universidade do estado do pará centro de ciências ... · se autodeclararam independentes para as...
TRANSCRIPT
Universidade do Estado do Pará
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem “Magalhães Barata”
Mestrado Associado em Enfermagem UEPA-UFAM
PAULA VALÉRIA DIAS PENA COSTA
ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Belém/Pará 2014
2
PAULA VALÉRIA DIAS PENA COSTA
ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Associado em Enfermagem – UEPA/UFAM do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade do Estado do Pará, como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Linha de pesquisa: Educação e tecnologias de enfermagem para o cuidado em saúde a indivíduos e grupos sociais. Tendo como orientadora: Profª. Drª. Maria Izabel Penha de Oliveira Santos.
Belém 2014
3
Dados Internacionais de Catalogação na publicação
Biblioteca do Curso de Enfermagem da UEPA – Belém - Pá
C837a Costa, Paula Valéria Dias Pena
Análise dos determinantes do envelhecimento saudável em idosos cadastrados
na estratégia saúde da família. / Paula Valéria Dias Pena Costa; Orientadora: Maria
Izabel Penha de Oliveira Santos. -- Belém, 2014.
123f. ; 30 cm
Dissertação ( Mestrado em Enfermagem) – Universidade do Estado do Pará,
Belém, 2014.
Promoção da Saúde. 2. Enfermagem. 3. Idoso I. Santos, Maria Izabel Penha de
Oliveira (Orient.). II. Título.
CDD: 21 ed. 613
4
PAULA VALÉRIA DIAS PENA COSTA
ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Associado em Enfermagem – UEPA/UFAM do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade do Estado do Pará, como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Linha de pesquisa: Educação e tecnologias de enfermagem para o cuidado em saúde a indivíduos e grupos sociais.
Apresentado em: ___/___/___. Conceito: ________________
Banca Examinadora
________________________________________- Orientadora
Profª Drª. Izabel Penha de Oliveira Santos - UEPA ______________________________________- Membro Titular Interno
Profª Drª. Mary Elizabeth de Santana - UEPA ______________________________________- Membro Suplente Interno Profª Drª. Ana Gracinda Ignácio da Silva - UEPA ______________________________________- Membro Titular Externo Profª Drª. Sandra Helena Isse Polaro - UFPA ______________________________________- Membro Suplente Externo Profª Drª. Lúcia Hisako Takase Gonçalves - UFSC
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus por seu amor Misericordioso, me mantendo em
todos os sentidos firme durante a trajetória dos dois anos do mestrado. Por ter me
atendido em todas as vezes que clamei por Sua serenidade e tranquilidade.
Aos meus pais Malaga e Cecília e aos meus irmãos Sueli, Marcelo, Sandro,
Silvia e Simone, pois são as pessoas responsáveis por me tornar quem eu sou.
Por tudo o que fizeram e o que ainda farão por toda a minha vida. Por toda a
confiança, incentivo constante para não desistir, me estimulando, através da fé,
que o caminho seria concluído com bastante êxito.
Ao meu esposo Olivaldo Costa, por ser meu maior questionador, crítico e
estimulador em tudo que faço, mesmo sabendo que mais um compromisso iria
custar um tempo grandioso de dedicação e ausências em nossas vidas. Por ver
coisas que me escaparam aos olhos em momento de sufoco, por ter sido muitas
vezes pai e mãe de nossas três filhas quando eu precisava me debruçar numa
pilha de papéis e por isso deixava de ir às festas ou eventos de família. Por seu
amor inquestionável, que a cada dia se renova e ao mesmo tempo amadurece.
As minhas três filhas Louise, Fernanda e Gabriela, minhas pequenas, razão do
meu viver e do meu sacrifício, meus tesouros, presentes de Deus para alegrar e
encher de orgulho esta mãe. Por tudo o que representam pra mim, o que fazem e
o que ainda farão por toda a vida, pois vocês são a minha vida.
Aos meus amigos da Turma 3 do Mestrado Ana Lúcia Ferreira, Dione Seabra e
Edilson Calandrine pela amizade, incentivo, amor, ombro e ouvido amigo e bom
humor que amenizou momentos difíceis e sofredores e divertiram momentos
leves. Que os momentos vividos façam parte de nossa memória feliz, onde
reconhecemos o valor do trabalho desenvolvido, da presença e da ajuda do outro.
Aos funcionários que compõem as equipes da Estratégia Saúde da Família Canal
do Pirajá (Agentes Comunitários de Saúde da Equipe II: Kelly, Márcio, Jéssica,
Ely, Silvânia, Roberto, Hudson e Edna, as Agentes Administrativas Luana e
6
Suanne, as Técnicas de Enfermagem, especialmente Enedina Teixeira, os
Médicos Margarete Fonseca, Robson Dantas, Sheila Dias e Nássara
Vaughan, e especialmente as Enfermeiras Leda do Rosário, Ozileide Costa e
Franciani Vinhote) por compreenderem minha ausência, em alguns momentos,
da Unidade, percebendo a importância desta formação para mim. Por todo o
apoio, confiança e carinho que recebo de vocês diariamente.
À todos os meus alunos de enfermagem do 5º ano da UEPA pelo apoio,
confiança e por acreditarem no meu potencial como pesquisadora.
Aos amados idosos que aceitaram participar desta pesquisa, me levando a
conhecer suas realidades ricas de lembranças e cuidados.
À querida amiga Sabrina por todas as idéias brilhantes e criativas que
enriqueceram este trabalho.
À nossa querida secretária do mestrado Nelma Ramos que em todos os
momentos mostrou-se disponível em colaborar com o andamento dos trabalhos.
À querida amiga, irmãzinha do coração Regina Pinheiro por sempre expressar
respeito em relação ao meu talento de cuidar do outro, por saber esperar os
momentos de atenção divididos com trabalhos e cansaços.
À minha Orientadora Profª. Drª. Maria Izabel Penha de Oliveira Santos que
aceitou fazer parte deste desafio junto comigo, por todo o seu empenho em me
enquadrar na pesquisa, usando o sentido de uma ideia que parecia simples num
trabalho científico e grandioso.
À Profª. Drª. Sandra Helena Isse Pollaro que no momento de minha avaliação
me disse palavras de mansidão, de coragem e estímulo que me deram fôlego e
mais vontade em seguir em frente.
À Profª. Drª. Mary Elizabeth de Santana que desde o início contribuiu com sua
experiência científica e ao mesmo tempo me fazendo ver que tudo daria certo
7
desde que mantivesse a calma.
À Profª. Drª. Ana Gracinda Ignácio da Silva que contribuiu com seu parecer
firme, pautado num olhar que atendia as exigências para um trabalho científico.
Pelo sentimento maternal que amansa os nossos corações e nos aproxima há
anos.
À todas as pessoas amigas que me colocaram em oração no momento de minhas
apresentações, me mostrando fortemente o poder de Deus em suas Palavras.
8
RESUMO
COSTA, P.V.D.P. Análise dos determinantes do envelhecimento saudável em
idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Dissertação de Mestrado
em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, 2014.
Este estudo objetivou analisar o comportamento dos determinantes do
envelhecimento saudável segundo a Organização Mundial da Saúde nos idosos
cadastrados pela Estratégia Saúde da Família (ESF) do Canal do Pirajá. Estudo
epidemiológico, quantitativo, do tipo transversal, descritivo, realizado com 279
idosos, na cidade de Belém, no período de janeiro a março de 2014. Elegeram-se
como variáveis do estudo a variável independente o sexo e as variáveis
dependentes aquelas relacionadas aos determinantes do envelhecimento
saudável apontadas a saber: sociais, econômicos, comportamentais, pessoais,
transversais, ambiente físico e acesso de serviços sociais e de saúde. Para a
análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva com apoio do software
SPSS (Statistical Package for Social Science) versão 20.0. Para as análises
univariadas utilizaram-se a descrição simples em proporções, a média e o desvio
padrão, para as análises bivariadas utilizou-se o teste de Qui-quadrado de
Pearson X², admitindo-se nível α=5% (erro amostral) e o valor de P≤0,05. Dentre
os idosos, 65,2% eram do sexo feminino e 34,8%, do sexo masculino. A maior
proporção deles estava na faixa etária de 60 a 69 anos; 53,0% dos idosos tinham
baixa renda e 59,5%, baixa escolaridade. Nos fatores de risco que podem implicar
no envelhecimento saudável, 52,0% afirmaram quedas; mais de 75%
apresentavam algum agravo à saúde, no entanto 99,3% tinham a capacidade
funcional preservada no momento do estudo; 70,3% das mulheres eram
sedentárias e cerca de 63,7% delas se hospitalizaram. Concluiu-se que os idosos
se autodeclararam independentes para as atividades da vida diária e percebiam a
sua saúde como boa, o que não garante a eles o curso de um envelhecimento
saudável, sobretudo para as mulheres idosas, pois existem os fatores de riscos
que a deixam em desvantagem em relação aos homens.
Descritores: Saúde do idoso; Promoção à Saúde; Enfermagem; Idoso.
9
ABSTRACT
COSTA, P.V.D.P. Analysis of the determinants of healthy aging in elderly
registered in the Family Health Strategy. Master’s Dissertation in Nursing from the
University of Pará State, 2014.
This study had as objective to analyze the behavior of the determinants of healthy
aging according to the World Health Organization in elderly registered by the
Family Health Strategy (FHS) Canal Pirajá. Epidemiological study, quantitative, of
the transversal type, descriptive, realized with 279 elderly people, in the city of
Belém, in the period from January to March 2014. Were elected as variables of the
study the independent variable the sex and the dependent variables those related
to the determinants of healthy aging indicated as follows: social, economic,
behavioral, personal, transversal, physical environment and access to social and
health services. For analysis of the data was used the statistics descriptive with
the support of the software SPSS (Statistical Package for Social Science) version
20.0. For the univariate analyzes, was used the simple description in proportions,
the mean and the standard deviation, for the bivariate analyzes was used the chi-
square test X ², assuming level α = 5% (sampling error) and the value of P ≤ 0.05.
Among the elderly 65.2% were female sex and 34.8% of the male sex. the higher
proportion of them were in the aged 60 to 69 years; 53.0% of the elderly had low
income and 59.5%, low education . On the risk factors that can imply for healthy
aging, 52.0% say that falls; over 75% had some health problem, however 99.3%
had the functional capacity preserved at the moment of the study; 70.3% of
women were sedentary and about 63.7% of them were hospitalized. It was
concluded that elderly people declared themselves independent in activities of
daily living and was perceived their health as good, what does not guarantee them
the course of healthy aging, especially for older women, as there are risk factors
that leave at a disadvantage compared to men.
Keywords: Aging Health; Health Promotion; Nursing; Elderly.
10
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Índice de envelhecimento, segundo grandes áreas e países
selecionados................................................................................................
16
FIGURA 2 Esquema da população de referência e seleção amostral do
estudo..........................................................................................................
44
FIGURA 3 Perfil Epidemiológico da Estratégia Saúde da Família Canal
do Pirajá (2001 a 2014) em relação à quantidade de idosos......................
44
FIGURA 4 Determinantes do Envelhecimento Saudável preconizados
pela OMS (2005).........................................................................................
47
11
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Taxa de Fecundidade em projeção populacional................... 17
TABELA 2 Doenças crônicas dos idosos avaliados em uma Unidade de
Saúde de Belém/Pará, 2011........................................................................
25
TABELA 3 Principais problemas de saúde dos idosos avaliados em uma
Unidade de Saúde de Belém/Pará, 2011....................................................
25
TABELA 4 Características dos determinantes transversais relacionados
ao envelhecimento saudável dos idosos que participaram do estudo,
Belém/PA, 2014 (n= 279)............................................................................
52
TABELA 5 Características dos determinantes econômicos relacionados
ao envelhecimento saudável dos idosos que participaram do estudo,
Belém/PA, 2014 (n= 279)............................................................................
53
TABELA 6 Condições para o envelhecimento saudável segundo os
determinantes sociais dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA,
2014 (n= 279)..............................................................................................
54
TABELA 7 Condições para o envelhecimento saudável segundo os
determinantes do ambiente físico dos idosos que participaram do estudo,
Belém/PA, 2014 (n= 279)............................................................................
55
TABELA 8 Determinantes pessoais para o envelhecimento saudável
dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n=279).............
56
TABELA 9 Condições comportamentais para o envelhecimento
saudável dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014
(n=279)........................................................................................................
57
TABELA 10 Fatores relacionados ao envelhecimento saudável segundo
os determinantes dos serviços sociais e de saúde dos idosos que
participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)......................................
59
TABELA 11 Agrupamento dos fatores de risco observados entre os sete
determinantes que poderiam influenciar no envelhecimento saudável dos
idosos estudados, por sexo, Belém/PA, 2014(n=279)................................
61
12
LISTA DE SIGLAS
ACS AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
APS ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ASG AGENTE DO SERVIÇO GERAL
BDENF BASE DE DADOS DE ENFERMAGEM
BVS BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE
CAPP COMISSÃO PARA ANÁLISE DE PROJETOS DE PESQUISA
CEP COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
DASAC DISTRITO ADMINISTRATIVO DA SACRAMENTA
DCNT DOENÇA CRÔNICA NÃO TRANSMISSÍVEL
ESAMAZ ESCOLA SUPERIOR DA AMAZÔNIA
ESF ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
IBECS ÍNDICE BIBLIOGRÁFICO ESPANHOL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
LILACS LITERATURA LATINO-AMERICANA E DO CARIBE NA ÁREA
DA SAÚDE
MS MINISTÉRIO DA SAÚDE
NUPS NÚCLEO DE PROMOÇÃO À SAÚDE
ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
OPAS ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE
PACS PROGRAMA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
PCCU PREVENTIVO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
PIAE POLÍTICA INTERNACIONAL DE AÇÃO SOBRE O
ENVELHECIMENTO
PNAD PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA NO DOMICÍLIO
PNSPI POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
PNSI POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO
PNI POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO
SESMA SECRETARIA MINICIPAL DE SAÚDE
SIAB SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA
SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
13
TCG TERMO DE COMPROMISSO DE GESTÃO
TCLE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TDO TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO
UMS UNIDADE MUNICIPAL DE SAÚDE
UEPA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
UNAMA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 15
1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................... 20
1.2 O ESTADO DA ARTE.......................................................................... 22
1.3 SITUAÇÃO PROBLEMA..................................................................... 24
1.4 OBJETIVOS......................................................................................... 27
2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................. 27
2.1 O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL NA BUSCA DA
LONGEVIDADE.........................................................................................
27
2.2 PROPOSTA DA POLÍTICA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA PARA
O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL.........................................................
28
2.3 A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COMO REORIENTADORA
DO MODELO ASSISTENCIAL..................................................................
32
2.4 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA PARA CONTRIBUIÇÃO AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
EM IDOSOS..............................................................................................
36
3 MATERIAL E MÉTODO......................................................................... 40
3.1 TIPO DO ESTUDO.............................................................................. 40
3.2 LOCAL DO ESTUDO........................................................................... 40
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA DO ESTUDO.......................................... 43
3.4 PROCEDIMENTO E TÉCNICA DE COLETA DE DADOS.................. 45
3.5 VARIÁVEIS DO ESTUDO................................................................... 46
3.6 ANÁLISE DOS DADOS....................................................................... 47
3.7 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................... 48
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS............................................... 51
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................ 62
5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E ECONÔMICAS
RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS..
62
5.2 CONDIÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
SEGUNDO OS DETERMINANTES DO AMBIENTE FÍSICO....................
67
5.3 ANÁLISE DOS DETERMINANTES PESSOAIS E CONDIÇÕES
COMPORTAMENTAIS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS
15
IDOSOS..................................................................................................... 69
5.4 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DOS DETERMINANTES DOS
SERVIÇOS SOCIAIS E DA SAÚDE DOS IDOSOS..................................
73
5.5 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS SOBRE AS SITUAÇÕES DE RISCO
QUE PODERIAM INFLUENCIAR NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL.
74
5.6 DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E AS
ESTRATÉGIAS DE CONTRIBUIÇÃO PARA A ENFERMAGEM..............
79
6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO................................................................... 81
7 CONCLUSÃO......................................................................................... 82
REFERÊNCIAS......................................................................................... 83
APÊNDICE................................................................................................ 97
ANEXOS 112
16
1 INTRODUÇÃO
A proposta deste estudo é trazer uma análise sobre os determinantes do
envelhecimento saudável em um grupo de idosos cadastrados na Estratégia
Saúde da Família. Esses determinantes foram apresentados no Plano
Internacional de Ação sobre o Envelhecimento (PIAE), que ocorreu no ano de
2002 na cidade de Madri em virtude da 2ª Assembleia Mundial do Envelhecimento
promovida pela ONU, e pautam-se na promoção do envelhecimento saudável, na
manutenção e na melhoria ao máximo da capacidade funcional dos idosos, na
prevenção de doenças, na recuperação da saúde dos que adoecem e na
reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional restringida
(RODRIGUES et al., 2007).
Com a intenção principal de garantir que os idosos, em todas as partes do
mundo, envelhecessem com segurança, qualidade e participando ativamente de
suas atividades, a Organização Mundial da Saúde (OMS), na referida Assembleia,
formulou recomendações importantes que integrariam as políticas de saúde
voltadas para os idosos considerando os determinantes de saúde, a saber:
sociais, econômicos, comportamentais, pessoais, culturais, ambiente físico e
acesso a serviços, que levam ao envelhecimento saudável (RODRIGUES et al.,
2007).
Nesse enfoque, os determinantes do envelhecimento saudável segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS) são um modo de garantir aos idosos
permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas
funções na sociedade, com direcionamento a serviços coletivos e individuais de
saúde para esse intuito, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS
(SILVESTRE; COSTA NETO, 2003).
Atualmente, o Brasil passa por várias e importantes mudanças e neste
particular quanto à estrutura populacional. O envelhecimento humano, por ser um
processo a que todos estão sujeitos, basta-se viver para que isso ocorra, é quase
não percebido, até o momento em que se completa 60 anos e vira dado
estatístico. No Brasil, é definido como idosa a pessoa que tem 60 anos ou mais
de idade (BRASIL, 2009).
Nesse sentido, o envelhecimento da população é considerado um
fenômeno universal, apresentando 75% dos idosos vivendo em países
15
17
desenvolvidos. As projeções populacionais das Nações Unidas indicam que, nos
próximos 50 anos, a proporção de pessoas com mais de 60 anos, nos países em
desenvolvimento, aumentará desde os atuais 5 ou 6% até aproximadamente 25%
da população total (PEREIRA et al., 2010), como demonstrado na figura 1.
Figura 1. Índice de envelhecimento, segundo grandes áreas e países.
Fonte: World Population Prospect: the 2010 revision. In: ONU, population division. Population database. New York 2011. IBGE: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2011.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2012) o mundo terá
mais de um bilhão de idosos em 10 anos, com duas em cada três pessoas com
mais de 60 anos vivendo em países desenvolvidos. Até 2050, a proporção deve
passar a ser quatro em cada cinco. O levantamento aponta ainda que a parcela
global de idosos esteja crescendo mais rápido que todas as outras faixas etárias.
Os dados do último censo do IBGE afirmam que existem atualmente mais
de 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, estimando-se
para 2025 que esse quantitativo seja de 32 milhões, passando, então, o Brasil da
décima sexta para a sexta posição mundial em número de pessoas idosas e, em
2050, o percentual de pessoas idosas ultrapassará o de crianças de 0 a 14 anos
(BRASIL, 2012).
Assim, do ponto de vista da estrutura populacional o que caracteriza esse
envelhecimento acelerado é a transição demográfica, justificada por altas taxas
de fecundidade e mortalidade passando para outra configuração com baixas
taxas desses indicadores, gerando, então, maior expectativa de vida, e também
16
18
devido à transição epidemiológica, que é definida pelo declínio das doenças
infecto-parasitárias e aumento das doenças crônicas não transmissíveis. Além de
avanços tecnológicos no que diz respeito à saúde, que levaram as autoridades a
destinarem serviços à saúde do idoso, promoção de sua saúde, e criassem
políticas públicas que não só o protegessem como também assegurassem ao
direito de viver com qualidade e saudável (BRASIL, 2006).
Quanto ao processo de transição demográfica que estamos vivenciando no
Brasil, consequentemente, a Região Norte está inclusa, e no Estado do Pará
observa-se o indicador de fecundidade, através de uma série histórica, como
demonstrada na tabela 1.
TABELA 1 – Taxa de Fecundidade em projeção populacional
Taxas de fecundidade total implícitas nas projeções populacionais: 1991/2050
Anos de Referência
1991 2000 2005 2050
Brasil 2,89 2,41 2,02 1,61
Região Norte 4,18 3,17 2,45 1,98
Rondônia 3,47 2,73 2,24 1,78
Acre 4,90 3,43 2,89 2,01
Amazonas 4,47 3,40 2,47 1,90
Roraima 4,61 3,66 3,33 2,66
Pará 4,19 3,15 2,37 1,75
Amapá 4,62 3,61 3,12 2,75
Tocantins 3,86 2,92 2,30 1,80
Fonte: IBGE (2009)
No Pará, em 1991, a taxa de fecundidade apontava 4,19%; no ano 2000,
3,15%; e em 2005 caía para 2,37%. Espera-se a taxa de fecundidade de 1,75%
no estado, uma redução considerável até 2050. Embora, apesar do contínuo
envelhecimento observado nas duas últimas décadas, ainda apresente uma
estrutura bastante jovem, devido aos altos níveis de fecundidade no passado
(IBGE, 2011).
Com relação ao número de idosos das grandes capitais, São Paulo
apresenta o maior número: 5,4 milhões. Em seguida, vem Minas Gerais, com 2,6
milhões, e Rio de Janeiro, com 2,4 milhões. O fato de os três estados mais
populosos da Região Sudeste abrigarem o maior número de idosos também
17
19
reflete uma tendência registrada entre as regiões do Brasil: enquanto que a
população do Sudeste envelhece, a do Norte está cada vez mais jovem em
termos relativos (IBGE, 2010).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) (2012) ainda enfatiza que o
acelerado processo de envelhecimento populacional não se dá somente pela
transição de fatores bastante relevantes, como a diminuição da fecundidade e
mortalidade, mas também se deve a melhores condições de saneamento básico e
esgoto, melhoria da renda familiar, mais conhecimento e domínio das doenças
infectocontagiosas, as vacinações sistemáticas e os novos e modernos processos
terapêuticos existentes no combate às doenças em geral.
Assim, acredita-se que a velhice é difícil de ser definida, principalmente
quando se almeja uma velhice saudável, desejada para todos e por todos, nos
dias atuais. Logo, deve ser compreendida em sua totalidade e em suas múltiplas
dimensões, visto que se constitui em um momento do processo biológico, mas
não deixa de ser um fato social e cultural (FREITAS et al., 2010).
A definição de envelhecimento saudável1 prioriza baixos riscos de doenças
e de incapacidades funcionais relacionadas às doenças, funcionamento mental e
físico excelentes e envolvimento ativo com a vida, podendo ser vivido com
satisfação, saúde e bem-estar, instigando a busca de variáveis que interferem no
alcance de um envelhecimento bem-sucedido (CUPERTINO et al., 2007).
Outros termos referentes ao envelhecimento saudável também são
encontrados na literatura gerontológica como expressões equivalentes, entre elas,
envelhecimento ativo, qualidade de vida na velhice, bem-estar psicológico, bem-
estar percebido, bem-estar subjetivo e envelhecimento satisfatório ou bem-
sucedido (TAHAN; CARVALHO, 2010).
Em gerontologia, o envelhecimento saudável, num sentido amplo, seria o
resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do
idoso, sem necessariamente significar ausência de problemas em todas as
dimensões. Qualquer pessoa que chegue aos 80 anos capaz de gerir sua própria
vida e determinar quando, onde e como se darão suas atividades de lazer,
convívio social e trabalho (produção em algum nível) certamente será
considerada uma pessoa saudável (RAMOS, 2003).
1 Neste estudo será considerado o termo “envelhecimento saudável”, por estar em consonância com a proposta da PNSPI, 2006.
18
20
Nesse patamar de ser saudável na velhice, a capacidade funcional é um
indicador de saúde que poderá definir o quanto se pode obter um envelhecimento
saudável ou não, por isso é entendida como novo paradigma da saúde na qual,
para se alcançar o envelhecimento saudável, são necessárias ações capazes de
manter e melhorar a vida do idoso a partir da prevenção de doenças e
recuperação da saúde, permitindo também continuar convivendo no seu meio
social e agindo de forma autônoma e independente nas suas práticas (ALENCAR
et al., 2010).
A manutenção da capacidade funcional no idoso permite que tenha um
envelhecimento saudável, mesmo que ele venha a ter qualquer tipo de doença
crônica não transmissível (DCNT), como a hipertensão e diabetes. Portanto, o
envelhecimento saudável não é ausência de doenças ou problemas, e sim o
equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional. Assim, a autonomia
e independência para as atividades da vida diária são indicadores da capacidade
funcional na velhice, sendo considerados determinantes do envelhecimento
saudável (TAHAN; CARVALHO, 2010).
Para Araújo e Ceolim (2007, p.379) a autonomia para o idoso significa o
seu poder de decisão, o exercício do autogoverno, independência moral, livre-
escolha, privacidade, liberdade individual, e a independência é a capacidade de
realizar as atividades básicas do nosso dia a dia (alimentar-se, fazer a higiene
pessoal, ir ao toalete, tomar banho, vestir-se, locomover-se) e atividades
instrumentais da vida diária (fazer compras, usar meios de transporte, preparar
uma refeição, cozinhar, cuidar da própria saúde, manter sua própria segurança) a
ponto de sobreviver sem ajuda para o autocuidado e o manejo instrumental da
vida.
O envelhecimento saudável dentro dessa nova ótica passa a ser resultante
da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na
vida diária e instrumental, integração social, suporte familiar e independência
econômica. Assim, um idoso com uma ou mais doenças crônicas pode ser
considerado um idoso saudável, se comparado com um idoso com as mesmas
doenças, porém sem o controle destas (RAMOS, 2003).
