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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR VII SÃO JOSÉ
CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA
FORMA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL NO BRASIL
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito na Universidade do Vale do Itajaí
ACADÊMICO: ANDRÉ LUIZ MARTINS
São José (SC), Julho de 2004
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR VII – SÃO JOSÉ
CURSO DE DIREITO
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA
FORMA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL NO BRASIL.
Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de bacharel em Direito da Universidade do Vale do Itajaí, sob orientação do Prof. MSc. Márcio Roberto Paulo
ACADÊMICO: ANDRE LUIZ MARTINS
São José (SC), Julho de 2004
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CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR VII – SÃO JOSÉ
CURSO DE DIREITO
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA
FORMA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL NO BRASIL.
ANDRÉ LUIZ MARTINS
A presente monografia foi aprovada como requisito para a obtenção do grau de bacharel em
Direito na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI do Centro de Educação de São José
São José, 8 de Julho de 2004
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. MSc Marcio Roberto Paulo.
___________________________________________
Prof. MSc. Leandro A. Dorneles de Dorneles.
___________________________________________
Prof. (a) ESp Luciana de A. Grillo Schaefer
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DEDICATÓRIA
Dedico este texto :Nada é Impossível nesta vida Aos meus pais, a minha mulher e a minha filha e meus parentes.
5
AGRADECIMENTOS
Ao professor Marcio pela atenção que me foi dada durante o decorrer do trabalho realizado e pelo incentivo do tema proposto para estudo. A minha família por ter me dados condições para realizar este sonho que era de cursar esta faculdade e para minha mulher Aline que chegou em minha vida este ano e me ajudou bastante na formulação deste trabalho e também a minha filha Alice que chegará no dia da minha formatura.
A todos aqueles que, de uma maneira direta ou indireta, contribuíram para a realização desta pesquisa.
6
“Onde houver Justiça aí haverá sabedoria, E onde houver sabedoria aí esta o paraíso.”
Santo Antonio
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SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................................9
ABSTRACT.............................................................................................................................10
LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................................11
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................13
1 HISTORICO DA PREVIDENCIA SOCIAL ....................................................................15
1.1 HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNDO .............................................15
1.2. HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL.............................................17
1.3. A CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DA PREVIDENCIA SOCIAL .............21
1.4. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A SEGURIDADE SOCIAL .....................................23
1.5 A CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.........................25
1.6. A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98................................................................26
2. SEGURIDADE SOCIAL ...................................................................................................28
2.1.CONCEITO ....................................................................................................................28
2.1.1 Princípios da Seguridade Social ..............................................................................29
2.1.2. Custeio da Seguridade Social .................................................................................31
2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL ..............................................................................................32
2.2.1 Conceito ...................................................................................................................32
2.2.2. Segurados da Previdência Social ............................................................................34
2.2.2.1 Conceito ............................................................................................................34
2.2.2.2. Benefícios ........................................................................................................35
2.2.2.3 Tipos de Beneficios: .........................................................................................35
3. APOSENTADORIA ESPECIAL ......................................................................................38
3.1. CONCEITOS .................................................................................................................38
3.1.1. Aposentadoria .........................................................................................................38
3.2. APOSENTADORIA ESPECIAL ..................................................................................39
8
3.2.1 Atividades Insalubres...............................................................................................41
3.2.2 Atividades Perigosas................................................................................................41
3.2.3. Atividades Penosas .................................................................................................42
3.3. CARACTERÍSTICAS DA APOSENTADORIA ESPECIAL ......................................42
3.4. COMPROVAÇÃO DO EXERCICIO DE ATIVIDADE ESPECIAL. .........................45
3.5. RENDA MENSAL INICIAL ........................................................................................46
3.6. CUSTEIO DA APOSENTADORIA ESPECIAL..........................................................47
3.7. CONTAGEM RECIPROCA .........................................................................................48
3.8. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO..................................................................49
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................52
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................54
ANEXOS..................................................................................................................................56
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RESUMO
O Direito Previdenciário é responsável pelo estudo dos princípios, dos institutos
jurídicos e das normas relacionadas à previdência. A previdência social é um seguro social,
que tem como objetivo o de substituir a renda do segurado e de seus dependentes, quando
perdendo estes à capacidade para o trabalho, sendo em virtude da idade, por motivo de
doença, acidente, morte, desemprego, ou até pela maternidade ou reclusão. Tendo como
finalidade relacionar-se à garantia de proteção social, inclusive pecúlios ou rendas mensais, o
qual principal alvo é a manutenção da vida humana, em condições dignas de sobrevivência.
No Brasil a previdência social teve seu início com a elaboração da Lei Eloy Chaves que criou
uma Caixa de Aposentadorias e Pensões para os empregados de empresas ferroviárias, o qual
os beneficiava com ajuda médica, aposentadoria, pensões para os dependentes e auxílio
funeral. Hoje em dia, entre as diferentes formas de obter o benefício da Previdência Social no
Brasil uma delas é o da aposentadoria especial. Instituída para os trabalhadores que laboram
em condições especiais que prejudiquem sua saúde ou sua integridade física. Essas atividades
estão dispostas no art. 58 da Lei nº 8.213 de 24-7-91, são aquelas relacionadas pelo Poder
Executivo. No anexo IV do decreto nº 3.048, de 6-5-99 o Poder Executivo relacionou as
doenças profissionais. Com base na Lei 8.213/91, no Decreto 3.048/99 e nas alterações
introduzidas pela Emenda Constitucional nº 20 de 1998, procurou-se apresentar de forma
abrangente o benefício da aposentadoria especial bem como procurar explicar a concessão
para este tipo de aposentadoria.
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ABSTRACT
The Previdenciary law is responsable for the study of principiles, for the juridic
institutes and the ruleres related to the welfare. The social welfare is a social insurance,
having as objective suply the money of the insurance and their dependents, when those lose
the ability to work, being it because the age, disease, accident, death, unployment, or even by
maternity or reclusion. Having as finality relate itself guarantee of social protecion, include
peculium or monthy earning, which main target is the manutention of human life, in con dign
survival conditions. In Brazil the social welfare had its beginning with the elaboration of Eloy
Chaves law which created retirement fund and pensions for the railway imployees, which
helped the employeers with medical attendiment, retirement, pensions for dependents and
funeral support Nowadays, among the different ways to get the benefit from social welfare in
Brazil one of them is the special retirement benefit made to help the works who work in
special conditions harming their heath or their phisical integrity. Those activities are displayed
on article 58 of the law 8.213 of 24 th – 07-91 are those related by the Executive Power. In
the IV annex of the decrete number 3.048, of 5-6-99 the ExecutivePower related the
professional disiases. With basing in the law 8.213/91, in the decree 3.048/99 and in the
modifications introduced by Constitutional Emendation number 20 of 1998, was tried to show
in an abrangent way the benefit of special retirement as well as try to explain the concession
for this kind of retirement.
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LISTA DE ABREVIATURAS
CEME – Central de Medicamentos
CF – Constituição Federal
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
DATAPREV - Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social
FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FUNABEM – fundação Nacional do Bem Estar do Menor
FUNRURAL – Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural
IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social
IAPM – Instituto da Aposentadoria e Pensões dos Marítimos
IAPC - Instituto da Aposentadoria e Pensões dos Comerciários
IAPB - Instituto da Aposentadoria e Pensões dos Bancários
IAPEC - Instituto da Aposentadoria e Pensões dos Transportes e Carga
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
INPS – Instituto Nacional de Previdência Social
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
IPASE - Assistência Social dos Servidores de Estado
LBA – Legião Brasileira de Assistência
LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social
LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social
MONGERAL – Montepeio Geral da Economia Social dos Servidores do Estado
MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social
MPS - Ministério da Previdência Social
MTPS - Ministério do Trabalho e Assistência Social
PASEP - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PRO-RURAL – Programa de Assistência ao Trabalhador Rural
PIS - Programa de Integração Social
RGPS - Regime Geral da Previdência Social
SAT – Seguro de Acidente de trabalho
SIMPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social
SUDS – Sistema Único Descentralizado de Saúde
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SUS - Sistema Único de Saúde
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INTRODUÇÃO
O Direito Previdenciário corresponde ao estudo dos princípios, dos institutos jurídicos
e das normas da previdência. Objetiva analisar e interpretar os princípios e as normas
constitucionais, legais e regulamentares que estão relacionados ao custeio do sistema da
previdência nacional.
A Previdência Social, que é o sistema pelo qual são concedidos benefícios, mediante
contribuição por um determinado tempo dos segurados e seus dependentes, ou seja, àqueles
que estão vinculados ao sistema e contribuem com ele.
O benefício constitui-se em uma espécie de seguro, concedido através de prestações
pecuniárias ou serviços, que é liberado quando do registro de eventos de infortúnio ou outros
que são considerados pela lei como dignos de amparo financeiro ao indivíduo.
Um dos benefícios da Previdência Social no Brasil é benefício da aposentadoria
especial, que constitui objeto desta monografia.
A aposentadoria especial foi criada para empregados que trabalham em condições
especiais, que provocam problemas em sua saúde e por em risco a sua integridade física.
A aposentadoria especial é um beneficio do Regime Geral da Previdência Social
(RGPS), do exercício de atividade em que se trabalha sob condições especiais.
O tema presente desta monografia é a forma e a concessão da aposentadoria especial
no Brasil sob o Regime Geral da Previdência Social. O objetivo da pesquisa foi como é a
forma deste beneficio e quais os parâmetros utilizados pelo INSS para a concessão da
aposentadoria especial desde sua criação.
A presente monografia está dividida em três capítulos. No primeiro apresenta-se o
histórico da Previdência Social no mundo e no Brasil partindo da Lei Eloy Chaves até as leis
mais recentes.
Já o segundo capítulo conceitua a Seguridade Social, seus princípios e o seu custeio,
além disso, tem-se o conceito de Previdência Social e os seus benefícios.
No terceiro capítulo por sua vez, apresenta-se de forma mais especifica a
aposentadoria especial. Este capítulo é desenvolvido com base na Lei nº 8.213/91, Lei n.
8.212/91 e nas alterações introduzidas pela Emenda Constitucional nº 20 de 1998 e no
Decreto 3.048/99.
Demonstra-se quais os parâmetros adotados pelo INSS, hoje, para a concessão da
aposentadoria especial, e suas diferenciações mediante os critérios para obter este tipo de
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beneficio. É importante enfatizar que não será abordada a Reforma da Previdência por que
está não alterou os critérios para obtenção do beneficio da aposentadoria especial.
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1 HISTORICO DA PREVIDENCIA SOCIAL
1.1 HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNDO
Antes de nos aprofundarmos no estudo do tema da aposentadoria Especial, é
necessário que façamos uma análise de como se deu o surgimento e o processo evolutivo da
aposentadoria em nosso país.
Em relação ao início da previdência, é difícil uma definição clara e objetiva como bem
discorre Wladimir Novaes Martinez:
É quase impossível resenhar a evolução da previdência social. Primeiro, em razão da infinidade de medidas e instituições com variedade gama, quase todas assistenciárias e precárias. Segundo, porque nem sempre atendem esses eventos a qualquer classificação moderna das técnicas de proteção social, resultando em tentativas frágeis e efêmeras, sem organização ou sistematização. Pode-se, isso ser colhidos. Aqui e ali, exemplos de tentativas particulares ou governamentais, as quais, afinal, acabaram por derivar na técnica protetiva. (MARTINEZ, 1998 p.58)
Conforme a pesquisa sobre o tema de previdência social vai se desenvolvendo,
constatamos que na antiguidade em diversos livros o tema já era abordado, por diversos
autores certamente não no sentido de previdência social, mas no sentido de proteção aos
trabalhadores.
O desenvolvimento das diferenças técnicas de proteção, especialmente as sociais, com vista a consolidação da previdência social, pode ser divididos em dois grandes períodos: a) pré-história, dos livros sagrados (BÍBLIA, TALMUD, CORÃO E OUTROS) e códigos( MANU, DOZE TABUAS, HAMURABI ), indo até 1883, em termos mundiais, e, brasileiros, até 1923; b) historia propriamente dita, respectivamente após Otto von Bismark (Alemanha) e Eloy Chaves (Brasil).(MARTINEZ,1998 p. 58)
Com relação ao surgimento da história da previdência social no mundo, Martinez em
seu livro faz alusão, inclusive à era pré-histórica, na qual a proteção mútua entre os homens
das cavernas, já é vista como um exemplo de previdência.
