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Universidade Federal da Paraíba, Brasil O FUTURO DO MERCOSUL: PERSPECTIVAS PARA O MERCOSUL EM DEZ ANOS Gabriel de Ferreira & Lucas Ribeiro 1 Resumo: O mundo tem os olhos voltados para a América do Sul, região de paz e de jovens democracias a qual, cada vez mais, ocupa um espaço relevante no cenário internacional. Os processos de integração regional iniciados no século passado tiveram seus avanços e fracassos, mas é inegável que a realidade sul-americana mudou significativamente com o surgimento de blocos econômicos, sendo o principal deles o Mercado Comum do Sul. É preciso saber, no entanto, o que os líderes sul-americanos devem fazer, para que a integração regional avance, e seus resultados positivos engrandeçam a região frente ao panorama global. Nesse sentido, este estudo acadêmico foi realizado em prol do projeto de integração regional da América do Sul, analisando quais os seus principais entraves, as soluções necessárias, as precauções a serem tomadas e o que o futuro nos reserva comprovando a essencial simbiose entre o poder público e as comunidades universitárias. Palavras-chave: perspectivas, MERCOSUL, integração regional, América do Sul. Abstract: The world has its eyes on South America, a region of peace and young democracies which has increasingly occupied a relevant place in the international scenario. The regional integration processes begun in the past century had their advances and failures, but it is undeniable that the South American reality has changed meaningfully with the rise of economic blocs, and MERCOSUR is the main one. It is necessary to know, however, what the South American leaders must do, in order to make regional integration advance and its positive results to enlarge the region before the global scene. In this way, this academic study has been made on behalf of the South America’s regional integration project, analyzing which are its main obstacles, the necessary solutions, the precautions which must be taken and what the future holds for us proving the essential symbiosis between the public administration and the universitary communities. Keywords: perspectives, MERCOSUR, regional integration, South America. 1 Os autores deste artigo são graduandos em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

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Universidade Federal da Paraíba, Brasil

O FUTURO DO MERCOSUL: PERSPECTIVAS PARA O MERCOSUL EM DEZ

ANOS

Gabriel de Ferreira & Lucas Ribeiro1

Resumo: O mundo tem os olhos voltados para a América do Sul, região de paz e de jovens

democracias a qual, cada vez mais, ocupa um espaço relevante no cenário internacional. Os

processos de integração regional iniciados no século passado tiveram seus avanços e

fracassos, mas é inegável que a realidade sul-americana mudou significativamente com o

surgimento de blocos econômicos, sendo o principal deles o Mercado Comum do Sul. É

preciso saber, no entanto, o que os líderes sul-americanos devem fazer, para que a

integração regional avance, e seus resultados positivos engrandeçam a região frente ao

panorama global. Nesse sentido, este estudo acadêmico foi realizado em prol do projeto de

integração regional da América do Sul, analisando quais os seus principais entraves, as

soluções necessárias, as precauções a serem tomadas e o que o futuro nos reserva –

comprovando a essencial simbiose entre o poder público e as comunidades universitárias.

Palavras-chave: perspectivas, MERCOSUL, integração regional, América do Sul.

Abstract: The world has its eyes on South America, a region of peace and young

democracies which has increasingly occupied a relevant place in the international scenario.

The regional integration processes begun in the past century had their advances and

failures, but it is undeniable that the South American reality has changed meaningfully with

the rise of economic blocs, and MERCOSUR is the main one. It is necessary to know,

however, what the South American leaders must do, in order to make regional integration

advance and its positive results to enlarge the region before the global scene. In this way,

this academic study has been made on behalf of the South America’s regional integration

project, analyzing which are its main obstacles, the necessary solutions, the precautions

which must be taken and what the future holds for us – proving the essential symbiosis

between the public administration and the universitary communities.

Keywords: perspectives, MERCOSUR, regional integration, South America.

1 Os autores deste artigo são graduandos em Relações Internacionais pela Universidade Federal da

Paraíba (UFPB).

