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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS COLEGIADO DE ADMINISTRAÇÃO GEORGE DOS SANTOS CLIMA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – AG. ILHÉUS/BA ILHÉUS-BA 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS

COLEGIADO DE ADMINISTRAÇÃO

GEORGE DOS SANTOS

CLIMA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL – AG. ILHÉUS/BA

ILHÉUS-BA

2008

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GEORGE DOS SANTOS

CLIMA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL – AG. ILHÉUS/BA

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado ao Colegiado de Administração da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, para obtenção do último crédito da Disciplina Estágio Supervisionado II.

Orientador: Msc. Robson Braga

Área de Concentração: Administração de Recursos Humanos

ILHÉUS/BA,

DEZEMBRO/2008

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UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz

S237 Santos, George dos. Clima Organizacional : um estudo de caso na Caixa Econômica Federal – Ag. Ilhéus/Ba / George dos San- tos. – Ilhéus, BA : UESC, 2008. 61f. : Il. Orientador: Robson Braga. Monografia (Graduação) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis. Colegiado de Administração. Inclui bibliografia e apêndices.

1. Clima organizacional. 2. Motivação no trabalho. 3. Satisfação no trabalho. 4. Recursos humanos. I. Tí- tulo. CDD 658.31

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS

COLEGIADO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Este Relatório de Estágio Supervisionado elaborado pelo acadêmico George

dos Santos foi por mim, Robson Braga, acompanhado como professor

Orientador, estando o mesmo em condições de ser apresentado ao colegiado

de Administração e posteriormente julgado pela Banca Examinadora.

Professor Orientador

Encaminhado em: _____/_____/______.

Este relatório de Estágio Supervisionado foi apresentado mediante Banca Examinadora, que lhe atribuiu a nota _______ como último crédito, ao aluno George dos Santos, na Disciplina Estágio Supervisionado II.

BANCA EXAMINADORA Aprovado em: ______/______/______.

_________________________________

Prof. Robson Braga

_________________________________

Prof. Pablo Roberto de Assis

_________________________________

Prof. Amarildo Jose Moretti

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS

COLEGIADO DE ADMINISTRAÇÃO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO

a. Tipo de Estágio: Estágio Curricular

b. Título do Estágio: Clima Organizacional: Um estudo de caso na Caixa

Econômica Federal – Agência Ilhéus/BA.

c. Palavras-chave: clima organizacional, pesquisa de clima, colaboradores.

d. Nome do Estagiário: George os Santos

e. Nome do Orientador: Msc. Robson Braga

f. Local do Estágio: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Endereço: Rua Marques de Paranaguá, 291 – Centro – Ilhéus – BA

Telefone: (0**73) 3634-8109

CNPJ: 00.360.305/0069-00

Data da inauguração: 03/09/1935

Superintendente Regional: Carlos Roberto Pereira

Gerente Geral: Djalma Leal de Melo

Número de funcionários: 39

g. Duração prevista: Agosto de 2008 a Dezembro de 2008.

h. Local e data: Ilhéus/BA, 08 de Dezembro de 2008.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por viver este momento, por me iluminar e dar forças nesta caminhada de longos e difíceis anos e por ter me possibilitado a oportunidade de realização deste trabalho que muito contribui para ampliação dos meus conhecimentos.

Aos meus pais pela vida, pelo amor e pelo apoio durante esta árdua jornada.

Às minhas queridas irmãs por me apoiarem e incentivarem em todos os momentos, não medindo esforços para me ajudar na realização deste sonho.

À minha esposa e filho por todo o amor dispensado em todos os momentos ao longo destes poucos anos de convivência.

Aos meus amigos e colegas, especialmente Marcos, Mateus e Lupo, companheiros de estrada no início desta maratona.

Aos Senhores Carlos Sales, Hildemar Matos e Samuel Santana por todo o apoio prestado nos momentos de grande necessidade da minha vida profissional e pessoal.

Aos professores da UESC que transmitiram grande parte das informações importantes para meu conhecimento profissional.

Ao mestre e amigo Robson Braga pela orientação, dedicação, incentivo e acompanhamento da pesquisa realizada.

A todos os colegas do banco que me transmitiram grandes e importantes experiências pessoais e profissionais.

Aos meus colegas da minha turma de origem, que ficarão para sempre guardados em meu coração.

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RESUMO

A busca por melhores resultados nas organizações está diretamente ligada ao desempenho profissional dos seus colaboradores. Nesse contexto, questões ligadas diretamente ao clima organizacional podem comprometer a qualidade do trabalho e o desempenho da equipe. Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar os fatores que contribuem para a formação do ambiente interno da organização, bem como conhecer as percepções dos colaboradores sobre o clima organizacional. Buscaram-se neste trabalho respostas para questões relacionadas ao ambiente de trabalho, motivação, remuneração, aspectos institucionais e comunicação. Foi realizada uma pesquisa de clima organizacional e aplicado um questionário fechado como método de coleta de dados. Baseado nos resultados encontrados evidenciou-se que os colaboradores sentem-se motivados com o trabalho que desempenham e orgulhosos de pertencerem ao quadro funcional da empresa. Por outro lado, constatou-se a necessidade de melhoria em fatores como nível de confiança, conflitos internos, ambiente físico de trabalho, interação com os gestores, entre outros. Palavras Chave: clima organizacional, colaboradores, pesquisa de clima.

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................5

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................8

2 IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA DE TRABALHO ....................................10

2.1 PROBLEMA ................................................................................................10

2.2 OBJETIVOS ................................................................................................10

2.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................10

2.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................11

2.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ...............................................................11

3 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................13

3.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO TRABALHO HUMANO .................................13

3.2 AS ORGANIZAÇÕES COMO EMPREENDIMENTOS HUMANOS.............14

3.3 ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS HUMANOS: BREVE HISTÓRICO........16

3.4 MOTIVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS .............................................17

3.5 A TEORIA DE HERZBERG ........................................................................19

3.6 COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES ...........................21

3.7 AS DIFERENÇAS INTERNAS NAS ORGANIZAÇÕES..............................23

3.8 O HOMEM NA ORGANIZAÇÃO .................................................................24

3.9 A RELAÇÃO HOMEM-TRABALHO ............................................................25

3.10 A REMUNERAÇÃO COMO DIFERNECIAL NA ORGANIZAÇÃO ............25

3.11 O CLIMA ORGANIZACIONAL E SUAS INTERFACES COMO

MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO TRABALHO ..............................................27

4 METODOLOGIA ............................................................................................30

4.1 QUANTO AO TIPO DE PESQUISA ...........................................................30

4.2 PLANO E INSTRUMENTOS DE PESQUISA .............................................30

4.3 TRABALHO DE CAMPO E ANÁLISE / DELIMITAÇÃO DO ESTUDO........31

4.4 PLANO DE ANÁLISE (TRATAMENTO) DE DADOS ..................................31

5 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SEU AMBIENTE ...................33

5.1 HISTÓRICO ................................................................................................33

5.2 MISSÃO DA CAIXA ....................................................................................34

5.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .............................................................35

5.4 POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS .....................................................36

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6 RESULTADOS A PESQUISA .......................................................................37

6.1. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ..........................................37

6.1.1 Sobre a amostra .....................................................................................37

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................53

REFERÊNCIAS ................................................................................................55

APÊNDICE .......................................................................................................58

APÊNDICE - Questionário ................................................................................59

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1 INTRODUÇÃO

Assim como o clima de uma região influencia o seu desenvolvimento, o

clima de uma empresa influencia o seu crescimento. Quando se fala em clima

organizacional, geralmente refere-se à motivação dos funcionários, o grau de

confiança entre si, a confiança que depositam na chefia imediata, a confiança

que depositam na empresa na qual trabalham, nos sonhos e medos dos

trabalhadores, bem como no ambiente físico no qual estes trabalhadores

atuam, dentre outros índices. Indica como solucionar os problemas de clima

organizacional, permitindo um ambiente de trabalho mais agradável, positivo e

produtivo.

O estudo do clima organizacional remete às condições psicossociais do

corpo funcional, sua relação com o ambiente interno, com a chefia e, porque

não dizer, à sua relação com as máquinas e equipamentos.

Os resultados da empresa estão intimamente ligados ao ambiente que é

construído no interior da empresa e das condições externas que interferem

diretamente na produtividade do grupo. Desta forma, nenhuma empresa pode

sobreviver se não souber tratar adequadamente o clima organizacional.

A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, especificamente, é uma organização

diferenciada em relação aos demais bancos comerciais e instituições

financeiras que atuam no mercado, em razão do seu imenso portfólio de

produtos e serviços que vai desde o banco comercial propriamente dito, até

atividades de penhor e loterias, passando por todas as atividades de benefícios

sociais dispostas para a população por meio do governo federal.

Essa diversidade faz com que a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL tenha

colaboradores com os mais variados perfis trabalhando à disposição da

empresa. Desta forma, para que os resultados obtidos sejam os esperados, é

extremamente necessário que as expectativas das pessoas que compõem o

corpo funcional estejam plenamente satisfeitas.

