universidade do vale do itajai - univali centro de ...siaibib01.univali.br/pdf/andre martins.pdf ·...

59
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR VII SÃO JOSÉ CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA FORMA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL NO BRASIL Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito na Universidade do Vale do Itajaí ACADÊMICO: ANDRÉ LUIZ MARTINS São José (SC), Julho de 2004

Upload: truongnhan

Post on 01-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR VII SÃO JOSÉ

CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA

FORMA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL NO BRASIL

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito na Universidade do Vale do Itajaí

ACADÊMICO: ANDRÉ LUIZ MARTINS

São José (SC), Julho de 2004

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

2

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR VII – SÃO JOSÉ

CURSO DE DIREITO

NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA

FORMA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL NO BRASIL.

Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de bacharel em Direito da Universidade do Vale do Itajaí, sob orientação do Prof. MSc. Márcio Roberto Paulo

ACADÊMICO: ANDRE LUIZ MARTINS

São José (SC), Julho de 2004

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

3

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR VII – SÃO JOSÉ

CURSO DE DIREITO

NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA

FORMA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL NO BRASIL.

ANDRÉ LUIZ MARTINS

A presente monografia foi aprovada como requisito para a obtenção do grau de bacharel em

Direito na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI do Centro de Educação de São José

São José, 8 de Julho de 2004

Banca Examinadora:

___________________________________________

Prof. MSc Marcio Roberto Paulo.

___________________________________________

Prof. MSc. Leandro A. Dorneles de Dorneles.

___________________________________________

Prof. (a) ESp Luciana de A. Grillo Schaefer

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

4

DEDICATÓRIA

Dedico este texto :Nada é Impossível nesta vida Aos meus pais, a minha mulher e a minha filha e meus parentes.

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

5

AGRADECIMENTOS

Ao professor Marcio pela atenção que me foi dada durante o decorrer do trabalho realizado e pelo incentivo do tema proposto para estudo. A minha família por ter me dados condições para realizar este sonho que era de cursar esta faculdade e para minha mulher Aline que chegou em minha vida este ano e me ajudou bastante na formulação deste trabalho e também a minha filha Alice que chegará no dia da minha formatura.

A todos aqueles que, de uma maneira direta ou indireta, contribuíram para a realização desta pesquisa.

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

6

“Onde houver Justiça aí haverá sabedoria, E onde houver sabedoria aí esta o paraíso.”

Santo Antonio

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

7

SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................................................9

ABSTRACT.............................................................................................................................10

LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................................11

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................13

1 HISTORICO DA PREVIDENCIA SOCIAL ....................................................................15

1.1 HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNDO .............................................15

1.2. HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL.............................................17

1.3. A CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DA PREVIDENCIA SOCIAL .............21

1.4. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A SEGURIDADE SOCIAL .....................................23

1.5 A CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.........................25

1.6. A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98................................................................26

2. SEGURIDADE SOCIAL ...................................................................................................28

2.1.CONCEITO ....................................................................................................................28

2.1.1 Princípios da Seguridade Social ..............................................................................29

2.1.2. Custeio da Seguridade Social .................................................................................31

2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL ..............................................................................................32

2.2.1 Conceito ...................................................................................................................32

2.2.2. Segurados da Previdência Social ............................................................................34

2.2.2.1 Conceito ............................................................................................................34

2.2.2.2. Benefícios ........................................................................................................35

2.2.2.3 Tipos de Beneficios: .........................................................................................35

3. APOSENTADORIA ESPECIAL ......................................................................................38

3.1. CONCEITOS .................................................................................................................38

3.1.1. Aposentadoria .........................................................................................................38

3.2. APOSENTADORIA ESPECIAL ..................................................................................39

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

8

3.2.1 Atividades Insalubres...............................................................................................41

3.2.2 Atividades Perigosas................................................................................................41

3.2.3. Atividades Penosas .................................................................................................42

3.3. CARACTERÍSTICAS DA APOSENTADORIA ESPECIAL ......................................42

3.4. COMPROVAÇÃO DO EXERCICIO DE ATIVIDADE ESPECIAL. .........................45

3.5. RENDA MENSAL INICIAL ........................................................................................46

3.6. CUSTEIO DA APOSENTADORIA ESPECIAL..........................................................47

3.7. CONTAGEM RECIPROCA .........................................................................................48

3.8. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO..................................................................49

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................52

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................54

ANEXOS..................................................................................................................................56

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

9

RESUMO

O Direito Previdenciário é responsável pelo estudo dos princípios, dos institutos

jurídicos e das normas relacionadas à previdência. A previdência social é um seguro social,

que tem como objetivo o de substituir a renda do segurado e de seus dependentes, quando

perdendo estes à capacidade para o trabalho, sendo em virtude da idade, por motivo de

doença, acidente, morte, desemprego, ou até pela maternidade ou reclusão. Tendo como

finalidade relacionar-se à garantia de proteção social, inclusive pecúlios ou rendas mensais, o

qual principal alvo é a manutenção da vida humana, em condições dignas de sobrevivência.

No Brasil a previdência social teve seu início com a elaboração da Lei Eloy Chaves que criou

uma Caixa de Aposentadorias e Pensões para os empregados de empresas ferroviárias, o qual

os beneficiava com ajuda médica, aposentadoria, pensões para os dependentes e auxílio

funeral. Hoje em dia, entre as diferentes formas de obter o benefício da Previdência Social no

Brasil uma delas é o da aposentadoria especial. Instituída para os trabalhadores que laboram

em condições especiais que prejudiquem sua saúde ou sua integridade física. Essas atividades

estão dispostas no art. 58 da Lei nº 8.213 de 24-7-91, são aquelas relacionadas pelo Poder

Executivo. No anexo IV do decreto nº 3.048, de 6-5-99 o Poder Executivo relacionou as

doenças profissionais. Com base na Lei 8.213/91, no Decreto 3.048/99 e nas alterações

introduzidas pela Emenda Constitucional nº 20 de 1998, procurou-se apresentar de forma

abrangente o benefício da aposentadoria especial bem como procurar explicar a concessão

para este tipo de aposentadoria.

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

10

ABSTRACT

The Previdenciary law is responsable for the study of principiles, for the juridic

institutes and the ruleres related to the welfare. The social welfare is a social insurance,

having as objective suply the money of the insurance and their dependents, when those lose

the ability to work, being it because the age, disease, accident, death, unployment, or even by

maternity or reclusion. Having as finality relate itself guarantee of social protecion, include

peculium or monthy earning, which main target is the manutention of human life, in con dign

survival conditions. In Brazil the social welfare had its beginning with the elaboration of Eloy

Chaves law which created retirement fund and pensions for the railway imployees, which

helped the employeers with medical attendiment, retirement, pensions for dependents and

funeral support Nowadays, among the different ways to get the benefit from social welfare in

Brazil one of them is the special retirement benefit made to help the works who work in

special conditions harming their heath or their phisical integrity. Those activities are displayed

on article 58 of the law 8.213 of 24 th – 07-91 are those related by the Executive Power. In

the IV annex of the decrete number 3.048, of 5-6-99 the ExecutivePower related the

professional disiases. With basing in the law 8.213/91, in the decree 3.048/99 and in the

modifications introduced by Constitutional Emendation number 20 of 1998, was tried to show

in an abrangent way the benefit of special retirement as well as try to explain the concession

for this kind of retirement.

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

11

LISTA DE ABREVIATURAS

CEME – Central de Medicamentos

CF – Constituição Federal

CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas

DATAPREV - Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social

FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FUNABEM – fundação Nacional do Bem Estar do Menor

FUNRURAL – Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural

IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social

IAPM – Instituto da Aposentadoria e Pensões dos Marítimos

IAPC - Instituto da Aposentadoria e Pensões dos Comerciários

IAPB - Instituto da Aposentadoria e Pensões dos Bancários

IAPEC - Instituto da Aposentadoria e Pensões dos Transportes e Carga

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

INPS – Instituto Nacional de Previdência Social

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

IPASE - Assistência Social dos Servidores de Estado

LBA – Legião Brasileira de Assistência

LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social

LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social

MONGERAL – Montepeio Geral da Economia Social dos Servidores do Estado

MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social

MPS - Ministério da Previdência Social

MTPS - Ministério do Trabalho e Assistência Social

PASEP - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

PRO-RURAL – Programa de Assistência ao Trabalhador Rural

PIS - Programa de Integração Social

RGPS - Regime Geral da Previdência Social

SAT – Seguro de Acidente de trabalho

SIMPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social

SUDS – Sistema Único Descentralizado de Saúde

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

12

SUS - Sistema Único de Saúde

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

13

INTRODUÇÃO

O Direito Previdenciário corresponde ao estudo dos princípios, dos institutos jurídicos

e das normas da previdência. Objetiva analisar e interpretar os princípios e as normas

constitucionais, legais e regulamentares que estão relacionados ao custeio do sistema da

previdência nacional.

A Previdência Social, que é o sistema pelo qual são concedidos benefícios, mediante

contribuição por um determinado tempo dos segurados e seus dependentes, ou seja, àqueles

que estão vinculados ao sistema e contribuem com ele.

O benefício constitui-se em uma espécie de seguro, concedido através de prestações

pecuniárias ou serviços, que é liberado quando do registro de eventos de infortúnio ou outros

que são considerados pela lei como dignos de amparo financeiro ao indivíduo.

Um dos benefícios da Previdência Social no Brasil é benefício da aposentadoria

especial, que constitui objeto desta monografia.

A aposentadoria especial foi criada para empregados que trabalham em condições

especiais, que provocam problemas em sua saúde e por em risco a sua integridade física.

A aposentadoria especial é um beneficio do Regime Geral da Previdência Social

(RGPS), do exercício de atividade em que se trabalha sob condições especiais.

O tema presente desta monografia é a forma e a concessão da aposentadoria especial

no Brasil sob o Regime Geral da Previdência Social. O objetivo da pesquisa foi como é a

forma deste beneficio e quais os parâmetros utilizados pelo INSS para a concessão da

aposentadoria especial desde sua criação.

A presente monografia está dividida em três capítulos. No primeiro apresenta-se o

histórico da Previdência Social no mundo e no Brasil partindo da Lei Eloy Chaves até as leis

mais recentes.

Já o segundo capítulo conceitua a Seguridade Social, seus princípios e o seu custeio,

além disso, tem-se o conceito de Previdência Social e os seus benefícios.

No terceiro capítulo por sua vez, apresenta-se de forma mais especifica a

aposentadoria especial. Este capítulo é desenvolvido com base na Lei nº 8.213/91, Lei n.

8.212/91 e nas alterações introduzidas pela Emenda Constitucional nº 20 de 1998 e no

Decreto 3.048/99.

Demonstra-se quais os parâmetros adotados pelo INSS, hoje, para a concessão da

aposentadoria especial, e suas diferenciações mediante os critérios para obter este tipo de

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

14

beneficio. É importante enfatizar que não será abordada a Reforma da Previdência por que

está não alterou os critérios para obtenção do beneficio da aposentadoria especial.

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

15

1 HISTORICO DA PREVIDENCIA SOCIAL

1.1 HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNDO

Antes de nos aprofundarmos no estudo do tema da aposentadoria Especial, é

necessário que façamos uma análise de como se deu o surgimento e o processo evolutivo da

aposentadoria em nosso país.

Em relação ao início da previdência, é difícil uma definição clara e objetiva como bem

discorre Wladimir Novaes Martinez:

É quase impossível resenhar a evolução da previdência social. Primeiro, em razão da infinidade de medidas e instituições com variedade gama, quase todas assistenciárias e precárias. Segundo, porque nem sempre atendem esses eventos a qualquer classificação moderna das técnicas de proteção social, resultando em tentativas frágeis e efêmeras, sem organização ou sistematização. Pode-se, isso ser colhidos. Aqui e ali, exemplos de tentativas particulares ou governamentais, as quais, afinal, acabaram por derivar na técnica protetiva. (MARTINEZ, 1998 p.58)

Conforme a pesquisa sobre o tema de previdência social vai se desenvolvendo,

constatamos que na antiguidade em diversos livros o tema já era abordado, por diversos

autores certamente não no sentido de previdência social, mas no sentido de proteção aos

trabalhadores.

O desenvolvimento das diferenças técnicas de proteção, especialmente as sociais, com vista a consolidação da previdência social, pode ser divididos em dois grandes períodos: a) pré-história, dos livros sagrados (BÍBLIA, TALMUD, CORÃO E OUTROS) e códigos( MANU, DOZE TABUAS, HAMURABI ), indo até 1883, em termos mundiais, e, brasileiros, até 1923; b) historia propriamente dita, respectivamente após Otto von Bismark (Alemanha) e Eloy Chaves (Brasil).(MARTINEZ,1998 p. 58)

Com relação ao surgimento da história da previdência social no mundo, Martinez em

seu livro faz alusão, inclusive à era pré-histórica, na qual a proteção mútua entre os homens

das cavernas, já é vista como um exemplo de previdência.

