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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO – NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA O INSTITUTO DA ADOÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA CINTHIA GREGÓRIO DOS SANTOS Itajaí (SC)27, novembro de 2006.

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO – NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA

O INSTITUTO DA ADOÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

CINTHIA GREGÓRIO DOS SANTOS

Itajaí (SC)27, novembro de 2006.

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO – NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA

O INSTITUTO DA ADOÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

CINTHIA GREGÓRIO DOS SANTOS

Monografia submetida à Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito.

Orientadora: Professora MSc. Maria Aparecida

Itajaí (SC)27, novembro de 2006.

AGRADECIMENTO

Primeiramente a Deus, por ter estado presente em todas as horas, e não ter me desamparado em momento algum.

Aos meus pais Rui Garcia dos Santos e Nilcéia de Gregório dos Santos, por não medir esforços para garantir-me a conclusão do Curso de Direito que mesmo sem poder me dar muita atenção por inúmeras atividades, sei que estavam ao meu lado em todos os momentos ligados pelo coração.

Aos meus irmãos Priscila e Rudi, pelo respeito e compreensão em todos os minutos necessários.

Aos meus amigos que tornaram pequenos instantes em grandes momentos dos quais certamente nunca serão esquecidos.

Aos companheiros de trabalho da 2ª Vara Cível de Itajaí e da Delegacia Regional pela oportunidade e paciência, e pela oportunidade de fazer bons estágios.

Aos professores que se dedicaram ao longo do curso, buscando pela perfeição.

Por fim a todos aqueles que de qualquer forma, direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão do presente trabalho.

DEDICATÓRIA

Primeiramente a minha família que foi a grande responsável pelo meu sucesso pessoal e podendo assim realizar um sonho de seguir carreira no ramo do direito, seja como advogada ou delegada, como meu pai.

TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo

aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do

Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o

Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo.

Itajaí (SC)27, 00 de novembro de 2006.

Cinthia Gregório dos Santos Graduanda

PÁGINA DE APROVAÇÃO

A presente monografia de conclusão do Curso de Direito da Universidade do Vale

do Itajaí – UNIVALI, elaborada pela graduanda Cinthia Gregório dos Santos, sob

o título Diferenças nos Procedimentos entre a Adoção Realizada por Brasileiros e

por Estrangeiros Residentes no Brasil, foi submetida em [Data] à banca

examinadora composta pelos seguintes professores: [Adilor e Eduardo ] ([Juiz e

Mestre), e aprovada com a nota [9.0] ([nove]).

Itajaí (SC),27 00 de novembro de 2006.

MSc. Maria Aparecida Orientadora e Presidente da Banca

MSc. Antônio Augusto Lapa Coordenação da Monografia

ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ART. Artigo

ARTS. Artigos

CC Código Civil

CEJURPS Centro de Educação em Ciências Jurídicas Políticas e Sociais

CIV. Civil

CF Constituição da República Federativa do Brasil

CÓD. Código

CRFB/88 Constituição da República Federativa do Brasil/ 1988

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

LIV. Livro

P. Página

TÍT. Título

UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí

VOL. Volume

ROL DE CATEGORIAS

Adoção

Em termos singelos, nada mais representa esta figura que o ato civil pelo qual

alguém aceita um estranho na qualidade de filho [Rizzardo, 2005, p. 531].

Adotando

Adotando é a melhor nomenclatura de quem vai ou está prestes a ser adotado

[Sznick, 1999, p. 126].

Adotante

[do lat. Adoptante]. Que adota [Ferreira, 1997, p. 49].

Adotivo

Que se adotou, adotado: pátria adotiva. 2 – Que adotou: mãe adotiva. 3 – Relativo

a adoção filho, filho adotivo [Ferreira, 1997, p. 49].

Criança

Ser humano de pouca idade, menino ou menina. 2 – Pessoa ingênua, infantil: não

desconfia de nada, é uma criança. 3 – Criação, educação [Ferreira, 1997, p. 72].

Escritura Pública

É a exigência constante dos arts. 373 e 132, I, do Código Civil. Apesar de ser

instrumento público, não tem, porém, fórmulas sacramentais. Contudo não deve

conter – conforme o art. 375 – nenhuma cláusula, termo ou condição [Sznick,

1999, p. 129].

Estágio de Convivência

Esse estágio tem por finalidade adaptar a convivência do adotando ao novo lar. O

estágio é um período em que se consolida a vontade de adotar e de ser adotado

[Venosa, 2003, p. 340].

Família Natural

Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer

deles e seus descendentes [ECA, 2002, p. 5].

Família Substituta

Família substituta, como o próprio nome diz, substitui a família natural que é

aquela na qual a criança ou adolescente tem o direito de, prioritariamente, ser

criada, educada e, a princípio mantida [Guimarães, 2003, p. 12].

Guarda

A guarda dos filhos menores é atributo do poder familiar. Segundo o art. 1.634, II,

do Código, compete aos pais ter os filhos menores em sua companhia e guarda

[Venosa, 2003, p. 32].

Menor

No sentido técnico-jurídico, empregado como substantivo, designa a pessoa que

não tenha ainda atingido a maioridade [Silva, 2004, p. 909].

Tutela

Sob o ponto de vista jurídico, pois, a tutela é a instituição estabelecida por lei para

a proteção dos menores órfãos , ou sem pais, que não possam, por si sós, dirigir

suas pessoas e administrar os seus bens [Silva, 2004, p. 1437].

Requisito

Requisito, portanto, é a condição imposta ou a condição reclamada [Silva, 2004,

p. 1211].

SUMÁRIO

RESUMO........................................................................................... XI

INTRODUÇÃO ................................................................................. 12

CAPÍTULO 1 .................................................................................... 14

DA ADOÇÃO.................................................................................... 14 1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADOÇÃO ........................................................14 1.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADOÇÃO NO BRASIL ...................................17 1.3 CONCEITOS DE ADOÇÃO ............................................................................19 1.4 NATUREZA JURÍDICA DA ADOÇÃO............................................................21 1.5 CARACTERÍSTICA DA ADOÇÃO .................................................................23 1.6 INEXISTÊNCIA, NULIDADE E ANULABILIDADE DA ADOÇÃO..................24 1.7 DOS REQUISITOS PARA A ADOÇÃO..........................................................26 1.8 OS EFEITOS DA ADOÇÃO............................................................................29

CAPÍTULO 2 .................................................................................... 31

A ADOÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO, ANÁLISE DOS ASPECTOS PROCESSUAIS E LEGISLAÇÃO VIGENTE.................................... 31 2.1 ASPECTOS PROCESSUAIS PARA A ADOÇÃO..........................................31 2.2 DA COMPETÊNCIA .......................................................................................33 2.3 CLASSIFICAÇÃO DA ADOÇÃO....................................................................34 2.4 ADOÇÃO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 .......................................................35 2.5 ADOÇÃO NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................36 2.6 A ADOÇÃO NO NOVO CÓDIGO CIVIL .........................................................38 2.7 ADOÇÃO NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E A CORRELAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL..............................................................40

CAPÍTULO 3 .................................................................................... 42

ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES POR ESTRANGEIROS RESIDENTES NO BRASIL ................................. 42 3.1 ADOÇÃO DE CRIANÇAS BRASILEIRAS POR PARTE DE ESTRANGEIROS..............................................................................................................................42 3.2 ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA PARA ESTRANGEIROS................................45 3.3 REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A ADOÇÃO POR ESTRANGEIROS NO BRASIL ..........................................................................................................47 3.4 CONVENÇÃO DE HAIA .................................................................................49 3.5 ADOÇÃO INTERNACIONAL E O COMBATE AO TRÁFICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES .............................................................................................50

CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 52

REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS .......................................... 55

RESUMO

A presente Monografia trata de um tema meio triste e

polêmico que mexe muito com a emoção de todos.

Para iniciar falamos um pouco da parte histórica, suas

origens e conforme o passar dos tempos sua evolução.

Adoção realizada no Brasil por casais estrangeiros e

também brasileiros.

O legislador entendeu que era necessária uma proteção

jurídica para aquelas crianças que estavam vulgarmente sendo adotada e sendo

assim amenizando o tráfico de menores e adolescentes.

Com as normas e decretos existentes foi necessário o abono

de que os filhos adotados eram diferentes dos filhos legítimos, passando a ser

todos iguais perante a lei.

Temos a adoção como um ato civil pelo qual alguém aceita

um estranho na qualidade de filho.

Sua evolução histórica do instituto da adoção, o amparo e a

proteção das crianças e adolescentes advindas com o surgimento do Código Civil

de 1916, bem como, os requisitos necessários para a efetivação da adoção e,

finalmente as mudanças ocorridas no novo Código Civil.

Quando a adoção se efetiva judicialmente, o adotando se

converte integralmente em filho.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata das diferenças de procedimentos

entre a adoção realizada no Brasil por brasileiros e por estrangeiros e tem como

objetivo relatar breves dados históricos, da evolução, conceitos, natureza jurídica,

características, nulidades, requisitos e efeitos.

Para tanto, a presente Monografia possui como objetivo

geral investigar as diferenças nos procedimentos entre adoção realizada por

brasileiros e por estrangeiros residentes no Brasil.

A Monografia está subdividida em três Capítulos. No

Primeiro Capítulo, serão abordados os aspectos históricos da adoção, sua

evolução.Em seguida no segundo capítulo analisa-se os aspectos

processuais,legislações e decretos criados para o seu melhor funcionamento,

sendo assim o nosso novo Código Civil Brasileiro trazendo alterações para se

adequar a realidade contemporânea..

No Terceiro capítulo trata-se especificamente da adoção de

crianças e adolescentes por estrangeiros residentes no Brasil, onde são avaliados

os requisitos necessários, estágio de convivência, entre outros aspectos

atinentes.

O presente Relatório de Pesquisa se encerra com as

considerações finais, nas quais são apresentados pontos conclusivos destacados,

seguidos da estimulação a continuidade dos estudos e das reflexões sob as

Diferenças nos Procedimentos entre a Adoção Realizada por Brasileiros e por

Estrangeiros Residentes no Brasil.

Para a presente Monografia foram levantadas as seguintes

hipóteses:

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� Hipótese 1:

O casal estrangeiro, de qualquer nacionalidade pode adotar crianças brasileiras.

� Hipótese 2:

O estágio de convivência poderá dificultar a adoção de

crianças brasileiras por casal estrangeiro.

