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0 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MARCIA MARIA MARTINS ESTUDO DAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA OS PROFISSIONAIS DO LABORATÓRIO PESQUISA LTDA Balneário Camboriú 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MARCIA MARIA MARTINS

ESTUDO DAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA OS PROFISSIONAIS DO

LABORATÓRIO PESQUISA LTDA

Balneário Camboriú

2010

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MARCIA MARIA MARTINS

ESTUDO DAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA OS PROFISSIONAIS DO

LABORATÓRIO PESQUISA LTDA

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Recursos Humanos, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Profª. MSC: Luzia Fröhlich

Balneário Camboriú

2010

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MARCIA MARIA MARTINS

ESTUDO DAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA OS PROFISSIONAIS DO

LABORATÓRIO PESQUISA LTDA

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Recursos Humanos da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Administração de Recursos Humanos

Balneário Camboriú, 30 de novembro de 2010.

_________________________________

Prof. Msc. Luzia Fröhlich Orientadora

___________________________________

Prof. Msc. Lorena Schroder

Avaliadora

___________________________________

Prof. Msc. Cristina Melim Petrelli

Avaliadora

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiária: Marcia Maria Martins

Área de Estágio: Recursos Humanos

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Adriana de Mendonça Visalli

Professora orientadora: Profª. Msc. Luzia Fröhlich

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Pesquisa Laboratório de Análises Clínicas LTDA.

Endereço: Rua: 700 nº 600 –Centro – Balneário Camboriú

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Recursos Humanos

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Adriana de Mendonça Visalli

(Proprietária da empresa)

Carimbo do CNPJ da Empresa: 95.845.178/0001-40

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 27 de setembro de 2010.

A Empresa Pesquisa Laboratório de análises clínicas LTDA, pelo presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os

dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pela acadêmica Márcia Maria Martins.

___________________________________

Dra. Adriana de Mendonça Visalli

Representante Legal

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“Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos

conquistar se não fosse o medo de tentar.”

William Shakespeare.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria inicialmente de agradecer a Deus e a Nossa Senhora Aparecida por

terem me abençoado não somente durante a realização desta pesquisa, mas em

toda minha vida.

A minha mãe Maria Lurdes (in memorian) que acreditou tanto em mim e me

deu forças para lutar e é hoje o maior orgulho da minha vida e a pessoa a quem

dedico totalmente este trabalho.

Ao meu pai Orlando que mesmo diante do sofrimento não deixou de me

apoiar da maneira que pôde durante esses dias, a ele minha eterna gratidão.

A minha irmã Josiane a quem considero minha luz e ao meu cunhado João

Paulo que estiveram presente em todos os momentos, me dando o incentivo que

precisava para que eu não desistisse, pelas palavras de apoio, pelo zelo e pelo

carinho.

Às amigas, Aletéia, Fernanda, Liliam, Anne e Rose. Não poderia deixar de

citar seus nomes, são pessoas que estiveram sempre presente nas horas felizes e

nos dias tristes. Muito obrigada, sem a ajuda de vocês eu não teria conseguido.

A minha orientadora Luzia Fröhlich, pela compreensão, confiança e dedicação

durante toda essa pesquisa para que tudo transcorresse da melhor forma possível.

A todos os professores que me acompanharam durante esses anos, inclusive

aqueles que já não estão mais na Universidade.

Aos meus avaliadores por terem gentilmente aceito o convite e a todas as

pessoas da coordenação do curso, um abraço ao Prof. Márcio que sempre procurou

nos ajudar.

A todos os colegas de sala que conheci, pela amizade, companheirismo e

compreensão nos momentos que passamos juntos.

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“Dedico este trabalho ao meu Anjo da Guarda, que agora se faz minha

querida mamãezinha Maria Lurdes, por nunca ter deixado de acreditar em

mim. Sei que ela está agora explodindo de orgulho e alegria, e que de

algum lugar sorrindo ela me aplaude”!

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi identificar as competências necessárias para os profissionais do Laboratório Pesquisa de Análises Clínicas através de um estudo de caso no Laboratório Pesquisa. Para atingir o objetivo geral deste estudo, projetaram-se os seguintes objetivos específicos: descrever a estrutura de cargos da empresa; apresentar as atividades e funções dos cargos; descrever as qualificações exigidas para os cargos; definir as competências para os cargos. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram elaborados cinco capítulos, o primeiro introduz o tema apresentando sua relevância; o segundo traz a fundamentação teórica, abordando a administração geral; as organizações e as pessoas; administração de recursos humanos e finaliza com competências. O terceiro capítulo se refere aos aspectos metodológicos utilizados na realização do estudo e da pesquisa, o quarto apresenta os resultados obtidos com o estudo realizado no Laboratório Pesquisa e no último capítulo são apresentados os resultados obtidos onde foram identificadas as competências organizacionais do laboratório: relacionamento interpessoal, empatia, cooperação, atenção, visão sistêmica e organização. Palavras- chave: Organizações. Organizações e Pessoas. Administração de Recursos Humanos. Competências.

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ABSTRACT

The aim of this study was to identify the required skills for professionals in the Pesquisa Laboratory of Clinical Analysis by a case study in the Pesquisa Laboratory. To achieve the overall objective of this study, we designed the following specific objectives: to describe the company’s positions structure; present the activities and duties of each position; describe the required skills for the positions; define the competencies for the positions. To develop this work, we prepared five chapters, the first one introduces the theme by presenting its relevance, the second one provides a theoretical basis, addressing the general administration, organizations and people, human resources management skills and ends with skills. The third chapter addresses the methodological aspects used in the study and research, the fourth one presents the study results conducted by the Laboratory Pesquisa and the last chapter presents the results obtained were identified where the organizational skills of the laboratory: interpersonal relationships, empathy, cooperation, attention, systemic view and organization. Keywords: General Administration. Organizations and People. Human Resources Administration. Skills.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Definições de salários........................................................................... 44

Quadro 2 Competência Organizacional: Construindo um Conceito...................... 47

Quadro 3 Grupo de Competências Similares........................................................ 53

Quadro 4 Competência resistência à frustração do medidor de competências.... 54

Quadro 5 Descrição das Competências................................................................ 57

Quadro 6 Competências identificadas por Setores................................................. 59

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Processo de Recrutamento..................................................................... 28

Figura 2 Componentes do fluxo de avaliação de desempenho............................ 34

Figura 3 Níveis de Sistemas de Informação........................................................... 41

Figura 4 Competências como fonte de valor para o indivíduo e para a

Organização............................................................................................ 49

Figura 5 Medidor de Competências........................................................................ 54

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 15

1.1 Tema de estágio........................................................................................... 16

1.2 Problema de pesquisa ................................................................................. 16

1.3 Objetivo geral .............................................................................................. 16

1.3.1 Objetivos específicos ................................................................................... 16

1.4 Justificativa ................................................................................................... 17

1.5 Contextualização do ambiente de estágio.................................................... 18

1.6 Organização do trabalho.............................................................................. 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 20

2.1 Organizações............................................................................................... 20

2.2 Organizações e pessoas.............................................................................. 21

2.3 Administração de Recursos Humanos......................................................... 24

2.4 Políticas de Recursos Humanos.................................................................. 26

2.4.1 Processo de Agregação: Recrutamento e Seleção...................................... 28

2.4.1.2 Análise e descrição de cargos.................................................................... 30

2.4.2 Processo de Aplicação: Avaliação de Desempenho.................................. 32

2.4.3 Processo de Capacitação: Treinamento e Desenvolvimento...................... 35

2.4.4 Processo de Manutenção: Segurança e Higiene no trabalho.............. 37

2.4.5 Relações Trabalhistas.................................................................................. 39

2.4.6 Processo de Monitoração: Banco de dados e sistemas de informações...... 40

2.4.7 Processo de Recompensas: Remuneração.................................................. 42

2.5 Competências............................................................................................... 46

2.5.1 Mapeamento de Competências..................................................................... 52

2.5.2 Mensuração de Competências.................................................................... 53

2.5.3 Competências Individuais............................................................................ 55

2.5.4 Competências Organizacionais.................................................................. 60

3 METODOLOGIA..................................................................... ...................... 62

3.1 Tipologia da pesquisa..................................................................................... 62

3.2 Sujeito de estudo............................................................................................ 63

3.3 Instrumento de pesquisa................................................................................ 64

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3.4 Análise de conteúdo e agrupamento de dados........................................... 65

3.5 Limitações da pesquisa.............................................................................. 65

4 RESULTADOS OBTIDOS............................................................................. 66

4.1 Análise dos dados....................................................................................... 66

4.2 Descrição dos cargos, qualificações e competências................................. 68

4.3 Análise das Competências do Laboratório Pesquisa.................................. 70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 78

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 81

ANEXO 1 ( Entrevista com funcionários e Gerente do Laboratório Pesquisa... 84

APÊNDICE A (Modelo de avaliação por competências).................................. 86

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1 INTRODUÇÃO

Fatores como os processos de globalização, a turbulência crescente, a

complexidade maior das arquiteturas organizacionais e das relações comerciais e a

exigência de maior valor agregado dos produtos e serviços levaram as organizações

a buscar mais flexibilidade e maior velocidade de resposta na estruturação das

ocorrências internas e nas situações de complexidade crescente. (DUTRA, 2002).

Desde os anos 80, fala-se da necessidade de rever a forma de gestão de

pessoas e de repensar conceitos e ferramentas de gestão de pessoas. Porém, é a

partir dos anos 90 que surgem propostas mais concretas de mudança e observam-

se resultados positivos em novas formas de gerir pessoas. (DUTRA, 2002).

A forma como as organizações desenvolvem a gestão de pessoas passa por

grandes transformações em todo o mundo. Isso já vem ocorrendo há muito tempo,

porém, observa-se que é mais recente o interesse delas em observar essas

transformações.

Para Fischer (1998) as experiências positivas nas novas formas de gerir

pessoas permitem observar a existência de um novo conjunto de premissas e

conceitos que explicam melhor a relação entre organização e pessoas, chamado de

gestão de pessoas articulada por competências.

A partir daí, as empresas passam a necessitar de pessoas mais autônomas e

com maior iniciativa, que exponham suas idéias e tomem decisões, participando de

todos os processos da organização, contribuindo para o alcance dos objetivos.

O objetivo desta pesquisa refere-se às competências onde se busca

identificar quais as competências necessárias dos cargos para O Laboratório

Pesquisa de Análises Clínicas, descrevendo a estrutura de cargos da empresa,

apresentando as atividades e funções dos cargos, descrevendo as qualificações

exigidas para os cargos e posteriormente definindo as competências para os cargos.

1.1 Tema

A Gestão de Pessoas tem um papel importantíssimo nas organizações, é,

sem dúvida, uma atividade que deve ser executada por todos os gestores, contando

com o apoio do setor de Recursos Humanos. Tem a finalidade de alcançar um

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desempenho que possa combinar as necessidades individuais das pessoas com

necessidades das organizações. (CHIAVENATO, 2004)

A cada dia mais empresas entendem que o tema Gestão por Competências

deve ser trabalhado, e com urgência nas organizações. Observa-se, em muitas

empresas o quanto os profissionais de RH, Administradores e Gestores de Pessoas

são carentes de um manual ou de uma referência prática de como aplicar ou fazer

Gestão de Pessoas com Foco em Competências. (MARRAS, 2000; GIL, 2001)

A Gestão de Competências é um modelo de gestão de pessoas que fornece á

área de Recursos Humanos e gestores de empresas, as ferramentas para realizar

gestão e desenvolvimento de pessoas, e essas ferramentas são alinhadas de

acordo com os cargos e funções das pessoas da organização, pode-se dizer que

Gestão por Competências é o processo de identificar as competências que uma

função necessita. (GIL, 2001)

Através da gestão de competências podem ser identificados os

conhecimentos, habilidades e também as atitudes; requisitos considerados

necessários na opinião dos Gestores de Recursos Humanos para os cargos e as

funções das pessoas no âmbito das organizações.

Neste trabalho, faz-se um estudo sobre as competências requeridas para os

profissionais da área da saúde, em um laboratório de análises clínicas.

1.2 Problema de Pesquisa

Quais as competências requeridas para os profissionais do Laboratório

Pesquisa ?

1.3 Objetivo geral

Identificar as competências necessárias para o Laboratório Pesquisa de

Análises Clínicas.

1.3.1 Objetivos específicos:

- Descrever as características da empresa;

- Apresentar as atividades e funções dos cargos;

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- Descrever os cargos e competências requeridas para os cargos;

- Identificar as competências para os cargos e para o laboratório.

1.4 Justificativa

O estudo sobre as competências dos profissionais da área de saúde é de

extrema importância. As pessoas procuram por serviços de saúde em hospitais,

clínicas médicas, laboratórios de análises clínicas; algumas vezes por doenças

crônicas ou mesmo pela preocupação com a saúde como forma preventiva.

Este trabalho justifica-se pela importância do atendimento realizado pelos

profissionais que atuam na área da saúde, e as competências requeridas para este

tipo de função. Observa-se que é cada vez mais comum ocorrerem certos conflitos

ocorridos em estabelecimentos de saúde; e os motivos são muitos: tempo de

espera, falta de atendimento, atendimento não satisfatório, burocracia.

As pessoas que procuram um serviço médico, seja em postos de saúde,

clínicas médicas, hospitais ou laboratórios, normalmente vêm com certa

preocupação e apresentam estresse elevado, cansaço, impaciência. Tais situações

fazem com que o profissional que irá atender estas pessoas tenha certas

habilidades e determinadas competências para poder driblar esta situação e realizar

um bom atendimento.

Em muitos casos, as pessoas que estão desempenhando estas funções não

possuem as competências necessárias, realizando um atendimento que pode não

satisfazer as necessidades e as exigências dos clientes.

A importância de se realizar um bom atendimento não garante só a

fidelização de clientes em uma organização, mas também a satisfação das pessoas,

pois elas quando procuram por serviços de saúde, estão enfrentando alguma

enfermidade, que já é um problema, o atendimento qualificado pode amenizar as

situações de conflito e satisfazer as necessidades das pessoas.

A realização do estudo referente às competências poderá possibilitar aos

gestores os ajustes necessários na busca de um desempenho na melhoria do

atendimento. Na realização desses ajustes, os gestores poderão ainda, proporcionar

um aumento da satisfação dos clientes criando um ambiente mais agradável, como

também a motivação para treinamentos, capacitando continuamente todos os

funcionários.

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1.5 Contextos do ambiente de estágio

EMPRESA: Laboratório Pesquisa de Análises Clínicas LTDA

AMBIENTE DA PESQUISA: Laboratório Pesquisa

O Laboratório Pesquisa já existe há 13 anos na cidade de Balneário

Camboriú, sendo que situou-se durante 12 anos na rua 906, atualmente situa-se na

rua 700, também no centro da cidade.

A proprietária do laboratório, Sra. Adriana de Mendonça Visalli é também a

Bioquímica Farmacêutica responsável.

O Laboratório Pesquisa realiza 90% dos exames, 10 % são encaminhados a

um Laboratório de Apoio na cidade de São Paulo-SP, são exames mais específicos

que não são considerados de rotina, somente grandes laboratórios possuem os

equipamentos necessários para realização dos mesmos.

Quando as atividades iniciaram, havia apenas um único convênio, o SUS

(Sistema Único de Saúde), hoje já são mais de 10 convênios conseguidos, através

de parcerias com outras empresas prestadoras de serviços de saúde.

A cada dia são atendidas mais de 40 pessoas por dia no laboratório,

totalizando mais de 300 exames realizados.

Dentro de sua proposta o Laboratório Pesquisa procura desenvolver junto aos

seus clientes a confiança como resultado e a segurança almejada quando o assunto

é saúde, buscando melhorias com o auxílio da tecnologia para atender as

necessidades dos clientes.

1.6 Organização do trabalho

A primeira parte do trabalho apresenta o tema e o problema de pesquisa, bem

como a identificação dos objetivos a serem cumpridos e a apresentação do

Laboratório Pesquisa de Análises Clínicas LTDA.

O segundo capítulo apresenta a metodologia exprimindo a opinião teórica de

vários autores na área de Recursos Humanos e nos sub-temas apresentados nesta

pesquisa.

O terceiro capítulo refere-se à metodologia utilizada para a coleta, população

a apresentação dos dados coletados para a pesquisa, definindo o delineamento que

foi utilizado.

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O quarto capítulo relata a apresentação dos resultados coletados pela

acadêmica através da aplicação de entrevistas estruturadas com perguntas abertas,

bem como a análise dos dados e sugestões para a empresa.

O último capítulo apresenta as conclusões finais da acadêmica referente á

pesquisa realizada e também uma análise dos objetivos propostos no início deste

trabalho, os quais serão respondidos e que foram alcançados durante o decorrer do

trabalho.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo é feita a contextualização do trabalho , fundamentado com os

conceitos de organizações, organizações e pessoas, administração de recursos

humanos, políticas e subsistemas de recursos humanos e uma abordagem sobre

competências.

2.1 Organizações

Organizações são constituídas por um grupo de pessoas que se unem para

alcançar um objetivo comum. Cada indivíduo no âmbito da organização tem sua

função e são essas pessoas que tomam as decisões das estratégias que serão

adotadas pela empresa. As organizações são instituições fundadas para suprir as

necessidades da sociedade, formadas por sistemas designados para o cumprimento

de suas metas (SOUZA; FERREIRA, 2000); (LACOMBE, 2005).

