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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS – CUR INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Trabalho de Curso PAULA RENATA SILVA EMPREENDEDORAS FEMININAS NO FRANCHISING: ESTUDO DE CASO REALIZADO COM FRANQUEADAS NA CIDADE DE RONDONÓPOLIS MT RONDONÓPOLIS-MT 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS – CUR INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Trabalho de Curso

PAULA RENATA SILVA

EMPREENDEDORAS FEMININAS NO FRANCHISING: ESTUDO DE CASO REALIZADO COM FRANQUEADAS NA CIDADE DE

RONDONÓPOLIS MT

RONDONÓPOLIS-MT

2019

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PAULA RENATA SILVA

EMPREENDEDORAS FEMININAS NO FRANCHISING: ESTUDO DE CASO REALIZADO COM FRANQUEADAS NA CIDADE DE

RONDONÓPOLIS MT

Artigo apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração, Curso de Administração, Instituto de Ciências Humanas e Sociais – ICHS, Campus Universitário de Rondonópolis – CUR, Universidade Federal de Mato Grosso -UFMT.

Orientador: Prof. Dr. André Luís Janzkovski Cardoso

RONDONÓPOLIS-MT

2019

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TERMO DE APROVAÇÃO

PAULA RENATA SILVA

EMPREENDEDORAS FEMININAS NO FRANCHISING: ESTUDO DE CASO REALIZADO COM FRANQUEADAS NA CIDADE DE

RONDONÓPOLIS MT

Artigo apresentado à disciplina Trabalho de Curso – TC, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração, do Curso de Administração, Instituto de Ciências Humanas e Sociais – ICHS, Campus Universitário de Rondonópolis – CUR, Universidade Federal de Mato Grosso –UFMT, aprovada em 26/07/2019, com nota__9,0__, pela seguinte Banca Examinadora:

Orientador: Prof. Dr. André Luís Janzkovski Cardoso

Curso de Administração, ICHS/CUR/UFMT Presidente

Prof. Dr. Paulo Henrique Martins Desidério Curso de Administração, ICHS/CUR/UFMT

Membro Prof. M.Sc. Roseli Aparecida dos Reis Curso de Administração, ICHS/CUR/UFMT

Membro

RONDONÓPOLIS 2019

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 6

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 7

2.1. O EMPREENDEDORISMO NO UNIVERSO DO FRANCHISING ................................ 7

2.1.2 O perfil empreendedor .............................................................................................................. 8

3. SISTEMA DE FRANQUIA ................................................................................................... 9

3.1 EVOLUÇÃO DAS FRANQUIAS .......................................................................................... 9

3.2. A ESCOLHA DO FRACHISING ......................................................................................... 11

3.3. DISTRIBUIÇÃO DAS FRANQUIAS NO BRASIL ......................................................... 12

4. EMPREENDEDORISMO FEMININO ............................................................................ 14

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 16

6. ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................................... 17

6.1. DETERMINAÇÃO NO EMPREENDEDORISMO FEMININO ..................................... 17

6.2. COMPETÊNCIA NOS NEGÓCIOS ..................................................................................... 18

6.3. EXEMPLO DE EMPREENDEDOR ..................................................................................... 18

6.4. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL ........................................................................................ 19

6.5. MERCADO PROMISSOR ..................................................................................................... 19

6.6. PARCERIAS E VISÃO COMPARTILHADA .................................................................... 20

6.7. PRÁTICAS DE GESTÃO ...................................................................................................... 20

6.8. VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL .................................................................................. 21

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 21

REFERÊNCIAS................................................................................................................................ 22

APÊNDICE..............................................................................................................................26

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EMPREENDEDORAS FEMININAS NO FRANCHISING: ESTUDO DE CASO REALIZADO COM FRANQUEADAS NA CIDADE DE RONDONÓPOLIS-MT

RESUMO

Com o decorrer dos anos, o mercado econômico vem sofrendo diversas modificações e expansões, como o aumento da abrangência das franquias de forma que esta vem cada vez mais aumentando seus números. Outro fato importante é a expansão do empreendedorismo feminino, cada vez mais, as mulheres estão se fazendo presentes no mercado de negócios. Tendo em vista isto, o presente trabalho possui como objetivo geral compreender o que leva empreendedoras a optar por abrir franquias ao invés de empresas próprias, possuindo por objetivos específicos realizar um levantamento das razões por se optar pelas franquias no segmento de moda na cidade de Rondonópolis; levantar o perfil das Empreendedores fraqueadas; Identificar as dificuldades e impressões sobre o negócio de franquias, e por fim, discutir as descobertas à luz dos conceitos teóricos. Os dados da pesquisa foram coletados por meio de entrevista semiestruturada realizada com oito empresarias do ramo de franquia, os quais foram tabulados na planilha eletrônica e posteriormente analisados por meio da análise de conteúdo. Quando se volta para o empreendedorismo feminino, tem-se que esta passa atualmente por uma grande expansão de maneira que há diversas mulheres empreendendo em franquias, devido ao fato destas proporcionarem a elas uma autonomia de horário e tempo a ser utilizado. Palavras-chave: Empreendedorismo, franquias, empreendedorismo feminino. FEMALE ENTREPRENEURS IN FRANCHISING: CASE STUDY CARRIED OUT IN THE CITY OF RONDONÓPOLIS-MT ABSTRACT With the growth of the years the market has undergone changes and expansions, as the scope of the franchises increase so that their own numbers are increasingly coming. Another important fact is an expansion of female entrepreneurship in an increasing way as women who are present in the business market. This is the present working is a complete fils to the own choice of the choice is select to be extra by the parties of franchises in the top of fashion in city? from Rondonópolis; the profile of weak entrepreneurs; Identify the difficulties and data about the franchise business, and finally discuss as discoveries in light of theoretical concepts. The survey data were collected through semi-structured interviews conducted with eight franchise companies. When it comes to female entrepreneurship, it must move through a major expansion so that the energy currents are displaced due to the fact that they provide autonomy of time and time.

Keywords: Entrepreneurship, franchising, female entrepreneurship

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1 INTRODUÇÃO

A globalização tem trazido mudanças profundas no mundo dos negócios, a exemplo de tais mudanças, tem-se a remodelagem de negócios, como é o caso de empreendimentos por meio de franquias. Outra consequência da globalização, diz respeito a imposição, às organizações, de grandes desafios no tocante a importantes mudanças provindas das situações econômicas caracterizando um sistema dinâmico e passível de transformações, afetando, todavia, diversos aspecto econômicos, políticos e sociais. Diante disso, o mercado financeiro tem se tornado um local propício para grandes disputas, englobando diversas concorrentes, dentro e fora do seu próprio país. Observando isto, uma forma para superar este obstáculo do mercado, e consequentemente, a busca por estratégias e alternativas, tem-se as alianças, fusões e franquias. Uma grande opção são empresas que cooperam e competem entre si, configurando e originando empresas em rede, por meio de consórcios, alianças, joint ventures e franquias (VANCE et al., 2008).

