bianca barbosa gregorio

61
SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL Bianca Barbosa Gregorio Citologia Quantitativa e Qualitativa de Lavados Broncoalveolares em Pacientes com Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborada no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual / CEDEP. Àrea: Citologia Oncótica São Paulo 2013

Upload: others

Post on 03-Oct-2021

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE

PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL

Bianca Barbosa Gregorio

Citologia Quantitativa e Qualitativa de Lavados

Broncoalveolares em Pacientes com Doenças

Pulmonares Intersticiais Difusas

Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento

Profissional/SES, elaborada no Instituto de Assistência

Médica ao Servidor Público Estadual / CEDEP.

Àrea: Citologia Oncótica

São Paulo

2013

Hospital do Servidor Público Estadual Francisco

Morato de Oliveira

Citologia Quantitativa e Qualitativa de

Lavados Broncoalveolares em Pacientes

com Doenças Pulmonares Intersticiais

Difusas

Bianca Barbosa Gregorio

São Paulo

2013

Trabalho de Conclusão de

Aprimoramento Profissional em

Citologia Oncótica, sob Orientação

do preceptor Luiz Marcelo

Warnecke Espoladore.

Bianca Barbosa Gregorio

Trabalho de Conclusão de Aprimoramento Profissional em Citologia

Oncótica.

Orientador: Luiz Marcelo Warnecke Espoladore

Citologia Quantitativa e Qualitativa de Lavados

Broncoalveolares em Pacientes com Doenças Pulmonares

Intersticiais Difusas

Data da Aprovação: __ /__ /____

COMISSÃO EXAMINADORA

Luiz Marcelo Warnecke Espoladore

Biomédico, preceptor e orientador

Ester Nei Aparecida Martins Coletta

Médica Patologista e co-orientadora

São Paulo

2013

A

Agradecimentos

Meu muito obrigada a todos que

participaram de maneira ativa ou não

neste trabalho, por todo apoio técnico ou

emocional. Sem vocês, não haveria mais

esta realização na minha vida.

B

Dedicatória

Primeiramente, queria agradecer a Santa Paciência. Porque são tantos intempéries e obstáculos no

caminho, principalmente no meio da ciência e da saúde, que haja paciência. Haja perseverança. Mas ela

foi boa para mim e permitiu que eu não surtasse (não muito) no meu trajeto. E tem que ser assim. Porque

nada que é muito fácil tem tanto valor. A superação de problemas faz parte do aprendizado, tanto

acadêmico como pessoal. E posso dizer que aprendi. Bastante.

Tenho que agradecer também, e agradecer muito, a minha família. Por todo o apoio, sempre

incondicional na minha jornada. Apoiando meus sonhos, ouvindo reclamações e aqueles pequenos surtos

citados acima (aqueles que nem a Santa Paciência conseguiu evitar) e me incentivando a não parar. Por

compreenderem que o caminho que eu escolhi (e que parece ter me escolhido no final das contas) é longo

e demorado. Que a recompensa tarda, mas um dia chega. E, apesar de nunca terem dito isso com estas

exatas palavras, insistiram naquele velho e verdadeiro clichê: somos do tamanho de nossos sonhos. E

temos que sonhar grande. Também somos do tamanho de nossa disciplina, de nosso comprometimento.

Da vontade de atingir um objetivo. Eles me deram esse conceito e me ajudaram, ajudam e sempre

ajudarão a acreditar nele. Vá atrás daquilo que você acredita que é seu. E estude. Conhecimento é o bem

mais precioso que podemos ter. Ninguém tira de nós. É riqueza que perdura e uma das poucas coisas que

pode nos tornar, de certa forma, imortal. Obrigada. De verdade.

Queria agradecer com todo meu coração à minha família postiça de Botucatu: Alexandre

(Kitasato), Evandro (Japa) e Danilo Flávio (Guaxu). Vocês estavam lado a lado comigo quando ainda

nem éramos biomédicos e continuaram comigo agora que estamos aí, lutando para perseverar na profissão

que escolhemos, amamos e honramos (apesar de toda a dor de cabeça que ela nos dá!). Fomos por

caminhos diferentes, mas nossa amizade está sempre aqui comigo. Vocês ainda me ouvem, me

incentivam e enxergam algo que às vezes eu nem mesma consigo enxergar em mim. Esse trabalho é para

vocês também. Aliás, precisamos comemorá-lo como sempre fazemos: muitas risadas e sonhos

compartilhados.

Outra família que eu ganhei também foi a família Pato. Minhas queridas AP2, Samara (Irmã Pato)

e Priscila (Mamãe Pato). Convivemos por apenas um ano, mas foi um ano longo e paradoxal, que nos

aproximou demais. Vocês me ensinaram tanto sobre a citologia, a amá-la e a respeitá-la e tanto sobre a

vida, como amizade verdadeira. Foram tantas risadas, surtos psicóticos, cafés da manhã e coquinhas, que

não tem como esquecer. Acho que nem consigo dizer como sinto a falta da companhia e apoio de vocês.

Mas somos citologistas agora (uau!) e tenho certeza que nossos caminhos voltarão a se cruzar. E também,

não deixarei duas pessoas tão maravilhosas saírem da minha vida tão fácil. Não fujam!!! Eu as

encontrarei.

Minhas AP1, Bruna e Verena, que posso dizer delas? São duas pessoas tão diferentes, mas se

complementam e me complementam. Companheiras sempre, passamos por poucas e boas que só nós

entendemos. Muito obrigada por estarem comigo e terem se tornado parte essencial do meu dia-dia e o

tornado muito melhor. Meu recado é: não desistam. Nós vamos conseguir. Essa é só uma fase e a próxima

é a melhor de todas.

Também participaram dessa jornada de crescimento, duas outras grandes pessoas e profissionais:

Joelma e Leonor. A Jô e a Leo. A Jô, uma das pessoas mais doces que eu conheci, um coração tão grande!

C

A Leo, tão correta e tão descontraída, sempre me fazendo morrer de rir. Não foi citologia que vocês me

ensinaram, não foram só risada e bagunças que compartilhamos. Tenho muita admiração por vocês e tudo

que vocês me ensinaram, direta e indiretamente, vai ficar comigo para sempre. Espero poder honrar tudo

isso, com o esforço e a devoção que vocês mostram pela citologia. Não posso esquecer-me da Márcia,

recém-chegada, também tenho a agradecer. Foi um grande prazer conhecer, conversar e compartilhar

experiências com você. Espero que nos cruzemos por aí e que todos os seus sonhos também se realizem!

Agradeço também a meu preceptor, Luiz Marcelo, por ter me dado a chance de cursar o

aprimoramento e ter acreditado em mim, por sua dedicação. Afinal, eu cheguei sem saber quase nada. E

hoje eu sei muito, mas sei que tenho muito mais para aprender. Também agradeço a minha co-

orientadora, Dra. Ester, por sempre me ouvir e por me incentivar a gostar do lavado. Agradeço também a

equipe do DAR, Dr. Carlos Pereira e Dra. Raquel, por abrirem as portas desse mundo tão interessante,

dedicar seu tempo muitas vezes corrido, para sentarmos e discutirmos esse trabalho, de maneira justa e

construtiva.

Somos resultados de muitas variáveis.

Esse trabalho não é somente meu.

E meu sucesso, é o sucesso de vocês.

Obrigada.

De verdade.

Bianca B Gregório

(Biomédica e, agora, Especialista em Citologia Oncótica!!!!)

D

Epígrafe

Only after you lost everything that you´re free to do

anything.

Fight Club, 1999.

Sumário Resumo ........................................................................................................................................... I

Abstract .......................................................................................................................................... II

Lista de Abreviaturas ................................................................................................................... III

Lista de Figuras ............................................................................................................................ IV

Lista de Tabelas ............................................................................................................................ V

Introdução ...................................................................................................................................... 1

Definição.................................................................................................................................... 1

Aspectos Históricos.................................................................................................................... 1

Aspectos técnicos ....................................................................................................................... 2

Realização do Procedimento .................................................................................................. 3

Pressão de Sucção .................................................................................................................. 3

Manuseio do Fluido Aspirado ................................................................................................ 3

Volume Instilado .................................................................................................................... 3

Número de Alíquotas ............................................................................................................. 4

Área Lavada ........................................................................................................................... 4

Armazenamento do Fluido ..................................................................................................... 4

Análise Celular .......................................................................................................................... 4

Preparação de Células para Leitura ........................................................................................ 5

Coloração ............................................................................................................................... 5

Número de Células ................................................................................................................. 6

Leitura das Lâminas ............................................................................................................... 6

Quantificação dos Subtipos de Linfócitos .............................................................................. 6

Classificação das Alveolites ....................................................................................................... 6

Utilidade Clínica ...................................................................................................................... 10

Diagnóstico Diferencial ....................................................................................................... 10

Estimativa da atividade da doença ....................................................................................... 10

Comparação com outros diagnósticos invasivos .................................................................. 10

Riscos e Complicações ......................................................................................................... 10

Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas ................................................................................ 11

Classificação das ILDs ......................................................................................................... 11

Correlação com BAL ........................................................................................................... 13

Fibrose Intersticial Difusa ........................................................................................................ 15

Etiologia ............................................................................................................................... 15

Diagnóstico .......................................................................................................................... 16

IPF E BAL ........................................................................................................................... 16

Sarcoidose ................................................................................................................................ 17

Etiologia ............................................................................................................................... 17

Diagnóstico .......................................................................................................................... 17

Sarcoidose e BAL ................................................................................................................ 18

Pneumonia de Hipersensibilidade ............................................................................................ 18

Patogênese ........................................................................................................................... 18

Patologia .............................................................................................................................. 19

Características Clínicas ........................................................................................................ 19

HP e BAL............................................................................................................................. 20

Prognóstico e Progressão ..................................................................................................... 20

Bronquiolite Obliterante em Pneumonia de Organização (BOOP) .......................................... 21

Diagnóstico .......................................................................................................................... 21

LBA e BOOP ....................................................................................................................... 21

Colagenoses ............................................................................................................................. 22

Patogenia .............................................................................................................................. 22

Colagenoses e BAL .............................................................................................................. 22

Objetivos ...................................................................................................................................... 24

Materiais e Métodos ..................................................................................................................... 25

Recebimento e Acondicionamento da Amostra........................................................................ 25

Processamento da Amostra ...................................................................................................... 25

Análise da Amostra .................................................................................................................. 25

Levantamento de Dados ........................................................................................................... 26

Análise Estatística .................................................................................................................... 26

Resultados .................................................................................................................................... 26

DISCUSSÃO ............................................................................................................................... 30

Dados epidemiológicos ............................................................................................................ 30

Correlação entre patologias e achados no BAL ........................................................................ 31

Conclusão .................................................................................................................................... 33

Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 34

I

Resumo

Introdução: O lavado broncoalveolar é uma técnica utilizada para coletar células, partículas

inaladas, organismos infecciosos e solutos derivados do trato respiratório inferior e, em

particular, dos espaços alveolares do pulmão. Desde sua introdução, tem sido uma valiosa

ferramenta para o estudo dos mecanismos imunes e inflamatórios pulmonares, já que é

conhecido que as alterações no fluido do lavado broncoalveolar e em suas células refletem

alterações patológicas nos constituintes parenquimais correspondentes. Portanto, o lavado

broncoalveolar pode ser de auxilio diagnóstico em diversas doenças pulmonares intersticiais,

principalmente em casos que processos padrões mais invasivos não são possíveis de serem

realizados. A análise da utilidade desse método na prática clínica é prejudicada pela falta de

estudos que levem em conta a probabilidade clínica (com base em dados clínicos e

tomográficos) das doenças e sua posterior mudança pelos resultados do lavado. Objetivo:

Através de análise estatística retrospectiva dos resultados da análise citológica quantitativa e

qualitativa dos lavados broncoalveolares e sua correlação com dados clínicos, radiológicos e

histopatológicos, estabelecer o valor diagnóstico do estudo citológico dos lavados

broncoalveolares nas Doenças Pulmonares Intersticiais. Materiais e Métodos: Foram avaliados

91 pacientes portadores de doenças pulmonares intersticiais difusas, entre elas fibrose

intersticial difusa (IPF), pneumonia de hipersensibilidade (PH), colagenoses, sarcoidose e

pneumonia em organização. Os diagnósticos seguiram as normas propostas pela SBPR, 2012. O

LBA foi realizado de acordo com as normas de padronização sugeridas pela ATS/ERS. Foi

realizada contagem diferencial e os dados obtidos foram confrontados com os dados

radiológicos, histopatológicos e clínicos disponíveis nos prontuários dos pacientes envolvidos,

através de análise estatística. Resultados: O estudo revelou predominância de alveolite mista

nos casos de IPF, PH e colagenoses, mas com predomínio neutrofílico e nos casos de sarcoidose

e pneumonia de organização, houve predomínio do componente linfocítico. A análise dos dados

tomográficos revelou fibrose fortemente associada com alveolite neutrofílica, mas o exame

histopatológico demonstrou relação entre a alveolite mista e fibrose. A presença de granulomas

no exame histopatológico foi positiva nos casos de sarcoidose. Conclusão: O lavado

broncoalveolar pode ser de auxílio diagnóstico em algumas doenças pulmonares intersticiais,

principalmente nos casos de IPF e em seu prognóstico, e auxiliando na diferenciação entre as

fases da PH. E, apesar de não ter pronta utilidade no diagnóstico das outras condições

estudadas, o exame minucioso do lavado permite que haja melhor direcionamento da hipótese

diagnóstica.

Palavras-chave: Lavado broncoalveolar, doenças pulmonares intersticiais, alveolite,

fibrose.

II

Abstract

Introduction: Bronchoalveolar lavage (BAL) is a technique used to collect cell, inhaled

particles, infectious organisms and solutes from lower respiratory tract and, particularly, from

alveolar lung spaces. BAL has been a valuable tool for understanding immune and

inflammatory lung processes since its introduction and it is known that pathological alterations

in bronchoalveolar fluid and its cells reflects pathological processes in correspondents’

parenchyma. Therefore, BAL may be an important diagnosis aid in multiples interstitial

pulmonary diseases, mainly in cases that more invasive standard processes cannot be carried on.

The analysis of this methodology utility in clinical practice is impaired by lack of studies that

values clinical probability (based on clinical and tomographic data) from diseases and its

posterior changes by BAL results. Objectives: The aim of this study is, through the

retrospective statistical analysis of the quantitative and qualitative cytological analysis of BAL

and its correlation with clinical, radiological and histopathological data to establish diagnostical

value of studying BAL in Pulmonary Interstitial Diseases. Methodology: Ninety one patients

with interstitial pulmonary diseases were analyzed, among them Idiopathic Pulmonary Fibrosis

(IPF), hypersensitivity pneumonia (HP), collagenosis, sarcoidosis and organizing pneumonia.

The diagnoses followed the standards proposed by SBPR (2012). BAL was made accordingly

with proposed standards by ATS/ERS. Differential counting was made and the data was

confronted with clinical, radiological and histopathological information, available in medical

records of patients by statistical analysis. Results: The study revealed predominant mixed

alveolitis in IPF, HP and collagenosis cases, with neutrophilic predominance and in sarcoidosis

and organizing pneumonia cases has been found mostly lymphocytosis. Analysis from

tomographic data showed fibrosis strongly associated with neutrophil alveolitis, although

histopathological examination also demonstrated association between fibrosis and mixed

alveolitis. Granuloma presence has been positive in sarcoidosis cases. Conclusion: BAL may be

have a important diagnose aid within some interstitial pulmonary diseases, mostly in IPF cases

and its prognosis and helping with the differentiation between HP phases. And, despite, it does

not have immediate utility on other studied diseases, the rigorous examination of BAL allows

better guidance of the diagnose hypothesis.

Key Words: Broncoalveolar lavage, interstitial pulmonary diseases, alveolitis, fibrosis.

III

Lista de Abreviaturas

AEIPF – Exacerbação Aguda de Fibrose

Pulmonal Intersticial

AIP – Pneumonia Intersticial Aguda

AM – Macrófago Alveolar

BAL – Lavado Broncoalveolar

BHL – Linfoadenopatia Hilar Bilateral

BOOP – Bronquiolite Obliterante em

Pneumonia de Organização

CBD – Doença Crônica causada por Berílio

COP – Pneumonia Criptogênica de

Organização

CRX – Raio-X de Tórax de Rotina

CT – Tomografia Computadorizada

CTD – Doenças do Tecido Conectivo

CTD-ILD – Doença Ligada ao Colágeno

Associada à Doença Pulmonar Intersticial

Difusa

DAD – Dano Alveolar Difuso

DAH – Hemorragia Difusa Alveolar

DAR – Setor de Doenças do Aparelho

Respiratório

DIP – Pneumonia Intersticial Descamativa

DM – Dermatomiosite

ECG – Eletrocardiograma

ECM – Acúmulo de Matriz Extracelular

EP – Pneumonia Eosinofílica Idiopática

FEV1 – Volume Respiratório Forçado

FOB – Broncoscopia com Fibra Óptica

GGO – Opacidade em Vidro Fosco

HRCT – Tomografia Computadorizada de

Alta Resolução

HSPE – Hospital do Servidor Público

Estadual Francisco Morato de Oliveira

IIP – Pneumonia Intersticial Idiopática

IL – Interleucina

ILD – Doença Intersticial Pulmonar Difusa

IPF – Fibrose Pulmonar Idiopática

LAM – Linfoangioleiomiomatose

LIP – Pneumonia Linfoide Intersticial

MPA – Macrófagos com Pigmento

Castanho Dourado

MX – Macrófagos Xantomatosos

NSIP – Pneumonia Intersticial Não

Específica

PaO2 – Pressão de Oxigênio

PAP – Proteinose Alveolar Pulmonar

PAS – Coloração de Ácido Periódico de

Schiff

PC20 - Volume Expirado Forçado no

Primeiro Segundo

PFT – Testes de Função Pulmoar

HP – Pneumonia de Hipersensibilidade

PLCH – Histiocitose Pulmonar de Células

de Langerhans

PM – Poliomiosite

PM/DM-ILD –

Polimiosite/Dermatomiosite Associadas à

Doença Pulmonar Intersticial Difusa

RA – Artrite Reumatóide

RA-ILD – Artrite Reumatóide Associada à

Doença Pulmonar Intersticial Difusa

RBILD – Bronquiolite Respiratória com

Doença Intersticial Pulmonar

SD – Desvio Padrão

SLE – Lúpus Sistêmico Eritematoso

SS – Síndrome de Sjögren

SSc – Esclerose Sistêmica

SSc-ILD – Esclerose Sistêmica Associada à

Doença Pulmonar Intersticial Difusa

TBB – Biópsia Transbrônquica

TBLB – Biópsia Pulmonar Transbronquial

TH1 – Linfócito T Helper 1

TNF-α – Fator Alfa de Necrose Tumoral

UIP – Pneumonia Intersticial Usual

χ2 – Teste do Qui Quadrado

IV

Lista de Figuras

Figura 1- Alveolite Eosinofilica. Setas = Eosinófilos. Cabeça de Seta = Linfócitos. Sustenido =

Neutrófilos. Acervo Pessoal ........................................................................................................................ 7

Figura 2 - Alveolite Linfocítica. Cabeça de Seta = Linfócitos. Acervo Pessoal. ............................ 7

Figura 3 - Alveolite Mista (Linfocítica e Eosinofílica). Seta: Eosinófilo. Cabeça da Seta:

Linfócito. Acervo Pessoal. .......................................................................................................................... 8

Figura 4 - Alveolite Mista (Neutrofílica e Eosinofílica). Seta: Eosinófilo. Sustenido: Neutrófilo.

Acervo Pessoal............................................................................................................................................ 8

Figura 5 - Alveolite Netrofílica. Sustenido = Neutrófilos. Acervo Pessoal. ................................... 8

Figura 6 - Alveolite Mista (Linfócita e Neutrofílica). Cabeça de Seta = Linfócito. Sustenido =

Neutrófilo. Acervo Pessoal. ........................................................................................................................ 9

Figura 7 - Macrófagos com coloração castanho-dourada marcados com a estrela. Acervo Pessoal.

.................................................................................................................................................................... 9

Figura 8 - Macrófagos Xantomatosos nas Setas. Acervo Pessoal................................................... 9

V

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Passos no processamento do fluido recuperado no BAL (Baughman, 2007)11

. ............. 5

Tabela 2 - Contagem Diferencial em BAL de indivíduos normais (* em relação ao número total

de células, excluindo as epiteliais)15

............................................................................................................ 7

Tabela 3 - Doenças Intersticiais Pulmonares ( modificada)63

. ...................................................... 12

Tabela 4 - Achados no BAL uteis no diagnóstico de ILD69

. ........................................................ 13

Tabela 5 Características das Pneumonias Intersticiais Idiopáticas (AM = macrófagos

alveolares)63

. ............................................................................................................................................. 14

Tabela 6 - Idade, Sexo e Hábitos Tabagistas. ............................................................................... 26

Tabela 7 - Correlação entre Doença e Alveolites. A = Maiores valores. Números absolutos

(porcentagem). .......................................................................................................................................... 26

Tabela 8 - Relação entre Doenças e Contagem Diferencial. Dados apresentados em mediana,

máximo e mínimo. .................................................................................................................................... 27

Tabela 9 - Doença relacionada a outros achados no BAL (MX=macrófagos xantomatosos; MPA

= macrófagos com pigmento castanho dourado). χ2 = 15,2; p=0,506. ........................................................ 27

Tabela 10 - Alveolite e outros achados (MX= macrófagos xantomatosos, MPA = macrófagos com

pigmento castanho dourado). χ2 = 21,4; p=0,163. ....................................................................................... 28

Tabela 11 - Correlação da alveolite com presença ou ausência de fibrose na tomografia

computadorizada. χ2 = 14,8; p=0,005. ........................................................................................................ 28

Tabela 12 - Correlação da doença com presença ou ausência de fibrose na tomografia

computadorizada. χ2 = 28,7; p <0,001. ...................................................................................................... 28

Tabela 13 - Porcentagem de Achados Tomográfico. ............................................................... 29

Tabela 14 - Alveolite e correlação com presença ou não de granuloma no exame histopatológico.

