendimentos em suas propriedades rurais a
produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute
bem abaixo daquela considerada desejaacutevel (trabalho 1 Tabelas 1 5 e 7) Essa baixa
produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500
toneladas por ha ano conforme indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) se os produtores tivessem
apoio financeiro (inexpressiva participaccedilatildeo comprovada no trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 4 e
7) e orientaccedilatildeo teacutecnica no momento da formaccedilatildeo dos cultivos (deficiecircncia comprovada no
trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 3 e 6) que indicassem a ideal densidade de plantas por ha
manejo da fertilidade do solo do controle das pragas e doenccedilas e do momento certo para a
colheita da produccedilatildeo em seus cultivos Foi observado em feiras e mercados bem como in loco
em diversas propriedades rurais a colheita de cachos com frutos ainda sem tamanho e sem
padratildeo pequenos que apodrecem antes de amadurecerem
A falta ou deficiecircncia de financiamentos aos produtores de bananas pelo setor
financeiro geralmente eacute uma consequecircncia da ausecircncia de documentaccedilatildeo de titularidade das
propriedades rurais Sem esses financiamentos a uacutenica forma de se capitalizarem para
investirem em tecnologia e melhoria em suas propriedades rurais vem da venda de suas
produccedilotildees de bananas No entanto os oacutergatildeos governamentais que compram a produccedilatildeo para
atender agraves demandas da merenda escolar pagam muito pouco e compram apenas parte dessa
produccedilatildeo com o restante sendo geralmente vendidos agrave intermediaacuterios do mercado que pagam
um pouco mais mas ainda natildeo permitindo a esses produtores se capitalizarem
adequadamente para poderem investir melhor em suas propriedades
Outra limitaccedilatildeo quanto agrave valorizaccedilatildeo do cultivo da banana na regiatildeo se refere ao fato
de que quase toda sua produccedilatildeo eacute realizada visando ao consumo in natura Uma quantidade
muito pequena natildeo mensuraacutevel eacute convertida em bananas chips salgada ou doce A falta de
um segmento de processamento da produccedilatildeo (ausecircncia comprovada no trabalho cientiacutefico 2
tabelas 5 e 8) para a industrializaccedilatildeo da banana na regiatildeo deixa sua cadeia produtiva
fragilizada com os excedentes sendo perdidos ao inveacutes de gerarem mais empregos e fontes de
renda para o Amazonas como um todo Devido agrave fragilidade e agrave alta perecibilidade da
banana estudos mostram que entre 40 e 60 do volume produzido da fruta eacute perdido desde a
colheita ateacute o seu consumo Segundo a Fundaccedilatildeo Banco do Brasil (BRASIL 2010) a fase de
178
poacutes-colheita chega a ser responsaacutevel por 60 das perdas O desconhecimento das teacutecnicas
disponiacuteveis para reduzir as perdas por parte de agentes da cadeia produtiva eacute a maior causa do
desperdiacutecio As principais causas no atacado satildeo a inadequaccedilatildeo das embalagens e do
armazenamento bem como o transporte precaacuterio das frutas Por outro lado no varejo
acredita-se que os mais seacuterios problemas relacionados agraves perdas satildeo o tempo entre a compra e
venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor Essas perdas poderiam ser
reduzidas com o uso de embalagens adequadas e com a colocaccedilatildeo dos frutos em cacircmaras frias
com correta temperatura e umidade relativa controlada (SEBRAE 2008 BRASIL 2010) o
que natildeo se observa nas aacutereas pesquisadas no presente estudo
A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o aproveitamento dos frutos nos dois
municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das perdas de bananas aleacutem de agregar valor
ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa cultura na regiatildeo Segundo SEBRAE (2008)
diversos produtos poderiam ser obtidos usando a banana como mateacuteria prima tais como
banana passa banana chips doces tortas balas geleias baby food cristalizados iogurte
suco aguardente etc Aleacutem disso existem produtos de uso natildeo alimentar que podem ser
obtidos com a planta em si como fibras da casca da bananeira artesanato moacuteveis e objetos
de decoraccedilatildeo papel bananaplac poliacutemeros naturais e outras aplicaccedilotildees industriais
Uma importante vantagem no processamento industrial do fruto da banana eacute a reduccedilatildeo
das dificuldades logiacutesticas (incluindo transporte e armazenamento) uma vez que os processos
de industrializaccedilatildeo reduzem peso e volume dos alimentos aleacutem de tornaacute-los menos pereciacuteveis
e mais lucrativos Se esse processamento ocorrer em agroinduacutestrias proacuteximo agraves aacutereas de
cultivo os resiacuteduos do processamento podem retornar agraves propriedades e serem convertidos em
adubo evitando danos ao ambiente
Outro fator positivo em se investir na industrializaccedilatildeo da banana eacute que haacute uma
tendecircncia de fortalecimento do mercado mundial dessa cultura (SEBRAE 2008 BRASIL
2010) o que pode favorecer o seu cultivo caso se agregue valores agrave sua cadeia produtiva
Portanto investimentos regionais que visem fortalecer o cultivo da banana no
Amazonas podem trazer mais emprego divisas e desenvolvimento para o Estado Para isso
ecircnfases devem ser dadas a indicadores que afetam a cultura dentro das dimensotildees ambiental
econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica (conforme orientaccedilotildees trabalho
cientiacutefico 5 Quadros 2 3 4 5 e 6)
Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de
179
estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada
em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo (trabalho
cientiacutefico 5 Quadro 2)
Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo
de venda do produto a industrializaccedilatildeo do produto com a implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias
gerando subprodutos de valor agregado o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo
(trabalho cientiacutefico 5 Quadro 3)
Na Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede a educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em associaccedilotildees e
cooperativas consolidadas (trabalho cientiacutefico 5 Quadro 4)
180
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AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pela serenidade mental e fortalecimento fiacutesico ateacute aqui
proporcionado permitindo-me esta concretizaccedilatildeo
Aos meus filhos e ao Pedro Mendel pela valiosa colaboraccedilatildeo no
desenvolvimento deste trabalho e compreensatildeo nos necessaacuterios momentos de
ausecircncia do conviacutevio familiar
Aos meus familiares especialmente meus pais e amigos que contribuiacuteram
para a construccedilatildeo dos valores que embasaram a percepccedilatildeo necessaacuteria para a
elaboraccedilatildeo do trabalho aqui concluso
Aos docentes discentes e a equipe administrativa da Universidade Federal
do Amazonas em especial aqueles que integram o Programa de Poacutes
Graduaccedilatildeo em BiotecnologiasPPGBIOTECUFAM pela oportunidade de
ingresso no curso e concessatildeo do conhecimento e aprendizado necessaacuterios agrave
formaccedilatildeo cientiacutefica e qualificaccedilatildeo profissional
Ao Prof Dr Luiz Antonio de Oliveira pela orientaccedilatildeo no transcorrer desta
Tese e valiosa colaboraccedilatildeo e acompanhamento em todas as etapas desta
pesquisa
Agrave Profa Dra Maria do Perpeacutetuo Socorro Rodrigues Chaves pela
coorientaccedilatildeo e apoio muitas vezes ultrapassando o acircmbito acadecircmico
A todos que colaboraram para a obtenccedilatildeo dos dados desta pesquisa
especialmente aos produtores rurais dos Municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva bem como aos presidentes de cooperativas
agriacutecolas associaccedilotildees empresas e liacutederes comunitaacuterios destes Municiacutepios pela
valiosa colaboraccedilatildeo na coleta de dados e informaccedilotildees sobre a cultura da
bananeira
Agraves instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas pela cooperaccedilatildeo e fornecimento dos dados
que subsidiaram a pesquisa
Aos que direta ou indiretamente colaboraram para a realizaccedilatildeo deste
trabalho
A todos Muito obrigada
RESUMO
A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica do paiacutes e
estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade tanto no acircmbito
urbano quanto no rural Em paralelo se acirram as discussotildees no sentido de conciliar a
preservaccedilatildeo dos recursos naturais e o desenvolvimento econocircmico social e cultural O
desenvolvimento da Amazocircnia se insere nesse contexto e depende da forma como seratildeo
administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos
recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua
populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave
economia nacional e mundial O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento
regional natildeo foram suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do
Amazonas pelo uso sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre
porque a cadeia produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita
com processos gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos
de produccedilatildeo produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado A cultura da
banana se insere nesse contexto Estes fatores impedem a competitividade do produto e
atribuem pouco benefiacutecio aos agentes da cadeia produtiva Este trabalho propocircs caracterizar o
sistema produtivo da banana como forma de identificar as praacuteticas de gestatildeo da sua cadeia
produtiva nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo Amazonas e analisar o
potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo desses cultivos e
estabelecer indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel Para isso foram obtidas
informaccedilotildees atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico e de dados verbais pela aplicaccedilatildeo de
questionaacuterios e entrevistas estruturadas nos trecircs setores envolvidos na pesquisa propriedades
rurais produtoras de bananas ambientes institucional e organizacional Apesar de haver um
grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do Amazonas capazes de dar
todo o suporte teacutecnico e financeiro para os produtores de bananas obterem altos rendimentos
em suas propriedades rurais a produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute bem abaixo daquela considerada desejaacutevel Essa baixa
produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500
toneladas por ha ano criando condiccedilotildees para que essa cultura se insira como fator de
desenvolvimento sustentaacutevel na regiatildeo A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o
aproveitamento dos frutos nos dois municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das
perdas de bananas aleacutem de agregar valor ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa
cultura na regiatildeo
Palavras Chave Bioinduacutestrias cadeia produtiva desenvolvimento rural associaccedilotildees rurais
ABSTRACT
Globalization has brought about changes in social economic and politics of the country and
stimulated significant advances in various sectors of society both in urban areas and in rural
as it stoked the discussions to reconcile the preservation of natural resources and economic
development social and cultural The development of the Amazon depends on how its
potential will be administered by reconciling ecological balance and sustainable use of
resources so that it reflects in substantial improvement of its populations quality of life
economic growth modernization technological advances and their integration to the
economy national and global The potential for wealth and regional development policies
were insufficient to foster economic development of the Amazonas state for the sustainable
use of existing biodiversity resources in the region This is because the production chain of
regional commercially exploited species is still restricted with inefficient management
processes resulting in low productivity high production costs low quality products and little
or no added value The culture of banana falls within that context These factors impede the
competitiveness of the product and give little benefit to agents of the productive chain This
paper proposed to characterize the production of banana system as a way to identify the
management practices of the production chain in the municipalities of Rio Preto da Eva and
Presidente Figueiredo Amazonas and analyze the potential development of these
municipalities from the idealization of this culture and establish indicators for sustainable
development For this information was obtained through a literature review and verbal data
by questionnaires and structured interviews in the three sectors involved in the research
producing farms of bananas institutional and organizational environments Although there are
a large number of public and private organizations in the state of Amazonas able to give all
the technical and financial support to banana producers to obtain high yields on their farms
productivity of this culture in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da
Eva is well below that considered desirable This low productivity around 145 tons per ha
year could reach at least 500 tons per ha year creating conditions for this culture to be
inserted as a sustainable development factor in the region The implementation of bio-based
industries in order to take advantage of the fruits in the two counties could be a solution to
reduce losses of bananas as well as adding value to the product and strengthen the production
chain of this fruit species in the region
Keywords bio-based industries production chain rural development rural associations
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa 19
Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva 32
ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola 116
Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas
119
Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no ambiente
institucional 122
Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash
MAPA no ambiente institucional 127
Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash
MDIC no ambiente institucional 128
Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional 128
Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de
Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no ambiente institucional 130
Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI
no ambiente institucional 132
Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash
SEPLANCTIAM no ambiente organizacional 134
Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do
Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional 134
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash
SEPRORAM no ambiente institucional 136
Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e
Social - BNDES no ambiente organizacional Erro Indicador natildeo definido
Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da
Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM
no ambiente organizacional 139
Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no
ambiente organizacional 141
Figura 15 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente
organizacional 142
Figura 16 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que
compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de Rio Preto da Eva e Presidente
Figueiredo no Amazonas 145
ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS
EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade 161
LISTA DE QUADROS
ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas 43
ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS
PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA
CULTURA
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 65
ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA
ESTADO DO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de Bananeiras
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 92
ARTIGO 4 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em acordo
com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da
Eva no Amazonas 113
ARTIGO 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE BANANEIRAS
EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o
desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do Amazonas
159
Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental 164
Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica 166
Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social 169
Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo
EspacialGeograacutefico 171
Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo
Poliacutetica 172
LISTA DE TABELAS
ARTIGO 1 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO AMAZONAS
Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012 46
Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo Caipira e FHIA
18 47
Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de Bananeiras
para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas 48
Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 50
Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea
amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 52
Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no Municiacutepio do
Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 55
Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na Aacuterea
Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 58
ARTIGO 2 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO SOCIAL DOS
PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A SUSTENTABILIDADE DA
CULTURA
Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas ndash Safra
2012 69
Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do
Amazonas Safra 2012 71
Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e
Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 72
Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Safra
2012 74
Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Presidente
Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012 76
Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de Pragas e
Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no Municiacutepio do Rio
Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 78
Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais em
Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas 80
Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos Acondicionamento
para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas Cultivadas no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 82
ARTIGO 3 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA
ESTADO DO AMAZONAS
Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas
Safra 2012 96
Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas
Safra 2012 99
Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas
Aacutereas Amostradas Safra 2012 102
Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare
Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012 103
Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por
Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012 104
Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas 45
Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012 106
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 OBJETIVOS 17
21 OBJETIVO GERAL 17 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 17
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 18
31 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DO ESTADO DO AMAZONAS 18 32 ASPECTOS FIacuteSICOS E GEOGRAacuteFICOS DOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA 18 33 CRESCIMENTO ECONOcircMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAacuteVEL EVOLUCcedilAtildeO DAS IDEIAS
20 34 FORCcedilAS DO CAPITALISMO DA EFICIEcircNCIA Agrave DEFICIEcircNCIA 24 35 DIMENSOtildeES BAacuteSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO 26 36 INDICADORES AMBIENTAIS 29
37 CADEIA PRODUTIVA AGRIacuteCOLA 31 38 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS 33 39 A CULTURA DA BANANA COMO ATIVIDADE AGRIacuteCOLA CULTIVARES DE OCORREcircNCIAS
FREQUENTES NO ESTADO DO AMAZONAS 34
391 Tratos Culturais da Bananeira 36 3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira 36
4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS 37
41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO
AMAZONAS 37 Resumo 37
Abstract 38 411 INTRODUCcedilAtildeO 39 412 MATERIAL E MEacuteTODOS 42
4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 42 4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 42 4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 44 4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos 44
413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 46 4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil 46 4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA
18 47 4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo no Estado do
Amazonas 48 4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo 49 4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva 54
414 CONCLUSOtildeES 60 42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO
SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A
SUSTENTABILIDADE DA CULTURA 61 Resumo 61 Abstract 62
421 INTRODUCcedilAtildeO 63 422 MATERIAL E MEacuteTODOS 65
4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 65 4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 65 4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 66 4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados 67
423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 69 4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra de 2012 69 4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Amazonas 72 4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos
Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Amazonas 73 4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 76 4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva no Amazonas 78 4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a Organizaccedilatildeo dos
Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo no
Amazonas 79 4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento 81 424 CONCLUSOtildeES 85
43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA
EVA ESTADO DO AMAZONAS 87 Resumo 87 Abstract 88
431 INTRODUCcedilAtildeO 89 432 MATERIAL E MEacuteTODOS 92
4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 92 4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 92 4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 93 4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo 94
433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 96 4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo Amazonas 96 4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva Amazonas 98 4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado nos Municiacutepios
de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 101 4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare
Cultivado nas Aacutereas Amostradas 103 4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare Cultivado nas
Aacutereas Amostradas 103 4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel 105
434 CONCLUSOtildeES 108 44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA BANANA
NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE FIGUEIREDO NO
AMAZONAS 109
Resumo 109 Abstract 110 441 INTRODUCcedilAtildeO 111 442 MATERIAL E MEacuteTODOS 112
4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica 112 4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa 112 4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise 114 4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos 115
443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 115 4431 Sistema Produtivo Agriacutecola 115 4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola 117 4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos Municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 146 444 CONCLUSOtildeES 148
45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS DE
BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS 149 RESUMO 149 ABSTRACT 150
451 INTRODUCcedilAtildeO 151 452 MATERIAL E MEacuteTODOS 153
4521 Objeto e Aacuterea de Estudo 154 4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade 154
453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 156 4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade 156 4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da Banana dimensotildees
objetivos e componentes 157 4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana 160 4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas 163 454 CONCLUSOtildeES 176
5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 177
REFEREcircNCIAS 180
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
O contexto maior no qual este estudo se insere eacute o desenvolvimento de municiacutepios
do Estado do Amazonas pelo aproveitamento das potencialidades endoacutegenas locais em
consonacircncia com as praacuteticas de sustentabilidade A atividade agriacutecola especialmente nos
cultivos para fins comerciais se apresenta como alternativa capaz de proporcionar a melhoria
econocircmica e social das populaccedilotildees locais e contribuir para preservaccedilatildeo ambiental e cultural
das espeacutecies envolvidas
A modernizaccedilatildeo do setor agropecuaacuterio brasileiro iniciado na deacutecada de 50 com
aacutepice a partir de 1960 caracterizou-se pela chamada ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo (AGUIAR e
MONTEIRO 2005) baseado num modelo quiacutemico mecacircnico e geneacutetico com a introduccedilatildeo
de inovaccedilotildees como o uso de agrotoacutexicos maacutequinas fertilizantes quiacutemicos sementes e
matrizes melhoradas geneticamente Esta praacutetica resultou em consideraacutevel expansatildeo do
agronegoacutecio no paiacutes Esse modelo trouxe inegaacuteveis avanccedilos relacionados com o aumento da
produccedilatildeo e da produtividade pela incorporaccedilatildeo de novas aacutereas agriacutecolas e do emprego de
novas tecnologias poreacutem trouxe tambeacutem inuacutemeros impactos ambientais tais como a
supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos
recursos naturais especialmente os recursos hiacutedricos e dos alimentos (EHLERS 1999)
Para Sachs (1996) o modelo tecnoloacutegico adotado consiste basicamente na
substituiccedilatildeo do ecossistema natural por um ecossistema artificial simplificado representado
em geral pela monocultura Em decorrecircncia dessa simplificaccedilatildeo e para compensaacute-la a
agricultura tornou-se cada vez mais dependente de insumos externos o que amplia sua
fragilidade e compromete sua sustentabilidade
Os debates sobre os riscos da degradaccedilatildeo ambiental comeccedilaram de forma esparsa
por volta de 1960 e se intensificaram ao longo dos dez primeiros anos (BRUumlSEKE 1998) A
magnitude dos desastres ecoloacutegicos mais percebidos a partir da deacutecada de 60 acelerou o
despertar da consciecircncia para as limitaccedilotildees dos recursos naturais os modos de produccedilatildeo
industrial e agriacutecola e tambeacutem para os males resultantes do uso de agrotoacutexicos (PIRES
2003) A partir de entatildeo se acirraram importantes discussotildees internacionais sobre meio
ambiente e sustentabilidade Em paralelo o processo de globalizaccedilatildeo das economias e dos
mercados apresentava dinacircmica crescente exigindo modernizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo
sobretudo nos paiacuteses em desenvolvimento para se tornarem competitivos
A globalizaccedilatildeo provocou mudanccedilas na ordem social econocircmica e poliacutetica e
estimulou avanccedilos significativos nos mais variados setores da sociedade nos acircmbitos urbano e
15
rural Os negoacutecios agriacutecolas e industriais em especial foram fortemente pressionados a
aperfeiccediloarem a competitividade em suas cadeias produtivas sobretudo nos fatores
relacionados agrave tecnologia e gestatildeo de processos como forma de se estabelecerem num
mercado cada vez mais competitivo
A Amazocircnia possui o maior ecossistema de florestas tropicais do planeta e eacute
reconhecida como um dos componentes centrais para o desenvolvimento das proacuteximas
geraccedilotildees e o equiliacutebrio do ambiente global Contudo ainda natildeo eacute possiacutevel precisar seus
benefiacutecios futuros e estimar sua aplicabilidade no acircmbito socioeconocircmico visto que ainda eacute
pequena a parcela de componentes da biodiversidade que satildeo conhecidos e identificados pela
ciecircncia o que remete agrave necessidade de trato cauteloso dos diversos elementos que a
compotildeem
As recentes mudanccedilas na economia e sociedade global sobretudo aquelas
relacionadas agrave temaacutetica ambiental no esforccedilo de garantir a sustentabilidade dos recursos
naturais e a manutenccedilatildeo dos ecossistemas amazocircnicos resultaram em perdas de
competitividade do extrativismo e da agricultura tradicional regional em especial na forma
como satildeo praticados no Estado do Amazonas delineados mais como elementos de
subsistecircncia do que como fator de desenvolvimento e de equiliacutebrio econocircmico especialmente
nos locais mais distantes dos grandes centros urbanos e tambeacutem na induacutestria e no comeacutercio
da Zona Franca de Manaus
Afirmativo eacute que o desenvolvimento da Amazocircnia depende da forma como seratildeo
satildeo administradas suas potencialidades conciliando equiliacutebrio ecoloacutegico e uso sustentaacutevel dos
recursos de modo que isto reflita em melhoria substancial da qualidade de vida de sua
populaccedilatildeo crescimento econocircmico modernizaccedilatildeo avanccedilo tecnoloacutegico e sua integraccedilatildeo agrave
economia nacional e mundial (CAVALCANTI 1997)
O potencial de riquezas e as poliacuteticas de desenvolvimento regional natildeo foram
suficientes para fomentar o desenvolvimento econocircmico do Estado do Amazonas pelo uso
sustentaacutevel dos recursos da biodiversidade existente na regiatildeo Isso ocorre porque a cadeia
produtiva das espeacutecies regionais exploradas comercialmente ainda eacute restrita com processos
gerenciais ineficientes resultando em baixas produtividades elevados custos de produccedilatildeo
produtos com baixa qualidade e pouco ou nenhum valor agregado Estes fatores impedem a
competitividade do produto e atribuem pouco benefiacutecio aos agentes do processo produtivo
Esta dinacircmica vem sendo observada na produccedilatildeo regional da banana que apresenta
dados de baixa produtividade especialmente para cultivos comerciais nos municiacutepios de Rio
16
Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas (IBGE 2010) Em vista disso
estudos mais detalhados voltados para um melhor entendimento da cadeia produtiva dessa
cultura nesses municiacutepios podem servir de base para um aumento da sua produtividade e
sustentabilidade inserindo-a como fator de desenvolvimento econocircmico regional Nessa
dinacircmica esse estudo busca compreender quais as praacuteticas de gestatildeo apropriadas para a
implantaccedilatildeo de cultivos de bananeiras capazes de melhorar a produtividade e a qualidade dos
produtos oriundos dos municiacutepios em estudo de forma que estes cheguem ao mercado em
condiccedilotildees de competitividade com os produtos vindos de outras regiotildees do paiacutes e ainda quais
indicadores de sustentabilidade precisam ser monitorados para garantir o desenvolvimento da
regiatildeo por meio da cultura da bananeira
17
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Identificar as praacuteticas de gestatildeo em cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Estado do Amazonas e caracterizar os ambientes da
sua cadeia produtiva e os indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo dessa
cultura
22 Objetivos Especiacuteficos
1 Realizar um diagnoacutestico das praacuteticas culturais e de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
2 Identificar os atores da cadeia produtiva da banana e analisar suas competecircncias
objetivos e interaccedilatildeo no processo produtivo
3 Caracterizar e propor indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da
banana nos municiacutepios em estudo
18
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
31 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos do Estado do Amazonas
O Amazonas maior Estado brasileiro com aacuterea geograacutefica correspondente a
1570745680 km2 distribuiacutedos em 62 municiacutepios com populaccedilatildeo de 3393369 habitantes
(IBGE 2010) situa-se ao centro da regiatildeo Norte do Brasil na sub-regiatildeo amazocircnica
caracterizada por grande diversidade do meio natural clima geomorfologia solos
hidrografia e vegetaccedilatildeo Limita-se ao Norte com o Estado de Roraima e duas fronteiras
internacionais Venezuela e Colocircmbia a Leste com o Estado do Paraacute a Sudeste com o Mato
Grosso ao Sul com o Estado de Rondocircnia e a Sudoeste com o Estado do Acre agregando
mais uma fronteira internacional com o Peru Abriga a maior floresta equatorial do planeta
Geograficamente apresenta Latitude ao extremo Norte de 2deg08rsquo30rsquorsquo e ao extremo Sul de
9deg49rsquo00rsquorsquo Longitude ao extremo Leste de 56deg04rsquo50rsquorsquo e ao extremo Oeste de 73deg48rsquo46
(INPA 2013)
O Municiacutepio de Manaus eacute a capital do Estado do Amazonas Possui aacuterea territorial
de 11408 Kmsup2 estaacute situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees
fazendo limites com os Municiacutepios de Rio Preto da Eva Iranduba Novo Airatildeo e Presidente
Figueiredo O Municiacutepio dispotildee de transporte aeacutereo rodoviaacuterio e fluvial com acesso via
terrestre para os Estados de Rondocircnia ndash BR 319 e Roraima ndash BR 174 podendo por este
Estado se deslocar para os paiacuteses latinos por via terrestre Pelo transporte aeacutereo pode se
deslocar para qualquer parte do paiacutes ou do exterior Pelo Transporte Terrestre desloca-se para
os Estados de Rondocircnia e Roraima e para alguns municiacutepios do interior do Amazonas O
clima predominante eacute quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 267 degC (IDAM 2013) O
Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 1802525 habitantes sendo 1793416 na zona urbana e
9109 na zona rural (IBGE 2013)
32 Aspectos Fiacutesicos e Geograacuteficos dos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva
O Municiacutepio de Presidente Figueiredo possui aacuterea territorial de 25421 Kmsup2 estaacute
situado na 8ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Meacutedio Amazonas limitando-se com os
municiacutepios de Urucaraacute Satildeo Sebastiatildeo do Uatumatilde Itapiranga Rio Preto da Eva Manaus
Novo Airatildeo e o Estado de Roraima O principal meio de transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio
ligado agrave Manaus pela BR 174 distante 107 Km (em linha reta) da capital O clima
predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura meacutedia de 32 degC (IDAM 2013) O
19
Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 27121 habitantes sendo 12999 na zona urbana e 14122
na zona rural (IBGE 2013)
O Municiacutepio de Rio Preto da Eva possui aacuterea territorial de 5813225 Kmsup2 estaacute
situado na 7ordf Sub-Regiatildeo do Estado na Regiatildeo do Rio Negro - Solimotildees limitando-se com os
municiacutepios de Itapiranga Itacoatiara Manaus e Presidente Figueiredo O principal meio de
transporte do municiacutepio eacute rodoviaacuterio ligado agrave Manaus pela AM 010 distante 80 Km (em
linha reta) da capital O clima predominante eacute tropical quente e uacutemido com temperatura
meacutedia de 28 degC (IDAM 2013) O Municiacutepio possui uma populaccedilatildeo de 17582 habitantes
sendo 6232 na zona urbana e 11350 na zona rural (IBGE 2013)
Figura 1 Aacuterea Geograacutefica de Realizaccedilatildeo da Pesquisa
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Figura 1) onde estatildeo alocadas as
propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Os dois Municiacutepios
ocupam 18 da aacuterea total do Estado abrigando 132 da populaccedilatildeo total do Amazonas
(IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto
maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas (IBGE 2013) e satildeo municiacutepios
20
limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus que se configura como o maior centro
consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado
33 Crescimento Econocircmico e Desenvolvimento Sustentaacutevel Evoluccedilatildeo das Ideias
Um olhar mais profundo em torno das questotildees econocircmicas e sociais que se
configuram como os pontos centrais dos debates atuais sobre sustentabilidade encontram jaacute
no ldquoMalthusianismordquo elementos que justificam essa preocupaccedilatildeo A ascensatildeo do capitalismo
e a revoluccedilatildeo industrial provocaram mudanccedilas significativas na sociedade e na economia do
final do seacuteculo XVIII e ateacute meados do seacuteculo XIX Estes mesmos fatores motivaram Thomas
Robert Malthus (1766-1834) a preconizar que o crescimento demograacutefico da Terra
comprometeria a capacidade produtiva de alimentos
Em meados do seacuteculo XX os problemas demograacuteficos mundiais especialmente dos
paiacuteses subdesenvolvidos revitalizaram as concepccedilotildees de Malthus e o tema foi retomado sob a
oacutetica do Neomalthusianismo que atrelava ao contexto histoacuterico o crescimento populacional
a escassez dos recursos naturais e o agravamento da pobreza e do desemprego Inuacutemeras
alternativas foram propostas por esta corrente poreacutem o ponto focal era a necessidade de
poliacuteticas de controle de natalidade por meio do planejamento familiar
O debate em torno da sustentabilidade preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos recursos
naturais ganhou forccedila e acalorou as discussotildees dos processos para a produccedilatildeo de bens e
serviccedilos da qualidade do trabalho e emprego a distribuiccedilatildeo de renda as transformaccedilotildees
sociais que resultassem em melhorias na qualidade de vida das pessoas e nas condiccedilotildees do
ambiente Este esforccedilo foi decisivo para a reavaliaccedilatildeo dos conceitos e praacuteticas em torno do
desenvolvimento e do crescimento especialmente dos paiacuteses perifeacutericos onde os problemas
sociais e ambientais se avolumam
Nos multiplicamos dez vezes em relaccedilatildeo ao iniacutecio da revoluccedilatildeo industrial Bilhotildees de
pessoas provavelmente ainda seratildeo adicionadas agrave populaccedilatildeo mundial no seacuteculo 21 Isto estaacute
contribuindo para criar um mundo dividido entre uma grande riqueza e uma incocircmoda
pobreza se deparando com desafios ambientais sem precedentes
Ateacute a deacutecada de 60 o desenvolvimento econocircmico era embasado principalmente
nos padrotildees de crescimento do Produto Interno Bruto ndash PIB sem considerar as crescentes
lacunas das desigualdades sociais e do desemprego em massa decorrentes desse processo
Esses fatores desencadearam reflexotildees profundas especialmente sobre as questotildees sociais
resultando na necessidade de reordenaccedilatildeo do conceito de desenvolvimento Nesse sentido os
economistas M Kalecki e Dudley Seers surgem como precursores do pensamento de que o
21
desenvolvimento deveria ser analisado considerando tambeacutem os iacutendices de emprego e
posteriormente na deacutecada de 90 Amartya K Sen forneceu importante contribuiccedilatildeo inserindo
a necessidade do embasamento de desenvolvimento na universalizaccedilatildeo e exerciacutecio efetivo de
todos os direitos humanos poliacuteticos civis e ciacutevicos econocircmicos sociais e culturais (SEN
2000 SACHS 2008)
O acirramento das discussotildees em torno da problemaacutetica ambiental particularmente
na deacutecada de 70 inferiu agrave reconceitualizaccedilatildeo do desenvolvimento as ideias de
ecodesenvolvimento que posteriormente evoluiu para desenvolvimento sustentaacutevel
obedecendo ao duplo imperativo eacutetico de solidariedade com as geraccedilotildees presentes e futuras
sob a eacutegide da sustentabilidade social e ambiental e de viabilidade econocircmica (SACHS
2009)
Para Sachs (2008) os objetivos do desenvolvimento distinto do crescimento
econocircmico vatildeo aleacutem da mera multiplicaccedilatildeo da riqueza material devendo preocupar-se com a
promoccedilatildeo da igualdade e a maximizaccedilatildeo da vantagem daqueles que vivem nas piores
condiccedilotildees O desenvolvimento eacute uma condiccedilatildeo necessaacuteria para se alcanccedilar a meta de uma
vida melhor mais feliz e mais completa para todos uma vez que essa ideia implica a expiaccedilatildeo
e a reparaccedilatildeo de desigualdades passadas criando uma conexatildeo capaz de preencher o abismo
civilizatoacuterio entre as antigas naccedilotildees metropolitanas e a sua periferia colonial entre as
minorias ricas modernizadas e a maioria ainda sem oportunidades e exausta dos trabalhadores
pobres Neste sentido o desenvolvimento deve ser capaz de reduzir ou eliminar o desemprego
maciccedilosubemprego e a desigualdade crescente por meio da modernidade inclusiva que deve
ser propiciada pela mudanccedila estrutural
Enquanto o crescimento econocircmico se fundamenta basicamente da maximizaccedilatildeo do
PIB o desenvolvimento conforme enfatizado desde 1960 por Kalecki e Seers soacute se
concretiza se ampliar o emprego reduzir a pobreza e atenuar as desigualdades e sua
concretizaccedilatildeo soacute seraacute viaacutevel por meio do equiliacutebrio de sintonia fina entre cinco dimensotildees que
se configuram como os pilares do desenvolvimento sustentaacutevel (SACHS 2008) quais sejam
1- Social fundamental por motivos tanto intriacutensecos quanto instrumentais por causa
da perspectiva de disrupccedilatildeo social que paira de forma ameaccediladora sobre muitos
lugares problemaacuteticos do nosso planeta
2- Ambiental com as suas duas dimensotildees (os sistemas de sustentaccedilatildeo da vida como
provedora de recursos e como ldquorecipientesrdquo para a disposiccedilatildeo de resiacuteduos)
3- Territorial relacionado agrave distribuiccedilatildeo espacial dos recursos das populaccedilotildees e das
atividades
4- Econocircmico sendo a viabilidade econocircmica a ldquoconditio sene qua nonrdquo para que as
coisas aconteccedilam
22
5- Poliacutetico a governanccedila democraacutetica eacute um valor fundador e um instrumento
necessaacuterio para fazer as coisas acontecerem
No aspecto Social eacute preciso que o sistema crie oportunidades para todos os
segmentos da sociedade envolvendo o maacuteximo possiacutevel dos indiviacuteduos para que o
desenvolvimento os contemple e os beneficie reduzindo ou eliminando a pobreza o
analfabetismo e o desemprego bem como dando condiccedilotildees de saneamento baacutesico seguranccedila
puacuteblica educaccedilatildeo sauacutede etc
O sistema precisa tambeacutem garantir um equiliacutebrio entre o desenvolvimento e a
preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo do meio ambiente (qualidade ambiental) evitando a sua degradaccedilatildeo
Para isso necessita otimizar os espaccedilos usados para as atividades econocircmicas prevendo
unidades de conservaccedilatildeo sempre que for necessaacuterio regularizando e ordenando o espaccedilo
Territorial em benefiacutecio da sociedade e do meio ambiente
Quanto aos aspectos Econocircmicos e Poliacuteticos o sistema necessita ter um
planejamento que preveja os potenciais regionais tendo em vista o mercado local regional
nacional e internacional garantindo seguranccedila para o desenvolvimento econocircmico do modelo
Para isso a vontade poliacutetica e o envolvimento da sociedade nas decisotildees governamentais satildeo
de suma importacircncia pois se cria um elo entre o poder constituiacutedo e os segmentos da
sociedade em prol do desenvolvimento sustentaacutevel
Para Sachs (2004) a sustentabilidade local soacute seraacute possiacutevel se considerada a partir
das dimensotildees social ambiental territorial econocircmica e poliacutetica Dentro das recomendaccedilotildees
teacutecnicas e considerando que os processos sociais e naturais satildeo dinacircmicos espera-se que essa
sustentabilidade dure por no miacutenimo aproximadamente 25 anos
Os planos globais de transiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel preconizavam que
a Ameacuterica do Sul especialmente os paiacuteses tropicais adotasse poliacuteticas de desenvolvimento
endoacutegeno e inclusivo que orientasse para uma civilizaccedilatildeo moderna sustentaacutevel com base na
biomassa (biodiversidade-biomassa-biotecnologias) e ainda que este projeto de
desenvolvimento nacional fosse resultante de um amplo debate entre a sociedade e o Estado
Nesse contexto imprescindiacutevel era o gerenciamento das necessidades emergenciais e a
adoccedilatildeo de estrateacutegias de curto meacutedio e longo prazo baseado na mobilizaccedilatildeo dos recursos
internos que possibilitassem o crescimento natildeo inflacionaacuterio e induzido pelo emprego
(SACHS 2008)
23
Sachs (2009) elencou as condiccedilotildees necessaacuterias para se levar agrave frente o crescimento
induzido pelo emprego como forma de assegurar simultaneamente a sustentabilidade social e
o crescimento econocircmico
1- Capacidade local de planejamento entendida como a capacidade de identificaccedilatildeo
de gargalos e de recursos ociosos e a capacidade de superaacute-los
2- Estiacutemulo agrave capacidade de mobilizar recursos e iniciativas locais
3- Reabilitaccedilatildeo do sistema financeiro nacional para dotaacute-lo de um miacutenimo de
capacidade de atender agraves necessidades das empresas e do financiamento de obras
puacuteblicas sem excluir o recurso (em casos excepcionais) agrave quase-moeda e agrave
promoccedilatildeo do escambo
4- Uma reforma fiscal que criasse um Imposto de Valor Adicionado progressivo
sobre o consumo haveria isenccedilatildeo para os bens essenciais mas teria forte incidecircncia
sobre artigos de luxo
Contudo qualquer esforccedilo no sentido da promoccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno e
inclusivo demandaraacute a combinaccedilatildeo de vaacuterias poliacuteticas complementares que vatildeo desde a
capacidade de explorar oportunidades de crescimento induzido pelo emprego com custo baixo
ou zero de importaccedilotildees passando pela geraccedilatildeo de empregos relacionados agrave conservaccedilatildeo de
energia e de recursos e a reciclagem de materiais o incremento da agricultura familiar como
estrateacutegia para estimular o desenvolvimento rural a promoccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de
trabalhadores por conta proacutepria e de microempresas estabelecer relaccedilotildees mutuamente
beneacuteficas entre grandes e pequenas empresas inserir e estimular que pequenas e meacutedias
empresas participem das compras governamentais e ainda desenhar poliacuteticas capazes de
permitir que empresas de grande porte se transformem em atores competitivos no mercado
global (SACHS 2008)
O desenvolvimento sustentaacutevel a partir das forccedilas endoacutegenas ou seja baseado na
mobilizaccedilatildeo dos recursos internos deveraacute priorizar a modernizaccedilatildeo da agricultura pela adoccedilatildeo
de tecnologias que permitam o aumento da produtividade e qualidade dos produtos a
melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a qualidade de vida dos trabalhadores que
eleve o compartilhamento de accedilotildees entre os produtores e dinamizem o uso dos recursos
disponiacuteveis de modo que lhes sobre mais tempo para o descanso e lazer sem comprometer sua
produtividade e renda (SACHS 2009)
Com base nessas premissas surgem algumas perguntas
O estudo da sustentabilidade deve responder como o desenvolvimento econocircmico
social ambiental poliacutetico e os fatores culturais podem caminhar juntos Quais as metas
sensatas para este lotado e inteligente planeta Como fazer para que o mundo seja tanto
proacutespero como justo e ambientalmente sustentaacutevel O que precisamos fazer para que nossa
populaccedilatildeo e nossa economia natildeo esgotem a capacidade do planeta O objeto de estudo do
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desenvolvimento sustentaacutevel precisa entrar nessa complexidade de entender os sistemas e suas
relaccedilotildees para melhorar o mundo
Para responder a essas perguntas natildeo se pode ignorar como os sistemas produtivos
interagem com a natureza sendo portanto necessaacuterio o aprimoramento das cadeias
produtivas e o acompanhamento por meio de indicadores ambientais a serem considerados na
cadeia produtiva das culturas para que possam de fato servir de fator de sustentabilidade
econocircmica e ecoloacutegica
34 Forccedilas do Capitalismo da Eficiecircncia agrave Deficiecircncia
Apesar dos exaustivos discursos sobre a globalizaccedilatildeo ainda vivemos numa sociedade
bastante fragmentada Neste sentido Sachs (2008) nos lembra que a economia capitalista eacute
louvada por sua inigualaacutevel eficiecircncia na produccedilatildeo de bens (riquezas) poreacutem ela tambeacutem se
sobressai por sua capacidade de produzir males sociais e ambientais
Os males do capitalismo soacute podem ser mitigados e compensados mediante a produccedilatildeo
de bens puacuteblicos tais como a reduccedilatildeo da pobreza ou a proteccedilatildeo do meio ambiente Este
pensamento natildeo eacute amplamente abrangente do ponto de vista da eficiecircncia Kuttner (1997) ao
estudar os limites do mercado apontou ao menos trecircs tipos de eficiecircncia a alocadora
associada ao nome de Adam Smith a inovadora que se relaciona com o pensamento
schumpteriano e a eficiecircncia do pleno emprego de todos os meios de produccedilatildeo embasada no
keynesianismo A estes Sachs (2008) deu valiosa contribuiccedilatildeo acrescentando a eficiecircncia
social que se sobrepotildee ao pensamento keynesiano quanto ao pleno emprego e a forccedila de
trabalho e a ecoeficiecircncia O capitalismo natildeo deixa duacutevidas de que eacute muito eficiente em
termos de alocaccedilatildeo poreacutem deficiente em termos da alocaccedilatildeo de eficiecircncias keynesiana social
e ecoeficiecircncia que satildeo essenciais ao conceito de desenvolvimento includente fundamentado
no trabalho decente para todos
Analisando o processo de crescimento do Brasil Furtado (2001) adverte que nossa
sociedade na tentativa de reproduzir a cultura material do capitalismo mais avanccedilado priva a
grande maioria da populaccedilatildeo dos meios de vida essenciais resultando numa sociedade de
massas em que coexistem formas sofisticadas de consumo supeacuterfluo e carecircncias essenciais no
mesmo extrato social e ateacute na mesma famiacutelia Esta observaccedilatildeo retrata a dicotomia entre o
capitalismo de mercado e o desenvolvimento sustentaacutevel
Natildeo existe ainda um consenso sobre as dimensotildees e a essencialidade do
desenvolvimento sustentaacutevel No entanto a definiccedilatildeo mais recorrente segundo Sachs (2009)
aponta para a eficiecircncia econocircmica a conservaccedilatildeo ambiental e a equidade social sendo que a
25
primeira soacute tem valor se conservar a segunda e produzir a terceira Este pensamento eacute
corroborado por Nascimento e Viana (2007) que chamam a atenccedilatildeo para as praacuteticas
capitalistas vigentes que induzem a processos distintos do desenvolvimento e da
sustentabilidade visto que ldquoo crescimento econocircmico em conformidade com os padrotildees de
consumo vigentes no mundo desenvolvido provoca destruiccedilatildeo ambiental e gradativamente se
torna inviaacutevel sobretudo na perspectiva de expansatildeo desse estilo de vidardquo tambeacutem porque
ldquonatildeo haacute equidade social em uma economia de mercadordquo
Natildeo haacute conservaccedilatildeo da natureza se a produccedilatildeo de energia se faz por meio da queima
de foacutesseis (gaacutes petroacuteleo e carvatildeo mineral) responsaacuteveis por mais de 90 da matriz
energeacutetica mundial produzindo CO2 aquecendo a Terra mudando o clima e
produzindo situaccedilotildees de reduccedilatildeo de produccedilatildeo seca e fome em vaacuterias partes do
mundo Sobretudo nos paiacuteses mais pobres