As franquias, de acordo com o texto da Lei de Franquia Empresarial (Lei nº 8.955/1994), são um sistema que é estruturado pelo franqueado e pelo franqueador, em que o franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços. O franqueador, de maneira opcional, pode ou não conceder o direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio, bem como o sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, contudo não se gera (caracteriza-se) vínculo empregatício.

O setor financeiro das organizações observa na franchising uma vertente que possui um foco restringente de forma que reduz a relação apenas entre o franqueador e franqueado. A franchising consiste em uma opção de abrir um negócio e apesar de este método ser algo recente, no mercado comercial atual, encontrou um campo em que se pode ampliar e desenvolver.

Este sistema é um componente importante para o processo existente entre as micro e pequenas empresas, uma vez que é um dos responsáveis pela criação e manutenção destas empresas, resultando em uma taxa reduzida de fracasso, ou seja, tem se mostrado uma potencial vertente e importante saída viável, tanto para quem busca empreender, como para própria economia, gerando diversos empregos. Importante salientar que a estrutura deste sistema é proveniente de um formato pré-estabelecido pelo franqueador, sendo que isto devido ao fato de não permitir grandes mudanças e aplicação de novas ideias, pode-se não se enquadrar nos aspectos do empreendedorismo (SILVA et al., 2012).

Diante do exposto, a presente pesquisa procura responder o seguinte questionamento: O que leva empreendedoras a optar por abrir franquias ao invés de empresas próprias? Para tanto, o objetivo geral da pesquisa é compreender o que leva empreendedoras a optar por abrir franquias ao invés de empresas próprias. Mediante esse objetivo, os objetivos específicos podem ser descritos em: realizar um levantamento das razões por se optar pelas franquias no segmento de moda na cidade de Rondonópolis; levantar o perfil das Empreendedoras fraqueadas; Identificar as dificuldades e impressões sobre o negócio de franquias, e por fim, discutir as descobertas à luz dos conceitos teóricos.

Para realizar a pesquisa foi feito a entrevista inicial com a primeira empresária e se observou que o roteiro estava condizente e não foi identificada nenhuma necessidade de alteração. Após isso foram realizadas mais sete entrevistas sendo divididas entre os dias

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02/julho/2019 a 22/julho/2019 contendo ao todo 147 minutos de gravação e trinta e duas páginas de transcrição.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Com a globalização e consequentemente a evolução tecnológica, muitos modelos de negócios têm se reconfigurado, como é o caso das franquias, que consistem em uma importante ferramenta quando se refere à expansão de negócios, de modo que de forma sumaria, este modelo se configura como a distribuição de produtos e/ou serviços, mediante condições estabelecidas em contrato, condições em que o concedente, no caso o franqueador concede e transfere o direito para o franqueado de utilizar sua marca e tecnologia de produtos ou serviços geralmente padronizados, por exemplo (NUNES, 2017).

2.1 O EMPREENDEDORISMO NO UNIVERSO DO FRANCHISING

A palavra empreendedorismo provém da palavra imprehendere, do latim, tendo como correspondente, “empreender”, que teve seus primeiros registros em língua portuguesa somente no século XV. A expressão “empreendedor”, provem do Dicionário Etimológico Nova Fronteira, e este apareceu na língua portuguesa no século XVI. Contudo a expressão “empreendedorismo” propriamente dita, provém da tradução da expressão entrepreneurship da língua inglesa que, por sua vez, é composta da palavra francesa entrepreneur e do sufixo inglês ship. O sufixo ship indica posição, grau, relação, estado ou qualidade, tal como, em friendship (amizade ou qualidade de ter amigo). O sufixo pode ainda significar uma habilidade ou perícia ou, ainda, uma combinação de todos esses significados como em leadership (liderança=perícia ou habilidade de liderar) (TEIXEIRA, 2012).

O âmbito dos negócios fornece cada mudanças e de forma cada vez mais dinâmica e constante. Para superar estes obstáculos e manter-se competitivo no mercado o empreendedorismo tem assumido cada vez mais, aspectos estratégicos de negócios. Para Baggio (2014), empreendedorismo corresponde a criação de valor por pessoas empresas corroborando em seus serviços para que consigam implementar uma ideia por meio da aplicação da criatividade, utilizando da capacidade de modificar o desejo de diminuir aquilo que é conhecido como risco.

Segundo Menezes (2003), o empreendedor é tido como um indivíduo que possui aspectos para dar iniciativa aos empreendimento, e isto ocorre por meio de uma personalidade criativa e inovadora, que realiza mudanças em diversos aspectos e contextos, além de estimular a colaboração, criar relacionamentos pessoais, gerar resultados, fazendo o que gosta de fazer, com entusiasmo, dedicação, autoconfiança, otimismo e necessidade de realização. Ou seja, pode-se inferir que o empreendedor tem características peculiares e que tais características os impulsionam a visar, perceber e identificar as oportunidades, no intuito de objetivar e focar nas questões pessoais e não apenas nas empresariais, atitudes estas que são fundamentais para o sucesso ou o fracasso do empreendimento.

Desde sua concepção inicial até a atualidade, tem-se notado um inegável crescimento do empreendedorismo no Brasil, especialmente entre os jovens recém-formados, que em 2013, correspondia a 1,5 milhão de empreendedores, com faixa etária entre 18 e 24, motivados principalmente por trocar a forma tradicional de emprego e fazerem o que realmente gostam (MARUYAMA et al. 2013). Ainda, segundo os autores, “do total de jovens

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empreendedores brasileiros 52,6% pertencem à classe média e 29% residem na região sudeste” (MARUYAMA et al., 2013, p. 1).

E os números só aumentam, pois de acordo com o Relatório Executivo de Empreendedorismo no Brasil, em 2018, a taxa de empreendedorismo total no Brasil, era de 38%, ou seja, a cada 5 brasileiros, 2 eram empreendedores (GEM, 2018). Mesmo com notável crescimento, sabe-se que empreender no Brasil não é algo fácil e isso se atribui a uma série de fatores, entre eles, econômicos e burocráticos, o que ocasiona uma alta taxa de mortalidade de micro e pequenas empresas e diante dessa realidade, o modelo de negócio franquia, tem sido uma saída para se abrir “o próprio negócio” (PANAZZOLO, 2014).

A relação entre os parceiros na franquia e o empreendedorismo não é somente um conceito e a criação de uma atividade, mas sim uma parceria complexa que auxilia um novo empresário a ser um empreendedor e que tem efeitos para esses novos empresários buscarem essencialmente caminhos que seja convergente com a realização pessoal para a criação de novas empresas (PANAZZOLO, 2014, p. 24-25).

No processo da franchising, alguns benefícios devem ser pautados, como por exemplo, a possibilidade de se abrir um negócio com menos riscos, além disso, como se percebe, a relação entre empreendedorismo e franchising é estreita, de modo que essa relação é potencializada, refletindo ganhos mútuos, entre franqueado e franqueador.

