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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE FISIOTERAPIA
GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Raphaela Ornellas Duque
Prevalência do medo de cair em idosos e correlação com idade, autopercepção
de saúde, dificuldade para andar, uso de dispositivo auxiliar da marcha e
histórico de quedas
Juiz de Fora
2016
Raphaela Ornellas Duque
Prevalência do medo de cair em idosos e correlação com idade, autopercepção
de saúde, dificuldade para andar, uso de dispositivo auxiliar da marcha e
histórico de quedas
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Fisioterapia, da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Área de concentração: Saúde do Idoso
Orientadora: Profa. Ma. Danielle Teles da Cruz
Coorientadora: Profa. Dra. Isabel Cristina Gonçalves Leite
Juiz de Fora
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus. Sem a tua luz e sabedoria, eu não teria
seguido por este caminho. Sua presença foi imprescindível em todos os momentos.
Em especial, agradeço à minha querida orientadora Danielle Teles. Saiba
que você não foi escolhida à toa. Em pouco tempo de convívio foi possível perceber
quão grandiosa e excepcional educadora você é. Estou certa de que ganhei uma
grande amiga de vida e de profissão, pela qual tenho grande admiração! Muito
obrigada pela confiança e por todo o aprendizado!
Muito obrigada também à querida coorientadora Isabel Leite. Suas
sugestões e conselhos foram excepcionais. Obrigada pela parceria!
Não posso deixar de agradecer a todos os amigos que participaram do
projeto, especialmente às meninas Carla, Marcélia, Glenda, Priscila, Quéren e
Mariana e ao Felipe. Vocês fizeram das minhas manhãs de sábado as melhores e
mais divertidas possíveis. Como se esquecer dos óculos fashion da Marcelia, dos
perrengues da Glenda com o seu celular de última geração (#soquenão), da Mariana
e seus inseparáveis dados do SPPS, da Quéren sempre tranquila e calma, da
Priscila e a “lenda dessa paixão chamada Sandy e Júnior” e da mais animada de
todas, Carlinha, sempre com sua vibe inspiradora do dia, às 5 da manhã... Vocês
foram grandes companheiras. Foi um prazer conhecê-las!!
À banca, composta pelas professoras Claudia Cerqueira Mármora e Renata
Alvarenga Vieira, agradeço por aceitarem meu convite e pela disponibilidade.
Obrigada por todas as orientações e sugestões, com certeza enriquecerão meu
trabalho.
Gostaria de agradecer à toda a minha família, que sempre torceu por mim e
esteve presente em todos os momentos ao meu lado. Este não seria diferente.
Especialmente à minha mãe, meu pai e minha irmã, Carol. Vocês que estiveram
comigo nos momentos sofridos de construção deste trabalho e que agora
compartilham dessa vitória, que também é de vocês!!
Agradeço ao meu namorado Hugo, que acompanhou a construção deste
trabalho desde o início. Obrigada pelo companheirismo e paciência de sempre; por
compreender a minha constante ausência e por me dar força nos momentos de
dúvida e de insegurança. Sem você não teria sido fácil.
Obrigada a todos os meus amigos de faculdade que estiveram ao meu lado
nos melhores e piores momentos. Obrigada pelo carinho e pela amizade e por
sempre estarem dispostos a me ajudar.
Por fim, o meu muito obrigada a todos os idosos que fizeram parte deste
projeto. Obrigada por nos receberem em suas casas e por nos fazer sentir pessoas
especiais. Vocês são fonte de inspiração às quais me motivam a seguir nesta bela
profissão.
RESUMO
O envelhecimento populacional é uma realidade mundial. Portanto, faz-se
necessário compreender e analisar o perfil desta população. Dentro desta
perspectiva, o medo de cair é comumente encontrado entre os idosos e está entre
as maiores preocupações associada ao processo de envelhecimento, seus
resultados impactam de forma negativa a saúde e a qualidade de vida desta
população. O objetivo do estudo foi verificar a prevalência do medo de cair em uma
população de idosos residentes na comunidade e investigar sua correlação com
idade, auto percepção de saúde, dificuldade para andar, uso de dispositivo auxiliar e
histórico de quedas. Trata-se de um estudo transversal, realizado por meio de
inquérito domiciliar, com amostra composta por 314 idosos com idade superior a 60
anos, não institucionalizados, residentes na cidade de Juiz de Fora (MG). A coleta
de dados ocorreu entre outubro de 2014 a março de 2015. O medo de cair foi
avaliado através da Falls Efficacy Scale – Internacional – Brasil (FES-I-BRASIL). Os
dados foram submetidos à análise descritiva para a obtenção de frequências
absoluta e relativa das variáveis analisadas, assim como da prevalência do desfecho
investigado. Para verificar a correlação das variáveis independentes com o medo de
cair, foi utilizada correlação de Spearman. O nível de significância do estudo foi de
5%. A prevalência do medo de cair entre os idosos foi de 95,2% (IC95% = 92,3;
97,3). O medo de cair correlacionou-se com todas as variáveis analisadas (p < 0,05):
idade (r = 0,174), autopercepção de saúde (r = 0,301), dificuldade para andar (r= -
0,482), uso de dispositivo auxiliar da marcha (r = 0,337) e histórico de quedas (r = -
0,180). Dentre as atividades presentes na FES-I-BRASIL que representaram maior
preocupação em cair para os idosos, destacam-se: tomar banho, subir ou descer
escadas, caminhar sobre a superfície irregular, subir ou descer uma ladeira e andar
sobre uma superfície escorregadia. O medo de cair é frequente na população idosa
e deve ser considerado como um problema de saúde pública. Novas estratégias de
reabilitação, prevenção e promoção à saúde devem ser elaboradas, contribuindo
para a manutenção da independência funcional e garantia da qualidade de vida
desta população.
Palavras-chave: Saúde do idoso. Envelhecimento. Medo. Estudos transversais.
ABSTRACT
Population aging is a global reality. Therefore, it is necessary to understand and
analyze the profile of this population. From this perspective, the fear of falling is
commonly found among older people and is among the major concerns associated
with the aging process, its results impact negatively the health and quality of life of
this population. The aim of the study was to investigate the prevalence of fear of
falling among a population of elderly residents in the community and investigate its
correlation with age, self perceived health, difficulty walking, assist device use and
history of falls. It is a cross-sectional study, conducted through a household survey
with a sample of 314 elderly aged over 60 years, not institutionalized, living in the city
of Juiz de Fora (MG). Data collection took place between October 2014 and March
2015. The fear of falling was assessed using the Falls Efficacy Scale - International -
Brazil (FES-I-BRAZIL). Data were submitted to descriptive analysis to obtain absolute
and relative frequencies of the variables, as well as the prevalence of outcome
studied. To verify the correlation of the independent variables with the fear of falling,
Spearman correlation was used. The level of significance in the study was 5%. The
prevalence of fear of falling among the elderly was 95.2% (95% CI 92.3; 97.3). Fear
of falling was correlated with all variables (p < 0.05): age (r = 0.174), self-rated health
(r = 0.301), difficulty walking (r = -0.482), use of auxiliary gear device (r = 0.337) and
history of falls (r = -0.180). Among the activities present in the FES-I-BRAZIL
representing greater concern about falling for the elderly, include: bathing, up or
down stairs, walking on the uneven surface, go up or down a slope and walk on a
slippery surface. Fear of falling is common in the elderly and should be considered as
a public health problem. New rehabilitation strategies, prevention and health
promotion should be developed, contributing to the maintenance of functional
independence and guarantee the quality of life of this population.
Keywords: Health of the Elderly. Aging. Fear. Cross-sectional studies.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Características demográficas e socioeconômicas de 314 idosos.
Juiz de Fora, MG, 2015 ........................................................................ 42
Tabela 2 – Perfil de saúde de 314 idosos. Juiz de Fora, MG, 2015 ....................... 44
Tabela 3 – Preocupação em cair segundo as atividades da FES-I-BRASIL.
Juiz de Fora, MG, 2015 ........................................................................ 45
Tabela 4 – Correlação entre medo de cair e as variáveis analisadas .................... 46
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABC Activities Specific Balance Confidence Scale
ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa
FES-I-BRASIL Falls Efficacy Scale – Internacional – Brasil
FES-I Falls Efficacy Scale
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC Intervalo de Confiança
MEEM Mini Exame do Estado Mental
MG Minas Gerais
NATES Núcleo de Assessoria, Treinamento e Estudos em Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
PRoFaNE Prevention of Falls Network Europe
SAFFE The Survey of Activities and Fear of Falling in the Elderly
SPSS Statistical Package for Social Sciences
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11
2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 13
2.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL .......................................................... 13
2.2 ENVELHECIMENTO HUMANO ...................................................................... 16
2.3 DISPOSITIVOS AUXILIARES DA MARCHA .................................................. 20
2.4 AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE .................................................................... 23
2.5 QUEDAS ......................................................................................................... 25
2.6 MEDO DE CAIR ............................................................................................. 27
3 HIPÓTESE ...................................................................................................... 31
4 OBJETIVOS ................................................................................................... 32
4.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 32
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 32
5 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 33
5.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ..................................................................... 33
5.2 AMOSTRAGEM E POPULAÇÃO ................................................................... 33
5.3 COLETA DE DADOS ...................................................................................... 35
5.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO ............................................................................... 36
5.4.1 Variável dependente ..................................................................................... 36
5.4.2 Variáveis independentes .............................................................................. 37
5.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................................. 38
5.5.1 Mini Exame do Estado Mental (MEEM) ....................................................... 38
5.5.2 Questionário semiestruturado ..................................................................... 39
5.5.3 Falls Efficacy Scale – Internacional – Brasil (FES-I-BRASIL) ................... 39
5.6 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................. 40
6 RESULTADOS ............................................................................................... 42
7 DISCUSSÃO .................................................................................................. 47
8 CONCLUSÃO ................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 52
ANEXOS ......................................................................................................... 62
11
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. O aumento da
proporção da população idosa ocorre de forma acelerada e contínua, especialmente
nos países em desenvolvimento (VERAS, 2009; VERAS, 2012b). No Brasil, o
envelhecimento acontece em passos largos. A queda das taxas de fecundidade e
mortalidade e o aumento da expectativa de vida alteram a estrutura etária,
diminuindo progressivamente a base da pirâmide populacional (CARVALHO;
RODRIGUEZ-WONG, 2008; VASCONCELOS; GOMES, 2012). Segundo a Projeção
da População do Brasil por Sexo e Idade 2000-2060 (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2013), a população idosa brasileira passará de 23
milhões de idosos em 2014 para mais de 73 milhões em 2060. Um crescimento de
317% em menos de 50 anos.
Como parte de um processo progressivo e dinâmico, o envelhecimento
promove um declínio gradual das funções fisiológicas, diminuindo a capacidade
orgânica do idoso. Alterações musculoesqueléticas, sensoriais, cardiopulmonares e
modificações no sistema nervoso são algumas das mudanças que comprometem o
funcionamento dos principais sistemas fisiológicos, tornando o idoso mais vulnerável
ao desenvolvimento de eventos adversos à sua saúde (CIOSAK et al., 2011;
FECHINE; TROMPIERI, 2012). O acúmulo dessas alterações compromete o
desempenho funcional e gera repercussões no equilíbrio, postura e marcha dos
idosos, prejudicando sua mobilidade (ALOUCHE; SILVA, 2009; GERVÁSIO et al.,
2012; MEIRELES et al., 2010).
