fundamentos histÓricos e filosÓficos da educaÇÃo · 27 universidade estadual vale do acaraú...

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UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ - UVA UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA CURSO: PEDAGOGIA PROFESSOR: TIBÉRIO MENDONÇA DISCIPLINA: FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

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UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ - UVA

UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA

CURSO: PEDAGOGIA

PROFESSOR: TIBÉRIO MENDONÇA

DISCIPLINA:

FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO

EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação – Professor: Tibério

EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

No âmbito da história universal da educação, observa-se que ela em todos os contextos e épocas, em todos os tempos e lugares sempre apareceu como elemento básico, indissociável e necessário para a conduta e vida de todas as sociedades e grupos, de todos os povos e raças.

Se a diversidade das sociedades (desde as primitivas até as atuais) requereu um modo diferenciado de educação para a conduta de seus membros e práticas dos seus respectivos costumes, foi, então, a flexibilização e maleabilidade do caráter dinamizador, ou dinamizado da educação que tornou possível sentir e perceber a sua presença em cada uma dessas diversificadas coletividades.

A educação é, portanto, um elemento necessário na vida de qualquer povo. É por meio dela que uma sociedade se transforma e se desenvolve total ou parcialmente, aperfeiçoando alguns de seus hábitos e até mesmo criando outros novos.

Há muito tempo tem se insistido que a educação consiste numa certa transmissão de conhecimentos e saberes que foram adquiridos e acumulados ao longo do tempo. E isso não se distancia da verdade. No Brasil, por exemplo, nos primórdios de sua história, quando o homem branco europeu, por aqui, ainda não tinha chegado, era justamente dessa maneira que se dava a educação, sobretudo a partir do contato das gerações mais velhas com as gerações mais novas.

Antes da chegada dos europeus no Brasil, a educação escolar simplesmente não existia. Desse modo, o saber que se tinha era muito pouco e cabia suficientemente na memória do povo.

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A História da Educação Brasileira não é uma História difícil de ser estudada e compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas. Período Jesuítico (1549 · 1759)

A primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território do Novo Mundo. Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam características próprias de se fazer educação.

E convém ressaltar que a educação que se praticava entre as populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional europeu.

O Período Jesuítico durou duzentos anos, onde a Companhia de Jesus foi fundada em 1534 em Paris por Inácio de Loiola e em março de 1549, foi instalado no Brasil.

Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade europeia; trouxeram também os métodos pedagógicos.

O maior objetivo dos jesuítas eram o de instruir os índios à fé católica e ensinar ler e escrever, sendo que os jesuítas trabalhavam incansavelmente na pregação da fé católica e ao trabalho educacional.

As escolas brasileiras da época eram regulamentadas por um decreto chamado de Ratio Studiorum, cujo documento servia para legalizar as escolas jesuíticas no Brasil, mas ensinava apenas o ensino básico, pois quem queria estudar medicina e outras profissões teriam que ir para a Europa porque no Brasil as escolas só ensinavam Filosofia, Letras, Teologia, dentre outras.

Este método funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia alguma coisa muito bem estruturada em termos de educação o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos. Tentou-se as aulas régias, o subsídio literário, mas o caos continuou até que a Família Real, fugindo de Napoleão na Europa, resolve transferir o Reino para o Novo Mundo. Período Pombalino (1760-1807)

Marquês de Pombal veio ao Brasil e expulsou os jesuítas para implantar seu novo

método de ensino, mas seu maior objetivo era fortalecer e reestruturar a balança comercial de Portugal, enquanto os jesuítas tinha como missão ensinar a fé. Os professores da era pombalina eram mal pagos porém eram adaptados de uma função para outra para exercer a função da docência, e, os mesmos eram indicados ao cargo de professor pelos bispos da época.

Os métodos de ensino e as estratégias de ensino no Brasil na era pombalina só passaram a obter alguns frutos com a chegada da família real ao Brasil.

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Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras, mas a vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para preparar terreno para sua estadia no Brasil D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade maior. Período Joanino (1808-1821)

O período Joanino foi marcado pela chegada da família real ao Brasil, e, foi

fundado uma escola de educação para ensinar os idiomas francês e o português, com isso melhorou um pouco a qualidade da educação no Brasil estimulado pela abertura de mais cursos como desenho e pintura.

