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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem “Magalhães Barata” Mestrado Associado em Enfermagem UEPA-UFAM PAULA VALÉRIA DIAS PENA COSTA ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Belém/Pará 2014

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Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem “Magalhães Barata”

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA-UFAM

PAULA VALÉRIA DIAS PENA COSTA

ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Belém/Pará 2014

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PAULA VALÉRIA DIAS PENA COSTA

ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Associado em Enfermagem – UEPA/UFAM do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade do Estado do Pará, como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Linha de pesquisa: Educação e tecnologias de enfermagem para o cuidado em saúde a indivíduos e grupos sociais. Tendo como orientadora: Profª. Drª. Maria Izabel Penha de Oliveira Santos.

Belém 2014

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Dados Internacionais de Catalogação na publicação

Biblioteca do Curso de Enfermagem da UEPA – Belém - Pá

C837a Costa, Paula Valéria Dias Pena

Análise dos determinantes do envelhecimento saudável em idosos cadastrados

na estratégia saúde da família. / Paula Valéria Dias Pena Costa; Orientadora: Maria

Izabel Penha de Oliveira Santos. -- Belém, 2014.

123f. ; 30 cm

Dissertação ( Mestrado em Enfermagem) – Universidade do Estado do Pará,

Belém, 2014.

Promoção da Saúde. 2. Enfermagem. 3. Idoso I. Santos, Maria Izabel Penha de

Oliveira (Orient.). II. Título.

CDD: 21 ed. 613

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PAULA VALÉRIA DIAS PENA COSTA

ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Associado em Enfermagem – UEPA/UFAM do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade do Estado do Pará, como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Linha de pesquisa: Educação e tecnologias de enfermagem para o cuidado em saúde a indivíduos e grupos sociais.

Apresentado em: ___/___/___. Conceito: ________________

Banca Examinadora

________________________________________- Orientadora

Profª Drª. Izabel Penha de Oliveira Santos - UEPA ______________________________________- Membro Titular Interno

Profª Drª. Mary Elizabeth de Santana - UEPA ______________________________________- Membro Suplente Interno Profª Drª. Ana Gracinda Ignácio da Silva - UEPA ______________________________________- Membro Titular Externo Profª Drª. Sandra Helena Isse Polaro - UFPA ______________________________________- Membro Suplente Externo Profª Drª. Lúcia Hisako Takase Gonçalves - UFSC

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus por seu amor Misericordioso, me mantendo em

todos os sentidos firme durante a trajetória dos dois anos do mestrado. Por ter me

atendido em todas as vezes que clamei por Sua serenidade e tranquilidade.

Aos meus pais Malaga e Cecília e aos meus irmãos Sueli, Marcelo, Sandro,

Silvia e Simone, pois são as pessoas responsáveis por me tornar quem eu sou.

Por tudo o que fizeram e o que ainda farão por toda a minha vida. Por toda a

confiança, incentivo constante para não desistir, me estimulando, através da fé,

que o caminho seria concluído com bastante êxito.

Ao meu esposo Olivaldo Costa, por ser meu maior questionador, crítico e

estimulador em tudo que faço, mesmo sabendo que mais um compromisso iria

custar um tempo grandioso de dedicação e ausências em nossas vidas. Por ver

coisas que me escaparam aos olhos em momento de sufoco, por ter sido muitas

vezes pai e mãe de nossas três filhas quando eu precisava me debruçar numa

pilha de papéis e por isso deixava de ir às festas ou eventos de família. Por seu

amor inquestionável, que a cada dia se renova e ao mesmo tempo amadurece.

As minhas três filhas Louise, Fernanda e Gabriela, minhas pequenas, razão do

meu viver e do meu sacrifício, meus tesouros, presentes de Deus para alegrar e

encher de orgulho esta mãe. Por tudo o que representam pra mim, o que fazem e

o que ainda farão por toda a vida, pois vocês são a minha vida.

Aos meus amigos da Turma 3 do Mestrado Ana Lúcia Ferreira, Dione Seabra e

Edilson Calandrine pela amizade, incentivo, amor, ombro e ouvido amigo e bom

humor que amenizou momentos difíceis e sofredores e divertiram momentos

leves. Que os momentos vividos façam parte de nossa memória feliz, onde

reconhecemos o valor do trabalho desenvolvido, da presença e da ajuda do outro.

Aos funcionários que compõem as equipes da Estratégia Saúde da Família Canal

do Pirajá (Agentes Comunitários de Saúde da Equipe II: Kelly, Márcio, Jéssica,

Ely, Silvânia, Roberto, Hudson e Edna, as Agentes Administrativas Luana e

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Suanne, as Técnicas de Enfermagem, especialmente Enedina Teixeira, os

Médicos Margarete Fonseca, Robson Dantas, Sheila Dias e Nássara

Vaughan, e especialmente as Enfermeiras Leda do Rosário, Ozileide Costa e

Franciani Vinhote) por compreenderem minha ausência, em alguns momentos,

da Unidade, percebendo a importância desta formação para mim. Por todo o

apoio, confiança e carinho que recebo de vocês diariamente.

À todos os meus alunos de enfermagem do 5º ano da UEPA pelo apoio,

confiança e por acreditarem no meu potencial como pesquisadora.

Aos amados idosos que aceitaram participar desta pesquisa, me levando a

conhecer suas realidades ricas de lembranças e cuidados.

À querida amiga Sabrina por todas as idéias brilhantes e criativas que

enriqueceram este trabalho.

À nossa querida secretária do mestrado Nelma Ramos que em todos os

momentos mostrou-se disponível em colaborar com o andamento dos trabalhos.

À querida amiga, irmãzinha do coração Regina Pinheiro por sempre expressar

respeito em relação ao meu talento de cuidar do outro, por saber esperar os

momentos de atenção divididos com trabalhos e cansaços.

À minha Orientadora Profª. Drª. Maria Izabel Penha de Oliveira Santos que

aceitou fazer parte deste desafio junto comigo, por todo o seu empenho em me

enquadrar na pesquisa, usando o sentido de uma ideia que parecia simples num

trabalho científico e grandioso.

À Profª. Drª. Sandra Helena Isse Pollaro que no momento de minha avaliação

me disse palavras de mansidão, de coragem e estímulo que me deram fôlego e

mais vontade em seguir em frente.

À Profª. Drª. Mary Elizabeth de Santana que desde o início contribuiu com sua

experiência científica e ao mesmo tempo me fazendo ver que tudo daria certo

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desde que mantivesse a calma.

À Profª. Drª. Ana Gracinda Ignácio da Silva que contribuiu com seu parecer

firme, pautado num olhar que atendia as exigências para um trabalho científico.

Pelo sentimento maternal que amansa os nossos corações e nos aproxima há

anos.

À todas as pessoas amigas que me colocaram em oração no momento de minhas

apresentações, me mostrando fortemente o poder de Deus em suas Palavras.

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RESUMO

COSTA, P.V.D.P. Análise dos determinantes do envelhecimento saudável em

idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Dissertação de Mestrado

em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, 2014.

Este estudo objetivou analisar o comportamento dos determinantes do

envelhecimento saudável segundo a Organização Mundial da Saúde nos idosos

cadastrados pela Estratégia Saúde da Família (ESF) do Canal do Pirajá. Estudo

epidemiológico, quantitativo, do tipo transversal, descritivo, realizado com 279

idosos, na cidade de Belém, no período de janeiro a março de 2014. Elegeram-se

como variáveis do estudo a variável independente o sexo e as variáveis

dependentes aquelas relacionadas aos determinantes do envelhecimento

saudável apontadas a saber: sociais, econômicos, comportamentais, pessoais,

transversais, ambiente físico e acesso de serviços sociais e de saúde. Para a

análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva com apoio do software

SPSS (Statistical Package for Social Science) versão 20.0. Para as análises

univariadas utilizaram-se a descrição simples em proporções, a média e o desvio

padrão, para as análises bivariadas utilizou-se o teste de Qui-quadrado de

Pearson X², admitindo-se nível α=5% (erro amostral) e o valor de P≤0,05. Dentre

os idosos, 65,2% eram do sexo feminino e 34,8%, do sexo masculino. A maior

proporção deles estava na faixa etária de 60 a 69 anos; 53,0% dos idosos tinham

baixa renda e 59,5%, baixa escolaridade. Nos fatores de risco que podem implicar

no envelhecimento saudável, 52,0% afirmaram quedas; mais de 75%

apresentavam algum agravo à saúde, no entanto 99,3% tinham a capacidade

funcional preservada no momento do estudo; 70,3% das mulheres eram

sedentárias e cerca de 63,7% delas se hospitalizaram. Concluiu-se que os idosos

se autodeclararam independentes para as atividades da vida diária e percebiam a

sua saúde como boa, o que não garante a eles o curso de um envelhecimento

saudável, sobretudo para as mulheres idosas, pois existem os fatores de riscos

que a deixam em desvantagem em relação aos homens.

Descritores: Saúde do idoso; Promoção à Saúde; Enfermagem; Idoso.

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ABSTRACT

COSTA, P.V.D.P. Analysis of the determinants of healthy aging in elderly

registered in the Family Health Strategy. Master’s Dissertation in Nursing from the

University of Pará State, 2014.

This study had as objective to analyze the behavior of the determinants of healthy

aging according to the World Health Organization in elderly registered by the

Family Health Strategy (FHS) Canal Pirajá. Epidemiological study, quantitative, of

the transversal type, descriptive, realized with 279 elderly people, in the city of

Belém, in the period from January to March 2014. Were elected as variables of the

study the independent variable the sex and the dependent variables those related

to the determinants of healthy aging indicated as follows: social, economic,

behavioral, personal, transversal, physical environment and access to social and

health services. For analysis of the data was used the statistics descriptive with

the support of the software SPSS (Statistical Package for Social Science) version

20.0. For the univariate analyzes, was used the simple description in proportions,

the mean and the standard deviation, for the bivariate analyzes was used the chi-

square test X ², assuming level α = 5% (sampling error) and the value of P ≤ 0.05.

Among the elderly 65.2% were female sex and 34.8% of the male sex. the higher

proportion of them were in the aged 60 to 69 years; 53.0% of the elderly had low

income and 59.5%, low education . On the risk factors that can imply for healthy

aging, 52.0% say that falls; over 75% had some health problem, however 99.3%

had the functional capacity preserved at the moment of the study; 70.3% of

women were sedentary and about 63.7% of them were hospitalized. It was

concluded that elderly people declared themselves independent in activities of

daily living and was perceived their health as good, what does not guarantee them

the course of healthy aging, especially for older women, as there are risk factors

that leave at a disadvantage compared to men.

Keywords: Aging Health; Health Promotion; Nursing; Elderly.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Índice de envelhecimento, segundo grandes áreas e países

selecionados................................................................................................

16

FIGURA 2 Esquema da população de referência e seleção amostral do

estudo..........................................................................................................

44

FIGURA 3 Perfil Epidemiológico da Estratégia Saúde da Família Canal

do Pirajá (2001 a 2014) em relação à quantidade de idosos......................

44

FIGURA 4 Determinantes do Envelhecimento Saudável preconizados

pela OMS (2005).........................................................................................

47

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Taxa de Fecundidade em projeção populacional................... 17

TABELA 2 Doenças crônicas dos idosos avaliados em uma Unidade de

Saúde de Belém/Pará, 2011........................................................................

25

TABELA 3 Principais problemas de saúde dos idosos avaliados em uma

Unidade de Saúde de Belém/Pará, 2011....................................................

25

TABELA 4 Características dos determinantes transversais relacionados

ao envelhecimento saudável dos idosos que participaram do estudo,

Belém/PA, 2014 (n= 279)............................................................................

52

TABELA 5 Características dos determinantes econômicos relacionados

ao envelhecimento saudável dos idosos que participaram do estudo,

Belém/PA, 2014 (n= 279)............................................................................

53

TABELA 6 Condições para o envelhecimento saudável segundo os

determinantes sociais dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA,

2014 (n= 279)..............................................................................................

54

TABELA 7 Condições para o envelhecimento saudável segundo os

determinantes do ambiente físico dos idosos que participaram do estudo,

Belém/PA, 2014 (n= 279)............................................................................

55

TABELA 8 Determinantes pessoais para o envelhecimento saudável

dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n=279).............

56

TABELA 9 Condições comportamentais para o envelhecimento

saudável dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014

(n=279)........................................................................................................

57

TABELA 10 Fatores relacionados ao envelhecimento saudável segundo

os determinantes dos serviços sociais e de saúde dos idosos que

participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)......................................

59

TABELA 11 Agrupamento dos fatores de risco observados entre os sete

determinantes que poderiam influenciar no envelhecimento saudável dos

idosos estudados, por sexo, Belém/PA, 2014(n=279)................................

61

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LISTA DE SIGLAS

ACS AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

APS ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

ASG AGENTE DO SERVIÇO GERAL

BDENF BASE DE DADOS DE ENFERMAGEM

BVS BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE

CAPP COMISSÃO PARA ANÁLISE DE PROJETOS DE PESQUISA

CEP COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

DASAC DISTRITO ADMINISTRATIVO DA SACRAMENTA

DCNT DOENÇA CRÔNICA NÃO TRANSMISSÍVEL

ESAMAZ ESCOLA SUPERIOR DA AMAZÔNIA

ESF ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

IBECS ÍNDICE BIBLIOGRÁFICO ESPANHOL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

LILACS LITERATURA LATINO-AMERICANA E DO CARIBE NA ÁREA

DA SAÚDE

MS MINISTÉRIO DA SAÚDE

NUPS NÚCLEO DE PROMOÇÃO À SAÚDE

ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

OPAS ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE

PACS PROGRAMA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

PCCU PREVENTIVO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

PIAE POLÍTICA INTERNACIONAL DE AÇÃO SOBRE O

ENVELHECIMENTO

PNAD PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA NO DOMICÍLIO

PNSPI POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA

PNSI POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO

PNI POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO

SESMA SECRETARIA MINICIPAL DE SAÚDE

SIAB SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA

SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

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TCG TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO

TCLE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TDO TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO

UMS UNIDADE MUNICIPAL DE SAÚDE

UEPA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

UNAMA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 15

1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................... 20

1.2 O ESTADO DA ARTE.......................................................................... 22

1.3 SITUAÇÃO PROBLEMA..................................................................... 24

1.4 OBJETIVOS......................................................................................... 27

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................. 27

2.1 O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL NA BUSCA DA

LONGEVIDADE.........................................................................................

27

2.2 PROPOSTA DA POLÍTICA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA PARA

O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL.........................................................

28

2.3 A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COMO REORIENTADORA

DO MODELO ASSISTENCIAL..................................................................

32

2.4 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMÍLIA PARA CONTRIBUIÇÃO AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

EM IDOSOS..............................................................................................

36

3 MATERIAL E MÉTODO......................................................................... 40

3.1 TIPO DO ESTUDO.............................................................................. 40

3.2 LOCAL DO ESTUDO........................................................................... 40

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA DO ESTUDO.......................................... 43

3.4 PROCEDIMENTO E TÉCNICA DE COLETA DE DADOS.................. 45

3.5 VARIÁVEIS DO ESTUDO................................................................... 46

3.6 ANÁLISE DOS DADOS....................................................................... 47

3.7 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................... 48

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS............................................... 51

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................ 62

5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E ECONÔMICAS

RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS..

62

5.2 CONDIÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

SEGUNDO OS DETERMINANTES DO AMBIENTE FÍSICO....................

67

5.3 ANÁLISE DOS DETERMINANTES PESSOAIS E CONDIÇÕES

COMPORTAMENTAIS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS

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15

IDOSOS..................................................................................................... 69

5.4 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DOS DETERMINANTES DOS

SERVIÇOS SOCIAIS E DA SAÚDE DOS IDOSOS..................................

73

5.5 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS SOBRE AS SITUAÇÕES DE RISCO

QUE PODERIAM INFLUENCIAR NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL.

74

5.6 DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E AS

ESTRATÉGIAS DE CONTRIBUIÇÃO PARA A ENFERMAGEM..............

79

6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO................................................................... 81

7 CONCLUSÃO......................................................................................... 82

REFERÊNCIAS......................................................................................... 83

APÊNDICE................................................................................................ 97

ANEXOS 112

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1 INTRODUÇÃO

A proposta deste estudo é trazer uma análise sobre os determinantes do

envelhecimento saudável em um grupo de idosos cadastrados na Estratégia

Saúde da Família. Esses determinantes foram apresentados no Plano

Internacional de Ação sobre o Envelhecimento (PIAE), que ocorreu no ano de

2002 na cidade de Madri em virtude da 2ª Assembleia Mundial do Envelhecimento

promovida pela ONU, e pautam-se na promoção do envelhecimento saudável, na

manutenção e na melhoria ao máximo da capacidade funcional dos idosos, na

prevenção de doenças, na recuperação da saúde dos que adoecem e na

reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional restringida

(RODRIGUES et al., 2007).

Com a intenção principal de garantir que os idosos, em todas as partes do

mundo, envelhecessem com segurança, qualidade e participando ativamente de

suas atividades, a Organização Mundial da Saúde (OMS), na referida Assembleia,

formulou recomendações importantes que integrariam as políticas de saúde

voltadas para os idosos considerando os determinantes de saúde, a saber:

sociais, econômicos, comportamentais, pessoais, culturais, ambiente físico e

acesso a serviços, que levam ao envelhecimento saudável (RODRIGUES et al.,

2007).

Nesse enfoque, os determinantes do envelhecimento saudável segundo a

Organização Mundial da Saúde (OMS) são um modo de garantir aos idosos

permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas

funções na sociedade, com direcionamento a serviços coletivos e individuais de

saúde para esse intuito, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS

(SILVESTRE; COSTA NETO, 2003).

Atualmente, o Brasil passa por várias e importantes mudanças e neste

particular quanto à estrutura populacional. O envelhecimento humano, por ser um

processo a que todos estão sujeitos, basta-se viver para que isso ocorra, é quase

não percebido, até o momento em que se completa 60 anos e vira dado

estatístico. No Brasil, é definido como idosa a pessoa que tem 60 anos ou mais

de idade (BRASIL, 2009).

Nesse sentido, o envelhecimento da população é considerado um

fenômeno universal, apresentando 75% dos idosos vivendo em países

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desenvolvidos. As projeções populacionais das Nações Unidas indicam que, nos

próximos 50 anos, a proporção de pessoas com mais de 60 anos, nos países em

desenvolvimento, aumentará desde os atuais 5 ou 6% até aproximadamente 25%

da população total (PEREIRA et al., 2010), como demonstrado na figura 1.

Figura 1. Índice de envelhecimento, segundo grandes áreas e países.

Fonte: World Population Prospect: the 2010 revision. In: ONU, population division. Population database. New York 2011. IBGE: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2011.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2012) o mundo terá

mais de um bilhão de idosos em 10 anos, com duas em cada três pessoas com

mais de 60 anos vivendo em países desenvolvidos. Até 2050, a proporção deve

passar a ser quatro em cada cinco. O levantamento aponta ainda que a parcela

global de idosos esteja crescendo mais rápido que todas as outras faixas etárias.

Os dados do último censo do IBGE afirmam que existem atualmente mais

de 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, estimando-se

para 2025 que esse quantitativo seja de 32 milhões, passando, então, o Brasil da

décima sexta para a sexta posição mundial em número de pessoas idosas e, em

2050, o percentual de pessoas idosas ultrapassará o de crianças de 0 a 14 anos

(BRASIL, 2012).

Assim, do ponto de vista da estrutura populacional o que caracteriza esse

envelhecimento acelerado é a transição demográfica, justificada por altas taxas

de fecundidade e mortalidade passando para outra configuração com baixas

taxas desses indicadores, gerando, então, maior expectativa de vida, e também

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devido à transição epidemiológica, que é definida pelo declínio das doenças

infecto-parasitárias e aumento das doenças crônicas não transmissíveis. Além de

avanços tecnológicos no que diz respeito à saúde, que levaram as autoridades a

destinarem serviços à saúde do idoso, promoção de sua saúde, e criassem

políticas públicas que não só o protegessem como também assegurassem ao

direito de viver com qualidade e saudável (BRASIL, 2006).

Quanto ao processo de transição demográfica que estamos vivenciando no

Brasil, consequentemente, a Região Norte está inclusa, e no Estado do Pará

observa-se o indicador de fecundidade, através de uma série histórica, como

demonstrada na tabela 1.

TABELA 1 – Taxa de Fecundidade em projeção populacional

Taxas de fecundidade total implícitas nas projeções populacionais: 1991/2050

Anos de Referência

1991 2000 2005 2050

Brasil 2,89 2,41 2,02 1,61

Região Norte 4,18 3,17 2,45 1,98

Rondônia 3,47 2,73 2,24 1,78

Acre 4,90 3,43 2,89 2,01

Amazonas 4,47 3,40 2,47 1,90

Roraima 4,61 3,66 3,33 2,66

Pará 4,19 3,15 2,37 1,75

Amapá 4,62 3,61 3,12 2,75

Tocantins 3,86 2,92 2,30 1,80

Fonte: IBGE (2009)

No Pará, em 1991, a taxa de fecundidade apontava 4,19%; no ano 2000,

3,15%; e em 2005 caía para 2,37%. Espera-se a taxa de fecundidade de 1,75%

no estado, uma redução considerável até 2050. Embora, apesar do contínuo

envelhecimento observado nas duas últimas décadas, ainda apresente uma

estrutura bastante jovem, devido aos altos níveis de fecundidade no passado

(IBGE, 2011).

Com relação ao número de idosos das grandes capitais, São Paulo

apresenta o maior número: 5,4 milhões. Em seguida, vem Minas Gerais, com 2,6

milhões, e Rio de Janeiro, com 2,4 milhões. O fato de os três estados mais

populosos da Região Sudeste abrigarem o maior número de idosos também

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reflete uma tendência registrada entre as regiões do Brasil: enquanto que a

população do Sudeste envelhece, a do Norte está cada vez mais jovem em

termos relativos (IBGE, 2010).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) (2012) ainda enfatiza que o

acelerado processo de envelhecimento populacional não se dá somente pela

transição de fatores bastante relevantes, como a diminuição da fecundidade e

mortalidade, mas também se deve a melhores condições de saneamento básico e

esgoto, melhoria da renda familiar, mais conhecimento e domínio das doenças

infectocontagiosas, as vacinações sistemáticas e os novos e modernos processos

terapêuticos existentes no combate às doenças em geral.

Assim, acredita-se que a velhice é difícil de ser definida, principalmente

quando se almeja uma velhice saudável, desejada para todos e por todos, nos

dias atuais. Logo, deve ser compreendida em sua totalidade e em suas múltiplas

dimensões, visto que se constitui em um momento do processo biológico, mas

não deixa de ser um fato social e cultural (FREITAS et al., 2010).

