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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ENGENHARIA DE ALIMENTOS Camila Mota Natália Dourado Priscylla Ferreira TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DESENVOLVIMENTO DE UMA MISTURA DE BOLO DE MILHO COM SUBSTITUIÇÃO DO LEITE EM PÓ POR SORO DE LEITE EM PÓ Goiânia - 2009

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

    ENGENHARIA DE ALIMENTOS

    Camila Mota

    Natália Dourado

    Priscylla Ferreira

    TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

    DESENVOLVIMENTO DE UMA MISTURA DE BOLO DE

    MILHO COM SUBSTITUIÇÃO DO LEITE EM PÓ POR

    SORO DE LEITE EM PÓ

    Goiânia - 2009

  • ii

    Camila Motta

    Natália Dourado

    Priscylla Ferreira

    DESENVOLVIMENTO DE UMA MISTURA DE BOLO DE

    MILHO COM SUBSTITUIÇÃO DO LEITE EM PÓ POR

    SORO DE LEITE EM PÓ

    Orientador: Prof. Adriana Régia Marques de Souza

    Co-orientador: Prof. Celso José de Moura

    Goiânia-2009

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia de Alimentos à Universidade Federal de Goiás UFG, para obtenção do Título de Engenheiro de Alimentos.

  • iii

    Camila Motta

    Natália Dourado

    Priscylla Ferreira

    MISTURA DE BOLO COM SUBSTITUIÇÃO DO LEITE

    POR SORO DE LEITE

    Aprovado em _______ de _________ de __________, pela Banca Examinadora

    constituída pelos Seguintes professores:

    _____________________________

    Profа. Dra. Adriana R. Marques de Souza

    (Orientadora)

    ______________________________

    Prof. Celso José Moura

    (Co-orientador)

    _______________________________

    Prof. Célia Lopes Torres

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, agradecemos a Deus, por nos permitir tomar as decisões

    corretas e nos fortalecer nos momentos de dificuldade, desanimo e

    desentendimento.

    A nossa família e amigos, por acreditar que seriamos capazes.

    Agradecemos aos nossos professores, pelo tempo que passamos juntos em

    sala de aula e também fora dela, a amizade que sempre nos concederam e ao

    conhecimento que nos passaram e ensinaram a buscar.

    Agradecemos, em especial, a nossa orientadora e ao nosso co-orientador,

    pela contribuição para um bom aprendizado e desenvolvimento de nossos

    conhecimentos e com isso nos tornar grandes profissionais.

  • v

    EPÍGRAFE

    “Para se conhecer a sabedoria e a instrução;

    para se entenderem as palavras da prudência.”

    “Para se receber a instrução do

    entendimento, a justiça, o juízo e a equidade.”

    “Para dar aos simples prudência e aos

    jovens conhecimento e bom siso.”

    “Para o sábio ouvir e crescer em

    sabedoria, e o entendido adquirir sábios

    conselhos.” (Provérbios 1: 2, 3, 4 e 5)

    “Para se conhecer a sabedoria e a

    instrução; para se entenderem as palavras

    da prudência.”

    “Para se receber a instrução do

    entendimento, a justiça, o juízo e a

    equidade.”

    “Para dar aos simples prudência e

    aos jovens conhecimento e bom siso.”

    “Para o sábio ouvir e crescer em

    sabedoria, e o entendido adquirir sábios

    conselhos.” (Provérbios 1: 2, 3, 4 e 5)

  • vi

    SUMÁRIO

    LISTA DE TABELAS............................................................................................... VIII

    LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. IX

    LISTA DE QUADROS................................................................................................ X

    RESUMO................................................................................................................... X

    1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 2

    2.1 Transformações dos hábitos alimentares e a tendência de consumo de

    produtos prontos, semi prontos e misturas para alimento

    .......................................................................................................................... 2

    2.2 Leite..............................................................................................................4

    2.2.1 Composição química............................................................................... 5

    2.2.1.1 Proteínas ...............................................................................................5

    2.2.1.2 Lactose...................................................................................................7

    2.2.1.3 Gordura..................................................................................................8

    2.3 Soro de leite.................................................................................................9

    2.3.1 Composição química do soro de leite......................................................11

    2.3.2 Proteínas do soro.....................................................................................11

    3. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................15

    3.1 Matéria prima...............................................................................................15

    3.2 Metodologias..............................................................................................15

    3.2.1 Desenvolvimento da mistura de bolo com leite em pó e da mistura com

    soro em pó...........................................................................................................15

  • vii

    3.2.2 Preparo das massas de bolos ..................................................................15

    3.2.3 Análise físico-química - Composição centesimal......................................16

    3.2.4 Avaliação Sensorial...................................................................................16

    3.2.5 Análises Estatísticas.................................................................................17

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................18

    4.1 Custo final das misturas de bolo com leite em pó e soro de leite em pó...18

    4.2 Características tecnológicas das massas de bolos preparadas................18

    4.3 Composição centesimal das misturas de bolo com leite em pó e soro em

    pó.....................................................................................................................19

    4.4 Análise sensorial das massas de bolo elaboradas por meio das misturas

    em ...................................................................................................................21

    4.4.1 Teste de aceitação das massas feitas por meio das misturas em pó

    desenvolvidas..................................................................................................21

    4.4.2 Avaliação da intenção de consumo das misturas de bolo com soro em

    pó e com leite em pó........................................................................................22

    5. CONCLUSÃO........................................................................................................24

    6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...........................................................................25

  • viii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1. Custo final das misturas de bolo com leite e soro em

    pó............................................................................................................................ 18

    Tabela 2. Vantagens e desvantagens tecnológicas do bolo com soro de leite em

    pó..............................................................................................................................19

    Tabela 3. Composição centesimal em porção de 100g das misturas de bolo com

    leite em pó e soro de leite em pó.............................................................................20

  • ix

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1. Distribuição das mulheres ocupadas em janeiro de 2003 e de 2008 (%)... 3

    Figura 2. Estrutura química de α e β lactose.............................................................. 7

    Figura 3. Fluxograma do preparo de massas de misturas de bolo tradicionais e da

    mistura de bolo com soro de leite em

    pó................................................................................................................................15

    Figura 4. Ficha de Análise Sensorial..........................................................................17

    Figura 5. Porcentagem dos dados obtidos pela escala hedônica de 9 pontos do

    teste de aceitação..................................................................................................... 21

    Figura 6. Percentual de intenção de consumo da MBSL......................................... 22

    Figura 7. Percentual de intenção de consumo MBL................................................. 23

  • x

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1. Características químicas da caseína e proteínas do soro......................... 6

    Quadro 2. Informações nutricionais do soro de leite em pó........................................10

  • xi

    MOTA. G.C.; DOURADO. N.; FERREIRA. P. Desenvolvimento de uma mistura de

    bolo de milho com substituição do leite em pó por soro de leite em pó. Trabalho

    de Conclusão de Curso – Curso de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal

    de Goiás.

