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Universidade Federal de Santa CatarinaCentro de Ciências da Educação

POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E FORMAÇÃO DOCENTE NO BRASIL HOJE

OLINDA EVANGELISTAAgosto de 2012

PPGE, UNOESC – Joaçaba-SChttp://www.gepeto.ced.ufsc.br/

[email protected]

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PESQUISAS EM CURSO

QUESTÃO CENTRAL DA POLÍTICA EDUCACIONAL PÓS-1990

Como convencer a população que a educação é terreno de produção dos

problemas sociais e econômicos e que, por isso mesmo, se constitui em

terreno para sua solução?

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PESQUISAS EM CURSO

CUIDADOS NA ANÁLISE

1. Ultrapassar a mera comparação de dados entre Lula e FHC

2. Ultrapassar a legislação – previsto/realizado

3. Ultrapassar a ideia de que os problemas são externos

4. Ultrapassar a ideia de que não há recursos

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1. CONSIDERAR • Política de formação docente no Governo Luiz Inácio

Lula da Silva (2003-2010)• Múltiplas determinações, relações econômicas

internacionais • DALE (2001): agenda globalmente estruturada para a

educação• Interesses de classe, racionalidade perversa• Fontes: documentos oficiais, nacionais,

internacionais, de Organizações Multilaterais, do Estado, de intelectuais

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2. CONSIDERAR• Extenso corpus documental do Governo Lula• Trâmite no Congresso Nacional do Plano Nacional de

Educação, PL 8035/2010• Diferentes instituições, diferentes níveis, diferentes

currículos e diferentes modalidades para o preparo do professor

• Mais de 2 milhões funções docentes• Quase 400.000 professores sem a formação

necessária ao nível em que atuam

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DETERMINAÇÕES DA POLÍTICA EDUCACIONAL DO GOVERNO LULA

• Recuo ao Governo FHC/anos de 1990: reforma educacional• Reforma do Estado, ajuste estrutural da economia, opção

neoliberal, América Latina e Caribe, Conferência de Jontiem Tailândia, 1990

• Estado brasileiro: parceiro na proposição de uma política educacional para formar para o trabalho simples e funções técnicas de nível médio

• Projeto da burguesia mundial para a periferia do capitalismo• Agenda dada pelos interesses capitalista• Banco Mundial, OCDE, UNESCO, entre outras

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DETERMINAÇÕES DA POLÍTICA EDUCACIONAL DO GOVERNO LULA • FHC: parâmetros e diretrizes curriculares, livro didático,

avaliação em larga escala, Lei no. 9394/96, Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2001)

• FHC: “ação estatal” substituída pela “ação pública”, parceria público-privada

• Lula: crescimento de aparelhos privados de hegemonia• Ex.: Compromisso Todos pela Educação, 2006, parceiros: Gerdau,

Santander, Bradesco, entre outros – Empresários como reguladores da educação pública

• Ressignificação do conceito “sociedade civil”: locus de responsabilização social para a solução de problemas econômicos, campo pacificado

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DETERMINAÇÕES DA POLÍTICA EDUCACIONAL DO GOVERNO LULA

• FHC: duas heranças importantes: 1) privatização do ensino superior; 2) oferta de formação docente, majoritariamente privada e sob a forma de EaD

• Lula: preparo docente mais pródigo quantitativamente, não necessariamente melhor

• Alerta: não avaliar uma política pela mera comparação com a que lhe antecedeu

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Evolução do Número de Matrículas (presencial e a distância) por Categoria Administrativa – Brasil – 2001 2010 matrículas‐

Pública Privada Públ e Priv.

Fed. Est. Mun. Total Total Total Geral

2001 504.797

360.537 79.250 944.584 (31,1)

2.091.529 (68,9)

3.036.113

2010 938.656

601.112 103.530 1.643.298 (25,8)

4.736.001 (74,2)

6.379.299

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CENSO DO ENSINO SUPERIOR DE 2010, INEPMatrículas Presenciais EAD

Bacharelado 3.958.544 268.173

Licenciatura 928.748 426.241

Tecnológico 545.844 235.765

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Tecnológico10,0%

Bacharelado72,6%

Licenciatura17,0%

Presencial A distância

Tecnológico25,3%

Bacharelado28,8%

Licenciatura45,8%

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FORMAÇÃO: QUESTÃO DE ESTADO• Decreto nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009,

Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica

• Art. 2º, inciso I: “a formação docente para todas as etapas da educação básica” é um “compromisso público de Estado”

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FORMAÇÃO: QUESTÃO DE ESTADO• Plano de Desenvolvimento da Educação, 2007• Objetivo da Política Nacional de Educação: sociedade livre, justa e solidária; desenvolvimento nacional; erradicação da pobreza e marginalização; redução das desigualdades sociais e regionais; promoção do bem, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação• Projeto: difundi-lo pela escola/professor

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SAGA FORMADORA: em torno de 35 iniciativas, desconsiderados os desdobramentos

• 12 programas específicos• 5 de preparo de material de estudo• 1 de estímulo à iniciação à docência no ES• 3 redes• 1 sistema de formação a distância• 1 política de formação articulada à CAPES • 1 prêmio para professores• 1 fundo (FUNDEB)• 1 banco de dados internacional• 3 programas de formação de profissionais da escola• 2 programas: GESTAR e PRADIME• 1 política de editais• 1 reconversão institucional pela atribuição de formação docente aos IFETs• 1 política de editais

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CONSENSO• O professor é responsável pelo desenvolvimento do Brasil• O Estado tem interesse no preparo do professor• As mazelas sociais devem-se à educação de “má qualidade”, à “má

escola”, ao “mau professor”• A Educação é a origem da produção/solução dos problemas sociais• O professor tem o condão da redenção social• Falta de educação causa atraso e pobreza• Área educacional é responsável pela crise econômica e social, pelo

desemprego e pela ‘empregabilidade’• “A profissão que pode mudar um país!” Página Seja um professor,

MEC

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FORMAÇÃO• Subordinada ao projeto político capitalista• Nova pedagogia da hegemonia• Intelectuais orgânicos: concretizam a hegemonia do

capital• Capital educador• Exigências sobre os docentes: Intensificação e precarização do trabalho docente; baixos salários; bônus; avaliação de competências; avaliação em larga escala; performatividade; responsabilização por resultados; alargamento de funções

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POLÍTICA DE FORMAÇÃO DOCENTE

• Formulações nacionais+Organizações Multilaterais, América Latina e Caribe

• Fontes (2010): relação do Brasil com o capital internacional = subordinação orgânica, articulada, concertada, pactuada entre interesses internos e externos do capital-imperialismo

• Capital-imperialismo: discute posição subalterna do Brasil nas relações internacionais+posição imperialista em relação a outros países+manutenção do capitalismo em nível global

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ROTAS DE CRIAÇÃO DO “NOVO” PROFESSOR

• Banco Mundial: redes nacionais e regionais de pesquisa, mudanças no trabalho docente, accountability, diretrizes para a formação docente, performance

• Rede Kipus de Formação Docente: 2003, Chile, UNESCO, organizações, instituições, governos e pessoas, protagonismo docente, reconversão docente, interferência junto aos formadores, à inteligência da área e às instituições

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PERGUNTAComo formar o “novo” trabalhador, flexível e compatível com as novas demandas econômicas, se a escola só pode contar com o “velho” professor?

RESPOSTA: PARA RECONVERTER O TRABALHADOR, RECONVERTA-SE O PROFESSOR

Reconversão 1dos Institutos Federais de Educação Tecnológica em agências de formação docentedo professorado em agente de inclusãode professores para outra especialidadede outros profissionais para a docênciado professor em professor polivalente

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Reconversão 2• educação especial• Alfabetização• educação de jovens e adultos• educação indígena• educação do campo• populações em situação de risco e vulnerabilidade social• educação integral• direitos humanos• sustentabilidade ambiental• relações étnico-raciais• ambiente escolar inclusivo e cooperativo• educação ao longo da vida• educação para o empreendedorismo

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O “VELHO” PROFESSOR... ... TRADICIONAL

Incompetente Infenso à avaliação

Incapaz Obsoleto

Obstáculo Sem criatividade e autonomia

Quer pensar sobre o objetivo de seu trabalho educativo

Quer pensar sobre o sentido político de sua intervenção

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O “NOVO” PROFESSOR DEVE:• resolver problemas sociais e econômicos• responsabilizar-se pelo sucesso dos alunos• levar o aluno a aprender a aprender• não sofrer com as condições de trabalho• acreditar que salários não têm relação com condições de ensino• acreditar que salas cheias não interferem na relação ensino-

aprendizagem• ser agente da inovação e empreendedor• Ser um superprofessor (TRICHES, 2010)• ser “protagonista” de sua própria alienação

