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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA SELEÇÃO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES E FORMADORES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO MUNICÍPIO DE SOBRAL/CE SOBRAL/CE 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

SELEÇÃO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES E FORMADORES

NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO MUNICÍPIO DE

SOBRAL/CE

SOBRAL/CE 2010

2

JOELMA FAUSTINO DE SALES MARIA EVELINE BARBOSA RODRIGUES

VIVIANE RODRIGUES

SELEÇÃO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES E FORMADORES

NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO MUNICIPIO DE

SOBRAL/CE

Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, como requisito de avaliação das disciplinas EJA e Estudos Orientados III.

SOBRAL/CE 2010

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Joelma Faustino de Sales1 Maria Eveline Barbosa2

Viviane Rodrigues3

RESUMO

O presente artigo originou-se de um estudo realizado como pré-requisito de avaliação das disciplinas: EJA – Educação de Jovens e Adultos e Estudos Orientados III do curso de graduação em Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA. Teve como finalidade analisar como se dá a seleção e formação de professores e de formadores da EJA no município de Sobral, Ceará. Utilizamos como processo investigativo a pesquisa bibliográfica e documental com abordagem qualiquantitativa mediante uso da técnica de entrevista semi – estruturada, onde foi instituído um mapeamento quantificando o número de turmas de EJA e de projetos que se obtêm na sede e nos distritos e também o número de turmas em cada escola na sede do município de Sobral, Ceará. Através da pesquisa bibliográfica utilizamos os seguintes autores: ARROYO (2006), BUENO (2006), RUMMERT (2006), MOURA (1999) dentre outros. Tivemos nesses suportes teóricos uma base conceitual para uma melhor compreensão sobre a seleção e formação dos educadores e formadores da EJA, dando ênfase o desafio de configuração do perfil do educador, onde se encontra em constante construção e a ação pedagógica reflexiva em sala juntamente com os educandos da EJA. Neste processo investigativo obtivemos um resultado bastante produtivo que vieram a contribuir de forma significativa à nossa compreensão quanto a capacitação dos professores da EJA para melhor atuar em seu público alvo facilitando desta forma o processo de ensino-aprendizagem e o procedimento da inclusão desses jovens e adultos como agentes críticos e participativos a ser reconhecidos e contidos na sociedade em que estão inseridos. Já nos depoimentos de professores e de formadores encontramos afirmações bastante cooperativas para o processo da investigação que se atribuem tanto às políticas públicas quanto a formação dos discentes. Pode-se acrescentar por meio da referida investigação que Educação de Jovens e Adultos não pode ser uma educação ensinada, e sim, compartilhada, pois esses jovens e adultos já foram educados, pois trazem consigo saberes da experiência e o educador em sua categoria facilitará a aprendizagem por meio de relações. Palavras-chave: Seleção de professores e formadores. Formação docente. EJA.

1 Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA 2 Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA

3 Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA

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INTRODUÇÃO

O percurso realizado pelo projeto de pesquisa da Educação de Jovens e Adultos-

EJA dentro do eixo temático seleção e formação de professores da EJA tomaram como

desafio investigar o caminho percorrido pelo município de Sobral, quanto as suas

políticas públicas e formação dos discentes. Depois do balanço qualitativo sobre a ação

deste município, na primeira investigação, a equipe de trabalho realizou estudos de caso

sobre o processo de lotação e qualificação do professor, que fosse significativa por sua

singularidade, produzindo informações e análises que se desdobraram em textos

analíticos e um levantamento exploratório.

O objetivo do trabalho de pesquisa foi o de produzir um balanço sobre a

realidade dos professore formadores da EJA no município de Sobral. Não foi fácil essa

pesquisa mais fora bastante produtiva, embora os resultados não possam ser tomados

como realidade nacional.

A opção pelo assunto, seleção e formação de professores, que orientaram os

estudos de caso foi escolhida pela equipe de pesquisadores em função de buscar uma

melhor compreensão sobre como se dá a seleção e formação dos professores da EJA e

as metodologias aplicadas nos cursos de capacitação para um melhor ensino, superando

assim os paradigmas que marcaram a EJA na última década a partir da transição de

projeto à política pública que o município denota.

Compreendemos então, que a importância da capacitação e formação dos

discentes para melhor atuar com o público alvo da EJA vem facilitar o processo de

ensino-aprendizagem e a inclusão desses jovens e adultos para melhor atuar como

cidadão crítico e participativo na sociedade em que estão inseridos.

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA

1.1 Breve histórico da Educação de Jovens e Adultos - EJA

Silva (2006) fala que refletir sobre a educação de jovens e adultos é pensar a

pessoa em qualquer etapa de sua vida, é discernir o homem e a mulher no seu tempo

histórico nas relações em que esses estabelecem consigo e com a natureza. Pensar a

educação é pensar o mundo. A educação diz respeito à existência humana em toda a sua

duração em todos os seus aspectos. A educação transforma o indivíduo, modificando o

seu perfil.

Ele diz que a educação vai além da aquisição de conhecimentos, atua na

subjetividade e no sentimento humano, ela é a mediação que prepara pessoas para viver

nas sociedades, acatando e modificando a dinâmica social. E para ser histórica a

educação de jovens e adultos no Brasil, adquiriu ao longo dos tempos, perfis distintos.

Até a metade do século XX, ela é definida de acordo com a lei 9.394/96, enquanto

modalidade da Educação Básica nas etapas de Ensino Fundamental e Médio que

usufruiu de uma especificidade própria que, como tal, deveria receber um tratamento

conseqüente.