Antropologicamente especula-se sobre o primeiro gesto protetivo praticado pelo homem, possivelmente nas imediações da caverna, a quarenta ou cinqüenta mil anos atrás, mais ou menos ao tempo da adoção a agricultura e do sedentarismo: se de poupança (a carne excedente congelada pôde ser aproveitada quando não se dispôs, por força da circunstâncias, de outros meios de se alimentar) ou se abaixar para ajudar o companheiro ferido. Não será fácil classifica-la como técnica de proteção, mesmo a mais primitiva, para populações com expectativa de vida média de dezoito anos. (MARTINEZ. 1998, p. 59).

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

16

A previdência, no sentido de proteção aos trabalhadores, já está também registrada nos

livros e códigos antigos. Tais documentos eram vistos como protetores dos povos antigos em

relação ao trabalho, como por exemplo, a proteção à esposa, que está doente, pelo marido que

não pode abandoná-la descrito no Código de Hamurabi 1.728-1.686 a.C:

Em seu art. 148 colhe-se:” se um Awilun tomou uma esposa e esta foi acometida da doença labum e se ele decidiu esposar uma outra, ele poderá esposar, mas não poderá repudiar sua esposa, que a doença labum acometeu .Ela morará na casa que construíram e ele a sustentará enquanto ela viver”. Segundo E. Bouzon, awilum era o homem livre e labum uma espécie de febre contagiosa”. O Código de Hamurabi” (Editora Vozes, 1976, p 68). O art. 198 reza “Se alguém arranca o olho de um liberto, mesmo acidentalmente, deve pagar indenização”. (MARTINEZ, 1998, p. 60).

Não só o Código de Hamurabi continha referências à proteção das pessoas perante as

outras, mas também o Código de Manu, utilizado pelas antigas civilizações determinava

certas obrigações e punições.

O Código de Manu, em conformidade com a lição de Will Durant (História da Civilização), determina a obrigação dos juízes de examinarem ex officio os acidente ocorridos nas jurisdições. Conforme Albino Lima o Faraó de Quéops estabeleceu punição para os construtores de sua pirâmide tumular se ocorresse acidente com os trabalhadores. Então, já existiam associações para um auxílio recíproco.(MARTINEZ, 1998 p.60).

A Bíblia Sagrada faz referência à questão da proteção evidenciada em outros códigos

que se espalhavam pelo mundo Árabe e, apresenta, pela primeira vez a palavra aposentadoria:

um tipo de benefício a pessoas que tenham requisitos para ter o direito da mesma.

Depois de um determinado tempo de serviços prestados aos sacerdotes, os levitas

recebiam um benefício, não precisando mais trabalhar, só organizar e instruir os novos levitas.

Por outro lado, se já fossem levitas da família de Arão, depois de cumprir um certo período de

trabalho, podiam servir voluntariamente.

A Bíblia Sagrada ao designar os levitas (não eram da família sacerdatol de Arão) para servir na tenda de reunião, sob direção dos sacerdotes, Jeová proveu seu bem estar. Ordenou a Moisés: “Isto é o que se aplica aos levitas. Da idade de 25 anos para cima ele ingressaria na companhia do serviço da tenda de reunião. Mas, depois da idade de cinqüenta anos, retirar-se-á da companhia de serviço e não mais fará nenhum serviço. E ele terá de ministrar seus irmãos, na tenda de serviços de reunião, cuidando da obrigação, mas não deve fazer nenhum serviço”( NÚMEROS, 8:23; I Cr 23.3). (MARTINEZ, 1998 p. 61).

O próprio livro sagrado ainda discorre a respeito do serviço dos levitas no qual era

registrado o funcionamento de contagem para o tempo de aposentadoria, sendo que era

altamente organizado e comprido, como cita o nobre autor, Martinez:

É descrita a organização do serviço dos levitas. Ali se declara deverem ser registrados, dos trinta anos aos cinqüenta anos de idade. Outra finalidade da aposentadoria era dar a todos os levitas a oportunidade de terem serviços no santuário, porque apenas número limitado era necessário (NÚMEROS, 8:26). Não

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

17

havia previsão da aposentadoria para os sacerdotes, os levitas da família de Arão. Os aposentados aos cinqüenta anos não se retiravam de todo serviço. Podiam servir voluntariamente. (MARTINEZ, 1998. p. 61)

O que foi apresentado até aqui, não está relacionado, propriamente com a história da

previdência, mas à proteção aos trabalhadores, que já vem desde os primórdios da civilização,

sendo que a historia da previdência é recente, datada do século XIX.

Na França a criação do plano de aposentadoria assinala alguns momentos importantes

em 1681, as aposentadorias para marítimos. Em 1790, regime para funcionários do Estado e

militares. Em 1806, um sistema de aposentadoria no Banco da França. Existem registros a

favor dos trabalhadores de La Comédie Française et I’Opéra (1812). Em 1824, para os

empregados da Imprensa Nacional. (MARTINEZ, 1998. p.65)

Já na Inglaterra, a previdência surgiu um pouco mais tarde, em 1712, e relacionava as

contribuições entre os empregados, como cita o autor:

Em 1712, na Inglaterra, um sistema de aposentadoria para os servidores públicos” em que eram cobradas dos funcionários contribuições, de onde saiam os benefícios pagos, isto é observando-se o regime financeiro que hoje chamamos de repartição”. (MARTINEZ, 1998. p. 65-66)

Nos Estados Unidos iniciou-se também as proteções para os funcionários, como por

exemplo, aposentadorias para os policiais, professores públicos e privados, como também a

aposentadoria não regida pelo processo de contribuição.

Nos Estados Unidos em 1857, em New York, plano de aposentadoria para a polícia, o primeiro a cobrir funcionário naquela cidade. Em 1875, a American Express Co. estabelece o primeiro plano de aposentadoria não contributório. Em 1880, a Baltimore & Ohio Rail-Road Co. o primeiro com divisão de encargo. Em 1892, a Universidade de Colúmbia, cria aposentadoria para os professores privados e em 1893, para os professores públicos. (MARTINEZ, 1998 p. 66).

Mas logo que começaram a surgir em alguns países, as proteções aos trabalhadores,

outros países começaram a adotar o mesmo sistema a partir da Revolução Industrial, com o

surgimento do proletariado e da metropolização das cidades, quando adquiriram feição

própria de proteger os pobres. (CASTRO, 2003 p. 33)

1.2. HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

O Brasil só veio a conhecer verdadeiras regras de previdência social no século XX.

Antes disso, apesar de haver previsão constitucional a respeito da matéria, apenas em

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

18

diplomas isolados aparece alguma forma de proteção a infortúnios. No que se refere à Carta

Magna de 1824 – art 179, XXXI – mencionava a garantia dos socorros públicos, em norma

meramente programática; o Código Comercial, de 1850, em ser art. 79, garante por três meses

a percepção de salários de preposto acidentado, sendo que desde 1835 já existia o Montepio

Geral da Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL) primeira entidade – de

previdência privada no Brasil. (CASTRO, 2003 p. 45)

Antes da Lei do Deputado Eloy Chaves já havia alguns textos que falavam a respeito

de algumas matérias previdenciárias, conforme descreve Carlos Alberto Pereira de Castro

(2003, p. 45).

O primeiro texto em matéria de previdência social no Brasil foi expedido em 1821, pelo ainda Príncipe Regente, Dom Pedro de Alcântara. Trata-se de um decreto de 1º de outubro daquele ano, concedendo aposentadoria aos mestres e professores, após 30 anos de serviço, e assegurado um abono de ¼ (um quarto) dos ganhos aos que continuassem em atividade. Em 1888, o Decreto- lei nº 9.912-A, de 26 de março, dispôs sobre a concessão de aposentadoria aos empregados dos Correios, fixando em trinta anos de serviço e idade mínima de 60 anos os requisitos para tal. Em 1890, o Decreto n. 221,de 26 de fevereiro instituiu a aposentadoria para os empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil, posteriormente estendida aos demais ferroviários do Estado pelo Decreto nº.565 de 12 de julho do mesmo ano.

Através desses decretos foram surgindo as proteções aos trabalhadores: a

regularização de benefícios específicos para cada situação, como as aposentadorias por

invalidez, pensão por morte e acidente de trabalho.

De acordo com Castro, (2002, p. 45): “A Constituição de 1891, art 75, previu a

aposentadoria por invalidez aos servidores públicos”. Sobre aposentadoria por invalidez e

pensão o autor citado nos relata: “Em 1892, a Lei n. 217, de 29 de novembro, instituiu a

aposentadoria por invalidez e a pensão por morte dos operários do Arsenal de Marinha do Rio

de Janeiro”.

Sobre a primeira lei de proteção ao trabalhador: “A primeira lei sobre p roteção contra

acidentes do trabalho surgiu em 1919; antes, o trabalhador acidentado tinha apenas como

norma a lhe proteger o art. 159 do Código Civil, vigente a partir de 1917 e, antes disso, as

normas das Ordenações Filipinas.” (CASTRO, 2003 p. 46)

No começo do século XX, ocorreram inúmeras greves no eixo Rio e São Paulo. Após

diversos protestos, já se tornava evidente a obrigatoriedade de uma lei que caracterizasse a

proteção aos trabalhadores, leis esparsas adotavam o sistema previdenciário, mas pelas

circunstâncias de levar o país a uma anarquia, novamente os governantes se viram a obrigados

a fazer uma lei que amparasse os trabalhadores brasileiros, tendo em vista que nos países mais

avançados já existiam leis protegendo estes trabalhadores. (MARTINEZ, 1998 p. 71)

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

19

O primeiro a se manifestar foi Eloy Chaves, Deputado Federal de São Paulo,

apresentando o projeto de lei n. 446/21,em 1922,sob n. 362/22, aprovado na comissão de

Legislação Social em 26.12.22 e finalmente na Câmara dos Deputados em 30.12.22,

sancionada pelo Presidente Arthur da Silva Bernardes em 24.1.23, seguindo as assinaturas dos

Ministros Miguel Calmom du Pin e Almeida e Francisco Sá. A publicação saiu no DOU de

28.1.23, com alterações em 14.4.23. (MARTINEZ, 1998 p. 71)

A respeito deste primeiro projeto o Deputado explanou sua importância na Cidade de

Jundiaí, na Câmara Municipal. “A áspera luta de classes, figurada e aconselhada pelos

espíritos extremados ou desvairados por estranhas e complicadas paixões, eu anteponho,

confio no seu êxito total, a colaboração íntima e pacifica de todos, em beneficio da pátria

comum e dentro da ordem!”. (MARTINEZ, 1998 p. 71)

No decreto legislativo de n. 4.682/23 no seu art. 1º ele já descrevia como seriam as

aposentadorias, assim como a sua taxação, e os tipos de benefícios que abrangiam:

Em seu art. 1º, o Decreto Legislativo n. 4.682/23 autorizou a criação, em todo País, de Caixas de Aposentadoria e Pensões, em cada uma das ferrovias, para os seus empregados (definidos como operários prestando serviços numa empresa por mais de seis meses). Implementando as experiências anteriores, a proteção social era estendida a praticamente todos os ferroviários. Previa Contribuição mensal de 3% sobre os vencimentos, por parte dos empregados, e patronal, anual, de 1% sobre a renda bruta da empresa. Outra fontes eram admitidas, como um aumento nas tarifas de 1,5%, origem da Quota Previdência. Introduziu a jóia, espécie de entrada, correspondente a um mês de salário e paga em dois anos, alem da contribuição adicional, igual à diferença de salário da primeira promoção, igualmente amortizável em vinte quatro meses. E, curiosamente, o valor da venda de papel velho e varreduras.O plano de beneficio previa: a) aposentadoria ordinária e por invalidez; b) pensão por morte; c) assistência medica para os beneficiários; d) medicamentos a preço reduzido. Aposentadoria ordinária era concedida ao empregado com mais de trinta anos de serviço e um mínimo de cinqüenta anos de idade.(MARTINEZ, 1998. p. 72).

Após o surgimento da Lei Eloy Chaves, criaram-se outras Caixas em empresas para a

proteção aos trabalhadores, em diversos seguimentos da sociedade na atividade econômica. A

primeira grande crise no setor previdenciário ocorreria em 1930. (CASTRO, 2003 p. 46)

A contar de 1933 os Institutos começaram a funcionar conforme cita o autor.

A primeira instituição de previdência social de âmbito nacional, com base na atividade econômica, foi criada o IAPM – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, criada em 1933, pelo Decreto n. 22.872, de 29 de junho daquele ano. Seguiram-se o IAPC – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários, em 1934; o IAPI – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários; em 1936; o IPASE – Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado, e o IAPETC – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transporte e Cargas, estes em 1938. (CASTRO, 2003 p. 47).

