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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS VIVIAN FRANCESCHINI DOS SANTOS EFEITOS DO INIBIDOR DE SGLT2 SOBRE A ADIPOSIDADE CORPORAL DE PACIENTES HIPERTENSOS RESISTENTES, DIABÉTICOS E COM SOBREPESO OU OBESOS EFFECTS OF SGLT2 INHIBITOR ON BODY ADIPOSITY OF OVERWEIGHT OR OBESE DIABETIC RESISTANT HYPERTENSIVE SUBJECTS CAMPINAS 2018

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

VIVIAN FRANCESCHINI DOS SANTOS

EFEITOS DO INIBIDOR DE SGLT2 SOBRE A ADIPOSIDADE CORPORAL DE

PACIENTES HIPERTENSOS RESISTENTES, DIABÉTICOS E COM SOBREPESO

OU OBESOS

EFFECTS OF SGLT2 INHIBITOR ON BODY ADIPOSITY OF OVERWEIGHT OR OBESE DIABETIC RESISTANT HYPERTENSIVE SUBJECTS

CAMPINAS

2018

VIVIAN FRANCESCHINI DOS SANTOS

EFEITOS DO INIBIDOR DE SGLT2 SOBRE A ADIPOSIDADE CORPORAL DE

PACIENTES HIPERTENSOS RESISTENTES, DIABÉTICOS E COM SOBREPESO

OU OBESOS

EFFECTS OF SGLT2 INHIBITOR ON BODY ADIPOSITY OF OVERWEIGHT OR OBESE DIABETIC RESISTANT HYPERTENSIVE SUBJECTS

Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Ciências

Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em

Farmacologia.

Master's Dissertation presented to the Faculty of Medical Sciences,

State University of Campinas, as part of the requirements required

for obtaining the title of Master's degree in Pharmacology.

ORIENTADOR: PROF. DR. RODRIGO GIMENEZ PISSUTTI MODOLO

COORIENTADORA: DRA. ANA PAULA CABRAL DE FARIA

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA

ALUNA VIVIAN FRANCESCHINI DOS SANTOS, ORIENTADA PELO

PROF. DR. RODRIGO GIMENEZ PISSUTTI MODOLO E COORIENTADA

PELA PROFA. DRA. ANA PAULA CABRAL DE FARIA.

CAMPINAS

2018

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

VIVIAN FRANCESCHINI DOS SANTOS

ORIENTADOR: PROF. DR. RODRIGO GIMENEZ PISSUTTI MODOLO

COORIENTADORA: PROFª. DRA. ANA PAULA CABRAL DE FARIA

MEMBROS:

1. PROFª. DRA. ANA PAULA CABRAL DE FARIA

2. PROFª. DRA. VERÔNICA CARNEIRO BORGES MIOTO

3. PROF. DR. OTÁVIO RIZZI COELHO FILHO

Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora

encontra-se no processo de vida acadêmica da aluna.

Data: 20 de Março de 2018

AGRADECIMENTOS

A Deus, o design inteligente, criador de todas as coisas e cuja vontade é boa,

perfeita e agradável, pela graça salvadora que é derramada sobre mim e guia os

meus passos todos os dias, e porque até aqui me ajudou.

Aos meus orientadores, Prof. Dr. Rodrigo Modolo e Profª. Dra. Ana Faria, pelo

aprendizado e crescimento pessoal e profissional durante a realização do meu

mestrado.

Aos meus pais, Célia e Willianson, por todo investimento em mim. Obrigada por

cada gesto de amor, pelo apoio em todos os momentos e paciência nas situações

mais difíceis.

A todos os meus familiares pelo carinho, orações e compreensão pela minha

ausência.

Ao meu namorado, Bruno, pela sua vida em minha vida e por nunca me deixar

esquecer o orgulho que tem de mim (isso me deu força pra continuar). “NEOQEAV”.

Às minhas companheiras, Mariana e Nathália, pelo trabalho em equipe que foi

fundamental para o desenvolvimento deste projeto.

Aos meus amigos do Laboratório de Farmacologia Cardiovascular. Cada um de

vocês é importante. Obrigada por trazerem leveza e alegria ao meu dia-a-dia. Em

especial agradeço à minha madrinha científica, Andrea Sabbatini, pela

oportunidade de fazer parte deste laboratório.

Ao Prof. Dr. Heitor Moreno Júnior pelo espaço no laboratório de farmacologia

cardiovascular e no ambulatório de hipertensão resistente.

Ao meu pai científico, Prof. Dr. Marcos Eberlin, pelos conselhos sábios.

Aos meus amigos Isabela Sakaue, Vanessa Veronesi, Natália Almeida e Rafael

Sousa, que foram essenciais durante esse processo. Obrigada pelos conselhos e

apoio sempre.

Ao Prof. Dr. Wilson Nadruz por ceder espaço no ambulatório de cardio-hipertensão

para seleção de participantes do estudo.

Aos funcionários do Hospital das Clínicas (Camila, Cláudia e Denilson) pela

colaboração durante o protocolo de pesquisa, e do Departamento de Farmacologia

pelo auxílio durante a realização do mestrado.

Aos voluntários que participaram deste projeto.

A FAPESP (processo 2016/004830) e a CAPES pelo auxílio financeiro.

EPÍGRAFE

“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.”

Antoine de Saint-Exupéry – O pequeno príncipe

RESUMO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS), caracterizada por níveis elevados da pressão arterial (PA), é uma condição clínica multifatorial. Especificamente nos indivíduos com hipertensão arterial resistente (HAR), a presença de fatores de risco é frequente, sendo comum a ocorrência de comorbidades como a obesidade e o diabetes mellitus do tipo 2 (DM2). Entre os mecanismos interconectados estão a hiperativação do sistema nervoso simpático (SNS) e do sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA), a resistência insulínica e o desequilíbrio dos níveis de citocinas inflamatórias produzidas pelo tecido adiposo. Na população HAR, a proporção de eventos cardiovasculares aumentada e, consequentemente, a diminuição da sobrevida são maiores em comparação às encontradas nos outros subgrupos de hipertensos, ressaltando o caráter de alto risco destes pacientes. Embora exista uma série de estratégias para prevenção, tratamento e controle da HAR, do DM2 e da obesidade, alcançar uma terapia eficaz é difícil, principalmente quando essas doenças coexistem. Uma nova classe de antidiabéticos, os inibidores dos co-transportadores de sódio e glicose tipo 2 (iSGLT2), têm demonstrado resultados promissores na redução do peso corporal (PC) e da PA além do controle glicêmico, podendo ser útil no tratamento conjunto destas três condições. Visto que os efeitos dos iSGLT2 ainda não foram estudados na população com HAR, este trabalho teve como objetivos avaliar se em indivíduos com sobrepeso ou obesidade, DM2 e HAR a intervenção por 12 semanas com o iSGLT2 dapagliflozina em comparação à glibenclamida altera (1) o peso corporal, (2) outros parâmetros de adiposidade corporal e os níveis de adiponectina. Nós conduzimos um estudo do tipo cruzado, simples cego para o avaliador, randomizado e controlado por terapia padrão no qual avaliamos medidas antropométricas e de bioimpedância, níveis de PA no consultório e ambulatorial, e testes bioquímicos para obter os parâmetros antes e após as intervenções. O tratamento com dapagliflozina reduziu os parâmetros PC [-1,1±3,1 versus 1,2±2,4 Kg (p=0,002)], índice de massa corporal (IMC) [-0,8±1,8 vs. 1,1±2,2 Kg/m² (p=0,03)], taxa metabólica basal (TMB) [-63±137 vs. 46,7±90,6 cal/dia (p=0,04)] e circunferência do quadril (CQ) [-2,3±3,8 vs. 0,7±2,3 cm (p=0,01)] versus glibenclamida, respectivamente. Comparando com seus valores basais, a adiponectina reduziu tanto com o tratamento com dapagliflozina [5,8±4,8 vs. 4,5±4,8 ug/mL (p=0,01)] quanto com glibenclamida [5,1±4,6 vs. 4,0±4,2 ug/mL (p=0,02)]. O iSGLT2 promoveu glicosúria em comparação aos seus valores basais e ao tratamento com glibenclamida. A intervenção com glibenclamida diminuiu a hemoglobina glicada (HbA1c) em relação aos valores basais. Não foram encontradas diferenças nos parâmetros pressóricos para ambas as intervenções. Estes resultados nos sugerem que a intervenção por 12 semanas com dapagliflozina altera favoravelmente o perfil de adiposidade corporal em comparação ao tratamento convencional com glibenclamida nesse grupo de pacientes de alto risco cardiovascular.