A fim de compensar estes déficits, os dispositivos auxiliares para a marcha
são um dos recursos utilizados por muitos idosos (RICO et al., 2015). Eles facilitam a
execução das atividades de vida diária e trazem mais segurança para o idoso,
possibilitando uma vida independente e com mais autonomia (BRADLEY;
HERNANDEZ, 2011; MELLO, 2009). Entretanto, o uso ou prescrição inadequada e a
falta de adaptação e treino com o dispositivo podem gerar efeitos negativos para a
saúde do idoso, como risco para quedas e insegurança (BATENI; MAKI, 2005; RICO
et al., 2015).
A autopercepção de saúde é um indicador multidimensional que engloba
diversos fatores e abrange desde aspectos biológicos a questões sociais e
12
psíquicas. Tem se revelado um método confiável e um robusto indicador do estado
de saúde global do idoso devido ao seu elevado valor preditivo de declínio funcional
e mortalidade. Assim, tem assumido papel de destaque nas avaliações e sua
utilização tem sido cada vez mais frequente nas pesquisas gerontológicas (BORIM;
BARROS; NERI, 2012; CONFORTIN et al., 2015; SILVA, R. J. S. et al., 2012).
O declínio da capacidade funcional decorrente das alterações do
envelhecimento e a dificuldade de adaptação ao ambiente deixam os idosos mais
susceptíveis a quedas (CRUZ et al., 2012). Reconhecida atualmente como um
problema de saúde pública, as quedas estão associadas a altos índices de
morbidade, institucionalização e morte, além do alto custo envolvido com as
frequentes lesões decorrentes deste evento. Suas repercussões ultrapassam as
questões físicas e trazem complicações a nível social e psicológico (ANTES;
D’ORSI; BENEDETTI, 2013; CAVALCANTE; AGUIAR; GURGEL, 2012;
GASPAROTTO; FALSARELLA; COIMBRA, 2014; OLIVEIRA et al., 2014).
Entre as principais consequências psicológicas citadas por idosos que
sofreram quedas está o medo de cair. Assim como as quedas, o medo de cair
tornou-se um grave problema de saúde para os idosos, pela alta frequência com que
é observado e por estar associado a desfechos de saúde negativos, incluindo
restrição de atividades, declínio do desempenho físico, institucionalização e morte
(ANTES et al., 2013; DIAS et al., 2011). Por ser uma das principais causas de perda
de autonomia e independência, o medo de cair está entre as maiores preocupações
associada ao processo de envelhecimento (ANTES et al., 2013; MOREIRA et al.,
2013). Associado ou não a uma queda anterior, sua etiologia é multifatorial e
envolve influências físicas, comportamentais, ambientais e funcionais (LEGTERS,
2002; MOREIRA et al., 2013; PIMENTEL e SCHEICHER, 2013).
Devido a sua relevância clínica e a complexidade de suas consequências, o
objetivo do presente estudo foi investigar a prevalência do medo de cair em uma
população de idosos residentes na comunidade e verificar sua correlação com
idade, autopercepção de saúde, necessidade de ajuda para andar, uso de
dispositivo auxiliar para marcha e histórico de queda.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
O envelhecimento populacional é um fenômeno observado mundialmente.
(KALACHE, 2008; VERAS, 2009; VERAS, 2012a; WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2015). A proporção de idosos de 60 anos ou mais de idade
passou de 9,7%, em 2004, para 13,7%, em 2014 (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015). A Organização Mundial de Saúde (WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 2015) estima que, em 2050, a população idosa irá
representar entre 25% a 29% da população brasileira. As projeções indicam ainda
que este crescimento ocorre mais rapidamente em países em desenvolvimento.
Enquanto a França levou 150 anos para se adaptar a uma alteração de 10 % para
20 % na proporção da população idosa, lugares como o Brasil, China e Índia terão
um pouco mais de 20 anos para fazer a mesma adaptação (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2015).
No estado de Minas Gerais, a população idosa contava com mais de dois
milhões e 200 mil idosos em 2013, representando 10,7% da população total. As
estimativas revelam que o número de idosos mineiros mais que duplicará até 2030,
compondo 20,7% da população do estado – um acréscimo de 9% em menos de 20
anos (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2013). Já na
cidade mineira de Juiz de Fora, as últimas estimativas disponíveis do IBGE, que são
do ano de 2010, revelam que o número de pessoas com 60 anos ou mais de idade
equivale a 13,6% da população do município, totalizando mais de 70 mil idosos
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010b).
Diferentemente dos países desenvolvidos, cujo processo teve início nos
primeiros anos do século XX, o envelhecimento da população brasileira se
estabeleceu seis décadas depois (LEBRÃO, 2007; VERAS, 2009) O impulso dado
ao sistema de saúde e a ação médico-sanitarista proporcionada pelo Estado,
contribuíram para um rápido declínio da mortalidade em 1940 que, associada à
elevada taxa de fecundidade, permitiu o crescimento populacional, mas sem
provocar mudanças na estrutura etária da população. Em 1960, incentivada pelos
14
processos de urbanização, incorporação da mulher no mercado de trabalho e
disponibilidade dos métodos contraceptivos, a taxa de fecundidade sofreu redução
abrupta e alterou o crescimento da população, provocando redução gradual da
mesma (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014;
LEBRÃO, 2007; VASCONCELOS; GOMES, 2012). As quedas acentuadas de
mortalidade e, principalmente, de fecundidade, desencadearam a transformação do
padrão da estrutura etária, dando início ao processo de envelhecimento populacional
no Brasil com crescimento da população idosa e aumento da expectativa de vida
populacional (CARVALHO; RODRIGUEZ-WONG, 2008; LEBRÃO, 2007;
VASCONCELOS; GOMES, 2012). Em 2004, a expectativa de vida que era de 71,6
anos saltou para 75,1 anos em 2014 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍTICA, 2015).
O formato da pirâmide etária, até então piramidal, sofreu um estreitamento
da base e passa a se desenhar em um formato retangular, anunciando o rápido
processo de envelhecimento populacional brasileiro (CARVALHO; RODRIGUEZ-
WONG, 2008; LEBRÃO, 2007; VASCONCELOS; GOMES, 2012).
A rapidez com que a transição demográfica brasileira foi processada
modificou a incidência e a prevalência das doenças, gerando novos padrões de
morbidade e mortalidade na população. A queda da mortalidade e, posteriormente,
da fecundidade expõem os jovens e adultos a conviverem com fatores de risco para
doenças crônico-degenerativas como doenças cardíacas, cerebrovasculares e
neoplasias. Além disso, na medida em que o número de idosos e a expectativa de
vida aumentam, as complicações relacionadas a estas doenças tendem a ser mais
frequentes (DOBRIANSKY; SUZMAN; HODES, 2007; INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014; KALACHE, 2008; LEBRÃO, 2007;
VASCONCELOS; GOMES, 2012; VERAS, 2012a; WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2015).
Entretanto, ao contrário dos países desenvolvidos, no Brasil ainda persistem
casos de doenças transmissíveis infecto-parasitárias simultaneamente às condições
crônicas-degenerativas. Cria-se uma superposição de etapas no processo de
transição epidemiológica, de forma que a morbidade permanece elevada por ambos
os padrões. Além disso, a reintrodução de doenças como dengue e cólera indicam
um caráter unidirecional de contra-transição, característica de países em
desenvolvimento (LEBRÃO, 2007).
15
Como consequência da alteração do perfil de morbidade desencadeada pela
mudança do padrão demográfico e epidemiológico, o número elevado de doenças
crônicas tende a aumentar os gastos nos sistemas de saúde, na medida em que
demandam tratamentos mais caros e de longa duração. As afecções crônicas
atingem principalmente a faixa etária dos idosos (BLOOM et al., 2011; VERAS,
2012b; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015). De acordo com o IBGE (2010), a
população idosa declara possuir: 53,3% de hipertensão arterial sistêmica, 35,1% de
doenças da coluna, 24,2% artrite ou reumatismo, 17,3% de doenças do coração e
16,1% de diabetes. Apenas 22,6% relataram não possuir nenhuma doença crônica.
Configura-se, então, o grande gargalo e desafio do sistema de saúde brasileiro.
Teóricos apontam que o Brasil está envelhecendo antes de enriquecer. Em
meio a uma economia frágil, níveis crescentes de pobreza e intensas desigualdades
sociais, regionais e econômicas, o envelhecimento da população brasileira está
ocorrendo sem que haja melhorias reais nas condições de vida dessa população
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014; LEBRÃO,
2007; VERAS, 2012b; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015).
Assim, verifica-se que o Brasil não está suficientemente preparado para lidar
com essa nova demanda, o que gera falta de amparo adequado do sistema público
de saúde e da previdência (KALACHE, 2008; LEBRÃO, 2007; VERAS, 2012b). As
aposentadorias e pensões constituem a principal fonte de renda da população idosa.
Com o acelerado processo de transição demográfica, aumenta a população
dependente e a relação beneficiários/contribuintes se eleva. Cria-se, então, um
colapso no sistema de seguridade social, gerando a necessidade de reformulação
das políticas vigentes (BLOOM et al., 2011; DOBRIANSKY; SUZMAN; HODES,
2007; INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014; ZANON;
MORETTO; RODRIGUES, 2013).
Desafio semelhante é enfrentado pelos sistemas de saúde. Se, por um lado,
os idosos apresentam maior carga de doenças e incapacidades e usam mais os
serviços de saúde, por outro, o sistema público de saúde vigente se mostra
ineficiente e de alto custo, sendo necessárias medidas inovadoras e criativas que
atendam a essa população (VERAS, 2012a, 2012b).
Além do envelhecimento da sociedade, testemunhamos alterações nas
estruturas familiares. Como as pessoas vivem mais e têm menos filhos, o perfil
estrutural das famílias se modifica. Isso tem implicações importantes no que diz
16
respeito à prestação de cuidados aos idosos e no desafio criado entre o aumento do
convívio entre as diferentes gerações (DOBRIANSKY; SUZMAN; HODES, 2007).
Embora as alterações demográficas da população possam trazer
importantes impactos a níveis sociais e econômicos, o envelhecimento populacional
pode também proporcionar benefícios para a economia. É o que muitos autores
denominam de “janela de oportunidades”. O aumento da dependência da população
idosa é compensado pela queda acentuada de jovens dependentes, ou seja, um
número maior de pessoas economicamente ativas vivendo por mais anos. Dentro
desta perspectiva, há que se definir e implantar políticas públicas de maneira a tirar
proveito dessas oportunidades geradas pelo novo padrão demográfico, tais como
aquelas relacionadas aos investimentos em crianças e jovens além de reformas nas
áreas da saúde e da previdência (BLOOM et al., 2011; CARVALHO; RODRIGUEZ-
WONG, 2008; KALACHE, 2008; QUEIROZ; TURRA, 2010; ZANON; MORETTO;
RODRIGUES, 2013).
Além disso, medidas preventivas e de promoção da saúde com o intuito de
adiar o aparecimento de doenças e fragilidades – fenômeno também conhecido
como compressão da morbidade – além de ações que incentivem a autonomia e
independência da população idosa são essenciais, a fim de diminuir complicações
secundárias e minimizar o impacto do envelhecimento sobre o sistema de saúde e
assistência social (BLOOM et al., 2011; CARVALHO; RODRIGUEZ-WONG, 2008;
DOBRIANSKY; SUZMAN; HODES, 2007; VERAS, 2012a, 2012b).
