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17 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Programa Regional de Pós - graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente ALCIENE PEREIRA DA SILVA QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras Bahia Ilhéus, Bahia 2012

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17

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Programa Regional de Pós - graduação em Desenvolvimento e Meio

Ambiente

Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente

ALCIENE PEREIRA DA SILVA

QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia

Ilhéus, Bahia

2012

18

ALCIENE PEREIRA DA SILVA

QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia

Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Subprograma Universidade Estadual de santa Cruz, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Orientadora: Prof.ª Dra. Cristina Setenta Andrade

Ilhéus, Bahia

2012

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S586 Silva, Alciene Pereira da. Qualidade ambiental e a saúde da população : estudo epi- demiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia / Alciene Pereira da Silva. – Ilhéus : O Autor, 2012. 160f. : il. ; anexos. Orientadora : Cristina Setenta Andrade. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa Regional de Pós-graduação em Desenvolvi- mento Regional e Meio Ambiente. Inclui bibliografia. 1.Qualidade ambiental – Canavieiras (BA). 2. Parasitoses intestinais – Canavieiras (BA). 3. Saneamento – Aspectos ambientais. 4. Parasitologia. I. Andrade, Cristina Setenta. II, Título. CDD – 363.7

20

ALCIENE PEREIRA DA SILVA

QUALIDADE AMBIENTAL E A SAUDE DA POPULAÇÃO: estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia

Ilhéus, Bahia, 24 de fevereiro de 2012

________________________________________ Dra. Cristina Setenta Andrade

Universidade Estadual de Santa Cruz (Orientadora)

________________________________________ Dr. Paulo dos SantosTerra

PRODEMA/ UESC

________________________________________ Dra. Maria Aparecida Araujo Figueiredo

Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

21

Dedico este trabalho a meu filho Saulo Benjamin.

22

Agradecimentos

A minha mãe e meu irmão que sempre me apoiaram por mais

distantes que estejam.

Agradeço o carinho, paciência e prontidão do meu companheiro em

me mostrar o caminho certo das letras.

A Prof.ª Cristina Setenta pela confiança e palavras certas nos

momentos de indecisão.

Ao Prof. Max Menezes (em memória) por abraçar meu projeto e me

incentivar aos estudos.

A Nelia (em memória) que dedicou seu precioso tempo analisando

centenas de exames simplesmente por amizade.

A todos os profissionais da saúde da Atenção Básica de Canavieiras,

principalmente Enfermeiros e ACS.

Meus agradecimentos a equipe PRODEMA em particular Maria e

Prof. Salvador Trevizan pelo apoio constante.

E sempre a Deus por me dar algo chamado oportunidade.

23

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ACS – Agentes Comunitários de Saúde Av. - Avenida BA – Bahia CV- Coeficiente de variação EMASA – Empresa Municipal de Águas e Saneamento EMBASA - Empresa Baiana de Águas e Saneamento ESF – Equipe de Saúde da Família ETA - Estação de Tratamento de Água Fc – Razão de variância FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente FUNASA - Fundação Nacional de Saúde FV – Fonte de variação GL – Graus de liberdade GPS - Sistema Global de Posicionamento (Global Positioning System) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. MS – Ministério da Saúde OMS - Organização Mundial de Saúde OPAS – Organização Pan-americana de Saúde PNAD - Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar PNSB - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNPS – Política Nacional de Promoção da Saúde Pr > Fc – Probabilidade maior que a razão de variância PS – Promoção da Saúde PSF - Programa Saúde da Família QM – Quadrados Médios RESEX - Reserva Extrativista SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica SIS – Sistema de Informação em Saúde SMS – Secretaria Municipal de Saúde SRH – Superintendência de Recursos Hídricos SIG - Sistema de Informação Geográfica SIH - Sistema de Informações Hospitalares SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SQ- Soma dos Quadrados SUS - Sistema Único de Saúde UBS - Unidade Básica de Saúde UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz UNEB- Universidade do Estado da Bahia USF – Unidade de Saúde da Família

24

LISTA DE QUADROS

Página Quadro 1. Nº de famílias cadastradas, Canavieiras, 2011. 58

Quadro 2. Nº de indivíduos sorteados para amostragem, Canavieiras, 2011. 59

Quadro 3. Divisão da zona urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011 65

Quadro 4. Número total de domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

79

Quadro 5. Número de domicílios com abastecimento de água no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

79

Quadro 6. Número de domicílios com tratamento da água nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

79

Quadro 7. Número de domicílios de acordo com o destino dado ao lixo nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011

82

Quadro 8. Número de domicílios de acordo com o destino dado às fezes e urina no município de Canavieiras - Bahia, 2011

84

Quadro 9. Sexo da população da amostra no município de Canavieiras - Bahia, 2011 88

Quadro 10. Ocupação da população amostral no município de Canavieiras - Bahia, 2011. 89

25

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1. Mapa de localização do município de Canavieiras, Bahia, Brasil. 49

Figura 2. Visão aérea da ocorrência humana nos manguezais, 2010. 51

Figura 3. Vista aérea do núcleo central da zona urbana, Canavieiras - BA, 2010. 54

Figura 4. Vista aérea da zona urbana (setor oeste) de Canavieiras - BA, 2010. 55

Figura 5. Vista aérea da Ilha de Atalaia (setor leste) de Canavieiras – BA, 2010. 56

Figura 6. Vista aérea de ocupações recentes (setor norte) de Canavieiras – BA, 2010. 57

Figura 7. Mortalidade infantil 1996-2009,Canavieiras - BA. 58

Figura 8. Mapeamento da área urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011. 66

Figura 9. Vista aérea do Bairro Centro e Birindiba, Rio Cipó, trecho de Mangue Bairro Atalaia e o Oceano Atlântico, Canavieiras- Bahia, 2011.

67

Figura 10. Vista parcial do Bairro Birindiba, Canavieiras – Bahia, 2011 68

Figura 11. Frente da UBS do Bairro Sócrates Rezende, Canavieiras - Bahia, 2011. 68

Figura 12. Vista parcial Bairro Centro e trecho de mangue em Canavieiras, 2011. 69

Figura 13. Vista parcial da Rua da Areia no Bairro Tancredão, Canavieiras – Bahia, 2011. 70

Figura 14. Vista aérea do Bairro João Fonfom e Cidade Nova, Canavieiras – Bahia, 2011 71

Figura 15. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Birindiba, Centro (Módulo 1) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

74

Figura 16. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes do bairro Sócrates Rezende (Módulo 02) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

74

Figura 17. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

74

Figura 18. Ocorrência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros João Fonfom e Cidade Nova (Módulo 4) no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

74

Figura 19. Distribuição percentual do tipo de água consumida pelos habitantes Módulos 1, 2, 3,4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

81

Figura 20. Distribuição percentual do destino do lixo gerado pelos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

83

Figura 21. Ocorrência de infecção parasitária por destino do esgotamento sanitário doméstico no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

84

Figura 22. Distribuição percentual do nível máximo de escolaridade dos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

86

Figura 23. Propaganda em pedra pintada, Bairro: Centro, Canavieiras, 2012. 102

26

LISTA DE TABELAS

Página Tabela 1. Ocorrência de parasitose em moradores dos Módulos: 1, 2, 3, 4, município de Canavieiras – Bahia, 2011.

72

Tabela 2. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação ao tipo de água consumida pelos moradores no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

80

Tabela 3. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação a faixa etária em moradores no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

87

27

LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES

Página

Anexo 1. Parecer Consubstanciado – Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/ UESC) 96

Apêndice 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 96

Apêndice 2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (se menor de idade) 99

Apêndice 3. Formulário de coleta de dados 101

Apêndice 4. Analise estatística dos dados pelo teste de Tukey. 102

28

SUMÁRIO

Resumo xii Abstract xiii 1. INTRODUÇÃO 17 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Qualidade Ambiental e a Saúde da População 21

2.2. Interdisciplinaridade, Sustentabilidade Ambiental e Saúde

24

2.3. Saúde da População, Condições Ambientais o Espaço Urbano

27

2.4. Aspectos Básicos sobre Parasitologia 41 3. METODOLOGIA

3.1. Universo 47

3.2. População em Estudo 57

3.3. Amostragem 58 3.4. Variáveis 58

3.5. Instrumentos de Pesquisa e a Coleta de Dados 59

3.6. Análise dos Dados 61

4. RESULTADOS 4.1. Divisão da cidade por módulos 65 4.1.1. O Modulo 01 66 4.1.2. O Modulo 02 68 4.1.3. O Modulo 03 69 4.1.4. O Modulo 04 70 4.2. Ocorrência de parasitos em suas condições ambientais específicas

71

4.3. Caracterização do Saneamento Básico em Canavieiras 78 4.3.1. Água de Consumo 78 4.3.2. Destino dos resíduos sólidos 82 4.3.3. Esgotamento sanitário doméstico 84 4.4. Parasitologia e Aspectos Socioambientais em Canavieiras 85 4.4.1. Escolaridade 86 4.4.2. Faixa etária 87 4.4.3. Sexo e ocupação 88 5. DISCUSSÃO 90 6. CONCLUSÃO 99 7. REFERÊNCIAS 103 ANEXO 113 APÊNDICES 114

29

RESUMO

Este estudo analisa a relação entre a ocorrência de parasitoses e condições

ambientais em Canavieiras, Bahia, Brasil. Especificamente, busca-se mapear a

ocorrência de parasitos na zona urbana do município, bem como caracterizar as

condições ambientais do saneamento básico comparando áreas de maior

ocorrência de parasitos e suas condições ambientais específicas. Trata-se de um

estudo epidemiológico, individual –observacional – transversal. Os dados primários

foram coletados por meio do exame coprológico e os secundários, obtidos por meio

do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) coletados através da “Ficha

A” da família cadastrada na Estratégia Saúde da Família. Seccionou-se a cidade

em quatro módulos através do Sistema de Informação Geográfica, consoante o

Sistema Municipal de Saúde para apresentar discussões sobre a ocorrência de

parasitos em condições de saneamento básico e os aspectos socioambientais da

zona urbana. O estudo apontou a positividade dos exames parasitológicos acima

de 90% em todos os setores de Canavieiras e, uma homogeneidade na ocorrência

de parasitoses no contexto da cidade como um todo, tendo o Ascaris lumbricoides

presente em mais de 50% da população e o Trichuris trichiura infectando quase

metade de toda população amostral. Desta forma, percebe-se que a situação de

saúde não é um atributo inerente aos grupos sociais às unidades espaciais em si

mesmos, e sim uma decorrência da relação de grupos sociais com o território e o

ambiente onde se vive.

Palavras–chave: parasitose, saneamento básico, qualidade ambiental.

30

ABSTRACT

This study examines the relationship between the prevalence of parasitic diseases

and environmental conditions in the city of Canavieiras (Bahia State,

Brazil). Specifically, intents here to map the prevalence of parasites in the urban

area, as well as to characterize the environmental conditions of sanitation

comparing areas with the highest occurrence of parasites and their specific

environmental conditions. The methodology used is basically epidemiological and

quantitative, with two different analytical approaches: one based on prevalence, and

another based on cross-sectional studies with a perspective characteristic of

ecological design with operational typology. We used primary and secondary

sources, verifying the statistical significance using the Tukey test. The primary data

were collected by stool tests, obtained through the Information System of Basic

Care (SIAB), collected through the "Form A" of the family registered at the Family

Health Strategy. The city was divided into four modules through the Geographic

Information System, according to the Municipal Health System and so discussing on

the prevalence of parasites in basic sanitation and environmental aspects of the

urban area. One of the most important aspects identified in this study was the

relatively high number of positive parasitological examinations in all sectors of

Canavieiras City, and although the study point to a differentiated rate of

contamination between the suburbs and the new neighborhoods, and the central

districts and more old, is remarkable homogeneity in the prevalence of parasites in

the context of the city as a whole, showing the inseparability between the use of

natural resources and health risks to local residents, regardless of family

income. Thus, it is clear that the health situation is not an attribute inherent in social

groups or units of space in itself, but a result of the relationship of social groups with

the territory and environment where we live.

Keywords: parasitosis, sanitation, environmental quality, Canavieiras City, Brazil.

31

1. INTRODUÇÃO

São estreitas as relações entre qualidade ambiental e saúde da população.

Nesta interface entre o biológico e o cultural – sendo o homem o agente decisivo

de alterações do espaço que repercutirão na sua própria qualidade de vida –, tem-

se uma ampla discussão no campo teórico, numa arena inter e multidisciplinar em

que atuam conjuntamente biólogos, cientistas sociais, ecólogos, geógrafos e

profissionais de saúde (MINAYO, 1999, 2002 e 2006).

Com efeito, a qualidade ambiental e sua relação com a saúde vêm sendo

discutidas no Brasil por diversos autores na busca de estabelecer discursos que

construam nexos interdisciplinares e intersetoriais e que avancem no sentido da

implementação de políticas mais eficazes e eficientes relativas ao planejamento

territorial, às ações e aplicabilidade de saneamento e aos efeitos da degradação

dos recursos naturais na população humana (DIEGUES 1987, 2004 e 2008).

Atualmente o país vive a proposta de formação de reservas ecológicas como

dispositivo de manutenção da diversidade biológica. Este processo tem levado

pesquisadores a enfatizar a necessidade de valorização de espaços regionais, bem

como, identificar a relação direta da saúde da população com os princípios básicos

para sustentabilidade ecológica, social, política e econômica (AKERMAN, 2006;

DIEGUES, 2001; SABROZA, 2001).

Este estudo se propõe a contribuir para o incremento das pesquisas sobre

qualidade ambiental e saúde, explorando, sob o ponto de vista epidemiológico, a

32

análise da consistência nas relações de bio-agentes patogênicos e o homem como

hospedeiro, com a sua resistência e suscetibilidade dadas pelas condições

ambientais que disponibiliza.

Nesse sentido, este trabalho tem como questão central: a inexistência de

fossa pública na zona urbana de Canavieiras (IBGE, 2009); as infecções

parasitárias serem a maior causa de mortalidade (IBGE 2007 e 2009) e o

escoamento do esgotamento sanitário doméstico ser jogado diretamente no

mangue e no rio do entorno da cidade. A partir deste problema geral três hipóteses

foram testadas na zona urbana da cidade baiana de Canavieiras:

H1. As infecções e as verminoses intestinais, que são as principais causas de mortalidade em Canavieiras (IBGE, 2007 e 2009), têm ocorrências diferentes em zonas distintas da cidade de Canavieiras. H2. Os locais onde existe inadequada disposição de lixo doméstico, construção de casas sobre lagos e lagoas aterradas com lixo, inexistência de fossa pública e esgotamento sanitário indevido no mangue que margeia os rios na zona urbana da cidade tem ocorrência parasitológica estatisticamnete significativa pois são fatores decisivos para a disseminação de doenças parasitárias.

Assim, tendo-se como objetivo geral analisar a relação entre a ocorrência de

parasitoses e condições ambientais em Canavieiras – BA, nesta investigação

trabalhou-se com os seguintes objetivos específicos:

1. Mapear a ocorrência de parasitos no município de Canavieiras – Bahia;

2. Caracterizar as condições ambientais do saneamento básico no município de Canavieiras – Bahia.

3. Comparar áreas de maior ocorrência de parasitos e suas condições ambientais específicas;

Desse modo, considerando a saúde como o resultado do equilíbrio dinâmico

entre o indivíduo e o meio ambiente (DUBOS, 1995) e os fatores de caráter médico

e socioambiental enquanto componentes de um sistema integrado, o terreno de

investigação propiciou estabelecer nexos entre a ocorrência de parasitose na

população humana (doença de cunho particularmente ambiental), a degradação

ambiental, as condições de saneamento básico e as dinâmicas socioculturais locais

(FREITAS, 2000; HELLER, 1997; LUDWIG et al, 1999; VISSER et al, 2011).

33

As razões de se ter utilizado o município de Canavieiras como local de

estudo devem-se ao fato de que a cidade compõe uma reserva ecológica (IBAMA,

2006), cuja terça parte da sua população é formada por pescadores ou

marisqueiros, com ocupações relacionadas diretamente à disponibilidade e

consumo direto de recursos naturais locais.

A partir da urbanização do município, em meados dos anos 1980, com o

declínio do cacau e a migração de agricultores para a zona urbana, a atividade

antrópica tem alterado dramaticamente a paisagem ecológica local. Espaços que

antes eram lagoas foram transformados em lixão e posteriormente loteados para

conjuntos habitacionais como também áreas de restinga transformaram - se em

condomínios de veraneio. Como enfermeira de uma USF, inquietava-me a grande

quantidade de resultados parasitológicos positivos, além de, o município apresentar

as infecções parasitárias como as principais causas de mortalidade (IBGE, 2007 e

2009).

Sobre a análise de questões relativa à salubridade ambiental, a pesquisa

epidemiológica vem contribuir no exame de ocorrência de endemias vinculadas ao

meio ambiente, como no tocante ao potencial de promover o aperfeiçoamento de

condições mesológicas favoráveis ao gozo de saúde e bem estar de uma estrutura

urbana com uma das maiores áreas contínua de manguezais do Estado da Bahia

(BRASIL, 1995; SCHAEFFR-NOVELLI et al.,1986).

Nesse contexto, este trabalho pretendeu, partindo-se de uma metodologia

epidemiológica, definir os nexos entre a degradação ambiental e o predomínio dos

parasitos Ascaris lumbricóides, Trichuris trichiura, Ancilostoma spp, Giardia

lambeia, Hymenolepis nana, Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis,

Taenia spp, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica e Enterobius Vermicularis na

zona urbana da cidade de Canavieiras (sul da Bahia).

34

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Qualidade ambiental e a saúde da população

Este trabalho se utiliza do conceito de ambiente como o resultado das

relações complexas entre o homem e os recursos naturais dentro dos

ecossistemas e emprega o termo qualidade ambiental para descrever condições

que possam exercer efeitos nocivos ou benéficos sobre o bem estar físico, mental

e social de uma população humana (MILLER, 2008; BRASIL, 2002a).

Neste contexto, desde Hipócrates de Cós (460-370 a.C) que já se reconhece

a aproximação da noção de saúde com o estado de normalidade das funções

orgânicas, conjugadamente ao equilíbrio entre o homem e o ambiente, uma vez

que já se considerava a incidência dos fatores ambientais na saúde humana,

observando-se, por exemplo, relações como a origem das águas e a frequência de

enfermidades conforme as estações do ano, denotando-se nas explorações

empíricas ligadas à medicina a convergência entre saúde e ambiente (FRIAS,

2004).

Este nexo saúde - ambiente foi novamente cenário relevante a partir dos

séculos XVI e XVII com a Teoria dos Miasmas, que concebia a transmissão das

doenças pelo ar e pelos odores. Apesar de a teoria miasmática ter sido

hegemônica até meados do século XIX, a crescente urbanização da Europa,

seguida da Revolução Francesa, fizeram crescer os movimentos que atribuíam à

condição de vida e ao trabalho papéis importantes no aparecimento de doenças, e

o ambiente passa, então, a adquirir um caráter predominantemente social.

35

Contudo, na metade do século XIX – no começo da era microbiana ou

bacteriológica – a teoria miasmática de doença seria relegada a um segundo plano

e, junto com ela, a importância do ambiente físico e social. Torna-se neste

momento, a ênfase na concepção biológica da doença, dissociando

temporariamente o estudo das relações do ambiente socialmente construído com a

saúde e qualidade de vida das pessoas (BARATA, 1990).

Foi apenas com o incremento das atividades produtivas, a partir do final do

século XIX, que a interação entre saúde e desenvolvimento tornou-se mais

evidente, notadamente com a triplicação da população mundial e o crescimento da

produção industrial em cinquenta vezes, considerando-se que, efetivamente, as

melhorias das condições de saúde não avançaram no mesmo ritmo (TORLONI,

1992; FREITAS, 2002).

O século XX experimentou, com o forte incremento demográfico, o crescente

consumo de produtos e serviços e a ampliação exponencial das atividades

produtivas em um processo de forte interdependência econômica, com o

consequente aumento das desigualdades sócio-espaciais e um crescente

desequilíbrio ecológico (FREITAS, 2002).

Dessa forma se faz necessário inserir o conceito de gerenciamento geo-

ambiental e dos recursos naturais num marco mais amplo, para que a importância

do desenvolvimento sustentável seja visualizada dentro de um contexto

intersetorial, considerando que o uso dos recursos ambientais deve respeitar a

manutenção dos processos vitais dos ecossistemas em benefício das gerações

atuais e futuras (DIEGUES, 1987; AUGUSTO, 2003).

A destruição do ambiente e a exterminação de espécies não são fenômenos

novos que começaram durante a Revolução Industrial, eles simplesmente foram

acelerados. Os povos pré-industriais exterminaram espécies, danificaram seus

ambientes e prejudicaram sua existência durante milhares de anos causando a

extinção direta de espécies e destruição de habitat envolvendo também poluição do

ar e do solo e mudanças no clima (FREITAS, 2002).

Para Minayo (2002) a degradação da natureza, considerando o

desenvolvimento das sociedades humanas primitivas até a atualidade, e a forma de

explorar os recursos, tem influência decisiva na qualidade de vida das pessoas.

36

Coloca ainda que as problemáticas que relacionam comportamento humano e

ambiente não podem ser negligenciadas, visto ser o homem diferenciado nas

inúmeras culturas de sociedades espalhadas por todo o mundo.

Concorda-se com Porto (2002) quando conceitua saúde da população não

apenas como um estado de ausência da doença, mas sim, uma ação de

entendimento dos processos que propiciam aos seres humanos em seus vários

níveis de existência e organização (pessoal, familiar e comunitário) atingir certos

objetivos nos valores das sociedades e seus vários grupos sociais. Deste ponto de

vista o conceito de saúde possui uma dimensão ética, social e cultural irredutível,

sendo objeto de negociação e luta permanente dentro da sociedade, dependendo

de como os valores, interesses e conflitos se relacionam.