As organizações são estruturadas por pessoas que estão unidas através de

um propósito coletivo. No entanto, a nova visão dentro das organizações está

voltada aos recursos humanos, desse modo, se abre espaço para que os

colaboradores participem mais no alcance dos objetivos empresariais. Além disso,

existe também a grande preocupação de que as organizações interajam com o

macro ambiente. (DAFT, 2003).

Pode-se dizer que atualmente as organizações são essenciais para a

civilização, as pessoas desde seu nascimento fazem parte dela, hospitais, escolas,

família, igreja, sindicatos, associações são todos conceituados como organizações.

Portanto, os indivíduos suprem suas necessidades culturais, materiais e sociais

através das organizações. (LACOMBE; HEILBORN, 2006).

As empresas modernas trabalham em um modelo de sistema aberto, que

permite que elas saiam de suas estruturas para abrangerem novos clientes e que

facilita sua comunicação com o mundo todo, quebrando fronteiras territoriais como é

o caso do comércio virtual ou e-commerce. Outro enfoque das organizações é o da

gestão do conhecimento, onde as empresas começam a captar idéias de todas as

pessoas não só mais da diretoria, abrindo um canal de comunicação entre os líderes

e seus subordinados (DAFT, 2003).

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Independentemente de sua estrutura, as organizações necessitam possuir

uma linha de comunicação, a fim de transformá-la em informações que apoiarão a

liderança, o poder e as decisões a serem tomadas. A comunicação tem sua

relevância de acordo com o enfoque que a organização é estudada e de acordo com

o tipo de organização. (CHIAVENATTO, 1999).

Existem dois tipos de sistemas de organização, o fechado que não interage

com o macro ambiente e que não condiz com o mundo atual e o sistema aberto que

se integra com o ambiente e trata-se de um modelo complexo. Os sistemas

consistem em entradas, processamentos e saídas criando um vínculo com o

ambiente interno e externo. As empresas possuem subsistemas que auxiliam no

cumprimento de suas metas, como área de produção, área de tecnologia, e na

administração tanto na alta, quanto na média (DAFT, 2003).

Embora as organizações sejam constituídas por pessoas, uma organização é muito mais do que a soma de pessoas que a constituem. Ela é também constituída por outros componentes, gerando uma sinergia, isto é, o todo é maior do que a soma das parcelas que o constituem. (LACOMBE, p.10, 2005).

2.2 Organizações e pessoas

Falar em Administração é usar como referência a administração das pessoas

que trabalham nas organizações, desenvolvendo suas funções em seus respectivos

cargos, pois as pessoas passam grande parte de seu tempo dentro de

organizações, vivendo ou trabalhando. Produtos ou prestação de serviços não

podem ser desenvolvidos por uma pessoa apenas, mas sim por um grupo de

pessoas, uma equipe de trabalho. (CHIAVENATO, 1997).

Para Daft (2003), organizações são entidades sociais que são dirigidas por

metas, são desenhadas como sistemas de atividades deliberadamente estruturados

e coordenados, ligados ao ambiente externo.

As organizações criam um impacto bastante forte na vida e na qualidade de

vida das pessoas. Considerando que cada indivíduo tem um objetivo, seja ele:

lucrativo, político, social, ou econômico; as organizações envolvem as pessoas de

tal maneira que no ambiente de trabalho, elas crescem, trabalham e se divertem

fazendo amizades e criando um clima agradável e familiar. (DAFT, 2003).

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A organização de uma empresa é indispensável para que a equipe traga bons

resultados para a empresa, para se conseguir esses bons resultados, o

administrador soluciona problemas da organização, desenvolve estratégias, planeja

sua aplicação e efetua diagnósticos de situações. (CHIAVENATO, 1997; MOTTA,

1998).

São as pessoas que constituem as organizações, são elas que agem,

interagem e que tomam as decisões, assim, nada acontece até que as pessoas

decidam o que será feito em nome da organização. Por outro lado, as organizações

são responsáveis por quase todas as atividades na sociedade moderna, podendo

citar como exemplo o nascimento de pessoas em hospitais, a educação nas escolas,

o trabalho nas empresas, o lazer em clubes. Assim, os membros das sociedades

modernas obtêm grande parte de sua satisfação material, social e cultural através

das organizações. (LACOMBE, 2005)

A organização tem o homem como um recurso, ela funciona tornando os

recursos humanos produtivos. Só há desempenho através do trabalho, portanto

tornar o trabalho produtivo é uma função essencial. Ao mesmo tempo, as instituições

da sociedade atual vão se tornando cada vez mais os meios pelos quais as pessoas

buscam seu sustento, encontram seu acesso a um status social, à satisfação e

realização pessoal. (DRUCKER, 2002)

Existe um lado em que as organizações constituem-se de pessoas, porém,

em outro lado, as organizações é que constituem para as pessoas uma maneira pela

qual elas podem atingir muitos e variados objetivos pessoais com um mínimo de

custo, de esforço, de tempo e de conflito, os quais jamais poderiam ser alcançados

apenas através do esforço de uma pessoa, mas sim de uma equipe.

(CHIAVENATO, 1997)

As pessoas possuem interesses pessoais e profissionais e é a partir disto que

elas se motivam a desenvolver seu papel dentro da organização. O comportamento

do indivíduo também acaba sendo influenciado pelas suas necessidades e por sua

motivação. (LACOMBE, 2005).

As pessoas que administram qualquer conjunto de recursos são os

administradores ou gerentes, são os gerentes os responsáveis pelo funcionamento

do processo administrativo. Alguns desses gerentes são chefes de outras pessoas,

sendo, assim, esses chefes tem autoridade sobre outros funcionários. São os

responsáveis pelas ações das pessoas nas organizações, tem autoridade para

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tomar decisões e acionar o trabalho de seus funcionários e demais recursos.

(MAXIMIANO, 2000)

Muitos adotam o ponto de vista de que o trabalho é um fardo, de que o

homem trabalha para sobreviver, ou, se for afortunado, a fim de conseguir

excedentes suficientes para permitir-lhes fazer as coisas que realmente gosta. Mas

é preciso considerar que o trabalho é parte essencial da vida do homem, uma vez

que constitui o aspecto de sua vida que lhe dá status e o liga à sociedade, as

pessoas tendem a gostar de seu trabalho ou a procurar trabalhos que lhes tragam

satisfação. (LACOMBE, 2005)

Para Lacombe (2005) é importante compreender que a moral do trabalhador

não tem qualquer relação com as condições materiais do trabalho, fatores como a

temperatura, iluminação, ruído e umidade afetam a saúde física e o conforto, não a

motivação.

Os modismos técnicos e conceituais passam, as únicas coisas que não

passam são as expectativas dos empregados: desejo de justiça; desejo de

valorização e reconhecimento; desejo de transparência; ter boa liderança; ter bom

ambiente de trabalho; ter seu trabalho dignificado. (RIBEIRO, 2006)

Existe uma grande variedade de organizações: empresas industriais,

empresas comerciais, organizações de serviços (bancos, hospitais, universidades),

organizações públicas (repartições) etc. Estas organizações tanto podem ser na

produção de bens e produtos, como na prestação de serviços de qualquer natureza,

elas exercem grande impacto na vida dos indivíduos, fazem parte do ambiente onde

as pessoas trabalham, recreiam, estudam e satisfazem suas necessidades, a

maneira pela qual as pessoas vivem, se alimentam, se vestem. Suas expectativas e

convicções são profundamente influenciadas pelas organizações. (CHIAVENATO,

1997)

Assim, as organizações são influenciadas pelos seus participantes pela

maneira de sentir e de pensar, daí ressalta-se a importância das mudanças nos

conceitos da ARH. (CHIAVENATO, 1997)

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2.3 Administração de Recursos Humanos

Tudo começou com a necessidade de contabilizar os registros dos

trabalhadores, e obviamente com ênfase nas horas trabalhadas, faltas e atrasos

para efeitos de pagamentos ou de desconto, da mesma maneira que é feito hoje,

nesse campo pode-se dizer que pouca coisa mudou. (MARRAS, 2000)

A função do chefe de pessoal no início do século XIX tinha em comum, tanto na Itália quanto nos Estados Unidos e no Brasil, as mesmas características que o definiram por muitos anos: um sujeito inflexível, seguidor das leis e dono de uma frieza incalculável no momento de demitir uma pessoa. (MARRAS, p.49, 2000).

Na década de 60 começa-se falar em Administração de Recursos Humanos

(ARH), foi quando essa expressão passou a substituir as utilizadas no âmbito das

organizações: Administração de Pessoal. A maioria das empresas brasileiras de

grande e médio porte mantém atualmente departamentos de Recursos Humanos,

porém a adoção dessa designação parece estar relacionada ao interesse em

apresentar uma característica de modernidade. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Gil (1994) defende que ARH pode ser entendida como a Administração de

Pessoal a partir de uma abordagem sistêmica. O autor define o conceito de sistema

de diversas maneiras, entre elas, como um conjunto de elementos unidos por

alguma forma de interação ou interdependência; como uma combinação de partes,

formando um todo unitário; como um conjunto de elementos materiais ou ideais,

entre os quais se possa encontrar uma relação. (GIL, 1994)

Foram as grandes organizações as responsáveis pelas primeiras mudanças

no conceito de Administração de Recursos Humanos, elas acabaram por patrocinar

estudos e pesquisas na área acadêmica que fizeram com que houvesse uma

valorização de novas posturas de comando como forma de se conseguir otimizar os

resultados produtivos das organizações. (MARRAS, 2000)

Tais patrocínios, salvo raras exceções, não eram propriamente resultado da

sensibilidade patronal daquela época, sempre foram, como ainda são hoje,

investimentos interessantes do ponto de vista da imagem da empresa e se

deu marketing político. (MARRAS, p.69, 2000).

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As organizações já se deram conta da importância das pessoas e da forma

como essas pessoas são administradas, diferentemente do que ocorria no passado,

quando o foco recaía apenas na tecnologia do produto ou do processo, em

mercados protegidos ou regulamentados, no acesso a recursos financeiros e

economias de escala. (LACOMBE, 2005).

O departamento de Recursos Humanos (DRH) tem como objetivo principal

administrar as relações da organização com as pessoas, consideradas nos dias de

hoje, parceiras do negócio, e não mais meros recursos empresariais, passando esse

a ser o mais importante desafio no âmbito das organizações, função estratégica

demais para ficar centralizada nas mãos de poucos especialistas, que atuam na

esfera operacional ou tática. (MARRAS, 2000).

Assim, o profissional de Recursos Humanos tem a função de criar

oportunidades para as pessoas crescerem dentro da empresa, de modo que elas

busquem a realização profissional e pessoal do âmbito das organizações. (RIBEIRO,

2006).

A ARH consiste no planejamento, na organização, no desenvolvimento, na

coordenação e no controle de técnicas capazes de promover o desempenho

eficiente do pessoal, ao mesmo tempo em que a organização representa o meio que

permite às pessoas que com ela colaboram para alcançar os objetivos individuais

relacionados direta ou indiretamente com o trabalho. (ULRICH, 1998).

ARH significa conquistar e manter pessoas na organização, não apenas

desenvolvendo suas funções, mas também, dando o máximo de si, com uma atitude

positiva, com entusiasmo. (RIBEIRO, 2006)

Os objetivos da ARH derivam dos objetivos da organização inteira, toda

empresa tem como um de seus principais objetivos a criação e distribuição de algum

produto ou de algum serviço, ao lado dos objetivos organizacionais, a ARH deve

considerar que os participantes também têm seus próprios objetivos pessoais.

(CHIAVENATO, 1997)

A ARH envolve uma série de decisões integradas que formam as relações de

trabalho; dessa forma, sua qualidade influencia diretamente a capacidade da

organização e de seus colaboradores em atingir seus objetivos, os recursos

humanos trazem o brilho da criatividade para a empresa, sem pessoas eficazes, não

existe nenhuma possibilidade de uma empresa atingir objetivos. (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000)

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As decisões dos executivos é que moldam a relação existente entre

empregadores e colaboradores, estas decisões não afetam somente a capacidade

funcional dos empregados, mas também, e de forma bastante significativa, suas

vidas pessoais, são decisões geralmente difíceis de serem tomadas dentro de um

espaço fechado, considerando que os aspectos políticos, culturais e econômicos da

sociedade também têm sua influência sobre elas (MARRAS, 2000)

A área de Recursos Humanos precisa estar ciente das contratações que a

organização deseja fazer, pois é nesse departamento que será definido o papel do

funcionário, cabe ao profissional de RH transmitir aos empregados os valores da

empresa, assim como a imagem. Boa parte dos empregados enxerga a área de RH

como uma porta de entrada e de saída, ou um lugar onde possa resolver questões

trabalhistas, desconhecendo todos os processos que envolvem a Administração de

Recursos Humanos. (RIBEIRO, 2006)

2.4 Políticas de Recursos Humanos

São denominadas políticas de Recursos Humanos: cargos e salários,

treinamento, avaliação, planejamento de carreira etc. Estão subordinadas à filosofia

da empresa e devem ser flexíveis, adaptando-se aos objetivos organizacionais,

estas políticas diferem-se da filosofia da empresa que é mais duradoura por serem

mais mutáveis e dependem de alguns fatores:

a) Das relações de mercado;

b) Da influência do Estado (conquistas sociais da nova Constituição, por exemplo);

c) Da estabilidade política, econômica e social do país.

Tais fatores determinantes relacionados com a estratégia da empresa

compõem um quadro de referência para o levantamento e fixação de metas de ARH

a curto, médio e longo prazo. Na definição e implantação das políticas de ARH

visam-se os seguintes propósitos: estabelecer programas e incentivem a

permanência dos funcionários nas organizações, visando diminuir os custos com a

contratação de novos empregados; melhorar o processo de flexibilidade em matéria

de recrutar, selecionar, treinar e avaliar o desempenho dos funcionários da empresa;

adequar a administração de cargos e salários à dinâmica do mercado de trabalho.

(CARVALHO; NASCIMENTO, 2004)

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Segundo Gil (1994) o profissional de Recursos Humanos tem que

desempenhar inúmeras funções, dentre as quais: comunicar-se de maneira eficaz

com superiores, empregados e públicos externos; propor critérios e criar

instrumentos para a seleção do pessoal requerido para a empresa; construir

instrumentos para a avaliação do desempenho dos colaboradores; avaliar cargos e

funções da organização, com o objetivo de identificar os requisitos que dever possuir

seus ocupantes; avaliar o valor relativo de cada cargo, etc.

A postura de um gestor de Recursos Humanos está diretamente relacionada

ao seu perfil cognitivo e cultural, no seu sentido mais amplo, de modo que a

educação familiar adquirida ao longo de sua vida apresenta um conjunto de valores

que alavanca a exteriorização das suas atitudes, identificando-o numa escala

infinita, em um determinado e único ponto da escala. (MARRAS, 2000)

Além de decidir a política de ARH a ser adotada, a empresa também deve

deixar claro o posicionamento e o tratamento dado às pessoas que nela trabalham,

pode escolher como objetivo a produção de riquezas para um pequeno grupo de

administradores e investidores ou desenvolver uma organização que seja uma

comunidade. A sobrevivência da empresa vai depender muito da escolha que for

feita por seus fundadores. (LACOMBE, 2005)

Enfim, compreende-se que as políticas e os procedimentos são planos

operacionais permanentes, definindo os critérios que devem orientar a tomada de

decisão para solucionar determinados tipos de problemas. Os procedimentos vão

especificar quais atividades deverão ser realizadas para cumprir uma tarefa maior ou

um objetivo. (MAXIMIANO, 2000)

De acordo com Chiavenato (1999) cada organização pode desenhar os seus

sistemas de RH de acordo com seu formato, dividindo-os em subsistemas:

• Agregação: recrutamento e seleção.

• Aplicação: análise e descrição de cargos, avaliação de desempenho

• Desenvolvimento ou Capacitação: treinamento-desenvolvimento

• Processos de Manutenção: higiene e segurança no trabalho, relações trabalhistas

• Processo de Monitoração: banco de dados, sistemas de informações gerenciais.

• Processo de Recompensas: remuneração, benefícios e serviços

A seguir estes subsistemas são descritos individualmente, facilitando assim a

compreensão

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2.4.1 Processo de agregação-Recrutamento e seleção

O recrutamento pode ser considerado um conjunto de técnicas e

procedimentos que tem o objetivo de atrair candidatos potencialmente qualificados

com capacidade para ocupar cargos no âmbito das organizações. Pode-se dizer que

é um sistema de informação através do qual a empresa divulga e oferece ao

mercado de recursos humanos as oportunidades de emprego que pretende

preencher. O recrutamento tem a função de suprir a seleção de matéria-prima

básica (candidatos) para seu funcionamento. (MARRAS, 2000)

EMISSÃO DA RP APROVAÇÃO ANÁLISE INÍCIO

PELO CHEFE ARH DO PROCESSO

REQUISITANTE

Figura 1: Processo de recrutamento Fonte: (MARRAS, 2000)

São exemplos de recrutamento: recrutamento dentro da empresa: é uma boa

forma de recrutamento, pois os indivíduos já são conhecidos e a empresa para eles

é familiar, é um processo bem econômico também, evitando que a empresa tenha

gastos com agências de emprego, é importante também porque as pessoas da

organização percebem que a empresa tem interesse em promovê-los; por

recomendação: pode ser por pessoas de dentro e de fora da empresa, através de

indicação, também é considerado um meio econômico. Porém, em alguns casos,

pode criar algum tipo de constrangimento com o candidato, se ele não cumprir com

as expectativas após a contratação; pessoal dispensado: a empresa pode admitir

antigos empregados dispensados, desde que a dispensa tenha ocorrido por motivos

aceitáveis, a vantagem é que os empregados já são conhecidos, e talvez não

necessitem de programas de treinamento; agências: sem dúvida, este procedimento

evita gastos de tempo no processo de recrutamento a na realização das entrevistas.