A definição de envelhecimento saudável1 prioriza baixos riscos de doenças

e de incapacidades funcionais relacionadas às doenças, funcionamento mental e

físico excelentes e envolvimento ativo com a vida, podendo ser vivido com

satisfação, saúde e bem-estar, instigando a busca de variáveis que interferem no

alcance de um envelhecimento bem-sucedido (CUPERTINO et al., 2007).

Outros termos referentes ao envelhecimento saudável também são

encontrados na literatura gerontológica como expressões equivalentes, entre elas,

envelhecimento ativo, qualidade de vida na velhice, bem-estar psicológico, bem-

estar percebido, bem-estar subjetivo e envelhecimento satisfatório ou bem-

sucedido (TAHAN; CARVALHO, 2010).

Em gerontologia, o envelhecimento saudável, num sentido amplo, seria o

resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do

idoso, sem necessariamente significar ausência de problemas em todas as

dimensões. Qualquer pessoa que chegue aos 80 anos capaz de gerir sua própria

vida e determinar quando, onde e como se darão suas atividades de lazer,

convívio social e trabalho (produção em algum nível) certamente será

considerada uma pessoa saudável (RAMOS, 2003).

1 Neste estudo será considerado o termo “envelhecimento saudável”, por estar em consonância com a proposta da PNSPI, 2006.

18

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20

Nesse patamar de ser saudável na velhice, a capacidade funcional é um

indicador de saúde que poderá definir o quanto se pode obter um envelhecimento

saudável ou não, por isso é entendida como novo paradigma da saúde na qual,

para se alcançar o envelhecimento saudável, são necessárias ações capazes de

manter e melhorar a vida do idoso a partir da prevenção de doenças e

recuperação da saúde, permitindo também continuar convivendo no seu meio

social e agindo de forma autônoma e independente nas suas práticas (ALENCAR

et al., 2010).

A manutenção da capacidade funcional no idoso permite que tenha um

envelhecimento saudável, mesmo que ele venha a ter qualquer tipo de doença

crônica não transmissível (DCNT), como a hipertensão e diabetes. Portanto, o

envelhecimento saudável não é ausência de doenças ou problemas, e sim o

equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional. Assim, a autonomia

e independência para as atividades da vida diária são indicadores da capacidade

funcional na velhice, sendo considerados determinantes do envelhecimento

saudável (TAHAN; CARVALHO, 2010).

Para Araújo e Ceolim (2007, p.379) a autonomia para o idoso significa o

seu poder de decisão, o exercício do autogoverno, independência moral, livre-

escolha, privacidade, liberdade individual, e a independência é a capacidade de

realizar as atividades básicas do nosso dia a dia (alimentar-se, fazer a higiene

pessoal, ir ao toalete, tomar banho, vestir-se, locomover-se) e atividades

instrumentais da vida diária (fazer compras, usar meios de transporte, preparar

uma refeição, cozinhar, cuidar da própria saúde, manter sua própria segurança) a

ponto de sobreviver sem ajuda para o autocuidado e o manejo instrumental da

vida.

O envelhecimento saudável dentro dessa nova ótica passa a ser resultante

da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na

vida diária e instrumental, integração social, suporte familiar e independência

econômica. Assim, um idoso com uma ou mais doenças crônicas pode ser

considerado um idoso saudável, se comparado com um idoso com as mesmas

doenças, porém sem o controle destas (RAMOS, 2003).

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1.1 JUSTIFICATIVA

A temática sobre o envelhecimento está despertando muitos olhares

especiais por parte da comunidade científica e acadêmica, tamanhos são a sua

complexidade e o interesse em esclarecê-lo como experiência única do indivíduo,

podendo ser positiva desde que haja um envolvimento maior de todos em virtude

de uma realidade tão próxima de todos nós. O desejo em analisar os

determinantes do envelhecimento saudável nos idosos vislumbra-se na tentativa

de melhorar o cuidado aos idosos atendidos, e principalmente planejar ações de

cuidar para essa parcela populacional (FREITAS et al., 2010).

“Na busca de uma melhor qualidade de vida, fruto de um envelhecimento com independência e autonomia, ou seja, saudável e ativo, tem-se investido no desenvolvimento de programas sociais e de saúde voltados para esta preservação” (FERREIRA et al., 2012, p. 515).

Nesse caminho, uma das importantes estratégias se deve à implantação do

Programa Saúde da Família, sendo apontado como eficiente para alcançar

medidas específicas de promoção e prevenção da saúde, cuidando dos idosos e

outros grupos que vivem na comunidade (FERREIRA et al., 2012).

Para realizar o acompanhamento da atenção à pessoa idosa, emerge a

necessidade de conhecer sobre as alterações peculiares do envelhecimento

normal (senescência) e também a manifestação de doenças típicas dessa etapa

do ciclo da vida (senilidade), necessitando de profissionais de saúde habilitados,

capacitados, qualificados para identificar possíveis problemas de saúde, para que

se garanta atendimento adequado ao idoso, além de compreender todo o meio

em que este vive (BRASIL, 2012).

Segundo Martin et al. (2007) os profissionais de saúde necessitam de

capacitação para o cuidado gerontogeriátrico, haja vista que estes são

responsáveis pela atenção em saúde de forma segura, ética e com qualidade,

sendo essenciais na execução de ações preconizadas nas Políticas Públicas de

Saúde com respeito às pessoas idosas. E é o que está determinado no Estatuto

do Idoso, artigo 18, Capítulo IV, que refere ao direito à saúde, quando afirma que

as instituições de saúde, para que possam atender as necessidades do idoso,

devem promover treinamento e capacitação aos profissionais de saúde, bem

como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda.

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O Ministério da Saúde (2006, p.11) anuncia na Política Nacional de Saúde

da Pessoa Idosa as suas diretrizes, no que diz respeito ao incentivo para o

desenvolvimento de estudos e pesquisas em universidades, faculdades e órgãos

públicos que possibilitem avaliar a qualidade, o aprimoramento da atenção à

saúde do idoso, e realizar estudos sobre representações sociais junto a usuários

e profissionais de saúde; criar banco de dados de pesquisadores e pesquisas em

envelhecimento realizadas no Brasil, interligando com os de nível internacional.

Sabe-se que o envelhecimento populacional é caracterizado como um

fenômeno, ocorrendo de forma acelerada e em meio a uma grande desigualdade

social, apresentando-se, portanto, como um desafio para os profissionais de

diversas áreas, principalmente os da saúde, e neste particular os de enfermagem.

(MARTIN et al., 2007).

Acredita-se, também, que os resultados deste estudo poderão contribuir

com uma chamada de atenção dos estudantes de enfermagem que participam de

aulas práticas, podendo incentivá-los a perceber a preocupação da autora com a

condição de envelhecimento dos idosos da área de abrangência da Unidade de

Saúde e, assim, poderá ser um diferencial na formação deles em busca de um

cuidado mais humanizado e um olhar mais comprometido com esse grupo social.

Ainda justifica-se que os resultados do estudo proposto poderão também

se somar para a produção científica local e nacional, contribuindo com a

comunidade acadêmica, com os profissionais de enfermagem comprometidos

com a produção do cuidado, e principalmente com enfermeiros da Estratégia

Saúde da Família, por serem aqueles que acompanham famílias compostas por

vários grupos, dentre eles os idosos.

Rodrigues et al. (2007, p.543) afirmam que é na Atenção Básica que se

considera a pessoa na singularidade, na complexidade, na integralidade e na

inserção social e cultural, buscando a promoção da saúde do idoso, a prevenção

e tratamento de doenças, bem como a redução de danos ou de sofrimentos que

possam implicar no seu modo de viver saudável. E a enfermagem é uma

profissão que despende esforços para prolongar a vida do ser humano,

contribuindo com o aumento da expectativa de vida.

Esta proposta também está alicerçada na escassez de estudos locais

sobre o tema, que foi evidenciada após busca realizada em novembro de 2012 na

Biblioteca Leontina Gomes, Campus IV, através do sistema Pergamum. Nesta

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busca foram identificados 25 trabalhos, entre monografias, dissertações e teses

que tratavam da temática sobre o idoso, porém nenhuma abordava

especificamente sobre o envelhecimento saudável.

1.2 O ESTADO DA ARTE

Ao buscar o estado da arte preliminar para justificar a relevância do estudo

sobre os determinantes do envelhecimento saudável, detectaram-se algumas

pesquisas realizadas sobre o tema em âmbito nacional, com certa prevalência na

Região Sudeste, e a escassez deste tipo de estudo regionalmente. A busca

bibliográfica foi feita em todas as bases de dados, porém somente encontradas

pesquisas na Literatura Latino-Americana e do Caribe na Área da Saúde –

LILACS, Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde – IBECS e Base de

Dados de Enfermagem – BDENF. Adotou-se como recorte temporal o período de

2003 a 2012.

O ano de 2003 foi selecionado em função de que nesse período houve a

criação do último dispositivo legal que compõe a Política Nacional de Saúde do

Idoso, que é o Estatuto do Idoso. A estratégia de busca se deu com a utilização

dos descritores e suas combinações na língua portuguesa e inglesa:

“Determinante and Envelhecimento Saudável”, “Envelhecer and Enfermagem”,

“Idoso and Enfermagem”, “Idoso and Envelhecimento saudável”; possibilitando a

localização de 179 artigos.

Foram incluídos artigos que contemplassem em seu contexto assuntos

que pontuassem os determinantes associados ao envelhecimento saudável e

estivessem disponibilizados na íntegra, gratuitamente, na Internet, optando-se

também pelo recorte temporal de 10 anos. Nesta condição estavam

disponibilizados os artigos em português, espanhol e inglês.

Foram excluídos os artigos que não descreveram como objetivo os

determinantes associados ao envelhecimento saudável, os artigos incompletos,

sem relação com o tema e fora do recorte temporal. Ao utilizar os critérios de

exclusão ficaram disponíveis 24 artigos (APÊNDICE C).

A amostra final desta revisão selecionou 24 publicações, 10 (42%) eram de

natureza quantitativa, 14 (58%) foram abordadas qualitativamente. Considerando

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o ano de publicação, houve predomínio no ano de 2010, com 37% dos estudos,

seguido de 2007 e 2011, que apresentaram 17% das produções. Em 2009

publicaram-se três estudos (12%), Nos anos de 2003 a 2008 evidenciou-se

apenas uma publicação (4%). Nenhuma produção foi evidenciada nos anos de

2004 e 2012. Com relação ao nível de evidência dos artigos, verificou-se: 20

estudos (84%) com nível de evidência 4; um (4%) apresentava evidência 5, e por

fim três estudos (12%) apresentavam nível de evidência 6. Predominando

também a pesquisa de campo, revelando que a maioria das pesquisas analisadas

se caracterizava como estudo descritivo-exploratório (92%), evidenciado a revisão

de literatura em um estudo (4%) e relato de experiência também em apenas um

(4%).

No tocante à base de dados, 22 (92%) estudos foram encontrados na

LILACS, um (4%) na BDENF e apenas um (4%) na IBECS. A análise das

publicações possibilitou também identificar informações relevantes e pertinentes

com o referido tema, ou seja, 29% dos estudos estavam publicados em revistas

de enfermagem e 71%, em periódicos de outras áreas da saúde.

Quanto às regiões em que as pesquisas foram desenvolvidas prevaleceu a

Sudeste (50%) e neste particular São Paulo e Rio de Janeiro, e 12%

apresentaram estudo internacional. Outros estudos estavam distribuídos por

vários estados (38%), porém não houve nenhum na Região Norte, justificando-se

a necessidade em realizar produção científica que preencha essa lacuna.

Diante disso, o interesse em realizar a pesquisa surgiu porque poderá

trazer à tona a realidade do que é determinado para o envelhecimento saudável

da população idosa atendida pela ESF do território de abrangência do Canal do

Pirajá, uma vez que nesse território não está implantado o Programa Saúde do

Idoso, dispositivo da Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa.

Desse modo, a saúde dos idosos nesse território é monitorada apenas por

outros programas do Sistema Único de Saúde (SUS), como HIPERDIA, controle

da Tuberculose, Hanseníase e Imunização, que não revelam a especificidade do

processo de envelhecimento e sim pontuam mais a doença e seu tratamento.

Além disso, o resultado deste estudo poderá incentivar o desenvolvimento de

novos estudos complementares no sentido de vislumbrar os aspectos

gerontológicos desse território, em busca de ações que possam ser discutidas

pensando-se em um envelhecimento com menos dependência.

23

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1.3 SITUAÇÃO PROBLEMA

Minha experiência real no cuidar de idosos ocorreu após a minha formação

acadêmica, uma vez que na época não tive a oportunidade de obter informações

acadêmicas sobre essa população, pois não existia no currículo vigente nenhuma

disciplina voltada para a saúde do idoso.

Hoje, com 14 anos de conclusão do Curso de Graduação em Enfermagem,

esse universo deixou de ser tão desconhecido para mim, pois, como enfermeira

da Estratégia Saúde da Família há 13 anos, convivo em minha prática profissional

com vários grupos sociais, atendendo as preconizações do Programa, ou seja,

priorizando através do Sistema Único de Saúde (SUS) as ações de promoção,

proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido

ao idoso, sadios ou doentes, de forma integral e contínua. Ou seja, tratar a saúde

tanto no âmbito individual como coletivo.

Ao iniciar a vida profissional, constatei um crescente aumento do grupo de

idosos que procurava na Unidade de Saúde informações, não só como meio

curativo, mas como uma forma de manter e melhorar a sua saúde. Também

observei que muitos desses idosos participavam em grupos da terceira idade

como forma de inserção ou integração social, manifestando a necessidade de

continuarem ativos em seu meio. Tenho presenciado também, hoje, uma maior

quantidade de pessoas idosas atingindo idades mais avançadas, me levando a

crer que utilizam realmente dispositivos que possibilitam viver a longevidade.

Na Região Metropolitana de Belém as estimativas populacionais utilizadas

na publicação “Saúde Brasil 2012” – Pará apontam um quantitativo de 140.163

pessoas com a idade de 60 anos ou mais. Em levantamento demográfico

realizado por Polaro (2012), no ano de 2009, o Distrito DASAC apontava uma

população geral de 282.490 pessoas, com cobertura de 12 USFs e tendo 29

equipes em sua composição, além de estimar o cadastro populacional de 9.572

idosos.

Na área territorial em que atuo e que faz parte do Distrito Administrativo da

Sacramenta (DASAC), em virtude da Estratégia Saúde da Família, acompanho

295 idosos com a idade entre 60 e 102 anos, que buscam os serviços da Unidade

de Saúde fazendo questão de comparecer, e ainda observo que suas condições

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psíquicas e físicas encontram-se preservadas para participar ativamente da

avaliação de enfermagem.

Segundo Rodrigues et al. (2007, p.541) “a Atenção à Saúde do idoso terá

como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família”. E foi essa

perspectiva, como profissional vivenciando esse modelo de atenção, que me

instigou a necessidade de pesquisar entre os determinantes do envelhecimento

aqueles que poderiam estar funcionando como risco ou proteção de um

envelhecimento saudável, uma vez que a Unidade Saúde da Família em que atuo

não dispõe até o momento de ações preconizadas pela PNSPI, ou seja, de

indicadores que possam ofertar o monitoramento da saúde desse grupo.

Na Região Norte, especificamente em Belém/Pará, estudo realizado por

Santos (2011), numa população de 259 idosos acompanhados em uma Unidade

de Saúde de Belém, apontou entre as doenças crônicas existentes, a hipertensão,

diabetes ou ambas, independente do sexo, conforme a tabela 2.

TABELA 2 – Doenças crônicas dos idosos avaliados em uma Unidade de Saúde de Belém/Pará,

2011

Doenças Crônicas Sexo Masculino % Sexo Feminino%

Hipertensos 52,0 58,2

Hipertensos e Diabéticos 38,7 32,9

Diabéticos 9,3 5,4

Fonte: SANTOS (2011)

Ainda com relação a esse estudo, a autora identificou idosos com diversos

problemas/queixas de saúde que associados e/ou sem controle podem ter

influência no envelhecimento saudável. É o que se pode observar na tabela 3.

TABELA 3 – Principais problemas de saúde dos idosos avaliados em uma Unidade de Saúde de

Belém/Pará, 2011

Problemas/queixas de saúde Sexo Masculino% Sexo Feminino%

Dificuldade para enxergar 56,0 50,5

Dores Articulares 41,3 65,2

Dor no joelho 40,0 59,2

Dificuldade para dormir 34,7 45,7

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TABELA 3. Continuação

Colesterol alto 33,3 60,3

Catarata 26,7 51,1

Dificuldade para ouvir 20,0 20,1

Dor no Peito 18,7 12,0

Perda Urinária 12,0 13,0

Osteoporose 9,3 39,7

Depressão 8,0 26,1

Sentindo-se triste ou

deprimido

6,7 21,3

Fonte: SANTOS (2011)

Muito embora o estudo realizado por Santos (2011) não tenha sido sobre o

envelhecimento saudável, mas, considerando-se que utilizou alguns de seus

determinantes, entre eles, a capacidade funcional dos idosos avaliados quanto às

atividades básicas da vida diária, tanto observada quanto referida, esta se

apresentava ainda preservada, destacando-se que a melhor capacidade

prevaleceu entre os homens em relação às mulheres avaliadas.

Ao final dos anos 90, a Organização Mundial da Saúde denominou o

processo de envelhecimento ativo, com a intenção de transmitir uma mensagem

que completasse o conceito de envelhecimento saudável, e para reconhecer os

fatores que, juntamente com a atenção sanitária, afetam a maneira de envelhecer

dos indivíduos e das populações, sem que se tratem somente de referências de

dores (FREITAS et al., 2010).

Portanto, a inquietação principal deste estudo perpassa sobre a influência

dos fatores que determinam o envelhecimento saudável em uma amostra de

idosos atendidos por equipe da Estratégia Saúde da Família Canal do Pirajá,

considerando as dimensões biológicas e da saúde, socioeconômicas e culturais

que implicam nesse tipo envelhecimento.

Dessa forma, tem-se como pressuposto deste estudo que os idosos

cadastrados pela ESF do Canal do Pirajá estão envelhecendo de forma saudável,

mesmo com presença de doenças crônicas, segundo os determinantes propostos

pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Geral

Analisar o comportamento dos determinantes do envelhecimento saudável

segundo a Organização Mundial da Saúde, em idosos atendidos pela

Estratégia Saúde da Família (ESF) Canal do Pirajá.

1.4. 2 Específicos

Verificar o comportamento dos determinantes do envelhecimento saudável

em idosos atendidos pela Estratégia Saúde da Família;

Discutir a partir dos dados encontrados no estudo as ações do Enfermeiro

no monitoramento do envelhecimento saudável dos idosos atendidos pela

Estratégia Saúde da Família.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL NA BUSCA DA LONGEVIDADE

O envelhecimento populacional é um fenômeno natural, irreversível e

mundial. A população idosa brasileira tem crescido de forma rápida e em termos

proporcionais (BRASIL, 2010). O aumento da população idosa no país leva à

reflexão da fragilidade que é a sua situação e remete a um problema de saúde

pública, devendo para o seu amparo nos diversos campos lançarem mão do que

está legalizado.

Para tanto, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos idosos, na

busca pela longevidade também com qualidade, várias leis, portarias e decretos

foram publicados, como a Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842, de 4 de janeiro

de 1994, regulamentada pelo Decreto nº 1.948, de 3 de julho de 1996), e a

Política Nacional de Saúde do Idoso (Portaria nº 1.395, de 10 de dezembro de

1999), cujo objetivo essencial é assegurar os direitos sociais do idoso, criando

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condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na

sociedade (TAHAN; CARVALHO, 2010).

A Política Nacional de Saúde do Idoso classifica como idoso o indivíduo de

60 anos e mais, contudo, ao considerar que o envelhecimento é um processo

natural que ocorre ao longo de toda a experiência de vida do ser humano, enfatiza

que necessariamente não se fica velho aos 60 anos (GARCIA; SAINTRAIN,

2009).

O envelhecimento saudável pode ser vivido com satisfação, saúde e bem-

estar e remete ao cuidar e à atenção tão necessária nessa fase da vida do idoso,

instigando a busca de variáveis que interferem no alcance de um envelhecimento

bem-sucedido, portanto, é possível refletir o que vem fazer parte deste processo:

as dimensões físicas, social, emocional, econômica, cognitiva, entre outras

(CUPERTINO et al., 2007).

A capacidade funcional, entendida como novo paradigma da saúde para se

alcançar o envelhecimento saudável, visa a ações capazes de manter e melhorar

a vida do idoso a partir da prevenção de doenças e recuperação da saúde,

permitindo também continuar convivendo no seu meio social e agindo de forma

autônoma e independente nas suas práticas (ALENCAR, et al., 2010).

Para Ramos (2003, p.794) o envelhecimento saudável, dentro dessa nova

ótica, passa a ser resultante da interação multidimensional entre saúde física,

saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e

independência econômica. Assim, um idoso com uma ou mais doenças crônicas

pode ser considerado um idoso saudável, se comparado com um idoso com as

mesmas doenças, porém sem o controle destas.

Nesse contexto, o conceito clássico de saúde preconizado pela

Organização Mundial da Saúde (OMS) perde a força, mostrando-se inadequado

no que diz respeito aos idosos, haja vista que a ausência de doenças é privilégio

para poucos e o completo bem-estar pode ser vivenciado até por quem é portador

de alguma enfermidade, desde que a esteja controlando (RODRIGUES et al.,

2007).

2.2 PROPOSTAS DA POLÍTICA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA PARA O

ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

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Foi pensando no envelhecimento saudável e ativo que a Organização

Mundial da Saúde (OMS), durante a Assembleia de Madri em 2002, formulou uma

política pública voltada para a relevância de saúde da pessoa idosa,

reconhecendo nesta abordagem o direito que todo idoso tem de oportunidade e

de tratamento de forma igualitária, na medida em que envelheça. E lançou o

documento “Envelhecimento ativo: um marco para elaboração de políticas”, que

apresentava um novo paradigma de entender o envelhecimento, além de

complementar e ampliar o Plano Internacional de Ação sobre o Envelhecimento

(PIAE) com a introdução dos determinantes de saúde (RODRIGUES et al., 2007).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005), o envelhecimento

saudável ou ativo depende de uma diversidade de fatores “determinantes” e da

interação entre eles, e todos acabam sendo envolvidos neste processo, os

indivíduos, famílias e países. Esses determinantes são bons indícios de como

indivíduos e as populações envelhecem e aplicam-se à saúde de pessoas de

todas as idades, apesar da ênfase aqui ser a saúde e a qualidade de vida dos

idosos, e apresentam-se da seguinte forma: Determinantes Transversais (cultura

e gênero); Determinantes Econômicos; Determinantes Pessoais, Determinantes

Sociais; Ambiente Físico; Serviços Sociais e de Saúde.

