arquidiocese - olinda e recife

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Arquidiocese de Olinda e Recife

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revista comemorativa de 100 anos da arquidiocese de olinda e recife

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Oração pelos 100 anos da Arquidiocese de Olinda e Recife

Ó Trindade Santa, fonte de Amor e origem da Missão, nós vos louvamos e bendizemos pelo Centenário da Igreja de Olinda e Recife que está em Pernambuco. Que ela seja uma “comunidade missionária”, una na mesma fé e rica em ministérios e carismas. Ó Pai, desde o início nos cumulastes de todas as bên-çãos, fazei-nos discípulos missionários para continuar-mos sempre mais a obra de Vosso Filho Jesus Cristo, reconhecendo-o na Palavra e na fração do Pão. Ó Filho, Senhor e Salvador do Mundo, fazei que perma-neçamos em vosso serviço, e que, confiando em vossa Palavra, lancemos as redes e, a exemplo de Santo Antônio, com o vosso olhar, evangelizemos os pobres. Ó Espírito Santo, Senhor que dá a vida, que o fogo do vosso amor, como em Pentecostes, nos faça arder o coração para estarmos em estado permanente de mis-são a serviço da vida plena. E a vós, ó Maria, discípula missionária, sob a vossa proteção queremos estar, para que nossa esperança se renove, nosso amor seja ardente, nossa fé seja firme na celebração deste centenário. Amém.

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Arcebispo • Dom Antônio Fernando Saburido, OSB

Vigários gerAis • Mons. José Albérico Bezerra de Almeida • Mons. Lino Rodrigues Duarte

presidente dA comissão ArquidiocesAnA de pAstorAl pArA A comunicAção • Pe. Luciano José Rodrigues Brito

direção • Jairo Chaves • Iris Nunes Coelho • Carlos Cavendish

textos • Dom Antônio Fernando Saburido, OSB • Mons. José Albérico Bezerra de Almeida • Mons. Lino Rodrigues Duarte • José Luiz Mota Menezes • Severino Vicente da Silva • Newton Cabral • Gilbraz Aragão • Paulo Magalhães • Pe. Ferdinando Azevedo

colAborAção • Paulo Fellipy de Souza Conti • Vanessa Porto Caldas • Gisele Lima

reVisão textuAl • Ida Coelho

projeto gráfico e diAgrAmAção • Manu Braga [email protected] 81 8846.6442

fotogrAfiA • Pedro Vieira • Roberto Pereira • Passarinho

Revista especial comemorativa de 100 anos da Arquidiocese de Olinda e Recife - Dezembro de 2010

expediente

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Plenas de alegria e esperança, a Arquidio-cese de Olinda e Recife e suas nove Dioceses sufragâneas: Caruaru, Nazaré, Palmares, Ga-

ranhuns, Pesqueira, Petrolina, Afogados da Ingazeira, Floresta e Salgueiro celebram, no dia 05 de dezembro de 2010, o centenário de criação de nossa Arquidio-cese e, consequentemente, os 100 anos da Província de Olinda e Recife.

Neste momento, nossos sentimentos são de Ação de Graças pela longa história de nossa Igreja Arquidioce-sana. Agradecemos, especialmente, a Deus pelos bons pastores colocados à frente do nosso povo e por todo o bem que fizeram, inspirados n’Aquele que os escolheu e enviou. Rendemos graças, também, pelas dificuldades enfrentadas e superadas que possibilitaram amadureci-mento e crescimento na fé e no compromisso cristão.

Conforme Código de Direito Canônico, “Diocese é uma porção do Povo de Deus confiada ao pastoreio do Bispo com a cooperação do presbitério, de modo que, unindo-se ela a seu pastor e, pelo Evangelho e pela Eucaristia, reunida por ele no Espírito Santo, constitua uma Igreja Particular, na qual está verda-deiramente presente e operante a Igreja de Cristo una, santa, católica e apostólica” (Cân 369). É nesta unidade presbiteral e com o povo de Deus, sempre obedientes ao sucessor de Pedro, que queremos

caminhar. Renovamos hoje nosso propósito, através da presença do Núncio Apostólico no Brasil – Dom Lorenzo Baldisseri – representante do Papa no Bra-sil, que preside a celebração principal.

A 05 de dezembro de 1910, por Decreto da Sagrada Congregação Consistorial, foi elevada a Arquidio-cese e Sede Metropolitana. A 26 de julho de 1918, pela Bula “Cum urbs Recife” do Papa Bento XV passou a denominar-se Arquidiocese de Olinda e Recife. Ao longo da história, foram 24 bispos e 8 arcebispos nome-ados para servir o povo de Deus nesta Igreja Particular.

Aproveitemos esse momento de Ação de Graças para renovar nosso compro-misso de fidelidade e amor à Igreja que nos acolheu e a nós confiou a missão de trans-formar o mundo pela força da Palavra que liberta e garante a “vida em abundância” ( Jo 10,10).

Dom Antônio Fernan-do Saburido, OSBArcebispo Metropolitano de Olinda e Recife

Centenário da Arquidiocese de Olinda e Recife

editorial

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sumárioCem anos da criação da Arquidiocese de Olinda e Recife

Dioceses criadas a partir da Arquidiocese de Olinda e Recife

A Igreja e as Cidades

Resumo histórico dos últimos 50 anos da formação sacerdotal na Arquidiocese de Olinda e Recife e em seu entorno (1960-2010)

Encontro de Irmãos

Paróquias da Arquidiocese

Ordens e Congregações

Religiosas

Atuação de alguns grupos de mulheres católicas

Santa Casa à serviço da vida e da educação

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Contabilizamos ao longo da história da Arquidiocese de Olinda e Recife muitas re-alizações e evangelizações que se estendem

por todo o nordeste brasileiro, exceto a Bahia. Somos protagonistas de uma linda história.

Hoje, não é só olhar e convidar o povo para participar desse evento, mas sim envolver toda sociedade (paró-quias e convidados) num sentimento de gratidão por essa celebração centenária.

Celebrar não se restringe a realização desse grandioso evento uma vez que temos aí também uma forma de

evangelização que insiste num processo diário e permanente.

Para os próximos cem anos vislumbramos uma caminhada de sucessos, acertos, paz e luz divina.

Mons. Lino Rodrigues DuarteVigario Geral da AOR

É desejo da Arquidio-cese que a

celebração do seu centenário possa alcançar alguns ob-jetivos, como sejam: fortalecer a comu-nhão com as outras nove Dioceses de Pernambuco e entre elas; sentir a presen-

ça do Deus da Vida nestes cem anos de história, percebendo os sinais dos tempos; reeducar nossa memória como porção do povo de Deus, espalhado pelo mundo inteiro e reavivar nossa resposta ao chamado para a evangelização, colocando-nos como

Mensagem do Mons. José Albérico

Mensagem do Mons. Lino Duarte

Igreja em estado permanente de missão, sempre a serviço da vida.

Apesar dos desafios do tempo presente, temos o que festejar, como demonstra o numerário dos 100 anos na logomarca, formado pelo movimento de uma fita agitada pelo sopro do Espírito Santo, em cujo dese-nho vemos ainda a silhueta da letra M, significando a presença da Virgem Maria, invocada com tantos nomes em nossas Comunidades Paroquiais.

Mons. José Albérico Bezerra de AlmeidaVigário-geral da Arquidiocese de Olinda e Recife e membro da Comissão Organizadora do Centenário da Arquidiocese.

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A Arquidiocese de Olinda e Recife completa 100 anos de missão a serviço do Povo de Deus. Em 5 de dezembro de 1910 foi elevada

a Arquidiocese e Sede Metropolitana. Até então existia, desde alguns séculos, a Diocese de Olinda.

A Igreja Católica do Brasil, desde o Brasil Colônia, conta com grandes méritos da Diocese de Olinda, como irradiadora da Boa Nova do Evangelho, pene-trando sertão a dentro, graças à doação de missionários devotados. Muitas são as Dioceses desmembradas da Diocese de Olinda como Igreja Mãe.

No entanto, a cidade do Recife teve mais pujança em desenvolvimento urbano. Daí porque as duas sedes irmanadas acumularam, em unidade, a promoção Arquidiocesana. Pela Bula Cum urbis, do Papa Bento XV, de 26 de julho de 1918, passou a denominar-se Arquidiocese de Olinda e Recife. Na cidade de Olinda, encontra-se a Catedral e no centro histórico do Recife, localiza-se a Concatedral de São Pedro dos Clérigos.

Dom Geraldo Lyrio Rocha Arcebispo de MarianaPresidente da CNBB

Dom Luiz Soares VieiraArcebispo de Manaus

Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara BarbosaBispo Auxiliar do Rio de Janeiro

Secretário Geral da CNBB

MensagemCNBB - Nacional

A Arquidiocese de Olinda e Recife mantém uma tradi-ção eclesial, rica em trabalho evangelizador, desde os tempos coloniais. Uma Igreja local dinâmica com numerosos testemunhos luminares - profetas, pensa-dores e pastores de expressão nacional, que procuraram ser fiéis ao Evangelho, sensíveis aos novos sinais dos tempos, atendendo a prioridades que o momento exigia.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) alegra-se com as comemorações que serão celebradas no próximo dia 5 de dezembro na Arquidiocese de Olinda e Recife, e invoca, de modo muito especial, o Espírito Santo para que ilumine continuamente os seguidores de Jesus Cristo nesta porção do Povo de Deus.

Que esta Igreja local, fiel à missão deixada por Jesus Cristo, seja sempre mais, “Sal e Luz” para o Nordeste e todo o Brasil.

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Dom Antônio Muniz FernandesArcebispo de Maceió

e Presidente do Regional NE 2

Dom Jaime Vieira RochaBispo de Campina Grande

e Vice-Presidente

Dom Genival Saraiva de França

Bispo de Palmares e Secretário

MensagemCNBB - Regional Nordeste 2

A Diocese de Olinda tem um registro especial na história do Brasil e um lugar destacado na vida eclesiástica do Nordes-

te. Desde sua criação, em 1676, “estendia-se, no litoral, da nascente do são Francisco até Forta-leza, no Ceará”. Consequentemente, tornou-se a Diocese dos católicos dos Estados de Pernambuco, Paraiba, Alagoas e Rio Grande do Norte. Criada a Arquidiocese de Olinda e Recife, em 5 de dezem-bro de 1910, as Dioceses existentes nesses Estados passaram à condição de sufragâneas, até o momento em que foram criadas as Províncias Eclesiásticas da Paraiba (1914), Maceió (1920) e Natal (1952).

Por sua história eclesial, sua importância religio-sa e sua localização estratégica, a Arquidiocese de Olinda e Recife foi escolhida como sede do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos

Bispos do Brasil (CNBB) que hoje compreende 21 Arqui/Dioceses que estão localizadas nas Pro-víncias Eclesiásticas de Olinda e Recife, Paraíba, Maceió e Natal.

O Regional Nordeste 2, em prece de Ação de Graças, na comemoração do Jubileu Áureo da Arquidiocese de Olinda e Recife, saúda o Arcebispo Metropolitano, Dom Antônio Fernando Saburido, OSB, os sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos e leigas que fazem essa “porção do povo de Deus”, pedindo ao Senhor da messe que assista a todos com sua graça e a Maria que os acompanhe com sua materna proteção, diante dos apelos e desafios da Evangelização, no presente e no futuro.