2.1.2 O perfil empreendedor

Existe uma ampla gama de definições que são tangidas referindo-se ao perfil empreendedor de forma a concluir que este é influenciado por aspectos que se relacionam a diversas áreas como: a Administração, a Psicologia, a Sociologia e a Economia. De forma a considerar que cada uma desta área reflete em alguma característica agregada ao perfil empreendedor.

O empreendedor sempre é relacionado a alguns aspectos característicos como ser uma pessoa inovadora, criativa e que possui disposição e tendência a assumir riscos. Chér (2008) relata que existem diversos motivos que são colocados como impulsores para dar início ao seu negócio. Tem-se que grande percentual de novos negócios surgem de inovações feitas a partir de situações pré-existentes no mercado. De forma que o empreendedor utiliza de sua experiência e conhecimentos já conquistados, além de sua rede de contatos para impulsionar e iniciar seu empreendimento, aumentando com isso as chances de sucesso.

O empreendedor é tido como uma pessoa social, sendo este resultado do ambiente onde está inserido, de maneira que os aspectos deste local exercem reflexo sobre o perfil empreendedor. Considerando que a pessoa habite em um local no qual é instigado e impulsionado e que o ato de empreender é visado como algo positivo, então terá motivação para criar o seu próprio negócio. Sendo que isto é considerado como um fenômeno regional, de forma que se pode existir locais que são considerados menos apropriados ao empreendimento, ou seja, o perfil deste provável empreendedor pode variar de lugar para lugar. Uma pessoa com tendência a apresentar as frequentes características encontradas em empreendedores de sucesso tendem a conter maior satisfação e perfeição no desenvolvimento do empreendedorismo (DOLABELA, 2004).

Segundo Dornelas (2008), o empreendedorismo pode ultrapassar limites culturais e comerciais, globalizando e auxiliando na renovação de conceitos econômicos, realizando novas relações de trabalho, criando empregos e riqueza para a sociedade. Considera-se que não existe uma fórmula para ser um empreendedor de sucesso, contudo, aqueles que são tidos como empreendedores genuínos e tendem a ter aspectos característicos comuns que criam e

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estabelecem aspectos que distinguem de outros empreendedores, tais como: criatividade, ousadia e perseverança.

O empreendedor é uma pessoa que se encontra em um estado de insatisfação e que não está em conformidade com o que é proposto pela sociedade de forma que a busca por uma opção o faz criar opções. Contudo o perfil empreendedor não está presente apenas em pessoas que fundam empresas ou instituições, estes aspectos também podem ser vistos em pessoas que prestam serviços, nestes casos estes refletem de forma almejar melhorar o serviço prestado. Nos últimos anos vem sendo inserido nas empresas, métodos referentes a gestão da qualidade, como o brainstorming por exemplo, agindo com o intuito de desenvolver e captar ideia dos seus colaboradores para uma determinada problematização (DINIZ, 2009).

3 SISTEMA DE FRANQUIA

O sistema de franquia é tido como uma forma de contrato. Contudo, tem-se diversos autores que utilizam expressamente do termo “contrato” para definir o que venha a ser o sistema de franquia, mesmo não fazendo uso expresso do termo, contudo suas definições nos levam a crer que seja um contrato. O franchising possui uma definição que se refere ao mesmo como um conjunto de estratégias, que relata que uma organização pode fazer uso, de forma a distribuir seus produtos e/ou serviços e assim participar do mercado. Considerando isto tem-se um sistema moderno que serve por objetivo de ampliar um negócio, baseando-se em um modelo estruturado, e este possuindo um menor investimento inicial, onde utiliza uma metodologia rígida no padrão de Gestão Empresarial, Marketing e Atividade Operacional. Sua viabilidade refere-se a custos menores, devido ao fato de que como a empresa estabelecida podendo crescer com mais rapidez, menos capital investido e com baixo índice de risco de perdas, além da sua participação no mercado consumidor (FERREIRA, 2010).

O Franchising vem ampliando cada vez mais sua importância na economia mundial, por meio da quantidade de redes, como em unidades franqueadas em funcionamento. As organizações pretendem garantir que a cobertura de mercado que almejam, podendo adotar a estratégia de franchising para expandir os negócios, contudo é importante que a corporação saber sua identidade assim como seus objetivos (MAURO, 2007).

A posição do franqueador corresponde a função de ser a pessoa jurídica que possui os direitos sobre determinada marca ou patente, que estrutura o modelo de negócio e cede a terceiros (franqueados) o direito de uso desta do produto por ela desenvolvido sendo que esta recebe pelo uso deste sistema. O franqueado assume a posição da pessoa física ou jurídica e adere à rede de franquias idealizada pelo franqueador, sendo que isto é permitido partindo do fato de ser realizado o pagamento de um valor determinado pela cessão do direito de uso da marca ou patente e transferência de know-how, comprometendo-se a seguir o modelo por ele definido (AZEVEDO et al., 2012).

3.1 EVOLUÇÃO DAS FRANQUIAS

Franchising (franquia) é originado origem do termo provem da Idade Média, sendo que isso deu-se início na época do feudalismo na França na Igreja Católica, no decorrer dos séculos XII e XIII d.C, começou-se utilizar de licenças ou franquias, de forma a autorizar os donos de terras a fazer o recolhimento de impostos ou taxas em seu nome, sendo que uma parte deste era destinado aos mesmos (MACHADO et al., 2010).

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A concepção do sistema que é utilizado atualmente é originada de Singer Sewing Machine Company, nos Estados Unidos da América (EUA), sendo que este tinha por objetivo de fabricar máquinas de costura. Esta empresa era considerada uma das maiores da época, possuindo sede em Stanford, Connecticut, isso em meados de 1850, com a evolução positiva da empresa observou-se que era propício que ocorre-se a expansão sua rede de distribuição, por meio disso fez como pioneira de modelo de negócio, por meio de sistema de franquia, através da cessão de marcas, publicidade, técnica de vendas a varejo e know how (ESPINHA et al., 2005).

Este sistema foi utilizado para ser exemplo para as outras organizações de forma a utiliza-lo como uma estrutura base para inserirem a mesma estratégia de expansão de negócio, como a General Motors para aumentar a rede de distribuição em 1898, e a Coca-Cola, para outorgar franquias para engarrafamento de seu refrigerante em 1899 (SOUZA et al., 2011).

Depois do século XX, a utilização das franquias como forma de expansão ampliou-se de forma significativa sendo que neste período foi quando ocorreu o surgimento de diversas franquias, como em 1917, ocorreu a abertura da 1ª franquia de mercearias ou mercados de vizinhança (grocery stores); no ano de 1921, criou-se a 1ª franquia de serviços, com a locadora de veículos Hertz; em 1925, inaugurou-se a pioneira nas franquias de fast-food, a A&W; em 1930, as empresas de petróleo transformaram os postos de venda de combustível que lidavam diretamente com o público e, autorizando oficinas de reparos a 32 colocarem suas marcas além de realizar a venda de gasolina, lubrificantes e outros itens que produziam e distribuíam; Na década de 50, iniciou-se a criação e expansão no ramo de alimentação, sendo estas Burger King, Mc Donald's , KFC (Kentucky Fried Chicken) e Dunkin` Donuts, entre outras (CHERTO et al., 2006).