A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a forma de custeio do sistema

previdenciário a contribuição dos trabalhadores, dos empregados e do poder público. A

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

20

Constituição de 1937 não trouxe muitas mudanças à Constituição de 1934, apenas a expressão

“seguro social”. (GONÇÃLES, 1997 p. 23)

Já as aposentadorias dos servidores públicos só foram regularizadas em 1939. Essas

normas tendem a existir de forma progressiva, sendo que as extensões dos benefícios sempre

partem de uma categoria para a coletividade; e inicia-se nos serviços públicos para depois

atingir os trabalhadores da iniciativa privada. (CASTRO, 2003 p. 46)

Em matéria de assistência social, foi criada a LBA em 1942 pelo Decreto-lei n.

4.890/42. No ano de 1945 iniciou-se a criação correta do sistema previdenciário através de um

decreto.

No ano de 1945. o Decreto-lei n. 7.526 inicia a criação de um verdadeiro sistema de previdência social, com a tentativa de uniformidade das normas a respeito de benefícios e serviços devidos a cada Instituto da classe. Contudo tal diploma não chegou a ser efetivamente colocado em pratica, por ausência de regulamentação, que deveria ter estabelecido a organização e o funcionamento do que seria o Instituto dos Serviços Sociais do Brasil, instituição que nunca chegou a existir. (CASTRO, 2003 p. 47/ 48).

A Constituição de 1946 previa normas que versavam sobre direitos sociais e partir da

Carta Magna. O trabalhador começou a ser segurado contra acidentes de trabalho e pela

primeira vez constava a expressão “previdência social”. Já a em 1949 o poder executivo

padronizou a concessão dos benefícios das aposentadorias e pensões, anteriormente regidas

individualmente. Foi instituído, então, o Decreto-lei n. 34.586-53, que criou a Caixa Nacional

que era uma fusão de todas as Caixas. (CASTRO, 2003 p.48)

Em 1960 foi criado o Ministério do Trabalho e Previdência Social e promulgada a Lei

n. 3.807 a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, cujo projeto tramitou desde 1947. Este

diploma não unificou os organismos existentes, mas criou formas uniformes de amparo para o

trabalhador e seus dependentes, dos vários institutos existentes. O trabalhador rural e o

doméstico continuaram excluídos pela previdência social. (GONÇÃLES, 1997 p. 24)

A aposentadoria especial teve seu inicio em 1960 com a LOPS. (MARTINEZ, 1998

p.89)

O salário família foi instituído em 1963, pela Lei n. 4.296, de 3 de outubro destinado

aos empregadores que tivessem filhos menores, visando a manutenção dos mesmos. No

mesmo ano foi criado o abono anual, o famoso décimo terceiro, pela Lei n. 4.281, de 8 de

novembro existente até a atualidade. (CASTRO, 2003 p. 48)

Em 1965, a Emenda Constitucional n.11, estabeleceu o princípio da precedência da

fonte de custeio, em relação à criação ou majoração de benefícios. (CASTRO, 2003 p48)

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

21

1.3. A CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DA PREVIDENCIA SOCIAL

O INPS foi criado pelo Decreto-lei n. 66, de 21.11.66 que providencia a criação do

instituto para organizar melhor a matéria da previdência social, por seus vários déficits.

(MPAS, 2004)

A Lei n° 5.107, de 13 de setembro daquele ano, criou o Fundo de Garantia por Tempo

de Serviço - FGTS e o Decreto-Lei n° 72, de 21 de novembro daquele mesmo ano reuniu os

seis Institutos de Aposentadorias e Pensões no Instituto Nacional de Previdência Social -

INPS. (MPAS, 2004)

Conforme Castro (2003, p. 49) a criação do INPS representou uma providência que há

muito era reclamada pelos estudiosos da matéria, em vista dos problemas de déficit em vários

institutos classistas, até então não unificados.

Um ano após, a Constituição de 1967 estabeleceu a criação do seguro-desemprego,

que não existia até então, passando a se chamar auxílio-desemprego. A Emenda

Constitucional de n.1/69 não inovou a matéria e, ainda neste ano, foi incorporada à matéria

previdenciária o Seguro de Acidentes de Trabalho – SAT. (CASTRO, 2003 p.49)

Já os trabalhadores rurais passaram a ser segurados também pela previdência social, o

Decreto-Lei n° 564, de 1° de maio de 1969, estendeu a Previdência Social ao trabalhador

rural. O Decreto-Lei n° 704, de 24 de julho daquele ano ampliou o plano básico de

Previdência Social Rural. A Lei Orgânica da Previdência Social foi alterada respectivamente

pelo Decreto-Lei n° 710, de 28 de julho e o Decreto-Lei n° 795, de 27 de agosto. O Decreto

n° 65.106, de 6 de setembro do ano em questão, aprovou o Regulamento da Previdência

Social Rural. (MPAS, 2004)

No ano de 1970 a Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro, instituiu o Programa de

Integração Social-PIS e a Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro, criou o Programa de

Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP. (MPAS, 2004)

Em 1971 foi elaborada a Lei Complementar n° 11, de 25 de maio de 1971, a qual

institui o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural - PRÓ-RURAL, em substituição ao

plano básico de Previdência Social Rural, assegurando definitivamente a seguridade da

Previdência Social para o trabalhador rural. Já o Decreto nº 69.014, de 4 de agosto de 1971,

formulou o Ministério do Trabalho e Previdência Social - MTPS. (MPAS, 2004)

Já a respeito dos empregados rurais e domésticos Castro discorre: (2003, p.49)

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

22

Os trabalhadores rurais passaram a ser segurados da Previdência Social a partir da Lei Complementar n. 11/71.Os empregados domésticos, em função da Lei n. 5.859/72, art. 4º. Assim, a Previdência Social brasileira passou a abranger dois imensos contingentes de indivíduos que, embora exercessem atividades laboral, ficavam à margem do sistema.

Em matéria de Previdência Social o ano de 1973, observou três alterações. A Lei n°

5.890, de 8 de junho, alterou a Lei Orgânica da Previdência Social. O Decreto n° 72.771, de 6

de setembro, sancionou o Regulamento do Regime de Previdência Social, em substituição ao

Regulamento Geral da Previdência Social. E a Lei n° 5.939, de 19 de novembro, trouxe uma

inovação, visto que instituiu o salário-de-benefício do jogador de futebol profissional.

(MPAS, 2004)

Com a Lei n° 6.036, de 1° de maio de 1974, foi criado o Ministério da Previdência e

Assistência Social, que acabou sendo desmembrado do Ministério do Trabalho e Previdência

Social. O Decreto nº 74.254, de 4 de julho do mesmo ano, estabeleceu a estrutura básica do

Ministério da Previdência e Assistência Social. Ainda no ano de 1974, várias leis foram

elaboradas para estruturar legalmente o Ministério da Previdência Social. Elaborou-se

também, a Lei n° 6.179, de 11 de dezembro de 1974, que instituiu o amparo previdenciário

para os maiores de 70 anos ou inválidos, também denominada de renda mensal vitalícia.

(GONCALES, 1997 p. 24)

No ano seguinte, o Decreto n° 75.208, de 10 de janeiro, estendeu os benefícios do

PRÓ-RURAL aos garimpeiros. O regulamento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento

Social, cujo objetivo consiste em fornecer apoio financeiro a programas e projetos de caráter

social, foi aprovado pelo Decreto nº 75.508, de 18 de março. (MPAS, 2004)

Por intermédio da Lei Complementar nº 26, de 11 de setembro de 1975, unificaram-se

o Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor

Público, criando, assim, o Fundo de Participação - PIS/PASEP. Neste mesmo ano foram

instituídos, pela Lei n° 6.260, de 6 de novembro, benefícios e serviços previdenciários para os

empregadores rurais e dependentes. Não obstante, há ainda o Decreto nº 76.719, de 3 de

dezembro 1975, que aprovou nova estrutura fundamental para o Ministério da Previdência e

Assistência Social. (MPAS, 2004)

A ultima lei específica sobre acidente de trabalho foi a lei n. 6367 de 1976. Neste ano,

foi feito nova compilação das normas previdenciárias estatuídas em diplomas avulsos, pelo

Decreto n. 77077/76. (CASTRO, 2003 p.49)

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

23

Em 1977, foi promulgada a Lei n° 6.435, de 15 de julho, que regulou a possibilidade

de criação de instituições de previdência complementar, matéria regulamentada pelos

Decretos nºs 81.240 e 81.402, ambos de 1978, quanto às entidades de caráter fechado e aberto,

respectivamente. (CASTRO, 2003 p.49)

No mesmo ano foram instituídas várias transformações na previdência social,

conforme define o autor. Castro (2003, p.49-50).

No mesmo ano, a Lei n. 6.439/77 trouxe novas transformações ao modelo previdenciário, desta vez quanto a seu aspecto organizacional. Criou-se o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social - SINPAS, que teria as atribuições distribuídas entre varias autarquias. São criados o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social - IAPAS (para arrecadação e fiscalização das contribuições) e o INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Medica da Previdência Social (para atendimentos dos segurados e dependentes, na área de saúde), mantendo-se o INPS (para pagamento e manutenção dos benefícios previdenciários), a LBA (para atendimento a idosos e gestantes carentes), a FUNABEM (para atendimento a menores carentes), a CEME (para fabricação de medicamentos a baixo custo) e a DATAPREV (para controle dos dados do sistema), todos fazendo parte SINPAS. Até então, mantinha-se à margem do sistema o IPASE extinto juntamente com o FUNRURAL.

Em 1984, a última Consolidação das Leis da Previdência Social reúne toda a matéria

de custeio e benefícios previdenciários, juntamente com as leis de acidente de trabalho, o

beneficio do seguro-desemprego, previsto no art. 165 XVI da CF então vigente, criado pelo

Decreto-Lei n. 2.284/86, para só em casos de desemprego involuntário, garantindo um abono

temporário. (CASTRO, 2003 p50-51)

1.4. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A SEGURIDADE SOCIAL

A CF de 1988, estabeleceu como ficaria a previdência social e seus aspectos quanto

aos benefícios e as atuações nas áreas sociais.

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o sistema de Seguridade Social, como objetivo a ser alcançado pelo Estado Brasileiro, atuando simultaneamente nas áreas da saúde, assistência social e previdência social, de modo que as contribuições sociais passaram a custear as ações do Estado nestas três áreas, e não mais somente no campo da Previdência Social. Porém, antes mesmo da promulgação da Constituição, já havia disposição legal que determinava a transferência de recursos da Previdência Social para então Sistema Único Descentralizada de Saúde – SUDS, hoje Sistema Único de Saúde – SUS. (CASTRO, 2003 p. 51)

A Constituição exclui também certos trabalhadores, que têm através de suas categorias

os regimes próprios.

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

24

Ficam excluídos do chamado Regime Geral de Previdência: os servidores públicos civis, regidos por sistema próprio de previdência; os militares; os membros do Poder Judiciário e do Ministério Publico; e os Membros do Tribunal de Contas da União, todos por possuírem regime previdenciário próprio; e os que não contribuírem para nenhum regime, por não estarem exercendo qualquer atividade. Por isso o art. 201 da Carta Magna alude a “planos de previdência”, a pontando na direção da existência de mais um regime previdenciário em consonância com os arts. 40, 41, §9º, 73 §3º, 93 VI, 129, § 4º, e 149, parágrafo único. Observa-se, também, que a proteção ao desemprego involuntário é considerada beneficia da Previdência Social (seguro-desemprego, Lei n. 7.998/90), embora em sua concessão fique a cargo do Ministério do Trabalho. (CASTRO, 2003 p. 51)

A Constituição ainda garante em seu art. 201, § 5º que os benefícios serão sempre num

valor nunca inferior ao salário mínimo, em vigor, sendo que devem ser periodicamente

reajustados, a fim de que seja preservado o seu valor real, em caráter permanente, conforme

forem definidos pela Lei.

Ainda, as próprias Leis da Previdência Social, tem o caráter que regula a saúde a fim

de reduzir os riscos de doenças e outros ainda mais dolosos:

Pelas as ações na área de saúde, destinadas a oferecer uma política social com a finalidade de reduzir os riscos de doenças e outros agravos, é responsável o SUS (art. 198 da Constituição), de caráter descentralizado.; O direito à saúde, que deve ser entendido como direito à assistência e tratamento gratuitos no campo da Medicina, é assegurado a toda população, independentemente de contribuição social, para que se preste o devido atendimento, tendo atribuições no âmbito da repressão e prevenção de doenças, produção de medicamentos e outros insumos básicos, incrementar o desenvolvimento cientifico e tecnológico, exercer vigilância sanitária e as políticas de saúde publica, alem de auxiliar na proteção do Meio Ambiente (art. 200 da CF). Em termos de regramentos legais, ressalte-se a edição da Lei n. 8.689/93, que extinguiu o INAMPS – autarquia federal, absorvida sua competência funcional pelo SUS (sem personalidade jurídica própria), este gerido pelo Conselho Nacional de Saúde, na órbita federal, e pelos colegiados criados junto às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, nas instancias correspondentes. (CASTRO, 2003 p.52)

A respeito da assistência social, o nobre autor também enfatizou em seu livro que a

Constituição prevê uma proteção aos indivíduos:

A Assistência Social é a política social que prove o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, independentemente de contribuição á Seguridade Social. A organização da Assistência Social obedecerá às seguintes diretrizes: descentralização político-administrativa, e participação da população na formulação e controle das ações em todos os níveis - Constituição, art. 204. (CASTRO, 2003 p.52)

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

25

1.5 A CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

O ano de 1990 ficou marcado pela criação do Instituto Nacional do Seguro Social -

INSS, mediante a fusão do IAPAS com o INPS, através do Decreto n° 99.350, de 27 de junho.