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O centenário da Arquidiocese de Olinda e Recife é afirmação de fé, de unidade e de compromisso social dos católicos de Per-

nambuco. Ergue-se aqui uma Igreja que sobre si tem os olhos do mundo, pela história de suas lutas ao lado dos mais necessitados de amparo. No entanto, esta data – tão cheia de significados e tão fertilizadora de reflexões – representa muito mais para fiéis de outras crenças, para não-crentes, desde que voltados para a espiritualidade como dimensão obrigatória à realização humana. Assim agiram, levados por motivações diver-sas, homens como Dom Hélder Câmara e o governa-dor Miguel Arraes, que nunca, em suas ricas existên-cias, se afastaram das lutas do povo. O centenário da Arquidiocese de Olinda e Recife fortalece a convicção de que é ao lado dos mais pobres, priorizando as suas reivindicações, que devemos continuar a avançar. Assim se constrói a democracia com justiça social. E se faz, na Terra, o bem coletivo do plano de Deus.

Eduardo CamposGovernador do Estado de Pernambuco

Mensagem do governador

Eduardo Campos sobre os 100 anos

da Arquidiocese de Olinda e Recife

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Mensagem dos prefeitosdas Cidades de Olinda e Recife

Deixo uma mensagem de otimismo, de fé, de esperança. Eu sou uma pessoa de muita fé, acho que a fé é muito impor-tante na sociedade, é muito importante para o ser-humano e

me preocupa muito esta violência que está tomando conta da socie-dade, principalmente do pessoal mais jovem, com forte envolvimento com drogas, e uma série de questões que dificultam a vida em socieda-de. Mas eu sou uma pessoa que acredita muito no futuro, no ser-huma-no, nas pessoas, sendo otimista em relação ao futuro. Mas que temos que trabalhar muito, pois a sociedade moderna é muito complexa, com muitas variáveis, e o ser-humano também é um ente muito complexo, mas tenho muita esperança no futuro, sobretudo na luta pela paz.

Renildo CalheirosPrefeito da Cidade de Olinda

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O catolicismo faz parte da cultura e da vida da cidade do Recife. A Igreja tem o seu papel social importante, através da crença e da fé, construindo e promovendo a solidariedade, e nós

enquanto poder público, precisamos construir parcerias com a Igreja Católica para que a fé do recifense se transforme em valores importantes como solidariedade e se torne um marco na vida do nosso povo.

Deixo uma mensagem de esperança, de fé, dos valores da fé cristã, na crença católica de que possamos desenvolver em nossa cidade um ecu-menismo que respeite a tradição de outras religiões e que cada religião possa se reafirmar dentro do clima de comunhão, de esperança e de solidariedade.

João da CostaPrefeito da Cidade de Recife

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Olinda e Recife, duas comunidades que cresceram lado a lado e dividiram momentos de angústia, auxílio comum,

competição. Escolhida para ser o ponto inicial da Capitania de Pernambuco, Olinda recebeu desde os primeiros momentos a presença da religião e da Igreja. Padres Jesuítas, Franciscanos, Carmelitas, Be-neditinos, além dos seculares, estiveram presentes já nos primeiros anos após a chegada dos portugueses, como portadores do cristianismo. E o crescimento do povoado do Recife atraiu os religiosos que foram atender os pescadores e comerciantes.

Criada diocese em 1655, Olinda foi governada por 23 bispos até o ano de 1910 quando foi tornada Arquidiocese de Olinda, por iniciativa do papa Pio X. Seis anos depois foi feita Arquidiocese de Olinda e Recife. O início do século XX foi um período em que a Igreja Católica Apostólica Romana passava por re-ordenamento administrativo em toda a América Latina; o Brasil recentemente havia deixado de ser uma monarquia para tornar-se República.

Cem anos da criação da Arquidiocese de Olinda e RecifeSeverino Vicente da SilvaLicenciado em Teologia, ITEE; Doutor em História; Professor Adjuntos, Dpto de História da UFPE

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O século XX tem início com a indicação de Dom Luiz Raimundo da Silva Brito para bispo de Olinda no ano 1900 e tomou posse em 1901. Conheceu a diocese, indo até o Sertão e verificou a necessidade de reorganizar administrativamente a atuação da Igreja em Pernambuco. Em relatório à Santa Sé indicou a necessidade do estabelecimento da Província Eclesi-ástica de Pernambuco e mostra a necessidade de uma diocese com sede no Sertão do São Francisco. O papa Pio X, atento às vicissitudes da Igreja local, atende a solicitação de Dom Raimundo Brito, estabelecendo Olinda como Arquidiocese e sede Metropolitana. Dom Raimundo foi feito primeiro Arcebispo de Olinda. Desde sua chegada ele tomou atitudes próprias de um metropolita, de um líder que não teme o surgimento de novas lideranças. Vive em um ambiente de fidelidade ao papa e consegue inspirar os seus sacerdotes, além de motivar as comunidades

cristão-católicas a organizar-se para conseguir o necessário ao estabelecimento de uma cúria, quando foi necessária criação da Diocese de Floresta.

Cuidar do rebanho é valorizar iniciativas como a dos seminaristas de Olinda que criaram um Jornal e, corajosamente, convocar os leigos para auxiliar os padres na organização e manutenção do jornal A TRIBUNA, tornando-o jornal da diocese e da Arquidiocese1 que, nascida como uma atividade de seminaristas veio a ser um importante meio de co-municação diocesana por mais de cinqüenta anos. A existência de jornais em muitas paróquias da Diocese de Olinda, como os de Timbaúba, Nazaré da Mata, além dos jornais das paróquias em Recife, representa-va a preocupação com a informação e orientação, daí a criação da Sociedade da Boa Imprensa, mais tarde conhecida como Círculo Católico, com administração laica. Como se pode verificar, Dom Raimundo Brito assume a diocese para torná-la não apenas arquidio-cese, mas para mostrar, na prática, como organizar uma ação dos católicos. Aqui temos uma caracterís-tica da nossa Arquidiocese: ela sempre aponta para o futuro da Igreja no Brasil.

Ao nos debruçarmos sobre a atuação da Arquidiocese podemos verificar que naqueles anos de Dom Rai-mundo Brito à sua frente, os vigários foram incenti-vados a criarem escolas paroquiais, também colégios como o Diocesano de Garanhuns. Além desse

1 Ver a dissertação A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL NA TRIBUNA

RELIGIOSA, O NASCIMENTO DA NEO-CRISTANDADE, de Severino

Vicente da Silva, UFPE, 1985.

O primeiro Arcebispo dom luiz rAimundo dA silVA brito [1901 - 1915]

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esforço paroquial para a formação, Dom Raimundo Brito recebe os Irmãos Maristas que chegam em 1910. Em 1902 já haviam se estabelecido na diocese as Irmãs da Sagrada Família, aqui chegadas para cuidar da educação de operárias em Camaragibe e, depois na cidade de Goiana.

Devemos lembrar que o tempo de permanência de Dom Raimundo Brito à frente da Diocese e da Arquidiocese foram tempos de modernização da

sociedade, mudanças na estrutura física e dos equi-pamentos urbanos da cidade, e, por conta disso, foi um tempo de tensões sociais. Nesse período foram incentivadas devoções simples e de caráter sacramen-talista, seguindo as orientações do papa Pio X. Note-se a disposição de melhorar a formação dos padres, com pequenas reformas no ensino do Seminário de Olinda e o início de conversações para a criação de um Colégio da Diocese.

No ano de 1916 Dom Sebastião Leme, bispo auxiliar do Rio de janeiro foi indicado para assumir a sede metropolitana da Província Eclesiástica de Pernam-buco. Antes de chegar à sua Arquidiocese, Dom Leme, como ficou conhecido, escreveu uma carta para os seus arquidiocesanos. Nessa carta Dom Leme diz o que ele entende qual deva ser a postura dos

católicos brasileiros diante o grande desafio que lhe é apresentado: tornar o Brasil um país verdadeira-mente católico;para isso deveriam sair da situação de estagnação e letargia que os teria dominado diante da proclamação da República. O seu entusiasmo contagiou a todos, e a partir da Arquidiocese de Olinda e Recife tem início uma nova etapa na vida religiosa dos brasileiros. Em sua carta Dom Leme instava que cada católico afirmasse ser católico em todos os momentos e lugares em que atuasse. Dom Leme propõe que haja uma maior interação entre os leigos e a hierarquia da Igreja com objetivo de fazer a sociedade sentir que a maioria de sua população era católica e que o catolicismo era a massa que moldara a sociedade brasileira. Enquanto esteve á frente da Arquidiocese Dom Leme tomou iniciativas como a de estimular a participação ativa dos católicos na vida pública, tanto de maneira privada e individual como pública e coletiva. Assim é que se realizam os primeiros encontros de leigos que atuaram como católicos, uma Ação Católica começa a surgir com a

O segundo Arcebispo dom sebAstião leme dA silVeirA cintrA [1916 - 1921]

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formação de grupos de senhoras da sociedade, mas também de trabalhadores de fábricas pertencentes a grupos de católicos, como as fábricas de Camaragibe, Goiana, Paulista.

A Primeira Guerra Mundial foi a oportunidade do Arcebispo liderar os católicos para o civismo, ani-mando as Linhas de Tiro, quase açulando os católicos à guerra patriótica, em desacordo com a campanha que o Papa Bento XV fazia para que se pusesse fim ao conflito e se fizesse a paz. Dom Leme desejava a participação na guerra pois, era a possibilidade de demonstrar que o bom católico era um bom brasi-leiro. Aqueles eram tempos de grande participação política dos padres. O Arcebispo foi feito presidente

da Liga Cívica Nacional e homenageado pelo criador do serviço militar obrigatório, o poeta Olavo Bilac. É em seu episcopado que a Arquidiocese passou a ser de Olinda e Recife, e foi ele que fez a aquisição do Palácio de Manguinhos para residência arquiepisco-pal. Durante seu período, no ano de 1918 são criadas as Dioceses de Nazaré da Mata e Garanhuns, com paróquias desmembradas da Arquidiocese. Nesse mesmo ano, a cidade de Pesqueira passa a ser a sede da Diocese do Sertão.

Em 1921, com a morte do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Joaquim Arcoverde, Dom Sebastião Leme foi assumir o cargo e função de Cardeal Arce-bispo e liderar a Igreja no Brasil até a sua morte.

O terceiro Arcebispo dom miguel de limA VAlVerde [1922 - 1951]

Dom Miguel Valverde nasceu na Bahia e antes de assumir nossa arquidiocese foi o primeiro bispo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde apresentou grande capacidade administrativa estabilizando uma diocese. Governou a Arquidiocese durante trinta anos, os anos da superação da República Velha, e todo o período de Getúlio Vargas, incluindo aí a época da Ditadura do Estado Novo e a redemocrati-zação de 1945. Dom Miguel Valverde teve uma forte influência no catolicismo pernambucano, pois alguns padres formados sob a sua orientação ainda estão atuando nos dias de hoje. Um dos marcos importan-tes da presença de Dom Miguel foi a realização do III Congresso Eucarístico Nacional, ocorrido no dias 3 a 7 de setembro de 1939, na cidade do Recife. Um

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monumento físico herdado do acontecimento é o Parque Treze de Maio, erigido para o acontecimento e em homenagem a Nossa Senhora e um símbolo da pastoral triunfalista que marcou a Igreja Católica no Brasil. Era a neo-cristandade que se apresentava formalmente em ações cívicas, como a transferência dos restos mortais de Matias de Albuquerque. O di-álogo de cooperação com o interventor e governador Agamenon Magalhães.

