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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ, CAMPUS DE TOLEDO ANDRÉIA CRISTINA KERBER ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENE PARA O LATICÍNIO DOM PEDRO - SÃO PEDRO DO IGUAÇU-PR TOLEDO 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ, CAMPUS DE TOLEDO

ANDRÉIA CRISTINA KERBER

ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENE PARA O

LATICÍNIO DOM PEDRO - SÃO PEDRO DO IGUAÇU-PR

TOLEDO 2010

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ANDRÉIA CRISTINA KERBER

ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENE PARA O LATICÍNIO DOM PEDRO - SÃO PEDRO DO IGUAÇU-PR

Relatório Final de Estágio apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado em Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Toledo, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Secretariado Executivo. Professor Orientador (a): Débora Vigorena, Ms.

TOLEDO 2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo ânimo e coragem que me concedeu para chegar até o final de mais esta etapa de minha vida.

À minha família e ao meu namorado por todo o apoio que me foi prestado em tantas horas difíceis que suportei, onde o cansaço quase me fez desistir.

Aos professores que tantos ensinamentos nos trouxeram, sempre nos encorajando e dando forças para que pudéssemos nos tornar um profissional bem sucedido. E agradeço carinhosamente aos três orientadores que estiveram me acompanhando neste período de estágio: professor Celso Almiro Hoffmann, professora Fabiana Regina Veloso Bíscoli e professora Débora Vigorena. Pois foi através de vocês que pude realizar este trabalho.

Aos colegas que fizeram parte de minha vida nesses quatro anos de faculdade, me auxiliando quando tive dificuldades e sempre oferecendo uma mão amiga, aqueles que choraram ou sorriram junto comigo.

E ainda o meu agradecimento à empresa onde realizei o estágio, por toda a compreensão que foi prestada a mim e por todo o apoio que me disponibilizaram.

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RESUMO

Este estudo foi realizado no Laticínio Dom Pedro, com objetivo geral de elaborar e implantar um manual de boa conduta higiênica para treinamento dos manipuladores de alimentos do Laticínio. Foram abordados assuntos essenciais para a manipulação segura dos alimentos, tendo em vista as necessidades de adequação da organização às normas de segurança alimentar brasileiras. Foi aplicada uma entrevista com os funcionários e ainda foram observadas as rotinas dos mesmos como apoio para elaboração do manual. Após a elaboração do mesmo, foi aplicado um treinamento com os sete colaboradores que trabalham nas áreas de Produção e Embalagem da empresa a fim de sensibilizar e instruir a equipe sobre a importância de seguir as condutas de higiene na manipulação de alimentos. Pode-se afirmar que houve grande aceitação para adotá-lo por parte dos funcionários e proprietários da empresa e foi então indicado para a realização de todos os treinamentos da empresa a partir deste momento, além de ser entregue uma versão do manual elaborado para cada funcionário que participou do treinamento. Espera-se que a empresa realmente conte com o apoio do presente manual, a fim de padronizar todos os treinamentos que envolvam os manipuladores de alimentos para que se possa obter resultados positivos em relação à qualidade dos produtos que são produzidos e comercializados pelo Laticínio Dom Pedro.

Palavras-chave: manipuladores de alimentos, higiene, manual

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ABSTRACT

This study was developed at Laticínio Dom Pedro, with the general goal of elaborating and executing a manual of good hygienic conduct for a training process to the food manipulators of the company. It was studied the essential subjects for the safe manipulation of food, thinking about the needs to adequate the organization to the Brazilian food security rules. An interview was applied to the employees and their routines were watched to support the manual elaboration. After its elaboration, it was applied a training with the seven employees in charge at the Production and Wrapping areas of the company, in order to sensitize and teach the team about how is important to follow the hygienic conduct when manipulating food. It can be assured that there was a huge acceptation to adopt the manual by the employees and the owner of the company and since then it has been being indicated to execute all the training processes of the company besides, it was delivered a version of the elaborated manual to each employee that assisted the training. It is hoped that the company really count on the support the present manual can offer, in order to standard all the training processes that involve food manipulation willing to obtain positive results in relation to the quality of the products made and sold by the Laticínio Dom Pedro.

Key words: food manipulators, hygiene, manual.

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RESUMEN

Este estudio fue realizado en el Lacticinio Don Pedro, con el objetivo general de elaborar e implantar un manual de buena conducta higiénica para el entrenamiento de los manipuladores de alimentos del Lacticinio. Fueran abordados asuntos esenciales para la manipulación segura de los alimentos, llevando en cuenta las necesidades de adecuación de la organización a las normas brasileñas de seguridad alimentar. Fue aplicada una entrevista con los funcionarios y aun fueran observadas las rutinas de ellos como apoyo para la elaboración del manual. Después de su elaboración, fue aplicado un entrenamiento con los siete empleados que trabajan en las áreas de Producción y Embalajes de la empresa con objetivo de enseñar el equipo a respecto de la importancia de seguir las conductas de higiene durante la manipulación de los alimentos. Se puede afirmar que hubo una gran aceptación por parte de los funcionarios y del propietario de la empresa y fue entonces indicado para la realización de todos los entrenamientos de la empresa a partir de esto momento, también fue entregue una versión del manual hecho a cada uno de los empleados que participaron en el entrenamiento. Se espera que la empresa realmente cuente con el apoyo del presente manual, para estandarizar todos los entrenamientos que involucren los manipuladores de alimentos y que a causa de esto se pueda obtener resultados positivos con relación a la calidad de los productos hechos y vendidos por el Lacticinio Don Pedro.

Palabras clave: manipuladores de alimentos, higiene, manual.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9

2 OBJETIVOS ...........................................................................................................11

2.1 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................11

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................11

3 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................12

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................14

4.1 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA HIGIENE DOS ALIMENTOS ..........................14

4.2 HIGIENE DO TRABALHO....................................................................................17

4.3 MANIPULADORES DE ALIMENTOS ..................................................................17

4.4 NORMAS SOBRE HIGIENE NA MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS ...................18

4.4.1 Vigilância no estado do Paraná.........................................................................19

4.5 DOENÇAS CAUSADAS POR ALIMENTOS MANIPULADOS COM FALTA DE

HIGIENE ..............................................................................................................21

4.5.1 Microorganismos Patogênicos na Higiene Deficiente .......................................22

4.6 TREINAMENTO...................................................................................................24

4.6.1 Tipos de treinamento.........................................................................................25

4.6.2 Avaliação das Necessidades.............................................................................28

4.6.3 Projeto do Programa de Treinamento ...............................................................29

4.6.4 Adequação do programa de treinamento às necessidades da organização e

avaliação dos resultados....................................................................................30

4.7 ELABORAÇÃO DE MANUAIS .............................................................................34

4.7.1 Tipos de manuais administrativos .....................................................................35

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...............................................................37

6 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

COLETADOS ........................................................................................................39

6.1 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL...................................................................39

6.1.1 Histórico da organização...................................................................................40

6.1.2 Ambiente organizacional ...................................................................................42

6.1.3 Operacionalização da organização ...................................................................44

6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO...............................................................46

6.2.1 Sugestões e recomendações............................................................................48

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................51

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REFERÊNCIAS .........................................................................................................53

APÊNDICES...............................................................................................................55

APÊNDICE 01 – ENTREVISTA APLICADA AOS COLABORADORES....................56

APÊNDICE 02 – MANUAL DE BOA CONDUTA HIGIÊNICA PARA TREINAMENTO

DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS......................................58

APÊNDICE 03 – SLIDES UTILIZADOS NO TREINAMENTO DOS

COLABORADORES......................................................................72

APÊNDICE 04 – FOTOS DA REALIZAÇÃO DO TREINAMENTO COM OS

MANIPULADORES........................................................................76

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1 INTRODUÇÃO

A segurança alimentar é uma das principais preocupações da indústria de

alimentos, não somente pela exigência dos consumidores, mas também pela

responsabilidade com a saúde humana, já que alimentos manuseados sem os

devidos cuidados se tornam alvo de proliferação de microorganismos.

Os danos e doenças provocados pelo consumo de alimentos fabricados com

falta de higiene podem ser fatais, sendo de grande importância que as empresas se

adaptem e atualizem-se neste sentido, e que seja promovida a conscientização dos

manipuladores de alimentos, evitando desta forma riscos a todos os consumidores.

Todo indivíduo que trabalha com o processamento de produtos alimentícios,

deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que as atividades que desenvolve

dentro da empresa sejam realizadas de acordo com os procedimentos de

higienização recomendados e que os alimentos que manipula tenham condições de

serem ingeridos sem o perigo de causarem intoxicação alimentar nos consumidores.

Por isso, o setor de laticínios é um dos segmentos que mais exige o

estabelecimento de segurança alimentar, baseada na limpeza, higiene de pessoal e

instalações.

Segundo Forsythe (2002, p. 13), “A produção de alimentos seguros é

responsabilidade de todos em uma cadeia alimentar e nas indústrias, desde os

operários do transporte até os mais altos executivos.”

Outro autor complementa o assunto dizendo:

Os manipuladores de alimentos têm um importante papel na prevenção das toxinfecções alimentares e das demais doenças de origem alimentar. A preocupação comum é com relação à passagem dos organismos das pessoas para os alimentos, a partir do nariz, pele das mãos e de outras superfícies e das feridas. Mais importante ainda é a transmissão dos organismos dos alimentos crus para os cozidos tendo as mãos como meio de transporte, assim como as superfícies, utensílios e roupas. (HOBBS; ROBERTS, 1998, p. 153).

Assim, a correta higiene pessoal e dos equipamentos que são manuseados

pelos colaboradores é fundamental para o resultado do produto final, atraindo desta

forma a atenção dos consumidores dos produtos e aumentando os pontos fortes da

organização no mercado onde atua.

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No Laticíno Dom Pedro existem alguns manuais sobre as boas práticas de

fabricação que foram elaborados informalmente, porém, não existe procedimento

padrão que envolva os colaboradores que trabalham diretamente com o

processamento dos produtos. As pessoas envolvidas na manipulação e no

manuseio dos produtos devem receber treinamento constante para evitar que os

produtos durante o processo de fabricação ou já prontos para o consumo, sejam

contaminados por microorganismos patogênicos, trazendo riscos para a saúde dos

consumidores.

Por isso, durante o processo de observação da empresa, foi constatada a

necessidade de elaboração de um manual, que oriente os funcionários, sobre os

procedimentos de higiene pessoal e das instalações, a fim de que o novo

colaborador e também os que já estão na empresa fiquem atentos para a

responsabilidade exigida no cargo ocupado. Diante disso, o objetivo geral deste

estudo foi a elaboração e implantação de um manual sobre higiene na manipulação

de alimentos para padronizar os treinamentos de novos e antigos funcionários nas

áreas de Produção e Embalagem do Laticínio Dom Pedro.

O manual foi elaborado com o intuito de facilitar a adaptação da empresa

nas boas Práticas de fabricação, para que venha a ser um complemento para este

processo de exigência legal, e que sirva como padrão quando for necessário treinar

os funcionários.

Após a elaboração do manual, aplicou-se um treinamento para todos os

funcionários e o mesmo ficou à disposição para que os manipuladores e demais

integrantes da empresa tenham acesso sempre que necessário. Espera-se que o

manual seja utilizado pela empresa, em todos os treinamentos que forem

necessários nas áreas de Produção e Embalagem.

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2 OBJETIVOS

Neste capítulo são apresentados o objetivo geral e objetivos específicos

determinados para a realização deste estudo.

2.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar e implantar um manual sobre condutas de higiene na manipulação

de alimentos para padronizar os treinamentos dos funcionários nas áreas de

Produção e Embalagem do Laticínio Dom Pedro.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) realizar um levantamento bibliográfico sobre condutas de boa higiene na

manipulação de alimentos adequadas às necessidades da empresa;

b) identificar as exigências legais do Serviço de Inspeção de Produtos de

Origem Animal (SIP/POA) quanto às práticas de higiene de

manipuladores de alimentos;

c) observar as rotinas de higiene na manipulação dos alimentos na fábrica;

d) elaborar um manual com a finalidade de padronizar os treinamentos dos

funcionários sobre condutas de higiene;

e) aplicar o manual elaborado na empresa e treinar os funcionários.