A Organização Mundial da Saúde (2005) reconhece na saúde pública a

oferta de uma gama variada de ações para melhorar a saúde da população, e

isso envolveria mais do que a provisão de serviços básicos. Comprometendo-se,

portanto, a trabalhar em cooperação com outras agências internacionais e com as

Nações Unidas para incentivar a implementação de políticas do envelhecimento

ativo nos níveis regional, nacional e global.

O amparo político envolveria as Políticas Públicas, que desempenhariam o

papel de promover modos de viver mais saudáveis e seguros em todas as fases

da vida, favorecendo a prática de atividades físicas no dia a dia, estimulando o

idoso ao lazer; também prevenindo as situações de violência familiar e urbana,

possibilitando o acesso aos alimentos saudáveis, incentivando ao menor consumo

do tabaco (BRASIL, 2007).

E dessa forma se caminharia no sentido de alcançar o envelhecimento que

se revertesse no ganho considerável em qualidade de vida e saúde e aumentasse

a expectativa de vida de todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as

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que são consideradas frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem

cuidados (OMS, 2005).

A população idosa, então, passou a contar com a estruturação e amparo

legal de três dispositivos que direcionam as ações sociais e de saúde, e garantem

o direito das pessoas idosas e obrigam o Estado a dispor de meios que protejam

as mesmas: a Política Nacional do Idoso, a Política Nacional de Saúde da Pessoa

Idosa e o Estatuto do Idoso.

A Constituição Brasileira de 1988 reconheceu a importância do

envelhecimento populacional e se referiu ao idoso e à velhice como um problema

social, nos levando a entender que todos deveriam se sentir corresponsáveis pelo

processo: Estado, profissionais de saúde, idoso e sociedade em geral, pois, além

de garantir assistência previdenciária, deveria assegurar proteção na forma de

assistência social (MARTIN et al., 2007).

A Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e regulamentada

em 1996 (Lei nº 8.842/94 e Decreto nº 1948/96), assegura direitos sociais à

pessoa idosa, criando condições para promover sua autonomia, integração e

participação social de modo a exercer sua cidadania, deixando claro que velhice

não é sinônimo de doença, devendo ser bem vivida, e reafirma o direito à saúde

nos diversos níveis de atendimento do SUS. Os princípios regidos pela lei são:

“Assegurar ao idoso todos os direitos de cidadania, sendo a família, a sociedade e o estado os responsáveis em garantir sua participação na comunidade, defender sua dignidade, bem-estar e direito a vida. O processo do envelhecimento diz respeito à sociedade de forma geral e o idoso não deve sofrer discriminação de nenhuma natureza, bem como deve ser o principal agente e o destinatário das transformações indicadas por essa política. E por fim cabe aos poderes públicos e à sociedade em geral a aplicação dessa lei, considerando as diferenças econômicas, sociais, além de regionais” (RODRIGUES et al., 2007, p.538).

A Portaria do Ministério da Saúde nº 1395/99 vem anunciando a Política

Nacional de Saúde do Idoso, tendo como foco central a promoção do

envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do

indivíduo que envelhece pelo maior tempo possível, bem como a prevenção de

doenças, recuperação da saúde para que possam desempenhar suas atividades

de maneira independente (RODRIGUES et al., 2007). Para tanto, é nesta política

revogada pela Portaria nº. 2528/2006 que estão definidas as diretrizes que

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apoiam todas as ações do setor de saúde bem, como as responsabilidades dos

órgãos competentes que podem tornar possível o alcance de suas propostas.

Para atingir os propósitos da Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI)

são necessários apoios concretos em suas diretrizes e responsabilidades: a

promoção do envelhecimento saudável; a manutenção da capacidade funcional; a

assistência às necessidades de saúde do idoso; a reabilitação da capacidade

funcional comprometida; a capacidade de recursos humanos especializados;

apoio ao desenvolvimento de cuidados informais; e apoio a estudos e pesquisas

(BRASIL, 2006).

Acredita-se que o maior desafio da atenção à pessoa idosa é conseguir

contribuir para que, apesar das progressivas limitações que podem acontecer a

ela, seja dada a possibilidade de redescobrir meios de viver sua própria vida com

a máxima qualidade (BRASIL, 2007). Portanto, irei enfatizar e destacar a primeira

diretriz, dentre as sete, que a PNSI defende como uma de suas diretrizes

essenciais: a promoção do envelhecimento ativo e saudável.

A promoção do envelhecimento saudável está voltada ao desenvolvimento

de ações que orientem os idosos e as pessoas que estão envelhecendo em

relação à importância da melhoria de suas habilidades funcionais, mediante a

adoção precoce de hábitos saudáveis de vida, eliminação de comportamentos

nocivos à saúde (tabagismo, alcoolismo e automedicação), além de orientação

aos idosos e seus familiares quanto aos riscos ambientais que favorecem as

quedas e que podem comprometer a capacidade funcional destas pessoas

(BRASIL, 2007).

A necessidade de promover o envelhecimento saudável, isto é, envelhecer

mantendo a capacidade funcional e a autonomia, é reconhecidamente a meta de

toda ação de saúde. Ela permeia todas as ações desde o pré-natal até a fase da

velhice. A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no reconhecimento dos

direitos das pessoas idosas e nos princípios de independência, participação,

dignidade, assistência e autorrealização determinadas pela Organização das

Nações Unidas (ONU) (BRASIL, 2006).

Por fim, o outro dispositivo importante a respeito do idoso é o Estatuto do

Idoso, sancionado em 2003, pelo então Presidente da República Luiz Inácio Lula

da Silva, por meio da Lei nº. 1074/2003. Entrando em vigor apenas em 1º de

janeiro de 2004, com 118 artigos direcionados a várias áreas dos direitos

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fundamentais dos idosos, no que se incluem os atendimentos às suas

necessidades de proteção, reforçando as diretrizes contidas na PNI.

O Estatuto do Idoso não apenas apresenta novos dispositivos à PNI, mas

exerce a consolidação dos direitos já assegurados na Constituição Federal no que

diz respeito à proteção do idoso em situação de risco social. E ainda aponta

punições a quem descumprir os direitos dos idosos que neles estão estabelecidos

(RODRIGUES et al., 2007).

O Ministério da Saúde (MS), em setembro de 2005, apresentou em sua

agenda de compromissos pela saúde três grandes eixos, a saber: o Pacto em

Defesa da Vida, o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde e o Pacto de

Gestão.

Ganhando destaque aqui o Pacto em Defesa da Vida, por ser um

documento importantíssimo que trata do Pacto pela Saúde e traz prioridades com

especial relevância para a saúde da pessoa idosa, sendo elas: atenção à saúde

do idoso, a promoção da saúde e o fortalecimento da atenção básica, uma vez

que é função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas alcancem

as idades avançadas cada vez mais saudáveis (BRASIL, 2007).

O Pacto pela Saúde é entendido como um conjunto de reformas

institucionais decididas entre as três esferas do governo (União, Estados e

Municípios) do Sistema Único de Saúde (SUS). Sua execução ocorre por meio da

adesão ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que renovado anualmente

substitui os anteriores processos de habilitação e estabelece metas e

compromissos para cada ente da federação.

Portanto, é necessário também possibilitar as informações sobre os direitos

da pessoa idosa constantes nessas bases legais, divulgando-as, e isso faz parte

de nossas ações como profissionais de enfermagem, uma vez que somos

multiplicadores de informações e cidadãos comprometidos com a sociedade.

2.3 A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COMO REORIENTADORA DO

MODELO ASSISTENCIAL

Na segunda metade da década de 90, após vários anos, valorizando a

atenção hospitalar, a saúde no Brasil passou a ter um olhar diferenciado,

caminhando em direção a uma mudança significativa, concentrando sua

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preocupação na Atenção Básica, impulsionada pelo conceito defendido pela

Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a saúde “como um completo bem-

estar físico, mental e social e não apenas ausência de doenças” (DUNCAN,

2004).

Em 1978 a Conferência Internacional da Saúde de Alma-Ata, na União

Soviética, pontuou estratégias para que se alcançasse saúde para todos, o que

influenciou debates sobre as Políticas de Saúde no mundo durante toda a década

de 80. Participaram mais de 140 países, dentre os quais o Brasil, onde foram

discutidos os componentes fundamentais da Atenção Primária à Saúde, a saber:

educação, saúde, saneamento ambiental, especialmente de águas e alimentos,

programa de saúde materno-infantil, imunização e planejamento familiar,

prevenção de doenças endêmicas locais, tratamento adequado de doenças e

lesões comuns, fornecimento de medicamentos essenciais, promoção da boa

nutrição e medicina tradicional (STARFIELD, 2002).

Em 1986 realizou-se no Canadá a I Conferência Internacional de Promoção

da Saúde, levando ao conhecimento de todos a Carta de Ottawa, destacando a

influência dos fatores socioeconômicos, políticos e culturais em relação à saúde.

Em face disso passou-se a pensar em um modelo voltado para as ações de

promoção e prevenção, que privilegiasse o caráter interdisciplinar, dando ênfase

aos fatores condicionantes e determinantes do processo saúde/doença

(DUNCAN, 2004). Um novo modelo assistencial, então, estava começando a

surgir, algo que revertesse a prática curativa, no hospital, tendo a figura do

médico como centro de todo o processo.

Como herança de Alma-Ata observou-se a relevância da saúde como

direito do cidadão e dever do Estado, pontuado na nossa Constituição Federal de

1988 no artigo 200 (MIRANDA, 2002). Mudanças a respeito da saúde, então,

foram observadas repercutindo em diversos países, como: Espanha, Cuba, Nova

Zelândia, Grã-Bretanha, onde os desenhos organizacionais buscavam assegurar

a capacidade clínica e preventiva às equipes de atenção básica. Da mesma

forma, o Brasil pensou posteriormente no Programa de Saúde da Família

(GOULART, 2007).

E foi a partir desse novo conceito, essa nova forma de “olhar” a saúde,

dando ênfase à Atenção Básica, que surgiu o Programa Saúde da Família (PSF),

que prioriza as ações de promoção, proteção e recuperação de saúde das

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pessoas e das famílias, do recém-nascido ao idoso, sadios ou doentes, de forma

integral, contínua, ativa, com resolutividade e boa qualidade. E tem no coletivo o

seu foco de atuação, uma vez que conta com a efetiva participação da

comunidade.

Foi apenas na década de 90 que o Programa alcançou o seu êxito e

amadureceu. Remonta da criação do PACS (Programa de Agentes Comunitários

de Saúde) em 1991 e como parte do processo de reforma da saúde, tendo a

intenção de aumentar a acessibilidade ao sistema de saúde, incrementando as

ações de prevenção e promoção de saúde. Sendo criado, também, para reduzir a

mortalidade materno-infantil e tendo sua expansão em 1995, quando se passou a

enfocar a família como unidade de ação e o território como área coberta, que se

caracterizava por não esperar a demanda chegar, mas agir sobre ela

preventivamente integrando a comunidade (NUNES, 2005).

Especificamente, em 1994, foi implantado no Brasil pelo Ministério da

Saúde e com orientação da Organização Mundial da Saúde, fazendo, então, parte

da Política Nacional de Atenção Básica, com o objetivo de atender as diretrizes do

Sistema Único de Saúde (SUS), tais como: equidade, universalidade,

integralidade, participação da comunidade e intersetorialidade (BRASIL, 2009).

O documento do Ministério da Saúde (1997) anuncia com detalhes a que

veio o PSF, pontuando seus objetivos e diretrizes operacionais, com especial

atenção à reorganização das práticas de trabalho, às competências dos níveis do

governo, bem como de implantação do PSF. Nesse documento faz-se referência

ao PSF rotulado como “Programa”, uma vez que, mesmo pela especificidade que

possui, foge à concepção usual dos demais programas concedidos pelo Ministério

da Saúde (BRASIL, 1997).

E ainda diz que, ao contrário disso, o PSF se caracteriza, segundo o

próprio ministério, como uma estratégia que possibilita a integração e promove a

organização das atividades em um território definido, com o propósito de propiciar

o enfrentamento e resoluções dos problemas identificados (BRASIL, 1997).

Segundo Ribeiro (2004, p. 663), é muito comum encontrar referências

acerca do PSF ora como um “Programa”, como o seu próprio nome o define, ora

descrito como uma “Estratégia Assistencial”. Os questionamentos quanto a ser

um programa ou estratégia compõem uma das controvérsias envolvendo o PSF.

Lançado como programa em 1994, foi catalogado como estratégia, buscando

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diferenciar-se dos programas tradicionais já produzidos pelo Ministério da Saúde.

Sua implantação segue abrigando tal dicotomia: de um lado ratifica sua condição

de programa que se apresenta com objetivos, metas e passos definidos, ou seja,

como uma formulação e com modos operacionais estabelecidos, normatizados;

de outro lado reivindica a posição de estratégia por sinalizar um caminho possível

para se atingir os objetivos do SUS.

A Portaria nº. 648, de 28 de março de 2006, consolidou o Programa Saúde

da Família (PSF) como estratégia prioritária do Ministério da Saúde para

reorganizar a Atenção Primária no Brasil ou Atenção Básica, tendo como um dos

seus fundamentos o direito ao acesso universal e contínuo a serviços de saúde

de qualidade, reafirmando os princípios básicos do SUS: universalidade,

equidade, integralidade, descentralização e participação da comunidade mediante

cadastramento e a vinculação dos usuários (BRASIL, 2009).

Não foi só a nomenclatura que enfrentou desafios a serem superados. A

própria implantação do PSF no país não trilhou caminhos tranquilos e calmos.

Segundo Goulart (2007, p.16), “o surgimento do PSF se deu através de conflito

entre uma normatização ‘dura’ realizada pelo Governo Federal e iniciativa dos

governos municipais em nível local, sendo taxado de uma proposta manipuladora,

eleitoreira e contrária aos princípios do SUS”. Em outro momento, foi redimida

como uma proposta inovadora, de caráter antagônico ao de uma “antiga medicina

de família”.

Entende-se, então, que a Estratégia Saúde da Família (ESF) está inserida

na Atenção Primária à Saúde (APS) ou Atenção Básica como uma forma

organizada de atuação, de maneira articulada, específica, ou seja, apresentando

intervenção de uma equipe multiprofissional de saúde dentro de um âmbito

generalista e, portanto, fora do caráter especializado (GOULART, 2007, p.16).

O Ministério da Saúde estabelece que as equipes multiprofissionais da ESF

sejam compostas por enfermeiros, médicos, técnicos em enfermagem, ACS, e

devam conhecer as situações das famílias sob sua responsabilidade, com ênfase

nas características sociais, demográficas e epidemiológicas. Além de identificar

os problemas de saúde prevalentes e os fatores de risco aos quais a população

está exposta, para poderem articular, com a participação da comunidade, um

plano local para enfrentar os problemas (BRASIL, 2011).

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Essas equipes atuam nas ações de promoção da saúde, prevenção,

recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes e na

manutenção da saúde da comunidade, e são responsáveis pelo

acompanhamento de um número definido de famílias, de 800 a 1000, totalizando

de 2.400 a 4.000 pessoas, localizadas em uma área geográfica limitada (BRASIL,

2011).

Para Ohara e Saito (2008, p.388) a territorialização destaca-se como base

para a organização e planejamento em saúde, considerando o território como um

espaço significativo de terra, área geográfica de uma unidade federativa com

conflitos e interesses diferenciados, que permitem uma análise mais

pormenorizada da região.

Segundo os mesmos autores os objetivos da territorialização são delimitar

uma área de abrangência, definindo a população cadastrada, e conhecer o perfil

epidemiológico, social, sanitário e ambiental, identificando os fatores

condicionantes e determinantes de saúde e estabelecendo com a comunidade um

vínculo capaz de assegurar prioridades nas ações que se fizerem necessárias.

Em Belém/PA a Estratégia Saúde da Família (ESF) foi implantada em

1998, alcançando 42% de cobertura no município e realizando intervenções

exitosas nesse período, com a diminuição das filas nas Unidades Básicas de

Saúde (UBS) e Unidade Municipal de Saúde (UMS), diminuição da taxa de

mortalidade materno-infantil, diminuição dos casos de diarreia que levam à

desidratação e desnutrição, maior acompanhamento das famílias quanto à

hipertensão, diabetes, tuberculose, planejamento familiar, pré-natal, Preventivo do

Câncer do Colo do Útero (PCCU), saúde da criança. Hoje, após 15 anos de sua

implantação, tem apenas 12% de cobertura (Jornal O Liberal janeiro/2013).

2.4 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

PARA CONTRIBUIÇÃO AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

Para o alcance da promoção da saúde da pessoa idosa, destacam-se

como ações de Enfermagem Gerontogeriátrica: adquirir conhecimentos

específicos de Gerontologia, priorizando as questões demográficas e

epidemiológicas; diferenciar as alterações fisiológicas e patológicas no processo

de envelhecimento; conhecer a legislação nacional e políticas públicas voltadas

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às pessoas idosas, procurando difundi-las entre os próprios idosos, família e

comunidade (RODRIGUES et al., 2007).

Além de desenvolver ações considerando as limitações e a presença das

Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) das pessoas idosas, nos

diferentes contextos (domicílio, instituição de longa permanência, instituições

hospitalares), possibilitando a manutenção da sua autonomia e independência;

capacitar as pessoas idosas, família, comunidade, estudantes, professores e

trabalhadores acerca do processo de envelhecimento, cuidado às pessoas idosas

e questões relacionadas à velhice; contribuir para mudanças de comportamento

individuais, coletivas e organizacionais, no que diz respeito à saúde da pessoa

idosa, por meio da educação em saúde e ações de promoção da saúde que

atinjam as organizações que atendem pessoas idosas (SANTOS et al., 2008,

p.653).

No entanto, a enfermagem tem contribuído na abordagem do cuidado em

aspectos do processo de envelhecimento (capacidade funcional, fragilidade,

avaliação cognitiva, engajamento social, qualidade de vida, promoção de saúde,

prevenção de doenças; e da senilidade no que diz respeito às condições crônicas

de saúde, situações de urgências e emergências, atenção domiciliar). Na área da

educação, atualmente, os cursos de graduação em Enfermagem, em

cumprimento à Política Nacional do Idoso, abrangem temas sobre Gerontologia e

Geriatria com a finalidade de capacitar e qualificar enfermeiros para

atender/cuidar de idosos. Da mesma forma, os cursos de pós-graduação lato e

stricto sensu têm sido direcionados para a área de conhecimento na atenção ao

idoso, bem como na realização de pesquisas científicas cada vez mais ampliadas

nos últimos anos (RODRIGUES et al., 2007, p.538).

A realização de atividades intersetoriais e de estímulo à participação, além

da capacitação dos profissionais são aspectos importantes para favorecer a

incorporação de um estilo de vida saudável com mudança de hábitos, da

promoção da saúde e da concepção através do diálogo sobre educação em

saúde nos serviços (GONÇÁLEZ, 2008). Dando, portanto, embasamento para o

aprofundamento quanto à promoção da saúde dos idosos e subsidiando a prática

de enfermagem (VICTOR et al., 2005, p.235).

A utilização de modelos e teorias voltados para a promoção da saúde se

aplicará na condução de problemas e na busca de soluções que possam

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contribuir não só no ato de cuidar, mas também na promoção da saúde e

prevenção de doenças, o que está amplamente discutido, tratado no modelo de

Promoção da Saúde de Nola J. Pender. Esse modelo fornece uma estrutura

simples e clara em que o enfermeiro pode realizar um cuidado à pessoa idosa de

forma individual, ou reunindo as pessoas em grupo, permitindo planejamento,

intervenção e avaliação de suas ações (VICTOR et al., 2005, p.236).

Acredita-se que é no contexto da Estratégia Saúde da Família que o

enfermeiro desempenha um papel importante na condução de cuidados à saúde

do idoso e da comunidade em geral, a partir dos serviços destinados a qualificar,

melhorar suas condições de vida, bem como interagir com os saberes e a

realidade local, estabelecendo, assim, uma abordagem mais humanística e

participativa, e dessa forma fortalecendo alguns dos aspectos primordiais da

Política Nacional da Saúde do Idoso (FIRMINO et al., 2010).

Silvestre e Costa Neto (2003, p. 844) enfatizam a necessidade de o

enfermeiro, principalmente da Estratégia Saúde da Família (ESF), ficar atento às

questões de promoção/educação para saúde e às Políticas Públicas voltadas às

pessoas idosas, bem como identificar os fatores determinantes da qualidade de

vida da pessoa idosa (sociais, políticos, econômicos, ambientais, culturais e

individuais) em seu contexto familiar e social, e compreender a necessidade de

compartilhar a responsabilidade como base para o desenvolvimento de ações que

contribuam para o alcance de uma vida saudável.

Para Polaro et al. (2013, p. 161) é na atenção primária, principalmente na

Estratégia Saúde da Família (ESF), que o enfermeiro, por atuar na comunidade,

junto às famílias, encontra a possibilidade de detectar fatores que podem causar

danos à saúde do idoso e adota em suas práticas ações interativas e proativas,

individuais e coletivas, que favorecem o viver e o envelhecer saudáveis.

A necessidade do preparo para um atendimento de melhor qualidade ao

ser idoso não deve ser particular somente ao enfermeiro ou outro profissional de

nível superior, mas de todos que buscam atingir uma abordagem diferenciada no

cuidado a este grupo específico. Se procura também capacitar o Agente

Comunitário de Saúde (ACS) por ser um importante trabalhador, o principal elo

entre a comunidade e a ESF, integrante da equipe de saúde e não apenas como

um membro da comunidade informante de seus problemas (SILVESTRE; COSTA

NETO, 2003).

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Assim, nesse sentido, a Estratégia Saúde da Família (ESF), ao levantar os

problemas de seu território, através de suas equipes multiprofissionais, pode

traçar e executar ações de vigilância à saúde destinadas à população idosa. Uma

vez que problemas familiares, condições de habitações inadequadas, baixa

escolaridade, desemprego ou baixa renda, pouca ou nenhuma atividade física,

tabagismo, alcoolismo, quedas, pouca procura aos serviços de saúde e maneira

errônea de tomar medicamentos podem representar riscos em potencial que

impliquem no envelhecimento saudável e na capacidade funcional do idoso

(PEREIRA et al., 2010).

O estudo sobre a capacitação dos profissionais da saúde no campo

gerontológico informa que os profissionais de enfermagem não apresentam uma

qualificação nesse campo, porém verifica-se que há certa preocupação quanto à

importância do trabalho voltado às necessidades da pessoa idosa, na medida em

que eles se colocam sobre a questão do que venha a ser o envelhecimento

saudável, considerando os princípios da atenção básica baseados nos princípios

do SUS (ALENCAR et al., 2010).

