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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA FORMA DA PARTICULA DE BORRACHA DE PNEU
NO MÓDULO DE ELASTICIDADE DE ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO
RAPHAEL MARTINS DO VALLE
JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UFJF
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARAIA CIVIL
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA FORMA DA PARTICULA DE BORRACHA DE PNEU
NO MÓDULO DE ELASTICIDADE DE ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO
RAPHAEL MARTINS DO VALLE
JUIZ DE FORA
2013
RAPHAEL MARTINS DO VALLE
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA FORMA DA PARTICULA DE BORRACHA DE PNEU
NO MÓDULO DE ELASTICIDADE DE ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO
Trabalho Final de Curso apresentado ao
Colegiado do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Juiz de Fora, como
requisito parcial à obtenção do título de
Engenheiro Civil.
Área de Conhecimento: Construção Civil
Orientador: Pedro Kopschitz Xavier Bastos
Faculdade de Engenharia da UFJF
Juiz de Fora
2013
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA FORMA DA PARTICULA DE BORRACHA DE PNEU
NO MÓDULO DE ELASTICIDADE DE ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO
RAPHAEL MARTINS DO VALLE
Trabalho Final de Curso submetido à banca examinadora constituída de acordo com
o Artigo 9o do Capítulo IV das Normas de Trabalho Final de Curso estabelecidas
pelo Colegiado do Curso de Engenharia Civil, como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Aprovado em: 31/08/2013.
Por:
_____________________________________
Professor Pedro Kopschitz Xavier Bastos
_____________________________________
Professor Fabiano Cesar Tosetti Leal
_____________________________________
Professor Afonso Celso de Castro Lemonge
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por tudo que conquistei nesta caminhada
com muito esforço e dedicação. A minha mãe, pela dedicação e amor incondicional,
responsáveis pela minha formação como pessoa, sempre me inspirando a me
superar a cada dia. A meu pai, que me ensinou através de exemplos valores como
ética, honestidade, autoconfiança e determinação. Aos meus irmãos, agradeço pelo
companheirismo e cumplicidade, sempre dispostos a ajudar. Ao técnico de
laboratório Hugo José Benzoini e a aluna Bruna Moreira Beire pela ajuda na
realização dos ensaios, ao professor Pedro Kopschitz, pelas orientações,
ensinamentos e conselhos que contribuíram para minha formação acadêmica. Aos
meus amigos, agradeço pelos momentos vividos nesses 5 anos de muita luta e
estudo, hoje tenho a felicidade de considerá-los uma segunda família, que sempre
estará presente em meu coração. Agradeço ainda à Pedra Sul Mineração Ltda, que
forneceu materiais e cedeu seu laboratório para realização dos ensaios.
.
RESUMO
Os pneus inservíveis causam grande impacto no meio ambiente quando
descartados inadequadamente. Existem diferentes formas de reuso e reciclagem
deste material na engenharia civil, a principal delas em pavimentação, como
componente do concreto asfáltico. Na área da construção civil, já existem estudos
para uso do pó de pneu triturado na aplicação de concretos e argamassas. O
presente trabalho pretende estudar a influência do formato das partículas de
borracha desses pneus inservíveis (fibra ou arredondadas em pó) nas
características mecânicas da argamassa de revestimento.
Palavras chave: pó de pneu, fibra de pneu, borracha, recauchutagem, argamassa.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10
2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 13
3. A INDÚSTRIA DE PNEUS E OS RESÍDUOS .................................................... 14
4. METODOLOGIA ................................................................................................ 17
4.1 - Materiais ..................................................................................................................................................17
4.2 - Argamassa ................................................................................................................................................20
4.3 - Preparação dos corpos de prova ..............................................................................................................22
4.4 - Ensaio de Flexão e Módulo de Elasticidade à Flexão ................................................................................23
4.5 - Ensaio de Compressão Axial .....................................................................................................................26
4.6 - Módulo de elasticidade dinâmico .............................................................................................................29
5. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................ 32
6. RESULTADOS E ANÁLISE .............................................................................. 34
6.1 - Tabelas .....................................................................................................................................................35
6.2 - Gráficos.....................................................................................................................................................44
7. CONCLUSÃO ................................................................................................... 58
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 59
9. ANEXOS ........................................................................................................... 62
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Composição de Pneus Radiais para Automóveis ...................................... 14
Figura 2 - Composição de um pneu radial ................................................................ 15
Figura 3 - Processo de recauchutagem de um pneu ................................................ 16
Figura 4 - Variações das formas das partículas de pneus estudas no trabalho. ....... 18
Figura 5 - Granulometria da areia de britagem ......................................................... 18
Figura 6 - Granulometria do pó de borracha ............................................................ 18
Figura 7 - Granulometria da fibra média de borracha ............................................... 19
Figura 8 - Granulometria da fibra grande de borracha.............................................. 19
Figura 9 - Moldagem de corpos-de-prova de argamassas de dimensões 4x4x16 (cm)
......................................................................................................................... 22
Figura 10 - Ensaio de flexão .................................................................................... 23
Figura 11 - Ensaio de flexão no corpo de prova 4x4x16 cm em equipamento com
controle de deslocamento ................................................................................. 24
Figura 12 - Ensaio de flexão no corpo de prova 4x4x16 cm em equipamento com
controle de deslocamento ................................................................................. 24
Figura 13 - Ensaio de flexão no corpo de prova 2x4x16 cm em equipamento com
controle de deslocamento ................................................................................. 25
Figura 14 - Ensaio de flexão no corpo de prova 2x4x16 cm em equipamento com
controle de deslocamento ................................................................................. 25
Figura 15 - Ensaio de Compressão em argamassas ................................................ 27
Figura 16 - Ensaio de Compressão em argamassas ................................................ 27
Figura 17 - Ensaio de Compressão em argamassas ................................................ 28
Figura 18 - Ensaio de Compressão em argamassas ................................................ 28
Figura 19 - Corpo de prova após a ruptura do ensaio de compressão ..................... 29
Figura 20 - Aparelho de emissão de ondas ultrassônicas realizando ensaio no corpo
de prova de geometria 2x4x16 cm .................................................................... 30
Figura 21 - Aparelho de emissão de ondas ultrassônicas realizando ensaio no corpo
de prova de geometria 4x4x16 cm .................................................................... 31
Figura 22 - Aparelho de emissão de ondas ultrassônicas realizando ensaio no corpo
de prova de geometria 4x4x16 cm .................................................................... 31
Figura 23 - Relação entre a Resistência à Tração na Flexão e a geometria do corpo
de prova fixando o percentual de substituição e o formato da partícula. ........... 44
Figura 24 - Relação entre a Resistência à Tração na Flexão e o percentual de
substituição da borracha do corpo de prova fixando a sua geometria e o formato
da partícula. ...................................................................................................... 45
Figura 25 - Relação entre a Resistência à Tração na Flexão e o formato da partícula
de borracha fixando a geometria e o percentual de substituição. ...................... 46
Figura 26 - Relação entre a Resistência à Compressão e o percentual de
substituição da borracha do corpo de prova fixando a sua geometria e o formato