� Hipótese 3:

O estrangeiro residente em território nacional pode adotar

criança Brasiléia nas mesmas condições que um casal brasileiro.

Quanto à Metodologia empregada, registra-se que, na Fase

de Investigação foi utilizado o Método Indutivo1, na Fase de Tratamento de

Dados o Método Cartesiano2, e, o Relatório dos Resultados expresso na presente

Monografia é composto na base lógica Indutiva.

Nas diversas fases da Pesquisa, foram acionadas as

Técnicas3, do Referente4, da Categoria5, do Conceito Operacional6 e da Pesquisa

Bibliográfica7.

Assim, passa-se a discorrer sobre os resultados da

pesquisa.

1 Pesquisar e identificar as partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma percepção ou conclusão geral [Pasold, 1999, p. 85]. 2 Base lógico-comportamental proposta por Descartes, muito apropriada para a fase de Tratamento de Dados Colhidos, e que pode ser sintetizada em quatro regras: 1. duvidar; 2. decompor; 3. ordenar; 4 classificar e revisar [Pasold, 1999, p.237]. 3 São os conjuntos diferenciados de informações reunidas e acionadas em forma instrumental para realizar operações intelectuais ou físicas, sob o comando de uma ou mais bases lógicas investigatórias [Pasold, 2001, p. 86]. 4 É a explicitação prévia do motivo, objetivo e produto desejado, delimitando o alcance temático e de abordagem, para uma atividade intelectual, especialmente para uma pesquisa [Pasold, 2001, p. 63]. 5 Categoria é a palavra ou expressão estratégica à elaboração e/ou à expressão de uma idéia [Pasold, 2001, p. 37]. 6 Conceito Operacional (=cop) é uma definição para uma palavra e expressão, com o desejo de que tal definição seja aceita para os efeitos das idéias que expomos [Pasold, 2001, p. 51]. 7 Exprime a alusão, a citação ou a informação acerca de fatos ou coisas [Silva, 2005, p. 1178].

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CAPÍTULO 1

DA ADOÇÃO

1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADOÇÃO

Adoção foi criada com o intuito de permitir aos casais, que

não puderam gerar seus próprios filhos, a oportunidade de constituir uma família,

perpetuando o culto familiar, para que a família não caísse em desgraça pela sua

extinção, ou seja, pela morte sem descendentes. Proporcionando assim, a

continuidade da família.

Expõe Rizzardo [2005, p. 533]:

Encontra a adoção sua origem mais remota em épocas anteriores ao direito romano, com a finalidade de perpetuar o culto dos antepassados. Assim era entre os egípcios e os hebreus. O Código de Hamurabi fazia referências ao instituto. No direito grego onde preponderava o caráter de perpetuação do culto doméstico, ou da família, tinha-se como extrema desgraça a extinção da família. Foi em Roma, no entanto, onde mais se desenvolveu o instituto, com a finalidade primeira de proporcionar prole civil àqueles que não tinham filhos consangüíneos. Mais tarde, com Justiniano, foi simplificada a adoção. O pai natural e o adotante compareciam com o filho na presença do magistrado e expressavam a disposição de o primeiro entregar o filho e o segundo de adotá-lo. Lavrava-se um termo de adoção, que passava a ser o documento comprobatório da nova filiação.

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No direito Romano a adoção encontrou sistemática, mas

durante a Idade Média foi ignorada, obtendo novamente reconhecimento na

França, através do Código de Napoleão de 1804.

Ao abordar o tema Gonçalves [2005, p.330] nos informa:

Há notícia, nos Códigos Hamurabi e de Manu, da utilização da adoção entre os povos orientais. Na Grécia, ela chegou a desempenhar relevante função social e política. Todavia, foi no direito romano, em que encontrou disciplina e ordenamento sistemático, que ela se expandiu de maneira notória. Na Idade Média, caiu em desuso, sendo ignorada pelo direito canônico, tendo em vista que a família cristã repousa no sacramento do matrimônio. Foi retirada do esquecimento pelo Código de Napoleão de 1804, tendo-se irradiado para quase todas as legislações modernas.

Para que os mortos pudessem encontrar a tranqüilidade

após a morte, acreditava-se que os mesmos dependiam de ritos fúnebres, que

deveriam ser praticados por seus descendentes.

Leciona Granato [2005, p. 31]:

Nos tempos antigos, a adoção tinha significado diferente do atual. Havia também a crença de que os mortos dependiam dos ritos fúnebres que seus descendentes deveriam praticar, para terem tranqüilidade na vida após a morte. A religião só podia propagar-se pela geração. O pai transmitia a vida ao filho, e ao mesmo tempo, sua crença, o seu culto, o direito de manter o lar, de oferecer o repasto fúnebre, de pronunciar as fórmulas da oração. Dessa forma, o homem que não tinha filhos encontrava na adoção a solução para que a família não se extinguisse. A Bíblia por seu turno, traz seguras indicações da existência da adoção entre os hebreus, sua finalidade e procedimento. Moisés, quando salvo das águas do Nilo, foi adotado por Térmulus, filha do Faraó. Ester foi adotada por Mardoqueu. Sara adotou os filhos de sua serva Agar.

Ocorriam três espécies de mârûtu: a adoção com instituição

de herdeiro, a adoção sem instituição de herdeiro e a adoção provisória, que

estavam codificadas no Código de Hamurabi.

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Afirma Sznick [1999, p. 25]:

O instituto surge no Código de Hamurabi – 2283 – 2241 a.C. -, conhecido por “Sentenças de Direito”, nos arts. 185 a 193. O nome do instituto é mârûtu. Ocorriam três espécies de mârûtu: a) a adoção com instituição de herdeiro; b) a adoção sem instituição de herdeiro; c) a adoção provisória. Nas duas primeiras, havia a obrigação de se educar o adotado. Os hebreus tinham uma espécie de adoção conhecida pelo nome de levirato. Duas eram as formalidades, então, pelas quais se exteriorizava a adoção: 1º) consistia em uma cerimônia em que se pegava a criança e a colocava sobre os joelhos do adotante; a mulher realizava essa cerimônia colocando a criança contra seu próprio peito, 2º) outra maneira era a de lançar sobre a pessoa do adotado um manto, cobrindo-o.

Pelo conhecimento que se tem até o presente momento, foi

em Roma que o instituto da adoção teve seu uso mais difundido, pela

necessidade da perpetuação do culto doméstico.

Esclarece ainda Sznick [1999, p. 27]:

O instituto foi conhecido entre os Gregos onde a palavra “adotar” era “epi ta iera agein”, rompendo o adotado com todos os laços da família anterior, a ponto de sequer poder prestar funerais ao seu pai natural. Em Roma foi onde – em todos os tempos até o presente, inclusive – o instituto não só teve sua amplitude, como o seu uso mais difundido. A grande evolução do instituto em Roma adveio da necessidade da perpetuação do culto doméstico – fato já notado pelos gregos – dos deuses familiares e do lar (que tinham a denominação de Lares). A adoção é um ato pelo qual um pater familias recebe sob seu pátrio poder uma pessoa (adotada) que pertence à outra família.

A adoção proporcionava filhos aos que não os tinham por

consangüinidade, inclusive não permitindo aos mais novos, que adotassem os

mais velhos, seguindo assim, o curso da natureza.

Para Rodrigues [1977, p. 316]:

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No Direito Romano guarda a adoção essa principal característica, ou seja, a de proporcionar prole civil àqueles que não a têm consangüínea. E busca-se, através dela, imitar a natureza. Já dispunham as Institutas (Liv. 1º., Tít. 11, § 4º) que o mais jovem não pode adotar o mais velho, pois a adoção imita a natureza, e seria monstruoso um pai mais novo do que o filho.

1.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADOÇÃO NO BRASIL

As Leis de Teixeira de Freitas vieram sistematizadas no

Código Civil, ocorrendo modificações introduzidas pela Lei 3.133/57, na qual

ocorreram importantes mudanças, dentre elas, a diferença de idade entre o

adotado e o adotante.

Expõe Rizzardo [2005, p. 534]:

Já previstas nas ordenações, passou para a Consolidação das Leis de Teixeira de Freitas, vindo sistematizada no Código Civil, arts. 3688 e 3789. Vieram modificações introduzidas pela Lei nº. 3.133, de 08.05.1957, quando a idade para adotar diminuiu para trinta anos, estabelecendo-se, outrossim, uma diferença de idade entre o adotante e o adotado de dezesseis anos.

As Ordenações Filipinas faziam à adoção, inúmeras

referências, mas os Juízes, pela falta de regulamentação, buscavam no Direito

Romano a complementação destas lacunas.

Gonçalves [2005, p. 330] afirma:

No Brasil, o direito pré-codificado, embora não tivesse sistematizado o instituto da adoção, fazia-lhe, no entanto, especialmente as Ordenações Filipinas, numerosas referências, permitindo, assim, a sua utilização. A falta de regulamentação obrigava, porém, os juízes a suprir a lacuna com o direito romano, interpretado e modificado pelo uso moderno.

8 Art. 368. Só maiores de 30 (trinta) anos podem adotar [Código Civil, 2001, p. 85]. 9 Art. 378. Os direitos e deveres que resultam do parentesco natural não se extinguem pela adoção, exceto pátrio poder, que será transferido do pai natural para o adotivo [Código Civil, 2001, p. 86].

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A adoção manteve as mesmas características das

Ordenações do Reino, até o Código Civil de 1917. Sendo a primeira Lei referente

a adoção, onde se transferia da Mesa do Desembargo do Paço, para os Juízes de

Primeira Instância, a expedição da carta de perfilhamento.

Expõe Granato [2005, p. 43]:

As Ordenações do Reino continuaram a vigorar no Brasil após a independência e, em matéria civil, até a entrada em vigor do Código Civil, em 1917. Dessa forma, a adoção entrou em nosso direito, com as características que apresentava no direito português, que resistia ao direito romano. A primeira lei referente à adoção foi a de 22.09.1828, que transferia da Mesa do Desembargo do Paço para os juízes de primeira instância, a competência para a expedição da carta de perfilhamento. Mais tarde, Teixeira de Freitas, no art. 217 da “Consolidação” aborda o tema adoção, Carlos Carvalho em sua Nova Consolidação da Leis Civis, referiu-se à adoção, sem aprofundar-se, reconhecendo poucos direitos aos filhos adotivos. Foi o Código Civil Brasileiro, instituído pela Lei 3.071 de 01.01.1916, que entrou em vigor um ano depois, que sistematizou o instituto da adoção.