O INSS tornou-se responsável pelas funções de arrecadação, bem como pagamento de

benefícios e prestação de serviços, constituindo até os dias atuais a entidade responsável tanto

pela arrecadação, fiscalização, cobrança, aplicação de penalidades e regulamentação da parte

de custeio do sistema de seguridade social, bem como de concessão de benefícios e serviços

aos segurados e seus dependentes. (CASTRO, 2003 p.53)

Em 1991 foram sancionadas a Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991 (que dispõe sobre

a organização da Seguridade Social e institui seu novo Plano de Custeio) e a Lei n° 8.213, de

24 de julho de 1991 (que dispõe sobre Planos de Benefícios da Previdência Social)

regulamentadas, respectivamente, pelo Decreto n° 356/91 e Decreto nº 357/91. Ambas as leis,

alteradas pelo Decreto n° 611, de 21 de julho de 1992, e pelo Decreto n° 612, de 21 de julho

de 1992. (GONCALES, 1997 p. 25)

Ainda em 1992, a Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992, que extinguiu o

Ministério do Trabalho e da Previdência Social e restabeleceu o Ministério da Previdência

Social (MPS), dispôs também sobre a organização da Presidência da República e dos

Ministérios.(MPAS, 2004)

A aprovação da Lei n° 8.935, de 18 de novembro de 1994, que vinculou os notários,

oficiais de registro, escreventes e auxiliares à Previdência Social, de âmbito federal,

garantindo a contagem recíproca de tempo de serviço. Ainda em 1994, foi aprovado o Decreto

n° 1.317, de 29 de novembro, o qual determinou que a fiscalização das entidades fechadas de

previdência privada fosse exercida pelos Fiscais de Contribuições Previdenciárias do INSS.

.(MPAS, 2004)

Em 1995, por intermédio da Medida Provisória n° 813, de 1° de janeiro de 1995, que

introduziu modificações na estrutura do Poder Executivo, foi extinto o Ministério da

Previdência Social (MPS), e em seu lugar foi criado o Ministério da Previdência e Assistência

Social (MPAS). (GONCALES, 1997 p. 25)

No ano de 1997 a Lei 9.477 de 24 de julho, sancionou o Fundo de Aposentadoria

Programada Individual - FAPI e o plano de incentivo a aposentadoria programada individual.

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

26

Também neste ano, a Lei 9.506 de 30 de outubro, determinou o fim do Instituto de

Previdência dos Congressistas - IPC, e deu outras providências.(MPAS, 2004)

1.6. A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98

Em 1998, foi aprovada em caráter urgente, a Emenda Constitucional n. 20, por conta

da crise que o país passava na época. Eram medidas urgentes que visavam conter o déficit

publico, sendo que pela urgência tais medidas deixaram de lado os pontos de vistas jurídico e

social, e passou a ser capitaneado para o sentido econômico, visando obter imediato resultado

para a previdência social no país e seus benefícios.

A reforma mudou o sistema previdenciário, pois conforme consta em seu texto, às

aposentadorias passaram a ser concedidas por tempo de contribuição e não mais por tempo de

serviço.

A respeito deste assunto Castro discorre como se deram a alteração do sistema

anteriormente aplicado e agora o sistema vigente na época.

Explica-se: aqueles que obtiveram contagem de tempo de serviço para fins de aposentadoria sem contribuição correspondente têm direito adquirido à contagem; o tempo de serviço considerado pela legislação vigente, para fins de aposentadoria, cumprido até que a lei venha a disciplinar a matéria, será contado como no tempo de contribuição (art. 4º da Emenda n. 20). E conforme seja o teor da lei regulamentadora, períodos de afastamento como auxílio-doença, afastamento por acidente de trabalho, aposentadoria por invalidez e serviço militar obrigatório continuarão certamente a ser considerados como tempo válido para a contagem. (CASTRO, 2003 p. 55).

Entretanto, a Emenda Constitucional nº 20/98 gerou uma dicotomia na função de

magistério, visto que, a partir da Emenda, os professores de ensino superior passaram a ter de

cumprir tempo de contribuição idêntico aos segurados em geral, para concessão de

aposentadoria, permanecendo os docentes de nível fundamental e médio com aposentadoria

após menor tempo de trabalho. (CASTRO, 2003 p. 55)

Em 1999, foi elaborada a Lei nº 9.783/99, a qual dispôs sobre a contribuição para o

custeio da Previdência Social dos servidores públicos, ativos e inativos e dos pensionistas dos

três Poderes da União. Neste ano também foi elaborado o Decreto nº 3.039 de 1999, que

alterou os artigos 30 a 33 do Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social,

aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. (MPAS, 2004)

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

27

Ainda em 1999, com o objetivo de pôr fim a uma intensa e longa batalha política, no

intuito de estabelecer uma idade mínima para aposentadoria no RGPS, o Governo obteve a

aprovação da Lei nº 9.876, de 28 de novembro de 1999, que entre outras determinações criou,

não uma idade mínima para aposentadoria, mas uma forma de cálculo que leva em

consideração a idade do segurado e sua expectativa de vida. (MPAS, 2004)

A previdência social brasileira envolve, atualmente, três órgãos principais, cada qual

com funções específicas no fornecimento de assistência social e seguridade. Estes órgãos são

os seguintes: o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Ministério da Previdência e

Assistência Social (MPAS) e a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social

(DATAPREV).(IBGE, 2004)

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

28

2. SEGURIDADE SOCIAL

2.1.CONCEITO

Antes de entrarmos no estudo a respeito da aposentadoria especial, vamos entender o

que é seguridade social.

Conforme nos descreve Sergio Pinto Martins, (2003, p 38): “Seguridade social e um

conjunto de princípios, normas e instituições, integrado por ações de iniciativa dos Poderes

Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos a saúde, à previdência e a

assistência social”.

Já sobre o conceito de Seguridade Social o Autor Wladimir Novaes Martinez descreve

que: (1998, p 50)

Técnica de proteção social subseqüente ao seguro social, e o dele forma evoluída, implantada em poucos paises onde geralmente resulta da reunião da previdência com assistência social ou as ações de saúde compreende ao plano de benefícios completo, seletivo e distributivo, arrolando prestações assistenciárias e serviços sociais, custeada globalmente por toda a sociedade de consumidores, através de exações tributárias ou não.

Seguridade Social é a proteção a sociedade de prestações assistenciárias e serviços

sociais custeada por toda sociedade de consumidores, melhor nos explica o Autor Martinez:

(MARTINEZ, 1998 p 50)

Sob ponto de vista da participação do beneficiário, quando diretamente ausente, é assistenciárias, pois o custeio pessoal não sobrepaira, a despeito de a relação jurídica ser plena e oferecer direito subjetivo as prestações. Todos contribuem na medida de sua capacidade de adquirentes. A clientela é ilimitada, abarcando toda a população sem distinção, desfeitas as concepções tradicionais de filiação ou inscrição e inobservadas técnicas atuarias, como carência ou regime financeiro de repartição ou capitalização. O plano de prestação depende exclusivamente da economia do País e se mede pelas necessidades habituais do ser humano.

E o mesmo autor dispõe sobre a organização de Seguridade Social:

O legislador fica devendo as normas sobre a efetivação da seguridade social, por falta de definição política e reconhecida incapacidade de efetivamente atender as diretrizes constitucionais da ambiciosa matéria. Seguridade Social é uma técnica de proteção social avançada em relação à Previdência Social, capaz de integra-la com assistência social e incorporar as ações de saúde. Mas, mais ainda, é um esforço nacional extraordinário no sentido de um amplo atendimento à população, obreira ou não, empenho cujos objetivos estão a Distância (MARTINEZ, Wladimir Novaes, 1999 apud Castro, 2003 p.107)

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

29

2.1.1 Princípios da Seguridade Social

Os princípios da Seguridade Social estão relacionados em nossa Carta Magna de 1988

com alterações na Emenda Constitucional Nº 20 de 1998 em seu art 194 :

Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único - Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - eqüidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

Os princípios constitucionais são explicados também por Castro sua ultima obra

Manual de Direito Previdenciário que assim nos ensina:

I – Universalidade da cobertura e do atendimento – por universalidade de cobertura

entende-se que a proteção social deve alcançar todos os eventos cuja reparação seja premente,

a fim de manter a subsistência de quem dela necessita. A universalidade do atendimento

significa, por seu turno, a entrega das ações, prestações e serviços de seguridade social, a

todos os que necessitam, tanto em termos da previdência social obedecido o principio

contributivo como no caso da saúde e da assistência social. (CASTRO, 2003 p.81)

II – Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços as populações urbanas e

rurais – Trata de conferir tratamento uniforme a trabalhadores urbanos e rurais, havendo

assim idênticos benefícios e serviços (uniformidade), para os mesmos eventos cobertos pelo

sistema (equivalência). Tal principio não significa, contudo, que haverá idêntico valor para os

benefícios, já que equivalência não significa igualdade. Os critérios para a concessão das

prestações as seguridade social são os mesmos; porem, tratando-se de previdência social, o

valor de um beneficio pode ser diferenciado – caso do salário-maternidade da trabalhadora

rural enquadrada como segurada especial. (CASTRO, 2003 p.81)

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

30

III – Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços – O principio

da seletividade pressupõe que os benefícios são concedidos a quem deles efetivamente

necessite, razão pela qual a Seguridade Social deve apontar os requisitos para a concessão dos

benefícios e serviços. O princípio da distributividade, inserido na ordem social, é de ser

interpretado em seu sentido de distribuição de renda e bem-estar social e a justiça social. Ao

se conceder, por exemplo, o beneficio assistencial da renda mensal vitalícia ao idoso ou ao

deficiente sem meios de subsistência, distribui-se renda, ao se prestar os serviços básicos de

saúde publica, distribui-se o bem estar social, etc. (CASTRO, 2003 p.81)

IV – Irredutibilidade do valor dos benefícios – Principio equivalente ao da intangibilidade

dos salários dos empregados e dos vencimentos dos servidores, significa que o benefício

legalmente concedido pela Previdência Social ou pela Assistência Social não pode ter seu

valor reduzido, não podendo ser objeto de desconto salvo os determinados por lei ou ordem

judicial. (CASTRO, 2003 p.82)

V – Equidade na forma de participação no custeio – Trata-se de norma principiológica em

sua essência, visto que a participação eqüitativa de trabalhadores, empregadores e Poder

Publico no custeio da seguridade social é meta, objetivo, e não regra concreta. Com a adoção

deste principio busca garantir-se que aos hipossuficientes seja garantida a proteção social,

exigindo-se dos mesmos quando possível contribuição equivalente quanto ao poder aquisitivo,

enquanto a contribuição empresarial tende a ter maior importância em termos de valores e

percentuais na receita da seguridade social, por ter a classe empregadora maior capacidade

contributiva. (CASTRO, 2003 p.82)

VI – Diversidade na base do financiamento – Estando a Seguridade Social brasileira no

chamado ponto hibridismo entre o sistema contributivo e não contributivo, o constituinte quis

estabelecer a possibilidade de que a receita da Seguridade Social possa ser arrecadada de

varias fontes pagadoras, não ficando restringida, a trabalhadores, empregadores e Poder

Publico. Assim, com base neste principio, existe a contribuição social incidente sobre a

receita de concursos de prognósticos, na própria CPMF – Contribuição Provisória sobre

Movimentação Financeira. Com a adoção deste principio está prejudicada a possibilidade de

estabelecer-se o sistema não contributivo, decorrente da cobrança de tributos não vinculados,

visto que o financiamento deve ser feito por meio de diversas fontes e não de fonte única.

(CASTRO, 2003 p.82)

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

31

VII – Caráter democratico e descentralizado da administração, mediante gestão

quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores dos aposentados e

do Governo nos órgãos colegiados – A gestão dos recursos, programas, planos, serviços e

ações nas três vertentes da Seguridade Social, em todas as esferas de poder, deve ser realizada

mediante discussão com a sociedade. Para isso foram criados órgãos colegiados de

deliberação: o Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, criado pelo art. 3º da Lei N.

