universidade federal da paraíba, brasil o futuro do...
TRANSCRIPT
Universidade Federal da Paraíba, Brasil
O FUTURO DO MERCOSUL: PERSPECTIVAS PARA O MERCOSUL EM DEZ
ANOS
Gabriel de Ferreira & Lucas Ribeiro1
Resumo: O mundo tem os olhos voltados para a América do Sul, região de paz e de jovens
democracias a qual, cada vez mais, ocupa um espaço relevante no cenário internacional. Os
processos de integração regional iniciados no século passado tiveram seus avanços e
fracassos, mas é inegável que a realidade sul-americana mudou significativamente com o
surgimento de blocos econômicos, sendo o principal deles o Mercado Comum do Sul. É
preciso saber, no entanto, o que os líderes sul-americanos devem fazer, para que a
integração regional avance, e seus resultados positivos engrandeçam a região frente ao
panorama global. Nesse sentido, este estudo acadêmico foi realizado em prol do projeto de
integração regional da América do Sul, analisando quais os seus principais entraves, as
soluções necessárias, as precauções a serem tomadas e o que o futuro nos reserva –
comprovando a essencial simbiose entre o poder público e as comunidades universitárias.
Palavras-chave: perspectivas, MERCOSUL, integração regional, América do Sul.
Abstract: The world has its eyes on South America, a region of peace and young
democracies which has increasingly occupied a relevant place in the international scenario.
The regional integration processes begun in the past century had their advances and
failures, but it is undeniable that the South American reality has changed meaningfully with
the rise of economic blocs, and MERCOSUR is the main one. It is necessary to know,
however, what the South American leaders must do, in order to make regional integration
advance and its positive results to enlarge the region before the global scene. In this way,
this academic study has been made on behalf of the South America’s regional integration
project, analyzing which are its main obstacles, the necessary solutions, the precautions
which must be taken and what the future holds for us – proving the essential symbiosis
between the public administration and the universitary communities.
Keywords: perspectives, MERCOSUR, regional integration, South America.
1 Os autores deste artigo são graduandos em Relações Internacionais pela Universidade Federal da
Paraíba (UFPB).
2
1. INTRODUÇÃO
Com a crescente integração dos países da América do Sul, a formulação de blocos
econômicos e de instituições regionais cresce no intuito de agilizar essa integração e
aumentar os ganhos obtidos com a cooperação. O MERCOSUL e a UNASUL são exemplos
do desenvolvimento da integração entre os países sul-americanos – o primeiro mais antigo e
um pouco mais consolidado em relação ao segundo, mais novo e em processo de
crescimento.
Nesse contexto de maior integração sul-americana, é de extrema importância as
contribuições acadêmicas para a fomentação de políticas públicas que possam estreitar os
laços entre os países e, com isso, acelerar e aperfeiçoar o nível de integração entre os
países da América Latina.
Até o presente momento, o MERCOSUL se mostra como uma das mais bem
sucedidas tentativas de integração na América do Sul, tendo como principal objetivo a
fomentação de uma zona de livre circulação de bens de serviços e de fatores produtivos, por
meio da eliminação de barreiras tarifárias.2 O bloco é formado por cinco países: a Argentina,
o Brasil, o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela; a suspensão paraguaia será revogada no
próximo encontro de cúpula.
Após 23 anos da assinatura do Tratado de Assunção, marco para a criação oficial do
bloco, o MERCOSUL atingiu números importantes, evidenciando o seu crescimento ao
longo dos anos. São aproximadamente 270 milhões de habitantes (cerca de 70% da
população sul-americana) e um PIB de aproximadamente US$ 3,3 trilhões (83,2% do PIB
sul-americano).3
No âmbito institucional, alguns avanços podem ser observados, a saber: o aumento
no fluxo comercial entre os países membros, a criação de um tribunal de solução de
controvérsias, a convergência dos Estados membros quanto à livre circulação de pessoas, a
criação de um passaporte comunitário, fomentação do FOCEM (Fundo para a Convergência
Estrutural do MERCOSUL), e outros avanços foram importantes para a consolidação do
bloco no sistema internacional.4
Apesar dos avanços, alguns entraves podem ser observados, como o estágio de
união aduaneira ainda incompleto e o processo decisório intergovernamental, que torna o
bloco “refém” da troca de governos e de suas respectivas políticas externas. Do mesmo
modo, a adoção de um sistema de negociações conhecido como “4+1” dificulta, em certa
2 (TRATADO DE ASSUNÇÃO, 1991)
3 (OPERAMUNDI, 2012)
4 Ver anexos, gráfico 1.
3
medida, o avanço do processo integracionista, já que o consenso é premente nas
conversações comerciais com países alheios ao bloco.
Atualmente o bloco possui, em sua agenda, temas importantes a serem debatidos,
como a confirmação do acordo de livre comércio com a União Européia, cujas negociações
se arrastam por 13 anos, e a reincorporação do Paraguai, a qual será oficializada no
encontro de cúpula de Caracas, este ano. Não menos importante, a criação do Parlasul, a
redução das assimetrias econômicas (consolidação da tarifa zero e redução das barreiras
tarifárias) e sociais entre os membros, a adesão da Bolívia e uma maior agilidade nas
negociações de acordos também são temas-chaves para o bloco nos próximos anos.