da partícula. ...................................................................................................... 48
Figura 27 - Relação entre a Resistência à Compressão e o formato da partícula de
borracha fixando a geometria e o percentual de substituição. ........................... 49
Figura 28 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Estático e a geometria do corpo
de prova fixando o percentual de substituição e o formato da partícula ............ 50
Figura 29 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Estático e o percentual de
substituição da borracha do corpo de prova fixando a sua geometria e o formato
da partícula. ...................................................................................................... 51
Figura 30 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Estático e o formato da partícula
de borracha fixando a geometria e o percentual de substituição. ...................... 52
Figura 31 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Dinâmico e a geometria do
corpo de prova fixando o percentual de substituição e o formato da partícula .. 54
Figura 32 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Dinâmico e o percentual de
substituição da borracha do corpo de prova fixando a sua geometria e o formato
da partícula. ...................................................................................................... 55
Figura 33 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Dinâmico e o formato da
partícula de borracha fixando a geometria e o percentual de substituição. ....... 56
Figura 34 – Relação entre Força (N) e o deslocamento (mm) da prensa hidraulica
durante o ensaio de flexão nos corpos de prova com fibra grande. .................. 62
Figura 35 - Relação entre Força (N) e o deslocamento (mm) da prensa hidraulica
durante o ensaio de flexão nos corpos de prova com fibra média ..................... 63
Figura 36 - Relação entre Força (N) e o deslocamento (mm) da prensa hidraulica
durante o ensaio de flexão nos corpos de prova com pó. ................................. 64
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição das argamassas - volume ................................................... 20
Tabela 2 - Composição das argamassas - massa .................................................... 21
Tabela 3 - Programação da moldagem dos corpos de prova ................................... 32
Tabela 4 - Programação da realização dos ensaios dos corpos de prova com a idade
de 28 dias ......................................................................................................... 33
Tabela 5 - Resultado do ensaio de determinação do Módulo de Elasticidade
Dinâmico nos corpos de prova 4x4x16 cm com 10% de substituição do
agregado miúdo por borracha ........................................................................... 36
Tabela 6 - Resultado do ensaio de determinação do Módulo de Elasticidade
Dinâmico nos corpos de prova 4x4x16 cm com 15% de substituição do
agregado miúdo por borracha ........................................................................... 37
Tabela 7 - Resultado do ensaio de determinação do Módulo de Elasticidade
Dinâmico nos corpos de prova 2x4x16 cm com 10% de substituição do
agregado miúdo por borracha ........................................................................... 38
Tabela 8 - Resultado do ensaio de determinação do Módulo de Elasticidade
Dinâmico nos corpos de prova 2x4x16 cm com 15% de substituição do
agregado miúdo por borracha ........................................................................... 39
Tabela 9 - Resultado dos ensaios de determinação da Resistência à Compressão,
Resistência à Flexão e do Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de
prova 4x4x16 cm com 10% de substituição do agregado miúdo por borracha .. 40
Tabela 10 - Resultado dos ensaios de determinação da Resistência à Compressão,
Resistência à Flexão e do Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de
prova 4x4x16 cm com 15% de substituição do agregado miúdo por borracha .. 41
Tabela 11 - Resultado dos ensaios de determinação da Resistência à Flexão e do
Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de prova 2x4x16 cm com 10%
de substituição do agregado miúdo por borracha .............................................. 42
Tabela 12 - Resultado dos ensaios de determinação da Resistência à Flexão e do
Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de prova 2x4x16 cm com 15%
de substituição do agregado miúdo por borracha .............................................. 43
10
1. INTRODUÇÃO
A grande quantidade de pneus descartados no Brasil tem motivado a
proposição de medidas amenizadoras dos impactos ambientais e a realização de
pesquisas sobre possíveis métodos de seu reaproveitamento. Os pneus inservíveis
são depositados inteiros em aterro de lixo comum ou jogados em vias públicas, rios
e córregos. Quando empilhados em quintais ou terrenos baldios, propiciam a
proliferação de animais que podem transmitir doenças como a leptospirose e
dengue, quando queimados emitem gases tóxicos. Somente no Brasil, a produção
de pneus foi de 66,9 milhões de unidades em 2011, segundo a Associação Nacional
da Indústria de Pneumáticos (ANIP, 2012).
Para deter esses impactos, além de incentivos a processos de reciclagem
baseados em políticas públicas, são necessários investimentos em educação,
conscientização e fiscalização. Em 1999, o Conama - Conselho Nacional do Meio
Ambiente - publicou a Resolução nº 258, que trata da destinação final, de forma
ambientalmente adequada e segura, dispondo sobre a reciclagem, prazos de coleta,
entre outros fatores para aqueles pneus considerados inservíveis para uso veicular
nem para processos de reforma, como recapagem, recauchutagem e remoldagem.
Mas para as peças que ainda podem ser submetidas a processos de reforma, há
uma alternativa como a recauchutagem.
No primeiro caso, o pneu velho recebe novas camadas de borracha, de
acordo com normas existentes, aumentando sua vida útil. No Brasil, este
procedimento é bastante difundido. No caso da trituração, o material é descartado
em aterros sanitários, mas por apresentarem uma difícil compactação, coleta e
degradação muito lenta, os pneus ocupam muito espaço físico. Os grandes
depósitos ocupam áreas extensas e ficam sujeitos à queima acidental ou provocada,
causando prejuízos na qualidade do ar devido à liberação de fumaça contendo alto
teor de dióxido de enxofre entre outras substâncias tóxicas (OLIVEIRA e CASTRO,
2007)
Os pneus podem ser transformados em óleo, gás e enxofre. Além disso, os
arames que existem nos pneus radiais podem ser separados por meios magnéticos.
11
Uma tonelada de pneus rende cerca de 530 kg de óleo, 40 kg de gás, 300 kg de
negro de fumo e 100 kg de aço (AMBIENTE BRASIL, 2007).
Segundo OLIVEIRA e CASTRO (2007) a solução mais promissora para os
pneus inservíveis é fazer o pneu velho voltar para as estradas. Mas sob a forma de
asfalto. Os pesquisadores descobriram que era possível adicionar à composição
asfáltica um percentual de borracha de pneu triturada. A medida aumenta em mais
do que o dobro a durabilidade do asfalto. Os fabricantes do asfalto-borracha
prometem ainda outros benefícios, como uma maior aderência e a redução sensível
dos ruídos de atrito.
Apesar de ter preço de mercado 30% acima do convencional, o asfalto-
borracha, segundo seus fabricantes, vale o investimento, porque chega a durar até
três vezes mais, dependendo das condições climáticas e da carga de tráfego nas
rodovias. Hoje, concessionárias do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Ceará e
São Paulo também estão utilizando o asfalto-borracha nas estradas administradas
pela empresa. Em cada quilômetro de asfalto-borracha, considerando-se uma pista
com 7 metros de largura e 4 cm de espessura, são utilizadas 4.200 carcaças de
pneus, depois de retirados os fios de aço e a lona (OLIVEIRA e CASTRO, 2007).
Ao que parece, as concessionárias estão convencidas de que o produto é
confiável e rentável. Mas a adesão do setor privado não basta. Dos 165 mil
quilômetros de estradas brasileiras pavimentadas, nada menos do que 160 mil estão
sob a guarda do Estado. Só ele pode impulsionar pra valer a nova tecnologia. E por
hora o Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transporte - DNIT (antigo DNER
– Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) não deu sinais de que o asfalto
ecológico será utilizado no programa de recuperação das rodovias federais (ECO,
2005).
Outras formas encontradas para destinação final de pneus inservíveis são na
construção de recifes artificiais para criação de peixes, na construção de quebra-
mares, em obras de contenções das margens de rios, como também na
pavimentação asfáltica, utilizado como ligante, melhorando propriedades de
resistência à formação de trincas por fadiga, com maior elasticidade. Na construção
12
civil, diversos autores têm estudado o uso de borracha de pneu (pó ou raspa) em
concretos e em argamassas (CANOVA et al., 2007).
13
2. OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo geral estudar a influência do formato
das partículas (fibra ou arredondadas em pó) de borracha de pneus inservíveis
obtidos por processo de recauchutagem para a produção de argamassas de
revestimento.
