universidade federal da bahia - ppec.ufba.br · referencia cadastral municipal (nbr 14166 –...

66
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA ESCOLA POLITÉCNICA MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL URBANA NEIDE SILVA ALVES MODELO DE CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE SALVADOR - BAHIA 2011

Upload: lenhi

Post on 28-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

ESCOLA POLITÉCNICA

MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL URBANA

NEIDE SILVA ALVES

MODELO DE CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO EM

MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE

SALVADOR - BAHIA

2011

NEIDE SILVA ALVES

MODELO DE CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO EM

MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE

Projeto de Dissertação apresentado ao Programa de Pós

Graduação em Engenharia Ambiental Urbana, da Escola

Politécnica da Universidade Federal da Bahia – UFBA,

como requisito parcial para obtenção do título de Mestre

em Engenharia Ambiental Urbana.

Orientador: Prof. Dr. Artur Caldas Brandão

SALVADOR – BAHIA

2011

RESUMO DO PROJETO

Através da análise da situação cadastral nacional, bem como das diretivas e iniciativas

nacionais no sentido da padronização do cadastro, e analisando alguns casos concretos de

municípios e regiões que implementaram cadastros multifinalitários, será estabelecido o

enquadramento que permitirá o desenvolvimento de uma proposta de cadastro territorial

multifinalitário municipal, conforme diretrizes da Portaria 511/2003 do Ministério das

Cidades, a ser implementado no município a ser escolhido. Assim, neste trabalho discutem-se

e apontam-se caminhos em algumas dessas questões, destacando-se o desenvolvimento de um

modelo de CTM em um município de pequeno porte, definindo procedimentos para a sua

implantação.

Palavras-chave: Registro, Cadastro Territorial Multifinalitário, Ministério das Cidades

ABSTRACT

Through the analysis of the national registration status, as well as the policies and

national initiatives towards standardization of registration, and analyzing some concrete cases of

towns and regions that have implemented multipurpose registrations, it will be established the

framework that will allow the development of a proposal for multipurpose municipal land survey,

according to guidelines of Ordinance 511/2003 of the Ministry of Cities, to be implemented in the

city to be chosen. Thus, in this paper are discussed and indicated ways in some of these issues,

highlighting the development of a model of CTM (multipurpose land registry) in a small

town, defining procedures for its implementation.

Keywords: Registration, Multipurpose Land Registry, Ministry of Cities

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................1

1.1. Justificativa...............................................................................................................2

1.2. Problema de Pesquisa...............................................................................................4

1.3. Hipóteses .................................................................................................................4

1.4. Objetivos..................................................................................................................5

1.5. Metodologia.............................................................................................................5

1.6. Viabilidade e Financiamento da Pesquisa..............................................................14

1.7. Resultados e Impactos Esperados...........................................................................15

1.8. Cronograma de Execução.......................................................................................18

1.9. Equipe Técnica.......................................................................................................19

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................19

2.1 O que é o Cadastro?...........................................................................................19

2.2. Contexto Histórico ...........................................................................................20

2.3. Definições de Cadastro.....................................................................................25

2.4.Cadastro Multifinalitário....................................................................................31

2.5. Processo de Execução Cadastral.......................................................................39

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................46

1. INTRODUÇÃO

O Cadastro consiste em um sistema de informações concernentes à ocupação territorial,

baseado no levantamento dos limites das parcelas correspondentes. Tradicionalmente o Cadastro

tem por finalidade fornecer informações para possibilitar a tributação sobre o uso do solo

(cadastro fiscal) e a garantia da propriedade (cadastro jurídico).

O cadastro foi uma das primeiras formas de registro territorial, continuando a ter e a

ganhar importância a nível mundial. A partir da década de 80 do século XX verificou-se uma

alteração na sua função passando a ter uma função multifinalitária. Vários países já

implementaram cadastros multifinalitários com sucesso, mas ainda existem vários onde

continuam a ter apenas as funções fiscal e/ou legal. No Brasil, com a criação da Portaria

511/2003, foi dado o primeiro passo no sentido da implementação de um modelo de Cadastro

Territorial Multifinalitário, o SNIC, um sistema integrado de informações que, além de permitir

um melhor planejamento e controle das ações por parte do Ministério das Cidades, disponibiliza

informações às administrações municipais e aos cidadãos, viabilizando o planejamento urbano

local e o controle da aplicação do recurso público. A implementação deste projeto passa pela

disponibilização, via Internet, de dados geo-referenciados, por meio de tecnologias abertas e de

uso livre.

Atualmente há um crescente entendimento de que os sistemas de cadastro territorial

possuem um importante papel no suporte ao desenvolvimento econômico, gerenciamento

ambiental e estabilidade social (BRANDÃO & REIS, 2010).

Um CTM integrado ao SIG, com uma base cartográfica atualizada e georreferenciada

para instrumentalizar o planejamento e a gestão da questão habitacional, da gestão ambiental,

para agilizar a aprovação das construções e loteamentos, e da concessão de habite-se, diminuindo

a irregularidade e exercendo maior controle sobre as invasões é uma necessidade imediata na

gestão municipal (TOSTES, 2011) e devem abranger aspectos específicos, tais como:

a) Base cartográfica única dentro das exigências do padrão de exatidão cartográfica

(PEC) que regula a cartografia no Brasil, para receber, com adequado grau de

precisão e compatibilidade, pontos e levantamentos coletados com GPS e

topografia convencional;

b) Permitir a troca de informações entre os diversos órgãos da prefeitura municipal

com as fornecedoras de serviços;

c) Servir de base confiável para a elaboração de projetos básicos de urbanismo e

infra-estrutura.

6

1.1 JUSTIFICATIVA

A maioria das cidades brasileiras possui um sistema cadastral cujas informações

componentes servem, quase que exclusivamente, para a tributação e mercado de imóveis. Além

disso, nota-se que essas informações não são atualizadas sistematicamente, fato este que causa

prejuízos à arrecadação municipal e à justiça fiscal (AMORIM; SOUZA; DALAQUA, 2004).

Atualmente os Sistemas Cadastrais Urbanos podem ser diferentes para cada município,

pois ainda não existe um modelo cadastral padrão implantado, uma vez que os Sistemas

Cadastrais foram se adaptando aos interesses e finalidades que o município necessita,

considerando suas características e particularidades.

A implantação de um Sistema Cadastral não e uma tarefa simples, pois depende de vários

fatores: econômicos, administrativos e políticos.

A definição de imóveis urbanos e rurais fez com que surgissem no Brasil os Sistemas de

Cadastro Urbano e Rural separadamente, e conseqüentemente, leis e normas específicas foram

elaboradas para cada Sistema Cadastral, sendo que, a administração das informações referentes

ao cadastro rural ficam a cargo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

(INCRA), e as informações referentes ao cadastro urbano ficam a cargo das prefeituras

municipais. A situação jurídica dos imóveis, sejam eles rurais ou urbanos, é de responsabilidade

dos serviços registrais ou cartórios de registros de imóveis.

Para os imóveis urbanos podem ser utilizadas as Normas Brasileiras de Rede de

Referencia Cadastral Municipal (NBR 14166 – Agosto de 1998) em conjunto com as Normas

Brasileiras de Levantamento Topográfico (NBR 13133 – Maio de 1994), NBR 7201: Fevereiro

de 1982 - Contratação de servições aerofotogramétricos; NBR 15777: dezembro de 2009 -

Convenções topográficas para cartas e plantas cadastrais - Escalas 1:10.000, 1:5.000, 1:2.000 e

1:1.000 – Procedimento, para auxiliar na elaboração do Sistema Cadastral Urbano. Já para os

imóveis rurais, em agosto de 2001, foi publicada a Lei 10.267/2001 que trata do

georreferenciamento dos limites das propriedades, tendo sido estabelecido através da portaria no

954, de 13 de novembro de 2002, que cada vértice deve ter precisão posicional melhor que 0,50

metros. A acurácia também deve ser melhor que +/- 0,50 metros, ao grau de significância de 1σ

(68,26%), conforme definida na Norma Técnica do INCRA (INCRA, 2003).

Dentre as várias mudanças, com o estabelecimento da Lei 10.267/2001, duas alterações

importantes podem ser citadas: a primeira foi a criação de um novo Sistema Publico de Registro

de Terras e Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR), tendo uma base comum de

informações administrada pela Secretaria da Receita Federal e pelo INCRA. A segunda inovação

7

importante foi a integração entre Cadastro e Registro de Imóveis das áreas rurais, adotando um

código único (INCRA, 2003).

Através da análise das diretivas e iniciativas no sentido da padronização do cadastro, será

estabelecido o enquadramento que permitirá o desenvolvimento de uma proposta de diretrizes

para a implementação do modelo em um município do Estado da Bahia, avaliando vantagens e

desvantagens para a gestão municipal.

Assim, na relevância teórica, este projeto justifica-se por contribuir para:

a) Conceituar a ferramenta denominada de CTM;

b) Pesquisar sobre a importância do CTM como ferramenta para o desenvolvimento;

c) Divulgar dados concretos e confiáveis sobre o universo das tecnologias que compõem

o CTM e os benefícios gerados por esse instrumento;

d) Divulgar o CTM, por meio de publicações, para o meio acadêmico e a administração

pública.

E na relevância prática, justifica-se porque não existe um banco de dados cadastrais

organizado, atualizado e direcionado para o desenvolvimento, em pequenos municípios,

conforme diretrizes da Portaria 511/2003 do Ministério das Cidades que versa sobre as

“Diretrizes para a Criação, Instituição e Atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário

(CTM) nos municípios brasileiros” (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2010). Assim, justifica-se

este projeto, por contribuir como uma ferramenta para o desenvolvimento, por meio da proposta

de implantação de uma base cartográfica georreferenciada relacionada a um banco de dados

atualizado, contendo informações cadastrais técnicas e estatísticas atualizadas.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

O desconhecimento, por parte da Administração Pública, sobre a necessidade e a

importância do CTM ocasiona a prática adotada na grande maioria dos municípios, que é a

adoção de diferentes cadastros. Estas diferenças podem ser evidenciadas por distintas qualidades

geométricas, escalas, temáticas, inconsistência de dados, desatualização e falhas de gestão. Ou

seja, numa mesma prefeitura existem distintos cadastros (fiscal, socioeconômico, saúde, etc.),

operacionalizados por diferentes secretarias em bases distintas, provocando uma perda de

eficiência e de eficácia. Outrossim, um mesmo município abriga, normalmente, diferentes

cadastros que poderiam estruturar-se na mesma base de dados utilizada pela prefeitura, com

significativa redução de custos e esforços; no entanto, sequer se comunicam, como é o caso das

concessionárias de água, de energia elétrica, de telefone e correios, entre outros. A falta de um

cadastro territorial multifinalitário acaba gerando esforços paralelos, com aumento dos custos de

8

implantação dos órgãos públicos, produção de bases de dados diferentes e necessidade de

utilização de processos complexos para sua unificação (PELEGRINA & VALMORBIDA,

2010).

Um grande problema encontrado na área urbana dos municípios, são os chamados vazios

urbanos, cuja definição é bastante ampla e estudada por vários autores como Magalhães (2005),

Clichevsky (2000) e Oliveira (2000), envolvendo desde terrenos vagos, terras devolutas, terrenos

sub-aproveitados, entre outros casos.

Outros problemas freqüentemente encontrados nas prefeituras, citados por Antunes

(2004) são: plantas cadastrais desatualizadas; falta de recursos humanos nas prefeituras

(Cartógrafos, Agrimensores, Geógrafos, Arquitetos) que possam gerenciar as informações;

imprecisão da posição física dos imóveis ou incerteza dos limites que os configuram; falta de

integração entre o registro e o cadastro físico e falta de investimento para o levantamento e

atualização Cadastral.

Pelas considerações anteriores, verifica-se a necessidade do desenvolvimento de novas

técnicas para agilizar o processo de cadastramento das propriedades, que possibilite uma

contínua viabilização do um sistema cadastral e que proporcione dados e informações relevantes

para auxiliar na tomada de decisão e planejamento municipal.

No Brasil, ainda não existe um cadastro público, unificado e padronizado, multifuncional

e moderno, com todos os dados técnicos, legais e gráficos para as propriedades imobiliárias,

relacionados a terrenos e edificações (PHILIPS, 1996). Porém, a partir da criação da Portaria

511/2003, foi dado o primeiro passo no sentido da implementação de um modelo de Cadastro

Territorial Multifinalitário - o SNIC- um sistema integrado de informações que, além de permitir

um melhor planejamento e controle das ações por parte do Ministério das Cidades, disponibiliza

informações às administrações municipais e aos cidadãos, viabilizando o planejamento urbano

local e o controle da aplicação do recurso público. No entanto, até o presente momento, este

modelo ainda não testado.

1.3 HIPÓTESES DO TRABALHO

As premissas que se pretendem validar nesta pesquisa são:

a) O cadastro geral de múltiplos fins, segundo Loch (1998), “[...] desempenha suas

funções, integrado com as correspondentes funções dos órgãos de registro de propriedades,

prefeituras, serviços públicos, secretaria da fazenda, planejamento e pesquisa”. Desta forma, a

implementação do modelo de Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM), conforme diretrizes da

Portaria 511/2003 do Ministério das Cidades proporcionará múltiplos benefícios aos municípios

9

que o efetuem, permitindo a atualização do conjunto de informações sobre bens imóveis e

logradouros da cidade; criando instrumentos para unificar as informações do município;

desenvolvendo uma nova cultura organizacional, baseada em tecnologias de geoprocessamento e

de gerenciamento eletrônicos de documentos; implantando instrumentos mais eficientes de

respostas às solicitações dos contribuintes; e integrando os Cadastros de Registros de Imóveis do

Município ao Cadastro Imobiliário da Prefeitura através do desenvolvimento de sistema próprio.

b) É possível criar um sistema de geoprocessamento (SIG) integrado ao CTM que atenda às

demandas do Município, utilizando software livre com soluções simples, funcionais e de

baixo custo.

1.4 OBJETIVOS

Objetivo Geral:

Analisar o modelo de Cadastro Territorial segundo a Portaria 511/2009 - Diretrizes para a

Criação, Instituição e Atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário nos Municípios

Brasileiros -, propondo diretrizes para a implantação desse modelo num município do Estado da

Bahia, avaliando vantagens e desvantagens para a gestão municipal.

Objetivos específicos:

a) Estabelecer diretrizes para estruturar os Boletins de Informações Cadastrais,

manuais e procedimentos para a implantação do CTM;

b) Estabelecer diretrizes para estruturar a base cartográfica para o CTM;

c) Estabelecer diretrizes para estruturar um sistema de geoprocessamento (SIG)

integrado ao CTM.

1.5 METODOLOGIA

A metodologia é o conjunto de etapas ordenadamente dispostas, responsável pelos

procedimentos, ferramentas e pelos caminhos a serem executados na investigação de um

fenômeno, aspirando por alcançar uma conclusão.

De acordo com a finalidade, esta pesquisa está sendo aplicada objetivando gerar o

conhecimento prático, movido pela necessidade de resolver problemas. Com relação aos

objetivos, o critério utilizado é o método exploratório-descritivo. A fase preliminar da pesquisa

serviu para conhecer os fatos e os fenômenos relacionados à temática. Foram exploradas as

informações sobre o histórico de formação, caracterização e a estruturação de um CTM. Na fase

seguinte - a descritiva - foram apresentadas as características, conhecidas em todo o processo,

como a estrutura organizacional de um CTM e as relações sistemáticas do seu funcionamento.

10

De acordo com os procedimentos, a fonte de dados da pesquisa está sendo exploratória,

bibliográfica e documental, denominada de pesquisa secundária. As fontes de referência

secundária utilizadas estão sendo fundamentadas em livros e produções científicas, como artigos,

periódicos, dissertações, teses; documentos e obras referenciadas para justificar o avanço da

ciência no desenvolvimento de um CTM.