8.213/91, que discute a gestão da Previdência Social; o Conselho Nacional de Assistência

Social – CNAS, criado pelo art. 17 da Lei n. 8.742/93, que delibera sobre a política e ações

neta área; e o Conselho Nacional de Saúde – CNS, criado pela Lei n. 8.080/90, que discute a

política de saúde. Todos estes conselhos tem composição paritária e são integrados por

representantes do Governo, dos Trabalhadores, dos Empregadores e dos Aposentados.

(CASTRO, 2003 p.83)

2.1.2. Custeio da Seguridade Social

Entende-se por fonte de custeio os meios econômicos e, principalmente, financeiros

obtidos e destinados à concessão e à manutenção das prestações da seguridade

social.(MARTINS, 2003 p.87)

Segundo nos explica Sergio Pinto Martins, ( 2003 p 87):

São fontes diretas as contribuições previstas para o sistema. São fontes indiretas os impostos, que serão utilizados nas insuficiências financeiras do sistema. São fontes de custeio da seguridade social: a) dos empregadores, incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro. Sobre o faturamento incide o COFINS (Lei Complementar n° 70/91) e o PIS ( Lei Complementar n° 7/70). Sobre o lucro incide a contribuição social criada pela Lei n° 7.689/88; b) dos trabalhadores; c) sobre a receita de concursos de prognósticos (art. 195, I a III, da Constituição).

Coimbra explica de uma forma mais clara como ficou o custeio da Seguridade Social:

Agora o custeio das prestações é, de forma expressa, estabelecido no art. 195, como suportado compulsoriamente pela sociedade, de forma direta e indireta, mediante contribuições sociais e recursos provenientes da receita tributaria da União, na forma da lei. As contribuições dos empregadores, igualmente, não se limita a incidente na forma de salários, pois poderá vir a ser, por lei, calcada no faturamento e nos lucros da empresa. Isto atende a reclamos antigos que faziam ouvir em nomo da Justiça Fiscal. Realmente, pelo sistema de contribuições incidentes no salário, as empresas de maior contingente de mão-de-obra assalariada suportavam a parte mais avultada do custeio, embora não fossem em geral, as de maior expressão econômica. Ao revés, as que se apresentam dotadas de automação em processos industriais, são as que exibem maior valor de faturamento e lucro, mas não as que empregam maior volume de mão-de-obra assalariada, pelo que contribuem com parcela mais escassa para os

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

32

encargos sociais, proporcionalmente. O artigo 195 é programático, isto é, deixa para o legislador ordinário a tarefa de fixar as contribuições sociais em suas novas bases de modalidades, empenhando o movimento comercial e o lucro das empresas como base-de-cálculo. Ao lado disso, novas figuras de tributo poderão ser criadas, na forma do artigo 195, §4º, da recente Carta Constitucional. Serão do tipo especiais, assim instituídos para socorrer o administrador em sua fama pela disposição de fundos indispensáveis as implantações de uma Política Sociais desenvolvida” (COIMBRA, 2001 p.48)

O custeio é financiado pela sociedade de forma direta e indireta mediante recurso de

contribuições sociais e também de recurso provenientes de tributos cobrados pela União,

conforme a Lei especificar.

2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL

2.2.1 Conceito

Antes de um estudo mais detalhado sobre o tema aposentadoria especial é necessária

uma análise do conceito de Previdência Social.

Dispõe o art 201 da Constituição que a Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá nos termos da lei, I – cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II – proteção à maternidade, especialmente à gestante (art. 7°, XVIII);III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário ( art. 7 II, da Lei Fundamental); VI – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes; V – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. (MARTINS, 2003 p. 301-302):

A Previdência Social é um seguro social, com o objetivo de substituir a renda do

trabalhador contribuinte quando ele perde a capacidade para o trabalho, seja em função da

idade, por motivo de doença, acidente, morte, desemprego, ou até pela maternidade ou

reclusão. Sua finalidade está relacionada à garantia de proteção social, ensejando pecúlios ou

rendas mensais, cujo objetivo é a manutenção da vida humana, com condições dignas de

sobrevivência.(MPAS, 2004)

Castro (2003, p.60) assim conceitua a Previdência Social:

Previdência Social é o sistema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes ficam resguardados quanto a eventos de infortunística (morte, invalidez, idade avançada, doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário), ou outros que a lei considera

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

33

que exijem um amparo financeiro ao indivíduo (maternidade, prole, reclusão), mediante prestações pecuniárias (benefícios previdenciários) ou serviços. Desde a inserção das normas relativas ao acidente de trabalho na CLPS/84, e mais atualmente, com a isonomia de tratamento dos beneficiários por incapacidade não decorrente de acidente em serviço ou doença ocupacional, entende-se incorporada à Previdência a questão acidentária. É, pois, uma política governamental.

No intento de melhor definir o Instituto da Previdência Social, cabe acrescentar as

considerações de alguns juristas. Neste sentido, Martins acrescenta idéias específicas às

concepções mais genéricas. Para ele a Previdência Social constitui um meio eficiente do qual

o Estado moderno faz uso para promover a redistribuição da riqueza nacional, tendo em vista,

tanto o bem-estar do indivíduo como o da coletividade. (MARTINS, 2003 p.301)

Por sua vez, Oliveira assegura que a Previdência Social é uma organização criada pelo

Estado, designada para prover as necessidades vitais de todos os que exercem atividade

remunerada, bem como de seus dependentes e, em determinados casos, de toda a população,

nos eventos previsíveis de suas vidas. A Previdência Social é um sistema de seguro

obrigatório, administrado, em maior ou menor escala, pelo próprio Estado, pelos segurados e

pelas empresas.(OLIVEIRA, Moacir Velloso Cardoso de, 1997apud Martinez, 1998 p.98)

Já para a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a Previdência Social

corresponde a uma forma de proteção que a sociedade proporciona a seus membros, através

de medidas públicas contra as privações econômicas e sociais. Essas privações decorrem do

desaparecimento ou da redução da capacidade de subsistência do indivíduo em conseqüência

de enfermidade, maternidade, acidente de trabalho ou enfermidade profissional, desemprego,

invalidez, velhice e também a proteção em forma de assistência médica e ajuda às famílias

com filhos.(MARTINEZ,1998 p. 99)

Quanto à finalidade da Previdência Social, a Lei nº 8.213/91 (Plano de Benefícios),

garante que a Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim “garantir aos seus

beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego

involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte

daqueles de quem dependiam economicamente”.(PAIXÃO, 1999 p. 17)

Ainda em matéria conceitual, Martinez (2001, p. 29) assegura que a Previdência Social

possui uma importância substancial para a sociedade e para o indivíduo e, por sua

importância, desperta o interesse dos estudiosos dessa área.

Para este autor o sistema previdenciário representa uma conquista irreversível do

século XX, contanto que sejam corrigidos os desvios conceituais, aperfeiçoados os

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

34

mecanismos operacionais, adequando o sistema à realidade econômica e social dos países.

Desta forma, a Previdência Social é um programa de grande responsabilidade do Estado, pois,

além de representar um modo de distribuição de rendas, significa também a melhor forma de

proporcionar algum bem-estar aos cidadãos no bojo de regime político e econômico em que a

pessoa cede espaço a sua capacidade produtiva e revela-se o trabalhador ativo em detrimento

do inativo, num mundo onde o idoso perde o respeito desfrutado até então.(MARTINEZ,

2001 p.29)

2.2.2. Segurados da Previdência Social

2.2.2.1 Conceito

Antes de começar a explanar os segurados vamos falar de uma definição do segurado

conforme Castro menciona em seu livro(2003, p.134)

É segurado da Previdência Social, nos termos do art. 9º e seus parágrafos do decreto n. 3.048/99, de forma compulsória, a pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vinculo de emprego, a titulo precário ou não, bem como aquele que a lei define como tal, observadas, quando for o caso, as exceções, previstas no texto legal, ou exerceu alguma atividade das mencionadas acima, no período imediatamente anterior ao chamado período de graça. Também é segurado aquele que se filia facultativa e espontaneamente a Previdência Social, contribuindo para o custeio das prestações sem estar vinculado obrigatoriamente ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS ou a outro regime previdenciário qualquer.

Conforme Coimbra (2001, p.68) segurado é o cidadão que a lei indica, precisamente,

como ligado à órbita de ação de uma entidade previdenciária da qual, por força desta relação

vinculante, poderá pretender determinados formas de amparo, nos caos em que a lei dispunha

respeito.

De acordo com o autor Martins (2003, p.80) os segurados são divididos em quatro

categorias:

Segurados obrigatórios (empregado, empregados domestico, trabalhador avulso);

segurados obrigatórios individuais (autônomo, equiparado a autônomo, empresários);

segurados obrigatórios especiais (produtor rural); segurados facultativos (dona-de-casa ou

estudante).

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

35

Porém Castro (2003, p. 134) define como são os segurados obrigatórios:

Define como segurados obrigatórios àqueles que contribuem compulsoriamente para a Seguridade Social, com o direito aos benefícios pecuniários previstos para a sua categoria (aposentadorias, pensões auxílios, salário-família e salário- maternidade) e aos serviços (reabilitação profissional e serviço social) a encargo da Previdência Social.

O mesmo autor define os facultativos (2003, p159):

É o que desfruta privilegio constitucional e legal de se filiar ao RGPS. É a pessoa não estando em nenhuma situação que a lei considera como segurado obrigatório, desejar contribuir para a Previdência Social, desde que seja maior de 14 anos e não esteja vinculado a nenhum outro regime previdenciário.

2.2.2.2. Benefícios

De acordo com Martins (2003, p. 43) “Os benefícios estão divididos por meio dos

regimes da seguridade social, que compreende um conjunto integrado de ações, da iniciativa

dos Poderes Públicos e da sociedade civil, destinadas a assegurar os direitos relativos a saúde,

a previdência e à assistência social”

O art 5° da lei 3.048/99 assim define:

Art. 5º A Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá a: I - cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.

2.2.2.3 Tipos de Beneficios:

I Aposentadoria por idade.

Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino aos 65 anos e do

sexo feminino aos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais também podem pedir

aposentadoria por idade com cinco anos a menos: aos 60 anos se homens, e aos 55 anos se

mulheres. Para solicitar o benefício, os trabalhadores urbanos inscritos a partir de 25 de julho

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

36

de 1991 precisam comprovar 180 contribuições mensais. Os rurais têm de provar, com

documentos, 180 meses de trabalho no campo.(PS, 2004)

II Aposentadoria por invalidez

Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem

considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas

atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito à

aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão

que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da

enfermidade. (PS, 2004)

III Aposentadoria por tempo de contribuição

Pode ser integral ou proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o

trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora

mulher, 30 anos. Tem que preencher dois requisitos o tempo mínimo de contribuição (180

meses) e o mínimo da idade exigida. (PS, 2004)

IV Aposentadoria especial

Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à

saúde ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá

comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes físicos, biológicos ou

associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a concessão do benefício (15, 20

ou 25 anos). (PS, 2004)

V Auxílio-doença

Benefício concedido ao segurado impedido de trabalho por doença ou acidente por

mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros

15 dias são pagos pelo empregador, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de

afastamento do trabalho. No caso do contribuinte individual (empresário, profissionais

liberais, trabalhadores por conta própria, entre outros), a Previdência paga todo o período da

doença ou do acidente (desde que o trabalhador tenha requerido o benefício). (PS, 2004)

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

37

VI Auxílio-acidente

Benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com seqüelas que reduzem

sua capacidade de trabalho. É concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Têm

direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador

especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o

benefício. (PS, 2004)

VII Auxílio-reclusão

Os dependentes do segurado que for preso por qualquer motivo têm direitos a receber

o auxílio-reclusão durante todo o período da reclusão. O benefício será pago se o trabalhador

não estiver recebendo salário da empresa, auxílio-doença, aposentadoria ou abono de

permanência em serviço. (PS, 2004)

VIII Pensão por morte

Benefício pago à família do trabalhador quando ele morre. Para concessão de pensão

por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido

enquanto o trabalhador tinha qualidade do segurado. (PS, 2004)

IX Salário-maternidade

As trabalhadoras que contribuem para a Previdência Social têm direito ao salário-

maternidade nos 120 dias em que ficam afastadas do emprego por causa do parto. O benefício

foi estendido também para as mães adotivas. (PS, 2004)

X Salário-família

Benefício pago aos trabalhadores com salário mensal de até R$ 560,81 para ajudar no

sustento dos filhos de no máximo 14 anos de idade ou inválidos. É equiparado aos filhos, os

enteados e os tutelados que não possuem bens suficientes para o próprio sustento. (PS, 2004)

A respeito da Reforma da Previdência Social que tramita no Congresso Nacional o

beneficio da aposentadoria especial não foi alterado pela mesma, assim o beneficio é regulado

ainda pelas Leis n º 8.212/91, 8.213/91 e pelo decreto 3.048/99.