Quanto à administração da Arquidiocese, Dom Miguel fez visitas pastorais e criou novas paróquias,

tanto na capital quanto nas demais cidades. Em seu governo Petrolina, em 1924, também foi feita diocese. Aquela foi uma época de Santas Missões, pregadas principalmente pelos Padres Capuchinhos e pelos Padres Redentoristas, tais missões geraram muitas comunidades paroquiais.

O cuidado com a formação permanente do Clero fez com que fosse mantida uma Revista do Clero ao lado da Tribuna Religiosa, o jornal da Arquidiocese.

O quarto Arcebispo dom Antônio de AlmeidA morAes júnior [1952 - 1959]

Nascido em Pouso Alegre Minas Gerais, Dom Antonio Morais Junior foi uma dos signatários da ata de criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Sua fama de intelectual o precedeu e era muito esperado pelos intelectuais católicos, especial-

mente o grupo que durante algum tempo influenciou o governo do Interventor Agamenon Magalhães. Sua presença na Arquidiocese coincide com o debate sobre o futuro do Brasil, nos anos da Guerra Fria e o Brasil começava a deixar de ser um país essencial-mente rural2. Os intelectuais católicos de Pernam-buco haviam sido formado na Faculdade de Direito e eram de um tempo em que o papa Pio XI que tornou a Ação Católica uma instância de militância e pastoral católica fez acordos com o regime de Benito Mussoline para o reconhecimento do Vaticano como Estado Soberano. A relação de Dom Antonio com os católicos mais conservadores fez com que ele seja mais lembrado como o arcebispo anticomunista do

2 Viviane Antunes Guimarães ALMEIDA. CHOREM OS SINOS:

DISCURSOS E AS PRÁTICAS ANTICOMUNISTAS DA ARQUIDIOCE-

SE DE OLINDA E RECIFE (1952-1960). Dissertação de Mestrado em

História. Recife: UFPE, 2010.

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que como o bispo que visitou as fábricas, que fundou o Colégio Arquidiocesano e o Seminário Menor Nossa Senhora da Conceição da Várzea. A visão pas-toral de Dom Antonio era sacramentalista, como a da quase totalidade dos bispos brasileiros. Dom Antonio foi o típico bispo tridentino, distante do que se deba-tia no período anterior ao Concílio Vaticano II.

Em seu governo foi criada a Diocese de Afogados da Ingazeira em 1956, com paróquias desmembradas da Diocese de Pesqueira.

O paraibano Carlos Coelho foi um dos nordestinos, juntamente com Dom Távora e Dom Hélder, que influenciou o direcionamento da Igreja Católica no final do século XX. Foi assistente da Ação Católica, essa escola de convivência entre padres e leigos e que criou um novo modelo de cristão leigo e um novo modo de ser padre. Dom Carlos havia sido bispo de

O quinto Arcebispo dom cArlos gouVeiA coelho [1960 - 1964]

Nazaré da Mata e era Arcebispo de Niterói quando foi indicado para ser nosso arcebispo, já em pleno Concílio Vaticano II.

Os três anos em que dirigiu a Igreja de Olinda e Recife contou com o auxílio de Dom José Lamartine, que havia sido assistente da Juventude Estudantil Católica. Dom Carlos Coelho deu início à aplicação das recomendações do Concilio em nossa Igreja, e para isso contou com a cooperação de padres euro-peus e norte-americanos que atenderam a solicitação de João XXIII para virem para América Latina; Dom Carlos participou do debate que aqui se fazia em tor-no da formação sacerdotal, pois que era visivelmente envolvido na Obra das Vocações Sacerdotais, tendo iniciado a Construção do Seminário Regional do Nordeste. A sua morte decorreu de uma intervenção cirúrgica.

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Dom Hélder Câmara chegou diretamente do Con-cílio Vaticano II, enviado pelo papa Paulo VI, que o desviou da Arquidiocese de São Luiz do Maranhão. Nascido no Ceará em 1907, desde os anos trinta que viveu no Rio de Janeiro, trabalhando sob a orientação de Dom Leme e de Dom Jaime Câmara. Quando chegou ao Recife Dom Hélder era figura internacio-nal desde a organização do Congresso Eucarístico do Rio de Janeiro. Teve experiência de vários anos como assistente da Ação Católica, e havia fundado a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, além de estar realizando importante papel nas discussões conciliares.

Mas também já era conhecido por sua atuação para além dos limites da cristandade apontados por Dom Sebastião Leme e mantidos pelo cardeal Dom Jaime Câmara. A Ação Católica, o contato com os leigos apontava a Dom Hélder que a Igreja deveria estar

mais próxima dos pobres, dos que possuem pouco ou nada possuem, que ligada aos poderosos. Foi assim que ele começou a entender que tem que ser social. Contudo, diferentemente de Dom Leme, Dom Hélder entendia que a participação do cristão deve ser de serviço e no meio do Povo de Deus e não separado do Povo de Deus; ouvindo e não pregando ou pregando e ou ouvindo a pregação do povo; aprendendo mais que ensinando, ou ensinan-do o que estava aprendendo; servindo e não sendo servido; construindo a Igreja com o Povo de Deus e não para o povo.

O episcopado de Dom Hélder coincidiu com o período da ditadura civil-militar que foi estabelecida no Brasil entre 1964 e 1985. A consciência de um cristianismo social feriu frontalmente os objetivos dos grupos que assumiram o poder em abril de 1964. A Doutrina Social da Igreja, a Lumem Gentium, a Populorum Progressio, além da palavra bíblica foram traduzidas na luta pelos Direitos Humanos que esta-vam sendo violados sistematicamente na sua diocese e no país. Dar comida a quem tem fome, a casa ao desabrigado, proteção ao perseguido, viver o Sermão da Montanha foi o programa do Arcebispo e do seu auxiliar. O clero agora se confundia com o Povo de Deus. O processo de inclusão social que foi aponta-do pela Operação Esperança era acompanhado pela inclusão eclesial do Encontro de Irmãos. No seu episcopado vivia-se a imaginação do Reino de Deus com os limites da imaginação dos homens.

O sexto Arcebispo dom hélder pessoA câmArA [1964 - 1985]

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O sétimo Arcebispo dom josé cArdoso sobrinho [1985 - 2009]

Nascido em Caruaru, Pernambuco, Dom José Cardoso Sobrinho foi o sétimo Arcebispo de Olinda e Recife. Teve em seu ministério, como marca principal, o go-verno interno da Arquidiocese, mas sem desconsiderar as preocupações sociais que se apresentaram como desafio ao pastor diocesano.

Desde o início do seu legado, Dom José usou de todos os meios para dar novos rumos à formação dos futuros sacerdotes, de acordo com as orientações da Santa Sé. Reabriu o antigo Seminário de Olinda e criou o Instituto de Teologia da Arquidiocese de Olinda e Recife, além de erigir o Seminário Menor. Durante o seu período como Arcebispo, ordenou 46 sacerdotes diocesanos. Também criou a Escola Diaconal, Escola de Teologia para Leigos e o Curso de Formação para Evangelizadores. Como um grande devoto da Euca-ristia, preocupou-se em fomentar o culto devido ao Santíssimo Sacramento, especialmente celebrando

em 2000, por ocasião do Jubileu, um Congresso Euca-rístico Arquidiocesano. Com alegria, acolheu a nomea-ção de seu Vigário Geral Pe. Fernando Saburido como seu bispo auxiliar, também no marco de comemorações do ano 2000.

Desejoso de dar alimento doutrinal a seus fiéis, mante-ve na Rádio Olinda um programa em que explicava o Catecismo da Igreja Católica, o qual sempre utilizava em homilias. Fazendo memória de Predecessor, reabriu o processo de canonização do Servo de Deus Dom Vital e em quatro de julho de 2001 foi concluída a fase diocesana e remetido a Roma. Também abriu o processo do missionário Frei Damião de Bozzano, em maio de 2003. Como admirador das Santas Missões Populares, Dom José quis restaurar o método de evangelização, em sintonia com a CNBB, e proclamou em 1998 o Ano Missionário. Como pastor em busca de suas ovelhas, esteve nas mais diversas comunidades simples da Arquidiocese, alem de visitar os presídios e atender com solicitude os pobres que a ele se acercavam.

Sua preocupação social levou a criar em 27 de julho de1993 o Movimento Pró- Criança, voltado a atender necessidades de crianças e jovens adolescentes em situação de risco. Mobilizou em várias ocasiões os fieis para campanhas em favor de pessoas em situação de risco como os flagelados da enchente de 1990 em Camaragibe e da seca em 1993. Deu sua parcela de contribuição na constituinte estadual, na proposição de dois artigos: o ensino religioso ministrado de acordo com a confissão do aluno e a promoção da cultura física e do deporto.

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O oitavo Arcebispo dom Antônio fernAndo sAburido [2009 - ]

Dom Antônio Fernando Saburido é o 8º Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife e trigésimo segundo Bispo a ocupar o sólio olindense. Nasceu no Distrito de Jussaral, na cidade pernambucana do Cabo de Santo Agostinho, a 32 km do Recife, em 10 de junho de 1947.

Cursou o Ensino fundamental e básico no Seminário Menor da Imaculada Conceição, no bairro da Várzea, Recife, prosseguindo com o Ensino Médio, no Colé-gio Estadual Oliveira de Lima, em Recife.

Ingressou no Mosteiro de São Bento, em Olinda, para cursar Filosofia e Teologia.

Em 21 de março de 1978 professou votos religiosos como membro da Ordem de São Bento (beneditinos), sendo ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1983.

Foi ecônomo do mosteiro beneditino de Olinda (1980-1988), administrador da Paróquia de São Lucas, no bairro de Ouro Preto, em Olinda (1989) e vigário-geral e coordenador de Pastoral da Arquidio-cese de Olinda e Recife, a partir de 1998.

Em 31 de maio de 2000, foi nomeado pelo papa João Paulo II Bispo Titular de Tacia Montana, sendo con-sagrado em 20 de agosto de 2000, e assumindo como bispo Auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Em julho de 2002, Dom Fernando Saburido tornou-se presidente do Regional Nordeste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na ocasião, Dom Fernando substituiu Dom Antônio Soares Cos-ta, bispo de Caruaru, que morreu um mês antes.

O papa Bento XVI nomeou no dia 18 de maio de 2005, Dom Antônio Fernando Saburido, OSB (Ordem de São Bento), de 58 anos, como o novo bispo da diocese vacante de Sobral (CE) - perten-cente ao Regional Nordeste 1 da CNBB. Em Sobral, dom Fernando fez importantes trabalhos pastorais, destaca-se, por exemplo, a iniciativa de implantar as “Comissões Episcopais Pastorais” da CNBB. Além da fundação da Fazenda Esperança, que trabalha na recuperação de jovens com dependência química.

Nomeado oficialmente como novo Arcebispo de Olin-da e Recife no dia 1º de julho de 2009, Dom Fernando foi empossado, no dia 16 de agosto de 2009.