Ao capacitar a Enfermagem fundamentada na prática Gerontológica é

possível alcançar metas que direcionem a um atendimento integral ao idoso e sua

família, no que diz respeito: à promoção de um viver saudável; compensação de

limites e incapacidades; provisão de apoio e controle no curso do envelhecimento;

tratamento e cuidados específicos; e facilitação do processo do cuidar. No

entanto, mesmo na falta em garantir, por parte de gestores, uma ação integral e

de qualidade na atenção a todos os usuários, na falta de um preparo para o

cuidado do idoso os enfermeiros e a equipe de enfermagem da Estratégia Saúde

da Família trabalham e desempenham as suas atribuições com compromisso

profissional e com o desejo em ver construído um futuro melhor para o idoso e

sua família (POLARO et al., 2013).

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3 MATERIAIS E MÉTODO

3.1 TIPO DO ESTUDO

Propõe-se um estudo epidemiológico, transversal, com abordagem

quantitativa descritiva, uma vez que haverá descrição das variáveis da população

no que tange aos determinantes para um envelhecimento saudável segundo a

Organização Mundial da Saúde (OMS). Sobre o aspecto da abordagem

quantitativa tem-se que:

É aquela que trabalha com variáveis expressas sob a forma de dados numéricos e emprega rígidos recursos e técnicas estatísticas para classificá-las e analisá-las, tais como as porcentagens, a média, o desvio padrão, o coeficiente de correlação entre outros. Em razão de sua maior precisão e confiabilidade, os estudos quantitativos são mais indicados para o planejamento de ações coletivas, pois seus resultados são passíveis de generalização, principalmente quando as amostras pesquisadas representam, com fidelidade, a população de onde foram retiradas (FONTELLES, 2012, p. 56).

Para Fontelles (2012, p.60), o termo “transversal” se refere à classificação

quanto à temporalidade do estudo, neste caso, a produção dos dados é realizada

em um único momento no tempo, sendo também conhecido como estudo

seccional, epidemiológico, de prevalência, enquete ou estudo de levantamento.

Os estudos de corte transversal são também chamados de estudos de

prevalência porque, quando realizados em populações bem definidas, permitem a

aquisição de medidas de prevalência de fatores de risco e a frequência de casos

prevalentes de doenças em uma população (FONTELLES, 2012).

3.2 LOCAL DO ESTUDO

O estudo foi realizado em um território de cobertura da Estratégia Saúde da

Família (ESF) Canal do Pirajá após a autorização e o aceite formal da Secretaria

Municipal de Saúde (SESMA) da cidade de Belém. A ESF Canal do Pirajá,

também chamada Casa Família, foi inaugurada em 2000, após dois anos da

implantação do Programa Saúde da Família no Município de Belém, e atende

uma demanda considerável de pessoas, uma média de 3 a 4 mil por equipe (800

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a 1000 famílias), conforme é preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) sobre as

diretrizes do Programa, primando pela qualidade da atenção.

A ação dos profissionais de saúde que atuam na Estratégia apresenta um

diferencial: a visita domiciliar. Destinada, programada e executada semanalmente

e de acordo com a necessidade de cada caso para o atendimento domiciliar das

prioridades, como os acamados, idosos que têm dificuldades para se locomover

ou sequelados por Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou pelo fato de idade

avançada. Inclui, ainda, hipertensos ou diabéticos sem condições de irem até a

Unidade, gestantes, crianças menores de dois anos, clientes portadores de

tuberculose, para realizar o Tratamento Diretamente Observado (TDO) e

portadores de Hanseníase.

De acordo com o perfil populacional, realizado em 2014, a população

cadastrada e acompanhada nessa área de cobertura possui baixo poder

aquisitivo (10% recebem menos de um salário mínimo), baixa escolaridade (cerca

de 14% da população é analfabeta). Esses dados, depois de computados, são

enviados à Coordenação da Estratégia Saúde da Família para compor o Sistema

de Informação da Atenção Básica (SIAB, 2014).

A Unidade da Estratégia Saúde da Família Canal do Pirajá faz parte do

Distrito Administrativo da Sacramenta (DASAC) e está localizada na fronteira de

dois bairros: Pedreira e Sacramenta, nas proximidades de ruas de fácil acesso,

como: Travessa Maurití e Travessa Angustura, tendo como Unidades de Saúde

mais próximas: Unidade Básica de Saúde da Pedreira, Unidade Municipal de

Saúde da Sacramenta, Unidade Municipal de Saúde do Telégrafo (que é a

unidade de referência da Casa Família para consultas pediátricas, ginecológicas,

odontológicas, com nutricionista, psicólogos, e também para o cadastro na

Central de Leitos), além da ESF Canal do Galo I e II, ESF São Joaquim e Anexo

da Sacramenta (ANEXO A e B).

Essa unidade da Estratégia Saúde da Família conta com quatro equipes.

Cada uma das equipes é composta por um enfermeiro (que coordena, gerencia e

supervisiona sua equipe e a unidade), um médico, um técnico em enfermagem e

oito agentes comunitários de saúde.

A Unidade apresenta a seguinte estrutura física: possui três andares,

dispondo dos seguintes setores: no primeiro andar: Sala de Espera, Triagem,

Setor Administrativo, Farmácia, Sala de Imunização e Teste do Pezinho, Sala de

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Procedimentos (injetáveis, curativos, retirada de ponto cirúrgico, aerossol) e uma

sala destinada ao Laboratório credenciado na Rede de Saúde do SUS para coleta

de material, além de dois banheiros (para o uso dos funcionários e usuários).

No segundo andar podem ser observados quatro consultórios (um para

cada equipe), uma sala de espera, uma sala de reunião e uma sala para os

Agentes do Serviço Geral (ASGs) e três banheiros ( dois para os funcionários e

um para os usuários), e por fim, no terceiro andar, uma copa e uma extensa área

livre.

A cobertura da Estratégia Saúde da Família na cidade de Belém em

relação ao Serviço de Atenção Primária é de apenas 12%, de acordo com

levantamento realizado pela Secretaria de Saúde do Município (SESMA) no início

do ano de 2013.

Na Unidade Saúde da Família Canal do Pirajá não há um protocolo

específico para a população idosa, por não dispor até o momento do Programa de

Atenção à Saúde do Idoso. Mesmo assim estes não deixam de ser atendidos, e

alguns estão inscritos no Programa HIPERDIA.

Não se observa nesta população a especificidade do processo do

envelhecimento, como a avaliação da capacidade funcional, segundo recomenda

a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006), bem como não há recursos

humanos na Unidade que venham recebendo através da educação continuada

informações para atender as pessoas no seu processo do envelhecimento ou

formados na área Gerontológica. “Atualmente os cursos de graduação superior

em saúde como a enfermagem abrangem tema sobre gerontologia e geriatria,

com a finalidade de capacitar e qualificar enfermeiros para atender e cuidar de

idoso” (RODRIGUES et al., 2007, p.538).

Também se oferece à comunidade os seguintes programas: Saúde da

Mulher (PCCU, Planejamento Familiar, DST, Pré-Natal), Saúde da Criança

(Crescimento e Desenvolvimento, Teste do Pezinho, Imunização), HIPERDIA

(Hipertenso e Diabético), Programa de TB pulmonar e Hanseníase.

Justifica-se a escolha dessa Unidade de Saúde, pelo papel que

desempenha na formação dos estudantes de enfermagem, já que é campo de

aulas práticas e estágios, recebendo docentes e discentes da área da saúde e

nestes em particular os do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do

Pará (UEPA), Universidade da Amazônia (UNAMA) e Escola Superior da

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Amazônia (ESAMAZ). De forma crítica e solidária com a profissão, eles estão

contribuindo desde já como agentes de mudança para um envelhecer saudável

junto à equipe e à comunidade, pois ao concluírem sua formação acadêmica

detêm conhecimentos básicos sobre o processo do envelhecimento, e assim

podem compreender e cuidar desta clientela que busca atendimento e

acompanhamento para sua saúde.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA DO ESTUDO

A população de referência para o estudo foi baseada no total das pessoas

idosas cadastradas em uma equipe da ESF do Pirajá. A intenção de realizar um

estudo com o total de idosos que, por agendamento ou demanda, buscam

atendimento na Unidade deveu-se ao fato de que cada família apresenta

condição peculiar de viver.

Ao realizar o levantamento desse quantitativo constatou-se que 860

famílias eram acompanhadas por uma das equipes, correspondendo a 3070

pessoas, e deste universo 295 eram idosos com idade igual e/ou superior a 60

anos, de ambos os sexos, segundo o Sistema de Informação da Atenção Básica

(SIAB, 2014). Portanto, incluiu-se neste estudo uma amostra significativa de

idosos desse território, considerando as perdas e critério de exclusão.

O critério de inclusão enquadrou idosos com 60 anos ou mais que

compareceram para atendimento no período da coleta de dados, com a

enfermeira ou a médica na unidade. Neste caso se esclarecia sobre a pesquisa.

Se mencionassem que em sua residência também existissem idosos

impossibilitados de locomoção ou por opção não desejassem sair de casa, a visita

seria marcada mediante a sua autorização prévia e verbal.

Em todo caso, se marcava visita domiciliar, como forma de preservar sua

privacidade e seu conforto, porém alguns idosos manifestaram a vontade de

serem entrevistados na própria unidade, dentro do consultório, pelo fator tempo,

uma vez que passavam um período longo fora de casa em suas atividades e a

sua ida até lá era devida à consulta. Ao aceitarem participar da pesquisa o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) era lido e assinado.

Como critério de exclusão, estabeleceu-se: idosos com 60 anos ou mais

impossibilitados de se comunicarem por apresentarem condições psicológicas

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desfavoráveis. Foram consideradas perdas aquelas pessoas que se recusaram a

participar da pesquisa ou faleceram durante a coleta de dados. No TCLE, como

forma de garantir o anonimato dos informantes, um número foi dado de acordo

com a sequência das participações dos entrevistados.

Figura 2 – Esquema da população de referência e seleção amostral do estudo

Fonte: COSTA (2014)

Figura 3 – Distribuição dos idosos, por sexo, inscritos na Estratégia Saúde da Família Canal do

Pirajá no período de 2001 a 2014. Belém/PA, 2014

0

100

200

300

400

500

600

me

ro d

e Id

os

os

Sexo Masculino 110 110 121 133 133 158 178 165 204 86 95 95 114 114

Sexo Feminino 189 289 220 224 224 222 226 273 288 144 150 150 181 181

Total de Idosos 299 299 341 357 357 380 404 438 492 230 245 245 295 295

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: USF Pirajá(2014)

Amostra estimada no

território de abrangência, n=

295 idosos.

Critério de exclusão: idosos

impossibilitados de se

comunicarem: 7

:oincapacidades

Perdas: idosos que se

recusaram ou morreram: 9

idosos

Amostra final do estudo

279 idosos

Critério de inclusão: idosos

com 60 anos ou mais

Total de pessoas

cadastradas N= 3070= 860

famílias

44

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46

Na Figura 3, observa-se a série histórica de 14 anos da Estratégia Saúde

da Família Canal do Pirajá, na representação de uma equipe específica (Equipe

II), segundo o quantitativo de idosos. Em 2009 existiam cerca de 492 idosos,

declinando nos anos posteriores. Isso se deve ao atendimento à solicitação do

Ministério da Saúde de recadastrar as famílias e realizar o redimensionamento

das áreas, ou seja, diminuindo a quantidade de famílias por área.

No levantamento do Perfil Epidemiológico em 2013, detectaram-se 295

idosos, uma vez que no período de um ano 50 indivíduos fizeram aniversário,

tornando-se idosos (SIAB, 2013). No ano de 2014, a população de idosos

continuava a mesma (SIAB, 2014). Após o perfil já ter sido fechado e a coleta de

dados para esta pesquisa ter sido finalizada em março, ocorreram os falecimentos

de dois idosos.

Para um entendimento mais claro da área de abrangência, apresenta-se

um mapa que evidencia as oito microáreas nas quais ocorreu a coleta de dados.

Compreendendo o perímetro entre a Rua Nova e o Canal do Pirajá, a cobertura

da Passagem Marinho, Travessa Barão do Triunfo, Passagem Santa Catarina e

Travessa Angustura. As demais Passagens e Travessas são cobertas por outras

áreas (ANEXO C).

3.4 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

Para coleta dos dados realizou-se inicialmente abordagem aos idosos na

sala de espera da unidade, na ocasião da busca por qualquer atendimento, sendo

indagados, também, sobre a existência de indivíduo idoso em seu domicílio

impossibilitado de locomoção ou não e que recebia profissionais de saúde em

casa. Foram esclarecidos sobre a pesquisa, seus objetivos e, então, convidados a

participarem. No momento da aceitação o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) foi lido e assinado. Somente após esse processo se iniciava a

aplicação do instrumento de pesquisa do tipo formulário contendo perguntas

fechadas.

Na visita domiciliar permitida pelo idoso foi solicitado aos Agentes

Comunitários de Saúde (ACS), responsáveis pelas microáreas, que

acompanhassem a pesquisadora na área. Os Agentes Comunitários e demais

funcionários da Casa Família, para contribuírem no entendimento da pesquisa,

45

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47

foram devidamente esclarecidos quanto ao objetivo do estudo e sua intenção

quanto aos próprios idosos.

O instrumento de coleta de dados (APÊNDICE A) foi construído,

estruturado, elaborado e adaptado para os costumes da nossa região a partir de

um formulário com perguntas fechadas validado por Vicente (2012). E utilizando-

se como base em seus domínios as dimensões propostas pela OMS na

Assembleia Mundial de Madri (2002), que delineou um documento chamado

Plano Internacional de Ação sobre o Envelhecimento (PIAE), apontando os

determinantes do envelhecimento saudável, entre eles, os determinantes

econômicos, sociais, ambiente físico, pessoais, comportamentais, de serviços

sociais e de saúde e os determinantes transversais.

Para Vicente (2012, p. 58) o PIAE tem como propósito servir de guia para

todos os países no desenvolvimento de ações cujo foco seja a população idosa,

uma vez que visa pensar no envelhecimento a partir de todas as fases da vida,

objetivando melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem.

Essa política envolve aspectos multidimensionais que não avaliam apenas a

saúde, mas, de forma integral, abrangem todo o contexto de vida das pessoas.

Antes da aplicação do instrumento da pesquisa foi feita uma pré-testagem

do instrumento em 30 idosos, que não fizeram parte da amostra final (respeitando

a orientação do percentual de 10% do total de idosos cadastrados na área de

abrangência), no intuito de verificar sua factibilidade, tempo de aplicação e

correções necessárias. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro a março

de 2014 pela própria pesquisadora.

3.5 VARIÁVEIS DO ESTUDO

Para este estudo considerou-se como variável independente somente o

sexo, e as dependentes são aquelas relacionadas aos determinantes do

envelhecimento saudável apontadas pela OMS (2005), que envolvem os

seguintes aspectos: socioeconômico, ambiente físico, pessoais, comportamentais,

serviços sociais e de saúde. Enfatizando-se que não existe um parâmetro único

para esse desfecho e sim um conjunto de variáveis que determinam o

envelhecimento saudável. Esses fatores determinantes têm em comum a

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convergência na cultura e no gênero, que são considerados determinantes

transversais do envelhecimento saudável (OPAS, 2005).

Figura 4: Determinantes do Envelhecimento Saudável

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) (2005)

3.6 ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva com apoio do

software SPSS (Statistical Package for Science Study) versão 20.0. Para as

análises univariadas utilizaram-se a descrição simples em proporções, a média e

o desvio padrão, para as análises bivariadas utilizou-se o teste de Qui-quadrado

de Pearson X², admitindo-se nível α= 0,05 (erro amostral) e o valor de P≤0,05. Os

resultados estão organizados em tabelas.

Gênero

Cultura

47

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49

3.7 ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa seguiu as proposições da Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde, que trata das pesquisas com seres humanos, e foi aprovada

pelo Comitê e Ética em Pesquisa da UEPA pelo Parecer de número 497.542.

Essa Resolução refere-se também à garantia dos preceitos da Bioética quanto à

não maleficência, à beneficência, à autonomia e à justiça. Esta pesquisa foi

submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado do

Pará, Campus IV, para a sua apreciação e autorização. Só após, os dados foram

coletados para posterior análise e discussão.

Incluiu-se nesta pesquisa o conteúdo do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE), que constou de informações sobre a pesquisa bem como da

garantia do anonimato do pesquisado. A maioria dos participantes assinou o

TCLE e os que não sabiam ler ou escrever tiveram a sua digital registrada, assim

confirmaram sua participação na pesquisa e autorizaram para que os resultados

podessem ser divulgados no trabalho, em eventos científicos, revistas, porém

sempre resguardando sua identificação.

Para a realização deste estudo, foi solicitada à Comissão para Análise de

Projetos de Pesquisa (CAPP), que faz parte do Núcleo de Promoção À Saúde

(NUPS), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município em

questão, autorização para coleta de dados junto às pessoas idosas cadastradas

pela ESF.

Esta pesquisa foi realizada mediante a aplicação de um instrumento

(formulário com perguntas fechadas) pela própria pesquisadora, a partir do

contato direto com os idosos no momento da busca por atendimento na Unidade

da Estratégia Saúde da Família Canal do Pirajá, ou no momento da visita

domiciliar previamente agendada (data e hora) por ele como forma de preservar

seu conforto e sua privacidade. Primando pela possibilidade da melhor

aproximação com os sujeitos.

Foram utilizados os seguintes princípios éticos: autonomia através do

TCLE fornecido ao entrevistado e assinado antes do início da pesquisa, após a

explicação dos objetivos e técnica de coleta dos dados da pesquisa; beneficência,

garantindo o máximo de benefícios e mínimo de danos e riscos, tanto individuais

como coletivos; não maleficência, assegurando aos entrevistados que os danos

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previsíveis, como desconforto ou constrangimento com os questionamentos,

seriam evitados; justiça e equidade, destacando a relevância social das reflexões

advindas com a pesquisa.

3.7.1 Avaliação de Riscos/Benefícios

3.7.1.1 Riscos e benefícios para o sujeito da pesquisa

Esta pesquisa ofereceu riscos considerados mínimos em relação à exposição

dos participantes, pois poderia também haver certo constrangimento ao responder

a um formulário, com perguntas fechadas, sobre seus dados pessoais. Porém,

esses riscos foram contornados com esclarecimentos sobre a pesquisa realizada,

bem como os objetivos e sua finalidade. Nesses registros um código em número

substituiu o nome do participante.

Os dados obtidos serão mantidos de forma confidencial, assegurando-se o

sigilo profissional, e utilizados apenas para fins de divulgação de estudos

científicos e/ou publicações científicas e eventos. Suas informações pessoais não

serão mencionadas. Por isso é que só participou desta pesquisa quem assinou o

TCLE, uma vez que foram garantidos o sigilo de seus dados e a possibilidade de

se retirar da pesquisa em qualquer momento. Os dados serão tratados da

seguinte forma: arquivados por cinco anos e depois incinerados, de acordo com a

Resolução do CNS nº 466/12.

Como benefícios, a partir dos resultados obtidos, o sujeito da pesquisa

poderá ter maior conhecimento sobre o seu próprio processo de envelhecimento

de forma saudável, buscando e enfatizando o que se pode alcançar para um viver

com qualidade. Podendo até, a partir deste conhecimento, ter subsídios para

cobrar das autoridades competentes políticas públicas voltadas para ações da

saúde do idoso.

3.7.1.2 Riscos e benefícios para a pesquisadora

Esta pesquisa ofereceu riscos em relação à pesquisadora, uma vez que

poderia sofrer ação judicial por parte do idoso que se sentisse lesado de alguma

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forma com a pesquisa, embora fosse assegurado o seu anonimato. Para evitar tal

situação os procedimentos foram analisados e revisados para resguardar a

integridade do participante. A pesquisadora precisou reformular algumas

questões, pois observou que não estavam claras para o entrevistado.

Esta pesquisa trouxe benefícios para a pesquisadora, pois, além do

conhecimento e aprendizado, poderá utilizar na comunidade em que atua o que

está determinado para o envelhecer saudável do idoso, contribuindo para a sua

qualidade de vida.

3.7.1.3 Riscos e benefícios para a pesquisa e para a comunidade científica

O risco para a pesquisa encontrou-se na possibilidade de seus dados não

serem fidedignos, mesmo sendo obtidos por questionário, e sua análise ficaria

prejudicada. Portanto, para que fossem evitados os vieses esta pesquisa

comprometeu-se a seguir, com pleno rigor, as exigências feitas para um trabalho

científico.

Esta pesquisa traz benefícios para a comunidade científica, podendo

auxiliar na estratégia de cuidados com qualidade definida para o grupo social em

estudo, agregando mais conhecimentos acerca de suas peculiaridades, podendo

auxiliar indivíduos idosos quanto à sua saúde durante a própria rotina de trabalho,

além de incentivar a mais pesquisas e publicações a respeito da pessoa idosa.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Apresentam-se neste capítulo os resultados do estudo demonstrados em

tabelas para melhor compreensão, em que as variáveis são analisadas em grupos

de acordo com os determinantes relacionados ao envelhecimento saudável,

segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E seguiram a ordem abaixo:

4.1 CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS E SOCIOECONÔMICAS

RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS

4.2 CONDIÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL SEGUNDO OS

DETERMINANTES DO AMBIENTE FÍSICO

4.3 ANÁLISE DOS DETERMINANTES PESSOAIS E CONDIÇÕES

COMPORTAMENTAIS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS

4.4 ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

RELACIONADOS AOS SERVIÇOS SOCIAIS E DA SAÚDE DOS IDOSOS

4.5 ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE RISCO QUE PODERIAM INFLUENCIAR NO

ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

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4.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E ECONÔMICAS

RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS

TABELA 4 – Características dos determinantes transversais relacionados ao envelhecimento

saudável dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)

Variáveis f %

FAIXA ETÁRIA

60-69 anos 153 54,8

70-79 anos 93 33,3

80-89 anos 30 10,8

90-102 anos 3 1,1

Média= 69,7 (DP=±7,109)

SEXO

Feminino 182 65,2

Masculino 97 34,8

RELIGIÃO

Católica 161 57,7

Evangélica 101 36,2

Outra 17 6,1

ESTADO CIVIL

Solteiro/viúvo 142 50,9

Casado/ vive com alguém 137 49,1

PROCEDÊNCIA

Outra localidade 149 53,4

Belém 130 46,6

POSSUI FILHOS

Sim 263 94,3

Não 16 5,7

Na tabela 4, observa-se que, na maioria, os idosos estavam na faixa etária

entre 60 e 69 anos, eram do sexo feminino, solteiros ou viúvos, e tinham filhos.