Segundo Kotler (2000), este sistema quando instalado no Brasil acabou sendo constatado como o tipo de varejo que possui maiores possibilidades de crescimento nos últimos anos, sendo que isto só veio para confirmar o crescimento acentuado no Brasil, desta modalidade de negócio.

A implantação deste tipo de negócio no Brasil deu-se por meio da instalação de uma franquia empresarial e o dono desta era Arthur de Almeida Sampaio, fabricante dos calçados Stella, que, em 1910, fez uso de métodos que eram tido para aquela época como inovadores, sendo práticas que hoje fazem parte de funções responsáveis pelas atividades de franquia para ampliar suas vendas, como por exemplo integrar processo de seleção entre outros (SOUZA et al., 2011).

A década de 60 surgiram de forma antiga e, consequentemente, de forma rudimentar, tendo como destaque para os cursos de idiomas Yázigi e CCAA. Nos anos posteriores, 1975 e 1976, aparecem diversas franquias como a Mister Pizza, e duas redes de franquias de perfumes como O Boticário e Água de Cheiro. Sendo visto como um país prospero para investimentos nesta área franquias internacionais trouxeram suas lojas para o Brasil, como a rede Mc Donald`s, que já possuía sucesso mundial sendo conhecida e bem-sucedido, inaugurou várias lojas próprias, nas regiões Sudeste (Rio de Janeiro), Norte e Nordeste, que se tornariam a base para a disseminação de franquias no Brasil. A criação do Instituto da Franquia no Brasil (IFB) ajudou no desenvolvimento mais contundente e rápido crescimento dos setores de produção e consumo, por meio de procedimentos administrativos modernos. (SOUZA et al., 2011)

A ascensão das franquias foi devido a edição do Plano Cruzado, em 1986, isto foi provindo do fato de que o país abandonou uma economia baseada na ciranda financeira para o foco na produção, através da remuneração de juros de 0,5% ao mês. A mudança se deu neste momento, os investimentos foram voltados para pequenos e médios recursos, representados pelas franquias, consideradas relativamente seguras e vitoriosas.

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Para Machado (2010) no ano de 1987 foi o ano no qual se criou o órgão oficial no setor, sendo este denominado de Associação Brasileira de Franchising (ABF), e este não contém fins lucrativos, possuindo o objetivo de divulgar, defender e promover o desenvolvimento técnico e institucional deste sistema de negócios. Para isso ocorreu uma integração entre todas as partes envolvidas na franquia, possuindo o direcionamento de fortalecer, prosperar e manter a ética na franchising.

As taxas gerais de empreendedorismo são concebidas por meio de cálculos realizados com dados obtidos a partir de pesquisa feita com a população adulta brasileira (18 a 64 anos), esta pesquisa revela aspectos fundamentais para a compreensão do empreendedorismo, sendo estes o estágio do empreendimento e a motivação do empreendedor. A taxa de empreendedorismo total (TTE), refere-se aos indivíduos relacionados com uma atividade empreendedora, compreendendo tanto os que estão ingressando quanto os que estão já estabelecidos. (SENAI, 2018).

No ano de 2018 no Brasil, a TTE (empreendedorismo total) obteve um resultado de 38%, de forma que a cada cinco brasileiros adultos, dois eram empreendedores. Por meio desta taxa, realiza-se uma estimativa de que cerca de 52 milhões de brasileiros, entre 18 e 64 anos, relacionam-se a alguma atividade empreendedora. Os empreendedores TEE (estabelecidos) com 20,2%, sendo que estes são os empreendedores que administram e são proprietários de negócios que são entendidos como consolidados, sendo que isso se dá devido ao fato deste ter pago aos seus proprietários alguma remuneração, sob a forma de salário, pró-labore ou outra, por um período superior a 42 meses, superam os TEA (iniciais) sendo que estes são aquele que são donos de um novo empreendimento que já remunerou de alguma forma os seus proprietários por um período superior a três meses e inferior a 42 meses (3,5 anos), estes apresentaram resultados de um pouco mais de 2 pontos percentuais. Observando isto, percebe-se que o ano de 2018 o foco dos empreendedores fora realizar ações com o objetivo de consolidar os negócios criados em períodos anteriores (SENAI, 2018).

Há classificações dentro do empreendedorismo de forma a existir duas categorias: empreendedor por oportunidade e por necessidade. Os empreendedores por necessidade são tidos como aqueles que iniciaram seu negócio devido à busca de geração de renda e de ocupação. Os que são por oportunidade são aqueles que iniciaram o negócio devido ao surgimento de uma oportunidade de negócio viável. Em 2018 ocorreu um pequeno aumento na relação entre empreendedores por oportunidade e por necessidade (SENAI, 2018).

3.2 A ESCOLHA DO FRACHISING

Uma das principais vantagens de optar pela franquia é fato de que esta já possui um reconhecimento da marca no mercado, sendo que isto corrobora que quanto mais conhecida a marca, tem-se que por esta já estar consolidada no mercado trazendo maiores chances de sucesso ao franqueado (SEBRAE, 2019).

Em seu trabalho, Scherer (2016), buscou identificar os principais conflitos na relação entre franqueador e franqueados de uma rede de pizzarias e como são gerenciados, para isto o autor realizou questionamentos, para conhecer as principais expectativas ao ingressar em um sistema de franquias, as respostas dos franqueados em suma fora voltada ao fato de obter uma estrutura de suporte formatada, de maneira a proporcionar estabilidade ao franqueado, significado traduzido em expressões como a do respondente 2 “[...] ter o meu próprio negócio, construído em uma base sólida”, respondente 4 “[...] participar de um espaço de troca, possibilitando ganho de tempo diante do mercado”, respondente 5 “[...] negócio já consolidado”, respondente 6 “[...] ingressar em um negócio já pronto”. De maneira que

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ingressando com uma franchising o tempo de alavancar o negócio é menor quando comparado ao tempo que é necessário para consolidar uma franquia.

Já Maemura (2008), em busca de explanar mais sobre o assunto de franqueados e franqueadores, aplicou questionários em busca de sanar seus questionamentos, os resultados obtidos a partir disto relatam que os perfis das franquias selecionadas se demonstram bastante heterogêneos. Além disso, realizaram-se diversas perguntas que tangem o relacionamento entre o franqueado e franqueador de forma que os questionamentos deixam evidente se o franqueado recebe todo o suporte que necessita e se a relação entre eles está dentro dos parâmetros legais adequados.

