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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO RENATA BARBOSA DAMÁSIO ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL- UM ESTUDO DE CASO JOÃO PESSOA 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

RENATA BARBOSA DAMÁSIO

ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL- UM ESTUDO

DE CASO

JOÃO PESSOA 2006

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RENATA BARBOSA DAMÁSIO

ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL – UM

ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção.

Orientador:Prof. Dr. Paulo José Adissi Co-Orientador: Prof. Phd.Francisco Másculo

JOÃO PESSOA 2006

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D155 Damásio, Renata Barbosa Estudo ergonômico na confecção de fôrmas para a

indústria da construção civil – um estudo de caso / Renata Barbosa Damásio - João Pessoa, 2006.

149 f. il.: Orientador: Prof. Dr. Paulo José Adisse Co-Orientador: Prof. Phd. Francisco Sores Másculo Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção)

PPGEP /CT/ UFPB.

1. Método REBA 2. Análise Postural 3. Indústria da construção 4. Confecção de fôrmas I.Título.

CDU 65.015.11 (043)

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RENATA BARBOSA DAMÁSIO

ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL – UM

ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção, na área de concentração de Gestão da Produção, em _____/_____/____, sob avaliação da banca examinadora composta dos seguintes membros:

________________________________________________________ Prof. Dr. Paulo José Adissi

Orientador

_________________________________________________________ Prof. Phd. Francisco Soares Másculo

Co-Orientador

_________________________________________________________ Profª Drª Maria do Socorro Márcia Lopes Souto

Examinadora

__________________________________________________________ Profª. Drª. Alexsandra Rocha Meira

Examinadora

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As duas pessoas mais importantes da minha vida, e meus maiores mestres na escola da vida,

responsáveis pelos ensinamentos mais valorosos que tive meus amados pais:MAGNÓLIA E LENILDO!

E meu querido amigo irmão Luiz Gustavo,

E a minha inesquecível tia Marlise (in memorian)!

Dedico

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AGRADECIMENTOS DEUS

Pela força em todos os momentos, e também pelos presentes que recebi na vida,

obrigada!

MEUS PAIS, MEU IRMÃO

Pelo apoio infinito, por sempre acreditarem em mim, pela força e torcida, por sempre

estarem ao meu lado, pelo carinho e dedicação sem fim, pelos ensinamentos de

ética, de valores morais, por terem sempre me mostrado o caminho do bem! E

sempre serão meu porto seguro, meu referencial! Obrigada por todo por todo amor

que vocês me dão!

PROF. PAULO ADISSI

Meu orientador, o meu obrigada de todo coração por toda sua paciência, simpatia,

educação, ajuda, orientação e compreensão! Sem a sua colaboração este trabalho

não seria possível, muito obrigada por seus ensinamentos e por sua calorosa

acolhida! E também por ter acreditado que o trabalho seria possível!

PROF. FRANCISCO MÁSCULO

Meu co-orientador, obrigada por sua simpatia, educação e a disponibilidade em

ajudar e tornar possível realizar o caminho escolhido.

ANTONIO CARLOS CASTELLAR DE CASTRO

Pessoa querida e adorada! Você sabe que é especial! A nossa extensa caminhada

juntos, por todos os momentos que partilhamos e o mútuo apoio, ajuda

disponibilidade, as palavras de incentivo, e por nunca em nenhum momento deixar

de acreditar em mim, e estar sempre incondicionalmente ao meu lado! Você pessoa

rara, doce como poucas neste mundo e que certamente foi um braço forte nessa

longa caminhada! Você sabe o que representa para mim, com todo carinho

OBRIGADA!!

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PROFª MÁRCIA SOUTO

Obrigada por suas preciosas contribuições e observações fundamentais no

desenvolvimento do presente trabalho.

PROFª ALEXSANDRA ROCHA MEIRA

Obrigada por sua colaboração e cooperação !

CNPQ

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pela concessão da

bolsa de estudos.

AOS AMIGOS

Rosângela Herculano, Silene Leite, Rosângela Gonçalves, Sylvia, Renata Jorge,

Sônia Feitosa, Sueli e família pelas palavras amigas e de incentivo. E obrigada pela

amizade e torcida!! São amigos do coração!!!!!!!!

TECNOFORMAS

Empresa que tornou possível este trabalho. Muito obrigada a Átila da Mota e

Marcelo Hollanda pela imensa boa vontade, por sua disponibilidade infinita em

cooperar, por sua acolhida calorosa. Obrigada por ter me recebido de porta e braços

abertos. Obrigada também a todos os demais funcionários pela boa vontade,

cooperação , e calorosa recepção.

FUNCIONÁRIOS DO PPGEP

Pela dedicação e presteza em colaborar, sempre!

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“Grandes realizações não são feitas por impulso,

mas por uma soma de pequenas realizações”.

(Vicente Van Gogh)

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RESUMO

O presente trabalho realizou um estudo ergonômico em uma empresa especializada na confecção de fôrmas para construção civil, localizada na cidade do Recife. Para sua concretização, o trabalho de pesquisa foi dividido em quatro fases: revisão bibliográfica, pesquisa de campo, análise e interpretação de dados, conclusões e sugestões. Os métodos utilizados na pesquisa de campo foram a observação direta, entrevistas e registros de imagens. A entrevista com os gerentes foi realizada livremente, já a entrevista com os operários seguiu um roteiro pré-estabelecido seguido da aplicação do mapa de desconforto corporal. Para análise e tratamento dos dados foi utilizado o e-DPI, módulo e-LEST para a análise ergonômica do trabalho. Para análise postural, além do módulo e-LEST, também foi utilizado protocolo REBA. Os resultados da análise ergonômica do trabalho indicaram alguns problemas organizacionais como a pressão exercida pelo tempo decorrente do sistema de remuneração por produção. Os problemas posturais encontrados originaram-se no transporte manual de cargas que exige elevados esforços físicos. As ferramentas utilizadas mostraram-se simples, de fácil aplicação, além de exigir poucos recursos para sua utilização. Sendo bastante apropriadas para atividades em que os trabalhadores mudem constantemente de postura, e em que os membros superiores sejam muito solicitados. Os resultados obtidos apresentaram-se claros e objetivos. Apesar dos critérios diferenciados de mensuração das posturas, o REBA e o e-DPI chegaram ao mesmo resultado, ou seja, ambos indicaram sobrecargas posturais, que necessitam de correção imediata. Neste trabalho, em ambos os métodos as pontuações obtidas foram altas, o que indica problemas posturais. Palavras - Chave: Análise Ergonômica do Trabalho - Análise postural. Método

REBA. Método e-DPI. Confecção de fôrmas.

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ABSTRACT Lately, the execution of services is of the seedbeds is each more frequent time. It urges, then, the necessity of if studying this new model of production. Inside of this context, the present work has for objective to carry through an ergonomic study, aiming at to identify posturais problems in the activity, in a company specialized in the confection of fôrmas for the civil construction, located in Recife. Initially, one searched to know the managemental procedures and the organizacionais characteristics of the company. For in such a way, interviews with the controlling, employees and comments had been carried through. Later, to analyze the collected data e-DPI was used the method, module e-lest. After that, the photographic registers and the filmings had been made to use in the postural analysis. The analysis of the collected registers was made by two methods, e-DPI and REBA. The Results had pointed some organizacionais problems, however most serious found it was the postural. The found posturais problems had had the carried through activity, manual load transport, beyond extreme the physical effort. However, it can be evidenced that these workers have better conditions of work that in a seedbed of workmanships. Finally, some recommendations had been proposals, for a reason or purpose contribution. The tools used showed up to be simple, with an easy application, not to mention the fact that they required few resources for its use, being very adequate for activities, in which the workers should change their posture constantly, and their upper members should be told to move. The obtained results showed to be clear and objective. Despite the different measure criteria for the postures, the REBA and the e-DPI reached the same results, that is, both of them indicated posture overcharge, which needed immediate correction. In this work, in both methods the obtained scores were high, which indicates posture problems. Key - Words: Method REBA. Postural analysis. Industry of the construction.

Confection of forms.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Moldes plásticos (cumbucas) para lajes nervuradas em formato quadrado

ou retangular .............................................................................................................35

Figura 2 – Detalhe de laje nervurada finalizada, utilizando cumbucas de plásticos ..36

Figura 3 – Ilustração da composição da coluna e os movimentos do tronco e

pescoço.....................................................................................................................49

Figura 4 – Ligamento da espinha ..............................................................................50

Figura 5 – Resumo esquemático dos instrumentos utilizados na pesquisa ..............75

Figura 6 – Fluxograma do processo produtivo ..........................................................81

Figura 7 – Legenda ...................................................................................................88

Figura 8 – Postura 01................................................................................................94

Figura 9 – Postura 02................................................................................................95

Figura 10 – Postura 03..............................................................................................95

Figura 11 – Postura 04..............................................................................................95

Figura 12 – Postura 05..............................................................................................96

Figura 13 – Postura 06..............................................................................................96

Figura 14 – Postura 07..............................................................................................96

Figura 15 – Postura 08..............................................................................................97

Figura 16 – Postura 09..............................................................................................97

Figura 17 – Postura 10..............................................................................................97

Figura 18 – Postura 11..............................................................................................98

Figura 19 – Postura 12..............................................................................................98

Figura 20 – Postura 13..............................................................................................98

Figura 21 – Postura 14..............................................................................................99

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Histograma de resultados-dimensões .....................................................87

Gráfico 2 - Histograma de resultados-fatores............................................................88

Gráfico 3 - Estado de saúde dos trabalhadores segundo suas percepções ...........103

Gráfico 4 - Existência de problemas de coluna segundo percepções dos

trabalhadores........................................................................................104

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classes das madeiras utilizadas para a confecção das fôrmas .............33

Quadro 2 – Ferramentas/máquinas utilizadas para confeccionar fôrmas .................38

Quadro 3 – Classificação das metodologias de análise postural ..............................68

Quadro 4 – Legenda do Fluxograma.........................................................................81

Quadro 5 – Perfil dos trabalhadores entrevistados ...................................................82

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Freqüências posturais associadas ao tempo ..........................................94

Tabela 2 – Posturas observadas e escores REBA....................................................99

Tabela 3 – Escores das posturas dos ajudantes de carpintaria ..............................100

Tabela 4 – Escores das posturas dos carpinteiro....................................................101

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ...........................................................................................16

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA...........................................................................................16

1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO...............................................................................19

1.3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................19

1.4 OBJETIVOS..............................................................................................................23

1.4.1 Objetivo geral ............................................................................................................23

1.4.2 Objetivos específicos.................................................................................................23

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..............................................................................23

CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................25

2.1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................25

2.2 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ...........................................................25

2.2.1 Terceirização na construção civil ..............................................................................28

2.3 AS FÔRMAS.............................................................................................................30

2.3.1 Material para a confecção de fôrmas.........................................................................32

2.3.1.1 A confecção de fôrmas ..............................................................................................37

2.3.2 Tipos de fôrmas .........................................................................................................39

2.3.2.1 Fôrmas de laje............................................................................................................40

2.3.2.2 Fôrmas de pilar ..........................................................................................................41

2.3.2.3 Fôrmas para vigas......................................................................................................42

2.4 MONTAGEM DAS FÔRMAS .................................................................................43

2.5 Ergonomia na construção civil ..................................................................................45

2.6 BIOMECÂNICA.......................................................................................................47

2.7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) .............................................51

2.7.1 Análise da demanda...................................................................................................52

2.7.2 Análise da tarefa ........................................................................................................52

2.7.3 Análise da atividade...................................................................................................53

2.8 MÉTODO E-DPI.......................................................................................................54

2.9 MÉTODOS DE ANÁLISE DE POSTURA..............................................................57

2.9.1 Método REBA (Rapid Entire Body Assessment) ......................................................69

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CAPÍTULO III – METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................71

3.1 A NATUREZA DA PESQUISA...............................................................................71

3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.........................................................................72

3.3 POPULAÇÃO ...........................................................................................................73

3.4 AMBIENTE DE COLETA .......................................................................................73

3.5 IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS.....................................................................73

3.6 INSTRUMENTOS E MATERIAIS ..........................................................................74

3.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS ............................................76

CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................78

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ....................................................................78

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO...........................................78

4.2.1 Caracterização da matéria-prima ...............................................................................78

4.2.2 Processo produtivo ....................................................................................................79

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA ........................................82

4.4 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ........................................................83

4.4.1 A Demanda do estudo ...............................................................................................83

4.4.2 Análise da tarefa ........................................................................................................83

4.4.3 ANÁLISE DA ATIVIDADE ....................................................................................84

4.4.3.1 Análise da atividade do ajudante de carpintaria ........................................................84

4.4.3.2 Análise da atividade do carpinteiro ...........................................................................86

4.5 e-DPI - ANÁLISE DAS CARGAS DEMANDADAS PELO PROCESSO DE TRABALHO (FÍSICAS, COGNITIVAS E PSIQUÍCAS) .......................................86

4.5.1 Carga física ................................................................................................................88

4.5.2 Entorno físico ............................................................................................................89

4.5.3 Carga mental..............................................................................................................90

4.5.4 Aspectos psicosociais ................................................................................................91

4.5.5 Tempo de trabalho.....................................................................................................92

4.6 SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS.............................................................92

4.7 ANÁLISE POSTURAL PELO MÉTODO REBA....................................................93

4.7.1 Classificação das postura pelo método REBA ..........................................................94

4.7.1.1 Posturas críticas analisadas no transporte, corte e armazenagem da madeira (ajudante de carpintaria) ..........................................................................................................100

4.7.1.2 Posturas críticas analisadas na montagem das fôrmas (carpinteiros) ......................100

4.8 COMPROMETIMENTOS E DORES ....................................................................101

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4.9 SÍNTESE DOS RESULTADOS .............................................................................104

CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................106

5.1 PROPOSIÇÕES DE MELHORIAS PARA A ATIVIDADE .................................107

5.2 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS ............................................................108

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................109

APÊNDICE A – Questionário de pesquisa ...........................................................................125

APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido..............................................126

ANEXO A – Cuestionario de observación e-LEST (e-DPI) ..................................................128

ANEXO B – Diagrama e escores dos segmentos corporais definidos pelo (REBA) ............146

ANEXO C – Tabela de escores para avaliação das posturas observadas pela técnica (REBA).................................................................................................................................147

ANEXO D – Esquema da soma entre os escores referentes a cada segmento corporal avaliadao, para a obtenção do escore final REBA e tabela de categorias de ações.148

ANEXO E – Onde o seu corpo dói........................................................................................149

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

__________________________________________________ 1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA

A construção civil é uma das mais antigas atividades do homem civilizado.

A necessidade de ter um teto, aliada às necessidades de sobrevivência, alimentação

e vestimenta formam o conjunto de necessidades básicas do ser humano,

chamadas por Abraam Maslow de “fisiológicas” e por ele colocadas na base de sua

“pirâmide de necessidades”. O atendimento a essas necessidades é indispensável

para o crescimento do ser humano, e o topo da pirâmide de Maslow é a auto-

realização. Construir a sua casa, criando condições para sair da caverna, seu

primeiro teto, foi uma das atividades pioneiras do homem civilizado e é a origem da

construção civil.

Sendo assim tão antiga e necessária, a construção civil desempenha um

importante papel no crescimento das economias industrializadas e dos países de

industrialização recente. Constitui um dos elementos-chave na geração de

empregos e na articulação de diferentes setores industriais que produzem insumos,

equipamentos e serviços, que fazem parte do seu ciclo de produção (SENAI, 1995).

A sua importância social se deve, em parte, à grande absorção da mão –de- obra do

setor e ao poder de geração de empregos diretos e indiretos.

Segundo Melo (2001), pela magnitude e diversidade de seus produtos, o

setor da construção civil é dividido em três campos de atuação: edificações,

construção pesada e montagem industrial. O subsetor de edificações tem como

atividades principais a construção de edifícios, a realização de partes de obras por

especialização em uma fase do processo edificativo e ainda a execução de serviços

complementares à edificação.

O subsetor de edificações caracteriza-se por uma demanda intensiva da

mão-de-obra, principalmente a de baixa qualificação, pouca mecanização, utilização

de processos convencionais e técnicas simples (OLIVEIRA, 2004).O processo

produtivo do subsetor de edificações tem várias etapas. De acordo com Melo (2001),

cada uma se desenvolve mediante a realização de variados serviços e elevada

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intensidade do uso da força de trabalho. As etapas para a produção de uma

edificação são: locação da obra, fundações, estruturas, alvenaria de vedações

instalações hidráulicas, instalações elétricas, impermeabilização, esquadrias,

revestimentos internos, revestimentos externos, pintura, forros, coberturas e limpeza.

Segundo Silva et al (2006), a indústria brasileira da construção civil em

geral, e em particular o subsetor de edificações sofreram nos últimos anos os efeitos

de uma profunda transformação sócio-econômica que modificou o seu processo

produtivo, de maneira que as empresas pudessem assegurar a sua sobrevivência.

Na busca por reduções de custos, as empresas se posicionaram de maneira

diferente, procurando adaptar-se à nova conjuntura econômica do país através de

estratégias distintas, que vão dos mecanismos tradicionais de intensificação da

jornada de trabalho e utilização de materiais alternativos à terceirização e/ou

externalização dos serviços.

A adoção de alternativas organizacionais, dada a natureza e as

características intrínsecas da indústria da construção, vem aumentando devido à

necessidade de criar e adaptar novas maneiras de modernizar-se que permitam às

empresas não só competir, mas sobretudo sobreviver (DACOL,1996).

Uma prática que está se tornando bastante comum é a externalização dos

serviços, ou seja, são contratadas empresas especializadas na preparação de

determinados insumos e na sua respectiva aplicação/montagem na obra. Silva et al

(2006) dizem que esse é o caso das empresas especializadas, as quais realizam

não só os serviços nas obras, mas também fornecem os materiais/componentes

necessários para o trabalho e, em alguns casos, responsabilizam-se pelos projetos

específicos para a produção daquele estágio da obra que irão executar. É o caso do

presente trabalho, que tem por objeto de estudo uma empresa especializada na

confecção de fôrmas para a indústria da construção civil, tratando-se de uma

externalização do serviço, visto que as fôrmas chegam ao canteiro totalmente

prontas para serem utilização. A confecção de fôrmas encontra-se presente nas etapas de fundações e

estrutura (lajes, escadas, vigas e pilares). Entende-se por fôrmas o conjunto de

componentes cujas funções principais são: moldar o concreto (molde), contê-lo

fresco e sustentá-lo até que tenha resistência suficiente para se sustentar por si só,

além de proporcionar à superfície do concreto a textura requerida. Atualmente

empregam-se tábuas, principalmente chapas de madeira compensada. A confecção

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das fôrmas tem início após a elaboração do projeto específico para tal fim, contudo,

às vezes, as fôrmas são confeccionadas apenas com base no projeto de estruturas.

Apesar dos avanços tecnológicos, a confecção de fôrmas continua sendo um

trabalho pesado, com poucas alterações ao longo do tempo, mantendo o uso

intensivo da mão-de-obra e trabalho manual, mesmo que, em alguns casos, as

fôrmas não estejam mais sendo confeccionadas no interior dos canteiros ou, ainda,

estejam sendo confeccionadas com materiais alternativos.

A adoção da externalização pode trazer alguns benefícios para a

construtora. Inicialmente ocorre a transferência da preparação dos insumos,

eliminação de estoques (matérias-primas, produtos acabados); eliminação de

máquinas e equipamentos necessários à execução da atividade; transferência da

responsabilidade de elaboração do projeto específico, cabendo tudo à empresa

responsável pela produção do insumo. Essa é uma estratégia operacional

importante porque acarreta sérias repercussões na organização dos canteiros e na

eficiência do processo de produção. Essa estratégia está presente na construção

propriamente dita (fundações; estrutura; instalações etc.) e nas atividades de apoio,

como transporte e estocagem de materiais.

Como ocorre na maioria das atividades da construção civil, envolvendo o

trabalho pesado, com alto consumo de energia metabólica, na confecção de fôrmas

o trabalho impõe ao operário um grande esforço físico e uso constante da força

muscular, bem como uma intensa movimentação e transporte das chapas de

compensado de madeira. Na confecção de fôrmas as posturas predominantes são

na posição em pé, o que conforme Iida (1998) é fatigante porque exige grande

esforço estático da musculatura envolvida. Apesar de a posição em pé ser

recomendada para situações que exijam deslocamentos constantes e utilização da

força, não deve ser mantida durante toda a jornada de trabalho, para não causar

dores nas costas e nas pernas.

De acordo com Dul (2004), geralmente a postura é determinada em

função do tipo de atividade realizada ou do posto de trabalho, sendo esse último

considerado a menor unidade produtiva dentro de um sistema de produção. Caso a

postura seja mantida por um espaço de tempo prolongado, provoca prejuízo nos

músculos e articulações. A confecção de fôrmas requer movimentos do corpo inteiro,

inclusive com adição de força nesses movimentos, provocando assim tensões

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mecânicas localizadas que, ao longo do tempo, podem provocar dores musculares.

Nesse contexto, formula-se a questão central desse estudo:

A atividade de confecção de fôrmas está sujeita a problemas ergonômicos relacionados com a postura?

1.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Na presente pesquisa, é feito um estudo ergonômico das atividades de

confecção de fôrmas para a indústria da construção civil, que corresponde à

investigação de uma característica específica do trabalho realizado, onde é avaliada

e observada apenas uma situação predeterminada, enfocando alguns aspectos do

trabalho abordado para uma posterior interpretação dos dados, limitando o campo

de estudo somente aos problemas posturais. O estudo ergonômico da confecção de

fôrmas em questão será direcionado para identificar a presença de posturas

inadequadas.

1.3 JUSTIFICATIVA

A indústria da construção civil desempenha importante papel indutor na

economia de países em desenvolvimento como o Brasil, devido seu grande

potencial para gerar empregos e articular diferentes setores industriais. E tem uma

participação significativa na economia, que pode ser expressa com índices bastante

expressivos, tais como: o PIB do setor, em 2004, foi de R$ 115,1 bilhões e, para

2005, a projeção é de R$ 120,909 bilhões; em 2004, o setor cresceu 5,7% e

participou com 7,28% do PIB nacional; no ano de 2004, a produtividade do setor foi

de R$ 28.266, contra R$ 22.418 da economia brasileira; atualmente, existem

118.993 empresas de construção civil, responsáveis pela ocupação formal de

1.462.589 trabalhadores, sendo que aproximadamente 73% dessas empresas estão

nos segmentos de edificações (CBC,2006).

O seu potencial para gerar empregos pode ser avaliado pelos seguintes

valores: em 2003, o setor empregou diretamente 3.771.400 trabalhadores em todo o

País (5,6% da População Ocupada Total); no ano de 2004, a estimativa é de que o

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setor tenha empregado 4.072.009 trabalhadores, com projeção para 2005 de

geração de 4.221.815 empregos diretos na economia nacional 8,85% da População

Ocupada Total (IBGE, 2003).

Esses números tendem a crescer uma vez que as empresas

especializadas em tecnologia e serviços para a construção civil estão ganhando

cada vez mais espaço no mercado nacional e já são muito utilizadas no âmbito

internacional há pelo menos três décadas. As empresas responsáveis pela

execução de serviços fora dos canteiros, são cada vez mais comuns e estão sendo

muito utilizadas principalmente nos grandes centros. O fato é que o mercado atual

conta com ofertas de serviços especializados e diferenciados, que envolvem não só

o fornecimento de uma mão-de-obra especializada, mas também a preparação e o

fornecimento dos insumos utilizados na produção. Essa prática é muito adotada para

os serviços de concreto, fôrmas, argamassas e instalações (elétrica; hidráulica). A

externalização reflete uma mudança conjuntural no setor da construção, que visa

adequar o processo produtivo aos novos desafios e exigências do mercado atual.

Segundo Matteo e Bessa (2005), o número de empresas que atuam no

universo de prestação de serviços, nos diversos setores econômicos, totaliza

741.268 , cuja receita operacional líquida movimenta um total de R$ 194,2 bilhões,

ocupando 5,6 milhões de pessoas, com uma massa salarial de R$ 39,6 bilhões em

1999. A externalização foi conseqüência da intensa concorrência global, e várias das

atividades econômicas (integração entre os mercados) e o próprio avanço

tecnológico contribuíram significativamente para a transição da “produção em

massa” (integração vertical) para a “produção flexível”, caracterizada pela grande

desintegração vertical (redução de atividades de uma empresa, tanto na parte

administrativa quanto na produção). Isso consolida a importância do relacionamento

com outras empresas (PEREIRA; 2003 apud AMATO NETO, 1995). Em

conseqüência da referida transferência de atividades, atualmente são raras as

empresas na construção civil brasileira que executam todos os serviços envolvidos

dispensando a contribuição de prestadores de serviço.

Percebe-se que é um setor que absorve numeroso contingente de

trabalhadores e técnicos, e caracteriza-se de maneira mais exposta do que qualquer

outro setor aos riscos de acidentes do trabalho, liderando as estatísticas de

acidentes. O mal é reconhecido pela maioria dos envolvidos que desempenham

atividades nesse sistema organizacional – empregadores e empregados.

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Segundo Sousa (1997), na indústria da construção o processo mais

utilizado ainda é o tradicional, em que os elementos principais da construção são

confeccionados empregando a força do homem, independentemente de os serviços

serem executados dentro ou fora dos canteiros. A força de trabalho desempenha,

portanto, um papel fundamental, contudo os processos tradicionais atualmente

coexistem com técnicas mais modernas. Vale referir que é registrada ainda uma

tímida presença das gruas, guinchos e betoneiras nos canteiros, bem como de

tecnologias construtivas mais modernas, tais como os pré-moldados. De acordo com

a Organização Internacional do Trabalho (OIT) (1998), muitas vezes as ferramentas,

máquinas e equipamentos utilizados ainda são antiquados, mal projetados e não

têm a manutenção adequada, fatos agravados pela falta de qualificação dos

operários.