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TABELA 5 – Características dos determinantes econômicos relacionados ao envelhecimento

saudável dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)

Variáveis f %

OCUPAÇÃO

Não 181 64,9

Sim 98 35,1

RENDA*

Até 1 SM 148 53,0

1 a 3 SM 104 37,3

3 SM ou mais 27 9,7

BENEFÍCIOS SOCIAIS**

Sim 209 74,9

Não 70 25,1

TRABALHO REMUNERADO EM CASA

Não 259 92,8

Sim 20 7,2

*NOTA: A renda foi baseada no SM (salário mínimo) de R$ 678,00 no período da coleta de dados.

**NOTA: Benefícios Sociais: Aposentadoria e Pensão.

Segundo a tabela 5, mais de 60% dos idosos entrevistados não possuíam

ocupação no momento, no entanto, a maioria deles recebia até 1 salário mínimo,

algum tipo de benefício social, e não eram remunerados por trabalho doméstico.

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TABELA 6 – Condições para o envelhecimento saudável segundo os determinantes sociais dos

idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)

Variáveis f %

ESCOLARIDADE + 4 anos 113 40,5

3 e 4 anos 81 29,0

1 e 2 anos 44 15,8

Nunca estudou/assina o nome

41 14,7

VIOLÊNCIA

Não sofreu 234 83,9

Sofreu 45 16,1

DOMICÍLIO*

Mora com a família 267 95,7

Mora sozinho (a) 12 4,3

APOIO SOCIAL**

Não participa 212 76,0

Participa 67 24,0

*Nota: Conforme autorrelatado pelo idoso.

**Nota: Apoio Social: apoio à estima (contribuição para aumentar a autoestima), apoio informativo

(pessoas para oferecer conselhos), acompanhamento social (atividades sociais), apoio

instrumental (toda ajuda do tipo físico).

Pelos dados da tabela 6, observa-se cerca de 29,0% dos idosos tendo

cursado entre 3 e 4 anos de ensino formal, em sua maioria convivendo com a

família e não participando de apoio social.

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4.2 CONDIÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL SEGUNDO OS

DETERMINANTES DO AMBIENTE FÍSICO DOS IDOSOS

TABELA 7 – Condições para o envelhecimento saudável segundo os determinantes do ambiente

físico dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)

Variáveis f %

ÁGUA E SANEAMENTO

Tem acesso 278 99,6

Não tem acesso 1 0,4

DESCARTE DO LIXO

Adequado 279 100,00

Inadequado 0 0,0

CASA ONDE HABITA

Casa Própria 242 86,7

Casa do filho ou terceiro 22 7,9

Casa alugada 15 5,4

CONDIÇÕES DA CASA*

Com fator de risco 220 78,9

Sem fator de risco 59 21,1

HISTÓRIA DE QUEDAS

Sem histórico de queda 139 49,8

Fora de casa 71 25,4

Dentro de casa 58 20,8

Dentro e Fora de casa 11 3,9

*Nota: Fatores de risco para quedas: Iluminação inadequada; pisos irregulares e escorregadios;

presença de degraus; escadas sem apoio; presença de tapetes; ter animais que andem soltos

dentro da casa; banheiro é fora da parte principal da casa.

Segundo os dados demonstrados na tabela 7, observa-se que mais de

70% dos idosos residiam em casas que apresentavam fatores de risco, no

entanto 49,8% não tinham histórico de quedas.

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4.3 ANÁLISE DOS DETERMINANTES PESSOAIS E CONDIÇÕES

COMPORTAMENTAIS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS

TABELA 8 – Determinantes pessoais para o envelhecimento saudável dos idosos que

participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n=279)

Variáveis f %

AGRAVOS À SAÚDE*

Agravos 211 75,6

Nenhum agravo 68 24,4

GRAU DE SATISFAÇÃO

Satisfeito 169 60,6

Muito satisfeito 68 24,4

Nem satisfeito, nem Insatisfeito.

30 10,8

Insatisfeito 12 4,3

ATIVIDADE DE LAZER

Não 141 50,5

Sim 138 49,5

CAPACIDADE FUNCIONAL

Independente e autônomo 277 99,3

Dependente e não autônomo 2 0,7

*NOTA: Agravos à saúde autorrelatados pelos idosos: perda de urina e/ou fezes involuntária, problemas do coração, diabetes, hipertensão arterial, pressão alta, câncer, doença de Parkinson, problemas de memória graves, dor nas articulações, osteoporose, problemas respiratórios, depressão.

Nos dados da tabela 8, mais de 70% dos idosos referiram algum agravo à

saúde, cerca de 50% não tinham atividades de lazer e 99,3% declararam sua

capacidade funcional preservada.

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TABELA 9 – Condições comportamentais para o envelhecimento saudável dos idosos que

participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n=279)

Variáveis f %

TABAGISMO

Não Fumante 191 68,5

Ex-fumante 67 24,0

Fumante 21 7,5

ATIVIDADES FÍSICAS

Não realiza 190 68,1

Realiza 89 31,9

FREQUÊNCIA DE ATIVIDADES FÍSICAS NA SEMANA

Nenhuma vez 190 68,1

3 ou 4 vezes 35 12,5

1 ou 2 vezes 30 10,8

4 vezes ou + 24 8,6

TEMPO DE ATIVIDADES FÍSICAS

Sem atividade física 190 68,1

30 a 60 minutos 65 23,3

< 30 minutos 19 6,8

> 60 minutos 5 1,8

HÁBITO ALIMENTAR*

4 ou mais 257 92,1

De 1 a 3 22 7,9

ALIMENTAÇÃO ESPECIAL

Não 131 47,0

Sim e sigo as recomendações

85 30,5

Sim e não sigo as recomendações

63 22,6

SAÚDE ORAL

Não 143 51,3

Sim 136 48,7

PRÓTESE DENTÁRIA

Não 196 70,3

Sim 83 29,7

CONSULTA ODONTOLÓGICA NO PERÍODO DE 1 ANO

Não foi ao dentista 167 59,9

1 vez 79 28,3

2 vezes ou + 33 11,8

CONSUMO DE BEBIDA ALCÓOLICA

Não consumo 222 79,6

3 ou mais copos 33 11,8

1 ou 2 copos 24 8,6

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TABELA 9. Continuação

UTILIZAÇÃO DE MEDICAÇÃO DIÁRIA

Sozinho/esquece ou toma errado

134 48,0

Não utiliza 64 22,9

Sozinho/Não esquece 42 15,1

Com ajuda 39 14

**QUANTIDADE DE MEDICAMENTOS

Até 3 215 77,1

nenhum 52 18,6

4 ou + 12 4,3

*NOTA: Hábito alimentar: carboidratos diariamente; carboidratos às vezes; vitaminas, fibras, frutas diariamente; Proteína; Leite e seus derivados; Carne branca; Sobremesas, balas, doces, gorduras e outros. **NOTA: Medicamentos: Anti-hipertensivos, Hipoglicemiantes orais e insulinas, Cardiotônicos, Ansiolíticos, benzodiazepínicos e antidepressivos, Analgésicos e anti-inflamatórios, Broncodilatadores, Protetores gástricos, Hormônios para tireoide, Medicamentos para os ossos, Medicamento popular, chás, erva, outros.

Na tabela 9, na maioria os idosos eram sedentários, mais de 50% não

cuidavam da saúde oral e não tinham controle sobre sua medicação.

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4.4 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO

SAUDÁVEL SEGUNDO OS SERVIÇOS SOCIAIS OFERECIDOS E DA SAÚDE

TABELA 10 – Fatores relacionados ao envelhecimento saudável segundo os determinantes dos

serviços sociais e de saúde dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)

Variáveis f %

PROCUROU A USF NO PERÍODO DE 1 ANO

2 ou + vezes 187 67,0

1 vez 49 17,6

Às vezes 43 15,4

SENTIU DIFICULDADE DE CHEGAR À USF?

Não 252 90,3

Sim 27 9,7

RECEBEU VISITAS DOMICILIARES

Sim 272 97,5

Não 7 2,5

PARTICIPA DE GRUPOS DE CONTROLE DE HIPERDIA

Sim 157 56,3

Não 122 43,7

UTILIZA MEDICAMENTOS DA REDE PÚBLICA?

Não 165 59,1

Sim 114 40,9

VACINAÇÃO CONTRA GRIPE

Sim 228 81,7

Às vezes 31 11,1

Nunca 20 7,2

HOSPITALIZAÇÃO

Sim 175 62,7

Não 104 37,3

PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

Sim 160 57,3

Não 119 42,7

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TABELA 10. Continuação

ASSISTÊNCIA DE CUIDADORES INFORMAIS

Não 269 96,4

Sim 10 3,6

PERCEPÇÃO DE SAÚDE

Boa 180 64,5

Ótima 81 29,0

Ruim 17 6,1

Péssima 1 0,4

ACUIDADE VISUAL*

Boa 151 54,1

Ruim 92 33,0

Ótima 30 10,8

Péssima 6 2,2

ACUIDADE AUDITIVA*

Boa 142 50,9

Ótima 113 40,5

Ruim 23 8,2

Péssima 1 0,4

SAÚDE BUCAL*

Boa 193 69,2

Ruim 48 17,2

Ótima 32 11,5

Péssima 6 2,2

*Nota: Conforme a autopercepção.

Na tabela 10 verifica-se que os idosos, na maioria, tinham acesso aos

serviços sociais e da saúde, que recebiam visitas domiciliares, 67,0% deles

procuraram a USF e 64,5% tinham boa percepção de sua saúde.

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4.5 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS SOBRE AS SITUAÇÕES DE RISCO QUE

PODERIAM INFLUENCIAR NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

TABELA 11 – Agrupamento dos fatores de risco observados entre os sete determinantes que poderiam influenciar no envelhecimento saudável dos idosos estudados, por sexo, Belém/PA, 2014 (n=279)

Fatores de risco Masculino Feminino

f % f % Total *p

Baixa renda 46 47,4 102 56,0 148 1,111

Baixa Escolaridade 50 51,5 116 63,7 166 0,082

Apoio Social (não participam) 81 83,5 131 72,0 212 0,032*

Risco de queda (Ambiente Físico) 77 79,4 162 78,0 239 0,923

Histórico de queda 28 28,8 112 61,6 140 0,000*

Agravo à Saúde (1 a 4 ou +) 75 77,3 138 75,8 213 0,368

Sedentarismo 62 63,9 128 70,3 190 0,288

Consulta odontológica (não realiza)

62 63,9 105 57,7 167 0,574

Controle desordenado dos medicamentos (errado/fora do horário/com ajuda)

73 75,0 142 78,0 215 0,003*

Hospitalização 59 60,8 116 63,7 175 0,632

*P valor ≤0,05; Teste Qui-Quadrado de Pearson

Segundo os dados da tabela 11, apresentam-se entre os fatores de risco

para o envelhecimento saudável a baixa escolaridade, sobretudo entre as

mulheres, a presença de agravos à saúde, o sedentarismo, a hospitalização e o

descontrole sobre o uso de medicamentos (p valor ≤0,05), apresentando este

último a associação em relação ao sexo.

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5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para Rodrigues et al. (2007) os determinantes para o envelhecimento

saudável dos idosos (transversais, econômicos, sociais, ambiente físico,

pessoais, comportamentais e de serviços sociais e de saúde) fazem parte das

recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste capítulo

apresenta-se a discussão dos dados encontrados no estudo, já descritos no

Capítulo 4. Para isso, buscaram-se estudos já desenvolvidos sobre o tema.

Ressalta-se que a discussão dos dados seguirá a ordem da descrição do

grupo de variáveis nas tabelas, ou seja, a sequência dos determinantes do

envelhecimento saudável propostos para o estudo: Características demográficas

e socioeconômicas (Determinantes Transversais, Econômicos e sociais),

ambiente físico (Determinante Ambiente Físico), determinantes pessoais e

condições comportamentais (Determinantes Pessoal e Comportamental), serviços

sociais e da saúde (Determinante Serviço Social e da Saúde) e as situações de

risco que podem influenciar no envelhecimento saudável.

5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E ECONÔMICAS

RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005) os determinantes

transversais são representados por valores culturais e as tradições, e determinam

como uma sociedade encara as pessoas idosas e o próprio processo de

envelhecimento. A cultura modela nossa forma de envelhecer, influenciando em

todos os outros determinantes do envelhecimento, e também influencia na busca

por comportamentos mais saudáveis. O gênero é considerado em função da

adequação de várias opções políticas e no efeito destas sobre o bem-estar de

homens e mulheres. Apresenta a mulher executando o papel tradicional como

responsável pelos cuidados com a família.

Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde (2005), apoio

social, oportunidades de educação e aprendizagem permanente, paz, proteção

contra a violência e maus-tratos são fatores essenciais que caracterizam o

determinante social e estimulam a saúde, participação e segurança, à medida que

as pessoas envelhecem. A solidão, o isolamento social, o analfabetismo, falta de

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educação, maus-tratos e exposição a situações de conflito aumentam muito os

riscos de deficiências e morte precoce para os idosos. Três aspectos do

determinante econômico têm um efeito particularmente relevante sobre o

envelhecimento saudável: a renda, o trabalho, e a proteção social.

Esses determinantes se enquadram nas características sociodemográficas

e apresentam fatores importantes que podem interferir na qualidade do processo

do envelhecimento. É o que sustentam Fleck et al. (2003) quando apontam idade

avançada, sexo feminino, baixa escolaridade e não ter companheiro como sendo

fatores relacionados a um envelhecimento não saudável. Em contrapartida,

Teixeira e Néri (2008) mencionam que sexo, nível de escolaridade, estado civil e

renda não têm associação com o envelhecimento saudável.

Neste estudo 65,2% dos participantes eram mulheres ao passo que os

homens representavam 34,8%. Esse resultado assemelha-se a estudos já

realizados no Brasil, inclusive na cidade de Belém/Pará (SANTOS, 2011; SOUSA

et al., 2008). Segundo o IBGE (2010) as mulheres vivem, aproximadamente, sete

anos a mais do que os homens.

As faixas etárias compreendem a idade mínima de 60 anos e a máxima de

102 anos. A maioria dos entrevistados estava concentrada na faixa de 60 a 69

anos, sendo a média de idade de 69,7 anos. Resultado semelhante a este é

compartilhado com outros estudos, nos quais a média de idade varia de 60 a 69

anos (FALLER, 2010; COSTA et al., 2006). Também uma proporção pequena

(1,1%) é observada com idade mais longeva, que compreende de 90 a 102 anos.

Segundo Costa et al., (2006) existe na população brasileira uma frequência de

1,8% de idosos com mais de 90 anos, enquanto que no censo do IBGE (2012)

pessoas com idade de mais de 80 anos em Belém apresentam uma frequência de

1,31%.

Para Moura et al. (2010) no Brasil, a população com idade igual ou superior

a 60 anos soma mais de 14,5 milhões de pessoas, representando 8,56% da

população total, e cerca de 25 mil estão acima dos 100 anos ou mais, e desses

90% são mulheres. Atualmente, a quantidade de mulheres é superior à de

homens tanto no total do país, quanto nas áreas urbanas. Segundo o IBGE

(2010), Belém apresenta uma população total de 1.393.399 indivíduos, sendo

desse universo 129.586 pessoas com 60 anos ou mais, onde 47,3% são homens

e 52,7% são mulheres.

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Esse fenômeno é explicado pelo fato de que no Brasil as mulheres vivem

em média 8 anos a mais do que os homens, o que pode ser atribuído a fatores

biológicos, se expondo pouco aos fatores de risco, e pela diferença de atitude em

relação à saúde/doença, em que a mulher se faz mais presente nas unidades de

saúde, o que demonstra maior preocupação com o autocuidado (IBGE, 2010).

Segundo Dendena et al. (2011) a religiosidade é compreendida como um

conjunto de crenças e valores pessoais relativos àquilo que é sobrenatural,

identificando-se sua influência no envelhecimento bem-sucedido de idosos, uma

vez que sua manifestação ocorre por meio da variedade de práticas religiosas,

sendo as mulheres com esta maior diversidade de comportamentos.

Houve predomínio da religião católica na população do estudo. Pesquisas

nacionais apontam o predomínio de idosos na religião católica em 66,15%. A

prática da espiritualidade se explica, pois com o avançar da idade torna-se

suporte emocional, vindo a repercutir nas áreas da saúde física e mental,

contribuindo para o seu bem-estar, para enfrentar as dificuldades, e exerce

grande influência nesta fase da vida (FALLER, 2010). De acordo com Witter

(2006) a religiosidade/espiritualidade ameniza o impacto negativo de

acontecimentos e facilita a aceitação de situações ligadas a perdas que ocorrem

com frequência nesta fase da vida.

Em relação ao estado civil predominaram os solteiros e os viúvos em

relação aos que eram casados ou que viviam com alguém. No estudo de Costa et

al. (2006) os casados apresentam uma proporção de 49,5% e os viúvos, 34,7%.

Segundo Araújo e Bachion (2004) isso ocorre devido à população em geral estar

envolvida por valores morais onde se acredita que o casamento é só um e para a

vida toda. No Censo 2010, verificou-se que a proporção de solteiros, viúvos e

divorciados aumentou e a proporção de casados e de desquitados ou separados

judicialmente diminuiu (IBGE, 2010).

Entre os idosos a falta de ocupação foi relatada por 64,9% dos

entrevistados. Estudo realizado por Sousa et al. (2008) aponta a falta de

ocupação em 40% dos idosos e entre os que tinham ocupação suas atividades

estavam ligadas ao gênero, uma vez que os homens desenvolviam suas

atividades em oficinas, enquanto que as mulheres se ocupavam com os serviços

domésticos de sua casa ou cuidando de crianças, mas sem renda extra.

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A situação econômica do idoso é representada pela aposentadoria, e

significa a busca da realização de objetivos até então impossíveis no passado,

por conta de obrigação de compromissos e responsabilidades profissionais.

Dando lugar à possibilidade de novas atividades que lhe gerem prazer. No

entanto, há idoso que define a sua aposentadoria como sinônimo de inutilidade e

geradora de estresse, principalmente quando acarreta problemas econômicos

(SADOCK; SADOCK, 2007, p. 75).

A maioria dos entrevistados referiu ter baixa renda, ou seja, cerca de um

salário mínimo. Para Costa et al. (2006) há indicativo de 27,4% de idosos com

baixa renda, que é considerada a média nacional daqueles que recebem até um

(1) salário mínimo. Para Tahan e Carvalho (2010) a situação financeira oferece e

garante suporte material para o bem-estar do indivíduo, possibilitando-o que

tenha atividades de lazer, boa alimentação, qualidade de habitação e

independência econômica.

A população idosa é caracterizada por seu baixo poder aquisitivo, sendo a

aposentadoria e pensões suas principais fontes de renda, o que leva alguns

idosos de volta ao mercado de trabalho, aceitando atividades mal remuneradas e

jornada de trabalhos extras para aumentar a sua renda. Também a manutenção

da saúde é vinculada à questão financeira por depender disso para compra de

remédios, ida ao médico, dentre outros (CUPERTINO, 2007).

Informaram não consumir medicamentos da rede pública 59,1%, uma vez

que os mesmos não faziam parte do padrão da unidade ou utilizavam remédios

caseiros para controle da hipertensão e diabetes. A participação dos idosos no

Programa HIPERDIA é necessária para receberem orientações de controle.

Segundo Loyola Filho (2008) o uso de polimedicamentos é mais frequente

entre idosos, principalmente do sexo feminino, devido às doenças crônicas e pelo

fato de se fazerem mais presentes nos serviços de saúde.

Neste estudo considerou-se analfabetos (quem nunca estudou/assina o

nome) cerca de 14,7% do universo da amostra estudada. Para Araújo e Bachion

(2004) lidar com medicação, transporte, informações escritas representa um

desafio para este grupo. Embora se observe avanços na educação ao longo dos

anos, a redução nas proporções de analfabetismo ocorre de forma muito lenta, e

os idosos que possuem escolaridade mais alta ainda são escassos (FALLER et

al., 2010).

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Para Santos e Cianciarullo (2009) idosos analfabetos e em alguns casos os

que vivem sozinhos representam um grupo vulnerável, com risco para adoecer e

morrer, por não terem condições de cuidar da própria saúde, já que isso demanda

ações como: ler uma receita, tomar medicamentos em horários, entre outros.

De acordo com os dados da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais

(2012), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os

índices de analfabetismo vêm caindo no Brasil nos últimos dez anos, mas ainda

são altos na camada da população com mais de 60 anos, que registra 24,8% de

analfabetos, praticamente um quarto do total nessa faixa etária. Segundo ainda o

IBGE (2012), o cenário nacional demonstra que 50,2% dos idosos estudaram

menos de quatro anos.

A situação de baixa escolaridade dos idosos é reflexo de um período

compreendido entre as décadas de 20 a 40, em que as oportunidades de acesso

à educação se davam de forma assimétrica por classe social e sexo, o que

caracteriza a dificuldade em se buscar condições de existência e sobrevivência

nesse grupo (ARAÚJO; BACHION, 2004).

Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(PNAD) de 2012, a escolaridade ligada à força de trabalho brasileira passou de

uma média de 5,7 anos de estudo, em 1992, para uma média aproximada de 8,8

anos, em 2012. Neste estudo 44,8% dos idosos entrevistados referiram até 4

anos de estudo, caracterizando baixa escolaridade.

Para Pinto et al. (2006), idosos com menor escolaridade e menor nível

socioeconômico acabam tendo pouco acesso a interações destinadas à diversão

e ao lazer. Para Santos (2011) os idosos com baixa escolaridade têm uma

condição social desfavorável, que pode influenciar no seu acesso a serviços de

saúde, oportunidades de participação social, compreensão de seu tratamento e

do seu autocuidado, entre outras situações. O que veio a colaborar com este

estudo, pois as variáveis destacadas tiveram semelhante relação.

No que tange ao convívio no domicílio, este estudo apontou que a maioria

dos idosos residia com a sua família, sendo este dado confirmado por Sousa et al.

(2008) quando afirmam em seu estudo que 95% dos idosos residiam com a sua

família. A família representa tanto suporte social quanto uma preocupação de

bem-estar para com os membros da família, colaborando para o seu

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envelhecimento saudável na possibilidade de vislumbrar um bem-estar amplo dos

filhos e parentes.

Ao serem perguntados sobre o apoio social, cerca de 76% dos idosos

responderam que não participavam de atividades sociais. Em contrapartida, o

estudo realizado por Deponti e Acosta (2010) afirma que 70% dos idosos

desenvolviam alguma atividade social como forma de melhorar a sua autoestima

e manter o convívio com outras pessoas. Além disso, enfatiza que visitas

frequentes à família, terem contatos pessoais e participarem em atividades de

grupo são fundamentais, para o envelhecimento saudável.

Para Moraes (2005) os idosos que dedicam um pouco do seu tempo livre à

coletividade, participando voluntariamente de uma vida social, opõem-se ao

isolamento e à solidão. Para Dendena et al. (2011) as atividades sociais, além de

representarem suporte para todos os grupos de interação em que o idoso está

inserido, apareceriam como preventivas do estresse e da depressão, reforçando o

sentimento de valor pessoal.