Analisou o caso de franquias, uma do setor de fast-food e outra do setor de varejo pet-shop, setor este com alta taxa de crescimento no mercado nacional, para que com isso possa compreender os aspectos que relaciona-se com isto, de forma que para se obter o resultado foi elaborado um questionário com treze perguntas abertas. O resultado obtido por meio destas entrevistas observou-se que a primeira franquia faz parte de uma grande e global rede de franquias já a segunda é uma microfranquia com apenas três unidades criadas, além de indicar que os dois franqueados almejaram obter com a franquia, sanar o desejo de serem donos dos próprios negócios (mesmo que no contexto de uma franquia) assim como estabilidade financeira. (PANAZZOLO., 2014).

3.3 DISTRIBUIÇÃO DAS FRANQUIAS NO BRASIL

Quando se observa a distribuição dos franqueadores e franqueados no Brasil, cria-se a possibilidade de diferenciar as regiões e estados do país onde ocorre maior concentração deste tipo de negócio. A Figura 1 trata sobre os estados que possuem maior concentração de franqueadoras no Brasil, já a Figura 2 observa-se a concentração das franqueadas. De forma que se observa que as franqueadoras possuem sua maior concentração nos estados de SP e RJ quanto as franqueadas possuem uma maior abrangência em sua distribuição (COELHO, 2009).

Figura 1. Distribuição de franqueadoras por estado brasileiro

Fonte: ABF (2009).

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Figura 2. Distribuição de franqueadas por estado brasileiro.

Fonte: ABF, (2009).

O modelo de Franchising ao longo dos anos vem se transformando e desenvolvendo de maneira gradativa no Brasil. Sendo que pesquisas feitas pela Associação Brasileira de Franchising mostram que esta ampliação ocorre em diversos parâmetros, de forma que com a atualidade e os conceitos mais tecnológicos, cada vez mais surgem vertentes de franquias que cada vez mais são buscadas por empreendedores.

A Figura 3 demonstra que a relação existente entre o PIB brasileiro e a evolução do franchising de forma que quando observa-se o gráfico constata-se que a relação ocorre de forma simultânea de maneira que quando ocorre diminuição na evolução da franchising ocorre também um decréscimo no PIB brasileiro, sendo que quando ocorre aumento, o mesmo ocorre nos dois parâmetros.

Figura 3. Relação entre o crescimento da franchising e o PIB brasileiro.

Fonte: Panazzolo (2014)

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Esta análise traz à tona a importância que este setor econômico tem para a economia

do país de maneira que com a abertura de novas franchising faz com que ocorra maior fluxo de dinheiro e assim favoreça a economia do país.

4 EMPREENDEDORISMO FEMININO

O empreendedorismo de modo geral, é um desafio para àqueles que pretendem ingressar nessa carreira profissional aqui no Brasil, principalmente se se levar em conta os diversos fatores que interferem nesse processo, com destaque para a carga tributária do país sobre micro e pequenas empresas. Contudo, no geral o empreendedorismo é visto com bons olhos pela sociedade, embora ainda esteja impregnada na cultura brasileira, a visão de que esta atividade é tipicamente masculina, principalmente se o negócio não estiver associado de alguma forma, com atividades “adequadas para mulheres” (TEIXEIRA; BOMFIM, 2016).

De acordo com as autoras, as recentes pesquisas sobre o empreendedorismo feminino, tem fomentado a prevalência de estereótipos como o mencionado anteriormente, principalmente ao se limitarem a fazer comparações entre gênero, embora seja algo inevitável ao se considerar que a mulher vem se destacando em diversas esferas sociais, mesmo que isso implique em uma carga de preconceitos. No decorrer dos últimos anos, vêm se observando um aumento de mulheres que estão inseridas e inserindo-se no mercado de trabalho, principalmente àquelas que ocupam cargos de liderança perante às empresas (BRUSCHINI, 1994). Com esta expansão da atuação feminina no mercado de trabalho, algumas vertentes tem se destacado, como é o caso do empreendedorismo feminino, desta forma, se nota que as mulheres vêm cada vez mais buscando sua posição dentro do mundo dos negócios.

Segundo uma pesquisa realizada por Osório (2016), tem se notado um crescimento notável da presença de mulheres em pequenos negócios, aqueles que faturam até 3,6 milhões por ano, entre os anos de 2001 à 2011. Segundo o autor, elas vêm se destacando e ganhando espaço frente à pequenas e medias empresas no Brasil.

Faz-se importante destacar que por trás desse crescimento da mulher no mercado de trabalho, tem todo um contexto histórico marcado por lutas e conquistas, nesse sentido, Carrijo e Ferreira (2017) dizem que esses antecedentes históricos, evidenciam-se principalmente a partir da revolução francesa e da revolução industrial, que demandou mais mão-de-obra, o que oportunizou muitas mulheres entrarem no mercado de trabalho. Conforme os autores, no Brasil, o grande marco do aumento da mulher no mercado de trabalho, se deu na década de 1970.

A partir dos anos 70 houve um grande aumento da inserção da mulher no mercado de trabalho que pode, ter sido consequência, fundamentalmente, de dois fatores: a necessidade financeira e as oportunidades ofertadas pelo mercado. Somado a esses pontos é importante destacar que, nesse momento, a sociedade passava por grandes transformações demográficas e culturais, causadas também por movimentos feministas no país (CARRIJO; FERREIRA, 2017, p. 214)

Como se percebe, o empreendedorismo feminino há muito vem se expandindo, desta forma, pode-se compreender que alguns aspectos são inerentes a vertente, como o nível de autossatisfação, além da qualidade que estas possuem no trabalho. Nessa vertente, Teixeira e Bomfim (2016) contribuem dizendo que muitas mulheres ao optarem pela atividade empreendedora o fazem em razão da flexibilidade e autonomia que esta proporciona e por fatores motivacionais relacionados não à necessidade, mas sim a uma estratégia deliberada buscando conciliar as demandas familiares com o trabalho.

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Para as autoras, as mulheres empreendedoras, tendem a ser muito envolvidas psicologicamente com o trabalho, mantendo uma relação de “amor profundo”, além de despenderem de muitas horas por se sentirem responsáveis pelo sucesso ou fracasso do negócio

Para Jonathan (2007), o papel feminino no empreendedorismo, tem sido de grande expressão, de forma que a compreensão das mulheres sobre diversos aspectos são consideradas melhores que as tomadas de decisões masculinas. Mostra-se que o comprometimento das mulheres com a empresa é grande, sendo que estas possuem grande preocupação com aspectos financeiros, crescimento, satisfação dos clientes, segurança no trabalho e satisfação dos empregados.

Santos et al. (2014) relatam que o empreendedorismo feminino ajuda a promover o serviço e na novidade de maneira a contribuir para a ampliação socioeconômica dos países, tem-se que são vários os fatores que justificam o crescimento da participação feminina ao mercado de trabalho, como: possuir um nível escolar maior quando comparado aos homens até correr a expansão do papel feminino.

A mulher empreendedora vem ampliando seu espaço, sendo isto devido a sua intensa luta pela inserção social, além de se se inserir no mercado de trabalho. Esta transformação ocorrida na figura feminina abre uma perspectiva em relação as funções que as mulheres exercem, aumentando o número destas e assim em alguns casos, ocorrendo acúmulo de funções.