A economia de mercado ateacute pode extinguir aqui e ali a pobreza absoluta a despeito
de na realidade poder exterminaacute-la por completo da face da Terra
Becker (2009) considera que os mais de 20 milhotildees de habitantes da Amazocircnia
desejam o desenvolvimento sustentaacutevel embora cada ator perceba este termo de forma
diferenciada Eacute necessaacuterio acertar os ponteiros em torno da inclusatildeo social da conservaccedilatildeo
dos recursos e da equidade social e recomenda o caminho mais adequado talvez seja o da
inovaccedilatildeo para nos tornarmos competitivos do contraacuterio teremos que modificar o sentido do
mundo globalizado o que momentaneamente nos parece inapropriado Na Amazocircnia a
inovaccedilatildeo deve perpassar a questatildeo institucional especialmente no sentido de organizar a base
produtiva hoje extremamente dispersa e variada e exige uma reflexatildeo em torno de questotildees
ideoloacutegicas como a falsa dicotomia entre desenvolvimento e conservaccedilatildeo e entre inclusatildeo
social e competitividade Neste sentido a questatildeo fundiaacuteria merece atenccedilatildeo diferenciada que
considere as escalas miacutenimas de produccedilatildeo como elemento necessaacuterio para a transformaccedilatildeo do
produtor familiar em empreendedor agriacutecola
A urbanizaccedilatildeo tambeacutem deve ser pensada em paralelo visto que as cidades satildeo
fundamentais para o desenvolvimento quando se configuram mercado consumidor sede das
redes de organizaccedilatildeo do territoacuterio da informaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo e aleacutem do mais absorvem
imigrantes Portanto precisam de planejamento para atender socialmente a populaccedilatildeo em
termos de serviccedilos equipamentos e trabalho (BECKER 2009) e conclui ldquoa Amazocircnia sem
duvida eacute extremamente heterogecircnea e precisamos reconhecer a diversidade natildeo soacute a
biodiversidade mas a sociodiversidade as diferenciaccedilotildees internas e a partir disso ajustar os
princiacutepios de poliacuteticas gerais agraves condiccedilotildees variadas nas sub-regiotildees Isto eacute fundamental
Significa respeito agraves diferenccedilasrdquo nos colocando na rota da revoluccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica
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rumo agrave organizaccedilatildeo da base produtiva agrave transformaccedilatildeo do modelo de produccedilatildeo familiar para
realmente produtiva (empreendedor agriacutecola) e agrave mudanccedila
35 Dimensotildees Baacutesicas Para o Desenvolvimento
Quando Sachs (2009) repensa a evoluccedilatildeo do conceito de desenvolvimento ao longo
destes sessenta anos concorda com Sen (1990) Precircmio Nobel de economia que define o
desenvolvimento como sendo a efetivaccedilatildeo universal do conjunto de direitos humanos desde
os direitos poliacuteticos e ciacutevicos direitos econocircmicos sociais e culturais e por fim os direitos
coletivos que inclui o direito a um ambiente saudaacutevel Nesta loacutegica Sachs (2008) trabalha o
desenvolvimento seguindo um tripeacute formado por trecircs dimensotildees baacutesicas da sociedade
desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado Em debate aberto no Centro de
Desenvolvimento Sustentaacutevel da Universidade de Brasiacutelia Sachs (2009) traacutes agrave discussatildeo sua
oacutetica sobre as vertentes pelas quais o desenvolvimento deve ser proferido
a) O desenvolvimento includente remete ao social visto que os objetivos deste satildeo
sempre eacuteticos e sociais O desafio eacute como promover o progresso social com base
no postulado eacutetico de solidariedade sincrocircnica com a nossa geraccedilatildeo respeitando as
condicionalidades ecoloacutegicas e ambientais e de solidariedade diacrocircnica com as
geraccedilotildees futuras
O desemprego aberto o subemprego e a exclusatildeo social que atinge boa parte da
populaccedilatildeo em idade de trabalho eacute o problema social atual de maior relevacircncia Neste sentido
uma observaccedilatildeo importante cabe a este processo para que as accedilotildees assistenciais necessaacuterias -
haja vista a imensidatildeo do problema mas que natildeo modificam estruturalmente a situaccedilatildeo - natildeo
sejam substituiacutedas pelas accedilotildees que consistem em promover a inclusatildeo social pelo trabalho
decente1 alertando para o fato de que natildeo eacute suficiente promover o emprego ou o
autoemprego eacute necessaacuterio incluir os preceitos de dececircncia mencionados pela Organizaccedilatildeo
Internacional do trabalho - OIT
O progresso ou o retrocesso social pode ser avaliado levando em conta trecircs indicadores
mencionados pelo economista britacircnico Dudley Sears o emprego a pobreza e a desigualdade
avaliando o aumento e a diminuiccedilatildeo ao longo do tempo mediante a aplicaccedilatildeo de poliacuteticas que
tendam ao desenvolvimento
1 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo
implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a
dignidade humana
27
Por maior que seja a taxa de crescimento econocircmico natildeo se pode falar em
desenvolvimento se houver o menor retrocesso em um dos trecircs indicadores sob pena de se
configurar apenas um crescimento socialmente perverso aquele que natildeo aumenta o emprego
decente natildeo diminui a pobreza e a desigualdade (SEARS apud SACHS 2009)
b) Desenvolvimento sustentaacutevel deve ser economicamente viaacutevel remete ao mercado
Para que os fatos se concretizem eacute necessaacuterio que se sustente no mercado tendo isso como
uma condiccedilatildeo necessaacuteria poreacutem natildeo suficiente para promover o desenvolvimento dado que
o fator econocircmico natildeo eacute um objetivo em si eacute apenas um instrumental com o qual avanccedilar a
caminho do desenvolvimento includende sustentaacutevel Nisso a ciecircncia pode contribuir natildeo soacute
no segmento da biologia ou da energia nuclear mas essencialmente no acircmbito das ciecircncias
sociais com a responsabilidade de explicitar os criteacuterios com os quais se avalia o
desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado (SACHS 2009)
c) O desenvolvimento sustentado relaciona a preservaccedilatildeoconservaccedilatildeo dos recursos na
linha do tempo Neste sentido os criteacuterios ambientais satildeo mais difiacuteceis de serem definidos
mas sem duacutevida os gases de efeito estufa resultante do consumo excessivo das energias
foacutesseis devem ser avaliados para que se possa entender qual o impacto destes sobre as
mudanccedilas climaacuteticas que afetam diretamente os solos a aacutegua e as florestas em nosso planeta
(SACHS 2009)
Nesse contexto eacute imprescindiacutevel o acompanhamento por meio de indicadores de
sustentabilidade como variaacutevel selecionada e quantificada que nos permite analisar uma
tendecircncia que de outra forma natildeo seria facilmente detectada capaz de inferir uma mensuraccedilatildeo
dos recursos ambientais econocircmicos social cultural espacialgeograacutefico e poliacutetico
(TOMASONI 2006)
A sustentaccedilatildeo econocircmica guarda estreita relaccedilatildeo com o crescimento que eacute condiccedilatildeo
necessaacuteria para o desenvolvimento O crescimento depende do investimento aplicado
portanto a taxa de investimento e a poupanccedila devem ser trabalhadas cuidadosamente
(SACHS 2008) A inclusatildeo social e o cuidado com o meio ambiente satildeo caracteriacutesticas de
uma boa sociedade Uma boa sociedade eacute aquela que eacute proacutespera e inclusiva ambientalmente
sustentaacutevel e politicamente bem governada
O desenvolvimento includente deve priorizar os bilhotildees de agricultores familiares e
suas famiacutelias e pensar a agricultura com base na biomassa (biodiversidade-biomassa-
biotecnologias) A biomassa eacute o combustiacutevel o alimento a forragem o adubo verde a
bioenergia o material de construccedilatildeo a mateacuteria prima industrial os faacutermacos os cosmeacuteticos e
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os inuacutemeros outros produtos que podem ser produzidos a partir dela em bases sustentaacuteveis
usando a ciecircncia e a biotecnologia para aumentar a produtividade e tambeacutem para aumentar a
diversidade de produtos Este processo deve incluir os milhotildees de agricultores em trabalho
decente e deve considerar ainda os trabalhos natildeo agriacutecolas derivados do processo (SACHS
2009)
Todo este modelo de desenvolvimento com base na biodiversidade-biomassa-
biotecnologias deve integrar os agricultores familiares modernizando a sua visatildeo de
produccedilatildeo Aquilo que Becker (2009) chama de ldquotransformaccedilatildeo do agricultor familiar em
empreendedor ruralrdquo a que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel ldquoum
empreendedor que escolha o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo
Outra dimensatildeo do desenvolvimento que merece especial atenccedilatildeo eacute aquela que
Buarque (2009) insistentemente rebusca para o debate a educaccedilatildeo Alertando para o fato de
que ldquoo grande salto estaacute em criar uma consciecircncia nova a partir de uma revoluccedilatildeo na
educaccedilatildeordquo no caso do Brasil por meio da nacionalizaccedilatildeo da educaccedilatildeo trazendo a educaccedilatildeo
baacutesica para a responsabilidade da naccedilatildeo e natildeo dos municiacutepios como se daacute hoje Eacute preciso
influenciar o inconsciente coletivo desde a infacircncia de toda a humanidade como forma de
agregar valor agrave natureza
Mello (2009) analisa o desenvolvimento por outra vertente natildeo menos importante que
as demais a territorialidade e o local como forma de incluir na anaacutelise as relaccedilotildees da
sociedade com o seu lugar por acreditar que isto eacute base e elo participante do processo global
As teorias a seguir satildeo condensadas dos trabalhos dessa autora Neste sentido como eacute
possiacutevel pensar em desenvolvimento sustentaacutevel sem levar em consideraccedilatildeo a grande maioria
da populaccedilatildeo brasileira e mundial que natildeo tem sequer um lugar onde viver seja no campo ou
nas cidades em detrimento de uma minoria que acumula a posse de grandes propriedades tatildeo
somente como reserva de valor na constituiccedilatildeo de patrimocircnio privado
Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar
com a riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos
ecossistemas O primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de
comeacutercio ainda que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute
possiacutevel dispensar as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo
resgatar a grande parte da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda (MELLO 2009)
Os nossos ecossistemas analisa Mello (2009) jaacute demostram a ausecircncia de um
equiliacutebrio interno caracterizado pela ameaccedila de desaparecimento de espeacutecies A produccedilatildeo
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continuada do modelo de exploraccedilatildeo que adotamos conseguiu romper o equiliacutebrio de todos os
nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do
solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a
salinizaccedilatildeo entre outros Em vaacuterios biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em
erosatildeo e perda da fertilidade do solo Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que
temos produzido se questiona ateacute quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir
o aumento da produtividade Ou quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para
aumentar a produccedilatildeo Quanto de nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e
outros gratildeos
Tudo isto serve de norte para a mudanccedila de modo a ponderar a primazia desta forma
de utilizaccedilatildeo do territoacuterio e do local e reconstruir outros caminhos dando mais valor a tudo
aquilo que hoje na sociedade na economia e na poliacutetica estaacute completamente agrave margem
(MELLO 2009)
36 Indicadores Ambientais
Para Christen (1996) os sistemas de produccedilatildeo agriacutecola devem ser observados nas
pesquisas de avaliaccedilatildeo da sustentabilidade por meio de dimensotildees e indicadores locais que
permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais especiacuteficas considerando que dada as vastas
formas de conceituar sustentabilidade a pesquisa tambeacutem admita muitas formas de mensuraacute-
la
Em um processo de gestatildeo os indicadores guardam relaccedilatildeo com as propriedades
estruturais e funcionais Por meio deles eacute possiacutevel identificar as fraquezas e potencialidades
na avaliaccedilatildeo do planejamento e permitem contiacutenuas revisotildees dos objetivos ferramentas e
accedilotildees de tal processo (VENTURELLI GALLI 2006)
Para Magalhatildees Juacutenior (2007) os indicadores satildeo instrumentos baacutesicos de
planejamento alcance de metas e anaacutelise de tendecircncias Atendem tambeacutem a objetivos
cientiacuteficos (recomendaccedilotildees) uacuteteis principalmente na ausecircncia de normas de referecircncia e
servem ainda a objetivos de gestatildeo condicionados pela norma juriacutedica o marco legal
Os indicadores satildeo variaacuteveis que simplificam ou sumarizam determinadas informaccedilotildees
a respeito de um fenocircmeno de modo que este se torne perceptiacutevel e mensuraacutevel fornecendo
informaccedilotildees valiosas em assuntos complexos de forma relativamente acessiacutevel
contribuindo assim para o processo de tomada de decisotildees no monitoramento e avaliaccedilatildeo de
um fenocircmeno (GALLOPIN 1997 FIDALGO 2003 NIEMEIJER e DE GROOT 2008)
30
A Organization for Economic Cooperation and Development ndash OECD - estaacute entre as
organizaccedilotildees pioneiras no desenvolvimento de indicadores Ateacute os anos 80 a instituiccedilatildeo
trabalhou exaustivamente na formulaccedilatildeo de indicadores sociais A partir desta deacutecada a
instituiccedilatildeo iniciou os trabalhos no desenvolvimento de indicadores ambientais atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos paiacuteses do G-7 Esta temaacutetica refletiu-se em listas de indicadores de
sustentabilidade elaborados pela Comissatildeo de Desenvolvimento Sustentaacutevel da Organizaccedilatildeo
das Naccedilotildees Unidas e pelo Banco Mundial (MAGALHAtildeES JUNIOR 2007)
Em acordo com as definiccedilotildees da OECD (2011) o indicador eacute uma variaacutevel ou
conjunto de variaacuteveis capaz de fornecer informaccedilotildees relevantes sobre uma aacuterea ambiente ou
fenocircmeno Eacute capaz de orientar um assunto ou tornar perceptiacutevel uma tendecircncia ou processo
que natildeo eacute imediatamente detectaacutevel Seu significado vai aleacutem do que eacute de fato medido e seu
alcance pode ser maior do que focaliza o fenocircmeno de interesse
Fidalgo (2003) e Turnhout et al (2007) alertam para a necessidade de especial atenccedilatildeo
no processo de construccedilatildeo de indicadores visto que isto implica um processo de seleccedilatildeo
integraccedilatildeo e agregaccedilatildeo de um conjunto de observaccedilotildees dados e conhecimentos acerca de
paracircmetros considerados relevantes e devem ser selecionados a partir de dados disponiacuteveis e
potencialmente importantes sobre o sistema em estudo
Neste sentido o esforccedilo de identificar e contextualizar indicadores do
desenvolvimento sustentaacutevel para os municiacutepios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo
no Amazonas relacionados com a produccedilatildeo de bananas nos permitiraacute a observaccedilatildeo de um
conjunto de paracircmetros considerados relevantes para o desenvolvimento sustentaacutevel dos
municiacutepios por meio do fortalecimento dos cultivos de bananeiras
O uso de indicadores permite a ligaccedilatildeo entre a produccedilatildeo e o conhecimento cientiacutefico
pela interface entre ciecircncia e poliacutetica Dessa forma recomenda-se a inclusatildeo da perspectiva de
atores sociais no processo de seleccedilatildeo dos indicadores que segundo os pesquisadores natildeo
podem ser avaliados apenas com os tradicionais criteacuterios cientiacuteficos de qualidade devendo
incluir aspectos de interdisciplinaridade relevacircncia e tambeacutem do ponto de vista dos usuaacuterios
(TURNHOUT et al 2007)
Um requisito importante e frequentemente negligenciado para a utilizaccedilatildeo e
aceitaccedilatildeo de indicadores eacute o entendimento do que seja essa ferramenta e da sua real funccedilatildeo
no processo de tomada de decisatildeo Os indicadores satildeo meios de comunicaccedilatildeo e como
qualquer forma de comunicaccedilatildeo requerem seu entendimento pelos participantes do diaacutelogo
no processo de tomada de decisatildeo em direccedilatildeo ao desenvolvimento sustentaacutevel Esses
31
elementos devem ser claros e os usuaacuterios devem estar habilitados a compreender o seu
sentido assim como sua significacircncia em termos de valores (COcircRTES 2009)
37 Cadeia Produtiva Agriacutecola
De acordo com Sppeding (1975) os conceitos de agronegoacutecio cadeia produtiva ou
sistema produtivo tecircm suas origens em aplicaccedilotildees da teoria geral dos sistemas ou possuem
enfoque sistecircmico e satildeo definidos por como um conjunto de elementos interativos
A Teoria Geral dos Sistemas - TGS - se caracteriza pelo todo organizado composto de
elementos interdependentes podendo ou natildeo interagir com o meio exterior se caracterizando
por sistema aberto ou fechado respectivamente Os sistemas e subsistemas relacionam-se e
estatildeo integrados numa cadeia hieraacuterquica onde suas partes integrantes (os subsistemas) satildeo
interdependentes constituindo um todo que eacute superior agrave soma das suas partes e tecircm
caracteriacutesticas proacuteprias satildeo autorregulados e controlados como forma de adaptaccedilatildeo agraves
alteraccedilotildees do meio exterior e para manter o seu equiliacutebrio para o alcance dos seus objetivos
(BERTALANFFY 1975)
Por sua complexidade e heterogeneidade a cadeia produtiva desempenha papel central
nos fluxos de produccedilatildeo de culturas agriacutecolas especialmente nos municiacutepios do Estado do
Amazonas cujas economias encontram suas bases no setor primaacuterio Desse modo constitui-
se elemento fundamental nos estudos sobre sustentabilidade e desenvolvimento para estes
locais (BERTALANFFY 1975 SPPEDING 1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e
CHIAVENATO 2009) Para Sachs (2008) a gestatildeo e governanccedila local devem ser trabalhadas
considerando os potenciais da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como forma de
valorizar e aproveitar os recursos naturais endoacutegenos
No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de elementos
interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e onde cada um
dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute maior do que o
resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente Qualquer
conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as relaccedilotildees
entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990)
Em acordo com Castro et al (1995) a caracterizaccedilatildeo ou anaacutelise de um sistema
agriacutecola se inicia com o estabelecimento de seus objetivos seguida da definiccedilatildeo de seus
limites subsistemas e entidades componentes e do contexto externo onde o sistema se
estabelece A cadeia produtiva eacute o conjunto de componentes interativos incluindo os sistemas
produtivos fornecedores de insumos e serviccedilos induacutestrias de processamento e transformaccedilatildeo
32
agentes de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo aleacutem de consumidores finais Todos estes atores
objetivam suprir o consumidor final de determinados produtos Este pensamento eacute
corroborado por Chiavenato (2011) que define o sistema como um conjunto de elementos
dinamicamente relacionados entre si formando uma atividade para atingir um objetivo
operando sobre entradas e fornecendo saiacutedas processadas
Para Lastres e Cassiolato (2006) o mapeamento da cadeia produtiva bem como a
identificaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo destes atores satildeo essenciais para a geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo da
capacidade produtiva e inovativa de um determinado setor ou atividade
A interaccedilatildeo das propriedades rurais com o mercado enquanto fornecedoras de
produtos finais pressupotildee relaccedilotildees harmoniosas com o ambiente comercial seja para o
suprimento de mateacuteria prima ou para o fornecimento de produtos ao consumidor final
A figura 2 ilustra uma tiacutepica cadeia produtiva agriacutecola com seus principais
componentes e fluxos (CASTRO et al 1995) Entre os componentes mais comuns estatildeo os
indiviacuteduos fornecedores de insumos as propriedades agriacutecolas com seus diversos sistemas
produtivos agropecuaacuterios ou agroflorestais as induacutestrias de processamento eou
transformaccedilatildeo do produto o comeacutercio atacadista o comeacutercio varejista e os consumidores
finais que influenciam e satildeo influenciados pelos demais componentes da cadeia Estes
componentes se relacionam com o ambiente institucional refletido nas leis e normas que
regulam o setor e as instituiccedilotildees e o ambiente organizacional representado pelas instituiccedilotildees
governamentais financeiras de ensino pesquisa extensatildeo apoio teacutecnico etc
Figura 2 Modelo Geral de Cadeia Produtiva Fonte (Castro et al 1995 adaptado de Zylbersztajn 1994)
33
38 Arranjos Produtivos Locais
Em suma especialmente no acircmbito agriacutecola os esforccedilos acerca do desenvolvimento e
da sustentabilidade convergem para a necessidade de aproveitar as potencialidades endoacutegenas
pela valorizaccedilatildeo da biomassa modernizaccedilatildeo da agricultura brasileira criaccedilatildeo de uma nova
consciecircncia por meio da educaccedilatildeo e a valorizaccedilatildeo da territorialidade e do local atraveacutes da
riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas
(SACHS 2009 BECKER 2009 BUARQUE 2009 MELLO 2009)
Lastres e Cassiolato (2006) em seus estudos sobre os sistemas de inovaccedilatildeo concluem
que o papel do Estado eacute fundamental para o processo de desenvolvimento nacional onde os
esforccedilos devem conduzir para a formaccedilatildeo de arranjos ou de sistemas produtivos e inovativos
locais (ASPILs) focando conjuntos especiacuteficos de atores e atividades econocircmicas capazes de
articular as relaccedilotildees entre os atores sociais as empresas os conhecimentos (codificados mas
considerando especialmente os conhecimentos taacutecitos locais) com o objeto de valorizar a
diversidade e melhorar a competitividade sustentada
A noccedilatildeo de sistema de inovaccedilatildeo implica que nem produccedilatildeo nem inovaccedilatildeo constituem
processos e fenocircmenos isolados sendo necessaacuterio focar o sistema de produccedilatildeo independente
do grau de especializaccedilatildeo nuacutemero de empresas aglomeradas etc Se o enfoque estiver no
sistema de inovaccedilatildeo isto compreenderaacute os clusters distritos industriais etc Nesta base
Lastres e Cassiolato (2006) oferecem valiosa contribuiccedilatildeo agrave busca pelos caminhos que levem
ao desenvolvimento conforme sugerido por Sachs (2008) includente sustentaacutevel e
sustentado ao propor atraveacutes da RedeSist a definiccedilatildeo de Sistemas Produtivos e Inovativos
Locais (SPILs) qual seja
SPILs designa o conjunto de atores econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um
mesmo territoacuterio com foco em um conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas e que
apresentam interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem os quais satildeo fundamentais para a
geraccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo de capacidades produtivas e inovativas SPILs geralmente incluem
empresas ndash produtoras de bens e serviccedilos finais ndash fornecedoras de bens (mateacuterias-primas
equipamentos e outros insumos) e de serviccedilos distribuidoras e comercializadoras
consumidoras etc ndash e demais organizaccedilotildees voltadas agrave formaccedilatildeo e treinamento de recursos
humanos informaccedilatildeo pesquisa desenvolvimento e engenharia promoccedilatildeo e financiamento
aleacutem de cooperativas associaccedilotildees e representaccedilotildees
Arranjos Produtivos Locais (APLs) se configuram por
Aqueles casos fragmentados e que natildeo apresentam significativa articulaccedilatildeo entre os atores e
que assim natildeo podem se caracterizar como sistemas
Lastres e Cassiolato (2006) advertem que diferentes contextos e modos de articulaccedilatildeo
satildeo fundamentais na aquisiccedilatildeo uso e difusatildeo de conhecimentos e particularmente os taacutecitos
34
Estes sistemas e modos de articulaccedilatildeo podem ser tanto formais como informais Lembram
ainda que a base do dinamismo e da competitividade entre empresas natildeo se restringe a uma
uacutenica empresa ou um setor e sim a todas as atividades e capacidades ao longo da cadeia de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos atores sociais e poliacuteticos e do ambiente onde estatildeo inseridas
Para melhor entender e promover a dinacircmica de um sistema produtivo eacute necessaacuterio
conhecer em profundidade suas especificidades e tambeacutem seu peso e papel dentro das cadeias
complexos e setores em que se insere bem como as economias regionais e internacionais As
principais vantagens dos ASPILs indicadas por Lastres e Cassiolato (2006) satildeo as que se
seguem
Compreende o conjunto de diferentes atores (empresas e organizaccedilotildees de investigaccedilatildeo e
desenvolvimento educaccedilatildeo treinamento promoccedilatildeo e financiamento etc) e atividades
conexas que usualmente caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo local
Cobre o espaccedilo onde ocorre o aprendizado satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e
inovativas e fluem os conhecimentos e particularmente aqueles taacutecitos
Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de
capacitaccedilotildees podem ser mais efetivas
Representa um enfoque mais avanccedilado e que vai aleacutem da tradicional visatildeo baseada na
organizaccedilatildeo individual (empresa) setor aglomeraccedilotildees ou cadeias produtivas permitindo
estabelecer uma ponte entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas as quais tambeacutem natildeo se
restringem aos cortes claacutessicos espaciais como os niacuteveis municipais e de microrregiatildeo
O enfoque em ASPILs permite captar as particularidades da estrutura produtiva e
compreender a diversidade de respostas de seus diferentes sistemas Eacute necessaacuterio identificar e
analisar a configuraccedilatildeo de tais sistemas e como o conhecimento eacute gerado utilizado e
difundido nos mesmos Para tanto eacute necessaacuterio definir o sistema a partir do mapeamento da
cadeia e complexos produtivos vinculados agraves atividades econocircmicas principais ateacute a
identificaccedilatildeo de todos os atores econocircmicos poliacuteticos e sociais indispensaacuteveis ao
funcionamento do mesmo
39 A Cultura da Banana como Atividade Agriacutecola Cultivares de Ocorrecircncias
Frequentes no Estado do Amazonas
O cultivo de bananeiras pelo homem teve iniacutecio no sudeste da Aacutesia Existem ainda
muitas espeacutecies de banana selvagem na Nova Guineacute na Malaacutesia Indoneacutesia e Filipinas
Indiacutecios arqueoloacutegicos e paleoambientais recentemente revelados em Kuk Swamp na
proviacutencia das Terras Altas Ocidentais da Nova Guineacute sugerem que esta atividade remonta
pelo menos a ateacute 5000 aC ou mesmo a ateacute 8000 aC Tais dados tornam esse local o berccedilo
do cultivo de bananeiras Eacute provaacutevel contudo que outras espeacutecies de banana selvagem
tenham sido objeto de cultivo posteriormente em outros locais do sudeste asiaacutetico
(Wikipeacutedia 2015)
35
A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela
laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da
evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem experimentado no resto do mundo com
produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a
produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os estados com maior produtividade na
regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12 tha respectivamente Entretanto as
estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela
maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil resultando em desperdiacutecio do potencial
agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO 2011)
No Estado do Amazonas ateacute o final da deacutecada de 90 os bananais eram cultivados
predominantemente em solos de vaacuterzea dos Rios Solimotildees Amazonas e Madeira
Lentamente os cultivos comerciais foram se expandindo para as aacutereas de platocirc Hoje os
Municiacutepios de Rio Preto da Eva Presidente Figueiredo Iranduba e Manacapuru entre outros
concentram grandes cultivos de bananeiras (GASPAROTTO et al 1999) e estatildeo formados
predominantemente pelas cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 entre outras em
menores proporccedilatildeo resistentes agrave pragas e doenccedilas
A cultivar Thap Maeo foi selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura de Cruz
das Almas Bahia Eacute uma variante Mysore de porte alto ciclo vegetativo de 394 dias e
apresenta resistecircncia agrave problemas fitossanitaacuterios como a sigatoka negra (Mycosphaerella
fijiensis) sigatoka amarela (Mycosphaerella musicola) mal do Panamaacute e moderadamente
resistente ao nematoide (Radopholus similis) e a broca do rizoma Eacute suscetiacutevel ao moko
(Ralstonia solanacearum raccedila 2) e estaacute livre do viacuterus das estrias da bananeira (BSV)
(GASPAROTTO et al 1999)
A cultivar Caipira (Yamgambi km 5) oriunda da Aacutefrica Ocidental foi introduzida no
Brasil pela Embrapa de Cruz das Almas Bahia Possui ciclo vegetativo de 383 dias e porte
meacutedioalto eacute resistente agrave sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e amarela
(Mycosphaerella musicola) ao mal do Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao
moko (Ralstonia solanacearum raccedila 2) e suscetiacutevel ao nematoide (Radopholus similis)
(GASPAROTTO et al 1999)
A FHIA 18 pertence ao subgrupo prata foi trazida de Honduras pela Embrapa
apresenta porte meacutedio e ciclo vegetativo de 327 dias Eacute resistente agrave sigatoka negra
(Mycosphaerella fijiensis) e amarela (Mycosphaerella musicola) e suscetiacutevel ao mal do
36
Panamaacute (Fusarium oxysporum fsp cubensis) e ao moko (Ralstonia solanacearum)
(GASPAROTTO et al 2002)
391 Tratos Culturais da Bananeira
3911 Espaccedilamento Densidade Doenccedilas e Pragas da Bananeira
No momento da formaccedilatildeo dos bananais satildeo vaacuterias as indicaccedilotildees de distribuiccedilatildeo
espacial ficando a criteacuterio do produtor a escolha do espaccedilamento podendo ser utilizado
espaccedilamentos de 40 x 20 x 20 40 x 25 x 20 40 x 30 x 20 30 x 30 e 30 x 20 metros
Contudo Gasparotto et al (2006) adverte que espaccedilamentos maiores aleacutem de disponibilizar
menos mudas por hectare podem incorrer em menor aproveitamento do terreno e da luz solar
e maior suscetibilidade agrave erosatildeo e consequentemente lixiviaccedilatildeo do solo e menor
produtividade Este tipo de distribuiccedilatildeo tambeacutem pode dificultar a aplicabilidade das praacuteticas
fitossanitaacuterias e de colheita uma vez que dificulta a mecanizaccedilatildeo As informaccedilotildees seguintes
foram compiladas dos trabalhos de Arruda et al (2004) e Gasparotto et al (2006) e
representam experimentos realizados no Estado do Amazonas para a cultivar Thap Maeo
seguindo as recomendaccedilotildees dos tratos culturais de preacute e poacutes colheita
Os trabalhos de Gasparotto et al (1999) datildeo conta de que no Estado do Amazonas a
produccedilatildeo de bananas ainda eacute bastante afetada por problemas fitossanitaacuterios com a incidecircncia
das doenccedilas conhecidas como sigatoka negra sigatoka amarela mal do Panamaacute e o moko
tambeacutem decorrentes das questotildees tecnoloacutegicas como espaccedilamento aplicado para distribuiccedilatildeo
das covas processos de adubaccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes colheita transporte da produccedilatildeo e
tratos culturais ineficientes
A sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora
fijiensis)eacute a principal doenccedila da bananeira no mundo podendo causar perdas totais dos
plantios quando as cultivares atacadas satildeo do tipo prata eou maccedilatilde Quando afeta plantios com
cultivares do subgrupo Terra conhecidas no Amazonas como Pacovatilde e Pacovi as perdas
ficam em torno de 60 a 70 (GASPAROTTO et al 1999)
O mal do panamaacute eacute uma doenccedila causada pelo Fusarium oxysporum fsp cubense
fungo habitante do solo que produz clamidoacutesporos - estruturas que lhes permitem sobreviver
no solo por ateacute 50 anos - mesmo na ausecircncia de bananeiras suscetiacuteveis induz perdas
proporcionais ao nuacutemero de plantas atacadas visto que provoca murcha permanente em
plantas adultas na eacutepoca da emissatildeo dos cachos (PEREIRA et al 2008)
37
4 TRABALHOS CIENTIacuteFICOS
41 CARACTERIacuteSTICAS AGRONOcircMICAS DOS CULTIVOS DE BANANEIRAS
MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO DA EVA NO
AMAZONAS
Resumo
Apesar da disponibilidade de terras desmatadas e degradadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo
clima e solos favoraacuteveis para o cultivo de frutas o Estado do Amazonas ainda apresenta
produccedilatildeo insuficiente em quantidade e qualidade e importa muitas frutas de outras regiotildees do
paiacutes A banana eacute uma fruta de grande expressatildeo na cadeia alimentar e econocircmica dos
amazonenses e eacute cultivada nos 62 municiacutepios do Estado Em 2012 foram cultivados mais de
9500 ha com bananeiras onde foram produzidas 63000 t da fruta mas a produtividade ainda
eacute muito baixa (da ordem de 122 thaa) se comparada agrave produtividade mundial que em muitos
paiacuteses ultrapassa 50 thaa Com o intuito de investigar as praacuteticas de gestatildeo e as tecnologias
empregadas nos cultivos de bananeiras no Amazonas foi realizado um levantamento por
meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 15 cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e em 30 plantios no Rio Preto da Eva no Amazonas safra de 2012 para anaacutelise da
aacuterea cultivada com bananas produccedilatildeo produtividade e observaccedilatildeo dos tratos culturais
aplicados Nos 60 ha investigados em Presidente Figueiredo a produccedilatildeo meacutedia de bananas foi
de aproximadamente 991 ta com produtividade de 163 thaa No municiacutepio de Rio Preto da
Eva foram analisados 83 ha com produccedilatildeo meacutedia de 1152 ta e produtividade meacutedia de 139
thaa O estudo revelou ainda que a produtividade meacutedia de banana nos dois municiacutepios
analisados eacute ligeiramente superior agrave produtividade meacutedia do Estado contudo estaacute muito
abaixo dos iacutendices alcanccedilados em cultivos no Estado da ordem de 50 thaa para a cultivar
Thap Maeo indicando que apesar de natildeo haver limitaccedilotildees tecnoloacutegicas ou climaacuteticas para a
cultura da banana no Estado os produtores natildeo estatildeo usando as informaccedilotildees e tecnologias
adequadas para elevarem a produtividade dessa cultura nesses municiacutepios A pesquisa
detectou a inobservacircncia das especificaccedilotildees teacutecnicas de espaccedilamento e densidade indicados
para cultivos no Amazonas incorrendo em baixo aproveitamento do solo Apenas dois dos
quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo tinham plantios com
densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois outros tinham
plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores O aproveitamento
da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de Presidente
Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72 com meacutedia igual a apenas
29 Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva
tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente O
aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no municiacutepio de
Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com meacutedia igual a
apenas 282
Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade de banana Amazonas
38
Abstract
Despite the availability of deforested and degraded lands water resources for irrigation
favorable climate and soil for growing fruit the State of Amazonas still has insufficient
production in quantity and quality resulting of importation of many fruits from other regions
of the country The banana is a fruit which is widely recognized in the food and economic
chain of Amazonas and it is grown in 62 municipalities In 2012 more than 9500 ha were
cultivated with bananas which produced 63000 t of fruit but productivity is still very low
(around 122 t ha y) compared to world productivity in many countries which exceeds 50 t
ha y In order to investigate the management practices and technologies employed in the
cultivation of bananas in the Amazonas State a survey was conducted through questionnaires
in 15 crops of bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 plantations in Rio
Preto da Eva 2012 harvest for analysis of the area planted with bananas production
productivity and observation of the applied cultivation In the 60 ha investigated in Presidente
Figueiredo the average banana production was approximately 991 t y with yield of 163 t
ha y In the municipality of Rio Preto da Eva 83 ha were analyzed with an average
production of 1152 t y and average yield of 139 t hay The study also revealed that the
average banana productivity in the two counties analyzed is slightly higher than the average
productivity of the State However it is far below the rates achieved in the state around 50
thay for the cultivar Thap maeo indicating that although there are no technological or
climatic limitations for banana cultivation in the Amazonas State producers are not using the
appropriate information and technology to raise productivity of this crop in these
municipalities The survey found non-compliance with technical spacing and density
specifications suitable for cultivation in the Amazon incurring in low land use Only two of
the fifteen banana producers of Presidente Figueiredo had plantations with plant densitiesha
next to the technically recommended Two others had plantations with higher plant densities
and the other much lower The utilization of the productive capacity of soils in banana
plantations in the municipality of Presidente Figueiredo was well below the desirable ranging
from 93 to 72 with an average of only 29 All the 30 bananas cultivations analyzed in
Rio Preto da Eva had plantations with plant densitiesha lower than that recommended
technically The utilization of the productive capacity of soils in banana plantations in Rio
Preto da Eva was well below the desirable ranging from 72 to 840 with an average of
only 282
Key Words Banana cultivation banana productivity Amazonas
39
411 INTRODUCcedilAtildeO
Durante deacutecadas a dinacircmica econocircmica do Brasil foi referenciada essencialmente
pela sucessatildeo de ciclos de exploraccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de produtos primaacuterios com baixo ou
nenhum niacutevel de processamento Este cenaacuterio se modificou lentamente e especialmente na
deacutecada de 80 a agroinduacutestria se destaca como um dos segmentos de grande importacircncia na
economia brasileira estimulando mudanccedilas significativas nos vaacuterios elos das cadeias
produtivas agriacutecolas como forma de valorizar a produccedilatildeo do setor primaacuterio e tornar
expressivo o agronegoacutecio brasileiro (BARRETO FILHO 2000)
A fruticultura um dos segmentos do agronegoacutecio vem ganhando projeccedilatildeo nos
mercados regionais nacional e internacional em virtude de novas demandas de mercado
decorrentes dos novos haacutebitos de consumo da populaccedilatildeo Entretanto conforme enfatizado por
Barreto Filho (2000) a fruticultura brasileira precisa vencer algumas barreiras que
comprometem sua competitividade e retardam sua consolidaccedilatildeo como atividade capaz de
atender agraves expectativas de tornar-se um instrumento de projeccedilatildeo do desenvolvimento regional
Satildeo muitas as oportunidades para a produccedilatildeo de frutas na Amazocircnia cujo consumo
crescente tem sido motivado principalmente pelo aumento da demanda mundial por
alimentos a partir do crescimento populacional do crescimento da renda per capta nos paiacuteses
mais populosos do mundo como a China e a Iacutendia da crescente limitaccedilatildeo de terras
agricultaacuteveis no plano mundial e do aumento do consumo de frutas nos haacutebitos alimentares
A regiatildeo amazocircnica dispotildee de terras desmatadas recursos hiacutedricos para irrigaccedilatildeo
climas e solos favoraacuteveis e apesar disso importa grande quantidade de frutas de outras
regiotildees do paiacutes Todos esses fatores propiciam o desenvolvimento da fruticultura sustentaacutevel
na Amazocircnia com perspectivas de desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura e
fortalecimento dos respectivos elos como forma de desenvolvimento da regiatildeo e melhoria na
qualidade de vida da populaccedilatildeo em especial as que satildeo originaacuterias da zona rural cuja
economia possui relaccedilatildeo direta com o agronegoacutecio
A banana eacute a segunda fruta mais consumida pelos brasileiros superada apenas pela
laranja que ainda eacute a de maior consumo no Brasil A bananicultura eacute uma atividade de grande
relevacircncia para o agronegoacutecio da regiatildeo Norte principalmente para o Estado do Amazonas
onde se constitui importante base alimentar para os amazonenses e com alta participaccedilatildeo na
composiccedilatildeo da receita dos agricultores locais Natildeo obstante eacute uma das frutas de grande
expressatildeo cultural e de cultivo bastante disseminado no Estado do Amazonas sendo cultivada
nos 62 municiacutepios Amazonense
40
A significativa participaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia dos produtores rurais
contribui para ocorrecircncia de cultivos em todos os municiacutepios do Estado Em 2012 o Estado
do Amazonas cultivou 9545 ha com a fruta colhendo 5440 ha Nestes municiacutepios foram
produzidos 63745 toneladas da fruta com produtividade de 122 toneladas por hectare
contribuindo com mais de R$ 59 milhotildees para a economia do Estado (IBGE 2013)
As estatiacutesticas da FAO indicam que em 2009 foram cultivados com bananas
aproximadamente 48 milhotildees de hectares em todo o mundo onde foram produzidos 95
milhotildees de toneladas com produtividade de 19 tha O Brasil eacute o quinto produtor mundial de
bananas com produccedilatildeo anual de 71 milhotildees de toneladas sendo superado pela Iacutendia (262
milhotildees de toneladas) Filipinas (90 milhotildees de toneladas) China (82 milhotildees de toneladas)
e Equador (73 milhotildees de toneladas) Curioso eacute que a aacuterea cultivada no Brasil (511 milha) soacute
eacute superada pela aacuterea cultivada na Iacutendia (709 milha) Contudo o Brasil ocupa a quinta posiccedilatildeo
em produtividade entre os paiacuteses produtores de bananas analisados pela FAO Em 2009 a
produtividade Brasileira foi de 140 tha enquanto a Indoneacutesia teve produtividade de 597tha
seguida da Costa Rica com 499 tha A produtividade na Iacutendia eacute de 370 tha no Equador eacute de
353 tha na China eacute de 264 tha e nas Filipinas 202 tha (SILVA NETO 2011)
Ao se analisar a produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte que embora tenha passado por
importantes transformaccedilotildees nas duas uacuteltimas deacutecadas com a inserccedilatildeo pela Embrapa de
cultivares resistentes agraves pragas e doenccedilas como sigatoka negra causada pelo fungo
Mycosphaerella fijiensis (Paracercospora fijiensis) e o mal do panamaacute causado pelo
Fusarium oxysporum fsp cubense ainda carece de melhores processos de produccedilatildeo
principalmente no que se refere agrave qualidade dos seus produtos e subprodutos da consolidaccedilatildeo
da agroinduacutestria de melhor organizaccedilatildeo de seus produtores e do fortalecimento de uma
infraestrutura que possibilite melhores condiccedilotildees de competitividade (ARRUDA 2004)
A bananicultura brasileira estaacute aqueacutem da evoluccedilatildeo tecnoloacutegica que esta cultura tem
experimentado no resto do mundo com produtividade meacutedia entre as mais baixas do mundo
da ordem de 14 tha Na regiatildeo Norte a produtividade meacutedia eacute ainda menor de 100 tha Os
estados com maior produtividade na regiatildeo Norte satildeo o Paraacute e Amazonas com 14 tha e 12
tha respectivamente Entretanto as estatiacutesticas indicam que a tecnologia disponiacutevel no
mundo natildeo estaacute sendo utilizada pela maioria dos produtores de bananas do Norte do Brasil
resultando em desperdiacutecio do potencial agriacutecola e econocircmico desta cultura (SILVA NETO
2011)
41
Seguindo a anaacutelise das questotildees levantadas nesse trabalho e considerando-se a
importacircncia do desenvolvimento includente sustentaacutevel e sustentado por meio da valorizaccedilatildeo
da biodiversidade-biomassa-biotecnologias como elemento indispensaacutevel agrave sustentabilidade
dos municiacutepios do Estado do Amazonas satildeo enfatizados os processos de produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios do Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo
Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos processos produtivos dessa
frutiacutefera de cultivos bastante disseminados na regiatildeo com o objetivo de identificar as praacuteticas
de gestatildeo e as caracteriacutesticas agronocircmicas nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios do Rio
Preto da Eva e Presidente Figueiredo Estado do Amazonas como forma de analisar o
potencial de desenvolvimento destes municiacutepios a partir da idealizaccedilatildeo de cultivos de
bananeiras articulados como sistemas produtivos orientando para o adequado manejo do solo
controle de pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo
a proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo
da populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento socioeconocircmico sustentaacutevel dos
produtores e para a economia agriacutecola dos municiacutepios
42
412 MATERIAL E MEacuteTODOS
4121 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
As propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa estatildeo
alocadas nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do
Amazonas Cada Municiacutepio possui respectivamente 1 62 e 017 da aacuterea total do Estado
abrigando 080 e 052 da populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes
municiacutepios foram respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do
Estado do Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado
Manaus
Nestes municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012
por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios em 30 propriedades rurais produtoras dessa cultura no
Rio Preto da Eva e 15 em Presidente Figueiredo
A definiccedilatildeo destes locais para coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o
maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das
decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em
2012 estes dois municiacutepios detinham 1210 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que
possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os
dois municiacutepios selecionados para coleta de dados primaacuterios sobre a safra de bananas em
2012 Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo referenciados pelo IBGE como o
segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois
municiacutepios foram responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde
foram produzidas 1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)
4122 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
Foram analisadas propriedades produtoras de bananas nestes municiacutepios e a anaacutelise
dos dados de formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo e produtividade constantes do diagnoacutestico se
deu com base nos dados da safra de bananas de 2012
A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve
dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos integrados dos
dados agronocircmicos desde a formaccedilatildeo dos cultivos produccedilatildeo teacutecnicas de preacute e poacutes-colheita e
aproveitamento da capacidade produtiva do solo com a bananicultura Utilizou-se do meacutetodo
de estudo exploratoacuterio buscando diagnosticar as praacuteticas culturais para os cultivos agriacutecolas
43
dessa cultura Este meacutetodo tambeacutem foi utilizado para diagnosticar a produccedilatildeo geral da cultura
nos municiacutepios em estudo como forma de identificar os aspectos que interferem e influenciam
no processo de produccedilatildeo da banana
Para o alcance dos objetivos deste trabalho foram elaborados questionaacuterios
estruturados que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana buscando
conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios conforme Quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Amazonas
Acircmbito Agriacutecola
Situaccedilatildeo Real dos cultivos Recomendaccedilatildeo
teacutecnica(1)
Dados de formaccedilatildeo dos cultivos Dados da Produccedilatildeo Dados de formaccedilatildeo e
produccedilatildeo
- Aacuterea da propriedade
- Aacuterea cultivada com bananas
- Quantidade de bananeiras na propriedade
- Bananeiras em fase de produccedilatildeo
- Praacuteticas culturais
Produccedilatildeo meacutedia de
bananas
- Produtividade meacutedia
de bananas
- Aproveitamento da
capacidade produtiva
do solo
- Teacutecnicas de
espaccedilamento e densidade
- Produccedilatildeo meacutedia
- Produtividade meacutedia
- Aproveitamento da
capacidade produtiva do
solo (1)
Com base nos dados de produtividade fornecidos por Arruda et al (2004)
No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi
estruturadas aos produtores rurais cooperativas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias e a
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas informaccedilotildees sobre
os dados gerais para a formaccedilatildeo dos cultivos (aacuterea total da propriedade aacuterea cultivada com
bananas e plantas em fase de produccedilatildeo de frutos) as tecnologias de preacute colheita (envolvendo
as praacuteticas culturais e a densidade de plantas por hectare) as tecnologias de poacutes colheita
(produccedilatildeo e produtividade meacutedia de bananas e aproveitamento da capacidade produtiva do
solo) e feito um comparativo para os dados caso os cultivos estivessem dentro dos padrotildees de
produtividade indicados pela literatura especiacutefica a fim de conhecer a situaccedilatildeo real dos
cultivos de bananeiras
A anaacutelise destes dados permitiu conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras e
estimar o potencial produtivo nos municiacutepios estudados bem como analisar os fatores
favoraacuteveis e desfavoraacuteveis que envolvem o processo de gestatildeo na formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo
desses cultivos
44
4123 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Neste contexto se focalizaram as propriedades rurais que compreendem os locais
dentro das zonas rurais dos municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao
cultivo agriacutecola de bananas onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para
processamento dos produtos Para fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades
rurais inquiridas para a obtenccedilatildeo do diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para
fins comerciais pela importacircncia da anaacutelise de elementos que envolvem a gestatildeo dos cultivos
Procurou-se primeiro identificar as propriedades rurais enquadradas no interesse da
pesquisa e depois diagnosticaacute-las no acircmbito agriacutecola das bananas A anaacutelise dos processos de
gestatildeo aplicados em cada etapa permitiu identificar os elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis
do processo Esta anaacutelise permitiu conhecer o processo de formaccedilatildeo dos cultivos de