O objetivo específico é determinar a resistência mecânica e o módulo de
elasticidade das argamassas produzidas com adição de resíduo de pneu.
Este estudo foi desenvolvido em laboratório, onde foram ensaiadas e
avaliadas propriedades como resistência à compressão, resistência á tração na
flexão, módulo de elasticidade à flexão e módulo de elasticidade dinâmico de
argamassas feitas com borracha de pneu em sua composição como substituto
parcial do agregado miúdo.
14
3. A INDÚSTRIA DE PNEUS E OS RESÍDUOS
Antigamente feitos de madeira e ferro, usados nos primórdios da História, os
pneus eram utilizados em carruagens e carroças. Já em 1839, o norte americano
Charles Goodyear, acidentalmente descobriu através da mistura de borracha e
enxofre em contato com uma chapa quente, o processo de vulcanização da
borracha, tendo com isso feito uma das maiores descobertas acidentais da história.
Esse material além de maior resistência e durabilidade, tornou o transporte mundial
muito mais confortável e prático, com o surgimento dos pneus de borracha (REIS,
2011).
O pneu é um produto essencial à segurança dos usuários, garantindo melhor
desempenho, estabilidade e performance dos veículos. É fabricado para atender os
hábitos de consumo, assim como as condições climáticas e as características do
sistema viário existente em cada país. O peso de um pneu de automóvel varia entre
5,5 e 7,0kg e um pneu de caminhão pesa entre 55 e 80 kg. Contudo, seu material é
de difícil decomposição, de aproximadamente 600 anos, não é biodegradável
(ANDRIETTA, 2002).
A Figura 1 descreve, em porcentagem, os itens que fazem parte da
composição de pneus radiais para automóveis.
Figura 1 - Composição de Pneus Radiais para Automóveis
Fonte: PAULA (2004)
15
A Figura 2 a seguir apresenta a estrutura de um pneu radial:
Figura 2 - Composição de um pneu radial
Fonte: ANDRIETTA (2002)
Após sua vida útil, os pneus podem ser submetidos a processos de
recauchutagem, tornando-se assim novamente utilizáveis. Tal processo é
subdividido em sete etapas, descritas conforme REIS (2011) na Figura 3 a seguir:
Etapa 1 - Inspeção Inicial
A visão e o tato avaliam a futura fiabilidade e segurança da carcaça, selecionando-a para a aplicação mais apropriada.
Etapa 2 - Inspeção não Destrutiva
Para detectar defeitos invisíveis na estrutura da carcaça. As carcaças são selecionadas para uma performance máxima.
Etapa 3 - Raspagem
Raspadora automática de alta precisão, combinada com potência, retira toda a borracha desnecessária e restabelece completamente a dinâmica de rolamento, possibilitando uma condução suave, reduzindo assim a manutenção do veículo. A textura da superfície preparada funciona como fundação e também como superfície de ligação para o novo piso
Etapa 4 - Preparação e Reparação
A carcaça é revitalizada até atingir praticamente as características de um pneu novo. A preparação e reparação efetuadas prolongam a vida do pneu.
16
Etapa 5 - Aplicação do Piso
O piso e a goma de ligação são aplicados direta e homogeneamente na carcaça com precisão eletrônica. A união torna-se uma das partes mais fortes do pneu.
Etapa 6 - Envelopagem e Vulcanização
A vulcanização tem lugar num envelope flexível a uma pressão e temperatura moderadas, mantendo a integridade da carcaça. Baixa temperatura de vulcanização (aproximadamente 96º C), inexistência de calor excessivo e moldes metálicos salvaguardam a carcaça da tensão associada a outros processos de recauchutagem
Etapa 7 - Inspeção Final
A Inspeção Final assegura que os exigentes requisitos são respeitados. Inspeciona-se meticulosamente a carcaça antes da sua entrega e, caso seja necessário, o pneu volta novamente à Etapa 2.
Figura 3 - Processo de recauchutagem de um pneu Fonte: REIS (2011)
17
4. METODOLOGIA
4.1 - Materiais
De acordo com a norma NBR 10004/2004 (Resíduos sólidos – Classificação),
os resíduos de borracha são considerados resíduos de classe II-B inertes, que,
quando amostrados de uma forma representativa, e submetidos a um contato
dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente,
não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores
aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza
e sabor.
As três variedades de formas de partícula de pneu provenientes de um
processo de recauchutagem, pó, fibra média e fibra grande (Figura 4), de
granulometria passante na peneira de 0,30 mm, retida na peneira de 0,30 mm e
retida na peneira 1,18 mm respectivamente (Figura 6, Figura 7, Figura 8), utilizados
nos ensaios, foram obtido na Recauchutadora Juiz de Fora, localizada no Distrito
Industrial, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.
A areia de britagem fina que foi utilizada como agregado miúdo, tem uso
largamente difundido em obras para produção de argamassas. A amostra utilizada
foi obtida na empresa Pedra Sul Mineração LTDA, também em Juiz de Fora, Minas
Gerais. A granulometria da areia é mostrada na Figura 5.
Todos os ensaios granulométricos realizadas nesse estudo seguiram a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR NM 248, 2003).
O aglomerante utilizado para os ensaios foi cimento Portland CP II-E32,
sendo que suas características físicas, químicas e mecânicas atendem os requisitos
especificados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas.
18
Figura 4 - Variações das formas das partículas de pneus estudas no trabalho.
Fonte: Do autor (2013)
Figura 5 - Granulometria da areia de britagem
Fonte: Do autor (2013)
Figura 6 - Granulometria do pó de borracha
Fonte: Do autor (2013)
19
Figura 7 - Granulometria da fibra média de borracha
Fonte: Do autor (2013)
Figura 8 - Granulometria da fibra grande de borracha
Fonte: Do autor (2013)
20
4.2 - Argamassa
O traço inicial em volume usado para confecção da argamassa seguiu a
relação de 1:7 representando cimento:areia industrial fina. Em sequência, foi
determinado a massa unitária de todos os materiais utilizados para os ensaios e
assim transformados os traços de volume em massa (NBR NM 45, 2006).
Utilizou-se na composição dos traços, as porcentagens de 10% e 15% de
borracha de pneu em substituição de parte do agregado miúdo. Os traços em
volume e massa podem ser acompanhados pelas Tabela 1 e Tabela 2.
Duas variedades de geometria do corpo de prova foram moldadas, uma já
adotada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, com dimensões de 4x4x16
cm. A outra geometria, de dimensões 2x4x16 cm, foi proposta a fim de tentar
identificar melhor as características da influencia da forma da partícula de borracha
na argamassa.
Tabela 1 - Composição das argamassas - volume
Proporções em volume
Arg
am
as
sa
s
Cim
en
to
Pó
de
pn
eu
Fib
ra m
éd
ia
Fib
ra g
ran
de
Are
ia I
nd
us
tria
l
Fin
a
1 Cim:areia:10%
pneu 1 0,7 - - 6,3
2 Cim:areia:10%
pneu 1 - 0,7 - 6,3
3 Cim:areia:10%
pneu 1 - - 0,7 6,3
4 Cim:areia:15%
pneu 1 1,05 - - 5,95
5 Cim:areia:15%
pneu 1 - 1,05 - 5,95
6 Cim:areia:15%
pneu 1 - - 1,05 5,95
21
Tabela 2 - Composição das argamassas - massa
Proporções em massa
Arg
am
as
sa
s
Cim
en
to
Pó
de
pn
eu
Fib
ra m
éd
ia
Fib
ra g
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l
Fin
a
Ág
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/ma
teri
ais
se
co
s
Rela
çã
o
ág
ua
/cim
en
to
1 Cim:areia:10% pneu
1 0,22 - - 8,27 0,17 1,65
2 Cim:areia:10% pneu
1 - 0,22 - 8,27 0,17 1,65
3 Cim:areia:10% pneu
1 - - 0,22 8,27 0,17 1,65
4 Cim:areia:15% pneu
1 0,33 - - 7,81 0,18 1,7
5 Cim:areia:15% pneu
1 - 0,33 - 7,81 0,18 1,7
6 Cim:areia:15% pneu
1 - - 0,33 7,81 0,18 1,7
22
4.3 - Preparação dos corpos de prova
Os corpos-de-prova foram moldados de acordo com a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (NBR 13276, 1995) em fôrmas metálicas especialmente
confeccionadas para esta finalidade. Os moldes são de fácil montagem e
desmontagem, com parafusos e borboletas. Na Figura 9 é apresentada a sequência
de moldagem de um corpo de prova 4x4x16 cm. Os corpos de prova 2x4x16 cm
seguem a mesma metodologia.
