alternativas para o convívio com seca

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 Autora: Zilmar do N. Mesegner 

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7/29/2019 Alternativas para o convívio com SECA

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 Autora: Zilmar do N. Mesegner 

7/29/2019 Alternativas para o convívio com SECA

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 Autora: Zilmar do N. Mesegner 

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Ao contrário do que muitos pensam, a seca não atinge toda regiãonordeste. Ela se concentra numa área conhecida como Polígono das Secas. Estaárea envolve parte de oito estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, MinasGerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e parte donorte de Minas Gerais.

Causas da Seca

As principais causas da seca do nordeste são naturais. A regiãoestá localizada numa área em que as chuvas ocorrem poucas vezes durante oano. Esta área recebe pouca influência de massas de ar úmidas e frias vindas dosul. Logo, permanece durante muito tempo, no sertão nordestino, uma massade ar quente e seca, não gerando precipitações pluviométricas (chuvas).

O desmatamento na região da Zona da Mata também contribuipara o aumento da temperatura na região do sertão nordestino.

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Características da região

- Baixo índice pluviométrico anual (pouca chuva);- Baixa umidade;- Clima semi-árido;

- Solo seco e rachado;- Temperaturas elevadas em grande parte do ano.

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Seca, fome e miséria: um problema social

A seca, além de ser um problema climático, é uma situação quegera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta deágua, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais.Desta forma, a seca provoca a falta de recursos econômicos, gerando fome e

miséria no sertão nordestino. Muitas vezes, as pessoas precisam andar durantehoras, sob Sol e calor forte, para pegar água, muitas vezes suja e contaminada.Com uma alimentação precária e consumo de água de péssima qualidade, oshabitantes do sertão nordestino acabam vítimas de muitas doenças.

O desemprego nesta região também é muito elevado,provocando o êxodo rural (saída das pessoas do campo em direção as cidades).

Muitas habitantes fogem da seca em busca de melhores condições de vida nascidades.

Estas regiões ficam na dependência de ações públicasassistencialistas que nem sempre funcionam e, mesmo quando funcionam, nãogera condições para um desenvolvimento sustentável da região.

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A Seca de 2012

A seca que atingiu o nordeste no começo de 2012 foi a pior dosúltimos 30 anos. A região mais afetada foi o semiárido nordestino,

principalmente do estado da Bahia. Neste estado, cerca de 230municípios foram atingidos. Municípios de Alagoas e Piauí tambémsofreram com a falta de chuvas. A seca trouxe muito prejuízo para asprincipais fontes de renda da região: pecuária e agricultura de milho efeijão.

Saiba mais...Saiba mais...

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O governo do Brasil, muitas vezes tentou combater osefeitos das secas incentivando e construindo grandes açudes, (Exemplotípico o Açude de Orós), a perfuração de poços tubulares, a construçãode cacimbas, e a criação das chamadas "frentes de trabalho“, como

veremos alguns exemplos neste curso.Estas atitudes têm sido paliativas, pois movimentam

capital, geram sub-empregos e evitam, de certa forma, a migração e oêxodo rural. Porém, a corrupção, o coronelismo e a chamada indústriada seca, têm impossibilitado a resolução definitiva do problema a ser

dada não somente com sobreposição de rios e construção de canaispara a perenização dos cursos de água, irrigação e fixação donordestino em seu território, mas também incrementando ademocracia, a participação política e a mobilidade social.

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Descrever exemplos de tecnologias simples e de baixocusto que podem melhorar as condições de vida do

sertanejo nordestino e ao mesmo tempo proteger emelhorar o meio ambiente.

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O propósito deste curso é oferecer exemplospráticos de tecnologias simples e de baixo custoque podem melhorar as condições de vida dosertanejo nordestino e ao mesmo tempo proteger emelhorar o Meio Ambiente. As tecnologiasapresentadas são voltadas especialmente para acaptação, armazenamento e uso da água,

preservação, recuperação e aumento deprodutividade do solo e melhoria da qualidade devida das pessoas.

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O semiárido brasileiro é um grande espaçogeográfico, quase todo inserido na região Nordeste,onde os déficits hídricos impõem severas restrições

às atividades agro-pecuárias convencionais. Estesemiárido ocupa uma área de 912.208 km², quecorresponde a cerca de 58% da região Nordeste ecompreende os oito estados desta região e o norte

de Minas Gerais.

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As características climáticas e hidrológicas dessa regiãosão semelhantes às de outros semiáridos quentes domundo, merecendo relevância:

Precipitação média anual de 250 a 800 mm distribuída de

3 a 5meses, com regime de chuvas marcado porirregularidade (espaço /tempo). Temperaturas médias anuais 23 a 27 °C. Insolação média de 2.800 h/ano. Ecossistema dominante: caatinga, apresentando grande

diversidade de espécies adaptadas, com alto potencial deexploração, tanto para consumo humano como animal.

Substrato dominante: cristalino.Continua...

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... continuação Substrato dominante: cristalino. Solos: rasos, devido ao substrato cristalino, sendo a

maioria areno-argilosos.

Evapotranspiração: cerca de 2.000 mm/ano, acarretandodéficit de umidade no solo durante a maioria dos mesesdo ano.

Aquíferos de baixa produtividade, onde os poços sãorasos e apresentam vazões inferiores a 3,0 m³/h e

elevados teores de sólidos totais dissolvidos, em média,3,0 g/L, com predominância dos cloretos. População: 41% do Nordeste brasileiro. PIB: 22% do Nordeste.

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A interação das características da região exerceimportante papel na renovação das reservas hídricas ena qualidade de suas águas, fazendo com que osertanejo busque por água para suas necessidadesbásicas como o consumo animal e agrícola, entre

outras. Este quadro de incertezas quanto àdisponibilidade e à qualidade das águas exige ações deplanejamento e gestão dos recursos hídricos visandoatender à demanda da população de formapermanente.

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No Nordeste brasileiro cerca de 40% dos domicíliosnão têm acesso à água tratada e mais de 50% não sãobeneficiados por esgoto ou fossa séptica. No semiárido asituação da água é ainda pior. Apesar de dispor de mais de70 mil açudes, 450 dos quais com capacidade superior a um

milhão de metros cúbicos, devido à alta evaporação e aomau gerenciamento, apenas 25% da capacidade total dessesreservatórios é aproveitada. Existem, também, mais de 50mil poços perfurados, porém um terço sem uso, devido àelevada presença de sais na água.

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A discussão e o desenvolvimento de tecnologiasadequadas para gestão de recursos naturais vêmganhando mais atenção da sociedade devido àemergência do avanço da escassez de água, dadesertificação e do aquecimento global. O mau uso da

água, do solo, da vegetação e de outros recursosnaturais são os principais responsáveis por estes gravesproblemas.

O desafio permanente consiste em encontrar diferentescaminhos para reduzir as desigualdades e a pobreza eassim mudar a face do semiárido, mostrando a suadiversidade e viabilidade.