Estudos indicam que há estreita relação entre uma vida saudável e o

engajamento social do idoso. Há crescimento pessoal na velhice que se

caracteriza nas interações sociais, as quais, por sua vez, proporcionam um

envelhecimento bem-sucedido. O idoso pode se dar à possibilidade de envelhecer

“robustamente”, o que significa considerar um status afetivo, funcional e cognitivo.

Os indivíduos que envelhecem de forma mais robusta relatam ter mais contatos

sociais, melhor saúde e visão (SADOCK; SADOCK 2007, p. 74).

5.2 CONDIÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL SEGUNDO OS

DETERMINANTES DO AMBIENTE FÍSICO

A OMS (2005) refere que os ambientes físicos adequados à idade podem

representar a diferença entre a independência e a dependência para todos os

indivíduos, mas especialmente para aqueles em processo de envelhecimento. Os

perigos no ambiente físico podem causar lesões incapacitantes e dolorosas nos

idosos, e as mais frequentes são decorrentes de quedas, incêndios e acidentes

domésticos.

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Refere também que os idosos que vivem em ambientes inseguros são

menos propensos a saírem sozinhos e, portanto, estão mais susceptíveis ao

isolamento e à depressão, bem como a terem mais problemas de mobilidade e

pior estado físico, o que vem a influenciar a qualidade de vida. A moradia e o

ambiente físico adequados têm influência positiva na qualidade de vida do idoso.

Quando questionados sobre o acesso à água e saneamento básico, os

idosos responderam quase com unanimidade que tinham o conhecimento de que

a água era proveniente da COSANPA, e apenas 0,4% se serviam de água do

poço, e de que o lixo era totalmente coletado pelo serviço municipal. Com relação

à moradia 86,7% dos idosos afirmaram ter casa própria. Segundo Sousa et al.

(2008) isso representa a consolidação de um sonho, sendo sinônimo de

segurança, conquista sucesso e bem-estar (SOUSA et al., 2008).

Cerca de 78,9% dos domicílios dos idosos apresentavam algum fator de

risco para quedas (iluminação inadequada, pisos irregulares e escorregadios,

presença de degraus, escadas sem apoio, presença de tapetes, animais que

andavam soltos dentro da casa, banheiro fora da parte principal da casa), no

entanto, apenas 20,8% deles já haviam sofrido quedas em seu interior.

Outro estudo demonstra resultado contrário, em que a grande maioria dos

idosos, 84,2%, referiu ter sofrido queda dentro de casa ou em seus arredores,

pelo fato de ficarem a maior parte do tempo nesses locais, onde comumente as

quedas aconteciam. Mas 15,8% das quedas ocorreram quando andavam pela

cidade. Na avaliação de 37% dos idosos sua moradia era livre de riscos,

especialmente para quedas (FARIAS; SANTOS, 2012).

No estudo identificou-se uma proporção de idosos que caíram dentro de

casa aumentando com a faixa etária, sendo de 58% para os de até 69 anos,

62,9% para aqueles entre 70 e 79 anos e 84,6% para os que tinham 80 anos ou

mais. As quedas de idosos na comunidade ocorrem no ambiente doméstico,

devido a fatores extrínsecos, ou seja, os que estão relacionados ao ambiente, tais

como iluminação, superfície para deambulação, tapetes soltos, degraus altos ou

estreitos, cujos locais de maior frequência são as escadarias, o quarto, a sala e o

banheiro (ALMEIDA et al., 2008).

Segundo Araújo (2008) as quedas para os idosos não se devem somente

aos fatores de risco extrínsecos do local onde o idoso vive, pode haver

interferência de fatores culturais, religiosos, etários e étnicos. Destacam ainda que

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o domicílio de um idoso deva ser livre de obstáculos que possam provocar

escorregões e/ou tropeções (LOPES et al., 2007).

5.3 ANÁLISE DOS DETERMINANTES PESSOAIS E CONDIÇÕES

COMPORTAMENTAIS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS

Segundo a OMS (2005) os determinantes pessoais são avaliados a partir

da biologia e genética e dos fatores psicológicos, apresentando certa influência

sobre o processo de envelhecimento, entretanto, a causa de muitas doenças é

mais ambiental e externa do que genética e interna.

Neste estudo não foi priorizado relatar o predomínio de qualquer agravo,

mas como o agravo pode influenciar no processo do envelhecimento do idoso.

Constatou-se neste estudo uma significativa predominância dos entrevistados em

apresentar algum agravo à saúde como os que foram considerados: perda de

urina e/ou fezes involuntária, problemas do coração, diabetes, pressão alta,

câncer, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, problemas de memória

graves, dor nas articulações, osteoporose, problemas respiratórios e depressão.

À medida que os seres humanos envelhecem, as doenças crônicas não

transmissíveis (DCNTs) transformam-se nas principais causas de morbidez,

deficiências e mortalidade em todo o mundo, e têm no tabagismo, sedentarismo,

maus hábitos alimentares e obesidade os riscos para o seu desenvolvimento nas

idades mais avançadas. Em nosso país, doenças cardiovasculares representam

um problema para a saúde pública. Atualmente, nas capitais brasileiras, essas

doenças equivalem a 17% dos gastos do SUS, representando 9,5% das

internações, responsáveis por 24% das aposentadorias por invalidez e

responsáveis por 27% dos óbitos de idosos (OMS, 2002).

A influência da genética no desenvolvimento de problemas crônicos pode

variar entre os indivíduos e comportamentos como não fumar, capacidade de

enfrentar problemas e uma rede de amigos e parentes próximos pode modificar

efetivamente a influência da hereditariedade no declínio funcional e no

aparecimento da doença (OMS, 2005).

O bem-estar dos idosos pode ser avaliado por meio do seu grau de

satisfação com a vida. Neste caso, 60,6% dos entrevistados deste estudo se

disseram satisfeitos. De acordo com Maia et al. (2006) essa satisfação é revelada

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mesmo numa sociedade que envelhece rapidamente, onde o idoso não tem,

muitas das vezes, suas necessidades atendidas adequadamente e por isso

aumenta a possibilidade de agravos à sua saúde, bem como incapacidade,

comprometendo a sua qualidade de vida.

Para Joia et al. (2007) a satisfação com a vida é um posicionamento

subjetivo de alguns domínios específicos que precisam em conjunto se fazerem

presentes, como: saúde, trabalho, condição de moradia, relações sociais,

autonomia, entre outros.

No estudo de Deponti e Acosta (2010), em uma amostra de 30 idosos,

cerca de 73,3% afirmaram participar de atividades de lazer. Sobre esse aspecto,

este estudo chama a atenção, uma vez que uma proporção considerável não

participava disso, o que caracteriza um fator de risco para o seu envelhecimento

saudável. Para Fernandes et al. (2011) é por meio do lazer que o idoso pode

sentir-se útil no seu ambiente social, colocando-se contra o isolamento e o

recolhimento. Segundo Moraes (2005) o lazer é recreação, divertimento e

entretenimento, e os idosos, pelo fato de disporem de tempo livre, deveriam se

predispor a essas atividades.

A capacidade funcional dos idosos avaliados neste estudo é caracterizada

pela autonomia e independência, e a grande maioria referiu mantê-la, muito

embora se declarassem sedentários (tabela 6); essa avaliação poderá ser motivo

de discussão pelos profissionais de saúde da ESF, na qual os idosos são

atendidos. Em estudo realizado por Costa et al. (2006) a capacidade para realizar

as atividades da vida diária foi identificada em 57,9% dos idosos como sendo

independentes e 37,9%, dependentes para as Atividades de Vida Diárias (AVDs).

Para Ramos (2003) um idoso com uma ou mais doenças crônicas não

transmissíveis pode ser considerado saudável, se comparado com um idoso com

as mesmas doenças, porém sem o controle dessas. Mantendo sua autonomia e

independência é considerada uma pessoa idosa saudável. Segundo Fernandes et

al. (2011) mudanças estruturais e funcionais, se associadas ao sedentarismo,

colaboram para o declínio da capacidade funcional, vindo a facilitar tanto o

desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas não transmissíveis como

incapacidade física no idoso.

Os determinantes comportamentais caracterizam-se pela adoção de estilos

de vida saudáveis e a participação ativa no cuidado da própria saúde. E o

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envolvimento em atividades físicas adequadas, alimentação saudável, a

abstinência do fumo e do álcool, e fazer uso de medicamentos sabiamente podem

prevenir doenças e o declínio funcional, aumentar a longevidade e a qualidade de

vida do indivíduo (OMS, 2005).

Quanto a esses determinantes comportamentais, constatou-se que apenas

7,5% dos idosos eram fumantes e 20,4% referiram consumir bebidas alcoólicas.

Segundo Farias e Santos (2012) isto pode ser um fator positivo para um

envelhecimento sem muitos agravos, considerando-se os danos biológicos e

clínicos que os maus hábitos de saúde acarretam ao indivíduo.

A atividade física regular era praticada apenas por 31,9% dos idosos

entrevistados. De acordo com Araújo e Bachion (2004) a atividade física busca

benefícios sobre o organismo, apresentando-se essencial para a circulação

sanguínea, linfática, e trocas celulares, além de elevar os níveis de oxigênio e

nutrientes para o corpo. Além disso as atividades físicas apresentam-se como

uma das formas de minimizar as perdas do equilíbrio, alterações na massa

muscular e óssea que o processo fisiológico do envelhecimento traz.

Com relação aos hábitos alimentares, os idosos do estudo relataram

consumir uma diversidade de alimentos habitualmente (carboidratos, legumes,

verduras (vitaminas e fibras), frutas, proteína; leite e seus derivados, carne branca

e vermelha), o que é peculiar da nossa Região Norte, que dispõe de variedade

alimentar, enquanto que 30,5% foram orientados a seguir algum tipo de

alimentação especial. Entretanto, 22,6% deles afirmaram não seguir as restrições

alimentares que lhes foram sugeridas. No geral, entre os hábitos nutricionais que

foram observados, pode-se supor que funcionavam como elementos protetores

da saúde dos idosos.

Um outro aspecto importante diz respeito à saúde bucal. Cerca de 48,7%

dos idosos relataram manter a presença de dentes naturais, enquanto que

apenas 29,7% faziam uso exclusivo de prótese dentária. Porém, uma

discrepância é mencionada por Unfer (2004) a partir de uma população estudada

constituída por idosos funcionalmente independentes e participantes ativos de

grupos de terceira idade, aposentados, predominantemente do sexo feminino e

com idades máxima de 84 anos, em que 87% deles possuíam algum tipo de

prótese dentária.

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Neste estudo, a maioria não tinha o hábito de procurar por assistência

odontológica no último ano, o que pode ser considerado um fator de risco

importante para manutenção de um envelhecimento saudável, no que tange à

prevenção de doenças oriundas da cavidade oral.

Segundo Unfer et al. (2006) isso se deve a um conjunto de situações que

impedem ou não facilitam o acesso e a utilização de serviços de saúde bucal,

uma vez que nem todos os pacientes chegam à terceira idade com condições

financeiras de arcar com os custos do tratamento odontológico, principalmente o

protético. Outros motivos estão agregados a não procurarem o serviço, como

necessidade de deslocamentos e a ajuda de terceiros. Além disso, muitos não

buscavam atendimento nos serviços públicos, pois eram desestimulados pela

demora e pela qualidade dos serviços (NARVAI; ANTUNES, 2003).

O consumo de medicamentos (anti-hipertensivos, hipoglicemiantes orais e

insulinas, cardiotônicos, ansiolíticos, benzodiazepínicos e antidepressivos,

analgésicos e anti-inflamatórios, broncodilatadores, protetores gástricos,

hormônios para tireoide, medicamentos para os ossos, medicamento popular,

chás, erva, outros) fazia parte do cotidiano de 77,1% dos idosos pesquisados.

Quanto à autoadministração dos medicamentos, verificou-se que 15,1%

tomavam seus medicamentos sem ajuda ou supervisão de terceiros e alegaram

não cometer enganos, trocas ou esquecimentos. Contudo, 14,0% tomavam os

seus remédios na medida em que outras pessoas lhes entregassem. Observa-se

uma frequência quanto ao uso de medicamentos entre idosos e possivelmente

isso se deva à tentativa de amenizar situações decorrentes do envelhecimento,

além de tratar as comorbidades, geralmente crônicas, que lhes são comuns, e

atrelada a isso a busca por seu bem-estar (MARTINS, 2009).

Em estudo com 104 idosos realizado por Galato et al. (2010), observou-se

que 20 (19,3%) entrevistados não eram polimedicados (utilizavam até um

medicamento), 54 (51,9%) classificaram-se como com polimedicação menor (uso

de dois a quatro medicamentos) e 30 (28,8%) classificaram-se como com

polimedicação maior (cinco medicamentos ou mais). O número de medicamentos

observado nessa população está de acordo com outro estudo também realizado

no sul do Brasil, que encontrou um número médio de 3,2 medicamentos por idoso

(FLORES, 2005).

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5.4 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DOS DETERMINANTES DOS SERVIÇOS

SOCIAIS E DE SAÚDE DOS IDOSOS

Segundo a OMS (2005), para promover o envelhecimento saudável nos

idosos os serviços sociais e de saúde devem direcionar ações que visem à

promoção da saúde, prevenção de doenças, e acesso equitativo a cuidado

primário, além da assistência de qualidade em longo prazo, uma vez que ocorre

um declínio natural de suas reservas biológicas e a perspectiva em aparecerem

as comorbidades nesta fase da vida aumenta.

Segundo Costa e Ciosak (2010) o idoso precisa de maior agilidade no

sistema de saúde, porque o processo de envelhecimento traz como consequência

um tempo mais reduzido para que o idoso procure os serviços de saúde e se

desloque nos diferentes níveis de atenção. Para o idoso, principalmente os mais

carentes, qualquer dificuldade torna-se um complicador para bloquear ou

interromper a continuidade da assistência à sua saúde.

Referem ainda que as necessidades de saúde na atenção primária têm se

tornado um sistema complexo de assistência que envolve tecnologia apropriada e

deve propor encaminhamentos no sistema de referência e contrarreferência. Para

tanto, os serviços devem estar estruturados para realizar uma apreensão

ampliada das necessidades de saúde da população, principalmente da idosa à

qual atendem, e devem promover assistência globalizada para o seu cuidado.

Ao se considerar os determinantes serviços sociais e de saúde, observou-

se que a procura pela USF no período de 1 ano ocorreu por duas ou mais vezes

com 67,0% dos idosos. A literatura evidencia que os homens procuram menos os

serviços de saúde para ações de prevenção de doenças e promoção da saúde do

que as mulheres. A explicação desse fato parece ter relação com questões de

gênero, pois muitos homens manifestam o medo que têm de descobrir doença

grave ou de expor o corpo, ao passo que as mulheres procuram se cuidar mais

(LIMA; TOCANTINS, 2009).

As hospitalizações, considerando-se a data da coleta de dados, foram

referidas pela maioria dos idosos, assim como a realização de procedimentos

cirúrgicos. Entre os idosos pesquisados, mais da metade referiu participar do

programa HIPERDIA. Vale destacar, ainda, que a maioria procurava por medidas

de prevenção, como a vacinação contra a gripe anualmente, o que nos leva a crer

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na importância do serviço que é direcionado à prevenção e na adesão dos idosos

ao serviço de saúde.

A necessidade de cuidados é esperada entre idosos, principalmente, os

mais idosos, porém, neste estudo, quase na totalidade os idosos referiram não

necessitar de um cuidador, o que pode ser confirmado pela autodeclaração que

eram independentes para as AVDs (tabela 5). Um outro aspecto observado é que

a visita domiciliar aos idosos pode ser um serviço social e da saúde que contribua

na identificação precoce de riscos à saúde dessa população, muito embora não

se proponha estratégias de prevenção específicas como propõe a Política

Nacional de Saúde do Idoso, entre elas a avaliação funcional.

5.5 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS SOBRE AS SITUAÇÕES DE RISCO QUE

PODERIAM INFLUENCIAR NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

O termo “risco” é usado para definir a chance de uma pessoa sadia em

adquirir uma doença ou um agravo à sua saúde, exposta a determinados fatores

ambientais ou hereditários, podendo ocorrer a curto ou longo prazo. Os fatores

associados ao aumento do risco de desenvolver uma doença ou agravo são

chamados fatores de risco. Em contrapartida, há fatores que dão ao organismo a

capacidade de se proteger contra determinada doença ou agravos, chamados

fatores de proteção (DINIZ; TAVARES, 2013).

O processo do envelhecimento e tudo que de certa forma está agregado a

ele vêm despertando muitos interesses em diversas áreas, bem como o interesse

em estabelecer os fatores que, isolados ou em conjunto, melhor expliquem o risco

que um idoso tem de morrer em curto prazo ou de incapacitá-lo severamente,

adiando, assim, um desfecho fatal (RAMOS, 2003).

O envelhecimento, por ser um desafio do mundo atual que afeta países

ricos e pobres, apresenta às pessoas as possibilidades diferentes de riscos para

adoecerem, sofrerem acidentes ou morrerem. A presença de determinados

fatores de risco indica uma probabilidade maior de aparecimento de danos à

saúde. Diante desta realidade, esses fatores podem ser tratados ou modificados

por ações de saúde, alterando eventos mórbidos ou fatais (MAIA et al., 2006).

O processo de envelhecimento caracteriza-se por diminuição da reserva

funcional, que, somada aos anos de exposição a inúmeros fatores de risco, torna

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os idosos mais vulneráveis às doenças. Eles são geralmente portadores de

múltiplas enfermidades crônicas e incapacitantes e, por isso, são importantes

consumidores dos recursos orçamentários destinados à saúde. Portanto, baixa

renda, agravos à saúde, hospitalizações apresentam-se implicados nesse

processo (FARIAS; SANTOS, 2012).

Ainda, segundo Reis et al. (2011), os idosos fazem parte do grupo de

vulnerabilidade, constituindo parte prioritária da saúde pública, pois são os mais

acometidos por doenças, acidentes, violência e suporte familiar vulnerável. Diante

destas condições de fragilidade, consequentemente, se caracterizam como o

grupo que consome mais os serviços de saúde.

Com a aplicação do teste do Qui-Quadrado verificou-se que houve

associação entre o sexo e as variáveis apoio social, histórico de quedas e tomada

de medicamento errado/fora de hora/com ajuda, demonstrando que os idosos

entrevistados apresentavam fatores de risco entre os determinantes que podem

implicar para o seu envelhecimento saudável. Portanto, medidas precisam ser

tomadas ou preparadas para atender ao idoso, principalmente aquele que

necessita de cuidados.

Sobre esse aspecto, observou-se, neste estudo, que a maioria dos

participantes foi de pessoas idosas do sexo feminino e com os maiores índices de

alguns dos riscos. O sexo também é apontado como um fator de risco para morte

entre idosos, sendo os homens mais suscetíveis do que as mulheres. Essa

diferença na mortalidade entre homens e mulheres ocorre por vários fatores que,

isolados ou associados, fazem com que as mulheres vivam mais que os homens,

além de ser característica feminina a procura por serviços de saúde, mais do que

os homens, o que facilita o diagnóstico e o tratamento precoce das doenças que

possam vir a ter (INOUYE et al., 2008).

Dados do censo demográfico (2010) apontam que os idosos brasileiros

recebem uma renda de até um salário mínimo de aposentadoria, o que

compromete o seu poder de compra, a manutenção da sua saúde e sobrevida e

dificulta também a adesão a tratamento que precisa seguir. Na relação entre a

variável renda e sexo, observa-se que a mulher está em desvantagem em relação

ao homem, pois é a que detém baixo rendimento e ainda assim deve contribuir na

renda familiar, além de ocupar-se dos cuidados de sua família.

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A relação entre escolaridade e sexo dos idosos avaliados neste estudo foi

baixa, sobretudo para as mulheres. Segundo Santos (2011) essa condição pode

ser explicada pela menor oportunidade de acesso ao ensino para mulheres no

passado, quando sua principal ocupação era cuidar da família ou do lar,

colocando-as em desvantagem em relação aos homens ao longo do tempo. A

baixa escolaridade e o analfabetismo podem limitar o acesso dos idosos a

informações escritas e comprometem seu nível de entendimento (SILVA;

REZENDE, 2009).

O analfabetismo das mulheres reflete mecanismos de organização social

que bloquearam o acesso de mulheres pobres à escola. Por outro lado, também

revela as práticas culturais que não valorizavam a educação escolar para

mulheres, compreendendo que elas deveriam apenas ser preparadas para serem

boas esposas, mães e donas de casa (INOUYE et al., 2008).

Quanto à variável apoio social por sexo, identificou-se uma participação

maior do sexo feminino, o que pode sugerir que a mulher se possibilita vivenciar

eventos fora do ambiente domiciliar, embora esteja muito mais envolvida com os

afazeres domésticos ou nos cuidados de outros membros da família.

Para Nardi e Oliveira (2008) a família, por estar imbuída de sentimentos

afetivos, assume papel fundamental quanto ao apoio social, uma vez que

possibilita prolongar a sobrevivência de idosos com qualidade e dignidade,

principalmente os acometidos por doença incapacitantes, e oferece auxílio que

resulta em positividade em suas vidas.

A interação social não acontece somente no ambiente familiar: ela colabora

para o exercício da cidadania, para a valorização e a inserção do idoso no meio

social. Portanto, há a necessidade de incentivar os idosos a participarem de

eventos fora do ambiente domiciliar (LEITE et al., 2008).

Segundo Araújo et al. (2006) o apoio social traz benefícios, pois melhora a

saúde e o bem-estar das pessoas, atuando também, em algumas situações,

como um fator de proteção e representando uma ferramenta de autonomia para

os indivíduos idosos, na medida em que estes podem compartilhar atividades na

comunidade.

Sobre os riscos de quedas presentes no ambiente em que habitam os

idosos, observa-se uma relação de associação quanto ao sexo. Vale destacar

aqui que estes idosos moravam em domicílios antigos e que não tinham ainda

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sido pensados para lhes dar mais segurança. A presença de pisos escorregadios

pela aplicação de cera, tapetes soltos em todos os ambientes, degraus e

escadas, localização do banheiro principal fora da casa, entre outros são motivos

para risco de quedas entre os idosos (MARTINS, 2009).

A ocorrência de quedas está sempre associada à instabilidade postural,

que é considerada uma característica do processo de envelhecimento, uma vez

que os idosos sofrem perdas: perda da força, do equilíbrio, do tônus muscular,

ficando propensos a riscos para quedas (FABRÍCIO et al., 2004).

