universidade federal de uberlÂndia - infis.ufu.br mÁximo coutinho.pdf · prof. dr. fabrício...

34
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Instituto de Física INFIS Transporte Quântico de carga em nano-dispositivos molecularesRenato Máximo Coutinho Monografia submetida à Coordenação do Curso de Licenciatura Plena em Física da Universidade Federal de Uberlândia, como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciatura. Orientador: Prof. Dr. Fabrício Macedo de Souza Banca Examinadora: Prof. Dr. Ademir Cavalheiro Prof. Dr. Marco Aurélio Boselli

Upload: hoangngoc

Post on 03-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Instituto de Física – INFIS

“Transporte Quântico de carga em nano-dispositivos

moleculares”

Renato Máximo Coutinho

Monografia submetida à Coordenação do Curso de

Licenciatura Plena em Física da Universidade

Federal de Uberlândia, como requisito parcial para a

obtenção do grau de licenciatura.

Orientador:

Prof. Dr. Fabrício Macedo de Souza

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Ademir Cavalheiro

Prof. Dr. Marco Aurélio Boselli

2

Uberlândia, Julho/2011

Transporte Quântico de carga em nano-dispositivos moleculares

Renato Máximo Coutinho

Monografia submetida e aprovada junto à Coordenação do Curso de Licenciatura

Plena em Física da Universidade Federal de Uberlândia, como requisito parcial para a

obtenção do grau de licenciatura.

Aprovada por:

Prof. Dr. Fabrício Macedo de Souza

(Orientador – INFIS/UFU)

Prof. Dr. Ademir Cavalheiro

(INFIS/UFU)

Prof. Dr. Marco Aurélio Boselli

(INFIS/UFU)

Prof. Dr. Ademir Cavalheiro

Coordenador do Curso de Licenciatura Plena em Física

Instituto de Física – INFIS

Uberlândia, Julho/2011

Reitor:

Prof. Alfredo Júlio Fernandes de Andrade

Vice-Reitor:

Prof. Darizon Alves de Andrade

3

Pró-Reitor de Graduação:

Prof. Waldenor Barros Moraes Filho

Pró-Reitor de Recursos Humanos:

Prof. Sinésio Gomide Júnior

Diretor do Instituto de Física:

Prof. Omar de Oliveira Diniz Neto

Coordenador de Curso:

Prof. Ademir Cavalheiro

__________________________________________________________

Renato Máximo Coutinho

4

ÍNDICE

1. RESUMO ..................................................................................5

2. OBJETIVOS .............................................................................6

3. JUSTIFICATIVA......................................................................7

4. METODOLOGIA ....................................................................9

5. PLANO DE AÇÃO ..................................................................13

6. RESULTADOS ........................................................................19

7. DISCUSSÃO..............................................................................24

8. CONCLUSÃO ..........................................................................25

9. REFERÊNCIAS ........................................................................26

10. ANEXO-1..................................................................................28

11. ASSINATURAS........................................................................33

5

1. Resumo

Na presente monografia estudamos o transporte eletrônico em diversas configurações de

sítios localizados acoplados entre si via hopping. Os sítios podem ainda se acoplarem a eletrodos de

modo que na presença de tensões externas surge uma corrente elétrica. Ainda exploramos a

importância da conformação dos sítios sobre o transporte, procurando encontrar na corrente elétrica,

shot noise e fator de fano traços característicos de cada geometria de sítios. Esse tipo de

mapeamento pode auxiliar no entendimento de resultados experimentais recentes que medem

curvas de corrente versus tensão em sistemas de aglomerados moleculares e polímeros condutores.

Como não há uma determinação da estrutura molecular do aglomerado, um modelamento do

transporte para diversas conformações pode indicar possíveis geometrias. O nosso tratamento

teórico foi baseado no método de funções de Green de não-equilíbrio (formalismo de Keldysh), que

permite o estudo de regimes não lineares na tensão elétrica.

Palavras chaves: Corrente elétrica, Shot noise, Fator de Fano, Funções de Green e Enovelamento.

6

2. Objetivos

2.1 Geral:

Calcular transporte quântico de carga em arranjos de vários sítios acoplados entre si e a eletrodos

não-magnéticos.

2.2 Específicos:

1-Derivar uma formulação geral de transporte quântico que permita calcular corrente elétrica em

sistemas moleculares.

2-Comparar resultados teóricos e experimentais, visando dar um entendimento mais nanoscópico

das propriedades de transporte em sistemas moleculares.

3-Desenvolver código numérico para calcular corrente elétrica em sistemas moleculares.

7

3. Justificativa

Desde a proposta de retificadores moleculares dada por Aviram e Ratner em 1974 [1],

estudos sobre dispositivos moleculares têm recebido crescente atenção. Em particular, com os

avanços tecnológicos recentes na fabricação de dispositivos moleculares[2], o interesse por

eletrônica molecular ganhou um impulso adicional[3]. Atualmente já se faz transporte de carga

através de uma única molécula ligada a reservatórios[2]. Curiosamente, algumas estruturas

moleculares apresentaram forte retificação de corrente[4]. Isso torna os sistemas moleculares

importantes candidatos para a implementação de novos dispositivos eletrônicos, tais como

transistores orgânicos.