bananeiras nos municiacutepios em estudo e sua relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e produtividade
4124 Combinaccedilatildeo de Elementos Qualitativos e Quantitativos
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos
quantitativos Neste caso a anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves
caracteriacutesticas de formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos de bananeiras e a gestatildeo empregada A
anaacutelise quantitativa torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no
acircmbito agriacutecola da formaccedilatildeo dos cultivos e produccedilatildeo da fruta
Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas
pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo
exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) se caracteriza por proporcionar um maior
conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da
investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em trinta propriedades
rurais distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria
45
de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do
municiacutepio
Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados
quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O
levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo
direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de
julho de 2013 a junho de 2014
46
413 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4131 Panorama da Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em
2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas e aacuterea colhida
superou 67 mil ha A produccedilatildeo ultrapassou 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade
meacutedia alcanccedilada na regiatildeo Norte de 10 tha (Tabela 1) ainda eacute muito baixa se comparada
com as das demais regiotildees brasileiras (quando aplicadas as tecnologias apropriadas a
produtividade supera 50 tha no entorno de Brasiacutelia e 40 tha no Vale do Satildeo Francisco e na
regiatildeo Norte de Minas Gerais (SILVA NETO e GUIMARAtildeES 2011)
Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade ligeiramente maior que a
meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente Esta produccedilatildeo agregou mais
de R$ 59 milhotildees agrave economia do Amazonas e R$ 276 milhotildees agrave economia do Paraacute Nos
demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em
2012
Tabela 1 - Produccedilatildeo de Bananas na Regiatildeo Norte do Brasil ndash Safra 2012
Estado
Aacuterea
Plantada
(ha)
Aacuterea
Colhida
(ha)
Quantidade
produzida
(t)
Rendimento
meacutedio
(tha)
Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
Amazonas 9545 131 5440 81 63745 79 120 59569 126
Acre 6977 96 6017 90 64112 79 110 27282 58
Amapaacute 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46
Paraacute 41549 571 41549 620 565773 698 140 276410 583
Rondocircnia 7215 99 6840 102 59091 73 90 49420 104
Roraima 1900 26 1850 28 15790 19 90 21579 46
Tocantins 3702 51 3507 52 25995 32 70 18195 38
Regiatildeo
Norte 72788 -- 67053 -- 810296 -- (100) 474034 --
()
Percentual do Estado em relaccedilatildeo agrave regiatildeo Norte
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
Juntos o Estado do Amazonas e Paraacute concentram 70 da aacuterea cultivada com bananas
na regiatildeo Norte do Brasil com respectivamente 13 e 57 cada Estado No Norte as
menores aacutereas cultivadas com bananas satildeo no Amapaacute e Roraima com 1900 ha cada um
contudo o menor rendimento meacutedio detectado na regiatildeo foi no Estado do Tocantins com 7
47
tha seguido dos Estados do Amapaacute Rondocircnia e Roraima com 9 tha em cada Estado O
Acre apresentou produtividade de 11 tha ficando ligeiramente acima da produtividade meacutedia
da regiatildeo Norte a exemplo do Amazonas e Paraacute
Se o Estado do Amazonas trabalhasse com cultivos tecnificados a exemplo de
algumas regiotildees brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia e regiotildees da Bahia e de
Minas Gerais na mesma aacuterea colhida de mais de 72 mil ha seria possiacutevel produzir mais de
270 mil toneladas em detrimento das 63 milt alcanccediladas em 2012
A produccedilatildeo de bananas na regiatildeo Norte agregou mais de 474 milhotildees de reais ao PIB
brasileiro em 2012 mas esse valor poderia aumentar mais de seis vezes se os cultivos de
bananeiras atingissem a produtividade jaacute alcanccedilada em algumas regiotildees do paiacutes e no Estado
do Amazonas de 50 tha (Tabela 1)
4132 Caracteriacutesticas de Porte Densidade e Produtividade das Cultivares Thap Maeo
Caipira e FHIA 18
Atendendo agrave importacircncia socioeconocircmica que a cultura da banana tem para a regiatildeo
Norte do paiacutes eacute fundamental prolongar as atenccedilotildees para proceder agrave reestruturaccedilatildeo dos
cultivos com variedades mais resistentes agraves principais doenccedilas e pragas que atingem os
bananais em todo o mundo visto que se trata de uma cultura de grande importacircncia para a
regiatildeo Norte do Brasil que natildeo pode ser negligenciada
Estas informaccedilotildees se referem ao funcionamento da bananicultura a sua importacircncia
socioeconocircmica e as implicaccedilotildees agriacutecolas e econocircmicas resultante da negligecircncia dos
cultivos para os amazocircnidas especialmente os das zonas rurais cuja economia encontra suas
bases essencialmente no setor primaacuterio (Tabela 2)
Tabela 2 - Principais Caracteriacutesticas das Cultivares de Bananeiras Thap Maeo
Caipira e FHIA 18
Cultivares Porte da
planta
Densidadeha(1)
(un)
- 1deg ciclo -
Peso meacutedio
do cacho
(kg)
Quantidade de
pencas por cacho
(un)
Peso meacutedio
da penca
(kg)
Thap
Maeo
Alto 1667 330 10 33
Caipira Meacutedio a
alto
1667 400 10 40
FHIA 18 Meacutedio 1667 400 10 40 (1)
Considerando espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m sugerido por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte Gasparotto et al (2003) adaptada pela autora
48
A tabela 2 traacutes as informaccedilotildees baacutesicas condensadas dos trabalhos de Gasparotto et al
(2004) sobre as caracteriacutesticas das cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 mais plantadas
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
As cultivares Thap Maeo Caipira e FHIA 18 satildeo respectivamente de porte alto
meacutedio a alto e meacutedio podendo cada uma abrigar 1667 covas por hectare no primeiro ciclo
produtivo sem prejuiacutezos para o cultivo e a produccedilatildeo quando plantadas em espaccedilamentos de
40 x 20 x 20 metros Nestas condiccedilotildees o peso meacutedio do cacho para cada cultivar eacute
respectivamente de 33 40 e 40 quilos cada cacho com meacutedia de 10 pencas por cacho
pesando respectivamente 33 kg 40 kg e 40 kg cada penca (Tabela 2)
4133 Indicaccedilotildees de Distribuiccedilatildeo Espacial e Produtividade para a Cultivar Thap Maeo
no Estado do Amazonas
A capacidade produtiva da cultivar Thap Maeo oscila entre 30 e 35 toneladas por
hectare ano em condiccedilotildees normais (GASPAROTTO et al 1999) Estudos realizados no
Estado do Amazonas Municiacutepio de Manacapuru por Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) com essa cultivar e registraram 50 thaa em cultivos com disposiccedilotildees espaciais em
fileiras duplas de 40 x 20 X 20 m e distribuiccedilatildeo por estande de 1667 plantas no primeiro
ciclo A partir do segundo ciclo produtivo o estande teraacute mais de 3300 plantas produzindo
frutos Do terceiro ciclo em diante o estande abrigaraacute mais de 5000 plantas visto que em
cada cova devem ser mantidas a planta matildee a filha e a neta Nesta situaccedilatildeo a produccedilatildeo
estimada eacute de aproximadamente 50 toneladas por hectares ano A opccedilatildeo por estandes com este
espaccedilamento permite um incremento na produccedilatildeo da ordem de 173 se comparado com os de
espaccedilamento de 3 x 3 metros (Tabela 3)
Tabela 3 - Espaccedilamento Densidade e Produccedilatildeo Esperada em Diferentes Estandes de
Bananeiras para a Cultivar Thap Maeo no Amazonas
Espaccedilamento
(m)
Estande
(plha)
Produccedilatildeo
esperada (ta)
Produtividade
(tha)
Incremento na
produccedilatildeo ()
40 x 20 x 20 1667 500 211 1730
40 x 25 x 20 1538 400 111 1384
40 x 30 x 20 1428 371 82 1284
30 x 30 1111 289 -- 1000 (1)
Em relaccedilatildeo ao espaccedilamento de 3 x 3 m
Fonte Arruda et al (2004) adaptada pela autora (ta)
49
A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e
mais de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100
plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa
O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 no
estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio se obteraacute mais
de 4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 2850
bananeiras produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa
Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas e
mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de
2200 plantas produzindo frutos o que significa produtividade de aproximadamente 289
thaa (Tabela 3)
A distribuiccedilatildeo espacial de 40 x 25 x 20 m permite estandes com 1538 covas e mais
de 4600 plantas que a partir do segundo ciclo produtivo teraacute aproximadamente 3100
plantas produzindo frutos Nesta condiccedilatildeo a produtividade esperada seraacute de 40 thaa
O produtor tambeacutem poderaacute decidir pelo arranjo espacial de 40 x 30 x 20 m no
estande onde seraacute possiacutevel alocar 1428 covas que na fase adulta do plantio teraacute mais de
4200 plantas e a partir do segundo ciclo produtivo aproximadamente 2850 bananeiras
produzindo Isto permitiraacute uma produtividade em torno de 37 thaa
Os estandes adultos com distribuiccedilatildeo espacial de 30 x 30 m comportam 1111 covas
e mais de 3300 plantas A partir do segundo ciclo produtivo cada hectare apresentaraacute mais de
2200 plantas produzindo o que significa produtividade de aproximadamente 289 thaa
(Tabela 2)
Apesar do esforccedilo empregado pela Embrapa Amazocircnia Ocidental de melhoria dos
cultivos pelo uso de cultivares mais resistentes a pragas e doenccedilas e pela aplicabilidade das
teacutecnicas e tecnologias mais apropriadas para a dinamizaccedilatildeo da cultura ainda eacute possiacutevel
observar com grande frequecircncia baixa produtividade dos bananais em funccedilatildeo do niacutevel
tecnoloacutegico empregado e de problemas fitossanitaacuterios
4134 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Os dados descritos na tabela 4 se referem agrave anaacutelise de quinze propriedades rurais que
cultivam bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo distribuiacutedas entre os ramais do
Canoas e do Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da BR ndash 174 e
ao longo da AM ndash 240 estrada que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina
50
Tabela 4 - Diagnoacutestico de 15 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo ndash ramal do Paulista Safra 2012 P AT
(ha)
ACB
(ha)
ACB
QB
ha
QBP
(un)
BPF
(un)
PMB
(kgano)
PDTBha
(kgano)
01 25 20 80 750 1500 1500 4500 2250
02 316 40 13 1500 6000 3750 12000 3000
03 50 25 50 1000 2500 2500 1800 720
04 12 15 125 1200 1800 1800 1200 800
05 50 50 100 1100 5500 5500 2900 580
06 49 10 20 1100 1100 1100 900 900
07 175 30 17 1267 3801 3800 3000 1000
08 96 10 10 1850 1850 1850 500 500
09 80 05 06 800 400 400 900 1800
10 100 40 40 1125 4500 1100 2000 500
11 300 190 63 1000 19000 19000 40600 2137
12 50 15 30 2333 3500 3500 1700 1133
13 100 90 90 778 7002 7000 3500 389
14 110 50 45 1100 5500 3850 5000 1000
15 50 15 30 1133 1700 1700 2100 1400
Totais 1563 605 -- (18036) 65652 58350 82600 (18109)
Meacutedias 1042 40 38 1202 4377 3890 5507 1207 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas QB =
quantidade de bananeiras por hectare QBP = quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras
produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas PDTB = produtividade de bananas
Fonte autora
Elas somam uma aacuterea total de 1563 ha dos quais apenas 60 hectares satildeo cultivados
com bananeiras correspondendo a 38 das propriedades com um total de 58350 plantas
produzindo 82600 quilos de bananas por mecircs nas 15 propriedades analisadas que
corresponde a 5507 kg para cada uma
Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando
entre um e dez anos e em todas elas haviam plantas produzindo frutos Somente as
propriedades 02 10 e 14 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de
crescimento sem produccedilatildeo de frutos (Tabela 4)
Pelos dados dessa tabela verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades
dentro de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 12 a
316 ha (propriedades 4 e 2 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 05 e
maacuteximo de 19 ha cultivados com bananeiras (propriedades 9 e 11) indicando tambeacutem que os
percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura variaram de 1
(propriedade 8) a 125 (propriedade 04)
Foram detectados plantios com distribuiccedilatildeo em fileiras simples de 3 x 3 m com
densidade variando entre 750 e 2333 plantasha propriedades 01 e 12 respectivamente A
uacutenica exceccedilatildeo foi detectada na propriedade 07 que apresentou em um dos trecircs hectares
51
cultivados com bananas a distribuiccedilatildeo espacial em fileiras duplas de 4 x 2 x 2 m com um
total de 1660 plantas neste ha Nas demais propriedades analisadas os estudos mostram que
natildeo foram aplicadas as formas mais eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por
hectare resultando em ineficiente aproveitamento da aacuterea de plantio e consequentemente
menor produtividade excetuando-se as propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades
superiores agraves recomendadas para cultivos da cultivar Thap Maeo no Amazonas (PEREIRA et
al 2006) as demais propriedades apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves
condiccedilotildees ideais
A distribuiccedilatildeo de 750 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de
cultivo e segundo Pereira et al (2006) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa
densidade de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no
Amazonas podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando
principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 2333 plantasha
constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela
competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e
dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte
dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas
Com base nos espaccedilamentos entre plantas e aacutereas cultivadas observou-se que o
nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 400 na
propriedade 9 ateacute o maacuteximo de 19000 na propriedade 11 (Tabela 3) As 15 propriedades
analisadas totalizam 60 hectares cultivados com a cultura da bananeira predominantemente a
cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as cultivares Caipira e FIA 18 Nestes estatildeo
cultivadas mais de 65000 plantas das quais 58358 estatildeo produzindo frutos Dentro das
condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos cultivos na mesma aacuterea cultivada seria
possiacutevel abrigar aproximadamente 100000 covas melhorando a eficiecircncia de uso do solo em
35
A variaccedilatildeo de bananeiras em fase de produccedilatildeo de frutos foi de 400 ateacute 19000 nas
propriedades 09 e 11 respectivamente A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de
500 quilos na propriedade 08 ateacute 40600 kg na propriedade 11 com produtividade por hectare
de 500 quilos e 2137 kg nas respectivas propriedades
A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 02 com produccedilatildeo
mensal de 3000 quilos de bananas enquanto que na propriedade 13 com a menor
produtividade a produccedilatildeo foi de 389 quilos
52
Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e
reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo
espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de
por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha
Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando
comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e
1111 plantasha (Tabela 4)
Ainda observando o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m
permite melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as
praacuteticas culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em 14 toneladas
ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111
covasha No estado do Amazonas produtores que utilizaram a cultivar Thap Maeo
trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram
produtividade de 50 toneladas por hectare ano (ARUDA et al 2004)
Tabela 5 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na
Aacuterea amostrada de Presidente Figueiredo e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos
Dados de Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012
P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo
teacutecnica (1)
ACPS
haano
() ACB
(ha)
QB
ha
QBP
(un)
PMB
(ta)
PDTBha
(ta)
QBP
(un)
PDTMB(sup2)
(ta)
01 20 750 1500 540 270 3334 100 540
02 40 1500 6000 1440 360 6668 200 720
03 25 1000 2500 216 86 4168 125 173
04 15 1200 1800 144 96 2501 75 192
05 50 1100 5500 348 70 8335 250 139
06 10 1100 1100 108 108 1667 50 216
07 30 1267 3801 360 120 5001 150 240
08 10 1850 1850 60 60 1667 50 120
09 05 (400) 400 108 216 834 25 432
10 40 1125 4500 240 60 6668 200 120
11 190 1000 19000 4872 256 31673 950 513
12 15 2333 3500 204 136 2501 75 272
13 90 778 7002 420 47 15003 450 93
14 50 1100 5500 600 120 8335 250 240
15 15 1133 1700 252 168 2501 75 336
Total 605 (17636) 65652 (9912) (2173) (100854) (3025) (4346)
Meacutedia 40 1176 4377 661 145 6724 202 290
P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare
QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =
produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento
da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados
(1) Arruda et al (2004) (sup2) Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa
Fonte autora
53
Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantasha e a produtividade alcanccedilada nos cultivos
de bananeiras no Municiacutepio de Presidente Figueiredo usando o espaccedilamento de 3 x 3 m e
disposiccedilatildeo meacutedia de 1202 bananeiras por hectare e compararmos com as indicaccedilotildees ideais de
produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) para o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m e
disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 5
A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por
hectare visto que a propriedade 1 tem cerca de 750 bananeirasha sendo a menor
distribuiccedilatildeoha encontrada com 917 plantas a menos se comparadas com as condiccedilotildees
desejaacuteveis A propriedade 12 que apresentou a maior densidade de plantasha com 2333
covas representa alta densidade com diferenccedila a mais de 666 plantasha em acordo com as
indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 4) para condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas
A anaacutelise geral apresenta um total de 65652 plantas nas 15 propriedades estudadas
com meacutedia de 4377 plantaspropriedade Se fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de
densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na mesma aacuterea plantada nas 15 propriedades
estariam sendo cultivadas mais de 100000 plantas com meacutedia de 6724 bananeiras por
propriedade conforme tabela 4 Estas 15 propriedades deixaram de cultivar mais de 35000
bananeiras por natildeo aplicarem o melhor espaccedilamento e distribuiccedilatildeo de plantas por hectare
indicada para os cultivos Isto representaria um ganho de produtividade na mesma aacuterea
cultivada de aproximadamente 35
Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a
produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de pouco mais de 991 toneladas ano com meacutedia de
661 ta por propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na
propriedade 11 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de mais de 487 toneladas ano e a menor foi na
propriedade 8 com 6 ta e produtividade de pouco mais de 25 e 6 thaano nas respectivas
propriedades
Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis a propriedade com menor nuacutemero de bananeiras
nos hectares cultivados seria a propriedade 9 com 834 plantas e a maior quantidade a
propriedade 11 com 31673 plantas visto que possuem 05 e 19 ha cultivados
respectivamente A propriedade 2 com maior produtividade meacutedia por hectare foi a que mais
se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio alcanccedilando um aproveitamento do solo na
ordem de 72 com 4 ha plantados e produccedilatildeo de 144 tano enquanto que a propriedade 11
que registraria a maior produtividade em condiccedilotildees ideais quando observada nas condiccedilotildees
54
reais teve um aproveitamento do solo da ordem de 513 com produtividade de 256
thaano
Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nas 15 propriedades seria de
3025 ta compreendendo 2017 ta para cada propriedade poreacutem o que se apurou na
pesquisa foi uma produccedilatildeo meacutedia de 9912 ta nas 15 propriedades estudadas com meacutedia de
661 ta por propriedade Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade
produtiva dos solos visto que as 15 propriedades analisadas tiveram um aproveitamento de
4346 conferindo para cada propriedade aproveitamento de 29 da capacidade disponiacutevel
de solo se comparada com a produtividade indicada por Arruda et al (2004)
Esta baixa produtividade por hectare ano pode encontrar respaldo na forma de
distribuiccedilatildeo de plantas por hectare identificadas na pesquisa visto que em quase todas as
propriedades estudadas as densidades e consequentemente produtividades estavam abaixo
das recomendadas na literatura exceto a particularidade encontrada na propriedade 7 que
possuiacutea um hectare cultivado pela Embrapa como parcela de experimento e se encontrava em
condiccedilotildees ideais para ambos os fatores Outros elementos que podem responder a esta menor
eficiecircncia da produccedilatildeo satildeo as aplicabilidades dos tratos culturais necessaacuterios para se obter
produccedilotildees constantes e uniformes
4135 Diagnoacutestico dos Cultivos de Bananeiras no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Os dados descritos na tabela 6 se referem agrave anaacutelise de trinta propriedades rurais onde
se cultiva bananeiras no Municiacutepio do Rio Preto da Eva As propriedades estatildeo distribuiacutedas
entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados respectivamente nos
quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 estrada que daacute acesso aos municiacutepios de
Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas
Todos os plantios analisados nesse municiacutepio possuiacuteam tempo de formaccedilatildeo variando
entre um e dez anos e em todas elas havia plantas produzindo frutos Somente as propriedades
12 13 17 e 18 apresentavam parte de suas plantaccedilotildees ainda em fase inicial de crescimento
sem produccedilatildeo de frutos
Elas somam uma aacuterea total de 1230 ha dos quais apenas 83 ha satildeo cultivados com
bananeiras correspondendo a 62 das propriedades com um total de 89291 plantas
produzindo 96000 quilos de bananas por mecircs compreendendo 3200 kg para cada
propriedade que corresponde a 1176 kg de bananas por hectare por mecircs
Pelos dados da tabela 6 verifica-se uma grande variaccedilatildeo entre as propriedades dentro
de todos os paracircmetros analisados As aacutereas totais de cada propriedade variam de 18 a 150 ha
55
(propriedades 13 e 23 e 30 respectivamente) dos quais se observou um miacutenimo de 10 e
maacuteximo de 11 hectares cultivados com bananas (propriedades 3 15 16 20 21 27 e 11)
indicando tambeacutem que os percentuais de aacuterea total das propriedades cultivando essa cultura
variaram de 2 (propriedades 20 e 29) a 20 (propriedade 25)
Com base nos espaccedilamentos entre plantas e as aacutereas cultivadas observou-se que o
nuacutemero total de plantas em fase de produccedilatildeo de frutos variou de um miacutenimo de 800 na
propriedade 21 ateacute o maacuteximo de 12000 na propriedade 23 (Tabela 6)
Tabela 6 - Diagnoacutestico de 30 Propriedades Rurais que Cultivam Bananeiras no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012 P AT
(ha)
ACB
(ha) ACB
QB
ha QBP
(un)
BPF
(un)
PMB
(kgmecircs)
PDTBha
(kgmecircs)
01 20 30 15 1200 3600 3600 1350 450 02 25 30 12 1200 3600 3600 3500 1167 03 25 10 4 1200 1200 1200 3500 3500 04 28 50 18 1100 5500 5500 2000 400 05 25 30 12 1100 3300 3300 1800 600 06 25 20 8 1200 2400 2400 800 400 07 25 15 6 907 1360 1360 900 600 08 26 30 12 1167 3500 3500 1800 600 09 25 30 12 1100 3300 3300 900 300 10 28 30 11 1100 3300 3300 2400 800 11 25 15 6 1067 1600 1600 3300 2200 12 25 15 6 1000 1500 1000 1200 800 13 18 20 11 1000 2000 1200 1000 500 14 25 20 8 1150 2300 2300 1500 750 15 25 10 4 1200 1200 1200 1000 1000 16 25 10 4 1111 1111 1111 1500 1500 17 25 20 8 1000 2000 1500 1200 600 18 25 25 10 960 2400 1000 1600 640 19 25 20 8 1150 2300 2300 1600 800 20 25 10 4 1000 1000 1000 1000 1000 21 52 10 2 800 800 800 3000 3000 22 50 30 6 1000 3000 3000 3000 1000 23 150 110 7 1090 12000 12000 16000 1455 24 100 30 3 1033 3100 3100 6400 2133 25 50 40 8 1050 4200 4200 6500 1625 26 35 70 20 1000 7000 7000 10000 1429 27 37 10 3 1120 1120 1120 450 450 28 45 30 7 1100 3300 3300 4800 1600 29 66 30 5 1100 3300 3300 4000 1333 30 150 30 2 1000 3000 3000 8000 2667
Totais 1230 830 (253) (32204) 89291 86091 96000 (35299)
Meacutedias 41 28 62 1073 2976 2870 3200 1176 P = propriedade em estudo AT = aacuterea total da propriedade ACB = aacuterea cultivada com bananas ACB =
percentual de aacuterea cultivada com bananas na propriedade QB = quantidade de bananeiras por hectare QBP =
quantidade de bananeiras na propriedade BPF = bananeiras produzindo frutos PMB = produccedilatildeo meacutedia de
bananas (kgpropriedadeano) PDTB = produtividade de bananas (kghamecircs)
Fonte autora
56
Apesar de todos os proprietaacuterios informarem utilizar espaccedilamentos simples de 3 x 3
m a quantidade de plantas dispostas por hectare em algumas propriedades ficou abaixo ou
acima da densidade recomendada para este espaccedilamento que eacute de 1111covasha (Tabela 3)
(ARRUDA 2004) resultando em meacutedia 1073 plantasha em cada propriedade Nas demais
propriedades analisadas os estudos mostraram que natildeo foram aplicadas as formas mais
eficientes de espaccedilamento e distribuiccedilatildeo das plantas por hectare resultando em ineficiente
aproveitamento do solo e consequentemente baixa produtividade excetuando-se as
propriedades 08 e 12 que apresentaram densidades superiores agraves recomendadas para cultivos
da cultivar Thap Maeo no Amazonas (ARRUDA 2004) As demais propriedades
apresentaram distribuiccedilatildeo de plantasha inferior agraves condiccedilotildees ideais
A distribuiccedilatildeo de 800 plantasha representa baixo aproveitamento das aacutereas de
cultivo e segundo Arruda (2004) aumenta a suscetibilidade agrave erosatildeo dada aacute baixa densidade
de plantas por hectare Nestas condiccedilotildees as intensas e constantes precipitaccedilotildees no Amazonas
podem lixiviar o solo e levar agraves perdas de macro e micronutrientes resultando
principalmente em reduccedilatildeo de produtividade Quanto ao caso detectado de 1200 plantasha
constitui alta densidade com baixo aproveitamento de luz solar intemperismo do solo pela
competiccedilatildeo das plantas por nutrientes impossibilidade de mecanizaccedilatildeo dos cultivos e
dificuldade nas praacuteticas culturais necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo dos cultivos coleta e transporte
dos cachos e favorece a proliferaccedilatildeo de pragas e doenccedilas
Nestas 30 propriedades estatildeo cultivadas mais de 89000 plantas das quais 86091
estatildeo produzindo frutos predominando a cultivar Thap Maeo e com menor expressatildeo as
cultivares Caipira e FIA 18 Dentro das condiccedilotildees mais eficientes de adensamento dos
cultivos na mesma aacuterea cultivada seria possiacutevel abrigar mais de 138000 covas melhorando a
eficiecircncia de uso do solo em 35
A meacutedia de produccedilatildeo mensal de bananas oscilou de 450 quilos na propriedade 27 ateacute
16000 kg na propriedade 23 com produtividade mensal por hectare de 450 kg e 1455 kg nas
respectivas propriedades
A maior produtividade por hectare foi verificada na propriedade 3 que alcanccedila
produccedilatildeo mensal de 3500 quilos de bananas enquanto que a propriedade 09 tem a menor
produtividade com 300 kg
Com o objetivo de intensificar o uso das aacutereas de cultivo aumentar a produtividade e
reduzir as necessidades de desmatamentos Arruda et al (2004) recomendam disposiccedilatildeo
espacial para os bananais em fileiras duplas e estandes mais adensados com espaccedilamentos de
57
por exemplo 4 x 2 x 2 m ou 4 x 25 x 2 m com respectivamente 1667 e 1538 plantasha
Esta distribuiccedilatildeo permite um incremento por estande de 556 e 427 plantas por hectare quando
comparados com os estandes tradicionais com espaccedilamentos em fileiras simples de 3 x 3 m e
1111 plantasha condiccedilotildees praticadas nos cultivos analisados em Presidente Figueiredo
(Tabela 3)
Se analisarmos o adensamento dos plantios o espaccedilamento de 4 x 2 x 2 m permite
melhor aproveitamento do terreno e da luz diminui os riscos de erosatildeo facilita as praacuteticas
culturais melhora a visualizaccedilatildeo do bananal e eleva a produtividade em mais de 14 toneladas
ano por hectare cultivado quando comparados com o espaccedilamento de 3 x 3 m simples e 1111
covasha No estado do Amazonas produtores que plantaram a cultivar Thap Maeo
trabalhando com o sistema de fileiras duplas com 1667 covas por hectare obtiveram
produtividade de 50 toneladas de bananas por hectare ano (ARRUDA et al 2004) (Tabela 3)
Ao analisarmos a situaccedilatildeo real de plantas por hectare e a produtividade alcanccedilada nos
cultivos de bananeiras do Municiacutepio de Rio Preto da Eva usando o espaccedilamento simples de 3
x 3 m e disposiccedilatildeo meacutedia de 1073 bananeiras por hectarepropriedade e compararmos com as
indicaccedilotildees ideais de produtividade fornecidas por Pereira et al (2006) para o espaccedilamento
de 4 x 2 x 2 m e disposiccedilatildeo de 1667 covasha obtivemos os dados apresentados na tabela 7
A observaccedilatildeo chama a atenccedilatildeo para as indicaccedilotildees da densidade de plantas por
hectare visto que a propriedade 21 tem cerca de 800 bananeirasha sendo a menor
densidadeha encontrada com 867 plantashectare a menos se comparada com as condiccedilotildees
desejaacuteveis As propriedades 1 2 3 6 e 15 apresentaram a maior densidade de plantasha na
ordem de 1200 contudo ainda estatildeo em desacordo com as orientaccedilotildees para o espaccedilamento
ideal com menos 467 plantasha comparadas com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) para
condiccedilotildees ideais de cultivos no Amazonas
A anaacutelise geral apresenta um total de 89291 plantas nas trinta propriedades
analisadas dispostas nos 83 hectares cultivados com bananeiras nos cultivos em estudo o que
significa meacutedias de 1073 bananeirasha cultivado e 2976 bananeiras por propriedade Se
fossem aplicadas as indicaccedilotildees ideais de densidadeha indicadas por Arruda et al (2004) na
mesma aacuterea plantada estariam sendo cultivadas mais de 138000 plantas em detrimento das
89291 existentes e a meacutedia de bananeiras por propriedade saltaria de 2976 plantas para mais
de 4600 conforme tabela 7
Ainda sob a oacutetica da situaccedilatildeo real das propriedades em estudo verifica-se que a
produccedilatildeo meacutedia de bananas foi da ordem de 1152 toneladas ano com meacutedia de 384 ta por
58
propriedade Neste cenaacuterio a maior produccedilatildeo anual de bananas foi registrada na propriedade
23 que alcanccedilou a produccedilatildeo anual de 192 ta e a menor foi na propriedade 9 com 108 ta e
produtividade de pouco mais de 175 e 36 thaa nas respectivas propriedades
Tabela 7 - Situaccedilatildeo Real de Densidade Produtividade e Aproveitamento do Solo na
Aacuterea Amostrada de Rio Preto da Eva e Recomendaccedilotildees Teacutecnicas com Base nos Dados de
Produtividade Fornecidos por Arruda et al (2004) Safra 2012 P Situaccedilatildeo real nas propriedades Recomendaccedilatildeo teacutecnica
(sup1) ACPS
haano
() ACB
(ha)
QB
ha
QBP
(un)
PMB
(ta)
PDTMBha
(ta)
QBP
(un)
PDTMB(2)
(ta)
01 30 1200 3600 162 54 5001 150 108
02 30 1200 3600 420 140 5001 150 280
03 10 1200 1200 420 420 1667 50 840
04 50 1100 5500 240 48 8335 250 96
05 30 1100 3300 216 72 5001 150 144
06 20 1200 2400 96 48 3334 100 96
07 15 907 1360 108 72 2500 75 144
08 30 1167 3500 216 72 5001 150 144
09 30 1100 3300 108 36 5001 150 72
10 30 1100 3300 288 96 5001 150 192
11 15 1067 1600 396 264 2500 75 528
12 15 1000 1500 144 96 2501 75 192
13 20 1000 2000 120 60 3334 100 120
14 20 1150 2300 180 90 3334 100 180
15 10 1200 1200 120 120 1667 50 240
16 10 1111 1111 180 180 1667 50 360
17 20 1000 2000 144 72 3334 100 144
18 25 960 2400 192 77 4168 125 154
19 20 1150 2300 192 96 3334 100 192
20 10 1000 1000 120 120 1667 50 240
21 10 800 800 360 360 1667 50 720
22 30 1000 3000 360 120 5001 150 240
23 110 1090 12000 1920 175 18337 550 349
24 30 1033 3100 768 256 5001 150 512
25 40 1050 4200 780 195 6668 200 390
26 70 1000 7000 1200 171 11669 350 343
27 10 1120 1120 54 54 1667 50 108
28 30 1100 3300 576 192 5001 150 384
29 30 1100 3300 480 160 5001 150 320
30 30 1000 3000 960 320 5001 150 640
Totais 830 32204 89291 11520 (4236) 138361 4150 8472
Meacutedias 28 1073 2976 384 141 4612 138 282 P = propriedade em estudo ACB = aacuterea cultivada com bananas QB = quantidade de bananeiras por hectare
QBP = quantidade de bananeiras na propriedade PMB = produccedilatildeo meacutedia de bananas na propriedade PDTB =
produtividade de bananas PDTMB = produtividade meacutedia de bananas na propriedade ACPS = aproveitamento
da capacidade produtiva do solo nos cultivos estudados (1)
Arruda et al (2004) (2)
Produtividade com base na indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) de 50thaa
Fonte autora
59
Dentro das condiccedilotildees desejaacuteveis as propriedades com menor nuacutemero de bananeiras
nos hectares cultivados seriam as propriedades 3 15 16 20 21e 27 com 1667 plantas cada
uma e a maior quantidade seria a propriedade 23 com 18337 plantas visto que cada uma
possui 1 e 11 ha cultivados na mesma ordem Se comparados estes valores com a situaccedilatildeo
real nas propriedades estudadas eacute possiacutevel constatar que as propriedades 3 15 16 20 21 e
27 com menor aacuterea cultivada produziriam cada uma 50t de bananasa Dentre estas a que
mais se aproximou das condiccedilotildees ideais de plantio foi a propriedade 3 que obteve o
aproveitamento do solo na ordem de 84 e produtividade meacutedia de 42 thaano enquanto que
a propriedade 9 aproveitou apenas 72 da capacidade produtiva do solo visto que com 3
hectares cultivados produziu apenas 36 thaano
Dentro das condiccedilotildees desejadas a produtividade total nos 83 hectares cultivados
seria de 4150 ta compreendendo em meacutedia a 138 toneladas para cada propriedade poreacutem
o que se apurou na pesquisa foi uma produtividade real da ordem de 1152 ta
correspondendo a 384 ta por propriedade
Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos
visto que o total de aacuterea cultivada em relaccedilatildeo agrave densidade de plantas e a produtividade
apresentou um aproveitamento da capacidade do solo de apenas 282 em relaccedilatildeo agraves
observadas por Arruda et al (2004) (Tabela 7)
O manejo inadequado pode ser o principal fator que justifica as baixas
produtividades encontradas nos cultivos do Municiacutepio do Rio Preto da Eva quando
comparados com as indicaccedilotildees de Arruda et al (2004) (Tabela 2) visto que a distribuiccedilatildeo de
covas por hectare na maioria das propriedades estudadas estava muito proacutexima daquelas
indicadas na literatura exceto nas propriedades 7 18 e 21 que apresentaram densidades muito
abaixo das recomendadas para o espaccedilamento de 3 x 3m
60
414 CONCLUSOtildeES
Apenas dois dos quinze produtores de bananas avaliados de Presidente Figueiredo
tinham plantios com densidades de plantasha proacuteximas agraves recomendadas tecnicamente Dois
outros tinham plantios com densidades de plantas superiores e os demais bem inferiores
Todos os 30 cultivos com bananeiras analisados no municiacutepio de Rio Preto da Eva
tinham plantios com densidades de plantasha inferiores agraves recomendadas tecnicamente
O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no
municiacutepio de Presidente Figueiredo foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 93 a 72
com meacutedia igual a apenas 29
O aproveitamento da capacidade produtiva dos solos nos cultivos de bananeiras no
municiacutepio de Rio Preto da Eva foi bem abaixo do desejaacutevel variando de 72 a 840 com
meacutedia igual a apenas 282
61
42 BANANICULTURA NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO
PRETO DA EVA NO AMAZONAS PRAacuteTICAS CULTURAIS ORGANIZACcedilAtildeO
SOCIAL DOS PRODUTORES E PARTICIPACcedilAtildeO DO GOVERNO PARA A
SUSTENTABILIDADE DA CULTURA
Resumo
A bananicultura do Estado do Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias
apropriadas com procedimentos produtivos e gerenciais rudimentares resultando em
produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade Diante
desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos efeitos negativos
dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no cultivo da banana que
se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia alimentar e na economia do Estado e
dos municiacutepios Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo
da produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Estado do Amazonas analisando as teacutecnicas utilizadas para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos
cultivos os tratos culturais e os procedimentos de preacute e poacutes-colheita e as formas de
organizaccedilatildeo destes produtores para a disseminaccedilatildeo de tecnologias e o fortalecimento nas
negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos Para o alcance do objetivo aqui proposto
foram elaborados questionaacuterios estruturados direcionados aos produtores rurais cooperativas
agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias que inquiriam o segmento agriacutecola da
produccedilatildeo da banana safra 2012 buscando conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos e a assistecircncia
do governo para a sustentabilidade da cultura nos municiacutepios em estudo e a organizaccedilatildeo dos
produtores a fim de entender como eles se relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a
sociedade Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham
conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do
Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas Todos
sabiam sobre a necessidade da adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana
mas apenas sete deles sabiam da necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro
deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais
eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes embora a
quase totalidade tenha participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por
organizaccedilotildees governamentais e natildeo governamentais Eles mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas Eles realizam a
higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando as vendem na forma de pencas lavando-as e
colocando-as em caixas Apenas dois dos 15 produtores beneficiam a banana convertendo-a
em subprodutos com valor agregado como doces geleia e calda Com relaccedilatildeo aos produtores
de Rio Preto da Eva eles afirmaram que tinham conhecimento quanto ao espaccedilamento e
densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e quanto aos tratos culturais
contra pragas e doenccedilas Tambeacutem sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo de cobertura
necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da adubaccedilatildeo inicial
da cova e apenas nove deles da necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do solo para
uma adubaccedilatildeo mais eficiente A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em
cerca de metade das propriedades rurais desse municiacutepio embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais Eles tambeacutem se mostraram bem organizados nas formas de associaccedilotildees e
cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees
Palavras Chave cultivos de bananeiras produtividade da banana tratos culturais
organizaccedilotildees rurais
62
Abstract
The banana plantations of Amazonas State is often practiced without appropriate
technologies with rudimentary production and management procedures resulting in low
productivity and poor quality products and expressionless competitiveness Given this
scenario is necessary to find alternatives that counter the negative effects of this dynamic
often in state agricultural practice particularly in the banana cultivation which is presented as
very important fruit in the food chain and the states economy and municipalities This
perspective fits this proposed study of banana production management processes in the
Amazonas State municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva analyzing the
techniques used for the plant formation and maintenance cultivation and the pre and post-
harvest procedures as well as the forms of organization of these producers to the
dissemination of technologies and strengthening the trade negotiations of products and inputs
To reach the goal here proposed a structured questionnaires were developed targeted to
farmers agricultural cooperatives community associations and agribusinesses which
inquired the agricultural segment of banana production harvest 2012 seeking to know the
real situation of crops and government assistance for the sustainability of culture in the
municipalities under study Also to understand the organization of producers in order to know
how they relate to the production the market and society All 15 producers of Presidente
Figueiredo said they knew about the spacing and banana planting density in the state of
Amazonas only one of them unaware of the crop treatment against pests and diseases
Everyone knew about the need for necessary soil fertilization for the banana crop but only
seven of them knew of the need for initial soil fertilization before plant seedling and only
four of them the need to make a chemical analysis of soil for more efficient fertilizer
application Financial assistance and technical government are almost absent although almost
all have participated in programs and incentives for rural production by government and
nongovernmental organizations They proved to be well organized in the forms of
associations and cooperatives predominating among them the latter They perform the
cleaning of bananas only when sold in the form of hands washing them and putting them in
boxes Only two of the 15 producers benefit banana converting it into value-added by-
products such as candy jelly and syrup With respect to Rio Preto da Eva producers they said
they knew about the spacing and banana planting density in the state of Amazonas and for
cultivation against pests and diseases They also knew about the need for soil fertilization
required for banana culture most of them knew of the need for initial soil fertilization before
plant seedling and only nine of them the need to make a chemical analysis of soil for more
efficient fertilizer Financial assistance and government technical occur in about half of the
banana producers although almost all them have participated in programs and incentives for
rural production by government and nongovernmental organizations They also were well
organized in the forms of associations and cooperatives predominating among them the
associations
Key words banana cultivation banana productivity cultural practices farmer organizations
63
421 INTRODUCcedilAtildeO
A produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte
demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias na produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem
resultados significativos orientando para o adequado manejo do solo controle de pragas e
doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar
ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo
contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola
Para Sachs (2008) o desenvolvimento local deve ser trabalhado a partir da
valorizaccedilatildeo dos recursos naturais endoacutegenos No Estado do Amazonas cujas economias
encontram suas bases no setor primaacuterio isto se traduz na potencializaccedilatildeo da biodiversidade-
biomassa-biotecnologias e a cadeia produtiva agriacutecola por sua complexidade e
heterogeneidade desempenha papel importante no desenvolvimento da economia agriacutecola
O desenho da agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do
Amazonas quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos
produtivos e gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo os cuidados
necessaacuterios na escolha das sementes ou mudas a observaccedilatildeo da densidade de plantas por
hectare as adubaccedilotildees o rodiacutezio de culturas para melhorar a fertilidade dos solos com uso
inadequado dos insumos agriacutecolas e desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade
procedimentos de preacute e poacutes colheita ineficientes resultando em produtividade baixa e
produtos com pouca qualidade e inexpressiva competitividade conforme documentado com
cupuaccedilu por Said et al (2011)
Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos
efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado em especial no
cultivo da banana que se apresenta como uma fruta de grande importacircncia na cadeia
alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios
O desenvolvimento que garante a sustentaccedilatildeo econocircmica de determinado local e
tambeacutem possui relaccedilatildeo estreita com o crescimento que por sua vez demanda investimentos
pode ser alcanccedilado por meio da valorizaccedilatildeo do potencial biotecnoloacutegico sobretudo nos locais
onde a biodiversidade eacute abundante (SACHS 2009) como eacute o caso do Estado do Amazonas
Este modelo de desenvolvimento deve integrar os agricultores familiares e modernizar a sua
visatildeo de produccedilatildeo para promover ldquoa transformaccedilatildeo do agricultor familiar em empreendedor
ruralrdquo (BECKER 2009) O produtor rural alerta Sachs (2009) ldquona medida do possiacutevel deve
escolher o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo o individualrdquo
64
Mello (2009) reforccedila este pensamento e nos alerta para o fato de que os nossos
ecossistemas jaacute datildeo sinais de fragilidade caracterizada pela ameaccedila do desaparecimento de
algumas espeacutecies indicando que eacute preciso mudar ou alternar os perfis ateacute aqui utilizados
Uma alternativa eacute trabalhar com o mercado interno que envolve a agricultura familiar com a
riqueza da diversidade de nossa populaccedilatildeo do nosso territoacuterio e dos nossos ecossistemas O
primeiro dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo e de comeacutercio ainda
que seja parcialmente ou fazer os dois modelos conviverem pois se natildeo eacute possiacutevel dispensar
as exportaccedilotildees que traacutes riquezas para o paiacutes eacute impossiacutevel tambeacutem natildeo resgatar a grande parte
da populaccedilatildeo atualmente excluiacuteda
Se continuarmos este modelo de exploraccedilatildeo vigente que rompe o equiliacutebrio dos
nossos ecossistemas incluindo o amazocircnico haja vista que empregamos um padratildeo de uso do
solo que natildeo se sustenta mais e dai decorrem inuacutemeros problemas desde a desertificaccedilatildeo ateacute a
salinizaccedilatildeo entre outros nos perpetuando na rota de um atraso produtivo e tecnoloacutegico sem
precedentes estaremos contribuindo para a degradaccedilatildeo de todas as espeacutecies Em vaacuterios
biomas as teacutecnicas usadas na agricultura resultam em erosatildeo e perda da fertilidade do solo
Apesar dos milhotildees de toneladas a mais de gratildeos que temos produzido se questiona ateacute
quando o desenvolvimento tecnoloacutegico conseguiraacute garantir o aumento da produtividade Ou
quanto de novas terras ainda seraacute necessaacuterio incorporar para aumentar a produccedilatildeo Quanto de
nossas florestas teraacute que ceder lugar agrave soja ao milho e outros gratildeos (MELLO 2009)
Semelhante observaccedilatildeo feita por Homma (2001) e Homma e Frazatildeo (2002) orienta
para a necessidade de melhorias no modelo de cultivo com a introduccedilatildeo de inovaccedilotildees capazes
de modificar os processos vigentes no sentido de melhorar a produtividade e elevar a
qualidade dos produtos para tornaacute-los mais competitivos no mercado e evitar a demanda
desenfreada por novas aacutereas de cultivos a supressatildeo de florestas e da biodiversidade geneacutetica
a erosatildeo dos solos e a contaminaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e dos alimentos
Nesta perspectiva se insere esta proposta de estudo dos processos de gestatildeo da
produccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado
do Amazonas analisando os cultivos desde a sua formaccedilatildeo as teacutecnicas empregadas na
manutenccedilatildeo destes envolvendo a observaccedilatildeo aos tratos culturais e agraves teacutecnicas de preacute e poacutes
colheita bem como o conhecimento do produtor rural para a formaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos
cultivos e as formas de organizaccedilatildeo destes produtores para o fortalecimento na disseminaccedilatildeo
de tecnologias e nas negociaccedilotildees comerciais dos produtos e insumos
65
422 MATERIAL E MEacuteTODOS
4221 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
No contexto administrativo da produccedilatildeo agriacutecola foram estudados os cultivos de
bananeiras nos aspectos de sua formaccedilatildeo visando a melhor produtividade o conhecimento
dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos estandes a aplicabilidade dos tratos culturais a
observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita com vistas a aumentar eou conservar a
qualidade dos produtos para que eles cheguem ao mercado de forma mais competitiva e
ainda as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores (associaccedilotildees cooperativas
agroinduacutestria ou independentes) para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos como forma
de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e se haacute algum tipo
de articulaccedilatildeo entre eles que favoreccedila o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos
produtos ou compra de insumos
4222 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
A orientaccedilatildeo baacutesica da pesquisa se respalda no estudo analiacutetico dos cultivos de
bananeiras dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas onde
foram analisadas as etapas do processo de produccedilatildeo relacionadas com a formaccedilatildeo dos
cultivos os tratos culturais e observaccedilatildeo das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita das bananas na
safra de 2012
Para o alcance do objetivo aqui proposto foram elaborados questionaacuterios estruturados
que inquiriam o segmento agriacutecola da cadeia produtiva da banana no acircmbito da formaccedilatildeo dos
cultivos e observaccedilatildeo agraves suas teacutecnicas de manutenccedilatildeo bem como a aplicabilidade das
indicaccedilotildees de preacute e poacutes colheita para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Acircmbito Agriacutecola
Teacutecnicas de formaccedilatildeo
dos cultivos
Tecnologias de
preacute colheita
praacuteticas culturais
Tecnologias de poacutes
colheita
Assistecircncia do governo
e organizaccedilatildeo social do
produtor
- Tratamento do solo para
formaccedilatildeo dos cultivos
- Espaccedilamento das plantas
- Densidade de plantas
por hectare
- Nutriccedilatildeo vegetal
- Controle de
pragas e doenccedilas
- Teacutecnicas de
adubaccedilatildeo
- Colheita
- Higienizaccedilatildeo dos
frutos
- Acondicionamento
e dos frutos
- Transporte
- Financeira
- Teacutecnica
- Incentivos fiscais
- Associaccedilotildees
- Cooperativas
- Agroinduacutestrias Fonte autora
66
