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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL SILAS DE ANDRADE PINTO INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE NANOTUBOS DE CARBONO (NTC) NA DURABILIDADE DE MATRIZES CIMENTÍCIAS Salvador 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

SILAS DE ANDRADE PINTO

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE NANOTUBOS DE CARBONO (NTC) NA DURABILIDADE DE MATRIZES CIMENTÍCIAS

Salvador

2018

SILAS DE ANDRADE PINTO

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE NANOTUBO DE CARBONO (NTC) NA DURABILIDADE DE MATRIZES CIMENTÍCIAS

Projeto de Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito obrigatório para obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil.

Orientador(a): Prof. Dr. Daniel Véras Ribeiro

Coorientador(a): Prof. Dr. Cléber Marcos Ribeiro Dias

Agência Financiadora: FAPESB

Salvador

2018

RESUMO

À medida que a ciência avança, novas tecnologias são criadas em diversas áreas de

estudo, incluindo a nanotecnologia e, à medida que esses campos se tornam mais

especializados, levam a novos caminhos de investigação. Nas últimas décadas, a

nanotecnologia tem crescido em vários setores, como energia, química, agricultura,

aeroespacial, saúde e outros, incluindo a produção de clínqueres e incorporação a

matrizes à base de cimento. Entretanto, há a necessidade do entendimento da ação

destes nanomateriais nas principais propriedades das matrizes cimentícias, tais como

reologia, desempenho mecânico e, principalmente, durabilidade. Entre os diversos

tipos de nanomateriais, os nanotubos de carbono (NTC) apresentam propriedades

intrínsecas que favorecem a sua utilização em argamassas e concretos, contudo,

devido às dificuldades de dispersão do NTC em água, observa-se a necessidade de

utilização de técnicas alternativas para obtenção de matrizes homogêneas e de boa

qualidade. Diversos estudos recentes mostram o efeito benéfico do NTC quando

adicionado à matrizes cimentícias, todavia, os estudos de durabilidades são ainda

escassos e precários. Desta forma, este trabalho visa a utilizar de técnicas de

avaliação da durabilidade em matrizes cimentícias para análise de teores ótimo de

NTC e seu comportamento quando utilizado de forma combinada ao metacaulim, por

meio de ensaios de migração de íons cloro, potencial de corrosão, espectroscopia de

impedância eletroquímica (EIE), resistividade elétrica e resistência à ciclagem gelo-

degelo. Espera-se, assim, analisar a influência do NTC nas propriedades do concreto,

determinando os teores ótimos de utilização e, principalmente, a sua durabilidade.

Palavras-chave: Nanotubos de carbono (NTC); Durabilidade; Nanotecnologia; Íons

Cloro; Carbonatação.

ABSTRACT

As a result of the new technologies, new windows were opened to researchers in

various fields of study, including nanotechnology. As science advances, these fields

are becoming more specialized, leading to new avenues of research. In the last

decades, nanotechnology has grown in several sectors, such as energy, chemistry,

agriculture, aerospace, health and others, reaching cement-based matrices, these

building materials being widely used. However, there is a need for an adequate

understanding of the nanomaterials used in cement matrices, both in terms of

mechanical performance and durability. Thus, among the different types of

nanomaterials, the carbon nanotube (NTC) presents intrinsic properties that favor its

use in mortars and concretes. However, there are difficulties in dispersing the NTC in

water, and there is a need for alternative techniques to improve dispersion. The

beneficial effect of NTC is well-dispersed in the mechanical properties of cementitious

matrices, however, the studies of durability are scarce and punctual, with no precise

determination of which types of contaminants NTC would be well used. In this way,

this work aims to use the techniques of evaluation of the durability in cementitious

matrices for analysis of NTC optimum contents and its behavior when used in

combination with Metacaulim using the migration tests of chlorine ions, corrosion

potential, EIA, resistivity and analysis of ice and thaw cycles. After the application of

the methodology, it is expected to analyze the influence of the NTC determining optimal

utilization levels, the effect of Metacaulim on the properties of the matrix containing the

nanoreforço and its ideal contents, as well as to identify the appropriate NTC

applications regarding the durability of the matrices the Portland cement base.

Keywords: Carbon nanotube. Durability. Nanotechnology. Chlorides. Carbonation.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1

2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 3

3 OBJETIVOS .................................................................................................. 4

3.1. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 4

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 4

4 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 5

4.1. MICROESTRUTURA DE MATRIZES CIMENTÍCIAS ............................... 5

4.2. NANOTUBO DE CARBONO (NTC) ......................................................... 8

4.2.1. Efeitos da adição do NTC em matrizes cimentícias ........................... 10

4.2.2. Dispersão do NTC na matriz cimentícia ............................................. 11

4.3. DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS E VIDA ÚTIL ................................ 12

5 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 18

5.1. MATERIAIS .............................................................................................. 18

5.1.1. Cimento ............................................................................................... 18

5.1.2. Agregado miúdo .................................................................................. 18

5.1.3. Agregado graúdo ................................................................................ 18

5.1.4. Aditivo ................................................................................................. 18

5.1.5. Água ................................................................................................... 18

5.1.6. Aço ...................................................................................................... 19

5.1.7. Nanotubo de Carbono (NTC) .............................................................. 19

5.1.8.Metacaulim ........................................................................................... 19

5.2. MÉTODOS ............................................................................................... 19

5.2.1. Caracterização dos insumos .............................................................. 21

5.2.2. Dispersão do NTC em matrizes cimentícias....................................... 23

5.2.3. Caracterização no estado endurecido ................................................ 23

5.2.4. Ensaios de durabilidade em matrizes cimentícias .............................. 25

6 RESULTADOS ESPERADOS ..................................................................... 32

7 IMPACTOS .................................................................................................. 33

7.1. IMPACTOS ACADÊMICOS ...................................................................... 33

7.2. IMPACTOS CIETÍFICOS .......................................................................... 33

7.3. IMPACTOS TECNOLÓGICOS ................................................................. 33

7.4. IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................................ 34

7.5. IMPACTOS SOCIAIS ............................................................................... 34

8 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 35

9 CRONOGRAMA ......................................................................................... 38

1

1 INTRODUÇÃO

Começar falando uns dois parágrafos sobre NTC e suas aplicações, em

geral. Pode incorporar este trecho no 1º: Em 1991, decorrente de pesquisas

realizadas por Iijima (1991), descobriu-se uma forma de carbono com estrutura

tubular que possui propriedades intrínsecas superiores aos materiais já citados.

O concreto é um material utilizado em larga escala, em todo o mundo, para

a edificação de diversos tipos de empreendimentos. O principal constituinte do

concreto, o cimento Portland, é responsável, em sua produção, pela emissão de

grande quantidade de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera.