Portanto, consolidar e interconectar elementos da qualidade de vida e da

qualidade ambiental voltados para o fomento à participação qualificada da

comunidade sobre processos de saúde e doença passa a ter um peso maior que o

simples estudo de barreiras físicas entre o homem e os agentes patógenos, não

excluindo a responsabilidade do poder publico em oferecer condições de vida

através de serviços de saúde equânimes e de boa qualidade (MINAYO, 1999).

Assim, situações de transformações ambientais e demográficas, criação de

grandes centros urbanos, fluxos migratórios, incorporação desordenada de

tecnologias sem um desenvolvimento social correspondente e as oportunidades de

interação entre áreas geográficas são as que mais favorecem o aparecimento de

doenças (DIEGUES, 2001; FREITAS, 2002; MINAYO, 2002).

2.2. Interdisciplinaridade, Sustentabilidade Ambiental e Saúde

O tema ambiental surgiu como um esforço para formular propostas que

estreitasse a relação saúde e ambiente pela primeira vez na Agenda Mundial em

Estocolmo, na Conferência das Nações Unidas, em 1972, e se concretizou no

relatório denominado Nosso Futuro Comum (1987) quando é apresentado o

conceito de desenvolvimento sustentável (MINAYO, 2006).

Em 1992, na conferência mundial Rio-92 realizada no Rio de Janeiro – Brasil

elaborou-se um documento denominado Agenda 21, que estabeleceu a

37

importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a

forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os

setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas

sócio-ambientais.

Os tópicos do capítulo seis da Agenda 21 estão voltados para as

necessidades de atendimento primário da saúde da população e seu nexo com os

objetivos do desenvolvimento sustentável que demandam esforços intersetoriais

para que se concretizem melhorias ambientais e sócio-econômicas que abrangem,

entre outras, a educação, a habitação, obras públicas e grupos comunitários.

Além da dimensão ecológica, tecnológica e econômica o desenvolvimento

sustentável tem também uma dimensão cultural e política. As populações devem

ser efetivamente integradas na elaboração e execução dos planos de

gerenciamento do ambiente. Percebe-se assim, a necessidade de participação

democrática dentro de um estilo de desenvolvimento que possibilite a tomada de

decisão quanto aos tipos e formas de uso dos recursos naturais.

Segundo Freitas (2002), sustentabilidade é a capacidade dos diversos

sistemas da Terra, incluindo os sistemas culturais, de sobreviverem e se

adaptarem às condições ambientais em mudança conservando o capital natural do

planeta, ou seja, os recursos e serviços naturais que mantém o homem e outras

espécies vivas e que dão suporte às nossas economias.

Desta forma, para se caminhar em direção a sustentabilidade é necessário,

também, entender quais são os componentes e qual a importância do capital

natural e da renda biológica que o ambiente proporciona, pois sustentabilidade

significa sobreviver com uma determinada renda biológica sem exaurir ou degradar

o capital natural existente, contudo, ao usar recursos renováveis mais rápido do

que a natureza consegue renová-los, o mais recorrente é a degradação do capital

natural (DIAS, 2002).

Há, portanto, uma diferença entre o ‘uso sustentado dos recursos’ e o

‘desenvolvimento sustentado’, sendo este último um conceito mais amplo, de

caráter eminentemente de escolha de estilos e padrões de desenvolvimento

(DIEGUES, 2001).

38

Assim, ao mesmo tempo em que o conceito de desenvolvimento sustentado

se baseia nas potencialidades e vocações naturais dos ecossistemas, pressupõe

uma repartição equitativa dos benefícios do crescimento econômico, possibilitando

o gerenciamento do processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o

direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e

as mudanças institucionais se dirijam à satisfação das necessidades das gerações

presentes sem comprometer o horizonte de possibilidades das gerações futuras

(MILLER, 2008, DIEGUES, 2008).

Desse modo, o desenvolvimento sustentado deve focar os meios de

subsistência duradouros que minimizem a destruição dos recursos naturais e a

degradação ambiental, sem causar, entretanto, uma desestruturação cultural. É o

fruto de uma interação entre os sistemas naturais e socioeconômicos que

envolvem a satisfação das necessidades básicas de saúde, alimento, água,

energia, habitação, educação, independência e liberdade em nível nacional e

individual e manutenção dos sistemas biológicos, que são à base de toda a vida

(MINAYO, 2002 e 2006).

O conceito de sustentabilidade implica mudança de atitude tanto no âmbito

individual quanto coletivo, além de transformações nos processos de produção e

de consumo. Para tanto se faz necessário desencadear todo um processo de

discussão e comprometimento de toda a sociedade. Essa necessidade de

mudanças tornam o desenvolvimento sustentado um processo a ser

constantemente avaliado e implementado precisando abranger também a

necessidade de conexão das ciências tanto físicas quanto sociais (DIAS, 2002)

Segundo Artigas (2004), já se tem critérios estabelecidos em experiências

democráticas de implementação da sustentabilidade ambiental as quais podem ser

utilizadas como paradigmas, porém os resultados obtidos da participação popular

devem fundamentar as decisões estatais, pois é certo que, a única maneira de

alcançar o desenvolvimento sustentável das cidades decorrerá da efetiva gestão

partilhada do poder público com soluções conjuntas para solucionar os problemas

advindos da complexidade urbana, mormente aqueles que afetam o ambiente

ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.

39

Neste contexto, Werneck-Neto (2004) ressalta que a espécie humana em

sua singularidade, na interação com o local onde vive, necessita enriquecer a

concepção teórica e representar com mais fidedignidade a relação com o ambiente

através da cultura. As atitudes do homem enfrentam dificuldades no cálculo de

quanto poderia ser retirado dos recursos ambientais de forma sustentável e a

realidade demonstra que o poder público não vem implementando de forma efetiva

os instrumentos que viabilizam a participação popular.

Apesar da idéia de que o alcance dos objetivos preconizados pela

Constituição brasileira e pelos Tratados internacionais necessite de significativa

participação popular na sua gestão para que se alcance o ambiente

ecologicamente equilibrado, constata-se que a população está desinteressada no

que concerne aos interesses coletivos e ao dever de tomar parte ativamente na

atividade estatal (OLIVEIRA, 2007).

Para Tambellini et al (1998), os valores impostos ao espaço – tanto no que

se refere ao aspecto social quanto ao territorial – no relacionamento entre as

sociedades e o ambiente alterado tomam múltiplas dimensões ao ser humano,

assim, mesmo que o entendimento sobre as diversidades do ambiente seja

pertinente às ciências naturais, outras áreas precisam obrigatoriamente integrar-se

a esta questão.

Ao que se refere à saúde pública, Porto (2002) coloca que esta ciência não

pode mais conceber a visão do mundo natural sem a integração e intervenção dos

conhecimentos oriundos da possibilidade de ação interdisciplinar. A epidemiologia,

segundo o autor, trouxe a importância da probabilidade científica enquanto outras

áreas de conhecimento resistem ao desafio de vislumbrar a saúde humana de

forma diferenciada e ampla.

Da mesma forma, a relação da saúde com o ambiente também provoca a

necessidade de rever estudos e propostas em diversas áreas de conhecimento, no

sentido de impulsionar o desafio na busca de um paradigma de saúde livre dos

moldes da medicalização dos sistemas assistenciais predominantes.

A urbanização desordenada, o aumento populacional e a ocupação de áreas

naturais anteriormente não ocupadas são situações comuns nos municípios

brasileiros. Trata-se de uma ação antrópica que desestrutura os ecossistemas

40

locais e promove a aproximação do homem com agentes patógenos

desconhecidos. Este contexto abre um rol para a ampliação e utilização do

conhecimento oriundo de diferentes áreas profissionais, auxiliando na orientação

das práticas de saúde conforme as características de cada comunidade

(DIEGUES, 1987; 2001).

O patrimônio natural é produto das relações de populações passadas com o

ambiente. E as marcas da presença humana no espaço em que habita podem ser

de naturezas diversas, tanto materiais como imateriais. Neste sentido, muitos

biólogos e ecólogos ainda concebem os sistemas ecológicos como algo

desconectado das atividades humanas que se passaram em diversas escalas de

tempo. Há, portanto, a necessidade de se incluir o legado da atividade humana

como parte do enfoque ecológico nas investigações epidemiológicas e assim, não

se limitar a interpretar a estrutura e funcionamento de determinado espaço a partir

de um ponto de vista exclusivamente biológico (OLIVEIRA, 2007; SILVA, 2008).

2.2.1. Reservas Ecológicas Extrativistas e as Zonas Costeiras

No contexto de adequação e interação homem-ambiente verifica-se, a partir

do artigo 60 da Lei 9985 de 2000, a criação de reservas ecológicas extrativistas,

onde uma estrutura biofísica se torna objeto de proteção específica, pelo seu valor

ecológico ou pelo sua exposição a riscos naturais. Assim, uma reserva extrativista

caracteriza-se por sua restrição publica e nela é aplicado um regime de gestão

territorial especial que se estabelece por um conjunto de condicionantes à

ocupação, uso e transformação de seus recursos naturais (ARTIGAS, 2004).

Desta forma, pode-se definir reserva extrativista como uma área utilizada por

populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,

complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de

pequeno porte, e tem por finalidade proteger os meios de vida e a cultura dessas

populações assegurando o uso sustentável dos recursos naturais da unidade

territorial (SÃO PEDRO, 2004). Uma reserva extrativista tem por objetivos:

Proteger os recursos naturais;

41

Resguardar sistemas e processos biofísicos que asseguram bens e

serviços ambientais imprescindíveis ao desenvolvimento das atividades do

ser humano;

Reduzir e prevenir os efeitos da degradação como inundações e erosão;

Contribuir em uma ampla reflexão sobre as tendências e os desafios atuais

da qualidade ambiental (BRASIL, 2006a).

As áreas de preservação permanente inseridas no meio urbano,

desaconselháveis à ocupação humana, geralmente coincidem com áreas de risco.

Existe a necessidade de preservação dessas áreas que se justifica, também, pelas

importantes funções ambientais que elas exercem nas cidades e, caso estejam

degradadas, devem ser restauradas de modo a retornar ao mais próximo possível

das suas características originais (SCARLATO e PONTIM, 1999).

Neste contexto as áreas costeiras estão sujeitas a pressões urbano-

industriais sem precedentes na história. Em muitas regiões, os mangues foram

aterrados para criação de infra-estrutura urbana e turística; em outra, cortaram-se

as árvores do mangue para a plantação de arroz ou criação de peixes e camarões.

Além disso, elas são administradas por instituições variadas, com pouca

coordenação e como resultado, ecossistemas costeiros essenciais estão sendo

destruídos, antes que um planejamento adequado seja formulado e implementado

(ARTIGAS, 2004).

As zonas costeiras não formam um bioma único no sentido dado pelos

biogeógrafos, mas sim vários ecossistemas (mangues, recifes de coral, etc.), com

muitas características comuns encontradas nas zonas costeiras espalhadas pelo

mundo. Cerca de 80% da população mundial vive nas ou próximo às zonas

costeiras, rios e estuários que alimentam essas zonas que, apesar da alta

produtividade, têm recebido pouca atenção (DIEGUES, 2001).

As regiões litorâneas e costeiras do Brasil apresentam uma multiplicidade de

ecossistemas extremamente produtivos sob o ponto de vista de recursos naturais

renováveis. Entre eles se destacam os ecossistemas estuarinos, de manguezais,

recifes de corais, planícies inundáveis, dentre outros. Esses recursos renováveis,

em particular os pesqueiros e florestais, asseguram a sobrevivência de uma

população humana importante (DIEGUES, 2004).

42

Os ecossistemas litorâneos e costeiros são habitats de grande parte dos

recursos marinhos brasileiros, pois são áreas de criação, refúgio permanente ou

temporário de inúmeras espécies de peixes, crustáceos e moluscos capturados

pela pesca industrial e artesanal. Além disso, são habitats para inúmeras espécies

de aves residentes ou migratórias e animais importantes da fauna brasileira

(BRASIL, 1995).

As enormes pressões que atualmente suportam os ecossistemas litorâneos

brasileiros podem ser constatadas pelo fato de que mais da metade da população

do país vive a uma distância inferior a 60 km do mar, e parte significativa da

produção industrial também se realiza nessa área (DIEGUES, 2001).

As tendências de ocupação do litoral brasileiro e seus recursos mostram a

extrema gravidade da situação, pois a longo termo levarão os ecossistemas aí

existentes a exercerem uma única função: a de transporte de dejetos urbano-

industriais, podendo transformar-se em verdadeiros desertos biológicos costeiros

(DIEGUES, 2004).

É imperativa a elaboração de políticas definidas para a utilização do espaço

costeiro dentro de um projeto de desenvolvimento sustentado respeitando ao

máximo suas vocações naturais. Como este espaço costeiro está em processo

rápido de ocupação por grandes interesses econômicos, é evidente que o processo

de planejamento e gerenciamento costeiro se reveste de um caráter

eminentemente político (DIEGUES, 2001, 2004; BRASIL, 1995).

Fundamental, então, que o Estado tenha um projeto de regulamentar o uso

deste espaço levando em conta as vocações naturais desses ecossistemas tendo

em vista a produção de alimentos (pesca, maricultura, policultura litorânea),

preservação ambiental, recreação e a melhoria de condição de vida das

populações humanas que aí vivem.

No entanto, tendo em vista as suas contradições, a ação do Estado não é

suficiente. É necessário, para além das gestões governamentais, que as

populações que vivem tradicionalmente do uso dos recursos costeiros façam-se

ouvir, considerando a urgência da proteção do que resta do patrimônio natural,

cultural e histórico (ARTIGAS, 2004).

2.3. Saúde da População, Condições Ambientais o Espaço Urbano

43

O espaço geográfico é uma determinada porção localizada da superfície

terrestre, constituída de águas correntes e estanques, solo, clima, fauna e flora

ocupada, modificada e organizada por uma população estruturada, tendo a

paisagem como seu reflexo.

O aspecto do espaço geográfico segundo Santos (1988) é resultante:

De condicionantes físicos, químicos e morfológicos formadores do

espaço abiótico;

Do dinamismo da biota da flora e da fauna existente no lugar;

Do homem em sua atuação para suprir suas necessidades sociais e

econômicas;

Considera-se, portanto, que o ser humano compõe um ambiente com

propriedades morfológicas, físicas, químicas e biológicas próprias, e que pertence

a uma população cujos hábitos, valores e crenças podem condicionar suas ações,

até interferir nas características de outros grupos e em outros contextos.

Levando-se em consideração que os fatores classificados como “artificiais”,

isto é, deflagrados pela ação humana, também se inscrevem no contexto

ambiental, nos questionamentos epidemiológicos “onde e quando acontecem

determinados agravos” poderiam ser substituídos por “em que tipo de ambiente

acontece determinados agravos”.

Segundo Schmidt (2007), alguns autores ainda se equivocam no que tange

à urbanização, quando atribuem à componente demográfica uma proeminência

desproporcional em relação a outros fatores igualmente importantes. Assim, na

urbanização, tempo e espaço ganham relevo, porquanto inexoráveis.

Dito de outra forma, a urbanização está emoldurada pela história e pela

geografia, que assumem características individualizadas e globalizantes à

superfície da terra. Portanto, concorda-se que a urbanização é processual e

multivariada, cujos componentes se desdobram em:

1) surgimento e desenvolvimento de uma dada rede urbana, fruto da

interligação do sistema produtivo, da distribuição e do consumo;

2) crescimento físico-estrutural das cidades, com diversos graus de

dinamismo ou desenvolvimento do processo;

44

3) transformações ou mudanças sociais e econômicas (espaciais e não

espaciais), impulsionadas por modernizações tecnológicas e científicas nos

setores da produção industrial, serviços e intercâmbio comercial

Segundo esta visão processual da urbanização, é o crescimento

populacional – sujeito a cada um dos componentes acima indicados – que estimula

este processo, com graus variados de impactos sobre as cidades, dependendo do

contexto geográfico e das formas que assumem localmente os dispositivos de

produção e consumo.

Portanto, se a doença é uma manifestação do indivíduo, a situação de saúde

é uma manifestação do lugar (BARATA 2000). Um local urbano é o resultado de

uma acumulação de situações históricas ambientais e sociais que promovem

condições particulares para produção de doenças. É no espaço territorial que se

dão processos que envolvem o solo, o modo como se valoriza as condições

ambientais e os riscos das pressões da sociedade sobre o ambiente

(ROUQUAYROL, 2003; SCHMIDT, 2007).

Esta pressão da sociedade sobre o ambiente que vive pode ser verificado

pela urbanização acelerada e desordenada, reflexo do desenvolvimento capitalista

e da industrialização, que vem reforçando a degradação ambiental. É um processo

motivado pelo modelo de desenvolvimento econômico, que leva ao uso predatório

dos recursos naturais. Esse desenvolvimento não foi acompanhado pelo

crescimento e melhoria da infra-estrutura que contribuem para a qualidade de vida.

Nesse contexto, se insere as cidades que produzem e consomem os

recursos naturais, concentrando os problemas de degradação, ocasionados, pelo

inadequado gerenciamento dos recursos que o ambiente natural fornece ao

homem, mediante a ocupação do solo sem os cuidados com a infra - estrutura

urbana (SILVA, 2007).

Afirma Maricato (2001) que a deficiência dos serviços e infra-estrutura

urbanos entre eles saneamento problemático, drenagem inexistente e dificuldade

de abastecimento de água são algumas das condições que levam a precarização

da vida em que se insere a temática ambiental, visto ser o ambiente, parte

45

integrante do ser humano e sua degradação causa prejuízo em todos os setores da

sociedade.

Segundo Barcelos (2002) uma das questões importantes para o diagnóstico

de situações de saúde é o desenvolvimento de indicadores capazes de detectar e

refletir os riscos à saúde advindos de condições ambientais. Uma das noções mais

elementares que se vem difundindo sobre o espaço é similar ao conceito utilizado

na matemática, e o desenvolvimento de técnicas de estatística espacial e de

análise de redes têm incentivado esse tipo de abordagem espacial para estudos

em saúde.

Desta forma o uso da categoria espaço na análise de situações de saúde

não se limita à mera localização de eventos de saúde, isso porque o lugar confere

a cada elemento constituinte do espaço um valor particular. As potencialidades e

limites do uso do espaço nessas análises decorrem da diversidade de seus

próprios conceitos e conteúdos, pois o espaço é, ao mesmo tempo, produto e

produtor de diferenciações sociais e ambientais, processo que tem importantes

reflexos sobre a saúde dos grupos sociais envolvidos.

Para Czeresnia et al (2000), a ideia de circulação de agentes específicos no

espaço é fundamental para o desenvolvimento do estudo das doenças transmitidas

por vetores. A abordagem espacial pode explicitar elos capazes de integrar

elementos que alcançaram maior materialidade na compreensão da relação entre

espaço e ocorrência de doenças.

Esse processo envolve a valorização de regiões com melhores condições

ambientais e a desvalorização de áreas degradadas. Desse modo, uma cidade

“produz” o lugar dos ricos e dos pobres, bem como estabelece fluxos de circulação

de bens e serviços. Uma cidade é necessariamente heterogênea, resultado da

permanente ação da sociedade sobre a natureza.

Por outro lado, esse espaço produzido socialmente exerce pressões

econômicas e políticas sobre essa sociedade, criando condições diferenciadas

para sua utilização por grupos sociais. Dessa forma, o espaço “acumula” as

transformações ocorridas, num processo permanente de renovação, refletindo mais

seu passado do que propriamente o presente.

46

Para Rouquayrol (2006) o conceito de espaço em epidemiologia é basilar.

Os estudos epidemiológicos tradicionais abordam a categoria “lugar”, que,

diferenciado das características “tempo” e “pessoas”, constitui um dos seus

principais elementos de análise. Reconhece assim, que o estudo da distribuição

geográfica de determinada enfermidade é importante na gestão de determinado

local.

O enfoque espaço-região tanto pode ser concebido como uma realidade

concreta, construída ao longo de sua história, como ser objeto de criação

intelectual a partir de parâmetros estatísticos que a caracterizem em função de

objetivos preestabelecidos. Essa abordagem tem como principais pressupostos a

homogeneidade interna e a independência entre unidades espaciais de agregação

e análise de dados (SANTOS, 1988).

As sociedades humanas produziram uma segunda natureza por meio das

transformações ambientais oriundas do processo de trabalho. O conceito de

ambiente, do ponto de vista ecológico, envolve o espaço de reprodução das

espécies e a fonte de recursos para essa reprodução. Considerando-se grupos

humanos, este conceito é substituído pelo espaço socialmente organizado, ou seja,

onde se realizam processos econômicos e sociais (CZERESNIA, 2000).

Assim, a questão de como a degradação ambiental interfere na saúde e nas

condições de vida da população perpassa pela necessidade de considerar o

espaço territorial em que os atores estão inseridos e na formação do espaço

urbano que é feita muitas vezes de forma desigual, gerando a segregação, os

conflitos e as contradições, principalmente quando o ambiente urbano é constituído

pela migração campo-cidade originado pela busca da melhoria na qualidade de

vida (SILVA et al, 2007).

47

2.3.1. Saneamento Básico no Espaço Urbano

Entre 1830 a 1875, a saúde pública e o planejamento urbano foram

considerados uma mesma entidade (ROSEN, 1994). O saneamento urbano era a

única “saída” para o controle dos processos de transmissão das doenças infecto -

contagiosas decorrendo no processo de melhorias na qualidade (condições) de

vida nas cidades.

O saneamento tem sido compreendido como um conjunto de ações para

prevenir doenças e sua relação com ações de saúde adquire novo paradigma a

partir dos anos de 1970 com a promoção da saúde, onde o foco desloca-se da

doença para a qualidade (condições) de vida. A relação saúde-saneamento passa

a envolver variáveis sanitárias e aspectos culturais, sociais e econômicos (BRASIL,

2009).

