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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL LUAN MÁRCIO LEME BRITO PROJETO DE PESQUISA: ANÁLISE DOS PROCESSOS DE LICENCIAMENTO DE POLOS GERADORES DE VIAGENS EM CIDADES INTERMEDIÁRIAS SALVADOR BA 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

LUAN MÁRCIO LEME BRITO

PROJETO DE PESQUISA:

ANÁLISE DOS PROCESSOS DE LICENCIAMENTO DE POLOS GERADORES

DE VIAGENS EM CIDADES INTERMEDIÁRIAS

SALVADOR – BA

2018

LUAN MÁRCIO LEME BRITO

PROJETO DE PESQUISA:

Título do Projeto

ANÁLISE DOS PROCESSOS DE LICENCIAMENTO DE POLOS

GERADORES DE VIAGENS EM CIDADES

INTERMEDIÁRIAS.

Nome do Orientador Ilce Marilia Dantas Pinto de Freitas

Grande Área/área de

concentração

Engenharias / Engenharia de Transportes

Palavras-chave Polos Geradores de Viagens. PGV. Licenciamento. Mobilidade.

SALVADOR – BA

2018

SUMÁRIO

1 RESUMO DO PROJETO ........................................................................................................ 5

2 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 6

3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA .................................................................................... 10

4 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................................... 12

5 HIPÓTESE DE TRABALHO ............................................................................................... 17

6 DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................................. 18

7 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 19

7.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 19

7.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 19

8 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 20

9 MÉTODOS DE PESQUISA .................................................................................................. 28

10 VIABILIDADE E FINANCIAMENTO ............................................................................ 29

11 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS ................................................................. 30

12 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO .................................................................................. 31

13 EQUIPE TÉCNICA ........................................................................................................... 32

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 33

5

1 RESUMO DO PROJETO

Os empreendimentos responsáveis pela atração e geração de viagens, conhecidos como Polos

Geradores de Viagens (PGV), despontaram por conta da urbanização e da consequente necessidade

de adensamento de locais atrativos da população, gerando alterações no território e transformando

o meio geográfico imediato. Os instrumentos de planejamento urbano têm o intuito de minimizar

os impactos negativos presentes na implantação de empreendimentos caracterizados como PGV,

sendo a maior parte desses impactos decorrentes do uso de transportes motorizados. O Estudo de

Impacto de Vizinhança (EIV) é utilizado na avaliação dos processos de Licenciamento de PGV, o

problema é que, por trabalhar no modo tradicional, direciona ações referentes a mitigação dos

impactos negativos gerados por tais empreendimentos ao modo de transporte individual

motorizado. As cidades intermediárias estão em crescimento (tanto urbano quanto da frota de

veículos particulares), e é importante que essas cidades que estão se formando trabalhem

priorizando o transporte não motorizado e sustentável, até por estas cidades apresentarem os

modos de transporte a pé, de bicicleta e o individual motorizado como os mais utilizados. Assim,

essas cidades vão ser capazes de utilizar o transporte como indutor do desenvolvimento urbano

garantindo equidade social, mais cidadania e sustentabilidade ambiental para a população. O

objetivo deste projeto é elaborar uma metodologia que insira a questão do transporte não

motorizado como medidas mitigatórias nos processos de Licenciamento de Polos Geradores de

Viagens. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste projeto aborda levantamento

bibliográfico a respeito de PGV, licenciamentos, legislações, planejamento e gerenciamento da

mobilidade e pesquisa com especialistas da área de transporte e mobilidade urbana na validação

dos parâmetros voltados ao transporte sustentável como medidas compensatórias na apreciação de

projetos de PGV. Contudo, pretende-se a adequação desses processos, alinhando as medidas

compensatórias das diretrizes do Licenciamento de PGV com uma lógica de transporte sustentável.

6

2 INTRODUÇÃO

Estudos referentes aos sistemas de transportes, trânsito e planejamento urbano trazem

informações a respeito de empreendimentos que, através de sua implantação ou remodelação,

podem ser responsáveis pela atração ou produção de viagens a um determinado ponto ou região

da cidade, e estes são conhecidos como Polos Geradores de Viagens. Esses empreendimentos

urbanos, e até de características regionais, despontaram por conta da urbanização e da consequente

necessidade de adensamento de locais que são usualmente utilizados por grande parte da

população. Por conta da atratividade desses tipos de empreendimentos que acaba transformando o

seu meio geográfico imediato, é fundamental a realização de um planejamento do sistema de

transporte do local onde ele será instalado, pois envolve impactos no uso do solo, sistema viário

de entorno, na mobilidade urbana, na circulação de pessoas e diversos aspectos técnicos e legais

necessários à sua instalação com o intuito de promover uma melhor qualidade de vida e um sistema

de transporte eficiente e seguro para a sociedade.

As cidades médias, segundo Aveni et al. (2016), “são uma dimensão importante na análise

da rede urbano-regional, pois ofertam serviços em nível hierárquico abaixo da cidade principal,

viabilizando a ocupação e desenvolvimento regional”. O emprego do elemento demográfico como

único critério para definição de cidades como médias, não explicita o real papel da cidade bem

como o seu desempenho na rede urbana da intermediação regional. Dessa forma, a análise de uma

cidade média deve partir, de acordo com Henrique (2010), “de combinações particulares entre o

tamanho demográfico, o plano morfológico e as funções e usos urbanos que as colocam em

diferentes papéis e posições/situações (não hierarquicamente rígidas) na rede urbana”.

As cidades médias desempenham um papel importante na definição da hierarquia dos

centros urbanos e delimitam as regiões de influência como é apresentado no estudo das Regiões

de Influência das Cidades – Regic 2007 (IBGE, 2008). Tendo o Regic como um dos estudos base,

a Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias

(IBGE, 2017) é um material alinhado pela “dinâmica dos processos de transformação ocorridos

recentemente e operacionalizada a partir de elementos concretos (rede urbana, classificação

7

hierárquica dos centros urbanos, detecção dos fluxos de gestão, entre outros), capazes de distinguir

espaços regionais em escalas adequadas”.