Tendo em vista a importância crescente do bloco para o Brasil e para os demais
países do MERCOSUL, o presente trabalho visa a avaliar os possíveis cenários para o bloco
no prazo de 10 anos, quando completará 32 anos de existência, e a auxiliar os governantes
na fomentação de políticas públicas que promovam a integração e o crescimento da
América do Sul, objetivando sempre o desenvolvimento igualitário para os países e para a
sociedade. O trabalho é composto por quatro sessões. A primeira refere-se à introdução,
onde o tema é apresentado e é exposto um panorama atual do MERCOSUL. Na segunda
sessão, é exposta a metodologia utilizada no trabalho. Na terceira sessão, são avaliados os
cenários futuros, fomentados por meio de uma ampla análise de variáveis relevantes sobre
o tema, sugerindo aos Governos maneiras de como agir. Por fim, serão levantadas as
considerações finais, onde uma síntese do trabalho será feita.
2. METODOLOGIA
Partir-se-á, neste trabalho, da definição de cenário conforme apontado por Wright e
Spers em O país no futuro: aspectos metodológicos e cenários:
“De acordo com Alan Porter et al. (1991), cenários são esboços
parciais de alguns aspectos do mundo futuro, e a estruturação de um
cenário pode variar desde formas puramente narrativas até modelos
detalhados com dados quantitativos. Os aspectos enfatizados devem
ser essencialmente aqueles que possuem relevância para o
prognóstico desejado.” (WRIGHT e SPERS, p. 14, 2006)
Após a compreensão do contexto em que o MERCOSUL está atualmente inserido,
onde é possível perceber avanços, mas também entraves que dificultam o maior
crescimento do bloco, foram escolhidas três técnicas cujas metodologias se mostram as
4
melhores aplicáveis à avaliação do cenário. São elas o brainwriting, a classificação das
variáveis condicionantes e a utilização da matriz impacto/incerteza.
De maneira dinâmica, a técnica do brainwriting consiste em reunir e escrever, após
um aprofundamento no assunto em questão, um considerável número de ideias e de
possíveis mudanças estruturais ou paradigmáticas que possam ocorrer no campo debatido.
Assemelha-se à conhecida ferramenta do brainstorming, porém ocorre de maneira mais
eficiente e produtiva.
As variáveis encontradas são posteriormente discutidas, e analisam-se os seus
possíveis impactos sobre a atual concepção sistêmica, como aqueles afetaram esta e quão
provável é a sua ocorrência. Essa fase refere-se à distribuição na matriz impacto/incerteza.
Atribuindo valores entre 1, 3 ou 5, isto é, respectivamente variáveis de baixo, médio ou alto
grau de impacto/incerteza, podem-se definir quais representam um caráter condicionante, o
que, por sua vez, demonstra os cenários com maior plausibilidade.
Para o embasamento teórico, serão realizadas análises de discursos dos Chefes de
Estado e representantes do bloco e da bibliografia relevante para a fomentação dos
cenários. O diálogo bibliográfico com os escritos de analistas e especialistas da temática da
integração, em especial, mercossulina, também será de grande valia para a elaboração
científica dos cenários. É de colossal relevância conhecer quais as tendências, os
obstáculos e o passado histórico do Mercado Comum do Sul apontados pelos estudiosos,
para assim propor mudanças que possam ser efetivas e benéficas para o bloco e
consequentemente para os demais parceiros. Dessa forma, a parceria entre a universidade
e o poder público é essencial para assistir os governantes no desenvolvimento dessas
políticas.
Após a avaliação da bibliografia, e da aplicação da metodologia exposta acima,
foram elencadas algumas variáveis que são de grande valia para a fomentação de três
cenários: o cenário provável, o normativo e, por fim, o alternativo.
Variáveis com grande probabilidade de ocorrência: alteração gradual do processo
decisório consensual (1); solução das falhas da TEC (2); criação de políticas e instrumentos
comerciais comuns (3); flexibilidade no processo de integração(4); projeção conjunta no
cenário global (5); harmonização de normas sanitárias (6); formação de empresas de
natureza mercossulina (7); participação mais efetiva do Chile (8); expansão do número de
membros (9); influência chinesa crescente (10); aumento da atuação do Parlasul (11).5
Variáveis com relevante impacto positivo6: consolidação da união aduaneira (1);
5 Ver tabela 1
6 Conforme indicado pelas análises de ampla gama de especialistas e dos discursos de líderes do
MERCOSUL. Ver referências bibliográficas.
5
harmonização de normas internas nas áreas de captação de investimentos, de incentivos à
produção e à exportação e de compensação das assimetrias intrarregionais (2); programa
de complementação industrial e integração de cadeias de produção (3); criação de
mecanismo assegurador de cumprimento das normas (4); construção de uma infraestrutura
regional de transportes, comunicações e energia (5); reativação da programação setorial do
desenvolvimento conjunto (6); moeda comum para os intercâmbios de bens e de serviços
(7); harmonização de regimes trabalhistas (8); constituição de instituições supranacionais
para interpretar o direito mercossulino (9); a primazia da norma mercossulina sobre a
nacional (10); a aplicação de normas regida por uma disciplina comum (11); operação, com
plenas funções jurisdicionais, do Tribunal de Assunção (12); intensificação da cooperação
com a UNASUL (13); livre comércio com a União Europeia (14); criação de mecanismos
para prevenir a perturbação de mercados nacionais (15); acesso de empresas nacionais
localizadas nos Estados-membros a órgãos de financiamento de outros países do bloco
(16).7
Variáveis alternativas e de consequências negativas para o MERCOSUL: exclusão de
mecanismos antidumping intrazona (1); especialização produtiva dos países do MERCOSUL
(2); alinhamento econômico brasileiro com os países desenvolvidos (3); estagnação e crise
argentinas (4); crise venezuelana (5); redirecionamento de capitais para outros países latino-
americanos (6); concorrência com a Aliança do Pacífico (7); aumento da utilização de novas
fontes energéticas não produzidas em larga escala nos países do MERCOSUL (8);
aproximação comercial com possível acordo entre EUA e EU (9); distanciamento dos EUA
em relação à América do Sul (10); manutenção do processo decisório consensual (11);
ausência de posição conjunta dos países do bloco em fóruns internacionais (12).8
Tabela 1 – Matriz Impacto/Incerteza (Variáveis com grande probabilidade de
ocorrência)