O trabalho foi desenvolvido especificamente na Agência principal da

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL na cidade de Ilhéus/BA, onde serão

envolvidos todos os colaboradores e seus respectivos sentimentos e pontos de

vista, através de estudo de caso detalhado com aprofundamento de questões

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acerca de aspectos institucionais, ambiente de trabalho, motivação e

remuneração, entre outros.

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2 IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA DE TRABALHO

2.1 PROBLEMA

Os resultados das empresas estão diretamente ligados à produtividade

dos seus colaboradores. Desta forma, torna-se de fundamental importância

para a sobrevivência da organização no mercado que a empresa possua

funcionários produtivos e motivados no seu trabalho.

Diante deste cenário, o presente trabalho procura respostas à seguinte

pergunta de partida: Quais fatores ligados ao ambiente de trabalho interferem

direta ou indiretamente na produtividade do grupo de colaboradores que

compõem o corpo funcional da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, Agência

Ilhéus/BA?

2.2 OBJETIVOS

2.2.1 Objetivo Geral

Identificar e analisar os fatores que contribuem para a formação do

ambiente interno, bem como o levantamento de suas necessidades, mapeando

e retratando os aspectos críticos que configuram o momento motivacional dos

funcionários da organização.

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2.2.2 Objetivos Específicos

Os aspectos abaixo relacionados são objetos de estudo, na busca do

objetivo geral:

� Avaliar o perfil da equipe componente da organização em estudo;

� Identificar os fatores motivacionais da equipe e suas expectativas

quanto ao trabalho;

� Avaliar os fatores internos que contribuem para o comprometimento

da qualidade e do desempenho da equipe.

2.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

Em relação à justificativa empírica, o presente trabalho é o resultado de

uma série de questionamentos do autor no âmbito da vida profissional e

acadêmica, fruto da vivência diária no próprio ambiente, objeto da pesquisa.

O presente trabalho reveste-se de grande importância, pois uma vez

determinado o clima organizacional, com conhecimento da condição de

satisfação ou insatisfação no trabalho, com as causas relacionadas, é possível

para a administração atuar nos pontos relevantes para corrigir eventuais

problemas existentes.

Em razão da grande e diversificada área de atuação da CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL, este trabalho busca a melhoria do nível de serviço

oferecido aos clientes, refletindo de forma sensível no tratamento dado à

sociedade em relação aos produtos e serviços oferecidos.

Justifica-se a adoção de medidas preventivas e corretivas em relação à

satisfação humana no trabalho (melhoria do Clima Organizacional), pois os

resultados da organização podem ser melhores ou piores, de acordo com o

clima existente. Pesquisas indicam que colaboradores com baixos índices de

motivação, utilizam somente 8% da sua capacidade de produção, enquanto

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que organizações onde se encontram colaboradores motivados elevam este

índice para 60% (SÓRIO, s/d).

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO TRABALHO HUMANO

Segundo Rodrigues (1999), com outros títulos e em outros contextos,

mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao

trabalhador na execução de suas tarefas, a qualidade de vida sempre foi objeto

de preocupação da humanidade. Historicamente exemplificando, os

ensinamentos de Euclides (300 a.C.) de Alexandria sobre os princípios da

geometria serviram de inspiração para a melhoria dos métodos de trabalho dos

agricultores do Rio Nilo, assim como a Lei das Alavancas, de Arquimedes,

formulada em 287 a.C., veio diminuir o esforço físico de muitos trabalhadores.

No século XX, muitos pesquisadores contribuíram para o estudo sobre a

satisfação do indivíduo no trabalho. Entre eles destaca-se Helton Mayo, cujas

pesquisas, conforme HAMPTON (1991), FERREIRA, REIS e PEREIRA (1999)

e RODRIGUES (1999), são altamente relevantes para o estudo do

comportamento humano, da motivação dos indivíduos para a obtenção das

metas organizacionais e da qualidade de vida do trabalhador, principalmente a

partir de pesquisas e estudos efetuados na Western Eletric Company

(Hawthorne, Chicago) no início dos anos 20, que culminaram com a escola de

Relações Humanas.

Merece crédito o trabalho de Abrahan H. Maslow, que concebeu a

hierarquia das necessidades, composta por cinco necessidades fundamentais

(FERREIRA, REIS e PEREIRA, 1999). Douglas McGregor, autor da Teoria X,

considerava entre outras coisas que o compromisso com os objetivos depende

das recompensas à sua consecução, e que o ser humano não só aprende a

aceitar as responsabilidades, como passa a procurá-las, conforme (FERREIRA,

REIS e PEREIRA, 1999). Essa teoria, aliás, na sua essência, busca a

integração entre os objetivos individuais e organizacionais.

Já Frederick Herzberg detectou, através de suas pesquisas, que a

insatisfação ao trabalho estava ligada ao ambiente de trabalho e a satisfação

com o trabalho estava ligada ao conteúdo. Dessa forma, os fatores capazes de

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produzir satisfação seriam os fatores higiênicos e os fatores capazes de

produzir insatisfação seriam os fatores motivadores (FERREIRA, REIS e

PEREIRA, 1999).

Passando-se aos dias atuais, observa-se que os sucessivos processos

de downsizing, reestruturação e reengenharia que marcaram toda a década de

90 diminuíram o número de funcionários e aumentou o volume de trabalho nas

organizações. Nota-se atualmente que as pessoas têm trabalhado cada vez

mais, e, por extensão, tem tido menos tempo para si mesmas (VEIGA, 2000).

Handy (1995, p. 25), com base nessa realidade, declarou que:

O problema começou quando transformamos o tempo em uma mercadoria, quando compramos o tempo das pessoas em nossas empresas em vez de comprar a produção. Quanto mais tempo você vende, nessas condições, mais dinheiro fará. Então, há uma troca inevitável entre o tempo e o dinheiro. As empresas, por sua vez, tornam-se exigentes. Querem menos tempo das pessoas que eles pagam por hora, porém mais das pessoas que pagam por ano, porque, no último caso, cada hora extra durante o ano é gratuita.

3.2 AS ORGANIZAÇÕES COMO EMPREENDIMENTOS HUMANOS

Podem-se descrever as organizações como "unidades ou entidades

sociais, intencionalmente construídas e reconstruídas, nas quais as pessoas

interagem entre si para alcançar objetivos específicos" (ETZIONI, 1989). Pode-

se caracterizá-las, então, como empreendimentos humanos (CHIAVENATO,

1983, p. 74), dos quais as empresas são exemplos.

É nesse sentido que se diz que as empresas, para funcionarem,

requerem um conjunto de recursos. O ser humano é um desses recursos. E é

um recurso com características bastante exclusivas - possui capacidade de

pensar, imaginar, julgar e decidir (PALADINI, 1990, p. 100).

Como resultado da combinação de recursos humanos e de outros

recursos como sistemas e máquinas e equipamentos, as empresas geram

resultados diferentes, de acordo com o seu ramo de atividade (CHIAVENATO,

1995, p. 5):

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- empresas industriais: são as que produzem bens de consumo ou

bens de produção mediante a transformação de matérias-primas em

mercadorias ou produtos acabados;

- empresas comerciais: são as que vendem mercadorias ou produtos

acabados diretamente ao consumidor (comércio varejista) ou aquelas que

compram do produtor para vender ao varejista (comércio atacadista);

- empresas de prestação de serviços: são as que oferecem trabalhos

especializados como transporte, educação, saúde, comunicação, informação,

conhecimento, lazer, serviços de manutenção, etc. Essas empresas não

produzem mercadorias, mas atividades profissionalizadas. São exemplos de

empresas prestadoras de serviços (CHIAVENATO, 1995, p. 7): bancos e

financeiras (grifo meu); escolas e universidades, Unidades de Informação

(bibliotecas, arquivos, etc.); professores, instrutores; hospitais e clínicas

médicas; médicos, dentistas, psicólogos; advocacia e consultoria em geral;

mecânicos, eletricistas e encanadores; agências de propaganda;

comunicações, rádio e televisão; transporte urbano e interurbano, rodoviário,

aéreo, marítimo, ferroviário; contabilistas, etc.

Em qualquer ramo de atividade, as pessoas formam o subsistema social,

enquanto o subsistema técnico inclui o fluxo de trabalho, as tarefas a serem

executadas e a tecnologia existente, as máquinas, os equipamentos, as

instalações, as técnicas de produção e a estrutura organizacional. Os

resultados dos negócios são influenciados, em grande parte, mais por fatores

sociais (interação, suporte, supervisão, etc.) do que por fatores técnicos

(equipamentos, materiais, etc.) e a produtividade e a qualidade global da

empresa está relacionada à análise acurada do sistema de necessidades e

requisitos sociais e técnicos (HANNA, 1988, p. 93).

Nesse sentido, sendo as pessoas com suas respectivas necessidades

os recursos que mais influenciam os resultados da empresa, presume-se que a

administração desses recursos deva ser prioritária quando comparada aos

recursos técnicos, permitindo atingir os objetivos empresariais.

A Administração de empresas surge, então, como a ciência capaz de

ajustar os recursos humanos e técnicos numa combinação adequada.

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3.3 ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS HUMANOS: BREVE HISTÓRICO

Os recursos humanos têm sido amplamente estudados no âmbito da

Teoria Geral da Administração.