χ2 = 12,7; p=0,013. ..................................................................................................................................... 29

Tabela 15 - Correlação entre doença e ausência ou presença de granuloma em exame

histopatológico. A = casos de Sarcoidose com presença de granuloma (70%). χ2 = 43,1; p < 0.001. ......... 29

Tabela 16 - Alveolite e correlação com presença ou não de fibrose no exame histopatológico. χ2 =

2,6; p=0,623. ............................................................................................................................................. 30

Tabela 17 - Correlação entre doença e ausência ou presença de fibrose em exame histopatológico.

χ2 = 6.5; p=0,165 ........................................................................................................................................ 30

1

Introdução

Definição

O lavado broncoalveolar (BAL) é um procedimento broncoscópico pouco invasivo pelo qual

células, partículas inaladas, organismos infectantes e constituintes fluidos podem ser obtidos dos

bronquíolos terminais e do alvéolo. Para alcançar este objetivo, instilação fracionada de fluido para o

lavado deve ser de um volume suficiente para garantir um aspirado suficiente1.

O BAL procura estabelecer um diagnóstico para demonstrar a infecção onde ela se faz presente e

fornecer uma medida da atividade da doença em questão. Deve ser diferenciado das técnicas de lavado

bronquiolar e lavado terapêutico, que são realizadas com diferentes volumes de líquido e possuem

objetivos distintos1, listados abaixo:

Lavado bronquial: requer relativamente pouco fluido instilado (10-30mL) e as amostras

de vias áreas maiores são direcionadas a citológica oncótica e estudos bacteriológicos2;

Lavado terapêutico: são utilizados pequenos volumes como no lavado bronquial e sua

finalidade é a retirada de secreções brônquicas espessas de pacientes com asma ou fibrose

cístico2;

Lavado pulmonar completo: é realizado para que o pulmão em sua totalidade seja lavado,

em pacientes com proteinose alveolar e requer instilações repetidas de 1L de fluido,

totalizando de 10-40L em cada pulmão, através de um tubo endotraqueal sob anestesia

geral2.

Aspectos Históricos

Reynolds e Newball realizaram o primeiro BAL (como é conhecido atualmente) em um paciente

sob anestesia local, utilizando-se de um fibroscópio óptico, em 1974. Estes dois cientistas foram

motivados pela pesquisa e não tinham ideia do significado importante na pneumologia. O primeiro estudo

animal foi realizado por Myrvik et al. em 1961 e foram obtidos macrófagos alveolares com pouquíssima

contaminação. Em 1964, Keimowitz realizou o primeiro lavado transbronqueal em um homem para

coletar fluído para um estudo de imunoglobulinas usando um broncoscópio rígido (Costabel, 1998)1.

Na década de 80, muitas publicações foram feitas relatando novos aspectos da patogênese das

doenças pulmonares intersticiais (ILD) e o BAL tomando grande papel na compreensão destes processos1.

Pelas últimas três décadas, o BAL tem sido utilizado extensivamente para a avaliação de várias condições

pulmonares, incluindo doenças infecciosas, inflamatórias e malignas. Contudo, após tantos anos de uso,

suas limitações foram compreendidas e se faz de extrema importância que seus aspectos técnicos sejam

entendidos e estas limitações e vantagens estejam em mente na prática clínica3-7

.

Foi observado que a técnica utilizada para a realização do BAL difere em cada lugar que é

realizado ao redor do mundo e estas diferenças podem ser refletidas no resultado final e, portanto,

esforços têm sido feitos para minimizar as limitações associadas a técnica em si. Recomendações

2

detalhadas e protocolos de conduta têm sido desenvolvidos e publicados para que um padrão técnico seja

alcançado6-8

.

Falando em avanços recentes, o campo da genômica e da proteômica está em rápida expansão e

estas tecnologias agora estão sendo empregadas para estabelecer perfis de expansão gênica em várias

doenças específicas, incluindo ILD e infecções do trato respiratório inferior. As células do BAL têm se

mostrado as candidatas certas para estas análises. Estes novos métodos podem eventualmente provarem

ser de extrema utilidade para um diagnóstico acurado, selecionado e melhorando a efetividade da

terapêutica, monitoramento da atividade da doença e no controle da resposta ao tratamento. Com mais

avanços, há esperança que se os produtos de genes ligados à patogênese destas doenças possam ser

identificados e quantificados7,9

.

Aspectos técnicos

O BAL é normalmente realizado durante a broncoscopia com fibra óptica (FOB) com anestesia

tópica seguida de inspeção geral na árvore traqueobronquial. Para se evitar a tosse durante o

procedimento, a anestesia local não deve ser superficial, tendo em vista que de outra forma, pode ocorrer

alteração da colheita, viabilidade e função das células. O lavado pode ser realizado sob anestesia geral e

em pacientes ventilados através do uso de um broncoscópio rígido ou por um tubo endotraqueal2.

Devido a grande diferença encontrada na forma como o BAL era realizado, diversos grupos

estabeleceram métodos padronizados para a realização do procedimento. Dois deles são originados da The

European Respiratory Society (ERS) e fornece recomendações sobre os aspectos técnicos da realização

do BAL11-13

. Nos Estados Unidos, quatro centros realizaram estudos padronizados tanto em pacientes

normais quanto em pacientes com ILD11,14

e desenvolveram outras especificações sobre diversos aspectos

do BAL11,15

. A American Thoracic Society organizou estes estudos e desenvolveu uma recomendação

consensual11

.

A doença subjacente pode afetar o processo do BAL em diversas formas. A doença pode ser

heterogênea; portanto, os resultados do BAL podem diferir das diversas partes do pulmão, como foi

provado para fibrose pulmonar idiopática5,11

. Para infecções, BAL deve ser realizado na área mais

afetada11,16

.

Obstrução de vias áreas leva a modificações no retorno de fluido no BAL. Isto ocorre devido a

problemas mecânicos na aspiração do fluido. Em pacientes com doenças obstrutivas crônicas, o colapso

da via área pode ser variável. Quanto mais pressão utilizada para aspirar o fluido, maior a quantidade de

colapso11

.

Asma é outra doença obstrutiva e esta obstrução pode ser induzida pelo próprio procedimento11,

17,18. A maior preocupação com a asma é o risco associado ao procedimento e já existem recomendações

para esta condição11,19

.

O tabagismo afeta profundamente a população celular encontrada no BAL 11,12

. O maior efeito é o

aumento do número de macrófagos, normalmente sendo dez vezes maior que nos pacientes não

fumantes11,20

. Os neutrófilos também podem aparecer em maior número. Portanto, muitas vezes, algumas

mudanças atribuídas a doença podem ser na realidade devido ao cosumo de cigarros11

.

A utilidade do BAL em diversas doenças é uma de suas maiores qualidades e apesar de por este

mesmo motivo alterações poderem ocorrer, o procedimento não deve ser evitado e sim, notificações

devem ser feitas sobre as condições subjacentes para que os efeitos possam ser levados em consideração

no momento do diagnóstico11

.

3

Realização do Procedimento

Os pacientes são pré-medicados e, após anestesia local, um broncoscópio de fibra óptica é

colocado transnasalmente ou oralmente1,21

. Para evitar a contaminação com sangue, o estudo do BAL

deve ser realizado antes de qualquer procedimento concomitante, como por exemplo, uma biópsia ou

escovado bronquial e se o paciente apresentar bronquite macroscopicamente purulenta, a conduta deve ser

adiada até o tratamento com antibióticos, pois as células inflamatórias podem obscurecer os achados em

nível alveolar1.

A técnica de BAL induz um afluxo de neutrófilos nos alvéolos. Por causa disso, qualquer

repetição do procedimento deve esperar uma semana, enquanto o efeito do lavado se resolve. O pulmão

contralateral não é afetado1.

Para uma recuperação ideal do fluido, o broncoscópio deve selar o brônquico. Salina fisiológica

estéril (preferencialmente aquecida à temperatura corporal) deve ser instilada, por volta de 100-300mL,

em alíquotas de 20mL. Cada instilação é seguida de uma leve aspiração com uma seringa ou sistema de

sucção e não deve ser traumática e visualmente acompanhada. A recuperação é normalmente de 40-70%

do volume instilado1.

Pressão de Sucção

Normalmente ocorre colapso da via área se a pressão for muito alta11,22

. É recomendado que a

pressão de sucção seja mantida a menos que 100mmHg para evitar este efeito11

.

Manuseio do Fluido Aspirado

O fluido aspirado pode conter material mucoso e o manuseio deste material pode afetar o

resultado do BAL11

.

Alguns grupos filtram o fluido através de gaze para remover este material mucoso11,23

. Contudo, a

gaze pode afetar a esterilidade da amostra e a população celular. Os macrófagos recuperados do BAL

podem ser bastante aderentes ao vidro e outras superfícies similares e sua aderência pode estar alterada

em diversas condições, incluindo tabagismo11,24

. No momento do procedimento, o fluido deve ser

acondicionado em frascos tampados de silicone ou similar. A centrifugação para concentrar proteínas e

células pode levar a perda das mesmas. Lavagem das células também pode mudar a contagem diferencial

consideravelmente11,25

.

A recomendação é evitar a filtragem com gaze e se utilizada, deve ser especificada. A contagem

deve ser feita em amostras não filtradas, não lavadas e não concentradas. Se métodos de concentração são

utilizados, este deve ser indicado11

.

Volume Instilado

O volume instilado durante o BAL afeta o resultado. Isto foi demonstrado tanto para células

quanto para proteínas nas amostras11,26,27,28

. A maior diferença parece ocorrer nos primeiros 100mL

4

instilados. Rennard et al 29, analisou mais profundamente a primeira alíquota recuperada. O resultado da

primeira alíquota de 20mL foi comparada com o resultante recuperado11,29

. Foi observado que nestas

amostras, havia mais células epiteliais e proteínas como lactoferrinas e foi então sugerido que estes

primeiros 20mL seria uma amostra de lavado bronquial11,29,30

.

A maioria dos médicos concorda que devem ser instilados pelo menos 100mL e este volume está

de acordo a maioria das recomendações11

.

Número de Alíquotas

Alguns grupos recomendam um número específico de alíquotas a serem recuperadas durante o

BAL11,12

. Contudo, este número é normalmente baseado no tamanho da seringa disponível para o

procedimento. Podem ser utilizadas seis alíquotas de 20mL ou duas de 60mL. Há poucas evidências que

apoiam uma ou outra quantidade11

.

Área Lavada

Mais importante que a posição em que o paciente se encontra, é área a ser lavada. Anteriormente,

era preferível que a lavagem se desse nos lobos inferiores, resultando em menores proporções de retorno e

portanto, maiores volumes eram instilados11,31

. O procedimento normalmente é realizado no lobo médio

ou na língula3,11

. A maioria dos médicos utilizada esta área para pacientes com doenças difusas11

.

Para a maioria dos pacientes com sarcoidose, a lavagem em uma área pode prover tanta

informação como se lavado em outra área5,11

. Por outro lado, diferenças significativas podem ser vistas

entre diferentes lobos em casos de fibrose pulmonar idiopática (IPF) em sarcoidose avançada11, 24

.

A área em que foi realizada o BAL deve ser especificada11

.

Armazenamento do Fluido

O armazenamento das amostras de BAL é crucial para a subsequente mensuração de certos

marcadores. As células armazenadas a 4ºC podem ser analisadas em até 24 horas após o procedimento

sem mudanças significativas na contagem diferencial11,32

. Algumas proteínas podem ser sensíveis à

temperatura e precisam ser condicionadas em -80ºC11

.

Análise Celular

Em muitos casos, a informação mais importante obtida pela análise do BAL é a população de

células inflamatórias, como nos casos de doenças intersticiais e em infecções11,33,34

. Esta população pode

ser utilizada para diferenciar diversas doenças intersticiais11, 35,36

, ainda que haja limitações para este

uso11,37

.

Há diversos fatores que influenciam a população celular na amostra do BAL. Isto ocorre porque

diversos métodos podem ser aplicados para contagem das células e podem, portanto, levar a diversos

5

resultados11

. A tabela abaixo resume os principais passos na preparação da amostra para a contagem

diferencial11

.

Tabela 1 - Passos no processamento do fluido recuperado no BAL (Baughman, 2007)11.

Passo Processo Padrão Outros processos

Preparo das células para a contagem

diferencial Citocentrifugação Filtro Milipore

Coloração Wright-Giemsa Mary-Grunwald-Giemsa/

Papanicolaou

Número de células 200 100-500

Leitores da lâmina Laboratório Clínico Laboratório de pesquisa

Medição das subpopulações de linfócitos Citometria de

Fluxo Imunoistoquímica

Preparação de Células para Leitura

O método mais comum utilizado é a preparação de lâminas por centrifugação. A citocentrifuga

pode concentrar as células sem danificá-las. Esse processo aumenta a sensitividade para detectar agentes

infecciosos em mais de 30 vezes11,38,39

. Para amostras diluídas, possui a vantagem de ser um método

rápido e fácil de concentrar as células em uma lâmina11

.

Há diversas condições que a centrifugação pode mudar a contagem diferencial. Em uma série de

estudos, De Brauwer 40

e colegas demonstram que a velocidade e duração da centrifugação podem afetar

os resultados11,40

. Outros pesquisadores, contudo, discordam e acreditam que apesar de haver mudanças,

estas não chegam a ser clinicamente relevantes11,25,41

.

Outros métodos para preparação de células também pode levar a diferenças na contagem. O uso

de filtro Milipore (Milipore, Billerica, MA) para a preparação de lâminas tem sido utilizados11,42,43

. A

técnica do filtro identifica um grande número de linfócitos, que podem ser deixados de fora quando a

técnica de citocentrifugação é utilizada11, 34

. A técnica de filtro Milipore consome tempo e não é

amplamente usado. Outro método é o esfregaço direto à lâmina, semelhante aquele feito com sangue

periférico 11, 44,45

. Contudo, estas amostras são menos concentradas e são menos propicias para se

encontrar condições como malignidade ou pneumocistite11,46,47

.

Coloração

Muitas colorações são utilizadas para analisar as células do BAL. A mais utilizada é a de

Papanicolaou e detecta muito bem malignidade e infecções, contudo, não é a mais indicada para

diferenciação das células inflamatórias, portanto a coloração de Wright-Giemsa e suas variantes têm sido

utilizadas11, 48

.

6

Número de Células

Em muitas situações, quanto mais células forem contadas, melhor a amostra refletirá a população

celular. Em um estudo comparando contagem diferencial, De Brauwer e colaboradores determinaram uma

média entre 300 e 500 células para uma boa representação do número de células nucleadas na amostra de

BAL11, 49

.

Para células menos comuns, como mastócitos, a contagem de um grande número pode ser

necessária11, 50

.

Leitura das Lâminas

Talvez o passo mais importante do diagnóstico seja a leitura da lâmina11,51

. Autores têm notado

que pode haver uma significante diferença clínica na contagem diferencial pela simples releitura das

lâminas11, 52. Há certa dificuldade em diferenciar macrófagos e linfócitos11, 53.

Quantificação dos Subtipos de Linfócitos

Marcadores imunológicos são utilizados para quantificar subpopulações de linfócitos T. Essas

informações são utilizadas para separar sarcoidose de outras doenças intersticiais11, 54,55

.

A quantificação da população de linfócitos baseia-se em anticorpos monoclonais. A detecção

destes anticorpos é normalmente feita através de marcadores imunofluorescentes e citometria de fluxo 8,11

.

Em adição à quantificação da taxa CD4:CD8, outros imunomarcadores são utilizados para

identificar outras células nas amostras de BAL. Marcadores de CD1 coram células de Langerhans11, 56,57

.

Células malignas de leucemia ou linfoma também podem ser detectadas por imunoistoquímica59,60

.

Classificação das Alveolites

Em 1974, o primeiro artigo detalhando a técnica de BAL lidava com pacientes “normais” que

passaram por FOB para a avaliação de “lesões intratorácicas”3,61

. Mais tarde, em 1983, pacientes

saudáveis foram inclusos em um estudo de Van den Bosch e colegas, e desde então muitos grupos

investigam BAL em pacientes saudáveis para que haja uma padronização dos valores encontrados.

Aspectos como tamanho da amostragem, idade, atopia e hábitos tabagistas são discutidos e revistos por

Balbi 62

e colaboradores61,62

.

Em estudo recente61

, os valores encontrados não diferiram significantemente dos estudos de Van

den Bosch, principalmente em relação à contagem diferencial de leucócitos. Os valores encontrados

também são similares a aqueles preconizados pelo BAL Cooperative Group Steering Committee15,61, .

Portanto, podemos utilizar dos seguintes valores como referência, em indivíduos hígidos e não

tabagistas15

:

7

Tabela 2 - Contagem Diferencial em BAL de indivíduos normais (* em relação ao número total de células,

excluindo as epiteliais)15

Células Valores de Referência *

Macrófagos 80-90%

Linfócitos 5-15%

Polimorfonucleares 1-3%

Eosinófilos <1%

Mastócitos <1%

Figura 1- Alveolite Eosinofilica. Setas = Eosinófilos. Cabeça de Seta = Linfócitos. Sustenido = Neutrófilos.

Acervo Pessoal

Figura 2 - Alveolite Linfocítica. Cabeça de Seta = Linfócitos. Acervo Pessoal.

8

Figura 3 - Alveolite Mista (Linfocítica e Eosinofílica). Seta: Eosinófilo. Cabeça da Seta: Linfócito. Acervo

Pessoal.

Figura 4 - Alveolite Mista (Neutrofílica e Eosinofílica). Seta: Eosinófilo. Sustenido: Neutrófilo. Acervo Pessoal.

Figura 5 - Alveolite Netrofílica. Sustenido = Neutrófilos. Acervo Pessoal.

9

Figura 6 - Alveolite Mista (Linfócita e Neutrofílica). Cabeça de Seta = Linfócito. Sustenido = Neutrófilo. Acervo

Pessoal.

Figura 7 - Macrófagos com coloração castanho-dourada marcados com a estrela. Acervo Pessoal.

Figura 8 - Macrófagos Xantomatosos nas Setas. Acervo Pessoal.

Mudanças no padrão celular dos fluidos de BAL têm sido descritas em diversas ILD. Só a

alteração deste padrão não é suficiente para o diagnóstico em si, devendo ser analisada em um contexto

diagnóstico. Além disso, não se deve limitar o estudo do BAL apenas a contagem diferencial, mas

também se deve atentar as características morfológica das células observadas e a partículas presentes 213

.

10

Utilidade Clínica

Diagnóstico Diferencial

O BAL é indicado em qualquer paciente com mudanças pulmonares intersticiais ou infiltração

pneumônica quando a etiologia for incerta. Esta indicação continua válida mesmo quando o histórico,

sintomas, achados clínicos, raio-X e testes de função pulmonar sugerem que a etiologia é imunológica,

infectante ou maligna. Um exame de raio-X normal não exclui doença intersticial e os outros aspectos

podem indicar o uso do BAL. Se o raio-X mostrar linfoma bihilar e/ou mediastinal como parênquima

normal, como por exemplo, é visto na sarcoidose no estágio 1, novamente, o BAL é indicado1.

É geralmente de nenhuma ajuda no diagnóstico de carcinoma bronquial, porque tumores

periféricos podem ser perdidos e outros métodos mais confiáveis estão disponíveis quando os tumores são

centrais. Contudo, em metástases pulmonares, em carcinoma difuso invasivo broncoalveolar e em linfoma

ou envolvimento pulmonar na leucemia, o estudo do BAL é uma importante ferramenta. O BAL pode ser

um instrumento de diagnóstico definitivo quando o pulmão está comprometido pela doença primária, por

uma infecção oportunista, por hemorragia alveolar ou por alveolite induzida por drogas1.

Finalmente, o BAL pode incidentalmente diagnosticar uma doença ocupacional, o que pode ser

de especial importância se o trabalhador estiver em um processo trabalhista1.

Estimativa da atividade da doença

O BAL também fornece alguma medida da atividade da doença intersticial e estes achados

podem, algumas vezes, até indicar um direcionamento terapêutico. Mesmo que os achados do BAL

tenham valor no diagnóstico diferencial, contudo, seu valor prognóstico ainda não está estabelecido e

qualquer conduta terapêutica não deve ser baseada somente nele. Outros parâmetros, tais como

informações clínicas, testes de função pulmonar e padrões encontrados nos exames de raio-X ainda são

mais importantes no direcionamento do tratamento1.