Variáveis Impacto Incerteza
1 5 1
2 5 1
3 3 1
4 3 1
5 1 1
6 3 1
7 3 1
7 Ver tabela 2.
8 Ver tabela 3.
6
8 3 1
9 3 1
10 3 1
11 3 1
Tabela 2 – Matriz Impacto/Incerteza (Variáveis com relevante impacto positivo)
Variáveis Impacto Incerteza
1 5 3
2 5 5
3 5 3
4 5 3
5 5 3
6 5 5
7 5 5
8 5 5
9 5 3
10 5 3
11 5 3
12 5 3
13 5 5
14 3 5
15 5 3
16 5 3
Tabela 3 – Matriz Impacto/Incerteza (Variáveis alternativas e de consequências
negativas para o MERCOSUL)
Variáveis Impacto Incerteza
1 5 5
2 5 3
3 3 5
4 5 3
5 3 3
6 5 3
7 5 3
8 5 5
9 3 3
7
10 5 3
11 5 3
12 5 3
3. CENÁRIOS PROPOSTOS
Cenário Provável – A Caminho da Institucionalização
Analistas das mais variadas nacionalidades, há muito, apresentam as debilidades
adquiridas pelo Mercado Comum do Sul durante o espectro temporal de sua existência,
tendo em vista as crises ocorridas na região na transição para o novo milênio e a constante
troca de governos na região, durante as últimas décadas.
Embora essas fragilidades sejam latentes, seja no aspecto institucional ou de
coordenação comercial, o vultoso volume de trocas entre os países do MERCOSUL
demonstra o seu sucesso e comprova que dificilmente haverá um retorno ao período pré-
bloco.9 Espera-se, portanto, que os líderes dos Estados que compõem o bloco levem
adiante o projeto integracionista do Cone Sul e, ao mesmo tempo, estejam atentos às
críticas e sugestões dos analistas internacionais. Estes apontam a instabilidade do processo
decisório intergovernamental como uma das principais causas para a paralisia da evolução
do Mercosul, visto que o consenso, nem sempre, é alcançado, e as demandas domésticas
específicas de cada membro tendem a ter uma voz mais ruidosa nesse tipo processo, uma
vez que os Presidentes têm de lidar com o jogo político de seus respectivos Congressos e
eleitorados. A tabela a seguir representa a estabilidade democrática nos países-membros do
MERCOSUL, tendo em vista a importância da continuidade de políticas de integração,
mesmo após mudanças de governo, e do Protocolo de Ushuaia, conhecido como Cláusula
Democrática do MERCOSUL.10
Por isso, nos últimos anos, a criação de um arcabouço institucional, ainda que
insuficiente, mostra uma tendência a ser consolidada no futuro, com uma maior e decisiva
atuação do Parlamento do MERCOSUL e uma alteração gradual de um processo decisório
intergovernamental para um supranacional, que garantiria às medidas tomadas, a nível
regional, um caráter técnico, eficiente e imparcial. Essa evolução facilitaria muitas outras
que se mostram prováveis no espaço de uma década, como a solução das falhas da Tarifa
Externa Comum, a harmonização de normas sanitárias e a criação de políticas comerciais,
de instrumentos de defesa comercial comuns e de empresas de natureza regional. Desse
modo, o fluxo comercial, dentro do bloco, elevar-se-ia ainda mais, e seria facilitada uma
projeção conjunta a nível global.
9 Ver anexos, gráfico 1
10 Ver anexos, tabela 4.
8
Não se pode esquecer, no entanto, que o processo de integração do MERCOSUL
contém uma flexibilidade peculiar, muitas vezes vista como uma característica que permitiria
retrocessos no processo de integração, vide a possibilidade da reintegração do Paraguai ao
bloco, sem o mesmo aceitar o Protocolo de Ushuaia II.11 Contudo, partilhamos da ideia de
que essa flexibilidade é essencial, para manter o equilíbrio entre os países do bloco e
garantir a sua capacidade adaptativa às mudanças das circunstâncias nacionais, regionais
ou globais. Essa flexibilidade deverá continuar e será importante, para que a admissão de
novos Estados ao bloco, como a Bolívia e o Equador, não ocorra com sobressaltos, assim
como permita um diálogo frutífero com o Chile de Bachelet e de sua coalizão de esquerda
nos próximos anos. Da mesma maneira, será necessária muita coordenação entre os
membros do MERCOSUL, para lidar com a crescente influência chinesa sobre a região,
ameaçando, cada vez mais, a indústria local.12
Cenário Normativo – Correção das Assimetrias Regionais
Da mesma forma como o intergovernamentalismo é tido como um dos maiores
empecilhos à integração regional, grande parte dos analistas consideram a existência de
assimetrias discrepantes como uma pedra no caminho do sucesso do MERCOSUL.
