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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO – ESAG CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GESTÃO ESTRATÉGICA DAS ORGANIZAÇÕES COM ÊNFASE EM GESTÃO TRIBUTÁRIA O LANÇAMENTO DE OFÍCIO E O DESEMPENHO DO IPTU HÉLIA ALMERINDA DA SILVA ADRIANO Florianópolis (SC) 2005

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO – ESAG CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GESTÃO ESTRATÉGICA DAS ORGANIZAÇÕES COM ÊNFASE EM GESTÃO TRIBUTÁRIA

O LANÇAMENTO DE OFÍCIO E O DESEMPENHO DO IPTU

HÉLIA ALMERINDA DA SILVA ADRIANO

Florianópolis (SC) 2005

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO – ESAG CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GESTÃO ESTRATÉGICA DAS ORGANIZAÇÕES COM ÊNFASE EM GESTÃO TRIBUTÁRIA

O LANÇAMENTO DE OFÍCIO E O DESEMPENHO DO IPTU

HÉLIA ALMERINDA DA SILVA ADRIANO

Dissertação submetida à

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC,

Como requisito final à obtenção do título

Mestre em Administração Tributária

Orientador: Profª Clerilei Aparecida Bier, Drª

Florianópolis (SC) 2005

Esta Dissertação foi julgada APTA para a obtenção do título de Mestre em

Administração (Gestão Estratégica das Organizações com Ênfase em Gestão

Tributária) e aprovada em sua forma final pela Coordenação do Curso de Mestrado

em Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

Professor Mário César Barreto Moraes, Dr.

Coordenador do Mestrado

Apresentada à Banca Examinadora composta pelos Professores:

Profª Clerilei Aparecida Bier, Drª

Orientadora

Profª Graziela Dias Alperstedt, Drª

Membro

Prof. Carlos Araújo Leonetti, Dr.

Membro

Florianópolis (SC), 12 de dezembro de 2005.

AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Clerilei Aparecida Bier, minha Orientadora que me

honrou com sua inteligência, atenção, paciência e cordialidade, que permitiram a

realização desta Dissertação.

À FECAM, na pessoa do Senhor Zaqueu Rogerio Francez, Consultor

Contábil, pela prestimosa colaboração na prestação de informações e documentos

que auxiliaram na elaboração deste trabalho.

Este trabalho dedico:

A Deus, pela grandeza do amor que me sustentou

em todos os momentos da minha vida.

Aos meus pais, Pedro e Lealdina que, apesar de toda a dificuldade

imposta pela vida, demonstraram que a perseverança é o caminho para a felicidade.

Ao meu esposo, Paulo, minha filha Ana Paula, e minha sobrinha Karina pelo carinho, compreensão e sobretudo por terem

assumido esse sonho ao meu lado.

Aos meus irmãos, especialmente

Edvi, Elóia e Eliana pelo apoio sempre presente.

RESUMO

Esta dissertação foi concebida sob a perspectiva de analisar o lançamento de ofício como estratégia para o desempenho da arrecadação do IPTU. O IPTU tem duas funções importantes para os Municípios: sob o ponto de vista da função fiscal, se eficientemente administrado, o IPTU é uma importante fonte de receita; sob o ponto de vista da função extrafiscal, é um importante instrumento para implementação das políticas urbana e social dos Governos Municipais. Contudo, dados de pesquisa revelam um expressivo potencial inexplorado desse tributo. Partindo-se da hipótese de que a causa da ineficiência do desempenho do imposto está no atual critério utilizado no seu lançamento, feito de ofício pela autoridade administrativa com base no cadastro imobiliário e na planta de valores, cujos dados não oferecem condições seguras para determinar corretamente o valor do imposto, sobretudo pela impossibilidade de manter suas informações atualizadas, foram investigadas as principais estratégias utilizadas no lançamento do imposto pelos Municípios Catarinenses. Para essa finalidade, foi pesquisado o desempenho da arrecadação do IPTU dos 293 Municípios do Estado e também a situação do cadastro imobiliário e da planta de valores, no que se refere a sua atualização. Também foi pesquisado o sistema adotado para o gerenciamento e controle do lançamento e da arrecadação do imposto, bem como verificado se o imposto está sendo utilizado como instrumento de aplicação das políticas urbana e social local. A partir desse estudo ficou evidenciado que o lançamento de ofício não constitui uma estratégia eficaz para o desempenho do IPTU, sobretudo para os Municípios de maior porte demográfico, pelas dificuldades administrativas, operacionais e financeiras que têm estes Municípios para manter os cadastros e as plantas de valores permanentemente atualizados. Palavras-chave: IPTU, função fiscal, função extrafiscal, lançamento de ofício, cadastro imobiliário, planta de valores, estratégia eficaz.

ABSTRACT

This dissertation was conceived with the perspective of analyzing the use of a direct registry strategy for the collection performance of the IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) (Urban Property and Land Tax). The IPTU plays two important roles for the Municipalities: if efficiently administered, the IPTU is an important source of revenue from a fiscal role point of view; from the extra-fiscal role point of view, it is an important tool for the implementation of Municipal Government urban and social policies. Notwithstanding, research data reveals that there is an expressive unexplored potential of this tax. The main strategies utilized by Catarinense Municipalities were investigated for the issue of the tax, based on the assumption that the cause of the inefficient performance of the tax is due to the current criterion used for its presentation through written notice by the administrative authority, based on the real estate registry and value plan, where the data does not offer reliable conditions to correctly determine the value of the tax and above all because of the impossibility of keeping the information up to date. In order to do this, the IPTU collection performances of the 293 Municipalities in the State were researched and also the real estate registry situation and value plans, with regard to their up to date status. The system adopted for the management and control of the issue and collection of the tax was also researched and furthermore, if the tax is being used as a means for applying local urban and social policies. It became evident from this study, that the use of direct registry did not constitute an efficient strategy for the performance of the IPTU, especially for the demographically larger Municipalities, due to administrative operational and financial difficulties, which these Municipalities have in maintaining the registers and value plans permanently updated. Keywords: IPTU, fiscal role, extra-fiscal role, direct registry, real estate registry, value plan, efficient strategy.

LISTA DE GRÁFICOS E QUADROS

Gráfico 1 Participação percentual dos governos na receita total das três

esferas

108

Gráfico 2 Participação das receitas de transferências tributárias na

composição dos orçamentos dos municípios em 2002

109

Gráfico 3 Composição da receita orçamentária dos municípios

catarinenses em 2002, segundo as mesorregiões

113

Gráfico 4 Composição da receita tributária dos municípios catarinenses

em 2002

115

Gráfico 5 Distribuição dos municípios catarinenses por tempo de

atualização dos cadastros imobiliários, segundo os grupos de

habitantes em 2002

126

Gráfico 6 Distribuição dos municípios catarinenses por tempo de

atualização da planta de valores, segundo os grupos de

habitantes em 2002

129

Quadro I Ordem de importância do IPTU em relação aos demais tributos

na composição da receita tributária municipal, por grupo de

habitantes

120

LISTA DE TABELAS Tabela 1 Evolução urbana dos municípios catarinenses por faixa de ano

de fundação.

100

Tabela 2 Distribuição dos municípios catarinenses segundo as

mesorregiões de Santa Catarina.

101

Tabela 3 Distribuição dos municípios catarinenses segundo o número de

habitantes

102

Tabela 4 Distribuição dos municípios catarinenses por grupo de

habitantes e por mesorregiões

103

Tabela 5 Evolução da arrecadação tributária das esferas de governo nos

dez anos pós-reforma tributária de 1988.

105

Tabela 6 Distribuição da participação percentual das esferas de governo

na arrecadação total do país

106

Tabela 7 Participação da receita tributária na composição do orçamento

municipal, por grupo de habitantes em 2002

110

Tabela 8 Participação da receita tributária na composição do orçamento

dos municípios catarinenses, por mesorregião em 2002

112

Tabela 9 Composição da receita tributária municipal em 2002 114

Tabela 10 Composição da receita tributária municipal, por grupo de

habitantes em 2002

116

Tabela 11 Composição da receita tributária municipal, por mesorregião em

2002

117

Tabela 12 Participação relativa do IPTU e demais tributos na composição

da receita tributária municipal, por grupo de habitantes

119

Tabela 13 Comparativo da arrecadação do IPTU e do IPVA de alguns

municípios catarinenses

122

Tabela 14 Demonstrativo da receita per capita do IPTU por grupo de

habitantes

123

Tabela 15 Distribuição dos municípios por ano de atualização do cadastro

imobiliário, segundo os grupos de habitantes

125

Tabela 16 Distribuição dos municípios por ano de atualização do cadastro

imobiliário, segundo as mesorregiões

127

Tabela 17 Distribuição dos municípios por ano de atualização da planta de

valores segundo os grupos de habitantes

128

Tabela 18 Distribuição dos municípios por ano de atualização da planta de

valores, segundo as mesorregiões

130

Tabela 19 Municípios com informatização do IPTU e outros sistemas, por

grupo de habitantes

131

Tabela 20 Municípios com informatização do IPTU e outros sistemas, por

mesorregiões

132

Tabela 21 Municípios com plano diretor, por grupo de habitantes 134

Tabela 22 Municípios com plano diretor, por mesorregião 135

Tabela 23 Municípios com progressividade do IPTU, por grupo de

habitantes

136

Tabela 24 Municípios com progressividade do IPTU, por mesorregião 137

LISTA DE SIGLAS CF/88 Constituição Federal de 1988 36

COSIP Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública 56

CTN Código Tributário Nacional 60

EC Emenda Constitucional 66

FECAM Federação Catarinense de Municípios 100

FPM Fundo de Participação dos Municípios 144

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 109

ICMS Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços 144

IPTU Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana 145

IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 146

ISS Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 152

ITBI Imposto sobre a transmissão Onerosa de Bens Imóveis por Atos

Inter- Vivos

152

ITR Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 14

IVVC Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e

Gasosos

104

LC Lei Complementar 75

STF Supremo Tribunal Federal 141

STJ Superior Tribunal de Justiça 62

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................13 1.1 TEMA E PROBLEMA .....................................................................................13 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................... 17 1.2.1 Objetivo Geral ..............................................................................................17 1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................17 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ....................................................................... 18 1.4 ORGANIZAÇAO DO TRABALHO ................................................................. 18 1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................... 19 1.5.1 Questões da Pesquisa .................................................................................20 1.5.2 Tipo de Pesquisa, Definição da Área de Estudo, Técnicas de Coleta e Análise de Dados.................................................................................................20 1.5.3 Limitações da Pesquisa ............................................................................... 22 1.5.4 Definição dos Termos ..................................................................................23 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................ 25 2.1 O ESTADO, A SOCIEDADE E O TRIBUTO .................................................. 25 2.1.1 Estado Contemporâneo e Sua Função Social ............................................. 25 2.1.2 A Tributação como Instrumento de Realização da Função Social do Estado ...................................................................................................................28 2.1.3 Princípios Constitucionais e as Limitações ao Exercício do Poder de Tributar ..................................................................................................................29 2.1.4 Tributo: Conceito e Espécies ....................................................................... 40 2.2 OS MUNICÍPIOS E A DISCRIMINAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA .......................................................................................49 2.2.1 Os Municípios na Federação Brasileira ....................................................... 49 2.2.2 O Sistema Tributário na Constituição Federal ............................................. 50 2.2.3 A Discriminação das Rendas no Atual Sistema Tributário Nacional ........... 51 2.2.4 Tributos da Competência Municipal ............................................................ 53 2.3 O IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA .............................................................................................................. 57 2.3.1 Breves Considerações Sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU ......................................................................................................................57 2.3.2 Aspectos Básicos da Incidência do IPTU .................................................... 60 2.3.3 A Progressividade do IPTU ......................................................................... 64 2.3.4 O IPTU e a Função Social da Propriedade ................................................. 70 2.4 LANÇAMENTO DO IPTU ...............................................................................77 2.4.1 O Lançamento como Procedimento para Constituição do Crédito Tributário .............................................................................................................. 77 2.4.2 Modalidades de Lançamento Tributário ...................................................... 82 2.4.3 O Lançamento de Ofício e o IPTU .............................................................. 85 2.4.4 Administração Pública e Estratégias na Administração do IPTU ................ 90 3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .................................... 97 3.1 A AUTONOMIA FINANCEIRA DOS MUNICÍPIOS CATARINENSES ......... 97 3.1.1 Organização, Evolução Urbana e Distribuição Espacial dos Municípios Catarinenses ........................................................................................................ 97

3.1.2 A Reforma Tributária de 1988 e a Autonomia Financeira dos Municípios .. 103 3.1.3 Composição da Receita dos Orçamentos dos Municípios Catarinenses .... 109 3.1.4 Composição e Desempenho da Receita Tributária Municipal ..................... 113 3.2 A IMPORTÂNCIA DO IPTU NA COMPOSIÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA MUNICIPAL ......................................................................................................... 119 3.2.1 Participação do IPTU na Composição da Receita Tributária Municipal ...... 119 3.2.2 O Potencial Tributário do IPTU .................................................................... 121 3.3 INSTRUMENTOS DE DESEMPENHO DO LANÇAMENTO E ARRECADAÇÃO DO IPTU ................................................................................. 124 3.3.1 Atualização do Cadastro Imobiliário ............................................................ 124 3.3.2 Atualização da Planta de Valores ................................................................ 128 3.3.3 Informatização do IPTU ............................................................................... 131 3.4 LEGISLAÇÃO URBANA E PROGRESSIVIDADE DO IPTU .......................... 133 3.5 DISCUSSÃO .................................................................................................. 137 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 150 REFERÊNCIA .................................................................................................. 160 ANEXOS ............................................................................................................ 164

13

1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA E PROBLEMA

Dentre os impostos reservados pela Constituição Federal à competência

tributária dos Municípios está o imposto sobre a propriedade predial e territorial

urbana, nacionalmente conhecido sob a sigla IPTU. Esse imposto tem duas funções

importantes na tributação. A primeira é a função fiscal. Refere-se a sua importância

para financiar os serviços públicos a cargo dos Municípios. Se eficientemente

explorado, o IPTU pode gerar uma receita estável e suficiente para assegurar o

equilíbrio financeiro dos governos municipais. A segunda função do IPTU é

parafiscal. A Constituição Federal de 1988 admite o emprego do IPTU como

instrumento de política urbana para assegurar que o imóvel cumpra a sua função

social gerando benefícios à comunidade.

Sob o ponto de vista da justiça fiscal, o IPTU constitui-se num importante

instrumento de distribuição da carga tributária. Esse imposto tem a vantagem de

possibilitar que as parcelas de contribuições individuais sejam proporcionais à

capacidade econômica de cada contribuinte. Essa capacidade econômica se revela

no valor da propriedade tributada. Eqüivale dizer que os proprietários que possuem

melhores condições econômicas devem pagar, proporcionalmente, mais imposto e

dessa forma contribuir para que sejam feitos mais investimentos nas áreas mais

carentes.

Dentre os impostos municipais, o IPTU é o segundo mais importante.

Segundo dados desta pesquisa, no ano de 2002 esse imposto participou com

27,76% do total da receita arrecadada pelo conjunto dos Municípios catarinenses,

contra 32,45% de participação do imposto sobre serviços de qualquer natureza

(ISS).

Diversos estudos revelam que o IPTU é ineficientemente explorado como

fonte de receita. Essa realidade coloca a necessidade de que, no plano local, as

administrações tributárias tenham clareza dos principais problemas limitadores do

pleno exercício de suas atribuições e competências.

É certo que as causas que afetam o desempenho das receitas municipais

situam-se em vários campos e vão desde causas legais e administrativas até causas

econômicas, sócio-culturais, políticas e outras. A identificação desses problemas é

14

condição indispensável à obtenção de resultados nas ações voltadas ao aumento da

arrecadação do IPTU. As soluções, algumas passíveis de apresentarem resultados

no curto prazo, precisam ultrapassar o horizonte temporal imediato, e situar-se num

contexto mais amplo de uma reforma de gestão da receita municipal, com iniciativas

que devem envolver todos os procedimentos de tributação, ou seja, o lançamento, a

fiscalização e o controle da arrecadação do imposto.

O IPTU é um tributo que incide sobre a propriedade imóvel localizada na

zona urbana1 e alcança todos os tipos de imóveis. Portanto, é devido por todos os

proprietários, possuidores a qualquer título e detentores do domínio útil, de imóveis

urbanos. O cálculo e o lançamento do imposto são feitos de ofício pela autoridade

administrativa, com base nos dados constantes do cadastro imobiliário fiscal e da

planta genérica de valores. A determinação do valor do IPTU resulta do valor venal

de cada imóvel multiplicado por uma alíquota. O valor venal é o valor de mercado.

Conforme Cesare (2002, p. 6) “é o preço mais provável pelo qual um imóvel seria

vendido em condições normais de negociação”. Significa afirmar, que a eficiência, a

eficácia e a efetividade da tributação do IPTU dependem de uma base cadastral

permanentemente atualizada como subsidio para a determinação do valor venal e a

correta identificação do contribuinte.

O cadastro imobiliário fiscal é o principal instrumento da tributação do

imposto, por isso, deve conter o registro de todos os dados necessários para a

correta identificação do contribuinte e do imóvel tributado. A existência no Município

de um cadastro imobiliário completo e atualizado é requisito essencial para a

efetividade da tributação do IPTU. Contudo, estudos sobre a situação dos cadastros

municipais têm demonstrado que a quase totalidade das prefeituras não conseguem

administrar seus cadastros imobiliários com o nível de eficiência requerido. Segundo

o levantamento de dados realizado pela Fundação IBGE através da Pesquisa de

Informações Básicas Municipais 2001, do conjunto dos Municípios brasileiros,

51,50% atualizaram o cadastro imobiliário fiscal através do recadastramento dos

imóveis entre 1999 e 2001. Os restantes 48,50% dos Municípios atualizaram o

cadastro há quatro anos ou mais.

A planta genérica de valores fixa os valores médios unitários de metro

quadrado de terreno e de construção, para logradouros, quadras, zonas ou bairros,

1 Os imóveis localizados fora da zona urbana do Município estão sujeitos à incidência do ITR – imposto sobre a propriedade territorial rural, da competência impositiva da União.

15

da área alcançada pela tributação, para a finalidade de apurar a base de cálculo do

imposto. Os valores de metro quadrado, fixados na planta genérica de valores

variam em face do zoneamento e da ocorrência ou não de equipamentos urbanos e

serviços públicos tais como: iluminação pública, rede de telefone, pavimentação,

serviço de limpeza pública e coleta de lixo, transporte coletivo, e outros. A existência

ou não desses fatores determina a valorização ou desvalorização dos imóveis e

conseqüentemente o aumento ou diminuição da base de cálculo do imposto. Por

esta razão, qualquer alteração desses elementos deve ser considerada para a

atualização da planta genérica de valores.

No que se refere à planta genérica de valores existem limitações tanto

administrativas quanto constitucionais que devem ser consideradas na sua

atualização. As de ordem administrativas estão relacionadas aos elevados custos

administrativos e operacionais que envolvem as atividades de acompanhamento e

controle das atualizações. As limitações de ordem constitucionais são mais

complexas por não depender somente de ação ou decisão político-administrativa. As

alterações na planta de valores que resultem aumento da base de cálculo do

imposto sujeitam-se à observância dos princípios constitucionais tributários da

legalidade e da anterioridade. Significa afirmar que, qualquer alteração na planta de

valores só é possível mediante lei publicada no ano anterior ao do lançamento do

imposto.

Todas essas limitações têm contribuído para que grande número de

Prefeituras efetue o lançamento do IPTU sobre uma base de dados desatualizada.

No lançamento de ofício, cuja modalidade é adotada pela totalidade dos

Municípios do País, a autoridade administrativa apura a base de calculo do imposto

pelo valor médio, permitindo-lhe avaliar a propriedade imobiliária de milhares de

contribuintes. De acordo com Baleeiro (2001), esse modo de executar a lei tributária

que permite a aplicação da lei em massa é chamado pelos germânicos de modo de

pensar tipificante. O princípio que o rege é o da praticidade, nome que designa, a

totalidade das condições que garantem a execução da lei de forma eficiente e

econômica.