A EJA, no cumprimento de sua função reparadora, conforme o parecer 11/2000,

além de proporcionar a presença de jovens e adultos na escola necessita ser pensada

como um modelo pedagógico próprio, a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer

necessidades de aprendizagens de jovens e adultos. A função qualificadora da EJA tem

por referência o potencial humano de se qualificar e requalificar permanentemente; e o

de descobrir novos campos de atuação, como realização de si. A EJA por se dirigir a

pessoas advindas, em sua maioria, de camadas financeiramente desfavorecidas da

sociedade, e que foram privadas de direitos, inclusive, o de freqüentar a escola,

constitui-se numa prática de escolarização que é também uma de resgate da auto-estima.

Como processo de escolarização deve oferecer ao educando uma maior compreensão de

si mesmo enquanto ser biológico, histórico e social.

Rummert (2006) todas as exigências desafiam no dia a dia, o trabalho da

docência na EJA, levando os professores a experimentarem dificuldades para a

satisfação plena das três funções dessa modalidade de educação conforme cobradas no

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parecer 11/2000. A questão das drogas, que atinge, sobretudo, aos mais jovens; a da

violência e a da insegurança de alguns bairros, que afetam, principalmente, as mulheres

no percurso de casa para a escola. E assim mesmo diante de tanto trabalho, os

professores são acusados de serem os responsáveis pelos eventuais fracassos escolares

que acontecem na EJA.

A importância da década de 1990 para a Educação de jovens e adultos não está

relacionada à Política de Educação desenvolvida no Brasil. No campo específico da

Educação de Jovens e Adultos, muitos estudos se dedicaram a enfatizar a atualidade de

pensamento do Paulo Freire (Mc Lavem, 1999); (Apple, 2000); Scocuglia (1997). Para

a promoção do “ensino de sucesso” na EJA foram ofertados aos professores os cursos

“de formação continuada” ou em “tempo de serviço”. A tarefa de capacitar os docentes

ficou na maioria dos casos, sob a responsabilidade de professores de universidade. Há,

ainda hoje, entre os formadores de professores da EJA, muitos de pouca ousadia.

Acreditam na valia de seus aportes, como se esses fossem validos, para todas as

situações e sempre. Ainda nos anos 90, diversos estudos buscaram oferecer caminhos

teóricos capazes de influenciar a ação docente, rumo a um ensino adequado a EJA, nas

demandas do mundo contemporâneo.

Por fim, para ampliar o desafio, vale lembrar que as teorias sobre aprendizagens

utilizadas para proposições metodológicas utilizadas na EJA são, em sua maioria,

pautadas em estudos sobre o processo de cognição de crianças, evidenciados a lacunas

de estudos que analisem o processo de aprendizagem de jovens e adultos.

1.2 Formação de educadores de jovens e adultos

Arroyo (2006) o primeiro ponto a destacar dentro do tema: formação de

educadores de jovens e adultos é que não temos parâmetros acerca do perfil desse

educador de jovens e adultos. Ele costuma dizer que a formação do educador e da

educadora de jovens e adultos sempre foi um pouco pelas bordas, nas próprias fronteiras

onde estava acontecendo a EJA. Recentemente passa a ser reconhecida como uma

habilidade ou como uma modalidade, como acontece em algumas faculdades de

Educação.

O perfil do educador de jovens e adultos e sua formação encontra-se em

construção. Temos assim um desafio, vamos ter que inventar esse perfil e reconstruir

sua formação. A EJA vai sendo assumida pelo próprio governo e pelo Ministério da

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Educação, por meio de políticas públicas. Isso nos aproxima, eu acredito, cada vez mais,

de um perfil de educação de jovens e adultos mais definido, melhor caracterizado, diz

Miguel.

O primeiro ponto que ele destaca é que os educadores de jovens e adultos têm

que ter consciência desse momento que estamos. Esse tem que ser uns dos traços de sua

formação, ter conhecimento da atual situação da EJA, em termos de sua própria

construção como política pública, como responsabilidade e dever do Estado.

O segundo aspecto que o autor supracitado destaca quanto à formação de

educadores da EJA, é que essas concepções de educador e sua formação terão que abrir-

se a própria sociedade. As escolas de formação de educadores de jovens e adultos terão

de captar e incorporar os traços desse perfil rico de educador múltiplo, multifaceto.

Temos que reconhecer que o educador da EJA é muito mais plural que o educador da

escola formal.

Outro ponto a colocar é que estamos no momento de configuração da EJA,

partindo da hipótese de que nessa configuração vai-se estruturar o perfil do educador,

temos de pensar em uma proposta para sua formação. Agora se caminharmos no sentido

de que se reconheça a especificidade da educação de jovens e adultos, aí sim terá de ter

um perfil específico do educador da EJA e, conseqüentemente, uma política específica

para esses educadores.

Como pesquisador cabe-nos o compromisso de mostrar e recuperar a história

rica e dinâmica da educação de jovens e adultos. Um dos traços da formação específica

dos educadores e educadoras da EJA será reconhecer essa trajetória para recuperar esse

perfil e ser competentes em sua atuação na realidade hoje vivida pelos jovens e adultos.

Não é qualquer jovem e adulto. São jovens e adultos com rostos, com histórias,

com cor, com trajetórias sócio-étnico-raciais, do campo e da periferia. Se esse perfil de

educação de jovens e adultos não for bem conhecido, dificilmente estaremos formando

um educador desses jovens e adultos.

De acordo com a nova LDB, o “E” da EJA é educação. Mas o “E” de

fundamental e médio é de ensino, e não de educação. Se a LDB enfatiza o “E” da EJA

de educação, essa mesma ênfase terá de definir o seu profissional: o educador.