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1. INTRODUÇÃO

Com a crescente integração dos países da América do Sul, a formulação de blocos

econômicos e de instituições regionais cresce no intuito de agilizar essa integração e

aumentar os ganhos obtidos com a cooperação. O MERCOSUL e a UNASUL são exemplos

do desenvolvimento da integração entre os países sul-americanos – o primeiro mais antigo e

um pouco mais consolidado em relação ao segundo, mais novo e em processo de

crescimento.

Nesse contexto de maior integração sul-americana, é de extrema importância as

contribuições acadêmicas para a fomentação de políticas públicas que possam estreitar os

laços entre os países e, com isso, acelerar e aperfeiçoar o nível de integração entre os

países da América Latina.

Até o presente momento, o MERCOSUL se mostra como uma das mais bem

sucedidas tentativas de integração na América do Sul, tendo como principal objetivo a

fomentação de uma zona de livre circulação de bens de serviços e de fatores produtivos, por

meio da eliminação de barreiras tarifárias.2 O bloco é formado por cinco países: a Argentina,

o Brasil, o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela; a suspensão paraguaia será revogada no

próximo encontro de cúpula.

Após 23 anos da assinatura do Tratado de Assunção, marco para a criação oficial do

bloco, o MERCOSUL atingiu números importantes, evidenciando o seu crescimento ao

longo dos anos. São aproximadamente 270 milhões de habitantes (cerca de 70% da

população sul-americana) e um PIB de aproximadamente US$ 3,3 trilhões (83,2% do PIB

sul-americano).3

No âmbito institucional, alguns avanços podem ser observados, a saber: o aumento

no fluxo comercial entre os países membros, a criação de um tribunal de solução de

controvérsias, a convergência dos Estados membros quanto à livre circulação de pessoas, a

criação de um passaporte comunitário, fomentação do FOCEM (Fundo para a Convergência

Estrutural do MERCOSUL), e outros avanços foram importantes para a consolidação do

bloco no sistema internacional.4

Apesar dos avanços, alguns entraves podem ser observados, como o estágio de

união aduaneira ainda incompleto e o processo decisório intergovernamental, que torna o

bloco “refém” da troca de governos e de suas respectivas políticas externas. Do mesmo

modo, a adoção de um sistema de negociações conhecido como “4+1” dificulta, em certa

2 (TRATADO DE ASSUNÇÃO, 1991)

3 (OPERAMUNDI, 2012)

4 Ver anexos, gráfico 1.

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medida, o avanço do processo integracionista, já que o consenso é premente nas

conversações comerciais com países alheios ao bloco.

Atualmente o bloco possui, em sua agenda, temas importantes a serem debatidos,

como a confirmação do acordo de livre comércio com a União Européia, cujas negociações

se arrastam por 13 anos, e a reincorporação do Paraguai, a qual será oficializada no

encontro de cúpula de Caracas, este ano. Não menos importante, a criação do Parlasul, a

redução das assimetrias econômicas (consolidação da tarifa zero e redução das barreiras

tarifárias) e sociais entre os membros, a adesão da Bolívia e uma maior agilidade nas

negociações de acordos também são temas-chaves para o bloco nos próximos anos.

Tendo em vista a importância crescente do bloco para o Brasil e para os demais

países do MERCOSUL, o presente trabalho visa a avaliar os possíveis cenários para o bloco

no prazo de 10 anos, quando completará 32 anos de existência, e a auxiliar os governantes

na fomentação de políticas públicas que promovam a integração e o crescimento da

América do Sul, objetivando sempre o desenvolvimento igualitário para os países e para a

sociedade. O trabalho é composto por quatro sessões. A primeira refere-se à introdução,

onde o tema é apresentado e é exposto um panorama atual do MERCOSUL. Na segunda

sessão, é exposta a metodologia utilizada no trabalho. Na terceira sessão, são avaliados os

cenários futuros, fomentados por meio de uma ampla análise de variáveis relevantes sobre

o tema, sugerindo aos Governos maneiras de como agir. Por fim, serão levantadas as

considerações finais, onde uma síntese do trabalho será feita.