A legitimidade da técnica da praticidade no lançamento do IPTU divide a

doutrina e a jurisprudência. Na doutrina, a corrente favorável à sua utilização

defende, sobretudo, que a Fazenda Pública não dispõe de recursos, pessoal e

aparato necessário a uma exaustiva e esgotante investigação do caso isolado, mas

16

mesmo assim tem o dever de aplicar a lei (ISENSEE, 1976 apud BALEEIRO;

BALEEIRO, 200, p. 249). Contrariamente à prática da simplificação, Derzi (1988, p.

251), apresenta como objeções ao uso dessa técnica, a ofensa aos princípios

constitucionais da igualdade e da capacidade contributiva.

Na jurisprudência, a técnica de aplicação da lei em massa é analisada à luz

dos princípios constitucionais tributários, sobretudo, o da legalidade e da

anterioridade. O posicionamento dos tribunais superiores é no sentido de que

qualquer modificação na base de cálculo do tributo só pode ser feita mediante lei,

publicada no exercício anterior ao da sua aplicação. Admite-se, somente a

atualização monetária do valor venal, com base em índice oficial de correção

monetária. Sobre o posicionamento do Superior Tribunal Federal (STF), Baleeiro

(2001) esclarece que a polêmica central enfocada pelos tribunais superiores

apresenta-se quando a Fazenda Pública Municipal não procede à avaliação

individual, conforme art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), passando as

plantas de valores a atuar como presunções. Em lugar de servirem apenas de

parâmetros e orientações para avaliação em cada caso isolado, tornam-se as planas

de valores a única avaliação feita.

Além da afronta a princípios constitucionais tributários como da igualdade,

da capacidade contributiva e da justiça fiscal, a técnica da praticidade adotada no

lançamento de ofício do IPTU, pode ser um dos fatores que contribuem para a não

exploração total da capacidade contributiva dos Municípios, por diversas outras

razões tais como: a impossibilidade da Fazenda Pública manter o cadastro

imobiliário e a planta de valores permanentemente atualizados; os dados constantes

do cadastro imobiliário são insuficientes por não refletirem as diferenças individuais

relevantes que devem ser consideradas na apuração do valor venal, tais como:

funcionalidade, conforto ambiental e projeto arquitetônico. Esses fatores, se não

refletirem a realidade do imóvel ou forem ignorados no lançamento, importam

prejuízo para a Fazenda Pública que deixa de exercer com efetividade o seu poder-

dever de tributar.

Ademais, a falta de atualização do cadastro imobiliário e da planta de

valores, pode ocasionar erro na determinação do valor do imposto ou na

identificação do sujeito passivo. Essas situações quando contrárias ao interesse do

contribuinte ensejam a impugnação do lançamento, podendo ocasionar o

cancelamento do crédito tributário por nulidade do ato administrativo.

17

Nesse contexto, a alternativa viável do ponto de vista estratégico para a

tributação do IPTU, pode ser a alteração do critério de lançamento. Aliomar Baleeiro

e Misabel Derzi corroboram esse entendimento esclarecendo que tributos cobrados

em massa, que dependem da apuração complexa de valores, não podem depender

de lançamento de ofício. Para os autores, o lançamento por declaração ou por

homologação é uma alternativa para a aplicação da lei em massa.

O lançamento por homologação também conhecido na doutrina como

“autolançamento”, ocorre quando a legislação tributária atribui ao contribuinte o

dever de apurar o valor do tributo e antecipar o seu pagamento para posterior exame

e, se for o caso, homologação da autoridade administrativa. São muitas as

vantagens dessa espécie de lançamento uma vez que a declaração do contribuinte

supre e dispensa a necessidade de investigação do fato gerador por parte da

fazenda municipal, cuja atuação fica adstrita a casos especiais quando em face de

uma circunstância, se verifique a necessidade do levantamento das peculiaridades

do caso individual.

Este estudo se propõe a analisar o desempenho do IPTU e identificar as

estratégias utilizadas pelas prefeituras no lançamento do imposto para responder a

seguinte pergunta de pesquisa: o lançamento de ofício foi uma estratégia eficaz

para o desempenho da arrecadação do IPTU dos Municípios catarinenses no

ano de 2002?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar se o lançamento de ofício foi uma estratégia eficaz para o

desempenho da arrecadação do IPTU dos Municípios catarinenses no ano de 2002.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) analisar a autonomia financeira dos Municípios catarinenses em face

dos efeitos da reforma tributária de 1988;

b) avaliar a importância do IPTU na composição da receita tributária dos

Municípios catarinenses;

18

c) identificar possível existência de potencial inexplorado do IPTU dos

Municípios catarinenses;

d) verificar se os instrumentos de apoio ao lançamento do IPTU são

permanentemente atualizados pelos Municípios catarinenses, para fins de

lançamento do IPTU;

e) verificar se os Municípios catarinenses utilizam o IPTU como

instrumento de aplicação do princípio da função social da propriedade.

1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

A grave situação financeira dos Municípios é matéria de interesse público

que envolve a totalidade dos Municípios brasileiros. Hoje, no Brasil existem 5.561

Municípios (IBGE, 2001) que necessitam melhorar o desempenho de suas receitas

para atender os anseios da sociedade contemporânea. Por esta razão, considera-se

que a identificação da questão colocada como objeto de pesquisa poderá motivar o

desenvolvimento de novos estudos para encontrar alternativas viáveis ao

lançamento do IPTU, que podem estar relacionadas com a alteração da atual

modalidade de lançamento.

Muitas prefeituras ainda carecem de uma estrutura administrativa moderna e

eficiente capaz de proporcionar a prestação de serviços de qualidade aos cidadãos

contribuintes. No país existem diversos projetos destinados à prestação de apoio

técnico e financeiro aos Municípios. Uma vez conhecida a causa da ineficiência do

desempenho da arrecadação do IPTU, torna-se possível identificar a estratégia

eficaz para melhorar o desempenho da receita municipal.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este estudo está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo

compreende a introdução, a apresentação do tema e problema de pesquisa, os

objetivos, a justificativa e a metodologia.

No segundo capítulo são feitas breves referências ao Estado

Contemporâneo e a sua função social que tem por finalidade precípua a justiça

social, com uma abordagem sobre a importância da tributação como instrumento de

19

aplicação da política social do Estado Contemporâneo e dos princípios

constitucionais tributários como normas asseguradoras da proteção dos

contribuintes contra eventuais excessos do Estado. Neste capítulo também são

feitas considerações sobre a distribuição das rendas contextualizando os Municípios

no sistema de distribuição das competências tributárias, com ênfase especial ao

IPTU. Por ser este imposto o objeto deste estudo, procurou-se reunir todos os

possíveis elementos para proporcionar ao leitor o máximo de informações sobre o

mais tradicional dos impostos brasileiros. Sobre o IPTU são feitas considerações

breves, porém importantes a respeito de sua origem, evolução histórica, e principais

características. São abordados os aspectos da incidência do imposto com destaque

para a base de cálculo e as alíquotas, notadamente quanto às alíquotas

progressivas. Ainda neste capítulo são feitas importantes considerações sobre o

lançamento do IPTU como atividade administrativa necessária para a constituição do

crédito tributário. Faz-se uma breve incursão sobre as diferentes modalidades de

lançamento para permitir a análise do lançamento de ofício do IPTU, que é o tema

dessa pesquisa.

No terceiro capítulo são apresentados o resultado e a análise da pesquisa

sobre o lançamento de ofício e o desempenho do IPTU dos 293 Municípios

catarinenses. No final do capítulo faz-se a discussão dos resultados da pesquisa.

Após o terceiro capítulo são apresentadas as considerações finais, com

críticas e sugestões com vistas ao aperfeiçoamento do atual critério de lançamento

do IPTU, o qual segundo a pesquisa realizada não constitui uma estratégia eficaz

para o bom desempenho do imposto.

Finalmente são apresentadas as referências bibliográficas.

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia da pesquisa envolve a descrição do método ou delineamento

da pesquisa; a definição da área de estudo; e as técnicas de coleta e análise de

dados a considerar.

Inicialmente, cuida-se da definição das questões da pesquisa que são

colocadas a seguir.

20

1.5.1 Questões da Pesquisa

A presente pesquisa teve por objetivo o levantamento de dados para

investigar o lançamento de ofício como estratégia eficaz de desempenho do IPTU.

Para essa finalidade foram estabelecidas as seguintes questões de pesquisa:

a) como ficou a autonomia financeira dos Municípios após a reforma

tributária de 1988?

b) qual a importância do IPTU na composição da receita tributária dos

Municípios catarinenses?

c) existe potencial inexplorado do IPTU cobrado pelos Municípios

catarinenses?

d) Os instrumentos de apoio ao lançamento do IPTU são

permanentemente atualizados pelos Municípios catarinenses?

e) Os Municípios catarinenses utilizam o IPTU como instrumento de

aplicação do principio da função social da propriedade?

1.5.2 Tipo de Pesquisa, Definição da Área de Estudo, Técnicas de Coleta e Análise de Dados.

Este tópico apresenta a metodologia de pesquisa utilizada no

desenvolvimento deste estudo e tem por finalidade evidenciar o delineamento da

pesquisa, o tipo de pesquisa, a definição da área do estudo e a técnica de análise

utilizada.

Em face do propósito deste estudo que pretende avaliar o lançamento de

ofício como estratégia utilizada pelos Municípios para constituir o crédito tributário do

IPTU optou-se pelo método de pesquisa quantitativa, do tipo descritivo. Esse tipo de

pesquisa é recomendado por Roesch (1999), se o propósito do projeto é obter

informações sobre determinada população: por exemplo, contar quantos, ou em que

proporção seus membros têm certa opinião ou característica, ou com que freqüência

certos eventos estão associados entre si.

O tema abordado nesse estudo é de interesse nacional, porquanto, envolve

todos os Municípios brasileiros, cujo número atual é de 5.561. No entanto, o estudo

foi realizado no âmbito do território do Estado de Santa Catarina e considerou todos

os 293 Municípios catarinenses.

21

Os dados e informações utilizados nesse tipo de pesquisa foram obtidos

através de consulta às seguintes fontes: a) Federação Catarinense de Municípios

(FECAM), através do Guia dos Municípios Catarinenses – Gestão 2005/2008; aos

dados relativos à distribuição dos Municípios por mesorregião e respectivos anos da

fundação; b) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Pesquisa de

Informações Municipais - Gestão 2002, quanto aos seguintes dados: população

estimada para 2004, distribuição da população segundo as áreas urbana e rural,

dados das receitas orçamentária, corrente, tributária, de impostos e taxas dos

Municípios catarinenses, relativos a 2002, e ainda, os dados relativos à existência e

ou atualização de cadastros imobiliários, plantas de valores, informatização de

sistemas de gestão dos tributos, mapas urbanos digitalizados, legislação urbana,

progressividade do IPTU; c) Instituto Brasileiro de Administração Municipal, através

do Periódico Série Estudos Especiais n° 18, dados relativos à evolução das receitas

tributárias das esferas governamentais no período 1989/1998.

As conclusões sobre os resultados deste estudo estão apoiadas nos

fundamentos teóricos de doutrinadores tributários, administrativistas e pensadores

estrategistas da Ciência da Administração, identificados no capítulo da Referência

Bibliográfica.

Segundo Roesch (1999), as principais técnicas de coleta de dados são a

entrevista, o questionário, os testes e a observação. Porém afirma a autora que

“também é possível trabalhar com dados existentes na forma de arquivos, banco de

dados, índices ou relatórios. Estes não são “criados” pelo pesquisador e são

normalmente denominados de dados secundários, em contraste com os dados

primários que são colhidos diretamente pelo pesquisador “. Portanto, nesta pesquisa

foram utilizados dados secundários obtidos através de bancos de dados ou

documentos.

Os dados relativos aos Municípios, às receitas e aos cadastros fiscais,

plantas de valores, informatização dos sistemas de administração dos tributos,

progressividade do IPTU e legislação urbana foram obtidos individualizados por

município. Esses dados foram obtidos junto ao IBGE – banco de dados Pesquisa de

Informações Básicas Municipais 2002, via Internet, mediante pesquisa no site

www.IBGE.gov.br. Esses dados foram relacionados por Município, inicialmente em

ordem alfabética, constituindo uma relação para cada evento pesquisado, os quais,

estão demonstrados nos Anexos I a IX.

22

Os dados pesquisados foram submetidos a tratamento estatístico e com a

ajuda de computador utilizando o Programa Windows Excel foram elaboradas as

tabelas 1 a 24, e Quadro 1, que contém o resultado da pesquisa. De acordo com A.

N. Oppenheim (OPPENHEIM apud ROESCH; ROESCH, 1999, p.149-150), na

pesquisa de caráter quantitativo, o processo de análise de dados normalmente

percorre os seguintes estágios: análise invariada; análise bivariada; análise

multivariada; e estudos a respeitos de certos subgrupos.

A análise univariada, de acordo com Roesch (1999), é a análise de

freqüência de cada questão pesquisada. Através do uso dessa técnica foi possível,

por exemplo, comparar a freqüência de cada questão pesquisada em um grupo de

habitantes, com outros.

A análise bivariada, que segundo Roesch (1999), inclui tabulações cruzadas

e a possibilidade de calcular diferentes medidas de associação entre as variáveis, foi

utilizada na análise das receitas, comparando-se a freqüência de comportamento de

dois ou mais eventos com outros elementos como por exemplo, grupos de habitante

ou mesorregião.

Finalmente, a análise de subgrupos especiais foi utilizada para comparar

situações como a ordem de importância do IPTU e demais tributos em relação aos

grupos de habitantes. Essa análise, de acordo com Roesch (1999), surge após os

principais resultados da pesquisa terem sido tabulados e digeridos, e quando se

deseja levantar novas questões de pesquisa.

Os resultados dos dados pesquisados são apresentados nas tabelas 1 a 24;

gráficos 1 a 6 e quadro 1, com as respectivas descrições dos resultados apurados.

1.5.3 Limitações da Pesquisa

As causas que afetam o desempenho das receitas municipais situam-se em

vários campos e vão desde causas legais e administrativas até causas econômicas,

sócio-culturais, políticas e outras. A identificação dessas causas é condição

indispensável à obtenção de resultados nas ações voltadas ao aumento da

arrecadação do IPTU, notadamente nas cidades de maior porte demográfico. As

soluções, algumas passíveis de apresentarem resultados no curto prazo, precisam

ultrapassar o horizonte temporal imediato e situar-se num contexto mais amplo de

uma reforma de gestão da receita municipal, com iniciativas que devem envolver

23

todos os procedimentos de tributação, ou seja, o lançamento, a fiscalização e o

controle da arrecadação do imposto.

Este estudo está limitado à análise do lançamento do imposto por constituir

etapa essencial à constituição do crédito tributário. As eventuais incorreções no

lançamento ou quando este seja efetuado com vício formal de qualquer espécie são

razões suficientes para comprometer o crédito tributário e conseqüentemente o

desempenho da receita do tributo.

1.5.4 Definição dos termos

São apresentados algumas categorias consideradas importantes nesse

estudo, com seus respectivos conceitos operacionais.

Estado Contemporâneo: aquele que tem por finalidade precípua o

compromisso com o Bem Comum e como característica básica o direito-dever de

intervir nos domínios econômico e social da Sociedade para garantir valores

constitucionais, como as garantias individuais, cidadania e a efetividade dos direitos

humanos.

Alíquota Progressiva: o percentual aplicado sobre a base de cálculo do

imposto, segundo um critério legal utilizado, para aumentar a onerosidade do

imposto segundo a capacidade econômica do contribuinte.

Bem Comum: aqui entendido como o patrimônio social (cultura, tradição,

caráter, anseios, valores, etc) da Sociedade, que determina a sua estrutura, o se

conteúdo e ainda o seu objetivo.

Cadastro Imobiliário: o conjunto de informações sistematizadas e

ordenadas sobre o imóvel (terreno e prédio, e seu proprietário (nome, endereço etc),

para a finalidade de instituir e arrecadar os tributos.

Crédito Tributário: o direito do Estado exigir o tributo cujo lançamento tenha

sido regularmente efetuado.

Função Social: a Função Social do Estado Contemporâneo é aqui

entendida como o dever do Estado perante à Sociedade na prestação de ações de

interesse coletivo, envolvendo a participação de todos os seus integrantes na

realização do Bem Comum, sobre o manto da Justiça Social.

Justiça Social: aquela preconizada no Estado Contemporâneo, que envolve

uma espécie de interação entre o indivíduo, a sociedade e o Estado, onde cada

24

indivíduo contribui para o todo e o todo para cada um, não como uma dádiva

paternalista, mas como um dever inalienável daquele que é parte do todo como

provedor e beneficiário potencial e efetivo.

Lançamento de Ofício: o lançamento tributário efetuado pela autoridade

administrativa competente sempre que tomar conhecimento da ocorrência do fato

gerador do tributo, seja mediante declaração do contribuinte, ou, quando se constata

erro ou omissão no pagamento do tributo anteriormente efetuado, ou ainda, quando

a lei assim o determine.

Lançamento Tributário: o ato administrativo de concretização do crédito

tributário.

Planta de Valores: um instrumento de apoio ao lançamento dos tributos que

têm por base de cálculo o valor venal do imóvel. A planta de valores fixa os valores

médios unitários de metro quadrado de terreno e construção para logradouros,

quadras, zonas ou bairros, da área alcançada pela tributação.

Sociedade: a Sociedade é aqui considerada como aquela que é detentora

de um patrimônio social específico, resultado da construção histórica de um conjunto

de crenças, valores e informações, da humanidade que a compõe.

Tributação: O tema tributação é entendido como uma atividade vinculada

exercida pelo Estado, decorrente do seu direito-dever de intervir na sociedade com o

objetivo de prover recursos para atendimento às demandas sociais de interesse

coletivo e promover a Justiça Social.

25

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O ESTADO, A SOCIEDADE E O TRIBUTO

2.1.1 Estado Contemporâneo e sua Função Social

O Estado Contemporâneo, criado pela vontade coletiva expressada na

Assembléia Constituinte, é aqui entendido como aquele que tem por finalidade

precípua o compromisso com a justiça social. Sua característica básica consiste no

poder-dever de intervir nos domínios econômico e social da sociedade para

assegurar condições dignas de vida à população através do atendimento à saúde,

educação, saneamento básico e segurança, em observância a um dos fundamentos

da República que é a dignidade da pessoa humana.

Para aclarar essa idéia busca-se a conceituação dada por César Pasold ao

Estado Contemporâneo.

Conceitualmente propomos que: - O Estado Contemporâneo tenha e exerça uma Função Social que implique em ações que – por dever com a Sociedade – o Estado execute, respeitando, valorizando, e envolvendo o seu SUJEITO, atendendo o seu OBJETO e realizando os seus OBJETIVOS, sempre com a prevalência do social e privilegiando os valores fundamentais do ser humano (PASOLD, 1988, p.70).

A intervenção do Estado na sociedade pode se dar de diferentes formas,

dentre as quais cita-se a regulação econômica, a tributação, a exploração direta de

atividades econômicas, a criação de monopólios e outras. Porém, de acordo com

Pasold (1988, p.76), qualquer que seja a forma adotada será “sempre com a

prevalência do social e privilegiando os valores fundamentais do ser humano”.

Denota-se que a função social é, dentre todas, a que mais se identifica como

característica do Estado Contemporâneo.

Em estudo realizado em 2001, a autora e outros (ADRIANO et al., 2001, p.5)

concluíram que:

A Função Social é, dentre todas, a mais relevante do Estado Contemporâneo. De um certo modo, reúne todas as demais funções, podendo, de uma forma generalizada, ser entendida como a única função do Estado. O fundamento dessa assertiva está na própria razão de ser do Estado, cujo dever para com a Sociedade é o BEM COMUM. Todas as ações do Estado têm como destinatário final, a coletividade. O Estado age no interesse da coletividade, no interesse

26

público. São nulos de pleno direito os atos e ações do Governo que não se revestem do interesse público.