De acordo com a natureza, esta investigação caracteriza-se como qualitativa e

quantitativa. A pesquisa qualitativa, ou seja, a categoria de dados não mensuráveis auxiliará a

compreensão das características de cada parte que compõem os CTMs, a serem pesquisadas.

Enquanto os dados quantitativos serão aqueles medidos, contados ou quantificados de alguma

maneira

O planejamento da pesquisa objetiva atingir o universo das entidades e instituições

públicas, potencias usuárias de CTM. Para descrever ocorrências sobre os problemas decorrentes

da falta de um CTM será realizada uma pesquisa de campo. A pesquisa servirá para definir

limites das ocorrências reais, explicando as variáveis causais desses fenômenos.

A aplicação da pesquisa de campo será realizada nos locais de trabalho dos

servidores/gestores de órgãos públicos municipais que serão devidamente justificadas nas

limitações do estudo.

Para que haja um amplo entendimento sobre a pesquisa, está sendo feito um

levantamento bibliográfico em fontes especializadas sobre o tema, a fim de que dêem suporte às

atividades de campo e que tomem por base os objetivos específicos propostos. Com este

embasamento teórico, o próximo passo está sendo a definição das informações que deverão ser

pesquisadas e utilizadas para a caracterização do CTM nos municípios brasileiros.

O primeiro instrumento de coleta de dados, para avaliar a implementação atual do CTM nas

Prefeituras Municipais, foi por intermédio de um questionário estruturado (impresso), conforme

Apêdice, dirigida aos técnicos das prefeituras participantes do Curso de Capacitação em

Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) PROEXT 2010 / Ministério das Cidades / UFBA -

Cadastro Bahia - ações em Cadastro Territorial nos municípios da Bahia, que apresentou 20

perguntas fechadas, viabilizando a proposta da implantação de um CTM. As respostas obtidas

por meio deste, foram tabuladas e serão tratadas, gerando gráficos e tabelas que auxiliarão na

avaliação dos resultados obtidos.

Dos oito municípios participantes, apenas três possuem Cadastro Multifinalitário. Em uma

avaliação preliminar, é possível afirmar que a maioria dos municípios participantes desejam

implantar o Cadastro Multifinalitário e que os técnicos que participaram da capacitação possuem

conhecimento da importância desta ferramneta.

11

Uma segunda pesquisa será feita, contendo 28 perguntas fechadas e 02 abertas,

apresentando algumas afirmações de ordem escalar sobre elementos que compõem um CTM, em

que o entrevistado indicará, de acordo com o seu ponto de vista quanto ao nível de importância

em que os elementos do CTM citados são fundamentais para o desenvolvimento e a

sustentabilidade. A cada resposta será atribuído um número, refletindo a opinião do respondente,

assim distribuído: 1: sem importância alguma; 2: pouca importância; 3: importância mediana; 4:

importante, e 5: muito importante (denominada de Escala Likert), duas perguntas com respostas

SIM ou NÃO e, finalmente duas perguntas abertas. Para desenvolver os gráficos, os números

serão substituídos por letras, em que a letra A corresponde à resposta número 1, a letra B à de

número 2 e assim, sucessivamente, até a letra D, que corresponde ao número 5 e, por fim, a letra

F, utilizada para contabilizar as questões sem resposta, e que não caracterizará um número.

Com a finalidade de agendar um horário, o contato inicial com os representantes das

entidades ocorrerá por telefone. Em algumas exceções em que entrevistados estejam

impossibilitados de responderem no momento da entrevista, os questionários poderão ser

encaminhados por e-mail e as dúvidas resolvidas por telefone. Logo após o término da pesquisa

de campo, cada questionário aplicado será conferido, para descartar a existência de falhas ou

erros de registro.

Desse modo, e de acordo com os objetivos específicos, buscar-se-á primeiramente:

identificar a demanda de informações necessárias para o estabelecimento das diretrizes que

estruturarão os Boletins de Informações. Quanto ao segundo objetivo, buscar-se-á identificar a

organização do CTM de acordo com o pretendido, entendendo que os agentes econômicos,

políticos e sociais, necessitam, cada vez mais, de um só instrumento, que permita a todos os

parceiros fazerem uma leitura que favoreça a sociedade de modo geral. Essas orientações estarão

relacionadas às questões: ambientais, legais, sociais, fiscais, econômicas, políticas,

geoambientais, infraestrutura e transportes, dentre outras que se fizerem necessárias. Deste

modo, será investigado junto à prefeitura os problemas emergentes que a falta de um cadastro

gera. Grande parte de cada segmento de informações podem já existir, mas podem estar retidos

em diferentes órgãos públicos ou instituições. Quanto ao terceiro objetivo, que será o de

estabelecer indicadores para estruturar um sistema de geoprocessamento (SIG) integrado ao

CTM, demonstrando a importância do CTM para municípios de pequeno porte, entende-se que

as informações contidas no CTM poderão proporcionar múltiplas aplicações técnicas,

econômicas, administrativas, culturais, ambientais, comportamentais e sociais, de modo que,

quando essa ferramenta for real, haverá na prefeitura a democratização do acesso às informações,

12

para que seja considerado um instrumento que auxilie o planejamento regional, dando às

governanças, transparência na gestão e aplicação dos recursos públicos.

Desta forma, pretende-se atingir o objetivo geral que é o de se fazer uma análise crítica

do modelo de cadastro proposto pelo Ministério das Cidades, através da qual se pretende propor

diretrizes para a implantação desse modelo em um município do Estado da Bahia, avaliando

vantagens e desvantagens para a gestão municipal segundo a Portaria 511/2009 - Diretrizes para

a Criação, Instituição e Atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário nos Municípios

Brasileiros.

Na seqüência, a metodologia consistirá numa implementação prática do modelo, sendo a

sua eficácia testada e verificada, utilizando, para isso os recursos a nível de hardware, software,

informação geográfica e alfanumérica do Município escolhido.

O esquema dos dados gráficos e descritivos da metodologia foram baseados em Pimentel

(2008, In press).

13

Nâo

Verificação Topológica

Sim

Banco de Dados no Terraview: Croqui de campo

(limites físicos+tabela BCI (feição polígono) +

Loteamentos(feição polígono) + Quadras (feição linha) + Imagens de Satélite(raster)

CADASTRO / MUNICÍPIO / MODELO

P

R

E

P

A

R

A

Ç

Ã

O

D

E

D

A

D

O

S

P

A

R

A

I

N

S

E

R

Ç

Ã

O

N

O

S

I

G

/

S

I

T

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO MUNICÍPIO

MODELO CADASTRO / CARTOGRAFIA CADASTRAL

DIAGNÓSTICO CARTOGRAFIA

CADASTRO/REGISTRO DE IMÓVEIS

EQUIPE TÉCNICA /

CULTURA

L

E

V

A

N

T

A

M

E

N

T

O

E

A

Q

U

I

S

I

Ç

Ã

O

D

E

D

A

D

O

S

SETOR DE CARTOGRAFIA

CADASTRO/GEODÉSIA DO

MUNICÍPIO

INSERÇÃO DOS DADOS NO SIG / SIT

CONCEPÇÃO DOS PRODUTOS

SIG / SIT

BANCO DE DADOS

DADOS DESCRITIVOS DADOS GRÁFICOS

Importar croquis e loteamentos

Inserção dos loteamentos

Inserção dos croquis de campo

Fechamento das linhas das quadras

Identificação do Sistema de Projeção

Exportar quadras (.shp)

Exportar croquis (.mif)

Correção de elementos de 3D para 2D

Sistema de Projeção

Exportar loteamentos (.mif)

Exportar loteamentos (.shp)

Exportar croquis de campo(.shp)

Importar quadras (.shp)

Importar loteamentos (.shp)

Importar croquis (.shp)

Criação da coluna de ligação

Georreferenciamento

Imagens Satélite

Importar croquis de campo (.shp)

Importar loteamentos (.shp)

M

A

P

G

E

O

/

P

R

O

G

R

I

D

/

C

A

D

/

A

S

H

T

E

C

H

T

E

R

R

A

VI

E

W

Q

U

A

T

U

M

T

E

R

R

A

V

i

E

W

T

E

R

R

A

S

G

E

X

C

E

L

Tabela descritiva dos BCIs

Seleção dos BCIs

Correções no título dos campos

Coluna de ligação ID (1,2,3,...)

Exportar .csv

Importar dados como tabela “estática”

Informar coluna de ligação

Mudar tabela importada como ativa do

tema croqui de campo

Exportar como .shp (geometria do

croqui + tabela dos BCIs)

Importar arquivo identificando ID

T

E

R

R

A

V

I

E

W

ESCOLHA DO MUNICÍPIO

E

N

V

I

S

P

R

I

N

G

I

D

R

I

S

I

14

Caracterização do Município

Será efetuada a caracterização do município escolhido.

Escolha da área de trabalho

Para a aplicação desta metodologia o município será escolhido mediante os seguintes

motivos:

a) Ser uma cidade de pequeno porte;

b) Inexistência de um Cadastro Territorial Estrutural;

c) Mas o principal motivo para esta aplicação será o fato da Administração Pública

do município sentir a necessidade de ter em mãos um produto capaz de auxiliar em sua

gestão.

Planejamento da Coleta de Dados: Levantamento e Aquisição de Dados

Existindo, na Prefeitura do Município escolhido, instrumento de gerenciamento das

informações de infra-estrutura e serviços encontrados nos logradouros públicos (rede de água,

energia, esgotos, drenagem, coleta de lixo, limpeza, sistema viário, etc.), serão utilizados estes

dados.

Construção da base cadastral digital, com duas possibilidades:

a) Possibilidade 1:

Efetuar o levantamento das parcelas territoriais do Município, com desenho de

logradouros, quadras e lotes.

Etapa de levantamento das parcelas

Nesta metodologia serão feitas as medição das parcelas irregulares localizadas dentro da

malha urbana, segundo as recomendações de Brandão (2011).

Na medição cadastral, para obter resultados com a precisão exigida faz-se necessário aliar

os modernos equipamentos digitais com os métodos de levantamento já consagrados (SANTOS

FILHO, 2008).

O moderno método de posicionamento por rastreamento de satélite (usando o Sistema e

equipamento GPS) tende a substituir esses métodos quando o objetivo é implantação de Rede de

Referência Cadastral e densificação geodésica principalmente - e em algumas áreas - feições

topográficas também (SANTOS FILHO, 2008)..

Ainda segundo Santos Filho (2008) na medição cadastral e das feições topógráficas, a

locação da Linha Base segue a seguinte metodologia:

“Além dos metodos clássicos (poligonação e trilateração), pode ser usado o

método de posicionamento por rastreamento de satélite, com equipamento GPS

topográfico, modo relativo, para implantação da Rede de Referência Cadastral,

15

possibilitando assim o georreferenciamento ao Sistema Geodésico Brasileiro -

já na etapa de amarração da linha base e feições topográficas - principalmente

do sistema viário urbano. O tempo de rastreio deve levar em conta a distância do

ponto de referência, a quantidade de satélites e o valor do PDOP. Quanto mais

próxima, mais satélites (acima de 9), e PDOP abaixo de 4, encontrar-se-á em

menos tempo de rastreio a mesma precisão de um ponto rastreado durante 60

minutos. Economizando-se até 45 minutos por ponto.”

Santos Filho (2008) conclui que os três pilares e seus respectivos itens importantes no

avanço das diretrizes para medição das parcelas são:

1-Densificação geodésica (Redes de Referência)

Lei/Norma

GPS/RBMC

2-Linha Base (Meio Fio Geo)

Numeração métrica

Referenciamento/geocodificação

3-Trilateração (Uso de trena)

Avanço dos MED’s

Praticidade na área urbana

Custo compatível com recursos de prefeituras.

b) Possibilidade 2:

Adotar imagens de Satélite de alta resolução, ortorretificada, (Ikonos ou QuickBird) para

construir as bases cadastrais, e dos dados provenientes de receptores GPS, utilizando uma

metodologia alternativa de mapeamento cadastral das parcelas urbanas, que possa fornecer

informações confiáveis (com certa precisão), levando em consideração a rapidez e o baixo custo

para a execução desses levantamentos.

Diagnóstico Informações Espaciais

Com o intuito de verificar a disponibilidade de dados e de cooperação entre os agentes

que podem contribuir na execução deste Projeto de Pesquisa, alguns questionamentos podem ser

levantados, sem prejuízo de outros que venham a ser inseridos:

a) O que existe?

b) Como está estruturado?

c) Como se relacionam?

d) Como podem evoluir as relações através do geoprocessamento?

e) Quais as estruturas necessárias?

16

f) Como será a relação e fluxo das informações entre setores?

Estruturação de Dados / Sistematização e Hierarquização das Informações Espaciais

a) Cadastro;

b) Hidrografia;

c) Planimetria / Altimetria;

d) Sistema Viário;

e) Planejamento;

f) Vegetação;

g) Logradouro;

h) Infra-estrutura.

Informações Cartográficas / Espaciais

Acervo de imagens, mapas, plantas do município escolhido.

Materiais Usados

Para o desenvolvimento da pesquisa estão sendo utilizadas as instalações e equipamentos

do LABGEO – Laboratório de Geomensura/DT/UFBA. Os equipamentos utilizados são:

Softwares

a) ENVI: para processo de correção geométrica e ortorretificação das imagens;

b) SPRING: utilizado para a geração das imagens fusionadas e classificação supervisionada;

c) IDRISI: realização das etapas de análise da qualidade temática das imagens fusionadas;

d) MAPGEO(IGBE): aquisição das ondulações geoidais para cada ponto coletado em campo

com GPS;

e) ASHTECH SOLUTIONS: Processamento dos dados GPS.

f) PROGRID (IBGE): Programa de Transformação de coordenadas e Datum versão 06/2004;

g) TERRAVIEW: Para manipulação dos dados vetoriais (pontos, linhas e polígonos) e

matriciais (grades e imagens), ambos armazenados em SGBD relacionais ou geo-relacionais para

a construção do Banco de Dados;

h) TERRASIG: Para criação (PI) e edição de vetores e processamento de imagens:

i) QUANTUM tipo CAD;

Equipamentos

a) Receptores GNSS/GPS geodésico de dupla freqüência e receptores geodésicos de simples

freqüência;

b) Trena Laser e convencional

c) Equipamento Topográfico: Estação Total e Teodolito.

17

Dados de Sensoriamento Remoto e Dados Cartográficos

Este tópico é baseado em Myshiata, 2008.

Na atualização cadastral, serão analisadas imagens de satélite, sendo a metodologia

dividida em duas etapas principais: a primeira fase correspondente ao tratamento geométrico das

imagens para se obter uma imagem geometricamente melhor e a segunda fase que trata

basicamente de duas técnicas diferentes para mapear as parcelas, de modo a atender de maneira

mais efetiva cada tipo de parcela em função das suas características físicas.

Etapa Preliminar

Esta etapa refere-se à execução de trabalhos de campo para coleta de dados utilizando os

receptores geodésicos que posteriormente serão utilizados como pontos de controle para correção

geométrica da imagem e pontos de verificação para averiguar a qualidade geométrica posicional

das imagens ortorretificadas.

O método de posicionamento utilizado será o relativo estático e relativo cinemático e o

pós-processamento será executado no Ashtech Solutions.

Etapa de correção geométrica das imagens

Esta etapa corresponderá à execução de duas técnicas diferentes, uma baseada na

interpretação visual e a outra utilizando a classificação automática, para o mapeamento das

parcelas.

Inicialmente será realizada uma correção geométrica na imagem utilizando pontos de

controle e pontos de verificação (check points), obtidas através do pós-processamento dos dados

do receptor GPS.