Para o IBGE (2017), as Regiões Geográficas Intermediárias organizam o território trazendo

o princípio das Redes Geográficas Imediatas, onde o centro urbano é o principal elemento servindo

as diversas necessidades da população (bens de consumo, serviços de saúde e educação, serviços

públicos), diferenciando estes centros através de um polo de hierarquia se baseando nos fluxos de

gestão privado e público, como também pela existência de funções urbanas de maior

complexidade.

Diante disso, o processo de regionalização do território brasileiro utilizou-se da

identificação das cidades-polo e dos municípios a elas relacionados e do conceito de território-rede

e território-zona para a interpretação do espaço. A ideia de território-zona traz o sentido de

organização e uso contínuo do território, já a ideia de território-rede considera a interação presente

na rede, o que resulta em uma regionalização mais abrangente. Assim, para cara Região Geográfica

Intermediária existe uma cidade ou um arranjo populacional como polo articulador do território,

as cidades intermediárias. Neste trabalho, as Regiões Geográficas Intermediárias e suas cidades-

polo foram definidas utilizando a metodologia proposta pelo IBGE (2017) por este ser um material

mais completo, abrangente e atual.

O licenciamento é um processo administrativo conhecido por direcionar quem estiver

interessado na aquisição de permissão ou autorização – para executar ou de funcionamento –,

obras, serviços e atividades. No Brasil há algumas diretrizes a respeito de Licenciamento de PGV

no âmbito federal como normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Estatuto

da Cidade, que tem como seu instrumento o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), o Código de

Trânsito Brasileiro (CTB), Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e a Lei da Mobilidade (Lei Nº

12.587, de 3 de janeiro de 2012). No âmbito municipal são os Planos Diretores e suas leis derivadas

que tratam dos licenciamentos seguindo esses padrões e normas regulamentadas pela esfera

federal.

8

Santos (2011) infere que na concepção e na apreciação de projetos para licenciamento, os

empreendimentos que se caracterizam como PGV possuem a necessidade de atender as demandas

oriundas do transporte motorizado, como por exemplo a disponibilidade de vagas para

estacionamento e adequações de geometria das vias. Isso é notório no principal documento

utilizado como base para os processos de licenciamento no Brasil, que é o Estudo de Impacto de

Vizinhança, como também em diversos Planos Diretores e suas leis derivadas.

O EIV é desenvolvido no Brasil de uma maneira tradicional, sem uma dada atenção ao

transporte não motorizado e consequentemente sem dar uma devida importância a Lei da

Mobilidade. A Política Nacional da Mobilidade Urbana (PNMU) trouxe uma mudança de

paradigma ao priorizar o transporte não motorizado, assim, o EIV deve ser elaborado seguindo

essas diretrizes. Atualmente, é fornecido aos empreendimentos caracterizados como PGV soluções

com o intuito de minimizar os impactos para o transporte individual, oferecendo, por exemplo,

mais vagas de estacionamento seguindo a lógica tradicional de priorizar o modo de transporte

individual que tem que ser mudada no Estudo de Impacto de Vizinhança.

Para Marques (2010) e Moreira (1997), conforme citado por Santos (2011, p. 14), são

poucos os relatórios dos Estudos de Impacto de Vizinhança que evidenciam a relação da

mobilidade urbana, ao se tratar da compreensão de todos os atores da mesma – os veículos

motorizados, os não motorizados, o pedestre e o portador de necessidades especiais – e o uso do

solo. Sendo, a mobilidade urbana e o uso do solo, o nó conceitual onde os PGV se encontram.

O Estatuto da Cidade fora criado antes da Lei da Mobilidade, o que faz com que haja uma

falta de integração entre essas leis. O EIV, instrumento do Estatuto da Cidade, utiliza o estudo de

impacto de tráfego, assim os responsáveis por desenvolverem esses estudos trabalham com o foco

somente no transporte individual motorizado, sem se preocuparem com planejamento das vias para

pedestres, com os ciclistas e na integração com o sistema público coletivo de transporte.

A respeito dos planos de mobilidade, ainda persiste a questão de como conseguir melhorias

efetivas dos sistemas de mobilidade. Isso porque, para Santos (2008) “existe uma tendência no

modelo de planejamento predominante no meio técnico que é o de prover infraestrutura viária”

9

para atender a demanda do modo de transporte motorizado, embora deveria haver prioridade na

implantação de projetos com o foco no transporte não motorizado e transporte coletivo, além de

buscar desestimular o uso dos transportes motorizados individuais favorecendo a integração e a

multimodalidade (DECASTRO e BALASSIANO, 2015).

As cidades intermediárias necessitam de uma maior preocupação em razão de ainda existir

um considerável número de usuários de transportes não motorizados realizando viagens a pé e de

bicicletas em virtude do tamanho da cidade gerar distâncias de deslocamentos menores,

favorecendo para o uso destes modos de transporte. Sendo assim, o estudo de implantação de um

Polo Gerador de Viagens em cidades pequenas e médias devem ter um foco ainda maior no modo

de transporte não motorizado em relação aos estudos que são realizados em cidades grandes.

Dessa maneira, este projeto propõe-se a contribuir com uma metodologia de inserção das

questões do transporte não motorizado como modo compensatório na apreciação dos processos de

licenciamento de empreendimentos que podem ser considerados Polos Geradores de Viagens,

onde se observa um distanciamento indevido das diretrizes de mobilidade, e para que o

gerenciamento da mobilidade, consiga trazer o EIV (que possui uma visão tradicional ao lidar com

os impactos negativos de PGV focado somente no automóvel) para uma lógica mais próxima da

Lei de Mobilidade (que tem uma visão voltada para o transporte sustentável), e assim seja um

importante instrumento no desenvolvimento urbano sustentável das cidades.

10

3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

Os procedimentos legais que norteiam as cidades para o planejamento urbano têm como

objetivo minimizar os impactos negativos (a maior parte desses impactos são decorrentes do uso

dos transportes motorizados) presentes na implantação de empreendimentos como os Polos

Geradores de Viagens. As medidas mitigatórias para esses impactos negativos são voltadas para o

transporte motorizado, com a criação de vagas de estacionamento e a melhoria das condições das

vias, o que corrobora para dar o incentivo ao uso de meios de transporte motorizado.