Diversos autores (MELO, 2009; LACERDA, 2017; PARVEEN et al., 2013;

CAMACHO et al., 2014; RASHAD, 2017) estudaram os efeitos da adição do NTC

na resistência mecânica do concreto e os métodos mais eficazes de dispersão

destes NTC. FALAR UM POUCO MAIS NESTA LINHA AQUI

As estruturas de concreto podem sofrer diversas formas de degradação,

trazendo riscos de segurança aos usuários, além de um maior consumo deste

material na realização de reparos, causando, assim, um grande impacto ao meio

ambiente. Estes fenômenos de degradação são, geralmente, consequência da

ação de substâncias nocivas que penetram por meio dos seus poros, chegando à

armadura.

Segundo Ribeiro et al. (2010a), nos ambientes urbanos e sem elevada

concentração de cloretos, a carbonatação é, geralmente, o principal fenômeno

responsável por desencadear a corrosão. De acordo com estudos de Vilasboas

(2013), regiões litorâneas que possuam direção de vento voltados para a região

costeira possuem grandes problemas patológicos em virtude da ação dos íons

cloro na despassivação das armaduras de concreto armado.

Segundo Grochoski e Helene (2008), mais de 15% dos recursos totais

investidos pela indústria da construção civil estão associados a gastos com

reparos e manutenção, podendo superar o montante gasto com novas

construções. Assim, é crescente a necessidade de desenvolvimento de materiais

que aumentem a durabilidade da matriz cimentícia, quanto à penetração dos

agentes agressores.

2

Diversas pesquisas (SHI et al., 2012, SIDDIQUE, 2011 e MOTA, 2016)

mostraram a influência de adições como microssílica, metacaulim e cinza de

eucalipto nos ensaios de durabilidade, evidenciando que adições crescentes

alteram a microestrutura do material, refinando os poros (ações pozolânicas e

efeito filler) e pela presença de aluminatos, no metacaulim, que contribuem para

retardar a penetração de íons cloro, devido à formação de cloroaluminatos.

Neste contexto, a busca por materiais que possam contribuir para a melhoria

do desempenho de estruturas chegaram a níveis nanométricos, com a utilização

da nanosílica e do nanotubos de carbono (NTC). Assim, há uma necessidade de

compreensão dos efeitos na ação dos NTC na durabilidade de matrizes

cimentícias.

A presente pesquisa... FALAR UM POUCO A RESPEITO DA PROPOSTA

DE SUA PESQUISA.

3

2 JUSTIFICATIVA

A nanotecnologia vem sendo empregada em diversas áreas de

conhecimento, no entanto, ainda são incertas as suas influências no desempenho

de matrizes cimentícias e a sua eficácia, em comparação com áreas já

consolidadas de aplicação, tais como biomedicina e eletrônica, nas quais os

nanomateriais são adotados com sucesso (PAUL et al., 2018).

Pesquisa recente (AYDIN, NASL E KOTAN, 2018) mostrou que a inserção

de nanopartículas em pastas, argamassas e concretos, influencia notavelmente

as propriedades mecânicas e a durabilidade do concreto.

Melo (2009), Parveen et al. (2013) e Reales e Toledo Filho (2017) indicam

que o grande desafio de se utilizar nanotubos de carbono (NTC) como adição a

matrizes cimentícias está em homogeneizar adequadamente a mistura, uma vez

que há uma tendência natural à aglomeração. Desta forma, as pesquisas ligadas

à utilização de NTC focam, predominantemente, nas formas de dispersão e em

sua influência nas propriedades mecânicas de matrizes cimentícias.

Conforme destacado por Reales e Toledo Filho (2017), há uma escassez de

estudos que comprovem a influência da adição de NTC na durabilidade de

compósitos de base cimentícia. Assim, a necessidade de estudos que visem a

análise da durabilidades destes materiais se torna evidente, visando fornecer ao

meio cientifico resultados que contribuam para a utilização deste material de forma

adequada, quando destinado a fins estruturais, contemplando os critérios de um

desejado desempenho e vida útil.

4

3 OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho é avaliar a influência dos nanotubos de carbono

(NTC) no desempenho e na durabilidade de matrizes cimentícias, quanto à

penetração de íons cloro, carbonatação e ciclagem gelo-degelo.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos deste trabalho são:

• Determinar um teor ótimo de adição de NTC em matrizes cimentícias;

• Avaliar a influência do NTC na difusividade de agentes agressivos ao

concreto, tais como íons cloro e CO2;

• Avaliar a capacidade de dissipação das tensões provenientes da ação

de ciclagem gelo-degelo;

• Observar se a elevada condutibilidade elétrica dos NTC influência

significativamente nas propriedades eletroquímicas da matriz cimentícia;

• Avaliar a influência do metacaulim nas propriedades da matriz reforçada

com NTC.

5

4 REVISÃO DA LITERATURA

4.1. MICROESTRUTURA DE MATRIZES CIMENTÍCIAS

Os materiais oriundos de matrizes cimentícias, tais como argamassas e

concretos, são constituídos por agregados (miúdo/graúdo), cimento Portland,

aditivos, adições e água. Com o intuito de deixar o concreto trabalhável, a

quantidade de água adicionada à massa é muito maior do que a necessária para

a completa hidratação do cimento. Esta água em excesso vem a evaporar

deixando vazios ou poros, que têm grande importância na durabilidade do

concreto, pois, é através dos caminhos formados por estes poros que todos os

contaminantes nocivos ao concreto armado penetram no material, causando

efeitos como a redução do pH do concreto, devido às reações de carbonatação

que consomem hidróxidos responsáveis pelo caráter alcalino, catalisando o

processo de corrosão do aço pela ação dos íons cloro.

Segundo Fusco (2008), os poros existentes nos materiais são classificados

segundo a sua dimensão e podem ser: poros de compactação, devido ao

adensamento da massa; poros de ar incorporados, presentes em função de

aditivos incorporadores de ar; poros capilares, formados devidos à saída da água

livre presente na massa; e poros de gel, formados por meio da retração química

do cimento e formação e precipitação dos hidratos na pasta. Ademais, para Haung

et al. (2015), os poros capilares podem ser classificados como pequenos ou

grandes devido a sua variação de tamanho, cujos valores, incluindo a variação

dos poros capilares, são apresentados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1. Dimensões dos tipos de poros existentes nos materiais.

Tipos de poros Dimensões (nm)

Poros de ar incorporado > 104

Poros capilares grandes 50 a 104

Poros capilares pequenos 2,5 a 50

Poros de gel C-S-H < 2,5

Fonte (Haung et al., 2015)

6

Por possuírem tamanhos muito pequenos e por serem formados

isoladamente, os poros de gel não são tão importantes no estudo da durabilidade

das matrizes cimentícias. A Figura 4.1 apresenta, de forma esquemática, os tipos

de poros presentes nas matrizes cimentícias.