Neste estudo há uma relação significativa do risco de quedas maior entre

as mulheres idosas. Ainda Lopes et al. (2007), colaborando com este

posicionamento, destaca as possíveis causas para maior ocorrência de quedas

em mulheres: a maior fragilidade destas em relação aos homens, por

permanecerem maior tempo dentro de sua residência, assim como apresentam

maior prevalência de doenças crônicas. Acredita-se que os fatores que

desencadeiam estes acidentes podem ser eliminados do ambiente domiciliar

através da adaptação do ambiente e mudanças de hábitos do idoso e da família.

Entre os idosos pesquisados, estes referiram ter algum agravo à saúde.

Segundo Ramos (2003) a população de idosos em geral apresenta uma alta

prevalência de doenças crônicas, principalmente hipertensão arterial, diabetes,

dores articulares e varizes.

O sedentarismo para o idoso representa um fator de risco importante e

que pode estar relacionado à escassez de locais para desenvolver atividade

física, além da falta de estímulo para exercitar (MARTINS, 2009). No Município de

Belém há academias ao ar livre em que todos podem praticar atividades físicas e,

com a intenção de evitar alguma lesão muscular ou comprometimento da sua

saúde, deveriam ficar sob supervisão de professor de educação física.

Além disso, o sedentarismo neste estudo foi um fator mais observado

entre as mulheres. Sendo assim, a recomendação da prática de atividade física

tem se tornado elemento essencial na prevenção das doenças cardiovasculares,

e a prática do exercício físico regular caracteriza um importante indicador de

manutenção da capacidade funcional (SANTOS, 2011).

Entre os fatores de risco observados neste estudo para o envelhecimento

saudável, considerou-se como um dado importante o uso descontrolado de

medicamentos entre os idosos, cerca de 78% das mulheres. Nesse caso, talvez o

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monitoramento da capacidade funcional pelos ACS poderia ser uma estratégia de

minimizar os efeitos adversos causados pelas medicações ingeridas

erroneamente e que talvez possam ter relação com a baixa escolaridade ou por

algum déficit de cognição.

Ainda sobre o uso de medicamento errado/fora do horário, são as mulheres

que mais fazem uso. Sobre esse aspecto, dos idosos que participaram de um

estudo em um município da Grande Florianópolis, apenas 8,2% afirmaram que

sua qualidade de vida não dependia de medicamentos, o que nos faz acreditar

que tanto com a prática muito frequente de uso destes na velhice, quanto com

sua associação ao bem-estar subjetivo, agregado a uma demanda de

medicamentos aumentada, as iatrogenias ficam mais evidentes. (MARTINS,

2009).

As hospitalizações neste estudo apontam que as mulheres, devido a vários

motivos, foram as submetidas à hospitalização. Isso pode ser explicado pela alta

incidência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), sintomas

depressivos, acidentes, quedas que levam a ter prejudicada a sua capacidade

funcional (RAMOS, 2003).

A hospitalização não só afasta o idoso do seu convívio familiar como

também aponta fator de risco para óbito entre eles, por provocar condições de

agravo à saúde, como infecções, isolamento social, iatrogenias, entre outras, que

podem proporcionar perda de independência e autonomia, muitas vezes, levando-

os à morte (LOPES et al., 2007). Para Ponzetto et al. (2003) o prejuízo na

capacidade funcional é um prognóstico mais confiável para mortalidade em idosos

do que os diagnósticos realizados durante a hospitalização.

Segundo Lima e Tocantins (2009) os homens procuram menos os serviços

de saúde para ações de prevenção de doenças e promoção da saúde do que as

mulheres. A explicação desse fato parece ter relação com questões de sexo, pois

existe a alegação de doença e fraqueza associada à mulher, além do medo que

muitos homens têm de descobrir doença grave ou de expor o corpo, se

submetendo a prejuízos desnecessários pela demora em descobrir seus

verdadeiros males.

Em relação à autopercepção de saúde, em uma grande proporção os

idosos deste estudo a classificaram como boa ou ótima (92,8% dos homens e

93,9% das mulheres). Demonstrando-se como fator de proteção. Segundo

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Fernandes et al. (2011) esta avaliação é feita pelo idoso com base em critérios

pessoais, referenciados a valores e expectativas sociais e individuais. Idosos que

avaliam negativamente seu estado de saúde apresentam risco aumentado de

todas as causas de mortalidade, em comparação com aqueles que classificam

sua saúde como boa ou excelente. A escolaridade tem influência na

autopercepção da saúde. No estudo realizado por Alves e Rodrigues (2005), a

escolaridade apresentou-se como um fator de proteção contra uma percepção

ruim de saúde entre os idosos.

Pensar em riscos isolados ou em conjunto é pensar na limitação da

qualidade de vida dos idosos, podendo impactar no envelhecimento saudável. De

acordo com Ramos (2003) a capacidade funcional precisa ser preservada,

mesmo que o idoso venha ser portador de alguma Doença Crônica Não

Transmissível (DCNT).

5.6 DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E AS

ESTRATÉGIAS DE CONTRIBUIÇÃO PARA A ENFERMAGEM OU

PROFISSIONAL DE SAÚDE

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006), regulamentada pelo

Ministério da Saúde (MS) através da Lei nº. 8.842 e do Decreto nº. 1.948/96,

defende sete diretrizes, entre elas a promoção do envelhecimento saudável, que

compreende o desenvolvimento de ações que orientem os idosos e os indivíduos

que envelhecem quanto à importância em manter constantemente suas

habilidades funcionais (BRASIL, 2006).

Nesse sentido observou-se, a partir dos resultados deste estudo, que entre

os determinantes do envelhecimento saudável propostos pela OMS alguns

aspectos chamaram a atenção para se discutir entre os profissionais de saúde da

ESF Canal do Pirajá e que podem implicar no andamento do envelhecimento

saudável. Dessa forma, apresentam-se ações que poderiam ser discutidas entre

os gestores da Estratégia Saúde da Família (ESF) com o intuito de acompanhar e

dar suporte aos idosos da comunidade, a saber: - rastrear idosos e famílias em

situações de risco de todas as formas, ambiental, comportamental, social e da

saúde, entre outras; - incentivar a participação dos idosos em condições em redes

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de apoio social, como trabalho voluntário em centros sociais, igreja, ampliando a

possibilidade de lazer; - realizar trabalho integrativo e em parceria com o Núcleo

de Apoio à Saúde da Família (NASF) para acompanhamento dos idosos, uma vez

que traz uma equipe multiprofissional que desenvolve ações de prevenção e

promoção da saúde; - avaliar sua capacidade funcional; - propor programa de

educação permanente e da saúde em que se discuta os fatores que possam

implicar no envelhecimento dos idosos cadastrados na Unidade.

Sobre esse aspecto, a enfermagem, quando capacitada, tem contribuído

no que diz respeito ao cuidado do processo do envelhecimento, e dos aspectos

que permeiam essa condição, como: capacidade funcional, independência e

autonomia, fragilidade, avaliação cognitiva, engajamento social, qualidade de

vida, promoção da saúde, prevenção de doenças; bem como no processo da

senilidade, que se revela no cuidado da condição crônica de saúde, nas situações

de urgência e emergência e atenção domiciliar (TAHAN; CARVALHO, 2010).

Nesse sentido, Rodrigues et al. (2007) afirmam que, para desempenhar

devidamente suas atribuições, o enfermeiro precisa se capacitar. Entre suas

atividades de capacitação ele deve incluir o cuidado ao idoso. Deve assegurar à

equipe treinamento e conhecimentos sobre as necessidades da pessoa idosa e a

melhor forma de assisti-la, e ainda orientar cuidadores familiares. O treinamento

da equipe para atenção ao idoso deve voltar-se, principalmente, para avaliar e

denunciar abusos e maus-tratos contra ele.

Colaborando com os determinantes analisados, Rodrigues et al. (2007)

chamam a atenção para o que tem sido feito pela enfermagem na área da saúde

em benefício ao idoso, ou seja, tem contribuído na abordagem do cuidado em

aspectos do processo de envelhecimento (capacidade funcional, fragilidade,

avaliação cognitiva, engajamento social, qualidade de vida, promoção de saúde,

prevenção de doenças, entre outros); e da senilidade (condições crônicas de

saúde, situações de urgência e emergência, atenção domiciliar, entre outros).

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6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

A limitação encontrada neste estudo deve-se ao tipo de estudo transversal,

que não permite generalizações dos fatos. Um outro fator limitante é que, para se

estudar envelhecimento saudável, são necessárias uma visão e interação

multidimensional de vários fatores, não possuindo um único desfecho, o que se

torna de difícil mensuração.

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7 CONCLUSÃO

Apesar da multidimensionalidade para se analisar o envelhecimento

saudável, o que torna difícil medi-lo através de um único desfecho, os objetivos

propostos para este estudo foram alcançados. Observou-se, pelos resultados do

estudo, que, entre os idosos que participaram da pesquisa, estes ainda eram

jovens cronologicamente, na sua maioria do sexo feminino e ainda conviviam com

a família.

Esses dados estão em consonância com o perfil dos idosos do Município

de Belém, além disso, esses indicadores talvez expliquem por que se

autodeclararam independentes para as atividades da vida diária e perceberam a

saúde como boa, mas isso, por si só, não garante que eles estivessem no curso

de um envelhecimento saudável, sobretudo as mulheres idosas.

Alguns determinantes analisados, entre eles os pessoais,

comportamentais, ambientais, de participação social, do controle da própria saúde

(medicamentos, sedentarismo), a baixa escolaridade, baixa renda, todos esses

funcionam como fatores de risco para um futuro bem próximo, inclusive de

incapacidade, que poderão expô-las a uma cadeia sucessiva de eventos, como

necessidade de um cuidador, hospitalizações repetidas, maiores custos com

medicamentos para o idoso e família, deixando-as em desvantagem em relação

aos homens idosos.

Nesse sentido, com base nos resultados deste estudo, e pensando-se na

promoção da saúde do idoso como meta para um envelhecimento saudável,

sugere-se que a Coordenação das unidades da Estratégia Saúde da Família

empregue esforços no sentido de capacitar suas equipes através da educação

permanente. Bem como a Coordenação do Programa do Idoso busque

estratégias estabelecidas pela PNSPI nas unidades, como a utilização da

Caderneta da Saúde do Idoso, incentive a avaliação da capacidade funcional em

sua prática diária, estimule a participação social, promova a educação à saúde,

conferindo a eles poder de se autocuidar. Incluindo-se também a manutenção de

ambientes físicos saudáveis livres de barreiras, fortalecendo o engajamento das

famílias na cultura do cuidado ao idoso, facilitando o acesso às informações sobre

a saúde, respeitando-se o nível de entendimento de cada um, e rastreando as

reais necessidades sociais e da saúde dessa população.

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APÊNDICE

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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem Magalhães Barata

Mestrado Associado em Enfermagem UEPA/UFAM

APÊNDICE A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Nº do entrevistado: ________ M.A: ________ Nº Família: ________

DT - DETERMINANTES TRANSVERSAIS

Q01 Idade

De 60 – 69 anos 1( )

De 70 – 79 anos 2( )

De 80 – 89 anos 3( )

De 90 - 102 anos 4( )

Q02 Sexo do Idoso Masculino 1( )

Feminino 2( )

Q03 Religião Católica 1( )

Evangélica 2( )

Outra 3( )

Q04 Estado Civil Solteiro ou viúvo 1( )

Casado ou vive com alguém 2( )

Q05 Procedência Belém 1( )

Outra localidade 2( )

Q06 Possui Filhos Sim 1( )

Não 2( )

DE - DETERMINANTES ECONÔMICOS

Q07 Possui Ocupação ou Profissão Sim 1( )

Não 2( )

Q08 Renda Mensal Até 1 salário mínimo 1( )

Entre 1 e 3 salários mínimos 2( )

Entre 3 ou mais salários 3( )

Não possui renda mensal 4( )

Q09 Benefícios Sociais (Aposentadoria, Pensão)

Sim 1( )

Não 2( )

Q10 Trabalhos não Remunerados em Casa e

Serviços Voluntários

Sim 1( )

Não 2( )

QUESTIONÁRIO SOBRE OS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

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DS - DETERMINANTES SOCIAIS

Q11 Alfabetização e Anos de Estudo Nunca estudou/ Assina o nome 1( )

Escolaridade entre 1 e 2 anos 2( )

Escolaridade entre 3 e 4 anos 3( )

Escolaridade mais de 4 anos 4( )

Q12 Violência

(Violência física, psicológica, verbal, sexual; foi forçado a

realizar alguma atividade que não queria realizar; foi

forçado a deixar seus rendimentos sob a responsabilidade

de terceiros; sente-se abandonado ou excluído pelos

familiares; sente-se abandonado ou excluído pela

sociedade)

Não sofreu nenhum tipo de violência 1( )

Sofreu de 1 a 3 tipos de violência 2( )

Sofreu de 4 ou mais tipos de violência 3( )

Q13 Com quem Convive no Domicílio Mora sozinha (o) 1( )

Mora com a família (cônjuge ou companheiro,

filhos, netos e outros)

2( )

Mora com estranhos ou mora com um

profissional remunerado

3( )

Q14 Apoio Social (Atividade para trabalhar auto-estima

do idoso, apoio informativo (pessoas para oferecer

conselhos), acompanhamento social (atividades

sociais), apoio instrumental (toda a ajuda do tipo

físico).

Participa 1( )

Não Participa. 2( )

AF - AMBIENTE FÍSICO

Q15 Água e Saneamento Básico

Tem acesso à água e saneamento básico - Usa

água da COSANPA e o esgoto é canalizado

1( )

Não Tem acesso à água e saneamento básico -

Usa água de poço

2( )

Q16 Descarte de Lixo

Descarte de lixo Adequado - Coletado pelo Serviço

Municipal

1( )

Descarte de lixo Inadequado – Queimado,

enterrado, Jogado a céu aberto

2( )

Q17 Casa onde Vive Casa própria 1( )

Casa do filho ou terceiro 2( )

Casa alugada pelo idoso 3( )

Q18 Condições da Casa

(Fatores de riscos: Iluminação inadequada, pisos irregulares

e escorregadios, Presença de degraus, escadas sem apoio,

Presença de tapetes, Tem animais que andam soltos dentro

da casa, banheiro é fora da parte principal da casa)

Sem fator de risco para quedas 1( )

De 1 a 2 fatores de risco p/ quedas 2( )

De 3 ou mais fatores de risco p/ quedas 3( )

Q19 História de Quedas

Dentro de casa (quarto, banheiro ou outro cômodo da

casa)

1( )

Fora de casa (quintal, jardim, nos arredores da casa,

na rua ou pelo bairro)

2( )

Dentro e Fora de casa 3( )

Não tenho histórico de queda 4( )

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DP - DETERMINANTES PESSOAIS

Q20 Agravos à saúde conhecidos

(Perda de urina e/ou fezes involuntária, Problemas do

coração, Diabetes, Pressão alta, Câncer, Doença de

Parkinson, Problemas de memória grave, Dor nas

articulações, Osteoporose, Problemas respiratórios,

Depressão, Tratamento psiquiátrico)

Nenhum agravo à saúde 1( )

De 1 a 3 agravos à saúde 2( )

De 4 ou mais agravos à saúde 3( )

Q21 Grau de satisfação de vida

Muito satisfeito 1( )

Satisfeito 2( )

Nem satisfeito, nem insatisfeito 3( )

Insatisfeito 4( )

Q22 Para se divertir ou passar o tempo tem

atividades de lazer?

Sim 1( )

Não 2( )

Q23 Com relação a sua capacidade funcional Independente e autônomo - Consegue comer,

andar, tomar banho, usar o sanitário vestir sua roupa

sem ajuda e Consegue escolher que roupa usar,

decidir o que quer comer, para onde quer ir

1( )

Dependente e não-autônomo - Depende da ajuda

de alguém para comer, andar, tomar banho, usar o

sanitário e vestir sua roupa e Alguém escolhe ou

decide sobre sua roupa, sua comida, seu destino.

2( )

DC - DETERMINANTES COMPORTAMENTAIS

Q24 Tabagismo Fumante 1( )

Não Fumante 2( )

P Parou de fumar há alguns anos 3( )

Q25 Atividades físicas

(Caminhada, Ginástica, Hidroginástica)

Faz 1 Atividade Física 1( )

Faz 2 ou mais Atividades Físicas 2( )

Não realiza atividades físicas 3( )

Q26 Freqüência da realização de atividades físicas 1 ou 2 vezes na semana 1( )

3 ou 4 vezes na semana 2( )

Mais de 4 vezes na semana 3( )

Nenhuma vez na semana 4( )

Q27 Tempo de atividades físicas Menos de 30 minutos 1( )

De 30 a 60 minutos 2( )

Mais de 60 minutos 3( )

Não faço atividades físicas 4( )

Q28 Alimentação

1 - Pães, bolos, bolachas, massas, farinhas (mandioca,

tapioca)-(carboidratos) diariamente

2 - Pães, bolos, bolachas, massas, farinhas (mandioca,

tapioca)-(carboidratos) às vezes

3 - Legumes, verduras (vitaminas e fibras), frutas, açaí

diariamente.

4 - Legumes, verduras (vitaminas e fibras), frutas, açaí às

vezes

5 - Proteína (Ovos, carne); 6 - Leite e seus derivados

7 - Carne branca (Peixe, frango); 8 - Sobremesas, balas,

doces e outros (gorduras)

De 1 a 3 hábitos alimentares 1 ( )

De 4 ou mais hábitos alimentares 2 ( )

100

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102

Q29

Quanto a Dieta, o (a) Sr.(a) foi orientado para

uma alimentação especial?

Sim e Sigo as recomendações

1( )

Sim e não sigo as recomendações 2( )

Sim, mas reconhece que consumo alimentos

que podem fazer mal para sua saúde

3( )

Não faço nenhuma alimentação especial 4( )

Q30 Saúde oral. Tem dentes naturais.

Sim 1( )

Não 2( )

Q31 Tem Prótese dentária Sim 1( )

Não 2( )

Q32 Consulta odontológica Não foi ao dentista no último ano 1( )

Foi 1 vez ao dentista no último ano 2( )

Foi 2 vezes ou mais ao dentista no último ano 3( )

Q33 Consumo de bebida alcoólica 1 ou 2 copos 1( )

3 ou 4 copos 2( )

5 ou mais copos 3( )

Não consumo bebida alcoólica 4( )

Q34 Modo de utilização da medicação diária Toma seu remédio sozinho, sem esquecimentos

ou trocas (Faz uma lista dos remédios e

horários que deve tomar, marcando

diariamente)

1( )

Toma seu remédio sozinho, mas às vezes

esquece, ou toma errado

2( )

Toma os remédios conforme os outros entregam

para você tomar

3( )

Não utiliza medicamentos diariamente 4( )

Q35 Medicamentos

(Anti-hipertensivos, Hipoglicemiantes orais e insulinas,

Cardiotônicos, Ansiolíticos, benzodiazepínicos e

antidepressivos, Analgésicos e antiinflamatórios,

Broncodilatadores, Protetores gástricos, Hormônios para

tireóide, Medicamentos para os ossos, Medicamento

popular, chás, erva, outros)

Não toma nenhum medicamento 1( )

Toma até 3 medicamentos 2( )

Toma de 4 ou mais medicamentos 3( )

SSS - SERVIÇOS SOCIAIS E DE SAÚDE

Q36 O (A) Sr. (a) procurou a Unidade de Saúde no

ano passado?

1 vez no ano 1( )

2 ou mais vezes 2( )

Somente quando não me sentia bem 3( )

Q37 O (A) Sr. (a) sentiu alguma dificuldades para

chegar até a unidade de saúde?

Sim 1( )

Não 2( )

Q38 Recebeu Visitas domiciliares de um profissional

de saúde

Sim 1( )

Não 2( )

Q39 Participa de grupos de controle HAS e DM

(HIPERDIA).

Sim 1( )

Não 2( )

Q40 Utiliza medicamentos para HAS e DM da rede

pública

(Casa Família, Farmácia Popular). (Caso não se aplique

pular para a próxima pergunta)

Sim e vou buscar pessoalmente 1( )

Sim e alguém vai buscar para mim 2( )

Não utilizo medicações da unidade 3( )

101

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Q41 Vacinação contra gripe

Toma todos os anos 1( )

Já tomou alguma vez e não quer tomar mais 2( )

Nunca tomou 3( )

Q42 Hospitalização

Sim 1( )

Não 2( )

Q43 Procedimentos cirúrgicos

Sim 1( )

Não 2( )

Q44 Assistência de cuidadores informais

(pastoral do idoso, da saúde, voluntários)

Sim 1( )

Não 2( )

Q45 Percepção de saúde.

Ótima 1( )

Boa 2( )

Ruim 3( )

Péssima 4( )

Q46 Percepção da Acuidade Visual. Ótima 1( )

Boa 2( )

Ruim 3( )

Péssima 4( )

Q47 Percepção da Acuidade Auditiva. Ótima 1( )

Boa 2( )

Ruim 3( )

Péssima 4( )

Q48 Percepção da saúde bucal

Ótima 1( )

Boa 2( )

Ruim 3( )

Péssima 4( )

102

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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem Magalhães Barata

Mestrado Associado de Enfermagem UEPA/UFAM

APÊNDICE B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TÍTULO DA PESQUISA: ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

O Sr (a) está sendo convidado para participar da pesquisa que tem por título “ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA” cujo objetivo principal é analisar se o seu envelhecimento é saudável de acordo com o que é estabelecido pela Organização Mundial da Saúde. Enfatizamos que não será revelada nenhuma informação fornecida pelo senhor (a), sendo que essas informações serão utilizadas somente para esta pesquisa. A qualquer momento o Sr (a) poderá se retirar da pesquisa, assim, então, toda e qualquer informação fornecida por você será devolvida, sem lhe causar prejuízos. Não há despesas pessoais para você em qualquer fase do estudo. Esta pesquisa será realizada com recursos próprios da pesquisadora. Não haverá nenhum pagamento por sua participação. Os riscos que podem ocorrer durante a pesquisa envolvendo sua pessoa serão mínimos, como dar informações pessoais, mas lembramos que o sigilo será preservado, as informações prestadas pelo Sr (a) serão feitas na sala de espera da unidade ou se preferir em seu domicílio de modo a preservar sua identidade, seu conforto e sua privacidade. Caso não saiba responder alguma pergunta ou lhe provoque constrangimento em responder, você terá liberdade para se recusar. Essa pesquisa trará benefícios para a comunidade científica, uma vez que poderá auxiliar no plano de cuidados com qualidade definidas para o grupo social em estudo, teremos mais conhecimentos a cerca das características deste grupo social e a partir disso poderemos auxiliar indivíduos idosos quanto a sua saúde durante a própria rotina de trabalho, além de incentivar a mais pesquisas e publicações a respeito da pessoa idosa. Se tiver dúvidas da pesquisa e desejar esclarecê-las poderá fazer contato com a orientadora responsável da pesquisa Drª. Maria Izabel Penha de Oliveira Santos COREN- PA nº 17230 ou o CEP (Comitê de Ética em Pesquisa) da Universidade do Estado do Pará, End.: Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 Fone: (91) 32111600. A pesquisadora responsável pela pesquisa é a Mestranda Paula Valéria Dias Pena Costa e seu contato é (91) 88395015.