Além disso, dispositivos moleculares têm atraído considerável atenção, desde a descoberta

de materiais poliméricos de alta condutividade em 1977 [6]. O uso de polímeros para diferentes

aplicações em dispositivos eletrônicos e optoeletrônicos, tais como diodos emissores de luz (LEDs)

[6, 7], transistores de Efeito Campo (FETs) [8-11], memórias orgânicos [13, 14] e fotodiodos [15-

16] impulsiona um estudo sistemático e minucioso de sistemas moleculares tanto aglomerados

quanto individuais entre contatos de natureza metálica. O estudo de propriedades elétricas tais como

transporte [14-16] e injeção de portadores de carga na interface Metal / Sistema Orgânico [17-19]

tem um papel fundamental e importante no desenvolvimento de dispositivos com desempenho

eficiente. A injeção de carga que trafega no dispositivo interfere em seu funcionamento, podendo,

por exemplo, aumentar a eficiência de emissão de luz nos LEDs orgânicos.

Há na literatura uma série de esforços no sentido de se desenvolver dispositivos de uma

única molécula acoplada a eletrodos [20]. A vantagem desses sistemas moleculares frente aos

dispositivos atuais seria o seu baixo custo de produção e suas funcionalidades, tais como retificação

de corrente, absorção e emissão de luz, integrando assim propriedades elétricas e óticas.

Recentemente mostraram que sistemas constituídos por pontes conjugadas de carbono podem

apresentar retificação de corrente, podendo assim operar como diodo molecular [21]. Também

encontrou-se resistência diferencial negativa (NDR) em um sistema molecular[22]. A Fig. (1) ilustra

a curva característica IxV encontrada para um sistema molecular composto por três quantum dots

ligados a dois terminais. Observe a NDR obtida para uma tensão em torno de 10mV.

8

Figura 1: Gráfico de Corrente elétrica ( nA ) em função do Potencial ( Voltagem de Porta ) meV .

Em torno de 10mV ocorre uma resistência diferencial negativa (NDR) devido à quebra do

alinhamento dos sítios com os níveis de Fermi do reservatório emissor.

Dando continuidade a esses estudos, desenvolvemos uma formulação de transporte para

descrever arranjos moleculares arbitrários. Com isso pudemos aplicar nosso formalismo para

descrever uma grande variedade de sistemas, desde cadeias poliméricas até uma única molécula

acoplada a eletrodos.

9

4. Metodologia

A metodologia se baseiou inicialmente na elaboração de um modelo físico para descrever

um sistema molecular com arranjo qualquer de sítios acoplados entre si por hopping. A Fig. 2 ilustra

uma distribuição arbitrária de sítios entre dois eletrodos. Com base nesse sistema geral, aplicamos o

formalismo de Keldysh para determinar uma fórmula para a corrente elétrica. Essa expressão deverá

levar em conta uma conformação qualquer da molécula e um número arbitrário de eletrodos, não

necessariamente dois. Uma vez realizado o desenvolvimento analítico partimos para a escrita de um

programa em linguagem Mathematica, que permitiu o cálculo de corrente elétrica para uma

geometria molecular, em princípio, arbitrária. Vale ressaltar que nossa abordagem difere dos

métodos ab-initio atuais para cálculo de transporte em moléculas (e.g., transiesta, transampa,

smeagol). Em nosso tratamento os parâmetros de hopping e de acoplamento molécula-eletrodo

foram tomados de maneira fenomenológica.

Fig. 2: Sistema geral utilizado para modelar transporte em sistemas moleculares. Aqui os sítios

estão posicionados aleatoriamente. O modelo que descreve esse sistema é geral, permitindo assim

tratar uma grande variedade de sistemas moleculares.

A análise dos efeitos do enovelamento sobre o transporte foram realizadas para quatro

conformações geométrica diferentes, cada uma contento um número total de dez sítios .

10

1- Cadeia Linear

Eletrodo 1 Eletrodo 2

Fig. 3: Sistema contendo 10 sítios dispostos linearmente.

2- Cadeia com 1 Loop

Eletrodo 1

Eletrodo 2

Fig. 4: Sistema contendo 10 sítios dispostos em um Loop.

11

3- Cadeia com 2 Loops

Eletrodo 1

Eletrodo 2

Fig. 5: Sistema contendo 10 sítios dispostos em dois Loops.

4- Cadeia aleatória

Eletrodo 1

Eletrodo 2

Fig. 6: Sistema contendo 10 sítios dispostos de forma aleatória.

12

Mostraremos ainda como as diferentes conformações citadas afetam a Corrente Elétrica,

Coeficiente de Transmissão, Shot Noise e Fator de Fano, visto que tais grandezas são fortemente

dependentes do acoplamento inter-sítios.