As Ordenações Filipinas deixaram de vigorar com a

Independência, sendo criado o Tribunal do Paço no Rio de Janeiro.

Ao abordar o tema Sznick [1999, p. 42]:

Vigoraram, entre nós, até a Independência, as Ordenações Filipinas. A nossa primeira legislação que se refere à adoção é a Lei de 1828. Com a vinda da família real para o Brasil – e já que as cartas de perfilhamento eram expedidas pela mesa de desembargo do paço instituído por Dom João IV -, foi criado outro Tribunal do Paço, em 1808, no Rio de Janeiro. A carta de perfilhamento, de acordo com o § 118, dessa normativa, passou a ser atribuição do Tribunal de Relação, sediado no Rio de Janeiro. Com extinção desse Tribunal, em 1828, a Lei de 22 de setembro de 1828 conferiu essa atribuição aos juízes de primeira instância (art. 2º, nº 10).

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O direito brasileiro colheu da legislação estrangeira, várias

idéias, as quais foram devidamente sistematizadas no Código Civil de 1916.

Leciona Rodrigues [1977, p. 317]:

No direito brasileiro anterior a 1916 o instituto não vinha sistematizado, havendo, entretanto, numerosas referências à adoção, que era assim, permitida (Ordenações, Liv. II, Tít. 35, § 12; Liv. III, Tít. 9º., § 2º.). De modo que o Código Civil, trazendo para o direito brasileiro o que colheu nas legislações estrangeiras, pela primeira vez disciplinou ordenadamente o instituto.

O instituto brasileiro não era sistematizado, havendo

referências na adoção. Portanto, foram acolhidas pelo Código Civil algumas Leis

estrangeiras pela primeira vez ordenar este instituto.

1.3 CONCEITOS DE ADOÇÃO

Com todos os desajustes sociais, pelas quais a sociedade

vivencia, buscou-se de maneira natural encontrar um lar para estas crianças

desamparadas por suas famílias consangüíneas.

Ao abordar o tema Rizzardo [2005, p. 531]:

Dada grande evolução verificada nas últimas décadas sobre o assunto, concebe-se atualmente a definição mais no sentido natural, isto é, dirigido a conseguir um lar a crianças necessitadas e abandonadas em face de circunstâncias várias, como a orfandade, a extrema pobreza, o desinteresse dos pais sangüíneos, e toda a sorte de desajustes sociais que desencadeiam o desmantelamento da família.

Busca-se na adoção, o efetivo benefício para o adotando,

que se destaca como o atual conceito de adoção. Reafirmado pelo art. 43 do

Estatuto da Criança e do Adolescente.

Gonçalves [2005, p. 328] afirma:

Deve ser destacada no atual conceito de adoção a observância do princípio do melhor interesse da criança, uma vez que o art. 1.625

20

do Código Civil proclama que “somente será admitida a adoção que constituir efetivo benefício para o adotando”, reiterando o conteúdo do art. 43 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que se referia a “reais vantagens para o adotando”.

Oferecendo assim, ao adotado, o ambiente necessário para

seu bom desenvolvimento emocional e físico, e não mais como a solução dos

problemas de um determinado casal.

Afirma Granato [2005, p. 26]:

Esta é, realmente, a finalidade da moderna adoção: oferecer um ambiente familiar favorável ao desenvolvimento de uma criança, que, por algum motivo, ficou privada da sua família biológica. A adoção, como hoje é entendida, não consiste em “ter pena” de uma criança, ou resolver situação de casais em conflito, ou remédio para a esterilidade, ou, ainda, conforto para a solidão.

A adoção cria relações jurídicas idênticas as de uma filiação

de consangüinidade, criando um vínculo familiar.

Expõe Sznick [1999, p. 63]:

Pode-se definir a adoção como um ato jurídico pelo qual o vínculo familiar é criado, em virtude do próprio ato, pelo legislador. Em uma conceituação simples e clara, a adoção é um simples ato jurídico (contrato, instituição) que tem por finalidade criar entre duas pessoas relações jurídicas idênticas às que resultam de uma filiação de sangue.

No ato da adoção, a família está acolhendo em seu lar, uma

pessoa que lhe é estranha até aquele momento. Tornando-se discutível a

unilateralidade da mesma.

Rodrigues [1977, p. 317] leciona:

(...) em geral, este é quem toma a iniciativa do negócio, assim, melhor se diria que a adoção é o ato do adotante pelo qual traz ele, para sua família e na condição de filhos pessoa que lhe é estranha. Trata-se de negócio unilateral e solene. É verdade que a unilateralidade da adoção é discutível, pois o próprio art. 372 do

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Código Civil10 reclama o assentimento do adotado, se capaz, ou o de seu representante legal, se incapaz ou nascituro.

Entre todas as mudanças ainda não caiu o conceito de ser

uma pessoa estranha, podendo ainda ser discutida por sua unilateralidade.

1.4 NATUREZA JURÍDICA DA ADOÇÃO

O legislador ordinário ditará as regras, para que o Poder

Público forneça assistência aos atos da adoção. Sendo que no Código de 1916,

tratava-se de negócio jurídico bilateral e solene.

Gonçalves [2005, p. 329] esclarece:

É controvertida a natureza jurídica da adoção. No sistema do Código de 1916, era nítido o caráter contratual do instituto. Tratava-se de negócio jurídico bilateral e solene, uma vez que se realizava por escritura pública mediante o consentimento das duas partes. Se o adotado era maior e capaz, comparecia uma pessoa; se incapaz, era representado pelo pai, ou tutor, ou curador. A adoção não mais estampa o caráter contratualista de outrora, como ato praticado entre adotante e adotado, pois, em consonância com o preceito constitucional mencionado, o legislador ordinário ditará as regras segundo as quais o Poder Público dará assistência aos atos de adoção.

Há várias divergências doutrinárias referente a natureza

jurídica da adoção, existem as que consideram um contrato, ou filiação criada em

lei, dentre outros.

Ao abordar o tema Granato [2005, p. 26] dispõe:

Existe divergência doutrinária sobre a natureza jurídica da adoção. Alguns a consideram contrato; outro ato solene, ou então filiação criada pela lei, ou ainda instituto de ordem pública. Existem ainda os que a consideram uma figura híbrida, um misto de contrato e de instituição ou instituto de ordem pública.

10 Art. 372. Não se pode adotar sem o consentimento do adotado ou de seu representante legal se for incapaz ou nascituro [Código Civil, 2001, p. 85].

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Podemos relacionar a adoção, a autonomia dos

interessados de sua própria vontade, considerando assim dois fatores

fundamentais para a adoção, sendo o consentimento dos pais e o provimento

jurisdicional.

Afirma Gama [2003, p. 503]:

A respeito da própria natureza jurídica da adoção verifica-se dissonância no contexto dos sistemas jurídicos dos países ocidentais, ora sob o enfoque absolutamente privatístico, ora sob o prisma publicista, e, finalmente, sob a ótica mista ou intermediária quanto à ponderação e equilíbrio entre o consentimento dos envolvidos na adoção e provimento jurisdicional. Assim, de acordo com a concepção privatística, a adoção se fundamenta na autonomia da vontade dos interessados, exigindo apenas a manifestação tal e, assim, a intervenção da autoridade – normalmente judiciária ou eventualmente de um agente público – é considerada mera formalidade para eficácia do ato. Na concepção publicista, o consentimento é pressuposto da decisão judicial, sendo preponderante a função jurisdicional na constituição da adoção. E, finalmente, a posição intermediária considera os dois fatores fundamentais para a adoção: o consentimento das partes e o provimento jurisdicional.

Permite-se o surgimento de novos institutos, mas sem

mudar preceitos antigos, ou, os alterando de forma significativa, para que nas

relações humanas haja progresso.

Leciona Sznick [1999, p. 69]:

È um meio de criação legal, mas sem mudar preceitos antigos, não só mantendo-os, mas também, em muitas passagens, alterando profundamente a significação do preceito: respeitando e mantendo velhas normas, inderrogáveis formalmente, permite o surgimento de novos institutos, assemelhando-os aos já existentes e permitindo, destarte, o progresso nas relações humanas.

23

A adoção continua sendo um ato unilateral e solene, não

podendo ser considerada perfeita dando uma assistência os representantes do

Poder Público para todos os atos da adoção.

1.5 CARACTERÍSTICA DA ADOÇÃO

Deve-se agir com muita prudência durante o processo de

adoção, tendo em vista que a irrevogabilidade da ação não impede a destituição

do poder familiar daquele que o adotou.

Esclarece Guimarães [2005, p. 45]:

A adoção é irrevogável, conforme disposto no art. 48, do ECA. A irrevogabilidade da adoção não impede a destituição do poder familiar daquele que o adotou, nem que consinta ele com nova adoção de seu filho, que fora adotado, devendo, evidentemente, agir com muita prudência os envolvido neste novo processo.

O estágio de convivência era exigido com o consentimento

dos pais ou do representante legal. Com a morte do adotante não restabelecia o

pátrio poder ao genitor natural.

Afirma Ishida [2003, p. 235]:

Era característica a sua irrevogabilidade, sendo que a morte do adotante não restabelecia o pátrio poder ao genitor natural. Exigia-se estágio de convivência, consentimento dos pais ou do representante legal. Fornecida reciprocidade entre adotante e adotado no direito sucessório.

Através de procedimento judicial dá-se a revogação

unilateral ou bilateral, sendo unilateral, pode ser por parte do adotante ou do

adotado. A adoção tem como característica a sua dissolução.

Ao abordar o tema Sznick [1999, p. 104]:

A característica da adoção é a sua dissolução, ou seja, sua possibilidade de revogação: a revogabilidade. E a revogação dá-se quer unilateral quer bilateral. Unilateral, quer do adotante quer

24

do adotado. Ambos, sempre, por procedimento judicial. Bilateral é a dissolução promovida por ambas as partes. Normalmente há acordo, neste caso, prescinde-se do procedimento judicial e se dissolve pelo mesmo modo por que foi constituída: por escritura pública.

Ocorrendo qualquer problema com a adoção, tem-se o

recurso da dissolução, ou seja, revogação sendo ainda por ambas as partes

sempre por procedimento judicial.

