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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL Orientador: Professor Doutor Danilo Volochko Discente: Pedro Moreira dos XVIII Semana de Geografia | IX Seminário da Pós- Graduação em Geografia Geografias: vivências e Perspectivas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOINSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Orientador: Professor Doutor Danilo VolochkoDiscente: Pedro Moreira dos Santos Neto

XVIII Semana de Geografia | IX Seminário da Pós-Graduação em Geografia Geografias: vivências e Perspectivas.

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A PRODUÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO NO VALE DO ARAGUAIA (MT): entre a expansão agropecuária e a resistência camponesa.

A presente pesquisa pretende debater os conflitos e os processos concretos da produção do espaço agrário dos camponeses do Projeto de Assentamento Independente I, localizado no Vale do Araguaia em Confresa-MT, município que possui 83% (INCRA, 2009) do território ocupado por assentamentos de “reforma agrária”, contrapondo a expansão agropecuária sinalizada pelo Estado por meio Zoneamento Socioeconômico Ecológico (ZSEE), buscando compreender o movimento de integração-desintegração-reintegração camponesa no processo da produção do espaço.

• Análise na escala local e da vida cotidiana dos sujeitos;

• Conflitos desvelando as contradições presente na realidade;

• O ZSEE será analisado no nível dos sujeitos;

• As possíveis transformações nas relações sociais.

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Projeto de Assentamento Independente I

• Confresa – Fazendas: Codebra, Frenova e Sapeva.

• Década de 70; pecuarista da região sudeste; SUDAM; Aberturas de fazendas (02 milhões de ha. no baixo Araguaia); Aprox. 01 milhão de ha. pertencia aos fazendeiros José Carlos Pires Carneiro e José Augusto de Medeiros.

• Em julho de 1978 a Colonizadora Confresa fez o primeiro projeto fundiário da região.

• Em meados da década de 80, os fazendeiros José Carlos e José Augusto construíram a destilaria de álcool Gameleira (intensa imigração de trabalhadores rurais que trabalhavam no cultivo de cana-de-açúcar).

• No inicio da década de 90 (os trabalhadores rurais descobriram que existia muita terra devoluta na região e começaram diversas ocupações o que acabou culminando conflitos entre trabalhadores e fazendeiros).

• O INCRA desapropriou diversas fazendas e criou os Projetos de Assentamentos.

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• Neste contexto foi criado o Projeto de Assentamento Independente I, a obtenção do imóvel se deu pela desapropriação da DESTILARIA GAMELEIRA S.A. e FRENOVA AGROPECUÁRIA LTDA.

• O projeto de Assentamento Independente I possui uma área de 14.699,5199 hectares. Atualmente existem 252 famílias sipradas pelo INCRA. Principal produção é a hortaliça e os gados de leite e corte.

“A Gleba Independente I teve sua ocupação por trabalhadores rurais sem terra ocorrida a partir de 1987 de forma pacífica, originando posteriormente sérios e grandes conflitos com assassinatos, por este motivo se cria o assentamento... criou o assentamento não como fator gerador de renda aos trabalhadores rurais sem terra, mas principalmente para acabar com a tensão social e as mortes que tem ali ocorrido, trazendo paz e o progresso aos ocupantes.” (Processo de Criação do PA Independente I, INCRA decreto de desapropriação em 28 de dezembro de 1994, portaria 00137 de 29 de dezembro de 1995).

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OBJETIVOS

• Buscamos compreender a integração-desintegração-reintegração dos camponeses à produção capitalista no campo, sendo que para entendermos a produção do espaço agrário no Vale do Araguaia é preciso analisarmos a vida cotidiana dos sujeitos. Para este fim a análise dos camponeses parte da escala local e da vida cotidiana dos sujeitos, pois as possibilidades de mudanças e transformações não vêm do plano político e econômico, mas sim do plano social, dos conflitos desvelando as contradições presentes na realidade concreta.

• Neste contexto será analisado o processo de luta pela terra para compreender a realidade dos camponeses do município de Confresa-MT; Reconhecer como o modo de vida dos camponeses se constitui como resistência ao agronegócio; Identificar a expansão da fronteira agropecuária do agronegócio, na produção do espaço capitalista e territorialização do capital; Verificar como que o ZSEE se realizada para os empresários do agronegócio e para os camponeses, na perspectiva do ZSEE como (re)estruturação produtiva do agronegócio na expansão da fronteira agropecuária no Vale do Araguaia.