O Plano Nacional de Saneamento Básico teve seu conceito cunhado na Lei

nº 11.445/07 e se refere ao conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de

abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas. Neste ínterim foi

elaborado o "Pacto pelo Saneamento Básico", onde Ministério do Meio Ambiente e

o Ministério das Cidades decidiram firmar o "Compromisso pelo Meio Ambiente e

Saneamento Básico" que consiste em um conjunto de ações em curso ou a serem

estruturadas para atingir metas intermediárias preconizadas pela Lei de

Saneamento Básico até o ano de 2020.

A aprovação desta lei que trata das diretrizes nacionais para o Saneamento

Básico e que dispõe sobre a política federal de Saneamento Básico, incorporou

alguns princípios do Sistema Único de Saúde, como a universalização dos

serviços, a integralidade das ações, a participação comunitária e o controle social,

o direito à informação e a intersetorialidade. A utilização de indicadores

epidemiológicos para o planejamento e avaliação de ações constitui um dos

dispositivos para integração das ações de saúde e saneamento previsto pela Lei

11.445/07 (SANTOS 2007).

A interação entre estes dois campos de saber – Saúde e Saneamento –

implica na interdependência para implementar políticas publicas intersetoriais que

resolvam problemas públicos, pois, diferentemente da saúde, o saneamento tem

48

menos visibilidade pela sociedade de suas práticas e de seu lugar institucional,

com menor capacidade de constituir a agenda pública (COSTA, 2003).

Por outro lado, segundo Silva et al (2007), no Brasil desde o movimento

sanitarista do início do século XX até a criação do Sistema Único de Saúde (SUS),

o setor saúde tem desempenhado importante papel e influencia para a ampliação e

melhoria dos serviços de saneamento. O esforço de mapear os fatores de risco à

saúde relacionada com as condições ambientais e as inadequações dos serviços

de saneamento é um exemplo.

Outro fato histórico importante na evolução da relação saúde-saneamento foi

a iniciativa de classificar as doenças infecto-parasitárias em função de seu ciclo de

vida e de suas vias de transmissão (HELLER,1997). No entanto, se tem uma

resistência política na relação intersetorial entre estes setores para implementação

de ações que potencialize a universalização, a integralidade, a promoção da saúde

e o controle social (COSTA, 2003).

Assim, em relação ao saneamento na agenda do SUS, percebe-se que

existe uma retórica além da prática, uma vez que, apesar das ações de

saneamento serem consideradas historicamente como um dos elementos

fundantes da saúde publica (ROSEN, 1994), o enfoque da promoção em saúde

não é central, e o modelo biomédico de assistência ainda é hegemônico (COSTA,

2003).

Segundo Leff (2001) a degradação ambiental está diretamente associada à

deteorização das condições sociais nas quais se produzem e reproduzem novas

epidemias e doenças que são provocadas pelas inadequadas condições de

saneamento em que vivem as populações, como também pelos inadequados

serviços médicos de que a sociedade dispõe e pela falta de sistemas preventivos e

de atenção prioritária pela saúde da população.

2.3.2. Políticas públicas relativas à Saúde da População Brasileira

A Constituição brasileira de 1988, no artigo 225, diz todos têm direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade

49

o dever de defendê-la e preservá-lo para presentes e futuras gerações (BRASIL,

1988).

Entre as décadas de 1960 e 1990 ocorreram mudanças importantes no

sistema de políticas públicas brasileiras que acompanhava o período do regime

militar numa ampliação das políticas sociais, através de um processo de

privatização de vários setores, dentre eles o da saúde. É neste contexto que a

previdência social passa a ofertar assistência médica aos seus segurados

fundamentalmente através da compra de serviços médicos do setor privado.

Ao mesmo tempo, a partir da década de 1970, vê-se um movimento de

setores da sociedade civil para a democratização da saúde, entendida como direito

universal garantido pelo Estado e sob controle público (TEIXEIRA, 1988). Nesta

década o discurso da Reforma Sanitária se constitui a partir de uma pequena

parcela de intelectuais universitários da área da saúde que propunham um sistema

de saúde único, fundamentalmente estatal, tendo o setor privado papel

suplementar, subordinado ao poder público descentralizado (PAIM, 2000).

Este movimento discutia a universalidade da atenção à saúde, procurando

superar a dicotomia entre assistência médica individual e ações coletivas de saúde.

Paim (1999) assinala ainda, que as idéias de priorização da atenção primária e o

reconhecimento da saúde como direito do cidadão e dever do Estado que

molduravam a reforma sanitária brasileira era também uma crítica a inadequação

da educação médica e a ‘medicina familiar’.

A Constituição brasileira de 1988 definiu a saúde como um direito social a

ser provido pelo Estado e reconheceu a determinação social no risco de adoecer e

sofrer agravos à saúde. Na Carta Magna vigente, a saúde é concebida, segundo o

princípio da igualdade, como um bem universal estendida a todos os cidadãos, que

deveriam ter acesso a serviços voltados para a promoção, manutenção e

reparação da saúde (MERHY, 2006).

No entanto, as ações nos sistemas de saúde são voltadas para ações

curativas, privilegiando uma medicina de alto custo, verticalizada, de baixo impacto

na melhoria da qualidade de vida da comunidade, e que não compreende ou não

considera adequadamente as dimensões socioeconômicas e culturais envolvidas

no processo de adoecimento e morte (MATOS, 2001).

50

É nesse contexto que se constrói a proposta do Sistema Único de Saúde

brasileiro onde, direito à saúde e à cidadania são as palavras de ordem, e seus

princípios fundamentais são: integralidade, universalidade, equidade e

intersetorialidade. Nos princípios do SUS, diante da situação brasileira em que

impera profunda desigualdade social (Relatório da Cúpula Mundial), o preceito de

igualdade para ser substancialmente aplicado exige o concurso de equidade

(SEVALHO, 1993).

Caso contrário, segundo o autor, dada a profunda heterogeneidade dos

padrões de reprodução social, o tratamento apenas igualitário significará, na

prática, a manutenção das dinâmicas sociais iníquas. Assim, o binômio

igualdade/equidade implica na noção da solidariedade entre os diversos segmentos

sociais, em que as ações estatais orientam-se pela transferência de recursos

financeiros e materiais.

A Lei 8.080/1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS), tem

como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, o

saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o

transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços sociais, entendendo que os níveis

de saúde da população expressam a organização social e econômica do país

(BRASIL, 1990a).

A Lei 8.142/1990 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do

SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área

as saúde. A descentralização é a característica norteadora da gestão do SUS,

conferindo não só maior racionalidade do sistema de saúde, mas também

valorização da criação de novos espaços institucionais de participação popular com

poder deliberativo dos segmentos organizados da sociedade (BRASIL, 1990b).

O SUS é o responsável pelo conjunto de ações e serviços de saúde,

prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da

administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.

Trata-se de uma forma de organizar as ações e os serviços de saúde do Brasil de

acordo com os princípios, diretrizes e dispositivos estabelecidos pela Constituição

da República e a Lei Orgânica da Saúde.

51

Neste contexto se tem a fundamentação legal para o desenvolvimento das

ações de atenção básica tendo como modelo estruturante o Programa Saúde da

Família, segundo disposições da (1) Constituição Federal de 1988, artigos 196 e

198; (2) Leis Complementares 8.080/1990 e 8.142/1990; (3) Normas Operacionais

do Ministério da Saúde do Brasil; e (4) Portaria Ministério da Saúde do Brasil nº

1.882, de 20/12/1997.

A Atenção Básica à Saúde caracteriza-se por um conjunto de ações de

saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da

saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e

manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais

e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe,

dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a

responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em

que vivem essas populações (BRASIL, 2006b),

A Saúde da Família é uma estratégia da Atenção Básica para organização

dos Serviços de Saúde de acordo com os preceitos do SUS e tem como

fundamento possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de

qualidade e resolutivos. Assim, segundo Paim (1999) é importante diferenciar

Programa de Saúde da Família (PSF) de “medicina familiar”, pois o PSF insere-se

no escopo das políticas públicas de saúde e sua concepção abrange conteúdos

que integram, entre outros, aspectos relativos à modelo e prática assistencial e

formação de recursos humanos.

O PSF começou a ser implantado nos municípios brasileiros em 1994, com o

desafio de reorientar as práticas de saúde vigentes: o médico-privatista, de cunho

curativista e fundamentado no conceito biomédico de saúde e o sanitarista, com

enfoque nas ações preventivas, inspirado nos conceitos da Medicina Preventiva

(MATTOS, 2001).

Com o objetivo de produzir o cuidado integral em saúde o PSF precisa de

uma equipe multiprofissional com a particularidade de ter Agentes Comunitários de

Saúde (ACS) que são moradores das comunidades onde atuam, exercem suas

atividades no âmbito do território, têm a família como principal foco de atuação e

deve atuar segundo a concepção ampliada de saúde, portanto, relacionando saúde

52

a qualidade de vida, incluindo aí a qualidade do ambiente e ampliando o conceito

de integridade, pois incorpora ações de saúde a partir do ambiente (SILVA, 2008;

BRASIL, 1993).

A equipe da Estratégia da Saúde da Família (ESF) é o contato preferencial

dos usuários com os sistemas de saúde e orienta-se pelos princípios da

universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo, da

continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da

equidade e da participação social. Assim, caracteriza-se como começo preferencial

ao sistema de saúde, tem território delimitado de forma a permitir o planejamento e

a programação descentralizada e em consonância com o princípio da equidade

(BRASIL/MS, 1994; 1996).

Segundo a Organização Panamericana de Saúde (1990), o diagnóstico

realizado pelas equipes de Saúde da Família, através do processo de

territorialização, amplia os aspectos ambientais a serem observados, funcionando

como instrumento para a participação política da tomada de decisões no nível local,

sendo um espaço para a convergência das ações propostas pela Atenção Primária

Ambiental.

Num contexto mais amplo, cada território possui peculiaridades que dizem

respeito à organização social, conflitos e contradições locais, e as estratégias para

conduzir Sistemas de Saúde terão que se adequar a diferenças regionais. A

operacionalização deste tipo de sistema, corresponde à formulação e

implementação de uma política de saúde voltada para o desenvolvimento

governamental na atenção básica, seja através de serviços próprios ou em parceria

com organizações não-governamentais (SEVALHO,1993).

2.4. Aspectos Básicos sobre Parasitologia na Relação Qualidade

Ambiental e Saúde da População

A expansão do campo de investigação do ambiente incluiu estudos sobre

vetores e reservatórios de agentes, alargando as possibilidades de prevenção em

saúde. Esta ampliação do conhecimento sobre a transmissão de doenças ligadas

53

ao ambiente fez com que a teoria microbiana fosse complementada com os

estudos entomológicos e parasitológicos, conduzindo, assim, a realização de

esquemas que pudesse interagir agente – hospedeiro – ambiente influenciando na

ocorrência de doenças. Desse modo, a saúde passa a ser o resultado da interação

de inúmeros fatores ambientais, que ocorrem numa dinâmica constante,

influenciada pelo homem (SCHMIDT, 2007).

Para compreender a distribuição das doenças parasitárias nas

populações e no estudo dos determinantes do processo saúde-doença no âmbito

coletivo, as abordagens sociais e culturais são importantes, pois permitem

compreender os diversos aspectos do processo em si e identificar implicações

concretas sobre a eficácia dos procedimentos de controle sobre a efetividade dos

programas e políticas públicas de enfrentamento do problema.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1978), as parasitoses

intestinais humanas ainda são um agravo muito comum e sua distribuição

geográfica e ocorrência está associada a condições precárias de moradia, hábitos

inadequados de higiene, deficiência nutricional e falta de saneamento básico.

Assim, as parasitoses intestinais passam a ser endemias em locais que seus

gestores ainda não conseguiram promover políticas públicas que controlassem ou

eliminassem os principais agentes promovedores de altos índices de morbidade e

mortalidade em pessoas de todas as idades (CIMERMAN, 2002).

Em epidemiologia, o conceito de endemia tem dois sentidos distintos: um

que se aproxima das ideias de Hipócrates, que na Antiguidade usava o termo para

distinguir um grupo de doenças que apresentavam distribuição espacial específica,

relacionadas com as condições ambientais locais. E outro sentido, mais atual,

utilizado a partir do século XIX, quando houve a incorporação da estatística pela

epidemiologia, para o estudo da distribuição das doenças. Passou-se então a

utilizar a denominação de ocorrência endêmica para significar a ocorrência dentro

dos valores esperados, em contraposição à ocorrência epidêmica que é aquela que

ultrapassa os valores esperados (ALMEIDA-FILHO, 1999).

Além da qualidade de dados disponíveis, o deslocamento espaço-temporal

necessário ao uso da epidemiologia nos serviços de saúde e de saneamento exige

ainda instrumental adequado. No controle parasitológico, exige-se o conhecimento

54

da qualidade ambiental para entender o meio de disseminação e as características

das pessoas mais vulneráveis a contaminação (ROUQUAYROL, 2006;

ROUQUAYROL & FILHO N., 2003).

Segundo Barata (2000), as doenças endêmicas colocam muitos desafios

aos pesquisadores, mas principalmente aos responsáveis pela condução das

políticas de saúde e pelos programas de controle. As abordagens simplistas e

naturalizadas estão fadadas ao fracasso por não levarem em consideração

inúmeros aspectos sociais, culturais e comportamentais imprescindíveis à correta

compreensão da produção e distribuição de problemas de saúde.

Doença parasitária refere-se à presença no organismo humano de seres

vivos que se utilizam destes para sobreviverem. Estes organismos podem ser

protozoários ou helmintos. Os diferentes tipos de organismos podem numa

determinada pessoa causar infecção e em outra isso não ocorrer. Este fato pode

estar ligado não somente à capacidade deste agente em causar a infecção, mas

também à capacidade desta pessoa em estar suscetível à doença por boas

condições físicas (NEVES, 2005).

A simples presença do agente infeccioso no organismo humano, por si só,

não determina que este apresente a doença. No entanto, para que a doença se

instale é necessária sempre a presença deste agente. O estudo isolado dos

diferentes tipos de agentes causadores de infecção permite observar que alguns

tendem a localizar em certos órgãos e aí produzirem suas lesões, sempre

repetindo o mesmo quadro em diferentes pessoas (NEVES, 2005).

O motivo da preferência desses agentes por determinado órgão, muitas

vezes é inexplicado, mas, no entanto os sintomas permitem aos profissionais de

saúde identificá-los por serem sempre semelhantes em diferentes camadas da

população (Brasil, 2010a).

Os protozoários são animais unicelulares, ou seja, animais que possuem

uma única célula, mas que apesar do tamanho, conseguem realizar todas as

funções vitais. Eles podem viver isolados ou em colônias e dependendo do meio

em que se encontram, podem ficar na fase trofozoítica, também chamada de

nutrição, ou na fase cística, quando o meio ambiente não é favorável (vida latente

em forma de cisto) (BRASIL, 2010a).

55

As protozooses, quanto ao local onde se encontram no ser humano, podem

ser classificados, por exemplo, como protozooses intestinais, como é o caso das

amebas e giárdias, como protozooses sanguíneas, como malaria e leishmaniose e

como protozooses urogenitais, como a tricomoníase (CIMERMAN, 2002).

Os vermes, como são conhecidos vulgarmente, são parasitas do ser

humano, que apresentam ao contrario dos protozoários, várias células e, portanto,

uma complexidade em sua estrutura muito maior. Os seres humanos constituem os

hospedeiros primários (definitivos) na maioria das infecções helmínticas; em outras

palavras, os helmintos, em sua maioria, tem a sua reprodução sexual no

hospedeiro humano, produzindo ovos ou larvas que são eliminados do corpo e

infectam o hospedeiro secundário (intermediário) (BRASIL, 2010a).

Algumas infecções por helmintos (vermes) produzem principalmente

desconforto e não causam nenhum prejuízo significativo à saúde, por exemplo, os

oxiúros em crianças. Outras helmintíases, como as esquistossomoses podem

produzir grave morbidade. Em muitos países, sobretudo nas regiões tropicais e

subtropicais, quase toda a população nativa é infestada por ancilóstomos e/ou

outros helmintos, de modo que o problema do tratamento das helmintíases tem

grande importância prática (NEVES, 2005).

Os helmintos que parasitam o homem pertencem a diversas espécies

zoológicas e variam com respeito à estrutura, fisiologia, habitat no organismo

hospedeiro e suscetibilidade às drogas anti-helmínticas. Por isso é necessário,

antes de se instituir a terapêutica, identificar o verme responsável pela helmintíase,

pois cada tipo de infestação exige droga adequada e cuidados especiais (REY,

2001).

Os vermes parasitas podem ser divididos em dois grandes grupos principais:

Platelmintos (cestódeos e trematódeos) e Nematelmintos (nematódeos). Os

trematódeos são vermes não segmentados, com tubo digestivo contendo uma

única abertura, possuindo superfície mole, sem cutícula. Os cestódeos (tênias) são

vermes segmentados sem cavidade digestiva e absorvem seu alimento através da

superfície do corpo, que também é mole e sem cutícula (BRASIL, 2010a; NEVES,

2005).

56

Tanto os cestódeos como tramatódeos, com poucas exceções são

hermafroditas. Os nematódeos são cilíndricos e a superfície do seu corpo é

revestida por uma cutícula relativamente resistente e impermeável. Possuem tubo

digestivo com duas aberturas: oral e anal. São bissexuados. Quanto ao habitat no

organismo hospedeiro consideram-se duas grandes dimensões de importância

prática:

1. Vermes que vivem no interior do aparelho digestivo e que determinam as

chamadas “verminoses intestinais”;

2. Vermes que vivem no interior dos tecidos ou no sangue do hospedeiro,

causadores de moléstias às vezes muito graves como as esquistossomoses,

as filarioses e as triquinoses (CIMERMAN, 2002).

Os principais helmintos parasitas da espécie humana são:

Nematelmintos: Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Ascaris

lumbricóides, Trichocephalus trichiurus, Enterobius (oxyurus)

vermicularis, Strogyloides stercoralis, Wuchereria bancrofti, Trichinella

spiralis;

Platelmintos (cestódeo): Taenia solium, Taenia saginata,

Diphylobothrium latum, Hymenolepis nana;

Platelmintos (trematódeo): Schistosoma mansoni, Schistosoma

haematobium. Schistosoma japonicum (NEVES 2005; REY 2001).

Os helmintos parasitos do homem, muitos deles visíveis a olho nu, são

conhecidos e sua presença relacionada às moléstias que determinam desde

tempos remotos. Também drogas anti-helmínticas são há muito tempo conhecidas.

As helmintíases são universais em termo de incidência na população, porem em

climas tropicais e em países em fase de desenvolvimento, onde as condições de

vida são inferiores, essas parasitoses encontram um meio propicio para se

desenvolver e chegam a constituir um sério problema de saúde publica (BRASIL,

2010a).

O que se gasta com o tratamento e a incapacitação dessas pessoas,

constitui uma entrave ao desenvolvimento de qualquer país. A solução para

erradicação dessa doença é muito ampla e passa por melhoria da qualidade de

57

vida com água encanada, saneamento básico e orientar a população com

campanhas educativas (LOMBA,2006).

Doenças parasitárias e infecciosas com transmissões favorecidas pelo

ambiente são causadas por microorganismos que atingem o homem depois de

passar algum tempo na natureza, onde se processa sua adaptação e resistência as

condições ambientais diversas com origem num complexo conjunto de influencias

ambientais tais como: solo, água, clima, vegetais e animais (LOMBA,2006).

Agravos à saúde também apresentam modificações nas suas formas de

apresentação como resposta às novas condições. Vê-se assim, com uma incógnita

sobre a eficiência das estratégias de prevenção e controle que devem

corresponder ao dinamismo dos mecanismos envolvidos no equilíbrio saúde

humana - ambiente, pois vermes e bactérias, na natureza, aguardam o momento

oportuno para atingir o ser humano (SCHMIDT, 2007).

Considerando possível a completa eliminação de organismos parasitários,

eles procuram por brechas nas barreiras que protegem o ser humano contra as

infestações num mecanismo natural de sobrevivência, um reflexo incessante para

vencer as alterações e adaptações ambientais, que os tornam bem-sucedidos em

situações que representam risco. Algumas destas condições estão associadas

falhas dos sistemas de vigilância epidemiológica, ao controle insuficiente da

população de vetores e a deficiência de abastecimento de água e de saneamento

(NEVES 2005; REY 2001).

Assim, tem-se na complexa relação entre o homem, seu entorno ambiental e

as políticas públicas que regulam tal interação, uma das chaves para o

entendimento da ocorrência de parasitoses e, mais ainda, para o estabelecimento

de padrões de qualidade de vida, especialmente em relação à saúde e o bem estar

da população.

58

3. METODOLOGIA

3.1. Desenho do estudo

Segundo Rouquayrol (2003), a epidemiologia pode ser conceituada como a

ciência que estuda o processo de saúde-doença em coletividades humanas,

analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à

saúde e eventos associados à saúde coletiva.

Os principais objetivos da epidemiologia, conforme a Associação

Internacional de Epidemiologia são de proporcionar dados para o planejamento,

execução e avaliação de ações preventivas, de controle, que trate doenças e

estabeleçam prioridades; identificar fatores etiológicos na gênese de doenças e

descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações

humanas (MINAYO, 2006; PEREIRA, 1995).

59

É nesse sentido que este trabalho foi desenhado como uma pesquisa

epidemiológica com tipologia operativa, denominada individual – observacional –

transversal.

A escolha por esta abordagem justifica-se porque os estudos

epidemiológicos estão voltados para ocorrência de doença e de não-doença

abrangendo pessoas reunidas em coletividades, comunidades, grupos

demográficos, classes sociais ou quaisquer outros coletivos nos quais possamos

classificar os seres humanos. A ausência de saúde é estudada na epidemiologia

sob a forma de doenças infecciosas como, por exemplo, as parasitoses

(ROUQUAYROL, 2006).