Mantém o sigilo e tende a oferecer apenas candidatos qualificados, aptos para as

funções; anúncios: ainda é um procedimento bastante utilizado porque atrai muitos

candidatos, mas é importante indagar por que, como e quando anunciar. (GIL, 1994)

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O recrutamento no âmbito de uma organização poderá ser administrado por

um único profissional por diversas equipes, isso vai depender do porte da empresa.

(GIL, 1994).

Na realidade o que determina o fluxo de trabalho do subsistema de

recrutamento e seleção não é diretamente o número de funcionários, pois pode

haver uma empresa com 1.000 funcionários em uma situação que não registre

necessidade de aumento de quadro e com rotatividade zero. Ou seja, nessas

condições não há necessidade de aumentar e nem de repor o quadro de

funcionários. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Deste modo, não há necessidade dos serviços de recrutamento e seleção. O

que realmente aponta para a necessidade de acionar um serviço de recrutamento e

seleção é um dos seguintes acontecimentos: rotatividade, aumento de quadro

planejado e aumento de quadro circunstancial. (MARRAS, 2000)

O profissional de RH que realiza o recrutamento busca obter dados referentes

ao candidato, estes dados são obtidos por meio de entrevista ou de qualquer outro

instrumento de seleção, mas estes dados somente serão significativos após a

avaliação dos mesmos, é uma tarefa bastante complexa, pois requer não apenas o

conhecimento das características do candidato, mas também a compreensão dos

requisitos do cargo. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

O recrutamento envolve um processo que varia de acordo com cada

organização, mas basicamente na hora de contratar, as empresas utilizam o

recrutamento interno ou o recrutamento externo, porém, é importante lembrar que

tanto um quanto o outro podem oferecer vantagens e desvantagens que devem

merecer adequada atenção do executivo. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004)

De acordo com Chiavenato (2005) as empresas não costumam fazer apenas

o recrutamento interno ou o externo, uma vez que um complementa o outro, na

prática quase sempre ocorre um sistema misto, quando surge alguma oportunidade

dentro da empresa, alguém é promovido e no seu lugar se recruta externamente um

candidato.

Depois de programado o recrutamento, o sistema de RH deve colocar em

prática as medidas propostas na fase inicial do processo. As fases do processo de

recrutamento podem ser assim consideradas: Planejamento, Execução do

Recrutamento e Avaliação dos resultados. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004)

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Desta forma, pode-se concluir que as empresas com uma área de cargos e

salários bem atuante e muito bem organizada favorecem o processo de

recrutamento e seleção, na medida em que permitem uma abordagem mais

profissional e de gerenciamento mais efetivo. (MARRAS, 2000).

A seleção abrange o conjunto de práticas e processos usados para escolher

o candidato que parece ser o mais adequado para a vaga a ser ocupada, lembrando

que a escolha final cabe a futura chefia decidir. (LACOMBE, 2005)

Esse processo deve considerar a cultura da empresa e os valores e crenças

do candidato, além disso, é de extrema importância avaliar a qualificação e a

personalidade do candidato recrutado para seleção, especialmente para as vagas

que requerem contato direto com os clientes. (LACOMBE, 2005)

Para Carvalho; Nascimento (2004) a seleção constitui a escolha entre os

candidatos, daqueles mais aptos para a execução de determinado trabalho,

classificando-os, conforme o grau de aptidão de cada um.

Avaliar significa prever o comportamento futuro de candidatos pouco

conhecidos numa situação de trabalho. Mesmo que o recrutamento e os

procedimentos de seleção tenham sido realizados de forma bastante criteriosa e

cuidadosa, não se pode absolutamente ter a certeza de que a avaliação será

satisfatória, o processo seletivo tenderá a apresentar grandes chances de

adequação à medida que tenha sido tecnicamente conduzido. (GIL, 1994).

Assim, o processo de avaliação requer algo mais que a simples análise das

informações e dados do candidato, ou seja, requer interpretação, de modo que no

final do processo seja possível, com certa margem de segurança, definir as

vantagens e desvantagens da contratação do candidato. (GIL, 1994)

2.4.1.2 Análise e descrição de cargos

Denomina-se descrição de cargo o processo de sintetização das informações

recebidas no passo anterior de análise das funções, padronizando o registro dos

dados de maneira a permitir um rápido e fácil acesso aos contornos de cada um dos

cargos da empresa. (MARRAS, 2000)

Dentre os diversos requisitos exigidos pelo cargo estão: escolaridade,

experiência, responsabilidades, condições de trabalho, conhecimento, etc.

(MARRAS, 2000).

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Desenhar um cargo significa estabelecer algumas condições consideradas

fundamentais na opinião de Chiavenato (1997). São elas:

a) O conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deverá desempenhar, ou

seja, o conteúdo do cargo.

b) Como esse conjunto de tarefas ou atribuições deverá ser desempenhado, os

métodos e processos do trabalho.

c) A quem o ocupante do cargo deverá reportar-se (responsabilidade), isto é,

relação com sua chefia.

d) Quem o ocupante do cargo deverá supervisionar ou dirigir (autoridade), isto é,

relação com seus subordinados.

O desenho do cargo é a especificação do conteúdo, dos métodos de trabalho

e das relações com os demais cargos, no sentido de satisfazer os requisitos

tecnológicos, organizacionais e sociais, bem como os requisitos pessoais de seu

ocupante. Portanto, o desenho de cargos representa o modo pelo qual os

administradores projetam os cargos individuais e os combinam em unidades,

departamentos e organizações. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Quando os cargos estão descritos, a próxima fase é a avaliação dos cargos,

passa-se então de um trabalho descritivo para outro de caráter avaliativo,

essencialmente matemático e de julgamento. O especialista que realizará esta

avaliação precisa ter bons conhecimentos matemáticos e estatísticos na fase de

montagem da avaliação de cargos. (MARRAS, 2000).

Assim, poderão ser utilizadas metodologias adequadas à obtenção dos

resultados finais do plano. Todo cuidado é necessário nesse processo, o

treinamento do comitê de salários em “como” avaliar é tarefa do especialista de

salários e desse treinamento dependerá o sucesso final do trabalho. (CARVALHO;

NASCIMENTO, 2004).

Para Marras (2000) existem alguns passos considerados importantes no

processo da avaliação de cargos: escolha dos fatores; montagem de manual de

avaliação de cargos; montagem da tabela de avaliação; determinação dos pesos e

tratamento estatístico; criação dos formulários de avaliação; avaliação de cargo por

cargo; tabela de classificação de cargos.

Há cargos que têm um único ocupante, (por exemplo, o cargo de presidente,)

já outros possuem um número pequeno de ocupantes (cientistas), existem também

cargos com grande número de pessoas que os ocupam (os professores, os

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montadores). Os cargos têm títulos que identificam a tarefa principal ou a profissão

do ocupante: montador, secretária, assistente geral, diretor de recursos humanos.

(MAXIMIANO, 2000).

A padronização de cargos consiste em apresentar-se uma forma ao relato,

que possibilite a comparação objetiva entre os conteúdos de descrições, de forma

que se estabeleçam similaridades ou distinções entre elas, facilitando o processo da

análise de cargos. O documento que reúne essas informações é a Descrição de

Cargo Padrão, que é a conseqüência imediata da Descrição de Função Pessoal.

(MAXIMIANO, 2000).

Desse modo, as descrições de função pessoal de conteúdos similares

servirão, portanto, de base para a elaboração da descrição de cargo padrão, que,

será a fonte de elaboração do sumário. (MARRAS, 2000).

Nestas descrições serão registradas, além de todas as atividades e funções

do ocupante do posto de trabalho, outras informações adicionais que permitirão

identificar e selecionar fatores avaliativos, que após uma análise, irão determinar os

requisitos mínimos e a posição hierárquica que o cargo vai ocupar na estrutura da

organização. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

2.4.2 Processo de aplicação- Avaliação de desempenho

A avaliação de desempenho consiste na avaliação do trabalho

desempenhado pelo indivíduo. É necessário que a avaliação de desempenho seja

feita periodicamente de tempo em tempo, sendo este período pré-estipulado pela

empresa. (RIBEIRO, 2006).

O maior objetivo da avaliação de desempenho para a organização é

identificar funcionários que apresentam a necessidade de treinamento, fornecer

feedback aos colaboradores, subsidiar programas de mérito, promoções e

transferências, contribuir para o auto desenvolvimento dos colaboradores, encontrar

um novo talento dentro da empresa e avaliar a contribuição do indivíduo ou do grupo

para o alcance dos objetivos organizacionais (MARRAS, 2000).

O colaborador tem a necessidade de saber como está desempenhando sua

função dentro da organização, portanto, neste momento o avaliador precisa destacar

os pontos fortes e citar pontos a melhorar e impor desafios a serem cumpridos

(RIBEIRO, 2006).

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A avaliação de desempenho é uma importante ferramenta de gestão de

pessoas que corresponde a uma análise sistemática do desempenho do profissional

em função das atividades que realiza no âmbito das organizações, como também

das metas, estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu potencial de

desenvolvimento. (MARRAS, 2000).

Tem como objetivo final contribuir para o desenvolvimento das pessoas da

organização, promovendo o crescimento profissional e pessoal, bem como melhor

desempenho. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Além disso, fornece a ARH informações para tomada de decisões acerca de

salários, bonificações, promoções, demissões, treinamento e planejamento de

carreira, proporcionando o crescimento e o desenvolvimento da pessoa avaliada.

(MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

É um dos procedimentos básicos que acionam o sistema de RH, face aos

seus objetivos. É uma atividade típica de controle administrativo, tornando-se parte

atuante da estratégia gerencial, um instrumento bastante valioso e importante da

administração de RH, na medida em que reporta o resultado recebido pela

organização. (CHIAVENATO, 1997; CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Foi criada basicamente para acompanhar o desenvolvimento cognitivo dos

empregados durante o tempo que permanecem na organização e especificamente

para medir seu nível de conhecimentos, habilidades e atitudes. (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000).

Através desse instrumento que as organizações direcionam os seus

programas de treinamento e desenvolvimento e, posteriormente mensuravam o

atingimento dos resultados e objetivos desses programas realizados com os

funcionários. (MARRAS, 2000).

Através do processo de avaliação de desempenho que são mensurados os

resultados que cada pessoa ou equipe proporcionaram para o alcance dos objetivos

organizacionais. E a aplicação deste processo contribui com todos os subsistemas

da ARH (CHIAVENATO, 2005).

Na figura a seguir, Carvalho; Nascimento (2004) apresentam os componentes

do fluxo de avaliação de desempenho:

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F

Figura 2- Componente do fluxo de avaliação de desempenho

Fonte: (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Chiavenato (1997) resume que os objetivos fundamentais da avaliação do

desempenho podem ser apresentados em três facetas: permitir condições de

mediação do potencial humano no sentido de determinar sua plena aplicação;

permitir o tratamento dos recursos humanos como um recurso básico da empresa e

cuja produtividade pode ser desenvolvida indefinidamente, dependendo da forma de

administração; fornecer oportunidades de crescimento e condições de efetiva

participação a todos os membros da organização, tendo em vista, de um lado, os

objetivos organizacionais e, de outro, os objetivos individuais.

De acordo com Marras (2000) existem diversos métodos de avaliação de

desempenho, destacam-se os seguintes: escalas gráficas: é um sistema fácil de ser

construído, muito bem aceito no mercado durante muitos anos. Baseia-se na

avaliação de um grupo de fatores determinantes daquilo que a organização define

como desempenho; incidentes críticos: o avaliador concentra-se em determinar os

grandes pontos fortes e fracos de quem está sendo avaliado, apontando

comportamentos extremos e sem analisar especificamente traços de personalidade,

a montagem desse sistema leva em conta duas séries de afirmativas (uma positiva e

outra negativa), em que o avaliador deve colocar sua marca; método comparativo:

utiliza-se de análises comparativas entre um e outro empregado; método de escolha

forçada: este modelo foi criado originalmente para oficiais das Forças Armadas

norte-americanas, posteriormente adotado por várias indústrias e organizações. Este

método consiste em avaliar o desempenho ou a atuação dos indivíduos por meio de

Atualização

profissional

Nova avaliação de

desempenho

Recrutamento Seleção Admissão

Treinamento Desempenho no

trabalho

Desempenho.

Banco de

talentos.

Problemas

pessoais.

Adequação

salarial.

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frases descritivas de determinado tipo de desempenho do empregado, em relação

às tarefas que lhe forem atribuídas; 360 graus: este método encontra uma grande

ressonância nas organizações brasileiras por estar identificado com ambientes

democráticos e participativos e que se preocupam tanto com os cenários internos á

organização quanto com os externos. Nesse modelo, o avaliado é focado por

praticamente todos os elementos que tenham contato com ele: subordinados,

superiores, pares, clientes internos e externos, etc. Esse processo recebe o nome

de 360 graus justamente pela dimensão que assume o campo de feefback.

(MARRAS, 2000).

A avaliação de desempenho é uma sistemática apreciação do comportamento

das pessoas nos cargos que ocupam nas organizações. Em algumas empresas,

pode ser um encargo do supervisor direto, do próprio empregado, ou ainda de uma

comissão de avaliação, dependendo dos objetivos da avaliação do desempenho. É

importante lembrar que, em qualquer um dos métodos de avaliação de desempenho

utilizado, a entrevista de avaliação do desempenho com o empregado avaliado

constitui o ponto principal do sistema: a comunicação que serve de feedback e que

reduz as dissonâncias entre o superior e o subordinado. (CHIAVENATO, 1997)

2.4.3 Processo de desenvolvimento ou capacitação-Treinamento e

desenvolvimento

O treinamento consiste no processo de assimilação cultural a curto prazo, tem

como objetivo repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes

relacionadas diretamente á execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho.

(MARRAS, 2000)

Existem inúmeros componentes do processo de treinamento e desenvolvimento,

e, quando devidamente implantado, proporciona muitas vantagens, entre elas se

destacam: torna possível o estudo e a análise das necessidades de treinamento de

toda a organização, envolvendo dessa forma todos os níveis hierárquicos da

organização; define prioridades de formação, tendo em vista os objetivos setoriais

da organização; caracteriza as diversas formas de desenvolvimento de pessoal a

serem aplicados, considerando sua viabilidade, vantagens e outros fatores afins;

desenvolve planos de capacitação profissional a curto, médio e longos prazos,

integrando-os às metas globais da empresa. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

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O treinamento produz mudanças no conjunto de Conhecimentos, Habilidades e

Atitudes (CHA) de cada funcionário, uma vez que implementa ou modifica a

bagagem particular de cada um. Todos os indivíduos são possuidores de uma

bagagem de conhecimentos, habilidades e atitudes referentes às suas trajetórias

particulares, de modo que essa bagagem constitui o CHA individual, que deve estar

em uníssono com a posição ocupada em uma estrutura organizacional e com as

responsabilidades devidas, possíveis diferenças ou carências de CHA em relação às

exigências do cargo ocupado poderão ser corrigidas por meio de treinamento.

(MARRAS, 2000)

Investir no desenvolvimento de pessoas significa investir na qualidade dos

serviços que determinada organização oferece, mas é importante lembrar que este

investimento deve privilegiar todas as pessoas que fazem parte da organização, pois

os resultados decorrem das atividades do coletivo, daí destaca-se a importância de

desenvolver também as equipes. O desenvolvimento de equipes é o processo de

aprimorar as competências dos integrantes de um grupo, com o objetivo de torná-los

um grupo de alto desempenho. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Trata-se de um processo contínuo, podendo ser necessário enfatizar em

determinados momentos: Muitas vezes, a equipe é formada sem que seus

integrantes se conheçam, ou até se conhecem, mas nunca trabalharam juntas. Ou

ainda, há um conflito entre duas facções, são alguns eventos que podem justificar

uma intervenção determinada de desenvolvimento de equipes. (MAXIMIANO, 2000).

Para Lacombe (2005) a principal razão pela qual as empresas treinam é para

proporcionar ao empregado novas habilitações ou melhorar as que ele já possui.

Além disso, existem outros fatores que são importantes:

a) toda empresa tem suas especialidades e peculiaridades, que o empregado

desconhece quando é admitido; os empregados são selecionados com base em

suas qualificações gerais, e as empresas, às vezes tem técnicas, políticas e planos

específicos, que precisam ser ensinados;

b) novas funções surgem e outras deixam de existir: o conhecimento humano evolui,

obrigando as pessoas a se atualizarem e adotarem a prática do aprendizado

contínuo;

c) os bons profissionais gostam de aprender e evoluir, a empresa que não treina não

agrada os bons profissionais;

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d) o treinamento é um benefício que pode contribuir para atrair e manter os bons

profissionais na organização;

e) o treinamento proporciona um ambiente desafiador e motivador para os bons

profissionais;

f) as exigências do mercado de trabalho avançam velozmente, enquanto as pessoas

continuam sendo preparadas pelas instituições de educação e de preparação de

mão-de-obra com deficiências em relação àquelas exigências;

g) numa época em que tudo muda rapidamente, as pessoas querem ser treinadas e

as melhores podem chegar a ponto de considerar que o risco de permanecer numa

empresa que não treina é maior do que o risco de sair; dessa forma, o treinamento

contribui para reduzir a rotatividade de pessoal.