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3 JUSTIFICATIVA

O mundo está em avanço tecnológico extremamente significativo, as

indústrias de alimentação buscam produzir alimentos que atraiam os consumidores

e que não representem danos à saúde humana, e diante disso, necessitam de

aperfeiçoamento constante em todos os setores.

Produzir alimentos com qualidade e higiene é obrigação de qualquer

empresa. Apesar disso, muitas não cumprem a legislação sanitária, o que traz

muitos riscos para o consumidor.

A busca pela qualidade é um diferencial para a permanência das

empresas no mercado, frente a esta era da globalização, em que, os consumidores

estão cada vez mais seletivos, se preocupando com a qualidade dos produtos

adquiridos.

Os manipuladores de alimentos fazem parte deste aperfeiçoamento, já

que manuseiam diretamente os produtos. Por isso a importância de serem treinados

a respeito da importância da higiene na fabricação e manipulação de alimentos, que

além de exigência pela legislação brasileira, é também compromisso com a saúde

dos consumidores, visto os danos que um produto contaminado pode causar à

saúde da população.

Os alimentos estão expostos a contaminações por microorganismos que

são associados às práticas incorretas de manipulação. Por causa disso, os

manipuladores precisam ter noções da responsabilidade que é trabalhar no ramo de

alimentos, pois é grande o número de casos nos hospitais por conta da intoxicação

alimentar.

Hazelwood e McLean (1994, p. 51-52) salientam que,

A intoxicação alimentar é causada por ignorância ou negligência, sendo, portanto aceita, de um modo geral, a tese de que uma redução nas estatísticas atuais só pode ser conseguida por meio da educação e do preparo dos manipuladores de produtos alimentícios, em padrões mais eficazes de higiene alimentar. Um único erro cometido por um manipulador despreparado, mesmo nas mais modernas e higiênicas instalações, pode resultar em uma epidemia de intoxicação alimentar. Os princípios da higiene alimentar devem ser ensinados de maneira lógica e profissional, como parte essencial da preparação inicial (de preferência antes mesmo que os manipuladores comecem a trabalhar no seu emprego). Nenhum manipulador deveria ter permissão para tocar em qualquer tipo de alimento antes de haver sido devidamente preparado, em um curso básico de instrução sobre higiene.

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O colaborador que recebe treinamentos sobre as práticas corretas de

higiene na fabricação e manipulação no momento em que entra na empresa torna-

se um funcionário informado e conscientizado sobre as práticas necessárias para

produzir alimentos seguros para o consumo da população em geral.

Neste contexto Miranda (2003) ressalta que o treinamento inicial deve ser

obrigatório em todos os locais onde se produzem e distribuem alimentos, devendo

ser atualizado sempre que necessário. Lembrar sempre que é preocupação e

responsabilidade de todos a segurança dos alimentos, desde seu adequado

recebimento, preparo e distribuição para o consumo.

Em vista disso, este estudo se propôs a reunir os principais procedimentos

considerados relevantes nas rotinas desenvolvidas nas áreas de Produção e

Embalagem, por meio da elaboração de um manual e posterior treinamento da

equipe. Nesse sentido Chiavenato (1989) salienta que não convém distribuir o

manual proposto através de qualquer portador, pois ele não é uma simples

correspondência, mas um poderoso instrumento de organização que requer uma

explicação prévia e cuidadosa aos usuários. Outro cuidado importante é explicar

como o manual deve ser consultado e como poderá ser útil na empresa.

Ressalta-se que este manual se soma às ações desenvolvidas pela

empresa para seguir a legislação de segurança alimentar, tal como, a exigência de

se implantar as boas práticas de fabricação e manipulação de alimentos.

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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No presente estudo, foram abordados assuntos de grande relevância para o

trabalho desenvolvido: Histórico da evolução da higiene dos alimentos, higiene do

trabalho, manipuladores de alimentos, normas sobre higiene na manipulação de

alimentos, doenças causadas por alimentos manipulados com falta de higiene,

treinamento e por último, a elaboração de manuais.

4.1 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA HIGIENE DOS ALIMENTOS

Com o passar dos anos, o homem foi tomando conhecimento da existência

de microorganismos, das doenças e infecções ocasionadas por eles e da

importância de se ter cuidados ao manusear alimentos em geral. Aprendeu a

desenvolver hábitos que previnem doenças, quando derivadas de microorganismos

patogênicos1 e a manter a saúde e o bem-estar. Isto ocorreu, devido à evolução da

necessidade de produtos com qualidade para os consumidores e do

desenvolvimento dos estudos e pesquisas nestas áreas.

Do mesmo modo, as indústrias que antes encontravam poucas barreiras no

início de suas atividades, e no decorrer de todos os processos que desenvolviam,

começaram a encontrar diversas exigências, impostas pela legislação, a fim de

produzir alimentos seguros à população.

Assim, para Mello (1997), nos primórdios da civilização todas as doenças

eram explicadas como sendo o resultado da interferência de forças malignas e

sobrenaturais, que se apossavam do corpo humano. Os métodos de tratamento

limitavam-se a orações, benzimentos e amuletos.

Ainda de acordo com o mesmo autor, o pensamento que as pessoas

possuíam há algum tempo sobre este assunto não era totalmente descartado, pois é

verídica a afirmação de que existem microorganismos patogênicos, isto é, que

causam doenças, e são realmente invisíveis a olho nu.

Neste contexto, Silva Jr. (1995) salienta que há mais de 10.000 anos a.C., o

homem se alimentava através da colheita, da caça, da pesca e ingeria alimentos

1 Microorganismo Patogênico: organismo capaz de produzir doença. (PELCZAR, CHAN e KRIEG 2002, p. 463).

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frescos, pois não havia como guardá-los ou conservá-los adequadamente. Os

alimentos tinham que ser consumidos “in natura”, sem interferência de qualquer

processo tecnológico. Não podiam ser estocados por muito tempo e não continham

aditivos, que ainda não haviam sido descobertos. A qualidade deles se

condicionava, basicamente, às regiões e climas onde eram encontrados. O seu

consumo não representava nenhum perigo à saúde.

Com o passar dos anos, o processo de transformação do mundo foi

tomando grandes proporções, a modernização foi conquistando espaço, e junto com

ela estavam os consumidores. Estes, por sua vez, tiveram que se adequar a

praticidade e foi daí que surgiu a necessidade de alimentos rápidos e

industrializados, para tornar a vida das pessoas mais fácil e proporcionar agilidade.

Porém, com esse processo de industrialização surgiram também problemas e riscos

à saúde dos consumidores. A partir disso aconteceram evoluções constantes e com

elas, várias exigências foram surgindo para as indústrias de alimentos.

Figueiredo (1999), diz que a primeira lei de inspeção sanitária foi criada em

1907, porém nessa época a maior preocupação eram as doenças animais e não se

dava a devida importância aos perigos não visíveis, como a presença de

microorganismos patogênicos. Dessa época até hoje, até mesmo a criação de

animais se tornou muito mais saudável, graças aos processos implantados nas

criações, basicamente de higiene e vacinação. Mudanças industriais na produção de

carnes e avicultura facilitaram a expansão da distribuição de produtos acabados,

podendo afetar grande número de pessoas. Com o desenvolvimento de novas

tecnologias para a garantia da qualidade de produtos crus, no que diz respeito à

presença de patógenos, implicaram na necessidade da criação de normas de

controle e fiscalização mais próximas dessa realidade.

Silva Jr. (1995) complementa afirmando que, o controle higiênico-sanitário

de alimentos tem sofrido, nestes últimos anos, profundas mudanças conceituais e

técnicas, devido aos novos conhecimentos em relação ao controle dos

microorganismos causadores de toxinfecções alimentares, motivadas,

principalmente, pelo aparecimento de cepas microbianas mais adaptadas aos

mecanismos convencionais de prevenção, como, por exemplo, a refrigeração.

Ainda o mesmo autor retrata que, nestes últimos cinqüenta anos, cerca de

um bilhão de pessoas emigraram da área rural, acarretando mudanças nos padrões

dietéticos, uma vez que alteraram seus hábitos de consumo que antes englobavam

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produtos e processos alimentares básicos, tradicionais, e hoje passaram a consumir

“alimentos urbanizados”. Da mesma forma, muitos dos “antigos moradores das

cidades” tiveram que mudar seus hábitos da “alimentação domiciliar” para a

“alimentação comercial”, induzidos pelas mudanças do “viver” e trabalhar urbano”.

Tudo isso acarretou perigo de índole química ou microbiológica que antes não

existiam ou não eram conhecidos.

Salienta-se que a partir da década de 1980, todos os segmentos produtivos,

industriais e comerciais passaram a pensar segundo o modelo japonês de produzir

com qualidade e satisfazer os clientes com plenitude, adotando o conceito de

“qualidade total”. O mercado tornou-se extremamente competitivo e os alimentos

parte integrante dessa nova realidade. Para tanto, para atender as preferências dos

consumidores, a única estratégia possível consiste em ajudar o sistema de produção

alimentar a adaptar-se a demanda cada vez maior, especialmente de alimentos

elaborados para consumo coletivo, lugares onde mais ocorrem surtos de doenças

transmitidas por alimentos. (SILVA JR. 1995)

Observa-se ainda a preocupação de órgãos fiscalizadores, autoridades e da

própria sociedade na busca por alimentos saudáveis. Da mesma forma as indústrias

que manipulam alimentos precisaram adaptar esta realidade, estabelecendo

processos que obedeçam as normas alimentares e que forneçam segurança aos

consumidores em geral. Na época atual, sujeitas a todo tipo de inspeção pelos

órgãos responsáveis do município, estado ou do país, as empresas buscam

obrigatoriamente a melhoria da qualidade, porque são fiscalizadas, e também por

estarem cada vez mais conscientes do seu papel na sociedade, reconhecendo sua

responsabilidade perante aos resultados do uso de seus produtos pelo mercado

consumidor.

É neste contexto que surge a necessidade de adequação da organização à

legislação, agregando com isso a responsabilidade de seguir corretamente as

condutas de higiene, que serão explicadas no capítulo que segue.

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4.2 HIGIENE DO TRABALHO

As práticas de higiene são fundamentais em um serviço de alimentação, pois

garantem o consumo saudável, e são buscadas pelas empresas como meio de

aperfeiçoamento da qualidade dos produtos.

Segundo Hobbs e Roberts (1998) a higiene alimentar deve ser definida

como uma ciência sanitária que tem como objetivo a produção de alimentos que

sejam seguros para o consumidor e que mantenham suas boas qualidades.

Deste modo, para Saionara (1999), um dos itens mais importantes e

marcantes dentro de um ambiente de processamento e distribuição de alimentos é a

higiene e a forma como o funcionário se apresenta.

Assim, Trigo (1999) complementa, afirmando que na ausência de

comportamento higiênico adequado na operação, o manipulador contamina o

alimento a partir das cavidades nasal e oral com microrganismos cuja virulência é

aumentada no alimento e a partir desses focos infeccionam outras partes de seu

corpo, contaminam o ar e superfícies em contato com alimentos, espalhando-se em

todo ambiente.

Ainda o mesmo autor salienta que os microorganismos estão presentes na

natureza, utilizando o solo e a água como seus habitats, e contaminam a partir

destes, o alimento. Os homens e os animais, tais como insetos, aves e roedores são

também reservatórios, contaminando o alimento pela manipulação, pelo conteúdo

intestinal de insetos, aves e os roedores, também com sua urina, quando ausente a

higiene na operação.

Portanto, desenvolver hábitos corretos de higiene, tanto pessoal, quanto na

manipulação, previne vários problemas que podem ocorrer futuramente na empresa,

estando assim diretamente envolvidos, os manipuladores de alimentos.

4.3 MANIPULADORES DE ALIMENTOS

Todo funcionário que trabalha na manipulação de alimentos deve ser

treinado para aprender e cumprir as boas práticas de manipulação de alimentos,

englobando, sobretudo, a conscientização e a responsabilidade do trabalhador.

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Hazelwood e McLean 1994 (p. 16) definem que: “Manipulador de produtos

alimentícios é qualquer indivíduo que trabalha na produção, preparação,

processamento, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e venda de

alimentos.”