Etapa de mapeamento utilizando elementos fotointerpretativos

De posse das imagens ortorretificadas, será desenvolvida a primeira metodologia

proposta, que de uma visão geral, compreende um estudo detalhado utilizando a técnica de

Fotointerpretação para a definição de padrões e características que podem auxiliar na

identificação visual dos limites de propriedade - pois os limites das divisas das propriedades que

não possuírem uma assinatura espectral claramente definida, como por exemplo, a resposta

espectral da vegetação, solo exposto ou corpos d’água - a aplicação do método de classificação

automática neste tipo de alvo utilizando softwares de processamentos de imagens não produzem

um resultado melhor que a interpretação visual. O mapeamento cadastral consiste principalmente

na utilização de pontos coletados diretamente sobre a imagem ortorretificada, ou seja, corrigida

geometricamente, possibilitando a medição de área, ponto e distância diretamente sobre a

mesma. Porém, em locais cujos vértices são inacessíveis devido a presença de árvores ou

obstáculos, é recomendado empregar a condição de geometria por meio do prolongamento de

18

duas retas, cuja intersecção fornecerá as coordenadas do vértice obstruído ou a obtenção de

medidas indiretas de ângulo e distância. Ambos os métodos podem ser realizados com auxílio de

receptores GPS.

Após o mapeamento cadastral, será realizada a etapa de controle de qualidade do produto

final e análise do erro propagado em área, para verificar se tal metodologia pode ser implantada

em prefeituras com o intuito de auxiliar no cadastramento das grandes parcelas urbanas.

Etapa de mapeamento utilizando classificação automática

Nesta metodologia será feito o mapeamento de grandes parcelas irregulares localizadas

dentro da malha urbana, cujos limites sejam claramente delimitados por estradas asfaltadas que

favoreçam a utilização de métodos automáticos para a classificação, ao invés da utilização da

fotointerpretação.

O método de classificação supervisionada será aplicado sobre a imagem fusionada,

método este que permite explorar a informação espectral das imagens multiespectrais e agregar a

informação geométrica da banda pancromática, que na maioria das vezes possui resolução

geométrica melhor. Todo o processo de fusão através do método IHS poderá ser executado no

Software SPRING.

Para confirmar a qualidade da imagem fusionada utilizada na classificação automática,

serão realizadas análises da qualidade posicional por meio de pontos de verificação obtidas com

o uso do receptor GPS e a qualidade temática será examinada através de indicadores de acurácia

temática.

Etapa de tratamento dos dados gráficos e descritivos

Seguindo a recomendação de Pimentel (2011, in press), no sofware Terraview serão

importadas a geometria dos loteamentos em formato .mif e, posteriormente, exportados em

formato shapefile para conferêncdia topológica. As inconsistências topológicas encontradas e

corrigidas no CAD serão enviadas ao Terraview para a aprovação topológica total da geometria.

Após o tratamento dos dados descritivos e gráficos, estes serão organizados em um banco de

dados do Terraview. No Terrasig serão inseridos pontos de controle para comporem o SIG.

1.7. VIABILIDADE E FINANCIAMENTO DA PESQUISA

Para as atividades de campo e de processamento dos dados serão utilizados os

equipamentos, hardwares e softwares disponíveis no Laboratório de Geomensura da Escola

Politécnica (LABGEO – UFBA).

Através do PROEXT 2011 “Ações em Geoprocessamento e Cadastro Territorial na

Bahia” que consiste em uma proposta de realização de ações de extensão, integradas ao ensino e

19

à pesquisa, no âmbito do Desenvolvimento Urbano, Sistemas de Informações Geográficas

(SIG) e Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) e do Programa de Modernização das

Administrações Tributárias – PMAT, será possível buscar os recursos financeiros necessários

para o desenvolvimento do projeto.

1.8 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS

Considerando-se os objetivos previstos nesta pesquisa, e pela aplicação da metodologia

descrita, ao final da mesma esperamos atingir os seguintes resultados, e apresentar os seguintes

produtos:

a) Diagnóstico do Sistema de Informações Espaciais da Prefeitura escolhida (identificação

de cada uma das etapas do cadastro anterior, a análise dos resultados obtidos a partir deles, os

comparativos entre os métodos de coleta dos dados em cada uma das etapas do cadastro

proposto, em relação ao cadastro antigo (se houver), e a verificação dos resultados obtidos na

implantação do CTM).

b) Propor diretrizes para a implantação do modelo de Cadastro Territorial segundo a

Portaria 511/2009 em um município do Estado da Bahia, apontando as vantagens e desvantagens

para a gestão municipal.

c) Estabelecer diretrizes para estruturar a base cartográfica para o CTM;

d) Estabelecer diretrizes para a estruturação dos Boletins de Informações Cadastrais,

manuais e procedimentos para a implantação do CTM

e) Estabelecer diretrizes que promovam a unificação da referência de endereçamento de

imóveis, com base no Sistema de Numeração Métrica Linear, a consolidação das RRCM – Redes

de Referência Cadastral Municipais;

f) Estabelecer diretrizes que possibilitem a estruturação de um padrão de gerenciamento

para o CTM e para o SIG para a Prefeitura em um município do Estado da Bahia, com a

capacitação sistematizada dos técnicos e servidores municipais;

g) Estabelecer diretrizes que ofereçam ao Município os instrumentos necessários para a

implantação integral do projeto.

Desta forma, a efetivação do CTM deverá permitir a atualização do conjunto de

informações sobre bens imóveis e logradouros da cidade; criar instrumentos para unificar as

informações do município; desenvolver uma nova cultura organizacional, baseada em

tecnologias de geoprocessamento e de gerenciamento eletrônicos de documentos; implantar

instrumentos mais eficientes de respostas às solicitações dos contribuintes; e integrar os

20

Cadastros de Registros de Imóveis do Município ao Cadastro Imobiliário da Prefeitura através

do desenvolvimento de sistema próprio.

O Cadastro Territorial deverá atender ao maior número de usuários possível,

democratizando o acesso às informações básicas do município. Estas deverão proporcionar

múltiplas aplicações técnicas, econômicas, administrativas e sociais. O Cadastro Territorial

Multifinalitário deverá manter-se sempre moderno e atualizado de modo a se transformar em

instrumento benéfico para o município. A integração, por exemplo, das informações dos

cadastros imobiliários e mobiliários, permitidos por sua estruturação, garante ao órgão público

um perfeito controle de lançamento e arrecadação dos tributos e o fator econômico por eles

exercido, considerando os impactos e incentivos para o desenvolvimento ordenado do município.

Assim, implementado o Cadastro Territorial Multifinalitário, este traria maior

tranqüilidade à Administração em oferecer seus trabalhos, já que seu compromisso deve ser com

o resultado, devendo o município usufruir deste, em benefício de seus cidadãos. A implantação

desse cadastro fará com que o município invista em qualidade, estando de posse de um cadastro

urbano responsável, preciso, de resultado efetivo para a política urbana.

Impactos:

É esperado que as ações previstas possam oportunizar a sistematização de informações

espaciais no município participante da pesquisa com o desenvolvimento de um modelo de CTM ,

para intercâmbio de informações entre os componentes da equipe multiprofissional (servidores

municipais, pesquisadores e comunidade científica), visando o avanço de conhecimento na área

de Cadastro, e a aplicação de mudanças nas práticas de trabalho e nas políticas públicas de

Gestão Municipal, tendo como impactos os listados a seguir:

Ambientais:

a) Uso ordenado dos recursos naturais;

b) Monitoramento de áreas degradadas;

c) Ações de Saneamento Básico;

d) Redução de riscos de erosão e inundações.

Sociais:

a) Arrecadação de impostos mais justas;

b) Ordenamento do uso e ocupação do solo através de Planos Diretores;

c) Capacitação de pessoal;

d) Acessibilidade dos cidadãos às ações municipais: além de auxiliar o trabalho da

prefeitura, a implantação da ferramenta aumentará a transparência na administração

pública, já que qualquer pessoa com acesso à internet poderá verificar como está o

21

andamento de obras. Os internautas poderão consultar, através do sistema, bases de

dados do Ministério das Cidades e os mapas feitos pela própria prefeitura.

Econômicos:

a) Aumento da arrecadação de impostos através da implantação de cadastro Territorial na

prefeitura.

Tecnológico:

a) Implementação de Geotecnologias na Gestão Territorial.

Científico

a) Divulgação do CTM, por meio de publicações, para o meio acadêmico e a

administração pública.

1.9. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ANO 2011 ANO 2012

ITEM

ATIVIDADES 1 2 3 4 1 2 3 4 INDICADORES DE

PROGRESSO

1

1

2

2

3

3

4

4

5

5

6

6

7

7

8

8

9

9

1

10

1

11

1

12

1

1

2

2

3

3

4

4

5

5

6

6

7

7

8

8

9

9

1

10

1

11

1

12

1 CRÉDITO DAS

DISCIPLINAS

X

x x

X

x

X

x

X

x

X

x

X

x

X

x

X

x

X

X

X

X

X

Concluídas as disciplinas

obrigatórias ofertadas no primeiro

semestre. No corrente semestre,

cursando as disciplinas optativas:

Cadastro e Sensoriamento

Remoto, para embasamento

teórico/prático. E a disciplina

Análise de Artigos para leitura de

referências internacionais.

2 REVISÃO

BIBLIOGRÁFI

CA

X X X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Em fase de revisão.

3 LEVANTAMEN

TO DE DADOS /

DESENVOLVI

MENTO DA

PESQUISA

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Metodologia sendo ajustada.

Projeto em fase de revisão pelo

orientador.

Em fase de definição de critérios

para escolha do município em que

será feito o Estudo de Caso.

4 APRESENTA

ÇÃO DO

PROJETO DE

DISSERTAÇÃO

X

X

Defesa marcada para 06/12/2011

5 SEMINÁRIO

DE

PESQUISA

X X

X

X

6 REVISÃO DA

DISSERTAÇÃO

X

X

X

X

X

X

X

X

7 DEFESA DA

DISSERTAÇÃO

X

X

8

23

1.10 EQUIPE TÉCNICA

Neide Silva Alves – Eng. Agrimensora – Pós-Graduada em Gerenciamento de Transportes

Urbanos (UFBA/2010). Mestranda Eng. Ambiental Urbana– UFBA. Principais áreas de

atuação: Cadastro Territorial Multifinalitário, PGV, Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

Dr. Artur Caldas Brandão – Engenheiro Agrimensor, com mestrado em Ciências

Geodésicas (UFPR/1996) e doutorado em Engenharia de Produção/Cadastro Territorial

(UFSC/2003). Professor da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Chefe do

Departamento de Transportes e Coordenador do Laboratório de Geomensura. Docente do

Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana da UFBA. Principais áreas de atuação: ensino,

pesquisa e extensão em Cadastro Territorial, Geoprocessamento, Topografia, Geodésia, GPS,

Cartografia, Georreferenciamento.

O5 bolsistas de Iniciação Científica / PIBIC / PROEXT

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo serão descritos os fundamentos teóricos necessários para o

desenvolvimento do trabalho, englobando vários ramos como Cadastro, Sensoriamento

Remoto, Fotogrametria e Posicionamento Geodésico.

2.1 O QUE É O CADASTRO

Um sistema cadastral é um sistema que gera informação parcelar. Esta informação

parcelar contém todas as relações existentes relacionadas com o solo, e é utilizada para

fornecer e localizar informação sobre a sua posse, valor, e uso (von Meyer, 2004),

considerados como os três atributos chave do solo por Dale e McLaughlin (1990)

Figura 2: A parcela territorial

(adaptado de Platt, 1975, citado por Dave e McLaughlin, 1990)

Segundo Dave e McLaughlin (1990), quando falamos de solo e dos direitos com ele

relacionados, há que incluir atributos físicos e abstratos, desde o direito de construir na

superfície, aos direitos subterrâneos relativos a aqüíferos ou minérios, nomeadamente o

direito de uso e exploração dos mesmos (fig. 1). Ou seja, a parcela deverá ser considerada a

três dimensões. Os mesmos autores consideram que existem quatro componentes de

administração territorial: judicial, fiscal, regulamentar e de gestão da informação. É nesta

componente de gestão da informação - que deve ser uma componente transversal às restantes

funções - que se inserem os sistemas cadastrais (Steudler et. al., 2004).

Os sistemas cadastrais não constituem fins em si próprios, uma vez que o sucesso dos

mesmos não depende da complexidade da sua moldura legal nem da sofisticação técnica dos

mapas ou dos levantamentos cadastrais, mas sim pela medida em que protegem os direitos

territoriais através do reconhecimento e registro público, funcionando, assim, como uma

ferramenta de auxílio a transações comerciais justas e eficazes (Williamson e Enemark,

1996).

A importância dos sistemas cadastrais faz-se sentir em diversas áreas, mas

principalmente nas áreas fiscais e ligadas à gestão e planejamento territorial, constituindo uma

poderosa ferramenta ao serviço das autoridades com competência administrativa sobre o

território (Williamson e Enemark, 1996).

2.2 CONTEXTO HISTÓRICO

Knorek (2000) citando Rutkowski, afirma que “não há entendimento acerca da origem

da palavra cadastro. Palavra de difícil precisão etimológica [...]”. Por outro lado, estudiosos

como Loch e Erba (2007) identificam hipóteses originárias do latim e uma originária do

grego, a última sendo a mais provável:

Capitum registrum: registro dos lotes, mais tarde transformado em capitastrum e

posteriormente para cadastrum;

Capitatio: cadastro;

Katasticon, originária de Catastichon: lista, agenda.

“Independente da origem ou grafia, sua significação guarda a idéia de: registro, censo,

descrição, repertório de informações, catálogo de bens, etc.” (KNOREK, 2000).

Segundo definição do dicionário Aurélio (HOLANDA, 2006) o cadastro consiste no

"Registro público dos bens imóveis de um território". Sendo assim, o cadastro tem como

objetivo a arrecadação de impostos, bem como ser base de dados para o planejamento urbano.

Conforme Antunes (2004) o cadastro pode ser dividido em:

25

• Fiscal: onde se leva em consideração a identificação do proprietário, da propriedade e

do seu valor. Sendo inclusas na determinação do valor características como localização, valor

histórico e de mercado, benfeitorias e características geométricas;

• Jurídico: que corresponde ao registro da propriedade ou imóvel;

• Multifinalitário: cuja principal finalidade é o planejamento urbano, servindo de base

para tomada de decisões para os municípios, visto que este tipo de trabalho é o mais

completo, tratando-se da cobertura espacial.

O cadastro a nível mundial teve, principalmente, uma função tributária, cadastro fiscal.

Entretanto, ao perceber o seu auxílio no registro de imóveis, foi constituído o cadastro

jurídico. A importância dessa nova função do cadastro é observável no código civil de

Napoleão: "Um bom cadastro parcelário será o complemento do código no que se refere à

posse da terra. É necessário que os mapas sejam suficientemente precisos e detalhados para

fixar limites e evitar litígios" (ERBA et al, 2005).

Após a segunda guerra mundial iniciou-se uma preocupação maior com relação às

informações territoriais confiáveis para o auxilio nas tomadas de decisões para preservação do

meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável, consolidando, assim o conceito

de Cadastro multifinalitário. Tais novas aplicações do cadastro destacaram-se na conferência

das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ocorrida em 1992 no Rio de

Janeiro e mais tarde na Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos

Humanos em Istamul, 1996 (ERBA et al, 2005).

A visão mais ampla e multifinalitária do cadastro começou a ser estruturada depois da II

Guerra Mundial e consolidou-se a partir da Agenda 21, aprovada em 1992, durante a Conferência

das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de

Janeiro, e da Resolução da Se gunda Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos

Humanos - HABITAT II. Esses documentos deixam clara a importância da informação territorial

confiável como apoio aos processos de tomada de decisões orientadas a preservar o meio ambiente

e a promover o desenvolvimento sustentável. Observa-se que as aplicações do cadastro têm

evoluído dos fins exclusivamente fiscais para diversas outras finalidades, principalmente de

planejamento e ambientais (CARNEIRO, 2011).

Burity e Brito (1998) indicam como possível origem do termo cadastro a palavra

katastichon, que se refere a taxação, uma vez que terá sido esse o seu propósito inicial. Terá

surgido na colonização dos rios Eufrates, Tigre e Nilo, quando se assumia que todas as terras

pertenciam ao rei e eram cobrados os arrendamentos das mesmas, cujas receitas revertiam

para os faraós e sacerdotes. Foi mais tarde aperfeiçoado por gregos e romanos, que

desenvolveram um registro de informações sobre a terra, suportado por um sistema de

medição, e utilizado para cobrança de tributos (BURITY & BRITO, 1998).