Na lição de César Luiz Pasold, o exercício da Função Social do Estado

Contemporâneo envolve um direito-dever de intervenção nos domínios econômico e

social da sociedade para, no interesse coletivo, realizar a justiça social.

A Justiça Social preconizada no Estado Contemporâneo – do ponto de vista

constitucional –, é melhor compreendida a partir da análise do raciocínio exercitado

por Alceu de Amoroso Lima quando conceitua “Justiça” numa tríplice dimensão. Esta

tríplice dimensão é assim interpretada a partir da análise feita por Pasold (1988,

p.73), nos seguintes termos:

Na primeira2, cada um dá e recebe, em função do próprio dar e receber, na segunda3, cada um contribui para o todo, porque o indivíduo sempre se encontra inserido numa coletividade e, ao dar para o todo, deve omitir-se das exigências de retribuição; e, na terceira, ou seja, na JUSTIÇA SOCIAL, é o todo que contribui para cada um, não como uma dádiva generosa e paternalista, mas como um dever decorrente de sua condição inalienável de parte do todo, provedor e beneficiário potencial e efetivo.

A forma adotada por Amoroso Lima para explicar a Justiça Social sintetiza

com nitidez a interação que se verifica na relação entre o Estado e a Sociedade. Na

tributação, essa tríplice dimensão se manifesta de forma clara e evidente. No

primeiro caso, quando o Cidadão provoca o Estado para, em seu benefício ou por

ato seu, prestar serviços ou realizar atividades, remunerando-lhe os custos

despendidos em razão desses serviços.

No segundo caso, o Estado, usando do seu poder de império,

compulsoriamente, impõe a todos os cidadãos o dever de contribuir com uma

parcela de seu patrimônio ou renda. Os recursos obtidos em razão dessa relação

são administrados pelo Estado e devolvidos à Sociedade na forma de obras e

serviços do interesse coletivo. Aqui, a contribuição é proporcional à riqueza de cada

um. Equivale dizer que as pessoas que possuem melhores condições econômicas

pagam mais impostos, para possibilitar que sejam feitos investimentos públicos nas

áreas mais carentes de serviços.

2 Justiça Comutativa 3 Justiça Distributiva

27

Finalmente, o Estado é a instituição suprema criada pela Sociedade para, no

interesse coletivo, manter a ordem pública, fomentar o Bem Comum e administrar os

negócios públicos, em fim, exercer a sua Função Social.

De acordo com o art. 1º da Constituição Federal, o Brasil é uma República

Federativa constituída por um Estado Democrático de Direito, que tem por

fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores

sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político, com poder emanado

do povo e em seu nome exercido, por meio de representantes. Este é o balizamento

do texto constitucional a ser seguido pelo Estado e por toda a Sociedade. É este o

princípio constitucional elementar que deve orientar o agir dos agentes públicos e

políticos na condução da Administração Pública.

Estas considerações dão conta que o Estado não existe sem uma

Sociedade que lhe justifique; também não é um fim em si mesmo. A razão de ser do

Estado é a própria Sociedade que, em última análise, é sua origem e seu fim.

Para cumprir a Função Social que é a sua razão de ser, o Estado deve ter

presente o compromisso de realizar os anseios da Sociedade. Para isso, necessita

de recursos financeiros que são obtidos na própria Sociedade mediante o exercício

do poder de tributar. Esse poder de tributar é outorgado ao Estado pela Constituição

Federal, ou seja, é exercido pelo Estado por delegação do povo.

Discorrendo sobre o tema, Sacha Calmon Navarro Coêlho faz algumas

considerações sobre o poder de tributar do Estado, afirmando que:

O poder de tributar, modernamente, é composto predileto de labor constituinte. A uma, porque o exercício da tributação é fundamental aos interesses do Estado, tanto para auferir as receitas necessárias à realização de seus fins, sempre crescentes, quanto para utilizar o tributo como instrumento extrafiscal, técnica em que o Estado intervencionista é pródigo. A duas porque tamanho poder há de ser disciplinado e contido em prol da segurança dos cidadãos (COÊLHO, 2001, p.37).

Da lição do autor, constata-se que a tributação, além de ser uma das fontes

de receita necessárias para custear os encargos financeiros, é também um

instrumento extrafiscal de que se vale o Estado para realizar a sua função social.

28

2.1.2 A Tributação como Instrumento de Realização da Função Social do Estado

Claro está que o Estado, em princípio, não gera riquezas,

conseqüentemente, não dispõe de recursos para o seu próprio custeio e

atendimento às demandas da Sociedade. Esses encargos são custeados com

recursos dos tributos instituídos e cobrados pelo Estado. Portanto, os tributos são

imprescindíveis para a consecução da Função Social do Estado.

A importância da participação dos tributos nas atividades do Estado é

destacada pela professora Márcia Aguiar Arend.

São os tributos que permitem a uniformidade do tecido social e a consolidação da civilização e da cidadania, cujo empreendimento e realização invejamos, nos países ditos do primeiro mundo. Para produzir civilidade e democracia os países precisam dos tributos e de gastá-los para tais fins. As nossas distâncias sociais, só poderão ser minimizadas com a redistribuição de renda que se opera através dos gastos públicos (AREND, 2001, p.37).

Para a autora, a importância do tributo vai além do financiamento das

atividades do Estado. O tributo é, sobretudo, um instrumento de que se vale o

Estado para promover a redistribuição da renda e consolidar a cidadania. O

prosseguimento desta análise requer o estabelecimento de um conceito operacional

para tributação.

O termo tributação neste estudo é entendido como uma atividade vinculada

exercida pelo Estado, decorrente do seu direito-dever de intervir na sociedade com o

objetivo de prover recursos para atendimento às demandas sociais de interesse

coletivo e promover a justiça social. Este conceito acima mostra a importância da

tributação como instrumento de consecução da função social do Estado.

A tributação se constitui, simultaneamente, no exercício do poder e do dever

de agir do Estado para obter os recursos financeiros necessários à realização dos

seus fins. É um poder-dever, porque o Estado não pode optar entre tributar ou não

tributar. Daí afirmar-se que a tributação é uma atividade vinculada, isto é, regrada,

deve ser feita segundo a lei e nos estritos limites desta.

Os encargos despendidos pelo Estado na prestação de serviços sociais são

repassados à Sociedade na forma de tributação. A Sociedade é, ao mesmo tempo,

beneficiária e provedora dos serviços do Estado. Contudo, essa não se constitui a

única função do tributo, pois, além de assegurar recursos financeiros ao Estado e

29

garantir a justiça fiscal, a tributação possui outra função fundamental de caráter

social — a extrafiscalidade.

A extrafiscalidade é a utilização dos tributos para fins outros que não os da

simples arrecadação de recursos financeiros para o Estado. Na extrafiscalidade o

tributo é instrumento de promoção de políticas econômicas, sociais, culturais etc.

Por meio da tributação, o Estado pode restringir ou incentivar a prática de

atos ou situações consideradas contrárias ou favoráveis ao interesse público,

atendida a finalidade última que é o bem comum. Pode também, desestimular o

latifúndio improdutivo, a especulação imobiliária à revelia do interesse comum e

contrária à função social da propriedade e, de outro lado, estimular a iniciativa

privada por meio de concessão de isenções e outros benefícios fiscais para

incentivar o desenvolvimento econômico, as artes, a educação, a cultura, o esforço

previdenciário particular (seguridade), e também, para atender situações sociais

relevantes.

A tributação pode ainda, orientar a ocupação do solo nas áreas urbana e

rural e direcionar o Plano Diretor do Município, contribuindo para a implementação

de políticas de planejamento e desenvolvimento sustentável do Município.

2.1.3 Princípios Constitucionais e as Limitações ao Exercício do Poder de Tributar

Se por um lado, o poder de tributar é vital para o Estado, por outro, a sua

disciplinação e contenção são essenciais à sociedade civil (COÊLHO, 2001, p.37),

quer dizer, a distribuição da carga tributária na sociedade deve ser feita de forma

eqüitativa, justa, segundo os princípios constitucionais tributários.

Outros autores também buscam entendimentos a esse respeito, como

Elizabeth Nazar Carrazza, para quem a Constituição de um Estado é o conjunto de

normas que indicam quem detém os poderes estatais, quais são estes poderes,

como devem ser exercidos e quais os direitos e garantias que as pessoas têm em

relação a eles. Ao contrário do Estado-Absoluto, em que não havia limites para os

poderes do príncipe, o Estado Constitucional Contemporâneo defende os direitos

30

das pessoas, mesmo diante do Poder Público (CARRAZZA, 2001, p.19-23), isto é

conseguido, basicamente, com a separação dos Poderes.4

Os Poderes do Estado, Executivo, Legislativo e Judiciário são exercidos pelo

Governo que tem por função a condução política dos negócios públicos. O Governo,

por sua vez, desempenha suas funções através da Administração Pública. Pode-se

afirmar então, que a Administração Pública é a atividade concreta do Estado, cujo

objetivo é satisfazer as necessidades coletivas de forma direta, imediata e

permanente. A Administração Pública atua por intermédio de seus órgãos e de seus

agentes.

A Administração Pública pode então ser conceituada como a gestão de bens

e interesses qualificados da Sociedade no âmbito federal, estadual ou municipal,

segundo os preceitos do Direito e da Moral, visando o Bem Comum. Sendo o Estado

detentor do poder de tributar, a atividade tributária é exercida pela Administração

Pública. Neste sentido, os poderes da administração tanto quanto os do Estado, são

submetidos à obediência de princípios constitucionais que limitam o exercício do

poder dos administradores públicos.

A natureza da Administração Pública é a de um encargo de defesa,

conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. O

administrador público tem a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e

da Moral administrativa que regem a sua atuação. Quando investido em função ou

cargo público, o agente do poder assume com a coletividade o compromisso de bem

servi-la, por que é esse o desejo do povo, como legítimo destinatário dos bens,

serviços e interesses administrados pelo Estado.

Na administração particular, o administrador recebe do proprietário as

ordens e instruções de como administrar as coisas que lhe são confiadas; na

4 “A Teoria da Separação dos Poderes também chamada Teoria da Tripartição do poder, embora já conhecida, em suas linhas básicas, desde a Antiguidade Clássica (ARISTÓTELES a ela aludia, em seu livro Da Política), encontrou em MONTESQUIEU seu mais completo expositor. De acordo com este pensador, as pessoas que detém o poder, tendem a dele abusar. É sua a frase: “todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”. A partir desta idéia, querendo acabar com o poder absoluto dos governantes, tripartiu as funções de governo; a saber: a) legislativa (produz as leis, que devem ser gerais, abstratas, iguais para todos, quer amigos, quer inimigos do governante); b) a executiva (que aplica a lei, no interesse do Estado, aos casos concretos); e, c) a judiciária (que aplica a lei com imparcialidade aos que invocam a proteção do Poder Judiciário, a fim de eliminar conflitos entre as pessoas). Com esse engenhoso sistema, pretendia MONTESQUIEU que um Poder, por assim dizer, controlasse o outro. Melhor dizendo, que o Poder Legislativo fizesse a lei, o Poder Executivo aplicasse a lei, o Poder Judiciário julgasse de sua aplicação.” (CARRAZZA, 2001)

31

Administração Pública, essas ordens e instruções estão contidas nas leis,

regulamentos e atos especiais, dentro da moral da instituição.

Os fins da Administração Pública se resumem num único objetivo: o bem

comum da coletividade. Se o administrador se afasta desse objetivo, trai o mandato

de que está investido. Todo ato praticado por administrador ou agente público que

não for do interesse da coletividade, é considerado ilícito e imoral.

As normas constitucionais não têm todas a mesma importância. Dentro da

Constituição existem normas jurídicas mais importantes e menos importantes. As

mais importantes se traduzem nos princípios constitucionais e como tais, têm

supremacia sobre as demais.

Para Roque Antonio Carrazza, princípio “é um enunciado lógico, implícito ou

explícito, que por sua grande generalidade, ocupa posição de preeminência nos

vastos quadrantes do Direito e, por isso mesmo, vincula, de modo inexorável, o

entendimento e a aplicação nas normas jurídicas que com ele se conectam”

(CARRAZZA, 2002, p.33).

Os princípios, por seus fundamentos, traduzem as diretrizes balizadoras dos

procedimentos que devem nortear as atividades das pessoas políticas dotadas de

competência tributária para instituir e cobrar tributos.

A função elementar do principio constitucional é estabelecer limites ao

exercício da competência tributária, para assegurar aos cidadãos a garantia dos

direitos fundamentais consubstanciados na capacidade, liberdade, dignidade

humana, propriedade e igualdade, além de outros valores próprios do regime

federal.

Em matéria tributária, a Constituição Federal contempla um grande número

de princípios que disciplinam a tributação e limitam o exercício do poder de tributar.

São os princípios constitucionais tributários.

Os princípios constitucionais tributários, na sua maioria, estão

expressamente contidos no Capítulo do Sistema Tributário Nacional, e são

considerados por Coêlho (2001, p.179-180) conexos aos direitos fundamentais. Os

princípios constitucionais tributários podem ser resumidos da seguinte forma: a)

princípio da legalidade formal e material da tributação (arts. 5°, II e 150, I); b)

principio da irretroatividade da lei tributária e dos critérios ligados à sua aplicação

administrativa e judicial (arts. 5°, XXXVI e 150, III, “a”); c) princípio da anterioridade

da lei tributária em relação ao fato jurígeno tributário, também denominado princípio

32

da não-surpresa (art. 150, III, “b”); d) princípio da noventena da lei tributária

instituidora ou majoradora de tributos (arts. 150, III, “c” e 195, § 6°); e) princípio da

vedação ao estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio

de tributos (art. 150, V); f) princípios da igualdade tributária, também chamado

princípio da isonomia tributária (arts. 5°, I e 150, II); g) princípio da capacidade

contributiva e da pessoalidade dos impostos (art. 145, § 1°); h) princípio do não-

confisco (arts. 5° e 150, IV); i) princípios da generalidade, universalidade e

progressividade do Imposto de Renda (art. 153, § 2°); j) princípio da progressividade

dos impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana e sobre a propriedade

territorial rural (arts. 153, § 4°, e 156, § 1°); l) princípio da não cumulatividade do

ICMS e do IPI (arts. 153, § 3°, II e 155, II).

Também são limitações constitucionais em matéria tributária, alguns

princípios constitucionais derivados do sistema jurídico da Constituição, os quais

Coêlho (2001, p.180), assim enumera:

a) princípio federativo da uniformidade da tributação federal; b) principio do tratamento fiscal privilegiado para regiões economicamente subdesenvolvidas e para as microempresas; c) princípio da unidade nacional e do mercado comum nacional; d) princípio da isonomia entre as pessoas políticas; e) princípio da anualidade orçamentária, influindo nos impostos periódicos; f) princípio do devido processo legal nas esferas administrativa e judicial, em matéria fiscal; g) princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional da lei e do ato administrativo normativo de caráter fiscal; h) princípio do sigilo fiscal, bancário e profissional.

Ainda em matéria tributária, considera-se relevante o princípio da efetividade

do exercício da competência tributária, segundo a norma estabelecida no art. 11 da

Lei Complementar n° 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal.

A par desses princípios constitucionais aparecem os princípios da

Administração Pública que devem ser observados pelos Administradores, sobretudo

no que se refere às atividades tributárias, conforme adiante se verifica.

Esses princípios constitucionais são garantias dos direitos fundamentais do

cidadão, isto é, asseguram ao contribuinte, notadamente, liberdade, dignidade

humana, igualdade, consubstanciados na segurança jurídica e na justiça fiscal e

devem, obrigatoriamente, ser observados pelo Estado e, como tal, pela

Administração Pública.

33

Dentre os princípios constitucionais tributários, verifica-se que alguns são

genéricos e outros específicos a determinados tributos.

Considerando a finalidade deste estudo, cuja área está delimitada no campo

da competência tributária municipal, importa o estudo dos princípios aplicáveis aos

tributos municipais, e mais especificamente daqueles que são próprios ao Imposto

Predial e Territorial Urbano.

Princípio da legalidade. Um dos primeiros princípios constitucionais relativos

aos direitos e garantias fundamentais do cidadão está consagrado no art. 5°, inciso II

da Constituição Federal, segundo o qual, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar

de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

Em matéria tributária, contudo, esse mandamento se reveste de maior

severidade a partir da norma prescrita no art. 150, inciso I: “Sem prejuízo de outras

garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça.”

Em outras palavras, nenhum tributo pode ser instituído ou majorado sem lei.

A esse respeito, são importantes os estudos de Paulo de Barros Carvalho.

O veículo introdutor da regra tributária no ordenamento há de ser sempre a lei (sentido lato), porém o princípio da estrita legalidade diz mais do que isso, estabelecendo a necessidade de que a lei adventícia traga no seu bojo os elementos descritores do fato jurídico e os dados prescritores da relação obrigacional (CARVALHO, 2002, p.154).

Em outras palavras, qualquer uma das pessoas políticas5 detentoras da

competência tributária somente poderá instituir novos tributos, ou aumentar os

existentes, majorando as respectivas bases de cálculos ou alíquotas, mediante lei.

Princípio da igualdade. A teor da norma consubstanciada no art. 150, II da

Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municípios: “II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem

em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação

5 As pessoas políticas detentoras da competência tributária são aquelas que formam o Estado Federal. Segundo disposição expressa no art. 1° da Constituição Federal o Brasil é uma República Federativa “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. A principal característica do Estado Federal é a autonomia dos entes federados, entre si, porém cada Estado-Membro está subordinado à Constituição Federal que os domina. A soberania é da Nação. A União os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, entes federados, formam ordens jurídicas parciais, e como tal, recebem diretamente da Constituição Federal o delineamento das suas competências, dentre as quais a competência tributária.

34

profissional ou função por eles exercida independentemente da denominação

jurídica dos rendimentos, títulos e ou direitos.” Considera-se que o princípio da

igualdade, também denominado princípio da isonomia, é um dos que mais se

conforma com a função social preconizada pelo Estado Contemporâneo. Sem

igualdade não se pode falar em justiça social. É princípio constitucional que não

admite derrogação ainda que através de lei.

O princípio da igualdade é explicitado na lição de Francisco Campos nos

seguintes termos:

[...] A lei será igual para todos e a todos se aplicará com igualdade. É um direito incondicional ou absoluto. Não tolera limitações, não admite exceção, seja qual for o motivo invocado; lei alguma, nenhum poder, nenhuma autoridade poderá, direta ou indiretamente, de modo manifesto ou sub-reptício, mediante ação ou omissão, derrogar o princípio da igualdade (CAMPOS apud CARRAZZA; CARRAZZA, 2001, p.25).

Segundo Coêlho (2001, p.244-245), o princípio da igualdade da tributação

impõe ao legislador: a) discriminar adequadamente os desiguais, na medida de suas

desigualdades; b) não discriminar entre iguais, que devem ser tratados igualmente.

Conforme esclarece o autor, o legislador deve fazer isto atento à capacidade

contributiva das pessoas naturais e jurídicas.

Ressalta-se que o princípio da igualdade não se aplica aos casos derivados

de extrafiscalidade e do exercício do poder de polícia.

Princípio da capacidade contributiva. No passado, os impostos eram

exigidos das classes menos favorecidas. A nobreza e o clero não pagavam tributos.

Não havia a consciência da necessidade de todos contribuírem, com parte de seu

patrimônio e rendas para que o Estado pudesse atuar no interesse da coletividade e,

dessa forma, alcançar o bem comum. Com a consolidação do Estado Democrático

de Direito, os encargos do Estado passaram a ser de responsabilidade de toda a

Sociedade. Todos devem contribuir com os encargos sociais na medida justa de

suas capacidades econômicas.