No acircmbito agriacutecola por meio de visitas agraves propriedades rurais com entrevistas semi
estruturadas aos produtores rurais cooperativas agriacutecolas associaccedilotildees comunitaacuterias e
agroinduacutestrias e a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados a produtores rurais foram coletadas
informaccedilotildees sobre as teacutecnicas de formaccedilatildeo dos cultivos (tratamento do solo para formaccedilatildeo
dos cultivos espaccedilamento de plantas e densidade de plantas por hectare) as tecnologias de
preacute colheita envolvendo as praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas e
teacutecnicas de adubaccedilatildeo) e as tecnologias de poacutes colheita (colheita higienizaccedilatildeo dos frutos
acondicionamento e transporte dos produtos) e a assistecircncia do governo para a
sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo (financeira teacutecnica e de
incentivos fiscais) e a organizaccedilatildeo dos produtores (em associaccedilotildees comunitaacuterias cooperativas
e a presenccedila de agroinduacutestria) a fim de entender como os produtores rurais se organizam e se
relacionam com a produccedilatildeo o mercado e a sociedade
4223 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
O contexto desta pesquisa focaliza as propriedades rurais produtoras de bananas em
escala comercial as associaccedilotildees comunitaacuterias as cooperativas agriacutecolas dos municiacutepios alvo
da pesquisa e as agroinduacutestrias que guardam relaccedilatildeo com a produccedilatildeo de bananas
As propriedades rurais compreendem os locais dentro das zonas rurais dos
municiacutepios em estudo de propriedade privada destinados ao cultivo agriacutecola de bananas
onde tambeacutem pode se estabelecer as agroinduacutestrias para processamento dos produtos Para
fins desta pesquisa foram incluiacutedas no rol das propriedades rurais inquiridas para obtenccedilatildeo do
diagnoacutestico somente aquelas que cultivam bananas para fins comerciais pela importacircncia da
anaacutelise de elementos que envolvem os cuidados na formaccedilatildeo dos cultivos a observaccedilatildeo dos
tratos culturais das teacutecnicas de preacute e poacutes colheita e a participaccedilatildeo do governo com vistas agrave
sustentabilidade da cultura da banana nos municiacutepios em estudo
A anaacutelise dos processos de gestatildeo aplicados neste estudo permitiram identificar os
elementos favoraacuteveis e desfavoraacuteveis do processo Neste momento processou-se uma anaacutelise
descritiva da participaccedilatildeo interativa de cada elemento com o objetivo de identificar o trabalho
e a tecnologia por eles empregada
Esta anaacutelise permitiu compreender a evoluccedilatildeo no processo de desenvolvimento dos
municiacutepios e a contribuiccedilatildeo da atividade agriacutecola nos cultivos de bananeiras para o
desenvolvimento sustentaacutevel destes
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolveu alguns elementos
quantitativos como o espaccedilamento e densidade de plantas por hectare A anaacutelise qualitativa
67
permitiu abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas da cadeia produtiva e a gestatildeo
empregada no processo de formaccedilatildeo dos cultivos adubaccedilatildeo controle fitossanitaacuterio
assistecircncia do governo aos produtores rurais e a participaccedilatildeo do produtor em associaccedilotildees eou
cooperativas agriacutecolas
A anaacutelise quantitativa tornou mais consistente os estudos de algumas questotildees
especialmente no acircmbito agriacutecola da produccedilatildeo e se aplica aos dados coletados nas
propriedades relacionados ao espaccedilamento e agraves densidades de plantas
4224 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo e Coleta de Dados
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringe ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Nestes municiacutepios foram feitas
coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios
em 15 propriedades rurais produtoras dessa cultura em Presidente Figueiredo e 30 no Rio
Preto da Eva
Manaus eacute a capital do Amazonas e o ponto central das decisotildees poliacuteticas que
repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias e se configura como o maior centro
consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado por esta razatildeo foi inserida na coleta de dados
deste trabalho
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais
distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina em uma
agroinduacutestria de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde e nas sedes do
IDAM e do municiacutepio
O levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
observaccedilatildeo direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no
periacuteodo de janeiro de 2012 a junho de 2014
Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico e da
comercializaccedilatildeo dos produtos onde foram verificadas as tecnologias de preacute colheita como as
68
praacuteticas culturais (nutriccedilatildeo vegetal controle de pragas e doenccedilas densidade de plantas etc) e
as tecnologias de poacutes colheita (frutos destinaccedilatildeo e aproveitamento dos produtos e
subprodutos e agregaccedilatildeo de valor) aacuterea cultivada com a espeacutecie e produtividade obtida e
ainda a forma de organizaccedilatildeo social dos produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo desta
se satildeo produtores independentes ou se estatildeo alocados em associaccedilotildees eou cooperativas Os
dados coletados foram analisados nos aspectos agronocircmicos econocircmicos e administrativos
69
423 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4231 Municiacutepios do Estado do Amazonas com Maior Produccedilatildeo de Bananas na Safra
de 2012
Em 2012 o Estado do Amazonas cultivou 9545 hectares com bananas nos 62
municiacutepios existentes com uma aacuterea colhida de 3931 ha Do total cultivado 68 estatildeo
concentrados em dez municiacutepios do Estado conforme tabela 2 Manicoreacute eacute o maior produtor
de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste
municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha que juntamente com o municiacutepio de
Parintins se apresenta como a menor produtividade entre os dez municiacutepios de maior
produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)
O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos
da metade da cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do Estado
com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos
alcanccedilaram produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com
3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos
200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no
Estado de 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha a
2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)
Tabela 1 Dez Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no Estado do Amazonas
ndash Safra 2012
Municiacutepio
Aacuterea
Plantada
(ha)
Aacuterea
colhida
(ha)
Quantidade
produzida
(t)
Rendimento
meacutedio
(tha)
Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
01 Manicoreacute 1560 1092 10920 10 9937
02 Presidente
Figueiredo 800 700 8400 12 8820
03 Manacapuru 1546 645 7735 12 7348
04 Rio Preto da
Eva 355 272 3264 12 2611
05 Novo Aripuanatilde 345 200 3200 16 4160
06 Parintins 575 253 2530 10 2783
07 Laacutebrea 330 200 2400 12 1920
08 Coari 450 198 2376 12 2138
09 Apuiacute 225 195 2300 12 1725
10 Codajaacutes 320 176 2112 12 2218
Total 6506 3931 45237 120 43660
Estado do Amazonas 9545 5440 63745 757 59569 () Em relaccedilatildeo agrave aacuterea colhida
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
70
Manicoreacute eacute o maior produtor de bananas do Estado com 1560 ha cultivados e
produccedilatildeo de 10920 t em 2012 poreacutem neste municiacutepio a produtividade foi de apenas 10 tha
que juntamente com o municiacutepio de Parintins se apresentou como o de menor produtividade
entre os dez municiacutepios de maior produccedilatildeo no Estado (Tabela 1)
O municiacutepio de Presidente Figueiredo apesar de possuir uma aacuterea plantada de menos
da metade da aacuterea cultivada em Manacapuru foi o segundo maior produtor de bananas do
Estado com produccedilatildeo de 8400 tsafra seguido de Manacapuru com 7735 toneladas Ambos
alcanccedilaram a produtividade de 12 tha O Rio Preto da Eva eacute o quarto maior produtor com
3264 t e produtividade de 12 tha seguido de Novo Aripuanatilde com 3200 t produzidas nos
200 ha colhidos Contudo este municiacutepio apresentou a maior produtividade alcanccedilada no
Estado com 16 tha Nos outros cinco municiacutepios analisados a produccedilatildeo variou de 2530 tha
a 2112 tha na safra de 2012 (Tabela 1)
De acordo com dados do IBGE (2013) em 2012 os municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva cultivavam respectivamente 800 e 355 hectares com bananas
sendo referenciados como o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (Tabela 1)
Os dados da tabela 2 apresentam a participaccedilatildeo dos cinco municiacutepios com maior
produccedilatildeo de bananas no Amazonas considerando o percentual da aacuterea plantada aacuterea colhida
quantidade produzida rendimento meacutedio e quanto a bananicultura destes municiacutepios agregou
agrave economia do Estado na safra de 2012
Os municiacutepios de Manicoreacute e Manacapuru possuem respectivamente 1634 e
1620 da aacuterea cultivada com bananas em todo o Estado e 2007 e 1186 da aacuterea colhida
o que representa 32 da aacuterea cultivada no Amazonas e 32 da aacuterea colhida O primeiro
municiacutepio responde por 1713 de toda a banana produzida no Estado e o segundo por
1213 Juntos eles satildeo responsaacuteveis por mais de 29 do total de bananas do Amazonas e
cada um contribui na mesma ordem com 1668 e 1234 do valor da produccedilatildeo desta
cultura no Amazonas o que representa 29 de todo o valor arrecadado pelo Estado com a
produccedilatildeo de bananas
Os municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva satildeo responsaacuteveis por
838 e 372 da aacuterea total cultivada com esta cultura no Estado o que representa 1210
do total de aacuterea cultivada com a fruta no Amazonas Contudo a aacuterea colhida nos dois
municiacutepios soma 178 do total do Estado com cada municiacutepio respondendo a 1287 e
500 na mesma ordem A quantidade produzida foi de 1318 e 512 do total de
71
toneladas produzidas no Estado o que representa 1481 e 438 de todo o valor arrecadado
com a venda de bananas no Estado Juntos eles respondem por 199 do total arrecadado na
comercializaccedilatildeo da fruta no Amazonas (Tabela 2)
Tabela 2 Participaccedilatildeo dos Cinco Municiacutepios com Maior Produccedilatildeo de Bananas no
Estado do Amazonas Safra 2012
Ndeg Municiacutepio
Aacuterea
Plantada
(ha)
da Aacuterea
colhida
(ha)
da Quantidade
produzida
(t)
do Valor da
produccedilatildeo
(mil reais)
01 Manicoreacute 1634 2007 1713 1668
02 Presidente
Figueiredo 838 1287 1318 1481
03 Manacapuru 1620 1186 1213 1234
04 Rio Preto da
Eva 372 500 512 438
05 Novo Aripuanatilde 602 368 502 698
Total 5066 5348 5258 5519
Estado do Amazonas (9545) (5440) (63745) (59569) () Total em relaccedilatildeo ao Estado do Amazonas
Fonte IBGE (2013) Adaptada pela autora
O municiacutepio de Novo Aripuanatilde possui 602 da aacuterea plantada no Estado com 368
Isto corresponde a 502 de toda a produccedilatildeo de bananas do Amazonas representando 698
do valor total arrecadado com a venda das frutas
Os dados da tabela 2 mostram que os cinco municiacutepios do Estado do Amazonas com
maior produccedilatildeo de bananas concentram 5066 da aacuterea cultivada com bananas no Estado e
5348 da aacuterea colhida onde satildeo produzidas 5258 de toda a produccedilatildeo Estadual
respondendo por 5518 de tudo que eacute arrecadado no Estado com a venda da fruta
A bananicultura no Amazonas contribuiu com mais de R$ 59 milhotildees para o PIB do
Estado em 2012 e os dez municiacutepios com maior produccedilatildeo no Estado satildeo responsaacuteveis pela
injeccedilatildeo de mais de 73 deste total movimentando mais de R$ 43 milhotildees na economia do
Estado no mesmo ano
Nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva estatildeo alocadas as
propriedades rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio
possui respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da
populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram
respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (Tabela 2)
72
4232 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas
A tabela 3 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos
cultivos de bananeiras considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e
consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o
acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas e doenccedilas e a realizaccedilatildeo
de adubaccedilotildees
A pesquisa mostrou que ao serem inquiridos quanto agrave formaccedilatildeo dos cultivos todos
os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a formaccedilatildeo dos cultivos
e a densidade de plantas por hectare (Tabela 3) Poreacutem o que se constatou em todas as
propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o espaccedilamento de 3 x 3 m As
orientaccedilotildees de Arruda et al (2004) indicam que para este espaccedilamento cada estande de 1 ha
comporta 1111 plantas
Tabela 3 Conhecimento do Produtor quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de
Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Conhecimento do produtor
Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo
Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel
solo
Cova Cobertura
01 x x x x -- -- x
02 x x x x x x x
03 x x x x -- -- x
04 x x x x -- -- x
05 x x x x x x x
06 x x x x -- -- x
07 x x x x x x x
08 x x x x -- -- x
09 x x -- -- -- x x
10 x x x x -- -- x
11 x x x x x x x
12 x x x x -- x x
13 x x x x -- -- x
14 x x x x -- -- x
15 x x x x -- x x Dos 3 ha cultivados com bananas na propriedade foi feita a anaacutelise do solo e adubaccedilatildeo de cova somente em 1
ha que era monitorado pela Embrapa x conhece -- desconhece
Fonte autora
Nas propriedades analisadas as quantidades de covas dispostas por hectare para este
tipo de espaccedilamento variou de 750 ateacute 2333 covas conferindo impropriedade na formaccedilatildeo
73
dos cultivos que se encontram com densidades abaixo ou acima das quantidades ideais para
cultivos no Amazonas que eacute de 1667 plha distribuiacutedas em espaccedilamentos de 4 x 2 x 2 m
(ARRUDA et al 2004) Em quase todas as propriedades envolvidas na pesquisa exceto a 09
os produtores afirmaram ter conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o
controle de pragas e doenccedilas nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a
ocorrecircncia de pragas e doenccedila Uma das razotildees para essa ausecircncia de doenccedilas eacute que as
cultivares plantadas nestas propriedades satildeo a Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 resistentes agrave
sigatoka negra e sigatoka amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do
Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis ao Moko Estas satildeo as principais doenccedilas que atingem os
bananais em niacutevel mundial (GASPAROTTO et al2002)
Quanto agrave realizaccedilatildeo do controle de pragas e doenccedilas todas as propriedades
envolvidas na pesquisa responderam positivamente quando foram inqueridas sobre a
realizaccedilatildeo desta praacutetica contudo este trabalho constatou a natildeo existecircncia de pragas e doenccedilas
nos bananais deste municiacutepio Talvez este fato seja justificado pelas cultivares plantadas nesta
regiatildeo predominantemente as Caipira Thap Maeo e FHIA 18 resistentes agraves doenccedilas mais
comuns que atingem os bananais (GASPAROTTO et al2002)
A pesquisa revelou que os produtores das propriedades 1 3 4 6 8 9 10 12 13 14
e 15 afirmaram nunca terem feito anaacutelise de solo para procederem a adubaccedilatildeo e calagem
sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Apenas as propriedades 5 7 e 11 fizeram a
anaacutelise quiacutemica do solo antes da formaccedilatildeo dos cultivos para a determinaccedilatildeo da calagem e
adubaccedilatildeo (Tabela 3)
Os produtores 1 3 4 6 8 10 13 e 14 natildeo fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada
somente nas propriedades 2 5 7 9 11 12 e 15 Em todos os cultivos foram realizadas as
adubaccedilotildees de cobertura poreacutem as dosagens de aplicaccedilatildeo de calagem e dos macros e micros
nutrientes assim como a frequecircncia de realizaccedilatildeo dos processos de adubaccedilatildeo satildeo diferentes e
na maioria dos casos essas quantidades satildeo determinadas empiricamente
4233 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a
Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio
de Presidente Figueiredo Amazonas
O estudo realizado nas quinze propriedades neste municiacutepio tambeacutem buscou
diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e
outros tipos de assistecircncias que por ventura os produtores rurais de banana possam receber
bem como a forma de organizaccedilatildeo do produtor rural se em associaccedilotildees ou cooperativas com
74
vistas a favorecer a disseminaccedilatildeo do conhecimento e o fortalecimento nas negociaccedilotildees
comerciais e de aquisiccedilatildeo de insumos (Tabela 4)
Tabela 4 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio de Presidente Figueiredo no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores
Safra 2012
Prop
Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor
Financeira(1)
Teacutecnica(2)
Inc Fisc(3)
Outros(4)
Associaccedilatildeo Cooperativa
1 -- -- -- -- -- --
2 -- -- -- x x --
3 -- x -- x -- x
4 -- -- -- x -- x
5 -- -- -- x -- x
6 -- -- -- x -- x
7 x x -- x x --
8 -- x -- x x --
9 -- -- -- x x --
10 -- -- -- x -- x
11 -- -- -- x x --
12 -- -- -- x x --
13 x x -- x -- x
14 -- x -- x -- x
15 -- -- -- x -- x
() (133) (333) (00) (933) (400) (533) (1)
Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)
Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)
Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)
Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc x Sim -- Natildeo
Fonte autora
Os dados da tabela 4 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades
financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou apenas dois dos
quinze produtores consultados propriedades 7 e 13 Os demais produtores natildeo realizaram
nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal
ou estadual para o incremento da produccedilatildeo
A ajuda teacutecnica alcanccedilou as propriedades 3 7 8 13 e 14 Destas quatro receberam
ajuda teacutecnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do
Estado do Amazonas ndash IDAM A exceccedilatildeo estaacute na propriedade 7 cuja ajuda veio da Empresa
Brasileira de Pesquisas Agropecuaacuterias ndash Embrapa Amazocircnia Ocidental
Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter
recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na alavancagem do
negoacutecio agriacutecola da banana
75
O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo dos governos nos processos da
sustentabilidade agriacutecola de produccedilatildeo da banana e para o municiacutepio de Presidente Figueiredo
constatou significativa expressatildeo nas trecircs esferas administrativas Uniatildeo Estado e Municiacutepio
no esforccedilo para garantir a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 4)
Somente o produtor da propriedade 1 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com
programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais produtores
estavam envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural
do Estado do Amazonas geridos pela Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel ndash ADS como
forma de implementar o Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar PREME ndash
SEDUCSEMED para abastecimento da Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo e Qualidade do
Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC e a Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo - SEMED e
Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos o Programa de Aquisiccedilatildeo de Alimentos -
PAACONAB uma parceria do governo do Estado do Amazonas com o governo Federal
atraveacutes da Companhia Nacional de Abastecimento ndash CONAB
Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do
produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas
agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente de
disseminaccedilatildeo de tecnologias e aumento do poder de negociaccedilatildeo nas relaccedilotildees comerciais que
asseguram maior seguranccedila qualidade na produccedilatildeo e maior poder de negociaccedilatildeo e lucros nas
transaccedilotildees comerciais
Neste sentido os dados para o municiacutepio mostram que dos quinze produtores
analisados seis possuem representaccedilatildeo juriacutedica integrada agrave associaccedilatildeo comunitaacuteria onde estatildeo
alocados (propriedades 2 7 8 9 11 e 12) e oito satildeo ligados a alguma cooperativa agriacutecola
(propriedades 3 4 5 6 10 13 14 e 15) Apenas o produtor da propriedade 1 declarou natildeo
fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa (Tabela 4)
Ainda com base nos dados apresentados na tabela 4 se evidencia que as agecircncias de
fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram apenas 133 dos produtores inquiridos no
municiacutepio de Presidente Figueiredo enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e
se estendeu a 333 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como
PREMESEDUCSEMED PPACONAB e a implementaccedilatildeo de feiras do produtor rural
apresentaram significativa expressatildeo para o produtor contemplando 933 dos entrevistados
Destes 40 mantinham relaccedilotildees com a associaccedilatildeo da comunidade a que se integram e 533
satildeo integrados agrave uma cooperativa agriacutecola
76
4234 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da
Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento
O estudo analisou a cadeia de processamento das bananas observando a agregaccedilatildeo
de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de acondicionamento para o transporte e
a realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis
O resultado estaacute disposto na tabela 5
Tabela 5 Cadeia de processamento das Bananas Cultivadas no Municiacutepio de
Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Higienizaccedilatildeo
das bananas
Embalagem p
transporte
Realiza
beneficiamento
Tipo de beneficiamento
Sim Cacho Caixa Sim Natildeo Doces Geleia Calda Chips
1 x x x x -- -- -- -- --
2 x x x x -- -- -- -- --
3 x x x x -- -- -- -- --
4 x x x x -- -- -- -- --
5 x x x x -- x x x --
6 x -- x x -- -- -- -- --
7 x x x x -- -- -- -- --
8 -- x -- x -- -- -- -- --
9 -- x -- x -- -- -- -- --
10 x x x x -- x x x --
11 x x x x -- -- -- -- --
12 x x x x -- -- -- -- --
13 x x x x -- -- -- -- --
14 x x x x -- -- -- -- --
15 x x x x -- -- -- -- --
() (867) (933) (867) (100) (--) (133) (133) (133) (00) x realiza -- natildeo realiza
Fonte autora
O processo de colheita das bananas exige a observaccedilatildeo de cuidados como a
disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte do bananal ao local de despencamento a higienizaccedilatildeo
dos frutos para descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a
forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as escoriaccedilotildees A observaccedilatildeo
destes cuidados agrega valor e favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos
De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo dos frutos deve ocorrer apoacutes
o despencamento pela imersatildeo destas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para
cada 100 litros de aacutegua) A lavagem vai remover os micro-organismos e precipitar a sika
A realizaccedilatildeo de beneficiamento nas bananas pode evitar a perda na produccedilatildeo e
melhorar a renda dos produtores Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do
77
mercado para consumo in natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados
e os demais podem ser beneficiados para produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips
Dos 15 produtores consultados 13 afirmaram realizar a higienizaccedilatildeo das bananas
Apenas os produtores 8 e 9 natildeo realizavam este processo porque comercializavam a produccedilatildeo
direto nas feiras por unidades de cachos inteiros portanto natildeo despencavam e nem lavavam
os frutos (Tabela 5)
O acondicionamento dos frutos para transporte era feito de duas formas nos casos
em que os produtores comercializavam as bananas em cachos estes natildeo passavam pelo
processo de lavagem sendo transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em
que satildeo comercializadas por quilos ou unidades de pencas os cachos satildeo despencados ainda
na propriedade rural e as pencas satildeo lavadas e acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de
plaacutestico (de 15 a 20 kg) onde satildeo transportadas ateacute o local de repasse para o consumidor final
ou intermediaacuterio
Entre os produtores analisados somente o produtor da propriedade 6 natildeo
comercializava as bananas em cachos Nestes casos as bananas eram despencadas e
acondicionadas em caixas de papelatildeo com aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de
plaacutestico com 20 Kg As propriedades 8 e 9 comercializavam os cachos inteiros As demais
propriedades utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com
o PREME todos os fornecimentos satildeo feitos em caixa de papelatildeo ou plaacutestico Para outros
fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens podem ser transportados em cachos
Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores
afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem o uacutenico beneficiamento
realizado era a lavagem e acondicionamento dos frutos em embalagens especiacuteficas para o
transporte
No universo da pesquisa para este municiacutepio somente os produtores das
propriedades 5 e 10 realizam o beneficiamento dos produtos em agroinduacutestria com produccedilatildeo
de doces geleias e calda de bananas Trata-se de mesma empresa constituiacuteda por dois
produtores do municiacutepio de Presidente Figueiredo Nenhum dos entrevistados beneficia o
produto para transformaccedilatildeo em banana chips (Tabela 5) Este nicho de mercado jaacute eacute realidade
e registra boa aceitaccedilatildeo nos mercados do Norte do Brasil
A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que a higienizaccedilatildeo da banana eacute
realizada em mais de 86 das propriedades analisadas com acondicionamento para
transporte em caixas em 933 dos casos enquanto que 100 dos produtores realizam
78
algum tipo de beneficiamento nas bananas Poreacutem somente em pouco mais de 13 este
produto eacute transformado em outros subprodutos comercializaacuteveis (Tabela 5)
4235 Conhecimento do Produtor para a Formaccedilatildeo dos Cultivos de Bananeiras no
Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Amazonas
A tabela 6 apresenta o conhecimento dos produtores rurais para a formaccedilatildeo dos
cultivos estudados considerando a observaccedilatildeo dos espaccedilamentos praticados por hectare e
consequentemente a disposiccedilatildeo das covas indicando a densidade de plantasha o
acompanhamento dos plantios e a realizaccedilatildeo dos controles de pragas doenccedilas e de adubaccedilotildees
Tabela 6 Conhecimento do Produtor Quanto agrave Formaccedilatildeo dos Cultivos Controle de
Pragas e Doenccedilas e Adubaccedilatildeo em Propriedades Rurais que Cultivam Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Conhecimento do produtor
Formaccedilatildeo do cultivo Controle Fitossan Adubaccedilatildeo
Espaccedilamento Densidade Pragas Doenccedilas Anaacutel solo Cova Cobertura
01 x x x x -- -- x
02 x x x x -- x x
03 x x x x -- x x
04 x x x x -- -- x
05 x x x x -- -- x
06 x x x x -- -- x
07 x x x x -- -- x
08 x x x x -- -- x
09 x x x x -- -- x
10 x x x x -- x x
11 x x x x x x x
12 x x x x -- x x
13 x x x x -- -- x
14 x x x x -- x x
15 x x x x x x x
16 x x x x x x x
17 x x x x -- x x
18 x x x x -- x x
19 x x x x -- -- x
20 x x x x x x x
21 x x x x x x x
22 x x x x x x x
23 x x x x -- x x
24 x x x x x x x
25 x x x x -- x x
26 x x x x -- x x
27 x x x x -- -- x 28 x x x x x x x 29 x x x x x x x 30 x x x x -- x x
x Conhece -- Desconhece Fonte autora
79
Todos os produtores rurais afirmaram conhecer os espaccedilamentos ideais para a
formaccedilatildeo dos cultivos e a densidade de plantas por hectare (Tabela 7) Poreacutem o que se
constatou em todas as propriedades analisadas foi a afirmaccedilatildeo de que foi utilizado o
espaccedilamento de 3 x 3 m contudo a quantidade de covas dispostas por hectare para este de
espaccedilamento resultaria numa quantidade de 1111 covasha o que natildeo foi observado na
realidade tendo em vista a variaccedilatildeo de 800 ateacute 1200 covasha (Tabela 1)
Em todas as propriedades envolvidas na pesquisa os produtores afirmaram ter
conhecimento dos procedimentos que devem ser adotados para o controle de pragas e doenccedilas
nos plantios Em nenhum dos cultivos estudados foi registrada a ocorrecircncia de pragas eou de
doenccedilas o que possivelmente se justifica pelo fato de estes cultivos serem constituiacutedos pelas
cultivares Thap Maeo Caipira e a FHIA 18 que satildeo resistentes agrave sigatoka negra e sigatoka
amarela As duas primeiras tambeacutem satildeo resistentes ao Mal do Panamaacute As trecircs satildeo suscetiacuteveis
ao Moko
Dos 30 produtores entrevistados somente nove realizaram anaacutelise do solo antes da
formaccedilatildeo dos cultivos (propriedades 11 15 16 20 21 22 24 28 e 29) para a determinaccedilatildeo
adequada da calagem e adubaccedilatildeo antes de iniciar o plantio Os demais afirmaram natildeo ter feito
a avaliaccedilatildeo do solo para nortear a aplicaccedilatildeo de calagem e adubaccedilatildeo de cova e de cobertura
sendo estas sempre feitas de forma empiacuterica Os produtores 1 4 5 6 7 8 9 13 19 e 27 natildeo
fizeram adubaccedilatildeo de cova realizada nas demais propriedades Todos os proprietaacuterios
responderam realizar a adubaccedilatildeo de cobertura poreacutem as quantidades de aplicaccedilatildeo de calagem
e adubaccedilatildeo foram aplicadas de forma empiacuterica nos casos em que natildeo se realizou a anaacutelise do
solo (Tabela 6)
4236 Assistecircncia do Estado no Desenvolvimento da Cultura das Bananas e a
Organizaccedilatildeo dos Produtores em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas no Municiacutepio
de Presidente Figueiredo no Amazonas
O estudo realizado nas trinta propriedades rurais produtoras de bananas no municiacutepio
do Rio Preto da Eva tambeacutem buscou diagnosticar a assistecircncia do Estado nos aspectos
financeiros teacutecnicos de incentivos fiscais e outros tipos de assistecircncia que por ventura
tenham recebido Os resultados da investigaccedilatildeo estatildeo expostos na tabela 7
Os dados da tabela 7 indicam que a assistecircncia do governo agraves necessidades
financeiras para o desenvolvimento e a manutenccedilatildeo dos cultivos alcanccedilou doze dos trinta
produtores consultados Os demais natildeo realizaram nenhum tipo de negoacutecio com agecircncias de
80
fomento ou empresas financeiras no acircmbito federal estadual ou municipal para o incremento
da produccedilatildeo
Tabela 7 Participaccedilatildeo do Governo no Desenvolvimento da Cultura das Bananas no
Municiacutepio do Rio Preto da Eva no Amazonas e a Organizaccedilatildeo dos Produtores Rurais
em Associaccedilotildees eou Cooperativas Agriacutecolas
Prop
Assistecircncia do Governo Organizaccedilatildeo do produtor
Financeira(1)
Teacutecnica(2)
Inc Fisc(3)
Outros(4)
Associaccedilatildeo Cooperativa
1 -- x -- x -- x
2 -- -- -- -- -- --
3 -- x -- x x --
4 -- -- -- x -- x
5 -- -- -- x -- x
6 -- -- -- x -- x
7 -- -- -- x x --
8 -- -- -- x -- x
9 x x -- x -- x
10 x x -- x x x
11 -- x -- x x --
12 x x -- x x --
13 x x -- x x --
14 x x -- x x --
15 -- x -- x x --
16 x x -- x x --
17 x x -- x x --
18 x x -- x x --
19 x x -- x x --
20 -- x -- x x --
21 -- x -- x -- x
22 -- x -- x x x
23 -- x -- x x x
24 -- -- -- x x x
25 -- -- -- x x --
26 x x -- x x --
27 -- -- -- x x --
28 x x -- x x --
29 -- x -- x x x
30 x x -- x x x (1)
Empreacutestimos e outros tipos de assistecircncia fornecida pelos oacutergatildeos de fomento (2)
Assistecircncia teacutecnica por oacutergatildeos do governo como IDAM EMBRAPA INPA Universidades etc (3)
Isenccedilatildeo de impostos taxas etc (4)
Programas de incentivos agrave produccedilatildeo rural como PREME SDS e CONAB etc
x Sim -- Natildeo
Fonte autora
A ajuda teacutecnica alcanccedilou 22 das 30 propriedades Toda a assistecircncia recebida veio
por intermeacutedio de agentes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal
Sustentaacutevel do Estado do Amazonas ndash IDAM
81
Do universo de produtores investigados neste municiacutepio nenhum declarou ter
recebido incentivos fiscais por parte do Estado ou da Uniatildeo para auxiliar na implementaccedilatildeo
do negoacutecio agriacutecola da banana
O estudo buscou diagnosticar a participaccedilatildeo do governo nos processos agriacutecolas
quanto a sustentabilidade da produccedilatildeo da banana No Municiacutepio de Rio Preto da Eva foi
constatada significativa expressatildeo das trecircs esferas governamentais no esforccedilo para garantir a
comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo (Tabela 7)
Somente o produtor da propriedade 2 afirmou natildeo ter qualquer relaccedilatildeo com
programas do governo para fortalecimento da cadeia de produccedilatildeo Os demais estavam
envolvidos com ao menos um dos programas de incentivos agrave sustentabilidade rural Este
assunto seraacute melhor explorado quando analisarmos os dados de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
agriacutecola objeto de estudos futuros
Para melhor coesatildeo do diagnoacutestico aqui proposto foi observada a participaccedilatildeo do
produtor rural como membro ativo nas associaccedilotildees comunitaacuterias rurais eou cooperativas
agriacutecolas como forma de organizaccedilatildeo e fortalecimento das accedilotildees principalmente comerciais e
de processamentos dos produtos para entendermos o niacutevel de fortalecimento dos produtores
nas transaccedilotildees comerciais e na troca de informaccedilotildees e tecnologias
Neste sentido os dados para o Municiacutepio mostram que dos trinta produtores
analisados 16 satildeo membros da associaccedilatildeo da comunidade a qual pertencem e sete satildeo ligados
a alguma cooperativa agriacutecola Os produtores das propriedades 10 22 23 24 29 e 30
participam tanto da associaccedilatildeo comunitaacuteria quanto da cooperativa Apenas o produtor 2
declarou natildeo fazer parte de nenhuma associaccedilatildeo ou cooperativa
Ainda com base nos dados apresentados na tabela 7 se evidencia que as agecircncias de
fomento e as empresas financeiras alcanccedilaram 40 dos produtores estudados no Municiacutepio
do Rio Preto da Eva enquanto que a assistecircncia teacutecnica foi mais expressiva e se estendeu a
70 das propriedades Programas de incentivos agrave sustentabilidade rural como PREMESDS
PAACONAB favoreceram significativamente o produtor na comercializaccedilatildeo dos produtos
contemplando 967 dos entrevistados
4237 Anaacutelise da Cadeia de Processamento das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da
Eva Higienizaccedilatildeo das Bananas Embalagem para Transporte e Beneficiamento
A pesquisa analisou a cadeia de processamento das bananas no Municiacutepio de Rio
Preto da Eva observando a agregaccedilatildeo de valor ao produto a forma de higienizaccedilatildeo o tipo de
82
acondicionamento para o transporte e se era realizado algum tipo de beneficiamento nas
bananas convertendo-as em subprodutos comercializaacuteveis Os resultados estatildeo expostos na
tabela 8
Tabela 8 Cadeia de Processamento das Bananas Higienizaccedilatildeo dos Frutos
Acondicionamento para Transporte e Beneficiamento Realizado nas Bananas
Cultivadas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas Safra 2012
Prop
Higienizaccedilatildeo das
bananas
Embalagem p
transporte
Realiza
beneficiamento
Tipo de beneficiamento
Cacho Caixa Doces Geleia Calda Chips
1 x -- x x -- -- -- --
2 x -- x x -- -- -- --
3 x -- x x -- -- -- --
4 x -- x x -- -- -- --
5 x -- x x -- -- -- --
6 x -- x x -- -- -- --
7 x -- x x -- -- -- --
8 x -- x x -- -- -- --
9 x -- x x -- -- -- --
10 x -- x x -- -- -- --
11 x -- x x -- -- -- --
12 x -- x x -- -- -- --
13 x -- x x -- -- -- --
14 x -- x x -- -- -- --
15 x x x x -- -- -- --
16 x x x x -- -- -- --
17 x -- x x -- -- -- --
18 x -- x x -- -- -- --
19 x -- x x -- -- -- --
20 x -- x x -- -- -- --
21 x -- x x -- -- -- --
22 x -- x x -- -- -- --
23 x -- x x -- -- -- --
24 x -- x x -- -- -- --
25 x -- x x -- -- -- --
26 x -- x x -- -- -- --
27 x -- x x -- -- -- --
28 x -- x x -- -- -- --
29 x -- x x -- -- -- --
30 x -- x x -- -- -- --
() (1000) (933) (1000) (1000) (00) (00) (00) (00) x Sim -- Natildeo
Fonte autora
No Municiacutepio de Rio Preto da Eva tambeacutem foram estudados os processos de colheita
das bananas para identificar a disposiccedilatildeo dos cachos para o transporte ao local de
despencamento a higienizaccedilatildeo dos frutos para descontaminaccedilatildeo por microrganismos e
precipitaccedilatildeo da sika (leite) e a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as
83
escoriaccedilotildees nos frutos que prejudicam as vendas A observaccedilatildeo destes cuidados agrega valor e
favorece a comercializaccedilatildeo dos produtos
De acordo com Gasparotto et al (2006) a higienizaccedilatildeo deve ocorrer apoacutes a
separaccedilatildeo dos frutos do engaccedilo processo conhecido como despencamento e pode ser
processado pela imersatildeo das pencas em uma soluccedilatildeo de sulfato de alumiacutenio (50 gramas para
cada 100 litros de aacutegua) A lavagem visa melhorar a higienizaccedilatildeo pela remoccedilatildeo de
microrganismos e remover e precipitar a sika
Os frutos selecionados dentro do padratildeo de demanda do mercado para consumo in
natura satildeo destinados agrave comercializaccedilatildeo em feiras e supermercados e os demais podem ser
beneficiados para a produccedilatildeo de doces geleias calda ou banana chips
Nas trinta propriedades consultadas neste municiacutepio todos os produtores afirmaram
realizar a higienizaccedilatildeo das bananas Neste processo ocorre a separaccedilatildeo das pencas do engaccedilo
(peduacutenculo que sustenta o cacho de frutas) e estas satildeo imersas em soluccedilatildeo agrave base de sulfato de
alumiacutenio e colocadas para secar aguardando os procedimentos de embalagem
O acondicionamento dos frutos para transporte eacute feito de duas formas nos casos em
que os produtores comercializam as bananas em cachos estes natildeo satildeo lavados sendo
transportados e vendidos por unidade de cachos Nos casos em que satildeo comercializadas por
quilos ou unidades de pencas estas ainda na propriedade rural satildeo despencadas lavadas e
acondicionadas em caixas de papelatildeo ou de plaacutestico sendo transportadas ateacute o local de
repasse para o mercado consumidor
Entre os produtores analisados somente as propriedades 15 e 16 comercializavam as
bananas em cachos geralmente para serem comercializados em feiras para intermediaacuterios
Todos os demais produtores armazenavam as bananas em caixas de papelatildeo com
aproximadamente 15 quilos cada ou em caixas de plaacutestico com 20 Kg As propriedades 15 e
16 utilizavam as duas formas de acondicionamento visto que nas negociaccedilotildees com o
Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME todos os fornecimentos satildeo feitos
em caixa de papelatildeo Para outros fornecimentos como feiras mercados e armazeacutens os frutos
podem ser transportados em cachos
Quando inquiridos sobre a realizaccedilatildeo de beneficiamento todos os produtores
afirmaram realizar algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem a uacutenica transformaccedilatildeo
realizada eacute a lavagem dos frutos e acondicionamento destes em embalagens especiacuteficas para o
transporte (Tabela 8)
84
No universo da pesquisa realizada neste municiacutepio natildeo foi identificada nenhuma
agroinduacutestria transformando as bananas em subprodutos como doces geleias calda ou
bananas chips apesar da boa aceitaccedilatildeo comercial para estes dois uacuteltimos nichos nos mercados
do Norte do Brasil Todas as bananas satildeo comercializadas in natura
A avaliaccedilatildeo geral para estas variaacuteveis mostrou que no municiacutepio de Rio Preto da
Eva referenciado pelo IDAM como um dos maiores produtores de bananas no Estado do
Amazonas a higienizaccedilatildeo das bananas eacute realizada em 100 das propriedades com
acondicionamento para transporte em caixas em 933 dos casos Em 100 das propriedades
estudadas os produtores realizam algum tipo de beneficiamento nas bananas poreacutem em todas
elas as bananas foram comercializadas in natura natildeo tendo sido registrada nenhuma
agroinduacutestria para processamentos dos frutos e transformaccedilatildeo em subprodutos
comercializaacuteveis deixando de se agregar valor agrave produccedilatildeo (Tabela 8)
85
424 CONCLUSOtildeES
Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo afirmaram que tinham
conhecimento quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do
Amazonas somente um deles desconhecia os tratos culturais contra pragas e doenccedilas
Todos os 15 produtores de Presidente Figueiredo sabiam sobre a necessidade da
adubaccedilatildeo de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana mas apenas sete deles sabiam da
necessidade da adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas quatro deles da necessidade de se fazer
uma anaacutelise quiacutemica do solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente
A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental estatildeo quase ausentes nas
propriedades rurais analisadas em Presidente Figueiredo embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais
Os produtores de banana de Presidente Figueiredo mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles essas uacuteltimas
Os produtores de Presidente Figueiredo realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas
quando as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Apenas dois dos
15 produtores beneficiam a banana convertendo-a em subprodutos com valor agregado como
doces geleia e calda
Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva afirmaram que tinham conhecimento
quanto ao espaccedilamento e densidade de plantio de bananeiras no Estado do Amazonas e
quanto aos tratos culturais contra pragas e doenccedilas
Todos os 30 produtores de Rio Preto da Eva sabiam sobre a necessidade de adubaccedilatildeo
de cobertura necessaacuteria para a cultura da banana a maioria deles sabia da necessidade da
adubaccedilatildeo inicial da cova e apenas nove deles necessidade de se fazer uma anaacutelise quiacutemica do
solo para uma adubaccedilatildeo mais eficiente
A assistecircncia financeira e teacutecnica governamental ocorrem em cerca de metade das
propriedades rurais analisadas em Rio Preto da Eva embora a quase totalidade tenha
participado de programas e incentivos agrave produccedilatildeo rural por organizaccedilotildees governamentais e
natildeo governamentais
Os produtores de banana de Rio Preto da Eva mostraram-se bem organizados nas
formas de associaccedilotildees e cooperativas predominando entre eles as associaccedilotildees
Os produtores de Rio Preto da Eva realizam a higienizaccedilatildeo das bananas apenas quando
as vendem na forma de pencas lavando-as e colocando-as em caixas Toda a produccedilatildeo eacute
86
vendida na forma da fruta in natura natildeo a processando em subprodutos com valor agregado
como doces geleia e calda
87
43 COMERCIALIZACcedilAtildeO E RENDIMENTO ECONOcircMICO DE CULTIVOS DE
BANANEIRAS NOS MUNICIacutePIOS DE PRESIDENTE FIGUEIREDO E RIO PRETO
DA EVA ESTADO DO AMAZONAS
Resumo
Embora a regiatildeo Norte apresente excelentes condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de
bananas de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa
eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita A bananicultura demanda a aplicaccedilatildeo de
tecnologias de produccedilatildeo que orientem para o adequado manejo do solo controle de pragas e
doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a proporcionar
ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da populaccedilatildeo e
contribua para o desenvolvimento da economia agriacutecola do Estado Nessa perspectiva se
insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas O estudo buscou conhecer as formas
de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola a categoria de compradores os locais de entrega dos
produtos os preccedilos de venda praticados na comercializaccedilatildeo a receita obtida pela venda dos
produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de renda da cultura da banana no acircmbito da
propriedade rural e do Municiacutepio Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel estimar quanto
os produtores deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas
para a cultura Em ambos os municiacutepios a comercializaccedilatildeo das bananas eacute feita atraveacutes de
cooperativas associaccedilotildees feiras ou intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo
processadas no atacado e no varejo em cachos ou em pencas com preccedilo meacutedio do cacho em
R$ 1400 e a penca variando de R$ 240 a R$ 260 Todos os produtores de banana dos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva analisados comercializam sua
produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo pelo varejo Predomina entre eles a
venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas produccedilotildees para a Cooperativa ou
Associaccedilatildeo a que pertencem Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com
alguns tambeacutem vendendo em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria
tambeacutem vende na forma de pencas Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que
os praticados pela Cooperativa ou Associaccedilatildeo As receitas obtidas pelos produtores dos dois
municiacutepios em Reais por hectare foram de R$1682800-R$1502200 nas vendas dos cachos
e R$2884800-R$2789800 nas vendas das pencas respectivamente em Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus
cultivos esses valores subiriam respectivamente para R$2333800 nas vendas dos cachos e
R$4000800-R$4334200 nas vendas das pencas
Palavras Chave Amazonas potencial econocircmico da banana tipos de comercializaccedilatildeo da
banana
88
Abstract
Although the Amazonia presents excellent climate and soil conditions to produce high quality
standard bananas we still need to overcome in large part the low production efficiency and
postharvest handling The banana cultivation demand the application of production
technologies to guide to the proper soil management pest and diseases and processing of
products to add value to provide real gains for the producer and improvements in quality of
life and peoples consumption and contribute to the development of the states agricultural
economy From this perspective fits the study strategy of banana cultivation in the
municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva state of Amazonas The study
sought to know the forms of marketing of agricultural yield the buyers category the local
delivery of products sales prices practiced in the market revenues from the sale of products
and estimate the potential for income generation of banana at the rural property and the city
Based on this information it was possible to estimate how much the producers failed to win
by not comply with the technical recommendations given to the culture In both counties the
marketing is done through cooperatives associations fairs or intermediaries Sales modes are
processed in wholesale and retail in clusters or bunches with an average price of R $ 1400
for clusters and the bunch ranging from R $ 240 to R $ 260 All banana producers analysed
in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva sell their wholesale
production with some also selling at retail Predominates among them selling to
intermediaries but also they negotiates their productions to the Cooperative or Association to
which they belong All them sell their production at their properties with some also selling at
fairs All sell in the form of bunches but most also sell in the form of bunches The prices
paid by intermediaries are higher than those practiced by the Cooperative or Association The
revenues earned by producers of the two municipalities in reais per hectare were R $
1682800 R $ 1502200 in sales of clusters and R$ 2884800 R$ 2789800 in sales of
bunches respectively in Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva If they had adopted
biotechnological technologies in their banana cultivation these values would rise respectively
to R $ 2333800 for clusters sales and R $ 4000800 R $ 4334200 for bunches sales
Key Words Amazonas economic potential of banana banana market types
89
431 INTRODUCcedilAtildeO
O Brasil ocupa a terceira posiccedilatildeo na produccedilatildeo mundial de frutas colhendo em torno
de 40 milhotildees de toneladas ano e destinando mais de 25 milhotildees de hectares para o seu
cultivo contribuindo com mais de R$10 bilhotildeesano para a economia do paiacutes (MAPA 2012)
contudo a produccedilatildeo brasileira de frutas de clima tropical especialmente na regiatildeo Norte
demanda a aplicaccedilatildeo de tecnologias de produccedilatildeo colheita e comercializaccedilatildeo que viabilizem
resultados significativos na produccedilatildeo orientando para o adequado manejo do solo controle de
pragas e doenccedilas e processamento dos produtos para agregaccedilatildeo de valor de modo a
proporcionar ganhos reais para o produtor e melhorias na qualidade de vida e de consumo da
populaccedilatildeo contribuindo para o desenvolvimento da economia agriacutecola
A agricultura na regiatildeo Norte destacadamente na periferia do Estado do Amazonas
quase sempre eacute praticada sem as tecnologias apropriadas com procedimentos produtivos e
gerenciais rudimentares sem o preparo adequado do solo cuidados necessaacuterios na escolha
das sementes ou mudas observaccedilatildeo da densidade de plantas por hectare adubaccedilotildees rodiacutezio
de culturas para melhorar a fertilidade dos solos uso inadequado dos insumos agriacutecolas e
desperdiacutecio dos resiacuteduos gerados na propriedade procedimentos de preacute e poacutes colheita
ineficientes resultando em produtividade baixa e produtos com pouca qualidade e
inexpressiva competitividade
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE (2013) em
2012 a regiatildeo Norte do Brasil cultivou mais de 72 mil hectares com bananas onde se
produziu mais de 810 toneladas da fruta Contudo a produtividade alcanccedilada eacute baixa (da
ordem de 10 tha) se comparada com as demais regiotildees brasileiras e com outros paiacuteses
produtores de bananas Os Estados do Amazonas e Paraacute alcanccedilaram produtividade
ligeiramente maior que a meacutedia da regiatildeo Norte produzindo 12 e 14 tha respectivamente
Nos demais Estados da regiatildeo a produtividade foi ainda menor oscilando entre 7 e 11 tha em
2012
Diante desse cenaacuterio satildeo imprescindiacuteveis alternativas que se contraponham aos
efeitos negativos dessa dinacircmica frequente na praacutetica agriacutecola do Estado do Amazonas em
especial no cultivo da banana que se apresenta como fruta de grande importacircncia na cadeia
alimentar e na economia do Estado e dos municiacutepios O investimento na bananicultura pode
ser uma alternativa capaz de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento
econocircmico e social do Estado do Amazonas e de seus Municiacutepios uma vez que dispotildee de
terras recursos hiacutedricos e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo dessa cultura
90
Neste sentido a observaccedilatildeo feita por Homma (2001) Homma (2006) e Homma e
Frazatildeo (2002) reflete tambeacutem a situaccedilatildeo vivida pela fruticultura na Amazocircnia que embora
tenha passado por importantes transformaccedilotildees na uacuteltima deacutecada com a ascensatildeo das frutas
