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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA YURI ANDREY FERREIRA DO CARMO EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM PARÂMETROS DE SAÚDE CARDIOVASCULAR E DESEMPENHO MUSCULAR: UMA REVISÃO DA LITERATURA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

YURI ANDREY FERREIRA DO CARMO

EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM PARÂMETROS DE SAÚDE

CARDIOVASCULAR E DESEMPENHO MUSCULAR: UMA REVISÃO DA

LITERATURA

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

YURI ANDREY FERREIRA DO CARMO

EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM PARÂMETROS DE SAÚDE

CARDIOVASCULAR E DESEMPENHO MUSCULAR: UMA REVISÃO DA

LITERATURA

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2016

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Leonardo de Sousa Fortes

TCC apresentado ao Curso de Xxxxxxxxxxxxx da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de xxxxxxxxxxx em Xxxxxxxxxxxx. Orientador: Co orientador:

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Catalogação na Fonte

Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV. Bibliotecária Ana Ligia Feliciano dos Santos, CRB4- 2005

C287e Carmo, Yuri Andrey Ferreira do.

Efeitos do treinamento de força em parâmetros de saúde cardiovascular e desempenho muscular: uma revisão da literatura/ Yuri Andrey Ferreira do Carmo. - Vitória de Santo Antão, 2016.

32 f. Orientador: Leonardo de Sousa Fortes. TCC (Bacharelado em Educação Física) – Universidade Federal de

Pernambuco, CAV. Núcleo de Educação Física, 2016. Inclui bibliografia.

1. Educação Física e Treinamento. 2. Treinamento de Resistência. 3. Força muscular. I. Fortes, Leonardo de Sousa (Orientador). II. Título.

796.41 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-081/2016

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YURI ANDREY FERREIRA DO CARMO

EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM PARÂMETROS DE SAÚDE

CARDIOVASCULAR E DESEMPENHO MUSCULAR: UMA REVISÃO DA

LITERATURA

Aprovado em: 08/07/2016.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Dr. Leonardo, de Sousa Fortes (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________ Prof.. Ms. Saulo Fernandes de Melo

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________ Prof.. Dr. Ary Gomes Filho

Universidade Federal de Pernambuco

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Leonardo de Sousa Fortes

TCC apresentado ao Curso de Xxxxxxxxxxxxx da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de xxxxxxxxxxx em Xxxxxxxxxxxx. Orientador: Co orientador:

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Dedico este trabalho primeiramente a DEUS, seguida a familiares e amigos

Que me ajudaram e apoiaram durante minha formação profissional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS por tudo que ele vem e tem me concedido: suas benções,

os bons ou maus momentos.

Sou grato a meus familiares que os amo assaz e com especiais destaques à

minha querida mãe Abigail Ferreira do Carmo, ao meu querido pai Domingos Sávio

do e a meu irmão Yan Sávio Ferreira do Carmo, por se dedicar, apoiar, ensinar,

orientar durante todos esses anos, fazendo de mim um ser humano melhor.

Além disso, quero agradecer aos amigos da turma de Educação Física 2012;

aos integrantes do Grupo de Pesquisa "Psicologia Aplicada ao Esporte e Exercício"

(CNPq) do qual faço parte; ao meu orientador e amigo o professor Dr. Leonardo de

Sousa Fortes obrigado pela dedicação e paciência que teve comigo; ao Corpo

Docente da UFPE/CAV na minha formação acadêmica; ao Sport Club do Recife; ao

Projeto Movimenta CAV e a DEMello Fitness pelo estágio, ao qual pude obter

conhecimento teórico e grande experiência na prática.

Em suma, gostaria de descrever a minha gratidão a todas as pessoas e a

quem pude e posso pedir ajuda e acreditar, e podendo ser recíproco em quaisquer

circunstâncias com elas.