Portanto, diante das rápidas transformações demográficas epidemiológicas,
torna-se de extrema relevância conhecer e compreender os aspectos que envolvem
o envelhecimento humano bem como as alterações envolvidas neste processo.
2.2 ENVELHECIMENTO HUMANO
O envelhecimento fisiológico quanto fenômeno do ciclo evolutivo de vida é
considerado um processo progressivo e dinâmico, ligado intimamente a fatores
biológicos, psíquicos e socioambientais. Tal processo é marcado por modificações
bioquímicas, morfológicas e funcionais que acarretam a diminuição da reserva
funcional dos órgãos e sistemas e provocam dificuldade do organismo em manter a
17
homeostase diante de situações de sobrecarga funcional (CIOSAK et al., 2011;
FECHINE; TROMPIERI, 2012; MORAES, E. N.; MORAES, F. L.; LIMA, 2010).
No entanto, essas alterações típicas do envelhecimento não significam
necessariamente doença, embora a probabilidade do seu surgimento seja maior
com o avanço da idade, uma vez que o idoso é mais vulnerável a desenvolver
eventos adversos à sua saúde (CIOSAK et al., 2011; MORAES, E. N.; MORAES, F.
L.; LIMA, 2010). As alterações estruturais e funcionais do envelhecimento
apresentam grande variabilidade entre os idosos. Os indivíduos envelhecem de uma
forma particular e em um mesmo indivíduo, observam-se diferenças entre o
envelhecimento de seus órgãos e sistemas (FECHINE; TROMPIERI, 2012).
A senescência compromete as funções dos principais sistemas fisiológicos.
Ocorre diminuição da capacidade aeróbica e pulmonar em decorrência do
comprometimento dos sistemas cardiovascular e respiratório. A resistência vascular
aumenta e as paredes das artérias se tornam mais rígidas. A caixa torácica perde
elasticidade e a capacidade vital e o consumo de oxigênio decrescem enquanto o
volume residual aumenta. Tais alterações geram menor capacidade de adaptação
em situações que requerem esforço físico (ALOUCHE; SILVA, 2009; FECHINE;
TROMPIERI, 2012).
No sistema nervoso, a diminuição do número de neurônios, redução da
velocidade de condução nervosa e a queda de produção de neurotransmissores
ocasionam lentificação do processo cognitivo, déficits de memória e dificuldades de
aprendizado. Estas mudanças cerebrais também comprometem a execução de
atividades motoras e estão intimamente relacionadas com a mobilidade dos idosos,
mesmo aqueles sem doença neurológica (ALOUCHE; SILVA, 2009; FECHINE;
TROMPIERI, 2012; MORAES, E. N.; MORAES, F. L.; LIMA, 2010). Segundo Rosso
e outros (2013), o sistema nervoso central é um importante contribuinte para a
marcha e função motora e sua integridade é fundamental para a manutenção destas
habilidades.
O declínio do sistema imune aumenta o risco de doenças infecciosas,
neoplásicas e as autoimunes. Em relação ao sistema sensorial, há o declínio da
acuidade visual e auditiva e redução da capacidade olfativa e do paladar. A pele
perde elasticidade e há o aparecimento de rugas. A regulação homeostática da
temperatura e a habilidade de se adaptar a diferentes temperaturas se deterioram
com o avançar da idade. A composição corporal se modifica: há o acúmulo de tecido
18
adiposo e redução significativa de água corporal. Estudiosos na área afirmam que o
idoso é considerado um desidratado crônico, sendo então mais susceptível à
desidratação (FECHINE; TROMPIERI, 2012).
Em relação ao sistema musculoesquelético é verificada diminuição gradativa
de massa e força muscular associada à idade, condição conhecida como
sarcopenia. Considerado um fenômeno multifatorial, está associada a fatores
advindos do processo de envelhecimento como a perda da qualidade de
conformação das fibras musculares e déficits de condução nervosa, consequências
de alterações neuromusculares. É altamente prevalente em idosos e responsável
por gerar declínio do desempenho funcional, hospitalização e morte (CRUZ-
JENTOFT et al., 2010; FECHINE; TROMPIERI, 2012; FIELDING et al., 2012;
FRISOLI et al., 2011). As mudanças no sistema neuromuscular também afetam
diretamente a agilidade e a coordenação motora. Déficits destes sistemas provocam
paresias, lentidão, incoordenação motora e fadiga muscular (MEIRELES et al.,
2010).
O tecido conjuntivo sofre modificações, apresentando maior rigidez e
alterações de elasticidade além da perda de viscosidade dos fluidos sinoviais. Tais
modificações irão repercutir na estabilidade e na dinâmica articular, tonando os
idosos mais vulneráveis a lesões articulares. Além disso, a redução gradual de
massa óssea favorece o aparecimento de osteopenia e osteoporose,
potencializando o risco de fraturas e incapacidade (FECHINE; TROMPIERI, 2012;
FERREIRA; MARQUES, 2009; FRISOLI et al., 2011).
O acúmulo das alterações estruturais e morfológicas modifica a mobilidade
do idoso e compromete as habilidades funcionais, elevando o risco de quedas e
consequente declínio da capacidade funcional (MEIRELES et al., 2010). A
capacidade funcional diz respeito à habilidade que o indivíduo tem de realizar de
forma autônoma atividades consideradas fundamentais à sua sobrevivência e de se
relacionar em seu meio (ALVES; LEITE; MACHADO, 2010; BARBOSA et al., 2014;
NOGUEIRA et al., 2010).
O declínio da capacidade funcional pode estar associado a diversos fatores
que interagem entre si e são responsáveis pela queda do desempenho funcional.
Estudos incluem o avanço da idade, ser do sexo feminino, restrições sociais,
ambientais e psicológicas como as principais variáveis envolvidas neste processo
(ALVES; LEITE; MACHADO, 2010; BARBOSA et al., 2014; NOGUEIRA et al., 2010).
19
Esse decréscimo se torna ainda mais significativo quando o processo de
envelhecimento está associado à presença de doenças crônicas (ALVES; LEITE;
MACHADO, 2010; BARBOSA et al., 2014; MEIRELES et al., 2010).
A redução da capacidade funcional afeta a autonomia e a independência
para a realização das atividades de vida diária e expõe o idoso a situações de
vulnerabilidade como risco para quedas, hospitalização e até mesmo, o óbito, além
de trazer transtornos a nível psicológico e social (FIALHO et al., 2014; NOGUEIRA et
al., 2010).
Associam-se a este processo as mudanças que ocorrem na postura. As
alterações posturais resultantes do processo de envelhecimento são multifatoriais.
Diminuição de massa óssea vertebral, alterações da constituição do disco
intervertebral e mudanças de força e elasticidade de ligamentos da coluna são
algumas das alterações que ocorrem com o passar dos anos (DRZAŁ-GRABIEC et
al., 2013; FECHINE; TROMPIERI, 2012; FERREIRA; MARQUES, 2009; TOLEDO;
BARELA, 2010). Por conta delas, o idoso adota posições compensatórias e de
adaptação, modificando seu alinhamento postural: anteriorização da cabeça,
protusão de ombros, aumento da cifose torácica, diminuição da lordose lombar,
tendência à retroversão pélvica e flexo de joelhos é a postura típica adotada pela
maioria dos idosos (DRZAŁ-GRABIEC et al., 2013; FERREIRA; MARQUES, 2009).
Como resultado dessas alterações musculoesqueléticas e consequente
modificação de postura, há a diminuição de estatura dos idosos. Acredita-se que, a
partir dos 40 anos, perde-se de 1 a 2 cm de estatura por década e que essa perda
se acentua após os 70 anos de idade (FECHINE; TROMPIERI, 2012; FERREIRA;
MARQUES, 2009).
Como citado anteriormente, as mudanças posturais que ocorrem durante o
envelhecimento são multifatoriais. Portanto, cabe ressaltar que a postura do idoso
reflete não somente o envelhecimento do sistema musculoesquelético. Ela também
se relaciona com a história de vida do idoso e com suas características físicas,
psicológicas e sociais, que mostram como o indivíduo reagiu às adaptações que
foram necessárias durante a sua vida (FERREIRA; MARQUES, 2009).
A “nova postura” adotada pelo idoso modifica o centro de gravidade e
interfere diretamente no equilíbrio. Além disso, as informações advindas dos
sistemas sensoriais – somatossensorial, vestibular e visual - essenciais para um
bom controle postural, também são afetadas pelo processo de envelhecimento e
20
contribuem, diretamente, para o déficit de equilíbrio dessa população (MEIRELES et
al., 2010; TOLEDO; BARELA, 2010).
Em relação à marcha, vários fatores estão envolvidos e podem alterar a sua
eficiência. Além das alterações de postura e do comprometimento dos sistemas
sensoriais, a perda de força muscular e de mobilidade articular e a diminuição da
capacidade aeróbica, somado a ambientes irregulares e instáveis, torna a marcha
uma atividade mais dispendiosa para os idosos (ALOUCHE; SILVA, 2009).
Desse modo, os idosos tendem a adotar um padrão de marcha conservador
e andar mais devagar. Possuem comprimento do passo menor e,
consequentemente, da passada, uma maior cadência, passando a maior parte do
tempo do ciclo da marcha na fase de apoio, principalmente no apoio duplo, gerando
uma marcha mais instável e menos segura (ALOUCHE; SILVA, 2009; GERVÁSIO et
al., 2012). Em decorrência destas alterações e a fim de facilitar a marcha e evitar
possíveis perdas de equilíbrio, o uso de dispositivos auxiliares da marcha vem sendo
indicado e adotado por muitos idosos (RICO et al., 2015).
2.3 DISPOSITIVOS AUXILIARES DA MARCHA
Os dispositivos auxiliares são equipamentos que tem como objetivo facilitar
o desempenho das atividades de vida diária e assim, possibilitar uma vida mais
independente daqueles que os utilizam (BATENI; MAKI, 2005; BRADLEY;
HERNANDEZ, 2011; MELLO, 2009). Além de auxiliarem a marcha e favorecer o
equilíbrio corporal, eles diminuem a sobrecarga articular e redistribuem o peso do
corpo, a fim de compensar fraqueza muscular, dor ou lesão (BATENI; MAKI, 2005;
BRADLEY; HERNANDEZ, 2011; RICO et al., 2015). Também permitem aumento da
circulação (retorno venoso), melhora da função renal, prevenção da osteoporose e
do descondicionamento cardiorrespiratório (BATENI; MAKI, 2005).
Podem ser utilizados por diversas condições clínicas, incluindo pessoas
portadoras de deficiência, indivíduos com algum tipo de lesão (permanente ou
temporária), além de pessoas com dificuldades de locomoção e equilíbrio, situação
frequente entre os idosos (RICO et al., 2015). Indivíduos que usam dispositivos
auxiliares de marcha relatam se sentir mais confiantes e seguros para realizar as
21
atividades do dia a dia, resultando em um aumento do nível de atividade e ganho de
independência e participação social (BATENI; MAKI, 2005; BRADLEY;
HERNANDEZ, 2011; POLESE et al., 2011; RICO et al., 2015).