As assimetrias entre os dois maiores países – Brasil e Argentina – e os demais –
Uruguai, Paraguai e Venezuela – são inegáveis, e mesmo a Argentina tem reclamações
contra a capacidade industrial brasileira e sua influência sobre o restante da região.13 É
natural, portanto, que os países menores tentem conseguir concessões dos seus grandes
parceiros e façam exigências condizentes com o propósito do projeto do MERCOSUL. Entre
elas, está a consolidação da união aduaneira, ainda incompleta até os dias atuais. É
necessário que se adote um Código Aduaneiro, que os sistemas informáticos aduaneiros
estejam interligados e que a renda aduaneira seja distribuída entre os membros, conforme a
respectiva necessidade, ou sirva para o financiamento de instituições mercossulinas.
De igual relevância é a necessidade de se construir um programa de
complementação industrial regional e de integrar as cadeias de produção, a fim de aumentar
a interdependência entre os países e o fluxo de bens, de serviços, de capital e de pessoas e
de corrigir as assimetrias regionais. Para atender a esse objetivo, o MERCOSUL precisará
contar com uma infraestrutura regional de transportes, de comunicações e de energia, como
já foi percebido pelos líderes dos Estados-membros, os quais criaram o ainda escasso
Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM). O Brasil, por exemplo, conduz
inúmeros projetos de construção ferroviária e rodoviária que integram diferentes pontos do
11
(VEJA, 2013) 12
Ver anexos, tabela 5. 13
Ver anexos, tabela 6.
9
continente, como o Pacífico e o Atlântico, e lidera arranjos cooperativos no ramo energético,
como a Usina Binacional de Itaipu, compartilhada com o Paraguai.
Além dessas medidas de redução de assimetrias, analistas apontam outras que
podem colaborar com esse objetivo: harmonização de normas internas nas áreas de
captação de investimentos, de incentivos à produção e à exportação; reativação da
programação do desenvolvimento industrial, tecnológico, cultural e militar conjunto através
de acordos em setores essenciais (o que também daria mais protagonismo a empresas de
caráter regional); permissão de acesso de empresas nacionais localizadas nos Estados-
membros a órgãos de financiamento de outros países do MERCOSUL.
Sob o aspecto institucional, deseja-se que o MERCOSUL obtenha um mecanismo
que assegure o cumprimento das normas comunitárias, a exemplo da constituição de
instituições supranacionais de interpretação do direito mercossulino. Assim a operação do
Tribunal de Assunção com a permanência, a rigorosidade, os recursos, a independência e o
nível técnico necessários para o exercício de plenas funções jurisdicionais e de controle
garantirá que as normas mercossulinas serão respeitadas, tendo em vista a necessidade de
sua primazia sobre as normas nacionais e de uma disciplina comum, para reger tais normas.
A nível extra-bloco, uma cooperação profunda com a União de Nações Sul-americanas
poderá intensificar o nível de integração regional e ampliar a sua extensão.
Já, sob o ponto de vista comercial, a criação de uma moeda comum a ser utilizada, a
princípio, no intercâmbio de bens e de serviços, como o turismo, é um passo valoroso e
possível de ser dado, em busca de uma convergência macroeconômica maior, embora, no
momento, as disparidades cambiais e monetárias sejam enormes. De forma semelhante, a
harmonização dos regimes trabalhistas garantiria uma dinamicidade ao mercado de trabalho
conjunto do MERCOSUL e impulsionaria o crescimento do bloco como um todo, assim como
o acordo de livre comércio com a União Europeia, estudado desde fins da década de 90,
poderia dar tanto um novo impulso às nossas exportações como mais espaço no comércio
internacional.14
O que sempre preocupou os líderes dos Estados-membros, desde as crises da
década de 90, foi que houvesse um contágio generalizado transmitido pelas facilidades
comerciais da integração, portanto as turbulências do passado e do presente devem ser
evitadas através da criação de mecanismos que previnam a perturbação de mercados
nacionais e não permitam que o comércio seja direcionado em favor de terceiros países.
Cenário Alternativo – Desintegração Regional
14
(RADIO FRANCE INTERNATIONALE, 2013)
10
Geralmente é tida como uma medida vantajosa a eliminação de mecanismos anti-
dumping intrazona, a fim de permitir a livre atuação das forças de mercado, mas
acreditamos que a abolição desses instrumentos, no espaço temporal analisado, teria
efeitos devastadores sobre as indústrias dos parceiros menores do MERCOSUL, inclusive
da Argentina. Caso essas barreiras fossem derrubadas, sem que as assimetrias regionais
fossem devidamente corrigidas, haveria o risco de formar-se uma relação de Centro-
Periferia dentro do bloco, com a especialização produtiva dos países, estando o Brasil na
confortável posição de país exportador de manufaturados, e os demais parceiros, na de
exportadores de matéria-prima.15
Outra possibilidade deste cenário é que as crises argentina e venezuelana evoluam a
tal nível, que contagie os demais membros do bloco e deem origem a uma fuga massiva de
capitais, cujos resultados seriam calamitosos para as populações nacionais e teriam como
resposta um arrefecimento do processo de integração regional. Sob essa visão, é possível
que os investimentos estrangeiros se direcionem aos nossos vizinhos que estão
conformando um modelo distinto de integração regional, a saber: a Aliança do Pacífico.