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Tecnologias: captação, armazenamento e uso da água

A captação, armazenamento e o manejo adequados daágua no semiárido nordestino são de fundamentalimportância para sobrevivência do sertanejo epreservação do meio ambiente. Para suprir adeficiência de água para diferentes usos no meio rural,como consumo humano, animal e produção agrícola,alternativas tecnológicas têm sido desenvolvidas eadaptadas às condições do semiárido visando oarmazenamento e uso das águas de chuva. A seguirserão descritas as tecnologias mais usadas.

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O que é: alternativa tecnológica para armazenamentodas águas de chuva dentro do solo com a finalidade dereduzir a evaporação, evitar que escoem na superfíciedo solo e manter a umidade da terra até quase o final

do período seco do semiárido (setembro-dezembro). Aságuas são armazenadas de forma a permitir a criaçãoou a elevação do lençol freático existente,possibilitando a exploração de uma agricultura devazante ou uma subirrigação.

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Características: a barragem subterrânea é de construçãofácil e de baixo custo que, em uma superfície de captação entre 5e 10 hectares, pode proporcionar uma área de 2 hectares paracultivo, acumulando um volume aproximado de 2 milhões delitros. Este volume permite ao produtor garantir o seuabastecimento domiciliar de água, cultivar com sucesso plantios

tradicionais de milho e feijão, como também produzir frutas comomanga, goiaba, acerola e limão, dentre outras, em plena área decaatinga e sem irrigação convencional. A eficiência desse tipo debarragem obedece a alguns requisitos técnicos. È preciso escolhera sua localização com bastante critério, mas não é necessário quesua instalação seja em leito de rio ou riacho. É imprescindível que

esteja situada em ponto estratégico do terreno para onde escorreo maior volume de água por ocasião da chuva. A área de captaçãonão precisa ser junto à parede da barragem, podendo estar a maisde 1 km.

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Figura 1: Esquemade BarragemSubterrânea

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Construção: no local onde escorre o maior volume de

água durante as chuvas (baixada), cava-se uma valeta, emformato semicircular, até encontrar a camada de rochaimpermeável (camada endurecida do solo conhecida, emalgumas regiões, como "massapê" ou "cabeça de carneiro"), às

vezes numa profundidade de um metro, mas normalmente umpouco mais de dois metros. O comprimento da valeta podeser 100 metros ou mais, dependendo da largura da baixada. Apartir do fundo rochoso, a parede de terra é revestida comlona plástica, com espessura de 200 micra, em toda a extensãoda parede. O plástico é que vai fazer a água ficar acumulada àmontante da barragem. Após o plástico estendido, a vala voltaa ser fechada com a terra. Nesta "parede" deve ser feito umsangradouro com 50-70 centímetros de altura.

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O coroamento da valeta, uma pequena barragem deterra, serve para reter os resíduos trazidos pela água, comoterra e restos orgânicos, para formar assim uma nova camadade solo. A água querendo se deslocar lateralmente pela

gravidade é retida pela folha de plástico e forma assim umlençol freático alto, artificial, do qual as raízes das plantaspodem se suprir das suas necessidade de água.

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A figura 1 mostra como funciona uma barragem subterrânea.

O mais importante é que a barragem subterrânea é umatecnologia alternativa que tem um dos custos mais baratos e,dependendo do tipo de solo, cujo valor de construção podevariar entre 500 e 1.500 reais. É um custo muito baixo para umaobra permanente.

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Barreiro de Salvação

O que é: escavação feita na terra para reter e armazenar a águada chuva na superfície do solo, com a finalidade de suprimentode água para consumo humano ou animal e irrigação conhecida

como de salvação. O barreiro deve ser feito em uma área altapróxima à lavoura, que também deve estar em terrenoinclinado. Quando falta chuva, a água do barreiro vai através deum encanamento até a lavoura, onde desce pelas curvas denível molhando a terra.

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A área de captação é uma micro bacia hidrográfica delimitada por

divisores de água, naturais ou artificiais, com a finalidade de coletar aságuas de chuva que serão armazenadas. Depósito de armazenamento é oreservatório de terra, de forma semicircular, destinado a armazenar a águaescoada na área de captação. Área de plantio é a área destinada àexploração dos cultivos, principalmente alimentares, através do uso de

irrigação de salvação. Estas irrigações são aplicadas durante o períodocrítico das culturas, por ocasião das estiagens prolongadas. Na região semi-árida do Nordeste, após as primeiras chuvas, normalmente ocorremperíodos de 20 a 30 dias sem qualquer precipitação, que comprometemseriamente as culturas.

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Construção: vários fatores devem ser considerados na construção do

barreiro para uso em irrigação de salvação, tais como:Solos: os solos indicados para implantação da área de captação devemser preferencialmente inadequados para a agricultura, ou seja, rasos,pedregosos ou rochosos. Ao contrário, os solos ideais para a área deplantio devem ser férteis, com profundidade superior a 0,50 m, e

apresentarem características físico-hídricas requeridas pelas culturas aserem exploradas. Para esta área devem ser descartados solos comtendência à salinização. O depósito de armazenamento requer solos combaixa capacidade de infiltração, visando à redução de perdas porpercolação e maior estabilidade na parede do barreiro. Não se recomendaa construção do barreiro em solos com teores de argila (barro) inferiores a15%, tampouco se pode instalá-lo em propriedades com áreas inferiores a10 hectares, uma vez que todo sistema ocupa em média 6,0 ha.

Continua...

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Continuação...

Clima: recomendam-se regiões de baixas precipitações pluviométricas,em torno de 300 a 800 mm anuais, principalmente em áreas com limitaçõesde água para a exploração agrícola.

Topografia: como a irrigação será realizada por gravidade, o sistema debarreiro exige uma determinada declividade do terreno. Na área de

captação deve esta declividade deve ser de no mínimo de 2%. Na área deplantio, uma vez que os sulcos e camalhões são confeccionados com 0,4%de declividade, recomenda-se que esteja entre 0,5 e 15%.

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Investimento: o relativamente alto custo de investimento, característicodo sistema barreiro, limita a adoção dessa tecnologia pelos pequenosagricultores do semiárido em virtude da falta de capitalização dessesprodutores. Os custos de investimento necessários para construção de um

barreiro para uso em irrigação de salvação, explorando uma área de 1,5 hacom as culturas de milho e feijão, estão em torno de aproximadamenteUS$ 2.200,00.

O dimensionamento dos componentes de um barreiro em uma região debaixas precipitações anuais, em torno de 400 mm, deve ser baseado nasseguintes premissas:

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Continuação...

100 mm de água armazenada por hectare, a disposição do produtor sãonecessários para reduzir sensivelmente os efeitos das secas prolongadasque ocorrem durante o período chuvoso, denominados veranicos.

1,5 ha cultivadas com culturas alimentares são suficientes para que oprodutor tenha a alimentação básica da família e algum excedente que

pode ser comercializado.