A pedagogia de jovens e adultos tem de partir de sujeitos que tem voz, que tem

interrogações, que participam do processo de formação. Uma tarefa muito séria,

desafiante, será pensar em um programa, em uma política de formação de educadores e

educadoras de jovens e adultos que coloque como eixo de sentido o domínio de uma

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sólida base teórica construída, tendo como referência o trabalho, os movimentos sociais,

a cultura, a experiência e a resistência à opressão como matriz pedagógicas.

Outro aspecto a ser incorporado nas políticas de formação de educadores é

quem vai trabalhar com a EJA, e, este necessita de uma fundamentação sólida sobre a

história dos direitos humanos. As políticas e programas de educadores para EJA têm de

dar muito destaque a própria história da EJA. Umas das histórias mais ricas da nossa

educação brasileira.

1.3 Comentários interativos de Nilton Bueno com o professor Miguel Arroyo

Segundo Arroyo e Bueno (2006) a uma necessidade de compreendermos o perfil

desse educador nos tempos de hoje, e que este educador se aproprie do perfil atual de

seus alunos da EJA. Ao questionar o perfil do professor e do aluno, eles tomam como

partida a constituição de Martins (1989), quando esse autor baseado em Marx,

desenvolve a noção de formação social, para entender o Brasil de hoje.

Para Bueno (2006) outro importante e sempre presente na formação de

professores é a clássica busca de quais seriam os conteúdos a serem trabalhados em

cursos da EJA. Nesse momento, a ação pedagógica de educadores da EJA, pode

debruçar com momentos reflexivos de compreensão dessa cultura com toda riqueza e

contradição. Tendo essa simples e necessária disposição para apresentar os pressupostos

que inspiram as análises e práticas, e que, a partir desse ato generoso, como clássico

diálogo entre diferentes, seja a proposta do possível, como a escuta e a troca que se

produzem renovadoras de suas argumentações, como um contínuo processo de interação

de busca e não de certezas inibidoras do novo.

1.4 Desafios e perspectivas na formação continuada de educadores de jovens e

adultos

Rummert (2006) realizou uma pesquisa em escolas públicas com alunos e

professores. Em sua pesquisa comenta uma das marcas de argumentação dos

alunos e professores da EJA, no que se refere às dificuldades de ensino e

aprendizagem que está centrada no fato de que o cansaço dos alunos dificulta

em muito o trabalho docente e a apreensão dos conteúdos. Entra a razão que os

profissionais apontaram para trabalhar com a EJA, 41,9% deles assinalaram a

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opção: “preciso trabalhar em outros lugares durante o dia para aumentar minha

renda”.

Também para a maioria dos alunos dessa modalidade de ensino o cansaço do

professor, decorrente da precariedade das condições de trabalho parece não ser

percebido. Entretanto, um aluno entrevistado em 2002 parece sintetizar, com muita

propriedade, o que aqui pretende destacar afirmando:

“é muito difícil aprender porque nós chegamos muito cansados. Em algumas matérias é mais difícil ainda porque os professores trabalham muito o dia inteiro e chegam tão cansados como nós”.

Neste sentido é notória a dificuldade encontrada tanto para os docentes como

para os discentes, onde o docente precisa aumentar sua renda trabalhando durante o dia

como se o magistério nessa modalidade fosse apenas um “bico” e os discentes da

mesma forma que o docente passa o dia inteiro trabalhando para poder sustentar a

família. Chega no “ambiente escolar” sem muito entusiasmo, mas certamente com

muita vontade de aprender e esse aprender de acordo com as pesquisas não é um

aprender para o futuro como se ensinam no Ensino Fundamental é um aprender para o

agora, pois como diz Cormerlato (2009) o futurou já passou para esses jovens e adultos.

Eles estão na escola porque há uma grande necessidade de ler o mundo e de

compreendê-lo.

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICIPIO DE SOBRAL

O município de Sobral conta hoje com quarenta e duas turmas de EJA na

sede e cinqüenta e sete turmas distribuídas nos distritos totalizando cento e quatro

turmas, cento e quatro professores e dez supervisores. Dentre os professores, noventa e

dois possuem vínculo temporário e apenas doze possuem vínculo efetivo. As turmas da

EJA se dividem em onze escolas na sede e dezoito escolas nos distritos.

Segundo levantamento feito na sede de Sobral a Escola Padre Palhano,

diretora Ídina Maria Alves, conta com 05 turmas de EJA, Escola José da Matta, diretor

Domingos Sávio, comporta 06 turmas de EJA, Escola Antenor Naspolini, diretora Edna

Lúcia, comporta 07 turmas da EJA, Escola José Parente Prado, diretor Amaury Gomes,

conta com 04 turmas de EJA, Escola Maria José Ferreira Gomes, diretora Silvia Maria,

conta com 01 turma de EJA, Mocinha Rodrigues, diretora Aurilene Marcelo, comporta

05 turmas de EJA, Escola Osmar de Sá Ponte, diretora Maria Lêda, comporta 05 turmas

de EJA, Escola Padre Osvaldo Chaves, diretora Maria Lucilene, possui 02 turmas de

EJA, Escola Paulo Aragão, diretor Francisco Auriclécio, tem 04 turmas de EJA, Escola

Trajando de Medeiros, diretora Maria Leuzimirtes, apresentam 04 turmas de EJA e a

Escola Yêdda Frota, diretora Maria Francisca Dolores – composta por 04 turmas de

EJA.

Este levantamento foi elaborado através de uma pesquisa exploratória, analítica

documental cedida pela gerente da EJA no município de Sobral.

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DISCUTINDO A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EJA NO MUNICÍPIO DE

SOBRAL

Segundo entrevista realizada na cidade de Sobral com os entrevistados E1 e E2

podemos perceber que a lotação dos professores da Educação de Jovens e Adultos em

Sobral é feita por meio de concursos público pela Secretaria de Educação do Município

e uma seleção para professores - formadores pela Escola de Formação Permanente do

Magistério – ESFAPEM .