Antropologicamente especula-se sobre o primeiro gesto protetivo praticado pelo homem, possivelmente nas imediações da caverna, a quarenta ou cinqüenta mil anos atrás, mais ou menos ao tempo da adoção a agricultura e do sedentarismo: se de poupança (a carne excedente congelada pôde ser aproveitada quando não se dispôs, por força da circunstâncias, de outros meios de se alimentar) ou se abaixar para ajudar o companheiro ferido. Não será fácil classifica-la como técnica de proteção, mesmo a mais primitiva, para populações com expectativa de vida média de dezoito anos. (MARTINEZ. 1998, p. 59).
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A previdência, no sentido de proteção aos trabalhadores, já está também registrada nos
livros e códigos antigos. Tais documentos eram vistos como protetores dos povos antigos em
relação ao trabalho, como por exemplo, a proteção à esposa, que está doente, pelo marido que
não pode abandoná-la descrito no Código de Hamurabi 1.728-1.686 a.C:
Em seu art. 148 colhe-se:” se um Awilun tomou uma esposa e esta foi acometida da doença labum e se ele decidiu esposar uma outra, ele poderá esposar, mas não poderá repudiar sua esposa, que a doença labum acometeu .Ela morará na casa que construíram e ele a sustentará enquanto ela viver”. Segundo E. Bouzon, awilum era o homem livre e labum uma espécie de febre contagiosa”. O Código de Hamurabi” (Editora Vozes, 1976, p 68). O art. 198 reza “Se alguém arranca o olho de um liberto, mesmo acidentalmente, deve pagar indenização”. (MARTINEZ, 1998, p. 60).
Não só o Código de Hamurabi continha referências à proteção das pessoas perante as
outras, mas também o Código de Manu, utilizado pelas antigas civilizações determinava
certas obrigações e punições.
O Código de Manu, em conformidade com a lição de Will Durant (História da Civilização), determina a obrigação dos juízes de examinarem ex officio os acidente ocorridos nas jurisdições. Conforme Albino Lima o Faraó de Quéops estabeleceu punição para os construtores de sua pirâmide tumular se ocorresse acidente com os trabalhadores. Então, já existiam associações para um auxílio recíproco.(MARTINEZ, 1998 p.60).
A Bíblia Sagrada faz referência à questão da proteção evidenciada em outros códigos
que se espalhavam pelo mundo Árabe e, apresenta, pela primeira vez a palavra aposentadoria:
um tipo de benefício a pessoas que tenham requisitos para ter o direito da mesma.
Depois de um determinado tempo de serviços prestados aos sacerdotes, os levitas
recebiam um benefício, não precisando mais trabalhar, só organizar e instruir os novos levitas.
Por outro lado, se já fossem levitas da família de Arão, depois de cumprir um certo período de
trabalho, podiam servir voluntariamente.
A Bíblia Sagrada ao designar os levitas (não eram da família sacerdatol de Arão) para servir na tenda de reunião, sob direção dos sacerdotes, Jeová proveu seu bem estar. Ordenou a Moisés: “Isto é o que se aplica aos levitas. Da idade de 25 anos para cima ele ingressaria na companhia do serviço da tenda de reunião. Mas, depois da idade de cinqüenta anos, retirar-se-á da companhia de serviço e não mais fará nenhum serviço. E ele terá de ministrar seus irmãos, na tenda de serviços de reunião, cuidando da obrigação, mas não deve fazer nenhum serviço”( NÚMEROS, 8:23; I Cr 23.3). (MARTINEZ, 1998 p. 61).
O próprio livro sagrado ainda discorre a respeito do serviço dos levitas no qual era
registrado o funcionamento de contagem para o tempo de aposentadoria, sendo que era
altamente organizado e comprido, como cita o nobre autor, Martinez:
É descrita a organização do serviço dos levitas. Ali se declara deverem ser registrados, dos trinta anos aos cinqüenta anos de idade. Outra finalidade da aposentadoria era dar a todos os levitas a oportunidade de terem serviços no santuário, porque apenas número limitado era necessário (NÚMEROS, 8:26). Não
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havia previsão da aposentadoria para os sacerdotes, os levitas da família de Arão. Os aposentados aos cinqüenta anos não se retiravam de todo serviço. Podiam servir voluntariamente. (MARTINEZ, 1998. p. 61)
O que foi apresentado até aqui, não está relacionado, propriamente com a história da
previdência, mas à proteção aos trabalhadores, que já vem desde os primórdios da civilização,
sendo que a historia da previdência é recente, datada do século XIX.
Na França a criação do plano de aposentadoria assinala alguns momentos importantes
em 1681, as aposentadorias para marítimos. Em 1790, regime para funcionários do Estado e
militares. Em 1806, um sistema de aposentadoria no Banco da França. Existem registros a
favor dos trabalhadores de La Comédie Française et I’Opéra (1812). Em 1824, para os
empregados da Imprensa Nacional. (MARTINEZ, 1998. p.65)
Já na Inglaterra, a previdência surgiu um pouco mais tarde, em 1712, e relacionava as
contribuições entre os empregados, como cita o autor:
Em 1712, na Inglaterra, um sistema de aposentadoria para os servidores públicos” em que eram cobradas dos funcionários contribuições, de onde saiam os benefícios pagos, isto é observando-se o regime financeiro que hoje chamamos de repartição”. (MARTINEZ, 1998. p. 65-66)
Nos Estados Unidos iniciou-se também as proteções para os funcionários, como por
exemplo, aposentadorias para os policiais, professores públicos e privados, como também a
aposentadoria não regida pelo processo de contribuição.
Nos Estados Unidos em 1857, em New York, plano de aposentadoria para a polícia, o primeiro a cobrir funcionário naquela cidade. Em 1875, a American Express Co. estabelece o primeiro plano de aposentadoria não contributório. Em 1880, a Baltimore & Ohio Rail-Road Co. o primeiro com divisão de encargo. Em 1892, a Universidade de Colúmbia, cria aposentadoria para os professores privados e em 1893, para os professores públicos. (MARTINEZ, 1998 p. 66).
Mas logo que começaram a surgir em alguns países, as proteções aos trabalhadores,
outros países começaram a adotar o mesmo sistema a partir da Revolução Industrial, com o
surgimento do proletariado e da metropolização das cidades, quando adquiriram feição
própria de proteger os pobres. (CASTRO, 2003 p. 33)
1.2. HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
O Brasil só veio a conhecer verdadeiras regras de previdência social no século XX.
Antes disso, apesar de haver previsão constitucional a respeito da matéria, apenas em
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diplomas isolados aparece alguma forma de proteção a infortúnios. No que se refere à Carta
Magna de 1824 – art 179, XXXI – mencionava a garantia dos socorros públicos, em norma
meramente programática; o Código Comercial, de 1850, em ser art. 79, garante por três meses
a percepção de salários de preposto acidentado, sendo que desde 1835 já existia o Montepio
Geral da Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL) primeira entidade – de
previdência privada no Brasil. (CASTRO, 2003 p. 45)
Antes da Lei do Deputado Eloy Chaves já havia alguns textos que falavam a respeito
de algumas matérias previdenciárias, conforme descreve Carlos Alberto Pereira de Castro
(2003, p. 45).
O primeiro texto em matéria de previdência social no Brasil foi expedido em 1821, pelo ainda Príncipe Regente, Dom Pedro de Alcântara. Trata-se de um decreto de 1º de outubro daquele ano, concedendo aposentadoria aos mestres e professores, após 30 anos de serviço, e assegurado um abono de ¼ (um quarto) dos ganhos aos que continuassem em atividade. Em 1888, o Decreto- lei nº 9.912-A, de 26 de março, dispôs sobre a concessão de aposentadoria aos empregados dos Correios, fixando em trinta anos de serviço e idade mínima de 60 anos os requisitos para tal. Em 1890, o Decreto n. 221,de 26 de fevereiro instituiu a aposentadoria para os empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil, posteriormente estendida aos demais ferroviários do Estado pelo Decreto nº.565 de 12 de julho do mesmo ano.
Através desses decretos foram surgindo as proteções aos trabalhadores: a
regularização de benefícios específicos para cada situação, como as aposentadorias por
invalidez, pensão por morte e acidente de trabalho.
De acordo com Castro, (2002, p. 45): “A Constituição de 1891, art 75, previu a
aposentadoria por invalidez aos servidores públicos”. Sobre aposentadoria por invalidez e
pensão o autor citado nos relata: “Em 1892, a Lei n. 217, de 29 de novembro, instituiu a
aposentadoria por invalidez e a pensão por morte dos operários do Arsenal de Marinha do Rio
de Janeiro”.
Sobre a primeira lei de proteção ao trabalhador: “A primeira lei sobre p roteção contra
acidentes do trabalho surgiu em 1919; antes, o trabalhador acidentado tinha apenas como
norma a lhe proteger o art. 159 do Código Civil, vigente a partir de 1917 e, antes disso, as
normas das Ordenações Filipinas.” (CASTRO, 2003 p. 46)
No começo do século XX, ocorreram inúmeras greves no eixo Rio e São Paulo. Após
diversos protestos, já se tornava evidente a obrigatoriedade de uma lei que caracterizasse a
proteção aos trabalhadores, leis esparsas adotavam o sistema previdenciário, mas pelas
circunstâncias de levar o país a uma anarquia, novamente os governantes se viram a obrigados
a fazer uma lei que amparasse os trabalhadores brasileiros, tendo em vista que nos países mais
avançados já existiam leis protegendo estes trabalhadores. (MARTINEZ, 1998 p. 71)
19
O primeiro a se manifestar foi Eloy Chaves, Deputado Federal de São Paulo,
apresentando o projeto de lei n. 446/21,em 1922,sob n. 362/22, aprovado na comissão de
Legislação Social em 26.12.22 e finalmente na Câmara dos Deputados em 30.12.22,
sancionada pelo Presidente Arthur da Silva Bernardes em 24.1.23, seguindo as assinaturas dos
Ministros Miguel Calmom du Pin e Almeida e Francisco Sá. A publicação saiu no DOU de
28.1.23, com alterações em 14.4.23. (MARTINEZ, 1998 p. 71)
A respeito deste primeiro projeto o Deputado explanou sua importância na Cidade de
Jundiaí, na Câmara Municipal. “A áspera luta de classes, figurada e aconselhada pelos
espíritos extremados ou desvairados por estranhas e complicadas paixões, eu anteponho,
confio no seu êxito total, a colaboração íntima e pacifica de todos, em beneficio da pátria
comum e dentro da ordem!”. (MARTINEZ, 1998 p. 71)
No decreto legislativo de n. 4.682/23 no seu art. 1º ele já descrevia como seriam as
aposentadorias, assim como a sua taxação, e os tipos de benefícios que abrangiam:
Em seu art. 1º, o Decreto Legislativo n. 4.682/23 autorizou a criação, em todo País, de Caixas de Aposentadoria e Pensões, em cada uma das ferrovias, para os seus empregados (definidos como operários prestando serviços numa empresa por mais de seis meses). Implementando as experiências anteriores, a proteção social era estendida a praticamente todos os ferroviários. Previa Contribuição mensal de 3% sobre os vencimentos, por parte dos empregados, e patronal, anual, de 1% sobre a renda bruta da empresa. Outra fontes eram admitidas, como um aumento nas tarifas de 1,5%, origem da Quota Previdência. Introduziu a jóia, espécie de entrada, correspondente a um mês de salário e paga em dois anos, alem da contribuição adicional, igual à diferença de salário da primeira promoção, igualmente amortizável em vinte quatro meses. E, curiosamente, o valor da venda de papel velho e varreduras.O plano de beneficio previa: a) aposentadoria ordinária e por invalidez; b) pensão por morte; c) assistência medica para os beneficiários; d) medicamentos a preço reduzido. Aposentadoria ordinária era concedida ao empregado com mais de trinta anos de serviço e um mínimo de cinqüenta anos de idade.(MARTINEZ, 1998. p. 72).
Após o surgimento da Lei Eloy Chaves, criaram-se outras Caixas em empresas para a
proteção aos trabalhadores, em diversos seguimentos da sociedade na atividade econômica. A
primeira grande crise no setor previdenciário ocorreria em 1930. (CASTRO, 2003 p. 46)
A contar de 1933 os Institutos começaram a funcionar conforme cita o autor.
A primeira instituição de previdência social de âmbito nacional, com base na atividade econômica, foi criada o IAPM – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, criada em 1933, pelo Decreto n. 22.872, de 29 de junho daquele ano. Seguiram-se o IAPC – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários, em 1934; o IAPI – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários; em 1936; o IPASE – Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado, e o IAPETC – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transporte e Cargas, estes em 1938. (CASTRO, 2003 p. 47).