    RESUMO

    O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma de mistura de bolo substituindo o leite

    em pó pelo soro de leite em pó, analisar suas características tecnológicas, custo final

    e avaliar a aceitação do bolo obtido, através da mistura em pó. Foram formuladas

    duas misturas de bolo, uma com leite em pó e outra com soro em pó, as duas com

    mesma quantidade de ingredientes. Para a análise sensorial foi realizado um teste

    de aceitação e intenção de consumo e amostras das duas misturas foram

    submetidas a análises físico-químicas para se obter a composição centesimal

    dessas amostras, sendo todos os resultados avaliados estatisticamente. Dentre as

    análises físico-químicas realizadas destacaram-se a redução do teor de proteína e

    de gordura saturada da mistura de bolo de soro de leite em relação à mistura de

    bolo com leite, contudo as proteínas do soro apresentaram menor custo e

    importantes propriedades funcionais e nutricionais. As massas de bolo preparadas a

    partir das misturas em pó não apresentaram diferença de aceitação entre os

    provadores, que também mostraram intenção de consumo desses produtos. Dessa

    forma, o soro de leite em pó apresentou-se como uma excelente matéria prima para

    substituir o leite em pó na formulação da mistura de bolo de milho. Esta, também

    apresentou vantagens quanto ao preparo do bolo em relação às misturas

    tradicionais já encontradas em mercados.

    Palavras – chave: mistura de bolo; aceitação; soro de leite; leite.

  • 1

    1. INTRODUÇÃO

    Os hábitos de consumo alimentar vêm passando por intensas transformações

    ocasionadas pelo ritmo acelerado das grandes cidades, a crescente participação da

    mulher no mercado de trabalho e também pelo aumento de pessoas solteiras que

    vivem sozinhas. Com essas mudanças, cresce uma demanda por produtos

    alimentícios de fácil e rápido preparo que valorizem o tempo do consumidor.

    Dentro desse contexto de praticidade, a indústria de alimentos proporciona

    aos mercados consumidores os produtos prontos, semi-prontos e as misturas em pó

    que se ajustam a essa nova tendência de consumo entre a população.

    Os produtos prontos ou semi-prontos são aqueles que não necessitam da adição de

    mais ingredientes para seu preparo, podendo sofrer aquecimento ou cozimento

    posterior. E as misturas em pó são produtos que exigem a adição de outros

    ingredientes, podendo requerer aquecimento ou cozimento.

    Entre os produtos prontos e semi prontos encontramos os congelados como

    lasanha, pão de queijo, nuggetes, hambúrgueres, pizzas e como exemplo de

    misturas para alimentos temos misturas para pudim, mistura para sopas, misturas

    para bolo entre outros.

    As misturas para bolo encontradas no mercado necessitam do acréscimo de ovos,

    leite e margarina. O desenvolvimento de uma mistura para bolo que incluísse em

    sua composição o ovo em pó, leite em pó ou soro de leite em pó resultaria em uma

    mistura que prescinde a adição de ovos e leite, o que seria de grande interesse para

    o consumidor como também para a indústria de alimentos.

    A escolha por soro de leite em pó para compor a formulação de uma mistura para

    bolo também acarretaria na redução dos custos finais do produto, tendo em vista,

    que o soro de leite é um subproduto do leite, de baixo valor comercial, contudo com

    alto valor nutricional.

    Então, os objetivos deste trabalho foram desenvolver uma mistura de bolo

    substituindo o leite em pó por soro de leite em pó, analisar suas características

    tecnológicas, custo final e avaliar a aceitação do bolo obtido através da mistura.

  • 2

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    2.1 Transformações dos hábitos alimentares e a tendência de consumo de

    produtos prontos, semi prontos e misturas para alimentos.

    Os hábitos alimentares estão mudando de acordo com estilo de vida das

    pessoas. Nantes, et al. (1999) afirmam que a falta de tempo para o preparo das

    refeições em casa e a crescente preocupação com a saúde e a qualidade de vida,

    tem sido os maiores motivadores desta situação. O consumidor está exigindo, cada

    vez mais, um alimento saudável, de sabor agradável e preparo rápido. Então para

    atender a essa necessidade, os produtos prontos ou semi prontos e as misturas em

    pó são uma alternativa.

    Pesquisas realizadas por Scaranzi (2007) mostram que uma rede de

    supermercados, considerada como uma das maiores do país, registra um

    crescimento de 10% ao ano no consumo de pratos semi prontos.

    De acordo com (BRASIL, 2005), alimentos semi prontos ou prontos para o

    consumo, são os alimentos preparados ou pré-cozidos ou cozidos, que para o seu

    consumo não necessitam da adição de outro(s) ingrediente(s), podendo requerer

    aquecimento ou cozimento complementar, já as misturas para o preparo de

    alimentos são os produtos obtidos pela combinação de ingredientes, destinados ao

    preparo de alimentos pelo consumidor com a adição de outro(s) ingrediente(s).

    Podem requerer aquecimento ou cozimento e o produto resultante após o preparo,

    de acordo com as instruções do fabricante, deve ser aquele mencionado na

    designação da mistura.