19
21
1.1 JUSTIFICATIVA
A temática sobre o envelhecimento está despertando muitos olhares
especiais por parte da comunidade científica e acadêmica, tamanhos são a sua
complexidade e o interesse em esclarecê-lo como experiência única do indivíduo,
podendo ser positiva desde que haja um envolvimento maior de todos em virtude
de uma realidade tão próxima de todos nós. O desejo em analisar os
determinantes do envelhecimento saudável nos idosos vislumbra-se na tentativa
de melhorar o cuidado aos idosos atendidos, e principalmente planejar ações de
cuidar para essa parcela populacional (FREITAS et al., 2010).
“Na busca de uma melhor qualidade de vida, fruto de um envelhecimento com independência e autonomia, ou seja, saudável e ativo, tem-se investido no desenvolvimento de programas sociais e de saúde voltados para esta preservação” (FERREIRA et al., 2012, p. 515).
Nesse caminho, uma das importantes estratégias se deve à implantação do
Programa Saúde da Família, sendo apontado como eficiente para alcançar
medidas específicas de promoção e prevenção da saúde, cuidando dos idosos e
outros grupos que vivem na comunidade (FERREIRA et al., 2012).
Para realizar o acompanhamento da atenção à pessoa idosa, emerge a
necessidade de conhecer sobre as alterações peculiares do envelhecimento
normal (senescência) e também a manifestação de doenças típicas dessa etapa
do ciclo da vida (senilidade), necessitando de profissionais de saúde habilitados,
capacitados, qualificados para identificar possíveis problemas de saúde, para que
se garanta atendimento adequado ao idoso, além de compreender todo o meio
em que este vive (BRASIL, 2012).
Segundo Martin et al. (2007) os profissionais de saúde necessitam de
capacitação para o cuidado gerontogeriátrico, haja vista que estes são
responsáveis pela atenção em saúde de forma segura, ética e com qualidade,
sendo essenciais na execução de ações preconizadas nas Políticas Públicas de
Saúde com respeito às pessoas idosas. E é o que está determinado no Estatuto
do Idoso, artigo 18, Capítulo IV, que refere ao direito à saúde, quando afirma que
as instituições de saúde, para que possam atender as necessidades do idoso,
devem promover treinamento e capacitação aos profissionais de saúde, bem
como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda.
20
22
O Ministério da Saúde (2006, p.11) anuncia na Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa as suas diretrizes, no que diz respeito ao incentivo para o
desenvolvimento de estudos e pesquisas em universidades, faculdades e órgãos
públicos que possibilitem avaliar a qualidade, o aprimoramento da atenção à
saúde do idoso, e realizar estudos sobre representações sociais junto a usuários
e profissionais de saúde; criar banco de dados de pesquisadores e pesquisas em
envelhecimento realizadas no Brasil, interligando com os de nível internacional.
Sabe-se que o envelhecimento populacional é caracterizado como um
fenômeno, ocorrendo de forma acelerada e em meio a uma grande desigualdade
social, apresentando-se, portanto, como um desafio para os profissionais de
diversas áreas, principalmente os da saúde, e neste particular os de enfermagem.
(MARTIN et al., 2007).
Acredita-se, também, que os resultados deste estudo poderão contribuir
com uma chamada de atenção dos estudantes de enfermagem que participam de
aulas práticas, podendo incentivá-los a perceber a preocupação da autora com a
condição de envelhecimento dos idosos da área de abrangência da Unidade de
Saúde e, assim, poderá ser um diferencial na formação deles em busca de um
cuidado mais humanizado e um olhar mais comprometido com esse grupo social.
Ainda justifica-se que os resultados do estudo proposto poderão também
se somar para a produção científica local e nacional, contribuindo com a
comunidade acadêmica, com os profissionais de enfermagem comprometidos
com a produção do cuidado, e principalmente com enfermeiros da Estratégia
Saúde da Família, por serem aqueles que acompanham famílias compostas por
vários grupos, dentre eles os idosos.
Rodrigues et al. (2007, p.543) afirmam que é na Atenção Básica que se
considera a pessoa na singularidade, na complexidade, na integralidade e na
inserção social e cultural, buscando a promoção da saúde do idoso, a prevenção
e tratamento de doenças, bem como a redução de danos ou de sofrimentos que
possam implicar no seu modo de viver saudável. E a enfermagem é uma
profissão que despende esforços para prolongar a vida do ser humano,
contribuindo com o aumento da expectativa de vida.
Esta proposta também está alicerçada na escassez de estudos locais
sobre o tema, que foi evidenciada após busca realizada em novembro de 2012 na
Biblioteca Leontina Gomes, Campus IV, através do sistema Pergamum. Nesta
21
23
busca foram identificados 25 trabalhos, entre monografias, dissertações e teses
que tratavam da temática sobre o idoso, porém nenhuma abordava
especificamente sobre o envelhecimento saudável.
1.2 O ESTADO DA ARTE
Ao buscar o estado da arte preliminar para justificar a relevância do estudo
sobre os determinantes do envelhecimento saudável, detectaram-se algumas
pesquisas realizadas sobre o tema em âmbito nacional, com certa prevalência na
Região Sudeste, e a escassez deste tipo de estudo regionalmente. A busca
bibliográfica foi feita em todas as bases de dados, porém somente encontradas
pesquisas na Literatura Latino-Americana e do Caribe na Área da Saúde –
LILACS, Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde – IBECS e Base de
Dados de Enfermagem – BDENF. Adotou-se como recorte temporal o período de
2003 a 2012.
O ano de 2003 foi selecionado em função de que nesse período houve a
criação do último dispositivo legal que compõe a Política Nacional de Saúde do
Idoso, que é o Estatuto do Idoso. A estratégia de busca se deu com a utilização
dos descritores e suas combinações na língua portuguesa e inglesa:
“Determinante and Envelhecimento Saudável”, “Envelhecer and Enfermagem”,
“Idoso and Enfermagem”, “Idoso and Envelhecimento saudável”; possibilitando a
localização de 179 artigos.
Foram incluídos artigos que contemplassem em seu contexto assuntos
que pontuassem os determinantes associados ao envelhecimento saudável e
estivessem disponibilizados na íntegra, gratuitamente, na Internet, optando-se
também pelo recorte temporal de 10 anos. Nesta condição estavam
disponibilizados os artigos em português, espanhol e inglês.
Foram excluídos os artigos que não descreveram como objetivo os
determinantes associados ao envelhecimento saudável, os artigos incompletos,
sem relação com o tema e fora do recorte temporal. Ao utilizar os critérios de
exclusão ficaram disponíveis 24 artigos (APÊNDICE C).
A amostra final desta revisão selecionou 24 publicações, 10 (42%) eram de
natureza quantitativa, 14 (58%) foram abordadas qualitativamente. Considerando
22
24
o ano de publicação, houve predomínio no ano de 2010, com 37% dos estudos,
seguido de 2007 e 2011, que apresentaram 17% das produções. Em 2009
publicaram-se três estudos (12%), Nos anos de 2003 a 2008 evidenciou-se
apenas uma publicação (4%). Nenhuma produção foi evidenciada nos anos de
2004 e 2012. Com relação ao nível de evidência dos artigos, verificou-se: 20
estudos (84%) com nível de evidência 4; um (4%) apresentava evidência 5, e por
fim três estudos (12%) apresentavam nível de evidência 6. Predominando
também a pesquisa de campo, revelando que a maioria das pesquisas analisadas
se caracterizava como estudo descritivo-exploratório (92%), evidenciado a revisão
de literatura em um estudo (4%) e relato de experiência também em apenas um
(4%).
No tocante à base de dados, 22 (92%) estudos foram encontrados na
LILACS, um (4%) na BDENF e apenas um (4%) na IBECS. A análise das
publicações possibilitou também identificar informações relevantes e pertinentes
com o referido tema, ou seja, 29% dos estudos estavam publicados em revistas
de enfermagem e 71%, em periódicos de outras áreas da saúde.
Quanto às regiões em que as pesquisas foram desenvolvidas prevaleceu a
Sudeste (50%) e neste particular São Paulo e Rio de Janeiro, e 12%
apresentaram estudo internacional. Outros estudos estavam distribuídos por
vários estados (38%), porém não houve nenhum na Região Norte, justificando-se
a necessidade em realizar produção científica que preencha essa lacuna.
Diante disso, o interesse em realizar a pesquisa surgiu porque poderá
trazer à tona a realidade do que é determinado para o envelhecimento saudável
da população idosa atendida pela ESF do território de abrangência do Canal do
Pirajá, uma vez que nesse território não está implantado o Programa Saúde do
Idoso, dispositivo da Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa.
Desse modo, a saúde dos idosos nesse território é monitorada apenas por
outros programas do Sistema Único de Saúde (SUS), como HIPERDIA, controle
da Tuberculose, Hanseníase e Imunização, que não revelam a especificidade do
processo de envelhecimento e sim pontuam mais a doença e seu tratamento.
Além disso, o resultado deste estudo poderá incentivar o desenvolvimento de
novos estudos complementares no sentido de vislumbrar os aspectos
gerontológicos desse território, em busca de ações que possam ser discutidas
pensando-se em um envelhecimento com menos dependência.
23
25
1.3 SITUAÇÃO PROBLEMA
Minha experiência real no cuidar de idosos ocorreu após a minha formação
acadêmica, uma vez que na época não tive a oportunidade de obter informações
acadêmicas sobre essa população, pois não existia no currículo vigente nenhuma
disciplina voltada para a saúde do idoso.
Hoje, com 14 anos de conclusão do Curso de Graduação em Enfermagem,
esse universo deixou de ser tão desconhecido para mim, pois, como enfermeira
da Estratégia Saúde da Família há 13 anos, convivo em minha prática profissional
com vários grupos sociais, atendendo as preconizações do Programa, ou seja,
priorizando através do Sistema Único de Saúde (SUS) as ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido
ao idoso, sadios ou doentes, de forma integral e contínua. Ou seja, tratar a saúde
tanto no âmbito individual como coletivo.
Ao iniciar a vida profissional, constatei um crescente aumento do grupo de
idosos que procurava na Unidade de Saúde informações, não só como meio
curativo, mas como uma forma de manter e melhorar a sua saúde. Também
observei que muitos desses idosos participavam em grupos da terceira idade
como forma de inserção ou integração social, manifestando a necessidade de
continuarem ativos em seu meio. Tenho presenciado também, hoje, uma maior
quantidade de pessoas idosas atingindo idades mais avançadas, me levando a
crer que utilizam realmente dispositivos que possibilitam viver a longevidade.
Na Região Metropolitana de Belém as estimativas populacionais utilizadas
na publicação “Saúde Brasil 2012” – Pará apontam um quantitativo de 140.163
pessoas com a idade de 60 anos ou mais. Em levantamento demográfico
realizado por Polaro (2012), no ano de 2009, o Distrito DASAC apontava uma
população geral de 282.490 pessoas, com cobertura de 12 USFs e tendo 29
equipes em sua composição, além de estimar o cadastro populacional de 9.572
idosos.
Na área territorial em que atuo e que faz parte do Distrito Administrativo da
Sacramenta (DASAC), em virtude da Estratégia Saúde da Família, acompanho
295 idosos com a idade entre 60 e 102 anos, que buscam os serviços da Unidade
de Saúde fazendo questão de comparecer, e ainda observo que suas condições
24
26
psíquicas e físicas encontram-se preservadas para participar ativamente da
avaliação de enfermagem.
Segundo Rodrigues et al. (2007, p.541) “a Atenção à Saúde do idoso terá
como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família”. E foi essa
perspectiva, como profissional vivenciando esse modelo de atenção, que me
instigou a necessidade de pesquisar entre os determinantes do envelhecimento
aqueles que poderiam estar funcionando como risco ou proteção de um
envelhecimento saudável, uma vez que a Unidade Saúde da Família em que atuo
não dispõe até o momento de ações preconizadas pela PNSPI, ou seja, de
indicadores que possam ofertar o monitoramento da saúde desse grupo.
Na Região Norte, especificamente em Belém/Pará, estudo realizado por
Santos (2011), numa população de 259 idosos acompanhados em uma Unidade
de Saúde de Belém, apontou entre as doenças crônicas existentes, a hipertensão,
diabetes ou ambas, independente do sexo, conforme a tabela 2.
TABELA 2 – Doenças crônicas dos idosos avaliados em uma Unidade de Saúde de Belém/Pará,
2011
Doenças Crônicas Sexo Masculino % Sexo Feminino%
Hipertensos 52,0 58,2
Hipertensos e Diabéticos 38,7 32,9
Diabéticos 9,3 5,4
Fonte: SANTOS (2011)
Ainda com relação a esse estudo, a autora identificou idosos com diversos
problemas/queixas de saúde que associados e/ou sem controle podem ter
influência no envelhecimento saudável. É o que se pode observar na tabela 3.
TABELA 3 – Principais problemas de saúde dos idosos avaliados em uma Unidade de Saúde de
Belém/Pará, 2011
Problemas/queixas de saúde Sexo Masculino% Sexo Feminino%
Dificuldade para enxergar 56,0 50,5
Dores Articulares 41,3 65,2
Dor no joelho 40,0 59,2
Dificuldade para dormir 34,7 45,7
25
27
TABELA 3. Continuação
Colesterol alto 33,3 60,3
Catarata 26,7 51,1
Dificuldade para ouvir 20,0 20,1
Dor no Peito 18,7 12,0
Perda Urinária 12,0 13,0
Osteoporose 9,3 39,7
Depressão 8,0 26,1
Sentindo-se triste ou
deprimido
6,7 21,3
Fonte: SANTOS (2011)
Muito embora o estudo realizado por Santos (2011) não tenha sido sobre o
envelhecimento saudável, mas, considerando-se que utilizou alguns de seus
determinantes, entre eles, a capacidade funcional dos idosos avaliados quanto às
atividades básicas da vida diária, tanto observada quanto referida, esta se
apresentava ainda preservada, destacando-se que a melhor capacidade
prevaleceu entre os homens em relação às mulheres avaliadas.
Ao final dos anos 90, a Organização Mundial da Saúde denominou o
processo de envelhecimento ativo, com a intenção de transmitir uma mensagem
que completasse o conceito de envelhecimento saudável, e para reconhecer os
fatores que, juntamente com a atenção sanitária, afetam a maneira de envelhecer
dos indivíduos e das populações, sem que se tratem somente de referências de
dores (FREITAS et al., 2010).
Portanto, a inquietação principal deste estudo perpassa sobre a influência
dos fatores que determinam o envelhecimento saudável em uma amostra de
idosos atendidos por equipe da Estratégia Saúde da Família Canal do Pirajá,
considerando as dimensões biológicas e da saúde, socioeconômicas e culturais
que implicam nesse tipo envelhecimento.
Dessa forma, tem-se como pressuposto deste estudo que os idosos
cadastrados pela ESF do Canal do Pirajá estão envelhecendo de forma saudável,
mesmo com presença de doenças crônicas, segundo os determinantes propostos
pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
26
28
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Geral
Analisar o comportamento dos determinantes do envelhecimento saudável
segundo a Organização Mundial da Saúde, em idosos atendidos pela
Estratégia Saúde da Família (ESF) Canal do Pirajá.
1.4. 2 Específicos
Verificar o comportamento dos determinantes do envelhecimento saudável
em idosos atendidos pela Estratégia Saúde da Família;
Discutir a partir dos dados encontrados no estudo as ações do Enfermeiro
no monitoramento do envelhecimento saudável dos idosos atendidos pela
Estratégia Saúde da Família.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL NA BUSCA DA LONGEVIDADE
O envelhecimento populacional é um fenômeno natural, irreversível e
mundial. A população idosa brasileira tem crescido de forma rápida e em termos
proporcionais (BRASIL, 2010). O aumento da população idosa no país leva à
reflexão da fragilidade que é a sua situação e remete a um problema de saúde
pública, devendo para o seu amparo nos diversos campos lançarem mão do que
está legalizado.
Para tanto, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos idosos, na
busca pela longevidade também com qualidade, várias leis, portarias e decretos
foram publicados, como a Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842, de 4 de janeiro
de 1994, regulamentada pelo Decreto nº 1.948, de 3 de julho de 1996), e a
Política Nacional de Saúde do Idoso (Portaria nº 1.395, de 10 de dezembro de
1999), cujo objetivo essencial é assegurar os direitos sociais do idoso, criando
27
29
condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade (TAHAN; CARVALHO, 2010).
A Política Nacional de Saúde do Idoso classifica como idoso o indivíduo de
60 anos e mais, contudo, ao considerar que o envelhecimento é um processo
natural que ocorre ao longo de toda a experiência de vida do ser humano, enfatiza
que necessariamente não se fica velho aos 60 anos (GARCIA; SAINTRAIN,
2009).
O envelhecimento saudável pode ser vivido com satisfação, saúde e bem-
estar e remete ao cuidar e à atenção tão necessária nessa fase da vida do idoso,
instigando a busca de variáveis que interferem no alcance de um envelhecimento
bem-sucedido, portanto, é possível refletir o que vem fazer parte deste processo:
as dimensões físicas, social, emocional, econômica, cognitiva, entre outras
(CUPERTINO et al., 2007).
A capacidade funcional, entendida como novo paradigma da saúde para se
alcançar o envelhecimento saudável, visa a ações capazes de manter e melhorar
a vida do idoso a partir da prevenção de doenças e recuperação da saúde,
permitindo também continuar convivendo no seu meio social e agindo de forma
autônoma e independente nas suas práticas (ALENCAR, et al., 2010).
Para Ramos (2003, p.794) o envelhecimento saudável, dentro dessa nova
ótica, passa a ser resultante da interação multidimensional entre saúde física,
saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e
independência econômica. Assim, um idoso com uma ou mais doenças crônicas
pode ser considerado um idoso saudável, se comparado com um idoso com as
mesmas doenças, porém sem o controle destas.
Nesse contexto, o conceito clássico de saúde preconizado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) perde a força, mostrando-se inadequado
no que diz respeito aos idosos, haja vista que a ausência de doenças é privilégio
para poucos e o completo bem-estar pode ser vivenciado até por quem é portador
de alguma enfermidade, desde que a esteja controlando (RODRIGUES et al.,
2007).
2.2 PROPOSTAS DA POLÍTICA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA PARA O
ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
28
30
Foi pensando no envelhecimento saudável e ativo que a Organização
Mundial da Saúde (OMS), durante a Assembleia de Madri em 2002, formulou uma
política pública voltada para a relevância de saúde da pessoa idosa,
reconhecendo nesta abordagem o direito que todo idoso tem de oportunidade e
de tratamento de forma igualitária, na medida em que envelheça. E lançou o
documento “Envelhecimento ativo: um marco para elaboração de políticas”, que
apresentava um novo paradigma de entender o envelhecimento, além de
complementar e ampliar o Plano Internacional de Ação sobre o Envelhecimento
(PIAE) com a introdução dos determinantes de saúde (RODRIGUES et al., 2007).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005), o envelhecimento
saudável ou ativo depende de uma diversidade de fatores “determinantes” e da
interação entre eles, e todos acabam sendo envolvidos neste processo, os
indivíduos, famílias e países. Esses determinantes são bons indícios de como
indivíduos e as populações envelhecem e aplicam-se à saúde de pessoas de
todas as idades, apesar da ênfase aqui ser a saúde e a qualidade de vida dos
idosos, e apresentam-se da seguinte forma: Determinantes Transversais (cultura
e gênero); Determinantes Econômicos; Determinantes Pessoais, Determinantes
Sociais; Ambiente Físico; Serviços Sociais e de Saúde.
A Organização Mundial da Saúde (2005) reconhece na saúde pública a
oferta de uma gama variada de ações para melhorar a saúde da população, e
isso envolveria mais do que a provisão de serviços básicos. Comprometendo-se,
portanto, a trabalhar em cooperação com outras agências internacionais e com as
Nações Unidas para incentivar a implementação de políticas do envelhecimento
ativo nos níveis regional, nacional e global.
O amparo político envolveria as Políticas Públicas, que desempenhariam o
papel de promover modos de viver mais saudáveis e seguros em todas as fases
da vida, favorecendo a prática de atividades físicas no dia a dia, estimulando o
idoso ao lazer; também prevenindo as situações de violência familiar e urbana,
possibilitando o acesso aos alimentos saudáveis, incentivando ao menor consumo
do tabaco (BRASIL, 2007).
E dessa forma se caminharia no sentido de alcançar o envelhecimento que
se revertesse no ganho considerável em qualidade de vida e saúde e aumentasse
a expectativa de vida de todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as
29
31
que são consideradas frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem
cuidados (OMS, 2005).
A população idosa, então, passou a contar com a estruturação e amparo
legal de três dispositivos que direcionam as ações sociais e de saúde, e garantem
o direito das pessoas idosas e obrigam o Estado a dispor de meios que protejam
as mesmas: a Política Nacional do Idoso, a Política Nacional de Saúde da Pessoa
Idosa e o Estatuto do Idoso.
A Constituição Brasileira de 1988 reconheceu a importância do
envelhecimento populacional e se referiu ao idoso e à velhice como um problema
social, nos levando a entender que todos deveriam se sentir corresponsáveis pelo
processo: Estado, profissionais de saúde, idoso e sociedade em geral, pois, além
de garantir assistência previdenciária, deveria assegurar proteção na forma de
assistência social (MARTIN et al., 2007).
A Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e regulamentada
em 1996 (Lei nº 8.842/94 e Decreto nº 1948/96), assegura direitos sociais à
pessoa idosa, criando condições para promover sua autonomia, integração e
participação social de modo a exercer sua cidadania, deixando claro que velhice
não é sinônimo de doença, devendo ser bem vivida, e reafirma o direito à saúde
nos diversos níveis de atendimento do SUS. Os princípios regidos pela lei são:
“Assegurar ao idoso todos os direitos de cidadania, sendo a família, a sociedade e o estado os responsáveis em garantir sua participação na comunidade, defender sua dignidade, bem-estar e direito a vida. O processo do envelhecimento diz respeito à sociedade de forma geral e o idoso não deve sofrer discriminação de nenhuma natureza, bem como deve ser o principal agente e o destinatário das transformações indicadas por essa política. E por fim cabe aos poderes públicos e à sociedade em geral a aplicação dessa lei, considerando as diferenças econômicas, sociais, além de regionais” (RODRIGUES et al., 2007, p.538).
A Portaria do Ministério da Saúde nº 1395/99 vem anunciando a Política
Nacional de Saúde do Idoso, tendo como foco central a promoção do
envelhecimento saudável e a manutenção da máxima capacidade funcional do
indivíduo que envelhece pelo maior tempo possível, bem como a prevenção de
doenças, recuperação da saúde para que possam desempenhar suas atividades
de maneira independente (RODRIGUES et al., 2007). Para tanto, é nesta política
revogada pela Portaria nº. 2528/2006 que estão definidas as diretrizes que
30
32
apoiam todas as ações do setor de saúde bem, como as responsabilidades dos
órgãos competentes que podem tornar possível o alcance de suas propostas.
Para atingir os propósitos da Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI)
são necessários apoios concretos em suas diretrizes e responsabilidades: a
promoção do envelhecimento saudável; a manutenção da capacidade funcional; a
assistência às necessidades de saúde do idoso; a reabilitação da capacidade
funcional comprometida; a capacidade de recursos humanos especializados;
apoio ao desenvolvimento de cuidados informais; e apoio a estudos e pesquisas
(BRASIL, 2006).
Acredita-se que o maior desafio da atenção à pessoa idosa é conseguir
contribuir para que, apesar das progressivas limitações que podem acontecer a
ela, seja dada a possibilidade de redescobrir meios de viver sua própria vida com
a máxima qualidade (BRASIL, 2007). Portanto, irei enfatizar e destacar a primeira
diretriz, dentre as sete, que a PNSI defende como uma de suas diretrizes
essenciais: a promoção do envelhecimento ativo e saudável.
A promoção do envelhecimento saudável está voltada ao desenvolvimento
de ações que orientem os idosos e as pessoas que estão envelhecendo em
relação à importância da melhoria de suas habilidades funcionais, mediante a
adoção precoce de hábitos saudáveis de vida, eliminação de comportamentos
nocivos à saúde (tabagismo, alcoolismo e automedicação), além de orientação
aos idosos e seus familiares quanto aos riscos ambientais que favorecem as
quedas e que podem comprometer a capacidade funcional destas pessoas
(BRASIL, 2007).
A necessidade de promover o envelhecimento saudável, isto é, envelhecer
mantendo a capacidade funcional e a autonomia, é reconhecidamente a meta de
toda ação de saúde. Ela permeia todas as ações desde o pré-natal até a fase da
velhice. A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no reconhecimento dos
direitos das pessoas idosas e nos princípios de independência, participação,
dignidade, assistência e autorrealização determinadas pela Organização das
Nações Unidas (ONU) (BRASIL, 2006).
Por fim, o outro dispositivo importante a respeito do idoso é o Estatuto do
Idoso, sancionado em 2003, pelo então Presidente da República Luiz Inácio Lula
da Silva, por meio da Lei nº. 1074/2003. Entrando em vigor apenas em 1º de
janeiro de 2004, com 118 artigos direcionados a várias áreas dos direitos
31
33
fundamentais dos idosos, no que se incluem os atendimentos às suas
necessidades de proteção, reforçando as diretrizes contidas na PNI.
O Estatuto do Idoso não apenas apresenta novos dispositivos à PNI, mas
exerce a consolidação dos direitos já assegurados na Constituição Federal no que
diz respeito à proteção do idoso em situação de risco social. E ainda aponta
punições a quem descumprir os direitos dos idosos que neles estão estabelecidos
(RODRIGUES et al., 2007).
O Ministério da Saúde (MS), em setembro de 2005, apresentou em sua
agenda de compromissos pela saúde três grandes eixos, a saber: o Pacto em
Defesa da Vida, o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde e o Pacto de
Gestão.