1.6 INEXISTÊNCIA, NULIDADE E ANULABILIDADE DA ADOÇÃO

São causas de inexistência de adoção: a falta de

consentimento do adotado e do adotante; falta de objeto; e falta de processo

judicial com a intervenção do Ministério Público, causas de inexistência de

adoção. Casos de anulabilidade: falta de assistência do pai, tutor ou curador, ao

consentimento do adotado relativamente incapaz; ausência de anuência da

pessoa sob cuja guarda se encontra o menor interdito; consentimento

manifestado somente pelo adotado relativamente incapaz; vício resultante de

erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo,necessidade, falta de consentimento

do cônjuge ou convivente do adotante e do consorte do adotado.

Expõe Diniz [2004, p.462]:

Apontam-se três casos de inexistência de adoção: a) falta de consentimento do adotado e do adotante; b) falta de objeto, p. ex., se o adotante estiver privado do exercício do poder familiar por incapacidade, ausência ou interdição civil; e c) falta de processo judicial com a intervenção do Ministério Público. Poder-se-á tornar nula a adoção, judicialmente, desde que violadas as prescrições legais (CC, art. 166, V e VI11); porém por ser uma liberalidade não se exige rigor absoluto do exame das suas formalidade. São casos de anulabilidade: 1) Falta de assistência do pai, tutor ou curador, ao consentimento do adotado relativamente incapaz (CC,

11 Art. 166. é nulo o negócio jurídico quando: I- ...; II - ...; III - ...; IV - ....; V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - ... [Código Civil, 2003, p. 47].

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art. 171, I12); 2) Ausência de anuência da pessoa sob cuja guarda se encontra o menor ou interdito; 3) Consentimento manifestado somente pelo adotado relativamente incapaz (CC, art. 171, I); 4) Vício resultante de erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo ou fraude contra credores (CC, art. 171, II); 5) Falta de consentimento do cônjuge ou convivente do adotante e do consorte do adotado.

Sem os requisitos básicos, torna-se inexistente a adoção.

Somente com sentença judicial, proferida no devido processo legal é aceita a

adoção, não sendo mais aceita escritura pública.

Leciona Rizzardo [2005, p. 559]:

Primeiramente, salienta-se que a adoção, se ausentes os requisitos básicos, considera-se inexistente. Assim, por exemplo, é evidente que, embora celebrada por escritura pública, não há adoção se inexistente o adotado ou se faltar sua concordância quando maior de doze anos, ou o consentimento dos pais, sem sendo menor o adotando. (...) ausência de formalidade essencial, sabe-se que somente por sentença do juiz, proferida no devido processo legal, é aceita a adoção. Atualmente não se procede a adoção através de escritura pública, e muito menos por meio de testamento, ou escritura particular, ou mera averbação no registro civil. É nula a adoção se realizada infringindo as exigências legais consideradas essenciais.

A adoção torna-se anulável, quando ocorrem vícios de

vontade; falta de assistência do representante legal ou de quem tenha a guarda

do menor e falta do consentimento do cônjuge.

Para Sznick [1999, p. 141]:

A adoção pode ser declarada nula quando ocorrer: a) incapacidade das partes (ou ilegitimidade): privado do pátrio poder (interdito, ausente), menor de 30 anos, não existir diferença de 16 anos; b) transgressão da forma prescrita em lei ou de forma essencial: adoção a termo ou condição; existência de mais de uma adoção; ou falta de escritura pública. A adoção é anulável,

12 Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I – por incapacidade relativa do agente; II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores [Código Civil, 2003, p. 49].

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pelas partes, quando ocorrem vícios de vontade (adoção simulada, fraudulenta ou dolosa, ou quando estiver presente erro ou a coação); falta de assistência do representante legal ou de quem tenha a guarda do menor. Falta o consentimento do outro cônjuge.

Com todos os requisitos da adoção ela ainda pode ser

declarada nula, quando não obter todos os itens pedidos.

1.7 DOS REQUISITOS PARA A ADOÇÃO

Para que haja a adoção, se fazem necessários o

cumprimento de determinados requisitos, como por exemplo: o adotando ter no

mínimo dezoito anos, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes, os

adotantes maiores de vinte e um anos, o estágio de convivência etc.

Ao abordar o tema Rizzardo [2005, p. 595]:

No tocante aos requisitos comuns, também exigíveis na adoção por brasileiro, pode-se dizer que são os seguintes: a) O adotando deve ter no máximo, dezoito anos, salvo se já estiver sob a guarda ou a tutela dos adotantes; b) os adotantes devem ser maiores de vinte e um anos; c) a diferença de idade entre o adotante e adotado excedente a dezesseis anos; d) os pais ou o representante legal do adotado devem consentir diretamente, salvo quando desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio- poder, e proíbe-se o consentimento por procuração; e) a vantagem real para o adotando, ou motivo legítimo; f) o estágio de convivência.(artigo 42 $ 3° do Eca)

Para os estrangeiros, torna-se necessário que o mesmo

esteja legalmente habilitado pelas leis do seu país, para que possa participar do

processo de adoção.

Esclarece ainda Rizzardo [2005, p. 596]:

Quanto aos requisitos específicos, é indispensável, em primeiro lugar, que o estrangeiro se encontre legalmente habilitado, segundo as leis do seu país. Exigência esta clara, inserida no § 1º do art. 51: “O candidato deverá comprovar, mediante documento

27

expedido pela autoridade competente do respectivo domicílio, estar devidamente habilitado à adoção, consoante às leis de seu país, bem com apresentar estudo psicossocial elaborado por agência especializada e credenciada no país de origem”.

Faz-se necessário a diferença de idade para que se imite a

natureza e haja diferença de gerações diversas, como ocorre no parentesco

consangüíneo.

Rodrigues [2004, p. 344] expõe:

Como a adoção cria um parentesco, em linha reta, de primeiro grau, a lei estabelece essa diferença de dezesseis anos, que, ordinariamente, seria a menor concebível, no caso de parentesco consangüíneo. Com efeito, a regra se inspira na idéia de que a adoção procura imitar a natureza e, assim, mister se faz estabelecer entre as partes, que vão assumir as posições de pai e filho, uma diferença que as situe em gerações diversas.

No Código Civil vigente, os principais requisitos para adoção

são: diferença de dezesseis anos entre adotante e adotado; idade mínima de

dezoito anos para o adotante; consentimento dos pais ou do representante legal

de quem se deseja adotar; concordância deste; processo judicial e efetivo

benefício para o adotando.

Leciona Gonçalves [2002, p. 103]:

Os principais requisitos constantes do novo Código Civil são: a) idade mínima de dezoito anos para o adotante; b) diferença de dezesseis anos entre adotante e adotado; c) consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar; d) concordância deste, se contar com mais de doze anos; e) processo judicial; f) efetivo benefício para o adotando.

Havendo ainda, o documento de habilitação e o estudo

psicossocial, para os estrangeiros que tenham interesse em adotar crianças

brasileiras.

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Sznick [1999, p. 465] expõe:

a) documento de habilitação – assim, deve apresentar documento, passado pela autoridade do país de origem. De início, a necessidade dessa documentação visa comprovar dois pontos: 1) se o país a que pertence o requerente permite a adoção de nacional, de filhos estrangeiros; 2) se concedida a permissão, o país de origem concede ao adotado o status de cidadão, ou seja, permite que o adotando adquira, ainda que haja um lapso temporal, através da adoção, a nacionalidade dos requerentes-adotantes.

b) estudo psicossocial – este estudo psicossocial corresponde ao nosso laudo ou estudo social ou perícia realizada por equipe interprofissional, de que tratam os arts. 16013, 16214 e 16715 do Estatuto.

A Lei 3.133/57 determinava que só maiores de 30 anos

poderiam adotar, ampliando as possibilidades de adoção, pelo Código Civil, mas

na legislação antigas só as pessoas acima de 50 anos, sem filhos, possuíam

autorização para a adoção.

Leciona Rodrigues [1977, p. 318]:

O primeiro requisito diz respeito à idade, fixando a lei não só o limite mínimo de idade do adotante, como igualmente a diferença que deve existir entre as partes. O art. 368 do Código Civil16, na forma que lhe deu a Lei 3.133/5717, determina que só os maiores de 30 anos podem adotar. Reduzindo-se para 30 anos a idade do adotante, ampliaram-se, em relação ao texto anterior, as possibilidades de adoção, pois, como já se disse acima, no regime

13 Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público [ECA, 2002, p. 36]. 14 Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento [ECA, 2002, p. 36]. 15 Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência [ECA, 2002, p. 37]. 16 Art. 368. Só maiores de 30 (trinta) anos podem adotar [Código Civil, 2001, p. 85]. 17 Lei nº. 3.133, de 8 de Maio de 1957. Atualiza o instituto da adoção prescrita no Código Civil [Código Civil, 2001, p. 414].

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do Código de 1916 só as pessoas com mais de 50 anos, sem filhos, podiam adotar. Hoje, o requisito da ausência de filhos desapareceu e o mínimo de idade foi baixado para 30 anos.

No que diz respeito a capacidade de adotar, a lei não faz

distinção entre homem e mulher, entre casados e o solteiro, não podendo ocorrer

adoção por duas pessoas, com exceção de marido e mulher.

1.8 OS EFEITOS DA ADOÇÃO

Para uma adoção se completa, temos que desvincular todo

e qualquer tipo de relacionamento com a família natural.

Leciona Rizzardo [2005, p. 590]:

Em primeiro lugar, desaparecem todas as ligações com a família natural. Nada mais ligará a criança ou o adolescente aos pais sangüíneos. Todos os liames com a família original são esquecidos e apagados. O parentesco passa a ser o da adoção, ou seja, os parentes do adotado serão os dos pais adotantes. Remanesce apenas uma única vinculação e que é mais de ordem moral, relativa aos impedimentos para o casamento. O adotado é equiparado nos direitos e obrigações ao filho sangüíneo. Nesta ordem, assegura-se a ele o direito a alimentos e assume os deveres de assistência dos pais adotivos.

Ao passar dos anos, as legislações foram se aperfeiçoando

de maneira que a família tivesse seu filho adotado como filho natural

Esclarece Rodrigues [2005, p. 346]:

A adoção de crianças e adolescentes, na forma prescrita no estatuto respectivo, visou incorporar o adotado integralmente na família do adotante, como se fosse seu filho consangüíneo. Ou seja, a Lei nº. 8.069/9018 quis apagar qualquer traço que indicasse a ligação do adotado com sua família natural.