2. METODOLOGIA

Partir-se-á, neste trabalho, da definição de cenário conforme apontado por Wright e

Spers em O país no futuro: aspectos metodológicos e cenários:

“De acordo com Alan Porter et al. (1991), cenários são esboços

parciais de alguns aspectos do mundo futuro, e a estruturação de um

cenário pode variar desde formas puramente narrativas até modelos

detalhados com dados quantitativos. Os aspectos enfatizados devem

ser essencialmente aqueles que possuem relevância para o

prognóstico desejado.” (WRIGHT e SPERS, p. 14, 2006)

Após a compreensão do contexto em que o MERCOSUL está atualmente inserido,

onde é possível perceber avanços, mas também entraves que dificultam o maior

crescimento do bloco, foram escolhidas três técnicas cujas metodologias se mostram as

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melhores aplicáveis à avaliação do cenário. São elas o brainwriting, a classificação das

variáveis condicionantes e a utilização da matriz impacto/incerteza.

De maneira dinâmica, a técnica do brainwriting consiste em reunir e escrever, após

um aprofundamento no assunto em questão, um considerável número de ideias e de

possíveis mudanças estruturais ou paradigmáticas que possam ocorrer no campo debatido.

Assemelha-se à conhecida ferramenta do brainstorming, porém ocorre de maneira mais

eficiente e produtiva.

As variáveis encontradas são posteriormente discutidas, e analisam-se os seus

possíveis impactos sobre a atual concepção sistêmica, como aqueles afetaram esta e quão

provável é a sua ocorrência. Essa fase refere-se à distribuição na matriz impacto/incerteza.

Atribuindo valores entre 1, 3 ou 5, isto é, respectivamente variáveis de baixo, médio ou alto

grau de impacto/incerteza, podem-se definir quais representam um caráter condicionante, o

que, por sua vez, demonstra os cenários com maior plausibilidade.

Para o embasamento teórico, serão realizadas análises de discursos dos Chefes de

Estado e representantes do bloco e da bibliografia relevante para a fomentação dos

cenários. O diálogo bibliográfico com os escritos de analistas e especialistas da temática da

integração, em especial, mercossulina, também será de grande valia para a elaboração

científica dos cenários. É de colossal relevância conhecer quais as tendências, os

obstáculos e o passado histórico do Mercado Comum do Sul apontados pelos estudiosos,

para assim propor mudanças que possam ser efetivas e benéficas para o bloco e

consequentemente para os demais parceiros. Dessa forma, a parceria entre a universidade

e o poder público é essencial para assistir os governantes no desenvolvimento dessas

políticas.

Após a avaliação da bibliografia, e da aplicação da metodologia exposta acima,

foram elencadas algumas variáveis que são de grande valia para a fomentação de três

cenários: o cenário provável, o normativo e, por fim, o alternativo.

Variáveis com grande probabilidade de ocorrência: alteração gradual do processo

decisório consensual (1); solução das falhas da TEC (2); criação de políticas e instrumentos

comerciais comuns (3); flexibilidade no processo de integração(4); projeção conjunta no

cenário global (5); harmonização de normas sanitárias (6); formação de empresas de

natureza mercossulina (7); participação mais efetiva do Chile (8); expansão do número de

membros (9); influência chinesa crescente (10); aumento da atuação do Parlasul (11).5

Variáveis com relevante impacto positivo6: consolidação da união aduaneira (1);

5 Ver tabela 1

6 Conforme indicado pelas análises de ampla gama de especialistas e dos discursos de líderes do

MERCOSUL. Ver referências bibliográficas.