Ganhando destaque aqui o Pacto em Defesa da Vida, por ser um
documento importantíssimo que trata do Pacto pela Saúde e traz prioridades com
especial relevância para a saúde da pessoa idosa, sendo elas: atenção à saúde
do idoso, a promoção da saúde e o fortalecimento da atenção básica, uma vez
que é função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas alcancem
as idades avançadas cada vez mais saudáveis (BRASIL, 2007).
O Pacto pela Saúde é entendido como um conjunto de reformas
institucionais decididas entre as três esferas do governo (União, Estados e
Municípios) do Sistema Único de Saúde (SUS). Sua execução ocorre por meio da
adesão ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que renovado anualmente
substitui os anteriores processos de habilitação e estabelece metas e
compromissos para cada ente da federação.
Portanto, é necessário também possibilitar as informações sobre os direitos
da pessoa idosa constantes nessas bases legais, divulgando-as, e isso faz parte
de nossas ações como profissionais de enfermagem, uma vez que somos
multiplicadores de informações e cidadãos comprometidos com a sociedade.
2.3 A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COMO REORIENTADORA DO
MODELO ASSISTENCIAL
Na segunda metade da década de 90, após vários anos, valorizando a
atenção hospitalar, a saúde no Brasil passou a ter um olhar diferenciado,
caminhando em direção a uma mudança significativa, concentrando sua
32
34
preocupação na Atenção Básica, impulsionada pelo conceito defendido pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a saúde “como um completo bem-
estar físico, mental e social e não apenas ausência de doenças” (DUNCAN,
2004).
Em 1978 a Conferência Internacional da Saúde de Alma-Ata, na União
Soviética, pontuou estratégias para que se alcançasse saúde para todos, o que
influenciou debates sobre as Políticas de Saúde no mundo durante toda a década
de 80. Participaram mais de 140 países, dentre os quais o Brasil, onde foram
discutidos os componentes fundamentais da Atenção Primária à Saúde, a saber:
educação, saúde, saneamento ambiental, especialmente de águas e alimentos,
programa de saúde materno-infantil, imunização e planejamento familiar,
prevenção de doenças endêmicas locais, tratamento adequado de doenças e
lesões comuns, fornecimento de medicamentos essenciais, promoção da boa
nutrição e medicina tradicional (STARFIELD, 2002).
Em 1986 realizou-se no Canadá a I Conferência Internacional de Promoção
da Saúde, levando ao conhecimento de todos a Carta de Ottawa, destacando a
influência dos fatores socioeconômicos, políticos e culturais em relação à saúde.
Em face disso passou-se a pensar em um modelo voltado para as ações de
promoção e prevenção, que privilegiasse o caráter interdisciplinar, dando ênfase
aos fatores condicionantes e determinantes do processo saúde/doença
(DUNCAN, 2004). Um novo modelo assistencial, então, estava começando a
surgir, algo que revertesse a prática curativa, no hospital, tendo a figura do
médico como centro de todo o processo.
Como herança de Alma-Ata observou-se a relevância da saúde como
direito do cidadão e dever do Estado, pontuado na nossa Constituição Federal de
1988 no artigo 200 (MIRANDA, 2002). Mudanças a respeito da saúde, então,
foram observadas repercutindo em diversos países, como: Espanha, Cuba, Nova
Zelândia, Grã-Bretanha, onde os desenhos organizacionais buscavam assegurar
a capacidade clínica e preventiva às equipes de atenção básica. Da mesma
forma, o Brasil pensou posteriormente no Programa de Saúde da Família
(GOULART, 2007).
E foi a partir desse novo conceito, essa nova forma de “olhar” a saúde,
dando ênfase à Atenção Básica, que surgiu o Programa Saúde da Família (PSF),
que prioriza as ações de promoção, proteção e recuperação de saúde das
33
35
pessoas e das famílias, do recém-nascido ao idoso, sadios ou doentes, de forma
integral, contínua, ativa, com resolutividade e boa qualidade. E tem no coletivo o
seu foco de atuação, uma vez que conta com a efetiva participação da
comunidade.
Foi apenas na década de 90 que o Programa alcançou o seu êxito e
amadureceu. Remonta da criação do PACS (Programa de Agentes Comunitários
de Saúde) em 1991 e como parte do processo de reforma da saúde, tendo a
intenção de aumentar a acessibilidade ao sistema de saúde, incrementando as
ações de prevenção e promoção de saúde. Sendo criado, também, para reduzir a
mortalidade materno-infantil e tendo sua expansão em 1995, quando se passou a
enfocar a família como unidade de ação e o território como área coberta, que se
caracterizava por não esperar a demanda chegar, mas agir sobre ela
preventivamente integrando a comunidade (NUNES, 2005).
Especificamente, em 1994, foi implantado no Brasil pelo Ministério da
Saúde e com orientação da Organização Mundial da Saúde, fazendo, então, parte
da Política Nacional de Atenção Básica, com o objetivo de atender as diretrizes do
Sistema Único de Saúde (SUS), tais como: equidade, universalidade,
integralidade, participação da comunidade e intersetorialidade (BRASIL, 2009).
O documento do Ministério da Saúde (1997) anuncia com detalhes a que
veio o PSF, pontuando seus objetivos e diretrizes operacionais, com especial
atenção à reorganização das práticas de trabalho, às competências dos níveis do
governo, bem como de implantação do PSF. Nesse documento faz-se referência
ao PSF rotulado como “Programa”, uma vez que, mesmo pela especificidade que
possui, foge à concepção usual dos demais programas concedidos pelo Ministério
da Saúde (BRASIL, 1997).
E ainda diz que, ao contrário disso, o PSF se caracteriza, segundo o
próprio ministério, como uma estratégia que possibilita a integração e promove a
organização das atividades em um território definido, com o propósito de propiciar
o enfrentamento e resoluções dos problemas identificados (BRASIL, 1997).
Segundo Ribeiro (2004, p. 663), é muito comum encontrar referências
acerca do PSF ora como um “Programa”, como o seu próprio nome o define, ora
descrito como uma “Estratégia Assistencial”. Os questionamentos quanto a ser
um programa ou estratégia compõem uma das controvérsias envolvendo o PSF.
Lançado como programa em 1994, foi catalogado como estratégia, buscando
34
36
diferenciar-se dos programas tradicionais já produzidos pelo Ministério da Saúde.
Sua implantação segue abrigando tal dicotomia: de um lado ratifica sua condição
de programa que se apresenta com objetivos, metas e passos definidos, ou seja,
como uma formulação e com modos operacionais estabelecidos, normatizados;
de outro lado reivindica a posição de estratégia por sinalizar um caminho possível
para se atingir os objetivos do SUS.
A Portaria nº. 648, de 28 de março de 2006, consolidou o Programa Saúde
da Família (PSF) como estratégia prioritária do Ministério da Saúde para
reorganizar a Atenção Primária no Brasil ou Atenção Básica, tendo como um dos
seus fundamentos o direito ao acesso universal e contínuo a serviços de saúde
de qualidade, reafirmando os princípios básicos do SUS: universalidade,
equidade, integralidade, descentralização e participação da comunidade mediante
cadastramento e a vinculação dos usuários (BRASIL, 2009).
Não foi só a nomenclatura que enfrentou desafios a serem superados. A
própria implantação do PSF no país não trilhou caminhos tranquilos e calmos.
Segundo Goulart (2007, p.16), “o surgimento do PSF se deu através de conflito
entre uma normatização ‘dura’ realizada pelo Governo Federal e iniciativa dos
governos municipais em nível local, sendo taxado de uma proposta manipuladora,
eleitoreira e contrária aos princípios do SUS”. Em outro momento, foi redimida
como uma proposta inovadora, de caráter antagônico ao de uma “antiga medicina
de família”.
Entende-se, então, que a Estratégia Saúde da Família (ESF) está inserida
na Atenção Primária à Saúde (APS) ou Atenção Básica como uma forma
organizada de atuação, de maneira articulada, específica, ou seja, apresentando
intervenção de uma equipe multiprofissional de saúde dentro de um âmbito
generalista e, portanto, fora do caráter especializado (GOULART, 2007, p.16).
O Ministério da Saúde estabelece que as equipes multiprofissionais da ESF
sejam compostas por enfermeiros, médicos, técnicos em enfermagem, ACS, e
devam conhecer as situações das famílias sob sua responsabilidade, com ênfase
nas características sociais, demográficas e epidemiológicas. Além de identificar
os problemas de saúde prevalentes e os fatores de risco aos quais a população
está exposta, para poderem articular, com a participação da comunidade, um
plano local para enfrentar os problemas (BRASIL, 2011).
35
37
Essas equipes atuam nas ações de promoção da saúde, prevenção,
recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes e na
manutenção da saúde da comunidade, e são responsáveis pelo
acompanhamento de um número definido de famílias, de 800 a 1000, totalizando
de 2.400 a 4.000 pessoas, localizadas em uma área geográfica limitada (BRASIL,
2011).
Para Ohara e Saito (2008, p.388) a territorialização destaca-se como base
para a organização e planejamento em saúde, considerando o território como um
espaço significativo de terra, área geográfica de uma unidade federativa com
conflitos e interesses diferenciados, que permitem uma análise mais
pormenorizada da região.
Segundo os mesmos autores os objetivos da territorialização são delimitar
uma área de abrangência, definindo a população cadastrada, e conhecer o perfil
epidemiológico, social, sanitário e ambiental, identificando os fatores
condicionantes e determinantes de saúde e estabelecendo com a comunidade um
vínculo capaz de assegurar prioridades nas ações que se fizerem necessárias.
Em Belém/PA a Estratégia Saúde da Família (ESF) foi implantada em
1998, alcançando 42% de cobertura no município e realizando intervenções
exitosas nesse período, com a diminuição das filas nas Unidades Básicas de
Saúde (UBS) e Unidade Municipal de Saúde (UMS), diminuição da taxa de
mortalidade materno-infantil, diminuição dos casos de diarreia que levam à
desidratação e desnutrição, maior acompanhamento das famílias quanto à
hipertensão, diabetes, tuberculose, planejamento familiar, pré-natal, Preventivo do
Câncer do Colo do Útero (PCCU), saúde da criança. Hoje, após 15 anos de sua
implantação, tem apenas 12% de cobertura (Jornal O Liberal janeiro/2013).
2.4 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
PARA CONTRIBUIÇÃO AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
Para o alcance da promoção da saúde da pessoa idosa, destacam-se
como ações de Enfermagem Gerontogeriátrica: adquirir conhecimentos
específicos de Gerontologia, priorizando as questões demográficas e
epidemiológicas; diferenciar as alterações fisiológicas e patológicas no processo
de envelhecimento; conhecer a legislação nacional e políticas públicas voltadas
36
38
às pessoas idosas, procurando difundi-las entre os próprios idosos, família e
comunidade (RODRIGUES et al., 2007).
Além de desenvolver ações considerando as limitações e a presença das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) das pessoas idosas, nos
diferentes contextos (domicílio, instituição de longa permanência, instituições
hospitalares), possibilitando a manutenção da sua autonomia e independência;
capacitar as pessoas idosas, família, comunidade, estudantes, professores e
trabalhadores acerca do processo de envelhecimento, cuidado às pessoas idosas
e questões relacionadas à velhice; contribuir para mudanças de comportamento
individuais, coletivas e organizacionais, no que diz respeito à saúde da pessoa
idosa, por meio da educação em saúde e ações de promoção da saúde que
atinjam as organizações que atendem pessoas idosas (SANTOS et al., 2008,
p.653).
No entanto, a enfermagem tem contribuído na abordagem do cuidado em
aspectos do processo de envelhecimento (capacidade funcional, fragilidade,
avaliação cognitiva, engajamento social, qualidade de vida, promoção de saúde,
prevenção de doenças; e da senilidade no que diz respeito às condições crônicas
de saúde, situações de urgências e emergências, atenção domiciliar). Na área da
educação, atualmente, os cursos de graduação em Enfermagem, em
cumprimento à Política Nacional do Idoso, abrangem temas sobre Gerontologia e
Geriatria com a finalidade de capacitar e qualificar enfermeiros para
atender/cuidar de idosos. Da mesma forma, os cursos de pós-graduação lato e
stricto sensu têm sido direcionados para a área de conhecimento na atenção ao
idoso, bem como na realização de pesquisas científicas cada vez mais ampliadas
nos últimos anos (RODRIGUES et al., 2007, p.538).
A realização de atividades intersetoriais e de estímulo à participação, além
da capacitação dos profissionais são aspectos importantes para favorecer a
incorporação de um estilo de vida saudável com mudança de hábitos, da
promoção da saúde e da concepção através do diálogo sobre educação em
saúde nos serviços (GONÇÁLEZ, 2008). Dando, portanto, embasamento para o
aprofundamento quanto à promoção da saúde dos idosos e subsidiando a prática
de enfermagem (VICTOR et al., 2005, p.235).
A utilização de modelos e teorias voltados para a promoção da saúde se
aplicará na condução de problemas e na busca de soluções que possam
37
39
contribuir não só no ato de cuidar, mas também na promoção da saúde e
prevenção de doenças, o que está amplamente discutido, tratado no modelo de
Promoção da Saúde de Nola J. Pender. Esse modelo fornece uma estrutura
simples e clara em que o enfermeiro pode realizar um cuidado à pessoa idosa de
forma individual, ou reunindo as pessoas em grupo, permitindo planejamento,
intervenção e avaliação de suas ações (VICTOR et al., 2005, p.236).
Acredita-se que é no contexto da Estratégia Saúde da Família que o
enfermeiro desempenha um papel importante na condução de cuidados à saúde
do idoso e da comunidade em geral, a partir dos serviços destinados a qualificar,
melhorar suas condições de vida, bem como interagir com os saberes e a
realidade local, estabelecendo, assim, uma abordagem mais humanística e
participativa, e dessa forma fortalecendo alguns dos aspectos primordiais da
Política Nacional da Saúde do Idoso (FIRMINO et al., 2010).
Silvestre e Costa Neto (2003, p. 844) enfatizam a necessidade de o
enfermeiro, principalmente da Estratégia Saúde da Família (ESF), ficar atento às
questões de promoção/educação para saúde e às Políticas Públicas voltadas às
pessoas idosas, bem como identificar os fatores determinantes da qualidade de
vida da pessoa idosa (sociais, políticos, econômicos, ambientais, culturais e
individuais) em seu contexto familiar e social, e compreender a necessidade de
compartilhar a responsabilidade como base para o desenvolvimento de ações que
contribuam para o alcance de uma vida saudável.
Para Polaro et al. (2013, p. 161) é na atenção primária, principalmente na
Estratégia Saúde da Família (ESF), que o enfermeiro, por atuar na comunidade,
junto às famílias, encontra a possibilidade de detectar fatores que podem causar
danos à saúde do idoso e adota em suas práticas ações interativas e proativas,
individuais e coletivas, que favorecem o viver e o envelhecer saudáveis.
A necessidade do preparo para um atendimento de melhor qualidade ao
ser idoso não deve ser particular somente ao enfermeiro ou outro profissional de
nível superior, mas de todos que buscam atingir uma abordagem diferenciada no
cuidado a este grupo específico. Se procura também capacitar o Agente
Comunitário de Saúde (ACS) por ser um importante trabalhador, o principal elo
entre a comunidade e a ESF, integrante da equipe de saúde e não apenas como
um membro da comunidade informante de seus problemas (SILVESTRE; COSTA
NETO, 2003).
38
40
Assim, nesse sentido, a Estratégia Saúde da Família (ESF), ao levantar os
problemas de seu território, através de suas equipes multiprofissionais, pode
traçar e executar ações de vigilância à saúde destinadas à população idosa. Uma
vez que problemas familiares, condições de habitações inadequadas, baixa
escolaridade, desemprego ou baixa renda, pouca ou nenhuma atividade física,
tabagismo, alcoolismo, quedas, pouca procura aos serviços de saúde e maneira
errônea de tomar medicamentos podem representar riscos em potencial que
impliquem no envelhecimento saudável e na capacidade funcional do idoso
(PEREIRA et al., 2010).
O estudo sobre a capacitação dos profissionais da saúde no campo
gerontológico informa que os profissionais de enfermagem não apresentam uma
qualificação nesse campo, porém verifica-se que há certa preocupação quanto à
importância do trabalho voltado às necessidades da pessoa idosa, na medida em
que eles se colocam sobre a questão do que venha a ser o envelhecimento
saudável, considerando os princípios da atenção básica baseados nos princípios
do SUS (ALENCAR et al., 2010).
Ao capacitar a Enfermagem fundamentada na prática Gerontológica é
possível alcançar metas que direcionem a um atendimento integral ao idoso e sua
família, no que diz respeito: à promoção de um viver saudável; compensação de
limites e incapacidades; provisão de apoio e controle no curso do envelhecimento;
tratamento e cuidados específicos; e facilitação do processo do cuidar. No
entanto, mesmo na falta em garantir, por parte de gestores, uma ação integral e
de qualidade na atenção a todos os usuários, na falta de um preparo para o
cuidado do idoso os enfermeiros e a equipe de enfermagem da Estratégia Saúde
da Família trabalham e desempenham as suas atribuições com compromisso
profissional e com o desejo em ver construído um futuro melhor para o idoso e
sua família (POLARO et al., 2013).
39
41
3 MATERIAIS E MÉTODO
3.1 TIPO DO ESTUDO
Propõe-se um estudo epidemiológico, transversal, com abordagem
quantitativa descritiva, uma vez que haverá descrição das variáveis da população
no que tange aos determinantes para um envelhecimento saudável segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS). Sobre o aspecto da abordagem
quantitativa tem-se que:
É aquela que trabalha com variáveis expressas sob a forma de dados numéricos e emprega rígidos recursos e técnicas estatísticas para classificá-las e analisá-las, tais como as porcentagens, a média, o desvio padrão, o coeficiente de correlação entre outros. Em razão de sua maior precisão e confiabilidade, os estudos quantitativos são mais indicados para o planejamento de ações coletivas, pois seus resultados são passíveis de generalização, principalmente quando as amostras pesquisadas representam, com fidelidade, a população de onde foram retiradas (FONTELLES, 2012, p. 56).
Para Fontelles (2012, p.60), o termo “transversal” se refere à classificação
quanto à temporalidade do estudo, neste caso, a produção dos dados é realizada
em um único momento no tempo, sendo também conhecido como estudo
seccional, epidemiológico, de prevalência, enquete ou estudo de levantamento.
Os estudos de corte transversal são também chamados de estudos de
prevalência porque, quando realizados em populações bem definidas, permitem a
aquisição de medidas de prevalência de fatores de risco e a frequência de casos
prevalentes de doenças em uma população (FONTELLES, 2012).
3.2 LOCAL DO ESTUDO
O estudo foi realizado em um território de cobertura da Estratégia Saúde da
Família (ESF) Canal do Pirajá após a autorização e o aceite formal da Secretaria
Municipal de Saúde (SESMA) da cidade de Belém. A ESF Canal do Pirajá,
também chamada Casa Família, foi inaugurada em 2000, após dois anos da
implantação do Programa Saúde da Família no Município de Belém, e atende
uma demanda considerável de pessoas, uma média de 3 a 4 mil por equipe (800
40
42
a 1000 famílias), conforme é preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) sobre as
diretrizes do Programa, primando pela qualidade da atenção.
A ação dos profissionais de saúde que atuam na Estratégia apresenta um
diferencial: a visita domiciliar. Destinada, programada e executada semanalmente
e de acordo com a necessidade de cada caso para o atendimento domiciliar das
prioridades, como os acamados, idosos que têm dificuldades para se locomover
ou sequelados por Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou pelo fato de idade
avançada. Inclui, ainda, hipertensos ou diabéticos sem condições de irem até a
Unidade, gestantes, crianças menores de dois anos, clientes portadores de
tuberculose, para realizar o Tratamento Diretamente Observado (TDO) e
portadores de Hanseníase.
De acordo com o perfil populacional, realizado em 2014, a população
cadastrada e acompanhada nessa área de cobertura possui baixo poder
aquisitivo (10% recebem menos de um salário mínimo), baixa escolaridade (cerca
de 14% da população é analfabeta). Esses dados, depois de computados, são
enviados à Coordenação da Estratégia Saúde da Família para compor o Sistema
de Informação da Atenção Básica (SIAB, 2014).
A Unidade da Estratégia Saúde da Família Canal do Pirajá faz parte do
Distrito Administrativo da Sacramenta (DASAC) e está localizada na fronteira de
dois bairros: Pedreira e Sacramenta, nas proximidades de ruas de fácil acesso,
como: Travessa Maurití e Travessa Angustura, tendo como Unidades de Saúde
mais próximas: Unidade Básica de Saúde da Pedreira, Unidade Municipal de
Saúde da Sacramenta, Unidade Municipal de Saúde do Telégrafo (que é a
unidade de referência da Casa Família para consultas pediátricas, ginecológicas,
odontológicas, com nutricionista, psicólogos, e também para o cadastro na
Central de Leitos), além da ESF Canal do Galo I e II, ESF São Joaquim e Anexo
da Sacramenta (ANEXO A e B).
Essa unidade da Estratégia Saúde da Família conta com quatro equipes.
Cada uma das equipes é composta por um enfermeiro (que coordena, gerencia e
supervisiona sua equipe e a unidade), um médico, um técnico em enfermagem e
oito agentes comunitários de saúde.
A Unidade apresenta a seguinte estrutura física: possui três andares,
dispondo dos seguintes setores: no primeiro andar: Sala de Espera, Triagem,
Setor Administrativo, Farmácia, Sala de Imunização e Teste do Pezinho, Sala de
41
43
Procedimentos (injetáveis, curativos, retirada de ponto cirúrgico, aerossol) e uma
sala destinada ao Laboratório credenciado na Rede de Saúde do SUS para coleta
de material, além de dois banheiros (para o uso dos funcionários e usuários).
No segundo andar podem ser observados quatro consultórios (um para
cada equipe), uma sala de espera, uma sala de reunião e uma sala para os
Agentes do Serviço Geral (ASGs) e três banheiros ( dois para os funcionários e
um para os usuários), e por fim, no terceiro andar, uma copa e uma extensa área
livre.
A cobertura da Estratégia Saúde da Família na cidade de Belém em
relação ao Serviço de Atenção Primária é de apenas 12%, de acordo com
levantamento realizado pela Secretaria de Saúde do Município (SESMA) no início
do ano de 2013.
Na Unidade Saúde da Família Canal do Pirajá não há um protocolo
específico para a população idosa, por não dispor até o momento do Programa de
Atenção à Saúde do Idoso. Mesmo assim estes não deixam de ser atendidos, e
alguns estão inscritos no Programa HIPERDIA.
Não se observa nesta população a especificidade do processo do
envelhecimento, como a avaliação da capacidade funcional, segundo recomenda
a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006), bem como não há recursos
humanos na Unidade que venham recebendo através da educação continuada
informações para atender as pessoas no seu processo do envelhecimento ou
formados na área Gerontológica. “Atualmente os cursos de graduação superior
em saúde como a enfermagem abrangem tema sobre gerontologia e geriatria,
com a finalidade de capacitar e qualificar enfermeiros para atender e cuidar de
idoso” (RODRIGUES et al., 2007, p.538).
Também se oferece à comunidade os seguintes programas: Saúde da
Mulher (PCCU, Planejamento Familiar, DST, Pré-Natal), Saúde da Criança
(Crescimento e Desenvolvimento, Teste do Pezinho, Imunização), HIPERDIA
(Hipertenso e Diabético), Programa de TB pulmonar e Hanseníase.
Justifica-se a escolha dessa Unidade de Saúde, pelo papel que
desempenha na formação dos estudantes de enfermagem, já que é campo de
aulas práticas e estágios, recebendo docentes e discentes da área da saúde e
nestes em particular os do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do
Pará (UEPA), Universidade da Amazônia (UNAMA) e Escola Superior da
42
44
Amazônia (ESAMAZ). De forma crítica e solidária com a profissão, eles estão
contribuindo desde já como agentes de mudança para um envelhecer saudável
junto à equipe e à comunidade, pois ao concluírem sua formação acadêmica
detêm conhecimentos básicos sobre o processo do envelhecimento, e assim
podem compreender e cuidar desta clientela que busca atendimento e
acompanhamento para sua saúde.
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA DO ESTUDO
A população de referência para o estudo foi baseada no total das pessoas
idosas cadastradas em uma equipe da ESF do Pirajá. A intenção de realizar um
estudo com o total de idosos que, por agendamento ou demanda, buscam
atendimento na Unidade deveu-se ao fato de que cada família apresenta
condição peculiar de viver.
Ao realizar o levantamento desse quantitativo constatou-se que 860
famílias eram acompanhadas por uma das equipes, correspondendo a 3070
pessoas, e deste universo 295 eram idosos com idade igual e/ou superior a 60
anos, de ambos os sexos, segundo o Sistema de Informação da Atenção Básica
(SIAB, 2014). Portanto, incluiu-se neste estudo uma amostra significativa de
idosos desse território, considerando as perdas e critério de exclusão.
O critério de inclusão enquadrou idosos com 60 anos ou mais que
compareceram para atendimento no período da coleta de dados, com a
enfermeira ou a médica na unidade. Neste caso se esclarecia sobre a pesquisa.
Se mencionassem que em sua residência também existissem idosos
impossibilitados de locomoção ou por opção não desejassem sair de casa, a visita
seria marcada mediante a sua autorização prévia e verbal.
Em todo caso, se marcava visita domiciliar, como forma de preservar sua
privacidade e seu conforto, porém alguns idosos manifestaram a vontade de
serem entrevistados na própria unidade, dentro do consultório, pelo fator tempo,
uma vez que passavam um período longo fora de casa em suas atividades e a
sua ida até lá era devida à consulta. Ao aceitarem participar da pesquisa o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) era lido e assinado.
Como critério de exclusão, estabeleceu-se: idosos com 60 anos ou mais
impossibilitados de se comunicarem por apresentarem condições psicológicas
43
45
desfavoráveis. Foram consideradas perdas aquelas pessoas que se recusaram a
participar da pesquisa ou faleceram durante a coleta de dados. No TCLE, como
forma de garantir o anonimato dos informantes, um número foi dado de acordo
com a sequência das participações dos entrevistados.