Também foi nessa época que foi criado o primeiro jornal em língua portuguesa por nome de Correio Braziliense mas não era impresso no Brasil, e, sim em Londres.

No período Joanino também foi criado o Museu Nacional no Rio de Janeiro, além da escola Real de Ciências, Artes e Ofícios que também foram criados, ou seja, foi um momento muito produtivo para a educação brasileira. Período Imperial (1822 - 1888)

Após a independência do Brasil que ocorreu em 1822, foi criada a Lei Magna na

qual através do Art. 179 dizia que a instrução primária deveria ser gratuita para todos os cidadãos.

Também foi desenvolvido o Método Lancaster onde um aluno com mais experiência poderia ensinar um grupo de dez alunos sob o comando de um inspetor. Em 1835 surgiu a primeira escola normal no Brasil mas também não obteve bons resultados, novamente afetando a qualidade da educação brasileira.

Até a proclamação da república, a educação no Brasil não tomou boa forma, ficando presa a métodos que não eram aceitos por todos e que também não se elevava a um grau de qualidade satisfatório. Período Da Primeira República (1889 - 1929)

A Reforma de Benjamin Constant tinha como objetivos principais implantar a

gratuidade no ensino primário para que aumentasse os alunos egressos nos cursos superiores e diminuir a porcentagem de analfabetos no Brasil que segundo o Anuário Estatístico do Brasil no ano de 1900 o grau de analfabetismo no Brasil era de 75%.

A Reforma Rivadavia Correa, de 1911 implantou os exames de admissão ao ensino superior e também pregava que a escola deveria formar cidadãos e não fazer com que os alunos apenas passassem de um nível para o nível seguinte.

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A década de 1930 foi marcada pela tomada do poder pelo então Getúlio Vargas no que a educação sofreria devido as condições agrárias do país que afetaria a educação brasileira.

A Academia Brasileira de Letras foi fundada em 1895 por Machado de Assis e a Associação Brasileira de Educação foi criada por Heitor Lira em 1924. Já em 1927 foi realizado a primeira Conferência Nacional de Educação em Curitiba pela Associação Brasileira de Educação, e, em 1930 foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública através do Decreto Lei 19.402 no Governo Getúlio Vargas.

Período Da Segunda República (1930 - 1936)

Após a Revolução de 1930, o Brasil entrou para o mundo capitalista e com os

confrontos de ideais que apareceram, surgiram as necessidades de investir no capital humano pois a nova realidade brasileira fez com que o governo brasileiro investisse na educação para a formação de mão-de-obra especializada a fim de abastecer o mercado de trabalho.

Foi através do decreto lei 19.890 de 18 de abril de 1931 que foi implantado a profissão de contador e regulamentado o ensino comercial.

Em 1932 houve um manifesto dos pioneiros da educação a fim de conscientizar a população brasileira frente a educação no Brasil, foi abordado vários assuntos, pronunciado várias críticas a respeito da condução da educação brasileira até aquela época.

Segundo os pioneiros da educação, a escola deveria ter mais cuidado na formação dos futuros profissionais que serão lançados no mercado de trabalho pois a educação é tão importante quanto a economia, mas na verdade a educação é um setor que é pouco valorizado pelos políticos, sendo que a escola tem a função de formar cidadãos.

O Brasil nunca teve um projeto escolar desenvolvido pelos brasileiros e sempre está copiando os modelos de outros países, e, com isso nunca dá continuidade em seus projetos educacionais pois estão sempre copiando e nunca tem um projeto de futuro pois quem copia não sabe o que o criador das ideais tem a oferecer para o futuro e não sabe de seus projetos em questão.

Os profissionais da educação precisam de conhecimento da parte humana pois ao contrário da área exata que seus profissionais apenas se preocupam com o que está sendo executado dentro de seus laboratórios, pois o homem não pode ser considerado como uma máquina porque a máquina não tem sentimento mas o homem tem.

