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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Dissertação Insatisfação corporal em frequentadoras de academia na cidade de Pelotas, RS Tanísia Hipólito Medeiros Pelotas, 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Dissertação

Insatisfação corporal em frequentadoras de academia na cidade de

Pelotas, RS

Tanísia Hipólito Medeiros

Pelotas, 2015

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Tanísia Hipólito Medeiros

Insatisfação corporal em frequentadoras de academia na cidade de

Pelotas, RS

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Educação Física da

Universidade Federal de Pelotas como requisito

para a obtenção do título de Mestre em Educação

Física. Linha de Pesquisa: Atividade Física e

Desempenho.

Orientador: Prof. Dr. Marlos Rodrigues Domingues

Pelotas, 2015

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Tanísia Hipólito Medeiros

Insatisfação corporal em frequentadoras de academia na cidade de

Pelotas, RS

Dissertação aprovada, como requisito parcial, para obtenção do grau de Mestre em Educação Física na linha de pesquisa em Atividade Física, Saúde e Desempenho, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Escola Superior de Educação Física, Universidade Federal de Pelotas.

Data da Defesa: 29/04/2015

Banca examinadora:

Prof. Dr. Marlos Rodrigues Domingues (Orientador).

Doutor em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas.

Profª. Drª. Gicele Costa Mintem.

Doutora em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas.

Prof. Dr. Pedro Curi Hallal.

Doutor em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas.

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Dedico este trabalho aos meus pais e avó.

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Agradecimentos

À minha mãe, pelo amor incondicional, incentivo e apoio incansável.

Ao meu pai, pela serenidade transparecida.

À minha avó, por todo o amor e anos de dedicação à minha criação.

Aos meus amigos, pelo carinho e por compreenderem minha ausência.

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Don't forget

There is always somebody or something

waiting for you,

something stronger, more intelligent,

more evil, more kind, more durable,

something bigger, something better,

something worse, something with

eyes like the tiger, jaws like the shark,

something crazier than crazy,

saner than sane,

there is always something or somebody

waiting for you

as you put on your shoes

or as you sleep

or as you empty a garbage can

or pet your cat

or brush your teeth

or celebrate a holiday

there is always somebody or something

waiting for you.

keep this fully in mind

so that when it happens

you will be as ready as possible.

meanwhile, a good day to

you

if you are still there.

I think that I am---

I just burnt my fingers on

this

cigarette.

(Charles Bukowski - 1920-1994)

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RESUMO

HIPÓLITO, Tanísia; DOMINGUES, Marlos Rodrigues. Insatisfação corporal em

frequentadoras de academia na cidade de Pelotas, RS. Dissertação de Mestrado

- Curso de Mestrado em Educação Física. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas/

RS.

O presente estudo analisou o nível de insatisfação corporal em mulheres

frequentadoras de academias na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil,

avaliando como a insatisfação se distribuiu e quais seus fatores associados. Nas 26

academias sorteadas aleatoriamente foram entrevistadas 257 mulheres entre

Setembro de 2014 a Janeiro de 2015. As participantes responderam um questionário

incluindo o desfecho insatisfação corporal (Body Shape Questionnaire - BSQ-34),

qualidade de vida (WHOQOL-Bref) e características comportamentais,

socioeconômicas e demográficas. Do total de mulheres entrevistadas, 21,4%

(IC95% 16,5 – 26,9) apresentaram algum tipo de insatisfação corporal (escore

maior ou igual a 110 pontos). O valor médio do escore BSQ foi de 85,6 (DP ±27,4).

Ao todo, 67,3% das mulheres afirmaram que, o principal motivo que as levou a

praticar exercícios foi a estética, e 63,8% tinham a intenção de realizar alguma

cirurgia plástica. Após a análise bivariada foi realizada análise multivariável por

regressão linear. Permaneceram associadas ao desfecho as variáveis: praticar

exercícios por motivos estéticos (p=0,005); Índice de Massa Corporal (p<0,001);

autopercepção de saúde (p=0,002); intenção de fazer cirurgia plástica (p=0,005); e

WHOQOL-Bref (p<0,001). Por fim, apesar da prevalência de insatisfação corporal do

presente estudo não ter apresentado valores alarmantes (21,4%), possivelmente

devido à rigorosidade do instrumento utilizado, ainda é um tema atual e de crescente

interesse de pesquisa, estudos complementares se fazem necessários para melhor

compreender a autopercepção da imagem corporal, especialmente entre mulheres.

Palavras-chave: Exercício físico; mulheres; imagem corporal; qualidade de vida;

estética

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ABSTRACT

HIPÓLITO, Tanísia; DOMINGUES, Marlos Rodrigues. Body dissatisfaction and

among women attending gym clubs in Pelotas city, RS. Dissertação de Mestrado

- Curso de Mestrado em Educação Física. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas/

RS.

This study examined the level of body dissatisfaction in women denizens of

gyms in the city of Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil, evaluating how dissatisfaction

was distributed and what its associated factors. In the 26 academies randomly

selected 257 women were interviewed between September 2014 to January 2015.

The participants answered a questionnaire including body dissatisfaction outcome

(Body Shape Questionnaire - BSQ-34), quality of life (WHOQOL-Bref) and behavioral

characteristics, socioeconomic and demographic. Of all the women interviewed,

21.4% (95% CI 16.5 to 26.9) had some type of body dissatisfaction (scores greater

than or equal to 110 points). The average value of BSQ score was 85.6 (SD ± 27.4).

In all, 67.3% of women said that the main reason which led them to practice

exercises was aesthetics, and 63.8% had intended to do some plastic surgery. After

bivariate analysis was performed multivariate linear regression analysis. They

remained associated with the outcome variables: practice exercises for aesthetic

reasons (p = 0.005); Body Mass Index (p <0.001); self-perceived health (p = 0.002);

have you ever think on do plastic surgery (p = 0.005); and WHOQOL- Bref (p

<0.001). Finally, despite the prevalence of body dissatisfaction of this study did not

appear alarming values (21.4%), possibly due to the rigor of the instrument used, it is

still a current topic of increasing interest and research, additional studies are needed

to better understand the perception of body image, especially among women.

Keywords: Physical exercise; women; body image; quality of life; esthetics

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SUMÁRIO

Projeto de Pesquisa ..................................................................................................11

Relatório do Trabalho de Campo ..............................................................................39

Artigo .........................................................................................................................47

Apêndices ..................................................................................................................67

Anexos .......................................................................................................................77

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PROJETO DE PESQUISA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Projeto de Dissertação

Insatisfação corporal feminina e a prática de exercício físico em frequentadoras de academia na cidade de Pelotas

Tanísia Hipólito Medeiros

Orientador: Prof. Dr. Marlos Rodrigues Domingues

Pelotas, 2014

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Tanísia Hipólito Medeiros

Insatisfação corporal feminina e a prática de exercício físico em frequentadoras de academia na cidade de Pelotas

Projeto de Dissertação apresentado ao

Programa de Pós-Graduação em Educação Física

da Universidade Federal de Pelotas como requisito

parcial a obtenção do título de Mestre em

Educação Física. Linha de Pesquisa: Atividade

Física e Desempenho.

Orientador: Dr. Marlos Rodrigues Domingues

Pelotas, 2014

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Banca Examinadora:

Prof. Dr. Marlos Rodrigues Domingues

Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Prof. Dr. Pedro Curi Hallal

Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Profª. Drª. Stephanie Santana Pinto

Universidade Federal de Pelotas - UFPel

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RESUMO

HIPÓLITO, Tanísia. Insatisfação corporal feminina e a prática de exercício físico

em frequentadoras de academia na cidade de Pelotas. Projeto de Pesquisa

(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Universidade

Federal de Pelotas, Pelotas/ RS.

A imagem corporal corresponde a diversos fatores cognitivos e multissensoriais da

organização cerebral do indivíduo. Este fenômeno único, onde experiências

existenciais e individuais em um universo de inter-relações irão compor a imagem, é

uma representação mental de todas as maneiras de percepção do corpo seguida por

uma autoavaliação da imagem percebida pelo indivíduo. Em determinados

momentos, essa imagem pode apresentar distorções, gerando a insatisfação

corporal, que pode ser definida como uma autoavaliação negativa em relação a

como o indivíduo enxerga seu corpo, extrapolando essa autocrítica para a opinião

alheia. Será analisado o nível de insatisfação corporal de mulheres frequentadoras

de academia na cidade de Pelotas, e como esse desfecho se distribuirá entre

diferentes variáveis preditoras. Estudo de delineamento transversal, onde após o

preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido as participantes

responderão a um questionário composto por seis seções, sendo a seção I referente

ao Body Shape Questionnaire (BSQ-34), instrumento utilizado para estimar o nível

de insatisfação corporal. A seção II corresponde as variáveis demográficas,

socioeconômicas, antropométricas e de estado civil, a seção III está relacionada à

prática de exercício físico e autopercepção de saúde, a seção IV as razões para à

prática de exercício físico, a seção V a intenção de fazer cirurgia plástica e, por fim,

a seção VI referente à qualidade de vida, obtida através do preenchimento da versão

curta do questionário World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref).

Palavras-chave: Imagem corporal; exercício físico; mulheres

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SUMÁRIO

1. Introdução .................................................................................................... 17

2. Relevância e justificativa .............................................................................. 18

3. Objetivos ...................................................................................................... 21

3.1. Objetivo geral ......................................................................................... 21

3.2. Objetivos específicos ............................................................................. 21

4. Hipóteses ..................................................................................................... 21

5. Revisão de literatura .................................................................................... 22

6. Materiais e métodos ..................................................................................... 29

6.1. Tipo de estudo e aspectos éticos da pesquisa....................................... 29

6.2. Amostragem e critérios de inclusão ....................................................... 29

6.3. Instrumentos .......................................................................................... 29

6.4. Logística ................................................................................................. 33

6.5. Análise estatística .................................................................................. 33

7. Cronograma ................................................................................................. 34

8. Orçamento .................................................................................................... 34

9. Bibliografia .................................................................................................... 34

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1. INTRODUÇÃO

A imagem corporal corresponde a diversos fatores cognitivos e

multissensoriais da organização cerebral do indivíduo (TAVARES, 2003). Este

fenômeno único, onde experiências existenciais e individuais em um universo de

inter-relações irão compor a imagem, é uma representação mental de todas as

maneiras de percepção do corpo seguida por uma autoavaliação da imagem

percebida pelo indivíduo. Em determinados momentos, essa imagem pode

apresentar distorções, gerando a insatisfação corporal, que pode ser definida como

uma autoavaliação negativa em relação a como o indivíduo enxerga seu corpo,

extrapolando essa autocrítica para a opinião alheia (ADAMI et al., 2008). Em termos

de insatisfação corporal, se pode dizer que o período mais crítico enfrentado é a

puberdade/adolescência, devido à vulnerabilidade, influências ambiental, social e

midiática (ADAMI et al., 2008; GLANER et al., 2013). Além disso, as modificações

corporais características deste período, a ocorrência de bullying e a aceitação social

por diferentes grupos de convívio, estimulam o descontentamento com sua própria

imagem, reforçando a importância de haver atenção dos pais a fase, visto que a

insatisfação com a imagem corporal, oscilações da autoestima e insegurança em

relação à autoimagem desenvolvidas durante a adolescência podem ser transferidas

para a vida adulta quando não devidamente abordadas e tratadas (LEVANDOSKI;

CARDOSO, 2013).

Além disso, atualmente homens e mulheres são vítimas da ditadura da beleza

hedônica, sendo que o sofrimento na busca do corpo perfeito não tem limites de

sexo. Um exemplo é a vigorexia, transtorno psicológico no qual o indivíduo é

obcecado pela hipertrofia muscular, porém, muitas vezes mesmo já possuindo esse

estereótipo avantajado, continua treinando excessivamente, pois enxerga seu corpo

com um volume muscular insuficiente (AZEVEDO et al., 2012). Outro transtorno

psicológico, capaz de acometer homens e mulheres é a desordem dismórfica

corporal, na qual os sujeitos apresentam forte distorção de imagem, pois imaginam

existir defeitos em sua aparência física que de fato não existem. Além disso,

praticam rituais diários como a checagem corporal, olhando-se em espelhos ou

reflexos inúmeras vezes ao dia, fazendo comparações físicas com outros indivíduos,

os quais eles consideram "perfeitos" (VEALE, 2004).

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Entretanto, além de fatores genéticos e nutricionais, existe uma ferramenta

capaz de alterar potencialmente a figura corporal, o exercício físico. Em situações

extremas, através de treinos físicos intensos, consumo abusivo de suplementos

alimentares, e outras compulsões ligadas ao exercício, ocorrem lesões e

potencialmente o desenvolvimento do vício em exercício (AZEVEDO et al, 2012;

FREIMUTH et al., 2011; WEIS, 2013;). Apesar disso, alguns pesquisadores, como

Adami et al. (2008), Ferrari et al. (2012) e Laus et al. (2011) não encontraram

relação entre a insatisfação corporal e a prática de exercício físico em seus estudos.

2. RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA

Vivemos um período de ditadura de padrões de beleza imposta por inúmeros

meios de comunicação de massa e, especialmente pela indústria da beleza e da

moda, porém, por trás desse simples padrão de exigência veiculado nas

propagandas, está arraigada uma forte mensagem subliminar de que somente

mulheres com corpos magros e/ou atléticos obterão poder na sociedade e serão

capazes de despertar a atenção e olhares masculinos. Estar fora desse padrão de

beleza, para muitas mulheres, é sinônimo de prostração, isolamento e insatisfação

com a autoimagem, de modo que tal comportamento pode vir a comprometer a

saúde mental e social, culminando em graves problemas de aceitação social,

ansiedade, depressão e baixa autoestima (DA SILVA, 2012; RISTOW et al., 2013).

A cobrança estética para a obtenção e manutenção do corpo imposto pela

sociedade resulta em uma linha tênue entre saúde e doença, cuja gravidade está na

evolução da insatisfação com a imagem corporal para transtornos psicológicos mais

graves, como, por exemplo, o transtorno de imagem, no qual o corpo idealizado

pelos indivíduos já foi conquistado através de suas respectivas práticas de saúde,

porém os mesmos são incapazes de enxergá-lo verdadeiramente, tornando-se

reféns de suas próprias armadilhas psíquicas (DE CARVALHO et al., 2013).

Para obter esse tão almejado padrão corporal, é comum que muitas mulheres

recorram a arriscados métodos de controle de peso, tais como, dietas rígidas, saltar

refeições importantes, jejum crônico, medicamentos laxativos, remédios para

emagrecer, além de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas (DE SOUZA et al.,

2013). A prática de exercício físico também é um forte aliado no combate ao

aumento de peso corporal, porém em doses exageradas pode resultar em excesso

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de treinamento sem que haja um período adequado para recuperação muscular,

culminando em problemas físicos e psíquicos, tais como dores músculo articulares,

cansaço, ansiedade e dificuldade de concentração (TIAN; HE, 2013). Outra prática

popular nos dias de hoje, são as cirurgias plásticas e procedimentos estéticos

invasivos, práticas que estão se tornando populares entre adolescentes e adultos

jovens e que, muitas vezes, são realizadas por motivos banais (DOS PASSOS et al.,

2013; RUSSO, 2005). Em pesquisa realizada no Brasil, no ano de 2008, a

Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), expôs informações sobre a prática

de cirurgia plástica no Brasil, mostrando que cerca de 629 mil cirurgias plásticas são

realizadas por ano no país, sendo 73% delas de caráter estético, contra 27% de

reparação. Quanto ao perfil dos pacientes que realizavam as cirurgias estéticas, a

maioria era do sexo feminino (88%) com idade entre 19 e 50 anos (72%), sendo as

intervenções mais realizadas a cirurgia de aumento de mama (21%) lipoaspiração

(20%) e abdominoplastia (15%). Práticas que, segundo a SBCP, têm aumentado ao

longo dos anos, especialmente entre a população mais jovem.

Além de ser um tema atual e de constante valorização na mídia, é importante

entender o comportamento existente em relação à insatisfação corporal, a prática de

exercício físico e suas distintas relações com a autoimagem, especificamente no

universo feminino, pois há evidência científica sugerindo que, quando comparadas

aos homens, elas apresentam mais risco de comportamentos inadequados em

função da sensação de insatisfação com a própria imagem, como propõe o estudo

de Saikali et al. (2004). Outrossim, a presença de pensamentos recorrentes sobre a

insatisfação com a imagem corporal pode sinalizar a existência de psicopatologias

de imagem mais graves, fato discutido por em estudo de avaliação da produção

bibliográfica sobre a comorbidade entre transtorno dismórfico corporal (TDC) e

transtornos alimentares (TA), de acordo com Nascimento e colaboradores (2010)

TDC e TA, devido à prática de comportamentos repetitivos (contagem de calorias,

checagem de imagem em reflexos, comportamentos compensatórios, etc.) são

incluídos no grupo dos transtornos do espectro obssessivo-compulsivo (TEOC).

Sendo assim,os autores alertam para a importância da existência do diagnóstico do

TDC, visto que, por ser a insatisfação corporal uma queixa comum entre as

mulheres, muitas vezes é tratada de forma banal, camuflando possíveis

manifestações mais graves.

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Somando-se a essas manifestações, no processo de culto ao corpo, muitas

mulheres praticam métodos de controle de peso corporal que oferecem riscos à

saúde, os quais são considerados estratégias não saudáveis de emagrecimento, tais

como tabagismo, bulimia, anorexia, anorexia alcoólica, consumo de medicamentos

para emagrecer, diuréticos, laxantes, entre outros (DE SOUZA et al., 2013). Manso

(2013) em estudo realizado em Portugal, analisou o perfil do consumidor de laxantes

nas farmácias de Bragança, encontrando que 78,2% deles eram do sexo feminino,

contra 21,8% do sexo masculino, assim como havia uma prevalência de 55,9% de

consumo de laxantes. Além disso, de acordo com os achados do estudo, o principal

motivo para o consumo de laxantes era a vontade de perder peso (22,1%). Outro

estudo realizado em Goiás (CRUZ; SANTOS, 2013), cujo objetivo era avaliar o

consumo de medicamentos para emagrecer, foi traçado o perfil desses

consumidores, sendo a maioria composta por mulheres (78,7%). Sem distinções de

sexo, 34,4% dos consumidores tinham idade entre 21 e 30 anos, 42,6% relataram

usar os medicamentos para redução de peso com fins estéticos, enquanto que

36,1% relataram consumir os medicamentos com o objetivo de reduzir o peso para

melhorar a saúde.

Em função disso, a veiculação desses dados é importante para alertar a

população, especialmente o público feminino, sobre a possibilidade da existência de

um problema mais grave por trás da simples “vaidade”, o qual necessita, muitas

vezes, de tratamento psicológico (SILVA et al., 2011). Por ser um assunto atual e

bastante presente entre as mídias, discussões sobre insatisfação corporal se fazem

necessárias. Poucos são os estudos que relacionam qualidade de vida e

insatisfação corporal, especialmente entre uma população adulta, logo os dados do

presente estudo contribuirão para a fomentação de conhecimento para a área, assim

como para motivar outros estudos de mesmo cunho. Ademais, profissionais da área

da saúde, especialmente professores e educadores físicos, os quais lidam

diretamente com técnicas corporais de culto ao corpo em ambientes distintos,

desempenham papéis de formação de valores socioculturais e educacionais, logo

devem agir com discernimento e se oporem à modismos ditados pela indústria da

beleza (SANTOS et al., 2013).

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral

Analisar o nível de insatisfação corporal em mulheres jovens e frequentadoras

de academia na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul.

3.2. Objetivos específicos

Relacionar o desfecho insatisfação corporal, com as seguintes variáveis

preditoras:

concluir ou não ensino superior;

idade;

cor da pele;

ter ou não companheiro;

índice de massa corporal (IMC);

tempo semanal de exercício físico;

percentis de renda;

percentis de índice de bens;

autopercepção de saúde;

tabagismo;

motivos para a prática de exercício físico;

intenção de fazer cirurgia plástica;

percentis do WHOQOL-Bref (qualidade de vida);

4. HIPÓTESES

mulheres mais jovens apresentarão menores escores no Body Shape

Questionnaire (BSQ-34)

insatisfação corporal estará diretamente associada ao IMC;

a maioria das participantes reportará boa percepção de saúde;

o principal motivo para a prática de exercício físico será estético;

a maioria das mulheres reportará intenção de realizar cirurgias

plásticas;

a qualidade de vida estará relacionada com presença de insatisfação

corporal;

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5. REVISÃO DE LITERATURA

As questões estéticas e corporais sempre foram levadas em consideração

desde as civilizações mais antigas, podendo ser observadas através da seleção

estética proposta por Darwin, na qual os seres humanos selecionariam sexualmente

seus parceiros através de características físicas, envolvendo beleza e saúde. Seria

basicamente, através da análise minuciosa das características do rosto e do corpo

dos indivíduos que se daria a escolha dos parceiros (GRAMMER et al., 2003). A

evolução dos padrões de beleza humana, desenvolvidos no passado, ainda se

refletem atualmente, enfatizando a relação social baseada na avaliação física e da

saúde do indivíduo, porém com o passar dos anos essa herança evolutiva sofreu a

influência de outra variável, a mídia (DE ALEXANDRE et al., 2013; FERRARI et al.,

2013).

Adicionalmente, vivemos no auge da geração saúde, do culto ao corpo, do

culto ao belo, da busca pela perfeição, diálogo esse, muito bem desenvolvido por

Russo (2005) em um estudo qualitativo sobre a imagem corporal e sua construção

através do belo:

A indústria corporal através dos meios de comunicação

encarrega-se de criar desejos e reforçar imagens,

padronizando corpos. Corpos que se veem fora de medidas,

sentem-se cobrados e insatisfeitos. O reforço dado pela mídia

em mostrar corpos atraentes, faz com que uma parte de nossa

sociedade se lance na busca de uma aparência física

idealizada.

Podemos associar hoje, o corpo à ideia de consumo. Em

muitos momentos este corpo é objeto de valorização

exagerada dando oportunidade de crescimento no “mercado do

músculo” e ao consumo de bens e serviços destinado à

“manutenção deste corpo”. (RUSSO, 2005, p.81)

Esse culto ao corpo é vendido e disseminado entre diferentes povos, culturas

e idades. Em estudo internacional realizado em Beirute por Yahia et al. (2011), com

o intuito de avaliar a magnitude da insatisfação corporal em relação ao peso atual e

quais práticas de dieta são utilizadas para atingir o peso desejado, 252 universitários

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(108 homens e 144 mulheres) foram avaliados e os resultados mostraram que as

mulheres apresentaram um maior escore de insatisfação corporal, sendo que a

média de escores entre os homens foi de 64,8±25,9 e entre as mulheres 84,9±36,8,

de acordo com a escala do Body Shape Questionnaire, cujos escores mais elevados

correspondem a um maior nível de insatisfação corporal.

Outro estudo internacional de delineamento longitudinal desenvolvido por

Bucchianer et al. (2013) buscou avaliar a trajetória de insatisfação corporal na

adolescência para a vida adulta em ambos os sexos, analisando-os por coortes de

idade, jovens e adultos, utilizando a escala de satisfação da forma corporal de

Pingitore. Os resultados encontrados mostraram que entre homens e mulheres de

diferentes etnias, em ambas as coortes houve aumento da insatisfação corporal ao

longo dos anos, de modo que a insatisfação com o corpo, que já apresentava

elevação na adolescência, seguia trajetória crescente ainda na vida adulta,

sugerindo que os participantes se tornaram progressivamente mais insatisfeitos com

sua forma corporal durante um período de acompanhamento de 10 anos.

Além do estudo citado acima, outro estudo, de delineamento transversal,

realizado na Austrália por Mond et al. (2013), procurou avaliar a associação da

insatisfação corporal com o prejuízo na qualidade de vida em mulheres com idade

entre 18 e 42 anos. Os autores avaliaram o nível de insatisfação corporal através da

aplicação de duas questões do instrumento de medidas de distúrbios alimentares o

Eating Disorders Examination Questionnaire (EDE-Q) (FAIRBURN; BEGLIN, 1994).

Esse questionário é composto por 36 questões autoreportadas, sendo duas

questões relacionadas às preocupações com peso e forma física. Com base na

análise dos dados, 86,9% das participantes do estudo apresentaram algum grau de

insatisfação com seu peso e/ou imagem corporal (de leve a moderado) e 36,6%

reportaram insatisfação de moderada a forte. Por fim, os autores concluíram que a

insatisfação corporal está fortemente associada com prejuízos na qualidade de vida,

relacionados à saúde mental e funcionamento psicossocial.

Pode-se perceber que a presença de insatisfação corporal independe do

sexo, idade ou nível socioeconômico dos sujeitos (SAUR; PASIAN, 2008), além

disso, aspectos étnicos também parecem estar relacionados à insatisfação corporal,

como podemos observar no estudo realizado com diferentes grupos étnicos,

desenvolvido por Yates et al. (2004), com o objetivo de distinguir as diferenças de

IMC e insatisfação corporal entre esses grupos. Um total de 821 indivíduos, de

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ambos os sexos, compuseram a amostra multiétnica (brancos, japoneses,

afroamericanos, filipinos, chineses e havaianos). Escalas de silhuetas com base nas

peculiaridades étnicas foram utilizadas para avaliar o nível de insatisfação corporal.