Dentre os dispositivos auxiliares da marcha mais utilizados estão as muletas,
bengalas e andadores. Cada tipo de dispositivo apresenta características e estrutura
especifica. Ou seja, conforme a condição clínica e as necessidades apresentadas
pelo indivíduo, um tipo de dispositivo é mais adequado e trará mais benefícios do
que outros. A seleção de um dispositivo adequado depende da força do paciente, da
resistência, do equilíbrio, das funções cognitivas e das exigências do ambiente
(BRADLEY; HERNANDEZ, 2011).
Os fatores ambientais constituem um papel especialmente importante na
utilização de um dispositivo de mobilidade, uma vez que, mesmo com um dispositivo
de alta qualidade é difícil ser ativo e independente se o ambiente não é acessível e
não oferece suporte (BATENI; MAKI, 2005; GANESH et al., 2011). Escadas
constituem barreiras para aqueles que utilizam andadores; buracos e desníveis nas
calçadas impedem o uso seguro e adequado dos dispositivos de mobilidade e
podem ocasionar acidentes (GANESH et al., 2011). O ambiente dentro de casa
também pode se transformar em um local de risco para quem faz uso destes
dispositivos. A disposição das mobílias, os cômodos estreitos e pequenos, assim
como as irregularidades dentro do próprio domicílio, que são frequentes em casas
de bairros mais pobres, dificultam a utilização adequada destes instrumentos e
geram elevado risco de quedas dentro de casa.
Portanto, a escolha correta é fundamental. Embora existam vários tipos de
bengalas, muletas e andadores, cada qual com sua especificidade, a prescrição
desses equipamentos deve-se atentar à altura do dispositivo, à angulação da
articulação do cotovelo e a distância entre a borda lateral do pé e do equipamento.
Outras medidas necessárias irão variar conforme o tipo destes dispositivos. No caso
das muletas axilares, por exemplo, deve-se atentar para a distância entre a axila do
indivíduo e o dispositivo. Já a muleta canadense, deve permanecer fixada no terço
proximal do antebraço. Vale ressaltar que a maioria das medidas citadas são fixas;
outras irão variar conforme o perfil do indivíduo (altura, peso, idade) e a condição
clínica apresentada por ele (lesão, déficit de equilíbrio, etc.) (BRADLEY;
HERNANDEZ, 2011).
22
Embora a seleção adequada do dispositivo seja fundamental, não basta
somente prescrever. A adaptação e o treino com o dispositivo também são de suma
relevância. Muitos indivíduos fazem a aquisição sem orientação específica, através
de parentes ou conhecidos, ou ainda, são orientados quanto à aquisição e utilização,
porém sem adequação e treino. Acrescenta-se ainda que muitos idosos não sabem
o motivo pelo qual utilizam o dispositivo auxiliar (RICO et al., 2015).
Prescrições inadequadas, falta de treino e de orientação são motivos de
desuso e abandono do equipamento, pois muitos passam a enxergar o dispositivo
como risco, devido à dificuldade de utilizá-lo (BATENI; MAKI, 2005; RICO et al.,
2015). As tensões repetitivas nas articulações dos membros superiores devido ao
uso de bengalas e andadores podem contribuir para lesões articulares, como
tendinites, osteoartrite e síndrome do túnel do carpo (BATENI; MAKI, 2005). Além
disso, a utilização imprópria pode gerar desconforto, dor, marcha instável, gasto
energético excessivo e pode se tornar um fator de risco para quedas (RICO et al.,
2015). Estudos apontam correlação entre o uso de dispositivos para auxílio da
marcha e a presença de quedas (BRADLEY; HERNANDEZ, 2011; CRUZ et al.,
2012; GELL et al., 2015; MENEZES; BACHION, 2008; STEVENS et al., 2009;
RODRIGUES; FRAGA; BARROS, 2014). Alguns autores sugerem que o uso do
dispositivo pode ser um indicador de deterioração de equilíbrio e declínio funcional.
Outros discutem que os dispositivos podem aumentar o risco de quedas devido ao
risco de tropeções e ruptura do controle de equilíbrio por outros mecanismos – por
exemplo, competindo por recursos de atenção (BATENI; MAKI, 2005).
Cabe aos profissionais de saúde fazer a prescrição adequada bem como
orientar quanto aos objetivos e benefícios do uso destes dispositivos. No entanto,
muitos deles não têm o conhecimento suficiente e encaram como um desafio a
prescrição e o treino com este recurso. Diante disso, há muitos indivíduos que são
resistentes ao uso, pois não são orientados e conscientizados da forma correta
(RICO et al., 2015). Assim, os profissionais devem rotineiramente avaliar os
dispositivos de assistência para garantir o uso correto e assegurar a funcionalidade
e a qualidade de vida dos usuários (BRADLEY; HERNANDEZ, 2011).
23
2.4 AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE
A efetividade na avaliação do estado de saúde é uma das preocupações
quando se busca analisar as condições de saúde em idosos. Embora a mensuração
do estado geral de saúde dos indivíduos seja bastante difícil, a autopercepção da
saúde tem se revelado um método confiável e um robusto indicador do estado de
saúde global, capaz de sintetizar uma complexa interação de fatores envolvidos na
saúde do idoso (CONFORTIN et al., 2015; FREITAS et al., 2010; SILVA, R. J. S. et
al., 2012). Tem sido cada vez mais utilizada como indicador de saúde em estudos
epidemiológicos, devido ao seu elevado valor preditivo de declínio funcional e
mortalidade. Frequentemente, é obtida por meio da seguinte pergunta: De uma
maneira geral, você diria que a sua saúde é muito boa, boa, razoável, ruim ou muito
ruim? (BORIM; BARROS; NERI, 2012; CONFORTIN et al., 2015; FONSECA et al.,
2010; FREITAS et al., 2010; JARDIM; BARRETO; GIATTI, 2010; SILVA, P. A., 2014;
SILVA, R. J. S. et al., 2012).
A percepção subjetiva de saúde se configura como a interpretação pessoal
que os indivíduos fazem de sua própria saúde (SILVA, R. J. S. et al., 2012). É um
indicador multidimensional, que engloba uma série de aspectos, incluindo os de
natureza subjetiva. Fatores socioeconômicos (escolaridade, renda, idade e gênero)
assim como questões relacionadas aos hábitos de vida (sedentarismo, uso de álcool
e fumo) e de saúde (uso de medicamentos, presença de doenças e incapacidade
funcional) estão envolvidas na autoavaliação de saúde da pessoa idosa (BORIM;
BARROS; NERI, 2012; CONFORTIN et al., 2015; JARDIM; BARRETO; GIATTI,
2010; LIMA-COSTA et al., 2007; PAGOTTO; NAKATANI; SILVEIRA, 2011; SILVA,
P. A., 2014; SILVA, R. J. S. et al., 2012).
Embora a autopercepção de saúde envolva múltiplas questões, diversos
estudos têm mostrado que o declínio da capacidade funcional é uma das principais
variáveis consideradas pelo idoso ao avaliar sua saúde – quanto maior a dificuldade
em realizar as atividades de vida diária, maior a chance de o idoso avaliar sua saúde
como ruim (ALVES; LEITE; MACHADO, 2010; BORIM; BARROS; NERI, 2012;
FONSECA et al., 2010; JARDIM; BARRETO; GIATTI, 2010; NUNES; BARRETO;
GONCALVES, 2012; PAGOTTO; NAKATANI; SILVEIRA, 2011; SILVA, R. J. S. et al.,
2012).
24
Ou seja, embora o diagnóstico de doenças crônicas esteja relacionado a
piores condições de saúde, o conceito de saúde na velhice se traduz mais por sua
condição de independência e autonomia do que pela presença ou ausência de
doença (FONSECA et al., 2010; PAGOTTO; NAKATANI; SILVEIRA, 2011; SILVA, R.
J. S. et al., 2012). Como indicador multidimensional, a autoavaliação de saúde
ultrapassa questões biológicas e abrange questões sociais e psíquicas, associadas
a elementos culturais e ambientais nos quais o idoso está inserido. A integração e
participação social, cultural e cívica, bem como o envolvimento e a inclusão em
redes pessoais, exercem clara influência sobre a saúde e bem-estar dos idosos que
se traduzem em avaliações positivas de saúde (NUNES; BARRETO; GONCALVES,
2012; SILVA, P. A., 2014).
Entretanto, em algumas situações, o idoso pode apresentar uma visão
equivocada de sua condição de saúde. Problemas cognitivos e de memória podem
alterar a capacidade de julgamento do sujeito sobre seu estado de saúde, sendo a
função cognitiva considerada um dos fatores determinantes para a percepção
negativa do estado de saúde dos idosos (FREITAS et al., 2010; SILVA, R. J. S. et
al., 2012). Por conta destas limitações cognitivas e por piores condições de saúde,
alguns idosos podem não estar aptos a responder perguntas relacionadas à sua
própria saúde e necessitam do auxílio de um informante secundário (proxy
respondente) (JARDIM; BARRETO; GIATTI, 2010; LIMA-COSTA et al., 2007).
Partindo da premissa que a autoavaliação de saúde representa uma visão
subjetiva do indivíduo, o uso do proxy, entretanto, tem sido questionado. Jardim,
Barreto e Giatti (2010) mostraram diferenças importantes entre as avaliações da
saúde do idoso feita pelo próprio indivíduo daquela realizada pelo proxy. Eles
afirmam que o idoso tende a valorizar suas restrições ou incapacidade de realizar as
atividades de vida diária, enquanto o informante secundário tende a caracterizar a
saúde do idoso baseado na presença ou ausência de doenças crônicas. Além disso,
eles perceberam que a autopercepção do proxy em relação à sua própria saúde
influencia negativamente sua percepção em relação à saúde do idoso. Assim, eles
acreditam que as informações autorrelatadas refletem melhor a condição de saúde
dos idosos do que aquelas relatadas por informantes secundários. Porém, para
Lima-Costa e outros (2007), a influência do proxy na avaliação de saúde dos idosos
pode existir ou não, dependendo dos critérios adotados para a utilização desses
respondentes.
25
A criação de políticas públicas direcionadas a saúde e ao bem-estar da
pessoa idosa exige o constante monitoramento de diversos comportamentos e
condições que possam acometer o idoso no seu dia-a-dia. Nessa perspectiva, a
autoavaliação do estado de saúde deve ser valorizada com o intuito de possibilitar
uma compreensão abrangente do geronte e também a identificação de subgrupos
mais vulneráveis e mais propensos a procurar os serviços de saúde.
2.5 QUEDAS
O acúmulo das alterações estruturais e funcionais que ocorrem de forma
progressiva durante o processo de envelhecimento podem trazer prejuízos no
desempenho de atividades motoras e comprometer a adaptação do indivíduo ao
ambiente, contribuindo para o risco de quedas (CRUZ et al., 2012).
A queda é descrita como um evento acidental, não intencional que tem como
resultado a mudança da posição inicial do indivíduo para um mesmo nível ou nível
mais baixo (GASPAROTTO; FALSARELLA; COIMBRA, 2014). Devido a sua
repercussão na saúde dos idosos, é reconhecida como um importante problema de
saúde pública já que sua ocorrência está relacionada a altos índices de morbidade e
mortalidade da população idosa, além do elevado custo social e econômico
decorrentes das lesões resultantes deste evento. É responsável por gerar declínio
da capacidade funcional, além de aumentar o risco de institucionalização precoce e
morte, comprometendo a qualidade de vida dos idosos (ANTES; D’ORSI;
BENEDETTI, 2013; CAVALCANTE; AGUIAR; GURGEL, 2012; CRUZ et al., 2012;
GASPAROTTO; FALSARELLA; COIMBRA, 2014; OLIVEIRA et al., 2014).