    Hoje em dia a culinária tornou-se muito mais simples que tempos atrás. E os

    bolos que exigiam horas de preparo foram “apressados” pela vida moderna para

    apenas alguns minutos. Essa facilidade tem sido o motor de importantes indústrias

    que apostam nas misturas para bolos com o intuito de atender as necessidades

    dos consumidores. E a cada dia, cresce a quantidade de variedades e sabores. Seja

    doce ou salgado, o certo é que as misturas para bolos conquistaram os

    supermercadistas e consumidores, alcançando dimensões expressivas no mercado

    (RENAULT, 2006).

  • 3

    De acordo com números apresentados pela ABIMA o segmento de misturas

    para bolo está em franco crescimento. Em 1994, os brasileiros compraram 25 mil

    toneladas do produto e três anos depois esse numero dobrou (51 mil toneladas). No

    entanto, ainda segundo números da ABIMA, o consumo per capita no Brasil para o

    produto é 0,6 pacotes por habitante, enquanto que em países como a Ásia esse

    número sobe para 50 pacotes, o que demonstra que o mercado deve continuar em

    expansão (BRASIL, 2004)

    Dentro desse novo cenário de consumidores, que não dispõe de tempo para

    preparar refeições devido a obrigações de trabalho e compromissos do dia a dia, se

    destacam as mulheres, deixando seus lares para ingressar no mercado de trabalho,

    como também, o crescente número de pessoas solteiras.

    As mulheres predominam entre os que procuram trabalho. Segundo o Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2008), em janeiro de 2008 a taxa de

    desocupação entre as mulheres foi de 10,1% e de 6,2% entre os homens. Em

    relação a janeiro de 2003 observou-se queda na taxa de desocupação entre homens

    e mulheres, sendo que entre elas essa queda foi de 3,4 pontos percentuais,

    enquanto que entre os homens essa redução foi de 3,2 pontos percentuais.

    Em estatísticas apresentadas pelo IBGE (2008) a escolaridade das mulheres

    permanece mais alta que a dos homens. Entre as mulheres trabalhadoras (Figura 1),

    51,3% possuíam 11 anos ou mais de estudo em janeiro de 2003, contra 59,9% em

    janeiro de 2008. Entre os homens, esses mesmos níveis de escolaridade eram de

    41,9% e 51,9%, respectivamente, nos meses de janeiro de 2003 e de 2008.

    Figura 1. Distribuição das mulheres ocupadas em janeiro de 2003 e de 2008 (%).

    Fonte: IBGE, 2008.

  • 4

    Segundo o IBGE, no Brasil, aproximadamente 44% (74.994.159) da

    população (169 milhões de pessoas) é solteira, sendo que, a partir dos trinta anos,

    são 18.745.663 habitantes, o equivalente a 11% do total. Essa nova tendência que

    têm mudado os padrões tradicionais da população é observada atentamente pelo

    comércio, cada vez mais voltado ao público dos "solitários". Nos supermercados,

    cada vez mais cresce o número de produtos para os solteiros (MONTEIRO, 2008).

    Esse novo público consumidor, junto com outras parcelas da população, além

    de produtos práticos, tem se preocupado com a alimentação e a saúde. O

    consumidor tem mostrado preferência cada vez maior por alimentos que possam

    trazer algum benefício adicional à sua saúde em relação aos produtos

    tradicionalmente comercializados, vem exigindo alimentos nutritivos (ZIEGLER;

    SGARBIERI, 2009). Segundo o Ministério da Saúde, o aumento das taxas de

    sobrepeso e de obesidade no mundo inteiro torna a adoção de uma alimentação

    saudável um tema cada vez mais preocupante pelas graves conseqüências que uma

    alimentação inadequada pode trazer à saúde. Conhecer o papel de determinados

    alimentos no funcionamento do corpo, evitar outros ricos em açúcar, gorduras e sal

    e saber a melhor forma de compor as refeições contribui bastante para uma rotina

    com mais saúde.

    Dentre uma imensa variedade de alimentos a que se atribuem qualidades

    nutricionais e benéficas a saúde, se encontra o leite, como essencial em uma

    alimentação saudável. O leite de vaca e seus derivados, como o soro de leite, são

    responsáveis por 80% do cálcio necessário para uma dieta equilibrada.

    Acrescentando, o produto tem ainda proteínas essenciais à boa saúde, vitamina A e

    fósforo (DALLAS, 1999).

    2.2 Leite

    Segundo ORDOÑEZ (2005), o leite é o produto integral, não alterado nem

    adulterado e sem colostro, procedente da ordenha higiênica, regular, completa e

    ininterrupta das fêmeas domésticas saudáveis e bem-alimentadas.

    Do ponto de vista biológico, o leite é produto da secreção das glândulas

    mamárias de fêmeas mamíferas, cuja função é alimentar os recém-nascidos. E pela

  • 5

    físico-química, o leite é uma mistura homogênea de grande número de substâncias

    (lactose, glicerídeos, proteínas, sais, etc.), das quais algumas estão em emulsão,

    algumas em suspensão e outras em dissolução verdadeira (proteínas do soro,

    lactose, etc.) (ORDÓÑEZ, 2005).

    2.2.1 Composição química

    O leite de vaca contém aproximadamente 87,3 % de água, 3,8 % de gordura,

    4,9 % de lactose, 0,72 % de cinzas e 3,3 % de proteínas (principalmente caseína e

    albumina) minerais e vitaminas (A, D, B12) (GAUCHE, 2007), além de ser uma fonte

    rica de cálcio, riboflavina e niacina (MARCHIORI, 2006).

    A proporção de cada componente varia com a alimentação da vaca, que

    corresponde a 50% das variações de gordura e proteínas do leite, mas não afeta o

    teor de lactose. A espécie do animal, período de lactação, clima, manejo, também

    contribuem para variações dos constituintes do leite (GONZALES; DURR;

    FONTANELI, 2001).

    2.2.1.1 Proteínas

    As proteínas lácteas são de origem animal e se encontram entre as mais

    consumidas pelo homem. Possuem alto valor nutritivo e pela facilidade de seu

    isolamento, são as mais estudadas e das quais se conhecem a estrutura primária de

    quase todas as suas frações e sub-frações (FURTADO, 1998). Elas são divididas

    em dois grandes grupos: as caseínas, insolúveis em pH 4,6 e 20ºC, e as proteínas

    do soro (DALLAS, 1999). As caseínas e as proteínas do soro apresentam diferenças

    quanto à origem e características químicas (Quadro 1).