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RESUMO

O objetivo desta revisão foi avaliar os efeitos do treinamento de força em parâmetros

de saúde e desempenho em adultos jovens e saudáveis do sexo masculino. Foi

realizada uma busca na base eletrônica SciELO® e os critérios para selecionar os

estudos foram: 1) artigos originais; 2) artigos publicados entre os anos de 2008 e

2015; 3) estudo realizado apenas com humanos, do sexo masculino e na faixa-etária

entre 18 e 30 anos; 4) estudos que apresentaram uma das seguintes variáveis

dependentes: morfologia corporal e/ou desempenho neuromuscular. Após a

pesquisa foram encontrados 66 artigos, dos quais apenas 8 atendiam aos critérios

de inclusão. Os resultados da revisão demonstraram que o treinamento de força

pode acarretar no ganho significativo de força muscular e como a execução do

movimento e quando relacionado à saúde, nota-se que esse tipo de treinamento

pode ocasionar numa significativa melhora na manutenção da frequência cardíaca,

pressão arterial, redução de algumas circunferências ocorridas em indivíduos sendo

eles jovens ou adultos. Conclui-se que o treinamento de força, pode ser efetivo na

saúde e desempenho neuromuscular em jovens adultos do sexo masculino.

Palavras-chave: Treinamento de força. Treinamento resistido. Treinamento com

pesos.

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ABSTRACT

The objective of this review was to evaluate the effects of strength training on health

parameters and performance in healthy young adult males. a search was conducted

in the electronic base SciELO® and criteria to select the studies were: 1) original

articles; 2) articles published between the years 2008 and 2015; 3) study only

human, male and age group between 18 and 30 years; 4) studies showed that one of

the following dependent variables: body composition and / or neuromuscular

performance. After research found 66 articles, of which only eight met the inclusion

criteria. The results of the review have shown that strength training can result in

significant gains in muscle strength and how the execution of the movement and

when related to health, it is noted that this type of training can result in a significant

improvement in maintaining heart rate, pressure blood, reducing some

circumferences that have occurred in individuals being young or adults. We conclude

that strength training can be effective in health and neuromuscular performance in

young adult males.

Keywords: Strength training. Resistance training. Weight training.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxograma da metodologia aplicada nesta revisão................................ 20

Figura 2 - Fluxograma dos resultados da pesquisa.................................................. 21

Quadro 1 - Resultados obtidos após a pesquisa na base eletrônica de dados

Scielo........................................................................................................................ 22

Tabela 1 - Resultados encontrados nos estudos com relação aos autores, gênero,

número de indivíduos, protocolos e os

resultados............................................................................................................ 23-25

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LISTA DE ABREVIAÇÕES:

AQ: Aquecimento;

CCONC: Controle concêntrico;

CEXC: Controle excêntrico;

D: Duração;

EC: Extensão de cotovelo;

FL: Flexão de cotovelo;

FR: Força;

FC: Frequência cardíaca;

HP: Hipertrofia;

IN: Intervalo;

LDL: Lipoproteína de baixa densidade

MC: Método circuitado;

MT: Método tradicional;

PA: Pressão arterial;

PAS: Pressão arterial sistólica;

R30: Repetições a 30% de 1RM;

R60: Repetições a 60% de 1RM;

RM: Repetição máxima;

RS: Resistência;

TCONC: Treinamento concêntrico;

TEXC: Treinamento excêntrico.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................................... 15

2.1. Treinamento de força .................................................................................................... 15

2.2. Força Muscular ............................................................................................................. 15

2.3. Desempenho neuromuscular ........................................................................................ 16

2.4 Morfologia Corporal ....................................................................................................... 17

3 OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 19

4 METODOLOGIA .............................................................................................................................. 20

5 RESULTADOS ................................................................................................................................ 20

6 DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 26

6.1 Treinamento de força relacionado a saúde. ............................................................................ 26

6.2 Treinamento de força relacionado ao desempenho. .............................................................. 27

7 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 29

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 30

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12

1 INTRODUÇÃO

O treinamento de força é composto por exercícios que aproveitam a

contração voluntária da musculatura esquelética contra determinada forma de

resistência, que pode ser obtida por meio do próprio corpo, pesos livres ou

máquinas. Os parâmetros ou variáveis do treinamento de força são: volume,

intensidade, frequência, duração, recuperação, ordem dos exercícios e velocidade

de execução para a prescrição do treino (COSTA, 2013). Mccurdy et al (2004) afirma

que carga de treinamento é a variável mais importante no treinamento de força.

Chagas et al (2005) afirma que a intensidade do treinamento, em grande parte das

vezes, está correlacionada ao percentual da intensidade, que ocorre por intermédio

do teste de uma repetição máxima (1-RM).

