universidade federal de pernambuco centro acadÊmico da … · 2019-10-25 · pernambuco....
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DA VITÓRIA NÚCLEO DE SAÚDE COLETIVA
CURSO DE BACHARELADO EM SAÚDE COLETIVA
JOSEANE DA SILVA FERREIRA
ASSOCIAÇÃO DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS COM A ESTRATÉGIA SAÚDE
DA FAMÍLIA E AS INTERNAÇÕES DE CONDIÇÕES SENSÍVEIS A ATENÇÃO
PRIMÁRIA.
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017
JOSEANE DA SILVA FERREIRA
ASSOCIAÇÃO DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS COM A ESTRATÉGIA SAÚDE
DA FAMÍLIA E AS INTERNAÇÕES DE CONDIÇÕES SENSÍVEIS A ATENÇÃO
PRIMÁRIA.
TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Saúde Coletiva – Sanitarista.
Orientador: Profº. Ms. Antônio Flaudiano Bem Leite
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017
Catalogação na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.
Bibliotecária Fernanda Bernardo Ferreira, CRB-4/2165
F383a Ferreira, Joseane da Silva.
Associação do Programa Mais Médicos com a Estratégia de Saúde da Família e as internações de condições sensíveis a Atenção Primária./ Joseane da Silva Ferreira. - Vitória de Santo Antão, 2017.
45 folhas. fig, tab. Orientador: Antônio Flaudiano Bem Leite TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado
em Saúde Coletiva, 2017. Inclui referências.
1. Saúde Pública. 2. Atenção Primária. 3. Estratégia de Saúde da Família. I. Leite, Antônio Flaudiano Bem (Orientador). II. Título.
614 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-267/2017
Joseane da Silva Ferreira
ASSOCIAÇÃO DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS COM A ESTRATÉGIA SAÚDE
DA FAMÍLIA E AS INTERNAÇÕES DE CONDIÇÕES SENSÍVEIS A ATENÇÃO
PRIMÁRIA.
TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Saúde Coletiva – Sanitarista.
Aprovado em: 19/12/2017
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Profº. Ms. Antônio Flaudiano Bem Leite (Orientador)
Núcleo de Saúde Coletiva/Centro Acadêmico da Vitória/UFPE
_________________________________________ Profª. Dr. Lívia Texeira de Souza Maia
Núcleo de Saúde Coletiva/Centro Acadêmico da Vitória/UFPE
_________________________________________ Profº. Dr. Paulo Roberto de Santana
Núcleo de Saúde Coletiva/Centro Acadêmico da Vitória/UFPE
Dedicatória
Dedico a Deus, o autor de todas minhas conquistas. A minha mãe
Josefa Tereza, meu pai Heleno Vicente, meu marido Átila Galdino, meus irmãos
Maria Cilene, Moises Silva, Robson Mauricio, Almir e Dayse Almeida, meu segundo
pai Maurício, meu Sobrinho João Vitor, a toda minha família... amor incondicional,
além da vida. Pessoas que me ensinam a ser humilde, gentil, me ensinam amar o
próximo, e a ser melhor a cada dia. Me ensinam a perdoar, a praticar o bem e
respeitar as pessoas de acordo com suas escolhas.
São essas pessoas que me faz manter a fé e acreditar no mundo
melhor. Elas me seguram, quando estou caindo e, me faz crer no sentido da vida,
que tudo tem um motivo, que nada acontece por acaso, mas por uma finalidade
maior.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente ao Meu Deus, por realizar esse tão grande
sonho, “Minha Graduação” e me ajudar chegar ao fim dessa jornada, me
protegendo, me abençoando, colocando pessoas incríveis no meu caminho, e me
dando capacidade para vencer todos os dias.
Agradeço a minha mãe Josefa Tereza, meu pai Heleno Vicente, meus
irmãos: Maria Cilene e Moises Silva, e meu sobrinho João Vitor, que são minha
base, minha razão para querer vencer na vida.
Ao meu marido Atila Galdino por me apoiar, me incentivar e me ajudar
a superar todos os obstáculos.
A toda minha família; tios, tias, primo (a) s; e um agradecimento em
especial, a Mauricio Paulo; Robson Mauricio; Minha Sogra Audenice Galdino; minha
Tia Edna Santos, pelas orações e energias positivas; minha prima Andreza Silva, e a
todos meus irmãos, pelo apoio (...).
Sou grata ao meu orientador Antônio Flaudiano Bem Leite, por me
ajudar nessa jornada, embarcar comigo nesse desafio. Obrigada pela paciência;
carinho; pelos incentivos, e por me ajudar trilhar meu caminho.
Agradeço a todos meus professores do curso de Saúde Coletiva que
contribuíram para meu crescimento tornando meu sonho possível. Um
agradecimento especial, ao professor Flávio da Guarda; ao professor Ronald;
Professor Ronaldo; e o professor Alex Machado.
Ao meu psicólogo Ivan Ferreira, que me acompanhou ao longo do
curso.
A todos meus colegas de turma que de alguma forma contribuiu para
concluir minha graduação. Em especial, as minhas amigas Claudia Santos, Maria
Gabrielly, Anália Melo, Danielly Souza, Roberta Amorim e Valdilene Santana e meu
amigo Ângelo Santos, pelo carinho, compreensão e cuidado ao longo do curso.
Agradeço a todos os amigos e colegas, pelas energias positivas, aos
irmãos das Igrejas Assembleias de Deus que oraram por mim, aos conhecidos e
desconhecidas que contribuíram direta ou indiretamente com essa etapa da minha
vida.
Alice: -“Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui”?
-“Depende muito de onde você quer chegar”, disse o Gato.
-“Não me importa muito onde...” foi dizendo Alice.
-“Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá”, Disse o Gato.
Alice no País das Maravilhas LEWIS CARROLL
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo analisar a associação entre o Programa Mais
Médicos (PMM), equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) e as internações por
condições sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) no estado de Pernambuco. Trata-
se de um estudo quantitativo, ecológico misto e descritivo, tendo como recorte
analítico a área de abrangência o estado de Pernambuco, realizado no período de
2007 a 2016, fontes de bases de dados secundárias utilizadas foram: Sistema de
Informação Hospitalar, base do IBGE e Cadastro Nacional de Estabelecimento de
Saúde (CNES), utilizando as variáveis causa básica de internação por doenças e
agravos sensíveis a atenção primária, estimativas e censo populacionais e número
de equipes de estratégias de saúde da família e médicos do Programa Mais Médico
(PMM). Em Pernambuco os anos de 2007 e 2016, o percentual de município que
possuíam cobertura 100%, passaram de 65% para 91.4% respectivamente, com
aumento de 6% nos últimos anos, a partir da implantação do PMM. Os resultados
apontam um decréscimo significantes homogêneo no coeficiente do das ICSAP para
os anos pós implantação do PMM. De uma forma geral, comparando antes e depois
da implantação do PMM, é sugestivo que houve impacto nos serviços de saúde,
assim como melhoria nos indicadores de morbimortalidade (ICSAP) no Estado de
Pernambuco. Conclui-se que expansão da ESF estar relacionado ao PMM, e que,
esse programa é essencial para continuar oferecendo a população assistência
integral a saúde, principalmente as de áreas mais vulneráveis, assim, como ações
de promoção, prevenção, reabilitação da saúde, como está estabelecido a
Constituição Federal e nos princípios do Sistema Único de Saúde.