Assim também Trigo (1999) afirma que todos os funcionários que manipulam

ou que poderão manipular alimentos devem ser submetidos a treinamento visando o

melhor desempenho de suas atividades. Devem estar inclusos:

a) valor dos hábitos de higiene na conservação da saúde do trabalhador, na

conservação dos alimentos prontos e dos que estão em processamento;

b) procedimentos corretos na manipulação, os quais deverão ser

demonstrados pelo treinador e avaliado seu aprendizado;

c) fundamentos para a higiene individual do manipulador de alimentos.

Os manipuladores estão diretamente envolvidos no processo de produção,

portanto, é de extrema importância que sejam treinados para que produzam e

manipulem os alimentos da maneira correta, evitando assim, sérias conseqüências

aos consumidores dos produtos. Além disso, existem normas a serem cumpridas e

se faz necessário que estas estejam presentes no dia-a-dia dos manipuladores e da

empresa. As normas serão explicadas a seguir.

4.4 NORMAS SOBRE HIGIENE NA MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS

Assim como em todos os ramos de atividades, o setor de alimentos também

é bastante rigoroso em relação à legislação para a fabricação e manipulação de

produtos alimentícios. As leis são estabelecidas para evitar que pessoas

despreparadas e interessadas apenas nos lucros, gerenciem estabelecimentos. E

ainda, quando é gerenciado um ambiente deste ramo de atuação deve-se levar em

consideração que as instalações destes devem ser limpas, higiênicas e devem

produzir alimentos sadios e de alta qualidade.

De acordo com a lei nº 9.782 de 26 de Janeiro de 1999, foi criada a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que atua vinculada ao Ministério da

Saúde no Brasil e sua missão é: Proteger e promover a saúde da população

garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços e participando da

construção de seu acesso.

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Para tanto, visando melhorar as condições higiênico-sanitárias envolvendo a

preparação de alimentos e adequar a ação da vigilância sanitária, o Ministério da

Saúde, publicou a portaria nº 1428 de 26/11/93, recomendando que seja elaborado

um manual de boas práticas de manipulação de alimentos, baseado nas publicações

técnicas da SBCTA, Organização Mundial de Saúde e Codex Alimentarius. Em

agosto de 1997 foi publicada a Portaria Ministerial nº 326 de 30/07/97, definindo

melhor as condições técnicas para a elaboração do manual de boas práticas.

(SILVA, 1995)

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as

boas práticas de fabricação (BPF), abrangem um conjunto de medidas que devem

ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a

conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação

sanitária federal regulamenta estas medidas em caráter geral, aplicável a todo tipo

de indústria de alimentos, voltadas às indústrias que processam determinadas

categorias de alimentos.

Se as indústrias de alimentos possuem um manual de boas práticas de

manipulação de alimentos, torna-se mais rápida a adaptação da mesma à

legislação, já que seguindo os manuais os colaboradores adotarão rotinas de

trabalho corretas e exigidas pelas leis. Por isso, tendo esta ferramenta em mãos,

ficará mais fácil, produzir alimentos saudáveis.

O treinamento dos manipuladores quando baseado no manual de boas

práticas de manipulação de alimentos é uma alternativa para que a empresa seja

impelida a aperfeiçoar sua qualidade nos produtos e com isso mudar atitudes e

processos incorretos, passando assim, a seguir o que a legislação exige.

A portaria Ministerial nº 326 de 30/07/97 será abordada, com mais clareza

no item 4.6.1, onde são relacionados os manuais.

4.4.1 Vigilância no estado do Paraná

A ANVISA denomina no estado do Paraná que cabe ao Serviço de Inspeção

de Produtos de Origem Animal (SIP/POA), fiscalizar sob o ponto de vista sanitário,

os estabelecimentos que fabricam e manipulam produtos de origem animal,

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regulamentar e normatizar o registro de alimentos prontos para o consumo humano

e as atividades de vigilância sanitária.

De acordo com o artigo 13º da lei estadual nº 10.799 de 24 de maio de

1.994, sem prejuízo da responsabilidade penal cabível, a infração à legislação

referente aos produtos de origem animal acarretará, isolada ou cumulativamente as

seguintes sanções:

I. Advertência;

II. Multa;

III. Apreensão ou condenação dos produtos;

IV. Suspensão das atividades do estabelecimento;

V. Interdição total ou parcial do estabelecimento;

VI. Cancelamento do registro.

A preocupação das indústrias de alimentos vai muito além de apenas

produzirem alimentos para comercialização e obter lucros. Os órgãos de fiscalização

higiênico-sanitários têm presença constante nas indústrias, forçam os proprietários a

estabelecerem condições seguras de manipulação, e com isso, os investimentos

tornam-se muito maiores, agregando assim mais qualidade ao produto final.

Segundo Corrêa (2008), a produção de alimentos constitui uma importante

atividade econômica, sendo assim, o controle de qualidade desses alimentos é

fundamental para a redução dos custos decorrentes de perdas e devoluções de

produtos acabados.

Ainda de acordo com a análise do autor citado anteriormente, na indústria

competitiva de produtos e serviços, a qualidade vem se tornando uma das grandes

armas para se obter vantagens no mercado nos últimos anos e virada do século.

Com o aumento da vigilância do consumidor em relação à qualidade dos alimentos

que compra, a inocuidade do produto final é de extrema importância.

Por isso, se os proprietários administram suas fábricas de alimentos

seguindo as leis de higiene alimentar, são melhor sucedidos e obtêm lucros e

vantagens bem maiores e que ao mesmo tempo, os diferenciam no mercado.

Desse modo, quando as empresas ligadas à alimentação desenvolvem

atividades de acordo com as leis e ainda seguindo os procedimentos corretos de

higiene, deixam de produzir alimentos contaminados e contribuem para impedir as

doenças que são causadas pelos alimentos manuseados com falta de higiene. As

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conseqüências da falta de higiene na manipulação de alimentos serão abordadas no

capitulo que segue.

4.5 DOENÇAS CAUSADAS POR ALIMENTOS MANIPULADOS COM FALTA DE HIGIENE

São críticas as consequências quando não tomados os devidos cuidados de

prevenção na produção e manipulação de produtos alimentícios. Isto pode resultar

em doenças graves, levando os consumidores até à morte em alguns casos,

ocasionando sérias punições à indústria fabricante.

Neste contexto, para Hobbs e Roberts (1998) as doenças de origem

alimentar ocorrem porque muitas pessoas empregadas em todos os setores da

indústria de alimentos são desinformadas, negligentes ou economicamente

incapazes de desenvolver as práticas seguras. As pessoas envolvidas, qualquer que

seja a forma, com gêneros alimentícios para o consumo humano ou animal deverão

ter preocupações com a prevenção das toxinfecções e das demais doenças com

origem nos alimentos.

De acordo com Forsythe (2002), as enfermidades de origem alimentar

ocorrem quando uma pessoa contrai uma doença, devido à ingestão de alimentos

contaminados com microorganismos ou toxinas indesejáveis. Esta condição é

denominada como toxinfecção alimentar. Os sintomas mais comuns de doenças de

origem alimentar incluem dor de estômago, náusea, vômitos, diarréia e febre.

Ainda sob o ponto de vista do autor citado anteriormente, apenas um

pequeno número de casos de enfermidades causadas por alimentos é notificado aos

órgãos de inspeção de alimentos e às agências de saúde. Isso se deve, em parte,

ao fato de que alguns microorganismos patogênicos presentes em alimentos

causam sintomas brandos, e a vítima não busca auxílio médico. Porém, os números

reais de toxinfecções causadas por alimentos são muito maiores.

Hazelwood e McLean (1994) complementam que calcula-se que a

quantidade de casos levados ao conhecimento da vigilância sanitária represente

apenas 10% do total de ocorrências de intoxicação alimentar.

A higiene alimentar deve ser ensinada de maneira profissional e tratada

como essencial na preparação inicial dos manipuladores. Uma vez que se forem

adotados procedimentos corretos desde o inicio dos processos da indústria de

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alimentos, serão evitadas muitas doenças decorrentes de alimentos manipulados

sem os devidos cuidados, perda de empregos e até de vidas humanas.

4.5.1 Microorganismos Patogênicos na Higiene Deficiente

Para Hazelwood e McLean (1994) a intoxicação bacteriana é o tipo mais

comum de intoxicação alimentar e, em alguns casos, pode causar a morte. É

causada por ignorância ou negligência e é aceita a tese de que uma redução nas

estatísticas atuais só pode ser conseguida por meio da educação e do preparo dos

manipuladores de produtos alimentícios, em padrões mais eficazes de higiene

alimentar. Um único erro cometido por um manipulador despreparado, mesmo nas

mais modernas e higiênicas instalações, pode resultar em uma epidemia de

intoxicação alimentar. A intoxicação alimentar é causada por: bactérias, vírus,

produtos químicos, metais ou plantas venenosas.

Além disso, a infecção das mãos devido a ferimentos infeccionados,

queimaduras, etc. constitui porta de entrada de contaminações patogênicas. É

necessário convencer-se de que é muito prudente afastar da manipulação de

alimento esta pessoa, empregando-a em áreas onde não se manipulam alimentos.

Ressalta-se que os microorganismos patogênicos são provenientes de

infecções das mãos e também das infecções rinosinusais, freqüentes em áreas

úmidas e mal ventiladas, constituindo assim porta de entrada nos alimentos através

das gotinhas de saliva emitidas ao falar, espirrar, tossir e, sobretudo pelo contato

oral quando o manipulador prova alimentos, este procedimento transmite micróbios

da cavidade oral para o alimento. (op. cit., 1994)

Para Hazelwood e McLean (1994) as bactérias precisam ter as condições

apropriadas de tempo, alimentos, umidade e calor para poderem crescer e

multiplicar-se, causando um surto de intoxicação alimentar. Outras doenças que

podem ser transmitidas através dos alimentos são as doenças causadas por

bactérias e vírus, que não precisam ser em número muito elevado de indivíduos

para causar as enfermidades, são elas: febre tifóide, disenteria e brucelose.

Segundo Hobbs e Roberts (1998), existem pelo menos 12 grupos de

organismos responsáveis por toxinfecções alimentares que são bem conhecidos e

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um grupo variado, membros dos quais são descritos de tempos em tempos como

agentes de toxinfecções alimentares:

a) salmonellas-espécies;

b) staphylococcus aureus;

c) clostridium perfringens;

d) clostridium botulinum;

e) bacillus cereus e outros bacilos esporulados aeróbios;

f) escherichia coli;

g) campylobacter jejuni;

h) yersinia enterocolítica;

i) vibrio parahaemolyticus;

j) aeromonas hidrophyla;

k) streptococus-espécies;

l) listeria monocytogenes;

m)organismos diversos.

A intoxicação alimentar não acontece simplesmente. De fato, é causada por

uma sequência de acontecimentos, todos os quais podem ser evitados conforme

mostrado na figura 01:

FIGURA 1. DOENÇAS CAUSADAS POR INTOXICAÇÃO ALIMENTAR FONTE: (HAZELWOOD E MCLEAN,1994).

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Com a interpretação da figura 01, pode-se perceber a importância de se

tomar conhecimento dos procedimentos corretos de manipulação dos alimentos,

evitando-se assim, alimentos contaminados, que trazem malefícios e doenças à

saúde humana. Por este motivo, é de tamanha importância, a conscientização das

empresas e colaboradores.

A preocupação das empresas com a qualidade e higiene dos alimentos que

são produzidos deve ser abordada em primeiro plano, já que através dessa

perspectiva, virão as consequências que trazem benefícios ou prejuízos, os quais

corresponderão à permanência destas ao mercado. Através da produção de

alimentos saudáveis, as empresas constroem sua imagem perante os

consumidores, podendo ser benéfica ou maléfica.

Se a preocupação com a qualidade e higiene estiver em segundo plano,

pode acarretar em graves problemas para o sucesso da organização, inclusive

sofrer punições severas dos órgãos de fiscalização, e atrair uma imagem negativa

frente aos consumidores, em alguns casos, podendo ir à falência.

Uma das formas que a empresa pode mostrar seu cuidado e atenção para

com a higiene e segurança na manipulação dos alimentos que produz é treinar sua

equipe e adotar uma política de conscientização dos mesmos, o que será tratado a

seguir.

4.6 TREINAMENTO

O treinamento tem se tornado cada vez mais essencial ao sucesso das

empresas modernas. Tecnologias em rápida mudança exigem que os funcionários

aperfeiçoem continuamente seus conhecimentos e habilidades para lidar com novos

processos e sistemas.