O Cólegio Americano de Medicina do esporte (2002) cita em um estudo

algumas informaçoes importantes no que diz respeito a algumas variavéis para este

tipo de treinamento, como: A intensidade para indivíduos do iniciante ao

intermediário, treinarem com cargas correspondentes a 60% a 70 % de 1 RM com 8

a 12 repetições, e indivíduos avançados cargas de 80% a 100 % de 1 RM para

maximização da força muscular; devem ser inclusas no programa de treinamento de

força, ações musculares concêntricas, excêntricas e isométricas; o número de séries

ou sets deve ser prescrito de uma a três séries por exercícios para iniciantes; quanto

à velocidade de execução para indivíduos não treinados, recomenda-se utilizar de

velocidades lentas a moderadas; a frequência de treino para iniciantes varia de duas

a três vezes por semana, para intermediários, frequência de 3 a 4 dias por semana;

quanto ao repouso para iniciante, intermediário e avançado, é recomendado pelo

menos de 2 a 3 minutos para exercícios com pesos (para aqueles exercícios

específicos para melhorar a força máxima, como, por exemplo, o agachamento e

supino), já para exercícios auxiliares (como: exercícios de Core) , de 1 a 2 minutos

parece ser o suficiente; quanto a seleção de exercicios, podem ser prescritos

exercicios unilaterais, bilaterais e múltiplos exercícios, dando ênfase em exercícios

de múltiplas articulações para maximizar a força muscular global em indivíduos

iniciantes , intermediários e avançados.

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Quando se fala na manipulação de algumas variáveis ou parâmetros sobre o

desempenho neuromuscular, Pirauá et al. (2013) afirmam que, os indivíduos que

objetivam ganhos musculares gerais, os resultados iguais podem ser alcançados

com exercícios mono e multiarticulares, para membros superiores e inferiores em

ordens diferentes no método circuito. A intensidade do exercício será compreendida

de forma parecida, independente da sequência dos exercícios. Para os que

objetivam ganhos musculares específicos, exercícios prioritários necessitam ser

executados no início da sessão. Para Monteiro et al. (2006) não houve diferença na

carga para 10RM (repetições máximas) entre os diferentes lados do corpo nos

exercícios selecionados, o mesmo não ocorrendo no exercício bilateral em relação

ao somatório de ambos os membros. Ao menos nos exercícios avaliados, a prática

bilateral gerou maior mobilização de carga do que aquela analisada no somatório

unilateral.

Já quando se diz respeito o treinamento de força com paramêtros

relacionados à saúde, D’Assunção et al. (2007) afirmam que as respostas

cardiovasculares agudas ao treinamento de força, como aumento da PAS (Pressão

arterial sistólica), FC (Frequência cardíaca) pode está envolvida a massa muscular

trabalhada, padrão respiratório e número de séries executadas que variam em

função do tipo, intensidade e duração do exercício. No entanto, o seu estudo indicou

que a massa muscular envolvida no desempenho não influencia nas respostas

cardiovasculares (como FC e PAS) em normotensos ao treinamento de força para

valores equivalentes de intervalo, volume e intensidade do treinamento. No entanto,

eles afirmam tambem que, o desempenho dos indivíduos avaliados pode diferir em

grupos populacionais específicos, assim como em diferentes varievéis do

treinamento (velocidade de execução, posição corporal e intervalos de recuperação).

Já o estudo Abad et al (2010) afirmam que o trabalho cardiovascular durante

o treinamento de força acarretou no aumento da PAS. O período de recuperação

promoveu maior alteração autonômica, compatível com manutenção do balanço

simpatovagal aumentado.

Deste modo, embora outras revisões sistemáticas tenham sido conduzidas

com o objetivo de melhor compreender o efeito da manipulação do treinamento de

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força, quando relacionado com desempenho como também com a saúde o principal

objetivo desta revisão sistemática é o de buscar na literatura o que diz respeito a

possíveis efeitos do treinamento de força sobre desempenho neuromuscular e na

saúde de indivíduos jovens adultos do sexo masculino.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Treinamento de força

O Treinamento se caracteriza por um processo repetitivo e sistemático

combinado de exercícios progressivos que tendem a aperfeiçoar o desempenho.

Deste modo, o treinamento físico pode ser entendido como um processo organizado

e sistemático de aperfeiçoamento físico, nos seus aspectos morfológicos e

funcionais, impactando espontaneamente sobre a capacidade de execução de

tarefas que englobem demandas motoras, sejam essas esportivas ou não

(BARBANTI et al.,2008).