Palavras-chave: Hipertensão, Diabetes Mellitus Tipo 2, Obesidade, Hipoglicemiantes, Adiposidade.

ABSTRACT

Hypertension (HTN) characterized by elevated blood pressure (BP) levels is a multifactorial clinical condition. Subjects with resistant hypertension (RH) present comorbidities like obesity and type 2 diabetes mellitus (T2DM), and the interconnected mechanisms such as hyperactivation of the sympathetic nervous system (SNS) and the renin angiotensin aldosterone system (RAAS), insulin resistance and imbalance of inflammatory cytokines produced by adipose tissue are described to explain those conditions. In RH population, the rate of cardiovascular events is increased, and then the survival rate is diminished when compared to other hypertensive subgroups, emphasizing the high risk these patients are submitted. Although a set of strategies for preventing, treating and controlling RH, T2DM, and obesity, effective therapy is difficult, especially when these diseases coexist. A new class of antidiabetics, the sodium glucose co-transporters type 2 inhibitors (SGLT2i), has shown promising results in reducing body weight (BW) and BP in addition to glycemic control, and then may be useful in order to treat these three conditions. Since the effects of iSGLT2 have not yet been studied in RH population the aim of this study was to evaluate whether 12-week therapy with SGLT2i dapagliflozin compared to glibenclamide changes (1) body weight, (2) other body adiposity parameters and the levels of adiponectin in overweight or obese individuals, with T2DM and RH. We conducted a crossover study, single-blind to the evaluator, randomized and controlled by standard therapy in which anthropometric and bioimpedance measures, ambulatory and office BP levels, and biochemical tests to obtain parameters before and after interventions were evaluated. Treatment with dapagliflozin reduced BW [-1.1±3.1 versus 1.2±2.4 Kg (p=0.002)], body mass index (BMI) [-0.8±1.8 vs. 1.1±2.2 Kg/m² (p=0.03)], basal metabolic rate (BMR) [-63±137 vs. 46.7±90.6 cal/day (p=0.04)] and hip circumference (HC) [-2.3±3.8 vs. 0.7±2.3 cm (p=0.01)] versus glibenclamide, respectively. Compared with baseline values, adiponectin reduced both with dapagliflozin treatment [5.8±4.8 vs. 4.5± 4.8 μg/mL (p=0.01)] and with glibenclamide [5.1±4.6 vs. 4.0±4.2 ug/mL (p=0.02)]. SGLT2i promoted glycosuria compared to baseline values and treatment with glibenclamide. Glibenclamide decreased glycated hemoglobin (HbA1c) from baseline. No differences in BP parameters were found in the both interventions. In conclusion 12-week intervention with dapagliflozin favorably alters body adiposity compared to glibenclamide in the high-risk group of RH patients who are diabetic and obese.

Keywords: Hypertension, Diabetes Mellitus Type 2, Obesity, Hypoglycemic Agents, Adiposity.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

PA Pressão Arterial

AVE Acidente Vascular Encefálico

DM2 Diabetes Mellitus Tipo 2

IMC Índice de Massa Corporal

HAR Hipertensão Arterial Resistente

MAPA Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial

SNS Sistema Nervoso Simpático

SRAA Sistema Renina Angiotensina Aldosterona

HbA1c Hemoglobina Glicada

iSGLT2 Inibidores dos Co-transportadores de Sódio e Glicose do Tipo 2

PC Peso Corporal

PAS Pressão Arterial Sistólica

PAD Pressão Arterial Diastólica

MM Massa Magra

MG Massa Gorda

TMB Taxa Metabólica Basal

CC Circunferência da Cintura

CQ Circunferência do Quadril

FC Frequência Cardíaca

PP Pressão de Pulso

SUMÁRIO

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11

1.1 Hipertensão Arterial Sistêmica.........................................................................11

1.2 Hipertensão Arterial Resistente.......................................................................11

1.3 Comorbidades e Tratamento...........................................................................13

1.4 Inibidores de SGLT2........................................................................................14

2. OBJETIVOS...........................................................................................................18

2.1 Objetivo Primário..............................................................................................18

2.2 Objetivos Secundários.....................................................................................18

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS...................................................................................19

3.1 Seleção dos Voluntários............................................................................ ......19

3.2 Desenho do Estudo..........................................................................................20

3.3 Bioimpedância........................................................................................... .......21

3.4 Medidas Antropométricas................................................................................22

3.5 Medidas de PA no Consultório e Ambulatorial.................................................22

3.6 Exames Laboratoriais e Ensaio Imunoenzimático...........................................22

4. RESULTADOS.......................................................................................................24

4.1 Artigo “Dapagliflozin changes adiposity-related parameters in

overweight/obese diabetic subjects with resistant hypertension”...........................24

5. DISCUSSÃO GERAL.............................................................................................55

6. CONCLUSÕES......................................................................................................60

7. REFERÊNCIAS......................................................................................................61

8. APÊNDICE........................................................................................................... ..67

8.1 Artigo “Efeitos dos antidiabéticos orais sobre a pressão arterial”....................67

9. ANEXOS................................................................................... ..............................76

9.1 ANEXO 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa....................................76

9.2 ANEXO 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..............................81

9.3 ANEXO 3 – Questionário de Reações Adversas.............................................87

11

1. INTRODUÇÃO

1.1 Hipertensão Arterial Sistêmica

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) – condição clínica multifatorial

caracterizada pela elevação sustentada da pressão arterial (PA) a níveis ≥

140/90mmHg (1) – tem sido apontada como principal fator de risco para a

morbidade e a mortalidade cardiovascular na população mundial (2), sendo

responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% das mortes por acidente

vascular encefálico (AVE) (3). A presença de características como o

envelhecimento, a ingesta de sal e o consumo de álcool, são fatores de maior

risco para HAS, e também as comorbidades como o diabetes mellitus do tipo 2

(DM2) e a obesidade, que podem agravar esta doença (1).