As perdas totais de água por infiltração e evaporação correspondem aaproximadamente 50% do volume útil. Por outro lado, para irrigar umaárea de 1,5 ha, com culturas de milho e feijão são necessários 3.000 m³, euma área de captação de água de 3,8 ha, com uma eficiência deescoamento de 0,20.

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A área de plantio é dimensionada em função das necessidades básicas dealimentação da família, podendo ser planejada, também, para a produçãode culturas de maior expressão econômica para fins de comercialização.Esta área deve ser preparada no sistema de sulcos e camalhões para

possibilitar as irrigações e também facilitar as práticas agrícolas de manejo,utilizando tração animal.

Definidas a área de plantio e as culturas a serem exploradas, parte-separa o dimensionamento das necessidades de água dessas culturas,processo semelhante ao da agricultura irrigada. Devem ser consideradas asperdas totais de água, por evaporação e por infiltração ocorridas noperíodo em que a água fica armazenada no reservatório. Esse período podeser considerado como o do maior ciclo da cultura a ser explorada, com umamargem de segurança de 30 dias, aproximadamente.

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Continuação...

O dimensionamento da área de captação varia em função do volumetotal de água a ser armazenado, da eficiência de escoamento superficialdesta área, e da precipitação média da região a uma dada probabilidade deocorrência, normalmente em torno de 50%. . Esta área é delimitada por

diques naturais ou artificiais que funcionam como divisores de água.

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O que é: a cisterna de placas é um tipo de reservatório para água,

cilíndrico, coberto e semi-enterrado, que permite a captação e oarmazenamento de águas das chuvas, aproveitadas a partir do seuescoamento nos telhados das casas por calhas de zinco ou PVC. A cisternade placas permite o armazenamento de água para consumo humano emreservatório protegido da evaporação e das contaminações causadas por

animais e dejetos trazidos pelas enxurradas.

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Características: o tamanho da cisterna varia de acordo com onúmero de pessoas da casa e do tamanho do telhado. Uma cisterna de 16mil litros permite que uma família de cinco pessoas tenha água para beber,cozinhar e escovar os dentes durante o período de seca, que chega a duraraté oito meses no ano. A estrutura da cisterna é construída com autilização de placas de cimento, que são feitas no próprio local da obra.Com baixo custo de instalação, as cisternas são construídas com a utilização

de mão-de-obra local e com materiais adquiridos na própria região deconstrução. É fácil capacitar os pedreiros, capazes de chefiar o mutirão queconstrói uma cisterna, e é perfeitamente possível que todas as casas apossuam. As famílias beneficiárias participam de capacitação emGerenciamento de Recursos Hídricos Nas capacitações são repassadas as

técnicas de utilização e manutenção da cisterna e metodologias visando ouso racional da água, além de noções básicas de cidadania. A cisternamuda para melhor a vida das mulheres e das crianças, que não maisprecisarão buscar água longe de casa; muda para melhor a saúde de todos,especialmente a das crianças e dos idosos.

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Construção: a cisterna fica enterrada no chão até mais ou menos dois

terços da sua altura. Consiste em placas de concreto com tamanho de 50por 60 cm e com 3 cm de espessura, que estão curvadas de acordo com oraio projetado da parede da cisterna, dependendo da capacidade prevista.Estas placas são fabricadas no local de construção em moldes de madeira.A parede da cisterna é levantada com essas placas finas, a partir do chão já

cimentado. Para evitar que a parede venha a cair durante a construção, elaé sustentada com varas até que a argamassa esteja seca. Depois disso, umarame de aço galvanizado é enrolado no lado externo da parede e essa érebocada. Num segundo momento, constrói-se a cobertura com outrasplacas pré-moldadas em formato triangular, colocadas em cima de vigas de

concreto armado, e rebocadas por fora.

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O processo de construção da cisterna ocorre a partir de 7 etapas principais.

A seguir, são apresentadas as etapas, com informações e recomendaçõestécnicas relativas ao processo de construção:

Escavação do buraco: a construção deve ser próxima a casa. O tipo deterreno influi a profundidade da escavação e na estabilidade da cisterna.

Não construir próximo a árvores, currais e fossa (distância de 10 a 15metros).Fabricação das placas: é feita com areia média (nem grossa nem fina)lavada e peneirada, na proporção de 4 latas de areia para 1 lata decimento.

Fabricação dos caibros: é feita com massa de concreto com vergalhãoretorcido. Materiais: 2 latas de areia grossa, 2 de brita e 1 de cimento; 4tábuas com 1,30 m comprimento, 6 cm de largura, 2 a 3 cm deespessura; 17 varas de vergalhão de ferro ¼ de polegadas. Fazer umgancho na extremidade de cada vara de vergalhão nos 10 cm finais.

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Levantamento das paredes:

a) Fabricação da laje do fundo. Traço do concreto: 4 latas de areia grossa, 3 debrita e 1 de cimento. Espessura de 3 a 4 cm. Riscar 1,73m do centro até asbordas (raio).

b) b) Assentamento das placas. Materiais: 2 latas de areia por 1 lata de cimento;102 varas finas de madeira para escorar as placas. A distancia de uma placapara a outra é de 2 cm.

c) c) Amarração das paredes - Arame galvanizado Nº 12. A amarração pode serfeita 1 hora após o levantamento das placas; Iniciar pela base, todas as voltasde arame deverão ser bem distribuídas na parede da cisterna.

d) Reboco das paredes. Areia fina: traço 3 latas de areia para 1 de cimento.(interno); Areia fina: traço 5 latas de areia para 1 lata de cimento (externo);Obs.: Iniciar primeiro o reboco de fora, depois o reboco de dentro;

e) Reboco do fundo da cisterna. A mesma massa do reboco da parede de dentro.

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Levantamento das paredes:

f) Aplicação do impermeabilizante deve ser feita 1 ou 2 dias, após aconstrução da cisterna na parte de dentro. Misturar o impermeabilizante comcimento, passar até três demãos. Observação: colocar água na cisterna depoisde pronta para não ressecar;

Cartilha para construção de Cisterna em placa.

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5. Cobertura:

a) Colocação do pilar central;b) Posicionamento dos caibros;c) Colocação das placas do teto;d) Reboco do teto - 5 latas de areia para 1 de cimento;e) Acabamento: pintura com cal.

6. Colocação do sistema de captação: é feita por meio de calhas debica, que são presas aos caibros do telhado da casa e canos que ficamentre as calhas e a cisterna. Na entrada da cisterna deve-se colocar umcoador para não passar sujeira para dentro da cisterna.

7. Retoques e acabamentos: esta fase consiste em fazeruma cinta de argamassa para juntar os caibros com a parede dacisterna; Materiais: Areia fina e cimento: traço 5 latas de areia para 1lata de cimento; Fixação de Placa de Identificação (conforme modelopadrão).

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Após a construção da cisterna são instaladas calhas nos telhados e

a partir de canos de PVC a água da chuva é direcionada ao reservatório,onde fica armazenada.