Nos Estudos de Impacto de Vizinhança não estão sendo levado em consideração o

transporte não motorizado e o transporte público coletivo que é colocado como um dos princípios

da Lei de Mobilidade. As cidades intermediárias não têm um transporte público muito forte,

apresentando um transporte individual e um transporte não motorizado muito incidente. O EIV

trabalha na mitigação dos impactos para melhorar o transporte motorizado individual e acaba não

direcionando medidas compensatórias aos impactos negativos para o transporte não motorizado.

De alguma maneira, é necessário que se faça uma alteração na matriz de viagens, ao invés de ser

uma matriz voltada aos automóveis, realizar melhorias nas condições do sistema de transporte não

motorizado, para que não seja atrativo o uso de automóveis. Para isso, deve-se buscar uma maneira

de como inserir a questão do transporte não motorizado nos processos de licenciamento,

direcionando o EIV com a Lei de Mobilidade para a mesma lógica sustentável.

Essa questão pode ser maximizada quando se leva em consideração o desenvolvimento que

muitas cidades pequenas e médias vêm adquirindo com o passar do tempo, e, por este ainda ser

um assunto pouco discutido em cidades menores. A implantação de empreendimentos

caracterizados como PGV, sem um devido planejamento ou análise, pode acarretar em um

bloqueio de crescimento do mesmo, como também afetar toda a logística de transporte, o trânsito,

toda a mobilidade e a acessibilidade naquela região da cidade, gerando reflexos indesejados na

trafegabilidade, nas condições de circulação no seu entorno, na segurança, problemas urbanísticos

e sociais, econômicos e no meio ambiente.

O modo como se dá o desenvolvimento urbano no Brasil, que possui uma alta taxa de

urbanização, estimula um crescimento sem equidade ou qualquer sustentabilidade e com uma

11

grande dispersão territorial o que leva a grandes deslocamentos diários e assim, a um

distanciamento improdutivo. Sendo locais que atraem e geram viagens, é importante que esses

empreendimentos tenham como prioridade e que as vias forneçam estruturas para modos de

transporte não motorizados ou de uso coletivo, na tentativa de moderar o uso do transporte

individual motorizado para que a sociedade tenha uma mobilidade mais sustentável e equidade

social.

É fundamental que haja um procedimento específico com o intuito de inserir os Polos

Geradores de Viagens na malha viária existente ou que então seja possível desenvolver melhores

meios de acessos e trafegabilidade, colaborando para que se tenha um equilíbrio entre o

empreendimento, o meio ambiente e a sociedade. Por meio de pesquisa bibliográfica, dos Planos

Diretores e as leis de regulamentação de uso e ocupação do solo, atentou-se para a maneira como

as cidades intermediárias lidam com os empreendimentos caracterizados como PGV. Assim, foi

notado uma lacuna no que tange o processo de licenciamento na adoção de medidas que favoreçam

a mobilidade urbana, acessibilidade e o uso de modos de transporte não motorizado.

Diante da importância que empreendimentos Polos Geradores de Viagens têm na dinâmica

urbana, acredita-se que com uma análise da situação dos processos de licenciamento e o estímulo

da implementação de uma mobilidade urbana com acessibilidade, adesão aos modos de transporte

não motorizados, melhoria do transporte coletivo e desestímulo ao uso do meio de transporte

individual podem colaborar com o desenvolvimento sustentável das cidades.

12

4 PROBLEMA DE PESQUISA

Para Sposito (2010), “as cidades médias são aquelas que desempenham papéis de

intermediação em suas redes urbanas”, por serem esses nós nas redes urbanas sendo responsáveis

em influenciar cidades e áreas consideráveis gerando uma atração de pessoas e serviços, essas

cidades médias, que de acordo com o Censo do IBGE de 2010 obtiveram o maior crescimento dos

últimos anos, traz a necessidade de que esse desenvolvimento urbano aconteça de maneira

sustentável e com mobilidade para os cidadãos.

Quanto aos estudos a respeito das pequenas cidades, é importante tomar conhecimento

destas por elas influenciarem nas redes urbanas. Wanderley (2001, apud Henrique 2010) estudou

as pequenas cidades e concluiu que estas retratam os espaços que são dominados pelo cotidiano

rural estando a margem dos avanços do agronegócio como também da agricultura modernizada.

Assim, nota-se que as pequenas cidades ainda têm sua fonte de renda no setor primário e quando

há a necessidade de serviços, tanto comerciais, de saúde e serviços (público e privado), buscam

em cidades maiores o que precisam.

A importância de uma cidade e as funções que esta desempenha na rede urbana de

intermediação regional não pode ser definida somente pelo tamanho da sua população, outros

critérios devem ser considerados, como os citados na Introdução deste projeto. Entende-se que há

nas cidades pequenas e médias, um processo de urbanização que traz alterações na sua estrutura

urbana e consequentemente gera necessidades de repensar as relações de espaço-tempo e redefinir

o uso do solo.

Quando uma cidade é incorporada a uma rede urbana onde há fluxos de informações,

mercadorias e pessoas, traz a necessidade de realizar melhorias infra estruturais e de processos.

Isso também é válido para cidades pequenas e médias que devem se preparar para lidar com as

modificações em sua morfologia, novos empreendimentos e com problemas como violência,

mobilidade urbana e valorização imobiliária, que antes estavam presentes somente nos grandes

centros. Os empreendimentos e objetos portadores de urbanidades que são levados as cidades

pequenas e médias, se destacam: as indústrias, as agroindústrias, grandes obras (portos, ferrovias,

13

aeroportos, etc.), atividades mineradoras, centro de comércio e bens públicos como centros de

estudos e pesquisa, órgãos públicos, etc. (HENRIQUE, 2010).

Essas modificações que as cidades pequenas e médias passam, colaboram para as

problemáticas referente ao crescimento urbano como segregação, a expansão das cidades, conflitos

entre o centro antigo e as novas centralidades, além da fragmentação socioespacial (J. SANTOS,

2010, p. 79) como também problemas relacionados ao transporte e mobilidade urbana. Essa

interação entre crescimento e mobilidade urbana é importante pela forma como as cidades crescem

em direção as periferias, para onde quase sempre vão os mais pobres, aumentando a necessidade

e os custos dos transportes.