As quedas têm origem multifatorial e incluem fatores intrínsecos e
extrínsecos. Os fatores intrínsecos compreendem as alterações fisiológicas
ocasionadas pelo envelhecimento, bem como afecções comuns dessa idade e o uso
de fármacos. Os fatores extrínsecos estão relacionados às circunstâncias e
condições ambientais nas quais o idoso se encontra (ANTES; D’ORSI; BENEDETTI,
2013; CAVALCANTE; AGUIAR; GURGEL, 2012; MENEZES; BACHION, 2008;
OLIVEIRA et al., 2014; RODRIGUES; FRAGA; BARROS, 2014).
26
Idade avançada, ser do sexo feminino, presença de doenças crônicas,
polifarmácia, uso de dispositivos auxiliares de marcha, sintomas depressivos, déficits
cognitivos, visuais e auditivos, sedentarismo, história prévia de quedas e
autopercepção de saúde negativa são citados frequentemente na literatura como
fatores que aumentam a probabilidade de ocorrência deste evento (CAVALCANTE;
AGUIAR; GURGEL, 2012; CRUZ et al., 2012; MENEZES; BACHION, 2008;
RODRIGUES; FRAGA; BARROS, 2014; SIQUEIRA et al., 2011; SOARES et al.,
2015). A maioria das quedas resulta de uma interação complexa entre estes fatores,
sendo que a probabilidade para a sua ocorrência aumenta à medida que esses se
acumulam (OLIVEIRA et al., 2014; SOARES et al., 2015).
A maior parte das quedas ocorre dentro do domicílio, no período matutino,
durante a realização de atividades rotineiras. Isso remete à importância do ambiente
domiciliar adequado na prevenção deste evento. Locais pouco iluminados, mal
planejados e com barreiras arquitetônicas configuram-se como fator de risco para o
idoso (ANTES; D’ORSI; BENEDETTI, 2013; CRUZ et al., 2012; GASPAROTTO;
FALSARELLA; COIMBRA, 2014; GAWRYSZEWSKI, 2010; OLIVEIRA et al., 2014;
RODRIGUES; FRAGA; BARROS, 2014). Este cenário aliado à dificuldade no
desempenho de atividades funcionais faz com que o indivíduo esteja ainda mais
vulnerável a cair (GASPAROTTO; FALSARELLA; COIMBRA, 2014).
A queda é responsável por gerar uma série de complicações e
consequências. Frequentemente ocasionam algum tipo de lesão no idoso, sendo as
fraturas – especialmente a de fêmur – a mais recorrente entre as mais graves
(CAVALCANTE; AGUIAR; GURGEL, 2012; CRUZ et al., 2012; GAWRYSZEWSKI,
2010; SIQUEIRA et al., 2011; SOARES et al., 2015).
Devido aos traumas físicos ocasionados pela queda, muitas vezes o idoso é
submetido a hospitalizações. Ela é um dos motivos que mantêm por mais tempo o
indivíduo idoso internado e uma das principais causas de óbitos nessa população,
aumentando os custos com os cuidados de saúde (CAVALCANTE; AGUIAR;
GURGEL, 2012; GASPAROTTO; FALSARELLA; COIMBRA, 2014;
GAWRYSZEWSKI, 2010; MENEZES; BACHION, 2008; SOARES et al., 2015).
Os episódios de quedas envolvendo idosos ultrapassam as questões físicas
e sanitárias. Elas também repercutem a nível psicológico e social. Entre as principais
consequências citadas por idosos que sofreram quedas está o medo de cair. O
medo de sofrer uma nova queda provoca mudanças de comportamentos e atitudes
27
que levam o idoso a restringir suas atividades físicas e sociais, contribuindo assim
para o aumento da inatividade e declínio da capacidade funcional. O indivíduo passa
a adotar uma vida com pouco contato social, o que facilita a reincidência de novos
episódios (CAVALCANTE; AGUIAR; GURGEL, 2012; GASPAROTTO;
FALSARELLA; COIMBRA, 2014; OLIVEIRA et al., 2014).
As quedas em idosos podem produzir importante perda de autonomia e
prejuízo à qualidade de vida. Identificar condições que se configuram em fatores de
risco e orientar pacientes e familiares, e, sobretudo, corrigir o que é passível de
tratamento, favorece a prevenção das quedas bem como minimiza suas
complicações secundárias. Ações como essas devem ser incentivadas entre os
profissionais de saúde, todos em prol da melhor condição de vida aos indivíduos
idosos (CRUZ et al., 2012; GASPAROTTO; FALSARELLA; COIMBRA, 2014;
GAWRYSZEWSKI, 2010).
2.6 MEDO DE CAIR
Assim como a queda, o medo de cair tem sido reconhecido como um
importante problema de saúde pública, comumente encontrado entre os idosos, cujo
impacto traz resultados potencialmente graves na vida destes indivíduos (ANTES et
al., 2013; MOREIRA et al., 2013; ZIJLSTRA et al., 2007).
Acreditava-se que a presença do medo de cair estivesse relacionada,
exclusivamente, ao trauma psicológico resultante da experiência de uma queda. No
entanto, a literatura tem revelado que o medo de quedas também está presente em
idosos que nunca caíram (LEGTERS, 2002; LOPES et al., 2009; PIMENTEL e
SCHEICHER, 2013; SCHEFFER et al., 2008).
Atualmente, os estudos têm relacionado o medo de cair à baixa confiança ou
baixa autoeficácia em evitar quedas. Pessoas com baixa autoeficácia focam nos
obstáculos da tarefa e nas suas limitações, e fogem de situações consideradas
ameaçadoras. Logo, elas impedem o desenvolvimento de habilidades, o que resulta
em uma base para construção do medo (CAMARGOS et al., 2010; LEGTERS, 2002;
LOPES et al., 2009; MOREIRA et al., 2013).
28
Outros autores referem o medo de cair como um sentimento de grande
inquietação, insegurança e ansiedade ante a um perigo real, aparente ou imaginário
de queda (GAXATTE et al., 2011; LEGTERS, 2002; LOPES et al., 2009). Em outros
estudos, é definido como uma preocupação permanente e excessiva em cair que irá
limitar o desempenho das atividades diárias (ANTES et al., 2013; LEGTERS, 2002).
Na literatura, diferentes instrumentos são utilizados para avaliar o medo de
cair. The Survey of Activities and Fear of Falling in the Elderly (SAFFE), Activities
Specific Balance Confidence Scale (ABC), Perceived Control Over Falling e
Perceived Ability to Manage Falls and Falling e a Falls Efficacy Scale-International-
Brasil (FES-I-BRASIL) são instrumentos frequentemente utilizados nas pesquisas
(DESHPANDE et al., 2008a; DESHPANDE et al., 2009; DIAS et al., 2011; JØRSTAD
et al., 2005; LEGTERS et al., 2002; LOPES et al., 2009; MOREIRA et al., 2013;
PIMENTEL e SCHEICHER, 2013). Outros estudos avaliam o medo de queda através
de uma única pergunta: Você tem medo de cair? (AUSTIN et al., 2007; GAXATTE et
al., 2011; KEMPEN et al., 2009).
As várias definições e as inúmeras ferramentas de avaliação do medo de
cair e métodos empregados nos estudos geram grande variabilidade de prevalência
deste fenômeno (GAXATTE et al., 2011; LEGTERS, 2002). Além disso, as
características relacionadas à população-alvo como idade, gênero e acesso aos
serviços de saúde variam muito nas pesquisas.
Estudos conduzidos com a população idosa em geral, que vivem na
comunidade, apontam uma grande variação na prevalência do medo de cair, entre
28% a 93% (DIAS et al., 2011; FUCAHORI et al., 2014; GAXATTE et al., 2011;
LOPES et al., 2009; PIMENTEL e SCHEICHER, 2013). Há ainda estudos voltados
especificamente para idosos que já caíram e aqueles sem histórico de quedas. Entre
os idosos sem histórico de quedas, a prevalência varia entre 12% a 65%. Entre os
que já experimentaram algum episódio de queda, a prevalência é maior, variando
entre 29% a 96% (LEGTERS, 2002; LOPES et al., 2009).
Embora as causas ainda não estejam claras, os estudos mostram a etiologia
multifatorial do medo de cair, que envolve influências físicas, comportamentais,
ambientais e funcionais (CAMARGOS et al., 2010; LEGTERS, 2002; LOPES et al.,
2009; MOREIRA et al., 2013; UEMURA et al., 2012). Idade avançada, sexo
feminino, declínio funcional, uso de dispositivos auxiliares de marcha, negativa
autopercepção de saúde, isolamento social, tontura, fatores psicológicos
29
(especialmente ansiedade e depressão) ambientais e demográficos (como baixa
renda e pouca escolaridade) são fatores de risco associados ao medo de cair. Além
disso, idosos que são sedentários e apresentam histórico de quedas e alterações de
equilíbrio e marcha são ainda mais susceptíveis a expressarem medo de cair
(ANTES et al., 2013; BOYD; STEVENS, 2009; DENKINGER et al., 2015;
DESHPANDE et al., 2009; GAXATTE et al., 2011; JEFFERIS et al., 2014; KEMPEN
et al., 2009; KLIMA et al., 2013; KUMAR et al., 2014; LEGTERS, 2002; LOPES et al.,
2009; SCHEFFER et al., 2008; SILVA, C. K. et al., 2013; ZIJLSTRA et al., 2007).
A análise das alterações da marcha vem sendo discutida atualmente como
possível identificador de idosos com medo de cair. No entanto, ainda não está claro
se estes idosos diminuem a velocidade da marcha para evitar a queda ou se
reduzem as atividades, como forma de adaptação ao medo de cair, o que resulta em
alteração da marcha (KIRKWOOD et al., 2011; MOREIRA et al., 2013). Rochat et al
(2010) afirmam que a causalidade e a direção da relação entre medo de cair e o
desempenho da marcha é possivelmente recíproco, em vez de unidirecional.
Sabe-se que, durante a marcha, idosos com medo de queda são mais
cautelosos e utilizam estratégias a fim de manter o controle postural e evitar
possíveis perdas de equilíbrio (DAVIS et al., 2009). Eles aumentam a fase de duplo
apoio, abreviando o tempo de permanência na fase de oscilação – fase de maior
instabilidade - aumentam a base de suporte e diminuem o comprimento e altura do
passo. Consequentemente, a velocidade da marcha se reduz (KIRKWOOD et al.,
2011; LOPES et al., 2009; MOREIRA et al., 2013).
Entretanto, embora possa ser uma reação normal, a variabilidade da marcha
apresentada por esses indivíduos pode causar ou agravar diretamente o medo de
cair, na medida em que aumenta a instabilidade da marcha, contribuindo
diretamente para o risco de quedas (AYOUBI et al., 2015; KIRKWOOD et al., 2011;
ROCHAT et al., 2010).