Surgiu também na Babilônia onde, além de ter propósitos fiscais, era também utilizado

para o planejamento da cidade, tornando-a, assim, na primeira cidade a ser planeada

(PHILIPS, 2004, citado por AMORIM et al, 2004).

O chamado cadastro moderno surgiu, na Europa, no século dezoito, enquanto

ferramenta econômica dos reinos. Foram estabelecidos gabinetes com competências próprias

e independentes das restantes autoridades, com o objetivo de definir, recolher, manter e

utilizar a informação necessária para fins fiscais (PESL, 2003).

Após a conquista da Normandia foi criado, em 1086, o Domesday Book que tinha como

objetivo desenvolver o registro territorial com o propósito de obter direitos feudais. Este

registro era exclusivamente alfanumérico e dele constava o nome do proprietário,

especificações da posse, a área e pormenores de tributação do solo (TING & WILLIAMSON,

1999).

A representação em mapa só se tornou comum em 1807 quando Napoleão Bonaparte

ordenou a criação de mapas e de registros cadastrais estabelecendo, assim, as fundações dos

atuais sistemas cadastrais na Europa (TING & WILLIAMSON, 1999).

Os registros alfanuméricos consistiam nos registros de transferências e nas escrituras de

posse e os mapas representavam a localização e a posse das parcelas de terreno em França,

ordenados por número de parcela, área, uso e valor do solo por proprietário (TING &

WILLIAMSON, 1999).

Figura 3: Principais fases da relação Sociedade Ocidental/Solo

(adaptado de Ting e Williamson, 1999, citados por Bogaerts et. al., 2002)

27

Guilherme (2008) cita Ting e Williamson (1998, citados por Bogaerts et. al., 2002),

segundo os quais, as tendências na administração territorial seguiram o curso marcado por

mudanças dinâmicas nas sociedades. Esta relação dinâmica entre a sociedade e o solo,

sintetizada na Figura 3, pode, no caso das sociedades ocidentais, ser classificada em quatro

fases:

Com o sedentarismo iniciado com a revolução agrícola e ao longo do período feudal, o

Homem ligou-se ao solo de forma física, sendo este o principal símbolo e fonte de

riqueza. O cadastro era utilizado como um registro público de posse, bem como para

fins fiscais.

A mobilidade de pessoas, o aumento de capital e a transformação do solo em

mercadoria causados pela revolução industrial em muitos países ocidentais, originou

importantes modificações legais e institucionais, que por sua vez, deram origem aos

mercados fundiários dos quais o cadastro se transformou numa ferramenta de suporte.

O período de reconstrução pós II Guerra Mundial originou a consciência do solo

enquanto recurso escasso que não era suficiente para as necessidades de uma

população mundial crescente e em mobilidade. Simultaneamente, surgiu um interesse

no planejamento, particularmente no planejamento regional e urbano, que, por sua vez,

criou uma nova aplicação para o cadastro.

A década de 80 do século XX trouxe uma nova perspectiva à preocupação acerca da

escassez do solo. O planejamento passou a incluir temas mais globais, tais como

degradação ambiental, desenvolvimento sustentável e igualdade social, e o uso do solo

passou a ser abordado de forma mais detalhada, o que gerou uma necessidade

crescente de informação mais complexa sobre o solo e o seu uso o que, por sua vez, se

manifestou no desejo por cadastros multifuncionais.

Em suma, com o passar do tempo, o cadastro adquiriu novas funções e a sua importância

aumentou consideravelmente. Por ter evoluído e conseguido adaptar-se às novas necessidades

dos seus utilizadores é, atualmente, um instrumento fundamental para gestão e planejamento

territorial (BURITY & BRITO, 1998).

Atualmente, a tendência é para que o cadastro deixe de ser utilizado apenas como

ferramenta fiscal, mas passe a ser utilizado, também, noutras áreas administrativas e

econômicas, que beneficiarão da componente de localização geográfica por este oferecida

(PESL, 2003).

Já no âmbito nacional, deve-se fazer uma análise desde o período da colonização para

que se possa entender como estruturou-se o cadastro Brasileiro. A princípio, a divisão de

terras no Brasil, chamada de sesmarias, foi feita a partir de doações do Império para pessoas

que estivessem dispostas a ocupá-las e explorá-las, com a única condição de que parte de sua

produção fosse devolvida ao Império.

Apesar das terras serem muito extensas, com o passar dos anos, elas foram reduzidas e

divididas devido a vendas e heranças. Com o fim das sesmarias, em 1822, e sem haver

qualquer tipo de controle, o território nacional passou a ser ocupado de forma desordenada

(Antunes, 2004).

A primeira lei de registro de imóveis surgiu em 1850, na qual se discriminou os bens

públicos dos particulares. Todavia, tal registro era apenas declaratório, ou seja, reconhecendo-

se a posse sobre a propriedade. Com a regulamentação da lei, em 1854, criou-se nas

províncias um órgão para legalização e cadastro dos proprietários, entretanto não se obteve

muita eficácia. Com a queda do regime imperial e o estabelecimento da república, as terras

devolutas passaram a pertencer ao Estado (ANTUNES, 2004).

Em 1946 iniciou-se uma nova política agrária tendo em vista o bem-estar social. Em

1970, através do Decreto Lei n°1.110, foi criado o Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária (INCRA) para fins de reforma agrária de forma mais efetiva (INCRA,

2003).

Até 1992 foram assentadas 300 mil famílias, o que corresponde a apenas 5% das

famílias que necessitam de terras para trabalhar (ANTUNES, 2004). Em 2001 foi sancionada

a Lei 10.267 que tem por objetivo recadastrar e georeferenciar os imóveis rurais, obtendo,

desta maneira, um registro de imóveis eficaz.

No âmbito nacional, deve-se fazer uma análise desde o período da colonização para

que se possa entender como se estruturou o cadastro brasileiro. A princípio, a divisão de terras

no Brasil, chamada de sesmarias, foi feita a partir de doações do Império para pessoas que

estivessem dispostas a ocupá-las e explorá-las, com a única condição de que parte de sua

produção fosse devolvida ao Império.

Loch (1998) afirma que, no Brasil, de forma desestruturada, o cadastro existe desde os

primórdios da colonização; representado por medir as sesmarias e, mais tarde, as posses das

pessoas que ocupavam as terras. Porém, o registro público tomou forma em 1850, por meio da

Lei n. 601, que diferenciava as terras públicas das terras privadas: Com certeza a Lei 601 de

1850 foi o marco inicial do cadastro. No entanto não recebeu nenhuma menção como cadastro

técnico, o que somente veio acontecer em 1964 com a criação do Estatuto da Terra, Lei 4.504

29

de novembro de 1964 (LOCH & ERBA, 2007). Com interesses comerciais, na década de

1970 existiam os denominados boletins de informações cadastrais, BIC‟s ou BCI‟s, que

disponibilizavam informações em cadastros municipais. No entanto, até o início da década de

1980, o CTMF não era abordado nos congressos brasileiros. Foi em 1990 que a Universidade

Federal de Santa Catarina – UFSC já organizara três congressos nacionais de cartografia,

tornando-se, em 1991, a universidade pioneira na América Latina ao oferecer curso de

Mestrado em Cadastro Técnico Multifinalitário (LOCH, 1998).

2.3 DEFINIÇÕES DE CADASTRO

Pela sua utilização em diversas áreas, torna-se difícil encontrar uma definição

universal de cadastro. Esta dificuldade na definição de cadastro gera uma multiplicidade de

termos. Burity e Brito (1998), identificam os diferentes conceitos de cadastro que abundam na

literatura, como sejam os de Cadastro Técnico, Cadastro Técnico Multifinalitário, Cadastro

Imobiliário, Cadastro Fiscal, Cadastro Jurídico, Cadastro Legal, Cadastro Integral, Cadastro

Multiproposta e Cadastro Multifuncional.

A Federação Internacional de Agrimensores (FIG) não só assume esta dificuldade na

definição de cadastro, como a incentiva, estipulando que o cadastro não deve ser uniforme

para todos os países, uma vez que existem discrepâncias estruturais e administrativas entre

estes que justificam estas diferenças e que fazem com que um cadastro implementado com

sucesso num país possa não ser o mais adequado para servir as necessidades de outro

(BURITY & BRITO, 1998).

A FIG, no seu Statement on the Cadastre (1999) propõe uma definição de cadastro

que reúne, sucintamente, os diversos tipos de cadastro:

O cadastro é, normalmente, um sistema de informação territorial

atualizado e baseado em parcelas que contém um registro de interesses

sobre o solo (por exemplo, direitos, restrições e responsabilidades).

Geralmente inclui uma descrição geométrica das parcelas ligadas a

outros registros que descrevem a natureza dos interesses, a

propriedade ou controle desses interesses, e frequentemente o valor da

parcela e as suas beneficiações. Pode ser implementado por razões

fiscais (por exemplo, avaliação e taxação equitativa), propósitos legais

(transferência de bens imóveis), para auxiliar na gestão do solo e dos

seus usos (por exemplo, no planejamento e outros propósitos

administrativos) e permite o desenvolvimento sustentável e a proteção

ambiental.

Figura 4: O Conceito Cadastral

(adaptado de FIG, 1995, citado por Williamson et. al., 2006, citado por Guimarães, 2008)

Para Guimarães (2008), o conceito cadastral proposto pela FIG e representado na

figura 4, apresenta-o como uma representação, disponível em computador, das parcelas de

terreno, em mapa digital, às quais se associa a correspondente informação de uso e posse. A

esta informação, armazenada em bases de dados digitais cadastrais (BDDC), é sobreposta e

associada informação complementar, nomeadamente a das vias e beneficiações do território.

Segundo Guimarães (2008), Silva e Stubkjær (2002) compilaram várias definições de

cadastro que se complementam:

Rigorosamente falando, um cadastro é um registro de áreas e valores do solo

e dos seus proprietários que era originalmente compilada com fins taxativos.

Em muitos países, contudo, já não existem taxas de propriedade e na prática o

cadastro serve dois propósitos igualmente importantes.

Fornece um meio imediato e preciso de descrição e identificação de partes

específicas do solo e funciona como um registro contínuo de direitos no solo.

(FAO, 1995)

Cadastro é um inventário público, metodicamente organizado, de informação

referente a propriedade localizada num determinado país ou divisão

administrativa, baseada num levantamento topográfico dos seus limites. Essas

propriedades são sistematicamente identificadas através de uma designação

única. Os limites da propriedade e o identificador de parcela são normalmente

31

representados em mapas de grande escala que, em conjunto com os registros,

podem indicar, para cada propriedade, a natureza, tamanho, valor e direitos

legais associados à parcela. (Henssen, 1995)

O cadastro é um sistema de informação constituído por duas partes: uma série

de mapas ou plantas que mostram o tamanho e a localização de todas as

parcelas territoriais juntamente com registros textuais que descrevem os

atributos da propriedade. Distingue-se de um sistema de registro territorial [. .

.]. (UNECE, 1996)

Cadastro – Jurídico, um registro da propriedade de parcelas de terreno;

fiscal, um registro de propriedades inventariando o seu valor; multifuncional,

um registro de atributos de parcelas de terreno. (Dale & McLaughlin, 1989)

Essencialmente, um cadastro é, deste modo, uma descrição sistemática das

unidades territoriais numa área. A descrição é feita por mapas que identificam

a localização e limites de cada unidade, e por registros. Nos registros, a

informação mais essencial é o número de identificação e a área da unidade

[...]. Informação adicional pode ser encontrada nos registros cadastrais ou em

registros complementares. (Larsson, 1991)

Por cadastro entendemos: uma descrição sistemática e oficial de parcelas de

terreno, que inclui para cada parcela um identificador único. Além disso, a

descrição inclui registros textuais dos atributos de cada parcela. A forma

padrão de identificação é um mapa de grande escala que fornece informação

sobre limites parcelares. A escolha dos atributos pode variar bastante, tanto

no tempo como no espaço. Contudo, isso não compromete a consistência da

definição de cadastro: o foco do cadastro é espacial, não legal ou fiscal. (Silva

e Stubkjær, 2002)

Guimarães (2008), analisando as definições acima descritas, considera que é possível

encontrar pontos-chave que permitem definir o que é o cadastro. Assim, pode-se definir

cadastro como uma descrição oficial e sistemática de unidades de solo (geralmente parcelas)

numa determinada unidade territorial (geralmente o país). A cada parcela é atribuído um

identificador único. O cadastro é constituído por duas componentes: gráfica e alfanumérica. A

componente gráfica é, usualmente, constituída por uma representação dos limites das parcelas

e do seu identificador único num mapa de grande escala. A componente alfanumérica consiste

na descrição dos atributos da parcela, sendo os mais importantes o identificador único (que

permite a ligação dos registros alfanuméricos à componente gráfica) e a área da parcela

(GUIMARÃES, 2008).

Figura 5: Áreas em cuja gestão se utilizam os sistemas cadastrais

(adaptado de Enemark, 2005: 5)

É possível, também, concluir que, independentemente da sua função (jurídica, fiscal

ou multifuncional) a componente essencial de um cadastro é a componente espacial. Esta

componente é constituída pela representação em mapas de grande escala dos limites das

parcelas associados a um identificador único (Silva e Stubkjær, 2002) e sendo um dos

objetivos de um cadastro constituir uma ferramenta de ordenamento do território, a

georeferenciação da sua informação reveste-se de extrema importância (Bär, 1997 – citado

por Silva et. al., 2002 – citado por Guilherme, 2008). Quando a esta componente espacial se

associa a componente alfanumérica (atributos das parcelas de terreno), podemos então falar de

sistemas cadastrais (Silva e Stubkjær, 2002 - citado por Guilherme, 2008). Assim, um sistema

cadastral (fig. 5) é constituído pela identificação das parcelas de terreno aliada à informação

correspondente à posse, uso e valor do solo, facilitando a gestão destas três áreas (Enemark,

2005 - citado por Guilherme, 2008).

Guilherme (2008) aponta que, com o objetivo de estabelecer uma agenda para a

evolução dos sistemas cadastrais atuais, a Comissão 7 (Cadastro e Gestão Territorial) da FIG

reviu cuidadosamente as alterações institucionais, econômicas, sociais e tecnológicas que

afetam os sistemas cadastrais, desenvolvendo, assim, uma visão para o futuro (Astle et. al.,

2006 - citado por Guilherme, 2008). Esta visão encontra-se explanada no Cadastro 2014, um

documento de referência na área cadastral, referido em muita da literatura consultada

(GUILHERME, 2008).

Segundo Williamson (1998 ), a visão do Cadastro 2014 é a de um inventário, bem

organizado, de informação respeitante a todos os objetos territoriais legais num país ou

33

divisão administrativa, baseado num levantamento topográfico dos seus limites, que

substituirá as instituições tradicionais “Cadastro” e “Registro Territorial” (GUILHERME,

2008).

O Cadastro 2014 apresentará em um cadastro multifuncional, a completa situação

legal do solo, incluindo direitos públicos e restrições (WILLIAMSON, 1998 citado por

GUILHERME, 2008). Uma das novidades introduzidas pelo Cadastro 2014 foi uma nova

definição de cadastro. Assim, considera-se que a unidade a considerar não deverá ser a

parcela, mas sim os objetos territoriais, definidos como um pedaço de solo em cujos limites

exista homogeneidade de direitos, restrições e responsabilidades (WILLIAMSON, 2001

citado por GUILHERME, 2008). Deste documento constam, ainda, seis princípios que

constituem a base para a definição do Cadastro 2014 (KAUFMANN & STEUDLER, 1998

citados por GUILHERME, 2008):

1 – o cadastro representará a situação legal completa do solo, incluindo direitos públicos e

restrições;

2 – a separação entre “mapas” e “registros” será abolida, uma vez que já existe tecnologia que

permite o seu tratamento em conjunto;

3 – a cartografia cadastral será substituída pela modelação cadastral, o que possibilitará a

criação de mapas a diferentes escalas e de registros em diferentes formatos, a partir de um

mesmo modelo de dados;

4 – os cadastros analógicos serão substituídos por cadastros computorizados;

5 – os setores público e privado trabalharão em grande proximidade, concentrando-se o setor

público sobretudo na supervisão e controlo;

6 – os custos com o cadastro serão recuperáveis.