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harmonização de normas internas nas áreas de captação de investimentos, de incentivos à

produção e à exportação e de compensação das assimetrias intrarregionais (2); programa

de complementação industrial e integração de cadeias de produção (3); criação de

mecanismo assegurador de cumprimento das normas (4); construção de uma infraestrutura

regional de transportes, comunicações e energia (5); reativação da programação setorial do

desenvolvimento conjunto (6); moeda comum para os intercâmbios de bens e de serviços

(7); harmonização de regimes trabalhistas (8); constituição de instituições supranacionais

para interpretar o direito mercossulino (9); a primazia da norma mercossulina sobre a

nacional (10); a aplicação de normas regida por uma disciplina comum (11); operação, com

plenas funções jurisdicionais, do Tribunal de Assunção (12); intensificação da cooperação

com a UNASUL (13); livre comércio com a União Europeia (14); criação de mecanismos

para prevenir a perturbação de mercados nacionais (15); acesso de empresas nacionais

localizadas nos Estados-membros a órgãos de financiamento de outros países do bloco

(16).7

Variáveis alternativas e de consequências negativas para o MERCOSUL: exclusão de

mecanismos antidumping intrazona (1); especialização produtiva dos países do MERCOSUL

(2); alinhamento econômico brasileiro com os países desenvolvidos (3); estagnação e crise

argentinas (4); crise venezuelana (5); redirecionamento de capitais para outros países latino-

americanos (6); concorrência com a Aliança do Pacífico (7); aumento da utilização de novas

fontes energéticas não produzidas em larga escala nos países do MERCOSUL (8);

aproximação comercial com possível acordo entre EUA e EU (9); distanciamento dos EUA

em relação à América do Sul (10); manutenção do processo decisório consensual (11);

ausência de posição conjunta dos países do bloco em fóruns internacionais (12).8

Tabela 1 – Matriz Impacto/Incerteza (Variáveis com grande probabilidade de

ocorrência)

Variáveis Impacto Incerteza

1 5 1

2 5 1

3 3 1

4 3 1

5 1 1

6 3 1

7 3 1

7 Ver tabela 2.

8 Ver tabela 3.

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6

8 3 1

9 3 1

10 3 1

11 3 1

Tabela 2 – Matriz Impacto/Incerteza (Variáveis com relevante impacto positivo)

Variáveis Impacto Incerteza

1 5 3

2 5 5

3 5 3

4 5 3

5 5 3

6 5 5

7 5 5

8 5 5

9 5 3

10 5 3

11 5 3

12 5 3

13 5 5

14 3 5

15 5 3

16 5 3

Tabela 3 – Matriz Impacto/Incerteza (Variáveis alternativas e de consequências

negativas para o MERCOSUL)

Variáveis Impacto Incerteza

1 5 5

2 5 3

3 3 5

4 5 3

5 3 3

6 5 3

7 5 3

8 5 5

9 3 3

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7

10 5 3

11 5 3

12 5 3

3. CENÁRIOS PROPOSTOS

Cenário Provável – A Caminho da Institucionalização

Analistas das mais variadas nacionalidades, há muito, apresentam as debilidades

adquiridas pelo Mercado Comum do Sul durante o espectro temporal de sua existência,

tendo em vista as crises ocorridas na região na transição para o novo milênio e a constante

troca de governos na região, durante as últimas décadas.

Embora essas fragilidades sejam latentes, seja no aspecto institucional ou de

coordenação comercial, o vultoso volume de trocas entre os países do MERCOSUL

demonstra o seu sucesso e comprova que dificilmente haverá um retorno ao período pré-

bloco.9 Espera-se, portanto, que os líderes dos Estados que compõem o bloco levem

adiante o projeto integracionista do Cone Sul e, ao mesmo tempo, estejam atentos às

críticas e sugestões dos analistas internacionais. Estes apontam a instabilidade do processo

decisório intergovernamental como uma das principais causas para a paralisia da evolução

do Mercosul, visto que o consenso, nem sempre, é alcançado, e as demandas domésticas

específicas de cada membro tendem a ter uma voz mais ruidosa nesse tipo processo, uma

vez que os Presidentes têm de lidar com o jogo político de seus respectivos Congressos e

eleitorados. A tabela a seguir representa a estabilidade democrática nos países-membros do

MERCOSUL, tendo em vista a importância da continuidade de políticas de integração,

mesmo após mudanças de governo, e do Protocolo de Ushuaia, conhecido como Cláusula