  • 6

    Quadro 1. Características químicas da caseína e proteínas do soro.

    Características químicas Caseínas Proteínas

    do soro

    Solubilidade a pH 4,6 Não Sim

    Coagulação por quimosina Sim Não

    Termorresistência Sim Não

    Fósforo Sim Não

    Enxofre 0,8% 1,7%

    Estado Coloidal Em

    dissolução

    Fonte: ORDÓÑEZ, 2005.

    Entre as proteínas do leite, a mais importante é a caseína, que corresponde a

    cerca de 85% das proteínas lácteas. A caseína possui algumas variações (α, β, γ, k)

    todas similares na estrutura, que formam micelas, grânulos insolúveis, enquanto que

    as demais proteínas do leite estão solúveis. As moléculas individuais de caseína não

    são muito solúveis no leite, no entanto, os grânulos de micela de caseína mantêm

    uma suspensão colóide no leite. Se a estrutura micelar é quebrada, as micelas se

    separam e a caseína fica insolúvel, formando o coalho, usado na fabricação de

    queijos (GONZÁLEZ; CAMPOS, 2003).

    A estrutura micelar da caseína é importante na digestão do leite no estômago

    e no intestino. As micelas de caseína contêm água e minerais, principalmente cálcio

    e fósforo. A caseína é um dos mais abundantes componentes orgânicos do leite,

    junto com a lactose e a gordura. (GONZÁLEZ, 2001; GONZÁLEZ; CAMPOS, 2003).

    Evidências recentes sustentam a teoria de que as proteínas do leite, incluindo

    as proteínas do soro, além do seu valor biológico, possuem peptídeos bioativos, que

    atuam como agentes antimicrobianos, anti-hipertensivos, reguladores da função

    imune, assim como fatores de crescimento (HARAGUCHI; ABREU; PAULA, 2006).

  • 7

    2.2.1.2 Lactose

    A lactose, que corresponde cerca de 5% do leite bovino, é um dissacarídeo

    formado por um resto de D-glicose e outro de D-galactose unidos por uma ligação β-

    1,4-glicosídica (ORDÓÑEZ, 2005) e existe naturalmente nas formas α-lactose e β-

    lactose, (Figura 2) (MONTES, 2004).

    Figura 2. Estrutura química de α e β lactose.

    Fonte: MONTES, 2004.

    A lactose é o açúcar característico do leite e em seus derivados. É extraída do

    soro originado da fabricação de queijos, na forma de um pó branco e cristalino,

    facilmente modificado ou processado, não higroscópico e solúvel em água

    (MONTES, 2004). É cerca de dez vezes menos solúvel que a sacarose. Tal

    característica pode causar cristalização e, consequentemente, problemas

    tecnológicos durante o processamento de alguns produtos, contudo, a sua hidrólise

    possibilita a obtenção de um xarope mais doce contendo glicose e galactose e

    diminui problemas com cristalização (BECKER, 2009).

    A lactose é responsável pela melhor absorção do cálcio e fósforo, reduzindo a

    necessidade de ingestão de vitamina D presente em outros alimentos (MACHADO,

    et al., 2008) contribuindo para a firmeza da musculatura infantil, além de ser um

    excelente absorvedor de aromas e corantes e veículo para adoçantes artificiais,

  • 8

    como aspartame e sacarina, pois possui baixo poder edulcorante (ORDÓÑEZ, 2005;

    MONTES, 2004).

    É um ingrediente que confere diferentes características funcionais (melhora

    viscosidade ou textura, evita cristalização) em produtos alimentícios, sendo

    encontrado em chocolates, produtos lácteos e de confeitaria. É usada para retardar

    a cristalização de outros açúcares, como a sacarose e tem capacidade de adsorver

    aromas e realçar sabores (MONTES, 2004). Na indústria de alimentos também é

    utilizada como ingrediente em fórmulas infantis e na indústria farmacêutica, como

    excipiente de medicamentos. Na forma natural, a lactose é muito utilizada como

    substrato para a fermentação por microrganismos selecionados, originando diversos

    produtos, tais como a bebida Láctea fermentada (ALVES, 2007).

    2.2.1.3 Gordura

    Outro componente do leite bovino é a gordura com concentração entre 3,2 e

    6% É o constituinte que mais sofre variações em razão de alimentação, raça,

    estação do ano e período de lactação, composto por várias classes de lipídeos,

    sendo os triglicerídeos os mais abundantes (98%). Existe, ainda, uma grande

    variedade de ácidos graxos livres, sendo que os principais são o ácido palmítico e

    ácido oléico (ORDÓÑEZ, 2005).

    A gordura encontra-se dispersa no leite em forma de glóbulos esféricos, que

    são constituídos de um núcleo central que contém a gordura, envolvidos por uma

    película lipoprotéica (ORDÓÑEZ, 2005). A gordura presente no leite tem uma

    tendência a separar-se formando uma capa superficial (especialmente nos tanques

    de fermentação durante o período de incubação) (ALVES, 2007).

    Para prevenir essa separação, a homogeneização do leite cru, que pode ser

    feita antes ou após a pasteurização, deve ser realizada em velocidade elevada, ou

    seja, o leite precisa passar por um pequeno orifício em alta pressão para misturar

    corretamente o conteúdo do tanque, aumentar a viscosidade, favorecer a lipólise e a

    ação de enzimas, diminuindo o tamanho dos glóbulos de gordura, estabilizando as

    proteínas, etc (ALVES, 2007).

  • 9

    2.3 Soro de leite

    O soro é um subrpoduto do queijo, obtido da coagulação das caseínas

    (PINTADO; MALCATA, 1999) e representa em torno de 85-95% do volume do leite,

    retendo 55% dos seus nutrientes (IMAMURA; MADRONA, 2008).