A Administração Científica, fundada por Taylor e seus seguidores nos

meados de 1900, representa a primeira tentativa de criar uma Ciência da

Administração para as organizações. Iniciou-se com uma experiência concreta

no trabalho de operários, com ênfase nas tarefas e no conceito de homem

econômico, ignorando que o trabalhador é um ser humano e social. Além disso,

para a Administração Científica a única fonte de motivação do trabalhador é o

salário (MEIGNIEZ apud CHIAVENATO, 1983, p. 22).

Enquanto desenvolvia-se a Administração Científica nos Estados

Unidos, na França, Fayol desenvolvia a chamada Teoria Clássica da

Administração, caracterizando-se pela ênfase na estrutura organizacional.

Na verdade, ambas as teorias tinham por preocupação a busca da

eficiência das organizações.

Movida pela necessidade de se corrigir a forte tendência à

desumanização no trabalho surgida com a aplicação de métodos rigorosos,

científicos e precisos, aos quais os trabalhadores deviam se submeter surge a

Teoria das Relações Humanas. Essa verdadeira revolução na Administração

ocorreu no início da II Guerra Mundial, ressaltando o caráter democrático da

Administração. Surge uma nova concepção sobre a natureza do homem, o

homem social. Sob essa concepção, considera-se que os trabalhadores são

criaturas sociais complexas, com sentimentos, desejos e temores; as pessoas

são motivadas por certas necessidades e alcançam suas satisfações através

dos grupos com os quais interagem, a supervisão e liderança influenciam o

comportamento das pessoas e, as normas do grupo funcionam como

mecanismos reguladores do comportamento dos membros (CHIAVENATO,

1983, p. 117).

Dentro dessa percepção, poder-se-ia definir Administração como

"trabalhar com e por meio de pessoas e grupos para alcançar objetivos

organizacionais" (HERSEY & BLANCHARD, 1986, p. 4), sendo que planejar,

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organizar, controlar e proporcionar motivação aos recursos humanos se

configurariam como as funções básicas da Administração.

Planejar significa estabelecer metas e objetivos para o alcance de uma

situação desejada, de um modo mais eficiente e efetivo, com a melhor

concentração dos esforços e recursos da empresa (OLIVEIRA, 1993, p. 24). A

organização envolve a alocação dos recursos da empresa, de maneira a

otimizar a consecução das metas. O controle, por sua vez, envolve a

retroalimentação dos resultados e o acompanhamento destes, de modo a

permitir comparações com o que foi planejado, permitindo ajustes necessários.

Um papel muito importante cabe à motivação, pois se trata de um fator

fundamental para a melhoria do nível de desempenho dos empregados, que,

por conseqüência, influenciará o alcance dos objetivos da empresa. A

motivação é uma função extremamente importante para a Administração

(HERSEY & BLANCHARD, 1986, p. 5).

Para Paladini (1990, p. 100), "quando maximizam suas vantagens, o

elemento humano torna-se o mais produtivo, útil, versátil e rico dos recursos.

Quando se reduz à força meramente física, exibe desvantagem em relação a

outros recursos". Isso mostra que é necessário otimizar a utilização do recurso

humano, sempre tendo em vista suas especificidades. DAVIS & NEWSTROM

(1992, p. 11) complementam afirmando que a motivação é essencial ao

funcionamento organizacional, pois não importa quanta tecnologia e

equipamentos uma organização tenha: "essas coisas não podem ser colocadas

em uso a menos que sejam liberadas e guiadas por pessoas que estejam

motivadas". É nesse contexto que surge a noção de motivação.

3.4 MOTIVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS

Bergamini (1993, p. 38) define motivação como uma "força propulsora"

que leva o indivíduo a satisfazer suas necessidades e desejos. A motivação no

trabalho leva os recursos humanos, além de buscarem satisfações pessoais, a

realizarem os objetivos da organização. Motivação é, assim, uma "energia

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interna", algo que vem de dentro do indivíduo, fazendo com que este se

coloque em ação (PALADINI, 1990, p. 101).

Segundo Hersey & Blanchard (1986, p. 18), "a motivação das pessoas

depende da intensidade dos seus motivos". Os motivos podem ser definidos

como necessidades, desejos ou impulsos oriundos do indivíduo e dirigidos para

objetivos, ou seja, são os porquês do comportamento das pessoas. Por isso,

ao pretender influenciar o comportamento de uma pessoa, precisa-se primeiro

conhecer os motivos ou necessidades que são mais importantes para ela

naquele momento.

H. Pieron apud Dejours (1994, p. 35) define motivação como “fator

psicológico que predispõe o indivíduo, animal ou humano, a realizar certas

ações ou a tender a certos fins”. O conceito de Motivação não é admitido por

todas as teorias em psicologia. Para alguns autores, existe diferença entre o

comportamento habitual dos indivíduos e o diretivo (este sim, oriundo de um

“motivo”).

Abraham Maslow procurou explicar a intensidade de certas

necessidades, a qual denominou de hierarquia das necessidades humanas

(MASLOW apud HERSEY & BLANCHARD, 1986):

● Fisiológicas;

● Força da Segurança;

● Necessidades Sociais;

● Estima;

● Auto-realização.

As necessidades fisiológicas aparecem em primeiro lugar, pois são

necessidades básicas para a própria subsistência, ou seja, alimentos, roupa,

moradia. A partir do momento que essas necessidades estão satisfeitas, outras

necessidades surgem e mais outras, segundo uma escala hierárquica. Uma

vez atendidas às necessidades fisiológicas, predomina a necessidade de

segurança, ou seja, estar livre de perigo físico e da privação das necessidades

fisiológicas básicas.

A seguir, predomina a necessidade social ou de participação, pois as

pessoas são seres sociais e sentem necessidade de pertencerem a vários

grupos e de serem aceitas por estes, buscando conseguir relações com os

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outros. Depois de satisfeita a necessidade de participar, deseja ser mais que

um simples membro do grupo, têm necessidade de estima, tanto de auto-

estima como de reconhecimento por parte dos outros. Estando adequadamente

satisfeita a necessidade de estima, começa a predominar a necessidade de

auto-realização, ou seja, a necessidade de maximizar seu próprio potencial ou

o desejo de tornarem-se aquilo de que são capazes.

Dessa forma, o conhecimento da natureza humana passa a ter valor

para empresas e indivíduos (HERZBERG apud HERSEY & BLANCHARD,

1986, p. 72).

Hampton (1973, p. 49) acrescenta que "a distinção entre os fatores

responsáveis pela motivação dos recursos humanos, e os que servem somente

para evitar a insatisfação, forma a base dos novos conceitos na motivação e

suas implicações para a empresa".

Daí o surgimento da Teoria da Motivação-Higiene de Herzberg.

3.5 A TEORIA DE HERZBERG

Herzberg (1973, p.53) formulou uma teoria com aplicação específica

para as atitudes no trabalho que podem ter relação com certos aspectos do

potencial humano no trabalho.

A teoria de higiene como motivação das atitudes no trabalho iniciou com

um profundo estudo de entrevistas com mais de 200 engenheiros e contadores

representando a indústria de Pittsburgh (Estados Unidos).

Herzberg (1973) formulou uma hipótese na qual os fatores que influíam

na produção de satisfação profissional eram desligados e distintos dos fatores

que levavam à insatisfação profissional. Os estudos realizados por Herzberg

levaram-no a considerar que os dois sentimentos, quer sejam satisfação e

insatisfação, não eram contraditórios entre si.

Para o autor, "o oposto de satisfação no trabalho não é a insatisfação,

mas sim nenhuma satisfação no trabalho; e da mesma forma, o oposto de

insatisfação no trabalho não é a satisfação, mas sim nenhuma insatisfação no

trabalho" (HERZBERG, 1973, p. 7).

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Segundo essa teoria, as pessoas têm duas categorias diferentes de

necessidades, essencialmente independentes entre si e que influenciam o

trabalho de maneira diferente. São eles os fatores de higiene ou manutenção e

os motivadores (HERZBERG, 1973; HERSEY & BLANCHARD, 1986, p. 8).

Os fatores motivadores, relativos ao trabalho em si (fatores intrínsecos

ao trabalho), são mais eficazes, motivando as pessoas para um desempenho

superior. São eles (HERZBERG apud NAKAMURA, 1994, p. 63):

reconhecimento: necessidade do indivíduo de ser reconhecido pelo seu trabalho por alguém como: o supervisor, o administrador de forma impessoal, o cliente, o colega e até pelo público em geral; realização: fracasso e ausência de realização relacionada em fazer um trabalho completo e solucionar problemas; possibilidade de crescimento: capacidade de superar a própria habilidade individual, capacidade de aprender novas técnicas e adquirir novas perspectivas profissionais; progresso: mudança pessoal e profissional na organização com vistas à questão de status; responsabilidade: relacionada com o próprio trabalho, com o trabalho de outras pessoas e aquisição de novas responsabilidades; trabalho em si: situações como variação da rotina, criatividade, oportunidade de carreira.