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EIXOS CENTRAIS DA DISSERTAÇÃO: Teoria e Método ARTICULADO COM A Questão Agrária.

Questão Agrária

Ø Expansão da Fronteira Agropecuária;

Ø Desenvolvimento Desigual;

Ø Estrutura Fundiária – Política de terras;

Ø Agronegócio;

Ø Fronteira;

Ø Relação Campo-Cidade;

Ø Integração-Desintegração-Reintegração.

Teoria e Método

Ø Práxis;

Ø Sujeitos Sociais Concretos;

Ø Noção de Múltiplas Temporalidades;

Ø Campesinato enquanto Classe Social.

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JOSÉ DE SOUZA MARTINS01 - EXCLUSÃO SOCIAL E A NOVA DESIGUALDADE;02 - FRONTEIRA. A DEGRADAÇÃO DO OUTRO NOS CONFINS DO HUMANO;03 - O PODER DO ATRASO. ENSAIOS DE SOCIOLOGIA DA HISTÓRIA LENTA;04 - O CATIVEIRO DA TERRA;05 - INTRODUÇÃO CRÍTICA A SOCIOLOGIA RURAL.

GISLAENE MORENO08 - TERRA E PODER EM MATO GROSSO. POLÍTICAS E MECANISMOS DE BURLA | 1892-1992.

CAMILA SALLES FARIA09 - A INTEGRAÇÃO PRECÁRIA E A RESISTÊNCIA INDÍGENA NA PERIFERIA DA METRÓPOLE.

ALCEU LUIS CASTILHO16 - PARTIDO DA TERRA. COMO OS POLÍTICOS CONQUISTAM O TERRITÓRIO BRASILEIRO.

JÚLIA ADÃO BERNARDES14 - NOVAS FRONTEIRAS DA TÉCNICA NO VALE DO ARAGUAIA.

MARIA ISAURA PEREIRA DE QUEIRÓS15 - O CAMPESINATO BRASILEIRO: ENSAIOS SOBRE A CIVILIZAÇÃO E GRUPOS RUSTICOS NO BRASIL.

NEIL SMITH10 - DESENVOLVIMENTO DESIGUAL: NATUREZA, CAPITAL E A PRODUÇÃO DE ESPAÇO.

ZULEIKA ALVES DE ARRUDA11 - ONDE ESTÁ O AGRO DESSE NEGÓCIO? TRANSFORMAÇÕES SOCIOESPACIAIS EM MATO GROSSO DECORRENTES DO AGRONEGÓCIO.

RICARDO REZENDE FIGUEIRA12 - PISANDO FORA DA PRÓPRIA SOMBRA: A ESCRAVIDÃO DÍVIDA.

PIERRE MONBEIG13 - PIONEIROS E FAZENDEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ARIOVALDO UMBELINO DE OLIVEIRA06 - A AMAZÔNIA NORTE-MATOGROSSENSE: GRILAGEM, CORRUPÇÃO E VIOLÊNCIA;07 - MODO CAPITALISTA DE PRODUÇÃO, AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA.

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METODOLOGIA

• Compreendemos o método não apenas como descrição dos procedimentos para a obtenção de determinados resultados, mas o caminho filosófico, político e científico, teorias, princípios, articulação permanente entre teoria e prática.

• A realização desta pesquisa está embasada nas contradições entre o território capitalista (terra enquanto reprodução ampliada do capital) e o espaço camponês (terra enquanto reprodução do modo de vida e para o trabalho).

• Neste contexto o ZSEE será a mediação para pensarmos as relações conflituosas entre a produção do espaço capitalista e o espaço camponês, sinalizando os processos de exclusão social e/ou inclusão precária que se materializa no rural e urbano pela expropriação territorial, portanto os processos concretos da produção do espaço agrário será dialetizado entre os sujeitos e o mundo no plano social.

• Esta pesquisa conta basicamente com etapas de aquisição, sistematização, leitura e análise dos materiais selecionados, entrevistas semidirigidas, produção cartográfica, sistematização dos resultados e redação final.