Atribui-se ao trabalhador, assim, um papel fundamental no processo

produtivo, já que grande parte das tarefas ainda são realizadas manualmente, o que

torna imprescindível promover a segurança e a saúde do trabalhador. Na maioria

das vezes, contudo, isso tem sido relegado a segundo plano e, de acordo com Melo

(2001), seria uma ação predatória, já que pessoas saudáveis seriam retiradas do

ambiente e, posteriormente, devolvidas como doentes mentais, deficientes físicos,

seres infelizes e incapacitados, em conseqüência das condições de trabalho

oferecidas pela indústria da construção civil.

A confecção de fôrmas, mesmo experimentando alguns avanços ao longo

dos anos, tanto no que se refere às alterações relativas aos materiais utilizados

quanto na sua fabricação ainda requer uma forte participação do homem em

trabalhos manuais. Apesar de já existirem materiais alternativos à madeira para

confeccionar as fôrmas, tais como pvc, aço e a fibra de vidro, a madeira ainda

apresenta-se como um material de destaque, que certamente será utilizado por

longos anos, principalmente no Brasil.

A madeira sobressai em relação aos demais materiais devido às seguintes

vantagens: baixo custo, porém garantindo a qualidade das peças concretadas; é

dotada de boa resistência; permite diversos reaproveitamentos em edifícios de

múltiplos andares; e ainda é perfeita para edificações de geometria irregular, onde

alguns materiais não podem ser utilizados.

A confecção de fôrmas é um trabalho pesado, que exige grande esforço

físico e quase sempre as condições do posto de trabalho são inadequadas,

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tornando a atividade ainda mais difícil. De acordo com a OIT (1998), o trabalho

manual pesado e constante aumenta o ritmo respiratório e cardíaco, que favorece a

fadiga física, além dos prejuízos para a saúde do trabalhador, exigindo o máximo de

sua capacidade física. Além disso, o trabalho na carpintaria requer posturas

forçadas; praticamente toda a jornada é realizada de pé; além de movimentações de

origens constantes, que podem chegar até a 35 kg, Fatores esses responsáveis pelo

surgimento de transtornos músculo-esqueléticos .

Muitas vezes, tem-se a idéia de que determinado trabalho não está sendo

realizado dentro dos limites de conforto e segurança, sem dispor, no entanto, de

dados que a comprovem. A falta de dados pode, inclusive, comprometer a

realização de uma intervenção ergonômica, que teria potencial para adequar o

trabalho às necessidades dos trabalhadores. De acordo com a Revista Proteção

( julho; 2006, p.33),entre os anos de 2002 e 2004, o número de doenças do trabalho

registrado pela previdência social cresceu 15,6%, passando de 22.311 para 27.587

casos, e no mesmo período a proporção de alta de alguns tipos de LER (lesões por

esforços repetitivos)/DORT (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) foi

muito superior a essa média geral. A incidência de dorsalgias (lesão de músculos e

tendões da parte inferior das costas), por exemplo, aumentou 75% no mesmo

período, ou seja, passou de 1.214 para 2.126 ocorrências, o que representa apenas

um exemplo de um conjunto de males que vêm acometendo um número cada vez

maior de trabalhadores em diversas categorias profissionais. O que dificulta uma

análise mais profunda, é que no Brasil não existe um registro confiável destes

números, e muitas vezes não se tem um quantitativo específico por categorias de

profissionais, por setor de ocupação, além de que estes índices são divulgados e

atualizados a cada dois anos.

A demanda do presente trabalho originou-se, por um lado, na curiosidade

científica, de se saber se a realidade das condições de trabalho de uma central de

confecção de fôrmas e por outro lado, da necessidade de validação dos protocolos

de Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e de avaliação biomecânica de posturas.

O presente trabalho mostra um estudo ergonômico da confecção de

fôrmas, visando uma análise que possibilite a descrição e a interpretação do que

acontece na realidade da atividade enfocada. Uma análise postural está associada

aos postos de trabalho e buscou avaliar, além das posturas, os movimentos

repetitivos e as cargas transportadas. De acordo com Portich (2001 apud

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BATISTA; VIANA, 1989), os esforços físicos excessivos são a quinta principal causa

de acidentes na construção civil no Estado de Pernambuco, o que corresponde a

8,7% do quantitativo total de acidentes. Ainda que não exista um cálculo do custo

que isso representa, o fato torna-se mais grave quando se toma conhecimento que

no ano de 1995 a previdência social registrou 67.092 casos de doenças

osteomusculares em todos os setores, o que correspondeu a 10,3% dos benefícios

concedidos e tornou os distúrbios osteomusculares a terceira maior causa de

aposentadoria por invalidez.

Os resultados deste estudo poderão contribuir para o desenvolvimento de

projetos de postos de trabalho mais ergonômicos e para a melhoria da organização

do seu ambiente, o que conseqüentemente resultará na melhoria das condições do

trabalho de carpintaria.

1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo geral

Realizar estudo ergonômico da atividade de confecção de fôrmas para

construção civil.

1.4.2 Objetivos específicos

• Realizar a análise ergonômica do trabalho no processo de confecção de

fôrmas para a construção civil utilizando o método e-lest.

• Levantar e avaliar métodos de análise postural.

• Verificar as implicações posturais da atividade de confecção de fôrmas para a

construção civil.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este estudo foi distribuído em 05 (cinco) capítulos, a saber:

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O Capítulo I (Introdução) – Por constituir a parte introdutória, se propõe a

definir e apresentar o tema do estudo. Partindo de questionamentos pertinentes e

comentários gerais, passa-se a estabelecer a justificativa do trabalho e os objetivos

a serem alcançados (geral e específicos).

O Capítulo II (Fundamentação Teórica) - Ocupa-se da fundamentação

teórica da pesquisa, sendo enfocados os seguintes assuntos: indústria da

construção civil, montagem de fôrmas e ergonomia, componentes do eixo temático

dessa dissertação.

O Capítulo III (Metodologia da Pesquisa) - Aborda os procedimentos

metodológicos utilizados para obtenção dos objetivos propostos. São apresentadas

a natureza e a classificação da pesquisa, identificação da população, as técnicas e

os métodos aplicados para realização do estudo ergonômico.

O Capítulo IV (Resultados e Discussão) - Apresenta as respostas obtidas

na pesquisa em uma empresa de confecção de fôrmas, bem como as discussões

suscitadas pelos resultados alcançados.

O Capítulo V (Considerações Finais) – Finalmente são expostas as

conclusões e recomendações resultantes do trabalho, além das sugestões para

outros estudos afins.

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CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

__________________________________________________

2.1 INTRODUÇÃO

De acordo com Severiano Filho (2004, p.19), a fundamentação teórica

refere-se a análise dos marcos teóricos que contornam a idéia da pesquisa feita.

Serão apresentadas as principais referências dos autores, abordadas em relação ao

tema de estudo. O referencial teórico ou estado da arte deverá servir de base para a

análise e discussão dos resultados apresentados, bem como para as conclusões

gerais, servindo de base para nortear o desenvolvimento da pesquisa como um

todo. Para o embasamento teórico do presente trabalho foram abordados os

seguintes temas: a indústria da construção civil; e a terceirização; as fôrmas;

construção civil; e a ergonomia e por último os métodos de análise ergonômica do

trabalho; e de análise postural.

2.2 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil é uma atividade milenar, logo é um dos mais antigos

setores de atividades do mundo, ocupando lugar de destaque no panorama

econômico da atualidade por ser responsável pela produção de bens duráveis e pela

geração de empregos. O setor ainda contribui para o desenvolvimento da economia

dos países, principalmente na geração de empregos e mobilização dos setores

responsáveis pela produção dos insumos, equipamentos e serviços utilizados em

seu processo produtivo. De acordo com Silva (2004, p.40), é o maior empregador do

setor industrial, com 4.064 milhões de empregos diretos (IBGE, 2003).

A construção civil, além desempenhar um importante papel para a

economia em virtude da magnitude da movimentação financeira por meio dos seus

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produtos, também é importante como atividade econômica, fato comprovado por

uma expressiva participação no PIB (FARAH, 2000). De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC),

em 2004 essa atividade participou diretamente com 10,65% do PIB nacional e com

18,4% do PIB no conjunto dos efeitos diretos, indiretos e induzidos.Esses

percentuais representam a geração de riqueza no valor de R$ 168,445 bilhões e de

R$287,152 bilhões, respectivamente. A sua contribuição na geração de empregos

também é bastante expressiva, especialmente de profissionais menos qualificados e

de condições sociais menos favorecidas. De acordo com informações da CBIC, para

2004 a estimativa é de que o setor tenha empregado 4.072.009 trabalhadores, com

projeção para 2005 de geração de 4.221.815 empregos diretos na economia

nacional (8,85% da População Ocupada Total). Ainda de acordo com informações

do mesmo órgão, estima-se que existam 118.993 construtoras no país, das quais

94% são micro e pequenas empresas, e que essas empresas absorvem um total de

1.462.589 trabalhadores.

Segundo Melo (2001), a principal característica dessa indústria é ser

nômade, ou seja, a cada novo “produto” ela se desloca e monta suas instalações

(canteiro) em um novo local. Logo os seus postos de trabalho têm uma mobilidade

constante. Outra forte característica dessa indústria é o fato de ser uma produção

onde a mão do trabalhador e o uso de ferramentas rudimentares tem uma forte

presença em quase todas as etapas. A indústria da construção possui ainda outras

características únicas que a diferencia das demais indústrias, tais como:

heterogeneidade do seu produto, uma vez que um produto nunca é igual ao outro;

uso de uma grande variedade de materiais e produtos no seu processo produtivo;

uso intensivo da mão-de-obra em todo o processo produtivo e alta rotatividade da

mão- de- obra (CRUZ, 1998).

Com relação à mão- de- obra, seu perfil é tradicionalmente marcado pela

origem, sexo, faixa etária, escolaridade, nível de formação e salários. A grande

maioria dos trabalhadores do setor vem do meio rural e é, quase que

exclusivamente, do sexo masculino. A faixa etária varia de 30 a 35 anos, com baixo

nível de instrução e qualificação profissional e com renda de aproximadamente 2

(dois) salários mínimos (SENAI, 1995).

Segundo Mesquita (1999), o ramo da indústria comumente denominado

“construção civil” agrega um conjunto de atividades complexas, ligadas entre si por

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uma gama diversificada de produtos e seus processos produtivos e de trabalho

mantêm elevado grau de originalidade, o que proporciona ao setor características

particulares. Logo, devido à diversidade e complexidade dos seus serviços a

construção civil pode ser dividida em três ramos de atuação: construção pesada,

montagem industrial e edificações.

Maia (2001) classifica os subsetores da seguinte maneira:

Construção Pesada

• Obras viárias (rodovias, ferrovias, hidrovias e serviços portuários);

• Obras hidráulicas (barragens, sistema de saneamento, irrigação e

drenagem);

• Obras de urbanização (logradouros públicos e paisagismo);

• Obras diversas (terraplenagem, minas, poços e galerias).

Montagem Industrial

• Implantação de indústrias de transformação (montagem de estruturas

mecânicas, elétricas, eletrônicas);

• Sistema de exploração e transporte de recursos minerais;

• Sistema de geração e transmissão de energia;

• Sistema de comunicação.

Edificação

• Construção de edifícios residenciais;

• Construção de edifícios comerciais;

• Construção de edificações modulares verticais e horizontais (conjuntos

habitacionais);

• Edificações industriais.

O subsetor de edificações é composto de muitas etapas, e segundo Melo

(2001), cada uma dessas etapas se desenvolve mediante a realização de variados

serviços e elevada intensidade do uso da força de trabalho. As etapas para a

produção de uma edificação são: locação da obra, fundações, estruturas, alvenaria

de vedações, instalações hidráulicas, instalações elétricas, impermeabilização,

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esquadrias, revestimentos internos, revestimentos externos, pintura, forros,

coberturas e limpeza. A confecção de fôrmas está presente nas etapas de fundação

e durante toda a etapa de estrutura.

2.2.1 Terceirização na construção civil

Segundo Pereira (2003), os vários setores industriais passaram por

mudanças profundas, principalmente na sua estrutura produtiva.

O referido autor (apud SILVA NETO; FARIAS FILHO, 1999, p. 1), diz que:

os conceitos de Taylor e Ford, que prevaleceram em toda indústria por mais de cinqüenta anos, tornaram-se pouco eficazes no atendimento às necessidades e exigências do mercado a partir da década de 70. O tipo ideal de organização deixou de ser a grande empresa, rígida e hierarquizada....com isso as empresas partiram em busca de maior capacidade de adaptação à diferenciação e à fragmentação requeridas pelos clientes. Para tanto, vêm buscando melhor organização técnica e capacitação gerencial mais eficiente. Frente a tal realidade a terceirização despontou como uma das alternativas amplamente empregadas pelas empresas na sua busca por flexibilidade.

Filippi (2003) afirma que, quando uma empresa concentra a sua atenção

em um número cada vez menor de atividades, ela reduz o número de processos

racionalizando a sua estrutura administrativa, o que possibilita a realização das suas

atividades com maior eficiência. Esse processo, também chamado de

desverticalização, é cada vez mais comum, principalmente nos grandes centros e no

setor da construção civil, em virtude dos altos encargos sociais incidentes sobre o

empregador, que variam entre 75% e 127% do salário nominal do trabalhador.

Segundo Matteo e Bessa (2005), a atividade de prestação de serviços tem como

principal característica apresentar uma grande heterogeneidade, seja na demanda,

na produção, na tecnologia ou no grau de especialização da sua mão-de-obra.

Vale ressaltar que esse movimento de “desverticalização” se levanta como

um fenômeno de dimensões internacionais, incluindo os de notável desenvolvimento

industrial como o Japão e EUA. Na Inglaterra, essa prática foi uma das mais

importantes mudanças ocorridas no setor da construção, aonde as empresas

chegam a subempreitar até 90% das suas atividades.

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Pereira (2003 apud MONTAÑO, 1999) diz que o mercado atual tende a

reduzir o seu quadro próprio de funcionários para “empregar” cada vez mais uma

força de trabalho que pode ser facilmente dispensada quando a empresa necessitar.

Se, no modelo taylorista/fordista, tudo era produzido dentro da empresa, no atual

padrão flexível de produção, é cada vez maior o número de “componentes”

produzidos fora. Fabrício et al (2006) afirmam que na indústria contemporânea a

aproximação/parcerias entre empresas é uma tendência inquestionável e que se

configura também como uma estratégia para lidar com sua rede de fornecimentos.

Essa é uma estratégia que está crescendo por proporcionar à contratante uma

grande flexibilidade, na medida em que os custos e as responsabilidades pela

produção são divididos entre várias empresas.

Embora no setor da construção as subcontratações dos serviços possam

ser consideradas um processo histórico, a preocupação com a qualidade dos

serviços prestados é nova. Logo, o surgimento de novos serviços mais

especializados e qualificados também é muito recente e envolve não apenas uma

mão-de-obra mais especializada, como também materiais e projetos mais

elaborados. Isso gerou uma nova tendência que é a oferta de novos materiais e

componentes confeccionados fora do canteiro que englobam ou eliminam etapas do

processo produtivo. Essa tendência, atualmente, está cada vez mais forte,

principalmente devido a algumas particularidades em seu processo construtivo, tais

como : enorme variabilidade de serviços; inúmeros materiais e fornecedores durante

todo o processo; mão-de-obra rotativa e com baixa qualificação.

Logo, seguindo essa tendência as primeiras atividades transferidas foram

as ligadas as áreas de apoio, por não pertencerem à competência principal das

empresas. Em seguida, quando delimitaram o seu foco de atuação, as empresas

começaram a se concentrar nas atividades que agregam valor diretamente ao

produto ou serviço, mas com o decorrer do tempo a terceirização também foi sendo

utilizada para as demais atividades (PEREIRA, 2003).

Os agentes envolvidos nesta cadeia apresentam portes empresariais

distintos e, consequentemente, diferentes níveis de tecnologia agregada em seus

processos (FABRICIO et al. 2006). Logo, como se vê, o processo de transferência

de atividades para outras empresas de menor porte, mais especializadas é uma

realidade. O presente trabalho estudou uma empresa especializada na confecção de

fôrmas para construção civil, sendo ela responsável pelo projeto e confecção das

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fôrmas, prestando suporte ao cliente durante a montagem, além de fornecer um

projeto com todas as instruções de montagem.

2.3 AS FÔRMAS

Para executar estruturas de concreto armado, são necessárias fôrmas e

elas são utilizadas desde o início do emprego do concreto armado.

A fôrma pode ser considerada como o conjunto de componentes, cujas

funções principais são: moldar, conter o concreto fresco e sustentá-lo, até que este

tenha resistência suficiente para se sustentar por si só e proporcionar à superfície do

concreto a textura requerida. Ela é, portanto, uma estrutura provisória e deve

atender a alguns requisitos para que sua montagem e desforma proporcionem uma

melhor racionalização na obra de uma maneira geral. Por ser umas das atividades

iniciais a ser executada na obra, ela é responsável pela qualidade das fases

posteriores de uma construção em concreto armado. Revestimentos de gesso,

argamassa e contra-piso, entre outros, são itens que só podem ser reduzidos com a

adoção de cuidados na fôrma (CLELIO JÚNIOR, 2006).

As medidas internas das fôrmas devem ter a mesma dimensão e

geometria das peças da estrutura projetada. Geralmente as fôrmas não exigem

projetos nem cálculos especiais. No caso de edifícios comuns, geralmente são

executadas a partir da experiência dos profissionais envolvidos (mestre-de-obras,

carpinteiros, engenheiros). Contudo, caso sejam fôrmas para enormes vãos e

grandes alturas as fôrmas necessitam de cálculos e projetos especiais (AZEREDO,

2004)

Utilizam-se fôrmas para os seguintes elementos estruturais de uma

edificação: lajes, vigas, pilares, paredes, fundações e escadas. As fôrmas devem ser

projetadas de maneira que suportem as cargas máximas de serviço, ou seja, o peso

da estrutura revestida por ela (YAZIGI, 1997).

As fôrmas devem ser muito bem feitas, travadas e escoradas, para que a

estrutura de concreto tenha boa qualidade e não ocorram deformações (o peso do

concreto é duas vezes e meia (2 ½) maior que o da água). As fôrmas também

devem ser estanques (sem fendas ou buracos) para evitar o vazamento do concreto.

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Podem ser confeccionadas de diversos materiais: madeira, alumínio, fibra de vidro,

aço, plástico, e compõem-se de dois elementos:

o caixão, que contém o concreto e, portanto, fica em contato com ele;

a estruturação, que evita a deformação e resiste ao peso do concreto.

O caixão é feito com chapas de madeira compensada. Na estruturação,

podem ser usadas peças de madeira serrada bruta. Detalhando-se as

denominações dos componentes das fôrmas, temos:

• Painéis: São as superfícies planas ligadas por sarrafos. Os painéis formam os

pisos das lajes e as faces das vigas, pilares, paredes e fundações;

• Travessas : Peças que servem para unir as tábuas dos painéis;

• Travessões: São peças de suporte utilizadas somente em escoramentos dos

painéis das lajes;

• Talas: Servem para ligar as emendas às peças de escoramento; são

utilizadas nas emendas dos pés-direitos e pontaletes e na união dessas

peças com as guias e travessas;

• Guias: Servem de suporte para os travessões e funcionam como uma viga

contínua, apoiando-se no pé-direito;

• Faces (painéis) das vigas: Constituem a face lateral das fôrmas das vigas;

• Fundos das vigas: Formam a parte inferior da fôrma;

• Gravatas: São as peças que ligam os painéis das fôrmas dos pilares, vigas e

colunas; servem para aumentar a resistência da fôrma;

• Montantes: Servem para aumentar a resistência dos pilares; são colocados

em faces opostas dos pilares, paredes e fundações;

• Pés-direitos: São os suportes das fôrmas das lajes e recebem as cargas por

meio das guias;

• Pontaletes: São os suportes das fôrmas das vigas, que se apóiam neles por

meio dos caibros;

• Escoras: Servem para impedir o deslocamento dos painéis laterais das

fôrmas de vigas, escadas, blocos de fundações etc;

• Calços: Peças de madeira que apóiam os pontaletes e pés-direitos;

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• Cunhas: São peças prismáticas utilizadas em pares, cuja finalidade é reforçar

o contato do escoramento com as fôrmas, evitando que haja qualquer

deslocamento durante a concretagem;

• Espaçadores: São pequenas peças confeccionadas com sarrafos utilizadas

nas fôrmas de paredes, fundações e vigas para assegurar a distância interna

entre os painéis;

• Janelas: São aberturas na base da fôrma para permitir a limpeza antes do

início da concretagem;

• Contraventamento: É uma ligação de maneira a impedir qualquer

deslocamento ou deformação do conjunto. É a ligação das fôrmas, por meio

de caibros e sarrafos.

2.3.1 Material para a confecção de fôrmas

Segundo Ruschel (1998), as fôrmas devem ser construídas de maneira

que se adaptem perfeitamente ao molde e dimensões das peças da estrutura

projetada e devem também ter uma resistência de modo que não se deformem sob

a ação dos fatores ambientais, tais como: a carga, especialmente a do concreto

fresco, seja pela ação do seu peso próprio ou também pela ação de cargas

acidentais que possam atuar durante a execução da obra. E o material escolhido

para a confecção das fôrmas tem uma grande influência nessa resistência.

As fôrmas deverão ser projetadas e construídas, de modo que, quando

desformada, a peça de concreto deverá ter as formas e dimensões especificadas no

projeto, respeitando-se as cotas e alinhamentos, além de uma superfície bem

acabada e uniforme (CEHOP, 2006).

Para a confecção de pontalete, sarrafos e tábuas, que são os elementos

de sustentação (escoramento) e amarração das fôrmas, são utilizadas peças de

madeira serrada de coníferas, as quais não podem apresentar defeitos como:

desvios dimensionais (desbitolamento), arqueamento, encurvamento, encanoamento

(diferença de deformação entre a face e a contraface), nós (aderidos ou soltos),

rachaduras, fendas, perfuração por insetos ou podridão além dos limites tolerados

pela classe. Os tipos de madeira utilizados nas fôrmas podem ser classificados a

partir de sua qualidade, conforme especificação do Quadro 1 a seguir.

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CLASSES DA QUALIDADE

DEFEITOS PRIMEIRA

INDUSTRIAL SEGUNDA

INDUSTRIAL TERCEIRA

INDUSTRIAL Presença de nós

firmes Até 01 nó por peça Até 06 nós por peça Até 09 nós por peça

Presença de nós soltos

Não são permitidos Até 01 nó por peça Até 02 nós por peça

Encanoamento No máximo 0,5 cm para qualquer classe Arqueamento ≤ 2 cm ≤ 4cm ≤ 6cm Encurvamento ≤ 1cm ≤ 2cm ≤ 3cm

Rachaduras na soma dos comprimentos

Não são permitidas ≤ 30cm ≤ 60cm

Rachaduras no comprimento

individual

Não são permitidas ≤ 15cm ≤ 20cm

Presença de furos de insetos e podridão

Não são permitidas em qualquer classe

Desbitolamento na espessura (de 12 a

25mm)

Tolerância de ± 3mm para qualquer classe

Desbitolamento na espessura (de 26 a

50mm)

Tolerância de ± 4mm para qualquer classe

Desbitolamento na espessura (de 51 a

100mm)

Tolerância de ± 6mm para qualquer classe

Desbitolamento na largura (25 a 50mm)

Tolerância de ± 6mm para qualquer classe

Desbitolamento na largura (de 51 a

100mm)

Tolerância de ± 8mm para qualquer classe

Desbitolamento na largura (de 101 a

200mm)

Tolerância de ± 10mm para qualquer classe

Desbitolamento na largura (201 a

300mm)

Tolerância de ± 13mm para qualquer classe

Quadro 1 – Classes das madeiras utilizadas para a confecção das fôrmas Fonte: Yazigi (2004, p. 234).

De acordo com Yazigi (2004), as chapas de madeira compensada

utilizadas para a confecção das fôrmas devem ser de ótima qualidade, onde as

peças que apresentem os seguintes defeitos devem ser rejeitadas: como os desvios

dimensionais (desbitolamento); número de lâminas inadequado à sua espessura;

desvios no esquadro; ou defeitos na superfície. Além de que precisam também ser

resistentes à água.

Azeredo (2004) afirma que também são utilizadas fôrmas, pontaletes e

pés-direitos metálicos, porém seu uso é bem menos freqüente.

A madeira escolhida para a confecção das fôrmas precisa ter outras

características, tais como: elevado módulo de elasticidade e resistência razoável;

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não ser excessivamente dura, de modo a favorecer a secagem, bem como a

penetração e posterior extração dos pregos (desforma); baixo custo; baixo peso

próprio. Dentre as madeiras brasileiras, a que mais satisfaz essas características é o

pinho- do- paraná, que tem utilização quase exclusiva, seguida da peroba, cuja

utilização geralmente fica mais restrita às peças de escoramento (AZEREDO, 2004).

As peças de pinho são agrupadas de acordo com os defeitos que

possuem e são divididas nas seguintes classes abaixo:

• Primeira classe: madeira seca limpa, desempenada em ambas as faces; de

cor natural; corretamente serrada e com a bitola exata, com arestas ou quinas

com a esquadria rigorosa; com ausência de nós e de larvas (cupins); isenta

de manchas provocadas não só por bolores ou outros fungos, como também

por agente de qualquer outra natureza; sem defeitos de tipo algum, como

rachaduras, apodrecimento, abaulamento, arqueadura e fibras reversa;

• Segunda Classe: para que uma madeira seja considerada de segunda classe,

uma de suas faces deverá satisfazer às condições de uma madeira de

primeira classe. Serão aceitos: fendas retas em um ou em ambos os topos

(não excedendo 15cm em cada topo); manchas azuladas e superficiais

provenientes de secagem em tempo úmido; abaulamento, desde que sua

flecha não seja superior a 1cm; arqueadura, desde que sua flecha não seja

superior a 4m; pequenos nós firmes em uma das faces;

• Terceira Classe: madeira seca, com nós ou furos de larva, com manchas de

bolores ou de outra natureza, com esmoado e fendilhamento em maior

proporção que na classe anterior; falhas em ambas as faces, contudo a sua

coloração deverá ser natural, a madeira deverá estar serrada corretamente e

com a bitola exata; suas quinas e arestas deverão estar com a esquadria

correta. As madeiras que não se enquadrarem nessa classificação serão

denominadas refugo.