18 Lei nº. 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente [Código Civil de 1916, 2001, p. 849].

30

Conseqüentemente as leis e princípios tomaram um valor

primordial para diferenciá-la todos os valores gerados através de ação civil.

Surgem ordens pessoal e patrimonial.

Leciona Gonçalves [2005, p. 347]:

Os principais efeitos da adoção podem ser de ordem pessoal e patrimonial. Os de ordem pessoal dizem respeito ao parentesco, ao poder familiar e ao nome; e os de ordem patrimonial concernem aos alimentos e ao direito sucessório.

Afirma Gonçalves [2002, p. 105]:

Os principais efeitos da adoção podem ser divididos em de ordem pessoal e patrimonial. Os de ordem pessoal dizem respeito ao parentesco, ao poder familiar e ao nome; os de ordem patrimonial concernem aos alimentos e ao direito sucessório. A adoção gera um parentesco entre adotante e adotado, chamado de civil, mas em tudo equiparado ao consangüíneo.

Ao passar dos anos, as legislações foram-se aperfeiçoando

de maneira que a família tivesse seu filho adotivo como filho consangüíneo.

Para Rodrigues [1977, p. 320]:

A adoção cria, entre adotante e adotado, um parentesco civil; daí deriva importantes efeitos não só de ordem pessoal, tais o pátrio poder, o uso do apelido familiar etc., como também de caráter patrimonial, tais os direitos à sucessão e a alimentos. O parentesco resultante da adoção limita-se ao adotante e adotado. De modo que este não é parente dos parentes do adotante; nem o adotante fica de qualquer modo ligado, por laço de parentesco, aos parentes do adotado. Dentre os efeitos patrimoniais da adoção o mais importante é, sem dúvida, o sucessório.

Todos ficam ligados por um laço chamados parentesco que

segue entre o adotante e o adotado.

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Neste Capítulo tratou-se da adoção de maneira genérica. No

Capítulo a seguir, será realizada análise dos requisitos processuais da adoção,

assim como da legislação pertinente.

No próximo Capítulo tratar-se-á da Adoção no Direito

Brasileiro, Análise dos Aspectos Processuais e Legislação Vigente.

CAPÍTULO 2

A ADOÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO, ANÁLISE DOS ASPECTOS PROCESSUAIS E LEGISLAÇÃO VIGENTE.

2.1 ASPECTOS PROCESSUAIS PARA A ADOÇÃO

Podemos observar os procedimentos necessários para que

se proceda uma adoção de menores, com até 18 anos de idade. Para melhor

análise, temos, além do Código de Processo Civil, o Estatuto da Criança e do

Adolescente e o Código Civil para abranger todas as necessidades do processo

de adoção.

Ao abordar o tema Rizzardo [2005, p. 576]:

O procedimento para a adoção de menores até dezoito anos é regido pela Lei nº. 8.06919, que abrange praticamente a generalidade das adoções. Aos maiores dessa idade, o Estatuto da Criança e da Juventude nada disciplinou. Do outro lado, o Código Civil de 2002, dirimiu antigas controvérsias, firmou a obrigatoriedade de todas as adoções – de menores ou maiores – submeterem-se ao devido processo judicial, culminado com a sentença deferitória ou não.

19 Lei nº. 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente [Código Civil, 2001, p. 849].

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Existem também as chamadas leis esparsas, podendo ser o

procedimento de jurisdição voluntária, havendo assim o consentimento dos pais

naturais ou destituídos do pátrio poder.

Afirma Granato [2005, p. 95]:

De qualquer forma, pode-se extrair, das diversas disposições esparsas na lei, que o procedimento será de jurisdição voluntária quando houver consentimento dos pais naturais ou estes já tiverem sido destituídos do pátrio poder. Será contencioso quando os pais estiverem no exercício do pátrio poder e não consentir expressamente na adoção. A competência para processar e julgar os casos de adoção é do Juiz da Infância e da Juventude ou juiz que exerça essa função.

Para facilitar a adoção é essencial que a criança tenha sido

destituída do pátrio poder ou tenha a concepção dos pais naturais e isso não

acontecer, ela passa de voluntária para contenciosa, para julgar esses

procedimentos, utiliza o Juiz da Vara da Infância e da Juventude, não tendo o

mesmo exerce o Juiz que tem poder para tal função.

Expõe Guimarães [2003, p. 45]:

A adoção é irrevogável, conforme disposto no art. 48, do ECA. A irrevogabilidade da adoção não impede a destituição do poder familiar daquele que adotou, nem que consinta ele com nova adoção de seu filho, que fora adotado, devendo, evidentemente, agir com muita prudência os envolvidos neste novo processo. Em razão da irrevogabilidade da adoção, a morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais.

Quem concede o pedido de adoção é sempre o Juiz da Vara

da Infância e da Juventude, ou quem, exerça essa função pela lei Judiciária local.

Esclarece Viana [1993, p. 103]:

A competência para conhecer de pedido de adoção e seus incidentes é do Juiz da infância e da Juventude, ou do juiz que exerce essa função, na forma da Lei de organização Judiciária local. A competência é determinada: a) pelo domicílio dos pais ou

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responsável; b) pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável. A adoção está incluída entre as modalidades de colocação em família substituta.

Há sempre uma pessoa competente para a função de julgar

o direito da criança que está no processo de adoção com concepção ou sem de

seus pais naturais.

2.2 DA COMPETÊNCIA

Em regra o Juiz da vara da Infância e Juventude analisa

todos os aspectos necessários como se a criança vai ou não para uma família

substituta, se proceder tem que haver uma fiscalização para que possa analisar

se essa família tem condições para tal responsabilidade.

Leciona Guimarães [2003, p. 49]:

As regras específicas da competência da Justiça da Infância e da Juventude estão definidas nos arts. 14720 e 14821 do Estatuto.

20 Art. 147. A competência será determinada: I - pelo domicílio dos pais ou responsável; II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável. § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção. § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo Estado [ECA, 2002, p.32]. 21Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para: I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis; II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo; III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209; V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis; VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente; VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de: a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder, perda ou modificação da tutela ou guarda; c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento; d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do pátrio poder; e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais; f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente; g) conhecer de ações

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Com relação à competência em razão da matéria, a Justiça da Infância e da Juventude somente apreciará os pedidos de colocação de crianças ou adolescentes em família substituta, quando estiverem elas em quaisquer das situações do art. 9822, com exceção dos pedidos de adoção e seus incidentes.

Nestes termos estão localizados nos artigos citados algumas

exceções para o pedido de adoção e seus incidentes.

2.3 CLASSIFICAÇÃO DA ADOÇÃO

No período anterior a Constituição de 1988, existiam várias

classificações de adoções. Todavia não é mais passível qualquer discriminação.

Sobre o assunto, dispõe Gama [2003, p. 498]:

No direito comparado – e, mesmo no direito brasileiro no período anterior à Constituição de 1988 – a filiação é classificada em: a) legítima; b) natural; c) adotiva, levando em conta a natureza das coisas e a vontade da lei. Atualmente no Brasil, com base na normativa constitucional existente sobre a proibição do emprego de designações discriminatórias, podem-se renominar tais espécies de filiação, para o fim de considerar: a) filiação matrimonial; b) filiação extramatrimonial; c) filiação adotiva. Para fins de estabelecimento do vínculo de parentesco entre pais e filho, as filiações matrimoniais e extramatrimonial decorrem da natureza das coisas, no que se distinguem da filiação adotiva que, por sua vez, é puramente legal – sob o prisma da inexistência de qualquer contribuição biológica dos pais para o nascimento do filho.

Assim, o que se pode verificar, é que a filiação adotiva é

puramente legal, mas isso não retira da mesma os vínculos de afetividade.

de alimentos; h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito [ECA, 2002, p.33]. 22 Art. 98 As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III – em razão de sua conduta [ECA, 2002, p. 20].

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2.4 ADOÇÃO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988

Está presente na nossa constituição a responsabilidade de

manter o respeito e a prioridade que são fundamentais para o melhor da criança.

Ao abordar o tema Leite [2005, p. 24]:

A adoção de crianças brasileiras por estrangeiros e pessoas domiciliadas no exterior ou nacionais estrangeiras é um tema tão importante no Brasil, que a Constituição Brasileira de 1988 (CF/88), ao assegurar o respeito e a prioridade dos direitos fundamentais das crianças, especifica no § 5º de seu art. 227, que “a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros”.

O Poder Público tem participação direta, estabelecendo

assim a parte dos estrangeiros.

Esclarece Gama [2003, p. 499]:

Na Constituição Federal de 1988, na parte que trata da família – aí inseridos a criança e o adolescente -, após estabelecer a regra da especial proteção estatal à família – incluindo, logicamente, aquela constituída pela adoção, como na monoparentalidade, § 4º, do artigo 22623 – o texto expressamente se refere à adoção no § 5º, do artigo 22724, prevendo que a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.

Houve duas providências em nosso país levada a nível

constitucional, assistência a adoção pelo Poder Público e a lei específica por

parte dos estrangeiros.

Ao abordar o tema Chaves [1994, p. 43]:

23 Art. 226 § 4º. Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes [CRFB, 2004, p. 143]. 24 Art. 227 § 5º. A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros [CRFB, 2004, p. 145].

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A matéria, em nosso país, foi levada a nível constitucional: o art. 227, § 5º traçou os lineamentos de uma nova política através de duas providências. Obrigou a assistência à adoção pelo Poder Público, o que anteriormente não ocorria, e estabeleceu que a lei especificasse casos e condições para a sua efetivação por parte de estrangeiros.

Esses procedimentos estão fornecidos na Constituição da

República, nos artigos citados.

2.5 ADOÇÃO NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Com o Estatuto da Criança e do Adolescente, houve várias

alterações mudando e tentando aperfeiçoar as formas de adoção.

Rizzardo [2005, p. 537] expõe:

Com o Estatuto da Criança e do Adolescente, profundas as alterações que apareceram. Duas, então, as formas de adoção que remanesceram: a do Código Civil e a do Estatuto, aplicável aquela aos maiores de dezoito anos e procedida através de escritura pública, e a última aos menores até dezoito anos, a quem era dirigido o diploma da Lei nº. 8.069/90.

O rito processual continua sendo somente a adoção de

menores até dezoito anos de idade, salvo se já estiverem com guarda dos

adotantes.