Os fatores de higiene descrevem o ambiente das pessoas (fatores

extrínsecos ao trabalho) e têm função primária de prevenir a insatisfação no

trabalho. Herzberg também os chamou de fatores de manutenção, pois nunca

estão completamente satisfeitos, ou seja, precisam ser mantidos

continuamente. Os fatores de higiene incluem (HERZBERG apud NAKAMURA,

1994, p. 63):

supervisão técnica: competência e incompetência, senso de justiça e injustiça, boa vontade e má vontade em delegar responsabilidade e ensinar os subordinados. Também, observou-se o superior que, freqüentemente chamava a atenção e criticava os subordinados, e de forma oposta, aquele mais condescendente na maneira de conduzir sua função; relações interpessoais: foram divididas em três categorias: superior, subordinados e pares; condições de trabalho: foram relacionados os aspectos físicos do ambiente de trabalho como adequação e inadequação de ventilação, iluminação, equipamentos, espaço; salários: aumento ou descumprimento de expectativas do aumento salarial; política e administração: desorganização da companhia no que se refere à comunicação interna e políticas mal conduzidas; vida pessoal: questões familiares como problemas de moradia, salário e outros tipos de problemas; status: mudança de posição (cargo) dentro da companhia;

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segurança: os indivíduos demonstraram preocupação com questões como tempo de serviço, estabilidade e instabilidade de emprego.

A hipótese proposta por Herzberg foi então estudada. Ao invés de tentar

medir o grau do sentimento, Herzberg focalizou o máximo de experiências e

comparou o apogeu negativo (insatisfação) com o positivo (satisfação).

A hipótese proposta foi verificada. Os fatores da direita, que levaram à

satisfação, contribuem muito pouco para a insatisfação profissional.

Inversamente, os insatisfatórios contribuem muito pouco para a satisfação

profissional.

Para criar uma situação motivadora para as pessoas numa determinada

empresa, descobre-se quais são as necessidades de alta intensidade,

buscando-se satisfazê-las ou superá-las, obtendo-se, assim, a satisfação das

pessoas no trabalho (HERSEY & BLANCHARD, 1986, p. 8).

Assim sendo, numa visão humanística das organizações (PALADINI,

1994), pode-se afirmar que os objetivos básicos de uma empresa incluem

proporcionar uma vida condigna às pessoas que integram e usufruem as ações

empresariais, com disponibilidade plena de informações, formação e

qualificação adequadas às funções que irá exercer e procedimentos

motivacionais que atendam às suas expectativas - sem as quais as ações das

pessoas ficam prejudicadas, além da criação de ambientes de trabalho

adequados à ação humana, sem restrições, constrangimentos ou riscos à

integridade física ou psicológica de qualquer espécie. Desejam-se, para o

empregado, condições compatíveis com sua condição de elemento mais

relevante do processo e, simultaneamente, carente de um conjunto de ações

que possibilitem uma vida melhor para si e para sua família.

Para proporcionar tais condições, alcançando a motivação, necessita-se

conhecer o comportamento dos recursos humanos no trabalho.

3.6 COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES

O comportamento organizacional é o estudo e aplicação do

conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizações e aplica-

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se amplamente ao comportamento das pessoas em todos os tipos de

organizações, tais como negócios, governo, escolas e organizações de

serviços (DAVIS & NEWSTROM, 1992, p. 5).

Chiavenato (1995, p. 43) nos ensina que o comportamento das pessoas

em uma organização depende de fatores internos (decorrentes das

características de personalidade, bem como capacidade de aprendizagem, de

motivação, de percepção do ambiente interno e externo, de atitudes, de

emoções, de valores, etc.) e externos (decorrentes das características

organizacionais, como sistemas de recompensa e punições, de fatores sociais,

de políticas, de coesão grupal existentes, etc.).

O mesmo autor relata que dentre os fatores externos que influenciam o

comportamento das pessoas, podem-se incluir: pressões do chefe, influência

de colegas de trabalho, mudanças tecnológicas, condições ambientais (tanto

físicas, como sociais), etc.

Dentre os fatores internos, Chiavenato (1988, p. 44) cita que a

motivação é o principal fator que determina o comportamento humano.

Lopes (apud NAKAMURA, 1994) menciona três razões fundamentais

que determinam o comportamento:

percepção: maneira pela qual o indivíduo sente os estímulos que são absorvidos seletivamente; atitudes: relacionado com as opiniões e valores; mecanismos de defesa: processo de comportamento usado quando o feedback do comportamento original indica expectativas não alcançadas.

Segundo Kanaane (1995, p. 59), “o comportamento está vinculado de

certa maneira às normas e valores socialmente disseminados em dado

contexto: o indivíduo reage a determinadas situações, mas suas ações são

também influenciadas pelas circunstâncias presentes”. Ainda, segundo o autor,

“é preciso considerar a existência de diferentes concepções do termo

comportamento” (KANAANE, 1995, p. 87):

comportamento individual: retrata as reações inerentes ao indivíduo e sua condutas no contexto organizacional; comportamento grupal: refere-se à gama de reações dos indivíduos que compõem um grupo; as ações emergentes do comportamento grupal retratam as múltiplas influências decorrentes da dinâmica

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existente, incluindo as pessoas, a interação, o sentimento, as atividades (tarefas), a comunicação e os objetivos; comportamento organizacional: refere-se à manifestações emergentes no contexto das organizações, indicando os controles, o processo decisório e os esquemas técnico-administrativos assumidos num dado momento organizacional.

Por outro lado, afirma Schen (1982, p. 25), “em muitos casos a

percepção, os sentimentos e as atitudes das pessoas, refletidos nos

procedimentos informais, mostram uma forte lealdade à subunidade à qual

essas pessoas pertencem e são moldados pelo tipo de trabalho que a

subunidade executa”.

Para Kanaane (1995), a compreensão das concepções que os

indivíduos e grupos possuem sobre o trabalho desempenhado possibilita

entender as influências destas concepções no alcance da produtividade, e por

conseqüência, da qualidade empresarial.

As diferenças departamentais são, portanto, componentes ativos do

comportamento dos recursos humanos, e, conseqüentemente, da motivação

destes no trabalho.

3.7 AS DIFERENÇAS INTERNAS NAS ORGANIZAÇÕES

O ambiente interno caracteriza-se por ser a parte humana e incontrolável

da empresa, que forma a organização capaz de transformar a matéria-prima,

ou informações, gerando serviços (FISCHMANN & ALMEIDA, 1991).

Configura-se, no ambiente interno, uma enorme quantidade de relações entre

as pessoas, formando a chamada rede de clientes e fornecedores internos

(RUMMLER & BRACHE, 1994, p. 21). Os clientes e fornecedores internos são

todas as partes que interagem nos processos produtivos, ou mesmo nos

processos de apoio ao processo principal da organização.

As áreas vitais (RANGEL, 1994) ou processos empresariais críticos são

os processos dos quais a empresa depende para o seu sucesso. Para

Harrington (1993), “esses processos são tanto mais críticos quanto maiores

forem sua importância e sua oportunidade de aperfeiçoamento, e, desta forma,

estes devem ser os primeiros a serem atacados”.

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24

Segundo Rangel (1994), “a instabilidade dos processos vitais traz

conseqüências sérias e adversas às exigências dos clientes da empresa. A

seleção deles é uma fase importante para priorizar os trabalhos de

identificação dos clientes internos e os benefícios para a empresa residem,

entre outros, em estar aplicando melhorias visando atender melhor os clientes

de um processo considerado vital para a empresa".

3.8 O HOMEM NA ORGANIZAÇÃO

Para poder compreender melhor o Homem na Organização é necessário

mergulhar nos conceitos novos de motivação e satisfação, (BERGAMINI &

CODA 1997), que nos ensina:

As tentativas de respostas para estas questões (motivação e satisfação) deixam claro que a motivação humana para o trabalho permanece ainda como um dos grandes desafios dentro da realidade dentro das organizações, sejam elas brasileiras ou não. Apesar das inúmeras e complexas teorias, a motivação, na prática, continua sendo enfocada com simplicidade e muito maior atenção esse assunto recebe quando se identifica que as pessoas estão desmotivadas em seu trabalho. (BERGAMINI & CODA, 1997, p.94).

Os mesmos autores revelam que os efeitos da insatisfação no trabalho

ainda não têm sido suficientemente mapeados nas organizações brasileiras.

[...] sabe-se que as prováveis conseqüências negativas estão ligadas ao comprometimento da saúde física e mental dos empregados, stress, faltas, baixa produtividade e desempenho no trabalho, inércia organizacional e, finalmente, dificuldade de implantação eficaz de programas de melhoria de qualidade. (BERGAMINI & CODA, 1997, p. 94).

Kanaane (1995) nos ensina que o estudo das atitudes corresponde à

compreensão da vida social do indivíduo e, por extensão, do trabalhador. Ele

diz que um conjunto de variáveis afeta as reações dos indivíduos, o que atesta

as predisposições para a ação, sendo também influenciada pelo conjunto de

crenças e valores sociais.