O termo “cidades intermediárias” se encaixa melhor do que “cidades médias” por conta do

papel desempenhado na rede urbana por essas cidades em intermediar as relações das cidades

hierarquicamente menor com a cidade primaz, e até com capacidade de poderem substituir a cidade

primaz em uma escala regional menor para algumas funções. Essa definição fica evidente com a

metodologia aplicada no estudo da Divisão Regional do Brasil (IBGE, 2017) na determinação de

cidades-polo regionais através de diversos estudos relacionados a hierarquia urbana, arranjos

populacionais, regiões de influência, gestão de território e logística de transportes.

De acordo com o estudo da Divisão Regional do Brasil (IBGE, 2017), as cidades-polo

regionais no Estado da Bahia foram: Salvador, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, o arranjo

Itabuna-Ilhéus, Vitória da Conquista, Guanambi, Barreiras, Irecê, Juazeiro e Paulo Afonso. Todas

essas cidades possuem Plano Diretor, e neste documento está regulamentado o EIV, mas foi

encontrado, somente nas cidades de Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, a lei que

regulamenta o EIV. Ao analisar essas leis, nota-se que elas estão com a visão do transporte

motorizado.

O planejamento urbano não é um instrumento imediatista, é algo pensando para ir se

concretizando com o passar o do tempo, mas para isso, as atitudes que beneficiarão as pessoas no

futuro têm que ser tomadas no presente. Dessa forma, uma cidade menor que está se formando e

desenvolvendo precisa de políticas de mobilidade voltado para uma lógica de transporte

14

sustentável com o intuito de melhorar a qualidade de vida da população, e assim evitar os grandes

problemas existentes no sistema de transporte (como congestionamentos, poluição – do ar e

sonora, indução ao transporte individual motorizado) das grandes cidades.

Para o Ipea (2016), alguns desafios devem ser superados na questão da gestão da

mobilidade, dentre eles estão: a falta de compatibilização das políticas de desenvolvimento urbano

e com o planejamento dos sistemas de mobilidade; a falta de políticas perenes de financiamento e

investimento na infraestrutura de transporte público urbano; a ausência de medidas de

racionalização do uso do transporte motorizado individual e compensação pelas suas

externalidades negativas.

Nos processos de apreciação de empreendimentos que atraem e geram viagens, com base

no Estatuto da Cidade, os instrumentos legais necessários no licenciamento são o EIV e/ou o EIA.

Estes dois estudos têm o foco no transporte motorizado. É evidente que o automóvel deve ser

considerado nesses estudos pela sua importância, mas este modo não pode ser priorizado quando

se busca qualidade de vida. O problema em direcionar as ações referentes a mitigação dos impactos

negativos gerados por empreendimentos com características de PGV ao transporte motorizado é

maximizado na questão das cidades médias, isso porque o transporte individual motorizado, o a

pé e o uso de bicicletas são os principais modos de transporte utilizados pela população.

A Lei da Mobilidade diz que nas cidades com mais de 20 mil habitantes deve haver a

prioridade para o transporte coletivo e para o transporte não motorizado. Contudo, os estudos

utilizados no licenciamento de PGV ainda trabalham em uma perspectiva retrógrada de enfatizar

somente o uso do automóvel, por isso, os processos de licenciamento devem começar a também

pensar no transporte não motorizado em uma lógica de um transporte sustentável. O mesmo

acontece com o planejamento do sistema de transporte. No Brasil continuam a trabalhar usando o

modelo de quatro etapas, que é um método tradicional do planejamento de transporte e segue na

mesma lógica de priorizar o modo de transporte motorizado quando se busca melhorias visando o

alargamento das vias, vagas de estacionamento e a trafegabilidade para automóveis.

15

Problema como este pode ser visto no Relatório do Estudo de Impacto Ambiental e no

Relatório do Estudo de Impacto de Vizinhança do novo aeroporto da cidade de Vitória da

Conquista – Bahia, que mesmo possuindo a regulamentação do EIV ainda possui a visão voltada

para o transporte motorizado. No documento elaborado pela empresa Hydros (2011), as medidas

mitigatórias referentes aos impactos de geração de tráfego e demanda por transporte público foram:

prever ampliação e sinalização viária adequada para evitar conflitos no trânsito, prever ampliação

do sistema de transporte público e prever um estudo para implantação do sistema viário. Isso

demonstra como o modo de transporte motorizado é priorizado no processo de licenciamento de

PGV.

Já no Estudo de Impacto de Vizinhança de um shopping center na cidade de Colatina –

Espírito Santo em documento produzido pela AMB (2014), como maneira de facilitar o fluxo de

veículos na região do empreendimento, a quantidade de vagas de estacionamento é usada como

solução para os problemas de tráfego. Sobre o transporte público, o EIV deste shopping exige a

elaboração de um projeto de transporte urbano que contemple o tráfego de táxis e o acesso da

população ao centro comercial. Na cidade de Colatina o EIV está regulamentado, mas isso não

impediu a inserção de medidas mitigatórias fossem voltadas para o transporte motorizado.

No Estudo de Impacto de Tráfego, documento anexo ao Estudo de Impacto de Vizinhança

de um shopping center na cidade de Canoas – Rio Grande do Sul, elaborado pela empresa RS

Arquitetura, Planejamento Urbano e Consultoria de Trânsito (2013), é bem enfático ao dizer, sobre

as viagens geradas, que “são definidas quantas viagens serão realizadas por cada modalidade de

transporte (automóvel, transporte coletivo, a pé, etc.). Normalmente somente interessam as viagens

realizadas por automóvel, uma vez que elas são as que geram a grande maioria dos impactos de

tráfego”, demonstrando a visão tradicional presente no planejamento do sistema de transporte que

acaba sendo levada para as medidas compensatórias nos EIV de empreendimentos PGV.