Esclarece ainda Rizzardo [2005, p. 578]:

Em primeiro lugar, é certo que o rito processual da Lei nº. 8.069, de 1990, restringe-se somente à adoção de menores até dezoito anos de idade, salvo se já estiverem sob a guarda dos adotantes. É o que se extrai do art. 40 da lei em exame: “O adotando deve contar, com no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes”.

O Estatuto da Criança e do Adolescente tentou unificar os

dois modelos de adoção que estão vigorando nesse período vigente, portanto

sendo sempre prioritário o bem da criança e do adolescente.

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Ao abordar o tema Gama [2003, p. 524] esclarece:

(...), o Estatuto da Criança e do Adolescente unificou os dois modelos de adoção que vigoraram no período de vigência da Lei nº. 6.697/79, diante da inutilidade da distinção entre adoção simples e adoção plena com o advento da Constituição Federal de 1988, introduzindo uma série de novidades em matéria de adoção e de outros institutos jurídicos voltados para a proteção dos interesses prioritários da criança e do adolescente. (...) o texto do ECA cuidou de vários aspectos relacionados aos direitos fundamentais da criança e do adolescente, entre eles o direito à convivência familiar, o que pressupõe a inserção das pessoas tuteladas pelo Estatuto em organismos familiares, ou a proteção deles na âmbito das famílias naturais (ou originárias). A adoção estatutária passou a ser aquela reservada pelo ECA às crianças e aos adolescentes – portanto, até os dezoito anos de idade -, ou aos maiores de dezoito e menores de vinte e um – desde que o adotando estivesse sob a guarda ou tutela dos adotantes quando completou dezoito anos de idade.

É irrevogável a adoção prevista no Estatuto da Criança e do

Adolescente, que se caracteriza com a sentença, diferentemente da adoção

prevista no Código Civil de 1916 que era revogável.

Afirma Ishida [2003, p. 235]:

A adoção do ECA é irrevogável e se perfaz através de sentença ao passo que a adoção do CC de 1916 era revogável de acordo com os ditames dos arts. 373 e 374. No caso da adoção estatutária, podiam adotar os maiores de 21 anos, independentemente do estado civil, desde que dezesseis anos mais velhos que o adotado. A adoção só seria deferida quando apresentasse reais vantagens aos adotandos.

O Estatuto da Criança e do Adolescente veio para garantir a

proteção plena da criança e do adolescente, para que assim tenham atendidas

todas as necessidades básicas, abolindo assim quaisquer tipos de discriminação.

Expõe Silva Filho [1997, p. 33]:

38

O ECA destaca o direito da criança e o adolescente por serem criados e educados, no seio de sua família e, “excepcionalmente, em família substituta” (art. 19), “proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação” (art. 20).Este amparo deve ser o mais completo possível, segundo as disposições constitucionais e as regras do ECA.

Para a criança e nem para os pais interessados na adoção

vai ser fácil o estágio de convivência para essa adaptação, foi criada essa família

substituta, após esse estágio poderá ocorrer uma adoção mais apropriada para

ambas as partes.

2.6 A ADOÇÃO NO NOVO CÓDIGO CIVIL

O Código Civil dispõe da adoção de menores e a de

adolescentes maiores de 18 anos, exigindo todos os procedimentos judiciais

necessários para a sua concretização.

Afirma Gonçalves [2005, p. 333]:

No Código Civil de 2002, o instituto da adoção compreende tanto a de crianças e adolescentes como a de maiores, exigindo procedimento judicial em ambos os casos (art. 162325). Descabe, portanto, qualquer adjetivação ou qualificação, devendo ambas ser chamadas simplesmente de “adoção”. Foram reproduzidos, na quase-totalidade e com algumas alterações de redação, os dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Contudo, o novo diploma não contém normas procedimentais, não tratando da competência jurisdicional.

O Código Civil modificou todo o instituto da adoção previsto

no Código anterior.

Granato [2005, p. 109] esclarece:

As disposições que entraram em vigor em 11.01.2003, alteraram radicalmente o instituto da adoção do Código anterior, embora só se aplicasse à adoção de maiores de 18 anos, ainda subsistia,

25 Art. 1623. A adoção obedecerá a processo judicial, observados os requisitos estabelecidos neste Código [Código Civil, 2003, p. 357].

39

com suas características contratuais. No atual, as mesmas disposições aplicáveis aos menores, preconizadas pela Constituição Federal e explicitadas no Estatuto da Criança do Adolescente, passa a abranger também a adoção dos maiores, ressalvadas alguma peculiaridades.

O Código Civil de 2002, unifica as duas modalidades de

adoção, mas prioriza os interesses tutelados da Criança e do Adolescente.

Para Gama [2003, p. 501]:

O Código Civil de 2002 unifica as duas modalidades de adoção no Capítulo IV, do Subtítulo II, do Título I, do Livro IV, da Parte Especial, tratando o instituto nos artigos 1.618 a 1.629. É conveniente considerar que os interesses tutelados no âmbito da adoção não são prioritariamente do adotante, mas sim da criança e do adolescente, especialmente a partir da Constituição Federal de 1988 que, no seu artigo 22726, acolhe a doutrina da proteção absoluta e integral da criança e do adolescente, reconhecendo-os como sujeito de direitos, inclusive fundamentais.

Todas as instituições da adoção compreendem tanto o

Adolescente e as Crianças, quanto os maiores de 18 anos. Não há no novo

diploma normas procedimentais. E são mantidas as atribuições exclusivas do Juiz

da Infância e da Juventude para conceder a adoção com os procedimentos do

Estatuto da Criança e do Adolescente.

Leciona Gonçalves [2002, p. 103]:

No novo Código Civil o instituto da adoção compreende tanto a de crianças e adolescentes como a de maiores, exigindo procedimento judicial em ambos os casos. Descabe, portanto, qualquer adjetivação, devendo ambas se chamadas simplesmente de “adoção”. Foram reproduzidos, na quase-totalidade e com algumas alterações de redação, os dispositivos do Estatuto. Contudo, o novo diploma não contém normas procedimentais, não

26 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão [CRFB, 2004, p. 144].

40

tratando da competência jurisdicional. Mantêm-se, portanto, a atribuição exclusiva do Juiz da Infância e da Juventude para conceder a adoção e observar os procedimentos previstos no mencionado Estatuto, no tocante aos menores de dezoito anos.

2.7 ADOÇÃO NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E A

CORRELAÇÃO COM O CÓDIGO CIVIL

O ECA dá em seus artigos uma regulamentação para a

adoção internacional, e leis aplicáveis para complementação.

Leciona Leite [2005, p. 24]:

O Estatuto da Criança e do Adolescente continua a regular a adoção internacional de crianças no Brasil, uma vez que o novo Código Civil Brasileiro (Lei nº. 10.406/2002), promulgado em 10 de janeiro de 2002, regula apenas a adoção nacional e deixa a adoção internacional para ser regulada por lei especial, especificando: “Art. 1.629. A adoção por estrangeiro obedecerá aos casos e condições que forem estabelecidos em lei”.

Começou o processo de adoção no nosso Código Civil de

2002 e para melhore entendimento foi criado o ECA, especificando as regras para

a adoção mais para os menores de 18 anos.

Ao abordar o tema Pereira [2004, p. 400]:

O Estatuto da Criança e do Adolescente estabeleceu rigoroso sistema para a adoção de menores de 18 anos, cujos requisitos foram recepcionados, em grande parte, pela Lei Civil de 2002. Atendendo a regra do art. 5º que reduziu a capacidade civil para 18 anos, o art. 1618 do Código Civil prevalece a orientação estatutária (art. 40 do ECA) no sentindo de que pode adotar qualquer pessoa que atinja a maioridade. Outrossim, mantém-se o princípio de que os menores de 18 anos estão sujeitos aos procedimentos previstos no Estatuto. Alerte-se, no entanto, para o mesmo artigo, ao excepcionar, no seu final, a situação do adotando já estar sob a guarda ou tutela dos adotantes.

41

Nos dias de hoje, o Código Civil vigente, trata da adoção dos

maiores e dos menores de 18 anos.

Afirma Guimarães [2003, p. 32]:

Com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente e a revogação do Código de Menores, deixaram de existir as então denominadas adoção simples e adoção plena, que envolviam menores em situação irregular, passando a coexistir apenas, em nosso direito pátrio, a adoção de crianças e adolescentes, sempre regidas pelo Estatuto, independentemente da situação jurídica do adotando, e a adoção regida pelo Código Civil. (...) com o novo Código Civil, foram mantidas essas duas espécies de adoção, ou seja, a adoção de menores de 18 anos e a de maiores de 18 anos, ambas regidas pelo novo Código Civil.

O ECA persiste na adoção mais no momento ele não pode

conflitar com as normas inovadoras que constam no Código Civil que modifica

algumas regras para melhor atender esses fatos.

Leciona Venosa [2003, p. 347]:

(...) persiste a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente em matéria de adoção, em tudo que não conflitar com normas inovadoras introduzidas no novo Código Civil. Muitos dos dispositivos são repetitivos e expressam a mesma noção do ECA. Dentro desta orientação dessa lei, condicionando a capacidade de adotar à maioridade civil, de acordo com o novo Código, “só a pessoa maior de dezoito anos pode adotar”.

Neste Capítulo demonstrou-se de maneira genérica

aspectos legais atinentes a adoção.

No próximo Capítulo tratar-se-á da Adoção de Crianças e

Adolescentes por Estrangeiros Residentes no Brasil.

42

CAPÍTULO 3

ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES POR ESTRANGEIROS RESIDENTES NO BRASIL

3.1 ADOÇÃO DE CRIANÇAS BRASILEIRAS POR PARTE DE ESTRANGEIROS

No Código Civil não está inserida na adoção por

estrangeiros disciplinada em leis especial..

Rizzardo [2005, p. 593] afirma:

Primeiramente, esclareça-se que as disposições do Código Civil não incidem na adoção por estrangeiros, sendo expresso seu art. 1.629: “A adoção por estrangeiro obedecerá aos casos e condições que forem estabelecidos em lei”. Sendo a matéria regulada pela lei nº. 8.069, necessariamente esta espécie de adoção segue seus ditames.

Os estrangeiros residentes no país, poderão adotar com

igualdade de condições com os nacionais mesmo que a lei de seu próprio país

ignore o instituto da adoção.