13

5. Plano de Ação

5.1 Pontos Quânticos

Com o desenvolvimento das técnicas de miniaturização de dispositivos ( e.g, litografia,

BEM ), uma variedade de novos dispositivos vêm surgindo, cujas dimensões giram em torno de

dezenas a centenas de nanômetros. Assim, sistemas quânticos que antes pareciam puramente

acadêmicos, com os problemas de tunelamento através de uma ou duas barreiras [23], hoje em dia

são produzidos rotineiramente nos laboratórios. Nessa escala, uma descrição quântica dos

fenômenos físicos torna-se fundamental para compreender propriedades do transporte elétrico.

Em particular um sistema nanoscópico que vem recebendo crescente atenção é constituído

de reservatórios ( terminais ) acoplados, via barreiras de tunelamento, a um sistema de dimensão

zero ( ponto quântico ), isto é, que confina os elétrons nas três dimensões espaciais [24]. Existem

diversas formas de se produzir um ponto quântico. Por exemplo, através de técnicas litográficas

pode-se depositar eletrodos metálicos sobre uma superfície semicondutora sob a qual reside um gás

de elétrons bidimensional. Ao se aplicar tensões negativas nesses contatos, o gás de elétrons se

depleta, deixando uma região vazia de portadores que corresponde ao ponto quântico [25]. O

tamanho típico de um ponto quântico varia de alguns nanômetros até centenas de nanômetros, e o

seu tamanho, formato e interações podem ser controladas através de técnicas avançadas de

nanofabricação.

Devido ao confinamento eletrônico, surgem níveis de energia no ponto quântico

semelhantes aos de átomos, com a vantagem de ser possível ajustá-los em laboratórios. Assim é

possível gerar uma “ tabela periódica ” completa para pontos quânticos, variando simplesmente uma

tensão de porta [24].

5.2 Transporte Quântico

Existem alguns formalismos para se estudar transporte quântico. Por exemplo, o formalismo

de funções de Green de não equilíbrio, o formalismo de Landauer-Buttiker, equação mestra e

equação de Boltzman. Nesta monografia, focamos nas funções de Green de não-equilíbrio, e por

vezes fizemos conexão com a abordagem de Landauer-Buttiker, visto que as funções de Green

recuperam as equações de Landauer-Buttiker quando não há interações no sistema. A vantagem do

formalismo de funções de Green está na possibilidade de se incluir interações de muitos corpos

14

como elétron-elétron, elétron-fônon, ao contrário da abordagem de Landauer-Buttiker que é não

interagente.

O formalismo de funções de Green foi desenvolvido originalmente pelo físico russo Keldysh

[26] em 1965 e independentemente por Kadanoff e Bayn [27]. Porém, somente na década de 90,

com a necessidade de explicar experimentos, essa técnica começou a ser empregada para calcular

propriedades de transporte ( e.g., ruído, corrente ) em sistemas nanoscópicos. Vale citar o trabalho

pioneiro de Meir e Wingreen [28], no qual os autores apresentaram uma equação para a corrente em

um sistema constituído por dois terminais acoplados a uma região central, que pode ser, por

exemplo, um ponto ou poço quântico. Posteriormente, Jauho, Meir e Wingreen [29] sistematizaram

a forma de se calcular, uma vez dado o Hamiltoniano do sistema, e aplicaram suas equações para

tratar perturbações independentes e dependentes do tempo.

5.3 Modelo

Iniciamos o projeto escrevendo o Hamiltoniano do sistema,

hibMAD H+H+H+H=H ,

onde DH , AH e MH são os Hamiltonianos do doador (D), aceitador (A) e da molécula,

respectivamente. O termo hibH leva em conta a hibridização dos orbitais moleculares com o

doador e aceitador. Esse termo dá origem à corrente elétrica na presença de uma diferença de

potencial elétrico entre doador e aceitador. Mais especificamente temos em linguagem de segunda

quantização,

α

AαD

+

AαDαAD ccE=H /// ,

n

+

nnM ddE=H ,

αn

ADnnADhib ctddtc=H //

onde αE e nE são o níveis eletrônicos dos reservatórios e da molécula, respectivamente. Os

operadores t

AαDc / , t

nd , AαDc / e t

nd criam e destroem elétrons no sistema.

15

5.4 Corrente

Para calcular a corrente utilizamos a seguinte definição de corrente,

H,Nie=dtdNe=I ADADAD /// / ,

onde e é a carga elétrica ( 0>e ) e ADN / é o operador número para os eletrodos D e A. O símbolo

indica uma média termodinâmica de não-equilíbrio e denota um comutador. Seguindo o

procedimento padrão de funções de Green de não-equilíbrio podemos mostrar que

EfEfETdEe=I DAADAD /// 2 ,

onde a

M

Ar

M

D GΓGΓ=ET Tr e Df e Af são as distribuições de Fermi para os terminais D e A,

respectivamente,

T]k)μ[(E+=(E)f

BAD

AD/exp1

1

/

/

,

sendo Dμ e Aμ os potenciais químicos do doador e aceitador e Bk a constante de Boltzmann. Os

parâmetros DΓ e

AΓ são as taxas de tunelamento entre doador/aceitador e a molécula central.