nativas ateacute entatildeo de consumo essencialmente regional ainda demanda alternativas capazes de
aglutinar a inserccedilatildeo de tecnologias nos processos de produccedilatildeo agriacutecola e nas formas
gerenciais de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de insumos e de produtos para o consumo Aleacutem
disso haacute a necessidade de tornar real na cadeia produtiva agriacutecola o processamento e a
transformaccedilatildeo da produccedilatildeo em subprodutos com valor agregado para o fortalecimento do
negoacutecio agriacutecola e a transformaccedilatildeo do agricultor rural em empreendedor rural
Sachs (2008) em suas contribuiccedilotildees de alternativas para a promoccedilatildeo do
desenvolvimento nos adverte que o caminho mais promissor eacute o do desenvolvimento
endoacutegeno e inclusivo que embora demande vaacuterias poliacuteticas complementares permite o
aproveitamento do potencial poliacutetico econocircmico e social local desenhando modelos mais
competitivos e sustentaacuteveis de desenvolvimento
No Brasil este modelo endoacutegeno de desenvolvimento baseado na mobilizaccedilatildeo de
recursos internos afirma Sachs (2009) apresenta o potencial de recursos naturais e condiccedilotildees
climaacuteticas especialmente na Amazocircnia por sua diversidade e complexidade sociocultural
como forte aliado na promoccedilatildeo do desenvolvimento econocircmico e social Para isto eacute mister a
priorizaccedilatildeo da modernizaccedilatildeo agriacutecola pela adoccedilatildeo de tecnologias capazes de aumentar a
produtividade e qualidade dos produtos a melhoria das condiccedilotildees de trabalho no campo e a
qualidade de vida dos agricultores e que tambeacutem seja capaz de elevar o compartilhamento de
accedilotildees entre os produtores como forma de dinamizar o uso dos recursos e das tecnologias
disponiacuteveis
Becker (2009) em suas reflexotildees sobre alternativas de desenvolvimento para a
Amazocircnia chama a atenccedilatildeo para a necessidade de transformar o agricultor familiar em
empreendedor rural ao que Sachs (2009) acrescenta na medida do possiacutevel que este deve
priorizar o caminho do empreendedorismo coletivo e natildeo individual ou seja compartilhando
os recursos e as tecnologias disponiacuteveis Neste sentido Mello (2009) adverte que o primeiro
dos nossos grandes desafios eacute mudar o nosso perfil de produccedilatildeo agriacutecola e de comeacutercio onde
o primeiro eacute baseado em processos rudimentares de produccedilatildeo e o segundo na transferecircncia de
produtos sem agregaccedilatildeo de valor
Embora a regiatildeo Norte apresente boas condiccedilotildees de clima e solo para a produccedilatildeo de
banana de alto padratildeo de qualidade ainda eacute preciso superar em grande parte a baixa
91
eficiecircncia na produccedilatildeo e no manejo poacutes-colheita Satildeo vaacuterios os problemas que afetam a
bananicultura dessa regiatildeo que de modo geral apresenta baixo niacutevel de tecnificaccedilatildeo
resultando em produtividade baixa e frutos com pouca qualidade
Neste sentido acredita-se que a elaboraccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo para o cultivo
da banana no Estado do Amazonas que possa aglutinar alternativas poliacuteticas econocircmicas e
sociais capazes de ampliar as oportunidades para o produtor comerciante e consumidor e
ainda de contribuir para alavancar o crescimento qualitativo e quantitativo dessa cultura se
apresenta como uma estrateacutegia viaacutevel para o desenvolvimento dos municiacutepios do Estado
Nessa perspectiva se insere a estrateacutegia de estudo dos cultivos de bananeiras nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Estado do Amazonas com o
objetivo de analisar as formas de organizaccedilatildeo social dos produtores a comercializaccedilatildeo dos
produtos e aquisiccedilatildeo de insumos o processamento da produccedilatildeo para agregaccedilatildeo de valor e os
tipos de produtos comercializados para entender qual o niacutevel de organizaccedilatildeo social dos
produtores para a interaccedilatildeo de tecnologias e favorecimento nas negociaccedilotildees comerciais
relacionadas aos cultivos de bananeiras nos municiacutepios em estudo
92
432 MATERIAL E MEacuteTODOS
4321 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa consistiu da
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios estruturados aos produtores rurais de bananas agraves agroinduacutestrias agraves
empresas e pessoas fiacutesicas intermediaacuterias na comercializaccedilatildeo (em feiras de Manaus e dos
municiacutepios em estudo) bem como entrevistas semiestruturadas como forma de obter o
diagnoacutestico da produccedilatildeo e da comercializaccedilatildeo de bananas nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
4322 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
Os questionaacuterios estruturados inquiriram dois segmentos da cadeia produtiva da
banana o acircmbito agriacutecola e o acircmbito econocircmico na esfera da comercializaccedilatildeo dos produtos
para conhecer a situaccedilatildeo real dos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Rio Preto da Eva e
Presidente Figueiredo no Amazonas conforme quadro 1
No contexto econocircmico foram estudadas as formas de organizaccedilatildeo social dos
produtores para a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo dos produtos (associaccedilotildees cooperativas
agroinduacutestria ou independentes) como forma de entender se haacute interaccedilatildeo de tecnologias de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo e qual o poder de negociaccedilatildeo no momento da venda dos produtos
Quadro 1 Variaacuteveis de Estudo para o Diagnoacutestico da Situaccedilatildeo Real dos Cultivos de
Bananeiras nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Acircmbito Econocircmico
Organizaccedilatildeo Social Comercializaccedilatildeo Tipos de produtos
comercializados
Fatores de
agregaccedilatildeo de valor
- Associaccedilotildees
- Cooperativas
- Agroinduacutestria
- Independentes
- Formas de
comercializaccedilatildeo
- Locais de entrega dos
produtos
- Categoria de
compradores
- Preccedilos de venda dos
produtos
- Receita bruta
- Frutos in natura
- Subprodutos
- Bananas em cacho
- Bananas em penca
- Transformaccedilatildeo dos
produtos
Fonte autora
O estudo buscou conhecer as formas de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo agriacutecola
(atacado eou varejo) a categoria de compradores envolvidos na comercializaccedilatildeo destes
produtos (se cooperativas empresas ou intermediaacuterios) os locais de entrega dos produtos (se
93
na propriedade rural ou no empreendimento do comprador) e os preccedilos de venda praticados
na comercializaccedilatildeo como forma de identificar o niacutevel de organizaccedilatildeo e fortalecimento dos
produtores rurais a receita obtida pela venda dos produtos e estimar o potencial de geraccedilatildeo de
renda da cultura da banana no acircmbito da propriedade rural e do Municiacutepio Neste momento se
buscava conhecer os fatores favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis dentro do processo de
comercializaccedilatildeo e quais os subprodutos comercializados
Outro aspecto analisado foi os tipos de produtos comercializados pelo produtor rural
para compreender se no acircmbito da propriedade rural estaacute sendo feito algum tipo de
beneficiamento no produto transformando-o em um subproduto comercializaacutevel como forma
de agregar valor e diversificar a produccedilatildeo fortalecendo a cadeia produtiva inquirindo os
produtores rurais sobre os produtos comercializados se frutos in natura ou processados a fim
de identificar quais os produtos ou subprodutos comercializados e qual o destino dado aos
resiacuteduos gerados Nesta etapa foi verificado qual o tipo de beneficiamento se mecanizado ou
manual
Para complementar os dados sobre a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo tambeacutem foram
verificados os agentes envolvidos no processo se associaccedilatildeo cooperativas empresas privadas
ou intermediaacuterios sem representatividade juriacutedica e para cada agente foi verificado o preccedilo
negociado em cada produto oferecido
Com base nestas informaccedilotildees foi possiacutevel mensurar a produccedilatildeo meacutedia de bananas por
hectare em cada municiacutepio e rendimento econocircmico dos produtores com o cultivo de
bananeiras Estas informaccedilotildees nos permitiram avaliar qual a produccedilatildeo alcanccedilada nas aacutereas
amostradas em cada municiacutepio estudado e comparaacute-las com a produccedilatildeo desejada com base
nas indicaccedilotildees de produtividade orientada pela bibliografia e estimar quanto os produtores
deixaram de ganhar por natildeo observarem as recomendaccedilotildees teacutecnicas indicadas para a cultura
4323 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa foram selecionadas 15 propriedades rurais produtoras
de bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva
dentre aquelas de cultivos essencialmente comercial dada a necessidade de obtenccedilatildeo de dados
sobre a comercializaccedilatildeo de produtos e subprodutos da bananicultura
O estudo buscou englobar as lideranccedilas comunitaacuterias das propriedades investigadas as
associaccedilotildees comunitaacuterias e agroinduacutestrias envolvidas no processo de produccedilatildeo da banana
bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para tanto os
94
liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de agroinduacutestrias
intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de comercializaccedilatildeo das
bananas
4324 Delimitaccedilatildeo da Aacuterea de Estudo
A aacuterea de abrangecircncia desta pesquisa se restringiu ao Estado do Amazonas nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva onde estatildeo alocadas as propriedades
rurais produtoras de bananas que subsidiaram esta pesquisa Cada Municiacutepio possui
respectivamente 162 e 017 da aacuterea total do Estado abrigando 080 e 052 da
populaccedilatildeo total do Amazonas (IBGE 2013) Em 2012 estes municiacutepios foram
respectivamente o segundo e o quarto maiores produtores de bananas do Estado do
Amazonas (IBGE 2012) e satildeo municiacutepios limiacutetrofes com a capital do Estado Manaus Nestes
municiacutepios foram feitas coletas de dados primaacuterios da safra de bananas2012 por meio da
aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos produtores rurais
A definiccedilatildeo destes locais para a coleta de dados se deu pelo fato de que Manaus eacute o
maior centro consumidor dos produtos agriacutecolas do Estado e tambeacutem o ponto central das
decisotildees poliacuteticas do Estado que repercutem diretamente nos municiacutepios e suas economias
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2013) em
2012 estes dois municiacutepios detinham 121 da total de aacuterea cultivada com esta espeacutecie que
possuem significativa representaccedilatildeo na cadeia alimentar e na economia destes municiacutepios Os
dois municiacutepios selecionados satildeo referenciados pelo IBGE como o segundo e o quarto
maiores produtores de bananas do Estado do Amazonas Em 2012 os dois municiacutepios foram
responsaacuteveis por 1787 da aacuterea colhida com bananas no Estado onde foram produzidas
1830 da produccedilatildeo total de bananas do Estado (IBGE 2012)
No municiacutepio do Rio Preto da Eva a coleta de dados foi feita em propriedades rurais
distribuiacutedas entre os ramais da ZF-9 do Banco e de Novo Horizonte localizados
respectivamente nos quilocircmetros 105 126 e 129 da rodovia AM ndash 010 que daacute acesso aos
municiacutepios de Rio Preto da Eva e de Itacoatiara no Estado do Amazonas na sede do IDAM e
do Municiacutepio
No municiacutepio de Presidente Figueiredo foram feitas coletas nos ramais do Canoas e do
Paulista localizados respectivamente nos quilocircmetros 127 e 180 da rodovia BR ndash 174 e ao
longo da estrada AM ndash 240 que daacute acesso agrave usina hidroeleacutetrica de Balbina na agroinduacutestria
de processamento de bananas na cooperativa CPU-Uatumatilde nas sedes do IDAM e do
municiacutepio
95
Os entrevistados foram questionados para a coleta de informaccedilotildees de dados
quantitativos mas principalmente qualitativos relacionados aos aspectos agronocircmicos O
levantamento de dados incluiu pesquisa bibliograacutefica aplicaccedilatildeo de questionaacuterios observaccedilatildeo
direta entrevistas abertas e visitas agraves organizaccedilotildees e agraves propriedades rurais no periacuteodo de
julho de 2013 a junho de 2014
Os questionaacuterios abordaram itens relativos ao acircmbito agronocircmico onde seratildeo
verificados os dados gerais sobre produccedilatildeo e produtividade das bananas as tecnologias de preacute
e poacutes colheita a agregaccedilatildeo de valor e transformaccedilatildeo da produccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo dos
produtos
O estudo foi estruturado em revisatildeo bibliograacutefica sobre a temaacutetica em estudo e
entrevistas e aplicaccedilatildeo de questionaacuterios aos atores do processo de produccedilatildeo de bananas e das
poliacuteticas voltadas para o setor nos municiacutepios de Manaus Rio preto da Eva e Presidente
Figueiredo e evidecircncias empiacutericas colhidas e observadas em instituiccedilotildees e processos afins A
coleta de dados foi concentrada em questionaacuterios semiestruturados e abertos aplicados aos
atores selecionados
96
433 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4331 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Presidente
Figueiredo Amazonas
A tabela 1 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de
Presidente Figueiredo nas 15 propriedades envolvidas na pesquisa
A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Presidente
Figueiredo comprovou que a produccedilatildeo era comercializada atraveacutes das cooperativas
associaccedilotildees comunitaacuterias ou por meio de intermediaacuterios e eram vendidas no atacado e no
varejo
Tabela 1 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
Amazonas Safra 2012
x Sim -- Natildeo
Fonte autora Em alguns casos o mesmo proprietaacuterio transferia seus produtos para o mercado
atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 7 8 e 9)
ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 2 11 12 e 15) Em outros casos um mesmo
produtor negociava nas trecircs modalidades (propriedades 7 8 e 9)
Dos produtores analisados somente o produtor 1 natildeo mantinha viacutenculo nem com a
associaccedilatildeo de produtores rurais do municiacutepio nem com a cooperativa agriacutecola
Pro
pri
edad
e
Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)
Co
op
erat
iva
Ass
oci
accedilatildeo
Inte
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(R$
kg
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Ass
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accedilatildeo
(R$
kg
)
01 -- -- x X x x -- -- X 1500 200 -- --
02 -- x x X x x -- -- X 2000 300 099 --
03 x -- -- X x x -- -- X 1500 250 099 --
04 x -- x X -- x -- -- X 1200 -- 099 --
05 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --
06 x -- x X -- x -- -- -- 500 -- 099 --
07 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110
08 x x x X -- x -- -- -- 2000 -- 099 110
09 x x x X x x -- -- -- 2000 250 099 110
10 x -- x X -- x -- -- -- 1000 300 099 --
11 -- x x X -- x -- -- -- 700 -- -- 110
12 -- x x X x x -- -- -- 700 200 -- 110
13 x -- -- X x x -- -- X 1500 200 099 --
14 x -- x X x x -- -- X 1500 300 099 --
15 -- x x X x x -- -- X 1200 200 -- 110
Meacutedia (1400) (240) (099) (110)
67 47 87 100 53 100 7 -- 47 -- -- -- --
97
comercializando sua produccedilatildeo de bananas diretamente com intermediaacuterios no mercado nas
feiras ou atacadistas de Presidente Figueiredo e Manaus
Os produtores 3 e 13 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a cooperativa e
nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e tambeacutem tinham dificuldades para
comercializar com intermediaacuterios visto que natildeo tinham ponto de venda nas feiras
Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e nos casos das propriedades
1 2 3 9 12 13 14 e 15 tambeacutem comercializavam as bananas no varejo em feiras da Vila de
Balbina e dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Manaus
Entre os produtores entrevistados 67 estavam vinculados agrave Cooperativa de
Produtores Rurais do Uatumatilde ndash CPUUatumatilde principal cooperativa do Municiacutepio e 47
tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades juriacutedicas estavam
integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME do governo federal
e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento ndash
PAACONAB razatildeo que motiva os produtores a se vincularem agrave cooperativa eou agrave
associaccedilatildeo para comercializarem os produtos visto que tanto o PREME como o
PAACONAB soacute negociam com pessoas juriacutedicas
Do universo da pesquisa 87 dos produtores negociavam diretamente com os
intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo
A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que todos os produtores vendiam
no atacado e 53 tambeacutem as realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no
proacuteprio municiacutepio
Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se
que em 100 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se
responsabilizando pelo transporte da produccedilatildeo sem incidecircncia de custo para o produtor Nos
casos em que a negociaccedilatildeo era feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores estas se
responsabilizavam pelo transporte da propriedade ateacute a sede da empresa e para isto recebiam
ajuda da prefeitura do municiacutepio que cedia seus caminhotildees e motorista ficando a cargo da
empresa apenas o abastecimento de combustiacutevel
Em 47 dos casos os produtores entregavam o produto nas feiras por ocasiatildeo das
vendas no varejo para os produtores que detinham bancas para este fim nas feiras de
produtores rurais poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos programas do
governo de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de transporte da
propriedade ateacute as feiras
98
As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Os cachos eram
negociados por preccedilos variando de R$ 500 (propriedades 5 e 6) a R$ 2000 (propriedades 2
7 8 e 9) As negociaccedilotildees com preccedilos mais baixos se deram nos casos em que a venda era feita
no atacado para intermediaacuterios com entrega do produto na propriedade rural ou seja custo
de transporte de responsabilidade do comprador Se as vendas se processavam nas feiras era
possiacutevel se obter preccedilos melhores pelos cachos mesmo nos casos de venda no atacado para
intermediaacuterios
O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200
(propriedades 1 12 13 e 15) a R$ 300 (propriedades 2 10 e 14)
Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa dentro do programa
PREMESDSSEDUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 099 o quilo
Neste municiacutepio a CPUUatumatilde natildeo negocia com a CONAB devido ao prazo de repasse de
pagamento ser mais demorado em relaccedilatildeo aos demais programas (informaccedilotildees verbal)2
Quando a negociaccedilatildeo era feita com a associaccedilatildeo de produtores rurais esta negociava
com a CONAB e repassava para o produtor o valor de R$ 110 por kg (propriedades 7 8 9
11 12 e 15) proporcionando maiores ganhos em relaccedilatildeo agraves negociaccedilotildees feitas atraveacutes da
Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDSAMPREME
A anaacutelise de dados da comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio Preto da
Eva comprovou que a produccedilatildeo eacute comercializada atraveacutes da cooperativa associaccedilatildeo ou
intermediaacuterios e as modalidades de vendas satildeo processadas no atacado e no varejo
4332 Aspectos da Comercializaccedilatildeo das Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva
Amazonas
A tabela 2 reuacutene os dados sobre a comercializaccedilatildeo das bananas no municiacutepio de Rio
Preto da Eva nas 30 propriedades envolvidas na pesquisa
Em alguns casos a mesma propriedade transferia seus produtos para o mercado
atraveacutes de duas categorias de compradores cooperativa e associaccedilatildeo (propriedades 22 23 24
28 29 e 30) ou associaccedilatildeo e intermediaacuterios (propriedades 3 7 11-30) Em outros casos um
mesmo produtor negocia nas trecircs modalidades (propriedades 22 23 24 28 29 e 30)
Dos trinta produtores analisados neste municiacutepio todos mantinham viacutenculo ou com a
cooperativa ou com a associaccedilatildeo e em alguns casos foram registrados aqueles que mantinham
2 Informaccedilotildees fornecidas pela Cooperativa CPUUATUMAtilde localizada no Municiacutepio de Presidente Figueiredo
no Amazonas - 2013
99
relaccedilotildees com ambas as organizaccedilotildees juriacutedicas natildeo sendo identificada nenhuma propriedade
que trabalhava de forma isolada sem este amparo organizacional
Os produtores 1 4 5 6 8 9 e 10 comercializavam sua produccedilatildeo apenas com a
cooperativa e nestes casos natildeo estavam vinculados agrave associaccedilatildeo e estes exceto o produtor 4
tambeacutem comercializavam seus produtos nas feiras do produtor no proacuteprio municiacutepio e em
Manaus com intermediaacuterios e consumidores finais por vendas no atacado e no varejo
Tabela 2 Comercializaccedilatildeo de Bananas no Municiacutepio de Rio Preto da Eva no
Amazonas Safra 2012
x Sim -- Natildeo
Fonte autora
Pro
pri
edad
e
Compradores TipoVenda Local de entrega Preccedilo meacutedio de venda (R$)
Co
op
erat
iva
Ass
oci
accedilatildeo
Inte
rmed
iaacuteri
o
Ata
cado
Var
ejo
(Fei
ras)
Pro
pri
edad
e
Ru
ral
Pro
pri
edad
e
com
pra
dor
Fei
ras
Cac
ho
(R$
un)
Pen
cas
(R$
un)
Associaccedilatildeo ou
Cooperativa
(R$Kg)
CONAB SDS
01 x -- x x x -- x x 1700 250 074 100
02 -- -- x x x -- -- x 1500 200 -- --
03 -- x x x x -- x x 1200 200 074 100
04 x -- x x -- x x -- 1000 -- 074 100
05 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100
06 x -- -- x x -- x x 1500 200 074 100
07 -- x x x -- -- x -- 1000 -- 074 100
08 x -- x x x -- x x 1800 250 074 100
09 x -- x x x x x x 1500 300 074 100
10 x -- x x x x x x 1800 300 074 100
11 -- x x x x -- x x 2000 300 070 100
12 -- x x x x -- x x 1800 250 070 100
13 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100
14 -- x x x -- x x -- 1500 -- 070 100
15 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100
16 -- x x x x -- x x 1800 300 070 100
17 -- x x x x -- x x 1500 250 070 100
18 -- x x x -- x x x 1200 -- 070 100
19 -- x x x x -- x x 1500 300 070 100
20 -- x x x -- x x -- 1200 -- 070 100
21 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
22 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
23 x x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
24 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100
25 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
26 -- x x x -- x -- -- 1000 -- 060 100
27 -- x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
28 x x x x -- x -- -- 1500 -- 060 100
29 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
30 x x x x -- x -- -- 1200 -- 060 100
Meacutedias -- -- -- -- -- -- -- --
1400 260 068 100
43 77 93 97 50 53 63 57 -- -- -- --
100
Todos os produtores vendiam sua produccedilatildeo no atacado e as propriedades 1 2 3 5 6
8 9 10 11 12 13 15 16 17 e 19 tambeacutem comercializam a banana no varejo em feiras do
Rio Preto e de Manaus
Dos trinta produtores entrevistados 43 estavam vinculados agrave Cooperativa de
Produtores Rurais do Novo Horizonte ou no ramal do Banco principais cooperativas do
Municiacutepio e 77 tambeacutem faziam parte da associaccedilatildeo de produtores As duas modalidades
juriacutedicas estavam integradas ao Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash PREME
do governo federal e ao Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de
Abastecimento ndash PPACONAB Do universo da pesquisa 93 dos produtores negociavam
diretamente com os intermediaacuterios para a venda da produccedilatildeo
A anaacutelise das formas de comercializaccedilatildeo mostrou que em 100 das propriedades
verificou-se que se processavam vendas no atacado e 50 dos produtores tambeacutem as
realizavam no varejo nas feiras do produtor em Manaus e no proacuteprio municiacutepio
Quando observados os locais de entrega dos produtos comercializados constatou-se
que em 53 das negociaccedilotildees o comprador retirava o produto na propriedade rural se
responsabilizando pelos custos do transporte da produccedilatildeo Nos casos em que a negociaccedilatildeo era
feita com a cooperativa ou associaccedilatildeo de moradores essas despesas com o transporte da
produccedilatildeo era de responsabilidade da cooperativa ou associaccedilatildeo
Em 53 das propriedades estudadas o produtor natildeo arcava com os custos de entrega
dos produtos visto que os compradores retiravam as bananas na propriedade rural e em 63
das negociaccedilotildees os produtos eram entregues na propriedade do comprador incluindo-se aqui
as vendas realizadas nas feiras situaccedilatildeo em que os custos ficavam por conta do produtor
poreacutem sem incidir no produto uma vez que eram assistidos pelo governo com o
fornecimento de apoio logiacutestico
Em 57 dos casos os produtores transportavam as bananas para as feiras onde
realizavam as vendas no varejo Poreacutem nestes casos tambeacutem eram beneficiados pelos
programas governamentais de sustentabilidades da produccedilatildeo agriacutecola com o apoio logiacutestico de
transporte da propriedade ateacute os locais de comercializaccedilatildeo
As bananas eram negociadas em cachos em pencas ou por quilo Nos casos em que
eram vendidas em cachos estes eram negociados ao preccedilo meacutedio que variou de R$ 1000
(propriedades 4 7 22 23 25 e 26) a R$ 1800 (propriedades 8 10 12 13 e 16) As variaccedilotildees
de preccedilos se justificam pelas diversas modalidades de vendas e pela relaccedilatildeo com o local de
entrega do produto Nos casos em que a venda era feita no atacado para intermediaacuterios com
101
entrega do produto na propriedade rural ou seja custo de transporte sob a responsabilidade
do comprador foi onde se identificou os preccedilos mais baixos (propriedades 4 22 23 25 e 26)
Se as vendas se processavam nas feiras era possiacutevel alcanccedilar preccedilos mais altos pelos cachos
das bananas mesmo nos casos de venda no atacado e para intermediaacuterios (propriedades 1 8
10 11 12 13 e 16)
O preccedilo da penca quando negociada em vendas no varejo variou de R$ 200
(propriedades 2 3 5 e 6) a R$ 300 (propriedades 9 10 11 13 16 e 19) (Tabela 2)
Quando as bananas eram negociadas com a cooperativa ou associaccedilatildeo dentro do
programa PREMESDSSECUCSEMED o preccedilo repassado para o produtor era de R$ 100 o
quilo nas propriedades do ramal Novo Horizonte (propriedades de 1-10) enquanto que nas
negociaccedilotildees com o PPACONAB o preccedilo para o produtor era de R$ 074kg
As propriedades 11-20 localizadas no ramal da ZF-9 natildeo possuiacuteam ainda uma
cooperativa Estes estavam organizados apenas em associaccedilatildeo comunitaacuteria e vendiam para a
CONAB e a SDS repassando para o produtor a importacircncia de R$ 070 e R$ 100 o quilo
respectivamente
As propriedades 21-30 correspondem ao ramal do Banco e estavam organizadas
tanto em cooperativa como associaccedilatildeo negociando com a CONAB e SDS repassando para o
produtor a quantia de R$ 060 e R$ 100 respectivamente por cada quilo vendido
4333 Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das Bananas por Hectare Cultivado
nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
A expressatildeo econocircmica das bananas pode ser avaliada pela aacuterea plantada pelo
volume produzido e comercializado pela capacidade de processamento da produccedilatildeo para
transformaccedilatildeo em subprodutos com valor comercial pelos tratos culturais e ainda pela
disponibilidade e demanda de tecnologias disponiacuteveis para fortalecer a cultura
Analisando o rendimento da bananicultura nas aacutereas amostradas no municiacutepio de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva verificou-se que a produtividade de frutos medidos
em toneladas por hectareano ficou muito abaixo dos valores alcanccedilados por Arruda et al
(2004) e Pereira et al (2006) Nesta anaacutelise tomou-se por base de preccedilo os que foram
praticados nos respectivos municiacutepios no periacuteodo analisado conforme tabelas 1 e 2 Os
resultados estatildeo dispostos na tabela 3
102
Tabela 3 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare Cultivado com Bananas nas
Aacutereas Amostradas Safra 2012
Situaccedilatildeo Real nas propriedades
Propriedades rurais nos municiacutepios
Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva
Aacuterea amostrada (ha) 605 830
Densidade meacutedia de plantasha (un) 1202 1073
Cachoshaa (un) 1202 1073
Peso meacutedio do cacho (kg) 121 131
Pencashaa (un) 12020 10730
Peso meacutedio da penca (kg) 12 13
Produtividade (thaa) 145 141
Cachos (R$haa) 1682800 1502200
Pencas (R$haa) 2884800 2789800 () Com base no preccedilo meacutedio de venda praticado nos municipios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
no Amazonas (Tabelas 1 e 2)
Fonte autora
Os produtores avaliados nos Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
mantinham cultivos com produccedilatildeo meacutedia de 1202 cachoshaa com 12020 pencashaa e
peso meacutedio de 12 kg cada penca no primeiro municiacutepio e 1073 cachoshaa com 10730
pencashaa e peso meacutedio de 13 kg cada penca no segundo municiacutepio considerando cultivos
a partir do segundo ciclo produtivo O peso meacutedio por cacho nestes municiacutepios na mesma
ordem foi de 121 kgcacho (Tabela 1) e 131 kgcacho (Tabela 2)
A receita meacutedia obtida pela venda das bananas em cachos foi de R$ 1682800haa
em Presidente Figueiredo e R$ 1502200haa no Rio Preto da Eva Se a venda fosse
processada no varejo o total obtido pela comercializaccedilatildeo das pencas seria de R$
2884800haa e R$ 2789800haa para os respectivos municiacutepios (Tabela 3)
No total da aacuterea amostrada no Municiacutepio de Rio Preto da Eva natildeo foi encontrado
nenhum produtor rural que realizasse o processamento das bananas para transformaccedilatildeo em
produtos comercializaacuteveis como doces geleias calda ou banana chips Neste municiacutepio
toda a produccedilatildeo de banana das propriedades analisadas era comercializada in natura em
cachos ou em pencas no atacado ou no varejo Em Presidente Figueiredo entre os produtores
analisados foram identificados dois produtores que transformavam a banana em doces e
fabricavam caldas de bananas na uacutenica agroinduacutestria encontrada no municiacutepio Nas demais
propriedades as bananas eram vendidas in natura ao preccedilo meacutedio de venda de R$ 1400 o
cacho em ambos os municiacutepios e de R$ 240 e R$ 260 a penca nos respectivos municiacutepios
sendo esta a uacutenica forma de obtenccedilatildeo de receita com a cultura (Tabelas 1 2 e 3)
103
4334 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica de Produtividade e Aproveitamento Econocircmico das
Bananas por Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas
Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) analisando plantios com espaccedilamentos de
4 x 2 x 2 m e densidade de 1667 plantas por hectare a partir do segundo ciclo produtivo
registraram rendimentos de frutos na ordem de 50 thaa A produccedilatildeo de cachos foi de 1667
por hectare ano com peso meacutedio de 30 kg cada O total de pencas foi de 16670haa cada
uma pesando em meacutedia 30 kg
Com base no preccedilo meacutedio de venda do cacho e da penca (R$ 1400 e R$ 240) em
Presidente Figueiredo e R$ 1400 e R$ 260 no Rio Preto da Eva (Tabelas 1 e 2) foi feita uma
projeccedilatildeo hipoteacutetica de quanto seria a receita meacutedia por hectare cultivado com banana nos
municiacutepios estudados Os resultados estatildeo dispostos na tabela 4
A receita de venda obtida com base nos dados de Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) e o preccedilo meacutedio de venda dos cachos nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva seriam respectivamente de R$ 2333800haa em cada municiacutepio Se a
produccedilatildeo fosse comercializada em pencas seriam obtidos R$ 4000800haa e de R$
4334200haa nos respectivos municiacutepios (Tabela 4)
Tabela 4 Recomendaccedilatildeo Teacutecnica do Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia por Hectare
Cultivado com Bananas nas Aacutereas Amostradas Safra 2012
Propriedades rurais nos municiacutepios
Recomendaccedilatildeo teacutecnica (1)
Pres Figueiredo Rio Preto da Eva
Densidade de plantasha (un) 1667 1667
Cachoshaa (un) 1667 1667
Peso do cacho (kg) 300 300
Pencashaa (un) 16670 16670
Peso da penca (kg) 30 30
Frutos (thaa) (1)
500 500
Cachos (R$haa) 2333800 2333800
Pencas (R$haa) 4000800 4334200 (1)
Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte autora
4335 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por Hectare
Cultivado nas Aacutereas Amostradas
Analisando a situaccedilatildeo real de produtividade e receita meacutedia dos cultivos estudados
se observa receita pela venda dos cachos de aproximadamente R$ 1682800haa e se a
produccedilatildeo foi comercializada em pencas a receita obtida foi de R$ 2884800haa nas
propriedades de Presidente Figueiredo Os produtores de Rio Preto da Eva obteriam receita de
104
R$ 1502200haa se fossem vendidos os cachos e R$ 2789800haa para as vendas em
pencas (Tabela 3)
Considerando a produtividade meacutedia alcanccedilada por Arruda et al (2004) e Pereira et
al (2006) constantes na tabela 4 (recomendaccedilatildeo teacutecnica) foi calculada a diferenccedila de receita
que representa o que os produtores deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com
bananas Para tal foram considerados em ambos os casos os pesos e os preccedilos meacutedios de
vendas dos cachos e das pencas obtidos nos municiacutepios estudados e subtraiacutedos da
recomendaccedilatildeo teacutecnica Os dados estatildeo dispostos na tabela 5
Analisando esses dados foi possiacutevel calcular quanto os produtores amostrados
deixaram de ganhar em cada hectare cultivado com bananas por natildeo seguirem as
recomendaccedilotildees teacutecnicas de distribuiccedilatildeo espacial e densidade de plantio e de manejo do solo
(adubaccedilatildeo) Ainda tomando por base o referencial de produccedilatildeo de Arruda et al (2004) e
Pereira et al (2006) verifica-se que os produtores amostrados em Presidente Figueiredo
poderiam incorporar agrave sua produtividade mais de 460 cachos de bananas por haa isto
representaria um acreacutescimo em suas receitas de mais de R$ 650000 para cada hectare
cultivado com bananas considerando-se a comercializaccedilatildeo dos cachos Esses valores sobem
para mais de 4600 pencas produzidas e R$ 1116000haa se comercializassem as bananas
por pencas (Tabela 5)
Tabela 5 Diferenccedila de Receita Entre a Situaccedilatildeo Real e a Recomendaccedilatildeo Teacutecnica por
Hectare Cultivado nas Aacutereas Amostradas nos Municiacutepios em Estudo Safra 2012
Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva
Diferenccedilas de Receita
Recomendaccedilatildeo teacutecnica(1)
ndash Situaccedilatildeo Real
Cachoshaa (un) 465 594
Pencashaa (un) 4650 5940
Cachos (R$haa) 651000 831600
Pencas (R$haa) 1116000 1544400 (1)
Com base na densidadeha e produtividadeha sugerida por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006)
Fonte autora
Se o mesmo referencial de produtividade for aplicado para a produccedilatildeo de Rio Preto
da Eva as diferenccedilas de rendas do que os produtores conseguiram obter para as que poderiam
alcanccedilar satildeo ainda maiores conforme pode ser observado pelos dados na tabela 5 para este
municiacutepio A diferenccedila de produtividade seria de 594 cachos por haa ou 5940 pencashaa
Isto representaria uma diferenccedila de receita caso a produccedilatildeo fosse vendida em cachos de R$
831600haa ou de R$ 1544400haa caso a produccedilatildeo fosse transacionada em pencas
105
Com essa diferenccedila de receita para cada hectare bem manejado eacute possiacutevel investir
em insumos agriacutecolas matildeo-de-obra e tecnologias capazes de dinamizar a produccedilatildeo nos
cultivos de bananeiras jaacute implantados e ainda sobra uma renda suplementar bem elevada para
o produtor rural estimulando-o ainda mais a investir nessa cultura de grande importacircncia
econocircmica e social para o Estado do Amazonas Se esses valores forem multiplicados pelos
hectares plantados com bananeiras em cada propriedade percebe-se que vale a pena investir
nas tecnologias insumos e teacutecnicas existentes para melhorar a produtividade dos bananais
nestes municiacutepios visto que existe mercado consumidor consolidado para a banana que
ocupa o 2deg lugar na preferecircncia do consumo de frutas no Brasil
4336 Rendimento Meacutedio e Receita Meacutedia nas Aacutereas Amostradas em Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas Situaccedilatildeo Real e Desejaacutevel
Com base nesses dados procedeu-se aos caacutelculos de quanto os produtores de cada
municiacutepio obteriam se todas as aacutereas cultivadas com bananeiras fossem recuperadas e
adequadas agraves recomendaccedilotildees teacutecnicas e alcanccedilassem as produtividades meacutedias atingidas por
Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) e jaacute comprovadas tambeacutem em algumas regiotildees
brasileiras como eacute o caso do entorno de Brasiacutelia alguns locais na Bahia e Minas Gerais
(SILVA NETO 2011)
Os dados da tabela 6 mostram a realidade alcanccedilada pelos produtores que participaram
do presente estudo considerando suas aacutereas cultivadas totais e os seus potenciais caso
investissem no manejo adequado das bananeiras em suas propriedades
A situaccedilatildeo real das propriedades analisadas nos indica que a aacuterea amostrada em
Presidente Figueiredo foi de 605 hectares onde foram produzidas 991 toneladas de bananas
na safra de 2012 A produtividade meacutedia para esta aacuterea foi de 160 tha superando a meacutedia do
Estado que eacute de 120 tha No Rio Preto da Eva a aacuterea amostrada foi 830 ha e a produccedilatildeo de
1152 t com produtividade de 14 tha tambeacutem superior agrave do Estado Segundo dados do IBGE
(2013) a produtividade meacutedia para ambos os municiacutepios na safra de 2012 foi de 12 tha
Nas aacutereas amostradas em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva respectivamente
foram produzidos cerca de 30000 e 34900 cachos de bananas na safra de 2012 com
aproximadamente 300000 e 349000 mil pencas
Considerando o preccedilo meacutedio de venda de cada municiacutepio de R$ 1400 o cacho os
produtores rurais da aacuterea estudada obtiveram receita da ordem de R$ 420 e R$ 488 mil reais
Se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas tambeacutem considerando o preccedilo meacutedio de
106
venda das pencas em cada municiacutepio de R$ 240 e R$ 260 nesta ordem para Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva a receita obtida seria de R$ 720 e R$ 907 mil reais
Tabela 6 Estimativa de Produtividades e Rendimento Econocircmico das Bananeiras nas
45 Propriedades Avaliadas nos Dois Municiacutepios do Amazonas Safra 2012
Variaacuteveis
Situaccedilatildeo real nas propriedades
rurais avaliadas nos municiacutepios
Estado do
Amazonas Presidente
Figueiredo
Rio Preto da
Eva
Situaccedilatildeo real nas propriedades
Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440
Produccedilatildeo na aacuterea amostradasafra (ta) 991 1152 63745
Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 160 140 120
Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un)2 30000 34900 1931667
Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400 (4)
Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un)2 300000 349000 --
Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
cacho (R$100)3
420000 488600 27043338
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
pencas (R$100)3
720000 907400 --
Recomendaccedilatildeo teacutecnica1
Aacuterea amostrada (ha) 605 830 5440
Produccedilatildeo na aacuterea amostradaa (t) 3025 4150 277000
Produtividade da aacuterea amostradaa (tha) 500 500 500
Quantidade de cachos na aacuterea amostradaa (un) 91667 125758 8393939
Preccedilo meacutedio de venda do cacho (R$100un) 1400 1400 1400
Quantidade de pencas na aacuterea amostradaa (un) 916667 1257576 --
Preccedilo meacutedio de venda das pencas (R$100un) 240 260 --
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
cacho (R$100) 1283333 1760606 117515152
Receita meacutedia na aacuterea amostrada - vendas em
pencas (R$100) 2200000 3269697 --
Diferenccedilas de Renda
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos) 863333 1272006 90471814
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas) 1480000 2362297 --
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em cachos)ha 1426997 1532537 90471814
Desejaacutevel ndash Real (receita venda em pencas)ha 2446281 2846141 -- (
1) Com base nas indicaccedilotildees de densidade e produtividade fornecidas por Arruda et al (2004) e Pereira et al
(2006) (Tabela 2)
(2) Considerando o peso meacutedio do cacho indicado por Gasparotto et al (2003) Tabela 3
(3) Com base no preccedilo meacutedio de vendas dos municiacutepios em estudo
Fonte autora
Com base nestes dados foi possiacutevel imaginar uma situaccedilatildeo hipoteacutetica caso estes
produtores aplicassem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas por Pereira et al (2006)
e alcanccedilassem a produtividade indicada por Arruda et al (2004) e Pereira et al (2006) na
mesma aacuterea amostrada em cada municiacutepio seriam produzidas 50 toneladas de bananas por
hectare e isto renderia em meacutedia 91667 cachos de banana e 916667 pencas que quando
comercializados renderiam para o municiacutepio de Presidente Figueiredo mais de R$
107
128300000 para vendas em cachos e se a produccedilatildeo fosse comercializada em pencas a
receita estimada seria de R$ 2200000 O municiacutepio de Rio Preto da Eva nos 830 ha
cultivados produziria 125758 cachos e 1257576 pencas pelos quais obteria receita
estimada respectivamente de R$ 176060600 e R$ 326969700 (Tabela 6)
Analisando a situaccedilatildeo real nas propriedades estudadas e comparando com a
recomendaccedilatildeo teacutecnica eacute possiacutevel observar quanto os produtores rurais deixaram de ganhar
por natildeo aplicarem as tecnologias de preacute e poacutes-colheita indicadas para os cultivos de
bananeiras O municiacutepio de Presidente Figueiredo somente nos 605 hectares estudados
deixou de arrecadar mais de R$ 863 mil reais caso vendesse a produccedilatildeo em cachos e mais de
R$ 1480 mil para vendas das bananas em pencas No municiacutepio de Rio Preto da Eva nos
830 ha cultivados os produtores deixaram de arrecadar mais de R$ 1272 mil reais para a
venda em cachos e mais de R$ 2362 mil para vendas em pencas
Os dados apontam para um baixo aproveitamento da capacidade produtiva dos solos
e ineficiecircncia nos processos de comercializaccedilatildeo das bananas visto que cada hectare cultivado
com bananas no municiacutepio de Presidente Figueiredo mantidos os mesmos preccedilos de venda
alcanccedilado na safra de 2012 poderia arrecadar mais R$ 1426997 para venda em cachos e R$
2446281 caso a produccedilatildeo fosse vendida em pencas O Municiacutepio de Rio Preto da Eva
mantidas as mesmas condiccedilotildees em cada hectare cultivado poderia arrecadar mais R$
1532537 para vendas em cachos e R$ 2846141 para vendas em pencas (Tabela 6)
108
434 CONCLUSOtildeES
Todos os produtores de banana dos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva analisados comercializam sua produccedilatildeo por atacado com alguns tambeacutem vendendo
pelo varejo
Predomina entre eles a venda para intermediaacuterios mas tambeacutem comercializam suas
produccedilotildees para a Cooperativa ou Associaccedilatildeo a que pertencem
Todos vendem suas produccedilotildees em suas propriedades com alguns tambeacutem vendendo
em feiras Todos vendem na forma de cachos mas a maioria tambeacutem vende na forma de
pencas
Os preccedilos pagos pelos intermediaacuterios satildeo maiores dos que os praticados pela
Cooperativa ou Associaccedilatildeo
As receitas obtidas pelos produtores dos dois municiacutepios em Reais por hectare foram
de R$ 1682800 - R$1502200 nas vendas dos cachos e R$ 2884800 - R$ 2789800 nas
vendas das pencas respectivamente em Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
Se tivessem adotado referenciais biotecnoloacutegicos em seus cultivos eou observado as
orientaccedilotildees teacutecnicas de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos cultivos esses valores subiriam
respectivamente para R$ 2333800 nas vendas dos cachos e R$ 4000800 - R$ 4334200 nas
vendas das pencas
No municiacutepio de Presidente Figueiredo nos 605 ha cultivados com bananeiras os
produtores obtiveram receita de R$ 101809400 para vendas em cachos e R$ 174530400
para vendas em pencas Esses produtores deixam de ganhar R$ 39385500 com as vendas em
cacho e R$ 67518000 com as vendas em pencas devido agraves baixas produtividades
alcanccediladas No Rio Preto da Eva nos 803 ha cultivados as perdas foram de R$ 69022800 e
R$ 128185200 para a venda em cachos e pencas respectivamente
109
44 CARACTERIZACcedilAtildeO DOS AMBIENTES DA CADEIA PRODUTIVA DA
BANANA NOS MUNICIacutePIOS DE RIO PRETO DA EVA E PRESIDENTE
FIGUEIREDO NO AMAZONAS
Resumo
A anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos seus ambientes institucional
organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua estrutura e funcionamento e a
forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que compotildeem a cadeia Este estudo visou
identificar os ambientes da cadeia produtiva da banana em dois municiacutepios do Estado do
Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional organizacional e produtivo
da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores no processo de
desenvolvimento local para o fortalecimento dessa cultura agriacutecola Foram aplicados
questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva na safra de 2012 Aleacutem disso foram
obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no presente trabalho No
Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais e estaduais responsaacuteveis pelo fornecimento
de suporte logiacutestico financeiro educacional de sauacutede e teacutecnico para consolidar os elos da
cadeia produtiva da banana Com todo o arcabouccedilo dessas instituiccedilotildees e competecircncias era de
se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva
consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual Essas instituiccedilotildees natildeo
alcanccedilam a maioria dos produtores de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva Sem uma assistecircncia adequada os produtores tem dificuldades de adquirir
insumos agriacutecolas conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas Se houvesse
uma consolidaccedilatildeo dos fluxos dentro da cadeia com um envolvimento maior das instituiccedilotildees
com os produtores e esses entre si na forma de Cooperativas e Associaccedilotildees niacuteveis bem mais
elevados de produtividade da banana no Amazonas poderiam ser alcanccedilados
Palavras Chave Produccedilatildeo rural Cooperativas rurais Associaccedilotildees rurais Produtores rurais
instituiccedilotildees puacuteblicas
110
Abstract
Analysis of agricultural production chains from their environments - institutional
organizational and productive permit our understanding of its structure and functioning and
the form of intra and inter interaction actors and environments that make up the chain This
study aimed to identify the design of the banana production chain in two municipalities in the
State of Amazonas and present the composition of institutional environments organizational
and production thereof and the role to be played by these actors in the local development
process from the strengthening of this fruit cultivation Questionnaires were used in 15 farms
who grow bananas in the municipality of Presidente Figueiredo and 30 in Rio Preto da Eva
harvest of 2012 Also it was obtained information in the sites of the institutionorganization
cited in this study The results indicated that in the Amazonas state federal and state
institutions act to give full logistical financial educational helth and technical support to
consolidate the links in the banana chain production With all the framework and expertise of
these institutions would expect a highly favorable environment for the establishment of a
consolidated supply chain for any activity of the state agricultural sector These institutions do
not reach the majority of banana producers in the municipalities of Presidente Figueiredo and
Rio Preto da Eva Without adequate assistance producers have difficulties to acquire
agricultural inputs knowledge drain and to commercialize their bananas production If there
was a consolidation of flows within the chain with greater involvement of institutions with
producers and these with each other in the form of cooperatives and associations higher
levels of banana productivity could be achieved in the Amazonas State
Key words Rural production rural cooperatives rural associations rural producers public
institutions
111
441 INTRODUCcedilAtildeO
Nos uacuteltimos anos o Brasil apresentou expressivo crescimento no comeacutercio
internacional do agronegoacutecio e consolidou sua posiccedilatildeo como um dos maiores produtores e
exportadores de alimentos e produtos agriacutecolas do planeta comercializando sua produccedilatildeo em
mais de 200 paiacuteses (MAPA 2013) Contudo o setor agriacutecola no Brasil vem passando por um
processo de reorganizaccedilatildeo especialmente na reestruturaccedilatildeo das cadeias produtivas para se
tornarem mais aacutegeis inovadoras e modernas como forma de se tornarem competitivas e
alcanccedilar o mercado global (BARRETO FILHO 2000) Essas circunstacircncias demandam
estudos que busquem entender a integralizaccedilatildeo do processo de desenvolvimento local a partir
das cadeias de suprimentos das cadeias produtivas da governanccedila e das alianccedilas estrateacutegicas
viabilizando a criaccedilatildeo de alternativas capazes de potencializar os recursos endoacutegenos
disponiacuteveis conforme enfatizado por Sachs (2009)
O estudo da organizaccedilatildeo administrativa da cadeia produtiva eacute o ponto de partida para
a anaacutelise do seu desempenho de forma a possibilitar a descriccedilatildeo das condiccedilotildees em que a
dinacircmica da produccedilatildeo e do mercado as regras governamentais e outros fatores influenciam a
performance da produccedilatildeo Desta forma a anaacutelise de cadeias produtivas agriacutecolas a partir dos
seus ambientes institucional organizacional e produtivo possibilita a compreensatildeo da sua
estrutura e funcionamento e a forma de interaccedilatildeo intra e inter atores e ambientes que
compotildeem a cadeia
Este estudo busca identificar o desenho da cadeia produtiva da banana em dois
municiacutepios do Estado do Amazonas e apresentar a composiccedilatildeo dos ambientes institucional
organizacional e produtivo da mesma bem como o papel a ser desempenhado por estes atores
no processo de desenvolvimento local a partir do fortalecimento dessa cultura agriacutecola O
estudo possibilita conhecer os elementos que compotildeem o sistema produtivo dessa espeacutecie nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas assim como
identificar as interaccedilotildees cooperaccedilotildees e aprendizados entre eles e a contribuiccedilatildeo desse
processo para consolidaccedilatildeo do sistema produtivo da banana e consequente desenvolvimento
local
112
442 MATERIAL E MEacuteTODOS
4421 Metodologia Descritiva e Analiacutetica
A cadeia produtiva reflete-se no conjunto de elementos que interagem em um
processo produtivo para a oferta de produtos eou serviccedilos ao mercado consumidor
envolvendo o emprego de trabalho e tecnologia
Para o alcance dos objetivos deste trabalho a metodologia de pesquisa foi delineada
a partir dos ambientes macros essenciais para o funcionamento da produccedilatildeo agriacutecola em
cadeia permitindo identificar os elementos e atores componentes de cada ambiente do sistema
produtivo com suas relaccedilotildees fluxos e dinacircmica de funcionamento no contexto dos Municiacutepios
em estudo Posteriormente todos os elos da cadeia produtiva foram contextualizados nos seus