A maior parte dos novos e até antigos professores acostumaram repetir as ideais sem fundamentos dos mais antigos sem convicção, onde fica preso nos discursos e não chega a lugar nenhum. É muito difícil encontrar nessa nova geração de professores, alguém que queira mudar seus hábitos e atingir o ápice na educação propondo melhorias através de ideias concretas, mas ao contrário disso, os novos mestres se mantém no comodismo e se comportando como papagaios, apenas repetindo o que os antigos professores dizem.

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A educação brasileira necessita de passar por uma reforma onde é necessário acabar com os discursos sem fundamentos dos políticos e educadores que se dizem sábios para tratar desse assunto, pois a reforma educacional é uma reforma social e psicológica, necessita de mudanças de hábitos, não pode ser tratada com a mesma importância como qualquer outro assunto. Sabendo que a reforma educacional deverá ser contínua e não em apenas em um momento ou até mesmo fixá-la em apenas uma diretriz.

O novo modelo de educação deixa de lado o individualismo e valoriza mais a questão humana, pois no modelo antigo de educação a classe burguesa era mais favorecida porque os alunos que tinham mais poder econômico possuía uma qualidade de vida melhor comparado com os demais e consequentemente uma melhor educação no quesito familiar.

É preciso formar homens e não máquinas para desenvolver um trabalho material cotidiano, porque a função da escola primeiro é preparar o indivíduo para a vida, e depois ensinar uma prática ao homem, pois preparando primeiramente para a vida, ensinando os direitos e deveres que o mesmo deve desenvolver, a questão prática é consequência do momento.

A escola deve ser para todos, ou seja, todos devem ter os mesmos direitos independente de sua classe social desde a escola infantil à Universidade para todos os brasileiros, isso é um direito biológico que o ser humano possui. Antes do governo implantar a obrigatoriedade da escola para todos, o mesmo deve implantar a gratuidade em todos os níveis escolares.

A escola nova prega o conhecimento de dentro para fora, pois o ser humano precisa encontrar o trabalho por suas próprias necessidades e não pela imposição da escola ou sociedade, com isso, a escola deve se preocupar mais com a parte humana e deixar a questão dos conteúdos em segundo plano, porque quando uma pessoa está bem preparada psicologicamente e emocionalmente, as atividades propostas será uma consequência da realidade vivida.

As faculdades precisam ser gratuitas de maneira geral e sua função deverá ser formadores de opiniões, ou seja, formar cidadãos com profundidade de pensamentos com conhecimento intelectual preparado para enfrentar a realidade brasileira, pois hoje os atuais formandos saem das Universidades sem conhecimentos social e intelectual, aceitando tudo o que lhes é proposto e não tem fundamentação para defender um assunto político por exemplo.

A Universidade tem a melhor função que é formar cidadãos críticos e preparados para sua profissão do futuro. Os profissionais que se formam nos cursos de ciências exatas não recebem instruções didáticas de como proceder na condução de uma sala de aula, pois todas as Universidades deveriam preparar os futuros formandos para o mercado de trabalho e também para a sala de aula porque muitos profissionais depois de formados, não conseguem encontrar trabalhos em sua área de atuação e acabam indo para a sala de aula, e quem perde é a educação pois recebe um profissional sem preparação didática para o determinado setor.

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Período Do Estado Novo (1937 - 1945) Nessa época, a visão dos políticos era de que deveria ser ensinado o trabalho

manual nas escolas normais, primárias e secundárias e teria uma acepção, sendo que os trabalhos onde exigiam mais conhecimento intelectual eram predispostos as classes mais favorecidas e os trabalhos manuais eram para as classes menos favorecidas.

Com essa visão, em 22 de janeiro de 1942 através do decreto lei 4.048 foi criado o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) para ministrarem os cursos de qualificação profissional e cursos técnicos de modo suprir a necessidade de mão-de-obra no mercado industrial brasileiro.

Também, preocupado com a aprendizagem comercial, o governo criou o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), desta forma abrangendo a indústria através do SENAI e o comércio através do SENAC, mas por outro lado, o governo não estava preocupado em preparar o aluno para o ensino superior mas sim para sua formação geral, ou seja, preparar o aluno para o mercado de trabalho. Período Da Nova República (1946 - 1963)

Nessa etapa da educação foi a criado a L.D.B (Leis de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional), pois através dela foi deliberada que a educação é um direito de todos.