Segundo Pereira, (1995) o estudo transversal também designado pontual ou

prevalência, representa a forma mais simples de pesquisa populacional, onde a

relação exposição-doença é examinada, em uma dada população ( zona urbana de

Canavieiras) em um dado momento (dia da realização do exame coprológico),

fornecendo assim um retrato de como as variáveis estão relacionadas, naquele

momento.

Assim, considerou-se neste estudo as parasitoses relacionado à saúde-

doença em nível coletivo, e utilizou-se da epidemiologia para distribuir a ocorrência

das infecções parasitárias segundo características representadas por uma ou mais

variável circunstancial, ligadas as condições de saneamento (destino do resíduo

sólido, do esgoto doméstico e as condições da água consumida), espaço

geográfico de moradia, ocupação profissional, idade e sexo.

Com a epidemiologia descritiva buscou-se enfatizar o processo de

caracterização das parasitoses com vistas a ações mais adequadas e efetivas

estudando a distribuição de frequência dos agravos em função do espaço

ambiental e populacional, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico

para demonstrar a desigualdade no risco de adoecer do município (BARATA,

2000).

Quanto à temporalidade do desenho, esta foi de caráter instantâneo, onde

se definiu a produção dos dados, em um único momento no tempo, como se fora

um corte transversal em observação. O posicionamento do investigador foi de

60

observar a realidade da forma mais metódica e acurada possível, com o mínimo de

interferência nas variáveis estudadas (ROUQUAYROL, 2006).

3.2. Local do Estudo

O município de Canavieiras, situado na mesorregião Sul Baiana, microrregião

Ilhéus-Itabuna, à latitude 15° 40' 30" S e longitude 38° 56' 49" O, apresenta, segundo

os dados mais recentes fornecidos pelo IBGE (2009), uma área de cerca de 1.376

km², distando 559 km da capital do Estado, limitando-se ao norte com Una, ao sul com

Belmonte, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com Santa Luzia.

Tem uma população de cerca de 32.300 habitantes, com uma densidade

populacional de 23,5 habitantes por km², PIB de aproximadamente R$ 120.241.000,00,

PIB per capita de R$ 3.257,59 por habitante e IDH 0,639, com uma taxa de

alfabetização em 73%, cuja população vive basicamente da mariscagem e da pesca

(IBGE, 2009).

Figura 1. Mapa de localização do município de Canavieiras, Bahia, Brasil. Fonte: IBGE, 2004 e SEI 2009.

A sede do município está numa altitude de 4 metros acima do nível do mar.

O clima é tropical úmido, a temperatura média anual é de 24,5 ºC, com período

61

chuvoso de abril a junho alcançando uma média anual de 1.600 mm/ano. Tem uma

topografia bastante plana, apresentando planícies marinhas e fluviomarinhas com

falésias mortas, pequenos maciços de morros e oiteiros e patamares interfluviais.

O resquício de Mata Atlântica predominante na região sul da Bahia, mais

especificamente no entorno da cidade de Canavieiras, é o mangue, sendo uma das

maiores áreas contínuas de manguezais do Estado, permeando 44 km litoral, em

uma área aproximada de 254 km². Nesta área encontra-se o mangue Mangue-Branco

(Laguncularia racemosa) e o Mangue-Vermelho (Rhizophora mangle L.) predominante

em todas as margens dos rios Pardo, Jequitinhonha, Salsa e Cipó que, juntamente

com o Oceano Atlântico banha a cidade. Além dos manguezais, existem áreas de

restinga, mata ombrófila e áreas úmidas.

Toda esta extensão está inserida no bioma de Mata Atlântica, conforme Decreto

Federal nº 750/ 93, em decorrência da presença de um conjunto de noventa e três

características fisionômicas da paisagem, do clima e edáficas.

Segundo a Fundação Nacional de Meio Ambiente (2004) apesar dos ecossistemas

que formam o território canavieirense estarem em bom estado de conservação, eles

ainda suportam pressões por atividades de usos conflitantes e de caráter predatório

como a especulação imobiliária, a prática irregular da atividade turística, a

carcinicultura, e a sobre pesca.

Recentemente houve um aumento da demanda de madeira de mangue em

áreas fora dos estuários para construção civil, invasão imobiliária, degradação por

despejo de dejetos sólidos e líquidos. Como conseqüência há diminuição dos

estoques de peixes, caranguejos, camarões que privam dos meios de subsistência

inúmeras comunidades humanas que vivem da exploração desses recursos

renováveis e diminui significativamente a qualidade de vida das pessoas que vivem

no seu entorno.

A ocorrência da presença humana nos manguezais ocorre quando os grupos

humanos ocupam áreas próximas aos mangues e seu entorno e utilizam-se deste

regularmente na extração de recursos ou quando fixam residência em construções

localizadas efetivamente dentro destas áreas (DIEGUES 2001; 2004).

62

Figura 2. Visão aérea da ocorrência humana nos manguezais, Canavieiras – BA, 2010. Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente

A região estuarina próxima a sede municipal foi classificada como a área

com o menor estado de conservação, sendo que a comunidade de Atalaia

apresentou áreas de manguezal a serem recuperadas. Atualmente uma das

áreas conhecidas como mangue do Relógio está em plena recuperação, já a área

de pesca no manguezal conhecida como Antonio da Mata está necessitando de

um Plano de Recuperação de Área Degradada para que possa recuperar a sua

produtividade e características ecológicas (FNMA, 2004).

Canavieiras teve sua gênese como um povoamento da região Sul do atual

Estado da Bahia marcado dentro da divisão das capitanias hereditárias onde o

estado foi dividido em três em 1534. Uma delas, a Capitania de Ilhéus, doada a

Jorge Figueiredo Corrêa, que se estendia do estuário do Rio Jaguaripe até a Baía

de Todos os Santos, sul da ilha de Itaparica e por cerca de 50 léguas até o Rio

Jequitinhonha, entre os atuais municípios de Canavieiras e Belmonte (BAHIA,

2010)

Inicialmente se desenvolveu o cultivo de algodão e a exploração de pau-

brasil, que representavam as principais atividades econômicas do período. Logo

depois em 1535, com o objetivo de viabilizar o comércio da capitania, começaram a

63

surgir as grandes fazendas de engenho de açúcar as quais se tornariam

posteriormente as mais prosperas do país (IBGE,2009).

Os seis engenhos na capitania de Ilhéus em 1546 foram sucumbidos num

curto espaço de tempo devido aos conflitos políticos entre os próprios colonos. Em

1570 os engenhos já estavam completamente abandonados e parte da população

já tinha migrado para o norte e levando consigo as doenças tropicais e o desejo por

áreas produtoras de baixo custo ou com melhor infraestrutura comercial (BAHIA,

2010).

Com a estagnação da sede da capitania, a Vila de São Jorge dos Ilhéus,

houve intenso fluxo migratório para o baixo-sul permanecendo o restante da região

despovoada até o século dezoito quando se dá a reocupação da Capitania de

ilhéus devido à necessidade de abastecer Salvador com gêneros alimentícios. A

extração de piaçava e madeira também representou atividade importante no

período, criando um movimento de reocupação e dando origem às vilas de Cairú,

Boipeba, Camamú, Ituberá, Barcelos, Olivença, Maraú, Valença, Nilo Peçanha,

Taperoá e Canavieiras (MACHADO, 2007).

A Imperial Vila de Canavieiras foi originada da Vila de São Jorge dos Ilhéus,

e oficializada a partir da resolução provincial de 09 de maio de 1833 e instalada em

09 de setembro de 1833. Seu ciclo econômico corresponde ao próprio

desenvolvimento da lavoura do cacau que, embora não exista registro

comprobatório, segundo moradores atuais, datam do século dezoito (BAHIA, 2010).

Conforme nota do jesuíta Joaquim da Silva Tavares, as sementes do cacau

para as primeiras plantações foram trazidas da Província do Pará. As sementes

foram plantadas em 1746, às margens do rio Pardo, na fazenda chamada

Cubículo, próximo à sede do atual município de Canavieiras. De Canavieiras, por

volta de 1752, o cacau foi levado para Ilhéus. O processo de exportação iniciou

entre 1860 e 1890 e já representava 20% das exportações do Estado (BAHIA,

2010).

A organização do processo e a formação do conteúdo mercantil atraíram

rapidamente fluxos populacionais principalmente do sertão. O cultivo do cacau era

realizado em Canavieiras nos trechos de mata localizados ao longo do Rio Pardo e

em vales que sempre seguiam um curso de algum rio. A consolidação e

64

implementação da lavoura cacaueira durante metade do século vinte provocou e

mudança no conteúdo que atingiu os pequenos centros litorâneos, que deixaram

de ser apenas núcleos de pescadores e produtores de farinha ou aguardente

(MACHADO, 2007).

Até meado da década de 1970, o cacau alimentou a economia local e

Canavieiras ficou conhecida como “a princesinha do sul” dada à riqueza gerada

pelo cacau e este quadro manteve-se estável até os anos de 60 do século vinte. No

inicio da década de 1980, o município busca alternativas para a retomada do

desenvolvimento e a atividade pesqueira voltou a ser uma fonte importante de

rendimentos (S E I ,2010).

A crise da lavoura cacaueira na década de 1980 fez a economia de

Canavieiras diversificar para o cultivo do outros produtos agrícolas e da pecuária.

Esta alteração provocou o êxodo de população rural para áreas urbanas,

desencadeando mudanças na situação habitacional, de serviços básicos e de

saneamento (MACHADO, op. cit).

O comércio de Canavieiras possui empresas de polpa, de defumação de

camarão, panificadoras, carpintarias, mercenárias, serralheria e confecção de

estofados. O comercio atacadista se distribuem entre depósitos de piaçava,

bebidas, cerealista, venda de alumínio e de gás GLP. O varejo visa atender a

necessidade local com atendimento centrado nas áreas de alimentação,

vestuário, higiene, bebidas e material para construção (IBGE, 2009).

Atualmente Canavieiras é formada por dois setores urbanos: o núcleo inicial

e suas áreas de expansão e a Ilha de Atalaia que tem ocupação mais recente e

voltada para atividade turística com implantação de pousadas, cabanas e casas de

veraneio.

O núcleo histórico se desenvolveu a partir do porto às margens do rio Pardo,

paisagem marcada por casarios do século dezenove, ocupando faixas de terra

firme e áreas alagadiças e de manguezais. Este vetor de crescimento se manteve

até meados dos anos quarenta do século vinte, estabelecendo um desenho urbano

que gera vias largas e com arborização central, que é uma das características da

cidade (BAHIA , op. cit).

65

Figura 3. Vista aérea do núcleo central da zona urbana, Canavieiras - BA, 2010. Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2010

Esta área é a mais antiga e também considerada a mais nobre, onde está

inserido o centro histórico e residencial, com algumas casas de estilo europeu. Este

núcleo municipal, segundo informações colhidas na sede da EMBASA (2010),

possui 100% de rede hídrica e todas as casas tem rede de esgoto canalizado para

fossas publicas ou privadas.

Um segundo vetor de crescimento deu-se ao longo da ligação rodoviária

com o interior, em direção oeste, acompanhando parcialmente o traçado original,

onde se concentra a maioria dos loteamentos privados, implantados a partir do final

dos anos oitenta e década seguinte.

66

Figura 4. Vista aérea da zona urbana (setor oeste) de Canavieiras - BA, 2010. Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente

A localização das praias em Canavieiras fica na Ilha de Atalaia e teve sua

urbanização implementada a partir de 1983 com a inauguração da ponte que faz a

ligação com a cidade. Próximo a ponte ficam as pousadas e mais ao norte as

cabanas de praia e casas de veraneio, ao sul fica a vila de pescadores de Atalaia.

A ocupação da ilha se dá entre o mar e o mangue e não obedece a legislação

vigente em relação às Áreas de Proteção Permanente.

A Reserva Extrativista do Sul da Bahia a qual Canavieiras é a sede, foi

originada através do decreto de 5 junho de 2006 através da Lei 9.980. Possui mais

de 100.000 hectares e abrange as cidades de Canavieiras, Belmonte e Una. De

acordo o art. 18 do decreto de lei que dispõe sobre a criação da Reserva

Extrativista, esta tem o objetivo de proteger os meios de vida da população

extrativista residente na área de sua abrangência e assegurar o uso sustentável

dos recursos naturais da unidade.

67

Figura 5. Vista aérea da Ilha de Atalaia (setor leste) de Canavieiras – BA, 2010. Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente

A tubulação hídrica nesta região é precária e o esgotamento sanitário em

quase totalidade, exceto algumas pousadas, vão para o mar. A EMBASA (2010)

não tem números relativos para oferecer devido a quantidade de áreas invadidas.

Canavieiras com suas grandes faixas de praia e de manguezais que

permeiam os estuários fazem parte da zona turística Costa do Cacau. Devido

investimentos de empresários estrangeiros e incentivos fiscais oferecidos pela

Prefeitura do município e do governo estadual, o turismo vem se desenvolvendo

nas últimas décadas. Empreendimentos baseados no modelo de enclave (grandes

hotéis e estabelecimentos como o Hotel Transamérica) estavam previstos para

ocupar mais de 14 km de litoral até o decreto da Reserva Extrativista.

A ocupação urbana no setor norte foi promovida quase totalmente pela

Prefeitura Municipal com assentamento de conjuntos habitacionais para a

população de baixa renda, fugindo, em alguns casos, do traçado básico que

caracteriza a cidade. Outras formas de ocupação vêm ocorrendo como as

espontâneas, que pontualmente aparecem em quase todos os setores,

principalmente em áreas de manguezais em aterros.

68

De acordo informações colhidas na sede da EMBASA (2010), nesta parte da

cidade existe água encanada em 100% das residências. Quanto à rede de esgotos

80% tem e utilizam, os 20% restantes, ou não tem devido suas residências estar

localizadas em áreas de difícil acesso como em invasão de áreas de mangue e

lagoas, (ex. bairros Cidade Nova, João Fonfom e parte do Centro) ou tem e não

utilizam por terem aterrado as fossas alegando mau cheiro proveniente delas em

época de chuva ex. o bairro Sócrates Rezende.

Figura 6. Vista aérea de ocupações recentes (setor norte) de Canavieiras – BA, 2010.

Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Nestes últimos dez anos o sistema de saúde municipal buscou mudanças no

modelo de assistência com a implantação de 9 Unidades de Saúde da Família na

zona urbana e fortalecimento do hospital (Quadro 1). Cada uma dessas Unidades

da família é responsável pela produção de cuidado em uma determinada área de

abrangência.

69

Quadro 1. Nº de famílias cadastradas, Canavieiras, 2011.

Equipe Saúde da Família (ESF) Famílias Acompanhadas

Birindiba 657

Cidade Nova 642

Centro – I 839

Centro – II 1.058

João Fonfom 741

Sócrates – I 665

Sócrates – II 552

Tancredão 657

Talma Cajueiro 1.142

TOTAL 6.953

Fonte SIAB, 2011.

3.3. População e Amostra

Segundo IBGE (2009) a população do município de Canavieiras tem cerca

de 32.300 habitantes, estando no perímetro urbano uma população estimada em

25.901 habitantes. No ano de 2011 o município tinha 80% de cobertura da Atenção

Básica em Saúde. Assim, o universo do estudo amostral foi composto por 20.720

pessoas, das mais variadas faixas etárias residentes e cadastradas nas áreas de

abrangência das Unidades Básicas de Saúde da zona urbana do município de

Canavieiras, Bahia.

O estudo foi realizado com a população da área abrangência - nove

Unidades de Saúde da Família (USF) - implantadas na zona urbana do município

de Canavieiras, Bahia, Brasil. Os agregados geográficos são os territórios que

compõem os bairros denominados: Birindiba, Cidade Nova, Centro I e Centro II,

João Fonfom, Sócrates I e Sócrates II e Tancredão.

70

O tamanho da amostra retirada de cada Unidade Básica de Saúde (UBS),

calculado de forma estratificada, considerou a população total de cada área de

abrangência da UBS, ou seja, quanto maior o número de pessoas cadastradas

maior a amostra retirada dos cadastros da UBS. Os participantes da amostra foram

definidos a partir de sorteio simples e aleatório, realizado após a elaboração de rol

numerado de moradores por área.

O estudo foi composto pela população residente - e cadastrada há no

mínimo três meses - nos territórios das áreas de atuação destas Unidades Básicas

de Saúde. Se a casa sorteada não contemplasse estes parâmetros era realizado

novo sorteio para seleção de uma nova casa na mesma área de abrangência da

Unidade de Saúde.O número total amostral foi calculado a partir da fórmula abaixo:

n ═ Z². p. q. N

e² (N-1)+ Z². p. q

Sendo:

N═ Tamanho da população (20.720)

n ═ tamanho da amostra

Z ═ nível de confiança escolhido (1,64)

P e q ═ proporções de ocorrência (0,5)

e ═ erro para os parâmetros (5%)

q ═ 1- p

Ao final 264 indivíduos foram selecionados para compor a amostra (Quadro 2)

Quadro 2. Nº de indivíduos sorteados para amostragem, Canavieiras, 2011.

ESF

INDIVÍDUOS

Birindiba 19

Cidade Nova 28

Centro – I 25

Centro – II 27

João Fonfom 23

Sócrates – I 40

Sócrates – II 29

Tancredão 32

Talma Cajueiro 41

TOTAL 264

Fonte: dados da pesquisa

71

3.4. Variáveis

O efeito de interesse ou variável dependente foi a negatividade ou

positividade de parasitose intestinal (Ascaris lumbricóides, Trichuris trichiura,

Ancilostoma, Giardia lambeia, Hymenolepis nana, Schistosoma mansoni,

Strongyloides stercoralis, Taenia solium e Taenia saginata, Entamoeba coli e

histolytica e Enterobius Vermicularis) apresentado no resultado do exame

coprológico.

As variáveis independentes foram: água de consumo (direto do cano, direto

do rio/poço, fervida ou filtrada); destino dos resíduos sólidos ( se enterra, queima,

coleta publica ou joga em munturo), e de esgotamento sanitário da casa ( se joga

direto no solo ou usa fossa publica/particular). As variáveis independentes para

efeito do estudo socioeconômico são: ocupação, grau de instrução ( fundamental,

médio, graduado/pós, não se aplica para pessoas sem escolaridade alguma) e

idade.

3.5. Instrumentos de Pesquisa e a Coleta de Dados

Os procedimentos foram levados a cabo de acordo com a Resolução 196/96

do Conselho Nacional de Saúde, com a assinatura do termo de consentimento livre

e esclarecido da população estudada, e aprovado sob o protocolo 422/2010 em 27

de novembro de 2011 do Comitê de Ética da Universidade Estadual de Santa Cruz.

Primeiramente utilizou-se o Sistema de Informação Geográfica (SIG) para

mapear a área do estudo empírico, considerando que a cidade de Canavieiras está

localizada numa área de reserva ecológica (RESEX) e que, por isso, torna-se

relevante o uso do SIG como instrumento de pesquisa, para possibilitar manipular

uma grande quantidade de dados ambientais.

O SIG foi criado pelo governo canadense na década de 1960. Ele grava,

armazena e analisa as informações sobre os elementos que compõe a superfície

da terra. Um SIG pode gerar imagens de uma área em duas ou três dimensões,

representando elementos naturais junto a elementos artificiais.

72

O SIG como instrumento metodológico foi utilizado para mapear os bairros e

ocupação do solo, sendo projetados para aceitar dados de uma grande variedade

de fontes, incluindo mapas, fotografia de satélites, textos impressos ou estatísticos.

Ele converte os dados geográficos em um código digital e é programado para

processar as informações e, em seguida, obter as imagens.

Os dados ambientais necessitam de georeferenciamento e do respectivo uso

de técnicas que permitam o cruzamento e a análise de informações territorialmente

espacializadas. Neste sentido, o uso do SIG tornou-se uma ferramenta poderosa

que, atrelada ao uso de outros softwares de mapeamento, permitiu não somente

maior rigor e precisão nas analises, mas também permitiu a atualização periódica

desses dados num pequeno intervalo de tempo (SILVA & ZAIDAN, 2007; SANTOS,

2007).

Para o mapeamento georeferenciado foi utilizado o programa Mapcatolog

para confecção dos mapas. Nesse sentido, seccionou-se a cidade em quatro

módulos: Módulo 1 - Birindiba, parte do Centro e Atalaia; Módulo 2 - Sócrates

Rezende; Módulo 3 - Tancredão e parte do Centro da cidade; Módulo 4 - João

Fonfom e Cidade Nova.

Foi solicitada previamente à Secretaria de Saúde de Canavieiras a

concessão do uso do laboratório municipal de análises clínicas e a participação

voluntária dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Enfermeiros, Técnico

laboratorial e Bioquímico e comunicado ao Conselho de Saúde Local.

Empregou-se o método de sedimentação espontânea ou método de

Hoffman. Trata-se de um método geral, microscópico, qualitativo, pouco

dispendioso, capaz de identificar larvas, ovos e cistos de parasitos. Este método

permitiu, quando necessário, que as fezes ficassem sob refrigeração por até três

dias antes de serem analisadas (REY, 2001).

Valeu-se de dados de fontes primárias e secundárias. Os dados primários

foram obtidos através do resultado do exame coprológico e os dados secundários

obtidos através do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB, 2010),

alimentado continuamente pelas Equipes de Saúde da Família (ESF) de

Canavieiras.

73

Para coleta dos exames coprológicos foi entregue cinco frascos de coleta

para cada uma das 264 pessoas em 165 domicílios. Os participantes ou

responsáveis eram instruídos sobre o procedimento, e de que os exames só seriam

realizados em, no mínimo, três amostras de cada indivíduo.