    O Lactossoro possui alto valor nutricional, rico em proteínas (que possuem

    elevado teor de aminoácidos essenciais, destacando-se no conteúdo em sulfurados)

    e cálcio, elementos capazes de atuar como antioxidantes, anticarcinogênicos e

    repositores minerais e energéticos, além de combaterem o colesterol ruim e, em

    concentrações específicas, a hipertensão (CAPITANI, et al., 2005; IMAMURA;

    MADRONA, 2008).

    Grandes volumes de soro ainda são desperdiçados ou direcionados a

    sistemas de tratamento de efluentes com baixa eficiência, contaminando os corpos

    receptores, gerando problemas ambientais como a demanda bioquímica de oxigênio

    de 30.000 a 50.000 mg/L (ALMEIDA; BONASSI; ROÇA, 2001).

    Em decorrência dos problemas enfrentados pelas indústrias para efetuarem o

    tratamento do soro como resíduo industrial, adequando-o às exigências dos órgãos

    de inspeção e saúde pública, começaram na década de 60 os testes de

    aproveitamento para o soro de queijo (IMAMURA; MADRONA, 2008).

    Nos últimos anos, tem-se notado a tendência à substituição do leite pelo soro,

    na fabricação dos mais diversos produtos, tanto por questões econômicas, quanto

    por vantagens qualitativas proporcionadas pela utilização do soro, tais como

    melhoria nas qualidades gustativas e na textura, emulsificação, estabilidade, na

    dispersibilidade em misturas secas, na ação anti-aglutinante, no aumento do

    potencial nutritivo e na maior vida-de-prateleira (NIKAEDO; AMARAL; PENNA,

    2004). Mesmo com secagem do soro de leite para obtenção do produto em pó,

    essas características são mantidas (VALDUGA, 2003).

    O soro de leite em pó, segundo Ministério da saúde sob n° 012/1235, é o

    produto obtido da fabricação do queijo, sem adição de sal, concentrado por

    evaporador a vácuo e seco através do processo tipo spray drier. Devido às suas

    numerosas propriedades funcionais, como agente de escurecimento e de volume,

    formador de espuma e pela capacidade de retenção de água, o soro em pó é

  • 10

    utilizado em uma variedade de indústrias de alimentos (NIKAEDO; AMARAL;

    PENNA, 2004).

    A secagem por atomização (spray dryer) do soro de leite para obtenção do

    produto em pó está entre as diversas tecnologias para o aproveitamento deste tipo

    de produto. Neste processo, os nutrientes são preservados quase que

    completamente (Quadro 2). Além disso, a concentração do soro gera produtos

    protéicos que, ao serem utilizados como ingredientes, melhoram as propriedades

    funcionais (viscosidade, solubilidade, geleificação, emulsificação, formação de

    espuma e estabilidade) dos alimentos (VALDUGA, 2006).

    Quadro 2. Informações nutricionais do soro de leite em pó.

    Porção de 100g

    Carboidratos 74g

    Calorias 350 Kcal

    Proteínas 11g

    Gorduras totais 1,0g

    Gorduras Trans 0,0g

    Gorduras saturadas 0,5g

    Colesterol 6mg

    Cálcio 796mg

    Sódio 1080mg

    Ferro 0,90mg

    Fonte: Ministério da Saúde sob n° 012/1235.

    A concentração do soro (WPCs, concentrados protéicos) envolve alto custo

    de produção sendo considerado inviável pelas indústrias nacionais. Por outro lado, o

    custo relativamente alto do leite desnatado em pó tem aumentado o interesse na

    busca de fontes alternativas para o suprimento de sólidos não gordurosos do leite na

    formulação de diversos produtos (VALDUGA, et al., 2006).

  • 11

    2.3.1 Composição química do soro de leite

    O valor nutricional do soro é elevado, pois apresentam entre 0,6-1,0% de sais

    minerais, 4,6% de lactose, 0,5% de gordura e 0,8 % de proteínas (20% das

    proteínas totais do leite), principalmente betalactoglobulina, alfa-lactoalbumina, de

    excelente valor biológico, imunoglobulinas e outras proteínas menores (ALVES,

    2007).

    Apesar de o soro apresentar normalmente estas características, seu sabor,

    ligeiramente ácido ou doce, e a sua composição dependem do tipo e do processo de

    fabricação do queijo (ALVES, 2007), do tratamento que o soro sofre após estar

    separado do coalho (pasteurização, pré-concentração e remoção de partículas de

    caseína) e das espécies produtoras e sua alimentação (RODRIGUES, 2001).

    2.3.2 Proteínas do soro

    A partir da década de 70, os cientistas passaram a estudar as propriedades

    das proteínas do soro. Em 1971, o consumo dessas proteínas foi relacionado como

    parte importante no tratamento e prevenção de flatulências, prisão de ventre e

    putrefação intestinal. Evidências recentes sustentam a teoria de que as proteínas do

    leite, incluindo as proteínas do soro, além de seu alto valor biológico, possuem

    peptídeos bioativos, que atuam como agentes antimicrobianos, anti-hipertensivos,

    reguladores da função imune, assim como fatores de crescimento (HARAGUCHI;

    ABREU; PAULA, 2008).

    Formado por uma mistura de proteínas e diversas propriedades funcionais

    (como emulsificação, aeração, formação de gel), o soro de leite bovino tem potencial

    considerável de utilizações, necessitando de processamento para tornar-se o

    ingrediente protéico adequado para uma utilização específica. Países como Estados

    Unidos, Austrália, Canadá e Nova Zelândia e nações da União Européia processam

    este subproduto reconhecendo-o como ingrediente funcional e agregando valor à

    linha de produção da indústria láctea. (SILVA; BOLINI, 2006).

    As principais proteínas do soro são: β-lactoglobulina (β-Lg) e α-lactoalbumina

    (α-La). O soro de leite também contém, em menor quantidade, outras proteínas e

    peptídeos com propriedades importantes (MOURA, 2009).

  • 12

    A β-lactoglobulina (β-Lg) é a proteína presente em maior quantidade (50%)

    no soro de leite bovino, organizada em 15% da estrutura protéica como alfa-hélice,

    43% de beta-pregueada e 47% de estrutura não-organizada (ANTUNES, 2003)A

    estrutura da β-lactoglobulina, do tipo lipocalina, forma uma espécie de cálice de

    caráter hidrofóbico que lhe confere propriedades funcionais de grande aplicação na

    indústria de alimentos, como capacidade de emulsificação, formação de espuma,

    geleificação e ligação de aroma e sabor (IMAMURA; MADRONA, 2008).