Ao abordar o tema dispõe Gonçalves [2005, p. 352]:

Ressalve-se que o estrangeiro radicado no Brasil poderá adotar em igualdade de condições com os nacionais, mesmo que a lei de seu país de origem ignore o instituto da adoção, uma vez que prevalece entre nós a lei do domicílio, como estabelece o art. 7º da Lei de Introdução ao Código Civil27.

A adoção internacional também é conhecida como

transnacional, ocorre quando adotante e adotado tem domicílio em países

diversos.

27 Art. 7º. A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família [Código Civil, 2003, p. 3].

43

Expõe Granato [2005, p. 113]:

A adoção internacional, também conhecida por adoção transnacional, é aquela que ocorre quando o adotante tem seu domicílio em um país e o adotado tem residência habitual em outro. Prevalece a da nacionalidade, quando o adotando e adotante tiverem nacionalidades diferentes e a legislação reguladora da adoção for a do adotante. Na verdade, a capacidade para adotar e os efeitos da adoção deverão ser apreciados pela lei do domicílio do adotante e a capacidade para ser adotado. Veio a lei 8.069/90 regulamentar a adoção internacional e determinar condições para sua concessão.

O estrangeiro poderá adotar no Brasil se puder comprovar

sua intenção de permanecer no mesmo cumprindo assim o prazo de

convivência.(artigo 51 $ 4° do ECA).

Expõe Diniz [2004, p. 466]:

Como no Brasil prevalece a lei do domicílio (LICC, art. 7º), qualquer estrangeiro aqui radicado e residente poderá adotar, mesmo que a lei de seu país de origem ignore o instituto da adoção, seguindo o mesmo procedimento exigido para um adotante brasileiro, dispensando a apresentação dos documentos arrolados no art. 51 do ECA, desde que comprovada sua intenção de permanecer no Brasil.

Já as famílias estrangeiras só poderão funcionar como

família substituta desde o processo de adoção. Com destaque na adoção por

estrangeiros residentes fora do país mais conhecido como adoção internacional

existindo características especiais para essa modalidade.

Esclarece Sznick [1999, p. 241]:

Quanto a famílias estrangeiras, só podem funcionar como família substituta na modalidade mais estável e duradoura que é a adoção. Para nós, essa limitação deve ter ligação exatamente com a duração e estabilidade do instituto da adoção, diante da relativa transitoriedade da guarda e da tutela. Uma família estrangeira residente no Brasil tem condições de ter uma criança sob sua guarda. Admite-se à família estrangeira a adoção em

44

“caráter excepcional”. Na verdade, e o próprio legislador sabia disso, a adoção por estrangeiros – e que sequer moram no Brasil – não é tanto excepcional assim, muito pelo contrário.

As famílias estrangeiras funcionam como família substituta

para adotar uma criança. No caso de estrangeiro residente no Brasil as condições

para conceder a guarda é muito mais favorável.

Afirma ainda Sznick [1999, p. 465]:

O legislador, no Estatuto, consagrou dois artigos, em especial, ao que se refere à adoção por estrangeiro residente fora do País, chamando-a de adoção internacional (art. 5228). São os arts. 5129 (com 4 incisos) e 5230 (parágrafo único), com características especiais dessa adoção, além dos requisitos e características normais já examinadas. Assim é que o art. 51 estatui: “Cuidando-se de pedido de adoção formulado por estrangeiro residente ou domiciliado fora do País, observar-se-á o disposto no art. 31”. (...) o art. 31 reza que “a colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção”.

No caso dos estrangeiros residentes fora do país, esta é

considerada a adoção internacional.

28 Art. 52. A adoção internacional poderá ser condicionada a estudo prévio e análise de uma comissão estadual judiciária de adoção, que fornecerá o respectivo laudo de habilitação para instruir o processo competente [ECA, 2002, p. 10]. 29 Art. 51. Cuidando-se de pedido de adoção formulado por estrangeiro residente ou domiciliado fora do País, observar-se-á o disposto no art. 31. § 1º O candidato deverá comprovar, mediante documento expedido pela autoridade competente do respectivo domicílio, estar devidamente habilitado à adoção, consoante as leis do seu país, bem como apresentar estudo psicossocial elaborado por agência especializada e credenciada no país de origem; § 2º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá determinar a apresentação do texto pertinente à legislação estrangeira, acompanhado de prova da respectiva vigência; § 3º Os documentos em língua estrangeira serão juntados aos autos, devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado; § 4º Antes de consumada a adoção não será permitida a saída do adotando do território nacional [ECA, 2002, p.9]. 30 Art. 52. A adoção internacional poderá ser condicionada a estudo prévio e análise de uma comissão estadual judiciária de adoção, que fornecerá o respectivo laudo de habilitação para instruir o processo competente [ECA, 2002, p. 10].

45

3.2 ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA PARA ESTRANGEIROS

A família interessada vai se obrigar a fazer o estágio de

convivência em um hotel ou casa alugada, durante o período estabelecido.

Ao abordar o tema Rizzardo [2005, p. 597]:

Percebe-se que a família ou o adotante terá que conviver com o menor, durante o período referido, no Brasil, em hotel ou em residência alugada. Daí a impossibilidade de ser representado através de procuração, o que, aliás, é proibido pelo art. 39, parágrafo único31.

Inexiste a possibilidade de se cumprir esse estágio sem

autorização judicial. Essa autorização é conhecida como guarda provisória.

Granato [2005, p. 118] afirma:

Não existe possibilidade de o estrangeiro, interessado em adotar, cumprir o estágio de convivência, se não tiver uma autorização escrita pelo juiz, documento esse que legitimará a presença da criança ou do adolescente em sua companhia. Essa autorização, na verdade, é uma “guarda provisória”. Não teria sentido ficar o adotante no hotel e a criança na instituição, para cumprir o estágio, porque então não haveria convivência.

A finalidade na convivência de comprovar a compatibilidade

entre as partes e ver se no futuro seria um bom ato para ambas as partes.

Esclarece Rodrigues [2004, p. 345]:

A finalidade do estágio de convivência é comprovar a compatibilidade entre as partes e a probabilidade de sucesso da adoção. Daí determinar a lei sua dispensa em duas hipóteses: a) quando o adotando for infante de menos de um ano, pois nesse caso é extremamente provável o ajuste do menor com seu novo progenitor; b) qualquer que seja a idade do adotando, quando este já estiver na companhia do adotante durante tempo suficiente para se poder avaliar a convivência da constituição do vínculo.

31 Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei. Parágrafo único. É vedada a adoção por procuração [ECA, 2002, p. 8].

46

Existe também o estado de convivência por estrangeiros

residentes ou domiciliados fora do Brasil, a ser cumprido, em território nacional,

em prazo previamente estipulado.

Para Diniz [2004, p. 467]:

Estágio de convivência, exigido na hipótese de adoção por estrangeiro residente ou domiciliado fora do Brasil, a ser cumprido no território nacional, de 15 dias, no mínimo, se o adotando for criança de até 2 anos de idade e de 30 dias, no mínimo, se tiver mais de 2 anos de idade (art. 46 § 2º; Projeto de Lei nº. 6.960/2002, art. 1629, § 6º). Tal prazo de permanência ficará a critério do órgão judicante e poderá dificultar a adoção, pois sua exigência poderá trazer ao casal estrangeiro prejuízos de ordem econômica e trabalhista, pelo tempo que deverá ficar no Brasil.

O prazo de convivência para os estrangeiros é de 15 dias

no mínimo com crianças de até 2 anos e 30 dias para crianças acima de 02 anos.

Leciona Sznick [1999, p. 383]:

(...) “em caso de adoção por estrangeiro residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, será de, no mínimo, quinze dias para as crianças até dois anos de idade e de, no mínimo, trinta dias quando se tratar de adotando acima de dois anos de idade”.

É obrigatório a realização do estágio de convivência no

Brasil, quando se tratar de adoção por estrangeiros residentes no exterior.

Leciona Chaves [1994, p. 32]:

O Estatuto da Criança e do Adolescente, por sua vez, Lei nº. 8.069, de 13.07.1990, além de exigir, em caso de adoção por estrangeiro residente ou domiciliado fora do país, estágio de convivência, cumprido em território em território nacional, de no mínimo quinze dias para as crianças de até dois anos de idade, e de no mínimo trinta quando se tratar de adotando acima desta idade (art. 46, § 2º).

47

Para ser realizada a adoção por estrangeiros residente ou

domiciliado fora do país vai passar pelo estágio de convivência cumprido no

território nacional, respeitando prazos.

3.3 REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A ADOÇÃO POR ESTRANGEIROS

NO BRASIL

Tendo sempre requisitos estipulados, podendo observar a

idade, se é maior ou menor, representante legal e sua vantagem real.

Ao abordar o tema Rizzardo [2005, p. 595]:

No tocante aos requisitos comuns, também exigíveis na adoção por brasileiro, pode-se dizer que são os seguintes: a) O adotando deve ter no máximo, dezoito anos, salvo se já estiver sob a guarda ou a tutela dos adotantes; b) os adotantes devem ser maiores de vinte e um anos; c) a diferença de idade entre o adotante e adotado excedente a dezesseis anos; d) os pais ou o representante legal do adotado devem consentir diretamente, salvo quando desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio- poder, e proíbe-se o consentimento por procuração; e) a vantagem real para o adotando, ou motivo legítimo; f) o estágio de convivência.

Existe também requisitos específicos que constam nos

artigos citados ao longo da mesma.

Esclarece ainda Rizzardo [2005, p. 596]:

Quanto aos requisitos específicos, é indispensável, em primeiro lugar, que o estrangeiro se encontre legalmente habilitado, segundo as leis do seu país. Exigência esta clara, inserida no § 1º do art. 51: “O candidato deverá comprovar, mediante documento expedido pela autoridade competente do respectivo domicílio, estar devidamente habilitado à adoção, consoante às leis de seu país, bem com apresentar estudo psicossocial elaborado por agência especializada e credenciada no país de origem”.

48

Após a adoção o filho que não era consangüíneo, passa a

ser, participando assim das linhas de parentes, objetivando a naturalidade entre

ambos.

Rodrigues [2004, p. 344] expõe:

Como a adoção cria um parentesco, em linha reta, de primeiro grau, a lei estabelece essa diferença de dezesseis anos, que, ordinariamente, seria a menor concebível, no caso de parentesco consangüíneo. Com efeito, a regra se inspira na idéia de que a adoção procura imitar a natureza e, assim, mister se faz estabelecer entre as partes, que vão assumir as posições de pai e filho, uma diferença que as situe em gerações diversas.