Para a obtenção dos dados necessários à pesquisa, primeiramente foram

agendados encontros com as equipes dos PSF para apresentar o projeto (cada

equipe separadamente). Em seguida, novos encontros foram realizados com a

equipe do laboratório de análises clínicas.

Em seguida, foram realizados os sorteios das casas através da ‘Ficha A’ dos

moradores nas unidades de saúde e logo depois o pesquisador em companhia do

ACS responsável fizeram as incursões às micro - áreas, para solicitar participação

dos moradores sorteados e a entrega dos potes de coleta de material etiquetado

com nome, endereço e data de entrega no laboratório.

Da amostra de 264 indivíduos que receberam os potes de coleta, foram

excluídos: seis amostras de residências que não compareceram ao laboratório no

dia agendado, três amostras de residências que levaram apenas uma ou duas

amostras de fezes e uma amostra de residência que levou os potes de toda família

(cinco pessoas) com a etiqueta de identificação retirada.

Os dados secundários foram obtidos por meio da “Ficha A” do Sistema de

Informação da Atenção Básica (SIAB), que contém dados epidemiológicos

demográficos, econômicos e ambientais das famílias cadastradas na unidade

territorial adstrita. Estas fichas estão impressas em um envelope e dentro deste

envelope guarda-se os prontuários medico, odontológico e de enfermagem.

Estas ficha A são preenchidos pelos Agentes Comunitários de Saúde no

momento da visita domiciliar, atualizados mensalmente e arquivados na recepção

das Unidades de Saúde por ordem de numeração das casas. No dia a dia as

informações epidemiológicas contidas na “Ficha A” são utilizadas para identificar as

condições atuais de vida do morador, além de ser um instrumento de trabalho para

os trabalhadores de saúde que estão dentro da unidade de saúde como médico,

enfermeiro, odontólogo e técnico de enfermagem.

Em termos operacionais para este estudo, foi desenvolvido um formulário de

planilha Excel, dividido em três grandes partes: identificação dos indivíduos,

74

resultado do exame coprológico e dado sócio – ambiental coletado da ‘Ficha A’ do

Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB (2010).

3.6. Análise dos Dados

Todos os dados coletados foram tabulados em planilha eletrônica e

submetidos à análise estatística, onde se realizou uma análise de variância

(ANOVA) seguida pelo uso do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Desta forma, no contexto empírico, foi possível verificar, com um grau de confiança

de 95%, a semelhança ou diferença significativa entre as ocorrências de

positividade e negatividade das parasitoses estudadas nos Módulos e entre os

Módulos, em que foi dividida a zona urbana de Canavieiras.

Teste de Tukey é um procedimento específico para comparação múltipla, em

que testa-se as diferenças entre as médias específicas seguindo uma análise de

variância. O teste de Tukey tem se mostrado eficiente nos procedimentos que

resultam em intervalos de confiança com mesmo tamanho para todas as diferenças

duas a duas com coeficiente de confiança de pelo menos 1- ,

sendo que quanto menor os intervalos, maior sua confiabilidade. Portanto, a

estratégia de Tukey consiste em definir a menor diferença significativa utilizando a

amplitude da distribuição studentizada (VIEIRA, 1999; MONTGOMERY, 2004).

Primeiramente realizou-se uma análise de variância para cada relação

parasito x módulo, ou seja, detectou-se inicialmente se há diferença nos valores

das médias obtidas de moradores infectados por um parasito nos diferentes

módulos. Assim, fez-se intuitivamente a seguinte pergunta: será que essas

diferenças encontradas nos valores de percentagem de moradores infectados é

casual ou realmente é devido as diferenças existentes nos módulos (padrões de

vida, sanamento, educação etc). Respondendo a indagação correspondente a

aceitação ou rejeição da hipótese nula.

Para verificar se as diferenças nas médias são casuais ou sofreram variação

devido as condições dos módulos foi preciso realizar a análise de variância

(ANOVA) para cada parasito isoladamente. Os parâmetros contidos no quadro da

75

análise de variância servem principalmente para o cálculo do Fc ( “F”calculado).

Assim, a ANOVA indica se há ou não diferença significativa entre as médias.

Entretanto, precisamos saber que diferenças são essas, quais tratamentos diferem

um do outro e neste contexto precisa-se do teste de Tukey.

Escolheu-se o teste de Tukey, devido sua versatilidade e apropriação para

testar todo e qualquer contraste entre 2 médias. Ele tem por base a diferença

mínima significativa representada por e calculado por:

O “q” da equação encontramos em Tabelas prontas em função do número

de médias testadas (= a quantidade de módulos) e do Grau de Liberdade do Erro

(Valor encontrado na ANOVA). O “s” é a raiz quadrada do Quadrado Médio do Erro

(Q.M. erro) também achado anteriormente na ANOVA. O “r” é o número de

repetições. As médias são representadas por letras, médias com diferença casual

terão a mesma letra. O programa utilizado foi o SISVAR, é gratuito, foi

desenvolvido na UFLA e é disponível em:

http://www.dex.ufla.br/~danielff/softwares.htm

r

sq

76

4. RESULTADOS

4.1. Divisão da Zona Urbana de Canavieiras por Módulos

O estudo da ocorrência de parasitos em condições específicas e suas

correlações com o saneamento básico e os aspectos socioambientais na cidade de

Canavieiras, parte da divisão territorial da cidade, consoante o Sistema Municipal

de Saúde.

A zona urbana da cidade foi dividida quatro módulos (Quadro 3), que se

distribuem espacialmente, conforme demonstrado na Figura 8.

Quadro 3. Divisão da zona urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

MMóódduullooss BBaaiirrrrooss

1 Birindiba, parte do Centro e Atalaia

2 Sócrates Rezende

3 Tancredão e parte do Centro da cidade

4 João Fonfom e Cidade Nova

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2011.

77

Figura 8. Mapeamento da área urbana no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

Módulo 1

São compostos pelos bairros Centro1, Atalaia e Birindiba (Figura 9). Eles

estão situados em antigas áreas de mangue, margeando o leito do Rio Cipó que

foram se constituído entre os anos 1900 e 1940. É uma área residencial que conta

também com casas de veraneio. Na zona circunscrita ao Módulo 1 há três

Unidades Básicas de Saúde (UBS), responsáveis pela produção do cuidado em

saúde nos seus territórios de abrangência.

1 Parte do Bairro Centro está localizada no Módulo 1 e outra parte no Módulo 2, porque é um bairro bastante

extenso, com grandes diferenças no que diz respeito a densidade demográfica além do que, os PSF nos Bairros

da Birindiba no Módulo 1 e ao bairro Tancredão no Módulo2 tem fronteira territorial facilitando assim, a

divisão por módulos e a coleta de dados do estudo.

78

Figura 9. Vista aérea do Bairro Centro e Birindiba, Rio Cipó, trecho de Mangue Bairro Atalaia e o Oceano Atlântico, Canavieiras- Bahia, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente

No Módulo 1, as residências, em sua grande maioria, jogam seus detritos no

leito do Rio Cipó, especificamente no resquício de Mangue que as margeia. Em

épocas de chuva, segundo moradores, quando o volume de água aumenta, é

comum que a água contaminada com o esgoto doméstico invada o quintal das

casas.

Note-se que ao mesmo tempo em que o esgoto doméstico é jogado no

mangue, é deste mesmo mangue que a população retira o marisco para consumo e

venda. Sendo este um fator de risco não só para infestação de parasitose como

também de outros agravos.

79

Figura 10. Vista parcial do Bairro Birindiba, Canavieiras – Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto

Módulo 2

Formado pelo bairro Sócrates Rezende (Figura 11). Este bairro antes de ser

um espaço residencial passou por diversas transformações. Originalmente ali

existiam lagos e lagoas que serviam para recreação da população local, depois

passou a ser o local onde era jogado o lixo da cidade (o lixão). Com o crescimento

da cidade, o lixo passou a ser jogado mais distante.

Figura 11. Frente da UBS do Bairro Sócrates Rezende, Canavieiras - Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto

Entre os anos 1990 e 2005 este território foi loteado e distribuído para

população. Moram neste bairro pessoas que se ocupam basicamente da pesca e

80

mariscagem, seguida da atividade doméstica. Muitos são ex-agricultores que, com

o declínio do cacau migraram par zona urbana.

Atualmente é um dos bairros mais populosos de Canavieiras e é atendido

por dois PSF (Sócrates Rezende I e Sócrates Rezende II). Este bairro é atendido

por duas creches, mas não tem escola nem praça pública. A drenagem pluvial é

precária, em épocas de chuva a situação se agrava com a água empossada nas

ruas, dificultando o acesso e provocando o risco de contaminação dos moradores

por parasitoses.

Módulo 3

O Módulo 3 circunscreve os bairros Centro parte mais antiga, povoada por

volta de 1900 (Figura 12), e Tancredão (Figura 13), bairro surgido em meado dos

anos 1950. Neste local encontra-se implantado dois PSF.

No centro comercial e no centro histórico e turístico da cidade todas as ruas

são pavimentadas e, segundo informações da EMBASA (2010), 100% dos

moradores têm água encanada. De acordo com a Secretaria de Administração

Municipal, 40% dos imóveis são residenciais e 10% destes, tombados como

patrimônio histórico sendo que uma pequena parcela destes é utilizada com fim

residencial ou comercial, e a maioria se encontra fechado ou mesmo abandonado

por seus donos.

Figura 12. Vista parcial Bairro Centro e trecho de mangue em Canavieiras, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente

81

Já o bairro Tancredão (Figura 13), apesar da proximidade do centro, tem

uma configuração distinta. Constitui um dos bairros mais populosos de Canavieiras,

tem apenas a rua principal com saneamento básico e drenagem pluvial regular, as

demais ruas são bastante arenosas facilitando desta maneira o contagio de alguns

parasitas. O bairro não possui escola, apenas uma praça publica..

Figura 13. Vista parcial da Rua da Areia no Bairro Tancredão, Canavieiras – Bahia, 2011. Autor: Roque Pinto

Módulo 4

Composto pelos bairros João Fonfom e Cidade Nova. Este setor foi povoado

nos anos 1980 e é basicamente residencial. Esta zona era anteriormente área de

mangue que foi paulatinamente aterrada para construção de residências. O

crescimento deste bairro sobre o mangue foi estagnado com a implantação da

RESEX, em 2006. Estes dois bairros contam cada um, com o serviço de dois PSF.

82

Figura 14. Vista aérea do Bairro João Fonfom e Cidade Nova, Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: Secretaria do Meio Ambiente

Dos módulos estudados é o que tem a menor área coberta por saneamento

básico (SIAB, 2011). O acesso a algumas ruas só se dá através de jangada ou

pequenos barcos, e 100% das casas foram construídas sobre o mangue. O esgoto

doméstico é jogado no rio. Além destes fatores gerais para os dois bairros, no João

Fonfom os profissionais de saúde da equipe do PSF têm acesso restrito ao

território de abrangência devido ação de gangues armadas no local, ligadas ao

narcotráfico.

4.2. Ocorrência de parasitos em suas condições ambientais específicas

Na análise da ocorrência de parasitose por módulo, a partir do SIG foram

convertidos os dados geográficos em um código digital e programado para

processar as informações e, em seguida, obter as imagens para comparar áreas de

maior ocorrência de parasitoses e suas condições ambientais específicas. A partir

do georeferenciamento foi possível a análise de informações territorialmente

espacializadas. (SILVA & ZAIDAN, 2007; SANTOS, 2007).

A relação de parasitismo intestinal com a condição ambiental do local de

residência de um indivíduo, pode apontar para o reconhecimento da importância do

investimento na melhoria da saúde da população e seus ambientes como pré-

requisitos para um desenvolvimento local sustentável.

83

A Tabela 1 apresenta a ocorrência de parasitos verificados nos moradores

da zona urbana de Canavieiras, estes valores referem-se à porcentagem da

população amostral que estão infectados por algum tipo de parasito que pode ser

detectado por exame coprológico.

Tabela 1: Parasitose em moradores dos Módulos: 1, 2, 3, 4, Município de Canavieiras – Bahia, 2011.

Módulos 1

(n=66) 2

(n=56) 3

(n=65) 4

(n= 36)

Parasitos Moradores Infectados (%)

Strongyloides stercoralis 01,51 a 00,00 a 00,00 a 00,00 a Schistosoma mansoni 00,00 a 07,14 c 04,61 b 00,00 a

Taenia spp 00,00 a 00,00 a 00,00 a 02,77 b Trichuris trichiura 24,24 a 41,07 b 43,07 b 19,44 a

Ancilostoma duodenale 33,30 b 41,07 c 41,53 c 25,00 a Ascaris lumbricoides 51,51 a 60,71 b 67,69 c 83,33 d

Enterobius vermicularis 21,21 d 12,49 b 03,07 a 16,60 c Giardia lambeia 01,51 a 05,35 a 15,38 b 13,88 b

Hymenolepis nana 09,09 c 01,78 a 03,07 a 05,55 b Entamoeba coli 01,51 b 07,14 c 00,00 a 00,00 a

Entamoeba histolytica 24,24 c 03,57 a 18,46 c 11,11 b

Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05).

Observa-se que o Ascaris lumbricoides está presente em mais da metade da

população amostral de todos os módulos de Canavieiras. Sendo que os valores de

ocorrência encontrados para os diferentes módulos, diferiram significativamente ao

nível de 5%, verificando-se no Módulo 4 a maior ocorrência de Ascaris lumbricoides

dos módulos estudados.

A visualização conjunta da ocorrência de parasitoses referentes aos

respectivos Módulos (figuras 15 a 18) permite uma observação sistêmica e

comparativa entre eles, possibilitando verificar graficamente o percentual de

positividade de parasitos nos resultados dos exames coprológicos na amostra

populacional e a distribuição dos tipos específicos de parasitos em cada setor em

que foi dividida a zona urbana de Canavieiras.

84

.

Figura 15. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Birindiba, Centro (Módulo 1) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa

Figura 16. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes do bairro Sócrates Rezende (Módulo 02) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa

Figura 17. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa

Figura 18. Prevalência de parasitos intestinais em habitantes dos bairros João Fonfom e Cidade Nova (Módulo 4) no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa

0 20 40 60 80

100

Tota

l

Stro

ngy

loid

e…

Sch

isto

som

a

Taen

ia

Tric

hu

ris …

An

cilo

sto

ma

Asc

aris

Ente

rob

ius …

Gia

rdia

Hym

eno

lep

i…

Enta

mo

eba …

Enta

mo

eba …

90,91

1,52 0,00 0,00 24,24 33,33

51,52

21,21 1,52 9,09 1,52

24,24

Pre

valê

nci

a d

e in

fecç

õe

s p

aras

itár

ias

(%)

Parasitos

0 20 40 60 80

100

Tota

l

Stro

ngy

loid…

Sch

isto

som

a

Taen

ia

Tric

hu

ris …

An

cilo

sto

ma

Asc

aris

Ente

rob

ius …

Gia

rdia

Hym

eno

lep

i…

Enta

mo

eba …

Enta

mo

eba …

94,64

0,00 7,14 0,00

41,07 41,07 60,71

12,50 5,36 1,79 7,14 3,57

Pre

valê

nci

a d

e in

fecç

õe

s p

aras

itár

ias

(%)

Parasitos

0 20 40 60 80

100

Tota

l

Stro

ngy

loid

e…

Sch

isto

som

a

Taen

ia

Tric

hu

ris …

An

cilo

sto

ma

Asc

aris

Ente

rob

ius …

Gia

rdia

Hym

eno

lep

is …

Enta

mo

eba …

Enta

mo

eba …

95,38

0,00 4,62 0,00

43,08 41,54

67,69

3,08 15,38

3,08 0,00 18,46

Pre

valê

nci

a d

e in

fecç

õe

s p

aras

itár

ias

(%)

Parasitos

0 20 40 60 80

100

Tota

l

Stro

ngy

loid

es …

Sch

isto

som

a

Taen

ia

Tric

hu

ris …

An

cilo

sto

ma

Asc

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Ente

rob

ius …

Gia

rdia

lam

bei

a

Hym

eno

lep

is …

Enta

mo

eba

coli

Enta

mo

eba …

97,22

0,00 0,00 2,78 19,44 25,00

83,33

16,67 13,89 5,56 0,00 11,11

Pre

valê

nci

a d

e in

fecç

õe

s p

aras

itár

ias

(%)

Parasitos

MÓDULO 3

MÓDULO 2 MÓDULO 4

MÓDULO 1

85

Assim, na Figura 15, pode-se observar a ocorrência de parasitos intestinais

em habitantes do Módulo 1. Verifica-se que a ocorrência das parasitoses intestinais

nas amostras analisadas para este módulo foi de 90,91%, e que o parasito mais

freqüente foi A. lumbricoides (51,52%), seguido por Ancilostoma (33,33%) e com

uma ocorrência um pouco menor aparece a Entamoeba histolistica o Trichuris

trichiura ambos com 24,24% de ocorrência nas amostras analisadas.

Com porcentagens menores, porém não menos importantes, devido alto

grau de morbidade, aparecem o Hymenolepis nana (9,09%), Strongyloides

stercoralis, e Entamoeba coli ambos com 1,52% de ocorrência. A amostra do

Módulo 1 não apresentou casos de Schistosoma e Taenia, porém observou-se uma

elevada ocorrência de Entamoeba histolistica (24,24%) quando comparado ao total

de amostras positivas.

Na Figura 16 assinala-se a ocorrência de parasitos intestinais em habitantes

do bairro Sócrates Rezende (Módulo 2). Verifica-se que a ocorrência das

parasitoses intestinais nas amostras analisadas para este módulo foi de 94,64%, e

que o parasito mais frequente foi A. lumbricoides (60,71%), seguido por

Ancilostoma duodenale e Trichuris trichiura (ambos com 41,07%), Enterobius

vermicularis (12,50%) e com uma ocorrência um pouco menor aparece Entamoeba

coli e Schistosoma (ambos com 7,14% de ocorrência), Giardia lambeia (5,36%),

Entamoeba histolistica (3,57%), e Hymenolepis nana (1,79%).

Verifica-se, na Figura 17, a ocorrência de parasitos intestinais em habitantes

dos bairros Tancredão e Centro (Módulo 3). Nota-se que a ocorrência das

parasitoses intestinais nas amostras analisadas para este módulo foi de 95,38%, e

que o parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (67,69%), seguido por Trichuris

trichiura (43,08%), Ancilostoma duodenale (41,54%). Observa-se, ainda,

positividade para Entamoeba histolistica (18,46%), Giardia lamblia (15,38%),

Schistosoma, (4,62%) Enterobius vermicularis e Hymenolepis nana (ambos com

3,08%). O Trichuris trichiura na amostra pesquisada está infectando quase metade

de toda população amostral.

O Ancilostoma duodenale, além de estar presente em todos os módulos, no

Módulo 3, em particular, tem a maior ocorrência. O Ancilostoma duodenale é o

agente etiológico da Ancilostomíase (popularmente conhecida como doença do

86

Jeca Tatu). Este nematódeo em infecções leves pode ser assintomática, porém em

apresentações clínicas importantes como um quadro gastrointestinal agudo pode

ser caracterizado por náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e flatulência

(NEVES, 2005).

Na Figura 18 pode-se observar a ocorrência de parasitos intestinais em

habitantes do bairro João Fonfom e Cidade Nova. Verifica-se que quase todas as

pessoas que participaram da pesquisa têm positividade no seu exame coprológico.

A ocorrência das parasitoses intestinais nas amostras analisadas para este módulo

foi de 97,22% e o parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (83,33%). Verifica-se

ainda o Ancilostoma duodenale com 25,0% de frequência seguida pelo Trichuris

trichiura (19,44%), Enterobius vermicularis (16,67%), Giárdia lambeia (13,89%),

Entamoeba histolistica (1,11%), e com uma ocorrência um pouco menor aparece

Hymenolepis nana (5,56%) e finalmente Taenia (2,78%).

Comparando-se os quatro gráficos, verifica-se que o Módulo 4 teve maior

positividade nos exames parasitológicos realizados e o Módulo 1 registrou a menor

positividade. A ocorrência de Ascaris lumbricoides foi a mais alta em todos os

módulos, os Módulos 3 e 4 tiveram os menores números de parasitos identificados

e os Módulos 1 e 2 tiveram verificados os maiores números de parasitos.

Nos Módulos 1 e 2 não se observou-se pelo teste diferença significativa

para ocorrência de Giardia lambeia (Módulo 1: 1,51% e Módulo 2: 5,35%), não

obstante estes valores diferiram daqueles encontrados, nos Módulos 3 e 4, onde

ocorreu uma ocorrência acima de 10%.

No que diz respeito ao parasito Hymenolepis nana, percebeu-se pelo teste

realizado positividade análoga nos Módulos 2 e 4. Já para Schistosoma mansoni

verificou-se positividade significativa no Módulo 2 e no Módulo 3 apresentou-se

pelo teste com baixa significancia (4,61%).

.

4.3. Caracterização do Saneamento Básico em Canavieiras

Quanto à análise relacionada ao saneamento básico foram utilizados dados

do Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB tendo em vista que

87

Canavieiras tem cobertura da Estratégia Saúde da Família ofertada a 80% da

população.

Muitas vezes as parasitoses são subestimadas pelos profissionais de saúde,

desconsiderando-se a morbidade significativa a elas associada. É nesse sentido

que a Organização Mundial de Saúde considera o saneamento uma das melhores

e mais eficazes formas de promoção da saúde. Em termos econômico-financeiros,

o investimento é relativamente baixo comparativamente aos seus benefícios para a

população com o um todo.

Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Sistema Único de

Saúde (SUS), mostram que, na última década, cerca de 700 mil internações

hospitalares ao ano foram causadas por doenças relacionadas à falta ou

inadequação de saneamento (BRASIL/FUNASA, 2007).