Conclui-se, assim, que a definição de cadastro tem evoluído ao longo do tempo, à

medida que a sua função tem se alterado, passando de funções meramente fiscais e/ou

jurídicas para uma função multifuncional. Também a evolução da tecnologia disponível

permitiu uma evolução significativa do cadastro, na medida em que a digitalização e

informatização da informação gráfica e alfanumérica permitiu que a mesma seja tratada em

conjunto num mesmo sistema, e não separadamente como nos cadastros tradicionais

(GUILHERME, 2008).

Loch (1993) conceitua o CTMF como um “[...] sistema de registro de dados que

identificam ou caracterizam uma área de interesse; registros que devem ser executados ou

apresentados de forma descritiva [...]”. O CTMF, igualmente denominado de cadastro

polivalente é formado por um conjunto integrado de subsistemas, aberto e modificável para

atende às necessidades específicas. Assim, o cadastro técnico polivalente: “[...] compõe-se de

vários cadastros setoriais, contendo, cada um deles, um segmento fundamental e segmentos

temáticos especializados” BARBOSA e BLACHUT et al., In: Loch (1990). Os mesmos

autores explicam que “Os cadastros setoriais são inter-relacionados, mas com existência

individualizada”. Da mesma forma, Dale e Mac Laughlin, citados por Bley Júnior (2006),

fazem nota que o cadastro técnico multifinalitário é um sistema de informações territoriais,

projetado para servir tanto a órgãos públicos como privados, e aos cidadãos. Porém, diferindo

de outros sistemas territoriais por estar fundamento em parcelas. Para Garcia (2007), o CTMF

“[...] além de prestar importante serviço ao contribuinte, reduzindo tempo e burocracia,

permite que gestores, investidores, professores e à sociedade, em geral, obtenham

informações essenciais”. A estrutura do CTMF deve prover a atividade de gerenciamento

territorial, como uma ferramenta para as tomadas de decisões, viabilizada por meio de

relatórios e mapas. Para Loch (1998), “o cadastro multifinalitário, integral ou setorial, como

sistema de informações pode ser de média e grande escala, e dividido em setores temáticos”.

São exemplos de nomes específicos destacados pelo nominado autor:

Cadastro legal: quando, amparado pela lei, atinge um objetivo de garantia legal da

propriedade imobiliária.

Cadastro fiscal: aquele que visa à cobrança de taxas e impostos incidentes sobre a

propriedade imobiliária;

Cadastro geoambiental: quando se caracteriza pela identificação e coleta de informações

quanto aos recursos naturais e culturais;

Cadastro geológico: quando fornece a delimitação litológica em imóvel;

Cadastro geomorfológico: quando mostra um mapa com a classificação do relevo em

cada imóvel;

Cadastro de uso ao solo: quando mostra como se dá o aproveitamento da terra;

Cadastro de transportes: quando representa a estrutura viária intra-imóvel e sua

correlação em nível global;

Cadastro de intra-estrutura regional e urbana, quando considerado um cadastro de

síntese de vários temas;

Cadastro de cobertura florestal, quando considerado uma especificação do uso do solo;

etc.

As informações contidas nessas parcelas compõem o conjunto total das atividades

econômicas. Loch (1993) observa, ainda, que tenha como usuários o proprietário,

compradores, advogados, planejadores do uso da terra, agências governamentais locais,

35

Estadual e Federal. Entretanto, Loch esclarece que esses dados só terão significado, se

estiverem “correlacionados espacialmente com a superfície terrestre”. Assim também: [...], o

cadastro deve tornar-se conhecido a tal ponto que ele se torne a ferramenta indispensável, aos

grandes planejadores, aos políticos, aos pesquisadores, e até ao mais simples assalariado, ou

moradores que desejam alguma informação segura sobre uma área, região, ou mesmo quanto

à sua propriedade. [...] seus resultados estejam de forma acessível aos mais variado usuários

(LOCH, 1998).

Frente ao exposto, e de forma resumida, pode-se afirmar que o CTMF é um composto

por um conjunto dados físicos, em forma de informações integradas, descritivas, gráficas e

tabulares referentes a uma área de interesse; georreferenciadas, para possibilitar informações

sobre as características levantadas e associadas a cada parcela.

As principais informações contidas no CTM municipal, segundo Garcia (2007):

- Banco de dados: mapa urbano e rural básico; cadastro imobiliário, cadastro de logradouro,

cadastro de equipamentos comunitários, de loteamentos, de estabelecimentos, parceiros

licenciados, cadastro de assentamentos informais, dados censitários, legislação urbanística,

redes de infraestrutura, uso do solo, lotes vagos, cadastro de loteamentos, edificações, rede de

infraestrutura;

- Demografia, bases estatísticas e censitárias;

- Produção: desenvolvimento produtivo de todo o território;

- Despesas governamentais; Número de doses de vacinas necessárias;

- Geoprocessamento; - Outras fontes de informações; Informações para toda a sociedade.

2.4 CADASTRO MULTIFINALITÁRIO

O Cadastro Multifinalitário pode ser definido como um sistema de informações

territoriais, projetado para servir tanto aos órgãos públicos como privados, além de servir ao

maior número possível de cidadãos, diferindo de outros sistemas territoriais por ser baseado

em parcelas (DALE e McLAUGHLIN, 1990).

Quando as medições cadastrais são georreferenciadas a um sistema geodésico e têm

uma qualidade métrica estatisticamente comprovada, o Cadastro pode ser multifinalitário.

Este entendimento é corroborado pelas Diretrizes para a Criação, Instituição e Atualização do

Cadastro Territorial Multifinalitário nos Municípios Brasileiros, que, em seu Art. 19

preconiza que:

“O caráter de multifinalidade do CTM é assegurado pela integração de

informações de outros sistemas ao sistema básico comum, de conteúdo

mínimo, que favoreça a atualização.

§ 1º Considera-se como conteúdo mínimo do CTM a caracterização

geométrica da parcela, seu uso, identificador único, localização e

proprietário, detentor do domínio útil ou possuidor.

O mesmo documento em seu Art. 6º determina que:

“O CTM, bem como os sistemas de informação dos quais faz parte, é

multifinalitário quando atende às necessidades sociais, ambientais,

econômicas, da Administração Pública e de segurança jurídica da sociedade”.

E continua em seu Art. 20:

“Assim, para a multifinalidade, o CTM deve ser modelado de forma a atender

às necessidades dos diferentes usuários, atuais ou potenciais, com base em um

sistema de referência único e um identificador único e estável para cada

parcela”.

Nessas condições, o Cadastro torna-se um importante instrumento de apoio às ações

municipais, por possibilitar a integração de informações territoriais, sociais, econômicas,

jurídicas, ambientais (BRANDÃO&SANTOS FILHO, 2008). O Cadastro Territorial

Multifinalitário, quando integrado ao Sistema de Informações Geográficas municipal, é

composto por um conjunto de dados físicos, em forma de informações integradas, descritivas,

gráficas e tabulares referentes a uma área de interesse – georreferenciadas ao Sistema

Geodésico Brasileiro - para possibilitar informações sobre as características levantadas e

associadas a cada parcela (IHLENFELD, 2009), possibilitando, desta forma, a integração de

diferentes fontes de dados espacializados.

Segundo Larsson (1996), os sistemas cadastrais dos países da Europa Ocidental têm as

mesmas características, pois são baseados nos princípios do sistema cadastral francês. Este

consistia em uma simples descrição verbal e um mapa, no qual se detalhava a localização e as

fronteiras das terras em questão. Esta herança, deixada por Napoleão no século XIX, foi

quando da tentativa de tornar a Europa um único Império Francês, e assim os países

colonizados herdaram a semelhança desse sistema.

De acordo com Laudon e Laudon (1999) “um sistema de informações pode ser

definido como um conjunto de componentes inter-relacionados que armazena, recupera,

processa e apresenta informações com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a

análise e o processo decisório de uma empresa”.

37

Para Steudler e Kaufmann (2002) os Sistemas de Informações Territoriais estão

inseridos dentro do contexto da administração territorial. Dessa forma, envolve aspectos

técnicos e de recursos humanos, podendo ser considerado como um sistema de aquisição,

processamento, armazenamento e disponibilização da informação territorial.

Para que possam atingir seus objetivos, os SIT’s têm sido alvo de estudos em várias

localidades, sendo necessário considerar dois aspectos importantes para que se possa tornar

um SIT operacional: o estabelecimento do SIT em si e o treinamento de recursos humanos

para que possam lidar com as novas tecnologias de organização e disponibilização das

informações acerca do território.

De acordo com Aira Lechón (2005), o planejamento de um sistema de informações

aplicado a prefeituras deve ser similar aos desenvolvidos para empresas privadas,

proporcionando agilidade e transparência ao fluxo de informações, disponibilizando de

maneira adequada as informações de caráter público e protegendo aquelas de caráter restrito.

Segundo o mesmo autor, esses sistemas facilitam a apresentação de informações de

nível estatístico e de indicadores de gestão.

Amorim et al (2009), citando Rosés (2004),“se faz necessário um conjunto de políticas,

estratégias e medidas para impulsionar a modernização dos serviços públicos por meio de

sistemas informatizados”, bem como: “se faz inevitável empreender processos de

modernização das administrações, otimizando seu rendimento para melhor servir as

necessidades da sociedade”.

Apesar da realidade financeira dos municípios de pequeno e médio porte, muitas

vezes, não permitir o investimento em novas tecnologias para o apoio ao planejamento da

gestão administrativa Oliveira e Luz (1998), afirmam que o planejamento e a administração

urbana baseiam suas decisões em um processo de grande dependência de dados, sendo que

uma excelente fonte para os mesmos é o Cadastro Técnico Multifinalitário.

Segundo Silva et al. (2002), a aplicação do Cadastro Técnico Multifinalitário em um

município possui vários benefícios tais como agilização do atendimento e disponibilização de

informações a população, fornecimento de materiais para auxílio no planejamento do

município e ampliação de dados descritivos do Cadastro a diversos setores da administração

pública.

Carneiro (2003) diz que a responsabilidade pela produção e administração dos dados

cadastrais em nosso país encontra-se fragmentada entre o INCRA, em áreas rurais, e as

prefeituras, em áreas urbanas. A coleta de informações de determinado lugar é característica

fundamental para qualquer tipo de cadastro, urbano ou rural. Deste modo:

Difere dos demais sistemas de informações territoriais por ser baseado em parcelas.

Serve de base para os demais tipos de cadastro (legal, fiscal etc...). (CARNEIRO, 2003).

Com certeza a facilidade em administrar nos dias de hoje é muito maior do que há

alguns anos atrás, já que com o banco de dados geográficos e espaciais muito mais amplo e

organizado, o fornecimento de um meio eficiente de acesso aos dados já é realidade.

Os dados são combinados, onde a informação é possível através de diversos métodos

de consulta, como por exemplo, o endereço ao qual se quer saber, pelo nome do proprietário,

ou por características próprias do objeto.

Segundo Carvalho & Jr, J. G (2006), o arquivo de informações do Cadastro

Imobiliário Urbano deve conter os seguintes dados: Referência cadastral, endereço do imóvel,

nome e endereço do proprietário, patrimônio, utilização dos serviços urbanos e características

do terreno como área e testada.

Como em qualquer cadastro, seja ele de qual tipo for, se técnico, multifinalitário,

imobiliário ou outro, sua execução é constituída basicamente das mesmas etapas. São elas: em

primeiro lugar, a coleta de informações disponíveis, considerada a mais importante delas, já

que uma coleta deficiente de dados confiáveis e suficientes, resulta numa má resposta ao final

do sistema cadastral. Em seguida a preparação dos dados, onde pessoal capacitado é

extremamente essencial para tal tarefa. Na seqüência, o cadastramento, possibilitando realizar

a próxima etapa que vem a ser a elaboração e aprovação das tabelas de valores. Prosseguindo-

se com o processamento e este concluído, a revisão torna-se o último passo para um cadastro

completo.

Conceitos de cadastro territorial e desenvolvimento sustentável, apresentam o

Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) e as diretrizes para o Cadastro Territorial

Multifinalitário (CTM) no meio urbano, discutindo as expectativas com relação ao pleno

funcionamento dos mesmos, considerando-os como importantes instrumentos para o

desenvolvimento sustentável local[...](BRANDÃO& REIS, 2010).

De acordo com o estudo realizado por Lino (2004) é viável o emprego de ferramentas

gratuitas na implementação de um SIG em prefeituras de pequeno e médio porte. Fato este,

comprovado pelo autor que empregou o programa SIG 8 SPRING (gratuito e disponibilizado

pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE) na prefeitura municipal de Sumé (PB).

O mesmo autor utilizou ainda o SPRINGWEB para disponibilizar os dados na Web. Nesta

mesma linha, Pimentel (2011 in press) afirma que “O emprego de programas livres em SIG

no gerenciamento de cadastro se vale, dentre outras razões, para diminuição dos custos de

implantação do cadastro, capacidade de integração com soluções comerciais, troca de

39

experiências com outras entidades, além de possibilitar a adição de aplicativos para solucionar

problemas específicos.

Pimentel (2011 in press) apresenta um quadro comparativo com as características dos

softwares livres de Sistema de Informações Geográficas.

Fonte: Pimentel (2011 in press)

Segundo o Projeto de Lei (PL) 3.057/00, denominado Lei de Responsabilidade

Territorial Urbana, que disciplina a regularização fundiária e o parcelamento do solo nas

cidades, as Informações sobre limitações legais, administrativas e convencionais

(urbanísticas, ambientais, etc.) do imóvel ficarão centralizadas em um único documento.

O cadastro fiscal, elemento do cadastro territorial multifinalitário, pode ser definido

como um inventário oficial das parcelas e benfeitorias que provêem a informação necessária à

determinação do valor do imposto.

Brandão & Carneiro (2002) consideram que adotar um conceito de parcela para o

cadastro no Brasil, constitui numa das necessidades mais evidentes e uma exigência para

possibilitar o uso multifinalitário da informação cadastral.

No âmbito da Lei nº 10.267/01, esta tratou apenas dos imóveis rurais e não atende a

todas as questões necessárias à modernização do Cadastro no país. No sentido de atendimento

às demandas cadastrais do meio urbano, estabelecidas através do Estatuto das Cidades, Lei nº

10.257/01, foi recentemente publicada a Portaria nº 511/2009 do Ministério das Cidades

fornecendo diretrizes para a criação, instituição e atualização do Cadastro Territorial

Multifinalitário – CTM nos municípios brasileiros. Essa Portaria estabelece importante

avanço para o cadastro no Brasil, notadamente no aspecto conceitual:

Art. 1º O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM), quando adotado pelos

Municípios brasileiros, será o inventário territorial oficial e sistemático do município e será

embasado no levantamento dos limites de cada parcela, que recebe uma identificação

numérica inequívoca.

Art. 2º A parcela cadastral é a menor unidade do cadastro, definida como uma parte

contígua da superfície terrestre com regime jurídico único.

Os avanços decorrentes da Lei 10.267/2001 e da Portaria MCidades 511/2009, assim

como as pesquisas acadêmicas desenvolvidas com foco na integração ou cooperação entre os

sistemas cadastrais e registrais, indicam um importante reconhecimento de que o Cadastro no

Brasil seja feito conforme recomendações do Cadastro 2014 da FIG (BRANDÃO, 2003).

