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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Mestrado Acadêmico em Administração JOÃO LUIZ GATTRINGER O CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Um estudo nos municípios catarinenses Biguaçu SC 2016

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Programa de Pós-Graduação em Administração

Curso de Mestrado Acadêmico em Administração

JOÃO LUIZ GATTRINGER

O CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

Um estudo nos municípios catarinenses

Biguaçu – SC

2016

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JOÃO LUIZ GATTRINGER

O CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

Um estudo nos municípios catarinenses

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado

Acadêmico em Administração da Universidade

do Vale do Itajaí como requisito à obtenção do

título de Mestre em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Sidnei Vieira Marinho

Biguaçu – SC

2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente ao Grande Arquiteto do Universo, por ter me proporcionado

saúde, tranquilidade e a força para seguir em frente e atingir mais este objetivo. Ao final desta

etapa também agradeço aqueles que contribuíram e fizeram parte dessa trajetória.

Ao meu professor orientador Dr. Sidnei Vieira Marinho agradeço a paciência, tolerância

e apoio do nestes dois anos de convivência. Agradeço, também, aos professores membros da

banca, Drª. Anete Alberton e Dr. Ivam Ricardo Peleias pelas contribuições à minha pesquisa.

Agradecimentos especiais ao professor Dr. Carlos Ricardo Carvalho, pelos

ensinamentos, apoio e fundamental ajuda no desenvolvimento estatístico do trabalho.

À professora Drª. Rosilene Marcon, aos demais professores do curso e toda a equipe do

Programa de Mestrado da UNIVALI, em especial à Maria de Lurdes Rodrigues, pela atenção

prestada durante todo o período do mestrado.

Aos amigos e colegas do grupo de estudos NUNTEG da UNIVALI pela parceria,

companheirismo, amizade.

Ao Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, pelo apoio e incentivo, sem os quais

não haveria possibilidades de concretizar o mestrado.

Aos Secretários Executivos das 21 Associações Municipais e suas equipes de trabalho,

que não mediram esforços para que a coleta dos dados se concretizasse, assim como a todos os

responsáveis de órgãos centrais de controles internos dos municípios, pela colaboração e total

apoio, ações fundamentais para a realização da pesquisa.

Aos amigos e colegas de serviço Alexandre Alves, Clovis Biscaro, Edu Marques Filho,

Kliwer Schmitt, Luiz Gonzaga de Souza e Rafael Correa, pela colaboração e apoio.

Meus agradecimentos especiais a toda minha família, que represento na minha mãe

Nelci, pelo convívio, auxílio, dedicação e carinho em todos os momentos da minha vida, e pela

compreensão de meu afastamento em muitas ocasiões consideradas fundamentais para a

realização deste trabalho.

Por fim, minha eterna gratidão à Suzana, minha sempre companheira, e minha filha

Amanda, amores de minha vida, pelo sacrifício de muitas horas de lazer e primorosa

colaboração.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar os Controles Internos que estão em operação nos municípios

da Administração Pública Catarinense, para constatar se as variáveis relevantes de Controles

Internos, relacionadas à eficiência operacional, estão substancialmente presentes. Para isso, foi

utilizado o modelo do Committee of Sponsoring Organization of the Treadway Commission

(COSO), em que foram avaliados os cinco componentes do controle interno: ambiente de

controle, avaliação de risco, atividades de controle, informação e comunicação e

monitoramento. O estudo realizado molda-se à abordagem quantitativa, na estratégia de

levantamento survey, de caráter descritivo com corte transversal; os dados foram coletados por

meio de questionário estruturado, com perguntas sobre as características pessoais e

ocupacionais dos respondentes e sobre a utilização do modelo COSO (COSO, 2013), mediante

questões diretas, do tipo Likert de 5 pontos, atingindo todos os responsáveis pelos Controles

Internos dos 295 municípios catarinenses. A confiabilidade interna das escalas empregadas no

questionário para medir a eficiência operacional foi avaliada pelo alfa de Cronbach, que

apresentou valores acima de 0,7 para todas as variáveis. Usou-se a análise fatorial exploratória

e Anova para avaliar as características do trabalho e dos componentes que impactam na

eficiência operacional. O resultado da pesquisa evidenciou que a escolaridade, o tempo de

serviço na instituição e na função impactam de forma significativa na execução do Controle

Interno sobre a eficiência operacional. Quanto à escolaridade apurou-se que a maioria dos

respondentes (88,6%) tem curso superior e 38,3% já possuem pós-graduação. Sobre o tempo

de trabalho na instituição relacionado ao conhecimento da entidade que se está vinculado,

constatou-se que 34,6% dos profissionais da área tem menos de 5 anos de empresa, enquanto

que 49,8% estão na entidade com o tempo entre 5 e 20 anos, e, 15,60% estão há mais de 20

anos, indicando que quase a metade dos profissionais (46,10%), estão há mais de 10 anos na

organização. Com referência ao tempo de exercício da função, o panorama mostrado revela que

a maioria dos profissionais da área (61,10%), tem menos de 5 anos de função. O grupo com até

um ano na instituição tende a avalia-la mais positivamente com relação a eficiência operacional.

Referindo-se a estrutura dos órgãos centrais de Controles Internos dos municípios catarinenses,

78% estão vinculados ao Chefe de Poder e se caracterizam como órgão de staff, exercendo

funções de assessoria e de controle. Conclui-se que, no seu conjunto, os 5 componentes do

COSO (COSO,2013), estão presentes nos Sistemas de Controles Internos que estão operando

nos municípios catarinenses, o que contribui para sua efetividade, permitindo que a eficiência

operacional seja atingida, comprovando-se, dessa forma, a hipótese Hₒ.

Palavras-chave: Controle Interno. Setor Público. Municípios. Eficiência Operacional. COSO.

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ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the internal controls that operate in the municipal

government of Santa Catarina, to determine whether the relevant variables of internal controls,

related to operational efficiency, are substantially present. For this, we used the model of the

Committee of Sponsoring Organization of the Treadway Commission (COSO), which evaluates

the five components of internal control: control environment, risk assessment, control activities,

information and communication, and monitoring. This study uses a quantitative approach, with

a descriptive cross-sectional survey. Data were collected through a questionnaire with questions

about the respondents’ personal and occupational characteristics, and their use of the COSO

model (COSO, 2013), through direct questions of the 5-point Likert scale type, encompassing

all those responsible for the internal controls of 295 municipalities in the State of Santa

Catarina. The internal reliability of the scales used in the questionnaire to measure operational

efficiency was assessed by Cronbach's alpha, which showed scores above 0.7 for all variables.

Exploratory factor analysis and ANOVA were used to evaluate the work features and

components that impact on operational efficiency. The result of this research showed that level

of education, length of time spent working at the institution, and length of time in the job

position, significantly influence the implementation of Internal Control of operational

efficiency. In relation to level of education, it was found that the majority of respondents

(88.6%) have higher education, of which 38.3% are postgraduates. Concerning length of time

spent working in the institution related to knowledge of the entity for which they worked, it was

found that 34.6% of professionals have less than five years of service, while 49.8% have

between 5 and 20 years and 15.60% have more than 20 years, indicating that almost half of the

professionals (46.10%) have been with the entity for more than 10 years. In relation to time

spent in the job position, the data showed that the majority of professionals in the area (61.10%)

have been in the job for less than 5 years. The group with less than one year in the institution

tends to evaluate the organization more positively in relation to operational efficiency. In regard

to the structure of the central organs of internal control of the municipalities of Santa Catarina,

78% are linked to the Head of Power and are characterized as staff, exercising advisory and

control functions. We conclude that, on the whole, the five components of the COSO (COSO,

2013) are present in the internal control systems that operate in the municipalities of Santa

Catarina, contributing to their effectiveness, and allowing operational efficiency to be achieved,

thereby proving the Hₒ hypothesis.

Keywords: internal control. Public sector. Municipalities. Operational efficiency. COSO.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Cronologia das publicações dos modelos de Controles Internos e respectivos

organismos editores ............................................................................................... 45

Figura 2. Cubo COSO Report (Internal Control - Integrated Framework) .......................... 49

Figura 3. Dimensões do Cubo COSO Report (Internal Control - Integrated Framework) .. 50

Figura 4. Cubo COSO ERM (Enterprise Risk Management – Integrated Framework ......... 52

Figura 5. Cubo COSO 2013 - Internal Control - Integrated Framework ............................ 54

Figura 6. Estrutura atualizada do modelo COSO 2013 ........................................................ 57

Figura 7. Modelos COSO em operação conforme a natureza do controle ............................ 58

Figura 8. Evolução da legislação federal sobre o Controle Interno na Administração Pública

brasileira ................................................................................................................ 66

Figura 9. Etapas da pesquisa até a aplicação do questionário ............................................... 78

Figura 10. Etapas decorridas para a aplicação do questionário e coleta dos dados ............... 83

Figura 11. Estrutura conceitual do Controle Interno ............................................................... 85

Figura 12. Distribuição dos Municípios com mais de 50 mil habitantes no Território de Santa

Catarina .................................................................................................................. 91

Figura 13. Tela do software LimeSurvey................................................................................. 94

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Aspectos integrantes do conceito de Controle Interno .......................................... 29

Quadro 2. Divisão do Controle Interno conforme o AICPA ................................................... 32

Quadro 3. Componentes do Controle Interno segundo o Conselho Federal de

Contabilidade ......................................................................................................... 35

Quadro 4. Princípios de Controles Internos ........................................................................... 36

Quadro 5. Características fundamentais do Controle Interno ................................................. 37

Quadro 6. Limitações do Controle Interno ............................................................................ 38

Quadro 7. Modelos e documentos editados sobre Controles Internos................................... 39

Quadro 8. Especialidades dos Modelos de Controle Interno ................................................. 46

Quadro 9. Componentes da estrutura do Controle Interno - COSO Report (Internal Control -

Integrated Framework) .......................................................................................... 49

Quadro 10. Componentes incluídos pelo COSO ERM (Enterprise Risk Management –

Integrated Framework) em complemento ao COSO Report ................................. 53

Quadro 11. Princípios do COSO 2013 vinculados aos seus componentes. .............................. 56

Quadro 12. Formas de Controle na Administração Pública. .................................................... 62

Quadro 13. Conceito de eficiência, eficácia e economicidade aplicável à Administração Pública

brasileira ................................................................................................................ 70

Quadro 14. Pesquisas sobre o Controle Interno na Administração Pública brasileira ............. 72

Quadro 15. Adaptação realizada em face do modelo COSO (2013), no questionário de Silva,

Gomes e Araújo (2014) ......................................................................................... 80

Quadro 16. . Questões incorporadas ao questionário de Silva, Gomes e Araújo (2014), em face

do modelo COSO (2013) ....................................................................................... 82

Quadro 17. Relacionamento entre as hipóteses e o aspecto de pesquisa .................................. 87

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Quantidade de Municípios, população residente por situação de domicílio em Santa

Catarina conforme classes populacionais municipais – Brasil 2010 ..................... 90

Tabela 2. Receita arrecadada pelos municípios catarinenses no exercício de 2010 .............. 92

Tabela 3. Distribuição dos respondentes conforme a idade .................................................. 96

Tabela 4. Distribuição dos respondentes conforme o estado civil ........................................ 96

Tabela 5. Distribuição dos respondentes conforme a escolaridade ....................................... 96

Tabela 6. Distribuição dos respondentes conforme a especialidade ..................................... 97

Tabela 7. Nomenclatura do cargo exercido pelo responsável pelo órgão central de controle

interno .................................................................................................................... 98

Tabela 8. Tipo de provimento do cargo de responsável pelo órgão central do município .... 99

Tabela 9. Vinculação das atividades de Controle Interno à estrutura organizacional municipal

............................................................................................................................... 99

Tabela 10. Tempo de trabalho do responsável pelo órgão central do município na instituição e

no exercício da função ......................................................................................... 100

Tabela 11. Componente Ambiente De Controle: média e desvio padrão das questões

pesquisadas .......................................................................................................... 102

Tabela 12. Componente Avaliação de Risco: média e desvio padrão das questões

pesquisadas .......................................................................................................... 104

Tabela 13. Componente Atividade de Controle: média e desvio padrão das questões

pesquisadas .......................................................................................................... 106

Tabela 14. Componente Informação e Comunicação: média e desvio padrão das questões

pesquisadas .......................................................................................................... 107

Tabela 15. Componente Monitoramento: média e desvio padrão das questões pesquisadas . 109

Tabela 16. Alfa de Cronbach conforme os componentes do modelo COSO 2013 ................ 110

Tabela 17. Questões excluídas por componente do COSO 2013, em face da significância ou

valor elevado da carga dos dados ........................................................................ 111

Tabela 18. Componente Ambiente de Controle: matriz de componente rotativa para questões

com a mesma natureza ......................................................................................... 114

Tabela 19. Componente Avaliação de Risco: matriz de componente rotativa para questões com

a mesma natureza ................................................................................................. 116

Tabela 20. Componente Atividade de Controle: matriz de componente rotativa para questões

com a mesma natureza ......................................................................................... 118

Tabela 21. Componente Informação e Comunicação: matriz de componente rotativa para

questões com a mesma natureza .......................................................................... 120

Tabela 22. Componente Monitoramento: matriz de componente rotativa para questões com a

mesma natureza ................................................................................................... 121

Tabela 23. Componentes do COSO: Matriz rotativa para questões com a mesma natureza, por

subdimensão .. ..................................................................................................... 122

Tabela 24. Influência da escolaridade por componente do COSO 2013, médias descritivas. 124

Tabela 25. Influência da escolaridade por componente do COSO 2013, significância

ANOVA ............................................................................................................... 125

Tabela 26. Influência da forma de provimento por componente do COSO 2013, médias

descritivas ............................................................................................................ 126

Tabela 27. Influência da forma de provimento por componente do COSO 2013, significância

ANOVA .............................................................................................................. 127

Tabela 28. Influência do tempo de serviço na instituição por componente do COSO 2013,

médias descritivas ................................................................................................ 128

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Tabela 29. Influência do tempo de serviço na instituição por componente do COSO 2013,

significância ANOVA ......................................................................................... 130

Tabela 30. Influência do tempo de serviço na função por componente do COSO 2013, médias

descritivas ............................................................................................................ 131

Tabela 31. Influência do tempo de serviço na função por componente do COSO 2013,

significância ANOVA ......................................................................................... 132

Tabela 32. Síntese das características dos respondentes por componente do COSO, que

apresentaram significância média conforme o índice ANOVA... ....................... 133

Tabela 33. Demonstração do cálculo do índice da eficiência operacional, tomando-se por base

os componentes do COSO 2013 .......................................................................... 133

Tabela 34. Demonstração da eficiência operacional dos componentes do COSO 2013,

considerando o IC de 95% ................................................................................... 134

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 13 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA..........................................................................................16

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 18

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 18

1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 18

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 19

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .............................................................................. 22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 23 2.1 CONTROLE ................................................................................................................... 23

2.2 CONTROLE INTERNO ................................................................................................. 25

2.2.1 Aspectos históricos sobre Controle Interno com destaque ao modelo COSO ................ 25

2.2.2 O Controle Interno revisitado.......................................................................................... 28

2.2.3 Divisão do Controle Interno ............................................................................................ 31

2.2.4 Finalidades do Controle Interno ...................................................................................... 33

2.2.5 Componentes do Controle Interno .................................................................................. 34

2.2.6 Princípios do Controle Interno ........................................................................................ 36

2.2.7 Características do Controle Interno ................................................................................. 37

2.2.8 Limitações do Controle Interno ...................................................................................... 38

2.3 PRINCIPAIS MODELOS APLICADOS AOS CONTROLES INTERNOS ................. 39

2.4 O MODELO COSO ......................................................................................................... 47

2.4.1 COSO Report (COSO I, 1992) ........................................................................................ 47

2.4.2 COSO ERM (COSO II, 2004) .......................................................................................... 51

2.4.3 COSO 2013 (COSO, 2013) .............................................................................................. 54

2.5 CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................................... 58

2.5.1 Aspectos históricos sobre o Controle Interno na Administração Pública ....................... 59

2.5.2 Noções sobre o Controle Interno na Administração Pública .......................................... 61

2.5.3 Características do Controle Interno na Administração Pública ...................................... 62

2.5.4 Obrigatoriedade do Controle Interno na Administração Pública .................................... 64

2.5.5 Finalidade do Controle Interno na Administração Pública ............................................. 67

2.5.6 A eficiência na Administração Pública ........................................................................... 68

2.5.7 Algumas pesquisas sobre o Controle Interno na Administração Pública ....................... 72

3 METODOLOGIA ..................................................................................... 74 3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................... 74

3.1.1 Tipo da pesquisa .............................................................................................................. 74

3.1.2 Estratégia da pesquisa ..................................................................................................... 75

3.1.3 Finalidades da pesquisa ................................................................................................... 76

3.2 MÉTODOS E TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ......................... 76

3.2.1 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados .......................................................... 76

3.2.1.1 Pesquisa bibliográfica e consulta à legislação aplicada à Administração Pública ....... 77

3.2.1.2 Coleta de dados ............................................................................................................ 77

3.2.1.3 Variáveis e estrutura da pesquisa ................................................................................ 84

3.2.1.4 Hipótese do estudo ...................................................................................................... 86

3.2.2 Tratamento e análise dos dados....................................................................................... 88

3.3 DELIMITAÇÃO DE ESCOPO E CONTEXTO DA PESQUISA ................................. 90

4 RESULTADOS .......................................................................................... 95 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES ............................................................ 95

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4.1.1 Gênero, faixa etária e estado civil ................................................................................... 95

4.1.2 Escolaridade .................................................................................................................... 96

4.1.3 Especialidade .................................................................................................................. 97

4.1.4 Nomenclatura do cargo ................................................................................................... 98

4.1.5 Tipo de provimento do cargo .......................................................................................... 99

4.1.6 Vinculação do cargo à unidade de controle .................................................................... 99

4.1.7 Tempo de trabalho na instituição e no exercício da função .......................................... 100

4.2 RESULTADOS DESCRITIVOS EM RAZÃO DO MODELO COSO ........................ 102

4.2.1 Análise descritiva do componente Ambiente de Controle.................... ........................ 102

4.2.2 Análise descritiva do componente Avaliação de Risco............... ................................. 104

4.2.3 Análise descritiva do componente Atividade de Controle . ......................................... 105

4.2.4 Análise descritiva do componente Informação e Comunicação .................................. 107

4.2.5 Análise descritiva do componente Monitoramento ...................................................... 108

4.3 AVALIAÇÃO DA CONFIABILIDADE DAS ESCALAS .......................................... 109

4.4 ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA .................................................................. 113

4.4.1 Análise fatorial exploratória para o Ambiente de Controle .......................................... 113

4.4.2 Análise fatorial exploratória para Avaliação de Risco .................................................. 116

4.4.3 Análise fatorial exploratória para a Atividade de Controle .......................................... 117

4.4.4 Análise fatorial exploratória para Informação e Comunicação..................................... 120

4.4.5 Análise fatorial exploratória para o Monitoramento ..................................................... 121

4.4.6 Síntese da análise fatorial exploratória para os componentes do COSO ...................... 122

4.5 ANÁLISE DO EFEITO DAS CARACTERÍSTICAS DOS RESPONDENTES NA

EFICIÊNCIA OPERACIONAL - COSO 2013............................................................. 123

4.5.1 Análise dos efeitos quanto ao gênero, a idade e o estado civil dos respondentes ........ 123

4.5.2 Análise dos efeitos da escolaridade dos respondentes ................................................. 124

4.5.3 Análise dos efeitos da forma de provimento dos respondentes ................................... 126

4.5.4 Análise dos efeitos do tempo de trabalho na instituição .............................................. 128

4.5.5 Análise dos efeitos do tempo de trabalho na função .................................................... 130

4.5.6 Síntese da análise dos efeitos das características dos respondentes sobre os

componentes do COSO ................................................................................................. 132

4.6 ANÁLISE DO EFEITO DOS COMPONENTES DO COSO 2013 NA EFICIÊNCIA

OPERACIONAL .......................................................................................................... 133

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 136

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 141

ANEXOS .................................................................................. ....................... 152

APÊNDICES .................................................................................................... 161

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1 INTRODUÇÃO

Desde a revolução industrial, com a divisão do trabalho e a utilização de capital de

terceiros, os Controles Internos1 passaram a ser vitais à sobrevivência das organizações, sendo

que sua origem está ligada ao crash da Bolsa de Nova York em 1929 (BRANDÃO, 2012). Em

face disso, o Controle Interno se apresenta de forma mais acentuada nos Estados Unidos no

início do século XX (BEUREN; DALLABONA; DANI, 2011; PELEIAS et al. 2013),

resultante do crescimento das organizações e simultaneamente com a descentralização dos

negócios, provocado por alterações profundas nos mercados e pela globalização (BRANDÃO,

2012).

Na visão de Boynton, Johnson e Kell (2002), Controles Internos são um processo

executado pelo Conselho de Administração e outras pessoas, concebido dentro de razoável

segurança para atingir os objetivos da entidade quanto à confiabilidade das informações

financeiras, a obediência (compliance) às leis e regulamentos aplicáveis, assim também à

eficácia e eficiência de operações.

Conforme Rocha (2013, p.14), “o Controle Interno é uma consequência do crescimento

das organizações”. Dessa maneira, Controles Internos são fundamentais e indispensáveis para

quaisquer entidades (BEUREN; DALLABONA; DANI, 2011; ROZA; LUNKES;

ALBERTON, 2012); têm a finalidade de proteger o patrimônio, gerar informações confiáveis,

dar aderência às normas e políticas existentes e produzir a eficácia das informações (ATTIE,

2011), assim como, assegurar que os propósitos da organização sejam efetivamente alcançados

(BEUREN; ZONATTO, 2014).

De fato, os Controles Internos aplicados a uma organização, independentemente de sua

qualidade, não detém segurança absoluta, ou seja, estão sujeitos à limitações (COSO, 2013;

KPMG, 2013).

As limitações impostas a tais controles relacionam-se com a relação custo/benefício ou

face ao seu direcionamento às transações rotineiras da organização (FRANCO; MARRA,

2001); também ocorrem em razão do conluio de funcionários na apropriação de bens da

empresa, à instrução inadequada dos funcionários com relação às normas internas e à

1 Denominado Controles Internos ou também Controle Interno em razão de citações autorais.

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negligência dos funcionários na execução de suas tarefas diárias (CREPALDI, 2000;

ALMEIDA, 2003).

Essas limitações, que evidenciam a fragilidade dos controles, fomentaram inúmeros

escândalos financeiros e contábeis, envolvendo empresas notáveis como a Parmalat na Europa,

a ChuoAoyama na Ásia (AMUDO; INANGA, 2009), assim como de outras organizações, entre

elas o Banco Barings, 1995, o Fundo LCTM em 1998, o Banco Societé Generale em 2008

(DANTAS et al., 2010), e empresas norte-americanas a partir do ano de 2000, como a Enron,

a WordCom, a Tyco e a Artur Andersen, (PELEIAS et al., 2010).

Diante disso e em resposta a esses escândalos, realçou-se a necessidade de fortalecer e

manter Controles Internos efetivos, com o propósito de prevenir erros e fraudes, como também

auxiliar a organização a atingir seus objetivos (MAIA et al., 2005; AMUDO; INANGA, 2009;

BRANDÃO, 2012; BEUREN; ZONATTO, 2014).

Sendo indispensável proteger as empresas contra fraudes financeiras e com objetivo de

restabelecer a confiança do mercado impondo regras de boa governança, foram aprovadas

diversas leis de proteção contra escândalos, como por exemplo a Securities Act em 1933 e em

1934 (BRANDÃO, 2012), a Lei Sarbanes Oxley (SOX) em 2002, nos Estados Unidos da

América, destacando-se especial atenção aos Controles Internos (PELEIAS et al., 2010;

WERNLI, 2013).

A partir dos anos de 1990 surgiram diversas estruturas ou modelos sobre Controles

Internos, dentre os quais, o COSO emitido pelo Committee of Sponsoring Organizations –

COSO (Comitê das Organizações Patrocinadoras), que se tornou referência mundial para o

estudo e aplicação do Controle Interno (VIEIRA, 2014), configurando-se como amplamente

reconhecido como o principal modelo para o desenvolvimento de estruturas integradas de

sistemas de Controles Internos (BEUREN; ZONATTO, 2014)

Conforme Amudo e Inanga (2009) o modelo COSO também é aplicável ao setor

público, desde que adaptado.

O modelo COSO, iniciado em 1992 – COSO Report, reformulado em 2004 – COSO

ERM e em 2013 – COSO Framewok, tratou de revisar a definição de Controle Interno, sendo

que a versão de 2013 é integrada por cinco componentes, quais sejam: ambiente de controle,

avaliação do risco, atividade de controle, informação e comunicação e, monitoramento (COSO,

2013).

No ambiente da Administração Pública brasileira, ainda que voltado especificamente

para a gestão dos orçamentos (CRUZ; GLOCK, 2006), o Controle Interno é exigência legal

desde a década de 1960, com a edição da Lei Federal n° 4.320/64, estando, naquela

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oportunidade, sob a égide do Poder Executivo (GALANTE; BEUREN; OLIVEIRA, 2009;

RONCALIO, 2009). Agora, por soberania da Constituição Federal, executa-se sob a vigilância

dos princípios da Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade

e eficiência (MEIRELLES, 2011).

O Controle Interno se caracteriza por operar na forma de Sistema de Controle Interno e

nos entes Federais e Estaduais, deve ser executado em cada um dos Poderes: Executivo,

Legislativo e Judiciário (artigo 74 da Constituição Federal de 1988). Já para os Municípios,

conforme exige o artigo 31 da mesma Constituição, sua implementação e manutenção está sob

a responsabilidade do Poder Executivo, integrando-se neste o Poder Legislativo (RONCALIO,

2009). Ainda no artigo 74 da Constituição Federal de 1988, também estão delineadas as suas

finalidades que exigem a execução de rotinas voltadas ao controle dos orçamentos, da dívida,

do patrimônio, como também da eficiência operacional (MEIRELLES, 2011).

Contudo, o Sistema de Controle Interno em operação na Administração Pública

brasileira dá pouca, ou quase nenhuma importância aos controles operacionais, que se

relacionam ao cumprimento da eficácia, eficiência, economicidade e efetividade da aplicação

dos recursos públicos (CRUZ; GLOCK, 2006). Aliás, ainda que as finalidades endereçadas no

texto constitucional ao referido Sistema lhes determine atuar com abrangência formal ou de

conformidade e operacional ou de desempenho, identifica-se como usual neste âmbito,

desenvolver controles relacionados à segurança do administrador, isto é, os controles

estabelecidos estão mais voltados à proteção do patrimônio e fidedignidade dos registros

(CASTRO, 2008).

A constatação de que a abordagem dominante acerca dos Controles Internos tem se

inclinado quase que exclusivamente para a dimensão formal ou de conformidade, corrobora-se

nas obras de Boynton, Johnson e Kell (2002), Almeida (2003), Cruz e Glock (2006), Cruz

(2007), Cavalheiro e Flores (2007), Castro (2008), Galante, Beuren e Oliveira (2009), entre

outros.

Entretanto, reitera-se que o texto da Constituição Federal de 1988 também exige a

atenção a outros enfoques, além daqueles relacionados à conformidade (legalidade),

formalização e fidedignidade dos registros, e proteção do patrimônio, principalmente em

atendimento ao princípio da eficiência (artigo 37 caput da CRFB/88), trazido à Carta Maior

pela Emenda Constitucional n° 19, de 05 de junho de 1998 (MEIRELLES, 2011).

Na Administração Pública brasileira, além do Controle Interno operar sobre aspectos

formais, também se deve voltar à manutenção de controles relacionados à eficiência, eficácia,

efetividade e economicidade na aplicação dos recursos públicos. Nesse contexto, surge a

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necessidade de se estabelecer nova dinâmica nessas atividades relacionadas aos resultados e

boa gestão dos recursos públicos (CRUZ; GLOCK, 2006), assegurando também que os

resultados da organização sejam efetivamente alcançados (BEUREN; ZONATTO, 2014).

Referindo-se ainda ao setor público, importa também assinalar que os componentes da

metodologia COSO Report foram adotados pela International Organisation of Supreme Audit

Institutions – INTOSAI, no ano de 2004, na ocasião da atualização dos Guidelines for Internal

Controls Standards for the Public Sector - Padrões de Controles Internos para o Setor Público

(RONCALIO, 2009). No Brasil, tornaram-se aplicáveis às entidades integrantes da

Administração Pública, em face da convergência da contabilidade aplicável ao setor público

brasileiro aos padrões internacionais, conforme a Resolução do CFC n.º 1.328, de 18/03/2011

(CFC, 2011).

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Baseado na premissa de que o oferecimento de serviços de consumo coletivo, por sua

natureza, é mais igualitário do que os serviços pagos individualmente, a realização das

necessidades sociais está ligada à implementação do Estado do Bem-estar, relacionado ao

aumento da organização estatal, em comunhão com o Estado Gerencial, que exige que a gestão

seja mais eficiente no suprimento das necessidades coletivas (BRESSER-PEREIRA, 2010).

A ineficiência da gestão pública no Brasil tem sido alvo de constantes debates, tanto na

imprensa como no mundo acadêmico, sendo que os principais aspectos se relacionam à falta de

planejamento, ao despreparo do administrador e de sua equipe (CRUZ; GLOCK, 2006), à

corrupção e o desperdício (CASTRO, 2008), além da escassez de recurso (MILESKI, 2003).

Porém, ainda que não se constate uma elite de pesquisadores sobre a temática Controles

Internos (PELEIAS et al., 2013), no âmbito da Administração Pública o debate acerca do

assunto floresce inserido em pesquisas sobre a boa governança e a eficiência da gestão, sendo

hoje tema recorrente, tanto no mundo acadêmico como no mundo da informação, havendo

predominância de estudos empíricos e ênfase na abordagem organizacional, com o

desenvolvimento de poucos estudos sobre a área comportamental (BEUREN; ZONATTO,

2014).

Castro (2006), quando analisou se os conceitos da eficácia, da eficiência e da efetividade

estavam presentes no contexto da Administração Pública nacional, concluiu que em razão da

moderna teoria gerencial, os princípios da eficiência ultrapassaram os limites do debate

acadêmico para se instalar definitivamente na vida pública.

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Beuren e Zonatto (2014), em seus estudos, destacaram a falta de pesquisas sobre

Controles Internos para o setor público e concluíram que apesar da relevância, pouco se conhece

a respeito das contribuições científicas desenvolvidas sobre essa temática. Referidos autores

apontaram ainda que, carecem de maior investigação temas sobre a compreensão da estrutura

dos sistemas de Controle Interno na gestão pública, bem como os fatores que podem favorecer

a implementação de um ambiente eficaz de controle neste setor.

Silva, Gomes e Araújo (2014) estudaram os fatores do sistema de Controles Internos

que influenciam na eficiência da gestão pública; concluíram que o tempo de serviço na

organização seria um desses fatores. Também destacaram que o modelo COSO poderia ser

ajustado para essas organizações. Amudo e Inanga (2009) evidenciaram que os componentes

do modelo COSO podem ser usados nas estruturas de Controles Internos da Administração

Pública, desde que integrados por mais um componente, qual seja: Tecnologia da Informação

(TI), este mais afeto ao modelo COBIT®, que adaptados, principalmente em razão da variação

do tamanho de cada organização, podem atingir com mais eficiência e eficácia os objetivos do

controle.

Perardt (2011), em estudo sobre os Controles Internos adotados por uma instituição de

ensino, sublinhou que a Administração Pública brasileira nos últimos anos, vem passando por

intensas mudanças e transformações, tanto no aspecto estrutural, como no aspecto social. A

Reforma Gerencial do Estado estabelecida pela Emenda Constitucional 19 no ano de 1998, o

processo de ajuste fiscal a partir da edição da Lei Complementar nº 101, de 05 de maio de 2000

– Lei de Responsabilidade Fiscal, são exemplos dessa modificação (BEUREN; ZONATTO,

2014).

Dessa forma, em face das exigências da sociedade no sentido de ver atendidas as suas

necessidades com melhor qualidade e eficiência, em respeito inclusive ao princípio da

eficiência gravado na Constituição Federal de 1988 (MEIRELLES, 2011), seria necessário

recorrer a Controles Internos específicos (PERARDT, 2011). Conforme Gerigk et al. (2007,

p.2), “seus gestores precisam, da melhor forma possível, conciliar as alterações observadas no

ambiente com o atendimento das necessidades da população por serviços públicos”.

No estado de Santa Catarina, Galante, Beuren e Oliveira (2009), quando analisaram a

utilização do Controle Interno como instrumento de gestão em prefeituras municipais, de modo

a contribuir para a transparência e integridade dos atos na Administração Pública, detectaram

dificuldades na implantação do sistema de Controles Internos, concluindo que a maioria dos

municípios pesquisados, os adota por exigência legal e não como procedimento facilitador da

gestão.

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Roncalio (2009), quando estudou a estrutura de Controles Internos dos municípios

catarinenses com mais de cinquenta mil habitantes (19 municípios), também constatou que os

órgãos centrais de Controles Internos estavam pouco estruturados para cumprir suas atividades;

e, quanto ao entendimento das funções, entendeu que persistem confusões relacionadas às

diferenças, aos conceitos e às atividades desenvolvidas por órgãos de Controladoria, Controle

Interno e Auditoria Interna.

Dado os preceitos teóricos e legais aqui apontados, esta pesquisa visa responder à

seguinte pergunta: De que forma os Controles Internos adotados pela Administração

Pública dos municípios catarinenses contribuem para a eficiência operacional?

Nesse sentido, desenvolve-se a pesquisa no intuito de investigar os Controles Internos

que estão em operação na Administração Pública dos municípios Catarinenses, para oferecer

uma contribuição sobre a lacuna existente na temática dos controles voltados à eficiência

operacional.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral Avaliar o Sistema de Controle Interno que está

em operação no âmbito da Administração Pública dos municípios catarinenses.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para concretização do estudo, são objetivos específicos:

1 Diagnosticar o perfil dos responsáveis pelos órgãos centrais de Controles Internos

municipais da Administração pública;

2 Identificar as características e forma de vinculação dos órgãos centrais de Controles

Internos na estrutura dos municípios catarinenses;

3 Verificar se as variáveis de Controles Internos integrantes do modelo COSO (2013),

relacionadas à eficiência operacional, estão substancialmente presentes nos Sistemas de

Controles Internos em execução nos municípios catarinenses.

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1.3 JUSTIFICATIVA

O Controle Interno é um tema atual e relevante (PELEIAS et al., 2013). Constitui-se

atividade indispensável para as organizações na medida em que proporcionam a garantia de

continuidade do fluxo de operações, o fornecimento de informações precisas e confiáveis

necessárias ao processo decisório (ATTIE, 2011), como também serve para evitar o abuso de

poder, o erro, a fraude e, sobretudo, a ineficiência da gestão.

É por meio da implementação de um robusto Sistema de Controles Internos que se

vislumbra a mais importante forma de proteger o patrimônio da organização, transmitir

informação financeira confiável, fidedigna e transparente para os destinatários interessados e

para atingir a eficiência operacional (BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002).

Nesse contexto, identificam-se diversos modelos sobre Controles Internos, como a

Information Technology Infrastructure Library - ITIL, em 1980; a SAC – Systems Auditability

and Control – Model, em 1991; a Internal Control – a Integrated Framework – COSO, em

1992; a King Report, em 1994; a SAS nº55 e 78 - Statements on Auditing Standards, em 1995;

a Control Objectives for Information and related Technology – COBIT, em 1996; a Guidance

on Assessing Control – The CoCo Principles, em 1997, e a Turnbull Report em 1999 (MAIA

et al., 2005; MORAIS, 2005; RONCALIO, 2009; DUTRA et al., 2009; FARIAS; De LUCA;

MACHADO, 2009; BRANDÃO, 2012; SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014; VIEIRA, 2014).

Dentre esses, o COSO tornou-se amplamente reconhecido como principal modelo para

o desenvolvimento de estruturas integradas de sistemas de Controles Internos (BEUREN;

ZONATTO, 2014); é também aplicável ao setor público (AMUDO; INANGA, 2009), adotado

no Brasil conforme Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC (CFC, 2011).

Assim, a demonstração da relevância e da importância do assunto vem se consolidando

no meio acadêmico (PELEIAS, et al., 2013), conforme se verifica por meio de diversos

trabalhos sobre a temática, como os de Maia et al. (2005), Feng, Li e McVay (2009), Farias,

De Luca e Machado (2009), Peleias et al. (2010), Ritta (2010), Kamala Raghavan (2011), Silva,

Gomes e Araújo (2014), e, Monteiro (2015).

Maia et al. (2005), quando estudaram a contribuição do Controle Interno para a

excelência corporativa em estudo de caso na companhia General Electric, pesquisaram diversas

metodologias de estrutura de Controles Internos e chegaram à conclusão que uma estrutura

adequada de Controles Internos contribui para o alcance de um bom nível de excelência

corporativa.

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O trabalho de Feng, Li e McVay (2009), ao examinar a relação entre a qualidade do

Controle Interno e a precisão de orientação de gestão utilizando a Seção 4042 da Lei SOX,

indicou que fraquezas materiais de Controles Internos podem implicar tanto na demonstração

dos lucros, como também afetar a precisão da orientação de gestão, reduzindo a qualidade dos

relatórios de gestão interna usados para gerar previsões, como por exemplo, as expectativas de

ganhos.

Farias, De Luca e Machado (2009), em pesquisa sobre a utilização do modelo COSO

como ferramenta de gerenciamento de Controles Internos, chegaram à conclusão que o Controle

Interno é um processo que aprimora a gestão estratégica das empresas, embora não tenha

concluído ser o modelo COSO a melhor ferramenta para o gerenciamento de riscos, em face

que não houve indicação na literatura pesquisada até o momento da pesquisa nesse sentido.

O estudo de Ritta (2010), quando buscou a qualidade e a confiabilidade da informação

para o auxílio na tomada de decisão, assim como o de verificar a importância da auditoria

interna na análise das práticas administrativas, concluiu que as organizações com Controles

Internos estruturados estão menos expostas a erros e fraudes.

Peleias et al. (2010), em levantamento das percepções do corpo diretivo de uma

Multinacional Oriental, quanto à implementação dos requisitos da lei Sarbanes-Oxley,

concluiram que os Controles Internos ainda não são operados por processos sistemáticos de

avaliação e correção de deficiências e, por isso, os modelos de gestão de risco e de governança

corporativa são limitados e suscetíveis a fraudes.

Kamala Raghavan (2011), estudando questões relacionadas com fraudes e os

procedimentos de Controles Internos ineficientes em governos de cidades americanas de todos

os tamanhos, apontou que para monitorar os riscos corporativos em entidades municipais norte-

americanas, seria também necessário fortalecer os Controles Internos voltados à gestão de

riscos (COSO - ERM) e governança corporativa.

Silva, Gomes e Araújo (2014), quando investigaram se os Controles Internos são

determinantes para a eficiência na gestão de um centro de ensino em Minas Gerais na percepção

2 A Seção 404 da Lei Sarbanes-Oxley ou SOX, editada nos Estados Unidos em 2002, exige que companhias que

possuem ações negociadas na bolsa dos Estados Unidos façam avaliação anual dos controles e procedimentos

internos para a emissão de relatórios contábeis, requerendo, ainda que os diretores executivos e financeiros avaliem

e atestem periodicamente a eficácia de tais controles (DUTRA et al., 2009).

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de seus gestores e servidores, concluíram que o Sistema de Controle Interno se mostra eficiente

e que o modelo COSO pode ser aplicado a essas organizações.

Entretanto, em que pese a atualidade, relevância e evolução da quantidade de pesquisas

acerca do assunto, compreender a estrutura dos sistemas de Controles Internos na gestão

pública, bem como os fatores que podem favorecer a implementação de um ambiente eficaz de

controle neste setor, ainda são temas que carecem de maior investigação, pois pouco se conhece

a respeito das contribuições científicas desenvolvidas sobre essa temática (BEUREN;

ZONATTO, 2014).

Destaca-se, contudo, que estudos acerca desse tema têm demandado interesse científico

muito mais inclinado ao aspecto formal ou da conformidade, do que sobre o aspecto operacional

ou de resultado, conforme se verifica nas obras de Boynton, Johnson e Kell (2002), Almeida

(2003), Cruz e Glock (2006), Cruz (2006), Castro (2008), Galante, Beuren e Oliveira (2009),

entre outros. Assim, esse fato, por si só, evidencia a relevância e a originalidade do assunto.

Dessa maneira, entende-se que a pesquisa que ora se apresenta, mostra-se relevante tanto

no aspecto científico, pois há carência de estudos nessa temática, como no aspecto social-

profissional, porque visa oferecer contribuição para o aperfeiçoamento do Sistema de Controle

Interno em operação nos municípios, visando melhorar a gestão da arrecadação e aplicação dos

recursos públicos, em benefício da sociedade.

Nesse contexto, vislumbram-se duas contribuições: uma teórica e outra empírica. Na

visão teórica ou acadêmica, busca-se contribuir no sentido de consolidar uma base teórica sobre

a implementação dos Controles Internos voltados à eficiência da gestão; já do ponto de vista

empírico, visa-se oferecer uma análise sobre a resistência (ou não) da utilização de Controles

Internos pelos administradores públicos, voltados ao atingimento da eficiência da gestão

operacional dos controles.

Outro aspecto que motiva o trabalho, é que o pesquisador é servidor público estadual,

exercendo função na área de fiscalização das entidades públicas municipais no estado de Santa

Catarina há mais de 30 anos, e tem vivenciado a fragilidade da Administração Pública no que

se refere à implementação e manutenção dos Controle Internos, em especial, àqueles afetos à

eficiência operacional.

Por fim, cabe mencionar que este trabalho se aplica à área de conhecimento da

administração, afeto à medida do desempenho nas organizações, alinhando-se ao programa

desenvolvido pelo curso de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade do Vale

do Itajaí – UNIVALI.

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1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

O trabalho está organizado em 5 capítulos. O Capítulo 1, destinado à introdução,

apresenta por meio de sua contextualização, o tema proposto neste trabalho, assim como,

indica-se neste tópico, o problema da pesquisa, os objetivos geral e específicos e a justificativa.

No Capítulo 2, destinado à fundamentação teórica do trabalho, estão abordadas as

questões fundamentais acerca do controle: Controle Interno e Controle Interno na

Administração Pública. Neste tópico, estão discutidos os fundamentos históricos, conceitos,

características, componentes, finalidades, limitações e estruturas ou modelos sobre o assunto,

em especial o modelo do Committee of Sponsoring Organization of the Treadway Commission

- COSO.

O Capítulo 3 está dedicado aos procedimentos metodológicos utilizados para resolver

os objetivos e o problema da pesquisa, assim como a forma e os instrumentos de coleta de

dados. Dessa forma, nesta parte do trabalho estão expostos os delineamentos da pesquisa, os

métodos e técnicas de coleta e análise dos dados e a delimitação do escopo e contexto da

pesquisa.

A descrição, análise dos dados coletados e seus resultados estão dispostos no Capítulo

4. Assim procedendo, evidenciou-se também as características integrantes dos Controles

Internos nos municípios catarinenses e os resultados descritivos obtidos.

No Capítulo 5, final, são expostas as conclusões do trabalho, relacionando os objetivos

identificados inicialmente com os resultados alcançados. São ainda indicadas as limitações do

trabalho, bem como as sugestões possibilidades do desenvolvimento de futuros trabalhos, a

partir das experiências adquiridas e referências seguidas na execução deste estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo destinado à fundamentação teórica do trabalho explora os aspectos teóricos

relacionados ao problema em estudo. Dessa forma, serão examinadas questões essenciais sobre

Controles Internos com vistas a seu entendimento, abrangendo uma breve contextualização

histórica, conceitos, objetivos, espécies, princípios, componentes, tipos, características e

limitações. Adiante são referenciados os principais modelos de Controles Internos disponíveis,

dando-se destaque ao modelo COSO, em razão desse paradigma ser considerado como

referencial no mundo. Como arremate, discorre-se sobre o Controle Interno aplicável à

Administração Pública, considerando-se a necessidade de se implementar Controles Internos

operacionais dirigidos a atingir a eficiência operacional, aspecto exigido na atual Carta

Constitucional brasileira. Esse tópico alicerça o objetivo da pesquisa, que se propõe a verificar

se os Controles Internos adotados pela Administração Pública dos municípios catarinenses

contribuem para a eficiência operacional.

2.1 CONTROLE

A origem do controle remonta aos homens primitivos, que utilizavam pedras para

controlar (acompanhar) o gado que passava em suas pastagens, quando necessitavam “contar”

seus rebanhos. Desde então, o controle passa a ser uma ferramenta necessária para acompanhar

fatos, executar alguma tarefa com precisão, conhecer os resultados, ou para elaborar

planejamentos hábeis (CAVALCANTE; PETER; MACHADO, 2011).

Embora a acepção portuguesa controlo, em nosso dicionário controle, encontre

significados amplos, podendo exprimir dominação (hierarquia/subordinação), direção

(comando), limitação (proibição), vigilância (fiscalização contínua), verificação (exame),

registro (identificação), origina-se do latim (FARIAS; De LUCA; MACHADO, 2009),

rotulum, que designava a relação dos contribuintes, resultando no francês contre-rôle, depois

controle, adotada por volta do século XVII, que expressava registro efetuado em confronto com

o documento original, com a finalidade de fidedignidade dos dados, correspondendo ao poder

ou o ato de controlar ou verificar (RIBAS JUNIOR, 2000; CRUZ; GLOCK, 2006; CASTRO,

2008).

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O termo controle3 também é sinônimo de fiscalizar (RIBAS JÚNIOR, 2000), e

controler, que significa a ação de registrar, inspecionar, examinar; historicamente o vocábulo

sempre esteve ligado às finanças (CASTRO, 2008). Caracteriza-se pela verificação do

confronto entre uma ação ou registro com um padrão preestabelecido, com objetivo de conferir

seu resultado (CRUZ; GLOCK, 2006), inserindo-se numa visão pós-moderna que usa

tecnologia e conceitos da teoria geral da administração (FARIAS; De LUCA; MACHADO,

2009), estando ligado diretamente ao planejamento (VASCONCELOS et al., 2012).

Castro (2008) enfatiza que na obra de Fayol as premissas básicas do controle aplicam-

se a tudo: coisas, pessoas e atos. O controle consiste em certificar se o que está sendo executado

ocorre conforme as normas preestabelecidas e segundo o plano previsto. Assim, o controle

serve para conferir se tudo está de acordo com o que foi planejado, ou seja, se há obediência às

instruções emitidas e os princípios estabelecidos; seu objetivo é apontar as falhas e os erros para

retificá-los e evitar sua reincidência.

Fayol, em seu trabalho, evidenciou a racionalização da estrutura da empresa e deu ênfase

às funções e operações no interior da organização, voltando sua atenção à direção da empresa,

estabelecendo os princípios da boa administração. Inseriu o controle como elemento essencial

do processo administrativo na clássica visão das funções do administrador: organização,

planejamento, coordenação, comando e controle, (MATOS; PIRES, 2006), em complemento

ao trabalho de Taylor, que propiciava a mensuração e a avaliação dos resultados da ação

empresarial voltado ao fornecimento de retorno da informação e não simplesmente ligado ao

estabelecimento de padrões, mensuração de desempenho e correção de desvios (CASTRO,

2008).

Na literatura, o controle é apontado como uma das funções essenciais da Administração;

contribui para o seu desenvolvimento e, quando necessário, provoca a correção dos rumos

visando à consecução dos objetivos e dos planos de negócio (DANTAS et al., 2010). Trata-se

de elemento essencial para manter a organização sob as perspectivas predeterminadas para

alcançar seus objetivos. As informações geradas durante o controle são preponderantes para

3 Ribas Júnior (2000), esclarece que desde os primórdios do Direito Administrativo há transposição pura da palavra

francesa para o português. No Brasil, a utilização definitiva do termo controle com a atual significação é atribuída

ao jurista Seabra Fagundes em sua obra “O Controle dos Atos Administrativos pelo Poder Judiciário”, no ano de

1941.