Outro problema a destacar é o crescimento da frota de motocicletas nas cidades

intermediárias no Estado da Bahia. Isso evidencia que a falta de mobilidade é uma condicionante

para a população adquirir o transporte individual motorizado. A falta de provimento de uma

infraestrutura de um sistema de transporte sustentável estimula o indivíduo a não utilizar o

16

transporte público coletivo ou o transporte não motorizado. A tabela a seguir mostra o aumento da

frota de motocicletas entre novembro de 2007 e novembro de 2017, de acordo com o

DENATRAN, nas cidades-polo das Regiões Geográficas Intermediárias da Bahia, excetuando

Feira de Santana, que apesar de ser uma cidade intermediária, ela faz parte da conurbação da

Grande Salvador exercendo uma ligação muito forte com a Capital. E com o foco em cidades em

desenvolvimento, Salvador não se encaixa nesse quesito, dessa maneira, não entra nesta análise.

TABELA 1 - FROTA DE MOTOCICLETAS

Cidade novembro/2007 novembro/2017 Crescimento nos últimos

10 anos

Barreiras 8.713 23.925 15.212

Guanambi 8.036 19.260 11.224

Irecê 4.599 11.518 6.919

Itabuna 7.374 20.944 13.570

Ilhéus 2.951 10.844 7.893

Juazeiro 10.013 37.944 27.931

Paulo Afonso 8.117 17.098 8.981

Santo Antônio de Jesus 7.094 16.622 9.528

Vitória da Conquista 9.868 36.961 27.093

Fonte: DENATRAN, 2018. Elaboração do autor.

Contudo, nota-se que os Relatórios de Impacto de Vizinhança não apresentam medidas

mitigatórias sustentáveis para os impactos negativos gerados por PGV. A Política de Mobilidade

traz uma lógica de transporte sustentável, diferentemente da lógica dos processos de licenciamento

que não tem o mesmo foco. As cidades intermediárias estão em crescimento, e é importante que

essas cidades que estão se formando trabalhem priorizando o transporte não motorizado e

sustentável, até por estas cidades apresentarem os modos de transporte a pé, de bicicleta e o

individual motorizado como os mais utilizados. Assim, essas cidades vão ser capazes de irem se

moldando para que não venham ter problemas no futuro como hoje as grandes cidades têm,

fazendo o uso do transporte como indutor do desenvolvimento urbano e garantindo equidade

social, mais cidadania e sustentabilidade ambiental para a população.

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5 HIPÓTESE DE TRABALHO

Com a adoção de medidas compensatórias que estimulem o transporte não motorizado nos

procedimentos de análise do Estudo de Impacto de Vizinhança, os impactos negativos referentes

a implantação de empreendimentos caracterizados como Polos Geradores de Viagens vão ser

minimizados.

18

6 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Este projeto de pesquisa delimitou-se a reunir informações, por meio de levantamentos

bibliográficos da essência de Polos Geradores de Viagens e das normativas em vigor no âmbito

federal, estadual e municipal, a respeito da situação dos processos de licenciamento de PGV com

o intuito de analisar padrão de mobilidade e a possibilidade em utilizar modos de transporte

sustentáveis como forma de medidas compensatórias aos impactos negativos gerados por tais

empreendimentos em cidades intermediárias da Bahia, definidas na Divisão Regional do Brasil em

Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias (IBGE, 2017), com exceção

de Salvador, pois o foco é nas cidades menores em desenvolvimento, as cidades são: Santo Antônio

de Jesus, o arranjo Ilhéus-Itabuna, Vitória da Conquista, Guanambi, Barreiras, Irecê, Juazeiro e

Paulo Afonso. Apesar de Feira de Santana ser uma cidade-polo das Regiões Geográficas

Intermediárias no Estado da Bahia, ela possui uma ligação muito forte com a capital, fazendo parte

da conurbação chamada Grande Salvador, sendo assim, optou-se por não incluí-la nas cidades a

serem tratadas.

19

7 OBJETIVOS

7.1 Objetivo Geral

Elaborar uma metodologia que insira a questão do transporte não motorizado como

medidas mitigatórias nos processos de Licenciamento de Polos Geradores de Viagens.

7.2 Objetivos Específicos

1. Inserir nos procedimentos de análise de Polos Geradores de Viagens medidas que

mitiguem o impacto gerado pelo tráfego motorizado através de ações compensatórias que

estimulem o transporte não motorizado.

2. Identificar as lacunas dos processos de licenciamento de PGV de maneira a contribuir nos

procedimentos de licenciamento aplicável à instalação e funcionamento dos mesmos como

também a efetiva inclusão da mobilidade urbana no processo.

20

8 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os Polos Geradores de Viagens, na concepção de Almeida (2012), “são empreendimentos

ou eventos de natureza distinta que desenvolvem atividades capazes de influenciar na

infraestrutura urbana e no uso do solo onde estão inseridos”. Para o Denatran (2001), “os polos

geradores de tráfego são empreendimentos de grande porte que atraem ou produzem grande

número de viagens, causando reflexos negativos na circulação viária em seu entorno imediato e,

em certos casos, prejudicando a acessibilidade de toda a região”. Embora seja fortemente

relacionado a impactos negativos, os PGV também podem ser responsáveis por gerar um

crescimento sustentável em sua área de influência. Além de, segundo Santos (2011), poderem ser

os motivadores do “desenvolvimento e valorização de uma região”.

Segundo Portugal (2003, apud Almeida, 2012), os PGV têm a possibilidade de serem

classificados de acordo com a natureza e a intensidade das atividades que eles desenvolvem. No

que diz respeito à natureza, os exemplos de Polos Geradores são: hipermercados e supermercados,

hospitais, clínicas, estabelecimentos de ensino, estabelecimentos de práticas esportivas (estádios,

arenas) e culturais (teatro, cinemas, parques), centros comercias (shopping centers, Ceasa),

conjuntos residenciais, empreendimentos destinados ao transporte (rodoviária, aeroporto) e

indústrias. Já em relação à intensidade, leva em consideração os níveis de impacto do PGV no

sistema viário e podem ser: micropolos, quando possuem impactos isolados pequenos, mas em

conjunto são significativos (exemplo, restaurantes, lojas e escritórios) e os macropolos que

possuem impacto expressivo (universidades, hospitais e shopping centers). Há também os Polos

Múltiplo Gerador de Viagens (PMGV), que segundo Baggi et al. (2014 apud Santos, 2011) “que

ocorre quando há um conjunto de dois ou mais PGV próximos um do outro e que de algum modo

trabalham juntos, como um cluster de atividades”.