Também nesse período foi marcado pelo final da ll Guerra Mundial onde foram lançados bombas atômicas no Japão, matando muitas pessoas. Um fato gritante que marcou esse período, foi o suicídio de Getúlio Vargas e a ida da população às ruas chorar sua morte.

Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educação, cumprindo o artigo 9º da Lei de Diretrizes e Bases. Este substitui o Conselho Nacional de Educação e também foram criados os Conselhos Estaduais de Educação. Período Do Regime Militar (1964 - 1985)

No período do regime militar nem os alunos e nem os professores tinham voz

ativa, sendo que o que o governo dissesse era tido como verdade e sem questionamentos, e, muitos alunos e professores foram presos nessa época durante confronto com a polícia e o que também marcou foi o fim do exame vestibular sendo que o aluno entraria na Universidade de acordo com as notas que o mesmo obtivera no 2º Grau.

Também foi criado o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) sob influência de Paulo Freire através da Lei 5.370, com o intuito de acabar com o analfabetismo no Brasil, mas sob denúncias de corrupção foi extinto o movimento com pouco tempo de funcionamento.

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O MOBRAL foi criado para a qualificação de mão-de-obra para fortalecer a economia brasileira, e, referenciando a teoria de Paulo Freire, enquanto o mesmo propunha a educação para formar cidadãos pensantes, a doutrina do MOBRAL era condicionar as pessoas, ensinar o básico da educação e liberar o indivíduo para o mercado de trabalho para fortalecer a mão-de-obra escassa no meio da população brasileira.

Período da Abertura Política (1986 - 2003)

Os profissionais das áreas de sociologia, filosofia e outras, foram inseridos em

alguns postos da educação a fim de mesclar outras áreas do conhecimento para discutir sobre a educação brasileira e melhorar a didática, a dinâmica e a qualidade na educação.

Com a abolição do MOBRAL, foi desenvolvido o Programa Educar e também o Exame Nacional dos Cursos, onde o aluno deveria fazer uma prova para retirar o seu diploma e com isso estaria avaliando o conceito do curso em questão. Foi desenvolvido o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM e criado os Parâmetros Curriculares Nacionais -PCNs para tentar melhorar a qualidade do ensino no Brasil. Já no Nordeste, foi criado o Projeto de Educação Básica com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento -BIRD. Em 1997 o Brasil teve uma forte perda na educação que foi a morte de Paulo Freire considerado o cérebro da educação brasileira.

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Em janeiro de 1959 os educadores se revoltaram com os políticos porque os mesmos esqueceram da educação e só pensavam em angariar votos e se manter no poder, e também os educadores consideravam que a educação é como se fosse uma guerra onde todos tem que lutar com um único objetivo que seria a vitória e deixar de pensar apenas em objetivos próprios pois quem perde é a população porque o governo finge que está do lado da educação sendo que na verdade é só fantasia. O governo está fugindo de suas obrigações e se preocupando apenas em números.

A Constituição de 1988, promulgada após amplo movimento pela redemocratização do País, procurou introduzir inovações e compromissos, com destaque para a universalização do ensino fundamental e erradicação do analfabetismo.

A Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013 alterou a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), instituindo o ensino obrigatório no Brasil entre 4 e 17 anos de idade. Esta lei também "dividiu" o ensino em três fases: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Em 25 de junho de 2014, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sancionou o Plano Nacional de Educação. O plano criou 20 metas que devem ser atingidas até o ano de 2024, além de destinar 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a Educação. Quadro da educação nacional

Pesquisas na área educacional apontam que um terço dos brasileiros frequentam diariamente a escola (professores e alunos). São mais de 2,5 milhões de professores e 53 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Estes números apontam um crescimento no nível de escolaridade do povo brasileiro, fator considerado importante para a melhoria do nível de desenvolvimento de nosso país.