Com isso, Arruda et al. (2010) descreve que o treinamento de força consiste

em exercícios que usam a contração voluntária da musculatura esquelética contra

determinada forma de resistência, que pode ser obtida por meio do próprio corpo,

pesos livres ou máquinas. Esse treinamento realizado com pesos é utilizado com

várias finalidades, tais como: melhora do rendimento em esportes, condicionamento

físico, estética e promoção da saúde, havendo efeitos benéficos, no acréscimo da

força muscular, potência e resistência anaeróbia (SOUZA et al.,2008).

2.2. Força Muscular

A força muscular é definida como a capacidade do músculo esquelético em

gerar tensão a uma resistência externa em um determinado tempo ou velocidade. É

comumente expressa como uma repetição máxima (RM), a carga máxima que pode

ser movida por um movimento, enquanto a potência é o resultado do produto da força

x velocidade. (DIAS, 2006; SOUZA, 2007; BARBANTI, 2008). A capacidade de gerar

força é necessária para todos os tipos de movimentos.

A área de secção transversa da fibra muscular (AST) está positivamente

relacionada à produção de força máxima. A disposição das fibras de acordo com o

seu ângulo de penação, comprimento do músculo, ângulo da articulação e

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16

velocidade de contração pode modificar a expressão da força muscular. (ACMS,

2002). A força muscular pode ser classificada em força máxima, força rápida,

resistência de força e força isométrica (SOUZA et al, 2007; FARTO et al, 2001)

2.3. Desempenho neuromuscular

Nas fases iniciais do treinamento de força as adaptações neurais são,

seguidas das fases intermediárias e avançadas, que estão pertinentes à hipertrofia

muscular. As unidades motoras são recrutadas e, à medida que houver maior

solicitação delas, terá maior tensão muscular, estes estímulos ocasionados pelo

treinamento de força, podem acarretar no aumento da força máxima. As adaptações

neurais e estruturais do sistema neuromuscular sucedem ao aumento da força pós-

treinamento de força. Este tipo de adaptação é um conceito que, repetidas vezes,

pode ser mal-entendido e descuidado ao projetar programas de treinamento. Assim,

para programas de treinamento é necessária a aplicação destes mecanismos

(MAIOR et al., 2003).

O movimento humano é controlado e ajustado pelo sistema nervoso. A reação

do processo contrátil da fibra muscular é controlada pelo total de impulsos neurais

inibitórios e excitatórios que se comunicam continuamente aos neurônios e

determinam seu potencial para a excitação. As unidades motoras são definidas

como um nervo motor e todas as fibras por ele inervadas, tornando-se a unidade

funcional básica do músculo esquelético (MAIOR,2003). Os ganhos de força se

destacam a partir do melhoramento na sincronização das unidades motoras, por

essa ocorrência, resulta-se em maior velocidade de contração e aumenta a

capacidade dos músculos de gerarem mais força.

O sistema neuromuscular quando estimulado, pode ser usado e desenvolvido

para obter melhores adaptações com o treinamento intenso de força, portanto,

objetivando um melhor desempenho motor. As unidades motoras estabelecem a

ligação entre os músculos e o sistema nervoso, que é o principal elemento para os

ganhos de força iniciais, tornando o recrutamento das fibras musculares de forma

sincronizada. O acréscimo da estimulação de unidades motoras durante o

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17

treinamento de força se define, pelo fato de quanto maior o estímulo perto da tensão

máxima, maior será o número de fibras recrutadas para gerar força (ACMS, 2002).

Portanto, para Maior et al. (2003) deve-se enfatizar que o treinamento de força

progressivo é essencial para que desenvolva melhorias na sincronização das

unidades motoras, e consequentemente, melhor ativação dos motos neurônios,

gerando mais força muscular e melhorando o desempenho neuromuscular.

2.4 Morfologia Corporal

O músculo esquelético é um tecido extremamente plástico que consegue se

habituar ligeiramente às ações impostas a ele. O estímulo mecânico, como o

acréscimo da sobrecarga, gera adaptações que resultam em ampliação da área de

secção transversa, a hipertrofia e também em modificações nas características

contráteis das fibras musculares (BARROSO, 2005). A hipertrofia é definida pelo

aumento da área de secção transversa da fibra muscular.