Segundo Arroyo (2006), não é qualquer um que pode ensinar uma turma de EJA.

Para ele, o perfil do educador de jovens e adultos e sua formação encontram-se em

construção. Logo, esse educador necessita ter consciência do momento em que se

encontra a EJA, ouvir da sociedade concepção de como deve ser configurada a EJA e

conhecer bem a rica trajetória da Educação de Jovens e Adultos.

E1: “Nesse ano de 2010 não teve concurso para professores da EJA. E a seleção de formadores é feita pela ESFAPEM.”

De acordo Comerlato (2001), trabalhar com EJA é em primeiro lugar, ter claro o

que diferencia a educação de crianças da de jovens e adultos, para aí também

esclarecermos nosso papel de educadores junto a esses grupos. Em segundo lugar é ter

consciência da diversidade cultural existente numa sala de EJA.

Estes jovens e adultos são portadores de culturas: cultura do meio rural, da

periferia, da vila, da origem afro, alemã, de certa religião, etc. Estes jovens e adultos são

pais, mães, esposos, esposas, namorados e namoradas, filhos e filhas. Eles educam,

cuidam de si, cuidam de outros, eles tem múltiplos saberes. Eles, principalmente,

aprenderam a sobreviver num mundo regido pelo valor da escrita, em que a

escolarização vale a possibilidade de obter empregos e ascender socialmente: permite

preencher fichas, ler documentos, usar a escrita como forma de perpetuar a memória, de

obter informações, de comunicar-se à distância.

Logo, para planejarmos as aulas de EJA é necessário analisar tudo isso e saber o

que ensinar e o porquê, levando em conta os saberes que estes educando já têm,

fazendo-os reconhecer estes múltiplos saberes, sua validade para a vida e seus limites.

Dessa forma, para ensinar uma turma de EJA é necessário, como requisito

mínino, ter uma graduação, alguma experiência como discente e participar do curso de

formação com a duração de quatros horas mensais totalizando assim dez encontros e

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quarenta horas de formação ao ano realizadas no Centro de Convenções da cidade de

Sobral como relata o entrevistado E1.

E1: Que já tenha experiência como professor e tenha nível superior. [...] Acontece mensalmente no centro de convenções [...]. É de 4 horas mensais, 10 encontros anuais, computando 40 horas.

Ainda relacionado à formação, podemos perceber que a metodologia do curso de

formação dos professores da EJA se baseia em diálogos, questionamentos, trabalhos em

grupo, troca de experiências, mesa redonda e leituras. Sabemos ainda o quanto é

importante o acompanhamento do crescimento do aluno não só para o professor da sala,

mas para toda coordenação pedagógica, para os demais alunos e para os supervisores

que com base nesses dados, nas necessidades, fragilidades e avanços, poderão

desenvolver e aperfeiçoar os cursos de formação. Conforme relata o entrevistado E2:

E2: “Exposição dialogada com questionamentos, trabalho de grupo, trocando experiências entre professores, momentos de estudo, roda de conversa sobre o ciclo literário, onde uma “aluna” da EJA participa levando sua experiência como leitora. ”[...] “Através de visitas em sala para observar como está acontecendo às mudanças. A transformação é observada por meio da prática pedagógica.”

Nos cursos de formação são utilizados como referencial teórico Paulo Freire,

Emilia Ferreiro, Gadotti, entre outros. Quanto ao material de apoio utilizado no curso é

cedido pela Secretária da Educação.

Em relatos de Casali (1998, p. 98, apud. Araújo 2009), a obra de Paulo Freire,

assim como a obra de todo bom herói, é um desses fenômenos de forte apelo mítico. De

tão bem que ele desencantou o mundo, encantou-se, e nos fez encantarmo-nos com ele.

Sua obra e sua figura pessoal encontram-se, pois, intensamente cercadas de uma aura.

Isso não é surpreendente. Isso veio sendo construído ao longo de sua vida profissional, e

se acentuou à medida que envelhecia. O fundamento político dessa construção foi sua

condição de patriota vitimado, que arriscou sua vida para realizar um projeto salvador: a

libertação cultural e política de seus irmãos miseráveis, analfabetos, oprimidos. O que

lhe custou um exílio. Ao mesmo tempo, valeu-lhe o acesso ao mundo, e ao mundo, o

acesso a ele.

A educação de jovens e adultos na visão de Freire tinha como preocupação o

analfabetismo e para ele o pior analfabeto era aquele que não ler o mundo. Destacando

isso em seu livro “A importância do ato de ler.” A educação de jovens e adultos ou a

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educação freireana seja aqui no Brasil ou qualquer outro país, sempre esteve voltado

para a conscientização em vencer primeiro o analfabetismo político, depois ensinar ao

aluno ler o seu mundo a partir da sua experiência, do seu meio.

E2: “Paulo Freire, Emília Ferreiro, Moacir Gadotti, Luckis E Ester Pilar Grossi.” [...] “Pela Secretaria de Educação, que são: resma de pape, fita gomada, papel madeira, cartolina e estojo de pinceis.”

O curso de formação para professores de EJA se norteia na proposta pedagógica

de Paulo Freire utilizando problematizações e temas geradores. No entanto, a cada ano é

reavaliado e reformulado. Quanto à metodologia aplicada em sala de aula é feita de uma

forma tradicional, estabelece uma rotina e aplica durante o ano todo, a mesma

metodologia.

De acordo com os relatos abaixo, a prática pedagógica proposta por Freire, se

concretiza dentro, com e a partir do grupo, considerando as condições locais, culturais e

reais, parte da vontade do alfabetizando de querer aprender a ler o mundo, causando

uma reflexão sobre este mundo e gerando a esperança na transformação.