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3.9 A RELAÇÃO HOMEM-TRABALHO

Dejours (1994) analisa a carga psíquica do trabalho, diferenciando-a de

carga física, resultado algumas considerações:

O organismo do trabalhador não é um ‘motor humano’, na medida em que é permanentemente objeto de excitações, não somente exógenas, mas também endógenas; o trabalhador não chega ao seu local de trabalho como uma máquina nova. Ele possui uma história pessoal que se caracteriza por uma certa qualidade de suas aspirações, de seus desejos, de suas motivações, de suas necessidades psicológicas, que integram sua história passada. Isso confere a cada indivíduo características únicas e pessoais; o trabalhador, enfim, em razão de sua história, dispõe de vias de descarga preferenciais, que não são as mesmas, para todos e que participam na formação daquilo que denominamos estrutura da personalidade. (DEJOURS, 1994, p. 24).

3.10 A REMUNERAÇÃO COMO DIFERENCIAL NA ORGANIZAÇÃO

Com a expansão dos setores de serviços e de alta tecnologia, as

empresas buscam tomar decisões com uma maior atenção ao novo cenário

econômico, buscando a otimização de seus recursos, ou seja, a vantagem

competitiva.

Com isso os gestores precisam ver a empresa de outra forma, ou seja,

mudar de uma organização onde há um grande número de níveis hierárquicos

e as pessoas, somente obtém crescimento, através de promoções e nenhum

tipo de histórico ou clareza, para uma organização empreendedora com níveis

hierárquicos flexíveis e com uma estrutura de ascensão salarial através do

desenvolvimento pessoal, fazendo com que o trabalhador busque o

conhecimento intensivo e passe a ser altamente qualificado.

A partir desta visão a empresa passa para uma administração flexível o

que tende a incentivar a criatividade dos colaboradores na execução das

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tarefas, gerando aprendizado continuo e multiespecialização das equipes de

trabalho, tornando-a mais competitiva (LOPES, 2008).

Isso faz com que as empresas busquem novas formas de motivar seus

funcionários a trabalhar em equipe e a estar sempre procurando o crescimento

dentro da organização, pois quando a organização investe no colaborador, ela

passa, a partir da cooperação do colaborador em estar cada vez mais

especializado; a dar maior autonomia a eles. Com isso ela ganha em rapidez

na produtividade a custos cada vez menores e maior qualidade em todo o

processo.

Uma das formas de estar motivando os funcionários é a Remuneração

Estratégica, pois este novo conceito passa a focar o indivíduo e não mais o

cargo como no sistema tradicional, e com isso, o colaborador se sente parte da

organização, sentindo ser valorizado pelo que ele realmente faz.

Segundo Chiavenato (1995), na abordagem moderna de remuneração,

as pessoas são motivadas por uma enorme variedade de incentivos, como

salários, objetivos e metas a atingir. Por isso a empresa busca uma política de

adequação às diferenças individuais entre as pessoas e seus desempenhos e

com isso passa a dar ênfase no desempenho futuro e em valores variáveis e

flexíveis, pois entende que as pessoas buscam a satisfação no cargo e na

organização, a necessidade de auto-realização.

Neste novo conceito, a empresa tende a ganhar muito mais, pois vai

motivar e incentivar as pessoas a querer dar tudo de si para alcançar metas e

resultados que dependam direta ou indiretamente do seu desempenho.

Grande parte das empresas ainda conta com o sistema tradicional de

remuneração onde existe o organograma da estrutura organizacional, que

geralmente não representa bem a situação atual da empresa, bem como os

procedimentos e normas internas. Com isso a visão da realidade

organizacional é limitada, pois o organograma não envolve todo o processo, o

tempo da atividade, a qualidade; e, portanto, tudo o que é necessário para

fazer a mensuração para o pagamento da remuneração. Isso pode causar

prejuízos na competitividade da empresa, nos planejamentos, decisões e

motivação dos colaboradores.

As organizações atuais estão optando por outros meios de remuneração

para valorizar melhor o trabalho do seu colaborador. Conforme Chiavenato

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(1995), através do desenvolvimento de sistemas de recompensas capazes de

provocar impacto direto na sua capacidade de atrair, reter e motivar o

colaborador. Contudo, as recompensas afetam diretamente os custos da

empresa e por isso, antes de implantar um plano de remuneração estratégica,

é importante compreender os aspectos básicos do desenho e da administração

do sistema de remuneração.

Portanto, existe a necessidade de se estudar e analisar os tipos de

remuneração existentes e escolher o qual é mais vantajoso e que possa trazer

os benefícios ideais para a organização.

3.11 O CLIMA ORGANIZACIONAL E SUAS INTERFACES COM MOTIVAÇÃO

E SATISFAÇÃO NO TRABALHO

Vejamos o que Bergamini & Coda, (1997) nos ensinam a respeito do

assunto:

[...] é preciso separar satisfação e motivação no trabalho. Motivação é uma energia direta ou intrínseca, ligada ao significado e à natureza do próprio trabalho realizado. Satisfação é uma energia indireta ou extrínseca, ligada a aspectos como salário, benefícios, reconhecimento, chefia, colegas e várias outras condições que precisam estar atendidas – e isso fundamentalmente a partir da ótica do empregado – no ambiente de trabalho. São esses aspectos extrínsecos os elementos básicos formadores daquilo que é chamado de Clima Organizacional e que nada mais é do que o indicador do nível de satisfação (ou insatisfação) experimentado pelos empregados no trabalho (BERGAMINI & CODA, 1997, p. 98).

Clima origina-se do grego Klima e significa tendência, inclinação.

Quando se examina a evolução da teoria administrativa, é possível perceber

que, a partir de determinado estágio, as organizações começam a serem

comparadas a organismos vivos, fazendo um paralelo entre moléculas e

indivíduos, células e grupos, organismos complexos e organizações.

Sobre Clima Organizacional Bergamini & Coda (1997) nos ensinam:

Clima Organizacional reflete, então, uma tendência ou inclinação a respeito de até que ponto as necessidades da organização e das pessoas que dela fazem parte estariam efetivamente sendo

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atendidas, sendo este aspecto um dos indicadores da eficácia organizacional. A Pesquisa de Clima Organizacional é o instrumento pelo qual é possível atender mais de perto as necessidades da organização e do quadro de funcionários à sua disposição, na medida em que caracteriza tendência de satisfação ou de insatisfação, tomando por base a consulta generalizada aos diferentes colaboradores da empresa. Caso surjam necessidades críticas em termos de atendimento, um Programa de Ação pode ser delineado para dar início à medida que, neste caso, apresentaria um cunho fortemente estratégico por tentar considerar as variáveis comportamentais relevantes à situação. (BERGAMINI & CODA, 1997, p. 99).

Sobre a aplicabilidade e a importância da Pesquisa de Clima

Organizacional, Bergamini & Coda (1997) escrevem:

A Pesquisa de Clima Organizacional é um levantamento de opiniões que caracterizam uma representação da realidade organizacional consciente, uma vez que retrata o que as pessoas acreditam estar acontecendo em determinado momento na organização enfocada. O papel de pesquisas dessa natureza é tornar claras as percepções dos funcionários sobre temas e itens que, caso apresentem distorções indesejáveis, afetam negativamente o nível de satisfação dos funcionários na situação de trabalho. Assim, a essência dos subsídios da pesquisa de clima organizacional é o mapeamento das percepções sobre o ambiente interno da organização, como um ponto de partida igualmente válido para a mudança e o desenvolvimento organizacional. Configura, portanto, um diagnóstico sobre a situação atual da empresa, por base as opiniões de seus integrantes, quase um caráter clínico, ou seja, visando levantar disfunções ou problemas que mereçam correção. (BERGAMINI & CODA, 1997, p. 99).

Os mesmos autores apresentam algumas sugestões e recomendam:

● fornecer aos empregados as informações de que precisam para desenvolver

um bom trabalho;

● garantir feedback constante;

● envolver os empregados nas decisões que os afetam;

● criar canais de comunicação de fácil utilização;

● perguntar diretamente aos empregados o que a final os motiva;

● garantir reconhecimento ao bom trabalho realizado;

● incentivar uma postura mais acessível das chefias existentes;

● criar oportunidades para que os empregados façam também aquilo que

consideram importante fazer;

● prestar atenção às necessidades dos empregados.

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A Pesquisa de Clima organizacional caracteriza-se como um canal de

comunicação entre a direção e o corpo de empregados da organização.

Representa um modo constante de obter e de fornecer feedback, mantendo o

foco voltado para a necessidades dos empregados. Orienta e democratiza a

participação dos funcionários no processo de gestão, uma vez que as decisões

passam a incluir também as tendências e os pontos de vista dos empregados

que foram manifestados através da pesquisa (BERGAMINI & CODA, 1997, p.

97).

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4 METODOLOGIA

O estudo foi realizado através de um estudo de caso, em que foram

observados diversos aspectos. Todos os dados foram coletados e apurados

através de formulários direcionados aos funcionários da empresa, não

abrangendo prestadores, estagiários e demais colaboradores. A metodologia

aplicada foi uma pesquisa de campo, com o propósito de diagnosticar razões

que impactem direta ou indiretamente no grau de motivação e satisfação dos

colaboradores para, a partir daí, desenvolver o clima organizacional da

empresa.

4.1 QUANTO AO TIPO DE PESQUISA

A pesquisa exploratória foi o processo metodológico utilizado,

proporcionando a investigação a respeito dos fatores organizacionais que

contribuem para a formação do clima na empresa.