objetivos e finalidades especiacuteficas como forma de empreender um funcionamento satisfatoacuterio
de sistema produtivo que servisse de base comparativa ao sistema ou processo real de
produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto
da Eva no Amazonas
O mapeamento dos ambientes da cadeia produtiva busca identificar os elementos
envolvidos no processo de produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios pesquisados identificando os
atores econocircmicos poliacuteticos e sociais o ambiente institucional organizacional e produtivo
que constituem a estrutura de produccedilatildeo dessa cultura Estes elementos permitiram analisar
como se processa a governanccedila a interaccedilatildeo a cooperaccedilatildeo e o aprendizado entre as partes do
sistema e compreender como ocorre o dinamismo da competividade da atividade produtiva
deste segmento
4422 Anaacutelise Baacutesica da Pesquisa
A pesquisa estaacute circunscrita em um modelo de anaacutelise interdisciplinar que envolve
dois municiacutepios do Estado do Amazonas produtores de bananas e os elementos institucionais
organizacionais e produtivos com o fim de conhecer quais as forccedilas atuantes neste processo e
se elas contribuem para o desenvolvimento sustentaacutevel do local onde estatildeo inseridas
No que concerne agrave dimensatildeo da cadeia produtiva da banana foram delimitados os
ambientes da cadeia produtiva a partir do diagrama esquemaacutetico de sistema produtivo
agriacutecola desenvolvido por Zylbersztajn (1994) e verificados os elementos envolvidos em
cada ambiente e que contribuem com a produccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos seus produtos A
anaacutelise envolveu a observaccedilatildeo das instituiccedilotildees para a formaccedilatildeo de poliacuteticas relacionadas agrave
cultivos agriacutecolas as organizaccedilotildees executoras dessas poliacuteticas e o ambiente da produccedilatildeo
113
propriamente dito representado pelas propriedades agriacutecolas os fornecedores de insumos as
induacutestrias de transformaccedilatildeo dos produtos a comercializaccedilatildeo e os fluxos decorrentes do
processo e seus elos Esta anaacutelise possibilitou o desenho do mapa do sistema agriacutecola
desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios em estudo
Em seguida com base na anaacutelise processada foram elencados os principais atores da
cadeia e posteriormente foi feita uma contextualizaccedilatildeo da atividade desenvolvida por cada
elemento atuante no processo categorizando as diferentes atividades e as formas como se
relacionam a interaccedilatildeo a intervenccedilatildeo e a governanccedila entre os atores observando os objetivos
de cada um e a forma como se inserem e atuam no sistema conforme Quadro 1
Quadro 1 Variaacuteveis de estudo para o desenho da cadeia produtiva da banana em
acordo com as recomendaccedilotildees teacutecnicas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva no Amazonas
Ambientes da Cadeia Produtiva da Banana
Institucional Produtivo Organizacional Fluxos
- Leis
- Regulamentos
- Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Municipal
- Insumos de
produccedilatildeo
- Produccedilatildeo
- Processamento
- Comercializaccedilatildeo
- Mercados
- Serviccedilos de apoio
Teacutecnico
Institucional
Mercadoloacutegico
- Infraestrutura
Transporte
Armazenamento
- Fiacutesicos
- Financeiros
- Tecnoloacutegicos
- Informaccedilotildees
- Conhecimentos
Fonte autora
Na expectativa de delinear um padratildeo comparativo para o processo de produccedilatildeo de
bananas foram elencadas as variaacuteveis que compotildeem os ambientes institucional produtivo e
organizacional do sistema de produccedilatildeo de forma a aglutinar as leis poliacuteticas puacuteblicas
insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo propriamente dita ndash que se efetivam nas propriedades rurais
- os mercados os serviccedilos de apoio teacutecnico institucional e mercadoloacutegico a infraestrutura
necessaacuteria bem como os fluxos fiacutesicos do produto tecnoloacutegicos de informaccedilotildees e
conhecimentos que fortalecem a cadeia de produccedilatildeo
Por fim foi analisada a situaccedilatildeo real no processo produtivo da banana nos
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva para cada elemento previamente
delineado como forma de mensurar o niacutevel de estruturaccedilatildeo e fortalecimento da cadeia
produtiva da banana e como ela se insere na economia local nacional e internacional sua
trajetoacuteria evolutiva os condicionantes e natureza da atividade produtiva as especificidades
dos processos de aprendizagem e das trocas de conhecimentos relacionados ao negoacutecio
agriacutecola dessa cultura e o modo como esses processos satildeo afetados pelas poliacuteticas existentes
114
4423 Seleccedilatildeo das Unidades de Anaacutelise
Com base na orientaccedilatildeo bibliograacutefica que subsidiou este trabalho foram caracterizadas
as dimensotildees e os atores componentes do sistema produtivo agriacutecola da banana para os
municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas conforme quadro 1
Para isso foram aplicados questionaacuterios em 15 propriedades rurais que cultivam bananas no
municiacutepio de Presidente Figueiredo e em 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva safra de 2012
Aleacutem disso foram obtidas informaccedilotildees nos sites de cada instituiccedilatildeoorganizaccedilatildeo citada no
presente trabalho Em seguida se procedeu agraves anaacutelises nessas instituiccedilotildees que compotildeem cada
ambiente da cadeia produtiva no acircmbito federal estadual e municipal buscando nas suas
competecircncias organizacionais aquelas que as relacionassem ao sistema produtivo agriacutecola da
banana nos municiacutepios em estudo
A partir desse levantamento foi possiacutevel identificar os ambientes e elementos
essenciais para o desenvolvimento da produccedilatildeo agriacutecola da banana em condiccedilatildeo ideal que
funcionando de forma satisfatoacuteria seria capaz de contribuir para o desenvolvimento dos
municiacutepios em estudo
Na anaacutelise as dimensotildees institucional agriacutecola organizacional e os fluxos de
informaccedilotildees foram cruzados na tentativa de compreender a interaccedilatildeo entre o setor produtivo e
as forccedilas atuantes no processo considerando as propriedades rurais produtoras de bananas as
instituiccedilotildees e organizaccedilotildees envolvidas no processo de produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo o
desenvolvimento de poliacuteticas puacuteblicas as instituiccedilotildees de ensino e pesquisas o apoio teacutecnico a
infraestrutura e os fluxos envolvidos no contexto
Para a anaacutelise da situaccedilatildeo real da produccedilatildeo de bananas nos municiacutepios estudados
foram analisados os fluxos de interaccedilatildeo entre os elementos que compotildeem o sistema onde
foram delimitados quatro nuances de contato entre os elementos inexistecircncia de contato
contato moderado contato intenso e contato eficaz a partir da percepccedilatildeo dos produtores
rurais inqueridos na pesquisa
A inexistecircncia de contato foi identificada pela natildeo atuaccedilatildeo de determinado ator com
accedilatildeo objetiva agrave outros componentes do sistema deixando de proceder contato com os
mesmos O contato moderado se reportava agravequeles presentes entre os atores poreacutem com
resultado ineficaz comprometendo o desenvolvimento do sistema O contato intenso
apontava os casos em que a interaccedilatildeo contribuiacutea para o desenvolvimento do sistema poreacutem
ainda de forma ineficaz O fluxo de contato eficaz traduzia os casos de perfeita interaccedilatildeo entre
115
os atores ou elementos contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento do sistema
produtivo da banana
4424 Combinaccedilatildeo de elementos qualitativos e quantitativos
Esta pesquisa embora essencialmente qualitativa envolve alguns elementos
quantitativos A anaacutelise qualitativa permite abordar as questotildees relativas agraves caracteriacutesticas e
objetivos das instituiccedilotildees envolvidas no sistema de produccedilatildeo da banana A anaacutelise quantitativa
torna mais consistente os estudos de algumas questotildees especialmente no acircmbito financeiro e
mercadoloacutegico da cadeia
Considerando as diversas classificaccedilotildees dos tipos de pesquisas especiacuteficas citadas
pelos especialistas da aacuterea este trabalho pode ser classificado como sendo do tipo
exploratoacuterio que de acordo com Mattar (1994) caracteriza-se por proporcionar um maior
conhecimento sobre o tema em estudo sendo indicada para os estaacutedios iniciais da
investigaccedilatildeo quando natildeo se tem conhecimento mais profundo do problema de pesquisa
443 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4431 Sistema Produtivo Agriacutecola
No agronegoacutecio a exigecircncia ascendente do mercado competitivo motivou a
reorganizaccedilatildeo das cadeias produtivas como determinante de sobrevivecircncia Na regiatildeo Norte
onde as culturas agriacutecola e extrativista satildeo concorrentes o desafio eacute ainda maior e as
probabilidades de Ecircxito seratildeo mais favoraacuteveis caso se consiga aglutinar os esforccedilos de todos
os ambientes e atores do sistema produtivo
No contexto deste trabalho sistema pode ser definido como um conjunto de
elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo e em
que cada um dos elementos componentes comporta-se como um sistema cujo resultado eacute
maior do que o que as unidades poderiam ter caso funcionassem independentemente
Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema desde que as
relaccedilotildees entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco principal (ALVAREZ 1990
CARAVANTES et al 2005 CHIAVENATO 2011)
O sistema produtivo do agronegoacutecio deve ser trabalhado desde as instituiccedilotildees que
desenvolvem as poliacuteticas puacuteblicas a oferta de insumos as propriedades agriacutecolas as
agroinduacutestrias o escoamento da produccedilatildeo e o mercado consumidor Essa cadeia aglutina os
serviccedilos de apoio como pesquisa assistecircncia teacutecnica processamento transporte
116
comercializaccedilatildeo creacutedito distribuidores industrializaccedilatildeo e consumidor final (GASQUES et
al 2004)
A Figura 1 apresenta de forma simplificada o panorama sistecircmico da produccedilatildeo
agriacutecola com seus ambientes e fluxos interativos
Figura 1 Diagrama esquemaacutetico de um sistema produtivo agriacutecola
Fonte Zylbersztajn (1994) Adaptada pela autora
Neste estudo a cadeia produtiva agriacutecola eacute tratada como um sistema produtivo A
gestatildeo de um sistema deve focar a maximizaccedilatildeo da produccedilatildeo a minimizaccedilatildeo dos custos
maior eficiecircncia e eficaacutecia especialmente na qualidade dos produtos e na produtividade para
garantir a competividade e a sustentabilidade do sistema no ambiente no qual estaacute inserida
Para isto eacute preciso que os atores envolvidos tenham visatildeo holiacutestica de toda a cadeia para que
possam identificar os possiacuteveis inter-relacionamentos a fim de traccedilarem suas estrateacutegias de
forma conjunta em um modelo de accedilatildeo colaborativa e natildeo individual
Este sistema produtivo (Figura 1) configura-se como um todo organizado
constituiacutedo de partes integradas que podem ou natildeo interagir com o meio externo e que sejam
interdependentes para o seu pleno funcionamento Eacute constituiacutedo dos ambientes institucional
organizacional e produtivo e cada um possui seus proacuteprios subsistemas que se relacionam e
estatildeo integrados ao todo
O ambiente institucional abrange as leis e normas que regulamentam o sistema A ele
cabe a responsabilidade de desenhar poliacuteticas puacuteblicas que priorizem o desenvolvimento
econocircmico e social do paiacutes Se a diretriz mestra desses atores for o desenvolvimento a partir
das potencialidades locais isto demandaraacute uma governanccedila mais eficiente visto que seraacute
necessaacuterio conhecer as potencialidades endoacutegenas de cada regiatildeo Estas poliacuteticas deveratildeo ser
executadas pelas instituiccedilotildees que compotildeem o ambiente organizacional e deveraacute ser
Ambiente Institucional (leis regulamentos poliacutet governamental etc)
Ambiente Organizacional (serviccedilos de apoio teacutecnico)
Insumos
Produccedilatildeo Processamento Comercializaccedilatildeo
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
Fluxos fiacutesicos Am
bie
nte
pro
du
tivo
117
convergente para o setor produtivo que na visatildeo global da cadeia se apresenta com o papel
fundamental de realizar o maacuteximo de interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo com os demais atores envolvidos
no processo Este fator eacute determinante para que o ambiente produtivo se torne competitivo ao
niacutevel da reduccedilatildeo de custos ampliaccedilatildeo dos ganhos e oferta de produtos em qualidade e
quantidade que satisfaccedila o consumidor
O acircmbito organizacional comporta as instituiccedilotildees de apoio teacutecnico de ensino
pesquisa extensatildeo e demais instituiccedilotildees responsaacuteveis pela execuccedilatildeo das poliacuteticas leis e
normas oriundas do ambiente institucional O melhor desempenho destes dois sistemas se
daraacute pela soacutelida articulaccedilatildeo entre as instituiccedilotildees e os elementos constitutivos destes ambientes
onde o primeiro fundamenta o segundo e este fornece os subsiacutedios para a consecuccedilatildeo dos
objetivos daquele
O ambiente produtivo apresenta-se como o principal sistema na hierarquia de
funcionamento do todo funciona como o motor de todo o sistema integrando diversos
subsistemas que interagem fornecendo subsiacutedios para o seu funcionamento e sustentaccedilatildeo
Estaacute constituiacutedo por empresas fornecedoras de insumos pela produccedilatildeo primaacuteria propriamente
dita - que neste estudo abrange as propriedades agriacutecolas - pelo ambiente de processamento e
transformaccedilatildeo dos produtos e o ambiente comercial com as empresas de escoamento da
produccedilatildeo e os elementos de transferecircncia dos produtos ateacute o consumidor final Entre estes
ambientes coexistem os fluxos financeiros e de informaccedilotildees e os fluxos fiacutesicos
De acordo com o exposto eacute mister que todo este conjunto de componentes ou sistemas
interativos esteja dinamicamente relacionado objetivando suprir o consumidor final de
determinado produto ou serviccedilo do ambiente agriacutecola (BERTALANFFY 1975 SPPEDING
1975 ALVAREZ 1990 CASTRO 1998 e CHIAVENATO 2011)
4432 Ambientes do Sistema Produtivo Agriacutecola
A cadeia produtiva traduz-se em um conjunto articulado de atividades poliacuteticas
econocircmicas e sociais como consequecircncia da relaccedilatildeo em termos de mercados entre
tecnologia organizaccedilatildeo e capital A sua visualizaccedilatildeo efetiva-se como uma sucessatildeo de
operaccedilotildees de transformaccedilatildeo dissociaacuteveis capazes de ser separadas e ligadas entre si por um
encadeamento teacutecnico (PIRES 2001) Eacute entendida como um conjunto de relaccedilotildees comerciais e
financeiras que estabelecem entre todos os segmentos um fluxo de troca entre fornecedores e
clientes ou seja um conjunto de accedilotildees econocircmicas poliacuteticas e sociais que regulam a
valorizaccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo e asseguram a articulaccedilatildeo das operaccedilotildees
118
A anaacutelise de uma cadeia produtiva necessita da observaccedilatildeo dos ambientes
institucional organizacional e produtivo e a forma como se processa os fluxos fiacutesicos e de
informaccedilotildees nesse sistema
O ambiente institucional eacute constituiacutedo pelas normas e leis federais estaduais e
municipais aleacutem da cultura dos costumes e saberes local da sociedade que envolve e
influencia os ambientes O ambiente organizacional engloba as estruturas que satildeo criadas para
dar suporte ao funcionamento das cadeias produtivas O ambiente produtivo apresenta-se
como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana nos municiacutepios em estudo
A Figura 2 apresenta o sistema desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas envolvendo
trecircs ambientes distintos institucional produtivo e organizacional Em cada um destes estatildeo
inseridas empresas eou instituiccedilotildees com caracteriacutesticas e objetivos distintos entre si poreacutem
semelhantes nas suas finalidades que eacute a consolidaccedilatildeo do sistema produtivo agriacutecola da
banana
119
0
Figura 2 Diagrama esquemaacutetico do sistema agriacutecola desejaacutevel para a produccedilatildeo de bananas
Fonte autora
Insumos
Produccedilatildeo Processamento
Calcaacuterio
Implementos
agriacutecolas
Pesticidas
Fertilizantes
Propriedades
agriacutecolas
Cultivos de
bananeiras
Comercializaccedilatildeo
Acessoacuterios
agriacutecolas
Bioinduacutestrias
Agroinduacutestrias
Cooperativas
Empresas
Associaccedilotildees
Mercado
Nacional
Mercado
Internacional
Mercado
Local
Mercado
Regional Varejo
Fluxos fiacutesicos
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
IDAM
INPA
UFAM
UEA MMA
MIDIC SEPROR MAPAEMBRAPA
SEBRAE
SUFRAMA (MDIC)
MS
SEPLANCTI MMA MDIC MAPA
SEPLANCTI
Atacado
INST
ITU
CIO
NA
L P
RO
DU
TIV
O
OR
GA
NIZ
AC
ION
AL
AFEAM BASA BNDES
FAPEAM
INSTIT FINANCEIRAS (BB BASA BNDES) IPAAM (SDS) INCRA (MDA)
SDS
CONAB
SUDAM
MME
MIN
120
44321 Ambiente Institucional
O ambiente institucional agrega instituiccedilotildees que estabelecem leis e normas que
regulamentam o sistema produtivo agriacutecola em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e da
sociedade devendo atuar de forma transversal e democraacutetica aglutinando os interesses
nacional regional estadual e municipal em defesa do desenvolvimento do paiacutes e do
equiliacutebrio social ambiental econocircmico politico e territorial como forma de garantir a defesa
e bem estar da sociedade e do territoacuterio
Ao se analisar as atribuiccedilotildees do Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA e do Instituto
de proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas - IPAAM com suas funccedilotildees de controle do
desmatamento regional e definiccedilatildeo da localizaccedilatildeo e extensatildeo das aacutereas cultivadas bem como
do Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria - INCRA com suas atribuiccedilotildees
fundiaacuterias no Amazonas conforme contido em seus ambientes institucionais percebe-se que
desenvolvem poliacuteticas capazes de interferir na cadeia produtiva do setor primaacuterio e portanto
da banana Do mesmo modo a Secretaria de Planejamento Ciecircncia e Tecnologia do
Amazonas - SEPLANCTI o Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio -
MDIC e a Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus ndash SUFRAMA podem ter uma
influecircncia expressiva e positiva se usarem suas competecircncias na formulaccedilatildeo de poliacuteticas
puacuteblicas que favoreccedilam os produtores agriacutecolas regionais atuando de forma coordenada e
integrada O suprimento de energia eleacutetrica e de estradas eou hidrovias para o escoamento da
produccedilatildeo agriacutecola podem ser citadas como importantes para o processo de integraccedilatildeo dos
produtores no contexto do desenvolvimento regional accedilotildees essas de responsabilidade do
Ministeacuterio das Minas e Energia - MME e Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN A
SUDAM com sede em Beleacutem tambeacutem pode ser inserida nesse contexto de poliacuteticas puacuteblicas
O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA a Secretaria de
Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas - SDS e Secretaria de Produccedilatildeo e Extensatildeo Rural
- SEPROR por outro lado devem atuar de forma integrada para que os produtores tenham
todo o apoio teacutecnico necessaacuterio para que suas propriedades aproveitem da maneira mais
produtiva possiacutevel suas aacutereas cultivadas quer suprindo informaccedilotildees de manejo do solo das
culturas das pragas e doenccedilas como tambeacutem orientaccedilotildees sobre o mercado consumidor local
regional e se possiacutevel ateacute o nacional e o internacional Com isso os produtores podem ter
uma visatildeo mais completa de como se inserem no sistema produtivo podendo assim planejar
com mais competecircncia suas accedilotildees futuras O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) tambeacutem tem um
papel importante no sistema produtivo pois a regiatildeo eacute propensa a ocorrecircncia de doenccedilas
121
principalmente as que tecircm alguns insetos como vetores (malaacuteria dengue leishmaniose etc)
capazes de causar impactos altamente elevados em assentamentos de produtores dificultando
suas atuaccedilotildees no meio rural Por fim eacute necessaacuterio citar as instituiccedilotildees financeiras como o
Banco da Amazocircnia SA - BASA Banco do Brasil - BB Banco Nacional de
Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES etc responsaacuteveis por financiamentos da
produccedilatildeo agriacutecola do Estado
Quando se analisa o aspecto organizacional do modelo de cadeia produtiva
identificando as instituiccedilotildees executoras das poliacuteticas puacuteblicas aleacutem das jaacute citadas acima
encontramos as Instituiccedilotildees de Ensino Superior -IES (UFAM UEA IFAM INPA Embrapa)
as de fomento agrave pesquisa e agrave produccedilatildeo (FAPEAM BASA SUDAM SUFRAMA BNDES)
aleacutem de apoio teacutecnico aos produtores (IDAMSEPROR SDS SEBRAE Prefeituras
Municipais) e ainda a AFEAM que fornece treinamento e creacuteditos para os setores da
economia do Amazonas e a CONAB com suas assistecircncias teacutecnicas e aquisiccedilatildeo de produtos
por preccedilos compatiacuteveis ao produtor e ao mercado consumidor
Se essa estrutura estivesse atuando de forma integrada coordenada e organizada
seria de se esperar que os elos da cadeia produtiva de qualquer produto agriacutecola pudessem
estar consolidados e contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento sustentaacutevel
regional
Os produtores teriam apoio governamental para a obtenccedilatildeo de creacuteditos e o mercado
local teria condiccedilotildees de proporcionar a preccedilos adequados todos os insumos necessaacuterios para
alavancar suas produtividades a niacuteveis elevados em quantidade e qualidade e de forma
sustentaacutevel em condiccedilotildees de competitividade com os mercados de outras regiotildees do paiacutes
criando um ciacuterculo virtuoso de desenvolvimento agriacutecola que beneficiaria todos os envolvidos
no processo inclusive a sociedade regional Os produtores estariam bem organizados em
Associaccedilotildees e Cooperativas e haveria espaccedilo para a atuaccedilatildeo de Agroinduacutestrias e
Bioinduacutestrias que processariam a banana transformando parte da produccedilatildeo em subprodutos
com maior valor agregado como doces geleias fritas ships aproveitando quase toda ou toda
a produccedilatildeo da cultura gerando mais empregos e divisas para a regiatildeo
Associaccedilotildees e Cooperativas mais consolidadas poderiam significar maior potencial
dos produtores atingirem os mercados regionais nacional e ateacute internacional com maior
competitividade e eficiecircncia garantindo a eles maiores preccedilos e maior seguranccedila na venda de
sua produccedilatildeo com os excedentes sendo exportados e trazendo mais divisas para o Estado que
dispotildee de recursos hiacutedricos terras e condiccedilotildees climaacuteticas favoraacuteveis ao cultivo da banana
122
A seguir foram descritas de forma mais detalhada as competecircncias de cada uma dessas
instituiccedilotildees para se ter uma noccedilatildeo mais exata dos seus perfis de atuaccedilatildeo visando identificar
melhor seus papeacuteis no sistema produtivo da banana no Estado do Amazonas
O Ministeacuterio do Meio Ambiente - MMA atua no desenvolvimento e implementaccedilatildeo
da poliacutetica nacional do meio ambiente e dos recursos hiacutedricos na poliacutetica de preservaccedilatildeo
conservaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo sustentaacutevel de ecossistemas e da biodiversidade na proposiccedilatildeo de
estrateacutegias mecanismos e instrumentos econocircmicos e sociais para a melhoria da qualidade
ambiental e do uso sustentaacutevel dos recursos naturais no desenvolvimento de poliacuteticas para a
integraccedilatildeo do meio ambiente e da produccedilatildeo nas poliacuteticas e programas ambientais para a
Amazocircnia Legal e no Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico - ZEE como oacutergatildeo gestor normativo
dos processos de implantaccedilatildeo dos ZEEs pelos Estados (MMA 2015)
O MMA eacute responsaacutevel por promover a adoccedilatildeo de princiacutepios e estrateacutegias para o
conhecimento a proteccedilatildeo e a recuperaccedilatildeo do meio ambiente o uso sustentaacutevel dos recursos
naturais a valorizaccedilatildeo dos serviccedilos ambientais e a inserccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel
na formulaccedilatildeo e na implementaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de forma transversal compartilhada
participativa e democraacutetica em todos os niacuteveis e instacircncias do governo e sociedade
trabalhando de forma integrada as questotildees sociais ambientais e econocircmicas Figura 3
Figura 3 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA no
ambiente institucional Fonte MMA (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA tem papel
importante na gestatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de estiacutemulo agrave agropecuaacuteria a exemplo do
Programa Nacional da Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisiccedilatildeo de
alimentos ndash PAA entre outros Deve fomentar o agronegoacutecio e regular a normatizaccedilatildeo de
MMA
Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente
Poliacutetica Nacional dos Rec Hiacutedricos
Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso dos
Ecossistemas
Poliacutetica de Preservaccedilatildeo e Uso da
Biodiversidade
Poliacuteticas para a Amazocircnia Legal
Gestatildeo Normativa dos ZEEs
Meio Ambiente
Soci
edad
e Eco
no
mia
123
serviccedilos vinculados ao setor agriacutecola agrave pecuaacuteria e ao abastecimento contemplando o
pequeno o meacutedio e o grande produtor rural e deve tambeacutem reunir atividades de suprimento
de bens e serviccedilos relacionados a estes setores bem como o processamento a transformaccedilatildeo
e a distribuiccedilatildeo de produtos de origem agropecuaacuteria ateacute o consumidor final MAPA (2015)
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash EMBRAPA e a Companhia
Nacional de Abastecimento ndash CONAB por exemplo satildeo empresas puacuteblicas que atuam sob a
gerecircncia e coordenaccedilatildeo do MAPA que tambeacutem eacute organizado em secretarias responsaacuteveis
pelos diferentes setores do agronegoacutecio brasileiro a exemplo da Secretaria de Defesa
Agropecuaacuteria ndash SDA e a Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI
(MAPA 2015)
A CONAB visa contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do
produtor rural participando da formulaccedilatildeo das poliacuteticas agriacutecola e de abastecimento Por meio
de suas atividades busca proporcionar a geraccedilatildeo de valor ao produtor rural disponibilizando
preccedilo renda e a regulaccedilatildeo do abastecimento e apoio no fortalecimento e organizaccedilatildeo do setor
Ao consumidor final proporciona o acesso aos alimentos baacutesicos no comeacutercio varejista a
preccedilos acessiacuteveis
O MAPA natildeo restringe suas atividades ao acircmbito agropecuaacuterio Embora concentre
neste setor o foco principal de suas atividades sua estrateacutegia de gestatildeo busca integrar os
aspectos mercadoloacutegicos tecnoloacutegicos cientiacuteficos ambientais e organizacionais dos setores
produtivo do abastecimento da armazenagem e do transporte de safras aleacutem da gestatildeo da
poliacutetica econocircmica e financeira do agronegoacutecio Todo este esforccedilo visa garantir a seguranccedila
alimentar da populaccedilatildeo brasileira e a produccedilatildeo de excedentes para exportaccedilatildeo como forma de
fortalecer o setor produtivo nacional e favorecer a inserccedilatildeo do Brasil no mercado
internacional
A Secretaria de Defesa Agropecuaacuteria ndash SDA eacute responsaacutevel pela execuccedilatildeo das accedilotildees
de Estado para a prevenccedilatildeo controle e erradicaccedilatildeo de doenccedilas animais e de pragas vegetais
que afetam a agropecuaacuteria com vistas a assegurar a origem a conformidade e a seguranccedila dos
produtos de origem animal e vegetal destinados agrave alimentaccedilatildeo humana ou animal e tambeacutem a
idoneidade dos insumos em uso na agricultura e pecuaacuteria brasileira (MAPA 2015)
A SDA tambeacutem participa da formulaccedilatildeo da poliacutetica agriacutecola planejando
normatizando coordenando e supervisionando as atividades de defesa agropecuaacuteria em todo o
Territoacuterio nacional Eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo do Sistema Unificado de Atenccedilatildeo agrave
124
Sanidade Agropecuaacuteria ndash SUASA do sistema brasileiro de inspeccedilatildeo de produtos de origem
animal vegetal e de insumos agropecuaacuterios (MAPA 2015)
Na produccedilatildeo vegetal a Secretaria responde pela vigilacircncia fitossanitaacuteria inspeciona
e fiscaliza a produccedilatildeo de sementes mudas fertilizantes corretivos inoculantes estimulantes
e biofertilizantes Controla registro classifica e fiscaliza o comeacutercio de bebidas e a produccedilatildeo
de uvas vinhos e derivados Inspeciona a utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos e seus componentes aleacutem
de fiscalizar e classificar os produtos subprodutos e resiacuteduos vegetais de valor econocircmico
A Secretaria de Relaccedilotildees Internacionais do Agronegoacutecio ndash SRI eacute responsaacutevel pela
interface do MAPA com o mercado externo pela elaboraccedilatildeo de propostas de negociaccedilotildees de
acordos sanitaacuterios e fitossanitaacuterios com outros paiacuteses e ainda por analisar as deliberaccedilotildees
relativas agraves exigecircncias fitossanitaacuterias que envolvem interesses do setor produtivo brasileiro a
fim de consolidar o reconhecimento do paiacutes interna e externamente como provedor de
alimentos seguros e de qualidade
A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Cooperativismo - SDC eacute a principal
responsaacutevel pela adoccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis para o agronegoacutecio brasileiro Sua atuaccedilatildeo
envolve esforccedilos para o estiacutemulo ao cooperativismo as praacuteticas da agricultura sustentaacutevel o
desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas tecnologias a proteccedilatildeo intelectual a infraestrutura e a
logiacutestica de produccedilatildeo transporte e armazenagem de safras (MAPA 2015)
A SDC estaacute estruturada em quatro departamentos responsaacuteveis por diferentes setores
organizacionais O Departamento de Cooperativismo e Associativismo - DENACOOP
fomenta o associativismo entre cooperativas assim como sua internacionalizaccedilatildeo visando
ampliar a participaccedilatildeo econocircmica do setor cooperativo no leque de exportaccedilotildees do paiacutes
Tambeacutem haacute poliacuteticas de incentivo ao cooperativismo entre o puacuteblico jovem e entre mulheres
destinadas agrave inclusatildeo social e maior participaccedilatildeo econocircmica destes setores na sociedade
O Departamento de Sistemas de Produccedilatildeo e Sustentabilidade - DEPROS eacute responsaacutevel
pela regulaccedilatildeo e estiacutemulo agrave praacuteticas de agropecuaacuteria sustentaacuteveis que preservem o ambiente e
os recursos naturais As principais poliacuteticas desenvolvidas pelo DEPROS estatildeo relacionadas agrave
produccedilatildeo de alimentos orgacircnicos (Agroecologia) Sistemas de Produccedilatildeo Integrada para
rastreabilidade e qualificaccedilatildeo da produccedilatildeo e Sistemas de Conservaccedilatildeo de Solos e Aacuteguas que
cuidam da manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas (MAPA 2015)
Questotildees relativas agrave proteccedilatildeo de propriedade intelectual ligada ao agronegoacutecio
desenvolvimento e fomento a novas cultivares pesquisa e desenvolvimento de implementos
maacutequinas e insumos satildeo responsabilidade do Departamento de Propriedade Intelectual e
125
Tecnologia da Agropecuaacuteria - DEPTA O DEPTA tambeacutem eacute responsaacutevel pelo sistema
nacional de identificaccedilatildeo geograacutefica que fomenta a homologaccedilatildeo de regiotildees geograacuteficas
produtoras de alimentos certificados
O Departamento de Infraestrutura e Logiacutestica ndash DIEL coordena questotildees relativas ao
escoamento e armazenagem dos produtos agropecuaacuterios brasileiros Normatiza e fiscaliza
condiccedilotildees fiacutesicas de portos aeroportos e armazeacutens aleacutem de desenvolver poliacuteticas de
infraestrutura e obras para o incremento da capacidade logiacutestica do agronegoacutecio Controla a
aviaccedilatildeo voltada ao setor agriacutecola normatizando e promovendo treinamentos para os pilotos
operadores Tambeacutem eacute responsaacutevel pela promoccedilatildeo das parcerias institucionais e pela
assessoria a demandas parlamentares no acircmbito do ministeacuterio
A Secretaria de Poliacutetica Agriacutecola ndash SPA atua no planejamento e execuccedilatildeo de medidas
de apoio agrave produccedilatildeo agriacutecola em trecircs pilares baacutesicos Primeiro na oferta de recursos para o
financiamento do agronegoacutecio aperfeiccediloamento e apoio agrave produccedilatildeo Segundo no apoio e
sustentaccedilatildeo dos preccedilos agropecuaacuterios por meio de aquisiccedilotildees governamentais e equalizaccedilotildees
de preccedilos E por uacuteltimo no aperfeiccediloamento da gestatildeo de risco por meio da subvenccedilatildeo ao
precircmio do seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaacuteria - PROAGRO e
do Zoneamento Agriacutecola de Risco Climaacutetico
A SPA eacute um instrumento de planejamento e gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para a
agropecuaacuteria brasileira No seu escopo eacute responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do Plano
Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash PAP consolidando accedilotildees programas e diretrizes governamentais para o
setor fundamentais para a tomada de decisatildeo dos produtores rurais e demais agentes
econocircmicos comprometidos no agronegoacutecio A SPA conta com trecircs departamentos que
concorrem no desenvolvimento de suas atribuiccedilotildees
O Departamento de Economia Agriacutecola - DEAGRI responsaacutevel por programar e
acompanhar a aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos e privados na agropecuaacuteria e tambeacutem
acompanhar a legislaccedilatildeo e o desempenho do creacutedito rural com base em dados e estatiacutesticas
puacuteblicos e privados Para isto o DEAGRI observa a conjuntura econocircmica nacional e
internacional em suas relaccedilotildees com o agronegoacutecio e monitora os mercados de insumos
agropecuaacuterios como fertilizantes defensivos maacutequinas e implementos agriacutecolas
O Departamento de Comercializaccedilatildeo e de Abastecimento Agriacutecola e Pecuaacuterio ndash
DEAGRO tem por atribuiccedilatildeo estabelecer poliacuteticas e accedilotildees voltadas agrave garantia do
abastecimento assegurando ao produtor rural preccedilos compatiacuteveis com sua atividade por meio
126
de aquisiccedilotildees de produtos e equalizaccedilatildeo dos preccedilos agriacutecolas consolidada na Poliacutetica de
Garantia de Preccedilos Miacutenimos - PGPM
O Departamento de Gestatildeo de Risco Rural ndash DEGER eacute encarregado do
desenvolvimento de estudos para a formulaccedilatildeo e implementaccedilatildeo das poliacuteticas gerenciais de
riscos do setor agropecuaacuterio relacionadas com o seguro rural o PROAGRO (eacute uma garantia
ofertada pela Uniatildeo principalmente para o pequeno e meacutedio produtor e se destina ao
pagamento do creacutedito tomado no banco pelos produtores aleacutem de indenizar os recursos
proacuteprios aplicados no empreendimento na hipoacutetese de ocorrecircncia de eventos climaacuteticos que
gerem perdas em suas lavouras) e o ZARC (o Zoneamento Agriacutecola tem como objetivo
indicar os periacuteodos de plantio por municiacutepio e por cultura relacionados ao ciclo das
cultivares e aos tipos de solos a fim de que eventuais eventos climaacuteticos adversos natildeo
coincidam com as fases mais sensiacuteveis das lavouras)
As accedilotildees do PROAGRO e do ZARC ocorrem por meio do Programa de Subvenccedilatildeo ao
Precircmio do Seguro Rural ndash PSR que viabiliza o acesso do produtor ao seguro mediante o
pagamento pelo governo de parte do precircmio de seguro rural contratado pelo produtor nas
modalidades agriacutecola pecuaacuteria aquiacutecola e de floresta
Aleacutem das secretarias o MAPA possui vaacuterios oacutergatildeos e unidades descentralizadas da
administraccedilatildeo direta a exemplo das Superintendecircncias Federais de Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento - SFAs oacutergatildeos de representaccedilatildeo nos Estados da Federaccedilatildeo e conta com apoio
dos Laboratoacuterios Nacionais Agropecuaacuterios ndash LANAGROS responsaacuteveis pelas anaacutelises
laboratoriais relativas ao setor entre outros (MAPA 2015) O MAPA trabalha para contribuir
com a sustentabilidade social econocircmica e ambiental por meio do apoio agrave accedilotildees para o
desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e mercadoloacutegico Figura 4
127
Figura 4 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento ndash MAPA no ambiente institucional
Fonte MAPA (2015) Adaptada pela autora
MAPA SFAs (oacutergatildeos de repres do
MAPA nos Estados) LANAGROS
Poliacuteticas para o Agronegoacutecio
SPA (instrumento de gestatildeo)
SDA
SDC (desenv agropec e coord)
Controle e defesa fitossanitaacuterio
patoloacutegico e de insumos
SRI
DEGER
DEAGRI
DEAGRO
Fomento
Controle de Preccedilo de Merc
Gestatildeo de Risco (seguro rural)
ZARC
PROAGRO
DENACOOP
DEPROS
DEPTA
DIEL
Cooperativismo
Associativismo
Sustentabilidades
Pesquisa
Prop Intelec
Logiacutestica portos aerop e armazeacutens
Mercado Externo
Poliacutetica Externa
Sust
en
tab
ilid
ade
Soci
al
Suste
ntab
ilidad
e Econ
ocircm
ica
Cientiacutefico Tecnoloacutegico Mercadoloacutegico
Sustentabilidade Ambiental
128
O Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC atua com o
propoacutesito de gerir as poliacuteticas puacuteblicas no acircmbito federal para fortalecer a competitividade
das empresas brasileiras executa e avalia poliacuteticas puacuteblicas para a promoccedilatildeo da
competitividade do comeacutercio exterior do investimento e da inovaccedilatildeo nas empresas e para o
bem estar do consumidor conforme Figura 5
Figura 5 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio ndash
MDIC no ambiente institucional Fonte MDIC (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS tem a funccedilatildeo de oferecer condiccedilotildees para a promoccedilatildeo
proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo reduzindo as enfermidades controlando as
doenccedilas endecircmicas e parasitaacuterias e melhorando a vigilacircncia agrave sauacutede como forma de garantir
mais qualidade de vida aos brasileiros Figura 6
Figura 6 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Sauacutede ndash MS no ambiente institucional Fonte MS (2015) Adaptada pela autora
MDIC
Compras e Vendas no
Exterior
SUFRAMA Geraccedilatildeo Atraccedilatildeo e
Consolidaccedilatildeo de Investiemtno Desenvolver a socioeconomia
da regiatildeo Norte
Bem Estar das Empresas
Competitividade no Comeacutercio Exterior
Meio Ambiente
Soci
edad
e
Econ
om
ia
Investimento Puacuteblico
Infraestrutura
Formaccedilatildeo de RH
CTampI
MS
Coord e Fiscaliz do SUS
Sauacutede Ambiental
Poliacutetica Nacional de Sauacutede Pesquisa Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica na Aacuterea da Saude
Vigilacircncia da Sauacutede
Sauacutede
Soci
edad
e
Am
bien
te
Drogas
Medicamentos
Alimentos
Controle Sanitaacuterio de Fronteiras e Portos
Fluviais
Aeacutereos
Mariacutetimos
129
O empenho central desta instituiccedilatildeo foca a implementaccedilatildeo da poliacutetica nacional de
sauacutede aglutinando a coordenaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede ndash SUS a sauacutede
ambiental e accedilotildees de promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede individual e coletiva
incluindo os trabalhadores e os iacutendios fornecendo informaccedilotildees de sauacutede vigilacircncia e controle
sanitaacuterio de fronteiras e de portos mariacutetimos fluviais e aeacutereos vigilacircncia de sauacutede
especialmente drogas medicamentos e alimentos e pesquisa cientiacutefica e tecnoloacutegica na aacuterea
de sauacutede
O Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio ndash MDA eacute responsaacutevel pelo
desenvolvimento do Brasil rural por meio da democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra da gestatildeo
territorial da estrutura fundiaacuteria da inclusatildeo produtiva da ampliaccedilatildeo da renda da agricultura
familiar e da paz no campo contribuindo com a soberania alimentar o desenvolvimento
econocircmico social e ambiental do Brasil Figura 7
Entre as competecircncias do MDA estaacute a de exercer em caraacuteter extraordinaacuterio as
competecircncias relativas agrave regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na Amazocircnia legal em acordo com o Art 35
da medida Provisoacuteria ndeg 458 de 10 de fevereiro de 2009 Exerceraacute esta tarefa por meio do
departamento de planejamento monitoramento e avaliaccedilatildeo da regularizaccedilatildeo fundiaacuteria na
Amazocircnia Legal O Ministeacuterio conta ainda com a Secretaria de Reordenamento Agraacuterio que
possui um Departamento de Creacutedito Fundiaacuterio e uma Subsecretaria da Agricultura Familiar
Esta Secretaria possui um Departamento de Financiamento e Proteccedilatildeo da Produccedilatildeo e um
Departamento de Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural entre outros
O Instituto Nacional de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash INCRA eacute vinculado ao
MDA tem a personalidade juriacutedica de autarquia da Uniatildeo e sua missatildeo preciacutepua eacute
implementar a poliacutetica de reforma agraacuteria no Brasil e realizar o ordenamento fundiaacuterio
nacional A primeira se daraacute por meio da democratizaccedilatildeo do acesso a terra criando e
implantando assentamentos rurais sustentaacuteveis A segunda viraacute por meio da regularizaccedilatildeo
fundiaacuteria de terras puacuteblicas e da gerecircncia dessa estrutura no paiacutes e visa agrave desconcentraccedilatildeo da
estrutura fundiaacuteria como forma de reduzir a violecircncia e a pobreza no campo e promover a
igualdade e inclusatildeo social
A reforma agraacuteria deve ocorrer de forma participativa dentro dos princiacutepios da
legalidade impessoalidade moralidade publicidade e eficiecircncia e deve contribuir para o
fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada A autarquia tem o compromisso
de fiscalizar a funccedilatildeo social dos imoacuteveis rurais e fomentar a produccedilatildeo agroecoloacutegica de
alimentos e a inserccedilatildeo nas cadeias produtivas para tanto deveraacute buscar a qualificaccedilatildeo dos
130
Figura 7 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio do Desenvolvimento AgraacuterioInstituto de Colonizaccedilatildeo e Reforma Agraacuteria ndash MDAINCRA no
ambiente institucional Fonte MDA (2015) Adaptada pela autora
INCRA
Qualificaccedilatildeo dos Assentamentos Rurais
Poliacutetica de Reforma Agraacuteria
Desconcentraccedilatildeo da estrutura Fundiaacuteria
Ordenamento Fundiaacuterio Nacional
Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria de Terras Puacuteblicas
Reduccedilatildeo da Violecircncia e da Pobreza no Campo In
clusatilde
o s
oci
al
Iguald
ade S
ocial
Democratizaccedilatildeo do Acesso agrave Terra
Licenciamento Ambiental
Assentamentos Rurais Sustentaacuteveis
Participativa
Legalidade Impessoalidade Moralidade
Publicidade Eficiecircncia
Acesso agrave infraestrutura Baacutesica e ao Creacutedito
Acesso agrave assessoria Teacutecnica e Social
Articulaccedilatildeo com as Demais Poliacuteticas Puacuteblicas
MDA
Regularizaccedilatildeo Fundiaacuteria na Amazocircnia Legal
Secretaria de Ordenamento Fundiaacuterio
Planejamento
Monitoramento
Avaliaccedilatildeo
Creacutedito Fundiaacuterio
Agricultura Familiar
Financiamento e proteccedilatildeo da
Produccedilatildeo
Assistecircncia Teacutecnica e
Extensatildeo Rural
131
assentamentos rurais proporcionando o licenciamento ambiental o acesso agrave infraestrutura
baacutesica o creacutedito e a assessoria teacutecnica e social e a articulaccedilatildeo com as demais poliacuteticas
puacuteblicas em especial a educaccedilatildeo sauacutede cultura e esportes sempre em consonacircncia com as
legislaccedilotildees ambiental e trabalhista
O Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI eacute responsaacutevel pelo
desenvolvimento da poliacutetica nacional de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e inovaccedilatildeo bem
como pela supervisatildeo e controle das atividades da ciecircncia e tecnologia poliacutetica de
desenvolvimento de informaacutetica e automaccedilatildeo poliacutetica nacional de biosseguranccedila poliacutetica
espacial poliacutetica nuclear de controle da exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos sensiacuteveis O objetivo
dessa poliacutetica eacute transformar o setor em componente estrateacutegico do desenvolvimento do paiacutes
contribuindo para que os benefiacutecios da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo sejam distribuiacutedos de
forma justa a toda a sociedade O MCTI incorpora as duas mais importantes agecircncias de
fomento da ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo Financiadora de Estudos e Projetos ndash FINEP e o
Conselho de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico do Paiacutes ndash CNPq e suas unidades de
pesquisa
Ao sistema MCTI tambeacutem estatildeo agregados o Centro de Gestatildeo de Estudos
Estrateacutegicos ndash CGEE a Comissatildeo Nacional de Energia Nuclear ndash CNEN a Agecircncia Espacial
Brasileira ndash AEB e mais dezenove unidades de pesquisa cientiacutefica tecnoloacutegica e de inovaccedilatildeo
e quatro empresas estatais Por meio desse conjunto de instituiccedilotildees o MCTI exerce suas
funccedilotildees estrateacutegicas desenvolvendo pesquisas e estudos que se traduzem em geraccedilatildeo de
conhecimento e de novas tecnologias criaccedilatildeo de produtos processos gestatildeo e patentes
nacionais conforme Figura 8
Sua estrutura estaacute composta de quatro secretarias temaacuteticas que satildeo responsaacuteveis pela
gestatildeo e execuccedilatildeo dos principais programas e accedilotildees do ministeacuterio quais sejam Secretaria de
Poliacuteticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento ndash SEPED Secretaria de Ciecircncia e
Tecnologia para a Inclusatildeo Social ndash SECIS Secretaria de Desenvolvimento Tecnoloacutegico e da
Inovaccedilatildeo ndash SETEC e Secretaria de Poliacutetica de Informaacutetica ndash SEPIN Por meio dessas
secretarias o MCTI alcanccedila o patrimocircnio nacional e contribui para o desenvolvimento
econocircmico social e regional favorecendo todos os biomas brasileiros atuando nas aacutereas de
ciecircncias exatas promovendo a difusatildeo de tecnologias apropriadas para o meio urbano e rural
e a capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica do paiacutes como forma de elevar a competitividade das empresas
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazocircnia ndash INPA eacute vinculado ao MCTI e sua
missatildeo eacute gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o
132
desenvolvimento da Amazocircnia Nesse contexto realiza estudo cientiacutefico do meio fiacutesico e das
condiccedilotildees de vida da regiatildeo amazocircnica tendo em vista o bem estar humano e os reclamos da
cultura da economia e da seguranccedila nacional Figura 8
O INPA produz conhecimento e forma recursos humanos na regiatildeo Norte do paiacutes
estabelecendo um compromisso com o desenvolvimento sustentaacutevel a defesa do meio
ambiente e de seus ecossistemas consolidando estudos sobre a fauna a flora a
biodiversidade a sociodiversidade os recursos florestais e hiacutedricos
Figura 8 Diagrama Esquemaacutetico do Ministeacuterio da Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo ndash MCTI no
ambiente institucional Fonte MCTI (2015) Adaptada pela autora
O Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional ndash MIN eacute responsaacutevel pela formulaccedilatildeo e
conduccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Desenvolvimento Regional ndash PNDR formulaccedilatildeo dos planos
e programas regionais de desenvolvimento estabelecimento de estrateacutegias de integraccedilatildeo das
economias regionais definiccedilatildeo de diretrizes e prioridades na aplicaccedilatildeo dos recursos dos
programas de financiamento para o setor produtivo das Regiotildees Norte Nordeste e Centro-
Oeste conforme estabelecido no Art 159 inciso I aliacutenea ldquocrdquo da Constituiccedilatildeo Federal do
Brasil bem como por aplicar os recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazocircnia e do
Nordeste pelas obras de infraestrutura hiacutedrica a poliacutetica nacional de irrigaccedilatildeo entre outras
(MIN 2015)
MCTI
Biosseguranccedila
FINEP Poliacutetica Nacional de Pesquisa
Cientiacutefica Tecnoloacutegica e de Inovaccedilatildeo CNPq
Supervisatildeo E Controle
Geraccedilatildeo de Conhecimento
Pes
qu
isa
e Es
tud
os N
ovas Tecn
olo
gias
Informaccedilatildeo e Automaccedilatildeo
Ciecircncia e Tecnologia
Poliacutetica de Controle Ambiental
Secretarias Temaacuteticas
SECIS
SETEC
SEPED
Espacial Nuclear
Bens e Serviccedilos Sensiacuteveis SEPIN
Produccedilatildeo de processos e Patentes
INPA
Biosseguranccedila Sociodiversidadede
Flora Fauna
Capital Intelectual
133
O Ministeacuterio de Minas e Energia ndash MME entre outras competecircncias eacute responsaacutevel
pelo aproveitamento da energia hidraacuteulica pelo petroacuteleo combustiacutevel e energia eleacutetrica
incluindo energizaccedilatildeo e eletrificaccedilatildeo rural deve zelar pelo equiliacutebrio conjuntural e estrutural
entre oferta e demanda de recursos energeacuteticos no paiacutes
44322 Ambiente Organizacional
O ambiente organizacional se compotildee basicamente das instituiccedilotildees de ensino
pesquisa extensatildeo suporte teacutecnico e fiscalizaccedilatildeo entre outras que subsidiam o negoacutecio
Normalmente esses atores satildeo sustentados pela crenccedila de que as accedilotildees grupais satildeo mais
eficientes que as individuais e assim se propotildeem a atuar de forma coordenada e coletiva
obedecendo regras formais e executando as poliacuteticas definidas no ambiente institucional se
apresentando como um elo entre o ambiente institucional e produtivo (PONDEacute 1994
NORTH 1994 e CUNHA 1999) Nesses ambientes encontram-se as oportunidades e
ameaccedilas a serem aproveitadas ou neutralizadas pelos agentes da cadeia produtiva
A Superintendecircncia da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA autarquia vinculada ao
Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior ndash MDIC tambeacutem tem como
finalidade promover o desenvolvimento socioeconocircmico na regiatildeo Norte do paiacutes de forma
sustentaacutevel por meio da geraccedilatildeo atraccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de investimentos Estas accedilotildees
demandam o estiacutemulo de investimentos puacuteblicos e privados em infraestrutura na formaccedilatildeo de
capital intelectual em ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo e a intensificaccedilatildeo das articulaccedilotildees com
os oacutergatildeos e entidades puacuteblicas e privadas
A Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econocircmico Ciecircncia
Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Estado do Amazonas ndash SEPLANCTI no seu escopo finaliacutestico eacute