Uma outra notícia importante na área educacional diz respeito ao índice de analfabetismo. O Censo de 2010 (IBGE) mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (2000 a 2010). Em 2000, o número de analfabetos correspondia a 13,63% da população (15 anos ou mais de idade). Esse índice caiu para 9,6% em 2010 e para 8,3% em 2014 (IBGE). Ou seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos frequentavam a escola.

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Esta queda no índice de analfabetismo deve-se, principalmente, aos maiores

investimentos feitos em educação no Brasil nos últimos anos. Governos municipais, estaduais e federais tem dedicado uma atenção especial a esta área. Programas de bolsa educação tem tirado milhares de crianças do trabalho infantil para ingressarem nos bancos escolares. Programas de Educação de Jovens e Adultos (EJAs) também tem favorecido este avanço educacional. Tudo isto, aliado a políticas de valorização dos professores, principalmente em regiões carentes, tem resultado nos dados positivos.

Outro dado importante é a queda no índice de repetência escolar, que tem diminuído nos últimos anos. A repetência acaba tirando muitos jovens da escola, pois estes desistem. Este quadro tem mudado com reformas no sistema de ensino, que está valorizando cada vez mais o aluno e dando oportunidades de recuperação. As classes de aceleração também estão dando resultados positivos neste sentido.

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A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso país. Esta lei visa tornar a escola um espaço de participação social, valorizando a democracia, o respeito, a pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola ganhou vida e mais significado para os estudantes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de. Pequena história da formação social brasileira. 2ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1981. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989. BASBAUM, Leôncio. História Sincera da República. São Paulo: Alfa-Omega, 4 v., 1975-1976. BREJON, Moysés. (org.) Estrutura e funcionamento do ensino de 1º e 2º graus: leituras. 7ª ed. São Paulo: Pioneiras, 1976. Educação no Brasil. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/educacaobrasil/> Acesso em 27 mar 2017. Evolução histórica da educação no brasil. Disponível em: <http://philosofiaeciencia.blogspot.com.br/2010/05/evolucao-historica-da-educacao-no.html> Acesso em 27 mar 2017. GERMANO, José Wellington. Estado militar e educação no Brasil: (1964-1985). São Paulo:

Cortez, 1993.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 5ª ed. São Paulo-SP: Cortez, 2009.

SOUZA Eliseu de; CARVALHO, Marcel. A trajetória do conhecimento: a história da educação brasileira. Paraná: FAFIPA, 2012. 13 f. Apostila.

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ESTUDO ERRADO – Gabriel o pensador Eu tô aqui Pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever A professora já tá de marcação porque sempre me pega Disfarçando espiando colando as prova dos colegas E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo Eu quero jogar botão, videogame, bola de gude Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!" Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde Ou quem sabe aumentar minha mesada Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?) Não. De mulher pelada A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!) A rua é perigosa então eu vejo televisão (Tá lá mais um corpo estendido no chão) Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação - Ué não te ensinaram? - Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil Em vão, pouco interessantes, eu fico pu.. Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!!) Então eu fui relendo tudo até a prova começar Voltei louco pra contar: Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!) E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre! Então eu vou passar de ano Não tenho outra saída Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida Discutindo e ensinando os problemas atuais E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais Com matérias das quais eles não lembram mais nada E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Decoreba: esse é o método de ensino Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos Desse jeito até história fica chato Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente E sei que o estudo é uma coisa boa O problema é que sem motivação a gente enjoa O sistema bota um monte de abobrinha no programa Mas pra aprender a ser um ignorante (...) Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir) Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste - O que é corrupção? Pra que serve um deputado? Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso! Ou que a minhoca é hermafrodita Ou sobre a tênia solitária. Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...) Vamos fugir dessa jaula! "Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?) Não. A aula Matei a aula porque num dava Eu não aguentava mais E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam (Esse num é o valor que um aluno merecia!) Íííh... Sujô (Hein?) O inspetor! (Acabou a farra, já pra sala do coordenador!) Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar E me disseram que a escola era meu segundo lar Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!) Encarem as crianças com mais seriedade Pois na escola é onde formamos nossa personalidade Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios Quem devia lucrar só é prejudicado Assim cês vão criar uma geração de revoltados Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...