De forma mais enfática, Bergamini (1980) salienta que um programa de

treinamento pode ser observado como uma forma de adestramento, no qual o

indivíduo deve aprender a fazer seu trabalho. O termo é empregado, na maioria das

vezes, como preparo específico para o bom desempenho das várias tarefas que

compõem os diferentes cargos de uma organização.

Para Chiavenato (1979), treinamento é a educação, institucionalizada ou

não, que visa adaptar o homem para o exercício de determinada função ou para a

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execução de tarefa específica, em determinada empresa. Seus objetivos são mais

restritos e imediatos, visando dar ao homem os elementos essenciais para o

exercício de um presente cargo, preparando-o adequadamente. É dado nas

empresas ou em firmas especializadas em treinamento. Obedece a um programa

preestabelecido e atende a uma ação sistemática visando à rápida adaptação do

homem ao trabalho. Pode ser aplicado a todos os níveis ou setores da empresa.

Neste contexto, Bohlander, Snell e Sherman (2003) afirmam que muitos

funcionários já possuem a maior parte dos conhecimentos, habilidades e aptidões

necessários para o trabalho. Outros podem precisar de treinamento intensivo antes

de estar preparados para dar sua contribuição às empresas. Quase todos os

funcionários, entretanto, precisam de algum tipo de treinamento no trabalho para

manter um bom desempenho ou ajustar-se às novas formas de trabalho.

Seguindo esta linha de pensamento, Chiavenatto (2008) afirma que o

treinamento envolve transmissão de conhecimentos específicos relativos ao

trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente e

desenvolvimento de habilidades e competências.

Para Macian (1987), o treinamento, a serviço dos objetivos da organização,

visa especialmente determinar o objetivo do treinamento, o público que será

treinado, a forma como será abordado o treinamento e a data adequada para efetuá-

lo.

4.6.1 Tipos de treinamento

Ainda contextualizando os treinamentos, Lacombe (2005) define que se

pode classificar os tipos de treinamento segundo muitos critérios, especialmente

quanto à forma de execução e quanto ao público-alvo.

4.6.1.1 Tipos de treinamento quanto à forma de execução

Quanto à forma de execução, o treinamento pode ser no trabalho, formal

interno, formal externo ou à distância:

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a) treinamento no trabalho: é aquele que ocorre no dia-a-dia. As principais

formas de treinamento no trabalho são: orientação da chefia;

estabelecimento de metas e avaliações; rotação de funções; substituições

temporárias; orientação por meio de mentores e incumbências especiais.

b) treinamento formal interno: são cursos, palestras e seminários de

capacitação, de aperfeiçoamento, desenvolvimento pessoal, para

melhorar o desempenho das pessoas na função que exercem ou para

prepará-las para novas funções. Este tipo de treinamento é programado e

executado pela empresa exclusivamente para seus executivos e

empregados, mas realizado fora do ambiente de trabalho.

c) treinamento formal externo: treinamento aberto ao público – programado

e executado por universidades e demais instituições de educação, de

treinamento empresarial e de formação de mão-de-obra especializada. É

um tipo de treinamento vantajoso para empresas que não precisam

treinar muitas pessoas.

d) treinamento a distância: treinamento através de videoconferências, de

intranet e da Internet. As distâncias praticamente desapareceram com

esse tipo de recurso. A possibilidade de treinar sem a presença física dos

treinandos ampliou enormemente as oportunidades de treinar pessoas

que, de outra forma, não teriam como participar do programa. Dessa

forma, cada um escolhe seu dia e seu horário.

O treinamento traz bons resultados quando escolhido o tipo mais adequado

a cada empresa, dependendo do número de funcionários, e dos objetivos da

organização. Assim, o aprendizado dos treinandos depende do método escolhido

pela empresa e também do grau de interesse dos participantes. Para tanto, existem

também tipos variados de treinamento quanto ao público-alvo.

4.6.1.2 Tipos de treinamento Quanto ao Público-Alvo

Quanto ao público-alvo, Lacombe (2005) afirma que o treinamento pode ser

dividido em integração de novos empregados; formação de trainees; capacitação

técnico-profissional, estágios e desenvolvimento de executivos:

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a) integração de novos empregados: consiste em informar ao novo

empregado os objetivos, políticas, estratégias, produtos, benefícios,

normas, práticas, horários de trabalho da empresa, bem como quem é

quem na empresa, como funcionam os serviços de apoio, o que é

permitido e o que não é. E possui também a finalidade de dar boas vindas

aos novos membros da organização.

b) formação de trainees: tem como finalidade, preparar as pessoas que tem

pouco tempo na empresa, pessoal jovem quase sempre de nível superior,

para assumir posições de responsabilidade na organização. Abrange uma

formação técnica nos aspectos de maior interesse da empresa.

c) capacitação técnico-profissional: destina-se a melhorar o desempenho de

profissionais nas funções que já exercem ou a capacitá-los para outras

funções, em geral, de maior dificuldade.

d) estágios: estagiários são alunos de instituições de ensino superior ou de

formação de mão-de-obra técnica reconhecidas oficialmente pelo

governo. Muitas empresas usam estagiários como forma de avaliar e

treinar jovens presumivelmente com potencial.

e) desenvolvimento de executivos: é um programa destinado a formar os

futuros administradores de alto nível da empresa, e que, muitas vezes,

fica sob a responsabilidade de executivos de alto gabarito que não

cuidam dos demais programas de treinamento.

Ainda segundo o autor citado anteriormente, para alcançar êxito, é

necessário que todo o processo se desenvolva por fases convenientemente

integradas. Bons programas de treinamento resultam sempre do esforço aplicado

para encontrar respostas objetivas, o que seguramente não ocorrerá se eles forem

projetados apenas com a intenção de obter incentivos fiscais.

Para Lacombe (2005), é preciso ter certeza de que os investimentos em

treinamento causem impacto máximo no desempenho individual e organizacional, e

para tanto deve-se recorrer à abordagem sistêmica do treinamento, a qual, envolve

quatro fases: avaliação das necessidades, projeto do programa, implementação e

avaliação.

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4.6.2 Avaliação das Necessidades

A avaliação das necessidades é a primeira etapa do treinamento e

corresponde ao diagnóstico do que deve ser feito.

Os gerentes e as equipes dos recursos humanos devem ficar atentos aos

tipos de treinamento adequados, aos setores onde são necessários, a quem precisa

deles e aos métodos que proporcionarão melhor os conhecimentos habilidades e

aptidões de que os funcionários precisam. Se os trabalhadores não conseguem

atingir os objetivos de produtividade, isso pode ser um sinal de necessidade de

treinamento. Da mesma forma, se as empresas recebem número excessivo de

queixas do cliente, isso também pode sugerir que o treinamento oferecido é

inadequado. Para ter certeza que o treinamento é oportuno e focalizado, deve-se

fazer a avaliação sistemática das necessidades utilizando três tipos de análises:

análise da empresa, análise de tarefas e análises de pessoas.

O levantamento de necessidades de treinamento é antes de tudo, um trabalho de pesquisa que se inicia com a coleta de informações e se completa com a análise das informações coligidas. E é precisamente nesse momento que se procede à seleção dos dados, separando-se aqueles que correspondem a necessidades mais prementes (que serão atendidas prontamente) daqueles cujo atendimento não requeira igual urgência. (FERREIRA 1985, p. 52)

Segundo Bastos (1994), a fase de diagnóstico é que permite definir com

clareza o problema a ser tratado, a necessidade a ser satisfeita, o objetivo a ser

atingido por meio de treinamento. Essa fase permite que a empresa evite o “treinar

por treinar”, ou o “ treinar por imitação” (modismos) ou o treinar por “achismos” (

programas baseados no “ acho que “ e ou estabelecidos por impulsos).

Para Chiavenatto (2008), o levantamento das necessidades de treinamento

pode ser efetuado em três diferentes níveis de análise:

a) no nível da análise da organização total: o sistema organizacional;

b) no nível da análise dos recursos humanos: o sistema de treinamento;

c) no nível da análise das operações e tarefas: o sistema de aquisição de

habilidades.

Após o levantamento das necessidades, considerando os três níveis de

análise, a próxima etapa é elaborar o projeto do programa de treinamento.

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4.6.3 Projeto do Programa de Treinamento

A segunda etapa do processo de treinamento é elaborar o projeto do

programa de treinamento, o que pode ser feito após ter determinado as

necessidades de treinamento. Assim, o próximo passo é conceber o tipo de

ambiente necessário para aumentar o aprendizado.

Segundo Macian (1987) o planejamento é um processo desenvolvido a partir

do conhecimento da realidade, que envolve análise da eficácia e eficiência, metas e

prazos, permitindo a tomada de decisão sobre as ações a implementar. É sempre,

um processo de reflexão sobre os fins a atingir.

Para Bohlander, Snell e Sherman (2003) o sucesso de programas de

treinamento, mais que da capacidade da empresa para identificar as necessidades

de implantá-los, depende de utilizar as informações, obtidas no processo de

levantamento de necessidades, para elaborar programas de treinamento de primeira

classe.

Complementando ainda esta idéia de planejamento e programação, Bastos

(1994, p. 154) afirma que “O planejamento e a programação prevêem a seleção e a

organização do conteúdo, a seleção e a organização dos métodos e técnicas de

treinamento, a seleção dos recursos instrucionais e a seleção dos procedimentos de

avaliação.”

Para Bohlander, Snell e Sherman (2003) o treinamento também precisa

construir uma ponte entre os funcionários e a empresa. Um passo importante nessa

transição é considerar plenamente os princípios psicológicos da aprendizagem, ou

seja, as características de programas de treinamento que ajudem os funcionários a

captar novos materiais, a entender como podem usá-lo em suas vidas e a transferi-

los à execução de suas atividades no emprego.

Segundo Chiavenatto (2008), a programação de treinamento requer um

plano que envolva os seguintes itens:

a) abordagem de uma necessidade específica de cada vez;

b) definição clara do objetivo do treinamento;

c) divisão do trabalho a ser desenvolvido em módulos, pacotes ou ciclos;

d) determinação do conteúdo do treinamento;

e) escolha dos métodos de treinamento e a tecnologia disponível;

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f) definição dos recursos necessários para implementação do treinamento,

como tipo de treinador ou instrutor, recursos audiovisuais, máquinas,

equipamentos ou ferramentas necessários, materiais, manuais etc.;

g) definição da população-alvo, ou seja, da clientela a ser treinada, como:

número de pessoas; disponibilidade de tempo; grau de habilidade,

conhecimentos e tipos de atitudes; características pessoais de

comportamento;

h) local onde será efetuado o treinamento;

i) época ou periodicidade do treinamento, horário ou ocasião propícia;

j) cálculo da relação custo-benefício do programa;

k) controle e avaliação dos resultados para verificação de pontos críticos

que demandem ajustes e modificações no programa para melhorar sua

eficácia.

Estabelecidos os objetivos do treinamento em função das necessidades

diagnosticadas (seja ao nível da organização, dos recursos humanos ou das tarefas

e operações) e elaborado o programa, o próximo passo é a sua execução, isto é,

colocá-lo em prática, que faz parte da terceira etapa do processo de treinamento.

Segundo Chiavenato (1979) basicamente, o treinamento é uma

responsabilidade de linha. Porém, em virtude da natureza técnica e especializada

dessa função, a assessoria e serviço de staff são comumente utilizados para assistir

à administração da linha.

O êxito da execução do treinamento dependerá principalmente dos

seguintes fatores: adequação do programa de treinamento às necessidades da

organização, qualidade do material de treinamento apresentado, cooperação dos

chefes e dirigentes da empresa e a qualidade e preparo dos instrutores de

treinamentos.

4.6.4 Adequação do programa de treinamento às necessidades da organização e

avaliação dos resultados

A etapa final do processo de treinamento é a avaliação dos resultados que

foram obtidos no treinamento. Portanto, para Chiavenatto (2008), a avaliação dos

resultados deve considerar dois aspectos:

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a) verificar se o treinamento produziu as modificações desejadas no

comportamento dos empregados;

b) verificar se os resultados do treinamento apresentam relação com o

alcance das metas da empresa.