responsaacutevel pelo planejamento estrateacutegico do Estado devendo coordenar as poliacuteticas de
desenvolvimento socioeconocircmico Recentemente uma reestruturaccedilatildeo do governo do Estado
do Amazonas agregou agraves atividades da antiga secretaria de planejamento e desenvolvimento
econocircmico as atividades de ciecircncia tecnologia e inovaccedilatildeo nascendo assim a SEPLANCTI
A esta secretaria compete a formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo de estrateacutegias de
desenvolvimento que contemplem a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica e a busca do pleno emprego a
articulaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo entre o Estado e a sociedade com vistas ao desenvolvimento
econocircmico bem como a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de incentivos fiscais e tecnoloacutegicos para
fortalecimento da economia do Estado conforme Figura 9
134
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Estado
do Amazonas ndash SDS tem o compromisso de garantir a proteccedilatildeo da natureza e dos recursos
naturais com valorizaccedilatildeo socioambiental visando ao desenvolvimento sustentaacutevel do Estado
Suas accedilotildees estatildeo voltadas agrave melhoria da qualidade de vida das pessoas e agrave conservaccedilatildeo da
natureza
Figura 9 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas ndash
SEPLANCTIAM no ambiente organizacional Fonte SEPLANCTIAM (2015) Adaptada pela autora
A SDS desempenha suas atividades articulada com as autarquias e vinculadas quais
sejam Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental ndash IPAAM Agecircncia de Desenvolvimento Sustentaacutevel
do Amazonas ndash ADS Companhia de Gaacutes do Amazonas - CIGAS o Conselho Estadual de
Meio Ambiente do Estado do Amazonas - CEMAAM o Conselho Estadual de Recursos
Hiacutedricos ndash CERH o Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas ndash CEGEA e a
Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanccedilas Climaacuteticas e do Centro de Unidades de
conservaccedilatildeo Figura 10
Figura 10 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel do
Amazonas ndash SDSAM no ambiente organizacional Fonte SDSAM (2015) Adaptada pela autora
SEPLANCTIAM
Desenvolvimento do Estado do Amazonas
Fort
alec
imen
to d
a Ec
on
om
ia
Plen
o Em
prego
Desenvolvimento Socioeconocircmico
Planejamento Estrateacutegico para o Amazonas
Inovaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Articulaccedilatildeo entre Estado e Sociedade
Incentivos Fiscais e Tecnoloacutegicos
SDSAM
CIGAS
CEGEA CEMAAM CERH
IPAAM
Proteccedilatildeo da Natureza e dos Recursos Naturais
Val
ori
zaccedilatilde
o S
oci
oam
bie
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l
Desen
volvim
ento
Susten
taacutevel Fiscalizaccedilatildeo Licenciamento
Poliacutetica de Controle Ambiental
ADS
Monitoramento
Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo
135
O Instituto de Proteccedilatildeo Ambiental do Amazonas ndash IPAAM eacute oacutergatildeo vinculado agrave
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentaacutevel do Amazonas ndash SDS
O IPAAM coordena e executa a poliacutetica de controle ambiental para o Estado do Amazonas
por meio das atividades fim de licenciamento fiscalizaccedilatildeo e monitoramento ambiental em
todo o Estado do Amazonas Figura 10
A Secretaria de Estado de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SEPRORAM eacute
responsaacutevel pela formulaccedilatildeo coordenaccedilatildeo e implementaccedilatildeo da poliacutetica estadual de
desenvolvimento integrado da agricultura pecuaacuteria atividade florestal pesca e aquicultura O
Sistema SEPROR composto por todos os oacutergatildeos essenciais ao desenvolvimento da produccedilatildeo
rural tem como vinculadas a Comissatildeo Executiva Permanente de Defesa Sanitaacuteria Animal e
Vegetal do Estado do Amazonas - CODESAV Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e
Florestal Sustentaacutevel do Amazonas - IDAM e Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura ndash
SEPA Figura 11
O objetivo da SEPRORAM eacute prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural
aos agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas mediante processos
educativos e participativos que lhes assegurem sustentabilidade cidadania e melhoria na
qualidade de vida
136
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico da Secretaria de Produccedilatildeo Rural do Amazonas ndash SSEPRORAM no ambiente institucional
Fonte SEPRORAM (2015) Adaptada pela autora
SEPRORAM
Poliacutetica Estadual de Desenvolvimento Integrado
Ativ Florestais e Aquicultura
Agricultura Pecuaacuteria Pesca
SEPA
Processos Educativos e Participativos
Sust
en
tab
ilid
ade
Cid
adan
ia
CODESAV
Extensatildeo IDAM
Agropecuaacuteria
Florestal
Pesqueira
Agroindustrial
Assistecircncia Teacutecnica
Agricultores
Agricultura Familiar
Produtores Rurais
Melhoria da Qualidade de Vida no Campo
Projetos de Creacutedito Rural
Cooperativismo
Assossiativismo
Comercializaccedilatildeo
137
A Agecircncia de Fomento do Estado do Amazonas ndash AFEAM visa contribuir para o
desenvolvimento socioeconocircmico do Estado do Amazonas Seu compromisso eacute com o
desenvolvimento sustentaacutevel do Estado do Amazonas atraveacutes de apoio creditiacutecio e de
participaccedilotildees em accedilotildees teacutecnico puacuteblico privado que propiciem a geraccedilatildeo de trabalho e renda
e contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populaccedilatildeo do Estado do Amazonas
O Instituto de Desenvolvimento Agropecuaacuterio e Florestal Sustentaacutevel do Estado do
Amazonas ndash IDAM eacute uma autarquia vinculada ao Sistema SEPROR Estaacute presente em todo o
Estado do Amazonas A finalidade do IDAM eacute a supervisatildeo coordenaccedilatildeo e execuccedilatildeo de
atividades de assistecircncia teacutecnica extensatildeo agropecuaacuteria e florestal no acircmbito das poliacuteticas e
estrateacutegias dos governos Federal e Estadual para os setores agropecuaacuterio florestal pesqueiro
e agroindustrial
O IDAM tem a missatildeo de prestar serviccedilos de assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural aos
agricultores familiares e produtores rurais do Estado do Amazonas por meio de processos
educativos e participativos que lhes assegurem a sustentabilidade cidadania e melhoria na
qualidade de vida
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social - BNDES eacute o principal
instrumento de financiamento de longo prazo para a realizaccedilatildeo de investimentos em todos os
segmentos da economia brasileira Sua poliacutetica de fomento inclui as dimensotildees social
regional e ambiental
O BNDES destaca-se no apoio agrave agricultura induacutestria infraestrutura comeacutercio e
serviccedilos oferecendo condiccedilotildees especiais para micro pequenas e meacutedias empresas Possui
linhas de investimentos sociais direcionados para a educaccedilatildeo e sauacutede agricultura familiar
saneamento baacutesico e transporte urbano
O apoio do BNDES efetiva-se por meio de financiamentos a projetos de
investimentos aquisiccedilatildeo de equipamentos e exportaccedilatildeo de bens e serviccedilos Aleacutem disso o
Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina
financiamentos natildeo reembolsaacuteveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social
cultural e tecnoloacutegico
No contexto atual o planejamento estrateacutegico do Banco priorizou a inovaccedilatildeo o
desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental por entender que estes
satildeo aspectos importantes e que devem ser promovidos e apoiados em todos os
empreendimentos financiados pelo banco Figura 12
138
Figura 11 Diagrama Esquemaacutetico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico
e Social - BNDES no ambiente organizacional Fonte BNDES (2015) Adaptada pela autora
A Universidade Federal do Amazonas - UFAM contribui para a formaccedilatildeo de cidadatildeos
e para o desenvolvimento da Amazocircnia cultivando o saber em todas as aacutereas do
conhecimento por meio do ensino da pesquisa e da extensatildeo modernizando e inovando nas
estrateacutegias para o desenvolvimento regional e local
Por meio do ensino capacita recursos humanos para a regiatildeo elevando o niacutevel do
conhecimento e dos saberes A pesquisa e a poacutes-graduaccedilatildeo criam condiccedilotildees favoraacuteveis para
geraccedilatildeo de tecnologias para o desenvolvimento e sustentabilidade da regiatildeo A extensatildeo
proporciona a disseminaccedilatildeo do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas no acircmbito da
instituiccedilatildeo e especialmente capta a demanda da sociedade alimentando sucessivos ciclos de
desenvolvimento e pesquisa A UFAM investe nas praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica
na proteccedilatildeo da propriedade intelectual dos segmentos institucionais na valorizaccedilatildeo dos
conhecimentos tradicionais associados com a promoccedilatildeo da transferecircncia tecnoloacutegica para
produccedilatildeo de inovaccedilatildeo no setor produtivo regional visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos e o
desenvolvimento da Amazocircnia
A Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA tem a missatildeo de promover a
educaccedilatildeo desenvolvendo o conhecimento cientiacutefico particularmente sobre a Amazocircnia
aprimorando a qualidade dos recursos humanos existentes na regiatildeo por meio de accedilotildees
especiais que objetivem a expansatildeo do ensino e da cultura em todo o Estado do Amazonas
realizando pesquisas e estimulando atividades criadoras valorizando o indiviacuteduo no processo
evolutivo incentivando o conhecimento cientiacutefico relacionado ao homem e ao meio ambiente
BNDES
Infraestrutura
Apoio Financeiro
Investimento
Planejamento Estrateacutegico
Ino
vaccedilatilde
o
Desen
volvim
ento
Local
Comeacutercio Aquisiccedilatildeo de Equipamentos
Projetos
Induacutestria
Exportaccedilatildeo de Bens e Serviccedilos Financiamento natildeo Reembolsaacutevel
Cultural Social Tecnoloacutegico
Agricultura
Desenvolvimento Socioambiental
139
amazocircnico participando na elaboraccedilatildeo execuccedilatildeo e acompanhamento das poliacuteticas de
desenvolvimento governamentais
O Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM com o compromisso de promover educaccedilatildeo
de excelecircncia no Estado do Amazonas desenvolve accedilotildees de ensino pesquisa extensatildeo e
inovaccedilatildeo visando a formaccedilatildeo de cidadatildeos a geraccedilatildeo de tecnologias e a disseminaccedilatildeo do
conhecimento gerado no acircmbito do Instituto Figura 13
Figura 12 Diagrama Esquemaacutetico da Universidade Federal do Amazonas ndash UFAM da
Universidade do Estado do Amazonas ndash UEA e do Instituto Federal do Amazonas ndash IFAM no
ambiente organizacional
Fonte UFAM (2015) UEA (2015) IFAM (2015) Adaptada pela autora
A Embrapa Amazocircnia Ocidental eacute uma das Unidades Descentralizadas da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA vinculada ao Ministeacuterio da Agricultura
Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA atuando no Estado do Amazonas com a missatildeo de
viabilizar soluccedilotildees de pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da
agricultura na Amazocircnia em benefiacutecio da sociedade
Com o propoacutesito de alcanccedilar a excelecircncia na geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e
inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na Amazocircnia a EMBRAPA Amazocircnia
Ocidental prioriza a pesquisa e desenvolvimento a transferecircncia de tecnologias e a
responsabilidade social Nesse contexto a empresa organiza suas pesquisas em trecircs nuacutecleos
temaacuteticos produccedilatildeo vegetal e meio ambiente recursos geneacuteticos biotecnologias e
fitossanidade e produccedilatildeo animal
O Nuacutecleo Temaacutetico da Produccedilatildeo Vegetal e meio ambiente atua em linhas de pesquisa
como sistemas de produccedilatildeo vegetal manejo e controle de plantas daninhas olericultura
UFAM
Formaccedilatildeo de Cidadatildeos
Co
nh
ecim
ento
Saberes
Desenvolvimento da Amazocircnia
Pesquisa Ensino Extensatildeo
UEA
Capacita Recursos Humanos
Gera Tecnologias
Dissemina Conhecimento e
Tecnologia
IFAM
Proteccedilatildeo da Propriedade Intelectual
Praacuteticas de inovaccedilatildeo Social e
Tecnoloacutegica
Valorizaccedilatildeo dos Conhecimentos
tradicionais Associados
140
oleaginosas perenes alternativas potenciais para agroenergia silvicultura e manejo de florestas
plantadas fitossociologia para restauraccedilatildeo florestal geotecnologias aplicadas a estudos
florestais sementes e mudas florestais sistemas agroflorestais sistemas agrosilvopastoris
agroecologia desenvolvimento rural sustentaacutevel manejo dos agrossistemas fertilidade de
solos e nutriccedilatildeo de plantas biologia do solo caracterizaccedilatildeo de solos tropicais caracterizaccedilatildeo
de solos antroacutepicos microbiologia do solo ecologia florestal fisiologia vegetal dinacircmica do
carbono e dos nutrientes em ecossistemas de terra firme
O Nuacutecleo dos Recursos Geneacuteticos Biotecnologia e Fitossanidade trabalha com linhas
de pesquisa como recursos geneacuteticos de espeacutecies vegetais melhoramento geneacutetico de
espeacutecies vegetais biotecnologia vegetal geneacutetica de populaccedilotildees biodiversidade diversidade
geneacutetica fitossanidade manejo integrado de pragas entomologia resistecircncia de plantas a
doenccedilas biologia aplicada ecotoxicologia
O Nuacutecleo da Produccedilatildeo Animal trabalha com a fisiologia e imunologia de
peixes manejo e conservaccedilatildeo de recursos hiacutedricos sanidade de espeacutecies aquiacutecolas nutriccedilatildeo
de peixes reproduccedilatildeo de peixes melhoramento geneacutetico de espeacutecies aquiacutecolas manejo e
sistemas de criaccedilatildeo integraccedilatildeo lavoura pecuaacuteria e floresta sistemas de produccedilatildeo animal
O processo de transferecircncia de tecnologia eacute considerado uma via de matildeo dupla onde a
empresa atua de forma proativa para que as tecnologias geradas pela pesquisa sejam adotadas
pelo setor produtivo ao tempo em que busca conhecer e captar as principais demandas do
agricultor Para isso trabalha a gestatildeo integrada do conhecimento e de forma colaborativa
atua com parceiros diversos como instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas e organizaccedilotildees da
sociedade civil
A Embrapa estaacute inserida na Amazocircnia um dos mais importantes biomas do planeta Eacute
comprometida com a pesquisa desenvolvimento e inovaccedilatildeo interagindo permanentemente
com a sociedade na antecipaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das consequecircncias sociais econocircmicas culturais
e ambientais da ciecircncia e tecnologia cumprindo assim sua responsabilidade socioambiental e
a sustentabilidade da atividade agropecuaacuteria refletida em projetos voltados para a preservaccedilatildeo
e uso racional dos recursos naturais recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas e reduccedilatildeo de uso de
agroquiacutemicos entre outros com vistas a promover melhoria da qualidade de vida da
populaccedilatildeo a reduccedilatildeo da pobreza e das desigualdades regionais
Nesse contexto a Embrapa Amazocircnia Ocidental busca alcanccedilar a excelecircncia na
geraccedilatildeo de conhecimento tecnologia e inovaccedilatildeo para a sustentabilidade da agricultura na
Amazocircnia Suas accedilotildees tecircm contribuiacutedo significativamente para o desenvolvimento da cultura
da banana nos municiacutepios estudados Figura 14
141
v
v
Figura 13 Diagrama Esquemaacutetico da Embrapa Amazocircnia Ocidental ndash EMBRAPA no ambiente organizacional
Fonte EMBRAPA (2015) Adaptada pela autora
EMBRAPA
Recursos Geneacuteticos Biotecnologias e Fitossanidade
Produccedilatildeo Vegetal e Meio Ambiente
Transferecircncia de tecnologias
Pes
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cial
Melhoria da Qualidade de Vida no Campo
Sistemas de Produccedilatildeo Vegetal
Produccedilatildeo Animal
Silvicultura
Agroecologia
Desenv Rural Sustentaacutevel
Fertilidade de Solos e Nutriccedilatildeo de Plantas
Microbiologia de Solos
Diversidade geneacutetica
Diversidadee
Fitossanidade
Biotecnologia Vegetal
Manejo de Pragas e Entomologia
Ecotoxicologia
Fisiologia e Imunologia de Peixes
Nutriccedilatildeo de Peixe
Manejo e Sistema de Criaccedilatildeo
Sistema de produccedilatildeo Animal
142
O Banco da Amazocircnia ndash BASA eacute o principal agente de fomento do governo federal
voltado para o desenvolvimento sustentaacutevel da Regiatildeo Amazocircnica Atua como indutor do
desenvolvimento regional gerando oportunidades de negoacutecios sustentaacuteveis para a Amazocircnia
somando esforccedilos principalmente no acircmbito da Agricultura Familiar elegendo prioridades
nas poliacuteticas de Creacutedito Rural do Governo Federal junto ao Ministeacuterio do Desenvolvimento
Agraacuterio (MDA) promovendo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores (Oacutergatildeos Oficiais de
Assistecircncia Teacutecnica e Extensatildeo Rural Ministeacuterios e Sociedade Civil Organizada) como
forma de criar estrateacutegias capazes de melhorar a realidade dos produtores
O BASA eacute responsaacutevel por uma parcela significativa de accedilotildees voltadas agrave geraccedilatildeo de emprego
e renda fixaccedilatildeo do homem no campo inclusatildeo social e ambiental Atraveacutes do Programa
Nacional para o Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) financia projetos
individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares concedendo creacutedito para
financiar atividades agropecuaacuterias ou natildeo agropecuaacuterias para implantaccedilatildeo ampliaccedilatildeo ou
modernizaccedilatildeo da estrutura de produccedilatildeo beneficiamento industrializaccedilatildeo e de serviccedilos no
estabelecimento rural ou em aacutereas comunitaacuterias rurais proacuteximas de acordo com projetos
especiacuteficos Figura 15
Figura 14 Diagrama Esquemaacutetico do Banco da Amazocircnia - BASA no ambiente
organizacional Fonte BASA (2015) Adaptada pela autora
O SEBRAEAM eacute uma instituiccedilatildeo sem fins lucrativos que integra o Sistema Nacional
SEBRAE para execuccedilatildeo de programas e projetos favoraacuteveis ao desenvolvimento das micro e
pequenas empresas do Estado do Amazonas
BASA
Produccedilatildeo
Fom
ento
D
esenv
olv
imen
to R
egio
nal
Ampliaccedilatildeo eou Modernizaccedilatildeo
da Estrutura de
Agricultura Familiar
Desenvolvimento Sustentaacutevel da Regiatildeo
Amazocircnica
Interlocuccedilatildeo com
Atores de Assist
Teacutecnica e Extensatildeo
Rural
Prioridades da Poliacutetica de
Creacutedito Rural do MDA
PRONAF
Projetos
Individuais eou
Coletivos
Atividades
Agropecuaacuterias
Serviccedilos
Industrializaccedilatildeo
Atividades natildeo
Agropecuaacuterias
143
O SEBRAEAM tem o compromisso de promover a competitividade e o
desenvolvimento sustentaacutevel e fomentar o empreendedorismo com vistas a induzir agrave
excelecircncia no desenvolvimento das micros e pequenas empresas Para isto disponibiliza e
executa cursos e palestras que orientam para o empreendedorismo a lideranccedila vendas
atendimento a clientes formaccedilatildeo dos preccedilos relaccedilotildees interpessoais tributaccedilatildeo mercado
cooperaccedilatildeo financcedilas e planejamento etc
44323 Ambiente Produtivo
O ambiente produtivo se apresenta como o motor do sistema de produccedilatildeo da banana
nos municiacutepios em estudo O ambiente institucional eacute responsaacutevel por desenvolver e fornecer
o combustiacutevel para o funcionamento desse motor ao tempo em que ao ambiente
organizacional compete apontar a direccedilatildeo e fornecer os meios para a sua alavancagem O
ambiente produtivo estaacute subdividido em quatro subsistemas interligados que se articulam para
o seu perfeito funcionamento quais sejam insumos de produccedilatildeo a produccedilatildeo de bananas
propriamente dita que ocorre nas propriedades rurais o processamento e a comercializaccedilatildeo
dos produtos Cada subsistema possui elos especiacuteficos com caracteriacutesticas e finalidades
definidas
A produccedilatildeo de bananas ocorre nas propriedades agriacutecolas em trecircs etapas principais
preparaccedilatildeo do solo e plantio manutenccedilatildeo do cultivo e colheita das bananas (Figura 2) As
duas primeiras manteacutem interaccedilatildeo direta e constante com os fornecedores de insumos que
estatildeo situados dentro do proacuteprio sistema e com o ambiente institucional e organizacional por
meio do fluxo financeiro e de informaccedilotildees e do fluxo fiacutesico de produtos e serviccedilos que
migram destas empresas eou instituiccedilotildees para a propriedade A colheita da banana tambeacutem
possui interaccedilatildeo com o subsistema do processamento (visto que parte da produccedilatildeo eacute destinada
agraves cooperativas agriacutecolas e agroinduacutestrias) e da comercializaccedilatildeo tambeacutem com atividades
interligadas ao ambiente institucional e organizacional
O elo da cadeia produtiva que engloba os insumos de produccedilatildeo envolve as empresas
que fabricam distribuem e comercializam fertilizantes pesticidas calcaacuterio implementos e
acessoacuterios agriacutecolas como maacutequinas equipamentos e ferramentas usadas na produccedilatildeo
agriacutecola Estes atores mantecircm soacutelida relaccedilatildeo com os elos de produccedilatildeo e o processamento
O sistema do processamento envolve as bioinduacutestrias as agroinduacutestrias as empresas
de processamento as de suprimento fornecedoras de insumos as cooperativas e associaccedilotildees
agriacutecolas funcionando como subsistemas hora interligados hora funcionando independente
144
Contudo estes atores possuem estreita relaccedilatildeo com a produccedilatildeo e o processamento e
influenciam e satildeo influenciados pelo fluxo fiacutesico financeiro e de informaccedilotildees
O sistema da comercializaccedilatildeo envolve desde os mercados internacional nacional e
regional para vendas no atacado e o mercado local onde podem ser processadas negociaccedilotildees
no atacado eou no varejo Este sistema guarda forte relaccedilatildeo com os sistemas de produccedilatildeo e
processamento influenciando e sendo influenciado pelos fluxos fiacutesicos de informaccedilotildees e
financeiro Estes satildeo constituiacutedos pelas instituiccedilotildees financeiras e de creacutedito e aqueles pelas
estruturas de escoamento da produccedilatildeo
A eficaacutecia da governanccedila na atuaccedilatildeo destas instituiccedilotildees eacute imprescindiacutevel para o
perfeito funcionamento do sistema produtivo visto que o ecircxito da cadeia depende da
participaccedilatildeo sistemaacutetica no desempenho das funccedilotildees especiacuteficas de cada elemento que integra
o sistema Nos sistemas produtivos agriacutecolas especialmente na produccedilatildeo de frutas estes
elementos vatildeo garantir a oferta de alimentos seguros evitando-se possiacuteveis riscos agrave sauacutede do
consumidor eou praacuteticas desleais de comeacutercio considerando que a qualidade e a seguranccedila
dos produtos de origem animal e vegetal dependem do cumprimento das boas praacuteticas de
fabricaccedilatildeo da fiscalizaccedilatildeo oficial e da correta aplicaccedilatildeo de normas e padrotildees teacutecnicos
estabelecidos
Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de se esperar um
ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva consolidada para
qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola
A Figura 16 mostra com base nas informaccedilotildees contidas nos capiacutetulos anteriores
onde haacute fluxos de contato intenso e os fluxos de contato moderado a relaccedilatildeo entre elos da
cadeia produtiva e onde precisam ser trabalhados para contribuir com o fortalecimento da
produccedilatildeo da banana nos dois municiacutepios estudados
Os fluxos de contato intenso satildeo aqueles identificados no sistema de produccedilatildeo com
relativa consolidaccedilatildeo das interaccedilotildees entre os atores dos ambientes institucional produtivo e
organizacional e com os fluxos fiacutesicos financeiros e de informaccedilotildees que permeiam o sistema
de forma a contribuiacuterem para o seu desenvolvimento poreacutem natildeo atingindo a eficaacutecia dos seus
objetivos Os fluxos de contato moderado satildeo aqueles identificados como de baixa
consolidaccedilatildeo impactando negativamente no funcionamento do processo de produccedilatildeo de
bananas comprometendo direta ou indiretamente a interatividade nos demais elos da cadeia e
o desenvolvimento do sistema como um todo
145
= Fluxo de contato intenso = Fluxo de contato moderado Figura 15 Diagrama esquemaacutetico da situaccedilatildeo real de interatividade das instituiccedilotildees que compotildeem o sistema produtivo de bananas no municiacutepio de
Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo no Amazonas
Fonte autora pesquisa de campo (2012)
Insumos
Produccedilatildeo Processamento
Calcaacuterio
Implementos
agriacutecolas
Pesticidas
Fertilizantes
Propriedades
agriacutecolas
Cultivos de
bananeiras
Comercializaccedilatildeo
Acessoacuterios
agriacutecolas Associaccedilotildees
Cooperativas
Varejo
Mercado Local
PREMESDS
Fluxos fiacutesicos
Fluxos financeiros e de informaccedilotildees
Higienizaccedilatildeo
dos frutos
Atacado
Feiras
Intermediaacuterios
CONAB
MAPA
EMBRAPA
MMA
INCRA BB BASA
IPAAM SDS
SEPLANCTI IDAM UFAM BASA
SEPROR EMBRAPA INPA SDS
CONAB AFEAM
PREFEITURA MUNICIPAL
146
44324 Fluxos Fiacutesicos e de Informaccedilotildees
Quando se analisa os fluxos fiacutesicos da cadeia da banana deve-se levar em conta as
instituiccedilotildees e organizaccedilotildees que atuam na implementaccedilatildeo de accedilotildees diretas eou indiretas em
algum dos seus componentes podendo ser diretamente nas propriedades rurais ou em algum
outro segmento anti ou poacutes-produccedilatildeo
Em suma os fluxos fiacutesicos na cadeia produtiva da banana nos dois municiacutepios
estudados devem ser exercidos por instituiccedilotildees de ensino e pesquisas como INPA Embrapa
UFAM UEA IFAM bem como a Prefeitura municipal ou algumas secretarias estaduais
como a SEPRORIDAM SEPLANCTI SDS aleacutem do BASA AFEAM e CONAB Suas
accedilotildees vatildeo desde a obtenccedilatildeo e transferecircncia de conhecimentos teacutecnicos cientiacuteficos necessaacuterios
para aprimorar e aumentar a produtividade da cultura no Amazonas como tambeacutem de darem
todas as informaccedilotildees necessaacuterias para os produtores rurais contornarem minimizarem ou
solucionarem os problemas que podem de algum modo prejudicar suas vidas eou as suas
atividades agriacutecolas
4433 Situaccedilatildeo Real da Interaccedilatildeo Entre os Atores da Cadeia Produtiva da Banana nos
Municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
Observa-se que os fluxos intensos satildeo ainda minoria na cadeia produtiva da banana
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva Quando se analisa o ambiente
produtivo da banana figura 16 no acircmbito das propriedades agriacutecolas onde estaacute concentrada a
produccedilatildeo propriamente dita do sistema foi identificado fluxo de contato intenso apenas no
que se refere agrave higienizaccedilatildeo dos frutos (lavagem dos cachos eou das palmas com soluccedilatildeo de
sulfato de alumiacutenio apoacutes a colheita para a descontaminaccedilatildeo por micro-organismos e
precipitaccedilatildeo da sika) Esta eacute uma accedilatildeo muito primaacuteria mas essencial realizada em 867 e
100 das propriedades produtoras de bananas analisadas nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio preto da Eva respectivamente (Tabelas 5 e 8 do trabalho cientiacutefico 2)
As demais orientaccedilotildees teacutecnicas recomendadas para a higienizaccedilatildeo dos frutos nos
cultivos de bananeiras que vatildeo desde a disposiccedilatildeo dos cachos para transporte do bananal ao
local do despencamento ateacute a forma de acondicionamento para transporte a fim de evitar as
escoriaccedilotildees que comprometem a qualidade dos frutos natildeo eram observadas pelos produtores
deixando de agregar valor e desfavorecendo a comercializaccedilatildeo dos frutos
O subsistema da comercializaccedilatildeo tambeacutem apresentou fluxo de contato intenso com
outros atores dentro do proacuteprio ambiente produtivo e tambeacutem com o ambiente
147
organizacional A pesquisa mostrou que no momento da comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo
houveram negociaccedilotildees intensas entre o mercado atacadista por meio de intermediaacuterios e nas
vendas realizadas nas feiras de Manaus e dos municiacutepios em estudo visto que 87 das
vendas no atacado no municiacutepio de Presidente Figueiredo foram realizadas com
intermediaacuterios e 47 nas feiras (Tabela 1 trabalho cientiacutefico 3) No Rio Preto da Eva as
negociaccedilotildees foram levemente mais intensas com 97 e 57 das vendas realizadas com
intermediaacuterios e nas feiras respectivamente (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3)
No fluxo de venda por atacado quer para intermediaacuterios como para feiras constatou-
se poucas opccedilotildees na comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo e uma dependecircncia elevada do componente
ldquointermediaacuteriordquo para que o produto chegue ao mercado consumidor reduzindo a margem de
lucro dos produtores Figura 16
Haacute tambeacutem um fluxo intenso consolidado entre as instituiccedilotildees do ambiente
organizacional e o produtivo por meio da comercializaccedilatildeo dos produtos Neste sentido o
Governo federal atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar - PREME e do
Programa Agricultura Sustentaacutevel da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB em
parceria com o estado do Amazonas por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel
- SDS e da Secretaria de Produccedilatildeo Rural - SEPROR vecircm apresentando significativa
participaccedilatildeo no apoio e desenvolvimento agrave cultura pela aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo rural de
bananas
No municiacutepio de Presidente Figueiredo 67 das vendas feita pela cooperativa e 47
das vendas das associaccedilotildees comunitaacuterias foram transacionadas com a CONAB (Tabela 1
trabalho cientiacutefico 3) enquanto que no municiacutepio de Rio Preto da Eva 43 das vendas da
cooperativa e 77 das vendas das associaccedilotildees (Tabela 2 trabalho cientiacutefico 3) tambeacutem foram
comercializadas com Companhia Nacional de Abastecimento
O fluxo intenso apresentado entre a SEPROR e SDS com o mercado local eacute
chancelado pelo apoio do governo do Estado em alocar os produtores rurais em feiras
distribuiacutedas em diversos pontos da cidade as chamadas feiras do produtor rural um local
destinado pelo governo local para vendas preferencialmente direto por produtores rurais
eliminando a figura do intermediaacuterio e favorecendo os produtores rurais
Estes elementos se apresentam como favoraacuteveis ao processo de desenvolvimento da
cultura da banana contudo ainda natildeo eacute satisfatoacuterio visto que a pesquisa registrou alta
dependecircncia dos produtores rurais na hora da comercializaccedilatildeo dos produtos uma vez que a
maior parte da venda da produccedilatildeo fica restrita a dois nichos de mercado apoiado pelo
148
governo o Programa da Agricultura Sustentaacutevel - PAS e o Programa de Regionalizaccedilatildeo da
Merenda Escolar - PREME Isto representa uma fragilidade ao sistema de produccedilatildeo da
banana
Todos os demais fluxos da cadeia seja do ambiente institucional seja do ambiente
organizacional com o ambiente produtivo se apresentam de forma ainda natildeo consolidada
com baixa ou nenhuma expressatildeo uma vez que o fluxo moderado dessas instituiccedilotildees com o
ambiente produtivo fragiliza o cultivo da cultura da banana e natildeo proporciona retorno
financeiro satisfatoacuterio aos produtores e ainda restringe a oferta de produtos agrave sociedade
regional comprometendo o desenvolvimento local e a sustentabilidade da cultura
444 CONCLUSOtildeES
No Estado do Amazonas atuam instituiccedilotildees federais estaduais e municipais capazes
de dar todo o suporte legal logiacutestico financeiro teacutecnico e social para consolidar os elos do
sistema produtivo da banana Com todo esse arcabouccedilo de instituiccedilotildees e competecircncias era de
se esperar um ambiente altamente favoraacutevel ao estabelecimento de uma cadeia produtiva
consolidada para qualquer atividade do setor primaacuterio agriacutecola estadual
Contudo a situaccedilatildeo real encontrada nos dois municiacutepios natildeo estaacute em niacutevel elevado de
organizaccedilatildeo e atividades que resultem em produtividades competitividades e eficiecircncias
satisfatoacuterias conforme demonstrado pelas informaccedilotildees obtidas nas propriedades rurais e
contidas nos trecircs capiacutetulos anteriores dessa tese Essas instituiccedilotildees natildeo alcanccedilam a maioria
dos produtores de bananas nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva
Sem uma assistecircncia adequada os produtores tecircm dificuldades de adquirir insumos
agriacutecolas informaccedilotildees conhecimento escoar e comercializar a produccedilatildeo de bananas e natildeo
conseguem transpor as barreiras que impedem a competitividade com os produtos vindos de
outras regiotildees do paiacutes perpetuando o atraso especialmente teacutecnico por parte dos produtores
rurais e a ineficiecircncia das instituiccedilotildees que natildeo alcanccedilam o ambiente produtivo da banana
149
45 PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA CULTIVOS
DE BANANEIRAS EM MUNICIacutePIOS DO AMAZONAS
RESUMO
Este trabalho apresenta uma proposta para construccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade visando medir a efetividade da integraccedilatildeo dos ambientes do sistema
produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas Ela foi construiacuteda a partir da revisatildeo de literatura e de pesquisas de campo
realizadas em trinta propriedades rurais produtoras de bananas localizadas no municiacutepio de
Rio Preto da Eva e quinze em Presidente Figueiredo O sistema produtivo estaacute constituiacutedo
pelos ambientes institucional organizacional o ambiente produtivo e as interaccedilotildees fiacutesicas e
financeiras que permeiam o sistema Ao final deste trabalho se consolidou as categorias os
elementos os descritores e os indicadores orientados para a mensuraccedilatildeo da sustentabilidade
do sistema produtivo da banana nos municiacutepios em estudo Para avaliar a sustentabilidade
nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os
indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees ambiental econocircmica social
espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que
mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de
aacutegua nos periacuteodos de estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos
cultivos fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o
ciclo produtivo Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo
de venda do produto sua industrializaccedilatildeo incorporando agroinduacutestrias produtoras de
subprodutos de valores agregados de maiores valores o mercado comprador e o escoamento
da produccedilatildeo Dentro da Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees
em Associaccedilotildees e Cooperativas Dentro da Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores que
mais podem afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a falta da posse
definitiva da terra e a disponibilidade de recursos hiacutedricos Dentro da Dimensatildeo Poliacutetica
poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades rurais estudadas nos dois municiacutepios
mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento sustentaacuteveis e fragilizadas perante a
globalizaccedilatildeo da economia
Palavras Chaves Sustentabilidade desenvolvimento local indicadores de sustentabilidade
150
ABSTRACT
This paper presents a proposal for the construction of sustainability indicators aimed at
measuring the effectiveness of the integration of the production of banana system
environments in the municipalities of Presidente Figueiredo and Rio Preto da Eva in the
Amazon It was built from the literature review and field research carried out in thirty-
producing farms of bananas located in Rio Preto da Eva and fifteen in Presidente Figueiredo
The production system is made up of the institutional environments organizational
productive environment and the physical and financial interactions that underlie the system
At the end of this work was consolidated categories elements descriptors and indicators
aimed at measuring the sustainability of the production of banana system in the municipalities
studied To assess sustainability in banana crops in the municipalities of Presidente
Figueiredo and Rio Preto da Eva indicators can be measured from the environmental
economic social spatial geographic cultural and political Within the environmental
dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana systems are
the water supply during the dry season and the need to apply a soil fertilizer on crops based on
chemical analysis and the needs of banana during the production cycle Within the Economic
Dimension the indicators that may most affect sustainability of production of banana systems
are financing the production the sale price of the product banana agroindustry with
subproducts of higher economic values the buyers market and the flow of production Within
the Social Dimension the indicators that can affect the sustainability of production of banana
systems are health education and their participation in associations and cooperatives Within
the Space Geographic Dimension the indicators that can affect the sustainability of
production of banana systems are the lack of definitive land tenure and the availability of
water resources Within the Political Dimension there are few indicators used by rural
communities studied in the two municipalities keeping them in phased stages of sustainable
development and vulnerable before the global economy
Key Words Sustainability local development sustainability indicators
151
451 INTRODUCcedilAtildeO
O crescimento populacional e as relaccedilotildees de capital resultaram num consumo
desenfreado de mateacuteria prima para a manutenccedilatildeo da vida demandando uma produccedilatildeo de bens
de consumo e alimentos sem precedentes na histoacuteria Como consequecircncia os danos
provenientes da exaustatildeo eou mau uso dos recursos passaram a fazer parte do nosso cotidiano
nos obrigando a repensar as formas de produccedilatildeo especialmente de alimentos e o uso dos
recursos naturais Mais recentemente em paralelo acirraram-se as discussotildees em torno das
questotildees ambientais e do uso responsaacutevel dos recursos naturais
Nesse contexto mensurar o consumo numa conexatildeo com a natureza eacute imprescindiacutevel
para a tomada de decisotildees que primem por evitar desequiliacutebrios que comprometam ainda mais
o suporte de recursos do planeta Dessa forma eacute necessaacuteria a avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da
capacidade de suporte dos recursos naturais como forma de garantir o equiliacutebrio e a
sustentabilidade dos ecossistemas e da vida Nessa dinacircmica os indicadores desempenham
papel importante como instrumento para a mensuraccedilatildeo do consumo da degradaccedilatildeo do
ambiente do niacutevel de desenvolvimento econocircmico social poliacutetico e de suporte geograacutefico
No contexto do desenvolvimento econocircmico e da revoluccedilatildeo verde evidencia-se a
necessidade do uso de indicadores de sustentabilidade em virtude da utilizaccedilatildeo desenfreada
dos recursos naturais a maioria desses considerados irrenovaacuteveis Assim a Conferecircncia
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Rio 92 caracterizou-se por
fortalecer as referecircncias na construccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade Posteriormente
surgiu a necessidade do desenvolvimento de indicadores ecoloacutegicos e de sustentabilidade por
parte de cada naccedilatildeo segundo o contexto local A Agenda 213 contribuiu como ponto de
partida para o encontro sobre Indicadores Ambientais e Desenvolvimento Sustentaacutevel de
Genebra em 1993 e ao Programa de Indicadores Ambientais que permite o monitoramento
das accedilotildees de desenvolvimento (HAMMOND et al 1995) aleacutem do estudo desenvolvido por
Marzall (1999) referenciado como marco do estudo de indicadores ocorrido durante o
coloacutequio internacional com o tema Indicador de Sustentabilidade realizado na Franccedila no ano
de 1996
Antes da deacutecada de 70 os estudos sobre o desenvolvimento se atinham basicamente
da utilizaccedilatildeo e transformaccedilatildeo dos recursos e da distribuiccedilatildeo dos ganhos por eles
proporcionados A partir desse periacuteodo os debates nos foacuteruns mundiais sobre
3 Programa de accedilatildeo oriundo da Conferecircncia Rio-92 com mais de 2500 recomendaccedilotildees praacuteticas para o alcance
do desenvolvimento sustentaacutevel no seacuteculo XX
152
desenvolvimento incluiacuteram a temaacutetica da sustentabilidade mediante as dimensotildees econocircmica
social e ambiental Com as contribuiccedilotildees de Sachs (1997) nesse debate ocorre a inserccedilatildeo de
mais duas dimensotildees do desenvolvimento a espacial e a cultural Para o autor o
desenvolvimento perderia o sentido se ocorresse em detrimento da cultura da sociedade
O conceito de sustentabilidade da relaccedilatildeo homem-natureza foi propagado na sociedade
a partir da deacutecada de 50 mas soacute foi popularizado durante os anos 80 atraveacutes das discussotildees
para a consolidaccedilatildeo do relatoacuterio da Comissatildeo Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento
ndash CMMAD ndash de Brundtland4 conhecido como ldquoNosso Futuro Comumrdquo adotado como base
para a definiccedilatildeo dos princiacutepios da biodiversidade e do futuro das geraccedilotildees (SACHS 1993
MONTIBELLER FILHO 2004)
Nesse cenaacuterio o termo sustentabilidade comeccedila a ser atrelado ao desenvolvimento e
disseminado mundialmente visto que o desenvolvimento permite atender as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de satisfazerem suas proacuteprias
necessidades (WCED 1987) Assim o desenvolvimento econocircmico e a utilizaccedilatildeo dos
recursos estatildeo inexoravelmente ligados no tempo e no espaccedilo
Este trabalho buscou identificar indicadores para o desenvolvimento sustentaacutevel da
cultura da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
para que se possa mensurar a sustentabilidade da cultura da banana e dos recursos naturais
envolvidos no processo de produccedilatildeo de forma a permitir o desenvolvimento local
4 Relatoacuterio da Comissatildeo Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) sobre os padrotildees de
desenvolvimento em relaccedilatildeo aos recursos naturais
153
452 MATERIAL E MEacuteTODOS
Para a definiccedilatildeo de indicadores visando a sustentabilidade da cultura da banana
primeiramente foram selecionadas as dimensotildees nas quais se pretendeu fundamentar o estudo
Estas observaram os conceitos de sustentabilidade que por sua vez estatildeo vinculados agrave
definiccedilatildeo de desenvolvimento Em seguida definiram-se os objetivos que se pretendeu
alcanccedilar e os componentes de estudo para cada dimensatildeo
A dimensatildeo delimita o estudo em direccedilatildeo ao objetivo que se deseja alcanccedilar Este
quando alcanccedilado iraacute apontar para a sustentabilidade do objeto em anaacutelise que seraacute
alcanccedilado mediante a definiccedilatildeo dos componentes para os quais seratildeo definidas as variaacuteveis
que seratildeo estudadas
Para a consecuccedilatildeo do objetivo deste trabalho a metodologia de pesquisa
compreendeu a identificaccedilatildeo de indicadores do desenvolvimento sustentaacutevel para cultivos de
bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
norteados pelas indicaccedilotildees de Sachs (2008) sobre as cinco dimensotildees que se configuram
como pilares do desenvolvimento sustentaacutevel ambiental econocircmica social
espacialgeograacutefico e poliacutetica que se relacionam com a atividade agriacutecola do cultivo de
bananeiras nos municiacutepios alvo da pesquisa Para cada dimensatildeo foram definidas as
categorias os elementos os descritores e um conjunto de indicadores que podem ser
avaliados para monitoramento da sustentabilidade em cultivos de bananeiras
Para a definiccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade sugeridos para o sistema
produtivo de banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas seguindo as orientaccedilotildees de Daniel (2000) Moura (2002) e Sachs (2004)
adotamos os seguintes aspectos norteadores
a) O pressuposto baacutesico adotado foi o conceito de desenvolvimento e sustentabilidade
onde o primeiro deve ser capaz de reduzir ou eliminar as desigualdades por meio da
modernidade inclusiva Enquanto que o segundo soacute se concretizaraacute atraveacutes de sintonia fina
entre as dimensotildees ambiental social econocircmica espacialgeograacutefica e poliacutetica envolvendo a
anaacutelise da capacidade de suporte os princiacutepios e as exigecircncias de cada dimensatildeo a fim de
alcanccedilar o equiliacutebrio entre os referenciais do desenvolvimento e da sustentabilidade
b) Foi dado o enfoque sistecircmico em niacutevel local considerando a complexidade dos
fenocircmenos que envolvem o sistema produtivo da banana e observadas as interrelaccedilotildees entre
os atores e os indicadores usando as informaccedilotildees colhidas pelo trabalho de campo realizados
nas comunidades rurais enfocadas por esse estudo
154
4521 Objeto e Aacuterea de Estudo
Para expressar o estado de sustentabilidade de cada dimensatildeo analisada e identificar
suas forccedilas e fragilidades buscou-se definir caracteriacutesticas estrutural e funcional de cada
dimensatildeo e para estas se caracterizou elementos fiacutesicos bioloacutegicos e socioeconocircmicos
espacial e poliacutetico observando as categorias indicadas por Sachs (1993) Moura (2002) e
Montibeller Filho (2004)
O niacutevel de anaacutelise desta pesquisa situa-se na configuraccedilatildeo do conjunto de indicadores
de sustentabilidade para as dimensotildees ambiental econocircmica social espacial e poliacutetica para o
sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no
Amazonas Para cada dimensatildeo foram definidas categorias elementos descritores e os
indicadores em acordo com as especificidades locais dos cultivos em estudo
Os cultivos de bananeiras de 15 propriedades rurais no municiacutepio de Presidente
Figueiredo e 30 no municiacutepio de Rio Preto da Eva dentre aquelas de cultivos essencialmente
comerciais foram selecionados e o estudo envolveu as lideranccedilas e associaccedilotildees comunitaacuterias
das propriedades investigadas as agroinduacutestrias relacionadas com o processo de produccedilatildeo da
banana bem como os canais de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo inquirindo para
tanto os liacutederes comunitaacuterios presidentes de associaccedilotildees empresaacuterios proprietaacuterios de
agroinduacutestrias intermediaacuterios de compra e venda e feirantes envolvidos no processo de
comercializaccedilatildeo das bananas Procedeu-se tambeacutem a uma pesquisa bibliograacutefica em sites da
internet para consolidar o trabalho
4522 Etapas do Estudo e Teacutecnicas de Construccedilatildeo dos Indicadores de Sustentabilidade
A descriccedilatildeo das etapas deste estudo teve como finalidade facilitar a compreensatildeo
sobre o processo e a loacutegica de construccedilatildeo dos indicadores e sobremaneira o percurso trilhado
e as teacutecnicas de pesquisas empregadas para o cumprimento dos objetivos
Primeiro procedeu-se a pesquisa bibliograacutefica sobre o uso e a construccedilatildeo de
indicadores de sustentabilidade para sistemas agriacutecolas com a finalidade de identificar os
aspectos metodoloacutegicos comuns e diacutespares para a construccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade e em quais dimensotildees se processaria o estudo
Neste momento as orientaccedilotildees de Sachs (1993) Moura (2002) e Montibeller Filho
(2004) foram fundamentais para definir as dimensotildees do estudo as categorias os elementos e
os descritores para a definiccedilatildeo do conjunto de indicadores de sustentabilidade
155
Esta etapa tambeacutem subsidiou a estruturaccedilatildeo do roteiro de entrevista com os produtores
rurais da regiatildeo a fim de identificar os limites baacutesicos do sistema produtivo de banana e os
fatores que influenciam sua sustentabilidade
Considerando os preceitos metodoloacutegicos orientados por Moura (2002) e Camino e
Muumlller (1993) de que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o contexto a
definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores locais a
definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e ainda que natildeo
existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal seguiu-se
a estrutura metodoloacutegica indicada pelos autores que orientam sete etapas para a definiccedilatildeo de
indicadores de sustentabilidade adaptadas para os cultivos de bananeiras nos municiacutepios em
estudo quais sejam
Definiccedilatildeo do sistema identificaccedilatildeo de categorias significativas para o sistema
identificaccedilatildeo dos elementos para cada categoria seleccedilatildeo dos descritores definiccedilatildeo dos
indicadores anaacutelise dos indicadores e procedimentos de monitoramento
156
453 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
4531 A Relaccedilatildeo Agricultura Desenvolvimento e Sustentabilidade
A agricultura moderna eacute apontada por muitos autores (SACHS 1993 MOURA
2002 MONTIBELLER FILHO 2004 BECKER 2009 MELLO 2009) como a alternativa
mais promissora para promover o desenvolvimento socioeconocircmico nas aacutereas rurais do
Brasil Contudo ela natildeo deve ser tratada isoladamente mas sim aplicada como integrante do
processo de sustentabilidade visto que conforme adverte Sachs (1993) a sustentabilidade
pressupotildee o uso racional e equitativo dos recursos de forma a garantir a disponibilidade
desses agraves geraccedilotildees futuras visando sempre a melhoria das condiccedilotildees de vida das
comunidades
Orientaccedilatildeo semelhante se faz para as praacuteticas de crescimento e desenvolvimento
econocircmico com o propoacutesito de natildeo igualar os dois conceitos que possuem caracteriacutesticas bem
distintas visto que o primeiro considera somente o acuacutemulo de riquezas embora esta se
concentre nas matildeos de pequena parcela de indiviacuteduos da populaccedilatildeo Este processo natildeo remete
agrave igualdade nem agrave justiccedila social O segundo por sua vez preocupa-se com a geraccedilatildeo de
riquezas sim mas tem o objetivo de distribuiacute-las de melhorar a qualidade de vida das
populaccedilotildees o que remete portanto agrave qualidade ambiental do planeta (CAVALCANTI
1997) Essa eacute a oacutetica moderna do desenvolvimento e deve embasar as discussotildees atuais sobre
a produccedilatildeo de bens e serviccedilos no anseio da equidade social e da sustentabilidade dos recursos
naturais em todo o planeta
A ideia de desenvolvimento local a partir da agricultura especialmente na regiatildeo
Norte sugere conciliar os fatores culturais as tradiccedilotildees locais a capacidade de suporte dos
recursos naturais e as interaccedilotildees econocircmicas e sociais de forma interdisciplinar enfrentando
o desafio do binocircmio agriculturafloresta de modo que sejamos capazes de tornaacute-la produtiva
sem destruiacute-la exercitando a sustentabilidade
O conceito de sustentabilidade deve respaldar um processo multidimensional e
intertemporal a ser praticado na escala local tendo como focos dinamizadores minimamente
as dimensotildees ambiental (resiliecircncia) econocircmica (produtividade) e social (equidade e
economia) (HAMMOND et al 1995 SACHS 2004 e SEPUacuteLVEDA 2008)
De uma maneira geral a sustentabilidade da propriedade rural passa pelo
aproveitamento eficaz das aacutereas cultivadas procurando tirar delas as melhores produtividades