Esses parâmetros podem entrar de maneira empírica na formulação. Em uma notação matricial

temos

η

η

ηη

Γ

Γ

Γ=Γ

3

2

1

00

00

00 ,

onde D=η ou A . A função de Green molecular r

MG é dada por

1 r

M

r

M ΣHEI=G ,

onde I é a matriz identidade e 2/2/ iΓ=Γ+Γi=Σ ADr é a auto-energia de tunelamento.

Assumimos essa quantidade independente da energia (wideband limit). Em notação matricial temos

16

1

3

2

1

2/00

02/0

002/

iΓ+EE

iΓ+EE

iΓ+EE=G r

M ,

para o caso de vários níveis localizados (não interagentes) fracamente acoplados aos reservatórios.

A função de Green avançada é simplesmente o complexo conjugado de r

MG . Assumimos uma

queda linear de tensão (V) ao longo do sistema. Com isso temos 0

LL μ=μ e eVμ=μ 0

RR , onde

0

Lμ e 0

Rμ são os potenciais químicos da esquerda (D) e da direita (A). Os níveis nE são dados por

eVxE=E 0

nn , onde x leva em conta assimetrias na queda de tensão ao longo da estrutura.

Assimetrias na queda de tensão elétrica podem correr, por exemplo, quando os níveis moleculares

estão mais fortemente acoplados a um dos reservatórios. Em particular, para acoplamentos

simétricos temos x=1/2.

5.5 Shot Noise e Fator de Fano

Uma grandeza relevante no estudo do transporte em sistemas em escala nanoscópica é o

ruído, pois fornece informações adicionais sobre um dado sistema, que não estão contidas na

corrente média. Por exemplo, medidas de shot noise em contatos pontuais quânticos no regime Hall

fracionário, revelaram a existência de quase-partículas de carga e/3 [30].

O ruído de uma maneira geral são variações temporais aleatórias de uma determinada

grandeza em torno do seu valor médio. Mais especificamente em condutores elétricos, há várias

fontes de ruído. Por exemplo, o ruído 1/f, que em geral se observa em junções de tunelamento a

baixas freqüências, o ruído térmico, que está relacionado ao movimento térmico aleatório dos

portadores de carga, e o shot noise , que se deve a natureza discreta da carga elétrica[31]. Em outras

palavras, a corrente elétrica é o resultado da passagem de cargas discretas ( elétrons ) pelo sistema,

essa granulosidade do fluxo de portadores gera o shot noise.

Matematicamente o ruído é definido como a função auto-correlação corrente-corrente,

´)}(),({´),( tItI=ttS

Onde δI(t) = I(t) - < I >, sendo I(t) a corrente no instante t, e < I > o seu valor médio. Essa definição

inclui o shot noise e o ruído térmico. Vale salientar que o ruído térmico pode ocorrer mesmo

quando não há uma corrente fluindo pelo sistema, ( tensão nula ), isto é, trata-se de uma flutuação

17

de equilíbrio, ao contrário do shot noise que é uma flutuação de não equilíbrio [32].

Quando a transferência de elétrons através de um condutor é descrita pela estatística de

Poisson, que é utilizada para analisar eventos que não estão correlacionados no tempo, o shot noise

é dado pelo valor de Poisson S = 2e < I >. Porém, quando correlações estão presentes, S desvia-se

do valor poissônico 2e < I >, podendo ser suprimido ou intensificado, dependendo do tipo de

correlação. Para “medir” o desvio do shot noise com relação ao seu valor clássico ( poissônico ),

define-se o fator de Fano γ = S / 2e < I >. Quando γ se desvia de 1, significa que há algum tipo de

correlação no sistema ( e.g. Pauli, Coulomb ).

A supressão do ruído ( γ < 1 ) em sistemas de dupla barreira com tunelamento ressonante (

poço quântico acoplado a terminais ) foi observada originalmente por Li et al. [33], e

posteriormente por Liu et at. [34], onde constataram que γ ≈ 0.5 para barreiras assimétricas, e γ ≈ 1

para barreiras assimétricas. A supressão do ruído no caso simétrico deve-se ao princípio de Pauli.

Mais especificamente, um elétron ao tunelar para dentro da região entre as barreiras, ocupando

assim um i-ésimo nível do poço, permanecerá aí por algum tempo antes de sair para o terminal

coletor. Durante o seu tempo de permanência, um segundo elétron de mesmo spin fica proibido de

ocupar esse estado. Logo, há uma correlação no transporte eletrônico, que tende a atrasar duas

transições sucessivas pelo sistema. Isso resulta numa supressão do ruído ( γ ≈ 0.5 ). No caso

fortemente assimétrico o transporte é governado essencialmente pela barreira maior, o que resulta

numa transmissão mais descorrelacionada ( γ ≈ 1 ).