“Por ser um estudo de caso, não poderá ser generalizado por outras

esferas organizacionais. No entanto, possibilitará identificar quais fatores

influenciam e interferem no contexto organizacional” (GIL, 1994, p. 36).

A revisão bibliográfica reuniu informações para que o estudo ocorresse,

proporcionando uma ampla visão da pesquisa, bem como facilitando o

processo de análise do trabalho.

4.2 PLANOS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA

O instrumento de pesquisa utilizado teve como objetivo diagnosticar os

fatores que contribuem para a formação do clima organizacional dos

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funcionários da agência Ilhéus da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, bem como

esse processo interfere no grau de satisfação no ambiente de trabalho.

O formulário utilizado foi constituído de 23 perguntas, sendo elaboradas

questões com uma única resposta de múltipla escolha. Além disso, foi

solicitado aos colaboradores que os mesmos se mantivessem anônimos ao

responder o questionário para que a análise dos dados levasse em

consideração apenas o nível de respostas solicitadas e fornecidas.

4.3 TRABALHO DE CAMPO E ANÁLISE / DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

No trabalho de campo foram utilizados formulários aplicados aos

funcionários em um total de 30, que corresponde a 100% do corpo funcional da

agência bancária objeto de estudo, excluídos os colaboradores afastados em

razão de licença médica por tempo indeterminado, férias ou qualquer outra

causa de afastamento. Esse trabalho tem como objetivo identificar os fatores

que contribuem para a formação do clima organizacional da agência objeto de

estudo.

O estudo de caso é um dos vários modos de realizar uma pesquisa

sólida. É apropriado para pesquisadores individuais, pois dá a oportunidade

para que um aspecto de um problema seja estudado em profundidade dentro

de um período de tempo limitado (VENTURA, 2007, p. 3).

Este método foi utilizado por mostrar-se mais adequado para efetivação

do alcance da estratégia de investigação que permite conhecer e analisar na

íntegra certos detalhes que necessitem ser examinados.

4.4 PLANO DE ANÁLISE (TRATAMENTO) DE DADOS

Uma pesquisa focada na temática do clima organizacional tem como

objeto de estudo questões subjetivas inerentes aos sentimentos das pessoas

(satisfação, motivação, percepção), por isso é um estudo de grande

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complexidade. A forma como os dados foram analisados e interpretados neste

tipo de estudo procurou minimizar as distorções geradas pelo próprio processo

da pesquisa, de maneira a fornecer um panorama geral o mais próximo

possível da realidade. Tendo em vista atender a essas diretrizes no presente

trabalho, cuja pesquisa foi quanti-qualitativa, os dados foram tabulados

utilizando-se o software Microsoft Excel 2007, onde privilegia o processo

estatístico através da análise percentual. No segundo momento, a

interpretação dos dados foi feita com auxílio dos livros e outros materiais

didáticos catalogados através da pesquisa bibliográfica e de outros estudos

semelhantes já desenvolvidos sobre esse tema.

Na apresentação dos dados foram utilizados gráficos circulares de

setores para comparar os elementos que integram a pesquisa.

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5 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SEU AMBIENTE

5.1 HISTÓRICO

Fundada em 1861, na cidade do Rio de Janeiro, pelo Imperador Dom

Pedro II, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL tinha como missão conceder

empréstimos e incentivar a poupança popular. Um dos objetivos do Imperador

era inibir a atividade de outras empresas que não ofereciam garantias aos

depositantes e ainda concediam empréstimos a juros exorbitantes. A Instituição

atraiu príncipes, barões e escravos que, ávidos por comprarem suas cartas de

alforria, nela depositavam seus recursos.

Em 1874, a Empresa começou sua expansão, instalando-se nas

províncias de São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul.

Somente em 1969, quase cem anos depois, aconteceria a unificação das 22

Caixas Econômicas Federais, que passaram a atuar de forma padronizada.

As carteiras Hipotecárias e de Cobrança e Pagamentos surgiram em

1934, durante o Governo Vargas, quando tiveram início as operações de

crédito comercial e consignação.

As Loterias Federais começaram a ser operacionalizadas pela CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL em 1961, representando um importante passo na

execução dos programas sociais do Governo, já que parte da arrecadação é

destinada à Seguridade Social, ao Fundo Nacional de Cultura, ao Programa de

Crédito Educativo e entidades de prática esportiva, dentre outros.

A década de 70 marcou a implantação e regulamentação do Programa

de Integração Social - PIS, além da criação e expansão da Loteria Esportiva

em todo o país. Nesse período, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL assumiu a

gestão do Crédito Educativo e passou a executar a política determinada pelo

Conselho de Desenvolvimento Social, através do Fundo de Apoio ao

Desenvolvimento Social – FAZ.

Com a extinção do Banco Nacional de Habitação - BNH, em 1986, a

Empresa se transformou na maior agência de desenvolvimento social da

América Latina, administrando o FGTS e tornando-se o órgão-chave na

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execução das políticas de desenvolvimento urbano, habitação e saneamento.

Em 1990, a Instituição foi incumbida de centralizar quase 130 milhões de

contas de FGTS que se encontravam distribuídas em 76 bancos. O desafio foi

vencido e em 1993, ela efetuou o pagamento de cerca de 72 milhões de contas

inativas (CAIXA ECONOMICA FEDERAL, 2008).

As atividades da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL incluem, ainda, o

patrocínio ao esporte, em parceria com o Ministério dos Esportes, e à cultura,

por iniciativa própria e em conjunto com o Ministério da Cultura. No cenário

empresarial, ela detém 49% do capital da Caixa Seguros e 98% da DATAMEC,

além de ser responsável pelo patrocínio da Fundação dos Economiários

Federais - FUNCEF, o segundo maior fundo de pensão do país (CAIXA

ECONOMICA FEDERAL, 2002).

5.2 MISSÃO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

A missão da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL é:

Promover a melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade,

intermediando recursos e negócios financeiros de qualquer natureza,

atuando, prioritariamente, no fomento ao desenvolvimento urbano e

nos segmentos de habitação, saneamento e infra-estrutura, e na

administração de fundos, programas e serviços de caráter social,

tendo como valores fundamentais:

● Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da

sociedade e dos clientes;

● Busca permanente de excelência na qualidade de serviços;

● Equilíbrio financeiro em todos os negócios;

● Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade;

● Respeito e valorização do ser humano.

(CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 1999).

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5.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL é uma instituição pública de direito

privado, com sede em Brasília e atuação em todo o território nacional. Sua

estrutura é composta pelos seguintes órgãos:

Conselho de Administração; Órgão superior que define as políticas da

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. É composto por sete membros: cinco

membros indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre eles o

presidente do Conselho; o presidente da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, que

exercerá a vice-presidência do Conselho; e um membro indicado pelo Ministro

de Estado do Orçamento e Gestão.

Conselho Fiscal; Integrado por cinco membros efetivos e respectivos

suplentes.

Diretoria Colegiada; Órgão executivo das atividades da CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL. É composto pelo presidente e seis diretores da

Instituição, sem designação especial, e pelo diretor responsável

exclusivamente pela Gestão e Supervisão de Recursos de Terceiros.

Vinculada ao Ministério da Fazenda, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

submete-se às decisões e disciplina normativa do Banco Central e às normas

do Conselho Monetário Nacional. A Empresa integra o Sistema Financeiro

Nacional - SFN; o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE; e a

Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança -

ABECIP. Membro do Comitê de Instituições Financeiras Federais - COMIF,

suas contas e operações estão sujeitas ao exame e julgamento do Tribunal de

Contas da União e da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Fazenda.

Nos últimos anos, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL vem passando por

uma série de reestruturações com o objetivo de tornar-se mais ágil, moderna e

competitiva. Para isso, a Empresa conta com mais de 75.000 empregados,

além de estagiários e prestadores de serviço, distribuídos entre Matriz,

Superintendências Regionais, Gerências de Filiais e Agências.

A agência Ilhéus/BA é uma das 28 agências que compõem a

Superintendência Regional Sul da Bahia, sendo responsável pelo

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relacionamento público com 04 municípios da região (Ilhéus, Canavieiras,

Itacaré e Uruçuca).

A depender do porte, cada agência poderá ter na sua estrutura as

seguintes funções: Gerente Geral, Gerente de Relacionamento, Gerente de

Atendimento, Gerente de Retaguarda, Avaliador de Penhor, Assistente

Administrativo, Assistente de Negócios, Supervisor de Habitação, Técnico de

Fomento, Técnico de Operações de Retaguarda, Operador de Caixa e

funcionários sem função.

5.4 POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS

A política de recursos humanos da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL é

centralizada. Isso não quer dizer que exista perfeita isonomia entre todos os

colaboradores. Fatores como antiguidade, cargo ocupado e área geográfica de

atuação são alguns fatores que fazem com que haja divergências entre os

funcionários da empresa.

Por força de lei, todos os funcionários de carreira devem ser admitidos

exclusivamente através de aprovação em concurso público específico.