Democrática do MERCOSUL.10

Por isso, nos últimos anos, a criação de um arcabouço institucional, ainda que

insuficiente, mostra uma tendência a ser consolidada no futuro, com uma maior e decisiva

atuação do Parlamento do MERCOSUL e uma alteração gradual de um processo decisório

intergovernamental para um supranacional, que garantiria às medidas tomadas, a nível

regional, um caráter técnico, eficiente e imparcial. Essa evolução facilitaria muitas outras

que se mostram prováveis no espaço de uma década, como a solução das falhas da Tarifa

Externa Comum, a harmonização de normas sanitárias e a criação de políticas comerciais,

de instrumentos de defesa comercial comuns e de empresas de natureza regional. Desse

modo, o fluxo comercial, dentro do bloco, elevar-se-ia ainda mais, e seria facilitada uma

projeção conjunta a nível global.

9 Ver anexos, gráfico 1

10 Ver anexos, tabela 4.

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8

Não se pode esquecer, no entanto, que o processo de integração do MERCOSUL

contém uma flexibilidade peculiar, muitas vezes vista como uma característica que permitiria

retrocessos no processo de integração, vide a possibilidade da reintegração do Paraguai ao

bloco, sem o mesmo aceitar o Protocolo de Ushuaia II.11 Contudo, partilhamos da ideia de

que essa flexibilidade é essencial, para manter o equilíbrio entre os países do bloco e

garantir a sua capacidade adaptativa às mudanças das circunstâncias nacionais, regionais

ou globais. Essa flexibilidade deverá continuar e será importante, para que a admissão de

novos Estados ao bloco, como a Bolívia e o Equador, não ocorra com sobressaltos, assim

como permita um diálogo frutífero com o Chile de Bachelet e de sua coalizão de esquerda

nos próximos anos. Da mesma maneira, será necessária muita coordenação entre os

membros do MERCOSUL, para lidar com a crescente influência chinesa sobre a região,

ameaçando, cada vez mais, a indústria local.12

Cenário Normativo – Correção das Assimetrias Regionais

Da mesma forma como o intergovernamentalismo é tido como um dos maiores

empecilhos à integração regional, grande parte dos analistas consideram a existência de

assimetrias discrepantes como uma pedra no caminho do sucesso do MERCOSUL.

As assimetrias entre os dois maiores países – Brasil e Argentina – e os demais –

Uruguai, Paraguai e Venezuela – são inegáveis, e mesmo a Argentina tem reclamações

contra a capacidade industrial brasileira e sua influência sobre o restante da região.13 É

natural, portanto, que os países menores tentem conseguir concessões dos seus grandes

parceiros e façam exigências condizentes com o propósito do projeto do MERCOSUL. Entre

elas, está a consolidação da união aduaneira, ainda incompleta até os dias atuais. É

necessário que se adote um Código Aduaneiro, que os sistemas informáticos aduaneiros

estejam interligados e que a renda aduaneira seja distribuída entre os membros, conforme a

respectiva necessidade, ou sirva para o financiamento de instituições mercossulinas.

De igual relevância é a necessidade de se construir um programa de

complementação industrial regional e de integrar as cadeias de produção, a fim de aumentar

a interdependência entre os países e o fluxo de bens, de serviços, de capital e de pessoas e

de corrigir as assimetrias regionais. Para atender a esse objetivo, o MERCOSUL precisará

contar com uma infraestrutura regional de transportes, de comunicações e de energia, como

já foi percebido pelos líderes dos Estados-membros, os quais criaram o ainda escasso

Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM). O Brasil, por exemplo, conduz

inúmeros projetos de construção ferroviária e rodoviária que integram diferentes pontos do

11

(VEJA, 2013) 12

Ver anexos, tabela 5. 13

Ver anexos, tabela 6.

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continente, como o Pacífico e o Atlântico, e lidera arranjos cooperativos no ramo energético,

como a Usina Binacional de Itaipu, compartilhada com o Paraguai.