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Diocese de Nazaré da Mata

A Diocese de Nazaré da Mata foi criada na mesma época da de Pesqueira, no dia 2 de agosto de 1918, por meio da bula “Arquidiocesis Olindensis e Reci-fensis”. Inicialmente, por volta dos anos 1700, o povo da região se congregava em uma pequena capela, que posteriormente viria a se tornar Paróquia pertencente à nova freguesia de Nazaré no século XVIII. Ainda no mesmo século, a pequena ermida dedicada a Nossa Senhora da Conceição de Nazaré é canonicamente elevada à categoria de Matriz, que em breve seria insuficiente para comportar a quantidade de fiéis que afluíam pela região, tendo a necessidade de ser substi-tuída por um novo templo construído no mesmo local. O novo templo foi construído pelo frei Capuchinho, o que já mostra a presença Franciscana no interior de Pernambuco.

As Paróquias pertencentes à Diocese de Nazaré da Mata são dividas nos municípios de: Aliança, Bom Jardim, Buenos Aires, Carpina, Chã de Alegria, Con-dado, Cumaru, Feira Nova, Frei Miguelino, Ferreiros, Glória do Goitá, Goiana, Itambé, Itaquitinga, João Alfredo, Lagoa do Carmo, Lagoa do Itaenga, Limoei-ro, Macaparana, Machados, Nazaré da Mata, Orobó, Passira, Paudalho, Santa Maria do Cambucá, Salgadi-

nho, São Vicente Ferrer, Surubim, Timbaúba, Tracu-nhaem, Vertentes e Vicência.

A diocese de Nazaré da Mata teve ao todo 7 Bispos, que em ordem cronológica são: De 1919 a 1946,

Dioceses criadas a partir da Arquidiocese de Olinda e Recife

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Dom Ricardo Ramos de Castro Vilela, de 1948 a 1954, Dom Carlos Gouvêa Coelho, de 1955 a 1958, Dom João de Jesus Lima, de 1959 a 1962, Dom Ma-nuel Pereira da Costa, de 1963 a 1986, Dom Manuel Lisboa de Oliveira, com o Bispo Auxiliar Dom Jaime Mota de Farias de 1982 a 1986, de 1986 a 2006, Dom Jorge Tobias de Freitas, e o atual Bispo da Diocese de Nazaré da Mata, Dom Severino Batista de França.

Diocese de Pesqueira

A Diocese de Pesqueira, que inicialmente era deno-minada como Diocese de Floresta, foi criada no dia 2 de agosto de 1918, por meio da Bula “Arquidiocesis Olindensis e Recifensis” promulgada pelo Papa Bento XV. É observado que um dos primeiros grupos de religiosos a chegar à região onde hoje se encontra a Diocese, foram os Padres da Congregação do Oratório de São Filipe Neri, que promoveram a construção da Igreja devotada a Nossa Senhora das Montanhas.

Por volta do século XIX passamos a encontrar em Pesqueira a presença do carisma franciscano, represen-tado pelos Frades Capuchinhos com o Frei Cassiano de Camaccio e os dois Freis Caetano de Messina (tio e sobrinho).

Atualmente a Diocese de Pesqueira possui 25 paró-quias sob sua jurisdição, distribuídas em 13 muni-cípios: Alagoinha, Arcoverde, Belo Jardim, Brejo da Madre de Deus, Buíque, Jataúba, Pedra, Pesqueira, Poção, Sanharó, Sertânia, Tupanatinga e Venturosa.Passaram pela Diocese de Pesqueira, ao total, 6 bispos. O primeiro foi Dom José Antônio de Oliveira Lopes, que ficou 13 anos frente ao espiscopado com o lema “In Cruce Salus” (Na Cruz, a Salvação). O segundo a ocupar por mais 13 anos a Diocese de Pesqueira, com

o lema “In Verbo Tuo” ( Na tua palavra), foi Dom Adalberto Accioli Sobral, seguido por Dom Adelmo Cavalcanti Machado, que durou 7 anos na cadeira de Bispo, com o Lema “ Apostulus Christi” (Apóstolo de Cristo). Dom Severino Mariano de Aguiar foi o que passou mais tempo frente ao Episcopado de Pesqueira, durando 23 anos com o lema “Monstra esse Matrem” (Mostra que és Mãe). O quinto Bispo a ocupar a posição foi Dom Manuel Palmeira da Rocha, com o lema “Lux et Vita” (Luz e Vida), do ano de 1980 a 1993. Com o lema “Spe Gaudentes” (Alegres na Esperança), do ano de 1993 a 2002, quem ocupou a posição de bispo da região foi Dom Bernardino Marchió. Atualmente quem ocupa a posição de bispo da Diocese de Pesqueira é Dom Francisco Biasin.

Diocese de Garanhuns

A idéia de criar uma diocese em Garanhuns pelo Mons. Afonso Pequeno, com grande colaboração do então Arcebispo de Olinda e Recife Dom Sebas-tião Leme da Silveira Cintra, que inclusive foi diversas vezes a Gara-nhuns para tratar do assunto. Por intervenção do Arcebispo, o Cônego Benigno Pereira de Lima organizou uma junta respon-sável pelo patrimônio e revitalização de algumas

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obras da igreja. Dando a cidade uma infra-estrutura de qualidade antes mesmo da criação da diocese.

Criada pelo Papa Bento XV, a 2 de agosto de 1918, desmembrada da Arquidiocese de Olinda e Recife, pela Bula Archidioecesís Olindensis et Recifensis, a mes-ma Bula desmembrou da Arquidiocese as Dioceses de Nazaré da Mata e Pesqueira. Um dos motivos alegados para a criação da Diocese de Garanhuns era o vasto território que correspondia a Arquidiocese de Olinda e Recife. Na sua criação, a nova diocese con-tava com 15 paróquias, hoje são 26 municípios. São eles: Quipapá, São Benedito do Sul, Águas Belas, Ita-íba, Garanhuns, Caetés, Capoeiras, Paranatama, Saloá, Bom Conselho, Lagoa do Ouro, Correntes, Brejão,

Teresinha, Iati, São Bento do Una, Jurema, Cal-çado, Jupi, Jucati, Lajedo, Panelas, São João,

Palmerina, Canhotinho e Angelim.

A Diocese tem hoje a sua frente o Bispo Dom Fernando

José Monteiro Guima-rães, ele foi nomeado

pelo Papa Bento XVI, em 2008.

Diocese de Petrolina

Esta diocese possui uma comunidade que ocupa cerca de um terço do território do estado de Pernambuco. Ten-

do sido criado durante o papado de Pio XI, em 31 de novembro de

1923. Ficaram sob a sua responsabilidade os municí-pios de Afrânio, Araripina, Bodocó, Cedro, Dormen-tes, Exu, Granito, Ipubi, Lagoa Grande, Moreilândia, Ouricuri, Parnamirim, Petrolina, Salgueiro, Santa Cruz, Santa Filomena, Santa Maria da Boa Vista, Serrita, Terra Nova, Trindade, Verdejante.

Podemos dividir a história da Diocese de Petrolina em seis períodos distintos. O primeiro, de 1924 a 1931, com o episcopado de D. Antônio Maria Malan. Esse é um período muito importante, pois trata da estru-turação da antiga freguesia de Pesqueira para uma nova diocese. Neste momento havia a preocupação de organizar a infra-instrutura e trazer mais religiosos que pudessem ajudar na evangelização, como na educa-ção das pessoas. Já nas duas fases posteriores, como os episcopados de D. Idílio José Soares e D. Avelar Brandão Vilella, respectivamente, a questão principal foi o bem estar da população. Agindo como verdadei-ros humanistas, os dois bispos buscaram realizar obras como hospitais, mas a questão não era mais estrutural. Os períodos juntos vão de 1933 a 1956.

Com D. Antônio Campelo de Aragão as grandes obras foram retomadas, pois ele reimplanta o estilo salesiano. O novo bispo era muito bom em conse-guir recursos para realizar as obras que considerava importantes, até mesmo porque ele não se concen-trava em uma região, viajou boa parte do território da Diocese. E desses recursos saiu a Emissora Rural a voz do S. Francisco. Este período marca também por uma mudança dentro da Igreja Católica, com o Concílio Vaticano II. O reflexo dessas mudanças seria percebido durante o episcopado de D. Gerardo Andrade Ponte, que não se apresenta como um príncipe, senão como um pastor. O período atual, com D. Paulo Cardoso da Silva, significou a integração definitiva da Diocese de Petrolina com a população. Até mesmo porque ele

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teve como objetivos a linha missionária e vocacional. Dando grande incentivo aos movimentos jovens e a maior participação das pessoas na Igreja, isso, sendo melhorado pelos programas de rádio. D. Paulo está a frente da Diocese desde 1985.

Diocese de Caruaru

A idéia da criação da Diocese de Caruaru começou em 1944, quatro anos antes de sua ereção canônica. A 19 de novembro de 1944, o então

Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Miguel de Lima Valverde, fez um pronunciamento no Clube Intermu-nicipal em favor da criação da diocese, o bispado de Caruaru.

A 07 de agosto de 1948, pela Bula Quae Maiori Chris-tifidelium, o Papa Pio XII, faz o desmembramento da Arquidiocese de Olinda e Recife, criando a Diocese de Caruaru, sobre um território com cerca de 5.687 km², onde mais de 80% da população é de fé católica, organizada em 26 paróquias e 15 municípios. São eles: Caruaru, Bezerros, Barra de Guabiraba, Sairé, São Joaquim do Monte, Chã Grande, Ibirajuba, Tacaimbó, Cachoeirinha, Agrestina, Altinho, Toritama, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe e Taquaritinga do Norte.

Hoje, temos a frente da Diocese de Caruaru o Bispo Dom Bernardi-no Marchió, um italiano. Ele foi nomeado em bispo co-adjunto de Pesqueira em 1991, e se tornou bispo de Caruaru em 2002. O seu episcopado vem tendo como principal foco a política de proteção aos jovens, dando uma boa educação social e religiosa na base. Como também na recuperação de viciados em drogas.

Diocese de Afogados da Ingazeira

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zeira foi criada em 2 de julho de 1956, desmembrada da Diocese de Pesqueira, pela Bula Qui volente Deo, no pontificado de Pio XII. A criação dessa diocese, anteriormente, freguesia, foi idealizada pelo Mons. Arruda Câmara, que além de religioso era um homem público. Diz que pela sua influência política, se tornou mais fácil a implantação da Diocese de Afogados da Ingazeira, terra natal do monsenhor.

Como a maioria das recém criadas dioceses, o primeiro problema é estrutural. Erguer templos mais seguros e confortáveis, hospitais e escolas, além de outras ações necessárias para melhorar a vida das pessoas. É interessante percebermos de como a implantação de uma diocese significava para a modernização do espaço. Melhorando não apenas a vida das populações, como a comunicação entre regiões mais próximas. A Diocese de Afogados da Ingazeira é responsável por 12 paróquias e, uma população católica que beira os 98% da região.

Conta com um território com cerca de 11.034 km², onde mais de 90% da população é católica, possuindo 24 paróquias, a Diocese de Afogados da Ingazeira, e go-vernada desde 9 de janeiro de 2010, por D. Egidio Bisol.

Diocese de Floresta

A Diocese de Floresta foi parte de mais um desmem-bramento da Diocese de Pesqueira. Foi criada a 15 de fevereiro de 1964, pelo Papa Paulo VI. Tem como seu santo padroeiro Nossa Senhora da Saúde. Mesmo tendo a sua diocese apenas na data acima, Floresta foi sede da primeira diocese do sertão brasileiro, em 1910.