Comparação com outros diagnósticos invasivos

O BAL e a biópsia transbrônquica são exames complementares. Quando ambos são

utilizados, a acurácia diagnóstica aumenta. Se a biópsia não apresentar nenhum risco extra, deverá ser

realizada como confirmação dos resultados obtidos através do estudo do BAL. O BAL tem vantagem

sobre a biópsia pois, mostra todo o padrão de uma área pulmonar (isto incluí no mínimo dez milhões de

alvéolos, fornecendo uma idéia geral das condições do pulmão. Ainda, o BAL é menos invasivo e mais

custo-efetivo. Não há mortalidade relatada e em contraste com os procedimentos de biópsia, o BAL pode

ser realizado em pacientes ventilados e aqueles com problemas de coagulação sem apresentar risco extra1.

Riscos e Complicações

Os riscos associados ao BAL são aqueles inerentes a todos os procedimentos realizados com o

broncoscópio flexível e são eles: broncoespasmo, laringoespamo, arritmia cardíaca e convulsões – que

11

podem ser decorrentes da aplicação incorreta da anestesia. Pela sociedade alemã de Pneumologia, os

pacientes com maior risco de complicações desse procedimento são1:

Infiltração extensiva (mais de 50% da área total do pulmão)

Saturação de oxigênio inferior a 90%;

Volume Respiratório Forçado (FEV1) menor que 60% do normal ou abaixo de 11;

Tempo de tromboplastina menor que 30% do normal;

Plaquetas com contagem menos que 20.000 µL;

Eletrocardiograma (ECG) indicativo de doença cardíaca;

Intolerância a alguma pré-medicação;

Enfisema importante.

Algumas complicações já foram observadas no seguimento do BAL1:

De etiologia obscura, sendo provavelmente um fenômeno de reabsorção, febre pode ocorrer e

está correlacionada com o volume do líquido instilado, febre pode ocorrer em 2,5% dos

pacientes quando este é menor que 100 mL e em 10-30% em volumes maiores. Ela se resolve

dentro de 24 horas sem nenhuma intervenção;

Escurecimento segmentar transiente, que pode ser incorretamente diagnosticado como

pneumonia, mas de rápida resolução;

Em geral, a administração de oxigênio, oximetria de pulso e medição da pressão sanguínea,

devem ser procedimentos de rotina1.

Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas

As ILDs englobam um grande grupo de patologias que são normalmente caracterizadas por

infiltração do parênquima pulmonar, um componente de inflamação alveolar e intersticial, interrupção da

arquitetura e função do parênquima pulmonar distal. Entretanto, a inflamação pode não desempenhar um

papel proeminente em algumas desordens, a função pulmonar pode não estar significantemente

comprometida e a arquitetura pode estar preservada. As duas formais mais comuns de ILD são a

sarcoidose e IPF63

.

Classificação das ILDs

Desde que a ILD foi primeiramente reconhecida como uma entidade clínica no século 19 quando

necropsias revelaram cicatrizes pulmonares severas e difusas em indivíduos que sofriam de dispneia e de

parada respiratória, o entendimento destas doenças lentamente se desenvolveu, especialmente nas duas

décadas passadas, ao ponto de mais de 100 entidades poderem ser distinguidas com base na apresentação

clínica combinada com os achados radiológicos e a histopatologia. Investigações epidemiológicas

recentes sugerem que a incidência de ILD é similar ao câncer de cólon, se não maior63,64

.

Por causa das muitas semelhanças clínicas e radiológicas entre as formas de ILD, o clínico deve

procurar por evidências no histórico e no exame físico do paciente e combiná-las com testes invasivos e

não invasivos para alcançar diagnóstico e plano de tratamento acurados15, 63,

. BAL pode fornecer

importantes informações diagnósticas, particularmente se combinada com as informações clínicas e

tomografia computadorizada de alta resolução (HRCT) do tórax63

.

12

As ILDs foram classificadas e colocadas em diversas categorias com base nas características que

diversas dessas patologias possuem em comum. São classificadas por causa (relacionada a drogas,

exposição ambiental/ocupacional) e achados histopatológicos específicos (formação de granuloma,

infiltração eosinofílica proeminente ou hemorragia)63

.

Uma ferramenta diagnóstica chave que tem grande valor é a heterogeneidade que existe entre as

HRCT10,63,66,67,68

. Patologias que possuem apresentação clínica e radiografia de tórax similares podem

apresentar diferenças, e muitas delas características na HRCT. Contudo, nenhuma dessas técnicas deve

ser considerada de forma isolada para o diagnóstico correto63

.

Tabela 3 - Doenças Intersticiais Pulmonares ( modificada)63.

DOENÇAS GRANULOMATOSAS

Sarcoidose

Pneumonia de Hipersensibilidade (HP)

Doenças Pulmonares Ocupacionais (Doença Crônica Causada por Contaminação por

Berílio)

Granulomatose de Wegener

PNEUMONIA IDIOPÁTICA INTERSTICIAL

Fibrose Pulmonar Intersticial (IPF)

Pneumonia Intersticial Não Específica (NSIP)

Pneumonia Criptogênica de Organização (COP)

Pneumonia Intersticial Descamativa (DIP)

Bronquiolite Respiratória com Doença Intersticial Pulmonar (RBILD)

Pneumonia Intersticial Aguda (AIP)

Doenças Tabaco-relacionadas

DOENÇA RELACIONADA AO TECIDO CONECTIVO

Escleroderma

Dermatomiose

Artrite Reumatóide (RA)

Lúpus Sistêmico Eritematoso (SLE)

Síndrome de Sjögren

Espondilite Anquilosante

OCUPACIONAL/AMBIENTAL/INALAÇÃO

Asbestose

Silicose

Pneumonia de Hipersensibilidade (Aguda ou Crônica)

Pneumonite de Células Gigantes

FIBROSE/PNEUMONITE IATROGÊNICA

Hipersensibilidade a drogas

Fibrose/pneumonite por radiação

PNEUMONIAS EOSINOFÍLICAS

Pneumonia Eosinofílica Idiopática (EP: aguda ou crônica)

Síndrome de Churg-Strauss

DOENÇAS PRIMÁRIAS DIVERSAS

Histiocitose Pulmonar de Células de Langerhans (PLCH)

Proteinose Alveolar Pulmonar (PAP)

Linfoangioleiomiomatose (LAM)

Aspiração Crônica

Amiloidose

Pneumonia Lipóide

Malignidade Pulmonar

13

SÍNDROMES ALVEOLARES HEMORRÁGICAS

Vasculite

Síndrome de Goodpasture

Hemossiderose Idiopática Pulmonar

Glomerulonefrite

DOENÇAS HEREDITÁRIAS

Fibrose Idiopática Familiar

Sarcoidose Familiar

Síndrome de Germansky-Pudlak

Esclerose Neurofibromatosa/Tuberosa

Doenças Metabólicas

Correlação com BAL

Quando realizada com a técnica padronizada, examinada por um observador experiente e

combinada com informações clínicas e radiográficas, a contagem diferencial do BAL e outras

características podem fornecer importantes informações que podem contribuir substancialmente para o

diagnóstico de uma ILD específica13,33,69-,75

. No contexto clínico correto, algumas características

macroscópicas e alguns achados celulares são altamente sugestivos ou até mesmo virtualmente

diagnósticos de algumas entidades ILD, contudo estas observações devem ser interpretadas no contexto

clínico do paciente como um todo, incluindo as alterações radiológicas encontradas, e deve se levar em

consideração que alguns exames de imagem, incluindo HRCT, podem não demonstrar anormalidade em

certas formas de ILD (como no caso de HP). Se o BAL for feito em um paciente sintomático cuja

radiografia não é particularmente suspeita de ILD, mas o perfil celular sugerir uma alveolite, uma

investigação adicional deve ser feita, como uma biópsia pulmonar69

.

Tabela 4 - Achados no BAL uteis no diagnóstico de ILD69.

Achados no BAL Diagnóstico Sugerido

Eosinófilos ≥ 25% Pneumonia Eosinofílica

Linfócitos ≥ 25%

Sarcoidose, HP, NSIP celular, reação a

drogas, CBD, LIP, desordens

linfoproliferativas

Neutrófilos ≥ 50 %

AIP, Dano Alveolar Difuso (DAD), infecção

pulmonar, Exacerbação Aguda de Fibrose

Pulmonar Intersticial (AEIPF)

Fluido sanguinolento Hemorragia Difusa Alveolar (DAH),

hemorragia pulmonar

Score de hemossiderina alto DAH, DAD

Células CD1 > 4% Histiocitose de células de Langerhans

Fluido leitoso PAS + com debris amorfos Proteinose Alveolar Pulmonar

Linfócitos monotípicos Malignidade Pulmonar Linfomatosa

Células Malignas Malignidade Pulmonar

Células Epiteliais Escamosas > 5% Contaminação de vias áreas superiores

Células Epiteliais Bronquiais > 5% Pode ser inviável para análise

14

Tabela 5 Características das Pneumonias Intersticiais Idiopáticas (AM = macrófagos alveolares)63.

Entidade

Clínica

Diagnóstica

Padrão

Histopatológico

Características

Clinínicas

Relevantes

Achados Típicos

na HRCT

Achados

Histopatológicas

Relevantes

Padrão no

BAL

Prognóstico

Fibrose

Idiopática

Pulmonar

Pneumonia

Intersticial

Usual (UIP)

Quadro gradual

de dispneia,

pacientes mais

velhos, ± tosse

Fibrose subpleural

e bibasilar, linhas reticulares,

faveolamento,

broncoectasia,

pouca ou nenhuma GGO

Heterogeneidade,

áreas normais,

fibrose predominante,

focos de

fibroblastos,

faveolamento, distorção

arquitetural

↑Neutrófilos

↑Eosinófilos

Média de Sobrevivência

≈ 3 anos

Pneumonia

Intersticial

Não

Específica

NSIP

Dispneia gradual, pacientes mais

jovens, tosse,

fadiga, perda de

peso

Distribuição

subpleural e

bibasilar, GGO

predominante

Expansão septal alveolar

homogênea por

inflamação e/ou

fibrose

↑Neutrófilos

↑ Linfócitos Médio

Pneumonia

de

Organização

Criptogênica

Pneumonia de

Organização

Apresentação

subaguda, tosse, dispneia, febre

baixa, fadiga

Infiltrado periférico

e desigual, consolidação

subpleural e/ou

GGO

Agregados de

bolsas de ar (fibroblastos

frouxos em vias

áreas terminais e

alvéolos), infiltrado

intersticial

(linfócitos,

plasmócitos), arquitetura

intacta

↑Neutrófilos

↑ Linfócitos ± ↑

Eosinófilos

Bom

Pneumonia

Intersticial

Descamativa

DIP

Tabagistas,

apresentação

subaguda/crônica, mais jovens,

podem ter CRX

normal

GGO predominante

na base do pulmão,

mínimo faveolamento ou

linhas reticulares

Homogeneidade,

fibrose média, ↑ AM pigmentados

dentro de

espaços aéreos

distais

↑↑ AM

(números totais)

Médio a Bom

Pneumonia

Intersticial

Aguda

DAD

Apresentação

aguda de

dispneia,

consolidação difusa no raio-X

GGO difusa e/ou

consolidação

simétrica

predominantemente em zonas mais

inferiores

Mudanças

homogêneas, DAD, ±

membranas

hialinas,

extensiva proliferação de

fibroblastos em

fase organizativa

↑↑Neutrófilos

A maioria não

sobrevive, mas pode

haver recuperação

15

Fibrose Intersticial Difusa

A IPF é uma ILD crônica, fibrosante e progressiva, caracterizada por um prognóstico ruim e

nenhum tratamento efetivamente provado76-80

. Histologicamente, é caracterizada pelo padrão da UIP. A

taxa de sobrevivência de cindo anos é por volta de 20% a 40%76,

. Até o presente momento, as ferramentas

disponíveis para predizer o prognóstico têm sido imprecisas76-77,79,81-84

e têm implicações complexas na

tomada de decisões como a introdução de terapias relativamente tóxicas e o tempo de referência para um

transplante pulmonar76

.

A prevalência e a incidência acuradas da IPF são difíceis de determinar, já que a maioria dos

estudos não é conduzida utilizando-se de critérios diagnósticos uniformes. Um estudo estimou que a

prevalência idade e sexo nos Estados Unidos seja de 27.9 a 63/100.000 pessoas, com uma incidência de

8.8 a 17.4/100.00085,86

. A prevalência mundial está aumentando, segundo dados85, 87

. Não há diferença

significativa epidemiológica em raça, grupo étnico ou ambiente social. Entretanto, a incidência de IPF é

geralmente maior entre homens, o que está associado a pior prognóstico85,88

. Sintomas de IPF

normalmente ocorrem entre os 50 e 70 anos (média de 66 anos)85

.

Estudos realizados antes da reclassificação das pneumonias idiopáticas intersticiais demonstraram

altos índices de neutrofilia e eosinofilia predizendo uma subsequente deterioração da função pulmonar,

enquanto a alveolite linfocítica foi associada a uma biópsia mais celular, menos faveolamento na

radiografia e uma resposta maior à terapia imunossupressora76,89-93

. Desde a reclassificação das

pneumonias idiopáticas intersticiais, foi sugerido76,94

que a classificação errada (em particular, a inclusão

de pacientes com pneumonia intersticial idiopática não específica entre os casos de IPF pode ter sido

incluída nesses achados76

.

Etiologia

Apesar das extensivas investigações, a etiologia da IPF continua enigmática. Foi sugerida a

participação de infecções virais, especialmente pelo vírus Epstein-Barr, vírus do herpes humano,

citomegalovírus, vírus da hepatite C85, 95,96

. Contudo, os achados são inespecíficos e a infecção viral pode

ser ligada ao uso de corticosteroides. Exposição ambiental a metal e poeiras orgânicas e microaspiração

crônica, como refluxo gastresofágico, também têm sido associadas ao desenvolvimento da IPF85,97,98

. O

tabagismo também aumenta a probabilidade de desenvolvimento da doença 85,99

. Apesar dos esforços nas

pesquisas, ainda é desconhecido o fator inicial que desencadeia a IPF85

.

Apesar de sua patogênese continuar obscura, muitas evidências sugerem que a apoptose de

células epiteliais pode ser a força precoce da progressão da doença. Fatores genéticos, tais como

encurtamento de telômero e outras mutações, tabagismo, estresse oxidativo e hipóxia podem aumentar a

suscetibilidade de apoptose das células epiteliais. É possível que estes fatores de risco possam estar

presentes nos pacientes antes da perda da integridade da membrana basal, seguindo-se uma via de

cicatrização anormal. Os focos de fibroblastos são formados por proliferação de

fibroblastos/miofibroblastos e sua resistência a apoptose. Durante o desenvolvimento da doença, ocorre

acumulo de matriz extracelular (ECM) e angiogênese, resultando em um remodelamento do pulmão na

IPF, um processo irreversível. Claramente, adquirir conhecimento dos mecanismos bioquímicos e

moleculares, especialmente os indutores da doença, é essencial para o desenvolvimento de novas

terapias85

.

16

Diagnóstico

Alguns sintomas clínicos comuns são dispneia crônica progressiva e tosse não produtiva. Um

estudo encontrou que 8.8% dos pacientes que tiverem biópsia cirúrgica apresentam anticorpo antinuclear

e uma leve elevação em outros anticorpos85,100

tais como o fator reumatoide, também foram

observados85,101

.

É necessário que outras possibilidades diagnósticas sejam identificadas, como ocorre nos casos de

doenças de tecido conectivo, principalmente quando o título de autoanticorpos é muito alto. As

características típicas radiográficas da IPF são um padrão desigual de opacidade periférica, subpleural e

predominantemente do lobo bibasilar, assim como a presença de faveolamento subpleural, broncoectasia

de tração e septo interlobular espessado85,102

. Vidro fosco normalmente infiltra áreas escassas da imagem,

que é menos extensiva que nas anormalidades reticulares. Opacidade em vidro fosco implica em

diagnóstico alternativo de outras Pneumonias Intersticiais Idiopáticas (IIPs) como pneumonia intersticial

descamativa ou bronquiolite respiratória associada com ILD85,102

. IPF é associada com a aparição de

padrões histopatológicos de UIP. A marca da UIP é uma heterogeneidade geográfica e temporal, e a

presença de foco fibroblástico, com combinação de faveolamento subpleural e mudanças normalmente

localizadas no parênquima peribronquiolar85,103

. Inflamação intersticial é usualmente mínima ou

ausente85,101,103

.

A necessidade de uma abordagem clínica, radiológica e patológica integrada é enfatizada para um

diagnóstico acurado de IPF, e na ausência de biópsia pulmonar cirúrgica, o diagnóstico é aproximado,

mas não garantido85,104

. O LBA é útil e necessário muitas vezes para exclusão de outras doenças em

pacientes sem a biópsia. Em estudo recente, foi confirmado o aumento de neutrófilos na amostra e a

porcentagem foi independentemente associada com a mortalidade precoce entre pessoas com IPF, e

também recomenda o LBA no diagnóstico inicial da doença76,85

.

IPF E BAL

No diagnóstico de IPF, o padrão de células inflamatórias identificado no BAL pode ser útil no

diagnóstico diferencial com pneumonias intersticiais fibrosantes, mas não no diagnóstico em si105,106

.

Portanto, as guias mais recentes não recomendam o uso do BAL para o diagnóstico rotineiro de

IPF105,107,108

. Entretanto, estudos recentes demonstraram que a incorporação da técnica de BAL ao

diagnóstico rotineiro auxilia em pacientes com um diagnóstico confiável na tomografia computadorizada

(CT)105,109

. Além do mais, a contagem diferencial tem valor prognóstico em pacientes com IPF76,105,110

. O

BAL também se mostra uma ferramenta de grande valor na pesquisa, fornecendo informações sobre

células imunes que se acumulam nos alvéolos e seus produtos não celulares. Este aspecto continua sendo

útil para explorar a patogênese desta doença e no seu futuro uso na clínica105

.

O estudo de Ohshimo e colaboradores109

demonstrou a importância do BAL como método

auxiliar. Neste estudo, de acordo com anteriores109,111,112

, a ausência de linfócitos foi um fator importante.

Foi observado que há valor discriminador entre IPF e não-IPF, com um cut-off de 30% de linfocitose no

BAL. Demais estudos também salientarem que a granulocitose ou neutrofilia é um importante fator

prognóstico76,105,113

.

17

Sarcoidose

A sarcoidose é uma doença granulomatosa multisistêmica de causa desconhecida que afeta

primariamente os pulmões e o sistema linfático114,115,116.

Foi primeiramente descrita em 1877 por Jonathan

Hutchinson que descreveu um paciente com lesões arroxeadas na pele, mas foi Caesar Boeck quem

cunhou o termo sarcoíde quando descreveu a aparência histológica das lesões de pele, que lembravam

sarcoma 117,118

.

Etiologia

A sarcoidose pulmonar é a doença pulmonar intersticial mais comum no ocidente114,119-122

. A

doença é caracterizada por uma resposta imune exagerada de células TH1 a um agente desconhecido,

levando ao acúmulo de macrófagos e, em particular, de linfócitos T CD4 nos tecidos dos órgãos afetados

e, por fim, a formação de granulomas não caseosos114,115

.

A apresentação de antígenos no contexto maior do complexo de histocompatibilidade II leva a

ativação de células TH1 e a subsequente produção de várias citosinas e quimiosinas, tais como interferon-

γ, TNF-α, interleucina (IL)-2, IL-12, entre outros117,123

. A resposta imune por fim leva a produção do

granuloma, que consiste em um núcleo central de células mononucleares rodeadas por células CD4+ e um

pequeno número de CD8+ e células B117,123

. A sarcoidose também é conhecida por seu paradoxo imune,

que consiste em uma intensa resposta imune nos órgãos envolvidos e uma concomitante anergia

periférica, que se manifesta como uma falta de resposta a um teste cutâneo com o antígeno e relativa

linfopenia no sangue periférico. A causa exata desta anergia é ainda desconhecida117,123

.

A disparidade na prevalência e na variabilidade do envolvimento dos órgãos entre grupos étnicos

e o agrupamento familiar da sarcoidose117,124

apoia fortemente uma base genética para a sarcoidose.

Alguns estudos grandes, envolvendo genoma, já identificaram associação em potencial com loci genéticos

específicos com a sarcoidose117,125-127

e outros já associaram diversos marcadores antigênicos de

leucócitos humanos e polimorfismos específicos com o risco, andamento da doença e envolvimento de

órgãos na sarcoidose, assim indicando que ela é uma doença multigênica117

.

Diagnóstico

O diagnóstico de sarcoidose é estabelecido por evidência histológica da presença de granulomas

não caseosos após a exclusão de outras doenças granulomatosas capazes de produzir um quadro

histológico e clínico semelhante. O diagnóstico sempre requer uma biópsia de tecido, exceto pelos

pacientes com manifestações típicas da Síndrome de Löfgren, uma forma aguda da doença (febre, eritema

nodoso, artralgia e linfoadenopatia hilar bilateral114,115

. Muitas vezes a patologia pode ser assintomática,

sendo detectada acidentalmente enquanto a doença progride de maneira lenta117

. O diagnóstico diferencial

é bastante extenso, incluindo, por exemplo, tuberculose, exposição a agentes orgânicos e inorgânicos,

malignidade e outras doenças autoimunes114,128

. O diagnóstico de sarcoidose pulmonar usualmente é

tardio: quase metade dos casos é diagnosticado seis meses após a primeira visita ao médico e também

quase metade dos pacientes necessita consultar pelo menos quatro médicos até o diagnóstico definitivo114

.