Além dessas medidas de redução de assimetrias, analistas apontam outras que

podem colaborar com esse objetivo: harmonização de normas internas nas áreas de

captação de investimentos, de incentivos à produção e à exportação; reativação da

programação do desenvolvimento industrial, tecnológico, cultural e militar conjunto através

de acordos em setores essenciais (o que também daria mais protagonismo a empresas de

caráter regional); permissão de acesso de empresas nacionais localizadas nos Estados-

membros a órgãos de financiamento de outros países do MERCOSUL.

Sob o aspecto institucional, deseja-se que o MERCOSUL obtenha um mecanismo

que assegure o cumprimento das normas comunitárias, a exemplo da constituição de

instituições supranacionais de interpretação do direito mercossulino. Assim a operação do

Tribunal de Assunção com a permanência, a rigorosidade, os recursos, a independência e o

nível técnico necessários para o exercício de plenas funções jurisdicionais e de controle

garantirá que as normas mercossulinas serão respeitadas, tendo em vista a necessidade de

sua primazia sobre as normas nacionais e de uma disciplina comum, para reger tais normas.

A nível extra-bloco, uma cooperação profunda com a União de Nações Sul-americanas

poderá intensificar o nível de integração regional e ampliar a sua extensão.

Já, sob o ponto de vista comercial, a criação de uma moeda comum a ser utilizada, a

princípio, no intercâmbio de bens e de serviços, como o turismo, é um passo valoroso e

possível de ser dado, em busca de uma convergência macroeconômica maior, embora, no

momento, as disparidades cambiais e monetárias sejam enormes. De forma semelhante, a

harmonização dos regimes trabalhistas garantiria uma dinamicidade ao mercado de trabalho

conjunto do MERCOSUL e impulsionaria o crescimento do bloco como um todo, assim como

o acordo de livre comércio com a União Europeia, estudado desde fins da década de 90,

poderia dar tanto um novo impulso às nossas exportações como mais espaço no comércio

internacional.14

O que sempre preocupou os líderes dos Estados-membros, desde as crises da

década de 90, foi que houvesse um contágio generalizado transmitido pelas facilidades

comerciais da integração, portanto as turbulências do passado e do presente devem ser

evitadas através da criação de mecanismos que previnam a perturbação de mercados

nacionais e não permitam que o comércio seja direcionado em favor de terceiros países.

Cenário Alternativo – Desintegração Regional

14

(RADIO FRANCE INTERNATIONALE, 2013)

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10

Geralmente é tida como uma medida vantajosa a eliminação de mecanismos anti-

dumping intrazona, a fim de permitir a livre atuação das forças de mercado, mas

acreditamos que a abolição desses instrumentos, no espaço temporal analisado, teria

efeitos devastadores sobre as indústrias dos parceiros menores do MERCOSUL, inclusive

da Argentina. Caso essas barreiras fossem derrubadas, sem que as assimetrias regionais

fossem devidamente corrigidas, haveria o risco de formar-se uma relação de Centro-

Periferia dentro do bloco, com a especialização produtiva dos países, estando o Brasil na

confortável posição de país exportador de manufaturados, e os demais parceiros, na de

exportadores de matéria-prima.15

Outra possibilidade deste cenário é que as crises argentina e venezuelana evoluam a

tal nível, que contagie os demais membros do bloco e deem origem a uma fuga massiva de

capitais, cujos resultados seriam calamitosos para as populações nacionais e teriam como

resposta um arrefecimento do processo de integração regional. Sob essa visão, é possível

que os investimentos estrangeiros se direcionem aos nossos vizinhos que estão

conformando um modelo distinto de integração regional, a saber: a Aliança do Pacífico.

Embora dividamos o mesmo continente e compartilhemos quilômetros de fronteira, o

México, o Chile, o Peru e a Colômbia, tradicionalmente sintonizados com as perspectivas

ortodoxas de desenvolvimento, não participaram da criação do MERCOSUL, tampouco

parecem engajar-se na admissão ao bloco, porém são tidos como um novo destino de

investimentos estrangeiros, agora que se uniram, devido às suas diferenças geográficas,

econômicas e políticas.