Hoje, a Diocese é dirigida pelo Bispo Dom Adriano Ciocca, um italiano que desde a sua ordenação como

padre vem trabalhando pelos mais necessitados. E em Floresta não está sendo diferente. Além do seu compromisso como evangelizador, tem se dedicado a questões ligadas ao melhoramento do ensino e da saúde das pessoas.

Diocese de Palmares

A Diocese de Palmares foi criada pelo Papa João XXIII, o mesmo que deu inicio ao Concílio Vaticano II,1962, sendo formada por territórios desmembrados da Diocese de Garanhuns e da Arquidiocese de Olin-da e Recife. O centro da Diocese é a Catedral de Nos-sa Senhora dos Montes, que fica na própria cidade de Palmares. Só teve 2 Bispos por ser relativamente nova. O primeiro foi Dom Acácio, que faleceu recentemente e o atual que é Dom Genival Saraiva de França.

Diocese de Salgueiro

A Diocese de Salgueiro é uma das mais novas do Brasil, sendo criada pelo Papa Bento XVI, no dia 16 de Junho de 2010. A sé episcopal provisória está localizada na Igreja de Santo Antônio, na cidade de Salgueiro. Criada por iniciativa da diocese de Petrolina foi definida sua criação em 2009, com o anúncio do núncio Apostólico do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri. Isso aconteceu devido a grande extensão da diocese de Petrolina, que dificultava o pastoreio do Bispo Dom Paulo Cardoso da Silva. Seu território foi desmembra-do das Dioceses de Petrolina e Floresta. Suas Paró-quias são distribuídas em 15 municípios: Salgueiro, Araripina, Bodocó, Cabrobó, Cedro, Exu, Ipubi, Mo-reilândia, Ouricuri, Parnamirim, Granito, Serrita, Terra Nova, Trindade e Verdejante. O primeiro e atual Bispo da Diocese é Dom Frei Magnus Henrique Lopes.

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Em 1630, a gente da Companhia das Índias Ocidentais invadiu Pernambuco e com grande armada pouco pode fazer em sua

defesa os da terra. Matias de Albuquerque retira-se para o interior da povoação do Recife e em uma elevação próxima do bairro de Casa Amarela, atual, no lugar depois chamado do Sitio Trindade resistiu cinco anos ao agressor estrangeiro. Olinda, por não ter como defendê-la dos invasores, foi incendiada no ano seguinte ao da invasão. Com a vitória dos restaurado-res pernambucanos em 1654, a vila, antes a mais bela do Brasil, estava reduzida a uma grande quantidade de casas destruídas e igrejas parcialmente queimadas. O Recife em pleno crescimento, por conta do estado em que a deixou aquela companhia mercantil, se colocava diante de Olinda incendiada com forte contraste. Era o lugar dos mercadores, numa continuidade natural do que antes ocorrera. Era necessário dar uma resposta política e religiosa para tal diferença. De imediato, apesar das dificuldades do preço do açúcar e da des-truição de inúmeros engenhos, era necessário afirmar a presença da antiga vila de Duarte Coelho. Em 1676 a vila é elevada cidade e recebe o seu primeiro bispo. Não tendo como alojá-lo, a Câmara deixou seu prédio se transferindo para o lugar da Ribeira, onde a nova Olinda estava se desenvolvendo e, com a junção de uma antiga casa, a das duas torres, com o prédio da Câmara surge depois o Palácio dos Bispos. A elevação da vila à cidade era talvez a resposta da açurocracia para os mercadores. A criação da Diocese outra forma de responder ao do Recife. Recife volta a ser povoado,

uma vez que aquele título de uma parte da ladeia de Cidade Maurícia morreu com a saída dos holandeses. De matriz a igreja do Salvador do Mundo vira Cate-dral. O convento franciscano é ampliado, perdendo a escala humana anterior e se tornando monumental, e o Colégio monumental dos jesuítas maior e mais alto vai ficar. No redor de tais edificações religiosas, reconstru-ídas em tempo menor, o arruinado casario, lentamente, uma vez que não há recursos para tanto, se reconstrói na antiga Olinda.

O Recife continua a crescer. Os mercadores têm o dinheiro e conduz os empréstimos à classe açucareira, Estes são reféns daqueles. Recife passa a Vila e eleva seu pelourinho. Um movimento dos mascates contra os produtores de açúcar se faz presente. Nada adiantou a reclamação ramada de Olinda ou a guerra desses mascates. O Recife será vila.

Com o passar dos anos Olinda vai se tornando cada vez mais bela, mas por outro lado menor economicamente diante da gradual perda do seu território para o Recife, em 1709 e depois para Paulista. A diocese, no entanto, estava assente na Cidade de Olinda. Era Olinda o lugar da beleza construída pelo casario, igreja e tendo por pano de fundo o mar imenso, mar visto pela gente e exaltado pelos poetas em contemplação eterna desde o alto do Seminário e da Sé. O Recife consegue trazer a Santa Casa de Misericórdia, fundada em tão, tão distante tempo no ano de 1540 na

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velha Olinda. O Recife no princípio do século XX se remodela e para tanto cortará seu próprio corpo com imensas avenidas, numa cirurgia plástica que não pou-pará nem a igreja mais antiga do lugar, singularmente a do Corpo Santo, demolida com o apoio do bispo e das irmandades assentes no velho templo católico.

O Recife tem muita força por ser a menina dos olhos do governo. Um dos governadores chega a o chamar o Novo Reci-fe, aquele que estaria fiel aos novos movimen-tos modernos de toda a parte do mundo. Recife tem importân-cia e a igreja dará a resposta necessária com a criação em pleno desenvolvimento da cidade com a criação da Arquidiocese de Olinda e do Recife, isto em 1918, quando a reforma do bairro mais antigo se encontra bem avançada e visível para toda a gente.

O Recife era a Paris tropical e se identificava com o Rio de Janeiro, até com Buenos Aires e outras cidade da Europa, qual Madrid, Lisboa, todas fiéis à grande reforma dominada pelo Ecletismo. Em Olinda a res-posta virá com a criação de sua Arquidiocese em 1911. Em 1918, uma exigência simbólica do Recife, em resposta à Olinda, que tinha sua Arquidiocese. A igreja tomou sua decisão à luz de sua verdade, mas o Recife foi o grande beneficiado com o gesto definido naquela Bula “Cum Urbs Recife”, de 1918.

A criação da Arquidiocese de Olinda e do Recife a paz estaria presente no campo da religião e à luz de sua força naquele princípio do século XX. Logo a seguir a bula veio assumir a arquidiocese Dom Miguel de Lima Valverde. A sede do bispado estava já no Recife desde o século XIX. A velha Catedral do Salvador do Mundo, de tão abandonada foi remodelada, em 1911, pelo bispo Dom Raimundo Luís de Brito. A conquista do título de Arquidiocese foi o motor capaz de acelerar

tal ato edificador. Transforma-se em Neogótica, bem moderna para a época e depois, an-tes do Congresso Eucarístico Nacio-nal, na década de 30 ocorrerão novas obras de reforma que a conduziu a um Neobarroco de infeliz memó-ria, inspirado em igrejas alemãs.

Em 1910 a criação da Arquidiocese de Olinda foi um grande feito conquistado pela cidade. Feito que deve se comemorar devidamente, uma vez que essa cidade merece a comemoração pela que ela representa de história e onde se guarda a beleza, para a luz dos olhos de cada um de nós.

As cidades e a igreja, à luz de tudo o que aconteceu, estão unidas na exaltação do nome de Deus e na cons-trução de templos à sua grandeza.

Palácio dos Manguinhos (Sede da Arquidiocese) - Graças - Recife

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Resumo histórico dos últimos 50 anos da formação sacerdotal na Arquidiocese de Olinda e Recife e em seu entorno (1960-2010)

Latina. Um deles deveria funcionar no Nordeste bra-sileiro e ser aberto a toda a região, indo, portanto, além da circunscrição do Regional Nordeste II da CNBB. A cidade de Camaragibe, na periferia do Grande Recife, foi escolhida para a construção da nova sede. Em maio de 1965 foi inaugurado o Seminário Regional do Nordeste II (SERENE II).

As determinações das sessões do Concílio do Vaticano II conduziram à realização de encontros nos quais se discutia sobre o estilo de seminário que melhor formaria o sacerdote esperado no período pós-concilar: São Paulo (julho de 1966); Lima (setembro de 1966) e Aparecida (maio de 1967). Uma determinação do Decreto Optatam Totius reforçava as discussões, pois mencionava a possibilidade de a formação ser efetuada em pequenas comunidades, todavia nada mencionava sobre sua operacionalização.

Tais discussões, aliadas a uma nova perspectiva eclesiológica que se formava à medida que acontecia o processo de recepção das diretrizes da assembléia conciliar, conduziram a uma nova estruturação do Seminário Regional que, a partir de 1968, fechou suas portas para que os estudantes pudessem vivenciar

Entre 1957 e 1959, o Seminário da Arqui-diocese de Olinda e Recife (fundado em 1800), funcionou em um prédio construído

no bairro da Várzea (no Recife), para ser o Seminário Menor, embora nos três anos tenha abrigado também o Seminário Maior.

Em 1960, o Seminário voltou a funcionar no antigo casarão de Olinda. Começava um período marcado pela inspiração oriunda não apenas dos documentos pontifícios, mas também de movimentos eclesiais, no-tadamente a Ação Católica especializada, da qual eram absorvidas algumas práticas espirituais, pois o conjunto da espiritualidade correspondia, majoritariamente, ao estilo tradicional.

Naquela fase a Igreja latino-americana discutia a prioridade a ser estabelecida para a sua ação. Alguns setores defendiam a urgência de renovação eclesial e pastoral. Para Roma, no entanto, estava clara a necessi-dade de, antes, resolver o problema crucial da escassez do clero. Tendo sido criada em 1958, a Pontifícia Comissão para a América Latina, sob o patrocínio financeiro do episcopado dos Estados Unidos, projetou a construção de três grandes seminários na América

Newton Cabral

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Resumo histórico dos últimos 50 anos da formação sacerdotal na Arquidiocese de Olinda e Recife e em seu entorno (1960-2010)

sua formação residindo em pequenas comunidades, em casas inseridas nos bairros populares das cidades de Recife e Olinda. A decisão pelo novo modelo foi tomada depois de numerosas discussões, de intensa troca de correspondência entre Dom Helder e a Cúria Romana e do envio de representante pontifício para, in loco, discutir a questão com os bispos.

Houve prelados reticentes. Entretanto, a liderança exercida por Dom Helder Câmara fez com que o modelo proposto fosse aceito, apesar de a opção não representar o pensamento da maioria dos que, embora não comungando com aquela linha e sendo majoritá-rios em termos numéricos, não exerciam hegemonia. A prudência de Roma, contudo, levou a que a deci-são fosse aprovada com o caráter provisório de uma experiência.

A decisão acompanhava tendências que passaram a ca-racterizar a formação sacerdotal, das quais destacamos: a. formandos morando junto ao povo, convivendo com suas necessidades, aliando compromissos acadêmicos e pastorais, às vezes acrescidos de dimensões sociais e políticas; b. separação entre o local de estudos e as casas de formação; c. surgimento de institutos centrais

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de estudos. As características citadas conduziram à criação do centro referencial de estudos: em 1968 foi inaugurado o Instituto de Teologia do Recife (ITER).