Além destes aspectos, o mesmo autor destaca que a avaliação dos

resultados do treinamento pode ser feita em três níveis:

a) avaliação do nível organizacional, onde obtêm-se resultados como:

aumento da eficácia organizacional, melhoria da imagem da empresa e

melhoria do clima organizacional;

b) avaliação ao nível dos recursos humanos. Onde o treinamento deve

proporcionar resultados como: redução da rotatividade de pessoal,

redução do absenteísmo, aumento da eficiência individual dos

empregados, aumento das habilidades das pessoas, aumento do

conhecimento das pessoas, mudanças de atitudes e de comportamentos

das pessoas, etc.;

c) avaliação ao nível das tarefas e operações, que deve proporcionar

resultados como: aumento de produtividade, melhoria da qualidade dos

produtos e serviços, redução no fluxo da produção, melhor atendimento

ao cliente, redução do índice de acidentes, redução ao índice de

manutenção de máquinas e equipamentos etc.

Ainda segundo o autor citado anteriormente, a decisão de estabelecer

determinados programas de treinamentos deve depender da necessidade de

preparar determinados empregados ou melhorar o nível dos empregados

disponíveis. O treinamento deve ser a solução dos problemas que deram origem às

necessidades diagnosticadas ou percebidas.

Assim, um dos aspectos a serem planejados é o material de ensino, o qual

deve facilitar a execução do treinamento. O material de ensino visa concretizar a

instrução, objetivando-a devidamente, facilitar a compreensão do aprendiz pela

utilização de recursos audiovisuais, aumentar o rendimento do treinamento e

racionalizar a tarefa do instrutor.

Além disso, a manutenção do treinamento envolve uma quantidade

considerável de esforço e de entusiasmo por parte de todos aqueles que estejam

ligados ao assunto, além de implicar um custo que deve ser encarado como um

investimento que capitalizará dividendos a médio e curto prazos e não simplesmente

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uma despesa inativa. O melhor treinamento que um supervisor pode ter é contar

com uma direção adequada e aberta, e o melhor treinamento que um empregado

pode ter é contar com uma eficiente supervisão.

Da mesma maneira, o êxito da execução dependerá também do interesse,

do gabarito e do treinamento dos instrutores. Estes deverão reunir certas qualidades

pessoais como: facilidade no relacionamento humano, motivação pela função,

raciocínio, didática, exposição fácil, além do conhecimento da especialidade.

(CHIAVENATO, 2008)

A figura 02 expõe as fases mais detalhadamente de um programa de

treinamento, de acordo com Chiavenatto (2003).

FIGURA 2. FLUXOGRAMA DA PREPARAÇÃO DE ATIVIDADES DE TREINAMENTO FONTE: CHIAVENATO, 2003.

Para que se obtenha êxito na execução do programa de treinamento, é

importante que seja seguido o roteiro de atividades exposto na figura 02, assim, as

atividades serão desenvolvidas de forma metodológica e organizada.

De acordo com Bohlander, Scott e Snell (2003), a razão básica de as

empresas treinarem novos funcionários é levar seus conhecimentos, habilidades e

aptidões ao nível exigido para um desempenho satisfatório. À medida que esses

funcionários continuam no emprego, o treinamento adicional lhes oferece

oportunidades de adquirir conhecimentos e habilidades. Como resultado desse

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treinamento, os funcionários podem ser mais eficientes no emprego e capazes de

desempenhar cargos em outras áreas ou níveis superiores.

Além disso, para que novos funcionários comecem bem, as empresas em

geral oferecem um programa formal de orientação: familiarizar os novos funcionários

com a empresa, com seus cargos e suas unidades de trabalho. A maioria dos

executivos acredita que os programas formais de orientação ajudam a reter e a

motivar os funcionários. Esses e outros benefícios incluem o seguinte:

a) menor rotatividade;

b) aumento da produtividade;

c) melhor moral do funcionário;

d) custos menores com recrutamento e treinamento;

e) facilitação do aprendizado;

f) redução da ansiedade do novo funcionário.

Quando aplicados corretamente, os treinamentos para as áreas a que se

destinam, trazem muitos benefícios à organização, já que os funcionários começam

a trabalhar, com várias noções sobre o setor onde desempenharão suas funções,

tornam-se muito mais motivados, obtêm prática nas atividades com rapidez,

conseqüentemente, aumentando a produtividade e diminuindo o índice de

rotatividade. Portanto, com a profissionalização do empregado, a empresa obterá

rendimentos muito maiores. (BOHLANDER, SCOTT E SNELL 2003)

Dessa forma, não há dúvidas de que os programas de treinamento

elaborados de maneira formal ou informal podem gerar resultados positivos em

todas as organizações. Neste sentido, Bergamini (1980) salienta que as pessoas

não nasceram sabendo como trabalhar e se torna preciso prepará-las para isso,

numa busca de aumento de produtividade, de qualidade melhor do produto acabado

e na redução do desperdício de matéria-prima.

Considerando que o objetivo geral deste estudo foi elaborar um manual de

boas condutas de higiene, o próximo capítulo contemplará como é elaborado esse

tipo de manual.

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34

4.7 ELABORAÇÃO DE MANUAIS

Com a grande quantidade de informações que as organizações necessitam

gerenciar, verifica-se a necessidade de que elas disponham de meios de

armazenamento de informações, que sejam claros e acessíveis. Neste sentido,

pode-se dizer que os manuais, meios de armazenamento de informações, quando

bem elaborados, servem de instrumento para a realização de atividades na

organização.

Os manuais são elaborados para divulgar pela empresa aspectos que estão

relacionados com a estrutura organizacional e seus métodos, rotinas e

procedimentos administrativos.

Chiavenato (2002) define manual como uma coleção de instruções,

ordenadas e classificadas, que proporcionam informação rápida e organizada sobre

as práticas administrativas. Contêm dados e informações a respeito de

procedimentos, instruções, normas de serviço, sempre atualizado à medida que as

coisas mudam na organização.

As seguintes vantagens do uso de manuais na organização são citadas em

Oliveira (2002):

a) correspondem a uma importante e constante fonte de informações sobre

os trabalhos da empresa;

b) facilitam o processo de efetivar normas, procedimentos e funções

administrativas;

c) possibilitam efetivo crescimento na eficiência e eficácia dos trabalhos

realizados; e

d) representam um instrumento efetivo de consulta, orientação e

treinamento.

Observando tais afirmações, é possível dizer que os manuais simplificam o

trabalho dentro das organizações e nesse sentido, Araújo (1994, p. 142) afirma que

“os manuais habitualmente apontam como fazer, ou seja, têm como escopo maior

ensinar a fazer o trabalho”.

Portanto, é importante a adoção de um manual que seja mais adequado aos

objetivos que a organização pretende alcançar e para tanto, são explicados a seguir

os tipos de manuais administrativos.

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35

4.7.1 Tipos de manuais administrativos

Os tipos de manuais administrativos que atendem a diferentes tipos de

necessidades da empresa são: manual de organização, manual de normas e

procedimentos, manual de políticas e diretrizes, manual de instruções

especializadas, manual do empregado e manual de finalidade múltipla. (OLIVEIRA

2002)

Neste sentido, o manual de boas práticas de fabricação exigido pela portaria

326 de 30/07/97, deve ser um descritivo real dos procedimentos técnicos para cada

estabelecimento em especial, envolvendo os pré-requisitos básicos para uma

perfeita produção de alimentos. A partir destas condições devem-se definir os

procedimentos técnicos, envolvendo a higiene, a manipulação e regras de controle

dos alimentos transportados.

Especificamente neste trabalho foi elaborado um manual de instruções

especializadas para treinamento de manipuladores, sobre higiene na manipulação

de alimentos. Por essa razão este tipo de manual será abordado a seguir.

4.6.1.1 Manual de instruções especializadas

É aquele que agrupa normas e instruções de aplicação específica a

determinado tipo de atividade ou tarefa, como, por exemplo, “Manual do vendedor”

ou “Manual da secretária”.

Para Oliveira (2002), o manual de instruções especializadas tem as

seguintes finalidades:

a) possibilitar maior e melhor treinamento e capacitação a determinado

grupo profissional de funcionários; e

b) proporcionar um guia de trabalho e consulta para o grupo profissional.

A partir do manual que será implantado na organização, acredita-se que os

treinamentos para novos e atuais funcionários serão padronizados, e os

colaboradores exercerão suas funções de acordo com o que foi ensinado nos

treinamentos, já iniciando suas atividades na empresa conscientizados da

importância do papel que eles representam. Deste modo, terão noções básicas

sobre a higiene na manipulação dos alimentos, já no ingresso na fábrica, e o

restante dos procedimentos, irão aprendendo no decorrer do serviço prestado à

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empresa. Com isto, tornar-se-á um treinamento padronizado para todos os iniciantes

na empresa.

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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a execução dos objetivos estabelecidos nesta pesquisa, no qual se

propôs a elaboração de um manual de condutas de higiene para treinamento de

funcionários do Laticínio Dom Pedro, foram utilizados métodos e técnicas de

pesquisa.

Esta pesquisa classifica-se como exploratória, que segundo Gil (2002) é

aquela que apresenta como preocupação central a identificação dos fatores que

determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais

aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das

coisas. Assim, a partir deste tipo de pesquisa foi possível identificar os aspectos

mais importantes sobre procedimentos de higiene nas empresas do ramo alimentício

para que os mesmos auxiliassem na elaboração de um manual de treinamentos

mais apropriado à empresa estudada.

Para Marconi e Lakatos (1999) é possível utilizar três procedimentos para a

obtenção de dados: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e contatos diretos.

Neste trabalho, foram utilizados: a pesquisa bibliográfica sobre a temática

envolvida; a observação das rotinas dos manipuladores e os contatos diretos,

através de uma entrevista realizada com os colaboradores do setor envolvido.

Neste contexto, para Roesch (1999), a pesquisa bibliográfica ou revisão da

literatura permite levantar soluções alternativas para tratar de uma problemática.

Permite também levantar dados e informações contextuais para dimensionar e

qualificar a problemática em estudo.

Já a observação, segundo Marconi e Lakatos (1999) é uma técnica de coleta

de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de

determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas

também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar.

Para Barros e Lehfeld (2000), nos contatos diretos, neste caso por meio de

entrevistas, o pesquisador busca conseguir dados que possam ser utilizados em

análise qualitativa, busca os aspectos considerados mais relevantes de um

problema.

No presente estudo foram utilizadas bibliografias de apoio na elaboração do

manual proposto. Foram pesquisadas as temáticas envolvidas, bem como as

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legislações disponíveis para adequação às necessidades do Laticínio Dom Pedro.

Desse modo, estes dados auxiliaram na elaboração do manual de boa conduta

higiênica (APÊNDICE 02).

Ainda foram observadas as rotinas diárias dos colaboradores desde a

entrada, até a saída da fábrica, a fim de acompanhar os procedimentos de higiene

necessários no processo de produção e manipulação dos produtos.

A entrevista (APÊNDICE 01) foi realizada entre os dias 16 e 20 de agosto

com todos os sete colaboradores que manipulam alimentos na empresa, a fim de

melhor conhecer as opiniões dos mesmos sobre as necessidades que o treinamento

deveria suprir e poder direcionar com mais eficácia o manual elaborado.

Em seguida todos os dados coletados foram analisados e ajudaram a

estruturar os principais aspectos abordados no manual de boa conduta higiênica

(APÊNDICE 02). Por fim foi realizado um treinamento de sensibilização e instrução

dos colaboradores sobre a importância do tema e a adoção de boas condutas de

higiene, visando garantir a eficácia do manual proposto.

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6 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

COLETADOS

No presente estudo, foram obtidos dados, tais como: o diagnóstico da

organização, a estrutura organizacional, representada pelo organograma, o

ambiente organizacional, o histórico e a operacionalização da organização. Neste

capítulo também será relatada a operacionalização do estágio, e por fim, serão

apresentadas as sugestões e recomendações.

6.1 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL

O Laticínio Dom Pedro é uma empresa de pequeno porte e atua na

fabricação e comercialização de laticínios, tais como: queijo tipo mussarela, queijo

tipo provolone, ricota fresca prensada e não prensada. É representado na figura 03 o

organograma da empresa.