Foi encontrada correlação (Pearson) positiva e significativa entre IMC e insatisfação

corporal, tanto para homens quanto para mulheres. Também foi encontrada

correlação positiva e significativa entre IMC e autoaversão entre homens e

mulheres. De acordo com o estudo, a maioria das mulheres (60%) preferia ser mais

magra, independentemente do grupo étnico, enquanto que apenas 8,4% delas

preferia ser maior (maior parte do grupo chineses e filipinos). Quanto aos homens,

38,4% preferia ser menor, enquanto que 31,0%, especialmente chineses e

japoneses, queriam ser maiores. Os autores concluíram que há insatisfação corporal

e autoaversão em ambos os sexos, independente do grupo étnico, os mesmos

sugerem que esse cenário pode ter sido gerado em função da influência ocidental

muito presente na mídia oriental.

No Brasil, o panorama de insatisfação corporal não tem se mostrado diferente

daquilo que foi observado nos estudos internacionais ao longo dos anos, fato que

pode ser confirmado em diferentes estudos nacionais tais como o de Alvarenga et al.

(2010), Damasceno et al. (2005), Ferrari et al. (2013) e Saur e Pasian (2008), os

quais foram realizados em diferentes períodos e são compostos por distintas

metodologias, características amostrais e instrumentos de avaliação do nível de

insatisfação corporal, mesmo assim, todas as análises demonstraram que a maior

parte dos indivíduos estava insatisfeita com sua imagem corporal, independente do

sexo, e que há uma forte relação entre a presença de insatisfação com a própria

imagem e o IMC, de modo que, quanto maior o peso corporal e/ou IMC do sujeito,

maior era o seu nível de insatisfação. Além disso, se encontrou a seguinte relação

entre os sexos, especialmente nos estudos de Alvarenga e colaboradores e

Damasceno e colaboradores através da aplicação da Escala de Silhuetas de

Stunkard, que mesmo aqueles indivíduos eutróficos e/ou com baixo peso corporal

desejavam ter uma silhueta diferente, as mulheres desejando uma silhueta mais

esguia, enquanto que os homens desejavam um corpo mais forte e robusto.

Outros fatores além do IMC podem estar associados com a insatisfação,

como mostra o estudo de delineamento transversal de Costa e Vasconcelos (2010),

que procurou avaliar, entre jovens universitárias, a prevalência de insatisfação com a

imagem corporal e testar sua associação entre diferentes variáveis independentes,

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tais como renda, atividade física, práticas para emagrecer, etc. O instrumento

utilizado para avaliar o nível de insatisfação corporal foi o Body Shape Questionnaire

(BSQ), de modo que a prevalência de insatisfação encontrada entre as mulheres foi

de 47,3%, considerando as categorias leve (27,3%), moderada (15,5%) e severa

(4,5%). Após análise ajustada, novamente, o IMC mostrou estar associado à

insatisfação corporal, de maneira que as jovens com IMC < 18,5 kg/m² apresentaram

uma prevalência de satisfação corporal de 91,4%, enquanto que a prevalência de

insatisfação naquelas com IMC ≥ 30kg/m² foi de 85,7%. A prática de regimes para

emagrecer, foi outra variável que, mesmo após análise ajustada, se mostrou

associada à insatisfação, de modo que no grupo de alunas insatisfeitas com a

imagem corporal 96,8% delas reportaram praticar algum tipo de regime

frequentemente ou muito frequentemente, por outro lado, das alunas satisfeitas com

a imagem apenas 3,2% reportaram praticar regime. De acordo com os autores, a

presença de insatisfação corporal foi duas vezes maior naquelas estudantes que

afirmaram praticar regimes para controlar o peso corporal.

Com relação aos dados de insatisfação corporal no Rio Grande do Sul,

estudo realizado em Pelotas cujo objetivo era analisar a prevalência de insatisfação

corporal entre frequentadores de academias, Tessmer et al (2006), mostraram que a

prevalência de insatisfação corporal em ambos os sexos foi de 48,3%, sendo 37,8%

para os homens e 55,3% para as mulheres e, além disso, encontrou-se que

mulheres apresentaram 50% mais risco de estarem insatisfeitas com a autoimagem.

Mesmo após ajustes para possíveis fatores de confusão, as mulheres tiveram um

risco seis vezes maior de apresentar insatisfação corporal do que os homens. Por

outro lado, outro estudo realizado na mesma cidade, Nilson et al. (2013) que

buscava investigar como estudantes universitários do curso de Bacharelado em

Educação Física lidavam com sua autoimagem corporal, qual era o grau de

satisfação corporal e se havia distorções em suas percepções corporais, encontrou

que 81,5% dos participantes, de ambos os sexos, não apresentavam distorção

corporal, enquanto que apenas 12,3% e 6,2% apresentaram distorção leve e

moderada, respectivamente. Além disso, 44,6% dos indivíduos estavam satisfeitos

com sua imagem corporal, porém quando separados por sexo mais uma vez os

homens se apresentaram mais satisfeitos com o corpo do que as mulheres, 48,8%

contra 37,5%.

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Por fim, é interessante ressaltar que a cobrança por uma imagem corporal

bela é produto da interação de um conjunto de fatores fisiológicos, biológicos,

emocionais e sociais, de maneira que o padrão social de beleza, estrito e pouco

democrático, é facilmente disseminado entre diferentes faixas etárias e sexos (DE

CARVA et al., 2013).

As informações dos estudos citados nos parágrafos anteriores podem ser

acompanhadas a seguir no quadro 1.

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Quadro 1. Relação dos artigos utilizados para compor a revisão de literatura.

Autor Ano Local N Objetivo Amostra Resultados Instrumentos

Yates et al. 2004 Hawai 821 Diferenciar IMC e

insatisfação corporal entre

subgrupos asiáticos.

Universitários de

diferentes subgrupos

étnicos e ambos os sexos.

IMC altamente correlacionado com

insatisfação corporal entre homens e

mulheres. Maior presença de

insatisfação no subgrupo asiático.

Escala de silhuetas.

Damasceno et al. 2005 Brasil 186 Quantificar o tipo físico

ideal e verificar o nível de

insatisfação com a

imagem corporal.

Universitários de ambos

os sexos, praticantes de

caminhada.

24% e 18% das mulheres e homens,

respectivamente, estão satisfeitos com

a sua silhueta atual.

Escala de silhuetas de

Stunkard.

Tessmer et al. 2006 Brasil 315 Identificar a prevalência

de insatisfação corporal

entre frequentadores de

academias.

Frequentadores de

academias de ambos os

sexos e diferentes idades.

Prevalência de insatisfação corporal

(48,3%). Variáveis sexo, idade e IMC

permaneceram associadas a

insatisfação mesmo após controle

para fatores de confusão.

Pergunta se a pessoa

estava satisfeita ou

insatisfeita com a imagem

corporal.

Saur e Passin 2008 Brasil 120 Analisou o nível de

satisfação corporal e

possível influência do

sexo e idade em

indivíduos com diferentes

massas.

Voluntários de ambos os

sexos com idades entre

18 e 55 anos.

A satisfação com a imagem corporal

não se mostrou associada pelo sexo e

idade, porém foi influenciada pelo

tamanho corporal real.

Escala de Satisfação com

a Imagem Corporal (ESIC).

Alvarenga 2010 Brasil 2.402 Avaliar a insatisfação

corporal de universitárias

e possíveis correlações

com, idade, grau de

escolaridade, renda e grau

de escolaridade do chefe

da família.

Universitárias de cinco

regiões do país.

64,4% gostariam de ser menores do

que sua figura atual, mesmo mulheres

eutróficas escolheram figuras

saudável e ideal menores. Ocorrência

de insatisfação corporal bastante

expressiva.

Escala de silhuetas de

Stunkard.

Costa e Vasconcelos 2010 Brasil 220 Estimar a prevalência de

insatisfação com a

imagem corporal e testar a

associação com fatores

Estudantes universitárias. Elevada prevalência de rejeição da

própria forma física, 47,3%. IMC e

prática de regimes foram variáveis que

mostraram associação com a

Body Shape Questionnaire

(BSQ-34)

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socioeconômicos,

comportamentais e

nutricionais.

insatisfação corporal.

Yahia et al. 2011 Líbano 252 Avaliar quais práticas de

dietas são utilizadas para

obter a massa ideal e

determinar a magnitude

da insatisfação corporal .

Estudantes universitários. Tabagismo e práticas de dietas não

saudáveis foram comum entre os

estudantes. 64% não estavam

insatisfeitos com a imagem corporal e

apenas 5% estavam extremamente

insatisfeitos.

Body Shape Questionnaire

(BSQ-34)

Bucchianeri et al. 2013 EUA 1902 Estudo longitudinal,

buscou avaliar na

insatisfação corporal da

adolescência para a vida

adulta, durante um

acompanhamento de 10

anos.

Adultos de ambos os

sexos e etnias.

Crescimento da insatisfação corporal

entre homens e mulheres na transição

para a vida adulta. Insatisfação

corporal está associada ao aumento

do IMC.

Escala de satisfação

corporal de Pingitore e

colaboradores.

Ferrari et al. 2013 Brasil 140 Estudar a satisfação

corporal de adultos no

município de Barra das

Graças.

Voluntários de ambos os

sexos com idade entre 18

e 59 anos.

A insatisfação corporal foi maior nas

mulheres. O peso corporal, barriga,

nádegas e cintura foram as partes

corporais pior avaliadas.

Escala de satisfação

corporal de Loland.

Mond et al. 2013 Austrália 5255 Avaliar a associação da

insatisfação corporal e a

qualidade de vida em uma

amostra populacional de

mulheres.

Mulheres australianas

com idade entre 18 e 42

anos.

86,9% das mulheres reportaram

alguma insatisfação corporal . 39,4%

reportaram insatisfação moderada.

Elevados níveis de insatisfação

corporal foram associados a pobre

qualidade de vida.

Eating Disorder

Examination Questionnaire

(EDE-Q).

Nilson et al. 2013 Brasil 65 Analisar a autoimagem

corporal de universitários.

Estudantes universitários

de ambos os sexos

55,4% dos estudantes estavam

insatisfeitos com seus corpos. 35,4%

gostariam de ter uma silhueta mais

magra. Comparando por sexo, 22%

dos homens e 58,3% das mulheres

gostariam de ter uma silhueta magra.

Body Shape Questionnaire

(BSQ-34)

Teste de figuras de

silhuetas corpóreas (BFS).

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6. MATERIAIS E MÉTODOS

6.1. Tipo de estudo e aspectos éticos da pesquisa

O presente estudo apresentou delineamento transversal. Os sujeitos da

pesquisa assinarão termo de consentimento livre e esclarecido e o projeto será

previamente submetido ao comitê de ética em pesquisa com seres humanos da

Escola Superior de Educação Física - ESEF/UFPel.

6.2. Amostragem e critérios de inclusão

Atualmente existem cerca de 200 academias na cidade de Pelotas. De posse

de uma listagem das mesmas, 25 academias serão sorteadas de forma aleatória

simples para visita. Para assegurar que a amostra não se concentre em poucas

academias, será estabelecido o número máximo de 10 entrevistadas por

estabelecimento sorteado.

Com base na literatura disponível, desejando obter um poder estatístico de

80% e um nível de confiança de 95%, e considerando a prevalência de algum grau

de insatisfação corporal de pelo menos 50%, foi feito um cálculo amostral para esta

população que resultou num total de 200 mulheres entrevistadas. Foi acrescido ao

tamanho amostral 15% para controle de fatores de confusão, resultando em 230

mulheres.

De acordo com os critérios de inclusão, as participantes deveriam ser

mulheres frequentadoras de academias na cidade, com idade entre 18 e 35 anos,

não possuir nenhum tipo de deficiência física e não apresentar nenhum tipo de

incapacidade intelectual que possa vir a comprometer as entrevistas.