Ao contrário do princípio de Pauli, que sempre suprime o ruído, a interação de Coulomb

pode aumentá-lo ou suprimi-lo. Por exemplo, observou-se γ ≈ 6.6 para um sistema de poço quântico

com tunelamento ressonante [35], em que o elétron ao tunelar do emissor para o poço modifica a

energia eletrostática do sistema, levando a uma maior ressonância dos estados do poço com os

estados do emissor. Com isso a transição emissor-poço é favorecida, resultando num aumento do

shot noise ( γ > 1 ). Também se observou um aumento do shot noise ( γ > 1 ) em sistema de

tunelamento ressonante via estados localizados [36]. Atribui-se esse efeito a correlações de

Coulomb entre elétrons que tunelam através de dois estados localizados vizinhos.

Por outro lado, a interação de Coulomb também pode suprimir o ruído. Por exemplo, Anda e

Latgé [35] mostraram que o ruído, em um sistema de ponto quântico acoplado a terminais,

apresenta uma supressão no regime de Coulomb. Birk et al.[37] mediram ruído no regime de

bloqueio de Coulomb em uma sistema constituído de uma nano-partícula entre uma ponta de STM (

scanning tunneling microscopy ).

Na ausência de espalhamento de spin ( R = 0 ) e interação de Coulomb ( U = 0 ) temos a

seguinte expressão para o ruído

18

dEffETETffffETe

S DSDDss ]))}((1){()}1()1(){([2 2

2

onde os dois primeiros termos da equação correspondem à contribuição do shot noise de equilíbrio

e o último termo dá o shot noise de não equilíbrio ( Térmico ). O cálculo de shot noise nos permite

determinar o Fator de Fano, que é essencial para prever se o shot noise está no limite de Poisson ou

então no limite sub-Poissonico, através da relação.

I

SF

Onde S é o shot noise e I é a corrente elétrica total. Para F = 1, o shot noise atinge o limite de

Poisson, onde não existe correlação eletrônica entre os portadores de carga. Por outro lado, para F

<1, o shot noise atinge o limite sub-Poissonico e fornece as informações sobre a correspondência

eletrônica entre os portadores de carga.

5.6 Coeficiente de Transmissão

O Coeficiente de Transmissão, que mede a amplitude de probabilidade do elétron do

reservatório emissor tunelar para os sítios, é dada pela seguinte relação:

onde L e R representam a taxa de acoplamento do reservatórios , já as r

MG e a a

MG são

respectivamente as funções de Green retardada/avançada dos sítios.

][ a

MR

r

MLr GGTT

19

6. Resultados.

6.1- Coeficiente de Transmissão ( T )

Fig. 7: (a) – Coeficiente de Transmissão para uma cadeia linear de dez sítios. (b) - Coeficiente de

Transmissão para uma cadeia contendo 1 loop em sua estrutura.

20

Fig. 8: (a) – Coeficiente de Transmissão para uma cadeia de sítios contendo 2 loops em sua

estrutura. (b) - Coeficiente de Transmissão para uma cadeia de dez sítios disposta aleatoriamente.

21

6.1- Corrente Elétrica ( I )

Fig. 9: Corrente Elétrica em função da Tensão para as diferentes conformações dos dez sítios.

22

6.2- Shot Noise ( S )

Fig. 10: Shot Noise em função da Tensão para as diferentes conformações dos dez sítios.

23

8.2- Fator de Fano ( F )

Fig. 11: Fator de Fano ( F ) em função da Tensão para as diferentes conformações dos dez sítios.

24

7. Discussão.

Nas [Figuras 7, 8] são mostrados os gráficos do coeficiente de transmissão ( T ) em função

da tensão e da energia para dez sítios conformados de maneiras diferentes. A conformação da cadeia

molecular leva a uma variação nos acoplamento inter-sítios, implicando numa mudança do

coeficiente de transmissão. As linhas pontilhadas em verde que cruzam o gráfico na diagonal e na

metade do gráfico representam os potenciais químicos dos eletrodos doador/emissor

respectivamente. O cruzamento dos potenciais químicos com a projeção do coeficiente de

transmissão no plano (Energia x Tensão) indica ressonância nos níveis de energia dos sítios com o

nível de Fermi do eletrodo emissor e por conseqüência abertura da janela de condução (conduction

window CW). Com relação à cadeia linear [Figura 7(a)], percebe-se que há uma diminuição no

número de canais que entram na janela de condução quando o sistema se enrola [Figura 7(a), (b),

(c) e (d)]. Isso implica numa redução do tunelamento ressonante entre reservatório emissor e o

sistema molecular.