De acordo com Moraes (2008), os PGV geram impactos econômicos, sociais e ambientais,

não somente afetam o tráfego de veículos e pessoas. Desta maneira, nota-se a importância de

analisar não somente os impactos viários como parte integrante dos diversos impactos relacionados

a instalação ou ampliação de empreendimentos, mas também prejudicando a acessibilidade da

região e agravando as condições de segurança do pedestre, independente desses serem público ou

21

privado. Assim, um planejamento bem elaborado pode minimizar os impactos negativos e

maximizar os positivos, prezando pela segurança das pessoas, viária, ambiental e na qualidade de

vida da sociedade.

É interessante salientar a importância do sistema de transporte na qualidade de vida da

população. Diversos fatores podem ser usados como condicionador da qualidade de vida, tal como

o fator cultural, material e vários outros que ajudam a sociedade encontrar um modo de bem-estar

para todos. Desta maneira, segundo Balassiano et al. (1993), qualidade de vida pode ser expressa

através de um somatório de fatores, devidamente ponderados quanto à sua importância relativa,

que contribuem para aumentar ou diminuir o grau de satisfação de um indivíduo ou comunidade.

O fornecimento de um bom sistema de transporte favorece para que a população tenha uma

melhoria em sua qualidade de vida. Um sistema de transporte aperfeiçoado colabora para que a

sociedade tenha mais mobilidade, acessibilidade e com isso, haja um desenvolvimento na

qualidade de vida de uma comunidade. Tudo isso acontece porque o transporte influencia em

praticamente todas as atividades exercidas em uma cidade.

Da mesma forma que melhorias no sistema de transportes podem trazer benefícios para a

sociedade, se esta for feita sem planejamento pode acarretar em diversos problemas para as

pessoas. Seguindo esta linha de pensamento, Balassiano et al. (1993) diz que o tráfego de veículos

pode provocar alterações ambientais tais como poluição do ar, vibração, ruído, intrusão visual,

segregação, comprometimento da segurança e congestionamento de tráfego. Muitos outros

problemas podem vir a acontecer provenientes do sistema de transporte, tal como, problemas de

saúde, exposição a risco e degradação dos níveis de serviço.

A implantação ou ampliação de um empreendimento gera um crescimento no número de

viagens para tal região. É necessário que se façam estudos de como esses locais irão impactar os

sistemas viário e de transportes. Em relação à realidade brasileira, Kneib (2004) diz que os

problemas relacionados à implantação de empreendimentos geradores de viagens somam-se ao

crescimento desordenado das cidades e a falta de um processo integrado de planejamento urbano

e de transportes. Outros problemas que caminham juntos com a falta de planejamento são a

degradação do sistema viário, o excesso de veículos compromete a segurança da via majorando as

22

possibilidades de acidentes e congestionamentos, além da falta de ações quando se trata de

mobilidade urbana sustentável que precisa estar mais explícita na sociedade brasileira.

De acordo com Abdel-Aty et al. (2011) e Lee et al. (2014), no quesito de segurança viária,

o registro das produções e atrações de viagens são associadas ao número de acidentes em zonas de

tráfego. Este problema está em conformidade com os efeitos que a quantidade viagens a um

determinado destino cria de exposição. E segundo a pesquisa de Machado et al. (2015), as áreas

com as maiores taxas de acidentes de trânsito correspondem as regiões com maiores concentrações

de Polos Geradores de Viagens, incluindo hospitais, universidades, colégios e centros comerciais

de varejo.

Uma caracterização de PGV encontrada com muita frequência em cidades de médio porte

pelo Brasil conhecida por multipolos, que segundo Reale et al. (2013), é a tendência de

concentração de empreendimentos de comércio e de serviços em locais próximos que

potencializam a quantidade de viagens para essa região, cujos impactos no sistema viário não

podem ser analisados isoladamente. Isso acontece quando há diferentes tipos de estabelecimentos

implantados em um local ou região, algo que pode ocorrer de maneira espontânea e por diversos

fatores.

Para Deka e Gonzales (2014), a distribuição de viagens para um lugar ou região de uma

cidade, podem acontecer por conta de vários atrativos de viagem, nomeadamente, número de

residências, número de pessoas residentes, número de empregos de varejo, número de empregos

de serviço, número de outros empregos (por exemplo, empregos autônomos), shopping centers e

número de hospitais.

Sobre o processo de Licenciamento no Brasil, Maia et al. (2010) afirma que a metodologia

utilizada nos processos para o licenciamento de PGV não apresentam uma uniformidade por

considerar, na maior parte dos casos, as especificidades da estruturação urbana e institucional dos

municípios nos quais onde os empreendimentos têm a intenção de se instalar. Essa circunstância é

fortemente encontrada no Brasil, onde a legislação federal no artigo 30 da Constituição da

República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988), confere aos entes federativos municipais, a

promoção do adequado ordenamento territorial, mediante ao planejamento e controle do uso e

23

ocupação do solo, e assim, deliberando sobre o licenciamento desses empreendimentos nos seus

territórios.

A apreciação dos projetos de licenciamento de Polos Geradores de Viagens no Brasil ainda

segue aquela lógica ultrapassada estando focada na mobilidade no automóvel. As metodologias

utilizadas nas análises dos processos de licenciamento são direcionadas a promover soluções para

os impactos sobre a estrutura viária por meio de criação de vagas para estacionamento e melhorias

para a circulação dos veículos motorizados, deixando de lado a demanda reprimida sobre os modos

de transporte não motorizado. Quando os pedestres entram em zonas de conflito com o automóvel,

nas conhecidas travessias, é que eles se tornam um problema em questão (SANTOS, 2011).

O Estatuto da Cidade (BRASIL, 2001), é a denominação oficial da Lei 10.257/2001, faz a

regulação do uso da propriedade urbana promovendo um bem-estar social coletivo e garantindo o

direito às cidades sustentáveis. Neste documento, indica que não se deve permitir a instalação de

empreendimentos que possam funcionar como polo gerador de tráfego sem que haja uma previsão

para uma infraestrutura que suporte a demanda. Dessa maneira, institui a necessidade de estudos

prévios para a aprovação de grandes empreendimentos.