Embora dividamos o mesmo continente e compartilhemos quilômetros de fronteira, o
México, o Chile, o Peru e a Colômbia, tradicionalmente sintonizados com as perspectivas
ortodoxas de desenvolvimento, não participaram da criação do MERCOSUL, tampouco
parecem engajar-se na admissão ao bloco, porém são tidos como um novo destino de
investimentos estrangeiros, agora que se uniram, devido às suas diferenças geográficas,
econômicas e políticas.
O nosso relacionamento com os Estados Unidos também pode ser raiz de novos
temores, uma vez que a entrada da Venezuela no bloco e o possível ingresso da Bolívia e
do Equador podem significar o distanciamento ideológico em relação aos estadunidenses e
o aumento da desconfiança mútua. Além disso, preocupa que os Estados Unidos expandam
o número de acordos de livre comércio com outros parceiros, como a União Europeia e os
países do Pacífico, tornando-se cada vez mais difícil para o MERCOSUL competir
comercialmente com a maior potência mundial.
A potencialidade energética conjunta do bloco, um dos seus maiores trunfos e
possível passaporte para o desenvolvimento, pode estar ameaçada pelo surgimento de
novas fontes de energia, como o gás de xisto, pelo alcance da autonomia energética dos
Estados Unidos e pela utilização de fontes alternativas na Europa. Com o declínio relativo
da produção chinesa, grande consumidora de energia, as reservas de gás e petróleo dos
15
Ver anexos, tabela 7.
11
países bolivarianos e as recentes descobertas de petróleo na costa sul-americana atlântica
podem não gerar tantos lucros quanto esperado.16
Por fim, a manutenção do atual processo decisório, isto é, intergovernamental e
consensual, pode ter dois resultados prementes, um interno e outro externo. Este se refere à
falta de um posicionamento comum nas negociações e nos fóruns internacionais, o que
demonstraria a fragilidade do bloco e afastaria o interesse dos investidores, enquanto
aquele significaria o retardo da incorporação das medidas tomadas no âmbito regional e a
paralisia do processo de integração, podendo levar os países a buscar diferentes
alternativas e parceiros comerciais, o que seria a declaração de fim do Mercado Comum do
Sul.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O MERCOSUL, sem dúvida, configurou-se como um grande instrumento de
desenvolvimento social e econômico na América do Sul, e seus avanços, ainda que lentos,
trouxeram maior desenvolvimento ao intercâmbio socioeconômico entre os países membros.
A partir da atual conjuntura e da análise de fatos passados, foi possível fomentar três
cenários futuros que podem ajudar no entendimento do bloco e de suas perspectivas e
assim auxiliar no desenvolvimento de políticas que, se concretizadas, podem trazer maior
desenvolvimento aos países do MERCOSUL e consequentemente a suas sociedades.
O cenário provável e o cenário normativo expõem uma conjuntura de
desenvolvimento para o bloco: o primeiro por meio da institucionalização; o segundo com a
redução das assimetrias, mas ambos de extrema importância para o bom andamento do
projeto de integração. O cenário alternativo expõe certo pessimismo em relação ao futuro,
principalmente se as relações econômicas assimétricas intrarregionais sofrerem grandes
mudanças, podendo haver uma relação extremamente desigual, protagonizada pelo Brasil.
Atualmente o Mercado Comum do Sul encontra-se em uma fase decisiva, onde
passos importantes devem ser dados, principalmente na negociação de acordos de livre
comércio e em uma maior institucionalização do bloco. Por isso, talvez a incerteza inerente
a todo período de transição torne nebulosa a análise do caminho a ser percorrido, fazendo
com que o uso da técnica de avaliação de cenários seja ainda mais valioso para o poder
público, para a iniciativa privada e para a sociedade civil como um todo.
5. BIBLIOGRAFIA
16
Ver anexos, tabela 8
12
AGÊNCIA SENADO (Brasília). Para indústria, é hora de decisão sobre futuro do
Mercosul. 2013. Disponível em:
<http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/08/20/para-industria-e-hora-de-decisao-
sobre-futuro-do-mercosul>. Acesso em: 10 fev. 2014.
ALMEIDA, Paulo Roberto de (1998). A Integração na América Latina: um longo processo. In
ALMEIDA, P. R. MERCOSUL: Fundamentos e perspectivas. SP: LTr.
ALMEIDA, Paulo Roberto de. O BRASIL E O FUTURO DO MERCOSUL: DILEMAS E
OPÇÕES. 2000. Disponível em:
<http://pralmeida.tripod.com/academia/05materiais/667msul.html>. Acesso em: 10 fev. 2014.
ALMEIDA, Paulo Roberto. Seria o Mercosul reversível? Especulações teóricas sobre
trajetórias alternativas concretas. Univ. Rel. Int., Brasília, v. 9, n. 1, p. 39-71, jan./jun. 2011.
ALMEIDA, Paulo Roberto de. Trajetória do Mercosul em sua primeira década (1991-
2001):uma avaliação política a partir do Brasil. Urutuágua, Maringá, v. 1, n. 2, p.331-345,
dez. 2001. Disponível em: <http://www.urutagua.uem.br//03almeida.htm>. Acesso em: 10
fev. 2014.
ALVAREZ, Mariano. Los 20 años del MERCOSUR: una integración a dos velocidades. Serie
comercio internacional. División de Comercio Internacional e Integración. CEPAL (Naciones
Unidas). Santiago, 2011.
BANDEIRA, Moniz. As relações regionais no Cone Sul: iniciativas de integração – 3. Da
rivalidade à integração. In: História do Cone Sul. Brasília e Rio de Janeiro: Editora da UnB e
Revan, 1998.