Mais informações sobre a cisterna de placas podem ser obtidas napublicação Mãos à Obra. Recife: ASA, 2003 Convivência com o Semiárido:

Milhão de Cisternas Rurais, queexplica, de maneira fácil, como construir uma cisterna de placas em 10"passos" e em poucos dias. Orienta desde a escolha do local até oacabamento da cisterna, e que cuidados devem ser tomados para manter a

água sempre limpa.

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Clique aqui e assista o vídeo.

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O que é: é uma tecnologia de pequeno volume de água que usa

potes de barro para implantar irrigação simples e prática em áreas deescassez hídrica, melhorando a distribuição de água na terra. Não é umsistema novo e foi usado pelos romanos durante muitos séculos.

Características: esta tecnologia de irrigação está baseada emarmazenar e distribuir água no solo usando potes de barro interconectados

por tubos de plástico. Um reservatório de nível constante é usado paramanter uma pressão de hidrostática fixa. Os potes de barro sãonormalmente queimados em fornos caseiros, sendo fabricados de barrolocalmente obtido.

Os potes, geralmente em forma cônica e de 10 a 12 litros de

capacidade, são enterrados parcialmente no solo com somente o toposobressaindo do chão. A distribuição é realizada através de tubos de PVCpara assegurar permeabilidade e porosidade bastante uniformes. Apressão hidrostática é regulada mantendo um nível constante noreservatório de armazenamento, como mostrado na figura 2.

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O número de potes éfunção da área de cultivo,condições do solo, clima, etamanho do pote. Sistemascom até 800 potes porhectare já foram instaladosno Brasil.

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Instalação, Operação e Manutenção: é aconselhável realizar uma

análise do solo antes da instalação. A instalação do sistema requercuidados, pois os potes de barro podem ser quebrados facilmente. Ascurvas de níveis devem estar corretas para que o fluxo de água se processenormalmente por gravidade. É importante também manter a pressãohidrostática. Se esta pressão não puder ser mantida, as conexões entre

potes devem ser conferidas para evitar uma possível interrupção noescoamento. A operação do sistema é muito simples, exigindo somente aabertura de válvulas e a reposição da água nos potes. A substituição dospotes é necessária a cada período de 3 a 5 anos.

Custos: o custo médio de implantação deste sistema fica em cercade US$1.300 por hectare cultivado.

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Algumas vantagens desta tecnologia: baixo custo;

produção agrícola mais alta do que com outros processos de irrigação;reduzidas perdas por infiltração; melhor controle das ervas daninhas; nãocausa impactos ambientais; apropriada para a horticultura;vandalismo minimizado, pois maioria dos equipamentos está debaixo dasuperfície do solo; fácil de operar e manter; permite reduzir o uso de

fertilizante pela limitação das áreas definidas para as culturas; minimiza aerosão do solo.

Algumas desvantagens: difícil de usar em terras rochosas;interrupção da irrigação por quebra de potes; algumas plantas comsistemas de raízes profundas são difíceis de cultivar usando esta tecnologia;

dificuldade de comprar ou fabricar potes de barro em algumasregiões; aplicável somente a agricultura em pequena escala.

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Combate à Desertificação: Práticas Conservacionistas

A desertificação pode ser entendida como a degradação do solo,da flora, da fauna, dos recursos hídricos e a consequente redução daqualidade de vida da população que ocorre no semiárido por ação do serhumano.

As práticas conservacionistas constituem alternativas paraum manejo adequado do solo, principalmente no controle e prevenção àerosão, melhoramento físico, químico e biológico do solo. O solo é umrecurso não renovável em curto prazo e disponível somente em

quantidades limitadas. O objetivo dessas práticas é manter o solo em boascondições, de forma a possibilitar uma produção agrícola duradoura eeconômica e uma redução na sobrecarga do meio ambiente. Serãoabordadas neste item algumas práticas conservacionistas de combate àdesertificação.

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Queimada Controlada

A produção da agricultura familiar no semiárido exige, em muitas propriedades, aremoção da vegetação nativa, o que significa derrubar e queimar. A queimada éuma prática barata para limpeza das pastagens nativas e, portanto, muito utilizada.A queimada visa reduzir custos para desmatamento de novas áreas para plantio. Noentanto, vale ressaltar que queimada não significa incêndio. Ela é um dos principais

agentes que contribuem para a desertificação e uma das práticas mais obsoletasutilizada pelo sertanejo do semiárido para preparar o solo para o plantio.Em curto prazo, a queimada parece ser uma prática econômica, mas é danosa aolongo dos anos. O calor do fogo empobrece e elimina os microorganismos que dãovida e força ao solo. A terra fica sem nutrientes essenciais à produtividade dasplantas. Com o solo estéril, o agricultor desmata nova área e adota a mesma

prática, em um círculo vicioso. Uma alternativa menos danosa ao solo é a queimadacontrolada. Por meio dessa técnica, o fogo orientado é utilizado como ferramentapara consumir a macega ou o excesso de material combustível.

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Ao longo das cercas, é recomendável que se limpe uma

faixa de, pelo menos, 2 metros de largura, em ambos os lados,para proteger o arame, evitar a queima de estacas e balancinse reduzir ao mínimo a chance de perder o controle do fogo. Osaceiros são faixas onde a vegetação foi completamente

removida da superfície do solo, geralmente localizada ao longode cercas ou divisas, cujo objetivo é prevenir e impedir apassagem do fogo e a ocorrência de incêndios indesejáveis. Osaceiros devem ser feitos no início do período seco. Para

executar uma queimada controlada deve-se procurar o IBAMA.

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Manejo sustentável da caatinga

É um conjunto de técnicas que visa à constante preservação erenovação dos recursos naturais com o objetivo de preservar ouso sustentável da produção na caatinga. Neste manejo, as

formações arbustivas serão aproveitadas de forma gradativa ecada área trabalhada será novamente utilizada após 8 anos.Esse tempo permitirá a recuperação vegetal e assegurará amanutenção da biodiversidade e das fontes de água. Trata-sede novo modelo de desenvolvimento, exemplo para mudar aocupação do solo e viabilizar uma reforma agrária sustentável.

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Manejo sustentável da caatinga

No manejo sustentável permanecerá de pé a média de 30 árvores porhectare, pois as espécies manejadas na caatinga rebrotam normalmentepor meio do toco (cepa), sementes e raízes e, em menos de dois anos,atingem mais de dois metros de altura. O crescimento natural da vegetação

absorve gases do efeito estufa, fazendo com que a iniciativa tenha balançoquase nulo de emissões, o que auxilia o Brasil a cumprir as metas propostasna Conferência de Copenhague (COP 15) e geram créditos de carbono, quepoderão ser negociados no mercado global. Além das vantagensambientais, o uso sustentável é fundamental para regiões que demandam

muita biomassa na matriz energética. A lenha e carvão vegetal são asegunda fonte de energia do Nordeste.Mais informações: “Manejo Sustentável da Caatinga para Produção deBiomassa Vegetal”. Prodema / UFC, Fortaleza - CE.