Figura 9 - Moldagem de corpos-de-prova de argamassas de dimensões 4x4x16 (cm) Fonte: Do autor (2013)
23
4.4 - Ensaio de Flexão e Módulo de Elasticidade à Flexão
O ensaio de flexão é realizado com o objetivo de determinar a tensão e
flecha, para além de permitir avaliar outras propriedades mecânicas, determina
também o módulo de elasticidade à flexão. A sua vantagem é que sua realização em
laboratório é mais simples do que o ensaio de tração.
A técnica de ensaio consiste em apoiar o corpo-de-prova em dois pontos
distanciados de um comprimento (L) e aplicar lentamente uma força (P) que causará
flexão no centro deste. Pode se auferir os resultados de duas maneiras: o da medida
da flecha (deslocamento em mm) no meio do corpo-de-prova ou o da medida direta
da deformação (mm/mm) na sua face tracionada, por exemplo, por meio de colagem
de extensômetros elétricos (Figura 10).
Figura 10 - Ensaio de flexão Fonte: RESENDE (2009)
O corpo-de-prova pode ter uma seção qualquer; contudo as circulares ou
retangulares são as mais utilizadas por facilitarem os cálculos. Acompanhando-se o
deslocamento ou a deformação, obtém-se a curva tensão x deformação.
As figuras a seguir representam um corpo-de-prova retangular em ensaio de
flexão em uma prensa hidráulica com controle de deslocamento (Figura 11, Figura
12, Figura 13 e Figura 14).
24
Figura 11 - Ensaio de flexão no corpo de prova 4x4x16 cm em equipamento com controle de
deslocamento Fonte: Do autor (2013)
Figura 12 - Ensaio de flexão no corpo de prova 4x4x16 cm em equipamento com controle de
deslocamento Fonte: Do autor (2013)
25
Figura 13 - Ensaio de flexão no corpo de prova 2x4x16 cm em equipamento com controle de
deslocamento Fonte: Do autor (2013)
Figura 14 - Ensaio de flexão no corpo de prova 2x4x16 cm em equipamento com controle de
deslocamento Fonte: Do autor (2013)
A tensão normal devido à flexão nas fibras extremas mais solicitantes (parte superior e inferior do corpo de prova) no regime elástico-linear é dada por:
26
O módulo de elasticidade, em função da flecha, considerando-se o mesmo
regime é dado por:
E - módulo de elasticidade
P - carga aplicada no meio do corpo-de-prova
L - distância entre dois apoios
b - maior lado da seção transversal do corpo-de-prova
h - espessura do corpo-de-prova
δ - deslocamento (flecha) no meio do corpo-de-prova, medido no ensaio de flexão.
4.5 - Ensaio de Compressão Axial
O ensaio de compressão tem como objetivo avaliar se o material possui uma
boa resistência à compressão para que não se deforme facilmente e assegure boa
precisão dimensional quando solicitados por esforços de compressão.
Os ensaios de compressão são realizados logo após o ensaio de resistência à
flexão, as duas metades do corpo de prova resultantes da ruptura pela flexão são
submetidos a uma força axial distribuída de modo uniforme em toda a seção
transversal.
A Figura 15, Figura 16, Figura 17 e Figura 18 mostram o ensaio de
compressão sendo executado e a Figura 19 mostra o corpo de prova após a ruptura.
A tensão de compressão é dada por:
P – carga aplicada no meio do corpo-de-prova
b - maior lado da seção transversal do corpo-de-prova
h - espessura do corpo-de-prova
27
Figura 15 - Ensaio de Compressão em argamassas
Fonte: Do autor (2013)
Figura 16 - Ensaio de Compressão em argamassas
Fonte: Do autor (2013)
28
Figura 17 - Ensaio de Compressão em argamassas
Fonte: Do autor (2013)
Figura 18 - Ensaio de Compressão em argamassas
Fonte: Do autor (2013)
29
Figura 19 - Corpo de prova após a ruptura do ensaio de compressão
Fonte: Do autor (2013)
4.6 - Módulo de elasticidade dinâmico
O módulo dinâmico corresponde a uma deformação instantânea muito
pequena e considerado igual ao módulo tangente inicial determinado no ensaio
estático, sendo portanto, bem maior do que o módulo secante determinado por
carregamento de corpos-de-prova (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
O equipamento utilizado para avaliação do módulo de elasticidade é o TICO
(Figura 20, Figura 21 e Figura 22), de pulso elétrico de baixa frequência ultrassônica.
Um transdutor-emissor, em contato direto com a argamassa transforma o pulso
elétrico em onda de choque que atravessa o corpo-de-prova até um transdutor
receptor, que novamente transforma a onda de choque ampliada em pulso elétrico
(NBR 15630, 2008).
Existem duas normas que usam o princípio da emissão de pulsos
ultrassônicos e o da emissão de ondas vibratórias. A norma NBR 8802/84 da ABNT
– Concreto Endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda
ultrassônica (ABNT,1994). Esta aplica um método de ensaio não-destrutivo, que
determina a velocidade de propagação de ondas longitudinais de pulsos
ultrassônicos através de um componente de concreto, mas não menciona o cálculo
do módulo de elasticidade. A seguinte é a BS 1881: Part 203: 1986 –
30
Recommendations for measurement of velocity ultrasonic pulses in concrete
(BRITISH STANDARDS INSTITUTION, 1986). Esta outra determina o módulo de
elasticidade dinâmico do concreto e a velocidade dos pulsos através da equação:
onde:
= módulo de elasticidade dinâmico (MPa)
= densidade do corpo-de-prova (kg/m³)
V = velocidade de pulso (km/s)
- coeficiente de Poisson
Os ensaios de ultrassonografia podem ser realizados tanto em corpo-de-
prova isolados como em argamassa aplicada e aderida a uma base porosa
(BASTOS, 2003).
Figura 20 - Aparelho de emissão de ondas ultrassônicas realizando ensaio no corpo de prova de geometria 2x4x16 cm
Fonte: Do autor (2013)
31
Figura 21 - Aparelho de emissão de ondas ultrassônicas realizando ensaio no corpo de prova de geometria 4x4x16 cm
Fonte: Do autor (2013)
Figura 22 - Aparelho de emissão de ondas ultrassônicas realizando ensaio no corpo de prova de geometria 4x4x16 cm
Fonte: Do autor (2013)
32
5. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
São apresentados a seguir em forma de tabela a programação da moldagem
dos corpos de prova (Tabela 3) e a programação da realização dos ensaios dos
corpos de prova com a idade de 28 dias (Tabela 4).