Sobre o crescimento da mulher em atividades empreendedora, estudos tem mostrado que nos últimos anos, tem havido maior equiparação entre homens e mulheres, nesse sentido, Carrijo e Ferreira (2017) dizem que em 2000, o país era o que apresentava uma maior equiparação na relação entre homens e mulheres envolvidos em uma atividade empreendedora. Conforme as autoras, nessa época, para cada 2 homens empreendendo, havia 1 mulher na mesma situação, o que continuou se modificando, mesmo a passos lentos, as autoras dizem que em 2011 a diferença já era menos, pois para cada 1,06 homens empreendendo, havia uma mulher nas mesma situação.

Além disso, outro importante fator quanto ao empreendimento feminino diz respeito a movimentação da economia do país. De acordo com a revista Exame (2017), com o aumento da representatividade e inovação feminina no trabalho, muitos desafios e oportunidades de negócios tem surgido. De acordo com a revista, mulheres empreendedoras tem contribuído para o desenvolvimento do país na mesma medida que investem na educação de suas famílias e, assim, possibilitam o crescimento de mais pessoas. Ainda em conformidade com a os dados levantados pelo Global Entrepreneurship Monitor, em 2017, realizado em parceria com o Sebrae, revelam que mais da metade dos novos negócios abertos em 2016 foi fundada por mulheres.

Elas são mais escolarizadas do que os homens empreendedores e atuam, principalmente, no setor de serviços. “A taxa de empreendimentos iniciados no país, desde 2007, oscila entre 47% e 54% para homens e mulheres. Em 2016, a taxa foi de 48,5% para homens e 51,5 % para mulheres”, afirma a especialista em empreendedorismo Hilka Machado, professora da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Sinal de que o número de homens e mulheres interessados em empreender é proporcional há anos (EXAME, 2017).

Nessa seara, tem-se outra informação importante em que de acordo com o Relatório do Sebrae (2015), a participação do público feminino é em média 1/3 nos grupos de empresários e dos potenciais empresários. Já na parte do agronegócio a parcela feminina é de 14%, sendo isto interligado com questionamentos predominantemente socioculturais.

Como se nota, o empreendedorismo feminino é uma realidade inegável. Outro fato importante inerente a esse fato, é sua importância para o crescimento econômico e social do país e sobre isso, Loiola (2016), observa que a mulher ingressar na área empreendedora é algo

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que ajuda na geração de trabalho e renda, de forma que assim estas se sintam satisfeitas consigo mesmas, fazendo com que seu papel seja maior que apenas possuir preocupações de obrigações domesticas.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa se desenvolveu tendo por base a seguinte problemática: O que leva empreendedoras a optar por abrir franquia ao invés de empresas próprias? A partir daí, elaborou-se o objetivo geral que foi compreender o que leva empreendedoras a optar por abrir franquias ao invés de empresas próprias.

De acordo com Gil (2002), dependendo dos objetivos gerais da pesquisa, a mesma pode se classificar como: exploratórias, descritivas e explicativas. Dito isso, a presente pesquisa se classifica como de natureza qualitativa que de acordo com Praça (2015), este tipo de metodologia é utilizada com mais frequência em pesquisas de natureza social e cultural com análise de fenômenos complexos e específicos. Ainda conforme a autora, ao se utilizar de métodos qualitativos tem-se por intenção, descrever uma relação entre o objetivo e os resultados que não podem ser interpretadas através de números, nomeando-se como uma pesquisa descritiva, sendo esta uma das principais características da pesquisa qualitativa.

Para Gerhardt e Silveira (2009), e corroborando o que foi dito anteriormente, a pesquisa qualitativa preocupa-se, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais.

No que se refere aos dados da pesquisa, estes foram coletados por meio de entrevista semiestruturada realizada com oito empresarias franqueadoras do ramo de moda, sendo que, atualmente são dez no total, mas com duas não foi possível a entrevista devido a questões de agenda, os quais foram tabulados na planilha eletrônica e posteriormente analisados por meio da análise de conteúdo, que de acordo com Campos (2004), trata-se de um conjunto de técnicas de análise de comunicações, balizado por duas fronteiras: de um lado a fronteira da linguística tradicional e do outro o território da interpretação do sentido das palavras (hermenêutica).

Dado esses conceitos, esclarece-se que a pesquisa se desenvolveu sob os seguintes passos: primeiro foi realizado um levantamento bibliográfico sobre a temática, seguido da elaboração de um referencial teórico, em seguida, foi elaborado o roteiro de entrevista composto de vinte perguntas abertas (conforme Apêndice), que inicialmente foi aplicado a uma empresária, afim de identificar possíveis ajustes. Cumprida essa etapa, verificando-se que não houve necessidade de ajustes, a entrevista foi conduzida com mais sete empresarias. Após esse processo, foi feito a tabulação dos dados, seguido de sua análise, como já foi mencionado, a qual foi possível se chegar nos seguintes resultados apresentados a seguir. Deve-se salientar que a decisão da escolha das entrevistadas se deu pelo acesso da pesquisadora a estas empresárias.

A Figura 4 demonstra o esquema que foi traçado para realizar o desenvolvimento desta pesquisa de forma que foram seguidos os passos inseridos no fluxograma.

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Figura 4. Desenho da Pesquisa

6 ANÁLISE DOS DADOS

A análise de conteúdo permitiu a descoberta de algumas categorias que evidenciam as descobertas desta pesquisa, sendo que as entrevistas foram realizadas com 8 entrevistadas, de maneira que na Figura 5, observa-se o quadro analítico das empresárias. Figura 5. Quadro das Empresárias.

6.1. DETERMINAÇÃO NO EMPREENDEDORISMO FEMININO

Este aspecto é o resultado de diversas características que culminam na determinação para realizar as ações que são necessárias para que consiga obter sucesso no desenvolvimento

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do negócio. Diversos autores como Neto (2010) e Oliveira (2010) relatam que as mulheres possuem o poder de encorajar a participação dos outros, compartilhar o poder e a informação, além de aumentar o estímulo para as pessoas e valorizar e motivar os outros para propiciar um trabalho mais efetivo e satisfatório.

Isto pode ser observado no que foi relatado na entrevista de E7“[...] eu tenho um pensamento positivo, eu acho que isso ajuda bastante e já que eu abri eu to aqui e não tem como voltar para trás [...]” neste trecho é possível observar que a determinação no empreendedorismo feminino não é apenas relacionado a uma característica, mas sim há um conjunto destas.

No tocante a entrevistada E6 menciona “[...] positivas , as mulheres são muito dedicadas, são firmes naquilo que querem e se desempenham muito bem”[...]

Evidencia-se por meio disto que a mulher atuante no papel de empreendedora possui aspectos diferenciados quando comparadas aos homens, de maneira a obter um comportamento gerencial mais atento e com maior entusiasmo de forma a transcender isto para os demais trabalhadores, possuindo uma liderança diferenciada e participativa.