Somente em casos excepcionais, a madeira de terceira classe é utilizada

para fôrmas, enquanto as de segunda são comumente empregadas em locais onde

o concreto ficará exposto. Seja qual for a classe da madeira empregada, elas

deverão ficar estocadas e separadas por bitola e classe; em local fechado e coberto,

de maneira que não fiquem expostas à água; as chapas deverão ficar empilhadas

na posição horizontal sobre 3 (três) pontaletes situados no centro da chapa e com

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distância de 10 cm de cada uma das bordas menores, a fim de evitar o contato com

o piso (RIPPER, 2001).

Quanto ao acabamento da superfície, existem dois tipos de chapas no

mercado: plastificadas e resinadas. O aproveitamento médio das plastificadas é de

15 vezes, enquanto o das resinadas é de 4 a 5 vezes.

Fora madeira, atualmente existem outros materiais alternativos que podem

ser utilizados para confeccionar as fôrmas, tais como : plásticos e metal. Os

sistemas que usam o plástico como componente podem constituir soluções

interessantes para o sistema de confecção de fôrmas. As substituições que podem

viabilizar o uso desses sistemas, tais como chapas de PVC no lugar das de

compensado, plástico reforçado com fibra de vidro para moldes com formato

complexo, fôrmas de pilares e capitéis em plástico reforçado com fibra de vidro,

moldes plásticos tronco-piramidais para lajes nervuradas, rib loc para molde de

pilares, lajes com vazios internos e acabamento superficial (MORIKAWA, 2003).

Figura 1 – Moldes plásticos (cumbucas) para lajes nervuradas em formato quadrado ou retangular Fonte: Fotos (2006).

Os moldes demonstrados na Figura 1 são de polipropileno e de

poliuretano que são moldes de grande rigidez. O polipropileno tem gerado peças de

resistência mecânica elevada, eliminando com isso a deformabilidade. Encontram-se

no mercado nacional dois modelos: retangular e quadrado (Figura 2), disponíveis em

várias alturas. As suas propriedades são idênticas às de fibra de vidro. Geralmente

são utilizados em conjunto com painéis estruturados de madeira.

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Figura 2 – Detalhe de laje nervurada finalizada, utilizando cumbucas de plásticos

Os sistemas industrializados para as fôrmas e cimbramento, são os que

utilizam em sua maioria o aço e o alumínio como arcabouço estrutural e as chapas

compensadas da Finlândia, mais espessas e com revestimento de gramaturas ainda

não disponível no Brasil. O item que favorece esse sistema é a promessa de

multiplicar por dez ou 20 vezes o reaproveitamento de fôrmas tido como usual nas

obras brasileiras. O incremento de reutilizações caminha em paralelo ao crescimento

de produtividade, mas os técnicos advertem: se não houver um consistente

planejamento da obra, o equilíbrio financeiro da obra pode ser prejudicado

(REVISTA TÉCNHE, 1997).

A aplicação das fôrmas vem ganhando uma dimensão econômica que

merece ser considerada. Logo, esse aspecto tem de ser cuidado não apenas como

um detalhe, mas como uma etapa da obra que deve estudar e otimizar

criteriosamente o seu emprego (MORIKAWA, 2003). As fôrmas respondem por

cerca de 45% dos custos da estrutura em obras prediais. Movimentam, portanto,

grandes somas e esse é, certamente, o maior argumento para essa preocupação

com as fôrmas e a metodologia empregada na sua confecção.

Conforme afirma Morikawa (2003), de maneira geral a madeira ainda

continua sendo a matéria-prima principal na confecção dos moldes para a

concretagem, embora, conforme especificado acima , já existam no mercado outros

materiais disponíveis. Contudo, na construção civil a utilização da madeira ainda é

muito forte.

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2.3.1.1 A confecção de fôrmas Para confecção das fôrmas, são necessários os projetos de arquitetura e

estrutura. Caso haja um projeto de fôrmas, este deverá ser cuidadosamente

examinado de maneira que elas tenham a mesma geometria da edificação. No caso

da confecção das fôrmas de madeira, elas podem ser fabricadas dentro do próprio

canteiro, ou fora do canteiro e transportadas apenas para a montagem.

Além dos projetos, é necessário que outros materiais e equipamentos

estejam disponíveis para o processo de confecção, tais como: lápis de carpinteiro;

trenas de aço (30m e de 5 m); martelo; serrote; guincho; sarrafos de madeira (1” x

2”, 1”x 4” e 1x 6”); tábuas de madeira ( 1” x 9” e 1” x 12”); pontaletes de madeira de

3”x3”, chapas de madeira compensada (resinadas e plastificadas), esquadro

metálico de carpinteiro; pregos; tinta óleo; pincelote; bancada de carpinteiro e serra

circular de bancada com coifa de proteção para o disco (YÁZIGI, 2004).

Inicialmente o carpinteiro escolhe o painel de madeira adequado para a

confecção daquele painel e, partindo das informações obtidas no projeto de fôrma,

ou caso não haja o projeto, a confecção parte de informações repassadas pelo

engenheiro, sendo iniciada a operação de corte das chapas de madeirite.

Dependendo do tipo de escoramento e fôrmas, paralelamente a essa atividade

também serão confeccionados os sarrafos e caibros destinados a compor os garfos.

Geralmente, a confecção das fôrmas inicia-se pela confecção dos painéis

que compõem as fôrmas dos pilares, posteriormente das vigas e, por fim, as fôrmas

do assoalho da laje. Os garfos e os painéis são confeccionados com o auxílio da

serra circular. Quando os painéis dos pilares estiverem prontos, são montados e

posteriormente concretados. Finalizada essa etapa, será iniciada a montagem das

fôrmas das vigas para posterior concretagem e finalmente será feito o mesmo

procedimento para as fôrmas das lajes. De acordo com o Quadro 2 as ferramentas

e materiais com suas respectivas funções, que são geralmente utilizados na

confecção das fôrmas.

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FERRAMENTA FUNÇÃO 1- Serra elétrica Cortar as chapa de madeirite e cortar as

tabuas 2- Bancada de Madeira Montagem dos painéis, bater os garfos

3-Martelo Bater e arrancar pregos durante a montagem dos painéis

4- Serrote Faz pequenos cortes nos sarrafos e nas chapas de madeirite

5- Escala Faz as medições de maneira a determinar as medidas das peças

6-Esquadro Auxilia no traçado de linhas a 45° e 90° 7-Pregos Fixam as peça das chapas de madeirite,

fixam os sarrafos 8- Empurradores Dispositivo que serve para auxiliar a empurrar

a madeira para a serra Quadro 2 - Ferramentas/máquinas utilizadas para confeccionar fôrmas Fonte: Silva, (2004).

Os painéis têm que ser montados de maneira que a sua dimensão seja

considerada, bem como seu peso e geometria, de modo que a sua montagem e

desmontagem (desforma) não sejam prejudicadas. As superfícies de corte deverão

ser lisas, planas e sem a presença de serrilhas. Caso os painéis tenham que ser

perfurados, os orifícios deverão ser feitos sempre da face interna da fôrma para a

face externa, com uma broca de aço rápida para madeira (MOLITERNO, 1998).

As posições do cimbramento deverão ser previamente marcadas, para

que a montagem seja facilitada, além de evitar erros durante a mesma. Logo, as

fôrmas deverão trazer a indicação das posições onde serão alocados seus

elementos de sustentação, como garfos simples, garfos com mão-francesa,

escoramento. Essa marcação deverá ser feita com tinta.

As chapas de compensado utilizadas para a confecção das fôrmas

deverão ser armazenadas em local coberto e sempre ser empilhadas na posição

horizontal e em cima de 3 pontaletes situados no centro da chapa com distância de

10 cm das bordas menores. A serra circular, equipamento utilizado para a confecção

das fôrmas, também deverá estar em uma área coberta, plana, limpa e bem

iluminada. A serra circular não deverá ser utilizada para fabricar as cunhas, e a

madeira deverá estar sempre limpa, sem pregos e arames e sempre deslocar a

madeira utilizando os empurradores (OIT, 1998).

De acordo com Yázigi (1997), a central de carpintaria deverá ser mantida

sempre limpa, livre de restos de madeira e do pó resultante da serragem e deverá

ter um extintor de água pressurizada. A revisão na serra circular e demais

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ferramentas e equipamentos da central de carpintaria deverá ser constante, a fim de

verificar o seu funcionamento e o estado de conservação.

Rousselet (2000) afirma que o local escolhido para a instalação da serra

circular deve oferecer condições de fácil circulação para os trabalhadores e ser

suficientemente amplo de modo a facilitar a movimentação dos trabalhadores e das

peças de madeira, bem como sua estocagem .

Durante o processo de confecção, é importante que a equipe seja bem

dimensionada, a fim de destinar a quantidade suficiente de trabalhadores, de modo

a evitar as sobrecargas individuais, principalmente durante o transporte dos

compensados acabados.

2.3.2 Tipos de fôrmas

As fôrmas são classificadas de acordo com a maneira como são

produzidas. E, conforme anteriormente especificado, as fôrmas são utilizadas nas

seguintes estruturas de uma edificação: lajes, vigas, pilares, paredes, fundações e

escadas, logo a sua produção está associada ao material utilizado e ao local onde a

fôrma será aplicada.

As fôrmas, além de serem classificadas pela sua metodologia construtiva,

são também pelo material utilizado em sua confecção e, segundo esse critério,

podem ser: fabricadas com tábuas, chapas de compensados resinados ou

plastificados ou ainda com chapas de aço (CEHOP, 2006).

Segundo Gehbauer et al (2002), além do fator custo existem outros fatores

que influenciam na escolha do material mais adequado para a confecção das

fôrmas. No caso das edificações residenciais, além dos requisitos técnicos, existem

outros aspectos de igual relevância, tais como:

• Geometria: é a flexibilidade que o sistema deve ter, principalmente nas

áreas curvas, além de obedecer rigorosamente às medidas da peça

projetada;

• Segurança: o sistema deve oferecer resistência aos esforços; resistir ao

empuxo do concreto no momento do lançamento, resistência compatível

com as cargas solicitadas (peso dos operários, do concreto fresco e seu

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peso próprio), de modo a se manter rigidamente na posição correta, sem

deformações;

• Estabilidade: deve permitir os ajustes no prumo, no nível e no alinhamento;

bem como a estanqueidade de maneira a evitar a fuga da nata. Deve haver

também o nivelamento de lajes e vigas;

• Economia: utilizar apenas um jogo de fôrmas por pavimento, propiciando

ganhos de produtividade durante a obra. O reescoramento deve integrar o

sistema de fôrmas, de maneira que sejam retiradas mantendo as escoras no

local. Normalmente, pode-se admitir que as tábuas sejam utilizadas 3 (três)

vezes e os pés direitos, prumos ou escoras, de 3 (três) a 5 (cinco) vezes;

• Durabilidade: as fôrmas deverão ser montadas de maneira que permitam a

retirada dos seus diversos elementos com relativa facilidade e,

principalmente, sem choques.

2.3.2.1 Fôrmas de laje

Apesar de no Brasil já existirem outras alternativas, como os pré-

fabricados, ainda é muito utilizado o método de concretagem das lajes no próprio

canteiro. De acordo com Fajerstzatsn (1997), os principais componentes de uma

fôrma de laje são: painéis, travessões, guias, pé-direito, talas, cunhas e calços.

Azeredo (2004) diz que as fôrmas de lajes comuns são constituídas por tábuas

deitadas e justapostas, que ficam apoiadas nos escoramentos. E para esse tipo de

fôrma serão calculados : o vão das tábuas; o vão dos travessões; o vão das guias e

o comprimento admissível dos pés-direitos entre os nós do travamento.

As longarinas horizontais (podem ser de perfis metálicos ou madeira) têm

que ser suportadas por escoras metálicas (verticais), e suas extremidades, que

devem estar próximas às vigas, necessitam estar apoiadas em sarrafos pregados no

garfo das escoras. É necessário pregar o soalho nos sarrafos laterais dos painéis

laterais das vigas. Essa junção deverá ocorrer sem folgas. O esquadro da laje

deverá ser verificado mediante a tomada das medidas diagonais. A utilização do

desmoldante em toda a superfície do soalho é dispensável na primeira utilização da

fôrma (YAZIGI, 2004).

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Segundo Gehbauer et al (2002), as fôrmas convencionais são aquelas

onde são utilizados o vigamento e as chapas da laje em madeira. O escoramento

também é feito com madeira, e como a madeira oferece uma menor resistência é

necessário um número maior de escoras, o que no momento da desforma oferece

maior dificuldade. Nas mistas, o método é semelhante, porém o que muda é o

escoramento, que será feito com estrutura metálica.

O sistema de fôrmas utilizado é praticamente igual ao utilizado no de

paredes, contudo a diferença está na junção das chapas e dos seus apoios em

alumínio, onde o elemento torna-se um só, formando um painel estruturado.

Fajerstzatsn (1997) diz que caso haja uma padronização na estrutura, ou

seja, os pavimentos tipos sejam iguais, com exceção das fôrmas do subsolo e

térreo, é necessário também que as seções dos pilares sejam constantes e que a

geometria dos vãos da edificação seja regular. Pode-se adotar um projeto de

sistema de fôrmas.

A chegada de novas metodologias para as fôrmas é uma alternativa que

pode reduzir os prazos de execução e reduzir custos, visto que o sistema de fôrmas

permite a substituição da madeira, tanto para o escoramento, quanto para os painéis

que podem ser confeccionados de estrutura metálica. Porém, as fôrmas prontas de

madeira ainda têm seu espaço garantido, porque as metálicas ainda não

conseguem atender determinados andares, como os chamados atípicos, as

coberturas e os muito recortados ou de geometria bastante irregular (REVISTA

TÉCNHE, 1997, p.16-21). E, ainda, Gehbauer et al (2002) dizem que, durante a

escolha de um método para a execução das fôrmas de laje, devem ser observados

os seguintes fatores: as limitações de espaço físico devido à presença das paredes,

vigas e pilares; e que após a concretagem é impossível utilizar a grua para a

desmontagem; o projeto das fôrmas das lajes diferentemente de outros elementos

em relação à geometria da planta impõe maiores restrições para o ajuste.

2.3.2.2 Fôrmas de pilar

Segundo Azeredo (2004), os pilares são os elementos estruturais verticais

de faces planas, que suportam os pisos dos andares; caso a seção seja circular ou

limitada por curvas, denomina-se coluna. De acordo com Cardão (1988), suas

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fôrmas são compostas de painéis das tábuas, feitos segundo as dimensões das

suas seções, e têm a sua posição mantida por meio de gravatas compostas por

travessas. Ripper (2001) afirma que as dimensões das gravatas devem ser

proporcionais à altura dos pilares, de maneira que possam ser resistentes ao

empuxo lateral exercido pelo concreto fresco, e na parte inferior do pilar a distância

entre as gravatas deve ser de 30 a 40 cm.

Gehbauer et al (2002) dizem que a produção de fôrmas com tábuas de

madeira, pelo modo convencional, ainda é o método mais utilizado, cuja vantagem

está na sua maior flexibilidade, principalmente se o número de pilares for reduzido e

houver variedade nas medidas e formatos das seções.

Conforme Cardão (1988), as escoras metálicas para as fôrmas dos pilares

têm uma boa aceitação, apesar do custo, devido a oferecer grandes vantagens, tais

como: poderem ser reaproveitadas inúmeras vezes (aproximadamente 100); as

mesmas escoras servem para alturas diferentes, em face da regulagem, facilidade

de montagem e desmontagem; suportam altas cargas (até 4 toneladas).

Como os pilares podem ter dimensões e geometria variadas em uma

mesma edificação, e principalmente devido ao seu alto custo, já que as fôrmas para

os pilares são mais dispendiosas que as de paredes e lajes. É recomendável que a

escolha do método mais adequado para a fôrma seja feito por meio de uma

meticulosa análise.

2.3.2.3 Fôrmas para vigas

Segundo Cardão (1988), as fôrmas das vigas são constituídas por dois

painéis, que compõem as faces de um painel, que é o fundo da viga. A junção dos

painéis é feita por meio de gravatas, que têm apenas três travessas, sendo duas

verticais e uma horizontal. As fôrmas das lajes são ligadas diretamente às vigas.

Azeredo (2004) diz que o fundo das vigas é composto por muitas tábuas,

com larguras variadas, que durante o lançamento do concreto suportam a pressão

máxima. Nas laterais das vigas, principalmente das vigas altas, é necessário

também um bom escoramento lateral com mãos francesas entre a parte superior da

escora vertical e a travessa do pontalete ou do solo. Esse escoramento tem a

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finalidade de evitar um empenamento das fôrmas sob pressão do concreto fresco,

bem como garante um perfeito alinhamento da peça (RIPPER, 2001).

Fajerstzatsn (1997) afirma que é importante nas fôrmas de vigas

diferenciar as internas e as de perímetro, onde as primeiras recebem um piso

contínuo, e tanto faz se a viga é retangular ou em T. Devem ser montadas de

maneira que as faces possam ser removidas antes do fundo sem problemas. Nas

vigas de perímetro, é importante que as faces externas estejam bem escoradas, de

modo que não deformem durante a concretagem.

Segundo Azeredo (2004), atualmente está sendo muito utilizado o

escoramento metálico para as vigas. São utilizados os pontaletes metálicos

tubulares para tal fim.

2.4 MONTAGEM DAS FÔRMAS

Finalizada a fase de confecção, as fôrmas são montadas. Segundo Yázigi

(2004) é recomendável que exista um projeto de fôrmas que considere os efeitos do

lançamento e adensamento do concreto, além de estar compatível com os projetos

de arquitetura e estrutura. Todo material necessário deverá estar disponível para a

equipe de carpintaria, tais como: as chapas de compensado, pontaletes, tábuas,

sarrafos, etc.

Cardão (1988) afirma que as fôrmas deverão estar totalmente limpas de

serragens, pedaços e lascas de madeira. E também deverão ser montadas de

maneira que o concreto finalizado tenha as formas e dimensões especificadas no

projeto, respeitando os alinhamentos e as cotas. As dimensões, nivelamento e

verticalidade das fôrmas deverão ser cuidadosamente examinadas (CEHOP, 2006).

Fajerstzatsn (1997) recomenda os seguintes procedimentos: o local para

armazenar as chapas das fôrmas deverá ser previamente escolhido, o qual deverá

ser devidamente coberto. E, caso elas sejam armazenadas nas lajes, as pilhas não

devem ultrapassar 40 cm de altura para não sobrecarregar a laje; medir todas as

peças; inspecionar o corte das peças (se está alinhado, torto, ondulado); inspecionar

os pregos. A montagem deverá ser feita de maneira que facilite a sua desmontagem

e obrigatoriamente deve-se vedar todas as juntas das fôrmas de maneira a evitar

que o concreto ou a água escape pelas mesmas.

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Ripper (2001) diz que as juntas entre as tábuas ou chapas compensadas

devem estar bem fechadas, de modo a evitar que a nata do concreto escape, o que

pode posteriormente causar vazios na superfície do concreto, prejudicando a

estrutura futuramente. As uniões das tábuas, folhas de compensado ou chapas

metálicas, deverão ser de topo e repousarão sobre vigas suportadas pelas peças de

escoramento (CEHOP, 2006).

O fechamento dessas juntas comumente é feito com restos de sacos de

cimento, procedimento não muito recomendável. É mais apropriado que o

fechamento seja feito com massa plástica. De acordo com Azeredo (2004), é preciso

uma atenção especial para a ligação das tábuas que formam ângulos (arestas de

vigas e pilares, juntas de vigas com pilares).

Yázigi (1997) diz que é conveniente que os painéis das fôrmas já tenham

sido identificados com códigos ou números, de maneira a facilitar o processo de

montagem. As posições do cimbramento nas fôrmas deverão estar previamente

marcadas, a fim de facilitar a montagem. Logo, as fôrmas deverão trazer

assinaladas com tinta as posições dos garfos, das mãos francesas e escoramentos.

Segundo Rousselet (2000), os materiais escolhidos para o escoramento

devem ser de boa qualidade e mantidos em perfeitas condições de funcionamento e

segurança. Peças que não estejam em perfeitas condições não devem ser

utilizadas. Depois que o escoramento estiver colocado, deve-se conferir a sua

aprumação, além de que as suas bases de apoio devem suportar a carga máxima

prevista, de maneira a evitar os recalques ou deslocamentos da estrutura.

Terminada a montagem, a etapa seguinte será o lançamento do concreto,

geralmente após 14 dias do seu término serão retiradas as fôrmas. É a fase de

desforma. As fôrmas só poderão ser retiradas quando o concreto estiver

suficientemente endurecido, ou seja, resistente para as cargas que nele atuam.

Gehbauer et al (2002) dizem que é muito importante que a equipe

responsável pelas fôrmas (confecção, montagem e desforma) seja previamente

orientada e instruída a respeito do que tem de fazer. Rousselet (2000) afirma que é

um trabalho que apresenta uma diversidade de riscos e grande incidência de

acidentes. Logo, os trabalhadores deverão ser bem informados e treinados de

maneira a prevenir os acidentes do trabalho.

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2.5 Ergonomia na construção civil Como a ergonomia é um vasto campo de conhecimento, pode por

intermédio de seus profissionais, que são das mais diversas áreas (engenharia,

fisioterapia, medicina, psicologia, biomecânica, enfermagem, design, etc.), atuar em

ambientes de trabalho onde o homem é o personagem principal, com a finalidade de

tornar essa atuação a mais cômoda possível. Na indústria da construção, a

ergonomia vem aos poucos apresentando a sua contribuição (NASCIMENTO, 2005).

Na área acadêmica, existem diversos estudos indicando a importância da

ergonomia para o setor da construção civil, direcionado para a organização,

melhoria das condições de trabalho e treinamento da mão-de-obra. Muitas

pesquisas têm sido desenvolvidas com o intuito de mostrar a veracidade do

benefício obtido com a melhoria das condições de trabalho. Devido às dificuldades

encontradas pelos trabalhadores ao longo do processo construtivo, constata-se nos

últimos anos um considerável avanço nas pesquisas ergonômicas visando minimizar

ou resolver essas dificuldades. Esses estudos abordam os aspectos relacionados à

saúde do trabalhador (problemas posturais; esforço físico; doenças ocupacionais;

transtornos músculo-esquelético); problemas relacionados com a manipulação

manual de cargas pesadas; estudo dos dispositivos técnicos (máquinas, materiais,

produtividade, padronização de serviços); sociológico, o qual se traduz no conteúdo

e na organização geral das atividades do trabalho, enfocando os efeitos dos

dispositivos técnicos sobre o trabalhador.

De acordo com Finkea (apud NASCIMENTO, 2005, p.34):

a inserção da ergonomia na construção civil é um grande desafio, principalmente quando se trata de resolver as questões quanto ao aspecto físico do trabalho... mas, apesar das dificuldades, constata-se uma inserção progressiva da ergonomia no setor da construção em todo o mundo.

Franco (apud RAMOS, 2003) diz que os estudos desenvolvidos no Brasil

sobre o processo de trabalho na construção civil são classificados segundo os

seguintes temas: filosofias gerenciais aplicadas ao trabalho em obras; produtividade

e sua medição; ensino de gerenciamento da construção; treinamento da mão-de-

obra e manuais de procedimentos para a realização de serviços de construção;

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estudos dos fatores que afetam a produtividade (segurança do trabalho, rotatividade

e absenteísmo); sindicalismo; custos e leis sociais; histórico do emprego da mão-de-

obra ; características dos trabalhadores; evolução tecnológica e seus reflexos sobre

os trabalhadores .

Segundo Nascimento (2005 apud TEM, 2005), um dos agentes

causadores de acidentes de trabalho na construção civil são postos

ergonomicamente inadequados. São inadequações biomecâncas, ou seja,

relacionadas com o operador e seu posto de trabalho. Os postos, em geral, não são

reguláveis, logo não podem adaptar-se ao usuário, exigindo posturas estáticas,

angulações ou inclinações que desrespeitam a posição neutra. A autora diz ainda

que os outros fatores de desordem ergonômica sejam responsáveis por acidentes

do trabalho, visto que do ponto de vista biomecânico são trabalhos fisicamente

difíceis de serem realizados, ou exijam movimentos repetitivos e, ainda que elevado

esforço físico e, posturas inadequadas e contratura estática por tempo prolongado.

A análise dos postos de trabalho torna-se em geral uma grande

preocupação e exige um aprendizado constante, para surtir efeito e melhorias. A

grande busca para encontrar a melhor maneira de realizar atividades na construção

civil é muito antiga e Frank B. Gilbreth pesquisou sobre o assentamento de tijolos e

constatou que os 18 movimentos primitivos poderiam ser reduzidos a 5 através de

um redesenho operacional da tarefa.

O Quadro 3 apresenta as dissertações do PPGEP/UFPB que abordam

temas ligados à aplicação da ergonomia na construção civil.

AUTOR/ANO DE PUBLICAÇÃO

TÍTULO DO TRABALHO

Cartaxo-1997 Estudo ergonômico do posto de armador de laje, uma avaliação quantitativa dos esforços físicos na coluna vertebral decorrentes

das posturas de trabalho Ramos-2003 Análise ergonômica no posto de trabalho do carpinteiro de obras

de edificações verticais: estudo de caso Silva-2004 Análise ergonômica do trabalho de servente de pedreiro na

atividade de movimentação dos materiais de construção em canteiros de obra

Nascimento-2005

O sofrimento do corpo em detrimento da produção: sobrecargas posturais e capacidade para o trabalho em operários da

construção civil. Quadro 3 - Dissertações do PPGEP/UFPB em ergonomia na construção civil Fonte: Biblioteca /CT/UFPB (2005).