6.3. Instrumentos

A fim de analisar os níveis de preocupação e insatisfação corporal nos

indivíduos da amostra, será utilizado o Body Shape Questionnaire (BSQ),

instrumento que pode ser autoaplicado ou administrado por entrevistadores e que é

composto por 34 questões sobre massa e forma corporal (CORDÁS; DAS NEVES,

1999). As questões foram desenvolvidas na forma de escala Likert de seis pontos (1

= Nunca e 6 = Sempre), assim, os escores do BSQ são obtidos através do somatório

desses números em cada uma das questões, sendo divididos em quatro níveis de

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insatisfação: abaixo de 110 pontos, não apresenta insatisfação; 111 a 138,

insatisfação leve; 139 a 167, insatisfação moderada; igual ou maior a 168, grave

insatisfação corporal (DE CARVALHO et al., 2013). O BSQ foi adaptado e validado

para a população brasileira com adequada consistência interna, de modo que sua

estrutura fatorial foi preservada, dividindo-a em quatro fatores: alterações severas na

percepção corporal, autopercepção da forma corporal, atitudes em relação à

alteração da imagem corporal e percepção comparativa da imagem corporal (DI

PIETRO; DA SILVEIRA, 2009). Apesar de possuir limitações, o BSQ, é considerado

um excelente instrumento para avaliar o nível de insatisfação com a imagem

corporal distinguindo-o em dois aspectos específicos, a estimativa do tamanho

corporal e os sentimentos em relação ao corpo. Seu nível de confiabilidade, índices

de validação e aplicabilidade são muito bem descritos na literatura (BOSI et al.,

2006; BOSI et al.,2008; DE ALEXANDRE et al., 2013; DI PIETRO e DA SILVEIRA,

2009; MIRANDA et al., 2014; NILSON et al., 2013).

Para avaliar a classificação econômica, as participantes irão responder

questões do quadro de Índice de Bens. Este instrumento fornece uma estimativa

mais próxima da realidade quanto ao nível socioeconômico da amostra a partir dos

itens de consumo que as pessoas possuem em casa. As variáveis demográficas

foram obtidas através de questões específicas.

Quanto ao hábito de fumar, as mulheres deverão responder questões

fechadas. As mulheres fumantes deverão informar quantos cigarros são fumados ao

dia e caso tenha havido interrupção da prática de tabagismo a mesma deverá

informar há quanto tempo não é mais fumante.

A variável prática de exercício físico será obtida através de questões sobre

frequência, duração e intensidade do exercício físico realizado por cada uma delas

durante a semana, após a análise da variável se dará em percentis. Já a variável

percepção de saúde será obtida através de questões fechadas sobre como a

participante considera ser sua saúde em comparação com outras mulheres do seu

grupo de convívio e da sua idade, sendo 1 excelente e 5 muito ruim.

As razões para a prática de exercício físico serão, a princípio, obtidas por

meio de perguntas abertas nas quais as mulheres citarão, em ordem de relevância,

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os motivos que as estimulam a praticar exercícios físicos regularmente. Após as

respostas serão categorizadas de acordo com estética, saúde, e lazer.

A variável "intenção de fazer cirurgia plástica" será obtida através de questão

fechada de sim ou não, através da pergunta "você já pensou em fazer alguma

plástica para mudar algo no seu corpo?". Caso a mulher já tenha realizado algum

procedimento estético ou tenha vontade de fazer algum no futuro, esses

procedimentos serão descritos de forma aberta.

Para analisar a qualidade de vida das participantes, o instrumento utilizado

será o WHOQOL-Bref, uma versão reduzida do instrumento original WHOQOL-100,

o qual avalia seis domínios da qualidade de vida relacionados à saúde: físico,

psicológico, relações sociais, nível de independência, aspectos do meio ambiente e

espiritualidade/ religião/ crenças pessoais (TW GROUP, 1998).

O WHOQOL-Bref foi desenvolvido visando a otimização do tempo de

aplicação do questionário, além disso, sua validação no Brasil resultou em bom

desempenho psicométrico, satisfatórias consistência interna, aplicabilidade e

confiabilidade (FLECK et al., 2000). A versão abreviada é composta por 26

questões, das quais 24 correspondem especificamente às facetas do WHOQOL-100

e apenas duas sobre qualidade de vida global e saúde, sendo seu escore obtido

através de um algoritmo criado e padronizado pela OMS, que padroniza os escores

para que cada domínio varie de 0 a 100 pontos (sendo o 100 a melhor pontuação),

sendo assim, apenas as questões 3, 4 e 26 tem pontuação invertida, ou seja, quanto

maior o escore pior a situação (MORENO et al., 2006).

No quadro 2, a seguir, é possível observar a forma de coleta e

operacionalização das variáveis que irão compor o projeto.

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Quadro 2. Descrição das variáveis do projeto.

Variável Forma de coleta Operacionalização

Idade Reportada Variável contínua (anos)

Peso Autorreferido Variável contínua (Kg)

Altura Autorreferida Variável contínua (cm)

Índice de Massa Corporal Calculado a partir do

peso e altura autoreportados

Variável categórica (kg/m²): Desnutrição: <18,50 Normal: 18,50 – 24,99 Sobrepeso: 25,00 - 29,99 Obesidade: ≥ 30,00

Cor da pele Reportada

Variável categórica: Branca Preta Parda Outra

Estado civil Reportado

Variável categórica: Solteira Solteira, mas namorando Casada Divorciada ou viúva

Tempo de relacionamento Reportado Variável contínua (anos)

Escolaridade Reportado Variável contínua (anos)

Renda da família Reportada Variável contínua (R$)

Classificação econômica Obtido através da pontuação

no instrumento Índice de bens

Variável contínua em percentis

Tabagismo Reportado

Variável categórica: Nunca fumou Já fumou, mas parou Fuma

Cigarros/ dia Reportado Variável contínua (cigarros)

Prática de exercício físico semanal

Reportada Variável contínua em

percentis

Autopercepção de saúde Reportada

Variável categórica: Excelente Boa Mais ou menos Ruim Muito ruim

Motivos para a prática de exercício físico

Reportada

Questões abertas em ordem de importância que serão

categorizadas em estética, saúde e lazer

Intenção de fazer cirurgia plástica

Reportada Questões de sim ou não, no

caso de sim, haverão respostas abertas.

Insatisfação com a imagem corporal

Obtido através do Body Shape Questionnaire

Variável dicotômica: 0 a 109 pontos - sem insatisfação ≥ 110 pontos - alguma insatisfação

Qualidade de vida Obtido através do WHOQOL-

BREF Variável contínua em

percentis

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6.4. Logística

Após selecionadas as academias que irão compor a amostra, a

coordenadora da pesquisa entrará em contato com os responsáveis pela

administração das academias com o intuito de receber autorização dos mesmos

para realizar as entrevistas no interior de suas academias. Uma vez autorizados, os

entrevistadores, estudantes e graduados em Educação Física treinados

anteriormente, se farão presentes nas academias durante o período de

funcionamento das mesmas e em diferentes turnos, abordando as mulheres e

solicitando sua participação na pesquisa. Após o consentimento das mesmas, o

entrevistador deverá perguntar a faixa etária da mulher, para concluir se a mesma se

enquadra nos critérios de inclusão descritos anteriormente.

Depois do preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido as

participantes responderão a um questionário composto por seis seções, sendo a

seção I referente ao BSQ, para avaliar o nível de insatisfação corporal, seguido pela

seção II, na qual se avaliarão os dados etários, antropométricos (peso corporal e

altura autoreferidas), étnicos, de estado civil, de escolaridade, de renda, de nível

socioeconômico, e de tabagismo. A seção III corresponde as questões sobre a

prática de exercício físico e autopercepção de saúde, nesse momento as

participantes serão questionadas sobre o tipo, frequência e duração do exercício

físico que realizam, além disso, responderão como consideram ser sua saúde. Na

seção IV elas informarão as razões, em ordem de importância, pelas quais o

exercício físico é praticado. Já na seção V, as mulheres serão questionadas sobre a

intenção de fazer cirurgias plásticas por motivos estéticos e, por fim, na seção VI se

aplicará o WHOQOL-Bref para avaliar a qualidade de vida das participantes.

6.5. Análise estatística

Primeiramente, as informações presentes nos questionários serão tabuladas

em uma planilha Excel, a fim de criar o banco de dados. Após, essas informações

serão analisadas, no pacote estatístico Stata 12.0, para obter a estatística descritiva

(proporções, médias e desvio-padrão) e mais tarde serão feitas duas análises de

regressão para avaliar o efeito de cada preditor sobre o desfecho (dicotômico),

controlando para possíveis fatores de confusão.

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7. CRONOGRAMA

8. ORÇAMENTO

Os custos com a coleta de dados envolverão transporte de entrevistadoras e

impressão de questionários e serão custeados pela pesquisadora principal.

9. BIBLIOGRAFIA

ADAMI, F. et al. Insatisfação Corporal e Atividade Física em Adolescentes da Região Continental de Florianópolis. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 24, n. 2, p. 143-149, 2008.

ALVARENGA, M. S. et al. Insatisfação com a imagem corporal em universitárias brasileiras. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 59, n. 1, p. 44-51, 2010.

AZEVEDO, A. P. et al. Dismorfia muscular: A busca pelo corpo hiper musculoso. Motricidade, v. 8, n. 1, p. 53-66, 2012.

2013 2014 2015

O

N D J F M A M J J A S O N D J F M A

Revisão de literatura

Redação do Projeto

Submissão ao comitê de ética

Qualificação

Amostragem

Aplicação dos questionários

Tabulação / análise dos dados

Redação do artigo

Defesa

Entrega da versão final

Submissão do artigo

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BOSI, M. L. M. et al. Autopercepção da imagem corporal entre estudantes de nutrição: um estudo no município do Rio de Janeiro. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 55, n. 2, p. 108-113, 2006.

BOSI, M. L. M. et al. Comportamento alimentar e imagem corporal entre estudantes de educação física. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 57, n. 1, p. 28-33, 2008.

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RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO

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40

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Relatório do Trabalho de Campo

Insatisfação corporal em frequentadoras de academia na cidade de

Pelotas, RS

Tanísia Hipólito Medeiros

Orientador: Prof. Dr. Marlos Rodrigues Domingues

Pelotas, 2015

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41

Tanísia Hipólito Medeiros

Relatório do Trabalho de Campo

Insatisfação corporal em frequentadoras de academia na cidade de

Pelotas, RS

Relatório do Trabalho de Campo

apresentado ao Programa de Pós-

Graduação em Educação Física da

Universidade Federal de Pelotas como

requisito parcial a obtenção do título de

Mestre em Educação Física. Linha de

Pesquisa: Atividade Física e Desempenho.

Professor Orientador: Prof. Dr. Marlos Rodrigues Domingues

Pelotas, 2015

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1. Introdução

Realizou-se dentro da linha de pesquisa em Atividade Física e Desempenho,

pertencente à área de concentração Atividade Física e Saúde do Curso de Mestrado

da Escola Superior de Educação Física - UFPel, um trabalho de pesquisa referente

a insatisfação corporal e a prática de exercício físico entre frequentadoras de

academias durante um período correspondente aos meses de Setembro de 2014 a

Janeiro de 2015.

Esse estudo buscou avaliar o nível de insatisfação corporal de mulheres

jovens, inseridas num contexto de prática de exercícios físicos regulares em

academias, e sua relação com distintas variáveis preditoras. A pesquisa foi realizada

na cidade de Pelotas, situada no interior do Rio Grande do Sul, Brasil.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário composto

por seis seções referentes às seguintes questões:

insatisfação corporal

variáveis antropométricas (peso e altura autorreferidas)

características socioeconômicas e demográficas

características comportamentais (prática de exercício físico e tabagismo)

autopercepção de saúde

motivos para a prática de exercício físico

intenção de fazer cirurgias plásticas

qualidade de vida

Metas

Por ser um assunto atual e bastante presente entre as mídias, discussões

sobre insatisfação corporal se fazem necessárias. Poucos são os estudos que

relacionam qualidade de vida e insatisfação corporal, especialmente entre uma

população adulta, logo, os dados do presente estudo contribuem para a fomentação

de conhecimento para a área, assim como para motivar outros estudos de mesmo

cunho.

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2. Confecção do Questionário

O instrumento de avaliação foi um questionário composto por seis seções,

sendo a seção I referente ao Body Shape Questionnaire (BSQ-34), para avaliar o

nível de insatisfação corporal, seguido pela seção II, na qual se avaliou os dados

etários, antropométricos (peso corporal e altura autorreferidas), étnicos, de estado

civil, de escolaridade, de renda, de nível socioeconômico e de tabagismo. A seção III

correspondeu as questões sobre a prática de exercício físico e autopercepção de

saúde, onde as participantes foram questionadas sobre o tipo, frequência e duração

do exercício físico que realizavam, assim como sua autopercepção de saúde em

relação a outras mulheres de sua faixa etária. Na seção IV elas informavam as

razões, em ordem de importância, pelas quais o exercício físico era praticado. Já na

seção V, as mulheres foram questionadas sobre a intenção de fazer cirurgias

plásticas por motivos estéticos e, por fim, na seção VI se aplicou a versão curta do

instrumento World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref) para avaliar a

qualidade de vida das participantes.