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

38

3. APOSENTADORIA ESPECIAL

3.1. CONCEITOS

3.1.1. Aposentadoria

A aposentadoria é um dos benefícios concedidos ao empregado pela Previdência

Social, para o mesmo que trabalhou durante um determinado tempo, que tem como objetivo

garantir sua subsistência e de seus dependentes definido assim: “É prestação por excelência da

Previdência Social, juntamente com a pensão por morte. Ambas substituem, em caráter

permanente (ou pelo menos duradouro), os rendimentos do segurado e asseguram sua

subsistência e daqueles que dele dependem”. (CASTRO 2003 p 487)

A aposentadoria designa o ato pelo qual o poder público, ou o empregador, confere ao

funcionário publico, ou empregado, a dispensa do serviço ativo, a que estava sujeito, embora

continue a pagar-lhe a remuneração ou dependendo do caso, parte dela, a quem de direito,

como se este estivesse no exercício efetivo do cargo.(SILVA, 1999 p. 70)

De acordo com Professor Castro (2003 p. 487), em que pesem as posições

vanguardistas, que confirmam a ampliação do conceito de aposentadoria a toda e qualquer

pessoa, como beneficio de Seguridade Social, e não apenas a Previdência Social alcançando,

tão somente a parcela economicamente ativa da população, o modelo majoritário de

aposentadoria está estritamente acorrentado ao conceito de Seguro Social, que consiste no

beneficio concedido por intermédio de contribuição.

A aposentadoria é neste sentido, conforme lição de Castro (2003, p. 487) é a garantia

constitucional, minuciosamente tratada no art 201 em seu parágrafo 7º da Constituição

Federal de 1988, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98 nos seguintes

termos:

"Art. 201 - A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: § 7º assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;)

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

39

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Logo, o aposentado que tenciona permanecer em atividade ou, dependendo do caso, a

ela retornar, não terá direitos a novos benefícios previdenciários, exceto os relacionados ao

salário-família e à reabilitação profissional, quando for o caso, nos termos do que estabelece o

art 18 § 2°, da Lei n° 8.213/91 que dispõe:

O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.

Também há de se chamar à atenção para o Instituto da desaposentação que o autor

Castro nos explica: (2003 p. 488)

Em contraposição à aposentadoria, que é o direito do segurado à inatividade remunerada, a desaposentação é o direito do segurado ao retorno à atividade remunerada. É o ato de desfazimento da aposentadoria por vontade do titular, para fins de aproveitamento do tempo de filiação em contagem para nova aposentadoria, no mesmo ou em outro regime previdenciário.

Já a respeito dos tipos de aposentadorias as mesmas já foram explicadas no segundo

capitulo deste trabalho na parte de benefícios.

3.2. APOSENTADORIA ESPECIAL

A aposentadoria especial é um dos benefícios que a Previdência Social prevê para os

cidadãos decorrente do trabalho realizado em condições que prejudiquem a saúde ou a

integridade física do segurado, de acordo com a previsão da lei. Trata-se de um beneficio de

natureza extraordinária, tendo como objetivo compensar o trabalho do segurado que presta

serviços em condições adversas à sua saúde ou que desempenha atividade com riscos

superiores aos normais. (MARTINS 2003, p. 371)

Existe uma diferença entre aposentadoria especial das outras aposentadorias Martins:

(2003 p. 371-372).

Distingui-se a aposentadoria especial da por tempo de contribuição, pois a primeira é extraordinária. Na aposentadoria especial o tempo necessário é de 15, 20 ou 25 anos de trabalho em condições prejudiciais à saúde do segurado, enquanto na por tempo de serviço é necessário que a segurada tenha trabalhado pelo menos 30 anos e o segurado, 35. Difere também, aposentadoria especial da aposentadoria por invalidez, pois nesta o fato gerador é a incapacidade para o trabalho e na aposentadoria especial esse fato inexiste. A aposentadoria especial pressupõe agressão à saúde do

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

40

trabalhador por meio de exposição a agentes nocivos. A segunda decorre de incapacidade e insusceptibilidade de reabilitação do segurado

Segundo Sergio Pardal Freudenthal (2004) Sempre vale destacar que a Aposentadoria

Especial é um tipo de aposentadoria por tempo de serviço com o período reduzido, devido aos

que trabalham em condições insalubres, periculosas ou penosas, e surgiu com a Lei Orgânica

da Previdência Social, em 1960.

Pela leitura do § 1º do art. 201 da Constituição Federal percebe-se a preocupação do

legislador com as peculiaridades da aposentadoria especial, verbis:

Parágrafo 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar.

A criação da aposentadoria especial ocorreu na década de 60, este tipo de beneficio

começou a ser diferenciado dos demais perante as normas jurídicas, sobre a criação da

aposentadoria especiais Castro explica: (2003, p. 515)

A aposentadoria especial, criada pelo art. 31 da Lei nº 3.807/60, uma vez comprida a carência exigida, será devida ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante quinze, vinte e vinte cinco anos, conforme relação de atividades previstas no Regulamento da Previdência Social

Neste sentido Sergio Pinto Martins (2003, p. 371)

A aposentadoria especial foi instituída pelo art. 31 da Lei nº 3.807/60, sendo concedida ao segurado que, contando no mínimo 50 anos de idade e 15 anos de contribuições, tenha trabalhado durante 15,20 ou 25 anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviços que, para esse efeito, forem considerados penosos insalubres ou perigosos, por decreto do Poder Executivo. Havia carência de 180 contribuições.

Para o empregado obter o beneficio da aposentadoria especial o mesmo tem que ter

contribuído durante 5 (cinco) anos, e com isso sejam declaradas as atividades que laborou

como insalubre, penosas ou perigosas pelo Poder Executivo como explica a Lei nº 5.890/73

em seu art. 9º:

.A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no mínimo 5 anos de contribuições, tenha trabalhado durante 15,20 ou 25 anos, pelo menos, conforme atividade profissional, em condições que, para efeito, forem consideradas insalubres penosas, ou perigosas, por Decreto do Poder Executivo. (MARTINS, 2003 p. 371)

Com as condições preenchidas a mesma Lei não relaciona mais o tempo mínimo de

idade para obter este tipo de beneficio, a Lei nº 3.807/60, exigia que o segurado tivesse 50

anos para obter este tipo de beneficio e a Lei nº 5.890/73 não exige mais este requisito, só

exige o requisito de carência pelo período de 180 contribuições mensais (MARTINS, 2003

p.375)

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

41

Assim a jurisprudência tem decidido:

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. FRESADOR. INEXIGIBILIDADE DE IDADE MÍNIMA. INTELIGÊNCIA DO ART. 57 DA LEI 8.213/91. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS. Por força do art. 57 da Lei nº 8.213/91, é inexigível idade mínima para a concessão de Aposentadoria Especial àqueles que exerçam atividade profissional sujeita a condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade física.. Demonstrados nos autos os requisitos necessários à concessão (carência e lapso temporal de 25 anos), possível o reconhecimento da especialidade do trabalho.. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo a partir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas nºs 43 e 148 do STJ, pelos índices oficiais.. Os juros moratórios são devidos no percentual de 1% ao mês a contar da citação, a teor das Súmulas nº 204 do STJ e 03 do TRF4ª e precedentes do STJ, por se tratar de verba alimentar.. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a data da prolação da sentença/deste julgado, excluídas as parcelas vincendas, cabendo à parte-autora o pagamento de 30% (trinta por cento) desse montante e ao INSS de 70% (setenta por cento), em vista da ocorrência de sucumbência recíproca não-equivalente. Suspensa, porém, a condenação em relação à parte-autora, por litigar sob o pálio da Assistência Judiciária Gratuita. (TRF 4º R. – AC 97.04.24247-6-RS – 6º TURMA – REL. Juiz Luiz Carlos Cervi – DJU 16.07.2003)

3.2.1 Atividades Insalubres

O conceito de insalubridade está inserido no art 189 da CLT:

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos

Segundo os princípios da Higiene do Trabalho, a ocorrência da doença profissional,

dentre outros fatores, depende da natureza, da intensidade e do tempo de exposição ao agente

agressivo.(SALIBA, 1998 p. 13-14)

3.2.2 Atividades Perigosas

O art 193 da CLT nos define as atividades perigosas:

Art 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

42

Segundo o Autor Tuffi “ Outro agente gerador de periculosidade é o contato com a

energia elétrica, há o adicional de periculosidade.(SALIBA, 1998 p. 17)

3.2.3. Atividades Penosas

Já é penoso quando o trabalho é desgastante tanto física como mentalmente. O inciso

XXIII do art. 7º da Constituição Federal apenas menciona que deve haver um pagamento de

adicional para atividade penosa, porém não existe lei nesse sentido até o momento. Poder-se-

ia considerar trabalho penoso o que era proibido a mulher nos subterrâneos, nas minerações

em subsolo, nas pedreiras e obras de construção publica ou particular.(MARTINS, 2003 p.

265)

3.3. CARACTERÍSTICAS DA APOSENTADORIA ESPECIAL

A lei 8.213 em seu art. 57 define como será concedido este beneficio será devida, uma

vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a

condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20

(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.

O art 25, II da Lei 8.213/91 relata: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do

Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvados

o disposto no art. 26: II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e

aposentadoria especial: 180 contribuições mensais.

A aposentadoria especial não distinguiu o tipo de segurado que tem direito ao

beneficio e sim o local onde é exercido o trabalho como cita o autor Martins: (2003, p. 372)

“A lei não distingue que espécie de segurado é que terá direito a referida aposentadoria, o que

importa dizer que pode ser qualquer um deles. A condição fundamental é o trabalho

comprovado em atividade que coloque em risco a saúde e a integridade física do segurado”.

Entendimento jurisprudencial:

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO – SUA CONVERSÃOEM APOSENTADORIA ESPECIAL – CABIMENTO – TERMO INICIAL. A atividade de ferreiro é considerada penosa (código 2.5.2 do Decreto

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

43

83080/79 e 2.4.3 do Decreto 53831/64). Ultrapassado o tempo de serviço mínimo de 25 anos, exigido por lei, impõe-se a transformação da aposentadoria proporcional em aposentadoria especial, com a revisão da renda mensal inicial para100% sobre o salário-de-benefício. O perito, ao concluir que o segurado trabalhava em condições prejudiciais à saúde, nada mais faz do que reconhecer uma situação preexistente, já definitivamente constituída. Comprovado que à datado requerimento administrativo ele preenchia as condições necessárias à obtenção da aposentadoria especial, o termo inicial da benefício deve retroagir àquela data.(TRF 4º R. – AC 2000.04.01090930-8 – RS – 5º T – Juiz Rel. Luiz Carlos Cervi – DJU 22/10/2003

Já o art. 57 em seu § 4° da Lei 8.213/91 a norma jurídica nos explica que não são mais

classificadas como penosa, perigosa ou insalubre:

art 57[....]§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício.

No mesmo entendimento o autor Martins explica: (2003, p. 372) “Em seu § 4º do art.

57 da Lei n° 8.213/91 não mais menciona atividades penosas insalubres ou perigosas, mas faz

referencia a agente nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associações de agentes

prejudiciais à saúde do segurado (minas de subsolo)”.

Bem como lembra Castro: (2003, p. 516)

Entende-se por agentes nocivos aqueles que possam trazer ou ocasionar danos a saúde ou a integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de natureza, concentração, intensidade e fator exposição considerando-se: agentes físicos (ruídos, vibrações calor, pressões anormais, radiação ionizantes etc), químicos ( poeira, gases, fumos, névoa, óleo contendo hidrocarbonetos etc), biológicos (microorganismos, como bactérias, fungos, parasitas, bacilos,vírus etc).