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possíveis alterações no processo produtivo e para a tomada de decisões, assim também para

conduzi-las posteriormente (SCHMIDT; SANTOS, 2006).

Ainda que se trate de preceito antigo da teoria da administração, o controle, nos últimos

tempos, adquire mais relevância na medida em que se avolumam casos de escândalos

corporativos e grandes prejuízos financeiros decorrentes de falhas nos Controles Internos das

organizações (DANTAS et al., 2010). Sua importância ganha destaque na medida em que

controles voltados principalmente à gestão de riscos são entendidos como instrumentos

fundamentais no processo de boa governança da entidade, contribuindo para a efetividade das

operações e para o alcance dos objetivos organizacionais (PERARDT, 2011).

2.2 CONTROLE INTERNO

Nesta seção serão apresentados os aspectos históricos sobre Controles Internos com

destaque ao modelo COSO, assim como conceitos, divisões, finalidades, componentes,

princípios, características e limitações dos Controles Internos.

2.2.1 Aspectos históricos sobre Controle Interno com destaque ao modelo COSO

Conforme Lee, 1971 (Apud Brandão, 2012), não se pode precisar a origem do Controle

Interno ou sua referência inicial. Contudo, seus primeiros sinais apareceram em documentos da

civilização Mesopotâmica 3600 A.C., encontrando-se mecanismos de controle registrados no

Talmude - compilação de 499 D.C. de leis e tradições judaicas (FONFEDER; HOLTZMAN;

MACCARRONE, 2003).

Autores como Matos e Pires (2006), Castro (2008), e Monteiro (2015), apontam a

origem do Controle Interno na revolução industrial, em face da crescente necessidade de

financiamento de capital que exigia uma verificação periódica dos resultados e da posição

financeira das empresas. Contudo, a origem do atual Controle Interno está intimamente ligada

ao crash da Bolsa de Nova York em 1929, associado aos escândalos financeiros verificados nos

anos 1920 e 1930 do século passado. Em face disso, foram aprovadas duas leis: Securities Act

de 1933 e Securities Act de 1934, com o objetivo de restabelecer a confiança dos mercados de

capitais e proteger os investidores, sendo que esta última deu origem a Securities and Exchange

Comission (SEC), passando esta comissão a ter autoridade para regular e fiscalizar entidades

que atuavam na área de vendas mobiliárias (BRANDÃO, 2012).

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Nos anos de 1940, o American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), por

meio da Statement on Auditing Standards (SAS) nº 1, apresentou a primeira definição de

Controle Interno. Nos anos de 1970, em razão de várias fraudes no exterior por empresas norte-

americanas, como é o caso de Watergate e Lockheed, foi criada a lei relativa a práticas de

corrupção no exterior, obrigando a implementação de sistemas de Controles Internos.

Nos anos 1980, o AICPA criou o Committee of Sponsoring Organizations of the

Treadway Commission (COSO), ou simplesmente Treadway Commission, juntamente com

outras quatro entidades, quando foi publicado o relatório Fraudulent Financial Reporting,

destacando a importância da implantação, da necessidade de exames detalhados e de critérios

de avaliação dos Controles Internos (NAKANO et al., 2009).

A partir dessa década, foram desenvolvidos diversos modelos de controle, por diferentes

organizações: o Itil ® (1980), pela Office of Government Commerce - OCG; o King Report

(1994), pelo King Committee on Corporate Governance; o Cobit® (1996), pelo Information

Systems Audit and Control Foundation’s - ISACA; o CoCo (1997), pelo Canadian Institute of

Chartered Accountants - CICA; e, o Turnbull Report (1999), pelo Institute of Chartered

Accountants in England and Wales - ICAEW, entre outros, destacando-se o modelo o COSO

Report (1992), editado pelo Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway

Commission – COSO (BRANDÃO, 2012).

Em 1992, a Treadway Commission tornou público o documento Internal Control –

Integrated Framework, dando origem ao Modelo COSO I, também conhecido como The COSO

Report. O framework do COSO, apresentou o cubo do COSO4 composto por cinco

componentes, estabelecendo um conceito único e mais amplo de Controle Interno, para que as

partes envolvidas tivessem um parâmetro comum, com a finalidade de avaliar e melhorar

constantemente seus sistemas, construído numa ótica de gestão, voltada à administração e

demais interessados, em especial gerentes das empresas e auditores (MAIA et al, 2005;

DUTRA et al., 2009; FARIAS; De LUCA; MACHADO, 2009; RONCALIO, 2009; DANTAS

et al., 2010; NEVES; BOYA, 2010; PERARDT, 2011; BRANDÃO, 2012; VIEIRA, 2014).

O modelo COSO tornou-se referência mundial pelo fato de uniformizar definições de

Controle Interno; definir componentes, objetivos e objetos do Controle Interno em um modelo

integrado; delinear papéis e responsabilidades da administração; estabelecer padrões para

4 Vide Figura 2 – Cubo COSO Report (Internal Control - Integrated Framework).

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implementação e validação; e, criar um meio para monitorar, avaliar e reportar Controles

Internos. (BRASIL, 2004).

A Lei Sarbanes Oxley (SOX) surge nos Estados Unidos da América (EUA) em 2002,

com objetivo de restabelecer a confiança do mercado impondo regras de boa governança, de

forma a salvaguardar o investimento dos acionistas. Seu objetivo foi dar respostas aos

escândalos financeiros e falências de várias empresas ocorridos no final do século XX, como

por exemplo os casos Enron e WorldCom, que abalaram a confiança dos investidores na

informação financeira provocando diversas fraudes e perdas sofridas por acionistas, em face de

falhas e fraquezas dos Controles Internos. Nas seções 302 e 404, a SOX impõe que as empresas

reportem e avaliem a eficiência dos seus Controles Internos sobre o relato e informação

financeira (PELEIAS et al., 2010; BRANDÃO, 2012; WERNLI, 2013). A Lei SOX decreta a

responsabilidade da alta administração pelo estabelecimento, avaliação e monitoramento da

eficácia dos Controles Internos sobre os relatórios financeiros (BASTOS; MACHADO;

OLEIRO, 2011).

Em 2004, o COSO foi aprimorado com a introdução de um modelo específico para

gestão de risco, o Enterprise Risk Management – Integrated Framework (ERM), focando no

papel da gestão de risco para o sucesso das organizações, aumentando assim, as áreas de

enfoque do COSO, que ficou conhecido como Modelo COSO II ou COSO ERM. No modelo

ERM Framework do COSO, o Controle Interno é analisado por oito componentes e quatro

categorias de objetivos, dirigido à gestão dos riscos. O COSO ERM é uma versão diferente do

modelo COSO Framework publicado em 1992 (COSO I), este, integrado por cinco

componentes, mas dirigido à organização e gerenciamento do Controle Interno (MAIA et al,

2005; DUTRA et al., 2009; RONCALIO, 2009; FARIAS; De LUCA; MACHADO, 2009;

DANTAS et al., 2010; NEVES; BOYA, 2010; PERARDT, 2011; BRANDÃO, 2012; VIEIRA,

2014).

Em 2013 foi lançada a versão COSO Internal Control – Integrated Framework (COSO,

2013), que manteve a concepção do modelo de 1992, preservando os cinco componentes. Nesse

sentido, a definição base de Controle Interno e seus componentes foram conservados, assim

como, a relevância da responsabilidade da gestão no desenho e implementação dos Sistemas de

Controle Interno. Agora alguns conceitos fundamentais introduzidos no Framework original

foram formalizados, resultando em uma das melhorias introduzidas nesta publicação. Aspecto

relevante foi o estabelecimento conceitual de dezessete princípios associados a cada um dos

cinco componentes, que permitem ao usuário maior clareza no desenho e implementação dos

Sistemas de Controle Interno e melhor compreensão dos requisitos para um Controle Interno

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eficaz. Outra melhoria introduzida foi a expansão dos documentos que devem ser divulgados

nos reportes financeiros das entidades, passando a incluir aspectos não financeiros assim como

aspectos internos (COSO, 2013; TEIXEIRA, 2014).

2.2.2 O Controle Interno revisitado

A necessidade de implantar e manter Controles Internos nas organizações é amplamente

difundida na teoria. Os Controles Internos se referem a todos os instrumentos da organização

destinados à vigilância, fiscalização e verificação, que permitam prever, observar, dirigir ou

governar seus atos que produzem reflexos patrimoniais (FRANCO; MARRA, 2001). Envolve

todas as atividades e rotinas, de natureza contábil e administrativa, fixando padrões de

comportamento com o intuito de estabelecer o entendimento por parte dos colaboradores

(RESKE FILHO; JAQUES; MARIAN, 2005).

Existe mais de uma linha de conceituação para Controles Internos (MATTOS;

MARIANO, 1999), sendo que a mais difundida é aquela enunciada pelo Comitê de

Procedimentos de Auditoria do American Institute of Certified Public Accountants – AICPA,

desde 1949 (CASTRO, 2008).

Autores como Almeida (2003), Migliavacca (2004), Cruz e Glock (2006), e Attie

(2011), citados individualmente nos trabalhos de Bordin e Saraiva (2005), Maia et al. (2005),

Morais (2005), Reske Filho, Jacques e Marian (2005), Santos e Muraro (2008), Ritta, Dorow e

Elias (2008), Roncalio (2009), Neves e Boya (2010), Ritta (2010), Santos e Tres (2012), Wernli

(2013), e, Vieira (2014), numa visão mais contábil, seguem o conceito de Controle Interno

formulado pelo Comitê de Procedimentos de Auditoria do American Institute of Certified

Public Accountants – AICPA, o qual define Controle Interno como o plano de organização e

todos os métodos e medidas adotados na empresa para: a) salvaguardar seus ativos; b) verificar

a exatidão e fidelidade dos dados contábeis; c) desenvolver a eficiência nas operações; e, d)

estimular o seguimento das políticas executivas prescritas.

No Quadro 1, são abordados os aspectos que integram o conceito de Controle Interno

definido pelo AICPA, compreendendo todos os meios planejados numa organização para

dirigir, administrar restringir e conferir suas várias atividades com o propósito de fazer cumprir

seus objetivos (SANTOS; TRES, 2012):

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Quadro 1. Aspectos integrantes do conceito de Controle Interno

ASPECTO DESCRIÇÃO

Salvaguarda do

patrimônio da

empresa

Relaciona-se à proteção do patrimônio distribuído pelos departamentos e setores que se

responsabilizam individualmente, contra possíveis erros ou irregularidades, mediante os

meios: segregação de funções; sistema de autorização e aprovação; determinação de

funções e responsabilidades; rotação de funcionários; expedição de carta de fiança;

manutenção de contas de controle; contratação de seguro; observação da legislação;

diminuição de erros e desperdícios; realização de contagens físicas independentes.

Precisão, exatidão

e confiabilidade

dos dados e

relatórios contábeis

Compreende a geração de informações adequadas e oportunas, necessárias

gerencialmente para administrar e melhor entender os eventos realizados na empresa,

sendo os principais meios: documentação contábil; conciliação; análise; plano de contas;

observação da cronologia; equipamento mecânico.

Desenvolvimento

da eficiência

operacional

Seu objetivo é dispor meios necessários à condução das tarefas, de forma a obter

entendimento, aplicação e ação tempestiva e uniforme. A empresa deve dispor de

procedimentos e normas para cada setor, sendo necessária a comunicação adequada, de

forma clara e objetiva para que todos assimilem e conheçam suas tarefas, para condução

da empresa ao seu objetivo.

Aderência às

políticas existentes

Visa garantir que os procedimentos adotados pela administração sejam seguidos

adequadamente pelo pessoal. Os meios que alicerçam fundamento para as aderências às

políticas existentes estão voltados ao fortalecimento do Controle Interno,

compreendendo: supervisão, sistema de revisão e aprovação e auditoria interna.

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em Attie (2011).

Os Controles Internos estabelecem a proteção do patrimônio, verificam a confiança e

fidedignidade dos dados contábeis, encorajam a adesão às políticas traçadas, buscando atingir

os objetivos e promoção da eficiência operacional (ATTIE, 2011). Entretanto, mesmo que os

planos, políticas, sistemas e organização estejam adequadamente planejados, a eficiência

administrativa será comprometida se a empresa não dispuser de um quadro pessoal

dimensionado às necessidades internas, atuando de forma capaz, eficiente e motivado

(SANTOS; TRES, 2012).

Convergindo com o conceito de Controle Interno elaborado pelo American Institute of

Certified Public Accountants – AICPA, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC, por meio

da Resolução CFC Nº. 1.135/08, de 21 de novembro de 2008, que aprova a NBC T 16.8,

estabelece o seu conceito do Controle Interno no âmbito contábil, como:

[...] o conjunto de recursos, métodos, procedimentos e processos adotados pela

entidade do setor público, com a finalidade de:

a) salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais; b)

dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente; c) propiciar

a obtenção de informação oportuna e adequada; d) estimular adesão às normas e às

diretrizes fixadas; e) contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade;

f) auxiliar na prevenção de práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes,

malversação, abusos, desvios e outras inadequações (CFC, 2015).

Pela definição enunciada pelo AICPA, recepcionada pelo CFC, depreende-se que as

funções do Controle Interno estendem-se além daquelas relacionadas aos aspectos contábeis e

financeiros, ou seja, os Controles Internos fornecem informações para a execução dos planos,

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e influenciam o comportamento das pessoas, visando o cumprimento dos objetivos e metas

(LUNKES et al., 2009), compondo o plano organizacional, configurando-se no ponto central

de qualquer entidade organizada, com o dever de auxiliar a administração diante de seus

objetivos (SOUZA et al.,2007).

No decorrer do tempo identificou-se a necessidade de mudanças na definição dos

Controles Internos formulada pelo AICPA, em face de discussões sobre essas definições até

então existentes (PELEIAS et al., 2010).

As mudanças e interpretações sobre Controle Interno, ocorreram, sobretudo, a partir dos

anos 1970, em especial, aquela promovida pela Treadway Commission, integrada pelo AICPA,

quando foi reorganizada a legislação empresarial americana, resultando no primeiro relatório

final (modelo COSO Report), com recomendações para regular a atuação dos gestores,

conselhos de administração e profissionais de contabilidade, destacando-se a necessidade de

uma definição consistente e uniforme de Controle Interno (MOELLER, 2007).

Nessa nova linha conceitual dada pela Treadway Commission, autores como Boynton,

Johnson e Kell (2002), D’ávila e Oliveira (2002), Deloitte Touche Tohmatsu (2003), Tsay

(2010), e, Morais & Martins apud Brandão (2012), usando os princípios e conceitos do modelo

COSO Report, relacionados nos estudos de Morais (2005), Reske Filho, Jacques e Marian

(2005), Santos e Muraro (2008), Roncalio (2009), Farias, De Luca e Machado (2009), Beuren,

Dallabona e Dani (2011), Peleias et al. (2013), Rocha (2013), Silva, Gomes e Araujo (2014), e,

Monteiro (2015), definem Controles Internos como um processo operado pelo Conselho de

Administração, pela administração e outras pessoas, configurado para fornecer segurança

razoável quanto à realização de objetivos nas seguintes categorias: a) confiabilidade de

informações financeiras; b) obediência (compliance) às leis e regulamentos aplicáveis; e, c)

eficácia e eficiência de operações.

No entendimento de Anthony e Govindarajan (2001), o controle é um sistema composto

por quatro elementos cooperativos: a) detector - capaz de identificar e reagir ao aparecimento

de situações e ocorrências no processo sob controle; b) avaliador - capaz de determinar a

importância das ocorrências, às vezes por comparação com padrões; c) executante - capaz de

alterar o comportamento do processo quando o avaliador identifica ocorrências relevantes; d)

comunicação - capaz de interligar, com informações, os elementos detector e avaliador e

avaliador e executante.

No âmbito do Governo Federal, a Secretaria Federal de Controle Interno, por meio da

Instrução Normativa nº 01, de 06 de abril de 2001, define que o Controle Interno é um conjunto

de atividades envolvendo também planos, métodos e procedimentos interligados assegurando

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que o objetivo dos órgãos e entidades da administração pública sejam alcançados, de forma

confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a consecução dos

objetivos fixados pelo Poder Público (BRASIL, 2001).

Para a INTOSAI (2007), Controle Interno é um processo integrado realizado pela direção

e corpo de funcionários da entidade, projetado para enfrentar os riscos e oferecer razoável

garantia de que a missão da entidade será cumprida, buscando atingir objetivos éticos e

econômicos; a eficiência e eficácia operacional; o cumprimento das obrigações quanto à

prestação de contas; o cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis, assim como a

salvaguarda dos recursos para evitar mau uso, danos e perdas.

Diante desses conceitos, pode-se afirmar que o Controle Interno é um processo

conduzido pela administração e operado por pessoas, que envolve todas as atividades e rotinas,

de natureza contábil e administrativa, com o intuito de organizar a empresa de tal forma que

seus colaboradores compreendam, respeitem e façam cumprir as políticas traçadas pela

administração; os ativos tenham sua integridade protegida; e por fim que, todas as operações

da empresa sejam adequadamente registradas na contabilidade e fidedignamente retratadas

pelas demonstrações financeiras, com o propósito da organização atingir os seus objetivos.

Reske Filho, Jacques e Marian (2005), apontam que a arte e a sensibilidade do

administrador residem exatamente na capacidade de implantar sistemas de controle que

apresentem uma relação custo-benefício favorável e suportável pela empresa, necessitando de

um bom sistema de informação, para que se possa identificar o que realmente deve ser realizado

na entidade e qual a melhor decisão a ser tomada.

2.2.3 Divisão do Controle Interno

Em decorrência do tempo e das mudanças na definição dos Controles Internos, em 1958

o AICPA considerou necessária a divisão dos Controles Internos em duas classes: controles

contábeis e controles administrativos (MOELLER, 2007; CASTRO, 2008). A importância

desta divisão encontra guarida na visão de Attie (2011), pois enquanto o controle contábil

preocupa-se com os princípios que guardam o patrimônio e registros da empresa, os controles

administrativos estão voltados aos interesses da operação da empresa.

Crepaldi (2000), Sá (2002), Almeida, (2003), Migliavacca (2004), e, Attie (2011)

entendem que os controles contábeis são aqueles relativos ao plano organizacional e os

métodos, procedimentos e registros atinentes à salvaguarda patrimonial e à legitimidade dos

registros da contabilidade. Já os controles administrativos tratam da eficiência das atividades

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da política de negócios e dos registros financeiros, que incluem o planejamento organizacional,

procedimentos e registros do processo decisório para autorização de ações pela administração.

Coock e Winkle (1979) complementam que referidos controles estão relacionados apenas

indiretamente com as demonstrações financeiras.

Schmidt e Santos (2006) explicam que os controles contábeis visam a alcançar a

fidelidade de dados e informações, as seguranças física e lógica, a confidencialidade e a

obediência à legislação vigente. Os controles administrativos relacionam-se à eficácia, à

eficiência e à obediência no que diz respeito às diretrizes da alta administração das

organizações.

Almeida (2003) exemplifica como controles contábeis: a) sistema de conferência,

aprovação e autorização; b) segregação de funções; c) controles físicos sobre ativos; e d)

auditoria interna. Como controles administrativos: a) análises estatísticas de lucratividade por

linha de produtos; b) controle de qualidade; c) treinamento pessoal; d) estudos de tempos e

movimentos; e) análise das variações entre os valores orçados e os incorridos; e f) controles dos

compromissos assumidos, mas ainda não realizados economicamente. Attie (2011) acrescenta

como exemplos de controles administrativos: a) normas salutares - compreende a observação

de práticas saudáveis aos interesses da empresa no cumprimento dos deveres e funções; e, b)

pessoal qualificado - compreende a existência de pessoal habilitado, treinado e apto a

desenvolver as atividades a ele atribuídas, sendo adequadamente supervisionado e instruído por

seus responsáveis.

O Quadro 2 esclarece a clássica divisão do Controle Interno formulada pelo AICPA,

integrada pela definição emitida pelo COSO, conforme o entendimento dos autores antes

citados:

Quadro 2. Divisão do Controle Interno conforme o AICPA

CONTROLE INTERNO

CONTROLE INTERNO CONTÁBIL CONTROLE INTERNO ADMINISTRATIVO

Voltados à proteção dos ativos e à

confiabilidade dos registros e informações

contábeis e financeiras;

Assegura a Fidedignidade das Informações

contábeis e financeiras;

Controla e salvaguarda de Ativos.

Voltados à condução dos negócios da empresa pela

administração;

Busca a eficiência dos recursos aplicados, visando os

objetivos da organização;

Visa a eficácia das operações, com alcance de seus

objetivos;

Acompanha a conformidade com leis e regulamentos

aplicáveis.

Exemplos: segregação de funções; controles

físicos dos ativos e sistema de conferência,

aprovação e autorização.

Exemplos: controle de qualidade; treinamento de pessoal;

análises estatísticas de lucratividade por linha de produtos;

análise das variações entre valores orçados e incorridos.

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em Almeida (2003), adaptado de Roncalio (2009).

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Em outra visão, Migliavacca (2004) e Nascimento, Ott e Silva (2007), classificam o

Controle Interno em três dimensões: a) dimensão voltada ao controle de gestão, envolvendo o

planejamento (estratégico e operacional), execução e controle; b) dimensão de controle dos

dados e informações, que inclui o controle contábil, de custos, fiscal e de ativos; e, c) dimensão

de controles e procedimentos internos, dirigida ao sistema de Controle Interno. Contudo, as

duas primeiras dimensões (controle de gestão e controle de dados e informações) não garantem

de per si, que todas as informações sejam íntegras. Em complemento, são necessários

mecanismos de padronização das operações e o comportamento dos membros da organização,

o que ocorre na dimensão de controles e procedimentos internos, que buscam a integridade das

informações sobre as atividades da organização (NASCIMENTO; OTT; SILVA, 2007).

Por sua vez, a Resolução CFC Nº. 1.135/08, de 21 de novembro de 2008, que aprova a

NBC T 16.8 – Controle Interno no âmbito contábil, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC

estabelece a classificação do Controle Interno nas seguintes categorias: a) operacional –

relacionado às ações que propiciam o alcance dos objetivos da entidade; b) contábil –

relacionado à veracidade e à fidedignidade dos registros e das demonstrações contábeis; c)

normativo – relacionado à observância da regulamentação pertinente (CFC, 2008).

2.2.4 Finalidades do Controle Interno

Os dirigentes de uma organização precisam apoiar suas decisões num eficiente Controle

Interno, para que tenham segurança e tranquilidade na condução de suas gestões (CASTRO,

2008), pois um Sistema de Controle Interno adequado fornece informações contábeis seguras

que auxiliam a condução dos negócios da empresa e funcionam como uma “peneira” na

detecção de erros, irregularidades e fraudes (ALMEIDA, 2003).

O Controle Interno envolve todos os processos e rotinas de natureza contábil e

administrativa, com o objetivo de organizar a empresa de tal maneira que seus colaboradores

compreendam, respeitem e façam cumprir as políticas traçadas pela administração; os ativos

tenham sua integridade protegida; e por fim, que as operações da empresa sejam adequadamente

registradas na contabilidade e fidedignamente retratadas pelas demonstrações financeiras

(MAIA et al., 2005).

Corroborando a definição de Controle Interno proferida pelo AICPA, Almeida (2003),

sinaliza que o Controle Interno tem como finalidade a proteção do patrimônio e à confiabilidade

dos dados obtidos para a gestão dos negócios (RITTA; DOROW; ELIAS, 2008).

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Nesse sentido, Attie (2011) enfatiza que os objetivos do Controle Interno são: a)

confiabilidade e tempestividade voltada à geração de informações corretas, atuais e exatas,

assim como a comprovação da veracidade dos relatórios, porque imprescindíveis à tomada de

decisões; b) a prevenção de fraudes; c) a detecção de erros; e, d) a salvaguarda ou proteção [do

patrimônio] e motivação da eficiência do pessoal. Em síntese, seu objetivo central cinge-se em

proteger o patrimônio da empresa (FRANCO; MARRA, 2001) e imprimir a otimização dos

recursos visando à execução das atividades e o desestímulo do uso ineficiente desses recursos

(RESKE FILHO; JACQUES; MARIAN, 2005).

No prisma de Boynton, Johnson e Kell (2002), alinhado aos apontamentos do COSO I

(1992), o Controle Interno surge como um meio para atingir um fim e tem como objetivo

fornecer segurança razoável para: a) a confiabilidade de informações financeiras; b) obediência

(compliance) às leis e regulamentos aplicáveis; e, c) eficácia e eficiência de operações.

Outro objetivo a ser destacado refere-se à importância do Controle Interno para o juízo

do auditor, onde este deve fornecer base sólida para que suas decisões sejam apoiadas no sentido

de verificar a natureza e a época mais adequada para aplicação dos testes e rotinas de auditoria,

e consequentemente, proporcionar que o auditor emita a sua opinião (LIMA, 2003).

2.2.5 Componentes do Controle Interno

Considerando o conceito de Controle Interno conforme o modelo COSO 2013,

identificam-se cinco componentes nucleares que devem se relacionar entre si e atingir a

organização como um todo, com o propósito de apoiar a entidade em seus esforços para alcançar

seus objetivos: ambiente de controle, avaliação de risco, atividade de controle, informação e

comunicação e monitoramento (BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002; COSO, 2013; KPMG,

2013; ROCHA, 2013).

Os componentes do modelo COSO (2013) servem para avaliar a eficácia do Controle

Interno, usando uma abordagem baseada em princípios. Nesse modelo, para se atingir a eficácia

do Sistema de Controle Interno relativo a uma ou mais categorias de objetivos, todos os cinco

componentes devem estar presentes, funcionando e operando em conjunto (COSO, 2013).

Entretanto, quando o objetivo do controle estiver dirigido à gestão do risco, aponta-se à

necessidade do uso do modelo COSO ERM (COSO, 2004), devendo-se integrar à estrutura do

modelo COSO REPORT, reformulado pela versão COSO Framework - 2013, outros três

componentes: fixação de objetivos, identificação de eventos e resposta ao risco (COSO, 2004;

RONCALIO, 2009).

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Porém, no estudo de Amudo e Inanga (2009), ficou evidenciado que nem sempre é

possível estarem presentes todos os componentes do modelo COSO, ou seja, os componentes

deste modelo serem atendidos integralmente, quer pelo fato das estruturas organizacionais

serem reduzidas, ou pelo motivo de conveniência da organização. Assim, há de se fazer uma

avaliação cuidadosa para que não seja suprimida uma rotina essencial ao controle, pondo em

risco os objetivos da instituição.

No Brasil, os componentes do modelo COSO foram consolidados pelo Conselho Federal

de Contabilidade – CFC, conforme a Resolução CFC nº 1.135, de 21 de novembro de 2008,

que aprovou a NBC T 16.8 – Controle Interno, aplicável ao setor público a partir de janeiro de

2010, compreendendo: ambiente de controle; mapeamento e avaliação de riscos; [atividades

ou] procedimentos de controle; informação e comunicação; e, monitoramento, relacionados no

Quadro 3:

Quadro 3. Componentes do Controle Interno segundo o Conselho Federal de Contabilidade

COMPONENTE DESCRIÇÃO

Ambiente de

Controle

Deve demonstrar o grau de comprometimento em todos os níveis da administração

com a qualidade do conjunto dos Controles Internos

Risco

O Mapeamento de Riscos refere-se à identificação dos eventos ou das condições que

podem afetar a qualidade da informação contábil. A Avaliação de Riscos estabelece

a base para determinar o modo como os riscos serão gerenciados, e corresponde à

análise da relevância dos riscos identificados, incluindo: a) avaliar a probabilidade de

sua ocorrência; b) a maneira de seu gerenciamento; c) definir as ações que serão

executadas para prevenir a sua ocorrência ou minimizar seu potencial; e, d) a resposta

ao risco, indicando a decisão gerencial para mitigá-los.

Atividades de

Controle

São as medidas e as ações estabelecidas para prevenir ou detectar os riscos inerentes

ou potenciais à tempestividade, à fidedignidade e à precisão da informação contábil,

divididos em procedimentos de prevenção e procedimentos de detecção.

Sistema de

Informação e

Comunicação

No setor público, a entidade deve identificar, armazenar e comunicar toda informação

relevante, na forma e no período determinados, a fim de permitir a realização dos

procedimentos estabelecidos e outras responsabilidades, orientar a tomada de

decisão, permitir o monitoramento de ações e contribuir para a realização de todos os

objetivos de Controle Interno.

Monitoramento Compreende o acompanhamento dos pressupostos do Controle Interno, para assegurar

a sua adequação aos objetivos, ao ambiente, aos recursos e aos riscos.

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em CFC (2008).

Os componentes anteriormente listados alinham-se ao modelo COSO e serão

explicados adiante, quando forem abordados os modelos COSO Report (1992), COSO

ERM (2004) e COSO Framewok (2013), no item 2.4 deste trabalho.

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2.2.6 Princípios do Controle Interno

Os princípios e fundamentos do Controle Interno nas organizações não são uniformes,

pois são estabelecidos dentro da realidade e estrutura de cada empresa. É da Administração a

responsabilidade de estabelecer e manter o Sistema de Controle Interno adequado às atividades

desenvolvidas (RESKE FILHO; JACQUES; MARIAN, 2005), para propiciar um bom

funcionamento das operações na organização (RITTA, 2010; ATTIE, 2011).

Embora variável conforme o universo considerado e as especificidades próprias de cada

organização, o Controle Interno deve se alicerçar num conjunto de princípios básicos que lhe

dão consistência (TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU, 1999), com o propósito de prevenir

erros e irregularidades (BORDIN; SARAIVA, 2005).

O Tribunal de Contas Europeu (1999) enumera como princípios de Controle Interno: a)

segregação de funções; b) controle das operações; c) definição de autoridade e

responsabilidade; d) pessoal qualificado, competente e responsável; e, e) registro cronológico

dos fatos, cujas características estão listadas no Quadro 4:

Quadro 4. Princípios de Controle Interno

PRINCÍPIO CARACTERÍSTICA

Segregação de funções

Refere-se à divisão de funções (incompatíveis entre si) com a finalidade evitar que

sejam atribuídas à mesma pessoa duas ou mais funções concomitantes com o

objetivo de bloquear ou pelo menos dificultar a prática de erros ou irregularidades

ou a sua dissimulação.

Ninguém deve ter sob sua responsabilidade todas as fases inerentes a uma operação.

As funções devem ser executadas por pessoas e setores independentes entre si.

No ciclo das operações que abrange o conjunto de atos compreendidos entre o

início e o seu termo, é conveniente que não sejam atribuídos todos os atos a uma

mesma pessoa, dividindo a responsabilidade. Assim, a função de registro deve ser

separada da função operacional, evitando que um agente tenha, simultaneamente,

a responsabilidade pelo controle físico dos ativos e pelo seu registro, situação que

lhe permitiria facilmente cometer irregularidades.

Controle das Operações

Consiste na verificação ou conferência executada por pessoa ou pessoas diferentes

daquelas que contribuíram para sua realização ou registro. São exemplos de

controle das operações: as contagens físicas periódicas de ativos e sua comparação

com os registros; a realização periódica de balanços financeiros; as conciliações e

reconciliações bancárias; a realização de inventários periódicos de existências.

Definição de autoridade

e responsabilidade

Assenta-se no plano de organização, que formaliza a distribuição funcional da

autoridade e da responsabilidade visando fixar e delimitar, dentro do possível, as

funções de todo o pessoal, onde está definido, criteriosamente, os níveis de

autoridade de responsabilidade em relação a qualquer operação.

Pessoal qualificado,

competente e

responsável

Refere-se às habilitações científicas e técnicas necessárias e a experiência

profissional adequada para o exercício das funções atribuídas ao pessoal. Isso

implica na adequada seleção e capacitação do pessoal.

Registro cronológico dos

fatos

Demonstra como as operações são registradas na contabilidade, cuidando para que

as normas e princípios da contabilidade sejam observados, tanto na escrituração

como na comprovação por meio de documentos hábeis.

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em Tribunal de Contas Europeu (1999), Sá (2002), e, Attie (2011).

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Seguindo a linha do Tribunal de Contas Europeu (1999), Sá (2002) aponta que deve

haver uma política administrava para o funcionamento eficaz da organização e considera como

princípios fundamentais: a) existência de um plano de organização com uma adequada

distribuição de responsabilidades; b) regime de autorização e de registros capazes de assegurar

um controle contábil sobre os investimentos, financiamentos e sistemas de resultados da

empresa (custos e receitas), ou de metas das instituições (orçamentos); c) zelo do elemento

humano no desempenho das funções a ele atribuídas; e, d) qualidade e responsabilidade do

pessoal, em nível adequado.

Da mesma forma, Attie (2011) relaciona como princípios de Controles Internos: a)

delimitação exata da responsabilidade; b) segregação de atividades de contabilização e de

operacionalização; c) comprovação das operações realizadas; d) pessoal qualificado e treinado;

e) rotatividade entre funcionários nas atividades; f) manuais e normas de procedimentos para

as atividades; g) sistemas de revisão e avaliação das operações.

2.2.7 Características do Controle Interno

Considerando-se que os Controles Internos implantados em uma organização fornecem

segurança apenas razoável quanto à realização de seus objetivos (BOYNTON; JOHNSON;

KELL, 2002), os mesmos devem conservar características, para lhes dar consistência, sendo

peculiares tanto à contabilidade como à administração (ATTIE, 2011).

Migliavacca (2004) aponta que os Controles Internos devem ser estabelecidos em uma

organização visando atender a três características fundamentais, quais sejam: utilidade,

praticidade e economicidade, descritas no Quadro 5:

Quadro 5. Características Fundamentais do Controle Interno

CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO

Utilidade

De difícil mensuração tanto para os controles preventivos como para os controles

detectivos. Entretanto, fica patente a importância sobre a segurança de proteger os

ativos da empresa para o bom desenvolvimento dos seus negócios. Porém, os

controles estabelecidos, além de cumprir seu objetivo visando proteger os ativos e

dirigir a empresa à consecução de suas metas com eficiência e eficácia, por via

indireta, atinge todos os operadores.

Praticidade

Diz respeito aos controles estabelecidos serem apropriados às proporções da

organização, como também ao porte das operações, ter objetivo evidente em

relação ao que será controlado e simplicidade em sua aplicação.

Economicidade

Implica na decisão de se implantar, manter, ou eliminar um controle, onde se deve

atentar ao fato do controle proporcionar maior benefício em relação ao seu custo.

Deve-se fazer uma análise criteriosa para se chegar a uma conclusão adequada.

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em Migliavacca (2004).

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Em outro aspecto, Attie (2011, p.193) aponta que:

As características de um eficiente Sistema de Controle Interno compreendem:

plano de organização que proporcione apropriada segregação de funções entre

execução operacional e custódia dos bens patrimoniais e sua contabilização;

sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que

proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e despesas;

observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada

um dos departamentos da organização; e,

pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a execução de suas

atribuições

Em suma, os Controles Internos caracterizam-se como ferramentas adequadas para

proporcionar suas finalidades: proteger o patrimônio, assegurar a fidelidade das informações,

dar aderência às normas estabelecidas, e, atingir a eficácia e a eficiência operacional, dentro de

padrões de utilidade, praticidade e economicidade.

Destaca-se que embora os Controles Internos sejam voltados às operações cotidianas, o

controle das operações deve também ter alcance suficiente para detectar qualquer irregularidade

quando esta ocorrer. O Controle Interno eficientemente aplicado e monitorado de forma

contínua dentro da organização tem o efeito preventivo sobre os procedimentos por ela adotados

(FRANCO; MARRA, 2001), assim como detectivo e corretivo (MIGLIAVACCA, 2004).

2.2.8 Limitações do Controle Interno

Boynton, Johnson e Kell (2002) alertam que independentemente da qualidade dos

Controles Internos, em face destes oferecerem segurança apenas razoável, ou seja, não

oferecem segurança absoluta, estão sujeitos a limitações, especificadas no Quadro 6:

Quadro 6. Limitações do Controle Interno

LIMITAÇÕES AUTORES

a) relação custo/benefício do controle; b) o direcionamento dos controles transações

rotineiras em detrimento de transações eventuais; c) erro humano; d) conluio; e) abuso

de autoridade; e, f) obsolescência ou inadequação de procedimentos.

FRANCO;

MARRA, 2001

a) erros de julgamento por informações inadequadas; b) falhas devido à falta de

entendimento das informações e operações; c) conluio de indivíduos com intuito de

receberem alguma vantagem; e, d) atos ilegítimos praticados pela administração.

BOYNTON;

JOHNSON; KELL,

2002

a) conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa; b) instrução inadequada

dos funcionários com relação às normas internas; e, c) negligência dos funcionários na

execução de suas tarefas diárias.

CREPALDI, 2000;

ALMEIDA, 2003.

a) ocorrência de adequação dos objetivos estabelecidos como uma condição prévia ao

Controle Interno; b) julgamento humano falho e tendencioso na tomada de decisões; c)

falhas em razão de erros humanos, como enganos simples; d) capacidade da

administração de sobrepassar o Controle Interno; e) capacidade da administração, outros

funcionários e/ou terceiros transpassarem os controles por meio de conluio entre as

partes; e f) eventos externos fora do controle da organização.

COSO, 2013

Fonte: elaborado pelo pesquisador.

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O Relatório Executivo COSO (COSO, 2013) reconhece que a existência de limitações

relacionadas ao Controle Interno ocorre pelo fato de que certos eventos ou condições estão além

do controle de uma organização, e nenhum sistema de Controle Interno irá permitir realizar o

que não foi projetado para fazer. Isso porque os Controles Internos dirigem-se às operações

normais; são executados por pessoas e estão sujeitos ao erro, às incertezas intrínsecas ao juízo

fora da gestão desses controles, e sua evasão devido à colusão. Na concepção, execução e

realização de um sistema eficaz de Controle Interno, são reconhecidas as limitações inerentes

do sistema e as formas de minimizar esses riscos. No entanto, um sistema eficaz projetado não

irá eliminar esses riscos (inclusive sobre os relatórios financeiros), porque oferece uma

segurança apenas razoável, e não absoluta, para que a organização atinja os seus objetivos

operacionais, geração de relatórios e conformidade definidos (COSO, 2013; KPMG, 2013).

2.3 PRINCIPAIS MODELOS APLICADOS AOS CONTROLES INTERNOS

Controles Internos eficientes incorporam, na organização, um ambiente voltado à

prevenção contra a ocorrência de fraudes e reduzem a probabilidade de erros e irregularidades.

Porém, a simples implantação de controles convencionados como modelo, pode mascarar os

benefícios de um eficaz sistema de controles, gerando desperdícios de tempo e recursos

(DUTRA et al., 2009).

Nesse sentido, nos últimos anos, foram editadas diversas normas regulamentadoras e

desenvolvidos diversos modelos de controle, por diferentes organizações como: AICPA, COSO,

CICA, IIA, ISACA e ICAEW, entre outras, que individualmente ou em conjunto, consoante

aplicação de métodos e princípios apropriados, podem gerar resultados positivos e alinhados à

filosofia da entidade que irá adotá-los (BRANDÃO, 2012).

No Quadro 7 destacam-se os principais modelos de Controles Internos, dentre aqueles

conhecidos e que estão em operação no mundo:

Quadro 7. Modelos e documentos editados sobre Controles Internos

MODELO OU

DOCUMENTO PAÍS EDIÇÃO / ANO / ORGANIZAÇÃO

SAC – Systems

Auditability and

Control - Model

Estados Unidos

Editado em 1977 com a publicação do Relatório pelo Internal

Auditors Research Foundation, pertencente ao The Institute of

Internal Auditors (IIA).

Atualizado em 1991; revisado em 1994.

SAS nº 55, 78, 94 e

109 - Statements on

Auditing Standards

Estados Unidos

Editado em 1988 (SAS n° 55) pelo American Institute of Certified

Public Accountants (AICPA).

Alterado em 1995 (SAS n° 78); em 2001 (SAS nº 55 94), e, em

2006 (SAS n° 109).

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MODELO OU

DOCUMENTO PAÍS EDIÇÃO / ANO / ORGANIZAÇÃO

COSO Report ou

COSO I Estados Unidos

Editado em 1992 pelo Committee of Sponsoring Organization of

the Treadway Commission (COSO).

Reformulado em 2004 pelo COSO II e em 2013 COSO, 2013.

COSO ERM

ou COSO II Estados Unidos

Editado em 2004 pelo Committee of Sponsoring Organization of

the Treadway Commission (COSO), por meio da Securities and

Exchange Commission (SEC), divulgando o (Enterprise Risk

Management – Integrated Framework, ou ERM).

Revisado em 2007 e 2009

COSO 2013 Estados Unidos Editado em 2013 pelo Committee of Sponsoring Organization of

the Treadway Commission (COSO).

CoCo Canadá Editado em junho de 1997 pelo Canadian Institute of Chartered

Accountants (CICA).

COBIT ® Inglaterra

Editado em 1998 pela Information Systems Audit and Control

Foundation’s (ISACA).

Revisado em 2000; 2002; 2005/7 e 2012

ITIL® Reino Unido e

Holanda

Publicado em 1980 pela Central Computer and

Telecommunications Agency – atual Office of Government

Commerce (OGC).

Segunda versão do Itil®, editada em 2007

Turnbull Report Inglaterra

Editado em 1999 pelo Institute of Chartered Accountants in

England and Wales (ICAEW).

Reformulado em 2005, 2009 e 2014.

King Report África do Sul

Expedido em 1994 pelo King Committee on Corporate

Governance (Comitê de Governança Corporativa da África do

Sul) (Deloitte Touche Tohmatsu, 2001).

Republicado em 2002 (King II); reestruturado em 2009 (King

III).

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em: Maia et al. (2005), Morais (2005), Roncalio (2009), Dutra et

al. (2009), Farias, De Luca e Machado (2009), Brandão (2012), Silva (2014), e, Vieira (2014).

Com base no Quadro 7, apontam-se as principais peculiaridades sobre cada documento

ou modelo:

a) SAC – Systems Auditability and Control – Model - editado nos Estados Unidos em 1977,

trata-se de um relatório para fornecer orientação aos auditores internos sobre os Controles

Internos e auditorias de tecnologia e sistemas de informação. Define o Sistema de Controle

Interno descrevendo os seus componentes, objetivos e controles de riscos; fornece ao auditor

interno, várias classificações dos controles e define o seu papel principalmente diante do

uso, gestão, proteção e efeitos dos recursos de tecnologia da informação. Nesse modelo, o

Sistema de Controle Interno compõe-se de três componentes: o ambiente de controle (que

envolve a estrutura da organização, estrutura de controle, procedimentos da organização e

influências externas); os sistemas manuais e/ou automáticos (que inclui a forma com que a

informação é processada, relatada, armazenada ou transferida); e, os procedimentos de

controle (que se traduz nos controles gerais que têm impacto na efetividade das funções dos

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sistemas de informações). Atente-se que, o foco já está voltado às tecnologias da informação

(BRANDÃO, 2012; VIEIRA, 2014).

b) SAS - Statements on Auditing Standard - refere-se a um conjunto de normas derivadas do

American Institute of Certified Public Accountants – AICPA, sobre a regulamentação da

profissão da Auditoria nos Estados Unidos Americanos.

SAS n° 1 (AICPA, 1972) - definiu e difundiu o construto Controle Interno (BRANDÃO,

2012).

SAS nº 55 (AICPA, 1988) - normatizou que o Controle Interno fosse integrado por três

componentes: a) ambiente de controle; b) sistema contábil; e, c) controle de

procedimentos (BRANDÃO, 2012).

SAS n° 78 - denominada como Consideration of the Internal Control Structure in a

Financial Statement Audit: An Amendement to SAS 55 (AICPA, 1995), provocou

alterações na SAS n° 55, em face da necessidade de atualizar os conceitos e os

componentes dos Controles Internos, em razão da maior aceitação pelas organizações;

foram adotados os cinco componentes do modelo COSO I, que devem ser observados no

planejamento de uma auditoria (VIEIRA, 2014).

A partir da SAS nº 55 e nº 78, forneceu-se orientações aos auditores sobre a forma como

deve ser estruturado o Controle Interno, bem assim sobre como os auditores deveriam

abordar o Controle Interno. A norma exigia que o auditor obtivesse uma compreensão do

Controle Interno para planejar seu trabalho de auditoria (VIEIRA, 2014).

SAS nº 94 - intitulada Auditor’s Consideration of Internal Control in a Financial

Statement Audit, em 2001, dirige atenção para as tecnologias da informação e de como

estas podem afetar todos os elementos dos Controles Internos. Ademais, ressalta os

benefícios que as tecnologias de informação podem trazer para a promoção da eficácia e

eficiência do Controle Interno (BRANDÃO, 2012).

SAS nº 109 - de 2006, intitulada Understanding the Entity and Its Environment and

Assessing the Risks of Material Misstatement, substituiu a SAS nºs 55 e 78. O Controle

Interno torna-se fundamental para conhecer a entidade completamente e seu meio

ambiente, adotando-se, de vez, o modelo COSO I como modelo base (BRANDÃO, 2012).

c) COSO Report ou COSO I - Internal Control – Integrated Framework - modelo editado nos

Estados Unidos em 1992, dirige-se para a gestão das empresas e fixa um padrão para a

avaliação dos Controles Internos. Este modelo tem sido adotado e geralmente aceito como

estrutura para os Controles Internos das organizações que o utilizam para medir a eficiência

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dos sistemas de Controles Internos. As diretrizes do COSO são abrangentes, incluindo tanto

os controles e procedimentos de divulgação, quanto os controles e procedimentos internos

para a emissão de relatórios financeiros (MORAIS, 2005; RONCALIO, 2009).

d) COSO ERM ou COSO II - Enterprise Risk Management – Integrated Framework (COSO

ERM) - modelo editado nos Estados Unidos em 2004, trata-se de um documento denominado

Gerenciamento de Risco Empresarial – Estrutura Integrada, preparado pela

PricewaterhouseCoopers definindo o ERM; amplia os componentes do COSO sobre a

avaliação de riscos e se constitui na versão aperfeiçoada do COSO Report voltada para a

gestão do risco das empresas, denominado COSO II, sem contudo extinguir o COSO I

(RONCALIO, 2009; VIEIRA, 2014).

Na versão COSO ERM há maior dimensionamento sobre a gerência de riscos e

Controles Internos (FARIAS; De LUCA; MACHADO, 2009). Refere-se ao processo

realizado por um Comitê diretivo de uma empresa, suas gerências e seus funcionários, com

base na estratégia que permeia a organização como um todo, desenhado para identificar

eventos que possam, potencialmente, afetar o desempenho da empresa, a fim de monitorar

os riscos e assegurar que estes estejam compatíveis com os estabelecidos, permitindo prover

o alcance dos objetivos, nos patamares de segurança razoável. A abordagem ERM não

substitui os Controles Internos existentes – versão COSO Report, mas promove o aumento

de sua estrutura voltado ao gerenciamento do risco.

e) COSO 2013 - Internal Control – Integrated Framework - Executive Sumary (COSO 2013) -

é um modelo que mantém a definição nuclear do Controle Interno conforme o cubo COSO

estabelecido desde a primeira versão, e publica orientações para a realização de avaliações

dos Controles Internos sobre os relatórios financeiros. Altera a versão COSO Report

incluindo melhorias e esclarecimentos destinados a facilitar o seu uso e aplicação. Uma das

mudanças mais significativas refere-se à formalização de conceitos fundamentais

introduzidos na estrutura original, transformando-os em princípios, que são associados aos

cinco componentes para melhor clareza no desenvolvimento e na implementação dos

Controles Internos, além de compreensão dos requisitos de sua eficácia. Outro aspecto

importante é o reconhecimento da tecnologia para integrar o controle em tempo real (COSO,

2013; PROTIVITI, 2013).

f) CoCo - Guidance on Assessing Control – The CoCo Principles – modelo desenvolvido pelo

Canadian Institute of Chargered Accountants CICA, em 1997, centra-se no comportamento

e na alta administração, concentrando-se nos valores comportamentais como a base

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fundamental para os Controles Internos da organização, e não na estrutura e nos

procedimentos de controle (RONCALIO, 2009; VIEIRA, 2014).