São acreditados que os processos correlacionados à hipertrofia contenham o

aumento da síntese e/ ou redução da degradação de proteína. O mecanismo

causador do dano muscular é mecânico (BARROSO, 2005). Uma das

consequências que o treinamento de força acarreta é o aumento da síntese proteica.

Com esse aumento, a quantidade de proteínas no interior do sarcoplasma tende a

aumentar. Esse grande acúmulo de proteína intracelular causa um “problema” para

a célula, pois cada núcleo da fibra muscular é “responsável” por um determinado

volume do sarcoplasma. Com o acréscimo na quantidade de proteína no interior da

célula há um consequente aumento do volume sarcoplasmático, provocando um

desequilíbrio na razão núcleo (sarcoplasma) da célula. Devido ao grande aumento

do volume sarcoplasmático solicita-se um maior número de núcleos, que é obtido

por meio do agrupamento de células satélites pela fibra muscular. Essas células são

capazes de se proliferar para dar assistência durante o processo de reparo às

lesões sofridas, uma das hipóteses é que elas são ativadas após o dano muscular.

O mecanismo causador do dano muscular é mecânico.

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18

Lamas et al (2007) demonstraram que o treinamento de força e o de potência

foram eficientes em gerar hipertrofia das fibras musculares, conforme evidenciado

pela análise da área de secção transversa (AST) das fibras, indicando contrapartida

nas adaptações morfológicas causadas. Para Barroso et al (2005) o treinamento de

força, atualmente, é o método mais utilizado para aumentar a sobrecarga com o

intuito de provocar adaptações dessa natureza nos músculos esqueléticos.

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19

3 OBJETIVOS

Objetivo Geral

Esta revisão da literatura tem como objetivo investigar os efeitos do

treinamento de força em parâmetros de saúde e desempenho.

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20

Figura 1 - Fluxograma da metodologia aplicada nesta revisão

4 METODOLOGIA

Foi realizada uma busca na base eletrônica SciELO® entre os anos de 2008 e

2015. Foram adotados os seguintes descritores: treinamento com pesos,

treinamento resistido e treinamento de força.

Critérios de Inclusão

Foram incluídos os estudos que atendessem os seguintes critérios: 1) artigos

originais; 2) artigos publicados entre os anos de 2008 e 2015; 3) estudo realizado

apenas com humanos, do sexo masculino e na faixa-etária entre 18 e 30 anos; 4)

estudos que apresentaram uma das seguintes variáveis dependentes: morfologia

corporal e/ou desempenho neuromuscular.

Fonte: CARMO, Y. A. F. 2016.

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21

5 RESULTADOS

Os resultados da busca bibliográfica para este estudo estão na figura 1, à

qual revela 66 estudos (todos na base de dados eletrônicos Scielo), porém, após a

leitura de títulos e resumos, o número de estudos reduziu-se para dezesseis (16).

Em seguida, foi realizada uma leitura minuciosa, restando, por fim, em apenas oito

estudos (8). Esses se encontravam dentro dos critérios de inclusão. Os excluídos

não permaneceram no estudo por: 1) não abordarem o treinamento de força quando

relacionado com o desempenho neuromuscular e saúde ;2) pelo gênero dos

indivíduos estudados e; 3) pela faixa etária das amostras não se enquadrar no que a

revisão precisaria.

Foram encontrados estudos aplicados a indivíduos adultos ou jovens. Grande

parte dos artigos encontrados aplicou e avaliou o treinamento de força sobre os

membros inferiores. Alguns estudos como os de Gois et al. (2014) e R. Júnior et al.

(2010) apresentaram uma variação de protocolos aplicados e também quanto ao

número de sessões e semanas, tanto do teste como do treinamento. Entre os 8

artigos encontrados, como o de Spineti et al. (2013), demonstram alterações

significativas tanto na morfologia, quanto no desempenho neuromuscular. Apenas 2

achados tiveram correlação com a saúde.

Fonte: CARMO, Y. A. F. 2016.

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22

Quadro 1 - Resultados obtidos após a pesquisa na base eletrônica de dados Scielo.