18

Sarcoidose e BAL

Estudos envolvendo o BAL resultaram em grandes avanços na compreensão da patogênese de

muitas doenças pulmonares, incluindo a sarcoidose, também tendo potencial para assessorar a atividade

destas doenças, prognóstico e terapia a ser tomada129

.

O exame do lavado broncoalveolar também se tornou uma importante ferramenta diagnóstica,

pois a sarcoidose pulmonar normalmente envolve alveolite linfocítica (>10%) e uma elevada taxa

CD4/CD8 de linfócitos. Contudo, este achado ainda apresenta deficiências quanto a sensibilidade e

especificidade114,129-131

.

Segundo observações de Drent e colaboradores129

, um aumento na contagem de neutrófilos no

BAL obtido de pacientes com sarcoidose aparenta estar relacionado com uma forma mais avançada da

doença. Este resultado enfatiza a participação dos neutrófilos e não de linfócitos no estudo da progressão

do progresso inflamatório à fibrose pulmonar129

.

Pneumonia de Hipersensibilidade

Pneumonia de Hipersensibilidade (HP), também conhecida como alveolite alérgica extrínseca, é

uma síndrome causada por uma resposta imune exagerada à inalação de uma variedade de partículas

encontradas no ambiente132,133

.

O desenvolvimento da doença e sua apresentação clínica são influenciados por diversos fatores,

tais como a natureza e quantidade do antígeno inalado; a intensidade e a frequência da exposição; a

resposta imune do paciente, que é mais provavelmente determinada pela genética. A suscetibilidade

genética pode explicar porque um indivíduo desenvolve a doença e o outro não132,133

.

O termo, Pulmão de Fazendeiro, cunhado por Pepys e colegas é o protótipo da HP132,134

. Em

1962, foram os primeiros a associarem a HP com o desenvolvimento de precipitados séricos a extratos de

feno e mofo132,134

. Desde então, muitos agentes foram identificados como potenciais causadores e este

número não para de aumentar. Os antígenos podem ser fungos, bactérias, protozoários e proteínas animais

(grande parte de pássaros) ou compostos químicos de baixo peso molecular. A HP potencialmente pode

aparecer em qualquer ambiente de trabalho ou em lares onde pássaros são mantidos ou bactérias e fungos

estão crescendo. Além do mais, o uso de algumas drogas pode causar uma variante da HP, sem

inalação132

.

Patogênese

A patogênese da HP é complexa e muitos dos mecanismos envolvidos ainda são pobremente

compreendidos. Partículas com diâmetro aerodinâmico menores que 5mm podem atingir a periferia

pulmonar e são capazes de induzir HP. A maioria dos antígenos tem origem na casa ou no ambiente de

trabalho do paciente. Muitas reações imunes parecem estar envolvidas. Observações precoces,

especialmente a presença de precipitinas circulantes, suportam o conceito que a doença é mediada pela

deposição de complexos antígeno/anticorpo dentro das paredes alveolares, que é compatível com uma

reação humoral, mediada por complexo imune (hipersensibilidade tipo III)132,134

.

Contudo, alguns achados não estão consistentes com essa hipótese. Há evidências que também

levam a acreditar numa resposta imune mediada por células (hipersensibilidade tipo IV), tais como a

19

presença de infiltrado linfocítico e granuloma nos cortes histológicos e na linfocitose, além de ativação de

linfócitos no LBA132, 135

.

Apesar de diversos estudos terem ajudado a compreender os mecanismos envolvidos nesta

patologia, é desconhecido o porquê da doença se desenvolver apenas em uma minoria de indivíduos

expostos. Para explicar este fato, é postulado que, para a doença ocorrer, a presença de um fator indutor

(inalação do antígeno) e um fator promotor são necessários. Um fator promotor intrínseco pode ser uma

predisposição genética ligada a um complexo maior de histocompatibilidade. Diferenças em

polimorfismos de TNF-α foram encontradas em alguns pacientes132,135,137

. Mais recentemente,

polimorfismos no transportador associado aos genes de processamento de antígenos (TAP) e

proteossomas de baixo peso molecular do gene LMP7 mostraram-se envolvidos nesta suscetibilidade135,

138,139, enquanto polimorfismos na região promotora de TIMP-3 poderiam proteger contra o

desenvolvimento de HP135,140,141

. Fatores promotores extrínsecos podem ser a inalação de inseticidas,

exterminadores de erva daninha ou infecções virais massivas135,142

. Apesar do aparente progresso, ainda

não há explicações concretas porque alguns pacientes mostram resolução da doença e alguns outros

progridem para fibrose, mesmo sem se exporem mais ao agente.

Patologia

A resposta aguda que ocorre em poucos dias é uma pneumonite difusa não específica com

infiltrado de células mononucleares e neutrófilos nos bronquíolos, alvéolos e interstício. Com exposição

contínua ou intermitente, o estágio subagudo é caracterizado por infiltração linfocítica centrada nos

bronquíolos. Dentro de algumas semanas, granulomas não caseosos de células epitelióides podem se

formar e são vistos em 70% dos casos pela análise histopatológica, que inclui como características:

▪ Pneumonia intersticial celular;

▪ Bronquiolite;

▪ Inflamação granulomatosa.

Esta tríade histológica é encontrada em mais de 75% dos pacientes com HP subaguda.

Caracteristicamente, as regiões centrais do lóbulo secundário estão predominantemente envolvidas135,143

.

Com exposição em longo prazo, uma forma crônica da doença pode se instalar, com fibrose

progressiva e bronquiolite obliterante. A fibrose pode se tornar extensiva com faveolamento, portanto, em

estágios tardios da doença crônica, o padrão histopatológico pode ser similar aquele da UIP. Em geral, as

mudanças histológicas podem não diferir dos padrões encontrados em outras doenças pulmonares

fibróticas135, 144-149

.

Características Clínicas

O espectro da apresentação clínica varia e é determinado pela frequência e duração da exposição

ao antígeno. O termo alveolite subclínica foi cunhado para designar aqueles indivíduos que foram

expostos ao antígeno, apresentam linfocitose no BAL, mas não apresentam evidências clínicas da doença

(não há sintomas, as radiografias do tórax não mostram evidências e os testes pulmonares se mostram

normais). Entretanto, estes indivíduos estão obviamente sensibilizados pelo antígeno150,151

. O intervalo

entre a sensibilização pelo antígeno e o surgimento dos sintomas clínicos é desconhecido. Este aparece

extremamente variável e pode se dar em alguns meses a muitos anos do inicio da exposição150

.

20

O diagnóstico pode ser dado por alguns critérios: exposição a antígeno conhecido, precipitação

positiva de anticorpos contra os antígenos, episódios recorrentes dos sintomas, crepitações respiratórias ao

exame físico, sintomas ocorrendo após 4-8h e perda de peso150,152

. Exames como HRCT, lavado

broncoalveolar e biópsia pulmonar também são realizados150

.

As características da CT da HP aguda e subaguda incluem atenuação em vidro fosco com

opacidade nodular centrolobular pobremente definida e perfusão em mosaico150,153,154-158

, enquanto que

em sua forma crônica, há distribuição broncovascular de fibrose, padrão reticular e aprisionamento de ar,

que são padrões indistinguíveis daqueles da IPF e da NSIP150,155-164

.

HP e BAL

HP mostra, de longe, o maior aumento no BAL de linfócitos de todas as doenças intersticiais,

normalmente com relativa predominância de células T CD8, resultando em uma baixa taxa CD4/CD8. O

total de células normalmente é muito alto, normalmente mais de 20 milhões em um amostra de 100mL. A

contagem de linfócitos normal é maior que 50% do total de células, contudo, pode ser menor nas formas

crônicas fibróticas. Em adição, neutrófilos, eosinófilos e mastócitos podem estar ligeiramente

aumentados132,135,165

. Um achado mais específico é o aumento de plasmócitos. Este tipo celular é

encontrado em uma baixa porcentagem de 18 de 30 pacientes com a doença do tratador de pássaros 132,166

.

Outros aspectos morfológicos incluem células T ativadas (núcleo dobrado, citoplasma amplo) e

macrófagos xantomatosos132,167

. Uma citologia normal no BAL provavelmente exclui as formas agudas e

subagudas de alveolite extrínseca alérgica. Por outro lado, o BAL não permite diferenciar entre pacientes

curados ou em sujeitos saudáveis que foram expostos ou sensibilizados132

Episódios agudos de HP são associados com um aumento de neutrófilos nos pulmões, durante

uma semana. Após esse período, o perfil celular do BAL volta ao seu aumento de linfócitos anteriormente

encontrado. No seguimento, anormalidades persistentes no LBA podem indicar que a completa resolução

da doença ainda não foi atingida132

.

Prognóstico e Progressão

O prognóstico da HP varia grandemente dependendo do tipo e da duração da exposição ao

antígeno, da dose inalada e a forma clínica da doença. Alguns pacientes podem sofrer uma progressão,

mesmo que evite a exposição e esteja sendo tratado. Não há uma explicação satisfatória para isso ainda132

.

Em geral, HP aguda costuma ter um prognóstico favorável. Após ataques agudos, a completa

remissão é observada. A média de sobrevivência de pacientes com HP e fibrose é de 7,1 anos,

apresentando significância menor que aqueles sem fibrose. A idade, classe do antígeno, duração dos

sintomas e função pulmonar não tiveram nenhum efeito sobre essa taxa. Apenas a presença de fibrose

patológica aumenta a mortalidade132,168

.

21

Bronquiolite Obliterante em Pneumonia de Organização (BOOP)

Bronquiolite Obliterante em Pneumonia de Organização (BOOP) contabiliza 1,8% a 13% de

todas as ILDs de acordo com diferentes estudos169-173

. Ela afeta homens e mulheres da mesma forma, e é

usualmente predominante durante a sexta década de vida169,174,175.

.

Diagnóstico

Os pacientes tendem apresentar uma evolução lenta e semi-aguda, um perfil de tosse, febre,

dispneia, crepitações e o raio-X de tórax mostra infiltrado alveolar uni ou bilateral169,176,177

e normalmente

apresentam boa resposta a corticosteroides. O padrão radiológico mais frequente para CT torácica são

áreas dispersas de consolidação (periférica, bilateral, com broncograma aéreo e algumas vezes,

migratório)65,169

.

Apesar da biópsia pulmonar transbronquial (TBLB) não ser considerada custo-efetiva para a

grande maioria das ILDs169,178

para COP foi determinada ser custo-efetiva em 74% dos casos169,179

. TBLB

vídeo-assistida é o padrão ouro de diagnóstico. Contudo, a frequência de realização real da técnica para o

diagnóstico varia entre 7,5%169,180

e 30%169

. Além disso, esta técnica possui diversas contraindicações e é

associada com mortalidade e morbidade, que depende do estado funcional do paciente169

.

Histologicamente, é definida pela presença de botões de tecido de granulação (corpos de Masson)

nos alvéolos e nos ductos alveolares, inflamação das paredes alveolares com infiltrado crônico de células

inflamatórias e preservação da arquitetura alveolar. As características histolopatológicas da COP são não

específicas e podem ser encontradas em certo número de reações de reparo181,182

.

LBA e BOOP

Em muitos casos, o diagnóstico de BOOP é baseado em dados clínicos e radiológicos,

especialmente em HRCT169,183

que alguns estudos mostram confiabilidade em torno de 79%169,184

. Quando

associada com biópsia transbrônquica (TBB) e BAL, a sensibilidade do diagnóstico chega a 86%169,170

. O

BAL pode ser usado em casos onde a apresentação clínica e radiológica sugerem a presença de COP, mas

a TBB não é diagnóstico ou quando é impossível realizar uma biópsia de confirmação169

. LBA é indicado

para todos os casos em que a patologia é suspeita, e auxilia na exclusão de outros diagnósticos e

determina a causa de uma pneumonia de organização secundária169

.

O padrão em pacientes com COP reportado tem se mostrado característico. A maioria dos autores

concordam que há um grande aumento nos linfócitos181,185-187

. Um aumento de neutrófilos em BAL foi

descrito apenas em uma pequena parcela dos pacientes acometidos com uma forma de COP de progressão

rápida181,188

. Costabel e colaboradores181,186

foram os primeiros a mencionar que algumas características

marcantes da COP: significantes contagens diferenciais com aumento de todos os tipos celulares, mais

importantemente de linfócitos e mais moderadamente de neutrófilos, eosinófilos e mastócitos; a presença

de macrófagos xantomatosos e ocasionalmente de plasmócitos; baixa na taxa CD4/CD8. Este grupo

sugeriu que estes padrões podem ser de auxílio diagnóstico na distinção da COP e outras ILDs (como

IPF, alveolite alérgica extrínseca, entre outras)181

.

22

Colagenoses

As doenças do tecido conectivo (CTD) compreendem um grupo de doenças sistêmicas

autoimunes que afetam uma grande variedade de sistemas e órgãos. O envolvimento do pulmão é

frequente e severo. Algumas dessas doenças são a artrite reumatoide (RA), lúpus sistêmico eritematoso

(SLE), esclerose sistêmica (SSc), poliomiosite (PM), dermatomiose (DM) e síndrome de Sjögren (SS),

onde o pulmão pode ser afetado primariamente ou devido a complicações de outros órgãos189

.

Patogenia

O envolvimento de vasos pulmonares em CTDs inclui diferentes formas de hipertensão e

hemorragias pulmonares resultantes da inflamação destes vasos189-191

. Ambas as condições são associadas

a um prognóstico ruim189

. Quando o pulmão é afetado devido a dano em outros órgãos, a condição

também pode levar a séria morbidade e mortalidade. Fraqueza em músculos esofágicos e faríngeos

causada por miosite ou fibrose esofágica predispõe o paciente à pneumonia por aspiração. Fraqueza

muscular severa em PM/DM pode causar hipoventilação, que pode levar frequentemente a uma

complicada broncopneumonia189,192,193

.

Em adição, terapias imunossupressoras, que são padrão para tratamento das CTDs, podem

aumentar o risco de infecções oportunistas ou levar a algum dano pulmonar iatrogênico. A grande gama

de envolvimento pulmonar em pacientes com CTD requer acompanhamento diagnóstico cuidadoso por

causa das diversas formas de envolvimento pulmonar, pode haver sobreposição de diagnósticos, devido às

manifestações clínicas, radiológicas e danos funcionais semelhantes189

.

Colagenoses e BAL

No momento, o papel do BAL no auxílio do estudo da progressão e consequência das CTD-ILD é

controverso. Estudos mais detalhados, incluindo amostragens maiores e técnicas padronizadas de

realização do BAL, são necessários para definir todo o potencial da técnica189

.

Esclerose Sistêmica

ILD é a complicação pulmonar mais frequente e a maior causa de morte em pacientes com

SSc189,190,194

. Métodos diagnósticos sensíveis como HRCT dos pulmões revelam características de ILD em

mais de 80% dos pacientes com SSc. Estudos avaliando biópsias pulmonares revelaram que o padrão

NSIP é visto na grande maioria dos pacientes com SSc-ILD (68-78%) e que padrão UIP em 8% a 26%.

De maneira diferente das ILDs idiopáticas, não há associação significante entre a histopatologia pulmonar

e a sobrevivência189,196,197

.

Nos últimos 30 anos, muitos grupos investigaram o papel da análise citológica do BAL na

avaliação de pacientes SSc. Uma porcentagem aumentada de neutrófilos, eosinófilos e/ou linfócitos é

mais frequentemente encontrada (38-100%), independentemente de critérios de seleção, valores de corte

ou aspectos técnicos no processamento do BAL189,198

. Apesar da alveolite poder estar presente em

pacientes com SSc sem apresentação clínica de ILD, estudos concordam quase que unanimemente que

23

um padrão anormal no BAL, especialmente granulocitose, está associado com a doença pulmonar mais

severa189,198

.Deve-se atentar ao fato que muitos fatores epidemiológicos, tais como hábitos tabagistas,

coexistência de infecções pulmonares e outras condições respiratórias, influência do tratamento e

discrepâncias técnicas podem influenciar na análise do BAL189,198

.

Artrite Reumatoide

Em análise recente de 1429 pacientes com RA, ILD foi associada com maior taxa de mortalidade,

sendo uma das causas mais frequentes de mortes entre estes pacientes189,202

. Diferente da SSc e de outras

CTDs, a ILD associada a RA (RA-ILD), o padrão UIP é mais frequentemente encontrado na HRCT e na

histopatologia e parece estar associado a pior prognóstico189,190,203

.

A utilidade do BAL em avaliar RA-ILD tem sido menos estudada que na SSc-ILD e em outras

ILDs. Evidências indicam uma maior porcentagem de neutrófilos no BAL189,204-207

. No geral, a neutrofilia

parece estar associada a formas mais graves de RA-ILD, como avaliado pelos sinais clínicos, testes de

função pulmonar (PFT) e achados da HRCT189,205,207-209. Os resultados da citologia do BAL variam

grandemente e as correlações com parâmetros radiológicos e clínicos são modestas. Deve ser, contudo,

reconhecido que a maioria dos estudos foram realizados com amostragem pequena e a maioria dos

pacientes recebiam imunossupressores, o que pode influenciar a contagem diferencial do BAL. Portanto,

se o BAL pode fornecer informações mais importantes, ainda são necessários estudos mais aprofundados 189

.

Muitas drogas podem induzir reações intersticiais pulmonares. HP já foi descrita em associação

com terapia com Metotrexato, que é considerada padrão-ouro no tratamento de RA, ou com o uso de

inibidores de TNF-α189,211,212. Tendo em vistas todos estes aspectos, pacientes com RA e envolvimento

pulmonar, o BAL deve ser considerado para excluir infecções e outras patologias (como malignidade e

sarcoidose). O BAL pode apoiar o diagnóstico de HP e/ou toxicidade de drogas, se uma alta proporção de

eosinófilos ou linfócitos estiver presente189

.

Lúpus Sistêmico Eritematoso

A prevalência e a gravidade da ILD em SLE é considerada menor que na maioria da CTDs. O

curso das ILDs crônicas em pacientes com SLE é normalmente leve, progressivo, mas tende a se

estabilizar com o tempo, além de pouco dano irreversível ao sistema respiratório189,216

. A pneumonia

intersticial crônica que acompanha é caracterizada por predominante infiltrado linfocítico e disfunção dos

macrófagos alveolares189,217

. O número de células CD8 e de natural killers no BAL está aumentado e se

correlacionam com a dano na capacidade de difusão de monóxido de carbono189,218

.

Hemorragia alveolar também é uma relativamente infrequente complicação de SLE, estando

presente em 1% a 5,4% dos casos189,191,219

. A broncoscopia precoce com BAL permite meios confiáveis de

demonstrá-la. Uma quantidade maior de sangue em alíquotas consecutivas do BAL na ausência de

agentes infecciosos favorece a condição189,220,221

.

Portanto, em pacientes SLE com envolvimento difuso do pulmão, o BAL pode ser útil no

diagnóstico diferencial, confirmação de hemorragia alveolar e excluindo outras condições subexistentes,

como infecções189

.

24

Poliomiosite e Dermatomiosite

ILD é encontrada em 5-64% dos pacientes com PM/DM, dependendo da população e dos

métodos de diagnóstico. Em PM/DM, os pacientes com ILD podem progredir rapidamente (tipos

agudo/subagudo, Hamman-Rich like) ou desenvolverem uma forma crônica189,190,192,193

.

Aproximadamente 30% a 50% dos pacientes apresentam melhora com terapia imunossupressiva, contudo,

outros podem progredir para falha respiratória e, possivelmente, podem chegar a óbito189

.

Muitos grupos reportam porcentagens aumentadas de neutrófilos e/ou linfócitos no BAL de

pacientes com PM/DM189,204,222-224

, sendo encontrados na maioria dos casos (50-100%) daqueles que

também foram diagnosticados com ILD, baseado em exame radiológico e/ou PFT, mas também em cerca

de 15% dos pacientes sem diagnóstico por imagem189,223

.

Dois estudos retrospectivos, cada um envolvendo 20 pacientes com PM/DM-ILD, revelaram

associação entre neutrofilia e pior prognóstico clínico. No estudo de Schnabel e colegas189,225

, dez

pacientes com PM/DM-ILD que não responderam ao tratamento, tinham uma porcentagem significante

de neutrófilos no BAL189

.O pequeno número de pacientes que possuem tanto BAL quanto biópsia de

pulmão, prejudica as análises estatísticas189,226

.

Concluindo, apesar de pequenos estudos sugerirem que a alta porcentagem de neutrófilos no BAL

estarem associados com ILD mais grave em PM/DM, mais estudos são necessários para esclarecer o

papel do BAL na avaliação do prognóstico de PM/DM-ILD189

.

Síndrome de Sjögren

A frequência de envolvimento pulmonar em pacientes com SS varia de 9% a 75% dependendo do

método de detecção e consiste em várias formas de doença de vias pequenas e ILD189,227-230

. ILD

clinicamente relevante é rara no curso da SS primária e fibrose pulmonar é incomum189,227,231

.