Ao analisar os conceitos de treinamento e desenvolvimento, pode-se concluir

que treinar e desenvolver pessoas nas organizações não é uma tarefa tão simples.

Afinal de contas, aprender e trabalhar com pessoas, seres inconstantes não poderia

ser simples, o processo de prepará-las, capacitá-las para enfrentar bons e maus

momentos é uma função de enorme complexidade. (ARAÚJO, 2006).

De acordo com Araújo (2006) as empresas estão cada vez mais considerando

os gastos investidos nos programas de treinamento e desenvolvimento como

investimentos estratégicos; assim, percebe-se que se trata de um investimento, seja

a fim de condicionar pessoas à execução de tarefas ou mesmo com o objetivo de

ampliar o nível de conhecimento pessoal .

2.4.4 Processo de manutenção- Segurança e higiene no trabalho

No contexto da gestão de RH, a atividade de higiene no trabalho inclui uma

série de normas e procedimentos, visando, essencialmente à proteção da saúde

física e mental do empregado, procurando zelar pela sua segurança e bem estar

durante o desempenho de suas funções no local de trabalho.

Entre as finalidades da higiene do trabalho, destacam-se: eliminação das

causas das doenças profissionais; redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo

trabalho em pessoas doentes; prevenção do agravamento de doenças e lesões; e

manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produção por meio de

controle do ambiente de trabalho. Estes objetivos podem ser perfeitamente

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atingidos, se houver a colaboração de todos, dos empregados e dos gerentes.

(CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Todos os funcionários e administradores querem um ambiente de trabalho

saudável e seguro, muitas vezes a questão para as organizações é o custo disso,

alguns locais de trabalho são tão nocivos que as melhorias acabam sendo exigidas

por lei, uma estratégia alternativa para diminuir os riscos é a prevenção, através de

programas visando diminuir os riscos de acidentes, o treinamento para segurança

também é uma maneira eficaz de evitar acidentes de trabalho. Já existem muitas

organizações que estão buscando o envolvimento de equipes de empregados em

projetos de reestruturação das funções para ajudar a evitar doenças específicas do

trabalho. (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

A seguir algumas práticas que, segundo Demo (2005) apud Mathis e Jackson

(2003) são muito importantes para a segurança e saúde no trabalho:

1- Inibição de violência no trabalho (dados apresentados pelos autores

mostram que 70% da violência contra os empregados é oriunda de policiais,

motoristas de taxi e entregadores de mercadorias com livre acesso à organização)

através de auditoria de segurança, controle de acesso informatizado às instalações

da empresa e sistemas computadorizados de segurança;

2- Programas de prevenção de doenças e acidentes;

3- Utilização da abordagem ergonômica no projeto das funções e postos de

trabalho;

4- manutenção preventiva de equipamentos;

5- Criação de programas de assistência ao empregado para estabelecer e

promover seu bem estar;

6- Promoção de saúde, que é uma abordagem para encorajar os empregados

a adotar um estilo de vida saudável, através de programas de ginástica,

relaxamento, e ainda, palestras e informativos

Outro fator que também preocupa as empresas, além da segurança no

trabalho, é o estresse. O assunto tem recebido cada vez mais atenção, por ser uma

área de difícil estudo. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Um recente estudo médico questionou a figura popular do executivo

estressado e descobriu que os trabalhadores que exercem funções que combinam

alta demandam psicológica com baixo poder de controle (carteiros, por exemplo)

têm aproximadamente cinco vezes mais chances de desenvolver uma doença

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cardíaca do que aqueles que têm maior controle sobre seu trabalho. (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000).

2.4.5 Relações trabalhistas

A primeira forma de trabalho para outrem foi a escravidão, o escravo era

propriedade de seu senhor e considerado uma coisa e não um ser humano. Embora

seja uma instituição abominável sob todos os pontos de vista, ao ser criada na Pré-

História representou, por incrível que pareça, um avanço, pois isso resultou na

eliminação da pena de morte para os povos vencidos nas batalhas. Na Grécia

Antiga e no Império Romano, o trabalho que envolvia força física era considerado

indigno. (LACOMBE, 2005).

Pela importância estratégica das relações trabalhistas, a área situa-se sempre

em posição de staff a uma diretoria de RH, vide-presidência de RH ou da própria

presidência da empresa. É quase que comum ver o próprio gestor de RH assumir o

papel de relações trabalhistas. (MARRAS, 2000)

Cada vez mais, as organizações trabalhistas estão reavendo seu papel

tradicional de apoio às classes menos favorecidas e reconquistando a simpatia

pública pelos trabalhadores que representam. Entretanto, muitas pessoas acreditam

que a principal causa de dificuldades dos sindicatos é uma mudança nos objetivos

das empresas, vem aumentando o número de empregados que elegem como parte

de suas estratégias negociais manter-se (ou permanecer) independente dos

sindicatos, e tem tomado decisões consistentes com estas estratégias no que se

refere à administração de recursos humanos. (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

As relações trabalhistas constituem um sistema em que o conjunto de regras

para o funcionamento deste sistema será mais influenciado pelos interesses do

grupo dominante, mesmo que as regras impostas pelo grupo pretendam permitir a

busca de equalização entre os grupos. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

Claramente nota-se uma democracia, ou seja, o maior número de pessoas

com objetivos em comum constitui o grupo dominante, desse modo, em se tratando

de relações trabalhistas dois ou mais grupos estarão envolvidos com objetivos

opostos: empregados e empregadores. (ARAÚJO, 2006)

Os sindicatos podem ser avaliados em função de sua contribuição ao bem-

estar econômico de seus membros e de sua capacidade em ajudar na resolução de

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conflitos no âmbito das organizações. Os sindicatos influenciam tanto a eficiência

como a equidade, porque um sindicato eficaz pode dar aos colaboradores voz ativa

para modificarem suas condições de trabalho e melhorar a justiça do tratamento a

seus filiados. (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Ter um quadro de pessoal mais satisfeito, estável e sindicalizado pode trazer

um aumento na produtividade e melhora na qualidade dos serviços. Porém, é

importante ressaltar que os sindicatos também podem prejudicar a produtividade

caso estabeleçam regras que atrapalhem o desempenho dos empregados. O efeito

positivo ou negativo sobre a produtividade vai depender da qualidade das relações

entre empregado e empregador. (ARAÚJO, 2006).

2.4.6 Processo de monitoração de Recursos Humanos- Banco de dados e

sistemas de informações

O Sistema de Informação Gerencial (SIG) é um sistema planejado de colher,

processar, armazenar e disseminar informação de modo a permitir a tomada de

decisões eficazes pelos gerentes envolvidos. São muitas as necessidades de

informação gerencial no âmbito das organizações, exigem a atuação de contadores,

auditores, pesquisadores de mercado, analistas, e um enorme número de

especialistas de staff. (CHIAVENATO, 1997)

O SIG ocupa um papel importante no desempenho dos gerentes,

principalmente nas tarefas de planejamento e de controle. Sob o aspecto específico

de controle, esse sistema deve proporcionar informação oportuna e relevante para

que os gerentes possam fazer maior uso do controle antecipado em relação á ação,

permitindo à organização uma vantagem competitiva quanto a seus concorrentes.

(CHIAVENATO, 1997).

Os executivos dependem cada vez mais de ferramentas de apoio estratégico

para alavancar o crescimento dos negócios, essas ferramentas, quando bem

utilizadas, apóiam o processo de tomada de decisões e a definição de ações,

auxiliando a compreensão dos resultados e a análise das tendências.

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NNííveis de SIveis de SI

VENDAS/MKT VENDAS/MKT INDUSTRIAL INDUSTRIAL FINANFINANÇÇAS AS CONTROLLER RHCONTROLLER RH

NívelOperacional

NívelGerenciamento

NívelConhecimento

NívelEstratégico Executivos

Gerências Médias

Analistas

FuncionáriosOperacionais

on

Figura 3- Níveis de SIG Fonte: (LAUDON; LAUDON, 1999)

Esta ferramenta representa um recurso fundamental no processo decisório

para o contexto dos negócios em um mercado competitivo. (LAUDON; LAUDON,

1999).

Do ponto de vista da teoria das decisões, a organização pode ser visualizada

como uma série estruturada de redes de informação que ligam as necessidades de

informação de cada processo decisório ás fontes de dados. Mesmo separadas,

essas redes de informação sobrepõem-se e interpenetram-se de maneira bastante

complexa. (CHIAVENATO, 1997).

Para compreender como elas funcionam, é importante definir o que é dado e

informação: dados são os elementos que servem de base para a formação de juízos

ou para a resolução de problemas. Um dado é apenas um índice, um registro, uma

manifestação objetiva, passível de análise subjetiva, isto é, exige interpretação da

pessoa para sua manipulação, em si um dado tem pouco valor. A informação

apresenta significado e intencionalidade, aspectos fundamentais que a diferenciam

do dado simples. Dá-se o nome de banco de dados aos meios através dos quais se

armazenam para uso posterior. (CHIAVENATO, 1997).

CHIAVENATO (1997) ressalta que cada sistema de processamento de dados

tem seus objetivos específicos, que variam de uma organização para outra.

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2.4.7 Processo de recompensas- Remuneração

Pode-se dizer que a administração da remuneração é o conjunto de métodos

que tem por finalidade a atribuição de remuneração adequada a todos aqueles que

colaboram com a empresa, assegurando a coerência interna entre os valores da

remuneração e dos benefícios de cada um e a coerência externa com o mercado de

trabalho, visando proporcionar constante motivação ao pessoal, aumento da

produtividade e controle dos custos de mão-de-obra. (LACOMBE, 2005).

As organizações se esmeram em desenvolver sistemas de remuneração no

sentido de recompensar de forma adequada seu pessoal e também reforçar o

desempenho desejado, o salário constitui a base do contrato de trabalho formalizado

entre a empresa e cada funcionário, ao salário são agregados os serviços sociais e

os benefícios que a empresa proporciona aos seus funcionários. (MAXIMIANO,

2000).

O salário e mais esses serviços constituem a remuneração, se os

empregados não recebessem esses serviços e benefícios sociais, certamente teriam

que desembolsar do que ganham para poder usufruí-los, pagando um valor maior no

mercado. (CHIAVENATO, 2005).

É importante salientar que não é tarefa fácil estabelecer remunerações justas,

as pessoas tendem a se auto-avaliar com benevolência e considerar que merecem

uma remuneração maior do que aquela estabelecida para seu cargo. O problema se

torna mais grave nos níveis mais altos, nos quais a comparação entre as pessoas é,

sem dúvida mais difícil, e algumas são críticas para o êxito da empresa. (LACOMBE,

2005).

A preocupação em manter a relação entre remuneração e contribuição para

resultados já estava presente nos métodos tradicionais de remuneração, refletindo-

se nos níveis salariais já praticados pelo mercado. Por fazer sentido para pessoas

que a diferenciação salarial ocorra em função da contribuição para os resultados e

por essa lógica estar alinhada ao funcionamento do mercado, ela constitui-se no

principal objetivo da administração salarial. (MAXIMIANO, 2000).

O desafio está no estabelecimento de mecanismos capazes de manter essa

relação, dificultada pela natureza complexa da contribuição e pela infinidade de

técnicas e instrumentos disponíveis aos gestores de salários. (HIPÓLITO, 2001).

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Não é fácil estabelecer um valor justo para o salário de cada colaborador de

uma organização. A preocupação com a coerência interna e externa, as

diversidades do mercado de acordo com as regiões em que a empresa atua, a

importância do funcionário para a empresa, as necessidades de gastos de cada um

e as vaidades pessoais tornam-se um problema difícil de ser resolvido.

Existe uma incompatibilidade entre o cenário que se configura e o que se

espera dos profissionais nele inseridos, bem como os pressupostos que sustentam

as práticas tradicionais de recompensa, centradas em cargos. O cenário delineado,

além de explicitar novos resultados como sendo os esperados em uma prática

remuneratória eficaz, sugere determinado conjunto de características necessárias á

sua efetividade. (HIPÓLITO, 2001).

Para sobreviver em um ambiente de mudanças constantes é natural que as

empresas se utilizem de sistemas de compensação que disseminem e reforcem sua

visão e seus objetivos perante os colaboradores. (DUTRA, 2001).

A adequação em suprir as coisas básicas da vida está relacionada à

aplicação de padrões remuneratórios capazes de garantir a satisfação das

necessidades primárias dos indivíduos, ou seja, fornecer os recursos necessários a

sua sobrevivência. Enquanto esse patamar mínimo não for atingido, não se deve,

em tese, discriminar os salários, uma vez que sua contrapartida seria a geração de

uma parcela da população condenada pela falta de recursos. (LACOMBE, 2005).

À medida que se caminha para economias mais abundantes, a preocupação

passa a recair sobre a identificação de critérios de discriminação salarial que sejam

compreendidos como justos pela população abrangida. Essa, com certeza, é uma

tarefa difícil, uma vez que os próprios conceitos de equidade, justiça e

imparcialidade não são universais. (HIPÓLITO, 2001).

A construção de sistemas de gestão de remuneração deve, naturalmente,

orientar-se pelos resultados deles desejados. Esses resultados, que no passado

resumiam-se a uma prática salarial equilibrada interna e externamente, vêm

ganhando mais importância e complexidade à medida que incorporam componentes

estratégicos para a organização. (HIPÓLITO, 2001).

Para Hipólito (2001) esses componentes, resultados esperados e características

necessárias constituem-se na base sobre a qual são avaliados os sistemas de

recompensa. Além da compatibilidade destes sistemas, é importante que o

composto remuneratório consiga estimular e reconhecer o desempenho de

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indivíduos e grupos, sob pena, se não o fizer, de ignorar a mais poderosa utilidade

do pagamento.

Existem inúmeras maneiras para a definição do termo salário, isso depende

de sua forma de aplicação ou de como ele se apresenta para o funcionário.

Marras, (2000) mostra no quadro abaixo algumas das principais definições:

Tipo de Salário: Definição:

1- Salário Nominal Aquele que consta na ficha de registro, na carteira profissional e em

todos os documentos legais. Pode ser expresso em hora, dia,

semana, mês, etc.

2- Salário Efetivo É o valor efetivamente recebido pelo empregado, já descontadas as

obrigações legais (INSS, IR, etc.).

3- Salário Complessivo É o que tem inserido no seu bojo toda e qualquer parcela adicional

(hora extra etc.)

4- Salário Profissional Aquele cujo valor está expresso na lei e se destina especificamente a

algumas profissões (por exemplo: médicos, engenheiros).

5- Salário Relativo É a figura de comparação entre um salário e outro na mesma

empresa.

6- Salário Absoluto É o montante que o empregado recebe, líquido de todos os

descontos, e que determina o seu orçamento.

Quadro 1- Definições de Salário Fonte: (MARRAS, 2000).

O salário não é a única forma de remuneração pelo trabalho prestado,

existem também os benefícios que formam a chamada remuneração.

Os benefícios são os aspectos indiretos da remuneração total dos

funcionários. Nos benefícios são incluídos remuneração fora do trabalho, pagamento

de seguro e assistência médica, serviços aos empregados e renda de

aposentadoria. A política tributária contribuiu para o crescimento contínuo dos

programas de benefícios, muitos deles são isentos de impostos para quem recebe e

dedutíveis para quem oferece, este fator encoraja as empresas a oferecerem os

benefícios aos seus empregados. (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Os benefícios oferecidos pelas organizações aos seus empregados podem

ser diversos, servindo tanto como atrativo a novos empregados quanto diferencial

para reter os colaboradores os colaboradores. As empresas podem oferecer como

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benefícios: planos de saúde, horário flexível de trabalho, possibilidade de trabalhar

em casa, bom estacionamento, convênios com academias, creches,

estabelecimentos de lazer como teatros e cinemas e facilidades no local de trabalho

como quadras de esportes, churrasqueiras, lanchonetes e restaurantes, postos

bancários, correios, atendimento médico e psicológico. (DEMO, 2005).

Cada empresa pode escolher quais benefícios poderá oferecer aos seus

colaboradores, de acordo com o porte da empresa, assim como de suas

possibilidades. (DEMO, 2005).

Os benefícios atendem normalmente a dois objetivos: os da organização e os

dos indivíduos. Os objetivos organizacionais são satisfeitos na medida em que a

empresa garante o atendimento das necessidades básicas, e, portanto, auxilia na

manutenção de baixos índices de rotatividade e ausências, redução do estresse etc.

(MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

O plano de benefícios pode atender a dois tipos de necessidades dos

indivíduos:

1- Necessidades intrínsecas: São as endógenas, aquelas que estão no

interior do indivíduo, são em geral de caráter psicológico. Exemplo: necessidades

sociais, de relacionamento, de status etc., e poderão ser supridas pela empresa

graças a políticas sociais, valores culturais, práticas gerenciais e outras formas que

privilegiem o atendimento desse tipo de necessidade de acordo com o tipo de

ambiente.

2- Necessidades extrínsecas: As exógenas têm origem no mundo externo do

indivíduo e que lhe fornecem, em geral, a satisfação de fatores físicos. Por exemplo:

os incentivos financeiros, serviços, seguros, etc. Essas necessidades são satisfeitas

pelas empresas por meio de pacotes (conjunto de benefícios), que somados ao

salário que o empregado recebe constituem concretamente a sua remuneração.