Na elaboração do Sistema de Controle Interno, o CoCo considera que devem ser

observados os seguintes aspectos que deve envolver toda a companhia: a) objetivo –

alcançados com o estabelecimento, respeito e divulgação das políticas, procedimentos e

práticas adotadas; b) compromisso - os valores éticos devem ser estabelecidos, divulgados e

praticados; c) potencialidade - os colaboradores devem possuir conhecimento, habilidades e

as ferramentas necessárias para suportar a realização dos objetivos da organização; e, d)

monitoração e aprendizagem - os ambientes externos e internos devem ser monitorados

visando identificar a necessidade de reavaliar os objetivos ou os controles da organização

(BRANDÃO, 2012; VIEIRA, 2014).

g) COBIT ® - Control Objectives for Information and related Technology – modelo editado

em 1996, reformulado em 1998 e revisado desde 2000, proporcionou o desenvolvimento dos

Control Objectives for Information and Related Technology - Cobit®, considerando as bases

conceituais da metodologia do COSO, aplicadas à área de Tecnologia da Informação

(DUTRA et al., 2009; BRANDÃO, 2012).

O Cobit®, usualmente conhecido como modelo de Controle Interno para a gestão da

tecnologia da informação, entende os Controles Internos como um conjunto de processos,

incluindo procedimentos, políticas, práticas e estruturação organizacional. Suas técnicas

permitem o acompanhamento das práticas de controle e segurança nos ambientes de

Tecnologia da Informação (TI); trazem sustentações dirigidas à governança de TI e fornecem

uma estrutura que avalia o alinhamento dos negócios, para maximizar os benefícios dos

processos de Tecnologia da Informação (LOUREIRO, PENHA E NASCIMENTO, 2012;

VIEIRA, 2014).

h) ITIL® - Information Technology Infrastructure Library - modelo publicado em meados de

1980 pela Central Computer and Telecommunications Agency, constitui-se de componentes

que formam o núcleo do Itil®, visando a integração entre o Desenho, Operação, Transição

e Estratégias na melhoria contínua dos serviços, relacionados essencialmente a partir de

diversos fatores da perspectiva do negócio, alinhado à gerência de estrutura da Tecnologia

da Informação (DUTRA et al. 2009).

Voltado à área operacional, o objetivo principal do Itil® é promover a comunicação entre o

negócio e a tecnologia, visando a melhoria dos processos orientado pelo foco no cliente e

pela eficácia nos investimentos (LOUREIRO; PENHA; NASCIMENTO, 2012). Descreve

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os processos fundamentais para a governança de serviços em Tecnologia da Informação (TI),

de maneira a potencializar algumas vantagens e a resolução de problemas. Entre as vantagens

aos usuários finais do Itil®, enumera-se a qualidade nos serviços prestados, a transparência

nas operações e a padronização uniforme nos procedimentos (DUTRA et al. 2009).

i) Turnbull Report – modelo desenvolvido pelo Institute of Chartered Accountants in England

and Wales (ICAEW), publicado inicialmente em 1999, aprovado pela Bolsa de Valores de

Londres, sendo também apropriado para pequenas companhias. Refere-se a um Código

Combinado de Governança Corporativa, denominado Turnbull Report, e se trata de um guia

de plano de risco, baseando os Controles Internos nos riscos do negócio. Por meio de um

código de governança, este modelo recomenda a adoção de um adequado Sistema de

Controle Interno baseado nos riscos do negócio, em razão de que apenas a gestão dos

Controles Internos financeiros não é suficiente para uma adequada estrutura de Controle

Interno (MAIA et al., 2005; DUTRA et al., 2009).

Segundo o Relatório Cadbury (Código Combinado de Governança), o modelo

Turnbull busca definir as melhores práticas sobre o Controle Interno para as empresas do

Reino Unido, e constitui princípios fundamentais apoiado em (requisitos) princípios e

disposições práticas, com atualizações em 2005 e em 2009 pelo Financial Reporting Council

(FRC), sendo seu conteúdo dividido em cinco seções: liderança; eficácia; prestação de

contas: remuneração; e, relações com acionistas. Assim, seu foco está direcionado aos

interesses dos acionistas e visa identificar riscos internos e externos nas operações da

organização (Dutra et al., 2009). Em setembro de 2014, foi editada a versão Risk

management, internal control and related financial and business reporting (Gestão de Risco,

Controle Interno e Informação Financeira e de Negócios Relacionados), que atualiza a

orientação FRC anterior - Internal Control: Guidance for Directors on the Combined Code

(Controle Interno: orientação para a Administração sobre o Código Combinado), conhecido

como Turnbull Report (ICAWE, 2015).

j) King Report – modelo expedido pelo King Committee on Corporate Governance em 2001,

reformulado em 2002 e reestruturado em 2009; refere-se a um método de Sistema de

Controle Interno estabelecido pelos gestores visando à diminuição dos riscos e ao alcance

dos objetivos da organização. Desenvolvido com o objetivo de estabelecer e aprimorar altos

padrões de governança corporativa na África do Sul, o King Report ultrapassa os aspectos

financeiros e regulamentares (MAIA et al., 2005).

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Além dos aspectos financeiros e regulamentares usuais do Controle Interno e de governança,

este modelo direciona-se também para questões sociais, éticas e ambientais. Embora se

registra a descontinuidade de aperfeiçoamento do manual, a pressão provocada pelo

ambiente econômico global, com legislações recentes, tornou necessária a atualização do

que era o antigo manual. O cumprimento dos Relatórios King é uma exigência para empresas

listadas na Bolsa de Valores de Joanesburgo (MAIA et al., 2005).

A Figura 1 sintetiza a cronologia das publicações dos documentos e modelos sobre

Controles Internos levantados, com suas respectivas organizações editoras:

Figura 1. Cronologia das publicações dos modelos e documentos editados sobre Controles Internos e

respectivos organismos editores

Fonte: elaborado pelo pesquisador.

Sobre os modelos de Controle Interno, o COSO, editado pelo Comitê das Organizações

Patrocinadoras, tem sido considerado pela literatura como referência internacional (MAIA et

al., 2005; DUTRA et al., 2009; JORDÃO; SOUZA; TEDDO, 2012).

Os modelos COSO 2013 e CoCo, buscam auxiliar os diretores no sentido de avaliar e

implementar um ambiente de controle capaz de facilitar o alcance dos objetivos operacionais

e estratégicos da corporação. Os modelos Cobit®, Itil® são mais indicados como modelos

adequados para proporcionar aos gestores meios mais eficientes para cumprimento das

responsabilidades na área de Tecnologia da Informação (DUTRA et al., 2009; JORDÃO;

SOUZA; TEDDO, 2012), ainda que o modelo COSO tenha sido revisado e atualizado em 2013,

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implementando rotinas suportadas por princípios e pontos de foco, incluindo a área de

Tecnologia da Informação. O COSO ERM, o Turnbull 2014 e o CoCo, visam reunir elementos

de boas práticas de gestão de riscos; tem como propósito estudar a forma de atribuição e

cumprimento responsabilidades em relação aos principais riscos existentes e emergentes

enfrentados pela empresa, refletindo as práticas de negócio em que a gestão de risco e controle

interno são incorporados às atividades da empresa, para perseguir os seus objetivos (COSO,

2004; ICAWE, 2015). Por fim, o modelo King Report, ultrapassa a visão da Governança

Corporativa e dirige sua atenção nos aspectos sociais, éticos e ambientais, ou seja, refere-se a

diretrizes de boas práticas, estando mais preocupado com ações de prestações de contas

(DUTRA et al., 2009).

As especialidades de cada modelo podem ser sintetizadas conforme o Quadro 8:

Quadro 8. Especialidades dos Modelos de Controle Interno

ESPECIALIDADE MODELO DE CONTROLE INTERNO

Governança corporativa, proteção do patrimônio

e gestão do negocio

COSO (Report, ERM e 2013), CoCo, Cobit®,

Itil®, King Report e Turnbull Report

Gestão adequada de riscos COSO ERM, CoCo e Turnbull Report

Gestão eficaz e alcance dos objetivos da entidade COSO 2013 e CoCo

Estrutura organizacional e cultura dos sistemas,

processos e procedimentos de controles internos

COSO (Report ERM e 2013), CoCo, Cobit® e

Itil®

Desenvolvimento de software, qualidade e

confiabilidade dos sistemas e serviços da

tecnologia da informação (TI)

Cobit®, COSO (ERM e 2013) e Itil®

Transparência e prestação de contas King Report, COSO e Coco

Aspectos sociais éticos e ambientais (Boas

Práticas) King Report e Itil®

Fonte: Elaborado pelo Pesquisador.

Registre-se que o modelo COSO até a edição de 2013, demonstrava deficiência para o

gerenciamento da Tecnologia da Informação (TI), sendo necessária uma composição com o

modelo COBIT® para suprir esta lacuna (AMUDO; INANGA, 2009; DUTRA et al., 2009).

Contudo, na versão do COSO 2013, foi incrementada a formalização de conceitos e foram

incluídos princípios e pontos de foco, levando-se em consideração o uso de novas tecnologias.

Dessa forma, pode-se aceitar que a lacuna existente no modelo COSO em relação à Tecnologia

da Informação (TI) foi suprida na versão de 2013 (COSO, 2013).

No aspecto da Administração Pública brasileira, a Resolução CFC N.º 1.328/11 de

18/03/2011, que dispõe sobre a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC,

inseriu o item IX, que trata sobre a Auditoria Governamental (NBC TAG), contempla o fato de

que essas normas devem convergir para as Normas Internacionais de Auditoria Governamental

(ISSAIs), emitidas pela The International Organisation of Supreme Audit Institutions -

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INTOSAI, adotando-se os componentes do modelo COSO Report, agora atualizado pelo COSO

Framewaork 2013 (CFC, 2011; COSO, 2013).

Por esta razão, com base no modelo COSO 2013 expedido pelo Committee of

Sponsoring Organization of the Treadway Commission – COSO, este trabalho visa estudar se

os Controles Internos adotados nos municípios catarinenses estão conforme o modelo COSO,

aplicável ao setor público brasileiro segundo a Resolução CFC N.º 1.328/11 (CFC, 2011).

2.4 O MODELO COSO

A partir de sua criação em 1985, o modelo COSO tem proporcionado a liderança e

orientação do pensamento mundial sobre o Controle Interno, gerenciamento de risco

corporativo e de prevenção contra a fraude (DeLOACH; THOMSON, 2014). Sua estrutura

inicial publicada em 1992 - Internal Control – Integrated Framework, conhecida como COSO

Report, sofreu reformulação para o gerenciamento de risco corporativo em 2004 - COSO ERM

- Enterprise Risk Management - Integrated Framework (2004), aprimorado em 2013 conforme

estrutura conhecida como Internal Control – Integrated Framework – COSO 2013 (VIEIRA,

2014).

O COSO oferece uma estrutura para ajudar as organizações a assegurar um controle

eficaz e gestão de riscos proficiente. O novo pensamento fornece uma abordagem holística para

relacionar o modelo por meio de Framework (quadro) voltado à governança, à definição da

estratégia e aos processos de gestão. Conforme Robert Hirth Apud DeLoach e Thomson (2014,

p.3), a "premissa fundamental do COSO é que a gestão eficaz dos riscos e Controles Internos

são cruciais para sustentar uma organização".

Dessa forma, adiante serão estudados os modelos editados pelo modelo COSO até hoje:

a) o COSO Report - Internal Control - Integrated Framework (COSO I, 1992); b) o COSO ERM

- Enterprise Risk Management – Integrated Framework (COSO II, 2004); e, c) o COSO 2013 -

Internal Control – Integrated Framework (COSO, 2013).

2.4.1 COSO Report (COSO I, 1992)

Com objetivo de estudar as causas da ocorrência de fraudes em relatórios

financeiros/contábeis, surgiu nos Estados Unidos, no ano de 1985, a National Commission on

Fraudulent Financial Reporting (Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios

Financeiros), também conhecida como Treadway Commission, devido ao nome do seu primeiro

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presidente, James C. Treadway Jr., composta por representantes das principais associações de

classe de profissionais da área financeira, sendo os Controles Internos seu primeiro objeto de

estudo (DUTRA et al., 2009).

No ano de 1992, a Treadway Commission publicou o trabalho Internal Control –

Integrated Framework (Controles Internos – Um Modelo Integrado), que se tornou referência

mundial para o estudo e aplicação dos Controles Internos. Posteriormente a Comissão

transformou-se em Comitê, que passou a ser conhecido como Committee of Sponsoring

Organizations – COSO (Comitê das Organizações Patrocinadoras), integrada por cinco

principais associações profissionais da área financeira, com sede nos Estados Unidos: American

Institute of Certified Accountants Public - AICPA (Instituto Americano de Contadores Públicos

Certificados); American Accounting Association - AAA (Associação Americana de

Contadores); Financial Executives Internacional - FEI (Executivos Financeiros Internacional);

The Insititute of Internal Auditors - IIA (Instituto dos Auditores Internos); e, Institute of

Management Accountants - IMA (Instituto dos Contadores Gerenciais) (RONCALIO, 2009;

VIEIRA, 2014).

O Comitee of Sponsoring Organizations - COSO (Comitê das Organizações

Patrocinadoras) é uma organização do setor privado voluntário, dedicado a melhorar o

desempenho organizacional e governança por meio de um Controle Interno eficaz,

gerenciamento de riscos corporativos e de dissuasão de fraudes, (De LOACH; THOMPSON,

2014).

Conforme Maia et al. (2005), o modelo COSO Report de 1992, considerado um avanço

para o desenvolvimento dos Controles Internos com a finalidade de medir e avaliar a eficiência

desses controles nas organizações, também denominado de COSO I, apresentou o conhecido

cubo do COSO (Figura 3), que relaciona, em sua estrutura tridimensional, uma abordagem

metodológica generalizada sobre estruturas de controles (BERGAMINI JÚNIOR, 2005).

O COSO Report teve como intento inicial analisar a efetividade dos Controles Internos,

fornecendo subsídios para que a administração e demais interessados pudessem utilizar e avaliar

um sistema de controle (BARBOSA; PUGLIESE; SPECCHIO, 1999); também imprimiu a

consciência de que a melhor maneira de evitar as fraudes é por meio de um forte Controle

Interno desenvolvido numa perspectiva de gestão (HALL & SINGLETON, 2005 Apud

BRANDÃO 2012). Roncalio (2009) destaca que conforme o Internal Control - Integrated

Framework, ou COSO Report, elaborou-se uma estrutura conceitual decompondo o Controle

Interno em cinco componentes interrelacionados, que devem atuar em todas as unidades e

atividades, para influenciar as operações, informações financeiras e conformidade (Figura 2):

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Figura 2. Cubo COSO Report (Internal Control - Integrated Framework)

Fonte: COSO (1992).

Rittenberg, Martens e Landes (2007) afirmam que os cinco componentes de controle do

modelo COSO (Figura 2), podem ser vistos como princípios fundamentais e uma forma de

auxílio ao planejamento, avaliação e de atualização de controles, abordados individualmente

(Quadro 9).

Quadro 9. Componentes da estrutura do Controle Interno - COSO Report (Internal Control - Integrated

Framework)

COMPONENTE FINALIDADE

Ambiente de controle

Abrange toda a estrutura de Controle Interno da organização, dando o tom e

influenciando a consciência das pessoas da entidade, sendo a base para todos os

outros componentes, estabelecendo a estrutura e disciplina.

Avaliação de risco

A organização no cumprimento dos seus objetivos está sujeita a uma variedade de

riscos provenientes de fontes externas e internas que precisam ser avaliadas. A

identificação e análise de riscos são relevantes ao alcance dos objetivos da

instituição. Portanto, na avaliação dos riscos, devem ser observados a severidade, a

frequência com que estes ocorrem, o grau de impacto, determinando, como a

organização administrará tais riscos.

Atividades de controle

Controles das atividades ou mesmo os procedimentos de controles envolvem as

políticas e os procedimentos que asseguram que os planos e direcionamentos

indicados pela administração sejam atingidos e ocorram em toda a organização, em

todos os níveis, em todas as funções, incluindo a segurança física e lógica dos

sistemas, levando ao cumprimento dos objetivos da organização, inclusive

identificando os riscos relacionados.

Informação e

comunicação

As informações das normas, das diretrizes, das políticas traçadas pela administração

devem ser identificadas e comunicadas para os funcionários de uma forma e em

tempo hábil para cumprirem suas responsabilidades. Toda a organização deve ser

comunicada das informações e mensagens relevantes.

Monitoramento

Todo o Sistema de Controle Interno deve ser monitorado, de forma continuada ou

periódica; é preciso avaliar se o mesmo está atendendo de forma satisfatória no

decorrer do tempo e se as políticas e os procedimentos precisam ser modificados.

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em: COSO (1992), Morais (2005), Roncalio (2009), Dutra et al.

(2009), e, Silva, Gomes e Araújo (2014).

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Conforme os componentes listados no Quadro 9, os primeiros quatro componentes

(ambiente de controle, avaliação de risco, atividades de controle e informação e comunicação),

estão relacionados com a operacionalização do Controle Interno. Já o quinto componente

(monitoramento) tem como objetivo principal garantir que o Controle Interno opere de forma

efetiva (BRANDÃO, 2012).

Referindo-se à visão tridimensional dada pelo cubo do COSO (Figura 3), a integração

dos controles baseia-se no uso de uma estrutura interrelacionada, cujas dimensões

compreendem os objetos de avaliação, as categorias de atividades de controle e os componentes

de controle, da seguinte forma (MAIA et al., 2005): a) na primeira dimensão, as três categorias

de atividades de controle: operações ou processos; relatórios financeiros ou registros; e,

cumprimento das regras ou verificação da conformidade; b) na segunda dimensão estão os

objetos de avaliação, ou seja, as unidades administrativas que deverão ser avaliadas assim como

as atividades desenvolvidas; e, c) na terceira dimensão estão os cinco componentes de

controle: ambiente de controle, avaliação de risco, controle das atividades, processo de

comunicação e a monitoração.

Sobre as três dimensões, Dutra et al. (2009) destacam que a estrutura integrada proposta

pelo COSO visa atingir princípios de controle e alcança as seguintes categorias fundamentais:

eficácia e eficiência das operações, confiabilidade dos relatórios financeiros, e, cumprimento

de leis e regulamentos aplicáveis. As três dimensões proporcionadas pelo modelo COSO Report

(MAIA et al., 2005; DUTRA et al. 2009), podem ser visualizadas na Figura 3.

Figura 3. Dimensões do Cubo COSO Report (Internal Control - Integrated Framework)

Fonte: COSO (1992), comentado pelo pesquisador.

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O COSO Report concentra atenção nos Controles Internos contábeis, o que é indicado

para uma adequada prestação de contas e, portanto, indispensável para obter um bom nível de

transparência. Contudo, para uma administração apropriada, será necessário agregar as técnicas

de gerenciamento integrado de riscos, alicerçado na abordagem COSO ERM (MAIA et al.,

2005), assim também para o incremento de formalização de conceitos, inclusão de princípios e

consideração novas tecnologias, tratados no COSO 2013 (COSO, 2013).

2.4.2 COSO ERM (COSO II, 2004)

Devido à preocupação do mercado com o gerenciamento de risco, o COSO reconheceu

que seria necessário um aperfeiçoamento da metodologia COSO Report, e, em 2001, em

parceria com a PricewaterhouseCoopers, a comissão iniciou novos estudos com o objetivo de

fornecer conceitos e práticas, a fim de auxiliar as organizações a desenvolverem programas

eficazes para identificar, medir, priorizar e responder aos riscos, resultando na divulgação do

documento Enterprise Risk Management – Integrated Framework (Gerenciamento de Riscos

Corporativos – Estrutura Integrada), conhecido como ERM ou COSO II (RONCALIO, 2009).

Rego e Bruni Apud Perardt (2011) definem a metodologia COSO ERM (Enterprise Risk

Management – Integrated Framework) como “um sistema de avaliação dos Controles Internos

que possui relação direta com os riscos empresariais, já que os controles a serem avaliados

devem minimizar os riscos”. No COSO ERM, há maior dimensionamento sobre o

gerenciamento dos riscos, assim como engloba uma gestão integrada nos Controles Internos

voltados à gestão estratégica da organização (FARIAS; De LUCA; MACHADO, 2009).

O Enterprise Risk Management - ERM compreende, entre outras atividades: o

alinhamento da estratégia implementada com base numa propensão predeterminada ao risco; o

aumento das decisões com base no instrumental de risco; a redução de perdas decorrentes de

imprevistos operacionais; a identificação e o gerenciamento de forma integrada, dos diversos

riscos do negócio; a mensuração das oportunidades; e a melhoria no processo de alocação de

capital (FARIAS; De LUCA; MACHADO, 2009).

A gestão de riscos (riscos estratégicos, de mercado, de crédito, de liquidez, operacionais,

legais, de imagem, entre outros) exige sólido Controle Interno na organização, alinhado à

metodologia COSO ERM, sendo necessário prever a existência e implantar os ambientes de

controle nele preconizado. No entanto, o procedimento de gestão de risco no Brasil é de caráter

voluntário, já que a legislação brasileira não exige a evidenciação desses elementos, embora

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haja recomendações nesse sentido de órgãos reguladores para as companhias abertas

(BEUREN; DALLABONA; DANI, 2011).

O COSO ERM considera que para o alcance dos objetivos estabelecidos na missão e na

visão da organização, a estrutura de gerenciamento de riscos deve orientar-se em quatro

categorias: a) estratégias, em que as metas devem estar alinhadas com a missão; b) operações,

priorizando a utilização eficaz e eficiente dos recursos; c) comunicação, por meio de relatórios

confiáveis com informações de decisões e resultados; e, d) conformidade, onde as leis e

regulamentos aplicáveis àquela organização devem ser cumpridos (COSO, 2004; FARIAS; De

LUCA; MACHADO, 2009; RONCALIO, 2009).

O modelo ERM mantém a visão tridimensional, assim como preservou a estrutura

integrada e os elementos previstos no COSO Report, porém, acrescendo-lhe outros

componentes (BERGAMINI JUNIOR, 2005). Conforme Zanette et al. (2008), este novo

modelo amplia os controles no foco da gerência de risco e podem decidir na escolha da

satisfação de suas necessidades internas de controle e aperfeiçoamento dos métodos gerenciais

no alcance de seus objetivos. O cubo COSO de três dimensões, na versão ERM, é integrado por

oito componentes, quais sejam: ambiente de controle, fixação de objetivos, identificação de

eventos, avaliação do risco, resposta ao risco, atividades de controle, informação e comunicação

e monitoramento (Figura 4).

Figura 4. Cubo COSO ERM (Enterprise Risk Management – Integrated Framework)

Fonte: COSO (2004).

No COSO ERM, a abordagem tridimensional do cubo do COSO Report se repete, sendo

utilizado um cubo semelhante. Conforme este novo modelo, visualizado na Figura 4, as

dimensões continuam sendo representadas da mesma forma que no COSO Report, porém com

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alterações: na primeira dimensão, agora há quatro categorias de objetivos subdivididos em

estratégicos, operacionais, de comunicação e conformidade; na segunda dimensão estão

dispostas as unidades de uma organização; e, na terceira dimensão são listados os seus oitos

componentes: ambiente de controle, fixação dos objetivos, identificação dos eventos, avaliação

de risco, resposta ao risco, controle das atividades, processo de comunicação e a monitoração

(COSO, 2004).

Dessa forma, com a alteração formulada pelo COSO ERM ao COSO Report (Quadro 9),

foram integrados mais três componentes dispostos no modelo tridimensional de gerenciamento

do risco (Quadro 10):

Quadro 10. Componentes incluídos pelo COSO ERM (Enterprise Risk Management – Integrated Framework)

em complemento ao COSO Report

COMPONENTE FINALIDADE

Fixação de Objetivos

Os objetivos são fixados no âmbito estratégico, devendo estar alinhados com a

missão/visão da organização e estabelecer uma base para os objetivos operacionais,

de comunicação e cumprimento de normas. Este componente é pré-requisito à

identificação de eventos, à avaliação de riscos e às respostas ao risco, pois, é

necessário que objetivos sejam fixados para que sejam identificadas e avaliadas as

circunstâncias e as causas que afetariam a sua realização, àquelas que seriam

toleráveis e, aquelas que não seriam admitidas pela organização, para que sejam

adotadas medidas necessárias para administrar tais riscos.

Identificação de Eventos

É necessário que os eventos sejam identificados principalmente àqueles que

afetarão a organização e, identificar ainda, se estes eventos representam

oportunidades (que devem ser dirigidas ao processo de fixação de estratégias e

objetivos) ou se podem ter algum efeito adverso para que a organização implemente

sua estratégia e alcance seus objetivos (riscos). Para a identificação de eventos

devem ser considerados os que são internos e externos à organização (incidentes e

ocorrências).

Resposta ao Risco

Após uma avaliação de riscos pertinente e eficaz, é necessário a determinação de

como tais riscos serão respondidos, incluindo as alternativas de evitá-los, reduzi-

los, compartilhá-los ou aceitá-los.

Nesta etapa, ao considerar a resposta ao risco, a administração o efeito sobre a

probabilidade de sua ocorrência e seu impacto, assim como os custos e benefícios

dessa resposta, selecionando uma resposta que mantenha os riscos residuais dentro

de das condições aceitáveis

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em: COSO (2004), Roncalio (2009), e, Silva, Gomes e Araújo

(2014).

Verifica-se pelo Quadro 10, que o COSO ERM acrescentou três componentes ao modelo

COSO Report, considerados essenciais para a gestão de riscos. Estes novos componentes

determinam que qualquer organização deve definir ou estabelecer os seus objetivos estratégicos

que proporcionem o atingimento de suas metas fixadas conforme a sua missão institucional,

fazendo a identificação periódica dos eventos internos e externos, detectando àqueles eventos

capazes de interferir no alcance dos objetivos estabelecidos por meio de um monitoramento

constante, desenvolvendo estratégias para responder aos riscos identificados (MOELLER,

2007).

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2.4.3 COSO 2013 (COSO, 2013)

O COSO 2013 - Internal Control – Integrated Framework foi publicado pelo COSO em

14 de maio de 2013, traduzindo-se num Sumário Executivo da metodologia COSO, compondo-

se, principalmente, da revisão do quadro e resumo das alterações em relação ao Controle Interno

COSO Report - Integrated Framework (1992) e comparação com COSO Enterprise Risk

Management - Integrated Framework, disponível nas páginas da internet de diversos

organismos, como a do próprio COSO: www.coso.org, nos Estados Unidos da América e o

Instituto dos Auditores Internos do Brasil – IIA: http://www.iiabrasil.org.br (COSO, 2013;

KPMG, 2013).

Considerando-se que o modelo de Internal Control está vocacionado para o controle

dos processos, enquanto o modelo Enterprise Risk Management tem especial foco na análise

da gestão eficaz e eficiente dos riscos em paralelo com a estrutura de governo das sociedades,

o modelo de 2013 recepciona e aprimora as duas versões (VIEIRA 2014). Dessa forma, a

essência do modelo COSO Report (substituído) foi mantida nessa nova versão do COSO 2013

Internal Control – Integrated Framework. A definição base de Controle Interno e os seus cinco

componentes se mantiveram, bem como, a relevância da responsabilidade da gestão no desenho

e implementação dos sistemas de Controle Interno (TEIXEIRA, 2014). As alterações realizadas

nas versões anteriores são consideradas evolutivas, mas não revolucionárias (KPMG, 2013).

A nova configuração do modelo COSO (2013) está representado na Figura 5:

Figura 5. Cubo COSO 2013 - Internal Control – Integrated Framework

Fonte: COSO (2013).

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Uma das melhorias introduzidas na publicação do modelo de 2013 foi a formalização

de alguns conceitos fundamentais introduzidos no Framework original. Estes conceitos são

agora princípios associados a cada um dos cinco componentes, que permitem ao usuário uma

clarificação mais apropriada no desenho e implementação dos sistemas de Controle Interno e

melhor compreensão dos requisitos para um Controle Interno eficaz (PROTIVITI, 2013).

Outras melhorias foram introduzidas nessa nova versão do COSO, sendo uma delas a

expansão dos documentos que devem ser divulgados nos reportes financeiros das entidades,

passando a incluir reportes não financeiros e reportes internos. Este novo Framework reflete

ainda muitas das alterações ocorridas no ambiente empresarial como: globalização dos

mercados e operações; expectativas quanto à supervisão governamental; mudanças nas

complexidades do negócio; novas exigência legais, normativas e regulatórias; crescente

dependência tecnológica; e, expectativas quanto à prevenção e detecção da fraude (TEIXEIRA,

2014).

Mas a mudança mais significativa trazida no Framework 2013 é a codificação de

dezessete princípios que suportam os cinco componentes. Os dezessete princípios

anteriormente eram conceitos fundamentais implícitos no COSO Report 1992. Entretanto, na

visão do COSO 2013, para que os Controles Internos sejam eficazes, exige-se que cada um dos

cinco componentes e os dezessete princípios relevantes estejam presentes e em funcionamento,

operando em conjunto e de forma integrada (KPMG, 2013).

A nova versão COSO 2013 apresenta em apêndice, um resumo das alterações

significativas com ênfase àquelas que modificam o modelo de 1992. Contudo, não houve

mudanças no sentido do julgamento exigido pela administração, pelo Conselho de

Administração, e pelos demais funcionários de modo a projetar, implementar e realizar os

Controles Internos e avaliar a sua eficácia, assim também reconhece a segurança apenas

razoável de sua gestão, sujeito, portanto, a limitações (KPMG, 2013).

O Framework 2013 também apresenta exemplos de características importantes

associadas em cada um dos dezessete princípios, chamados de pontos de foco, que são

agrupados consoante os componentes e distribuídos pelos grupos de princípios, com o propósito

de ajudar a administração detectar a presença de um princípio e se está em funcionamento

(KPMG, 2013).

Dessa forma, o modelo COSO 2013 vincula dezessete princípios aos seus cinco

componentes (Quadro 11), decompostos em setenta e sete pontos de foco, de modo a dar

consistência aos fatores considerados essenciais ao Controle Interno posto em operação,

estampados no ANEXO 1 deste trabalho (COSO, 2013; KPMG, 2013; PROTIVITI, 2013).

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Quadro 11. Princípios do COSO 2013 vinculados aos seus componentes

COMPONENTE PRINCÍPIO

Ambiente De Controle

1 A organização demonstra comprometimento com a integridade e

valores éticos.

2

O Conselho de Administração demonstra independência em relação à

Administração, realizando uma supervisão da elaboração e da execução

dos Controles Internos.

3

A Administração estabelece, com a supervisão do Conselho de

Administração, estruturas, linhas de autoridades, poderes e

responsabilidades adequados para a busca dos objetivos.

4

A organização demonstra comprometimento com a atração, o

desenvolvimento e a retenção de pessoas competentes em harmonia com

os objetivos.

5 A organização responsabiliza os indivíduos pelos Controles Internos a

eles atribuídos para a busca dos objetivos.

Avaliação Do Risco

6

A organização especifica objetivos com suficiente clareza a fim de

possibilitar a identificação e a avaliação dos riscos relacionados aos seus

objetivos.

7

A organização identifica riscos para a realização de seus objetivos e

analisa riscos como uma base para determinar como os riscos deveriam

ser gerenciados.

8 A organização considera o potencial de fraude na avaliação de riscos

para o alcance dos objetivos.

9 A organização identifica e avalia mudanças que poderiam impactar

significativamente o sistema de Controle Interno.

Atividade De Controle

10

A organização seleciona e desenvolve atividades de controle que

contribuem para a mitigação de riscos em níveis aceitáveis para a

realização dos objetivos.

11 A organização seleciona e desenvolve atividades gerais de controle

sobre a tecnologia para respaldar a consecução dos objetivos.

12

A organização realiza atividades de controle por meio de políticas que

estabelecem o que é esperado em procedimentos que executam as

políticas.

Informação e

Comunicação

13 A organização obtém, gera e usa informação relevante e de qualidade

para suportar os outros componentes de Controle Interno.

14

A organização comunica informações internamente, incluindo objetivos

e responsabilidades para Controle Interno, necessários para suportar o

funcionamento de outros componentes de Controle Interno.

15

A organização comunica-se com partes externas com relação a

problemas que afetam o funcionamento de outros componentes de

Controle Interno.

Monitoramento

16

A organização seleciona, desenvolve e efetua avaliações contínuas e/ou

específicas para determinar se os componentes de Controle Interno estão

presentes e em funcionamento.

17

A organização avalia e comunica deficiências de Controle Interno em

tempo hábil para as partes responsáveis pela tomada de medidas

corretivas, incluindo alta administração, quando apropriado.

Fonte: COSO (2013); PROTIVITI (2013); KPMG (2013).

A atualização formalizada pelo COSO 2013 (substitui o COSO Report/1992) é resultado

da contribuição empresarial e acadêmica e baseia-se na revisão dos objetivos de Controle

Interno para incorporar as mudanças no ambiente de negócios e operação; na articulação e

formalização dos 17 princípios (que na versão anterior estavam implícitos) divididos em 77

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pontos de foco (ANEXO 1), associados aos 5 componentes de Controle Interno, com o

propósito de facilitar o desenvolvimento de um Controle Interno eficaz (COSO, 2013).

Assim, a estrutura do modelo COSO 2013, articula requisitos para um controle eficaz,

exigindo que o sistema de controle posto em operação integre os 5 componentes respaldados

por princípios e pontos de foco, conforme Figura 6 (COSO, 2013):

Figura 6. Estrutura atualizada do modelo COSO 2013

Fonte: COSO (2013).

Nessa visão atualizada, o Controle Interno mostra-se como um processo constituído por

5 componentes interrelacionados: ambiente de controle, avaliação de risco, procedimentos de

controle, informação e comunicação, e, monitoramento (MAIA et al. 2005; COSO, 2013),

incorporado às normas e políticas internas para aprimorar o controle de suas atividades e

orientar a realização dos objetivos predeterminados (TEIXEIRA, 2008), respaldado por

dezessete princípios, devendo atingir a organização como um todo (COSO, 2013).

Desse modo, o modelo COSO (Figura 7), com a missão de “fornecer liderança de

pensamento no desenvolvimento de estruturas abrangentes e diretrizes sobre Controles

Internos, gerenciamento de riscos corporativos e fraude, para aprimorar a performance e

supervisão organizacional e reduzir a extensão das fraudes nas organizações” (COSO, 2013),

compõe-se de duas metodologias: uma relativa ao Framework voltado ao fortalecimento da

estrutura de Controles Internos com base em cinco componentes (COSO, 2013); e outra,

referente ao gerenciamento de riscos corporativos, integrado por oito componentes (COSO,

2004).

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58

Figura 7. Modelos COSO em operação conforme a natureza do controle

Fonte: elaborado pelo pesquisador conforme COSO (2004) e COSO (2013).

O modelo base para desenvolvimento deste trabalho refere-se ao COSO 2013 - Internal

Control – Integrated Framework.

O modelo COSO com as devidas adaptações a cada ambiente, desde os anos 1990, tem

se consolidado internacionalmente como a principal referência sobre regras para a estruturação

de controles e gestão de riscos corporativos (DANTAS et al., 2010). Ademais, considera-se que

Controle Interno é um processo dinâmico e integrado, aplicável a todas as entidades, sejam de

pequeno ou grande porte, com fins lucrativos ou não, assim como às entidades governamentais.

Entretanto, cada organização poderá optar por implementá-lo de forma diferente, como por

exemplo, uma entidade de pequeno porte poderá ter um Sistema de Controle Interno menos

formal e menos estruturado do que uma entidade de grande porte, mas ainda assim ter um

Controle Interno eficaz (COSO, 2013).

2.5 CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública refere-se à gestão de bens e interesses qualificados da

comunidade no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo preceitos legais e morais,

visando ao bem comum. Diferencia-se da administração na iniciativa privada pela obediência

compulsória aos princípios constitucionais básicos da legalidade, moralidade, impessoalidade

ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa,

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contraditório, segurança jurídica, motivação e supremacia do interesse público. Logo, não há

possibilidade de comparação direta entre as ações praticadas na Administração Pública com

aquelas praticadas na iniciativa privada. Exemplificando: a Administração Pública

naturalmente terá seus processos mais morosos, pois terá de licitar, obedecer a prazos e ritos

processuais, motivar decisões, dar publicidade aos atos com datas predeterminadas pela

legislação, dentre outros (MEIRELLES, 2011).

Em qualquer organização os Controles Internos são fundamentais para as entidades

públicas (COSO, 2013), com a característica de que na Administração Pública, o Controle

Interno se executa de forma sistêmica e conforme exigência legal (MEIRELLES, 2011).

A manutenção de um eficiente Sistema de Controle Interno visa aferir se a atuação e

realização das ações nas diversas áreas estão se comportando conforme o que foi previamente

determinado, se os agentes obedecem às regras e recomendações preestabelecidas; está apoiada

no pressuposto de que as decisões tomadas por seus dirigentes proporcionam segurança e

tranquilidade na condução de suas gestões (BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002). Assim, a

atuação descentralizada do administrador em uma organização visa garantir que os objetivos

sejam alcançados da forma mais eficiente possível, considerando que, sozinho, nenhum gestor

ou dirigente possa conhecer amiúde o que se passa na organização (CASTRO, 2008).

2.5.1 Aspectos históricos sobre o Controle Interno na Administração Pública

O controle sobre a utilização dos recursos públicos no Brasil passou a ser foco de

atenção ainda no período colonial, quando a Coroa Portuguesa dominava quase todas as ações

do Estado determinado pela monarquia, marcado pela criação das Juntas das Fazendas das

Capitanias jurisdicionadas a Portugal, em 1680; pela implantação da Junta da Fazenda do Rio

de Janeiro, em 1764; e, já na administração de D. João VI, em 1808, com a instalação do Erário

Régio e criação do Conselho da Fazenda, que tinha como atribuição o acompanhamento e a

execução da despesa pública. (CHIARELLI; CHEROBIM, 2009). Com a proclamação da

independência do Brasil, em 1822, o Erário Régio foi transformado no Tesouro pela

Constituição monárquica de 1824, e a partir de então, inicia-se o controle da gestão

governamental por meio de orçamentos públicos e de balanços gerais (BRASIL, 1998).

Ainda no período monárquico criou-se, em 1831, o Tribunal do Tesouro Público

Nacional, para a administração da despesa e da receita públicas, da contabilidade e dos bens

nacionais, o recebimento das prestações de contas anuais de todas as repartições e a análise dos

empréstimos e da legislação fazendária, mantido na reforma administrativa de 1850, tendo suas

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competências ampliadas em 1858, com a criação de uma Diretoria de Tomada de Contas

(BRASIL, 1998).

Com a proclamação da República, em 1889, houve o fortalecimento institucional das

atividades legislativas, e, por iniciativa do então Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, foi criado

o Tribunal de Contas da União, estabelecendo o controle externo do Governo, havendo então o

embrião das atividades de Controle Interno, quando, partir de 1922, pela Lei 4.536, foi

organizado o Código de Contabilidade da União, regulamentado pelo Decreto 15.783, também

de 1922, que aprovou o regulamento da Contabilidade Pública (BRASIL, 1998).

Em 1936, com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP,

o interesse público e o controle prévio passam a determinar uma fase denominada como

administração burocrática (BRASIL, 1998), gênese dos dispositivos de fiscalização

endereçados na Constituição Federal de 1946, que atribuiu ao Tribunal de Contas da União –

TCU, o controle prévio dos atos de gestão do Executivo, provocando a estruturação do controle

financeiro e a necessidade de organizar o controle administrativo (CASTRO, 2008).

Foi apenas no ano de 1964 que o Controle Interno na Administração Pública brasileira,

teve seu marco inicial legal, com a edição da Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, quando se

introduziram as expressões - Controle Interno e Controle Externo, definindo-se as competências

para o exercício daquelas atividades. O Controle Interno ficou sob a égide do Poder Executivo,

enquanto que o Controle Externo foi atribuído ao Poder Legislativo (GALANTE; BEUREN;

OLIVEIRA, 2009). O Decreto-Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, também estabeleceu o

Controle Interno como um dos princípios da administração pública federal a ser observado por

todos os seus órgãos (GALDINO et al., 2012; SANTOS; TRES, 2012).

A partir de então, o Controle Interno passou a integrar a legislação, sendo inserido já no

texto Constitucional Federal de 1967, artigo 71, e repetido na Constituição Federal de 1988,

artigos, 31, 70 e 74, até hoje vigente (GALANTE; BEUREN; OLIVEIRA, 2009). A atividade

de controlar internamente foi também regulamentada por leis infraconstitucionais, como por

exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei Complementar n° 101, de 05 de maio

de 2000), que exige a publicação de relatórios de gestão financeira e orçamentária com vistas

ao planejamento, a transparência e o equilíbrio das contas públicas, assim como pelo Conselho

Federal de Contabilidade – CFC, que por meio da Resolução n° 1135, de 25 de novembro de

2008, aprovou a NBC T – 16.8, que obriga os órgãos públicos a estabelecerem Controles

Internos a partir do exercício de 2010, como suporte do sistema contábil para minimizar riscos

e dar efetividade às informações da contabilidade (SANTOS; TRES, 2012).

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2.5.2 Noções sobre o Controle Interno na Administração Pública

O Controle Interno da Administração Pública envolve função inerente à toda a atividade

administrativa e decorre do poder hierárquico que a organiza (MILESKI, 2003), com objetivo

de assegurar a execução desses atos dentro dos princípios básicos da Administração Pública

definidos pelo art. 37 da Constituição Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência (CALIXTO; VELASQUEZ, 2005). Também conhecido como

autocontrole ou controle administrativo, é aquele que se realiza internamente, ou seja, realiza-

se por meio dos órgãos componentes da própria estrutura administrativa que pratica os atos

sujeitos ao seu controle, consolidando-se num controle de legalidade, de conveniência e de

eficiência (MEIRELLES, 2011).

Sobre Controle Interno na Administração Pública elucida Meirelles (2011):

É todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada,

no âmbito da própria Administração. Assim, qualquer controle efetivado pelo

Executivo sobre seus serviços ou agentes é considerado interno, como interno será

também o controle do Legislativo ou do Judiciário, por seus órgãos de administração,

sobre seu pessoal e os atos administrativos que pratique.

Com um foco operacional, o TCU (BRASIL, 2004) define Controles Internos como:

Conjunto de atividades, planos, métodos e procedimentos interligados utilizados com

vistas a assegurar que os objetivos dos órgãos e entidades da administração pública

sejam alcançados, de forma confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao

longo da gestão, até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder Público (TCU,

2004).

Segundo a International Organization of Supreme Audit Institutions - INTOSAI (2007),

Controle Interno é um processo integrado, efetuado pela direção e corpo de funcionários, e é

estruturado para enfrentar os riscos e fornecer razoável segurança de que na consecução da

missão da entidade, os seguintes objetivos gerais serão alcançados: execução ordenada, ética,

econômica, eficiente e eficaz das operações; cumprimento das obrigações de accountability5;

cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis; salvaguarda dos recursos para evitar perdas,

mau uso e dano (INTOSAI, 2007).

5 Conforme Nakagawa (1993, p.17), accountability é “a obrigação de prestar contas dos resultados obtidos, em

função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder”.

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2.5.3 Características do Controle Interno na Administração Pública

Na Administração Pública, dentre os resultados a serem obtidos com os procedimentos

de controle, firma-se a garantia de que os aspectos legais estão sendo observados e cumpridos,

pois o controle decorre do princípio da legalidade (art. 37, caput, da CRFB/88), ou seja, decorre

de imposições legais (MEIRELLES, 2011). Em virtude das normas do direito público, na

Administração Pública, o controle é obrigatório para certificar de que todas as suas ações foram

executadas com legitimidade, dentro das normas pertinentes a cada ato e em conformidade com

o interesse coletivo (VASCONCELOS et al., 2012). Significa dizer que no ambiente público,

os dirigentes devem agir segundo as normas legais que fixam as competências dos órgãos,

delimitam seu campo de atuação e estabelecem controles aos quais devem se sujeitar. Assim, o

dirigente não pode agir com independência absoluta (PESSOA, 2000; CASTRO, 2008).

É característica do controle na Administração Pública a forma diversificada de seu

exercício (RIBAS JUNIOR, 2000). Em face da multiplicidade e variação dos tipos e formas de

controle da atividade administrativa, Meirelles (2011) destaca que o controle se realiza: a)

conforme o Poder, órgão ou autoridade que o exercita; b) de acordo com o aspecto, modo

ou amplitude; c) segundo o seu fundamento; d) consoante o momento de sua efetivação; e,

e) quanto à sua localização, cujas características são resumidas no Quadro 12:

Quadro 12. Formas de controle na Administração Pública

FORMA CARACTERÍSTICA

Poder, órgão ou

autoridade que o

exercita

Executivo: diz respeito à execução dos atos;

Legislativo: envolve a regulamentação dos atos; ou,

Judiciário: trata-se do julgamento ou avaliação dos atos.

Aspecto, modo ou

amplitude

de legalidade: conforme a lei;

de legitimidade: aquele controle realizado por agente legalmente designado para

realizá-lo; ou

de mérito: voltado à avaliação, pelo administrador, sobre a condição da conveniência

ou da oportunidade para a realização do ato administrativo.

Fundamento

hierárquico: fluindo do escalonamento vertical dos órgãos ou da autoridade

controladora, executado pela administração direta ou centralizada, decorrendo da

subordinação hierárquica; ou,

finalístico: resultante da vinculação administrativa, voltado à Administração

indireta, nos termos da lei que institui cada entidade.

Momento de sua

efetivação

prévio ou preventivo (a priori): quando se realiza antes do ato;

concomitante ou sucessivo: ocorrendo durante o ato executado; ou,

subsequente ou corretivo (a posteriori): quando acontece após a realização do ato.

Localização

interno: realizado pelo próprio Poder, órgão ou entidade que o executa; ou,

externo: executado por Poder ou órgão alheio à estrutura de controle, que na

Administração Pública, em regra, é parlamentar, com o auxílio do Tribunal de

Contas.

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em Meirelles (2011).

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No âmbito público, Pessoa (2000) atenta que o controle se apresenta como meio de

garantia para a realização das finalidades públicas e de proteção dos direitos e interesses dos

administrados contra atos lesivos, ou ilegais, em todos os âmbitos do governo. Havendo

cumprimento dos aspectos legais, há retorno ao planejamento, garantindo que algum resultado

seja obtido, ou na forma de serviço ou na forma de produto (CRUZ; GLOCK, 2006); vincula-se

à opção de vigiar, de orientar e de corrigir, que um Poder, Órgão ou Autoridade exerce sobre a

conduta funcional do outro (MEIRELLES, 2011).

Desse modo, face à forma de controle adotada pela Carta Maior de 1988 (artigo 70

caput), exsurge a dualidade: Controle Interno e Controle Externo cuja característica é que estes

devem se complementar, em uma associação operacional, tendo em vista que as atividades do

Controle Interno dão suporte às atividades do Controle Externo (CAVALHEIRO; FLORES,

2007).