O tamanho dos poros influencia diretamente no tipo de mecanismo que irá

transportar o agente externo ao interior do concreto. Esta distribuição dos

tamanhos de poros juntamente com o mecanismo de transporte preponderante é

apresentada na Figura 4.2, na qual pode ser observada a importância dos poros

capilares e macroporos para a durabilidade já que, devido ao seu tamanho e por

formar caminhos intercomunicáveis, estes são os maiores responsáveis por

favorecer a entrada dos agentes externos. Estes poros possibilitam o transporte

por meio da permeabilidade, absorção capilar e difusão.

Figura 4.1. Distribuição dos tamanhos de poros.

Fonte (Adaptado de CEB Nº 183,1997).

7

Figura 4.2. Mecanismo predominante de transporte de massa em função das dimensões dos poros.

Fonte (Meng, 1994).

A microestrutura de um concreto pode ser dividida em três zonas distintas,

sendo elas, a zona da pasta (matriz), a zona do agregado e, por último, uma zona

intermediária, que possui alta importância para a durabilidade do material,

denominada de zona de transição. Apesar de constituição semelhante à da matriz,

a zona de transição (Figura 4.3) é a região mais frágil do concreto, devido à

formação de uma película de água adsorvida pelo agregado que faz com que esta

zona de transição possua uma elevada relação água/cimento e,

consequentemente, possua uma maior porosidade em comparação à matriz

(Ollivier, 1995; Mehta; Monteiro, 2014). Esta película adsorvida contribui, ainda,

para a cristalização do hidróxido de cálcio e da etringita, que possuem dimensões

maiores, quando comparados aos outros cristais formados durante a hidratação,

e orientação predominante nesta região de transição, contribuindo, assim, para a

diminuição da densidade desta zona. Segundo Yang (2013) e Ollivier (1995), a

extensão da zona de transição varia de 20 µm a 30 µm.

8

Figura 4.3. Representação esquemática das zonas existentes no concreto.

Fonte (Mehta e Monteiro, 2014).

Esta zona de interface possui grande influência no transporte de

contaminantes, como, por exemplo, os íons cloro que, por meio do processo de

difusão, atravessam o interior da massa de concreto, principalmente por estas

zonas de maior porosidade, atingindo profundidades maiores e reduzindo, assim,

a durabilidade do concreto.

4.2. NANOTUBOS DE CARBONO (NTC)

Segundo Rashad (2017) e Ladeira (2017), os nanotubos de carbono (NTC)

foram desenvolvidos em 1991, quando o pesquisador Iijima (1991) conseguiu

obtê-los como subproduto secundário da síntese de fulereno.

Os NTCs são elementos constituídos de átomos de carbono, em um arranjo

hexagonal, enrolados em formato de tubos que possuem diâmetros da ordem de

nanômetros (10-9 m). A depender do sentido no qual a camada (ou folha) é

enrolada, forma-se, então, os NTC podem classificados como zig-zag, armchair

ou chiral, como evidencia a Figura 4.4 (RASHAD, 2017).

9

Figura 4.4. Diferentes formas de enrolar folhas de grafite para formar NTC.

Fonte (RASHAD, 2017).

No processo de obtenção dos NTC utilizado por Iijima (1991), eram obtidos

nanotubos de carbono de paredes múltiplas (NTCPM) que consistem em várias

camadas de carbono sobrepostas com separação de aproximadamente 0,34 nm

e alta relação comprimento/diâmetro. Esse pesquisador também observou a

existência de nanotubos de carbono de parede simples (NTCPS), que consistem

em uma única folha de grafite enrolada perfeitamente em um tubo cilíndrico.

A Tabela 4.2 apresenta diversos valores de diâmetros e comprimentos de

nanotubos de carbono utilizados em diferentes trabalhos.

Tabela 4.2. Fatores de forma de nanotubos de carbono utilizados em diversas pesquisas.

Parâmetro Melo

(2009) Li et al. (2005)

Batiston (2007)

[TIPO 1]

Batiston (2007)

[TIPO 2]

Batiston (2007)

[TIPO 3]

Yakovlev et al.

(2006) d (nm) 10-100 10-30 40-60 40-70 240-500 >100

L (µm) 800-900 0,5-500 0,5-2 5-15 5-40 >20

L/d 8000-

9000

17-

50000 8-50 71-375 10-167 >200

Fonte (MELO, 2009)

10

Parveen et al. (2013) descrevem que os NTC possuem propriedades

excepcionais, como o módulo de elasticidade de aproximadamente 1,4 TPa,

resistência à tração superior a 100 GPa e altamente condutor. Além disso, os NTC

são flexíveis e apresentam elevado alongamento na ruptura (20 a 30%).

Dentre os diversos processos de síntese do NTC, o método de deposição

química da fase vapor, ou chemical vapor deposition (CVD), é o mais utilizado

devido ao custo relativamente baixo para uma alta produção deste material

(KUMAR e ANDO, 2010). Neste processo, é criado um ambiente de alta

temperatura (entre 600 e 1200ºC) em que o material que será a fonte de carbono,

em fase gasosa, sofre uma transformação devido a este aquecimento. O processo

acaba por ser acelerado decorrente da presença de elementos como Fe, Ni ou

Co. O carbono, após atingir a solubilidade limite na partícula do catalisador, se

cristaliza, crescendo em uma forma de rede cilíndrica com o catalisador na ponta

ou na base. O diâmetro do NTC variará em função do tamanho da partícula do

metal aderido em uma das suas extremidades. Não existem restrições quanto ao

comprimento dos NTC, que depende das condições específicas do método de

síntese, temperatura, tempo de residência e outros (LADEIRA, 2007).

4.2.1. Efeitos da adição do NTC em matrizes cimentícias

Os NTC são materiais que, em função das suas propriedades intrínsecas,

possuem um grande potencial de uso em materiais cimentícios, atuando como um

“nanoreforço”, em função da sua elevada resistência à tração (na ordem de GPa)

e módulo de elasticidade (na ordem de TPa). Este material é um promissor

candidato a melhorar as propriedades mecânicas e aumentar a durabilidade das

matrizes cimentícias, assim como ocorre com a utilização da nanosílica e outras

adições minerais.

Os nanomateriais de carbono podem alterar significativamente a

microestrutura do cimento, e este é um dos principais motivos para a melhoria das

propriedades mecânicas. Nochaiya e Chaipanich (2011) verificaram uma redução

de 4,5% na porosidade da matriz cimentícia com a adição de 1% de nanotubos de

carbono. A diminuição da porosidade ocorreu devido ao preenchimento dos poros,

principalmente os poros com tamanho inferior a 50 nm, pelos NTC, resultando,

11

assim, em uma microestrutura mais densa do que a matriz sem nanotubo. Além

disso, também foi observada, pelos autores, uma boa interação entre os produtos

de hidratação e os NTC dispersos, que foram vistos densamente inseridos entre

as fases C-S-H e CH do cimento.