FIGURA 03- ORGANOGRAMA DO LATICÍNIO DOM PEDRO

FONTE: O AUTOR (2010)

Proprietário/Gerente

Caldeirista

Secretária

Vigilante

Escritório Contábil

Controle de Qualidade

Analista de Laboratório

Freteiros

Gerente de Produção

Produção

Embalagem

Expedição

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O Laticínio Dom Pedro conta com onze funcionários e quatro prestadores de

serviços. Como pôde ser observado na figura 03 (pág. 39), na área externa o

caldeirista trabalha na caldeira controlando o vapor que move as máquinas da

fábrica. A secretária atua no setor administrativo da empresa e executa todas as

rotinas que envolvem esta área. O analista do laboratório exerce a função de

analisar e testar a matéria prima e produtos acabados. O vigia trabalha zelando pela

segurança e organização externa do Laticínio.

Já os prestadores de serviço, ou seja, os terceirizados são compostos pelo

escritório contábil, os dois freteiros que recolhem a matéria prima nas propriedades

dos agricultores e a consultora que iniciou o programa de controle de qualidade, mas

que no momento está interrompido, devendo retornar às atividades no próximo ano.

O estágio foi realizado no setor de produção, embalagem e expedição, que é

coordenado pelo gerente de produção, ao qual compete organizar e liderar os

colaboradores que trabalham na fabricação, embalagem e expedição da empresa. É

nestas subáreas que os colaboradores tratam à matéria prima, fabricando os

produtos laticínios, manipulam o produto acabado (produção). O produto em seguida

é embalado e vai para a câmara fria de estoque (embalagem). Por último o produto

vai para expedição onde é transportado para comercialização.

6.1.1 Histórico da organização

A iniciativa de criação do Laticínio Dom Pedro surgiu em 1997 através de

Nereu Seleti e Nelson Seleti Junior, que residiam em Xambrê no Paraná, quando

decidiram montar o laticínio em São Pedro do Iguaçu, com o objetivo de comprar

leite dos produtores da região e fabricar produtos laticínios, tais como queijo tipo

mussarela, queijo tipo provolone, queijo mussarela tipo nózinho, palito, ricota fresca

prensada e não prensada. O início das atividades foi a partir do dia 21 de agosto de

1997.

Em março de 1998, Jaime Flores entrou na sociedade com 50% das ações

da empresa e, posteriormente, Davi Camilo da Silva entrou com a outra metade das

ações. Depois disso Davi Camilo comprou mais 25% das ações passando a metade

delas para sua esposa Maria das Graças Alves de Souza que ficou com 37,5%

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enquanto Davi Camilo da Silva com os outros 37,5% e Jaime Flores com os outros

25%.

A empresa é considerada como microempresa e iniciou suas atividades

contando com apenas cinco colaboradores, um caldeirista, um queijeiro e três

auxiliares no tratamento do leite, pois a empresa recebia apenas 1.500 litros de leite

por dia para a fabricação dos laticínios.

Cerca de três anos depois do início das atividades foi necessária a

implantação de um laboratório, juntamente com um analista, para a verificação da

qualidade da matéria prima recebida.

Logo foram construídos um refeitório, um escritório, sanitários feminino e

masculino e uma sala de embalagens.

Aos poucos a empresa foi adaptando-se às mudanças necessárias para a

fabricação e conservação do produto de acordo com a fiscalização do Serviço de

Inspeção dos produtos de origem animal (SIP/POA), já que o queijo no início era

fabricado artesanalmente, ou seja, era moldado manualmente. A empresa então

adquiriu um pasteurizador, uma máquina clarificadora e desnatadeira e uma

máquina para moldar o queijo.

O sistema de recebimento de leite que no início era recolhido em taros a

partir do ano de 2002 passou a ser a granel e hoje a empresa passou a receber em

torno de 7.000 litros de leite por dia, quantidade que varia de acordo com a época do

ano.

A empresa hoje está passando por mais algumas adaptações externas,

como construção de vestiários, feminino e masculino, almoxarifado e passarelas

cobertas que ligam os vestiários até a fábrica e da fábrica até a caldeira.

O quadro de funcionários aumentou para onze, um queijeiro, seis auxiliares

no tratamento do leite, um caldeirista, um analista de laboratório, um guarda e uma

secretária.

Por ordem da fiscalização do Serviço de Inspeção dos produtos de origem

animal (SIP/POA), está em fase de implantação também um programa de controle

de qualidade que está sendo realizado através de uma funcionária terceirizada.

Para o recolhimento do leite nas propriedades dos produtores a empresa

conta com dois caminhões que são de empresas terceirizadas, esses caminhões

entregam o leite na plataforma do laticínio.

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Observou-se um grande crescimento da empresa ao longo desses treze

anos em que ela está em atividade, o número de funcionários aumentou, a estrutura

foi ampliada, a quantidade de leite recebida cresceu mais do que a metade, os tipos

de produtos oferecidos continuam os mesmos, embora o objetivo da empresa seja

melhorar a qualidade do produto e futuramente produzir diferentes tipos de queijos

além dos que já são produzidos. As exigências legais e necessidades de melhorar o

produto foram as responsáveis por esse crescimento.

6.1.2 Ambiente organizacional

A empresa está situada no município de São Pedro do Iguaçu, que de

acordo com o site Paraná Cidade possui uma população de 7275 habitantes.

Destes, 4001 vivem na zona urbana e 3274 habitantes vivem na zona rural. A

principal atividade econômica de São Pedro do Iguaçu, assim como da região, é a

agricultura. Com isso, verifica-se que o desempenho agrícola influencia diretamente

o andamento do comércio. (PARANÁ CIDADE, 2009).

Assim, a obtenção de bons resultados na produção de leite pelos

fornecedores depende em grande parte das condições do clima. A ocorrência de

estiagens, como a ocorrida nos últimos meses, as geadas e até mesmo os

temporais, danificam as plantações vegetais que são utilizadas na alimentação das

vacas de leite, então, os produtores são obrigados a comprar tratos prontos, o que

faz aumentar o custo de produção da matéria prima. Desse modo, se a produção de

leite diminui, conseqüentemente a produção de queijo também diminui, o que gera

um aumento na procura do produto, acarretando um aumento de preço. Assim, a

concorrência aumenta e causará uma inflação nos preços da matéria prima.

Os fatores sociais afetam diretamente o movimento da empresa, pois os

produtos são vendidos em pizzarias, lanchonetes, fábricas de salgados, hotéis e

supermercados e são consumidos por pessoas de todas as classes sociais, nas

diversas cidades : Foz do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Toledo, Palotina, Assis

Chateaubriand, Vera Cruz do Oeste, etc. onde são comercializados.

No setor tecnológico, a empresa melhorou em alguns aspectos, mas ainda

existem várias melhorias a serem implantadas, como a obtenção de máquinas e

equipamentos. O avanço tecnológico nas indústrias semelhantes é grande, por

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exemplo, existem hoje máquinas automatizadas para resfriamento e tratamento do

leite, máquinas que substituem ainda mais a quantidade de mão-de-obra. Inovações

que tornam o produto acabado ainda melhor. Assim, a empresa se vê pressionada a

também investir em tecnologia.

A empresa por ser considerada como empresa de pequeno porte contribui

com os impostos referentes a esse tipo de empresa como, por exemplo, o

Documento de Arrecadação do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e

Contribuição das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (DARF).

Os laticínios passam por inspeções municipais (SIM – Serviço de Inspeção

Municipal), Estaduais (SIP – Serviço de Inspeção Estadual) ou Federais (SIF –

Serviço de Inspeção Federal), que variam de acordo com a abrangência de

comercialização que a empresa pretende manter. No caso do Laticínio Dom Pedro a

inspeção é feita pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIP) através da Secretaria da

Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB) e a lei estadual nº 10.799 de 24

de maio de 1.994, a qual torna obrigatória a prévia inspeção sanitária e industrial,

em todo o Território Estadual, de todos os produtos de origem animal, comestíveis e

não comestíveis. O SIP é responsável pelo

registro e fiscalização das empresas que produzam matéria prima, manipulem,

beneficiem, transformem, industrializem, preparem, acondicionem e embalem

produtos de origem animal (carne, leite, pescado, ovos e mel) e que fazem a

comercialização intermunicipal (dentro do estado do Paraná). Sua finalidade é

promover a manutenção e a preservação da qualidade higiênico-sanitária na

obtenção, elaboração, manipulação, envase, transporte e conservação dos Produtos

de Origem Animal. (SEAB, 2009)

Hoje, grande parte das indústrias buscam contribuir com as questões

ambientais. Existem órgãos reguladores que pressionam para não poluir e para

reutilizar os resíduos. No caso dos laticínios, o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) é

o órgão regulador. Foi necessário que a empresa atendesse aos requisitos básicos

exigidos pelo IAP para que obtivesse uma licença ambiental, mediante entrega de

documentação solicitada. (LICENÇAS AMBIENTAIS IAP, 2009).

No que tange à questão ambiental, a empresa possui duas lagoas, que

servem para depositar os restos do soro da produção, que, depois de aproveitado

para a fabricação de ricotas frescas, é encaminhado para uma pequena caixa, onde

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é coletado por produtores para auxiliar na alimentação de animais. O restante deste

soro vai para as lagoas para não agredir o meio ambiente.

Está em fase de estudo pelo proprietário da organização a viabilidade de um

sistema através de bactérias que são depositadas nas lagoas, que irá atuar

diminuindo o impacto ambiental.

6.1.3 Operacionalização da organização

A política da empresa caracteriza-se como informal, os procedimentos e

informações existem na empresa sem qualquer formalização prévia. Não existem

manuais de procedimentos ou Organização e a empresa não é apresentada sob a

forma gráfica (Organograma) e nem descritiva (descrição de cargos). Não existem

regras ou normas escritas a serem seguidas, exceto na área de fabricação, em que

existe um manual de boas práticas de fabricação que foi exigido pela fiscalização do

SIP/POA (Serviço de Inspeção dos produtos de origem animal) ali são mencionadas

algumas normas para a fabricação e manipulação dos alimentos. Embora o manual

não seja seguido a risca, a maior parte das normas estão sendo aplicadas

corretamente. Mesmo que considerada necessária, a estrutura formal ainda não é

realidade no Laticínio Dom Pedro.

O estilo gerencial adotado na maioria das vezes é o estilo autoritário, sem

participação ou questionamentos dos demais colaboradores, as decisões são

tomadas pelo proprietário/gerente de acordo com sua visão de comércio e

administração. Cada setor desenvolve suas funções reportando-se ao gerente para

decisões maiores que fogem à responsabilidade dos níveis hierárquicos mais

baixos.

A remuneração dos funcionários é feita por meio do escritório contábil, assim

como outras obrigações fiscais e contábeis. Todos os colaboradores possuem

registro no Ministério do Trabalho e são remunerados através de folha de

pagamento. O controle das horas de serviço é realizado manualmente e as horas

que excedem às 44 horas semanais são pagas.

A empresa não possui um sistema de seleção de pessoal definido, isto é

feito informalmente, por indicação ou análise de currículo já que todos os candidatos

às vagas residem em São Pedro do Iguaçu, que é um município pequeno e como

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são todos conhecidos não passam por nenhum processo de seleção, apenas uma

pequena entrevista com a secretária e verifica-se se estão aptos ou não para as

vagas. No tocante ao desenvolvimento dos colaboradores, a empresa não investe

muito em treinamentos, é tudo realizado informalmente e ensinado na prática.

A segurança alimentar é uma das principais preocupações das indústrias de

alimentos, não só pela exigência dos consumidores, mas também pela

responsabilidade social com a saúde humana. A grande maioria dos alimentos são

perecíveis, pois são alvos de proliferação de microorganismos. O leite devido a sua

característica de composição constitui-se de rica fonte de alimento, tanto para o

homem como para microorganismos patogênicos. Por isso, o setor de laticínios é um

dos segmentos que mais exige o estabelecimento de ferramentas de segurança

alimentar, baseadas na limpeza, higiene de pessoal e instalações.

A empresa preocupa-se com a qualidade dos produtos que são

comercializados procurando satisfazer seus clientes. Por isso além de ser uma

exigência da fiscalização do SIP/POA (Serviço de Inspeção dos produtos de origem

animal), o programa de controle de qualidade que está sendo implantado trará

muitos outros benefícios para a empresa, além de que haverá uma significativa

melhoria na qualidade do produto.

Os proprietários têm consciência de que o Laticínio necessita de algumas

melhorias, como, por exemplo, a troca de exaustores, ou instalação de ar

condicionado, pois os exaustores que trabalham atualmente fazem muito barulho.