Nesse sentido, a lição de José Souto Maior Borges a seguir transcrita:

Todos devem contribuir, na medida de sua capacidade, para satisfação dos encargos públicos. Necessariamente a tributação deve obedecer a uma relação comutativa direta ou indireta com benefícios sociais. Discriminações tributárias, enquanto impliquem num tratamento privilegiado ou de favorecimento de determinadas pessoas, não as tolera o ordenamento constitucional brasileiro (BORGES, 1969 apud CARRAZZA; CARRAZZA, 2001, p.45).

35

Portanto, para haver justiça fiscal é imprescindível que a tributação seja

distribuída de forma eqüitativa, isto é, deve alcançar todos os cidadãos,

proporcionalmente a sua capacidade contributiva. A esse respeito, a Constituição

Federal dispõe em seu art. 145, § 1° que “sempre que possível, os impostos terão

caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do

contribuinte, facultando à administração tributária, especialmente para conferir

efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos

termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do

contribuinte”.

A partir da norma constitucional, infere-se que a atual Constituição Federal,

numa demonstração inequívoca do seu compromisso com a justiça social, cita como

fatos passiveis de tributação, via impostos, os que consideram fatos-signos

presuntivos de riqueza: o patrimônio, a renda e as atividades econômicas dos

contribuintes. Estes fatos são considerados manifestações da capacidade

contributiva do cidadão.

Ressalta-se, outrossim, que o texto constitucional fala em capacidade

econômica e não capacidade financeira. Portanto, “não é a disponibilidade financeira

para contribuir o dado relevante para que se possa aferir da existência ou da

inexistência da capacidade contributiva. Tal escolha já foi feita pela Constituição ao

eleger os fatos signos presuntivos de riqueza, passíveis de tributação” (CARRAZZA,

2001, p.49).

Segundo estabelece o art. 145, § 1° da Constituição Federal antes transcrito,

em alguns impostos, a pessoalidade lhes é inerente. É o caso do imposto sobre a

renda e proventos de qualquer natureza, da competência da União. Nele, a lei pode

e deve considerar as características pessoais do contribuinte ao descrever os

aspectos da hipótese de incidência tributária, dentre os quais, o fato gerador, a base

de cálculo e as alíquotas. Ou seja a lei pode estabelecer critérios legais mais

específicos para, tanto quanto possível, tornar mais individualizada a tributação.

Porém, existem impostos em que a característica da pessoalidade não se

aplica. Incluem-se nesse conceito, os impostos reais como os que gravam a

propriedade. Caso, por exemplo, do Imposto sobre a Propriedade Predial e

Territorial Urbana (IPTU), de competência dos Municípios. A propriedade do imóvel

tributado é que revela a capacidade contributiva do contribuinte. Nesse caso, são

36

irrelevantes as características pessoais do contribuinte, como por exemplo, a renda

ou a capacidade civil do proprietário do imóvel tributado.

Dentre todos os princípios constitucionais tributários, considera-se que o

princípio da capacidade contributiva e o principio da igualdade são os que mais se

conformam com a justiça fiscal e conseqüentemente, mais se alinham à função

social preconizada no Estado contemporâneo.

Princípio da anterioridade. O princípio da anterioridade é também chamado

de princípio da não-surpresa. Este princípio é explicado por Sacha Calmon Navarro

Coelho, como sendo aquele que:

(...) expressa a idéia de que a lei tributária seja conhecida com antecedência, de modo que os contribuintes, pessoas naturais ou jurídicas, saibam com certeza e segurança a que tipo de gravame estarão sujeitos no futuro imediato, podendo dessa forma organizar e planejar suas atividades (COÊLHO, 2001, p.195).

Dessa forma, a instituição ou majoração de tributos, bem como a extinção ou

redução de isenção ou incentivos fiscais, só podem ser feitas por lei publicada antes

do início do exercício financeiro em que devem vigorar.

Em 31 de dezembro de 2003 foi publicada a Emenda Constitucional nº 42,

que introduziu a alínea “c” ao inciso III do art. 150 da Constituição Federal de 1988,

determinando que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não

poderão cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data de publicação da

lei que os instituiu ou aumentou, sem prejuízo da anterioridade já prevista na CF/88

e à exceção de alguns tributos expressamente indicados.

Esta limitação constitucional não se aplica ao empréstimo compulsório

instituído em casos de calamidade pública, de guerra ou sua iminência; ao imposto

de importação (II); ao imposto de exportação (IE); ao imposto de renda (IR); ao

imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou

valores mobiliários (IOF); e ao imposto extraordinário instituído no caso de guerra ou

sua iminência. Além disso, a noventena não se aplica à determinação da base de

cálculo do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) e do

imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

Princípio da irretroatividade da lei tributária. Este princípio tem como

pressuposto assegurar às pessoas a certeza quanto aos seus atos pretéritos em

face da lei.

37

A matéria relativa à vigência das leis em geral é disciplinada na Lei de

Introdução ao Código Civil, cujo art. 1° estabelece que “salvo disposição contrária, a

lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente

publicada”. Desta forma, uma vez publicada a lei, ela passa a produzir efeitos

quarenta e cinco dias após. Entretanto, o legislador pode estabelecer,

expressamente, prazos maiores ou menores para a vigência da lei. Esse prazo pode

ser até mesmo a partir da data de sua publicação, o que, via de regra, ocorre.

Ressalta-se que a data de vigência da lei não determina a data em que se

observam os seus efeitos. O período compreendido entre a data da publicação da lei

e os seus efeitos, é denominado vacatio legis. A vacatio legis pode ser livremente

fixada pelo legislador ou pode ser prescindida por ele.

Contudo, quando se trata de matéria tributária é necessário que se

observem algumas restrições, tanto em relação às leis quanto aos decretos e às

normas complementares6.

Em primeiro lugar, as leis que instituam ou aumentam impostos, bem como

as que venham a extinguir ou reduzir isenções, devem observar os princípios da

anterioridade, da noventena e o da irretroatividade. Estas leis somente produzem

efeitos no ano seguinte ao de sua publicação, considerado ainda a vacatio legis de

noventa dias.

Os atos complementares previstos no art. 100 do Código Tributário Nacional

(CTN) entram em vigor na data da sua publicação; as decisões dos órgãos

singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia

normativa, passam a vigorar 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; os

convênios celebrados entre a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios,

têm sua vigência iniciada na data neles prevista.

A lei tributária nova somente é aplicada aos atos e fatos passados quando

dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte.

A efetividade do exercício da competência tributária. No ordenamento

jurídico o princípio da efetividade do exercício da competência tributária encontra-se

expresso no art. 11 da Lei Complementar n° 101/2000 – Lei de Responsabilidade

Fiscal, segundo o qual, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

devem exercer, com efetividade, a sua competência tributária. O efetivo exercício da

38

competência tributária envolve, dentre outros deveres, a instituição, o lançamento, a

arrecadação e a fiscalização de todos os tributos cuja competência tenha sido

outorgada pela Constituição Federal.

Percebe-se então que o administrador público não pode agir ao seu livre-

arbítrio, antes, deve se comportar conforme o ordenamento pretendido pelo

legislador. Segundo esclarece Seixas Filho (2001, p.3):

O administrador fiscal, como todos os administradores públicos, tem o seu campo de ação perfeitamente delimitado pela lei, não podendo agir fora dos parâmetros fixados pelo legislador, porquanto sua função própria é a de aplicador das leis, é a de fazer as pessoas cumprirem as leis.

Este princípio tributário se conforma com o princípio do poder-dever do

Estado, segundo o qual o Fisco tem o dever legal de exigir que o contribuinte pague

o tributo devido podendo, para o exercício dessa função, utilizar poderes que são

derivados e próprios da norma jurídica. Nesse sentido é esclarecedora a lição de

Celso Antonio Bandeira de Mello.

A ordenação normativa propõe uma série de finalidades a serem alcançadas, as quais se apresentam para quaisquer agentes estatais como obrigatórias. A busca destas finalidades tem o caráter de dever (antes do que poder), caracterizando uma função, em sentido jurídico. Em Direito, esta voz função quer designar um tipo de situação jurídica em que existe, previamente assinalada por um comando normativo, uma finalidade a cumprir e que deve ser obrigatoriamente atendida por alguém, mas no interesse de outrem, sendo que, este sujeito – o obrigado – para desincumbir-se de tal dever, necessita manejar poderes indispensáveis à satisfação do interesse alheio que está a seu cargo prover. Daí uma distinção clara entre a função e a faculdade ou o direito que alguém exercita em seu prol. Na função o sujeito exercita um poder, porém o faz em proveito alheio, e o exercita não porque acaso queira ou não queira. Exercita-o porque é um dever (....) (BANDEIRA DE MELLO, 1992, p.13-14)

Portanto, a Administração Pública, na medida em que tenha uma função

determinada pelo legislador, com atribuições e deveres bem definidos para a

realização do interesse coletivo, não tem liberdade para decidir se deve agir ou não

agir, fazer ou não fazer, porque a sua atuação está adstrita ao dever legal. A ação

dos administradores públicos deve pautar-se segundo o modelo legal,

consubstanciado nos princípios da Administração Pública.

6 As normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos, são aquelas estabelecidas no art. 100 do Código Tributário Nacional (CTN).

39

Os princípios básicos da Administração Pública estão consubstanciados em

seis normas que devem ser observadas de forma permanente e obrigatória:

legalidade, moralidade, impessoalidade, razoabilidade, publicidade e eficiência. Por

esses padrões é que devem se pautar todos os atos administrativos.

A legalidade, como princípio de administração significa que o administrador

público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às

exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de

praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal,

conforme o caso.

A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da

Administração Pública. Assim, cabe ao administrador público distinguir o bem do

mal, o honesto do desonesto. Ao atuar, o administrador público não poderá

desprezar o elemento ético de sua conduta. Considerando o Direito e a Moral, o ato

administrativo não deve obedecer somente à lei jurídica, mas também, à lei ética da

própria instituição, por que nem tudo que é legal é honesto.

O princípio da impessoalidade e finalidade impõe ao administrador público

que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a

norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma

impessoal.

Esse princípio também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal

de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas. A

finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo:

o interesse público. Todo ato que se afastar desse objetivo sujeitar-se-á à

invalidação por desvio de finalidade. Portanto, o ato administrativo deve ter sempre a

finalidade pública; não pode ser praticado no interesse próprio ou de terceiros.

O princípio da razoabilidade é também chamado princípio da proibição do

excesso. Objetiva compatibilizar os meios e os fins, de modo a evitar restrições

desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública, com lesão aos

direitos fundamentais.

O princípio da publicidade impõe a divulgação oficial do ato para

conhecimento público e início de seus efeitos externos. Os atos que produzem

conseqüências jurídicas externas para terem validade exigem publicidade. A

publicidade é requisito de eficácia do ato.

40

O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida

com presteza, perfeição e rendimento funcional.

2.1.4 Tributo: Conceito e Espécies

Dependendo o contexto em que é utilizado, o vocábulo tributo pode ter

diversos significados. Paulo de Barros Carvalho encontrou os seguintes significados

para o vocábulo tributo:

a) “tributo” como quantia em dinheiro; b) “tributo” como prestação correspondente ao dever jurídico do sujeito passivo7; c) “tributo” como direito subjetivo de que é titular o sujeito ativo8; d) “tributo” como sinônimo de relação jurídica tributária; e) “tributo” como norma jurídica tributária; f) “tributo” como norma, fato e relação jurídica. (CARVALHO, 2002, p.19)

Dentre as proporções semânticas aludidas ao vocábulo tributo, a que o

considera como uma quantia em dinheiro é considerada a mais vulgar. Nesse

sentido, tributo significa uma quantidade de notas. Essa menção corriqueira não é

encontrada somente entre os leigos, mas até mesmo nos textos de lei, como se

verifica da redação do art. 166 do CTN, onde o termo tributo aparece como soma de

dinheiro: a restituição de tributos que comportem (....).

O termo tributo também pode significar a conduta de uma pessoa

consubstanciada no pagamento de uma determinada quantia pecuniária para

cumprir um dever jurídico. A ênfase, nesse caso, não é o dinheiro, mas o

comportamento de alguém para solver um compromisso.

Em sentido antagônico ao anterior, tributo pode significar o direito do Estado

de exigir um comportamento das pessoas que lhe são submetidas. O real sentido do

termo é apresentado por Rubens Gomes de Souza (SOUZA, 1954 apud

CARVALHO; CARVALHO, 2002, p.21), para quem “tributo é a receita derivada que o

Estado arrecada mediante o emprego da sua soberania, nos termos fixados em lei

(...)”.

Como relação jurídica tributária, o tributo não significa um conteúdo

patrimonial, nem um dever jurídico e tão pouco um direito subjetivo, mas, como uma

7 Em matéria tributária, considera-se sujeito passivo a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária a ele correspondente. 8 idem sujeito ativo, a pessoa política titular do direito de cobrar o tributo.

41

relação jurídica complexa que envolve as três grandezas: o objeto da prestação, o

direito subjetivo e o dever jurídico.

O termo tributo é considerado ainda uma regra de direito, um preceito

normativo, ou ainda, uma instituição jurídica. Afirmando que o tributo é um plexo de

normas, Carvalho (2002, p.23) preleciona:

Quem der revista no texto constitucional irá encontrar, à farta, prescrições que aludem àquela realidade jurídica como norma ou plexo de normas, especialmente no capítulo destinado ao Sistema Tributário. [...] Que representa instituir, criar, decretar um tributo? esse instante, a fraseologia jurídica não admite digressões ou equivocidades: instituir um tributo é tarefa legislativa que se contém na edição de normas jurídicas, determinadas e peculiares, cuja estrutura ante-supõe a descrição de um fato a que o legislador associa o surgimento de um vínculo jurídico.

Finalmente, tributo pode imprimir toda a fenomenologia da incidência que

envolve a norma instituidora, o fato gerador da obrigação, o direito subjetivo e a

obrigação jurídica. Esse é o conteúdo expresso no conceito estabelecido no art. 3°

do CTN.

O CTN, em seu art. 3°, conceitua tributo como sendo “toda prestação

pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não

constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade

administrativa plenamente vinculada”.

De acordo com o CTN, o conceito legal de tributo expressa caráter

compulsório que não se confunde com “sanção de ato ilícito”. A característica da

compulsoriedade distingue os tributos das prestações de caráter contratual, como os

preços.

Segundo Coêlho (2001, p.392), o conceito de tributo no sistema brasileiro é

dos mais perfeitos do mundo. A posição de Coêlho é confirmada na lição de Geraldo

Ataliba, para quem “o Código Tributário Nacional conceitua tributo de forma

excelente e completa” (ATALIBA, 1980 apud COÊLHO; COÊLHO, 2001, p.392).

Ao comentar o conceito de tributo segundo a norma do CTN, Geraldo Ataliba

surpreende o leitor com o grande entusiasmo que expressa, notadamente quando

afirma (ATALIBA, 1980 apud COÊLHO; COÊLHO, 2001, p.392):

É notável a cláusula ‘que não se constitua sanção de ato ilícito’ porque permite extremar o tributo das multas. Se não se fizesse a ressalva, o conceito ficaria ambíguo – e, pois cientificamente inútil –

42

por excessivamente compreensivo, a ponto de abranger entidade tão distinta como é a multa de direito público.

E prossegue o autor:

Merece louvores a comissão elaborada do anteprojeto do código pela incorporação desta inovação, deixando completa e incensurável a noção de tributo, de modo a concorrer decisivamente para o aprimoramento das construções básicas da dogmática do direito tributário.

O tributo nasce da concretização de um fato previsto na lei tributária. Na

terminologia jurídica, a expressão fato gerador do tributo possui duplo sentido. O fato

gerador em abstrato, revela uma hipótese de incidência. Quando a hipótese de

incidência se concretiza, ocorre o fato gerador. Nesse momento, nasce o dever

jurídico de pagar o tributo, isto e, a obrigação tributária.

Denota-se então que o tributo não se enquadra no conceito de imposição do

poder soberano. Antes, é uma obrigação legal e nasce da ocorrência de um fato

antes previsto pelo legislador.

A redação do art. 3° do CTN mostra que o legislador adotou a teoria

segundo a qual o tributo se caracteriza pelo caráter compulsório, e, para distingui-lo

das multas e penalidades, incluiu a cláusula “que não constitua sanção de ato ilícito”.

O caráter compulsório afasta da definição de tributo, também as prestações de

caráter contratual, como os preços, e outras obrigações heterônomas do Direito

Privado, tais como: seguro obrigatório, obrigação alimentar, etc.

O conceito legal de tributo nos exatos termos do art. 3° do CTN sugere o

detalhamento das diferentes cláusulas que o compõem.

a) Tributo é uma prestação pecuniária compulsória

Prestação pecuniária compulsória quer dizer o cumprimento obrigatório de

uma prestação em dinheiro. A norma legal impõe como regra que uma vez

concretizado o fato previsto na lei, nasce o dever de uma prestação pecuniária.

b) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir

Considera-se que esta cláusula é prescindível no texto da norma definidora

do termo em estudo, visto que redundante em relação à cláusula anterior, quando

repete o caráter pecuniário da obrigação. Por outro lado, evidencia contradição

quando acrescenta “ou cujo valor nela se possa exprimir”, pois a partir dessa

disposição, ampliou a possibilidade de satisfazer a prestação, não somente

43

mediante dinheiro, mas também de outras formas. É de se observar que quase

todos os bens são passíveis de avaliação pecuniária.

Com base nessa premissa, é comum encontrar nas leis tributárias de

Estados e Municípios, a possibilidade de extinção do crédito tributário mediante

dação em pagamento com bens imóveis. Releva considerar que o instituto da dação

em pagamento de bens imóveis foi admitido como hipótese de extinção do crédito

tributário pela Lei Complementar n° 104, de 10 de janeiro de 2001.

c) Que não constitua sanção de ato ilícito

A obrigação tributária é decorrente da concretização de um fato lícito, ou

seja, da realização de uma situação definida na lei como necessária para o

nascimento da obrigação tributária. Os acontecimentos ilícitos vêm sempre

acompanhados de uma sanção. Pode ocorrer que o acontecimento ilícito seja

relacionado com a falta do pagamento do tributo. Ainda assim, não se confunde com

o tributo. O tributo decorre de uma obrigação principal, a penalidade, pelo não

pagamento do tributo, uma obrigação acessória.

d) instituída em lei

Em que pese o caráter compulsório do tributo, somente há obrigação de

pagar se esta for instituída em lei. “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de

fazer alguma coisa, senão em virtude da lei” – esta a diretriz sobre a qual repousa o

princípio da legalidade inscrito no art. 5°, II da Constituição Federal.

Esse mandamento constitucional é reiterado pela Constituição Federal no

enunciado do art. 150, I, quando veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e os

Municípios, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, instituir

ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Esta é a norma balizadora do princípio

da estrita legalidade.

A lei que institui o tributo define também a relação jurídico-tributária que se

estabelece entre o ente tributante e a pessoa sujeira ao pagamento da obrigação

tributária. Portanto, o tributo ou a relação jurídico-tributária é decorrente de lei e

nasce desde que ocorra um fato antes nela previsto. Na terminologia jurídica este

fato é denominado fato gerador do tributo.

e) cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

A cláusula cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada

expressa o caráter vinculado da atividade administrativa que tem por finalidade a

44

constituição do crédito tributário. É vinculada porque há de ser desempenhada

segundo a lei e nos seus estritos limites.

O tributo pode ser compreendido também como obrigação. A noção de

obrigação como dever jurídico é dada por Luciano Amaro da seguinte forma:

Obrigação, porém, além de dever jurídico (a que fica jungida uma parte ou cada uma das partes numa relação jurídica) presta-se a designar a própria relação jurídica expressando o vínculo que enlaça duas (ou mais) pessoas, às quais se atribuem direitos e deveres correspectivos. Ressalta-se a idéia, presente na etimologia do vocábulo, de ligação ou liame, unindo pessoas (credor e devedor) que têm, respectivamente, o poder de exigir e o dever de prestar o objeto da obrigação (dar, fazer ou não fazer) (AMARO, 1999, p.227).