PALAVRAS-CHAVE BASE DE DADOS NÚMERO DE ARTIGOS

ENCONTRADOS

TREINAMENTO RESISTIDO SCIELO.BR 19

NÚMERO DE ARTIGO

SELECIONADOS 2

TREINAMENTO COM

PESOS SCIELO.BR 9

NÚMERO DE ARTIGO

SELECIONADOS 2

TREINAMENTO DE FORÇA SCIELO.BR 38

NÚMERO DE ARTIGO

SELECIONADOS 4

TOTAL DE ARTIGOS NÃO SELECIONADOS 66

TOTAL DE ARTIGOS SELECIONADOS 8

Fonte: CARMO, Y. A. F. 2016.

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23

Tabela 1 – Detalhamento dos estudos selecionados

Autores

Nº de

sujeitos/

Gênero

Faixa etária Protocolo de treinamento Protocolo de treinamento especifico Resultados

Aniceto et al.

(2013)

Homens

adultos treinados

18 e 29 anos

D: 3 semanas;

IN: 24 horas entre as sessões, de 1’ a 5’ (Teste de 1RM, 1ªsemana), 2ª e

3ª semana 1’.

AQ: 5 a 10 reps com 40 a 60% de 1

RM.

MT: 8 exercícios,

3 series = 24, 10 reps/serie, a 60% de 1RM.

MC: 3 exérc. /Estação = 24 estações, com 10reps/estação, a 60% de

1RM.

Maior dispêndio energético anaeróbio em resposta ao MT quando

comparado ao MC.

Spineti et al.

(2013)

Trinta e dois

homens.

30,5 ± 1,7

29,1 ± 2,9

25,9 ±3,5

D:12 semanas (2 sessões p/semana = 24 sessões);

IN:72 horas entre cada sessão,

séries 1’ a 3’.

AQ: 20 rep. A 50% de 1RM

HP: 3x8 – 10 RM;

RS: 2x12 RM;

FR: 4X3 RM.

PO foi mais efetiva para promover melhoras sobre a força dinâmica máxima nos exercícios que iniciavam a sessão e sobre a hipertrofia

muscular do EC e FL.

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Cunha et al.

(2011)

Onze homens 26,2 ± 3,4 anos

D: 5 sessões

IN: 72 horas

AQ:2 séries de 5 repetições

submáximas a 120°.s-1

Teste: 1 série de 3 repetições máximas de contração

isocinética concêntrica, descanso entre as diferentes

velocidades foi de 1’.

Treino: 4 séries de 10 repetições isocinéticas concêntricas

máximas na velocidade de contração moderada (120°.s-1),

com um intervalo de descanso de 2 minutos entre cada série.

Os achados confirmaram apenas parte desta hipótese,

considerando-se que encontramos ganho significativo apenas no pico de torque, para as velocidades de 60°. s-1 e 120°.s-1.

Rocha et al.

(2010)

Nove sujeitos do

sexo masculino

23,33± 3,46

anos

D: 2 sessões

IN: 48 a 72 horas; entre as tentativas de 5’ ,de maquina 20’;

AQ: 8 reps. a 50% de 1RM

previsto.

R30: 15 reps/30% de 1RM

R30: 15 reps/60% de 1RM

RC: 15 reps/30 e 60% de 1RM

IN:1 ‘

Inclinações das retas de regressão do RMS indicam um aumento progressivo no número de unidades motoras recrutadas no músculo

vasto lateral.

Gois et al.

(2014)

Cento e cinco

homens 18 e 30 anos

D: CCONC e CEXC apenas 1

sessão,

TCONC e TEXC 10 sessões, 3

vezes por semana;

IN: 48 horas entre as sessões

(TCONC e TEXC)

CCONC e CEXC: 3 series com 100% de 1RM;

TCONC e TEXC: As sessões 1 e 2 de 3 séries de 8 repetições (80% de 1RM), com 3‘de intervalo entre as séries;

as sessões 3 e 4, de 3 séries de 6 repetições (85% de 1RM),

com 2‘de intervalo entre as séries;

as sessões 5 e 6, de 3 séries de 4 repetições (90% de 1RM),

com 1’e 30” de intervalo;

as sessões 7 e 8 de,3 séries de 2 repetições (95% de 1RM),

com 40“ de intervalo;

e as sessões 9 e 10 as de 3 séries de 1 repetição a 100% de1

RM, com 20” de intervalo entre as séries.

Aumento da força muscular, avaliada por meio do teste de 1RM, no momento final em relação ao momento inicial para o grupo

TEXC.