O Controle Interno se exerce pelo órgão controlador que está inserido na estrutura

burocrática que pratica os atos sujeitos ao seu próprio controle; revela-se como o controle

exercido pela própria Administração sobre seus agentes, também conhecido como controle

administrativo ou executivo (RIBAS JUNIOR, 2000; MEIRELLES, 2011). O controle externo

trata-se daquele realizado pelo Poder Legislativo sobre determinados atos e agentes do

Executivo (controle legislativo ou parlamentar) e, quando necessário, pelo Poder Judiciário,

determinando a correção de atos ilegais de qualquer dos Poderes, quando lesivos de direito

individual ou de patrimônio público, conhecido como controle judiciário ou judicial. Além do

mais, ainda nesse âmbito, há o exercício da cidadania, que incentiva o controle praticado

diretamente pela sociedade, ou seja, o controle social ou popular (MEIRELLES, 2011).

Ribas Júnior (2000) esclarece que ainda que a Constituição Federal tenha referenciado

outras formas de exercer o controle, o controle externo no seio da Administração Pública

brasileira é puramente parlamentar, ou seja, está delegado ao Poder Legislativo, que o executa

de forma política e de forma técnica, sendo esta última forma, exercido com o auxílio do

Tribunal de Contas, que tem competências deferidas pela Constituição Federal de 1988.

Conforme Pessoa (2000), o Controle Interno desenvolve-se ininterruptamente,

principalmente na “esfera do Poder Executivo, onde se situa parcela considerável das atividades

administrativas básicas”, e envolve a atividade meio (organização e expedientes

administrativos), e a atividade-fim (serviços públicos, poder de polícia, fomento). Reúne

também as atividades administrativas que servem de suporte aos Poderes Legislativo e

Judiciário, bem assim, as atividades de outras instituições dotadas de autonomia, como o

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Tribunal de Contas e o Ministério Público. Abrange ainda o exercício das atividades delegadas

pelo poder público aos particulares, como no caso das concessões e permissões de serviços

públicos, porquanto se trata de atividades que a Constituição e as leis defiram a titularidade à

Administração Pública, organizados consoante lei específica (PESSOA, 2000).

Tendo em vista que o foco deste trabalho se refere ao Controle Interno no âmbito da

Administração Pública municipal, deixa-se de explorar as características e aspectos sobre o

controle externo.

2.5.4 Obrigatoriedade do Controle Interno na Administração Pública

Em razão da legislação vigente, a Administração Pública brasileira possui a obrigação

de manter um Sistema de Controle Interno que possibilite o acompanhamento e a fiscalização

da aplicação dos recursos públicos para geração do bem comum (MEIRELLES, 2011). O marco

dessa obrigatoriedade inicia-se em 1964, com a edição da Lei n° 4.320, que instituiu normas

gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,

dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, na qual destaca as competências do Sistema

de Controle Interno (CHIARELLI; CHEROBIM, 2009; GALANTE; BEUREN; OLIVEIRA,

2009; RONCALIO, 2009; PERARDT, 2011; GALDINO et al., 2012).

No ano de 1967 foi editado o Decreto-Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, ainda em

vigor, que definiu o controle como um dos princípios fundamentais da Administração Federal,

determinando a adoção dos procedimentos de planejamento, coordenação, descentralização,

delegação de competência e controle, definindo as bases do Controle Interno, também

atribuindo responsabilidade às chefias competentes de cada órgão e entidade da administração

pública, incluindo as áreas de contabilidade e auditoria no sistema de Controle Interno, com o

propósito dessas áreas se responsabilizarem pelo controle da aplicação e guarda dos bens

públicos (RONCALIO, 2009; SANTOS; TRES, 2012; VASCONCELOS et al., 2012).

Com a promulgação da Carta Constitucional de 1967, o Controle Interno consolida-se

como sistema na Administração Pública (artigo 71), sendo, porém, nesta ocasião, implementado

apenas pelo Poder Executivo (BRASIL, 1967; RONCALIO, 2009; VASCONCELOS et al.,

2012).

Na Constituição Federal de 1988 (artigo 74), deu-se relevância à atividade de Controle

Interno. Introduziu-se a forma sistêmica, abrangendo a Administração Pública como um todo,

ou seja, passou a envolver todos os Poderes, órgãos e entidades públicas, determinando em seu

artigo 70, que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos

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entes da federação seja exercida pelo Sistema de Controle Interno de cada Poder e por controle

externo (BRASIL, 1988). Em conexão com o artigo 70 da Carta Federal de 1988, o Sistema de

Controle Interno, nos municípios (artigo 31), é de responsabilidade do Poder Executivo. Já para

a União, estendido por simetria, conforme o artigo 75, aos Estados da Federação e ao Distrito

Federal, a responsabilidade é de cada um dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário

(MILESKI, 2003).

Adiante, em regulamento aos artigos 163 e 169 da Constituição Federal de 1988, foi editada

a Lei Complementar n° 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, com a

finalidade de estabelecer normas orientadoras sobre finanças públicas, traduzindo-se num código

de conduta gerencial para todos os administradores públicos do país, assim como, estabelecer

limites para a dívida pública e gastos com a despesa de pessoal, por nível de governo e poder,

aplicável a todos os entes da federação (BRASIL, 2000).

No âmbito da Administração Pública brasileira, a LRF impõe uma série de mecanismos

visando estabelecer a transparência e o equilíbrio das contas públicas e, por consequência, o controle

dos gastos e do endividamento público, resgatando-se dois principais instrumentos de gestão: o

planejamento e o controle (CRUZ; GLOCK, 2006; PERARDT, 2011; SANTOS; TRES, 2012).

O artigo 59 da Lei de Responsabilidade Fiscal determina que o controle da gestão fiscal

seja exercido por meio do sistema de Controle Interno, com ênfase ao acompanhamento das

metas governamentais estabelecidas, da destinação de recursos públicos e na fiscalização e

providências para o cumprimento de limites e condições no controle de gastos com pessoal e

da dívida pública (BRASIL, 2000). Referido controle estabelece novo paradigma à gestão

pública, exigindo planejamento e participação popular e, sobretudo, efetividade, eficácia e

eficiência das entidades públicas (CRUZ; GLOCK, 2006), imprimindo-se a reforma gerencial

do Estado (BRESSER-PEREIRA, 2010).

O Conselho Federal de Contabilidade editou em 21 de novembro de 2008 a Resolução

CFC Nº. 1.135, que aprova a NBC T 16.8 que trata sobre o Controle Interno, obrigando, a

partir de janeiro/2010, os órgãos públicos a adotarem o Controle Interno como suporte do

sistema contábil, para minimizar riscos e dar efetividade às informações da contabilidade, com

vistas a alcançar os objetivos do setor público (BRASIL, 2008; SANTOS; TRES, 2012).

No âmbito federal, o Controle Interno do Poder Executivo foi organizado e disciplinado

pela Lei Federal nº 10.180, de 06 de fevereiro de 2001, que também engloba os sistemas de

planejamento, orçamento, administração financeira e contabilidade, com vistas à avaliação da ação

governamental e da gestão dos administradores públicos federais, impondo a fiscalização de

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natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, em apoio ao controle externo

no exercício de sua missão institucional (BRASIL, 2001; RONCALIO, 2009).

De forma resumida, pode-se citar como principais fundamentos legais aplicáveis ao

Controle Interno no setor público brasileiro: a Lei Federal nº 4.320/1964; o Decreto-Lei nº

200/1967; a Constituição Federal de 1988; a Lei Complementar nº 101/2000 - Lei de

Responsabilidade Fiscal; a Resolução CFC 1.135/2008 e a Lei n° 12.527/2011- Lei de acesso à

informação.

Na Figura 8, demonstra-se a evolução desses principais eventos legais que, em termos

gerais, marcaram o avanço da legislação federal sobre o Controle Interno na Administração

Pública brasileira, ao mesmo tempo em que cada ente da Federação também tem o dever de

observá-las, podendo, cada qual, também, estatuir normas próprias complementares para

regulamentar seus respectivos Controles Internos (GALDINO et al., 2012):

Figura 8. Evolução da legislação federal sobre o Controle Interno na Administração Pública brasileira

Fonte: Adaptado de Roncalio (2009) e atualizado pelo pesquisador.

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Em síntese, conforme a Figura 8, verifica-se que o Controle Interno na Administração

Pública brasileira vem se consolidando e se aprimorando ao longo do tempo. Atualmente é

exigido para todos os entes federativos, e abrange as naturezas: orçamentária, financeira,

patrimonial, operacional (BRASIL, 1988), assim como a gestão fiscal (BRASIL, 2000). Aplica-

se dentro dos princípios constitucionais gravados no artigo 37 caput da Constituição Federal de

1988, sob os aspectos da legalidade, da economicidade e da eficiência (BRASIL, 1988). Trata-

se de um meio importante para consolidar a democracia, em razão de proporcionar o

acompanhamento das ações do governo pela sociedade, em amparo ao cidadão para o exercício

do controle social (CRUZ; GLOCK, 2006).

No Estado de Santa Catarina, o Controle Interno está previsto na Constituição Estadual,

consoante art. 62, em simetria ao artigo 74, incisos I a IV, da Constituição Federal; é obrigatório,

inclusive de acordo com o disposto no art. 119 da Lei Complementar Estadual n° 202/2000 –

Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, com nova redação dada pela

Lei Complementar Estadual n° 246/2003, de 09 de junho de 2003, que exigiu a implantação e

operacionalização do Sistema de Controle Interno para toda a Administração Pública

catarinense (do Estado e dos Municípios), a partir do final do exercício de 2003 (SANTA

CATARINA, TCE/SC, 2015).

2.5.5 Finalidade do Controle Interno na Administração Pública

As finalidades e competências constitucionais do Controle Interno no âmbito público

brasileiro estão contidas no artigo 31 e no artigo 74 da Constituição Federal de 1988, sendo este

aplicável à União, aos Estados e ao Distrito Federal, e aquele aplicável aos municípios

(BRASIL, 1988; GALDINO et al., 2012).

De acordo com os incisos I a IV do artigo 74 da Constituição Federal de 1988, para a

União, os Estados e o Distrito Federal, o Sistema de Controle Interno será mantido de forma

integrada, pelos três Poderes, com a finalidade de: a) avaliar o cumprimento das metas previstas

no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; b)

comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão

orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem

como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; c) exercer o controle

das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; e d)

apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional (BRASIL,1988). Já com

referência aos Municípios, aplica-se o artigo 31 da Constituição da República de 1988, que fixa

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que o Sistema de Controle Interno alcança a mesma finalidade delineada nos incisos do art. 74

da mesma Constituição, porém, será esse efetivado pelo Poder Executivo, na forma da lei, e

abrange a Administração municipal como um todo (BRASIL, 1988).

Cruz e Glock (2006) dividem as finalidades inseridas no texto constitucional para o

Sistema de Controle Interno da Administração Pública em três grandes grupos: a) o de

comprovação da legalidade, acompanhamento de haveres, avais, garantias e contratos, proteção

e uso dos bens e fidedignidade dos registros; b) o da avaliação das metas previstas no plano

plurianual, execução dos programas de governo e dos orçamentos, e avaliação dos resultados

quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos da

Administração Pública; e, c) o de apoio ao controle externo na sua missão constitucional.

Com o advento da Lei Complementar nº 101/2000 - LRF, deu-se mais uma atribuição

ao sistema de Controle Interno, que é o de acompanhar e fiscalizar a gestão fiscal, inclusive

tornando obrigatória a subscrição do responsável pelo Controle Interno da administração

pública nos relatórios exigidos pela citada lei (GALDINO et al., 2012).

Galante, Beuren e Oliveira (2009) destacam que o Sistema de Controle Interno tem a

finalidade de assegurar, nas várias fases do processo decisório, que o fluxo das informações e

implementações de decisões se desenvolvam dentro da necessária legalidade, legitimidade e

confiabilidade, com vistas a atingir a economicidade, a eficácia e a eficiência.

Entretanto, além das finalidades insculpidas em lei, há outras relativas ao cumprimento

técnico aplicável à teoria dos Controles Internos. Dentre essas finalidades, destacam-se como

principais: a) segurança do ato praticado e obtenção da informação adequada; b) promover a

eficiência operacional da entidade; c) estimular a obediência e o respeito às políticas traçadas;

d) proteger os ativos; e, e) inibir a corrupção (CASTRO, 2008).

2.5.6 A eficiência na Administração Pública

Novos instrumentos de gestão vêm sendo incorporados às organizações públicas,

visando à obtenção de um controle mais efetivo das ações dos seus gestores, para melhor

atender ao interesse público, associando o controle ao planejamento com vistas a garantir a

aplicação correta dos recursos disponíveis (CRUZ; GLOCK, 2006). Assim, o Controle Interno

visa assegurar a regularidade da realização da receita e da despesa, possibilitando o

acompanhamento da execução orçamentária, dos seus programas de trabalho e dos resultados

alcançados. É um controle pleno da legalidade, conveniência, oportunidade e eficiência, criando

também condições indispensáveis para a eficácia do controle externo (MEIRELLES, 2011).

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O alcance dos resultados da gestão já era foco de atenção na Administração Pública

desde antes da Constituição Federal de 1988. Com relevo, destaca-se o dever de eficiência, que

já se encontrava consagrado na legislação brasileira desde a Reforma Administrativa realizada

com a edição do Decreto-Lei 200/67, que pelos artigos 13 a 25 exigiu, desde então, que o Poder

Executivo Federal submetesse suas atividades ao controle de resultados. O dever de eficiência,

“que na doutrina italiana corresponde ao dever da boa administração” (CARVALHO SIMAS

Apud MEIRELLES, 2011, p.111), foi erigido como princípio norteador da Administração

Pública brasileira, pela Emenda Constitucional n° 19/1998, quando se deu nova redação ao

caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, incluindo-se o quinto princípio: o da

eficiência (MEIRELLES, 2011).

No contexto da eficiência e eficácia na gestão pública, o Controle Interno tem papel

fundamental para atingir os objetivos no menor custo e da melhor forma para oferecer a certeza

de que os números registrados e divulgados nas demonstrações contábeis são confiáveis

(SANTOS, TRES, 2012).

Nesse sentido, Gerigk et al., (2007, p. 7) observam que:

As administrações públicas necessitam de formas alternativas de controles, não

apenas controles formais, que objetivam atender estritamente as determinações legais,

mas também de controles gerenciais, que atendam às exigências legais e priorizem o

atendimento dos resultados, detectando antecipadamente os problemas e corrigindo

as possíveis distorções, fazendo com que a gestão pública cumpra seu papel de forma

eficiente e eficaz.

Assim, o Sistema de Controle Interno funciona sob normas e diretrizes que a

administração estipula para a execução de suas atividades e alcançar o seu objetivo. Estão

inseridas nesse contexto a vigilância, a fiscalização e a verificação, por parte da administração,

com a finalidade de prevenção, observação e comando de todos os atos da instituição, para

incrementar a eficiência operacional, o controle sobre as despesas e as receitas, como também

a proteção do patrimônio (FRANCO; MARRA, 2001).

Nas instituições públicas, o Controle Interno é fundamental para atingir seus objetivos

com a finalidade de orientar para a obediência às leis, às normas e diretrizes traçadas pela

administração que irão nortear as rotinas de trabalho. Sendo assim, é necessário que as

organizações tenham controle sobre a exatidão e a confiabilidade das informações relacionadas

aos dados contábeis, pois estes são objetos de informações para a tomada de decisões pela

administração pública (CALIXTO; VELASQUEZ, 2005).

Quando uma instituição é amparada por um Sistema de Controle Interno adequado,

contando também com a interação do Controle Externo, melhor será para o efetivo controle de

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70

suas ações operacionais, pois a eficiente e correta utilização dos recursos captados torna-se

essencial para conferir suporte e segurança aos gestores públicos. Demais disso, no âmbito da

Administração Pública cada vez mais se está cobrando resultados mais efetivos, ou seja, exige-

se cada vez mais eficiência (CASTRO, 2008).

A eficiência, princípio norteador da Administração Pública, obriga que a atividade

administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. Este mais

moderno princípio constitucional, exige que o administrador transcenda ao princípio da

legalidade - base do controle por conformidade, e atinja resultados positivos para o serviço

público e satisfatório atendimento das necessidades da sociedade (MEIRELLES, 2011).

A eficiência na Administração Pública, elevada a princípio segundo o contido no artigo

74, inciso II, da Constituição Federal de 1988, exige uma construção alicerçada em três

enfoques: eficiência, eficácia e economicidade. O Tribunal de Contas Europeu (1999), quando

publicou o manual de auditoria de resultados aplicável à comunidade europeia, apresenta como

modelo lógico na perseguição da concretização de objetivos e metas, a otimização de recursos

(eficiência e economicidade), a concretização dos resultados (eficiência e eficácia), assim como

a constatação de seus efeitos e impactos (eficácia), consolidando-se na aplicação da teoria dos

três “Es” (TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU, 1999).

Cruz e Glock (2006) apresentam a integração e conceituação desses três enfoques,

conforme indicado no Quadro 13, que atende aos preceitos deste estudo, em face da

obrigatoriedade da realização do princípio da eficiência na aplicação de recursos públicos, com

vista a atingir a boa administração e melhorar a qualidade das atividades do Estado.

Quadro 13. Conceito de eficiência, eficácia e economicidade aplicável à Administração Pública brasileira

ENFOQUE CARACTERÍSTICA

Eficiência

Relaciona-se ao custo ou a forma pela qual os meios são geridos. Trata-se da otimização

dos recursos disponíveis, por meio de métodos, técnicas e normas, visando ao menor

esforço e ao menor custo na execução das tarefas. A eficiência é, pois, um critério de

desempenho (CRUZ; GLOCK, 2006). É a medida da capacidade de melhorar o uso dos

recursos (SILVA; GOMES; ARAUJO, 2014).

Eficácia

Diz respeito à concretização dos objetivos e metas traçadas. Sua diretriz é o resultado.

Dessa forma, a organização deve definir claramente os seus objetivos e sua forma de

concretizá-los, traduzindo-se como organização eficaz (CRUZ; GLOCK, 2006). A

eficácia refere-se a capacidade de atingir os objetivos (SILVA; GOMES; ARAUJO,

2014).

Economicidade

Refere-se aos prazos e condições nos quais são obtidos os recursos físicos, humanos e

financeiros. Uma operação econômica pressupõe recursos em qualidade, quantidade,

menor custo e tempo hábil (CRUZ; GLOCK, 2006).

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em Cruz e Glock (2006), Silva, Gomes e Araujo (2014).

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Dessa maneira, os objetivos da Administração devem ser fixados mediante exigência

constitucional, consoante ao sistema de planejamento imposto pelo artigo 165 da Constituição

Federal, traduzindo-se nas leis do plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei

orçamentária anual (MILESKI, 2003). Contudo, o planejamento administrativo não pode ser

dissociado do controle; de certa forma, com base nesse planejamento é que são fixados os

padrões para a aferição dos resultados reais (CRUZ; GLOCK, 2006), pois, na ausência de um

padrão fixado, torna-se difícil, senão inviável, a avaliação do desempenho real

(VASCONCELOS et al., 2012).

Ademais, a LRF exige no artigo 4°, a fixação, acompanhamento e avaliação das metas

fiscais, por meio de instrumentos contidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias do próprio ente

federativo, sendo a fiscalização completada pelos Controles Internos e externos, conforme

artigo 59 da mesma lei (BRASIL, 2000). Nesse sentido, a administração será eficiente quando

conseguir realizar as ações governamentais planejadas de forma econômica, ou seja, otimizando

os recursos disponíveis. Assim procedendo, a Administração propiciará maiores condições de

suprir as necessidades de sua população pela realização de um maior número de ações e/ou

programas de governo, com menor volume de recursos (CRUZ; GLOCK, 2006).

Considerado o planejamento e a fixação dos objetivos e metas da Administração, a

atuação do controle tem por objetivo aferir seu cumprimento. Corrobora-se, portanto, que o

controle está diretamente ligado ao planejamento. É a partir do controle que o gestor público

direciona seu planejamento, como também faz a verificação do alcance dos resultados

esperados (CRUZ; GLOCK, 2006). Desse modo, os Controles Internos da entidade, além de

promover maior segurança do patrimônio, também visam a geração da eficiência na consecução

do objetivo social, o que se manifesta como resultado (GALANTE; BEUREN; OLIVEIRA,

2009).

Contribuindo para a mudança dos padrões de gerenciamento no setor público, a

controladoria, a auditoria interna e a ação do Controle Interno têm se apresentado como

estrutura, instrumentos e técnicas a serem utilizados pelos gestores para atenderem, não apenas

aos princípios legais consagrados na Constituição Federal de 1988, mas aprimorar a aplicação

dos escassos recursos para que sejam efetivamente atendidas as necessidades da sociedade, sem

perder de vista o equilíbrio das contas públicas (SANTOS; TRÊS, 2012).

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2.5.7 Algumas pesquisas sobre Controle Interno na Administração Pública

Existe uma diversidade de interesses nos estudos do Controle Interno na Administração

Pública. É um campo de saber não sistematizado quanto à linguagem das evidências empíricas

(SILVA; GOMES; ARAUJO, 2014), que perpassa por abordagens cujos objetivos vão desde a

análise de aderência dos órgãos ou relatórios de Controle Interno até a propositura de modelos

de Controle Interno que subsidiem a busca por mais transparência na gestão pública

(LOUREIRO et al., 2014). No entanto, apesar da relevância do Controle Interno para o âmbito

público, pouco se conhece a respeito das contribuições científicas desenvolvidas sobre essa

temática. (BEUREN; ZONATTO 2014).

Algumas pesquisas sobre Controles Internos vinculadas à Administração Pública

brasileira, apresentadas com detalhes no ANEXO 2, estão sintetizadas no Quadro 14:

Quadro 14. Pesquisas sobre o Controle Interno na Administração Pública brasileira

AUTOR/DATA OBJETO DE ESTUDO

Thomé e Tinoco (2005), Bordin e Saraiva (2005),

Souza et al. (2007), Cavalcante, Peter e Machado

(2011), Roza, Lunkes e Alberton (2012),

Vasconcelos et al. (2012), Loureiro et al. (2014),

Monteiro (2015).

Importância, efetividade, estrutura, característica,

desenvolvimento e implantação e manutenção dos

Controles Internos.

Costa (2009), Santos e Tres (2012). Uso dos Controles Internos no combate a ações lesivas ao

patrimônio e à corrupção.

Ribeiro Filho et al. (2008), Galante, Beuren e

Oliveira (2009), Carneiro Júnior e Oliveira

(2012), Chiamenti e Santo (2013).

Relacionamento do Controle Interno com o Controle

Externo (Tribunal de Contas) e com o controle social

(transparência).

Gerigk et al. (2007), Pequeno et al. (2011),

Machado (2013)

Controladoria no ambiente público municipal e seu

relacionamento com o Controle Interno

Castro (2006), Galante, Beuren e Oliveira (2009),

Albuquerque (2011)

Gerenciamento de custos e eficiência da gestão (eficácia,

da eficiência e da efetividade na Administração Pública).

Galdino et al. (2012), Gallon, Braga Neto e De

Luca (2013). Ligação com a Auditoria

Beuren, Pinto, Zonatto (2012), Roza, Lunkes e

Alberton (2012), Peleias et al. (2013), Beuren e

Zonatto (2014).

Levantamentos sobre a teoria e perfil dos estudos sobre

Controle Interno e controladoria,

Dantas, et al. (2010), Perardt (2011), Silva,

Gomes e Araújo (2014). Utilização do modelo COSO

Fonte: elaborado pelo pesquisador.

Embora os Controles Internos sejam de expressiva importância para qualquer

organização (CALIXTO; VELASQUEZ, 2005; COSO, 2013), são obrigatórios na

Administração Pública, conforme exige os artigos 31 e 74 da Constituição Federal de 1988

(MEIRELLES, 2011), mas a temática sobre o assunto ainda não é dominada por uma elite de

pesquisadores contábeis (PELEIAS et al., 2013; BEUREN; ZONATTO 2014).

Apesar de já se verificar evolução dos estudos acadêmicos na área de Controle Interno

municipal, conforme se exemplifica no Quando 14, melhor detalhado no ANEXO 2, percebe-

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se que ainda há carência e necessidade de estudos científicos nesta área, especialmente quando

se trata sobre a aplicação das ferramentas de Controle Interno nos municípios, principalmente

para compreender a estrutura dos sistemas de Controle Interno na gestão pública, seu

delineamento, os fatores que podem favorecer a implementação de um ambiente eficaz de

controle neste setor, assim como sua influência na melhoria dos processos de gestão da

Administração Pública (BEUREN; ZONATTO 2014).

Referindo-se ao modelo COSO, ainda que sua adoção seja obrigatória em face da

INTOSAI e da Resolução CFC N.º 1.328/11, também se nota a escassez de estudos sobre o tema,

constatando-se as pesquisas de Dantas et al. (2009) e Perardt (2011), com atenção ao

gerenciamento de riscos, e, Silva, Gomes e Araújo (2014), que verifica a eficiência do modelo

em face das ações de controle implementadas, o que imprime a importância deste trabalho.

Desta forma, nesta etapa da pesquisa, percorreu-se à revisão bibliográfica que, além da

exploração do construto Controle Interno também discorreu sobre o modelo COSO e sua

aplicação no setor público. Reuniu-se um conjunto importante de considerações sobre o tema

estudado, permitindo formar a base necessária para aplicar a metodologia estabelecida no

Capítulo 3, assim como subsidiar os resultados que serão demonstrados no Capítulo 4.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo está destinado à caracterização e os procedimentos utilizados para a

realização da pesquisa. Trata-se do plano escolhido para conduzir a investigação (RAUPP;

BEUREN, 2006). No prisma de Creswell (2010), metodologia consiste na estratégia ou plano

de ação que associa os métodos aos resultados, com a escolha de técnicas e procedimentos que

compõem o processo de elaboração da pesquisa. Desse modo, visando atender os objetivos

propostos, demonstram-se o método utilizado e as técnicas adotadas para o desenvolvimento

da pesquisa. O delineamento da pesquisa, com a definição da abordagem utilizada é tratado na

primeira parte. Na sequência, apresenta-se o método escolhido e as técnicas de coleta de dados.

Por fim, descreve-se a delimitação do escopo, o contexto da pesquisa e o objeto de estudo.

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

No rol de procedimentos metodológicos que suportam a pesquisa, está o seu

delineamento, onde se encontram as bases sobre a abordagem ou tipo de pesquisa, a estratégia

adotada (procedimentos) e os objetivos utilizados, no sentido de articular planos e estruturas a

fim de obter respostas para o problema em estudo (RAUPP; BEUREN, 2006).

3.1.1 Tipo da pesquisa

Os tipos de pesquisa para abordagens de problemas são definidos como: qualitativa,

quantitativa ou mista, que devem estar apropriados ao tipo de estudo (CRESWELL, 2010).

Porém, o que determina a escolha do método, é a natureza do problema ou o seu nível de

aprofundamento (RICHARDSON, 1999).

No enfoque quantitativo, a pesquisa baseada em dados objetivos (HAIR Jr. et al., 2007),

caracteriza-se pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta como no tratamento

dos dados (RAUPP; BEUREN, 2006). O método quantitativo permite que o problema da

pesquisa seja mais bem trabalhado e proporciona o entendimento de quais variáveis influenciam

um resultado. Na abordagem quantitativa, os pesquisadores podem pretender testar uma teoria,

e incorporam revisões substanciais da literatura para identificar questões de pesquisa que

precisam ser respondidas (CRESWELL, 2010).

A fim de analisar o Controle Interno nos municípios do Estado de Santa Catarina, optou-

se pela abordagem quantitativa, pois a finalidade do estudo é de verificar se determinadas

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variáveis de controle interno integrantes do modelo COSO (COSO, 2013) relacionadas à

eficiência operacional, estão substancialmente presentes nos Sistemas de Controles Internos das

Administrações Públicas municipais, ligados à mensuração dos fenômenos, com a coleta de

informações analisadas via testes estatísticos.

3.1.2 Estratégia da pesquisa

Neste trabalho, utilizou-se como estratégia de pesquisa o levantamento do tipo survey,

pois esta se vincula à abordagem quantitativa, considerando que esta estratégia de pesquisa visa

a obtenção de dados ou informações sobre determinadas características do objeto estudado, para

indicar informações sobre práticas ou opiniões atuais de uma população específica (FREITAS,

et al. 2000).

Creswell (2010, p.178) argumenta que as pesquisas de levantamento:

[...] apresentam uma descrição quantitativa ou numérica de tendências atitudes ou

opiniões de uma população estudando-se uma amostra dessa população. A partir dos

resultados da amostra, o pesquisador generaliza ou faz afirmações sobre a população.

Em complemento, Hair Jr. et al. (2007) explicam que survey é um procedimento para

coleta de dados primários a partir dos indivíduos, variando em razão de crenças, opiniões,

atitudes e estilo de vida, até informações gerais sobre a experiência do indivíduo ou da

característica das empresas, sendo usadas quando o projeto de pesquisa envolve a coleta de

informações de uma grande amostra de indivíduos, divididos em duas categorias amplas: a

administração de questionários para que o próprio respondente se manifeste; e, a entrevista.

O método survey proporciona ao pesquisador obtenção de dados e informações que

dificilmente seriam extraídos por meio de outro método, de forma científica, e ainda possibilita

a mensuração e análise destes dados, devendo ser realizado com rigor metodológico para que

os dados obtidos tenham confiabilidade científica. (SILVA, 2013).

Assim, o uso da estratégia do levantamento do tipo survey, nesta pesquisa, justifica-se

diante da necessidade de investigação de detalhes de um fenômeno real, em tempo atual,

coletados por meio de um instrumento sobre um conjunto elevado de dados, proporcionando

sua análise com vistas a testar variáveis. Portanto, esta estratégia molda-se à pesquisa, vez que

promove a investigação sobre como o modelo COSO (COSO, 2013) está operando nos sistemas

de Controles Internos dos municípios catarinenses, voltados ao atingimento da eficiência

operacional (BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002), exigidos pela Constituição Federal

brasileira (RONCALIO, 2009).

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3.1.3 Finalidades da pesquisa

Dentre às finalidades exploratória, descritiva e explicativa ou interpretativa, esta

pesquisa se classifica como descritiva.

As pesquisas descritivas são utilizadas quando o principal objetivo do estudo é a

descrição de características conhecidas de uma população ou de um determinado fenômeno, ou

quando se pretendem estabelecer relações entre variáveis, chegando-se a identificar a natureza

dessas relações, aproximando-se, das pesquisas explicativas em alguns casos. Caracteriza-se

pela utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados (RAUPP; BEUREN, 2006).

Conforme Raupp e Beuren (2006, p. 81), a pesquisa descritiva:

[...] configura-se como um estudo intermediário entre a pesquisa exploratória e a

explicativa, ou seja, não é tão preliminar como a primeira e nem tão aprofundada como

a segunda. Nesse contexto, descrever significa identificar, relatar, comparar, entre

outros aspectos.

Dessa maneira, este estudo se evidencia como descritivo, porque tem como objetivo

descrever características de determinada população ou fenômeno; assim também estabelecer

relações entre variáveis (RAUPP; BEUREN, 2006). Demais disso, este trabalho abrange

atributos organizacionais relativo aos Controles Internos dos municípios catarinenses,

identificando-os, relatando-os e fazendo comparações entre dados, informações e variáveis.

3.2 MÉTODOS E TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

Neste tópico estão tratados os procedimentos da pesquisa, assim como a forma de como

os dados serão coletados e tratados.

3.2.1 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

No aspecto procedimental realizaram-se pesquisa e análise da bibliografia para

identificar o que os autores da área pensam sobre o assunto em estudo. Também se efetuou

pesquisa diante da legislação, pelo fato de que na Administração Pública, a lei é princípio

fundamental. Por fim, com o uso de questionário aplicado de forma transversal diante dos

responsáveis pelos Controles Internos de todos os municípios catarinenses, foram coletados os

dados necessários para responder à pergunta da pesquisa.

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3.2.1.1 Pesquisa bibliográfica e consulta à legislação aplicada à Administração Pública

Conforme Creswell (2010, p.61), “uma das primeiras tarefas de um pesquisador que

trabalha um tópico novo é organizar a literatura”. Adiante, citado autor acrescenta que “na

pesquisa quantitativa a literatura não apenas ajuda a substanciar o problema, mas também

sugere possíveis questões ou hipóteses que precisam ser tratadas” (CRESWELL, 2010, p.73).

A organização da bibliografia foi executada por meio de consulta aos sítios da internet,

nas bases de dados SPELL, CAPES, EBSCO. Nestas bases, foram utilizadas as ferramentas de

refinamento de pesquisa disponibilizadas para “artigos científicos” e “teses e dissertações”,

utilizando-se, em conjunto, as “palavras-chaves” internal control, public sector e COSO. Das

obras listadas, selecionou-se inicialmente 598 artigos científicos e 21 teses ou dissertações

ligadas ao tema. Após a análise dos resumos destes trabalhos, foram selecionados 76 artigos

científicos, sendo 58 nacionais e 18 internacionais, assim como também foram destacadas 01

tese e 10 dissertações para explorar a teoria e modelos sobre Controles Internos. Também foram

utilizadas obras clássicas editadas como por exemplo, Attie (nacional) e Moeller

(internacional), assim como os sítios na internet de organizações, a exemplo do COSO

(internacional) e do CFC (nacional), que atuam no desenvolvimento de conceitos, normas e

modelos sobre Controles Internos. Demais disso, também foi necessário consultar a legislação

nacional, em razão da peculiaridade do tema aplicável à Administração Pública brasileira.

3.2.1.2 Coleta dos dados

Para esta pesquisa, utilizou-se como instrumento de coleta de dados, um questionário

estruturado, criado com base nos instrumentos aplicados por Maia et al. (2005) e Silva, Gomes

e Araújo (2014), ajustado à teoria sobre Controle Interno desenvolvida segundo o modelo

COSO Report, descrito no Quadro - 8, aprimorado pelo COSO (2013), conforme ANEXO 1.

A utilização do questionário no uso do levantamento como estratégia encontra respaldo

em Hair Jr. et al. (2007, p. 170), que explicam que:

[...] uma survey geralmente envolve a coleta de grande quantidade de dados com o

uso de questionários auto-administrados ou administrados pelo entrevistador. Os

questionários podem incluir perguntas fechadas ou abertas, as quais produzem dados

numéricos e narrativos, respectivamente. No caso em que se obtêm dados narrativos,

eles podem ser convertidos para números por meio de técnicas de codificação.

O levantamento teve corte transversal, com dados coletados no período de 26 de outubro

a 07 de dezembro de 2015 (CRESWELL, 2010), mediante questionário estruturado

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autoadministrável, remetidos aos participantes por meio de correio eletrônico pessoal, através

do software LimeSurvey, endereço: http://pesquisa.tce.sc.gov.br/index.php?.

A Figura 9 apresenta as etapas desenvolvidas nesta pesquisa até a aplicação do questionário:

Figura 9. Etapas da pesquisa até a aplicação do questionário6

Fonte: elaborado pelo pesquisador

6 Ressalta-se que o questionário inicial com 115 questões objetivas relacionadas aos componentes de Controle

Interno do modelo COSO (COSO, 2013), foram reduzidas para 80 questões em razão das adaptações realizadas

aos 77 pontos de foco do citado modelo, conforme se evidencia nos Quadros 14 e 15.

•Levantamento do tipo survey.

Definição da estratégia da pesquisa

•Questionário inicial com 125 questões, dividido em dois blocos:

•115 questões objetivas relacionadas aos componentes do modelo COSO aplicáveis àAdministração Pública (COSO, 2013; SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014). Escala Likert 5pontos.

•10 questões relacionadas às características socioeconômicas e do trabalho dosrespondentes (MAIA et al., 2005; SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014).

Definição do instrumento de pesquisa

• Foram ouvidos:

•O Coordenador de Controle Interno da Federação Catarinense de Municípios -FECAM.

•Dois secretários executivos de Associação de Municípios que organizam o Colegiadode Contadores Públicos e Controladores Internos dos Municípios Catarinenses desua região.

•Quatro Auditores Fiscais de Controle Externo do Tribunal de Contas de SantaCatarina envolvidos na área de fiscalização municipal.

Apicação do pré-teste (primeira semana de outubro de 2015)

•Questionário reformulado para 90 questões, dividido em dois blocos (APENDICE B):

•80 questões objetivas relacionadas aos componentes do modelo COSO aplicáveis à Administração Pública (COSO, 2013; SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014). Escala Likert 5 pontos.

•10 questões relacionadas às características socioeconômicas e do trabalho dos respondentes (MAIA et al, 2005; SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014).

Reformulação do questionário em face do pré-teste

•Universo da pesquisa: Todos os 295 municípios do Estado de Santa Catarina.

•Respondentes: os responsáveis pelos Controles Internos de cada município.

•População (não há amostra): consulta integral da população (atinge os 295 responsáveis pelos Controles Internos dos municípios de Santa Catarina).

Definição da população e amostra

•Uso do programa LimeSurvey.

•Cadastramento dos participantes conforme e-mail.

•Participação por convite e acesso ao link <http://pesquisa.tce.sc.gov.br/index.php?>.

•Período de realizaçao: de 26 de outubro a 07 de dezembro de 2015.

Aplicação do instrumento de Pesquisa

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Realizou-se o pré-teste, embora o instrumento de referência já tivesse sido validado por

pesquisas anteriores (MAIA et al., 2005; SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014), primeiro, para

verificar sua aplicabilidade nos municípios, já que o instrumento base foi desenvolvido para

aplicação em uma instituição de ensino; segundo, porque houve a integração de novos quesitos

em face da evolução da teoria aplicada (COSO, 2013).

O pré-teste do questionário inicial, indicou a necessidade de pequenas adequações para

esclarecer quando à aplicação de determinado quesito envolveria apenas os Controles Internos

em operação na Prefeitura.

A versão final do questionário (APÊNDICE B), resultou em 90 questões fechadas,

dividido em duas seções: a primeira seção, composta por 80 questões com respostas do tipo

Likert de 5 pontos, com opções desde discordo totalmente [1] até concordo totalmente [5],

tratando sobre fatos acerca do ambiente de controle (Q1 a Q23), da avaliação de risco (Q24 a

Q39), da atividade de controle (Q40 a Q62), da informação e comunicação (Q63 e Q73), e, do

monitoramento (Q74 a Q80). Teve como objetivo captar a atuação das prefeituras frente aos

componentes e princípios do modelo COSO (COSO, 2013). Para tanto, partindo-se do

questionário apresentado por Silva, Gomes e Araújo (2014), que abordou 28 questões objetivas

relacionadas ao cumprimento da eficiência operacional na gestão pública conforme o modelo

COSO Report (COSO, 1992), agora abrange os 17 princípios e 77 pontos de foco do atual

modelo COSO (COSO, 2013), descritos no ANEXO 1. A segunda seção é integrada por 10

questões referentes à coleta de informações categóricas dos respondentes (Q81 a Q90),

relacionadas às suas características socioeconômicas e de trabalho, nos mesmos moldes

daqueles aplicados por Maia et al (2005) e, Silva, Gomes e Araújo (2014).

As adaptações realizadas no questionário de Silva, Gomes e Araújo (2014) estão

contidas no Quadro15. A seção 1 do APÊNDICE B do questionário, composta por 80 questões,

está dividida de acordo com os cinco componentes do modelo COSO, abrangendo os 17

princípios e os 77 pontos de foco (COSO, 2013), aplicáveis ao setor público brasileiro conforme

a Resolução CFC n° 1.135, de 21 de novembro de 2008 (CFC, 2008). Importante ressaltar que

o número de questões utilizadas por Silva, Gomes e Araújo (2014) foi substancialmente

aumentado de 28 para 80, principalmente em razão da nova estrutura do modelo COSO (COSO,

2013), que ampliou sua abrangência para 17 princípios e 77 pontos de foco (ANEXO 1):

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Quadro15. Adaptação realizada em face do modelo COSO (2013), no questionário de Silva, Gomes e Araújo

(2014)

ADAPTAÇÃO PARA O QUESTIONÁRIO

APLICADO (APÊNDICE B)

QUESTIONÁRIO ORIGINAL (SILVA; GOMES;

ARAÚJO, 2014)

QUESTÃO N° / OBSERVAÇÃO QUESTÃO N° / DESCRIÇÃO

COMPONENTE: AMBIENTE DE CONTROLE

Q1 Mantida e alinhada ao princípio 1, ponto de

foco 1. Q3

Restabelecimento do apropriado jargão “o

exemplo vem de cima”.

Q2 a

Q5

Mantida, mas desdobrada em quatro questões

para alinhá-las aos pontos de foco 2, 3 e 4. Q2

Reforça a existência do código de conduta e

ética, bem como o programa de cumprimento

às regras.

Q6

Mantida e deslocada do Componente 3 para o

Componente 1 em adequação ao Princípio 3,

ponto de foco 11.

Q19 Limites de autoridades.

Q11 a

Q14

Deslocada do Componente 3 para o

Componente 1, em alinhamento ao Princípio

3 e seus pontos de foco 9 a 11. Desdobrada

em quatro questões, para corresponder aos

citados pontos de foco.

Q14

Delegações de autoridade e competência

acompanhadas de definições claras das

responsabilidades.

Q15 a

Q20

Mantida e desdobrada em seis questões para

melhor atender ao princípio 4 e pontos de

foco 12 a 15.

Q4 Condução dos programas de treinamento e

conscientização.

COMPONENTE: AVALIAÇÃO DE RISCO

Q24 a

Q28

Mantida, mas adaptada e desdobrada em

cinco questões para melhor atender ao

Princípio 6 (a), pontos de foco 21ª, 22 a, 23 e

24.

Q6

Identificação dos riscos nos principais

processos operacionais (manuais e

informatizados).

Q29 a

Q31

Mantida, mas reestruturada e subdividida em

três questões, para adequar ao Princípio 6,

itens 6 (b), 6 (c) e 6 (d), e seus pontos de foco:

21ª, 21b, 22b, 21c, 22c e 25.

Q7 Estabelecimento do padrão contábil

significativo.

Q32

Mantida, mas reestruturada para adequar ao

ambiente dos municípios e ao Princípio 6 (e),

e seus pontos de foco21 d e 22ª.

Q8 Respeito às regulamentações da Secretaria

Federal de Controle.

Q33 Mantida e alinhada ao Princípio 7 e seus

pontos de foco 26 a 30. Q10

Gerenciamento da execução orçamentária,

financeira e patrimonial.

Q34 Mantida e alinhada ao Princípio 7 e seus

pontos de foco 26 a 30. Q9

Análise das ocorrências de descumprimento de

políticas e procedimentos da Instituição.

Q37 Mantida e alinhada ao Princípio 8 e seus

pontos de foco 31 a 34. Q11

Gerenciamento dos riscos nos processos de

compras, de convênios e de contratos.

Q38 Mantida e adaptada para alinhar ao Princípio

9 e seus pontos de foco 35 a 37. Q12

Gerenciamento dos riscos na Auditoria Interna

(permite a identificação de transações

realizadas pela Instituição que estejam em

conformidade com as políticas determinadas

pela administração).

COMPONENTE: ATIVIDADE DE CONTROLE

Q40 e

Q41

Mantida e desdobrada em duas questões para

alinhar ao Princípio 10 e seus pontos de foco

38 a 43.

Q13 Aprovações, autorizações, verificações e

reconciliações de dados.

Q42 Mantida e alinhada ao Princípio 10, ponto de

foco 38. Q20 Documentação fidedigna.

Q43 a

Q46

Mantida e desdobrada em quatro questões

para alinhar ao Princípio 10 e seus pontos de

foco 38 a 43.

Q16 Segurança dos ativos (prevenção e detecção)

por meio do controle salvaguarda física.

Q47 Mantida e alinhada ao Princípio 10, ponto de

foco 43. Q17

Política de segregação de funções (prevenção)

para reduzir riscos de erros humanos.

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81

ADAPTAÇÃO PARA O QUESTIONÁRIO

APLICADO (APÊNDICE B)

QUESTIONÁRIO ORIGINAL (SILVA; GOMES;

ARAÚJO, 2014)

QUESTÃO N° / OBSERVAÇÃO QUESTÃO N° / DESCRIÇÃO

Q48 a

Q54

Mantida, mas desdobrada em sete questões

para alinhar ao Princípio 11 e pontos de foco

44 a 47.

Q18

Controles dos sistemas de informática (acesso,

integridade, disponibilidade e infraestrutura,

protocolos de internet e banco de dados,

considerações de segurança).

56 e

57

Mantida e desdobrada em duas questões para

alinhar ao Princípio 12, ponto de foco 49. Q21

Mapeamento dos Controles Internos por meio

de organogramas que determinem linhas de

responsabilidades.

Q58 a

Q60

Mantida, reestruturada em três questões para

alinhar ao Princípio 12, em atendimento aos

pontos de foco 51 e 53.

Q15 Revisão dos indicadores de desempenho.

COMPONENTE: INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Q64

Mantida, mas deslocada do Componente 1

para o Componente 4, em adequação ao

princípio 14 e seus pontos de foco 59 a 62

Q1 A comunicação da importância dos Controles

Internos é adequada e eficiente.

Q67 e

Q68

Mantida e desdobrada em duas questões para

alinhar ao Princípio 14 e seus pontos de foco

59 a 62.

Q22 Comunicação com a alta administração.

Q69 Mantida e alinhada ao princípio 14 e seus

pontos de foco 59 a 62. Q23

Disponibilidade das informações a todos os

envolvidos.

Q70

Mantida, mas deslocada do Componente 1

para o Componente 4, em adequação ao

Princípio 15 e seus pontos de foco 63 a 67.

Q5

Estabelecimento de canais para comunicação

aberta (incluindo mecanismos que possibilitem

a informação anônima).

COMPONENTE: MONITORAMENTO

Q74 Mantida e ajustada ao Princípio 16 e todos os

seus pontos de foco 68 a 74. Q24

Sistema de Controle Interno constantemente

monitorado para avaliar sua validade e

qualidade ao longo do tempo.

Q75 Mantida e ajustada ao Princípio 16, ponto de

foco 74. Q25

Comprovação de que a documentação

completa e precisa é mantida.

Q76 Mantida e ajustada ao Princípio 16 e todos os

seus pontos de foco 68 a 74. Q26

Sistema de Controle Interno considerado

adequado e efetivo pelas avaliações sofridas.

Q77 Mantida e ajustada ao Princípio 17, ponto de

foco 75. Q27

Atividade da Equipe de Gerenciamento do

Programa de Controles Internos contribui para

melhoria do desempenho.

Q80 Mantida e ajustada aos Princípios 16 e 17,

pontos de foco 71, 74, 76 e 77. Q28 Atividade de Auditoria Interna.

Fonte: elaborado pelo pesquisador

Conforme visto, integra a estrutura do questionário aplicado (APENDICE B – Seção 1),

questões atinentes a situações que não estavam contidas na pesquisa de Silva, Gomes e Araújo

(2014), contempladas nesta oportunidade pelo motivo de agora ser utilizado o modelo COSO

atualizado (COSO, 2013), vislumbrando-se atenção para novos aspectos controlados, como por

exemplo, situações sobre a aplicação de novas tecnologias e Tecnologia da Informação (TI).