Abordamos neste ponto a associação de saúde e saneamento no contexto

de Canavieiras – BA, a partir de três variáveis ambientais: a água de consumo, o

destino de resíduos sólidos e o do esgotamento sanitário.

4.3.1. Água de consumo

A água é um recurso indispensável para a sobrevivência de todas as

espécies, e exerce uma influência decisiva na qualidade de vida das populações.

Contudo, o modo como são utilizados e gerenciados os recursos hídricos podem

causar danos a saúde da população humana gerando efeitos que necessitem de

intervenção seja coletiva ou no uso que se faz em domicilio.

A partir do número total de domicílios (Quadro 4) pode-se analisar os dados

sobre o abastecimento de água e a forma como são continuamente consumidos

nos domicílios verificados na zona urbana de Canavieiras (Quadro 5 e Quadro 6).

88

Fonte: SIAB, 2011

Fonte: SIAB, 2011.

Fonte: SIAB, 2011.

Quadro 4. Número total de domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

2008 2009 2010 jun/2011

7.566 7.742 7.729 7.767

Quadro 5. Número de domicílios com abastecimento de água no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

2008 2009 2010 jun/2011

Rede geral ou pública 6.995 7.190 7.187 7.238

Poço ou nascente 420 410 413 403

Outros (água de chuva, carro-pipa etc.) 151 142 129 126

Quadro 6. Número de domicílios com tratamento da água nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

2008 2009 2010 jun/2011

Filtrada 5.880 6.051 6.018 6.003

Fervida 89 84 85 79

Clorada 858 793 763 781

Sem tratamento 739 813 864 904

89

A Tabela 2 apresenta os resultados da pesquisa feita na amostra

populacional da zona urbana da ocorrência de parasitos intestinais com relação ao

tipo de água consumida pelos moradores de Canavieiras. Nesta análise, as

variáveis independentes foram consideradas as fontes de água para consumo. Não

foi considerada água fervida devido amostragem desta variável se apresentar em

número inferior as demais. Para padronizar, considerou-se um conjunto de 29

amostras para cada variável independente, podendo os valores percentuais ser

considerados como uma média dos módulos.

Tabela 2. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação ao tipo de água consumida pelos moradores no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05).

Verificou-se que mais da metade das pessoas que consomem água do rio

e/ou de poço estão infectados por Trichuris trichiura, Ancilostoma duodenale e

Ascaris lumbricoides. O Ancilostoma duodenale aparece, ainda, em mais de 40%

da população que consome água direto do cano tendo porcentagem menor, porém

estatisticamente significativa na porcentagem de pessoas que consomem água

fervida. Ascaris lumbricoides está presente nos exames de mais de 60% das

pessoas que consomem água diretamente do rio/poço ou do cano. Nas pessoas

que consomem água filtrada é pouco menor porem bastante significativa

estatisticamente.

Fonte de Água para consumo Rio/Poço Direto do Cano Filtrada

Parasitos Moradores Infectados (%)

Strongyloides stercoralis 000,0a 03,44b 00,00a

Schistosoma mansoni 10,34b 00,00a 00,00a

Taenia spp 00,00a 00,00a 00,00a

Trichuris trichiura 51,72b 17,24a 17,24a

Ancilostoma duodenale 51,72c 41,37b 10,34a

Ascaris lumbricoides 68,96b 65,51b 44,82a

Enterobius vermicularis 06,89a 13,79b 06,89a

Giardia lambeia 03,44b 03,44b 00,00a

Hymenolepis nana 03,44a 06,89b 03,44a

Entamoeba coli 00,00a 03,44b 00,00a

Entamoeba histolytica 03,44a 24,13c 10,34b

90

Na Figura 19 observa-se que o Módulo 1 tem a maior porcentagem de

pessoas que consomem água filtrada e que o consumo de água que vem direto do

cano ultrapassa os 30% em todos os módulos. Como o Módulo 1 foi o que

apresentou a menor positividade de parasitose na população estudada, pode-se

inferir então, que a filtragem na água consumida pode estar afetando diretamente

nos níveis de parasitose desta população.

Figura 19. Distribuição percentual do tipo de água consumida pelos habitantes Módulos 1, 2, 3,4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa

O Módulo 3 apresenta a maior porcentagem de pessoas que consomem

água direto do cano (51,61%). Este módulo teve a maior ocorrência de Ascaris

lumbricoides 67,69% e uma alta ocorrência de Trichuris trichiura (43,08%)

Entamoeba histolytica (18,46%), o que pode-se inferir como fator que contribui

significativamente para este alto índice de parasitose neste setor.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4

43,94

30,36

51,61

33,33

0,00

41,07 40,32

8,33

1,52 0,00 0,00

5,56

54,55

28,57

8,06

27,78

Águ

a C

on

sum

da

(%)

Módulos

Direto do cano Direto do Rio/Poço Fervida Filtrada

91

4.3.2. Destino dos resíduos sólidos

O Quadro 7 identifica o número total de domicílios de acordo com o destino

dado aos resíduos sólidos (lixo) doméstico em Canavieiras. Pode-se comparar

estes valores do SIAB com aqueles obtidos na amostra desta investigação,

apresentados na Figura 20, verificando-se que o Módulo 1 indica a maior

porcentagem de coleta pública do lixo (86,49%). Nos Módulos 2 e 3 o número de

pessoas que jogam o lixo em monturos é maior do que aquelas que têm seu lixo

coletado pelo serviço municipal. No Módulo 2, uma pequena parcela da população

queima o lixo produzido em domicílio.

Fonte: SIAB, 2011

Quando se analisa a distribuição percentual do destino do lixo por setores

como se verifica na Figura 20, tem-se uma melhor visualização dos bairros em que

o destino dos resíduos sólidos é indevido e, consequentemente, qual contingente

populacional tem maior risco de infestação parasitária, possibilitando-se, desse

modo, mapear os bairros aonde os profissionais de saúde devem adotar uma linha

Quadro 7. Número de domicílios de acordo com o destino dado ao lixo nos domicílios no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

2008 2009 2010 jun/2011

Lixo-céu aberto 252 260 216 185

Queimado ou enterrado 258 243 241 242

Coletado por serviço público ou particular 7.056 7.239 7.272 7.340

92

de cuidado direcionado à promoção de saúde com ênfase no controle de parasitos

específicos.

4.3.3. Esgotamento Sanitário Doméstico e a ocorrência de parasitoses

Em Canavieiras, identifica-se no Quadro 8 a evolução temporal do número

total de domicílios de acordo com o esgotamento sanitário doméstico, num período

de três anos e meio.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4

1,35 5,08

31,58

25,00

0,00 1,69 0,00 0,00

86,49

38,98

28,42

40,91

12,16

54,24

40,00

34,09

De

stin

o d

o L

ixo

(%

)

Módulos

Enterra Queima Coleta Publica Munturo

Figura 20. Distribuição percentual do destino do lixo gerado pelos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011.

93

Fonte: SIAB, 2011.

A análise de variância na zona urbana da cidade foi significativa ao nível de

5% de probabilidade para a média da ocorrência dos parasitos Ascaris

lumbricoides e Hymenolepis nana em moradores de bairros com depósito do

esgoto domestico em solo e fossa. Percebe-se que em moradores de bairros cujo

destino do esgoto doméstico é o solo a ocorrência destes parasitos é

superior,como pode-se observar na Figura 21, sendo que em termos absoluto esta

tendência é contínua para os demais parasitos.

Figura 21. Ocorrência de infecção parasitária por destino do esgotamento sanitário doméstico no município de Canavieiras - Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa

0

10

20

30

40

50

60

70

Prev

alên

cia

de In

fecç

ão P

aras

itári

a (%

)

Parasitos

Solo Fossa

Quadro 8. Número de domicílios de acordo com o destino dado às fezes e urina no município de Canavieiras - Bahia, 2011

2008 2009 2010 jun/2011

Sistema de rede geral

2.223 2.442 2.622 2.754

Qualquer tipo de fossa

4.568 4.541 4.386 4.320

Céu aberto 775 759 721 693

94

Segundo informações colhidas no IBGE, no ano de 2011, Canavieiras não

possui nenhum tipo de fossa pública para coleta do esgoto, e desta forma, o esgoto

doméstico é jogado – como é o caso dos moradores do Bairro Atalaia –

diretamente no mangue, no oceano ou nas águas dos rios que margeiam a zona

urbana do município.

4.4. Parasitologia e Aspectos Socioambientais

Para a descrição segundo variáveis sociais foi analisada a ocorrência de

parasitose de acordo com o sexo, faixa etária, escolaridade segundo dados

secundários coletados junto a Equipe de Saúde da Família.

4.4.1. A Escolaridade da população de Canavieiras

Na cidade de Canavieiras, conforme se vê na Figura 22, relativa à

distribuição percentual do nível máximo de escolaridade, o ensino fundamental é

predominante em todos os módulos, e a opção ‘não se aplica’ ou seja, o item ‘sem

escolaridade’, é também bastante relevante em toda a zona investigada. Com

efeito, não há registro de um único indivíduo com formação universitária em

nenhum dos módulos.

95

Figura 22. Distribuição percentual do nível máximo de escolaridade dos habitantes dos Módulos: 1, 2, 3, 4 no município de Canavieiras – Bahia, 2011. Fonte: dados da pesquisa

4.4.2. Faixa etária

Diversos trabalhos acadêmicos consideram a centralidade da faixa etária

como uma variável significativa. Contudo, reiteradamente conclui-se que tal

variável não pode ser restringida apenas à sua dimensão biológico-reprodutiva

(ALVES, 1998; COELHO, 1999; COSTA-MACEDO, 1998).

Nesse sentido, os dados empíricos coletados no contexto de Canavieiras

são esclarecedores. Assim, verifica-se, na Tabela 3, que a de variância foi

significativa ao nível de 5% de probabilidade para os parasitos Ancilostoma,

Enterobius vermicularis e Entamoeba histolytica e que a frequência para

Ancilostoma foi maior em moradores de 11 a 30 anos e maiores que 50 anos;

Enterobius vermicularis teve maior ocorrência em indivíduos de 6 a 10 anos e

Entamoeba histolytica no grupo com idade entre 41 a 50 anos. Ascaris

lumbricoides teve alta ocorrência em todas as idades.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4

47,62

69,64

58,46 62,50

9,52

14,29

23,08

12,50

0,00 0,00 0,00 0,00

42,86

16,07 18,46

25,00

Nív

el M

áxim

o d

e E

sco

lari

dad

e (

%)

Módulos

Fundamental Médio Graduado/Pós Não se aplica

96

Tabela 3. Ocorrência dos parasitos intestinais, com relação a faixa etária em moradores no município de Canavieiras - Bahia, 2011.

Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente pelo teste Tukey (p=0,05). Fonte: dados da pesquisa

4.4.3. Sexo e Ocupação

Quanto à distribuição da variável sexo nos módulos, verifica-se corroboração

com os dados do IBGE (2009) onde a população total é de 32.336, sexo masculino

16.089 e feminino 16.247. Não houve porém, para variável sexo e para variável

ocupação, significância estatística ao realizar-se testes de médias de ocorrência de

parasitose entre os módulos.

Faixa Etária

≤5 6 a 10 11 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50 >50

Parasitos Pacientes Infectados (%)

Strongyloides stercoralis 00,00a 00,00a 00,00a 01,20a 00,00a 00,00a 00,00a

Schistosoma mansoni 00,00a 04,20a 03,20a 07,50a 00,00a 00,00a 06,80a

Taenia spp 00,00a 00,00a 01,80a 00,00a 00,00a 00,00a 00,00a

Trichuris trichiura 31,60a 24,00a 37,10a 31,10a 21,20a 36,60a 25,50a

Ancilostoma 06,60a 28,00ab 46,10b 43,20b 30,47ab 30,00ab 42,70b

Ascaris lumbricoides 55,00a 50,90a 67,90a 71,40a 58,90a 66,60a 50,40a

Enterobius vermicularis 06,60a 25,50b 10,80a 12,30a 12,50a 13,30a 10,25a

Giardia lambeia 06,60a 03,40a 10,00ab 04,40a 19,60b 00,00a 06,70a

Hymenolepis nana 06,60a 05,00a 00,00a 02,50a 02,70a 06,60a 09,30a

Entamoeba coli 00,00a 00,00a 00,00a 03,70a 00,00a 06,60a 02,50a

Entamoeba histolytica 08,30a 03,40a 15,00ab 08,10a 16,80ab 26,60b 17,62ab

97

Em Canavieiras, muitas domésticas, que são esposas de marisqueiros, têm

o papel de limpar o marisco quando seus maridos chegam do mangue. Neste ponto

verifica-se a importância da qualidade da água consumida por estas pessoas, pois

se corre o risco de contaminação por parasitose do alimento que será vendido não

apenas na cidade, mas também para toda região e até para outros estados

brasileiros.

Com efeito, a uniformidade nos módulos tanto na ocupação profissional

quanto na questão de gênero e de escolaridade ratifica a idéia da necessidade de

ações de educação em saúde planejadas para públicos alvos específicos e com o

conhecimento prévio por parte dos profissionais de saúde das condições

ambientais, sócias e culturais do território onde está inserida a Unidade Básica de

Saúde.

Quadro 9. Sexo da população da amostra no município de Canavieiras - Bahia, 2011

SEXO Módulo 01 Módulo 02 Módulo 03 Módulo 04

Masculino 45% 38% 48% 37%

Feminino 55% 62% 52% 63%

98

Quando se analisa no Quadro 10 a variável ocupação profissional em

Canavieiras, percebe-se que a maioria dos indivíduos participantes do estudo vive

da pesca ou da mariscagem. Esta ocorrência aponta para a forma direta de como

ocorre à relação do homem com a natureza nesta localidade e a necessidade de

compreensão de valores sustentáveis e do ambiente como um fator causal de

doenças.

Assim, percebe-se que em Canavieiras a alta ocorrência de parasitoses está

significativamente relacionada com a oferta do saneamento associado também

com os sistemas de infraestrutura física e a estrutura educacional incompatíveis

com a proteção da saúde e com quantidade insuficiente para a garantia de

condições básicas de vida.

Quadro 10. Ocupação da população amostral no município de Canavieiras -

Bahia, 2011.

OCUPAÇÃO Módulo 01 Módulo 02 Módulo 03 Módulo 04

Funcionário público 10% 0 5% 18%

Do lar 19% 23% 24% 19%

Autônomo 9% 13% 13% 9%

Aposentado 9% 5% 5% 6%

Pescador/Marisqueiro 31% 45% 35% 25%

Estudante 17% 9% 10% 6%

99

5. DISCUSSÃO

A distribuição espacial de parasitas pôde ser afirmada por meio dos

resultados, mostrando os principais vermes que acometem a zona urbana e os

setores com maior risco de infestação devido às condições de saneamento básico

e contínua degradação dos recursos naturais que contamina o solo auxiliando a

completar o ciclo de vida dos parasitas até a entrada no corpo do hospedeiro, no

caso dos parasitas investigados, o homem.

Diferentemente do que pensa o senso comum, as doenças não são eventos

inesperados ou resultantes da fatalidade. Elas são produzidas e distribuídas entre

os grupos sociais no próprio âmbito da reprodução social, isto é, no processo

histórico de formação e transformação da sociedade. Cada período histórico e cada

formação social concreta apresentam padrão de ocorrência de doenças e de

mortalidade que reflete as condições de vida das populações e que corresponde ao

perfil médio dos padrões existentes nos diversos grupos sociais.

Assim, na compreensão da distribuição das doenças em populações e no

estudo dos determinantes do processo saúde-doença no âmbito coletivo as

abordagens sociais, culturais e comportamentais têm sua importância quando

permitem compreender os diversos aspectos do processo em si e que, por outro

lado, têm implicações concretas sobre a eficácia dos procedimentos de controle e

sobre a efetividade dos programas e políticas públicas de enfrentamento do

problema (BARATA, 2000).

Em geral, os danos que a infestação dos parasitas pesquisados pode causar

a seus portadores incluem, entre outros agravos, a obstrução intestinal (Ascaris

lumbricoides), a desnutrição (Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura), a anemia

100

por deficiência de ferro (ancilostomídeos) e quadros de diarreia e de má absorção

(Entamoeba histolytica e Giardia lambeia), sendo que as manifestações clínicas

são usualmente proporcionais à carga parasitária albergada pelo indivíduo

(NEVES, 2005; REY, 2001).

A alta ocorrência de A. lumbricoides acompanha problemáticas condições

sanitárias, constituindo importante indicador do estado de saúde de uma

população. Amplamente distribuída pelas regiões tropicais e temperada do mundo,

a ocorrência mundial do A. lumbricoides talvez esteja em torno de 30%, porém é

muito desigual de lugar para lugar. (BRASIL, 2010a).

A. lumbricoides é o helminto mais frequente nas áreas tropicais do globo,

atingindo cerca de 70% a 90% das crianças na faixa etária de um a dez anos. A

temperatura média anual e a umidade ambiente elevada, a viabilidade do ovo

infectante por muitos meses, a dispersão dos ovos através de chuvas, vento e

moscas e a grande concentração de ovos no peridomicílio devido ao mau hábito

que as crianças possuem de aí defecarem, são os principais fatores que interferem

nesta alta ocorrência (NEVES, 2005).

A dispersão dos ovos pode ser feita pelas chuvas, pelos ventos, por insetos

e outros animais que transportam mecanicamente no intestino e disseminam com

suas dejeções. Mas o ciclo de transmissão e manutenção da endemia desenvolve-

se, fundamentalmente, no peridomicílio poluídos com as dejeções dos indivíduos

infectados, pois além dos ovos serem extremamente resistentes aos desinfetantes

usuais, o peridomicílio funciona como foco de ovos infectantes.

A natureza do solo pode favorecer ou dificultar a vida das larvas. Solos muito

ácidos ou muito alcalinos não são favoráveis. Em condições naturais, verificou-se

que nos terrenos arenosos a ocorrência da Ancilostomíase é mais alta que nos

argilosos. No laboratório, comprovou-se que sobre a areia as larvas se

desenvolvem em maior proporção que sobre a argila (REY, 2001).

Portanto, o ambiente exerce um importante papel na transmissão da

parasitose, já que os ovos embrionados do Ascaris lumbricoides, quando

eliminados no solo pelas fezes do hospedeiro definitivo, não possuem capacidade

de infecção. Essa capacidade só é adquirida após processo evolutivo que dura

101

cerca de três ou quatro semanas, necessitando para isso de lugares úmidos,

quentes e sombreados, pelo qual água e alimentos podem ser contaminados.

Reconhecendo que a ecologia da ascaríase envolve fundamentalmente o

setor da população humana que vive em precárias condições sanitárias, por razões

sócio – econômico e cultural, e o ambiente compreendendo habitações, solo e

clima, pode-se inferir que, na zona urbana de Canavieiras, a proteção e promoção

das condições da saúde humana perpassam a necessidade de inclusão de

políticas publicas que não se limitem a medidas destinadas a remediar e tratar

patologias.

Também foi verificada a predominância em todos os módulos de Trichuris

trichiura e Ancilostoma. Isto aponta para a ausência ou insuficiência de condições

mínimas de saneamento básico, e práticas inadequadas de higiene pessoal e

doméstica, que são os principais mecanismos de transmissão destes parasitas

intestinais.

A presença da Ancilostomíase em Canavieiras remete a dependência da

presença de indivíduos parasitados que se expõe ao risco de infecção por andarem

descalços, com hábitos de higiene precários que contaminam o solo com suas

fezes ou que frequentam terrenos previamente poluídos com fezes humanas.

A maioria dos parasitas identificados nos exames coprológicos realizados

em Canavieiras indica contaminação fecal de origem humana e/ou animal, uma vez

que apresenta espécies de ocorrência no homem, nos animais ou em ambos.

Todos eles, sem exceção, representam um foco de preocupação em termos de

saúde pública.

Aproximadamente, um terço da população das cidades dos países em

desenvolvimento vive em condições ambientais propícias à disseminação de

Trichuris trichiura e Ancilostoma duodenale. Embora apresentem baixas taxas de

mortalidade, estas parasitoses intestinais ainda continuam representando um

significativo problema de saúde pública, haja vista o grande número de indivíduos

afetados e as várias alterações orgânicas que podem provocar (PRADO, 2001).

A tricuríase incide mais intensamente na faixa litorânea de clima equatorial e

chuvas distribuídas pelo ano todo do que no planalto tropical e com estações

secas. A única fonte de infecção para esta helmintíase é a humana. Entretanto,

102

sabe-se que crianças em idade pré-escolar têm papel destacado tanto por

constituírem o grupo populacional mais suscetível ao parasitismo como por serem

grandes disseminadoras de ovos nas fezes em vista de seus hábitos de higiene e

da falta de saneamento básico na maioria das casas da população pobre urbana

ou rural.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (1999) Trichuris trichiura infecta

um quinto da humanidade em todo mundo, a ocorrência oscila entre 30 e 80% da

população geral. Sua transmissão é idêntica a do Ascaris lumbricoides, porém os

ovos de Trichuris trichiura são mais sensíveis à dessecação e aos efeitos da

insolação direta que os de Ascaris lumbricoides. O peridomicílio é a área de mais

intensa transmissão, especialmente se o terreno for úmido e sombreado,

assegurando maior sobrevivência e longevidade aos ovos embrionados (NEVES,

2005).

A identificação de Schistosoma mansoni (7,14%) numa determinada

população amostral é de extrema importância epidemiológica devida o elevado

grau de morbidade provocado por este parasito. O Schistosoma é um parasito

trematódeo que produz uma infecção cujo sintoma irá depender de seu estágio de

evolução no homem. Apesar de só se apresentar positivamente na amostra dos

Módulos 02 e 03, sua ocorrência precisa ser fiscalizada, devido ao alto grau de

debilidade provocada no indivíduo doente.

A negatividade nas amostras coletadas para S. stercoralis pode ser

justificada porque a sedimentação espontânea não é a metodologia adequada para

seu diagnóstico. O método ideal de pesquisa é o de larvas, ou método Baermann-

Moraes e de Rugai (NEVES, 2005).