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Plantio Direto

É a tecnologia que consiste em plantar as lavouras sem fazer orevolvimento ou preparo do solo e com a presença de cobertura morta oupalha. O essencial é ter palha ou cobertura no momento do plantio. Ápalha contribui para diminuir a erosão do solo, aumenta a infiltração de

água no solo e controla as plantas invasoras.

Somente é aberto um pequeno sulco, de profundidade e largurasuficiente para garantir uma boa cobertura e contato da semente com osolo. O sistema prepara no máximo 25 a 30% da superfície do solo. Oextermínio de ervas daninhas, antes e depois do plantio, é geralmente feitomanualmente. O plantio direto leva o produtor a proteger sua área paraque não ocorra a queimada.

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Cobertura Morta

Esta pratica consiste na aplicação de uma camada de restos vegetais secos nasuperfície do solo. Podem ser folhas, caules, raízes, cascas de frutas,serragem de madeira ou qualquer outro material orgânico.

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Cobertura Morta

Estes restos vegetais devem ter uma distribuição uniforme e cuja espessurapoderá ser até 3 a 4 cm. Se for bem aplicada, para além da sua função deproteção, também fornece nutrientes ao solo à medida que se vaidecompondo. Ajuda a reduzir a erosão e o crescimento de ervas daninhas,

retém a água e contribui para manter a umidade. Todavia, uma camadamuito espessa pode servir de abrigo para roedores.É imprescindível ter a certeza de que os materiais destinados a este tipo deproteção não contêm sementes, pois elas podem germinar depois daaplicação. A proteção que for aplicada sobre uma camada de sementesdeve ser retirada quando as plantas jovens começarem a crescer. Depois deretirada, é preciso proteger as plantas jovens do sol demasiadamente forte.Para isso, basta fazer um pequeno abrigo de palha ou de qualquer outromaterial adequado, e colocá-lo sobre o canteiro.

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Adubação Verde

Consiste na incorporação de plantas não maduras, especialmentecultivadas, para melhorar a produtividade do solo, podendo ser enterradasou espalhadas na superfície. Quando a adubação verde é implantada paracobrir o solo e protegê-lo da erosão, também é chamada de cobertura

verde.O solo deve ser mantido o maior tempo possível coberto com plantas emcrescimento ou com seus resíduos para evitar a ação direta das chuvas eenxurradas, prevenindo a erosão. A adubação verde dá uma proteção aosolo do impacto das gotas da chuva, evitando a segregação e transportepela erosão, alem de aumentar a infiltração da água das chuvas no solo,através do sistema radicular das espécies vegetais. Contribui também parareduzir a velocidade de escoamento da chuva e aumentar a capacidade deretenção de água no solo.

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Adubação Verde

A adubação verde é fonte de matéria orgânica, tanto pela parte aérea quanto pelasraízes, que atuam soltando as camadas compactadas, realizando o preparobiológico do solo, alem de evitar a lavagem de nutrientes para camadas maisprofundas, reduzindo, dessa forma, os custos com a adubação química. Diminuitambém a temperatura do solo, mantendo-a estável e favorecendo a vida de

diversos microorganismos. O efeito residual da adubação verde aumenta orendimento das culturas posteriores, pois melhora a fertilidade e a capacidadeprodutiva do solo e evita o crescimento de plantas daninhas.As plantas utilizadas para adubação verde devem ser resistentes às condiçõesclimáticas adversas, apresentando consistência de produção, resistência às pragas edoenças e não exigir controle fito sanitário específico. Também não devem serhospedeiras de doenças e pragas que prejudiquem a cultura comercial, devemapresentar crescimento inicial rápido para abafar as ervas daninhas e o ciclo

vegetativo compatível com as principais culturas.

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Adubação Verde

Devem ainda produzir grande quantidade de massa verde, com alto teor denitrogênio. Preferencialmente, devem ser plantas leguminosas, ou seja, fixadoras denitrogênio no solo. Essas plantas para adubação verde devem apresentar fácil eabundante produção de sementes, para que não haja dependência da produção porterceiros, não devem ser trepadeiras agressivas ou invasoras de difícil controle. e

também não devem ser concorrentes de culturas produtoras de alimentos ou outrautilização comercial, mas devem ser plantadas em áreas que de outra formaficariam em uso.

O principal objetivo da adubação verde não é a eliminação do adubo mineral, massim, a sua substituição parcial. A adubação verde é um excelente complementovisando rendimentos superiores àqueles que podem ser obtidos mediante o usoexclusivo da adubação química.

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Reflorestamento

O reflorestamento também é recomendado para as áreas de pecuária, porservirem de abrigo aos animais. Nas culturas anuais, recomenda-se o uso de arvorescomo quebra ventos, que além de reduzir os danos causados por temporais,ajudam a aumentar o rendimento das lavouras. As espécies mais indicadas parareflorestamento no semiárido são: algaroba (Prosopis juliflora), leucena (Leucaena

leucocephala), mororó (Bauhinia fortificati), sabiá (Mimosa caesalpiaefolia), juazeiro (Zizyphus joazeiro), Neem (Azadirachta indica) e Cajueiro (Anacardiumoccidentale).

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Reflorestamento

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Sistema de produção mandala

A palavra mandala em hindu significa fertilidade. A tecnologia da mandalaé utilizada na Índia e no Paquistão como estrutura de produção familiar. Os astecas

 já cultivavam em círculos, sob regime lunar e solar. No Estado da Paraíba vem sendodesenvolvido o Projeto Mandala que é um sistema integrado de produçãopermanente, construído em uma área de 2.500 m², compatível com a área

agricultável das famílias parceiras.

A base da mandala é um tanque central, com cerca de 35 mil litros decapacidade, medindo 6m de diâmetro com 1,75 m de profundidade, cujas paredesinclinadas de superfície impermeável formam uma concha. A coleta d’água se dápor fonte natural nas proximidades ou é transportada de local adequado.

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Sistema de produção mandala

Em torno da Mandala, são formados círculos concêntricos, onde são plantadasdiversas culturas: hortaliças, plantas medicinais, bananeiras, macaxeira, batatadoce. Ela é projetada para que o agricultor consiga alcançar o outro lado sem anecessidade de pisar no que está plantado.

O diâmetro do canteiro é proporcional ao alcance do braço e deve ser confortávelpara o usuário.

As principais vantagens de canteiros circulares são:

O círculo oferece a maior área interna útil em relação ao menor perímetro.

O círculo é uma forma mais adaptável aos efeitos das forças naturais, além de sermais estético.Círculos permitem a combinação entre si para formar um arranjo com o mínimode espaço não produtivo e distâncias menores para caminhar.