Referidas questões estão descritas no Quadro 16:

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Quadro 16. Questões incorporadas ao questionário de Silva, Gomes e Araújo (2014), em face do modelo

COSO (2013)

QUESTIONÁRIO (APÊNDICE B – Seção 1) TEORIA COSO, 2013 (ANEXO 1)

QUESTÃO COMPONENTE / PRINCÍPIO /

PONTO DE FOCO N° DESCRIÇÃO

COMPONENTE: AMBIENTE DE CONTROLE

Q7

A Prefeitura estabelece formalmente a responsabilidade do

órgão definido para exercer a fiscalização dos Controles

Internos e atos administrativos

1

2 5

Q8

O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização

dos Controles Internos e atos administrativos aplica

conhecimentos especializados

2 6

Q9

O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização

dos Controles Internos e atos administrativos opera de forma

independente

2 7

Q10

O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização

dos Controles Internos e atos administrativos executa

avaliação dos componentes do COSO

2 8

Q21 A Prefeitura faz respeitar as linhas de autoridade e

responsabilidade estabelecidas 5 16

Q22 A Prefeitura estabelece gratificações e incentivos em razão de

desempenho, disciplina e conduta 5 16, 17 e 20

Q23

Na Prefeitura, aplica-se tratamento e remuneração adequada

aos cargos que exigem alto grau de responsabilidade e sofrem

pressão excessiva

5 18 e 19

COMPONENTE: AVALIAÇÃO DE RISCO

Q35

Gerenciamento dos riscos nos processos de lançamento,

inscrição e arrecadação da receita pública para evitar erros e

fraudes

2

8 31,32,33 e 34

Q36 Gerenciamento dos riscos nos processos de contratação de

pessoal, pagamento da folha e encargos 8 31,32,33 e 34

Q39 Avaliação dos Controles Internos estabelecidos (das rotinas e

de pessoal) com vistas a atingir os objetivos da Prefeitura 9 35, 36 e 37

COMPONENTE: ATIVIDADE DE CONTROLE

Q61 A execução das operações ocorre em tempo hábil 3

12 50

Q62 Tarefas executadas mediante ação de pessoal competente 12 52

COMPONENTE: INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Q63 Comunicação interna possui qualidade, atinge todos os

envolvidos e atende ao princípio custo/benefício

4

13 54, 55, 56, 57 e 58

Q65 As rotinas e procedimentos de Controles Internos estão

dispostas em manuais 14 59, 60, 61 e 62

Q66 A estrutura organizacional está formalizada e devidamente

comunicada a todos os integrantes 14 59, 60, 61 e 62

Q71 Ouvidoria atuante 15 63, 64, 65, 66 e 67

Q72 Disponibilidade de canais de apresentação de sugestões e

críticas 15 63, 64, 65, 66 e 67

Q73 Qualquer norma, ato administrativo ou demonstração contábil

está publicada no veículo oficial de publicação 15 63, 64, 65, 66 e 67

COMPONENTE: MONITORAMENTO

Q78 Uso das falhas e deficiências constatadas para ajustar as

rotinas de controle 5 17 76

Q79 Comunicação das falhas e deficiências à alta Administração 17 76

Fonte: elaborado pelo pesquisador

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O questionário foi aplicado junto aos responsáveis pelos Controles Internos dos 295

municípios do Estado de Santa Catarina e teve o propósito de coletar os dados necessários para

responder à pergunta da pesquisa. Ocorreu por meio do software LimeSurvey, integrado na

página da internet do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, no endereço:<

http://pesquisa.tce.sc.gov.br/admin/admin.php?>. O plano de aplicação do questionário e suas

etapas estão descritas na Figura 10:

Figura 10. Etapas decorridas para aplicação do questionário e coleta dos dados

Comunicação com os participantes

da pesquisa (Sensibilização)

• Remessa de e-mail à FECAM e às Associações de Municípios – solicitação de apoio.

• Evento no Tribunal de Contas de Santa Catarina (dois encontros) – presença de 193 controladores municipais.

• Aviso pela sala virtual do sistema de captura de dados do Tribunal de Contas de SC - “sala dos controladores”.

Preparação para a remessa do

Questionário

• Remessa de e-mails aos responsáveis pelos Controles Internos dos municípios fornecidos pelas Associações de Municípios.

• Registro individual dos e-mails no software LimeSurvey. • Aviso da data de início da pesquisa na sala virtual do sistema

de captura de dados do Tribunal de Contas de SC - “sala dos controladores”.

Registro do Questionário no

Software LimeSurvey

• Questionário com 90 questões. • 80 questões em escala Likert de 5 pontos, construído usando

a teoria COSO (2013). • 10 questões sobre características socioeconômicas e do

trabalho dos respondentes.

Início da Pesquisa

Envio do Questionário

• Convite remetido aos respondentes por meio do Software LimeSurvey (26/10/2015).

• Aviso às Associações de Municípios sobre a deflagração da pesquisa.

Realização da Pesquisa

Recebimento do Questionário

• Acompanhamento diário das respostas pelo Software LimeSurvey.

• Expedição de lembretes por e-mail automático. • Relatórios diários sobre a posição das respostas, extraídas por

grupo de municípios vinculados às Associações Municipais. • Recadastramento de e-mails quando necessário mudar o

contato. • Telefonemas aos ainda não respondentes.

Fechamento da Pesquisa

Questionário Respondido

• Constatação da participação integral Software LimeSurvey (295 Municípios) em 07/12/2015.

• Conversão dos dados para o excel e para o estatística SPSS • Tratamento e análise dos dados.

Fonte: elaborado pelo pesquisador.

Verifica-se na Figura 10, que o retorno integral das respostas da pesquisa deveu-se ao

apoio dado pelo Tribunal de Contas de Santa Catarina e pelas vinte e uma Associações

Municipais, onde foram realizadas ações antes mesmo do início da mesma, como por exemplo,

o Tribunal de Contas franqueou ao pesquisador a participação em dois eventos programados

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com os controladores municipais, público alvo da pesquisa, para sensibilizá-los a participar da

pesquisa. O Tribunal também disponibilizou sua “sala virtual eletrônica”, canal de comunicação

oficial com os municípios, de acesso diário obrigatório pelos responsáveis pelos Controles

Internos municipais. Já as Associações Municipais, usando suas estruturas, possibilitaram o

cadastramento eletrônico dos respondentes, como também, colaboraram no sentido de

incentivar a participação dos respondentes, inclusive cobrando as respostas dos questionários.

3.2.1.3 Variáveis e estrutura da pesquisa

As variáveis deste estudo tomam como base o modelo COSO Framework (COSO, 2013)

que introduz os 17 princípios e os 77 pontos de foco voltados à eficiência e eficácia do Controle

Interno, contemplando:

1) AMBIENTE DE CONTROLE: conhecimento, no âmbito da instituição sobre a

complexidade da estrutura organizacional, o alinhamento das funções e responsabilidades e,

a integridade e valores éticos;

2) AVALIAÇÃO DE RISCO: identificação e a análise do processo de avaliação e tolerância

ao risco; o impacto das ameaças internas e externas nos objetivos da instituição, bem como

o risco de fraudes e mudanças significativas;

3) ATIVIDADE DE CONTROLE: verificação da obediência das diretrizes, das normas, dos

procedimentos e das práticas estabelecidas para que os objetivos da instituição sejam

atingidos de forma eficiente. Abrange os controles gerais, automatizados e tecnologia da

informação;

4) INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: diz respeito à qualidade da informação, às fontes, à

confidencialidade e efetiva comunicação com os servidores e partes externas;

5) MONITORAMENTO: monitoramento dos Controles Internos quanto à qualidade e

adequado desenho institucional, inclusive com prestadores de serviços.

Referidas variáveis foram utilizadas no trabalho de Silva, Gomes e Araújo (2014), cujos

componentes da pesquisa seguiram o modelo COSO Report (COSO, 1992; BOYNTON;

JOHNSON; KELL, 2002; MOELLER, 2007). Contudo, Amudo e Inanga (2009), apontaram

que o modelo COSO Report (COSO, 1992) não abrangia ações voltadas à sistemas tecnológicos

e de tecnologia da informação (TI), de modo a assegurar qualidade dos sistemas de informações,

e, por este motivo, citados autores sugeriram a inclusão de um componente extra ao modelo

COSO (COSO, 1992) com base no modelo Control Objectives for Information and related

Technology - COBIT® (COBIT, 2012).

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Entretanto, nesta pesquisa, prescinde a adaptação na estrutura de pesquisa executada por

Amudo e Inanga (2009), em razão de que os itens relativos à sistemas de informações e de

tecnologia da informação (TI) estão agora contemplados na versão COSO 2013, não como um

componente específico, mas sim, pela sua distribuição na forma de princípios e pontos de foco,

que integram os 5 componentes do COSO 2013, principalmente, constituindo o componente -

atividade de controle (COSO, 2013).

Dessa maneira, a Figura 11 demonstra os componentes que constituem os construtos,

relacionando às variáveis independentes (5 componentes do modelo COSO 2013), integrados

pela sua distribuição em varáveis acessórias às variáveis independentes (17 princípios do

modelo COSO 2013), com a variável dependente eficiência operacional que se consolida com

o atingimento dos objetivos - eficiência e eficácia das operações, exatidão e confiabilidade das

informações financeiras, e, cumprimento das leis, regulamentos, políticas e procedimentos

(BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002; CRUZ; GLOCK, 2006; ATTIE, 2011), verificando-se,

inclusive, a possibilidade da influência das variáveis moderadoras: autoridades e relações de

trabalho (AMUDO; INANGA, 2009).

Figura 11. Estrutura conceitual do Controle Interno

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em COSO (2013).

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Conforme a Figura 11, o funcionamento adequado das variáveis independentes

(construtos) oferece uma garantia razoável do bom funcionamento da variável dependente

(eficiência operacional) (AMUDO; INANGA, 2009). De outra forma, a eficiência operacional

do Controle Interno (variável dependente) é conseguida por meio do bom funcionamento de

seus componentes (variáveis independentes), que são predefinidas em relação a cada uma das

categorias de objetivos da organização (SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014).

Os objetivos relativos à variável dependente, numerados como 1, 2 e 3 na Figura 11

(BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002; MOELLER, 2007, ATTIE, 2011), interrelacionam-se

e sobrepõem-se, incluindo: 1) a eficiência e eficácia das operações; 2) a exatidão e

confiabilidade das informações financeiras; e, 3) o cumprimento das leis, regulamentos e

políticas traçadas. A eficiência operacional do Controle Interno fica assegurada com a presença

integral e bom funcionamento das 5 variáveis independentes – componentes do modelo COSO

Framework (COSO, 2013), correlacionadas à cada uma das categorias de objetivo da variável

dependente – eficiência operacional, que proporcionam a eficiência, eficácia dos Controles

Internos (AMUDO; INANGA, 2009).

Conforme Amudo e Inanga (2009, p. 134):

O modelo conceitual na [Figura 11] identifica três objetivos da eficácia do sistema de

Controle Interno. A primeira é a eficácia e eficiência operacional. A eficácia refere-

se à qualidade dos controles sobre a realização dos objetivos de gestão específicos,

enquanto os endereços de eficiência à qualidade dos controles, rende uma medida

ideal de entradas de recursos para saídas produtivas. Este objetivo determina se a

organização está razoavelmente segura de que não há ineficiências materiais ou de

processos. O segundo objetivo relacionado com a primeira, é à precisão de relatórios

e demonstrações financeiras produzidos. Este objetivo enfatiza a adequação e eficácia

dos controles gerenciais que regem a confiabilidade dos dados financeiros utilizados

para a comunicação externa. O terceiro é cumprimento das leis, regulamentos,

políticas e procedimentos na organização. Este centra-se sobre a adequação e eficácia

dos controles de gestão que regem o cumprimento das leis e regulamentos externos.

Isso verifica a correspondência entre as leis e os procedimentos práticos da entidade.

Dessa forma, para este trabalho, as variáveis independentes serão aquelas integradas

pelos 5 componentes reforçados pelos seus 17 princípios e 77 pontos de foco, constituídos no

COSO 2013 (COSO, 2013), tendo como variável dependente a eficiência operacional,

considerando-se como moderadora as relações de trabalho e influência de autoridades

((BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002; CRUZ; GLOCK, 2006; ATTIE, 2011).

3.2.1.4 Hipótese do estudo

Dada a declaração de objetivos que conduz o leitor ao foco principal do estudo, que é

amplo, o pesquisador deve estreitar a atenção desse leitor para as questões específicas a serem

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respondidas ou no sentido de indicar previsões baseadas nas hipóteses a serem testadas.

Referidas hipóteses, mais ligadas aos estudos quantitativos, são usadas frequentemente nas

pesquisas de ciências sociais e especialmente em estudos de levantamento, onde o investigador

busca a solução de relações entre variáveis (CRESWELL, 2010).

Para este estudo, a hipótese formulada foi testada conforme o método clássico, ou seja,

de aceitação ou rejeição da mesma (HAIR Jr. et al., 2007; CRESWELL, 2010). Assim sendo,

em face da pergunta norteadora da pesquisa: De que forma os Controles Internos adotados

pela Administração Pública dos municípios catarinenses contribuem para a eficiência

operacional? enfrentou-se o problema da pesquisa, em face da influência dos 5 componentes

do COSO 2013 (COSO, 2013), no resultado operacional da organização (BOYNTON;

JOHNSON; KELL, 2002; ATTIE, 2011). Ademais, tendo em vista tratar-se do setor público

brasileiro, é importante repisar que a eficiência operacional é atributo exigido pela Constituição

Federal a partir de 1998 (MEIRELLES, 2011).

Dessa maneira, em razão da pergunta da pesquisa, surge a seguinte hipótese central:

1) - Hₒ: o Sistema de Controle Interno atinge a eficiência operacional;

Assim, para verificar a confirmação dessa hipótese (o Sistema de Controle Interno é

eficiente), no Quadro 17 estão dispostos os aspectos a serem confirmados segundo o modelo

COSO Framework (COSO, 2013), partindo da linha de pesquisa utilizada por Silva, Gomes e

Araújo (2014), respaldado na teoria sobre os Controles Internos (CI):

Quadro17. Relacionamento entre as hipóteses e o aspecto da pesquisa

HIPÓTESE TEORIA SOBRE

CONSTRUTO DO CI

ASPECTO DA PESQUISA (SILVA; GOMES;

ARAÚJO, 2014)

H 1

Hₒ: o Sistema de

Controle Interno atinge

a eficiência operacional

BOYNTON; JOHNSON;

KELL (2002);

CRUZ; GLOCK (2006);

ATTIE (2011);

COSO (2013).

• AMBIENTE: conhecimento, no âmbito da

instituição, sobre a conduta, a ética o estilo, a

consciência e a competência;

• RISCO: identificação e análise das ameaças

internas e externas que impactam nos objetivos da

organização;

• ATIVIDADES: verificação da aderência à

legislação, às diretrizes, às normas e aos

procedimentos e práticas estabelecidos, para que os

objetivos da instituição sejam alcançados de forma

eficiente;

• SISTEMAS: verificação dos sistemas de tecnologia

de informação para constatação se estes oferecem a

segurança devida no sentido de que a organização

esteja protegida e alcance seus objetivos.

• COMUNICAÇÃO e INFORMAÇÃO: efetiva

comunicação entre a administração e os servidores;

• MONITORAMENTO: acompanhamento dos

Controles Internos quanto à qualidade e adequado

desenho institucional;

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em Silva, Gomes e Araújo (2014).

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Conforme se verifica no Quadro 17, a hipótese formulada teve a finalidade de constatar

a presença significativa dos 5 componentes do modelo COSO Framework (COSO, 2013),

integralmente ou com a supressão de algum de seus pontos de foco, desde que não fique

prejudicado o desempenho do componente (AMUDO; INANGA, 2009). O sistema de controle

interno é eficiente desde que haja a adoção significativa dos componentes do COSO (COSO,

2013), para o cumprimento da eficiência operacional da organização (BOYNTON; JOHNSON;

KELL, 2002; MOELLER, 2007; ATTIE, 2011), inclusive em consonância com a exigência da

Constituição Federal de 1988 (CRUZ; GLOCK, 2006; MEIRELLES, 2011).

3.2.2 Tratamento e análise dos dados

Com referência à análise dos dados, inicialmente avaliou-se a confiabilidade das escalas

utilizadas para mensurar cada uma das 5 variáveis, ou seja, foi avaliada a confiabilidade interna

das escalas utilizadas para mensurar a eficiência operacional (AMUDO; INANGA, 2009;

SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014). Para tanto, utilizou-se o alfa de Crombach, cujo valor

mínimo foi superior a 0,7 (HAIR Jr. et al., 2007).

Os dados coletados, após organizados, foram submetidos às análises uni e multivariadas,

com o auxílio do software Statistical Package for the Social Science – SPSS – versão 21, no

sentido de fornecer o tratamento estatístico e índices para responder às questões da pesquisa.

Os dados coletados em razão dos componentes, ou seja, relativo as 80 questões

pesquisadas (APÊNDICE B – Seção 1), foram verificados por análise descritiva conforme as

médias e desvios-padrão obtidas em cada questão integrante de cada componente de Controle

Interno do modelo COSO (COSO, 2013), de maneira que as questões que apontaram as maiores

médias foram aquelas que adquiriram maior relevância em relação à consolidação do

componente; por outro lado, aquelas questões com médias inexpressivas, revelaram a ausência

da ação avaliada no componente de Controle Interno.

Também se extraiu a média geral do conjunto das questões que integram cada

componente (medida de consolidação do componente), o que determinou o seu grau de

absorção para o cumprimento da eficiência operacional. Assim, quanto maior for a média geral

obtida no componente, melhor se evidencia sua consolidação no âmbito dos municípios

catarinenses.

Seguindo as recomendações de Hair Jr. et al. (2007) realizou-se análise fatorial

exploratória, para cada um dos cinco componentes, feita pelo método dos componentes

principais, por meio do software SPSS, sendo realizados os testes de Bartlett (variância), e

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calculadas a Medida de Adequação da Amostra de Kaiser/Meyer/Olkin. O teste de Bartlett

indicou resultado significativo para todos os componentes do COSO, com p <0,05. A Medida

de Adequação da Amostra consolidou-se no valor acima de 0,700. Além disso, também se

realizou a análise de comunalidades7 dos componentes, tendo sido excluídos indicadores que

apresentavam valores abaixo de 0,500, índice considerado ideal por Hair Jr. et al. (2007).

Portanto, os indicadores que integram a pesquisa enquadram-se nos valores considerados

aceitáveis, indicando que a análise fatorial é viável.

Dessa maneira, para efeito da análise fatorial exploratória, os 5 componentes do COSO

(dimensões) são apresentados e avaliados em subdimensões. Assim, as questões foram

agrupadas e alocadas conforme suas semelhanças e diferenças nas subdimensões

correspondentes, o que significa dizer que todas as questões foram medidas da mesma forma,

ou seja, considerou-se que as questões agrupadas na mesma subdimensão possuem atributos

similares. Contudo, houve casos em que a questão gerou agrupamento em mais de uma

subdimensão, o que também foi demonstrado.

Foram excluídos da análise os indicadores que tiveram o registro de carga duplicada ou

elevada, ou seja, desprezaram-se as questões que compuseram mais de uma subdimensão, desde

que seus índices fossem considerados não significativos, de modo que se considerou que para

esses casos, os índices não apresentaram carga significativa em nenhuma subdimensão.

Quando ocorreu a geração de carga da questão em mais de uma subdimensão,

solucionou-se por meio da rotação Varimax, que visou destacar as diferenças entre os

componentes avaliados em razão das semelhanças dos indicadores de cada componente.

A seguir, a análise da variância ANOVA, foi usada para identificar a significância do

modelo obtido, visando avaliar se a relação entre as características do trabalho executado nos

municípios catarinenses, traduzem-se na eficiência operacional (CARVALHO, 2012), em face

da consistência dos aspectos dos componentes de Controles Internos do modelo COSO (COSO,

2013).

Estes componentes também foram cotejados com os dados subjetivos, ou seja, dados

obtidos conforme as 10 (dez) últimas indagações do questionário (APÊNDICE B – Seção 2),

7 Comunalidade representa a proporção da variância de uma variável que é compartilhada com os fatores comuns

na análise de fatores, significando as estimativas da variância que cada variável compartilha com os fatores. As

comunalidades quando altas indica que os componentes extraídos representam bem as variáveis. Quando for baixa,

neste método, será preciso extrair outro componente. (CARVALHO, 2012).

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90

estudados mediante a análise descritiva, por meio de tabelas de contingência e medidas resumo

com média e desvio-padrão, de forma a identificar as características dos pesquisados.

Em suma, o Sistema de Controle Interno somente se torna eficaz quando houver

cumprimento e aderência às leis, normas, regulamentos e preceitos definidos, segurança e

transparência das informações financeiras e, atendimento dos objetivos operacionais

(BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002; MOELLER, 2007; ATTIE, 2011).

3.3 DELIMITAÇÃO DE ESCOPO E CONTEXTO DA PESQUISA

No Brasil existem 5.570 municípios espalhados nos 27 Estados, com diferenças de

população e território (IBGE, 2015). O Estado de Santa Catarina, localizado na região sul do

Brasil, ocupa a 20ª posição em extensão territorial, com a área de 95 mil quilômetros quadrados,

e conforme dados de 2010, é povoado por cerca de 6,2 milhões de habitantes. Está dividido em

295 municípios, caracterizado por abrigar diversas culturas, com predominância à europeia;

possui os melhores índices sociais do país, sendo o sexto estado mais rico da federação, com a

economia diversificada e industrializada. É importante polo exportador e consumidor,

respondendo por 4% do produto interno bruto do país. (SANTA CATARINA, 2015).

Conforme levantamento realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE, a população do Estado está distribuída nos municípios da seguinte forma:

Tabela 1. Quantidade de Municípios, população residente por situação de domicílio em Santa Catarina

conforme classes populacionais municipais– Brasil 2010

Unidade da Federação e

classes populacionais dos

municípios (habitantes)

Número

de

municípios

Área

Territoral

em Km²

População Residente

Urbana Rural Total

Estado de Santa Catarina 295 95.733,98 5.247.913 1.000.523 6.248.436

Municípios:

Até 5.000 108 22.600,36 144.572 196.688 341.260

De 5.001 até 10.000 65 21.599,11 263.512 213.355 476.867

De 10.001 até 20.000 61 21.435,56 590.036 239.843 829.879

De 20.001 até 50.000 36 15.386,83 945.219 156.319 1.101.538

De 50.001 até 100.000 13 7.206,06 735.996 97.566 833.562

De 100.001 até 500.000 11 6.359,16 2.070.728 79.314 2.150.042

Acima de 500.000 1 1.146,90 497.850 17.438 515.288

Fonte: IBGE (2010), Censo Demográfico 2010, adaptado pelo pesquisador.

A população do Estado mais concentrada na área urbana (83,98% em dados de 2010), é

formada por grupos étnicos de origens diversas, que emigraram para a região a partir do século

XVII, cujos grupos mais significativos são de alemães e italianos, ainda que tenham imigrantes

de outras nacionalidades, como portugueses, belgas, japoneses, poloneses, russos, espanhóis,

irlandeses e austríacos (SANTA CATARINA, 2015).

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Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2015), o índice de

desenvolvimento humano municipal do Estado alcançou 0,774 no ano de 2010, considerado

alto em relação ao restante do país, com expectativa de vida que atinge a média de 75 anos

(SANTA CATARINA, 2015).

Segundo a definição legal estabelecida do ponto de vista demográfico pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, órgão oficial do Governo Federal responsável

pelos censos demográficos, cidade caracteriza-se pela ocupação da rede urbana da seguinte

forma: a) cidade pequena – de 50 a 100.000 habitantes; b) cidade média – de 100 001 a 500 000

habitantes; c) cidade grande acima de 500.000 habitantes; d) metrópole - acima de 1.000.000

de habitantes; e, e) megacidade - acima de 10.000.000 de habitantes (IBGE, 2015).

Tendo como base a ocupação populacional destacada na Tabela 1, constata-se que

95,93% dos municípios catarinenses são classificados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE, como “cidades pequenas”, totalizando 283 municípios; já apenas 3,73% são

classificadas como “cidades médias” (24 municípios), e apenas uma cidade catarinense é

considerada “cidade grande”, perfazendo 25 cidades polos, conforme se constata na Figura 12:

Figura 12. Distribuição dos Municípios com mais de 50 mil habitantes no Território de Santa Catarina

Fonte: Santa Catarina (2015), Portal do Estado de Santa Catarina.

Destaca-se que essas cidades grandes (25 municípios distribuídos ao longo do território

catarinense) ocupam em conjunto a área de 14.712,116 quilômetros quadrados, que equivale

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15,36% do território catarinense, e concentram cerca de 3,5 milhões de habitantes, perfazendo

56% da população do Estado, ou seja, abrigam mais da metade da população catarinense,

considerando-se cidades polo, observando-se a maior concentração populacional na planície

costeira (faixa litorânea), o que também se pode contatar na Figura 12.

Ainda conforme dados do IBGE, apenas três desses municípios: Joinville (515.288

hab.), Florianópolis – capital do Estado (421.240 hab.) e Blumenau (309.011 hab.), concentram

perto de 1,25 milhão de habitantes, o que corresponde à soma da população de

aproximadamente 210 municípios, dos quais, 173 municípios registraram, no exercício de 2010,

população inferior a 10 mil habitantes, ou seja, 58,64% das cidades catarinenses (IBGE, 2010).

Já a economia catarinense é bastante diversificada, principalmente em razão do clima e

relevo, que proporcionam o desenvolvimento de inúmeras atividades organizadas em vários

segmentos, desde a agricultura ao turismo, distribuídos por diferentes regiões do Estado, o que

permite que a riqueza não fique concentrada em apenas uma área. Essa diversificação permitiu

que Santa Catarina atingisse um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 152,4 bilhões em 2010,

ocupando a quarta posição no ranking nacional, traduzindo-se no maior PIB per capita da região

Sul (R$ 24.398,42 em 2010), o que equivale, aproximadamente, à soma do PIB do Uruguai,

Paraguai e Bolívia (SANTA CATARINA, 2015).

Observa-se, porém, que a receita dos municípios catarinense no exercício de 2010 está

concentrada nas cidades polos (municípios com mais de 50.000 habitantes), que em conjunto

arrecadaram o montante de R$ 6.537.359.227,00, o que corresponde a 56,11% do valor total

arrecadado pelo universo dos municípios R$ 11.650.623.695,00, conforme Tabela 2:

Tabela 2. Receita arrecadada pelos municípios catarinenses no exercício de 2010

Valores em R$ 1,00

Unidade da Federação e

classes de tamanho da

população dos municípios

(habitantes)

Número

de

municípios

População

Residente

(senso de

2010)

RECEITA ARRECADADA EM 2010

PRÓPRIA TRANSFERIDA TOTAL %

(a) (b) c = (a+b)

Estado de Santa Catarina 295 6.248.436 3.947.978.243 7.702.645.452 11.650.623.695 100

Municípios:

Até 5.000 108 341.260 90.631.935 892.018.296 982.650.231 8,43

De 5.001 até 10.000 65 476.867 120.073.733 731.858.067 851.931.800 7,31

De 10.001 até 20.000 61 829.879 312.702.656 1.078.141.411 1.390.844.067 11,94

De 20.001 até 50.000 36 1.101.538 583.422.540 1.304.415.830 1.887.838.370 16,20

De 50.001 até 100.000 13 833.562 425.325.587 881.564.457 1.306.890.044 11,22

De 100.001 até 500.000 11 2.150.042 2.009.220.007 2.286.407.996 4.295.628.002 36,87

Acima de 500.000 1 515.288 406.601.785 528.239.395 934.841.181 8,02

Fonte: SANTA CATARINA. TCE, 2015. Elaborado pelo pesquisador com base no Sistema e-Sfinge.

Dessa maneira, inicialmente a consulta diante de todos os 25 maiores municípios de

Santa Catarina se transformou em robusto motivo para servir de base para fundamentar a

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pesquisa, em face da distribuição territorial, da densa ocupação populacional e da relevante

riqueza arrecada. Por outro lado, considerando-se que o Estado é constituído quase que

exclusivamente por municípios de pequeno porte (270 municípios), também se julgou

necessário integrar esse grupo de cidades na pesquisa.

Contudo, pesquisas anteriores observaram limitações: Galante, Beuren e Oliveira (2009)

apontaram a possibilidade de muitos municípios terem consolidado parcialmente a estrutura

para operar os Controles Internos locais, assim também constataram a rotatividade de servidores

responsáveis pelos órgãos centrais de controle, implicando no seu entendimento. Citados

autores alertaram sobre a impossibilidade de análises aprofundadas de seus resultados, mais

especificamente, quanto ao seu uso pelos gestores públicos para a tomada de decisões, em razão

dos controles estarem em fase de implantação, naquela oportunidade. Roncalio (2009) também

apontou como limitador de sua pesquisa a rotatividade na função dos responsáveis pelos

Controles Internos locais, que em regra, tem o mesmo tempo da duração do mandato, o que

caracterizava a carência de experiência de muitos agentes públicos destacados para comandar

essa importante área de fazer operar os Controles Internos. A autora também destacou a falta

de homogeneidade de entendimento acerca do tema, corroborada na pesquisa de Beuren, Pinto

e Zonatto (2012).

Assim, as limitações observadas por Galante, Beuren e Oliveira (2009), Roncalio (2009)

e Beuren, Pinto e Zonatto (2012), contribuíram para a escolha da realização do senso nesta

pesquisa.

Ademais, também se considerou que o total de municípios catarinenses não é numeroso

(295 municípios) aliado à facilidade do acesso que o pesquisador conquistou diante dessas

unidades em 30 (trinta) anos de convivência com as Administrações Municipais do estado

catarinense e a possível agilidade para a obtenção dos dados em razão da certeza da colaboração

das Associações de Municípios e do Tribunal de Contas do Estado, entidades que exercem forte

influência no âmbito da Administração Municipal. Dessa forma, cristalizou-se ser oportuna a

aplicação da pesquisa na população integral, ou seja, optou-se pela realização de um censo.

Portanto, a pesquisa do tema ocorreu no período de 26 de outubro a 07 de dezembro de

2015, pelo Software LimeSurvey, atingindo a totalidade dos municípios do Estado de Santa

Catarina (295 municípios), diante dos agentes responsáveis pelos Controles Internos locais. O

foco da pesquisa cingiu-se especificamente em identificar se as variáveis de Controles Internos

contribuem para que a Administração Municipal consiga atingir os resultados operacionais

desejados e programados, com a integralidade de respostas, conforme se verifica na Figura 13.

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Figura 13. Tela do Software LimeSurvey

Fonte: Software LimeSurvey - http://pesquisa.tce.sc.gov.br/admin/admin, acesso em 20 de fev.2015.

Quanto aos participantes da pesquisa, trata-se da integralidade dos 295 responsáveis

pelos órgãos centrais do Sistema de Controle Interno dos municípios catarinenses, pertencentes

a estrutura de controle da Administração Direta dos municípios, encarregados em exercer a

gerência e consolidação dos dados no ambiente da Prefeitura.

Isto posto, passa-se a análise dos resultados conforme o Capítulo 4.

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4 RESULTADOS

Neste capítulo são analisados os resultados da pesquisa em face da coleta de dados

obtidos pela aplicação do questionário nas 295 (duzentas e noventa e cinco) prefeituras do

estado de Santa Catarina, diante dos responsáveis pelos Controles Internos de cada município.

O primeiro tópico apresenta os resultados sobre as características pessoais e

ocupacionais dos respondentes advindas da Seção - 2 do questionário aplicado (APÊNDICE

B). O segundo tópico do capítulo realiza a análise das respostas em bloco, de cada um dos cinco

componentes do construto Controle Interno (variáveis independentes): ambiente de controle,

avaliação de risco, atividade de controle, informação e comunicação e, monitoramento

(ANEXO 1), coletadas junto aos respondentes conforme a Seção - 1 do questionário aplicado

(APÊNDICE B), cotejando as respostas com a variável dependente - eficiência operacional.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES

A caracterização dos respondentes foi realizada por meio da análise univariada das

informações contidas nas questões Q81 a Q90 integrantes do questionário aplicado

(APÊNDICE B – Seção 2), com vistas à descrição dos participantes. Tais informações são

relevantes, posto que determinam o perfil dos profissionais responsáveis pelos Controles

Internos municipais. Assim, em razão das 10 (dez) características pesquisadas, obteve-se os

seguintes resultados:

4.1.1 Gênero, faixa etária e estado civil

Quanto ao gênero, verifica-se que dos 295 integrantes responsáveis pelos Controles

Internos municipais, 171 (58%) são do sexo masculino, sendo 16% (dezesseis) pontos

percentuais a mais que os integrantes do sexo feminino, que perfazem 124 (42%). Ainda

predomina o sexo masculino para o exercício da função.

Referindo-se à idade, observa-se que 17,29% dos responsáveis pelos Controles Internos

municipais estão na faixa etária abaixo de 30 anos; 21,7% dos profissionais estão na faixa etária

entre 30 e 35 anos; 39% tem até 35 anos de idade; apenas 5,8% possuem menos de 25 anos e

10,5% tem mais de 50 anos, conforme se constata na Tabela 3:

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Tabela 3. Distribuição dos respondentes conforme a idade

Faixa Etária Frequência Porcentagem Frequência Acumulada Porcentagem acumulada

Até 25 anos 17 5,80 17 5,80

Mais de 25 a 30 anos 34 11,50 51 17,30

Mais de 30 a 35 anos 64 21,70 115 39,00

Mais de 35 a 40 anos 46 15,60 161 54,60

Mais de 40 a 45 anos 57 19,30 218 73,90

Mais de 45 a 50 anos 46 15,60 264 89,50

Acima de 50 anos 31 10,50 295 100,00

Total 295 100

Fonte: dados da pesquisa.

Segundo se extrai da Tabela 3, a média da idade dos responsáveis pelos Controles

Internos dos municípios catarinenses está em 39 anos.

As informações do estado civil dos pesquisados são apresentadas na Tabela 4:

Tabela 4. Distribuição dos respondentes conforme o estado civil

Estado Civil Frequência Percentagem

Solteiro (a) 63 21,40

Casado (a) 155 52,50

União Estável 52 17,60

Separado (a) 6 2,00

Divorciado (a) 14 4,70

Viúvo (a) 5 1,70

Total 295 100,00

Fonte: dados da pesquisa.

O estado civil dos respondentes tratado na Tabela 4, indica que 52,5% dos responsáveis

pelos Controles Internos municipais são casados; 21,4% desses agentes são solteiros e 17,6%

vivem em união estável.

Entretanto, ressalta-se que as questões relativas ao gênero, faixa etária e estado civil dos

pesquisados não apresentaram significância em relação aos Controles Internos executados.

4.1.2 Escolaridade

A escolaridade dos entrevistados está descrita na Tabela 5:

Tabela 5. Distribuição dos respondentes conforme a escolaridade

Escolaridade Frequência Porcentagem Frequência

Acumulada

Porcentagem

acumulada

Segundo grau completo 12 4,07 12 4,07

Superior incompleto 22 7,46 34 11,53

Superior completo 112 37,97 146 49,49

Especialização incompleta 30 10,17 176 59,67

Especialização completa 113 38,30 289 97,97

Mestrado incompleto 2 0,68 291 98,65

Mestrado completo 4 1,35 295 100,00

Total 295 100

Fonte: dados da pesquisa.

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Na Tabela 5 verifica-se que a maioria dos respondentes (88,47%) tem curso superior

completo, sendo que 10,17% estão cursando especialização, 38,30% possuem especialização

completa e 1,35% tem mestrado completo. Verifica-se ainda que 4,07% cursaram o segundo

grau e nenhum deles atingiu a graduação de doutor.

Neste aspecto, Roncalio (2009) havia detectado em seu estudo realizado diante de 17

municípios com mais de 50.000 hab., que todos os responsáveis pelos órgãos centrais de

Controles Internos tinham formação superior nas áreas de contabilidade e/ou direito, e mais da

metade também possuía pós-graduação.

Nesta pesquisa, com abrangência integral dos municípios catarinenses, constata-se que

dos 295 responsáveis pelos órgãos centrais de Controles Internos, apenas 34 (11,53%) não têm

curso superior e 142 (48,14%) profissionais estão cursando ou cursaram pós-graduação.

Importa ressaltar que a pesquisa apontou que a escolaridade teve influência significativa

nos serviços de Controles Internos executados.

4.1.3 Especialidade

A Tabela 6 demonstra a especialidade dos pesquisados, ou seja, indica qual área de

conhecimento o profissional está vinculado:

Tabela 6. Distribuição dos pesquisados conforme a especialidade

Especialidade Frequência Porcentagem

Contabilidade 115 39

Direito 43 14,6

Economia 6 2

Administração 71 24,1

Informática 9 3,1

Engenharia 1 0,3

Outras 50 16,9

Total 295 100

Fonte: dados da pesquisa.

Nota-se, pela Tabela 6, que 39% dos profissionais dos órgãos centrais de Controles

Internos estão vinculados à área da contabilidade, seguidos pelos profissionais da área de

Administração que alcançam 24,1%. A área jurídica vem em terceiro lugar, com 14,6%. Porém,

a pesquisa também revelou que 50 profissionais, ou seja 16,9% dos pesquisados, não se

relacionam às áreas de conhecimento citadas nesta pesquisa.

No que tange à especialidade, Roncalio (2009), com base em 17 municípios

pesquisados, havia constatado que todos os profissionais chefes dos órgãos de controle tinham

nível superior e formação nas áreas de contabilidade e/ou direito, sendo: 53% na área contábil,

29% na área jurídica e 18% em ambas as áreas.

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Contudo, esta pesquisa mostra um perfil diferente do estudo realizado por Roncalio

(2009), embora a formação contábil continue sendo a característica de especialidade desse

cargo (115 profissionais – 39%). Agora aparece como segunda preferência de especialidade do

profissional, a formação em administração (71 profissionais – 24,1%), sendo que a área do

direito aparece em terceiro lugar (43 profissionais – 14,6%). Observa-se que outras áreas de

formação já estão conseguindo alcançar o comando do órgão central de controle nos municípios

catarinenses, como economia, informática e engenharia, onde o conjunto dessas outras áreas já

alcançam 22,3%.

Assinala-se que para essa função é imprescindível o conhecimento contábil,

consolidando-se o perfil de contador. Contudo, há avanço para o conhecimento em outras áreas,

emergindo o caráter multidisciplinar da função (GALANTE; BEUREN; OLIVEIRA, 2009).

Destaca-se, porém, que a especialidade não apresentou influência significativa nos

componentes de Controles Internos.

4.1.4 Nomenclatura do cargo

A nomenclatura do cargo exercido pelos responsáveis pelos Controles Internos nos

municípios catarinenses está evidenciada conforme a Tabela 7, e, conforme esta pesquisa, não

exerce influência nos serviços de Controles Internos executados:

Tabela 7. Nomenclatura do cargo exercido pelo responsável pelo órgão central de Controle Interno

Nomenclatura do cargo Frequência Porcentagem

Controlador Geral 34 11,5

Controlador Interno 152 51,5

Secretário de Controle Interno 7 2,4

Diretor 19 6,4

Assessor 15 5,1

Técnico profissional executivo 8 2,7

Auditor 9 3,1

Outras 51 17,3

Total 295 100

Fonte: dados da pesquisa.

Conforme a Tabela 7, a denominação mais usada para definir o responsável pelo órgão

central do Controle Interno é a de Controlador interno, com 51,5%, seguida de Controlador

Geral, que atingiu 11,5 %. Esta denominação tem sido mais usual em razão das atividades de

natureza gerencial (GERIGK et al., 2007), ou pelo fato de permitir o acompanhamento de

contas com vistas à tomada de decisões (BEUREN; PINTO; ZONATTO, 2012).

Convém assinalar que esta característica não apresentou significância sobre os serviços

de Controles Internos executados.

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4.1.5 Tipo de provimento do cargo

O tipo de provimento do cargo dos responsáveis pelos órgãos centrais de Controles

Internos dos municípios de Santa Catarina está descrito conforme a Tabela 8:

Tabela 8. Tipo de provimento do cargo de responsável pelo órgão central do município

Tipo de provimento do cargo Frequência Porcentagem

Provimento efetivo 114 38,6

Função de confiança 72 24,4

Provimento comissionado 109 36,9

Total 295 100

Fonte: dados da pesquisa.

Segundo a Tabela 8, constata-se que o provimento efetivo atingiu 38,6%, ou seja, 114

cargos, e o provimento comissionado chegou a 36,9%, totalizando 109 cargos. Verifica-se

também que 72 cargos (24,4%) são providos por meio do exercício de função de confiança,

atributo de quem exerce cargo de provimento efetivo, porém, com característica de livre

nomeação e exoneração. Assim, desconsiderando-se a nomeação em função de confiança,

constata-se um certo equilíbrio na forma de provimento para a função de responsável pelo órgão

central de Controle Interno, entre efetivo e comissionado, com diferença de 1,7%.

Sobre a autonomia para o exercício da função diz-se relativa por duas razões: pela forma

de provimento do cargo (precário), que se vincula à autoridade Administrativa ou Chefe de

Poder e não à Administração Pública (MEIRELLES, 2011); ou pelo fato do cargo criado na

estrutura organizacional estar vinculado a um determinado setor ou unidade que lhes reduz

significativamente a atuação do controle (CAVALCANTE; PETER; MACHADO, 2011).

Convém assinalar que esta característica apresentou significância sobre os serviços de

Controles Internos executados, com exceção para o componente monitoramento.

4.1.6 Vinculação do cargo à unidade de controle

A vinculação das atividades de Controles Internos à estrutura organizacional do

município está indicada na Tabela 9:

Tabela 9. Vinculação das atividades de Controle interno à estrutura organizacional municipal

Vinculação da unidade de controle Frequência Porcentagem

Ao chefe do poder 230 78

À secretaria municipal 55 18,6

À Diretoria 1 0,3

Ao Departamento 3 1

Ao setor 6 2

Total 295 100

Fonte: dados da pesquisa

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A forma de vinculação dos órgãos centrais de Controle Interno na área pública ocorre

mediante lei autorizadora. No âmbito municipal, segundo o artigo 31 da CRFB/88, o exercício

do Controle Interno está adstrito ao Poder Executivo (MEIRELLES, 2011). Gerigk et al. (2007)

identificaram que essa função é desempenhada pelas controladorias, tratadas como órgãos de

staff. As controladorias exercem funções de natureza gerencial, visando propiciar melhor

aplicação dos recursos e melhor desempenho das entidades. Entretanto, considera-se que é

facultado ao Chefe do Poder Executivo inserir as controladorias na sua estrutura organizacional,

ora vinculando-as diretamente a seu gabinete, como órgão de staff, ora inserindo-as em

subordinação a uma unidade administrativa integrante da Administração, dando-lhe outra

natureza (CASTRO, 2008).

A Tabela 9 desta pesquisa mostra que 78% das unidades centrais de controle estão

vinculadas ao Chefe de Poder, o que as caracterizam como órgão de staff, podendo executar

funções de assessoria à gestão administrativa, com o fornecimento de relatórios e informações

para a tomada de decisões, assim também como exercer função de controle, alinhando-se à

pesquisa de Roza, Lunckes e Alberton (2012). Contudo, também se verifica que 18,6% das

unidades centrais de Controle Interno ainda estão subordinadas a uma das Secretarias do

Município, e, podem apresentar dificuldades quanto às suas autonomias, confirmando o estudo

de Roncalio (2009), especialmente sobre a possibilidade de haver dificuldade de atuação do

órgão, limitando suas operações às demais unidades integrantes da estrutura organizacional,

sobretudo, com a quebra do princípio da segregação de funções, fundamental no exercício do

controle. A vinculação à unidade de controle não apresentou significância.

4.1.7 Tempo de trabalho na instituição e no exercício da função

A Tabela 10 descreve o tempo de trabalho na instituição, assim como o tempo de

exercício na função dos responsáveis pelas unidades centrais de Controles Internos:

Tabela 10. Tempo de trabalho do responsável pelo órgão central do município na instituição e no exercício

da função

Tempo de trabalho Na instituição No exercício da função

Frequência Porcentagem % acumulado Frequência Porcentagem % acumulado

Até 1 ano 15 5,1 5,10 41 13,9 13,9

Mais de 1 ano até 5 anos 87 29,5 34,60 141 47,8 61,69

Mais de 5 anos até 10 anos 57 19,3 53,90 67 22,7 84,41

Mais de 10 anos até 15 anos 64 21,7 75,60 39 13,2 97,63

Mais de 15 anos até 20 anos 26 8,8 84,40 6 2 99,66

Mais de 20 anos até 25 anos 23 7,8 92,20 1 0,3 100,00

Acima de 25 anos 23 7,8 100,00 0 0,0 100,00

Total 295 100 295 100

Fonte: dados da pesquisa.

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101

O tempo de trabalho na instituição está relacionado ao conhecimento da entidade a

qual o servidor está vinculado, e essa condição influencia no desenvolvimento e avaliação dos

serviços executados (SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014). Nesse caso, a pesquisa de Silva,

Gomes e Araújo (2014), destacou que os profissionais mais antigos na instituição avaliaram os

Controles Internos de forma mais severa do que os profissionais mais novos, no que tange aos

componentes ambiente de controle, atividades de controle e a informação e comunicação. Já os

profissionais com menos tempo de casa foram mais críticos quando se tratou da avaliação de

risco e da estrutura de controle implementada para atingir os aspectos da eficiência e

efetividade, o que exige um olhar para a modernização da estrutura.

Imoniana e Marcondes (2004) em seu estudo realizado na grande São Paulo sobre a

percepção dos gestores de instituições financeiras acerca dos Controles Internos, entenderam

que quanto maior for o de tempo de trabalho na instituição melhor será o conhecimento da

entidade e, por consequência, maior criticidade será aplicada na avaliação dos componentes de

Controles Internos do COSO. Dessa maneira, a pesquisa também demonstrou que quanto mais

experiência dentro da instituição, maior será o conhecimento sobre os controles adotados

(IMONIANA; MARCONDES, 2004).

Os dados desta pesquisa constantes da Tabela 10 indicam que 34,60% dos profissionais

da área tem menos de 5 anos de empresa, enquanto que 49,80% estão na empresa com o tempo

entre 5 e 20 anos e, 15,6% estão há mais de 20 anos na instituição. Imoniana e Marcondes

(2004) e Peba (2010) consideraram que quanto maior for o tempo de instituição maior será o

conhecimento da entidade, sendo classificados experientes os profissionais com pelo menos 8

(oito) anos de empresa. Assim, somente utilizando essa variável como padrão de avaliação da

experiência do profissional, ou seja, sem levar em conta as experiências em outras instituições,

conjugando-se também o tempo de estudo, pode-se dizer que nesta pesquisa, pelo menos 46,1%,

isto é, 136 profissionais da área, detém conhecimentos da instituição, necessários à adequada

avaliação dos Controles Internos.

Referindo-se ao tempo de exercício da função, o panorama mostrado na Tabela 10

revela que 84,41% dos profissionais da área possui até 10 anos de função, enquanto que apenas

15,51% tem mais de 10 anos no cargo. Assim, constata-se que a maior parte dos profissionais

destacados para esta importante função tem menos de 10 anos de experiência, sendo que a

maioria deles, 61,69%, tem até 5 anos de função. Esta situação pode indicar rotatividade no

cargo, o que também se explica quando se conjuga este aspecto com a forma de provimento de

cargo: efetivo ou comissionado (Tabela 8), ou ainda, quando se considera o tempo de duração

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102

do governo no Município, em regra, 4 anos. Desse modo, os dados revelam que quando esta

função é desenvolvida por profissional com pelo menos 5 anos na função, há relativa segurança

no desenvolver das atividades e sobre as informações geradas (IMONIANA; MARCONDES,

2004). Esta condição se constata em 38,31% da população pesquisada, conforme Tabela 10.

O tópico seguinte apresenta a análise das variáveis descritivas que compõem o construto

Controle Interno, utilizadas para mensurar a eficiência operacional, tema central deste trabalho.

4.2 RESULTADOS DESCRITIVOS EM RAZÃO DO MODELO COSO

As Tabelas 11 a 15 demonstram o resultado descritivo de cada um dos componentes de

Controle Interno posto em operação nos municípios catarinenses, em relação ao modelo COSO

(COSO, 2013), calculados em razão da constatação da presença das características dos

princípios e pontos de foco vinculados ao respectivo componente (COSO, 2013).