E2: “É baseada na concepção de Paulo Freire.” [...] “Paulo Freiriano com problematizão e temas geradores. Ela é formulada a cada ano.” [...] “Há uma proposta de rotina de sala de aula como: acolhida, apresentação da agenda, leitura do professor (na matriz), leitura do aluno (individual ou coletiva ou silenciosa...), compreensão do texto, atividade escrita no livro, correção da atividade escrita e avaliação.

Identificou-se através das afirmativas dos entrevistados que há uma atuação da

Secretaria de Educação e a ESFAPEM em querer desenvolver aos jovens e adultos do

município de sobral uma educação que venha favorecer uma melhor performance dos

educadores através dos cursos de formação vendo que estes passam por orientações de

suporte pedagógico, sendo estas de fundamental importância no que diz respeito a

Educação de Jovens e Adultos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A finalidade dessa pesquisa foi otimizar como se dá de fato os cursos de

formação para educadores de jovens e adultos que se baseiam, de acordo com o que foi

investigado, com propostas pedagógicas defendidas por Paulo Freire. Sobretudo

também compreender a metodologia que é oferecida aos educadores pela Escola de

Formação Permanente do Magistério – ESFAPEM para ser utilizada em sala. Que ações

metodológicas são atribuídas para uma aprendizagem significativa e qualitativa.

Sabemos que de acordo com os padrões da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional – LDB, a EJA se enquadra como uma modalidade de ensino da

Educação Básica destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade dos estudos

na idade certa, por isso o interesse em pesquisar essa modalidade ainda tão além de ser

Educação Básica destinada a Jovens e Adultos que tem em seu conhecimento puro

visões de mundo e concepções muito diferentes de uma criança.

O que se percebe ainda nessa última década é que a educação que se pretende

dar a essa modalidade de ensino é uma educação voltada a Educação Básica de Ensino

Fundamental com “rotinas” onde se diz ser uma metodologia oferecida a EJA –

Educação de Jovens e Adultos.

Contextualizando a Formação e Seleção de Professores, no município de Sobral,

essa lotação se dá através de concursos para professores e seleção para formadores que

fica encarregada à Secretaria de Educação de Sobral e à ESFAPEM. A efetivação dos

professores por concursos favorece ao educador de jovens e adultos uma maior

estabilidade diminuindo a rotatividade dos professores nessa modalidade, um dos

problemas enfrentados pelas escolas que oferecem esse tipo de ensino.

O educador para atuar nessa modalidade tem que trazer consigo conhecimentos

prévios a respeito da EJA, pois seu público alvo traz uma pluralidade de conhecimentos

construídos e defendidos de acordo com sua visão, traz em si um conhecimento puro,

legítimo.

Através da pesquisa foi possível avaliar a carga horária que é aplicada aos cursos

de formação dos professores da EJA. Vale ressaltar que os cursos de formação

acontecem uma vez por mês no turno da noite nas salas do Centro de Convenções,

sendo quatro horas mensais com dez encontros anuais computando quarentas horas

anuais. Vale também fazer uma comparação com os cursos de formação dos professores

do Ensino Fundamental que são oito horas mensais, com dez encontros anuais

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computando em média oitenta horas anuais equivalentes ao dobro de horas dos cursos

de formação de professores da EJA.

No percurso da pesquisa demos ressalva à fundamentação teórica obtida aos

cursos de formação, pois uma base teórica é de fundamental importância aos

professores, principalmente a essa modalidade. A fundamentação teórica da EJA é

baseada com problematização e temas geradores dentro do que vem defender Paulo

Freire, Emília Ferreiro, Luckesi, Moacir Gadotti e Ester Pilar Grossi.

Partindo das afirmações colhidas no decorrer da pesquisa também demos nota

aos materiais fornecidos aos professores durante os cursos de formação. Esses materiais

são de uso exclusivo dos professores para desenvolver atividades em sala de aula.

Acreditamos que seria importante saber, como os cursos de formação de

professores da EJA poderiam contribuir para melhorar o rendimento escolar do jovem e

do adulto, educandos da EJA e foi declarado que os cursos de formação influenciam

nesse rendimento através de visitas em sala para observar como estão acontecendo às

mudanças onde, essa transformação é observada por meio da prática pedagógica.

Através dos depoimentos realizados a esse artigo, percebe-se que ficaram muitas

indagações a respeito do conceito formação de professores da EJA, não somente como

se dá os cursos, mas também uma série de interrogações que não querem calar. Por que

os cursos de formação acontecem à noite provocando uma rotatividade de professores?

Qual o currículo da EJA? O que o jovem e o adulto aprendem e como eles aprendem? O

que eles querem aprender? Quanto ao material pedagógico, quem dá o suporte

pedagógico que é preciso? E os formadores dos cursos, quem os formam para que eles

possam formar? Como é a formação dos formadores? Estão aptos também sobre a

realidade da EJA?

Fica então explícito, que diante da realidade da EJA os cursos de formação

precisam ser configurados para que os educadores possam melhor atender a demanda, e

assim, construir um ensino ou educação de qualidade voltada para o protagonista dessa

história o jovem e o adulto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática. Brasília: UNESCO, 2008

ARAÚJO, Cinara Ribeiro Soares de. O Método Paulo Freire. Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia pela faculdade de Agudos. Orientador: Ma. Leda Michelão. SP. 2009

BORGHI, Idalina Sousa Mascarenhas. Formação de educadores de jovens e adultos: inquietações e perspectivas. 2007. Site: WWW.sfba.edu.br.diálogospossiveis. Acesso em: 30/11/10

COMERLATO, Denise Maria. Formação de professores em EJA. Aprendendo Com Jovens e Adultos Revista do Pefjat, Porto Alegre: RS, v. 2, n.1, p. 21-26, 2001.http://www.ufrgs.br/faced/pesquisa/niepe-eja/pefjat/formacao_professores_eja.pdf Acesso: 30/10/10

JOSGRILBERT, Matia de Fátima V. Paulo Freire e a educação de jovens e adultos. Site: www.cereja.org.br/pdf/revista_v/Revista_MariadeFa.pdf Acesso em: 30/10/10

MOURA, Tania Maria de Melo. A prática pedagógica dos educadores de jovens e adultos: contribuições de Freire, Ferreiro e Vygotsky. Maceió, EDUFAL, 1999.