Na Declaração de Bathurst (FIG, 1999), a FIG define cadastro multifuncional como

um registro dos interesses territoriais, abrangendo tanto a natureza como a

extensão desses interesses. Um interesse territorial ou direito de propriedade

pode ser estritamente interpretado como um direito legal de posse ou mais

abrangentemente interpretado como qualquer relação única, reconhecida

entre pessoas em relação ao uso do solo.

A disponibilidade de tecnologia que permite a aquisição de informação espacial

impulsionou os cadastros multifuncionais, nomeadamente o avanço de tecnologias como o

Sistema de Posicionamento Global (GPS), as imagens de satélite e as estações totais, que

tornaram a aquisição de informação espacial digital um processo relativamente rápido e fácil,

existindo agora uma vasta quantidade de informação espacial em formato digital armazenada

por diversas organizações em diferentes locais por todo o globo. Nos sistemas

multifuncionais, os cadastros são utilizados na gestão territorial, no planejamento local do uso

do solo e também na gestão de risco e na resposta à emergências.

Para Silva (1979), o Cadastro Multifinalitário pode ser entendido como um conjunto de

informações descritivas sobre a propriedade imobiliária e particular e seus proprietários,

apoiada por um sistema cartográfico próprio e de uso múltiplo. Incorporando-se a estas

informações, destacam-se as informações sócio-econômicas e físico-ambientais que também

se apóiam no mesmo sistema cartográfico A figura 6 mostra a ligação do Cadastro

Multifinalitário com vários setores e algumas aplicações.

41

Figura 6 : Fonte: SILVA, T.F. Um Conceito de Cadastro Multifinalitário. Dissertação de Mestrado. Curso

de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas. UFPR, 1979. Disponível em

http://www.sieg.go.gov.br/viewcade.asp?id_cade=12

O Cadastro possui três sistemas: Sistema de Referência, Sistema Cartográfico e Sistema

Descritivo. Esses sistemas estão interligados formando a estrutura geral do Cadastro. O

Sistema de Referência pode ser entendido como um conjunto de pontos que permite uma base

geométrica, ou seja, um sistema de coordenadas capaz de interligar as informações. Este

sistema pode ser obtido através de métodos que envolvam três tipos de levantamento:

geodésico, topográfico e fotogramétrico. O Sistema Cartográfico é o sistema que possui todos

os produtos cartográficos possíveis (conjunto de cartas) para finalidades diversas. Um desses

produtos é denominado "Carta Cadastral". O Sistema Descritivo é o conjunto de dados

relacionados com a propriedade e o proprietário e todas as informações ligadas aos mesmos

(SILVA, 1979).

Figura 7: Fonte: SILVA, T.F. Um Conceito de Cadastro Multifinalitário. Dissertação de Mestrado. Curso

de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas. UFPR, 1979. Disponível em

http://www.sieg.go.gov.br/viewcade.asp?id_cade=12

O esforço no desenvolvimento de sistemas cadastrais e seus usos demandam

conhecimentos transversais a diferentes áreas do conhecimento, de analistas de sistemas a

engenheiros ambientais.

A conceituação que segue foi retirada e adaptada de (Bley Jr., 2006).

Figura 8: Diagrama estrutural do CTM. (Bley Jr., 2006)

De acordo com Loch, (1998) o Cadastro Técnico Multifinalitário é uma área de

pesquisa intradisciplinar que envolve conhecimentos desde as medidas cartográficas até ao

nível dos imóveis, a legislação que rege a ocupação do solo, bem como uma avaliação

rigorosa da melhor forma de ocupação deste espaço para se obter o desenvolvimento racional

da área.

A evolução do conceito agregou novos paradigmas e o cadastro teve seu alcance

ampliado, agregando as dimensões ambiental e social às suas dimensões econômica, física e

jurídica originais, consolidando a sua multifinalidade. Assim, torna-se um instrumento

fundamental para o ordenamento do espaço territorial e proporciona o acompanhamento e o

controle temporal das atividades num determinado espaço. No futuro se vislumbra um sistema

mais amplo, funcionando como um inventário público metodicamente ordenado, de todos os

objetos legais de um determinado território, país ou distrito, tomando como base a

mensuração dos seus limites. Isto confere ao cadastro a possibilidade de evidenciar a situação

legal completa do território (incluindo o direito público e as restrições por ele determinadas)

sem a separação entre os registros gráficos (cartografia) e os alfanuméricos (atributos),

43

promovendo a modelagem cartográfica digital em substituição à cartografia tradicional.

Também acrescenta ao conceito o escopo do planejamento territorial visando o

desenvolvimento social e econômico e confere liberdade para necessárias adequações para seu

emprego, em condições específicas.

Por suas funções indispensáveis ao suporte do desenvolvimento econômico, o cadastro

tornou-se um instrumento fundamental para ordenamento do espaço territorial e uma das suas

principais características é proporcionar o acompanhamento e controle temporal das

atividades num determinado espaço (LOCH, 1993). Isto permite fazer freqüentes

comparações entre as situações ambientais passadas, as previstas em um plano de ação para

melhoria contínua e as futuras, após o plano implantado. Segue o autor dizendo que resolver

através do cadastro, essas discrepâncias entre o planejado e o acontecido, dá a necessária

sustentação técnica e jurídica ao projeto que o emprega.

Articular grandes volumes de informações é uma característica importante do CTM

como ferramenta de gestão. A Tecnologia de Informação facilita os registros alfa-numéricos,

assim como a criação de mapas em escalas diversas os quais são elementos essenciais para

ações de gerenciamento e para o tratamento, a integração e o processamento dos dados sócio-

econômicos e físico-territoriais georreferenciados. Isso permite afirmar que, embora integre

em seu âmbito os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), o CTM não se limita a eles,

servindo-se de SIGs apenas para operar matricialmente com dados. Então, a abrangência dos

seus contornos é mais ampla do que a de um SIG e que para este funcionar com eficiência é

necessário, primeiramente, ter como base um CTM bem estruturado, com seus bancos de

dados e procedimentos bem definidos.

2.5 PROCESSO DE EXECUÇÃO CADASTRAL

Neste tópico pretende-se abordar o processo de execução cadastral, nomeadamente a

forma como são obtidos os limites reais das parcelas e como é feita a sua representação em

cartas cadastrais de forma exata. Assim, conforme Nevratil e Frank (2004) citados por

Guilherme (2008), assume-se que é possível definir processos gerais que, em princípio,

servirão para qualquer tipo de sistema cadastral constituindo os processos, deste modo,

métodos gerais sem relação a qualquer sistema cadastral específico.

Norteadores do Cadastro Urbano

Os princípios norteadores do Cadastro Urbano são os seguintes:

a) Identificação das divisas juntamente com os proprietários;

b) Amarração (vinculação) do imóvel à rede geodésica brasileira, para garantir a exata

localização das divisas da propriedade, cujos limites são representados por

coordenadas UTM ou sistema topográfico local;

c) Vinculação dos dados técnicos ao registro imobiliário para proporcionar total

embasamento técnico à garantia do direito de propriedade.

Segundo Souza (2009), existem formas diferenciadas para a atualização de dados

cartográficos destinados ao Cadastro. Os métodos de atualização, basicamente, são

classificados através do tipo de coleta dos dados e, de acordo com Souza, 2009 citando Souza,

2001, são nomeados de métodos diretos e métodos indiretos.

Nos métodos diretos são utilizados equipamentos que coletam dados em campo. A

coleta se dá a partir de técnicas topográficas e geodésicas que dispõem de trenas, balizas,

níveis, teodolitos, prismas, estação total e receptores GPS (SOUZA, 2009).

Contrário aos métodos diretos, nos métodos indiretos a coleta de dados se dá sem que

haja o contato direto com os alvos de interesse. Para isso são utilizadas técnicas

fotogramétricas e de Sensoriamento Remoto a partir de fotografias aéreas e imagens de

satélite (SOUZA, 2009).

Medição Cadastral de Parcelas Simples

Uso adequado de trena

Segundo Brandão (2011), somente as medidas dos lados de uma parcela não garante o

correto cálculo da área, a solução mais simples é decompor as parcelas em triângulos.

Constituindo a parcela a unidade espacial básica do cadastro, a demarcação física dos

limites parcelares no terreno que é feita, geralmente, recorrendo a marcos ou a características,

naturais ou artificiais, visíveis no solo, é importante porque permite uma noção real dos

limites da propriedade (FIG, 1995). A sua representação gráfica pode ser feita através de

linhas em mapas ou por coordenadas e a importância da sua exatidão é maior quando, em caso

de disputa, a representação em mapa prevalecer legalmente à demarcação no terreno. (FIG,

1995).

Embora os procedimentos cadastrais variem de país para país, existem fases

obrigatórias, ainda que com características diferentes.

Dale & McLaughlin (1990 citados por Guilherme, 2008), identificam as quatro

principais operações em um cadastro jurídico, cada uma delas fornecedora de informação

territorial: adjudicação, demarcação, levantamento cadastral e descrição.

A adjudicação consiste na determinação oficial dos direitos do solo e ocorre durante a

compilação inicial dos registros (DALE & MCLAUGHLIN, 1990 citados por GUILHERME,

45

2008). Este processo não cria nem altera direitos existentes, estabelecendo apenas quais os

direitos que existem, por quem são exercidos e a que limitações (quando existem) estão

sujeitos (DALE & MCLAUGHLIN, 1990 citados por GUILHERME, 2008). Deverá,

portanto, ser uma fase que introduza certeza e caráter definitivo aos registros territoriais, o

que, infelizmente, nem sempre acontece, sobretudo em áreas de posse informal onde não

existam registros dos direitos territoriais, ou quando existam, não sejam confiáveis (DALE &

MCLAUGHLIN, 1990 citados por GUILHERME, 2008).

A demarcação e o levantamento cadastral são fases complementares. Ambas as fases

têm lugar no início do processo e sempre que ocorram alterações na posse sendo que a

demarcação consiste na marcação dos limites de cada parcela no terreno e o levantamento

cadastral implica medição e cartografia das parcelas (DALE & MCLAUGHLIN, 1990 citados

por GUILHERME, 2008). Permitem saber o tamanho e a forma das parcelas bem como a sua

localização em relação às parcelas limítrofes.

A demarcação dos limites parcelares pode ser conseguida através da colocação de

marcos nos cantos da propriedade e de estacas no solo ou pela construção de entidades

GUILHERME, 2008).

Os mesmo autores (1990) indicam que, no caso do levantamento cadastral, a moldura

geométrica fornece a base para produzir mapas que podem auxiliar na administração do

território, ao nível de planejamento e controle de desenvolvimento, da redefinição de limites

disputados ou incertos, ou da estruturação de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ou

Sistemas de Informação Territorial (SIT). O ideal é estabelecer uma rede geodésica nacional

que defina uma moldura única de referência através da qual toda a cartografia, levantamentos

de campo e outras atividades de recolha de dados na área abrangida por essa rede, possam ser

espacialmente integrados (DALE & MCLAUGHLIN, 1990 citados por GUILHERME, 2008).

A utilização de um único sistema de coordenadas na georreferenciação dos limites das

parcelas facilita a sua associação e validação (GUILHERME, 2008).

Oliveira et. al. (2006) citados por Guilherme (2008), consideram o uso de ferramentas

de geoprocessamento fundamental para o cadastro multifinalitário, uma vez que fornecem

produtos e técnicas de identificação das parcelas de interesse na esfera municipal. Os mesmos

autores consideram o geoprocessamento como envolvendo as várias etapas de execução:

levantamentos topográficos, fotogramétricos, cadastrais, e produção cartográfica, integrando-

os e, por sua vez, gerando uma base de dados espacial, única e consistente (GUILHERME,

2008).

Os avanços tecnológicos revolucionaram a aquisição de informação cadastral,

tornando o processo mais rápido e fácil. Destacam-se aqui o GPS, a utilização de imagens de

satélite e a utilização de estações totais (GUILHERME, 2008).

A descrição implica a inserção de informação relevante no sistema oficial de registro e

é também uma fase que tem lugar no início do processo e sempre que ocorram alterações na

posse (DALE & MCLAUGHLIN, 1990 citados por GUILHERME, 2008). Este registro é,

geralmente, composto de dois elementos: registro dos atributos associados a cada parcela e

descrição da parcela aos quais se referem (DALE & MCLAUGHLIN, 1990 citados por

GUILHERME, 2008). Alguns dos atributos associados à parcela que importa registrar são,

por exemplo, o nome do proprietário, a natureza da posse, o preço pago pela propriedade no

ato da compra, quaisquer restrições ao seu uso, entre outros, podendo também ser incluída

informação adicional de caráter multifuncional, tal como o uso do solo ou o tipo de solo

(DALE & MCLAUGHLIN, 1990 citados por GUILHERME, 2008). Quanto à descrição da

parcela propriamente dita, é fundamental identificá-la através de um número identificador

único que permita associar esta informação à informação dos seus atributos devendo também

ser fornecida informação relativa ao tamanho e à forma da parcela e uma localização (mesmo

que apenas aproximada) dos seus limites, bem como alguns detalhes das parcelas limítrofes

(DALE & MCLAUGHLIN, 1990 citados por GUILHERME, 2008). Esta descrição deve

permitir a redefinição de limites em caso de disputas ou incerteza, o fracionamento da parcela

e o cálculo de áreas para fins de planejamento ou avaliação e deve também servir de base para

a gestão da informação territorial e para o cadastro multifuncional (DALE &

MCLAUGHLIN, 1990 citados por GUILHERME, 2008).

Nevratil e Frank (2004) citados por Guilherme (2008), identificam um outro processo

cadastral, o de acesso à informação. Este processo ocorre após os restantes e relaciona-se

com a forma como é possível acessar a informação cadastral e com quem pode acessar a

mesma. As formas e níveis de acesso à informação cadastral devem ser rigorosamente

definidos. O acesso à informação pode ser limitado pelas leis nacionais e por esse motivo

alguns critérios de pesquisa, como por exemplo, pesquisa por nome de proprietário, podem

ser exclusivas de algumas entidades que necessitem de acessar esta informação (NEVRATIL

&e FRANK, 2004 citados por GUILHERME, 2008). Deste modo, antes de permitir o acesso

à informação, o sistema deve ser capaz de testar o nível de acesso do utilizador à mesma,

sendo o resultado do pedido apenas gerado se a requisição for autorizada (NEVRATIL &e

FRANK, 2004 citados por GUILHERME, 2008).

47

Como a designação indica, cadastros multifinalitários têm finalidades múltiplas. O

local de armazenamento dos dados deste cadastro não é necessariamente único. Um CTM

pode e deve ser estruturado de modo a compartilhar dados residindo em diferentes servidores

e diferentes sistemas. Assim, quanto maior o número de usuários que compartilhem do CTM,

menores os custos de aquisição dos dados cadastrais e de desenvolvimento e manutenção do

sistema, através do efeito de diluição.

Tal compartilhamento de informações pressupõem padrões comuns de intercâmbio de

informações entre diferentes repositórios de dados alfanuméricos e geográficos, e o

estabelecimento de protocolos institucionais e técnicos de intercâmbio, a partir de um modelo

de negócios básico, sustentado pela cooperação. Os dados filtrados de diferentes bases devem

ser espelhados através deste protocolo nos diferentes servidores, com atualizações periódicas

automáticas. Isto fará com que os dados sendo acessados por um sistema de uso específico

residam no próprio servidor, assegurando a máxima velocidade de acesso e, portanto,

maximizando o desempenho do sistema.

Sistemas de Informação Territorial e Sistema Cadastral

Historicamente, o homem possui a necessidade de delimitar o território, a parcela ou

propriedade de uma tribo, família ou simplesmente um individuo, e varias são as formas de

definir seus limites como por ocupação, por lutas entre tribos, pelo acordo mútuo ou por

aplicação de leis (LARSSON, 1996).

Com o desenvolvimento de novas tecnologias e surgimento de modernos

equipamentos de medições e posicionamento como estações totais, níveis eletrônicos, GPS e

o GLONASS (Global Navigation Satellite System), associados às fotografias aéreas ou

imagens de satélites, tornou-se possível a identificação física de cada propriedade propiciando

uma certa reforma cadastral nos municípios.