4.2.1 Análise descritiva do componente Ambiente de Controle

A Tabela 11 apresenta os resultados descritivos do componente do COSO 2013 –

Ambiente de Controle, em face das questões Q1 a Q23, integrantes do questionário aplicado

(APÊNDICE B – Seção 1), que correspondem aos princípios 1 a 5, e pontos de foco 1 a 20 do

modelo COSO 2013 (ANEXO 1) (COSO, 2013).

Tabela 11. Componente Ambiente de Controle: média e desvio padrão das questões pesquisadas

NÚMERO/QUESTÃO Princípio

do COSO

Estatística

Média Desvio-

Padrão

Q1 O jargão “o exemplo vem de cima” é reconhecidamente identificado

na Prefeitura 1 3,5 1,231

Q2 A Prefeitura reforça a existência do código de conduta e ética, bem

como o programa de cumprimento às regras 1 3,63 1,216

Q3 A Prefeitura estabelece formalmente as normas de conduta e ética na

Prefeitura 1 3,8 1,261

Q4 A Prefeitura avalia regularmente a adesão às normas de conduta e

ética fixadas 1 3,12 1,311

Q5 A Prefeitura adota providências sobre desvios de conduta em tempo

hábil 1 3,71 1,202

Q6 A Prefeitura estabelece limites de Autoridade (no Município) 3 3,61 1,17

Q7 A Prefeitura estabelece formalmente a responsabilidade do órgão

definido para exercer a fiscalização dos Controles Internos e atos

administrativos na Prefeitura

2 4,02 1,061

Q8 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização dos

Controles Internos e atos administrativos aplica conhecimentos

especializados

2 3,96 1,104

Q9 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização dos

Controles Internos e atos administrativos opera de forma

independente

2 3,76 1,264

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103

NÚMERO/QUESTÃO Princípio

do COSO

Estatística

Média Desvio-

Padrão

Q10 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização do SCI e

atos administrativos executa a avaliação de todos os componentes 2 3,52 1,112

Q11 Na Prefeitura, as delegações de autoridade e competência são

acompanhadas de definições claras das responsabilidades 3 3,57 1,14

Q12 Na Prefeitura, as atribuições de cada cargo estão definidas

claramente 3 4,07 1,104

Q13 As linhas de subordinação estão estabelecidas claramente na

Prefeitura 3 3,94 1,113

Q14 A Prefeitura estabelece claramente a delegação e limites de

autoridade 3 3,66 1,167

Q15 A Prefeitura capta e retém pessoas competentes e alinhadas aos seus

objetivos 4 3,21 1,186

Q16 A Prefeitura estabelece formalmente o plano de cargos, carreiras e

salários 4 4,22 1,215

Q17 A Prefeitura exerce regularmente avaliação dos servidores sobre sua

conduta na função (desempenho e assiduidade) 4 3,38 1,416

Q18 Na Prefeitura, a conduta e desempenho do servidor são levados em

conta para o exercício do cargo (aptidão) 4 3,25 1,3

Q19 A Prefeitura mantém programa de capacitação, treinamento e

conscientização 4 3,15 1,344

Q20 A Prefeitura estabelece linhas de substituição de chefes e gerentes,

assim como há planos de preparação para a sucessão 4 2,26 1,362

Q21 A Prefeitura faz respeitar as linhas de autoridade e responsabilidade

estabelecidas 4 3,35 1,26

Q22 A Prefeitura estabelece gratificações e incentivos em razão de

desempenho, disciplina e conduta 5 2,96 1,506

Q23 Na Prefeitura, aplica-se tratamento e remuneração adequada aos

cargos que exigem alto grau de responsabilidade e sofrem pressão

excessiva

5 2,83 1,434

MÉDIA TOTAL 3,4991 1,2382

Fonte: dados da pesquisa.

Imoniana e Nohara (2005) e Dias (2006) afirmaram que no Ambiente de Controle

devem estar presentes a competência técnica e o compromisso para que o Controle Interno se

estabeleça com efetividade, pois é o Ambiente de Controle que determina a consciência e a

cultura em uma organização. Ademais, há necessidade de se estabelecer um código de conduta

ética, das responsabilidades e adequada valorização dos agentes de controle (COSO, 2013).

Dessa forma, a fixação, divulgação e conscientização do código de conduta, das

responsabilidades, dos programas de capacitação e treinamento e da valorização dos agentes

são essenciais para o conhecimento e aderência à cultura dos Controles Internos (COSO, 2013).

Para o componente Ambiente de Controle, a pesquisa aponta como pontos fortes o

estabelecimento formal da estrutura de pessoal com a fixação legal do plano de carreira, cargos

e salários (Q16), as atribuições de funções a cada cargo (Q12), o estabelecimento formal das

responsabilidades do órgão central de Controle Interno (Q7), a aplicação de conhecimentos

especializados pelo órgão central de Controle Interno (Q8), e, o estabelecimento das linhas de

subordinação (Q13). Já como pontos fracos, emergem a falta do estabelecimento de

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104

gratificações e incentivos em razão do desempenho, disciplina e conduta dos servidores (Q22),

e a falta de remuneração adequada dos cargos que exigem um alto grau de responsabilidade ou

sofrem pressões excessivas (Q23).

Assim, com referência aos princípios gravados no modelo COSO (COSO, 2013), bem

assim em consonância com os estudos formulados por Imoniana e Nohara (2005) e Dias (2006),

que exigem um profissional capacitado, comprometido e remunerado condizentemente às

responsabilidades do cargo para esta área de atuação, constata-se a necessidade de imprimir

adequado plano de cargos e salários, no conjunto dos municípios catarinenses.

Contudo, referindo-se à efetividade da adoção dos princípios e pontos de foco

integrantes do componente Ambiente de Controle do modelo COSO (COSO, 2013), segundo

a pesquisa, atribui-se o índice médio geral de 3,4991, o que se considera que os municípios

catarinenses reunidos, adotam razoavelmente os princípios e pontos de foco desse componente.

4.2.2 Análise descritiva do componente Avaliação de Risco

Na Tabela 12 estão consolidados os resultados descritivos do componente do COSO

2013 – Avaliação de Risco, em face das questões Q24 a Q39, integrantes do questionário

aplicado (APÊNDICE B – Seção 1), que correspondem aos princípios 6 a 9, e pontos de foco

21 a 37 do modelo COSO 2013 (ANEXO 1) (COSO, 2013).

Tabela 12. Componente Avaliação de Risco: média e desvio padrão das questões pesquisadas

NÚMERO/QUESTÃO Princípio

do COSO

Estatística

Média Desvio-

Padrão

Q24 Identificação dos riscos nos principais processos operacionais

(manuais e informatizados) da Prefeitura 6 3,38 1,058

Q25 Quantificação dos objetivos e metas no PPA 6 4,07 1,011

Q26 Quantificação das metas fiscais na LDO 6 4,17 0,99

Q27 Acompanhamento sistemático dos objetivos e metas quantificados

no PPA e na LDO com elaboração de relatório gerencial 6 3,81 1,159

Q28 Acompanhamento sistemático dos riscos fiscais previstos na LDO 6 3,75 1,174

Q29 Os registros contábeis refletem adequadamente as operações

financeiras e patrimoniais em conformidade com as normas

aplicáveis

6 4,47 0,799

Q30 Os registros contábeis refletem adequadamente as operações

orçamentárias e de compensação em conformidade com as normas

aplicáveis

6 4,45 0,785

Q31 Os Relatórios e Demonstrações Contábeis refletem o patrimônio e

a aplicação das políticas públicas eleitas para o Município 6 4,3 0,861

Q32 Os Relatórios e Demonstrações Contábeis refletem a aderência às

leis e regulamentos e o risco de seu descumprimento 6 4,4 0,835

Q33 Gerenciamento da execução orçamentária, financeira e patrimonial

com vistas a atingir seus objetivos 7 4,3 0,857

Q34 Análise das ocorrências de descumprimento de políticas

(financeiras e orçamentárias) e procedimentos da Prefeitura 7 4,07 0,919

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NÚMERO/QUESTÃO Princípio

do COSO

Estatística

Média Desvio-

Padrão

Q35 Gerenciamento dos riscos nos processos de lançamento, inscrição

e arrecadação da receita pública para evitar erros e fraudes 8 4,18 0,92

Q36 Gerenciamento dos riscos nos processos de contratação de pessoal,

pagamento da folha e encargos 8 4,19 1,000

Q37 Gerenciamento dos riscos nos processos de compras, convênios e

contratos 8 4,12 0,999

Q38 Gerenciamento dos riscos por meio de atividade de Auditoria

Interna (permite-se a identificação de transações realizadas pela

Instituição que estejam em conformidade com as políticas

determinadas pela Administração)

9 3,52 1,256

Q39 Avaliação dos Controles Internos estabelecidos (das rotinas e de

pessoal) com vistas a atingir os objetivos da instituição 9 3,84 1,105

MÉDIA TOTAL 4,0638 0,9830

Fonte: dados da pesquisa.

O gerenciamento de riscos e a construção de mecanismos que os relacionem com a

eficácia do controle visa possibilitar: o fortalecimento dos controles atrelados aos riscos de

maior relevância; o direcionamento dos recursos às atividades que mais agregam valor; a

minimização de desperdícios e os prestígios do over control; e, o amadurecimento do ambiente

de controle (DANTAS et al., 2010).

Para o componente Avaliação de Risco, a pesquisa aplicada nos municípios

catarinenses revela como pontos fortes a aderências às normas aplicáveis e a fidedignidade dos

registros contábeis dos municípios (Q29 e Q30), a exatidão e conformidade às normas dos

relatórios e demonstrativos gerados (Q32) e seus usos gerenciais para atingir os objetivos da

organização (Q33). Já como pontos fracos, demostra a necessidade de aprimoramento na

identificação dos principais riscos nos processos operacionais, tanto manuais como

informatizados (Q24), bem como o gerenciamento do sistema de Controle Interno por meio de

atividades da Auditoria Interna (Q38).

Dessa maneira, aos princípios e pontos de foco integrantes do componente Avaliação

de Risco do modelo COSO (COSO, 2013), pode-se atribuir o índice médio geral de 4,0638, o

que se considera que os municípios catarinenses, no seu conjunto, adotam razoavelmente os

princípios e pontos de foco desse componente (COSO, 2013).

4.2.3 Análise descritiva do componente Atividade de Controle

A Tabela 13 relaciona os resultados descritivos do componente do COSO 2013 –

Atividade de Controle, em face das questões Q40 a Q62, integrantes do questionário aplicado

(APÊNDICE B – Seção 1), que correspondem aos princípios 10 a 12, e pontos de foco 38 a 53

do modelo COSO 2013 (ANEXO 1) (COSO, 2013).

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106

Tabela 13. Componente Atividade de Controle: média e desvio padrão das questões pesquisadas

NÚMERO/QUESTÃO Princípio

do COSO

Estatística

Média Desvio-

Padrão

Q40 Aplica os princípios de aprovação, autorização, verificação e

reconciliação de registros e dados 10 3,94 0,892

Q41 Executa atividade de controle "em linha" como aprovação,

autorização e conferência em etapas de trabalho 10 3,78 1

Q42 As operações ocorrem por documentação fidedigna 10 4,41 0,831

Q43 Segurança dos ativos (prevenção e detecção) por meio do

controle salvaguarda física 10 3,83 1,038

Q44 Adota procedimentos de conferência e reconciliações nas

contas financeiras (devedores e credores) e de estoques 10 3,94 0,988

Q45 Adota procedimentos de conferência por check-list, no

momento do recebimento de mercadorias, serviços e obras 10 3,79 1,144

Q46 Utiliza controle de acesso restrito de pessoas nos setores de

guarda de ativos (financeiros e patrimoniais) 10 3,64 1,209

Q47 Adota política de segregação de funções (prevenção) para

reduzir riscos e erros humanos 10 3,61 1,181

Q48 Controles dos sistemas de informática são executados 11 4,08 0,993

Q49 Os equipamentos de informática são renovados com

frequência evitando a obsolescência 11 3,64 1,218

Q50 Os sistemas informatizados são atualizados com

periodicidade 11 4,34 0,926

Q51 Os dados armazenados em sistemas informatizados permitem

a apuração de registros por natureza de evento. 11 4,43 0,756

Q52 Os sistemas de Tecnologia de Informação limitam ou

bloqueiam operações ilegais ou irregulares 11 4,01 0,955

Q53 Avaliação constante dos sistemas informatizados com

aquisição de tecnologia relevante e desenvolvimento de

atividades de controle do processo de manutenção

11 3,82 1,001

Q54 Existe controle do domínio da tecnologia de informação (TI)

aplicável com vistas a suprir a dependência dos processos 11 3,67 1,133

Q55 As diretrizes de gestão (políticas e procedimentos) estão

alicerçadas em normas e regulamentos 12 3,76 1,11

Q56 Controles Internos por meio de organogramas que

determinam linhas de responsabilidades 12 3,43 1,21

Q57 Estabelece responsabilidade e prestação de contas para a

execução de políticas e procedimentos visando os objetivos 12 3,86 1,039

Q58 Objetivos mensurados por indicadores de desempenho 12 3,09 1,269

Q59 Indicadores de desempenho revistos com regularidade 12 2,96 1,338

Q60 Adota medidas de avaliação e reavaliação para corrigir rumos

e atingir objetivos no devido tempo 12 3,57 1,229

Q61 A execução das operações ocorre em tempo hábil 12 3,77 1,023

Q62 Tarefas executadas por ação de pessoal competente 12 3,82 1,02

MÉDIA TOTAL 3,7908 1,0653

Fonte: dados da pesquisa.

Conforme Imoniana e Nohara (2005) e Teixeira (2008), a adoção de um sistema de

controle interno de forma eficaz e em tempo oportuno, traduz-se na implementação de

Atividades de Controle, que proporciona a redução dos riscos, assim como a previne contra a

possibilidade de fraudes e outros fatores que possam prejudicar o patrimônio público.

O componente Atividade de Controle relaciona-se à estrutura, aos processos de

controle, ao acesso e salvaguarda dos ativos, assim como a proteção e guarda dos sistemas

informatizados e dos documentos (TEIXEIRA, 2008).

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107

Pelo componente Atividade de Controle, na pesquisa aplicada nos municípios

catarinenses, constata-se como pontos fortes a adoção de procedimentos de aprovação,

autorização, verificação e reconciliação (Q40), a exigência de documentação fidedigna para

comprovar as operações (Q42), a execução regular de conferências e reconciliações das contas

financeiras (Q44), o controle de acesso (Q48), as atualizações periódicas (Q50) e a consistência

do armazenamento de dados (Q51) dos sistemas informatizados.

Entretanto, também se verificam fragilidades, como a mensuração dos objetivos por

meio de indicadores de desempenho (Q58), a revisão dos indicadores com regularidade (Q59),

e, adoção de medidas de avaliação e reavaliação para corrigir os rumos e atingir os objetivos no

tempo determinado (Q60). Nesse sentido, a precariedade na fixação e no acompanhamento das

metas e dos objetivos da entidade, pode interferir na efetividade da equipe e, por consequência,

da organização (CRUZ; GLOCK, 2006).

Conforme os princípios e pontos de foco integrantes do componente Atividade de

Controle do modelo COSO (COSO, 2013), pode-se atribuir o índice médio geral de 3,791, o

que se considera que os municípios catarinenses, no seu conjunto, adotam razoavelmente os

princípios e pontos de foco desse componente (COSO, 2013).

4.2.4 Análise descritiva do componente Informação e Comunicação

A Tabela 14 relaciona os resultados descritivos do componente do COSO 2013 –

Informação e Comunicação, em face das questões Q63 a Q73, integrantes do questionário

aplicado (APÊNDICE B – Seção 1), que correspondem aos princípios 13 a 15, e pontos de foco

54 a 67 do modelo COSO 2013 (ANEXO 1) (COSO, 2013).

Tabela 14. Componente Informação e Comunicação: média e desvio padrão das questões pesquisadas

NÚMERO/QUESTÃO Princípio

do COSO

Estatística

Média Desvio-

Padrão

Q63 Comunicação interna possui qualidade, atinge todos os

envolvidos e atende ao princípio custo/benefício 13 3,62 1,121

Q64 A importância dos Controles Internos é comunicada de

forma adequada e eficiente 14 3,53 1,239

Q65 As rotinas e procedimentos de Controles Internos estão

dispostas em manuais 14 3,26 1,306

Q66 A estrutura organizacional está formalizada e devidamente

comunicada a todos os integrantes 14 3,57 1,212

Q67 Disponibilização de canal de comunicação com a alta

Administração 14 3,69 1,159

Q68 A alta Administração expõe os planos com clareza 14 3,35 1,26

Q69 As informações são disponibilizadas a todos os envolvidos 14 3,47 1,209

Q70 Estabelecimento de canais para comunicação aberta

(incluindo mecanismos que possibilitem a informação

anônima)

15 3,6 1,276

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NÚMERO/QUESTÃO Princípio

do COSO

Estatística

Média Desvio-

Padrão

Q71 Ouvidoria atuante 15 3,13 1,419

Q72 Disponibilidade de canais de apresentação de sugestões e

críticas 15 3,33 1,381

Q73 Qualquer norma, ato administrativo ou demonstração

contábil está publicada no veículo oficial de publicação 15 4,45 0,882

MÉDIA TOTAL 3,5454 1,2440

Fonte: dados da pesquisa.

Teixeira (2008) assevera que a comunicação é um elemento fundamental para imprimir

bom desempenho nos controles e consolidar os rumos e alcance das metas numa organização.

Aliás, é por meio de um sistema confiável de Informação e Comunicação, que a instituição

transmite e concretiza as diretrizes traçadas pela administração. Peba (2010) relaciona o

entendimento e o cumprimento das funções pelos agentes às informações internas.

Entretanto, no âmbito da Administração Pública, a Informação e Comunicação são

atributos obrigatórios, tanto interna, quando impõe, inclusive, procedimentos e formas de

controle, como externa, quando torna público ou informa à sociedade sobre as ações do

Governo. A publicação das ações da Administração Pública deve ser mais latente que no âmbito

privado, principalmente porque os atos administrativos somente adquirem validade em face do

princípio da publicidade estabelecido no caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, e

exige participação social consoante o princípio da transparência gravado na Seção I do Capítulo

IX da Lei de Responsabilidade Fiscal (MEIRELLES, 2011).

Na pesquisa realizada atribui-se como pontos fortes para o componente Informação e

Comunicação, a disponibilização de canal de comunicação com a alta administração (Q67) e

a publicação dos atos administrativos e demonstrações contábeis (Q73). Porém, como pontos

fracos, aponta-se a forma de atuação da ouvidoria (Q71) e a disponibilidade das rotinas de

Controles Internos em manuais (Q65).

Conforme os princípios e pontos de foco integrantes do componente Comunicação e

Informação do modelo COSO (COSO, 2013), apurou-se o índice médio de 3,5454, o que se

considera que os municípios catarinenses, no seu conjunto, adotam razoavelmente os princípios

e pontos de foco desse componente (COSO, 2013).

4.2.5 Análise descritiva do componente Monitoramento

A Tabela 15 relaciona os resultados descritivos do componente do COSO 2013 –

Monitoramento, em face das questões Q74 a Q80, integrantes do questionário aplicado

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(APÊNDICE B – Seção 1), que correspondem aos princípios 16 e 17, e pontos de foco 68 a 77

do modelo COSO 2013 (ANEXO 1) (COSO, 2013).

Tabela 15. Componente Monitoramento: média e desvio padrão das questões pesquisadas

NÚMERO/QUESTÃO Princípio

do COSO

Estatística

Média Desvio-

Padrão

Q74 Sistema de Controle Interno constantemente monitorado para

avaliar sua validade e qualidade ao longo do tempo 16 3,31 1,168

Q75 Manutenção adequada e fácil acesso à documentação da Prefeitura 16 3,98 1,064

Q76 Sistema de Controle Interno considerado adequado e efetivo pelas

avaliações sofridas 16 3,51 1,084

Q77 Atividade do gerenciamento do Sistema de Controle Interno

contribui para melhoria do desempenho 17 4,03 0,922

Q78 Uso das falhas e deficiências constatadas para ajustar as rotinas de

controle 17 4,06 0,869

Q79 Comunicação das falhas e deficiências à alta Administração 17 4,2 0,908

Q80 Atividade de auditoria interna realizada por profissional

capacitado e qualificado 17 3,59 1,247

MÉDIA TOTAL 3,8114 1,0374

Fonte: dados da pesquisa.

Conforme Imoniana e Nohara (2005), o Monitoramento permite constatar a adequação,

aderência e efetividade dos Controles Internos. Referidos autores apontam que os Controles

Internos são adequados quando os cinco componentes do modelo COSO estão presentes e

operando conforme foi planejado.

Os pontos fortes do componente Monitoramento referem-se ao gerenciamento do

sistema de Controle Interno para a melhoria dos objetivos fixados (Q77), uso das falhas e

deficiências encontradas para ajustar rotinas de controle (Q78) e, comunicação das falhas e

deficiências à alta administração (Q79). Como pontos fracos depara-se com a falta de

constância na avaliação do sistema de Controle Interno (Q74) e, a falta de pessoal capacitado e

qualificado para desenvolver as atividades de auditoria interna (Q80).

De acordo com os princípios e pontos de foco integrantes do componente

Monitoramento do modelo COSO (COSO, 2013), atribui-se o índice médio geral de 3,8114, o

que se considera que os municípios catarinenses, no seu conjunto, também adotam

razoavelmente os princípios e pontos de foco desse componente (COSO, 2013).

4.3 AVALIAÇÃO DA CONFIABILIDADE DAS ESCALAS

Realizou-se a avaliação das escalas para mensurar cada um dos componentes do

construto Controle Interno (Variáveis Independentes – Figura 11), com a utilização do alfa de

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110

Cronbach, medindo-se a consistência interna das escalas no nível considerado bom, quando o

resultado evidenciado está acima do valor 0,07 (HAIR Jr. et al., 2007).

Dessa forma, procedeu-se à mensuração de forma agrupada, por componente, como se

evidencia na Tabela 16:

Tabela 16. Alfa de Cronbach conforme os componentes do modelo COSO 2013

Componente Quantidade de questões Alfa de Crombach

Questionário Validadas Itens totais Itens padronizados

Ambiente de Controle 23 19 0,919 0,920

Avaliação de Risco 16 12 0,917 0,919

Atividade de Controle 23 20 0,928 0,928

Informação e Comunicação 11 10 0,886 0,888

Monitoramento 7 5 0,831 0,837

Total 80 66 0,8962 0,8984

Fonte: dados da pesquisa.

Constata-se pela Tabela 16 que o valor alfa, observado para cada componente do

construto Controle Interno, mostra-se dentro do padrão mínimo para ser considerado bom, ou

seja, todos os componentes se enquadraram no patamar mínimo de confiança, concluindo-se

que existe confiabilidade das escalas utilizadas para mensurar as variáveis (HAIR Jr. et al.,

2007).

Os componentes que melhor representam o construto Controle Interno no ambiente dos

municípios catarinenses estão relacionados ao Ambiente de Controle e a Atividade de Controle.

O Ambiente de Controle determina o comportamento da organização e promove a

fixação dos demais componentes: Avaliação do Risco, Atividade de Controle, Informação e

Comunicação e Monitoramento. Dessa forma, o componente Ambiente de Controle influencia

a forma de como são determinados os objetivos, as estratégias, os riscos e as atividades

operacionais e de controle (SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014).

Com relação às Atividades de Controle, quando executadas em tempo hábil e de forma

adequada e sistematizada, reduzem os riscos (IMONIANA; NOHARA, 2005). As atividades

de controle relacionam-se às políticas e práticas adotadas na entidade com vistas a assegurar

que os objetivos operacionais sejam atingidos e as estratégias para minimizar riscos sejam

executadas em tempo hábil (COSO, 2013). Devem incluir a normatização interna, a fixação das

políticas da administração, as responsabilidades dos agentes, os fluxos operacionais, de modo

a permitir o acesso fácil dos servidores a essas rotinas (SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014).

Entretanto, na pesquisa aplicada ocorreram questões excluídas das escalas consideradas

para efeito do alfa de Cronbach, em razão de apresentarem indicadores com carga de pouca

significância ou com valor elevado, justificados conforme a Tabela 17:

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111

Tabela 17. Questões excluídas por componente do COSO 2013 em face da significância ou valor elevado da

carga dos dados

Componente Número e descrição da questão excluída Motivo da exclusão

Ambiente de

Controle

Q1 O jargão “o exemplo vem de cima” é reconhecidamente

identificado na Prefeitura

Falta de significância

dos fatores

Q11 Na Prefeitura, as delegações de autoridade e

competência são acompanhadas de definições claras das

responsabilidades

Falta de significância

dos fatores

Q18 Na Prefeitura, a conduta e desempenho do servidor são

levados em conta para o exercício do cargo (aptidão)

Carga elevada em dois

fatores

Q23 Na Prefeitura, aplica-se tratamento e remuneração

adequada aos cargos que exigem alto grau de

responsabilidade e sofrem pressão excessiva

Falta de significância

dos fatores

Avaliação de

Risco

Q24 Identificação dos riscos nos principais processos

operacionais (manuais e informatizados) da Prefeitura

Apresentação de carga

baixa em todos os

fatores

Q32 Os Relatórios e Demonstrações Contábeis refletem a

aderência às leis e regulamentos e o risco de seu

descumprimento

Q33 Gerenciamento da execução orçamentária, financeira e

patrimonial com vistas a atingir seus objetivos

Q34 Análise das ocorrências de descumprimento de políticas

(financeiras e orçamentárias) e procedimentos da

Prefeitura

Atividade de

Controle

Q40 Aplica os princípios de aprovação, autorização,

verificação e reconciliação de registros e dados

Q41 Executa atividade de controle "em linha" (ou

concomitante) como aprovação, autorização e

conferência em etapas de trabalho

Q54 Existe controle do domínio da tecnologia de informação

(TI) aplicável com vistas a suprir a dependência dos

processos

Informação e

Comunicação

Q73 Qualquer norma, ato administrativo ou demonstração

contábil está publicada no veículo oficial de publicação

Monitoramento

Q75 Manutenção adequada e fácil acesso à documentação da

Prefeitura

Q80 Atividade de auditoria interna realizada por profissional

capacitado e qualificado

Fonte: dados da pesquisa.

De acordo com a Tabela 17, as exclusões das questões Q1, Q11, Q18 e Q23 no

componente Ambiente de Controle indicam, no que tange à fixação das políticas da

administração, a falta de reconhecimento de que o Governo tenha preocupação em servir de

exemplo a ser seguido na organização, revelando também que as delegações de autoridades e

fixação das competências aos cargos de maior importância, não são suficientemente claras, de

modo a dirigir para os objetivos fixados. Sobre o tratamento da equipe, a pesquisa demonstra

que nos municípios não se identificaram preocupações no sentido de recompensar o

desempenho e criatividade dos seus servidores, como também não se reconheceu ações que

visem à remuneração adequada sobre o exercício de funções de alto grau de responsabilidade,

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como também àquelas que sofrem pressões excessivas. Essas situações apontam para a

fragilidade dos municípios, no que diz respeito à demonstração do compromisso da alta

administração com a integridade e valores éticos e o estabelecimento de linhas de autoridade e

responsabilidade no desempenho das funções de gerência. Nessa perspectiva, para efetivar o

cumprimento integral dos princípios 1 a 4 do COSO 2013 – Estrutura Integrada, é necessário

adotar ações no sentido de reforçar os princípios de integridade, ética, responsabilidade e

competência, que atingem o ambiente de controle e afetam os demais componentes de Controle

Interno (COSO, 2013).

Referindo-se ao componente Avaliação de Risco, a Tabela 17 direciona atenção aos

aspectos sobre a identificação dos riscos nos principais processos operacionais da organização,

a avaliação sobre o cumprimento das leis e regulamentos, o gerenciamento das metas

orçamentárias, financeiras e patrimonial para atingir os objetivos fixados, assim como o

acompanhamento e análise sobre os descumprimentos das políticas e dos objetivos

orçamentários e financeiros, exigidos pelos princípios 6, 7 e 9 do COSO 2013 – Estrutura

Integrada. Diante disso, constata-se a necessidade da adoção de rotinas de avaliação de riscos,

principalmente no sentido do cumprimento de leis e regulamentos – considerando que no setor

público, o princípio da legalidade dá suporte às ações e atos administrativos (MEIRELLES,

2011). Também se verifica a necessidade do efetivo acompanhamento das políticas de governo

eleitas prioritariamente por imposição legal, como por exemplo àquelas fixadas para a educação

e saúde na Constituição Federal (CRFB,1988), bem como o cumprimento dos objetivos e metas

orçamentárias, financeiras e patrimoniais, conforme previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal

- LRF (BRASIL, 2000). Portanto, vislumbra-se a necessidade de executar atividades de

avaliação de risco alinhadas aos princípios de Controle Interno 6 a 9, fixados no COSO 2013 –

Estrutura Integrada (COSO, 2013).

Sobre o componente Atividade de Controle, a pesquisa indica (Tabela 17) a

necessidade de serem estabelecidas, nos municípios, rotinas formalizadas para aprovação,

autorização, verificação e reconciliação de registro de dados; execução de atividades de

controles em linha, ou seja, rotinas concomitantes às ações realizadas, com vistas a prevenir

possíveis falhas dos processos; e, estabelecimento de proteção e controle na área de tecnologia

da informação (TI), para evitar a dependência nos processos. Essas questões apresentam

vulnerabilidades nas atividades de controle, indicando que ações de proteção para o

cumprimento dos princípios COSO de Controle Interno 10 a 12 devem ser implementadas,

principalmente em relação ao estabelecimento do controle concomitante ou “em linha”, nos

processos operacionais (COSO, 2013).

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113

Quanto ao componente Informação e Comunicação, a pesquisa evidencia a

precariedade na publicação dos atos administrativos na imprensa oficial, exigência

constitucional por meio do princípio da publicidade (MEIRELLES, 2011), também atendendo

o princípio da transparência insculpido pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, e pela Lei

de Acesso à Informação — Lei Federal nº 12.527/2011 (BRASIL, 2011). Assim, devem ser

reforçadas ações para cumprir o princípio 15 COSO de Controle Interno (COSO, 2013), que

exige efetividade na comunicação externa. Ademais, com o princípio da transparência, as ações

do governo devem ser transmitidas à sociedade para que esta se integre à Administração, com

vistas ao cumprimento do principal princípio, que é o do interesse público (MILESKI, 2003).

Acerca do componente Monitoramento, a Tabela 17 mostra que nos municípios

ocorrem possíveis deficiências na área de manutenção e acesso à documentação, assim como

não identificou as atividades de “auditoria interna” realizada por profissional capacitado e

qualificado, rotinas estas ligadas ao princípio 16 COSO de Controle Interno (COSO, 2013).

Sendo o monitoramento um dos principais aspectos para a manutenção dos controles, devem

ser implementadas ações com vistas à organização dos processos para verificar se os demais

componentes do COSO estão presentes e funcionando (COSO,2103).

4.4 ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA

As Tabelas 18 a 22 demonstram o resultado da análise fatorial exploratória de cada

um dos componentes de Controle Interno previstos no modelo COSO e posto em operação nos

municípios catarinenses (COSO, 2013), realizada pelo método dos componentes principais, por

meio do software SPSS, como também a análise de comunalidades que reúne questões com a

mesma natureza (aqui chamadas de subdimensões), calculados em razão da constatação da

presença das características dos princípios e pontos de foco vinculados ao respectivo

componente (COSO, 2013).

4.4.1 Análise fatorial exploratória para o Ambiente de Controle

O componente Ambiente de Controle alicerçado por 5 princípios (COSO, 2013),

permitiu a geração de quatro agrupamentos (subdimensões) que reúnem as questões com

naturezas semelhantes.

A Tabela 18 apresenta as questões do Componente Ambiente de Controle agrupadas

em quatro subdimensões: 1 – conduta ética e limites de autoridade; 2 – estrutura e desempenho

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do órgão central de Controle Interno; 3 – organização do pessoal e fixação de responsabilidades;

e, 4 – programas de capacitação e incentivos aplicados ao pessoal:

Tabela 18. Componente Ambiente de Controle: matriz de componente rotativa para questões com a mesma

natureza

NÚMERO/QUESTÃO Subdimensões

1 2 3 4

Q2 A Prefeitura reforça a existência do código de conduta e ética, bem

como o programa de cumprimento às regras 0,782

Q3 A Prefeitura estabelece formalmente as normas de conduta e ética

na Prefeitura 0,670

Q4 A Prefeitura avalia regularmente a adesão às normas de conduta e

ética fixadas 0,780

Q5 A Prefeitura adota providências sobre desvios de conduta em

tempo hábil 0,586

Q6 A Prefeitura estabelece limites de Autoridade (no Município) 0,604

Q7 A Prefeitura estabelece formalmente a responsabilidade do órgão

definido para exercer a fiscalização dos Controles Internos e atos

administrativos na Prefeitura

0,761

Q8 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização dos

Controles Internos e atos administrativos aplica conhecimentos

especializados

0,729

Q9 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização dos

Controles Internos e atos administrativos opera de forma

independente

0,767

Q10 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização dos

Controles Internos e atos administrativos executa avaliação dos

componentes do COSO

0,716

Q12 Na Prefeitura, as atribuições de cada cargo estão definidas

claramente 0,770

Q13 As linhas de subordinação estão estabelecidas claramente na

Prefeitura 0,827

Q14 A Prefeitura estabelece claramente a delegação e limites de

autoridade 0,709

Q15 A Prefeitura capta e retém pessoas competentes e alinhadas aos

seus objetivos 0,609

Q21 A Prefeitura faz respeitar as linhas de autoridade e responsabilidade

estabelecidas

0,621

Q16 A Prefeitura estabelece formalmente o plano de cargos, carreiras e

salários 0,718

Q17 A Prefeitura exerce regularmente avaliação dos servidores sobre

sua conduta na função (desempenho e assiduidade) 0,694

Q19 A Prefeitura mantém programa de capacitação, treinamento e

conscientização 0,575

Q20 A Prefeitura estabelece linhas de substituição de chefes e gerentes,

assim como há planos de preparação para a sucessão 0,699

Q22 A Prefeitura estabelece gratificações e incentivos em razão de

desempenho, disciplina e conduta 0,579

TOTAL DA VARIÂNCIA MÉDIA POR SUBDIMENSÃO 0,684 0,743 0,707 0,653

Variância gerada para as quatro subdimensões 62,668 %.

Legenda:

Subdimensão 1: conduta ética e limites de autoridade. Subdimensão 2: estrutura e desempenho do órgão central

de controle interno. Subdimensão 3: organização do pessoal e fixação de responsabilidades. Subdimensão 4:

programas de capacitação e incentivos aplicados ao pessoal.

Fonte: Dados da pesquisa extraídos conforme método de rotação Varimax com normalização de Kaiser.

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115

O componente Ambiente de Controle diz respeito à cultura do controle e padrões éticos

da organização, decomposto em 5 princípios: 1) o compromisso com padrões de integridade e

valores éticos; 2) o exercício da responsabilidade pela supervisão; 3) o estabelecimento da

estrutura, das linhas de autoridade e da subordinação; 4) o compromisso com a competência; e,

5) o comprometimento da equipe (COSO, 2013).

Na análise fatorial do componente, foram excluídas as questões Q1, Q11, e Q23, em

razão de não apresentarem significância de carga, e a questão Q18 foi retirada pelo fato de

apresentar carga elevada em duas subdimensões. As comunalidades, formadas pela análise do

componente, ficaram dentro do patamar desejável, ou seja, seus valores foram superiores a

0,500, sendo que apenas a questão 23 do questionário (APÊNDICE B – Seção 1) ficou com o

índice de 0,485 (questão excluída).

Na pesquisa realizada, a subdimensão 1 - conduta ética e limites de autoridade (Tabela

18), gerada para atender o princípio 1, pontos de foco 1 a 4 (ANEXO 1), demonstra que os

municípios têm preocupação com a integridade e valores éticos, reforçando a necessidade da

existência de código de conduta formalizado, com avaliações regulares, resultando no índice

médio de 0,684. Porém, nesse aspecto, ficou patente que a apuração de transgressões sobre

desvio de conduta em tempo hábil (Q5), precisa ser aprimorado, em razão do índice de 0,586.

Referindo-se à subdimensão 2 - estrutura e desempenho do órgão central de controle

interno (Tabela 18), gerada sobre a estruturação do órgão central de Controle Interno, princípio

2, pontos de foco 5 a 8 (ANEXO 1), fica evidenciado que há determinação de responsabilidade

desse setor, onde são aplicados conhecimentos especializados, de forma independente, com

avaliações rotineiras dos Controles Internos postos em operação na entidade. A média do índice

desse quesito alcançou 0,743.

A subdimensão 3 - organização do pessoal e fixação de responsabilidades (Tabela 18),

que trata sobre o princípio 3, pontos de foco 9 a 11 (ANEXO 1), aponta para a indicação das

delegações formais para cargos integrantes da estrutura organizacional, com a definição das

atribuições das responsabilidades e limites de autoridades, definindo-se também as linhas de

subordinação; constata-se que há preocupação nesse sentido, posto que o índice médio, nessa

questão, atingiu o índice de 0,707.

Quanto à subdimensão 4 - programas de capacitação e incentivos aplicados ao pessoal

(Tabela 18), que versa sobre a captação e retenção do pessoal envolvido na organização, a

manutenção de programas de capacitação e preparação para o exercício de substituição de

chefes e gerentes com linhas de autoridades definidas, princípios 4 e 5, pontos de foco 12 a 20

(ANEXO 1), o índice alcançou 0,653. Observa-se que o índice referente à preparação do pessoal

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116

com capacitação e treinamento (Q19) ficou em 0,575, pouco acima do aceitável, o que, diante

disso, demanda atenção para a implementação de programas de capacitação.

Ainda na subdimensão 4, no que se refere à avaliação do desempenho e da assiduidade

da equipe com o estabelecimento de gratificações e recompensas, a pesquisa demonstra o índice

médio de 0,579. Este índice poderá ser melhorado caso haja o aprimoramento do plano de

carreira funcional em face do programa de gratificações e incentivos.

O resultado da pesquisa demostrou boa margem de atendimento dos 5 princípios e

pontos de foco 1 a 20 do componente Ambiente de Controle (ANEXO 1), o que explica a

variância obtida de 0,6266, constatando-se que os municípios catarinenses atendem à maioria

dos pontos de focos (62,668%) deste componente do COSO (COSO, 2013).

4.4.2 Análise fatorial exploratória para Avaliação de Risco

Na Avaliação de Risco formaram-se três subdimensões com o objetivo de atender os 4

princípios do componente (COSO, 2013): 1 - fixação e acompanhamento dos objetivos; 2 -

consistência e fidedignidade dos registros; e, 3 - a avaliação do risco e das mudanças

significativas, conforme a Tabela 19:

Tabela 19. Componente Avaliação de Risco: matriz de componente rotativa para questões com a mesma

natureza

NÚMERO/QUESTÃO Subdimensões

1 2 3

Q25 Quantificação dos objetivos e metas no PPA 0,840

Q26 Quantificação das metas fiscais na LDO 0,825

Q27 Acompanhamento sistemático dos objetivos e metas quantificados no

PPA e na LDO com elaboração de relatório gerencial 0,793

Q28 Acompanhamento sistemático dos riscos fiscais previstos na LDO 0,751

Q29 Os registros contábeis refletem adequadamente as operações

financeiras e patrimoniais conforme as normas aplicáveis 0,787

Q30 Os registros contábeis refletem adequadamente as operações

orçamentárias e de compensação conforme as normas aplicáveis 0,804

Q31 Os Relatórios e Demonstrações Contábeis refletem o patrimônio e a

aplicação das políticas públicas eleitas para o Município 0,761

Q35 Gerenciamento dos riscos nos processos de lançamento, inscrição e

arrecadação da receita pública para evitar erros e fraudes 0,610

Q36 Gerenciamento dos riscos nos processos de contratação de pessoal,

pagamento da folha e encargos 0,710

Q37 Gerenciamento dos riscos nos processos de compras, convênios e

contratos 0,652

Q38 Gerenciamento dos riscos por meio de atividade de Auditoria Interna 0,751

Q39 Avaliação dos Controles Internos estabelecidos (das rotinas e de

pessoal) com vistas a atingir os objetivos da instituição 0,773

TOTAL DA VARIÂNCIA MÉDIA POR SUBDIMENSÃO 0,802 0,784 0,699

Variância gerada para as quatro subdimensões 73,196%.

Legenda:

Subdimensão 1: fixação e acompanhamento dos objetivos. Subdimensão 2: consistência e fidedignidade dos

registros. Subdimensão 3: avaliação do risco e das mudanças significativas.

Fonte: Dados da pesquisa extraídos conforme método de rotação Varimax com normalização de Kaiser.

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No componente Avaliação de Risco, em atendimento aos princípios 6 a 9, e pontos de

foco 21 a 37 (ANEXO 1), a organização deve especificar os seus objetivos com clareza, de

modo a permitir a identificação e avaliação dos riscos. Na identificação dos riscos para alcançar

os objetivos traçados, deve-se determinar como estes riscos serão gerenciados. Também se deve

considerar a possibilidade de ocorrência de fraudes na avaliação dos riscos, inclusive é

necessário identificar e avaliar as mudanças significativas que podem afetar o sistema de

Controle Interno (COSO, 2013).

Na análise fatorial deste componente foram excluídas as questões Q24, Q32, Q33 e Q34,

em razão de não apresentarem significância de carga. As comunalidades geradas ficaram acima

do valor 0,500, com boa margem de atendimento dos pontos de foco 21 a 37 que integram os 4

princípios do componente (ANEXO 1), o que explica a variância obtida de 73,196% para as

três subdimensões geradas.

A pesquisa realizada identifica razoável margem de atendimento para a fixação dos

objetivos, subdimensão 1- fixação e acompanhamento dos objetivos (Tabela 19), questões Q25

a Q28, com índice médio de 0,802; consistência e fidedignidade dos registros e relatórios

contábeis consolidada na subdimensão 2 (Tabela 19), questões Q29 a Q31 (ANEXO 1), teve

índice médio de 0,784; e, a avaliação do risco e das mudanças significativas do sistema de

Controle Interno, subdimensão 3 (Tabela 19), questões Q35 a Q39, obteve índice médio de

0,699. Destaque deve ser dado às ações de fixação e quantificação dos objetivos e metas,

resultado de exigência legal e maciço cumprimento pelos municípios.

Assim, constata-se que os municípios catarinenses atendem à maioria dos pontos de

focos, ligados aos 3 princípios do componente Avaliação de Risco do modelo COSO (COSO,

2013). Entretanto, a medição dos riscos de descumprimentos de leis e normas, o gerenciamento

de riscos sobre os objetivos de execução orçamentária, financeira e patrimonial, assim como a

análise do risco de descumprimento das políticas de governo foram afetadas em razão de baixas

cargas, conforme esclarecido na avaliação das questões excluídas, tópico 4.3 desta dissertação.

Essa situação atenta para a fragilidade dos municípios em acompanhar as metas traçadas.

4.4.3 Análise fatorial exploratória para a Atividade de Controle

No componente Atividade de Controle foram gerados três agrupamentos de questões

(subdimensões) que reúnem as questões com naturezas semelhantes, de modo a atender os

princípios 10 a 12, que o alicerçam (COSO, 2013).

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A Tabela 20 apresenta as questões do Componente Atividade de Controle agrupadas

em três subdimensões: 1) registros contábeis e proteção do patrimônio; 2) sistemas

informatizados e gerenciamento de TI; e, 3) controle e avaliação da gestão.

Tabela 20. Componente Atividade de Controle: matriz de componente rotativa para questões com a mesma

natureza

NÚMERO/QUESTÃO Subdimensões

1 2 3

Q42 As operações ocorrem mediante documentação fidedigna 0,630

Q43 Segurança dos ativos (prevenção e detecção) por meio do controle

salvaguarda física 0,624

Q44 Adota procedimentos de conferência e reconciliações nas contas

financeiras (devedores e credores) e de estoques 0,742

Q45 Adota procedimentos de conferência por lista de checagem - check-list,

no momento do recebimento de mercadorias, serviços e obras 0,752

Q46 Utiliza controle de acesso restrito de pessoas nos setores de guarda de

ativos (financeiros e patrimoniais) 0,720

Q47 Adota política de segregação de funções (prevenção) para reduzir

riscos e erros humanos 0,586

Q48 Controles dos sistemas de informática são executados (acesso,

integridade, disponibilidade e infraestrutura, protocolos de internet e

banco de dados, considerações de segurança)

0,523

Q49 Os equipamentos de informática são renovados com frequência

evitando a obsolescência 0,654

Q50 Os sistemas informatizados são atualizados com periodicidade 0,863

Q51 Os dados armazenados em sistemas informatizados permitem a

apuração de registros por natureza de evento 0,721

Q52 Os sistemas mantidos em Tecnologia de Informação limitam ou

bloqueiam operações ilegais ou irregulares 0,518

Q53 Os sistemas informatizados com aquisição de tecnologia relevante e

desenvolvimento de atividades de controle do processo de manutenção

são avaliados constantemente

0,512

Q55 As diretrizes de gestão (políticas e procedimentos) estão alicerçadas

em normas e regulamentos 0,652

Q56 Mapeamento dos Controles Internos por meio de organogramas que

determinam linhas de responsabilidades 0,779

Q57 Estabelecimento de responsabilidade e prestação de contas para a

execução de políticas e procedimentos para alcançar os objetivos 0,657

Q58 Objetivos mensurados por meio de indicadores de desempenho 0,807

Q59 Indicadores de desempenho revistos com regularidade 0,837

Q60 Adoção de medidas de avaliação e reavaliação para corrigir rumos e

atingir objetivos no devido tempo (quando necessário) 0,688

Q61 A execução das operações ocorre em tempo hábil 0,528

Q62 Tarefas executadas mediante ação de pessoal competente 0, 518

TOTAL DA VARIÂNCIA MÉDIA POR SUBDIMENSÃO 0,675 0,631 0,618

Variância gerada para as quatro subdimensões 59,013%.

Legenda:

Subdimensão 1: registros contábeis e proteção do patrimônio. Subdimensão 2: sistemas informatizados e

gerenciamento de TI. Subdimensão 3: controle e avaliação da gestão.

Fonte: Dados da pesquisa extraídos conforme método de rotação Varimax com normalização de Kaiser.

Na análise fatorial do componente Atividade de Controle, foram excluídas as questões

Q40, Q41 e Q54, em razão de não apresentarem significância de carga. As comunalidades,

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119

extraídas pela análise do componente, ficaram dentro do patamar desejável, ou seja, seus

valores foram superiores a 0,500.

Há razoável atendimento dos pontos de foco 38 a 53 vinculados aos 3 princípios desse

componente (ANEXO 1), o que explica a variância total obtida de 59,013%, ou seja, dentre os

componentes do COSO (COSO, 2013), foi o que mais se aproximou do índice de corte 0,500.

Na subdimensão 1 - registros contábeis e proteção do patrimônio (Tabela 20), que

agrega os registros contábeis e as ações de proteção do patrimônio, as atividades como a

exigência de documentação fidedigna para as operações, a salvaguarda física dos ativos, as

conferências e reconciliações de contas de devedores e credores, as conferências no

recebimento de mercadorias e serviços, a restrição do acesso de pessoas em locais de guarda de

ativos e estoques e, o respeito ao princípio de segregação de funções, obteve o índice médio de

0,675, o que pode ser considerado bom. Contudo, atenção deve ser dada ao cumprimento do

princípio da segregação de funções, que atingiu o índice de 0,586. Importante ressaltar que

grande parte dos municípios catarinenses são de pequeno porte, operacionalizados com pessoal

reduzido, principalmente nos setores administrativos e de controle, características das pequenas

estruturas, o que pode justificar o relaxamento do princípio da segregação de funções, princípio

essencial a ser observado para a prevenção de erros e fraudes (TRIBUNAL DE CONTAS

EUROPEU, 1999).