Melo (2009) identificou comportamento semelhante para teores inferiores a

0,3% quanto à aderência dos NTC nas superfícies dos cristais de C-S-H e CH. A

autora observou, também um aumento de até 12% na resistência mecânica das

argamassas produzidas com 0,3% de adição de NTC. Acima deste teor, os ganhos

não foram tão expressivos. Segundo a autora, o aumento obtido na resistência à

compressão também está relacionado à eficiência da dispersão dos nanotubos na

matriz. Se bem realizada, o nanotubo mistura-se à pasta de forma homogênea,

fazendo interligações com o silicato de cálcio hidratado, sem ocorrer

aglomerações pontuais. Isso leva a uma matriz mais densa, que contribui para a

obtenção de um material mais resistente.

Contudo, é notório na literatura que o teor ótimo de utilização de NTC em

matrizes cimentícias é variável e diretamente dependente da relação

comprimento/diâmetro (L/d). Em estudos realizados por Camacho et al. (2014), ao

serem utilizados os teores de 0,05 a 0,5% de NTC (com relação L/d > 77), não

obtido ganho significativo em desempenho mecânico para os teores superiores a

0,05%. Para Hawreen, Bogas e Guedes (2018), os teores ótimos de NTC se

encontram nos teores de até 0,1%, para relação L/d entre 300 a 1000,

ocasionando ganho de desempenho e a influência na consistência da matriz no

estado fresco não é alterada significativamente.

4.2.2. Dispersão do NTC na matriz cimentícia

Uma das grandes dificuldades evidenciadas por autores como Melo (2009)

e Reales e Toledo Filho (2017) é a eficiência da dispersão dos NTC em meio

aquoso para realização de uma mistura eficiente dos compostos. Para tal, como

visto em Parveen et al. (2013), a dispersão por meio de banho ultrassônico não é

eficaz para uma desaglomeração efetiva das partículas de nanotubos de carbono

em água. Entretanto, a utilização de aditivos superplastificantes ou surfactantes

12

contribuem para a dispersão destas partículas com base na repulsão eletrostática

causada entre elas (MELO, 2009).

Segundo Collins, Lambert e Duan (2012), uma possibilidade para a

dispersão dos NTC na matriz é a realização da funcionalização realizada com

ácido nítrico visando a aderência da carboxila (-COOH). Contudo, essa ação

acaba por danificar a qualidade do NTC utilizado sendo recomendado pelos

autores a utilização de NTC sem funcionalização dispersos em superplastificantes

a base de policarboxilato já que os grupos apolares dentro da molécula do

policarboxilato dispersam os CNT, enquanto os grupos polares dispersam cimento

e água, criando assim dispersões estáveis.

Reales, Duda e Toledo Filho (2018) analisaram a dispersão de NTC em

matrizes utilizando surfactantes e água. Tem sido relatado que as dispersões com

surfactantes podem retardar a reação de hidratação do cimento, atrasando o final

do período de indução. Em virtude disso, Bogas et al. (2019) recomenda a

utilização dos policarboxilatos com banho ultrassônico para promover uma

dispersão mais eficiente.

4.3. DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS E VIDA ÚTIL

As estruturas de concreto sofrem modificações ao longo do tempo devido à

ação dos microclimas nos quais estão inseridas, principalmente quando expostos

a agentes deletérios e a fatores climáticos que facilitam a propagação dos agentes

e das reações.

Os problemas de degradação devido à ação do meio ambiente tornaram-se

mais constantes na construção civil devido ao avanço tecnológico que possibilitou

a redução das seções das peças e rapidez de execução, o que levou os materiais

a solicitações mais próximas do limite. Assim, no século XX, os custos associados

aos reparos foram altamente elevados e, consequentemente, a durabilidade das

estruturas passou a ter mais importância, sendo realizados diversos estudos sobre

os mecanismos de degradação para auxiliar os projetistas a projetar estruturas

mais duráveis (ANDRADE, 2005).

13

De acordo com a NBR 6118:2014 (“Projeto de estrutura de concreto –

Procedimento”), a durabilidade consiste na capacidade de a estrutura resistir às

influências ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto

estrutural e pelo contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto. O

American Concrete Institute, ACI, (2001) define durabilidade como a capacidade

de resistir à ação das intempéries, ataques químicos, abrasão ou qualquer outro

processo de deterioração.

Segundo Helene (1993), a durabilidade das estruturas de concreto armado

está diretamente relacionada à qualidade do concreto, no que o autor nomeou

como regra dos 4C's:

• Composição ou traço do concreto;

• Compactação ou adensamento efetivo do concreto na estrutura;

• Cura efetiva do concreto na estrutura;

• Cobrimento ou espessura do concreto de cobrimento das armaduras.

A durabilidade das estruturas é regida, então, por um conjunto de fatores que

buscam garantir um desempenho satisfatório em uma vida útil predeterminada

(RIBEIRO, 2013). Assim, a NBR 6118:2014 determina as classes de

agressividades existentes (Tabela 4.3) e uma espessura de cobrimento mínima

para atender uma vida útil de 50 anos, havendo manutenções planejadas, e a NBR

12655:2006 (“Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento –

Procedimento”) complementa, informando os teores máximos de cloretos para

que a despassivação da armadura não ocorra.

Tabela 4.3. Classificação da agressividade ambiental.

Classe de agressividade

ambiental Agressividade

Classificação geral do tipo de ambiente

para efeito de projeto

Risco de deterioração da

estrutura

I Fraca Rural

Insignificante Submersa

II Moderada Urbana Pequeno

III Forte Marinha Grande

14

Industrial

IV Muito forte Industrial

Elevado Respingos de maré

Fonte (ABNT NBR 6118, 2014)

A vida útil das estruturas é um fator extremamente importante e contribui

para a determinação do tempo na qual uma estrutura se encontra em condições

de utilização. A NBR 6118:2014 define vida útil de projeto como o período de

tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto,

desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção previstos pelo projetista

e pelo construtor, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes

de danos acidentais. Segundo Da Silva (1998), a vida útil, apesar de diversos

conceitos e estudos, é de difícil determinação, devido aos diversos fatores

envolvidos e da aleatoriedade dos fenômenos.

Conhecer o tempo máximo de utilização de um material é de fundamental

importância para analisar a durabilidade de estruturas que se beneficiam destes

materiais, pois, vida útil e durabilidade estão amplamente correlacionadas.