Para o caso da corrente elétrica, [Figura 9], os painéis mostram as oscilações na corrente que

são devidas às ressonâncias dos níveis de energia dos pontos quânticos com o nível de Fermi do

reservatório emissor. Percebemos da análise gráfica do Coeficiente de Transmissão que quanto mais

enrolada está a cadeia menos canais entram em ressonância, isto explica a queda nas oscilações da

corrente para os sistemas dispostos com loops e também aleatória, pois estes estão mais

correlacionados.

O Shot Noise [Figura 10] mede as flutuações temporais da corrente elétrica no sistema

proposto. Verificamos que quanto mais enovelada está a cadeia, maior é a correlação no transporte

elétrico.

A medida de quanto um sistema está correlacionado é dada pelo Fator de Fano ( F ). A partir

da [Figura 11], percebemos que o sistema se correlaciona mais (F<1) à medida que o número de

loops cresce. No presente modelo essa correlação é dada apenas pelo Princípio de Exclusão Pauling,

pois não consideramos interação coulombiana. Uma observação importante, é que o Fator de Fano

chega a um valor de 0.4, para o caso de estrutura aleatória.

25

8. Conclusão

O estudo do transporte eletrônico de múltiplos pontos quânticos acoplados via hopping em

diferentes conformações geométricas revela que quanto maior a desordem do sistema, maior é a

correlação dos sítios e por consequência ocorre uma queda no número de canais de condução. A

medida do Fator de Fano indica o quanto nosso sistema está correlacionado via Pauling. Em

particular, para o caso aleatório observamos uma queda acentuada de F (F=0.4), comparada às

outras conformações.

A medida do ruído nos mostra que a flutuação eletrônica aumenta conforme temos um

determinado sítio acoplado a dois ou mais sítios vizinhos. Este aumento pode ser visto pelo gráfico

do Coeficiente de Transmissão [Figura: 7, 8 - a,b,c,d], que apresenta uma queda no número de

canais de condução conforme a estrutura vai se enrolando.

Os gráficos de corrente [Figura 9] apresentam picos à medida que os níveis de Fermi do

emissor entram em ressonância com os níveis dos sítios. Percebemos que estes picos de

estabilização diminuem conforme a correlação aumenta (número de loops), devido à queda dos

canais de condução já observados anteriormente pelo Coeficiente de Transmissão.

Esperamos com esta monografia ter contribuído para o estudo da eletrônica molecular, haja

visto que o entendimento de fenômenos relacionados ao transporte quântico são de suma

importância para a construção de nano-dispositivos.

26

9. Referências Bibliográficas

[1] A. Aviram, M.A. Ratner, Chemical Physics Letters 29, 277 (1974).

[2] M. Kamenetska, M. Koentopp, A. C. Whalley, Y. S. Park, M. L.

Steigerwald, C. Nuckolls, M. S. Hybertsen, e L. Venkataraman, Physical Review Letters 102,

126803 (2009).

[3] J. Del Nero, F. M. Souza, e R. B. Capaz, Molecular Electronics Devices: A Short Review.

Journal of Computational and Theoretical Nanoscience 7, 503 (2010).

[4] J. Taylor, M. Brandbyge, e K. Stokbro Physical Review Letters 89, 138301 (2002).

[5] H. Shirakawa, E.J. Louis, A.G. MacDiarmid, C.K. Chiang, A.J. Heeger, J. Chem. Soc. Chem.

Commun. 16, 578 (1977).

[6] J.H. Burroughes, D.D.C. Bradley, A.R. Brown, R.N. Marks, K. Mackay, R.H. Friend, P.L.

Burns, A.B. Holmes, Nature 347, 539 (1990).

[7] C. V. Hoven, H.g Wang, M.Elbing, L. Garner, D. Winkelhaus, G. C. Bazan, Nature Materials 9,

249 (2010).

[8] J. Appenzeller, M. Radosavljevic, J. Knoch, P. Avouris, Phys. Rev. Lett. 92, 048301 (2004).

[9] H. Sirringhaus, T. Kawase, R.H. Friend, T. Shimoda, M. Inbasekaran, W. Wu, E.P. Woo, Science

290, 2123 (2000).

[10] D.S.H. Charrier, T. de Vries, S.G.J. Mathijssen, E.-J. Geluk, E.C.P. Smits, M. Kemerink, R.A.J.

Janssen, Org. Electron. 10, 994 (2009).

[11] S. Heinze, J. Tersoff, R. Martel, V. Derycke, J. Appenzeller, P. Avouris, Phys. Rev. Lett. 89,

106801 (2002).

[12] R. T. Weitz, Andreas Walter, R. Engl, R. Sezi, C. Dehm, Nano Lett. 6, 2810 (2006).

[13] W. Fu, Z. Xu, X. Bai, C. Gu, E. Wang, Nano Lett. 9, 921 (2009).

[14] V. L. Colvin, M. C. Schlamp, A. P. Alivisatos, Nature 370, 354 (1994).