A subdimensão 2 - sistemas informatizados e gerenciamento de TI (Tabela 20), que

avalia os sistemas informatizados e tecnologia da informação (TI), reunindo os controles sobre

os sistemas informatizados e de tecnologias relevantes, aquisição, atualização e manutenção do

dos equipamentos e software de informática, e credibilidade e consistência dos programas de

software adquiridos, obteve o índice de 0,631.

Ponto positivo foi constatar que os municípios têm buscado o acesso às tecnologias

informatizadas (Q50, índice de 0,863); contudo, deve-se atentar para a manutenção de sistemas

que não controlam ou bloqueiam operações irregulares (Q52, índice de 0,518); avaliação

constante dos sistemas informatizados sobre tecnologias relevantes (Q53, índice de 0,512); e,

o controle sobre o acesso aos sistemas informatizados (Q 48, índice de 0,523).

A subdimensão 3 - controle e avaliação da gestão (Tabela 20), refere-se ao controle da

gestão por meio de fixação e acompanhamento de diretrizes e políticas, estruturação formal da

organização, criação, manutenção e acompanhamento de indicadores de desempenho e, adoção

de medidas e controle do tempo para a correção dos rumos à direção programada. O índice

médio nessa subdimensão atingiu 0,618, o que também se considera bom. Destaque deve ser

dado para a criação (Q58, índice de 0,807) e revisão (Q59, índice de 0,837) dos indicadores de

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120

desempenho para medir o cumprimento dos objetivos traçados na organização. Mas ainda

carecem de cuidados, o tempo para a execução das operações (Q61, índice de 0,528) e a

competência do pessoal para executar as tarefas delegadas (Q62, índice de 0,518).

4.4.4 Análise fatorial exploratória para Informação e Comunicação

O componente Informação e Comunicação, integrado pelos princípios 13 a 15, e

pontos de foco 54 a 67 (ANEXO 1), refere-se às linhas de comunicação da organização, tanto

interna, com a divulgação com qualidade de sua estrutura e forma de Controles Internos, como

externa, viabilizando canais de interação principalmente com a sociedade, alvo das ações dos

municípios. A organização deve primar pela qualidade nas informações, promovendo a

interação com as partes internas e externas (COSO, 2013).

Foram criados dois agrupamentos de questões (subdimensões) que reúnem aquelas com

naturezas semelhantes, de modo a atender os 3 princípios que alicerçam o componente (COSO,

2013).

A Tabela 21 apresenta as questões agrupadas em duas subdimensões: 1) comunicação

interna; e, 2) comunicação externa:

Tabela 21. Componente Informação e Comunicação: matriz de componente rotativa para questões com a

mesma natureza

NÚMERO/QUESTÃO Subdimensões

1 2

Q63 Comunicação interna possui qualidade, atinge todos os envolvidos e atende

ao princípio custo/benefício 0,680

Q64 A importância dos Controles Internos é comunicada de forma adequada e

eficiente 0,784

Q65 As rotinas e procedimentos de Controles Internos estão dispostas em

manuais 0,616

Q66 A estrutura organizacional está formalizada e devidamente comunicada a

todos os integrantes 0,781

Q67 Disponibilização de canal de comunicação com a alta Administração 0,738

Q68 A alta Administração expõe os planos com clareza 0,785

Q69 As informações são disponibilizadas a todos os envolvidos 0,730

Q70 Estabelecimento de canais para comunicação aberta (incluindo

mecanismos que possibilitem a informação anônima) 0,780

Q71 Ouvidoria atuante 0,884

Q72 Disponibilidade de canais de apresentação de sugestões e críticas 0,886

TOTAL DA VARIÂNCIA MÉDIA POR SUBDIMENSÃO 0,730 0,850

Variância gerada para as quatro subdimensões 64,690%.

Legenda:

Subdimensão 1: comunicação interna. Subdimensão 2: comunicação externa.

Fonte: Dados da pesquisa extraídos conforme método de rotação Varimax com normalização de Kaiser.

Pela Tabela 21 constata-se razoável margem de atendimento dos pontos de foco 54 a

67, que integram os 3 princípios desse componente (ANEXO 1), o que explica a variância

obtida de 64,690%. Na análise fatorial, excluiu-se a questão Q73 por não apresentar

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significância de carga. As comunalidades extraídas pela análise do componente estão no

patamar desejável, ou seja, seus valores foram superiores ao índice 0,500.

A margem de atendimento foi razoável para a comunicação interna. Na subdimensão 1

– comunicação interna, questões Q63 a Q69, obteve-se o índice médio de 0,730; e, na

subdimensão 2 - comunicação externa, questões Q70 a Q72, o índice médio foi de 0,850.

Destaca-se a comunicação externa, onde se observa a criação de canais de atendimento ao

cidadão, tanto no que se refere à avaliação de seus serviços, implantando-se o setor de

ouvidoria, como no recebimento de sugestões, críticas, reclamações e denúncias. Entretanto,

lembra-se que foi refutada a questão sobre a publicação dos atos oficiais, que no estado

catarinense, por força de mandamento constitucional estadual, é permitida que se realize por

meio de mural público para as pequenas cidades.

Importa observar que o quesito com pontuação mais baixa se refere à qualidade da

informação interna e seu atingimento a todos os envolvidos dentro de um custo/benefício

aceitável (Q63, índice de 0,680). Essa pontuação denota a necessidade de continuar

aprimorando a comunicação interna, componente base para o repasse e conhecimento de como

a Administração operacionaliza e gerencia suas atividades para atingir seus objetivos.

4.4.5 Análise fatorial exploratória para o Monitoramento

A Tabela 22 apresenta as questões do Componente Monitoramento, agrupando

questões sobre o acompanhamento e as avaliações do sistema de Controle Interno, e a tomada

de mediadas de ajustes de modo preventivo:

Tabela 22. Componente Monitoramento: matriz de componente rotativa para questões com a mesma

natureza

NÚMERO/QUESTÃO Subdimensões

1

Q74 Sistema de Controle Interno constantemente monitorado para avaliar sua

validade e qualidade ao longo do tempo 0,747

Q76 Sistema de Controle Interno considerado adequado e efetivo pelas avaliações

sofridas 0,781

Q77 Atividade do gerenciamento do Sistema de Controle Interno contribui para

melhoria do desempenho 0,825

Q78 Uso das falhas e deficiências constatadas para ajustar as rotinas de controle 0,830

Q79 Comunicação das falhas e deficiências à alta Administração 0,706

TOTAL DA VARIÂNCIA MÉDIA POR SUBDIMENSÃO 0,778

Variância gerada para as quatro subdimensões 60,721%.

Legenda:

Subdimensão 1: Monitoramento.

Fonte: Dados da pesquisa extraídos conforme método de rotação Varimax com normalização de Kaiser.

Para o componente Monitoramento (Tabela 22), integrado pelos princípios 16 e 17,

pontos de foco 68 a 77 (ANEXO 1), a pesquisa revelou razoável margem de atendimento,

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obtendo-se o índice médio de 0,778, questões Q74, Q76 a Q79. Na análise fatorial do

componente foram excluídas as questões Q75 e Q80, em razão da falta de significância de

carga. As comunalidades, extraídas pela análise do componente, ficaram dentro do patamar

desejável, com valores superiores a 0,500.

No componente Monitoramento gerou-se apenas uma subdimensão, onde estão

agrupadas todas as questões de naturezas semelhantes, de modo a atender os 2 princípios que

alicerçam o componente (COSO, 2013), com razoável margem de atendimento dos pontos de

foco 68 a 77 que integram os 2 princípios (ANEXO 1), o que explica a variância obtida de

60,721%.

Aponta-se como pontos fortes da área de monitoramento, o uso das atividades de

gerenciamento do sistema de Controle Interno para a melhoria do desempenho da organização,

assim como o uso das falhas e deficiências detectadas para ajustar as rotinas de controle. Por

outro lado, aponta-se como pontos fracos a fragilidade no armazenamento e acesso da

documentação, assim como do desempenho das atividades de auditoria interna.

4.4.6 Síntese da análise fatorial exploratória para os componentes do COSO

Em suma, as subdimensões formadas para agrupar as questões da mesma natureza

referentes aos componentes do modelo COSO (COSO, 2013), estão sintetizadas na Tabela 23:

Tabela 23. Componentes do COSO: Matriz rotativa para questões com a mesma natureza, por subdimensão

Componente Subdimensão Questões Variância Média

Subdimensão Total (%)

Ambiente de

Controle

1 Conduta ética e limites de autoridade Q2 a Q6 0,684

62,668

2 Estrutura e desempenho do OCCE Q7 a Q10 0,743

3 Organização do pessoal e fixação de

responsabilidades Q12 a Q15 e Q21 0,707

4 Programas de capacitação e

incentivos aplicados ao pessoal

Q16, Q17, Q19,

Q20 e Q22 0,653

Avaliação de

Risco

1 Fixação e acompanhamento dos

objetivos Q25 a Q28 0,802

73,196 2 Consistência e fidedignidade dos

registros Q29 a Q31 0,784

3 Avaliação do risco e das mudanças

significativas Q35 a Q39 0,699

Atividade de

Controle

1 Registros contábeis e proteção do

patrimônio Q42 a Q47 0,675

59,013 2

Sistemas informatizados e

gerenciamento de TI Q48 a Q53 0,631

3 Controle e avaliação da gestão Q55 a Q62 0,618

Informação e

Comunicação

1 Comunicação interna Q63 a Q69 0,730 64,690

2 Comunicação externa Q70 a Q72 0,850

Monitoramento 1 Monitoramento Q74 a Q79 0,778 60,721

TOTAL 67 0,720 64,058

Fonte: Dados da pesquisa extraídos conforme método de rotação Varimax com normalização de Kaiser.

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O conjunto das subdimensões produzidas para analisar os componentes do modelo

COSO (COSO, 2013), resultou em 67 questões válidas, perfazendo o índice de variância média

total de 0,720, com percentual total médio de 64,058%.

As subdimensões com maior significância foram: fixação e acompanhamento dos

objetivos (índice de 0,802) e comunicação externa (índice de 0,850). referidas subdimensões

sobressaíram-se das demais, principalmente, em razão de exigências legais, trazidas pela Lei

de Responsabilidade Fiscal – LRF (BRASIL, 2000) e pela Lei de Acesso à Informação

(BRASIL, 2011), quando houve a obrigação da implementação do sistema de planejamento

com a fixação de metas para a Administração a partir do ano de 2000, e pela obrigatoriedade

de divulgação dos atos administrativos e resultados da gestão para a participação social,

consoante o princípio da transparência (MEIRELLES, 2011).

Ao contrário, as subdimensões com menor significância foram: programas de

capacitação e incentivos aplicados ao pessoal (índice de 0,653), conduta ética e limites de

autoridade (índice de 0,684), avalição do risco e mudanças significativas (índice de 0,699),

controle e avaliação da gestão (índice de 0,618), sistemas informatizados e gerenciamento de

TI (índice de 0,631). Nestes casos, melhorias e aprimoramentos no aspecto de implantação e

manutenção de sistemas de controles em tecnologia da informação (TI), e na profissionalização

dos quadros funcionais devem ser perseguidos (COSO, 2013).

4.5 ANÁLISE DO EFEITO DAS CARACTERÍSTICAS DOS

RESPONDENTES NA EFICIÊNCIA OPERACIONAL - COSO 2013

Por meio das informações captadas dos respondentes mediante o Questionário aplicado,

questões Q81 a Q90 (APÊNDICE B – Seção 2), foram verificadas as características dos

responsáveis pelos órgãos centrais de Controles Internos que influenciaram no desempenho dos

componentes do COSO 2013, para proporcionar a eficiência operacional (COSO, 2103).

4.5.1 Análise dos efeitos quanto ao gênero, a idade e o estado civil dos

respondentes

A análise dos efeitos do gênero para todos os 5 componentes foi medida por meio do

teste – t, com intervalo de confiança de 95%, face à utilização de apenas duas variáveis (sexo

feminino e masculino). Conclui-se que não houve significância, verificando-se que tais

variáveis não geraram influência nos componentes do COSO e, por conseguinte, na eficiência

operacional do Sistema de Controle Interno. Silva, Gomes e Araújo (2014), em seu estudo,

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também não encontraram significância destas variáveis em relação à gestão pública na

percepção dos dirigentes e servidores públicos no ambiente do CEFET/MG.

Com referência à análise dos efeitos da idade para todos os 5 componentes, a medição

foi feita por meio da ANOVA com intervalo de confiança de 95% e utilização de sete intervalos

de idade. Da mesma forma, para o estado civil dos respondentes também se utilizou a ANOVA

com intervalo de confiança de 95%, distribuídos em seis intervalos. Conclui-se que não houve

significância para as duas características em nenhuma das questões e, portanto, tanto a idade

como o estado civil dos respondentes não geram influência nos componentes do COSO e na

eficiência operacional do Sistema de Controle Interno. Silva, Gomes e Araújo (2014) também

não encontraram significância dos efeitos da idade e do estado civil na realização do seu estudo

sobre as variáveis relevantes para a gestão pública no ambiente do CEFET/MG.

4.5.2 Análise dos efeitos da escolaridade dos respondentes

A Tabela 24 demonstra as médias e desvio-padrão que descrevem o impacto da

escolaridade para o desenvolvimento dos 5 componentes do COSO (COSO, 2013) que resulta

na eficiência operacional do sistema de Controle Interno:

Tabela 24. Influência da escolaridade por componente do COSO 2013, médias descritivas

Componente Grau de escolaridade Descritivos

N Média Desvio-Padrão

Média do

Ambiente de

Controle

Menos que superior completo 34 3,7892 0,82320

Superior completo, sem pós-graduação 143 3,6239 0,77508

Pós-graduação 118 3,2839 0,77892

Total 295 3,5070 0,80219

Média da

Avaliação de

Risco

Menos que superior completo 34 4,3775 0,58179

Superior completo, sem pós-graduação 143 4,1836 0,74893

Pós-graduação 118 3,8531 0,69480

Total 295 4,0737 0,73286

Média das

Atividades de

Controle

Menos que superior completo 34 4,0397 0,75817

Superior completo, sem pós-graduação 143 3,8965 0,69200

Pós-graduação 118 3,5901 0,66735

Total 295 3,7905 0,70838

Média de

Informação e

Comunicação

Menos que superior completo 34 3,4647 0,90215

Superior completo, sem pós-graduação 143 3,6252 0,85715

Pós-graduação 118 3,2441 0,87935

Total 295 3,4542 0,88651

Média de

Monitoramento

Menos que superior completo 34 3,8882 0,76307

Superior completo, sem pós-graduação 143 3,9385 0,74767

Pós-graduação 118 3,6576 0,77663

Total 295 3,8203 0,77028

Fonte: dados da pesquisa.

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A análise dos efeitos da escolaridade para todos os 5 componentes foi medida por meio

da ANOVA com intervalo de confiança de 95%, utilizando-se dez intervalos.

Como alguns intervalos da característica “escolaridade” obtiveram poucas respostas,

devido à baixa incidência de classificação em alguns níveis de formação educacional, optou-se

pelo agrupamento da característica em apenas três categorias: “menos que ensino superior

completo” (englobando três níveis – segundo grau incompleto; segundo grau completo e ensino

superior incompleto); “ensino superior, mas sem pós-graduação” (incluindo dois níveis -

superior completo e especialização incompleta); e, a terceira categoria “Pós-graduação”, que

reúne os demais cinco níveis, ou seja, todos os tipos de pós-graduação.

No aspecto descritivo evidenciado na Tabela 24, verifica-se pela análise das médias

produzidas, que quanto mais se eleva o grau de escolaridade, maior será a criticidade em relação

aos Controles Internos. Essa condição se confirmou em todos os componentes, ou seja, as

médias de avaliações mais brandas e positivas à entidade vão baixando quando se eleva o grau

de escolaridade (avaliações mais críticas). Por outro lado, os respondentes pós-graduados

tiveram maior rigor na avaliação dos componentes de Controles Internos, condição também

constatada no trabalho de Silva, Gomes e Araújo (2014).

A Tabela 25 demonstra o grau de significância da escolaridade para o desenvolvimento

dos 5 componentes do COSO (COSO, 2013), medida pela ANOVA:

Tabela 25. Influência da escolaridade por componente do COSO 2013, significância ANOVA

Componente

ANOVA (p-valor)

Soma dos

Quadrados df

Quadrado

Médio z Sig.

Média do

Ambiente de

Controle

Entre Grupos 10,537 2 5,268 8,611 0,000(*)

Nos grupos 178,656 292 0,612

Total 189,192 294

Média da

Avaliação de

Risco

Entre Grupos 10,605 2 5,303 10,512 0,000(*)

Nos grupos 147,298 292 0,504

Total 157,903 294

Média das

Atividades de

Controle

Entre Grupos 8,455 2 4,228 8,876 0,000(*)

Nos grupos 139,073 292 0,476

Total 147,528 294

Média de

Informação e

Comunicação

Entre Grupos 9,394 2 4,697 6,188 0,002(**)

Nos grupos 221,658 292 0,759

Total 231,052 294

Média de

Monitoramento

Entre Grupos 5,276 2 2,638 4,554 0,011(**)

Nos grupos 169,162 292 0,579

Total 174,438 294

(*) p= 0,01; (**) p=0,05.

Fonte: dados da pesquisa.

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No teste para todas as médias obtidas, a Tabela 25 demonstra significância da

escolaridade em relação aos 5 componentes do COSO, o que demonstra que a escolaridade

influencia o profissional na percepção e desenvolvimento dos controles.

Os dados da análise fortalecem o princípio 4 do componente Ambiente de Controle do

COSO, indicando que a instituição deve manter o compromisso de atrair, desenvolver e reter

pessoas, promovendo ações em programas de capacitação e de incentivos aos servidores, para

o oferecimento de políticas de absorção e remunerações adequadas (COSO, 2013).

4.5.3 Análise dos efeitos da forma de provimento dos respondentes

O cargo dos responsáveis pelos órgãos centrais de Controle Interno dos municípios,

exige conhecimentos e relativa autonomia ou independência para o seu exercício, em razão da

realização de atividades de controle que atingem todas as áreas da organização, principalmente

sobre a adoção de providências quando houver necessidade de medidas corretivas que visem

melhorar a aplicação dos recursos públicos (CAVALCANTI; PETER; MACHADO, 2011).

A Tabela 26 demonstra as médias e desvio-padrão que descrevem o impacto da forma

de provimento nos 5 componentes do COSO (COSO, 2013) que resulta na eficiência

operacional do sistema de Controle Interno, medido pelas médias calculadas para cada uma das

características em relação aos componentes:

Tabela 26. Influência da forma de provimento por componente do COSO 2013, médias descritivas

Componente Grau de escolaridade Descritivos

N Média Desvio-Padrão

Média do

Ambiente de

Controle

Provimento efetivo 114 3,3670 0,74498

Função de confiança 72 3,5872 0,84072

Provimento comissionado 109 3,6004 0,82015

Total 295 3,5070 0,80219

Média da

Avaliação de

Risco

Provimento efetivo 114 3,9357 0,74346

Função de confiança 72 4,1227 0,66915

Provimento comissionado 109 4,1858 0,74498

Total 295 4,0737 0,73286

Média das

Atividades de

Controle

Provimento efetivo 114 3,6372 0,73785

Função de confiança 72 3,7979 0,71338

Provimento comissionado 109 3,9459 0,64234

Total 295 3,7905 0,70838

Média de

Informação e

Comunicação

Provimento efetivo 114 3,2096 0,88926

Função de confiança 72 3,5417 0,86476

Provimento comissionado 109 3,6523 0,84411

Total 295 3,4542 0,88651

Média de

Monitoramento

Provimento efetivo 114 3,7509 0,76728

Função de confiança 72 3,7917 0,85014

Provimento comissionado 109 3,9119 0,71411

Total 295 3,8203 0,77028

Fonte: dados da pesquisa.

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A análise da forma de provimento do cargo de responsável pelo órgão central de

Controle Interno foi também realizada para todos os 5 componentes, por meio do teste da

ANOVA, com intervalo de confiança de 95%, em razão da utilização de três característica:

provimento efetivo, função de confiança e provimento comissionado.

Na análise descritiva das médias produzidas (Tabela 26), constata-se que os

responsáveis que estão em cargos de provimento efetivo avaliaram o desenvolvimento e

manutenção das rotinas de controle com maior criticidade em relação àqueles dos cargos em

função de confiança e de provimento comissionado, pois as médias extraídas diante dos

profissionais efetivos mostraram-se sempre menores para qualquer dos componentes do COSO

(COSO, 2013). Essa condição é defendida por Meirelles (2011), que aponta como uma das

razões de subtração da autonomia do exercício da função, que é relativa, a forma de provimento

do cargo, que pode ser de provimento efetivo (servidores recrutados mediante concurso

público) ou provido por confiança (de caráter precário, transitório e demissível ad nutun).

Acerca da influência da forma de provimento por componente do COSO (COSO, 2013),

a Tabela 27 demonstra o grau de significância, que foi medido por teste da ANOVA:

Tabela 27. Influência da forma de provimento por componente do COSO 2013, significância ANOVA

Componente

ANOVA (p-valor)

Soma dos

Quadrados df

Quadrado

Médio z Sig.

Média do

Ambiente de

Controle

Entre Grupos 3,650 2 1,825 2,872 0,058(*)

Nos grupos 185,543 292 0,635

Total 189,192 294

Média da

Avaliação de

Risco

Entre Grupos 3,714 2 1,857 3,517 0,031(**)

Nos grupos 154,189 292 0,528

Total 157,903 294

Média das

Atividades de

Controle

Entre Grupos 5,316 2 2,658 5,457 0,005(**)

Nos grupos 142,213 292 0,487

Total 147,528 294

Média de

Informação e

Comunicação

Entre Grupos 11,646 2 5,823 7,750 0,001(**)

Nos grupos 219,406 292 0,751

Total 231,052 294

Média de

Monitoramento

Entre Grupos 1,524 2 0,762 1,286 0,278

Nos grupos 172,914 292 0,592

Total 174,438 294

(*) p<0,10; (**) p<0,05.

Fonte: dados da pesquisa.

Na análise dos efeitos da forma de provimento sobre os componentes de Controle

Interno do COSO (COSO, 2013), a medida de significância para o componente Ambiente de

Controle indicou p=0,058<0,10; para os componentes Avaliação de Risco, Atividade de

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128

Controle e Informação e Comunicação, a significância foi alta, ou seja, p<0,05. Porém, para o

componente Monitoramento, o teste de ANOVA não apresentou significância.

O teste da ANOVA demonstrado na Tabela 27, indica a significância relativa da forma

de provimento do cargo do responsável pelo órgão central de Controle Interno em relação aos

cinco componentes de controle do COSO (COSO, 2013), o que indica que a forma de

provimento influencia o profissional, em termos, na percepção, no desenvolvimento e na

atuação dos controles.

Na pesquisa de Roncalio (2009), os profissionais que ocupavam a função de responsável

pelos órgãos centrais ou que desempenhavam as funções atribuídas ao setor, integravam a

estrutura central do município com cargo de provimento efetivo em outra função, porém, o

exercício das atividades de responsável pelo órgão central realizava-se mediante função de

confiança. Nesta pesquisa, essa situação ainda se observa em 24,4% dos municípios

catarinenses; entretanto, nesta oportunidade, constata-se que o suprimento da função já ocorre

por meio de provimento efetivo em 114 municípios (38,6%), o que evidencia a criação de cargo

técnico no quadro de pessoal. Contudo, ainda se verifica a nomeação de 109 servidores por

meio de provimento de livre nomeação, consoante cargos comissionados, atingindo 36,9% dos

municípios do Estado.

4.5.4 Análise dos efeitos do tempo de trabalho na instituição

A análise dos efeitos do tempo de trabalho na instituição também foi avaliada para todos

os 5 componentes, por meio do teste da ANOVA com intervalo de confiança de 95%, em razão

da utilização de sete intervalos de frequência: até um ano; mais de um e até cinco anos; mais de

cinco até dez anos; mais de dez até quinze anos; mais de quinze até vinte anos; mais de vinte

até vinte e cinco anos; e, mais de vinte e cinco anos.

A Tabela 28 demonstra as médias e desvio-padrão que descrevem o impacto do tempo

de trabalho na instituição, nos 5 componentes do COSO (COSO, 2013), que resulta na eficiência

operacional do sistema de Controle Interno, medido pelas médias calculadas para cada intervalo

de frequência de tempo em relação aos componentes:

Tabela 28. Influência do tempo de serviço na instituição por componente do COSO 2013, médias descritivas

Componente Grau de escolaridade Descritivos

N Média Desvio-Padrão

Média do

Ambiente de

Controle

Até 1 ano 15 3,7667 0,78207

Mais de 1 ano até 5 anos 87 3,6858 0,74924

Mais de 5 anos até 10 anos 57 3,2466 0,77955

Mais de 10 anos até 15 anos 64 3,4262 0,79615

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129

Componente Grau de escolaridade Descritivos

N Média Desvio-Padrão

Mais de 15 anos até 20 anos 26 3,5235 0,78586

Mais de 20 anos até 25 anos 23 3,4662 0,97798

Acima de 25 anos 23 3,5531 0,79021

Total 295 3,5070 0,80219

Média da

Avaliação de

Risco

Até 1 ano 15 4,3389 0,68535

Mais de 1 ano até 5 anos 87 4,1542 0,63776

Mais de 5 anos até 10 anos 57 3,8626 0,79549

Mais de 10 anos até 15 anos 64 4,0469 0,69180

Mais de 15 anos até 20 anos 26 4,0994 0,65829

Mais de 20 anos até 25 anos 23 4,1486 0,82800

Acima de 25 anos 23 4,0906 0,96495

Total 295 4,0737 0,73286

Média das

Atividades de

Controle

Até 1 ano 15 4,0300 0,49454

Mais de 1 ano até 5 anos 87 3,9259 0,59072

Mais de 5 anos até 10 anos 57 3,5699 0,70284

Mais de 10 anos até 15 anos 64 3,7813 0,70562

Mais de 15 anos até 20 anos 26 3,7904 0,73431

Mais de 20 anos até 25 anos 23 3,8261 0,93272

Acima de 25 anos 23 3,6587 0,87343

Total 295 3,7905 0,70838

Média de

Informação e

Comunicação

Até 1 ano 15 3,6200 0,82566

Mais de 1 ano até 5 anos 87 3,7345 0,73324

Mais de 5 anos até 10 anos 57 3,1526 0,82334

Mais de 10 anos até 15 anos 64 3,3688 0,93161

Mais de 15 anos até 20 anos 26 3,4077 0,85225

Mais de 20 anos até 25 anos 23 3,4478 1,16263

Acima de 25 anos 23 3,3304 0,98693

Total 295 3,4542 0,88651

Média de

Monitoramento

Até 1 ano 15 3,9600 0,68536

Mais de 1 ano até 5 anos 87 3,9057 0,70535

Mais de 5 anos até 10 anos 57 3,6877 0,69077

Mais de 10 anos até 15 anos 64 3,7688 0,77682

Mais de 15 anos até 20 anos 26 3,7923 0,83423

Mais de 20 anos até 25 anos 23 3,9304 0,80816

Acima de 25 anos 23 3,8000 1,09045

Total 295 3,8203 0,77028

Fonte: dados da pesquisa.

Depreende-se da Tabela 28 que os responsáveis pelos órgãos centrais de Controles

Internos com menos tempo de instituição entenderam que a organização cumpre mais

eficientemente todos os componentes do COSO (COSO, 2013). Já as avaliações mais rigorosas

para todos os componentes foram realizadas pelos servidores que estão na instituição entre 5

até 10 anos, admitindo, em parte, as conclusões de Silva, Gomes e Araújo (2014), que anotaram

que os servidores mais jovens tendem a avaliar os componentes de forma menos crítica,

enquanto que a avaliação mais negativa reside nos servidores com mais tempo de serviço na

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130

empresa. Pelos estudos dos citados autores, a ótica dos agentes sofre impacto do tempo de

trabalho na instituição, em razão da experiência adquirida.

Dessa forma, demonstra-se na Tabela 29, a significância medida por teste de ANOVA,

para o tempo de serviço na instituição:

Tabela 29. Influência do tempo de serviço na instituição por componente do COSO 2013, significância

ANOVA

Componente

ANOVA (p-valor)

Soma dos

Quadrados df

Quadrado

Médio z Sig.

Média do

Ambiente de

Controle

Entre Grupos 8,171 6 1,362 2,167 0,046(*)

Nos grupos 181,022 288 0,629

Total 189,192 294

Média da

Avaliação de

Risco

Entre Grupos 4,358 6 0,726 1,362 0,230

Nos grupos 153,545 288 0,533

Total 157,903 294

Média das

Atividades de

Controle

Entre Grupos 5,661 6 0,944 1,916 0,078(**)

Nos grupos 141,867 288 0,493

Total 147,528 294

Média de

Informação e

Comunicação

Entre Grupos 13,307 6 2,218 2,934 0,009(*)

Nos grupos 217,745 288 0,756

Total 231,052 294

Média de

Monitoramento

Entre Grupos 2,409 6 0,401 0,672 0,672

Nos grupos 172,029 288 0,597

Total 174,438 294

(*) p<0,05; (**)p<0,10.

Fonte: dados da pesquisa.

A Tabela 29 explica a alta significância para os componentes Ambiente de Controle

(p=0,046) e Informação e Comunicação (p=0,009). Para o componente Atividade de Controle

(p=0,078), a significância é moderada. Já os componentes Avaliação de Risco e Monitoramento

não apresentaram significância. Assim, pelo teste da ANOVA, conclui-se que o tempo de

serviço na instituição gera influência nos componentes Ambiente de Controle e Informação e

Comunicação. Assim, influencia parcialmente os componentes do COSO (COSO, 2013).

4.5.5 Análise dos efeitos do tempo de trabalho na função

A análise dos efeitos do tempo de trabalho na função, com avaliação para todos os 5

componentes, por meio do teste ANOVA, com intervalo de confiança de 95%, ocorre em razão

da utilização de cinco intervalos de frequência: até um ano; mais de um, até cinco anos; mais

de cinco, até dez anos; mais de dez, até quinze anos; e, acima de quinze anos.

A Tabela 30 demonstra as médias e desvio-padrão que descrevem o impacto do tempo

de trabalho na função, nos 5 componentes do COSO (COSO, 2013) que resulta na eficiência

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131

operacional do sistema de Controle Interno, medido pelas médias calculadas para cada intervalo

de frequência de tempo em relação aos componentes:

Tabela 30. Influência do tempo de serviço na função por componente do COSO 2013, médias descritivas

Componente Grau de escolaridade Descritivos

N Média Desvio-Padrão

Média do

Ambiente de

Controle

Até 1 ano 41 3,6680 0,85819

Mais de 1 ano até 5 anos 141 3,5402 0,81893

Mais de 5 anos até 10 anos 67 3,3748 0,78724

Mais de 10 anos até 15 anos 39 3,3889 0,70757

Mais de 15 anos 7 3,8175 0,62006

Total 295 3,5070 0,80219

Média da

Avaliação de

Risco

Até 1 ano 41 4,2053 0,73246

Mais de 1 ano até 5 anos 141 4,0981 0,73262

Mais de 5 anos até 10 anos 67 4,0224 0,71016

Mais de 10 anos até 15 anos 39 3,9423 0,79222

Mais de 15 anos 7 4,0357 0,64703

Total 295 4,0737 0,73286

Média das

Atividades de

Controle

Até 1 ano 41 3,8902 0,70171

Mais de 1 ano até 5 anos 141 3,8447 0,70954

Mais de 5 anos até 10 anos 67 3,6961 0,68123

Mais de 10 anos até 15 anos 39 3,6423 0,76687

Mais de 15 anos 7 3,8429 0,58838

Total 295 3,7905 0,70838

Média de

Informação e

Comunicação

Até 1 ano 41 3,5976 0,97224

Mais de 1 ano até 5 anos 141 3,5624 0,84765

Mais de 5 anos até 10 anos 67 3,2463 0,88477

Mais de 10 anos até 15 anos 39 3,2513 0,86203

Mais de 15 anos 7 3,5571 0,97272

Total 295 3,4542 0,88651

Média de

Monitoramento

Até 1 ano 41 3,8927 0,81621

Mais de 1 ano até 5 anos 141 3,8241 0,77772

Mais de 5 anos até 10 anos 67 3,7552 0,79835

Mais de 10 anos até 15 anos 39 3,7949 0,68285

Mais de 15 anos 7 4,0857 0,62029

Total 295 3,8203 0,77028

Fonte: dados da pesquisa.

Com referência ao tempo na função, os profissionais com tempo entre mais de 5 e até

15 anos de função, foram mais críticos, enquanto que aqueles com menos de um ano de cargo

foram menos críticos em relação à adoção dos componentes do COSO (COSO, 2013). Observa-

se, porém, que a criticidade dos servidores mais antigos na função (com mais de 15 anos),

tornou-se mais branda do que aqueles que se encontram com tempo intermediário (entre 5 e 15

anos de função), exceto para o componente monitoramento.

A percepção mais otimista sobre o exercício dos controles na organização, pelos

servidores mais jovens em relação aos servidores com mais tempo na função, também foi

constatada na pesquisa de Silva Gomes e Araújo (2014).

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132

Assim, o grau de significância para o tempo de serviço na função é medido por teste da

ANOVA, conforme a Tabela 31:

Tabela 31. Influência do tempo de serviço na função por componente do COSO 2013, significância ANOVA

Componente

ANOVA (p-valor)

Soma dos

Quadrados df

Quadrado

Médio z Sig.

Média do

Ambiente de

Controle

Entre Grupos 3,608 4 0,902 1,410 0,231

Nos grupos 185,584 290 0,640

Total 189,192 294

Média da

Avaliação de

Risco

Entre Grupos 1,654 4 0,413 ,767 0,547

Nos grupos 156,250 290 0,539

Total 157,903 294

Média das

Atividades de

Controle

Entre Grupos 2,295 4 0,574 1,146 0,335

Nos grupos 145,233 290 0,501

Total 147,528 294

Média de

Informação e

Comunicação

Entre Grupos 7,071 4 1,768 2,289 0,060 (*)

Nos grupos 223,982 290 0,772

Total 231,052 294

Média de

Monitoramento

Entre Grupos 1,019 4 0,255 ,426 0,790

Nos grupos 173,419 290 0,598

Total 174,438 294

(*) p<0,10.

Fonte: dados da pesquisa.

A medida da significância pelo teste da ANOVA do atributo tempo de serviço na função,

apresentou valor significativo apenas para o componente Informação e Comunicação, isto é,

p=0,0060, a um nível alfa de p<0,10.

Silva, Gomes e Araújo (2014) detectaram que o tempo de trabalho na função teve

significativa influência em todos componentes do COSO (COSO, 2013). Contudo, conforme

os dados desta pesquisa, concluiu-se que o tempo na função não gera influência nos

componentes do COSO (COSO, 2013).

4.5.6 Síntese da análise dos efeitos das características dos respondentes sobre os

componentes do COSO

Em resumo, as características que apresentaram significância apuradas pela ANOVA,

em razão das informações colhidas dos respondentes conforme as questões Q81 a Q90 do

questionário aplicado (APÊNDICE B – Seção 2), em face dos componentes do COSO (COSO,

2013), está sintetizada na Tabela 32:

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133

Tabela 32. Síntese das características dos respondentes por componente do COSO, que apresentaram

significância média conforme o índice ANOVA

Componente

Características dos Respondentes: ANOVA (p-valor médio)

Escolaridade Forma de

provimento

Tempo na

instituição

Tempo na

função

Ambiente de Controle 0,000 (*) 0,058 (***) 0,046 (**) 0,231

Avaliação de Risco 0,000 (*) 0,031 (**) 0,230 0,547

Atividade de Controle 0,000 (*) 0,005 (**) 0,078 (***) 0,335

Informação e Comunicação 0,002 (**) 0,001 (*) 0,009 (**) 0,06 (***)

Monitoramento 0,011 (**) 0,278 0,672 0,790

Obs: 1. As características de gênero e idade não apresentaram significância para nenhum componente.

2. Significante: (*) a 1%; (**) a 5%; (***) a 10%.

Fonte: Dados da pesquisa.

4.6 ANÁLISE DO EFEITO DOS COMPONENTES DO COSO 2013 NA

EFICIÊNCIA OPERACIONAL

Por meio das informações captadas dos respondentes mediante o questionário aplicado,

questões Q1 a Q80 (APÊNDICE B – Seção 1), verificou-se a efetividade do cumprimento de

cada um dos componentes do COSO (COSO, 2013), com o propósito de verificar se as ações

de Controles Internos postas em operação nos municípios catarinenses podem produzir a

eficiência operacional (BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002; COSO, 2013).

A medida da eficiência operacional conforme a metodologia sugerida por Silva, Gomes

e Araújo (2014), toma como base a soma das médias do cumprimento dos componentes do

COSO, considerando-se a confiança de 95%. Assim, considerando-se as médias individuais

atribuídas para cada um dos componentes do COSO, gera-se uma única média (índice geral),

que, caso superada, determina a presença significativa do componente, de modo que a eficiência

operacional seja atingida.

A Tabela 33 demonstra o cálculo do índice da eficiência operacional, considerando-se

a confiança de 95%.

Tabela 33. Demonstração do cálculo do índice da eficiência operacional tomando-se por base os

componentes do COSO 2013

Componente Média

atingida

Desvio-

padrão

Intervalo de Confiança

95%

Inferior Superior

I Ambiente de Controle 3,4991 1,2382 3,3578 3,6417

II Avaliação de Risco 4,0638 0,9830 3,9519 4,1781

III Atividade de Controle 3,7908 1,0653 3,6648 3,9100

IV Informação e Comunicação 3,5454 1,2240 3,4045 3,6836

V Monitoramento 3,8114 1,0374 3,6914 3,9286

Total (I+II+III+IV+V) 18,7105 5,5679 18,0704 19,3421

Eficiência Operacional integral IC 100% (Total / 5) 3,7421 1,1135 3,6141 3,8684

Fonte: Adaptado de Silva, Gomes e Araújo (2014).

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A Tabela 33, demonstra o índice médio total de 3,7421, calculado para atingimento da

eficiência operacional em razão do cumprimento dos componentes do COSO (COSO, 2013),

conforme o questionário aplicado (APÊNDICE B – Seção 1).

A verificação do cumprimento da eficiência operacional para cada um dos componentes

do COSO (COSO, 2013), resulta da comparação entre o índice médio total calculado para a

eficiência operacional num intervalo de confiança de 95% (3,7421), com cada índice calculado

individualmente para os componentes do COSO (COSO, 2013), conforme a Tabela 34:

Tabela 34. Demonstração da eficiência operacional dos componentes do COSO 2013, considerando o IC de

95%

Componentes

Índice Médio Apurado DIFERENÇA

Componente Eficiência

Operacional Componente Resultado

Ambiente de Controle 3,4991

3,7421

-0,2351 Abaixo

Avaliação de Risco 4,0638 0,3316 Acima

Atividades de Controle 3,7908 0,0484 Acima

Informação e Comunicação 3,5454 -0,2879 Abaixo

Monitoramento 3,8114 0,0782 Acima

TOTAL 3,7421 - Atinge

Fonte: Adaptado de Silva, Gomes e Araújo (2014).

De acordo com a Tabela 34, pode-se constatar que em geral, os 5 componentes do COSO

(COSO,2013), no seu conjunto, atingem a eficiência operacional, e, portanto, pode-se concluir

que contribuem para a efetividade do Sistema de Controle Interno (BOYNTON; JOHNSON,

KELL, 2002; COSO, 2013).

A pesquisa revelou que os componentes Ambiente de Controle (média de 3,4991) e

Informação e Comunicação (média de 3,5454) estão abaixo do índice calculado para

cumprimento da eficiência operacional (índice geral médio de 3,7421), o que indica a

necessidade de aprimoramento das ações que efetivam estes componentes do COSO (COSO,

2013). Aliás, na análise dos pontos fortes e fracos dos componentes do COSO (COSO, 2013),

pela análise descritiva efetuada conforme os itens 4.2.1 e 4.2.4 deste trabalho, afloraram como

pontos a serem aprimorados.

Com relação ao Ambiente de Controle, a pesquisa apontou a falta do estabelecimento

de recompensas e remuneração adequada aos servidores que desempenham funções de

relevância e exigem a convivência com pressões excessivas, bem como a falta de

estabelecimento de incentivos pelo desempenho, disciplina e conduta dos servidores. Também

se verificou que devem ser implementadas ações que solidifiquem como a Administração deve

se conduzir sobre as questões da conduta ética na organização, evidenciada na avaliação da

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135

confiabilidade das escalas – item 4.3 deste trabalho, efetuada conforme Tabela 16. Assim, os

índices estabelecidos nas Tabelas 10 e 18, ratificaram a exigência de cumprimento do princípio

4 do COSO (COSO, 2013), sendo imperativo atrair, desenvolver e reter pessoas competentes.

Referindo-se ao componente Informação e Comunicação, a pesquisa revelou, conforme

a análise descritiva realizada (item 4.2.4), que será necessário aprimorar as ações da ouvidoria

(comunicação externa) e o estabelecimento das ações de Controles Internos de forma

manualizadas (comunicação interna). Também se constatou, diante da avaliação da

confiabilidade das escalas (item 4.3), que será necessário dar maior efetividade à publicidade

oficial, principalmente em razão da modernização dos meios de interação entre a Administração

Pública e a sociedade, criando-se novos modelos de publicação em atendimentos aos atuais

princípios da Transparência trazidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (BRASIL, 2000), e

Lei de Acesso à Informação (BRASIL, 2011), visando dar efetividade aos controles

estabelecidos.

Ficou explícita a necessidade de se observar os princípios 13 a 15 do COSO

(COSO,2013), no sentido de promover informação de qualidade, tanto interna como

externamente.

As médias dos componentes Avaliação de Risco (média de 4,00638), Atividade de

Controle (média de 3,7908) e Monitoramento (média de 3,8114), suplantaram a média geral

estabelecida para o atendimento da eficiência operacional (média de 3,7421), com o intervalo

de confiança de 95%, conforme a Tabela 34. Dessa forma, no conjunto desses componentes, a

pesquisa revelou o atendimento dos requisitos considerados razoáveis para atingir a eficiência

operacional, conforme evidenciado na teoria (BOYNTON; JOHNSON, KELL, 2002; ATTIE,

2011; COSO, 2013).

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136

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo tratou de avaliar o Sistema de Controle Interno que está em operação no

âmbito da Administração Pública dos municípios do estado de Santa Catarina, para constatar

se os componentes de Controles Internos do modelo COSO (2013) são adotados de modo a

contribuir para a eficiência operacional.

Com vistas a atender a proposta do estudo, foi realizada a revisão da bibliografia em

artigos, periódicos, livros, sites na internet, assim como na legislação brasileira aplicada à

questão. Os dados sobre os componentes do COSO (COSO,2013) caracterizaram que os 295

municípios catarinenses atenderam cada um dos 5 componentes, 17 princípios e 77 pontos de

foco do modelo COSO (COSO,2013). A eficiência operacional foi determinada por meio da

média de atendimento dos cinco componentes do COSO (COSO, 2013), que constituem o

construto Controle Interno.

O estudo realizado molda-se à abordagem quantitativa, na estratégia de levantamento

survey, de caráter descritivo com corte transversal. Os dados foram coletados por meio de

questionário estruturado, com perguntas sobre a aplicação do modelo COSO (COSO, 2013),

mediante questões diretas, do tipo Likert de 5 pontos (APÊNDICE B – Seção 1), e sobre as

características pessoais e ocupacionais dos respondentes (APÊNDICE B – Seção 2), aplicado

junto aos responsáveis pelos Controles Internos dos 295 municípios catarinenses.

Atendendo os objetivos geral e específicos, apresentam-se as conclusões que foram

alcançadas no desenvolver deste estudo:

a) Primeiro objetivo específico – diagnosticar o perfil dos responsáveis pelos órgãos centrais

de Controles Internos dos municípios catarinenses:

Para esse item, a pesquisa revelou que a maioria dos profissionais integrantes são

do sexo masculino 58%, e 42% são do sexo feminino, com faixa etária média de até 40

anos, predominando o estado civil de casado 52,5% em relação aos solteiros 21,4%.

Respectivas características não apresentaram significância quanto à eficiência operacional

dos Controles Internos.

Sobre a escolaridade, a maioria, ou seja, 88,6% dos respondentes, têm pelo menos

curso superior completo, sendo que 10,2% também estão cursando especialização, ou já

possuem especialização completa (38,3%) ou mestrado completo (1,4%). A escolaridade

apresentou significância em relação à eficiência operacional dos Controles Internos. Ficou

evidenciado que a criticidade sobre a forma de estruturação e atuação dos controles

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aumenta quando se atinge maior nível de formação dos respondentes (SILVA; GOMES;

ARAÚJO, 2014).

Com relação ao tempo de trabalho na instituição, a pesquisa mostrou que 34,6%

dos profissionais da área tem menos de 5 anos de empresa, enquanto que 49,8% estão na

empresa com o tempo entre 5 e 20 anos e, 15,60% estão há mais de 20 anos na instituição.

Observou-se que quase a metade dos profissionais podem ser considerados experientes

(46,10%), em face de possuírem mais de 10 anos de organização (IMONIANA;

MARCONDES, 2004). Assim, verificou-se que o tempo de trabalho na instituição exerce

influência significativa no desenvolvimento e avaliação dos serviços executados (SILVA;

GOMES; ARAÚJO, 2014).

Referindo-se ao tempo de exercício da função, o panorama mostrado revelou que a

maioria dos profissionais da área, ou seja, 61,10%, tem menos de 5 anos de função. Esta

situação pode indicar rotatividade no cargo (CRUZ; GLOCK, 2006), o que também se

explica quando se conjuga este aspecto com a forma de provimento de cargo: efetivo ou

comissionado, considerando-se ainda, que o tempo de duração do governo no Município,

em regra, muda de 4 em 4 anos. Desse modo, os dados revelaram que quando esta função

é desenvolvida por profissional com menos de 5 anos na função, indica menor segurança

no desenvolver das atividades e sobre as informações geradas (IMONIANA;

MARCONDES, 2004). Esta condição se constatou em 38,2% da população pesquisada.

b) Segundo objetivo específico - identificar as características e forma de vinculação dos

órgãos centrais de Controles Internos na estrutura dos municípios catarinenses:

Neste contexto verificou-se que a denominação mais usada para definir o cargo de

responsável pelo órgão central do Controle Interno é a de Controlador interno (51,5%),

seguida de Controlador Geral (11,5 %). Esta denominação tem sido mais usual em razão

das atividades de natureza gerencial (GERIGK et al., 2007), ou pelo fato de permitir o

acompanhamento de contas com vistas à tomada de decisões (BEUREN; PINTO;

ZONATTO, 2012).

Quanto à especialidade dos responsáveis pelos órgãos centrais de Controles

Internos, apurou-se que 39% estão vinculados à área da contabilidade, seguidos pelos

profissionais da área de Administração que alcançam 24,1%, sendo que a área jurídica vem

em terceiro lugar, com 14,6%. Porém, a pesquisa também revelou que 50 profissionais

pesquisados, ou seja 16,9%, não se coadunam às áreas de conhecimento relacionadas.

Além da inclusão da área da administração na segunda preferência de especialidade

do setor, deixando a área do direito em terceiro lugar, a pesquisa também revelou a

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existência de outras áreas de especialidades de formação desses profissionais, como

economia, informática e engenharia, caracterizando a evolução para o emprego do

conhecimento multidisciplinar (GALANTE; BEUREN; OLIVEIRA, 2009).