    O tratamento térmico, dessa proteína induz uma mudança conformacional

    que resulta na exposição do grupo tiol reativo. Esse grupo tiol pode formar ligações

    dissulfeto com outras proteínas que contém cisteína. A formação de ligações

    dissulfeto intermoleculares é essencial para a formação de géis de proteínas do soro

    induzidos termicamente e para uma estrutura de espuma estável. É uma proteína

    que faz ligação com retinol (transporte de vitamina A) e ainda é sugerido que a β-Lg

    possua a função de proteína ligadora de lipídios ou ácidos graxos (AGUIAR; CORÓ;

    PEDRÃO., 2005).

    A α-lactalbumina, constituída de uma cadeia com α-hélice e β-pregueada,

    constitui 2% das proteínas totais do leite e 22% das proteínas do soro. É a única

    proteína do soro capaz de se ligar ao cálcio (a ligação cálcio estabiliza a proteína) e

    seu alto teor de triptofano apresenta benefícios na regulação do sono e melhora do

    humor. A α-lactalbumina é semelhante à lisozima do ovo, levando em conta o poder

    emulsificante (ANTUNES, 2003; MOURA, 2009).

    As proteínas do soro apresentam algumas vantagens em relação às

    caseínas. Diferenças fundamentais no metabolismo e na ação fisiológica dessas

    proteínas baseiam-se na propriedade das proteínas do soro de não sofrerem

    alterações conformacionais pelos ácidos estomacais. Ao atingirem o intestino

    delgado são rapidamente digeridas e seus aminoácidos absorvidos, elevando

    rapidamente a concentração aminoacídica do plasma e estimulando a síntese de

    proteínas nos tecidos. Além disso, também foram relacionadas com a prevenção do

    câncer de próstata (VALDUGA, et al., 2006).

    As proteínas do soro apresentam características físico-químicas que resultam

    em importantes propriedades funcionais para aplicações alimentares, tais como boa

  • 13

    solubilidade em água, capacidade de transportar pequenas moléculas lipofílicas (β-

    lactoglobulina) e íons (lactoferrina), ação tensoativa que permite a obtenção e

    estabilização de sistemas bifásicos (emulsões e espuma), propriedades gelificantes,

    que possibilitam a retenção de grandes quantidades de água e outras pequenas

    moléculas dentro da matriz, conferindo estabilidade aos alimentos (TORRES, 2005).

    A capacidade gelificante destas proteínas é desejável, pois a gelificação protéica é

    parte essencial da formação das propriedades de textura dos alimentos (GAUCHE,

    2007).

    Como exemplo de aplicações das proteínas do soro temos a substituição do

    leite desnatado em sorvete por sólidos de soro de leite, uma vez que, além do ganho

    biológico por conter as proteínas relacionadas com a prevenção do câncer de

    próstata, confere melhoria das propriedades funcionais (viscosidade, solubilidade,

    gelificação, emulsifcação, formação de espuma, estabilidade) e reduz custos do

    produto final (SILVA; BOLINI, 2006).

    SGARBIERI (2004) relatou várias atividades dessas proteínas como:

    imunomoduladora (imunoglobulinas); antimicrobiana (lactoferrina; lactoperoxidase;

    α-lactalbumina e imunoglobulinas); antiviral (lactoferricina); anticancerígena

    (concentrado de proteínas do soro; lactoferrina; β-lactoglobulina); antiúlcera

    (concentrado de proteínas do soro; α-lactalbumina) e proteção ao sistema

    cardiovascular.

    Em relação aos aspectos nutricionais e fisiológicos, as proteínas do soro do

    leite podem ser usadas em aplicações nutricionais, como fórmulas enterais e

    infantis; na forma de proteínas nativas ou pré-digeridas contribuindo com o ganho de

    peso em pacientes pós-cirúrgicos, geriátricos e imobilizados; em dietas de alimentos

    de baixa caloria; e na substituição de gordura, ou na formulação de alimentos e

    bebidas saudáveis (CAPITANI, et al., 2005). Além disso, elas têm maior valor

    biológico de todas as proteínas naturais, apresentam sabor muito brando e custo

    razoável (BRANDÃO, 2004).

    A Whey protein (WPC), também conhecida como proteína concentrada ou

    isolada do soro de leite, é obtida após a secagem e concentração do soro e por

    apresentar efeitos de espessante, emulsificante e antialérgico, é indispensável na

  • 14

    manipulação de diversos produtos, tais como laticínios, produtos cárneos,

    fórmulas infantis e produtos de panificação (BERNO.; SPOTO.; CANNIATTI-

    BRAZACA, 2007).

    A recuperação das proteínas do soro é uma prática largamente utilizada nos

    países desenvolvidos na produção de concentrados e isolados protéicos

    (PINTADO.; MALCATA, 1999). Os concentrados protéicos de soro são também

    conhecidos pelas aplicações devido à variável funcionalidade e aroma (NIKAEDO;

    AMARAL; PENNA, 2004). Atualmente, os concentrados de soro são utilizados em

    produtos de panificação, sobremesas congeladas, chocolates, fórmulas infantis,

    produtos à base de queijo, bebidas nutricionais, leites fermentados e diversidade de

    alimentos processados (VALDUGA, 2006).

  • 15

    3. MATERIAL E MÉTODOS

    3.1 Matéria prima

    O soro de leite em pó (5Kg) foi doado pela empresa Leit Bom, localizada no

    município de São Luís dos Montes Belos (GO). O soro de leite recebido foi,

    primeiramente, envasado de forma adequada em uma seladora manual, para evitar

    contaminação e controle de umidade do produto e armazenada no laboratório de

    laticínios no setor de tecnologia da UFG, em uma caixa de plástico em temperatura

    ambiente.

    3.2 Metodologias

    3.2.1 Desenvolvimento da mistura de bolo com leite em pó e da mistura

    com soro em pó.