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NOVA PEDAGOGIA DA HEGEMONIA• Sistema de produção e reprodução do capital• Invade a escola de modo subliminar• Não se restringe à formação da consciência do professor• Salas de aulas lotadas• Baixos salários• Ausência de planos de carreira para todos• Ausência de boas bibliotecas e material didático• Falta de professores efetivos e concurso público• Excesso de professores temporários• Falta de equipe técnica e más condições de trabalho• Pouco acesso a livros, jornais, revistas, teatro, cinema• E muitas outras ausências, inumeráveis

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cc

SLOGANS DA POLÍTICA ...DE ADJETIVAÇÃOProfessor Protagonista Professor EmpreendedorProfessor Comunitário Professor Inclusivo

Professor Multifuncional Professor GestorProfessor Pesquisador Professor Agente

Professor FlexívelProfessor Empoderado

Professor ProdutivistaProfessor Performático

Professor? Monitor, Tutor, Oficineiro

Professor...

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CURSO DE PEDAGOGIA – 2010 • 9% das matrículas do país• 3º. com maior número de cursos• 4º. com maior número de matrículas (Direito,

Administração e Medicina) – 570.829• 78% das matrículas: pagas, das quais 54% na

EaD

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Matrículas em Cursos de Graduação em Pedagogia no Brasil, segundo natureza jurídica e modalidade, 2010 (BRASIL. INEP. Sinopse da Educação Superior. 2011)

Total NATUREZA JURÍDICA MODALIDADE

Público Privado Presencial EaD

Total 570.829 127.455 443.374 297.581 273.248

Público= 93.886

Público= 33.569

Privado= 203.695

Privado= 239.679

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ALGUMAS CONCLUSÕES• Novo perfil docente: América Latina e Caribe,

professores passíveis de reconversão• Professor: considerado incapaz de pensar, de

projetar um futuro não sufocado pelos interesses capitalistas

• Novo gerencialismo escolar: dobramento da energia física e mental docente à burocracia que invade a escola

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ALGUMAS CONCLUSÕES• Formação docente: estratégica e objeto de

preocupações por parte do Estado e de Organizações Multilaterais

• Costa (2005): “o professor sabe tudo deverá dar lugar a um professor que se propõe aprender, e o professor obstáculo tornar-se-á um professor agente da inovação”

• Reconversão: tornar o professor de empecilho a agente da reforma educacional

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ALGUMAS CONCLUSÕES• Brasil: estratégias de conformação diferentes –

capacitação profissional+atuação profissional • Novo professor: capacidade de adaptação; rapidez nas

respostas e solução de problemas; flexibilidade na gestão dos problemas cotidianos; habilidade em responder às demandas de pais, alunos e gestores; comprometido com a cultura da paz; participativo; tolerante; inclusivo; gerenciador de conflitos

• Pede-se ao professor: que abandone a reflexão sobre seus objetivos e o sentido político de seu trabalho

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ALGUMAS CONCLUSÕES• Intelectuais: colaboram para a proposição de políticas

públicas para a educação• Intelectuais: produzem uma crítica consistente às políticas

e colaboram teoricamente para a constituição de nossas consciências – pesquisadores, professores, brasileiros – de sujeitos históricos

• Intelectuais: defendem a dimensão pública da escola pública, a socialização do conhecimento como direito a ser apropriado pelas classes subalternas, rejeitam a privatização da escola pública pelos interesses dominantes