Figura 2 – Esquema da população de referência e seleção amostral do estudo
Fonte: COSTA (2014)
Figura 3 – Distribuição dos idosos, por sexo, inscritos na Estratégia Saúde da Família Canal do
Pirajá no período de 2001 a 2014. Belém/PA, 2014
0
100
200
300
400
500
600
Nú
me
ro d
e Id
os
os
Sexo Masculino 110 110 121 133 133 158 178 165 204 86 95 95 114 114
Sexo Feminino 189 289 220 224 224 222 226 273 288 144 150 150 181 181
Total de Idosos 299 299 341 357 357 380 404 438 492 230 245 245 295 295
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: USF Pirajá(2014)
Amostra estimada no
território de abrangência, n=
295 idosos.
Critério de exclusão: idosos
impossibilitados de se
comunicarem: 7
:oincapacidades
Perdas: idosos que se
recusaram ou morreram: 9
idosos
Amostra final do estudo
279 idosos
Critério de inclusão: idosos
com 60 anos ou mais
Total de pessoas
cadastradas N= 3070= 860
famílias
44
46
Na Figura 3, observa-se a série histórica de 14 anos da Estratégia Saúde
da Família Canal do Pirajá, na representação de uma equipe específica (Equipe
II), segundo o quantitativo de idosos. Em 2009 existiam cerca de 492 idosos,
declinando nos anos posteriores. Isso se deve ao atendimento à solicitação do
Ministério da Saúde de recadastrar as famílias e realizar o redimensionamento
das áreas, ou seja, diminuindo a quantidade de famílias por área.
No levantamento do Perfil Epidemiológico em 2013, detectaram-se 295
idosos, uma vez que no período de um ano 50 indivíduos fizeram aniversário,
tornando-se idosos (SIAB, 2013). No ano de 2014, a população de idosos
continuava a mesma (SIAB, 2014). Após o perfil já ter sido fechado e a coleta de
dados para esta pesquisa ter sido finalizada em março, ocorreram os falecimentos
de dois idosos.
Para um entendimento mais claro da área de abrangência, apresenta-se
um mapa que evidencia as oito microáreas nas quais ocorreu a coleta de dados.
Compreendendo o perímetro entre a Rua Nova e o Canal do Pirajá, a cobertura
da Passagem Marinho, Travessa Barão do Triunfo, Passagem Santa Catarina e
Travessa Angustura. As demais Passagens e Travessas são cobertas por outras
áreas (ANEXO C).
3.4 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
Para coleta dos dados realizou-se inicialmente abordagem aos idosos na
sala de espera da unidade, na ocasião da busca por qualquer atendimento, sendo
indagados, também, sobre a existência de indivíduo idoso em seu domicílio
impossibilitado de locomoção ou não e que recebia profissionais de saúde em
casa. Foram esclarecidos sobre a pesquisa, seus objetivos e, então, convidados a
participarem. No momento da aceitação o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) foi lido e assinado. Somente após esse processo se iniciava a
aplicação do instrumento de pesquisa do tipo formulário contendo perguntas
fechadas.
Na visita domiciliar permitida pelo idoso foi solicitado aos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS), responsáveis pelas microáreas, que
acompanhassem a pesquisadora na área. Os Agentes Comunitários e demais
funcionários da Casa Família, para contribuírem no entendimento da pesquisa,
45
47
foram devidamente esclarecidos quanto ao objetivo do estudo e sua intenção
quanto aos próprios idosos.
O instrumento de coleta de dados (APÊNDICE A) foi construído,
estruturado, elaborado e adaptado para os costumes da nossa região a partir de
um formulário com perguntas fechadas validado por Vicente (2012). E utilizando-
se como base em seus domínios as dimensões propostas pela OMS na
Assembleia Mundial de Madri (2002), que delineou um documento chamado
Plano Internacional de Ação sobre o Envelhecimento (PIAE), apontando os
determinantes do envelhecimento saudável, entre eles, os determinantes
econômicos, sociais, ambiente físico, pessoais, comportamentais, de serviços
sociais e de saúde e os determinantes transversais.
Para Vicente (2012, p. 58) o PIAE tem como propósito servir de guia para
todos os países no desenvolvimento de ações cujo foco seja a população idosa,
uma vez que visa pensar no envelhecimento a partir de todas as fases da vida,
objetivando melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem.
Essa política envolve aspectos multidimensionais que não avaliam apenas a
saúde, mas, de forma integral, abrangem todo o contexto de vida das pessoas.
Antes da aplicação do instrumento da pesquisa foi feita uma pré-testagem
do instrumento em 30 idosos, que não fizeram parte da amostra final (respeitando
a orientação do percentual de 10% do total de idosos cadastrados na área de
abrangência), no intuito de verificar sua factibilidade, tempo de aplicação e
correções necessárias. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro a março
de 2014 pela própria pesquisadora.
3.5 VARIÁVEIS DO ESTUDO
Para este estudo considerou-se como variável independente somente o
sexo, e as dependentes são aquelas relacionadas aos determinantes do
envelhecimento saudável apontadas pela OMS (2005), que envolvem os
seguintes aspectos: socioeconômico, ambiente físico, pessoais, comportamentais,
serviços sociais e de saúde. Enfatizando-se que não existe um parâmetro único
para esse desfecho e sim um conjunto de variáveis que determinam o
envelhecimento saudável. Esses fatores determinantes têm em comum a
46
48
convergência na cultura e no gênero, que são considerados determinantes
transversais do envelhecimento saudável (OPAS, 2005).
Figura 4: Determinantes do Envelhecimento Saudável
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) (2005)
3.6 ANÁLISE DOS DADOS
Para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva com apoio do
software SPSS (Statistical Package for Science Study) versão 20.0. Para as
análises univariadas utilizaram-se a descrição simples em proporções, a média e
o desvio padrão, para as análises bivariadas utilizou-se o teste de Qui-quadrado
de Pearson X², admitindo-se nível α= 0,05 (erro amostral) e o valor de P≤0,05. Os
resultados estão organizados em tabelas.
Gênero
Cultura
47
49
3.7 ASPECTOS ÉTICOS
A pesquisa seguiu as proposições da Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde, que trata das pesquisas com seres humanos, e foi aprovada
pelo Comitê e Ética em Pesquisa da UEPA pelo Parecer de número 497.542.
Essa Resolução refere-se também à garantia dos preceitos da Bioética quanto à
não maleficência, à beneficência, à autonomia e à justiça. Esta pesquisa foi
submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado do
Pará, Campus IV, para a sua apreciação e autorização. Só após, os dados foram
coletados para posterior análise e discussão.
Incluiu-se nesta pesquisa o conteúdo do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), que constou de informações sobre a pesquisa bem como da
garantia do anonimato do pesquisado. A maioria dos participantes assinou o
TCLE e os que não sabiam ler ou escrever tiveram a sua digital registrada, assim
confirmaram sua participação na pesquisa e autorizaram para que os resultados
podessem ser divulgados no trabalho, em eventos científicos, revistas, porém
sempre resguardando sua identificação.
Para a realização deste estudo, foi solicitada à Comissão para Análise de
Projetos de Pesquisa (CAPP), que faz parte do Núcleo de Promoção À Saúde
(NUPS), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município em
questão, autorização para coleta de dados junto às pessoas idosas cadastradas
pela ESF.
Esta pesquisa foi realizada mediante a aplicação de um instrumento
(formulário com perguntas fechadas) pela própria pesquisadora, a partir do
contato direto com os idosos no momento da busca por atendimento na Unidade
da Estratégia Saúde da Família Canal do Pirajá, ou no momento da visita
domiciliar previamente agendada (data e hora) por ele como forma de preservar
seu conforto e sua privacidade. Primando pela possibilidade da melhor
aproximação com os sujeitos.
Foram utilizados os seguintes princípios éticos: autonomia através do
TCLE fornecido ao entrevistado e assinado antes do início da pesquisa, após a
explicação dos objetivos e técnica de coleta dos dados da pesquisa; beneficência,
garantindo o máximo de benefícios e mínimo de danos e riscos, tanto individuais
como coletivos; não maleficência, assegurando aos entrevistados que os danos
48
50
previsíveis, como desconforto ou constrangimento com os questionamentos,
seriam evitados; justiça e equidade, destacando a relevância social das reflexões
advindas com a pesquisa.
3.7.1 Avaliação de Riscos/Benefícios
3.7.1.1 Riscos e benefícios para o sujeito da pesquisa
Esta pesquisa ofereceu riscos considerados mínimos em relação à exposição
dos participantes, pois poderia também haver certo constrangimento ao responder
a um formulário, com perguntas fechadas, sobre seus dados pessoais. Porém,
esses riscos foram contornados com esclarecimentos sobre a pesquisa realizada,
bem como os objetivos e sua finalidade. Nesses registros um código em número
substituiu o nome do participante.
Os dados obtidos serão mantidos de forma confidencial, assegurando-se o
sigilo profissional, e utilizados apenas para fins de divulgação de estudos
científicos e/ou publicações científicas e eventos. Suas informações pessoais não
serão mencionadas. Por isso é que só participou desta pesquisa quem assinou o
TCLE, uma vez que foram garantidos o sigilo de seus dados e a possibilidade de
se retirar da pesquisa em qualquer momento. Os dados serão tratados da
seguinte forma: arquivados por cinco anos e depois incinerados, de acordo com a
Resolução do CNS nº 466/12.
Como benefícios, a partir dos resultados obtidos, o sujeito da pesquisa
poderá ter maior conhecimento sobre o seu próprio processo de envelhecimento
de forma saudável, buscando e enfatizando o que se pode alcançar para um viver
com qualidade. Podendo até, a partir deste conhecimento, ter subsídios para
cobrar das autoridades competentes políticas públicas voltadas para ações da
saúde do idoso.
3.7.1.2 Riscos e benefícios para a pesquisadora
Esta pesquisa ofereceu riscos em relação à pesquisadora, uma vez que
poderia sofrer ação judicial por parte do idoso que se sentisse lesado de alguma
49
51
forma com a pesquisa, embora fosse assegurado o seu anonimato. Para evitar tal
situação os procedimentos foram analisados e revisados para resguardar a
integridade do participante. A pesquisadora precisou reformular algumas
questões, pois observou que não estavam claras para o entrevistado.
Esta pesquisa trouxe benefícios para a pesquisadora, pois, além do
conhecimento e aprendizado, poderá utilizar na comunidade em que atua o que
está determinado para o envelhecer saudável do idoso, contribuindo para a sua
qualidade de vida.
3.7.1.3 Riscos e benefícios para a pesquisa e para a comunidade científica
O risco para a pesquisa encontrou-se na possibilidade de seus dados não
serem fidedignos, mesmo sendo obtidos por questionário, e sua análise ficaria
prejudicada. Portanto, para que fossem evitados os vieses esta pesquisa
comprometeu-se a seguir, com pleno rigor, as exigências feitas para um trabalho
científico.
Esta pesquisa traz benefícios para a comunidade científica, podendo
auxiliar na estratégia de cuidados com qualidade definida para o grupo social em
estudo, agregando mais conhecimentos acerca de suas peculiaridades, podendo
auxiliar indivíduos idosos quanto à sua saúde durante a própria rotina de trabalho,
além de incentivar a mais pesquisas e publicações a respeito da pessoa idosa.
50
52
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Apresentam-se neste capítulo os resultados do estudo demonstrados em
tabelas para melhor compreensão, em que as variáveis são analisadas em grupos
de acordo com os determinantes relacionados ao envelhecimento saudável,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E seguiram a ordem abaixo:
4.1 CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS E SOCIOECONÔMICAS
RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS
4.2 CONDIÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL SEGUNDO OS
DETERMINANTES DO AMBIENTE FÍSICO
4.3 ANÁLISE DOS DETERMINANTES PESSOAIS E CONDIÇÕES
COMPORTAMENTAIS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS
4.4 ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
RELACIONADOS AOS SERVIÇOS SOCIAIS E DA SAÚDE DOS IDOSOS
4.5 ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE RISCO QUE PODERIAM INFLUENCIAR NO
ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
51
53
4.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E ECONÔMICAS
RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS
TABELA 4 – Características dos determinantes transversais relacionados ao envelhecimento
saudável dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)
Variáveis f %
FAIXA ETÁRIA
60-69 anos 153 54,8
70-79 anos 93 33,3
80-89 anos 30 10,8
90-102 anos 3 1,1
Média= 69,7 (DP=±7,109)
SEXO
Feminino 182 65,2
Masculino 97 34,8
RELIGIÃO
Católica 161 57,7
Evangélica 101 36,2
Outra 17 6,1
ESTADO CIVIL
Solteiro/viúvo 142 50,9
Casado/ vive com alguém 137 49,1
PROCEDÊNCIA
Outra localidade 149 53,4
Belém 130 46,6
POSSUI FILHOS
Sim 263 94,3
Não 16 5,7
Na tabela 4, observa-se que, na maioria, os idosos estavam na faixa etária
entre 60 e 69 anos, eram do sexo feminino, solteiros ou viúvos, e tinham filhos.
52
54
TABELA 5 – Características dos determinantes econômicos relacionados ao envelhecimento
saudável dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)
Variáveis f %
OCUPAÇÃO
Não 181 64,9
Sim 98 35,1
RENDA*
Até 1 SM 148 53,0
1 a 3 SM 104 37,3
3 SM ou mais 27 9,7
BENEFÍCIOS SOCIAIS**
Sim 209 74,9
Não 70 25,1
TRABALHO REMUNERADO EM CASA
Não 259 92,8
Sim 20 7,2
*NOTA: A renda foi baseada no SM (salário mínimo) de R$ 678,00 no período da coleta de dados.
**NOTA: Benefícios Sociais: Aposentadoria e Pensão.
Segundo a tabela 5, mais de 60% dos idosos entrevistados não possuíam
ocupação no momento, no entanto, a maioria deles recebia até 1 salário mínimo,
algum tipo de benefício social, e não eram remunerados por trabalho doméstico.
53
55
TABELA 6 – Condições para o envelhecimento saudável segundo os determinantes sociais dos
idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)
Variáveis f %
ESCOLARIDADE + 4 anos 113 40,5
3 e 4 anos 81 29,0
1 e 2 anos 44 15,8
Nunca estudou/assina o nome
41 14,7
VIOLÊNCIA
Não sofreu 234 83,9
Sofreu 45 16,1
DOMICÍLIO*
Mora com a família 267 95,7
Mora sozinho (a) 12 4,3
APOIO SOCIAL**
Não participa 212 76,0
Participa 67 24,0
*Nota: Conforme autorrelatado pelo idoso.
**Nota: Apoio Social: apoio à estima (contribuição para aumentar a autoestima), apoio informativo
(pessoas para oferecer conselhos), acompanhamento social (atividades sociais), apoio
instrumental (toda ajuda do tipo físico).
Pelos dados da tabela 6, observa-se cerca de 29,0% dos idosos tendo
cursado entre 3 e 4 anos de ensino formal, em sua maioria convivendo com a
família e não participando de apoio social.
54
56
4.2 CONDIÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL SEGUNDO OS
DETERMINANTES DO AMBIENTE FÍSICO DOS IDOSOS
TABELA 7 – Condições para o envelhecimento saudável segundo os determinantes do ambiente
físico dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)
Variáveis f %
ÁGUA E SANEAMENTO
Tem acesso 278 99,6
Não tem acesso 1 0,4
DESCARTE DO LIXO
Adequado 279 100,00
Inadequado 0 0,0
CASA ONDE HABITA
Casa Própria 242 86,7
Casa do filho ou terceiro 22 7,9
Casa alugada 15 5,4
CONDIÇÕES DA CASA*
Com fator de risco 220 78,9
Sem fator de risco 59 21,1
HISTÓRIA DE QUEDAS
Sem histórico de queda 139 49,8
Fora de casa 71 25,4
Dentro de casa 58 20,8
Dentro e Fora de casa 11 3,9
*Nota: Fatores de risco para quedas: Iluminação inadequada; pisos irregulares e escorregadios;
presença de degraus; escadas sem apoio; presença de tapetes; ter animais que andem soltos
dentro da casa; banheiro é fora da parte principal da casa.
Segundo os dados demonstrados na tabela 7, observa-se que mais de
70% dos idosos residiam em casas que apresentavam fatores de risco, no
entanto 49,8% não tinham histórico de quedas.
55
57
4.3 ANÁLISE DOS DETERMINANTES PESSOAIS E CONDIÇÕES
COMPORTAMENTAIS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS
TABELA 8 – Determinantes pessoais para o envelhecimento saudável dos idosos que
participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n=279)
Variáveis f %
AGRAVOS À SAÚDE*
Agravos 211 75,6
Nenhum agravo 68 24,4
GRAU DE SATISFAÇÃO
Satisfeito 169 60,6
Muito satisfeito 68 24,4
Nem satisfeito, nem Insatisfeito.
30 10,8
Insatisfeito 12 4,3
ATIVIDADE DE LAZER
Não 141 50,5
Sim 138 49,5
CAPACIDADE FUNCIONAL
Independente e autônomo 277 99,3
Dependente e não autônomo 2 0,7
*NOTA: Agravos à saúde autorrelatados pelos idosos: perda de urina e/ou fezes involuntária, problemas do coração, diabetes, hipertensão arterial, pressão alta, câncer, doença de Parkinson, problemas de memória graves, dor nas articulações, osteoporose, problemas respiratórios, depressão.
Nos dados da tabela 8, mais de 70% dos idosos referiram algum agravo à
saúde, cerca de 50% não tinham atividades de lazer e 99,3% declararam sua
capacidade funcional preservada.
56
58
TABELA 9 – Condições comportamentais para o envelhecimento saudável dos idosos que
participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n=279)
Variáveis f %
TABAGISMO
Não Fumante 191 68,5
Ex-fumante 67 24,0
Fumante 21 7,5
ATIVIDADES FÍSICAS
Não realiza 190 68,1
Realiza 89 31,9
FREQUÊNCIA DE ATIVIDADES FÍSICAS NA SEMANA
Nenhuma vez 190 68,1
3 ou 4 vezes 35 12,5
1 ou 2 vezes 30 10,8
4 vezes ou + 24 8,6
TEMPO DE ATIVIDADES FÍSICAS
Sem atividade física 190 68,1
30 a 60 minutos 65 23,3
< 30 minutos 19 6,8
> 60 minutos 5 1,8
HÁBITO ALIMENTAR*
4 ou mais 257 92,1
De 1 a 3 22 7,9
ALIMENTAÇÃO ESPECIAL
Não 131 47,0
Sim e sigo as recomendações
85 30,5
Sim e não sigo as recomendações
63 22,6
SAÚDE ORAL
Não 143 51,3
Sim 136 48,7
PRÓTESE DENTÁRIA
Não 196 70,3
Sim 83 29,7
CONSULTA ODONTOLÓGICA NO PERÍODO DE 1 ANO
Não foi ao dentista 167 59,9
1 vez 79 28,3
2 vezes ou + 33 11,8
CONSUMO DE BEBIDA ALCÓOLICA
Não consumo 222 79,6
3 ou mais copos 33 11,8
1 ou 2 copos 24 8,6
57
59
TABELA 9. Continuação
UTILIZAÇÃO DE MEDICAÇÃO DIÁRIA
Sozinho/esquece ou toma errado
134 48,0
Não utiliza 64 22,9
Sozinho/Não esquece 42 15,1
Com ajuda 39 14
**QUANTIDADE DE MEDICAMENTOS
Até 3 215 77,1
nenhum 52 18,6
4 ou + 12 4,3
*NOTA: Hábito alimentar: carboidratos diariamente; carboidratos às vezes; vitaminas, fibras, frutas diariamente; Proteína; Leite e seus derivados; Carne branca; Sobremesas, balas, doces, gorduras e outros. **NOTA: Medicamentos: Anti-hipertensivos, Hipoglicemiantes orais e insulinas, Cardiotônicos, Ansiolíticos, benzodiazepínicos e antidepressivos, Analgésicos e anti-inflamatórios, Broncodilatadores, Protetores gástricos, Hormônios para tireoide, Medicamentos para os ossos, Medicamento popular, chás, erva, outros.
Na tabela 9, na maioria os idosos eram sedentários, mais de 50% não
cuidavam da saúde oral e não tinham controle sobre sua medicação.
58
60
4.4 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO
SAUDÁVEL SEGUNDO OS SERVIÇOS SOCIAIS OFERECIDOS E DA SAÚDE
TABELA 10 – Fatores relacionados ao envelhecimento saudável segundo os determinantes dos
serviços sociais e de saúde dos idosos que participaram do estudo, Belém/PA, 2014 (n= 279)
Variáveis f %
PROCUROU A USF NO PERÍODO DE 1 ANO
2 ou + vezes 187 67,0
1 vez 49 17,6
Às vezes 43 15,4
SENTIU DIFICULDADE DE CHEGAR À USF?
Não 252 90,3
Sim 27 9,7
RECEBEU VISITAS DOMICILIARES
Sim 272 97,5
Não 7 2,5
PARTICIPA DE GRUPOS DE CONTROLE DE HIPERDIA
Sim 157 56,3
Não 122 43,7
UTILIZA MEDICAMENTOS DA REDE PÚBLICA?
Não 165 59,1
Sim 114 40,9
VACINAÇÃO CONTRA GRIPE
Sim 228 81,7
Às vezes 31 11,1
Nunca 20 7,2
HOSPITALIZAÇÃO
Sim 175 62,7
Não 104 37,3
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
Sim 160 57,3
Não 119 42,7
59
61
TABELA 10. Continuação
ASSISTÊNCIA DE CUIDADORES INFORMAIS
Não 269 96,4
Sim 10 3,6
PERCEPÇÃO DE SAÚDE
Boa 180 64,5
Ótima 81 29,0
Ruim 17 6,1
Péssima 1 0,4
ACUIDADE VISUAL*
Boa 151 54,1
Ruim 92 33,0
Ótima 30 10,8
Péssima 6 2,2
ACUIDADE AUDITIVA*
Boa 142 50,9
Ótima 113 40,5
Ruim 23 8,2
Péssima 1 0,4
SAÚDE BUCAL*
Boa 193 69,2
Ruim 48 17,2
Ótima 32 11,5
Péssima 6 2,2
*Nota: Conforme a autopercepção.
Na tabela 10 verifica-se que os idosos, na maioria, tinham acesso aos
serviços sociais e da saúde, que recebiam visitas domiciliares, 67,0% deles
procuraram a USF e 64,5% tinham boa percepção de sua saúde.
60
62
4.5 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS SOBRE AS SITUAÇÕES DE RISCO QUE
PODERIAM INFLUENCIAR NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
TABELA 11 – Agrupamento dos fatores de risco observados entre os sete determinantes que poderiam influenciar no envelhecimento saudável dos idosos estudados, por sexo, Belém/PA, 2014 (n=279)
Fatores de risco Masculino Feminino
f % f % Total *p
Baixa renda 46 47,4 102 56,0 148 1,111
Baixa Escolaridade 50 51,5 116 63,7 166 0,082
Apoio Social (não participam) 81 83,5 131 72,0 212 0,032*
Risco de queda (Ambiente Físico) 77 79,4 162 78,0 239 0,923
Histórico de queda 28 28,8 112 61,6 140 0,000*
Agravo à Saúde (1 a 4 ou +) 75 77,3 138 75,8 213 0,368
Sedentarismo 62 63,9 128 70,3 190 0,288
Consulta odontológica (não realiza)
62 63,9 105 57,7 167 0,574
Controle desordenado dos medicamentos (errado/fora do horário/com ajuda)
73 75,0 142 78,0 215 0,003*
Hospitalização 59 60,8 116 63,7 175 0,632
*P valor ≤0,05; Teste Qui-Quadrado de Pearson
Segundo os dados da tabela 11, apresentam-se entre os fatores de risco
para o envelhecimento saudável a baixa escolaridade, sobretudo entre as
mulheres, a presença de agravos à saúde, o sedentarismo, a hospitalização e o
descontrole sobre o uso de medicamentos (p valor ≤0,05), apresentando este
último a associação em relação ao sexo.
61
63
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para Rodrigues et al. (2007) os determinantes para o envelhecimento
saudável dos idosos (transversais, econômicos, sociais, ambiente físico,
pessoais, comportamentais e de serviços sociais e de saúde) fazem parte das
recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste capítulo
apresenta-se a discussão dos dados encontrados no estudo, já descritos no
Capítulo 4. Para isso, buscaram-se estudos já desenvolvidos sobre o tema.
Ressalta-se que a discussão dos dados seguirá a ordem da descrição do
grupo de variáveis nas tabelas, ou seja, a sequência dos determinantes do
envelhecimento saudável propostos para o estudo: Características demográficas
e socioeconômicas (Determinantes Transversais, Econômicos e sociais),
ambiente físico (Determinante Ambiente Físico), determinantes pessoais e
condições comportamentais (Determinantes Pessoal e Comportamental), serviços
sociais e da saúde (Determinante Serviço Social e da Saúde) e as situações de
risco que podem influenciar no envelhecimento saudável.
5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E ECONÔMICAS
RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005) os determinantes
transversais são representados por valores culturais e as tradições, e determinam
como uma sociedade encara as pessoas idosas e o próprio processo de
envelhecimento. A cultura modela nossa forma de envelhecer, influenciando em
todos os outros determinantes do envelhecimento, e também influencia na busca
por comportamentos mais saudáveis. O gênero é considerado em função da
adequação de várias opções políticas e no efeito destas sobre o bem-estar de
homens e mulheres. Apresenta a mulher executando o papel tradicional como
responsável pelos cuidados com a família.
Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde (2005), apoio
social, oportunidades de educação e aprendizagem permanente, paz, proteção
contra a violência e maus-tratos são fatores essenciais que caracterizam o
determinante social e estimulam a saúde, participação e segurança, à medida que
as pessoas envelhecem. A solidão, o isolamento social, o analfabetismo, falta de
62
64
educação, maus-tratos e exposição a situações de conflito aumentam muito os
riscos de deficiências e morte precoce para os idosos. Três aspectos do
determinante econômico têm um efeito particularmente relevante sobre o
envelhecimento saudável: a renda, o trabalho, e a proteção social.