(MARRAS, 2000).

Existem quatro tipos de planos de benefícios: remuneração suplementar:

férias, seguro-desemprego, dentre outros; seguros: de vida, da casa, contra

acidentes e roubos, dentre outros; aposentadoria: planos de pensão e seguridade

social; serviços de saúde e alimentação no local de trabalho, oportunidades

recreativas, como clubes e muitas outras facilidades. (DESSLER, 2002 apud DEMO,

2005).

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2.5 Competências

A palavra competência possui diversas definições, dependendo da cultura,

dos valores, da visão e das experiências de cada um. No entanto, se os diversos

sentidos da competência forem comparados e estudados a fundo, é possível

observar que, apesar das diferentes definições, o sentido da palavra é único.

As organizações estão cada vez mais conscientes de que seu sucesso será determinado pelas habilidades, experiência e talento de seus colaboradores. O atual contexto de mercado tem dentre os indicadores de desempenho profissional, talvez o mais importante, a sua capacidade de atrair, desenvolver e reter pessoas talentosas na organização. (GRAMIGNA, p.19, 2002).

Para poder compreender o processo das competências nas organizações, é

fundamental saber o seu significado: O Novo Dicionário da Língua Portuguesa

(1986) define competência como qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver

certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade.

De acordo com Fleury; Fleury (2000) foi na década de 1930 que começaram a

ser desenvolvidos programas estruturados para supervisores que envolviam o

ensino correto de um trabalho, relações humanas no trabalho, métodos de trabalho

e desenvolvimento de programas de treinamento. Para as pessoas que ocupavam

cargos de chefia, passou-se a requerer habilidades interpessoais para melhorar o

clima organizacional. Tratava-se do desenvolvimento de habilidades e não de

competências sociais que agregavam valor à organização.

No final dos anos 80 e início dos anos 90, as organizações utilizavam um

modelo de gestão que as decisões eram tomadas sobre as pessoas em função de

sua agregação de valor para o meio, enquanto que nas empresas sadias, a

agregação de valor é para a empresa ou para o negócio; em empresas patológicas,

essa agregação de valor é para um feudo ou para a chefia imediata ou mediata.

(DUTRA, 2004).

Para Dutra (2004) a melhor forma de explicar esse fenômeno é o conceito da

competência que tem como base o deslocamento do foco que estava sobre o

estoque de conhecimentos e habilidades para a forma como a pessoa mobilizava

seu estoque e repertório de conhecimentos e habilidades em determinado contexto

de modo a agregar valor para o meio no qual se inseria. (DUTRA, 2004).

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Boterf (2003) constrói um novo conceito de competência, em que esta não

seria apenas um estado de formação educacional e profissional, tampouco um

conjunto de conhecimentos adquiridos ou de capacidades aprendidas, mas seria a

mobilização e aplicação de conhecimentos e capacidades numa situação específica,

na qual se apresentam recursos e restrições próprias a essa situação, o autor

denomina esses recursos como recursos de competências, sendo assim

classificados:

1-Conhecimentos: gerais e teóricos, operacionais e sobre o ambiente.

2- Atitudes: atributos pessoais e relacionais.

3- Recursos fisiológicos: energia, disposição.

4- Recursos do ambiente: sistemas de informação, banco de dados.

No quadro abaixo são apresentadas as idéias que expressam os conceitos de

competência organizacional dos principais autores desse domínio:

AUTORES ESSÊNCIA DO PENSAMENTO DOS AUTORES

ANSOFF (1983) Gama de habilidades que conduz uma organização e orienta seu comportamento estratégico.

PRAHALAD e HAMEL (1990) Conjunto de habilidades e tecnologias, que gera uma fonte de vantagem competitiva, que dificilmente pode ser copiada, e contribui para o valor percebido pelos clientes.

STALK, EVANS E SHULMAN (1992) Integração intencional de funções, atividades e processos operacionais de uma empresa, visando o atendimento das necessidades dos clientes.

DOZ (1994) Combinação de habilidades, sistemas ativos e valores que permitem elevados níveis de desempenho de tarefas específicas, as quais resultam em vantagens sobre os competidores e fornecem valor para os clientes.

LEONARD-BARTON (1995) Constituem uma grande vantagem competitiva; são formadas gradualmente ao longo do tempo e não podem ser copiadas com facilidade pelos concorrentes.

GRANT e GRAIG (1999) Integração de recursos tangíveis e intangíveis e trabalho em equipe.

DENEAUT e GATIGNON (2000) Rotinas organizacionais que criam valor para o cliente. ULRICH (2000) Conjunto de competências individuais, que constituem

competências organizacionais estáveis, as quais não podem ser facilmente copiadas pelos concorrentes.

Quadro 2- Competência Organizacional: Construindo um conceito Fonte: (Hanashiro; Teixeira; Zaccarelli, 2008), adaptado pelos autores.

Analisando o conceito de competência de Prahalad e Hamel; apresentada no

quadro acima, Ruas (2005) propõe os seguintes conceitos:

Competências organizacionais: São competências coletivas que aparecem

sob a forma de processos de produção e/ ou atendimento, nos quais estão

incorporados conhecimentos tácitos e explícitos, sistemas e procedimentos de

trabalho, entre outros elementos menos visíveis como princípios, valores e culturas

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dominantes na organização; Competências organizacionais básicas: São

competências coletivas que se desdobram e todo o espaço organizacional e que

contribuem decisivamente para a sobrevivência da organização; Competências

organizacionais seletivas: São competências coletivas que geram diferenciação.

Ruas (2005) relaciona os conceitos com a construção de um plano de

desenvolvimento de uma competência organizacional seletiva, com base no

desenvolvimento de competências gerenciais, como resultado de um processo que

contaria com os principais participantes da organização, portanto, as competências

devem agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo.

Boterf (2003) constrói um novo conceito de competência, em que esta não

seria apenas um estado de formação educacional e profissional, tampouco um

conjunto de conhecimentos adquiridos ou de capacidades aprendidas, mas seria a

mobilização e aplicação de conhecimentos e capacidades numa situação específica,

na qual se apresentam recursos e restrições próprias a essa situação.

O mesmo autor denomina esses recursos como recursos de competências,

sendo assim classificados: conhecimentos: gerais e teóricos, operacionais e sobre o

ambiente; atitudes: atributos pessoais e relacionais; recursos fisiológicos: energia,

disposição; recursos do ambiente: sistemas de informação, banco de dados.

A questão da competência se coloca em um espaço de interação entre as

pessoas e seus saberes, capacidades e demandas das organizações no campo dos

processos de trabalho essenciais e relacionais. Nesse enfoque Leme (2005)

defende que a competência gerencial é a capacidade de mobilizar, integrar e

transferir conhecimentos, habilidades e atributos com o objetivo de atingir ou superar

desempenhos configurados nas atribuições, processo esse que se consolida apenas

em situação de trabalho. (LEME, 2005).

As organizações vêem-se agora diante de um novo cenário: apresentam

dificuldades para identificar, em seu quadro de funcionários, profissionais que

atendam à demanda de competências exigida pelo mundo globalizado. As empresas

estão pagando o preço da falta de investimento no potencial humano, e na urgência

de aumentar a sua competitividade estão garimpando profissionais no mercado.

Estes profissionais, pagos a preço de ouro, têm seu lugar ao sol. (GRAMIGNA,

2002).

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Rabaglio (2006) apud Green (2000) define competência como uma descrição

escrita de hábitos de trabalhos mensuráveis e habilidades pessoais utilizados para

alcançar um objetivo de trabalho.

Para Fleury e Fleury (2000), competência é saber agir de maneira

responsável, implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos,

habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao

indivíduo. Saber agir de maneira responsável significa que o indivíduo deve

entregar-se completamente para a empresa, ou seja, comprometer-se com seus

objetivos.

Os conhecimentos, as habilidades e as atitudes (CHA), que juntos, afetam

parte considerável da atitude de alguém, que se relaciona com o seu desempenho.

Esse desempenho pode ser preestabelecido e posteriormente melhorado por meio

de treinamento e desenvolvimento. (PARRY, 1996 apud RABAGLIO, 2006).

Saber agir

Saber mobilizar

Saber transferir

Saber aprender

Saber engajar-se

Ter visão estratégica

Assumir responsabilidades

social econômico

Figura 4 – Competências como fonte de valor para o indivíduo e para a organização. Fonte: Fleury e Fleury (2000), adaptado pelos autores. Leme (2005) classifica as competências em dois tipos:

1-Competências Técnicas: Tudo que o profissional precisa saber para

desempenhar a sua função, exemplo: idiomas, sistemas de computação, etc. Essas

competências podem ser procuradas como palavras-chave nos currículos dos

candidatos e posteriormente averiguadas em entrevistas e testes práticos.

Indivíduo

Organização

Agregar valor

Conhecimentos

Habilidades

Atitudes

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2-Competências Comportamentais: Tudo aquilo que o profissional demonstra

como seu diferencial competitivo e tem impacto em seus resultados, por exemplo,

criatividade, planejamento, liderança e tantas outras.

As empresas tornaram-se mais exigentes, buscando pessoas hábeis,

criativas, talentosas e empreendedoras, nem sempre uma só pessoa reúne todas

estas características, dificultando a contratação nas empresas. (DUTRA, 2001).

De um lado existe a organização, com o conjunto de competências que lhe é

próprio. Tais competências decorrem da gênese e do processo de desenvolvimento

da organização, de outro lado, existem as pessoas, com seu conjunto de

competências, aproveitadas ou não pela organização. (DUTRA, 2004).

Quando pessoas e organização são colocadas lado a lado, é possível verificar

um processo contínuo de troca de competências, a organização transfere seu

patrimônio para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas

situações profissionais e pessoais, na organização ou fora dela. As pessoas, ao

desenvolverem sua capacidade individual, transferem para a organização o seu

aprendizado, capacitando-a para enfrentar novos desafios. (DUTRA, 2004).

O que há de mais relevante na construção da noção de competência passa pela crescente instabilidade da atividade econômica, pela baixa previsibilidade da relação das empresas com seus mercados e clientes e pela intensificação de estratégias de customização. (RUAS; ANTONELLO E BOFF, 2005).

Tais elementos, por serem mais visíveis no plano estratégico, resultam por

configurar, nos níveis tático e operacional, novas formas de conceber e organizar o

trabalho, de uma disposição do trabalho mais estável e previsível para outra

bastante diferenciada e fluída, na qual os processos de previsão tendem a focar-se

naquilo que deve ser obtido com o trabalho (seu resultado) do que no processo.

(RUAS; ANTONELLO E BOFF, 2005).

Dutra (2004) ressalta ainda que as pessoas, ao colocarem em prática o

patrimônio de conhecimentos da organização, concretizam as competências

organizacionais e fazem sua adequação ao contexto. Ao utilizarem, de forma

consciente, o patrimônio de conhecimento da organização, as pessoas validam-no

ou então programam as modificações necessárias para aprimorá-lo.

Quando pessoas e organização são colocadas lado a lado, é possível verificar

um processo contínuo de troca de competências, a organização transfere seu

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patrimônio para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas

situações profissionais e pessoais, na organização ou fora dela. As pessoas, ao

desenvolverem sua capacidade individual, transferem para a organização o seu

aprendizado, capacitando-a para enfrentar novos desafios. (DUTRA, 2004).

Para Leme (2005) competência é a transformação dos conhecimentos,

aptidões, habilidades, interesse e vontade, em resultados reais, pois quando uma

pessoa tem conhecimento e experiência e não sabe aplicá-los em favor de um

objetivo ou de uma necessidade significa que essa pessoa não é realmente

competente. Nesse sentido, a competência é resultado da união de conhecimentos

(formação, treinamento, experiência) com comportamentos (habilidades, interesse).

Para melhor compreender o assunto, é importante entender o comportamento

humano. O comportamento são as características intrínsecas do indivíduo,

associadas a conhecimento, experiências, vivências pessoais e influência da cultura

onde ele se encontra. (DUTRA, 2004).

A Gestão por Competências pode ajudar muito no processo de crescimento e

desenvolvimentos nas empresas. O movimento já difundido nos Estados Unidos e

em franco crescimento na Europa chega de forma ainda tímida no Brasil, tendo nas

multinacionais e nas novas empresas o seu berço. As primeiras investigações sobre

o tema partiram de David McClelland, na década de 70, em 1973, publicou o

resultado de seu trabalho sobre mensuração de competências e inteligência, na

revista Amercian Psychologist, abrindo o caminho para outras pesquisas e estudos.

(GRAMIGNA, 2002).

Para Dutra (2004) a forma com que a pessoa demonstra como ela funciona

em diferentes situações, o que interessa é o impacto desse funcionamento na

convivência com outras pessoas e nos próprios resultados

Assim, torna-se possível identificar com facilidade a pessoa agressiva e a

calma, a entusiasmada e apática, a competitiva e a cooperativa, a comunicativa e a

introvertida etc. Esta observação permite desenvolver metodologias capazes de

mapear o perfil de comportamentos ideal para cada cargo dentro da empresa e

ajudar os colaboradores a desenvolverem comportamentos específicos para o

sucesso em suas atribuições. (RABAGLIO, 2006).

Implantar Gestão por Competências é um processo que necessita do

envolvimento de toda a empresa. Precisa ser compartilhado por todos os

colaboradores, partindo da direção da empresa, existem algumas organizações que

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implantam Gestão por Competências em determinadas funções, geralmente no nível

de gerência para cima, ou ás vezes em apenas um setor da empresa, como o de

marketing ou de vendas. Não se pode dizer que esse é um processo errado ou que

não vale a pena, mas é fato que é um processo incompleto, pois apenas um

fragmento do corpo da organização foi envolvido, considerando toda a essência da

grande e poderosa ferramenta que é a Gestão por Competências. (LEME, 2005).

2.5.1 Mapeamento de Competências

Para Rabaglio (2006) mapear competências significa identificar as

Competências Técnicas e Comportamentais que, segundo a autora são pré-

requisitos para o atingimento das estratégias da empresa.

Isto pode ser feito através de Indicadores de Competências propostos por

Rabaglio (2006).

A mesma autora acima citada define alguns passos para mapear

competências, demonstrados a seguir:

1º Passo: Pesquisa dos Indicadores de Competências:

Todas as informações a respeito do cargo são necessárias para chegar à

conclusão de quais conhecimentos, habilidades e atitudes são imprescindíveis para

o sucesso. A descrição de cargo é uma informação preciosa, pois cada informação

de uma descrição de cargo indica várias competências técnicas ou

comportamentais, indicadores importantes para extrair o mapeamento do perfil de

competências: a descrição do cargo; os desafios mais significativos do cargo; a

cultura da equipe; missão da equipe; o padrão de atendimento a clientes internos.

2º Passo: Agrupamento de Competências Comportamentais:

As competências são colocadas em pequenos grupos que possibilitem criar

ferramentas de avaliação para observá-las ou utilizar ferramentas de avaliação

com foco na análise das mesmas: competências comportamentais- perfil

comportamental do cargo: clareza, objetividade, comunicação e fluência verbal, foco

em pessoas, foco em resultados, comunicação, relacionamento interpessoal, bom

humor, organização, planejamento, pró-atividade, capacidade de análise, atenção

concentrada, etc.

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Grupos Grupos de Competências

Grupo I Clareza/Objetividade/Comunicação verbal

Fluência verbal

Grupo II Foco em Pessoas/Foco em Resultados.

Grupo III Comunicação/Relacionamento interpessoal

Bom humor.

Grupo IV Organização/Planejamento/Pró-atividade.

Grupo V Capacidade de análise e síntese/Atenção

concentrada/Percepção.

Grupo VI Empatia/Saber ouvir.

Grupo VII Imparcialidade/Ética.

Quadro 3- Grupo de Competências Similares Fonte: (RABAGLIO, 2006).

Sempre que se faz a avaliação de um cargo, é muito importante observar

todas as mudanças que aconteceram nas atividades e atualizar o perfil de

competências para que se obtenha uma avaliação eficaz, baseada em informações

atualizadas. (DUTRA, 2004).

3º Passo: Consiste na definição das Competências Técnicas e

Comportamentais:

O modelo do mapeamento é criado compreedendo-se que: Conhecimentos e

Habilidades são competências técnicas do cargo, são o “C” e o “H” do CHA; Atitudes

são as Competências Comportamentais, são o “A” do CHA. Para Rabaglio (2006)

quando o 3º passo é finalizado, encontra-se o perfil de competências técnicas e

comportamentais do cargo. Essa ferramenta será a base para Gestão por

competências, todas as ferramentas como a seleção, a avaliação e o treinamento

serão desenvolvidas com base nessa ferramenta.

2.5.2 Mensuração de Competências

A mensuração de competências é apresentada por Rabaglio (2006) através

de uma ferramenta denominada Medidor de Competências:

Através deste modelo criado por Rabaglio (2006) as organizações podem

identificar suas competências organizacionais e inseri-las nesta ferramenta de

medidor de competências.

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5 Excelente

4 Bom

3 Médio

2 Insatisfatório

1 Inaceitável

Dê o grau 5 se você achar forte evidência da competência investigada.

Dê o grau 4 se você achar boa evidência da competência investigada.

Dê o grau 3 se você achar média evidência da competência investigada.

Dê o grau 2 se você achar pouca evidência da competência investigada.

Dê o grau 1 se você achar nenhuma evidência da competência investigada.