3. Escolha da Amostra

O estudo apresentou um delineamento transversal. A amostra foi composta,

de acordo com os critérios de inclusão, por frequentadoras de academias na cidade,

com idade entre 18 e 35 anos, optando-se por essa categoria etária para evitar

extremos de idade e períodos de maturação. Além disso, era necessário que não

possuíssem nenhum tipo de deficiência física e ou qualquer tipo de incapacidade

intelectual. A partir de uma listagem do número total de academias existentes na

cidade 25 academias foram sorteadas de forma aleatória simples para visita. Para

assegurar que a amostra não se concentrasse em poucas academias, foi

estabelecido o número máximo de 10 entrevistadas por estabelecimento sorteado.

4. Estudo Piloto

Durante a segunda semana de Setembro de 2014 foi realizado um breve

projeto-piloto, no qual um estabelecimento, da listagem de academias existentes na

cidade, foi sorteado para a aplicação e teste do instrumento de avaliação da

pesquisa. Um total de 10 mulheres responderam ao questionário. Nenhum problema

foi percebido em relação a interpretação das questões por parte dos participantes.

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5. Implementação do Estudo

Após a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ESEF-

UFPEL foi feito contato com os responsáveis pela administração das academias

para obter autorização dos mesmos para realizar as entrevistas no interior dos

estabelecimentos.

6. Coleta de Dados

Após realização do projeto-piloto, entrevistadores foram treinados e

padronizados para a aplicação do instrumento. No total o grupo de entrevistadores

foi composto por seis indivíduos, sendo eles estudantes e graduados (professores e

bacharéis) no curso de Educação Física da Escola Superior de Educação Física -

ESEF/UFPel. A coleta de dados ocorreu a partir do final do mês de Setembro de

2014 a Janeiro de 2015.

Havendo a autorização, obtida previamente, os entrevistadores dirigiam-se às

academias durante o período de funcionamento das mesmas em diferentes turnos,

convidando as mulheres a participar da pesquisa. Após o consentimento das

mesmas, o entrevistador perguntava a idade da mulher, para verificar se a

participante se enquadrava nos critérios de inclusão descritos anteriormente, o termo

de consentimento livre esclarecido era assinado e o instrumento aplicado nas

mediações da academia.

Encontros semanais entre a pesquisadora principal e os entrevistadores

foram realizados para recolher os questionários já aplicados, repor materiais e

acompanhar o andamento das coletas.

7. Codificação e digitação dos dados

À direita de cada questionário constava uma coluna para codificação dos

dados coletados. De posse dos questionários respondidos a codificação era

realizada pela própria coordenadora do projeto. A codificação era realizada

semanalmente de acordo com o volume de questionários entregues pelos

entrevistadores, assim como a digitação. Após todos os dados serem digitados, foi

realizada uma segunda digitação, por um estudante de Educação Física com

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experiência na tarefa, para evitar possíveis erros de digitação. Juntamente com esse

estudante e com posse dos questionários, todo o banco de dados foi revisado.

Variáveis do estudo intitulado "Insatisfação corporal feminina e a prática

de atividade física em frequentadoras de academia na cidade de Pelotas."

Variável dependente:

Insatisfação com a imagem corporal

Obtido através do Body Shape Questionnaire

Variável dicotômica: 0 a 109 pontos - sem insatisfação ≥ 110 pontos - alguma insatisfação

Variáveis dependentes:

Variável Forma de coleta Operacionalização

Idade Reportada Variável contínua (anos)

Peso Autorreferido Variável contínua (Kg)

Altura Autorreferida Variável contínua (cm)

Índice de Massa Corporal Calculado a partir do

peso e altura autoreportados

Variável categórica (kg/m²):

Desnutrição: <18,50 Normal: 18,50 – 24,99 Sobrepeso: 25,00 - 29,99 Obesidade: ≥ 30,00

Cor da pele Reportada Variável categórica:

Branca Outras

Estado civil Reportado

Variável categórica: Solteira Solteira, mas namorando Casada Divorciada ou viúva

Tempo de relacionamento Reportado Variável contínua (anos)

Escolaridade Reportado Variável contínua (anos)

Renda da família Reportada Variável contínua (R$)

Classificação econômica Obtido através da

pontuação no instrumento Índice de bens

Variável contínua em percentis

Tabagismo Reportado

Variável categórica: Nunca fumou Já fumou, mas parou Fuma

Cigarros/ dia Reportado Variável contínua

(cigarros)

Prática de exercício físico semanal

Reportada Variável contínua em

percentis

Autopercepção de saúde Reportada Variável categórica:

Excelente

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Boa Mais ou menos Ruim Muito ruim

Motivos para a prática de exercício físico

Reportada

Questões abertas em ordem de importância que serão categorizadas em estética, saúde e lazer

Intenção de fazer cirurgia plástica

Reportada Questões fechadas de sim

ou não

Qualidade de vida Obtido através do WHOQOL- BREF

Variável contínua em percentis

8. Análise Estatística dos dados

As informações foram digitadas em uma planilha Excel, logo após foram

levadas para o pacote estatístico Stata 12.0 onde foram analisadas de forma

descritiva (proporções, médias e desvio-padrão).

A distribuição do desfecho de acordo com as variáveis preditoras foi feita por

análise de variância de uma entrada. Após, todas as variáveis passaram por análise

multivariável. Através de uma regressão linear foi feito o controle para possíveis

fatores de confusão.

9. Perdas e Recusas

Não houve perdas, uma vez que as mulheres aceitaram participar da

pesquisa as entrevistas foram conduzidas até o final. Recusas foram consideradas

quando os proprietários das academias não aceitavam participar do estudo, logo o

total de recusas foram três.

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ARTIGO

O artigo a seguir será submetido ao periódico Revista Brasileira de Atividade

Física e Saúde. As normas para submissão encontram-se no Anexo A.

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ARTIGO ORIGINAL

Insatisfação corporal em frequentadoras de academia

Body dissatisfaction among women attending gym clubs

Insatisfação corporal em frequentadoras de academia

Tanísia Hipólito Medeiros1

Marlos Rodrigues Domingues2

1Mestranda no Programa de Pós-Graduação da Escola Superior de

Educação Física - ESEF-UFPel. Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

2 Professor Doutor na Escola Superior de Educação Física - ESEF-

UFPel. Departamento de Desportos. Pelotas, Rio Grande do Sul,

Brasil.

Tanísia Hipólito Medeiros

[email protected]

Rua Luís de Camões, 625 - Três Vendas, Pelotas - RS, 96055-630

(53) 3273-2752

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49

Insatisfação corporal em frequentadoras de academia

Resumo

O presente estudo analisou o nível de insatisfação corporal em mulheres

frequentadoras de academias na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, avaliando como

a insatisfação se distribuiu e quais seus fatores associados. Nas 26 academias sorteadas

aleatoriamente foram entrevistadas 257 mulheres entre Setembro de 2014 a Janeiro de 2015.

As participantes responderam um questionário incluindo o desfecho insatisfação corporal

(Body Shape Questionnaire - BSQ-34), qualidade de vida (WHOQOL-Bref) e características

comportamentais, socioeconômicas e demográficas. Do total de mulheres entrevistadas,

21,4% (IC95% 16,5 – 26,9) apresentaram algum tipo de insatisfação corporal (escore maior

ou igual a 110 pontos). O valor médio do escore BSQ foi de 85,6 (DP ±27,4). Ao todo, 67,3%

das mulheres afirmaram que, o principal motivo que as levou a praticar exercícios foi a

estética, e 63,8% tinham a intenção de fazer cirurgia plástica. Após a análise bivariada foi

realizada análise multivariável por regressão linear. Permaneceram associadas ao desfecho as

variáveis: praticar exercícios por motivos estéticos (p=0,005); Índice de Massa Corporal

(p<0,001); autopercepção de saúde (p=0,002); intenção de fazer cirurgia plástica (p=0,005); e

WHOQOL-Bref (p<0,001). Por fim, apesar da prevalência de insatisfação corporal do

presente estudo não ter apresentado valores alarmantes (21,4%), possivelmente devido à

rigorosidade do instrumento utilizado, ainda é um tema atual e de crescente interesse de

pesquisa, estudos complementares se fazem necessários para melhor compreender a

autopercepção da imagem corporal, especialmente entre mulheres.

Palavras-chave: Exercício físico, mulheres, imagem corporal, qualidade de vida, estética.

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Body dissatisfaction among women attending gym clubs

Abstract

This study examined the level of body dissatisfaction in women denizens of gyms in

the city of Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil, evaluating how dissatisfaction was distributed

and what its associated factors. In the 26 academies randomly selected 257 women were

interviewed between September 2014 to January 2015. The participants answered a

questionnaire including body dissatisfaction outcome (Body Shape Questionnaire - BSQ-34),

quality of life (WHOQOL-Bref) and behavioral characteristics, socioeconomic and

demographic. Of all the women interviewed, 21.4% (95% CI 16.5 to 26.9) had some type of

body dissatisfaction (scores greater than or equal to 110 points). The average value of BSQ

score was 85.6 (SD ± 27.4). In all, 67.3% of women said that the main reason which led them

to practice exercises was aesthetics, and 63.8% had intended to do plastic surgery. After

bivariate analysis was performed multivariate linear regression analysis. They remained

associated with the outcome variables: practice exercises for aesthetic reasons (p = 0.005);

Body Mass Index (p <0.001); self-perceived health (p = 0.002); intention to do plastic surgery

(p = 0.005); and WHOQOL- Bref (p <0.001). Finally, despite the prevalence of body

dissatisfaction of this study did not appear alarming values (21.4%), possibly due to the rigor

of the instrument used, it is still a current topic of increasing interest and research, additional

studies are needed to better understand the perception of body image, especially among

women.

Keywords: Physical exercise, women, body image, quality of life, esthetics.

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INTRODUÇÃO

A imagem corporal corresponde a diversos fatores cognitivos e multissensoriais da

organização cerebral do indivíduo1. Este fenômeno único, onde experiências existenciais e

individuais em um universo de inter-relações irão compor a imagem, é uma representação

mental de todas as maneiras de percepção do corpo seguida por uma autoavaliação da imagem

percebida pelo indivíduo. Em determinados momentos, essa imagem pode apresentar

distorções, gerando a insatisfação corporal, que pode ser definida como uma autoavaliação

negativa em relação a como o indivíduo enxerga seu corpo, extrapolando essa autocrítica para

a opinião alheia2.

O período mais crítico enfrentado costuma ser a puberdade/adolescência, devido à

vulnerabilidade, influências ambiental, social e midiática2. Além disso, as modificações

corporais características deste período, a ocorrência de bullying e a aceitação social por

diferentes grupos de convívio, estimulam o descontentamento com sua própria imagem,

reforçando a importância de haver atenção dos pais, visto que a insatisfação com a imagem

corporal, oscilações da autoestima e insegurança em relação à autoimagem desenvolvidas

durante a adolescência podem ser transferidas para a vida adulta quando não devidamente

abordadas e tratadas3.

Perceber-se fora do padrão de beleza, para muitas mulheres, é sinônimo de prostração,

isolamento e insatisfação com a autoimagem4. Tal comportamento pode vir a comprometer a

saúde física, psíquica e social dessas mulheres, culminando em práticas inadequadas para

controle de peso corporal, graves problemas de aceitação social, ansiedade, depressão, baixa

autoestima5.

Outro sim, há possibilidade de desenvolvimento de psicopatologias de imagem,

tais como o transtorno dismórfico corporal (TDC) e transtornos alimentares (TA), os quais

são incluídos no grupo dos transtornos do espectro obssessivo-compulsivo (TEOC)6.

Em função disso, e por ser um tema atual e de constante valorização na mídia, se faz

necessário entender o comportamento existente em relação à insatisfação corporal, a prática

de exercício físico e suas distintas relações com a autoimagem, especificamente no universo

feminino, visto que, a presença de fatores associados à insatisfação com a autoimagem

corporal, podem causar sérios danos à saúde do corpo e da mente7.

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Dessa forma o objetivo do presente estudo foi analisar o nível de insatisfação corporal

de mulheres jovens e frequentadoras de academias na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul,

avaliando como a insatisfação se distribui de acordo com distintas variáveis preditoras.

MÉTODOS

O estudo teve delineamento transversal e foi realizado na cidade de Pelotas no ano de

2014. A cidade possui mais de 300 mil habitantes8 e atualmente, existem cerca de 200

academias na cidade de Pelotas. De posse de uma listagem das mesmas, 25 academias foram

sorteadas de forma aleatória simples para visita. Em função de recusas, estabelecimentos não

existirem mais e alguns não possuírem um número mínimo de mulheres para a coleta, 10

academias foram adicionadas à lista inicial, totalizando 35 estabelecimentos. Para assegurar

que a amostra não se concentrasse em poucas academias, foi estabelecido o número máximo

de 10 entrevistadas por estabelecimento sorteado.