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Panissa et al.

(2009)

Dez sujeitos do

sexo masculino 24 ± 5 anos

D:4 sessões

IN:48 horas a 3 semanas;

AQ: 8 reps a 50% de 1RM

Exercícios com intensidade a 70% de 1RM e 3 series com 12

reps. Intervalo de 2’

Não houve diferenças no GE total em decorrência da ordem de

execução do exercício concorrente.

Polito et al.

(2010)

Quatorze homens

29 ± 1 anos

27 ± 1 anos

D: 12 semanas (3 x por semana =

34 sessões);

IN: 48 horas entres as sessões e

entre as series de 50” a 3’.

Inicialmente, 2 séries de 15-20 reps. Após a 3ª e 4ª semana 10 – 15 repetições.

Aumento significativo de 6% na força muscular no exercício supino em banco horizontal e de 20% no exercício de extensão de

pernas nas primeiras 6 semanas para o GE. Com o fim das 12

semanas, o aumento foi ainda maior (10% para supino em banco horizontal e 31% para extensão de pernas).

Ribeiro et al.

(2013)

Dez homens 25,6 ± 5,7 anos

D: 7 sessões

IN:48 a 72 horas;

AQ: 6 a 10 repetições a 50% de 1

RM.

1RM:3 tentativas de 2 reps. Intervalo de 3’ a 5’ entre as

tentativas;

Tri-set: 8 a 12 reps (80% de 1RM).

O sistema tri-sets com um exercício monoarticular, em vez de com

um exercício de multiarticular pode promover um melhor desempenho do motor, de acordo com o número de e repetições.

Fonte: CARMO, Y. A. F. 2016.

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6 DISCUSSÃO

A presente revisão da literatura teve o intuito de avaliar os possíveis efeitos

que o treinamento de força pode gerar no desempenho neuromuscular e na saúde

de indivíduos jovens adultos do sexo masculino. A maior parte dos achados

demonstrou avaliar o desempenho, apenas dois tiveram correlação quanto à saúde.

6.1 Treinamento de força relacionado a saúde.

Os estudos realizados por Panissa et al. (2009) e Polito et al. (2010)

demonstram resultados significativos quando se diz respeito a parâmetros

relacionado a saúde.

No estudo de Polito et al. (2010) aplicou um programa de treinamento de

força, três vezes por semana, durante 12 semanas, sendo que a frequência média

dos sujeitos foi de 34 sessões de treinamento. O programa foi constituído pelos

exercícios realizados na seguinte ordem: supino em banco horizontal, extensão de

pernas, supino inclinado, puxada no pulley, flexão de pernas, remada, tríceps no

pulley, agachamento na máquina, desenvolvimento e rosca direta de bíceps. Esses

indivíduos realizaram, inicialmente, duas séries de 15-20 repetições e intensidade

determinada subjetivamente próxima à fadiga. A partir da terceira e quarta semana,

foram realizadas 10-15 repetições com a mesma intensidade. O ajuste das cargas

ocorria quando o sujeito reportava condições de realizar confortavelmente as

repetições determinadas. Em todos os casos, o intervalo de recuperação entre as

séries e os exercícios foi de 50s a 3 minutos. Em seus resultados foi demonstrado

que 12 semanas de treinamento de força foram suficientes para aumentar a força

muscular e reduzir o somatório de dobras cutâneas, e redução do perfil típico, sendo

assim efetivo diminuindo os riscos de doenças coronarianas. No estudo de Silva et

al. (2010) foi demonstrado que, o treinamento de força pode ser propício para

redução dos níveis de Lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), sobretudo em

homens adultos, diferente de Polito (2010).

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6.2 Treinamento de força relacionado ao desempenho.

A maioria dos achados tiveram correlação com o treinamento de força e

desempenho muscular. No estudo de Ribeiro et al. (2013) dez homens com

experiência em treinamento de força foram submetidos a duas sessões

experimentais, nas quais os sujeitos realizaram duas sequências de exercícios para

o peitoral: Sequencia A (supino horizontal, supino inclinado e voador) e sequencia B

(voador, supino Inclinado e supino horizontal). A carga utilizada permitiu a realização

de 8 a 12 repetições (80% de 1-RM) em cada exercício. Os resultados sugeriram

que, no sistema de tri-set, o exercício monoarticular sendo inserido antes dos

exercícios multiarticulares, foi mais efetivo no ganho de força, assim acarretando no

maior número de repetições e o maior volume de treinamento é alcançado.