Esses determinantes se enquadram nas características sociodemográficas
e apresentam fatores importantes que podem interferir na qualidade do processo
do envelhecimento. É o que sustentam Fleck et al. (2003) quando apontam idade
avançada, sexo feminino, baixa escolaridade e não ter companheiro como sendo
fatores relacionados a um envelhecimento não saudável. Em contrapartida,
Teixeira e Néri (2008) mencionam que sexo, nível de escolaridade, estado civil e
renda não têm associação com o envelhecimento saudável.
Neste estudo 65,2% dos participantes eram mulheres ao passo que os
homens representavam 34,8%. Esse resultado assemelha-se a estudos já
realizados no Brasil, inclusive na cidade de Belém/Pará (SANTOS, 2011; SOUSA
et al., 2008). Segundo o IBGE (2010) as mulheres vivem, aproximadamente, sete
anos a mais do que os homens.
As faixas etárias compreendem a idade mínima de 60 anos e a máxima de
102 anos. A maioria dos entrevistados estava concentrada na faixa de 60 a 69
anos, sendo a média de idade de 69,7 anos. Resultado semelhante a este é
compartilhado com outros estudos, nos quais a média de idade varia de 60 a 69
anos (FALLER, 2010; COSTA et al., 2006). Também uma proporção pequena
(1,1%) é observada com idade mais longeva, que compreende de 90 a 102 anos.
Segundo Costa et al., (2006) existe na população brasileira uma frequência de
1,8% de idosos com mais de 90 anos, enquanto que no censo do IBGE (2012)
pessoas com idade de mais de 80 anos em Belém apresentam uma frequência de
1,31%.
Para Moura et al. (2010) no Brasil, a população com idade igual ou superior
a 60 anos soma mais de 14,5 milhões de pessoas, representando 8,56% da
população total, e cerca de 25 mil estão acima dos 100 anos ou mais, e desses
90% são mulheres. Atualmente, a quantidade de mulheres é superior à de
homens tanto no total do país, quanto nas áreas urbanas. Segundo o IBGE
(2010), Belém apresenta uma população total de 1.393.399 indivíduos, sendo
desse universo 129.586 pessoas com 60 anos ou mais, onde 47,3% são homens
e 52,7% são mulheres.
63
65
Esse fenômeno é explicado pelo fato de que no Brasil as mulheres vivem
em média 8 anos a mais do que os homens, o que pode ser atribuído a fatores
biológicos, se expondo pouco aos fatores de risco, e pela diferença de atitude em
relação à saúde/doença, em que a mulher se faz mais presente nas unidades de
saúde, o que demonstra maior preocupação com o autocuidado (IBGE, 2010).
Segundo Dendena et al. (2011) a religiosidade é compreendida como um
conjunto de crenças e valores pessoais relativos àquilo que é sobrenatural,
identificando-se sua influência no envelhecimento bem-sucedido de idosos, uma
vez que sua manifestação ocorre por meio da variedade de práticas religiosas,
sendo as mulheres com esta maior diversidade de comportamentos.
Houve predomínio da religião católica na população do estudo. Pesquisas
nacionais apontam o predomínio de idosos na religião católica em 66,15%. A
prática da espiritualidade se explica, pois com o avançar da idade torna-se
suporte emocional, vindo a repercutir nas áreas da saúde física e mental,
contribuindo para o seu bem-estar, para enfrentar as dificuldades, e exerce
grande influência nesta fase da vida (FALLER, 2010). De acordo com Witter
(2006) a religiosidade/espiritualidade ameniza o impacto negativo de
acontecimentos e facilita a aceitação de situações ligadas a perdas que ocorrem
com frequência nesta fase da vida.
Em relação ao estado civil predominaram os solteiros e os viúvos em
relação aos que eram casados ou que viviam com alguém. No estudo de Costa et
al. (2006) os casados apresentam uma proporção de 49,5% e os viúvos, 34,7%.
Segundo Araújo e Bachion (2004) isso ocorre devido à população em geral estar
envolvida por valores morais onde se acredita que o casamento é só um e para a
vida toda. No Censo 2010, verificou-se que a proporção de solteiros, viúvos e
divorciados aumentou e a proporção de casados e de desquitados ou separados
judicialmente diminuiu (IBGE, 2010).
Entre os idosos a falta de ocupação foi relatada por 64,9% dos
entrevistados. Estudo realizado por Sousa et al. (2008) aponta a falta de
ocupação em 40% dos idosos e entre os que tinham ocupação suas atividades
estavam ligadas ao gênero, uma vez que os homens desenvolviam suas
atividades em oficinas, enquanto que as mulheres se ocupavam com os serviços
domésticos de sua casa ou cuidando de crianças, mas sem renda extra.
64
66
A situação econômica do idoso é representada pela aposentadoria, e
significa a busca da realização de objetivos até então impossíveis no passado,
por conta de obrigação de compromissos e responsabilidades profissionais.
Dando lugar à possibilidade de novas atividades que lhe gerem prazer. No
entanto, há idoso que define a sua aposentadoria como sinônimo de inutilidade e
geradora de estresse, principalmente quando acarreta problemas econômicos
(SADOCK; SADOCK, 2007, p. 75).
A maioria dos entrevistados referiu ter baixa renda, ou seja, cerca de um
salário mínimo. Para Costa et al. (2006) há indicativo de 27,4% de idosos com
baixa renda, que é considerada a média nacional daqueles que recebem até um
(1) salário mínimo. Para Tahan e Carvalho (2010) a situação financeira oferece e
garante suporte material para o bem-estar do indivíduo, possibilitando-o que
tenha atividades de lazer, boa alimentação, qualidade de habitação e
independência econômica.
A população idosa é caracterizada por seu baixo poder aquisitivo, sendo a
aposentadoria e pensões suas principais fontes de renda, o que leva alguns
idosos de volta ao mercado de trabalho, aceitando atividades mal remuneradas e
jornada de trabalhos extras para aumentar a sua renda. Também a manutenção
da saúde é vinculada à questão financeira por depender disso para compra de
remédios, ida ao médico, dentre outros (CUPERTINO, 2007).
Informaram não consumir medicamentos da rede pública 59,1%, uma vez
que os mesmos não faziam parte do padrão da unidade ou utilizavam remédios
caseiros para controle da hipertensão e diabetes. A participação dos idosos no
Programa HIPERDIA é necessária para receberem orientações de controle.
Segundo Loyola Filho (2008) o uso de polimedicamentos é mais frequente
entre idosos, principalmente do sexo feminino, devido às doenças crônicas e pelo
fato de se fazerem mais presentes nos serviços de saúde.
Neste estudo considerou-se analfabetos (quem nunca estudou/assina o
nome) cerca de 14,7% do universo da amostra estudada. Para Araújo e Bachion
(2004) lidar com medicação, transporte, informações escritas representa um
desafio para este grupo. Embora se observe avanços na educação ao longo dos
anos, a redução nas proporções de analfabetismo ocorre de forma muito lenta, e
os idosos que possuem escolaridade mais alta ainda são escassos (FALLER et
al., 2010).
65
67
Para Santos e Cianciarullo (2009) idosos analfabetos e em alguns casos os
que vivem sozinhos representam um grupo vulnerável, com risco para adoecer e
morrer, por não terem condições de cuidar da própria saúde, já que isso demanda
ações como: ler uma receita, tomar medicamentos em horários, entre outros.
De acordo com os dados da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais
(2012), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os
índices de analfabetismo vêm caindo no Brasil nos últimos dez anos, mas ainda
são altos na camada da população com mais de 60 anos, que registra 24,8% de
analfabetos, praticamente um quarto do total nessa faixa etária. Segundo ainda o
IBGE (2012), o cenário nacional demonstra que 50,2% dos idosos estudaram
menos de quatro anos.
A situação de baixa escolaridade dos idosos é reflexo de um período
compreendido entre as décadas de 20 a 40, em que as oportunidades de acesso
à educação se davam de forma assimétrica por classe social e sexo, o que
caracteriza a dificuldade em se buscar condições de existência e sobrevivência
nesse grupo (ARAÚJO; BACHION, 2004).
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) de 2012, a escolaridade ligada à força de trabalho brasileira passou de
uma média de 5,7 anos de estudo, em 1992, para uma média aproximada de 8,8
anos, em 2012. Neste estudo 44,8% dos idosos entrevistados referiram até 4
anos de estudo, caracterizando baixa escolaridade.
Para Pinto et al. (2006), idosos com menor escolaridade e menor nível
socioeconômico acabam tendo pouco acesso a interações destinadas à diversão
e ao lazer. Para Santos (2011) os idosos com baixa escolaridade têm uma
condição social desfavorável, que pode influenciar no seu acesso a serviços de
saúde, oportunidades de participação social, compreensão de seu tratamento e
do seu autocuidado, entre outras situações. O que veio a colaborar com este
estudo, pois as variáveis destacadas tiveram semelhante relação.
No que tange ao convívio no domicílio, este estudo apontou que a maioria
dos idosos residia com a sua família, sendo este dado confirmado por Sousa et al.
(2008) quando afirmam em seu estudo que 95% dos idosos residiam com a sua
família. A família representa tanto suporte social quanto uma preocupação de
bem-estar para com os membros da família, colaborando para o seu
66
68
envelhecimento saudável na possibilidade de vislumbrar um bem-estar amplo dos
filhos e parentes.
Ao serem perguntados sobre o apoio social, cerca de 76% dos idosos
responderam que não participavam de atividades sociais. Em contrapartida, o
estudo realizado por Deponti e Acosta (2010) afirma que 70% dos idosos
desenvolviam alguma atividade social como forma de melhorar a sua autoestima
e manter o convívio com outras pessoas. Além disso, enfatiza que visitas
frequentes à família, terem contatos pessoais e participarem em atividades de
grupo são fundamentais, para o envelhecimento saudável.
Para Moraes (2005) os idosos que dedicam um pouco do seu tempo livre à
coletividade, participando voluntariamente de uma vida social, opõem-se ao
isolamento e à solidão. Para Dendena et al. (2011) as atividades sociais, além de
representarem suporte para todos os grupos de interação em que o idoso está
inserido, apareceriam como preventivas do estresse e da depressão, reforçando o
sentimento de valor pessoal.
Estudos indicam que há estreita relação entre uma vida saudável e o
engajamento social do idoso. Há crescimento pessoal na velhice que se
caracteriza nas interações sociais, as quais, por sua vez, proporcionam um
envelhecimento bem-sucedido. O idoso pode se dar à possibilidade de envelhecer
“robustamente”, o que significa considerar um status afetivo, funcional e cognitivo.
Os indivíduos que envelhecem de forma mais robusta relatam ter mais contatos
sociais, melhor saúde e visão (SADOCK; SADOCK 2007, p. 74).
5.2 CONDIÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL SEGUNDO OS
DETERMINANTES DO AMBIENTE FÍSICO
A OMS (2005) refere que os ambientes físicos adequados à idade podem
representar a diferença entre a independência e a dependência para todos os
indivíduos, mas especialmente para aqueles em processo de envelhecimento. Os
perigos no ambiente físico podem causar lesões incapacitantes e dolorosas nos
idosos, e as mais frequentes são decorrentes de quedas, incêndios e acidentes
domésticos.
67
69
Refere também que os idosos que vivem em ambientes inseguros são
menos propensos a saírem sozinhos e, portanto, estão mais susceptíveis ao
isolamento e à depressão, bem como a terem mais problemas de mobilidade e
pior estado físico, o que vem a influenciar a qualidade de vida. A moradia e o
ambiente físico adequados têm influência positiva na qualidade de vida do idoso.
Quando questionados sobre o acesso à água e saneamento básico, os
idosos responderam quase com unanimidade que tinham o conhecimento de que
a água era proveniente da COSANPA, e apenas 0,4% se serviam de água do
poço, e de que o lixo era totalmente coletado pelo serviço municipal. Com relação
à moradia 86,7% dos idosos afirmaram ter casa própria. Segundo Sousa et al.
(2008) isso representa a consolidação de um sonho, sendo sinônimo de
segurança, conquista sucesso e bem-estar (SOUSA et al., 2008).
Cerca de 78,9% dos domicílios dos idosos apresentavam algum fator de
risco para quedas (iluminação inadequada, pisos irregulares e escorregadios,
presença de degraus, escadas sem apoio, presença de tapetes, animais que
andavam soltos dentro da casa, banheiro fora da parte principal da casa), no
entanto, apenas 20,8% deles já haviam sofrido quedas em seu interior.
Outro estudo demonstra resultado contrário, em que a grande maioria dos
idosos, 84,2%, referiu ter sofrido queda dentro de casa ou em seus arredores,
pelo fato de ficarem a maior parte do tempo nesses locais, onde comumente as
quedas aconteciam. Mas 15,8% das quedas ocorreram quando andavam pela
cidade. Na avaliação de 37% dos idosos sua moradia era livre de riscos,
especialmente para quedas (FARIAS; SANTOS, 2012).
No estudo identificou-se uma proporção de idosos que caíram dentro de
casa aumentando com a faixa etária, sendo de 58% para os de até 69 anos,
62,9% para aqueles entre 70 e 79 anos e 84,6% para os que tinham 80 anos ou
mais. As quedas de idosos na comunidade ocorrem no ambiente doméstico,
devido a fatores extrínsecos, ou seja, os que estão relacionados ao ambiente, tais
como iluminação, superfície para deambulação, tapetes soltos, degraus altos ou
estreitos, cujos locais de maior frequência são as escadarias, o quarto, a sala e o
banheiro (ALMEIDA et al., 2008).
Segundo Araújo (2008) as quedas para os idosos não se devem somente
aos fatores de risco extrínsecos do local onde o idoso vive, pode haver
interferência de fatores culturais, religiosos, etários e étnicos. Destacam ainda que
68
70
o domicílio de um idoso deva ser livre de obstáculos que possam provocar
escorregões e/ou tropeções (LOPES et al., 2007).
5.3 ANÁLISE DOS DETERMINANTES PESSOAIS E CONDIÇÕES
COMPORTAMENTAIS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DOS IDOSOS
Segundo a OMS (2005) os determinantes pessoais são avaliados a partir
da biologia e genética e dos fatores psicológicos, apresentando certa influência
sobre o processo de envelhecimento, entretanto, a causa de muitas doenças é
mais ambiental e externa do que genética e interna.
Neste estudo não foi priorizado relatar o predomínio de qualquer agravo,
mas como o agravo pode influenciar no processo do envelhecimento do idoso.
Constatou-se neste estudo uma significativa predominância dos entrevistados em
apresentar algum agravo à saúde como os que foram considerados: perda de
urina e/ou fezes involuntária, problemas do coração, diabetes, pressão alta,
câncer, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, problemas de memória
graves, dor nas articulações, osteoporose, problemas respiratórios e depressão.
À medida que os seres humanos envelhecem, as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNTs) transformam-se nas principais causas de morbidez,
deficiências e mortalidade em todo o mundo, e têm no tabagismo, sedentarismo,
maus hábitos alimentares e obesidade os riscos para o seu desenvolvimento nas
idades mais avançadas. Em nosso país, doenças cardiovasculares representam
um problema para a saúde pública. Atualmente, nas capitais brasileiras, essas
doenças equivalem a 17% dos gastos do SUS, representando 9,5% das
internações, responsáveis por 24% das aposentadorias por invalidez e
responsáveis por 27% dos óbitos de idosos (OMS, 2002).
A influência da genética no desenvolvimento de problemas crônicos pode
variar entre os indivíduos e comportamentos como não fumar, capacidade de
enfrentar problemas e uma rede de amigos e parentes próximos pode modificar
efetivamente a influência da hereditariedade no declínio funcional e no
aparecimento da doença (OMS, 2005).
O bem-estar dos idosos pode ser avaliado por meio do seu grau de
satisfação com a vida. Neste caso, 60,6% dos entrevistados deste estudo se
disseram satisfeitos. De acordo com Maia et al. (2006) essa satisfação é revelada
69
71
mesmo numa sociedade que envelhece rapidamente, onde o idoso não tem,
muitas das vezes, suas necessidades atendidas adequadamente e por isso
aumenta a possibilidade de agravos à sua saúde, bem como incapacidade,
comprometendo a sua qualidade de vida.
Para Joia et al. (2007) a satisfação com a vida é um posicionamento
subjetivo de alguns domínios específicos que precisam em conjunto se fazerem
presentes, como: saúde, trabalho, condição de moradia, relações sociais,
autonomia, entre outros.
No estudo de Deponti e Acosta (2010), em uma amostra de 30 idosos,
cerca de 73,3% afirmaram participar de atividades de lazer. Sobre esse aspecto,
este estudo chama a atenção, uma vez que uma proporção considerável não
participava disso, o que caracteriza um fator de risco para o seu envelhecimento
saudável. Para Fernandes et al. (2011) é por meio do lazer que o idoso pode
sentir-se útil no seu ambiente social, colocando-se contra o isolamento e o
recolhimento. Segundo Moraes (2005) o lazer é recreação, divertimento e
entretenimento, e os idosos, pelo fato de disporem de tempo livre, deveriam se
predispor a essas atividades.
A capacidade funcional dos idosos avaliados neste estudo é caracterizada
pela autonomia e independência, e a grande maioria referiu mantê-la, muito
embora se declarassem sedentários (tabela 6); essa avaliação poderá ser motivo
de discussão pelos profissionais de saúde da ESF, na qual os idosos são
atendidos. Em estudo realizado por Costa et al. (2006) a capacidade para realizar
as atividades da vida diária foi identificada em 57,9% dos idosos como sendo
independentes e 37,9%, dependentes para as Atividades de Vida Diárias (AVDs).
Para Ramos (2003) um idoso com uma ou mais doenças crônicas não
transmissíveis pode ser considerado saudável, se comparado com um idoso com
as mesmas doenças, porém sem o controle dessas. Mantendo sua autonomia e
independência é considerada uma pessoa idosa saudável. Segundo Fernandes et
al. (2011) mudanças estruturais e funcionais, se associadas ao sedentarismo,
colaboram para o declínio da capacidade funcional, vindo a facilitar tanto o
desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas não transmissíveis como
incapacidade física no idoso.
Os determinantes comportamentais caracterizam-se pela adoção de estilos
de vida saudáveis e a participação ativa no cuidado da própria saúde. E o
70
72
envolvimento em atividades físicas adequadas, alimentação saudável, a
abstinência do fumo e do álcool, e fazer uso de medicamentos sabiamente podem
prevenir doenças e o declínio funcional, aumentar a longevidade e a qualidade de
vida do indivíduo (OMS, 2005).
Quanto a esses determinantes comportamentais, constatou-se que apenas
7,5% dos idosos eram fumantes e 20,4% referiram consumir bebidas alcoólicas.
Segundo Farias e Santos (2012) isto pode ser um fator positivo para um
envelhecimento sem muitos agravos, considerando-se os danos biológicos e
clínicos que os maus hábitos de saúde acarretam ao indivíduo.
A atividade física regular era praticada apenas por 31,9% dos idosos
entrevistados. De acordo com Araújo e Bachion (2004) a atividade física busca
benefícios sobre o organismo, apresentando-se essencial para a circulação
sanguínea, linfática, e trocas celulares, além de elevar os níveis de oxigênio e
nutrientes para o corpo. Além disso as atividades físicas apresentam-se como
uma das formas de minimizar as perdas do equilíbrio, alterações na massa
muscular e óssea que o processo fisiológico do envelhecimento traz.
Com relação aos hábitos alimentares, os idosos do estudo relataram
consumir uma diversidade de alimentos habitualmente (carboidratos, legumes,
verduras (vitaminas e fibras), frutas, proteína; leite e seus derivados, carne branca
e vermelha), o que é peculiar da nossa Região Norte, que dispõe de variedade
alimentar, enquanto que 30,5% foram orientados a seguir algum tipo de
alimentação especial. Entretanto, 22,6% deles afirmaram não seguir as restrições
alimentares que lhes foram sugeridas. No geral, entre os hábitos nutricionais que
foram observados, pode-se supor que funcionavam como elementos protetores
da saúde dos idosos.
Um outro aspecto importante diz respeito à saúde bucal. Cerca de 48,7%
dos idosos relataram manter a presença de dentes naturais, enquanto que
apenas 29,7% faziam uso exclusivo de prótese dentária. Porém, uma
discrepância é mencionada por Unfer (2004) a partir de uma população estudada
constituída por idosos funcionalmente independentes e participantes ativos de
grupos de terceira idade, aposentados, predominantemente do sexo feminino e
com idades máxima de 84 anos, em que 87% deles possuíam algum tipo de
prótese dentária.
71
73
Neste estudo, a maioria não tinha o hábito de procurar por assistência
odontológica no último ano, o que pode ser considerado um fator de risco
importante para manutenção de um envelhecimento saudável, no que tange à
prevenção de doenças oriundas da cavidade oral.
Segundo Unfer et al. (2006) isso se deve a um conjunto de situações que
impedem ou não facilitam o acesso e a utilização de serviços de saúde bucal,
uma vez que nem todos os pacientes chegam à terceira idade com condições
financeiras de arcar com os custos do tratamento odontológico, principalmente o
protético. Outros motivos estão agregados a não procurarem o serviço, como
necessidade de deslocamentos e a ajuda de terceiros. Além disso, muitos não
buscavam atendimento nos serviços públicos, pois eram desestimulados pela
demora e pela qualidade dos serviços (NARVAI; ANTUNES, 2003).
O consumo de medicamentos (anti-hipertensivos, hipoglicemiantes orais e
insulinas, cardiotônicos, ansiolíticos, benzodiazepínicos e antidepressivos,
analgésicos e anti-inflamatórios, broncodilatadores, protetores gástricos,
hormônios para tireoide, medicamentos para os ossos, medicamento popular,
chás, erva, outros) fazia parte do cotidiano de 77,1% dos idosos pesquisados.
Quanto à autoadministração dos medicamentos, verificou-se que 15,1%
tomavam seus medicamentos sem ajuda ou supervisão de terceiros e alegaram
não cometer enganos, trocas ou esquecimentos. Contudo, 14,0% tomavam os
seus remédios na medida em que outras pessoas lhes entregassem. Observa-se
uma frequência quanto ao uso de medicamentos entre idosos e possivelmente
isso se deva à tentativa de amenizar situações decorrentes do envelhecimento,
além de tratar as comorbidades, geralmente crônicas, que lhes são comuns, e
atrelada a isso a busca por seu bem-estar (MARTINS, 2009).
Em estudo com 104 idosos realizado por Galato et al. (2010), observou-se
que 20 (19,3%) entrevistados não eram polimedicados (utilizavam até um
medicamento), 54 (51,9%) classificaram-se como com polimedicação menor (uso
de dois a quatro medicamentos) e 30 (28,8%) classificaram-se como com
polimedicação maior (cinco medicamentos ou mais). O número de medicamentos
observado nessa população está de acordo com outro estudo também realizado
no sul do Brasil, que encontrou um número médio de 3,2 medicamentos por idoso
(FLORES, 2005).
72
74
5.4 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DOS DETERMINANTES DOS SERVIÇOS
SOCIAIS E DE SAÚDE DOS IDOSOS
Segundo a OMS (2005), para promover o envelhecimento saudável nos
idosos os serviços sociais e de saúde devem direcionar ações que visem à
promoção da saúde, prevenção de doenças, e acesso equitativo a cuidado
primário, além da assistência de qualidade em longo prazo, uma vez que ocorre
um declínio natural de suas reservas biológicas e a perspectiva em aparecerem
as comorbidades nesta fase da vida aumenta.
Segundo Costa e Ciosak (2010) o idoso precisa de maior agilidade no
sistema de saúde, porque o processo de envelhecimento traz como consequência
um tempo mais reduzido para que o idoso procure os serviços de saúde e se
desloque nos diferentes níveis de atenção. Para o idoso, principalmente os mais
carentes, qualquer dificuldade torna-se um complicador para bloquear ou
interromper a continuidade da assistência à sua saúde.
Referem ainda que as necessidades de saúde na atenção primária têm se
tornado um sistema complexo de assistência que envolve tecnologia apropriada e
deve propor encaminhamentos no sistema de referência e contrarreferência. Para
tanto, os serviços devem estar estruturados para realizar uma apreensão
ampliada das necessidades de saúde da população, principalmente da idosa à
qual atendem, e devem promover assistência globalizada para o seu cuidado.
Ao se considerar os determinantes serviços sociais e de saúde, observou-
se que a procura pela USF no período de 1 ano ocorreu por duas ou mais vezes
com 67,0% dos idosos. A literatura evidencia que os homens procuram menos os
serviços de saúde para ações de prevenção de doenças e promoção da saúde do
que as mulheres. A explicação desse fato parece ter relação com questões de
gênero, pois muitos homens manifestam o medo que têm de descobrir doença
grave ou de expor o corpo, ao passo que as mulheres procuram se cuidar mais
(LIMA; TOCANTINS, 2009).
As hospitalizações, considerando-se a data da coleta de dados, foram
referidas pela maioria dos idosos, assim como a realização de procedimentos
cirúrgicos. Entre os idosos pesquisados, mais da metade referiu participar do
programa HIPERDIA. Vale destacar, ainda, que a maioria procurava por medidas
de prevenção, como a vacinação contra a gripe anualmente, o que nos leva a crer
73
75
na importância do serviço que é direcionado à prevenção e na adesão dos idosos
ao serviço de saúde.
A necessidade de cuidados é esperada entre idosos, principalmente, os
mais idosos, porém, neste estudo, quase na totalidade os idosos referiram não
necessitar de um cuidador, o que pode ser confirmado pela autodeclaração que
eram independentes para as AVDs (tabela 5). Um outro aspecto observado é que
a visita domiciliar aos idosos pode ser um serviço social e da saúde que contribua
na identificação precoce de riscos à saúde dessa população, muito embora não
se proponha estratégias de prevenção específicas como propõe a Política
Nacional de Saúde do Idoso, entre elas a avaliação funcional.