possiacuteveis e por longos periacuteodos de tempo diminuindo a necessidade de ocupar novas aacutereas de
florestas Para que possam dar um retorno financeiro adequado aos produtores seus usos
157
devem ser pautados em informaccedilotildees de mercado tendo tambeacutem apoio governamental com
assistecircncia teacutecnica e para o escoamento da produccedilatildeo sem comprometer a qualidade dos
produtos e a competitividade econocircmica
4532 Indicadores para o Desenvolvimento Sustentaacutevel do Sistema Produtivo da
Banana dimensotildees objetivos e componentes
Os indicadores satildeo detentores de informaccedilotildees sobre a dinacircmica dos diferentes tipos
dimensionais (HAMMOND et al 1995) Na avaliaccedilatildeo da sustentabilidade os indicadores
vecircm sendo cada vez mais utilizados para mensuraccedilatildeo do consumo dos recursos naturais em
funccedilatildeo das suas principais consequecircncias nocivas para o meio ambiente uma vez que o
crescimento populacional exige volumes crescentes de mateacuteria prima para manutenccedilatildeo da
vida
O termo indicador implica em inferir apontar estimar conceituando-se como uma
variaacutevel selecionada e quantificada fornecendo pistas para problemas ou tornando
perceptiacuteveis tendecircncias ou fenocircmenos difiacuteceis de serem detectaacuteveis podendo ser apresentados
em forma de dados estatiacutesticos ou graacuteficos que nos revele traccedilos da realidade e tendecircncias
futuras que de outra forma natildeo seria facilmente percebida permitindo uma aproximaccedilatildeo
simplificada da realidade observada (SARANDOacuteN 2002) Os indicadores podem ser
definidos no acircmbito global nacional regional ou local Para o alcance dos objetivos aqui
propostos eles seratildeo definidos de acordo com as especificidades locais
De acordo com Hammond et al (1995) Sachs (2004) e Sepuacutelveda (2008)
sustentabilidade deve refletir processos multidimensionais e intertemporais preferencialmente
praticados em escalas locais focando a resiliecircncia a produtividade a equidade e economia e
deve ser avaliada por meio de indicadores que permitam a combinaccedilatildeo de escalas temporais
especiacuteficas a serem definidas de acordo com o sistema avaliado (CHRISTEN 1996)
admitindo inuacutemeras possibilidades visto que cada sistema possui especificidades
Entre as diversas possibilidades para a definiccedilatildeo das dimensotildees a serem estudadas
encontram-se as indicadas por Darolt (2000) soacutecio cultural teacutecnico agronocircmica econocircmica
ecoloacutegica e poliacutetico institucional Por sua vez Carvalho (1994) aponta para as dimensotildees
econocircmicas socioloacutegicas ambientais poliacuteticas culturais e institucionais Costabeber (1989)
recomenda econocircmica social ecoloacutegica geograacutefica e tecnoloacutegica enquanto que Camino e
Muumlller (1993) recomendam considerar justiccedila social viabilidade econocircmica sustentabilidade
ambiental democracia solidariedade e eacutetica Por fim haacute as orientaccedilotildees de Sachs (2004) pelas
dimensotildees ambiental social econocircmica poliacutetica cultural e territorial
158
Contudo Sachs (1993) adverte que para a sustentabilidade de qualquer tipo de
sistema que envolva seres humanos pressupotildee-se o uso racional e equitativo dos recursos
sendo fundamental considerar minimamente as dimensotildees econocircmicas ambiental e social
como condiccedilatildeo preciacutepua para a geraccedilatildeo do desenvolvimento no longo prazo na temporalidade
aproximada de 25 anos
Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva em acordo com as orientaccedilotildees de Sachs (2004) e
Montibeller Filho (2004) os indicadores podem ser mensurados a partir das dimensotildees social
econocircmica ambiental espacialgeograacutefica e poliacutetica Para cada dimensatildeo devem ser
visualizados os componentes e os objetivos que se deseja alcanccedilar para o ambiente estudado
A partir destes foram definidas as variaacuteveis estudadas Assim o quadro 1 apresenta as
dimensotildees sob as quais o desenvolvimento do sistema produtivo da banana pode ser avaliado
nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas considerando as
informaccedilotildees obtidas no trabalho de campo nas comunidades rurais estudadas bem como os
objetivos que se deseja alcanccedilar e os componentes que devem ser avaliados em cada
dimensatildeo
Para esse estudo foram definidas cinco dimensotildees ambiental social econocircmica
espacialgeograacutefica e poliacutetica (Quadro 1) Para anaacutelise da sustentabilidade de cada dimensatildeo
foram identificados os objetivos que se deseja alcanccedilar e para isto definidos os componentes
que devem ser observados para que a partir destes possam ser indicadas as categorias os
elementos os descritores e os indicadores para cada dimensatildeo analisada Para a
sustentabilidade dos cultivos de bananeiras no Amazonas o sistema seraacute analisado no acircmbito
local
O estudo da sustentabilidade ambiental objetiva a melhoria da qualidade do ambiente e
preservaccedilatildeo dos recursos naturais Ela pode ser avaliada por meio do acompanhamento dos
ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas do uso dos recursos naturais natildeo renovaacuteveis da prioridade
agrave produccedilatildeo de biomassa do aproveitamento dos insumos naturais da reduccedilatildeo do consumo
energeacutetico das tecnologias empregadas no sistema produtivo dos iacutendices de resiacuteduos no
processo produtivo da destinaccedilatildeo dos resiacuteduos e cuidados ambientais observados no processo
produtivo Quadro 1
A sustentabilidade da dimensatildeo social que visa a reduccedilatildeo das desigualdades sociais
deve observar a criaccedilatildeo de postos de trabalho sauacutede educaccedilatildeo a disponibilidade de emprego
a renda (distribuiccedilatildeo) o respeito agrave cultura local o aproveitamento do conhecimento
159
tradicional ou taacutecito as formas e niacuteveis de organizaccedilotildees sociais e a produccedilatildeo de bens que
favoreccedilam o atendimento agraves necessidades baacutesicas das pessoas envolvidas direta eou
indiretamente no processo produtivo
Quadro 1 Dimensotildees de anaacutelise objetivos e componentes analisados para o
desenvolvimento sustentaacutevel do sistema produtivo da banana em municiacutepios do
Amazonas DIMENSAtildeO OBJETIVO COMPONENTES
Sustentabilidade
Ambiental
Melhoria da qualidade do
ambiente e preservaccedilatildeo
das fontes de recursos
naturais
Respeito aos ciclos ecoloacutegicos dos ecossistemas
O uso de recursos naturais natildeo renovaacuteveis
Prioridade agrave produccedilatildeo de biomassa
Aproveitamento dos insumos naturais
Reduccedilatildeo do consumo de energia
Tecnologias empregadas no processo produtivo
Iacutendices de resiacuteduos nos processos produtivos
Destinaccedilatildeo dos resiacuteduos
Cuidados ambientais
Sustentabilidade
Social
Reduccedilatildeo das
desigualdades sociais
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
Sauacutede
Educaccedilatildeo
Emprego
Renda (distribuiccedilatildeo)
Cultura local
Conhecimento tradicional ou taacutecito Organizaccedilotildees sociais
Produccedilatildeo de bens que favoreccedilam o atendimento agraves
necessidades baacutesicas
Sustentabilidade
Econocircmica
Melhoria da riqueza
social
Fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e
privados
Manejo eficiente dos recursos disponiacuteveis
Capacidade econocircmica
Capacidade produtiva do cultivo
Aproveitamento dos recursos internos (da
propriedade)
Absorccedilatildeo (pela propriedade) dos custos
ambientais
Produtividade
Reduccedilatildeo da dependecircncia externa
Canais de comercializaccedilatildeo
Sustentabilidade
Espacial
Geograacutefica
Evitar excessos de
aglomeraccedilotildees e exaustatildeo
dos recursos
Capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo)
Capacidade endoacutegena de desenvolvimento
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra
Disponibilidade de infraestrutura
Capacidade de suporte dos recursos naturais
Sustentabilidade
Poliacutetica
Democratizaccedilatildeo das
poliacuteticas puacuteblicas
existentes e fortalecimento
da governanccedila
Criaccedilatildeo de Leis e desenvolvimento de poliacuteticas
para a agricultura
Organizaccedilatildeo poliacutetico institucional
Democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional
existente
Cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica Governanccedila Fonte Sachs (2004) Montibeller Filho (2004) Adaptado pela autora
160
A sustentabilidade na dimensatildeo econocircmica que tem por objetivo a melhoria da
riqueza social deve observar o fluxo permanente de investimentos puacuteblicos e privados o
manejo dos recursos disponiacuteveis a capacidade econocircmica a capacidade produtiva do cultivo
o aproveitamento dos recursos internos da propriedade absorccedilatildeo pela propriedade dos custos
ambientais a produtividade o niacutevel de dependecircncia externa e os canais de comercializaccedilatildeo
(Quadro 1)
A sustentabilidade da dimensatildeo espacialgeograacutefica objetiva evitar os excessos de
aglomeraccedilatildeo e consequentemente a exaustatildeo dos recursos Pode ser monitorada pela
observaccedilatildeo da capacidade de concentraccedilatildeo espacial (populaccedilatildeo) a capacidade endoacutegena de
desenvolvimento a democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra a infraestrutura e a capacidade de
suporte dos recursos naturais
A sustentabilidade na dimensatildeo poliacutetica objetiva a democratizaccedilatildeo das poliacuteticas
puacuteblicas existentes e as adequaccedilotildees que se fizerem necessaacuterias e ainda pelo niacutevel de
governanccedila Pode ser monitorado por meio dos seguintes componentes criaccedilatildeo de Leis e
desenvolvimento de poliacuteticas para a o fortalecimento da agricultura as formas e niacuteveis da
organizaccedilatildeo poliacutetico institucional a democratizaccedilatildeo da estrutura organizacional existente a
cooperaccedilatildeo institucional e teacutecnica os niacuteveis de governanccedila na gestatildeo destes componentes e
pela apropriaccedilatildeo pelo cidadatildeo dos serviccedilos puacuteblicos institucionais
4533 Definiccedilatildeo de Indicadores de sustentabilidade para o sistema produtivo da banana
Ateacute a deacutecada de cinquenta o desenvolvimento foi entendido como sinocircnimo do
crescimento econocircmico mensurado por indicadores de ordem estritamente quantitativa A
partir de 1960 acirraram-se as discussotildees sobre desenvolvimento atrelado agrave sustentabilidade
como caraacuteter indissociaacutevel e os indicadores do desenvolvimento econocircmico de ordem
meramente quantitativa tornaram-se insuficientes para aferir o grau de desenvolvimento
visto que natildeo considerava o bem estar social nos diferentes niacuteveis de agregaccedilatildeo humana com
melhorias na qualidade de vida da populaccedilatildeo a exemplo da diminuiccedilatildeo dos niacuteveis de pobreza
de desemprego e desigualdade das condiccedilotildees de sauacutede nutriccedilatildeo educaccedilatildeo moradia
transporte (SANDRONI 1999 MOURA 2002 CUNHA 2006) intensificando as
investigaccedilotildees em torno de indicadores capazes de aferir a sustentabilidade em diferentes
contextos
Os conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade assumem papel importante no
processo de construccedilatildeo dos indicadores de sustentabilidade bem como na definiccedilatildeo das
161
dimensotildees analisadas dos objetivos dos componentes e das variaacuteveis estudadas revelando o
que eacute importante ser medido e como avaliar e interpretar os resultados (LOPES 2001) Neste
sentido os indicadores permitiratildeo noccedilotildees comparativas visto que um criteacuterio eacute mais ou
menos sustentaacutevel em dado contexto natildeo existindo modelos definitivos para cada criteacuterio
(MOURA 2002)
Os indicadores precisam ser os mais especiacuteficos possiacuteveis de modo a se evitar
ambiguidades e problemas de validade e confiabilidade devendo incluir o objetivo ou a meta
a ser alcanccedilado o aspecto a ser medido o periacuteodo abrangido e a aacuterea fiacutesica em questatildeo
devendo tambeacutem ser mensuraacuteveis atingiacuteveis relevantes e oportunos (GUIJT 1999)
Moura (2002) assegura que os objetivos e metas da avaliaccedilatildeo devem considerar o
contexto a definiccedilatildeo e os criteacuterios de sustentabilidade adotados as expectativas dos atores
locais a definiccedilatildeo da escala espacial e a viabilidade de obtenccedilatildeo das informaccedilotildees Para
Camino e Muumlller (1993) devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias e distintas de cada ecossistema
natildeo existe um indicador ou conjunto de indicadores uacutenico aplicaacutevel de modo universal Os
autores sugerem uma estrutura metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade composto de sete etapas que foram adaptadas para o sistema produtivo da
banana figura 1
Figura 1 Sequecircncia metodoloacutegica para definiccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade
Fonte Camino e Muumlller (1993) adaptada pela autora
Identificaccedilatildeo de Categorias Significativas
Definiccedilatildeo do Sistema
Identificaccedilatildeo de Elementos Significativos em Cada
Sistema
Identificaccedilatildeo e Seleccedilatildeo de Descritores
Definiccedilatildeo e Obtenccedilatildeo de Indicadores
Anaacutelise de Indicadores
Procedimentos de Monitoramento
1deg
Pas
so
2deg
e 3deg
Pas
sos
4deg
e 5
deg
Pas
sos
6deg
Pas
so
7deg
Pas
so
Atr
ibuto
s
chav
e par
a
o s
iste
ma
Sistema Local
Car
act
dos
elem
ento
s e
Med
idas
do
s
des
crit
ore
s
162
As fases dessa sequecircncia metodoloacutegica para a definiccedilatildeo de indicadores de
sustentabilidade em primeiro passo orienta que seja determinado o sistema a ser analisado o
qual segundo Yurjevic (1996) apud Daniel (2000) pode ser delimitado nos niacuteveis global
nacional regional ou local permitindo adaptaccedilotildees em acordo com os interesses da avaliaccedilatildeo
Para a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios de Presidente
Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas trabalhamos com a delimitaccedilatildeo em niacutevel local
O segundo e terceiro passos respectivamente referem-se agrave identificaccedilatildeo das
categorias - que eacute um aspecto do sistema - e dos elementos significativos do sistema ndash que satildeo
parte da categoria - que apresentam significacircncia dado o grau de influecircncia desses na
sustentabilidade do sistema e a importacircncia que eles assumem para a finalidade do estudo
Estas estatildeo atreladas ao que Hansen (1996) e Marzall (1999) apud Lopes (2001) denominam
de atributos chave que influenciam na sustentabilidade de cada categoria e portanto no
sistema geral
Segundo Aacutevila (1989) Torquebiau (1989) e Camino e Muumlller (1993) apud Daniel
(2000) qualquer sistema em qualquer niacutevel de organizaccedilatildeo ou agregaccedilatildeo pode ser avaliado
mediante a anaacutelise de quatro tipos de categorias
Recursos endoacutegenos compotildeem a base de recursos do sistema ou seja representam
sua estrutura Os indicadores relacionados a essa categoria devem evidenciar se o sistema
impacta negativamente ou se melhora a base de recursos
Recursos exoacutegenos eacute formada pelos mesmos elementos da categoria dos recursos
endoacutegenos poreacutem satildeo recursos de sistemas externos com os quais o sistema estudado
manteacutem relaccedilotildees afetando e sendo afetado por eles Tambeacutem compotildeem a parte estrutural (dos
sistemas exoacutegenos)
Operaccedilatildeo do sistema representa a parte funcional do sistema constituiacutedo das
atividades necessaacuterias agrave sua exequibilidade Os indicadores desta categoria devem mostrar se
o seu manejo e desempenho satildeo compatiacuteveis com as exigecircncias da sustentabilidade
Operaccedilatildeo de sistemas exoacutegenos satildeo atividades de fora do sistema necessaacuterias ao
funcionamento do mesmo constituem sua parte funcional No sistema produtivo da banana
representam os ambientes institucional e organizacional os fluxos financeiros e de
informaccedilotildees que envolvem o sistema e o consumidor (local regional nacional e
internacional) Estes ambientes comportam o aparato legal de suporte ao sistema em estudo a
disponibilidade de recursos financeiros humanos e tecnoloacutegicos a assistecircncia teacutecnica a
163
ciecircncia e tecnologias disponiacuteveis a infraestrutura disponibilizada a comercializaccedilatildeo da
produccedilatildeo etc
O quarto e quinto passos respectivamente tratam da identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos
descritores que satildeo caracteriacutesticas relevantes dos elementos selecionados na etapa anterior e
subordinam-se aos atributos de sustentabilidade do sistema e ao niacutevel de agregaccedilatildeo e da
definiccedilatildeo e obtenccedilatildeo de indicadores que satildeo medidas importantes para esses descritores A
literatura recomenda que para cada descritor relevante deve-se definir ao menos um
indicador No quinto passo tambeacutem eacute realizada a pesquisa de campo
As etapas sexta e seacutetima orientam agrave anaacutelise dos indicadores e os procedimentos de
monitoramento Segundo Daniel (2000) a sexta pode ser subdividida em seis etapas a)
significado do indicador b) o que como onde e quando medir c) insumos necessaacuterios para o
caacutelculo d) limitaccedilotildees do indicador e) valoreslimites do indicador f) apresentaccedilatildeo e
interpretaccedilatildeo dos resultados A seacutetima pode ter seus procedimentos descritos individualmente
para cada indicador ou para todo o conjunto da forma que melhor responder ao sistema
analisado
4534 Indicadores de Sustentabilidade para os Cultivos de Bananeiras nos Municiacutepios
de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva no Amazonas
O quadro 2 identifica as categorias elementos descritores e indicadores da Dimensatildeo
Ambiental visando o cultivo de bananeiras nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva Amazonas Na uacuteltima coluna satildeo mostrados os indicadores a serem trabalhados
nessa dimensatildeo tendo em vista os recursos edafoclimaacuteticos fauniacutesticos energeacuteticos manejo
e de luminosidade a serem considerados dentro e fora da propriedade rural
Dentro desses paracircmetros sobressaem a) a preocupaccedilatildeo com o estoque de aacutegua nos
periacuteodos de estiagem b) a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos
fundamentada em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo
produtivo Esses dois paracircmetros satildeo considerados os mais importantes tendo em vista a baixa
capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua dos solos predominantes na regiatildeo (COCHRANE et al 1985
MARQUES et al 2010) e a sazonalidade da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica (RIBEIRO VILA
NOVA 1979 SALATI MARQUES 1984) como tambeacutem pela baixa fertilidade natural dos
solos de terra firme da Amazocircnia (COCHRANE SANCHEZ 1982 NICHOLAIDES et al
1983) e o haacutebito dos produtores natildeo darem importacircncia para a reposiccedilatildeo dos nutrientes
retirados pela sua produccedilatildeo ou entatildeo por adubarem seus cultivos sem o respaldo de uma
164
anaacutelise quiacutemica dos seus solos conforme verificado nas pesquisas de campo e os resultados
apresentados nos capiacutetulos anteriores dessa tese
Quadro 2 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Ambiental
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Aacutegua
Quantidade Iacutendice da pluviosidade anual (mm)
Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)
Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)
Reservatoacuterios de aacutegua (simnatildeo)
Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)
Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)
Solo
Classificaccedilatildeo
Tipos de solos
Terraceamento (simnatildeo)
Conservaccedilatildeo
Preparo mecanizado (simnatildeo)
Estimativa de perda de sedimentos via
erosatildeo (thaa-1
)
Microclima Umidade do solo ()
Temperatura do solo (degC)
Qualidade
Quiacutemica
Teor de mateacuteria orgacircnica ()
Niacutevel de acidez (pH)
Estimativa da perda de nutrientes via
lixiviaccedilatildeo (kghaa-1
)
Estimativa da perda de nutrientes via
exportaccedilatildeo (kghaa-1
)
Fertilidade (altameacutediabaixa)
Qualidade Fiacutesica
Textura (argilosasiltosaargilosa)
Retenccedilatildeo de aacutegua ()
Erodibilidade (altameacutediabaixa)
Profundidade da camada de restriccedilatildeo ao
desenvolvimento radicular (cm)
Iacutendice meacutedio de compactaccedilatildeo (densidade
aparente gdm3)
Contaminantes
Aplicaccedilatildeo de agrotoacutexicos com conhecido
poder residual prolongado no solo e com
facilidade de lixiviaccedilatildeo (simnatildeo)
Aplicaccedilatildeo de resiacuteduos industriais no solo
utilizados como fertilizantes ou
corretivos que contenham contaminantes
bioacumuladores nocivos (simnatildeo)
Fauna Fitossanidade
Presenccedila de praga (simnatildeo)
Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)
Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)
Energia
Solar Aproveitamento de energia solar
(simnatildeo)
Eoacutelica Aproveitamento de energia eoacutelica
(simnatildeo)
Hiacutedrica Aproveitamento de energia hiacutedrica
(simnatildeo)
165
Luz Radiaccedilatildeo
Temperatura no cultivo (degC)
Interceptaccedilatildeo razatildeo da radiaccedilatildeo
fotossinteticamente ativa acima do
cultivoniacutevel do solo
Recursos
Exoacutegenos
Aacutegua
Quantidade
Iacutendice da pluviosidade anual (mm)
Iacutendice da pluviosidade mensal (mm)
Existecircncia de igarapeacutes (simnatildeo)
Qualidade Para consumo humano (simnatildeo)
Para irrigaccedilatildeo (simnatildeo)
Fauna Fitossanidade
Presenccedila de praga (simnatildeo)
Presenccedila de doenccedila (simnatildeo)
Polinizadores Presenccedila de polinizadores (simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Manejo
Teacutecnico
Solo
Presenccedila de cobertura vegetal nativa
(simnatildeo)
Presenccedila de cobertura vegetal cultivada
(simnatildeo)
Presenccedila de erosatildeo (simnatildeo)
Manejo da fertilidade (simnatildeo)
Vegetaccedilatildeo
Manutenccedilatildeo da mata nativa (simnatildeo)
Atende as determinaccedilotildees legais sobre
manutenccedilatildeo de aacutereas de floresta
(simnatildeo)
Aproveitamento de resiacuteduos orgacircnicos
(simnatildeo)
Aacutegua
Respeita a capacidade de suporte hiacutedrico
(simnatildeo)
Manutenccedilatildeo da qualidade dos recursos
hiacutedricos (simnatildeo)
Construccedilatildeo de reservatoacuterios (simnatildeo)
Resiacuteduos
Quantidade de resiacuteduos orgacircnicos natildeo
aproveitados depositados direto no
sistema (restos vegetais animais etc)
(thaa-1
)
Resiacuteduos inorgacircnicos natildeo aproveitados
depositados direto no sistema
(vasilhames maquinarias etc) (simnatildeo)
Reciclagem de embalagens de forma
direta ou indireta (simnatildeo)
Correto armazenamento de embalagens
de produtos toacutexicos (simnatildeo)
Realiza queimadas (simnatildeo)
Tratamento de resiacuteduos (simnatildeo)
Compostagem (simnatildeo)
Uso de Recursos
Naturais natildeo
Renovaacuteveis
Uso de energia eleacutetrica (simnatildeo)
Uso de combustiacuteveis foacutesseis (simnatildeo)
Fonte autora
166
Accedilotildees que minimizem ou sobreponham essas limitaccedilotildees podem favorecer os cultivos
de bananeiras nas propriedades rurais resultando em maiores produtividades e menores
impactos ambientais dentro da mesma diminuindo os riscos de erosatildeo e exposiccedilatildeo direta dos
solos ao Sol e chuvas
Quando se analisa a Dimensatildeo Econocircmica (Quadro 3) e levando em consideraccedilatildeo os
resultados jaacute mencionados nos capiacutetulos anteriores que se embasaram nos trabalhos de campo
diversos indicadores devem ser enfatizados quando se pretende atingir determinada
sustentabilidade do cultivo de bananeiras nos municiacutepios estudados
Os indicadores que mais influenciam a sustentabilidade dos cultivos satildeo o
financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do produto o mercado comprador e o
escoamento da produccedilatildeo Os produtores tem muita dificuldade em conseguir financiamento
em bancos em suma por natildeo ter a posse definitiva da propriedade rural Como eles tem
dificuldades em escoar suas produccedilotildees ficam refeacutens dos atravessadores ou entatildeo de oacutergatildeos
governamentais que adquirem sua produccedilatildeo por preccedilos muito baixos limitando-se tambeacutem
em comprar apenas parte da colheita
Aleacutem disso haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias para o fortalecimento
da cadeia produtiva tendo em vista um melhor aproveitamento da mateacuteria prima para a
produccedilatildeo de subprodutos da banana bem como da bananeira em si como doces geleias
fibras e outras aplicaccedilotildees industriais (SEBRAE 2008) reduzindo as perdas que podem
atingir 60 dos frutos da colheita ateacute o momento do consumo (SEBRAE 2008 Brasil
2010)
Quadro 3 Sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash Dimensatildeo Econocircmica
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Financeiro Vendas Volume de vendas (ta)
Preccedilo de venda do produto (R$penca) -
(R$cacho)
Renda bruta (R$a)
Renda liacutequida (R$a)
Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)
Maquinaria (simnatildeo)
Capacitaccedilatildeo de recursos humanos
(simnatildeo)
Recursos tecnoloacutegicos (simnatildeo)
Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)
Varejo (ta)
Canais de
Comercializaccedilatildeo
Empresas (ta)
Intermediaacuterios (ta)
167
Cooperativas (ta)
Governo (ta)
Mercados Internacional (ta)
Nacional (ta)
Regional (ta)
Local (ta)
Recursos
Exoacutegenos
Financeiro Financiamentos Fluxo de investimentos privados (R$a)
Fluxo de investimentos puacuteblicos (R$a)
Subvenccedilatildeo (R$a)
Existecircncia de linhas de creacutedito especiacutefica
(simnatildeo)
Disponibilidade de creacutedito para
produtores proprietaacuterios (simnatildeo)
Disponibilidade de creacutedito para
produtores natildeo proprietaacuterios (simnatildeo)
Investimentos Infraestrutura (simnatildeo)
Maquinaria (simnatildeo)
Capacitaccedilatildeo de recursos humanos
(simnatildeo)
Recursos tecnoloacutegicos e instalaccedilatildeo de
agroinduacutestrias (simnatildeo)
Manejo eficiente dos recursos (simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo Formas Atacado (ta)
Varejo (ta)
Canais de
Comercializaccedilatildeo
Empresas (ta)
Intermediaacuterios (ta)
Cooperativas (ta)
Governo (ta)
Mercados Internacional (ta)
Nacional (ta)
Regional (ta)
Local (ta)
Operaccedilatildeo
do Sistema
Insumos Disponibilidade
no Mercado
Fertilizantes quiacutemicos (simnatildeo)
Adubos orgacircnicos (simnatildeo)
Implementos agriacutecolas (simnatildeo)
Mudas (simnatildeo)
Status dos
Insumos no
Mercado
(aquisiccedilatildeo)
No municiacutepio (simnatildeo)
No Estado (simnatildeo)
Na regiatildeo (simnatildeo)
No mercado nacional (simnatildeo)
Economia de
Recursos
Reduccedilatildeo de insumos externos
(agrotoacutexicos fertilizantes embalagens
etc) (simnatildeo)
Ampliaccedilatildeo do aproveitamento de
resiacuteduos (simnatildeo)
Emprego de
Matildeo de Obra
Familiar Assalariada (simnatildeo)
De subsistecircncia (simnatildeo)
Contratada Temporaacuteriasafra (simnatildeo)
168
Permanente (simnatildeo)
Niacutevel
Tecnoloacutegico
No Cultivo Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a formaccedilatildeo dos cultivos (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a manutenccedilatildeo dos tratos culturais
(simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a colheita (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o poacutes colheita (simnatildeo)
Uso de equipamentos modernos
(simnatildeo)
Na
Comercializaccedilatildeo
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o armazenamento (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o transporte (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para o controle de estoques (simnatildeo)
Uso de tecnologias modernas especiacuteficas
para a formaccedilatildeo de banco de dados
(simnatildeo)
Na
Transformaccedilatildeo
do Produto
Processo totalmente mecanizado
(simnatildeo)
Processo parcialmente mecanizado
(simnatildeo)
Comercializaccedilatildeo
dos Produtos
No tacado Supermercados (kga)
Feiras (kga)
CEASA (kga)
Intermediaacuterios (kga)
Governo (kga)
No Varejo Feiras (kga)
Na propriedade agriacutecola (kga)
Infra Estrutura Escoamento da
Produccedilatildeo
Estradas asfaltadas (simnatildeo)
Estradas de terra (simnatildeo)
Fluvial (simnatildeo)
Transporte da
Produccedilatildeo
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash do governo (simnatildeo)
Fluvial ndash do governo (simnatildeo)
Da cooperativa (simnatildeo)
Da associaccedilatildeo (simnatildeo)
Armazenamento Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Veiacuteculo terrestre ndash proacuteprio (simnatildeo)
Fluvial ndash proacuteprio (simnatildeo)
Assistecircncia
Teacutecnica
Rural Trimestral (simnatildeo)
Semestral (simnatildeo)
169
Anual (simnatildeo)
Financeira Semestral (simnatildeo)
Anual (simnatildeo)
Gestatildeo Semestral (simnatildeo)
Anual (simnatildeo)
Economia de
Recursos
Reduccedilatildeo no
Consumo
Insumos de produccedilatildeo (caixas
embalagens etc) Fonte autora
Uma anaacutelise da Dimensatildeo Social (Quadro 4) considerando as informaccedilotildees obtidas nas
propriedades rurais estudadas e nos oacutergatildeos envolvidos aponta que os indicadores que mais
afetam a sustentabilidade dos sistemas satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em
Associaccedilotildees e Cooperativas Os serviccedilos de atendimento de sauacutede satildeo precaacuterios obrigando-os
a irem aos centros urbanos para serem atendidos tendo em vista que apenas em Manaus eles
encontram serviccedilos mais sofisticados para a resoluccedilatildeo de seus problemas com doenccedilas e afins
Por outro lado geralmente eles tecircm pouco acesso a uma educaccedilatildeo consolidada na aacuterea
rural precisando enviar seus filhos para escolas nas aacutereas urbanas do municiacutepio submetendo-
os a grandes dispecircndios com deslocamentos etc Quanto agraves suas Associaccedilotildees e Cooperativas
haacute pouca ou quase nenhuma organizaccedilatildeo uma vez que muitas apresentam apenas seus
nuacutemeros de CNPJ e uma relaccedilatildeo dos associadoscooperados com os nomes e telefones de
contato Algumas contribuem para a comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo mas outras nem isso
fazem com cada produtor comercializando sua produccedilatildeo de forma individual
Quadro 4 Sustentabilidade em sistemas agriacutecolas de banana ndash Dimensatildeo Social
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Desenvolvimento
Cultural
Arqueoloacutegico
Presenccedila de siacutetio ou vestiacutegio
arqueoloacutegico na aacuterea dos cultivos
(simnatildeo)
Preservaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio
arqueoloacutegico (simnatildeo)
Divulgaccedilatildeo das aacutereas de siacutetio ou de
vestiacutegios arqueoloacutegico (simnatildeo)
Turiacutestico
Presenccedila de equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
(simnatildeo)
Divulgaccedilatildeo dos equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
(simnatildeo)
Exploraccedilatildeo dos equipamentos com
potencial turiacutestico ndash cachoeiras
corredeiras trilhas grutas etc
170
(simnatildeo)
Artesanal
Existecircncia de mateacuteria prima para
confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)
Confecccedilatildeo de artesanatos (simnatildeo)
Patrimocircnio
Religioso
Existecircncia de templos ou outras
aacutereas consideradas sagradas
(simnatildeo)
Existecircncia de cemiteacuterios (simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Desenvolvimento
Humano
Sauacutede
Posto meacutedico (simnatildeo)
Hospitais (simnatildeo)
Laboratoacuterios cliacutenicos (simnatildeo)
Cliacutenicas odontoloacutegicas (simnatildeo)
Educaccedilatildeo
Escolas de ensino superior
(Faculdades) (simnatildeo)
Escolas de ensino meacutedio (simnatildeo)
Escolas de ensino fundamental
(simnatildeo)
Emprego
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
temporaacuterio (em relaccedilatildeo ao ano
anterior)
Criaccedilatildeo de postos de trabalho
permanente (em relaccedilatildeo ao ano
anterior)
Garantia dos diretos trabalhistas
(simnatildeo)
Qualificaccedilatildeo do trabalho (segundo
orientaccedilatildeo da OITtrabalho decente5)
Habitaccedilatildeo
Habitaccedilotildees de alvenaria (un)
Habitaccedilotildees de madeira (un)
Habitaccedilotildees de outros materiais (un)
Saneamento
baacutesico
Redes de esgoto nas ruas (simnatildeo)
Estaccedilotildees de tratamento de esgoto
(simnatildeo)
Rede de distribuiccedilatildeo de aacutegua
(simnatildeo)
Rede de distribuiccedilatildeo de energia
eleacutetrica (simnatildeo)
Organizaccedilotildees
Sociais
Associaccedilotildees
comunitaacuterias
Existecircncia de associaccedilatildeo comunitaacuteria
(simnatildeo)
Participaccedilatildeo da sociedade ()
Cooperativas
agriacutecolas
Existecircncia de cooperativas rurais
(simnatildeo)
Participaccedilatildeo da comunidade ()
Cooperativas
agroindustriais
Existecircncia de cooperativas
agroindustriais (simnatildeo)
5 A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho ndash OIT usa com frequecircncia a expressatildeo ldquotrabalho decenterdquo O adjetivo
implica o lado qualitativo remuneraccedilatildeo condiccedilotildees trabalhistas e relaccedilotildees de trabalho condizentes com a
dignidade humana
171
Participaccedilatildeo da comunidade ()
Lazer
Disponibilidade de estruturas de
lazer puacuteblica (simnatildeo)
Disponibilidade de estruturas de
lazer privada (simnatildeo)
Participaccedilatildeo da sociedade ()
Creches Disponibilidade de creches (simnatildeo)
Organizaccedilotildees
Religiosas
Igrejas
Preservaccedilatildeo de igrejastemplos ou
outras aacutereas consideradas sagradas
no municiacutepio (un)
Cemiteacuterios Preservaccedilatildeo de cemiteacuterios (simnatildeo) Fonte autora
Quanto agrave Dimensatildeo EspacialGeograacutefico (Quadro 5) de todos os indicadores
identificados os mais importantes a serem considerados quando se leva em consideraccedilatildeo a
sustentabilidade do sistema produtivo satildeo a falta da posse definitiva da terra problema que
aflige a maioria dos produtores e agraves vezes agrave falta de aacutegua no periacuteodo de secas anuais
Quadro 5 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash
Dimensatildeo EspacialGeograacutefico
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Recursos
Naturais
Ocupaccedilatildeo do
Territoacuterio
Propriedade da Terra (simnatildeo)
Disponibilidade de infraestrutura de
acesso agrave propriedade (simnatildeo)
Terra
Disponibilidade de Terra para a
expansatildeo dos cultivos (ha)
Disponibilidade de terra para a
introduccedilatildeo de novas culturas (simnatildeo)
Disponibilidade de recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave terra
Aacutegua
Disponibilidade de recursos hiacutedricos
naturais ndash rios lagos igarapeacutes etc
(simnatildeo)
Democratizaccedilatildeo do acesso agrave aacutegua
(simnatildeo)
Operaccedilatildeo do
Sistema
Manejo dos
Recursos
Naturais
Ocupaccedilatildeo do
Territoacuterio
Propriedade da Terra (simnatildeo)
Capacidade de concentraccedilatildeo espacial
(habmsup2)
Capacidade do suporte hiacutedrico
(capacidade hiacutedricapor propriedade)
Hinfraestrutura disponiacutevel (transporte
energia armazenagem etc) (simnatildeo)
Recursos
Disponiacuteveis para o
Desenvolvimento
Disponibilidade de recursos minerais
(simnatildeo)
Disponibilidade de recursos turiacutesticos
(simnatildeo)
172
Disponibilidade de recursos artesanais
(simnatildeo)
Disponibilidade de espaccedilos para a
comercializaccedilatildeo (simnatildeo)
Disponibilidade de infraestrutura de
acesso agrave propriedade (simnatildeo) Fonte autora
A anaacutelise da dimensatildeo poliacutetica (Quadro 6) deve observar os recursos endoacutegenos
exoacutegenos e de operaccedilatildeo do sistema produtivo de bananas com o fim de conhecer quais as
forccedilas poliacuteticas atuantes no sistema produtivo e a influecircncia destas nos ambientes
institucional organizacional e produtivo e ainda entender como se processa os fluxos fiacutesicos
financeiros e de informaccedilotildees e o niacutevel de governanccedila existente entre os elementos do sistema
O ecircxito da dimensatildeo poliacutetica como elemento de desenvolvimento em determinado
territoacuterio se traduz no conjunto articulado das poliacuteticas existentes em niacutevel econocircmico e
social observadas preferencialmente as potencialidades locais em uma sucessatildeo de
operaccedilotildees indissociaacuteveis que se fortalecem agrave medida que se aprimora a governanccedila entre os
atores Assim a sustentabilidade da dimensatildeo poliacutetica aponta para o encadeamento das
atividades institucionais organizacionais e produtivas dos recursos endoacutegenos exoacutegenos e de
operaccedilatildeo do sistema
Quadro 6 Indicadores de sustentabilidade em sistema produtivo de banana ndash
Dimensatildeo Poliacutetica
Categoria Elemento Descritor Indicadores
Recursos
Endoacutegenos
Desenvolvimento de
Poliacuteticas Puacuteblicas Municipal
Uso racional dos recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Uso racional da terra (simnatildeo)
Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
(simnatildeo)
Aproveitamento da energia solar (simnatildeo)
Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)
Infraestrutura direcionada ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Fomento direcionado agrave agricultura
(simnatildeo)
Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo de incremento da renda no setor
agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave
produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)
Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o
mercado internacional (simnatildeo)
173
Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)
Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias
(simnatildeo)
Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola
(simnatildeo)
Assentamento rural (simnatildeo)
Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental
(simnatildeo)
Controle sanitaacuterio
Recursos
Exoacutegenos
Desenvolvimento de
Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Uso racional dos recursos hiacutedricos
(simnatildeo)
Recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
(simnatildeo)
Estiacutemulo agrave agricultura (simnatildeo)
Infraestrutura direcionada ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Fomento direcionado agrave agricultura
(simnatildeo)
Creacutedito agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo de incremento da renda no setor
agriacutecola (simnatildeo)
Estiacutemulo para a agregaccedilatildeo de valor agrave
produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Controle fitopatoloacutegico (simnatildeo)
Expansatildeo da comercializaccedilatildeo para o
mercado internacional (simnatildeo)
Estiacutemulo ao cooperativismo (simnatildeo)
Estiacutemulo ao uso de novas tecnologias
(simnatildeo)
Apoio agraves pesquisas relacionadas ao setor
agriacutecola (simnatildeo)
Apoio tecnoloacutegico para o setor agriacutecola
(simnatildeo)
Assentamento rural (simnatildeo)
Formaccedilatildeo de capital intelectual (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Fiscalizaccedilatildeo e controle ambiental
(simnatildeo)
Controle sanitaacuterio
Operaccedilatildeo
de Sistemas
Execuccedilatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas
Federal
Estadual
Municipal
Instituiccedilatildeo de Ensino Superior ndash IES
(simnatildeo)
Instituiccedilatildeo de Ensino Teacutecnico (simnatildeo)
Praacuteticas de inclusatildeo social (simnatildeo)
Praacuteticas de inovaccedilatildeo social e tecnoloacutegica
(simnatildeo)
Praacuteticas de proteccedilatildeo da propriedade
intelectual (simnatildeo)
174
Praacuteticas de cooperativismo (simnatildeo)
Praacuteticas de associativismo (simnatildeo)
Controle da produccedilatildeo rural (simnatildeo)
Incentivos fiscais (simnatildeo)
Incentivos ao desenvolvimento
tecnoloacutegico (simnatildeo)
Atividades de licenciamento ambiental
(simnatildeo)
Atividades de fiscalizaccedilatildeo e
monitoramento ambiental (simnatildeo)
Defesa sanitaacuteria vegetal (simnatildeo)
Infraestrutura de transporte (simnatildeo)
Infraestrutura de energia (simnatildeo)
Atividades de desenvolvimento de micros
e pequenas empresas (simnatildeo)
Atividades de incentivos ao
empreendedorismo (simnatildeo)
Interlocuccedilatildeo com os atores (simnatildeo)
Atividades de incentivos ao
empreendedorismo (simnatildeo)
Atividades de incentivo agraves bioinduacutestrias
(simnatildeo) Fonte autora
Quando se analisa o Quadro 6 acima com mais detalhes e se leva em consideraccedilatildeo as
situaccedilotildees encontradas nas propriedades rurais estudadas percebe-se que os indicadores de
sustentabilidade na Dimensatildeo Poliacutetica satildeo pouco praticados ou estatildeo ausentes no sistema
produtivo de bananas nesses municiacutepios Essas ausecircncias ou incipiecircncias ocorrem tanto para
os recursos endoacutegenos e exoacutegenos como para os de operaccedilatildeo de sistemas Com raras
exceccedilotildees os produtores trabalham de forma isolada com pouco ou nenhum apoio
institucional (poliacutetico) eou organizacional (de assistecircncia teacutecnica eou financeira) para
resolver os problemas em suas propriedades rurais e os que surgem no sistema como um todo
Os oacutergatildeos oficiais apenas esporadicamente visitam suas propriedades para alertar no
cumprimento (e fiscalizaccedilatildeo) das leis ambientais e dando alguma assistecircncia teacutecnica agriacutecola
ou na aacuterea de sauacutede aleacutem de um precaacuterio suporte com escolas no niacutevel primaacuterio e agraves vezes no
secundaacuterio
Uns dos poucos serviccedilos prestados pelos governos federal estadual e municipal estatildeo
nas aacutereas de transporte e energia visto que a maioria das propriedades tem acesso rodoviaacuterio
Contudo as estradas que levam agraves propriedades em sua maioria satildeo de terra e de difiacutecil
deslocamento especialmente no periacuteodo chuvoso Todas as propriedades analisadas
175
dispunham de energia eleacutetrica poreacutem os equipamentos nas propriedades satildeo muito precaacuterios
dado o baixo niacutevel de investimentos em tecnologias aplicadas agrave produccedilatildeo e processamento
dos produtos
Tambeacutem foi identificada uma razoaacutevel assistecircncia por parte das prefeituras municipais
no transporte da produccedilatildeo das propriedades rurais ateacute agraves feiras do proacuteprio municiacutepio ou ateacute a
capital que eacute o maior centro consumidor destes produtos no momento da comercializaccedilatildeo
seja no atacado ou no varejo
O governo do Estado atraveacutes do Programa de Regionalizaccedilatildeo da Merenda Escolar ndash
PREME em parceria com o governo Federal tambeacutem tem significativa participaccedilatildeo pela
aquisiccedilatildeo da produccedilatildeo local Este fator se por um lado eacute de grande valia por outro se
configura como uma fragilidade do sistema visto que muitos produtores tecircm neste canal a
uacutenica forma de comercializaccedilatildeo da produccedilatildeo no atacado o que configura uma ameaccedila
potencial ao produtor
Na Dimensatildeo Poliacutetica portanto a maioria dos indicadores definidos no Quadro 6
pode servir de paracircmetro para a evoluccedilatildeo do sistema produtivo das bananas nos dois
municiacutepios
Este trabalho aglutina a orientaccedilatildeo de indicadores de sustentabilidade para as
dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica e poliacutetica sem contudo trazer
resultados de anaacutelise destes indicadores visto que natildeo se configura objeto desta Tese que se
limita neste momento a apresentar uma proposta de indicadores que podem ser utilizados
para proceder ao monitoramento dos elementos apresentados em cada dimensatildeo como forma
de mensurar a sustentabilidade do sistema produtivo da banana nos municiacutepios estudados
176
454 CONCLUSOtildeES
Para avaliar a sustentabilidade nos cultivos de bananeiras nos municiacutepios de
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva os indicadores podem ser mensurados a partir das
dimensotildees ambiental econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica
Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de
estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada
em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo
Na Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo de venda do
produto o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo
Os indicadores da Dimensatildeo Social que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede educaccedilatildeo e a participaccedilatildeo da comunidade em
Associaccedilotildees e Cooperativas
Na Dimensatildeo EspacialGeograacutefica os indicadores mais significativos para a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo a posse definitiva da terra e a
disponibilidade de recursos hiacutedricos
No acircmbito da Dimensatildeo Poliacutetica poucos satildeo os indicadores usados pelas comunidades
rurais estudadas nos dois municiacutepios mantendo-as em estaacutedios defasados de desenvolvimento
sustentaacuteveis e fragilizadas perante a globalizaccedilatildeo da economia especialmente no que se
refere agrave competitividade
177
5 DISCUSSAtildeO GERAL E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Apesar de haver um grande nuacutemero de organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas no Estado do
Amazonas (trabalho cientiacutefico 4) capazes de dar todo o suporte teacutecnico e financeiro para os
produtores de bananas obterem altos rendimentos em suas propriedades rurais a
produtividade dessa cultura nos municiacutepios de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva eacute
bem abaixo daquela considerada desejaacutevel (trabalho 1 Tabelas 1 5 e 7) Essa baixa
produtividade em torno de 145 toneladas por ha ano poderia pelo menos atingir 500
toneladas por ha ano conforme indicaccedilatildeo de Arruda et al (2004) se os produtores tivessem
apoio financeiro (inexpressiva participaccedilatildeo comprovada no trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 4 e
7) e orientaccedilatildeo teacutecnica no momento da formaccedilatildeo dos cultivos (deficiecircncia comprovada no
trabalho cientiacutefico 2 Tabelas 3 e 6) que indicassem a ideal densidade de plantas por ha
manejo da fertilidade do solo do controle das pragas e doenccedilas e do momento certo para a
colheita da produccedilatildeo em seus cultivos Foi observado em feiras e mercados bem como in loco
em diversas propriedades rurais a colheita de cachos com frutos ainda sem tamanho e sem
padratildeo pequenos que apodrecem antes de amadurecerem
A falta ou deficiecircncia de financiamentos aos produtores de bananas pelo setor
financeiro geralmente eacute uma consequecircncia da ausecircncia de documentaccedilatildeo de titularidade das
propriedades rurais Sem esses financiamentos a uacutenica forma de se capitalizarem para
investirem em tecnologia e melhoria em suas propriedades rurais vem da venda de suas
produccedilotildees de bananas No entanto os oacutergatildeos governamentais que compram a produccedilatildeo para
atender agraves demandas da merenda escolar pagam muito pouco e compram apenas parte dessa
produccedilatildeo com o restante sendo geralmente vendidos agrave intermediaacuterios do mercado que pagam
um pouco mais mas ainda natildeo permitindo a esses produtores se capitalizarem
adequadamente para poderem investir melhor em suas propriedades
Outra limitaccedilatildeo quanto agrave valorizaccedilatildeo do cultivo da banana na regiatildeo se refere ao fato
de que quase toda sua produccedilatildeo eacute realizada visando ao consumo in natura Uma quantidade
muito pequena natildeo mensuraacutevel eacute convertida em bananas chips salgada ou doce A falta de
um segmento de processamento da produccedilatildeo (ausecircncia comprovada no trabalho cientiacutefico 2
tabelas 5 e 8) para a industrializaccedilatildeo da banana na regiatildeo deixa sua cadeia produtiva
fragilizada com os excedentes sendo perdidos ao inveacutes de gerarem mais empregos e fontes de
renda para o Amazonas como um todo Devido agrave fragilidade e agrave alta perecibilidade da
banana estudos mostram que entre 40 e 60 do volume produzido da fruta eacute perdido desde a
colheita ateacute o seu consumo Segundo a Fundaccedilatildeo Banco do Brasil (BRASIL 2010) a fase de
178
poacutes-colheita chega a ser responsaacutevel por 60 das perdas O desconhecimento das teacutecnicas
disponiacuteveis para reduzir as perdas por parte de agentes da cadeia produtiva eacute a maior causa do
desperdiacutecio As principais causas no atacado satildeo a inadequaccedilatildeo das embalagens e do
armazenamento bem como o transporte precaacuterio das frutas Por outro lado no varejo
acredita-se que os mais seacuterios problemas relacionados agraves perdas satildeo o tempo entre a compra e
venda da fruta e o manuseio inadequado pelo consumidor Essas perdas poderiam ser
reduzidas com o uso de embalagens adequadas e com a colocaccedilatildeo dos frutos em cacircmaras frias
com correta temperatura e umidade relativa controlada (SEBRAE 2008 BRASIL 2010) o
que natildeo se observa nas aacutereas pesquisadas no presente estudo
A implantaccedilatildeo de bioinduacutestrias visando o aproveitamento dos frutos nos dois
municiacutepios poderia ser uma saiacuteda para a reduccedilatildeo das perdas de bananas aleacutem de agregar valor
ao produto e fortalecer a cadeia produtiva dessa cultura na regiatildeo Segundo SEBRAE (2008)
diversos produtos poderiam ser obtidos usando a banana como mateacuteria prima tais como
banana passa banana chips doces tortas balas geleias baby food cristalizados iogurte
suco aguardente etc Aleacutem disso existem produtos de uso natildeo alimentar que podem ser
obtidos com a planta em si como fibras da casca da bananeira artesanato moacuteveis e objetos
de decoraccedilatildeo papel bananaplac poliacutemeros naturais e outras aplicaccedilotildees industriais
Uma importante vantagem no processamento industrial do fruto da banana eacute a reduccedilatildeo
das dificuldades logiacutesticas (incluindo transporte e armazenamento) uma vez que os processos
de industrializaccedilatildeo reduzem peso e volume dos alimentos aleacutem de tornaacute-los menos pereciacuteveis
e mais lucrativos Se esse processamento ocorrer em agroinduacutestrias proacuteximo agraves aacutereas de
cultivo os resiacuteduos do processamento podem retornar agraves propriedades e serem convertidos em
adubo evitando danos ao ambiente
Outro fator positivo em se investir na industrializaccedilatildeo da banana eacute que haacute uma
tendecircncia de fortalecimento do mercado mundial dessa cultura (SEBRAE 2008 BRASIL
2010) o que pode favorecer o seu cultivo caso se agregue valores agrave sua cadeia produtiva
Portanto investimentos regionais que visem fortalecer o cultivo da banana no
Amazonas podem trazer mais emprego divisas e desenvolvimento para o Estado Para isso
ecircnfases devem ser dadas a indicadores que afetam a cultura dentro das dimensotildees ambiental
econocircmica social espacialgeograacutefica cultural e poliacutetica (conforme orientaccedilotildees trabalho
cientiacutefico 5 Quadros 2 3 4 5 e 6)
Dentro da Dimensatildeo Ambiental os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o estoque de aacutegua nos periacuteodos de
179
estiagem e a necessidade da aplicaccedilatildeo de uma adubaccedilatildeo dos solos nos cultivos fundamentada
em anaacutelises quiacutemicas e das necessidades das bananeiras durante o ciclo produtivo (trabalho
cientiacutefico 5 Quadro 2)
Dentro da Dimensatildeo Econocircmica os indicadores que mais podem afetar a
sustentabilidade dos sistemas produtivos da banana satildeo o financiamento da produccedilatildeo o preccedilo
de venda do produto a industrializaccedilatildeo do produto com a implantaccedilatildeo de agroinduacutestrias
gerando subprodutos de valor agregado o mercado comprador e o escoamento da produccedilatildeo
(trabalho cientiacutefico 5 Quadro 3)
Na Dimensatildeo Social os indicadores que mais podem afetar a sustentabilidade dos
sistemas produtivos da banana satildeo a sauacutede a educaccedilatildeo e suas participaccedilotildees em associaccedilotildees e
cooperativas consolidadas (trabalho cientiacutefico 5 Quadro 4)
180
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