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Sistema de produção mandala

Devido o formato circular do Sistema Mandala consegue-se plantar mais mudas doque no o plantio retilíneo convencional. Uma horta convencional necessita degrandes extensões de áreas para a produção desejada, pois os canteiros são retos,compridos e sem nenhuma diversidade. A maior vantagem do Sistema Mandala emrelação aos canteiros convencionais é a economia de água, pois a irrigação circular

reduz o desperdício de água que ocorre nos canteiros retangulares.No sistema da Mandala, a água do tanque é bombeada manualmente por meio debomba de rosário armada sobre o tanque. Uma estrutura de vigas rústicas suportaa caixa e o volante de acionamento da bomba que pode ser substituída por umpequeno motor elétrico.

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Sistema de produção mandala

A altura de 2,5 m do reservatório elevado fornece a pressão necessária para airrigação por gotejo em toda a área de cultivo, sendo a água distribuída aos diversosciclos de cultura por mangueira perfurada e deslocada em sentido radial, o quegarante a cada giro uma cota de rega em todas as plantas cultivadas.A implantação da Mandala exige um processo de aprendizagem para a montagem e

manuseio adequados do sistema de irrigação. Um ponto básico da Mandala é o seureservatório d’água. Ao seu redor as culturas são associadas à criação de peixes,patos e/ou marrecos, num sistema de cadeia alimentar onde todos os resíduos sãoaproveitados. Restos agrícolas alimentam as aves aquáticas, enquanto os dejetos dosanimais alimentam os peixes, responsáveis pela oxigenação da água do reservatório,objetivando preservar a qualidade da água a ser utilizada na produção agrícola e

animal.Em resumo, o Sistema de Produção Mandala funciona assim: no centro, fica o tanquereservatório de água. A água pode vir de rios, açudes, poços, e até de carro-pipa. Noprimeiro círculo, as criações. Nos círculos restantes, horta, pomar e cultivo de grãos.Além de irrigar os canteiros, o tanque serve para a criação de peixes e aves aquáticas.

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Sistema de produção mandala

As fezes das aves aquáticas, geralmente patos e marrecos, alimentam os peixes, emuma interação permacultural.

Hoje já existem Sistemas de Produção Mandalas em quase todos os estados doNordeste, em Mato Grosso e em Minas Gerais. O mais antigo está na Paraíba, no

assentamento Santa Helena, município de Santa Rita.

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Serrapilheira

A serrapilheira ou serapilheira é o resultado da ação da natureza no processoda preservação ambiental. As folhas, ramos, frutos que caem das plantas vãoformar a camada superficial do solo com diversas funções, entre as quais, aproteção do solo, reposição dos nutrientes para as plantas, reposição das

plantas, a conservação da umidade do solo, dentre outras.

Este material protege o solo contra as elevadas temperaturas, armazenagrande quantidade de sementes e abriga uma abundante diversidade demicrorganismos que atuam diretamente nos processos de decomposição e

incorporação do material fornecendo nutrientes ao solo.

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Serrapilheira

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Serrapilheira

A caatinga, característica da região nordeste do território brasileiro,possui baixa biodiversidade decorrente do clima semiárido muito severocom elevado período de seca.

A serrapilheira como prática agrícola no semiárido nordestino

consiste na retirada deste material da mata nativa e a incorporação domesmo em solos degradados pelo manejo inadequado com a finalidade derecuperá-los. Ela serve como um adubo natural que renova a fertilidade dosolo e o ciclo de vida da fauna e da flora do bioma caatinga.A principal vantagem da transferência de serrapilheira é o baixo custo em

relação a outras formas de recuperação de solos degradados por manejoinadequado.

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Purificação de Água com Garrafas PET

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Tecnologia que possibilita a desinfecção de água para consumo humano

usando a radiação solar e garrafas pet transparentes. A água armazenada emcisternas e potes, mesmo quando é da chuva, não está livre decontaminação. Toda água precisa ser tratada.O método, comprovado cientificamente, foi desenvolvido na Suíça e jáchegou ao Ceará. Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, em

parceria com ONGs, explicam como os raios solares são capazes dedesinfetar a água. Não é um tratamento físico e químico e sim apenasmicrobiológico, eliminando bactérias, vírus e microorganismos que fazemmal a nossa saúde.Este método de tratamento não podia ser mais simples. Garrafas pettransparentes são cheias com água e colocadas ao sol por um mínimo decinco horas. A exposição da água à radiação solar infravermelha eultravioleta eleva a sua temperatura a mais de 50º C e é capaz de inativar osmicroorganismos nela presentes.

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Depois de resfriada, a água está apropriada para o consumo até 24 h, pois

depois deste período há possibilidade de reativação desses vírus ebactérias. Para inativá-los completamente o ideal seria alcançar os 70 ºC, masdificilmente se consegue essa temperatura na garrafa pet. A radiação solar nãomata todas as bactérias, porém torna inativas as bactérias que causam diarréia,cólera e tifo.Outro segredo da técnica é separar a água em pequenas quantidades, no

máximo três litros por garrafa. Os testes em laboratório mostram que, quando amanipulação é feita corretamente, o número de bactérias na água cai para zero.O sistema pode ser usado mesmo quando a água contém mais microorganismosque normalmente. Se a temperatura chega a mais de 50 ºC durante uma horamuitos outros parasitas como vermes e amebas também são mortos. Por isto é

bom colocar as garrafas numa superfície preta. O método não é tão eficientequanto ferver ou clorar que mata todas as bactérias. Só deverá ser usadoquando os métodos melhores não são possíveis. Mas se a água usada está clarae os passos corretos são seguidos é possível obter água segura para beber.

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O custo do processo é praticamente nulo e ainda apresenta um ganho

ecológico, uma vez que se pode aproveitar as pets, um material que seriadescartado e demora a se degradar na natureza.

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Mesmo quando a água parece cristalina, ela pode conter germesmicroscópicos - bactérias e vírus que podem causar estragos em seu corpo.A água potável é normalmente desinfetada pelas estações de tratamentoantes de entrar nas casas, mas se você estiver acampando ou for beber água

de um poço rural, por exemplo, ela não será retirada de uma infraestruturatípica de purificação de água. Além disso, muitas regiões do mundo nãopossuem saneamento básico.

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Para proteger seu intestino, com um método de purificação simples, oCicloVivo separou a dica aprovada pela Organização Mundial da Saúde. Estaabordagem é semelhante à água fervente, embora seja mais eficaz, porque junto com o calor, utiliza um espectro de luz UV-A que mata muitos

microorganismos patogênicos. No entanto, ele não limpa totalmente umaágua muito barrenta ou que contenha poluentes químicos tóxicos.

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Itens necessários:Garrafa plástica com o código de reciclagem 1 (PET / PETE); funil;um pedaço de pano limpo e um copo ou balde.Passo 1: Lavar e secar uma garrafa de plástico e retirar todos osrótulos. A garrafa deve ser clara para deixar entrar tanta luzquanto possível.Passo 2: Recolha, com um frasco qualquer, uma seçãorelativamente clara de água se você estiver recolhendo de umriacho. Lama e estruturas flutuantes diminuem a eficácia deste

método.Passo 3: Retire a tampa da garrafa, coloque o funil na boca dorecipiente e um pedaço de pano. Estique o pano no funil e amareou segure-o no lugar. O pano filtrará as partículas de água.