Espera-se melhorar estes aspectos assim que os recursos estiverem disponíveis.

Em datas festivas, como por exemplo, no final do ano e dia do trabalhador

os proprietários sempre promovem para os colaboradores almoços juntamente com

as famílias, para proporcionar uma confraternização e uma maior motivação aos

colaboradores junto à empresa. Fazem entrega de cestas de Natal no final de ano,

sempre procurando trazer algum tipo de incentivo para o colaborador sentir-se

motivado junto à empresa.

A empresa ainda cogita fazer algumas mudanças na área de fabricação

como automatizar alguns processos, mas como é uma organização de pequeno

porte é necessário que tudo seja realizado dentro de um orçamento e planejamento

adequados.

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6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

O desenvolvimento do estágio iniciou quando na fase de diagnóstico foi

observada a realidade do Laticínio Dom Pedro, constatando-se a necessidade de

um treinamento eficiente para os novos e atuais colaboradores, a fim de evitar

problemas na manipulação dos produtos fabricados na empresa e atender às

exigências legais sobre normas de higiene. Além disso, segundo o Diretor do

Laticínio, muitos funcionários já se desligaram da empresa alegando dificuldades em

aprender alguns dos procedimentos de manipulação ensinados pelo líder de

produção no decorrer das atividades na empresa.

Sendo assim, através de visitas na fábrica, bem como reuniões com o líder

de produção, verificou-se a necessidade de aplicar uma entrevista (APÊNDICE 01)

com os manipuladores de alimentos a fim de conhecer a opinião dos mesmos com

relação à elaboração de um manual de procedimentos de higiene e da padronização

dos treinamentos do Laticínio Dom Pedro. Esta entrevista (APÊNDICE 01) foi

aplicada para todos os 7 (sete) colaboradores das áreas de Produção e Embalagem,

com a finalidade de apoiar a elaboração do manual.

Na interpretação dos dados obtidos com a entrevista, observou-se

primeiramente que os manipuladores não receberam treinamento formalizado em

relação aos procedimentos de higiene utilizados na manipulação dos produtos no

momento que entraram na empresa.

Quando foi perguntado sobre o que os colaboradores consideram importante

observar no treinamento, a maioria deles aprovou a idéia de serem treinados

formalmente antes de começarem a manipular os alimentos, e também valorizaram

a importância do treinamento ser repetido pelo menos duas vezes ao ano, com curta

duração para melhor fixação do conteúdo e para não desmotivar o os participantes.

Foi destacada também a importância para os mesmos de participarem de

um treinamento em conjunto, incluindo novos e antigos funcionários, visando a

integração e para que possam se ajudar quando surgirem dúvidas relativas ao

conteúdo do treinamento.

Quando foi solicitada a opinião sobre o conteúdo abordado no treinamento,

todos os funcionários valorizaram a necessidade de conhecerem as rotinas dentro

da fábrica, explicações sobre as leis que falam sobre a higiene para os

manipuladores, sobre as conseqüências para os funcionários e a empresa quando

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não são seguidos os procedimentos de higiene e ainda citaram a importância de

aprenderem dicas de como utilizar o manual de boa conduta higiênica quando

tiverem dúvidas.

Com relação aos procedimentos de higiene, todos os sete colaboradores

que participaram da entrevista atribuíram grande importância para o cuidado de não

haver contaminações nos alimentos e na seqüência, a maioria deles valorizou a

garantia de um produto de qualidade para o consumo da população em geral,

demonstrando assim, que têm noções da importância do uso dos procedimentos

corretos para um produto de qualidade.

Na finalização da entrevista, todos consideraram de grande importância o

trabalho em equipe, coordenado por um líder, em que todos estejam em busca do

mesmo objetivo, e assim, que o trabalho da equipe alcance os resultados esperados

pela empresa.

Após a análise dos dados obtidos com as entrevistas, iniciou-se a

elaboração do manual proposto (APÊNDICE 02). Neste foram abordados assuntos

de extrema importância para o treinamento dos manipuladores. O manual foi dividido

em três partes: Higienização, Programa de Controle Médico e de Saúde

Ocupacional (PCMSO) e por último a Ética na Organização. Na primeira parte sobre

a higienização foram organizadas informações sobre higiene pessoal; higiene

ambiental; higiene dos equipamentos e utensílios e higiene dos alimentos. Na

segunda parte, foram disponibilizadas informações sobre o Programa de Controle

Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO). Nesta etapa, foram explicados os exames

necessários para a função de manipulador de alimentos, em quais momentos são

realizados os mesmos e ainda outras informações relevantes. Na última parte do

manual, foram apresentadas algumas dicas de ética para um bom relacionamento

na organização por parte dos funcionários, abrangendo colegas e supervisor.

Depois de elaborado o manual, o mesmo foi apresentado aos diretores e ao

líder de produção para aprovação e verificação se caso fosse necessário

acrescentar alguma informação além das que foram contempladas. A reação dos

proprietários foi de extrema satisfação e ainda por sugestão dos mesmos, o manual

foi apresentado ao fiscal do Serviço de Inspeção Estadual (SIP), para demonstrar a

atualização da empresa neste sentido. Além da aceitação com grande

contentamento do presente manual pelo fiscal ainda foram sugeridas algumas

adequações do conteúdo para melhor utilização na empresa.

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A partir da aprovação do manual proposto na organização, foi realizado um

treinamento no dia 06 de Outubro de 2010, às 16:00 horas, após o término do

processamento na fábrica, em que foram expostos slides (APÊNDICE 03) e

apresentado o conteúdo para os manipuladores. Para finalizar, foi aplicada uma

dinâmica demonstrando aos colaboradores a importância do trabalho em equipe e

ainda gerou descontração no ambiente de treinamento.

Foram entregues sete manuais, um para cada colaborador, para que sejam

lidos com mais tranqüilidade e atenção, permanecendo à disposição sempre que

tiverem alguma dúvida, devendo ser devolvido a partir do momento que decidirem

não mais fazer parte do quadro de funcionários da organização, pois serão utilizados

para futuros colaboradores.

6.2.1 Sugestões e recomendações

Após a execução do treinamento, observou-se grande aceitação do mesmo

pelos funcionários e pelos proprietários da empresa e a partir disto foi deixado o

manual à disposição de todos na empresa para que sirva em todos os treinamentos

aplicados a partir de então. Foi sugerido também durante o treinamento, que os

funcionários opinem e tragam sugestões para atualização e melhoria do manual

proposto sempre que surgirem novas informações.

Espera-se que esta implantação traga bons resultados à organização,

entretanto, para que isto ocorra é necessária a atenção dos diretores para utilizá-lo

constantemente, dos funcionários em aprender e se adequar às orientações que

foram ensinadas e também a dedicação da pessoa que for treinar os manipuladores

futuramente.

Foi constatado o quão importante é preparar constantemente os

manipuladores, pois é através destes que a empresa produz com qualidade. Sugere-

se que os proprietários propiciem aos mesmos, oportunidades de aperfeiçoamento

quando surgirem ocasiões próprias ao desenvolvimento dos funcionários, ou seja,

liberá-los inclusive para treinamentos desenvolvidos fora do Laticínio. Recomenda-

se que os manipuladores façam rodízio para não prejudicar o andamento da fábrica.

E ainda, que sejam trazidos profissionais para ministrar palestras e cursos

diferenciados no Laticínio Dom Pedro.

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Outra sugestão é que os próximos treinamentos a serem realizados com os

funcionários das áreas de Produção, Embalagem e Expedição sejam realizados pela

secretária do Laticínio Dom Pedro, já que a mesma acompanha as atividades diárias

dos colaboradores. Para que isto ocorra de modo eficaz, é interessante que a

secretária receba capacitação, para que possa desenvolver com mais objetividade

os cursos ensinados aos demais funcionários. Orientou-se ainda que a secretária

seja a responsável em manter atualizado o manual de boa conduta higiênica dos

manipuladores. Portanto, precisa estar atenta à legislação e as exigências que forem

surgindo e ainda às sugestões dos próprios funcionários se consideradas relevantes.

Sugere-se ainda que se realizem encontros periódicos, conforme a

necessidade, inicialmente na última sexta feira de cada mês, reunindo colaboradores

e líder de produção e se necessário, a secretária e até os diretores.

Considera-se de grande importância estas reuniões, pois é nestes

momentos que melhorias e oportunidades podem surgir, e problemas de todas as

espécies podem ser discutidos e resolvidos. Caso se perceba, nos primeiros meses,

que não é necessário realizá-las com tanta frequência, sugere-se alternar a cada

dois meses ou conforme a necessidade. Sempre marcar com antecedência e

avisando todos os funcionários.

Foi observado que o líder de produção possui pouco conhecimento teórico e

maior conhecimento prático. Isso ocorre devido ao fato de o mesmo possuir baixo

grau de escolaridade. Recomenda-se ainda que seja estimulado o preparo do líder,

a fim de que busque inovações, estude novos processos, inclusive a melhoria da

qualidade dos produtos, e que também promova e estimule a atualização da sua

equipe de trabalho.

Outra sugestão é que seja disponibilizada uma caixa de sugestões e

reclamações, que fique localizada no refeitório do Laticínio Dom Pedro para que

todas as pessoas que trabalham na empresa possam opinar sobre possíveis ações

de melhoria. Ainda que sejam sugestões ou reclamações anônimas, serão

consideradas e analisadas, pois muitos colaboradores têm receio de expressar

opiniões e assim, anonimamente acredita-se que podem surgir boas oportunidades

e sugestões para a empresa.

Por fim, acredita-se que o Laticínio Dom Pedro ainda conseguirá alcançar

um alto padrão de qualidade do seu produto devido ao interesse dos proprietários e

de toda equipe em adotar continuamente novas oportunidades de melhorias.

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Verificou-se ainda que a empresa possui grande capacidade de aperfeiçoar

suas estruturas e aumentar sua capacidade produtiva, a fim de solicitar

regulamentação do Serviço de Inspeção Federal (SIF), e se obtiver autorização,

poderá comercializar seus produtos em todo país. Poderia ser de grande valia para

o Laticínio Dom Pedro expandir suas vendas para o Brasil inteiro, e não somente no

estado do Paraná. Por essa razão, recomenda-se à empresa que invista em

automatização de processos e melhoria da qualidade dos produtos fabricados, a fim

de aumentar sua área de distribuição.

Finalmente, sugere-se que a empresa crie formas de valorização do pessoal

que a integra, principalmente para os manipuladores, para que assim sejam

estimulados e motivados na execução de suas atividades, auxiliando a empresa na

busca de seus objetivos de expansão e controle de qualidade.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produção de alimentos com qualidade e que não traga risco aos

consumidores já não é opção de escolha, mas obrigatoriedade para as empresas, e

com isso destaca-se ainda mais a importância de treinar os manipuladores que

trabalham direta e indiretamente neste processo, pois é deles que parte a

responsabilidade pelo produto final.

O Laticínio Dom Pedro é uma empresa de pequeno porte, porém está em

fase de desenvolvimento e percebe-se que quando surge oportunidade de

melhorias, estas são analisadas pelos proprietários e passam a ser tratadas com

grande importância, indo além das exigências legais. Entretanto, é uma organização

que ainda possui poucos recursos para grandes investimentos, por isso as

mudanças são efetuadas ao longo do tempo e não imediatamente.

Percebe-se que a empresa possui ainda vários fatores a serem melhorados,

principalmente no que diz respeito ao treinamento dos colaboradores.

Considerando-se a grande dificuldade em obter mão-de-obra eficiente, espera-se

que a empresa utilize o manual proposto na capacitação inicial dos colaboradores

para que assim, este recurso traga resultados positivos para a organização.

Acredita-se que o manual de boa conduta higiênica para os manipuladores é

uma iniciativa que funcionará se for mantido atualizado e não e se não for esquecido

ou arquivado na organização. Ressalta-se que o manual constitui uma ferramenta de

apoio, mas que não resolverá todos os problemas que possam vir a ocorrer na

empresa.

A organização ainda é de pequeno porte, porém espera-se que futuramente

venha a aumentar sua capacidade produtiva, recebendo mais leite por dia e

produzindo outros tipos mais variados de queijo, sempre mantendo foco na

qualidade dos produtos, na satisfação do cliente e ainda na redução de custos, para

que continue forte no mercado.