Contendo esta forma de empreender diferente existe uma grande expansão e esta vem proporcionando um crescente aumento de estudos referentes a esta área como (GOMES; SANTANA; ARAÚJO, 2009; SILVEIRA & GOUVEIA, 2008).

6.2. COMPETÊNCIA NOS NEGÓCIOS

A franquia acaba por consistir em uma opção de negócio viável para aqueles que desejam serem proprietários de seus próprios empreendimentos e assim possuir maior autonomia do que aqueles que trabalham de carteira assinada em um emprego fixo, como neste relato de E5“[...] no caso, eu já exercia minha profissão e buscava algo mais pra empreender[...]”. Este fato pode ser verificado na entrevista que fora realizada, na qual obteve-se relatos como E5 “[...] é... volto a repetir, a franquia, ela foi de uma busca de empreendimento [...]”, a franquia acaba por ser uma escolha que proporciona maior segurança para o empreendedor de maneira que por traz deste empreendimento já existe um histórico da franquia.

Explicações similares foram encontradas por Panazzolo (2014) em seu estudo, no qual ‘percebeu que seus entrevistados também optavam por empreender por meio de uma franquia para obter uma maior autonomia financeira além de virar um empreendedor.

Esta categoria possui uma relação direta com outras categorias como a de experiência profissional, vida profissional e pessoal, de maneira que estas se interligam com a categoria atual.

Quando se refere a categoria experiência profissional estas se conectam de forma que é perceptível nos trechos relatados em ambas, que os empreendedores já possuíam uma experiência no mercado de trabalho antecedendo o seu próprio negócio, isto também interage com a vida profissional e pessoal de maneira que neste pode-se observar nos relatos que existia uma grande motivação referente a vontade de abrir seu próprio negócio.

6.3. EXEMPLO DE EMPREENDEDOR

Diversas características são tidas como cruciais para a obtenção de um empreendimento de sucesso, em sua entrevista E1 relata que “[...] eu já trabalhei com ele, ousadia, coragem, determinação e visão são características de um empreendedor [...]”, neste

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trecho pode-se perceber que é relatada várias características sendo que estas são consideradas como necessárias e as pessoas que as possui tidas como um exemplo de empreendedor.

Tais características são tão importantes de forma que diversos autores realizam trabalhos contendo como foco principal traçar o perfil empreendedor que seria considerado ideal baseando-se em empreendedores de sucesso. Autores como Ribeiro et al. (2018) e Barbosa et al. (2015) que em seus trabalhos buscaram caracterizar aspectos necessários para um empreendedor.

Ousadia, coragem, determinação e visão são aspectos que são abordados como características empreendedoras em diversos trabalhos de autores como Hisrich et al. (2004), Drucker (2003) e Dornelas (2008).

Um exemplo de empreendedor é tido como as características que auxiliam um empreendedor ter sucesso, sendo que esta categoria corrobora com a de competência nos negócios de forma que as duas se auxiliam, e que para que conquiste o sucesso precisa-se obter pleno desenvolvimento destas.

6.4. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Os empreendedores em diversos casos são aqueles que desejam ser independentes e que projetam em seus negócios uma maior autonomia, de maneira a não depender mais de emprego fixo de carteira assinada. Um empreendimento próprio também é visto como uma forma de obter melhorar as finanças e de crescimento pessoal e profissional.

Em sua entrevista pode-se observar que E7 em um trecho relata que “[...] então eu antes de abrir a franquia comecei como vendedora, também em uma franquia. Fui de vendedora a supervisora por treze anos [...]” de maneira que é visível que esta almejava um crescimento profissional, de forma a passar de vendedora para proprietária de uma franquia.

No trabalho de Panazzolo (2014) que realizou em sua pesquisa a abordagem da relação entre o empreendedorismo e o sistema de franquias no Brasil, e para isto aplicou um questionário onde a questão 2 relaciona-se com o motivo de abrir uma franquia e em todas as entrevistas realizadas obteve-se respostas semelhantes referindo-se ao fato de buscar independência, melhoria financeira, ser dono do próprio negócio e empreender.

Em sua entrevista E3 relatou que “[...]eu sou do comércio a muito tempo, fui vendedora por nove anos e sacoleira, depois passei a gerente é assim surgiu a ideia da franquia[...]” isto vem a agregar valor a categoria de vida profissional e pessoal, que rege o fato que em suma os empreendedores que optam por abertura de uma franquia busca isto devido a almejar uma independência financeira, e isto é constatado no trecho relatado por E5“[...] no caso, eu já exercia minha profissão e buscava algo mais pra empreender[...]”.

Relativo a isto a entrevistada E2 relata “[...] comecei trabalhar com dezesseis anos, fiz contabilidade, pós em finanças e abri uma transportadora e vi na franquia uma oportunidade de crescer meus negócios”[...]

6.5. MERCADO PROMISSOR

Em sua entrevista E8 relatou que “[...]vejo as mulheres cada vez mais empreendendo e ampliando seus negócios [...]” de forma que isto é visto também no trabalho de Bolson et al (2018) que diz que o empreendedorismo feminino vem ampliando seu espaço de maneira que

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nas últimas décadas esta expansão vem sendo vinculada a forma como a sociedade esta observando a evolução das mulheres.

Em diversos estudos percebe-se que os empreendedores optam pela franquia devido ao fato dos benefícios que esta trás, como no trabalho de Longenecker (2004) que relata que uma franquia possui diversos aspectos atraentes como vantagens em particular, possuindo um aprofundamento obtido por meio de análise, consistindo primeiramente em treinamento formal, segundo, auxílio no setor financeiro, além de benefícios de marketing e administração. (LONGENECKER et al., 2004)

Estas vantagens proporcionadas por uma franquia são relatadas por E3 “[...] esse negócio eles trabalham muito com pesquisas de mercado e você consegue mensurar isso, com um público direcionado para este tipo de loja [...]” e isto corrobora com trechos obtidos das entrevistas relatadas por Panazzolo (2014) onde os entrevistados relatam que receberam auxílios em diversas áreas para saber como otimizar seu empreendimento.

Estes resultados obtidos por meio das entrevistas destas categorias se relacionam com o que foi encontrado na categoria práticas de gestão na qual em trechos da entrevista pode-se perceber que os entrevistados relatam diversas vantagens de escolher uma franquia.

6.6. PARCERIAS E VISÃO COMPARTILHADA

As franquias proporcionam as pessoas que as adquirem que estas tenham diversos parceiros para realizar debates e discussões, isto é relatado na entrevista de E3 “[...] tá ia buscando unir e reunir mais, é justamente isso... reunir pessoas do mesmo segmento, buscar uma maneira de melhorar, de crescer e compartilhar e não ficar em um ambiente condensado [...]” assim a empresária E5 compactua da mesma opinião quando diz “[...] acredito em parcerias, compartilhar conhecimentos, que tem espaço para todos aprender uns com os outros”[...]