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Passo 4: Colha um pouco de água com um copo ou um balde e

despeje lentamente sobre o pano no funil.Passo 5: Pare de encher a garrafa quando estiver 75 % completa.Coloque a tampa.Passo 6: Agite vigorosamente o frasco durante cerca de 20

segundos.Passo 7: Coloque a garrafa na horizontal sobre uma superfícieplana. O ideal é que a superfície seja escura ou refletora, comotelhados ou rochas. Telhados de zinco ondulado funcionammelhor, mas funciona em qualquer superfície, desde que recebaluz solar direta.Passo 8: Deixe a garrafa descansar por pelo menos seis horas. Sea luz do sol for indireta ou se o dia estiver nublado, deixe agarrafa descansar por 24 horas.

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Dicas:

Este método também funciona com garrafas de vidrotransparente, mas não vidro de janela. Embora funcione complástico PVC, este material contém aditivos que podem ser

prejudiciais à sua saúde. Certifique-se de sua garrafa de plástico émarcada com um número 1, ou que esteja totalmente clara e umpouco flexível. Se a água estiver muito barrenta, tente deixá-laprecipitar em um balde ou recipiente por um dia até que a maiorparte do sedimento esteja no fundo. Com muito cuidado retire aágua mais limpa e passe-a através do filtro de pano.

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Clorador para Poço ou Cacimba

Tecnologia simples e de baixo custo que proporciona a desinfecção da águaem um poço raso ou cacimba. Este sistema visa principalmente a prevençãocontra infecção que pode ser provocada por coliformes fecais. O poço oucacimba deve ficar afastado da fossa seca em pelo menos de 15 a 30 m.

O processo de construção consiste no seguinte: em uma garrafa plástica de 1litro (pode ser usada uma de água sanitária), faça 2 furos com 0,6 cm dediâmetro, um de cada lado a cerca de 10 cm abaixo do gargalo. Preencha agarrafa com uma mistura de 340g de hipoclorito de cálcio e 850 g de areialavada de rio e tape-a em seguida. Amarre um fio de nylon na tampa ecoloque a garrafa no poço, um pouco abaixo da superfície. A garrafa deve ser

trocada por outra igual a cada 30 dias.

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Bomba Manual com Corda

Tecnologia simples, de fácil construção e baixo custo, usada para bombearágua de tanques, poços e cacimbas. O funcionamento dessa bomba é bemsimples. O usuário deverá girar a manivela em um único sentido para puxara água do fundo do poço. Esse movimento fará circular uma corda com

alguns pistões (roldanas - passantes) presos em nós, que servirão para sugare empurrar a água (em gomos) do fundo do poço pelo interior de um tuboaté a superfície.

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Bomba Manual com Corda

Aqui o funcionamento desta bomba manual.No fundo do poço é colocado um pequenomecanismo que servirá para fazer a volta e oretorno da corda. Na subida da corda pelo

tubo, os pistões presos nos nós da cordaarrastarão a água empurrando-a para cima esugando a água abaixo do pistão. Assimteremos vários gomos de água subindo pelotubo. Esses gomos serão os espaços entre

um pistão e outro. Uma pequena perdapode acontecer pelas laterais dos pistões,mas com o movimento contínuo da manivelaessa perda não será percebida.

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Bomba Manual com Corda

Quando a água que está sendo empurrada para cima chegar ao tê,encontrará uma saída oferecida por esse tê que servirá de “ladrão”. Desse“ladrão” a água vai escoar por um tubo até o joelho de 90° que será atorneira de saída da bomba.

Essa bomba é construída com uma corda, tubos de PVC, passantes deplástico e uma roda de bicicleta fixada em um suporte e acoplada a umamanivela. São materiais de fácil aquisição que podem ser encontrados emlojas de materiais para construção. A roda de bicicleta e o suporte da rodapodem ser encontrados em ferro velho ou em oficina de bicicletas.

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Bomba Manual com Corda

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Fogão a Lenha Ecológico

Tecnologia simples, de fácil construção e baixo custo, usada para a cocção dealimentos especialmente em domicílios rurais. Este fogão ecológico substituicom vantagens o modelo tradicionalmente usado na área rural, poisconsome muito menos lenha, contribuindo dessa forma para a redução do

desmatamento, e evita doenças respiratórias para as famílias usuárias.

O fogão a lenha tradicional é prejudicial ao meio ambiente e aos própriosusuários, pois além do corte de madeira combustível contribuir para adesertificação, a queima da lenha provoca e danos à saúde e à camada deozônio. A fumaça, geralmente concentrada em um ambiente (cozinha),

chega a ser 100 vezes superior ao nível permitido pela Organização mundialde Saúde (OMS). Essa fumaça está relacionada a várias doenças, como asma,infecções respiratórias, pneumonia e até mesmo câncer. Os mais afetadossão mulheres e crianças, que estão em casa, mais expostos, na cozinha emcontato com o fogo.

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Fogão a Lenha Ecológico

Apesar dos ganhos claros na área de saúde, o modelo de fogão que estásendo proposto é chamado de "ecológico" pelos benefícios esperados napreservação da caatinga. É estimada uma redução de pelo menos 40% nouso de lenha nas comunidades beneficiadas. Esta economia seráfundamental para a preservação da caatinga. No Ceará, apenas 16% dessebioma ainda esta preservado, que conta com uma grande biodiversidade:são 932 espécies de vegetais, sendo 320 exclusivas, e uma fauna quesomente de mamíferos abrange 148 espécies.

Reduzir o consumo de lenha, preservando a vegetação natural, tem como

principal vantagem evitar o processo de desertificação, que vem seexpandindo no nordeste brasileiro. Na prática, evita-se a erosão, preserva-sea fertilidade do solo, o clima e a umidade da terra.

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Fogão a Lenha Ecológico

Este fogão é composto de câmara fechada para queima da lenha, chapaaquecedora e bocas para cozimento, chaminé para exaustão da fumaça ecaixa para recolhimento das cinzas.

O grande segredo de um fogão ecológico é queimar a lenha de maneira maiseficiente, ou seja, usando menos lenha para atingir a mesma temperatura. Alenha não queima ao ar livre, pois fica em uma câmara fechada e, destemodo, queima bem melhor. O calor esquenta as três bocas e a chapa e todaa fumaça é expelida pela chaminé. As cinzas caem em uma caixa, e podemser retiradas facilmente. Tudo fica fechado, para que não saia fumaça nem

calor. Os tijolos também são especiais: do tipo refratário, não quebram.