SOARES, Leôncio. Formação de educadores de jovens e adultos/ organizado por Leôncio Soares. Belo Horizonte: Autêntica/ SECAD – MEC/UNESCO, 2006.

VENTURA, Jaqueline pereira. A política educacional para EJA na produção científica do GT educação de pessoas jovens e adultas da ANPED (1998-2008): contribuições para o debate. Site: www.anped.org.br Acesso em: 18/11/10

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APÊNDICE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA CENTRO DE CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO – CCE CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

TRABALHO COM REQUISITO DE AVALIAÇÃO

ROTEIRO DE ENTREVISTA ABERTA JUNTO A GERÊNCIA DA EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS (EJA)

1. Como é feita a seleção dos professores e formadores na Educação de Jovens e Adultos – EJA?

2. Onde e como acontecem os cursos de formações dos professores da EJA?

3. Qual o tempo de duração dos cursos de formação da EJA?

4. Quais as exigências para exercer o trabalho docente na EJA?

5. Qual a proposta pedagógica dos cursos de formação da EJA?

6. Que metodologia é utilizada nos cursos de formação da EJA?

7. Como os cursos de formação podem influenciar no rendimento escolar do aluno?

8. Qual a fundamentação teórica proposta pela escola de formação?

9. Que autores são trabalhados para dar suporte aos cursos de formação?

10. Que Proposta metodológica é sugerida para que ao professores possam atuar em sala?

11. Que tipos de atividades são propostas para o melhor desempenho escolar do aluno?

12. Como é fornecido o material utilizado nos cursos de formação?

13. Quantas e quais são as escolas do Município de Sobral que oferecem essa modalidade de ensino?

19

ANEXOS

20

ANEXO 01

21

ESCOLAS

•Ídina Maria Alves – composta por 05 turmas de EJA

PADRE PALHANO

•Domingos Sávio – composta por 06 turmas de EJA

JOSÉ DA MATTA

•Edna Lúcia – composta por 07 turmas da EJA

ANTENOR NASPOLINI

22

•Amaury Gomes – composta por 04 turmas de EJA

JOSÉ PARENTE PRADO

•Silvia Maria – composta por – 01 turma de EJA

MARIA JOSÉ FERREIRA GOMES

•Aurilene Marcelo – composta por 05 turmas de EJA

MOCINHA RODRIGUES

•Maria Lêda – composta por 05 turmas de EJA

OSMAR DE SÁ PONTE

•Maria Lucilene – composta por 02 turmas

PADRE OSVALDO CHAVES

•Francisco Auriclécio – composta por 04 turmas de EJA

PAULO ARAGÃO

•Maria Leuzimirtes – composta por 04 turmas de EJA

TRAJANDO DE MEDEIROS

•Maria Francisca Dolores – composta por 04 turmas de EJA

YÊDDA FROTA

23

ANEXO 02

24

DOCUMENTO ENTREGUE PELA GERÊNCIA DA EJA

• EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO DE JOVENS DE JOVENS DE JOVENS DE JOVENS E ADULTOSE ADULTOSE ADULTOSE ADULTOS

Secretaria da EducaçãoSecretaria da EducaçãoSecretaria da EducaçãoSecretaria da Educação

GERÊNCIA DA EJA

1

O que é a EJA O que é a EJA O que é a EJA O que é a EJA

É uma modalidade de ensino destinada àqueles que não

tiveram acesso ou continuidade de estudos na idade própria;

2

25

PRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJA� Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação NacionalPela Lei de Diretrizes e Bases da Educação NacionalPela Lei de Diretrizes e Bases da Educação NacionalPela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB -

9394/96) que trata da educação de jovens e adultos no Título V, capítulo II como modalidade da educação básica, superando sua dimensão de ensino supletivo, regulamentando sua oferta a todos aqueles que não tiveram acesso ou não concluíram o ensino fundamental, quando em seu parágrafo 1º, artigo 37, estabelece que:

� “Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.”

3

PRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJA� Pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de

Jovens e AdultosJovens e AdultosJovens e AdultosJovens e Adultos (Parecer CNE/CEB 11/00 e Resolução CNE/CEB 1/00) - que devem ser observadas na oferta e estrutura dos componentes curriculares dessa modalidade de ensino, estabelece que:

� “Como modalidade destas etapas da Educação Básica, a identidade própria da Educação de Jovens e Adultos considerará as situações, os perfis dos estudantes, as faixas etárias e se pautará pelos princípios de eqüidade, diferença e proporcionalidade na apropriação e contextualização das diretrizes curriculares nacionais e na proposição de um modelo pedagógico próprio.”

4

26

PRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJAPRINCÍPIOS DA EJAFundamentos LegaisFundamentos LegaisFundamentos LegaisFundamentos Legais

� A política de educação de jovens e adultos, diante do desafio de resgatar um

compromisso histórico da sociedade brasileira e contribuir para a igualdade de

oportunidades, inclusão e justiça social;

� A Constituição Federal de 1988A Constituição Federal de 1988A Constituição Federal de 1988A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, assegura a educação de

jovens e adultos como um direito de todos:

“O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de:

I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria”

5

SOBRE A EJA...SOBRE A EJA...SOBRE A EJA...SOBRE A EJA...CARGA HORÁRIACARGA HORÁRIACARGA HORÁRIACARGA HORÁRIA

� O Artigo 6º da Resolução CEB/CNE nº. 01 de 2000 diz que cabe a cada sistema de ensino definir a estrutura e a duração dos cursos de EJA.