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A nível nacional, diversos estudos abordam o assunto, como Franco

(1995), Guimarães e Portich (2002); Guimarães et al (2001); Larroyd (1997); Franco

(2001). No âmbito internacional, existem publicações dedicadas ao assunto, como

nos EUA, Martin Helander, que em 1981 publicou o livro “Human Factors for Building

and construction”; no Canadá e Ontário, o Construction Safety Center (association)

publicou um injury atlas, no ano de 1995 . Ainda que a aplicação da ergonomia não

venha ocorrendo de maneira uniforme no Brasil e também em outros países, pode-

se afirmar que existe um objetivo comum, que consiste na tentativa de se encontrar

a melhor maneira de realizar as atividades.

Em face do exposto, é importante que a ergonomia seja incorporada ao

processo produtivo da construção civil, de maneira a proporcionar conforto e

segurança, mantendo a saúde e a integridade física dos operários e proporcionando

uma melhor produtividade para a empresa.

2.6 BIOMECÂNICA

Tanto quanto as posturas, os movimentos são bastante importantes para a

ergonomia, e ambos são determinados pelo trabalho executado e as diferentes

maneiras de executá-los e pelo posto de trabalho. De acordo com Dul (2004), para

que um movimento seja realizado, inúmeros músculos, ligamentos e articulações

são ativados. A força do movimento ou a manutenção de uma postura vem dos

músculos, os ligamentos auxiliam e as articulações permitem o deslocamento de

uma parte do corpo em relação às outras.

Iida (1998, p. 83) diz: A biomecânica ocupacional estuda as interações entre o trabalho e o homem sob o ponto de vista dos movimentos músculo-esqueletais envolvidos, e suas conseqüências. Analisa basicamente a questão das posturas corporais no trabalho e a aplicação de forças.

Ramos (2003) diz que tais afirmações demonstram a importância das

posturas na relação trabalho, indivíduo e conforto. A biomecânica contribui para a

classificação e sistematização dos grupos de movimento em função das estações de

trabalho; interface homem-máquina e meio ambiente; eficiência e segurança nas

atividades de vida diária e no trabalho (NASCIMENTO, 2005).

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Encontrar uma postura ideal é complexo, visto que muitas são aceitas

como boas, e a variedade ocorre em função dos trabalhos realizados. Contudo, um

dos princípios que classificam uma postura como ideal, em relação à coluna

vertebral, é quando a curvatura original da coluna é respeitada, além de que não

exige esforço, não produz cansaço nem dor, permitindo assim que o indivíduo a

mantenha por um grande espaço de tempo. Segundo Laville (1978), não existe um

critério único para designar uma má postura. Além de uma fadiga muscular imediata,

também podem ser observados efeitos a longo prazo dessas posturas incorretas,

são eles: sobrecarga do aparelho respiratório, surgimento de edemas e varizes;

afecções na circulação (tendinites, artroses, bursite, deformação da coluna vertebral,

hérnias de disco, dentre outros).

Trabalhos que durante a sua realização provoquem uma contração

prolongada de músculos, com esforço repetitivo, são prejudiciais ao metabolismo

dos tecidos, principalmente tendões, levando a quadros crônicos de dor e inaptidão.

Na coluna vertebral, há presença de curvas definidas, que se alteradas modificam

toda a harmonia do corpo, trazendo, portanto, conseqüências que chegam a

comprometer a qualidade de vida dos indivíduos. Nas Figuras 3 e 4,observa-se as

estruturas da coluna vertebral. A coluna vertebral é o segmento mais complexo e

significativo do corpo humano, já que exerce a ligação dos membros superiores e

inferiores. A coluna vertebral também é responsável pelo movimento tridimensional,

nos três planos, além de proteger a medula espinhal (NASCIMENTO, 2005).

A coluna vertebral é composta de 33 vértebras, das quais 7 (sete) se

localizam no pescoço e se chamam cervicais; 12 situam-se na região do tórax, são

as torácicas ou dorsais; 5 estão na região do abdômen e se chamam lombares; 5

estão fundidas e compõem o sacro ; e as 4 da extremidade inferior formam o cóccix.

Estas 9 últimas vértebras fixas são também denominadas sacrococcígeanas (SILVA,

2004).

Os trabalhos que têm como características o manuseio, levantamento e

carregamento de cargas pesadas, além de posturas inadequadas ao longo do

tempo, favorecem o comprometimento da coluna. Em particular, a dor nas costas

pode se estabelecer a sua ligação com movimentos do tronco, onde este esteja na

posição inclinada para frente (flexão anterior), que ocasiona um esforço na coluna,

e, a longo prazo, a degeneração progressiva dos discos intervertebrais. A Figura 3

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ilustra a estrutura da nossa coluna quando realizamos os movimentos com o

pescoço e o tronco.

Figura 3 – Ilustração da composição da coluna e os movimentos do

tronco e pescoço Fonte: Hérnia de disco (2006).

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Figura 4 – Ligamento da espinha Fonte: Hernia de Disco (2006).

Iida (1998) diz que, na prática, em uma jornada de trabalho um trabalhador

assume inúmeras posturas diferentes, onde em cada uma dessas posturas um

diferente grupo muscular é acionado. Logo, em diversas situações as condições

oferecidas no posto de trabalho ou as circunstâncias nas quais a tarefa é executada

impõem ao trabalhador posturas inadequadas. Caso estas posturas sejam mantidas

por um período prolongado, prejudicam a descontração da musculatura, ou seja, os

músculos permanecem contraídos, tencionados, o que futuramente pode evoluir

para estágios insuportáveis de dor.

Os músculos das costas, que sustentam e protegem a coluna vertebral, se

contraídos continuamente e por longos períodos de tensionamentos, tardam a obter

um relaxamento adequado. Deve-se considerar o curto período de descanso entre

uma jornada de trabalho e outra de menos de 16 horas, ainda preenchida com os

deslocamentos residência/empresa e vice-versa, e principalmente pela ocupação na

chamada “dupla” jornada de trabalho. As musculaturas passam a ser cada vez mais

exigidas e tencionadas e acabam, por fim, a pressionar a coluna vertebral para sair

da sua posição natural. Os danos à coluna são classificados basicamente como:

lesões cervicais, dorsais e lombares. Essas lesões, na maioria das vezes, provocam

a invalidez permanente de um trabalhador devido às suas conseqüências, tais como:

incapacidade de realizar movimentos naturais, perda de força e dor intensa com ou

sem a promoção de movimentos (RAMOS, 2002).

No caso da construção civil, em particular dos carpinteiros, que

freqüentemente assumem posturas inadequadas, exigindo deles solicitações

excessivas dos grupos musculares das costas, que a longo prazo podem levar ao

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comprometimento da saúde desses profissionais. A jornada diária de um carpinteiro

é em média de 8 horas diárias, executada toda na postura em pé e com

carregamento de peso constante, além de uma também constante flexão anterior do

tronco.

Uma das maiores dificuldades para analisar e corrigir más posturas no

trabalho está na sua identificação e registro. Por outro lado, técnicas fotográficas são

falhas, porque fazem apenas registros instantâneos, sem que haja o registro sobre a

duração e força empregadas. Esses fatos evidenciaram uma necessidade de adotar

um método que avalie e registre as posturas e suas variações assumidas durante a

jornada de trabalho (IIDA, 1998).

2.7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET)

Wisner (2003) afirma que a análise ergonômica do trabalho originou-se no

livro de A. Ombredane e J.M. Faverge, intitulado “A Análise do trabalho”, publicado

em 1955. Segundo o manual de aplicação da Norma Regulamentadora 17(NR-17)

(2001, p.16), a análise ergonômica do trabalho“ é um processo construtivo e

participativo para a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento

das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades

enfrentadas para se atingir o desempenho e a produtividade exigidos.”

Na opinião de Silva (2001, p. 18), a análise ergonômica do trabalho é um modelo metodológico de intervenção que possibilita a compreensão dos determinantes das situações de trabalho. Para tanto, tem como pressuposto básico, a distinção entre o trabalho prescrito, comumente denominado tarefa, e o trabalho real, que é aquele efetivamente realizado pelo trabalhador inserido em um contexto específico, para atingir os objetivos prescritos pela tarefa.

O objetivo da AET é melhorar as condições em um ambiente de trabalho,

proporcionando dentre outras coisas melhores condições ambientais. A AET fornece

subsídios para avaliar e identificar fatores tecnológicos, organizacionais, econômicos

e sociais que interferem na realização do trabalho. Por intermédio da AET, é

possível entender a atividade dos trabalhadores, as posturas assumidas durante a

jornada, os esforços realizados, a tomada de decisões, o processo de comunicação

e também pode servir de subsídios para adequar os treinamentos à realidade.

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Barcelos (1997) afirma que a análise ergonômica do trabalho busca

conhecer a atividade real do trabalho, revelando a diferença entre este e o trabalho

prescrito, ou seja, o trabalho formalizado por quem o projetou e as causas dessa

diferença. De acordo com Santos e Fialho (1995), uma análise ergonômica do

trabalho comporta três fases: a análise da demanda, a análise da tarefa e a análise

das atividades. E, para que ela mesma seja considerada uma AET, tem que ser

aplicada em uma situação real de trabalho.

2.7.1 Análise da demanda Essa fase compreende a busca pelo entendimento do problema existente,

o qual servirá de base para uma futura intervenção. De acordo com Santos e Fialho

(1995, p. 13): “É a definição do problema a ser analisado, a partir de uma

negociação com os diversos atores sociais envolvidos.”

Laville (1978, p. 98) afirma que a análise da demanda “consiste,

essencialmente, em situar o grupo que recorre à ergonomia (diretoria de uma

empresa, departamento do pessoal, departamento de métodos, departamento de

estudo de novos produtos, sindicato operário, grupo de consumidores, inspetor de

trabalho, etc.) e em conhecer seus objetivos, a fim de exprimir essa demanda em

termos ergonômicos.”

Silva (2001) afirma que na maioria das vezes a demanda envolve

problemas muito complexos que fogem da ergonomia. Logo, a análise da demanda

requer uma atenção especial e delimitação do estudo, com o intuito de evitar erros.

Quando os objetivos estiverem definidos, o estudo estará delimitado e com todos os

meios necessários para coleta de informações.

2.7.2 Análise da tarefa Santos e Fialho (1995, p.13) observam que a análise da tarefa : “ é o que

o trabalhador deve realizar e as condições ambientais, técnicas e organizacionais

dessa realização.”

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Tarefa indica o que é para fazer; atividade, o que se faz. A noção de tarefa

está vinculada à idéia de prescrição, senão de obrigação. A noção de atividade

representa o que é utilizado pelo sujeito para executar essas prescrições, para

cumprir estas obrigações. O objetivo da análise da tarefa é buscar informações

sobre o que fazer (trabalho prescrito) e o que é feito (trabalho real) e em que

condições o trabalhador realiza o seu trabalho (BARCELOS, 1997).

As tarefas são descritas a partir das ferramentas, equipamentos e

materiais utilizados durante o trabalho; são considerados também o lay-out do local

e as condições ambientais, bem como o clima organizacional no qual o trabalho é

realizado. No momento da descrição da tarefa, há sempre uma parte implícita, que

não é mencionada, mas que deve ser considerada. Em alguns momentos, a tarefa

não é descrita adequadamente ou é dada em nível muito geral, obrigando o próprio

operador a definir os procedimentos adequados.

Durante a análise da tarefa, define-se a situação de trabalho a ser

estudada, isto é, delimitado o sistema homem/tarefa a ser abordado. Da mesma

maneira, deve-se realizar uma descrição, a mais precisa possível, dos diversos

componentes desse sistema. Posteriormente, é feita uma avaliação ergonômica das

exigências do trabalho, permitindo a confirmação (ou recusa) das hipóteses a

respeito destes condicionantes de trabalho (SILVA, 2001).

2.7.3 Análise da atividade Segundo Araújo (2003), é nessa fase que o desempenho das pessoas

envolvidas durante o trabalho é avaliado. Durante a análise da atividade, será

estudada a maneira como o trabalhador se comporta durante a execução das suas

tarefas, onde são consideradas as posturas assumidas; suas ações e movimentos.

Para Santos e Fialho (1995, p.13), a análise da atividade “é o que o trabalhador,

efetivamente, realiza para executar a tarefa. É a análise do comportamento do

homem no trabalho”.

Rezende (2002) comenta que é uma valiosa ferramenta para a ergonomia,

de maneira que se possa registrar e observar o comportamento dos usuários, a

partir do registro da atividade. Essa é a fase onde o analista obtém as informações

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e, após um ordenamento posterior das mesmas, as decisões podem ser tomadas e

o projeto ergonômico ser elaborado.

Finalizadas as três fases: análise da demanda; tarefa e atividade, o

analista já está em condições de elaborar o diagnóstico da situação de trabalho

estudada e para uma posterior elaboração do projeto com as recomendações

ergonômicas.

Segundo Santos e Fialho (1995, p.14): as conclusões de uma análise ergonômica devem conduzir e orientar modificações para melhorar as condições de trabalho sobre os pontos críticos que foram evidenciados, assim como melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos ou serviços que serão produzidos ou realizados. Essa fase de elaboração de recomendações é a razão de ser da análise ergonômica do trabalho.

2.8 MÉTODO E-DPI

O método foi desenvolvido pelo Departamento de Engenharia da

Universidade Politécnica de Valência. É um programa para avaliação ergonômica

dos postos de trabalho. É composto de quatro módulos: LEST; NIOSH; RULA ...e

uma ferramenta de cálculo, o Job strain index. Cada um dos métodos, pode ser

utilizado separadamente de acordo com as necessidades do usuário. A aplicação do

método permite que sejam avaliados os fatores de riscos associados: à carga

postural; ao levantamento de cargas; à repetitividade das tarefas; aos aspectos

psicosociais do trabalho e ao ambiente físico. O método oferece ainda informações

sobre as tarefas avaliadas e também sobre os resultados obtidos. Ele possibilita que

sejam geradas informações e recomendações para o redesenho das tarefas,

permitindo assim priorizar as ações frente aos riscos.

Módulo e-LEST : É uma ferramenta adequada para avaliar um ambiente

de trabalho e suas condições. É um programa simples de usar e que permite uma

análise ergonômica completa do posto de trabalho. Avalia as condições de trabalho

de forma objetiva e global, estabelecendo um diagnóstico final, indicando se cada

uma das situações avaliadas é satisfatória, incômoda ou ruim. A avaliação é

baseada nas pontuações obtidas para cada uma das variáveis consideradas. O e-

LEST é ideal para avaliar posto de baixa qualificação e locais onde as condições de

trabalho e o ambiente sejam constantes. É uma versão do método LEST, muito

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simples de utilizar e que considera 14 das 16 variáveis, assim como elimina alguns

dos dados solicitados no guia de observação do método. As variáveis simplificadas

são: ambiente térmico; ambiente luminoso; ruído; vibrações; atenção e

complexidade. As variáveis simplificadas estão marcadas no programa com um S . No sistema de pontuação, os valores obtidos oscilam entre 0 e 10 para cada uma

das variáveis, de acordo com os seguintes valores:

• 0,1,2 : Situação satisfatória;

• 3,4,5 : Incômodos leves. Algumas melhoras poderiam proporcionar mais

comodidade ao trabalhador;

• 6,7 : Incômodos médios. Risco de fadiga;

• 8,9 : Incômodos forte. Fadiga;

• 10: Nocividade.

A valoração ocorre na forma de histograma. Esta representação permite

que se tenha uma visão geral das condições de trabalho. A partir dele, se conhece

quais são os elementos mais desfavoráveis das condições de trabalho de uma

maneira global, permitindo que as prioridades sejam eleitas em um momento de

intervenção. Além do histograma com os valores, o e-LEST oferece outro com os

valores das dimensões isoladamente. O método LEST estabelece uma pontuação

global para algumas dimensões. Esse gráfico foi considerado conveniente para que

o método faça uma avaliação global com os valores médios das variáveis que a

compõem. Na árvore de resultados do e-LEST podem aparecer resultados

superiores a 10, estes valores são classificados pelo método como 10+ (superiores a

10). Ainda que no histograma de resultados os valores estejam reduzidos a 10,

preferiu-se manter o valor original na árvore de resultados para que o avaliador

tenha uma magnitude da valoração conveniente. O método também faz uma análise

postural, de maneira que são avaliadas as posturas mais freqüentes, bem como sua

duração. As variações posturais considerados pelos métodos são: sentado; de pé;

ajoelhado; deitado e agachado. O e-LEST permite que o esforço realizado no posto

seja avaliado, assim como o ambiente físico; a carga mental do trabalho realizado; o

nível de atenção exigido e a complexidade envolvida. Os aspectos sociais também

são avaliados; os erros e o seu controle e o ritmo das operações, assim como

avaliada a comunicação com os demais trabalhadores e seu relacionamento com a

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chefia. Esse módulo foi o escolhido como ferramenta de análise, inicialmente por ser

adequado para trabalhos de baixa qualificação e ambientes constantes, além de que

ele permite que se faça uma análise ergonômica do trabalho, ao mesmo tempo em

que também faz uma análise/estudo postural, o que o torna bastante adequado para

esse trabalho. A aplicação do método requer o preenchimento de um questionário

conforme o ANEXO A.

O e-DPI é ainda composto de outros módulos, conforme já exposto, mas

que nesse trabalho não se fez necessário o seu uso, visto que o módulo do e-LEST

já fornece todas as informações necessárias ao mesmo, ou seja, a AET e a

avaliação postural. Os outros módulos do programa são os seguintes:

• e-NIOSH: O programa solicita ao usuário todas as informações necessárias, e

após o registro os resultados são expostos automaticamente. O e-NIOSH

calcula os índices de risco para levantamentos compostos de cargas em

diversos tipos de trabalho. O programa consiste na aplicação de um check-

list, de maneira a verificar condições não cumpridas, e obtém como resultado

recomendações para melhorar as condições de cada uma das tarefas

avaliadas. As informações geradas sobre o posto de trabalho podem ser

impressas para uma análise mais detalhada;

• e-RULA: Avalia os riscos de transtornos nos membros superiores. o usuário

introduz os dados solicitados pelo programa para aplicação do método; após

a entrada de todas as informações, o resultado é gerado automaticamente. O

método permite que durante as observações (estudo) haja o registro do nome

do posto, da data da observação e do nome do avaliador. O programa analisa

o lado esquerdo e direito do corpo separadamente;

• e-JSI: Deve ser empregado para avaliar os riscos de lesões nas extremidades

superiores (cotovelo, antebraço, e pulso). O programa emprega a mesma

equação utilizada pelo método de NIOSH. JSI = I E X DEX EM X HWP X SW

X DD. Essa equação é um produto de seis fatores: equação, onde:

IE - intensidade do esforço.

DE - a duração do esforço em percentagem (EM) os esforços

realizados por minuto.

HWP - a postura da mão/punho.

SW - o ritmo de trabalho.

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DD - e a duração diária da tarefa.

A utilização do programa requer uma operação simples, pois o usuário

precisa entrar com os dados necessários para aplicação da equação, e a execução

dos cálculos pelo sistema é imediata.

2.9 MÉTODOS DE ANÁLISE DE POSTURA

De acordo com Kandel et al (1991), a postura pode ser definida como a

posição e a orientação espacial global do corpo juntamente com seus membros,

relativamente uns aos outros. As posturas são essenciais para uma movimentação

bem sucedida, já que os movimentos começam a partir da desestabilização tanto da

posição dos segmentos corporais quanto do equilíbrio estático global do corpo.

Logo, a avaliação postural de um posto de trabalho servirá para indicar se as

exigências físicas impostas durante a realização da tarefa, indicando se esta se

desenvolve dentro dos limites aceitáveis fisiológicos e biomecânicos, ou, o contrário,

se impõe ao trabalhador sobrecargas físicas e posturais com prejuízos à saúde.

Basicamente, para uma avaliação de uma tarefa com movimentos repetitivos se

pode fazer uso de:

• Questionários ou check-lists: para um registro dos fatores de risco do

trabalho estudado, presentes no posto de trabalho. Alguns desses

questionários foram desenvolvidos a partir de estudos feitos em postos

de trabalho. Contudo, a maior parte desses questionários limita-se

apenas à identificação dos riscos, sem que haja nenhum valor

quantificado do mesmo;

• Métodos de avaliação com pontuação: Esses métodos,

contrariamente ao anterior, não só classificam os riscos, mas também

atribuem uma escala quantitativa, que permite estudar um valor

representativo da probabilidade de dano.

As posturas laborais provocam uma carga estática no sistema músculo-

esquelético do trabalhador, prejudicando a circulação do sangue e o metabolismo

muscular, comprometendo o desempenho da musculatura (SAGALA et al, 2002). A

referida carga estática pode gerar fadiga e, quando em longos períodos, pode

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provocar doenças. A carga depende fundamentalmente dos seguintes itens:

quantidade e dimensão dos grupos musculares envolvidos; freqüência e duração

das contrações musculares e da força aplicada. E quando essas posturas são

inadequadas provocam desconforto e uma sobrecarga músculo-esquelético. O risco

existe em trabalhos com posturas estáticas e principalmente inadequadas, tais

como: tronco inclinado e/ou torcido; joelhos flexionados; trabalhador de joelhos; um

ou dois braços acima dos ombros e força com os braços acima de 10kg (PICAZO,

MIGUEL, 2006).

A população trabalhadora está amplamente exposta à carga física, onde

as posturas inadequadas durante a jornada de trabalho é um fator de risco bastante

significativo, visto que uma grande quantidade de trabalhadores manifesta, de

maneira crescente nos últimos anos, alguma doença músculo-esquelético

(CUIXART; ORTEGA, 2006).

Atualmente existem inúmeras metodologias para analisar posturas. A

seguir serão relacionados alguns métodos e protocolos que tratam do assunto e são

amplamente utilizados:

• Método OWAS: Ovako Working Posture Analysing System foi

proposto por 3 (três) pesquisadores filandeses, Karku, Kansi e

Kourinka, no ano de 1977, os quais eram funcionários de uma indústria

siderúrgica. Pode ser utilizado para avaliar as posturas mantidas

durante a atividade laboral. O OWAS classifica as combinações

posturais adotadas durante a jornada de trabalho. O método dispõe de

um software denominado Win-OWAS (SILVA, 2004). O OWAS avalia o

risco associado a posturas forçadas durante o trabalho. É um método

adequado para qualquer situação onde seja necessário avaliar a carga

postural de uma tarefa. Baseia-se em uma amostra de trabalho variável

ou de intervalos constantes para fornecer a freqüência de cada postura

ou o tempo gasto em cada postura. O método permite uma

classificação gerada pelo desconforto postural de maneira que sejam

construídas ações corretivas. A coleta de dados inicia a partir de uma

prévia observação das posturas de maneira a escolher as posturas de

cada fase de trabalho, com as respectivas cronometragens de tempo;

os resultados obtidos indicam 4 níveis de gravidade. Esse é um método

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bastante utilizado em diversos países, tais como: Finlândia, Alemanha,

Índia, Espanha, Austrália e o Brasil. Além de ser eficiente para a

identificação de posturas inadequadas, não deve ser utilizado quando

se deseja obter o grau de gravidade da variação de uma mesma

postura (MENDES, 2006);

• Método RULA: O Rapid Upper Limb Assessment foi desenvolvido por

Mc Atamney e Corlett, na Universidade de Nottinghan. Esse método

avalia os riscos de transtornos nos membros superiores. O método

identifica os esforços musculares associados a posturas em

movimentos repetitivos, que podem ocasionar a fadiga muscular. O

método é composto de três fases: registro das posturas, classificação

das posturas e estabelecimento de escalas de intervenção. Além de

avaliar os fatores de risco das mesmas, relaciona-as com o

aparecimento de lesões músculo-esqueléticas. Na aplicação do

método, são observados vários ciclos de trabalho, de maneira a

escolher as posturas mais representativas ou as mais extremas. A

aplicação do método permite: avaliar com eficiência os riscos nos

membros superiores de uma população; identificar o esforço muscular

associado à postura de trabalho nas tarefas repetitivas (>4 vezes por

minuto); utilizar seus resultados para uma avaliação ergonômica mais

profunda, relacionando-os com aspectos ambientais, físicos, mentais e

organizacionais (CUIXART, PONS, 2006);

• Método NIOSH: pelo National Institute for Ocupational Safety and

Health–USA foi desenvolvido em 1981 e posteriormente revisado no

ano de 1991. Utiliza uma equação que avalia a manipulação de cargas

no trabalho. Inicialmente, avaliava apenas os riscos de lombalgia

associados à carga física a que estava submetido o trabalhador e

recomendava um limite de peso adequado. Em 1991, com a

reformulação, novos conceitos foram introduzidos, tais como: a

manipulação assimétrica das cargas, a duração da tarefa e a

freqüência dos levantamentos e a qualidade da pega. Tanto a equação

de 1981 e a versão modificada em 1991 foram elaboradas

considerando três critérios: o biomecânico, que limita o estresse na

região lombo-sacra, importante em levantamentos pouco freqüentes,

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mas que exigem um sobre esforço; o critério fisiológico, que limita o

estresse metabólico e a fadiga associada a tarefas de caráter repetitivo;

e o critério psicofísico, que limita a carga baseando-se na percepção

que o trabalhador possui da sua própria capacidade (MTE, 2002);

• Método ERGO-IBV: Método de Avaliação Ergonômica de Valência -

Espanha. Foi desenvolvido no Instituto de biomecânica de Valência, na

Espanha, entre os profissionais de saúde e segurança do trabalho.