As participantes deveriam ser mulheres frequentadoras de academias na cidade, com

idade entre 18 e 35 anos, não possuir nenhum tipo de deficiência física e não apresentar

nenhum tipo de incapacidade intelectual que pudesse vir a comprometer as entrevistas.

Previamente à pesquisa um cálculo amostral foi realizado resultando em um total de

200 entrevistadas que foram acrescidas de 15% para controles de fatores de confusão,

chegando a 230 mulheres. Uma vez que a amostra superou este número, foi feito um cálculo

de poder amostral posterior ao estudo o qual mostrou um poder estatístico próximo de 100%.

Posterior a seleção das academias, foi feito contato com os responsáveis pela

administração das mesmas para obter autorização para realizar as entrevistas no interior de

suas academias. Uma vez autorizados, entrevistadores treinados e padronizados dirigiram-se

às academias durante o período de funcionamento das mesmas e em diferentes turnos,

convidando as mulheres para participar da pesquisa. Após o consentimento das mesmas e

confirmação dos critérios de inclusão, a entrevista era iniciada ao final da prática de exercício

físico no interior dos estabelecimentos.

Depois do preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido as

participantes responderam a um questionário composto por seis seções, sendo a seção I

referente ao Body Shape Questionnaire (BSQ-34), para avaliar o nível de insatisfação

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corporal, seguido pela seção II, na qual se avaliou os dados etários, antropométricos (peso

corporal e altura autorreferidas), étnicos, de estado civil, de escolaridade, de renda, de nível

socioeconômico, e de tabagismo. A seção III correspondeu às questões sobre a prática de

exercício físico e autopercepção de saúde. Nesse momento as participantes foram

questionadas sobre o tipo, frequência e duração do exercício físico que realizavam, assim

como, sua autopercepção de saúde em relação a outras mulheres da mesma faixa etária. Na

seção IV elas informaram as razões, em ordem de importância, pelas quais o exercício físico

era praticado. Já na seção V, as mulheres foram questionadas sobre a intenção de fazer

cirurgias plásticas por motivos estéticos e, por fim, na seção VI se aplicou a versão curta do

instrumento para avaliar a qualidade de vida do grupo World Health Organization Quality of

Life (WHOQOL-Bref).

Instrumentos

O instrumento utilizado para analisar os níveis de preocupação e insatisfação corporal

nos indivíduos da amostra foi o Body Shape Questionnaire (BSQ-34). O BSQ foi adaptado e

validado para a população brasileira com adequada consistência interna, de modo que sua

estrutura foi preservada, dividindo-a em quatro fatores: alterações severas na percepção

corporal, autopercepção da forma corporal, atitudes em relação à alteração da imagem

corporal e percepção comparativa da imagem corporal9 Composto por 34 questões sobre

massa e forma corporal, em escala Likert de seis pontos (1 = Nunca e 6 = Sempre), os escores

do BSQ são obtidos através do somatório desses números em cada uma das questões, sendo

divididos em quatro níveis de insatisfação: abaixo de 110 pontos, não apresenta insatisfação;

111 a 138, insatisfação leve; 139 a 167, insatisfação moderada; igual ou maior a 168, grave

insatisfação corporal10,11

.

Para avaliar a classificação econômica, as participantes informaram os bens de

consumo de seu domicílio, para que se gerasse um índice de bens. Já o tabagismo foi

classificado em sim/não e quantificado no caso das fumantes. Ex-fumantes informaram há

quanto tempo o hábito foi abandonado.

A variável prática de exercício físico semanal foi obtida através de questões sobre

frequência e duração do exercício físico. Foi elaborado um escore contínuo de exercício e as

participantes foram divididas em tercis de volume semanal. Já a variável autopercepção de

saúde foi obtida através de questões fechadas sobre como a participante considerava ser sua

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saúde em comparação com outras mulheres do seu grupo de convívio e da sua idade, sendo 1

excelente e 5 muito ruim.

As razões para a prática de exercício físico foram, a princípio, obtidas por meio de

perguntas abertas nas quais as mulheres citaram, em ordem de relevância, os motivos que as

estimulavam a praticar exercícios físicos regularmente. Após, as respostas foram

categorizadas em três grandes grupos: estética, saúde e lazer.

A variável "intenção de fazer cirurgia plástica" foi obtida através de questões fechadas

(sim/não), por meio da pergunta "você já pensou em fazer alguma plástica para mudar algo no

seu corpo?". Caso a mulher tivesse realizado algum procedimento estético ou tivesse vontade

de fazer algum no futuro, esses procedimentos eram descritos de forma aberta.

Para analisar a qualidade de vida das participantes, o instrumento utilizado foi o

WHOQOL-Bref, uma versão reduzida do instrumento original WHOQOL-100, o qual avalia

seis domínios da qualidade de vida relacionados à saúde: físico, psicológico, relações sociais,

nível de independência, aspectos do meio ambiente e espiritualidade/religião/crenças

pessoais12

. A variável foi analisada de forma contínua e posteriormente dividida em tercis.

Análise Estatística

As informações foram duplamente digitadas em uma planilha Excel e as análises

descritiva (proporções, médias e desvio-padrão), bruta e ajustada foram realizadas no pacote

estatístico Stata 12.0.

A distribuição do desfecho de acordo com as variáveis preditoras foi feita por análise

de variância de uma entrada (one-way). Através de uma regressão linear incluindo todos os

preditores estudados, foi feito o controle para possíveis fatores de confusão e as variáveis com

valor p abaixo de 0,20 foram mantidas no modelo de regressão.

Este projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da

Escola Superior de Educação Física - ESEF/UFPel, sob protocolo 059655/2014.

RESULTADOS

Foram visitadas 26 academias e 257 mulheres foram entrevistadas entre Setembro de

2014 a Janeiro de 2015. Do total de mulheres entrevistadas, 21,4% (IC95% 16,5 – 26,9)

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apresentaram algum tipo de insatisfação corporal (escore acima de 110 pontos). O valor

médio do escore BSQ foi de 85,6 (DP ±27,4; mediana de 83). Quanto à faixa etária, 40,9%

tinha entre 21 e 25 anos, eram predominantemente (90,3%) da cor de pele branca e possuíam

companheiro (54%). Mais da metade das participantes (56,4%) não possuía curso superior e a

mediana de renda familiar foi igual a R$ 4.000,00. Quanto ao consumo de tabaco atual, a

maioria relatou ser não fumante (94,5%) e a maioria (68,9%) das participantes apresentava

IMC normal. O valor da mediana de exercício físico semanal na amostra foi de 300 minutos.

Ao todo, 67,3% das mulheres afirmavam que, entre os motivos que as levavam a

praticar exercícios está a estética, e 63,8% assumiam que já pensaram em realizar alguma

cirurgia plástica. Em relação à variável qualidade de vida (WHOQOL-Bref) a totalidade da

amostra encontrava-se acima do ponto de corte recomendado de 60 pontos, assim esta

variável foi analisada na forma de tercis, de maneira a classificar as mulheres em três grupos.

Analisando a distribuição dos escores de insatisfação corporal do BSQ-34 (Figura 1), em

relação às variáveis preditoras, mostraram-se associadas ao desfecho as variáveis prática de

exercícios por motivos estéticos, IMC, autopercepção de saúde, desejo de fazer cirurgia

plástica e qualidade de vida (WHOQOL-Bref) (Tabela 1).

Após a análise inicial, todas as variáveis na análise bruta (Tabela 1) foram levadas

para análise ajustada (regressão linear). Permaneceram associadas apenas as variáveis praticar

exercícios por motivos estéticos (p= 0,005); IMC (p <0,001); autopercepção de saúde (p=

0,002); interesse em fazer cirurgia plástica (p= 0,005); e WHOQOL-Bref (p <0,001). Além

disso, o escore aumentou conforme aumenta o IMC e foi inversamente associado à qualidade

de vida (Tabela 2).

A Tabela 3 referencia a prevalência das respostas para questões específicas sobre a

forma física das participantes. Conforme se pode observar, algumas questões referentes à

forma física, especificamente, apresentaram prevalências relativamente altas.

DISCUSSÃO

Foi feita uma descrição do nível de insatisfação corporal em frequentadoras de

academias de uma cidade de porte médio no interior do Rio Grande do Sul, Brasil. A

prevalência de algum nível de insatisfação corporal foi inferior a 25%, bastante abaixo do que

é relatado por outros autores13-16

, como por exemplo no estudo australiano de Mond e

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colaboradores16

, o qual examinou o prejuízo na qualidade de vida associado ao espectro de

insatisfação corporal em uma amostra de mulheres, de base populacional encontrando 86,9%

de insatisfação corporal entre as mesmas, além de associação desse elevado escore a

qualidade de vida inferior. Entretanto em estudo de validação, dimensionalidade e

desempenho da escala de avaliação do BSQ na população brasileira9, foi encontrado como

média de escore final no BSQ, em uma amostra de universitários composta por 164

estudantes de ambos os sexos, 58,7 ± 25,1 pontos para homens e 89,7 ± 31,3 pontos para

mulheres, valor esse que se assemelha ao valor médio encontrado no presente estudo.

Uma possível explicação para o baixo escore de insatisfação corporal encontrado no

presente estudo pode ser o fato da população em análise frequentar academia, diferenciando o

estudo quando comparado a dados populacionais como os dos estudos de Pelegrini e

colaboradores14

e Mond e colaboradores16

, visto que para ir à academia é preciso ter um

mínimo de aceitação do próprio corpo e motivação para a prática de exercício físico, o que é

mais difícil de ser observado em pessoas muito insatisfeitas com seus corpos, por diversos

motivos, entre eles a exposição, o que é mais agravado no sexo feminino devido à maior

susceptibilidade feminina em fazer comparações físicas e esconder o corpo17,18

.

Ainda no estudo de Mond e colaboradores16

, discute-se a relação da insatisfação

corporal estar fortemente associada a problemas de saúde mental, funcionamento psíquico,

além de prejuízos à certos aspectos da saúde física. Para os autores a prevalência de

insatisfação corporal é considerada um problema de saúde pública o qual necessita de maior

atenção em função de seus efeitos adversos, como depressão, baixa autoestima e transtornos

alimentares. A discussão apresentada pelos pesquisadores é pertinente, pois no presente

estudo a baixa prevalência de insatisfação corporal da amostra, mesmo após análise ajustada,

permaneceu associada a bons níveis de qualidade de vida (Tabela 2), fato que também vai ao

encontro dos achados de Brandão19

, cujo estudo analisava a mediação da fusão cognitiva com

a imagem corporal na relação entre qualidade de vida e insatisfação corporal e na relação

entre comparações sociais, baseadas na aparência física e qualidade de vida, mostrando que

mesmo em diferentes modelos de análise a insatisfação corporal se apresenta associada com a

qualidade de vida, variando apenas em relação às vivências do indivíduo, podendo ser mais

afetados ou não, dependendo das percepções e sensações individuais.

Seguindo essa lógica pode-se estabelecer uma linha de raciocínio de que,

aparentemente, os indivíduos envolvidos na área da saúde apresentam menores escores de

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insatisfação, pois, por exemplo, no estudo de Bosi e colaboradores20

, encontrou 27,7% de

prevalência de insatisfação corporal entre estudantes de Medicina. No estudo de Tessmer e

colaboradores21

a prevalência de insatisfação corporal encontrada foi de 48,3% entre

frequentadores de academias e no estudo de Nilson e colaboradores22

, 55,4% dos estudantes

de Educação Física eram insatisfeitos. Já em estudo realizado na Austrália16

, 86,9% das

participantes apresentavam algum tipo de insatisfação e 39,4% insatisfação moderada, assim

como se observou 64% de insatisfação corporal entre estudantes universitários libaneses13

e

em estudo cuja amostra eram mulheres que buscavam exame de rastreamento de câncer no

colo do útero14

, encontrou uma prevalência de insatisfação com a imagem corporal de 73%

(insatisfação pelo excesso = 67,4%; insatisfação pela magreza= 5,6%).

Ademais, as diferenças regionais, culturais e etárias as disparidades entre os estudos

também podem ter sido fruto dos diferentes instrumentos de avaliação de insatisfação da

imagem corporal utilizados em cada uma das pesquisas. No caso do presente estudo, a

prevalência de 21,4% de insatisfação corporal pode não ser considerada como baixa, visto que

o BSQ-34 é um instrumento de análise amplo, complexo e bastante rigoroso.