Segundo a diretriz americana de práticas clínicas para o DM2 e a

doença renal crônica, dentre a população com DM2, 75% também são

hipertensos (4) e a ocorrência simultânea destas doenças aumenta ainda mais

o risco de AVE e doença coronariana (5). Na população obesa, a probabilidade

de desenvolver HAS, DM2 e doença cardiovascular e incidência de

mortalidade, aumentam proporcionalmente ao índice de massa corporal (IMC).

A somatória de fatores de risco presentes na obesidade diminui

progressivamente a taxa de sobrevida (6, 7).

Em análise de algumas das diretrizes internacionais de hipertensão,

constatou-se que 12,8% dos hipertensos tratados não atingem as metas

pressóricas, sendo que os valores aumentam para 25% em pacientes com

DM2 e para 30% entre doentes renais crônicos (8). Essas proporções podem

ser atribuídas a fatores como: (i) pseudorresistência, gerada por fatores como a

baixa adesão ao tratamento e a hipertensão do jaleco branco, (ii) hipertensão

secundária, desencadeada pela presença de doenças como estenose arterial,

hiperaldosteronismo primário, doença renal crônica, feocromocitoma, síndrome

de Cushing, coarctação aórtica e síndrome da apneia obstrutiva do sono grave,

e (iii) hipertensão arterial resistente (2, 9).

1.2 Hipertensão Arterial Resistente

12

Hipertensão Arterial Resistente (HAR) é definida como uma condição em

que a PA permanece ≥ 140/90mmHg, na população em geral, ou ≥

130/80mmHg para doentes renais ou com DM2, apesar do uso de três classes

de anti-hipertensivos – HAR não controlada; ou ainda PA controlada em

indivíduos que necessitam do uso de 4 ou mais classes dessas medicações –

HAR controlada (Figura 1) (9). O diagnóstico comprovado de HAR é dado após

(i) ajuste do esquema anti-hipertensivo, (ii) verificação da adesão ao tratamento

por métodos como a contagem de comprimidos, (iii) detecção da hipertensão

do jaleco branco pela monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), e

das doenças que secundariamente levam à hipertensão através de exames

bioquímicos e de imagem (10).

Figura 1: Esquema representando a definição de hipertensão arterial resistente

(HAR). PA: pressão arterial, DR: doença renal, DM2: diabetes mellitus tipo 2, *:

número mínimo de drogas utilizadas.

A prevalência desta condição permanece incerta nos estudos

epidemiológicos mais recentes devido a divergências quanto à exclusão ou não

da pseudorresistência e das causas secundárias de hipertensão nas análises.

Sua proporção em âmbito global varia entre 13 e 28% e de acordo com dados

da população brasileira entre 3 e 11% (11-14).

Fatores como hereditariedade, envelhecimento, afro-descendência e má

alimentação com consumo excessivo de sal influenciam a epidemiologia da

HAR (10). Além disso, sua fisiopatologia é multifatorial, envolvendo a

hiperativação dos sistemas nervoso simpático (SNS) e renina angiotensina

aldosterona (SRAA), expansão volêmica, aumento da resistência vascular

13

periférica e à insulina, disfunção endotelial, alteração em adipocitocinas –

citocinas produzidas pelo tecido adiposo – e processo inflamatório (15-23).

Na HAR, as lesões em órgãos-alvo são comumente encontradas e

correspondem à hipertrofia ventricular esquerda no coração, microalbuminúria

e rigidez arterial, compondo fatores de risco para mortalidade cardiovascular

(24-26). Também é frequente a presença de comorbidades como obesidade e

DM2 (27). A somatória de fatores, mecanismos e doenças associadas a HAR

resulta em uma taxa de eventos cardiovasculares maior e, portanto uma taxa

de sobrevida menor, em comparação a outros subgrupos de hipertensos (28).

1.3 Comorbidades e Tratamento

Conforme descrito anteriormente, DM2 e obesidade estão fortemente

associados à hipertensão desde os seus estágios iniciais e são ainda mais

frequentes na HAR (1, 5-7). A coexistência destas doenças pode ser explicada

por mecanismos que são comuns, como à resistência à insulina e a

hiperativação do SNS e SRAA (29, 30). Além disso, o desequilíbrio nos níveis

de adipocitocinas também tem sido observado em estudos que envolvem

essas comorbidades (22, 31). A adiponectina – adipocitocina produzida em

maior quantidade pelo tecido adiposo – por exemplo, encontra-se reduzida na

população obesa, com DM2 e HAR (22).

O tratamento inicial dessas três condições envolve medidas não

farmacológicas, sendo essencial a mudança no estilo de vida através de uma

dieta balanceada e prática regular de exercícios físicos (32-36). Embora essas

estratégias sejam fundamentais, elas podem não ser suficientes para alcançar

o controle satisfatório, fazendo necessária a intervenção farmacológica.

O tratamento farmacológico preconizado para a HAR consiste na

combinação entre um inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou

antagonista do receptor de angiotensina II (ARAII), um bloqueador dos canais

de cálcio (BCC) e um diurético do tipo tiazídico, sendo preferencialmente

clortalidona (9, 10, 37). Quando é necessária a inclusão de mais fármacos,

utilizam-se β-bloqueadores, antagonistas da aldosterona como a

espironolactona, simpatolíticos de ação central ou vasodilatadores diretos.

Recentemente, o estudo PATHWAY-2 demonstrou superioridade da

14

espironolactona sobre as outras drogas (bloqueadores α e β, doxazozina e

bisoprolol, respectivamente), e esta passou a ser amplamente prescrita como

quarta droga no esquema terapêutico do paciente com HAR (38).

A terapia farmacológica do DM2 é iniciada com metformina. Após três

meses dessa intervenção, a hemoglobina glicada (HbA1c) e a glicemia de

jejum devem ser reavaliadas e caso o perfil glicêmico tenha permanecido

acima das metas – HbA1c até 9% – acrescenta-se antidiabéticos das seguintes

classes: sulfonilureias, tiazolidinedionas, inibidores da DPP-IV, agonistas do

receptor GLP-1 ou inibidores de SGLT2, entre outras, ou insulina. Esta última é

a utilizada em casos específicos em que HbA1c atinge valores acima de 9%. A

escolha da classe a ser adicionada leva em consideração o risco-benefício de

acordo com o perfil do paciente, pois algumas dessas mediçações podem

causar efeitos adversos como hipoglicemia e ganho de peso ou devem ser

usadas com cautela em pacientes com doenças cardiovasculares e renais (39).

Em relação a obesidade, recomenda-se o uso de medicamentos de

acordo com as indicações e restrições para as quais são licenciados e

avaliação da eficacia após 3 meses de administração. Caso o paciente não

responda ao tratamento, o fármaco deve ser descontinuado. Atualmente, as

medicações utilizadas são orlistat, locarserina, fentermina, liraglutida e

combinações de fentermina com topiramato e bupropiona com naltrexona (36).

Mas apesar da maioria destes fármacos estarem disponíveis na Europa e

Estados Unidos, apenas orlistat e liraglutida são aprovados no Brasil.