Figura 5- Medidor de Competências Fonte: (RABAGLIO, 2006).

Uma nota de 1 a 5 será atribuída para cada afirmação. Depois, é feita a

somatória de todas as notas atribuídas a cada competência. Em seguida, divide-se a

soma das competências pelo nº de afirmações e coloca-se o valor na frente da

palavra (Avaliação.)

Resistência a frustração Avaliação

5 4 3 2 1

1 Nunca desiste de um projeto por mais difícil que lhe pareça.

2 Quando recebe um não como resposta, refaz seu planejamento sem desistir do que pretende.

3 Quando algo dá errado, não se deixa abater pelo desânimo.

4 Quando uma meta não é atingida, põe o foco num plano que não permita que a situação se repita.

5 Tem foco no positivo sempre e é otimista mesmo em situações diversas.

6 Usa adversidade para aprender e encontrar a saída para o sucesso.

Quadro 4- Competência Resistência à Frustração do Medidor de Competências. Fonte: (RABAGLIO, 2006)

Exemplo: Competência: Resistência à Frustração

Nº de Notas (6): 3, 4, 5, 4, 4,4.

Soma das notas: 24

Soma das notas divididas pelo nº de notas: 24:6= 4

Avaliação média da competência Resistência à Frustração 4

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2.5.3 Competências individuais

Para possibilitar a mudança organizacional e permitir o deslocamento da

administração tradicional para uma gestão participativa, existe um aspecto

determinante e crucial: o gerenciamento de pessoas que trabalham na organização.

(CHIAVENATO, 2004).

O grande desafio da área de Recursos Humanos é a parte comportamental:

Identificar e mensurar comportamentos, diferente das competências técnicas, não se

pode identificar em um currículo de um candidato, por exemplo, se ele tem empatia,

criatividade, relacionamento interpessoal, liderança, etc. Isso tudo deve ser extraído

através de técnicas especiais, cada uma com uma finalidade específica: para a

seleção, o treinamento, a avaliação. Nesse enfoque têm-se o conceito de

competências individuais. (RABAGLIO, 2008).

A competência individual é dimensão mais conhecida e difundida de

competência, já que se confunde com noções similares (como a de qualificação,

atribuições, responsabilidade, por exemplo), que pretendem contextualizar e

caracterizar o trabalho. Por esse motivo, observações empíricas têm mostrado que a

noção de competência vai carregar consigo uma grande heterogeneidade de

percepções e conceitos, especialmente no ambiente das empresas. (RUAS,

ANTONELLO E BOFF, 2005).

De acordo com Fleury; Fleury (2000) competência individual é o saber agir

responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos,

recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social

ao indivíduo.

Para Ruas (2002) a competência individual é atributo dos gerentes e pode

exercer papel muito importante na influência do desenvolvimento das competências

dos grupos e até mesmo na competência organizacional.

O que se pode distinguir sobre a noção de competências individuais é, de um

lado, uma corrente de especialistas anglo-saxões adotando uma abordagem mais

pragmática, especialmente em suas formas de classificação, e partindo de uma

influência mais visível do conceito de qualificação e, de outro, os representantes da

“escola francesa”, que ampliam as perspectivas do conceito a partir da integração de

elementos da sociologia e da economia do trabalho. (BOTERF, 2003).

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De acordo com Boterf (2003) é da “escola francesa” que são desenvolvidas

as principais contribuições à noção de competência individual: não seria essa última

um estado de formação educacional ou profissional, e nem um conjunto de

conhecimentos adquiridos ou de capacidades apreendidas; mas sim, a mobilização

e a aplicação de conhecimentos e capacidades numa situação específica, no qual se

apresentam recursos e restrições próprias a essa situação. (BOTERF, 2003).

Os indivíduos são avaliados e analisados para efeitos de admissão,

demissão, promoção, aumento salarial etc., levando-se em consideração sua

capacidade de entregar-se à empresa. Por exemplo, quando se escolhe uma pessoa

para trabalhar na empresa, além de verificar sua formação e experiência, são

observados também outros fatores como seu modo de atuar, sua maneira de

realizar o trabalho solicitado, suas realizações, enfim, o empregador quer assegurar-

se que a pessoa a ser escolhida terá condições de obter os resultados que a

organização espera e necessita. (DUTRA, 2001).

As pessoas e as organizações aprendem, no entanto, o conhecimento de

uma organização não é a soma do que cada indivíduo conhece. Muitas vezes

investir fortunas nos funcionários não garante que a organização esteja aprendendo.

Porém, é importante reconhecer que o aprendizado individual é essencial para o

aprendizado organizacional, mas não é suficiente para que o último seja efetivo.

(HANASHIRO; TEIXEIRA, ZACARELLI, 2008).

Portanto é importante entender o conceito de aprendizagem individual: Toda e

qualquer atividade humana, praticada no ambiente em que as pessoas vivem, pode

levar a uma aprendizagem, que ocorre durante toda a vida, em todos os lugares e

em múltiplas experiências, em processos naturais e sociais, a menos que sejam

bloqueados. (HANASHIRO; TEIXEIRA, ZACARELLI, 2008).

Para Ruas, Antonello e Boff (2005) aprendizagem é a compreensão por meio

da experiência, incluindo a aquisição de novos entendimentos e modos de pensar,

transformando as experiências em algo significativo.

Fleury e Fleury (2000) ressaltam que a aprendizagem é um processo natural

bastante complexo, que leva à construção de memórias, aquilo que se aprende e

depois se esquece, é como se nunca tivesse acontecido, sendo assim, o conjunto de

coisas que os indivíduos conseguem lembrar é que vão constituir suas identidades.

Apoiando-se nos conceitos de saber, saber fazer e saber agir, Boterf (2003)

enfatiza os elementos definidores da competência, reconhecendo que o indivíduo é

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envolvido no processo de conhecimento ou de compreensão sendo guiado por

sistemas de valores, de significações e por modelos que são socialmente

compartilhados.

Para Boterf (2003) a competência profissional não reside nos recursos, mas

na ordem do saber mobilizar. O saber fazer hoje preenche as listas de competências

nas organizações, consistindo assim no grau mais elementar da competência.

Rabaglio (2006) descreve no quadro abaixo as competências essenciais a um

gestor, de forma sistematizada destacam-se as principais, na primeira coluna são

apresentadas as competências e na segunda coluna a descrição das competências.

COMPETÊNCIAS DESCRIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS

Análise Apresenta domínio com o uso de técnicas e ferramentas de analise de dados e demais relatórios.

Atenção Estar atento a tudo que acontece, para evitar impactos negativos no ambiente de trabalho.

Clareza Capacidade de se apresentar claramente, em tudo que for desenvolver, promovendo a compreensão imediata do grupo.

Comprometimento Capacidade de disponibilizar todo o potencial em prol dos objetivos e metas da equipe, colaborando, dando suporte com total dedicação e empenho.

COMPETÊNCIAS DESCRIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS

Comunicação Capacidade de interação com os componentes da equipe, aprendendo e ensinando em todas as situações que se fazem necessária e tendo ações voltadas para o desenvolvimento e resultados do time.

Cooperação Compartilhar conhecimentos e habilidades com todo o grupo, para o melhor desempenho de suas funções.

Criatividade Capacidade de apresentar soluções inesperadas e inovadoras para solucionar problemas difíceis.

Determinação Por mais desgastante que seja uma missão, nunca desiste de obter bons resultados.

Disciplina Capacidade de aceitar as normas disciplinares e procurar cumpri-las na medida do possível.

Empatia Capacidade de se colocar no lugar do outro, enxergando pelos olhos do outro, pelas motivações, interesses e percepções. É perceber sentimentos e emoções no outro e interagir de forma positiva com esses sentimentos e emoções.

Equilíbrio Emocional Capacidade de manter ponderação e bom senso em situações de imprevistos, adversidades e pressão, comunicando-se de maneira exemplar e conduzindo as ações de forma equilibrada.

Espírito de Equipe Desenvolver uma relação de complementaridade com os membros da equipe, ser

capaz de promover divisões juntas de tarefas, ter iniciativa para cooperar, estar comprometido com esultados da equipe, compartilhar e comemorar metas atingidas e resultados alcançados.

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Ética Capacidade do líder em ser um exemplo a ser seguido pelos componentes da equipe demonstrando integridade, respeito pelas pessoas, agindo com justiça.

Feedback Capacidade de receber, compreender e transmitir informação de forma clara e concisa. Aceita e faz criticas construtivas de maneira apropriada e no momento certo.

Flexibilidade Capacidade de adaptação rápida a situações inesperadas e facilidade de encontrar novas soluções para resolver problemas e adversidades.

Foco em Pessoas Compromete-se com a qualidade de vida no trabalho de seus funcionários, quando há uma necessidade de contribuição se faz presente.

Foco em Resultados Estar comprometido com resultados da equipe, dando o máximo do seu potencial para fortalecer o time e buscar os resultados mais eficazes.

Habilidades Técnicas Capacidade de desenvolver todas as operações necessárias ao bom desempenho de suas funções.

Inovação Capacidade de encontrar novas soluções para resolver problemas e adversidades

Integração Incentiva aos membros a compartilharem seus conhecimentos e impressões, e a se envolver com as rotinas de trabalho.

Liderança Observa com atenção o desenvolvimento da equipe e orientá-los com eficiência.

Objetividade Capacidade de objetivar suas ações, assim como obrigações e deveres pertinentes a função.

Organização Capacidade de organizar e estabelecer ordem de prioridade às tarefas, mesmo diante situações adversas, e otimizar procedimentos em favor da eficácia em resultados.

Participação Capacidade de se envolver na monitoração do progresso dos projetos que tenham iniciado.

Planejamento Capacidade de planejar as tarefas diárias mesmo em meio a dificuldades e imprevistos.

Pró atividade Capacidade de se antecipar aos fatos, tendo ações preventivas no sentido de conduzir a equipe a atingir os melhores resultados.

Relacionamento Interpessoal

Capacidade de se relacionar de forma construtiva com o time, demonstrando consideração e respeito pelos colegas, promovendo a união e integração de todos e se sentindo parte do time e compartilhando problemas e soluções.

Saber ouvir Capacidade de ouvir os funcionários e procurar colaborar com que for possível.

Solução de Problemas

Toma providências rápidas diante de problemas, obstáculos, conflitos, adversidades; tomando decisões assertivas em busca de soluções eficazes, procurando tirar o máximo de proveito da situação.

Visão Sistêmica Ter desenvolvida a visão da empresa como um todo e os conceitos da relação entre clientes e fornecedores internos. Compartilhar a visão de futuro com a equipe.

Quadro 5 – Descrição das competências Fonte: Rabaglio (2006).

Uma gestão de competências voltada para resultados exige estratégias de

gestão das competências. A ferramenta mais atual que está sendo bastante utilizada

pelas empresas de vanguarda é a “avaliação 360 graus”, por meio de feedback em

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rede. Por se tratar de uma forma democrática e aberta de avaliar desempenho, está

na ordem do dia. (GRAMIGNA, 2002).

No processo de avaliação de desempenho, a rede de avaliação é constituída

pelo chefe imediato e colegas de trabalho, também são agregados alguns clientes

na rede, e o ciclo se completa envolvendo chefe imediato, os colegas de trabalho,

clientes e fornecedores. (GRAMIGNA, 2002).

No quadro abaixo Gramigna (2002) apresenta o resultado do mapeamento de

competências individuais e os perfis apontados pelas empresas-cliente da MRG. O

mapeamento foi realizado após a verificação de mais de 4.500 perfis.

Empresa Pública Prestação de Serviços

Indústria Comércio Varejista e Atacadista

1-Capacidade Empreendedora

1-Capacidade Empreendedora

1-Capacidade Empreendedora

1-Capacidade Empreendedora

2-Capacidade de trabalhar sob pressão

2-Capacidade de trabalhar sob pressão

2-Capacidade de trabalhar sob pressão

2-Capacidade de trabalhar sob pressão

3- Comunicação 3- Comunicação 3- Comunicação 3- Comunicação 4- Criatividade 4- Criatividade 4- Criatividade 4- Criatividade 5- Flexibilidade 5- Dinamismo 5- Cultura da

Qualidade 5- Cultura da Qualidade

6- Liderança 6- Liderança 6- Flexibilidade 6- Flexibilidade 7- Motivação 7- Motivação 7- Liderança 7- Liderança 8- Negociação 8- Negociação 8- Negociação 8- Negociação

9- Planejamento 9- Planejamento 9-Relacionamento Interpessoal

9- Organização

10-Visão Sistêmica 10-Visão Sistêmica 10- Tomada de Decisão

10- Planejamento

11- Visão Sistêmica 11- Relacionamento Interpessoal

Quadro 6- Competências identificadas por Setores (1997 a 2000) Fonte: Gramigna (2002).

Para Gramigna (2002) a maioria das empresas acredita no valor da

competência Criatividade, porém ainda não tem um programa de inovação e

criatividade institucionalizado. Algumas ainda estão na fase de decisão pela

implementação de seus programas de sucessão de líderes, embora a competência

Liderança tenha sido apontada por todas as empresas em seus perfis.

As competências individuais que obtiveram maior peso (consideradas as mais

importantes para o negócio) na pesquisa realizada foram Relacionamento

Interpessoal e Comunicação, seguidas de Liderança e Negociação. (GRAMIGNA,

2002).

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2.5.4 Competências Organizacionais

Diante do aumento da complexidade nas situações profissionais, o que se

espera normalmente do profissional é que ele saiba administrar tal complexidade.

Resolver problemas, desenvolver soluções e criar alternativas são algumas das

competências exigidas pelos empregadores. Cabe a eles, porém, possuir as

competências necessárias para poder, de certa forma, exigir isso de seus

funcionários, de modo a garantir o alcance dos objetivos organizacionais. (BOTERF,

2003).

Segundo Ruas (2002) as competências são gerenciais quando os

conhecimentos, as habilidades e as atitudes mobilizam e integram recursos

produzidos para a organização. O mesmo autor conclui que as competências só

podem ser consideradas gerenciais se o gerente for capaz de utilizá-las para

mobilizar os recursos e obter resultados para a empresa, caso contrário, os

conhecimentos, as habilidades e as atitudes são somente competências individuais.

As competências Organizacionais estão constituídas pelo conjunto de

conhecimentos, habilidades, tecnologias e comportamentos que uma empresa

possui e consegue manifestar de forma integrada na sua atuação, contribuindo

assim para os resultados. (NISEMBAUM, 2000).

Não existe uma quantidade de competências mínima ou máxima que uma

empresa deva ter, mesmo porque, como as pessoas, as organizações também são

diferentes. Ainda que sejam do mesmo segmento de mercado, cada qual tem seus

próprios objetivos, suas próprias crenças e valores, e público-alvo específico. É

interessante usar o bom senso. (LEME, 2005).

Quando se fala em gerenciamento de pessoas, refere-se a maneira pela qual

as pessoas são administradas dentro da empresa. As pessoas são dirigidas por uma

constelação de executivos que adotam diretrizes e práticas estabelecidas pelos

especialistas em RH que exercem a função de staff e de assessoria. .

(CHIAVENATO, 2004).

Para Chiavenato (2004) na realidade são os executivos que administram as

pessoas com base em diretrizes e práticas emanadas pelo RH, por isso a ARH é

uma responsabilidade de linha, ou seja, de cada executivo, em termos globais de

empresa, é uma responsabilidade do próprio presidente.

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O mapeamento das competências organizacionais é realizado através de

indicadores de competências da empresa. De acordo com Rabaglio (2008) esses

indicadores são os seguintes: missão; visão; valores; plano estratégico; princípios;

objetivos; filosofias; etc.

Muitas organizações fazem reuniões para decidir quais são as competências

da empresa, relacionar uma série de competências e, através de discussão e

consenso, proceder à escolha das competências organizacionais. Isso é um grande

erro, uma escolha sem técnica, sem método que é baseada no que cada um “acha”,

por mais bem intencionado que seja o indivíduo, ele não está tecnicamente

preparado para poder fazer a escolha e acaba cometendo diversos tipos de erros.

(RABAGLIO, 2008).

Dutra (2001) considera que organizações e pessoas estão lado a lado,

verificando um processo contínuo de troca de competências. As pessoas, ao

desenvolverem a sua capacidade individual, transferem para a organização o seu

aprendizado capacitando-a a enfrentar novos desafios. A organização transfere o

seu patrimônio para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar

novas situações profissionais e pessoais dentro e fora das organizações.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo refere-se aos métodos utilizados no desenvolvimento da

pesquisa que será realizada no Laboratório Pesquisa de Análises Clínicas na cidade

de Balneário Camboriú.

A metodologia é um conjunto de instrumentos que deverá ser utilizado na

investigação, tendo como finalidade encontrar o caminho mais racional para atingir

os objetivos propostos, de maneira melhor e mais rápida. (ANDRADE, 1999).

Segundo Magalhães (2005), a palavra grega methodos vem da justaposição

de meta e hodos, ou seja, através ou ao longo do caminho.

Metodologia seria, portanto, o estudo ou a ciência do caminho, se pretendendo que este seja uma trilha racional para facilitar o conhecimento, além de trazer implícita a possibilidade de, como caminho, servir para que diversas pessoas o percorram, isto é, que possa ser repentinamente seguido. (MAGALHÃES, p.69, 2005).

3.1 Tipologias de Pesquisa

A pesquisa pode ser considerara um processo utilizado para descobrir

respostas para os problemas mediante a utilização de métodos científicos. (GIL,

1994).