Os modelos matemáticos possuem uma grande importância para a

estimativa da vida útil das estruturas e, consequentemente, contribuem para um

melhor entendimento por parte dos profissionais de engenharia a realizarem suas

atividades, proporcionando, assim, maior segurança às estruturas e aos usuários.

Desta forma, dois modelos são bastante conhecidos e serão discutidos com mais

detalhes.

O primeiro e mais simples é o modelo proposto por Tuutti (1982), no qual o

processo de degradação é dividido em dois estágios: o de iniciação, em que ocorre

a penetração dos agentes agressivos para o interior do concreto, sem causar

danos efetivos ao elemento estrutural, e o estágio de propagação, em que as

primeiras manifestações do dano começam a ser evidenciadas na estrutura de

concreto armado, como visto na Figura 4.5.

Figura 4.5. Modelo de vida útil para corrosão das armaduras proposto por Tuutti (1982).

15

Fonte (TUUTTI, 1982).

Com base neste modelo, Helene (1993) elaborou diversos conceitos de vida

útil, em função da situação da edificação, conforme apresentados na Figura 4.6,

que são:

• Vida útil de projeto: conhecida como período de iniciação. Nesta etapa os

agentes de degradação ainda estão penetrando por meio da microestrutura

do concreto de cobrimento sem causar grandes danos a estruturas. Para a

NBR 6118:2014 este tempo é de 50 anos para as estruturas convencionais;

• Vida útil de serviço: Etapa na qual os agentes agressivos começam a

causar danos perceptíveis, ocorrendo o aparecimento de manchas e

fissuras devido à corrosão do aço;

• Vida útil total: Corresponde ao tempo em que a estrutura vem à ruína;

• Vida útil residual: Tempo entre a vida útil de serviço e total em que a

estrutura desempenha suas funções após intervenções.

Figura 4.6. Modelo de vida útil segundo Helene (1993).

16

Fonte (Adaptado de HELENE, 1993).

Com base em diversos estudos realizados (REALES E TOLEDO FILHO,

2017; LADEIRA, 2017), é possível verificar que a adição de nanotubos de carbono

em matrizes cimentícias tende a contribuir para o aumento da vida útil de uma

estrutura.

Os NTC contribuem para a durabilidade das matrizes cimentícias por meio

de mecanismos distintos. O efeito de ponte e a redução da porosidade ajudam a

controlar a propagação de fissuras, influenciando diretamente na durabilidade, já

que a quantidade de caminhos disponíveis para a penetração de agentes

agressivos na matriz é reduzida. A maioria das técnicas que tradicionalmente

avaliam a durabilidade foram aplicadas a matrizes de cimento adicionadas a

nanocompósitos, mas, há poucos relatos de que essas técnicas tenham sido

aplicadas aos compósitos com NTC e em todos os casos existentes, as melhorias

na durabilidade foram associadas a mudança na estrutura porosa em escalas

micrométrica e nanométrica (REALES E TOLEDO FILHO, 2017).

Segundo Ladeira (2017), que estudou argamassas fabricadas com cimento

produzidos com NTC incorporados ao clínquer quando expostas em câmaras de

carbonatação, a adição de NTC influência na redução da difusão do CO2 o que,

17

consequentemente, retarda o processo de carbonatação da matriz cimentícia que

provoca a corrosão de armaduras. Este material quando adicionado em 0,3% em

massa, provocou uma redução da frente de carbonatação de 12,79% em relação

a argamassa de referência.

18

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. MATERIAIS

5.1.1. Cimento

Será utilizado o Cimento CP IV F -40, fabricado pela Intercement.

5.1.2. Agregado miúdo

Será utilizado agregado miúdo oriundo da região metropolitana de Salvador.

É uma areia natural de jazida oriunda do município de Camaçari/BA.

5.1.3. Agregado graúdo

Será utilizada agregado graúdo de origem basáltica, oriunda da região

metropolitana de Salvador, com dimensão máxima característica igual a 9,5 mm.

5.1.4. Aditivo

Será utilizado aditivo superplastificante de 3º geração MASTERGLENIUM

51, a base de Policarboxilato, produzido pelas BASF. Este aditivo terá função de

garantir a consistência dos produtos confeccionados e, principalmente, possibilitar

a dispersão do nanotubo de carbono na matriz cimentícia.

5.1.5. Água

A água de amassamento utilizada é proveniente da rede pública de

abastecimento EMBASA. Para os ensaios de durabilidade, utilizou-se água

destilada e deionizada.

19

5.1.6. Aço

Serão utilizadas barras de aço do tipo CA-50, nervuradas, com 6,3 mm de

diâmetro e densidade igual a 7,85 g/cm³, comercialmente disponível na cidade de

Salvador.

5.1.7. Nanotubo de Carbono (NTC)

Será utilizado Nanotubo de Carbono de Paredes Múltiplas (NTCPM)

industrial, com diâmetro entre 20-40 nm, comprimento entre 10-30 μm e pureza

maior que 95%, fabricado pela Timesnano.

5.1.8. Metacaulim

Será utilizado Metacaulim HP Ultra fabricado pela Metacaulim do Brasil.

5.2. MÉTODOS

Neste trabalho, a metodologia será dividida em 3 etapas, como visualizado

na Figura 5.1. Na primeira etapa, os materiais utilizados (insumos) serão

caracterizados de forma completa visando contribuir com conclusões futuras nos

ensaios finais realizados, bem como permitir a dosagem do concreto e argamassa

utilizada. Na segunda etapa, será utilizada uma argamassa com traço igual a

1:3:0,5 (cimento: areia: relação água/cimento) e adicionado teores de NTC

encontrados na literatura com o intuito de identificar um possível teor ótimo para

o NTC utilizado. Nesta etapa a caracterização será apenas no estado endurecido.

Por fim, com o possível teor ótimo definido, serão confeccionados concretos

utilizando agregado graúdo da região metropolitana de Salvador, com dimensão

máxima característica igual a 9,5 mm e com abatimento do tronco de cone igual a

100 ± 20 mm utilizando três teores de NTC (teores inferior e superior ao ótimo e o

teor ótimo) e mais dois teores de Metacaulim (10 e 15%), totalizando doze traços.

Assim, toda avaliação no estado endurecido e de durabilidade será realizada nos

corpos de provas moldados.

20

Os ensaios de caracterização dos corpos de prova no estado endurecido e

os ensaios específicos de análise da durabilidade serão realizados após 28 dias

de idade, com exceção dos ensaios de avaliação da resistência mecânica, que

ocorrerão aos 3, 7 e 28 dias.

Figura 5.1. Fluxograma da metodologia.