Mascarenhas et al. (2015) relatam que este tipo de negócio que possui uma parceria que realiza uma junção entre a capacidade mercadológica, tecnológica e gerencial do franqueador ao espírito empreendedor e à capacidade de realizar o serviço, ainda conjuntamente existe a definição de que a franquia funciona como uma teia de repartições na qual os participantes estão conectados de forma a conquistar os objetivos em comum.

Estas parcerias se fazem presente na categoria práticas de gestão onde percebe-se a relação entre franqueado e franqueador, além do suporte que é oferecido ao empreendedor, de maneira a corroborar com o que é relatado nesta categoria.

6.7. PRÁTICAS DE GESTÃO

A escolha por uma franquia é proveniente de uma série de aspectos que são de suma relevância para aqueles que estão buscando ingressar no mercado empreendedor, de maneira que estas empresas fornecem um suporte que um negócio independente não ofereceria. Este fato pode ser observado no trecho da entrevista realizada com E5 “[...] então eu tenho essas pessoas que me dão suporte na empresa, acompanhando através de relatórios, treinamentos, motivacionais e fazendo um provisionamento[...]”.

Isto pode ser observado também no estudo realizado por Candiotti et al. (2015) onde estes relataram que uma das vantagens das franquias é o fato de que esta proporciona um desenvolvimento contínuo, além de proporcionar suporte em diversos setores da empresa.

Na entrevista de E4 relata que “[...] então a gente é, procura fazer todo mês uma reunião e ouvir os funcionários e compartilhar [...]” isto é visto no trabalho realizado por Minuzzi et

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al. (2009) os sistemas de franquias possuem um risco menor devido ao fato de um possuir um mercado já garantido, sendo que isto se deve em parte pelo fato de que o franqueador oferece suporte necessário para o desenvolvimento do empreendimento.

Estes fatos observados nesta categoria corroboram com a categoria de mercado promissor de maneira que as franquias se tornam vantajosas em parte por este suporte que é fornecido, sendo que isto auxilia na prevenção de tomadas de decisões erradas além de nortear o empreendedor que está iniciando.

6.8. VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL

A abertura de uma franquia propicia uma flexibilidade maior de tempo e horários devido ao fato que a pessoa é dona de seu próprio negócio, não necessitando cumprir horários e responder a superiores. Esta facilidade proporciona ao empreendedor a liberdade de escolha do que este deseja fazer ou não, isto é visto no relato de E1“[...] enfim e aí fui ser mãe aos 36 anos e as coisas eram muitas viagens enfim e decidi sai do trabalho depois de dezessete anos e abri a franquia[...]”.

Isto é atrelado com a categoria experiência profissional na qual constata-se que as pessoas que partem para abertura de uma franquia já possuem uma vivência em empregos anteriores, de forma a notar que estas pessoas não são novatas no mercado e estas já tem convivência com estes fatos isto é visto na entrevista de E6 “[...]olha pra mim sempre foi tranquilo, tenho duas filhas e sempre desde pequenas eu sempre trabalhei [...]” de forma que as pessoas buscam também na franquia a independência em relação ao tempo.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Saliente que todas estas categorias estão associadas, entre si, na descrição do perfil das

empreendedoras franqueadas deste estudo. As categorias em formato de quebra-cabeça é apenas uma forma visual e representativa no processo interpretativo dos conteúdos das entrevistas na tentativa de inferir como estas categorias ajudam a explicar o perfil das respondentes.

Figura 6. Desenho das categorias

Fonte. Elaborado pela autora (2019)

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Com os relatos observados nesta pesquisa, tem-se que as empreendedoras optam pelas

franquias devido ao fato destas proporcionarem às entrevistadas maior suporte e ajuda, além de que estas fornecem maior estabilidade, por conta de ser uma marca já estabelecida e por ter uma retrospectiva.

Observou-se que a opção de abrir uma franquia é que as entrevistadas buscam ser proprietárias de seu próprio negócio de forma que assim podem possuir maior independência quando se refere ao seu tempo e a sua condição financeira.

Quando analisa-se as entrevistadas, tem-se que, em geral, as empreendedoras que responderam o roteiro relataram já possuir uma experiência profissional, e que optam pelas franquias por conta de assim possuir uma independência.

Quando se volta para o empreendedorismo feminino, tem-se que esta passa atualmente por uma grande expansão de maneira que há diversas mulheres empreendendo em franquias, devido ao fato destas proporcionarem a elas uma autonomia de horário e tempo a ser utilizado.

O seguimento deste estudo nos mostra a ponto de responder o objetivo específico, levantar o perfil das empreendedoras franqueadas. O vigente estudo constatou oito categorias como perfil das empreendedoras em franquias que são: determinação no empreendedorismo feminino, competência nos negócios, exemplo de empreendedor, experiência profissional, mercado promissor, parcerias e visão compartilhadas, práticas de gestão e vida profissional e pessoal.

O desenvolvimento deste estudo proporcionou contribuições, a mais relevante observada é que as mulheres entrevistadas encontraram nas franquias uma forma de conciliar a vida pessoal e a vida profissional, visto que as entrevistadas já possuiam uma carreira sólida, essas mulheres buscam por uma maior qualidade de vida e para elas a abertura de uma franquia é o negócio mais adequado, já que as franquias proporcionam um aporte do todo da organização, hoje se sentem mais realizadas profissionalmente sem precisarem abrir mão da vida pessoal , maternidade e qualidade de vida. Desse modo o estudo trouxe tanto contribuições sociais quanto cientificas, através desse estudo, trabalhos futuros poderão ser desenvolvidos, como, realizar um estudo com a expansão de franquias em número e variedades dos últimos quinze anos na cidade de Rondonópolis MT e um estudo com o desempenho no setor de franquias, condicionantes de performance, considerando a ótica da satisfação dos consumidores.

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APÊNDICE

Roteiro de Entrevistas

1. Conte para mim suas experiências antes de abrir franquia? 2. Poderia descrever as características de empreendedor de alguém que você admira. 3. Há empreendedor na família? 4. Poderia me indicar um empreendedor de sucesso que você admira, e quais suas

características? 5. Por que decidiu abrir franquia? 6. O que lhe dá mais prazer no processo de empreender? 7. Como você detêm informações sobre o que está acontecendo na empresa e como é que

você controla as coisas? 8. Que dificuldades você vivencia ao empreender? 9. Como você reage as dificuldades? 10. Como lida com as situações de fracasso? Você já teve vontade de desistir 11. Como você define suas metas? 12. Como você pensa em ampliar seu negócio? 13. Como você reage ao dilema família versus trabalho? 14. Como você vê o empreendedorismo aqui em Rondonópolis? 15. Como você vê a atuação das mulheres como empreendedoras aqui em Rondonópolis? 16. Você percebe dificuldades para as mulheres empreenderem aqui em Rondonópolis? 17. Como você vê a possibilidade de superar estas dificuldades? 18. Como você vê a questão de gênero no mercado de trabalho? 19. Em sua opinião o que poderia ser feito sobre isso? 20. Se você pudesse mandar uma mensagem para as mulheres que pensam em empreender,

o que diria a elas?