Atualmente a Tecnologia da Informática fornece facilidades para o gerenciamento e

acesso as informações, manipulação, armazenamento e segurança dos dados, a partir de

softwares e hardwares. Uma vez que estes dados estejam em formato digital, podem ser

facilmente duplicados, diminuindo a possibilidade de perda de informação, além de

proporcionar maior velocidade de disseminação dos dados.

A combinação de modernos equipamentos para medição e posicionamento para

aquisição de dados espaciais associados aos computadores equipados com hardwares e

softwares apropriados proporcionam a implantação de sistemas de informações nos

municípios, que auxiliam na administração publica e planejamento para tomadas de decisões.

A definição de Sistema de Informação Territorial - SIT mais conhecida, adotada e

recomendada pela Federação Internacional de Geômetras (Féderation Internationale des

Géomètres - FIG) considera o SIT como sendo uma ferramenta para auxiliar o planejamento e

tomada de decisão administrativa, econômica e legal, e constituída de base de dados contendo

dados espaciais referentes a uma área definida, associada a procedimentos e técnicas para a

coleta sistemática de dados, atualizações, processamento e distribuição de dados, sendo que

tanto a base quanto os dados devem estar no mesmo sistema de referencia para facilitar a

comunicação com outros dados relativos (LARSSON, 1996). A Figura 9 apresenta o esquema

de um SIT definido por Larsson (1996).

Figura 9: Esquema de um Sistema de Informação Territorial.

Fonte: Adaptado de Larsson (1996).

Para Dale & McLaughlin (1990), cada Sistema de Informação Territorial e definido

em função da sua finalidade podendo ser planejado para um especifico fim, como por

exemplo, um Sistema de Informações Cadastrais, também conhecido como Cadastro, cujo

objetivo e apresentar características referentes à realidade física das parcelas territoriais, ou

seja, informações sobre direitos, uso e valor das parcelas.

Sensoriamento Remoto

De acordo com Novo (1992), Sensoriamento Remoto é definido como a ciência e a

arte de obtenção de informação de um objeto, área ou fenômeno da superfície terrestre,

através da analise dos dados adquiridos por meio de sensores ou dispositivos, sem que haja

contato direto com os mesmos.

Souza (2009), recomenda que, para a atualização de dados de atributos do cadastro

urbano, a maior preocupação deve ser com a utilização de imagens de satélite de alta

49

resolução espacial[...] Desta forma, ao se utilizar imagens de satélite para fins de

mapeamentos, há de serem discutidos fatores como qualidade de dados obtidos e qual a

finalidade para que se aplique as imagens como fonte inicial de processos.[..] Diante disso, é

necessário cuidado e esforço em conhecer a região analisada, bem como estabelecer

parâmetros diferentes no processo de classificação, de acordo o objetivo traçado.

3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AIRA-LECHÓN, A. Innovation en la elaboración de un Sistema de Información

Geográfica (SIG) y uma Infraestructura de Dados Espaciales (IDE) para la gestión de la

informactión urbanística em la administractión pública. Anais, CDROM, Semana

Geomática 6, Barcelona, 2005.

AMORIM, A et al. Uma metodologia alternativa para otimização da entrada de dados

em sistemas cadastrais. Em: Revista de Cartografia. Rio de Janeiro, 2004.

AMORIM, A et al. Utilização do Cadatro Territorial Multifinalitário na Gestão de

Riscos.. V Encontro Nacional e I Congresso Internacional de Riscos. Disponível em

http://www1.ci.uc.pt/nicif/riscos/saber%20mais/saber%20mais%20territorium.html#Nº16_-

_2009_0. Acesso em 03 jun. 2011.

AMORIM, A.; SOUZA. G. H. B.; DALAQUA, R. R. Uma metodologia alternativa para a

otimização da entrada de dados em sistemas cadastrais. Revista Brasileira de Cartografia.

n.56, p. 47-54, jul. 2004.

ANDRADE, J. B. Fotogrametria. Curitiba: SBEE, 1998, 258p.

ANTUNES, A. F. B. Curso de especialização em Geotecnologias: cadastro técnico

urbano e rural. 59 f. Departamento de Geomatica. Universidade Federal do Paraná. Curitiba,

2004.

BLEY JUNIOR, C. J. Cadastro técnico multifinalitário, uma ferramenta gerencial para a

integração de critérios de gestão territorial e gestão ambiental. O caso da Itaipu

Binacional. Maio, 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Curso de Engenharia

Civil. UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis: UFSC, 2006.

BRANDÃO, A. C. O princípio da vizinhança geodésica no levantamento cadastral de

parcelas territoriais. Tese de doutorado em Engenharia de Produção - UFSC, Florianópolis,

2003.

BRANDÃO, Artur Caldas & SANTOS FILHO , Abel Vicente dos. Sistema de Cadastro

Territorial Georreferenciado em Áreas Urbanas. Em Revista VeraCidade – Ano 3 - Nº 3 –

Maio de 2008.

BRANDÃO, Artur Caldas & REIS, Ernesto Santana. Cadastro Territorial como

Instrumento de Sustentabilidade. XXIV Congresso Brasileiro de Cartografia - Aracaju - SE

- Brasil, 16 a 20 de maio de 2010.

BRANDÃO, Artur Caldas. Cadastro Territorial. UFBA (material de aula) [email protected]

Salvador-BA, 2011.

CARNEIRO, A. F. T.; Cadastro e registro de imóveis em áreas rurais e urbanas: A lei

10.267/2001 e experiências nos municípios de São Paulo e Santo André. Revista Brasileira

de Cartografia, Rio de Janeiro, nº 53, p. 73-81, dez. 2001.

51

CARNEIRO, A. F. T. Cadastro Imobiliário e Registro de Imóveis. 1ª. ed. Editora Sergio

Antonio Fabris, Porto Alegre 2003. 272p.

CARVALHO, A. W. B.; JUNIOR, J. G.: Cadastro Técnico Municipal, Departamento de

Arquitetura e Urbanismo da UFV. Florianópolis, 2006.

CENTENO, J. A. S. Sensoriamento Remoto e processamento de imagens digitais. 1. ed.

Curitiba: Curso de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas, Universidade Federal do Paraná,

2004.

CLICHEVSKY. N. Vazios urbanos nas cidades Latino – Americanas. Caderno de

Urbanismo. Nº 2. 2000. Disponível em: <

http://www.rio.rj.gov.br/smu/paginas/noticias_caderno_ed2-6.htm>. Acesso em: 2 jun. 2011.

DALE, P.F. & MCLAUGHLIN, J. D. Land information management, an introduction

with special reference to cadastral problems in third world countries. Oxford. Oxford

University Press, 1990, 259p.

DIGITALGLOBE. QUICKBIRD imagery products – products guide. 78 f. 2006.

Disponível em: <http:www.digitalglobe.com>. Acesso em: 14 ago. 2011.

ERBA, D. A.; OLIVEIRA, F. L.; LIMA JUNIOR, P. N. Cadastro multifinalitário como

instrumento de política fiscal e urbana, Rio de Janeiro, 2005.

FIG - Federação Internacional dos Geômetras. Declaração da FIG Sobre o Cadastro. 1995.

Disponível em: <http://www.fig.net/ >. Acesso em: 20 de abril de 2011.

FIG. The Bathurst Declaration on Land Administration for Sustainable Development.

1999. Disponível em: <http://www.fig.net/pub/figpub/pub21/figpub21.htm> . Acesso em: 07

jul. 2011.

GARCIA, R. C. O que é preciso saber sobre o cadastro técnico multifinalitário. Brasília,

DF: Caixa Econômica Federal, 2007. (Rio de Janeiro: IBAM, 2007)

GONÇALVES, R. P. Modelagem conceitual de bancos de dados geográficos para

cadastro técnico multifinalitário em municípios de pequeno e médio porte. Dissertação de

mestrado em engenharia civil da Universidade Federal de Viçosa/MG, 2008.

GUILHERME, Angela Maria Filipe. Cadastro Predial Multifuncional Municipal. 136p.

Dissertação. (Mestre em Estatística e Gestão de Informação) Instituto Superior de Estatística e

Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa. 2008.

HEROLD, M.; LIU, X. H.; CLARKE. K. C. Spatial Metrics and Image Texture for

Mapping Urban Land Use. Photogrammetric Engineering & Remote Sensing. v. 69, n.9, p.

991- 1001. 2003.

HOLANDA, Aurélio Buarque de. Novo dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:

Nova Fronteira, 2006.

IHLENFELD, Renate. Cadastro Técnico Multifinalitário: Uma Ferramenta para o

Desenvolvimento e a Sustentabilidade do APL da Madeira na Região do Vale Médio

Iguaçu. Canoinhas, 2009.

INCRA. Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais. Brasilia, Nov.

2003. 42 f.

KAUFMANN, J.; STEUDLER, D. Cadastre 2014: a vision for a future Cadastral System. In:

FEDERATION INTERNATIONALE GEOMETRES CONGRESS, XXI, Brighton, 1998.

Disponivel em: < http://www.fig.net/cadastre2014/translation/c2014-english.pdf >. Acesso

em: 11 mai. 2011.

KNOREK, R. Elementos fundamentais para o desenvolvimento e sustentabilidade na

agropecuária. Dissertação de mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal

de Santa Catarina. Florianópolis, 2000. 136

KUX, H. J. H; PINHEIRO, E. S. Dados do satélite QUICKBIRD para o mapeamento do

uso e cobertura da terra numa seção da Mata Atlântica no Estado do Rio Grande do

Sul. In: SIMPOSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, XII, Goiânia.

Anais... 2005. p. 4509-4516.

LARSSON, G. Land registration and cadastral systems. London: Longmam Group UK.

1996.

LAUDON C. K; LAUDON J. P. Information systems and the internet. Tradução de D. C.

de Alencar. Rio de Janeiro: LTC. 1999.

LILLESAND, T. M.; KIEFER, R. W. CHIPMAN, J. W. Remote sensing and image

interpretation. 4 ed. New York: John Wiley & Sons, 2004. 721 p.

LINO A. de Araújo, Marcello. Sistemas de Geoinformação (SIG) em Cidades de pequeno

Porte: Estudo de Alternativa para Implantação. Recife, 2004, 98 p. Dissertação

(Mestrado) – Centro de Tecnologia e Geociências, Universidade Federal de Pernambuco.

LOCH, C. Interpretação de imagens aéreas: noções básicas e algumas aplicações nos

campos profissionais. 2 ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 1989. 118 p.

LOCH, C. A interpretação de imagens aéreas. Noções básicas e algumas aplicações nos

campos profissionais. 3. ed. Florianópolis, UFSC, 1993.

_____. Cadastro técnico multifinalitário rural e urbano. Florianópolis: UFSC, 1998.

_____. A realidade do cadastro técnico multifinalitário no Brasil. Anais XIII Simpósio

Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007, INEP, p. 1281-

1288.

_____. Cadastro técnico multifinalitário e a gestão territorial. UFSC, Disponível em:

<http://www.pp.ufu.br/Cobenge2001/trabalhos/EMA023.pdf>. Acesso em: 02 mai. 2011.

LOCH, C.; LAPOLLI, E. M. Elementos básicos da fotogrametria e sua utilização prática.

4. ed. Florianopolis: UFSC, 1998.

53

LOCH, C. Cadastro técnico multifinalitário, rural e urbano. Florianópolis: UFSC, 1998.

LOCH, R. N.; KIRCHNER, F. F. Potencialidade de imagem espectral e espacial de alta

resolução no fornecimento de dados de uso da terra em áreas degradadas pela

mineração. In: SIMPOSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, X, Foz do

Iguaçu, Anais...2001.

LOCH, Carlos; ERBA, Diego Alfonso, 2007. Cadastro Técnico Multifinalitário : rural e

urbano. Cambridge, MA: Lincoln Institute of Land Policy.

________. 1996. Managing spatial continuity for integrating environmental models with

GIS. In: GOODCHILD, M.F. et al. (eds.) GIS and environmental modeling: progress and

research issues. Fort Collins, CO: GIS World Books. p.339-343.

LYON, J. C. Wetland Landscape Characterization: GIS, Remote Sensing and Image

Interpretation. 1o ed. Chelsea: Ann Arbor Press. 2001. 224p.

MARCHETTI, D. A. B.; GARCIA, G. J. Princípios de Fotogrametria e

Fotointerpretação. 1ª. ed. São Paulo: Livraria Nobel S.A. 1977. 257 p.

MAGALHAES, S. F. Ruptura e Contigüidade: a cidade na incerteza. 2005. 272 f. Tese

(Doutorado em Urbanismo-Prourb) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Diretrizes para a criação, instituição e atualização do

Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) nos municípios Brasileiros. Distrito Federal,

2010.

MIYASHITA, Priscila Midori. Avaliação de uma metodologia de baixo custo para o

cadastro de propriedades em áreas de expansão e vazios urbanos. Presidente Prudente,

2008.

MOREIRA, M. A. Fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de Aplicação.

São Jose dos Campos: INPE, 2003. 307 p.

NEVRATIL, Gerhard; FRANK, Andrew U. Processes in a cadastre. Computers,

Environment and Urban Systems. Oxford: Elsevier, 2004.

NOVO, E. M. L. M. Sensoriamento Remoto: princípios e aplicações. 2o ed. São Paulo:

Edgard Blucher. 1992. 308p.

OLIVEIRA, F. L. Vazios urbanos no Rio de Janeiro. Caderno de Urbanismo. Nº 2. 2000.

Disponível em: < http://www.rio.rj.gov.br/smu/paginas/noticias_caderno_ed2-6.htm>. Acesso

em: 04 abr. 2011.

OLIVEIRA, R; LUZ, G. Informatização do planejamento municipal numa estruturação

evolutiva: uma experiência do Canadá. Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico

Multifinalitário, 3, Florianópolis. Anais. 1998.

ÖSTERBERG, Tommy. The Importance of Cadastral Procedures for Sustainable

Development. FIG XXII International Congress, realizado em Washington, de 19 a 26 de

Abril de 2002. Disponível em: http://www.fig.net/pub/fig_2002/TS7-2/TS7_2_osterberg.pdf.

Acesso em 01 set 2011.

PELEGRINA, Marcos Aurélio & VALMORBIDA, Leomar. Diagnóstico da Cartografia

Aplicada ao Cadastro Fiscal – Estudo de Caso Município de Cascável – PR. III Simpósio

Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife - PE, 27-30 de

Julho de 2010 p. 001 – 009.

PESL, Ivan. Cadastre and Other Public Registers: Multipurpose Cadastre or

Distributed Land Information System?. FIG Working Week 2003, realizada em Paris,

entre 13-17 de Abril de 2003. Disponível em: http://www.eurocadastre.org/pdf/pesl.pdf.

Acesso em 01 ago. 2011.

PHIPLIPS, J. Os dez mandamentos para um cadastro moderno de bens imobiliários. Em:

CONGRESSO BRASILEIRO DE CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO 2.

Florianópolis, 1996. Anais. Florianópolis, p. (II) 170-183.

PIMENTEL, Juvínio da Silva. Estruturação das Bases para um Cadastro Multifinalitário

em município de pequeno porte. 2011. 117f. Dissertação (Mestrado em Ciências Geodésicas

e Tecnologia da Informação – Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

POON, J.; SMITH, L.; FRASER, C. Orthoimage Resolution and quality Standards. 39 f.

University of Melbourne. 2006.

ROSÉS, M. Conceptos para implementar aplicaciones georreferenciadas para Internet. 2004.

RICHARDS, J. A. Remote Sensing Digital Image Analysis: An Introduction. Springer-

Verlag Berlin Heidelberg, 1993. 340 p.

SANTOS FILHO, Abel Vicente dos. Diretrizes para a medição das parcelas do Cadastro

territorial Georreferenciado em áreas urbanas. Dissertação apresentada ao Mestrado em

Engenharia Ambiental Urbana - MEAU, da Escola Politécnica da Universidade Federal da

Bahia, como requisito para obtenção do grau de mestre. Salvador, 2008.