Declaro que li as informações sobre a pesquisa ou que me foram explicadas e que me sinto esclarecido (a) sobre o conteúdo da mesma. Digo, ainda que, por livre vontade, aceito participar cooperando com a coleta de informações para a pesquisa, por meio de formulário, ficando evidente para mim os propósitos desta pesquisa, os procedimentos que serão realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimento permanente. Ficou claro também que minha participação não terá despesas e nem receberei nenhuma remuneração ou recompensa, podendo retirar meu consentimento a qualquer momento sem penalidades ou prejuízos. Como concordo assinarei ou apenas marcarei com minha digital a página deste termo em duas cópias e uma ficará em minha posse. Cabe também a pesquisadora assinar e rubricar a página deste termo.

Belém, de de 2013.

_______________________________________________ Idoso entrevistado/M.A:____; Nº F:_____ ________________________________________________ Pesquisadora: Paula Valéria Dias Pena Costa (91) 8839-5015

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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem Magalhães Barata

Mestrado Associado de Enfermagem UEPA/UFAM

APÊNDICE C – QUADROS DOS ARTIGOS DA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Quadro 1: Resumo dos artigos analisados

Indicadores Especificação Qt artigos %

Modalidade da Pesquisa

Pesquisa de Campo (estudo descritivo-exploratório)

Revisão de Literatura

Relato de Experiência

22

01

01

92%

4%

4%

Tipo de

Publicação

Revista de outra área da Saúde

Revista de Enfermagem

17

07

71%

29%

Abordagem

Qualitativa

Quantitativa

14

10

58%

42%

Local do estudo

Comunidade

ESF

Grupo vinculado à Universidade

Ambulatório de atenção ao idoso

16

04

03 01

67%

17%

12%

4%

Técnica de coleta de dados

Entrevista Grupos

Observação Formulário

18 03 02 01

76% 12% 8% 4%

Técnica de Análise de

dados

Análise de conteúdo

Análise estatística descritiva (Software spss)

14

10

58%

42%

Nível de evidência

Nível 4 Nível 6 Nível 5

20 3 1

84% 12% 4%

Nota: Quadro construído pelas autoras

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Quadro 2: Características físicas dos artigos

Nº do artigo

Bases de

dados

Título do artigo Autores Local da pesquisa

Ano de publica

ção

Revista/ Periódico

A1

LILACS

Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo

Luiz Roberto Ramos

São Paulo

2003

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(3):793-798, mai-jun

A2

LILACS

Envelhecimento Ativo e Promoção da Saúde: Reflexo para as Ações Educativas com idosos

Mônica de Assis

Rio de Janeiro

2005

Revista APS, v.8, n.1, p. 15-24, jan./jun. 2005

A3

LILACS

Capacidade de idosos da comunidade para desenvolver Atividades de Vida Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária

Efraim Carlos Costa, Adélia Yaeko Kyosen Nakatani, Maria Márcia Bachion

Goiás

2006

Acta Paul Enferm 2006;19(1):43-35.

A4

LILACS

O viver saudável e o viver não saudável: O significado para mulheres maduras e ativas.

Magda Duarte dos Anjos Scherer, Selma Regina de Andrade, Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello, Albertina Bonetti

Rio de Janeiro

2007

Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, 15 (1): 131 - 146, 2007

A5

LILACS

Envelhecimento, amor e sexualidade: utopia ou realidade?

Thiago de

Almeida, Maria

Luiza Lourenço

Rio de Janeiro

2007

Rev. Bras. Geriatr.

Gerontol. v.10 n.1

A6

LILACS

Definição de envelhecimento saudável na perspectiva de Indivíduos Idosos

Ana Paula Fabrino Bretas Cupertino; Fernanda Heringer Moreira Rosa; Priscila Cristina Correa Ribeiro

São Paulo

2007

Psicologia: Reflexão e Crítica, 20 (1), 81- 86.

A7

LILACS

Em busca de um viver saudável: relato de experiência com um Grupo de idosos cadastrados na estratégia saúde da família de Pacatuba – CE

Patrícia Maria Tavares Cavalcante; Maria Célia de Freitas

Fortaleza

2007

Rev. RENE. Fortaleza, v. 8, n. 1, p. 92-99, jan./abr.2007

A8

BDENF

O Processo de envelhecimento na percepção de um grupo de idosos

Graziella Moreira de Sousa, Mariana Bassoli Belucci Rozineide Aparecida Almagro Gório, Virtude Maria Soler

São Paulo

2008

2008 janeiro-junho; 2(1):11-CuidarteEnfermagem

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A9

IBECS

Evaluación del proyecto estatal de intervencio´n para la mejora de la calidad de vida y la reducción de complicaciones asociadas al envejecimiento: Agrega salud a tus anos.

Gustavo Horacio Marı´n, Cecilia Homar, Germa´n Niedfeld, Graciela Matcovick, Mario Mamondea

Espanha

2009

Ver. Gac. Sanit; 23(4): 272-277, jul-ago.

A10

LILACS

Do diagnóstico à ação: grupo de estudos Da terceira idade: alternativa para a Promoção do envelhecimento ativo.

Giovana Zarpellon Mazo; Adilson Sant’ana Cardoso; Roges Ghidini Dias; Giovane Pereira Balbé; Janeisa Franck Virtuoso

Santa Catarina

2009

Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde • Volume 14, Número 1,

A11

LILACS

Perfil epidemiológico de uma população idosa Atendida pelo programa saúde da família.

Expedita Sinhara Sampaio Garcia; Maria Vieira de Lima Saintrain

Rio de Janeiro

2009

Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, jan/mar; 17(1):18-23.

A12

LILACS

Grupos de conversa: saúde da pessoa Idosa na estratégia saúde da família

Denise Stefanoni Combinato; Marcelo Dalla Vecchia; Ellen Gonçalves Lopes; Rosimeire Aparecida Manoel; Helena Duarte Marino; Ana Carla Salesse de Oliveira; Katiuska Fabiana da Silva

São Paulo

2010

Psicologia & Sociedade; 22 (3): 558-568

A13

LILACS

Identificación y caracterización del adulto mayor saludable

Marcela Carrasco, Gabriel Martínez, Arnaldo Foradori, Trinidad Hoyl, Eduardo Valenzuela, Teresa Guiroga, Homero Gac, Sofia Ihlea, Pedro Paulo Marin

Chile

2010

Rev Med Chile; 138: 1077-1083

A14

LILACS

Reflexões de idosos participantes de grupos de promoção de saúde acerca do envelhecimento e da qualidade de vida

Jennifer Tahan; Antonio Carlos Duarte de Carvalho

São Paulo

2010

Saúde Soc. São Paulo, v.19, n.4, p.878-888

A15

LILACS

Compreensão dos idosos sobre Os fatores que influenciam no envelhecimento saudável

Renata Nadalon Deponti; Marco Aurélio Figueiredo A Costa

Porto Alegre

2010

Estud. interdiscipl. envelhec., v. 15, n. 1, p. 33-52

A16

LILACS

Significados atribuídos ao envelhecimento: idoso, velho e idoso ativo.

Olívia Galvão Lucena Ferreira; Silvana Carneiro Maciel; Antonia

João Pessoa

2010

Psico-USF, v. 15, n. 3, p. 357-364, set./dez. 2010

106

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Oliveira Silva; Roseane Christina da Nova Sá; Maria Adelaide Silva P. Moreira

A17

LILACS

Qualidade de vida de idosos cadastrados na estratégia Saúde da família de foz do Iguaçu-pr

Jossiana Wilke Faller; Willian Augusto de Melo; Gelena Lucinéia Gomes Silva Versa; Sonia Silva Marcon

Rio de Janeiro

2010

Esc. Anna Nery Rev. Enferm; 14(4): 803-810, out.-dez

A18

LILACS

Promoção do autocuidado de idosos para o envelhecer saudável: Aplicação da Teoria de Nola Pender

Aila Cristina dos Santos Silva, Iraci dos Santos

Rio de Janeiro

2010

Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Out-Dez; 19(4): 745-53.

A19

LILACS

Envelhecimento bem-sucedido e vulnerabilidade em saúde: aproximações e perspectivas

Henrique Salmazo da Silva, Ângela Maria Machado de Lima, Ricardo Galhardoni

São Paulo

2010

Comunicação Saúde Educação v.14, n.35, p.867-77, out./dez

A20

LILACS

O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos

Maria Célia de Freitas, Terezinha Almeida Queiroz, Jacy Aurélia Vieira de Sousa

São Paulo

2010

Rev Esc Enferm USP 2010; 44(2):407-12

A21

LILACS

Impact of a program to promote health and quality of life of elderly

Silvia Affini Borsoi Tamai, Sergio Márcio Pacheco Paschoal, Julio Litvoc, Adriana Nunes Machado, Pedro Kallas Curiati, Luis Felipe Prada, Wilson Jacob-Filho

São Paulo

2011

Einstein; 9(1 Pt 1):8-13

A22

LILACS

Evidências da contribuição dos programas de assistência ao idoso na promoção do envelhecimento saudável no Brasil

Larissa Fortunato Araújo, Carolina Gomes Coelho, Érica Toledo de Mendonça,Aline Vasconcellos Martins Vaz, Rodrigo Siqueira-Batista e Rosângela Minardi Mitre Cotta

Minas Gerais

2011

Rev Panam Salud Publica 30(1)

A23

LILACS

Reflexões de idosos participantes de grupos de promoção de saúde acerca do envelhecimento e da qualidade de vida

Jennifer Tahan; Antonio Carlos Duarte de Carvalho

São Paulo

2010

Saúde Soc. São Paulo, v.19, n.4, p.878-888

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A24

LILACS

O envelhecimento na perspectiva de homens idosos

Lilian Maria Borges Gonzalez Eliane Maria Fleury Seidl

Brasília-DF

2011

Paidéia set.-dez., Vol. 21, No. 50, 345-352

Nota: Quadro construído pelas autoras

Quadro 3: Objetivos dos artigos e seus resultados que trazem a contribuição sobre os determinantes do envelhecimento saudável

Título do artigo/ Ano Publicado Objetivos Resultados

Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso. (A1), 2003.

Identificar quais os fatores que determinam um envelhecimento saudável, com boa capacidade funcional, e quais os fatores que aumentam o risco de morte e incapacidade.

A manutenção da capacidade funcional nos idosos é, em essência, é uma forma de mantê-los na comunidade, pelo maior tempo possível, gozando ao máximo sua independência.

Envelhecimento ativo e promoção da saúde: reflexo para as ações educativas com idosos. (A2), 2005.

Oferecer uma contribuição acerca do sentido ético-político das ações educativas com idosos, cada vez mais oportunas no cenário nacional, especialmente no nível da atenção primária à saúde.

As ações educativas em saúde não determinam diretamente a interferência nos determinantes sociais do envelhecimento ativo, produzindo ambientes e políticas públicas favoráveis à saúde, mas podem oferecer contribuição significativa ao expressarem vivamente o compromisso social do sistema de cuidados e partilharem com os idosos os desafios nesta direção.

Capacidade de idosos da comunidade para desenvolver Atividades de Vida Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária. (A3), 2006.

Identificar algumas características sociais e demográficas de idosos de uma comunidade em Goiânia (GO); avaliar a capacidade dos mesmos para as atividades de vida diária (AVD) e atividades instrumentais de vida (AIVD).

Os participantes apresentaram, predominantemente, independência para as atividades no domicílio e dependência para as atividades fora dele.

O Viver Saudável e o viver não saudável: O significado para mulheres maduras e ativas. (A4), 2007.

Compreender o processo de viver saudável num grupo de doze mulheres que incorporam em sua vida a atividade física, com a realização de ginástica coletiva.

O processo de viver do grupo estudado é marcado pela busca de equilíbrio entre alguns elementos de suas vidas. Envelhecer com maturidade e com saúde, incluindo a realização de atividade física e os cuidados com a alimentação, surgiu como aspecto relevante no viver dessas mulheres

Envelhecimento, amor e sexualidade: utopia ou realidade? (A5), 2007.

Realizar uma análise criteriosa de algumas publicações que estudam o envelhecimento, o amor e a sexualidade, para oferecer ao leitor um panorama desses temas tão importantes, que, por vezes, representam lacunas teóricas e vivenciais em si mesmos.

Concluiu-se que há amor suficiente para todos, à medida que começamos a manifestá-lo em pensamentos, comportamentos e em sentimentos, e o mesmo se aplica para a sexualidade. O amor e a vivência da sexualidade podem significar muitas coisas boas para pessoas de mais idade.

Definição de Envelhecimento Saudável na Perspectiva de Indivíduos Idosos. (A6), 2007

Examinar a definição de envelhecimento saudável em uma amostra de idosos da comunidade buscando identificar as multidimensões percebidas pelos mesmos

Este estudo confirmou os pressupostos de heterogeneidade e multidimensionalidade do processo de envelhecimento, ao observar-se a variabilidade nas definições dos idosos.

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Em busca de um viver saudável: relato de experiência com um grupo de idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de Pacatuba – CE. (A7), 2007.

Relatar a experiência de trabalhar com um grupo de idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de Pacatuba-Ce.

A criação de grupos nas unidades de saúde, em especial, com idosos, favorece a sua participação nas atividades da sociedade, valoriza seus conhecimentos e experiências, afasta os estereótipos e preconceitos em relação aos idosos, favorece a adesão aos tratamentos, cria vínculo entre a unidade e a família, bem como sensibiliza-os para os ensinamentos adquiridos durante as palestras e tenta implementá-los no cotidiano com os filhos, netos e parentes próximos.

O Processo de envelhecimento na percepção de um grupo de idosos. (A8), 2008.

Categorizar e construir o perfil sociográfico de uma população de idosos e relatar como este grupo representa o processo de envelhecer, identificando seus principais problemas e necessidades.

A pesquisa evidenciou, por meio da caracterização dos sujeitos do estudo, que muitos idosos viviam em condições insatisfatórias impossibilitando garantir a inclusão social, um bom estado de saúde, bem-estar e boa qualidade de vida.

Evaluación del proyecto estatal de intervencion para la mejoran de la calidad de vida y la reducción de complicaciones asociadas al envejecimiento: Agrega salud a tus años. (A9), 2009.

Avaliar a eficácia de um programa de saúde e prevenção de patologias associadas ao envelhecimento para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida dos idosos.

O grupo de intervenção a partir das orientações e acompanhamento mostrou uma redução significativa dos níveis da pressão arterial, triglicerídeos, colesterol, problemas cardiovasculares, quedas com fraturas, redução de hospitalizações por causas cardiovasculares e osteoarticulares do grupo de idosos em controle.

Do diagnóstico à ação: grupo de estudos da terceira idade: alternativa para a promoção do envelhecimento ativo. (A10), 2009.

Promover a prática de atividade física regular e a saúde dos idosos, com vista a um envelhecimento ativo e saudável.

A promoção da prática de atividades físicas baseia-se nas atuais políticas do envelhecimento e do viver ativo. Também, o programa busca e acredita que é por meio da interatividade entre extensão, ensino, pesquisa e intercâmbio de experiências entre instituições/entidades que programas de promoção de atividades físicas efetivas poderão se desenvolver e passar do diagnóstico à ação.

Perfil epidemiológico de uma população idosa atendida pelo Programa Saúde da Família. (A11), 2009.

Identificar o perfil epidemiológico da população idosa atendida no Programa Saúde da Família de Ibicuitinga-Ceará, em 2005.

Indicam que a saúde autorreferida pelos idosos apresenta-se satisfatória, a despeito da elevada incidência de hipertensão arterial e acentuado índice de edentulismo. Concluiu-se pela existência de controle da hipertensão arterial, contudo, de um estado de saúde bucal preocupante.

Grupos de conversa: saúde da pessoa idosa na Estratégia Saúde da Família. (A12), 2010.

Desenvolver um processo grupal de promoção à saúde com pessoas idosas, tendo em vista o envelhecimento ativo e a qualidade de vida da população atendida pela Estratégia Saúde da Família.

O Grupo de Conversa tem possibilitado aos participantes idosos ampliar o conhecimento de si e do outro, por meio de vivências e discussão em grupo sobre promoção à saúde tendo em vista o envelhecimento ativo e a qualidade de vida dessa população.

Identificación y caracterización del adulto mayor saludable. (A13), 2010.

Desenvolver uma ferramenta para identificar pessoas idosas na comunidade

Este estudo confirmou uma definição integrativa de envelhecimento saudável que incorpora a funcionalidade e baixa carga de comorbidade não implicando absolutamente na normalidade de todos os parâmetros possíveis de medir.

Reflexões de idosos participantes de grupos de promoção de saúde acerca do envelhecimento e da qualidade de vida. (A14), 2010.

Analisar as percepções dos idosos em relação à sua qualidade de vida após a adesão a Grupos de Promoção de Saúde (GPS).

Destacaram-se as atividades de lazer, a participação nos GPS e os bons relacionamentos como imprescindíveis para satisfação com a vida, apontando para uma visão de saúde positiva, na qual tais atividades, em especial a participação nos GPS, tornaram-se relevantes para a qualidade de vida e

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para a formação de uma rede social de cuidado que integrou a comunidade e os serviços de saúde.

Compreensão dos idosos sobre os fatores que influenciam no envelhecimento saudável. (A15), 2010.

Investigar a compreensão dos idosos sobre quais fatores influenciam no Envelhecimento Saudável.

Na percepção dos idosos estudados para obter um Envelhecimento Saudável é necessário um equilíbrio ou uma combinação de múltiplos fatores, sejam de ordem biológica, psicológica ou social.

Significados atribuídos ao envelhecimento: idoso, velho e idoso ativo. (A16), 2010.

Apreender os significados atribuídos ao envelhecimento elaborados por idosos funcionalmente independentes.

O processo de envelhecimento precisa deixar de ser visto como uma decorrência de fenômenos puramente naturais e biológicos. Ele deve ser visualizado, também, como um fenômeno profundamente influenciado pela cultura, onde os indivíduos reagem a partir de suas referências pessoais e culturais.

Qualidade de vida de idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de Foz do Iguaçu-PR. (A17), 2010.

Avaliar a qualidade de vida de idosos cadastrados nas Unidades de Saúde da Família (USF) de Foz do Iguaçu – PR

Melhor qualidade de vida entre idosos mais jovens, brancos, com oito ou mais anos de estudo, que possuem companheiro, não moram sozinhos, seguem uma religião, exercem atividade remunerada e não são aposentados.

Promoção do autocuidado de idosos para o envelhecer saudável: Aplicação da Teoria de Nola Pender. (A18), 2010.

Analisar a dimensão imaginativa de pessoas idosas referentes às suas potencialidades de construção de ações de autocuidado para o envelhecimento saudável, considerando as concepções da Teoria de Promoção da Saúde de Nola Pender.

O modelo de Nola Pender surge como uma proposta para integrar a enfermagem à ciência do comportamento, identificando os fatores que influenciam comportamentos saudáveis, além de ser um guia para explorar o que motiva ou desmotiva indivíduos para se engajarem em comportamentos promotores de saúde.

Envelhecimento bem-sucedido e vulnerabilidade em saúde: aproximações e perspectivas. (A19), 2010.

Promover uma discussão sobre o que vem a ser envelhecer de forma bem-sucedida mesmo na presença de vulnerabilidade.

No contexto de populações com vulnerabilidade social, os estudos poderão traçar metas para o enfrentamento dos determinantes sociais e para a solução dos problemas levantados pelos próprios idosos

O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos. (A20), 2010.

Conhecer e analisar o significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos moradores da zona rural do Estado do Ceará.

Os discursos dos idosos revelaram que a velhice traz muitas perdas, principalmente quando acometidos pelo adoecimento. No entanto, relatam que, hoje, são felizes pelas conquistas pessoais e materiais, além da família que conseguiram formar.

Impact of a program to promote health and quality of life of elderly. (A21), 2011.

Avaliar os efeitos na qualidade de vida de idosos matriculados no Grupo de Assistência Multidisciplinar ao Idoso Ambulatorial (GAMIA) do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A avaliação clínica desses idosos revelou doenças desconhecidas previamente e determinou à utilização de novos medicamentos, a percepção que os idosos tinham, em relação à sua saúde, pode ter sido o fator preponderante para a piora no domínio físico. A participação em um programa de promoção do envelhecimento saudável mostrou-se eficaz na melhora da qualidade de vida do idoso.

Evidências da contribuição dos programas de assistência ao idoso na promoção do envelhecimento saudável no Brasil. (A22), 2011.

Buscar na literatura evidências relativas à contribuição dos programas de promoção da saúde no processo de envelhecimento saudável no Brasil

Pode-se afirmar que todos os programas apresentados demonstraram elementos que vão ao encontro da promoção da saúde no envelhecimento por abranger características que permitem a inserção dos idosos na sociedade por meio da

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criação do ambiente de suporte para prevenção de agravos, aumento da capacidade funcional e melhoria da qualidade de vida, tendo sido atendidos os critérios de eficácia.

Políticas públicas para a população idosa: uma revisão com ênfase nas ações de saúde. (A 23), 2011.

Nortear a implementação de programas e Políticas destinados aos idosos com ênfase nas ações de responsabilidade do setor saúde.

Reconhecem os idosos como sujeitos de direito e valorizam o estímulo à independência, autonomia, participação social e convívio familiar e comunitário.

O envelhecimento na perspectiva de homens idosos. (A24), 2011.

Investigar percepções de homens idosos quanto às limitações e aos ganhos vinculados ao envelhecimento e aos fatores de proteção da saúde na velhice.

A perspectiva dos idosos, em associação com as avaliações profissionais, mostra-se importante para o planejamento de estratégias preventivas e de promoção de saúde efetivas e, em decorrência, pode colaborar para a maior eficácia das intervenções desenvolvidas junto a esse grupo etário, bem como para uma revisão das construções sociais associadas à velhice.

Nota: Quadro construído pelas autoras

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ANEXOS

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ANEXO A

Figura 1: Localização do DASAC. FONTE: SESMA

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ANEXO B

Figura 2 – Localização da USF Pirajá. Vista do satélite ( GOOGLE EARTH, 2013-02-05).

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ANEXO C

Figura 3 – Mapeamento da cobertura da USF/Pirajá (Fonte: Arquivo da USF)

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ANEXO D

CARTA DE ACEITE DA ORIENTADORA

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ANEXO E

AUTORIZAÇÃO CAPP

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ANEXO F

PARECER DO CEP

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ANEXO G

DECLARAÇÃO DE APRESENTAÇÃO À INSTITUIÇÃO

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ANEXO H

DECLARAÇÃO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO

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