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde. Estratégia Saúde da Família.
Avaliação dos Serviços de Saúde. Recursos Humanos.
ABSTRACT
The present study aimed at analyzing the association between the Mais Médicos
Program (MMP), the Family Health Strategy (FHS) team and the hospitalizations for
Primary Care Sensitive Conditions (HPCSC) in the State of Pernambuco from 2007
to 2016. Adding the population size of the municipalities, Relative coverage of the
FHS, proportion of physicians participating in the MMP in the Health Regionals and in
the municipalities that had the program implanted. The analysis of the data was done
through the constructions of historical series of the indicators found, using simple
linear statistics to tabulate the data. In the results we found that in Pernambuco, in
2007, 65% of the municipalities with 100% coverage were present, and in 2016, this
proportion passed to 91.4% of the municipalities, which leads to the conclusion that
the PMM influenced this growth. It was found that in the second year of program
implementation, the percentage of physician involvement in PMM increased. The
results also showed that there was a decrease in the HPCSC coeficiente. In general,
compared before and after the implementation of MMP, it is notable that there was
an impact on health services, as well as improvement in morbidity and mortality
indicators in the State of Pernambuco. It is concluded that the expansion of the FHS
is related to the MMP, and that this program is essential to continue offering the
population comprehensive health care, especially those in more vulnerable areas, as
well as actions for promotion, prevention, health rehabilitation, establishes the
Federal Constitution and the principles of the Unified Health System.
Keywords: Primary Health Care. Family Health Strategy. Evaluation of Health
Services. Human Resources.
LISTA DE TABELAS E ILUSTRAÇÕES
Quadro 1. Características que os municípios deveriam ter para ser contemplado
com o PMM................................................................................................................21
Quadro 2. Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção
Básica .......................................................................................................................23
Figura 1. – Regiões de Saúde de Pernambuco.........................................................27
Tabela 1. – Proporção de município por cobertura relativa populacional da estratégia
de saúde da Família (ESF) e proporção de médicos do Programa Mais Médico
segundo ano de avaliação. Pernambuco, 2007 a 2016.............................................29
Tabela 2. – Média anual de coeficiente de internação por condições sensíveis a
atenção primário (ICSAP) segundo Geres. Pernambuco, 2007 a 2016....................30
Gráfico 1. – Tendência temporal de ICSAP segundo Geres. Pernambuco, 2007 a
2016............................................................................................................................31
Gráfico 2. – Boxplot de CICSAP (CICSAP) segundo GERES. Pernambuco, 2007 a
2016............................................................................................................................32
Tabela 3. – Média anual de coeficiente de internação por condições sensíveis a
atenção primário (CICSAP) segundo porte municipal. PernambuNenhuma entrada
de índice de ilustrações foi encontrada.co, 2007 a 2016...33
Gráfico 3. – Tendência temporal de CICSAP segundo porte municipal. Pernambuco,
2007 a 2016................................................................................................................34
Gráfico 4. – Boxplot de coeficiente de internação por causas sensíveis a atenção
primária (CICSAP) segundo porte do município. Pernambuco, 2007 a 2016............35
Tabela 4. - Teste de significância de agrupamentos homogêneos de médias de
CICSAP. Pernambuco, 2007 a 2016..........................................................................36
Gráfico 5. – Boxplot do CICSAP segundo situação de implantação do Programa
Mais Médicos. Pernambuco, 2007 a 2016.................................................................37
Tabela 5. - Teste de significância de comparação de diferenças de médias de
CICSAP. Pernambuco, 2007 a 2016..........................................................................38
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AB Atenção Básica
APS Atenção Primária em Saúde
CICSAP Coeficiente Internações de Condições Sensíveis à Atenção Primária
COAP Contrato Organizativo de Ação Pública
CF Constituição Federal
ESF Estratégia da Saúde da Família
ICSAP Internações de Condições Sensíveis à Atenção Primária
IS Indicadores de Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
PNAB Política Nacional de Atenção Básica
PMM Programa Mais Médicos
PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde
PSF Programa Saúde da Família
RD Relatório Dawson
SSB Sistema de Saúde do Brasileiro
SUS Sistema Único de Saúde
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
TCG Termo de Compromisso de Gestão
Sumário
1 Introdução ............................................................................................................. 11
2. Referencial Bibliográfico .................................................................................... 13
2.1 Atenção primária conceito, princípios e organização no Brasil ........................................ 13
2.2.1 Estratégia Saúde da Família .............................................................................................. 15
2.2.2 Programa Mais Médicos ...................................................................................................... 17
2.2.3 Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária a Saúde (ICSAP) ............ 18
3. Objetivos .............................................................................................................. 21
3.1 Geral: ......................................................................................................................................... 21
3.2 Específicos ................................................................................................................................ 21
4. Metodologia ......................................................................................................... 22
5. Resultados ........................................................................................................... 25
6. Discussão ............................................................................................................ 37
7. Conclusão ............................................................................................................ 40
Referências .............................................................................................................. 41
11
1 Introdução
Atenção Primária em Saúde (APS) é caracterizado por serviços
ambulatoriais de primeiro contato integrados a um sistema de saúde de acesso
universal em países europeus. Diferentemente de países periféricos, que
compreende também, aos programas seletivos, ou seja, um programa voltado para
área de vulnerabilidade socioeconômica. (GIOVANELLA; MENDONÇA, 2014, p.
494).
No Brasil, a APS é conhecida como Atenção Básica (AB) e diz respeito ao
primeiro nível de atenção de uma rede hierarquizada, a porta de entrada para
acesso aos serviços de rede de saúde pública, sendo considerada
internacionalmente um novo modelo assistencial de sistema de saúde que tenha
como umas das principais prioridade, o bem estar do usuário no Sistema Único de
Saúde (SUS) (GIOVANELLA; MENDONÇA, 2014).
Muito importante para população, por estar mais perto da comunidade e
conhecer melhor os problemas no território, APS é uma das principais portas de
entrada na assistência integral do SUS e uma ponte de resolutividade para
desafogamento nos serviços de média e alta complexidade por intervir em
condições, doenças e agravos, sensíveis a sua operacionalização, como cita
Alfradique et al. (2009, p. 1337), “as altas taxas de Internações de Condições
Sensíveis a Atenção Primária (ICSAP), podem indicar sérios problemas de acesso
ao sistema de saúde ou de seu desempenho”.
O monitoramento e avaliação da situação do serviço de saúde e seus
impactos nas doenças e agravos são considerados um mecanismo essencial, que
permite uma melhoria da assistência hospitalar, diminuindo a superlotação, além de
servir como uma estratégia fundamental para auxiliar o gestor na tomada de decisão
(SOUSA et al., 2016).
De acordo com os autores Nedel, Mendonça e Calvo (2017), as ICSAP
podem ser identificadas como
problemas de saúde atendidos e resolvidos tipicamente no âmbito da APS e que, se não atendidos a tempo ou adequadamente, evoluem até que o paciente necessite ser hospitalizado, tornando-se primordial investir em politicas de saúde (NEDEL; MENDONÇA; CALVO, 2017, p. 01).