As perspectivas eclesiológicas sofrem alterações. Desdobramentos conciliares começaram a ser questio-nados. Essas duas perspectivas começaram a avolumar-se. Em 1985, D. Helder foi substituído. A sucessão significou que o grupo antes liderado pelo ex-arcebispo perdia seu porta-voz e deixava de ser hegemônico. No princípio de 1987, o antigo prédio do Seminário de Olinda reabriu suas portas e passaram a conviver as duas modalidades de formação. Documentos oriundos de assembléias episcopais regionais que foram envia-dos a Roma, subsidiaram a retirada da autorização ad experimentum concedida 21 anos antes. Uma determi-nação vinda de Roma, em agosto de 1989, determinou que o SERENE II e o ITER fossem fechados até o fi-nal daquele ano. Os candidatos ao sacerdócio voltaram a ser formados em seminários nos quais também eram efetuados os estudos acadêmicos.

Em 2009, efetivou-se nova mudança no comando da Arquidiocese de Olinda e Recife, com a eleição de Dom Fernando Saburido, OSB. Uma das medi-das tomadas com muita brevidade pelo novo bispo representa uma síntese na trajetória aqui sumariamen-te descrita. Os candidatos ao sacerdócio continuaram residindo e recebendo a formação espiritual nos gran-des seminários. Passaram, todavia, a partir de 2010, a vivenciar a formação filosófica e teológica em uma instituição prestes a completar 60 anos: a Universidade Católica de Pernambuco.

A decisão foi, de imediato, acompanhada pelos bispos das Dioceses pernambucanas de Palmares, Nazaré da Mata e Afogados da Ingazeira. A medida aponta para a preservação da instituição seminário com toda a riqueza que ela acumulou e representa. Entretanto, a modalidade proporciona aos seminaristas a possi-bilidade de convivência com jovens de idade similar à deles, mas que veem a vida a partir de perspectiva diferente. O cotejo que daí pode ser estabelecido será, sem dúvidas, enriquecedor. O futuro sacerdote será formado em contato permanente com significativa parcela de um povo para o qual porá a serviço o seu ministério: os jovens. Aprendendo a dialogar com os diversos saberes componentes de uma universidade, ainda terão os seminaristas, como acréscimos à sua formação, diplomas de nível superior devidamente reconhecidos.

Referência das informações:CABRAL, Newton Darwin de Andrade. Onde está o povo, aí está a Igreja? História e memórias do Seminário Regional do Nordeste II, do Instituto de Teologia do Recife e do Departamento de Pesquisa e Assessoria. Recife: FASA, 2008.

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Recife é uma metrópole tropical, entre rios e mar, que criou parte do seu solo pelo aterro das águas. Sobre a presença, ora poéti-

ca, ora como meio de subsistência, das suas águas, desenrolou-se o processo de colonização, que moldou uma sociedade agrária vinculada ao mercado mun-dial. Para além-mar foram-se as riquezas da terra e de lá vieram ideias e produtos, componentes étni-cos europeus e africanos que se misturaram com os indígenas. A população mestiça e majoritariamente empobrecida formou-se nesse regime de Casa Gran-de e Senzala, desenvolvendo-se depois no sistema mais urbano dos Sobrados e Mocambos. Temos uma sociedade performada no modelo da “fazenda”, onde as melhoras da Revolução Industrial foram limitadas pelo caráter exógeno da economia.

Recife é uma metrópole polarizada, dividida, de mundos que pouco convivem. A segregação social é quebrada nas grandes festas. A despeito da sua ins-trumentalização em espetáculos massivos, as religiões populares sincretizam uma recorrência ao sagrado sustentador do cosmos, a que todos acorrem por meio dos santos – sejam os padroeiros, orixás, espíritos de luz ou o Jesus pentecostal. As festas juninas e o car-naval, então, fazem o passo de uma vida nova, onde

os corpos quase não têm mais limites. Encontra-se, por dentro dessas expressões culturais, uma submis-são religiosa a um Deus criador e mantenedor da vida; por outro lado, mostra-se também, e paradoxal-mente, a reivindicação de dignidade (“Deus é pai, não é padrasto!”), o ensaio de alternativas nos campos da sobrevivência econômica e do exercício do poder.

É nesse contexto que surgiu uma associação de cristãos engajados. O Movimento de Evangelização Encontro de Irmãos (MEEI) começou em 1969, com a chegada de Dom Hélder ao Recife. Foi o primei-ro e o maior movimento fundado pelo Dom, que inspirou experiências similares em todo o Nordeste.

Encontro de IrmãosGilbraz Aragão

Dom Hélder Câmara - fundador do Movimento de Evangelização Encontro de Irmãos

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Através do jeito de se reunir e de tratar o social que era ensaiado pela Ação Católica, popularizado pela formação de grupos para estudar a bíblia com a ajuda de um programa de rádio e de “treinamentos” em “dramatização do evangelho” e “estudo de casos da vida”, conseguiu-se então a passagem de um catolicis-mo privatizado e mágico para um catolicismo popu-lar mais comunitário e compromissado. O Encontro de Irmãos nasceu e se desenvolveu com a caminhada libertadora da Igreja latino-americana, constituindo-se a forma mais representativa dessa história na Arquidiocese de Olinda e Recife.

Dom Hélder e o Espírito Santo são as referências da mística do Movimento – e aquele sempre carregou uma pombinha na sua batina, representando o segun-do. O MEEI, fundado em uma festa de Pentecostes e propondo uma experiência libertadora do Espírito de Deus, teve sua fase áurea no final da década de setenta: quando envolvia mais de quatro mil participantes, como plataforma para todo o movimento popular do Grande Recife. E os primeiros núcleos foram aos pou-

cos dispensando o “mandato episcopal para evangeli-zar”, deixando a animação da vida religiosa paroquial e se dedicando à “ação evangelizadora”: viver o evange-lho na vida, resolvendo os problemas do povo.

A partir de 1975 falava-se mesmo de “organizar o povo pobre à luz do evangelho” e os simples mutirões e reivindicações deram lugar a ações em torno da or-ganização popular nos bairros da periferia: fizeram his-tória as mobilizações civis do Encontro de Irmãos por água e por moradia. O próprio Movimento ganhou autonomia – em comunhão – dentro da Igreja, passou a articular os grupos por Setores, representados em uma Equipe Executiva e respaldados pelo Conselho Anual, com delegados eleitos democraticamente.

Assim que, a maioria dos duzentos grupos existen-tes hoje (compostos de uns quinze membros cada, principalmente mulheres) surgiu nos bairros popu-lares por motivações religiosas: a partir das novenas, o pessoal vai se reunindo, toda semana, em torno da bíblia. As reuniões são feitas pelas casas, até com gen-te de outras religiões. Sempre há um(a) animador(a) aceito(a) pelo grupo e reconhecido(a) pelo seu Setor, mas há igualmente alguém para puxar os cantos, gente que começa a conversar sobre os problemas da vida das pessoas e do bairro. Outros leem a Palavra de Deus e animam a conversa com cartazes: desenhos e perguntas que ligam a fé com a vida. No final, todos se dão as mãos para as preces, quase sempre seguidas de um café com bolacha ou bolo de milho.

No tempo das novenas, que se realizam nos meses de dezembro, março, maio e setembro (em torno do na-tal, semana-santa, mês de Maria e da Bíblia, respecti-vamente, quando inclusive equipes “missionárias” são enviadas para formar novos grupos) e também por ocasião dos grandes encontros do Movimento (como

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Conselho Anual, Festa de Pentecostes e Avaliação das Ações), existem sempre subsídios que ajudam os animadores a preparar as reuniões, mas sempre par-tindo das dificuldades cotidianas do grupo. Ademais, a Rádio Olinda continua transmitindo o noticiário do MEEI todo domingo, no “Correio da Amizade”.

Quanto ao método de evangelização, esses grupos de convivência e oração, bem como as equipes de serviço (secretaria e comunicação) e de articulação (equipes de Setor, Executiva e Coordenação) do Movimento, pesquisando os problemas mais sentidos na vida e os interesses da maioria do povo, vão planejando ações com toda gente e avaliando juntos os passos - que são aprofundados com as pessoas mais interessadas e realizadas, na medida do possível, em conjunto com a sociedade civil, os Conselhos de Moradores e Sindicatos. Essa caminhada vai sendo celebrada e acompanhada pelos grupos do MEEI, onde recebe o julgamento da Palavra de Deus.

O objetivo, afinal, é que “o pobre evangelize o pobre” a partir dos problemas e necessidades históricas; unindo, conscientizando e organizando o povo à luz da Bíblia; em vista de ações que fermentam uma so-ciedade nova, rumo ao Reinado de Deus. E, antes de colaborar para o projeto político popular, formando e acompanhando os leigos para a militância nos mo-vimentos sociais, o Encontro de Irmãos age no nível mais profundo da cultura, criando com o povo uma proposta ético-mítica libertadora: os pobres tornam-se protagonistas de um longo processo de resgate e desenvolvimento de valores alternativos de libertação do seu universo simbólico.

Os empobrecidos padecem da alienação imposta pelo sistema econômico, encarnam essa alienação, mas também podem se descobrir anteriores a ela, pelo

contato com a intuição religiosa da sua dignidade humana e/ou pelo reconhecimento da sua produção de sentido e vida exterior ao sistema. Nisso, tomam consciência da alienação, assumem-na e passam a representar o seu contrário. A pobreza nega então a negação que a vulnera e, com isso, constitui-se em fa-tor positivo por excelência de transformação do mun-do. Pelo que é dito nos boletins cheios de contos e cantos do Encontro de Irmãos, no sentido de atenção à fala dos crucificados da nossa história e dos profetas solidários com a sua ressurreição, depreende-se que somente assim participamos do dinamismo criador e recriador de Deus, da sua obra salvífica de redenção do mundo, de sua energia espiritual que impulsiona o universo à plena consumação.

No Encontro de Irmãos, frente à exacerbação da transcendência divina do catolicismo popular tradicio-nal, a evangelização não é uma tentativa de acentuar a imanência intimista do sagrado (caso das paróquias sacramentalistas e movimentos espiritualistas), mas a práxis do amor comunitário que transborda como ação social – onde se experimenta, místico-politicamente, a transparência diáfana do Deus de Jesus Cristo.

Gilbraz Aragão, teólogo e professor da UNICAP, participou e coordenou o Encontro de Irmãos, de 1982 a 87. Defendeu a dissertação de mestrado “Po-bre evangelizando pobre: experiência libertadora do Espírito no Encontro de Irmãos” (Pontifícia Faculda-de de Teologia de São Paulo, 1994, 313p) e publicou o livro “Encontro de Irmãos: fragmentos de história” (Recife: CENDHEC, 1994, 86p).

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Paróquias da Arquidiocese

pAróquiAs que forAm criAdAs Antes de 1910

1550

1587

1594

1596

1598

1622

1681

1775

1786

1904

São Miguel em IpojucaNossa Senhora do Pilar em Itamaracá

São Pedro Mártir em Olinda

Nossa Senhora da Luz em São Lourenço da Mata

Santos Cosme e Damião em Igarassu

Santo Amaro em Jaboatão dos GuararapesNossa Senhora do Rosário em Jaboatão dos Guararapes

Santo Antonio no Cabo de Santo Agostinho

Nossa Senhora dos Prazeres em Paulista

São Lourenço Mártir em São Lourenço da Mata

Nossa Senhora da Apresentação em Escada

São José em Amaraji

São Miguel em Ipojuca

Nossa Senhora da Luz em São Lourenço da Mata

São José em Amaraji

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Criadas ao longo do período arquidiocesano, essas são as paróquias que formam a Arquidiocese de Olinda e Recife, separadas por arcebispo. Na lista não estão aquelas que foram desmembradas para formar dioceses que formam a Província Eclesiástica de Pernambuco, ou que foram criadas antes de 1910.