A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a forma de custeio do sistema
previdenciário a contribuição dos trabalhadores, dos empregados e do poder público. A
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Constituição de 1937 não trouxe muitas mudanças à Constituição de 1934, apenas a expressão
“seguro social”. (GONÇÃLES, 1997 p. 23)
Já as aposentadorias dos servidores públicos só foram regularizadas em 1939. Essas
normas tendem a existir de forma progressiva, sendo que as extensões dos benefícios sempre
partem de uma categoria para a coletividade; e inicia-se nos serviços públicos para depois
atingir os trabalhadores da iniciativa privada. (CASTRO, 2003 p. 46)
Em matéria de assistência social, foi criada a LBA em 1942 pelo Decreto-lei n.
4.890/42. No ano de 1945 iniciou-se a criação correta do sistema previdenciário através de um
decreto.
No ano de 1945. o Decreto-lei n. 7.526 inicia a criação de um verdadeiro sistema de previdência social, com a tentativa de uniformidade das normas a respeito de benefícios e serviços devidos a cada Instituto da classe. Contudo tal diploma não chegou a ser efetivamente colocado em pratica, por ausência de regulamentação, que deveria ter estabelecido a organização e o funcionamento do que seria o Instituto dos Serviços Sociais do Brasil, instituição que nunca chegou a existir. (CASTRO, 2003 p. 47/ 48).
A Constituição de 1946 previa normas que versavam sobre direitos sociais e partir da
Carta Magna. O trabalhador começou a ser segurado contra acidentes de trabalho e pela
primeira vez constava a expressão “previdência social”. Já a em 1949 o poder executivo
padronizou a concessão dos benefícios das aposentadorias e pensões, anteriormente regidas
individualmente. Foi instituído, então, o Decreto-lei n. 34.586-53, que criou a Caixa Nacional
que era uma fusão de todas as Caixas. (CASTRO, 2003 p.48)
Em 1960 foi criado o Ministério do Trabalho e Previdência Social e promulgada a Lei
n. 3.807 a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, cujo projeto tramitou desde 1947. Este
diploma não unificou os organismos existentes, mas criou formas uniformes de amparo para o
trabalhador e seus dependentes, dos vários institutos existentes. O trabalhador rural e o
doméstico continuaram excluídos pela previdência social. (GONÇÃLES, 1997 p. 24)
A aposentadoria especial teve seu inicio em 1960 com a LOPS. (MARTINEZ, 1998
p.89)
O salário família foi instituído em 1963, pela Lei n. 4.296, de 3 de outubro destinado
aos empregadores que tivessem filhos menores, visando a manutenção dos mesmos. No
mesmo ano foi criado o abono anual, o famoso décimo terceiro, pela Lei n. 4.281, de 8 de
novembro existente até a atualidade. (CASTRO, 2003 p. 48)
Em 1965, a Emenda Constitucional n.11, estabeleceu o princípio da precedência da
fonte de custeio, em relação à criação ou majoração de benefícios. (CASTRO, 2003 p48)
21
1.3. A CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DA PREVIDENCIA SOCIAL
O INPS foi criado pelo Decreto-lei n. 66, de 21.11.66 que providencia a criação do
instituto para organizar melhor a matéria da previdência social, por seus vários déficits.
(MPAS, 2004)
A Lei n° 5.107, de 13 de setembro daquele ano, criou o Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço - FGTS e o Decreto-Lei n° 72, de 21 de novembro daquele mesmo ano reuniu os
seis Institutos de Aposentadorias e Pensões no Instituto Nacional de Previdência Social -
INPS. (MPAS, 2004)
Conforme Castro (2003, p. 49) a criação do INPS representou uma providência que há
muito era reclamada pelos estudiosos da matéria, em vista dos problemas de déficit em vários
institutos classistas, até então não unificados.
Um ano após, a Constituição de 1967 estabeleceu a criação do seguro-desemprego,
que não existia até então, passando a se chamar auxílio-desemprego. A Emenda
Constitucional de n.1/69 não inovou a matéria e, ainda neste ano, foi incorporada à matéria
previdenciária o Seguro de Acidentes de Trabalho – SAT. (CASTRO, 2003 p.49)
Já os trabalhadores rurais passaram a ser segurados também pela previdência social, o
Decreto-Lei n° 564, de 1° de maio de 1969, estendeu a Previdência Social ao trabalhador
rural. O Decreto-Lei n° 704, de 24 de julho daquele ano ampliou o plano básico de
Previdência Social Rural. A Lei Orgânica da Previdência Social foi alterada respectivamente
pelo Decreto-Lei n° 710, de 28 de julho e o Decreto-Lei n° 795, de 27 de agosto. O Decreto
n° 65.106, de 6 de setembro do ano em questão, aprovou o Regulamento da Previdência
Social Rural. (MPAS, 2004)
No ano de 1970 a Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro, instituiu o Programa de
Integração Social-PIS e a Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro, criou o Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP. (MPAS, 2004)
Em 1971 foi elaborada a Lei Complementar n° 11, de 25 de maio de 1971, a qual
institui o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural - PRÓ-RURAL, em substituição ao
plano básico de Previdência Social Rural, assegurando definitivamente a seguridade da
Previdência Social para o trabalhador rural. Já o Decreto nº 69.014, de 4 de agosto de 1971,
formulou o Ministério do Trabalho e Previdência Social - MTPS. (MPAS, 2004)
Já a respeito dos empregados rurais e domésticos Castro discorre: (2003, p.49)
22
Os trabalhadores rurais passaram a ser segurados da Previdência Social a partir da Lei Complementar n. 11/71.Os empregados domésticos, em função da Lei n. 5.859/72, art. 4º. Assim, a Previdência Social brasileira passou a abranger dois imensos contingentes de indivíduos que, embora exercessem atividades laboral, ficavam à margem do sistema.
Em matéria de Previdência Social o ano de 1973, observou três alterações. A Lei n°
5.890, de 8 de junho, alterou a Lei Orgânica da Previdência Social. O Decreto n° 72.771, de 6
de setembro, sancionou o Regulamento do Regime de Previdência Social, em substituição ao
Regulamento Geral da Previdência Social. E a Lei n° 5.939, de 19 de novembro, trouxe uma
inovação, visto que instituiu o salário-de-benefício do jogador de futebol profissional.
(MPAS, 2004)
Com a Lei n° 6.036, de 1° de maio de 1974, foi criado o Ministério da Previdência e
Assistência Social, que acabou sendo desmembrado do Ministério do Trabalho e Previdência
Social. O Decreto nº 74.254, de 4 de julho do mesmo ano, estabeleceu a estrutura básica do
Ministério da Previdência e Assistência Social. Ainda no ano de 1974, várias leis foram
elaboradas para estruturar legalmente o Ministério da Previdência Social. Elaborou-se
também, a Lei n° 6.179, de 11 de dezembro de 1974, que instituiu o amparo previdenciário
para os maiores de 70 anos ou inválidos, também denominada de renda mensal vitalícia.
(GONCALES, 1997 p. 24)
No ano seguinte, o Decreto n° 75.208, de 10 de janeiro, estendeu os benefícios do
PRÓ-RURAL aos garimpeiros. O regulamento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento
Social, cujo objetivo consiste em fornecer apoio financeiro a programas e projetos de caráter
social, foi aprovado pelo Decreto nº 75.508, de 18 de março. (MPAS, 2004)
Por intermédio da Lei Complementar nº 26, de 11 de setembro de 1975, unificaram-se
o Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público, criando, assim, o Fundo de Participação - PIS/PASEP. Neste mesmo ano foram
instituídos, pela Lei n° 6.260, de 6 de novembro, benefícios e serviços previdenciários para os
empregadores rurais e dependentes. Não obstante, há ainda o Decreto nº 76.719, de 3 de
dezembro 1975, que aprovou nova estrutura fundamental para o Ministério da Previdência e
Assistência Social. (MPAS, 2004)
A ultima lei específica sobre acidente de trabalho foi a lei n. 6367 de 1976. Neste ano,
foi feito nova compilação das normas previdenciárias estatuídas em diplomas avulsos, pelo
Decreto n. 77077/76. (CASTRO, 2003 p.49)
23
Em 1977, foi promulgada a Lei n° 6.435, de 15 de julho, que regulou a possibilidade
de criação de instituições de previdência complementar, matéria regulamentada pelos
Decretos nºs 81.240 e 81.402, ambos de 1978, quanto às entidades de caráter fechado e aberto,
respectivamente. (CASTRO, 2003 p.49)
No mesmo ano foram instituídas várias transformações na previdência social,
conforme define o autor. Castro (2003, p.49-50).
No mesmo ano, a Lei n. 6.439/77 trouxe novas transformações ao modelo previdenciário, desta vez quanto a seu aspecto organizacional. Criou-se o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social - SINPAS, que teria as atribuições distribuídas entre varias autarquias. São criados o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social - IAPAS (para arrecadação e fiscalização das contribuições) e o INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Medica da Previdência Social (para atendimentos dos segurados e dependentes, na área de saúde), mantendo-se o INPS (para pagamento e manutenção dos benefícios previdenciários), a LBA (para atendimento a idosos e gestantes carentes), a FUNABEM (para atendimento a menores carentes), a CEME (para fabricação de medicamentos a baixo custo) e a DATAPREV (para controle dos dados do sistema), todos fazendo parte SINPAS. Até então, mantinha-se à margem do sistema o IPASE extinto juntamente com o FUNRURAL.
Em 1984, a última Consolidação das Leis da Previdência Social reúne toda a matéria
de custeio e benefícios previdenciários, juntamente com as leis de acidente de trabalho, o
beneficio do seguro-desemprego, previsto no art. 165 XVI da CF então vigente, criado pelo
Decreto-Lei n. 2.284/86, para só em casos de desemprego involuntário, garantindo um abono
temporário. (CASTRO, 2003 p50-51)
1.4. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A SEGURIDADE SOCIAL
A CF de 1988, estabeleceu como ficaria a previdência social e seus aspectos quanto
aos benefícios e as atuações nas áreas sociais.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o sistema de Seguridade Social, como objetivo a ser alcançado pelo Estado Brasileiro, atuando simultaneamente nas áreas da saúde, assistência social e previdência social, de modo que as contribuições sociais passaram a custear as ações do Estado nestas três áreas, e não mais somente no campo da Previdência Social. Porém, antes mesmo da promulgação da Constituição, já havia disposição legal que determinava a transferência de recursos da Previdência Social para então Sistema Único Descentralizada de Saúde – SUDS, hoje Sistema Único de Saúde – SUS. (CASTRO, 2003 p. 51)
A Constituição exclui também certos trabalhadores, que têm através de suas categorias
os regimes próprios.
24
Ficam excluídos do chamado Regime Geral de Previdência: os servidores públicos civis, regidos por sistema próprio de previdência; os militares; os membros do Poder Judiciário e do Ministério Publico; e os Membros do Tribunal de Contas da União, todos por possuírem regime previdenciário próprio; e os que não contribuírem para nenhum regime, por não estarem exercendo qualquer atividade. Por isso o art. 201 da Carta Magna alude a “planos de previdência”, a pontando na direção da existência de mais um regime previdenciário em consonância com os arts. 40, 41, §9º, 73 §3º, 93 VI, 129, § 4º, e 149, parágrafo único. Observa-se, também, que a proteção ao desemprego involuntário é considerada beneficia da Previdência Social (seguro-desemprego, Lei n. 7.998/90), embora em sua concessão fique a cargo do Ministério do Trabalho. (CASTRO, 2003 p. 51)
A Constituição ainda garante em seu art. 201, § 5º que os benefícios serão sempre num
valor nunca inferior ao salário mínimo, em vigor, sendo que devem ser periodicamente
reajustados, a fim de que seja preservado o seu valor real, em caráter permanente, conforme
forem definidos pela Lei.