Diferentemente dos casos da RA e SSc, a taxa de sobrevivência é similar em pacientes com e sem

apresentação de ILD189,230

.

Em pacientes com SS, um BAL anormal pode ser encontrado em cerca de 48% a 69% dos casos e

normalmente revela uma proporção aumentada de linfócitos (44% a 55% dos pacientes). Neutrofilia é

encontrada infrequentemente em 4% a 17%189,217,232,233

. Não há diferença na porcentagem de

eosinófilos189,232,233

. Porcentagens anormais do BAL eram associadas a formas mais severas da doença,

como avaliado por envolvimento extrapulmonar, concentração sérica de γ-globulina, fator reumatoide e

autoanticorpos6,189,

.

BAL é recomendado em pacientes com sintoma de ILD e suspeita de malignidade107,189

.

Objetivos

O objetivo deste trabalho é, através de análise estatística retrospectiva dos resultados da análise

citológica quantitativa e qualitativa dos lavados broncoalveolares e sua correlação com dados clínicos,

radiológicos e histopatológicos, estabelecer o valor diagnóstico do estudo citológico dos lavados

broncoalveolares nas Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas.

25

Materiais e Métodos

A técnica de BAL e a contagem diferencial citológica foram realizadas de acordo com padrões

preconizados pelas diretrizes atuais3,11,15,63,69,237

, com algumas modificações.

Recebimento e Acondicionamento da Amostra

É realizado o recolhimento do fluido durante a FOB pelo setor de Doenças do Aparelho

Respiratório (DAR) do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) e o material, condicionado em

frasco adequado (frasco coletor universal em plástico rígido estéril com tampa em rosca e volume de

80mL, marca JPROLAB), sendo ao volume do fluido recuperado acrescentando igual volume de álcool

etílico a 50%, com finalidade de preservação do material, que é então enviado ao setor de Anatomia

Patológica do HSPE. A amostra recebida é mantida em refrigeração comum (4ºC) até que possa ser

processada.

Processamento da Amostra

É feita a análise macroscópica da amostra (padrões de límpido, ligeiramente turvo, turvo,

hemorrágico e purulento). O conteúdo é então filtrado com gaze e o volume é medido (com proveta de

400mL). Logo após, é realizada a contagem a fresco das células totais com a câmara de Neubauer. A

amostra é em seguida citocentrifugada de acordo com esta contagem; se a contagem demonstrar menos de

15 células, citocentrifuga-se por 5 minutos a 1500 RPM. Se for maior que 15 células, citocentrifuga-se

por 2 minutos a 600 RPM. Contudo, se a contagem resultar em mais de 30 células, o lavado é diluído em

soro fisiológico a 1:1. São confeccionadas 4 lâminas que por fim são coradas pela coloração de

Papanicolaou. Quando o esfregaço se mostra insatisfatório, é requerido um esfregaço realizado pela

maneira convencional.

Análise da Amostra

É realizada a contagem das células presentes nas lâminas, em torno de 200 a 400 células e de

acordo com esta, a amostra é classificada em:

a. Predominância de Macrófagos;

b. Alveolite Neutrofílica;

c. Alveolite Linfocítica;

d. Alveolite Eosinofílica ;

e. Alveolite Mista (com especificação dos tipos celulares predominantes);

f. Insatisfatório para avaliação (com especificação do motivo).

O laudo utilizado pelo serviço é baseado no especificado por Costabel1 e inclui outras

informações, como por exemplo a presença de outros achados, uteis para o clínico (Anexo 1).

26

Levantamento de Dados

Foi realizado um levantamento dos resultados dos exames citológicos com contagem diferencial

qualitativa e quantidade dos BALs realizados de agosto de 2008 a junho de 2012. Os dados recolhidos

dos laudos incluíam informações epidemiológicas como idade, sexo, hábitos tabagistas e dados clínicos e

de exames de imagem, como suspeita diagnóstica do clínico responsável e achados radiológicos. Também

foram levantados os laudos dos exames histopatológicos realizados no departamento de Anatomia

Patológica e avaliados quanto à presença de fibrose e granuloma. Por fim, foram levantados dos

prontuários dos pacientes os resultados dos exames de imagem, incluindo radiografia e tomografia e estes

achados avaliados pelos pneumologistas envolvidos no projeto.

Análise Estatística

Foram criados bancos de dados com auxílio dos programas Microsoft Office Excel 2007 e SPSS

Statistics 17.0 e em seguida foi realizada análise estatística com o programa SPSS Statistics 17.0,

apresentando os dados com média e desvio padrão, teste do χ2 e ANOVA com pos-hoc Tukey.

Resultados

Tabela 6 - Idade, Sexo e Hábitos Tabagistas.

Tabela 7 - Correlação entre Doença e Alveolites. A = Maiores valores. Números absolutos (porcentagem).

TIP

O D

E A

LV

EO

LIT

E

Doença

IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenose Total

Predomínio de Macrófagos 8 (34,4) 1 (7,7) 4 (15,4) 0 5 (25,0) 18

Alveolite Neutrofílica 5 (20,0 ) 1 (7,7) 9 (34,6) 1 (14,3) 4 (20,0) 20

Alveolite Linfocítica 0 5 (38,5) 3 (11,5) 4a (57,1) 4 (20,0) 16

Alveolite Eosinofílica 0 0 0 1 (14,3) 1 (5,0) 2

Alveolite Mista 12 (48,0)a

6a (46,1) 10

a (38,5) 1 (14,3) 6

a (30,0) 35

Eosinofílica e Neutrofílica 5 (41,1) 1 (16,6) 2 (20,0) 0 2a (33,3) 10

Linfocítica e Eosinofílica 1 (8,3) 0 1 (10,0) 0 1 (16,6) 3

Linfocítica e Neutrofílica 5 (41,1)a

5a (83,3) 6

a (60,0) 0 2

a (33,3) 18

Linfocítica, Neutrofílica e Eosinofílica 0 0 1 (10,0) 1 (100) 1 (16,6) 3

Total 25 13 26 7 20 91

Indivíduos (n=91)

Idade 66 (35-89)*

Sexo (F/M) 55 (60,4%)/ 36(39,6%)

Tabagismo (Sim/Não) 35 (38,5%)/ 56 (61,5%)

27

Tabela 8 - Relação entre Doenças e Contagem Diferencial. Dados apresentados em mediana, máximo e mínimo.

Total de Células ( x 104)

Macrófagos Linfócitos Neutrófilos Eosinófilos

IPF (n= 25) 23 (4-39)

75,88 (30,39-93,37)

8,26 (0,73-25,89)

12,98 (0,00-73,73)

1,00 (0,00-30,50)

Sarcoidose (n= 13)

24 (11-43) 69,54 (17,31-

89,10) 21,40 (3,14-

54,62) 8,00 (0,00-

63,58) 0,84 (0,00-

3,66)

HP (n= 26) 16 (5-38) 62,17(0,00-98,49)

14,15 (0,77-57,34)

10,52(0,00-98,25)

0,00 (0,00-6,72)

BOOP (n=7) 16 (9-28)

61,08 (7,66-85.70)

19,25(1,00-88,74)

3,15(0,85-41,71) 0,57 (0,00-

4,27)

Colagenose (n=20)

22 (7-20) 72,69 (20-95,52) 9,88 (1,26-

78,55) 5,18(0,00-65,00)

0,00 (0,00-14,11)

Tabela 9 - Doença relacionada a outros achados no BAL (MX=macrófagos xantomatosos; MPA = macrófagos

com pigmento castanho dourado). χ2 = 15,2; p=0,506.

IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenose Total

Sem Achados 13 9 7 2 7 38

MX 4 3 9 1 5 22

MPA 0 0 1 0 0 1

MX + MPA 3 0 2 2 3 10

Outros 5 1 7 2 5 20

Total 25 13 26 7 20 91

28

Tabela 10 - Alveolite e outros achados (MX= macrófagos xantomatosos, MPA = macrófagos com pigmento

castanho dourado). χ2 = 21,4; p=0,163.

Predomínio

de

Macrófagos

Alveolite

Neutrofílica

Alveolite

Linfocítica

Alveolite

Eosinofílica

Alveolite

Mista Total

Sem

Achados 7 6 7 0 18 38

MX 2 6 2 1 11 22

MX + MPA 0 0 1 0 0 1

MPA 2 1 3 0 4 10

Outros 7 7 3 1 2 20

Total 18 20 16 2 35 91

Tabela 11 - Correlação da alveolite com presença ou ausência de fibrose na tomografia computadorizada. χ2 =

14,8; p=0,005.

Predomínio

de

Macrófagos

Alveolite

Neutrofílica

Alveolite

Linfocítica

Alveolite

Eosinofílica

Alveolite

Mista Total

Ausência de

Fibrose 6 4 12 2 13 37

Presença de

Fibrose 12 16 4 0 22 54

Total 18 20 16 2 35 91

Tabela 12 - Correlação da doença com presença ou ausência de fibrose na tomografia computadorizada. χ2 =

28,7; p <0,001.

IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenose Total

Ausência de Fibrose 1 9 11 7 9 37

Presença de Fibrose 24 4 15 0 11 54

Total 25 13 26 7 20 91

29

Tabela 13 - Porcentagem de Achados Tomográfico.

Doenças (%)

Padrão Tomográfico IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenoses

Reticular com faveolamento 1,6 7,69 5,55 0,00 25

Reticular sem faveolamento 26,4 7,69 5,55 0,00 20

Consolidação/ vidro fosco sem

fibrose 4,4 38,46 27,77 100,00 45

Consolidação/ vidro fosco com

fibrose 70,4 23,08 24,07 0,0 45

Nódulos 0 38,46 7,40 28,57 15

Cistos 3,2 0,00 0 0,00 10

Mosaico 0 7,69 20,37 0,00 15

Enfisema 30,8 0,00 5,50 0,00 5

Gânglios 8,8 46,15 3,70 0,00 0

Tabela 14 - Alveolite e correlação com presença ou não de granuloma no exame histopatológico. χ2 = 12,7;

p=0,013.

Predomínio

de

Macrófagos

Alveolite

Neutrofílica

Alveolite

Linfocítica

Alveolite

Eosinofílica

Alveolite

Mista Total

Ausência de

Granuloma 13 16 8 2 25 64

Presença de

Granuloma 1 0 5 0 2 8

Total 14 16 13 2 27 72

Tabela 15 - Correlação entre doença e ausência ou presença de granuloma em exame histopatológico. A = casos

de Sarcoidose com presença de granuloma (70%). χ2 = 43,1; p < 0.001.

IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenose Total

Ausência de

Granuloma 21 3 21 3 16 64

Presença de

Granuloma 0 7

a 0 1 0 8

Total 21 10 21 4 16 72

30

Tabela 16 - Alveolite e correlação com presença ou não de fibrose no exame histopatológico. χ2 = 2,6; p=0,623.

Predomínio

de

Macrófagos

Alveolite

Neutrofílica

Alveolite

Linfocítica

Alveolite

Eosinofílica

Alveolite

Mista Total

Ausência de

Fibrose 2 6 4 1 7 20

Presença de

Fibrose 12 10 9 1 20 52

Total 14 16 13 2 27 72

Tabela 17 - Correlação entre doença e ausência ou presença de fibrose em exame histopatológico. χ2 = 6.5;

p=0,165

IPF Sarcoidose HP BOOP Colagenoses Total

Ausência de Fibrose 7 5 6 1 1 20

Presença de Fibrose 14 5 15 3 15 52

Total 21 10 21 4 16 72

DISCUSSÃO

Dados epidemiológicos

Ao longo dos anos, diversos estudos e guias61,63,73,128,130,238-242

foram realizados para a

padronização da metodologia e valores obtidos no BAL, além da pesquisa de causas que poderiam

interferir nos resultados (como idade, sexo, tabagismo, sistema imunológico) e na sua correlação com as

patologias pulmonares.

Estes estudos normalmente são limitados por possuírem pequeno espaço amostral e serem

restringidos a pequenos grupos sem heterogeneidade. Contudo, pesquisas mais recentes63,242

, tentam

contornar essa situação. Os estudos de Olsen242

e Heron61

foram realizados com indivíduos saudáveis, não

fumantes, em grupos relativamente maiores (até 295 indivíduos)242

, com maior diversidade de idade (de

18 até 65 anos)242

e com participação mais homogênea do sexo feminino e masculino em ambos 61,242

.

Em relação à idade e sexo, Olsen e colegas encontram diferença significativa nos parâmetros

analisados apenas na correlação idade e fluido recuperado do lavado (sendo uma correlação inversamente

proporcional). Contudo, o estudo não incluiu pacientes mais velhos (o máximo de idade foi 65 anos) e

nosso estudo tem a média maior que essa (66 anos e o máximo sendo de 89 anos) e também este não foi

um parâmetro avaliado por nós.

31

A idade pode influenciar na taxa de CD4/CD8 segundo Heron e outros autores63,68,246

e na

população de linfócitos. Este fato pode ser devido à diminuição do sistema imune humoral e desregulação

do sistema imune com o aumento da idade68

, além das mudanças de perda da função gradual que ocorrem

naturalmente com a idade e são agravadas por estas condições patológicas247-251

.

Correlação entre patologias e achados no BAL

O principal papel do BAL nos casos de IPF é seu auxílio no diagnóstico e prognóstico,

relacionando o aumento na neutrofilia ao risco de morte78

. Em seu estudo, foram encontrados valores

semelhantes aos encontrados neste (uma média de 6%78

vs 16,8%). Segundo Kinder,78

valores maiores

que 11% estão fortemente relacionado a piores prognósticos. Apesar do predomínio de alveolite neste

estudo ser do tipo mista, 84,2% delas apresentam componente neutrofílico. Além disso, Oshimo109

também demonstra a importância de um nível baixo de linfócitos. Nosso estudo está de acordo, com uma

média de 9,7%, que também é concordante com a de Kinder78

, que apresentou 8%.

Outros estudos não apresentam os mesmos achados78,90,113,252,253

, contudo, não são tão abrangentes

como o de Kinder78

. No mesmo estudo, outros fatores como idade, sexo ou hábitos tabagistas foram

correlacionados com o aumento da neutrofilia78

. Achados tomográficos com padrão de faveolamento

foram encontrados em 56% dos casos e nas biópsias realizadas, foi encontrada fibrose em 66,6% dos

casos, favorecendo o diagnóstico de UIP associado com IPF63

.

Portanto, o uso do LBA é útil no diagnóstico de IPF, principalmente em relação ao seu

prognóstico e em pacientes idosos. Esta é uma doença grave e o único tratamento que aumenta a

sobrevivência é um transplante de pulmão e sem ele, a média de sobrevida varia de 2 a 4 anos254

. Apesar

da tríade clínica-radiológica-patológica ser considerada o padrão ouro para o diagnóstico de IPPs, há

limitações para a realização de biópsias cirúrgicas em pacientes idosos com suspeita de IPF, incluindo

função pulmonar gravemente prejudicada, o risco de exacerbação aguda e potencial comorbidades. Na

prática clínica, em menos de 30% dos casos é possível a realização da biópsia cirúrgica 104,109

. Além disso,

estudos anteriores demonstraram a variedade interlobar e/ou variação interobservador, sugerindo que a

avaliação patológica isolada pode levar a um diagnóstico incorreto76,79,109

.

Na sarcoidose, segundo De Smet e colaboradores,

114 a principal característica do BAL é a

presença de alveolite linfocítica (>10% de linfócitos, em média 18%), o que é esperado pela etiologia da

doença, já que uma das suas principais características é a formação de granulomas não-caseosos, que

ocorre pelo acúmulo de linfócitos T helper e macrófagos1. Nossos dados corroboram essa afirmação,

sendo que a média encontrada foi de 21,7%, sendo que a presença aumentada de linfócitos, inclusive nos

casos de alveolite mista, perfaz 76,9%. Estes valores estão de acordo também com Drent129

, que observou

uma média de 35,5%, que além destes valores de linfocitose isolada, acredita que um aumento no número

de neutrófilos também pode estar relacionado a fases mais avançadas da doença, onde pode ocorrer

fibrose em alguns pacientes1. Os achados em relação à linfocitose estão de acordo com outros

anteriores129,256

, mas os de neutrofilia se encontram em discussão ainda129,256,257

. Os dados da CT indicam

que alguns dos pacientes estudados se encontram em estágios mais graves da doença (segundo o Scadding

Stage)117

, apresentando fibrose em 38,46% dos casos, explicando porque também foi encontrada

neutrofilia no estudo do BAL. Estudos mais aprofundados correlacionando a progressão da doença e os

métodos diagnósticos são necessários, incluindo não só a contagem diferencial das células inflamatórias,

mas também marcadores encontrados nelas, tais como CD103 de linfócitos CD4+ , uma integrina que

parece ter grande variação nas ILDs e na sarcoidose está diminuída, reforçando a ideia que a origem

destes linfócitos é de origem periférica e não somente pulmonar259

.

Na de HP, apesar da literatura nos mostrar que esta condição é a que apresenta maior linfocitose,

com casos com mais de 50% de linfócitos132

, nossos resultados mostram a predominância do tipo misto de

alveolite, com linfocitose e neutrofilia. Esses resultados não estão em desacordo com a literatura150,260,261

,

32

apenas favorecem o tipo agudo de HP, principalmente se os resultados foram confrontados com os

exames tomográficos132,150

, que apresentaram três padrões predominantes: consolidação/vidro fosco sem

fibrose (27,77%), vidro fosco com fibrose (24,07%) e mosaico (20,37%). Outro parâmetro que está

relacionado com a HP é a presença de macrófagos xantomatosos, apesar deste não ser específico da

doença213

. Esse achado foi encontrado em 42,30% de nossos casos de HP. Outro critério não específico,

mas que pode auxiliar na diferenciação, é a diversidade no tamanho dos macrófagos213

. Este não foi

incluso em nossas análises.

Portanto, o BAL tem valor diagnóstico na diferenciação entre as fases aguda e subaguda da HP

em fase crônica. É importante ressaltar que o diagnóstico de HP deve ser feito em conjunto, pois

isoladamente, todos os métodos apresentam falhas: é conhecido que em 20% dos casos de radiografias de

tórax se apresentam normais em casos agudos260,263

; muitos estudos e revisões questionam o valor

diagnóstico dos precipitados sérios260,264,265

; TBB tem seu valor questionado, mesmo quando o granuloma

é encontrado260,266

(em nossos estudos, nenhum foi descrito); e HRCT pode não ser típica156,260

.

A BOOP é um processo inflamatório idiopático e fibrótico, predominantemente envolvendo os

bronquíolos distais, ductos alveolares e alvéolos peribronquiais, levando a estreitamento luminal. Apesar

da grande maioria dos casos ser idiopática, alguns podem ser secundários a uma variedade de agressões,

tais como infecções, inalantes tóxicos, reações a drogas, radiação, neoplasias, abuso de crack ou cocaína,

infartos e outras doenças respiratórias. O diagnóstico é realizado principalmente com os achados da CT,

quadro clínico e achados histopatológicos, estes sendo definidos, contudo, normalmente são obtidos por

métodos invasivos como TBB e podem não ser recomendados a todos os pacientes267. O BAL pode ajudar

no diagnóstico de BOOP quando a TBB se mostra de difícil realização169

. A literatura descreve um padrão

de alveolite linfocítica nestes casos175,181,185,187

, o que também encontramos. Cinquenta e sete por centro

dos casos seguiram esse padrão, com uma média de mais de 30% de linfócitos no BAL. Em 75% dos

casos com biópsia, foi encontrado fibrose, o que já era esperado, uma vez que uma das características da

patologia é a presença de corpos de Masson (botões fibróticos) na histologia181

. Em relação aos achados

tomográficos, 100% dos casos apresentaram o padrão consolidação/vidro fosco sem fibrose, apesar do

padrão mais encontrado ser o do infiltrado difuso169,181

.

Em relação às colagenoses, a literatura mostra que o BAL dos pacientes afetados normalmente se

encontra anormal189

, com aumento generalizado nos tipos celulares, tendendo a um leve aumento nos

linfócitos e predominante granulocitose (neutrofilia e/ou eosinofilia) (Kowal-Bielecka, 2010)268

. Esses

dados corroboram com nossos achados, sendo que o tipo misto de alveolite foi o predominante, sendo que

neutrofilia foi encontrada em 83,2%. Neutrofilia isolada foi encontrada em 20% dos casos. O número

total de células também foi maior que nas outras patologias analisadas (cerca de 29 x 104), o que também

foi encontrado nos trabalhos de Kowal-Bielecka268

.. O exame histológico revelou 93,75% de fibrose e os

achados tomográficos mostraram padrão em vidro fosco com ou sem fibrose em 75% dos casos, o que

confirma o padrão de NSIP citado na literatura63,269

.