Dom RaimunDo BRito

1911 Nossa Senhora de Belém, (Campo Grande)1912 Nossa Senhora da Piedade (Santo Amaro) Nossa Senhora do Rosário (Torre)1915 Nossa Senhora da Conceição (Barro)

Dom SeBaStião Leme

1917 Sagrado Coração de Jesus (Casa Forte)1918 Nossa Senhora da Conceição (Beberibe)1919 Nossa Senhora da Conceição (Moreno)

Dom migueL VaLVeRDe

1928 Nossa Senhora da Soledade, (Boa Vista)1935 Nossa Senhora do Rosário (Pina) Bom Jesus do Arraial, (Casa amarela) São Sebastião (Cordeiro)1939 Santo Antonio (Água Fria)1941 Coração Eucarístico de Jesus (Espinheiro)1943 Nossa Senhora do Rosário (Tejipió)

pAróquiAs que forAm criAdAs desde A implAntAção dA Arquidiocese

1944 Nossa Senhora dos Impossíveis (Pombos)1948 Nossa Senhora de Fátima1949 Nossa Senhora da Boa Viagem (Boa Viagem) Nossa Senhora do Livramento (Livramento, Vitória de Santo Antão)

Dom antonio De aLmeiDa moRaeS JunioR

1952 Nossa Senhora do Bom Parto (Campo Grande) São Judas Tadeu (Cajueiro) Santa Luzia (Estância) Nossa Senhora da Conceição (Iputinga) Nossa Senhora de Fátima (Mangabeira) Nossa Senhora de Fátima (Bairro Novo, Olinda)1953 Nossa Senhora dos Remédios (Madalena) Nossa Senhora do Perpétuo socorro (Socor-ro, Jaboatão dos Guararapes)1955 Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Madalena) São João Batista (Sancho)1956 São Sebastião (Vasco da Gama)1957 São Sebastião (Alto do Pascoal) Santa Maria (Buriti)1958 Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Vila do Ipsep) Sagrado Coração de Jesus (Salgadinho, Olinda) Nossa Senhora de Lourdes (Cavaleiro, Jaboa-tão dos Guararapes)1959 Nossa Senhora de Lourdes (Nova Descoberta) São Paulo Apóstolo ( Jardim São Paulo)

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Nossa Senhora da Piedade (Piedade, Jaboa-tão dos Guararapes) São Francisco de Assis (Rio Doce, Olinda) Nossa Senhora do Ó (Pau Amarelo, Paulista)

Dom JoSé CaRDoSo SoBRinho

1997 Nossa Senhora do Monte (Araçoiaba) Sagrado Coração de Jesus (Curado II, Jaboa-tão dos Guararapes) Santa Terezinha do Menino Jesus (Bonança, Moreno) São José (Casa Caiada, Olinda) Nossa Senhora Aparecida ( Janga, Paulista) Nossa Senhora de Fátima (Paratibe, Paulista)1998 Nossa Senhora de Fátima (Vitória de Santo Antão) Nossa Senhora do Rosário (Boa Viagem) São Sebastião e São Cristóvão (Imbiribeira) Nossa Senhora de Fátima (Boa Viagem)1999 Assunção de Maria (Rio Doce, Olinda) Nossa Senhora do Rosário (Cruz de Re-bouças, Igarassu) Cristo Redentor ( Jordão Alto)2000 Nossa Senhora da Conceição e São João Batista (Vitória de Santo Antão)2002 Nossa Senhora de Fátima (Ibura, Jaboatão dos Guararapes) Sagrado Coração de Jesus (Águas Compri-das, Olinda)2005 Nossa Senhora do Ó (Nossa Senhora do Ó, Ipojuca) Nossa Senhora do Rosário (Novo Guarara-pes, Jaboatão dos Guararapes)

Dom CaRLoS gouVeia CoeLho

1962 Santa Isabel (Alto Santa Isabel, Casa Amarela) Nossa Senhora do Bom Conselho (Ponte dos Carvalhos, Cabo de Santo Agostinho)1964 São Sebastião (Santo Amaro) Coração Imaculado de Maria (Brasília Teimosa) Nossa Senhora das Graças (Engenho do Meio)

Dom héLDeR CâmaRa

1964 Nossa Senhora da Penha (São José) Nossa Senhora da Conceição (Mangueira) Nossa Senhora da Ajuda (Peixinhos, Olinda) São José Operário (Destilaria, Cabo de Santo Agostinho) São José ( Juçaral, Cabo de Santo Agostinho) Santo Antonio (Prazeres, Jaboatão dos Guararapes) São Pio X (Camaragibe) Nossa Senhora da Ajuda (Olinda)1965 São José (Abreu e Lima) Nossa Senhora das Dores (Apipucos) Nossa Senhora de Pompéia (Mustardinha)1967 São João Bosco (Bongi)1969 Nossa Senhora da Guadalupe (Guadalupe, Olinda)1976 Nossa Senhora da Conceição (Casa Amarela)1984 São Lucas (Ouro Preto, Olinda) Sagrado Coração de Jesus (Vila da Fábrica, Camaragibe) São Gonçalo do Amarante (Itapissuma) Nossa Senhora do Carmo (Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes) Nossa Senhora das Candeias (Candeias, Jaboatão dos Guararapes)

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É com muita honra

que comemoramos

o centenário

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de Olinda e Recife.

Parabéns a todos!

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BeneDitinoS(Ordem de São Bento)Chegaram ainda no período do domínio portu-guês. Atualmente são 14 os monges que vivem no Mosteiro de São Bento em Olinda e, além da vida contemplativa, têm atuação na orientação de várias paróquias. O atual abade é Dom Felipe.

CapuChinhoS(Ordem dos Frades Menores Capuchinhos)A sua presença remonta ao século XVII e se estabele-ceram como Província no século XIX. Atualmente a província tem 18 padres e 11 estudantes. O Provin-cial é Frei Francisco Barreto.

Carmelitas(Ordem dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo)Estão na diocese desde o período do Império Colo-nial Português. O atual provincial é Frei Francisco Sales. São 13 os religiosos carmelitas na arquidiocese.

Franciscanos(Ordem dos Frades Menores)Franciscanos estão em Pernambuco desde o século XVI. Frei Marcone Lins de Araújo é o provincial da comunidade formada por 36 frades, sendo que 14 são de votos simples e a comunidade está em conventos de Olinda, Recife e Ipojuca.

Jesuítas(Companhia de Jesus)Estabeleceram-se em Olinda no século XVI, retor-nando no final do século XIX - O ensino é um dos seus carismas, mantém a Universidade Católica de Pernambuco. Neste ano são 13 os jesuítas na Arqui-diocese sob a orientação do Superior Provincial é o padre José Acrísio Vale Sales.

Maristas(Instituto dos Irmãos Maristas das escolas)Estabeleceram-se à Arquidiocese com o primeiro arcebispo e desenvolvem trabalhos de ensino em escolas e faculdades.

Ordens e Congregações

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Oblatos(Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada) Chegaram na Arquidiocese em 1964, possuem 4 co-munidades e assumem várias paróquias. O Provincial é o Padre Rubens Pedro.

Redentoristas(Congregação do Santíssimo Redentor) Provincial Padre Geraldo Freire. São em número de 8 os Redentoristas com atuação atualmente na Arqui-diocese

Sagrada Família(Missionários da Sagrada Família)Chegaram à arquidiocese em janeiro de 1910 para desenvolver o carisma de Apostolado Familiar e Tra-balho Missionário. São 14 os padres, sendo o Padre Vicente Ferrer o atual provincial.

Sagrado Coração de Jesus(Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Cora-ção de Jesus)Chegados à Recife e Olinda para a orientação dos operários, atualmente são 23 os padres do Sagrado Coração de Jesus na Arquidiocese, sob o provinciala-to do padre Daginaldo Alexandre de Oliveira.

Salesianos(Sociedade de São Francisco Sales) Chegaram no Recife em 1894 com o carisma voltado para a Razão, Religião e Amabilidade, atualmente são 12 os salesianos atuando na arquidiocese e tendo como atual superior o padre Diego Vanzetta.

Vicentinos(Congregação dos Religiosos de São Vicente de Paulo)

Mosteiro de São Bento

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Religiosas

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AssunçãoFraternidade

Companhia das Filhas da Cari-dade de São Vicente de PauloDedicam-se ao ensino, serviço social e cuidado dos enfermos, possuem 9 comunidades

Congregação das Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Con-selho2 comunidades

Congregação Beneditina do Brasil - Mosteiro Nossa Senhora do Monte

Congregação da Sagrada FamíliaChegaram à diocese no início do século XX, dedicam-se ao apostolado familiar e ao ensino. Possuem três comunidades que reúnem 26 irmãs dedicadas à educação e ao serviço do povo de Deus, sob a coordenação da provincial, Ir. Maria das Neves de Andrade.

Congregação das Damas da Ins-trução CristãChegaram à diocese em 1896, estabelecendo-se pri-meiro em Olinda e depois no Recife. Dedicam-se especialmente á educação dos jovens, são 70 irmãs distribuídas em 8 comunidades sob os cuidados da provincial Ir. Maria do Carmo Ferreira de Jesus.

Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Divino Amor1 comunidade

Congregação das Religiosas do Sagrado Coração de JesusFundação que remonta ao século XVII, possue 11 comunidades, dedicadas à educação e ao cuidado das jovens, tendo como Geral, Irmã Maria do Rosário.

Congregação das Filhas de SantanaChegaram à diocese no final do século XIX, dedi-cam-se à educação dos jovens e aos cuidados dos enfermos. Possuem 8 comunidades.

Congregação das Franciscanas de Dillingen2 fraternidades

Congregação das Irmãs Benedi-tinas Missionárias de TutzingAs Irmãs Beneditinas Missionárias de Tutzing chegaram à diocese no ano de 1903 e atualmente formam 5 comunidades que tem como superiora a Ir. Vânia Maria Toscano, com dedicação à educação de crianças e jovens.

Congregação das Irmãs Carme-litas da Divina ProvidênciaCom sua casa na paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Bairro Novo, são 5 irmãs que aqui chega-ram em 1985. A atual superiora é Ir. Tereza Cristina Duque de Carvalho.

Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da GlóriaFundada na diocese, no século XVIII, possuem 4 comunidades.

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Congregação das Irmãs de Santa Dorotéia da FrassinettiChegaram ao final do século XIX, dedicam-se à educação possuem 8 comunidades.

Congregação das Irmãs do Bom Pastor2 casas

Congregação das Irmãs do Insti-tuto de Nossa Senhora do Bom Conselho

Congregação das Irmãs Francis-canas de Maristela5 comunidades

Congregação das Irmãs Francis-canas do Coração de Jesus2 comunidades.

Congregação das Irmãs Merce-dárias da Caridade

Congregação das Irmãs Missio-nárias Carmelitas

Congregação de Nossa Senhora - Cônegas de Santo AgostinhoDedicam-se à educação, estão na arquidiocese desde o início do século XX, 4 irmãs vivem em 2 comuni-dades na arquidiocese.

Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo

Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas)Dedicam-se ao ensino e possuem 5 comunidades.