O nosso relacionamento com os Estados Unidos também pode ser raiz de novos

temores, uma vez que a entrada da Venezuela no bloco e o possível ingresso da Bolívia e

do Equador podem significar o distanciamento ideológico em relação aos estadunidenses e

o aumento da desconfiança mútua. Além disso, preocupa que os Estados Unidos expandam

o número de acordos de livre comércio com outros parceiros, como a União Europeia e os

países do Pacífico, tornando-se cada vez mais difícil para o MERCOSUL competir

comercialmente com a maior potência mundial.

A potencialidade energética conjunta do bloco, um dos seus maiores trunfos e

possível passaporte para o desenvolvimento, pode estar ameaçada pelo surgimento de

novas fontes de energia, como o gás de xisto, pelo alcance da autonomia energética dos

Estados Unidos e pela utilização de fontes alternativas na Europa. Com o declínio relativo

da produção chinesa, grande consumidora de energia, as reservas de gás e petróleo dos

15

Ver anexos, tabela 7.

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11

países bolivarianos e as recentes descobertas de petróleo na costa sul-americana atlântica

podem não gerar tantos lucros quanto esperado.16

Por fim, a manutenção do atual processo decisório, isto é, intergovernamental e

consensual, pode ter dois resultados prementes, um interno e outro externo. Este se refere à

falta de um posicionamento comum nas negociações e nos fóruns internacionais, o que

demonstraria a fragilidade do bloco e afastaria o interesse dos investidores, enquanto

aquele significaria o retardo da incorporação das medidas tomadas no âmbito regional e a

paralisia do processo de integração, podendo levar os países a buscar diferentes

alternativas e parceiros comerciais, o que seria a declaração de fim do Mercado Comum do

Sul.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O MERCOSUL, sem dúvida, configurou-se como um grande instrumento de

desenvolvimento social e econômico na América do Sul, e seus avanços, ainda que lentos,

trouxeram maior desenvolvimento ao intercâmbio socioeconômico entre os países membros.

A partir da atual conjuntura e da análise de fatos passados, foi possível fomentar três

cenários futuros que podem ajudar no entendimento do bloco e de suas perspectivas e

assim auxiliar no desenvolvimento de políticas que, se concretizadas, podem trazer maior

desenvolvimento aos países do MERCOSUL e consequentemente a suas sociedades.

O cenário provável e o cenário normativo expõem uma conjuntura de

desenvolvimento para o bloco: o primeiro por meio da institucionalização; o segundo com a

redução das assimetrias, mas ambos de extrema importância para o bom andamento do

projeto de integração. O cenário alternativo expõe certo pessimismo em relação ao futuro,

principalmente se as relações econômicas assimétricas intrarregionais sofrerem grandes

mudanças, podendo haver uma relação extremamente desigual, protagonizada pelo Brasil.

Atualmente o Mercado Comum do Sul encontra-se em uma fase decisiva, onde

passos importantes devem ser dados, principalmente na negociação de acordos de livre

comércio e em uma maior institucionalização do bloco. Por isso, talvez a incerteza inerente

a todo período de transição torne nebulosa a análise do caminho a ser percorrido, fazendo

com que o uso da técnica de avaliação de cenários seja ainda mais valioso para o poder

público, para a iniciativa privada e para a sociedade civil como um todo.

5. BIBLIOGRAFIA

16

Ver anexos, tabela 8

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12

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<http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/08/20/para-industria-e-hora-de-decisao-

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6. ANEXOS

Gráfico 1 – Coeficiente de comércio intraregional, 1980 - 2010

FONTE: Alvarez, 2011

Tabela 4 – Ambiente democrático do MERCOSUL

Tabela 5 – Comércio China-MERCOSUL (2010)

Tabela 6 – Produto Interno Bruto (PIB) – 2012

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Tabela 7 – Exportações Brasileiras para o MERCOSUL (em US$ bilhões)

Tabela 8 – Reservas de Hidrocarbonetos, 2011