Tabela 3 - Programação da moldagem dos corpos de prova
Programação de moldagem dos CPs
Dia Formato da
partícula Percentagem
de substituição nº do CP Quantidade de CPs
Geometria do CP
05/07/2013 pó 10% 1,2,3,4,5,6 6
4x4x16 06/07/2013 fibra média 10% 1,2,3,4,5,6 6
07/07/2013 fibra grande 10% 1,2,3,4,5,6 6
08/07/2013 pó 15% 1,2,3,4,5,6 6
4x4x16 09/07/2013 fibra média 15% 1,2,3,4,5,6
9 fibra grande 15% 1,2,3
10/07/2013 fibra grande 15% 4,5,6 3
pó 10% 1,2,3,4,5,6 6
2x4x16 11/07/2013 fibra média 10% 1,2,3,4,5,6 6
fibra grande 10% 1,2,3 3
12/07/2013 fibra grande 10% 4,5,6 3
pó 15% 1,2,3,4,5,6 6
2x4x16 13/07/2013 fibra média 15% 1,2,3,4,5,6 6
fibra grande 15% 1,2,3 3
14/07/2013 fibra grande 15% 4,5,6 3
33
Tabela 4 - Programação da realização dos ensaios dos corpos de prova com a idade de 28 dias
Programação da ruptura dos CPs
Dia Formato da
partícula Percentagem
de substituição nº do CP Quantidade de CPs
Geometria do CP
02/08/2013 pó 10% 1,2,3,4,5,6 6
4x4x16 03/08/2013 fibra média 10% 1,2,3,4,5,6 6
04/08/2013 fibra grande 10% 1,2,3,4,5,6 6
05/08/2013 pó 15% 1,2,3,4,5,6 6
4x4x16 06/08/2013 fibra média 15% 1,2,3,4,5,6
9 fibra grande 15% 1,2,3
07/08/2013 fibra grande 15% 4,5,6 3
pó 10% 1,2,3,4,5,6 6
2x4x16 08/08/2013 fibra média 10% 1,2,3,4,5,6 6
fibra grande 10% 1,2,3 3
09/08/2013 fibra grande 10% 4,5,6 3
pó 15% 1,2,3,4,5,6 6
2x4x16 10/08/2013 fibra média 15% 1,2,3,4,5,6 6
fibra grande 15% 1,2,3 3
11/08/2013 fibra grande 15% 4,5,6 3
34
6. RESULTADOS E ANÁLISE
Para que a analise dos resultados fosse feita de forma lógica e correta,
resultados muito discrepantes de alguns corpos-de-prova, principalmente nos de
geometria 2x4x16 cm, em relação ao conjunto de resultados da mesma argamassa,
foram eliminados. A ocorrência desses resultados pode estar ligada aos seguintes
problemas: a) defeitos no corpo-de-prova, como vazios localizados, originados na
moldagem; b) defeito (ondulação ou empenamento) na superfície do corpo-de-prova,
ocasionado por falha no acabamento na etapa final da moldagem, que leva a uma
má acomodação na prensa e consequente concentração de esforços na placa
durante o carregamento do ensaio, alterando o resultado. Por conta desses tipos de
problemas com os corpos-de-prova, alguns dos valores de desvio padrão dos
resultados foram altos sem que, no entanto, pudessem prejudicar as principais
observações e a interpretação dos resultados.
35
6.1 - Tabelas
São apresentados em forma de tabela a seguir os resultados dos ensaios
realizados a partir dos 28 dias após a moldagem dos corpos de prova.
A Tabela 5, Tabela 6, Tabela 7 e Tabela 8 são referentes aos ensaios de
determinação do Módulo de Elasticidade Dinâmico pelo aparelho de ultrasom.
A Tabela 9 e Tabela 10, são referentes aos ensaios de Resistência à
Compressão, Resistência à Flexão e do Módulo de Elasticidade pela Flexão nos
corpos de prova 4x4x16 cm.
A Tabela 11 e Tabela 12, são referentes aos ensaios de Resistência à Tração
na Flexão e do Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de prova 2x4x16 cm.
36
Tabela 5 - Resultado do ensaio de determinação do Módulo de Elasticidade Dinâmico nos corpos de prova 4x4x16 cm com 10% de substituição do agregado miúdo por borracha
Geo
metr
ia
Perc
en
tua
l d
e
su
bs
titu
içã
o
Fo
rmato
da
part
ícu
la Traço Idade: Leitura: Formato
do CP (cm)
L (cm) C (cm) e (cm) Volume
(m3)
1:7 28 Direta 4 16 4 0,000256
CP MASSA
(g) LEITURA
(µs) DISTÂNCIA
(mm) VELOCIDADE
(Km/s) DENSIDADE
(Kg/m3)
COEFICIENTE POISSON
Ed (GPa)
4x4x16
10% pó
1 470,93 67,90 160 2,36 1.839,57 0,20 9,19
2 473,19 65,00 160 2,46 1.848,40 0,20 10,08
4 474,96 63,00 160 2,54 1.855,31 0,20 10,77
5 475,50 62,70 160 2,55 1.857,42 0,20 10,89
6 474,35 68,80 160 2,33 1.852,93 0,20 9,02
Média 9,99
Desvio Padrão 0,87
Coeficiente de variação 8,66
10% Fibra média
1 482,59 64,10 160 2,50 1.885,12 0,20 10,57
2 488,76 60,20 160 2,66 1.909,22 0,20 12,14
3 492,24 60,10 160 2,66 1.922,81 0,20 12,27
4 487,86 63,00 160 2,54 1.905,70 0,20 11,06
5 485,85 61,90 160 2,58 1.897,85 0,20 11,41
6 486,27 66,00 160 2,42 1.899,49 0,20 10,05
Média 11,25
Desvio Padrão 0,87
Coeficiente de variação 7,74
10% Fibra
grande
1 494,85 59,60 160 2,68 1.933,01 0,20 12,54
2 495,36 60,20 160 2,66 1.935,00 0,20 12,30
3 494,77 58,40 160 2,74 1.932,70 0,20 13,06
4 495,03 58,20 160 2,75 1.933,71 0,20 13,15
5 493,46 59,80 160 2,68 1.927,58 0,20 12,42
6 493,08 58,00 160 2,76 1.926,09 0,20 13,19
Média 12,78
Desvio Padrão 0,40
Coeficiente de variação 3,14
37
Tabela 6 - Resultado do ensaio de determinação do Módulo de Elasticidade Dinâmico nos corpos de prova 4x4x16 cm com 15% de substituição do agregado miúdo por borracha
Geo
metr
ia
Perc
en
tua
l d
e
su
bs
titu
içã
o
Fo
rmato
da
part
ícu
la Traço Idade: Leitura: Formato
do CP (cm)
L (cm) C (cm) e (cm) Volume
(m3)
1:7 28 Direta 4 16 4 0,000256
CP MASSA
(g) LEITURA
(µs) DISTÂNCIA
(mm) VELOCIDADE
(Km/s) DENSIDADE
(Kg/m3)
COEFICIENTE POISSON
Ed (GPa)
4x4x16
15% pó
1 459,12 72,70 160 2,20 1.793,44 0,20 7,82
2 461,69 69,40 160 2,31 1.803,48 0,20 8,63
3 460,39 66,60 160 2,40 1.798,40 0,20 9,34
4 459,09 68,10 160 2,35 1.793,32 0,20 8,91
5 459,6 68,50 160 2,34 1.795,31 0,20 8,82
6 461,9 68,40 160 2,34 1.804,30 0,20 8,89
Média 8,73
Desvio Padrão 0,51
Coeficiente de variação 5,79
15% Fibra média
1 473,21 68,20 160 2,35 1.848,48 0,20 9,16
2 477,36 64,00 160 2,50 1.864,69 0,20 10,49
3 482,1 61,00 160 2,62 1.883,20 0,20 11,66
4 484,3 58,30 160 2,74 1.891,80 0,20 12,82
5 485,48 62,20 160 2,57 1.896,41 0,20 11,29
6 487,98 60,30 160 2,65 1.906,17 0,20 12,08
Média 11,25
Desvio Padrão 1,29
Coeficiente de variação 11,45
15% Fibra
grande
1 486,24 60,80 160 2,63 1.899,38 0,20 11,84