Embora as diretrizes para o manejo destas doenças venham

incessantemente se atualizando, a equipe multiprofissional esteja se

empenhando nas estratégias não farmacológicas e novas modalidades

terapêuticas estejam em desenvolvimento, essas doenças continuam afetando

milhões de pessoas ao redor do mundo e o controle eficaz das mesmas

permanece desafiador na prática clínica (6, 40).

1.4 Inibidores de SGLT2

Os inibidores dos co-transportadores de sódio e glicose do tipo 2

(iSGLT2) são uma nova classe de fármacos aprovados para o tratamento do

DM2. A ação desses antidiabéticos orais é sobre esses co-transportadores –

SGLT2 – localizados no túbulo proximal dos néfrons (40). No estado

15

normoglicêmico, esses co-transportadores agem reabsorvendo sódio e glicose

do filtrado glomerular, mas em episódios hiperglicêmicos a atividade desses co-

tranportadores é suprarregulada – com o intuito da manutenção da homeostase

– aumentando também sua capacidade de absorção, o que perpetua condições

como HAS e DM2. A função dos iSGLT2 é inibir esta reabsorção de sódio e

glicose, promovendo excreção dos mesmos através da urina, diminuindo assim

sua concentração sérica (41).

Os fármacos desta classe já disponíveis no mercado são: canagliflozina,

empagliflozina e dapagliflozina. No Japão também já são comercializadas a

ipragliflozina, a tofogliflozina e a luseogliflozina. Existem ainda outros iSGLT2

como a remogliflozina que estão em desenvolvimento (40). Esses fármacos

vêm sendo muito estudados nos últimos anos e entre os benefícios, além do

controle glicêmico, destacam-se as reduções da PA e do peso corporal (PC).

Os mecanismos que levam à diminuição da PA e do PC ainda não estão

totalmente esclarecidos, mas acredita-se que estejam relacionados à diurese e

perda calórica, além de reversão no remodelamento renal e redução da rigidez

arterial pela melhora do perfil inflamatório, respectivamente (41). Os esquemas

representados nas figuras 2 e 3 exemplificam os possíveis mecanismos

redutores do PC e da PA:

Figura 2: Esquema representando os potenciais mecanismos responsáveis

pela redução do peso corporal através do uso de inibidores de SGLT2.

16

Figura 3: Esquema representando os possíveis mecanismos que agem em

curto e longo prazo na presença de um inibidor de SGLT2, proporcionando

redução da pressão arterial.

Uma análise posterior de 2 coortes do estudo EMPAREG-OUTCOME

encontrou reduções significativas em marcadores de adiposidade visceral e

gordura corporal – 1,3 cm na circuferência da cintura; 0,3% na gordura

corporal; 0,008 no índice de obesidade central e 0,4 no índice de adiposidade

visceral – após 12 e 24 semanas de tratamento com empagliflozina em

comparação ao placebo (42). No estudo CANVAS, a intervenção com

canagliflozina demonstrou redução significativa de 0,58% na HbA1c; 4 mmHg e

1 mmHg na PA sistólica e diastólica (PAS e PAD), e 1,6 Kg no PC num

acompanhamento ao longo de 6 anos quando comparada com placebo (43).

Um estudo controlado por terapia padrão (metformina) comparando

dapagliflozina e glipizida (sulfonilureia) em 814 pacientes com DM2 verificou

reduções de 0,3% na HbA1c, 4 Kg no PC e 3,7 mmHg na PAS após 52

semanas com o iSGLT2, enquanto as mudanças com glipizida não foram

significativas. Esses resultados se mantiveram nos períodos de extensão a 104

e 208 semanas (44).

Embora os resultados encontrados nesses estudos com iSGLT2 tenham

demonstrado benefícios sobre o perfil glicêmico, pressórico e de adiposidade; o

potencial dos iSGLT2 ainda não foi estudado no grupo específico de pacientes

com HAR. Além disso, estudos clínicos utilizando iSGLT2 com foco na

17

adiposidade corporal e perfil inflamatório ainda são limitados. Portanto, explorar

esse tema poderá contribuir para o entendimento de mecanismos

fisiopatológicos, trazendo novas perspectivas para o tratamento e abordagem

da HAR e suas comorbidades. Neste contexto, o uso de iSGLT2 favorece os

pacientes diabéticos devido à redução da reabsorção de glicose e,

consequentemente, proporciona controle glicêmico. A glicosúria causada por

esses medicamentos resulta em perda calórica, a qual também pode ajudar

indivíduos obesos (45). Finalmente, o mecanismo desses fármacos ao

promover diurese tem grande potencial de ser útil no tratamento de hipertensos

resistentes, uma vez que estes são hipervolêmicos (18, 46).

18

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo primário

Avaliar se a intervenção de 12 semanas com iSGLT2 dapagliflozina

10mg/dia em comparação com glibenclamida 5mg/dia, ambos adicionados à

metformina, altera o peso corporal de pacientes diabéticos em sobrepeso ou

obesos com HAR.

2.2 Objetivos secundários

Avaliar se os outros parâmetros de adiposidade corporal – massa

magra, massa gorda, índice de massa corporal, taxa metabólica basal e

medidas antropométricas de circunferência de cintura e do quadril – e os níveis

de adiponectina são alterados após a intervenção de 12 semanas com iSGLT2

dapagliflozina 10mg/dia em comparação à glibenclamida 5mg/dia, ambos

adicionados à metformina, em pacientes diabéticos em sobrepeso ou obesos

com HAR.

19

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS

Esta é uma subanálise do estudo unicêntrico, cruzado, simples-cego

para o avaliador, randomizado e controlado por terapia padrão “The DECORH-

Pilot trial: Pilot Study of Dapagliflozin Effects on Cardiovascular Outcome in

Resistant hypertensive subjects” registrado no clinicaltrials.gov (NCT03089333)

e corresponde ao braço que avaliou a adiposidade corporal dos voluntários.

Para a realização deste estudo foi obtida aprovação pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP sob o número de

parecer 1.359.663 e CAAE 50876615.2.0000.5404 (ANEXO 1).

3.1 Seleção dos Voluntários

Pacintes entre 18 e 80 anos em acompanhamento regular nos

ambulatórios especializados em Cardio-hipertensão e HAR do Hospital das

Clínicas da UNICAMP foram selecionados para este estudo. O

acompanhamento regular no ambulatório consiste num período de no mínimo 6

meses para diagnóstico preciso de HAR. A confirmação é dada após a

realização de exames bioquímicos e de imagem para detectar doenças que

levam à hipertensão secundária, assim como avaliações através da MAPA para

afastar causas de pseudorresistência.

Para inclusão no estudo os pacientes também deveriam se enquadrar

nos seguintes critérios: (i) ter DM2 descontrolado, verificado pela HbA1c ≥

6,5% apesar do uso corrente de metformina, (ii) estar na faixa de sobrepeso ou

obesidade, ou seja, ter IMC superior a 25 Kg/m², (iii) compreender claramente e

concordar em participar do estudo assinando o Termo de Consentimento Livre

Esclarecido (TCLE – ANEXO 2).