Instituto das Filhas de Maria Servas da CaridadeDedicadas ao cuidado dos pobres, fundação pernam-bucana do Padre Venâncio, conta atualmente com 20 irmãs que vivem em 4 comunidades.

Instituto das Religiosas da Imaculada Conceição de Nossa Senhora de Lourdes (Lourdinas)Desde 1960 estão atuando na arquidiocese e se dedi-cam à educação de crianças e jovens. Atualmente são 08 irmãs que atuam sob a orientação da superiora Ir. Maria Sueli Germano Santos.

Instituto Religioso das Media-neiras da Paz2 comunidades

Irmãs dos Pobres de Santa Cata-rina de Sena3 comunidades.

Irmãs Missionárias de Jesus CrucificadoPossuem 5 comunidades, dedicam-se ao trabalho missionário nas comunidades carentes

Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de DeusCom 1 comunidade, são 11 irmãs que dedicam ao ensino. Chegaram à arquidiocese no início do século XX.

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Missionárias de Santo Antônio Maria Claret - ClaretinianasEstão na arquidiocese desde 1998, formam duas comunidades com seis irmãs que se dedicam ao apos-tolado da leitura e nas paróquias onde vivem, sendo Ir. Otilde Fernandes a provincial.

Ordem da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte do Carmelo (Carmelitas)

Pias Discípulas do Divino Mestre

Pia Sociedade das Servas Fran-ciscanas da Divina ProvidênciaDe formação brasileira, atualmente são 15 irmãs em duas comunidades, sendo a orientação de Irmã Fáti-ma Carneiro da Silva a superiora provincial.

Pia Sociedade Filhas de São PauloDedicam-se à difusão da boa leitura. Atualmente são 16 irmãs que vivem em uma comunidade e mantém uma casa de formação. Chegaram à Arquidiocese em novembro de 1956. Ir. Izonete Della Corte é a atual superiora.

Ursulinas de Maria Imaculada de GandinoChegaram à arquidiocese em novembro de 1995, são nove irmãs distribuídas em 2 comunidades e dedicam-se à missão evangelizadora educativa. A superiora é Ir. Lucia Pezzotta.

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Atuação de alguns grupos de mulheres católicasPe. Ferdinando Azevedo, SJUniversidade Católica de Pernambuco

Em homenagem à presença feminina durante os últimos cem anos, na Arquidiocese de Olinda e Recife, queremos destacar as ati-

vidades cívico-cristãs de quatro grupos de mulheres católicas, que têm sido objeto de minhas pesquisas: o Noel, as Dorotéias, o Movimento de Mulheres contra o Desemprego (MMCD) e as Mulheres do Centro de Estudos Bíblicos (MCEBI).

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O Noel

A pernambucana Felipa Uchoa Cavalcanti mais conhecida como Dona Felipinha trouxe o Noel, movi-mento feminino francês, cujas filiadas são conhecidas como noelistas, para Pernambuco, em 1914. Viúva aos 24 anos, Felipinha não estava satisfeita com sua formação e queria oferecer algo melhor para moças jovens no Nordeste. Descobriu o movimento, numa visita à Inglaterra, em 1903, por meio de uma revista francesa cujo título era “Noel”. Esperava que o movi-mento pudesse ajudar as moças católicas a participa-rem ativamente na vida cultural, religiosa e intelectual do nordeste.

Felipinha governou o Noel, que se expandiu para dez estados, até seu falecimento em 1951. O Brasil mudou muito nesses anos e na década de 1930 a batalha pelo

As Doroteias

Atuantes na educação secundária no Recife, desde 1866, com o Colégio São José, as Irmãs Dorotéias tiveram duas razões básicas para fundar uma insti-tuição de ensino superior na década de 1940: 1) não existia o ensino universitário católico para mulheres no Nordeste e, 2) queriam formar não somente professo-res para o ensino secundário – que, naquele momento estavam ganhando força em todo o Brasil –, mas, também, formar as jovens para os variados ministérios de sua própria Congregação. Para abri-la a Superiora Provincial das Dorotéias do Brasil, Madre Enrichetta Cesari, precisava uma “massa crítica” de Dorotéias e de alunas qualificadas, para administrá-lo. Em função disso, em 1936, Madre Cesari construiu um pensionato para algumas das suas correligionárias, para que pudes-sem estudar no Instituto “Sedes Sapieintiae”, em São Paulo. Enviou três jovens Dorotéias para lá, em 1937, que fizeram os cursos de Bacharelado e Licenciatura, visando trabalhar no Recife.

o voto feminino ocupou os interesses da noelista Nair de Andrade. As mulheres receberam direito de votar por um decreto de Vargas, em 1933.

Graças à atuação das noelistas de Rio de Janeiro, lide-radas por Alice Távora, o então Presidente do Brasil, Eurico Dutra, assinou a Lei n°. 781, de 17 de agosto de 1949, tornando a quarta quinta-feira do mês de novem-bro o Dia Nacional de Ação de Graça no Brasil. Nos últimos anos do fim do século XX, o Noel, aos poucos, perdeu sua vitalidade. Preocupadas com esta situação, duas noelistas pernabucanas, Lúcia Uchoa da Costa e Silva e Graça Maria Monteiro Brennand tornaram-se protagonistas da renovação do movimento, na virada do terceiro milênio.

Para a Madre, as futuras alunas do Instituto seriam aquelas formadas pelos Colégios Católicos para moças do Recife e motivadas pelo movimento da “Ação Católica”, liderado pelo então Pe. João Bastista Porto-carrero Costa. Nomeado professor de Filosofia e Diretor Espiritual do Seminário Arquidiocesano, em 1931, deu retiros, baseado nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio. Neste trabalho, tinha a ajuda das Noelistas, cuja sede estava no Colégio do Coração Eucarístico no Recife, em frente do Colégio São José, na Conde de Boa Vista. Da colaboração de Pe. Costa e das Noelistas surgiu, em1932, no Colégio São José, o primeiro grupo da Juventude Feminina Católica ( JFC) no Brasil.

Sistemática, Madre Cesari seguiu seu plano e, em 1938, as Dorotéias abriram o Instituto Superior de Pedagogia Ciências e Letras “Paula Frassinetti” e, em 1941, a Fa-culdade de Filosofia do Recife, a primeira Instituição de ensino superior católica no Nordeste do Brasil.

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O lugar preferido para as demonstrações do MMCD, liderado por Edla Noronha, em 1999, em forma de teatro, foi a Praça do Diário de Pernambuco, às 17h30, todas as quintas-feiras. Protestavam contra uma dura realidade social: os mais de 10 milhões de desemprega-dos no Brasil.

O MMCD, cujos membros exercem as profissões liberais, não se considerava apenas uma legião feminista, mas um grupo feminino com objetivos políticos. Não tinha estatutos e nem numa estrutura formal. Havia reuniões mensais e tudo funcionava na base do voluntarismo.

O exemplo de Dom Helder Câmara motivou muito o MMCD, evidenciado na luta constante pela justiça social. Uma expressão simpática dessa motivação é o bo-neco gigante de Dom Helder, confeccionado por Sílvio Botelho, à moda dos bonecos gigantes do carnaval de

Em 1975, em meio à Ditadura Militar, em Petrópolis, Frei Carlos Mesters, o Pastor Jether Ramalho, sua esposa Lúcia, e Ir. Agostinha, beneditina, fundaram o Centro de Estudos Bíblicos (CEBI). Em julho de 1979 o CEBI transformou-se em uma ONG ecumênica e, um ano mais tarde, uma ramificação dela já funcionava em Pernambuco.

Com o tempo e o crescimento de consciência das mulheres em relação à própria identidade, levaram ao

Conclusões finaisEsses quatro grupos de mulheres católicas apresen-tam apenas uma mostra de atividades de católicas dentro da linha do tempo do Centenário da Arqui-diocese de Olinda e Recife. Revelam que a presença da mulher católica, como a mulher do Brasil, avan-

Olinda, para celebrar o “Ano do Centenário do Nasci-mento de Dom Hélder”, em 2009.

O MMCD trabalhou para tirar Pernambuco do “horá-rio de verão” Apontando as falhas das decisões econômi-cas feitas pelas autoridades governamentais e empresas privadas, juntando-se a outros grupos e lutando contra o horário de verão, o MMCD mostrou que esse programa criaria muitos transtornos à população menos favorecida de Pernambuco, no início deste século.

Voltando aos seus dias iniciais da Praça do Diário, protestou contra a guerra dos Estados Unidos com o Iraque, dramatizando o “julgamento e condenação à morte” do Presidente George W. Bush, em março de 2007. As fotos publicadas pelo Diário de Pernambuco e pela Folha de Pernambuco mostram cenas macabras, de Bush sofrendo a pena da morte numa cadeira elétrica.

surgimento do MCEBI, em 2006. Por iniciativa Silvia Maira de Souza, Maria Helena Mutzbergh e Mary Rute Lemos Monteiro, formou-se grupo em que as mulheres pudessem expressar, em sua leitura da bíblia, o ponto de vista feminino, com o objetivo de “construir um espaço seguro de vivência, onde as mulheres possam ser”. O grupo teve sucesso e cresceu, chegando a incluir 25 mulheres.

O Movimento de Mulheres Contra o Desemprego

As mulheres do Centro de Estudos Bíblicos (MCEBI)

çou, mas ainda não alcançou todas as suas potencia-lidades. Os aspectos negativos da tradição católica ainda militam contra isso. A linha do tempo, porém, continua e a cultura católica promete.

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Inaugurada em 29 de julho de 1860, a Santa Casa de Misericórdia do Recife, ao longo de seu percurso ampliou suas atividades e hoje, depois

de 150 anos, oferece à sociedade pernambucana serviços nas áreas da saúde, educação e assistência social. Os recursos para manutenção das obras sociais são oriundos de parcerias e convênios com outras entidades nacionais e estrangeiras. Ao todo são 12 instituições contempladas, sendo 07 de saúde e 05 de educação. Entre as unidades de saúde estão Hospital Santo Amaro, Centro Hospitalar Dom Lamartine, Centro Geriátrico “Irmã Clementina”, Instituto Padre Venâncio, Instituto de Cegos Antônio Pessoa de Queiroz, Unidade de Pronto Atendimento dos

Santa Casa à serviço da vida e da educação

Torrões e Hospital Regional Fernando Bezerra Coe-lho, em Ouricuri, que passou a ser gerido pela Santa Casa recentemente.

As unidades de saúde prestam mensalmente cerca de 45 atendimentos. O Hospital Santo Amaro é o carro chefe da área de saúde, contabilizando mais de 20 mil procedimentos/ mês entre cirurgias, atendi-mentos ambulatoriais, acompanhamentos e exames laboratoriais. O Hospital teve no início deste ano uma de suas maiores conquistas com a inauguração de sua UTI. Já as unidades de educação atendem juntas mais de 400 alunos. São elas: Educandá-rio Santa Tereza, Educandário Magalhães Bastos, Educandário Casa da Providência, Educandário São Joaquim e o Colégio Santa Luíza de Marillac. Em todos esses educandários estão escalados professores e educadores do mais alto quilate de qualificação, que levam muito mais que educação, também uma

palavra amiga e de conforto diante das dificuldades do cotidiano de cada aluno. Por tudo isso,

a Santa Casa visa também se tornar referência em Pernambuco

no quesito educação.

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Revista especial comemorativa de 100 anos da Arquidiocese de Olinda e Recife - Dezembro de 2010