Utilizado para os riscos laborais associados à carga física, permite

calcular os riscos presentes em três tipos de tarefas: manipulação de

cargas; tarefas repetitivas de membros superiores, com ciclos de

trabalhos definidos; tarefas com posturas forçadas de tronco e pernas,

sem ciclos de trabalho claramente definidos. Está dividido em 5

módulos, que permitem uma análise da manipulação manual de cargas,

movimentos repetitivos e posturas inadequadas. Permite também a

avaliação de escritórios e a avaliação de postos ocupados por mulheres

grávidas. Na última atualização do ERGO/IBV (versão 4.0) foi

adicionado o método ERGOMATER, que é um questionário para

identificar fatores de risco ergonômico para as mulheres grávidas

(VERA, 2006);

• Método da Espanha Cargaplus: O Instituto Nacional de Seguridad e

Higiene del Trabajo desenvolveu esse método para avaliar o risco em

trabalhos com manipulação manual de cargas. A avaliação é feita por

meio de uma equação, para estimar o peso máximo permitido, e por

meio de questionários, para avaliação de fatores ergonômicos e

pessoais (CATÁLOGO DE HERRAMIENTAS, 2006);

• Posture Targetting: Observa o trabalhador; escolhe as posturas mais

representativas ou extremas; marca as posições de cada zona do corpo

num gráfico; permite graduar cada região em três ou quatro graus,

porém não se avalia a postura global. É preciso para registrar as

posturas de distintas zonas de todo o corpo, sobretudo quando se

mantém em períodos longos e repetitivos. O que diferencia esse

método dos demais é a representação gráfica das posturas, que é feita

por meio de um diagrama em que cada segmento corporal é

representado em um gráfico com linhas e círculos (MENDES, 2006). A

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utilização do método consiste em uma observação prévia, de maneira a

selecionar as posturas mais freqüentes e/ou extremas. Escolhidas as

posturas a serem avaliadas, estas são colocadas em seqüência para

um estudo de tempo cronometrado. Caso o período de tempo seja

muito longo, pode-se trabalhar com a amostragem da atividade, de

maneira a determinar um tempo médio para cada atividade. Nesse

método, a cabeça e o tronco são considerados integrantes de um todo,

e suas análises são feitas em um momento exato, pontual, e será

analisada uma só postura predominante ou mais extrema. A

desvantagem desse método é que ele não analisa a postura global

(CUIXART, PONS 2006);

• Método OCRA (“Occupational Repetitive Action”): Foi elaborado e

desenvolvido por Occhipinti e Colombini, em 1998. É utilizado para

analisar os principais fatores de risco associado ao surgimento de

transtornos músculo-esqueléticos nos membros superiores. A aplicação

do método tem 3 fases: cálculo das ações observadas, cálculo de

ações recomendadas e cálculo do índice de exposição (IE). Esse

modelo baseia-se nos movimentos repetitivos e nos fatores de risco,

tais como: pausa ou interrupção com outros trabalhos que exijam

controle visual (A1;pausas); movimento dos braços e freqüência do

trabalho (A2;freqüência); trabalho repetitivo com uso da força das

mãos/braços (A3; força); posições incômodas dos braços, punhos e

cotovelos durante o movimento repetitivo (A4;postura); riscos

complementares (A5;complementos) (HUMANICS ERGONOMICS,

2006). É um método de fácil aplicação, que considera as pausas

durante o turno de trabalho. Além de considerar o movimento repetitivo

dos braços, com o uso das forças das mãos e braços em função do

tempo. Outra grande vantagem do OCRA é avaliar outros fatores de

risco, como luvas inadequadas para o trabalho realizado; o uso de

máquinas/equipamentos com vibração; a utilização de ferramenta

perfuro-cortante e trabalhos de precisão. Contudo, existem algumas

limitações, tais como: a de não avaliar movimentos repetitivos rápidos;

a avaliação postural feita apenas em função do tempo sem considerar a

gravidade. O método considera apenas o uso das ferramentas sem

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considerar o movimento realizado, que pode agravar o risco (PICAZO,

MIGUEL 2006);

• Método de Armstrong: A sua aplicação exige necessariamente a

filmagem das posturas no trabalho, a seleção posterior das imagens e o

registro dos ângulos das articulações. A principal desvantagem da sua

aplicação é de apenas permitir o registro detalhado do membro superior

e ser bastante moroso (CUIXART; PONS, 2006);

• INRCT (Institut National de Recherche sur dês Conditions de Travail): É uma metodologia que tem por objetivo identificar os fatores

de risco causadores da DORT, contudo ela não se restringe apenas à

quantificação dos fatores de risco biomecânico, mas também às

características individuais dos trabalhadores, tais como idade, peso e

dimensões; no estado geral de saúde, hábitos, práticas esportivas,

características psicossociais; na atitude dos trabalhadores com relação

ao seu trabalho, grau de satisfação, monotonia, relações pessoais. A

aplicação do método consiste em três etapas, obedecendo à seguinte

cronologia: identificação de um período representativo e

estabelecimento de um plano de medições; realização das medições de

acordo com o plano estabelecido; análise dos registros em laboratório;

interpretação dos resultados, quantificação da exposição aos fatores de

risco para punhos e mãos (BOLSA DE HERRAMIENTAS, 2006);

• Método OCRAunoplus: É um programa de informática desenvolvido

com base no chek-list do método OCRA, desenvolvido pela

Universidade Politécnica de Catalunya, e considerou as últimas

modificações que os autores do método validaram recentemente. Essa

aplicação estima o risco de um posto de trabalho ocupado apenas por

um único trabalhador durante todo o turno. Evidencia e quantifica a

presença dos riscos dos movimentos repetitivos das extremidades.

(CATÁLOGO DE HERRAMIENTAS, 2006);

• Método OCRAdosplus: É um programa de informática e foi

desenvolvido pela Universidade Politécnica de Catalunya, que utiliza o

método analítico OCRA, de maneira a apontar e quantificar a presença

de riscos por movimentos repetitivos nas extremidades superiores. O

procedimento indica os postos de trabalho problemáticos, por meio de

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suas características estruturais e organizacionais, e classifica os riscos

por meio de uma escala: ausente, leve, médio e elevado, relativo ao

risco de uma lesão músculo-esquelético. O modelo apresenta um

índice de confiabilidade de 95% (CATÁLOGO DE HERRAMIENTAS,

2006);

• ErgoEASER : É um software que analisa riscos ergonômicos. É de

propriedade do governo federal dos Estados Unidos, do Departamento

de Energia/Departamento de Defesa. Foi desenvolvido para identificar,

avaliar e prevenir as enfermidades dos músculos e tendões

relacionadas com o trabalho. Tem três módulos: o Getting started;

Awareness & Reporting e Analysis.

• Método ARBAN (Research Foundation For Occupational Safety and Health Sweden): É um método de análise ergonômica do trabalho

para situações com diferentes esforços posturais e pode ser utilizado

para várias situações, de acordo com a necessidade. O corpo pode ser

estudado por inteiro, analisando o “stress” corporal, ou por segmento

através de curvas de tempo, de maneira a identificar as cargas mais

significativas naquele período. O ciclo de trabalho é dividido em tarefas,

que podem ser comparadas entre si ou com outras tarefas executadas.

Para aplicação do método, são feitas filmagens, em que são

identificadas seis regiões do corpo para a quantificação, com a escala

de Borg, do nível de stress médio entre elas. Essa operação é realizada

mediante um número determinado de imagens feitas em intervalos

regulares, predeterminados. Normalmente, se divide o ciclo em 100 ou

200 intervalos de poucos segundos. A escala de Borg permite que

sejam avaliados o stress dinâmico, a vibração e o nível de choque. Os

resultados são facilmente interpretáveis, inclusive por não-

especialistas, e podem servir como ferramenta para identificar áreas

problemáticas. Contudo, essa característica existe em muitas outras

metodologias (CUIXART, PONS 2006). Esse método apresenta a

desvantagem de não analisar os esforços realizados com as mãos;

• PEO - Portable Ergonomic Observation (Swedish National Institute of Occupational Health Sweden): É um método para análise de carga

músculo-esquelética, baseado em observações feitas diretamente ou

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com filmagens. Suas categorias foram estabelecidas a partir dos

fatores de risco contidos na literatura. É um método que exige poucos

recursos para sua aplicação, e as informações geradas são acessíveis

e de entendimento rápido. Para a análise, são fornecidos dados como :

a seqüência, a duração e a freqüência das categorias de risco

previamente selecionadas (FRANSSONHALL et al., 1995). Precisa que

sejam realizadas entrevistas, de maneira que se tenha idéia das

posturas, e para programar a observação. Pode ser aplicado em

qualquer tipo de trabalho, sendo utilizado principalmente para trabalhos

estáticos, com posturas fixas. Contudo, a sua análise postural

apresenta algumas limitações em algumas regiões do corpo, tais como:

as pernas são analisadas apenas na postura de joelhos ou de cócoras;

as mãos são analisadas apenas se estão na posição acima ou abaixo

dos ombros. Sua aplicação requer os seguintes instrumentos: um

dinamômetro, software adequado, papel lápis e uma câmera de filmar;

• CEN 1005-2 PLUS: É um programa da informática baseado na Norma

CEN 1005-2, do Centro de Normalização Europeu. Serve para avaliar o

risco nas tarefas com manipulação de cargas. Essa norma é baseada

no método de NIOSH, que determina o peso máximo que deve ser

manipulado em função da quantidade de homens e mulheres no

ambiente de trabalho (CATÁLOGO DE HERRAMIENTAS, 2006);

• VIRA (National Board of Occupational safety na Health Sweden): O

objetivo do VIRA é fundamentalmente a avaliação dos problemas no

pescoço e na parte superior dos braços. Foi desenvolvido para analisar

trabalhos de pouca duração e com movimentos repetitivos, com baixo

controle visual e onde a utilização das mãos não é importante, nem

existe a manipulação de pesos. Para aplicar o método, são feitos

registros do posto de ângulos distintos, feitos pela projeção posterior

utilizada nos estudos de abdução do ombro, e através da projeção

lateral nos estudos de flexão e elevação do ombro, bem como nos

movimentos de flexão do pescoço, o que requer que seja realizado um

registro em vídeo, em dois planos diferentes. A desvantagem desse

método é que é muito demorado e, em alguns casos, a mesma

situação é analisada 4 vezes seguida, além de exigir que a análise da

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filmagem seja feita com as imagens em câmera lenta (CUIXART,

PONS, 2006);

• Método LUBA: Foi desenvolvido por D. Kee e W.Karwowski e está

baseado em novos dados experimentais para o índice composto de

desconforto para um conjunto de movimentos articulados. Inclui mão,

braço, pescoço e ombros, considerando os tempos de manutenção da

postura. A aplicação do método serve para avaliar e reprogramar

trabalhos com posturas estáticas (CUIXART; PONS, 2006). Não é

indicado para trabalhos repetitivos, atividades de longa duração ou com

manuseio de cargas, porque ele avalia o desconforto subjetivamente

sem considerar os demais fatores, tais como conseqüências. Outra

desvantagem é que o método não analisa as pernas (KEE D.,

KARWOWSKI, 2001);

• Método da Universidade de Lovaina: Esse método foi desenvolvido

pela Universidade Católica de Lovaina na Bélgica, e analisa as

seguintes regiões do corpo : nuca, ombro/pescoço e punho/mão. Para

a avaliação postural, são considerados os seguintes aspectos: postura,

o nível de força e a repetitividade. É um método com quatro etapas:

diagnóstico, observação, análise e experimento. Esta última etapa faz

uso de eletrocardiogramas. O método não considera as pernas e a

região do tronco na sua análise (CUIXART; ORTEGA, 2006);

• CUALALT3.3: É um programa de informática que realiza as avaliações

multidimensionais das alternativas ergonômicas para melhorias de um

posto de trabalho. Os dados e resultados são impressos e ficam

disponíveis na tela (BOLSA DE HERRAMIENTAS, 2006). • Nordic Musculoskeletal Questionnaire – NMQ-(Questionário

Nórdico de Sintomas Osteomusculares – QNSO): O Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) Foi desenvolvido com a proposta

de padronizar a mensuração de relato de sintomas osteomusculares e,

assim, facilitar a comparação dos resultados entre os estudos. Os

autores desse questionário não o indicam como base para diagnóstico

clínico, mas para a identificação de distúrbios osteomusculares e, como

tal, pode constituir importante instrumento de diagnóstico do ambiente

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ou do posto de trabalho. Há três formas do NMQ: uma forma geral,

compreendendo todas as áreas anatômicas, e outras duas específicas

para a região lombar, pescoço e ombros. O questionário foi traduzido

para diversos idiomas na última década, dando origem a muitos

estudos empíricos. O instrumento consiste em escolhas múltiplas ou

binárias quanto à ocorrência de sintomas nas diversas regiões

anatômicas nas quais são mais comuns. O respondente deve relatar a

ocorrência dos sintomas considerando os 12 meses e os sete dias

precedentes à entrevista, bem como relatar a ocorrência de

afastamento das atividades rotineiras no último ano (PINHEIRO et al;

2002);

• Método LEST : Em 1978, foi criada uma ferramenta de análise das

condições de trabalho das mais utilizadas até o início da década 80.

Originou-se de uma pesquisa do Laboratório de Economia e Sociologia

do Trabalho (LEST), do CNRS Aix-em-provence (França), do Instituto

de Medicina Legal da Universidade de Marselha, e pela equipe de

Serviços de condições de trabalho da direção nacional de Renault, na

França. Muitos métodos posteriores basearam-se quase que

totalmente, ou parcialmente em alguns dos seus princípios. É um

método que pode ser utilizado em postos de trabalho industriais com

pouco conteúdo de trabalho. A sistemática de trabalho consiste em

seguir o roteiro das observações sistemáticas das condições de

trabalho; e por meio de inúmeras matrizes que permitem qualificar os

diferentes fatores considerados mediante indicadores e índices Os

fatores considerados são: ambiente físico; carga física; carga mental;

aspectos sociológicos; e tempo de trabalho. A avaliação é feita em

forma de histograma, de maneira que se tenha uma representação

gráfica com todas as condições de trabalho, facilitando assim um

diagnóstico inicial. Essa análise inicial permite que os pontos mais

críticos sejam facilmente identificados, favorecendo a escolha das

intervenções mais urgentes. Os fatores considerados pelo método são

os seguintes, ambiente físico: ambiente térmico; ruído, iluminação e

vibração; carga física: trabalho estático e trabalho dinâmico; carga mental: exigência de tempo; complexidade/rapidez, atenção e

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detalhes; aspectos sociológicos: iniciativa, status social,

comunicações, cooperação, identificação com o produto e tempo de trabalho (BOLSA DE HERRAMIENTAS, 2006);

• SAPO ( Software para avaliação postural): O desenvolvimento do

SAPO iniciou em 2003 com um projeto de pesquisa financiado pelo

CNPQ e pela FAPESP com uma equipe de pesquisadores sob a

coordenação geral de Marcos Duarte (USP). O projeto SAPO ainda

está em desenvolvimento e compreende os seguintes objetivos:

desenvolvimento de software livre para avaliação postural;

desenvolvimento de estudos metro lógicos sobre avaliação postural

computadorizada; criação de tutoriais científicos sobre avaliação

postural; e o software e a criação de um banco de dados com resultado

de avaliações feitas pelos centros colaboradores. O SAPO é de livre

distribuição.

Além das ferramentas acima apresentadas, existem outras metodologias

utilizadas para auxiliar na coleta de informações, sobre os sintomas de distúrbios

osteomusculares, como por exemplo, investigar sobre dores corporais. Neste

trabalho foi utilizado o diagrama de Corllet, contido no ANEXO E, cujo objetivo da

aplicação é investigar sobre a presença de dor, durante a jornada de trabalho.

Guimarães e Naveiro (2004) classificaram as metodologias de análise

postural em um quadro, de acordo com os dados de entrada e os resultados obtidos

com a aplicação da metodologia, conforme está exposto no Quadro 4.

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MÉTODOS DESCRIÇÕES INFORMAÇÃO DE

ENTRADA RESULTADOS

OWAS (KARHU ET AL,1977)

Esquema de observação da atividade de todo o corpo

A postura do tronco, pernas e braços são definidas por códigos

numéricos

Descrição postural

RULA (MCATAMNEY e CORLETT, 1993)

Ferramenta classificatória de risco para membros

superiores

Diagramas de posturas com pesos aditivos

Classificação do posto de trabalho

quanto à prioridade de intervenção

PLIBEL (KEMMLERT,1995)

Lista de checagem através de perguntas enfocando a parte física, biomecânica e

organizacional

Questionários e diagrama de postura

Indicações descritivas do que e

faz necessário modificar

Draft OSHA Checklist

(SIVERSTEIN,1997)

Lista de checagem de fatores de riscos gerais

Diagramas com pesos aditivos

Classificação da atividade laboral

quanto aos fatores de risco analisados

STRAIN INDEX (GARG e

MOORE,1997)

Ferramenta classificatória de risco para o membro superior, principalmente

Interações entre seis variáveis da atividade

(intensidade do esforço, duração do esforço,

freqüência, postura da mão/punho, velocidade

do trabalho e duração por dia)

Classificação da atividade laboral

quanto aos fatores de risco analisados

através de índices multiplicadores

REBA (HIGNETT e MCATAMNEY,2000)

Ferramenta classificatória de risco para o corpo inteiro

Diagramas de posturas com pesos aditivos

Classificação do posto de trabalho

quanto à prioridade de intervenção

Hand-Wrist stressors (LIFSHITZ e

ARMSTRONG,1986)

Lista de checagem de alguns fatores de risco para

o membro superior

Questionários sobre os fatores de riscos

biomecânicos

Números de respostas negativas são indicativos de

risco Carpal tunnel

Syndrome Risk (WAIKAR et al,

1990)

Abordagem utilizando sistema especialista para

antecipar o risco de síndrome do túnel do carpo

Dados de campo sobre uma grande variedade de

atividades laborais

Índice estimativo de risco

Les Profils de Postes (REGEIÉ NATIONALE DE

USINES RENAULT,1976)

Lista de checagem para atividades repetitivas

Observação da maioria dos fatores de risco da

DORT

Arquivo com a análise do local de

trabalho

Observational analysis of the hand and wrist (STETSON

et al, 1991)

Técnica de observação que quantifica atividades manuais que podem

provocar a DORT

Registro e armazenamento de uma

série de parâmetros, como força de inserção

com ou sem ferramentas, força de pinçamento, posturas do punho

Uso do próprio sistema de

armazenamento e registro

Quadro 3 – Classificação das metodologias de análise postural Fonte: Guimarães e Naveiro (2004 p. 67).

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Devido às características do trabalho e da atividade escolhida (confecção

de fôrmas), que exige uma avaliação postural dos membros superiores e inferiores,

e a realização da AET. Os métodos empregados neste estudo foram: o e-DPI

módulo LEST já detalhado anteriormente, e o REBA a ser exposto em seguida.

2.9.1 Método REBA (Rapid Entire Body Assessment)

O método REBA é uma ferramenta que analisa as posturas de todo o

corpo. Foi desenvolvido no ano de 2000, ou seja, é uma ferramenta relativamente

nova. O REBA foi criado de maneira a estudar as posturas de trabalhadores que se

movimentam muito, rapidamente, e que assumem posturas imprevisíveis e variadas.

Os objetivos do método REBA são: obter um sistema de análise de

postura que avaliasse os riscos músculo-esqueléticos para atividades diversas;

estabelecer um escore para as mudanças posturais (estáticas ou dinâmicas); indicar

os níveis de ação com os respectivos níveis de intervenção graduados em uma

escala de urgência; ser uma metodologia simples de coleta de dados requerendo

apenas papel e caneta.

O corpo foi dividido em regiões cujos códigos representativos foram

indicados em quadros associados a tabelas e escores, todos divididos em grupos. O

diagrama do grupo A tem 60 combinações de posturas do tronco, pescoço e pernas,

resultando num total de 9 possíveis escores encontrados na tabela A (anexo B), que

serão adicionados ao escore de carga/força (anexo C). O diagrama do grupo B é

constituído por 36 combinações posturais dos braços, antebraços e punhos,

possibilitando 9 prováveis escores situados na tabela B (anexo C), os quais serão

adicionados ao escore de “pega” (anexo C). Os escores A e B surgem do

cruzamento das pontuações de determinadas posturas analisadas na tabela A e B.

Os resultados dos escores das tabelas A e B são cruzados na tabela C (que oferece

144 possíveis combinações) (anexo C). O escore C é somado a um escore

associado às atividades específicas do que foi analisado. O escore final do método

(REBA) é combinado às atividades específicas do analisado. O escore final do

REBA é associado à tabela de escores para os níveis de ações (anexo D), que

indicará o grau do risco de lesão músculo-esquelética e o nível de ação que deverá

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ser tomado para suprir essa demanda. Instruções sobre o cálculo dos escores finais

do REBA estão apresentadas no (anexo D) (NASCIMENTO, 2005).

Como foi uma ferramenta que surgiu no ano de 2000, ou seja, é uma

metodologia “nova”, ainda existem poucos trabalhos realizados com seu emprego.

Nascimento (2005), em sua dissertação de Mestrado, utilizou com sucesso a

metodologia para avaliar as sobrecargas posturais em operários da construção civil,

de maneira a determinar a capacidade para o trabalho desses operários,

encontrando escores altos entre 8 e 9, o que significa um risco elevado, e pede uma

intervenção urgente. Os índices de capacidade encontrados para o trabalho foram

bons, resultado que pode ser explicado pela constante atividade aeróbica inerente

às atividades desses profissionais. A metodologia foi escolhida para este trabalho

porque avalia a postura do corpo de maneira global, ou seja, considera tanto os

membros superiores como os inferiores, além de avaliar as mudanças/variações de

uma mesma postura juntamente com a aplicação da força e transporte de pesos.

Essas condições tornam a metodologia ideal para avaliar a atividade escolhida, visto

que ela exige esforço tanto dos membros superiores quanto dos inferiores, além de

impor variações posturais constantemente e exigir o emprego da força em conjunto

com o transporte de pesos.

Diniz (2003), em sua tese de Doutorado, também utiliza o método REBA

para estudar a carga física no trabalho dos cirurgiões gerais. Neste trabalho,

delimitaram-se e apresentaram-se os constrangimentos ergonômicos no trabalho do

cirurgião eletivo geral. Foram mapeados, delimitados e apresentados. O resultado

encontrado confirmou a predição de que a postura atual do trabalho do cirurgião

eletivo geral, assumida por um tempo prolongado, ocasiona

incômodos/desconforto/dores nas pernas, pescoço, ombros e costas

(NASCIMENTO, 2005).

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CAPÍTULO III – METODOLOGIA DA PESQUISA

__________________________________________________

A palavra “pesquisa”, em um sentido mais geral, significa: um conjunto de

atividades orientadas para a busca de um determinado conhecimento. Para que

“esse conhecimento” seja qualificado de científico é preciso que a pesquisa seja

executada de maneira sistematizada, ou seja, buscando utilizar metodologias

específicas, e sempre co-relacionando com um conhecimento que se refira à

realidade empírica. Por realidade empírica entende-se tudo aquilo que existe, e que

pode ser conhecido através de pesquisas.

Segundo Rudio (2004), convém lembrar que uma pesquisa científica não

deve apenas ser fruto da espontaneidade e intuição do indivíduo, mas sim uma

“submissão” dos recursos utilizados aos procedimentos metodológicos. Sabendo-se

que o objetivo da pesquisa é a resolução de um problema, a metodologia seria um

roteiro para a compreensão e busca de solução para o problema.

Nesta ótica, este capítulo se propõe a indicar o caminho utilizado para a

realização de toda a pesquisa, visando chegar aos objetivos especificados por este

trabalho de dissertação. Este capítulo é composto do embasamento metodológico

da pesquisa em questão e apresenta: a natureza e classificação da pesquisa,

população, definição das variáveis e indicadores, bem como das técnicas

metodológicas.

3.1 A NATUREZA DA PESQUISA

Uma vez que o objetivo deste trabalho é realizar um estudo ergonômico

da confecção de fôrmas para a indústria da construção civil, para identificar

problemas posturais esta pesquisa caracteriza-se como de natureza qualitativa,

devido aos métodos escolhidos (REBA, e-DPI), que classificam a gravidade das

posturas por meio de escores. Os escores são numéricos, porém os números são

apenas classificatórios, ou seja, eles servem para realizar a combinação postural, a

classificação e gravidade da postura estudada, conforme explicitado no capítulo

anterior.

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3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Esta pesquisa em relação ao objetivo proposto classifica-se em descritiva

e explicativa, e quanto a metodologia em bibliográfica, pesquisa de campo e estudo

de caso.

Caracteriza-se como descritiva uma vez que visa:

• Conhecer as características do processo de fabricação de fôrmas para a

construção civil;

• Realizar o estudo ergonômico da confecção de fôrmas para a construção

civil.

Como descrever é narrar o que acontece, esta pesquisa como descritiva

está interessada em descobrir e observar fenômenos, uma vez que foi observada a

confecção de fôrmas; procurando descrevê-la e interpretá-la de maneira a tornar

possível o estudo das posturas assumidas na atividade.

É também classificada como explicativa já que busca esclarecer que

fatores contribuem para ocorrência do fato estudado, explicando assim a sua

ocorrência.

Quanto à metodologia, esta pesquisa é classificada como:

• Bibliográfica: Uma vez que teve origem em um estudo e análise de

documentos de domínio científico tais como: livros, enciclopédias,

periódicos, artigos científicos, revistas, jornais e meios eletrônicos, sobre

os assuntos: indústria da construção civil, ergonomia, estudo ergonômico,

confecção de fôrmas.

• Pesquisa de Campo: visto que para chegar aos objetivos propostos neste

trabalho houve a necessidade de investigar e analisar as características

do processo de fabricação de fôrmas para a construção civil na empresa

pesquisada no Recife.

• Estudo de Caso do tipo intrínseco ou único uma vez que foi analisada uma

única empresa.