Os processos de ascensão aos cargos comissionados podem ser

realizados através de processos seletivos internos ou indicações pelos

gestores. Estas regras são determinadas através dos Manuais Normativos da

Empresa específicos para cada situação.

Existem ferramentas gerenciais e técnicas específicas para avaliação de

desempenho em cada unidade em relação a metas e objetivos a serem

alcançados.

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37

6 RESULTADOS DA PESQUISA

6.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

O referencial teórico apresentado no capítulo 2 procurou mostrar os

temas que mais se relacionam com os propósitos deste trabalho, quais sejam

determinar a percepção coletiva que as pessoas têm da empresa, avaliando e

identificando os fatores que contribuem para o comprometimento da qualidade

e do desempenho da equipe.

Dentre os temas abordados estão a evolução do trabalho humano e o

estudo dos recursos humanos no âmbito da Teoria Geral da Administração.

Apresenta igualmente a motivação e o comportamento das pessoas na

organização, além de fundamentar o estudo com os conceitos de satisfação e

clima organizacional, apresentado por diversos autores.

6.1.1 Sobre a amostra

A representatividade da amostra retrata a opinião de 100% do universo

de funcionários vinculados à Agência Ilhéus/BA da CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL que se encontravam em serviço, excluindo-se apenas 02

colaboradores que estavam em período de férias e outros 07 colaboradores

que se encontram em licença para tratamento de saúde por tempo

indeterminado.

Coletados os dados e tabulados em seguida, observaram-se os

seguintes resultados:

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Figuras

Figura 1 – Há quanto tempo você trabalha na empresa? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

Em relação ao tempo de serviço prestado na CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL, observa-se que menos da metade do quadro funcional da amostra

pesquisada (46%) possui menos de 08 anos de vínculo empregatício com a

empresa.

Com o resultado apresentado acima, nota-se que praticamente metade

dos colaboradores da Agência Ilhéus da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

possui menos de oito anos como colaborador da empresa. Pelo fato de ter

havido um período de mais de dez anos sem concurso público para admissão

de novos colaboradores da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (de 1988 a 2000),

percebe-se que nestes últimos oito anos houve uma grande quantidade de

admissões, fato este que possibilitou a formação de um grupo bastante

heterogêneo em relação ao tempo existente de vínculo empregatício dentro da

organização. É importante considerar que estes novos funcionários são

admitidos com perfis e perspectivas diferenciadas em relação à empresa

trazendo um maior nível de qualificação pessoal, tendo em vista que em sua

maioria já possuem nível superior ou estão em fase de conclusão apesar da

exigência de apenas nível secundário para admissão através de concurso

público.

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Figura 2 – Gosto do meu ambiente de trabalho? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O resultado do questionamento demonstra que nenhum colaborador

demonstra insatisfação total com o ambiente de trabalho que está inserido, já

que 77% afirmam gostar do ambiente de trabalho e os outros 23%

responderam que gostam parcialmente do mesmo.

Figura 3 – O ambiente físico do meu local de trabalho encontra-se em boas condições (instalações, higiene, temperatura, ruídos, aparência, pintura, teto, etc.)? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 3 demonstra que 87% dos colaboradores, ou seja, a

grande maioria não aprova ou não aprova totalmente o ambiente físico onde

desempenham suas atividades laborais diariamente.

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Figura 4 – Você gosta do trabalho que faz? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 4 evidencia que 9 em cada 10 colaboradores gostam

do trabalho que desempenham na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.

Em relação ao ambiente de trabalho, verifica-se através da

pesquisa realizada que nenhum funcionário reprova totalmente o seu ambiente

de trabalho e nem mesmo o próprio trabalho em que executam. Isso pode ser

constatado através dos resultados das perguntas número 02 e 04. Em relação

ao ambiente físico do trabalho a grande maioria, ou seja, 70% dos

colaboradores pesquisados afirmaram que os seus locais de trabalho

encontram-se parcialmente com problemas. Apesar de não terem sido

pesquisados os fatores causadores do desconforto, os quais podem ser frio,

calor, ruído, luminosidade inadequada, ergonomia entre outras, denota-se a

carência latente de ações da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes para resolução destas questões.

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Figura 5 – Se você tivesse liberdade para mudar o seu trabalho: Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 5 demonstra que a imensa maioria dos funcionários

concorda que deveriam realizar mudanças de alguma forma no trabalho que

desenvolvem.

Ainda em relação ao ambiente de trabalho, através da questão de

número 05, pudemos constatar o desejo de mudança em relação ao trabalho

em 90% dos colaboradores. Isso torna visível a necessidade de troca de

informações entre a gerência e os demais colaboradores para discussão de

aprimoramento das técnicas de trabalho desenvolvidas.

Figura 6 – Confio nos meus colegas de trabalho? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

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O gráfico da figura 6 mostra que existe um expressivo grau de confiança

entre os colaboradores da empresa. No entanto, é interessante verificar que

mais de 1/3 da amostra demonstra confiança parcial nos colegas de trabalho.

Figura 7 – Sinto que existem muitos conflitos no meu trabalho. Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 7 evidencia um altíssimo nível de conflitos das mais

variadas formas no desempenho das atividades.

As questões de número 06 e 07 denotam um índice de confiabilidade

apenas mediana entre as equipes de trabalho e um preocupante índice de

conflitos no ambiente de trabalho que chega a 70%.

Figura 8 – A rotina de trabalho costuma provocar stress físico e mental que impliquem em problemas de saúde? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

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O gráfico da figura 8 demonstra a evidência de um preocupante

problema, tendo em vista que 90% dos colaboradores entrevistados afirmaram

que a rotina diária de trabalho provoca problemas de saúde através de stress

decorrente destas atividades.

Figura 9 – Você considera justa a distribuição do trabalho na sua agência?

Fonte: Pesquisa de campo/2008.

Os dados representados na Figura 9 demonstram que a maioria dos

colaboradores não concorda totalmente com a distribuição de trabalho

realizada na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.

Em relação à carga de trabalho em que se trata nas questões de número

08 e 09, 90% dos colaboradores acham que a rotina e a distribuição de

trabalho não são ideais. Podemos nos basear em Dejours (1994), que prega

que ao responder questões sobre a carga de trabalho, o funcionário pode estar

manifestando a “carga psíquica do trabalho”. O fato das pessoas gostarem do

que faz, muito embora haja comprovadamente excessiva carga de trabalho e

dificuldades em relação a outros fatores, liga-se diretamente à existência de um

ambiente favorável na relação entre as pessoas.

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Figura 10 – Eu conheço a política de cargos e salários da empresa em que trabalho? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 10 demonstra que a imensa maioria dos funcionários declara conhecer a política de cargos e salários da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.

Figura 11 – De acordo com o trabalho que você realiza, seu salário é: Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 11 demonstra que apenas 17% dos colaboradores analisam o salário que recebem da empresa como baixo.

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Figura 12 – Meu salário é compatível com minha função e empenho? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 12 demonstra que dois terços dos colaboradores

acham que seu salário é compatível com a função que desempenham,

enquanto que a outra terça parte tem seu salário como abaixo do valor ideal

para a função que desempenham.

Figura 13 – As promoções na empresa são dadas a quem merece? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

A imensa maioria dos colaboradores, de acordo com o gráfico da figura

13, vê as promoções como fator discutível em relação aos funcionários que as

recebem.

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Em relação às questões de número 10 a 13 que estão diretamente

ligadas a fatores de remuneração, nota-se que a grande maioria declara

conhecer a política de cargos e salários da empresa, menos de 1/5 acham seu

salário baixo em relação ao trabalho que desenvolvem, 2/3 recebem salário

compatível com a função e empenho das atividades que realizam e 80%

afirmam que nem sempre as promoções são direcionadas às pessoas que

verdadeiramente mereceriam. Neste último caso, cabe ressaltar que a política

de ascensão aos cargos comissionados é determinada em sua maioria por

processos seletivos internos ou indicação pelo gestor. As indicações para

ascensão a cargos sem abertura de processos seletivos, não raramente,

provocam discórdia e descontentamento entre os colaboradores que vêem um

colega de trabalho ganhar a função em vacância às vezes sem o devido mérito

ou preparo para o desempenho da mesma.

Figura 14 – Sinto-me satisfeito com minha função? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

De acordo com o gráfico da figura 14, sete em cada dez funcionários

sentem-se satisfeitos com a função que ocupam na empresa.

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Figura 15 – Sinto-me estimulado a aprender? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

Os dados do gráfico da figura 15 demonstram um elevado número de

colaboradores estimulados para o constante aprendizado dentro da

organização.

Figura 16 – Sinto que posso crescer profissionalmente na minha área? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 16 demonstra que a grande maioria verifica a

possibilidade de ascensão profissional dentro do setor de trabalho, enquanto

que pouco mais de 1/4 dos colaboradores não verificam possibilidade de

crescimento dentro da sua área de trabalho.

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Figura 17 – Sinto-me preparado para assumir outra função? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

Do total de colaboradores que responderam a questão 17, conforme

demonstra o gráfico da figura 17, mais de 80% consideram-se preparados para

assumir outra função dentro da empresa.