A presença de larvas de Strongyloides stercoralis e de ovos de

ancilostomídeos sugere que nas áreas estudadas possivelmente está ocorrendo a

infecção no homem através de mecanismos ativos cutâneos, talvez devido a não

utilização de calçados pela população e um grande contato direto com solo

contaminado por larvas destes helmintos.

Taenia é um cestódeo mórbido que pode ser de dois tipos: a Taenia solium

da carne de porco e a Taenia saginata da carne bovina. O verme adulto se instala

no intestino delgado podendo causar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda

103

de peso, flatulência diarreia ou constipação. Quando o parasita permanece na luz

intestinal pode ser considerado benigno e a infestação pode ser percebida pela

eliminação de espontânea de proglotes do verme (NEVES, 2005).

A América Latina tem sido apontada como área de ocorrência elevada de

neurocisticercose, com estimativa de 350.000 pacientes, porém não está bem

documentado principalmente devido a falta de notificação, ao abate clandestino de

animais suínos e bovinos e a falta de fiscalização da procedência do local da

infecção (BRASIL/MS, 2010).

Ainda que possam apresentar variação na espécie ou frequência de

parasitas, explicada, em parte, pela localização geográfica e metodologia utilizada

no exame parasitológico, observa-se que há similaridades entre os resultados

deste estudo na zona urbana de Canavieiras e aqueles observados por outros

autores, como Visser (2011), Freitas (2002) e Ludwig et al (1999).

Em Canavieiras, as diferenças entre as ocorrências de positividade nos

exames coprológicos apontam para as condições sanitárias do entorno ambiental

donde foi levado a cabo este trabalho. Deste modo, os percentuais de

contaminação por parasitos verificados nos módulos, podem ser atribuídos, entre

outros fatores, às condições de saneamento e higiênico-sanitárias da água e do

solo.

Não houve positividade significativa de Strongyloides stercoralis e Taenia em

nenhum dos módulos pesquisado. Porém, apesar de não se apresentar

positivamente em todos os módulos, é de grande importância que se reconheça os

espaços geográficos onde ocorre a contaminação por esses parasitas.

Segundo estudo de Hurtado-Guerrero (2005) numa população geronte da

Amazônia demonstra que os helmintos foram os mais frequentes destacando-se:

Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma duodenale e Strongyloides

stercoralis. Dentre os protozoários a ocorrência de Entamoeba coli, Giárdia lambeia

e Entamoeba histolytica foram os mais comuns.

Estima-se que mais de 10% da população mundial está infectada por

Entamoeba histolistica, sendo sua ocorrência estimada em 50 milhões de casos

invasivos ao ano. Em países em desenvolvimento, a ocorrência de infecção é alta

104

sendo que 90% dos infectados podem eliminar o parasito durante 12 meses (REY,

2001).

A transmissão é fecal-oral é mantida pela eliminação do cisto no ambiente

que podem contaminar água e alimentos. Eles podem permanecer viáveis no

ambiente, ao abrigo da luz solar e em condições de umidade favoráveis por cerca

de 20 dias. Sua ocorrência está associada diretamente a falta de saneamento

básico (GOMES, 2002).

Pode ser assintomático ou apresentar uma dermatite urticariforme,

acompanhada de erupção papular, eritema, edema e prurido. Após cerca de três

semanas pode evoluir com febre (febre de Katayama), anorexia, abdominal e

cefaléia, esses sintomas podem ou não vim acompanhados de diarreia, náuseas,

vômitos ou tosse seca (PEREIRA, 2002).

As medidas de controle envolvem a pesquisa de coleções hídricas para

determinar o potencial de transmissão, identificação do portador através de

inquéritos coproscópicos e da demanda dos serviços de saúde e a educação em

saúde com mobilização comunitária e saneamento domiciliar e ambiental (BRASIL,

2010a).

Esta investigação reforça o estudo realizado por Carvalho et al (2002), com

helmintos intestinais em escolares de três mesorregiões de Minas Gerais, onde

encontraram positividade para helmintos intestinais em todas as localidades

pesquisadas e concluíram que as parasitoses continuam sendo um grave problema

de saúde pública, inclusive em áreas onde as condições socioeconômicas são

mais favoráveis.

De acordo com o mesmo trabalho, a maior ocorrência de helmintíase

naquele contexto empírico foi a da espécie Ascaris lumbricoides (5,17%),

coincidindo com o estudo de Ludwig et al (1999) na cidade de Assis, SP (5,5% de

Ascaris lumbricoides).

No entanto, no trabalho realizado por Bellin et al (2011) em Sananduva/RS,

do total de exames realizados, apenas 8,1% foram positivos. Os parasitos mais

frequentes foram o Endolimax nana, seguido da Entamoeba coli e Giardia lamblia.

Ascaris lumbricoides teve pequena ocorrência (<10%).

105

Entretanto, embora seja reconhecida a relevância e atualidade do problema

de contaminação por helmintos e protozoários intestinais, são poucos os trabalhos

no Brasil que relatam o espaço geográfico onde se podem identificar as populações

com maiores riscos de perda de qualidade de vida (FERREIRA et al, 1994).

No que se refere à água consumida pelos moradores da zona urbana de

Canavieiras, vale ressaltar que segundo EMBASA (2010), no momento de chegada

à Estação de Tratamento de Água (ETA), a água sofre tratamentos físicos e

químicos que a tornam própria para consumo. Entretanto, ao passar por caixas

d’água sujas e tubulações antigas, a água pode ser contaminada,

desaconselhando-se o uso da água de torneira para beber.

Pesquisas de epidemias veiculadas pela água realizadas por Lippy & Waltrip

(1984) entre 1946 e 1980, categorizaram as principais deficiências que causaram

ou contribuíram para essas epidemias o uso de água superficial tratada ou não

tratada, o uso de água subterrânea não tratada, o tratamento interrompido ou

inadequado e problemas na rede de distribuição. Neste estudo concluiu-se que

mais de 80% das epidemias foram associadas com deficiências no tratamento ou

distribuição de água.

Em outro estudo sobre os impactos do aumento da oferta de abastecimento

de água sobre parasitoses intestinais numa amostra de 254 crianças maiores de

seis anos em duas favelas de Belo Horizonte, Gross et al (1989) indicam que não

foi observado nexo significativo entre a ocorrência de parasitoses e o aumento na

oferta de água nos domicílios.

No entanto, segundo Cvjetanovic (1986), apesar dos componentes de

abastecimento de água (estação de tratamento de água, sistema de distribuição,

etc.) estar bem definido e facilmente quantificado, os fatores sociais (educação

sanitária, desenvolvimento institucional, desenvolvimento de recursos humanos,

etc.), que desempenham um importante papel sobre os efeitos na saúde, não são

muito fáceis de ser mesurados. Para o autor, embora medidas de qualidade e

quantidade de água liberada para o consumidor sejam essenciais, ainda é

insuficiente para a avaliação própria dos seus impactos na saúde (KALE, 1997).

Nesse sentido, Briscoe (1984) postula que intervenções ambientais

sistêmicas, como o abastecimento de água e o esgotamento sanitário, apresentam

106

efeitos a longo prazo sobre a saúde substancialmente superiores aos de

intervenções médicas. Baseado em uma simulação de dados demográficos em

Lyon (França), entre 1816 e 1905, prevê-se que as intervenções ambientais podem

prevenir cerca de quatro vezes mais mortes e elevar a expectativa de vida sete

vezes mais que as intervenções de natureza biomédica, e afirma ainda que tal

conduta sugira um efeito multiplicador dos programas de abastecimento de água e

esgotamento sanitário.

No Brasil 20% da população não tem condições mínimas sanitárias

enquanto que na Argentina esse contingente é de apenas 10%. Relativamente à

rede de esgoto, há um déficit no país de 25,5 milhões de residências. Também, 7,2

milhões de domicílios não têm acesso à coleta de lixo, sendo notável que apenas

994 dos 5.565 municípios do país têm algum tipo de sistema de coleta seletiva

(LAHÓZ, 2001).

Em Canavieiras verificou-se que as irregularidades relacionadas ao destino

do lixo doméstico têm aumentado as chances de contaminação do solo do

peridomicílio, dos mananciais aquáticos e do mangue do seu entorno. A elevada

positividade de parasitos nos resultados dos exames coprológicos demonstra que a

atitude da população diante do destino que se dá aos resíduos sólidos domésticos

é incompatível com a os parâmetros aceitáveis de manutenção da saúde da

população como um todo.

Neste contexto, Catapreta & Heller (1999) revelou num estudo

epidemiológico a associação entre ausência de coleta de resíduos sólidos

domiciliares e a saúde pública que a população infantil exposta à ausência de

serviços de coleta dos resíduos sólidos domiciliares possui 40% mais oportunidade

de apresentar doenças diarreicas, parasitárias e dermatológicas do que a

população não exposta e que existem poucos trabalhos publicados sobre o efeito

da coleta inadequada de resíduos sólidos sobre a saúde da população exposta a

estes resíduos.

Também os resultados deste estudo coadunam com Rios et al (2007), em

pesquisa realizada em São Gabriel da Cachoeira (AM) com comunidades

tradicionais indígenas, em que observa o processo de transformação progressiva

de padrão de ocupação disperso e ribeirinho para núcleo com feições urbanas tem

107

gerado alta ocorrência parasitária nos moradores e concluiu que os altos índices de

parasitoses intestinais na população, aliados à falta de saneamento básico e à

manutenção de práticas sanitárias tradicionais constituem um quadro preocupante

em saúde pública.

Dados do PNDA (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) mostram que

63,6% dos resíduos das grandes cidades são destinados aos lixões e alagados,

agravando consideravelmente os problemas de saúde da população (IBGE, 2009).

Em estudo na cidade de Salvador, Mascarini (2004) analisou a ocorrência e

a incidência de parasitoses intestinais na população de idade escolar (7-14 anos)

residentes em 24 áreas sentinelas, pertencentes a 08 bacias de esgotamento

sanitário, apresentando resultados da avaliação do Programa de Saneamento

Ambiental da Baía de Todos os Santos (Bahia Azul) em que se comprovou a

ocorrência global para algum enteroparasitas foi 56,2% em 1997 e 42,5% em 2003

evidenciaram que modificações no ambiente urbano, particularmente associado ao

esgotamento sanitário, interferem na saúde da população, diminuindo

significativamente as parasitoses intestinais nesta população.

Resultados da PNSB (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico) realizada

pelo IBGE (2009) revelam que o esgotamento sanitário é o serviço de saneamento

básico de menor cobertura nos municípios brasileiros, alcançando apenas 52,2%

das sedes municipais. Em Canavieiras, Segundo EMBASA (2010), no Módulo 2

existe água encanada em 20% das residências e ainda não existe rede adequada

de serviço para esgotamento sanitário

BARBOSA et al (1996) exemplifica essa abordagem no campo das doenças

endêmicas em seu trabalho com localidades endêmicas para esquistossomos. Ela

conclui que parte importante do fracasso da educação em saúde como instrumento

para o controle de doenças e de outras intervenções em saúde pública se dá pela

ausência da participação ativa dos indivíduos envolvidos e pelo desconhecimento

do universo social e dos valores culturais compartilhados pelos sujeitos.

A baixa escolaridade pode ser um fator correlacionado à alta ocorrência de

parasitose em todos os módulos, uma vez que a educação formal – ao menos no

plano ideal – proporciona informações e propõe normas de conduta adequadas em

relação ao contágio e transmissão de parasitos.

108

Por outro lado, tem-se que a participação conjunta das instituições públicas

– especificamente aquelas envolvidas com a questão da saúde pública – junto à

população como um todo representa um ponto importante para entendimento da

problemática ambiental e para o planejamento eficaz de atividades de promoção

em saúde relativa especialmente a populações ligadas à atividade pesqueira.

Percebe-se, assim, a necessária implementação, no aspecto educacional,

de políticas voltadas para a reversão deste quadro, propugnando por uma escola

que promova não apenas a aprendizagem baseada nos conteúdos tradicionais,

mas também na consciência ambiental, para que a haja uma maior valorização dos

produtos pesqueiros e dos recursos naturais que são basilares para a manutenção

e reprodução social, cultural e econômica desta população.

Nesse sentido, embora não houvesse em Canavieiras, correlação de

parasitose com escolaridade, Cavalcante (2011) sugere, em relação ao grande

número de analfabetos entre a população das comunidades impingidas pela

RESEX, que sob tais condições, são limitadas as possibilidades de mobilidade

social e funcional e, diante da ocorrência desse cenário, a longo prazo, as vidas

desses indivíduos tornam-se economicamente pouco sustentáveis.

Em estudo sobre a ocorrência da infecção por helmintos e protozoários em

escolares dos municípios alvo do programa Bahia Azul, Prado (2001) apresenta a

distribuição da infecção por helmintos segundo a idade dos escolares. Observou-se

que os escolares com idade compreendida entre 10 e 14 anos apresentaram

ocorrências mais elevadas para todas as espécies de helmintos, do que aqueles

com idade inferior a 10 anos.

Também Hurtado-Guerrero et al (2005) realizou estudo para avaliar a

ocorrência de enteroparasitas em um grupo de idosos ribeirinhos no Amazonas,

onde foi constatada positividade em 72,8% dos idosos. Estes resultados confirmam

um quadro de elevada ocorrência de parasitas intestinais na população pesquisada

e discordam dos reportados por outros pesquisadores quando afirmam que a

intensidade da infestação por parasitas diminui na idade avançada.

Para Cairncross (1997), a densidade populacional acrescentada ao risco de

inundação que é considerável nos bairros carentes, acarreta um risco especial à

saúde de uma comunidade faltando o saneamento. As crianças sobretudo, quando

109

tem poucos espaços públicos, correm o risco de infecção porque aqueles mesmos

espaços servem frequentemente para a defecação de animais. As crianças podem

então introduzir nas suas famílias as infecções adquiridas no exterior.

Porém, conclui o autor, é na intimidade familiar, com a falta de higiene

doméstica provocada na pobreza pelas faltas de água, de instalações domésticas e

de sensibilização, que se verifica a facilidade, em muitos casos, da transmissão

intensa das infecções entre os membros da mesma família. Assim distinguem-se

dois domínios de transmissão; o domínio público (que abrange os lugares de

trabalho, de educação, de comércio e de recreio, bem como as ruas e os terrenos

baldios), e o domínio doméstico, inclusive o quintal.

110

6. CONCLUSÃO

A partir do delineamento do estudo, pôde-se observar que os dados coletados

para a análise de situação de saúde, tanto os primários quanto os secundários,

apresentaram limitações na forma como refletem a saúde da população. Percebeu-

se, ainda, que os dados não quantificam o risco de desenvolver a doença, são

limitados epidemiologicamente, ao não poder estabelecer com exatidão

associações causa-efeito além de poder induzir facilmente a associações ou

interpretações fortuitas (ALMEIDA FILHO, 1990). Os resultados permitiram as

seguintes conclusões:

Os módulos, quando geo referenciados e divididos, permitiram identificar

semelhanças e diferenças na qualidade do saneamento básico, a

distribuição demográfica e os setores com maior risco de contaminação do

solo e da água por deposito inadequado do lixo e do esgotamento

doméstico.

O Ascaris lumbricoides está presente em mais de 50% da população e o

Trichuris trichiura está infectando quase metade de toda população

amostral.

O Módulo 4 teve a maior ocorrência de Ascaris lumbricoides dos módulos

estudados.

A predominância em todos os módulos de Trichuris trichiura e Ancilostoma

duodenale aponta para a ausência ou insuficiência de condições mínimas de

saneamento básico, e práticas inadequadas de higiene pessoal e doméstica,

que são os principais mecanismos de transmissão destes parasitas

intestinais.

111

No Módulo 1 a ocorrência das parasitoses intestinais foi de 90,91%, e o

parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (51,52%), seguido por

Ancilostoma duodenale (33,33%), Entamoeba histolistica o Trichuris trichiura

ambos com 24,24% de ocorrência nas amostras analisadas.

No Módulo 2 a ocorrência de parasitos intestinais foi de 94,64% e o parasito

mais freqüente foi A. lumbricoides (60,71%), seguido por Ancilostoma duodenale e Trichuris trichiura (ambos com 41,07%), Enterobius vermicularis

(12,50%), Entamoeba coli e Schistosoma (ambos com 7,14% de ocorrência),

Giardia lambeia (5,36%), Entamoeba histolistica (3,57%), e Hymenolepis

nana (1,79%).

No Módulo 3 a ocorrência de parasitos intestinais foi de 95,38%, e o parasito

mais freqüente foi A. lumbricoides (67,69%), seguido por Trichuris trichiura

(43,08%), Ancilostoma duodenale (41,54%), Entamoeba histolistica

(18,46%), Giardia lamblia (15,38%), Schistosoma, (4,62%) Enterobius

vermicularis e Hymenolepis nana (ambos com 3,08%).

No Módulo 4 verifica-se que 97,22% tem positividade nos exames

coprológicos e o parasito mais freqüente foi A. lumbricoides (83,33%).

Verifica-se ainda o Ancilostoma duodenale com 25,0% de frequência

seguida pelo Trichuris trichiura (19,44%), Enterobius vermicularis (16,67%),

Giardia lambeia (13,89%), Entamoeba histolistica (1,11%), Hymenolepis

nana (5,56%) e Taenia (2,78%).

A maioria dos parasitas identificados nos exames coprológicos realizados

em Canavieiras indica contaminação fecal de origem humana e/ou animal,

uma vez que apresenta espécies de ocorrência no homem, nos animais ou

em ambos. Todos eles, sem exceção, representam um foco de preocupação

em termos de saúde pública.

Verificou-se que mais da metade das pessoas que consomem água do rio

e/ou de poço estão infectados por Trichuris trichiura, Ancilostoma duodenale

112

e Ascaris lumbricoides. Entre a população que consome água direto do cano

40% apresenta Ancilostoma e o Ascaris lumbricoides está presente nos

exames de mais de 60% das pessoas que consomem água diretamente do

cano.

Percebe-se que em moradores de bairros cujo destino do esgoto doméstico

é o solo a ocorrência de Ascaris lumbricoides e Hymenolepis nana é

superior sendo que em termos absoluto esta tendência é contínua para os

demais parasitos.

O ensino fundamental em Canavieiras é predominante em todos os

módulos, e a opção ‘não se aplica’ ou seja, o item ‘sem escolaridade’, é

também bastante relevante em toda a zona investigada e não há registro de

um único indivíduo com formação universitária em nenhum dos módulos

pesquisados.

Quanto à faixa etária, a variância foi significativa ao nível de 5% de

probabilidade para os parasitos Ancilostoma, Enterobius vermicularis e

Entamoeba histolytica e a frequência para Ancilostoma duodenale foi maior

em moradores de 11 a 30 anos e maiores que 50 anos; Enterobius

vermicularis teve maior ocorrência em indivíduos de 6 a 10 anos e

Entamoeba histolytica no grupo com idade entre 41 a 50 anos. Ascaris

lumbricoides teve alta ocorrência em todas as idades.

A uniformidade nos módulos tanto na ocupação profissional quanto na

questão de gênero e de escolaridade ratifica a idéia da necessidade de

ações de educação em saúde planejadas para públicos alvos específicos e

com o conhecimento prévio por parte dos profissionais de saúde das

condições ambientais, sócias e culturais do território onde está inserida a

Unidade Básica de Saúde.

Verifica-se que os dados secundários coletados na ‘Ficha A’ do SIAB apesar

de serem atualizados mensalmente e mostrarem, a partir de informações de

113

simples micro áreas, o panorama geral de saúde de um município e até do

estado ou país, eles não contemplam toda situação ambiental, abordando de

forma resumida as questões de saneamento.

Ao cruzar os dados epidemiológicos coletados no SIAB com aqueles

capturados no terreno, tem-se um quadro da saúde da população local mais

completo onde se vê a possibilidade para a gestão pública atuar de forma

eficiente e eficaz, monitorando o ambiente de maneira que possa gerar mais

qualidade de vida para a população adstrita

114

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125

ANEXO 1

Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC CNPJ: 40738999/0001-95 Campus Prof. Soane Nazaré de Andrade, Km 16 –

Rodovia Ilhéus/Itabuna - CEP: 45.662-000. Ilhéus – Bahia – Brasil Comitê de Ética em Pesquisa - Telefax: (73) 3680-5319

[email protected]

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS - CEP/UESC

PARECER CONSUBSTANCIADO n. 665 - Reunião Ordinária n. 126, 27/julho/2011 -

Protocolo: 422/2010

Pesquisadora responsável: ALCIENE PEREIRA DA SILVA

Título da Pesquisa: “Qualidade ambiental e a saúde da população: estudo

epidemiológico de parasitoses em Canavieiras - Bahia”.

O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Santa Cruz analisou o

projeto de pesquisa acima referenciado e constatou que o mesmo atende às

exigências da Resolução CNS/MS n.196/1996.

Situação do Protocolo: Considerando a relação favorável 'benefícios/riscos', e

não havendo, pois, nenhum elemento que se constitua em comprometimento ético na

realização do projeto, ele foi considerado APROVADO por este Comitê.

Conforme a Resolução CNS/MS n. 196/1996, relatórios parciais e final, bem como

eventuais alterações metodológicas durante a execução do trabalho deverão ser

comunicadas e enviados ao CEP-UESC para acompanhamento. É importante ressaltar

que a responsabilidade do(s) pesquisador(es) sobre as conseqüências da pesquisa

não se encerra com a conclusão da etapa de coleta de dados, mas sim estende-se

para além do término do projeto de pesquisa, até a fase de divulgação e aplicação dos

resultados.

Ilhéus, Campus Soane Nazaré de Andrade, 27 de julho de 2011.