O Estudo de Impacto de Vizinhança, é um instrumento do Estatuto da Cidade, e depende

de regulamentação através de lei municipal onde deverá ser definido, pelo menos, os tipos de

empreendimentos e atividades que irão necessitar da elaboração do Estudo para que se tenha a

obtenção de licenças ou autorizações de construção, ampliação e funcionamento. O EIV indica as

seguintes questões mínimas a serem contempladas no EIV: adensamento populacional,

equipamentos urbanos e comunitários, uso e ocupação do solo, valorização imobiliária, geração

de tráfego e demanda por transporte público, ventilação e iluminação, paisagem urbana e

patrimônio natural e cultural.

Segundo o Ministério das Cidades (2016), “o Estudo de Impacto de Vizinhança baseia-se

no princípio da distribuição dos ônus e benefícios da urbanização, funcionando como um

instrumento de gestão complementar ao regramento ordinário de parcelamento, uso e ocupação do

solo, no processo de licenciamento urbanístico”. Dessa forma, a aplicação deste estudo viabiliza a

24

realização de uma avaliação prévia das possíveis consequências na região da instalação de grandes

empreendimentos.

Os EIV estão relacionados aos impactos que geram um incômodo significativo na vida das

pessoas afetando sua qualidade de vida. Isso porque sabe-se que impacto é toda e qualquer

atividade, de alguma maneira, gera um certo efeito que podem ser de naturezas diversas como:

social, econômico, ambiental e urbanístico. E vizinhança pode ser definida como um conjunto de

pessoas, edificações e atividades em uma mesma base territorial e que podem ser atingidas ou

beneficiadas pelos efeitos do empreendimento. Então, impacto e vizinhança são aspectos

complementares que favorecem a delimitação da base territorial do Estudo de Impacto de

Vizinhança (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2016).

A respeito do Estudo de Impacto Ambiental, este é um estudo realizado para

empreendimentos ou construções de maior porte, quando envolve também as esferas do âmbito

estadual e federal, como estradas, portos ou aterros sanitários. Tais tipos de empreendimentos

podem gerar impactos ambientais significativos (físicos, químicos ou biológicos), em

concordância com a definição contida na Resolução 001/1986 do CONAMA (REDEPGV, 2010).

O Manual de Procedimentos para Tratamentos de Polos Geradores de Tráfego

(DENATRAN, 2001) diz que “as resoluções do CONAMA, apesar de não tratarem

especificamente de polos geradores de tráfego, visto que consideram os empreendimentos de

impacto ambiental em geral, possuem disposições que dizem respeito a esses polos” acerca das

normas do CONAMA para o licenciamento de empreendimentos, sendo este documento

responsável por fixar os critérios básicos para o Estudo de Impacto Ambiental. Ainda segundo as

resoluções do CONAMA, o empreendedor é responsável por apresentar um relatório ambiental

contendo as análises dos impactos e também a indicação das medidas mitigadoras dos efeitos

negativos da implantação e operação do empreendimento.

A respeito do Manual de Procedimentos para Tratamentos de Polos Geradores de Tráfego

(DENATRAN, 2001), este documento tem como objetivo fornecer um conjunto de informações

técnicas e legais para a análise de impactos no sistema viário e para o processo de licenciamento

na implantação de empreendimentos caracterizados como Polos Geradores de Tráfego, uma

25

denominação que acabou sendo alterada para Polos Geradores de Viagens por conta da percepção

da importância e abrangência desses locais. Neste documento, indica que o município é

responsável pelo processo de licenciamento regulamentando-o através de lei municipal.

O Código de Trânsito Brasileiro também dispõe da implantação de edificações com

características ou que possam se transformar em Polos Geradores de Tráfego. No artigo 93 do CTB

(Brasil, 2002), diz que todos os projetos de edificações que possam vir a ser um polo atrativo de

trânsito deverá ser aprovado com a autorização dos órgãos executivos de trânsito e rodoviários. E

assim, segundo o Caderno da RedePGV (2010) “normalmente, a classificação dos PGV é de

responsabilidade do poder municipal, que deve estabelecer os parâmetros mais adequados para

classificar empreendimentos como geradores de viagens, assim como estabelecer um processo

específico de análise e avaliação de seus impactos”.

Instituída pela Lei Federal 12.587/2012, a Política Nacional de Mobilidade Urbana

(PNMU), tem a função de orientar, instituir diretrizes para a legislação local e regulamentar a

política de mobilidade urbana no país. De acordo com o artigo 6 desta lei, o objetivo é privilegiar

o transporte não motorizado e o transporte público coletivo em relação ao transporte motorizado e

ao transporte individual motorizado. Conhecida como Lei da Mobilidade, esta tem a intenção de

reduzir as desigualdades e promover a inclusão social, promover o acesso aos serviços básicos e

equipamentos sociais, proporcionar melhorias nas condições urbanas (acessibilidade e mobilidade)

da população e buscar um desenvolvimento sustentável para as cidades. Enquanto o Estudo de

Impacto de Vizinhança é direcionado para questões referentes ao uso do automóvel como: as

pesquisas de demandas de viagens analisadas são as realizadas por carros, o desenvolvimento de

projetos para as vias e locais para estacionamentos.

Publicações como o Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade

Urbana (PlanMob), que baseado na Lei da Mobilidade, busca “promover a articulação das políticas

de transporte, trânsito e acessibilidade universal a fim de proporcionar a qualificação do Sistema

de Mobilidade Urbana de nossas cidades por meio do acesso amplo e democrático ao espaço de

forma segura, socialmente inclusiva e sustentável” MINISTÉRIO DAS CIDADES (2015, p. 23).

26

Segundo o PlanMob (Ministério das Cidades, 2015), a mobilidade nas cidades é fator

essencial na qualidade de vida dos cidadãos, pois a maneira como se dá a circulação das pessoas e

de cargas no território urbano influencia o desenvolvimento econômico do país, já que este

desenvolvimento necessita da logística de distribuição de produtos, da saúde e da produtividade

da população.