A neutrofilia pode estar associada a formas mais severas das CTD, principalmente a SSc201,268

e,

portanto, a maior mortalidade (16,19,24 Kowal-Bielecka, 2010) 196,200,201,268

. Estudos de Goh201

e

colaboradores revelaram que a fibrose, tanto na CT quanto em biópsias, estava constantemente associada

à neutrofilia. Esse achado, também encontrado no presente estudo (55% dos casos de colagenose estavam

associados à fibrose na CT e 93,75% apresentaram fibrose no exame histológico) nos leva a acreditar que

a neutrofilia nos casos de ILD não está associada apenas a uma mera inflamação do tecido pulmonar,

como se aceita atualmente, mas sim a uma maior gravidade da doença e desenvolvimento da fibrose. Essa

hipótese é reforçada por nossos estudos, sendo que a fibrose se mostrou fortemente associada à alveolite

neutrofílica em todos os casos, independemente da patologia (80% dos casos de alveolite neutrofílica

também apresentaram fibrose a CT e 62,5% no exame histopatológico).

A associação entre neutrofilia e a reparação tecidual anormal que caracteriza a maioria das ILDs e

pode ser fatal muitas vezes, como no caso da IPF, deve ser mais bem explorada. Alguns estudos,

levantando hipóteses sobre essa relação têm sido feitos. Vale lembrar que a apoptose e degeneração de

neutrófilos pode levar a acúmulo de substâncias tóxicas ao parênquima pulmonar, colaborando com a

progressão da fibrose. O estudo de Meyer270

correlaciona estas substâncias tóxicas, tais como proteinases,

33

e a morfologia dos neutrófilos apoptóticos (presença de vacúolos citoplasmático e tumefação) a danos

graves em tecido pulmonar de pacientes com fibrose cística.

Uma das vias questionadas envolve o fator de crescimento dos hepatócitos (HGF). Este fator está

envolvido na motilidade celular, sobrevivência, proliferação e morfogênese, dependendo do tipo celular.

No adulto, o HGF exerce um papel crítico na reparação de tecidos, inclusive o pulmonar271

. Apesar de

este fator estar aumentado na resposta à injúria tecidual, uma correlação inversa foi identificada em sua

expressão durante o desenvolvimento e progressão de fibrose em diversos tecidos271,272,273,274

. Alguns

outros fatores produzidos por células inflamatórias, inclusive neutrófilos, podem bloquear as vias de ação

do HGF, tais como TGF-1β, Ang II, PDGF, bFGF, TNF-α, explicando a possível associação entre a

neutrofilia encontrada nas ILD e o processo de fibrose 271

.

Outro fator que pode explicar essa associação é a proteína mieloide relacionada (MPR14), uma

proteína responsável por ligações com cálcio, conhecidamente expressa por neutrófilos e macrófagos,

além de ter um papel em doenças inflamatórias ativas276,277

, inclusive aumentada em pacientes com

sarcoidose e IPF276,278

. Nas pesquisas de Kortaghen e colaboradores, foi encontrado, de fato, tanto

aumento de neutrofilia como de MRP14, contudo, não houve correlação entre o número de neutrófilos e a

quantidade de MRP14 quantificada por Western Blot. Essa hipótese, da correlação desta proteína,

neutrofilia e fibrose ainda é discutível; alguns grupos acreditam que na verdade a MPR14 é um

quimiotático para os neutrófilos276,279,280

e outros não conseguiram encontrar esta relação276,281-283

. Apesar

disso, o estudo desta proteína é de certo interessante e promissor, já que pesquisas indicam que ela está

envolvida na estimulação de fibroblastos (tanto in vitro quanto in vivo)276,281-283

e parece estar ligada a

fibrose nestas ILDs276

.

Conclusão

O BAL pode sim ser de auxílio diagnóstico em algumas ILDs principalmente se a correlação

clínico-radiológica é realizada, apesar de achados específicos serem incomuns. O BAL tem valor

importante nos casos de IPF e seu prognóstico, e podendo auxiliar na diferenciação entre as fases da HP.

E, apesar de não servir diretamente no diagnóstico das outras condições estudadas, o exame minucioso do

BAL permite que haja um direcionamento melhor da hipótese diagnóstica, excluindo um ou mais tipos de

doenças envolvidas, como no diagnóstico de hemorragia alveolar, infecção ou malignidade, além de ter a

vantagem de ser um método seguro e bem tolerado.

Apesar dos avanços no estudo e realização deste método, ainda há necessidade que mais seja

feito, como melhoria na técnica em si e sua padronização além de estudos direcionados a patologias

específicas (como no caso da sarcoidose), que tenham uma amostragem maior e mais diversificada, com

finalidade de se determinar o papel completo do BAL no diagnóstico destas. Com essas melhorias, o BAL

pode e deve ser um exame incluso na rotina diagnóstica das doenças pulmonares.

34

Referências Bibliográficas

1. Costabel U. Atlas of Bronchoaleolar Lavage. 1ST

Ed. London: Lippincott-Raven Puplishers Inc; 1998.

2. Bonella F, Ohshimo S, Bauer P, Guzman J, Costabel U. Bronchoalveolar lavage. Eur Respir Mon. 2010;

48: 59-72.

3. Reynolds HY, Newball HH. Analysis of proteins and respiratory cells obtained from human lungs by

bronchial lavage. J Lab Clin Med.1974; 84: 559-73.

4. O’Riordan TG, Baughman RP, Dohn MN, Smaldone GC. Lobar pentamidine levels and Pneumocystis

carinii pneumonia following aerosolized pentamidine. Chest 1994; 105:53-6.

5. Garcia JG, Wolven RG, Garcia PL, Keogh BA. Assessment of interlobar variation of bronchoalveolar

lavage cellular differentials in interstitial lung diseases. Am Rev Respir Dis. 1986; 133: 444-9.

6. Technical recommendations and guidelines for bronchoalveolar lavage (BAL). Report of the European

Society of Pneumology Task Group. Eur Respir J. 1989; 2: 561-85.

7. Khilnani GC, Hadda V. Bronchoalveolar Lavage: A Forgotten Tool! Indian J Chest Dis Allied Sci. 2010;

52: 5-7.

8. Baughman RP, Hurtubise PE. Systemic immune response of patients with active pulmonary sarcoidosis.

Clin Exp Immunol. 1985; 61: 535-41.

9. Bowler RP, Ellison MC, Reisdorph N. Proteomics in pulmonary medicine. Chest. 2006; 130: 567-74.

10. Lee BE, Robinson JL, Khurana V, Pang XL, Preiksaitis JK, Fox JD. Enhanced identification of viral and

atypical bacterial pathogens in lower respiratory tract samples with nucleic acid amplification tests. J Med

Virol. 2006; 78: 702-10.

11. Baughman, RP. Technical Aspects of Bronchoalveolar Lavage: Recommendations for a Standard

Procedure. Semin Respir Crit Care Med. 2007; 28: 475–85.

12. Klech H, Pohl W. Technical recommendations and guidelines for bronchoalveolar lavage (BAL). Eur

Respir J. 1989; 2: 561–85

13. Haslam PL, Baughman RP. ERS task force report on measurement of acellular components in BAL. Eur

Respir Rev. 1999; 9: 25–27.

14. King TE Jr. The handling and analysis of bronchoalveolar lavage specimens. In: Baughman RP, ed.

Bronchoalveolar Lavage. St. Louis, MO: Mosby Year Book; 1992:3–25.

15. The BAL Cooperative Group Steering Committee. Bronchoalveolar lavage constituents in healthy

individuals, idiopathic pulmonary fibrosis, and selected comparison groups. Am Rev Respir Dis. 1990;

141: S169–S202.

16. Baughman RP, Dohn MN, Shipley R, Buchsbaum JA, Frame PT. Increased Pneumocystis carinii recovery

from the upper lobes in Pneumocystis pneumonia. The effect of aerosol pentamidine prophylaxis. Chest.

1993; 103: 426–32.

17. Metzger WJ, Zavala D, Richerson HB. Local allergen challenge and bronchoalveolar lavage of allergic

asthmatic lungs. Am Rev Respir Dis 1987;135:433–440.

18. Metzger WJ, Neugent K, Richardson HB. Methods of bronchoalveolar lavage in asthmatic patients

following bronchoprovocation and local antigen challenge. Chest. 1985; 87S: 16S–17S.

19. National Institutes of Health workshop summary: summary and recommendations of a workshop on the

investigative use of fiberoptic bronchoscopy and bronchoalveolar lavage in individuals with asthma. J

Allergy Clin Immunol. 1985; 76: 145–7.

20. Mancini NM, Bene MC, Gerard H, et al. Early effects of short-time cigarette smoking on the human lung: a

study of bronchoalveolar lavage fluids. Lung. 1993; 171: 277–91.

21. Costabel U. Methode der Bronchoalveolären Lavage. Prax Klin Pneumol. 1988; 42: 218-21.

35

22. Baughman RP. How I do bronchoalveolar lavage. J Bronchology. 2003; 10 :309–14.

23. Kelly C, Ward C, Bird G, Hendrick D, Walters H. The effect of filtration on absolute and differential cell

counts in fluid obtained at bronchoalveolar lavage. Respir Med. 1989; 83: 107–10.

24. Schaberg T, Lauer C, Lode H, Fischer J, Haller H. Increased number of alveolar macrophages expressing

adhesion molecules of the leukocyte adhesion molecule family in smoking subjects: association with cell-

binding ability and superoxide anion production. Am Rev Respir Dis. 1992; 146: 1287–93.

25. Mordelet-Dambrine M, Arnoux A, Stanislas-Leguern G, Sandron D, Chretien J, Huchon G. Processing of

lung lavage fluid causes variability in bronchoalveolar cell count. Am Rev Respir Dis. 1984 ;130: 305–6.

26. Dohn MN, Baughman RP. Effect of changing instilled volume for bronchoalveolar lavage in patients with

interstitial lung disease. Am Rev Respir Dis. 1985 ;132: 390–2.

27. Davis GS, Giancola MS, Costanza MC, Low RB. Analysis of sequential bronchoalveolar lavage samples

from healthy human volunteers. Am Rev Respir Dis. 1982; 126: 611–6.

28. Merrill W, O’Hearn E, Rankin J, Naegel G, Matthay RA, Reynolds HY. Kinetic analysis of respiratory

tract proteins recovered during a sequential lavage protocol. Am Rev Respir Dis. 1982; 126: 617–20.

29. Rennard SI, Ghafouri M, Thompson AB, et al. Fractional processing of sequential bronchoalveolar lavage

to separate bronchial and alveolar samples. Am Rev Respir Dis. 1990; 141: 208–17.

30. Thompson AB, Bohling T, Payvandi F, Rennard SI. Lower respiratory tract lactoferrin and lysozyme arise

primarily in the airways and are elevated in associationwith chronic bronchitis. J Lab Clin Med. 1990; 115:

148–58.

31. Cole P, Turton C, Lanyon H, Collins J. Bronchoalveolar lavage for the preparation of free lung cells:

technique and complications. Br J Dis Chest. 1980; 74: 273–8.

32. Rankin JA, Naegel GP, Reynolds HY. Use of a central laboratory for analysis of bronchoalveolar lavage

fluid. Am Rev Respir Dis. 1986: 133: 186–90.

33. Baughman RP, Drent M. Role of bronchoalveolar lavage in interstitial lung disease. Clin Chest Med. 2001;

22: 331–41.

34. Cobben NA, Jacobs JA, Dieijen-Visser MP, Mulder PG, Wouters EF, Drent M. Diagnostic value of BAL

fluid cellular profile and enzymes in infectious pulmonary disorders. Eur Respir J. 1999; 14: 496–502.

35. Drent M, Jacobs JA, Cobben NA, Costabel U, Wouters EF, Mulder PG. Computer program supporting the

diagnostic accuracy of cellular BALF analysis: a new release. Respir Med. 2001; 95: 781–6.

36. Drent M, Mulder PG, Wagenaar SS, Hoogsteden HC, van Velzen Blad H, van den Bosch JM. Differences

in BAL fluid variables in interstitial lung diseases evaluated by discriminant analysis. Eur Respir J. 1993;

6: 803–10.

37. Kantrow SP, Meyer KC, Kidd P, Raghu G. The CD4/CD8 ratio in BAL fluid is highly variable in

sarcoidosis. Eur Respir J. 1997; 10: 2716–21.

38. Winquist AG, Orrico MA, Peterson LR. Evaluation of the cytocentrifuge Gram stain as a screening test for

bacteriuria in specimens from specific patient populations. Am J Clin Pathol. 1997; 108: 515–24.

39. Armbruster C, Pokieser L, Hassl A. Diagnosis of Pneumocystis carinii pneumonia by bronchoalveolar

lavage in AIDS patients: comparison of Diff-Quik, fungifluor stain, direct immunofluorescence test and

polymerase chain reaction. Acta Cytol. 1995; 39: 1089–93.

40. De Brauwer EI, Jacobs JA, Nieman F, Bruggeman CA, Wagenaar SS, Drent M. Cytocentrifugation

conditions affecting the differential cell count in bronchoalveolar lavage fluid. Anal Quant Cytol Histol

2000; 22: 416–22.

41. Fleury-Feith J, Escudier E, Pocholle MJ, Carre C, Bernaudin JF. The effects of cytocentrifugation on

differential cell counts in samples obtained by bronchoalveolar lavage. Acta Cytol. 1987; 31: 606–10.

42. Willcox M, Kervitsky A, Watters LC, King TE Jr. Quantification of cells recovered by bronchoalveolar

lavage: comparison of cytocentrifuge preparations with the filter method. Am Rev Respir Dis. 1988; 138:

74–80.

43. Saltini C, Hance AJ, Ferrans VJ, Basset F, Bitterman PB, Crystal RG. Accurate quantification of cells

recovered by bronchoalveolar lavage. Am Rev Respir Dis. 1984; 130: 650–8.

36

44. Laviolette M, Carreau M, Coulombe R. Bronchoalveolar lavage cell differential on microscope glass cover:

a simple and accurate technique. Am Rev Respir Dis. 1988; 138: 451–7.

45. Thompson AB, Teschler H, Wang YM, Konietzko N, Costabel U. Preparation of bronchoalveolar lavage

fluid with microscope slide smears. Eur Respir J. 1996; 9: 603-8.

46. Rennard SI. Bronchoalveolar lavage in the diagnosis of cancer. Lung. 1990; 168 (Suppl): 1035–40.

47. Tollerud DJ, Wesseler TA, Kim CK, Baughman RP. Use of a rapid differential stain for identifying

Pneumocystis carinii in bronchoalveolar lavage fluid: diagnostic efficacy in patients with AIDS. Chest.

1989; 95: 494–7.

48. Robinson-Smith TM, Saad A, Baughman RP. Interpretation of the Wright-Giemsa stained bronchoalveolar

lavage specimen. Laboratory Medicine. 2004; 35: 553–7.

49. De Brauwer EI, Jacobs JA, Nieman F, Bruggeman CA, Drent M. Bronchoalveolar lavage fluid differential

cell count: how many cells should be counted? Anal Quant Cytol Histol. 2002; 24: 337–41.

50. Baughman RP, Strohofer S, Colangelo G, Frame PT. Semiquantitative technique for estimating

Pneumocystis carinii burden in the lung. J Clin Microbiol. 1990; 28: 1425–7.

51. Baughman RP, Golden JA, Keith FM. Bronchoscopy, lung biopsy, and other diagnostic procedures. In:

Murray JF, Nadel JA, Mason RJ, Boushey HA, eds. Textbook of Respiratory Medicine. Third ed.

Philadelphia, PA: WB Saunders Co; 2000: 725–80.

52. Clements PJ, Goldin JG, Kleerup EC, et al. Regional differences in bronchoalveolar lavage and thoracic

highresolution computed tomography results in dyspneic patients with systemic sclerosis. Arthritis Rheum.

2004; 50: 1909–17.

53. Baughman R, Strohofer S, Kim CK. Variation of differential cell counts of bronchoalveolar lavage fluid.

Arch Pathol Lab Med. 1986; 110: 341–3.

54. Poulter LW, Rossi GA, Bjermer L, et al. The value of bronchoalveolar lavage in the diagnosis and

prognosis of sarcoidosis. Eur Respir J. 1990; 3: 943–4.

55. Welker L, Jorres RA, Costabel U, Magnussen H. Predictive value of BAL cell differentials in the diagnosis

of interstitial lung diseases. Eur Respir J. 2004; 24: 1000–6.

56. Auerswald U, Barth J, Magnussen H. Value of CD-1- positive cells in bronchoalveolar lavage fluid for the

diagnosis of pulmonary histiocytosis X. Lung. 1991; 169: 305–9.

57. Chollet S, Soler P, Dournovo P, Richard MS, Ferrans VJ,

58. Basset F. Diagnosis of pulmonary histiocytosis X by immunodetection of Langerhans cells in

bronchoalveolar lavage fluid. Am J Pathol. 1984; 115: 225–32.

59. Zompi S, Couderc LJ, Cadranel J, et al. Clonality analysis of alveolar B lymphocytes contributes to the

diagnostic strategy in clinical suspicion of pulmonary lymphoma. Blood. 2004; 103: 3208–15.

60. Poletti V, Romagna M, Allen KA, Gasponi A, Spiga L. Bronchoalveolar lavage in the diagnosis of

disseminated lung tumors. Acta Cytol. 1995; 39: 472–7.

61. Heron, M, Grutters, JC, Dam-Molenkamp KM, Hijdra D, van Heugten-Roeling A, Claessen AME, Ruven

HJT, van den Bosch JMM, van Velzen-Blad, H. Bronchoalveolar lavage cell pattern from healthy human

lung. Clin Exp Immunol. 2011; 167: 523-31.

62. Balbi B, Pignatti P, Corradi M. Bronchoalveolar lavage, sputum and exhaled clinically relevant

inflammatory markers: values in healthy adults. Eur Respir J. 2007; 30: 769–81.

63. Meyer, KC. Bronchoalveolar Lavage as a Diagnostic Tool. Semin Respir Crit Care Med. 2007; 28: 546–60.

64. Klech H, Hutter C, Costabel U, eds. Clinical guidelines and indication for bronchoalveolar lavage (BAL):

report of the European Society of Pneumology Task Group on BAL. Eur Respir Ver. 1992; 2: 47–127.

65. Klech H, Hutter C, eds. Clinical guidelines and indications for bronchoalveolar lavage (BAL): report of the

European Society of Pneumology Task Group on BAL. Eur Respir J. 1990; 3: 937–69.

66. Costabel U, Guzman J. Effect of smoking on bronchoalveolar lavage constituents. Eur Respir J. 1992; 5:

776–9.

67. Meyer KC. Neutrophils and low-grade inflammation in the seemingly normal aging human lung. Mech

Ageing Dev. 1998; 104: 169–81.

37

68. Meyer KC, Soergel P. Bronchoalveolar lymphocyte phenotypes change in the normal aging human lung.

Thorax. 1999; 54: 697–700.

69. Meyer KC, Raghu G. Bronchoalveolar lavage for the evaluation of interstitial lung disease: is it clinically

useful? Eur Respir J. 2011; 38: 761–9.

70. Costabel U, Guzman J. Bronchoalveolar lavage in interstitial lung disease. Curr Opin Pulm Med. 2001; 7:

255–61.

71. Costabel U, Guzman J. Bronchoalveolar lavage. In: Schwartz MI, King TE Jr, eds. Interstitial Lung

Disease. Hamilton, BC Decker, 2003; 114–133.

72. Drent M, Meyer KC, Baughman RP. Bronchoalveolar lavage. Prog Respir Res. 2007; 36: 58–67.

73. Meyer KC. The role of bronchoalveolar lavage in interstitial lung disease. Clin Chest Med. 2004; 25: 637–

49.

74. Baughman RP. Is bronchoalveolar lavage clinically useful for everyday practice in interstitial lung disease?

Pro: bronchoalveolar lavage. J Bronchology. 1999; 6: 211–6.

75. Raghu G. Is bronchoalveolar lavage clinically useful for everyday practice in interstitial lung disease? Con:

bronchoalveolar lavage. J Bronchology. 1999; 6: 217–21.

76. Kinder BW, Brown KK, Schwarz MI, Ix JH, Kervitsky A King TE Jr. Baseline BAL Neutrophilia Predicts

Early Mortality in Idiopathic Pulmonary Fibrosis. Chest. 2008;133: 226-32.

77. King TE Jr, Schwarz MI, Brown K, et al. Idiopathic pulmonary fibrosis: relationship between

histopathologic features and mortality. Am J Respir Crit Care Med. 2001; 164:1025–32.

78. Bjoraker JA, Ryu JH, Edwin MK, et al. Prognostic significance of histopathologic subsets in idiopathic

pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med. 1998; 157: 199–203.

79. Flaherty KR, Mumford JA, Murray S, et al. Prognostic implications of physiologic and radiographic

changes in idiopathic interstitial pneumonia. Am J Respir Crit Care Med. 2003; 168: 543–8.

80. American Thoracic Society, European Respiratory Society. American Thoracic Society/European

Respiratory Society international multidisciplinary consensus classification of the idiopathic interstitial

pneumonias. Am J Respir Crit Care Med. 2002; 165: 277–304.

81. Collard HR, King TE Jr, Bartelson BB, et al. Changes in clinical and physiologic variables predict survival

in idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med. 2003; 168: 538 –42.

82. Flaherty KR, Andrei A-C, Murray S, et al. Idiopathic pulmonary fibrosis: prognostic value of changes in

physiology and six-minute-walk test. Am J Respir Crit Care Med. 2006; 174: 803– 9.

83. King TE Jr, Tooze JA, Schwarz MI, et al. Predicting survival in idiopathic pulmonary fibrosis: scoring

system and survival model. Am J Respir Crit Care Med. 2001; 164: 1171–81.