21

5.2.1. Caracterização dos insumos

Os ensaios necessários para caracterização física e química dos materiais

são:

5.2.1.1. Massa específica

Com a determinação da massa específica, é verificada a densidade e o

volume dos grãos, incluindo os poros impermeáveis. Assim, define-se o volume

realmente ocupado pelo material na mistura. A massa específica da areia será

determinada por meio do método do frasco de Chapman, segundo a Norma “NBR

9776:1987 – Agregados – Determinação da massa específica de agregados

miúdos por meio do frasco de Chapman”. Já a massa específica do agregado

graúdo será determinada segundo a norma NBR NM 53/2003 (“Agregado graúdo

- Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de

água”). De forma complementar, as massas especificas do cimento e do NTC

serão obtidos por meio da picnometria a gás hélio, utilizando um picnômetro

AccuPyc II 1340, Micromeritcs.

5.2.1.2. Distribuição do tamanho de partículas

Para a determinação do tamanho de partículas do cimento e do NTC, será

utilizado um granulômetro a laser, CILAS 2000, que utiliza uma técnica baseada

na sedimentação de partículas em uma dada suspensão medida por intermédio

da sua absorção da luz. O princípio ótico de transmissão de luz mede o grau de

sedimentação das partículas pela quantidade de luz que é transmitida por meio da

solução. A fonte de luz é colocada em um plano de medida de um lado da célula

de medida, enquanto do lado oposto da célula é colocado o detector de

intensidade de luz. A unidade de referência utilizada é a absorção da luz.

5.2.1.3. Área específica

A área específica é uma grandeza expressa em unidade de área por massa

e possibilita ter a ideia da finura e reatividade do material, pois uma maior área

22

superficial normalmente está associada a um acréscimo na taxa das reações

químicas.

Os métodos de determinação da área específica baseiam-se na

permeabilidade ao ar ou na adsorção de gases, sendo o método BET o mais

apropriado para aferição da superfície específica das adições minerais de alto

desempenho, logo, o cimento e o NTC utilizado neste trabalho serão ensaiados

pelo método BET para aferição da área específica.

5.2.1.4. Análise da composição química (FRX) e mineralógica (DRX)

Para determinação da composição química do cimento Portland será

utilizada a análise semi-quantitativa por espectrometria de fluorescência de raios-

X (FRX). Este método permite identificar quais são os elementos químicos

presentes na amostra estudada, auxiliando na caracterização mineralógica do

material. Para isto, será utilizado o espectrômetro de FRX S2 Ranger, da Bruker,

disponível no laboratório de caracterização do IFBA.

Também será utilizada a difração de raios-X (DRX) para a identificação das

fases cristalinas presentes matriz cimentícia com e sem o NTC, utilizando, para

isto, o equipamento D2 Phaser, da Bruker. Esta técnica baseia-se na incidência

de um feixe monocromático de raios-X de comprimento de onda λ, o qual é

difratado por planos de alta concentração atômica da amostra, periodicamente

distribuídos, ocorrendo interferências destrutivas ou construtivas entre as ondas

difratadas. As interferências construtivas produzem reflexões em certas direções

definidas pela lei de Bragg, de acordo com a Equação 5.1.

nλ=2dsenθ (5.1)

Em que, n é um número inteiro que corresponde à ordem de difração, λ é o

comprimento de onda característico do feixe, d é a distância interplanar e θ é o

ângulo de incidência.

23

Obtêm-se, então, informações referentes às distâncias interplanares dos

planos cristalográficos e à intensidade da reflexão, possibilitando a caracterização

da fase sólida ordenada reticularmente.

Após a identificação das fases cristalinas com o auxílio do software DIFFRAC

plus-EVA que possui base de dados centrada no sistema COD (Crystallography

Open Database), as mesmas serão quantificadas utilizando-se o método de

Rietveld, por meio do software TOPAS e dos arquivos CIF (Crystallographic

Information File).

5.2.2. Dispersão do NTC em matrizes cimentícias

Estre trabalho utilizará NTC sem funcionalização e seguindo uma

metodologia baseada no estudo de Bogas et al. (2019), na qual o meio dispersor

será constituído por aditivo a base de policarboxilato e água sendo realizado uma

mistura durante 30 minutos por meio do misturador magnético seguido do banho

ultrassônico com frequência igual a 24kHz por 60min visando facilitar a separação

das partículas.

De forma complementar, será analisada o potencial zeta das partículas em

suspensão a fim de identificar a eficiência da dispersão utilizada.

5.2.3. Caracterização no estado endurecido

Os ensaios no estado endurecido contribuirão para a avaliação indireta da

dispersão do nanotubo de carbono na matriz cimentícia, servindo como possíveis

indicadores para o refino da microestrutura, possibilitando a interpretação futura

dos ensaios de durabilidade realizados.

5.2.3.1. Resistência Mecânica

Para determinar a resistência mecânica das argamassas, os corpos de prova

serão, primeiramente, submetidos ao ensaio de tração na flexão e,

posteriormente, ao ensaio de compressão axial. A norma que rege essa avaliação

é a NBR 13279:2005 (Argamassa para assentamento e revestimento de paredes

24

e tetos – Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão). Com

base nesta norma, os valores de resistência à tração na flexão e à compressão

axial são obtidos pela Equação 5.2 e 5.3, respectivamente.

�� = �,�∗∗�� � (5.2)

�� = �� � (5.3)

Em que, Rf = Resistência à tração na flexão, em MPa; Rc = Resistência à

compressão axial, em MPa; Ff = Carga aplicada verticalmente no centro do prisma,

em N; Fc = Carga máxima aplicada, em N e L = Distância entre os apoios, em mm.

5.2.3.2. Porosidade e densidade aparentes

O ensaio de porosidade e de densidade aparentes é fundamentado no

princípio de Arquimedes. Depois de 28 dias de cura, os corpos de prova serão

selecionados para o ensaio de porosidade e densidade aparente e levados à

estufa e, após a secagem, serão medidas as suas massas secas (Ms). Após isto,

eles serão imersos em água por 72 horas, havendo uma saturação dos vazios

existentes. Desta forma mede-se a massa imersa (Mi) e a massa úmida (Mu). A

porosidade aparente (ηA) e a densidade aparente (ρA) são calculadas com base

nas Equações 5.4 e 5.5, respectivamente.

�� = 100. ���� ������� � (5.4)

�� = ρ� . � �������� (5.5)

Sendo ρL a densidade do líquido com o qual se realiza o ensaio (neste caso,

a água, ρL equivale a 1,0 g/cm³).

25

5.2.3.3. Absorção de água por capilaridade

Para analisar a capacidade de absorção de água por capilaridade, será

utilizado o método descrito na NBR 9779:2012 (“Argamassa e concreto

endurecidos – Determinação da absorção de água por capilaridade”).