A lição de Luciano Amaro é valorosa. O tributo é uma obrigação que decorre

da lei e envolve pelo menos duas partes, as quais, na relação tributária, situam-se

em pólos distintos e antagônicos. No pólo ativo, encontra-se o Estado como detentor

do direito-dever de instituir/cobrar o tributo; no pólo passivo, está a pessoa que tem

relação pessoal e direta com a situação definida na lei como necessária e suficiente

para constituir o fato gerador da obrigação. Esta pessoa é designada contribuinte. A

relação tributária comporta ainda uma terceira pessoa no pólo passivo. A lei pode

incluir no pólo passivo, o responsável tributário que juntamente com o contribuinte,

ou, no lugar dele, passa a responder pela obrigação tributária, embora não tenha

relação pessoal e direta com o fato gerador.

O tributo é uma obrigação legal subdividida em espécies. As espécies

tributárias, segundo o art. 5° do CTN são: impostos, taxas e contribuição de melhoria

e somente essas espécies são por ele conceituadas. Confrontando-se a norma do

art. 5° do CTN com o art. 145 da Constituição Federal, verifica-se que a atual

Constituição manteve as espécies tributárias do anterior Sistema Tributário e

acrescentou-lhe novas espécies: o empréstimo compulsório (art. 148); as

contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das

categorias profissionais (art. 149)9; e a contribuição para o custeio do serviço de

iluminação pública (art. 149-A)10;

9 As contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias sociais embora já estivessem previstas na Constituição Federal anterior, foi somente nesta Carta Constitucional que passaram a integrar o Capítulo do Sistema Tributário Nacional. 10 O art. 149-A foi acrescentado ao Capítulo do Sistema Tributário Nacional pela Emenda Constitucional n° 39, de 19 de dezembro de 2002.

45

A natureza jurídica de cada uma das espécies tributárias é determinada pelo

fato gerador da respectiva obrigação e não pela denominação do tributo ou

destinação da sua arrecadação.

O imposto é o tributo que uma vez instituído por lei, é devido

independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte.

Portanto, não está vinculado a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito

passivo. o imposto é tributo não vinculado (ATALIBA, 1992, p.121) que se enquadra

no conceito de obrigação unilateral, segundo a teoria de Coêlho (2001, p.394). O

imposto incide sobre uma situação definida na lei como fato gerador do tributo.

Ocorrendo o fato gerador, nasce a obrigação de pagar o tributo. Por exemplo, O

imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) tem como fato gerador a

prestação de serviço constante da lista anexa à Lei Complementar n° 116/2003. A

execução de obra de construção civil consta da lista de serviços como atividade

sujeita à incidência do imposto municipal. Se alguém constrói um prédio, está

prestando serviço sujeito à incidência do imposto. Portanto ocorre o fato gerador do

ISS e o tributo é devido.

Os impostos são de competência privativa dos entes federativos, na forma

distribuída pela Constituição Federal. Os recursos provenientes da arrecadação dos

impostos, em regra, não têm destinação específica, sendo, geralmente aplicados

nos encargos gerais com educação, saúde, assistência social, saneamento básico e

outros, todos de interesse coletivo.

A taxa, diferentemente dos impostos, é tributo vinculado à atividade estatal.

Isto é, somente será devida pelo contribuinte se houver contraprestação por parte do

ente que a instituiu. Essa contraprestação que constitui o fato gerador da taxa, pode

ser o exercício de atividade do poder de polícia administrativo, ou, a prestação de

serviços públicos específicos e divisíveis.

Para Aliomar Baleeiro “taxa é o tributo cobrado de alguém que se utiliza de

serviço público especial e divisível, de caráter administrativo ou jurisdicional, ou o

tem à sua disposição, e ainda quando provoca em seu benefício, ou por ato seu,

despesa especial dos cofres públicos” (BALEEIRO, 1971, p.284).

A taxa é de competência comum. Todos os entes federados podem cobrá-la

desde que instituída por lei específica do ente tributante, mediante a ocorrência do

fato gerador.

46

Segundo se extrai do art. 78 do CTN, o poder de polícia é a atividade da

Administração Pública que limita e disciplina direito, interesse ou liberdade, em razão

do interesse público, concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à

disciplina da produção e do mercado, à tranqüilidade pública ou ao respeito.à

propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. A taxa é cobrada para custear os

encargos despendidos pela Administração Pública no exercício da atividade. Ë

exemplo de atividade de poder de polícia, a concessão de licença para localização e

funcionamento de estabelecimento no município. O exercício do poder de polícia

ocorre quando a autoridade administrativa competente, no interesse público, fiscaliza

o estabelecimento para verificar as condições gerais de localização e

funcionamento.

Considera-se prestado o serviço público quando utilizado pelo contribuinte,

efetiva ou potencialmente. Sendo a taxa de natureza tributária, só pode ser cobrada

em relação a serviço público efetivamente prestado ou colocado à disposição do

contribuinte. Como exemplo de prestação de serviço público pode ser citado o

serviço de limpeza pública e coleta de lixo quando prestado pela Administração

Pública. Se prestado o serviço, ou colocado à disposição da população, ainda que

determinada pessoa não aproveite o serviço, ainda assim, considera-se ocorrido o

fato gerador e o tributo é devido.

A contribuição de melhoria é espécie do gênero tributo, cuja característica é

de ser cobrada em razão de obra pública da qual resulte valorização do imóvel.

A contribuição de melhoria é um tributo que, ao contrário da taxa, não requer

a contraprestação de um serviço público como esclarece Aliomar Baleeiro no trecho

a seguir transcrito:

A contribuição de melhoria oferece matiz próprio e específico: ela não é a contraprestação de um serviço público incorpóreo, mas a recuperação do enriquecimento ganho por um proprietário em virtude de obra pública concreta no local da situação do prédio. Daí a justificação do tributo pelo princípio do enriquecimento sem causa, peculiar ao Direito Privado. Se o Poder Público embora agindo no interesse da coletividade, emprega vultosos fundos desta em obras restritas a certo local, melhorando-o tanto que se observa elevação do valor dos imóveis aí situados, com exclusão de outras causas decorrentes da diligência do proprietário, impõe-se que este, por elementar princípio de justiça e de moralidade, restitua parte do benefício originado do dinheiro alheio (BALEEIRO, 1971, p.319).

47

A contribuição de melhoria é de competência comum e, portanto, pode ser

cobrada pelo ente federativo que realiza a obra pública da qual resulte valorização

imobiliária.

Conforme Fabretti (1998, p.67):

Essa contribuição não tem alíquota ou base de cálculo. Como se destina a custear obra pública, o seu limite é o total da despesa realizada, que será rateada entre os beneficiários da valorização imobiliária, no limite individual do acréscimo de valor que dessa obra resultar para o seu imóvel.

Os empréstimos compulsórios previstos no art. 148 da Constituição Federal

são tributos restituíveis e não são permanentes. Em relação a essa espécie

tributária, esclarece Coêlho que, (2001, p.428) “talvez fosse melhor falar em tributo

causal, porque as suas causas podem ocorrer ou não: guerra externa ou sua

iminência, calamidade pública, investimentos relevantes, urgentes, de interesse

nacional.”

Trata-se de uma espécie tributária que tem características especiais, visto

que tanto pode ter fato gerador de taxa quanto de imposto. É o que se denota das

experiências recentes quanto à instituição do empréstimo compulsório para:

consumo de energia elétrica, aquisição de veículos, compra de combustíveis,

obtenção de divisas para viagens ao exterior, compra de passagens aéreas

internacionais etc.

A esse respeito, é importante o que afirma Alfredo Augusto Becker:

(...) nos chamados empréstimos compulsórios coexistem duas relações jurídicas contrapostas. A primeira é de cunho tributário. O sujeito ativo é o Estado, e o passivo, o contribuinte. A segunda decorre da promessa unilateral de restituição vocalizada legalmente na lei de instituição do imposto restituível. Esta relação, de cariz financeiro, tem por sujeito ativo o contribuinte e por sujeito passivo o Estado. Vencido o termo para a restituição, o credor exercerá o seu direito de cobrança mediante ação contra a Fazenda Pública, caso a dívida não seja espontaneamente cumprida, incidindo em mora (BECKER, 1972 apud COÊLHO; COÊLHO, 2001, p.428).

Doutrinariamente tem sido sustentado que além dos impostos, das taxas e

da contribuição de melhoria, também integram o Sistema Tributário Nacional as

chamadas contribuições especiais ou contribuições parafiscais, como também são

chamadas as contribuições citadas nos arts 149, 149-A e 195 da Constituição

Federal de 1988.

48

Dentre os que reconhecem as contribuições especiais como espécie do

gênero tributos, encontra-se Ataliba (1992, p.168), para quem:

A Constituição de 1988 resgatou a boa doutrina tradicional e restaurou a certeza quanto à inquestionabilidade do cunho tributário das contribuições (parafiscais ou não). Nesse plano, não pode desconhecer que toda exigência coativa de cunho patrimonial que o estado faça aos sujeitos à sua ordem jurídica se submete à disciplina constitucional. Se tal exigência traduz-se em dinheiro, então o regime que lhe aplica é o tributário.

Após a edição do CTN em 1966, vários outros tributos da espécie

contribuições foram criados sob os mais variados fundamentos, destinações e

denominações. Neste estudo considera-se somente os que sobrevieram à

Constituição Federal de 1988 e os criados a partir dela e de suas emendas. Também

são referidos os que foram acrescentados ao art. 217 do CTN pelo Decreto-lei n°

27/1966.

O fundamento da instituição dessas contribuições está consubstanciado nas

normas dos arts 149 e 195 da Constituição Federal11.

No atual sistema tributário, as contribuições especiais são três e se destinam

ao financiamento de encargos específicos do Estado, a saber: a da seguridade

social (previdência, saúde e assistência social), a da intervenção no domínio

econômico e social (portos, café, cinema, cultura etc.) e a da manutenção das

entidades representativas das categorias econômicas e de seus órgãos de classe

(contribuições corporativas: sindicatos, conselhos regionais, Ordem dos Advogados

do Brasil, etc).

A doutrina tem questionado a natureza jurídica das contribuições especiais

em face de que somente em alguns casos o fato gerador implica uma atuação

11 Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social. (...) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a Sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I – dos empregadores, incidente sobre a folha e salários, o faturamento e o lucro; II – dos trabalhadores; III – sobre a receita de concursos de prognósticos. (...)

49

estatal referida ao contribuinte. Para Sacha Calmon Navarro Coêlho somente as

contribuições previdenciárias são as verdadeiras contribuições que podem ser

incluídas na espécie dos tributos vinculados a uma atuação específica do Estado, as

demais não. É do autor a seguinte assertiva:

Dentre as sociais ressaltam as previdenciárias, pagas por todos os segurados proporcionalmente aos seus ganhos, para garantirem serviços médicos, auxílios diversos e aposentadorias. Estas são as verdadeiras contribuições que podem ser incluídas na espécie dos tributos vinculados a uma atuação específica do Estado relativamente à pessoa do contribuinte. os fatos geradores são prestações do Estado, eventuais (auxílios diversos, serviços médicos a qualquer momento e, por último, aposentadoria e pensões ad faturam). Para obter tais prestações do Estado, específicas e pessoais, os segurados obrigatórios pagam contribuições compulsórias ao mesmo . A facultatividade aqui é mínima e residual. A contribuição é, v.g., obrigatória para todos os empregados do setor privado e público (os estados e Municípios podem ter sistemas previdenciários próprios conforme o art. 149, parágrafo único, da CF/88). Nas contribuições previdenciárias, o caráter sinalagmático da relação jurídica é irrecusável. Nas demais contribuições, inclusive as sociais, este aspecto inexiste. São idênticas, estas últimas contribuições, aos impostos. São impostos afetados a fins determinados com o nome de contribuições (COÊLHO, 2001, p.404-405).

Segundo o critério adotado pelo Sistema Tributário da atual Constituição

Federal, que classifica os tributos em impostos, taxas, contribuição de melhoria e

contribuições especiais, nesse último grupo, a partir de 2002, foi incluída nova

espécie de contribuição a ser cobrada pelos Municípios e o Distrito Federal para o

custeio do serviço de iluminação pública por eles prestados à população. Trata-se

pois de uma contribuição que reúne as características próprias dos tributos

vinculados a uma atuação específica do Estado em favor do contribuinte.

2.2 OS MUNICÍPIOS E A DISCRIMINAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA

TRIBUTÁRIA

2.2.1 Os Municípios na Federação Brasileira

De acordo com o art. 1° da Constituição Federal, o Brasil é uma República

Federativa formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e o Distrito

Federal”. A atual Constituição inclui no pacto federativo os Municípios e o Distrito

Federal. A participação desses entes políticos como unidade da federação é

50

considerada por diversos autores, fato inusitado em face de que o federalismo

clássico comporta somente a União dos Estados-Membros. Essa característica do

Estado Federal Brasileiro confere aos Municípios e ao Distrito Federal dignidade

constitucional, notadamente em matéria tributária.

Alguns autores sustentam que, diante do preceito constitucional que incluiu o

Município como ente federativo (art. 1°, da CF/88), o problema estaria superado.

Nesta linha, encontram-se Sacha Calmon Navarro Coêlho (COÊLHO, 2001), Adilson

Abreu Dallari (DALLARI, in RDP 97), Carlos Ari Sundfeld (SUNDFELD, in Rev. da

RPGE/SP, vol. 34) e Fernanda Dias Menezes de Almeida (ALMEIDA, 1991), dentre

outros. Tem posicionamento contrário José Afonso da Silva (SILVA, 1990), para

quem não existe federação de Municípios. Esse entendimento está fundamentado

no fato de os Municípios não possuírem representação no Congresso Nacional,

onde os deputados representam o povo e os senadores os Estados. Ademais, os

Municípios também não têm Poder Judiciário.

2.2.2 O Sistema Tributário na Constituição Federal

O Sistema Tributário Nacional é definido por Nogueira (1980, p.128) como

sendo “o conjunto dos tributos existentes no Brasil, tendo em vista não só as

relações e harmonia entre eles, mas também os efeitos que globalmente possam

produzir sobre a vida econômica e social”.

O Sistema Tributário no Brasil foi instituído em 1965 com a Emenda

Constitucional n° 18 que promoveu a primeira reforma constitucional tributária no

País. Segundo Nogueira (1980, p.128) a Comissão da Reforma Constitucional

Tributária da Emenda Constitucional n° 18/65, esclareceu mesmo que para

racionalizar o sistema partiu de duas premissas:

1ª) Consolidação dos impostos de idêntica natureza em figuras unitárias, definidas por via de referência às suas bases econômicas, antes que uma das modalidades jurídicas que pudessem revestir; 2ª) Concepção do sistema tributário como integrado no plano econômico e jurídico nacional, em substituição ao critério histórico, de origem essencialmente política, da coexistência de três sistemas tributários autônomos, federal, estadual e municipal.

O critério adotado pela Comissão da Reforma Constitucional teve por

resultado a excessiva centralização do poder fiscal, que se refletiu na distribuição

51

das rendas entre os entes políticos, pois a maioria dos impostos ficou na

competência da União, embora do resultado da arrecadação de alguns, os Estados

e Municípios tivessem um percentual de participação. Esse fato resultou também

mais centralização do poder político na União.

A estrutura tributária da reforma de 1965, foi praticamente preservada pela

Constituição de 1988, com algumas poucas alterações no que se refere à

distribuição das competências tributárias e também em relação à partilha direta e

indireta do produto da arrecadação dos impostos entre as pessoas políticas da

Federação (participação de uns na arrecadação dos outros), as quais não

modificaram a base do sistema tributário na sua essência.

2.2.3 A Discriminação das Rendas no Atual Sistema Tributário Nacional

Ao dispor sobre o sistema tributário, o legislador constituinte adotou a

técnica de descrever de modo exaustivo as áreas nas quais as pessoas políticas

podem exercer a tributação. Ficou estabelecido na Constituição Federal um sistema

rígido de distribuição de competências. O sistema rígido é definido por Carrazza

(2001, p.81), como sendo “aquele que traça todos os contornos da atividade

tributária. Fixa todas as regras de tributação, evitando, assim que surjam conflitos

entre as pessoas tributantes”.

Ressalta-se que a Constituição Federal quando estabeleceu o sistema rígido

de discriminação de competências tributárias, conforme lembra Carrazza (2001,

p.81-82), visou assegurar a observância dos princípios federativos e da autonomia

municipal e distrital. Acrescenta-se também que a distribuição das competências, de

forma rígida, privativa, para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

é indispensável para o equilíbrio do sistema e o desenvolvimento da economia do

País.

A Constituição Federal dotou a União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios de autonomia política, administrativa e financeira. No que respeita aos

municípios, a autonomia política traduz-se na competência legislativa plena para

editar suas leis orgânicas e eleger seus Governos – Executivo e Legislativo. A

autonomia administrativa, refere-se à aptidão para o Município dispor sobre assuntos

de interesse local. Já a autonomia financeira confere aos Municípios a competência

para instituir os tributos cuja competência lhes tenha sido outorgada pela

52

constituição Federal. Dentro do sistema tributário a discriminação constitucional das

rendas tributárias constitui um dos aspectos fundamentais do federalismo, que é, a

autonomia dos entes federados.

Na distribuição das rendas, a Constituição Federal de 1988, a exemplo do

Sistema Tributário que lhe antecedeu, adota discriminação exaustiva e inflexível,

distribuindo a cada ente da federação uma competência privativa12 para instituir e

cobrar tributos.

A teor do art. 145 da Constituição Federal, “a União, os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: impostos; taxas em

razão do exercício regular do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou

potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou

postos a sua disposição; e, contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

As taxas e a contribuição de melhoria, são de competência comum, isto é,

tanto a União quanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir e

cobrar taxas e contribuição de melhoria dentro do campo de atuação administrativa

de cada um desses entes. Na distribuição das competências relativas aos impostos,

a Constituição Federal considerou o critério econômico. Desta forma, os signos

presuntivos de riqueza foram agrupados em quatro setores econômicos: patrimônio,

produção e circulação, renda e especial.

Recaem sobre o patrimônio, os seguintes impostos: sobre a propriedade

territorial rural (competência da união); sobre a propriedade predial e territorial

urbana, (competência dos Municípios); sobre a propriedade de veículos automotores

(competência do estado); sobre a transmissão de bens imóveis e direitos a eles

relativos - quando onerosa inter-vivos (competência dos Municípios), se doações ou

causa mortis (competência dos estados).

A produção e circulação envolvem a indústria (competência da União); a

circulação de mercadorias e serviços (competência do Estado) e a circulação de

serviços (competência dos Municípios).

12 A privatividade é uma das qualidades da competência tributária definidas por Roque Carrazza (CARRAZZA, 2001, p 444). Contudo, Paulo de Barros Carvalho (CARVAHO, 2002, p. 216) tem se posicionado no sentido de discordar sobre a privatividade da competência tributária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Para o autor, só a competência da União é privativa, já que ela está credenciada a criar impostos estaduais e municipais para os territórios não divididos em Municípios, impostos estaduais para os territórios divididos em Municípios e quaisquer impostos, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação, conforme art. 154, II da CF/88.

53

No que se refere à tributação da renda e outras espécies, foi, ainda,

reservada competência à União para instituir e cobrar as contribuições econômicas,

sociais e parafiscais.

Sob o ponto de vista do resultado econômico da distribuição das

competências tributárias, é fácil constatar que a União ficou não somente com a

maioria dos impostos, como também reservou para si os impostos de maior

expressão econômica, em detrimento dos Estados e, principalmente dos Municípios,

que ficaram com a menor fatia do bolo tributário.

Ao lado do critério de impostos privativos, a Constituição prevê o da

participação dos Estados e Municípios no produto da arrecadação de certos

impostos.