Ainda, as próprias Leis da Previdência Social, tem o caráter que regula a saúde a fim
de reduzir os riscos de doenças e outros ainda mais dolosos:
Pelas as ações na área de saúde, destinadas a oferecer uma política social com a finalidade de reduzir os riscos de doenças e outros agravos, é responsável o SUS (art. 198 da Constituição), de caráter descentralizado.; O direito à saúde, que deve ser entendido como direito à assistência e tratamento gratuitos no campo da Medicina, é assegurado a toda população, independentemente de contribuição social, para que se preste o devido atendimento, tendo atribuições no âmbito da repressão e prevenção de doenças, produção de medicamentos e outros insumos básicos, incrementar o desenvolvimento cientifico e tecnológico, exercer vigilância sanitária e as políticas de saúde publica, alem de auxiliar na proteção do Meio Ambiente (art. 200 da CF). Em termos de regramentos legais, ressalte-se a edição da Lei n. 8.689/93, que extinguiu o INAMPS – autarquia federal, absorvida sua competência funcional pelo SUS (sem personalidade jurídica própria), este gerido pelo Conselho Nacional de Saúde, na órbita federal, e pelos colegiados criados junto às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, nas instancias correspondentes. (CASTRO, 2003 p.52)
A respeito da assistência social, o nobre autor também enfatizou em seu livro que a
Constituição prevê uma proteção aos indivíduos:
A Assistência Social é a política social que prove o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, independentemente de contribuição á Seguridade Social. A organização da Assistência Social obedecerá às seguintes diretrizes: descentralização político-administrativa, e participação da população na formulação e controle das ações em todos os níveis - Constituição, art. 204. (CASTRO, 2003 p.52)
25
1.5 A CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
O ano de 1990 ficou marcado pela criação do Instituto Nacional do Seguro Social -
INSS, mediante a fusão do IAPAS com o INPS, através do Decreto n° 99.350, de 27 de junho.
O INSS tornou-se responsável pelas funções de arrecadação, bem como pagamento de
benefícios e prestação de serviços, constituindo até os dias atuais a entidade responsável tanto
pela arrecadação, fiscalização, cobrança, aplicação de penalidades e regulamentação da parte
de custeio do sistema de seguridade social, bem como de concessão de benefícios e serviços
aos segurados e seus dependentes. (CASTRO, 2003 p.53)
Em 1991 foram sancionadas a Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991 (que dispõe sobre
a organização da Seguridade Social e institui seu novo Plano de Custeio) e a Lei n° 8.213, de
24 de julho de 1991 (que dispõe sobre Planos de Benefícios da Previdência Social)
regulamentadas, respectivamente, pelo Decreto n° 356/91 e Decreto nº 357/91. Ambas as leis,
alteradas pelo Decreto n° 611, de 21 de julho de 1992, e pelo Decreto n° 612, de 21 de julho
de 1992. (GONCALES, 1997 p. 25)
Ainda em 1992, a Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992, que extinguiu o
Ministério do Trabalho e da Previdência Social e restabeleceu o Ministério da Previdência
Social (MPS), dispôs também sobre a organização da Presidência da República e dos
Ministérios.(MPAS, 2004)
A aprovação da Lei n° 8.935, de 18 de novembro de 1994, que vinculou os notários,
oficiais de registro, escreventes e auxiliares à Previdência Social, de âmbito federal,
garantindo a contagem recíproca de tempo de serviço. Ainda em 1994, foi aprovado o Decreto
n° 1.317, de 29 de novembro, o qual determinou que a fiscalização das entidades fechadas de
previdência privada fosse exercida pelos Fiscais de Contribuições Previdenciárias do INSS.
.(MPAS, 2004)
Em 1995, por intermédio da Medida Provisória n° 813, de 1° de janeiro de 1995, que
introduziu modificações na estrutura do Poder Executivo, foi extinto o Ministério da
Previdência Social (MPS), e em seu lugar foi criado o Ministério da Previdência e Assistência
Social (MPAS). (GONCALES, 1997 p. 25)
No ano de 1997 a Lei 9.477 de 24 de julho, sancionou o Fundo de Aposentadoria
Programada Individual - FAPI e o plano de incentivo a aposentadoria programada individual.
26
Também neste ano, a Lei 9.506 de 30 de outubro, determinou o fim do Instituto de
Previdência dos Congressistas - IPC, e deu outras providências.(MPAS, 2004)
1.6. A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98
Em 1998, foi aprovada em caráter urgente, a Emenda Constitucional n. 20, por conta
da crise que o país passava na época. Eram medidas urgentes que visavam conter o déficit
publico, sendo que pela urgência tais medidas deixaram de lado os pontos de vistas jurídico e
social, e passou a ser capitaneado para o sentido econômico, visando obter imediato resultado
para a previdência social no país e seus benefícios.
A reforma mudou o sistema previdenciário, pois conforme consta em seu texto, às
aposentadorias passaram a ser concedidas por tempo de contribuição e não mais por tempo de
serviço.
A respeito deste assunto Castro discorre como se deram a alteração do sistema
anteriormente aplicado e agora o sistema vigente na época.
Explica-se: aqueles que obtiveram contagem de tempo de serviço para fins de aposentadoria sem contribuição correspondente têm direito adquirido à contagem; o tempo de serviço considerado pela legislação vigente, para fins de aposentadoria, cumprido até que a lei venha a disciplinar a matéria, será contado como no tempo de contribuição (art. 4º da Emenda n. 20). E conforme seja o teor da lei regulamentadora, períodos de afastamento como auxílio-doença, afastamento por acidente de trabalho, aposentadoria por invalidez e serviço militar obrigatório continuarão certamente a ser considerados como tempo válido para a contagem. (CASTRO, 2003 p. 55).
Entretanto, a Emenda Constitucional nº 20/98 gerou uma dicotomia na função de
magistério, visto que, a partir da Emenda, os professores de ensino superior passaram a ter de
cumprir tempo de contribuição idêntico aos segurados em geral, para concessão de
aposentadoria, permanecendo os docentes de nível fundamental e médio com aposentadoria
após menor tempo de trabalho. (CASTRO, 2003 p. 55)
Em 1999, foi elaborada a Lei nº 9.783/99, a qual dispôs sobre a contribuição para o
custeio da Previdência Social dos servidores públicos, ativos e inativos e dos pensionistas dos
três Poderes da União. Neste ano também foi elaborado o Decreto nº 3.039 de 1999, que
alterou os artigos 30 a 33 do Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. (MPAS, 2004)
27
Ainda em 1999, com o objetivo de pôr fim a uma intensa e longa batalha política, no
intuito de estabelecer uma idade mínima para aposentadoria no RGPS, o Governo obteve a
aprovação da Lei nº 9.876, de 28 de novembro de 1999, que entre outras determinações criou,
não uma idade mínima para aposentadoria, mas uma forma de cálculo que leva em
consideração a idade do segurado e sua expectativa de vida. (MPAS, 2004)
A previdência social brasileira envolve, atualmente, três órgãos principais, cada qual
com funções específicas no fornecimento de assistência social e seguridade. Estes órgãos são
os seguintes: o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Ministério da Previdência e
Assistência Social (MPAS) e a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social
(DATAPREV).(IBGE, 2004)
28
2. SEGURIDADE SOCIAL
2.1.CONCEITO
Antes de entrarmos no estudo a respeito da aposentadoria especial, vamos entender o
que é seguridade social.
Conforme nos descreve Sergio Pinto Martins, (2003, p 38): “Seguridade social e um
conjunto de princípios, normas e instituições, integrado por ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos a saúde, à previdência e a
assistência social”.
Já sobre o conceito de Seguridade Social o Autor Wladimir Novaes Martinez descreve
que: (1998, p 50)
Técnica de proteção social subseqüente ao seguro social, e o dele forma evoluída, implantada em poucos paises onde geralmente resulta da reunião da previdência com assistência social ou as ações de saúde compreende ao plano de benefícios completo, seletivo e distributivo, arrolando prestações assistenciárias e serviços sociais, custeada globalmente por toda a sociedade de consumidores, através de exações tributárias ou não.
Seguridade Social é a proteção a sociedade de prestações assistenciárias e serviços
sociais custeada por toda sociedade de consumidores, melhor nos explica o Autor Martinez:
(MARTINEZ, 1998 p 50)
Sob ponto de vista da participação do beneficiário, quando diretamente ausente, é assistenciárias, pois o custeio pessoal não sobrepaira, a despeito de a relação jurídica ser plena e oferecer direito subjetivo as prestações. Todos contribuem na medida de sua capacidade de adquirentes. A clientela é ilimitada, abarcando toda a população sem distinção, desfeitas as concepções tradicionais de filiação ou inscrição e inobservadas técnicas atuarias, como carência ou regime financeiro de repartição ou capitalização. O plano de prestação depende exclusivamente da economia do País e se mede pelas necessidades habituais do ser humano.
E o mesmo autor dispõe sobre a organização de Seguridade Social:
O legislador fica devendo as normas sobre a efetivação da seguridade social, por falta de definição política e reconhecida incapacidade de efetivamente atender as diretrizes constitucionais da ambiciosa matéria. Seguridade Social é uma técnica de proteção social avançada em relação à Previdência Social, capaz de integra-la com assistência social e incorporar as ações de saúde. Mas, mais ainda, é um esforço nacional extraordinário no sentido de um amplo atendimento à população, obreira ou não, empenho cujos objetivos estão a Distância (MARTINEZ, Wladimir Novaes, 1999 apud Castro, 2003 p.107)
29
2.1.1 Princípios da Seguridade Social
Os princípios da Seguridade Social estão relacionados em nossa Carta Magna de 1988
com alterações na Emenda Constitucional Nº 20 de 1998 em seu art 194 :
Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único - Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - eqüidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Os princípios constitucionais são explicados também por Castro sua ultima obra
Manual de Direito Previdenciário que assim nos ensina:
I – Universalidade da cobertura e do atendimento – por universalidade de cobertura
entende-se que a proteção social deve alcançar todos os eventos cuja reparação seja premente,
a fim de manter a subsistência de quem dela necessita. A universalidade do atendimento
significa, por seu turno, a entrega das ações, prestações e serviços de seguridade social, a
todos os que necessitam, tanto em termos da previdência social obedecido o principio
contributivo como no caso da saúde e da assistência social. (CASTRO, 2003 p.81)
II – Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços as populações urbanas e
rurais – Trata de conferir tratamento uniforme a trabalhadores urbanos e rurais, havendo
assim idênticos benefícios e serviços (uniformidade), para os mesmos eventos cobertos pelo
sistema (equivalência). Tal principio não significa, contudo, que haverá idêntico valor para os
benefícios, já que equivalência não significa igualdade. Os critérios para a concessão das
prestações as seguridade social são os mesmos; porem, tratando-se de previdência social, o
valor de um beneficio pode ser diferenciado – caso do salário-maternidade da trabalhadora
rural enquadrada como segurada especial. (CASTRO, 2003 p.81)
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III – Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços – O principio
da seletividade pressupõe que os benefícios são concedidos a quem deles efetivamente
necessite, razão pela qual a Seguridade Social deve apontar os requisitos para a concessão dos
benefícios e serviços. O princípio da distributividade, inserido na ordem social, é de ser
interpretado em seu sentido de distribuição de renda e bem-estar social e a justiça social. Ao
se conceder, por exemplo, o beneficio assistencial da renda mensal vitalícia ao idoso ou ao
deficiente sem meios de subsistência, distribui-se renda, ao se prestar os serviços básicos de
saúde publica, distribui-se o bem estar social, etc. (CASTRO, 2003 p.81)
IV – Irredutibilidade do valor dos benefícios – Principio equivalente ao da intangibilidade
dos salários dos empregados e dos vencimentos dos servidores, significa que o benefício
legalmente concedido pela Previdência Social ou pela Assistência Social não pode ter seu
valor reduzido, não podendo ser objeto de desconto salvo os determinados por lei ou ordem
judicial. (CASTRO, 2003 p.82)
V – Equidade na forma de participação no custeio – Trata-se de norma principiológica em
sua essência, visto que a participação eqüitativa de trabalhadores, empregadores e Poder
Publico no custeio da seguridade social é meta, objetivo, e não regra concreta. Com a adoção
deste principio busca garantir-se que aos hipossuficientes seja garantida a proteção social,
exigindo-se dos mesmos quando possível contribuição equivalente quanto ao poder aquisitivo,
enquanto a contribuição empresarial tende a ter maior importância em termos de valores e
percentuais na receita da seguridade social, por ter a classe empregadora maior capacidade
contributiva. (CASTRO, 2003 p.82)
VI – Diversidade na base do financiamento – Estando a Seguridade Social brasileira no
chamado ponto hibridismo entre o sistema contributivo e não contributivo, o constituinte quis
estabelecer a possibilidade de que a receita da Seguridade Social possa ser arrecadada de
varias fontes pagadoras, não ficando restringida, a trabalhadores, empregadores e Poder
Publico. Assim, com base neste principio, existe a contribuição social incidente sobre a
receita de concursos de prognósticos, na própria CPMF – Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira. Com a adoção deste principio está prejudicada a possibilidade de
estabelecer-se o sistema não contributivo, decorrente da cobrança de tributos não vinculados,
visto que o financiamento deve ser feito por meio de diversas fontes e não de fonte única.