SILVA, Edna Lúcia da. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação/Edna Lúcia

da Silva, Estera Muszkat Menezes. – 3. ed. rev. atual. – Florianópolis: Laboratório de Ensino

a Distância da UFSC, 2001. 121p.

SILVA, Everton da [et.al.] Considerações sobre a Implementação de um Cadastro

Técnico Multifinalitário. Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário 2002,

realizado na UFSC, em Florianópolis, de 6 a 10 de Outubro de 2002. Disponível em:

http://geodesia.ufsc.br/Geodesia-online/arquivo/cobrac_2002/136/136.htm. Acesso em 02 set.

2011.

SILVA, Maria Augusta; STUBKJÆR, Erik. A review of methodologies used in research on

cadastral development. Computers, Environment and Urban Systems. Oxford: Elsevier, 2002.

55

SILVA, T.F. Um Conceito de Cadastro Multifinalitário. Dissertação de Mestrado. Curso de

Pós-Graduação em Ciências Geodésicas. UFPR, 1979. Disponível em

http://www.sieg.go.gov.br/viewcade.asp?id_cade=12. Acesso em 14 ago. 2011.

SOUZA, Gabriel Gustavo Barros de. Atualização Cadastral de Área Urbana a partir de

Classificação de Imagens. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em

Ciências Cartográficas da Universidade Estadual Paulista – Campus de Presidente Prudente,

para obtenção do título de Mestre em Ciências Cartográficas. Presidente Prudente, 2009.

STEUDLER, D.; KAUFMANN, J. Benchmarking Cadastral Systems, FIG, Denmark, 77 p.

2002.

STEUDLER, Daniel; RAJABIFARD, Abbas; WILLIAMSON, Ian P. – Evaluation of land

administration systems. Land Use Policy. Oxford: Elsevier. 2004.

TING, Lisa; WILLIAMSON, Ian P. Cadastral Trends: A Synthesis. The Australian

Surveyor, 1999. Disponível em:

http://www.sli.unimelb.edu.au/research/publications/IPW/CadastralTrendsSynthesis.html.

Acesso em 22 set 2011.

TOSTES, Fátima Alves. Geotecnologias, Apoio ao Desenvolvimento Urbano. Disponível

em MundoGeo, acesso em 10 de abril de 2011.

von MEYER, Nancy. GIS and Land Records: The ArcGIS Parcel Data Model. USA:

ESRI Press, 2004. 184 p.

WILLIAMSON, Ian; ENEMARK, Stig. Understanding Cadastral Maps. The Australian

Surveyor. 41:1 (1996) 38–52. Disponível em:

http://www.sli.unimelb.edu.au/research/publications/IPW/ipw_paper26.html, Acesso em 23

out. 2011.

Sites Consultados <http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/desenvolvimento_urbano/gestao/CARTILHA_DE_

CADASTRO_TECNICO_MULTIFINALITARIO_2007.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2011.

<http://www.engesat.com.br/satelites/ikonos.htm>. Acesso em: jun. 2011.

<http://geodesia.ufsc.br/Geodesia-online/arquivo/1999/04/cw.htm>. Acesso em 09 de jul. de

2011.

BASTOS, Fernando. Sistema de Informações Georreferenciadas. In: CENTO E VINTE E

CINCO DICAS PARA A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL. Instituto Pólis. São Paulo,

2000.

<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm

APÊNDICE

57

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

ESCOLA POLITÉCNICA - MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

URBANA

QUESTIONÁRIO - PESQUISA COM OS GESTORES MUNICIPAIS1

Coleta de Informações para o Trabalho Acadêmico do Programa de Mestrado da

Universidade Federal da Bahia – UFBA

Tema abordado: Cadastro Territorial Multifinalitário – MODELO DE CADASTRO

TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE

Nome do respondente:

Responsável pelas informações: __________________________________________

INSTITUIÇÃO/ENTIDADE/EMPRESA____________________________________

Cargo/função: ________________________________________________________

E-mail: _____________________________________________________________

Fone: ______________________________________________________________

O CTM, segundo Loch apud Blachut (1993, p.61) é [...] um sistema de registro de dados

que identificam ou caracterizam uma área de interesse; registros este que devem ser

executados ou apresentados de forma descritiva e sempre apoiados numa base cartográfica

bem definida. [...], o cadastro atende as necessidades informativas e legais da propriedade, da

terra tanto rural como urbana; serve órgãos governamentais, de trabalho e aos usuários que

necessitam de informações precisas de uma unidade de produção ou de uma região. A

automação tecnológica, denominado de “Cadastro Técnico Multifinalitário - CTM faz

necessário a implantação do mesmo no seguinte entendimento.

1) Há na estrutura administrativa do município algum órgão (setor, núcleo, coordenação

ou similar), responsável pela guarda das bases cartográficas e/ou geoprocessamento?

Em caso afirmativo, encontra-se vinculado a que secretaria?

( ) Sim ( ) Não ____________________________________

2) Ao longo destes anos, a administração municipal vem utilizando de forma sistemática

o Cadastro Territorial Multifinalitário? Em que áreas/atividades?

( ) Sim ( ) Não

Áreas/atividades:

( ) Meio ambiente/análise ambiental

( ) Urbanismo

( ) Plano Diretor

( ) Cadastro técnico municipal (logradouros, atividades econômicas e imobiliário)

( ) Serviços em rede (luz, água, esgotamento, drenagem, transporte)

( ) Indicadores censitários/demográficos

( ) Política habitacional/regularização fundiária

( ) Outras ___________________________________________________

3) Quais as maiores necessidades (principais demandas) da administração municipal, no

que concerne às consultas de informação de caráter espacial de que o município

precisa?

( ) Elaboração de mapas temáticos

( ) Elaboração e manutenção de bancos de dados geográficos

( ) Utilização de ferramentas CAD (utilização em obras e serviços municipais)

( ) Consulta à base geográficas em formato analógico (papel)

( ) Informações textuais

( ) Outras ___________________________________________________

4) Qual a formação dos técnicos (caso nível superior) que atuam na área de Cadastro

Territorial Multifinalitário? Informar a quantidade de profissionais por área.

( ) Geografia/Geologia

( ) Urbanismo

( ) Engenharia Civil/Ambiental/Agrimensura

( ) Arquitetura

( ) Outras

( ) Funcionários de nível médio

5) Os funcionários encontram resistência na utilização de Cadastro Territorial

Multifinalitário?

( ) Sim ( ) Não

6) A administração municipal possui convênio para assessoramento em Cadastro

Territorial Multifinalitário com algum órgão estadual ou federal na área

(CONDER/INFORMS, SEI, IBGE ou Ministério das Cidades)? Vê necessidade?

_____________________________________________

59

7) O (a) Sr (a) tem conhecimento da existência do aplicativo TerraView (Sistema de

Gerenciamento de Base de Dados Geográficos Municipais), coordenado pelo Ministério

das Cidades?

( ) Sim ( ) Não

8) O (a) Sr (a) tem conhecimento do projeto GEO SNIC (Sistema Nacional de

Informação das Cidades), do Ministério das Cidades?

( ) Sim ( ) Não

9) Quais os principais problemas enfrentados pela administração municipal para dar

prosseguimento aos projetos de geoprocessamento?

( ) Falta de pessoal qualificado

( ) Necessidade de uma base cartográfica atualizada

( ) Desconhecimento das funcionalidades

( ) Falta de recurso

( ) Alto custo das licenças dos principais softwares

( ) Outras

( ) Não vê necessidade no momento

10) O município possui alguma base cartográfica? Qual foi a forma do levantamento da

informação?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, informar ao lado o ano de elaboração:

( ) Cartografia analógica _____

( ) Cartografia analógica/ortofoto _____

( ) Imagem de satélite _____

( ) Levantamento topográfico _____

( ) Levantamento de GPS _____

11) A base cartográfica foi (é) utilizada nas áreas de saúde e educação?

_____________________________________________

12) Há registro de utilização dos dados censitários/demográficos do IBGE na área de

Cadastro Territorial Multifinalitário na administração municipal?

( ) Sim ( ) Não

13) O Cadastro Territorial Multifinalitário (base de logradouros e imobiliário - IPTU)

encontra-se georreferenciado? Quando foi feita a última atualização?

( ) Sim ( ) Não

Atualização: ______________________

14) Com relação ao cadastro técnico, é a própria prefeitura que realiza a sua atualização

ou uma empresa terceirizada?

( ) Própria prefeitura ( ) Terceirizado

15) Qual (is) o (s) software (s) de geoprocessamento utilizado (s) na prefeitura?

__________________________________________

16) Há disponibilização de informação geográfica municipal em ambiente web?

( ) Sim ( ) Não

Espaço reservado para comentários adicionais, caso necessário

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

1 Adaptado de Castro, 2009

61

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

ESCOLA POLITÉCNICA - MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

URBANA

QUESTIONÁRIO - PESQUISA DE CAMPO2

Coleta de Informações para o Trabalho Acadêmico do Programa de Mestrado da

Universidade Federal da Bahia – UFBA

Tema abordado: Cadastro Territorial Multifinalitário – MODELO DE CADASTRO

TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE

01 Um Cadastro Técnico Multifinalitário -

CTM é um banco de dados carregado de

informações atualizadas. O SR (a) tem

conhecimento sobre o que é CTM?

Sim ( ) Não ( )

Nas questões a seguir, serão apresentadas algumas afirmações sobre elementos que

compõem um CTM. Indique NO SEU PONTO DE VISTA O NÍVEL DE IMPORTÂNCIA

(1,2,3,4,5) em que os elementos citados são fundamentais para o desenvolvimento e a

sustentabilidade do seu Município.

1 = sem importância alguma

2 = pouca importância

3 = importância mediana

4 = importante

5 = muito importante 02 (CADASTRO LEGAL) é a

Denominação dada ao cadastro

multifinalitário que amparado por leis atinge os objetivos em garantir

legalmente a propriedade

imobiliária

1 2 3 4 5

03 (CADASTRO FISCAL) Um banco

de dados que contenha informações

sobre tributos, taxas e impostos. Tem essa denominação porque visa

a cobrança de taxas e impostos

incidentes sobre a propriedade

imobiliária.

1 2 3 4 5

04 (CADASTRO GEOAMBIENTAL)

Um banco de dados que contenha

informações sobre os recursos

naturais e culturais.

1 2 3 4 5

05 (CADASTRO

GEOMORFOLÓGICO) Um banco

de dados que contenha especificações sobre o uso do solo e

relevo do território. É o cadastro

que mostra um mapa com a

classificação do relevo em cada imóvel.

1 2 3 4 5

06

(CADASTRO DO USO DO SOLO) Um banco de dados que

contenha o uso do solo. É o

cadastro que mostra como se dá o

aproveitamento da terra.

1 2 3 4 5

07 (CADASTRO DE TRANSPORTES) Um banco de

dados que contenha cadastro de

empresas transportadoras na

logística viária . É o cadastro que representa a estrutura viária entre

imóveis e suas correlações a nível

local e global.

1 2 3 4 5

08 (CADASTRO DE

INFRAESTRUTURA) Um banco

dados sobre infra-estruturas. É o cadastro que pode ser considerado

uma síntese de vários temas como

localização, tipo de negócio.

1 2 3 4 5

09 (CADASTRO FLORESTAL) É o

cadastro que considera as

especificações do uso do solo sobre o zoneamento florestal.

1 2 3 4 5

10 (INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS) Um banco de dados que contenha

informações sobre novas matérias-

prima e novas alternativas

recicladas.

1 2 3 4 5

11 (CADASTRO AMBIENTAL) Um banco de dados para o controle

ambiental: respeitando a limitação

do crescimento, o uso dos recursos

disponíveis para garantir um crescimento sustentável dentro

destas limitações.

1 2 3 4 5

12 (CADASTRO LOCAL) com

informações sobre cada segmento

do município como produtos,

recursos humanos, mercados, serviços.

1 2 3 4 5

13 (CADASTRO LOGÍSTICA) Um banco de dados para desenvolver a

cooperação na logística para

distribuir os produtos do município.

1 2 3 4 5

14 (CADASTRO INSTITUCIONAL e

ENTIDADES DE APOIO) Um

banco de dados com informações sobre universidades, prefeituras,

escolas técnicas, associações,

entidades filantrópicas, culturais,

redes de cooperação, associações de

artesanato, que estimule o

desenvolvimento de novas formas

de atuação institucional no terreno

do ensino, da pesquisa, da extensão e da organização políticas.

1 2 3 4 5

15 (CADASTRO DE SUSTENTABILIDADE

AMBIENTAL) Um banco de dados

para conciliar as leis ambientais, que contenha informações,

conciliando a preservação

ambiental, exploração seletiva e o

manejo florestal seletivo. Mesmo nas áreas de APA, estabelecidas

pelo Governo do Estado do Bahia

(via CONAMA).

1 2 3 4 5

63

16 (CADASTRO P/ INTEGRAÇÃO) Um banco de dados para integrar:

políticas de desenvolvimento,

agentes de desenvolvimento,

cooperação, entidades públicas e privadas.

1 2 3 4 5

17 (CADASTRO IDENTIDADE TERRITORIAL) Um banco de

dados para conhecer a história de

formação do território; como a

região se encontra atualmente; suas características culturais, econômicas

e sociais; para distinguir as

particularidades dos habitantes, e a

sinergia das empresas da região e a sua capacidade de inter-relação,

para não privilegiar apenas uma

minoria e excluir toda a sociedade.

1 2 3 4 5

18 (CADASTRO PROJETOS) Banco

de dados com a universalidade de

projetos

1 2 3 4 5

19 (CADASTRO GESTÃO) Um banco

de dados para contribuir com a inserção da gestão empresarial e o

conhecimento, integrados ao fator

cultural herdado do passado.

1 2 3 4 5

20 (CADASTRO DE INDICADORES

P/ INVESTIDORES) Um banco de

dados que contenha indicadores de sustentabilidade, viabilidade

econômica para investimentos

financeiros.

1 2 3 4 5

21 (CADASTRO P/ POLÍTICAS

PÚBLICAS) Um banco de dados

com informações cadastrais e territoriais para subsidiar a gestão

das políticas de desenvolvimento,

aplicação de recursos públicos.

1 2 3 4 5

22 (CADASTRO

MERCADOLÓGICO) Um banco

de dados para acesso a mercados, clientes, concorrentes e

fornecedores.

1 2 3 4 5

23 (CADASTRO PRODUTOS)

Cadastro Geral sobre os produtos e

derivados do Município.

1 2 3 4 5

24 Um banco de dados

atualizado para: auxiliar nas

tomadas de decisões estratégicas e integrar órgãos públicos e privados,

instituições e entidades que atuam

diretamente no Município.

1 2 3 4 5

25 Existe algum interesse em

concentrar um banco de dados

cadastrais atualizados por meio de um inovativo sistema de

informação, denominado de CTM

para o desenvolvimento e a sustentabilidade do Município?

Sim ( ) Não (..)

26 Configuração de um CTM por meios de MAPAS CADASTRAIS

como: mapas urbanos básicos das

cidades, cadastro dos registros

imobiliários, mapas de logradouros, mapas de equipamentos

comunitários que envolvem o

Município.

1 2 3 4 5

27 Configuração de um CTM por meios de MAPAS CADASTRAIS

como: mapas de loteamentos,

estabelecimentos licenciados, mapas

de dados censitários da população, mapas da legislação urbana e mapas

de infraestrutura que envolvem o

Município.

1 2 3 4 5

28 Configuração de um CTM por

meios de MAPAS CADASTRAIS

como: mapas da logística do diversos segmentos

comercias/financeiros mapas da

localização das empresas

madeireiras que envolvem o Município.

1 2 3 4 5

2. Adaptado de Ihlenfeld, 2009

30) Qual a sua opinião sobre a implantação de um cadastro técnico multifinalitário em seu

município?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

31) Por favor, indique as informações deficitárias, que o SR (a) considera importante para o

Cadastro Técnico Multifinalitário do em seu município.

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________