Os critérios de exclusão foram sintomas clínicos agudos de insuficiência

cardíaca ou de insuficiência cardíaca descompensada julgados pelo médico

cardiologista assistente do ambulatório, doença renal crônica grave (TFG <

45mL/min) ou dialítica, valvulopatias severas caracterizadas por disfunção de

qualquer válvula cardíaca (estenose ou insuficiência em grau importante –

acima de moderado) ou sintomáticos para a afecção valvar (também julgados

por médico cardiologista assistente do ambulatório), afecções pericárdicas,

portadores de doenças autoimunes, gravidez ou intenção de engravidar,

20

histórico de hipersensibilidade aos componentes dos fármacos utilizados no

estudo, uso declarado de substâncias ilícitas e outras razões consideradas

inadequadas à participação do estudo, avaliadas pelo médico pesquisador

responsável.

O leve efeito diurético produzido pelo uso de iSGLT2 pode levar à

depleção de volume, inspirando cuidados em pacientes idosos. Por isso, a

inclusão de voluntários nesta condição foi avaliada individualmente pelo médico

responsável.

3.2 Desenho do estudo

Os 15 voluntários elegíveis foram alocados para os seguintes grupos: (i)

dapagliflozina 10mg/dia seguida de glibenclamida 5mg/dia, ou (ii) glibenclamida

5mg/dia seguida de dapagliflozina 10mg/dia. Independente da ordem de

tratamento, ambas as intervenções foram adicionadas à metformina e à terapia

anti-hipertensiva preexistente. A randomização foi feita usando uma sequência

aleatória gerada por computador com base na alocação 1:1 entre grupos.

O protocolo de pesquisa teve duração total de 28 semanas, divididas em

duas fases de 12 semanas intercaladas com um período de intervalo (washout)

de 4 semanas. Em cada etapa, os participantes foram submetidos a exames

clínicos e bioquímicos antes e após o bloco de intervenções para futuras

comparações. Nas semanas 6 e 22, um questionário de reações adversas foi

aplicado através de contato telefônico. Foi realizada também a contagem de

comprimidos da intervenção recebida pelo paciente ao final das semanas 12 e

28 para verificar a adesão ao tratamento. Além disso, os participantes foram

instruídos de que quaisquer reações adversas que ocorressem durante o

período de acompanhamento deveriam ser prontamente relatadas ao

integrante não-cego da pesquisa por questões de segurança. Considerando a

natureza cruzada deste estudo, terminada a primeira etapa de 12 semanas, os

pacientes passaram por pausa na intervenção durante 4 semanas e em

seguida foram submetidos ao mesmo protocolo de pesquisa feito na primeira

fase, mas utilizando medicação diferente da recebida no período anterior

conforme ilustrado no fluxograma da Figura 4.

21

Figura 4: Fluxograma do perfil do estudo no período total de 28 semanas.

3.3 Bioimpedância

O método de bioimpedância foi utilizado para avaliação da adiposidade

corporal. Ele é baseado nos conceitos físicos de resistência e reatância, que

correspondem à capacidade dos materiais em dissipar e armazenar energia,

respectivamente. No corpo humano, os tecidos ricos em água, denominados

massa magra (MM), sãos bons dissipadores. Consequentemente, tecidos nos

quais a quantidade de água é reduzida, denominados massa gorda (MG), são

maus dissipadores. As membranas celulares são responsáveis pelo

armazenamento de energia elétrica (47-49). O equipamento Bioimpedance

Analyzer Model 450 (Biodynamic Corporation, Seattle, EUA) usa a impedância

bioelétrica tetrapolar (eletrodos na mão e pé) e relaciona esses conceitos com

gênero, idade, PC e altura para derivar equações que estimam os

compartimentos corporais de massa e água que são subdivididos em: massa

celular corporal, massa extracelular, MM, MG, água intracelular, água

extracelular e água corporal total. O aparelho fornece também o IMC e a taxa

metabólica basal (TMB). O procedimento foi realizado com o paciente na

posição de decúbito dorsal, em jejum e após a ingestão de água, de acordo

com as instruções do fabricante (50).

22

3.4 Medidas antropométricas

Com o paciente em pé e posicionado de frente para o avaliador, foram

coletados os dados: PC, circunferência da cintura (CC) e circunferência do

quadril (CQ). Os instrumentos de medição utilizados e o avaliador foram os

mesmos em todas as aferições de todos os voluntários. O PC foi medido por

uma balança digital com precisão de 100g. Uma fita métrica com precisão de 1

mm foi utilizada para medir CC e CQ. A relação cintura-quadril foi determinada

pela razão dessas circunferências (RCQ = CC/CQ).

3.5 Medidas de PA no Consultório e Ambulatorial

Para as medições da PAS, PAD e frequência cardíaca (FC) no

consultório foi utilizado um esfignomanômetro digital (Omron HEM-711DLX)

seguindo as recomendações Diretriz Brasileira de Hipertensão vigente (51, 52).

A PA ambulatorial foi obtida através da MAPA de 24 horas, feita pelo

processo oscilométrico (53), de acordo com as 5ª Diretriz Brasileira para MAPA

(54). Foi utilizado um monitor Spacelabs 90217 (Spacelabs, Redmond, WA,

EUA) conectado a um manguito de dimensões adequadas ao braço do

paciente. No período de vigília a PA foi medida a cada 20 minutos e no período

de sono em intervalos de 30 minutos. Os parâmetros pressóricos fornecidos

pelo aparelho são PAS, PAD, FC e pressão de pulso (PP).

3.6 Exames Laboratoriais e Ensaio Imunoenzimático

Para obtenção de parâmetros bioquímicos, amostras de sangue e urina

dos participantes foram coletas antes e após os blocos de intervenção de 12

semanas. O sangue foi coletado pela manhã após 12 horas de jejum e a urina

foi coletada durante as 24 horas anteriores à visita ao ambulatório.

Os exames laboratoriais solicitados fazem parte da rotina dos pacientes

em acompanhamento no ambulatório de HAR. São eles: HbA1c e glicemia de

jejum; sódio, potássio e cortisol urinários; colesterol total e frações (HDL-c,

LDL-c e VLDL-c); triglicerídeos, função tireoidiana (TSH, T4L, T3L), cálcio,

ácido úrico, renina, aldosterona, creatinina e clearance de creatinina. Além

disso, foi feita dosagem de glicosúria e fósforo inorgânico urinário.

23

Amostras de sangue coletadas nos períodos anterior e posterior a cada

intervenção também foram utilizadas para determinação da concentração

plasmática de adiponectina através de ensaio imunoenzimático (ELISA) de

acordo com as instruções do fabricante (R & D Systems Inc, Minneapolis,

EUA).