As questões de número 14 a 17 são relacionadas com a motivação no

trabalho. Apesar da diversidade de serviços existentes na empresa, a grande

maioria declara sentir-se satisfeitos com a função que ocupam, sentem-se

estimulados ao aprendizado contínuo, vislumbram a possibilidade de

crescimento nas suas áreas de atuação, bem como se acham preparados para

assumir outra função dentro da organização.

Figura 18 – Conheço a história da empresa, sua missão, visão e valores? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

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O gráfico da figura 18 demonstra que quase a totalidade dos

colaboradores que responderam à pesquisa declara conhecer a história da

empresa, bem como a sua missão, visão e valores.

Figura 19 – Sinto-me satisfeito em participar do quadro funcional da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 19 demonstra que praticamente a totalidade dos

funcionários sente-se satisfeitos em pertencer ao quadro funcional da empresa.

Figura 20 – Considero a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL uma empresa inovadora frente ao mercado e aos concorrentes? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

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Segundo o gráfico da figura 20, menos de 1/4 dos colaboradores

consideram a empresa inovadora frente ao mercado em que atua.

Em relação aos aspectos institucionais, verificou-se que quase a

totalidade dos colaboradores conhece a história da empresa em que trabalham,

bem como a sua missão, visão e valores. Além disso, sentem-se orgulhosos e

satisfeitos de participarem do quadro funcional da CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL. A resposta da questão de número 20 demonstra que os

funcionários vêem a empresa com a necessidade de melhorar frente ao

mercado e aos concorrentes os fatores ligados a inovação.

Figura 21 – Existem reuniões freqüentes com o seu setor, realizadas pelo gerente? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 21 demonstra que grande parte dos funcionários

declara que os gerentes dos setores em que trabalham não realizam reuniões

periódicas e freqüentes.

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Figura 22 – Existe pressão demasiada por parte da chefia em relação a metas e resultados? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

O gráfico da figura 22 demonstra que apenas 1/5 dos funcionários

considera que existe pressão demasiada por parte da chefia em relação ao

atingimento de metas e resultados.

A pesquisa também mostrou que os gerentes realizam poucas ou

nenhuma reunião com os seus respectivos setores, como podemos observar

nas respostas à questão de número 21. Esta situação pode demonstrar a falta

de acompanhamento e controle em relação às atividades desempenhadas

pelos colaboradores. Analisando o resultado da questão de número 22,

podemos chegar à conclusão de que o corpo gerencial não exerce pressão

demasiada sobre os funcionários em relação a metas e resultados a serem

alcançados.

Figura 23 – Sinto-me bem informado sobre o que acontece na empresa? Fonte: Pesquisa de campo/2008.

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Segundo demonstra o gráfico da figura 23, 63% dos colaboradores

sentem-se bem informados em relação ao que acontece na empresa contra

37% que acham insuficientes as técnicas adotas.

Desta forma, apesar de quase 2/3 dos colaboradores da empresa

sentirem-se bem informados sobre os fatos que ocorrem na empresa, existe a

necessidade de melhorar o sistema de compartilhamento da informação

organizacional entre os funcionários da empresa.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o ano de 2006, a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL busca através

da pesquisa de clima organizacional traçar estratégias para a melhoria do clima

organizacional em suas unidades a nível nacional. Este processo alinha-se

com um dos sete desafios estratégicos da empresa para o período 2005-2015,

que é: Tornar-se uma das melhores empresas para se trabalhar.

Sendo a pesquisa de clima organizacional um instrumento voltado para

o ambiente interno, a partir do levantamento das necessidades, com o objetivo

de retratar o momento motivacional dos funcionários de uma empresa, torna-se

de fundamental importância o alinhamento dos recursos e dos

colaboradores com as estratégias da empresa.

Seguindo-se esta linha de pensamento, após análise dos dados

proveniente da pesquisa de clima organizacional aplicada na Agência Ilhéus da

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, pudemos chegar a importantes conclusões

em relação aos colaboradores desta organização.

Em relação ao estudo, pudemos observar como pontos positivos que os

colaboradores sentem-se motivados com o trabalho que realizam, possuem

orgulho de trabalhar na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL e tem a consciência

de que seus salários em média são iguais ou maiores do que a média do

mercado para a categoria, conforme dados do último Acordo Coletivo de

Trabalho (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2008).

Pode-se observar também através das respostas dos colaboradores, a

necessidade de melhoria em relação a fatores que podem implicar diretamente

na produtividade da equipe como o elevado índice de conflitos e o baixo nível

de confiança entre os colaboradores.

O ambiente físico de trabalho precisa ser melhorado, já que a maioria

dos colaboradores constatou a existência de problemas. Seria importante

estimular a CIPA – Comissão Interna de prevenção de Acidentes, para que

atue diretamente nos locais de trabalho, visando à melhoria do ambiente físico

e, com isso, diminuir o índice de insatisfação no trabalho.

Em relação aos gestores, ficou evidenciada a necessidade de melhoria

nos processos de trabalho, principalmente em relação às rotinas e distribuição

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de tarefas, já que a absoluta maioria dos funcionários afirma não haver

suficiente interação dos respectivos gerentes com suas equipes.

Além dos fatores já citados, existem ainda outros que geram

descontentamento junto ao grupo que dependem de ações e estratégias das

esferas de alçada superior como revisão dos processos de seleção interna

para promoção, estratégias de melhorias frente à concorrência e

aperfeiçoamento dos processos e comunicação.

A presente pesquisa poderá tornar-se de relativa importância para a

organização, tendo em vista que a possibilidade de utilização das informações

contidas neste trabalho para atuar junto às deficiências, estas em grande parte

já observadas de forma empírica, mas sem sistematização de forma

percentual, bem como os pontos fortes que poderão ser trabalhados para

potencializar os resultados da empresa como um todo.

A pesquisa não elucidou de forma mais aprofundada fatores

relacionados com a relação hierárquica, bem como os conflitos resultantes do

encontro de idéias numa empresa pública, onde a estabilidade funcional torna

a relação gestor versus subordinado diferente da comumente vista na esfera

privada.

Outro ponto importante dentro das organizações seria o estudo a fundo

das remunerações diretas e indiretas, abrangendo plano de benefícios

oferecidos nas empresas. Tais fatores estão diretamente ligados a motivação,

satisfação e segurança. Este tema poderia ser motivo de uma pesquisa

específica para desenvolvimento de pesquisas relacionadas com os motivos

que levam a cada dia um maior número de pessoas a tentarem ingressar no

serviço público.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

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APÊNDICE - Questionário

PESQUISA DO CLIMA ORGANIZACIONAL

Prezado Colaborador,

Este questionário é parte integrante da Pesquisa de Clima Organizacional

da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – AG. ILHÉUS/BA, a ser utilizado como

parte do Trabalho de Conclusão de Curso da Disciplina Estágio

Supervisionado II, Aluno George dos Santos, Curso de Graduação em

Administração da UESC.

Favor não se identificar ao responder as questões.

Questionário

� Geral

1) Há quanto tempo você trabalha na empresa? ( ) Menos de 01 ano ( ) De 01 a 04 anos ( ) De 05 a 08 anos ( ) Mais de 08 anos

� Ambiente de Trabalho

2) Gosto do meu ambiente de trabalho? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte

3) O ambiente físico do meu local de trabalho encontra-se em boas condições (instalações, higiene, temperatura, ruídos, aparência, pintura, teto, etc.)?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte

4) Você gosta do trabalho que faz? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte

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5) Se você tivesse liberdade para mudar o seu trabalho: ( ) Deixaria tudo com está ( ) Mudaria algumas coisas ( ) Faria tudo diferente

6) Confio nos meus colegas de trabalho? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte

7) Sinto que existem muitos conflitos no meu trabalho: ( ) Sim ( ) Não

8) A rotina de trabalho costuma provocar stress físico e mental que impliquem em problemas de saúde?

( ) Sim ( ) Não

9) Você considera justa a distribuição do trabalho na sua agência? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte

� Remuneração

10) Eu conheço a política de cargos e salários da empresa em que trabalho?

( ) Sim ( ) Não

11) De acordo com o trabalho que você realiza, seu salário é: ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Baixo

12) Meu salário é compatível com minha função e empenho? ( ) Sim ( ) Não

13) As promoções na empresa são dadas a quem merece? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

� Motivação

14) Sinto-me satisfeito com minha função? ( ) Sim ( ) Não

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15) Sinto-me estimulado a aprender? ( ) Sim ( ) Não

16) Sinto que posso crescer profissionalmente em minha área? ( ) Sim ( ) Não

17) Sinto-me preparado para assumir outra função? ( ) Sim ( ) Não

� Aspectos Institucionais

18) Conheço a história da empresa, sua missão, visão e valores? ( ) Sim ( ) Não

19) Sinto-me satisfeito em participar do quadro funcional da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL?

( ) Sim ( ) Não

20) Considero a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL uma empresa inovadora frente ao mercado e aos concorrentes?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte

� Chefia

21) Existem reuniões freqüentes com o seu setor, realizada pelo gerente? ( ) Sim ( ) Não

22) Existe pressão demasiada por parte da chefia em relação a metas e resultados?

( ) Sim ( ) Não

� Comunicação

23) Sinto-me bem informado sobre o que acontece na empresa? ( ) Sim ( ) Não