BAUMAN, Renato. O MERCOSUL aos vinte anos: Uma avaliação econômica. Brasília, jun
de 2011. Disponível em: <
http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1627_WEB.pdf>. Acesso em: 23 jan.
2013.
BUARQUE, Sérgio C. Metodologia e técnicas de construção de cenários globais e regionais.
Texto para discussão nº 939. Brasília: IPEA, 2003.
CÂMARA DE COMÉRCIO MERCOSUL (Brasil). Brasil quer fechar proposta do Mercosul à
UE até março. 2014. Disponível em:
<http://ccmercosul.org.br/vs2/index_bra.php?menu=20&id_reg=823>. Acesso em: 09 fev.
2014.
CARTILLA DE CUENTAS NACIONALES TRIMESTRALES DE LA COMUNIDAD ANDINA.
Decisión 565 y Resolución 1052. Diponível em:
<http://estadisticas.comunidadandina.org/eportal/contenidos/2366_8.pdf>. Acesso em 07
fev. 2014.
CENTRO GESTOR DE INOVAÇÃO MOVELEIRO. Mercosul completa 18 anos: bom
momento para pensar o futuro. Disponível em:
13
http://www.cgimoveis.com.br/mercado/mercosul-completa-18-anos-bom-momento-para-
pensar-o-futuro. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
CIMADAMORA, Alberto D.; SERNA, Miguel; SCHVARZER, Jorje. Los rostros del Mercosur.
El difícil camino de lo comercial a lo societal. CLACSO, 2001.
COLACRAI, Miryam. La marcha de la integración en América Latina. El rol de las ideas,
instituciones y políticas en el Mercosur. CLACSO, Buenos Aires, 2006.
COMEX DO BRASIL. Os desafios do Mercosul para uma agenda comercial externa.
Disponível em: http://comexdobrasil.com/os-desafios-mercosul-para-uma-agenda-comercial-
externa/. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
COUNCIL OF FOREIGN RELATIONS. Mercosur: South America’s Fractious Trade Bloc.
Disponível em: http://www.cfr.org/trade/mercosur-south-americas-fractious-trade-
bloc/p12762. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
CYS, Aline; LUCIO, Cleudeni; ZIZCYCKI, Francieli; SILVA, Luciana; JURASKI, Mariane. O
Brasil e o Futuro do Mercosul. 2012. Disponível em:
<http://www.santacruz.br/v4/download/janela-economica/2012/04-o-brasil-e-o-futuro-do-
mercosul.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2014.
DEL POZO, Carlos Francisco Molina. Integração e ampliação da União Europeia. Curitiba:
Juruá, 2003.
DIAS, Mauro Lourenço. O futuro do Mercosul. 2014. Disponível em:
<http://www.fiorde.com.br/wordpress/blog/o-futuro-do-mercosul/>. Acesso em: 11 fev. 2014.
DUARTE, Tabaré Viera. 20 años del Mercosur: realidad y futuro. Disponível em:
<http://espectadornegocios.com/especialmercosur_core.php?m=amp&nw=MzQzNg>.
Acesso em: 12 janeiro 2014.
ESTADÃO (São Paulo). O futuro do Mercosul. 2012. Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-futuro-do-mercosul,876153,0.htm>. Acesso
em: 09 fev. 2014.
EXAME. Mercosul repensa seu futuro. 2013. Disponível em:
<http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/mercosul-repensa-seu-futuro>. Acesso em: 19
dez. 2013.
FERRER, Aldo. El éxito del Mercosur posible. Revista de Economia Política, vol. 27, nº 1
(105), pp. 147-156, Janeiro-Março/2007
FOLHA DE SÃO PAULO. Proposta do Mercosul para livre comércio com UE será finalizada
esta semana, diz Pimentel. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1384640-proposta-do-mercosul-para-livre-
comercio-com-europeus-sera-finalizada-esta-semana-diz-pimentel.shtml. Acesso em 31 de
janeiro de 2014.
14
FOLHA DE SÃO PAULO. Viés liberal da Aliança do Pacífico desafia Mercosul. Disponível
em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/111047-vies-liberal-da-alianca-do-pacifico-
desafia-mercosul.shtml. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
GAZEL, Ricardo; PAIVA, Paulo. Mercosur: past, present, and future. Nova Economia. Belo
Horizonte, Dezembro de 2003.
GAZEL, Ricardo; PAIVA, Paulo. MERCOSUR Economic Issues: Successes, Failures and
Unfinished Business. University of California, Berkeley, Paper No. 5. Janeiro, 2004.
GOMEZ, Nicolas Albertoni. APUNTES SOBRE PARAGUAY Y SU SITUACIÓN ACTUAL EN
EL MERCOSUR. 2013. Disponível em:
<http://entreelbarrioyelmundo.wordpress.com/2013/08/16/apuntes-sobre-paraguay-y-su-
situacion-actual-en-el-mercosur/>. Acesso em: 20 jan. 2014.
HOFFMANN, Andrea Ribeiro; COUTINHO, Marcelo; KFURI, Regina. Indicadores e Análise
Multidimensional do Processo de Integração do Cone Sul. Rev. bras. polít. int. [online]. 2008,
vol.51, n.2, pp. 98-116.
INFOLATAM. Brasil decide futuro no Mercosul em 2014. Disponível em:
http://www.infolatam.com.br/2013/11/13/brasil-decide-futuro-no-mercosul-em-2014/. Acesso
em 31 de janeiro de 2014.