Pode também ser definida como uma atividade voltada para a solução de

problemas, que se utiliza de um método para investigar e analisar essas soluções,

buscando não somente resolver problemas, mas algo novo no processo de

conhecimento. (LAKATOS, 2000).

A abordagem deste estudo classifica-se por qualitativa exploratória . Para

Lakatos (2000), a pesquisa do tipo qualitativa costuma ser direcionada, ao longo de

seu desenvolvimento; além disso, não busca enumerar ou medir eventos, e,

geralmente, não emprega instrumental estatístico para análise dos dados, o foco de

interesse é amplo e parte de uma perspectiva diferenciada da pesquisa quantitativa.

A pesquisa qualitativa é apropriada para a avaliação formativa, quando se

trata de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando é o

caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de

um programa e construir uma intervenção.( ROESCH, 2005).

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A abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social. Tanto assim é que existem problemas que podem ser investigados por meio de metodologia quantitativa, e há outros que exigem diferentes enfoques e, conseqüentemente, uma metodologia de conotação qualitativa. (RICHARDSON, 1999, p.79).

Para realização desta pesquisa foi utilizado o estudo de caso que na opinião

de Santos (1999) é selecionar um objeto de pesquisa restrito, com o objetivo de

aprofundar-lhe os aspectos característicos, o objeto pode ser qualquer fato,

fenômeno individual, ou um de seus aspectos. Também é comum a utilização do

estudo de caso quando se trata de reconhecer num caso, um padrão científico já

delineado, no qual possa ser enquadrado.

De acordo com Santos (1999) o pesquisador necessita de grande equilíbrio

intelectual e capacidade de observação para lidar com fatos normalmente isolados

nos estudos de caso.

O estudo de caso não é um método, mas a escolha de um objeto a ser

estudado. O estudo de caso pode ser único ou múltiplo e a unidade de análise pode

ser um ou mais indivíduos, grupos, organizações, eventos, países, ou regiões.

(ROESCH, 2005).

Para Roesch (2005) apud Yin (1981) o estudo de caso é uma estratégia de

pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto.

“Difere dos delineamentos experimentais no sentido de que estes deliberadamente divorciam o

fenômeno em estudo de seu contexto, diferem também do método histórico, por ser referirem ao

presente e não ao passado.” (ROESCH, p. 52, 2005 apud YIN (1981).

3.2 Sujeito de estudo

Denomina-se população um grupo de pessoas ou empresas que interessa

entrevistar para o propósito de um estudo. Dependendo do tamanho da população,

do tempo dos entrevistadores, custo da pesquisa, ou ainda capacidade de

processamento dos dados, faz-se necessário extrair uma parcela desta população

para investigar, em vez de utilizar seu total. (ROESCH, 2005).

A população de estudo desta pesquisa é o Laboratório Pesquisa de Análises

Clínicas, com um total de cinco funcionários.

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Para Lakatos e Marconi (2000) universo ou população pode ser considerado

um conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma

característica em comum.

3.3 Instrumentos de pesquisa

Nesta pesquisa o método utilizado para coleta dos dados será entrevista e

observação participante. Roesch (2005) explica que as entrevistas são largamente

utilizadas em pesquisa de mercado e pesquisa de opinião. A utilização de

entrevistadores apresenta vantagens e desvantagens em relação à remessa postal

de um questionário, segundo relata a autora, o uso de entrevistadores é necessário

quando há no questionário uma série de questões abertas e quando é preciso

escrever as respostas nas palavras dos respondentes.

Durante as entrevistas, ocorre uma interação face a face, ou seja, uma

proximidade entre as pessoas, proporcionando assim as melhores possibilidades de

penetrar na mente, vida e definição dos indivíduos. Trata-se de uma técnica

importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as

pessoas, um modo de comunicação no qual determinada informação é transmitida

de uma pessoa A para uma pessoa B. (RICHARDSON, 1999).

As entrevistas exigem bastante habilidade do entrevistador. Na opinião de

Martins; Lintz (2000), o trabalho de coleta por meio de entrevistas é demorado e seu

objetivo básico é entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e

situações em contextos que não foram estruturados anteriormente com base nas

suposições e conjecturas do pesquisador.

As entrevistas também asseguram maior taxa de respostas, tendo em vista

alguns aspectos: os entrevistadores podem dar uma explicação mais convincente

(do que uma carta, por exemplo) sobre os objetivos da pesquisa; atingem com mais

facilidade respondentes com nível mais baixo de educação; ajudam aqueles que têm

dificuldades de leitura a responder ao questionário; oferecem explicações

padronizadas para certos problemas que surgem; impedem equívocos e mantém

controle sobre a seqüência das questões. (ROESCH, 2005).

O pesquisador-observador torna-se parte integrante de uma entrevista semi-

estruturada e, na relação face a face com os sujeitos da pesquisa, coleta dados e

informações. O papel do observador participante pode ser tanto formal como

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informal, encoberto ou revelado, pode ser parte integrante do grupo social ou ser

simplesmente periférico em relação a ele. Nos estudos de casos, a observação

participante constitui importante técnica para coleta de dados e informações.

(MARTINS; LINTZ, 2000).

O observador se coloca na posição e ao nível dos outros elementos humanos

que compõem o fenômeno a ser observado, deixando de ser apenas um espectador

do fato que está sendo estudado. (RICHARDSON, 1999).

Se o pesquisador está empenhado em estudar as aspirações, interesses ou

rotina de trabalho de um grupo de operários, na forma de observação participante,

ele terá de se inserir nesse grupo de operários como se fosse um deles. O

observador participante tem mais condições de compreender os hábitos, atitudes,

interesses, relações pessoais e características da vida diária da comunidade do que

o observador não participante. (RICHARDSON, 1999).

Neste trabalho a entrevista ocorreu da seguinte maneira: A acadêmica fez

perguntas aos colaboradores e à Gerente da empresa. (anexo um) Essas perguntas

foram sobre as competências necessárias para o laboratório. Para cada funcionário

foi pedido para que descrevesse seu cargo, as atividades que exerce no cargo e as

competências que julga como necessárias para o cargo.

Finalmente os funcionários foram questionados quanto ao significado de cada

competência na visão deles e o que estas competências representam para o cargo.

3.4 Análise de conteúdo e agrupamento de dados

Os resultados obtidos foram analisados através das respostas adquiridas com

as entrevistas aplicadas aos funcionários do Laboratório Pesquisa de Análises

Clínicas e apresentados de forma clara e objetiva, com o intuito de atingir os

objetivos propostos no início da pesquisa.

Para a análise desta pesquisa, serão utilizados os dados qualitativos obtidos

nas entrevistas e na observação participante.

3.5 Limitações da Pesquisa

Esta pesquisa não apresentou limitações.

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4 RESULTADOS OBTIDOS

4.1 Análise dos Dados

O Laboratório Pesquisa é um Laboratório de Análises Clínicas que se localiza

no centro de Balneário Camboriú há mais de 13 anos.

São realizados diversos exames laboratoriais através de amostras de

materiais como: sangue, fezes, urina e secreções.

Nesses materiais são realizados inúmeros tipos de exames como, por

exemplo: Hemograma para diagnosticar Anemia; Tipo de Sangue; Dosagem de

Colesterol e Triglicerídeos para gordura no sangue; Glicose para Diabetes; Uréia e

Creatinina para funções renais; enzimas do fígado; marcadores tumorais; testes

alérgicos; testes de tireóide; teste de HIV; hepatites; exames de fezes para

investigação de vermes; exames de urina para infecções do trato urinário; exames

de fungos; além do exame Preventivo do colo do útero.

O Laboratório terceiriza 10% dos exames que realiza, são exames que

necessitam de aparelhos mais especializados e cuja demanda não é tão grande, por

isso se torna mais vantajoso terceirizá-los.

Todos os exames estão divididos por setores, por exemplo, no setor de

Hematologia são realizados os Hemogramas e os exames de Tipagem Sanguínea;

no setor de Bioquímica são feitos os exames de colesterol, triglicerídeos, diabetes,

no setor de Parasitologia são realizados os exames de fezes, no setor de Urinálise

são feitos os exames de urina e no setor de Microbiologia são realizados os exames

de fungos e secreções.

O Laboratório Pesquisa é aberto a todo tipo de cliente, desde a criança até o

idoso, todas as faixas de idade são atendidas, porém, os maiores clientes são

pessoas com mais de 50 anos de idade pelo fato de apresentarem maiores

problemas de saúde e doenças crônicas.

Normalmente os clientes procuram o Laboratório depois de irem ao médico

para consultar. Nessa consulta, recebem uma requisição médica, ou seja, um pedido

de exames laboratoriais para auxiliá-los no diagnóstico de doenças em geral.

Existem também muitas pessoas que procuram o Laboratório para fazer

exames de rotina por conta própria sem antes ter passado pelo médico, são

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normalmente pessoas que fazem controle de Diabetes, Colesterol, Anemia, etc.

Essas pessoas pagam os exames para evitar a demora de um agendamento de

consulta médica, que muitas vezes, pode levar até um mês.

Quanto às formas de atendimento, o Laboratório possui vários convênios, por

exemplo: O SUS (Sistema Único de Saúde), CASSI (Caixa de Assistência aos

Funcionários do Banco do Brasil), FUNSERVIR (Fundo de Assistência a Saúde do

Servidor Público do Município de Balneário Camboriú), GEAP (Fundação de

Seguridade Social), Eletrosul (Centrais Elétricas SA), AGEMED (Agemed Planos de

Saúde) e Particular.

No Laboratório existem duas recepcionistas que, primeiramente fazem um

cadastro dos pacientes com informações como: nome completo data de nascimento,

telefone e tipo de convênio. Nesse momento todos os exames solicitados já são

cadastrados no computador e são entregues as amostras de materiais também para

as recepcionistas. Depois de cadastrados os pacientes são atendidos em uma sala

de coleta onde um auxiliar de laboratório faz a coleta de sangue e entrega um

protocolo emitido pelo computador onde constam data e horário para retirada dos

resultados dos exames.

A proprietária do Laboratório Pesquisa é a Dra. Adriana de Mendonça Visalli,

que é também a Bioquímica responsável do Laboratório.

Por se tratar de uma empresa de pequeno porte, a Administração do

Laboratório Pesquisa é realizada pela proprietária Dra. Adriana de Mendonça Visalli,

toda a parte de RH é feita por ela, bem como a divisão das atividades da empresa.

O clima é agradável e os funcionários colaboram uns com os outros, são

pessoas que já trabalham há alguns anos na empresa e, felizmente trabalham de

forma harmoniosa criando assim um ambiente sadio e produtivo.

Atualmente a empresa possui uma estrutura básica e funcional que

compreende a seis cargos, que são a base dos estudos desta pesquisa. São duas

recepcionistas, dois auxiliares de laboratório, um assistente administrativo e um

Farmacêutico-Bioquímico que é a proprietária.

Os dados foram levantados através de uma entrevista semi-estruturada com a

proprietária e com os colaboradores do Laboratório. Nesta pesquisa a proprietária

definiu os cargos e as funções de cada cargo, posteriormente, destacou as

competências que considera essenciais para cada cargo, que é a principal

preocupação deste estudo.

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Posteriormente, os colaboradores foram entrevistados com o objetivo de obter

mais informações, nas entrevistas eles descreveram seus cargos e as atividades

que realizam no laboratório e, com o auxílio dos autores pesquisados na

Fundamentação Teórica desta pesquisa, definiram as competências do laboratório.

4.2 Descrição dos cargos, qualificações e competências

Abaixo são apresentados os cargos do Laboratório Pesquisa, as qualificações

exigidas e por último as competências necessárias para os ocupantes dos cargos.

Esses resultados foram obtidos após entrevistas com o responsável pelo

laboratório e com os colaboradores.

► Recepcionista:

Descrição do cargo: Fazer o atendimento no balcão, cadastrar os pacientes

para a realização dos exames, atender o telefone, fazer agendamento de exames,

digitar e imprimir resultados de exames.

Qualificações: 2º Grau Completo, Curso de Computação (Word, Excel,

Power Point e Internet), Experiência de no mínimo seis meses de recepcionista em

Laboratório, Conhecimento em atendimento de convênios para preenchimento de

guias de exames.

Competências para o cargo:

Relacionamento Interpessoal, Empatia, Cooperação, Paciência, Organização

para trabalhar, Ser objetivo e claro, Paciência, Fluência verbal, Clareza,

Flexibilidade, Disciplina , Atenção, Criatividade, Visão Sistêmica.

► Auxiliar de laboratório:

Descrição do cargo: Realizar a coleta de sangue dos clientes, coletar

material ginecológico, preparar as amostras dos materiais para posterior análise,

higienizar os aparelhos de hematologia e centrífugas e lavar os materiais de vidro e

de plástico utilizados.

Qualificações: 2º Grau Completo, Curso de Técnico em Laboratório ou

Técnico em Enfermagem, Experiência de no mínimo seis meses em coleta de

sangue de pessoas.

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Competências para o cargo: Relacionamento Interpessoal, Empatia,

Cooperação, Paciência, Atenção, Organização, Disciplina, Flexibilidade,

Criatividade, Visão Sistêmica.

► Assistente Administrativo:

Descrição do cargo: O colaborador que ocupa este cargo presta auxílio ao

proprietário nos assuntos relacionados à RH, é também responsável por fazer

pedidos com fornecedores, fazer as faturas de todos os convênios, controlar

diariamente o caixa e controlar as contas a receber referentes às faturas enviadas

dos atendimentos feitos por convênios.

Qualificações: Curso de Graduação em Administração completo ou

cursando, Curso de Computação (Word, Excel, Power Point e Internet, Experiência

de no mínimo seis meses em controle de estoque ou almoxarifado, Experiência em

faturamento de convênios e envio de produções do SUS).

Competências para o cargo: Relacionamento Interpessoal, Empatia,

Cooperação, Paciência, Negociação, Criatividade, Disciplina, Atenção, Organização,

Flexibilidade, Criatividade, Visão Sistêmica.

► Bioquímico-Farmacêutico:

Descrição do cargo: Nesse caso específico, a Bioquímica é também a

proprietária do laboratório, portanto, é responsável por todos os exames realizados,

por exemplo: Manusear os aparelhos como microscópios, Aparelhos de exames

Bioquímicos e Fotometria, inserir as amostras nos aparelhos e aplicar os reativos de

acordo com cada exame, depois de prontos, fazer a leitura dos resultados, registrar

em mapas de trabalho e encaminhar para a recepção para serem digitados.

Quando os exames são impressos, a Bioquímica confere um a um e somente

depois de conferidos, libera-os para a recepção para que sejam arquivados e

posteriormente possam estar disponíveis no laboratório para que os pacientes

venham retirá-los.

É a proprietária também que recruta, seleciona, contrata e demite pessoas,

controla as contas a pagar e busca parcerias com convênios.

Nesta empresa as funções do Gerente são realizadas pela Bioquímica-

Farmacêutica que é a proprietária do laboratório.

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Qualificações: Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica, Curso de

Computação (Word, Excel, Power Point e Internet).

Competências para o cargo: Relacionamento Interpessoal, Empatia,

Clareza, Atenção, Organização, Cooperação, Criatividade, Ética, Negociação,

Liderança, Visão Sistêmica.

4.3 Análise das Competências do Laboratório Pesquisa

Após análise dos dados obtidos foi possível identificar que algumas das

competências são necessárias para todos os cargos do Laboratório Pesquisa.

São aquelas competências requeridas para todos os cargos do laboratório,

identificadas na entrevista com a Gerente e com os colaboradores.

As competências necessárias para todos os cargos da organização podem

ser consideradas as competências organizacionais do Laboratório e são

apresentadas a seguir:

Relacionamento Interpessoal:

Para os colaboradores do Laboratório Pesquisa o relacionamento interpessoal

é imprescindível para todos os cargos. É muito importante no que diz respeito à

convivência no ambiente de trabalho. Segundo eles, o clima organizacional é

essencial para que todos se sintam bem e para que o local de trabalho se torne mais

familiar.

Para a responsável pelo Laboratório que exerce também a função de

Gerente, relacionamento interpessoal é importante para que pessoas e organização

possam caminhar juntas no sentido de atingir os objetivos do Laboratório. Ela

considera que as pessoas têm que ser cordiais umas com as outras, deixando de

lado quaisquer tipos de diferenças para não prejudicar a empresa. Portanto, o

relacionamento interpessoal é necessário para todos os cargos do Laboratório

Pesquisa.

O Relacionamento Interpessoal é a capacidade de interagir com diferentes

tipos de clientes internos e externos, com o objetivo de atender as suas exigências,

necessidades e expectativas, mantendo um relacionamento dinâmico e produtivo, a

empresa e as pessoas unidas com o intuito de atingir objetivos. (RABAGLIO, 2008).

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Empatia:

A empatia é uma competência necessária para todos os cargos do

Laboratório Pesquisa.

Quando questionados quanto ao significado de empatia, os colaboradores

aparentemente dão bastante importância ao atendimento realizado. Eles acreditam

que as pessoas que trabalham com o público, seja qual for o segmento, devem

procurar se auto-avaliar fazendo a seguinte pergunta: - Será que eu gostaria de ser

atendido por mim? Ou seja, tentar se colocar no lugar do cliente para poder avaliar

sua postura e a qualidade do seu atendimento.