[15] Z. Tan, F. Zhang, T. Zhu, J. Xu, A. Y. Wang, J. D. Dixon, L. Li, Q. Zhang, S. E. Mohney, J.

Ruzyllo, Nano Lett.7, 3803 ( 2007).

[16] S. A. Haque, S. Koops, N. Tokmoldin, J. R. Durrant, J. Huang, D. D. C. Bradley, E.

Palomares, Adv. Mater. 19, 683 (2007).

[17]I. Kratochvilova, M. Kocirik, A. Zambova, J. Mbindyo,T. E. Mallouk, T.S. Mayer, J. Mater.

Chem. 12, 2927 (2002).

[18] V. V. Zhirnov e R. K. Cavin, Nature Materials 5, 11 (2006).

[19] H. Fu , Y. Zhan, J. Xu, X. Y. Hou, F. Xiao, Optical Materials 29, 348 (2006).

[20] F. Chen e N. J. Tao, Accounts of Chemical Research 42, 429 (2008).

27

[21] A. S. Souza, R. M. Gester, M. A L. Reis, F. M. Souza, e J. Del Nero, Journal of Computational

and Theoretical Nanoscience 5, 2243 (2008).

[22] E. R. Granhen, M. A. L. Reis, F. M. Souza, J. Del Nero, Journal of Nanoscience and

Nanotechnology, in press (2010).

[23] C.Cohen-Tannoudji, B. Diu, e F. Laboe, Quantum Mechanics, vol. 1, John Wiley e Sons (

1977 ).

[24] L.Kouwenhovem e C.Marcus, Phys.World, 35, June ( 1988 ).

[25] A primeira realização experimental de um ponto quântico gerado eletrostaticamente ( via

eletrodos ) sobre uma superfície de GaAs foi de U. Meirav, M. A. Kastner, e S. J Wind, Phys. Rev.

Lett. 65, 771 ( 1990 ).

[26] L. V. Keldysh, Sov. Phys. JETP 20, 1018 ( 1965 ).

[27] L. P. Kadanoff e G. Bayn, Quantum Statistical Mechanics, Green’s Function Methodos in

Equilibrium and Nonequilibrium Problems, Benjamin Cummings Publishing Company ( 1962 ).

[28] Y. Meir e N. S. Wingreen, Phys. Rev. Lett. 68, 2512 ( 1992 ).

[29] A. P. Jauho, N. S. Wingreen, e Y. Meir, Phys. Rev. B 50, 5528 ( 1994 ).

[30] R. de-Picciotto et al. , Nature 329, 162 (1997).

[31] Sh. Kogan, Eletronic Noise and Fluctuations in Solids, Cambridge University Press,

Cambridge ( 1996 ).

[32] Y. P. Li et al., Phys. Rev. B 41, 8388 ( 1990 ).

[33] H. C. Liu et al., Phys. Rev. B 51, 5116 ( 1995 ).

[34] G. Iannaccone et al., Phys. Rev. Lett. 80, 1054 ( 1988 ).

[35] S. S. Safonov et al., Phys. Rev. Lett. 91, 136801 ( 2003 ).

[36] E. V. Anda e A. Latgé, Phys. Rev. B 50, 8859 ( 1994 ).

[37] H. Birk, M. J. de Jong, e C. Schonenberger, Phys. Rev. Lett.75, 1610 ( 1995 )

28

10. Anexo -1

Código númerico realizado no ambiente Mathematica para a obtenção dos resultados encontrados

no item 9.

Clear[eV];

E0 = 4; (*Energia dos níveis*)

V = 2; (*Acoplamento intra-dot*)

d = 0.5; (*Acoplamento do primeiro e último sítio com os reservatórios da esquerda e da direita

respectivamente *)

********************************************************************************

(*cadeia linear*)

E1 = E0 - (1/11)*eV; (*Energia dos níveis e sua respectiva queda de tensão, válida para todos

outros abaixo*)

E2 = E0 - (2/11)*eV;

E3 = E0 - (3/11)*eV;

E4 = E0 - (4/11)*eV;

E5 = E0 - (5/11)*eV;

E6 = E0 - (6/11)*eV;

E7 = E0 - (7/11)*eV;

E8 = E0 - (8/11)*eV;

E9 = E0 - (9/11)*eV;

E10 = E0 - (10/11)*eV;

HM = {{E1, V, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {V, E2, V, 0, 0, 0, 0, 0, 0,0},

{0, V, E3, V, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, V, E4, V, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, V, E5, V, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, V, E6, V, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, V, E7, V, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, V, E8, V, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, V, E9, V}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, V, E10}}; (*Hamiltoniana molecular*)

********************************************************************************

29

(*1enovelamento na cadeia*)

E1 = E0 - (1/11)*eV;

E2 = E0 - (2/11)*eV;

E3 = E0 - (3/11)*eV;

E4 = E0 - (4/11)*eV;

E5 = E0 - (5/11)*eV;