84. Wells AU, Desai SR, Rubens MB, et al. Idiopathic pulmonary fibrosis: a composite physiologic index

derived from disease extent observed by computed tomography. Am J Respir Crit Care Med. 2003; 167:

962–9.

85. Jin H, Dong J. Pathogenesis of idiopathic pulmonary fibrosis: from initial apoptosis of epithelial cells to

lung remodeling? Chin Med J. 2011; 124 (24): 4330-8.

86. Fernández-Pérez ER, Daniels CE, Schroeder DR, St Sauver J, Hartman TE, Bartholmai BJ. Incidence,

prevalence, and clinical course of idiopathic pulmonary fibrosis: a population-based study. Chest 2010;

137: 129-37.

87. Karakatsani A, Papakosta D, Rapti A, Antoniou KM, Dimadi M, Markopoulou A. Epidemiology of

interstitial lung diseases in Greece. Respir Med. 2009; 103: 1122-9.

88. Caminati A, Harari S. IPF: New insight in diagnosis and prognosis. Respir Med. 2010; 104 Suppl: s2-s10.

89. Watters LC, Schwarz MI, Cherniack RM, et al. Idiopathic pulmonary fibrosis: pretreatment

bronchoalveolar lavage cellular constituents and their relationships with lung histopathology and clinical

response to therapy. Am Rev Respir Dis. 1987; 135: 696–704.

90. Boomars KA, Wagenaar SS, Mulder PGH, et al. Relationship between cells obtained by bronchoalveolar

lavage and survival in idiopathic pulmonary fibrosis. Thorax. 1995; 50: 1087–92.

38

91. Turner-Warwick M. Bronchoalveolar lavage fluid cell counts in cryptogenic fibrosing alveolitis and their

relation to therapy.Thorax. 1980; 35:328–39.

92. Turner-Warwick M, Haslam PL. The value of serial bronchoalveolar lavages in assessing the clinical

progress of patients with cryptogenic fibrosing alveolitis. Am Rev Respir Dis. 1987; 135: 26–34.

93. Rudd RM, Haslam PL, Turner-Warwick M. Cryptogenic fibrosing alveolitis relationships of pulmonary

physiology and bronchoalveolar lavage to treatment and prognosis. Am Rev Respir Dis. 1981; 124:1–8.

94. Travis WD, King TE Jr, Hunninghake G, et al. American Thoracic Society workshop on idiopathic

nonspecific interstitial pneumonia (NSIP). Presented at: American Thoracic Society International

Conference; May 17, 2003; Seattle, WA.

95. Kottmann RM, Hogan CM, Phipps RP, Sime PJ. Determinants of initiation and progression of idiopathic

pulmonary fibrosis. Respirology. 2009; 14: 917-33.

96. Vannella KM, Luckhardt TR, Wilke CA, van Dyk LF, Toews GB, Moore BB. Latent herpesvirus infection

augments experimental pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med. 2010; 181: 465-77.

97. Miyake Y, Sasaki S, Yokoyama T, Chida K, Azuma A, Suda T. Occupational and environmental factors

and idiopathic pulmonary fibrosis in Japan. Ann Occup Hyg. 2005; 49: 259-65.

98. Lee JS, Collard HR, Raghu G, Sweet MP, Hays SR, Campos GM, et al. Does chronic microaspiration

cause idiopathic pulmonary fibrosis? Am J Med. 2010; 123: 304-11.

99. Attili AK, Kazerooni EA, Gross BH, Flaherty KR, Myers JL, Martinez FJ. Smoking-related interstitial lung

disease: radiologic-clinical-pathologic correlation. Radiographics 2008; 28: 1383-96.

100. Fischer A, Pfalzgraf FJ, Feghali-Bostwick CA, Wright TM, Curran-Everett D, West SG, et al. Anti-th/to-

positivity in a cohort of patients with idiopathic pulmonary fibrosis. J Rheumatol. 2006; 33: 1600-5.

101. Michaelson JE, Aguayo SM, Roman J. Idiopathic pulmonary fibrosis: a practical approach for diagnosis

and management. Chest 2000; 118: 788-94.

102. Sumikawa H, Johkoh T, Ichikado K, Taniguchi H, Kondoh Y, Fujimoto K, et al. Usual interstitial

pneumonia and chronic idiopathic interstitial pneumonia: analysis of CT appearance in 92 patients.

Radiology 2006; 241: 258-66.

103. Katzenstein AL, Mukhopadhyay S, Myers JL. Diagnosis of usual interstitial pneumonia and distinction

from other fibrosing interstitial lung diseases. Hum Pathol. 2008; 39: 1275-94.

104. Peikert T, Daniels CE, Beebe TJ, Meyer KC, Ryu JH; Interstitial Lung Diseases Network of the American

College of Chest Physicians. Assessment of current practice in the diagnosis and therapy of idiopathic

pulmonary fibrosis. Respir Med. 2008; 102: 1342-8.

105. Sakamoto K, Taniguchi H, Kondoh Y, Wakai K, Kimura T, Kataoka K, Hashimoto N, Nishiyama O,

Hasegawa Y. Acute exacerbation of IPF following diagnostic bronchoalveolar lavage procedures. Resp

Med. 2012; 106: 436-42.

106. Pesci A, Ricchiuti E, Ruggiero R, De Micheli A. Bronchoalveolar lavage in idiopathic pulmonary fibrosis:

what does it tell us? Respir Med. 2010; 104 (Suppl. 1): S70-3.

107. Bradley B, Branley HM, Egan JJ, Greaves MS, Hansell DM, Harrison NK, et al. Interstitial lung disease

guideline: the British Thoracic Society in collaboration with the Thoracic Society of Australia and New

Zealand and the Irish Thoracic Society. Thorax. 2008; 63 (Suppl. 5): v1-58.

108. American Thoracic Society. Idiopathic pulmonary fibrosis: diagnosis and treatment. International

consensus statement. American Thoracic Society (ATS) and the European respiratory Society (ERS). Am J

Respir Crit Care Med. 2000; 161:646-64.

109. Ohshimo S, Bonella F, Cui A, Beume M, Kohno N, Guzman J, Costabel U. Significance of

bronchoalveolar lavage for the diagnosis of idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med.

2009; 179: 1043-7.

110. Ryu YJ, Chung MP, Han J, Kim TS, Lee KS, Chun EM. Bronchoalveolar lavage in fibrotic idiopathic

interstitial pneumonias. Respir Med. 2007; 101: 655-60.

111. Nagai S, Handa T, Ito Y, Takeuchi M, Izumi T. Bronchoalveolar lavage in idiopathic interstitial lung

diseases. Semin Respir Crit Care Med. 2007; 28: 496–503.

39

112. Nagao T, Nagai S, Kitaichi M, Hayashi M, Shigematsu M, Tsutsumi T, Satake N, Izumi T. Usual

interstitial pneumonia: idiopathic pulmonary fibrosis versus collagen vascular diseases. Respiration. 2001;

68:151–9.

113. Tabuena RP, Nagai S, Tsutsumi T, Handa T, Minoru T, Mikuniya T, Shigematsu M, Hamada K, Izumi T,

Mishima M. Cell profiles of bronchoalveolar lavage fluid as prognosticators of idiopathic pulmonary

fibrosis/usual interstitial pneumonia among Japanese patients.Respiration. 2005; 72: 490–8.

114. Smet, DD, Geert MA, Berghe BV, Meysman M, Heylen O, Gorus, FK, Waele, M. Use of Likelihood

Ratios Improves Interpretation of Laboratory Testing for Pulmonary Sarcoidosis. Am J Clin Pathol.

2010;134:939-47.

115. Hunninghake GW, Costabel U, Ando M, et al. ATS/ERS/ WASOG statement on sarcoidosis. American

Thoracic Society/European Respiratory Society/World Association of Sarcoidosis and other

Granulomatous Disorders. Sarcoidosis Vasc Diffuse Lung Dis. 1999; 16: 149-73.

116. Baughman RP, Lower EE, du Bois RM. Sarcoidosis. Lancet .2003; 361: 1111-8.

117. Hamzeh N. Sarcoidosis. Med Clin N Am. 2011; 95: 1223–34.

118. Statement on sarcoidosis. Am J Respir Crit Care Med.1999;160(2): 736–55.

119. Henke CE, Henke G, Elveback R, et al. The epidemiology of sarcoidosis in Rochester, Minnesota: a

population-based study of incidence and survival. Am J Epidemiol. 1986; 123: 840-845.

120. Hillerdal G, Nöu E, Osterman K, et al. Sarcoidosis: epidemiology and prognosis: a 15-year European study.

Am Rev Respir Dis. 1984; 130: 29-32.

121. Thomas KW, Hunninghake GW. Sarcoidosis. JAMA. 2003; 289: 3300-3.

122. Rybicki BA, Major M, Popovich J Jr, et al. Racial differences in sarcoidosis incidence: a 5-year study in a

health maintenance organization. Am J Epidemiol. 1997; 145: 234-41.

123. Gerke AK, Hunninghake G. The immunology of sarcoidosis. Clin Chest Med. 2008; 29(3): 379–90.

124. Rybicki BA, Iannuzzi MC, Frederick MM. Familial aggregation of sarcoidosis. A case-control etiologic

study of sarcoidosis (ACCESS). Am J Respir Crit Care Med. 2001;164 (11): 2085–91.

125. Schurmann M, Reichel P, Muller-Myhsok B. Results from a genome-wide search for predisposing genes in

sarcoidosis. Am J Respir Crit Care Med. 2001;164 (5): 840–6.

126. Rybicki BA, Levin AM, McKeigue P. A genome-wide admixture scan for ancestry-linked genes

predisposing to sarcoidosis in African-Americans. Genes Immun. 2010.

127. Iannuzzi MC, Iyengar SK, Gray-McGuire C. Genome-wide search for sarcoidosis susceptibility genes in

African Americans. Genes Immun. 2005; 6 (6): 509–18.

128. Heron M, Slieker WA, Zanen P. Evaluation of CD103 as a cellular marker for the diagnosis of pulmonary

sarcoidosis.Clin Immunol. 2008; 126: 338-44.

129. Drent M, Jacobs JA, Vries J, Lamers RJS, Liem IH, Wouters EFM. Does the cellular bronchoalveolar

lavage fluid profile reflect the severity of sarcoidosis? Eur Respir J. 1999; 13: 1338-44.

130. Kolopp-Sarda MN, Kohler C, De March AK. Discriminative immunophenotype of bronchoalveolar lavage

CD4 lymphocytes in sarcoidosis. Lab Invest. 2000; 80: 1065-9.

131. Maruchella A, Tondini M. Reliability of bronchoalveolar lavage in the routine clinical assessment of

patients with sarcoidosis: a retrospective analysis. Panminerva Med. 2002; 44: 257-60.

132. Costabel U, Bonella F, Guzman, J. Chronic Hypersensitivity Pneumonitis. Clin Chest Med. 2012; 33: 151–

63.

133. Selman M. Hypersensitivity pneumonitis. In: Schwarz MI, King TE, editors. Interstitial lung disease.

Shelton (CT): People’s Medical Publishing House-USA; 2011. 597–635.

134. Pepys J, Riddel R, Citron KM, et al. Precipitins against extracts of hay and moulds in the serum of patients

with farmer’s lung, aspergillosis, asthma, and sarcoidosis. Thorax. 1962; 17: 366–74.

135. Costabel U. The alveolitis of hypersensitivity pneumonitis. Eur Respir J. 1988; 1: 5–9.

136. Camarena A, Juarez A, Mejia M. Major histocompatibility complex and tumor necrosis factoralpha

polymorphisms in pigeon breeder’s disease. Am J Respir Crit Care Med. 2001;163 :1528–33.

40

137. Schaaf BM, Seitzer U, Pravica V. Tumor necrosis factor-alpha -308 promoter gene polymorphism and

increased tumor necrosis factor serum bioactivity in farmer’s lung patients. Am J Respir Crit Care Med.

2001; 163: 379–82.

138. Aquino-Galvez A, Camarena A, Montano M. Transporter associated with antigen processing (TAP) 1 gene

polymorphisms in patients with hypersensitivity pneumonitis. Exp Mol Pathol. 2008; 84: 173–7.

139. Camarena A, Aquino-Galvez A, Falfan-Valencia R, et al. PSMB8 (LMP7) but not PSMB9 (LMP2) gene

polymorphisms are associated to pigeon breeder’s hypersensitivity pneumonitis. Respir Med. 2010; 104

:889–94.

140. Hill MR, Briggs L, Montano MM. Promoter variants in tissue inhibitor of metalloproteinase-3 (TIMP- 3)

protect against susceptibility in pigeon breeders’ disease. Thorax. 2004; 59: 586–90.

141. Janssen R, Kruit A, Grutters JC. TIMP-3 promoter gene polymorphisms in BFL. Thorax. 2005; 60: 974.

142. Cormier Y, Tremblay GM, Fournier M. Longterm viral enhancement of lung response to

Saccharopolyspora rectivirgula. Am J Respir Crit Care Med. 1994; 149:490–4.

143. Coleman A, Colby TV. Histologic diagnosis of extrinsic allergic alveolitis. Am J Surg Pathol. 1988; 12:

514–8.

144. Trahan S, Hanak V, Ryu JH. Role of surgical lung biopsy in separating chronic hypersensitivity pneumonia

from usual interstitial pneumonia/idiopathic pulmonary fibrosis: analysis of 31 biopsies from 15 patients.

Chest. 2008; 134: 126–32.

145. Ohtani Y, Saiki S, Kitaichi M. Chronic bird fancier’s lung: histopathological and clinical correlation. An

application of the 2002 ATS/ERS consensus classification of the idiopathic interstitial pneumonias.Thorax.

2005; 60: 665–71.

146. Churg A, Sin DD, Everett D. Pathologic patterns and survival in chronic hypersensitivity pneumonitis. Am

J Surg Pathol. 2009; 33:1765–70.

147. Lima MS, Coletta EN, Ferreira RG. Subacute and chronic hypersensitivity pneumonitis: histopathological

patterns and survival. Respir Med. 2009; 103: 508–15.

148. Gaxiola M, Buendia-Roldan I, Mejia M. Morphologic diversity of chronic pigeon breeder’s disease:

clinical features and survival. Respir Med. 2011;105:608–14.

149. Vourlekis JS, Schwarz MI, Cool CD, et al. Nonspecific interstitial pneumonitis as the sole histologic

expression of hypersensitivity pneumonitis. Am J Med. 2002; 112: 490–3.

150. Takemura T, Akashi T, Ohtani Y, Inase N, Yoshizawa Y. Pathology of hypersensitivity pneumonitis. Curr

Opin Pulm Med. 2008, 14: 440–54.

151. Wenzel F, Emanuel D, Gray R. Immunofluorescent studies in patients with farmer’s lung. J Allergy Clin

Immunol. 1971; 48: 224–9.

152. Lacasse Y, Selman M, Costabel U. Clinical diagnosis of hypersensitivity pneumonitis. Am J Respir Crit

Care Med. 2003; 168: 952–8.

153. Remy-Jardin M, Remy J, Wallaert B. Subacute and chronic bird breeder hypersensitivity pneumonitis:

sequential evaluation with CT and correlation with lung function tests and bronchoalveolar lavage.

Radiology. 1993; 189:111-8.

154. Lynch DA, Rose CS, Way D. Hypersensitivity pneumonitis: sensitivity of high-resolution CT in a

population-based study. AJR. 1992; 159: 469–72.

155. Hansell DM, Wells AU, Padley SP. Hypersensitivity pneumonitis: correlation of individual CT patterns

with functional abnormalities. Radiology. 1996; 199:123–8.

156. Matar LD, McAdams PH, Sporn TA. Hypersensitivity pneumonitis. AJR Am J Roentgenol. 2000; 174:

1061–6.

157. Cormier Y, Brown M, Worthy S. High-resolution computed tomographic characteristics in acute farmer’s

lung and in its follow-up. Eur Respir J. 2000; 16: 56–60.

158. Patel RA, Sellami D, Gotway MB. Hypersensitivity pneumonitis: patterns on high-resolution CT. J

Comput Assist Tomogr. 2000; 24: 965–70.

41

159. Adler BD, Padley SP, Muller NL. Chronic hypersensitivity pneumonitis: high-resolution CT and

radiographic features in 16 patients. Radiology. 1992; 185: 91–5.

160. Lynch DA, Newell JD, Logan PM. Can CT distinguish hypersensitivity pneumonitis from idiopathic

pulmonary fibrosis? AJR Am J Roentgenol. 1995; 165: 807–11.

161. Silva CI, Churg A, Mulle NL. Hypersensitivity pneumonitis: spectrum of highresolution CT and pathologic

findings. AJR Am J Roentgenol. 2007; 188: 334–44.

162. Sahin H, Brown KK, Curran-Everett D. Chronic hypersensitivity pneumonitis: CT features comparison

with pathologic evidence of fibrosis and survival. Radiology. 2007; 244: 591–8.

163. Silva CI, Muller NL, Lynch DA. Chronic hypersensitivity pneumonitis: differentiation from idiopathic

pulmonary fibrosis and nonspecific interstitial pneumonia by using thin-section CT. Radiology. 2008; 246:

288–97.

164. Elliot TL, Lynch DA, Newell JD Jr. High-resolution computed tomography features of nonspecific

interstitial pneumonia and usual interstitial pneumonia. J Comput Assist Tomogr. 2005; 29: 339–45.

165. Semenzato G, Bjermer L, Costabel U. Clinical guidelines and indications for bronchoalveolar lavage

(BAL): extrinsic allergic alveolitis. Eur Respir J. 1990; 3: 945–6, 961–9.

166. Drent M, Wagenaar S, van Velzen-Blad H. Relationship between plasma cell levels and profile of

bronchoalveolar lavage fluid in patients with subacute extrinsic allergic alveolitis. Thorax. 1993; 48: 835–

9.

167. Costabel U, Bross KJ, Ruhle KH. Ia-like antigens on T-cells and their subpopulations in pulmonary

sarcoidosis and in hypersensitivity pneumonitis. Analysis of bronchoalveolar and blood lymphocytes. Am

Rev Respir Dis. 1985; 131: 337–42.

168. Kuramochi J, Inase N, Miyazaki Y. Lung cancer in chronic hypersensitivity pneumonitis. Respiration.

2011; 82: 263–7.

169. Jara-Palomares L, Gomez-Izquierdo L, Gonzalez-Vergara D, Rodriguez-Becerra E, Marquez-Martin E,

Barrot-Corte´s E, Martin-Juan J. Utility of high-resolution computed tomography and BAL in cryptogenic

organizing pneumonia. Resp Med. 2010; 104: 1706-11.

170. Coultas DB, Zumwalt RE, Black WC. The epidemiology of interstitial lung diseases. Am J Respir Crit

Care Med. 1994; 150: 967-72.

171. Schweisfurth H. Report by the Scientific Working Group for therapy of lung diseases: German fibrosis

register with initial results. Pneumologie. 1996; 50: 899-901.

172. Agostini C, Albera C, Bariffi F. Registro Italiano Pneumopatie Infiltrative Diffuse. First report of the

Italian register for diffuse infiltrative lung disorders (RIPID). Monaldi Arch Chest Dis. 2001; 56: 364-8.

173. Gudmundsson G, Sveinsson O, Isaksson HJ, et al. Epidemiology of organizing pneumonia in Iceland.

Thorax. 2006; 61: 805-8.

174. Davison AG, Heard BE, McAllister WAC, et al. Cryptogenic organizing pneumonitis. Q J Med. 1983; 52:

382-94.

175. Epler GR, Colby TV, McLoud TC, et al. Bronchiolitis obliterans organizing pneumonia. N Engl J Med.

1985; 312: 152-8.

176. Akira M, Yamamoto S, Sekatani M. Bronchiolitis obliterans organizing pneumonia manifesting as multiple

large nodules or masses. Am J Roentgenol. 1998; 170: 291-5.

177. Watanabe K, Harada T, Yoshida M, et al. Organizing pneumonia presenting as a solitary nodular shadow

on a chest radiograph.Respiration. 2003; 70: 507-14.

178. Xaubet A, Ancochea J, Morell F, et alSpanish Group on Interstitial Lung Diseases, SEPAR. Report of the

incidence of interstitial lung diseases in Spain. Sarcoidosis Vasc Diffuse Lung Dis. 2004; 21: 64-70.

179. Morell F, Reyes L, Dome´nech G, et al. Diagnoses and diagnostic procedures in 500 consecutive patients

with clinical suspicion of interstitial lung disease. Arch Bronconeumol. 2008; 44: 185-91.

180. Swensen S, Aughenbaugh GL, Myers JL. Diffuse lung disease: diagnostic accuracy of CT in patients

undergoing surgical biopsy of the lung. Radiology. 1997; 205: 229-34.

42

181. Poletti V, Cazzato S, Minicuci N, Zompatori M, Burzi M, Schiattone, ML. The diagnostic value of

bronchoalveolar lavage and transbronchial lung biopsy in cryptogenic. Eur Respir J. 1996; 9: 2513–6.