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O ZSEE é um instrumento técnico e político de planejamento estratégico de ordenamento territorial, que regionaliza o Estado de Mato Grosso em 12 regiões de planejamento, criando categorias, subcategorias, zonas e subzonas com diretrizes de uso comum e específico de regulação do território mato-grossense.

• Instrumento de organização espacial do território mato-grossense;

• Prevê a ampliação da produção de commodities, ou seja, a consolidação do território mato-grossense como produtor de commodities – (re)estruturação produtiva.

Após a aprovação do ZSEE (2010) as instituições ligadas aos empresários do agronegócio produziram dados legitimando o território mato-grossense como produtor de commodities, conforme projeções da produção agropecuária para 2022.

Mapa do ZSEE, aprovado na Escala 1:1.500.000

Figura 01: Mapa Aprovado do ZSEE. Fonte: ICV, 2011.

Áreas com Estrutura Produtiva Consolidada ou a Consolidar (Agronegócio)

Áreas

Protegidas

RESULTADOS PRELIMINARES

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Crescimento da produção de soja por Macrorregião 2012/13 à 2021/2022

Figura 02: Projeção da produção da soja em Mato Grosso. Fonte: Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, 2012.

Projeções da produção de soja em Mato Grosso

Gráfico 01: Projeção da produção da soja em Mato Grosso. Fonte: Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, 2012.

• O crescimento da produção de soja por Macrorregião 2012/13 à 2021/2022 (figura 02) revela o aumento da produção da

soja na macrorregião Nordeste, ou seja, aumento da produção de soja no Vale do Araguaia, de 15% em 2012/13 para 20%

em 2021/22, sendo a macrorregião com o maior crescimento da produção de soja no estado, contribuindo para que Mato

Grosso esteja produzindo 40% da soja do país (gráfico 01).

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Crescimento da produção de milho por Macrorregião 2012/13 à 2021/2022

Figura 03: Projeção da produção da milho em Mato Grosso. Fonte: Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, 2012.

Projeções da produção de milho em Mato Grosso

Gráfico 02: Projeção da produção da milho em Mato Grosso. Fonte: Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, 2012.

• O crescimento da produção de milho por Macrorregião 2012/13 à 2021/2022 (figura 03) revela o aumento da produção do

milho na macrorregião Nordeste, aumento da produção de milho no Vale do Araguaia, de 7% em 2012/13 para 14% em

2021/22, sendo a macrorregião com o maior crescimento da produção de milho no estado, contribuindo para que Mato

Grosso esteja produzindo 36% do milho do país (gráfico 02).

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Área, rebanho bovino e taxa de lotação em Mato Grosso(milhões de hectares, milhões de cabeças e

cabeças/hectare)

Gráfico 03: Projeção da produção bovina em Mato Grosso. Fonte: Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, 2012.

Produção de carne bovina em Mato Grosso (mil toneladas)

Gráfico 04: Projeção da produção bovina em Mato Grosso e Brasil. Fonte: Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, 2012.

• O gráfico 03 e 04 revelam o aumento da produção de pecuária no estado, porém a área irá diminuir devido a substituição

da pecuária extensiva para intensiva, porém estas áreas abertas serão utilizados na produção de milho e soja.

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CULTURAS 2013 2022 %

Soja 24.148.551 39.095.808 62

Milho 13.917.972 28.616.810 106

Bovinos 1.261.812 1.717.388 36

TOTAL 39.328.335 69.430.006 76

Projeção da Produção Agropecuária de Mato Grosso de 2013 à 2022 em toneladas

Quadro 01: Projeção da produção agropecuária em Mato Grosso. Fonte: Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, 2012.

• O quadro 01 Projeção da Produção Agropecuária de Mato grosso de 2013 à 2022 em toneladas revela a

intenção de ampliar a produção agropecuária nas culturas de soja, milho e bovino em 76% no período de 10

anos. Segundo notícia veiculada no portal do IMEA (2012) o Estado deve atingir 69 milhões de toneladas e

área de 11,9 milhões de hectares na safra de 2021/22, porém Mato Grosso ainda possui um potencial máximo

de 13,4 milhões de hectares em áreas abertas, ou seja, vislumbrando a ampliação da produção de

commodities posteriormente a 2021/22.