12
Como potencial para incrementar intervenções positivas na atenção primaria
e na redução desses eventos, em meados de 2013, foi implantado o Programa Mais
Médicos (PMM), no intuito de reduzir os problemas acometidos a saúde da
população brasileira e suprir a necessidade médica no país. Uma medida executiva
para aumentar a universalidade a assistência a população, principalmente a
populações prioritárias e totalmente desassistida, e consequentemente diminuir os
indicadores de internações na rede de media e alta complexidade, assim, como dar
maior cobertura de assistência e aumentar o numero de equipe da Estratégia da
Saúde da Família (ESF) (BRASIL, 2015; MELO, 2016).
O PMM se caracteriza como uma política que enfrenta parcialmente os
desafios de reordenar a formação e a atuação médicas e com perspectivas de atuar
em área de alta vulnerabilidade e com fragilidade para acesso profissional médico
(MELO; TASCA; SUÁREZ, 2016, p. 2672).
Considerando que o PMM é de grande importância para população
brasileira, tendo em vista o acesso, a qualidade da assistência à população, maior
cobertura da atenção básica, o referido trabalho dará visibilidade a um recorte dos
efeitos que ocorreram no sistema de saúde após a implantação do PMM em
Pernambuco. Foi desenvolvido a partir de questionamento e da lacuna do
conhecimento a respeito do tema: “Existe associação entre o PMM e com a
cobertura relativa da ESF e a diminuição no coeficiente de ICSAP?”. A hipótese mais
provável, é que positivamente com a implantação do PMM, houve expansão da
equipe ESF e consequentemente maior cobertura relativa e diminuição das ICSAP.
Sendo assim, esse trabalho tem por objetivo analisar a associação entre o
programa mais médico, equipe estratégia da saúde da família e as internações por
condições sensíveis à Atenção Primária no estado de Pernambuco.
13
2 Referencial Bibliográfico
2.1 Atenção primária conceito, princípios e organização no Brasil
Em 1920, foi elaborado por Bertrand Dawson um relatório (RD) que cuja
finalidade foi discutir a reorganização do modelo de atenção à saúde do governo
inglês, previa a regionalização e hierarquização, no qual se tinha flexibilidade,
levando em consideração a territorialização; articulação entre a saúde pública;
necessidade individual, mecanismos de integração quanto à informação e
transportes (KUSCHNIR, CHORNY, 2010; LAVRAS, 2011).
Conforme o trabalho de Lavras (2011), esse relatório é um dos primeiros
documentos a utilizar o conceito de APS, no qual em 1948, o sistema de saúde
britânico começou a se espelhar em seus princípios e que posteriormente passou a
orientar a reorganização dos sistemas de saúde em vários países.
Nessa lógica, esse seria: um modelo de atenção no qual prestaria serviço
ambulatorial aos cidadãos não especializada; uma porta de entrada para serviços de
todas as complexidades; o primeiro contato do usuário com o serviço; utilização de
pouca tecnologia; e consequente maior resolução dos problemas primários à saúde;
além de dá assistência de reabilitação e agir na promoção e prevenção da saúde
(LAVRAS, 2011).
Em 1978, foi realizado a Conferência Internacional sobre cuidados primários
em saúde, por meio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em Alma-Ata capital da República
Socialista Soviética do Cazaquistão, e foi denominado Alma-Ata (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE, 1979, p.9).
Nessa conferência foram debatidos vários princípios essenciais para saúde
da população global principalmente para os países em desenvolvimento. Alma- Ata
tornou-se referência para vários países, nos quais se desenvolveria um modelo de
saúde que atendesse a necessidade da população e englobasse um conjunto de
14
determinantes e condicionantes da saúde (fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos/raciais, escolaridade, renda e emprego...) e que tal população desfrutasse
dos benefícios, que cujos direitos eram dela (Organização Mundial da Saúde, 1979).
Desta forma, os cuidados primários foram conceituados como:
Cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação a um custo que a comunidade e o pais pode manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espirito de autoconfiança e autodeterminação (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1979, p.3).
No Brasil, a Constituição Federal (CF) 1988, a saúde passou a ser uma
garantia social se tornou direito de todos os cidadãos, no qual obriga o estado
prestar serviços de politicas púbicas e sociais e econômicas que promova, proteja e
recupere, com a finalidade de conduzir a redução de risco como também agir na
diminuição de vulnerabilidade socioeconômicas e das doenças na população
(BRASIL, 1988).
São os princípios e diretrizes da CF de 1988 que fazem parte da estrutura do
SUS, consolidando-se sua implantação na década de 1990, representam uma
importante inflexão no padrão historicamente organizado dos serviços de saúde no
país. Foi nesse período que criaram as leis orgânicas do SUS, 8.080/90 e 8.142/90,
para assegurar a organização e fortalecer o direito do individuo em relação à saúde.
Esse processo de implantação desenvolveu-se estabelecendo umas séries de
medidas governamentais voltadas para o fortalecimento da atenção básica de saúde
(ESCOREL; GIOVANELLA; MENDONÇA, 2007, p. 164).
Desde então, começa o avanço do processo de descentralização do setor
saúde no Brasil, em que a esfera municipal, de forma lenta, gradual e negociado,
torna-se a principal responsável pela gestão da rede de serviços de saúde no país e,
portanto, pela prestação direta da maioria das ações e programas de saúde. Isso por
estar mais próximo da população e consequente conhecer melhor a situação de
saúde da população (BODSTEIN, 2002). E, de acordo com Lavras (2011) a
“estruturação da APS começou a ser uniforme na década de 90 com a
municipalização após incentivo e financiamento do Ministério da Saúde”.
15
Desafios hoje presentes no SUS deve-se considerar a superação da fragmentação
da oferta de ações e serviços de saúde como prioridade, para que se possa
responder adequadamente às necessidades de saúde dos brasileiros (LAVRAS,
2011). E, desta forma, possa aumentar o acesso do usuário ao serviço e
continuidade do cuidado.
2.2.1 Estratégia Saúde da Família
O Programa Saúde da Família (PSF) foi criado em 1994 com inciativas
voltado para estender a cobertura assistencial em áreas de maior risco social e aos
poucos adquiriu centralidade na agenda governamental (ESCOREL, GIOVANELLA;
MENDONÇA, 2007, p.164).
De acordo com Souza (2008) ele foi criado como:
Uma estratégia política para promover a organização das ações de atenção básica à saúde nos sistemas municipais de saúde; está inserido em um contexto de decisão política e institucional de fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do Sistema Único de Saúde e se fundamenta em uma nova ética social e cultural, com vistas à promoção da saúde e da qualidade de vida dos indivíduos, famílias e comunidades (SOUZA, 2008, p. 154).
E segundo Sousa e Hamann (2009),
configura as dimensões das práticas de saúde características da sociedade brasileira em termos territoriais, populacionais e das ações desenvolvidas nesses territórios. Resultado das mobilizações do povo por busca de uma saúde melhor, universal e igualitária. Foi quando as pessoas começaram enxergar a saúde não só como ausência de doença, mas no seu conceito ampliado, no qual envolve um conjunto de significados como os determinantes e condicionantes do contexto histórico do individuo ou coletivo Fruto dos incansáveis movimentos, com intuito de reorganizar e fortalecer a Atenção Básica (SOUZA; HAMANN, 2009, p. 1326).