Para a realização plena da adoção são essenciais o respeito

de alguns requisitos impetrados no Código Civil.

Leciona Gonçalves [2002, p. 103]:

Os principais requisitos constantes do novo Código Civil são: a) idade mínima de dezoito anos para o adotante; b) diferença de dezesseis anos entre adotante e adotado; c) consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar; d) concordância deste, se contar com mais de doze anos; e) processo judicial; f) efetivo benefício para o adotando.

Existe documento de habitação, tendo como requisitos

principais que o país do requerente permita a adoção nacional de filhos

estrangeiros e conceda a origem ao adotado status de cidadão.

Sznick [1999, p. 465] expõe:

a) documento de habilitação – assim, deve apresentar documento, passado pela autoridade do país de origem. De início, a necessidade dessa documentação visa comprovar dois pontos: 1) se o país a que pertence o requerente permite a adoção de nacional, de filhos estrangeiros; 2) se concedida a permissão, o país de origem concede ao adotado o status de cidadão, ou seja, permite que o adotando adquira, ainda que haja um lapso temporal, através da adoção, a nacionalidade dos requerentes-adotantes.

49

b) estudo psicossocial – este estudo psicossocial corresponde ao nosso laudo ou estudo social ou perícia realizada por equipe interprofissional, de que tratam os arts. 16032, 16233 e 16734 do Estatuto.

Para concretizar, precisa do laudo, perícia do estudo social.

3.4 CONVENÇÃO DE HAIA

A Convenção de Haia por não se tratar de norma de conflito,

o Juiz aplica o direito nacional preservando o direito das crianças e combatendo o

tráfico de menores.

Esclarece Leite [2005, p. 25]:

A Convenção de Haia de 1993, incorporada ao direito brasileiro através do Decreto nº. 3.087/99, obteve um grande impacto no ordenamento jurídico brasileiro justamente por não se tratar de uma Convenção com normas de conflito de leis clássicas, mas sim uma convenção que prioriza normas administrativas e de processo civil. Apesar de originária da comemoração de 100 anos da Conferência de Haia de Direito Internacional Privado, esta Convenção de 1993 não traz normas clássicas de conflito, visa à cooperação administrativa e judicial, permitindo a cada juiz e Autoridade central aplicar seu direito nacional, de forma a preservar os interesses e direitos das crianças, bem como combater os perigos da adoção internacional, em especial o tráfico de crianças.

32 Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público [ECA, 2002, p. 36]. 33 Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento [ECA, 2002, p. 36]. 34 Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência [ECA, 2002, p. 37].

50

A Convenção ficou relativa a proteção, tendo como amparo

o Ministério Público que exerce a função de autoridade.

Expões Gonçalves [2005, p. 352]:

Aplicam-se à hipótese a regulamentação estabelecida nos arts. 51 e 52 do Estatuto da Criança e do Adolescente, e os princípios do Decreto nº. 3.087/99, que ratificou a “Convenção Relativa à Proteção e Cooperação Internacional em Matéria de Adoção Internacional” aprovada em Haia, em 29 de maio de 1993. O Ministério da Justiça passou a exercer as funções da Autoridade Central indicada no Documento Internacional.

A adoção com as regras de Haia foram alteradas com

decretos pelo Brasil

Ao abordar o tema Venosa [2003, p. 342]:

A adoção é objeto de regras internacionais. O Brasil é signatário da Convenção sobre Cooperação Internacional e Proteção de Crianças e Adolescentes em Matéria de Adoção Internacional, concluída em Haia, em 29-5-93. Essa convenção foi ratificada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo nº. 3.087/99. Essa norma internacional tem disposições que devem ainda ser adaptadas à legislação interna.

3.5 ADOÇÃO INTERNACIONAL E O COMBATE AO TRÁFICO DE CRIANÇAS

E ADOLESCENTES

No fato de ser adoção internacional o perigo de tráfico de

crianças é de valor elevado, pelo fato de que há algum envolvimento financeiro

entre as partes. Esta situação de perigo viria através da atualização da legislação

nacional.

Ao abordar o tema Leite [2005, p. 47]:

Tráfico de crianças com finalidade de adoção pode ser definido como o processo visando à transferência internacional definitiva

51

da criança de um país para o outro, em que qualquer um dos envolvidos recebe algum tipo de contraprestação financeira por sua participação e o sucesso da adoção internacional. A resposta a esta situação de perigo para as crianças viria através da atualização da legislação nacional dos vários países envolvidos e da elaboração de novos atos internacionais entre as quais se insere a nova Convenção de haia de 1993, sobre a proteção e a cooperação em matéria de adoção internacional.

A adoção internacional com as crianças ou adolescentes de

estrangeiros residentes no exterior, é ainda complicado e fica muito mais difícil de

controlar o tráfico de menores.

Expõe Gonçalves [2005, p. 352]:

A adoção por estrangeiro residente ou domiciliado fora do País tem despertado polêmica, sendo combatida por muitos sob a alegação de que pode conduzir ao tráfico de menores ou se prestar à corrupção, bem como que se torna difícil o acompanhamento dos menores que passam a residir no exterior.

Para esse tipo de ato ilegal, como o tráfico de menores, o

Código Penal prevê de 04 a 06 anos de reclusão.

Afirma Pereira [2004, p. 400].

Com o fito de coibir os abusos na adoção por estrangeiro residente fora do país, o Estatuto pune “quem promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior, com inobservância das formalidades legais ou com fito de obter lucro, incorrendo o agente na pena de reclusão de 4 a 6 anos.

Esclarece Venosa [2003, p. 341]:

A adoção internacional, mais suscetível a fraudes e ilicitudes, é dos temas mais delicados, sujeito a tratados e acordos internacionais e reciprocidade de autoridades estrangeiras. Procura-se minimizar a problemática do tráfico de crianças. O estrangeiro, domiciliado no Brasil, submete-se às regras nacionais de adoção e pode adotar, em princípio, como qualquer brasileiro.

52

Nessas condições está tentando se alterar e criar algumas

leis para abolir ou minimizar o tráfico de menores, que por sua vez é muito

elevado em nosso país, fazendo assim os estrangeiros respeitarem nossas leis.

De qualquer modo, a adoção é um ato de amor e

solidariedade.A pessoa que adota,traz para a sua vida um outro ser e tem a

responsabilidade de dar educação, saúde alimentação, formação moral e afetiva,

entre outros. Se realizada de maneira correta, dentro dos ditames legais, e com o

intuito de solidariedade, tanto faz que os adotantes sejam brasileiros ou

estrangeiros, o que importa é o bem estar do adotado.

Todas as regras existentes,assim como os requisitos

exigentes, são necessários para se evitar que os menores sofram maus tratos ou

rejeição por parte dos adotantes,.

Assim, com a presente pesquisa verifica-se, que a adoção

por parte de estrangeiros residentes no país,é semelhante aquela realizada por

brasileiros.Verificou-se ainda que o tema proposto não se esgotou com esta

Monografia, mas que continua a despertar interesse nas pessoas e é fonte de

muitas outras pesquisas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo investigar a luz da

legislação e da doutrina, jurisprudência brasileira, o funcionamento do instituto da

adoção por estrangeiros, buscando mostrar quais fora, e como ocorreram suas

modificações no decorrer dos tempos.

O interesse pelo tema abordado deu-se em virtude das

transformações decorrentes do passar dos anos, visto que se tratou de um

assunto existente a longa data e, principalmente pela sua complexidade, tendo

em vista que esse tema vem sendo abordado no contexto nacional e

internacional, em suas diversas facetas: jurídica, ética, moral e psicológica.

53

Pata seu desenvolvimento lógico o trabalho foi dividido em

três Capítulos.

O Primeiro Capítulo abordou a parte histórica do instituto da

adoção, bem como, sua evolução.

Conforme disposto neste Capítulo, observou-se que o

instituto da adoção, em suas primeiras legislações e principalmente em seu

propósito, era muito inferior as finalidades e valores que atualmente são-lhes

pertinentes.

O Segundo Capítulo foi destinado a tratar da adoção no

direito brasileiro com análise em aspectos processuais e legislação vigente,

verificando também, as várias formas de inserção de crianças e adolescentes em

famílias substitutas e estrangeiras.

No Terceiro Capítulo, estudou-se a adoção de crianças e

adolescentes por estrangeiros residentes no Brasil, buscando-se ainda fazer uma

demonstração dos parâmetros utilizados na adoção internacional, seus pontos

positivos e negativos, procedimentos.

Com relação a primeira hipótese, que se referiu a mudança

nas finalidades da adoção no decorrer da história, tem-se que a mesma foi

integralmente confirmada. Observou-se na antiguidade, que o propósito da

adoção era a continuação do culto. Atualmente o propósito da adoção na maioria

das países, bem como no Brasil, está estritamente relacionada aos benefícios do

adotando.

Já na segunda hipótese, alusiva aos benefícios que o

instituto da adoção deverá possuir para o adotando, também restou confirmada,

demonstrou-se que, em consonância com a lei brasileira no que rege o instituto

da adoção nos dias de hoje, é a real preocupação com o bem estar do menor e se

protegendo do tráfico dos mesmos, gerando uma família substituta, já que a

biológica lhe negou . Tudo se encontra destacado nos artigos da ECA e do novo

Código Civil Brasileiro

54

As respostas para as hipóteses são:

A primeira hipótese restou totalmente confirmada, pois os casais estrangeiros residentes e domiciliados no exterior podem adotar

crianças brasileiras, sendo que o Eca permite esta modalidade de adoção expressamente nos artigos 51 e 52 da Eca.�

O segundo capítulo, ao verificar, em síntese, que, verdadeiramente,

restou confirmada a hipótese pois a exigência do estagio de convivência poderá trazer ao casal estrangeiro prejuízos de ordem econômica,pelo tempo que devera ficar no Brasil para suprir este

requisito�

O conjunto de argumentos expostos no terceiro capítulo confirmou pois os estrangeiros residentes no país poderão adotar em igualdade de condições com

os nacionais ,mesmo que a lei de seu país de origem ignore os institutos da adoção ,uma vez que o Brasil prevalece a lei do domicilio como estabelece o

artigo 7 da lei de introdução ao código civil .

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