24

4. RESULTADOS

4.1 Artigo Original – Draft do manuscrito submetido

25

26

27

28

29

30

31

32

33

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47

48

49

50

51

SUPPLEMENTARY DATA

Table S1. Anthropometric and body adiposity parameters separately compared in the pre and post 12-week periods with glibenclamide and dapagliflozin

in the study population

Glibenclamide (5mg/day) Dapagliflozin (10mg/day)

Baseline 12-week p-valor Baseline 12-week p value

WC (cm) 103 (94.5 – 115.0) 101 (94 - 116) 0.30 104 (92.5 – 114.0) 101 (96 - 111) 0.29

WHR 0.9 (0.9 – 1.0) 0.9 (0.9 – 1.0) 0.72 0.9 ± 0.1 1 ± 0.1 0.19

BCM (Kg) 24.3 ± 5.5 25.2 ± 5.9 0.15 23.8 ± 5.9 24.2 ± 5.2 0.65

ECM (Kg) 27.9 ± 7.5 28.5 ± 6.1 0.36 29.5 (22.2 – 32.2) 28.4 (20.7 – 31.0) 0.15

ECM/BCM 1.2 ± 0.2 1.2 ± 0.2 0.64 1.2 ± 0.1 1.1 ± 0.1 0.53

LM (Kg) 51.4 ± 13.6 53.7 ± 11.3 0.03 52.8 (39.9 – 61.9) 52.5 (40.7 - 57) 0.58

FM (Kg) 34.8 ± 7.9 34.1 ± 9.2 0.48 32.8 (29.1 – 45.7) 30.8 (27.7 - 40) 0.45

ICW (L) 19.8 ± 5.3 20.6 ±5.5 0.14 19.6 (15.2 – 22.2) 20.4 (16.4 – 22.9) 0.84

ECW (L) 18.8 ± 5.1 18.2 ± 3.8 0.43 17.9 ± 4.4 17.7 ± 3.8 0.58

TCW (L) 38.0 ± 9.1 38.9 ± 7.9 0.17 38.5 (29.2 – 44.3) 37.7 (30.0 – 41.6) 0.84

TCW (%LM) 73.0 ± 2.0 72.6 ± 1.5 0.16 71.7 (70.7 – 73.1) 72.9 (71.5 – 74.3) 0.25

BMR (cal/day) 1627.5 ± 397.0 1674.1 ± 353.0 0.06 1675.9 ± 317.0 1612.6 ± 351.0 0.09

Continuous variables were assessed by paired Student t-test or Wilcoxon and expressed as mean ± standard deviation or median and interquartile range,

according to data distribution. WC = waist circumference; WHR = waist-hip ratio; BCM = body cell mass; ECM = extracellular mass; LM = lean mass; FM = fat

mass; ICW = intracellular water; ECW = extracellular water; TCW = total cellular water, BMR = basal metabolic rate.

52

Table S2. Blood pressure parameters separately compared in the pre and post 12-week periods with glibenclamide and dapagliflozin in the study population

Glibenclamide (5mg/day) Dapagliflozin (10mg/day)

Baseline 12-week p value Baseline 12-week p value

Office SBP (mmHg) 148 (134 - 164) 137 (130 - 178) 0.52 145 ± 28 135 ± 17 0.06

Office DBP (mmHg) 91 ± 12 90 ± 17 0.05 86 ± 15 83 ± 9 0.22

Office HR (bpm) 64 ± 9 65 ± 8 0.67 66 ± 11 68 ± 11 0.45

SBP ABPM 24h (mmHg) 124 (119 - 141) 121 (116 - 135) 0.59 126 ±19 121 ± 11 0.27

DBP ABPM 24h (mmHg) 75 ± 11 76 ± 15 0.82 73 ± 14 71 ± 9 0.39

PP ABPM 24h (mmHg) 51 (49 - 56) 50 (48 - 56) 0.34 53 ± 9 51 ± 7 0.16

HR ABPM 24h (bpm) 72 ± 8 72 ± 9 0.87 73 ± 9 73 ± 9 0.78

SBP ABPM diurnal (mmHg) 126 (121 - 142) 121 (118 - 137) 0.43 128 ± 20 123 ± 9 0.35

DBP ABPM diurnal (mmHg) 75 (68 - 84) 71 (68 - 86) 0.54 75 ± 14 72 ± 9 0.41

PP ABPM diurnal (mmHg) 52 (50 - 56) 52 (48 - 56) 0.30 53 ± 9 51 ± 7 0.27

HR ABPM diurnal (bpm) 73 ± 8 74 ± 9 0.79 74 ± 9 75 ± 10 0.94

SBP ABPM nocturnal (mmHg) 121 ± 14 125 ± 18 0.34 122 ± 18 118 ± 17 0.41

DBP ABPM nocturnal (mmHg) 70 ± 13 72 ± 15 0.56 69 ± 14 68 ± 12 0.82

PP ABPM nocturnal (mmHg) 51 ± 6 53 ± 7 0.22 52 ± 8 50 ± 7 0.11

HR ABPM nocturnal (bpm) 67 ± 9 68 ± 10 0.29 69 ± 10 69 ± 10 0.94

NBPD, % (n) 85 (12) 71 (10) 0.64 79 (11) 79 (11) 1

Continuous variables were assessed by paired Student t-test or Wilcoxon and expressed as mean ± standard deviation or median and interquartile range, according to

data distribution. The categorical data were expressed as a percentage (absolute number). SBP = systolic blood pressure; DBP = diastolic blood pressure; HR = heart

rate; PP = pulse pressure; NBPD = nighttime blood pressure dipping.

53

Table S3. Biochemical parameters separately compared in the pre and post 12-week periods with glibenclamide and dapagliflozin in the study population

Glibenclamide (5mg/day) Dapagliflozin (10mg/day)

Baseline 12-week p value Baseline 12-week p value

Glycemia (mg/dL) 130 ± 51 119 ± 32 0.35 128 (119 - 162) 115 (98 - 146) 0.10

HbA1c (%) 7 (6.5 – 7.6) 6.5 (6.0 – 7.2) <0.001 7.2 (6.7 – 7.8) 6.9 (6.5 – 7.8) 0.50

Glycosuria (g/24h) 0.11 (0.05 – 0.91) 0.07 (0.06 – 1.12) 0.73 9.99 ± 20.75 41.74 ± 24.65 <0.001

Insulin (uUI/mL) 16 ± 20 17 ± 19 0.08 9 (6 - 19) 9 (6 - 13) 0.83

Total Cholesterol (mg/dL) 154 ± 39 155 ± 41 0.94 158 ± 39 150 ± 38 0.37

Triglycerides (mg/dL) 127 (98 – 238) 125 (103 – 170) 0.45 157 ± 59 161 ± 69 0.77

LDL-c (mg/dL) 82 ± 29 82 ± 31 0.96 85 ± 33 75 ± 29 0.15

VLDL-c (mg/dL) 30 ± 14 30 ± 16 0.89 31 ± 12 32 ± 14 0.77

HDL-c (mg/dL) 41 (37 – 47) 43 (33 – 50) 0.38 41 ± 9 42 ± 11 0.42

TSH (uUI/mL) 2.1 (1.5 – 2.9) 2.7 (1.8 – 3.0) 0.25 1.9 (1.4 – 3.0) 1.8 (1.6 – 2.6) 0.95

T4L (ng/dL) 1.3 (1.0 – 1.6) 1.3 (1.1 – 1.4) 0.33 1.3 (1.1 – 1.6) 1.3 (1.1 – 1.5) 0.13