Os autores Silva et al. (2011) falam que:
O setor saúde precisa responder a uma pluralidade de necessidades, desde demandas por intervenções tecnológicas de alta complexidade até a atuação nos espaços onde as pessoas vivem seu cotidiano, de modo a proporcionar uma vida saudável (SILVA,;SILVA; BOUSSO, 2011, p. 1251).
16
Isso faz com que o sistema de saúde, esteja em constantes mudanças para
se adaptar a realidade social, logo não cessando as busca por melhoria de um
contexto democrático de direitos contidos na Constituição Federal de 1988. Desta
forma os programas, projetos e leis sempre estão se renovando, o que não é
diferente do PSF que segundo o Arantes; Shimizu e Merchan-Hamann (2016)
em “decorrência das suas potencialidades o PSF passou a ser conhecido como Estratégia Saúde da Família (ESF)”, pois tem capacidade em orientar a organização do sistema de saúde, buscar respostas para todas as necessidades de saúde da população e contribuir na mudança do modelo assistencial vigente (ARANTES, SHIMIZU; MERCHAN-HAMANN, 2016, p. 1500).
Em 2011, com a Portaria de nº 2.488, foi criado a Política Nacional de
Atenção Básica (PNAB), estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a
organização da atenção básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (BRASIL, 2012, p. 13). Um
dos princípios e diretrizes da Atenção Básica é voltado para “prestar apoio
institucional às equipes e serviços no processo de implantação, acompanhamento e
qualificação da atenção básica e de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde
da Família” (BRASIL, 2012, p. 32). De acordo com a PNAB (2012):
Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000, respeitando critérios de equidade para essa definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe (BRASIL, 2012, p. 55).
A PNAB estabelece que a ESF deve ser formada por uma equipe
multiprofissional no qual deve ter:
no mínimo, médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou médico de Família e Comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ ou técnico em saúde bucal (BRASIL, 2012, p. 55).
A ESF é a porta de entrada muito importante para população, principalmente
por conhecer melhor os problemas que atinge a comunidade, e oferecer “amplas
ações que podem abranger todos os ciclos de vida” individual e coletiva (ARANTES
et al, 2016, p. 1506).
17
2.2.2 Programa Mais Médicos
O Programa Mais Médicos (PMM) foi implantado no Brasil em 2013, por
meio da Lei Federal nº 12.871 e, teve por intuito apoiar os municípios, assim como o
fortalecer a Atenção Primária (OPAS, 2017). Um de seus objetivos era levar médicos
para os locais que tinha dificuldade na composição completa da equipe e assim dar
assistência aos usuários dessas áreas adscritas (MELO, 2016).
Segundo o estudo realizado pela OPAS (2017), “62% desses profissionais
foram convocados a partir de uma cooperação internacional tripartite, entre o
governo brasileiro, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o governo de
Cuba” (OPAS, 2017, p. 9).
A criação deste programa ocorreu em um cenário de grandes manifestações
urbanas no Brasil, onde neste contexto tinha um de suas principais reinvindicações a
melhoria da saúde (MELO, 2016). “O provimento de 18 mil médicos no SUS,
distribuídos principalmente nas regiões de vulnerabilidade social, que tinha
dificuldade para atrair médicos” foi uma das respostas obtidas como resolução
(MELO, 2016, p. 2672).
Outra questão que alguns autores apontam:
Os municípios que aderem ao programa, além do incentivo financeiro destinado ao custeio das equipes de saúde da família, ficam isentos do pagamento dos salários dos médicos, responsabilidade que passa a ser do Ministério da Saúde e que é assegurada mediante o repasse de bolsas, diretamente aos profissionais integrantes do programa (MIRANDA et al., 2017 p. 141).
Uma forma para estimular os municípios a participarem do programa e oferecer
melhoria na situação de saúde de sua comunidade.
Em Pernambuco, vários municípios contemplados com o PMM, entre eles
estão, “Águas Belas, Ouricuri e Vitória de Santos Antão, municípios que se
classificam por pequeno, médio e grande porte, localizados, respectivamente, no
Agreste, Sertão e Zona da Mata pernambucana’ segundo a OPAS (2017). Os
critérios para seleção desses municípios foram:
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Quadro 1: Características que os municípios deveriam ter para ser contemplado com o PMM.
Porte Populacional Dados do Censo 2010, do IBGE;
Desempenho dos Munícipios
Menores Índices de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHMs) em 2012, período em que
estavam sendo definidos os municípios
prioritários para inclusão no PMM;
Populações vulneráveis Indígenas, quilombolas, ribeirinhas e habitantes
de zonas rurais;
Municípios contemplados com a
cooperação ente o Brasil e OPAS
Médicos cooperados e que estivessem ativos no
Programa (em atuação nas Unidades Básicas de
Saúde
Fonte: OPAS (2017, p.17)
Esse estudo da OPAS (2017) teve como “objetivos identificar as boas
práticas e as experiências exitosas do Programa Mais Médicos na Atenção Primária
à Saúde dos municípios pernambucanos de Águas Belas, Ouricuri e Vitória de Santo
Antão”, ele apresenta várias mudanças com a implantação do PMM, é estudo
interessante pois trata-se pesquisa qualitativa em que utilizou métodos de
entrevistas e grupo focal com os gestores, profissionais e usuário.
2.2.3 Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária a Saúde (ICSAP)
“Conceito dos ICSAP é relativamente novo e foi criado em meados anos 80,
nos Estados Unidos, por John Billings”, surgiu a partir do conceito de mortes
evitáveis, com o intuito de identificar vários fatores associados a essa causa, dentre
elas o impacto financeiro (FERREIRA; DIAS; MISHIMA, 2012, p. 761).
Para Deininger et al.(2015)
Condições sensíveis à atenção primária são problemas de saúde que podem e devem ser tratados por ações assistenciais desenvolvidas pela atenção primária, ou seja, ações de competência deste nível de atenção à saúde, contudo, em situações em que esta assistência não é desenvolvida de forma eficaz e oportuna, pode ser necessário o
19
uso de recursos e serviços especializados, sendo necessária a hospitalização dos pacientes (DEININGER et al., 2015, p. 229).
A magnitude das ICSAP serviços especializados de saúde, pode apontar falha na
AB.
No Brasil, precisamente em 2007, o Ministério da Saúde teve a iniciativa de
criar um “grupo técnico que fizesse levantamento e revisão das listas existentes,
tanto nacionais quanto internacionais” (SOUZA et al., 2016, p. 119). E, em 2008 foi
criado a portaria de nº 221, em que publicou 19 grupos nessa lista (BRASIL, 2008).
No sistema de saúde brasileiro, “as ICSAP apresentam potencial de
utilização na avaliação do impacto das ações da Estratégia Saúde da Família”
(RODRIGUES; BASTOS et al., 2014, p. 960), o que levar acreditar que se o a
unidade de saúde tem um desempenho insatisfatório de funcionamento, podendo
ocorrer crescimento desses indicadores, e consequentemente hospitalizações.
Com isso, o sistema de saúde brasileiro, começou a fazer uso desses
indicadores nos “processos de avaliação e monitoramento das estratégias adotadas,
de modo a produzir informações que caracterizem o desempenho da APS e
subsidiem a gestão dos serviços de saúde” (SOUZA et al., 2016, p. 119).
Segue a abaixo a lista dos grupos ICSAP do Ministério da Saúde utilizado
sistema de saúde brasileiro.