INTERESSE NACIONAL. A Opção Sul-Americana. Disponível em:
http://interessenacional.uol.com.br/index.php/edicoes-revista/a-opcao-sul-americana/.
Acesso em 31 de janeiro de 2014.
INTERESSE NACIONAL. O Futuro do Mercosul após a Cúpula de Mendoza. Disponível em:
http://interessenacional.uol.com.br/index.php/edicoes-revista/o-futuro-do-mercosul-apos-a-
cupula-de-mendoza/. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
INTERESSE NACIONAL. O Mercosul e a Integração Regional. Disponível em:
http://interessenacional.uol.com.br/index.php/edicoes-revista/o-mercosul-e-a-integracao-
regional/. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
INTERNATIONAL CENTRE FOR TRADE AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT.
Audiência pública no Congresso Nacional discute futuro do Mercosul. Disponível em:
http://ictsd.org/i/news/pontesquinzenal/174720/. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
KOSINER, Santiago. El MERCOSUR en prospectiva. En: Las relaciones interamericanas:
continuidades y cambios. Buenos Aires. CLACSO, 2008
LA GACETA. El futuro del Mercosur: Paraguay podrá presidir el bloque a fin de año. 2013.
Disponível em: <http://www.lagaceta.com.ar/nota/552643/mundo/futuro-mercosur.html>.
Acesso em: 04 fev. 2014.
LA NACIÓN. Incierto futuro del Mercosur. 2013. Disponível em:
<http://www.lanacion.com.ar/1637474-incierto-futuro-del-mercosur>. Acesso em: 20 jan.
2014.
15
LORENZO, Natividad. Situación actual y perspectivas del Mercosur. Centro de investigación
Latinomaérica Europa. Julho, 2006.
MAIA, Cristiana Campos Mamede; BASTOS, Caroline Debatin. O futuro Mercosul. Univ.
Rel. Int., Brasília, v. 9, n. 1, p. 393-399, Jan./Jun. 2011.
MARTINS, Carlos Eduardo. Neoliberalismo e desenvolvimento na América Latina. La
economía mundial y América Latina. Tendencias, problemas y desafios, Buenos Aires, 2005.
Disponível em:
<http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/gt/20101013124027/6ParteII1.pdf>. Acesso em
07 fev. 2014.
McCOY, Terry L.; McLENDON, Timothy. 2013 Latin Amerrica Business Enviroment.
University of Florida, Dezembro de 2013. Disponível em: <http://www.latam.ufl.edu/research-
training/la-business-environment> Acesso em 07 fev. 2014.
MERCOSUR. Indicadores Macroeconômicos do Mercosul. Boletim N° 9. Brasília. Junho de
2013.
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Comércio Exterior Mercosul. Brasília, 2012.
Disponível em:
<http://www.brasilglobalnet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/ComExtMercosul.pdf
>. Acesso em 01 fev. 2014.
MINISTRY OF ECONOMY, TRADE AND INDUSTRY. New Trade Partners: MERCOSUR,
rapidly expanding the trade led by Brazil. Disponível em:
<http://www.meti.go.jp/english/report/downloadfiles/2011WhitePaper/2-2.pdf> Acesso em 31
de Janeiro de 2014.
MUNDORAMA. A adesão venezuelana e o futuro do Mercosul, por Jamerson S.
Albuquerque Oliveira. Disponível em: http://mundorama.net/2012/10/08/a-adesao-
venezuelana-e-o-futuro-do-mercosul-por-jamerson-s-albuquerque-oliveira/. Acesso em 31 de
janeiro de 2014.
MUSACCHIO, Alejandro. El MERCOSUR y su futuro. 2013. Disponível em:
<http://www.sinmordaza.com/noticia/198462-el-mercosur-y-su-futuro.html>. Acesso em: 04
fev. 2014.
OBSERVATÓRIO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS. Mercosul em foco. Disponível em:
http://neccint.wordpress.com/direito-internacional/arena-de-ideias/mercosul/o-brasil-na-
america-latina-mercosul/. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
O GLOBO. O futuro do Mercosul, por José Dirceu. Disponível em:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/06/29/o-futuro-do-mercosul-por-jose-dirceu-
452830.asp. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
16
ONUKI, Janina. A Nova Argentina e o Futuro da Integração. Pontes, Genebra, v. 4, n. 1,
p.22-24, fev. 2008. Disponível em: <http://www.caeni.com.br/analise-caeni/itemlist/tag/O
FUTURO DO MERCOSUL>. Acesso em: 12 jan. 2014.
OPERAMUNDI. Mercosul: O futuro da integração regional. 2013. Disponível em:
<http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/31875/mercosul+o+futuro+da+integracao+r
egional.shtml>. Acesso em: 08 jan. 2014.
OPERAMUNDI. Mercosul é o futuro da América, diz Maduro após reunião com Dilma. 2013.
Disponível em: <http://revistaforum.com.br/blog/2013/05/mercosul-e-o-futuro-da-america-diz-
maduro-apos-reuniao-com-dilma/>. Acesso em: 12 jan. 2014.
OPERAMUNDI. Venezuela deve adotar normas do Mercosul no início de 2013. Disponível
em:
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/25819/+venezuela+deve+adotar+normas+do
+mercosul+no+inicio+de+2013.shtml. Acesso em 31 de janeiro de 2014.