(CASTRO, 2003 p.82)
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VII – Caráter democratico e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores dos aposentados e
do Governo nos órgãos colegiados – A gestão dos recursos, programas, planos, serviços e
ações nas três vertentes da Seguridade Social, em todas as esferas de poder, deve ser realizada
mediante discussão com a sociedade. Para isso foram criados órgãos colegiados de
deliberação: o Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, criado pelo art. 3º da Lei N.
8.213/91, que discute a gestão da Previdência Social; o Conselho Nacional de Assistência
Social – CNAS, criado pelo art. 17 da Lei n. 8.742/93, que delibera sobre a política e ações
neta área; e o Conselho Nacional de Saúde – CNS, criado pela Lei n. 8.080/90, que discute a
política de saúde. Todos estes conselhos tem composição paritária e são integrados por
representantes do Governo, dos Trabalhadores, dos Empregadores e dos Aposentados.
(CASTRO, 2003 p.83)
2.1.2. Custeio da Seguridade Social
Entende-se por fonte de custeio os meios econômicos e, principalmente, financeiros
obtidos e destinados à concessão e à manutenção das prestações da seguridade
social.(MARTINS, 2003 p.87)
Segundo nos explica Sergio Pinto Martins, ( 2003 p 87):
São fontes diretas as contribuições previstas para o sistema. São fontes indiretas os impostos, que serão utilizados nas insuficiências financeiras do sistema. São fontes de custeio da seguridade social: a) dos empregadores, incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro. Sobre o faturamento incide o COFINS (Lei Complementar n° 70/91) e o PIS ( Lei Complementar n° 7/70). Sobre o lucro incide a contribuição social criada pela Lei n° 7.689/88; b) dos trabalhadores; c) sobre a receita de concursos de prognósticos (art. 195, I a III, da Constituição).
Coimbra explica de uma forma mais clara como ficou o custeio da Seguridade Social:
Agora o custeio das prestações é, de forma expressa, estabelecido no art. 195, como suportado compulsoriamente pela sociedade, de forma direta e indireta, mediante contribuições sociais e recursos provenientes da receita tributaria da União, na forma da lei. As contribuições dos empregadores, igualmente, não se limita a incidente na forma de salários, pois poderá vir a ser, por lei, calcada no faturamento e nos lucros da empresa. Isto atende a reclamos antigos que faziam ouvir em nomo da Justiça Fiscal. Realmente, pelo sistema de contribuições incidentes no salário, as empresas de maior contingente de mão-de-obra assalariada suportavam a parte mais avultada do custeio, embora não fossem em geral, as de maior expressão econômica. Ao revés, as que se apresentam dotadas de automação em processos industriais, são as que exibem maior valor de faturamento e lucro, mas não as que empregam maior volume de mão-de-obra assalariada, pelo que contribuem com parcela mais escassa para os
32
encargos sociais, proporcionalmente. O artigo 195 é programático, isto é, deixa para o legislador ordinário a tarefa de fixar as contribuições sociais em suas novas bases de modalidades, empenhando o movimento comercial e o lucro das empresas como base-de-cálculo. Ao lado disso, novas figuras de tributo poderão ser criadas, na forma do artigo 195, §4º, da recente Carta Constitucional. Serão do tipo especiais, assim instituídos para socorrer o administrador em sua fama pela disposição de fundos indispensáveis as implantações de uma Política Sociais desenvolvida” (COIMBRA, 2001 p.48)
O custeio é financiado pela sociedade de forma direta e indireta mediante recurso de
contribuições sociais e também de recurso provenientes de tributos cobrados pela União,
conforme a Lei especificar.
2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL
2.2.1 Conceito
Antes de um estudo mais detalhado sobre o tema aposentadoria especial é necessária
uma análise do conceito de Previdência Social.
Dispõe o art 201 da Constituição que a Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá nos termos da lei, I – cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II – proteção à maternidade, especialmente à gestante (art. 7°, XVIII);III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário ( art. 7 II, da Lei Fundamental); VI – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes; V – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. (MARTINS, 2003 p. 301-302):
A Previdência Social é um seguro social, com o objetivo de substituir a renda do
trabalhador contribuinte quando ele perde a capacidade para o trabalho, seja em função da
idade, por motivo de doença, acidente, morte, desemprego, ou até pela maternidade ou
reclusão. Sua finalidade está relacionada à garantia de proteção social, ensejando pecúlios ou
rendas mensais, cujo objetivo é a manutenção da vida humana, com condições dignas de
sobrevivência.(MPAS, 2004)
Castro (2003, p.60) assim conceitua a Previdência Social:
Previdência Social é o sistema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes ficam resguardados quanto a eventos de infortunística (morte, invalidez, idade avançada, doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário), ou outros que a lei considera
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que exijem um amparo financeiro ao indivíduo (maternidade, prole, reclusão), mediante prestações pecuniárias (benefícios previdenciários) ou serviços. Desde a inserção das normas relativas ao acidente de trabalho na CLPS/84, e mais atualmente, com a isonomia de tratamento dos beneficiários por incapacidade não decorrente de acidente em serviço ou doença ocupacional, entende-se incorporada à Previdência a questão acidentária. É, pois, uma política governamental.
No intento de melhor definir o Instituto da Previdência Social, cabe acrescentar as
considerações de alguns juristas. Neste sentido, Martins acrescenta idéias específicas às
concepções mais genéricas. Para ele a Previdência Social constitui um meio eficiente do qual
o Estado moderno faz uso para promover a redistribuição da riqueza nacional, tendo em vista,
tanto o bem-estar do indivíduo como o da coletividade. (MARTINS, 2003 p.301)
Por sua vez, Oliveira assegura que a Previdência Social é uma organização criada pelo
Estado, designada para prover as necessidades vitais de todos os que exercem atividade
remunerada, bem como de seus dependentes e, em determinados casos, de toda a população,
nos eventos previsíveis de suas vidas. A Previdência Social é um sistema de seguro
obrigatório, administrado, em maior ou menor escala, pelo próprio Estado, pelos segurados e
pelas empresas.(OLIVEIRA, Moacir Velloso Cardoso de, 1997apud Martinez, 1998 p.98)
Já para a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a Previdência Social
corresponde a uma forma de proteção que a sociedade proporciona a seus membros, através
de medidas públicas contra as privações econômicas e sociais. Essas privações decorrem do
desaparecimento ou da redução da capacidade de subsistência do indivíduo em conseqüência
de enfermidade, maternidade, acidente de trabalho ou enfermidade profissional, desemprego,
invalidez, velhice e também a proteção em forma de assistência médica e ajuda às famílias
com filhos.(MARTINEZ,1998 p. 99)
Quanto à finalidade da Previdência Social, a Lei nº 8.213/91 (Plano de Benefícios),
garante que a Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim “garantir aos seus
beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego
involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente”.(PAIXÃO, 1999 p. 17)
Ainda em matéria conceitual, Martinez (2001, p. 29) assegura que a Previdência Social
possui uma importância substancial para a sociedade e para o indivíduo e, por sua
importância, desperta o interesse dos estudiosos dessa área.
Para este autor o sistema previdenciário representa uma conquista irreversível do
século XX, contanto que sejam corrigidos os desvios conceituais, aperfeiçoados os
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mecanismos operacionais, adequando o sistema à realidade econômica e social dos países.
Desta forma, a Previdência Social é um programa de grande responsabilidade do Estado, pois,
além de representar um modo de distribuição de rendas, significa também a melhor forma de
proporcionar algum bem-estar aos cidadãos no bojo de regime político e econômico em que a
pessoa cede espaço a sua capacidade produtiva e revela-se o trabalhador ativo em detrimento
do inativo, num mundo onde o idoso perde o respeito desfrutado até então.(MARTINEZ,
2001 p.29)
2.2.2. Segurados da Previdência Social
2.2.2.1 Conceito
Antes de começar a explanar os segurados vamos falar de uma definição do segurado
conforme Castro menciona em seu livro(2003, p.134)
É segurado da Previdência Social, nos termos do art. 9º e seus parágrafos do decreto n. 3.048/99, de forma compulsória, a pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vinculo de emprego, a titulo precário ou não, bem como aquele que a lei define como tal, observadas, quando for o caso, as exceções, previstas no texto legal, ou exerceu alguma atividade das mencionadas acima, no período imediatamente anterior ao chamado período de graça. Também é segurado aquele que se filia facultativa e espontaneamente a Previdência Social, contribuindo para o custeio das prestações sem estar vinculado obrigatoriamente ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS ou a outro regime previdenciário qualquer.
Conforme Coimbra (2001, p.68) segurado é o cidadão que a lei indica, precisamente,
como ligado à órbita de ação de uma entidade previdenciária da qual, por força desta relação
vinculante, poderá pretender determinados formas de amparo, nos caos em que a lei dispunha
respeito.
De acordo com o autor Martins (2003, p.80) os segurados são divididos em quatro
categorias:
Segurados obrigatórios (empregado, empregados domestico, trabalhador avulso);
segurados obrigatórios individuais (autônomo, equiparado a autônomo, empresários);
segurados obrigatórios especiais (produtor rural); segurados facultativos (dona-de-casa ou
estudante).
35
Porém Castro (2003, p. 134) define como são os segurados obrigatórios:
Define como segurados obrigatórios àqueles que contribuem compulsoriamente para a Seguridade Social, com o direito aos benefícios pecuniários previstos para a sua categoria (aposentadorias, pensões auxílios, salário-família e salário- maternidade) e aos serviços (reabilitação profissional e serviço social) a encargo da Previdência Social.
O mesmo autor define os facultativos (2003, p159):
É o que desfruta privilegio constitucional e legal de se filiar ao RGPS. É a pessoa não estando em nenhuma situação que a lei considera como segurado obrigatório, desejar contribuir para a Previdência Social, desde que seja maior de 14 anos e não esteja vinculado a nenhum outro regime previdenciário.
2.2.2.2. Benefícios
De acordo com Martins (2003, p. 43) “Os benefícios estão divididos por meio dos
regimes da seguridade social, que compreende um conjunto integrado de ações, da iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade civil, destinadas a assegurar os direitos relativos a saúde,
a previdência e à assistência social”
O art 5° da lei 3.048/99 assim define:
Art. 5º A Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá a: I - cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
2.2.2.3 Tipos de Beneficios:
I Aposentadoria por idade.
Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino aos 65 anos e do
sexo feminino aos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais também podem pedir
aposentadoria por idade com cinco anos a menos: aos 60 anos se homens, e aos 55 anos se
mulheres. Para solicitar o benefício, os trabalhadores urbanos inscritos a partir de 25 de julho
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de 1991 precisam comprovar 180 contribuições mensais. Os rurais têm de provar, com
documentos, 180 meses de trabalho no campo.(PS, 2004)
II Aposentadoria por invalidez
Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem
considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas
atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito à
aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão
que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da
enfermidade. (PS, 2004)
III Aposentadoria por tempo de contribuição
Pode ser integral ou proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o
trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora
mulher, 30 anos. Tem que preencher dois requisitos o tempo mínimo de contribuição (180
meses) e o mínimo da idade exigida. (PS, 2004)
IV Aposentadoria especial
Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à
saúde ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá
comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes físicos, biológicos ou
associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a concessão do benefício (15, 20
ou 25 anos). (PS, 2004)
V Auxílio-doença
Benefício concedido ao segurado impedido de trabalho por doença ou acidente por
mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros
15 dias são pagos pelo empregador, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de
afastamento do trabalho. No caso do contribuinte individual (empresário, profissionais
liberais, trabalhadores por conta própria, entre outros), a Previdência paga todo o período da
doença ou do acidente (desde que o trabalhador tenha requerido o benefício). (PS, 2004)
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VI Auxílio-acidente
Benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com seqüelas que reduzem
sua capacidade de trabalho. É concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Têm
direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador
especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o
benefício. (PS, 2004)
VII Auxílio-reclusão
Os dependentes do segurado que for preso por qualquer motivo têm direitos a receber
o auxílio-reclusão durante todo o período da reclusão. O benefício será pago se o trabalhador
não estiver recebendo salário da empresa, auxílio-doença, aposentadoria ou abono de
permanência em serviço. (PS, 2004)
VIII Pensão por morte
Benefício pago à família do trabalhador quando ele morre. Para concessão de pensão
por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido
enquanto o trabalhador tinha qualidade do segurado. (PS, 2004)
IX Salário-maternidade
As trabalhadoras que contribuem para a Previdência Social têm direito ao salário-
maternidade nos 120 dias em que ficam afastadas do emprego por causa do parto. O benefício
foi estendido também para as mães adotivas. (PS, 2004)
X Salário-família
Benefício pago aos trabalhadores com salário mensal de até R$ 560,81 para ajudar no
sustento dos filhos de no máximo 14 anos de idade ou inválidos. É equiparado aos filhos, os
enteados e os tutelados que não possuem bens suficientes para o próprio sustento. (PS, 2004)
A respeito da Reforma da Previdência Social que tramita no Congresso Nacional o
beneficio da aposentadoria especial não foi alterado pela mesma, assim o beneficio é regulado
ainda pelas Leis n º 8.212/91, 8.213/91 e pelo decreto 3.048/99.