As medidas de gerenciamento da mobilidade e o gerenciamento da demanda de viagens

são ferramentas que colaboram para o planejamento e com a gestão do transporte urbano para

mitigar os impactos gerados por empreendimentos. Deste modo, Baggi et al. (2014) diz que “a

partir da implementação do plano de gerenciamento da mobilidade tende-se a adotar medidas com

enfoque na informação, na utilização do transporte público, dos modos não motorizados e no uso

racional do transporte individual motorizado” e Santos (2008) complementa dizendo que “o

gerenciamento da mobilidade e o gerenciamento da demanda de viagens trazem um novo enfoque

[...] com alternativas para a redução do transporte individual motorizado e mudança no

comportamento da população induzindo à utilização do transporte sustentável”.

Nos últimos anos o Brasil passou por um processo de transformações econômicas e sociais

que ocasionou o crescimento das cidades médias, gerando modificações no espaço territorial

brasileiro. Essas mudanças foram responsáveis pela necessidade de um novo recorte das Regiões

Geográficas Imediatas e Intermediárias de 2017 (IBGE, 2017) que incorporou as mudanças

ocorridas no Brasil ao longo das últimas três décadas. Na elaboração desse estudo, foram utilizados

diversos outros trabalhos do IBGE e se chegou a definição das regiões a partir de elementos como

a rede urbana, a logística de transporte, os arranjos territoriais, a classificação hierárquica dos

centros urbanos, os fluxos de gestão, etc. Sendo assim, a partir deste estudo, completo e atual, é

possível ter o conhecimento de como as regiões e as cidades estão se desenvolvendo.

O desenvolvimento econômico vivenciado no Brasil nos últimos anos e o contínuo foco

no transporte individual motorizado, desvalorizando o uso do transporte coletivo e o não

motorizado, levou o crescimento da frota de transporte motorizado, como por exemplo, as

motocicletas que são mais acessíveis financeiramente. Os dados referentes as frotas de veículos

disponibilizados pelo DENATRAN mostram esse aumento que levou as pessoas a diminuírem o

27

uso do transporte coletivo e de realizar menos viagens a pé, isso porque as condições desses modais

estimulam a população a utilizarem o transporte individual motorizado.

Contudo, nota-se a necessidade de adequação do processo de licenciamento de

empreendimentos considerados de impacto analisando o aspecto de produção e atração de viagens,

possíveis consequências (como por exemplo, transformações substanciais no uso e ocupação do

solo), e a mobilidade urbana sustentável em cidades intermediárias. Sendo assim, segundo

DeCastro e Balassiano (2015), “as políticas públicas devem conter a degradação do ambiente

urbano por meio da implementação de estratégias para otimizar a gestão dos sistemas de

mobilidade e racionalizar o uso dos transportes individuais motorizados”. Por isto, este trabalho

busca traçar uma metodologia com o intuito de alinhar as medidas compensatórias das diretrizes

do Licenciamento de PGV com uma lógica de transporte sustentável.

28

9 MÉTODOS DE PESQUISA

O método de abordagem desta pesquisa é dedutivo com a realização de diversos

procedimentos técnicos. Para se alcançar os objetivos dessa pesquisa, serão necessários a

realização dos procedimentos a seguir:

a) Levantamento e revisão bibliográfica de livros, artigos, dissertações e teses a respeito

de Polos Geradores de Viagens e seus processos de licenciamento. Esse material será

utilizado como base teórica para o desenvolvimento do projeto. Como também,

identificar as lacunas dos processos de licenciamento de PGV de maneira a contribuir

nos procedimentos de licenciamento aplicável à instalação e funcionamento dos

mesmos como também a efetiva inclusão da mobilidade urbana no processo.

b) Levantamento e análise das legislações nos âmbitos federal, estadual ou municipal a

respeito do licenciamento de Polos Geradores de Viagens (normas, decretos e

diretrizes) para saber como a legislação está lidando com a medidas mitigatórias

referentes aos impactos gerados por estes tipos de empreendimentos.

c) Levantamento e revisão bibliográfica de livros, artigos, dissertações e teses a respeito

de planejamento e gerenciamento da mobilidade com o propósito de entender, e assim,

poder avaliar as medidas de gerenciamento da mobilidade que estão sendo aplicadas

com o intuito de diminuir o número de viagens utilizando o modo de transporte

individual motorizado, analisando o padrão de mobilidade e a possibilidade em utilizar

modos de transporte sustentáveis.

d) Pesquisa de opinião com especialistas da área com a finalidade de validar os parâmetros

para trazer a visão focada do transporte sustentável do Plano da Mobilidade na

aplicação do Estatuto da Cidade com a intenção de fornecer uma opção de inclusão de

medidas mitigatórias sustentáveis na apreciação de projetos de PGV.

e) Realizar consultas em páginas da internet como modo adicional de pesquisa, como por

exemplo a página da Rede Ibero-Americana em Estudo de Polos Geradores de Viagens

que fornece inúmeros trabalhos sobre PGV.

29

10 VIABILIDADE E FINANCIAMENTO

Este trabalho não irá ter custos pois se trata de uma pesquisa de análises através de

levantamentos bibliográficos e processos administrativos legais referente a legislação do tema

abordado. A faculdade e a orientadora estão aptas a fornecer todo o material e infraestrutura

necessária.

30

11 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS

Com o desenvolvimento desse projeto espera-se alcançar o entendimento das

características e das condições dos processos de licenciamento de empreendimentos com aspecto

de PGV. Como também, tem-se a expectativa de adoção da metodologia desenvolvida na

apreciação de processos de Polos Geradores de Viagens, principalmente em cidades

intermediárias. E dessa maneira, melhorar o desenvolvimento urbano sustentável proporcionando

qualidade de vida e um sistema de transporte acessível a todos, sendo guiado nos princípios da

equidade, legalidade, moralidade e eficiência. Esta pesquisa tem um impacto social e ambiental,

com expectativa de publicação dos resultados em periódicos da área e a produção de uma

dissertação.

31

12 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

32

13 EQUIPE TÉCNICA

Neste projeto a orientação estará a cargo da professora Drª Ilce Marilia Dantas Pinto de

Freitas. A professora já trabalha com esta linha de pesquisa e possui uma vasta experiência em

planejamento do sistema de transporte e Polos Geradores de Viagens.

33

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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