No presente estudo a insatisfação corporal e o IMC estiveram associados mesmo após

análise ajustada (p<0,001), ainda que os níveis de insatisfação corporal encontrados, através

da análise do BSQ, não tenham sido tão elevados. O comportamento de associação

significativa encontrado entre as duas variáveis é esperado de acordo com as evidências da

literatura, visto que a presença de algum tipo de insatisfação corporal está associada ao

IMC14,20,21

. Em estudo realizado recentemente23

, os autores trazem uma reflexão interessante

sobre a relação da insatisfação corporal, IMC e peso corporal, sugerindo que embora existam

dados contundentes sobre essa relação, ainda não há um consenso para a população em geral,

visto que algumas pessoas cujo IMC é considerado normal relatam estar insatisfeitas com a

forma física por se julgarem "gordos", assim os autores sugerem que a percepção subjetiva do

indivíduo é mais relevante, para ele mesmo, que o próprio perfil antropométrico.

Após análise multivariável, a prática de exercício físico (quartis) deixou de estar

associada à insatisfação corporal (Tabela 2). Avaliando a associação entre imagem corporal,

estado nutricional e o nível de atividade física, Ferrari e colaboradores24

, também não

encontraram associação significativa entre a imagem corporal e o nível de atividade física em

uma amostra de universitários. Os autores comentam que ser ativo ou não fisicamente não

influencia em ser insatisfeito ou satisfeito com a imagem corporal, comparação que não

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podemos realizar no presente estudo, visto que todos os indivíduos que compuseram a

amostra eram ativos fisicamente, apontando mais uma vez para a importância da percepção do

indivíduo sobre si mesmo. Por outro lado, um estudo realizado com universitárias

americanas25

, avaliando se a frequência de exercício poderia ser positivamente associada com

uma boa imagem corporal, através de uma análise hierárquica de regressão, encontraram que

a frequência de exercício está relacionada com altos níveis de imagem corporal positiva.

Ouro fato relevante, foi a associação para a prática de exercício físico por motivos

estéticos, que se manteve presente mesmo após ajuste. Em estudo realizado com

frequentadores de academias26

, os autores buscaram analisar os motivos para a prática de

exercício físico e sua relação com a imagem corporal, encontrando, em ordem decrescente, os

maiores escores nas questões saúde, aptidão física, atratividade e harmonia. Os autores

discutem que os resultados encontrados podem variar em função do nível de escolaridade,

sexo, faixa etária, estado de saúde, assim como o tipo de instrumento utilizado para avaliar

essa medida. Um fato interessante, é que embora não tenha havido alta prevalência de

insatisfação corporal no presente estudo, a principal razão pela qual as mulheres se

exercitariam ainda seria por motivos estéticos, o que pode ser explicado pelos achados de

através de estudo que aborda o panorama da imagem corporal feminina na atualidade27

, como

sendo a dicotomia moderna da saúde onde vivemos pesando em uma balança psíquica o

"viver bem" ou o "parecer bem".

Ainda nesse estudo27

, se discute a popularização dos procedimentos estéticos, uma

nova realidade entre as brasileiras, visando esculpir o corpo ideal com base nos padrões

estéticos ditados especialmente pela indústria da moda. No presente estudo a intenção de

realizar cirurgia plástica permaneceu associada à insatisfação corporal após análise ajustada

(Tabela 2), o que vai ao encontro aos dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

(SBPC)28

, quando se expõe que cerca de 629 mil cirurgias plásticas são realizadas por ano no

Brasil, sendo 73% delas de caráter estético, contra 27% de reparação. Quanto ao perfil dos

pacientes que realizavam as cirurgias estéticas, a maioria era do sexo feminino (88%) com

idade entre 19 e 50 anos (72%), sendo as intervenções mais realizadas a cirurgia de aumento

de mama (21%) lipoaspiração (20%) e abdominoplastia (15%). A Sociedade Internacional de

Cirurgia Plástica Estética (ISAPS)29

em conjunto com dados da Sociedade Brasileira de

Cirurgia Plástica, o Brasil ocupou em 2011 o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias

plásticas estéticas, sendo a lipoaspiração o procedimento cirúrgico mais realizado no país nos

últimos quatro anos, apresentando um aumento de 129% ao longo desse período. Estes dados,

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também apontam para um aumento de 97,2% na realização de cirurgias estéticas, tais como

aumento de mamas e remoção de pele extra na área dos olhos, e para a maior participação de

jovens entre 14 e 18 anos em procedimentos cirúrgicos estéticos. Em 2013 a SBPC,

juntamente com a ISAPS, divulgaram um Quick Facts30

sobre as estatísticas em cirurgia

plástica nesse ano, informando que mais de 23 milhões de procedimentos cosméticos,

cirúrgicos e não cirúrgicos, foram realizados no mundo todo. Pela primeira vez o Brasil

superou os Estados Unidos no ranking total de procedimentos cirúrgicos realizados, obtendo a

primeira colocação (Brasil 12,9%, Estados Unidos 12,5%, México 4,2%, Alemanha 3% e

Colômbia 2,5%). Aumento de mamas (Estados Unidos 15% seguido pelo Brasil 14,9%) e

lipoaspiração continuam sendo os procedimentos estéticos mais solicitados pelos pacientes.

Por ser um assunto atual e bastante presente entre as mídias, discussões sobre

insatisfação corporal se fazem necessárias. Poucos são os estudos que relacionam qualidade

de vida e insatisfação corporal, especialmente entre uma população adulta, logo, os dados do

presente estudo contribuem para a fomentação de conhecimento para a área, assim como para

motivar outros estudos de mesmo cunho. Uma limitação da pesquisa é fato dos achados não

poderem ser extrapolados para a população geral, devido à amostra não ser representativa da

mesma, uma vez que a amostragem foi aleatória de todas as academias da cidade.

Por fim, apesar da prevalência de insatisfação corporal do presente estudo não ter

apresentado valores alarmantes (21,4%), possivelmente devido à rigorosidade do instrumento

utilizado, ainda é um tema atual e de crescente interesse de pesquisa. A clareza de

informações por profissionais da área da saúde é de suma importância, especialmente entre

professores e educadores físicos, os quais lidam diretamente com técnicas corporais de culto

ao corpo em ambientes distintos, desempenhando papéis de formação de valores

socioculturais e educacionais, pois devem agir com discernimento e se oporem a modismos

ditados pela indústria da beleza.

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62

30. Quick Facts: Highlights of the ISAPS 2013 statistics on cosmetic surgery [Internet].

Brasil: Sociedade brasileira de cirurgia plástica (Brasil); 2015- [citado em 2015 Mar 24].

Disponível em: http://www2.cirurgiaplastica.org.br/wp-

content/uploads/2014/08/ISAPS_quick_facts.pdf

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63

Tabela 1. Descrição da amostra de frequentadoras de academias da cidade de Pelotas, RS

(2014) e distribuição do escore de insatisfação corporal de acordo com as variáveis preditoras.

N = 257.

Variáveis N % BSQ

(média ±DP)

Valor p

Idade (anos)

18- 20

21 - 25

26 - 30

31 - 35

53

105

77

22

20,6

40,9

30

8,5

87,0 (22,1)

85,3 (29,7)

82,9 (28,7)

93,5 (22,2)

0,44

Cor da pele

Branca

Outras

232

25

90,3

9,7

84,7 (27,2)

94,1 (27,9)

0,1

Situação conjugal

Sem companheiro

Com companheiro

118

139

46,0

54,0

86,5 (27,8)

84,8 (27,1)

0,61

Renda (quartis)

1

2

3

4

65

72

61

59

25,3

28,0

23,7

23,0

89,4 (27,7)

86,6 (30,1)

80,3 (22,5)

85,6 (28,0)

0,3

Possui curso superior

Não

Sim

145

112

56,4

43,6

89,3 (28,1)

80,8 (25,8)

0,01

Índice de bens (quartis)

1

2

3

4

65

64

64

64

25,3

24,9

24,9

24,9

92,1 (29,8)

82,7 (27,1)

85,6 (27,3)

81,8 (26,6)

0,13

Tabagismo atual

Não fumante

Fumante

243

14

94,5

5,5

85,0 (26,8)

96,8 (35,5)

0,12

Exercício Físico (quartis)

1

2

3

4

65

67

63

62

25,3

26,1

24,5

24,1

78,2 (23,5)

87,3 (28,2)

89,7 (28,6)

87,3 (28,2)

0,08

Pratica exercício por motivos estéticos

Não

Sim

84

173

32,7

67,3

76,3 (27,5)

90,1 (26,3)

<0,001

IMC

Normal

Sobrepeso

Obesidade

177

53

27

68,9

20,6

10,5

78,0 (22,6)

100,8 (32,2)

105,2 (24,4)

<0,001

Autopercepção de saúde

Excelente

Boa

Mais ou menos/Ruim

103

125

29

40

48,7

11,3

78,5 (27,2)

85,5 (23,1)

111,0 (30,9)

<0,001

Intenção de fazer cirurgia plástica

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64

Não

Sim

93

164

36,2

63,8

78,4 (22,3)

89,7 (29,2)

0,001

Whoqol-Bref (tercis)

1 (pior qualidade de vida)

2

3 (melhor qualidade de vida)

97

90

70

37,8

35,0

27,2

97 (27,6)

82,4 (24,4)

74,1 (25,1)

<0,001

DP = desvio-padrão

Tabela 2. Análise multivariável por regressão linear do escore BSQ de acordo com as

variáveis preditoras. Pelotas, RS (2014), N=257.

Variáveis β (erro padrão) Valor p

Exercício Físico (quartis)

1

2

3

4

--

6,0 (4,0)

8,5 (4,1)

6,2 (4,1)

0,1

Pratica exercício por motivos estéticos

Não

Sim

--

8,6 (3,1)

0,005

IMC

Normal

Sobrepeso

Obesidade

--

15,9 (3,8)

20,6 (4,8)

<0,001

Autopercepção de saúde

Excelente

Boa

Mais ou menos/Ruim

--

1,4 (3,1)

19,2 (5,1)

0,002

Deseja fazer cirurgia plástica

Não

Sim

--

7,8 (3,0)

0,005

WHOQOL-Bref (tercis)

1 (pior qualidade de vida)

2

3 (melhor qualidade de vida)

--

-10,2 (3,4)

-14,5 (3,7)

<0,001

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Tabela 3. Descrição de questões específicas do BSQ-34 em relação à forma física em

frequentadoras de academia da cidade de Pelotas, RS (2014), N=257.

Questões

Nunca/

Raramente

Às vezes/

Frequentemente

Muito

frequentemente/

Sempre

2. Sua preocupação com sua forma física

chega ao ponto de você pensar que

deveria fazer uma dieta?

20,7 % 33,5% 46,0%

4. Você tem receio de que poderia

engordar ou ficar mais gorda?

19,5% 33,5% 47,1%

9. Estar com mulheres magras faz você

reparar em sua forma física?

37,4% 44,0% 18,7%

12. Você tem reparado na forma física de

outras mulheres e, ao se comparar, tem se

sentido em desvantagem?

33,1% 51,0% 16,0%

22. Você se sente mais contente em

relação à sua forma física quando seu

estômago está vazio (por exemplo, pela

manhã)?

41,7% 31,2% 27,3%

30. Você belisca áreas do seu corpo para

ver o quanto há de gordura?

52,2% 36,2% 11,7%

34. A preocupação com sua forma física

leva você a sentir que deveria fazer

exercícios?

7,4% 30,8% 61,9%

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Figura 1. Histograma de descrição da variável BSQ-34 de acordo com amostra de

frequentadoras de academia da cidade de Pelotas, RS (2014), N=257.

N

50 100 150 200

Pontuação BSQ

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Apêndices

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Apêndice A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Concordo em participar do estudo "Insatisfação corporal feminina e a prática de exercício físico em frequentadoras de academia na cidade de Pelotas.” Estou ciente de que estou sendo convidada a participar voluntariamente do mesmo.

PROCEDIMENTOS: Fui informada de que o objetivo geral será analisar os níveis de insatisfação corporal de

mulheres adultas jovens, com idade entre 18 e 35 anos, e avaliar a possível associação da insatisfação entre os diferentes níveis de prática de atividade física, cujos resultados serão mantidos em sigilo e somente serão usadas para fins de pesquisa. Estou ciente de que a minha participação envolverá apenas a assinatura deste termo de consentimento livre e esclarecido, assim como o preenchimento de um questionário com questões socioeconômicas, demográficas, de estilo de vida e autoimagem. RISCOS E POSSÍVEIS REAÇÕES: O presente estudo não oferece nenhum tipo de risco às participantes ou

envolvidas. BENEFÍCIOS: O benefício de participar da pesquisa relaciona-se ao fato que os resultados serão incorporados

ao conhecimento científico e posteriormente poderão auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas de saúde para controlar e prevenir estilos de vida não saudáveis que possam estar sendo praticados, assim como controlar as relações de insatisfação corporal feminina na sociedade.

PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Como já me foi dito, minha participação neste estudo será voluntária e poderei

interrompê-la a qualquer momento.