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3. APOSENTADORIA ESPECIAL
3.1. CONCEITOS
3.1.1. Aposentadoria
A aposentadoria é um dos benefícios concedidos ao empregado pela Previdência
Social, para o mesmo que trabalhou durante um determinado tempo, que tem como objetivo
garantir sua subsistência e de seus dependentes definido assim: “É prestação por excelência da
Previdência Social, juntamente com a pensão por morte. Ambas substituem, em caráter
permanente (ou pelo menos duradouro), os rendimentos do segurado e asseguram sua
subsistência e daqueles que dele dependem”. (CASTRO 2003 p 487)
A aposentadoria designa o ato pelo qual o poder público, ou o empregador, confere ao
funcionário publico, ou empregado, a dispensa do serviço ativo, a que estava sujeito, embora
continue a pagar-lhe a remuneração ou dependendo do caso, parte dela, a quem de direito,
como se este estivesse no exercício efetivo do cargo.(SILVA, 1999 p. 70)
De acordo com Professor Castro (2003 p. 487), em que pesem as posições
vanguardistas, que confirmam a ampliação do conceito de aposentadoria a toda e qualquer
pessoa, como beneficio de Seguridade Social, e não apenas a Previdência Social alcançando,
tão somente a parcela economicamente ativa da população, o modelo majoritário de
aposentadoria está estritamente acorrentado ao conceito de Seguro Social, que consiste no
beneficio concedido por intermédio de contribuição.
A aposentadoria é neste sentido, conforme lição de Castro (2003, p. 487) é a garantia
constitucional, minuciosamente tratada no art 201 em seu parágrafo 7º da Constituição
Federal de 1988, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98 nos seguintes
termos:
"Art. 201 - A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: § 7º assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;)
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II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
Logo, o aposentado que tenciona permanecer em atividade ou, dependendo do caso, a
ela retornar, não terá direitos a novos benefícios previdenciários, exceto os relacionados ao
salário-família e à reabilitação profissional, quando for o caso, nos termos do que estabelece o
art 18 § 2°, da Lei n° 8.213/91 que dispõe:
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.
Também há de se chamar à atenção para o Instituto da desaposentação que o autor
Castro nos explica: (2003 p. 488)
Em contraposição à aposentadoria, que é o direito do segurado à inatividade remunerada, a desaposentação é o direito do segurado ao retorno à atividade remunerada. É o ato de desfazimento da aposentadoria por vontade do titular, para fins de aproveitamento do tempo de filiação em contagem para nova aposentadoria, no mesmo ou em outro regime previdenciário.
Já a respeito dos tipos de aposentadorias as mesmas já foram explicadas no segundo
capitulo deste trabalho na parte de benefícios.
3.2. APOSENTADORIA ESPECIAL
A aposentadoria especial é um dos benefícios que a Previdência Social prevê para os
cidadãos decorrente do trabalho realizado em condições que prejudiquem a saúde ou a
integridade física do segurado, de acordo com a previsão da lei. Trata-se de um beneficio de
natureza extraordinária, tendo como objetivo compensar o trabalho do segurado que presta
serviços em condições adversas à sua saúde ou que desempenha atividade com riscos
superiores aos normais. (MARTINS 2003, p. 371)
Existe uma diferença entre aposentadoria especial das outras aposentadorias Martins:
(2003 p. 371-372).
Distingui-se a aposentadoria especial da por tempo de contribuição, pois a primeira é extraordinária. Na aposentadoria especial o tempo necessário é de 15, 20 ou 25 anos de trabalho em condições prejudiciais à saúde do segurado, enquanto na por tempo de serviço é necessário que a segurada tenha trabalhado pelo menos 30 anos e o segurado, 35. Difere também, aposentadoria especial da aposentadoria por invalidez, pois nesta o fato gerador é a incapacidade para o trabalho e na aposentadoria especial esse fato inexiste. A aposentadoria especial pressupõe agressão à saúde do
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trabalhador por meio de exposição a agentes nocivos. A segunda decorre de incapacidade e insusceptibilidade de reabilitação do segurado
Segundo Sergio Pardal Freudenthal (2004) Sempre vale destacar que a Aposentadoria
Especial é um tipo de aposentadoria por tempo de serviço com o período reduzido, devido aos
que trabalham em condições insalubres, periculosas ou penosas, e surgiu com a Lei Orgânica
da Previdência Social, em 1960.
Pela leitura do § 1º do art. 201 da Constituição Federal percebe-se a preocupação do
legislador com as peculiaridades da aposentadoria especial, verbis:
Parágrafo 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar.
A criação da aposentadoria especial ocorreu na década de 60, este tipo de beneficio
começou a ser diferenciado dos demais perante as normas jurídicas, sobre a criação da
aposentadoria especiais Castro explica: (2003, p. 515)
A aposentadoria especial, criada pelo art. 31 da Lei nº 3.807/60, uma vez comprida a carência exigida, será devida ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante quinze, vinte e vinte cinco anos, conforme relação de atividades previstas no Regulamento da Previdência Social
Neste sentido Sergio Pinto Martins (2003, p. 371)
A aposentadoria especial foi instituída pelo art. 31 da Lei nº 3.807/60, sendo concedida ao segurado que, contando no mínimo 50 anos de idade e 15 anos de contribuições, tenha trabalhado durante 15,20 ou 25 anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviços que, para esse efeito, forem considerados penosos insalubres ou perigosos, por decreto do Poder Executivo. Havia carência de 180 contribuições.
Para o empregado obter o beneficio da aposentadoria especial o mesmo tem que ter
contribuído durante 5 (cinco) anos, e com isso sejam declaradas as atividades que laborou
como insalubre, penosas ou perigosas pelo Poder Executivo como explica a Lei nº 5.890/73
em seu art. 9º:
.A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no mínimo 5 anos de contribuições, tenha trabalhado durante 15,20 ou 25 anos, pelo menos, conforme atividade profissional, em condições que, para efeito, forem consideradas insalubres penosas, ou perigosas, por Decreto do Poder Executivo. (MARTINS, 2003 p. 371)
Com as condições preenchidas a mesma Lei não relaciona mais o tempo mínimo de
idade para obter este tipo de beneficio, a Lei nº 3.807/60, exigia que o segurado tivesse 50
anos para obter este tipo de beneficio e a Lei nº 5.890/73 não exige mais este requisito, só
exige o requisito de carência pelo período de 180 contribuições mensais (MARTINS, 2003
p.375)
41
Assim a jurisprudência tem decidido:
PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. FRESADOR. INEXIGIBILIDADE DE IDADE MÍNIMA. INTELIGÊNCIA DO ART. 57 DA LEI 8.213/91. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS. Por força do art. 57 da Lei nº 8.213/91, é inexigível idade mínima para a concessão de Aposentadoria Especial àqueles que exerçam atividade profissional sujeita a condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade física.. Demonstrados nos autos os requisitos necessários à concessão (carência e lapso temporal de 25 anos), possível o reconhecimento da especialidade do trabalho.. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo a partir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas nºs 43 e 148 do STJ, pelos índices oficiais.. Os juros moratórios são devidos no percentual de 1% ao mês a contar da citação, a teor das Súmulas nº 204 do STJ e 03 do TRF4ª e precedentes do STJ, por se tratar de verba alimentar.. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a data da prolação da sentença/deste julgado, excluídas as parcelas vincendas, cabendo à parte-autora o pagamento de 30% (trinta por cento) desse montante e ao INSS de 70% (setenta por cento), em vista da ocorrência de sucumbência recíproca não-equivalente. Suspensa, porém, a condenação em relação à parte-autora, por litigar sob o pálio da Assistência Judiciária Gratuita. (TRF 4º R. – AC 97.04.24247-6-RS – 6º TURMA – REL. Juiz Luiz Carlos Cervi – DJU 16.07.2003)
3.2.1 Atividades Insalubres
O conceito de insalubridade está inserido no art 189 da CLT:
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos
Segundo os princípios da Higiene do Trabalho, a ocorrência da doença profissional,
dentre outros fatores, depende da natureza, da intensidade e do tempo de exposição ao agente
agressivo.(SALIBA, 1998 p. 13-14)
3.2.2 Atividades Perigosas
O art 193 da CLT nos define as atividades perigosas:
Art 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.
42
Segundo o Autor Tuffi “ Outro agente gerador de periculosidade é o contato com a
energia elétrica, há o adicional de periculosidade.(SALIBA, 1998 p. 17)
3.2.3. Atividades Penosas
Já é penoso quando o trabalho é desgastante tanto física como mentalmente. O inciso
XXIII do art. 7º da Constituição Federal apenas menciona que deve haver um pagamento de
adicional para atividade penosa, porém não existe lei nesse sentido até o momento. Poder-se-
ia considerar trabalho penoso o que era proibido a mulher nos subterrâneos, nas minerações
em subsolo, nas pedreiras e obras de construção publica ou particular.(MARTINS, 2003 p.
265)
3.3. CARACTERÍSTICAS DA APOSENTADORIA ESPECIAL
A lei 8.213 em seu art. 57 define como será concedido este beneficio será devida, uma
vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20
(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.
O art 25, II da Lei 8.213/91 relata: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do
Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvados
o disposto no art. 26: II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e
aposentadoria especial: 180 contribuições mensais.
A aposentadoria especial não distinguiu o tipo de segurado que tem direito ao
beneficio e sim o local onde é exercido o trabalho como cita o autor Martins: (2003, p. 372)
“A lei não distingue que espécie de segurado é que terá direito a referida aposentadoria, o que
importa dizer que pode ser qualquer um deles. A condição fundamental é o trabalho
comprovado em atividade que coloque em risco a saúde e a integridade física do segurado”.
Entendimento jurisprudencial:
PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO – SUA CONVERSÃOEM APOSENTADORIA ESPECIAL – CABIMENTO – TERMO INICIAL. A atividade de ferreiro é considerada penosa (código 2.5.2 do Decreto
43
83080/79 e 2.4.3 do Decreto 53831/64). Ultrapassado o tempo de serviço mínimo de 25 anos, exigido por lei, impõe-se a transformação da aposentadoria proporcional em aposentadoria especial, com a revisão da renda mensal inicial para100% sobre o salário-de-benefício. O perito, ao concluir que o segurado trabalhava em condições prejudiciais à saúde, nada mais faz do que reconhecer uma situação preexistente, já definitivamente constituída. Comprovado que à datado requerimento administrativo ele preenchia as condições necessárias à obtenção da aposentadoria especial, o termo inicial da benefício deve retroagir àquela data.(TRF 4º R. – AC 2000.04.01090930-8 – RS – 5º T – Juiz Rel. Luiz Carlos Cervi – DJU 22/10/2003
Já o art. 57 em seu § 4° da Lei 8.213/91 a norma jurídica nos explica que não são mais
classificadas como penosa, perigosa ou insalubre:
art 57[....]§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício.
No mesmo entendimento o autor Martins explica: (2003, p. 372) “Em seu § 4º do art.
57 da Lei n° 8.213/91 não mais menciona atividades penosas insalubres ou perigosas, mas faz
referencia a agente nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associações de agentes
prejudiciais à saúde do segurado (minas de subsolo)”.
Bem como lembra Castro: (2003, p. 516)
Entende-se por agentes nocivos aqueles que possam trazer ou ocasionar danos a saúde ou a integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de natureza, concentração, intensidade e fator exposição considerando-se: agentes físicos (ruídos, vibrações calor, pressões anormais, radiação ionizantes etc), químicos ( poeira, gases, fumos, névoa, óleo contendo hidrocarbonetos etc), biológicos (microorganismos, como bactérias, fungos, parasitas, bacilos,vírus etc).