Esta participação ocorre da seguinte forma: Pertencem aos Estados, ao

Distrito Federal e aos Municípios, o produto da arrecadação do imposto sobre a

renda , que de acordo com a lei federal, são obrigados a reter na fonte.

Cabem aos Municípios 50% da arrecadação do imposto sobre a propriedade

territorial rural incidente sobre os imóveis localizados em seus territórios; 25% da

arrecadação do ICMS, que será rateado entre esses, segundo critério específico;

50% da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores.

Foram criados o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de

Participação dos Municípios (FPM), constituídos por 47% da arrecadação do imposto

sobre produtos industrializados e do imposto sobre a renda e proventos de qualquer

natureza, dos quais: 21,5%, pertencem aos Municípios e 22,5% aos Estados.

Do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, a

união entrega dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao

valor das respectivas exportações de produtos industrializados. Desse montante, os

Estados entregam aos Municípios 25%, segundo critérios específicos.

2.2.4 Tributos da Competência Municipal

De acordo com o modelo constitucional vigente, a receita tributária municipal

é proveniente das seguintes espécies tributárias: impostos, taxas e contribuição de

melhoria.

De acordo com o art. 156 da Constituição Federal de 1988, os Municípios

têm competência para tributar, mediante impostos: a) a propriedade predial e

54

territorial urbana; b) a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso de

bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,

exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; c) serviços de

qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei

complementar.

A competência tributária municipal se iniciou com a Constituição de 1934,

vindo a ser reforçada no transcorrer dos anos.

É relevante registrar que a Constituição de 1988, inicialmente, atribuiu aos

Municípios competência para instituir o imposto sobre venda a varejo de

combustíveis líquidos e gasosos, exceto o óleo diesel (IVVC). Entretanto, a Emenda

Constitucional n° 3, de 1993, extinguiu o referido imposto a partir de janeiro de 1996.

O imposto predial e territorial urbano é o mais tradicional dos impostos

municipais, já chegou a pertencer aos Estados. Somente após a promulgação da

Constituição Federal de 1934 é que o IPTU passou para a competência municipal,

em conformidade com o disposto no art. 13, § 2°, II. A partir daí, o IPTU foi mantido

sob a competência municipal em todos as Cartas Constitucionais.

O imposto sobre serviços de qualquer natureza surgiu com esta

denominação a partir da Emenda Constitucional nº 18, de 1965, mantendo-se até os

dias de hoje. Anteriormente, os serviços eram tributados por dois impostos: o

imposto sobre indústrias e profissões e o imposto sobre diversões públicas. O

imposto sobre indústrias e profissões surgiu na Constituição de 1891, sob

competência estadual. Na Constituição de 1934 o imposto ainda era da competência

estadual sendo, entretanto, repassado 50% do seu valor para os Municípios. Este

mesmo critério foi considerado pela Constituição de 1937. A partir da Constituição de

1946, o imposto sobre indústrias e profissões passou à competência municipal,

conforme indicado no seu artigo 29, inciso III.

O imposto sobre diversões públicas surgiu na Constituição de 1934, sob

competência municipal, assim permanecendo nos dispositivos legais seguintes, até

a reforma tributária de 1965.

A partir da Emenda Constitucional nº 18, de 1965, foi instituído o imposto

sobre serviços de qualquer natureza (ISS) cuja competência foi atribuída aos

Municípios.

O imposto sobre a transmissão onerosa de bens imóveis por atos inter vivos,

anteriormente à Constituição de 1988, era cobrado pelo Estado sob a denominação

55

de imposto sobre a transmissão de bens Imóveis, incidindo sobre as transmissões

onerosas entre vivos, inter vivos, nas transmissões de propriedades ocorridas por

motivo de herança (causa mortis), e nas transmissões por doações.

O ITBI, foi criado na Constituição de 1891 e destinado exclusivamente aos

Estados. Em 1961, a Emenda Constitucional nº 5, de 1961, destinou o ITBI causa

mortis para os Estados e atribuiu o ITBI inter vivos para os Municípios. Pela primeira

vez, os Municípios ganhavam a competência tributária sobre o ITBI inter vivos.

Entretanto, pouco depois, com a Emenda Constitucional nº 18, de 1965, o ITBI inter

vivos retornou para a competência estadual, assim permanecendo até a Constituição

de 1988, quando, foi novamente atribuído aos Municípios.

No que se refere às taxas, a possibilidade de cobrança dessa espécie

tributária sobre serviços municipais foi instituída na Constituição de 1934, em seu

artigo 13, parágrafo 2º, inciso V, sendo complementada sua abrangência pelo

Imposto sobre Licenças, contemplado no inciso I deste mesmo dispositivo.

Na Constituição de 1937 foram mantidos estes mesmos dispositivos: as

taxas no artigo 28, inciso IV; e o Imposto sobre Licenças no inciso I deste mesmo

artigo.

A Constituição de 1946 foi um pouco mais abrangente, em seu artigo 30, ao

prever a cobrança de taxas ou rendas que pudessem provir do exercício das

atribuições do Município (inciso II) e da utilização de seus bens e serviços (inciso III),

mantendo o Imposto sobre Licenças em seu artigo 29, inciso II.

A Emenda Constitucional nº 5, de 1961, ainda mantinha o Imposto sobre

Licenças, em seu artigo 29, inciso IV. A Emenda Constitucional nº 18, de 1965, em

seu artigo 18, deu maior precisão à abrangência das taxas. Elas passavam a ocorrer

em função do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial,

de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados aos contribuintes ou postos à

sua disposição. A partir deste momento uma série de taxas anteriormente cobradas

pelos Municípios, tais como a de iluminação pública, pavimentação de vias urbanas,

limpeza das vias públicas e outras do gênero, passaram a ser inconstitucionais,

dada à impossibilidade de se determinar sua divisibilidade, cujos efeitos práticos,

entretanto, somente começaram a ser sentidos mais de duas décadas depois,

quando findava a era dos regimes militares e se esgotavam as possibilidades de

recursos judiciais. Durante o regime militar havia o receio de acionar judicialmente

56

um ente governamental, sendo que a sociedade “aceitava” a imposição destas

taxas.

Este mesmo detalhamento das espécies de taxas aparece na Constituição

de 1967, em seu artigo 19, inciso II; e na Emenda Constitucional nº 1, de 1969, em

seu artigo 18, inciso I. Na Constituição de 1988, as taxas são especificadas no corpo

do artigo 145, inciso II.

Portanto, as taxas cobradas pelos Municípios podem ser em razão da

utilização de serviços públicos e pelo exercício do poder de polícia.

A contribuição de melhoria é cobrada quando da realização de obras

públicas, das quais decorram valorização imobiliária.

Destaca-se que a partir de 1º de janeiro de 2003 a Emenda Constitucional nº

39, de 2002, permite que os Municípios venham a cobrar a contribuição sobre a

iluminação pública (COSIP).

A contribuição de melhoria é um tributo que foi introduzido através da

Constituição de 1946, em seu artigo 30, inciso I. Naquela época era prevista a

possibilidade de sua cobrança quando se verificasse a valorização do imóvel, em

conseqüência da realização de obras públicas.

A Emenda Constitucional nº 18, de 1965, mantinha em seu artigo 19 estes

mesmos princípios, porém, acrescentava que o ressarcimento do custo da obra não

poderia ultrapassar o limite da despesa total realizada e que haveria um limite

individual de pagamento, regulado pelo acréscimo de valor que a obra resultasse

para cada imóvel beneficiado.

A Constituição de 1967, em seu artigo 19, inciso III, voltava a apresentar um

texto mais genérico, em que a contribuição de melhoria seria cobrada dos

proprietários dos imóveis valorizados pelas obras públicas que os beneficiassem.

A Emenda Constitucional nº 1, de 1969, voltava a explicitar no texto legal,

em seu artigo 18, inciso II, que o ressarcimento do custo da obra se balizaria dentro

dos limites do valor total da obra e dos limites individuais de pagamento de cada

contribuinte. Não resta dúvida que este formato praticamente inviabilizava a

cobrança do tributo.

A Emenda Constitucional nº 23, de 1983, introduzia nova modificação no

texto referente à Contribuição de Melhoria, dizendo que esta seria arrecadada dos

proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas, e que teria como limite

para o ressarcimento da Prefeitura, a despesa total realizada.

57

A Constituição de 1988, em seu artigo 145, inciso III, apresenta um texto

bem enxuto, ao estilo daquele encontrado na Constituição de 1946, quando fala

apenas de que a cobrança da contribuição de melhoria decorrerá de obras públicas.

2.3 O IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA

2.3.1 Breves Considerações Sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU

Entre os tributos da competência dos Municípios está o imposto sobre a

propriedade predial e territorial urbana (IPTU), que constitui a segunda maior fonte

de receita própria municipal. O IPTU é um tributo direto que incide sobre o

patrimônio, isto é, grava a propriedade imobiliária que se destaca dentre os signos

presuntivos de riqueza por sua expressão econômica e, também, por constituir uma

alternativa de investimento com baixo risco.

Em 2002, Cesare desenvolveu estudo sobre a tributação da propriedade

imobiliária e concluiu que, em comparação com outras formas de tributação, existem

diversas características que incentivam a instituição de um tributo sobre a

propriedade imobiliária, dentre as quais destacou: a) alta visibilidade; b)

universalidade do fato gerador, isto é, ampla incidência do tributo; c) geração de

fluxo estável e previsível de receita, independentemente do ciclo econômico; d)

capacidade de produzir níveis razoáveis de receita quando administrado

eficientemente; e) capacidade de alocar a receita que cabe a cada município; f)

possibilidade de usar o próprio imóvel como garantia para incentivar o pagamento; e

g) dificuldade de sonegar.

Acrescente-se a essas características também o fato de que o IPTU é tributo

que se contrapõe aos impostos sobre o consumo. Enquanto estes tendem a

absorver uma parcela cada vez maior da renda das classes menos favorecidas, o

IPTU, tem a capacidade de impor uma carga tributária proporcional à capacidade

econômica da população, exigindo mais de quem tem mais e menos de quem tem

menos. Portanto, o IPTU tem a vantagem de possibilitar que a tributação seja

proporcional à capacidade contributiva de cada proprietário. Com isso, a população

que tem melhores condições econômicas paga mais imposto para financiar os

serviços e investimentos públicos nas áreas mais carentes.

58

Dissertando ainda sobre o IPTU, Cesare corroborando o pensamento de

Youngman, (YOUNGMAN, 1997 apud CESARE; CESARE, 2002, p.3), acrescenta:

Ao lado do grande número de vantagens na tributação do IPTU, existe um senso geral de insatisfação com o imposto por parte dos contribuintes. Uma das causas dessa insatisfação pode estar relacionada com o fato de que o tributo exige pagamento não acompanhado por qualquer movimentação financeira como a venda do imóvel ou a produção de renda. Outra fonte de insatisfação é a potencialidade do imposto para aumentos inesperados. Aumentos significativos nos preços imobiliários quando repassados para a base de cálculo do imposto, podem expor os contribuintes a uma carga tributária inesperada e sobre a qual os proprietários não exercem qualquer controle

Essa necessidade de aumentos astronômicos, segundo Cesare (2002, p.3),

“está muito mais relacionada à infrequência das avaliações do que a taxas de

valorização extraordinárias no mercado de imóveis”. Portanto, se as avaliações para

fins tributários fossem realizadas em curtos intervalos e de forma periódica,

provavelmente os diferenciais no imposto em relação ao ano anterior seriam

aceitáveis.

Em que pese os fundamentos de todas essas considerações, na prática,

verifica-se que a maior causa da insatisfação dos contribuintes em relação à

tributação do IPTU, está muito mais relacionada é com os aspectos da gestão do

imposto, conforme será demonstrado neste estudo.

Para se fazer uma análise de qualquer tributo, o conhecimento de sua

origem e de seu desenvolvimento através dos tempos se torna necessário. Com o

auxílio da História, é possível entender melhor as instituições jurídico-tributárias dos

dias atuais. A informação do passado, com seus acertos e erros constitui um

instrumento imprescindível para o esclarecimento de eventuais problemas que

poderão ser conhecidos no transcorrer de um estudo.

Portanto, inicia-se este Capítulo apresentando o imposto objeto deste

trabalho em seu ângulo histórico. Importa ressaltar que a escassez das fontes

históricas em relação ao IPTU, não permitiu a reunião de muitos subsídios sobre o

seu desenvolvimento histórico. A inexistência de dados e informações mais claras,

faz lembrar a conhecida frase de Mandetta (s/d, p.2), dirigida para a origem dos

impostos em geral: “A criação do imposto remonta às épocas mais antigas da

história da humanidade; distancia-se e desaparece nas sombras incertas do

passado mais longínquo”.

59

Veja-se, assim, quais as principais manifestações do IPTU.

O IPTU foi instituído no Brasil em 1799, pela Rainha Dona Maria, com o

nome de “décima urbana” e tinha por finalidade tributar somente os imóveis

edificados das cidades marítimas (BALEEIRO, 1971). Acredita-se que somente no

fim do período colonial é que o nosso País estava em condições para estabelecer

qualquer tipo de imposto. Antes, inexistiam condições econômicas e de organização

fiscal. Os habitantes do Brasil eram gravados com onerosos e variados tributos, sem

qualquer racionalidade ou sistema, recaindo os mesmos sempre sobre parte da

extração ou produção e também sobre os “direitos”.

Sobre a política tributária que vigorou no período colonial, Bernardo Ribeiro

de Moraes esclarece que:

Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 29 de novembro de 1807, nosso País passou a ser, da noite para o dia, a capital do Reino, fato que acarretou muitas responsabilidades e inúmeras despesas. Como a única fonte de receita da época estava no tributo, recorria-se a ele toda vez que se necessitasse de recursos financeiros. Significa afirmar que os tributos eram criados ou aumentados sem critério algum, sem um real exame das verdadeiras necessidades da nossa Terra. (MORAES, 1984, p.4).

Com relação à tributação do imposto pelos Municípios, segundo Baleeiro

(1971, p.144), “o IPTU é velho na competência dos Municípios brasileiros”. Contudo,

o imposto não pertenceu sempre aos Municípios. De acordo com Machado (1997,

p.283), “na primeira Constituição republicana o IPTU pertencia aos Estados”. Para o

autor, “somente a partir da Constituição de 1934 é que o IPTU passou à

competência dos Municípios”. A partir daí o IPTU foi mantido sob a competência

municipal em todas as Cartas Constitucionais.

Na Constituição de 1937, o imposto era contemplado no art. 28, inciso II; na

Constituição de 1946, no art. 29, inciso I; na Emenda Constitucional n° 5, de 1961,

estava contido no art. 29, incisos I e II; na Emenda Constitucional, n° 18, de 1965, no

art. 10; na Constituição de 1967, no art. 25, inciso I; na Emenda Constitucional n° 1,

de 1969, no art. 24, inciso I; e, finalmente, na Constituição Federal de 1988, a

competência dos Municípios em relação ao IPTU, está expressamente descrita no

art. 156, inciso I.

Portanto, de acordo com o art. 156, I da Constituição Federal de 1988, o

IPTU é tributo da competência privativa dos Municípios. Com relação à competência

impositiva do IPTU, deve ser considerado que o art. 147 da Constituição Federal de

60

1988 confere à União competência para instituir o IPTU em território federal que não

seja dividido em Municípios, assim também o Distrito Federal é detentor da

competência em relação ao imposto municipal.

Destaca-se que o exercício da competência tributária em relação ao imposto

depende de lei local instituidora do tributo. As normas relativas à instituição e

cobrança do IPTU são reguladas segundo as disposições dos arts. 32 a 34 do

Código Tributário Nacional (CTN).

2.3.2 Aspectos Básicos da Incidência do IPTU

Os Municípios receberam diretamente da Constituição Federal competência

para “instituir imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana”. Mas o Código

Tributário Nacional (CTN) amplia o conceito de propriedade quando estabelece que

o fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por

natureza ou acessão física, como definido na lei civil (Código Civil), localizado em

zona urbana do Município. Baleeiro (2001, p. 244), defendendo a plena

compatibilidade entre a norma constitucional e o CTN, afirma que a harmonização

entre os preceitos da Carta vigente e o CTN tanto é possível em razão de

argumentos econômicos, como jurídicos. Segundo o autor:

Não se deve entender que o CTN tenha instituído impostos autônomos sobre o domínio útil e a posse. Ao contrário, o núcleo único e central, em torno do qual giram os demais, como manda a Constituição, é a propriedade. O domínio útil somente é tributável por ser uma quase-propriedade, e a posse, apenas quando é exteriorização da propriedade, que pode vir a se converter em propriedade. Não podem configurar fato gerador do IPTU a posse a qualquer título, a precária ou clandestina, ou a direta do comodatário, do locatário, do arrendatário, do detentor, do usuário e habitador, do usufrutuário, do administrador de bem de terceiro, etc. que jamais se tornarão propriedade. A posse há de ser a ostentação e a manifestação do domínio (BALEEIRO, 2001, p.244).

Portanto, a Constituição Federal estabelece o balizamento da competência

em relação ao imposto, mas o CTN, enquanto lei complementar, define qual o fato

gerador do tributo. O fato gerador de um tributo só pode ser um signo presuntivo de

riqueza que constitua a situação concreta do fato cuja competência tributária está

delineada no texto constitucional.

61

O CTN quando considerou no conceito de propriedade sujeita à incidência

do IPTU, o domínio útil e a posse de bem imóvel, pretendeu incluir no campo de

incidência do imposto todas as hipóteses nas quais a pessoa já é ou pode vir a ser

proprietária do bem imóvel alcançado pela tributação.

Dessa forma, o aspecto material do IPTU considera: a) a propriedade sobre

imóveis, terrenos ou prédios urbanos; b) o domínio útil, como quase propriedade

plena, inclusive o aforamento administrativo que, segundo Leonetti (1998), se dá

sobre os terrenos de marinha; e c) a posse como exteriorização da propriedade ou ,

como assevera Baleeiro (2001) como condição de sua aquisição ad usucapionem.

A zona urbana é definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da

existência de no mínimo dois dos seguintes melhoramentos prescritos no parágrafo

1° do CTN: I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II –

abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação

pública com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; e V – escola primária

ou posto de saúde a uma distância mínima de três quilômetros do imóvel

considerado.

Entretanto, o próprio Código Tributário Nacional estabelece que é permitido

por lei municipal considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana,

constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à

habitação, à industria ou a comércio, ainda que localizados fora da área de

abrangência da zona urbana. Contudo, o loteamento deve ser aprovado pelo órgão

competente do município.

No que se refere ao aspecto pessoal do IPTU, o art. 34 do CTN define o

sujeito passivo do imposto como sendo o proprietário do imóvel, o titular do domínio

útil ou o possuidor a qualquer título. É comum nos contratos de locação atribuir-se

ao locatário a obrigação de pagar, além do aluguel, o IPTU. Esse contrato, contudo,

é inoponível ao Fisco, pois segundo estabelece o CTN, os acordos e convenções

particulares não podem alterar o conteúdo e os efeitos da lei tributária. Portanto, o

locatário, embora considerado detentor da posse do imóvel, não é contribuinte do

imposto.

Nesse sentido tem se posicionado o Superior Tribunal de Justiça, conforme

se observa da ementa extraída do Acórdão relativo no julgamento do Recurso

Especial n. 172.522/SP:

62

Tributário. Imposto Predial e Territorial Urbano. Contribuinte. Locatário. Há um só contribuinte do imposto predial e territorial urbano, que pode ser o proprietário do imóvel, o titular do domínio útil ou o possuidor, nesta ordem; embora possuidor, o locatário é estranho à relação jurídico-tributária, se o Município identificou o proprietário como contribuinte do imposto, e não tem, por isso, legitimidade para litigar a respeito. Recurso especial não conhecido (Ac. da 2ª T. do STJ no Resp. 172.522/SP, Rel. Min. Ari Pargendler, publicado no DJU de 28/06/99).