2 491,61 62,30 160 2,57 1.920,35 0,20 11,40
3 492,13 61,00 160 2,62 1.922,38 0,20 11,90
4 499,5 60,00 160 2,67 1.951,17 0,20 12,49
5 502,2 58,00 160 2,76 1.961,72 0,20 13,44
6 509,7 60,80 160 2,63 1.991,02 0,20 12,41
Média 12,25
Desvio Padrão 0,71
Coeficiente de variação 5,78
38
Tabela 7 - Resultado do ensaio de determinação do Módulo de Elasticidade Dinâmico nos corpos de prova 2x4x16 cm com 10% de substituição do agregado miúdo por borracha
Geo
metr
ia
Perc
en
tua
l d
e
su
bs
titu
içã
o
Fo
rmato
da
part
ícu
la Traço Idade: Leitura: Formato
do CP (cm)
L (cm) C (cm) e (cm) Volume
(m3)
1:7 28 Direta 4 16 2 0,000128
CP MASSA
(g) LEITURA
(µs) DISTÂNCIA
(mm) VELOCIDADE
(Km/s) DENSIDADE
(Kg/m3)
COEFICIENTE POISSON
Ed (GPa)
2x4x16
10% pó
1 240,83 72,90 160 2,19 1.881,48 0,20 8,16
2 236,57 73,10 160 2,19 1.848,20 0,20 7,97
3 229,9 71,90 160 2,23 1.796,09 0,20 8,00
4 244,71 71,90 160 2,23 1.911,80 0,20 8,52
5 239,39 72,00 160 2,22 1.870,23 0,20 8,31
Média 8,04
Desvio Padrão 0,23
Coeficiente de variação 2,84
10% Fibra média
1 227,05 86,60 160 1,85 1.773,83 0,20 5,45
2 225,35 84,50 160 1,89 1.760,55 0,20 5,68
3 225,22 81,60 160 1,96 1.759,53 0,20 6,09
4 230,84 75,60 160 2,12 1.803,44 0,20 7,27
5 230,87 79,80 160 2,01 1.803,67 0,20 6,53
6 230,07 79,20 160 2,02 1.797,42 0,20 6,60
Média 6,27
Desvio Padrão 0,67
Coeficiente de variação 10,65
10% Fibra
grande
1 241,14 74,00 160 2,16 1.883,91 0,20 7,93
2 239,23 71,20 160 2,25 1.868,98 0,20 8,49
3 237,17 71,10 160 2,25 1.852,89 0,20 8,44
4 235,85 70,90 160 2,26 1.842,58 0,20 8,45
5 237,1 73,10 160 2,19 1.852,34 0,20 7,99
6 234,91 77,90 160 2,05 1.835,23 0,20 6,97
Média 8,34
Desvio Padrão 0,58
Coeficiente de variação 6,99
39
Tabela 8 - Resultado do ensaio de determinação do Módulo de Elasticidade Dinâmico nos corpos de prova 2x4x16 cm com 15% de substituição do agregado miúdo por borracha
Geo
metr
ia
Perc
en
tua
l
de
su
bs
titu
içã
o
Fo
rmato
da
part
ícu
la Traço Idade: Leitura: Formato
do CP (cm)
L (cm) C (cm) e (cm) Volume
(m3)
1:7 28 Direta 4 16 2 0,000128
CP MASSA
(g) LEITURA
(µs) DISTÂNCIA
(mm) VELOCIDADE
(Km/s) DENSIDADE
(Kg/m3)
COEFICIENTE POISSON
Ed (GPa)
2x4x16
15% pó
1 216,96 76,50 160 2,09 1.695,00 0,20 6,67
2 213,85 76,00 160 2,11 1.670,70 0,20 6,66
3 217,14 78,10 160 2,05 1.696,41 0,20 6,41
4 221,04 75,10 160 2,13 1.726,88 0,20 7,05
5 220,2 74,80 160 2,14 1.720,31 0,20 7,08
6 220,02 76,50 160 2,09 1.718,91 0,20 6,77
Média 6,78
Desvio Padrão 0,26
Coeficiente de variação 3,80
15% Fibra média
1 222 76,20 160 2,10 1.734,38 0,20 6,88
2 223,2 72,60 160 2,20 1.743,75 0,20 7,62
3 223,63 71,30 160 2,24 1.747,11 0,20 7,92
4 222,62 71,40 160 2,24 1.739,22 0,20 7,86
5 220,1 76,70 160 2,09 1.719,53 0,20 6,73
6 224,39 75,60 160 2,12 1.753,05 0,20 7,07
Média 7,08
Desvio Padrão 0,52
Coeficiente de variação 7,30
15% Fibra
grande
1 228,96 75,50 160 2,12 1.788,75 0,20 7,23
2 225,17 81,50 160 1,96 1.759,14 0,20 6,10
3 227,71 76,70 160 2,09 1.778,98 0,20 6,97
4 231,59 75,30 160 2,12 1.809,30 0,20 7,35
5 235,42 69,20 160 2,31 1.839,22 0,20 8,85
6 232,29 73,80 160 2,17 1.814,77 0,20 7,68
Média 7,36
Desvio Padrão 0,90
Coeficiente de variação 12,26
40
Tabela 9 - Resultado dos ensaios de determinação da Resistência à Compressão, Resistência à Flexão e do Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de prova 4x4x16
cm com 10% de substituição do agregado miúdo por borracha
Geo
met
ria
Per
cen
tual
de
sub
stit
uiç
ão
Fo
rma
to d
a p
art
ícu
la
nº
CP
Fo
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Fo
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N)
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ão
(MP
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e
dev
ido
à f
lex
ão
(M
Pa
)
Ten
são
Com
pre
ssão
(M
Pa
)
4x4x16
10%
pó
1 9410 9830 - - - - 6,013
2 10250 9440 - - - - 6,153
3 9630 10350 650 0,17 1,523 373,39 6,244
4 - - 770 0,46 1,805 163,47 6,225
5 - - 690 0,33 1,617 204,19 6,303
6 - - 700 0,44 1,641 155,36 6,106
Desvio padrão 0,117 26,167 0,083
Coef. de variação 7,106 15,009 1,337
Média 1,646 174,34 6,174
10%
Fibra média
1 10710 11300 - - - - 6,878
2 11470 11530 750 0,38 1,758 192,74 7,188
3 11460 11170 810 0,39 1,898 202,82 7,072
4 - - 680 0,35 1,594 189,73 -
5 - - 660 0,41 1,547 157,20 -
6 - - 620 0,32 1,453 189,21 -
Desvio padrão 0,177 17,186 0,156
Coef. de variação 10,752 9,223 2,219
Média 1,650 186,34 7,046
10%
Fibra grande
1 12020 12150 910 0,51 2,133 174,25 7,553
2 11990 12410 720 0,35 1,688 200,89 7,625
3 11730 11490 670 0,3 1,570 218,10 7,256
4 - - 800 0,38 1,875 205,59 -
5 - - 720 0,52 1,688 135,22 -
6 - - 660 0,27 1,547 238,72 -
Desvio padrão 0,221 36,318 0,195
Coef. de variação 12,611 18,581 2,614
média 1,750 195,46 7,478
41
Tabela 10 - Resultado dos ensaios de determinação da Resistência à Compressão, Resistência à Flexão e do Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de prova 4x4x16
cm com 15% de substituição do agregado miúdo por borracha
Geo
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cen
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Fo
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Des
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)
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ão
(MP
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Mó
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lo d
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last
icid
ad
e
dev
ido
à f
lex
ão
(M
Pa
)
Ten
são
Com
pre
ssão
(M
Pa
)
4x4x16
15%
pó
1 9120 8410 770 0,33 1,805 227,86 5,478
2 8830 9010 590 0,28 1,383 205,78 5,575
3 9090 9090 680 0,49 1,594 135,52 5,681
4 - - 620 0,36 1,453 168,19 -