Na visão da Gerente, empatia é a capacidade de se colocar no lugar dos

funcionários, enxergando pelos olhos deles, pelas motivações, interesses e

percepções, buscando, na medida do possível ajudá-los na resolução de seus

problemas. Durante a entrevista a Gerente menciona empatia como uma

competência necessária para todos os cargos do Laboratório Pesquisa.

Para Rabaglio (2008) o estado de empatia, consiste em perceber

corretamente o marco de referência interno do outro com os significados e

componentes emocionais que contém, como se fosse a outra pessoa, porém sem

perder nunca essa condição de “como se”. A empatia implica, por exemplo, sentir a

dor ou o prazer do outro como ele o sente e perceber suas causas como ele a

percebe, porém sem perder nunca de vista que se trata da dor ou do prazer do

outro.

Organização

Nesta competência, funcionários e gerente têm opinião semelhante:

Acreditam que a organização é essencial em qualquer tipo de atividade, pois o

trabalho se torna mais produtivo e agradável. Se uma pessoa não é organizada no

trabalho, pode prejudicar não somente a empresa, mas os colegas também. Aqui

eles associam a desorganização com a falta de ordem em gavetas, armários, papéis

e todos os tipos de materiais. A organização é uma competência necessária para

todos os cargos do Laboratório Pesquisa.

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De acordo com Ferreira (1977) no dicionário da Língua Portuguesa

organização é a forma escolhida para arranjar, dispor ou classificar objetos,

documentos e informações, ou o modo que um ser vivo é organizado.

Clareza

Esta competência é necessária para os cargos de: Recepcionista e Gerente.

Para as recepcionistas, tem a ver com objetividade: Ser objetivo e claro quando vai

dar informações para os pacientes utilizando uma linguagem mais simples, levando-

se em conta o fato de que são atendidos todos os tipos de pessoas, umas com

facilidade de entendimento e outras com certa dificuldade para compreender

determinados termos.

Quando questionada sobre a competência clareza, a Gerente acredita que é

importante utilizar uma linguagem bastante simples com os clientes, pois, para ela,

os termos de saúde são em sua maioria mais complicados e não são palavras que,

normalmente estão no dia-a-dia das pessoas. O uso de palavras desconhecidas

pode muitas vezes provocar uma falha de comunicação entre o Laboratório e os

pacientes, e, como conseqüência gerar conflitos.

Clareza é a capacidade de se comunicar de forma objetiva, pessoalmente e

por telefone. Com clientes internos em reuniões, treinamento, orientação e

motivação para o atingimento de metas. Com clientes externos com objetivo de

informar, captar novos clientes ou fidelizar os que já optaram pela empresa.

(RABAGLIO, 2008).

Cooperação

Nesta competência não houve qualquer divergência de opiniões, o grupo

considera que cooperação é colaboração, auxílio nas tarefas, solidariedade e

companheirismo e que é uma competência necessária para todos os cargos do

Laboratório Pesquisa. Eles apresentam também a idéia de que cada um pode

cooperar com o outro repassando seus conhecimentos, de forma que todos possam

aprender dentro da organização.

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Para a Gerente cooperar significa compartilhar conhecimentos e habilidades

com todo o grupo, para o melhor desempenho de suas funções. Ressalta também a

importância da cooperação para o trabalho em equipe.

Cooperação é uma relação baseada na colaboração entre indivíduos ou

organizações, no sentido de alcançar objetivos comuns, utilizando métodos mais ou

menos consensuais. (RABAGLIO, 2008).

Fluência Verbal

Colaboradores e Gerente apresentaram opiniões semelhantes no que diz

respeito à fluência verbal: Falar claramente, pausadamente procurando utilizar um

tom de voz que não seja muito baixo e não necessariamente alto. Nas entrevistas o

grupo considera uma competência necessária para o cargo de Recepcionista porque

existe um contato muito maior com os clientes. É no momento da recepção que

inicia-se o atendimento,e portanto, onde o paciente recebe todas as informações.

Não é somente o conhecimento da língua portuguesa e de relatórios, mas a

clareza e objetividade em documentos escritos e informações transmitidas aos

clientes internos e externos. (RABAGLIO, 2008).

Disciplina

Para o grupo de funcionários, ser disciplinado é ser obediente às normas e

procedimentos estabelecidos pelos gestores. Cumprir ordens e metas, obedecer às

regras e a cultura da organização.

Segundo a Gerência, disciplina é a capacidade de administrar o tempo e

cumprir os objetivos já estabelecidos.

A disciplina é uma competência necessária para os cargos de: Recepcionista,

Auxiliar de Laboratório e Assistente Administrativo.

De acordo com o Ferreira (1977) no dicionário da Língua Portuguesa

disciplina no geral, tem a ver com obediência. No entanto, este conceito é muito

limitado. A palavra "disciplina" deriva-se de "discípulo" e tanto uma quanto outra

palavra, ambas tem origem do termo latino para pupilo que, por sua vez, significa

instruir, educar treinar, dando idéia de modelagem total de caráter.

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Ética

Os colaboradores consideram que ética é integridade, respeito e

responsabilidade. No Laboratório eles acreditam que ser ético é também ser

cuidadoso, cauteloso, pois o trabalho é diretamente ligado à vida das pessoas, são

exames que vão diagnosticar as doenças das pessoas, e, submetê-las a uso de

medicamentos muitas vezes, portanto todo cuidado é necessário.

Na visão da Gerente, ética é um conjunto de normas morais pelos quais o

indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce, é um conjunto

de princípios que regem a conduta do indivíduo.

De acordo com Rabaglio (2008) ética é ser um exemplo a ser seguido pelos

colaboradores, demonstrando integridade, organização no trabalho, respeito pelas

pessoas, agindo com justiça.

Para os funcionários a ética é uma competência essencial ao Gestor da

organização.

Paciência

Para esta competência grupo e gerência apresentaram as mesmas idéias:

Trata-se da tranqüilidade para explicar procedimentos diferenciados para cada tipo

de exame realizado, muitas vezes tendo que repetir diversas vezes.

Alguns casos isolados como idosos, por exemplo, que constituem mais da

metade dos pacientes do Laboratório apresentam bastante dificuldade de ouvir e

compreender as orientações ou os preparos que antecedem a realização dos

exames. Isso exige que o profissional tenha bastante calma e tranqüilidade para

orientá-los de forma adequada.

Vale ressaltar que na opinião das recepcionistas a paciência é vista como a

competência mais importante para os profissionais da área da saúde e que é uma

competência necessária para os cargos de: Recepcionista, Auxiliar de Laboratório e

Assistente Administrativo.

Ferreira (1977) no Dicionário da Língua Portuguesa define paciência como

uma virtude que consiste em suportar infortúnios, incômodos, erros e fatos

indesejados. È a capacidade de persistir em uma atividade difícil, tendo ação

tranqüila e acreditando que irá conseguir aquilo que deseja.

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Flexibilidade

Na opinião dos colaboradores flexibilidade é a capacidade de adaptar-se às

situações diversas, às possíveis mudanças que ocorrem no ambiente de trabalho, é

também a capacidade de lidar com situações favoráveis e difíceis na organização. A

flexibilidade foi uma competência considerada necessária para os cargos de:

Recepcionista, Auxiliar de Laboratório e Assistente Administrativo.

Para a Gerência ser flexível é ter a capacidade de adequar-se a eventuais

mudanças, adaptando-se da melhor forma possível, sem que isso prejudique suas

opiniões próprias.

Flexibilidade é a capacidade de mudar uma determinada atitude ou forma de

pensar, adaptando-se a determinadas circunstâncias, sem necessariamente

representar uma mudança de opinião ou convicções mais profundas. (RABAGLIO,

2008).

Negociação

Esta competência é requerida ao cargo de Assistente Administrativo e ao

cargo de Gerente. Trata-se da capacidade de negociar com os fornecedores de

materiais utilizados no Laboratório com o objetivo de conseguir os melhores preços

e condições de pagamento facilitadas.

Negociação é um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se

chegar a uma decisão conjunta. Implica caracteristicamente uma troca de dar e

receber ente negociador e oponente que tentam chegar a uma conclusão agradável

ou aceitável no ajuste de um problema. (RABAGLIO, 2008).

Atenção

Todos os colaboradores pensam que atenção está relacionada com a

responsabilidade e que para o ramo da saúde ela é essencial, o profissional que

trabalha nessa área tem que estar atento e concentrado no seu trabalho o tempo

todo para evitar erros.

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Para a Gerência é muito importante que todos estejam atentos no local de

trabalho, a responsabilidade para quem trabalha na área da saúde é muito grande,

toda atenção é necessária para qualquer tipo de atividade realizada no Laboratório

Para Rabaglio (2008) atenção é a capacidade de estar atento a tudo que

acontece, para evitar impactos negativos no ambiente de trabalho.

A atenção foi considerada uma competência necessária para todos os cargos

do Laboratório Pesquisa.

Criatividade

Todos os funcionários relatam que a criatividade é a capacidade que todo ser

humano tem para desenvolver estratégias e soluções para os problemas do

cotidiano, bem como criar novas idéias e sugestões para a organização.

Para a gerência um gestor tem que ter criatividade para apresentar soluções

inesperadas e inovadoras para solucionar problemas difíceis, ter a capacidade de

criar soluções rápidas para resolver possíveis problemas.

A criatividade é uma competência necessária para todos os cargos do

Laboratório Pesquisa.

De acordo com o Novo Dicionário da Língua Portuguesa criatividade é dar

existência, imaginar, é a capacidade de dar origem a algo ou alguma coisa.

Liderança

Esta competência é somente para a Gerência do Laboratório, já que é essa a

pessoa responsável. Ela considera que liderar é observar com atenção o

desenvolvimento da equipe e orientá-los com eficiência, e também a capacidade de

planejar as tarefas diárias, mesmo em meio a dificuldades e imprevistos, saber ouvir

os funcionários e procurar colaborar com o que for possível.

Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o

numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os

liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com

entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização. Para os

gestores atuais, são necessárias não só as competências do chefe, mas

principalmente as do líder. (CHIAVENATO, 1997).

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Visão Sistêmica

Para colaboradores e gerência a visão sistêmica foi citada como competência

essencial para todos os cargos do laboratório.

As opiniões foram semelhantes quanto ao significado da Visão Sistêmica para

o Laboratório Pesquisa: Cada indivíduo que atua na organização tem que estar

informado sobre tudo que acontece em todos os setores da empresa.

Diz respeito ao desenvolvimento da visão, valores e missão da empresa como

um todo e os conceitos da relação entre clientes e fornecedores internos.

(RABAGLIO, 2008).

Após a análise das competências dos cargos foi constatado que as seguintes

competências: Relacionamento Interpessoal; Empatia; Organização; Cooperação;

Atenção e Visão Sistêmica são as competências necessárias para o Laboratório

Pesquisa, ou seja, as competências organizacionais.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As organizações acreditam cada vez mais que as pessoas são responsáveis

pelo seu sucesso e pelo alcance de seus objetivos. Por esse motivo, gradativamente

as empresas vem investindo em seus funcionários, através de programas de

treinamento e desenvolvimento, motivação, remuneração e variadas formas de

benefícios.

De acordo com os conceitos relatados pelos autores neste trabalho, os

profissionais de Recursos Humanos têm, dentre os indicadores de desempenho

profissional a capacidade de atrair, desenvolver e reter as pessoas talentosas na

organização.

Nesse momento de atrair, desenvolver e reter as pessoas nas empresas

ressalta-se a importância das competências nas organizações.

Existem muitos conceitos de competências de diferentes autores, porém,

pode-se compreender através dos autores pesquisados neste trabalho, que

competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que

possibilitam que o ser humano resolva determinado assunto, ou faça determinada

coisa em determinada situação.

Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar as competências

necessárias dos cargos para o Laboratório Pesquisa de análises clínicas. Visando

atingir o objetivo geral deste trabalho foram traçados os seguintes objetivos

específicos: O primeiro objetivo específico foi descrever as características da

empresa através de dados adquiridos com a proprietária do laboratório; o segundo

objetivo específico foi apresentar as atividades e funções dos cargos, para conseguir

estas informações, cada funcionário apresentou todas as atividades que realiza no

cargo. O terceiro foi descrever os cargos e competências requeridas para os

cargos, esses dados foram obtidos através de entrevistas semi estruturadas com

todos os funcionários do laboratório e com a Gerente que é a responsável pelo

laboratório. O último objetivo específico foi identificar as competências para os

cargos e para o laboratório. Esse objetivo foi fundamental para o alcance do objetivo

geral, por meio das entrevistas foi possível identificar que algumas competências

são necessárias para determinados cargos da empresa e algumas competências

foram consideradas necessárias todos os cargos do para o Laboratório Pesquisa,

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portanto as competências organizacionais do laboratório: relacionamento

interpessoal; empatia; organização; cooperação; atenção e visão sistêmica.

O mapeamento das competências do Laboratório Pesquisa foi seguido de

acordo com três passos propostos por Rabaglio (2006): O 1º passo foi a pesquisa

dos indicadores de competências, nesta pesquisa todas as informações do cargo

são importantes para chegar à conclusão de quais conhecimentos, habilidades e

atitudes são imprescindíveis para o sucesso. É importante lembrar que cada

informação de uma descrição de cargo indica várias competências técnicas ou

comportamentais, que são indicadores importantes para extrair o mapeamento do

perfil de competências, por exemplo: descrição do cargo; desafios mais significantes

do cargo; cultura da equipe; missão da equipe, padrão de atendimento a clientes

internos. O 2º passo foi o agrupamento de competências comportamentais: as

competências são colocadas em pequenos grupos que permitam criar ferramentas

de avaliação para observá-las ou utilizá-las. O 3º passo do mapeamento de

competências consistiu na definição das competências técnicas e comportamentais,

o modelo do mapeamento é criado compreendendo-se que conhecimentos e

habilidades são competências técnicas do cargo e as atitudes são as competências

comportamentais do cargo.

Após a identificação das competências necessárias para o Laboratório

Pesquisa, pode-se concluir que em alguns casos o funcionário não possui

determinada competência, porém, isso não significa que esse funcionário é

incompetente, mas que não possui as competências que determinado cargo exige.

Depois de identificadas as competências do laboratório, sugere-se para a

empresa inseri-las como competências necessárias para candidatos que porventura

venham a trabalhar no Laboratório Pesquisa, de modo que nos processos de

recrutamento e seleção essas competências já sejam apresentadas para aos

candidatos como requisitos para os cargos. Sabe-se que, é difícil identificar em um

currículo de um candidato se ele possui competências comportamentais como

empatia, relacionamento interpessoal, liderança; mas existem ferramentas que

podem auxiliar nesse processo como dinâmicas, treinamentos, testes.

Sugere-se também a implantação de avaliação de desempenho (anexo 1). A

avaliação de desempenho é bastante importante e eficaz no sentido da identificação

das competências porque é aplicada aos funcionários que já estão trabalhando na

empresa. Através dela é possível identificar se o colaborador possui ou não as

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competências e posteriormente avaliá-lo. Torna-se mais viável para a empresa fazer

esta avaliação de desempenho do que admitir e demitir funcionários, que gera um

custo bem mais alto para a organização.

Outra sugestão é a implantação de treinamento para os funcionários do

laboratório.

Sugere-se também para a empresa a realização de estudos em outras

organizações de saúde, com o objetivo de aprofundar estudos sobre o tema na área

de saúde.

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ANEXO I (Entrevista com funcionários e Gerência do Laboratório Pesquisa)

A presente pesquisa refere-se ao trabalho de conclusão do curso de

Administração com ênfase em Recursos Humanos da Universidade do Vale do

Itajaí, campus de Balneário Camboriú, que busca identificar as competências

requeridas para os profissionais do Laboratório Pesquisa de Balneário Camboriú.

Sua resposta é de grande valia para a veracidade dos dados que serão levantados.

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Roteiro de entrevista

1) Qual é o seu cargo no Laboratório Pesquisa?

2) Quais são as atividades realizadas no seu cargo?

3) O que significa competência para você?

4) Quais são as competências que você considera necessárias para o seu cargo?

5) Qual o significado de cada uma destas competências consideradas necessárias para o seu cargo?

6) Quais competências você considera essenciais para o Laboratório Pesquisa?

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APÊNDICE A (Modelo de Avaliação por competências)

Uma nota de 1 a 5 é atribuída para cada afirmação, depois é feita a somatória

de todas as notas atribuídas a cada competência. Em seguida divide-se a soma das

competências pelo número de afirmações e coloca-se o valor na frente da palavra.

(Avaliação).

Relacionamento

interpessoal

5 4 3 2 1

1 Capacidade de

relaciona-ser com

clientes internos

2 Capacidade de

relacionar-se com

clientes externos

3 Age de maneira eficaz

diante de problemas e

diversidades.

Fonte: (RABAGLIO, 2006) adaptado pela autora

Exemplo: Competência: Relacionamento Interpessoal

Nº de Notas (3): 3,4,5 Soma das notas: 12

Soma das notas divididas pelo número de notas: 12: 3= 4

Avaliação média da competência Relacionamento Interpessoal = 4

Competência 5 4 3 2 1

1 Relacionamento interpessoal:

5 Excelente

4 Bom

3 Médio

2 Insatisfatório

1 Inaceitável

Dê o grau 5 se você achar forte evidência da competência investigada.

Dê o grau 4 se você achar boa evidência da competência investigada.

Dê o grau 3 se você achar média evidência da competência investigada.

Dê o grau 2 se você achar pouca evidência da competência investigada.

Dê o grau 1 se você achar nenhuma evidência da competência investigada.

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