Quadro 2: Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Básica
Grupo Diagnósticos CID 10
1 Doenças preveníveis por imunização e condições sensíveis
A37, A36, A33 a A35, B26, B06, B05, A95, B16, G00.0, A17.0, A19, A15.0 a A15.3, A16.0 a A16.2, A15.4 a A15.9, A16.3 a A16.9, A17.1 a A17.9, A18, I00 a I02, A51 a A53, B50 a B54, B77
2 Gastroenterites Infecciosas e complicações
E86; A00 a A09
3 Anemia D50
4 Deficiências Nutricionais E40 a E46; E50 a E64
5 Infecções de ouvido, nariz e garganta
H66, J00, J01, J02, J03, J06, J31
6 Pneumonias bacterianas J13, J14, J15.3, J15.4, J15.8, J15.9, J18.1
7 Asma J45, J46
8 Doencas pulmonares J20, J21, J40, J41, J42, J43, J47, J44
9 Hipertensão I10, I11
10 Angina I20
11 Insuficiência Cardíaca I50, J81
12 Doenças Cerebrovasculares I63 a I67; I69, G45 a G46
20
Grupo Diagnósticos CID 10
13 Diabetes melitus
E10.0, E10.1, E11.0, E11.1, E12.0, E12.1;E13.0, E13.1; E14.0, E14.1 E10.2 a E10.8, E11.2 a E11.8; E12.2 a E12.8;E13.2 a E13.8; E14.2 a E14.8 E10.9, E11.9; E12.9, E13.9; E14.9
14 Eplepsias G40, G41
15 Infecção no Rim e Trato Urinário
N10, N11, N12, N30, N34, N39.0
16 Infecção da pele e tecido subcutâneo
A46, L01, L02, L03, L04, L08
17 Doença Inflamatória órgãos pélvicos femininos
N70, N71, N72, N73, N75, N76
18 Úlcera gastrointestinal K25 a K28, K92.0, K92.1, K92.2
19 Doenças relacionadas ao Pré-Natal e Parto
O23, A50, P35.0
Fonte: Andrade (2016, p.29)
Considerados os indicadores instrumentos estratégicos no monitoramento e
avaliação de políticas públicas em saúde, o conjunto dessas doenças e agravos
tornam-se essências para realização desses procedimentos institucionais e
acadêmicos na gestão e tomadas de decisão. Neste contexto, avoca-se o conceito
de Avaliação dos serviços de saúde, o qual “não deve ser vista como uma ameaça,
mas sim como um incentivo para que os diferentes serviços de saúde cumpram
padrões mínimos de qualidade, ou seja, é um poderoso instrumento de mudança”
(PISCO, 2006 p. 566).
Complementarmente, a avaliação é vista como uma ferramenta que contribui
para melhoraria da qualidade dos serviços, analisando se determinada intervenção
alcançou seu resultado esperado, se houve algum impacto, se os objetivos,
diretrizes ou metas traçadas em algum programa, serviço ou política, foram
atingidos, tornando-se essencial para maior efetividade das ações e análise, tendo
como finalidade mensurar o custo beneficio (BRASIL, 2013; LARANJEIRA;
PETRAMALE, 2013).
Para CARDOSO et al.(2013):
a utilização do indicador ICSAP, por meio de dados primários ou secundários, é uma valiosa ferramenta, capaz de refletir o desempenho do sistema de saúde, pois a partir do resultado pode ser investido implantação ou melhorias de programa e serviços em saúde CARDOSO et al., 2013 p 232).
21
3 Objetivos
3.1 Geral:
Analisar a associação entre o programa mais médicos, estratégia saúde da
família e as internações por condições sensíveis à atenção primária no estado de
Pernambuco.
3.2 Específicos
a) Descrever as coberturas de equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) antes
e depois da implantação do Programa Mais Médicos (PMM);
b) Descrever a tendência temporal do coeficiente das Internações por Causa
Sensíveis a Atenção Primária, segundo Geres, porte populacional e
agrupamentos homogêneos;
c) Associar o programa mais médicos com as Internações por condições
sensíveis a atenção primaria no âmbito regional e municipal.
22
4 Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico misto. Este combina as características
básicas dos estudos de múltiplos grupos e de series temporais quando seu objetivo
e descrever ou predizer tendências temporais nas taxas de morbimortalidade em
diversos grupos populacionais. É um estudo de baixo custo econômico, pois, a
coleta das informações se dá por meio de dados secundários, o que pode causar
uma limitação do estudo, em razão que, não segue uma padronização, havendo a
possibilidade de erros na alimentação dos sistemas de informação, o que faz
investigador não possuir nenhum controle sobre os dados coletados (COELI, 2010).
A área de abrangência foi Estado de Pernambuco que possui uma extensão
territorial de 98.146,315 km², com 185 municípios e o distrito estadual de Fernando
de Noronha, onde Recife é sua capital. De acordo com IBGE (2017), sua estimativa
populacional em 2016 era de 9.410.336 habitantes. Está localizado na Região
Nordeste, e é dividido em 12 Regiões de Saúde distribuídas de acordo com o mapa
temático abaixo (Figura 1).
Figura 1 – Regiões de Saúde de Pernambuco.
Fonte: Pernambuco (2011).
As regiões de saúde são espaços geográficos contínuos constituídos por
agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais,
econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes
compartilhados com finalidade de integrar a organizar o serviço de saúde
(Pernambuco, 2011, p. 6 e 13). Partilham ações e serviços de média complexidade
especial e alta complexidade, complementando atenção à saúde das populações
desses territórios (Pernambuco, 2011).
23
Os dados coletados para o estudo são referentes a quantidade de casos de
Internações por Causa Sensíveis da Atenção Primária (ICSAP) em Pernambuco;
numero das equipe Estratégia Saúde da Família e Programa Mais Médico (PMM)
cadastrado no, agregando Regionais de Saúde e porte populacionais dos
municípios. Foi construída uma série histórica do período de 2007 a 2016, para
analisar os anos antes e após a implantação do PMM.
As fontes de dados secundárias foram provenientes do Sistema de
Informação Hospitalar (SIH/SUS), Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
(CNES) e IBGE, disponível na página da website do Departamento de Informação
em Saúde do SUS (DATASUS, 2017) e foram referente ao período de análise de
2007 a 2016. O acesso aos dados foram realizado no período de 25 de agosto à 25
de outubro de 2017.
As variáveis utilizadas para tabulação foi número de internações de
condições sensíveis à atenção primária (ICSAP), estimativa da população e censo e
número de equipes da estratégia de saúde da família e número de médicos do
Programa Mais Médico (PMM). Os indicadores posteriormente calculados foram
Coeficiente de internações de condições sensíveis à atenção primária (CICSAP) 1,
cobertura relativa da população da estratégia de saúde da família2 * e a proporção
de médicos do PMM nos municípios.
Foram utilizados para tabulação, organização e processamento dos dados
os aplicativos: Tabnet, Excel e Bioestat 5.3 (utilizando os métodos de estatísticas de
regressão linear simples para o processamento de dados). Ainda foi utilizado o teste
ANOVA; o teste TUKEY; teste de significâncias estatísticas: p- valor <0,05 e Boxplot
dos dados para melhor resultados.
Sendo a variável dependente: coeficiente de internação por causas sensíveis.