E6 = E0 - (4/11)*eV;

E7 = E0 - (3/11)*eV;

E8 = E0 - (5/11)*eV;

E9 = E0 - (9/11)*eV;

E10 = E0 - (10/11)*eV;

HM = {{E1, V, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {V, E2, V, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, V, E3, V, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, V, E4, V, 0, V, V, 0, 0},

{0, 0, 0, V, E5, V, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, V, E6, V, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, V, 0, V, E7, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, V, 0, 0, 0, E8, V, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, V, E9, V}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, V, E10}};

********************************************************************************

(*2 enovelamentos na cadeia*)

E1 = E0 - (1/11)*eV;

E2 = E0 - (2/11)*eV;

E3 = E0 - (3/11)*eV;

E4 = E0 - (1/11)*eV;

E5 = E0 - (3/11)*eV;

E6 = E0 - (6/11)*eV;

E7 = E0 - (7/11)*eV;

E8 = E0 - (3/11)*eV;

E9 = E0 - (7/11)*eV;

E10 = E0 - (10/11)*eV;

HM = {{E1, V, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {V, E2, V, V, V, 0, 0, 0, 0, 0},

30

{0, V, E3, V, 0, 0, 0, V, 0, 0}, {0, V, V, E4, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, V, 0, 0, E5, V, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, V, E6, V, V, V, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, V, E7, V, 0, 0}, {0, 0, V, 0, 0, V, V, E8, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, V, 0, 0, E9, V}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, V, E10}};

********************************************************************************

(*cadeia aleatória*)

E1 = E0 - (1/11)*eV;

E2 = E0 - (2/11)*eV;

E3 = E0 - (2/11)*eV;

E4 = E0 - (4/11)*eV;

E5 = E0 - (4/11)*eV;

E6 = E0 - (4/11)*eV;

E7 = E0 - (7/11)*eV;

E8 = E0 - (7/11)*eV;

E9 = E0 - (9/11)*eV;

E10 = E0 - (10/11)*eV;

HM = {{E1, V, V, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {V, E2, 0, V, V, 0, 0, 0, 0, 0},

{V, 0, E3, 0, V, V, 0, 0, 0, 0}, {0, V, 0, E4, V, 0, 0, V, 0, 0},

{0, V, V, V, E5, V, V, V, 0, 0}, {0, 0, V, 0, V, E6, V, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, V, V, E7, 0, V, 0}, {0, 0, 0, V, V, 0, 0, E8, V, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, V, V, E9, V}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, V, E10}};

********************************************************************************

GammaA = {{d, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}};

GammaD = {{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

31

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0},

{0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0}, {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, d}}; (*Matriz que acopla o primeiro e último

sítio com os reservatórios da esquerda e da direita respectivamente *)

SigmaA = I*GammaA/2.0;

SigmaD = I*GammaD/2.0;

M = Eigensystem[HM];

Veigenvalues = {M[[1, 1]], M[[1, 2]], M[[1, 3]], M[[1, 4]], M[[1, 5]],

M[[1, 6]], M[[1, 7]], M[[1, 8]], M[[1, 9]], M[[1, 10]]}

EV1 = Veigenvalues[[1]];

EV2 = Veigenvalues[[2]];

EV3 = Veigenvalues[[3]];

EV4 = Veigenvalues[[4]];

EV5 = Veigenvalues[[5]];

EV6 = Veigenvalues[[6]];

EV7 = Veigenvalues[[7]];

EV8 = Veigenvalues[[8]];

EV9 = Veigenvalues[[9]];

EV10 = Veigenvalues[[10]];

GRM = Inverse[Energy*IdentityMatrix[10] - HM - SigmaS - SigmaD]; (*Função de Green

Retardada*)

GAM = ConjugateTranspose[GRM]; (*Função de Green Avançada*)

Prod = GammaS.GRM.GammaD.GAM;

Transmission = Re[Tr[Prod]];

********************************************************************************

Subrotina para o cálculo da corrente elétrica, ruído e fator de fano.

NV = 500;

eVmax = 40;

deV = eVmax/NV;

32

mus = 0.0;

mud = mus - eV;

KT = 0.01;

fs = 1/(1 + Exp[(Energy - mus)/KT]);

fd = 1/(1 + Exp[(Energy - mud)/KT]);

For[iv = 0, iv < NV, iv++;

eV = deV*(iv - NV/2.0);

Current[iv] = NIntegrate[(fs - fd)*Transmission, {Energy, -5, 20}, WorkingPrecision -> 70];

Shot[iv] = NIntegrate[ Transmission*(fs*(1.0 - fs) + fd*(1.0 - fd)) + (Transmission*(1.0 -

Transmission)*(fs - fd)*(fs - fd)), {Energy, -5, 20}, WorkingPrecision -> 70];

Fano[iv] = Shot[iv]/Current[iv]];

(*fim do programa*)

********************************************************************************

********************************************************************************

33

11. Assinaturas

34