Com a Lei nº 9.032//95, o INSS passou a exigir para a concessão da aposentadoria
especial efetiva comprovação do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem
intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante
o período mínimo fixado (quinze, vinte e vinte cinco anos de trabalho). (CASTRO, 2003
p.516)
Assim a Jurisprudência:
APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE ESPECIAL. SERVIÇO MILITAR. O tempo de serviço militar, comprovado por certificado de reservista emitido pelo Ministério da Guerra, deve ser computado como tempo de serviço, nos termos do art. 60, IV, do Decreto nº3.048/99.2. Atividade especial reconhecida, porquanto à época dos fatos, vigiam os Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79 os quais consideravam como acima dos limites de tolerância os ruídos superiores a 80 db e 90 db, respectivamente. Referidos decretos também relacionavam o frio como agente nocivo. Honorários fixados em 10% sobre o valor da condenação, nela compreendidas as parcelas vencidas até a data da prolação da sentença (Súmula 111 do STJ).4. Para fins de correção monetária o IGP-DI é o índice a será plicado, ressalvada a hipótese de atualização dos precatórios,determinada no §1º do art. 100 da CF, em que será observado o índice previsto na legislação específica, quando houver. (TRF 4º R – AC 2000.07.1000112979-9 – RS – 5º T – Juiz Relator Fernando Quadros da Silva – DJU 21/01/2004)
44
Sendo assim não precisa mais a exigência de tempo de serviço e sim o tempo de
trabalho, pois existiam categorias inteiras que eram beneficiadas com aposentadorias precoces
sem que os trabalhadores tivessem sido efetivamente expostos aos agentes nocivos à saúde e
aos riscos do trabalho.(CASTRO, 2003 p. 516)
Através desta lei só os funcionários que trabalham por um período determinado em
condições especiais tem direito a este beneficio, desta forma, não terá direito à aposentadoria
especial o segurado que trabalhou ocasionalmente ou de maneira intermitente em condições
prejudiciais a saúde. Assim por exemplo, o dirigente sindical que está desempenhando
mandado respectivo, mas não está exercendo atividade em condições prejudiciais à saúde, a
partir de 29/04/95, não terá este tempo contado para a concessão desse beneficio.(CASTRO,
2003 P. 516-517)
O trabalho tem que ser permanente em condições nocivas e deve ser diário e durante
toda a sua jornada, o segurado deve ficar diariamente exposto a agentes nocivos, físicos,
químicos e biológicos ou a associação de agentes. (MARTINS, 2003 p. 374)
Neste sentido a jurisprudência:
PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.ATIVIDADE ESPECIAL. UMIDADE E RUÍDO. FORMULÁRIOS DSS-8030 E SB-40.PROCESSUAL CIVIL. RAZÕES NA MESMA LINHA DO JULGADO. A parte autora faz jus à concessão de aposentadoria por tempo de serviço quando preenchidos os requisitos dos artigos 52 e seguintes da Lei Previdenciária O enquadramento como atividade especial é possível quando comprovado o exercício de atividade profissional sujeita a condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física da parte autora. Os formulários SB-40 e DSS-8030 são suficientes para o reconhecimento das atividades especiais, desde que haja previsão legal na legislação vigente à época em que prestado o labor.4. Conforme expressamente previsto no art. 173 da Instrução Normativa n.º 57, de 10 de outubro de 2001, até 05 de março de1997, considera-se como especial a efetiva exposição do trabalhador, de forma habitual e permanente, a níveis de ruído superiores a oitenta decibéis.5. Não se conhece do recurso adesivo que está na mesma linha do julgado.(TRF 4º R. – AC 2001.70.01003958-7 – RS – 6º T – Rel. Álvaro Eduardo Junqueira – DJU 29/10/2003)
Considera-se como tempo de trabalho sob condições especiais os períodos de férias
fruídas por empregado sujeito a condições nocivas, e os benefícios concedidos pela
incapacidade (auxílio-doença e aposentadoria por invalidez) e o período de percepção do
salário-maternidade, desde que na data do afastamento o segurado ou segurada estivesse
exercendo atividade considerada como especial.(CASTRO, 2003 p. 517)
Sendo assim a concessão de aposentadoria especial, requerida a partir da vigência da
Lei nº 9.032, de 29.4.95, obriga o segurado a afastar-se da atividade especial, não podendo
mais retornar ao efetivo trabalho nessas atividades, sob pena de suspensão do beneficio já
concedido.(FERREIRA, 1999 p. 149)
45
A Lei nº 9.528/97, visando entre outras inovações a mudança de critério nas avaliações
e qualificações das atividades penosas, insalubres e perigosas, em atividades como apenas as
prejudiciais à saúde (antigas insalubridades e penosas) e a integridade física
(perigosas).(FERREIRA, 1999 p. 147)
3.4. COMPROVAÇÃO DO EXERCICIO DE ATIVIDADE ESPECIAL.
A comprovação da atividade especial requer vários requisitos para obtenção do
beneficio, uma vez cumpridos o segurado pode requerer:
O requerimento e a obtenção da aposentadoria especial seguem a regra jurídica, pela qual quem alega ou pleiteia fez a prova em prol sua pretensão. Os atos administrativos dos antigos Institutos de Aposentadorias e Pensões previam a comprovação do tempo de atividade insalubre etc., pela exibição da Carteira Profissional devidamente anotada e especificando os serviços prestados pelo segurado no período. Alternativamente, pela prova de decisão transitada e julgada na Justiça do Trabalho. (SÍNTESE TRABALHISTA, 1999 p. 140)
Sobre as mudanças Martinez (1998, p. 126) definiu sobre a mudança nos critérios de
concessão da aposentadoria especial, por parte da Lei n. 9.032/95:
A Lei n.9.032/95 redefiniu o art 57: a) prescreveu a possibilidade de o Poder Executivo relacionar os agentes nocivos; b) recriou o SB–40, sob o nome de DSS8030; c) instituiu o laudo técnico; d) exigiu referencia tecnológica diminuindo da nocividade; e) fixou multa para empresa sem laudo técnico atualizado; f) instituiu o perfil profissiográfico e revogou a Lei nº 8.641/93 (telefonistas).
A comprovação da aposentadoria especial atualmente tem que ter efetiva exposição do
segurado aos agentes nocivos e será feita mediante formulário:
A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo INSS ( DIRB 8030), emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por medico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, nos termos da legislação trabalhista.(MARTINS, 2003 p. 377)
A respeito desta exposição à Lei nº 9.732/98 deu uma nova redação sobre o assunto
aos §§ 1º e 2º do art. 58 da Lei n. 8.213/91, estabelecendo que a comprovação da efetiva
exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário – na forma
estabelecida pelo INSS – emitido pela empresa ou seu proposto, com base em laudo técnico
de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de
segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. Do laudo técnico deverá constar
informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a
46
intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção
pelo estabelecimento respectivo. (CASTRO, 2003 p. 518)
A comprovação do exercício de atividade especial será feita pelo formulário
Informações sobre Atividades com Exposição a Agentes Agressivos pelo DIRBEN – 8030
(antigo SB- 40, DISES BE 5235, DSS 8030), quanto ao tempo de atividade até 30/06/2003, e
pelo perfil Profissiográfico Previdenciário, que deve ser emitido a partir de 01.07.2003, para
fins de comprovação de exercício de atividade especial. Até 30.06.2003, podem ser utilizados
para este fim, alternativamente, o Perfil Profissiográfico ou os antigos formulários SB – 40,
DIESE BE 5235, DSS 8030 E DIRBEN 8030.(CASTRO, 2003 p.. 518).
Perfil Profissiográfico é o mapeamento das condições de trabalho e do ambiente de
trabalho, descrevendo as diversas atividades do empregado no exercício do seu
trabalho.(MARTINS, 2003 p. 377)
A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referencias aos agentes
nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de
comprovação de efetiva em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita a multa prevista
no art 133 da lei n° 8.213. .(MARTINS, 2003 p. 377)
3.5. RENDA MENSAL INICIAL
A renda mensal do beneficiário da aposentadoria especial está descrita na Lei
8.213/91em seu art. 57 § 1º: Art. 57. [..]§ 1º. A aposentadoria especial, observado o disposto
no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do
salário-de-benefício. (Redação dada ao parágrafo pela Lei nº 9.032, de 28.04.1995). conforme
relata o art. 33º da mesma lei que o salário beneficio não pode ser inferior a um salário
mínimo.
Para obter o salário beneficio da aposentadoria especial há necessidade de uma média
das contribuições do segurado das atividades especiais em cima dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período
contributivo.(GONCALES, 2001 p. 121)
O valor da aposentadoria especial corresponde a 100% do salário de benefício. O
salário de benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 corresponderá à
47
média dos oitenta por cento dos maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente,
desde julho de 1994.(PS, 2004)
Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a
média dos oitenta por cento dos maiores salários de contribuição de todo o período
contributivo.(PS, 2004)
Já sobre a proteção do empregador é importante quanto ao direito à aposentadoria
especial, o efeito do uso de equipamento de proteção no direito ao compûto do tempo de
atividade especial. Pelo conceito legal, só poderia ser considerado tempo computável para
esse fim o despendido pelo segurado em atividade nociva à sua saúde.Ora, se, de acordo com
as normas técnicas de segurança e medicina do trabalho, o segurado, ao estar utilizando o
chamado “EPI ”, estava trabalhando com o agente nocivo neutralizado, não lhe causando mal
algum, não há como entender computável este período para fins de aposentadoria
diferenciada.(CASTRO, 2003 p. 519)
Neste entendimento Martinez (1998, p. 335) concorda sobre o tema: Todavia se o
trabalhador usou o equipamento de proteção (no caso do ruído, o protetor auricular reduz em
até 30% dos 90 decibéis determinantes do beneficio) não pode o empregador fornecer SB 40
sem essa informação.Caracterizado o fato, não há direito à aposentadoria especial.
Neste sentido há jurisprudência totalmente contrária:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. A utilização de equipamentos de proteção individual por trabalhadores expostos a agentes nocivos não descaracteriza a especialidade da atividade. Incidente do INSS conhecido e improvido. (Turma Nacional de Uniformização 002.50.50.001890-3/ES Juiz Federal Leomar Amorim Decisão 30/09/2003).
O entendimento jurisprudencial é totalmente ao contrário, o fato de o empregado estar
com equipamento de proteção não exime a atividade especial porque não se sabe se ele está
usando corretamente o equipamento, sendo assim não afasta a nocividade da atividade.
3.6. CUSTEIO DA APOSENTADORIA ESPECIAL
A lei n. 8.213/91 em seu art 57 em seu parágrafo 6º explica como será feito o custeio
da aposentadoria especial que o beneficio será financiado com recursos provenientes
(empregados empregadores), e sobre as contribuições de que trata o inciso II do art. 22 da Lei
no 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis
48
pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita
a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de
contribuição, respectivamente.
Esse custeio é em conjunto com art. 22, II da lei 8.212 de 24/07/1991:
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
Já sobre o fato de as alíquotas serem elevadas na proporção do perigo explica
Gonçales (2001, p. 120-121)
Referidas alíquotas são elevadas na proporção do mal que a atividade do trabalhador provoca. Se o trabalho ensejar a concessão do benefício depois de 15 anos, o acréscimo será de 12%; se após 20 anos, a elevação será de 9% e se menciona atividade der oportunidade ao benefício depois de 25 anos, a alíquota será enriquecida de 12% Esses acréscimos de contribuição empresarial alcançam exclusivamente a remuneração dos segurados que se ativam sem condições que prejudiquem sua saúde ou integridade física
3.7. CONTAGEM RECIPROCA
A contagem de tempo recíproca pode ser admitida pelo serviço prestado na
Administração Publica, tanto Federal, Estadual ou Municipal, e na atividade privada rural ou
urbana, hipótese em que diferentes regimes de Previdência Social se compensarão
financeiramente, feita pelo regime a que o interessado estiver vinculado ao requerer o
beneficio pelos demais, em relação aos respectivos tempos de contribuição.(FERREIRA,
FERREIRA, 1999p. 203-204)
Como bem informa Martins (1998 p. 338): “A contagem recíproca do tempo de
serviço como o período de tempo que é contado para efeito da aposentadoria, tanto no serviço
publico, como no privado, inclusive para o trabalhador urbano e rural”.