Variável independente: ano; proporção de médicos mais médicos; cobertura relativa
da estratégia de saúde da família.
Os resultados foram transportados em gráficos e tabelas e foram
apresentados das seguintes formas: Proporção de município por cobertura relativa
1 Nº de internações por causas sensíveis à atenção primária dividido pela população multiplicado por 1000
2 Nº de equipes multiplicado por 4.000 divido pela estimativa da população residente no município no mesmo ano X 1.000;
indicador de proporção de médico em relação as equipes tradicionais da ESF * Em virtude da falta de padronização dos indicadores de ICSAP, que o Ministério de Saúde disponibiliza no Departamento Atenção Básica (DAB), por se tratar de dados altíssimos, foi necessário padronizar a cobertura que estava acima dos 100%, substituindo por 100.
24
populacional da estratégia de saúde da Família (ESF) e proporção de médicos do
Programa Mais Médico segundo ano de avaliação; Média anual de coeficiente de
internação por condições sensíveis a atenção primário (ICSAP) segundo Geres;
Tendência temporal de ICSAP segundo Geres; Boxplot de CICSAP (CICSAP)
segundo GERES; Média anual de coeficiente de internação por condições sensíveis
a atenção primário (CICSAP) segundo porte municipal; Tendência temporal de
CICSAP segundo porte municipal; Boxplot de coeficiente de internação por causas
sensíveis a atenção primária (CICSAP) segundo porte do município; Teste de
significância de agrupamentos homogêneos de médias de CICSAP; Boxplot do
CICSAP segundo situação de implantação do Programa Mais Médico e Teste de
significância de comparação de diferenças de médias de CICSAP.
O porte populacional é organizado com esse padrão descrito a seguir: os
pequeno porte 1: até 20.000 habitantes, pequeno porte 2: de 20.001 até 50.000
habitantes; médio porte: de 50.001 até 100.000 habitantes grande porte: de 100.001
até 900.00 habitantes e Metrópole – mais de 900.000 habitantes.
Por se tratar de um estudo com dados secundários, e não conter dados
detalhados do paciente, de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de
Saúde (CNS) nº 510 de 2016, não é necessário a avaliação do comitê de ética em
pesquisa.
25
5 Resultados
Na tabela abaixo, foi apresentado o percentual de cobertura relativa (CR) da
equipe ESF, e a proporção de médicos envolvidos no programa PMM. Percebe-se
que, a implantação do PMM aumentou a cobertura relativa à saúde da família.
Podemos observar que em 2007 a cobertura relativa ESF era de 65% dos
municípios com cobertura 100%. Em 2016, essa proporção foi para 91.4%. Em
2007, 10.3% dos municípios pernambucos tinham CR inferior a 75%, e em 2016
apenas 1.6% dos municípios tinham esse percentual, o que significa uma melhoria
considerável para população. Contudo, deve levar em conta que esses dados não
mostram o impacto real da situação de saúde da população, já que se trata de um
estudo quantitativo. Em 2013, mais de 45,9 dos munícipios não tinham o programa,
ou não tinham médico participando do programa, em 2016, esse percentual caiu
para 13,5% (Tabela 1).
Tabela 1 – Proporção de município por cobertura relativa populacional da estratégia de saúde da Família (ESF) e proporção de médicos do Programa Mais Médico segundo ano de avaliação. Pernambuco, 2007 a 2016.
Ano de avaliação
Cobertura relativa populacional (%)*
Proporção de Médico do Programa Mais Médico (%)
<75 75-99 100.0 Sem
programa 0.0 <20 20-40 40-60 60-80 80-100
2007 10.3 22.2 67.6 - - - - - - -
2008 8.6 15.7 75.7 - - - - - - -
2009 7.6 14.1 78.4 - - - - - - -
2010 6.5 15.1 78.4 - - - - - - -
2011 2.7 16.2 81.1 - - - - - - -
2012 2.2 12.4 85.4 - - - - - - -
2013 2.2 11.9 85.9 7.0 38.9 27.6 18.9 3.2 1.6 2.7
2014 1.6 8.6 89.7 1.6 20.5 26.5 26.5 12.4 5.9 6.5
2015 2.2 7.6 90.3 1.6 13.5 18.9 24.3 21.1 11.4 9.2
2016 1.6 7.0 91.4 1.1 12.4 20.5 24.9 18.4 13.0 9.7 Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017. Nota (1): tabela elaborados pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa. Nota (2): Cobertura relativa populacional caracteriza-se com número de equipes de saúde da família multiplicado por 4.000 pessoas dividido pela população.
26
Na tabela 2, nota-se que houve decréscimo de tendência temporal das
ICSAP, à medida que observa que os coeficientes de inclinação (β) em todos as
Geres que foram negativas, exceto para 12ª regional. Ressalta-se que a significância
estatística (p-valor) e melhores modelos ajustados linearmente foram resultantes
apenas para 7ª Geres. Observe abaixo:
27
Tabela 2 – Média anual de coeficiente de internação por condições sensíveis a atenção primário (ICSAP) segundo Geres. Pernambuco, 2007 a 2016.
Geres 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 β* Teste-t** R2***
Teste F****
1 12.01 9.67 8.65 9.11 8.37 9.15 9.46 9.37 9.16 8.81 -0.1633 0.1479 0.1481 0.1457
2 11.54 9.24 8.84 9.49 8.37 9.05 9.30 8.39 8.41 7.66 -0.2598 0.0116α 0.5162 0.0114
3 13.79 12.14 13.35 11.66 11.17 9.02 8.63 8.09 7.15 7.35 -0.7905 0.0001 α
0.9224 0.0001
4 11.52 9.48 9.39 8.76 8.27 8.77 8.99 7.94 7.44 6.84 -0.3785 0.0006 α
0.7662 0.0008
5 7.16 6.62 6.83 7.44 6.84 6.14 6.93 5.84 5.40 5.61 -0.1798 0.0069 α
0.5718 0.0070
6 9.80 8.84 8.93 11.01 11.71 10.35 9.51 10.24 8.93 6.31 -0.1824 0.2887 0.0313 0.2889
7 19.11 17.06 20.90 24.07 18.15 18.61 17.86 16.38 17.23 13.87 -0.5257 0.0766 0.2578 0.0746
8 8.58 8.78 11.40 11.54 11.18 8.67 10.19 7.02 5.89 3.64 -0.5645 0.0371 α
0.3674 0.0359
9 12.18 10.98 14.90 16.63 15.04 11.65 10.29 8.13 7.26 6.32 -0.8184 0.0204 α
0.4478 0.0198
10 22.35 22.61 27.94 31.44 27.78 20.64 16.08 16.06 9.77 4.31 -2.2113 0.0067 α
0.5745 0.0069
11 17.35 17.70 21.60 26.61 25.87 24.91 19.19 15.83 14.21 10.45 -0.8400 0.1633 0.1309 0.1613
12 8.21 7.79 7.38 7.34 8.10 7.57 7.98 7.86 8.24 7.63 0.0104 0.7902 -0.1145 0.7853
Pernambuco 12.28 10.98 11.99 12.74 11.81 10.80 10.25 9.33 8.43 7.21 -0.5167 0.0010 α
0.732 0.7853
Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017. Nota (1): tabela elaborada pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa. Nota(2): *β – Coeficiente de inclinação de tendência temporal. **Teste-t Students para Coeficiente de inclinação de tendência temporal. ***R
2 – Coeficiente de determinação da regressão simples de tendência temporal.