T3L (ng/dL) 0.3 ± 0.04 0.3 ± 0.04 0.68 0.3 ± 0.05 0.30 ± 0.04 0.39

Urinary Na (mEq/24h) 204 ± 98 215 ± 97 0.44 173 ± 126 163 ± 83 0.68

Urinary K (mEq/24h) 58 ± 21 59 ± 26 0.94 55 ± 23 51 ± 18 0.48

Urinary Pi (g/24h) 0.5 ± 0.3 0.6 ± 0.3 0.12 0.5 ± 0.3 0.5 ± 0.2 0.36

Urinary Cortisol (ug/24h) 32 (27 - 40) 35 (29 - 44) 0.74 43 ± 19 46 ± 24 0.69

Calcium (mg/dL) 9.5 ± 0.6 9.4 ± 0.5 0.46 9.3 (9.0 – 9.5) 9.4 (9.0 – 9.8) 0.41

Uric Acid (mg/dL) 4 (4 - 7) 5 (4 - 8) 0.63 5 ± 2 5 ± 2 0.86

Renin (uUI/mL) 18.2 (7.5 – 33.6) 17.1 (2.4 – 72.7) 0.02 24 (2 - 46) 18 (4 - 103) 0.21

Aldosterone (pg/mL) 106 ± 54 124 ± 69 0.39 110 ± 59 134 ± 85 0.25

Creatinine (mg/dL) 0.9 ± 0.3 0.9 ± 0.3 0.31 1.0 ± 0.4 1.0 ± 0.4 0.73

Crea Clear (mL/min/1,73m²) 112 ± 44 119 ± 43 0.16 103 ± 45 90 ± 42 0.06

HbA1c = glycated hemoglobin; Na = sodium; K = potassium; Pi = inorganic phosphorus; Crea Clear = creatinine clearance. Continuous variables assessed by

paired Student t-test or Wilcoxon and expressed as mean ± standard deviation or median and interquartile range, according to the data distribution.

54

Figure S1. Changes in hip circumference (A), weight (B) and body mass index

(C), in the pre and post 12-week periods with glibenclamide and dapagliflozin in

the study population. Continuous variables were assessed by paired Student t-

test and expressed as mean ± standard deviation. Glibenclamide and

dapagliflozin changes from baseline to 12-week were respectively (A) from

109.2±11.4 to 109.9±11.1 cm – p=0.23; and 110.3±9.3 to 108.0±8.6 cm –

p=0.04; (B) from 86.6±17.0 to 87.8±17.4 Kg – p=0.07; and 86.2±15.8 to

85.1±16.1 Kg – p=0.19; (C) from 32.2±4.5 to 33.3±5.0 Kg/m² – p= 0.09 and

33.1±4.4 to 32.3±4.5 – p=0.12. *p<0.05.

55

5. DISCUSSÃO GERAL

A intenção de estudar os efeitos dos iSGLT2 especificamente num grupo

de pacientes com sobrepeso ou obesidade, DM2 e HAR baseou-se na

possibilidade de tratar essas comorbidades em conjunto, visto que alguns

mecanismos são comuns a essas doenças.

A retenção líquida e sódica, por exemplo, é comum em HAS pela

hipersensibilidade ao sal encontrada nesses pacientes, especialmente no

subgrupo com HAR. Por isso, as mudanças hemodinâmicas compensatórias

que ocorrem em condições fisiológicas para equilibrar a PA podem ser

prejudicadas. Danos renais e obesidade podem trazer mais prejuízo nesta

situação, retendo volume por insuficiência de filtração renal (55). Neste sentido,

um estudo clínico com pacientes HAS e DM2 demonstrou que a adição de

dapagliflozina ao tratamento anti-hipertensivo foi benéfico na redução da PA

devido às propriedades diuréticas deste iSGLT2 (56).

A resistência insulínica característica do DM2 também já foi descrita

como um dos fatores em comum com a HAS (29). Geralmente esta condição

promove ativação inadequada do SNS e do SRAA – envolvidos na

fisiopatologia da HAR – proporcionando, consequentemente, a retenção sódica

e aumento do débito cardíaco (57). Na obesidade a presença desses

mecanismos gera aumento dos níveis de aldosterona e desequilibra

marcadores inflamatórios como a adiponectina. Esses dois últimos fatores

estão também relacionados aos níveis pressóricos em pacientes com HAR (58,

59). Neste âmbito, o uso de iSGLT2 já foi demonstrado em alguns estudos

como benéfico no aumento dos níveis de adiponectina em animais e humanos

(60, 61).

No contexto geral, o tratamento da obesidade, do DM2 e da HAR, pode

ser difícil, principalmente quando essas doenças coexistem. Na HAR, por

exemplo, a terapia farmacológica é extensa. No DM2 os pacientes podem

sofrer efeitos adversos, como o ganho de peso geralmente causado pelo uso

de alguns hipoglicemiantes orais (62). Considerando dados de estudos

recentes explorando iSGLT2 – como a análise conjunta de sete estudos com

pacientes DM2 tratados com dapagliflozina, que demonstrou redução do PC

56

associada à diminuição da PA e da HbA1c (63) – verificar seu potencial na

modificação destes parâmetros é relevante para melhorar a abordagem deste

grupo de pacientes de alto risco.

No presente estudo foram encontrados os seguintes resultados principais:

O tratamento de 12 semanas com glibenclamida aumentou

proporcionalmente a massa magra e reduziu os níveis de HbA1c e renina.

O tratamento de 12 semanas com dapagliflozina aumentou a glicosúria e

reduziu a CQ.

A comparação separada e conjunta dos tratamentos não apresentou

diferenças significativas nos parâmetros pressóricos.

A comparação entre as intervenções demonstrou reduções do PC e IMC,

assim como na CQ e TMB a favor do tratamento com dapagliflozina.

Ambos os tratamentos de 12 semanas reduziram os níveis de

adiponectina em relação aos seus valores basais, mas não quando foram

comparados entre si.

Maior proporção de efeitos adversos foi relatada com glibenclamida,

enquanto com dapagliflozina a incidência dos mesmos foi baixa, podendo

favorecer a adesão do paciente ao tratamento.

As reduções do PC e do IMC encontradas no grupo dapagliflozina,

quando comparadas à glibenclamida, estão de acordo com o que já têm sido

demonstrado na literatura relacionada aos efeitos dos iSGLT2. Resultado

semelhante foi encontrado num estudo clínico cuja amostra de 376 indivíduos

com sobrepeso ou obesidade foi tratada por 12 semanas com canagliflozina

versus placebo (64). Da mesma maneira o tratamento com ipragliflozina em

257 pacientes japoneses com DM2 reduziu significativamente estes parâmetros

após 12 semanas em comparação aos valores basais (65).

Neste estudo encontramos redução na CQ, que não parece ter relevância

clínica e também não foi observada em outros estudos clínicos. Geralmente o

que é demonstrado na literatura refere-se à diminuição na CC, que está

associada à redução do risco para doenças cardiovasculares (66). A CC foi

reduzida após 12 semanas de tratamento com empagliflozina versus placebo

num estudo que avaliou 547 japoneses com DM2 (66). Semelhantemente, o

57

tratamento de 24 semanas com dapagliflozina diminuiu este parâmetro em

relação aos valores basais de 182 pacientes com DM2 e sobrepeso (67).