Com a Lei nº 9.032//95, o INSS passou a exigir para a concessão da aposentadoria

especial efetiva comprovação do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem

intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante

o período mínimo fixado (quinze, vinte e vinte cinco anos de trabalho). (CASTRO, 2003

p.516)

Assim a Jurisprudência:

APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE ESPECIAL. SERVIÇO MILITAR. O tempo de serviço militar, comprovado por certificado de reservista emitido pelo Ministério da Guerra, deve ser computado como tempo de serviço, nos termos do art. 60, IV, do Decreto nº3.048/99.2. Atividade especial reconhecida, porquanto à época dos fatos, vigiam os Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79 os quais consideravam como acima dos limites de tolerância os ruídos superiores a 80 db e 90 db, respectivamente. Referidos decretos também relacionavam o frio como agente nocivo. Honorários fixados em 10% sobre o valor da condenação, nela compreendidas as parcelas vencidas até a data da prolação da sentença (Súmula 111 do STJ).4. Para fins de correção monetária o IGP-DI é o índice a será plicado, ressalvada a hipótese de atualização dos precatórios,determinada no §1º do art. 100 da CF, em que será observado o índice previsto na legislação específica, quando houver. (TRF 4º R – AC 2000.07.1000112979-9 – RS – 5º T – Juiz Relator Fernando Quadros da Silva – DJU 21/01/2004)

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

44

Sendo assim não precisa mais a exigência de tempo de serviço e sim o tempo de

trabalho, pois existiam categorias inteiras que eram beneficiadas com aposentadorias precoces

sem que os trabalhadores tivessem sido efetivamente expostos aos agentes nocivos à saúde e

aos riscos do trabalho.(CASTRO, 2003 p. 516)

Através desta lei só os funcionários que trabalham por um período determinado em

condições especiais tem direito a este beneficio, desta forma, não terá direito à aposentadoria

especial o segurado que trabalhou ocasionalmente ou de maneira intermitente em condições

prejudiciais a saúde. Assim por exemplo, o dirigente sindical que está desempenhando

mandado respectivo, mas não está exercendo atividade em condições prejudiciais à saúde, a

partir de 29/04/95, não terá este tempo contado para a concessão desse beneficio.(CASTRO,

2003 P. 516-517)

O trabalho tem que ser permanente em condições nocivas e deve ser diário e durante

toda a sua jornada, o segurado deve ficar diariamente exposto a agentes nocivos, físicos,

químicos e biológicos ou a associação de agentes. (MARTINS, 2003 p. 374)

Neste sentido a jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.ATIVIDADE ESPECIAL. UMIDADE E RUÍDO. FORMULÁRIOS DSS-8030 E SB-40.PROCESSUAL CIVIL. RAZÕES NA MESMA LINHA DO JULGADO. A parte autora faz jus à concessão de aposentadoria por tempo de serviço quando preenchidos os requisitos dos artigos 52 e seguintes da Lei Previdenciária O enquadramento como atividade especial é possível quando comprovado o exercício de atividade profissional sujeita a condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física da parte autora. Os formulários SB-40 e DSS-8030 são suficientes para o reconhecimento das atividades especiais, desde que haja previsão legal na legislação vigente à época em que prestado o labor.4. Conforme expressamente previsto no art. 173 da Instrução Normativa n.º 57, de 10 de outubro de 2001, até 05 de março de1997, considera-se como especial a efetiva exposição do trabalhador, de forma habitual e permanente, a níveis de ruído superiores a oitenta decibéis.5. Não se conhece do recurso adesivo que está na mesma linha do julgado.(TRF 4º R. – AC 2001.70.01003958-7 – RS – 6º T – Rel. Álvaro Eduardo Junqueira – DJU 29/10/2003)

Considera-se como tempo de trabalho sob condições especiais os períodos de férias

fruídas por empregado sujeito a condições nocivas, e os benefícios concedidos pela

incapacidade (auxílio-doença e aposentadoria por invalidez) e o período de percepção do

salário-maternidade, desde que na data do afastamento o segurado ou segurada estivesse

exercendo atividade considerada como especial.(CASTRO, 2003 p. 517)

Sendo assim a concessão de aposentadoria especial, requerida a partir da vigência da

Lei nº 9.032, de 29.4.95, obriga o segurado a afastar-se da atividade especial, não podendo

mais retornar ao efetivo trabalho nessas atividades, sob pena de suspensão do beneficio já

concedido.(FERREIRA, 1999 p. 149)

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

45

A Lei nº 9.528/97, visando entre outras inovações a mudança de critério nas avaliações

e qualificações das atividades penosas, insalubres e perigosas, em atividades como apenas as

prejudiciais à saúde (antigas insalubridades e penosas) e a integridade física

(perigosas).(FERREIRA, 1999 p. 147)

3.4. COMPROVAÇÃO DO EXERCICIO DE ATIVIDADE ESPECIAL.

A comprovação da atividade especial requer vários requisitos para obtenção do

beneficio, uma vez cumpridos o segurado pode requerer:

O requerimento e a obtenção da aposentadoria especial seguem a regra jurídica, pela qual quem alega ou pleiteia fez a prova em prol sua pretensão. Os atos administrativos dos antigos Institutos de Aposentadorias e Pensões previam a comprovação do tempo de atividade insalubre etc., pela exibição da Carteira Profissional devidamente anotada e especificando os serviços prestados pelo segurado no período. Alternativamente, pela prova de decisão transitada e julgada na Justiça do Trabalho. (SÍNTESE TRABALHISTA, 1999 p. 140)

Sobre as mudanças Martinez (1998, p. 126) definiu sobre a mudança nos critérios de

concessão da aposentadoria especial, por parte da Lei n. 9.032/95:

A Lei n.9.032/95 redefiniu o art 57: a) prescreveu a possibilidade de o Poder Executivo relacionar os agentes nocivos; b) recriou o SB–40, sob o nome de DSS8030; c) instituiu o laudo técnico; d) exigiu referencia tecnológica diminuindo da nocividade; e) fixou multa para empresa sem laudo técnico atualizado; f) instituiu o perfil profissiográfico e revogou a Lei nº 8.641/93 (telefonistas).

A comprovação da aposentadoria especial atualmente tem que ter efetiva exposição do

segurado aos agentes nocivos e será feita mediante formulário:

A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo INSS ( DIRB 8030), emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por medico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, nos termos da legislação trabalhista.(MARTINS, 2003 p. 377)

A respeito desta exposição à Lei nº 9.732/98 deu uma nova redação sobre o assunto

aos §§ 1º e 2º do art. 58 da Lei n. 8.213/91, estabelecendo que a comprovação da efetiva

exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário – na forma

estabelecida pelo INSS – emitido pela empresa ou seu proposto, com base em laudo técnico

de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de

segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. Do laudo técnico deverá constar

informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

46

intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção

pelo estabelecimento respectivo. (CASTRO, 2003 p. 518)

A comprovação do exercício de atividade especial será feita pelo formulário

Informações sobre Atividades com Exposição a Agentes Agressivos pelo DIRBEN – 8030

(antigo SB- 40, DISES BE 5235, DSS 8030), quanto ao tempo de atividade até 30/06/2003, e

pelo perfil Profissiográfico Previdenciário, que deve ser emitido a partir de 01.07.2003, para

fins de comprovação de exercício de atividade especial. Até 30.06.2003, podem ser utilizados

para este fim, alternativamente, o Perfil Profissiográfico ou os antigos formulários SB – 40,

DIESE BE 5235, DSS 8030 E DIRBEN 8030.(CASTRO, 2003 p.. 518).

Perfil Profissiográfico é o mapeamento das condições de trabalho e do ambiente de

trabalho, descrevendo as diversas atividades do empregado no exercício do seu

trabalho.(MARTINS, 2003 p. 377)

A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referencias aos agentes

nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de

comprovação de efetiva em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita a multa prevista

no art 133 da lei n° 8.213. .(MARTINS, 2003 p. 377)

3.5. RENDA MENSAL INICIAL

A renda mensal do beneficiário da aposentadoria especial está descrita na Lei

8.213/91em seu art. 57 § 1º: Art. 57. [..]§ 1º. A aposentadoria especial, observado o disposto

no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do

salário-de-benefício. (Redação dada ao parágrafo pela Lei nº 9.032, de 28.04.1995). conforme

relata o art. 33º da mesma lei que o salário beneficio não pode ser inferior a um salário

mínimo.

Para obter o salário beneficio da aposentadoria especial há necessidade de uma média

das contribuições do segurado das atividades especiais em cima dos maiores salários-de-

contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período

contributivo.(GONCALES, 2001 p. 121)

O valor da aposentadoria especial corresponde a 100% do salário de benefício. O

salário de benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 corresponderá à

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

47

média dos oitenta por cento dos maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente,

desde julho de 1994.(PS, 2004)

Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a

média dos oitenta por cento dos maiores salários de contribuição de todo o período

contributivo.(PS, 2004)

Já sobre a proteção do empregador é importante quanto ao direito à aposentadoria

especial, o efeito do uso de equipamento de proteção no direito ao compûto do tempo de

atividade especial. Pelo conceito legal, só poderia ser considerado tempo computável para

esse fim o despendido pelo segurado em atividade nociva à sua saúde.Ora, se, de acordo com

as normas técnicas de segurança e medicina do trabalho, o segurado, ao estar utilizando o

chamado “EPI ”, estava trabalhando com o agente nocivo neutralizado, não lhe causando mal

algum, não há como entender computável este período para fins de aposentadoria

diferenciada.(CASTRO, 2003 p. 519)

Neste entendimento Martinez (1998, p. 335) concorda sobre o tema: Todavia se o

trabalhador usou o equipamento de proteção (no caso do ruído, o protetor auricular reduz em

até 30% dos 90 decibéis determinantes do beneficio) não pode o empregador fornecer SB 40

sem essa informação.Caracterizado o fato, não há direito à aposentadoria especial.

Neste sentido há jurisprudência totalmente contrária:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. A utilização de equipamentos de proteção individual por trabalhadores expostos a agentes nocivos não descaracteriza a especialidade da atividade. Incidente do INSS conhecido e improvido. (Turma Nacional de Uniformização 002.50.50.001890-3/ES Juiz Federal Leomar Amorim Decisão 30/09/2003).

O entendimento jurisprudencial é totalmente ao contrário, o fato de o empregado estar

com equipamento de proteção não exime a atividade especial porque não se sabe se ele está

usando corretamente o equipamento, sendo assim não afasta a nocividade da atividade.

3.6. CUSTEIO DA APOSENTADORIA ESPECIAL

A lei n. 8.213/91 em seu art 57 em seu parágrafo 6º explica como será feito o custeio

da aposentadoria especial que o beneficio será financiado com recursos provenientes

(empregados empregadores), e sobre as contribuições de que trata o inciso II do art. 22 da Lei

no 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

48

pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita

a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de

contribuição, respectivamente.

Esse custeio é em conjunto com art. 22, II da lei 8.212 de 24/07/1991:

II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

Já sobre o fato de as alíquotas serem elevadas na proporção do perigo explica

Gonçales (2001, p. 120-121)

Referidas alíquotas são elevadas na proporção do mal que a atividade do trabalhador provoca. Se o trabalho ensejar a concessão do benefício depois de 15 anos, o acréscimo será de 12%; se após 20 anos, a elevação será de 9% e se menciona atividade der oportunidade ao benefício depois de 25 anos, a alíquota será enriquecida de 12% Esses acréscimos de contribuição empresarial alcançam exclusivamente a remuneração dos segurados que se ativam sem condições que prejudiquem sua saúde ou integridade física

3.7. CONTAGEM RECIPROCA

A contagem de tempo recíproca pode ser admitida pelo serviço prestado na

Administração Publica, tanto Federal, Estadual ou Municipal, e na atividade privada rural ou

urbana, hipótese em que diferentes regimes de Previdência Social se compensarão

financeiramente, feita pelo regime a que o interessado estiver vinculado ao requerer o

beneficio pelos demais, em relação aos respectivos tempos de contribuição.(FERREIRA,

FERREIRA, 1999p. 203-204)

Como bem informa Martins (1998 p. 338): “A contagem recíproca do tempo de

serviço como o período de tempo que é contado para efeito da aposentadoria, tanto no serviço

publico, como no privado, inclusive para o trabalhador urbano e rural”.

O tempo de serviço será contado de acordo com a legislação pertinente, não sendo

admitida à contagem em dobro ou em condições especiais, a concomitância dos serviços

públicos e privados; a utilização, para um regime, do tempo de serviço já usado para

concessão de benefícios outros; o tempo de serviço sem a devida contribuição do período

correspondente, com a exceção do trabalhador rural, quando anterior a novembro de

1991.(FERREIRA, FERREIRA, 1999 p. 204)

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

49

De acordo com Castro (2003, p. 582) O tempo de contribuição, em caso de contagem

recíproca, será computado de acordo com a legislação pertinente, observada, entre outras, as

normas previstas no art. 96 da Lei n. 8.213/91, com alterações posteriores da Lei n. 9.258 de

10.12.97 quais sejam:

- Não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;

- É vedada a contagem de tempo de serviço publico com o de atividade privada,

quando concomitantes;

- Não será contado por sistema o tempo de serviço utilizado para a concessão de

aposentadoria pelo outro;

- O tempo de serviço anterior ou posterior á obrigatoriedade de filiação à

previdência Social só será contado mediante indenização da contribuição

correspondente ao período respectivo, com acréscimo de juros moratórios de 1%

ao mês e multa de 10%.

A Constituição Federal com alteração da Emenda Constitucional n° 20/98 em seu art.

40 § 3 ressalta:

Parágrafo 3º Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão

calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a

aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da remuneração.

De acordo com explicações de Martinez: (1998, p. 772) “O servidor federal pode

trazer o período de filiação da iniciativa privada, para fins de aposentadoria por tempo de

serviço, especial, por invalidez, por idade ou compulsória”.

3.8. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO

De acordo com Martins (2003, p. 269) a concessão da aposentadoria especial

dependerá de comprovação pelo segurado, perante o INSS, do tempo de trabalho

permanente,não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde

e a integridade física, durante o período mínimo fixado.