Seguindo a mesma linha de pesquisa de Ribeiro (2013), Rocha et al. (2010)

em seu estudo submeteram nove sujeitos saudáveis do sexo masculino a rotinas de

treinamento nas quais os exercícios cadeira extensora e leg press 45° eram

realizados em sequência. Na rotina de baixa intensidade, foram realizadas 15

extensões unilaterais de joelho, seguidas de 15 repetições de leg press 45° com

cargas de 30% e 60% de uma repetição máxima (1-RM), respectivamente. Na rotina

de alta intensidade, a mesma sequência foi executada, porém a carga dos dois

movimentos foi de 60% de 1-RM. A eletromiografia de superfície foi registrada no

músculo vasto lateral por meio de um arranjo linear de eletrodos. Os resultados

indicaram um recrutamento mais efetivo de unidades motoras nas rotinas de

exercício multiarticular precedidas de exercício monoarticular. Ao contrário dos

estudos anteriores, Pirauá et al. (2013) afirmam em seus resultados que os

praticantes de treinamento de resistência que visam a ganhos musculares gerais

devem realizar exercícios simples e multi-articulares, alternando superior e inferior.

Spenitti et al (2013) realizou um estudo com vinte e nove homens não

experientes. Os indivíduos realizaram o teste de uma repetição máxima (1RM) nos

exercícios rosca bíceps, rosca tríceps, puxada aberta e supino reto, contração

isométrica voluntária máxima e espessura muscular para flexores de cotovelo (FL) e

extensores de cotovelo (EC) antes e após o período de 12 semanas de treinamento.

O grupo PO variou o volume e a intensidade do treinamento diariamente, e o grupo

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PL a cada quatro semanas. Ambos os períodos foram efetivos tanto nos ganhos

força, como na hipertrofia. No entanto, o PO promoveu maior incremento da força

máxima nos exercícios que iniciaram a sessão e hipertrofia muscular.

Cunha et al. (2011) em seu estudo onze homens sadios participaram de um

programa de treinamento isocinético de curta duração, composto por 3 sessões (4

séries; 10 repetições isocinéticas concêntricas a 120°. s-1; 2 minutos de intervalo

entre séries). As avaliações do treinamento foram aplicadas pré e pós a 2ª e 3ª

sessões (1 série; 3 repetições concêntricas de extensão do joelho a 60°. s-1, 120°.s-

1 e 180°.s-1). Os resultados obtidos sugerem que, duas sessões de exercício

isocinético foram suficientes para induzir ganhos de força em indivíduos jovens,

sobre ambas as velocidades.

Gois et al. (2013) realizou seu estudo com cento e cinco homens, eles foram

distribuídos em quatro grupos: controle concêntrico (CCONC), controle excêntrico

(CEXC), treinamento concêntrico (TCONC) e treinamento excêntrico (TEXC). Os

grupos CCONC e CEXC realizaram uma sessão de exercício reduzido (ER) para o

grupo extensor do joelho [três séries de uma repetição a 100% de uma repetição

máxima (1RM) ], e os grupos TCONC e TEXC realizaram dez sessões de

treinamento. Eles concluíram que treinamento de força realizado com ênfase em

contrações excêntricas promoveu ganho de força e aumento da modulação vagal

cardíaca durante o processo de recuperação em relação à condição basal.

A presente revisão apontou que o treinamento de força pode gerar alterações

nas variáveis analisadas, porém é composto por alguns obstáculos, podendo citar:

ter utilizado apenas uma base de dados eletrônicos, poucos artigos correlacionados

com o tema abordado, poucos artigos selecionados. Grande parte deles teve maior

correlação com o desempenho neuromuscular/motor, quando comparado com a

saúde.

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7 CONCLUSÃO

Os achados desta revisão mostraram resultados significativos, tanto quanto

ao desempenho neuromuscular/motor em grande parte em membros inferiores,

como também quando falado em questão da manutenção da saúde. Podendo citar o

gasto energético, a frequência cardíaca, a redução de algumas circunferências

corporais, entre outros fatores, ocorridos em indivíduos, sendo eles jovens adultos.

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