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Fogão a Lenha Ecológico

A construção deste fogão pode ser facilitada com a orientação de técnicos doIDER - Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis. Aspeças de ferro podem ser encomendadas a uma oficina e o próprio moradorpode assentar os tijolos e montar a chapa e a chaminé. Esses serviçosduram, em média, três horas, e são fáceis de executar. Todo material custacerca de R$ 180. O Banco Mundial financiou o projeto piloto para cemfamílias do Ceará.

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Secador Solar Doméstico

Dispositivo simples e de baixo custo que possibilita a secagem de alimentos(eliminação de água por evaporação) de modo a conservar o produto porlongos períodos. Além disso, possibilita o aproveitamento da produção e acomercialização na entressafra, facilita a estocagem e o transporte e promovea utilização da mão-de-obra familiar.A secagem solar é um dos métodos mais antigos de conservação de alimentose surgiu quando os povos primitivos observaram que as sementes das plantas,com que se alimentavam se conservavam por mais tempo depois de expostasao Sol.A secagem permite:Estabilizar a atividade microbiológica e reduzir as reações químicas eenzimáticas devido à diminuição da atividade da água.Dispor do produto durante todo o ano.Reduzir o peso dos produtos e conseqüentemente os custos de transporte ede armazenamento.

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Secador Solar Doméstico

Este secador solar direto é composto por uma só peça que desempenhasimultaneamente a função de coletor solar e de câmara de secagem onde aradiação solar incide diretamente sobre o produto colocado no secador. O aré aquecido por efeito de estufa, a circulação do ar é feita por convecçãonatural, a secagem é rápida e os custos são baixos. Os produtos sãoprotegidos das poeiras e insetos, no entanto, verifica-se uma perda dequalidade dos produtos por exposição direta aos raios solares.Diversos tipos de material podem ser utilizados, dando-se preferência aosrecicláveis e que não tragam prejuízos à saúde. Sua criatividade vai indicar osque além de serem alternativos e não prejudiciais, ainda tornam a

construção mais fácil e diminuem o custo.

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O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), política dos governos federal eestadual e fruto de mobilização social, atua nos nove estados nordestinos enorte de Minas Gerais. Este Programa, que conta com o apoio das prefeiturasmunicipais e das associações comunitárias de trabalhadores rurais, visamelhorar o acesso à água potável para a população rural de baixa renda,fortalece a convivência sustentável com o semiárido e garante segurançahídrica no campo.

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Até o dia 31 de agosto de 2010, um total de 294.949 cisternas haviam sidoconstruídas no semiárido brasileiro pelo P1MC, iniciado em 2000.Considerando uma média de cinco pessoas por família, isso significa daracesso à água em domicílio para 1.474.745 pessoas. No Ceará, 37.786cisternas de placa foram construídas até a mesma data, o que resulta emuma capacidade de armazenamento da ordem de 604.576 m³, beneficiandocerca 189 mil cearenses. Até o final de 2.011, o Ministério doDesenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria como oGoverno do Estado, pretende instalar 100 mil cisternas de placa no Estado.

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O Governo do Estado do Ceará, em parceria com o Instituto deDesenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis (IDER) vemdesenvolvendo um programa que visa implantar mais de 4 mil unidades deum fogão à lenha ecoeficiente. Este fogão queima até 60% a menos de lenhaque o modelo tradicional, e esta grande economia e reduz drasticamente oimpacto sobre o meio ambiente. Atualmente, o IDER atua nos municípios deGeneral Sampaio, Senador Pompeu, Tamboril, Reriutaba, Meruoca, Mauriti,Umari, Lavras da Mangabeira e Salitre. Há expectativas para a ampliação donúmero de famílias beneficiadas dentro e fora do Ceará.

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Referências

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Ago/2010.BRITO, Luiza Teixeira de Lima; Maciel, J. S. Monteiro, M. A. R; Silva, A. S.: Barragemsubterrânea I: Construção e manejo. Petrolina, PE: Embrapa CPATSA, 1989.CAVALCANTI, Nilton de B. e Resende, Geraldo M.: Avaliação de barreiros e finalidadeda água armazenada na região semiárida da Bahia. Embrapa Semiárido. 2001.HOLANDA, Francisco J. M.: Manual de convivência com os efeitos das estiagens:

combatendo a desertificação, Fortaleza, 2004.LOPES, Paulo Roberto C.: Alternativas de Manejo de Solo e Água para o Semi-áridoBrasileiro. Embrapa Semiárido, 2003.MENESES, M. O. Teles & Araújo, R. C. Pereira: Manejo Sustentável da Caatinga paraProdução de Biomassa Vegetal. Prodema/UFC, Fortaleza - CE, 2008.MENDES, Benedito V.: Alternativas Tecnológicas para a Agropecuária do Semi-Árido.

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OLIVEIRA, Rogaciano: Cisterna de Placas: Importância e Cuidados (Literatura deCordel)/ASA, 2003.

PORTO, E. R; Silva, A. S.; Silva, D. A.; Chehi, H. R.: Viability of irrigation by porouscapsule method in arid and semi-arid regions. Pesquisa Agropecuária Brasileira,Brasília: v. 19, n. 10, p. 1257-1265, 1984.SILVA, A. S.; Magalhães. A.; Santos, E. D.; Morgado, L. B.: Irrigação por potes de barroI: Descrição do método e testes preliminares. Petrolina: Embrapa/-CPATSA, 1982.SILVA, A. S.; Porto, E. R.; Brito Luiza Teixeira de Lima; Monteiro, M. A. R.: Captação de

água de chuva in situ. I Comparação de métodos na região Semi-Arida brasileira. In:VII Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem, 1986, Brasília, v. 3. p. 1019-1036.Tecnologias Apropriadas para Terras Secas: Fundação Konrad Adenauer e GTZ/ 2006.

Referências

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Referências

Semiárido: www.sudene.gov.br e www.vermelho.org.br.Barragem subterrânea: www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/agua1.htmBarreiro de salvação; www.scielo.br/pdf .Cisterna de placas: www.cliquesemiarido.org.br.Irrigação com potes: www.oas.org/dsd/publications/Unit/oea59e/ch28.htm.Queimada controlada: www.preveqmd.cnpm.embrapa.br.Plantio direto: www.agrosol.agr.com.Cobertura morta: www.cnpat.embrapa.br.Adubação verde: www.enpab.embrapa.brReflorestamento no semiárido brasileiro: www.urucueabelhasnativas.blogsspot.com.Sistema Mandala: www.agenciamandalla.org.br.Serrapilheira: www.massa.ufc.brClorador para poço: www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/agua1.htm.

Bomba manual com corda: www.sociedadedosol.org.br/bmdcrd/bmcss.htm.Fogão a lenha ecológico: www.ider.org.br.Secador solar doméstico:www.solefrutas.esalq.usp.br/docs/manual_secador_caixa.pdf 

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FIM 

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Meus sinceros agradecimentos! 

Parabéns, você conseguiu concluir o curso com sucesso! 

Autora: Zilmar do N. Meseguer