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Pesquisa de Campo

Cuiabá-MT: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária;Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Confresa: Secretaria Municipal de Planejamento;Sindicato dos Trabalhadores Rurais;Sindicato dos Produtores Rurais;Assentados do PA Independente I;Unidade Avançada do INCRA;Transportadora Cocal;Louis Dreyfus,

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• As observações e os diálogos com os sujeitos são de fundamental importância para compreendermos o movimento da realidade, valorizando a história oral, pois são nas falas das pessoas que são reveladas elementos de sua representação concreta da realidade, como por exemplo, o processo histórico, a luta pela terra, a relação com a terra, conflitos, o movimento de exclusão social ocasionada pela expropriação territorial etc.

• Mudanças concretas nas relações sociais das famílias na divisão do trabalho, nas práticas da agricultura e no modo de vida camponês de autonomia familiar e domínio sobre a vida pensando nos ritmos e os tempos sociais.

• A normativa de execução do INCRA 071 de 17/05/2012, permite cadastrar/homologar/regularizar a pessoa que está ocupando o lote se ela for cliente do INCRA. (Laranjas para os grandes empresários).

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Segundo o ZSEE aprovado, a área que correspondente ao Projeto de Assentamento Independente I é a Categoria I e II.

CATEGORIAS:

1. ÁREAS COM ESTRUTURA PRODUTIVA CONSOLIDADA OU A CONSOLIDAR1.2. Áreas Consolidadas ou a Consolidar, que Requerem Readequação dos Sistemas de Manejo, Reordenamento da Estrutura Produtiva.

2. ÁREAS QUE REQUEREM MANEJOS ESPECÍFICOS2.2 Áreas que Requerem Manejos Específicos pelo Elevado Potencial Florestal;2.3. Áreas que Requerem Manejos Específicos pelo Elevado Potencial Biótico em Ambientes Pantaneiros ou Alagáveis.

__________________________________________________

Transformações concretas nas relações sociais e no espaço, advindo de outra lógica de trabalho e produção capitalista, espaço planejado e concebido.

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Imagens de Satélite de 1973 à 2014. As imagens serão utilizadas principalmente para contextualização do processo de uso e ocupação da

terra, pensando os processos concretos da produção do espaço.

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Algumas considerações

• As políticas agrária e agrícola do Estado de Mato Grosso não medem esforços para aumentarem a área e

consequentemente a produção da soja e milho;

• O ZSEE surge como grande desarticulador, não surge dos próprios assentados, mas sim do plano político e

econômico, do espaço concebido e planejado,

• que acontecerá com os assentados frente a expansão da fronteira agropecuária? (Integração?-Desintegração?-

Reintegração?);

• Para que possamos dar continuidade e desenvolver a bom termo os objetivos da pesquisa é imprescindível que

seja realizado outras pesquisas de campo, pois os processos concretos da produção do espaço agrário e a

produção de dados primários só é possível do plano do lugar.

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BIBLIOGRAFIAS

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MARTINS, José de Souza. Fronteira. A degradação do outro nos confins do humano. São Paulo: Contexto, 2009, 2ª edição.

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MARTINS, José de Souza. O Poder do Atraso. Ensaios de Sociologia da História Lenta. São Paulo: Editora Hucitec, 1999, 2ª edição.

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MORENO, G. Terra, Poder e Corrupção: a política fundiária em Mato Grosso – 1970/1990. 1996/1997. Apud: Revista Mato-Grossense de Geografia. Departamento de Geografia. ICHS. Ano 02, n 01 e 02 Dez. 1996/1997. Cuiabá: EdUFMAT. 1998.

MORENO, Gislaine. Terra e Poder em Mato Grosso: política e mecanismos de burla (1892-1992). Cuiabá, MT: Entrelinhas/EdUFMT, 2007.

OLIVEIRA, A. U. A Amazônia Norte-Matogrossense: Grilagem, Corrupção e Violência. Livre Docência em Geografia pela FFLCH – USP 1997.

OLIVEIRA, A. U. Modo de Produção Capitalista, Agricultura e Reforma Agrária. São Paulo: FFLCH, 2007.

PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO EM MATO GROSSO PARA 2022. <http://www.imea.com.br/upload/pdf/arquivos/AgroMT_Outlook_2022.pdf> Acesso em 15/10/2014).