O tempo de serviço será contado de acordo com a legislação pertinente, não sendo
admitida à contagem em dobro ou em condições especiais, a concomitância dos serviços
públicos e privados; a utilização, para um regime, do tempo de serviço já usado para
concessão de benefícios outros; o tempo de serviço sem a devida contribuição do período
correspondente, com a exceção do trabalhador rural, quando anterior a novembro de
1991.(FERREIRA, FERREIRA, 1999 p. 204)
49
De acordo com Castro (2003, p. 582) O tempo de contribuição, em caso de contagem
recíproca, será computado de acordo com a legislação pertinente, observada, entre outras, as
normas previstas no art. 96 da Lei n. 8.213/91, com alterações posteriores da Lei n. 9.258 de
10.12.97 quais sejam:
- Não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;
- É vedada a contagem de tempo de serviço publico com o de atividade privada,
quando concomitantes;
- Não será contado por sistema o tempo de serviço utilizado para a concessão de
aposentadoria pelo outro;
- O tempo de serviço anterior ou posterior á obrigatoriedade de filiação à
previdência Social só será contado mediante indenização da contribuição
correspondente ao período respectivo, com acréscimo de juros moratórios de 1%
ao mês e multa de 10%.
A Constituição Federal com alteração da Emenda Constitucional n° 20/98 em seu art.
40 § 3 ressalta:
Parágrafo 3º Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a
aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da remuneração.
De acordo com explicações de Martinez: (1998, p. 772) “O servidor federal pode
trazer o período de filiação da iniciativa privada, para fins de aposentadoria por tempo de
serviço, especial, por invalidez, por idade ou compulsória”.
3.8. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO
De acordo com Martins (2003, p. 269) a concessão da aposentadoria especial
dependerá de comprovação pelo segurado, perante o INSS, do tempo de trabalho
permanente,não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde
e a integridade física, durante o período mínimo fixado.
O tempo de serviço alternadamente em atividade comum e especial poderia ser
somado, após a respectiva conversão para efeito da concessão da aposentadoria especial como
explica a Lei nº 8.213/9. (GONÇALVES, 2003, p.19)
50
Através do Decreto n. 611 de 21.7.92 houve modificações na Lei 8.213/91 além de
conservar o texto pela Lei n. 8.213/91, apresentou no parágrafo único do art. 64 a seguinte
consideração; aposentadoria especial somente será devida com a conversão prevista neste
artigo, para o segurado que demonstrar ter exercido atividade profissional em condições
especiais, no período mínimo de 36 meses. (GONÇALVES, 2003 p. 20)
Martinez (1998, p. 717) explica que a conversão de tempo de serviço constituído na
transformação de período de trabalho perigoso, penoso ou insalubre em comum
necessariamente se estendendo o intervalo de trabalho em numero de dias, conforme tabela de
equivalência, defluente naturalmente da relação matemática entre os quinze, os vinte e os
vinte cinco anos.
A lei 9.032 alterou o texto do art. 57:
A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado perante o INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais; o segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde à integridade física, pelo período exigido para a concessão do beneficio; o tempo de trabalho exercido sob considerações especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade será somado, após respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência Assistência Social, para o efeito de concessão de qualquer beneficio.(GONÇALVES, 2001 p. 20)
Para o segurado que houver exercido sucessivamente duas ou mais atividades sujeitas
a condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer
delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos períodos serão
somados após a conversão, conforme tabela abaixo: (MARTINS, 2003 p. 376)
MULTIPLICADORES
TEMPO A
CONVERTER Para 15 Anos Para 20 Anos Para 25 Anos
De 15 Anos ---- 1,33 1,67
De 20 Anos 0,75 ---- 1,25
De 25 Anos 0,60 0,80 -----
A medida Provisória n. 1.663-10 de 28.5.98 fez profundas mudanças na conversão de
tempo de serviço:
Revoga o § 5° do art. 57 da Lei n. 8.213/91 que disponha sobre conversão de em períodos de trabalhos desenvolvidos em atividade especiais para atividade comum; sugerindo um óbice a este pleito. Em se considerando que o Decreto n. 2.172/97 já
51
havia obstado a conversão do tempo da atividade comum para fins de aposentadoria especial, duas correntes de entendimento se posicionaram a saber: 1° passa a inexistir a possibilidade de conversão, quer do período trabalhado desenvolvido em atividade comum para a atividade especial, quer do período desenvolvido em atividade especial para comum; 2° a) o período trabalhado em condição especial, anterior a 29.5.98 (data da publicação no DOU da MP n. 1663-10/98), continuaria sendo convertido pela aplicação do fator correspondente, a fim de compor o tempo de serviço, sem prejuízo do direito adquirido; b) caso alguém tenha exercido atividade comum no passado e no momento exerça atividade especial, e nela venha pedir a aposentadoria, poderia, nestas condições solicitar a conversão.(GONÇALVES, 2001 p.21)
Conforme o Decreto nº 4.827/03 houve uma profunda alteração ao art 70 do decreto nº
3.048/99 que a partir deste decreto não precisa mais tempo mínimo de exigência para
conversão de atividade especial para comum, pode requerer a qualquer tempo a conversão.
MULTIPLICADORES TEMPO A CONVERTER
Mulher (para 30) Homem (para 35)
De 15 Anos 2,00 2,33
De 20 Anos 1,50 1,75
De 25 Anos 1,20 1,40
Na realidade como bem lembra Gonçalves (2001 p. 23) a aposentadoria especial nada
mais é do que aquela que se dá por tempo em serviço em condições especiais e, assim
também é conhecida por aposentadoria extraordinária.
Assim verifica-se que todo trabalhador excetos os autônomos e funcionário públicos
têm direitos a uma aposentadoria especial, desde que comprovem de forma habitual e
permanente que exerceram atividades especiais, ou seja, que prejudiquem a saúde e a
integridade física, do segurado, e quando isso não ocorre o tempo exercido em condições
especiais poderá ser convertido conforme foi mostrado na tabela supra.
52
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através desta pesquisa foi possível ter uma noção de geral de como surgiu a
previdência social no Brasil com um histórico bem definido.
A Previdência Social é considerada como um seguro social instituído com o objetivo
de substituir a renda do trabalhador contribuinte quando este perde a capacidade para o
trabalho, seja em decorrência da idade, por motivo de doença, acidente, morte, invalidez,
reclusão, desemprego, ou até pela maternidade ou reclusão. Assim, as pessoas contribuem
para o sistema da Previdência Social, visando uma segurança financeira para si e para seus
dependentes, no caso de perda da capacidade para o trabalho e morte.
Entretanto, embora criticada por muitos doutrinadores e especialistas da área,
enquanto não for encontrada outra forma de conceder o benefício da aposentadoria e ao
mesmo tempo procurar equilibrar o orçamento da previdência, visto que é característica da
tradição da Previdência Social brasileira a aposentadoria por tempo de atividade laborativa.
A Previdência representa uma conquista irreversível do século XX, apesar de alguns
desvios conceituais e indefinições que se fazem presentes na lei vigente e necessitam de
correções. É necessário o aperfeiçoamento dos mecanismos operacionais, adequando o
sistema à realidade econômica e social do Brasil.
Após as considerações feitas no transcorrer desta monografia, conclui-se que a
aposentadoria resulta como conseqüência lógica do direito ao trabalho, vez que possibilita a
realização de justiça social para aqueles, que por anos a fio empenharam-se em contribuir para
que a sociedade, de modo geral, pudesse progredir.
As Leis ns. 8.212/1991, 8.213/1991 e o Decreto n. 3.048/1999 que aprovou o
regulamento da Previdência Social representam uma garantia Constitucional ao segurado que
através destes dispositivos poderá requerer o beneficio da aposentadoria especial.
A aposentadoria especial é aquela devida ao segurado que tiver trabalhado sujeito a
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante quinze, vinte ou
vinte cinco anos, devidamente comprovados por laudo técnico, manterão o direito a se
aposentar com um tempo menor de contribuição, independentemente da idade.
Não esquecendo que administrativamente o INSS procede de uma forma que na
maioria das vezes indefere os benefícios, sendo que a maioria dos indeferimentos são
baseados em Ordens de Serviço ou por Instruções Normativas.
53
Já na esfera judicial o segurado que busca a tutela jurisdicional tem na maioria das
vezes 95% de êxito, amparado por provas documentais e testemunhal, o segurado consegue
obter o beneficio da aposentadoria especial ou converter o tempo para comum.
Deste modo, o sistema previdenciário é um programa de grande responsabilidade do
Estado, visto que, além de representar uma ferramenta que promove a distribuição de rendas,
significa também a melhor maneira de proporcionar algum bem-estar aos cidadãos numa
sociedade organizada em instituições democráticas na qual, a pessoa cede sua capacidade
produtiva, e revela-se no trabalhador ativo. Através do benefício da aposentadoria este mesmo
trabalhador, quando não tem mais condições de ceder sua mão-de-obra, tem o direito a
receber um benefício que lhe garanta condições mínimas de sobrevivência.
Buscou-se demonstrar de forma simples e clara, as formas de concessão e os tipos de
benefícios que a Previdência Social Brasileira hoje concede aos seus segurados.
54
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2003.
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2004. CD-ROM
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SÍNTESE TRABALHISTA, Ano X, nº 126, Porto Alegre: Editora Síntese. Dezembro de
1999.
56
ANEXOS
57
TABELA QUE DEMONSTRA A QUANTIDADE DE BENEFICIO CONCEDIDOS NO
ESTADO DE SANTA CATARINA NO PERÍODO DE JANEIRO À MAIO DO ANO
CORRENTE
APOSENTADORIA ESPECIAL
22300
22350
22400
22450
22500
22550
22600
22650
22700
22750
22800
jan/04 fev/04 mar/04 abr/04 mai/04
Periodo de 2004
Num
eros
de
bene
ficio
s
Fonte: Instituto Nacional do Seguro Social de Santa Catarina.
Dados fornecidos pela Dra: Ivone Procuradora do INSS
Aposentadoria Especial Jan-04 22583 Fev-04 22732 Mar-04 22550 Abr-04 22556
Maio-04 22458 total 112879
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CATEGORIAS QUE TEM DIREITO AO BENEFICIO DA APOSENTADORIA
ESPECIAL
Agentes Químicos
As substância são Arsênio, Benzeno, Berílio, Bromo, Chumbo, Silica, Mercúrio, etc...
Que necessitem de um tempo de 25 anos de exposição sem períodos intermitentes
SILICA
Pode ser por exposição à poeira livre sob a forma de quartzo (garimpeiro)
Sintoma: diminuição da capacidade de trabalho falta de ar, ponta dos dedos arroxeada, tosse,
dor e diminuição da capacidade de respirar.
ASBESTO – se apresenta de forma diferenciada pois o tempo de exposição é de 20anos
Forma de exposição em industrias de cimento-amianto que produzem telhas, caixa d’água,
tubulações, divisórias, industrias de lonas e freios automotivos, produtos de vedação para
veículos.
Tecelagens, massas plásticas, epóxi.
Sintoma: tosse por sensação de irritação da garganta, falta de ar, pela restrição do pulmão,
febre, dor no tórax.
Agentes Físicos
Todos os agente necessitam de 25 anos de exposição se
Situações de exposição ruídos, vibrações, radiações ionizantes, temperaturas elevadas, etc...
RUÍDOS
Forma de exposição pessoas que trabalham em industrias que tenham ruídos acima de 90
decibéis sob forma continua
Sintoma: Surdez progressiva
Agentes Biológicos
Todas as formas necessitam de no mínimo de 25 anos de exposição sem intermitências e nem
ocasional
Situações de exposição pessoas que trabalhem com animais ou pacientes com doenças
infectocontagiosas ou que faça o manuseio com substancias ou objetos contaminados.
59
Trabalhadores de coleta de lixo, fossas e tanques de esgotos, exumação de corpos
Sintoma: diversos devido ao agente em que se esta exposto podendo ser sintoma
característica pulmonar ou cardíaca .
Associação de Agentes Físico, Químico e Biológicos
O trabalhador na mineração de carvão tem duas formas a aposentadoria que varia com
a forma de exposição que podeser de forma indireta que necessita de 20anos de exposição e a
direta que seu tempo de exposição é menor de 15 anos
INDIRETA - Pessoas que trabalhem afastadas da frente de produção do minério exemplo,
engenheiro, supervisores, etc...
DIRETA - Os mineradores que fazem a extração do carvão.
Sintoma: Quanto a os sintoma serão os mesmos só que de formas diferentes devido a sua
exposição. Falta de ar aos esforços, dor nas articulações, tosse continua com ou sem catarro,
diminuição da capacidade de respirar, pode levar a insuficiência cardíaca