5 - - 610 0,27 1,430 220,63 -
6 - - 600 0,34 1,406 172,33 -
Desvio padrão 0,162 35,668 0,102
Coef. de variação 10,685 18,933 1,821
Média 1,512 188,39 5,578
15%
Fibra média
1 9700 9320 670 0,36 1,570 181,75 5,944
2 9210 9870 750 0,51 1,758 143,61 5,963
3 9930 9530 700 0,33 1,641 207,15 6,081
4 - - 720 0,42 1,688 167,41 -
5 - - 810 0,37 1,898 213,79 -
6 - - 670 0,19 1,570 344,37 -
Desvio padrão 0,126 28,839 0,075
Coef. de variação 7,454 13,754 1,244
Média 1,688 209,68 5,996
15%
Fibra grande
1 10560 10620 770 0,33 1,805 227,86 6,619
2 10370 10360 630 0,27 1,477 227,86 6,478
3 10890 10060 720 0,34 1,688 206,80 6,547
4 - - 900 0,3 2,109 292,97 -
5 - - 750 0,3 1,758 244,14 -
6 - - 700 0,23 1,641 297,21 -
Desvio padrão 0,211 37,294 0,070
Coef. de variação 12,088 14,949 1,074
Média 1,746 249,48 6,548
42
Tabela 11 - Resultado dos ensaios de determinação da Resistência à Flexão e do Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de prova 2x4x16 cm com 10% de substituição do
agregado miúdo por borracha G
eom
etri
a
Per
cen
tual
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ão
Fo
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N)
Des
loca
men
to (
mm
)
Ten
são
à T
raçã
o n
a F
lex
ão
(MP
a)
Mó
du
lo d
e E
last
icid
ad
e
dev
ido
à f
lex
ão
(M
Pa
)
2x4x16
10%
pó
1 160 0,16 0,375 781,25
2 190 0,33 0,445 449,81
3 180 0,21 0,422 669,64
4 190 0,47 0,445 315,82
5 200 0,27 0,469 578,70
Desvio padrão 0,036 182,402
Coef. de variação 8,584 40,704
Média 0,414 448,11
10%
Fibra média
1 120 0,13 0,281 721,15
2 140 0,4 0,328 273,44
3 130 0,12 0,305 846,35
4 170 0,25 0,398 531,25
5 150 0,46 0,352 254,76
6 140 0,22 0,328 497,16
Desvio padrão 0,036 236,120
Coef. de variação 10,705 44,320
Média 0,332 532,76
10%
Fibra grande
1 180 0,27 0,422 520,83
2 180 0,34 0,422 413,60
3 160 0,37 0,375 337,84
4 170 0,27 0,398 491,90
5 180 0,34 0,422 413,60
6 200 0,22 0,469 710,23
Desvio padrão 0,035 129,484
Coef. de variação 8,061 22,546
Média 0,431 574,32
43
Tabela 12 - Resultado dos ensaios de determinação da Resistência à Flexão e do Módulo de Elasticidade pela Flexão nos corpos de prova 2x4x16 cm com 15% de substituição do
agregado miúdo por borracha G
eom
etri
a
Per
cen
tual
de
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ão
Fo
rma
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art
ícu
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CP
Fo
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corp
o d
e p
rov
a (
N)
Des
loca
men
to (
mm
)
Ten
são
à T
raçã
o n
a F
lex
ão
(MP
a)
Mó
du
lo d
e E
last
icid
ad
e
dev
ido
à f
lex
ão
(M
Pa
)
2x4x16
15%
pó
1 150 0,22 0,352 532,67
2 150 0,25 0,352 468,75
3 170 0,58 0,398 228,99
4 170 0,31 0,398 428,43
5 160 0,33 0,375 378,79
6 150 0,34 0,352 344,67
Desvio padrão 0,023 105,679
Coef. de variação 6,557 30,612
Média 0,357 345,22
15%
Fibra média
1 140 0,22 0,328 497,16
2 140 0,37 0,328 295,61
3 160 0,35 0,375 357,14
4 140 0,4 0,328 273,44
5 150 0,25 0,352 468,75
6 160 0,41 0,375 304,88
Desvio padrão 0,023 94,971
Coef. de variação 6,383 25,937
Média 0,367 366,16
15%
Fibra grande
1 150 0,4 0,352 292,97
2 150 0,36 0,352 325,52
3 140 0,37 0,328 295,61
4 130 0,19 0,305 534,54
5 180 0,44 0,422 319,60
6 170 0,29 0,398 457,97
Desvio padrão 0,049 100,789
Coef. de variação 12,761 27,164
Média 0,381 371,04
44
6.2 - Gráficos
São apresentados a seguir os resultados em forma de gráficos comparativos
para uma melhor interpretação dos resultados.
Figura 23 - Relação entre a Resistência à Tração na Flexão e a geometria do corpo de
prova fixando o percentual de substituição e o formato da partícula.
45
Figura 24 - Relação entre a Resistência à Tração na Flexão e o percentual de substituição
da borracha do corpo de prova fixando a sua geometria e o formato da partícula.
46
Figura 25 - Relação entre a Resistência à Tração na Flexão e o formato da partícula de
borracha fixando a geometria e o percentual de substituição.
47
Ao relacionar a geometria do corpo de prova com os valores de tensão à
tração na flexão (Figura 23), independente da variação do teor de borracha e de sua
forma de partícula, é visível o ganho de resistência da argamassa com o aumento da
área de sua seção transversal.
Quando é feita uma relação entre o percentual de substituição de borracha e
a tensão à tração na flexão (Figura 24), notamos uma diminuição da resistência,
mesmo sendo sutil em alguns casos, independente da geometria do corpo de prova
para as formas da partícula do tipo pó e fibra grande.
O mesmo não acontece com os corpos de prova com partículas média. Uma
possível explicação para esse resultado é a má acomodação das partículas médias
nos corpos de prova de geometria 2x4x16 cm com 10% de teor de borracha, criando
uma região de seção pouco resistente e abaixando a média dos valores. Já nos
corpos de prova de geometria 4x4x16 com o uso de partícula tipo fibra, há uma
tendência de que a resistência à tração não seja influenciada mesmo com o
aumento do teor de borracha e aumento do formato da partícula fibrosa.
Ao se comparar o formato da partícula com a tensão à tração na flexão
(Figura 25), é notório o aumento de sua resistência com o aumento do formato da
partícula independente do percentual de substituição observado. Essa comparação
mostra mais um indício que pode ter ocorrido um erro na moldagem dos corpos de
prova 2x4x16 com fibra média e 10% de teor de borracha, pois os mesmos não se
comportaram de forma lógica e esperada para esse ensaio.
48
Figura 26 - Relação entre a Resistência à Compressão e o percentual de substituição da
borracha do corpo de prova fixando a sua geometria e o formato da partícula.