APENDICE 1

126

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa

que objetiva mapear e analisar a relação entre a ocorrência de parasitoses e

condições ambientais em Canavieiras, bem como caracterizar as condições

ambientais do saneamento básico e comparar as áreas de maior ocorrência de

parasitos e as condições ambientais específicas no dito município.

Entregaremos ao Sr.(a) três frascos coletores para que possas colocar dentro dele

pequena quantidade de suas fezes.

Com as amostras das fezes iremos identificar uma possível presença de parasito.

O resultado do exame laboratorial será entregue em domicilio posteriormente.

No caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que

está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em

caso de recusa, você não será penalizado de forma alguma. Em caso de dúvida ou

desconforto , você pode procurar o pesquisador pelo telefone 73 99724025.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu,_____________________________________, RG/ CPF/ n.º

_____________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo

“Qualidade Ambiental e a Saúde da População: Estudo epidemiológico de

parasitoses em Canavieiras – Bahia”, como sujeito.

Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Alciene Pereira da

Silva sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os

possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido

que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à

qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/

assistência/tratamento.

127

Local e data: _________________ / ___ / _____ marca do

polegar

Nome e assinatura do sujeito ou responsável:

____________________________________

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e

aceite do sujeito em participar.

Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):

Nome: __________________________________

Assinatura: ______________________________

Nome: __________________________________

Assinatura: ______________________________

128

APENDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(se menor de idade)

Seu filho (a)_____________________________________ está sendo convidado

(a), para participar como voluntário na pesquisa “Qualidade Ambiental e a Saúde

da População: Estudo epidemiológico de parasitoses em Canavieiras – Bahia”, que

busca mapear e analisar a relação entre a ocorrência de parasitoses e condições

ambientais em Canavieiras, bem como caracterizar as condições ambientais do

saneamento básico e comparar as áreas de maior ocorrência de parasitos e as

condições ambientais específicas no dito município.

Se vocês aceitarem que seu filho (a) participe da pesquisa, estarão concordando

com as seguintes ações da pesquisa:

Serão analisadas pequenas amostras de fezes do seu filho para possível

identificação parasitológica. O resultado do exame laboratorial será entregue em

domicilio posteriormente.

Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Alciene Pereira da

Silva sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os

possíveis riscos e benefícios decorrentes da participação de meu filho ou menor

que está sob minha guarda. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento

a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de

meu acompanhamento/ assistência/tratamento.

Eu, __________________________________responsável pela criança, aceito que

meu filho (a) ou menor sob minha guarda,

___________________________________participe das atividades da pesquisa

“Qualidade Ambiental e a Saúde da População: Estudo epidemiológico de

parasitoses em Canavieiras – Bahia”, fui devidamente informado

Local e data: _________________ / ___ / _____ marca do

polegar

129

Nome e assinatura do sujeito ou responsável:

____________________________________

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e

aceite do sujeito em participar.

Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):

Nome: __________________________________

Assinatura: ______________________________

Nome: __________________________________

Assinatura: ______________________________

130

APENDICE 3

FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS

Bairro

de

Id

en

tificaçã

o

IDA

DE

Te

mpo

de

mo

rad

ia e

m a

nos

Am

ostr

a (

1,2

,3,4

,5)

Resultado do Exame Água de

Consumo Destino do Lixo

Tipo de Casa

Grau de Instrução Dejeto

domestico

Negativo

Str

on

gylo

ides s

terc

ora

lis

Schis

toso

ma

Taenia

Trichuris trich

iura

Ancilo

sto

ma

Ascaris lu

mbrico

ides

Ente

robiu

s v

erm

icu

laris

Gia

rdia

lam

beia

Hym

eno

lepis

nana

Enta

mo

eba c

oli

Enta

mo

eba h

isto

lystica

Direto

do c

ano

Direto

do R

io/P

oço

Ferv

ida

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rada

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Queim

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Cole

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ub

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Made

ira/M

ate

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l

Apro

ve

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o

Tijo

lo

Funda

men

tal

Méd

io

Gra

duad

o/P

ós

Não s

e a

plic

a

Direto

no s

olo

Fossa

pub

lica

/part

icula

r

131

APÊNDICE 4

ANALISE ESTATISTICA DE PARASITOSE POR MÓDULO (TESTE DE TUKEY) Legenda: FV – Fonte de variação GL – Graus de liberdade SQ- Soma dos Quadrados QM – Quadradados Médios Fc – Razão de variância Pr > Fc – Probabilidade maior que a razão de variância CV- Coeficiente de variação

Variável analisada: STRONGYLOI

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 106.672102 35.557367 22.345 0.0000

erro 219 348.484848 1.591255

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 455.156951

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 281.30

Média geral: 0.4484305 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,63747930527233 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 0,174074385855061

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

3 0.000000 a1

4 0.000000 a1

2 0.000000 a1

1 1.515152 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: SCHISTOSOM

132

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 2044.450191 681.483397 56.019 0.0000

erro 219 2664.173187 12.165174

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 4708.623377

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 111.11

Média geral: 3.1390145 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 1,7626064985509 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 0,481309183218604

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

4 0.000000 a1

1 0.000000 a1

3 4.615386 a2

2 7.142859 a3

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TAENIA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 232.935101 77.645034 61.215 0.0000

erro 219 277.778222 1.268394

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 510.713323

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 251.15

Média geral: 0.4484309 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

133

DMS: 0,569145409672262 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 0,155414672808244

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

3 0.000000 a1

2 0.000000 a1

1 0.000000 a1

4 2.777780 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TRICHURIS_

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 21918.117630 7306.039210 25.616 0.0000

erro 219 62461.241187 285.211147

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 84379.358817

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 50.89

Média geral: 33.1838568 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 8,5345267788561 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 2,33049527303209

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

4 19.444445 a1

1 24.242426 a1

2 41.071430 a2

3 43.076920 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ANCILOSTOM

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

134

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 8236.215440 2745.405147 15.397 0.0000

erro 219 39050.557130 178.313046

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 47286.772570

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 36.76

Média geral: 36.3228690 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 6,74819707963944 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 1,842708073112

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

4 25.000000 a1

1 33.333334 a2

2 41.071429 a3

3 41.538457 a3

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ASCARIS_LU

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 25210.986067 8403.662022 145.517 0.0000

erro 219 12647.342072 57.750420

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 37858.328139

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 11.93

Média geral: 63.6771293 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 3,84037622999662 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

135

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 1,04867895814038

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

1 51.515153 a1

2 60.714286 a2

3 67.692306 a3

4 83.333330 a4

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENTEROBIUS

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 11349.353466 3783.117822 148.794 0.0000

erro 219 5568.125963 25.425233

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 16917.479429

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 38.77

Média geral: 13.0044846 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 2,54817157085109 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 0,695820864427493

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

3 3.076922 a1

2 12.499998 a2

4 16.666670 a3

1 21.212123 a4

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TRICOMONIA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

136

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 227.982587 75.994196 17.408 0.0000

erro 219 956.057785 4.365561

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 1184.040372

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 116.48

Média geral: 1.7937230 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 1,05588400598207 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 0,288326787011524

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

4 0.000000 a1

1 1.515152 a2

2 1.785716 a2

3 3.076924 a3

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: GIARDIA_LA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 7899.376518 2633.125506 41.846 0.0000

erro 219 13780.284119 62.923672

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 21679.660637

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 93.10

Média geral: 8.5201791 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 4,00869695673013 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 1,0946417476623

--------------------------------------------------------------------------------

137

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

1 1.515150 a1

2 5.357145 a1

4 13.888890 a2

3 15.384614 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: HYMENOLEPI

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 1933.604754 644.534918 58.718 0.0000

erro 219 2403.934224 10.976869

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 4337.538977

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 67.17

Média geral: 4.9327356 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 1,67430830169971 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 0,45719788382134

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

2 1.785714 a1

3 3.076922 a1

4 5.555555 a2

1 9.090911 a3

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENTAMOEBA_

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

MÓDULO 3 14261.889997 4753.963332 26.638 0.0000

138

erro 219 39083.358587 178.462825

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 222 53345.248584

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 87.62

Média geral: 15.2466361 Número de observações: 223

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV MÓDULO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 6,75103064012328 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 52,5133884658822

Erro padrão: 1,84348182419212

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

2 3.571429 a1

4 11.111110 a2

3 18.461537 a3

1 24.242425 a3

--------------------------------------------------------------------------------

ANALISE DA ÁGUA DE CONSUMO Variável analisada: STRONGYLOI

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 229.885609 114.942805 1.7E+0020 0.0000

erro 84 5.551115123E-0017 6.60847038E-0019

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 229.885609

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 1.1494267 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 5,09499719663788E-10 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 29

Erro padrão: 1,50956380827931E-10

139

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

rio poco 0.000000 a1

Filtrada 0.000000 a1

Cano 3.448280 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: SCHISTOSOM

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 2068.966483 1034.483241 9.8E+0019 0.0000

erro 84 8.881784197E-0016 1.05735526E-0017

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 2068.966483

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 3.4482767 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 2,03799887865515E-9 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 29

Erro padrão: 6,03825523311725E-10

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Filtrada 0.000000 a1

Cano 0.000000 a1

rio poco 10.344830 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TAENIA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000 1.0E+0009 0.0000

erro 84 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000

140

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 0.000000

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 0.0000000 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 29

Erro padrão: 0

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

rio poco 0.000000 a1

Filtrada 0.000000 a1

Cano 0.000000 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TRICHURIS_

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 22988.507586 11494.253793 1.0E+0009 0.0000

erro 84 -1.350031198E-0013 -1.60718000E-0015

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 22988.507586

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 28.7356333 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ANCILOSTOM

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 26896.550276 13448.275138 1.0E+0009 0.0000

erro 84 -1.421085472E-0014 -1.69176842E-0016

--------------------------------------------------------------------------------

141

Total corrigido 86 26896.550276

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 34.4827600 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ASCARIS_LU

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 9885.055195 4942.527598 1.0E+0009 0.0000

erro 84 -5.115907697E-0013 -6.09036631E-0015

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 9885.055195

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 59.7701167 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENTEROBIUS

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 919.539770 459.769885 6.2E+0018 0.0000

erro 84 6.217248938E-0015 7.40148683E-0017

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 919.539770

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 9.1954000 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 5,39203820515003E-9 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 29

Erro padrão: 1,59757216995626E-9

--------------------------------------------------------------------------------

142

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

rio poco 6.896550 a1

Filtrada 6.896550 a1

Cano 13.793100 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TRICOMONIA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 229.885609 114.942805 1.7E+0020 0.0000

erro 84 5.551115123E-0017 6.60847038E-0019

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 229.885609

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 1.1494267 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 5,09499719663788E-10 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 29

Erro padrão: 1,50956380827931E-10

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Filtrada 0.000000 a1

Cano 0.000000 a1

rio poco 3.448280 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: GIARDIA_LA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 229.885609 114.942805 1.0E+0009 0.0000

erro 84 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 229.885609

--------------------------------------------------------------------------------

143

CV (%) = 0.00

Média geral: 2.2988533 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 29

Erro padrão: 0

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Filtrada 0.000000 a1

rio poco 3.448280 a2

Cano 3.448280 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: HYMENOLEPI

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 229.884276 114.942138 1.0E+0009 0.0000

erro 84 -2.220446049E-0016 -2.64338815E-0018

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 229.884276

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 4.5977033 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: E_COLI

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 229.885609 114.942805 1.7E+0020 0.0000

erro 84 5.551115123E-0017 6.60847038E-0019

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 229.885609

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

144

Média geral: 1.1494267 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV FONTE_AGUA

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 5,09499719663788E-10 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 29

Erro padrão: 1,50956380827931E-10

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

rio poco 0.000000 a1

Cano 0.000000 a1

Filtrada 3.448280 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: E_HISTOLYS

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

FONTE_AGUA 2 6436.778391 3218.389195 1.0E+0009 0.0000

erro 84 -7.105427358E-0015 -8.45884209E-0017

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 86 6436.778391

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 12.6436800 Número de observações: 87

--------------------------------------------------------------------------------

ANALISE IDADE

Variável analisada: STRONG

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 5.357143 0.892857 1.000 0.4512

erro 21 18.750000 0.892857

--------------------------------------------------------------------------------

145

Total corrigido 27 24.107143

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 529.15

Média geral: 0.1785714 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 2,17270045204377 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 0,472455591261534

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

6 a 10 0.000000 a1

< 5 0.000000 a1

>50 0.000000 a1

41 a 50 0.000000 a1

11 a 20 0.000000 a1

31 a 40 0.000000 a1

21 a 30 1.250000 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: SCHIST

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 253.418559 42.236427 1.040 0.4281

erro 21 853.093132 40.623482

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 1106.511691

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 206.20

Média geral: 3.0909864 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 14,655392069731 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 3,1868276728903

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

146

--------------------------------------------------------------------------------

41 a 50 0.000000 a1

< 5 0.000000 a1

31 a 40 0.000000 a1

11 a 20 3.125000 a1

6 a 10 4.166667 a1

>50 6.845238 a1

21 a 30 7.500000 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TAENIA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 10.932953 1.822159 1.000 0.4512

erro 21 38.265337 1.822159

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 49.198290

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 529.15

Média geral: 0.2551021 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 3,10385903017707 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 0,674936828919672

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

6 a 10 0.000000 a1

< 5 0.000000 a1

>50 0.000000 a1

41 a 50 0.000000 a1

21 a 30 0.000000 a1

31 a 40 0.000000 a1

11 a 20 1.785715 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TRICHURIS_

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

147

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 931.183052 155.197175 0.552 0.7631

erro 21 5905.713549 281.224455

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 6836.896601

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 56.61

Média geral: 29.6259079 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 38,5598563860839 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 8,38487410020575

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

31 a 40 21.170635 a1

6 a 10 24.038462 a1

>50 25.549450 a1

21 a 30 31.071428 a1

< 5 31.666668 a1

41 a 50 36.666668 a1

11 a 20 37.218045 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ANC

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 4394.130411 732.355069 3.198 0.0217

erro 21 4808.407704 228.971795

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 9202.538115

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 46.44

Média geral: 32.5821254 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 34,7936396153349 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

148

Erro padrão: 7,56590700809254

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

< 5 6.666667 a1

6 a 10 28.782052 a1 a2

41 a 50 30.000000 a1 a2

31 a 40 30.476190 a1 a2

>50 42.765570 a2

21 a 30 43.214285 a2

11 a 20 46.170112 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ASCAR

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 1759.351276 293.225213 0.644 0.6942

erro 21 9560.452784 455.259656

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 11319.804060

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 35.45

Média geral: 60.1807464 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 49,0612319326196 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 10,6684072896203

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

>50 50.389193 a1

6 a 10 50.897437 a1

< 5 55.000000 a1

31 a 40 58.908730 a1

41 a 50 66.666667 a1

11 a 20 67.974625 a1

21 a 30 71.428573 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENTER

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

149

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 812.961374 135.493562 0.587 0.7368

erro 21 4846.127822 230.767992

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 5659.089196

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 116.60

Média geral: 13.0281918 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 34,9298444131507 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 7,59552485910565

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

< 5 6.666667 a1

>50 10.256410 a1

11 a 20 10.863095 a1

21 a 30 12.321427 a1

31 a 40 12.500000 a1

41 a 50 13.333333 a1

6 a 10 25.256410 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TRICOM

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 192.761214 32.126869 1.590 0.1993

erro 21 424.285605 20.204076

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 617.046819

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 242.02

Média geral: 1.8572529 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

150

DMS: 10,3354256548267 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 2,24744724202432

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

41 a 50 0.000000 a1

< 5 0.000000 a1

31 a 40 0.000000 a1

21 a 30 0.000000 a1

11 a 20 1.315790 a1

>50 4.761902 a1

6 a 10 6.923078 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: GIARD

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 939.826725 156.637788 1.140 0.3742

erro 21 2885.821977 137.420094

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 3825.648702

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 159.61

Média geral: 7.3445464 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 26,9546679946216 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 5,86131585358587

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

41 a 50 0.000000 a1

6 a 10 3.846155 a1

21 a 30 4.375000 a1

< 5 6.666667 a1

>50 6.730770 a1

11 a 20 10.150375 a1a2

31 a 40 19.642857 a2

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: HYMEN

151

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 238.253398 39.708900 0.769 0.6028

erro 21 1084.678429 51.651354

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 1322.931828

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 152.88

Média geral: 4.7008550 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 16,5253140034157 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 3,5934438136293

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

11 a 20 0.000000 a1

21 a 30 2.500000 a1

31 a 40 2.777778 a1

6 a 10 5.000000 a1

< 5 6.666667 a1

41 a 50 6.666667 a1

>50 9.294872 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENTAM

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 164.040372 27.340062 1.209 0.3404

erro 21 474.864422 22.612592

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 638.904794

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 256.43

Média geral: 1.8543957 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

152

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 10,9341250112342 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 2,37763493455844

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

6 a 10 0.000000 a1

< 5 0.000000 a1

31 a 40 0.000000 a1

11 a 20 0.000000 a1

>50 2.564102 a1

21 a 30 3.750000 a1

41 a 50 6.666667 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENTAM_HIST

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

IDADE 6 1410.397159 235.066193 0.800 0.5810

erro 21 6172.885240 293.946916

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 27 7583.282400

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 124.13

Média geral: 13.8121868 Número de observações: 28

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV IDADE

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 39,4224236045609 NMS: 0,05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 8,57244008741998

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

6 a 10 3.846155 a1

21 a 30 8.125000 a1

< 5 8.333333 a1

11 a 20 15.280390 a1

31 a 40 16.805555 a1

>50 17.628207 a1

41 a 50 26.666668 a1

--------------------------------------------------------------------------------

153

ANALISE DESTINO DO ESGOTO

Variável analisada: STRONG

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 4.325255 4.325255 0.854 0.3979

erro 5 25.333638 5.066728

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 6 29.658893

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 267.86

Média geral: 0.8403357 Número de observações: 7

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 4.09181661183241 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 1.12546962516229

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Fossa 0.000000 a1

Solo 1.470587 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: SCHIST

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 39.506183 39.506183 8.000 0.0300

erro 6 29.629659 4.938277

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 69.135842

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 100.00

Média geral: 2.2222225 Número de observações: 8

--------------------------------------------------------------------------------

154

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 3.84499924168752 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 1.11111166666729

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Solo 0.000 a1

Fossa 0.000 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TAENIA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000 1.0E+0009 0.0000

erro 6 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 0.000000

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 0.0000000 Número de observações: 8

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 0

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Solo 0.000000 a1

Fossa 0.000000 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TRICH

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

155

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 207.041206 207.041206 0.818 0.4006

erro 6 1518.700345 253.116724

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 1725.741551

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 69.61

Média geral: 22.8539213 Número de observações: 8

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 27.527639730228 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 7.95482124637468

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Fossa 17.766667 a1

Solo 27.941175 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ANCIL

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 34.995062 34.995062 0.206 0.6657

erro 6 1018.172480 169.695413

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 1053.167542

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 39.23

Média geral: 33.2026150 Número de observações: 8

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 22.5394651954933 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

156

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 6.51335960424339

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Fossa 31.111112 a1

Solo 35.294117 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ASCARIS_L

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 1741.656887 1741.656887 6.244 0.0466

erro 6 1673.548247 278.924708

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 3415.205134

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CV (%) = 32.48

Média geral: 51.4215688 Número de observações: 8

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Teste Tukey para a FV DESTINO

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DMS: 28.8969527991908 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 8.35051956270954

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Tratamentos Médias Resultados do teste

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Fossa 36.666668 a1

Solo 66.176470 a2

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--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENTEROBIUS

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

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TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

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FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 3.767787 3.767787 0.042 0.8445

erro 6 538.715678 89.785946

157

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 542.483465

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 67.59

Média geral: 14.0196075 Número de observações: 8

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 16.3950496977048 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 4.73777232442698

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Fossa 13.333333 a1

Solo 14.705882 a1

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TRICOMON

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

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TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 1.033793 1.033793 0.046 0.8364

erro 6 133.435960 22.239327

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 134.469753

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 182.66

Média geral: 2.5817000 Número de observações: 8

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 8.15960945729882 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 2.3579295322499

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Fossa 2.222222 a1

Solo 2.941177 a1

--------------------------------------------------------------------------------

158

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Variável analisada: GIARDIA

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

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TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

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FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 32.314529 32.314529 1.652 0.2461

erro 6 117.378035 19.563006

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 149.692564

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 82.78

Média geral: 5.3431375 Número de observações: 8

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 7.65290544590179 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 2.2115043437853

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Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Fossa 3.333333 a1

Solo 7.352942 a1

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--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: HYMENOLE

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

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TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 69.204142 69.204142 6.000 0.0498

erro 6 69.204201 11.534033

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 138.408343

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 115.47

Média geral: 2.9411762 Número de observações: 8

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159

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Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 5.87623503768038 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 1.69808962135978

--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Fossa 0.000000 a1

Solo 5.882352 a2

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--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENT_COLI

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

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TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000 1.0E+0009 0.0000

erro 6 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 0.000000

--------------------------------------------------------------------------------

CV (%) = 0.00

Média geral: 0.0000000 Número de observações: 8

--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0 NMS: 0.05

--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 0

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Tratamentos Médias Resultados do teste

--------------------------------------------------------------------------------

Solo 0.000000 a1

Fossa 0.000000 a1

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--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: ENT_HISTO

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

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160

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

--------------------------------------------------------------------------------

DESTINO 1 26.316751 26.316751 0.263 0.6261

erro 6 599.269339 99.878223

--------------------------------------------------------------------------------

Total corrigido 7 625.586090

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CV (%) = 117.85

Média geral: 8.4803913 Número de observações: 8

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Teste Tukey para a FV DESTINO

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 17.2919495197429 NMS: 0.05

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Média harmonica do número de repetições (r): 4

Erro padrão: 4.99695465281178

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Tratamentos Médias Resultados do teste

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Fossa 6.666667 a1

Solo 10.294115 a1

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