Na tentativa de evitar a queda, muitos idosos com medo de cair restringem
suas atividades. Pesquisas indicam que aspectos psicológicos, físicos e ambientais
podem contribuir para a restrição de atividades induzidas pelo medo de cair. Sexo
feminino, idade avançada, depressão, restrição social, negativa percepção de
saúde, histórico de quedas e diminuição da capacidade física, além de serem fatores
de risco para o medo de cair, são também apontados na literatura como fatores que
30
contribuem para a restrição de atividades pelo medo de cair (DESHPANDE et al.,
2008b; DIAS et al., 2011; FUCAHORI et al., 2014; GAXATTE et al., 2011).
Em idosos da comunidade, a restrição das atividades diárias ganha especial
relevância, já que as primeiras atividades a serem evitadas são aquelas realizadas
fora de casa. Embora a curto prazo a restrição de atividades possa ser um fator de
proteção contra as quedas, a longo prazo ela é responsável por reduzir o
desempenho físico e mental do idoso, pois restringe o convívio social e isola o idoso
dentro de seu próprio domicílio, predispondo-o ao risco de quedas futuras
(DESHPANDE et al., 2008a; DESHPANDE et al., 2008b; FUCAHORI et al., 2014;
GAXATTE et al., 2011).
Ou seja, cria-se um ciclo vicioso. O medo de cair induz a restrição de
atividades de tal forma que o idoso se isola socialmente e diminui seu desempenho
físico, aumentando a sua vulnerabilidade a quedas. Consequentemente, o medo de
cair novamente aumenta ainda mais, afetando de forma negativa a qualidade de
vida destes idosos e expondo-os a maiores riscos de dependência física que podem
culminar em institucionalização precoce e morte (ANTES et al., 2013; BOYD;
STEVENS, 2009; DIAS et al., 2011; FUCAHORI et al., 2014; LOPES et al., 2009;
MOREIRA et al., 2013; ZIJLSTRA et al., 2007).
31
3 HIPÓTESE
A prevalência de medo de cair na população idosa da cidade de Juiz de
Fora, Minas Gerais (MG) é superior a 90%, semelhante ao estudo de Lopes e outros
(2009).
32
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Verificar a prevalência do medo de cair em idosos com 60 anos ou mais de
idade residentes na comunidade na Zona Norte da cidade de Juiz de Fora, Minas
Gerais.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Descrever o perfil da população estudada.
• Caracterizar o medo de cair nas atividades avaliadas na Falls Efficacy
Scale – Internacional – Brasil (FES-I-BRASIL).
• Verificar a correlação entre medo de cair, idade, auto percepção de
saúde, dificuldade para andar, uso de dispositivo auxiliar e histórico de
quedas.
33
5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo de delineamento transversal inserido em um grande
projeto guarda-chuva intitulado “Inquérito de Saúde no Município de Juiz De Fora,
MG”, que foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
de Juiz de Fora (UFJF) de acordo com o Parecer n. 480163/2012-0 (Anexo A).
O projeto Inquérito de Saúde no Município de Juiz De Fora, MG surgiu a
partir de uma primeira onda de inquérito, realizada no ano de 2010. O inquérito de
2010 contemplou aspectos da saúde materno-infantil e da saúde do idoso, um de
seus produtos principais e motivadores dessa nova pesquisa foi o estudo
“Prevalência de quedas e fatores associados em idosos na cidade de Juiz de Fora,
Minas Gerais” (CRUZ, 2011).
Tal projeto teve como financiador principal o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ (Processo: 480163/2012-0).
Contou também com o apoio financeiro do Núcleo de Assessoria, Treinamento e
Estudos em Saúde (NATES) e do Programa de Pós-Graduação de Saúde Coletiva
da UFJF. Cabe mencionar ainda que parte dos equipamentos e materiais utilizados
foi proveniente de empréstimo concedido pelo Projeto Multicêntrico Fragilidade em
Idosos Brasileiros - rede FIBRA Brasil, polo Juiz de Fora.
5.2 AMOSTRAGEM E POPULAÇÃO
A amostra do presente estudo é constituída por indivíduos que participaram
da pesquisa “Prevalência de quedas e fatores associados em idosos na cidade de
Juiz de Fora, Minas Gerais” (CRUZ, 2011) e por novos sujeitos elegidos através de
um processo de amostragem aleatória. Os totais divulgados pelo IBGE no censo de
2010 para a população da área delimitada para o estudo, ao nível de desagregação
de setor censitário, foram utilizados para o dimensionamento de uma amostra
probabilística representativa baseada em estratificação e conglomeração.
34
Os dados foram obtidos através de entrevistas (cerca de 40 minutos de
duração), em visitas a domicílio. Caso o idoso não fosse encontrado, três novas
visitas eram realizadas em dias e horários diferentes na tentativa de localizá-lo.
Todos os idosos participantes do inquérito anterior foram visitados, sendo seus
endereços obtidos a partir da base de dados gerada no primeiro inquérito. Os novos
sujeitos da amostra foram recrutados a fim de amenizar a saída de idosos que
deixaram de compor a população pesquisada (casos de óbito, alteração de
endereço sem ser possível identificar o novo endereço, viagens de longa duração,
internação por tempo prolongado e institucionalização). Considerou-se “longa-
duração” e “tempo prolongado” atividades com previsão de tempo superior à
duração da pesquisa.
Nos casos em que os idosos apresentaram impossibilidade de compreensão
e ou resposta ao questionário, foi solicitado que um acompanhante
(familiar/cuidador) respondesse ao Inquérito. Para rastreamento da capacidade
cognitiva do idoso foi aplicado a priori o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Para
esse estudo adotou-se como referência o que é preconizado pela Secretaria de
Estado da Saúde de Minas Gerais: pontuação mínima de 25 pontos para idosos com
mais de quatro anos de escolaridade e pontuação mínima de 18 pontos para idosos
com menos de quatro anos de escolaridade. Pontuações inferiores são indicativas
de declínio cognitivo (MINAS GERAIS, 2008). Idosos com quadro de declínio
cognitivo e que não estavam acompanhados por familiares e/ou cuidadores foram
excluídos do inquérito. Indivíduos com doenças degenerativas em estado avançado
e, portanto, com impossibilidade de aplicação do MEEM, foi utilizado o recurso de
outro informante.
Assim, considerando a natureza do objetivo principal do presente estudo
foram incluídos todos os idosos que participaram do Inquérito, que não
apresentaram declínio cognitivo no MEEM ou impossibilidade de responder a esse.
Indivíduos cadeirantes foram excluídos. A amostra total do Inquérito foi composta de
423 indivíduos, 23 foram excluídos por satisfazerem os critérios de exclusão. Do
total de 400 idosos, 315 não apresentaram declínio cognitivo e um desses utilizava
cadeira de rodas. Assim, a amostra do presente estudo foi constituída por 314
idosos. A Figura 1 ilustra de forma esquemática a apresentação da amostra do
presente estudo (N).
35
Figura 1 – Representação esquemática da amostra do estudo
Fonte: A autora
5.3 COLETA DE DADOS
A coleta ocorreu em domicílios da Zona Norte da cidade de Juiz de Fora, no
período de outubro de 2014 a março de 2015. O instrumento de coleta, elaborado
pelo grupo de pesquisadores responsáveis pelo Inquérito foi aplicado dentro do
domicílio do idoso através de entrevista realizada face a face por pesquisadores de
campo - alunos do curso de Fisioterapia e Medicina e alunos de Pós-Graduação em
Saúde Coletiva da UFJF que passaram por um processo de orientação e
treinamento. Para maior segurança, organização e confiabilidade dos dados
coletados, cada entrevista foi conduzida por uma dupla de pesquisadores.
Os entrevistadores receberam treinamento para a realização das entrevistas
constando de três etapas: teórica, prática piloto e treinamento prático. Os
entrevistadores foram acompanhados, avaliados e reciclados durante todo o período
36
da pesquisa. Para controle de qualidade das informações coletadas, cerca de 10%
da produção de cada um deles foram avaliados por nova entrevista parcial. A
supervisão de campo foi realizada pelos pesquisadores principais com intuito de
garantir o controle da qualidade dos dados coletados.
Antes da realização da entrevista, os pesquisadores explicaram de forma
clara os objetivos do estudo. Foi assegurado o direito de outros esclarecimentos e
dúvidas durante a entrevista, o anonimato e a liberdade de interromper sua
participação a qualquer momento. Após leitura prévia e concordância com a
pesquisa, todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (Anexo B). A assinatura dos participantes foi registada em duas
vias na qual uma delas permaneceu com o idoso enquanto a outra foi armazenada
no Núcleo de Assessoria, Treinamento e Estudos em Saúde (NATES) e
permanecerá arquivada por um período mínimo de cinco anos. Posteriormente à
assinatura do TCLE, era dado início a aplicação do instrumento.
5.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO
5.4.1 Variável dependente
• Medo de cair: (a) como variável dicotômica para análise da prevalência
do desfecho: presença do medo de cair (relato do medo de cair em
pelo menos uma das atividades da FES-I-BRASIL (pontuação maior
que 16 pontos) ou ausência (16 pontos) (CAMARGOS et al., 2010;
DIAS et al., 2011; YARDLEY et al., 2005); (b) como variável contínua
para o estudo descritivo da amostra e análise das correlações.
37
5.4.2 Variáveis independentes
• Idade: categorizada em 60 a 70 anos, 71 a 80 anos ou mais de 80 anos
de idade;
• Sexo: feminino ou masculino;
• Raça: branca, preta, amarela, parda, indígena ou não soube declarar;
• Situação conjugal: solteiro, casado/união estável, viúvo ou
separado/divorciado;
• Arranjo domiciliar: referente se o idoso reside só ou acompanhado;
• Escolaridade: categorizada em analfabeto, 1 a 4 anos, 5 a 7 anos, 8 a
10 anos ou acima de 11 anos;
• Nível socioeconômico: categorizado em A/B, C ou D/E (informações
coletadas segundo critérios propostos pela Associação Brasileira de
Empresas de Pesquisa, 2013);
• Religião: nenhuma, católica, protestante ou evangélica ou outras;
• Importância da religião autorreferida: percepção do idoso quanto à
importância da religião na sua vida, categorizada em importante, mais
ou menos importante e nada importante;
• Autopercepção de saúde: percepção do idoso em relação à sua própria
saúde, categorizada em excelente/muito boa/boa ou regular/ruim;
• Dificuldade para andar: categorizada em sim ou não;
• Uso de dispositivo auxiliar para marcha: não utiliza, auxílio de ajuda
humana, bengalas ou muletas ou andador;
• Uso contínuo de medicamentos: nenhum, 1 a 4 medicações ou mais de
4 medicações;
38
• Quedas: presença ou não de quedas nos últimos 12 meses,
categorizada em sim ou não;
• Morbidade referida: categorizada em sim ou não;
• Utilização do Sistema Único de Saúde (SUS): relato de utilização do
SUS para consultas, exames, internações, vacinação ou participação
em grupos educativos, categorizada em sim ou não.
5.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
O instrumento de coleta completo do Inquérito é composto por questões
padronizadas e pré-testadas elaboradas pelos pesquisadores envolvidos e por
escalas e testes de ampla utilização em pesquisas científicas (Anexo C). Serão
apresentadas nesse item as escalas de interesse do presente estudo e as questões
correspondentes as variáveis analisadas.
5.5.1 Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é uma escala de avaliação da
função cognitiva de idosos e permite rastrear a presença de declínio cognitivo.