IDADE PARA O INGRESSO NOS CURSOS DE EJAIDADE PARA O INGRESSO NOS CURSOS DE EJAIDADE PARA O INGRESSO NOS CURSOS DE EJAIDADE PARA O INGRESSO NOS CURSOS DE EJA� No § único do Artigo 7º, da Resolução 01, determina que fica vedada, em

cursos de EJA, a matrícula e a assistência de crianças e de adolescentes da faixa etária compreendida na escolaridade universal obrigatória ou seja, de sete a quatorze anos completos.

FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE EJAFORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE EJAFORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE EJAFORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE EJA� No Artigo 62, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n°

9.394/96, determina que a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em cursos de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação.

6

27

SOBRE A EJA...SOBRE A EJA...SOBRE A EJA...SOBRE A EJA...

COMPONENTES CURRICULARES PARA EJACOMPONENTES CURRICULARES PARA EJACOMPONENTES CURRICULARES PARA EJACOMPONENTES CURRICULARES PARA EJA� Para EJA segue os mesmos componentes curriculares do Ensino

Fundamental e médio regular, Artigos 26 a 28 da LDB.PERCENTUAL DE FREQÜÊNCIA EXIGIDA NOS CURSOS DE EJAPERCENTUAL DE FREQÜÊNCIA EXIGIDA NOS CURSOS DE EJAPERCENTUAL DE FREQÜÊNCIA EXIGIDA NOS CURSOS DE EJAPERCENTUAL DE FREQÜÊNCIA EXIGIDA NOS CURSOS DE EJA� LDB – Artigo 24, inciso VI – o controle de freqüência fica a cargo da

escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 455, DE 28 DE JANEIRO DE 2009.MEDIDA PROVISÓRIA Nº 455, DE 28 DE JANEIRO DE 2009.MEDIDA PROVISÓRIA Nº 455, DE 28 DE JANEIRO DE 2009.MEDIDA PROVISÓRIA Nº 455, DE 28 DE JANEIRO DE 2009.� Estabelece a alimentação escolar como direito dos alunos da

educação básica pública e dever do Estado.

7

Como a EJA é estruturada

8

28

MATERIAIS DIDÁTICOS

• LIVRO DIDÁTICO: “CRESCER: VIVENDO E CONSTRUINDO” E MATRIZES;I Segmento I Segmento I Segmento I Segmento

• MATRIZES – CADERNOS ESTRUTURADOS PELA ESCOLA DE FORMAÇÃO. (ESFAPEM)

II Segmento II Segmento II Segmento II Segmento

9

MATERIAL ESTRUTURADO 1° SEGMENTO

EJA I (Linguagem, Matemática, Natureza e Sociedade)

EJA II (Linguagem, Matemática, Natureza e Sociedade)

10

29

MATERIAL ESTRUTURADO 2° SEGMENTO

EJA III -PORTUGUÊS

EJA III -MATEMÁTICA

EJA IV -PORTUGUÊS

EJA IV -MATEMÁTICA

11

Equipe de SupervisãoEquipe de SupervisãoEquipe de SupervisãoEquipe de Supervisão� Contamos atualmente com 10 supervisores que fazem acompanhamento

pedagógico nas escolas que oferecem esta modalidade de ensinoFunções:Funções:Funções:Funções:�Visitar, periodicamente, as turmas e escolas que irá acompanhar;� Acompanhar as ações pedagógicas do professor, o desenvolvimento da rotina de sala, assim como a freqüência e a evolução de cada turma, apresentando sugestões de encaminhamentos para a resolução dos problemas junto aos professores;� Coletar junto aos professores as dificuldades e necessidades a serem trabalhadas na formação;� Participar do processo de formação continuada dos professores;� Participar de reuniões com a coordenação da Secretaria e formadores;� Fazer relatórios sobre as turmas e analisá-los com a coordenação;� Manter vínculos com o(s) núcleo(s) gestor(es) das escolas de cujas turmas acompanha, mantendo-os informados, ouvindo e sugerindo encaminhamentos para a resolução de problemas.

12

30

Alguns dados atuais...Alguns dados atuais...Alguns dados atuais...Alguns dados atuais...

Cada supervisor realiza Cada supervisor realiza Cada supervisor realiza Cada supervisor realiza supervisão pedagógica nas supervisão pedagógica nas supervisão pedagógica nas supervisão pedagógica nas escolas estabelecidas pela escolas estabelecidas pela escolas estabelecidas pela escolas estabelecidas pela

gerência;gerência;gerência;gerência;

A média são de 10 turmas A média são de 10 turmas A média são de 10 turmas A média são de 10 turmas por supervisor, com no por supervisor, com no por supervisor, com no por supervisor, com no

mínimo duas visitas em cada mínimo duas visitas em cada mínimo duas visitas em cada mínimo duas visitas em cada turma mensalmente;turma mensalmente;turma mensalmente;turma mensalmente;

Atualmente são 104 turmas Atualmente são 104 turmas Atualmente são 104 turmas Atualmente são 104 turmas de EJA, 104 professores e de EJA, 104 professores e de EJA, 104 professores e de EJA, 104 professores e

10 supervisores;10 supervisores;10 supervisores;10 supervisores;