    As duas misturas de bolo foram formuladas com as mesmas quantidades de

    ingredientes, sendo estes misturados e envasados em embalagem laminada.

    3.2.2 Preparo das massas de bolos

    Por meio das misturas desenvolvidas foram preparadas as massas de

    bolos,conforme a figura 4 abaixo, que também mostra uma comparação entre o

    preparo de massas de misturas de bolos tradicionais, já encontradas em mercado,

    com o da mistura de bolo com soro de leite em pó.

    Figura 3. Fluxograma do preparo de massas de misturas de bolo tradicionais e

    da mistura de bolo com soro de leite em pó.

    3 ovos

    150 mL de leite

    Mistura de bolo tradicional

    70g de margarina

    40 min Forno

    Mistura de bolo com soro de leite em pó/ Mistura de bolo com leite em

    145 mL de água

    140g de margarina

    50 min Forno

  • 16

    3.2.3 Análise físico-química - Composição centesimal

    As análises físico-químicas foram realizadas no Centro de Pesquisa de

    Alimentos (CPA) da Universidade Federal de Góias, Goiânia. Foram realizadas em

    triplicata as seguintes análises segundo o Instituto Adolfo Lutz (1985): extração

    direta por soxhlet – lipídeos; resíduo por incineração – cinzas; perda por dessecação

    – umidade; carboidratos. A análise de fibra foi feita pelo método Scharrer e

    Krushner, segundo BERTOIDO (1997); proteína foi determinada pelo método de

    Kjeldahl pela AOAC (Association of Official Analytical chemists); Para gordura

    saturada e trans foi utilizada espectróscopia de reflectância no infravermelho

    próximo (NIRS).

    3.2.4 Avaliação Sensorial

    A análise sensorial ocorreu no laboratório do Setor de Tecnologia de

    Alimentos da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade

    Federal de Goiás e foi realizada com o objetivo de avaliar a aceitação entre as

    misturas de bolo com Soro e com Leite. Foi realizado um teste de aceitação (figura

    5) com escala hedônica variando de um (desgostei extremamente) a nove (gostei

    extremamente). As análises foram realizadas com uma equipe de 40 provadores,

    não-treinados, composta por professores, alunos e funcionários da UFG acima

    mencionada que, também, responderam se consumiriam ou não produtos do tipo

    mistura de bolo.

  • 17

    Figura 4. Ficha de Análise Sensorial.

    Fonte: Adolfo Lutz (1985)

    3.2.5 Análises Estatísticas

    Os resultados do teste de aceitação foram avaliados estatisticamente

    pela análise de variância, ANOVA e os dados foram rodados com programa

    Estatística (2000) e os dados da composição centesimal foram avaliados pelo

    programa Sisvar (2000).

    Amostra: Julgador: Data:

    Você está recebendo uma amostra. Avalie segundo o grau de gostar ou desgostar,

    utilizando a escala abaixo.

    ( 9 ) gostei extremamente

    ( 8 ) gostei moderadamente

    ( 7 ) gostei regularmente

    ( 6 ) gostei ligeiramente

    ( 5 ) não gostei, nem desgostei

    ( 4 ) desgostei ligeiramente

    ( 3 ) desgostei regularmente

    ( 2 ) desgostei moderadamente

    ( 1 ) desgostei extremamente

    ( )

    Você consumiria esse tipo de produto? Sim ( ) Não ( )

    Comentários:

  • 18

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    4.1 Custo final das misturas de bolo com leite em pó e soro de leite em pó

    Tabela 1. Custo final das misturas de bolo com leite e soro em pó.

    Formulação Quantidade Preço (R$)

    MBSL 1Kg 1,48

    MBL 1Kg 4,03

    Como mostra a tabela 1 acima, a mistura de bolo com soro de leite em pó

    (MBSL) (1Kg) teve um custo de 1,48 reais e a mistura com leite em pó (MBL) (1Kg)

    custou 4,03 reais, mostrando uma redução de 2,55 reais do produto com soro leite

    em pó em relação ao produto original, ou seja, uma substituição viável

    economicamente.

    A MBSL desenvolvida, além do baixo custo final, também apresentou outro ponto

    relevante em sua formulação quando se trata dos ingredientes que são adicionados

    para o preparo de uma massa de bolo a partir de uma mistura em pó. Para preparar

    a massa de uma mistura de bolo tradicional é necessária a adição de ovos, leite e

    margarina, enquanto que para a massa da MBSL foi feita apenas a adição de água e

    margarina.

    Essa diferença entre os ingredientes adicionados em uma mistura tradicional e na

    mistura com soro em pó, também, implica em uma redução de custo para o

    consumidor durante o preparo da massa de bolo, haja visto, que não terá que

    adicionar leite e ovos.

    4.2 Características tecnológicas das massas de bolos preparadas

    Com o preparo das massas de bolo a partir das misturas em pó foi possível

    relacionar as vantagens e desvantagens tecnológicas da massa de bolo obtida a

    partir da mistura de bolo com soro em pó, como mostra a Tabela 2 abaixo.

  • 19

    Tabela 2. Vantagens e desvantagens tecnológicas do bolo com soro de leite em pó.

    Vantagens Desvantagens

    Cor mais caramelo Menor aeração

    Leve arenosidade Massa mais dura

    Maior umidade Menor crescimento da massa

    Maior cremosidade e doçura

    As características verificadas no bolo com soro em pó podem ser justificadas

    por algumas propriedades funcionais das proteínas do soro lácteo, como capacidade

    de emulsificação, formação de espuma, geleificação e ligação de aroma e sabor

    (IMAMURA; MADRONA, 2008). A principal propriedade funcional da parte protéica

    do soro é capacidade de geleificação, da β-lactoglobulina, que arrasta quantidades

    de água e de compostos não-protéicos. Essa característica faz com que melhore o

    mouthfeel, ajudando a lubrificar e conferir ao produto a textura lisa e cremosa típica

    de gordura (MING, 1998).