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73

3.3 POPULAÇÃO

A referência neste trabalho foi uma empresa especializada em confecção

de fôrmas a Tecnoformas, localizada na cidade do Recife, no estado de

Pernambuco. A população, estudada através de censo, é composta por 11

funcionários (05 carpinteiros e 06 ajudantes) do sexo masculino, correspondendo ao

total de funcionários na parte de carpintaria da empresa; com idades variando de 20

a 54 anos, com média de 36,82 anos, com experiência na função. Todos foram

entrevistados, a análise postural também foi feita com ambas as funções, ou seja,

carpinteiros e ajudantes. Todos foram informados sobre a pesquisa e esclarecidos a

respeito do seu objetivo, e aceitaram colaborar espontaneamente com a pesquisa.

Um termo de consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B) contendo tais

prerrogativas foi assinado pelos voluntários em atenção à resolução 196 do

Conselho Nacional de Saúde (CNS).

3.4 AMBIENTE DE COLETA

O ambiente para a coleta dos dados, a Tecnoformas, foi intencionalmente

escolhido através do critério que considerou a atividade objeto de estudo, ou seja,

por se tratar de uma empresa especializada em confecção de fôrmas.

Trata-se de uma empresa de pequeno porte, que já está a 07 (sete) anos

no mercado, atuando na confecção de fôrmas pré-fabricadas, e fabricando fôrmas

para diversos tipos de edificações. Tem um total de 16 funcionários. O quadro de

funcionários está dividido da seguinte maneira: administrativo: 01 secretária, 01

funcionário no departamento pessoal; técnico: 02 técnicos em edificações

(responsáveis pela elaboração dos projetos para a confecção das fôrmas); 01 vigia e

11 operários: 05 carpinteiros e 06 ajudantes de carpintaria.

3.5 IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS

• Variáveis independentes: posturas adotadas e freqüência, organização

do trabalho;

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• Variáveis dependentes: estado de saúde, problemas de coluna, dores no

corpo, faltas no trabalho.

3.6 INSTRUMENTOS E MATERIAIS

Para a coleta dos dados, inicialmente foram feitas observações

assistemáticas de maneira a observar e caracterizar o ambiente de trabalho; e a

movimentação dos funcionários a fim de ter uma visão geral do local de trabalho, e

visualizar as ações, o fluxo do material e a localização dos estoques. Essas

observações permitiram realizar o planejamento da coleta de dados para todas as

etapas do processo de trabalho.

O contato inicial com a empresa foi feito a partir de uma visita, de maneira

a solicitar a autorização para a pesquisa. Este contato possibilitou a coleta de

informações gerais sobre o ambiente e foi realizada uma entrevista com o

engenheiro da empresa (gerente), de maneira que fossem coletadas as primeiras

informações.

As observações sistemáticas transcorreram da seguinte maneira:

inicialmente foi feito um registro fotográfico e filmagem do ambiente, e da

movimentação dos trabalhadores durante uma jornada. A primeira observação,

assistemática, foi feita no turno da tarde. As demais sempre no turno da manhã, das

07:00 h às 12:00 h de maneira a acompanhar todo o processo desde o início. Foi

realizada uma entrevista tipo padronizada, com roteiro pré-estabelecido, com o

objetivo de obter informações a respeito da saúde e informações pessoais dos

trabalhadores. A entrevista continha perguntas objetivas e subjetivas. Também foi

utilizado o mapa de desconforto corporal de maneira que o trabalhador pudesse

identificar os pontos de dor, de maneira a facilitar a co-relação das dores com as

posturas impróprias estudadas neste trabalho. As entrevistas foram realizadas com

metade dos trabalhadores antes do início da jornada, e com os demais no momento

do intervalo da jornada para que eles pudessem responder às perguntas com

tranqüilidade, sem a necessidade de interromper suas atividades, mas todas as

entrevistas foram feitas em um único dia, e em um único turno (manhã), devido ao

número reduzido de pessoas a serem entrevistadas. As entrevistas foram realizadas

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quando as observações a respeito das posturas tinham sido concluídas, para que os

trabalhadores já estivessem acostumados com a presença da pesquisadora.

Os materiais utilizados foram os seguintes :

• Câmera Fotográfica Digital SONY DSCP5, 3.2 megapixels;

• Cronômetro

• Questionário de pesquisa (Apêndice A)

• Mapa de desconforto corporal (ANEXO E)

Figura 5 – Resumo esquemático dos instrumentos utilizados na pesquisa

CONDIÇÕES DE

TRABALHO

ANÁLISE

POSTURAL

ANÁLISE DA DEMANDA QUESTIONÁRIO

PERFIL DOS TRABALHADORES

ANÁLISE DA TAREFA FLUXOGRAMA

PROCESSO DE

TRABALHO ENTREVISTA GERENTES

e-LEST

ANÁLISE DA ATIVIDADE

REBA

ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

e-LEST

REGISTRO INFORMAÇÕES

REGISTRO DE TEMPOS

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3.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS

De posse das informações coletadas, foi possível analisar este trabalho de

campo, e realizar a correta interpretação dos referidos dados, buscando atingir os

objetivos.

O critério utilizado para a escolha das posturas, para serem analisadas, foi

considerando-se o sentido do processo, como a operação ocorre, a fim de escolher

as posturas mais freqüentes ou mais críticas. A análise postural respeitou a

seqüência do processo, ou seja, teve início na escolha da madeira para o corte,

seguida pelo transporte da madeira para o corte, corte da madeira, transporte da

peça de madeira, e posteriormente o processo de montagem.

Finalizada a seleção das posturas, e a coleta de informações sobre o

processo e o ambiente de trabalho, o tratamento dos dados foi realizado da seguinte

maneira: o e-DPI, módulo e-LEST foi utilizado para análise da organização do

trabalho e análise postural. As informações utilizadas para responder o questionário

sobre as questões ambientais e a organização do trabalho, contido no ANEXO A,

foram coletadas durante as observações e na entrevista com o gerente.

No caso do e-LEST as perguntas sobre a análise postural foram

respondidas em conjunto com as demais, uma vez que o programa deve ser

respondido integralmente de uma única vez.

O questionário contido no ANEXO A gera como resultado um histograma,

com uma escala de pontuação variando de 0(zero) até 10 (dez), e a gravidade da

situação é diferenciada através dessa escala e também das cores que cada escala

representa. O histograma é composto de 05 categorias:

-Carga física: Corresponde a análise postural, considera a postura

assumida e respectivamente a duração e a freqüência. O questionário considera 14

posturas pré-estabelecidas. Analisa a carga dinâmica e a carga estática;

-Entorno Físico: Analisa as características ambientais (calor, ruído,

iluminação, vibração). Necessita de dados quantitativos;

-Carga Mental: Corresponde aos seguintes aspectos: pressão do tempo,

trabalho repetitivo, remuneração, complexidade da tarefa, nível de atenção exigido

pela tarefa;

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-Aspectos Psicosociais: Considera os seguintes fatores: iniciativa dos

trabalhadores, qualidade do produto produzido, comunicação entre os trabalhadores,

relação dos trabalhadores com a chefia e o status social dos trabalhadores.

-Tempo de Trabalho: Corresponde aos seguintes fatores: quantidade e

organização do tempo de trabalho, pausas e atrasos.

Com base nas fotos e filmagens feitas na empresa Tecnoforma, foram

escolhidas as posturas mais representativas da confecção de fôrmas, de maneira a

aplicar o REBA, visando avaliar as posturas e detectar os problemas posturais. A

cada postura escolhida para análise, foram escolhidas mais uma ou duas posturas

iguais apenas com pequenas variações do movimento, mas o trabalhador estava

executando a mesma ação, permitindo uma análise postural de uma maneira mais

completa, considerando pequenas variações. As posturas escolhidas foram

analisadas utilizando as tabelas contidas nos ANEXOS B, C, D.

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CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO

__________________________________________________ Este capítulo tratará dos resultados encontrados a partir da análise dos

dados encontrados durante a pesquisa de campo.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A empresa onde esta pesquisa foi realizada, a TECNOFORMAS, é uma

empresa de pequeno porte, situada na Cidade do Recife, especializada na

confecção de fôrmas para a construção civil. Está instalada em um galpão de

aproximadamente 1.500m2, seus 16 funcionários são distribuídos em administrativo,

técnico e produção conforme foi detalhado no capítulo anterior. Funcionando de

segunda-feira à sexta-feira, está no mercado há 07 anos, e no ano de 2005 foi eleita

pela Revista PINI- 11ª Edição, como a melhor empresa de fôrmas pré-fabricadas do

Brasil. Apesar de não trabalhar com programas de qualidade, a empresa prima pelo

controle rígido dos seus produtos, mantendo um padrão de qualidade desde a sua

confecção até a entrega do produto no canteiro de obras.

A empresa é equipada com um conjunto de máquinas e ferramentas

utilizadas para o corte e a montagem das fôrmas, que compreende: serras

esquadrejadeiras; serra de desengrosso; serra de desempeno; serra de fita (para a

confecção de fôrmas curvas, as cambotas); martelos, pistolas pneumáticas para

pregar as fôrmas, lápis de carpinteiro e trena.

A TECNOFORMAS quando contratada, torna-se responsável pela

elaboração do projeto e confecção das fôrmas da estrutura da empresa contratante

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

4.2.1 Caracterização da matéria-prima

Os materiais utilizados para a produção são: madeira, pregos, grampos e

tintas acrílicas para selar as fôrmas. As chapas de madeira utilizadas são as chapas

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compensadas, com a dimensão padrão de: 1,22m X 2,44m, cuja espessura pode

assumir os seguintes valores: 12 mm; 15 mm; 18 mm; 21 mm; 28 mm; o peso médio

das chapas é de 35 kg.

4.2.2 Processo produtivo

A empresa funciona de segunda à sexta-feira, em um turno de trabalho

com 08 horas diárias, das 07:00 h às 16:00 h. A pausa para a refeição (almoço) é

das 12:00 h às 13:00 h. O fluxograma , na Figura 6, representa o fluxo da matéria-

prima, madeira, desde o estoque, até a saída como fôrma para o cliente.

O processo produtivo tem início a partir da solicitação do cliente, que envia

para a empresa o projeto de estrutura da edificação para a qual as fôrmas serão

confeccionadas. O departamento técnico é responsável pela elaboração do projeto

das fôrmas, que é constituído pelo plano de corte, plano de montagem e pelo plano

de montagem para ser utilizado no canteiro de obras. É também através do projeto

que a geometria das fôrmas é especificada.

Finalizado o projeto, ele será distribuído para os operários da seguinte

maneira: os ajudantes de carpintaria recebem o plano de corte e os carpinteiros

ficam com o plano de montagem, algumas vezes o gerente (engenheiro) passa

algumas instruções para os operários. De posse do projeto, os ajudantes de

carpintaria tomam conhecimento das dimensões que as peças devem ter com as

respectivas quantidades de cada tamanho, e são essas informações que

determinarão a escolha da chapa de madeira mais adequada no estoque. No

estoque as madeiras são medidas, escolhidas e transportadas até o local do corte,

geralmente as madeiras com a mesma dimensão são transportadas de uma vez, e

ficam em espera na máquina. Durante o processo de corte, a madeira é colocada na

máquina, e tem as medidas marcadas com um lápis, os operários (ajudantes de

carpintaria e carpinteiros) têm o seu trabalho identificado através da cor do lápis,

uma vez que as cores são distintas.

Em alguns momentos os ajudantes de carpintaria trabalham aos pares,

embora na maioria das vezes desenvolvam as atividades sozinhos. Finalizada a fase

de corte, as chapas são transportadas para a sala de montagem, lá os carpinteiros

conferem as dimensões, para verificar se as mesmas precisam de algum ajuste, ou

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seja, se é necessário retornar a sala de corte. Caso a madeira esteja com as

medidas corretas, ela será devidamente marcada com o lápis pelo carpinteiro, sendo

o início do processo de montagem. A montagem poderá ser feita com o martelo, ou

com o auxílio da pistola pneumática.

Finalizada a montagem das fôrmas, elas serão transportadas para a sala

de pintura. A pintura também segue um roteiro específico, de maneira a facilitar a

montagem das peças no canteiro, de acordo com as suas dimensões elas são

gabaritadas com letras e números, e ainda de acordo com a parte da estrutura (laje,

viga, pilar) a qual pertencem, elas recebem uma cor distinta, de modo a também

agilizar e evitar equívocos durante a montagem na obra. Essa é a última etapa, que

finalizada a fôrma está pronta para ser entregue ao cliente.

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Figura 6 - Fluxograma do processo produtivo

Quadro 4 - Legenda do Fluxograma

VERIFICAÇÃO DAS ESPECIFICAÇÕES DOPROJETO

MEDIÇÃO E SELEÇÃO DAS MADEIRAS

TRANSPORTE DA MADEIRA PARA O LOCAL DO CORTE

MARCAÇÃO DA MADEIRA PARA O CORTE

CORTE E VERIFICAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS CHAPAS CORTADAS

ESPERA DA MADEIRA CORTADA PARA A OPERAÇÃO SEGUINTE

CORTE MONTAGEM

MARCAÇÃO DA MADEIRA PARA A MONTAGEM

INSPEÇÃO DAS MEDIDAS (PROJETO) DA CHAPA CORTA, MONTAGEM DA FÔRMA

TRANSPORTE DA MADEIRA PARA A PRÓXIMA OPERAÇÃO

TRANSPORTE DA MADEIRA PARA A MONTAGEM

ESPERA DA MADEIRA PARA A MONTAGEM

ESPERA DA FÔRMA MONTADA PARA A PINTURA

TRANSPORTE DA FÔRMA PARA A PINTURA

INSPEÇÃO PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS FÔRMAS, PINTURA

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4.3 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA

A população estudada foi composta pelos 11 funcionários de carpintaria,

sendo todos do sexo masculino. Distribuídos da seguinte maneira: 05 carpinteiros

que são os responsáveis pela parte de montagem das fôrmas, e 06 ajudantes de

carpintaria que são os responsáveis pelo corte da madeira e pintura das fôrmas

prontas.

Com relação a faixa etária os trabalhadores têm idade variando de 20 a

54 anos, com média de 36,8 anos. Percebe-se que este resultado está em

conformidade com outros resultados obtidos em pesquisas anteriores sobre o perfil

dos trabalhadores da construção civil, ou seja, a faixa etária dos trabalhadores da

empresa pesquisada é similar ao dos operários do setor da construção civil.

Em relação à procedência um total de 54,5% dos funcionários nasceram

no interior de Pernambuco, e 45,55% nasceram no Recife. Aproximadamente 81,8%

dos funcionários são casados e têm uma média de 1,7 filhos. Constata-se aqui que

todos os dados da população pesquisada são semelhantes aos dos trabalhadores

do setor da construção civil.

Com relação às características físicas o perfil da população pesquisada é

o seguinte: a média de altura dos entrevistados é de 1,68 m e com peso médio de

68 kg.

Com relação ao tempo de atuação na profissão e qualificação, todos os

funcionários possuem experiência e já trabalharam anteriormente em construtoras,

exercendo a mesma função, ou seja, trabalhavam na carpintaria. A qualificação,

contudo, depende da experiência e do tempo de trabalho, e é adquirida ao longo dos

anos com o exercício do trabalho. O perfil individual dos entrevistados está exposto

no Quadro 6.

TRABALHADORES IDADE ALTURA (m) PESO (kg) CASADO Nº FILHOS FUNÇÃO

01 53 1,67 62 sim 02 Carp 02 39 1,65 62 sim 01 Carp 03 39 1,65 61 sim 03 Aj.carp 04 42 1,65 68 sim 03 Carp 05 34 1,60 80 sim 01 Aj.carp 06 36 1,73 82 sim 02 Carp 07 35 1,75 90 sim 03 Carp 08 20 1,68 59 não 0 Aj.carp 09 54 1,65 62 sim 04 Aj.carp 10 29 Não sabe 58 sim 0 Aj.carp

11 24 1,72 64 não 0 Aj.carp Quadro 5 - Perfil dos trabalhadores entrevistados

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4.4 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

Este item tem por objetivo apresentar a AET do posto de trabalho do

carpinteiro e do ajudante de carpintaria de uma empresa especializada na confecção

de fôrmas para a construção civil. O enfoque deste estudo encontra-se embasado,

sobretudo nos aspectos posturais, os quais influem significativamente nestes

funcionários. Para tanto, conforme contextualizado anteriormente foi utilizado o

método e-DPI, módulo e-LEST, que constituiu a base ferramental para este item, e

cujo questionário encontra-se no ANEXO A. Com o método foram analisados os

seguintes itens: carga física; carga mental; aspectos psicosociais e tempo de

trabalho.

4.4.1 A Demanda do estudo A demanda do presente trabalho originou-se de uma curiosidade da

pesquisadora a respeito do assunto, uma vez que não houve queixas anteriores por

parte dos trabalhadores, tampouco houve solicitação por parte da empresa. Mesmo

com a ausência de indicativos e da ocorrência de fatos a pesquisa foi realizada com

a intenção de conhecer a realidade de uma central de fôrmas, de maneira a validar

os protocolos de AET e de avaliação biomecânica de posturas.

4.4.2 Análise da tarefa

A tarefa está centrada na experiência e habilidade dos trabalhadores.

Contudo, cabe ao engenheiro o comando da produção, na medida em que é ele

quem estabelece as prioridades, a organização e ordem das tarefas, passando as

orientações iniciais, fiscalizando a qualidade do serviço executado, bem como a

velocidade da produção visando impedir eventuais atrasos na produção.

No que se refere a gestão da segurança do trabalho, a empresa

terceirizou o serviço. Os funcionários fazem os exames admissionais e periódicos

nesta terceirizada, a empresa também é responsável pela confecção do Programa

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médico da TECNOFORMAS o PCMSO (Programa de controle médico de saúde

ocupacional). Ficando responsável também por ministrar treinamentos que, entre

outras informações, devem constar as orientações sobre os EPI’s (equipamentos de

proteção individual) que devem ser utilizados. Durante o período de observação para

realização da pesquisa, foi possível constatar que todos os funcionários estavam

com os calçados de segurança (bota), e demais EPI”s necessários.

Relativo ao cumprimento de metas e prazos, a empresa é bastante

exigente quanto ao cumprimento dos mesmos, tendo à frente do controle o

engenheiro/gerente da empresa, e para isto os trabalhadores recebem um incentivo

financeiro no salário, ou seja, recebem um adicional como prêmio de produção.

Com relação ao controle da produção a empresa mostra-se bastante

rígida no controle do ritmo e qualidade final do produto, conta com um sistema de

acompanhamento, baseado na cor do risco do lápis sobre a madeira, possibilitando

a identificação dos operadores do corte e da montagem. Este sistema serve para

controlar tanto a quantidade como a qualidade das peças produzidas.

A jornada de trabalho é de 44 horas semanais, com uma carga horária

diária disposta da seguinte maneira: de 07:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00 horas,

além da parada de uma hora para o almoço, é concedida uma pausa de dez

minutos, das 9:20 às 9:30 para um lanche, trazido por eles. Na sexta-feira o turno da

tarde é reduzido em 01 hora, ficando da seguinte maneira das 13:00 às 16:00 horas.

O critério de admissão é a experiência comprovada na função almejada

pelo trabalhador. A rotatividade na empresa é baixa, já que a equipe técnica e

operacional da empresa é praticamente a mesma desde a fundação apresentando

uma baixa rotatividade. Todos os profissionais têm experiência com carpintaria, e já

haviam trabalhado anteriormente em empresas de construção civil, na mesma

atividade.

4.4.3 ANÁLISE DA ATIVIDADE 4.4.3.1 Análise da atividade do ajudante de carpintaria

A descrição da tarefa do ajudante de carpintaria será feita respeitando a

seqüência de cada estágio do trabalho realizado, que vai desde a escolha do

material no estoque até o acabamento das peças cortadas.

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A partir das informações contidas no plano de corte, executado pelo

departamento técnico de projetos da empresa, e também das orientações passadas

pelo gerente, a operação é iniciada com a escolha da madeira para o corte.

A escolha da madeira é feita conforme as especificações geométricas do

plano de corte, exigindo do operador a realização de medições. Após a seleção o

transporte é feito manualmente, até a máquina que será utilizada para o corte. A

depender da dimensão da madeira escolhida o transporte é realizado em dupla. Ao

chegar à máquina, a madeira é arrumada.

Após o transporte, a madeira é medida, marcada com o lápis e cortada,

esta operação em alguns momentos também é executada em dupla. Este serviço é

repetido até que a quantidade de madeira cortada atinja o quantitativo determinado

no plano de corte, o controle é feito por meio de um plano de controle de corte em

que os operários vão assinalando as peças cortadas de maneira a registrar a

quantidade e as dimensões de cada peça. Por outro lado, as dimensões da madeira

podem variar muito, destacando ainda que isto depende da finalidade do painel que

está sendo cortado, ou seja, se é um painel para viga, pilar ou laje, bem como dos

vãos da edificação para a qual a peça está sendo confeccionada.

Dependendo da necessidade, a madeira cortada é imediatamente

transportada para outra máquina, de maneira a fazer ajustes, detalhes e

acabamentos. Geralmente o transporte, também manual, para a máquina seguinte é

de responsabilidade da dupla de operadores, ou operador do primeiro corte.

Este grupo conta com 06 (seis) profissionais que utilizam um dos tipos de

serras disponíveis, ou seja, não existe um posto fixo para nenhum dos seis

ajudantes de carpintaria.

Concluída a etapa de corte, as peças cortadas são transportadas

manualmente para a montagem, este transporte pode ser feito pelo funcionário

responsável pelo corte, ou em alguns momentos, dependendo da necessidade, o

carpinteiro, que é o responsável pela montagem, vai buscar a peça que necessita.

As ferramentas e máquinas utilizadas são: serras esquadrejadeiras; serra

de desengrosso; serra de desempeno; serra de fita (para a confecção de fôrmas

curvas, as cambotas); bancada de madeira; serrote; trena e lápis de carpinteiro.

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4.4.3.2 Análise da atividade do carpinteiro

A descrição da tarefa do carpinteiro será feita respeitando a seqüência de

cada estágio do trabalho realizado, que vai desde a escolha do material no estoque

de peças cortadas até o acabamento das peças montadas.

A partir das informações contidas no plano de montagem, executado pelo

departamento técnico de projetos da empresa, e também das orientações passadas

pelo gerente a operação é iniciada com a escolha da madeira com dimensões que

se adequem às da peça a ser montada.

A escolha da madeira para a montagem da peça é feita conforme as

especificações contidas no plano de montagem, e posteriormente as mesmas são

escolhidas e medidas no estoque de peças cortadas na própria sala de montagem

ou no galpão de corte, e posteriormente transportadas, manualmente, até a bancada

de madeira que será utilizada para a montagem. A operação de transporte das

peças para a montagem geralmente é feita por um único trabalhador, bem como

todo o processo de montagem .

Após a escolha das peças a operação de montagem tem início, a madeira

é medida, marcada com lápis e as peças “encaixadas” A junção das partes podem

ser feitas com martelo e pregos, ou com grampos lançados por pistolas

pneumáticas. O controle é feito por meio de um plano de controle de montagem em

que os operários vão registrando as peças montadas de maneira a controlar a

quantidade, e conferir as dimensões de cada uma.

Este grupo conta com 05 (cinco) profissionais que utilizam a mesma

bancada, ou seja, existe um posto fixo para os cinco carpinteiros. Concluída a etapa

de montagem, as peças são transportadas manualmente para a pintura, este

transporte é feito pelo funcionário responsável pela montagem.

As ferramentas e máquinas utilizadas são: martelos, pistolas pneumáticas,

lápis de carpinteiro, esquadros, bancada de madeira e trena.

4.5 e-DPI - ANÁLISE DAS CARGAS DEMANDADAS PELO PROCESSO DE TRABALHO (FÍSICAS, COGNITIVAS E PSIQUÍCAS)

Conforme já anteriormente contextualizado, para esta análise foi escolhido

o e-DPI, módulo e-LEST, a utilização do método consiste em responder o

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questionário contido no ANEXO A. As perguntas devem ser respondidas por

completo, e de uma única vez.

No caso desta pesquisa, as questões sobre o ambiente físico foram

desprezadas uma vez que não é objetivo o trabalho avaliar ruído, temperatura,

vibração. Contudo as demais perguntas foram respondidas integralmente.

Respondidas as questões, o programa gera como resultados dois gráficos,

aos quais denomina de histograma de resultados. Os fatores têm a escala de

gravidade variando de 0 (zero) até 10 (dez), sendo 10 (dez) a situação mais grave.

Os gráficos também possuem uma legenda por cores, que também demonstram a

gravidade da situação.

O Gráfico 1 traz todos os aspectos avaliados, tais como: carga física,

entorno físico, carga mental, aspectos psicossociais e tempo de trabalho. Este

resultado apresenta os problemas como um todo, ou seja sem especificar quais são

os fatores isoladamente, divididos por categorias. O segundo gráfico, traz todos os

fatores categorizados, de maneira a indicar com maior clareza quais são os agentes

mais graves no ambiente, facilitando assim a correção dos que apresentam maior

risco.

Gráfico 1 - Histograma de resultados-dimensões Fonte:e-DPI

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Gráfico 2 - Histograma de resultados-fatores Fonte:e-DPI

Figura 7 - Legenda 4.5.1 Carga física

A pontuação obtida foi 10,que pode ser observada no gráfico, o que

significa nocividade, este item avalia a postura em conjunto com o esforço físico e

requer uma intervenção urgente. As posturas foram analisadas através do item 01

do questionário do ANEXO A, e de acordo com as exigências do questionário foram

analisadas as posturas com as respectivas freqüências. Já a carga dinâmica foi

avaliada considerando o tipo de esforço, a duração, tempo, distância percorrida e

peso transportado.

Este resultado pode ser explicado devido às várias posturas inadequadas

assumidas no decorrer da jornada, além de algumas posturas críticas que são

repetidas com freqüência tais como: a flexão de tronco, o que aumenta em mais de

30% a pressão sobre os discos intervetebrais. Todas as atividades são realizadas

na postura de pé, e o esforço de manutenção postural provoca uma tensão muscular

estática (isométrica) que pode ser prejudicial à saúde. Outra postura bastante

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freqüente é a elevação, ou abdução, dos braços que pode provocar um aumento da

atividade torácica superior e dos extensores da coluna vertebral.