Ao longo do ensaio, verifica-se a massa dos corpos de prova em vários

momentos, durante 72 horas, contadas a partir da colocação destes em contato

com a água. Assim, absorção de água por capilaridade (i, kg/m2) é definida pela

razão entre a massa do corpo de prova que permaneceu com uma das faces em

contato com a água e a massa deste seco (Mi - Ms), dividida pela seção

transversal.

5.2.4. Ensaios de durabilidade em matrizes cimentícias

Em virtude das características do nanotubo de carbono e de sua utilização

ser ainda recente em matrizes cimentícias, os estudos de avaliação da

durabilidade ainda são escassos, não havendo um consenso sobre seus reais

benefícios. O NTC contribui para o refino da microestrutura e aumenta a resiliência

destas matrizes, mas é um material condutor que pode afetar as propriedades

eletroquímicas das matrizes. Assim, a avaliação da durabilidade será realizada

para compreender o efeito do NTC mediante a variação térmica e ação de agente

como o cloro, CO2.

5.2.4.1. Migração de íons cloro

Este ensaio tem como princípio a aplicação de uma diferença de potencial

entre duas células, sendo uma com a solução contendo o contaminante (NaCl),

célula catódica, e a outra célula com água destilada, célula anódica. O corpo de

prova de concreto ou argamassa é colocado entre as duas células, funcionando

como uma membrana. A Figura 5.2 evidencia a representação esquemática deste

ensaio.

Figura 5.2 – Representação esquemática do ensaio de migração de cloretos.

26

Neste método, a migração ocorre devida à diferença de potencial de 12 Volts

aplicada com uma fonte de corrente contínua por meio de eletrodos contidos nas

células. A célula catódica é preenchida por solução contendo cloreto de sódio

(NaCl) a uma concentração de 1M, na qual esta concentração equivale ao

encontrado na água do mar.

Nos primeiros momentos do ensaio, a quantidade de íons cloro passantes

pela amostra e medidos na célula anódica não obedece a um fluxo constante

devido às reações desses íons com os aluminatos presentes no cimento e outros

íons existentes na solução dos poros, sendo caracterizada como fase não

estacionária. Assim quando os todos os aluminatos existentes no cimento se

encontram quimicamente ligados aos íons cloro, o fluxo destes íons passa a ser

constante, iniciando-se a fase estacionária. Dessa forma, o tempo necessário para

que se inicie o estado estacionário é chamado de time lag (τ), que é obtido

graficamente por meio da interseção entre o prolongamento da reta que

caracteriza o regime estacionário com a abscissa (tempo), de acordo com a Figura

5.3.

Figura 5.3. Determinação do time lag.

27

Fonte (CASTELLOTE, ANDRADE E ALONSO, 2001)

De posse do valor do fluxo de íons, calcula-se o coeficiente de difusão no

estado estacionário (Ds) por meio da Equação 5.6 de Nerst-Plank.

! = "#$%&'()#$*ΔΦ (5.6)

Em que Ds é o coeficiente de difusão no estado estacionário (cm²/s); JCl é o

fluxo de íons (mol/(s.cm²)), R é a constante de gases (1,9872 cal/(mol.K)), T é a

temperatura (K), l é a espessura do corpo de prova (cm), z é a valência dos íons

(para cloretos, igual a 1), F é a constante de Faraday (23063 cal/(volt.eq)), CCl é a

concentração de íons cloro na célula catódica (mol/cm3), γ é o coeficiente de

atividade da solução da célula catódica (0,657 para o Cl-), ΔФ é a média da tensão

que efetivamente atravessa o corpo de prova durante o estado estacionário (V).

Para determinação do coeficiente de difusão no estado não-estacionário

(Dns) a partir de ensaios de migração, utiliza-se a Equação 5.7 proposta por

Castellote, Andrade e Alonso (2001).

28

+� = ,'²-.²

. /0.coth ., − 27 (5.7)

Em que 0 = (8ΔΦ9& , k é a constante de Boltzmann (1,38x10-23 J/K), e é a carga

do elétron (1,6x10-19 C), ΔФ é a média da tensão que efetivamente atravessa o

corpo de prova durante o estado não-estacionário (V).

5.2.4.2. Resistividade elétrica

Para a medição da resistividade elétrica do concreto, será utilizada uma

técnica baseada no princípio de Wenner, utilizando-se do equipamento Resipod,

da Proceq. Este equipamento opera com uma corrente alternada máxima de 200

µA, 40 Hz a 38 V máximos, gerada digitalmente, e é capaz de medir amplitudes

de resistividade entre 1 KΩ.cm até, aproximadamente, 1000 KΩ.cm. O

espaçamento entre as sondas é de 50 mm.

Neste tipo de medida, uma corrente elétrica alternada é aplicada por

diferença de potencial por meio das duas sondas localizadas nas extremidades do

equipamento, gerando um fluxo de corrente no concreto, enquanto as duas

sondas internas medirão a diferença de potencial. Esta resistividade pode ser

calculada a partir da fórmula de Wenner, visualizada na Equação 5.8.

� = ,.:.;.<= (5.8)

Em que “ρ” é a resistividade elétrica do concreto (Ω.cm); “V” a tensão

aplicada ao circuito (volts); “I” a intensidade de corrente medida (ampères); “A” a

área da face do corpo de prova em contato com os eletrodos (cm²); e “a” a

distância entre os eletrodos (cm).

Como sugerido pela AASHTO TP 95-14, os corpos de prova cilíndricos

ensaiados serão marcados no topo, em posições referentes a 0º, 90º, 180º e 270º

e o ponto médio da altura do corpo de prova. Este procedimento visa a garantir

que as medidas de resistividade sejam feitas nos mesmos locais com o passar do

29

tempo, aumentando a confiabilidade do estudo. Estas medidas serão realizadas

aos 28, 53 e 80 dias de idade e após os semiciclos úmidos. Os parâmetros

utilizados para interpretação dos valores obtidos são dados pelo CE - COST 509

(“Corrosion and protection of metals in contact with concrete”).

5.2.4.3. Potencial de Corrosão

Será avaliado o potencial de corrosão em corpos de prova prismáticos com

dimensões de 5x7x9 cm3, no qual serão inseridas duas barras de aço do tipo CA-

50 com 6,3 mm de diâmetro e 100 mm de comprimento, segundo metodologia

adotada por Ribeiro (2010).

Visando a padronização superficial das barras utilizadas nos corpos de

prova, estas serão submetidas a um processo de limpeza, conforme determina a

norma ASTM G-1/03 (“Preparing, Cleaning, and Evaluating Corrosion Test

Specimens”).