PEÑA, Félix. O “4+1” e a estratégia de negociação do Mercosul. São Paulo: Valor
Econômico, 03 de Setembro de 2001. Jel: F
PEÑA, Felix. Understanding Mercosur and its Future. Jean Monnet/Robert Schuman Paper
Series, Vol.5 No. 14, Junho, 2005.
PEREIRA, Lia Valls. Brasil, Argentina e o projeto Mercosul: Relações comerciais para definir
parceria?. Fundação Getúlio Vargas, Setembro de 2012.
POLÍTICA EXTERNA. Uma perspectiva sobre o futuro do Mercosul. Disponível em:
http://politicaexterna.com.br/983/uma-perspectiva-sobre-o-futuro-mercosul/. Acesso em 31
de janeiro de 2014.
PRAVDA. The Future of Mercosur. Disponível em:
http://english.pravda.ru/business/companies/28-12-2013/126506-future_mercosur-0/. Acesso
em 31 de janeiro de 2014.
PROCESSO DE INTEGRAÇÃO REGIONAL. O futuro do Mercosul. Disponível em:
http://intregional.blogspot.com.br/2010/04/o-futuro-do-mercosul.html. Acesso em 31 de
janeiro de 2014.
RADIO FRANCE INTERNATIONALE. Após 13 anos, Mercosul e União Europeia se
preparam para negociar acordo. Disponível em: http://www.portugues.rfi.fr/brasil/20131220-
apos-13-anos-mercosul-e-uniao-europeia-se-preparam-para-negociar-acordo. Acesso em 31
de janeiro de 2014.
RADIO FRANCE INTERNATIONALE. No Brasil, Maduro e Dilma falam sobre futuro do
Mercosul. 2013. Disponível em: <http://www.portugues.rfi.fr/americas/20130509-no-brasil-
maduro-e-dilma-falam-sobre-futuro-do-mercosul>. Acesso em: 14 jan. 2014.
SARAIVA, Miriam Gomes.; RUIZ, José Briceño. Argentina, Brasil e Venezuela: as diferentes
percepções sobre a construção do Mercosul. Rev. bras. polít.
17
int. vol.52 no.1 Brasília Jan./June 2009 Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73292009000100008&lang=pt>. Acesso em: 24 jan. 2013.
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
Informações à imprensa: Mercosul. Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados
associados. Brasília, 7 de dezembro de 2012. Disponível em: <
http://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/Bogota/eses/file/Factsheet%20vers%C3%A3o%2
0final-1.pdf.> Acesso em: 3 de fevereiro de 2014
SICA, Dante. Mercosur: Evolución y perspectivas. Documento base para presentación en
seminario: “15 años de Mercosur: Evaluación y perspectivas”. Março, 2006.
SIMÕES, Antônio José Ferreira. Eu sou da América do Sul. FUNAG. 2012, 120 p.
SIMÕES, Antônio José Ferreira. Integración: Sueño y Realidad em Sudamérica. Fundação
Alexandre Gusmão, Brasília, 2011. 116p.
SIN MORDAZA. El MERCOSUR y su futuro. Disponível em:
http://www.sinmordaza.com/noticia/198462-el-mercosur-y-su-futuro.html. Acesso em 31 de
janeiro de 2014.
STAMATO, Silvia E. . El futuro del Mercosur. Perspectivas. Disponível em:
<http://www.uidgsm.com.ar/modules.php?name=News&file=article&sid=17>. Acesso em: 12
jan. 2014.
VEJA. Paraguai volta ao Mercosul sem acatar todos os protocolos. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/paraguai-volta-ao-mercosul-sem-acatar-
protocolo-ushuaia-ii> Acesso em: 10 de janeiro de 2014.
VIGEVANI, 2012. As dificuldades de fundo do MERCOSUL. Boletim Meridiano 47
VIGEVANI, Tullo; MARIANO, Karina Pasquariello.; DE OLIVEIRA, Marcelo Fernandes.
Democracia e atores políticos no Mercosul. Disponível em:
<http://www.somaticaeducar.com.br/arquivo/artigo/1-2008-09-04-17-46-02.pdf>. Acesso em:
24 jan. 2013.
WEXELL SEVERO, Luciano. Ideias sobre a integração econômica da América do Sul. 06 de
Março de 2012. Disponível em: < http://federasur.org.br/2012/03/06/ideias-sobre-integracao-
economica-da-america-sul/>. Acesso em: 23 jan. 2013.
WRIGHT, James Terence C. e SPERS, Renata Giovinazzo. O país no futuro: aspectos
metodológicos e cenários. Estudos Avançados, jan./abr. 2006, vol.20, no.56, p.13-28
ZARZA, Olga María. ¿Otro MERCOSUR es posible?, Los retos de la integración y América
del Sur. Buenos Aires. Clacso, 2013.
ZHEBIT, Alexander. Desafios da integração Sul-Americana. Disponível em:
http://www.nepp-dh.ufrj.br/trabalhos/desafios_da_integracao_sulamericana_a_z.pdf>
Acesso em: 23 jan. 2013.
18
6. ANEXOS
Gráfico 1 – Coeficiente de comércio intraregional, 1980 - 2010
FONTE: Alvarez, 2011
Tabela 4 – Ambiente democrático do MERCOSUL
Tabela 5 – Comércio China-MERCOSUL (2010)
Tabela 6 – Produto Interno Bruto (PIB) – 2012
19
Tabela 7 – Exportações Brasileiras para o MERCOSUL (em US$ bilhões)
Tabela 8 – Reservas de Hidrocarbonetos, 2011