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PAPEL DO INTELECTUAIS DA ÁREA1. Defender a escola pública e rejeitar a sua

privatização pelos interesses dominantes, sob todas as suas formas

2. Defender a apropriação do saber como direito de todos

3. Colaborar para a constituição de sujeitos históricos conscientes

4. Não acreditar na humanização do capital

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ReferênciasALVES, Mari Celma Matos Martins. Rede Kipus e formação docente na América Latina e Caribe: do protagonismo à subordinação. Dissertação (Mestrado em Educação). UFSC. 2011.BANCO MUNDIAL. (ESSU): Education Sector Strategy Update. Achieving Education For All, Broadening our Perspective, Maximizing our Effectiveness (final draft), 2006.BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Seja um professor. S.d. Disponível em: http://sejaumprofessor.mec.gov.br/. Acesso em: 15 abr. 2012.BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96,de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.BRASIL. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providencias. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 jan. 2001.BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 1 de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia. Brasília: CNE, 2006.BRASIL, MEC. O Plano de desenvolvimento da educação: razões, princípios e programas. Brasília, DF, 2007a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/livromiolov4.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2009.BRASIL. Edital N°. 02 de 26 de abril de 2007b. Programa de formação continuada de professores na Educação Especial. 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/2007_formacao.pdf. Acesso em: 22 ago. 2011.BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11892.htm. Acesso em: 15 ago. 2009.BRASIL. Decreto n. 6.755, de 29 de janeiro de 2009. Institui a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica. Brasília, DF: D.O.U, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6755.htm>. Acesso em: 15 ago. 2009.BRASIL. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de lei 8035/2010. Aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 e dá outras providências. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=490116. Acesso em: 15 abr. 2012.BRASIL. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Governo insiste em investimento total de 8% do PIB em educação, diz relator. 2012. Disponível em: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/414289-GOVERNO-INSISTE-EM-INVESTIMENTO-TOTAL-DE-8-DO-PIB-EM-EDUCACAO,-DIZ-RELATOR.html. Acesso em: 15. Abr. 2012.

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ReferênciasCAMPOS. Magaly Robalino. Las condiciones de trabajo y salud docente: aportes, alcances y límites del estúdio. 2005. In: UNESCO/OREALC. Condiciones de trabajo y salud docente: estúdios de casos en Argentina, Chile, Ecuador, México, Peru y Uruguay. 2005. Disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001501/150121por.pdf. Acesso em: 20 nov. 2009.DALE, R. Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional mundial comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”? Educação, Sociedade & Culturas, Porto, n.16, p. 133-169, 2001.EVANGELISTA, O.; SHIROMA, Eneida Oto. Redes para reconversão docente. In: Alexandre Felipe Fiuza, Gilmar Henrique da Conceição (Org.) Política, Educação e Cultura. Cascavel: Edunioeste, 2008, p. 33-54.EVANGELISTA, O.; SHIROMA, Eneida Oto. Professor: protagonista e obstáculo da reforma. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.33, n.3, p. 531-541, set./dez. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v33n3/a10v33n3.pdf. Acesso em: 15 abr. 2012.EVANGELISTA, O. Almas em disputa. Reconversão do docente pela ressignificação da educação. Relatório de Pesquisa. Bolsa CNPq. Florianópolis-SC: UFSC, 2006.EVANGELISTA, Olinda. Conhecimento e Diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia no Brasil. Perspectiva, Florianópolis, v. 26, n. 2, 551-570, jul./dez. 2008. Disponível em: http://www.perspectiva.ufsc.br. Acesso em: 15 abr. 2012.EVANGELISTA, Olinda. Formação docente no Governo Lula: primeiras reflexões. Florianópolis: UFSC, mimeo. 2009a.EVANGELISTA, Olinda. REDE KIPUS E RECONVERSÃO DOCENTE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE. In: Quarto Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais, 2009, Cascavel PR. Quarto Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais. Cascavel PR: UNIOESTE, 2009b. p. 1-14.EVANGELISTA, Olinda; TRICHES, Jocemara. Docência, gestão e pesquisa nas DCNP. Revista Brasileira de Formação de Professores. Vol. 1, n. 2, p.178-203, Set. 2009.FONTES, Virgínia. O Brasil e o capital- imperialismo: teoria e história. 2. ed. Rio de Janeiro: EPSJV/Editora UFRJ, 2010.LEHER, Roberto. Educação no governo lula da Silva: a ruptura que não aconteceu. Os anos Lula: contribuições para um balanço crítico 2003-2010. RJ: Garamond, 2010. p. 369-412.MICHELS, Maria Helena. O instrumental, o gerencial e a formação à distância: estratégias para a reconversão docente na perspectiva da educação inclusiva. Florianópolis-SC: UFSC, 2009. Mimeo.

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