Abrange áreas de orientação temporoespacial, registro, memória de curto prazo,
atenção, cálculo, linguagem e praxia. Já adaptado e validado para a população
brasileira, é amplamente utilizado em estudos epidemiológicos tanto na comunidade
quanto em Instituições de Longa Permanência por ser um teste rápido e de fácil
aplicação (BERTOLUCCI et al., 1994; FOLSTEIN, M. F.; FOLSTEIN, S. E.;
MCHUGH, 1975; LOURENÇO; VERAS, 2006).
No entanto, diferentes estudos demonstraram que o desempenho no MEEM
sofre influência da escolaridade do participante. Portanto, na literatura são propostos
diferentes pontos de corte de acordo com os anos de escolaridade, porém ainda não
39
há um consenso a respeito do valor a ser considerado e adotado nas pesquisas
(BERTOLUCCI et al., 1994; LOURENÇO; VERAS, 2006).
Para este estudo adotou-se como referência o que é preconizado pela
Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais: idosos com 4 anos ou mais de
escolaridade devem atingir a pontuação mínima de 25 pontos, e aqueles com menos
de 4 anos, o mínimo de 18 pontos. A pontuação máxima possível são 30 pontos
(MINAS GERAIS, 2008).
5.5.2 Questionário semiestruturado
Este questionário é dividido em 11 sessões que contemplam questões
relacionadas ao perfil socioeconômico, características relativas ao perfil de saúde e
grandes síndromes geriátricas, uso e acesso aos serviços de saúde.
Neste estudo, foram objeto de pesquisa as questões relacionadas à idade,
sexo e escolaridade (sessão A – questões A1, A2 e A4); raça, situação conjugal,
arranjo familiar, renda, religião e a sua importância na vida do idoso (sessão B –
questões B1 a B6). Também foram analisadas as características relativas a
autopercepção de saúde, dificuldade para andar, uso de dispositivo auxiliar para
marcha, utilização do SUS e presença de morbidades referidas (sessão D –
questões D1, D6, D7, D9 e D18) assim como o uso continuo de medicamentos
(sessão E – E1) e o histórico de quedas (sessão F – F1). A sessão I presente no
instrumento de coleta de dados corresponde a FES-I-BRASIL, que por ser objeto
central do estudo será descrita no próximo tópico.
5.5.3 Falls Efficacy Scale – Internacional – Brasil (FES-I-BRASIL)
A variável dependente do estudo foi operacionalizada com a aplicação da
FES-I BRASIL. Trata-se de uma escala que permite avaliar o medo de cair baseado
na definição de baixa auto eficácia ou confiança percebida para evitar quedas
durante atividades do dia a dia (CAMARGOS, 2007; CAMARGOS et al., 2010).
40
Ela é uma versão modificada da Falls Efficacy Scale (FES), desenvolvida por
Tinetti, na qual dez atividades de vida diária eram avaliadas quanto à preocupação
em cair. O grupo Prevention of Falls Network Europe (PRoFaNE) incluiu mais seis
questões referentes às atividades externas e à participação social que são uma das
principais causas de preocupação em idosos comunitários, dando origem à FES-I
que, posteriormente, foi adaptada e validada em vários países. No Brasil, a FES-I-
BRASIL foi adaptada e validada por Camargos em 2010 para avaliar o medo de cair
entre os idosos brasileiros da comunidade (CAMARGOS, 2007; CAMARGOS et al.,
2010; DELBAERE et al., 2010; YARDLEY et al., 2005).
A escala inclui 16 atividades com escores que variam de um a quatro, no
qual o menor escore indica o idoso “nem um pouco preocupado” em cair e o maior
escore sinaliza o idoso “extremamente preocupado” com a possibilidade em cair ao
realizar as atividades listadas. O escore mínimo a ser obtido é de 16 pontos
(ausência de preocupação em cair) e o máximo a ser alcançado é de 64 pontos
(preocupação extrema em cair) (CAMARGOS et al., 2010).
A FES-I é uma avaliação fácil, simples e rápida de ser aplicada. Estudos
demonstram que ela está correlacionada com medidas de equilíbrio, marcha e
atividades sociais e funciona como um indicador da possível ocorrência de quedas
futuras e declínio da capacidade funcional (CAMARGOS, 2007; DELBAERE et al.,
2010; YARDLEY et al., 2005).
5.6 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados coletados foram digitados e organizados em um banco de dados
utilizando o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 15.0.
Para o presente estudo, na análise descritiva foram obtidas as médias e desvio-
padrão das variáveis contínuas e estimadas as frequências absolutas e relativas das
variáveis categóricas, bem como a prevalência do desfecho investigado, com seu
respectivo intervalo de confiança. As variáveis dificuldade para andar, uso de
dispositivo auxiliar para marcha, idade, auto percepção de saúde e histórico de
queda foram correlacionadas com a variável medo de cair calculando-se o
coeficiente de correlação de Spearman. Os coeficientes de correlação foram
41
classificados em pequeno, fraco, moderado e forte (VIEIRA, 2011). Foi considerado
um nível de significância de 5% (p < 0,05).
42
6 RESULTADOS
A amostra foi composta por 314 idosos com média de idade de 72,7 anos
(DP = 7,32), sendo a maioria do sexo feminino (66,2%) e da raça branca (45,2%),
com idade entre 60 a 70 anos (43,3%). A média de escolaridade foi de 4,0 anos (dp
= 3,50), sendo que 62,1% relataram possuir entre 1 a 4 anos de estudo. De acordo
com os critérios da ABEP (2013), 58,6% pertenciam à classe C. A maior parte da
amostra relatou morar acompanhado (87,9%) e ser casado ou possuir união estável
(56,1%). Em relação à religião, 96,8% a julgaram ser importante na sua vida, sendo
a amostra composta predominantemente por católicos (74,2%). A Tabela 1
apresenta as características demográficas e socioeconômicas dos indivíduos.
Tabela 1 – Características demográficas e socioeconômicas de 314 idosos. Juiz de
Fora, MG, 2015
Variável/Classificação Frequência Absoluta (n)
Frequência Relativa (%)
Sexo Masculino 106 33,8 Feminino 209 66,2
Idade 60 – 70 anos 136 43,3 71 – 80 anos 124 39,5 Mais de 80 anos 55 17,5
Escolaridade Analfabeto 29 9,2 1 – 4 anos 196 62,1 5 – 7 anos 41 13,1 8 – 10 anos Acima de 11 anos
23 26
7,3 8,3
Raça/cor de pele Branca 143 45,2 Preta 39 12,4 Amarela 18 5,7 Parda Indígena
106 9
33,8 2,9
Nível sócio econômico (ABEP) A ou B 89 28,4 C 184 58,6 D ou E 42 13,0
Continua
43
Conclusão
Variável/Classificação Frequência Absoluta (n)
Frequência Relativa (%)
Situação conjugal Solteiro 13 4,1 Casado/União Estável 176 56,1 Viúvo 100 31,5 Separado/divorciado 26 8,3
Arranjo domiciliar Reside sozinho 38 12,1 Reside acompanhado 277 87,9
Religião Nenhuma 7 2,2 Católica 234 74,2 Protestante ou Evangélica 62 19,7 Outras 12 3,9
Importância dada à religião Importante 305 96,8 Mais ou menos importante 6 1,9 Nada importante 4 1,3
Fonte: Dados da pesquisa
Na Tabela 2 é descrito o perfil de saúde da amostra estudada. A maioria dos
indivíduos classificou sua saúde como excelente/muito boa/boa (56,7%) e relatou
fazer uso de 1 a 4 medicamentos (53,8%). Quanto ao uso de dispositivo auxiliar para
marcha, a maior parte dos idosos afirmou que não os utiliza (87,3%) e 61% relatou
não possuir dificuldade para andar. Em relação ao histórico de quedas, 34,1%
referiram ter sofrido algum episódio no último ano. Dos idosos entrevistados, 96,5%
relataram utilizar o SUS e 88,2% referiram algum tipo de morbidade.
44
Tabela 2 – Perfil de saúde de 314 idosos. Juiz de Fora, MG, 2015
Variáveis / Classificação Frequência Absoluta
Frequência Relativa
Autopercepção de saúde
Excelente/muito boa/boa 178 56,7
Regular/ruim 137 43,3
Morbidade referida
Sim 278 88,2
Não 37 11,8
Dificuldade para andar
Sim 123 38,9
Não 192 61,1
Uso de dispositivo auxiliar da marcha
Não 274 87,3
Auxílio humano 16 5,1
Bengala ou muletas 22 7,0
Andador 2 0,6
Uso contínuo de medicamentos
Nenhum 26 8,3
1 a 4 medicações 169 53,8
Mais de 4 medicações 120 37,9
Queda
Sim 108 34,1
Não 207 65,9
Utilização do SUS
Sim 304 96,5
Não 11 3,5
Fonte: Dados da pesquisa
A prevalência do medo de cair na população estudada foi de 95,2%
(299/314) (IC 95% = 92,3; 97,3) e a média de pontuação na escala foi de 24,9 (dp =
8,17). Dentre as atividades presentes na escala FES-I-BRASIL, as mais pontuadas e
que, portanto, representaram maior preocupação em cair para os idosos foram:
tomando banho, subindo ou descendo escadas, caminhando sobre a superfície
irregular, subindo ou descendo uma ladeira e andando sobre uma superfície
escorregadia, sendo, esta última, a atividade que mais preocupou os idosos em
relação ao medo de cair. A tabela 3 apresenta as frequências absolutas e relativas
de acordo com o nível de preocupação em cair para cada atividade presente na
escala FES-I-BRASIL.
45
Tabela 3 – Preocupação em cair segundo as atividades da FES-I-BRASIL. Juiz de
Fora, MG, 2015
Atividades
Nem um pouco
preocupado
Um pouco preocupado
Muito preocupado
Extremamente preocupado
FA FR (%) FA FR (%) FA FR (%) FA FR (%)
Limpando a casa (ex: passar pano, aspirar ou tirar a poeira)
.................... 201 63,8 62 19,7 41 13,0 11 3,5
Vestindo ou tirando a roupa
.................... 251 79,7 43 13,7 14 4,4 7 2,2
Preparando refeições simples
.................... 287 91,1 18 5,7 10 3,2 0 0,0
Tomando banho .................... 193 61,3 68 21,6 41 13,0 13 4,1
Indo a compra .................... 245 77,8 36 11,4 30 9,5 4 1,3
Sentando ou levantando de uma cadeira
.................... 247 78,4 50 15,9 12 3,8 6 1,9
Subindo ou descendo escadas
.................... 116 36,8 109 34,6 71 22,5 19 6,0
Caminhando pela vizinhança
.................... 230 73,0 55 17,5 24 7,6 6 1,9
Pegando algo acima da sua cabeça ou do chão
.................... 189 60,0 84 26,7 34 10,8 8 2,5
Indo atender o telefone antes que pare de tocar
.................... 264 82,8 31 9,38 18 5,7 2 0,6
Andando sobre a superfície escorregadia (ex: chão molhado)
.................... 41 13,0 150 47,6 94 29,8 30 9,5
Visitando um amigo ou parente
.................... 232 73,7 59 18,7 20 6,3 4 1,3
Andando em lugares cheios de gente
.................... 227 72,1 46 14,6 34 10,8 8 2,5
Caminhando sobre a superfície irregular (com pedras, esburacadas)
.................... 70 22,2 147 46,7 87 27,6 11 3,5
Subindo ou descendo uma ladeira
.................... 116 36,8 113 35,9 73 23,2 13 4,1
Indo a uma atividade social (ex: ato religioso, reunião de família ou encontro no clube)
246 78,1 43 13,7 23 7,3 3 1,0
Fonte: Dados da pesquisa
A correlação de Spearman mostrou resultados significativos (p < 0,05) entre
medo de cair e todas as variáveis pesquisadas. Verificou-se correlação positiva fraca
entre FES-I-BRASIL e autopercepção de saúde (r = 0,301) e FES-I-BRASIL e uso de
46
dispositivo auxiliar da marcha (r= 0,337); e correlação positiva pequena entre FES-I-
BRASIL e idade (r = 0,174). Foi verificada ainda correlação negativa pequena entre
FES-I-BRASIL e histórico de quedas (r = -0,180) e correlação negativa fraca-
moderada entre FES-I-BRASIL e dificuldade para andar (r = -0,482). As correlações
estão detalhadas na Tabela 4.