São 11 escolas na sede e 18 São 11 escolas na sede e 18 São 11 escolas na sede e 18 São 11 escolas na sede e 18 escolas nos distritos que escolas nos distritos que escolas nos distritos que escolas nos distritos que fazem atendimento nesta fazem atendimento nesta fazem atendimento nesta fazem atendimento nesta

modalidade de ensinomodalidade de ensinomodalidade de ensinomodalidade de ensino

São 42 turmas de EJA na São 42 turmas de EJA na São 42 turmas de EJA na São 42 turmas de EJA na Sede e 57 distribuídas nas Sede e 57 distribuídas nas Sede e 57 distribuídas nas Sede e 57 distribuídas nas

escolas dos Distritos de escolas dos Distritos de escolas dos Distritos de escolas dos Distritos de Sobral;Sobral;Sobral;Sobral;

São 104 professores, sendo São 104 professores, sendo São 104 professores, sendo São 104 professores, sendo 92 com vínculo temporário e 92 com vínculo temporário e 92 com vínculo temporário e 92 com vínculo temporário e

12 com vínculo efetivo.12 com vínculo efetivo.12 com vínculo efetivo.12 com vínculo efetivo.

13

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ANO 1º SEGMENTO 2º SEGMENTO TURMAS ALUNOS

2003 58 1.102 0 0 58 1.102

2004 67 1.365 0 0 67 1.365

2005 44 1.075 0 0 44 1.075

2006 51 899 14 366 65 1.265

2007 54 1.186 19 448 82 1.634

2008 54 1.099 37 1.114 94 2.213

2009 49 983 57 1.956 106 2.939

CONSOLIDADO ÚLTIMOS ANOS

14

31

Escala de Matrículas de EJA 2003 à 2009

15

FORMAÇÃO DOS PROFESSORES, FORMAÇÃO DOS PROFESSORES, FORMAÇÃO DOS PROFESSORES, FORMAÇÃO DOS PROFESSORES, COORDENADORES E PROFESSORES DA EJACOORDENADORES E PROFESSORES DA EJACOORDENADORES E PROFESSORES DA EJACOORDENADORES E PROFESSORES DA EJA

� A Formação é realizada pela Escola de Formação Permanente do Magistério - ESFAPEM;

� Os Encontros de Formação acontecem uma vez por mês, no turno da noite e 4 seminários anuais;

� A Coordenação do Ensino Fundamental, através da Gerência da EJA, organiza o evento e participa da formação;

� É garantido aos professores materiais didáticos e pedagógicos, entregues durante a evento;

� A Escola envia mensalmente os relatórios da formação dos professores do 1° e do 2° Segmento.

16

32

PROPOSTAS CURRICULARES 1° SEGMENTO

Linguagem Matemática

Sociedade e Natureza

17

PROPOSTAS CURRICULARES 2° SEGMENTO

Português Matemática História

Geografia Ciências

18

33

QUAL A IMPORTÂNCIA DA ROTINA NA QUAL A IMPORTÂNCIA DA ROTINA NA QUAL A IMPORTÂNCIA DA ROTINA NA QUAL A IMPORTÂNCIA DA ROTINA NA SALA DE AULA DA EJA SALA DE AULA DA EJA SALA DE AULA DA EJA SALA DE AULA DA EJA

A rotina é um instrumento para A rotina é um instrumento para A rotina é um instrumento para A rotina é um instrumento para concretizar as intenções concretizar as intenções concretizar as intenções concretizar as intenções educativas, racionalizar o educativas, racionalizar o educativas, racionalizar o educativas, racionalizar o

tempo e os recursos tempo e os recursos tempo e os recursos tempo e os recursos disponíveis. disponíveis. disponíveis. disponíveis.

Tem o objetivo de garantir que Tem o objetivo de garantir que Tem o objetivo de garantir que Tem o objetivo de garantir que as necessidades de as necessidades de as necessidades de as necessidades de

aprendizagens dos alunos aprendizagens dos alunos aprendizagens dos alunos aprendizagens dos alunos sejam atendidassejam atendidassejam atendidassejam atendidas.

Nesta proposta de formação, a Nesta proposta de formação, a Nesta proposta de formação, a Nesta proposta de formação, a rotina será organizada através rotina será organizada através rotina será organizada através rotina será organizada através de um passo a passo próprio de um passo a passo próprio de um passo a passo próprio de um passo a passo próprio

para cada disciplina.para cada disciplina.para cada disciplina.para cada disciplina.19

1º Segmento

� 19h – Acolhida� 19h10 – Informação da agenda do dia� 19h15 – Leitura do professor� 19h20 – Leitura do aluno� 19h40 – Compreensão oral do texto� 20h – Atividade escrita� Linguagem� Matemática� Natureza e sociedade� 20h30 – Correção em grupo ou coletiva da atividade de linguagem

escrita.� 21h00 – Desenvolvimento das atividades a critério do professor.� 21h50 – Avaliação do dia.

20

34

2º Segmento

1º Dia Leitura do Texto (silenciosa, coletiva, em dupla ou em pequeno grupo e individual)

Compreensão OralAtividades da matrizInício da produção escrita Redação)

2° Dia Releitura do texto do primeiro dia

Atividades da matrizRevisão, correção e reescrita do texto

3º Dia Leitura de um novo texto Compreensão Oral Atividades da matrizInício da produção escrita Redação)

4º Dia Releitura do texto do terceiro dia

Atividades da matrizRevisão, correção e reescrita do texto

5º Dia Leitura de um novo texto Atividades da matriz

Linguagem

21

Gerência da EJA:Gerência da EJA:Gerência da EJA:Gerência da EJA:

� Integra juntamente com as demais gerências a Coordenação do Ensino Fundamental da Secretaria da Educação;

� É responsável pela operacionalização da Educação de Jovens e Adultos e do Programa Brasil Alfabetizado;

25

35