A explicação precisa para o resultado contrastante encontrado entre as

intervenções em relação à TMB não está esclarecida, visto que os outros

parâmetros avaliados através da bioimpedância não apresentaram diferenças

significativas. Uma hipótese é que o aumento da TMB encontrado após o

tratamento com glibenclamida acompanhou o aumento também encontrado da

MM neste grupo. Por outro lado, a perda calórica gerada pela glicosúria, típica

do mecanismo de ação da dapagliflozina, explicaria a redução encontrada na

TMB com este tratamento.

Os parâmetros pressóricos de consultório e MAPA não apresentaram

diferenças significativas após as 12 semanas de ambos os tratamentos, assim

como na comparação entre eles. As reduções na PAS e PAD podem não ter

atingido significância devido ao número amostral reduzido de nosso estudo, ou

ao tempo de intervenção não ser suficiente para mostrar esse efeito do

iSGLT2. Além disso, os estudos que tiveram resultado satisfatório sobre a PA

tratam-se de ensaios multicêntricos, com amostras notavelmente maiores,

geralmente com tempo de intervenção mais longos e voluntários de baixo risco

em comparação à população do nosso estudo. Um exemplo é o estudo

CANTATA-D2 que encontrou redução significativa da PAS após 52 semanas

de tratamento com canagliflozina em 756 pacientes com DM2 em comparação

ao tratamento com sitagliptina (68). Resultado semelhante foi observado na

coorte de 824 pacientes hipertensos com DM2 do estudo EMPA-REG BP que

apresentou redução significativa da PAS e da PAD de consultório e MAPA

após 12 semanas de tratamento com empagliflozina (69). Também foi notada

redução das PAS e PAD numa análise de 13 estudos utilizando o tratamento

com dapagliflozina durante 24 semanas em pacientes com DM2 na

comparação com placebo (70).

A glibenclamida é um antidiabético da classe das sulfonilureias, que

agem nas células β pancreáticas estimulando a secreção de insulina. Esta por

sua vez reduz a glicemia, podendo causar hipoglicemia (71, 72). O tratamento

com este fármaco na amostra deste estudo levou à redução significativa da

HbA1c, o que era esperado e benéfico ao controle do DM2. Apesar disso,

58

sabemos que a ocorrência de eventos hipoglicêmicos pela administração dessa

classe de fármacos é comum e podem não ser bem tolerados pelos pacientes

(62). Particularmente para os pacientes com hipertensão resistente, que per se

apresentam maior risco cardiovascular e prevalência de doença isquêmica

silenciosa do coração (73) a hipoglicemia é extremamente nociva. Hipoglicemia

e outros sintomas – que apesar de não comprovados caracterizam a mesma –

foram relatados durante o tratamento com essa medicação corroborando com

este dado. Após o tratamento com esta medicação também foi observada

diminuição da renina. Embora isso seja significativo estatisticamente,

clinicamente não apresenta relevância, visto que a mesma permaneceu dentro

dos valores de referência.

Quando os tratamentos foram comparados, os parâmetros bioquímicos

não apresentaram diferenças significativas, com exceção da glicosúria. O

aumento na espoliação de glicose através da urina era um resultado esperado,

considerando o mecanismo de ação do fármaco (41), mas é também um ahado

importante, pois demonstra a adesão satisfatória dos voluntários ao tratamento.

Isso foi demonstrado também na comparação com os valores basais do

tratamento com dapagliflozina.

Os níveis de adiponectina, que se encontram reduzidos nos pacientes

com HAR, DM2 e obesidade (22, 31), demonstraram reduções após os

tratamentos tanto com dapagliflozina quanto com glibenclamida, embora

quando o resultado dos dois tratamentos foi comparado não houve diferença

significativa. O nível reduzido de adiponectina após ambos os tratamentos

versus seus valores basais foi um achado interessante, uma vez que o

tratamento e a melhora da adiposidade geralmente aumentam seus níveis.

Fatores externos que parecem estar ligados à adiponectina possivelmente

influenciaram esse parâmetro, como a redução aguda do PC que pode

desencadear estresse oxidativo, aumentando marcadores urinários de estresse

que reduzem a adiponectina (74). O aumento benéfico dessa adipocitocina

pela restrição calórica e exercícios físicos é dependente do grau de obesidade,

variando entre sobrepeso e obesidade (75, 76), e envelhecimento, o que

compromete a resposta do tecido adiposo (77). O efeito favorável da terapia

antidiabética sobre a adiponectina não parece ser mantido em longo prazo,

59

independente do controle metabólico e da adiposidade (78). A adiponectina

também pode ser afetada negativamente por níveis desequilibrados de TNF-α

e proteína quinase A (79), dieta rica em certos ácidos graxos (80) e presença

de distúrbios neuropsiquiátricos ou comprometimento cognitivo (81).

Embora a população do nosso estudo seja pequena e muito específica,

este é o primeiro estudo clínico que explora os efeitos de um iSGLT2 em

indivíduos diabéticos com HAR e os nossos principais achados estão de

acordo com os já demonstrados na literatura. Acreditamos que novos estudos

com essa abordagem, mas de caráter multicêntrico, que tenha disponível uma

população maior e possa oferecer intervenção de duração mais longa poderiam

confirmar e fortalecer nossos achados que corroboram no potencial dos

iSGLT2 em indivíduos com sobrepeso ou obesidade, DM2 e HAR.

Finalmente, podemos ressaltar algumas limitações durante este estudo.

Primeiro, o pequeno tamanho amostral e o período de tratamento relativamente

curto podem não ter sido suficientes para demonstrar o potencial do iSGLT2

sobre as variáveis avaliadas. Segundo, o valor da HbA1c para inclusão dos

voluntários, que começou em 6,5% e pode ter sido responsável pela baixa

resposta ao tratamento, em comparação a outros estudos que usam HbA1c

acima de 7% como valor de corte. Terceiro, o cálculo para o período de

washout foi feito de acordo com a meia-vida do medicamento, e por questões

éticas julgamos esse o tempo mínimo necessário para garantir a segurança

dos pacientes com DM2 inadequadamente controlado. Apesar disso, esse

tempo pode ter sido insuficiente e ter resultado em efeito carryover, ou seja, o

tratamento inicial pode ter influenciado os resultados do tratamento final. E por

último, o tamanho amostral que foi calculado com base na variação da MG,

restringindo o poder do estudo a esta variável. Sendo assim, os outros

achados, sem poder pré-estabelecido, são considerados exploratórios estando

suscetíveis a erros.

60

6. CONCLUSÕES

Portanto, concluímos que nesta amostra de pacientes hipertensos

resistentes diabéticos com sobrepeso ou obesos:

A intervenção com o iSGLT2 dapagliflozina por 12 semanas foi superior à

terapia hipoglicemiante convencional com glibenclamida na redução dos

parâmetros de adiposidade corporal PC e IMC.

Os tratamentos de 12 semanas com dapagliflozina e glibenclamida

reduziram os níveis de adiponectina em relação aos seus valores basais,

mas não quando foram comparados entre si.

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8. APÊNDICE

8.1 Artigo de Revisão – Draft do manuscrito aceito para publicação

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9. ANEXOS

9.1 ANEXO 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

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9.2 ANEXO 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

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9.3 ANEXO 3 – Questionário de Reações Adversas

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