A postura de trabalho adotada é o resultado da atividade desenvolvida,

das exigências da tarefa (visuais, emprego da força, precisão dos movimentos e

etc), das máquinas e equipamentos utilizados. Para modificar uma postura

inadequada em um posto de trabalho é necessário também intervir nos itens

supracitados, além da educação postural dos envolvidos.

A respeito da carga estática que também atingiu pontuação 10, o que

significa alto risco de doenças ocupacionais e indica a necessidade de intervenção

urgente. Os efeitos fisiológicos dos esforços estáticos estão ligados à compressão

dos vasos sanguíneos. O sangue deixa de fluir e o músculo não recebe oxigênio

nem nutrientes, os resíduos metabólico não são retirados, acumulando-se e

provocando dor e fadiga muscular. Isto decorre de uma manutenção prolongada de

um postura, que além da fadiga muscular pode induzir ao desgaste das

articulações, discos intervetebrais e tendões.

Já a manutenção prolongada da postura em pé pode ter as seguintes

conseqüências: tendência de acumular sangue nas pernas favorecendo o

aparecimento de varizes e sensação de peso nas pernas; sensações dolorosas nas

superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés, joelhos e

quadris). A penosidade da postura em pé pode ser reforçada caso o trabalhador

mantenha posturas inadequadas, como foi constatado no resultado obtido pela

postura. Logo, os trabalhadores estudados além de submetidos à posturas

inadequadas e a uma alta carga estática que juntas podem ser a causa de

transtornos músculo-esqueléticos.

4.5.2 Entorno físico

A pontuação obtida pelo entorno físico foi zero, inicialmente porque alguns

itens das condições ambientais, tais como: nível de intensidade sonora, iluminação,

calor e vibração, não foram medidos por não se tratar do interesse desta pesquisa.

O entorno físico corresponde ao item 02 do questionário do ANEXO A.

Apesar da medição do nível de intensidade sonora não ter sido realizada, é possível

supor que o ruído está acima de 85 dB, em decorrência do tipo de máquinas

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utilizadas (as serras) que produzem um ruído de aproximadamente 83 dB. O ruído

ocorre sempre que as máquinas estão em funcionamento e pode variar de

intensidade em função da quantidade de máquinas que estiverem em operação.

Em relação a iluminação geral do ambiente, que também não foi medida,

pode-se afirmar que devido ao local de trabalho ser um galpão é possível um

aproveitamento da luz natural que proporciona uma iluminação geral boa e sem a

formação de sombras. O nível de contraste é médio, logo a iluminação geral não

representa um problema para os trabalhadores.

Em relação ao ambiente térmico os trabalhadores não estão expostos a

nenhuma temperatura extrema (frio ou calor). O ar do ambiente é o natural, não

existindo nenhuma fonte de ventilação artificial, valendo destacar que os

trabalhadores encontram-se protegidos contra as intempéries durante toda a jornada

de trabalho.

4.5.3 Carga mental

O índice de pontuação deste item foi 06, o que indica um risco médio de

doenças e fadiga médio, e que requer uma intervenção visando uma melhoria.

O trabalho realizado não pode ser considerado repetitivo, uma vez que

são confeccionadas fôrmas para vários tipos de edificações, ou seja, são fabricadas

fôrmas com várias geometrias e dimensões.

Dentre a pontuação parcial deste item, o fator pressão de tempo foi o item

que obteve a pontuação mais alta 07, o que indica um risco médio de doenças com

risco de fadiga. Apesar de o trabalho não ser repetitivo, este resultado é

conseqüência da pressão exercida pelos prazos estabelecidos. E como os

trabalhadores recebem um incentivo no salário em função da quantidade de peças

produzidas tornando, neste caso, o tempo um agente de pressão.

Em relação ao nível de atenção requerido pela tarefa, o resultado obtido

foi 05, que indica apenas que seria conveniente realizar melhorias. Este resultado

pode ser explicado pela baixa complexidade da tarefa desenvolvida. Além da baixa

complexidade, todos os trabalhadores recebem orientações detalhadas sobre o que

terão que fazer, e também são repassadas informações detalhadas sobre as peças

que serão confeccionadas através dos planos de corte que é entregue pelo

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departamento técnico de projetos para os ajudantes de carpintaria, e o plano de

montagem para os carpinteiros respectivamente. Durante a execução das tarefas

existe o acompanhamento do engenheiro e existe a possibilidade de comunicação

entre os trabalhadores devido a proximidade dos postos, além de, em alguns

momentos, as atividades serem realizadas em dupla, evitando o isolamento durante

a jornada.

4.5.4 Aspectos psicosociais

Este item obteve a pontuação de 5,04 que indica o risco médio de

doenças e fadiga. Observando a pontuação parcial do item é possível observar que

o item correspondente a iniciativa obteve pontuação 4,17 que apesar de

corresponder a um risco baixo de doenças ou fadiga, indica que seria conveniente

realizar melhorias. Este resultado pode ser explicado pelo grau de liberdade no ritmo

da produção, ou seja, apesar de não ser possível alterar a ordem das operações

realizadas, existe possibilidade do trabalhador adiantar a produção. Também cabe

ao trabalhador controlar as peças confeccionadas por ele, corrigir erros, e este

controle quanto à qualidade e medida das peças fabricadas é muito cobrado pela

gerência.

Vale ressaltar que a influência do trabalhador sobre a qualidade da peça

confeccionada é alta, e como as dimensões das fôrmas têm que estar com as

medidas exatas, a possibilidade de erros torna-se baixa, visto que as medidas das

peças são conferidas em todos os estágios da produção.

Em relação à comunicação, obteve-se a pontuação (02) que indica uma

situação satisfatória. Este resultado pode ser explicado pela ampla possibilidade de

comunicação existente durante a jornada, apesar de todos terem de trabalhar com

protetores auriculares. A comunicação é favorecida pela proximidade dos postos,

além de ser permitido que os trabalhadores se ausentem do seu posto de trabalho

durante a jornada, também não existe nenhuma restrição por parte da empresa que

impeça a comunicação entre os trabalhadores durante a execução das tarefas.

Com relação à chefia não existem problemas de relacionamento e

comunicação, visto que o engenheiro está presente na produção interagindo com os

trabalhadores. A pontuação 07, indicando um risco médio de doenças e fadiga, pode

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ser explicada pela interação freqüente, ou seja, as ordens, e a intensidade do

controle que mesmo sendo de grande proximidade, exerce uma cobrança rígida em

relação aos prazos e qualidade das fôrmas produzidas.

O status social também obteve pontuação 07, indicando o risco médio de

fadiga e doenças. Este resultado pode ser explicado pela baixa escolaridade dos

trabalhadores, conforme já contextualizado anteriormente, além da escassez de

treinamentos, apesar de apresentarem experiência na função. Apesar de a

qualificação ser adquirida com o tempo e a experiência, deveriam ser ministrados

treinamentos e incentivo por parte da empresa para que os trabalhadores se

aperfeiçoassem.

4.5.5 Tempo de trabalho Com relação ao tempo de trabalho a pontuação obtida 2,5 indica uma

possibilidade pequena de doenças, mas seria conveniente realizar melhoras. Este

item está relacionado com a organização do trabalho e o tempo, turno e horas

extras. O resultado indica que a jornada de trabalho bem como as pausas

estabelecidas estão compatíveis com a atividade exercida. As horas extras ocorrem

de acordo com a necessidade de cumprir a meta de produção e atender os

compromissos estabelecidos com os clientes. Conforme já contextualizado existe

uma pausa para o lanche durante a manhã, das 9:20 às 9:30, que é um momento de

descontração para os trabalhadores, e todos consideram que este tempo de pausa é

suficiente.

4.6 SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS Diante do exposto, sobre a análise com o método e-DPI fica evidente que

a pontuação mais crítica foi a obtida pela carga estática e a postura, cuja a

pontuação foi 10, que indica nocividade. Outros fatores apresentam riscos médios

como a pressão ocasionada pelo tempo, a relação com a chefia e o status social.

Desta forma é possível orientar as modificações no sentido de melhorar as

condições de trabalho sobre os pontos críticos evidenciados, os quais podem afetar

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o trabalhador em maior ou menor intensidade, podendo ainda interferir na saúde,

segurança e produtividade do posto de trabalho.

Quanto às posturas que foi a pontuação mais crítica e que necessita de

uma intervenção urgente, o resultado possibilita uma intervenção direta no

problema, e sugere que sejam feitos monitoramento das tarefas que impõem

constrangimentos aos trabalhadores.

Em seguida, a aplicação do método REBA, irá analisar de forma mais

detalhada essa problemática do processo de trabalho.

4.7 ANÁLISE POSTURAL PELO MÉTODO REBA

Foram escolhidas 14 posturas, em ações nas atividades de corte das

madeiras e montagem das fôrmas. Para análise postural, além do registro

fotográfico foram feitas filmagens curtas dos trabalhadores em movimento a fim de

acompanhar mais precisamente a variação nos movimentos dos trabalhadores e

complementar as informações para a análise postural. Para cada postura escolhida

foram consideradas duas ou três posturas da mesma ação para chegar ao escore

REBA. Foram analisadas as posturas dos ajudantes de carpintaria e carpinteiros

durante as seguintes ações: transporte da madeira para o corte; escolha da madeira

para o corte; retirada da madeira cortada; transporte da madeira cortada; operação

de corte e chapas e barrotes; corte da madeira na desempenadeira; transporte da

chapa cortada; processo de montagem das fôrmas e transporte das fôrmas

montadas para a pintura.Este ciclo é repetido diariamente, visto que a empresa

apenas produz as fôrmas para outras empresas, além de que, conforme foi

explicado anteriormente, os trabalhadores executam diversas ações dentro da sua

especialidade. Devido os trabalhadores terem as posturas muito instáveis e

executarem ações diversificadas, a análise postural não acompanhou

individualmente cada um dos trabalhadores e sim foi feita uma análise postural

coletiva, mas contemplando as posturas comuns a todos. Na Tabela 1, estão

relacionadas as posturas escolhidas para a análise com seus respectivos tempos e

freqüências.

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Tabela 1 - Freqüências posturais associadas ao tempo

POSTURA ∑ TEMPOS CRONOMETRADOS

NÚMERO DE REPETIÇÕES

01 TRASPORTE DA MADEIRA P/ O CORTE 30’10” 35 02 ESCOLHENDO A MADEIRA PARA O CORTE 60’ 60 03 RETIRADA DA MADEIRA CORTADA 30’20” 25 04 TRANSPORTE DA MADEIRA CORTADA 20’35” 15 05 OPERAÇÃO DE CORTE DA MADEIRA 10’ 05 06 CORTE DA MADEIRA NA DESSENGROSSO 22’44” 17 07 CORTE DO PRANCHÃO DE MADEIRA NA SERRA CIRCULAR

09’13” 04

08 TRANSPORTE DO PRANCHÃO DE MADEIRA CORTADO

11’ 03

09 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS C/ FERR. ELÉTRICA

05’05” 02

10 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS C/MARTELO

07’45” 04

11 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS-MEDIÇÃO

03’12” 02

12 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS 09’07” 08 13 TRANSPORTE DO PAINEL PARA A PINTURA

05’03” 02

14 TRANSPORTE DO PAINEL PARA A PINTURA

06’49” 02

Fonte: Pesquisa de campo (2006).

4.7.1 Classificação das postura pelo método REBA De acordo com a análise postural através do método REBA foram obtidos

os seguintes resultados, indicados junto as fotos abaixo:

Figura 8 – Postura 01

POSTURA 01 TRANSPORTE DA MADEIRA PARA O CORTE Escore REBA médio 8,5 Nível de ação 03 Risco elevado Ações necessárias logo

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Figura 9 – Postura 02

Figura 10 – Postura 03

Figura 11 – Postura 04

POSTURA 02

ESCOLHENDO A MADEIRA PARA O CORTE Escore REBA 13,6 Nível de ação 04 Risco muito elevado Ações urgentes

POSTURA 03 RETIRADA DA MADEIRA CORTADA Escore REBA 7,6 Nível de ação 02 Risco médio Ação é necessária

POSTURA 04 TRANSPORTE DA MADEIRA CORTADA Escore REBA 8,5 Nível de ação 03 Risco elevado Ações necessárias logo

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Figura 12 – Postura 05

Figura 13 – Postura 06

Figura 14 – Postura 07

POSTURA 05 OPERAÇÃO DE CORTE DA MADEIRA Escore REBA 7,6 Nível de ação 02 Risco médio Ação é necessária

POSTURA 07 CORTE DO PRANCHÃO DE MADEIRA NA SERRA CIRCULAR Escore REBA 7,6 Nível de ação 02 Risco médio Ação é necessária

POSTURA 06 CORTE DA MADEIRA NA DESENGROSSO Escore REBA 7 Nível de ação 02 Risco médio Ação é necessária

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Figura 15 – Postura 08

Figura 16 – Postura 09

Figura 17 – Postura 10

POSTURA 08 TRANSPORTE DO PRANCHÃO DE MADEIRA CORTADO Escore REBA 12,66 Nível de ação 04 Risco muito elevado Ações urgentes

POSTURA 09 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS COM FERRAMENTAS ELÉTRICAS Escore REBA 7,66 Nível de ação 02 Risco médio Ação é necessária

POSTURA 10 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS COM MARTELO Escore REBA 10,66 Nível de ação 03 Risco elevado Ação necessária logo

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Figura 18 – Postura 11

Figura 19 – Postura 12

Figura 20 – Postura 13

POSTURA 11 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS-MEDIÇÃO Escore REBA 9,33 Nível de ação 03 Risco elevado Ação necessária logo

POSTURA 12 PROCESSO DE MONTAGEM DAS FÔRMAS Escore REBA 7,0 Nível de ação 02 Risco médio Ação é necessária

POSTURA 13 TRANSPORTE DO PAINEL PARA A PINTURA Escore REBA 7,5 Nível de ação 02 Risco médio Ação é necessária

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Figura 21 – Postura 14

Em geral, as posturas estudadas apontaram a necessidade de ações

corretivas. O escore mínimo obtido foi 7, 0, com pelo menos um nível de ação 02 de

acordo com o quadro de categoria de ações REBA, contido no ANEXO E. De acordo

com a tabela de categorias de ações REBA (apêndice), esses escores que estão no

intervalo de 4 a 7 indicam um risco médio, que exige uma intervenção e análises

adicionais. O escore máximo obtido foi de 13,6, que está contido no intervalo de 11 a

15 e caracteriza um risco muito elevado e exige um nível de ação urgente. Este é o

nível mais elevado da tabela. Outro aspecto importante a ser observado é que

nenhuma das 14 posturas analisadas obteve o escore 01 que significa a ausência de

risco, e nem ficou compreendida no intervalo de 2 a 3 que indica um risco baixo. A

Tabela 2 apresenta todos os escores obtidos com a análise postural e com seus

respectivos escores.

Tabela 2 - Posturas observadas e escores REBA

POSTURAS ESCORES

Postura 01 8.5 Postura 02 13,6 Postura 03 7,6 Postura 04 8,5 Postura 05 7,6 Postura 06 7,0 Postura 07 7,6 Postura 08 12,66 Postura 09 7,66 Postura 10 10,66 Postura 11 9,33 Postura 12 7,0 Postura 13 7,5 Postura 14 8,5

Fonte: Pesquisa de campo (2006).

POSTURA 14 TRANSPORTE FORMA DE MADEIRA MONTADA PARA A PINTURA Escore REBA 8,5 Nível de ação 03 Risco elevado Ações necessárias logo

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4.7.1.1 Posturas críticas analisadas no transporte, corte e armazenagem da madeira (ajudante de carpintaria)

A escolha da madeira para o corte, o transporte da madeira para o local do

corte, o corte da madeira e o armazenamento desta madeira cortada exigem um

movimento constante do trabalhador, além de impor uma grande variação postural.

A escolha da madeira para o corte e o armazenamento da madeira cortada

apresentam a mesma postura de flexão anterior da coluna, e esta flexão é acima de

60° o que caracteriza um risco bastante elevado e somada ao peso da madeira

obteve escores elevados acima de 13, o que caracteriza um risco muito elevado.O

transporte das chapas inteiras e das peças cortadas obteve um escore médio em

torno de 8,0 ; e que caracteriza um risco elevado. A atividade de corte das chapas

foi considerada a de menor risco, que é realizada na postura de pé e requer poucas

variações posturais, obteve escores em torno de 7 com pequenas variações, o que

caracteriza um risco médio. Contudo, quando a madeira cortada assume a forma de

pranchões o risco se torna bastante elevado, e o escore sobe para 12 no momento

de retirar a prancha da serra e transportar pra o local de depósito, o peso do

pranchão e a sua dimensão agravam a situação. Em geral o escore médio dos

ajudantes de carpintaria foi 9,13 o que significa que a atividade está categorizada

em um risco elevado. As posturas dos ajudantes de carpintaria são as posturas de

01 a 08. A Tabela 3 ilustra os escores parciais e médios de cada posição analisada.

Tabela 3 - Escores das posturas dos ajudantes de carpintaria

POSTURAS ESCORE01 ESCORE02 ESCORE03 ESCORE MÉDIO

01 8,0 9,0 _ 8,5 02 14,0 13,0 14,0 13,6 03 8,0 7,0 8,0 7,6 04 8,0 9,0 _ 8,5 05 8,0 7,0 8,0 7,6 06 8,0 6,0 _ 7,0 07 8,0 8,0 7,0 7,6 08 12,0 13,0 13,0 12,66

ESCORE MÉDIO GERAL 9,13 Fonte: Pesquisa de campo (2006).

4.7.1.2 Posturas críticas analisadas na montagem das fôrmas (carpinteiros)

A montagem das fôrmas requer uma variação postural constante, além de

uma freqüente inclinação do tronco. Apesar de os trabalhadores disporem de

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ferramentas automáticas (ar comprimido), ainda são feitos movimentos repetitivos e

de força com o martelo. Em termos gerais esta atividade variou entre o risco médio e

o risco elevado. Contrariamente, a atividade de corte não requer do trabalhador a

postura de flexão anterior da coluna acima de 60°, contudo exige uma constante

flexão do pescoço e um manuseio constante das peças de madeira para a

montagem, o que requer uma aplicação constante da força. Outro ponto crítico é o

transporte das fôrmas prontas para a pintura, e contrariamente aos funcionários

responsáveis pelo corte, o pessoal da montagem geralmente faz o transporte

individualmente, o que agrava são as elevadas dimensões das peças. O escore

médio dos carpinteiros foi de 8,44 significando um risco elevado. As posturas destes

operários são as posturas de 09 a 14. A tabela 4, a seguir, ilustra os escores parciais

e médios de cada posição analisada.

Tabela 4 - Escores das posturas dos carpinteiro

POSTURAS ESCORE01 ESCORE02 ESCORE03 ESCORE MÉDIO

09 7,0 8,0 8,0 7,66 10 11,0 11,0 10,0 10,66 11 9,0 9,0 10,0 9,33 12 8,0 6,0 _ 7,0 13 7,0 8,0 _ 7,5 14 9,0 8,0 _ 8,5

ESCORE MÉDIO GERAL 8.44 Fonte: Pesquisa de campo (2006).

4.8 COMPROMETIMENTOS E DORES

A indicação de sobrecarga postural é confirmada através do questionário

aplicado aos funcionários, onde 10 dos 11 entrevistados afirmaram sentir dores nas

costas durante a jornada de trabalho e realização dos movimentos necessários.

Outra queixa bastante freqüente foi a de dores nas pernas e nos ombros.

Apesar dos escores encontrados terem sido altos, o questionário aplicado

demonstrou que nenhum dos 11 funcionários entrevistados afastou-se do trabalho

por acidentes ou doenças no último ano. 36,36% dos entrevistados acham que a sua

saúde está ótima; 36,36% afirmaram que a sua saúde está mais ou menos; e

27,28% disseram que a sua saúde está em bom estado. Quando questionados se

teriam problemas de coluna, 81,82% disseram que não tinham nenhum problema de

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coluna; e 18,18% afirmaram ter problemas de coluna; dos entrevistados nenhum

afirmou desconhecer o fato, ou seja, todos disseram ter certeza da resposta dada.

Observando-se as posturas adotadas pelos ajudantes de carpintaria e

carpinteiros no decorrer das atividades é possível afirmar que os trabalhadores

estão submetidos a um grande esforço físico, e muito desgastante, principalmente

durante o transporte das chapas de madeira, que demanda um maior uso da força

física. O presente estudo indicou ainda que durante toda a jornada as posturas dos

trabalhadores, mostraram-se muito instáveis, ou seja, em um curto espaço de tempo

os trabalhadores realizam diversos movimentos, tais como: flexão de tronco; giro do

tronco e/ou pescoço; levantar os braços acima dos ombros; agachar; agachado com

os braços acima dos ombros. São posturas que além de provocarem uma alta carga

estática, são agravadas com o transporte de pesos.

O resultado destes esforços pode ser confirmado, conforme já

contextualizado, com as queixas realizadas pelos trabalhadores a respeito das dores

no corpo durante a jornada. E, mediante a utilização do método REBA foi possível

estimar com maior precisão o prejuízo destas posturas adotadas pelos trabalhadores

durante a execução das suas atividades. A média geral dos escores dos ajudantes

de carpintaria foi 9,13 que indica um nível de risco elevado; já a média geral dos

carpinteiros foi de 8,44 que também indica um nível de risco elevado. Diante do

exposto é possível afirmar que os trabalhadores estão expostos a riscos

biomecânicos e posturais, tais como: força excessiva, posturas inadequadas. Logo,

os sintomas de dores encontrados neste estudo indicam um forte indício de relação

com a atividade dos trabalhadores, em conseqüência da quantidade média diária de

horas trabalhadas, da movimentação de materiais (chapas de madeira) com peso

acima dos limites aceitáveis e posturas impróprias. A aplicação do método REBA

permitiu determinar que posturas são mais graves e consequentemente mais

prejudiciais aos trabalhadores, facilitando a priorização de melhorias a partir das

posturas mais comprometedoras da coluna vertebral. Mostrou-se uma ferramenta de

fácil aplicação e de obtenção de resultados claros e objetivos.

A partir do REBA é possível determinar que as posturas de número 02 e

08 como as mais prejudiciais devido ao alto escore obtido, e com a classificação de

risco muito elevado. A postura de número 02 é muito comprometedora,

principalmente para a região lombar, já a postura de número 08 é bastante agravada

pelo transporte da prancha de madeira bastante pesada, forçando o emprego de

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grande força física. A postura 10 também foi uma postura com escore alto, sua

pontuação foi de 10,66 , estando também na categoria de risco elevado. Esta

postura é assumida durante o processo de montagem das fôrmas, que além da

flexão do tronco também requer o emprego da força. Qualquer postura, seja

adequada ou não, se mantida por um período prolongado é mal tolerada. A

alternância das posturas deve ser privilegiada, para evitar a fadiga muscular.

A alternância da postura sempre deve ficar por conta da livre escolha do

trabalhador. Ele é quem tem condições, mediante a exigência momentânea, de

escolher a postura mais confortável para realizar suas atividades. Porém, a postura

escolhida também é conseqüência das exigências da tarefa (visuais, emprego da

força, precisão dos movimentos etc), dos espaços de trabalho e do posto de

trabalho, que mesmo quando bem projetado do ponto de vista antropométrico, pode

se revelar desconfortável se os fatores organizacionais, ambientais e sociais não

forem considerados.

Logo, o processo para a correção das posturas inadequadas apontadas

neste estudo não devem apenas considerar as mesmas, outros fatores têm que ser

estudados de maneira a tornar a correção mais eficiente, tais como: as máquinas,

bancadas de trabalho, ferramentas, espaços de trabalho e fatores organizacionais.

Vale ressaltar que neste trabalho a entrevista realizadas com os

trabalhadores foi a única investigação feita a respeito da saúde deles. Não houve

nenhum contato com o médico do trabalho responsável pelos exames dos mesmos,

nem pesquisa a respeito de exames periódicos para confirmar as informações

passadas pelos trabalhadores. Os gráficos 3 e 4 indicam o resultado dos

questionamentos a respeito da saúde dos trabalhadores.

saúde boa; 27,28%

saúde ótima; 36,36%

saúde média; 36,36%

saúde boa

saúde ótima

saúde média

Gráfico 3 - Estado de saúde dos trabalhadores segundo suas percepções

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81,82%

18,18%

0,00%

10,00%20,00%

30,00%40,00%

50,00%

60,00%70,00%80,00%90,00%

Não tem problema decoluna

Têm problema decoluna

Gráfico 4 - Existência de problemas de coluna segundo percepções dos

trabalhadores 4.9 SÍNTESE DOS RESULTADOS

Para análise postural foram utilizados 02 (dois) métodos o REBA e o e-dpi

módulo e-LEST. Diante do exposto fica evidente a importância da análise postural

em um ambiente de trabalho. Devido a isso, ficando claro a importância do

monitoramento de tarefas que impõem constrangimentos aos trabalhadores,

possibilitando identificar as atividades mais prejudiciais, bem como as regiões

corporais mais atingidas.

Em relação à análise postural, os dois métodos apresentaram-se bastante

eficientes e simples de utilizar alcançando resultados claros e objetivos. Apesar dos

critérios diferenciados de mensuração das posturas, o REBA e o e-DPI chegaram ao

mesmo resultado, ou seja, ambos indicaram sobrecargas posturais, que necessitam

de correção imediata. Neste trabalho, em ambos os métodos as pontuações obtidas

foram altas, o que indica problemas posturais.

Com base nos resultados obtidos é clara a necessidade de medidas

corretivas, para os problemas posturais. De acordo com o REBA 07 (50%), das

posturas estudadas, necessitam de uma intervenção imediata, urgente. Já o

resultado do e-DPI, indica a nocividade e que também requer uma ação imediata

para a correção das posturas. A vantagem do REBA em relação ao e-DPI, é que

nele as posturas estão indicadas.