    A cor caramelo de um produto é devido a reação de Mailard que ocorre entre

    um aminoácido e um açúcar redutor. A cor mais caramelizada do bolo com soro de

    leite em pó é explicada pela reação de Mailard que acontece entre as proteínas do

    soro de leite e a lactose, sabendo que essas proteínas são mais reativas devido a

    sua conformação espacial, tornando-as menos estáveis, ou seja, mais sensíveis a

    reação de caramelização (MOURA, 2009)

    Contudo, um produto com proteína de soro não é tão aerado como o produto

    original, pois as proteínas do soro de leite (PSL) retêm umidade e não reagem com o

    amido, envolvendo o colapso das proteínas dentro da matriz de amido, causando

    aumento da dureza, além de expansão reduzida, ou seja, uma massa que não

    cresce demasiadamente (BRANDÃO, 2004).

    4.3 Composição centesimal das misturas de bolo com leite em pó e soro em pó

    Os resultados das análises físico-químicas das misturas de bolo são

    apresentados na tabela 3.

  • 20

    Tabela 3. Composição centesimal em porção de 100g das misturas de

    bolo com leite em pó e soro de leite em pó.

    Análises Mistura de bolo com Leite em pó

    (g)

    Mistura de bolo com Soro de leite em pó

    (g)

    Umidade 4,5a 5,4a

    Cinzas 4,2a 3,7b

    Proteína 17,0a 12,2b

    Fibras 1,6a 1,2b

    Lipídeos 3,0a 2,8b

    Gordura Trans 0 0

    Gordura saturada 1,3a 0,8b

    Carboidratos 69,6b 74,6ª

    Valor calórico 373,7a Kcal 372,9a Kcal

    *Letras diferentes em uma mesma linha representam diferença a um nível

    de significância de 5%.

    Estatiscamente, as formulações com soro em pó e com leite em pó não

    apresentaram diferença quanto ao teor de umidade e valor calórico. Quanto às

    outras análises, todas apresentaram diferença entre as amostras ao nível de 5% de

    significância.

    A mistura de bolo com soro de leite em pó apresentou menores teores de

    proteínas, fibras e gordura saturada. O teor de proteína inferior na mistura de bolo

    com soro em pó já era esperado e justificável, sabendo-se que as proteínas do soro

    de leite representam 20% das proteínas totais do leite enquanto que a caseína

    representa 85% (GONZÁLEZ, 2001). No entanto, apesar de participarem em menor

    quantidade, as proteínas do soro possuem características físico-químicas que lhes

    conferem propriedades funcionais interessantes para aplicações alimentares, como

    por exemplo, efeitos espessante e emulsificante (BERNO; SPOTO; CANNIATTI-

    BRAZACA , 2007).

  • 21

    Quanto ao teor de lipídeos, a mistura de bolo com soro em pó (MBSL)

    apresentou uma redução de mais de 25% de gordura saturada, contudo, em relação

    ao teor de lipídeos totais, a redução foi um pouco menor.

    Essa redução de gordura saturada na MBSL é significativa na composição

    dessa mistura, pois se sabe que os ácidos graxos saturados (AGS) são a principal

    causa alimentar da elevação do colesterol ruim, o LDL, que então leva a problemas

    cardiovasculares (MARCONDELLI., MARANGON., SCHMITZ.,2004).

    4.4 Análise sensorial das massas de bolo elaboradas por meio das misturas

    em pó

    4.4.1 Teste de aceitação das massas feitas por meio das misturas em pó

    desenvolvidas

    0

    10

    20

    30

    40

    1 2 3 4 5 6 7 8 9

    MBL

    MBSL

    Figura 5. Porcentagem dos dados obtidos pela escala hedônica de 9 pontos do teste

    de aceitação.

    A figura 5, mostra um gráfico das porcentagens de cada ponto da escala

    hedônica de 9 pontos usada no teste de aceitação, que representa o quanto que o

    provador gostou ou desgostou da massas de bolo com leite em pó (MBL) e da

    massa de bolo com soro em pó (MBSL).

    Então, pode-se observar que tanto para MBL quanto para a MBSL tiveram

    aceitação entre os pontos 6 e 9 da escala hedônica, onde 6 é o gostei ligeiramente e

    o 9 gostei extremamente.

  • 22

    Os resultados da análise de variância dos dados mostrados na figura 6

    demonstraram não haver diferença de aceitação, ao nível de significância de 5%,

    entre as massas de bolo formuladas com soro de leite em pó e com leite em pó

    entre os provadores.

    4.4.2 Avaliação da intenção de consumo das misturas de bolo com soro

    em pó e com leite em pó

    Através da avaliação de intenção de consumo da mistura de bolo com soro de

    leite (MBSL) e da mistura de bolo com leite (MBL), observou-se que mais de 80%

    dos provadores tem intenção de consumir estes produtos, conforme Figura 6 e 7.

    95%

    sim

    5%

    não

    Mistura de bolo com soro de

    leite

    Figura 6. Percentual de intenção de consumo da MBSL.

  • 23

    82%

    sim

    18%

    não

    Mistura de bolo com

    leite

    Figura 7. Percentual de intenção de consumo MBL.

  • 24

    5. CONCLUSÃO

    • A mistura de bolo de milho desenvolvida apresentou grande

    vantagem quanto aos ingredientes adicionados para o preparo da

    massa de bolo, haja visto, que exigiu apenas a adição de água e

    margarina, enquanto que as misturas já existentes em mercado,

    necessitam da adição de leite, ovos e, geralmente, margarina.

    • O desenvolvimento da mistura de bolo de milho com soro em pó,

    além de apresentar uma formulação que proporcionou a redução

    de custos para sua produção, também apresenta vantagens para o

    consumidor, que irá gastar menos para comprar a mistura e para

    preparar a massa de bolo a partir da mistura em pó.

    • A substituição do leite em pó pelo soro em pó na formulação da

    mistura de bolo de milho se mostrou viável não só

    economicamente como também quanto às características

    tecnológicas apresentadas pela massa do bolo obtido.

    • Pelo teste de aceitação aplicado foi verificado que,

    estatisticamente, não houve diferença de aceitação entre as

    massas de bolo com soro em pó e leite em pó.

  • 25

    REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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