Tabela 4 – Correlação entre medo de cair e as variáveis analisadas
Variável r p
Idade 0,174 < 0,01
Autopercepção de saúde 0,301 < 0,01
Dificuldade para andar -0,482 < 0,01
Uso de dispositivo auxiliar da marcha 0,337 < 0,01
Histórico de quedas -0,180 < 0,01
Fonte: Dados da pesquisa
47
7 DISCUSSÃO
A prevalência do medo de cair na população estudada foi de 95,2%,
semelhante ao encontrado em outros estudos (FUCAHORI et al., 2014; LOPES et
al., 2009; PIMENTEL e SCHEICHER, 2013). Prevalências inferiores, entre 19% a
78%, foram encontradas em outras pesquisas, no entanto essas variações podem
ser atribuídas a diferentes formas em avaliar o desfecho, diferenças nas
características da população avaliada e outros atributos metodológicos (DIAS et al.,
2011; GAXATTE et al., 2011; KEMPEN et al., 2009; KUMAR et al., 2014; ROCHAT
et al., 2010; ZIJLSTRA et al., 2007).
Considerando que 65,9% dos idosos não relataram quedas nos últimos 12
meses, pode-se inferir que o medo de cair esteve presente independente da
ocorrência desse evento. Os estudos mostram que o medo de cair tem sido relatado
tanto por idosos com experiência de quedas, como por aqueles que nunca caíram
(ARAÚJO et al., 2014; LEGTERS, 2002; LOPES et al., 2009; MOREIRA et al., 2013).
Entre aqueles que já caíram, a literatura sugere que estes indivíduos se consideram
menos capazes em evitar uma queda e, consequentemente, estariam mais
propensos a sofrer uma queda futura. A baixa autoconfiança em evitar a queda pode
reduzir a realização de atividades devido ao medo de cair novamente, gerando um
declínio funcional decorrente da inatividade, o que aumentaria o risco de novas
quedas (ANTES et al., 2013; GAXATTE et al., 2011; KEMPEN et al., 2009; KUMAR
et al., 2014; SCHEFFER et al., 2008; ZIJLSTRA et al., 2007).
O medo de cair se mostrou crescente com o aumento da idade, resultado
corroborado por outras investigações (KEMPEN et al., 2009; KUMAR et al., 2014;
SCHEFFER et al., 2008; ZIJLSTRA et al., 2007). Com o processo de
envelhecimento, os idosos tendem a apresentar um declínio físico-funcional
decorrente da menor capacidade de reserva funcional. Segundo Lopes e outros
(2009), esse declínio da reserva funcional que ocorre com o avançar da idade altera
a percepção dos idosos frente a estas perdas o que pode gerar um sentimento de
baixa auto eficácia e, consequentemente, preocupação em cair.
Constatou-se também correlação positiva fraca entre medo de cair e
autopercepção negativa de saúde. A autopercepção de saúde tem se revelado como
um método confiável e um robusto indicador de saúde global, preditor de morbidade,
48
mortalidade e declínio físico da população idosa. É capaz de sintetizar uma
complexa interação de fatores envolvidos na saúde do idoso (CONFORTIN et al.,
2015; SILVA, P. A., 2014; SILVA, R. J. S. et al., 2012). Resultado similar foi
encontrado no estudo realizado por C. K. Silva e outros (2013) que mostrou que
entre os idosos participantes de atividade física regular, aqueles que auto percebem
sua saúde como ruim tendem a apresentar maior pontuação na FES-I-BRASIL e,
consequentemente, uma maior preocupação em cair em comparação com aqueles
que têm uma melhor percepção da saúde (KEMPEN et al., 2009; KUMAR et al.,
2014; SCHEFFER et al., 2008; ZIJLSTRA et al., 2007).
O medo de cair se mostrou mais frequente em idosos que apresentam
dificuldade para andar. É provável que sujeitos que relatem dificuldades para andar
já apresentem certo declínio da capacidade funcional e alterações de equilíbrio e
marcha. Essas alterações prejudicam a execução de uma deambulação segura e
eficaz e comprometem a autoconfiança desses idosos em evitar quedas, gerando
uma base para construção do medo.
O uso de dispositivo auxiliar de marcha mostrou associação entre os idosos
que relataram preocupação em cair. A diminuição de força muscular e de
flexibilidade e o comprometimento dos sistemas somatossensorial, vestibular e
sensorial decorrentes do processo de envelhecimento alteram o controle postural e o
equilíbrio e dificultam a realização da marcha de modo eficaz e seguro (CRUZ et al.,
2012; MOREIRA et al., 2013).
Pesquisas destacam que idosos que relatam medo de cair utilizam
diferentes estratégias a fim de manter a estabilidade durante a marcha. Menor
comprimento e altura do passo, maior base de suporte e maior tempo na fase de
duplo apoio desencadeiam redução da velocidade da marcha e alteram a
estabilidade. Desta forma, a variabilidade dos parâmetros espaciais e temporais da
marcha apresentada por esses idosos contribuem para uma marcha mais instável e
com risco ainda maior de quedas (AYOUBI et al., 2015; DAVIS et al., 2009;
KIRKWOOD, et al., 2011; MOREIRA et al., 2013; ROCHAT et al., 2010). Ainda
segundo Lopes e outros (2009), idosos com medo de cair tendem a recrutar
simultaneamente músculos agonistas e antagonistas, o que resulta em rigidez
postural, marcha anormal, estratégias posturais inadequadas e dependência de
dispositivos que garantam estabilidade. Estes dispositivos auxiliares possibilitam a
independência funcional e oferecem segurança e confiança aos idosos, facilitando a
49
realização de suas atividades cotidianas. No entanto, quando não indicados ou
utilizados de forma inadequada, eles podem ter o efeito contrário e contribuir para
uma locomoção insegura, se configurando como um instrumento capaz de provocar
quedas (CRUZ et al., 2012; KLIMA et al., 2013; MENEZES; BACHION, 2008;
RODRIGUES; FRAGA; BARROS, 2014).
Subir ou descer escadas, tomar banho, caminhar sobre a superfície
irregular, subir e descer uma ladeira e andar sobre uma superfície escorregadia
foram as atividades mais pontuadas na FES-I-BRASIL, semelhante ao encontrado
em outros estudos (FUCAHORI et al, 2014; LOPES et al, 2009). Atividades como
essas impõem desafios ao idoso pelo alto grau de exigência do sistema
osteomiarticular e outros componentes responsáveis pela manutenção do equilíbrio
dinâmico. Cabe ressaltar que em decorrência do medo, os idosos tendem a diminuir
a autoconfiança sobre suas habilidades, consequentemente evitam se expor a
situações ameaçadoras e que consideram de risco para queda, restringindo suas
atividades, perpetua-se assim um ciclo de efeitos adversos à saúde do próprio idoso
(ANTES et al., 2013; SCHEFFER et al., 2008). Estudo realizado por Dias e outros
(2011) revela que os idosos que restringem suas atividades por medo de cair
apresentam menor autoeficácia em evitar quedas, são mais lentos na marcha, tem
maior número de doenças, pior autopercepção de saúde e apresentam pior
desempenho nas AIVDs.
Para Camargos e outros (2010), atividades externas e que envolvem
participação social são uma das principais causas de preocupação de quedas entre
os idosos da comunidade. A demanda no processamento de informações
necessárias para o controle do equilíbrio e manutenção da estabilidade é
significativamente maior no ambiente da comunidade (DESHPANDE et al., 2009).
No entanto, o ambiente doméstico também pode oferecer situações que
exigem maior demanda de equilíbrio e controle postural, como é o caso dos idosos
que relataram ficar preocupados em cair ao tomar banho e andar em superfícies
escorregadias. Algumas pesquisas demonstraram que o local mais frequente da
ocorrência das quedas foi dentro do próprio domicílio do idoso, especialmente o
quarto e banheiro (ANTES; D’ORSI; BENEDETTI, 2013; CRUZ et al., 2012;
FUCAHORI et al., 2014; GAWRYSZEWSKI, 2010; RODRIGUES; FRAGA; BARROS,
2014). Oliveira e outros (2014) mostraram uma tendência de aumento de quedas em
ambientes externos. Para eles, fatores intrínsecos estão relacionados ao local de
50
ocorrência das quedas. Idosos com capacidade física preservada tendem a cair em
ambientes externos, enquanto aqueles com comprometimento funcional tendem a
sofrer quedas dentro do próprio domicílio. Essa situação chama atenção para o
risco de isolamento social e aquisição de estilos de vida sedentários devido à
inatividade física decorrente da presença do medo de cair (DESHPANDE et al.,
2008b; DIAS et al., 2011; GAXATTE et al., 2011).
51
8 CONCLUSÃO
O presente estudo identificou alta prevalência do medo de cair nos idosos da
comunidade (95,2%) e correlação significante entre o desfecho e autopercepção de
saúde, dificuldade para andar, uso de dispositivo auxiliar, idade e histórico de
quedas. Dentre as atividades que mais preocupam os idosos em relação ao medo
de cair foram mais pontuadas as atividades de tomar banho, subir ou descer
escadas, caminhar sobre superfície irregular, subir ou descer uma ladeira e andar
sobre uma superfície escorregadia.
Sobre as limitações deste estudo destaca-se a possibilidade do viés de
memória decorrente do autorrelato dos participantes para pesquisar as variáveis de
interesse, o que pode ter influenciado os dados. No entanto, cabe ressaltar que
estudos dessa natureza são de extrema importância, pois são capazes de ofertar
dados basais para a realização de pesquisas futuras que aprofundem o tema em
questão.
Os resultados do estudo mostram que o medo de cair é frequente na
população idosa. Ele deve ser encarado como uma preocupação de saúde pública
visto que sua presença está relacionada a eventos adversos à saúde do indivíduo
idoso, cuja população está em acentuado crescimento.
Por impactar consideravelmente a saúde do idoso, torna-se extremamente
importante o reconhecimento do medo de cair entre os idosos, cuja presença deve
ser investigada durante o processo de envelhecimento. Novas estratégias e ações
assistenciais de reabilitação, prevenção e promoção à saúde são necessárias,
contribuindo para a qualidade de vida desta população e a garantia de um
envelhecimento saudável.
52
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