5.5 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS SOBRE AS SITUAÇÕES DE RISCO QUE
PODERIAM INFLUENCIAR NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
O termo “risco” é usado para definir a chance de uma pessoa sadia em
adquirir uma doença ou um agravo à sua saúde, exposta a determinados fatores
ambientais ou hereditários, podendo ocorrer a curto ou longo prazo. Os fatores
associados ao aumento do risco de desenvolver uma doença ou agravo são
chamados fatores de risco. Em contrapartida, há fatores que dão ao organismo a
capacidade de se proteger contra determinada doença ou agravos, chamados
fatores de proteção (DINIZ; TAVARES, 2013).
O processo do envelhecimento e tudo que de certa forma está agregado a
ele vêm despertando muitos interesses em diversas áreas, bem como o interesse
em estabelecer os fatores que, isolados ou em conjunto, melhor expliquem o risco
que um idoso tem de morrer em curto prazo ou de incapacitá-lo severamente,
adiando, assim, um desfecho fatal (RAMOS, 2003).
O envelhecimento, por ser um desafio do mundo atual que afeta países
ricos e pobres, apresenta às pessoas as possibilidades diferentes de riscos para
adoecerem, sofrerem acidentes ou morrerem. A presença de determinados
fatores de risco indica uma probabilidade maior de aparecimento de danos à
saúde. Diante desta realidade, esses fatores podem ser tratados ou modificados
por ações de saúde, alterando eventos mórbidos ou fatais (MAIA et al., 2006).
O processo de envelhecimento caracteriza-se por diminuição da reserva
funcional, que, somada aos anos de exposição a inúmeros fatores de risco, torna
74
76
os idosos mais vulneráveis às doenças. Eles são geralmente portadores de
múltiplas enfermidades crônicas e incapacitantes e, por isso, são importantes
consumidores dos recursos orçamentários destinados à saúde. Portanto, baixa
renda, agravos à saúde, hospitalizações apresentam-se implicados nesse
processo (FARIAS; SANTOS, 2012).
Ainda, segundo Reis et al. (2011), os idosos fazem parte do grupo de
vulnerabilidade, constituindo parte prioritária da saúde pública, pois são os mais
acometidos por doenças, acidentes, violência e suporte familiar vulnerável. Diante
destas condições de fragilidade, consequentemente, se caracterizam como o
grupo que consome mais os serviços de saúde.
Com a aplicação do teste do Qui-Quadrado verificou-se que houve
associação entre o sexo e as variáveis apoio social, histórico de quedas e tomada
de medicamento errado/fora de hora/com ajuda, demonstrando que os idosos
entrevistados apresentavam fatores de risco entre os determinantes que podem
implicar para o seu envelhecimento saudável. Portanto, medidas precisam ser
tomadas ou preparadas para atender ao idoso, principalmente aquele que
necessita de cuidados.
Sobre esse aspecto, observou-se, neste estudo, que a maioria dos
participantes foi de pessoas idosas do sexo feminino e com os maiores índices de
alguns dos riscos. O sexo também é apontado como um fator de risco para morte
entre idosos, sendo os homens mais suscetíveis do que as mulheres. Essa
diferença na mortalidade entre homens e mulheres ocorre por vários fatores que,
isolados ou associados, fazem com que as mulheres vivam mais que os homens,
além de ser característica feminina a procura por serviços de saúde, mais do que
os homens, o que facilita o diagnóstico e o tratamento precoce das doenças que
possam vir a ter (INOUYE et al., 2008).
Dados do censo demográfico (2010) apontam que os idosos brasileiros
recebem uma renda de até um salário mínimo de aposentadoria, o que
compromete o seu poder de compra, a manutenção da sua saúde e sobrevida e
dificulta também a adesão a tratamento que precisa seguir. Na relação entre a
variável renda e sexo, observa-se que a mulher está em desvantagem em relação
ao homem, pois é a que detém baixo rendimento e ainda assim deve contribuir na
renda familiar, além de ocupar-se dos cuidados de sua família.
75
77
A relação entre escolaridade e sexo dos idosos avaliados neste estudo foi
baixa, sobretudo para as mulheres. Segundo Santos (2011) essa condição pode
ser explicada pela menor oportunidade de acesso ao ensino para mulheres no
passado, quando sua principal ocupação era cuidar da família ou do lar,
colocando-as em desvantagem em relação aos homens ao longo do tempo. A
baixa escolaridade e o analfabetismo podem limitar o acesso dos idosos a
informações escritas e comprometem seu nível de entendimento (SILVA;
REZENDE, 2009).
O analfabetismo das mulheres reflete mecanismos de organização social
que bloquearam o acesso de mulheres pobres à escola. Por outro lado, também
revela as práticas culturais que não valorizavam a educação escolar para
mulheres, compreendendo que elas deveriam apenas ser preparadas para serem
boas esposas, mães e donas de casa (INOUYE et al., 2008).
Quanto à variável apoio social por sexo, identificou-se uma participação
maior do sexo feminino, o que pode sugerir que a mulher se possibilita vivenciar
eventos fora do ambiente domiciliar, embora esteja muito mais envolvida com os
afazeres domésticos ou nos cuidados de outros membros da família.
Para Nardi e Oliveira (2008) a família, por estar imbuída de sentimentos
afetivos, assume papel fundamental quanto ao apoio social, uma vez que
possibilita prolongar a sobrevivência de idosos com qualidade e dignidade,
principalmente os acometidos por doença incapacitantes, e oferece auxílio que
resulta em positividade em suas vidas.
A interação social não acontece somente no ambiente familiar: ela colabora
para o exercício da cidadania, para a valorização e a inserção do idoso no meio
social. Portanto, há a necessidade de incentivar os idosos a participarem de
eventos fora do ambiente domiciliar (LEITE et al., 2008).
Segundo Araújo et al. (2006) o apoio social traz benefícios, pois melhora a
saúde e o bem-estar das pessoas, atuando também, em algumas situações,
como um fator de proteção e representando uma ferramenta de autonomia para
os indivíduos idosos, na medida em que estes podem compartilhar atividades na
comunidade.
Sobre os riscos de quedas presentes no ambiente em que habitam os
idosos, observa-se uma relação de associação quanto ao sexo. Vale destacar
aqui que estes idosos moravam em domicílios antigos e que não tinham ainda
76
78
sido pensados para lhes dar mais segurança. A presença de pisos escorregadios
pela aplicação de cera, tapetes soltos em todos os ambientes, degraus e
escadas, localização do banheiro principal fora da casa, entre outros são motivos
para risco de quedas entre os idosos (MARTINS, 2009).
A ocorrência de quedas está sempre associada à instabilidade postural,
que é considerada uma característica do processo de envelhecimento, uma vez
que os idosos sofrem perdas: perda da força, do equilíbrio, do tônus muscular,
ficando propensos a riscos para quedas (FABRÍCIO et al., 2004).
Neste estudo há uma relação significativa do risco de quedas maior entre
as mulheres idosas. Ainda Lopes et al. (2007), colaborando com este
posicionamento, destaca as possíveis causas para maior ocorrência de quedas
em mulheres: a maior fragilidade destas em relação aos homens, por
permanecerem maior tempo dentro de sua residência, assim como apresentam
maior prevalência de doenças crônicas. Acredita-se que os fatores que
desencadeiam estes acidentes podem ser eliminados do ambiente domiciliar
através da adaptação do ambiente e mudanças de hábitos do idoso e da família.
Entre os idosos pesquisados, estes referiram ter algum agravo à saúde.
Segundo Ramos (2003) a população de idosos em geral apresenta uma alta
prevalência de doenças crônicas, principalmente hipertensão arterial, diabetes,
dores articulares e varizes.
O sedentarismo para o idoso representa um fator de risco importante e
que pode estar relacionado à escassez de locais para desenvolver atividade
física, além da falta de estímulo para exercitar (MARTINS, 2009). No Município de
Belém há academias ao ar livre em que todos podem praticar atividades físicas e,
com a intenção de evitar alguma lesão muscular ou comprometimento da sua
saúde, deveriam ficar sob supervisão de professor de educação física.
Além disso, o sedentarismo neste estudo foi um fator mais observado
entre as mulheres. Sendo assim, a recomendação da prática de atividade física
tem se tornado elemento essencial na prevenção das doenças cardiovasculares,
e a prática do exercício físico regular caracteriza um importante indicador de
manutenção da capacidade funcional (SANTOS, 2011).
Entre os fatores de risco observados neste estudo para o envelhecimento
saudável, considerou-se como um dado importante o uso descontrolado de
medicamentos entre os idosos, cerca de 78% das mulheres. Nesse caso, talvez o
77
79
monitoramento da capacidade funcional pelos ACS poderia ser uma estratégia de
minimizar os efeitos adversos causados pelas medicações ingeridas
erroneamente e que talvez possam ter relação com a baixa escolaridade ou por
algum déficit de cognição.
Ainda sobre o uso de medicamento errado/fora do horário, são as mulheres
que mais fazem uso. Sobre esse aspecto, dos idosos que participaram de um
estudo em um município da Grande Florianópolis, apenas 8,2% afirmaram que
sua qualidade de vida não dependia de medicamentos, o que nos faz acreditar
que tanto com a prática muito frequente de uso destes na velhice, quanto com
sua associação ao bem-estar subjetivo, agregado a uma demanda de
medicamentos aumentada, as iatrogenias ficam mais evidentes. (MARTINS,
2009).
As hospitalizações neste estudo apontam que as mulheres, devido a vários
motivos, foram as submetidas à hospitalização. Isso pode ser explicado pela alta
incidência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), sintomas
depressivos, acidentes, quedas que levam a ter prejudicada a sua capacidade
funcional (RAMOS, 2003).
A hospitalização não só afasta o idoso do seu convívio familiar como
também aponta fator de risco para óbito entre eles, por provocar condições de
agravo à saúde, como infecções, isolamento social, iatrogenias, entre outras, que
podem proporcionar perda de independência e autonomia, muitas vezes, levando-
os à morte (LOPES et al., 2007). Para Ponzetto et al. (2003) o prejuízo na
capacidade funcional é um prognóstico mais confiável para mortalidade em idosos
do que os diagnósticos realizados durante a hospitalização.
Segundo Lima e Tocantins (2009) os homens procuram menos os serviços
de saúde para ações de prevenção de doenças e promoção da saúde do que as
mulheres. A explicação desse fato parece ter relação com questões de sexo, pois
existe a alegação de doença e fraqueza associada à mulher, além do medo que
muitos homens têm de descobrir doença grave ou de expor o corpo, se
submetendo a prejuízos desnecessários pela demora em descobrir seus
verdadeiros males.
Em relação à autopercepção de saúde, em uma grande proporção os
idosos deste estudo a classificaram como boa ou ótima (92,8% dos homens e
93,9% das mulheres). Demonstrando-se como fator de proteção. Segundo
78
80
Fernandes et al. (2011) esta avaliação é feita pelo idoso com base em critérios
pessoais, referenciados a valores e expectativas sociais e individuais. Idosos que
avaliam negativamente seu estado de saúde apresentam risco aumentado de
todas as causas de mortalidade, em comparação com aqueles que classificam
sua saúde como boa ou excelente. A escolaridade tem influência na
autopercepção da saúde. No estudo realizado por Alves e Rodrigues (2005), a
escolaridade apresentou-se como um fator de proteção contra uma percepção
ruim de saúde entre os idosos.
Pensar em riscos isolados ou em conjunto é pensar na limitação da
qualidade de vida dos idosos, podendo impactar no envelhecimento saudável. De
acordo com Ramos (2003) a capacidade funcional precisa ser preservada,
mesmo que o idoso venha ser portador de alguma Doença Crônica Não
Transmissível (DCNT).
5.6 DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E AS
ESTRATÉGIAS DE CONTRIBUIÇÃO PARA A ENFERMAGEM OU
PROFISSIONAL DE SAÚDE
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006), regulamentada pelo
Ministério da Saúde (MS) através da Lei nº. 8.842 e do Decreto nº. 1.948/96,
defende sete diretrizes, entre elas a promoção do envelhecimento saudável, que
compreende o desenvolvimento de ações que orientem os idosos e os indivíduos
que envelhecem quanto à importância em manter constantemente suas
habilidades funcionais (BRASIL, 2006).
Nesse sentido observou-se, a partir dos resultados deste estudo, que entre
os determinantes do envelhecimento saudável propostos pela OMS alguns
aspectos chamaram a atenção para se discutir entre os profissionais de saúde da
ESF Canal do Pirajá e que podem implicar no andamento do envelhecimento
saudável. Dessa forma, apresentam-se ações que poderiam ser discutidas entre
os gestores da Estratégia Saúde da Família (ESF) com o intuito de acompanhar e
dar suporte aos idosos da comunidade, a saber: - rastrear idosos e famílias em
situações de risco de todas as formas, ambiental, comportamental, social e da
saúde, entre outras; - incentivar a participação dos idosos em condições em redes
79
81
de apoio social, como trabalho voluntário em centros sociais, igreja, ampliando a
possibilidade de lazer; - realizar trabalho integrativo e em parceria com o Núcleo
de Apoio à Saúde da Família (NASF) para acompanhamento dos idosos, uma vez
que traz uma equipe multiprofissional que desenvolve ações de prevenção e
promoção da saúde; - avaliar sua capacidade funcional; - propor programa de
educação permanente e da saúde em que se discuta os fatores que possam
implicar no envelhecimento dos idosos cadastrados na Unidade.
Sobre esse aspecto, a enfermagem, quando capacitada, tem contribuído
no que diz respeito ao cuidado do processo do envelhecimento, e dos aspectos
que permeiam essa condição, como: capacidade funcional, independência e
autonomia, fragilidade, avaliação cognitiva, engajamento social, qualidade de
vida, promoção da saúde, prevenção de doenças; bem como no processo da
senilidade, que se revela no cuidado da condição crônica de saúde, nas situações
de urgência e emergência e atenção domiciliar (TAHAN; CARVALHO, 2010).
Nesse sentido, Rodrigues et al. (2007) afirmam que, para desempenhar
devidamente suas atribuições, o enfermeiro precisa se capacitar. Entre suas
atividades de capacitação ele deve incluir o cuidado ao idoso. Deve assegurar à
equipe treinamento e conhecimentos sobre as necessidades da pessoa idosa e a
melhor forma de assisti-la, e ainda orientar cuidadores familiares. O treinamento
da equipe para atenção ao idoso deve voltar-se, principalmente, para avaliar e
denunciar abusos e maus-tratos contra ele.
Colaborando com os determinantes analisados, Rodrigues et al. (2007)
chamam a atenção para o que tem sido feito pela enfermagem na área da saúde
em benefício ao idoso, ou seja, tem contribuído na abordagem do cuidado em
aspectos do processo de envelhecimento (capacidade funcional, fragilidade,
avaliação cognitiva, engajamento social, qualidade de vida, promoção de saúde,
prevenção de doenças, entre outros); e da senilidade (condições crônicas de
saúde, situações de urgência e emergência, atenção domiciliar, entre outros).
80
82
6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
A limitação encontrada neste estudo deve-se ao tipo de estudo transversal,
que não permite generalizações dos fatos. Um outro fator limitante é que, para se
estudar envelhecimento saudável, são necessárias uma visão e interação
multidimensional de vários fatores, não possuindo um único desfecho, o que se
torna de difícil mensuração.
81
83
7 CONCLUSÃO
Apesar da multidimensionalidade para se analisar o envelhecimento
saudável, o que torna difícil medi-lo através de um único desfecho, os objetivos
propostos para este estudo foram alcançados. Observou-se, pelos resultados do
estudo, que, entre os idosos que participaram da pesquisa, estes ainda eram
jovens cronologicamente, na sua maioria do sexo feminino e ainda conviviam com
a família.
Esses dados estão em consonância com o perfil dos idosos do Município
de Belém, além disso, esses indicadores talvez expliquem por que se
autodeclararam independentes para as atividades da vida diária e perceberam a
saúde como boa, mas isso, por si só, não garante que eles estivessem no curso
de um envelhecimento saudável, sobretudo as mulheres idosas.
Alguns determinantes analisados, entre eles os pessoais,
comportamentais, ambientais, de participação social, do controle da própria saúde
(medicamentos, sedentarismo), a baixa escolaridade, baixa renda, todos esses
funcionam como fatores de risco para um futuro bem próximo, inclusive de
incapacidade, que poderão expô-las a uma cadeia sucessiva de eventos, como
necessidade de um cuidador, hospitalizações repetidas, maiores custos com
medicamentos para o idoso e família, deixando-as em desvantagem em relação
aos homens idosos.
Nesse sentido, com base nos resultados deste estudo, e pensando-se na
promoção da saúde do idoso como meta para um envelhecimento saudável,
sugere-se que a Coordenação das unidades da Estratégia Saúde da Família
empregue esforços no sentido de capacitar suas equipes através da educação
permanente. Bem como a Coordenação do Programa do Idoso busque
estratégias estabelecidas pela PNSPI nas unidades, como a utilização da
Caderneta da Saúde do Idoso, incentive a avaliação da capacidade funcional em
sua prática diária, estimule a participação social, promova a educação à saúde,
conferindo a eles poder de se autocuidar. Incluindo-se também a manutenção de
ambientes físicos saudáveis livres de barreiras, fortalecendo o engajamento das
famílias na cultura do cuidado ao idoso, facilitando o acesso às informações sobre
a saúde, respeitando-se o nível de entendimento de cada um, e rastreando as
reais necessidades sociais e da saúde dessa população.
82
84
REFERÊNCIA
ALENCAR, Maria do Socorro Silva; LEITE, Ana Lívia Ibiapina; MEMORIA,
Sammia Valeska Ferreira; SOUSA, Josyléia Martins Sales de. Percepções dos
profissionais da saúde da família a respeito da atenção à pessoa idosa em
Teresina-Pi. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. [online]. 2010,
vol.13, n.3, pp. 475-486. ISSN 1809-9823.
ALVES, Luciana Correia; RODRIGUES Roberto Nascimento. Determinantes da
autopercepção de saúde entre idosos do Município de São Paulo, Brasil. Revista
Panamericana Salud Publica/Pan Am J Public Health,17(5/6), 2005.
ALMEIDA, Sionara Tamanini de; SOLDERA, Cristina Loureiro Chaves; CARLI,
Geraldo Attilio de; GOMES, Irênio; RESENDE, Thais de Lima. Análise de fatores
extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Revista da
Associação Médica Brasileira. vol.58 no.4 São Paulo jul./ago. 2012.
ARAÚJO, Lorena Aparecida de Oliveira ; BACHION, Maria Márcia. Programa
Saúde da Família: perfil de idosos assistidos por uma equipe. Revista Brasileira
de Enfermagem (Impact Factor: 0.25). 01/2004; 57(5). DOI:10.1590/S0034-
71672004000500014. Acesso em 18 de junho de 2014.
ARAÚJO, Maria Odete Pereira Hidaldo de; CEOLIM, Maria Filomena. Avaliação
do Grau de Independência de Idosos residentes em Instituições de longa
Permanência. Revista da Escola de Enfermagem. USP, 2007; 4 1(3): 378-85.
ARAÚJO, Silvânia Suely Caribé de; FREIRE, Danielle Bianca de Lima; PADILHA,
Dalva Maria Pereira; BALDISSEROTTO, Julio. Suporte social, promoção de
saúde e saúde bucal na população idosa no Brasil. Comunicação, Saúde,
Educação, v.10, n.19, p.203-16, jan/jun 2006.
83
85
ARAÚJO, Vivian Elizabeth. Na corda bamba da vida: causas das quedas de
idosos, usuários da atenção básica, residentes em uma região do município
de Porto Alegre/RS. [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio
Grande do Sul; 2008.
BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação de
Saúde da Comunidade. Saúde da Família: Uma Estratégia para a reorientação do
modelo Assistencial Brasileiro. Ministério da Saúde, 1997.
_____. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretária de Assistência à Saúde. Informações
em Saúde: Mortalidade, 2002.
_____. Portaria do Gabinete do Ministro de Estado de Saúde de nº2528 de 19 de
outubro de 2006, que aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília,
2006.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Envelhecimento e Saúde da pessoa idosa. Série A. Normas e
Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, n. 19. Brasília-DF, 2007.
_____. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. SUS 20 ANOS. Brasília:
CONASS, 2009.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à saúde. Departamento de
Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde da pessoa idosa e
envelhecimento/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas, Área Técnica Saúde do
Idoso- Brasília, 2010.
_____. Portaria do Gabinete do Ministro de Estado de Saúde de nº2488/2011 que
revoga a portaria nº648/2006 aprova a Política Nacional de Atenção Básica para a
Estratégia Saúde da Família (ESF) e para o Programa de Agentes Comunitários
84
86
de Saúde (PACS) e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de
Gestão do trabalho e da Educação na Saúde. Guia prático do Cuidador. 3ª
edição. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília-DF, 2012, Página 6.
_____. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Conselho Nacional de Saúde. Resolução CNS nº 466 de 12 de Dezembro de
2012. Diretrizes e Normas Reguladoras da Pesquisa Envolvendo Seres
Humanos. Publicada no DOU nº 12 – quinta-feira, 13 de junho de 2013 – Seção 1
– Página 59.
COSTA, Efraim Carlos; NAKATANI, Adélia Yaeko Kyosen ; BACHION, Maria
Márcia. Capacidade de idosos da comunidade para desenvolver Atividades de
Vida Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária. Acta Paulista de
Enfermagem, 2006;19(1):43-35.
COSTA, Maria Fernanda Baeta Neves Alonso da; CIOSAK Suely Itsuko. Atenção
integral na saúde do idoso no Programa Saúde da Família: visão dos profissionais
de saúde. Revista da Escola de Enfermagem, USP, 2010; 44(2):437-44.
www.ee.usp.br/reeusp/. Acesso em 18 de jul. 2014.
CUPERTINO, Ana Paula Fabrino Bretas; ROSA, Fernanda Heringer Moreira;
RIBEIRO, Priscila Cristina Correa. Definição de Envelhecimento Saudável na
Perspectiva de Indivíduos Idosos. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20 (1), 81- 86,
2007.
dab.saude.gov.br/ Atenção Básica. Programa Saúde da Família. SIAB Belém,
2013. Acesso em Nov. de 2013.
dab.saude.gov.br/ Atenção Básica. Programa Saúde da Família. SIAB Belém,
2013. Acesso em Mar. de 2014.
85
87
DEPONTI, Renata Nadalon; ACOSTA, Marco Aurélio de Figueiredo.
Compreensão dos idosos sobre os fatores que influenciam no envelhecimento
saudável. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, Porto Alegre, v.
15, n.1, p. 33-52, 2010.
DENDENA, Aline; DALLAZEN Carine Cella; LYRA Letícia Ribeiro; TOSI Patrícia
C. Silveira. Religiosidade e envelhecimento bem-sucedido. Unoesc & Ciência –
ACHS, Joaçaba, v. 2, n. 2, p. 184-196, jul./dez. 2011.
DINIZ, Marina Aleixo; TAVARES, Darlene Mara dos Santos. Fatores de risco para
doenças cardiovasculares em idosos de um município do interior de Minas Gerais.
Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, vol.22 no.4. Oct./Dec. 2013.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072013000400003. Acesso em 18 de junho
de 2014.
DUNCAN, Bruce B. Medicina Ambulatorial Condutas de Atenção Primária
Baseada em Evidências, 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
FABRÍCIO, Suzele Cristina Coelho; RODRIGUES, Rosalina A Partezani; COSTA
JUNIOR Moacyr Lobo da. Causas e conseqüências de quedas de idosos
atendidos em hospital público. Revista de Saúde Pública 2004;38(1):93-9
www.fsp.usp.br/rsp. Acesso em 17 de jun. 2014.
FALLER, Jossiana Wilke; MELO Willian Augusto de; VERSA, Gelena Lucinéia
Gomes Silva; MARCON, Sonia Silva. Qualidade de vida de idosos cadastrados na
Estratégia Saúde da Família de Foz do Iguaçu-PR. Escola de Enfermagem Anna
Nery (impr.)2010 out-dez; 14 (4):803-810.
FARIAS, Rosimeri Geremias; SANTOS, Silvia Maria Azevedo dos. Influência dos
determinantes do envelhecimento ativo entre idosos mais idosos. Revista Texto
contexto Enfermagem, v. 21 no.1 Florianópolis Jan./Mar. 2012.
FERNANDES, Maria das Graças Melo; SILVA, Antonia Oliveira; LOUREIRO, Lara
de Sá Neves; MEDEIROS, Ana Claúdia Torres. Indicadores e condições
86
88
associadas ao envelhecimento bem-sucedido: Revisão Integrativa da Literatura.
Revista Texto Contexto Enfermagem, vol.22, nº.4 Florianópolis Oct./Dec. 2013
FERREIRA, Olívia Galvão Lucena; MACIEL, Silvana Carneiro; COSTA, Sônia
Maria Gusmão; SILVA, Antônia Oliveira; MOREIRA, Maria Adelaide Silva
Paredes. Envelhecimento ativo e sua relação com a independência funcional.
Revista Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2012 junho-setembro,
21(3): 513-518.
FIRMINO, Renata; PATRÍCIO, Jousianny; RODRIGUES, Laurycélia; CRUZ,
Pedro; VASCONCELOS, Ana Cláudia. Educação Popular e Promoção da Saúde
do Idoso: Reflexões a partir de uma Experiência de Extensão Universitária com
Grupos de Idosos em João Pessoa. Revista de Atenção Primária à Saúde
(APS), Juiz de Fora, V. 13, n.4, p.523 a 530, outubro/dezembro, 2010.
FERNANDES, Maria das Graças Melo; SILVA, Antonia Oliveira; LOUREIRO, Lara
de Sá Neves; MEDEIROS, Ana Claúdia Torres. Indicadores e condições
associadas ao envelhecimento bem-sucedido: revisão integrativa da literatura.
Cogitare Enfermagem, v. 16, n. 3 (2011).