182. Colby TV. Pathologic aspects of bronchiolitis obliterans organizing pneumonia. Chest. 1992; 102: 38–43.

183. Martin-Juan J, ValenzuelaMateos F, Soto-Campos G. Quality and selection of simples of bronchoalveolar

lavage (BAL) in diffuse pneumopathies. Arch Bronconeumol. 1996; 32: 332-40.

184. Castella J, Ancochea J, Llorente L. Bronchoalveolar lavage. Arch Bronconeumol. 1997; 33: 515-26.

185. King TE, Mortensen RL. Cryptogenic organizing pneumonia.Chest. 1992; 102 (s): 8–13.

186. Costabel U, Teschler H, Guzman I. Bronchiolitis obliterans organizing pneumonia (BOOP): the cytological

and immunocytological profile of bronchoalveolar lavage. Eur Respir J. 1992; 5: 791–7.

187. Cordier JF, Loire R, Brune J. Idiopathic bronchiolitis obliterans organizing pneumonia: definition of

characteristic clinical profiles in a series of 16 patients. Chest. 1989; 96: 999–1004.

188. Cohen AJ, King TE, Downey GP. Rapidly progressive bronchiolitis obliterans with organizing pneumonia.

Am J Respir Crit Care Med. 1994; 149: 1670–5.

189. Kowal-Bielecka O, Kowal K, Chyczewska E. Utility of Bronchoalveolar Lavage in Evaluation of Patients

with Connective Tissue Diseases. Clin Chest Med. 2010; 31: 423–31.

190. Antoniou KM, Margaritopoulos G, Economidou F. Pivotal clinical dilemmas in collagen vascular diseases

associated with interstitial lung involvement. Eur Respir J. 2009 ;33: 882–96.

191. Santos-Ocampo AS, Mandell BF, Fessler BJ. Alveolar hemorrhage in systemic lupus erythematosus. Chest.

2000; 118: 1083–90.

192. Dickey BF, Myers AR. Pulmonary disease in polymyositis/ dermatomyosistis. Semin Arthritis Rheum.

1984; 14: 60–76.

193. Marie I, Hachulla E, Cherin P. Interstitial lung disease in polymyositis and dermatomyositis. Arthritis

Rheum. 2002; 47: 614–22.

194. Steen VD, Medsger TA. Changes in causes of death in systemic sclerosis, 1972–2002. Ann Rheum Dis.

2007; 66: 940–4.

195. Steen VD, Conte C, Owens GR. Severe restrictive lung disease in systemic sclerosis. Arthritis Rheum.

1994; 37: 1283–9.

196. Bouros D, Wells AU, Nicholson AG. Histopathologic subsets of fibrosing alveolitis in patients with

systemic sclerosis and their relationship to outcome. Am J Respir Crit Care Med. 2002; 165: 1581–6.

197. Kim DS, Yoo B, Lee JS. The major histopathologic pattern of pulmonary fibrosis in scleroderma is

nonspecific interstitial pneumonia. Sarcoidosis Vasc Diffuse Lung Dis. 2002; 19: 121–7.

198. Kowal-Bielecka O, Kowal K, Highland KB. Bronchoalveolar lavage fluid in scleroderma interstitial lung

disease: technical aspects and clinical correlations: review of the literature. Semin Arthritis Rheum, in

press.

199. Silver RM, Miller KS, Smith EA. Evaluation and management of scleroderma lung disease using

bronchoalveolar lavage. Am J Med. 1990; 88: 470–6.

200. White B, Moore WC, Wigley FM. Cyclophosphamide is associated with pulmonary function and survival

benefit in patients with scleroderma and alveolitis. Ann Intern Med. 2000; 132: 947–54.

201. Goh NS, Veeraraghavan S, Desai SR. Bronchoalveolar lavage cellular profiles in patients with systemic

sclerosis-associated interstitial lung disease are not predictive of disease progression. Arthritis Rheum.

2007; 56: 2005–12.

202. Young A, Koduri G, Batley M. Early rheumatoid arthritis study (ERAS) group. Mortality in rheumatoid

arthritis. Increased in the early course of disease, in ischaemic heart disease and in pulmonary fibrosis.

Rheumatology. 2007; 46: 350–7.

203. Kim EJ, Collard HR, King TE Jr. Rheumatoid arthritisassociated interstitial lung disease: the relevance of

histopathologic and radiographic pattern. Chest. 2009; 136: 1397–405.

204. Wallaert B, Hatron PY, Grosbois JM. Subclinical pulmonary involvement in collagen vascular diseases

assessed by bronchoalveolar lavage. Relationship between alveolitis and subsequent changes in lung

function. Am Rev Respir Dis. 1986; 133: 574–80.

43

205. Gabbay E, Tarala R, Will R. Interstitial lung disease in recent onset rheumatoid arthritis. Am J Respir Crit

Care Med. 1997; 156: 528–35.

206. Garcia JG, Parhami N, Killam D. Bronchoalveolar lavage fluid evaluation in rheumatoid arthritis. Am Rev

Respir Dis. 1986; 133: 450–4.

207. Gilligan DM, O’Connor CM, Ward K. Bronchoalveolar lavage in patients with mild and severe rheumatoid

lung disease. Thorax. 1990; 45: 591–6.

208. Biederer J, Schnabel A, Muhle C. Correlation between HRCT findings, pulmonary function tests and

bronchoalveolar lavage cytology in interstitial lung disease associated with rheumatoid arthritis. Eur

Radiol. 2004; 14: 272–80.

209. Garcia JG, James HL, Zinkgraf S. Lower respiratory tract abnormalities in rheumatoid interstitial lung

disease. Potential role of neutrophils in lung injury. Am Rev Respir Dis. 1987; 136: 811–7.

210. Devouassoux G, Cottin V, Liote H. Characterisation of severe obliterative bronchiolitis in rheumatoid

arthritis. Eur Respir J. 2009; 33: 1053–61.

211. Zisman DA, McCune WJ, Tino G. Druginduced pneumonitis: the role of methotrexate. Sarcoidosis Vasc

Diffuse Lung Dis. 2001; 18: 243–52.

212. Ostor AJ, Chilvers ER, Somerville MF. Pulmonary complications of infliximab therapy in patients with

rheumatoid arthritis. J Rheumatol. 2006; 33: 622–8.

213. Costabel U, Uzaslan E, Guzman J. Bronchoalveolar lavage in drug-induced lung disease. Clin Chest Med.

2004; 24: 25–35.

214. Carvera R, Khamashta M, Font J. Systemic lupus erythematosus: clinical and immunologic patterns of

disease expression in a cohort of 1000 patients. Medicine. 1993; 72:113–24.

215. Gladman DD, Urowitz M. SLE clinical features. In: Hochberg MC, Silman AJ, Smolen JS, et al, editors.

Rheumatology. 3rd edition. Philadelphia: Mosby Elsevier Ltd; 2003. p. 1359–79.

216. Weinrib L, Sharma OP, Quismorio FP Jr. A longterm study of interstitial lung disease in systemic lupus

erythematosus. Semin Arthritis Rheum. 1990; 20: 48–56.

217. Wallaert B, Aerts C, Bart F. Alveolar macrophage dysfunction in systemic lupus erythematosus. Am Rev

Respir Dis. 1987; 136: 293–7.

218. Groen H, Aslander M, Bootsma H. Bronchoalveolar lavage cell analysis and lung function impairment in

patients with systemic lupus erythematosus (SLE). Clin Exp Immunol. 1993; 94: 127–33.

219. Barile LA, Jara LJ, Medina-Rodriguez F. Pulmonary hemorrhage in systemic lupus erythematosus. Lupus.

1997; 6: 445–8.

220. Schwab EP, Schumacher HR, Freundlich B. Pulmonary alveolar hemorrhage in systemic lupus

erythematosus. Semin Arthritis Rheum. 1993; 23: 8–15.

221. Orens JB, Martinez FJ, Lynch JP. Pleuropulmonary manifestations of systemic lupus erythematosus.

Rheum Dis Clin North Am. 1994; 20: 159–92.

222. Grau JM, Miro´ O, Pedro IE. Interstitial lung disease related to dermatomyositis. Comparative study with

patients without lung involvement. J Rheumatol. 1996; 23: 1921–6.

223. Marie I, Hatron PY, Hachulla E. Pulmonary involvement in polymyositis and in dermatomyositis. J

Rheumatol. 1998; 25: 1336–43.

224. Komo´csi A, Kuma´novics G, Zibotics H. Alveolitis may persist during treatment that sufficiently controls

muscle inflammation in myositis. Rheumatol Int. 2001; 20: 113–8.

225. Schnabel A, Reuter M, Biederer J. Interstitial lung disease in polymyositis and dermatomyositis: clinical

course and response to treatment. Semin Arthritis Rheum. 2003; 32: 273–84.

226. Fujisawa T, Suda T, Nakamura Y. Differences in clinical features and prognosis of interstitial lung diseases

between polymyositis and dermatomyositis. J Rheumatol. 2005; 32: 58–64.

227. Deheinzelin D, Capelozzi VL, Kairala RA. Interstitial lung disease in primary Sjögren’s syndrome: clinical

pathological evaluation and response to treatment. Am J Respir Crit Care Med. 1996; 15: 794–9.

228. Cain HC, Noble PW, Matthay RA. Pulmonary manifestationsof Sjögren’s syndrome. Clin Chest Med 1998;

19: 687–99.

44

229. Davidson BK, Kelly CA, Griffiths ID. Ten-year follow up of pulmonary function in patients with primary

Sjögren’s syndrome. Thorax. 2000; 59: 709–12.

230. Ito I, Nagai S, Kitaichi M. Pulmonary manifestations of primary Sjögren’s syndrome: a clinical, radiologic

and pathologic study. Am J Respir Crit Care Med. 2005; 171: 632–8.

231. Strilman CV, Rosenow EC, Divertie MB. Pulmonary manifestations of Sjögren’s syndrome. Chest. 1976;

70: 354–61.

232. Harton PY, Wallaert B, Gosset D. Subclinical lung inflammation in primary Sjögren’s syndrome. Arthritis

Rheum, 1987; 30: 1226–31.

233. Salaffi F, Subiaco S, Carotti M. Bronchoalveolar lavage in primary Sjögren’s syndrome. Eur J Intern Med.

1995; 6: 109–16.

234. Wallaert B, Prin L, Harton PY. Lymphocyte subpopulations in bronchoalveolar lavage in Sjögren’s

syndrome. Evidence for an expansion of cytotoxic/suppressor subset in patients with alveolar neutrophilia.

Chest. 1987; 92: 1025–31.

235. Dalavanga YA, Constantopoulos SH, Galanopoulos V. Alveolitis correlates with pulmonary involvement

in primary Sjögren’s syndrome. Chest. 1991; 99: 1394–7.

236. Miyasaka N, Murota N, Sato K. Interleukin-2 defect in the peripheral blood and the lung in patients with

Sjögren’s syndrome. Clin Exp Immunol.1986; 65: 497–505.

237. Costabel U, Guzman J. Bronchoalveolar lavage. Intersticial Lung Disease. 5ªed.Conneecticut: PMPH,

2011. 149-170.

238. Fan LL, Lung MC, Wagener JS. The diagnostic value of bronchoalveolar lavage in immunocompetent

children with chronic diffuse pulmonary infiltrates. Pediatr Pulmonol. 1997; 23: 8–13.

239. Martin RJ, Coalson JJ, Rogers RM, Horton FO, Manous LE. Pulmonary alveolar proteinosis: the diagnosis

by segmental lavage. Am Rev Respir Dis. 1980; 121: 819–25.

240. Heron M, Claessen AM, Grutters JC, van den Bosch JM. T cell activation profiles in different

granulomatous interstitial lung diseases – a role for CD8(+)CD28(null) cells? Clin Exp Immunol. 2009;

160: 256–65.

241. Sakaguchi S, Sakaguchi N, Shimizu J et al. Immunologic tolerance maintained by CD25+ CD4+ regulatory

T cells: their common role in controlling autoimmunity, tumor immunity, and transplantation tolerance.

Immunol Rev. 2001; 182: 18–32.

242. Olsen HH, Grunewald J, Tornling G, Sköld CM, Eklund A. Bronchoalveolar Lavage Results Are

Independent of Season, Age, Gender and Collection Site. PLoS ONE. 2012; 7(8): e43644.

243. Behndig AF, Mudway IS, Brown JL, Stenfors N, Helleday R. Airway antioxidant and inflammatory

responses to diesel exhaust exposure in healthy humans. Eur Respir J. 2006; 27(2): 359–65.

244. Hartl D, Koller B, Mehlhorn AT. Quantitative and functional impairment of pulmonary CD4+CD25hi

regulatory T cells in pediatric asthma. J Allergy Clin Immunol. 2007; 119: 1258–66.

245. Burke WM, Roberts CM, Bryant DH. Smoking-induced changes in epithelial lining fluid volume, cell

density and protein. Eur Respir J. 1992; 5: 780–4.

246. Meyer KC, Ershler W, Rosenthal NS, Lu XG, Peterson K. Immune dysregulation in the aging human lung.

Am J Respir Crit CareMed.1996; 153: 1072–9.

247. Kapetanaki MG, Ana L. Mora AL, Rojas M. Influence of age on wound healing and fibrosis. DOI:

10.1002/path.4122.

248. Ito K, Barnes PJ. COPD as a disease of accelerated lung aging. Chest. 2009; 135: 173-80.

249. Miravitlles M, Soriano JB, Garcia-Rio F. Prevalence of COPD in Spain: impact of undiagnosed COPD on

quality of life and daily life activities. Thorax. 2009; 64: 863-8.

250. Navaratnam V, Fleming KM, West J, et al. The rising incidence of idiopathic pulmonary fibrosis in the

U.K. Thorax. 2011; 66: 462-7.

251. Faner R, Rojas M, Macnee W, et al. Abnormal lung aging in chronic obstructive pulmonary disease and

idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med. 2012; 186: 306-13.

45

252. Veeraraghavan S, Latsi PI, Wells AU, et al. BAL findings in idiopathic nonspecific interstitial pneumonia

and usual interstitial pneumonia. Eur Respir J. 2003; 22: 239–44.

253. Schwartz DA, Helmers RA, Galvin JR, et al. Determinants of survival in idiopathic pulmonary fibrosis.

Am J Respir Crit Care Med. 1994; 149: 450–4.

254. Fernandez BA, Fox G, Bhatia R, Sala E, Noble B, Denic N, Fernandez D, Duguid N, Dohey A, Kamel F,

Edwards L, Mahoney K, Stuckless S, Parfrey PS, Woods MO. A Newfoundland cohort of familial and

sporadic idiopathic pulmonary fibrosis patients: clinical and genetic features. Respiratory Research. 2012,

13:64.

255. Nicholson AG, Addis BJ, Bharucha H, Clelland CA, Corrin B, Gibbs AR, Hasleton PS, Kerr KM, Ibrahim

NB, Stewart S, et al. Interobserver variation between pathologists in diffuse parenchymal lung disease.

Thorax. 2004; 59: 500–5.

256. Ward K, O'Conner C, Odlum C, Fitzgerald XM. Prognostic value of bronchoalveolar lavage in sarcoidosis:

the critical influence of disease presentation. Thorax. 1989; 44: 6-12.

257. Roth C, Huchson GJ, Arnoux A, Staaslan-Lequern G, Marsac JH, Chretien J. Bronchoalveolar cells in

advanced pulmonary sarcoidosis. Am Rev Respir Dis. 1981: 124: 9-12.

258. Lin YH, Haslam PL, Turner-Warwick M. Chronic pulmonary sarcoidosis: relationship between lung lavage

cell counts, chest radiograph, and results of standard lung function tests. Thorax. 1985; 40: 501-7.

259. Mota PC, Morais A, Palmares C, Beltrão C, Melo N, Santos AC, Delgado L. Diagnostic value of CD103

expression in bronchoalveolar lymphocytes in sarcoidosis. Respiratory Medicine. 2012: 106; 1014-1020.

260. Lacasse Y, Selman M, Costabel U, Dalphin JC, Ando M, Morell F, Erkinjuntti-Pekkanen R, Müller N,

Colby TV, Schuyler M, Cormier Y. Clinical Diagnosis of Hypersensitivity Pneumonitis. Am J Respir Crit

Care Med. 2003: 168; 952–8.

261. Barrowcliff DF, Arblaster PG. Farmer’s lung: a study of an early acute fatal case. Thorax. 1968; 23: 490–

500.

262. Seal RME, Hapke EJ, Thomas GO, et al. The pathology of the acute and chronic stages of farmer’s lung.

Thorax. 1968; 23: 460–89.

263. Hodgson MJ, Parkinson DK, Karpf M. Chest X-rays in hypersensitivity pneumonitis: a meta-analysis of

secular trends. Am J Ind Med. 1989; 16: 45–3.

264. Cormier Y, Bélanger J. The fluctuant nature of precipitating antibodies in dairy farmers. Thorax. 1989; 44:

469–73.

265. Burrel P, Bylander R. A critical review of the role of precipitins in hypersensitivity pneumonitis. Eur J

Respir Dis. 1981; 62: 332–43.

266. Lacasse Y, Fraser RS, Fournier M, Cormier Y. Diagnostic accuracy of transbronchial biopsy in the

diagnosis of acute farmer’s lung. Chest.1997; 112: 1459–65.

267. Pardo J, Panizo A, Sola I, Queipo F, Martinez-Peñuela A, Carias R. Prognostic value of clinical,

morphologic, and immunohistochemical factors in patients with bronchiolitis obliterans–organizing

pneumonia. Human Pathology. 2012. Article in press.

268. Kowal-Bielecka O, Kowal K, Highland KB, Silver RM. Bronchoalveolar Lavage Fluid in Scleroderma

Interstitial Lung Disease: Technical Aspects and Clinical Correlations: Review of the Literature. Semin

Arthritis Rheum. 2010; 40: 73-88.

269. Panagiota LI, Wells AU. Evaluation and management of alveolitis and interstitial lung disease in

scleroderma. Curr Opin Rheumatol. 2003; 15: 748–55.

270. Meyer KC, Tsao FH, Xiang Z, Abassi A. Neutrophil necrosis and annexin 1 degradation associated with

airway inflammation in lung transplant recipients with cystic fibrosis. BMC Pulmonary Medicine. 2012; 12

(44). Article in press.

271. Panganibam RAM, Day RM. Hepatocyte growth factor in lung repair and pulmonary fibrosis. Acta

Pharmacol Sin. 2011; 32: 12–20.

272. Marchand-Adam S, Marchal J, Cohen M, Soler P, Gerard B, Castier Y. Defect of hepatocyte growth factor

secretion by fibroblasts in idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med. 2003; 168: 1156–61.

46

273. Yang J, Dai C, Liu Y. Hepatocyte growth factor gene therapy and angiotensin II blockade synergistically

attenuate renal interstitial fibrosis in mice. J Am Soc Nephrol. 2002; 13: 2464–77.

274. Taniyama Y, Morishita R, Nakagami H, Moriguchi A, Sakonjo H, Shokei K, et al. Potential contribution of

a novel antifibrotic factor, hepatocyte growth factor, to prevention of myocardial fibrosis by angiotensin II

blockade in cardiomyopathic hamsters. Circulation. 2000; 102: 246–52.

275. Bogatkevich GS, Ludwicka-Bradley A, Highland KB, Hant F, Nietert PJ, Singelton CB. Impairment of the

antifibrotic effect of hepatocyte growth factor in lung fibroblasts from African Americans: possible role in

systemic sclerosis. Arthritis Rheum. 2007; 56: 2432-42.

276. Korthagen NM, Nagtegaal MM, van Moorsel CHM, Kazemier KM, van den Bosch JMM, Grutters JC.

MRP14 is elevated in the bronchoalveolar lavage fluid of fibrosing interstitial lung diseases. Clin Exp

Immunol. 2010; 161: 342–7.

277. Gebhardt C, Nemeth J, Angel P, Hess J. S100A8 and S100A9 in inflammation and cancer. Biochem

Pharmacol. 2006; 72: 1622–31._4181 32..34

278. Delabie J, de Wolf-Peeters C, van den Oord JJ, Desmet VJ. Differential expression of the calcium-binding

proteins MRP8 and MRP14 in granulomatous conditions: an immunohistochemical study. Clin Exp

Immunol. 1990; 81: 123–6.

279. Ryckman C, Vandal K, Rouleau P, Talbot M, Tessier PA. Proinflammatory activities of S100: proteins

S100A8, S100A9, and S100A8/A9 induce neutrophil chemotaxis and adhesion. J Immunol. 2003; 170:

3233–42.

280. Vandal K, Rouleau P, Boivin A, Ryckman C, Talbot M, Tessier PA. Blockade of S100A8 and S100A9

suppresses neutrophil migration in response to lipopolysaccharide. J Immunol. 2003; 171:2602–9.

281. Shibata F,Miyama K, Shinoda F,Mizumoto J, Takano K,Nakagawa H. Fibroblast growth-stimulating

activity of S100A9 (MRP-14). Eur J Biochem. 2004; 271: 2137–43.

282. Seeliger S, Vogl T, Engels IH et al. Expression of calcium-binding proteins MRP8 and MRP14 in

inflammatory muscle diseases. Am J Pathol. 2003; 163: 947–56.

283. Frosch M, Vogl T, Seeliger S et al. Expression of myeloid-related proteins 8 and 14 in systemic-onset

juvenile rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum. 2003; 48: 2622–6.