É oportuno destacar que a Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, que

regulamenta os arts 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, colocou no pólo

passivo da relação jurídico-tributária a figura do “superficiário”, atribuindo-lhe a

responsabilidade pelos tributos incidentes sobre a propriedade superficiária. A norma

está expressamente contida no parágrafo 3° do art. 21 dessa Lei, nos seguintes

termos: “§ 3° O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos que

incidirem sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente à sua

parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da

concessão do direito de superfície, salvo disposição em contrário do contrato

respectivo”.

Segundo o art. 33 do CTN, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do

imóvel. O valor venal do imóvel para fins de incidência do imposto é “aquele que o

imóvel alcançará para compra e venda à vista, segundo as condições usuais do

mercado de imóveis” (BALEEIRO, 2001, p. 249). Acrescenta ainda Baleeiro, que “a

base de cálculo deve ser aquela apurada de acordo com os dados da realidade –

nem ficta, nem presumida”.

A base de cálculo é apurada, via de regra, com base nos dados físicos e

econômicos do imóvel, constantes do cadastro imobiliário fiscal e da planta genérica

de valores que são mantidos pela Administração municipal para essa finalidade.

O cadastro imobiliário fiscal é o principal instrumento da tributação do

imposto, por isso, deve conter o registro de todos os dados necessários para a

correta identificação do contribuinte e do imóvel tributado. A existência no município

de um cadastro imobiliário completo e atualizado é requisito essencial para a

efetividade da tributação do IPTU.

A planta genérica de valores fixa os valores médios unitários de metro

quadrado de terreno e de construção, para logradouros, quadras, zonas ou bairros,

da área alcançada pela tributação, para a finalidade de apurar a base de cálculo do

63

imposto. Os valores de metro quadrado fixados na planta genérica de valores variam

em face do zoneamento e da ocorrência ou não de equipamentos urbanos e

serviços públicos tais como: iluminação pública, rede de telefone, pavimentação,

serviço de limpeza pública e coleta de lixo, transporte coletivo, e outros. A existência

ou não desses fatores determina a valorização ou desvalorização dos imóveis e,

conseqüentemente, o aumento ou diminuição da base de cálculo do imposto. Por

esta razão, qualquer alteração desses elementos deve ser considerada para a

atualização da planta genérica de valores.

No que se refere à planta genérica de valores, existem limitações tanto

administrativas quanto constitucionais que devem ser consideradas na sua

atualização. As de ordem administrativas estão relacionadas aos elevados custos

administrativos e operacionais que envolvem as atividades de acompanhamento e

controle das atualizações. As limitações de ordem constitucionais são mais

complexas por não depender somente de ação ou decisão político-administrativa. As

alterações na planta de valores que resultem aumento da base de cálculo do

imposto sujeitam-se à observância dos princípios constitucionais tributários da

legalidade, anterioridade e da noventena. Significa afirmar que qualquer alteração na

planta genérica de valores só é possível mediante lei publicada no ano anterior ao

do lançamento do imposto.

De acordo com Ferragut (2001, p.135), “as plantas fiscais de valores foram

criadas pela lei, em virtude da impossibilidade fática do Fisco determinar, caso a

caso, o valor venal dos imóveis, base de cálculo do IPTU, sujeito ao lançamento de

ofício”.

Ainda sobre a planta de valores esclarece a autora:

(...) a jurisprudência não costuma discutir a validade da planta de valores fiscais como presunção, mas apenas a necessidade de sua veiculação por meio de lei, já que o princípio da legalidade não permite que nenhum dos critérios da regra-matriz de incidência do imposto seja fixado em veículo infralegal (FERRAGUT, 2001, p.135)

Esse critério de que se vale a administração municipal para apurar a base de

cálculo do imposto que permite avaliar a propriedade imobiliária de milhares de

contribuintes, segundo Baleeiro (2001, p.249), “é chamado pelos germânicos de

modo de pensar “tipificante”, como uma técnica que torna a lei exeqüível”. Observa o

autor que “o princípio que rege essa técnica é o da praticidade, justamente porque

64

propicia a aplicação em massa da lei, através da substituição do caso isolado

concreto, tal como ele se apresenta na realidade, por um padrão médio”.

Apurada a base de cálculo, o valor do imposto é determinado pela aplicação

de uma alíquota sobre o valor venal do imóvel. A alíquota é o percentual que se

aplica sobre o valor venal do imóvel para estabelecer o quanto de imposto deve ser

pago em relação ao valor de mercado do imóvel. A fixação das alíquotas do imposto

deve ser feita com critério, pois é por seu intermédio que o IPTU se define como

instrumento de aplicação da política social do Estado, quer sob o ponto de vista da

função fiscal, ou da função extrafiscal.

2.3.3 A Progressividade do IPTU

Quanto à sua onerosidade, os tributos podem ser regressivos ou

progressivos. Leonetti (1998, p.19), estabeleceu com clareza a distinção entre esses

institutos tributários:

(...) o tributo é regressivo quando sua onerosidade relativa cresce na razão inversa da capacidade econômica (ou contributiva) do contribuinte. Já no tributo progressivo, sua onerosidade cresce na medida em que aumenta a capacidade contributiva do contribuinte.

Depreende-se que na tributação regressiva, quanto mais pobre o

contribuinte maior é o peso do tributo. Por outro lado, na progressividade os mais

ricos pagam proporcionalmente mais do que os mais pobres.

Conforme Leonetti (1998, p.19), “são regressivos todos os tributos indiretos

dentre os quais, o IPI, o ICMS, o ISS, o COFINS e outros, e também a maioria dos

tributos diretos, como o IPVA, o ITBI, e o próprio IPTU”.

A regressividade e a progressividade são determinadas segundo o critério

de fixação das alíquotas aplicadas no cálculo do imposto.

O CTN, ao dispor sobre os aspectos de incidência do IPTU, não fixou as

alíquotas do imposto deixando aos Municípios a competência para o

estabelecimento de suas próprias alíquotas. Com relação à fixação das alíquotas do

IPTU, ensina Leonetti (1998, p.19) que, “em princípio, o Município goza de liberdade

para fazê-lo, condicionado, por óbvio, ao respeito aos princípios constitucionais

tributários, sejam explícitos ou implícitos”.

65

Dentre os princípios que devem ser considerados na tributação do IPTU,

destaca-se o da capacidade contributiva previsto no art. 145, parágrafo 1° da

Constituição de 1988, segundo o qual: “sempre que possível os impostos terão

caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do

contribuinte, facultando à administração tributária, especialmente para conferir

efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos

termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do

contribuinte”.

O princípio da capacidade contributiva só se aplica aos impostos, pois

somente esses tributos incidem sobre fatos econômicos independentes de qualquer

atuação estatal. Este princípio não atua sozinho. O princípio da igualdade tributária

previsto no art. 150, II, da CF, juntamente com outros, influi de maneira substancial

no seu delineamento constitucional.

Para Elizabeth Nazar Carrazza, “não existe igualdade tributária sem que se

respeite a capacidade econômica do contribuinte. Os fatos-signos presuntivos de

riqueza devem, o quanto possível, ser tributados de modo idêntico.” (CARRAZZA,

2001, p.55)

Na mesma linha de entendimento, a lição de Roque Carrazza para quem o

IPTU deve submeter-se ao princípio da capacidade contributiva, por meio da

aplicação de alíquotas progressivas. Nesse sentido, a lição do autor:

Exige obediência ao princípio da capacidade contributiva o IPTU (imposto predial e territorial urbano). Agora, com a vigência da nova Carta, o proprietário de amplo e luxuoso imóvel, situado em bairro residencial, deve proporcionalmente ser mais tributado, por via de IPTU, do que o proprietário de casa modesta, localizada em bairro fabril. Quando dizemos “deve proporcionalmente ser mais tributado”, queremos significar que deve ser submetido a uma alíquota maior. Assim, se o imóvel urbano de “A” vale 1.000 e o imóvel urbano de “B” vale 10.000 e o primeiro paga 1 e o outro, 10, ambos estarão pagando proporcionalmente o mesmo imposto, o que fere o princípio da capacidade contributiva (CARRAZZA, 2002, p.91).

Na seqüência, esclarece o autor:

A Constituição exige, in casu, que “A” pague 1 e “B” pague, por hipótese, 30, já que, só por ser proprietário do imóvel mais caro, revela possuir maior capacidade contributiva do que “A”. Se ambos forem tributados com alíquotas idênticas, estarão sendo tratados desigualmente, porque em desacordo com a capacidade contributiva de cada qual (CARRAZZA, 2002, p.91).

66

Assim, o IPTU só atende ao princípio da capacidade contributiva, se

aplicada a progressividade da alíquota. Quanto maior a base de cálculo, ou seja, o

valor venal, maior deve ser a alíquota.

Com relação a aplicação da progressividade da alíquota do IPTU, destaca-

se que o CTN é silente quanto às alíquotas que podem ser consideradas pelos

Municípios no cálculo do imposto. A Constituição de 1988, contudo, inovou ao prever

a utilização de alíquotas progressivas para o imposto em duas situações: a) para

observar o princípio da capacidade contributiva, previsto no art. 145, parágrafo 1°; e

b) garantir o cumprimento da função social da propriedade.

O critério para o estabelecimento das alíquotas do IPTU está definido no art.

156, § 1° da Constituição de 1988, segundo a redação dada pela EC n.° 29, de

13/09/2000. Antes da EC n.° 29/2000, a progressividade da alíquota do IPTU

obedecia o critério estabelecido na redação original do mencionado dispositivo

constitucional, nos seguintes termos: “O imposto previsto no inciso I (IPTU) poderá

ser progressivo, nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento

da função social da propriedade”.

Pela redação original do § 1° do art. 156 da Constituição Federal de 1988,

que disciplinou a matéria específica das alíquotas do IPTU, denota-se que a única

progressividade antes permitida para o IPTU era aquela destinada a conferir eficácia

ao princípio da função social da propriedade expressamente contido no art. 182,

parágrafo 4° da Carta Constitucional de 1988.

Quanto à progressividade da alíquota em razão da capacidade contributiva,

o critério não foi expressamente considerado no dispositivo constitucional que

disciplinou a matéria específica das alíquotas do imposto. A ausência desse

disciplinamento levou a matéria ao campo da controvérsia, em face das divergências

doutrinárias e jurisprudenciais que se levantaram quanto à possibilidade da

aplicação do princípio da capacidade contributiva no IPTU.

Na doutrina, muitos autores defendem a possibilidade da aplicação da

progressividade do IPTU em relação à capacidade contributiva mesmo antes da

alteração constitucional. Esses autores consideram que a norma constitucional

prevista no § 1° do art. 156 deve ser interpretada de forma combinada com o § 1°

art. 145, que dispõe sobre o principio da capacidade contributiva a ser observado na

tributação. A esse respeito, Sacha Calmon Navarro Coêlho, assevera que no IPTU

67

as alíquotas podem e devem ser progressivas, para realizar o princípio da

capacidade contributiva (COÊLHO, 2001, p.517).

Na linha de Sacha Calmon, também Carlos Araújo Leonetti, para quem não

há razão para o IPTU ficar de fora do alcance da norma insculpida no parágrafo 1°

do art. 145 da Constituição. Nesse sentido esclarece o autor:

Mesmo que se entenda que a expressão sempre que possível se refira tanto ao caráter pessoal dos impostos, como ao respeito à capacidade contributiva (ou econômica) do contribuinte, não se vislumbra óbice a impedir que o Município utilize a progressividade, nas alíquotas do IPTU, a fim de graduar o tributo segundo a capacidade econômica do contribuinte, desde que se julgue apto a fazê-lo (LEONETTI, 1988, p.19).

Elizabete Nazar Carrazza, comunga o mesmo entendimento quando afirma

que “o IPTU – como todo e qualquer imposto – deve obedecer ao princípio da

capacidade contributiva, que vem expresso no art. 145, § 1°, da Constituição

Federal” (CARRAZZA, 2001, p.91).

É da autora, ainda, a seguinte assertiva:

O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana incide sobre o direito de propriedade de imóvel urbano. Por incidir sobre o direito de propriedade, a capacidade contributiva a que alude a Constituição Federal – e que o legislador ordinário deverá levar em conta ao criar o imposto – é de natureza objetiva. Refere-se a uma manifestação objetiva de riqueza do contribuinte (ter um imóvel). Este o fato-signo presuntivo de riqueza, a que se refere Alfredo Augusto Becker (CARRAZZA, 2001, p.92).

Contudo, o entendimento doutrinário que defende a aplicação da

progressividade do IPTU com base no princípio da capacidade contributiva expresso

no art. 145, parágrafo 1° da Constituição de 1988, não prevaleceu na jurisprudência.

O Supremo Tribunal Federal (STF) em reiteradas vezes declarou

inconstitucional o critério da tributação que leva em conta a capacidade contributiva

no IPTU. A posição do STF foi fundamentada na classificação clássica do IPTU

como imposto “real”, ou seja, que incide sobre o objeto da tributação. O STF

considerou esta característica incompatível com a progressividade decorrente da

capacidade contributiva do contribuinte. Adicionalmente, o Ministro do STF Celso de

Mello, fazendo a leitura conjugada dos artigos 156 e 182 da Constituição Federal,

entendeu que a progressividade do IPTU assumia exclusivamente a qualificação

extrafiscal. Ou seja, como a Progressividade Fiscal não estava explicita no art. 156

68

da Constituição Federal como critério para a tributação do imposto municipal, o STF

entendeu que alíquotas progressivas do IPTU só seriam cabíveis em caráter

punitivo, isto é, para penalizar o não cumprimento da função social da propriedade.

É o que se constata a partir do julgamento do Recurso Extraordinário n°

153.771/MG, quando o STF declarou inconstitucional dispositivo da legislação

tributária do Município de Belo Horizonte que contemplava a aplicação da

progressividade fiscal do IPTU, cuja ementa abaixo se transcreve:

IPTU. Progressividade. - No sistema tributário nacional é o IPTU inequivocamente um imposto real. - Sob o império da atual Constituição, não é admitida a progressividade fiscal do IPTU, quer com base exclusivamente no seu artigo 145, § 1°, porque esse imposto tem caráter real que é incompatível com a progressividade decorrente da capacidade econômica do contribuinte, quer com arrimo na conjugação desse dispositivo constitucional (genérico) com o artigo 156, § 1° (específico). - A interpretação sistemática da Constituição conduz inequivocamente à conclusão de o IPTU com finalidade extrafiscal a que alude o inciso II do § 4° do artigo 182 é a explicitação especificada, inclusive com limitação temporal, do IPTU com finalidade extrafiscal aludido no art. 156, I, § 1°. - Portanto, é inconstitucional qualquer progressividade, em se tratando de IPTU, que não atenda exclusivamente ao disposto no artigo 156, § 1°, aplicado com as limitações expressamente constantes dos §§ 2° e 4° do art. 182, ambos da Constituição Federal. - Recurso Extraordinário conhecido e provido, declarando-se inconstitucional o subitem 2.2.3 do setor II da Tabela III da Lei 5.641, de 22/12/89, no Município de Belo Horizonte (STF, RE 153.771/MG, rel: Min. Moreira Alves, set/1999).

Com esse entendimento que considera inconstitucional a norma legal que

dispõe sobre progressividade diferentemente daquela que está contemplada no art.

182, § 4°, II da Constituição Federal, o STF julgou inúmeros outros Recursos,

prevalecendo, assim o posicionamento do Poder Judiciário contrário ao

entendimento doutrinário.

Posteriormente, precisamente em 13 de setembro de 2000 foi editada a

Emenda Constitucional n° 29 que alterou o parágrafo 1° do art. 156, emprestando-

lhe nova redação que se expressa nos termos seguintes: § 1° Sem prejuízo da

progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4°, inciso II, o imposto

previsto no inciso I poderá: I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; II – ter

alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

69

Leandro Paulsen, interpretando a nova redação do dispositivo constitucional,

esclarece:

Progressividade para fins fiscais. Vedada à luz da redação original da Constituição, tanto em função da natureza de imposto real de que se reveste o IPTU como em razão da interpretação do art. 145, § 1°, da CF, conforme extensa jurisprudência do STF, está agora admitida expressamente neste inciso acrescentado pela EC n° 29/2000 (PAULSEN, 2002, p.338).

Destaca-se também, que a nova norma constitucional disciplinadora da

progressividade do IPTU trata, em caráter específico, das diversas formas de

aplicação da progressividade do imposto. Assim, além da progressividade

extrafiscal, asseguradora do atendimento ao princípio da função social da

propriedade, também admite a progressividade fiscal. Esta, por sua vez, comporta a

progressividade em relação à capacidade contributiva e também a possibilidade do

estabelecimento de alíquotas seletivas, isto é, diferenciadas em razão do uso do

imóvel.

Portanto, em relação à capacidade contributiva no IPTU, segundo afirma

Paulsen (2002, p.339), agora expressamente autorizada, não há mais o que discutir.

Em relação à progressividade do IPTU, a atual Constituição admite as

seguintes espécies de progressividade: a) fiscal, em razão do valor do imóvel; e

seletiva, em razão da localização e o uso do imóvel; b) extrafiscal, em atendimento

ao princípio da função social da propriedade, a aplicação da progressividade no

tempo.

A progressividade no tempo, está prevista no parágrafo 4° do art. 182, da

Constituição de 1988 e sua aplicação deve vincular-se às regras estabelecidas na

Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001 que, dentre outras disposições, regulamenta a

matéria.

Sobre a obrigatoriedade da aplicação da progressividade fiscal ou

extrafiscal, Carlos Araújo Leonetti deixa claro que tanto o art. 156, parágrafo 1°,

como o art. 182, parágrafo 4°, inciso II, da Constituição prevêem uma faculdade aos

Municípios que a adotarão ou não, em função de seus interesses e conveniências, à

luz das realidades locais (LEONETTI, 1998, p.22).

70

2.3.4 O IPTU e a Função Social da Propriedade

As primeiras manifestações de caráter social para a tributação da

propriedade imobiliária aparecem na Carta Constitucional de 1934, que, conforme

lembra Leonetti (1998, p.23), “teve vida curta, ceifada pelo advento da Constituição

de 1937, mediante a qual Getulio Vargas implantou o Estado Novo”.

A necessidade do cumprimento da função social da propriedade volta ao

texto constitucional na Carta de 1946, que no dizer de Leonetti (1998, p.23), “fora

redigida sob os ventos da redemocratização, que se seguiu ao final da Segunda

Grande Guerra”13.

Aliomar Baleeiro (s/d, p.2) dissertando sobre a Constituinte e a Constituição

Federal de 1946, assevera:

Na elaboração do projeto da Constituição Federal de 1946 prevaleceu uma tendência restauradora das linhas de 1981 com as inovações aproveitáveis de 1934 concernentes às disposições de proteção aos trabalhadores, à ordem econômica, à educação, à família, etc. Essa característica é explicada pela composição da Comissão do Projeto.

Segundo Baleeiro (s/d, p.2), a “Grande Comissão”, como foi chamada a

Constituinte de 1946, era constituída, em sua grande maioria, por modestos

proprietários de imóveis. Na Grande Comissão, formada por 37 componentes,

preponderavam homens de profissões liberais das classes médias, podendo se

deduzir disso o espírito conservador da maioria deles.