****Teste F (ANOVA) - Teste de significância de ajuste do modelo de tendência temporal para modelo de regressão simples. α – Significância estatística <0.05
28
No gráfico 1, pode-se observar que os indicadores de ICSAP que
predominantemente estiveram acima dos valores referenciais do estado antes,
foram na Geres ( 9,7,11,e 10), em nesta ordem crescente. Em 2013, com a
implantação do PMM, é visível o decrescimento desses indicadores.
Gráfico 1 – Tendência temporal de ICSAP segundo Geres. Pernambuco, 2007 a 2016.
Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017. Nota 1: gráfico elaborado pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa
Ano de
implantação do
Programa Mais
Médico
29
Nesta representação, observa-se que, antes da implantação do PMM, as
ICSAP eram muito elevadas em algumas Geres. A partir do ano de 2013, com o
início do Programa Mais Médico (PMM), expressa um decaimento mais acentuado
anualmente das ICSAP, assim como uma menor variabilidade entre esses
indicadores por Geres nos últimos 3 anos.
Gráfico 2 – Boxplot de CICSAP (CICSAP) segundo GERES. Pernambuco, 2007 a 2016.
Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017. Nota: gráfico elaborado pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa.
Ano de
implantação do
Programa Mais
Médico
30
Na tabela 3 e gráfico 3, pode-se observar que as unidades geográficas mais
homogêneas populacionalmente houve tendência de decréscimo do CICSAP,
porém, com maior impacto na diminuição para município de médio e pequeno porte,
encerrando o período analisado com valores iguais e menores que a do estado.
31
Tabela 3 – Média anual de coeficiente de internação por condições sensíveis a atenção primário (CICSAP) segundo porte municipal. Pernambuco, 2007 a 2016.
Município 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 β* Teste-t** R2*** Teste F****
Pequeno - Porte 1 12.14 11.12 12.28 13.38 12.51 11.27 10.84 9.69 8.78 7.23 -0.4993 0.0050 α
0.6027 0.0053
Pequeno - Porte 2 12.23 10.75 11.36 11.66 10.83 10.08 9.29 8.62 7.77 6.85 -0.5505 0.0001 α
0.8758 0.0002
Médio Porte 12.66 10.85 13.46 14.02 12.74 10.58 10.32 9.65 8.66 7.58 -0.5658 0.0048 α
0.6072 0.0050
Grande Porte 12.81 11.59 11.40 13.00 11.69 12.53 12.10 10.73 9.79 8.58 -0.3387 0.0150 α
0.486 0.0147
Pernambuco 12.28 10.98 11.99 12.74 11.81 10.80 10.25 9.33 8.43 7.21 -0.5167 0.0010 0.732 0.0013
Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017. Nota 1: tabela elaborados pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa. Nota2: *β – Coeficiente de inclinação de tendência temporal
**Teste-t Students para Coeficiente de inclinação de tendência temporal ***R
2 – Coeficiente de determinação da regressão simples de tendência temporal
****Teste F (ANOVA) - Teste de significância de ajuste do modelo de tendência temporal para modelo de regressão simples. α – Significância estatística <0.05
Nota 3: Pequeno Porte 1: até 20.000 habitantes Pequeno Porte 2: de 20.001 até 50.000 habitantes Médio Porte: de 50.001 até 100.000 habitantes Grande Porte: de 100.001 até 900.000 habitantes
32
Gráfico 3 – Tendência temporal de CICSAP segundo porte municipal. Pernambuco, 2007 a 2016.
Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017. Nota 1: tabela elaborados pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa.
Ano de
implantação do
Programa Mais
Médico
33
Na representação abaixo (Gráfico 4), nota-se que, quando se compara
município por porte populacional (gráfico 4) com recorte geográfico por Geres
(Gráfico 2) o padrão do CICSAP são bem parecidos quando segmentamos em dois
período, antes e após a implantação do PMM (2013). Antes da PMM, o coeficiente
de internações sensíveis, era muito alto, quando correlaciona com anos após a
implantação do programa, além da variância entre si.
Gráfico 4 – Boxplot de coeficiente de internação por causas sensíveis a atenção primária (CICSAP) segundo porte do município. Pernambuco, 2007 a 2016.
Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017.
Nota 1: gráfico elaborado pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa.
Ano de
implantação do
Programa Mais
Médico
34
Na tabela 4 e gráfico 5, mostra que, o teste de significância estatística de
homogeneidade entre o CISSAP, demonstra uma maior similaridade entre os
valores dos últimos 3 anos de serie histórica, com menores valores e variedade em
detrimento dos outros subconjuntos/blocos de ano de avaliação o que sugere um
impacto pontuo epidemiológico com a intervenção do PMM.
Tabela 4 - Teste de significância de agrupamentos homogêneos de médias de CICSAP. Pernambuco, 2007 a 2016.
ANO N Subconjuntos homogêneos para α = 0.05
1 2 3 4 5
2016 185 7.21
2015 185 8.43 8.43
2014 185 9.33 9.33 9.33
2013 185
10.25 10.25 10.25
2012 185
10.80 10.80 10.80
2008 185
10.98 10.98 10.98
2011 185
11.81 11.81
2009 185
11.99 11.99
2007 185
12.28 12.28
2010 185
12.74
ρ-valor 0.056 0.180 0.308 0.079 0.115
Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017. Nota 1: tabela elaborada pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa. Nota 2: Teste de Tukey HSD
a para tamanho de Amostra de média harmônica = 185
No gráfico 5, quando comparamos o antes e depois do PMM, podemos ver o
comportamento das ICSAP. Com a importação do programa o coeficiente desse
indicador foi diminuindo a cada ano de forma significante.
35
Gráfico 5 – Boxplot do CICSAP segundo situação de implantação do Programa Mais Médico. Pernambuco, 2007 a 2016.
Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017. Nota: gráfico elaborado pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa.
Ano de
implantação do
Programa Mais
Médico
36
Na tabela 5, percebe-se que, o teste de significância de diferencia de média
entre anos 2007 e 2016, destaca que para os últimos 3 anos da serie foi unânime as
diferencia significativas em relação ao P.valor dos anos menores que 2013.
Tabela 5 - Teste de significância de comparação de diferenças de médias de CICSAP. Pernambuco, 2007 a 2016.
Anos de avaliação com anos
subsequentes
Diferenças de médias de CICSAP
Aumentar Diminuir
ρ-valor < 0.05 ρ-valor < 0.05
Não significativa Significativa Não significativa Significativa
2007 2008 e 2010 - 2009, 2011, 2012
e 2013 2014, 2015 e
2016
2008 2009, 2010 e
2011 -
2012, 2013 e 2014
2015 e 2016
2009 2010 - 2011, 2012 e
2013 2014, 2015 e
2016
2010 - - 2011 e 2012 2013, 2014, 2015
e 2016
2011 - - 2012 e 2013 2014, 2015 e
2016
2012 - - 2013 e 2014 2015 e 2016
2013 - - 2014 e 2015 2016
2014 - - 2015 e 2016 -
2015 - - 2016 - Fonte: FERREIRA; BEM LEITE, 2017.