Antes do início do ensaio, há necessidade de aguardar a estabilização da

hidratação da matriz cimentícia. Esta estabilização visa obter uma microestrutura

relativamente desenvolvida, reduzindo a dispersão das medidas. Assim, Ribeiro

(2010) recomenda um tempo igual a 80 dias.

Com o ensaio em andamento, será utilizado o método de envelhecimento

por ciclos, onde os corpos de prova passarão por ciclos de molhagem e secagem,

sendo um semiciclo de imersão parcial em solução com 3% de cloreto de sódio

(NaCl) com duração de dois dias, e posterior semiciclo de secagem em estufa

ventilada a 50ºC, com duração de 5 dias. Ao final de cada semiciclo, ou seja, a

cada retirada da estufa e a cada emersão da solução salina, mede-se o potencial

de corrosão das barras metálicas, utilizando o eletrodo de calomelano saturado

como referência. A Tabela 5.1 evidencia as variações para o eletrodo de

calomelano saturado.

Tabela 5.1. Probabilidade de ocorrência de corrosão em função do potencial de corrosão,

tendo como referência o eletrodo de calomelano saturado.

30

Tipo de Eletrodo Probabilidade de ocorrer a corrosão

Hg, Hg2Cl2/KCl

(sol. Saturada)

< 10% 10 – 90% > 90%

> -0,124 V 0,124 V a -0,274 V < - 0,274 V

5.2.4.4. Carbonatação

Os ensaios acelerados de carbonatação proporcionam a obtenção de

resultados em um curto período de tempo. No presente estudo, será realizado um

procedimento para a avaliação da influência dos NTC na carbonatação, baseado

nos procedimentos estabelecidos pela ISO 1920-12:2015 (“Testing of concrete –

Part 12: Determination of the carbonation resistance of concrete – Accelerated

carbonation method”).

Serão utilizados corpos de prova prismáticos, com dimensão igual 4x4x16

cm³, na qual serão inseridas em uma câmara de carbonatação da marca Quimis,

sob temperatura de (27 ± 2)ºC, concentração de CO2 de (3,0 ± 0,5)% e umidade

relativa de (65 ± 5)%, onde permanecerão até o final do ensaio, de acordo com a

ISO 1920-12:2015. As medidas serão feitas ao final de 9 e 15 semanas de

exposição com base na aspersão de uma solução de fenolftaleína, solução

indicadora com ponto de viragem em um pH aproximadamente igual a 9 que

permite visualizar a frente de carbonatação, avaliando também a resistência a

tração na flexão e compressão, bem como a mudança da microestrutura por meio

da porosidade e densidade as amostras ensaiadas.

5.2.4.5. Ciclo de gelo e degelo

O procedimento para a realização de ensaios visando à verificação da

durabilidade de concretos submetidos a ciclos de gelo-degelo foi estabelecido pela

ASTM C 666/15 (“Standard Test Method for Resistance of Concrete to Rapid

Freezing and Thawing”).

A temperatura alvo mínima recomendada pela norma é de -17,8ºC e a

máxima de +4,4ºC. O tempo de cada ciclo foi determinado de acordo com o

Procedimento A (“Rápido congelamento e descongelamento em água”) da ASTM

C 666/15, que corresponde a aproximadamente 5 horas por ciclo, em um total de

31

300 ciclos. Esse procedimento é, geralmente, considerado como sendo o mais

agressivo.

A avaliação da qualidade do concreto será realizada por meio da análise do

módulo de elasticidade dinâmico relativo, empregando a técnica de verificação da

velocidade do pulso ultrassônico (ultrassom).

Com base nos resultados de módulo de elasticidade dinâmico relativo,

calcula-se o fator de durabilidade (Fd), proposto pela ASTM C 666/15, que é um

dos parâmetros para avaliação do desempenho dos concretos submetidos a

ciclagem gelo-degelo, com base na Equação 5.9.

>? = @AB∗C� (5.9)

Em que, Fd é o fator de durabilidade para o corpo de prova ensaiado a

gelo/degelo, Edr é o módulo de elasticidade dinâmico relativo para N ciclos de gelo

e degelo, N é o número de ciclos de gelo/degelo para o qual o corpo-de-prova

apresentou o menor módulo de elasticidade dinâmico relativo, M é o número total

de ciclos de gelo/degelo propostos para a realização do ensaio completo. Neste

estudo, M é equivalente a 300 ciclos.

32

6 RESULTADOS ESPERADOS

Ao concluir-se a presente pesquisa espera-se:

a) Identificar o teor ótimo de utilização do NTC em matrizes cimentícias;

b) Analisar a influência do NTC no desempenho mecânico e durabilidade das

matrizes, destacando seus pontos positivos e/ou negativos;

c) Verificar a influência da alta condutividade do NTC na penetração de íons

cloro em matrizes cimentícias;

d) Analisar o efeito combinado do NTC com o metacaulim nas propriedades

da matriz cimentícia;

e) Propor teores ideais de utilização do NTC combinado ao metaculim.

33

7 IMPACTOS

7.1. IMPACTOS ACADÊMICOS

• Estimular o tema de pesquisa no campo acadêmico, contribuindo para as

linhas de pesquisa sobre durabilidade de concretos contendo nanotubo de

carbono;

• Fortalecer o grupo de pesquisas do LEDMa e do PPEC;

• Publicação de 2 artigos em periódicos Qualis A1-B2 e 3 artigos em

congressos nacionais/internacionais.

7.2. IMPACTOS CIETÍFICOS

• Aprofundar o entendimento da durabilidade dos concretos com nanotubo

de carbono;

• Avaliação da utilização conjunta de NTC e metacaulim em matrizes

cimentícias;

• Contribuir para o entendimento da ação do NTC frente a agentes

agressivos.

7.3. IMPACTOS TECNOLÓGICOS

• Obter matrizes reforçadas com NTC com desempenho semelhante ou

superior ao cimento Portland;

• Definição de melhores teores aplicados a concretos visando melhoria de

desempenho mecânico e durabilidade;

• Transferência de Tecnologia ao Mercado

34

7.4. IMPACTOS AMBIENTAIS

• Aumento da vida útil das estruturas por meio da diminuição de reformas e

demolições, além da redução o consumo de matéria-prima utilizada para

recuperação;

• Possibilitar o uso racional e direcionado do NTC em matrizes cimentícias;

• Diminuição do consumo de cimento Portland, levando a preservação de

jazidas naturais e diminuindo a emissão de CO2 para a atmosfera.

7.5. IMPACTOS SOCIAIS

• Aumento da qualidade de vida por meio da diminuição dos impactos

ambientais e da redução da emissão de carbono atmosférico;

• Aumento da durabilidade das estruturas, que leva à redução de despesas

com reformas e reduz o desconforto e insegurança de seus ocupantes.

35

8 REFERÊNCIAS

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