O tempo de serviço alternadamente em atividade comum e especial poderia ser

somado, após a respectiva conversão para efeito da concessão da aposentadoria especial como

explica a Lei nº 8.213/9. (GONÇALVES, 2003, p.19)

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

50

Através do Decreto n. 611 de 21.7.92 houve modificações na Lei 8.213/91 além de

conservar o texto pela Lei n. 8.213/91, apresentou no parágrafo único do art. 64 a seguinte

consideração; aposentadoria especial somente será devida com a conversão prevista neste

artigo, para o segurado que demonstrar ter exercido atividade profissional em condições

especiais, no período mínimo de 36 meses. (GONÇALVES, 2003 p. 20)

Martinez (1998, p. 717) explica que a conversão de tempo de serviço constituído na

transformação de período de trabalho perigoso, penoso ou insalubre em comum

necessariamente se estendendo o intervalo de trabalho em numero de dias, conforme tabela de

equivalência, defluente naturalmente da relação matemática entre os quinze, os vinte e os

vinte cinco anos.

A lei 9.032 alterou o texto do art. 57:

A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado perante o INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais; o segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde à integridade física, pelo período exigido para a concessão do beneficio; o tempo de trabalho exercido sob considerações especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade será somado, após respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência Assistência Social, para o efeito de concessão de qualquer beneficio.(GONÇALVES, 2001 p. 20)

Para o segurado que houver exercido sucessivamente duas ou mais atividades sujeitas

a condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer

delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos períodos serão

somados após a conversão, conforme tabela abaixo: (MARTINS, 2003 p. 376)

MULTIPLICADORES

TEMPO A

CONVERTER Para 15 Anos Para 20 Anos Para 25 Anos

De 15 Anos ---- 1,33 1,67

De 20 Anos 0,75 ---- 1,25

De 25 Anos 0,60 0,80 -----

A medida Provisória n. 1.663-10 de 28.5.98 fez profundas mudanças na conversão de

tempo de serviço:

Revoga o § 5° do art. 57 da Lei n. 8.213/91 que disponha sobre conversão de em períodos de trabalhos desenvolvidos em atividade especiais para atividade comum; sugerindo um óbice a este pleito. Em se considerando que o Decreto n. 2.172/97 já

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

51

havia obstado a conversão do tempo da atividade comum para fins de aposentadoria especial, duas correntes de entendimento se posicionaram a saber: 1° passa a inexistir a possibilidade de conversão, quer do período trabalhado desenvolvido em atividade comum para a atividade especial, quer do período desenvolvido em atividade especial para comum; 2° a) o período trabalhado em condição especial, anterior a 29.5.98 (data da publicação no DOU da MP n. 1663-10/98), continuaria sendo convertido pela aplicação do fator correspondente, a fim de compor o tempo de serviço, sem prejuízo do direito adquirido; b) caso alguém tenha exercido atividade comum no passado e no momento exerça atividade especial, e nela venha pedir a aposentadoria, poderia, nestas condições solicitar a conversão.(GONÇALVES, 2001 p.21)

Conforme o Decreto nº 4.827/03 houve uma profunda alteração ao art 70 do decreto nº

3.048/99 que a partir deste decreto não precisa mais tempo mínimo de exigência para

conversão de atividade especial para comum, pode requerer a qualquer tempo a conversão.

MULTIPLICADORES TEMPO A CONVERTER

Mulher (para 30) Homem (para 35)

De 15 Anos 2,00 2,33

De 20 Anos 1,50 1,75

De 25 Anos 1,20 1,40

Na realidade como bem lembra Gonçalves (2001 p. 23) a aposentadoria especial nada

mais é do que aquela que se dá por tempo em serviço em condições especiais e, assim

também é conhecida por aposentadoria extraordinária.

Assim verifica-se que todo trabalhador excetos os autônomos e funcionário públicos

têm direitos a uma aposentadoria especial, desde que comprovem de forma habitual e

permanente que exerceram atividades especiais, ou seja, que prejudiquem a saúde e a

integridade física, do segurado, e quando isso não ocorre o tempo exercido em condições

especiais poderá ser convertido conforme foi mostrado na tabela supra.

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

52

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa foi possível ter uma noção de geral de como surgiu a

previdência social no Brasil com um histórico bem definido.

A Previdência Social é considerada como um seguro social instituído com o objetivo

de substituir a renda do trabalhador contribuinte quando este perde a capacidade para o

trabalho, seja em decorrência da idade, por motivo de doença, acidente, morte, invalidez,

reclusão, desemprego, ou até pela maternidade ou reclusão. Assim, as pessoas contribuem

para o sistema da Previdência Social, visando uma segurança financeira para si e para seus

dependentes, no caso de perda da capacidade para o trabalho e morte.

Entretanto, embora criticada por muitos doutrinadores e especialistas da área,

enquanto não for encontrada outra forma de conceder o benefício da aposentadoria e ao

mesmo tempo procurar equilibrar o orçamento da previdência, visto que é característica da

tradição da Previdência Social brasileira a aposentadoria por tempo de atividade laborativa.

A Previdência representa uma conquista irreversível do século XX, apesar de alguns

desvios conceituais e indefinições que se fazem presentes na lei vigente e necessitam de

correções. É necessário o aperfeiçoamento dos mecanismos operacionais, adequando o

sistema à realidade econômica e social do Brasil.

Após as considerações feitas no transcorrer desta monografia, conclui-se que a

aposentadoria resulta como conseqüência lógica do direito ao trabalho, vez que possibilita a

realização de justiça social para aqueles, que por anos a fio empenharam-se em contribuir para

que a sociedade, de modo geral, pudesse progredir.

As Leis ns. 8.212/1991, 8.213/1991 e o Decreto n. 3.048/1999 que aprovou o

regulamento da Previdência Social representam uma garantia Constitucional ao segurado que

através destes dispositivos poderá requerer o beneficio da aposentadoria especial.

A aposentadoria especial é aquela devida ao segurado que tiver trabalhado sujeito a

condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante quinze, vinte ou

vinte cinco anos, devidamente comprovados por laudo técnico, manterão o direito a se

aposentar com um tempo menor de contribuição, independentemente da idade.

Não esquecendo que administrativamente o INSS procede de uma forma que na

maioria das vezes indefere os benefícios, sendo que a maioria dos indeferimentos são

baseados em Ordens de Serviço ou por Instruções Normativas.

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

53

Já na esfera judicial o segurado que busca a tutela jurisdicional tem na maioria das

vezes 95% de êxito, amparado por provas documentais e testemunhal, o segurado consegue

obter o beneficio da aposentadoria especial ou converter o tempo para comum.

Deste modo, o sistema previdenciário é um programa de grande responsabilidade do

Estado, visto que, além de representar uma ferramenta que promove a distribuição de rendas,

significa também a melhor maneira de proporcionar algum bem-estar aos cidadãos numa

sociedade organizada em instituições democráticas na qual, a pessoa cede sua capacidade

produtiva, e revela-se no trabalhador ativo. Através do benefício da aposentadoria este mesmo

trabalhador, quando não tem mais condições de ceder sua mão-de-obra, tem o direito a

receber um benefício que lhe garanta condições mínimas de sobrevivência.

Buscou-se demonstrar de forma simples e clara, as formas de concessão e os tipos de

benefícios que a Previdência Social Brasileira hoje concede aos seus segurados.

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

54

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CASTRO, Carlos Alberto Pereira. Manual de direito previdenciário. 4. ed. São Paulo: LTr,

2003.

COIMBRA, José dos Reis Feijó. Direito previdenciário brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro:

Edições trabalhistas. 2001.

FERREIRA, Rosni; FERREIRA, Deyse. Guia prático de previdência social: Comentários e

normas sobre o decreto n. 3048/99. 3. ed. São Paulo: LTr. 1999.

FREUDENTHAL, Sergio Pardal. Data dez banco de dados jurídicos. São Paulo: Nota Dez:

2004. CD-ROM

GONÇALVES, Nilton Oliveira As novas regras para a aposentadoria: 3 ed. Atual. São

Paulo: LTr 2001.

GONÇALES, Odonel Urbano. Manual de direito previdenciário. 4. ed. São Paulo: Atlas,

1997.

______. Manual de direito previdenciário: Acidentes do Trabalho 8. ed. São Paulo: Atlas,

2001.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Previdência na história. Disponível

em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/previdenciasocial/historia.html>. Acesso em 21

abr. 2004

MARTINEZ, Wladimir. Novaes. Curso de direito previdenciário. São Paulo: LTr, 1998.

______. Comentários a lei básica da previdência social. São Paulo: LTr, 2001.

MARTINS, Sergio Pinto. Direito da seguridade social. 19. ed. São Paulo: Atlas 2003.

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

55

MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social. Disponível em: <www.mpas.gov.br>.

Acesso em: 10 abr. 2004.

PAIXÃO, Floriceno. A previdência social. 35. ed. Atual. Porto Alegre: Síntese, 1999.

PS – Previdência Social. Disponível em: <http://.previdenciasocial.gov.br> Acesso em: 5 mai

2004.

SALIBA, Tuffi Messias; CORREA, Márcia Angelim Chaves. Insalubridade e

periculosidade aspectos técnicos. 4. ed. São Paulo: LTr. 1998

SILVA, De Pacido. Vocabulário jurídico. Rio de Janeiro: Forence. 1999.

SÍNTESE TRABALHISTA, Ano X, nº 126, Porto Alegre: Editora Síntese. Dezembro de

1999.

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

56

ANEXOS

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

57

TABELA QUE DEMONSTRA A QUANTIDADE DE BENEFICIO CONCEDIDOS NO

ESTADO DE SANTA CATARINA NO PERÍODO DE JANEIRO À MAIO DO ANO

CORRENTE

APOSENTADORIA ESPECIAL

22300

22350

22400

22450

22500

22550

22600

22650

22700

22750

22800

jan/04 fev/04 mar/04 abr/04 mai/04

Periodo de 2004

Num

eros

de

bene

ficio

s

Fonte: Instituto Nacional do Seguro Social de Santa Catarina.

Dados fornecidos pela Dra: Ivone Procuradora do INSS

Aposentadoria Especial Jan-04 22583 Fev-04 22732 Mar-04 22550 Abr-04 22556

Maio-04 22458 total 112879

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

58

CATEGORIAS QUE TEM DIREITO AO BENEFICIO DA APOSENTADORIA

ESPECIAL

Agentes Químicos

As substância são Arsênio, Benzeno, Berílio, Bromo, Chumbo, Silica, Mercúrio, etc...

Que necessitem de um tempo de 25 anos de exposição sem períodos intermitentes

SILICA

Pode ser por exposição à poeira livre sob a forma de quartzo (garimpeiro)

Sintoma: diminuição da capacidade de trabalho falta de ar, ponta dos dedos arroxeada, tosse,

dor e diminuição da capacidade de respirar.

ASBESTO – se apresenta de forma diferenciada pois o tempo de exposição é de 20anos

Forma de exposição em industrias de cimento-amianto que produzem telhas, caixa d’água,

tubulações, divisórias, industrias de lonas e freios automotivos, produtos de vedação para

veículos.

Tecelagens, massas plásticas, epóxi.

Sintoma: tosse por sensação de irritação da garganta, falta de ar, pela restrição do pulmão,

febre, dor no tórax.

Agentes Físicos

Todos os agente necessitam de 25 anos de exposição se

Situações de exposição ruídos, vibrações, radiações ionizantes, temperaturas elevadas, etc...

RUÍDOS

Forma de exposição pessoas que trabalham em industrias que tenham ruídos acima de 90

decibéis sob forma continua

Sintoma: Surdez progressiva

Agentes Biológicos

Todas as formas necessitam de no mínimo de 25 anos de exposição sem intermitências e nem

ocasional

Situações de exposição pessoas que trabalhem com animais ou pacientes com doenças

infectocontagiosas ou que faça o manuseio com substancias ou objetos contaminados.

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Andre Martins.pdf · lista de abreviaturas ... 2.1.conceito ... (bÍblia, talmud, corÃo e outros) e

59

Trabalhadores de coleta de lixo, fossas e tanques de esgotos, exumação de corpos

Sintoma: diversos devido ao agente em que se esta exposto podendo ser sintoma

característica pulmonar ou cardíaca .

Associação de Agentes Físico, Químico e Biológicos

O trabalhador na mineração de carvão tem duas formas a aposentadoria que varia com

a forma de exposição que podeser de forma indireta que necessita de 20anos de exposição e a

direta que seu tempo de exposição é menor de 15 anos

INDIRETA - Pessoas que trabalhem afastadas da frente de produção do minério exemplo,

engenheiro, supervisores, etc...

DIRETA - Os mineradores que fazem a extração do carvão.

Sintoma: Quanto a os sintoma serão os mesmos só que de formas diferentes devido a sua

exposição. Falta de ar aos esforços, dor nas articulações, tosse continua com ou sem catarro,

diminuição da capacidade de respirar, pode levar a insuficiência cardíaca