Nota 1: tabela elaborada pelos autores com base nos resultados obtidos na pesquisa. Nota 2: Teste de comparações ANOVA com Tukey HSD
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6 Discussão
Pode-se observar nos resultados dos dados analisados que houve impacto
estatístico na redução de doenças por causa sensíveis na atenção básica com a
implantação do PMM em Pernambuco. Mesmo com o crescimento populacional e a
predominância das doenças crônicas não transmissíveis, esse número mostra-se
reduzido quando comparado a anos anteriores.
Um estudo realizado por Andrade (2016), no qual se expressa uma analise da
ESF e sua relação com as ICSAP em Pernambuco, no período de 2000-2014,
mostra que no ano de 2000, tinham 779 equipes de ESF Implantadas em
Pernambuco, em 2014 esse número passou para 2.142, no qual percebe uma
grande expansão da ESF, o que significa melhor melhorias na qualidade do serviço
oferecido a população. Os achados dessa autora mostra que houve uma redução
das taxas de ICSAP que ultrapassou 50% na agregação de portes populacional dos
municípios e 60% nas Regiões de Saúde.
Outro estudo em que foi feito uma análise da evolução da ESF e o PMM, os
resultados apresentou que no Brasil “mais de 57,3% das ESF convencionais,
implantadas em 2012, foram substituídas por equipes do PMM, principalmente nos
municípios com menos de 30.000 habitante o que possibilitou aumento do acesso a
saúde a população” (MIRANDA et al., 2017, p. 141).
Na tabela 1 desse estudo, mostra claramente isso que houve crescimento da
equipe ESF, assim como maior cobertura a população, dados mostra que 91.4% dos
municípios tinha cobertura igual a 100 em 2016 (após a implantação do PMM).
Sendo que um dos principais objetivos da cobertura “é atender as necessidades de
toda a população, fornecendo infraestrutura, recursos humanos e tecnologias de
saúde adequadas, além da implementação de atividades de promoção da saúde e
prevenção de doenças e agravos” (OPAS, 2017, p.41).
No estudo de Miranda (2017) houve indícios que no Brasil, “com a
implantação do PMM foi possível ampliar o acesso e alcançar uma cobertura de
quase 100,0% da população nos municípios de pequeno porte”. (MIRANDA et al.,
2017, p. 141).
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Nos achados, como na mostra na tabela 2, houve decréscimo das ICSAP em
todas as Regiões de Saúde de Pernambuco, nos anos estudados com significância
a partir do PMM. Quando olhamos para gráfico 1, há uma visibilidade das
variedades do coeficiente das ICSAP, em que mostra que antes do PMM, esse
coeficiente se mantinha elevado, e com a importação do programa, esse coeficiente
foi reduzindo anualmente.
Na tabela 3 e gráfico 3 foi achado que houve tendência de decréscimo do
CICSAP, porém, com maior impacto na diminuição para município de médio e
pequeno porte, encerrando o período analisado com valores iguais e menores que a
do estado. No estudo de Andrade (2016) os resultados mostraram que “quando
comparadas as taxas de ICSAP dos diversos estratos de porte populacional com as
taxas do estado, é verificado que os valores abaixo dos de Pernambuco é o grupo
dos municípios com menor população” (ANDRADE, 2016, p. 43).
De modo geral, os resultados mostram que o PMM influenciou na redução do
coeficiente das ICSAP, assim como aumentou o numero de equipe ESF, e prestou
maior cobertura 100% à população. O que torna esse programa ainda mais
importante para população brasileira.
A ICSAP, já vinha tendo diminuição em 2007, mas, os dados mostram que no
ano seguinte tinha aumento, e após a implantação do PMM, essa diminuição
continuou efetiva, como mostra os gráficos 1, 2, 3, 4 e 5. De certa forma, “um dos
focos do Programa foi levar atendimento médico às regiões que apresentam maior
carência desses profissionais por todo o Brasil, inclusive para o estado de
Pernambuco“ (SILVA; FREITAS, 2017, p.19). Esse declínio está mais acentuado nos
municípios de pequeno e médio porte visivelmente. O que nos levar a acreditar que
o programa conseguiu alcançar seu objetivo.
Em uma súmula atualizada em 2017, que teve por objetivo “sintetizar as
conclusões de estudos realizados até o momento sobre o impacto do PMM”,
apontam que:
as ICSAP vêm diminuindo em todo o Brasil, o que dificulta encontrar
significância estatística nas análises de tendência segundo a
implantação do PMM, uma vez que as CSAP são sensíveis ao
funcionamento da AB, mas são também influenciadas pelas
alterações na qualidade de vida. (NEDEL et at., 2017, p. 5)
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Nedel (2017) concluir em sua análise “que o PMM, por meio do aumento de
médicos nas ESF, contribuiu para a maior efetividade e equidade da AB brasileira,
diminuindo as ICSAP, principalmente das populações em maior vulnerabilidade
social e maior escassez de médicos” (NEDEL et al, p. 5). Já MELO (2016), fala que
os “efeitos do PMM no sistema de saúde foram aumento da permanência dos
médicos nas UBS e a expansão da ESF, no que indica melhorias significativas na
APS”, ou seja, “cobertura, acesso, e reordenamento do mercado de trabalho”
(MELO, 2016, p. 2673).
A OPAS coloca que com a implantação do PMM, “possível visualizar o
aumento do número de visitas domiciliares e de atendimentos médicos; como
também uma redução significativa no número de encaminhamentos e de exames de
apoio ao diagnóstico e a terapêutica” (OPAS, 2017, p. 13).
Com o estudo presente, comparando aos de outros pesquisadores podemos
ver que os resultados são bem parecidos quando o enfoque é apresentar o impacto
que o PMM causou na AP do sistema de saúde brasileiro.
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7 Conclusão
Por meio do estudo, temos a ideia de que, quando se investe em cuidados
básicos na saúde, principalmente na AB, e ações que reaproximas os profissionais
da saúde e a população, o resultado desse ato pode ser incrível, impactando
significantemente nos cuidados de media e alta complexidade, demandante de
doenças curáveis na ABS.
Pode-se perceber que o programa foi essencial para a expansão da ESF,
assim como maior cobertura a população, que uma característica primordial na AB
para reduzir o risco de doença, promover saúde e garantir acesso de qualidade ao
serviço. É um programa que tem por intuito ajudar a população em área vulnerável e
de baixa renda econômica a ter acesso à saúde de forma integral e equânime, ter
resolubilidade de seus problemas, assim como minimizar as superlotações de
hospitais, ou seja, acesso de qualidade nas ESF, menor a chance de necessidade
dos cuidados de média de alta complexidade.
Os achados deste estudo são relevantes para aos gestores da área de saúde
do Estado de Pernambuco, auxiliando tomada de decisão para planejamento de
ações para AB, visto que, os indicadores de ICSAP e sua relação como o PMM
mostram indícios importantes para continuar investindo no programa. O estudo
pode servir como base referencial para outros estudos, em razão que há poucos
estudos avaliando o impacto da PMM, associando as ICSAP.
Com isso, pode-se concluir que o PMM, é uma politica que tem por
consequência diminuição das doenças que acomete a população brasileira,
principalmente aquelas susceptibilidade a APS, que é a porta de acesso mais
importante para o investimento de ações prevenção, promoção, assistência,
reabilitação e reocupação da saúde.
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