49
Figura 27 - Relação entre a Resistência à Compressão e o formato da partícula de borracha
fixando a geometria e o percentual de substituição. Os ensaios de compressão foram realizados somente nos corpos de prova
com geometria 4x4x16 cm (Figura 26 e Figura 27). Os resultados mostram que
mantendo o formato da partícula e aumentando o percentual de substituição de
borracha há uma diminuição na resistência à compressão.
Quando se mantém o teor de borracha e varia a forma da partícula observa-
se um aumento gradual da resistência com o aumento da partícula, sendo o pó com
menor resistência e a fibra grande com maior resistência.
50
Figura 28 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Estático e a geometria do corpo de
prova fixando o percentual de substituição e o formato da partícula
51
Figura 29 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Estático e o percentual de substituição
da borracha do corpo de prova fixando a sua geometria e o formato da partícula.
52
Figura 30 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Estático e o formato da partícula de
borracha fixando a geometria e o percentual de substituição.
53
O módulo de elasticidade estático determinado pelo ensaio de tração na
flexão não se mostrou conclusivo quando comparado com a geometria do corpo de
prova (Figura 28). Entretanto ao comparar seus valores com o formato da partícula é
possível dizer que com o alongamento da partícula há um aumento do módulo de
elasticidade estático (Figura 30).
Outra analise que não se mostrou muito conclusiva foi contrastar os valores
do módulo de elasticidade estático com o percentual de substituição de borracha
(Figura 29), observa-se uma relação inversa entre os resultados dos corpos de
prova com geometria 4x4x16 cm e 2x4x16 cm. Uma justificativa para isso é a pouca
confiabilidade nos resultados dos ensaios nos corpos de prova 2x4x16 cm uma vez
que eles apresentam um grande coeficiente de variação em seus resultados.
54
Figura 31 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Dinâmico e a geometria do corpo de
prova fixando o percentual de substituição e o formato da partícula
55
Figura 32 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Dinâmico e o percentual de substituição
da borracha, fixando a sua geometria e o formato da partícula.
56
Figura 33 - Relação entre o Módulo de Elasticidade Dinâmico e o formato da partícula de
borracha fixando a geometria e o percentual de substituição.
57
Na Figura 31 comparamos a variação do módulo de elasticidade dinâmico em
relação à geometria do corpo de prova, fixando o percentual de substituição e o
formato da partícula de borracha. É possível observar a tendência do aumento do
módulo dinâmico com o aumento da área da seção transversal do corpo de prova.
Assim como na relação entre os valores do módulo de elasticidade estático
com o percentual de substituição de borracha (Figura 29). Os valores do módulo de
elasticidade dinâmico com o percentual de substituição de borracha (Figura 32), não
são muito conclusivos. Observa-se uma relação inversa entre os resultados dos
corpos de prova com geometria 4x4x16 cm e 2x4x16 cm. Uma justificativa para isso
também pode ser a pouca confiabilidade nos resultados dos ensaios nos corpos de
prova 2x4x16 cm uma vez que eles apresentam um grande coeficiente de variação
em seus resultados.
Quando analisamos a variação do módulo dinâmico em relação ao formato da
partícula de borracha (Figura 33), chegamos a uma relação semelhante ao módulo
estático, com o aumento da partícula de borracha há um aumento no valor do
módulo dinâmico.
Através da análise dos gráficos relacionando a força e o deslocamento do
cutelo no ensaio de flexão para a determinação do módulo de elasticidade estático
(Figura 34, Figura 35 e Figura 36), situadas mais a diante no Capítulo 8 - Anexos
deste mesmo trabalho, é notório o regime não linear físico da curva, ou seja, a
relação entre tensão e deformação não é constante. Entretanto, somente para fins
de avaliação do comportamento da argamassa, o presente trabalho considerou esse
regime como elástico linear físico. Um estudo semelhante realizado por BASTOS et
al.(2010), fez a análise desse comportamento como elástico não linear usando
modelagem computacional, diferentemente do esperado, as análises não
confirmaram um possível comportamento não-linear do corpo de prova avaliado.
58
7. CONCLUSÃO
O resíduo de pneu mostrou-se com bom potencial para reforço de
argamassas de revestimento, notando-se a influência do formato das partículas –
partículas maiores, ou seja, mais alongadas, resultaram em aumento dos valores de
propriedades mecânicas, de um modo geral.
A influência do teor de partículas não foi muito evidente, talvez por conta dos
valores adotados terem sido muito próximos. Outros estudos devem ser realizados
com teores mais distantes um do outro, como 10% e 20%, embora o teor mais alto
possa prejudicar o acabamento do revestimento.
59
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004 - Resíduos
sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276- Argamassa
para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Preparo da mistura e
determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro, 1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15630:2008 Versão
Corrigida:2009 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e
tetos - Determinação do módulo de elasticidade dinâmico através da
propagação de onda ultra-sônica. Rio de Janeiro, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248 - Agregados -
Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 45 - Agregados -
Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro, 2006.
BRITISH STANDARDS INSTITUTION. Testing Concrete - Part 203.
Recommendations for measurement of velocity of ultrasonic pulses in concrete, BS
1881:Part203:1986. Londres, 1986.
______Cimento Portland comum, NBR 5732/1991. São Paulo, 1991.
______Concreto – Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão,
NBR 8522/2008. São Paulo, 2008.
______Testing Concrete – Part 209. Recommendations for measurement of dynamic
modulus of elasticity, BS 1881:Part 209:1990. Londres, 1990
CANOVA, J. A.; BARGAMASCO, R.; NETO, G. A. A utilização de resíduos de
pneus inservíveis em argamassa de revestimento – Universidade Estadual de
Maringá, Paraná, 2007.
60
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA. Resolução no 258, de
26 de agosto de 1999.
MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura, propriedades e
materiais . São Paulo: Pini, 1994.
PAULA, P. R. Responsabilidade ambiental no Brasil: o destino final que é dado
aos pneus usados - São Paulo: Uninove, 2004 (Monografia de conclusão de curso
de graduação em administração).
RESENDE, S. C. Contribuição ao estudo da deformabilidade de argamassas de
revestimento avaliada pelo ensaio de ultrassom - Universidade Federal de Juiz
de Fora 2009 (Monografia de conclusão de curso de graduação em engenharia civil).
REIS, C. C. E. Estudo do uso de pó de borracha proveniente da recauchutagem
de pneus em argamassas de revestimento - Universidade Federal de Juiz de Fora
2011 (Monografia de conclusão de curso de graduação em engenharia civil).
BASTOS, P. K. X. Módulo de deformação de argamassas de revestimento -
conceitos e métodos de determinação. In: Simpósio Brasileiro de Tecnologia de
Argamassas, São Paulo, 2003.
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61
ANDRIETTA, A. J. Pneus e meio ambiente: um grande problema requer uma
grande solução. Ano 2002. (disponível em:
http://www.reciclarepreciso.hpg.ig.com.br/recipneus.htm; acessado em: 17/05/2013).
AMBIENTE BRASIL. Reciclagem de pneus. Ano 2007 (disponível em:
http://www.ambientebrasil.com.br/; acessado em: 17/05/2013).
ECO. Lugar de pneu é no Asfálto. Ano: 2005. (disponível em:
http://www.oeco.org.br/reportagens/1061-oeco_11977; acessado em 17/05/2013).
62
9. ANEXOS
Figura 34 - Relação entre Força (N) e o deslocamento (mm) da prensa hidraulica durante o
ensaio de flexão nos corpos de prova com fibra grande.
63
Figura 35 - Relação entre Força (N) e o deslocamento (mm) da prensa hidraulica durante o
ensaio de flexão nos corpos de prova com fibra média
64
Figura 36 - Relação entre Força (N) e o deslocamento (mm) da prensa hidraulica durante o
ensaio de flexão nos corpos de prova com pó.