Com a execução deste projeto, foi possível verificar melhorias na empresa e

a reação observada em todos os integrantes da organização, principalmente do

setor treinado foi positiva. A partir desta iniciativa, ficou ainda mais clara a

importância que o manual desenvolvido terá para o Laticínio Dom Pedro se for

realmente utilizado.

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Por fim, houve uma experiência significativa enquanto acadêmica, pois

foram quase dois anos vivenciando as rotinas e dia-a-dia da organização e isto

permitiu que fosse associada a teoria aprendida em sala de aula com a prática

observada. Ainda foram pesquisadas e estudadas bibliografias sobre o assunto

abordado, o que de fato contribuiu para um bom entendimento do assunto

investigado e maior conhecimento nas áreas estudadas, complementando assim a

percepção e aprendizagem como Secretária Executiva atuando na gestão de

pessoas.

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REFERÊNCIAS ANDRADE, N. J. de; MACÊDO, J. A. B. de. Higienização na Indústria de Alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1996. ANVISA, Legislação das Boas práticas de fabricação. Disponível em www.anvisa.gov.br/alimentos/bpf.htm. Acesso em 01/04/2010 ARAÚJO, L. C. G. de. Organização e métodos: integrando comportamento, estrutura, estratégia e tecnologia. São Paulo: Atlas, 1983. BARROS, A. J. S., LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia Científica: Um guia para a iniciação científica. São Paulo: Makron Books, 2000 BERGAMINI, C. W. Desenvolvimento de recursos humanos: uma estratégia de desenvolvimento organizacional. São Paulo: Atlas, 1980. BOHLANDER, G., SNELL, S., SHERMAN, A.,Administração de Recursos Humanos. Tradução: Maria Lúcia Leite. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2003. CHIAVENATO, I. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1979. _____ . Carreira e competência: gerenciando o seu maior capital. São Paulo: Saraiva, 2002. _____ . Iniciação à organização e controle. São Paulo: McGraw-Hill, 1989. _____ . Recursos Humanos: o capital humano nas organizações. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. _____ . Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos . 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. CORRÊA, J. G. F. Artigo: A importância da higiene de manipuladores para a qualidade dos alimentos. Campo Grande, 2008. FERREIRA, P. P. Treinamento de Pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1985. FIGUEIREDO, R. M. Manual de Procedimentos e Desenvolvimento. São Paulo: R. M. Figueiredo, 1999. FORSYTHE, S. J. Microbiologia da segurança alimentar. Tradução: Maria Carolina Minardi Guimarães e Cristina Leonhardt. Porto Alegre: Artmed, 2002. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. HAZELWOOD, D., MCLEAN, A. C. Manual de higiene para manipuladores de Alimentos. Tradução: José A. Ceshin. São Paulo: Livraria Varela, 1994.

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HOBBS, B. C., ROBERTS, D., Toxinfecções e controle higiênico-sanitário de alimentos. Tradução: Silvia Panetta Nascimento e Marcelo Arruda Nascimento. São Paulo: Livraria Varela, 1998. LACOMBE, F. J. M. Recursos Humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. MACIAN, L. M. Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos. São Paulo: EPU, 1987. (Fases do processo de treinamento, 3). MARCONI, M. de A., LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1999. MELLO, P. P. de. Noções Básicas de Higiene. Ribeirão Preto: Centro Universitário Moura Lacerda, 1997. MIRANDA, D. S. Série MESA BRASIL SESC - Segurança Alimentar e Nu tricional São Paulo, 2003. OLIVEIRA, D. P. Sistemas, Organização e Métodos: uma abordagem gerencial. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. PELCZAR, J.M., CHAN, E.C.S., KRIEG, N.R. Microbiologia: conceitos e aplicações. 2ª Ed. São Paulo: Pearson, 1997. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. SANTOS, S. da G. F. dos. Treinando manipuladores de alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1999. SEAB PARANÁ, Legislação para produtos de origem animal. Disponível em: www.seab.pr.gov.br. Acesso em 29/09/2009. SILVA JR., E. A. da. Manual de Controle higiênico-sanitário em alimentos . São Paulo: Livraria Varela, 1995. TRIGO, V. C. Manual Prático de Higiene e Sanidade das Unidades d e Alimentação e Nutrição. São Paulo: Livraria Varela, 1999.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 01 – ENTREVISTA APLICADA AOS COLABORADORES ENTREVISTA ACADÊMICA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURSO: SECRETARIADO EXECUTIVO - UNIOESTE Esta entrevista faz parte de um estudo acadêmico, e está sendo utilizado como apoio para a elaboração de um manual de instruções para os treinamentos dos funcionários do Laticínio Dom Pedro. Nome: _________________________________________________________ Idade__________ Grau de escolaridade:_____________________________ Data de admissão:_______________________________________________ 1- Quando foi admitido, você recebeu algum treiname nto sobre os procedimentos de higiene na manipulação de alimento s? Marque uma das opções: ( ) Sim ( ) Não 2- A empresa pretende aplicar um programa de treina mento para os manipuladores de alimentos. Em sua opinião, o que s eria importante observar neste treinamento? Enumere em ordem de grau de impo rtância de 1 a 5, sendo 1 maior importância e 5 menor importância: ( ) que o treinamento seja aplicado rapidamente, não desmotivando o participante. ( ) que se elabore um manual para orientar o funcionário quando este tenha dúvidas. ( ) que seja repetido pelo menos 2 vezes no ano para relembrar alguns detalhes importantes que podem ser esquecidos no período. ( ) que seja diferenciado para funcionários iniciantes e os que já atuam na empresa. ( ) que se realize em conjunto, com todos os funcionários, novatos e antigos para promover a integração, assim um pode ajudar ao outro quando surgirem dúvidas. 3- Sobre o conteúdo do treinamento, o que você cons idera importante para ser ensinado? Enumere em grau de importância de 1 a 5, sendo 1 de grande importância e 5 pouca importância. ( ) sobre as rotinas de trabalho ( ) normas e leis que falem sobre a higiene para os manipuladores. ( ) sobre a forma correta de utilização dos equipamentos de higiene. ( ) sobre as conseqüências para o funcionário e para a empresa quando não usados equipamentos de higiene. ( ) sobre como utilizar o manual quando surgirem dúvidas. 4- O uso de procedimentos de higiene deve ser diári o para os manipuladores de alimentos. Em sua opinião qual destas alternativ as você considera mais importante? Enumere em grau de importância de 1 a 5, sendo 1 grande importância e 5 pouca importância.

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( ) O cuidado para não haver contaminações nos alimentos. ( ) O cuidado para evitar multas para a empresa durante a fiscalização. ( ) O cuidado para garantir um produto de qualidade para o consumo da população em geral. ( ) O cuidado em seguir as exigências dos proprietários da empresa. ( ) O cuidado para evitar reclamações por parte de meu supervisor. 5-Sobre o trabalho em equipe o que você considera i mportante? Enumere em grau de importância de 1 a 5, sendo 1 grande impor tância e 5 de pouca importância. ( ) A possibilidade de aprender com os colegas que estão a mais tempo na empresa. ( ) A existência de um líder que coordene a equipe. ( ) Que todos saibam realizar o seu trabalho de acordo com as normas e procedimentos. ( ) Que as reuniões de trabalho favoreçam o esclarecimento de dúvidas. ( ) Que o trabalho da equipe alcance os resultados esperados pela organização/empresa.

Muito obrigada pela colaboração!

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APÊNDICE 02 – MANUAL DE BOA CONDUTA HIGIÊNICA PARA TREINAMENTO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS.

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LATICÍNIOS DOM PEDROLATICÍNIOS DOM PEDRO

TREINAMENTO SOBRE A BOA CONDUTA HIGIÊNICA

Organizadora: Andréia C. Kerber

DESCRIÇÃO DAS ROTINAS

• Recebimento da matéria-prima;

• Análise Laboratorial da matéria-prima;

• Processamento do produto;

APÊNDICE 03 – SLIDES UTILIZADOS NO TREINAMENTO DOS COLABORADORES

APRESENTAÇÃO

Este treinamento faz parte de um estudo acadêmico e foi elaborado para treinamento de vocês colaboradores do latic ínio Dom Pedro. Nele será abordada a boa conduta h igiênica na manipulação dos produtos.

Quem somos?

• O Laticínio recebe leite dos produtores da região e produz queijos tipo mussarela, provolone, nózinho, palito, ricota fresca e prensada.

• Está no ramo desde agosto de 1997 e sua missão é oferecer os melhores produtos e o melhor atendimento aos seus clientes.

• Quem são os diretores?

PRIMEIRA PARTE: HIGIENIZAÇÃO

FLUXOGRAMA

Recebimento de matéria prima

Processamento

EmbalagemAr mazenamento

Análise laboratorial da matéria prima

ExpediçãoComercialização

FIM

INÍCIO

• Embalagem do produto;

• Expedição;

• Comercialização

REGRAS DE HIGIENE PESSOAL

• Fazer higiene pessoal diariamente;

• Manter os cabelos limpos e totalmente dentro da touca;

• Homens: Manter os cabelos curtos e a barba deve ser feita diariamente;

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FUMANTES

• É proibido fumar nas áreas próximas a fábrica. Se precisar fazer nos intervalos ou no seu horário de almoço, somente fume se estiver sem uniforme e ainda higienize corretamente as mãos antes de entrar novamente na fábrica.

HIGIENE AMBIENTAL

• Pisos;

• Paredes;

• Teto;

• Portas e janelas;

• Área de recebimento da matéria-prima;

• Vestiário e banheiros;

• Áreas de estocagem (câmaras frias).

HIGIENE DOS EQUIPAMENTOS

• Caixas brancas

• Máquinas

• Mesas

• Demais equipamentos e utensílios.

HIGIENE DOS ALIMENTOS

• Sempre esteja atento à qualidade do produto que você está manipulando.

• Qualquer aparência, aspecto, ou objeto estranho nos produtos, comunique imediatamente seu supervisor.

SEGUNDA PARTE: PCMSO

SAÚDE DO COLABORADOR

• O Laticínio adota o PCMSO através da UNIMED e este tem por finalidade assegurar que seus manipuladores estão livres de doenças.

É EXIGIDO O EXAME:

• No momento de admissão do colaborador;

• Periodicamente, uma vez por ano, enquanto estiver fazendo parte da equipe do Laticínio

• No momento da admissão.

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TIPOS DE EXAMES• Raio x de tórax;

• Medição das pressões respiratórias máximas;

• Audiometria;

• Consulta com médico para avalição final.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

É obrigatório e de responsabilidade do manipulador o uso e cuidado do uniforme e equipamentos fornecidos pela empresa:

• Calça e camiseta branca;

• Botas brancas;

• Touca e máscara;

• Protetor de Audição

• Avental de silicone.

TERCEIRA PARTE:REGRAS DE CONDUTA

• Aprenda a ouvir as orientações e reclamações do seu supervisor. Ele está aqui para organizar e coordenar a equipe. Evite comentários desagradáveis;

• Se algo estiver ocorrendo, comunique imediatamente seu líder de produção;

• Trabalhe em conjunto e harmonia com sua equipe de trabalho;

• Valorize seu trabalho e da sua equipe e ainda o nome da empresa.

• Treine o silêncio e a atenção nas horas necessárias e sempre preste atenção em tudo que estiver fazendo;

• Aprenda a respeitar o trabalho e seus colegas. Lembre sempre de usar palavras como: por favor, obrigado, desculpe e com licença.

DINÂMICA

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SUGESTÕES OU

RECLAMAÇÕES?

MUITO OBRIGADA PELA ATENÇÃO E BOM TRABALHO!!

06.10.2010 Fonte: www.alimentar.blogs.sapo.pt.br

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APÊNDICE 04 – FOTOS DA REALIZAÇÃO DO TREINAMENTO COM OS MANIPULADORES

Foto 01 – INÍCIO DO TREINAMENTO COM OS MANIPULADORES Foto 02 – REALIZAÇÃO DO TREINAMENTO COM OS MANIPULADORES Foto 03 – REALIZAÇAO DO TREINAMENTO COM OS MANIPULADORES

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Foto 04 – REALIZAÇÃO DO TREINAMENTO COM OS MANIPULADORES Foto 05 – TREINAMENTO: DINAMICA COM OS MANIPULADORES FOTO 06 – FINALIZAÇÃO DO TREINAMENTO: DINÂMICA.