FONTELLES, Mauro José. Bioestatística Aplicada À Pesquisa Experimental:
volume 1. 1ª Edição. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2012.
FLORES LM, Mengue SS. Uso de medicamentos por idosos em região do sul do
Brasil. Revista de Saúde Pública 2005; 39(6):924-92
FLECK, Marcelo; CHACHAMOVICH, Eduardo; TRENTINI, Clarissa. Projeto
WHOQOL-OLD: método e resultados de grupos focais no Brasil. Revista de
Saúde Pública 2003;37(6):793-9. www.fsp.usp.br/rsp. Acesso 18 de junho de
2014.
FREITAS, Maria Célia de; QUEIROZ, Terezinha Almeida; SOUSA, Jacy Aurélia
Vieira de. O Significado da Velhice e da Experiência de Envelhecer para os
Idosos. Revista da Escola de Enfermagem, USP 2010; 44 (2):403-8.
87
89
FREITAS, Elizabete Viana de; PY, Lígia; CANÇADO, Flávio Aluízio Xavier; DOLL,
Johannes; GORZONI, Milton Luiz. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3ª
edição- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
GONÇÁLEZ, Carolina Rocha Aquino. A Promoção da Saúde como caminho para
o Envelhecimento Ativo: O Cuidado ao Hipertenso em um Centro de Saúde
Escola. Dissertação para Título de mestre em Ciências na área de Saúde
Púbica, 2008. Acesso em dezembro 2012.
GARCIA, Expedita Sinhara Sampaio; SAINTRAIN, Maria Vieira de Lima. Perfil
Epidemiológico de uma População Idosa Atendida pelo Programa Saúde da
Família. Revista de Enfermagem, UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jan/mar; 17
(1):18-23.
GALATO, Dayani; SILVA, Eduarda Souza da; TIBURCIO, Letícia de Souza.
Estudo de utilização de medicamentos em idosos residentes em uma cidade do
sul de Santa Catarina (Brasil):um olhar sobre a polimedicação. Ciência & Saúde
Coletiva, 15(6):2899-2905, 2010.
GOULART, Flavio Alberto de Andrade. Saúde da Família: boas práticas e
círculos virtuosos. Uberlândia: EDUFU, 2007.
HORTA, Ana Lúcia de Moraes; FERREIRA, Denise Cristina de Oliveira; Zhao, Li
Men. Envelhecimento, estratégias de enfrentamento do idoso e repercussões na
família. Revista Brasileira de Enfermagem. Vol. 63 nº4 Brasília Jul-Agost. 2010.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Censo 2010. Disponível em:
www. ibge.gov.br/censo. Acesso 16 de Dez. de 2012.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Censo 2010. Disponível em:
www. ibge.gov.br/censo. Acesso 17 de jun. de 2014.
88
90
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: www.
ibge.gov.br/censo. 2012. Acesso 17 de jun. de 2014.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Indicadores sociais [acesso
2012 Jan 10]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/censo2010/indicadores_sociais_municipais/indicadores_sociais_munici
pais_tab_uf_zip.shtm. Acesso 17 de jun. de 2014.
_____. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2011. Population database.
New York 2011. Disponível em: www.world population prospect: the 2010 revision.
In: ONU, population division. Acesso 02 de Nov. de 2012.
_____.Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2012. Disponível em:
http//www.ipea.gov.br/2013. Acesso em 13 de jul. de 2014.
_____. DATASUS, 2011. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br. Acesso em
25 de ago. de 2013.
INOUYE, Keika; PEDRAZZANI, Elisete Silva; PAVARINI, Sofia Cristina.
Implicações da doença de Alzheimer na qualidade de vida do cuidador: um estudo
comparativo. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(5):891-899, mai,
2010.
JOIA, Luciane Cristina; RUIZ, Tânia; DONALISIO, Maria Rita. Condições
associadas ao grau de satisfação com a vida entre a população de idosos.
Revista de Saúde Pública 2007; 41(1): 131-8.
Jornal “O Liberal”. Belém, 10 de jan. de 2013, Caderno Painel, pág. 4
KERBER, Nalú Pereira da Costa; KIRCHHOF, Ana Lúcia Cardoso; CEZAR-VAZ,
Marta Regina. Vínculo e satisfação de usuários idosos com a atenção domiciliária.
Revista Texto Contexto Enfermagem, 2008 Abr-Jun; 17(2):304-12.
89
91
LEITE, Marinês Tambara; BATTISTI Iara Denise Endruweit ; BERLEZI, Evelise
Morais; SCHEUER, Ângela Inês. Idosos residentes no meio urbano e sua rede de
suporte. Revista Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2008 Abr-Jun;
17(2): 250-7.
LIMA, Cristina Alves; TOCANTINS, Florence Romjin. Necessidades de saúde do
idoso: perspectivas para a enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem.
2009; 62(3):367-73.
LOPES, Mislaine C. de Lima; VIOLIN, Mara Rúbia; LAVAGNOLI, Ana Paula;
MARCON, Sônia Silva. Fatores desencadeantes de quedas no domicílio em uma
comunidade de idosos. Cogitare Enfermagem, 2007 Out/Dez; 12(4):472-7.
LOYOLA FILHO, Antônio I de; UCHOA, Elizabeth; Lima-Costa; FIRMO, Josélia O
A; LIMA-COSTA, Maria Fernanda. Influência da renda na associação entre
disfunção cognitiva e polifarmácia: Projeto Bambuí. Revista de Saúde
Pública vol.42 no.1 São Paulo Fev. 2008.
MAIA, Flávia de O. M; DUARTE, Yeda A. O; LEBRÃO, Maria Lúcia; SANTOS, Jair
L.F. Fatores de risco para mortalidade em idosos. Revista de Saúde Pública.
São Paulo, v. 40, n. 6, p. 1049-1056, dez. 2006.
MARTIN, Josiane de Jesus; SCHIE, Jordelina; ERDMAN, Alacoque Lorenzine;
ALBUQUERQUE, Gelson Luiz de. Políticas Públicas de Atenção à Saúde do
idoso: Reflexão a cerca da capacitação dos profissionais da saúde para o cuidado
com o Idoso. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, vol. 10 nº3 Rio de
Janeiro, 2007.
MARTINS, Josiane de Jesus. Avaliação da qualidade de vida dos idosos que
recebem cuidados domiciliares. Revista Acta Paulista de Enfermagem. 2009;
22(3):265-71.
90
92
MENDES, Telma de Almeida Busch. Prevalência de Doenças Crônicas e
utilização dos serviços por idosos residentes no município de São Paulo.
2010. Tese apresentada na Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo para o Título de Doutor em Ciências. Acesso em dezembro de 2012.
MIRANDA, Maria Luiza. Avaliação Psicossocial na velhice. In: V Seminário
Internacional sobre atividade física para a terceira idade. 2002. São Paulo. 2002
MOREIRA, Maria Duarte; CALDAS, Célia Pereira. A importância do cuidador no
contexto da saúde do idoso. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 11,
n. 3, p. 520-525, 2007. [revistaenfermagem.eean.edu.br/default] Acesso em
06/01/2013.
MOURA, Maria Aparecida Vasconcelos; DOMINGOS, Ana Maria; RASSY, Maria
Elizabete de Castro. A qualidade na atenção à saúde da mulher idosa: um relato
de experiência. Escola Anna Nery. 2010 out-dez; 14(4): 848-855.
MORAES, João Feliz Duarte. Lazer e qualidade de vida do idoso. In: Lazer,
realização do ser humano: uma abordagem para além de 60 anos. Porto Alegre:
Dora Luzzatto, 2005.
NARVAI, Paulo Capel; ANTUNES, José Leopoldo Ferreira. Saúde bucal: a
autopercepção da mutilação e das incapacidades. SABE – Saúde, Bem-Estar e
Envelhecimento – o projeto Sabe no município de São Paulo: uma
abordagem inicial. Brasília: OPAS, 2003. p.120-40. Disponível em:
http://socialsciences.scielo.org/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S1414-
3283200600020000700007&lng=pt&pid=S1414-32832006000200007. Acesso em
06 de junho de 2014.
NARDI, Edileuza de Fátima Rosina; OLIVEIRA, Magda Lúcia Felix de.
Conhecendo o apoio social ao cuidador e a família do idoso dependente. Revista
Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, 2008, març. 29 (1): 49-53.
91
93
OHARA, Elisabete Calabuig Chapina; SAITO, Raquel Xavier de Souza. Saúde da
família: considerações teóricas e aplicabilidade. São Paulo: Martinari, 2008.
p.387-398.
Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças crônico-degenerativas e
obesidade: Estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física
e saúde. Brasília: OMS, 2003.
PONZETTO, M; MAERO, B; MAINA P; ROSATO, R; CICCONE, G; MERLETTI, F;
RUBENSTEIN, LZ; FABRIS, Frisk. Factors for early and late mortality in
hospitalized older patients: the continuing importance of functional status. The
Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Science.
2003 Nov;58(11):1049-54.
PEREIRA, Renata Junqueira; COTTA, Rosângela Minardi Mitre; FRANCESCHINI,
Sylvia do Carmo Castro; RIBEIRO, Rita de Cássia Lanes; TINOCO, Adelson Luiz
Araújo; ROSADO, Lina Enriqueta Frandsen Paez de Lima; CAMPOS, Maria
Teresa Fialho de Sousa. Análise do perfil sociossanitário de idosos: a importância
do Programa Saúde da Família. Revista Médica de Minas Gerais, 2010; 20(1):
de 5 a 15.
PINTO, José Leonel Gonçalves; GARCIA, Adriana Carla de Oliveira; BOCCHI,
Silvia Cristina Mangini; CARVALHAES, Maria Antonieta B. L.. Características do
apoio social oferecido a idosos de área rural assistida pelo PSF. Ciência e Saúde
Coletiva. Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 753-764, jul./set. 2006.
POLARO, Sandra Helena Isse; GONCALVES, Lúcia Hisako Takase; ALVAREZ,
Ângela Maria. Construindo o fazer gerontológico pelas enfermeiras das Unidades
de Estratégia Saúde da Família. Revista da Escola de Enfermagem, USP
[online]. 2013, vol.47, n.1, pp. 160-167. ISSN 0080-6234.
POLARO, Sandra Helena Isse. Gerenciando o cuidado de Enfermagem ao
usuário idoso na Estratégia Saúde da Família. 2012. Tese apresentada na
92
94
Universidade de Santa Catarina- Centro de Ciências da Saúde- para o Título de
Doutor em Ciências. Acesso em agosto de 2013.
RAMOS, Luiz Roberto. Fatores Determinantes do Envelhecimento Saudável em
Idosos Residentes em Centro Urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Caderno de
Saúde Pública vol. 19 n º3 Rio de Janeiro. Junho 2003.
REIS, Luciana Araújo dos; TORRES,Gilson de Vasconcelos; XAVIER Thaiza
Teixeira; SILVA, Richardson Augusto Rosendo da; COSTA, Isabelle Katherinne
Fernandes, MENDES Felismina Rosa Parreira. Percepção do suporte familiar em
idosos de baixa renda e fatores associados. Texto Contexto Enfermagem,
Florianópolis, 2011; 20 (Esp): 52-8.
RIBEIRO, Edilza Maria. As várias abordagens da família no cenário do Programa/
Estratégia Saúde da Família. Revista Latino Americana de Enfermagem. Vol.
12; nº4. Ribeirão Preto. 2004: julho-agosto; 658-664.
RODRIGUES, Rosalina Aparecida Partezani; KUSUMOTA, Luciana; MARQUES,
Sueli; FABRÍCIO, Suzele Cristina Coelho; CRUZ, Idiane Rosset; LANGE, Celmira.
Política Nacional de Atenção ao Idoso e a Contribuição da Enfermagem. Revista
Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2007 Jul-Set; 16(3): 536-45.
SADOCK, Benjamin James; SADOCK, Virginia Alcott. Desenvolvimento humano
ao longo do ciclo vital. In: Compêndio de Psiquiatria - Ciência do
Comportamento e Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SANTOS, Silvana Sidney Costa; BARLEM, Edson Luiz Devos; SILVA, Bárbara
Tarouco da; CESTARI, Maria Elizabeth; LUNARDI, Valéria Lech. Promoção da
Saúde da Pessoa Idosa: Compromisso da Enfermagem Gerontogeriátrica.
Revista ACTA Paulista de Enfermagem. 2008; 21 (4). 649-53.
SANTOS, Maria Izabel Penha de Oliveira. Capacidade Funcional de Idosos
Inscritos em Programas de Saúde Pública de Belém/PA: implicações para a
enfermagem. Rio de Janeiro, 2011, 160p. Tese (Doutorado em Enfermagem).
93
95
Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
2011. Disponível em:
<http://teses2.ufrj.br/51/teses/EEAN_D_MariaIzabelPenhaDeOliveiraSantos.pdf>A
cesso em 03 janeiro de 2013.
SANTOS, Gerson de Souza; CIANCIARULLO, Tamara Iwanow. Perfil
sociodemográfico dos idosos de uma área de abrangência do Programa Saúde da
Família do município de Guarulhos – SP. Revista de Saúde Coletiva, 2009; 07
(3):200-206. Disponível em
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABDyYAA/perfil-sociodemografico-dos-
idosos-area-abrangencia-programa-saude. Acesso em 17 de jul. 2014.
SILVA, Taís Estevão; REZENDE, Carlos Henrique Alves. Avaliação transversal da
qualidade de vida de idosos participantes de centros de convivência e
institucionalizados por meio do questionário genérico Whoqol-bref. [acesso em 17
de jun. 2014]. Disponível em:
http://www.propp.ufu.br/revistaeletronica/edicao%202006_1/D/tais_estevao.pdf
SILVESTRE, Jorge Alexandre; COSTA NETO, Milton Menezes da. Abordagem do
idoso em programas de saúde da família. Caderno de Saúde Pública [online].
2003, vol.19, n.3, p.839-847. ISSN0102-311X. Acesso em 15 de novembro de
2012.
SILVA, Aila Cristina dos Santos; SANTOS, Iraci dos. Promoção do autocuidado
de idosos para o envelhecer saudável: aplicação da teoria de Nola Pender.
Revista Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2010 Out-Dez; 19(4): 745-
53.
SOUSA, Graziella Moreira de.; BELUCCI, Mariana Bassoli; GÓRIO, Rozineide
Aparecida Almagro; Soler, Virtude Maria. O processo de envelhecimento na
percepção de um grupo de idosos. CuidArte Enfermagem, 2008 janeiro-junho; 2
(1); 11-22.
94
96
STARFIELD, Bárbara. Atenção Primária e sua relação com a Saúde. In:
Atenção Primária. Equilíbrio entre necessidades de Saúde, Serviços e Tecnologia.
Brasília: UNESCO; MS, 2002, p. 19-694.
TAHAN, Jennifer; CARVALHO, Antônio Carlos Duarte de. Reflexões de Idosos
Participantes de Grupos de Promoção de Saúde acerca do Envelhecimento e da
Qualidade de Vida. Revista Saúde e Sociedade. Vol. 19 nº. 4 São Paulo. 2010.
TEIXEIRA, Ilka Nicéia D'Aquino Oliveira; NERI, Anita Liberalesso. Envelhecimento
bem-sucedido: uma meta no curso da vida. Psicologia USP vol.19 nº.1 São
Paulo Jan./Mar. 2008.
UNFER, Beatriz. Avaliação de saúde bucal em idosos participantes de projetos do
NIEATI-UFSM. Relatório de projeto de extensão. Santa Maria: Curso de
Odontologia, 2004.
UNFER, Beatriz; BRAUN Kátia; SILVA, Caroline Paficidache de; PEREIRA
FILHO, Léo Dias. Autopercepção de perda de dentes em idosos. Interface
Comunicação, Saúde, Educação, v.10, n. 19, p. 217-226, jan/fev 2006.
VICTOR, Janaína Fonseca; LOPES, Marcos Venícios de Oliveira; XIMENES,
Lorena Barbosa. Análise do diagrama do modelo de promoção da saúde de Nola
J. Pender. Revista Acta Paulista de Enfermagem. 2005; 18 (3)2: 235-40.
VICENTE, Fernanda Regina. Validação de conteúdo de um instrumento para
avaliação multidimensional do envelhecimento ativo. 2012. 150 f. Dissertação
(Mestrado em Enfermagem) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
WITTER, Geraldina Porto. Envelhecimento: referências teóricas e pesquisas.
São Paulo: Alínea, 2006.
95
97
World Health Organization; Envelhecimento ativo: uma política de saúde.
Tradução Suzana Gontijo. – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde,
2005. 60p.
www.blog.saude.gov.br.Saúde Brasil, 2012. Acesso em ago. de 2013.
www.ibge.gov.br/.../sinteseindicsociais2010/default.shtm. Acesso em 17 de
junho de 2014.
96
98
APÊNDICE
97
99
Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem Magalhães Barata
Mestrado Associado em Enfermagem UEPA/UFAM
APÊNDICE A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Nº do entrevistado: ________ M.A: ________ Nº Família: ________
DT - DETERMINANTES TRANSVERSAIS
Q01 Idade
De 60 – 69 anos 1( )
De 70 – 79 anos 2( )
De 80 – 89 anos 3( )
De 90 - 102 anos 4( )
Q02 Sexo do Idoso Masculino 1( )
Feminino 2( )
Q03 Religião Católica 1( )
Evangélica 2( )
Outra 3( )
Q04 Estado Civil Solteiro ou viúvo 1( )
Casado ou vive com alguém 2( )
Q05 Procedência Belém 1( )
Outra localidade 2( )
Q06 Possui Filhos Sim 1( )
Não 2( )
DE - DETERMINANTES ECONÔMICOS
Q07 Possui Ocupação ou Profissão Sim 1( )
Não 2( )
Q08 Renda Mensal Até 1 salário mínimo 1( )
Entre 1 e 3 salários mínimos 2( )
Entre 3 ou mais salários 3( )
Não possui renda mensal 4( )
Q09 Benefícios Sociais (Aposentadoria, Pensão)
Sim 1( )
Não 2( )
Q10 Trabalhos não Remunerados em Casa e
Serviços Voluntários
Sim 1( )
Não 2( )
QUESTIONÁRIO SOBRE OS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
98
100
DS - DETERMINANTES SOCIAIS
Q11 Alfabetização e Anos de Estudo Nunca estudou/ Assina o nome 1( )
Escolaridade entre 1 e 2 anos 2( )
Escolaridade entre 3 e 4 anos 3( )
Escolaridade mais de 4 anos 4( )
Q12 Violência
(Violência física, psicológica, verbal, sexual; foi forçado a
realizar alguma atividade que não queria realizar; foi
forçado a deixar seus rendimentos sob a responsabilidade
de terceiros; sente-se abandonado ou excluído pelos
familiares; sente-se abandonado ou excluído pela
sociedade)
Não sofreu nenhum tipo de violência 1( )
Sofreu de 1 a 3 tipos de violência 2( )
Sofreu de 4 ou mais tipos de violência 3( )
Q13 Com quem Convive no Domicílio Mora sozinha (o) 1( )
Mora com a família (cônjuge ou companheiro,
filhos, netos e outros)
2( )
Mora com estranhos ou mora com um
profissional remunerado
3( )
Q14 Apoio Social (Atividade para trabalhar auto-estima
do idoso, apoio informativo (pessoas para oferecer
conselhos), acompanhamento social (atividades
sociais), apoio instrumental (toda a ajuda do tipo
físico).
Participa 1( )
Não Participa. 2( )
AF - AMBIENTE FÍSICO
Q15 Água e Saneamento Básico
Tem acesso à água e saneamento básico - Usa
água da COSANPA e o esgoto é canalizado
1( )
Não Tem acesso à água e saneamento básico -
Usa água de poço
2( )
Q16 Descarte de Lixo
Descarte de lixo Adequado - Coletado pelo Serviço
Municipal
1( )
Descarte de lixo Inadequado – Queimado,
enterrado, Jogado a céu aberto
2( )
Q17 Casa onde Vive Casa própria 1( )
Casa do filho ou terceiro 2( )
Casa alugada pelo idoso 3( )
Q18 Condições da Casa
(Fatores de riscos: Iluminação inadequada, pisos irregulares
e escorregadios, Presença de degraus, escadas sem apoio,
Presença de tapetes, Tem animais que andam soltos dentro
da casa, banheiro é fora da parte principal da casa)
Sem fator de risco para quedas 1( )
De 1 a 2 fatores de risco p/ quedas 2( )
De 3 ou mais fatores de risco p/ quedas 3( )
Q19 História de Quedas
Dentro de casa (quarto, banheiro ou outro cômodo da
casa)
1( )
Fora de casa (quintal, jardim, nos arredores da casa,
na rua ou pelo bairro)
2( )
Dentro e Fora de casa 3( )
Não tenho histórico de queda 4( )
99
101
DP - DETERMINANTES PESSOAIS
Q20 Agravos à saúde conhecidos
(Perda de urina e/ou fezes involuntária, Problemas do
coração, Diabetes, Pressão alta, Câncer, Doença de
Parkinson, Problemas de memória grave, Dor nas
articulações, Osteoporose, Problemas respiratórios,
Depressão, Tratamento psiquiátrico)
Nenhum agravo à saúde 1( )
De 1 a 3 agravos à saúde 2( )
De 4 ou mais agravos à saúde 3( )
Q21 Grau de satisfação de vida
Muito satisfeito 1( )
Satisfeito 2( )
Nem satisfeito, nem insatisfeito 3( )
Insatisfeito 4( )
Q22 Para se divertir ou passar o tempo tem
atividades de lazer?
Sim 1( )
Não 2( )
Q23 Com relação a sua capacidade funcional Independente e autônomo - Consegue comer,
andar, tomar banho, usar o sanitário vestir sua roupa
sem ajuda e Consegue escolher que roupa usar,
decidir o que quer comer, para onde quer ir
1( )
Dependente e não-autônomo - Depende da ajuda
de alguém para comer, andar, tomar banho, usar o
sanitário e vestir sua roupa e Alguém escolhe ou
decide sobre sua roupa, sua comida, seu destino.
2( )
DC - DETERMINANTES COMPORTAMENTAIS
Q24 Tabagismo Fumante 1( )
Não Fumante 2( )
P Parou de fumar há alguns anos 3( )
Q25 Atividades físicas
(Caminhada, Ginástica, Hidroginástica)
Faz 1 Atividade Física 1( )
Faz 2 ou mais Atividades Físicas 2( )
Não realiza atividades físicas 3( )
Q26 Freqüência da realização de atividades físicas 1 ou 2 vezes na semana 1( )
3 ou 4 vezes na semana 2( )
Mais de 4 vezes na semana 3( )
Nenhuma vez na semana 4( )
Q27 Tempo de atividades físicas Menos de 30 minutos 1( )
De 30 a 60 minutos 2( )
Mais de 60 minutos 3( )
Não faço atividades físicas 4( )
Q28 Alimentação
1 - Pães, bolos, bolachas, massas, farinhas (mandioca,
tapioca)-(carboidratos) diariamente
2 - Pães, bolos, bolachas, massas, farinhas (mandioca,
tapioca)-(carboidratos) às vezes
3 - Legumes, verduras (vitaminas e fibras), frutas, açaí
diariamente.
4 - Legumes, verduras (vitaminas e fibras), frutas, açaí às
vezes
5 - Proteína (Ovos, carne); 6 - Leite e seus derivados
7 - Carne branca (Peixe, frango); 8 - Sobremesas, balas,
doces e outros (gorduras)
De 1 a 3 hábitos alimentares 1 ( )
De 4 ou mais hábitos alimentares 2 ( )
100
102
Q29
Quanto a Dieta, o (a) Sr.(a) foi orientado para
uma alimentação especial?
Sim e Sigo as recomendações
1( )
Sim e não sigo as recomendações 2( )
Sim, mas reconhece que consumo alimentos
que podem fazer mal para sua saúde
3( )
Não faço nenhuma alimentação especial 4( )
Q30 Saúde oral. Tem dentes naturais.
Sim 1( )
Não 2( )
Q31 Tem Prótese dentária Sim 1( )
Não 2( )
Q32 Consulta odontológica Não foi ao dentista no último ano 1( )
Foi 1 vez ao dentista no último ano 2( )
Foi 2 vezes ou mais ao dentista no último ano 3( )
Q33 Consumo de bebida alcoólica 1 ou 2 copos 1( )
3 ou 4 copos 2( )
5 ou mais copos 3( )
Não consumo bebida alcoólica 4( )
Q34 Modo de utilização da medicação diária Toma seu remédio sozinho, sem esquecimentos
ou trocas (Faz uma lista dos remédios e
horários que deve tomar, marcando
diariamente)
1( )
Toma seu remédio sozinho, mas às vezes
esquece, ou toma errado
2( )
Toma os remédios conforme os outros entregam
para você tomar
3( )
Não utiliza medicamentos diariamente 4( )
Q35 Medicamentos
(Anti-hipertensivos, Hipoglicemiantes orais e insulinas,
Cardiotônicos, Ansiolíticos, benzodiazepínicos e
antidepressivos, Analgésicos e antiinflamatórios,
Broncodilatadores, Protetores gástricos, Hormônios para
tireóide, Medicamentos para os ossos, Medicamento
popular, chás, erva, outros)
Não toma nenhum medicamento 1( )
Toma até 3 medicamentos 2( )
Toma de 4 ou mais medicamentos 3( )
SSS - SERVIÇOS SOCIAIS E DE SAÚDE
Q36 O (A) Sr. (a) procurou a Unidade de Saúde no
ano passado?
1 vez no ano 1( )
2 ou mais vezes 2( )
Somente quando não me sentia bem 3( )
Q37 O (A) Sr. (a) sentiu alguma dificuldades para
chegar até a unidade de saúde?
Sim 1( )
Não 2( )
Q38 Recebeu Visitas domiciliares de um profissional
de saúde
Sim 1( )
Não 2( )
Q39 Participa de grupos de controle HAS e DM
(HIPERDIA).