Com relação ao tipo de provimento do cargo, contatou-se o equilíbrio entre o

provimento efetivo (38,6%) e o provimento comissionado (36,9%). Contudo, a autonomia

para o exercício da função de responsável pelo órgão central de Controle Interno é relativa

por duas razões: ou pelo fato do cargo estar vinculado a um determinado setor ou unidade

que lhes reduz significativamente a atuação do controle (CAVALCANTE; PETER;

MACHADO, 2011), ou pelo motivo da forma de provimento do cargo (precário), que se

vincula à autoridade Administrativa ou Chefe de Poder e não à Administração Pública

(MEIRELLES, 2011).

Sobre a vinculação do órgão central de Controle Interno na estrutura

organizacional, apurou-se que 78% das unidades centrais de controle estão vinculadas ao

Chefe de Poder, o que as caracterizam como órgão de staff, podendo executar funções de

assessoria à gestão administrativa, com o fornecimento de relatórios e informações para a

tomada de decisões, assim também como exercer função de controle (ROZA; LUNCKES;

ALBERTON, 2012).

Também foi apurado que 18,6% das unidades centrais de Controle Interno ainda

estão subordinadas a uma das Secretarias Municipais integrantes da Administração, e, em

face disso, podem apresentar dificuldades quanto às suas autonomias, o que restringe a

atuação do órgão, limitando suas operações às demais unidades integrantes da estrutura

organizacional, sobretudo, com a quebra do princípio da segregação de funções,

fundamental no exercício do controle (RONCALIO, 2009).

Vale assinalar que as características referentes ao tipo de provimento do cargo de

responsável pelo órgão central de controles internos, o tempo de serviços na instituição e

na função, exercem influências significativas no desenvolvimento e avaliação dos serviços

executados (SILVA; GOMES; ARAÚJO, 2014).

c) Terceiro objetivo específico - constatar se as variáveis de Controles Internos integrantes

do modelo COSO (COSO, 2013), relacionadas à eficiência operacional, estão presentes nos

Sistemas de Controles Internos que estão operando nos municípios catarinenses. Nesse

sentido pode-se constatar que em geral, os 5 componentes do COSO (COSO,2013), no seu

conjunto, estão significativamente presentes, e por esse motivo, atingem a eficiência

operacional, concluindo-se que os controles em operação contribuem para a efetividade do

Sistema de Controle Interno (BOYNTON; JOHNSON, KELL, 2002; ATTIE, 2011;

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COSO, 2013). A pesquisa também demonstrou que no conjunto dos municípios

catarinenses, os componentes Ambiente de Controle (índice médio de 3,499) e Informação

e Comunicação (índice médio de 3,5454) apresentaram índices abaixo do índice médio

calculado para cumprimento da Eficiência Operacional (índice médio de 3,7412), o que

indica a necessidade de aprimoramento das ações que consolidam estes componentes do

COSO (COSO, 2013).

Nesse sentido, Farias, De Luca e Machado (2009) asseveram que a estrutura de

controles deve condizer com os conceitos fundamentais estampados na literatura,

principalmente quanto aos aspectos da confiança nos registros e relatórios financeiros e no

aprimoramento da cultura de compliance na instituição.

Ademais, os Controles Internos abrangem todos os processos e atividades

organizacionais e envolvem todos os servidores da entidade, direta ou indiretamente, desde

a alta administração até os seus níveis mais baixos. Dessa forma, o cumprimento e

atendimento ao interesse público deve ser perseguido na sua plenitude e com a máxima

eficiência no desempenho de suas atividades (PERARDT, 2011) num ambiente de controle

ético, responsável e competente, com gerenciamento de riscos, utilizando atividades de

controle úteis, confiáveis e eficazes, com informação e comunicação tempestivas e

adequadas e, sobretudo, com razoável monitoramento, pondo em prática os componentes,

17 princípios (Quadro 10) e 77 pontos de foco que compõem o modelo COSO,

identificados no ANEXO 1 deste trabalho (COSO, 2013).

A revisão e atualização da teoria proporcionada por esta pesquisa acerca dos Controles

Internos, produziu contribuições práticas no aspecto social-profissional, a exemplo do trabalho

de Roncalio (2009), e de Silva, Gomes e Araújo (2014), principalmente pelo fato de verificar a

adoção dos componentes do modelo COSO no ambiente dos municípios catarinenses com o

propósito de atingir a eficiência operacional do Controle Interno, constatando-se, inclusive a

excelência do modelo COSO (COSO, 2013).

Como limitações desta pesquisa, primeiramente aponta-se para a dificuldade de fazer as

comparações dos dados, devido ao fato de existirem poucas pesquisas dessa natureza em relação

ao tema, pois ainda são escassos os estudos teóricos e empíricos relacionados ao âmbito público.

Assim, houve a necessidade da adaptação de pesquisas realizadas em outras áreas, sobretudo

quanto à construção metodológica e confecção do instrumento de pesquisa, embora esta tenha

se concretizado, com o alcance de seus objetivos propostos (PELEIAS et al., 2013; BEUREN;

ZONATTO, 2014; MONTEIRO, 2015).

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Ainda sobre o aspecto metodológico da pesquisa, pode ser apontada outra limitação que

envolve a interpretação do seu instrumento (questionário), marcado por relativa subjetividade,

pois cada respondente tem o seu entendimento acerca do tema tratado, ainda que se tenha

tentado solucionar este fato utilizando-se o pré-teste e a criação de um glossário de ajuda, que

integrou o próprio instrumento de pesquisa. Ainda assim, no decorrer da pesquisa, durante a

coleta de dados, constatou-se que persistiram confusões relacionadas ao entendimento

conceitual sobre os Controles Internos (RONCALIO, 2009; BEUREN; ZONATTO, 2014).

Apesar de tais limitações, considera-se a importância do estudo para o tema proposto,

principalmente em razão da área estudada ser ainda pouco explorada, carecendo de pesquisas

dessa natureza, pois os Controles Internos são vitais à sobrevivência das organizações, sejam

estas privadas ou públicas (BEUREN; DALLABONA; DANI, 2011; PELEIAS et al. 2013).

Sobre a proposição para novos estudos, além da repetição desse tipo de pesquisa a

municípios integrantes de outros estados da federação, propõe-se a continuidade do tema

envolvendo a efetividade da Administração Pública relacionada ao aspecto da eficiência da

gestão (GALANTE; BEUREN; OLIVEIRA, 2009), principalmente investigando-se o resultado

da administração frente à aplicação dos componentes do COSO (COSO, 2013), assim como, a

realização de estudos sobre o monitoramento dos Controles Internos pelo Controle Externo, e

a forma de relacionamento entre o Controle Interno e o Controle Social, áreas importantes para

identificar para onde vai o dinheiro arrecadado da sociedade.

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152

ANEXOS

ANEXO 1 – COSO 2013 – Componentes, Princípios e Pontos de Foco ...............................153

ANEXO 2 – Algumas pesquisas acerca do Controle Interno na Administração Pública

brasileira..................................................................................................................................157

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153

ANEXO 1 – COSO 2013: componentes, princípios e pontos de foco

COMPONENTE: CONTROLE DO AMBIENTE

PRINCÍPIOS PONTOS DE FOCO

1 A organização demonstra comprometimento com a

integridade e valores éticos.

1 Define o tom da Administração.

2 Estabelece normas de conduta.

3 Avalia a adesão às normas de conduta.

4 Soluciona desvios em tempo hábil.

2

O Conselho de Administração demonstra independência em

relação à Administração, realizando uma supervisão da

elaboração e da execução dos Controles Internos.

5 Estabelece responsabilidades de supervisão.

6 Aplica conhecimentos especializados.

7 Opera de forma independente.

8 Fornece supervisão integral do sistema: controle do ambiente, avaliação de risco,

atividades de controle, informação e comunicação, e de monitoramento.

3

A Administração estabelece, com a supervisão do Conselho

de Administração, estruturas, linhas de autoridades, poderes

e responsabilidades adequados para a busca dos objetivos

9 Considera todas as estruturas da entidade.

10 Estabelece as linhas de subordinação.

11 Define e atribui responsabilidades e os limites de autoridade.

4

A organização demonstra comprometimento com a atração,

o desenvolvimento e a retenção de pessoas competentes em

harmonia com os objetivos.

12 Estabelece políticas e práticas.

13 Avalia competência e aborda deficiências.

14 Atrai, desenvolve e retém indivíduos.

15 Estabelece planos e prepara a sucessão.

5 A organização responsabiliza os indivíduos pelos Controles

Internos a eles atribuídos para a busca dos objetivos.

16 Reforça a responsabilização (prestação de contas) por meio de estruturas,

autoridades e responsabilidades.

17 Estabelece indicadores de desempenho, incentivos e recompensas.

18 Avalia indicadores de desempenho, incentivos e recompensas.

19 Considera pressões excessivas.

20 Avalia o desempenho, a disciplina e as recompensas individuais.

Continua

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154

Continuação COMPONENTE: AVALIAÇÃO DO RISCO

PRINCÍPIOS PONTOS DE FOCO

6

A organização especifica objetivos com suficiente

clareza a fim de possibilitar a identificação e a avaliação

dos riscos relacionados aos seus objetivos:

- Objetivos de Operações

21a Reflete as escolhas da administração.

22a Considera tolerâncias para risco.

23 Inclui operações e metas de desempenho financeiro.

24 Forma uma base para o cometimento de recursos.

- Demonstração Financeira Externa: objetivos

21b Age em conformidade com as normas de contabilidade aplicáveis.

22b Considera materialidade.

25 Reflete as atividades da entidade.

- Demonstração Externa Não Financeira: objetivos

21c Age em conformidade com padrões e estruturas estabelecidas em nível externo.

22c Considera o nível necessário de precisão.

25 Reflete as atividades da entidade.

- Objetivos relatórios internos

21a Reflete as escolhas da administração.

22c Considera o nível necessário de precisão.

25 Reflete as atividades da entidade.

- Objetivos de conformidade 21d Reflete leis e regulamentos externos.

22a Considera tolerâncias para risco.

7

A organização identifica riscos para a realização de seus

objetivos e analisa riscos como uma base para determinar

como os riscos deveriam ser gerenciados.

26 Inclui a entidade, subsidiárias, unidades operacionais e níveis funcionais.

27 Analisa fatores internos e externos.

28 Envolve níveis adequados de gestão.

29 Estimativas de significância de riscos identificados.

30 Determina como responder aos riscos.

8 A organização considera o potencial de fraude na

avaliação de riscos para o alcance dos objetivos.

31 Considera vários tipos de fraude.

32 Avalia incentivos e pressões.

33 Avalia oportunidades.

34 Avalia atitudes e racionalizações.

9

A organização identifica e avalia mudanças que

poderiam impactar significativamente o sistema de

Controle Interno.

35 Avalia as mudanças no ambiente externo.

36 Avalia as mudanças no modelo de negócio.

37 Avalia as mudanças na liderança.

Continua

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155

Continuação

COMPONENTE: ATIVIDADE DE CONTROLE

PRINCÍPIOS PONTOS DE FOCO

10

A organização seleciona e desenvolve atividades de

controle que contribuem para a mitigação de riscos em

níveis aceitáveis para a realização dos objetivos.

38 Integra-se com a avaliação de risco.

39 Considera fatores específicos da entidade.

40 Determina processos de negócios relevantes.

41 Avalia uma combinação de tipos de atividade de controle.

42 Considera o nível de aplicação das atividades.

43 Adota a segregação de funções.

11

A organização seleciona e desenvolve atividades

gerais de controle sobre a tecnologia para respaldar a

consecução dos objetivos.

44 Determina dependência entre o uso da tecnologia nos processos de negócios e controles

gerais de tecnologia.

45 Estabelece as atividades de controle da infraestrutura de tecnologia relevante.

46 Estabelece as atividades de controle no processo de gestão e segurança relevantes.

47 Estabelece aquisição de tecnologia relevante, desenvolvimento e atividades de controle

do processo de manutenção.

12

A organização realiza atividades de controle por meio

de políticas que estabelecem o que é esperado em

procedimentos que executam as políticas.

48 Estabelece normas e procedimentos para suportar a implantação de diretrizes de gestão.

49 Estabelece a responsabilidade e prestação de contas para a execução de políticas e

procedimentos.

50 Realiza em tempo hábil.

51 Toma medidas corretivas.

52 Executa por meio de pessoal competente.

53 Reavalia políticas e procedimentos.

Continua

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156

Conclusão

COMPONENTE: INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

PRINCÍPIOS PONTOS DE FOCO

13

A organização obtém, gera e usa informação relevante

e de qualidade para suportar os outros componentes de

Controle Interno

54 Identifica os requisitos de informação.

55 Captura fontes internas e externas de dados.

56 Processa dados relevantes para informações pretendidas.

57 Mantém a qualidade em todo o processamento.

58 Considera custos e benefícios.

14

A organização comunica informações internamente,

incluindo objetivos e responsabilidades para Controle

Interno, necessários para suportar o funcionamento de

outros componentes de Controle Interno

59 Comunica informações de Controle Interno.

60 Comunica-se com o Conselho de Administração.

61 Fornece linhas de comunicação direcionadas.

62 Seleciona método relevante da comunicação.

15

A organização comunica-se com partes externas com

relação a problemas que afetam o funcionamento de

outros componentes de Controle Interno.

63 Comunica-se com partes externas.

64 Permite a entrada de comunicações.

65 Comunica-se com o Conselho de Administração.

66 Fornece linhas de comunicação direcionadas.

67 Seleciona método relevante da comunicação.

COMPONENTE: ATIVIDADE DE MONITORAMENTO

16

A organização seleciona, desenvolve e efetua

avaliações contínuas e/ou específicas para determinar se

os componentes de Controle Interno estão presentes e

em funcionamento.

68 Considera uma mistura de avaliações contínuas e intercaladas.

69 Considera taxa de variação.

70 Estabelece entendimento básico.

71 Usa pessoal qualificado.

72 Integra-se com os processos de negócios.

73 Ajusta alcance e frequência.

74 Avalia objetivamente.

17

A organização avalia e comunica deficiências de

Controle Interno em tempo hábil para as partes

responsáveis pela tomada de medidas corretivas,

incluindo alta administração, quando apropriado.

75 Avalia resultados.

76 Comunica deficiências aos responsáveis pelas ações corretivas, à alta administração e ao

Conselho de Administração.

77 Monitora as ações corretivas.

Fonte: PROATIVITI, 2013 (Traduzido pelo pesquisador).

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157

ANEXO 2 – Algumas pesquisas acerca do Controle Interno na

Administração Pública brasileira

AUTOR/DATA OBJETIVO E PRINCIPAIS RESULTADOS

Thomé e Tinoco

(2005)

Objetivo: verificar a efetividade do uso do Controle Interno em vinte prefeituras,

localizadas no Estado do Paraná, no contexto da Contabilidade e da Gestão Pública.

Resultado: somente 30% dos municípios possuem órgãos de Controle Interno, e destes,

67% ainda não designaram uma pessoa responsável pelos trabalhos da unidade. Na maioria

dos municípios pesquisados, o Controle Interno não está atuando como ferramenta de

auxílio à gestão, e nem a legislação está sendo atendida.

Bordin e Saraiva

(2005)

Objetivo: demonstrar a importância do Controle Interno como ferramenta fundamental

para assegurar a fidedignidade e integridade dos registros e demonstrações contábeis.

Resultado: a contabilidade permite verificar se os Controles Internos adotados, retratam

com legitimidade as mutações patrimoniais, assim como a ocorrência dos erros e fraudes

em alguma fase do processo. Controle Interno eficiente agiliza o processo e facilita o

entendimento, tanto para os auditores como para os demais usuários das informações

contábeis.

Castro

(2006)

Objetivo: analisar como os conceitos da eficácia, da eficiência e da efetividade estão

inseridos na Administração Pública, demonstrando se há conflito entre a Ciência da

Administração e a Ciência Jurídica. Resultado: constatou-se que o Princípio da eficiência

se instalou definitivamente na vida pública nacional, permitindo, na prática, uma

administração com eficiência, eficácia e efetividade, podendo ser adotado por qualquer

esfera de governo.

Gerigk, Tarifa,

Almeida e Espejo

(2007)

Objetivo: verificar a percepção dos profissionais que atuam no controle externo sobre a

controladoria no ambiente público municipal, abordando aspectos organizacionais,

estruturais e gerenciais. Resultado: estes profissionais entendem que a controladoria no

ambiente municipal deve ser tratada como um órgão de staff; que suas funções devem ter

natureza gerencial, propiciando melhor aplicação dos recursos e melhor desempenho

dessas entidades.

Souza, Kühl,

Ribeiro e Clemente

(2007)

Objetivo: verificar se as normas legais relativas à implantação e desenvolvimento do

Controle Interno na Administração Pública dos Municípios do Estado do Paraná estão

sendo cumpridas. Resultado: abrangendo 60 Municípios, com 70% de retorno dos

questionários da amostra investigada, verificou-se que a implantação do departamento de

Controle Interno não é uma prática comum, como também o Tribunal de Contas do Estado

do Paraná não exige a implantação desse departamento nos Municípios.

Ribeiro Filho,

Lopes, Pederneiras

e Ferreira

(2008)

Objetivo: abordar a interação e integração entre o Controle Interno e os controles externo

e social, para as entidades da Administração Pública. Resultado: conclui-se que os

respondentes percebem a possibilidade de convergência na atuação do Controle Interno,

controle externo e controle social, sugerindo atuação mais efetiva para estes três níveis de

controle, especialmente porque os agentes do Controle Interno demonstraram motivação

significativa para apoiar a atuação do controle externo.

Galante, Beuren e

Oliveira

(2009)

Objetivo: analisar a utilização do Controle Interno como instrumento de gestão em

prefeituras municipais, de modo a contribuir para a transparência e integridade dos atos na

Administração Pública. Resultado: foram reveladas dificuldades na implantação do

sistema de Controles Internos. Constatou-se que a maioria dos municípios pesquisados

adota-os por exigência legal e não como procedimento facilitador da gestão.

Costa

(2009)

Objetivo: avaliar a eficácia do Sistema de Controle Interno nos municípios no combate

aos atos de improbidade administrativa e auxílio ao controle externo. Resultado:

constatou-se a inexistência de lei municipal que institui o Controle Interno, como

instrumento de auxílio ao combate dos atos de improbidade administrativa, bem como ao

controle externo.

Dantas, Rodrigues,

Marcelino e

Lustosa

(2010)

Objetivo: propor um método que possibilite a avaliação do custo versus benefício do

controle, utilizando como referência os preceitos de gerenciamento de risco e de Controle

Interno divulgados pelo COSO. Resultado: evidenciou-se que a utilização de metodologia

de avaliação de riscos é importante para possibilitar o fortalecimento dos controles

atrelados aos riscos de maior relevância; o direcionamento dos recursos às atividades que

mais agregam valor; a minimização de desperdícios e os perigos do controle posterior; e,

o amadurecimento do ambiente de controle.

Continua

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158

Continuação AUTOR/DATA OBJETIVO E PRINCIPAIS RESULTADOS

Albuquerque

(2011)

Objetivo: construir um modelo de avaliação dos Controles Internos de uma instituição

pública de ensino superior, por meio da metodologia MCDA-C. Resultado: identificou-

se 11 critérios de mensuração para avaliar os Controles Internos.

Pequeno, Ferreira,

Silva e Lemos

(2011)

Objetivo: identificar as congruências e divergências ambientadas nas Controladorias

Gerais Municipais do Rio de Janeiro e do Cabo de Santo Agostinho, no que concerne às

características estruturais e funcionais. Resultado: concluiu-se que as Controladorias

Gerais dos municípios do Rio de Janeiro e do Cabo de Santo Agostinho apresentam

semelhanças estruturais e funcionais em relação à unidade organizacional, profissional

responsável, missão, funções e relação de assessoria com as demais áreas. Mas também

apresentam divergências relacionadas às suas estruturações internas.

Cavalcante, Peter e

Machado (2011)

Objetivo: analisar as características dos órgãos de Controle Interno dos municípios do

Estado do Ceará. Resultado: contatou-se que as unidades de controle desses municípios

não possuem autonomia, já que, na maioria dos casos, são unidades integrantes de

secretaria ou órgão, o que reduz de forma significativa a atuação do controle, dificultando

a adoção de medidas que visem melhorar aplicação dos recursos públicos.

Perardt

(2011)

Objetivo: verificar a gestão de Controles Internos adotado pela administração central de

uma instituição de ensino superior pública, na percepção dos Pró-Reitores/Secretários,

Diretores e Funcionários em relação aos princípios da metodologia COSO Enterprise Risk

Management – ERM, desenvolvida pelo The Comitee of Sponsoring Organizations.

Resultado: constatou-se que a entidade pesquisada possui um Sistema de Controle Interno

e o seu funcionamento está exposto no relatório de gestão da Instituição de 2010. Porém,

na prática, as atividades são pouco divulgadas e muitos servidores o desconhecem. Quanto

ao gerenciamento dos riscos e gestão eficiente na Instituição, torna-se necessário o pleno

desempenho das atividades internas e externas em relação aos princípios metodologia

COSO ERM.

Vasconcelos,

Sampaio, Silva

Neto e Duque

(2012)

Objetivo: analisar o desenvolvimento do Controle Interno nas prefeituras da região

metropolitana de Natal no Rio Grande do Norte. Resultado: a gestão pública ainda

implanta Controles Internos apenas para cumprir exigências legais. A efetividade destes

controles na região metropolitana de Natal não ficou evidente no trabalho.

Santos e

Tres

(2012)

Objetivo: avaliar se os procedimentos de controle conseguem evitar ações lesivas e coibir

atos ilícitos nas áreas de orçamento, contabilidade, patrimônio e do setor de Controle

Interno nos municípios do Corede Produção do Rio Grande do Sul, a partir da edição da

LRF. Resultado: constatou-se que em 30% da amostra selecionada ocorreram os maiores

índices de carência na implantação de controles na área contábil e de patrimônio; no

entanto, a expressiva maioria dos procedimentos avaliados foi implementada após a LRF,

confirmando a mudança teórica esperada.

Beuren, Pinto,

Zonatto

(2012)

Objetivo: identificar a abordagem da controladoria em trabalhos publicados nos anais do

Congresso USP de Controladoria e Contabilidade entre 2001 a 2006. Resultado: na

perspectiva conceitual não há preocupação em definir o termo controladoria e nem sua

relação com outras áreas do conhecimento. Na perspectiva procedimental, não há consenso

sobre as atividades típicas, mas destaca-se à relativa aos sistemas de informação. Na

perspectiva organizacional, não é focalizada a controladoria como unidade organizacional

formalmente constituída, com poder de decisão, mas sim como unidade administrativa que

subsidia a tomada de decisões.

Carneiro Júnior e

Oliveira (2012)

Objetivo: observar o tratamento dado pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia,

ao Controle Interno nos 120 pareceres prévios das contas anuais dos 24 municípios da

Região de Feira de Santana, emitidos no período de 2005 a 2009. Resultado: os relatórios

de Controle Interno não possuem boa qualidade em sua emissão, bem como os pareceres

prévios emitidos pelo TCM-BA não possuem uma organização padrão em sua publicação,

o que leva a inferir que os Controles Internos ainda não ganharam a devida importância

junto ao órgão fiscalizador.

Galdino, Soares,

Lima e Guimarães

(2012)

Objetivo: analisar as práticas de auditorias governamentais exercidas pela Controladoria

Geral de um município brasileiro da Região Norte, à luz da terceira norma básica da

INTOSAI. Resultado: constatou-se que a Controladoria Geral do município pesquisado

atende à diretriz da auditoria governamental prévia, bem como cumpre a característica do

vínculo institucional direto ao chefe do Poder Executivo, realizando auditorias

operacionais ou de desempenho.

Continua

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159

Continuação AUTOR/DATA OBJETIVO E PRINCIPAIS RESULTADOS

Roza, Lunkes e

Alberton

(2012)

Objetivo: identificar o perfil dos Controles Internos de prefeituras, localizadas nas

maiores cidades do estado do Rio Grande do Sul – RS. Resultado: constatou-se

inicialmente, que as 14 maiores cidades estudadas possuem órgãos de Controles Internos,

constituídos, seja com mais ou menos controllers, e que suas formações são em grande

parte, realizadas por profissionais de nível superior, destacando-se dentre esses, os

contadores (26 contadores). Quanto à estrutura hierárquica, observou-se que esses

Controles Internos estão em sua maioria, subordinados ao comando dos chefes dos seus

executivos e quanto ao grau de centralização de suas atividades de controle, 10 desses,

assim se auto-enquadram, ou seja, não possuem controles auxiliares. Alguns CIs constam

como de staff (assessoria), seguidos de 05 CIs que atuam como linha e staff (decisão e

assessoramento, conjuntamente). Dentre as principais atividades relatadas, foram

mencionadas atuações sobre as avaliações e controle de metas, previstas no Plano

Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual, observadas as

determinações da LRF.

Gallon, Braga Neto

e

De Luca

(2013)

Objetivo: verificar se os dispositivos de Controle Interno, segundo a NBC T 16.8 do CFC

são contemplados nos relatórios estaduais brasileiros. Resultado: Observou-se o

atendimento da norma nos relatórios de Controle Interno: no Ceará, 40% dos itens

atendidos nos anos 2008, 2009 e 2010; no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com

26,7%. Nos relatórios do Pará não foi constatada nenhuma evidência de cumprimento da

NBC T 16.8.

Chiamenti e Santo

(2013)

Objetivo: propor um modelo de Sistema de Controle Interno na Administração Pública

Municipal para se obter otimização e transparência. Resultado: a implantação e efetivo

funcionamento do Sistema de Controle Interno são capazes de criar um ambiente de

transparência e eficiência que acabará sendo percebido pela sociedade, quando parcela

significativa dos agentes públicos se integrarem em torno da missão da administração

pública.

Machado

(2013)

Objetivo: diagnosticar em que medida há retroalimentação da Controladoria Geral da

União (CGU) à Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI) e à

Secretaria de Orçamento Federal (SOF) em questões estruturantes oriundas dos resultados

da Avaliação da Execução de Programas de Governo e Acompanhamento Permanente dos

Gastos, propondo possibilidades de retroalimentação em questões estruturantes.

Resultado: Não há retroalimentação sistemática da CGU para a SPI, e da CGU para SOF

na condição de órgãos centrais.

Peleias, Caetano,

Parisi e Pereira

(2013)

Objetivo: identificar e analisar as características bibliométricas de artigos sobre Controle

Interno e Gestão de Riscos apresentados no Congresso USP (de Controladoria e

Contabilidade e de Iniciação Científica) e no EnANPAD, entre 2001 e 2011. Resultado:

conforme a Lei de Lotka, constatou-se que ainda não há, nos dois eventos, uma elite de

pesquisadores contábeis estudando e publicando sobre Controle Interno e Gestão de

Riscos, fato constatado em outros temas contábeis.

Beuren e Zonatto

(2014)

Objetivo: identificar o perfil de artigos sobre Controle Interno no setor público,

publicados em periódicos nacionais e internacionais indexados na base de dados Scopus.

Resultado: demonstrou-se que houve um aumento na produção científica sobre a temática

no período analisado, indicando uma importante contribuição acadêmica para a sociedade.

Contudo, também observou-se que não há uma literatura específica predominante utilizada

nessa área. Nos artigos analisados foram utilizadas 4.976 referências, predominando a

literatura de periódicos dos Estados Unidos e do Reino Unido. A partir do ano de 1990, ao

menos 100 novas referências foram incluídas anualmente nos artigos publicados. Também

se observou que não há uma continuidade entre os autores na realização de investigações

sobre essa temática. Constatou-se predominância de estudos empíricos e ênfase na

abordagem organizacional. Poucos artigos foram desenvolvidos sobre abordagens

comportamentais. Pelas temáticas investigadas, observou-se a predominância de estudos

sobre auditoria, Controle Interno, gestão de riscos e governança; finanças públicas;

políticas públicas; e desenvolvimento econômico. Com menor intensidade,

desenvolveram-se estudos sobre gestão de pessoas, saúde, segurança, transporte, e,

educação.

Continua

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160

Conclusão

AUTOR/DATA OBJETIVO E PRINCIPAIS RESULTADOS

Silva, Gomes e

Araújo

(2014)

Objetivo: identificar quais são os fatores do sistema de Controles Internos (SCI) que

influenciam na eficiência da gestão pública do Centro Federal de Educação Tecnológica

de Minas Gerais - CEFET/MG, na percepção dos seus gestores e servidores públicos, a

partir do modelo de COSO (1997). Resultado: percebeu-se que o tempo de trabalho na

Instituição e na função influencia a avaliação dos agentes acerca dessa eficiência e aqueles

mais novos avaliaram-na melhor. Entretanto, os agentes com mais de 20 anos na função

avaliaram melhor o construto de Risco. Os agentes com menos de um ano de trabalho

analisaram mais negativamente a Atividade de Controle do Centro. Assim, a ótica dos

agentes sofre impacto do tempo em que já trabalham na Instituição. Concluiu-se que o SCI

é considerado eficiente e que modelo de COSO pode ser ajustado a essas organizações.

Loureiro, Castro,

Manso,

Vasconcelos e De

Luca

(2014)

Objetivo: verificar a aderência dos Controles Internos dos bens de uso permanente e

materiais de consumo, de prefeituras do Ceará, aos requisitos da Instrução Normativa

01/1997 – TCMCE. Resultado: a aderência dos 72 municípios analisados atinge 26,5%

no tocante ao controle dos bens permanentes, e 39,5% quanto aos materiais de consumo.

Constatou-se que 35% dos municípios não possuem ferramenta de controle. Os municípios

com menores níveis de aderência aos controles dos materiais de consumo registram maior

proporção de despesas nesse item, em relação à despesa total.

Monteiro (2015)

Objetivo: realizar uma análise dos objetivos e da importância do Controle Interno no setor

público no contexto brasileiro e das barreiras para sua implantação. Resultado: A análise

da estrutura do SCI, no contexto do Brasil, permitiu identificar que ele deve estar presente

em todo o segmento público, sendo mais que uma necessidade para a gestão, uma

obrigatoriedade legal. O estudo teve como limitador o fato de não ter sido encontrado

estudos empíricos internacionais que retratassem a realidade do setor público no contexto

brasileiro.

Fonte: elaborado pelo pesquisador.

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161

APÊNDICES

APÊNDICE A – Orientações para o preenchimento do questionário..................................162

APÊNDICE B – Questionário .............................................................................................165

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162

APENDICE A - Orientações para o preenchimento do questionário

TÍTULO DO QUESTIONÁRIO:

O CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

Um estudo nos municípios catarinenses

DESCRIÇÃO:

O objetivo deste questionário é coletar dados junto aos controladores ou responsáveis

pelos órgãos centrais de Controle Interno, em relação às variáveis relevantes de Controle

Interno que levam à eficiência na gestão pública dos municípios catarinenses.

O Princípio da Eficiência incorporado na Constituição Federal de 1988, exige que a

atividade administrativa seja desempenhada com presteza, rendimento funcional e perfeição

(SILVA, 2014). Desse modo, as ações administrativas não se bastam apenas para atender ao

Princípio da Legalidade (conformidade), posto que também se exige o cumprimento de

resultados esperados para o serviço público e que as necessidades da sociedade sejam atendidas

de maneira satisfatória (MEIRELLES, 2011).

Na realização do trabalho será utilizado o modelo de estrutura do Controle Interno

do Committee of Sponsoring Organization of the Treadway Commission (COSO), em face de

sua incorporação em 2004, pela Organizacão Internacional de Entidades Fiscalizadoras

Superiores - INTOSAI, entidade a qual o Brasil está filiado. Assim, no Brasil, as Diretrizes para

as Normas de Controle Interno do Setor Público aprovadas conforme a Resolução CFC nº

1.135, de 21 de novembro de 2008, do Conselho Federal de Contabilidade - CFC, foram

alinhadas ao modelo COSO.

Nesse sentido, a pesquisa busca avaliar se os cincos componentes do Controle

Interno do modelo COSO 2013 (COSO, 2013) - ambiente de controle, avaliação do risco,

atividade de controle, informação e comunicação e, monitoramento, geram eficiência

operacional influenciando positivamente no resultado da gestão pública (BOYNTON;

JOHNSON; KELL, 2002; ATTIE, 2011), exigido pela Constituição Federal de 1988

(MEIRELLES, 2011).

A coleta de dados será realizada por meio de um levantamento survey, com aplicação

de questionário do tipo Likert modelo de 5 pontos, envolvendo todos os controladores ou

responsáveis pelos órgãos centrais de Controle Interno de todas as prefeituras dos municípios

catarinenses.

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163

MENSAGEM DE BOAS-VINDAS:

Prezado participante,

Entendo que seu tempo é muito importante, mas sua participação será fundamental para

serem atingidos os resultados da pesquisa. Acredito na valiosa contribuição que trará à

Administração Pública como um todo.

O questionário será aplicado por meio do programa Lime Survey, devendo-se atentar

para:

a) assinalar as questões conforme recomenda cada assertiva, diante das opções disponibilizadas;

b) responder cada item da maneira mais precisa e franca, porque se trata de condição essencial

para a confiabilidade dos resultados do trabalho;

c) a sua identificação será desnecessária, porque os dados serão tratados na sua totalidade;

d) marcar as respostas conforme o que efetivamente acontece e não no sentido do que seria

ideal que viesse a acontecer na entidade;

e) sugere-se que o questionário seja preenchido na sequência, em face da lógica da sua

construção;

f) a resposta para cada item poderá ser alterada enquanto o questionário não for finalizado e

remetido;

g) o questionário poderá ser interropido e recontinuado; contudo, não esqueça de salvá-lo antes

de sair do programa para continuá-lo mais tarde, opção fornecida pelo programa no botão

"continuar mais tarde".

h) O questionário será fechado automaticamente com a remessa final que se consolida com uma

mensagem de agradecimento.

Este pesquisador se coloca à disposição para quaisquer dúvidas ou informações que se fizerem

necessárias. Utilize o e-mail [email protected], informando no assunto: PESQUISA

SOBRE O CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Muito obrigado pelo seu apoio e por sua colaboração!

Cordialmente,

João Luiz Gattringer

Mestrando em Administração – UNIVALI – Campus de Biguaçu – SC.

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164

MENSAGEM FINAL:

Agradeço a sua colaboração.

Ela foi fundamental e muito importante para a pesquisa.

Comprometo-me em disponibilizar os resultados a todos os colaboradores após a

conclusão do estudo.

Muito Obrigado!

João Luiz Gattringer

Mestrando em Administração – UNIVALI – Campus de Biguaçu – SC.

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165

APENDICE B – Questionário

SEÇÃO 1 – SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

Assinale o espaço reservado entre as opções de cada assertiva, tendo em vista o seu grau

de concordância com as mesmas, onde a escala progride da opção (1) Discordo Totalmente até

a opção (5) Concordo Totalmente:

1 2 3 4 5

Discordo

Totalmente

Discordo

Parcialmente

Não Discordo

Nem Concordo

Concordo

Parcialmente

Concordo

Totalmente

Utilizando a escala de respostas acima, indique o grau de concordância que reflete o que

ocorre em cada item do questionário, com relação ao Sistema de Controle Interno de seu

município, levando em consideração a existência de procedimentos em cada atividade contida

nos componentes do modelo COSO 2013.

1

AMBIENTE DE CONTROLE: Refere-se a análise da cultura organizacional, por

meio do padrão de conduta, atitude, consciência, competência e estilo. Diz respeito à

consciência e cultura do controle na entidade. Torna-se efetivo quando as pessoas da

entidade sabem quais são suas responsabilidades, os limites de sua autoridade e

adquirem consciência, competência e comprometimento em relação as suas atividades.

ESCALA

1 2 3 4 5

1 O jargão “o exemplo vem de cima” é reconhecidamente identificado na Prefeitura

2 A Prefeitura reforça a existência do código de conduta e ética, bem como o programa

de cumprimento às regras

3 A Prefeitura estabelece formalmente as normas de conduta e ética

4 A Prefeitura avalia regularmente a adesão às normas de conduta e ética fixadas

5 A Prefeitura adota providências sobre desvios de conduta em tempo hábil

6 A Prefeitura estabelece limites de Autoridade (no Município)

7 A Prefeitura estabelece formalmente a responsabilidade do órgão definido para exercer

a fiscalização dos Controles Internos e atos administrativos

8 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização dos Controles Internos e

atos administrativos aplica conhecimentos especializados

9 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização dos Controles Internos e

atos administrativos opera de forma independente

10 O órgão definido pela Prefeitura para exercer a fiscalização dos Controles Internos e

atos administrativos executa avaliação dos componentes do COSO

11 Na Prefeitura, as delegações de autoridade e competência são acompanhadas de

definições claras das responsabilidades

12 Na Prefeitura, as atribuições de cada cargo estão definidas claramente

13 As linhas de subordinação estão estabelecidas claramente na Prefeitura

14 A Prefeitura estabelece claramente a delegação e limites de autoridade

15 A Prefeitura capta e retém pessoas competentes e alinhadas aos seus objetivos

16 A Prefeitura estabelece formalmente o plano de cargos, carreiras e salários

17 A Prefeitura exerce regularmente avaliação dos servidores sobre sua conduta na função

(desempenho e assiduidade)

18 Na Prefeitura, a conduta e desempenho do servidor são levados em conta para o

exercício do cargo (aptidão)

19 A Prefeitura mantém programa de capacitação, treinamento e conscientização

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166

1

AMBIENTE DE CONTROLE: Refere-se a análise da cultura organizacional, por

meio do padrão de conduta, atitude, consciência, competência e estilo. Diz respeito à

consciência e cultura do controle na entidade. Torna-se efetivo quando as pessoas da

entidade sabem quais são suas responsabilidades, os limites de sua autoridade e

adquirem consciência, competência e comprometimento em relação as suas atividades.

ESCALA

1 2 3 4 5

20 A Prefeitura estabelece linhas de substituição de chefes e gerentes, assim como há

planos de preparação para a sucessão

21 A Prefeitura faz respeitar as linhas de autoridade e responsabilidade estabelecidas

22 A Prefeitura estabelece gratificações e incentivos em razão de desempenho, disciplina

e conduta

23 Na Prefeitura, aplica-se tratamento e remuneração adequada aos cargos que exigem

alto grau de responsabilidade e sofrem pressão excessiva

2

AVALIAÇÃO DE RISCO: Identificação e análise pela Prefeitura, dos riscos internos

e externos mais relevantes para alcance dos objetivos operacionais.

O Risco deve ser entendido como qualquer ação ou omissão que de alguma forma

ameasse ou interfira no atingimento dos objetivos da Instituição, assim como também

possa resultar em fraude.

ESCALA

1 2 3 4 5

24 Identificação dos riscos nos principais processos operacionais (manuais e

informatizados) da Prefeitura

25 Quantificação dos objetivos e metas no PPA

26 Quantificação das metas fiscais na LDO

27 Acompanhamento sistemático dos objetivos e metas quantificados no PPA e na LDO

com elaboração de relatório gerencial

28 Acompanhamento sistemático dos riscos fiscais previstos na LDO

29 Os registros contábeis refletem adequadamente as operações financeiras e patrimoniais

em conformidade com as normas aplicáveis

30 Os registros contábeis refletem adequadamente as operações orçamentárias e de

compensação em conformidade com as normas aplicáveis

31 Os Relatórios e Demonstrações Contábeis refletem o patrimônio e a aplicação das

políticas públicas eleitas para o Município

32 Os Relatórios e Demonstrações Contábeis refletem a aderência às leis e regulamentos

e o risco de seu descumprimento

33 Gerenciamento da execução orçamentária, financeira e patrimonial com vistas a atingir

seus objetivos

34 Análise das ocorrências de descumprimento de políticas (financeiras e orçamentárias)

e procedimentos da Prefeitura

35 Gerenciamento dos riscos nos processos de lançamento, inscrição e arrecadação da

receita pública para evitar erros e fraudes

36 Gerenciamento dos riscos nos processos de contratação de pessoal, pagamento da folha

e encargos

37 Gerenciamento dos riscos nos processos de compras, convênios e contratos

38 Gerenciamento dos riscos ocorre por meio de atividade de Auditoria Interna

39 Avaliação dos Controles Internos estabelecidos (das rotinas e de pessoal) com vistas a

atingir os objetivos da Prefeitura

3

ATIVIDADE DE CONTROLE: Refere-se às políticas, procedimentos e práticas

adotadas na Prefeitura, para assegurar que os objetivos operacionais sejam atingidos e

as estratégias para atenuar riscos sejam executadas tempestivamente.

ESCALA

1 2 3 4 5

40 Aplica os princípios de aprovação, autorização, verificação e reconciliação de registros

e dados

41 Executa atividade de controle "em linha" (ou concomitante) como aprovação,

autorização e conferência em etapas de trabalho

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3

ATIVIDADE DE CONTROLE: Refere-se às políticas, procedimentos e práticas

adotadas na Prefeitura, para assegurar que os objetivos operacionais sejam atingidos e

as estratégias para atenuar riscos sejam executadas tempestivamente.

ESCALA

1 2 3 4 5

42 As operações ocorrem mediante documentação fidedigna

43 Segurança dos ativos (prevenção e detecção) por meio do controle salvaguarda física

44 Adota procedimentos de conferência e reconciliações nas contas financeiras

(devedores e credores) e de estoques

45 Adota procedimentos de conferência por lista de checagem - check-list, no momento

do recebimento de mercadorias, serviços e obras

46 Utiliza controle de acesso restrito de pessoas nos setores de guarda de ativos

(financeiros e patrimoniais)

47 Adota política de segregação de funções (prevenção) para reduzir riscos e erros

humanos

48 Controles dos sistemas de informática e TI são executados

49 Os equipamentos de informática são renovados com frequência evitando a

obsolescência

50 Os sistemas informatizados são atualizados com periodicidade

51

Os dados armazenados em sistemas informatizados permitem a apuração de registros

por natureza de evento (pessoal, estoques, dívidas, fornecedores, investimentos, obras,

etc.)

52 Os sistemas mantidos em Tecnologia de Informação limitam ou bloqueiam operações

ilegais ou irregulares

53 Os sistemas informatizados com aquisição de tecnologia relevante e desenvolvimento

de atividades de controle do processo de manutenção são avaliados constantemente

54 Existe controle do domínio da tecnologia de informação (TI) aplicável com vistas a

suprir a dependência dos processos

55 As diretrizes de gestão (políticas e procedimentos) estão alicerçadas em normas e

regulamentos

56 Mapeamento dos Controles Internos por meio de organogramas que determinam linhas

de responsabilidades

57 Estabelecimento de responsabilidade e prestação de contas para a execução de políticas

e procedimentos para alcançar os objetivos

58 Objetivos mensurados por meio de indicadores de desempenho

59 Indicadores de desempenho revistos com regularidade

60 Adoção de medidas de avaliação e reavaliação para corrigir rumos e atingir objetivos

no devido tempo (quando necessário)

61 A execução das operações ocorre em tempo hábil

62 Tarefas executadas mediante ação de pessoal competente

4

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: refere-se a troca de informações entre a

administração e os servidores (fluxo de comunicação estabelecidos entre níveis

hierárquicos superiores com a inferiores e vice-versa). A administração declara as

novas diretrizes de controle, e os servidores relatam os resultados, as deficiências e as

questões geradas.

ESCALA

1 2 3 4 5

63 Comunicação interna possui qualidade, atinge todos os envolvidos e atende ao

princípio custo/benefício

64 A importância dos Controles Internos é comunicada de forma adequada e eficiente

65 As rotinas e procedimentos de Controles Internos estão dispostas em manuais

66 A estrutura organizacional está formalizada e devidamente comunicada a todos os

integrantes

67 Disponibilização de canal de comunicação com a alta Administração

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INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: refere-se a troca de informações entre a

administração e os servidores (fluxo de comunicação estabelecidos entre níveis

hierárquicos superiores com a inferiores e vice-versa). A administração declara as

novas diretrizes de controle, e os servidores relatam os resultados, as deficiências e as

questões geradas.

ESCALA

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68 A alta Administração expõe os planos com clareza

69 As informações são disponibilizadas a todos os envolvidos

70 Estabelecimento de canais para comunicação aberta (incluindo mecanismos que

possibilitem a informação anônima)

71 Ouvidoria atuante

72 Disponibilidade de canais de apresentação de sugestões e críticas

73 Qualquer norma, ato administrativo ou demonstração contábil está publicada no

veículo oficial de publicação

5

MONITORAMENTO: Trata-se do processo para estimar e avaliar a qualidade dos

Controles Internos, e verificar se estão adequadamente desenhados e monitorados.

Este componente é executado pela administração, pelos servidores, ou pelas partes

Externas, seja de modo contínuo ou executado por meio de avaliações pontuais.

ESCALA

1 2 3 4 5

74 Sistema de Controle Interno constantemente monitorado para avaliar sua validade e

qualidade ao longo do tempo

75 Manutenção adequada e fácil acesso à documentação da Prefeitura

76 Sistema de Controle Interno considerado adequado e efetivo pelas avaliações sofridas

77 Atividade do gerenciamento do Sistema de Controle Interno contribui para melhoria

do desempenho

78 Uso das falhas e deficiências constatadas para ajustar as rotinas de controle

79 Comunicação das falhas e deficiências à alta Administração

80 Atividade de auditoria interna realizada por profissional capacitado e qualificado

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em COSO (2013) e Silva, Gomes e Araújo (2014).

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SEÇÃO 2 – CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E OCUPACIONAIS DOS

RESPONDENTES

Nesta seção, busca-se conhecer os dados pessoais e ocupacionais dos participantes da

pesquisa. Esta seção tem por objetivo único traçar um perfil geral do grupo, não sendo relevante

identificar o seu respondente. Dessa forma, assinale as questões abaixo, marcando somente

uma alternativa.

81 - Gênero

( ) Masculino

( ) Feminino

82 - Faixa etária

( ) Até 25 anos

( ) Mais de 25 a 30 anos

( ) Mais de 30 a 35 anos

( ) Mais de 36 a 40 anos

( ) Mais de 41 a 45 anos

( ) Mais de 46 a 50 anos

( ) Acima de 50 anos

83 - Estado civil:

( ) Solteiro (a)

( ) Casado (a)

( ) União estável (a)

( ) Separado (a)

( ) Divorciado (a)

( ) Viúvo (a)

84. Grau de escolaridade

( ) Segundo grau incompleto

( ) Segundo grau completo

( ) Superior incompleto

( ) Superior completo

( ) Especialização incompleta

( ) Especialização completa

( ) Mestrado incompleto

( ) Mestrado completo

( ) Doutorado incompleto

( ) Doutorado completo

85. Especialidade

( ) Contabilidade

( ) Direito

( ) Economia

( ) Administração

( ) Informática

( ) Engenharia

( ) Outro

86. Nomenclatura do Cargo

( ) Controlador (a) Geral

( ) Controlador (a) Interno

( ) Secretário (a) de Controle Interno

( ) Diretor (a)

( ) Assessor (a)

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86. Nomenclatura do Cargo

( ) Fiscal

( ) Técnico (a) profissional executivo

( ) Auditor (a)

( ) Outra designação

87. Característica do Cargo

( ) Provimento Efetivo

( ) Função de Confiança

( ) Provimento Comissionado

( ) Contrato de Serviço

88. Vinculação da Unidade Central de Controle

( ) Ao Chefe de Poder

( ) À Secretaria Municipal

( ) À Diretoria

( ) À Departamento

( ) À Setor

89. Tempo de trabalho na instituição

( ) Até um ano

( ) Mais de um até cinco anos

( ) Mais de cinco até dez anos

( ) Mais de dez até quinze anos

( ) Mais de quinze até vinte anos

( ) Mais de vinte até vinte e cinco anos

( ) Acima de vinte e cinco anos

90. Tempo de trabalho na função

( ) Até um ano

( ) Mais de um até cinco anos

( ) Mais de cinco até dez anos

( ) Mais de dez até quinze anos

( ) Mais de quinze até vinte anos

( ) Mais de vinte até vinte e cinco anos

( ) Acima de vinte e cinco anos

Fonte: elaborado pelo pesquisador com base em