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A aplicação do e-DPI, módulo e-LEST, permitiu que outros fatores também

fossem avaliados além das posturas, tais como: entorno físico, carga mental,

aspectos psicossociais e tempo de trabalho.

Com relação ao entorno físico, conforme já contextualizado, não foi

realizada nenhuma medição, mas mesmo assim é possível afirmar que as condições

gerais do ambiente são boas e não necessitam de nenhuma intervenção urgente.

A carga mental, de acordo com o resultado obtido, requer algumas

modificações. De maneira geral, os trabalhadores apresentam habilidade suficiente

para atender as exigências das tarefas, mas são pressionados pelo fator tempo na

realização das tarefas e cumprimentos de prazos.

Em relação aos aspectos psicossociais, a pontuação obtida também não

foi muito alta, mas os itens que merecem mais atenção são os relacionados com

ordens e controle da produção, além da experiência e treinamentos exigidos para a

função. O método indicou que seria conveniente ministrar treinamentos e

reciclagens para os operários.

O último item analisado foi o tempo de trabalho, que está relacionado com

a quantidade de horas trabalhadas por semana e a quantidade de horas extras. A

pontuação obtida foi baixa não indicando necessidade de mudança.

A aplicação dos dois métodos demonstrou que a atividade de confecção

de fôrmas submete os trabalhadores a problemas posturais que necessitam ser

priorizados, para proporcionarem melhorias aos trabalhadores e principalmente

evitar problemas de saúde futuros. O e-DPI demonstrou também que existem alguns

problemas organizacionais a serem resolvidos, contudo as posturas foram o único

item que alcançou a faixa de nocividade, o que justifica a prioridade de resolução.

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CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS

__________________________________________________

Este trabalho teve como objetivo identificar os problemas posturais na

confecção de fôrmas para a construção civil, sendo estudado o processo de

trabalho. O ambiente de trabalho (AET) foi estudado pelo e-DPI módulo e-LEST, que

também foi utilizado para uma análise postural. O REBA foi utilizado como uma

segunda ferramenta de análise postural.

Em relação aos problemas posturais nos trabalhadores estudados foram

observados riscos altos, o que indica que a atividade desenvolvida necessita

urgentemente de uma intervenção. A escolha da madeira para o corte, bem como o

armazenamento da peça cortada, e o transporte dos pranchões cortados ficaram na

categoria de risco mais elevado de lesões músculo-esqueléticas. Isso ocorre devido

a escolha da madeira exigir uma extrema flexão anterior da coluna, já o transporte

do pranchão é agravado pelo peso da peça e sua elevada dimensão. Outro fator

observado foi a instabilidade das posturas, que mudavam em espaços muito curtos

de tempo.

Os sintomas de dores encontrados neste estudo demonstram um forte

indício de problemas posturais na atividade realizada, em virtude da quantidade

média diária de transporte e movimentação de materiais pesados, além da adoção

de posturas inadequadas.

A utilização do Rapid Entir Body Assessment (REBA) e do e-DPI para a

avalição postural permitiu determinar que posturas seriam mais prejudiciais ao

trabalhador, bem como a atividade em que os trabalhadores assumem as posturas

mais críticas, facilitando a priorização de melhorias. As ferramentas mostraram-se

simples, de fácil aplicação, além de exigir poucos recursos para sua utilização.

Sendo bastante apropriadas para atividades em que os trabalhadores mudem

constantemente de postura, e em que os membros superiores sejam muito

solicitados. Os resultados obtidos apresentaram-se claros e objetivos.

Vale ressaltar que este trabalho cumpriu seu objetivo geral, bem como os

específicos a que se propôs. Apresentou as características do processo de

confecção de fôrmas, identificou os riscos do trabalho presentes na atividade

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estudada e realizou o estudo postural detectando a presença de posturas

inadequadas durante a confecção de formas, ou seja, realizou um estudo

ergonômico.

5.1 PROPOSIÇÕES DE MELHORIAS PARA A ATIVIDADE

Conforme o exposto acima enfatizando os problemas posturais e

demonstrando a necessidade de melhoria das condições de trabalho dos

carpinteiros e dos ajudantes de carpintaria. Vale ressaltar, que apenas estas

recomendações não são suficientes, devendo ser feita uma análise mais

aprofundada da atividade, buscando melhorias organizacionais e proporcionar

treinamentos para a conscientização do trabalhador. Seguem algumas

recomendações:

• Elevar o nível dos estoques de matéria-prima em relação ao piso, de maneira

a evitar que os trabalhadores precisem se agachar até o piso para escolher a

madeira, medir;

• Colocar plataformas no piso para os trabalhadores não precisarem se

agachar até o piso para armazenar a peça cortada ou pegar alguma peça de

madeira;

• Colocar mesas móveis próximas às serras de corte de maneira que os

trabalhadores possam acumular o material cortado e transportar com maior

conforto;

• Colocar bancadas móveis para os trabalhadores que trabalham na

montagem fazerem o transporte das peças montadas;

• Orientar e treinar os trabalhadores quanto às posturas e maneiras

apropriadas de transportas pesos;

• Orientar os trabalhadores para realizarem alongamentos durante a jornada

de trabalho.

• Tornar obrigatório na legislação o acompanhamento médico para as doenças

osteo-musculares na atividade de carpintaria.

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5.2 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS

• Estudar os efeitos desses esforços posturais sobre a saúde dos

trabalhadores.

• Realizar um estudo comparativo entre os esforços posturais da confecção de

fôrmas com os esforços realizados durante a fase de montagem das fôrmas

nos canteiros de obras.

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APÊNDICE A – Questionário de pesquisa

1. DADOS PESSOAIS NOME IDADE ESTADO CIVIL FILHOS ALTURA PESO FUNÇÃO

LOCAL DE NASCIMENTO

2. INFORMAÇÕES GERAIS

a) Como está a sua saúde? ( ) OTIMA ( ) BOA ( ) MÉDIO ( ) RUIM

b) Você sente dores no corpo ?

( ) DIARIAMENTE ( ) FREQUENTEMENTE ( ) RARAMENTE ( ) NUNCA

c) No ano passado você se ausentou por motivos de doença ?

( ) NUNCA ( ) MENOS DE 15 DIAS ( ) MAIS DE 15 DIAS ( ) MAIS DE UM MÊS

d) Você tem problemas de coluna?

( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SEI

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APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA

Título do Projeto: “ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL - UM ESTUDO DE CASO” Pesquisadora responsável: Renata Barbosa Damásio

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Prezado Senhor

O objetivo deste estudo é a identificação de posturas inadequadas dos profissionais que

trabalham com carpintaria, durante a confecção de fôrmas. Nesse trabalho, serão

observados apenas os profissionais de carpintaria. As fotos do posto de trabalho serão

obtidas durante a jornada e no local de trabalho dos participantes, e as entrevistas serão

feitas durante o intervalo da jornada, na parte da manhã. É descartado qualquer tipo de risco

envolvendo a sua participação neste estudo, em qualquer condição Esclareço ainda que

será garantido o sigilo do nome dos participantes da pesquisa. Informo que a sua

participação é voluntária e que não será prejudicado de forma nenhuma caso não queira

participar do estudo, sendo também garantido ao participante o direito de desistir da

pesquisa, em qualquer tempo, sem que essa decisão o prejudique. Os participantes não

receberão nenhuma gratificação financeira, tampouco não terão qualquer tipo de despesa.

Caso a pesquisa seja alterada, ou houver qualquer mudança na natureza do estudo ou nos

procedimentos, você será informado.

Esperando contar com o seu apoio, desde já agradeço a sua colaboração.

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AUTORIZAÇÃO Após ter sido informado sobre a finalidade da pesquisa “ESTUDO ERGONÔMICO NA CONFECÇÃO DE FÔRMAS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL- UM ESTUDO DE CASO”, AUTORIZO a realização do exame:, e afirmo estou participando deste estudo de

livre e espontânea vontade, não tendo sido forçado ou coagido na minha participação.

Recebi uma cópia deste formulário de consentimento. ___________________________________________ (Assinatura do participante da pesquisa) _____________________________________________ (Assinatura da testemunha em caso de analfabeto) ________________________________________ (Assinatura do Pesquisador(a) Responsável) Em ______ de ___________________ de 200_______ Obs: Adaptação do modelo cedido pelo Centro de Ciências da Saúde da

Universidade Federal da Paraíba.

Espaço para impressão

dactiloscópica

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ANEXO A – CUESTIONARIO DE OBSERVACIÓN e-LEST (e-DPI)

Datos del puesto

Empresa: Nombre del puesto:

Departamento: Nº de puestos

similares:

Fecha: Hora:

Descripción del puesto:

Observaciones:

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1 Carga física 1.1 CARGA ESTÁTICA

Indicar en la siguiente tabla las posturas más frecuentemente adoptadas por el

trabajador así como su duración:

Postura Duración (min.)

Frecuencia (veces/hora)

Duración total

(minutos/hora)Sentado:

Normal

Inclinado Con los brazos por

encima de los hombros

De pie: Normal

Con los brazos en extensión frontal

Con los brazos por encima de los

hombros

Con inclinación

Muy inclinado Arrodillado

Normal

Inclinado Con los brazos por

encima de los hombros

Tumbado Con los brazos por

encima de los hombros

Agachado Normal

Con los brazos por encima de los

hombros

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1.2 CARGA DÍNAMICA 1.2.1 Esfuerzo realizado en el puesto

El esfuerzo realizado en el puesto de trabajo es:

Continuo 1

Breve pero repetido2

(1) Si el esfuerzo es continuo

Duración total del esfuerzo en minutos por hora

<5' 5' a <10' 10' a <20' 20' a <35' 35' a <50' >=50'

(2) Si los esfuerzos son breves pero repetidos

Veces por hora que se realiza el esfuerzo

<30 30 a 59 60 a 119 120 a 209 210 a 299 >=300

Peso en Kg. de la carga que provoca el esfuerzo.

<1 1 a <2 2 a <5 5 a <8 8 a <12 12 a <20 >=20

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1.2.2 Esfuerzo de aprovisionamiento (esfuerzo realizado por el trabajador para,

por ejemplo, alimentar la máquina con materiales)

Distancia recorrida con el peso en metros:

<1 1 a <3 >=3

Frecuencia por hora del transporte

<10 10 a <30 30 a <60 60 a <120 120 a <210 210 a <300 >=300

Peso transportado en Kg.

<1 1 a <2 2 a <5 5 a <8 8 a <12 12 a <20 >=20

2 Entorno físico 2.1 AMBIENTE TÉRMICO

Si durante la jornada el trabajador está sometido a diferentes ambientes térmicos, se calculará la puntuación de cada situación de forma independiente

y se escogerá la más desfavorable.

Velocidad del aire en el puesto de trabajo (m/s)

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Temperatura del aire (ºC)

Seca Húmeda

Duración de la exposición diaria a estas condiciones

< 30' 30' a < 1 h 30' 1 h 30' a < 2 h 30' 2 h 30' a < 4 4 h a < 5 h 30' 5 h 30' a < 7 h >= 7 h

Veces que el trabajador sufre variaciones de temperatura en la jornada

25 o menos más de 25

2.2 RUIDO

El nivel sonoro a lo largo de la jornada es (Indicar si el trabajador está sometido siempre a un mismo nivel sonoro, o si varía a lo largo de la jornada)

Constante 3

Variable 4

El nivel de atención requerido por la tarea es

El NIVEL DE ATENCIÓN depende de la precisión de la tarea, de la necesidad de captar ciertas informaciones de caracter visual, táctil o sonoro y de los requerimientos propios de las tareas de vigilancia. Un mayor número de informaciones a percibir, una mayor necesidad de precisión en la tarea (piezas pequeñas o exactitud en la manipulación) o la dificultad en percibir posibles defectos supondrán un mayor requerimiento de atención. En un mismo puesto de trabajo el nivel de atención puede variar; en ese caso se escogerá el más elevado

Débil Medio Elevado

Muy elevado Este dato se solicita también en la variable "Atención" de la dimensión "CARGA MENTAL", el valor introducido debe ser el mismo en ambos casos.

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Número de ruidos impulsivos a los que está sometido el trabajador Ruidos IMPULSIVOS son aquellos de duración inferior a 1 segundo y de intensidad

sonora mayor o igual a 85 dB(A) (martilleos, explosiones...)

menos de 15 al día 15 o más al día

(3) Si el nivel sonoro a lo largo de la jornada es constante

Nivel de intensidad sonora en decibelios

<60 60 a 69 70 a 74 75 a 79 80 a 82 83 a 84 85 a 86 87 a 89 90 a 94 95 a 99 100 a 104 >105

(4) Si el nivel sonoro a lo largo de la jornada es variable

Duración de la exposición en horas por semana y niveles de intensidad sonora diferentes en decibelios

Duración (horas por semana)

Intensidad (dB)

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2.3 AMBIENTE LUMINOSO

El nivel de iluminación en el puesto de trabajo en lux es de

<30 30 a <50 50 a <80 80 a <200 200 a <350 350 a <600 600 a <900 900 a <1500 1500 a <3000 >=3000

El nivel (medio) de iluminación general del taller en lux es de

El nivel de contraste en el puesto de trabajo es *

Elevado (ej. Negro sobre fondo

blanco) Medio Débil (ej. Trabajos de costura)

*Contraste es la diferencia entre la luminancia de los objetos a observar y el

fondo

El nivel de percepción requerido en la tarea es

General (lugares de paso, manipulación de productos a granel...)

Basto (montaje de grandes piezas, recuento de stocks...) Moderado (Montaje de piezas pequeñas, lectura,

escritura...) Bastante fino (Montaje de piezas pequeñas...) Muy fino (trabajos de verificación, lectura de

instrumentos...) Extremadamente fino (trabajos de alta precisión)

Se trabaja con luz artificial

Permanente No permanente

Existen deslumbramientos

Sí No

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2.4 VIBRACIONES En caso de no existir exposición a vibraciones introduzca los valores menores (<2h; Poco molestas)

Duración diaria de exposición a las vibraciones

< 2 h 2 a < 4 h 4 a <6 h 6 a <7 h 30' >= 7 h 30'

El carácter de las vibraciones es

Poco molestas Molestas Muy molestas

3 Carga mental

El trabajo es

Repetitivo 5

No repetitivo 6

3.1 PRESIÓN DE TIEMPOS

Tiempo en alcanzar el ritmo normal de trabajo cuando inicia una nueva tarea

<=1/2 hora >1/2 hora <=1

día 2 días a <=1

sem. <1 sem a <=1

mes > 1 mes Nunca

Modo de remuneración del trabajador

Salario fijo Salario a rendimiento con prima colectiva (salario en

función del rendimiento colectivo) Salario a rendimiento con prima individual (salario en

función del rendimiento individual)

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El trabajador puede realizar pausas (sin contar las reglamentarias del bocadillo o la comida)

Más de una en media jornada Una en media jornada Sin pausas

El trabajo es en cadena

TRABAJO EN CADENA: El trabajador dispone de un tiempo determinado para realizar la tarea causando perturbaciones los retrasos. Las piezas se le presentan al trabajador de forma cronometrada. TRABAJO NO EN CADENA: El trabajador no depende del ritmo de la cadena. El tiempo de proceso no está estrictamente fijado.

Sí en cadena No en cadena

Si se producen retrasos en la tarea estos deben recuperarse

No Durante las pausas Durante el trabajo

(5) Si el trabajo es repetitivo

En caso de incidente puede el trabajador parar la máquina o

la cadena

Sí No, debe actuar de forma rápida

sin detener la máquina

El trabajador tiene posibilidad de ausentarse momentáneamente de su puesto de trabajo fuera de las pausas previstas

Sí 7

No

Este dato se solicita también en la variable "Comunicación con los demás

trabajadores" de la dimensión "ASPECTOS PSICOSOCIALES", los valores

introducidos deben coincidir.

(7) Si el trabajador tiene posibilidad de ausentarse Tiene necesidad de hacerse reemplazar por otro

trabajador

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Sí No 8

( 8) Si no tiene necesidad de hacerse reemplazar

Su ausencia provocaría...

Sin consecuencias en la producción

Riesgo de atrasos 3.2 ATENCIÓN

El nivel de atención requerido por la tarea es El NIVEL DE ATENCIÓN depende de la precisión de la tarea, de la necesidad de captar ciertas informaciones de caracter visual, táctil o sonoro y de los requerimientos propios de las tareas de vigilancia. Un mayor número de informaciones a percibir, una mayor necesidad de precisión en la tarea (piezas pequeñas o exactitud en la manipulación) o la dificultad en percibir posibles defectos supondrán un mayor requerimiento de atención. En un mismo puesto de trabajo el nivel de atención puede variar; en ese caso se escogerá el más elevado

Débil Medio Elevado

Muy elevado Este dato se solicita también en la variable "Ruido" de la dimensión "ENTORNO FÍSICO", el valor introducido debe ser el mismo en ambos casos.

El nivel de atención reseñado debe ser mantenido (en minutos por cada hora)

<10 min 10 a <20 min 20 a <40 min >=40 min

La importancia de los riesgos que puede acarrear la falta de atención es

Accidentes ligeros (provocan una parada de 24 horas o

menos) Accidentes serios (provocan incapacidad temporal del

trabajador) Accidentes graves (provocan incapacidad permanente o

muerte)

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La frecuencia con que el trabajador sufre estos riesgos es Rara (menos de una vez a la jornada) Intermitente (en ciertas actividades del trabajador) Permanente

La posibilidad técnica de hablar en el puesto es

Ninguna Intercambio de palabras Amplias posibilidades

NINGUNA: El aislamiento, el ruido o la necesidad de atención impiden totalmente hablar. INTERCAMBIO DE PALABRAS: Existe la posibilidad de hablar, pero no mantener conversaciones seguidas. AMPLIAS POSIBILIDADES: No existen impedimentos técnicos para hablar. 'Este dato se solicita también en la variable "Comunicación con los demás trabajadores" de la dimensión "ASPECTOS PSICOSOCIALES", los valores consignados deben coincidir.

El tiempo que puede el trabajador apartar la vista del trabajo por cada hora dado el nivel de atención requerido es

>=15 min 10 a <15 min 5 a <10 min <5 min

(6) Si el trabajo no es repetitivo

El número de máquinas a las que debe atender el trabajador es

1, 2 ó 3 4, 5 ó 6 7, 8 ó 9 10, 11 ó 12 más de 12

El número medio de señales por máquina y hora es (señal es

cualquier información que requiera la intervención del

trabajador, visual, sonora o táctil)

0 a 3 4 a 5 6 o más

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Intervenciones diferentes que el trabajador debe realizar

de 1 a 2 de 3 a 5 de 6 a 8 de 9 a 10 10 o más

Duración total del conjunto de las intervenciones por hora

< 15' de 15' a < de 30' de 30' a < de 45' de 45' a < de 55' >= 55'

3.3 COMPLEJIDAD

(5) Si el trabajo es repetitivo

Duración media de cada operación repetida

<2'' de 2'' a < de 4'' de 4'' a < de 8'' de 8'' a < de 16'' >= 16''

Duración media de cada ciclo

<8'' de 8'' a < de 30'' de 30'' a < de 60'' de 1' a < de 3' de 3' a < de 5' de 5' a < de 7' >= 7'

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4 Aspectos psicosociales 4.1 INICIATIVA

El trabajador puede modificar el orden de las operaciones que realiza Indique si el trabajador puede organizar su trabajo alterando el orden en que realiza las operaciones.

Sí No

El trabajador puede controlar el ritmo de las operaciones que realiza

Indique si el ritmo de trabajo depende enteramente del ritmo de la cadena o máquina, o si el trabajador puede adelantarse o detenerse en una cadencia de su tarea.

Ritmo enteramente dependiente de la cadena o de la máquina

Posibilidad de adelantarse 9

(9) Si el trabajador puede controlar el ritmo de las operaciones que realiza

Puede adelantarse

Indique cuanto puede adelantarse de media por cada hora de trabajo, aprovechando ese tiempo para descansar sin perturbar la producción.

< 2 min/hora 2 a <4 min/hora 4 a <7 min/hora 7 a <10 min/hora 10 a <15 min/hora >= 15 min/hora

El trabajador controla las piezas que realiza

Sí No

El trabajador realiza retoques eventuales

Indique si el trabajador puede corregir él mismo errores o imperfecciones.

Sí No

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Definición de la norma de calidad del producto fabricado

Muy estricta, definida por servicio especializado Con márgenes de tolerancia explícitos

Influencia positiva del trabajador en la calidad del producto

Ninguna

Débil, el sistema técnico controla la calidad, sólo puede reglar mejor las máquinas

Sensible: importa la habilidad y experiencia del trabajador Casi total

Posibilidad de cometer errores

Total imposibilidad Posibles, pero sin repercusión anterior o posterior Posibles con repercusión media Posibles con repercusión importante (producto irrecuperable)

En caso de producirse un incidente debe intervenir

En caso de incidente menor: el propio trabajador En caso de incidente menor: otra persona

Tanto en caso de incidente importante como menor: el trabajador

La regulación de la máquina la realiza

El trabajador Otra persona

4.2 COMUNICACIÓN CON LOS DEMÁS TRABAJADORES

El número de personas visibles por el trabajador en un radio de 6 metros es

El trabajador puede ausentarse de su trabajo Indique si el trabajador puede ausentarse momentáneamente de su puesto de trabajo fuera de las pausas previstas.

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142

Este dato se solicita también en la variable "Presión de tiempos" de la dimensión "CARGA MENTAL”, los valores introducidos deben coincidir.

Sí No

El reglamento estipula sobre el derecho a hablar

Prohibición práctica de hablar Tolerancia de algunas palabras Ninguna restricción

Posibilidad técnica de hablar en el puesto Este dato se solicita también en la variable "Atención" de la dimensión "CARGA MENTAL”, los valores introducidos deben coincidir. NINGUNA: El aislamiento, el ruido o la necesidad de atención impiden totalmente hablar. INTERCAMBIO DE PALABRAS: Existe la posibilidad de hablar, pero no mantener conversaciones seguidas. AMPLIAS POSIBILIDADES: No existen impedimentos técnicos para hablar.

Ninguna Intercambio de palabras Amplias posibilidades

Necesidad de hablar en el puesto

Indique si por la naturaleza de la tarea se requieren intercambios verbales con otros puestos: NINGUNA NECESIDAD: La tarea no requiere intercambios verbales con otros puestos. INTERCAMBIOS POCO FRECUENTES: La tarea requiere intercambios verbales esporádicamente. INTERCAMBIOS FRECUENTES: Se requieren frecuentes intercambios verbales con otros puestos.

Ninguna necesidad de intercambios verbales

Necesidad de intercambios verbales poco frecuentes

Necesidad de intercambios verbales frecuentes

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143

Existe expresión obrera organizada

No hay delegado en el sector al que pertenece el trabajador

Un delegado poco activo o representativo Varios delegados medianamente activos Varios delegados muy activos

4.3 RELACIÓN CON EL MANDO

Frecuencia de las consignas recibidas del mando en la jornada

Muchas y variables consignas del mando. Relación frecuente con el mando

Consignas al comienzo de la jornada y a petición del trabajador No hay consignas de trabajo

Amplitud de encuadramiento en primera línea (número de trabajadores

dependientes de cada responsable en el primer nivel de mando)

<10 Entre 11 y 20 Entre 21 y 40 >40

Intensidad del control jerárquico: alejamiento temporal y/o físico del mando

Gran proximidad Alejamiento mediano o grande Ausencia del mando durante mucho tiempo

Dependencia de puestos de categoría superior no jerárquica: controladores,

mantenimiento, ajustadores...

Dependencia de varios puestos Dependencia de un solo puesto Puesto independiente

4.4 STATUS SOCIAL

Duración del aprendizaje del trabajador para el puesto

<1 h <1 día 2 a 6 días 7 a 14 días 15 a 30 días 1 a 3 meses >= 3 meses

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Formación general del trabajador requerida Tiempo de aprendizaje requiere el trabajador para ocupar el puesto que ocupa. Se trata del tiempo formación específica para el puesto en concreto, sin considerar la formación general anterior que el trabajador pueda tener.

Ninguna Saber leer y escribir Formación en la empresa (menos de 3 meses) Formación en la empresa (más de 3 meses) Formación Profesional o Bachillerato

5 Tiempos de trabajo 5.1 CANTIDAD Y ORGANIZACIÓN DEL TIEMPO DE TRABAJO

Duración semanal en horas del tiempo de trabajo

35 a <41 41 a <44 44 a <46 >=46

Tipo de horario del trabajador

Normal

2 X 8 (dos turnos de 8 horas)

3 X 8 (tres turnos de 8 horas)

Non-stop

Con relación a las horas extraordinarias el trabajador tiene En caso de no existir seleccione la opción "Posibilidad total de rechazo”.

Imposibilidad de rechazo

Posibilidad parcial de rechazo

Posibilidad total de rechazo

Los retrasos horarios son

Imposibles Poco tolerados Tolerados

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Con relación a las pausas

Imposible fijar duración y tiempo de las pausas

Posible fijar el momento Posible fijar momento y duración

Con relación a la hora de finalizar la jornada

Posibilidad de cesar el trabajo sólo a la hora prevista

Posibilidad de acabar antes el trabajo pero obligado permanecer en el puesto

Posibilidad de acabar antes y abandonar el lugar de trabajo

Con relación al tiempo de descanso

Imposible tomar descanso en caso de incidente en otro puesto

Tiempo de descanso de media hora o menor Tiempo de descanso de más de media hora

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ANEXO B – Diagrama e escores dos segmentos corporais definidos pelo (REBA)

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ANEXO C – Tabela de escores para avaliação das posturas observadas pela técnica (REBA)

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ANEXO D – Esquema da soma entre os escores referentes a cada segmento corporal avaliadao, para a obtenção do escore final REBA e tabela de categorias de ações

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ANEXO E – Onde o seu corpo dói

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