DESPESAS: Eu não terei que pagar por nenhum dos procedimentos, nem receberei compensações financeiras.

CONFIDENCIALIDADE: Estou ciente que a minha identidade permanecerá confidencial durante todas as etapas

do estudo. CONSENTIMENTO: Recebi claras explicações sobre o estudo, todas registradas neste formulário de

consentimento. Os investigadores do estudo responderam e responderão, em qualquer etapa do estudo, a todas as minhas perguntas, até a minha completa satisfação. Portanto, estou de acordo em participar do estudo. Este Formulário de Consentimento Pré-Informado será assinado por mim e arquivado na instituição responsável pela pesquisa. Nome da participante:_________________________________________ Identidade:_________________

ASSINATURA:________________________________ DATA: ____ / ____ / ______

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE DO INVESTIGADOR: Expliquei a natureza, objetivos, riscos e

benefícios deste estudo. Coloquei-me à disposição para perguntas e as respondi em sua totalidade. O participante compreendeu minha explicação e aceitou, sem imposições, assinar este consentimento. Tenho como compromisso utilizar os dados e o material coletado para a publicação de relatórios e artigos científicos referentes a essa pesquisa. Se o participante tiver alguma dúvida ou preocupação sobre o estudo pode entrar em contato através do meu endereço acima. Para outras considerações ou dúvidas sobre a ética da pesquisa, entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da ESEF/UFPel – Rua Luís de Camões, 625 – CEP: 96055-630 - Pelotas/RS; Telefone CEP (53)3273-2752.

ASSINATURA DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL: _________________________________

Pesquisador responsável: Tanísia Hipólito Medeiros Instituição: Escola Superior de Educação Física - ESEF/UFPel Endereço: Rua Luiz de Camões, 625 Telefone: (53) 3273-2752

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Apêndice B

QUESTIONÁRIO

SEÇÃO I: Body Shape Questionnaire - BSQ-34

Responda as questões abaixo em relação à sua aparência nas últimas 4 semanas. Assinale um X na legenda que melhor defina sua opinião:

1) Sentir-se entediada faz você se preocupar com sua forma física?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

2) Sua preocupação com sua forma física chega ao ponto de você pensar que deveria

fazer uma dieta?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

3) Já lhe ocorreu que suas coxas, quadril ou nádegas são grandes demais para o

restante do seu corpo?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

4) Você tem receio de que poderia engordar ou ficar mais gorda?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

5) Você anda preocupada achando que seu corpo não é firme o suficiente?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

6) Ao ingerir uma refeição completa e sentir o estômago cheio, você se preocupa em

ter engordado?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

7) Você já se sentiu tão mal com sua forma física a ponto de chorar?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito

Entrevistador:_______________________________ Academia: _______________________ NQUEST:_____

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70

frequentemente (6) Sempre

8) Você já deixou de correr por achar que seu corpo poderia balançar?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

9) Estar com mulheres magras faz você reparar em sua forma física?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

10) Você já se preocupou com o fato de suas coxas poderem ocupar muito espaço

quando você senta?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

11) Você já se sentiu gorda mesmo após ingerir uma pequena quantidade de

alimento?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

12) Você tem reparado na forma física de outras mulheres e, ao se comparar, tem se

sentido em desvantagem?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

13) Pensar na sua forma física interfere na sua capacidade de se concentrar em

outras atividades (como por exemplo, assistir televisão, ler, acompanhar uma

conversa)?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

14) Ao estar nua, por exemplo, ao tomar banho, você se sente gorda?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

15) Você tem evitado usar roupas mais justas para não se sentir desconfortável com

sua forma física?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

16) Você já se pegou pensando em remover partes mais carnudas do seu corpo? (1) Nunca (2) Raramente

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(3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

17) Comer doces, bolos ou outros alimentos ricos em calorias faz você se sentir

gorda?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

18) Você já deixou de participar de eventos sociais (como, por exemplo, festas) por se

sentir mal com relação à sua forma física?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

19) Você se sente muito grande e arredondada?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

20) Você sente vergonha do seu corpo?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

21) A preocupação em relação à sua forma física à leva a fazer dietas?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

22) Você se sente mais contente em relação à sua forma física quando seu estômago

está vazio (por exemplo, pela manhã)?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

23) Você acredita que sua forma física se deve à sua falta de controle?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

24) Você se preocupa que outras pessoas vejam "dobras" na sua cintura ou

estômago?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente

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(6) Sempre

25) Você acha injusto que outras mulheres sejam mais magras do que você?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

26) Você já vomitou para se sentir mais magra?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

27) Quando acompanhada, você fica preocupada em estar ocupando muito espaço

(por exemplo, sentada num sofá ou no banco de um ônibus)?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

28) Você se preocupa com o fato de estar ficando cheia de "dobras" ou "banhas"?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

29) Ver seu reflexo (por exemplo, num espelho ou na vitrine de uma loja) faz você se

sentir mal em relação ao seu físico?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

30) Você belisca áreas do seu corpo para ver o quanto há de gordura?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

31) Você evita situações nas quais as pessoas possam ver seu corpo (por exemplo,

vestiários e banheiros)?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

32) Você já tomou laxantes para se sentir mais magra?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

33) Você fica mais preocupada com sua forma física quando em companhia de outras

pessoas?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes

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73

(4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

34) A preocupação com sua forma física leva você a sentir que deveria fazer

exercícios?

(1) Nunca (2) Raramente (3) Às vezes (4) Frequentemente (5) Muito frequentemente (6) Sempre

SEÇÃO II: Variáveis Demográficas e Socioeconômicas

35) Qual é a sua idade:______ anos idade __ __

36) Peso: _______ peso __ __ __

37) Altura:_______ altura __ __ __

38) Qual é a cor da sua pele?

(1) Branca (2) Preta (3) Parda (4) Outra cor __

39) Qual é o seu estado civil?

(1) Solteira

(2) Solteira, mas namorando há __ __ anos __ __ meses

(3) Casada há __ __ anos __ __ meses

(4) Divorciada ou Viúva

conju __

namora __ __ __

casa __ __ __

40) Até que série você estudou?

__ série __ grau

SE NÃO CURSOU NÍVEL SUPERIOR passe para a pergunta 41

Você completou a faculdade? (0) Não. Quanto tempo tem de curso?_______

(1) Sim

serie __

grau __

facul __

41) No mês passado, incluindo você, quanto receberam as pessoas que

moram na sua casa?

Pessoa 1 R$ __ __ __ __ __

Pessoa 2 R$ __ __ __ __ __

Pessoa 3 R$ __ __ __ __ __

Pessoa 4 R$ __ __ __ __ __

Pessoa 5 R$ __ __ __ __ __

renfa

__ __ __ __ __

A família tem outras fontes de renda?

(0) Não (1) Sim, quanto?

R$ __ __ __ __ __ R$ __ __ __ __ __

outrenfa

__ __ __ __ __

42) Na sua casa você tem algum dos itens citados abaixo? Marque quantos(as).

Máquina de lavar roupa? 0 1 2 3 4+ IGN

Videocassete ou DVD? 0 1 2 3 4+ IGN

Geladeira? 0 1 2 3 4+ IGN

Freezer ou geladeira tipo duplex? 0 1 2 3 4+ IGN

Forno de Microondas? 0 1 2 3 4+ IGN

Computador de mesa ou notebook? 0 1 2 3 4+ IGN

TV normal (tubo)? 0 1 2 3 4+ IGN

TV de LCD/plasma? 0 1 2 3 4+ IGN

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74

Telefone fixo? 0 1 2 3 4+ IGN

Automóvel (somente de uso particular) 0 1 2 3 4+ IGN

Aparelho de ar condicionado ou Split 0 1 2 3 4+ IGN

Empregada doméstica? 0 1 2 3 4+ IGN

Quantos banheiros existem na sua casa? 0 1 2 3 4+ IGN

43) Quanto à prática de tabagismo, você?

(0) Nunca fumou.

(1) Já fumou, mas parou há __ __ anos __ __ meses.

(2) Fuma. Se sim, quantos cigarros por dia?_______ cigarros.

fumo __

anos __ __

meses __ __

cigdia __ __ __

SEÇÃO III: Prática de exercício físico e percepção de saúde

44) Em relação a prática de exercício físico, qual(is) atividade(s) você realiza

semanalmente?

Atividade 1 _____________________ freq __ tempo (min) __ __

Atividade 2 _____________________ freq __ tempo (min) __ __

Atividade 3 _____________________ freq __ tempo (min) __ __

Atividade 4 _____________________ freq __ tempo (min) __ __

Atividade 5 _____________________ freq __ tempo (min) __ __

Atividade 6 _____________________ freq __ tempo (min) __ __

Atividade 7 _____________________ freq __ tempo (min) __ __

af1 __ __ __

af2 __ __ __

af3 __ __ __

af4 __ __ __

af5 __ __ __

af6 __ __ __

af7 __ __ __

45) Em relação às mulheres de sua idade, como você considera a sua saúde?

(1) Excelente (3) Mais ou menos

(2) Boa (4) Ruim (5) Muito ruim

saude __

SEÇÃO IV: Razões para a prática de exercício físico.

46) Por favor, cite três motivos em ordem de importância, que na sua opinião definem porque você se

exercita.

Primeiro motivo ________________________

Segundo motivo _______________________

Terceiro motivo ________________________

SEÇÃO V: Cirurgia plástica.

SEÇÃO VI: WHOQOL- BREF – Qualidade de vida

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha. Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações.

47) Você já fez cirurgias plásticas por motivos estéticos?

(0) Não (1) Sim. Qual (is)?_____________________________.

48) Você já pensou em fazer alguma plástica para mudar algo no seu corpo?

(0) Não (1) Sim. Qual (is)?_____________________________.

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75

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e marque um X no número que lhe parece a

melhor resposta.

49) Como você avaliaria sua qualidade de vida?

Muito

ruim

Ruim Nem ruim

nem boa

Boa Muito boa

1 2 3 4 5

50) Quão satisfeito(a) você

está com a sua saúde?

Muito

insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito

nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

satisfeito

1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas

semanas.

51) Em que medida você acha que sua

dor (física) impede você de fazer o que

você precisa?

Nada Muito

pouco

Mais ou

menos

Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

52) O quanto você precisa de algum

tratamento médico para levar sua vida

diária?

1 2 3 4 5

53) O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5

54) Em que medida você acha que a

sua vida tem sentido?

1 2 3 4 5

55) O quanto você consegue se

concentrar?

1 2 3 4 5

56) Quão seguro(a) você se sente em

sua vida diária?

1 2 3 4 5

57) Quão saudável é o seu ambiente

físico (clima, barulho, poluição,

atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer

certas coisas nestas últimas duas semanas.

58) Você tem energia suficiente para seu

dia-a-dia?

Nada Muito

pouco

Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

59) Você é capaz de aceitar sua aparência

física?

1 2 3 4 5

60) Você tem dinheiro suficiente para

satisfazer suas necessidades?

1 2 3 4 5

61) Quão disponíveis para você estão as

informações que precisa no seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

62) Em que medida você tem oportunidades

de atividade de lazer?

1 2 3 4 5

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As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários

aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

63) Quão bem você é capaz de se locomover?

Muito

ruim

Ruim Nem ruim

nem bom

Bom Muito bom

1 2 3 4 5

64) Quão satisfeito(a) você

está com o seu sono?

Muito

insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito

nem insatisfeito

Satisfeito Muito

satisfeito

1 2 3 4 5

65) Quão satisfeito(a) você

está com sua capacidade

de desempenhar as

atividades do seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

66) Quão satisfeito(a) você

está com sua capacidade

para o trabalho?

1 2 3 4 5

67) Quão satisfeito(a) você

está consigo mesmo?

1 2 3 4 5

68) Quão satisfeito(a) você

está com suas relações

pessoais (amigos, parentes,

conhecidos, colegas)?

1 2 3 4 5

69) Quão satisfeito(a) você

está com sua vida sexual?

1 2 3 4 5

70) Quão satisfeito(a) você

está com o apoio que você

recebe de seus amigos?

1 2 3 4 5

71) Quão satisfeito(a) você

está com as condições do

local onde mora?

1 2 3 4 5

72) Quão satisfeito(a) você

está com o seu acesso aos

serviços de saúde?

1 2 3 4 5

73) Quão satisfeito(a) você

está com o seu meio de

transporte?

1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou certas coisas

nas últimas duas semanas.

74) Com que frequência

você tem sentimentos

negativos tais como mau

humor, desespero,

ansiedade, depressão?

Nunca Algumas

vezes

Frequentemente Muito

frequentemente

Sempre

1 2 3 4 5

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Anexos

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Anexo A

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Anexo B