Sim 1( )
Não 2( )
Q40 Utiliza medicamentos para HAS e DM da rede
pública
(Casa Família, Farmácia Popular). (Caso não se aplique
pular para a próxima pergunta)
Sim e vou buscar pessoalmente 1( )
Sim e alguém vai buscar para mim 2( )
Não utilizo medicações da unidade 3( )
101
103
Q41 Vacinação contra gripe
Toma todos os anos 1( )
Já tomou alguma vez e não quer tomar mais 2( )
Nunca tomou 3( )
Q42 Hospitalização
Sim 1( )
Não 2( )
Q43 Procedimentos cirúrgicos
Sim 1( )
Não 2( )
Q44 Assistência de cuidadores informais
(pastoral do idoso, da saúde, voluntários)
Sim 1( )
Não 2( )
Q45 Percepção de saúde.
Ótima 1( )
Boa 2( )
Ruim 3( )
Péssima 4( )
Q46 Percepção da Acuidade Visual. Ótima 1( )
Boa 2( )
Ruim 3( )
Péssima 4( )
Q47 Percepção da Acuidade Auditiva. Ótima 1( )
Boa 2( )
Ruim 3( )
Péssima 4( )
Q48 Percepção da saúde bucal
Ótima 1( )
Boa 2( )
Ruim 3( )
Péssima 4( )
102
104
Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem Magalhães Barata
Mestrado Associado de Enfermagem UEPA/UFAM
APÊNDICE B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA: ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
O Sr (a) está sendo convidado para participar da pesquisa que tem por título “ANÁLISE DOS DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL EM IDOSOS CADASTRADOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA” cujo objetivo principal é analisar se o seu envelhecimento é saudável de acordo com o que é estabelecido pela Organização Mundial da Saúde. Enfatizamos que não será revelada nenhuma informação fornecida pelo senhor (a), sendo que essas informações serão utilizadas somente para esta pesquisa. A qualquer momento o Sr (a) poderá se retirar da pesquisa, assim, então, toda e qualquer informação fornecida por você será devolvida, sem lhe causar prejuízos. Não há despesas pessoais para você em qualquer fase do estudo. Esta pesquisa será realizada com recursos próprios da pesquisadora. Não haverá nenhum pagamento por sua participação. Os riscos que podem ocorrer durante a pesquisa envolvendo sua pessoa serão mínimos, como dar informações pessoais, mas lembramos que o sigilo será preservado, as informações prestadas pelo Sr (a) serão feitas na sala de espera da unidade ou se preferir em seu domicílio de modo a preservar sua identidade, seu conforto e sua privacidade. Caso não saiba responder alguma pergunta ou lhe provoque constrangimento em responder, você terá liberdade para se recusar. Essa pesquisa trará benefícios para a comunidade científica, uma vez que poderá auxiliar no plano de cuidados com qualidade definidas para o grupo social em estudo, teremos mais conhecimentos a cerca das características deste grupo social e a partir disso poderemos auxiliar indivíduos idosos quanto a sua saúde durante a própria rotina de trabalho, além de incentivar a mais pesquisas e publicações a respeito da pessoa idosa. Se tiver dúvidas da pesquisa e desejar esclarecê-las poderá fazer contato com a orientadora responsável da pesquisa Drª. Maria Izabel Penha de Oliveira Santos COREN- PA nº 17230 ou o CEP (Comitê de Ética em Pesquisa) da Universidade do Estado do Pará, End.: Av. José Bonifácio, 1289 CEP: 66063-010 Fone: (91) 32111600. A pesquisadora responsável pela pesquisa é a Mestranda Paula Valéria Dias Pena Costa e seu contato é (91) 88395015.
Declaro que li as informações sobre a pesquisa ou que me foram explicadas e que me sinto esclarecido (a) sobre o conteúdo da mesma. Digo, ainda que, por livre vontade, aceito participar cooperando com a coleta de informações para a pesquisa, por meio de formulário, ficando evidente para mim os propósitos desta pesquisa, os procedimentos que serão realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimento permanente. Ficou claro também que minha participação não terá despesas e nem receberei nenhuma remuneração ou recompensa, podendo retirar meu consentimento a qualquer momento sem penalidades ou prejuízos. Como concordo assinarei ou apenas marcarei com minha digital a página deste termo em duas cópias e uma ficará em minha posse. Cabe também a pesquisadora assinar e rubricar a página deste termo.
Belém, de de 2013.
_______________________________________________ Idoso entrevistado/M.A:____; Nº F:_____ ________________________________________________ Pesquisadora: Paula Valéria Dias Pena Costa (91) 8839-5015
103
105
Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Enfermagem Magalhães Barata
Mestrado Associado de Enfermagem UEPA/UFAM
APÊNDICE C – QUADROS DOS ARTIGOS DA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Quadro 1: Resumo dos artigos analisados
Indicadores Especificação Qt artigos %
Modalidade da Pesquisa
Pesquisa de Campo (estudo descritivo-exploratório)
Revisão de Literatura
Relato de Experiência
22
01
01
92%
4%
4%
Tipo de
Publicação
Revista de outra área da Saúde
Revista de Enfermagem
17
07
71%
29%
Abordagem
Qualitativa
Quantitativa
14
10
58%
42%
Local do estudo
Comunidade
ESF
Grupo vinculado à Universidade
Ambulatório de atenção ao idoso
16
04
03 01
67%
17%
12%
4%
Técnica de coleta de dados
Entrevista Grupos
Observação Formulário
18 03 02 01
76% 12% 8% 4%
Técnica de Análise de
dados
Análise de conteúdo
Análise estatística descritiva (Software spss)
14
10
58%
42%
Nível de evidência
Nível 4 Nível 6 Nível 5
20 3 1
84% 12% 4%
Nota: Quadro construído pelas autoras
104
106
Quadro 2: Características físicas dos artigos
Nº do artigo
Bases de
dados
Título do artigo Autores Local da pesquisa
Ano de publica
ção
Revista/ Periódico
A1
LILACS
Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo
Luiz Roberto Ramos
São Paulo
2003
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(3):793-798, mai-jun
A2
LILACS
Envelhecimento Ativo e Promoção da Saúde: Reflexo para as Ações Educativas com idosos
Mônica de Assis
Rio de Janeiro
2005
Revista APS, v.8, n.1, p. 15-24, jan./jun. 2005
A3
LILACS
Capacidade de idosos da comunidade para desenvolver Atividades de Vida Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária
Efraim Carlos Costa, Adélia Yaeko Kyosen Nakatani, Maria Márcia Bachion
Goiás
2006
Acta Paul Enferm 2006;19(1):43-35.
A4
LILACS
O viver saudável e o viver não saudável: O significado para mulheres maduras e ativas.
Magda Duarte dos Anjos Scherer, Selma Regina de Andrade, Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello, Albertina Bonetti
Rio de Janeiro
2007
Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, 15 (1): 131 - 146, 2007
A5
LILACS
Envelhecimento, amor e sexualidade: utopia ou realidade?
Thiago de
Almeida, Maria
Luiza Lourenço
Rio de Janeiro
2007
Rev. Bras. Geriatr.
Gerontol. v.10 n.1
A6
LILACS
Definição de envelhecimento saudável na perspectiva de Indivíduos Idosos
Ana Paula Fabrino Bretas Cupertino; Fernanda Heringer Moreira Rosa; Priscila Cristina Correa Ribeiro
São Paulo
2007
Psicologia: Reflexão e Crítica, 20 (1), 81- 86.
A7
LILACS
Em busca de um viver saudável: relato de experiência com um Grupo de idosos cadastrados na estratégia saúde da família de Pacatuba – CE
Patrícia Maria Tavares Cavalcante; Maria Célia de Freitas
Fortaleza
2007
Rev. RENE. Fortaleza, v. 8, n. 1, p. 92-99, jan./abr.2007
A8
BDENF
O Processo de envelhecimento na percepção de um grupo de idosos
Graziella Moreira de Sousa, Mariana Bassoli Belucci Rozineide Aparecida Almagro Gório, Virtude Maria Soler
São Paulo
2008
2008 janeiro-junho; 2(1):11-CuidarteEnfermagem
105
107
A9
IBECS
Evaluación del proyecto estatal de intervencio´n para la mejora de la calidad de vida y la reducción de complicaciones asociadas al envejecimiento: Agrega salud a tus anos.
Gustavo Horacio Marı´n, Cecilia Homar, Germa´n Niedfeld, Graciela Matcovick, Mario Mamondea
Espanha
2009
Ver. Gac. Sanit; 23(4): 272-277, jul-ago.
A10
LILACS
Do diagnóstico à ação: grupo de estudos Da terceira idade: alternativa para a Promoção do envelhecimento ativo.
Giovana Zarpellon Mazo; Adilson Sant’ana Cardoso; Roges Ghidini Dias; Giovane Pereira Balbé; Janeisa Franck Virtuoso
Santa Catarina
2009
Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde • Volume 14, Número 1,
A11
LILACS
Perfil epidemiológico de uma população idosa Atendida pelo programa saúde da família.
Expedita Sinhara Sampaio Garcia; Maria Vieira de Lima Saintrain
Rio de Janeiro
2009
Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, jan/mar; 17(1):18-23.
A12
LILACS
Grupos de conversa: saúde da pessoa Idosa na estratégia saúde da família
Denise Stefanoni Combinato; Marcelo Dalla Vecchia; Ellen Gonçalves Lopes; Rosimeire Aparecida Manoel; Helena Duarte Marino; Ana Carla Salesse de Oliveira; Katiuska Fabiana da Silva
São Paulo
2010
Psicologia & Sociedade; 22 (3): 558-568
A13
LILACS
Identificación y caracterización del adulto mayor saludable
Marcela Carrasco, Gabriel Martínez, Arnaldo Foradori, Trinidad Hoyl, Eduardo Valenzuela, Teresa Guiroga, Homero Gac, Sofia Ihlea, Pedro Paulo Marin
Chile
2010
Rev Med Chile; 138: 1077-1083
A14
LILACS
Reflexões de idosos participantes de grupos de promoção de saúde acerca do envelhecimento e da qualidade de vida
Jennifer Tahan; Antonio Carlos Duarte de Carvalho
São Paulo
2010
Saúde Soc. São Paulo, v.19, n.4, p.878-888
A15
LILACS
Compreensão dos idosos sobre Os fatores que influenciam no envelhecimento saudável
Renata Nadalon Deponti; Marco Aurélio Figueiredo A Costa
Porto Alegre
2010
Estud. interdiscipl. envelhec., v. 15, n. 1, p. 33-52
A16
LILACS
Significados atribuídos ao envelhecimento: idoso, velho e idoso ativo.
Olívia Galvão Lucena Ferreira; Silvana Carneiro Maciel; Antonia
João Pessoa
2010
Psico-USF, v. 15, n. 3, p. 357-364, set./dez. 2010
106
108
Oliveira Silva; Roseane Christina da Nova Sá; Maria Adelaide Silva P. Moreira
A17
LILACS
Qualidade de vida de idosos cadastrados na estratégia Saúde da família de foz do Iguaçu-pr
Jossiana Wilke Faller; Willian Augusto de Melo; Gelena Lucinéia Gomes Silva Versa; Sonia Silva Marcon
Rio de Janeiro
2010
Esc. Anna Nery Rev. Enferm; 14(4): 803-810, out.-dez
A18
LILACS
Promoção do autocuidado de idosos para o envelhecer saudável: Aplicação da Teoria de Nola Pender
Aila Cristina dos Santos Silva, Iraci dos Santos
Rio de Janeiro
2010
Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Out-Dez; 19(4): 745-53.
A19
LILACS
Envelhecimento bem-sucedido e vulnerabilidade em saúde: aproximações e perspectivas
Henrique Salmazo da Silva, Ângela Maria Machado de Lima, Ricardo Galhardoni
São Paulo
2010
Comunicação Saúde Educação v.14, n.35, p.867-77, out./dez
A20
LILACS
O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos
Maria Célia de Freitas, Terezinha Almeida Queiroz, Jacy Aurélia Vieira de Sousa
São Paulo
2010
Rev Esc Enferm USP 2010; 44(2):407-12
A21
LILACS
Impact of a program to promote health and quality of life of elderly
Silvia Affini Borsoi Tamai, Sergio Márcio Pacheco Paschoal, Julio Litvoc, Adriana Nunes Machado, Pedro Kallas Curiati, Luis Felipe Prada, Wilson Jacob-Filho
São Paulo
2011
Einstein; 9(1 Pt 1):8-13
A22
LILACS
Evidências da contribuição dos programas de assistência ao idoso na promoção do envelhecimento saudável no Brasil
Larissa Fortunato Araújo, Carolina Gomes Coelho, Érica Toledo de Mendonça,Aline Vasconcellos Martins Vaz, Rodrigo Siqueira-Batista e Rosângela Minardi Mitre Cotta
Minas Gerais
2011
Rev Panam Salud Publica 30(1)
A23
LILACS
Reflexões de idosos participantes de grupos de promoção de saúde acerca do envelhecimento e da qualidade de vida
Jennifer Tahan; Antonio Carlos Duarte de Carvalho
São Paulo
2010
Saúde Soc. São Paulo, v.19, n.4, p.878-888
107
109
A24
LILACS
O envelhecimento na perspectiva de homens idosos
Lilian Maria Borges Gonzalez Eliane Maria Fleury Seidl
Brasília-DF
2011
Paidéia set.-dez., Vol. 21, No. 50, 345-352
Nota: Quadro construído pelas autoras
Quadro 3: Objetivos dos artigos e seus resultados que trazem a contribuição sobre os determinantes do envelhecimento saudável
Título do artigo/ Ano Publicado Objetivos Resultados
Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso. (A1), 2003.
Identificar quais os fatores que determinam um envelhecimento saudável, com boa capacidade funcional, e quais os fatores que aumentam o risco de morte e incapacidade.
A manutenção da capacidade funcional nos idosos é, em essência, é uma forma de mantê-los na comunidade, pelo maior tempo possível, gozando ao máximo sua independência.
Envelhecimento ativo e promoção da saúde: reflexo para as ações educativas com idosos. (A2), 2005.
Oferecer uma contribuição acerca do sentido ético-político das ações educativas com idosos, cada vez mais oportunas no cenário nacional, especialmente no nível da atenção primária à saúde.
As ações educativas em saúde não determinam diretamente a interferência nos determinantes sociais do envelhecimento ativo, produzindo ambientes e políticas públicas favoráveis à saúde, mas podem oferecer contribuição significativa ao expressarem vivamente o compromisso social do sistema de cuidados e partilharem com os idosos os desafios nesta direção.
Capacidade de idosos da comunidade para desenvolver Atividades de Vida Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária. (A3), 2006.
Identificar algumas características sociais e demográficas de idosos de uma comunidade em Goiânia (GO); avaliar a capacidade dos mesmos para as atividades de vida diária (AVD) e atividades instrumentais de vida (AIVD).
Os participantes apresentaram, predominantemente, independência para as atividades no domicílio e dependência para as atividades fora dele.
O Viver Saudável e o viver não saudável: O significado para mulheres maduras e ativas. (A4), 2007.
Compreender o processo de viver saudável num grupo de doze mulheres que incorporam em sua vida a atividade física, com a realização de ginástica coletiva.
O processo de viver do grupo estudado é marcado pela busca de equilíbrio entre alguns elementos de suas vidas. Envelhecer com maturidade e com saúde, incluindo a realização de atividade física e os cuidados com a alimentação, surgiu como aspecto relevante no viver dessas mulheres
Envelhecimento, amor e sexualidade: utopia ou realidade? (A5), 2007.
Realizar uma análise criteriosa de algumas publicações que estudam o envelhecimento, o amor e a sexualidade, para oferecer ao leitor um panorama desses temas tão importantes, que, por vezes, representam lacunas teóricas e vivenciais em si mesmos.
Concluiu-se que há amor suficiente para todos, à medida que começamos a manifestá-lo em pensamentos, comportamentos e em sentimentos, e o mesmo se aplica para a sexualidade. O amor e a vivência da sexualidade podem significar muitas coisas boas para pessoas de mais idade.
Definição de Envelhecimento Saudável na Perspectiva de Indivíduos Idosos. (A6), 2007
Examinar a definição de envelhecimento saudável em uma amostra de idosos da comunidade buscando identificar as multidimensões percebidas pelos mesmos
Este estudo confirmou os pressupostos de heterogeneidade e multidimensionalidade do processo de envelhecimento, ao observar-se a variabilidade nas definições dos idosos.
108
110
Em busca de um viver saudável: relato de experiência com um grupo de idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de Pacatuba – CE. (A7), 2007.
Relatar a experiência de trabalhar com um grupo de idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de Pacatuba-Ce.
A criação de grupos nas unidades de saúde, em especial, com idosos, favorece a sua participação nas atividades da sociedade, valoriza seus conhecimentos e experiências, afasta os estereótipos e preconceitos em relação aos idosos, favorece a adesão aos tratamentos, cria vínculo entre a unidade e a família, bem como sensibiliza-os para os ensinamentos adquiridos durante as palestras e tenta implementá-los no cotidiano com os filhos, netos e parentes próximos.
O Processo de envelhecimento na percepção de um grupo de idosos. (A8), 2008.
Categorizar e construir o perfil sociográfico de uma população de idosos e relatar como este grupo representa o processo de envelhecer, identificando seus principais problemas e necessidades.
A pesquisa evidenciou, por meio da caracterização dos sujeitos do estudo, que muitos idosos viviam em condições insatisfatórias impossibilitando garantir a inclusão social, um bom estado de saúde, bem-estar e boa qualidade de vida.
Evaluación del proyecto estatal de intervencion para la mejoran de la calidad de vida y la reducción de complicaciones asociadas al envejecimiento: Agrega salud a tus años. (A9), 2009.
Avaliar a eficácia de um programa de saúde e prevenção de patologias associadas ao envelhecimento para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida dos idosos.
O grupo de intervenção a partir das orientações e acompanhamento mostrou uma redução significativa dos níveis da pressão arterial, triglicerídeos, colesterol, problemas cardiovasculares, quedas com fraturas, redução de hospitalizações por causas cardiovasculares e osteoarticulares do grupo de idosos em controle.
Do diagnóstico à ação: grupo de estudos da terceira idade: alternativa para a promoção do envelhecimento ativo. (A10), 2009.
Promover a prática de atividade física regular e a saúde dos idosos, com vista a um envelhecimento ativo e saudável.
A promoção da prática de atividades físicas baseia-se nas atuais políticas do envelhecimento e do viver ativo. Também, o programa busca e acredita que é por meio da interatividade entre extensão, ensino, pesquisa e intercâmbio de experiências entre instituições/entidades que programas de promoção de atividades físicas efetivas poderão se desenvolver e passar do diagnóstico à ação.
Perfil epidemiológico de uma população idosa atendida pelo Programa Saúde da Família. (A11), 2009.
Identificar o perfil epidemiológico da população idosa atendida no Programa Saúde da Família de Ibicuitinga-Ceará, em 2005.
Indicam que a saúde autorreferida pelos idosos apresenta-se satisfatória, a despeito da elevada incidência de hipertensão arterial e acentuado índice de edentulismo. Concluiu-se pela existência de controle da hipertensão arterial, contudo, de um estado de saúde bucal preocupante.
Grupos de conversa: saúde da pessoa idosa na Estratégia Saúde da Família. (A12), 2010.
Desenvolver um processo grupal de promoção à saúde com pessoas idosas, tendo em vista o envelhecimento ativo e a qualidade de vida da população atendida pela Estratégia Saúde da Família.
O Grupo de Conversa tem possibilitado aos participantes idosos ampliar o conhecimento de si e do outro, por meio de vivências e discussão em grupo sobre promoção à saúde tendo em vista o envelhecimento ativo e a qualidade de vida dessa população.
Identificación y caracterización del adulto mayor saludable. (A13), 2010.
Desenvolver uma ferramenta para identificar pessoas idosas na comunidade
Este estudo confirmou uma definição integrativa de envelhecimento saudável que incorpora a funcionalidade e baixa carga de comorbidade não implicando absolutamente na normalidade de todos os parâmetros possíveis de medir.
Reflexões de idosos participantes de grupos de promoção de saúde acerca do envelhecimento e da qualidade de vida. (A14), 2010.
Analisar as percepções dos idosos em relação à sua qualidade de vida após a adesão a Grupos de Promoção de Saúde (GPS).
Destacaram-se as atividades de lazer, a participação nos GPS e os bons relacionamentos como imprescindíveis para satisfação com a vida, apontando para uma visão de saúde positiva, na qual tais atividades, em especial a participação nos GPS, tornaram-se relevantes para a qualidade de vida e
109
111
para a formação de uma rede social de cuidado que integrou a comunidade e os serviços de saúde.
Compreensão dos idosos sobre os fatores que influenciam no envelhecimento saudável. (A15), 2010.
Investigar a compreensão dos idosos sobre quais fatores influenciam no Envelhecimento Saudável.
Na percepção dos idosos estudados para obter um Envelhecimento Saudável é necessário um equilíbrio ou uma combinação de múltiplos fatores, sejam de ordem biológica, psicológica ou social.
Significados atribuídos ao envelhecimento: idoso, velho e idoso ativo. (A16), 2010.
Apreender os significados atribuídos ao envelhecimento elaborados por idosos funcionalmente independentes.
O processo de envelhecimento precisa deixar de ser visto como uma decorrência de fenômenos puramente naturais e biológicos. Ele deve ser visualizado, também, como um fenômeno profundamente influenciado pela cultura, onde os indivíduos reagem a partir de suas referências pessoais e culturais.
Qualidade de vida de idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de Foz do Iguaçu-PR. (A17), 2010.
Avaliar a qualidade de vida de idosos cadastrados nas Unidades de Saúde da Família (USF) de Foz do Iguaçu – PR
Melhor qualidade de vida entre idosos mais jovens, brancos, com oito ou mais anos de estudo, que possuem companheiro, não moram sozinhos, seguem uma religião, exercem atividade remunerada e não são aposentados.
Promoção do autocuidado de idosos para o envelhecer saudável: Aplicação da Teoria de Nola Pender. (A18), 2010.
Analisar a dimensão imaginativa de pessoas idosas referentes às suas potencialidades de construção de ações de autocuidado para o envelhecimento saudável, considerando as concepções da Teoria de Promoção da Saúde de Nola Pender.
O modelo de Nola Pender surge como uma proposta para integrar a enfermagem à ciência do comportamento, identificando os fatores que influenciam comportamentos saudáveis, além de ser um guia para explorar o que motiva ou desmotiva indivíduos para se engajarem em comportamentos promotores de saúde.
Envelhecimento bem-sucedido e vulnerabilidade em saúde: aproximações e perspectivas. (A19), 2010.
Promover uma discussão sobre o que vem a ser envelhecer de forma bem-sucedida mesmo na presença de vulnerabilidade.
No contexto de populações com vulnerabilidade social, os estudos poderão traçar metas para o enfrentamento dos determinantes sociais e para a solução dos problemas levantados pelos próprios idosos
O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos. (A20), 2010.
Conhecer e analisar o significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos moradores da zona rural do Estado do Ceará.
Os discursos dos idosos revelaram que a velhice traz muitas perdas, principalmente quando acometidos pelo adoecimento. No entanto, relatam que, hoje, são felizes pelas conquistas pessoais e materiais, além da família que conseguiram formar.
Impact of a program to promote health and quality of life of elderly. (A21), 2011.
Avaliar os efeitos na qualidade de vida de idosos matriculados no Grupo de Assistência Multidisciplinar ao Idoso Ambulatorial (GAMIA) do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
A avaliação clínica desses idosos revelou doenças desconhecidas previamente e determinou à utilização de novos medicamentos, a percepção que os idosos tinham, em relação à sua saúde, pode ter sido o fator preponderante para a piora no domínio físico. A participação em um programa de promoção do envelhecimento saudável mostrou-se eficaz na melhora da qualidade de vida do idoso.
Evidências da contribuição dos programas de assistência ao idoso na promoção do envelhecimento saudável no Brasil. (A22), 2011.
Buscar na literatura evidências relativas à contribuição dos programas de promoção da saúde no processo de envelhecimento saudável no Brasil
Pode-se afirmar que todos os programas apresentados demonstraram elementos que vão ao encontro da promoção da saúde no envelhecimento por abranger características que permitem a inserção dos idosos na sociedade por meio da
110
112
criação do ambiente de suporte para prevenção de agravos, aumento da capacidade funcional e melhoria da qualidade de vida, tendo sido atendidos os critérios de eficácia.
Políticas públicas para a população idosa: uma revisão com ênfase nas ações de saúde. (A 23), 2011.
Nortear a implementação de programas e Políticas destinados aos idosos com ênfase nas ações de responsabilidade do setor saúde.
Reconhecem os idosos como sujeitos de direito e valorizam o estímulo à independência, autonomia, participação social e convívio familiar e comunitário.
O envelhecimento na perspectiva de homens idosos. (A24), 2011.
Investigar percepções de homens idosos quanto às limitações e aos ganhos vinculados ao envelhecimento e aos fatores de proteção da saúde na velhice.
A perspectiva dos idosos, em associação com as avaliações profissionais, mostra-se importante para o planejamento de estratégias preventivas e de promoção de saúde efetivas e, em decorrência, pode colaborar para a maior eficácia das intervenções desenvolvidas junto a esse grupo etário, bem como para uma revisão das construções sociais associadas à velhice.
Nota: Quadro construído pelas autoras
111
113
ANEXOS
112
114
ANEXO A
Figura 1: Localização do DASAC. FONTE: SESMA
113
115
ANEXO B
Figura 2 – Localização da USF Pirajá. Vista do satélite ( GOOGLE EARTH, 2013-02-05).
114
116
ANEXO C
Figura 3 – Mapeamento da cobertura da USF/Pirajá (Fonte: Arquivo da USF)
115
117
ANEXO D
CARTA DE ACEITE DA ORIENTADORA
116
118
ANEXO E
AUTORIZAÇÃO CAPP
117
119
ANEXO F
PARECER DO CEP
118
120
119
121
120
122
121
123
ANEXO G
DECLARAÇÃO DE APRESENTAÇÃO À INSTITUIÇÃO
122
124
ANEXO H
DECLARAÇÃO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO
123