Sobre a composição da Comissão Constituinte de 1946, esclarece Aliomar

Baleeiro:

Juntaram-se ali 31 juristas, vários dos quais eram professores universitários, 2 médicos, 2 sacerdotes (1 dos quais protestantes), 1 militar e apenas 2 não tinham curso superior. (1 deles, Café Filho, veio a exercer a Presidência da República em 1954). (...) Em mais de 4/5 eram modestos proprietários de imóveis. Um era havido como rico. Alguns já haviam sofrido prisão por motivos políticos. No seio de toda a Constituinte, havia, talvez, duas dúzias de milionários, mas estes, pouco pesaram nas deliberações, que partiam em geral, de representantes das classes médias. A predominância, portanto, era de conservadores com tendências liberais e que faziam concessões ao proletariado, desejosos de soluções evolutivas ou por meios democráticos para a luta de classes (BALEEIRO, s/d, 2)

13 Os constituintes de 1946 partiam do princípio filosófico kantiano de que o Estado não é fim em si mesmo mas meio para o fim. Este fim é sempre o homem. O Estado deveria fazer convergir seus esforços, precipuamente para elevar social, física, moral e intelectualmente o homem (BALEEIRO, s/d, p. 5)

71

Alguns dispositivos da Constituição de 1946 evidenciam isso, a exemplo da

norma contida no art. 147 segundo a qual “O uso da propriedade será condicionado

ao bem-estar social.” A lei poderá, com observância do art. 141 § 16,

(desapropriação) promover a justa distribuição da propriedade com igual

oportunidade para todos.

No período que antecedeu o CTN, na legislação dos Municípios também

percebia-se uma tendência a incentivar a utilização do imóvel para fins residenciais.

Tanto que o STF decidiu, à unanimidade, que “não é inconstitucional a lei local que

concedeu redução de 50% do imposto predial ao proprietário que utiliza o imóvel

para sua residência”. (Representação n° 646, GB, 18/11/65, Pleno, rel. Hahnemann,

R.T.J., 35/501; Súmula n° 539).

Com o transcorrer dos anos, essa tendência se fortaleceu tendo alcançado

na atual Constituição Federal a sistematização de normas para assegurar que o

imóvel cumpra a sua função social pela sua efetiva utilização desde que esta seja

compatível com o Plano Diretor do município. A tributação da propriedade que até

então tinha como principal característica a função fiscal, passa assim a ter uma nova

finalidade: a função social.

Pode-se afirmar que o IPTU é importante por duas razões. A primeira por se

constituir numa importante fonte de receita para financiar as despesas do Governo

Municipal provenientes da realização de obras públicas, prestação de serviços nas

áreas da educação, saúde, saneamento básico, e tantas outras que são requeridas

pela população. Apesar da sua ineficiente exploração como receita, o IPTU é a

segunda maior fonte de recursos próprios dos Municípios brasileiros. Se

eficientemente administrado, o IPTU pode gerar uma receita estável e suficiente

capaz de garantir o equilíbrio financeiro das Prefeituras Municipais.

Além da sua importância como fonte de financiamento das ações dos

Governos Municipais, o IPTU destaca-se como importante instrumento de promoção

da política social do Estado. A Constituição Federal de 1988 permitiu o emprego do

IPTU como instrumento de política urbana para promover o uso racional da terra

gerando benefícios sociais à população. Essa permissibilidade está consignada em

diversos dispositivos da Carta constitucional, constituindo verdadeiros princípios

fundamentais.

A Constituição Federal, quando trata dos direitos e garantias fundamentais,

garante o direito de propriedade (art. 5º, XXII) com a ressalva de que esta atenderá

72

a sua Função Social. Denota-se que ao lado da sua finalidade fiscal, o IPTU possui

outra função de caráter ainda mais relevante vinculado à finalidades estrafiscais.

Vale dizer, seus objetivos não são somente arrecadatórios, mas, também prestam-

se a obrigar o proprietário a dar uma função social ao imóvel.

O tema é bem esclarecido por Aliomar Baleeiro quando assevera:

Costuma-se denominar de extrafiscal aquele tributo que não almeja, prioritariamente, prover o Estado dos meios financeiros adequados a seu custeio, mas antes visa a ordenar a propriedade de acordo com a sua Função Social ou a intervir em dados conjunturais (injetando ou absorvendo a moeda em circulação) ou estruturais da economia (BALLEIRO, 2001, p.233-234).

A função social da propriedade é portanto um princípio constitucional que

deve ser observado não somente pelos Municípios mas também pelos proprietários

dos imóveis, no interesse da coletividade. Este princípio constitucional é explicado

por Eros Roberto Grau, nos seguintes termos:

O princípio da função social da propriedade impõe ao proprietário (...) o dever de exercê-lo em benefício de outrem e não, apenas, de não exercer em prejuízo de outrem. Isso significa que a função social da propriedade atua como fonte de imposição de comportamentos positivos – prestação de fazer, portando , e não, meramente, de não fazer – ao detentor do poder que deflui da propriedade... Em razão disso pontualizo é que justamente a sua função justifica e legitima essa propriedade (GRAU, 1990 apud BALEEIRO, 2001, p.235).

O jurista lembra que a Constituição garante o direito de propriedade desde

que esta atenda a sua função social. O art. 182, § 2° estabelece que a propriedade

cumpre a sua função social quando atende as exigências fundamentais de

ordenação da cidade expressas no Plano Diretor. O Plano Diretor, aprovado pela

Câmara Municipal, é obrigatório para as cidades com mais de vinte mil habitantes e

se constitui no instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão

urbana (art. 182, § 1°). Por sua vez, o § 4° do art. 182, autoriza o Município a adotar

73

medidas severas em relação às propriedades que não estão cumprindo a sua

função social.14

A Constituição estabelece, assim, os critérios que devem nortear o legislador

para ajustar a propriedade imobiliária à política adequada ao pleno exercício da sua

função social. O IPTU é instrumento de aplicação desta política pela possibilidade da

utilização de alíquotas progressivas na determinação quantitativa do imposto. Os

critérios para a aplicação das alíquotas progressivas, são definidos no próprio texto

constitucional: a progressividade no tempo (art. 182, § 4°, inciso II) e a

progressividade em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1°, inciso I). Além da

progressividade, estabelece a Constituição Federal (art. 156, § 1°, inciso II), que a

alíquota do imposto também pode ser diferente de acordo com a localização e o uso

do imóvel.

Os critérios para a aplicação da progressividade no tempo estão definidos na

Lei Federal n° 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183

da

Constituição Federal, estabelecendo diretrizes gerais da política urbana. Esta Lei,

denominada Estatuto da Cidade estabelece as diretrizes para a execução da política

urbana, mediante o ordenamento do desenvolvimento das funções sociais da cidade

e da propriedade urbana. Na forma desta Lei, são instrumentos de promoção da

política urbana, dentre outros, os institutos tributários e financeiros e os institutos

jurídicos e políticos.

14 Art. 182. (...) § 4° É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente de: I – parcelamento ou edificação compulsórios; II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e juros legais.

74

Nesse contexto, o IPTU é utilizado como instrumento de promoção da

política urbana, para assegurar o cumprimento da função social da propriedade,

segundo as disposições dos arts. 5° e 7°, da referida lei15.

No que se refere à progressividade no tempo, o fundamento da sua

aplicação está no princípio da função social da propriedade que assegura o direito

de propriedade desde que esta cumpra a sua função social. Ou seja, a Constituição

Federal ao mesmo tempo em que garante o direito de propriedade, exige que ela

esteja voltada para o atendimento de uma função social. Deste modo, pelo texto

constitucional, o proprietário do imóvel passou a sofrer limitações relativas ao seu

uso. O imóvel cumpre sua função social quando adequadamente utilizado para os

fins a que se destina: produção, habitação, comércio, indústria, prestação de

serviços, ou seja, deve ser utilizado para atender às necessidades da população.

Quando o imóvel não cumprir sua finalidade social, cabe ao Poder Público adotar

medidas no sentido de desestimular tal comportamento por meio de uma tributação

progressiva.

Com esses esclarecimentos fica evidenciado que o IPTU é um instrumento

de extrafiscalidade. Este imposto pode ser utilizado não somente para fins

meramente fiscais, arrecadatórios, mas também, para fins ordinatórios. A alíquota do

IPTU pode variar de acordo com o índice de aproveitamento do terreno, a

destinação ou uso do imóvel e a sua localização. Esta progressividade, em

quaisquer dessas hipóteses, é de natureza extrafiscal e decorre do princípio da

função social da propriedade o qual, segundo Elizabeth Nazar Carrazza, não se

confunde com a que alude o art. 182, § 4°, da Constituição Federal:

15

Art. 5º Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subtilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação. ............................................................................................................... Art. 7º Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do caput do art. 5º desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5º do art. 5º desta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos. § 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o caput do art. 5º desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento. § 2º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8º. § 3º É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva de que trata este artigo.

75

O que em verdade se pretende demonstrar é que a progressividade de natureza extrafiscal, de que ora se trata, tem finalidade meramente ordinatória, visando a aplicação do princípio supra mencionado, à luz do disposto no § 2°, do art. 182, da CF. Objetiva a adequação do uso da propriedade urbana aos interesses locais, delimitados expressamente no Plano Diretor. Do comportamento inadequado do contribuinte não decorre uma sanção, mas, apenas, um agravamento de alíquota, que não pode ser progressivo no tempo. Diferentemente, portanto, daquela (progressiva no tempo, prevista no § 4°, ao art. 182), não objetiva levar o contribuinte à prática, compulsória, de um determinado comportamento (CARRAZZA, 2001, p.97).

A progressividade no tempo vem sendo aplicada no Município de Porto

Alegre com a finalidade de regular o cumprimento da função social da propriedade.

A legislação municipal (LC n° 312/93 e 333/94), estimula o desenvolvimento de

certas áreas estabelecendo prazos para a edificação ou parcelamento compulsórios

compatibilização do uso dos imóveis com o Plano Diretor do Município, sob pena de

aplicação da progressividade de alíquotas no tempo. Até a aprovação do Estatuto da

Cidade (Lei Federal 10.257/2001), a constitucionalidade da lei municipal vinha sendo

questionada nos tribunais. Entretanto, outras vantagens derivadas da experiência

assegurou o sucesso da iniciativa que vem sendo utilizada também em diversos

outros Municípios.

Com efeito, pode-se afirmar que é lícita e legítima a progressividade do

IPTU, nos termos da lei municipal, de modo a garantir o atendimento da função

social da propriedade.

Impende considerar que a progressividade das alíquotas tributárias pode ser

de natureza fiscal ou extrafiscal, segundo o ensinamento de Geraldo Ataliba.

A progressividade fiscal é aquela inerente ao próprio tributo, inserido dentro de uma sistema carregado de preocupação social, como é o nosso. A progressividade extrafiscal tem em vista a promoção de diversos valores constitucionalmente consagrados (dentre os quais, os de cunho social são mais relevantes (ATALIBA, 1991, p.54).

A progressividade fiscal tem seu fundamento no princípio da capacidade

contributiva, segundo o qual quem, em termos econômicos, tem muito, pague,

proporcionalmente, mais imposto do que quem tem pouco. Em outras palavras,

quem tem maior riqueza deve, em termos proporcionais pagar, mais imposto do que

quem tem menor riqueza. No caso do IPTU, a capacidade contributiva do

contribuinte se revela no valor da propriedade, ou seja, na base de cálculo do

76

imposto. Para Ataliba (1991, p.54), “quanto maior a base, mais intensa a alíquota.

Quer dizer: “quanto mais significativa a riqueza tributada, tanto maior a carga

tributária.”

A Constituição Federal ao estabelecer no art. 156, § 1°, inciso I, que o IPTU

poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel, cuidou para assegurar a justiça

fiscal em respeito ao princípio da capacidade contributiva, de forma a assegurar a

igualdade tributária. Defendendo a necessidade da aplicação de alíquotas

proporcionais à capacidade contributiva do contribuinte, salienta Elizabeth Carrazza:

Por outro lado, não há falar em proporcionalidade quando se cobra uma alíquota única de todos os contribuintes, uma vez que, nesta hipótese o mais pobre acabará por pagar mais tributo que o mais rico, apesar de em termos absolutamente numéricos tal não ocorrer. Até porque, “a proporcionalidade é princípio neutro que não objetiva atenuar as grandes disparidades econômicas advindas dos fatos” (CARRAZZA, 2001, p.57).

Por progressividade entende-se a majoração da alíquota, à medida que

cresce o valor da matéria tributável. Em uma iniciativa pioneira, o Município de

Florianópolis vem aplicando desde 1989, a progressividade do IPTU pela

diferenciação de alíquotas com base na área construída e na utilização do imóvel.

Assim enquanto os terrenos com construção pagam o imposto com uma alíquota de

0,5%, os não construídos, sofrem a aplicação de alíquotas que variam entre 2,0 e

4,0%. No caso das construções, as alíquotas são diferenciadas em relação ao uso, e

progressivas em relação à área construída. No caso, os imóveis utilizados para fins

residências sofrem alíquotas proporcionalmente menores que os destinados ao uso

não residencial. Os imóveis com áreas construídas menores, pagam o imposto com

alíquotas inferiores. A alíquota do imposto vai aumentando por faixa de área

construída. Ao estabelecer esse critério para a determinação das alíquotas do

imposto, o Município pretendeu considerar dois princípios constitucionais tributários:

o da capacidade contributiva e da justiça social. A capacidade contributiva se revela

no valor da propriedade – quanto maior a área construída, maior o valor do imóvel; e

no incentivo a destinação dos imóveis para fins residenciais.

77

2.4 LANÇAMENTO DO IPTU

2.4.1 O Lançamento como Procedimento para Constituição do Crédito Tributário

O crédito tributário é a expressão do direito do Estado de exigir o tributo

decorrente de uma obrigação tributária principal do sujeito passivo. A obrigação

tributária principal tem sua origem com a ocorrência do fato gerador. No momento

em que ocorre o fato gerador, nasce a obrigação tributária e, conseqüentemente o

dever jurídico de pagar o tributo ou penalidade pecuniária.

O crédito tributário converte essa obrigação ilíquida em líquida e certa,

exigível na data fixada na lei, mas, o crédito tributário só vem a surgir com o

lançamento, na dicção do art. 142 do CTN16. A norma prescrita na cláusula inicial

do referido artigo estabelecendo que compete privativamente à autoridade

administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, pode induzir a equívoco

e levar o intérprete a atribuir ao lançamento caráter constitutivo e não declaratório

em relação ao crédito tributário. Importa pois que se estabeleça a diferença entre ato

constitutivo e ato declaratório, para reconhecer a natureza jurídica do lançamento

tributário.

A diferença entre esses atos é explicada por Baleeiro (2001, p. 782), nos

seguintes termos:

A noção de ato constitutivo se avizinha do conceito do art. 81 do CC; é todo ato lícito que tem por fim imediato adquirir, modificar ou extinguir direito. Realizados esses fins, os de criar, alterar ou abolir uma situação jurídica, constituindo-a, ele se projeta de sua data em diante, para o futuro (ex nunc). Já o ato declaratório não cria, não extingue, nem altera um direito. Ele apenas determina, faz certo, apura, ou reconhece um direito preexistente, espancando dúvidas e incertezas. Seus efeitos recuam até a data do ato ou fato por ele declarado ou reconhecido (ex tunc).

No que se refere ao lançamento é consensual, no Direito Brasileiro, o

entendimento no sentido do reconhecimento do seu caráter declaratório e não

constitutivo. Significa então que o lançamento não constitui o crédito tributário,

16 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

78

somente declara-o. O conceito de lançamento é dado por Baleeiro nos seguintes

termos:

(...) ato, ou a série de atos, de competência vinculada, praticado por agente do Fisco, para verificar a realização do fato gerador em relação a determinado contribuinte, apurando qualitativa e quantitativamente o fato gerador da matéria tributável; segundo a base de cálculo, e, em conseqüência, liquidando o quantum do tributo a ser cobrado (BALEEIRO, 2001, p.782).

No momento em que o sujeito passivo realiza o fato gerador da obrigação

tributária, o Poder Público tem o poder-dever de aplicar a lei exigindo o crédito

tributário correspondente à obrigação. Para tanto, a obrigação do contribuinte e o

respectivo direito do Estado devem ser documentados mediante a formalização de

um ato administrativo declaratório do crédito tributário.

Na prática, com a ocorrência do fato gerador do tributo, deve o contribuinte

comunicar o evento à Fazenda Pública informando-a das condições em que o

praticou, ou, quando a lei determinar, pagar o tributo para posterior homologação

pelo Fisco. Qualquer que seja a situação cabe à Fazenda Pública examinar a

matéria tributável declarada pelo contribuinte, investigar eventuais erros ou

omissões, enquadrar os fatos na regra jurídica aplicável, calcular o valor do tributo

devido e identificar o sujeito passivo da obrigação, se o contribuinte ou o

responsável tributário. De acordo com o CTN, o ato da autoridade administrativa

que realiza esses procedimentos denomina-se lançamento tributário.

O valor do tributo liquidado pela autoridade administrativa é denominado

crédito tributário.

A lei instituidora do tributo define o fato gerador, o momento da sua

ocorrência e a data em que o lançamento deve ser efetuado.

O parágrafo único do art. 142 do CTN imprime expressamente o caráter

“vinculado e obrigatório” do lançamento, “sob pena de responsabilidade funcional”

da autoridade administrativa a quem a lei tenha atribuído tal competência. Significa

que o lançamento deve ser feito segundo a lei e nos estritos limites desta. Portanto,

não fica ao livre critério do agente público lançar ou não lançar o tributo ou escolher

a oportunidade de fazê-lo.

A função do lançamento tributário, portanto, é a de identificar o fato gerador

ocorrido, aplicar a norma tributária enquadrável e determinar o valor do tributo que

será exigido do contribuinte ou responsável tributário. Trata-se de uma sucessão de

79

procedimentos administrativos desempenhados pela autoridade administrativa com

vistas à efetivação do lançamento, cujo ato só se conclui com a notificação ao sujeito

passivo. A notificação do lançamento é o ato formalizador do lançamento tributário.

Denota-se então que o lançamento é o ato administrativo de aplicação da

norma tributária material praticado por órgão da Administração Pública. Esse dever

tributário que será cumprido pela autoridade administrativa competente, é explicado

por Seixas Filho (2001, p.98) quando afirma:

O fato da autoridade fiscal poder constituir, unilateralmente, um título jurídico com certeza e liquidez para exigir do contribuinte o cumprimento do seu dever tributário não é um privilégio legal, porém a atribuição ao órgão administrativo de uma competência ou função.

Assim, cabe à autoridade administrativa, no lançamento, aplicar a lei

tributária para individualizar o dever tributário de um determinado contribuinte,

seguindo os princípios constitucionais tributários e também os princípios que regem

a função administrativa, dentre os quais, o da legalidade, da formalidade, da

proporcionalidade e o da impessoalidade.

Segundo o CTN, o lançamento é imprescindível e obrigatório para constituir

o crédito tributário e possibilitar o seu pagamento pelo sujeito passivo. Esse

entendimento, porém, não é unânime na doutrina. Para muitos autores, porém, o

lançamento não é indispensável, nem imprescindível e nem essencial.

Carlos da Rocha Guimarães examinando o lançamento tributário para

verificar se este seria um aspecto ontológico da relação jurídico-tributária, concluiu

não ser o mesmo “indispensável, nem imprescindível nem insuprimível”

(GUIMARÃES, 1988 apud SEIXAS FILHO; SEIXAS FILHO, 2001, p.100),

Nessa mesma linha de entendimento, Paulo de Barros Carvalho defende a

tese de que “o lançamento não é essencial” (CARVALHO, 1999 apud SEIXAS

FILHO; SEIXAS FILHO, 2001, p.100-101).

A posição desses e de outros tantos autores favoráveis à tese de que o

lançamento tributário é prescindível, deve ser examinada com cuidado para não se

incorrer em equívocos, sobretudo, em face da norma legal definidora do lançamento

que o considera uma atividade administrativa vinculada e obrigatória.

Nesse sentido, é esclarecedora a lição de Seixas Filho quando afirma:

(...) o lançamento tributário só é imprescindível e insuprimível, quando o único dever imposto pela lei que deve ser cumprido pelo contribuinte, após a ocorrência do fato gerador é o de informar

80

(declarar) à autoridade fiscal como se produziu o fato gerador e as suas condições fáticas. Nesta hipótese, prevista no art. 147 do Código Tributário Nacional, o tributo somente poderá ser pago após o contribuinte ser intimado e notificado do seu valor, liquidado pelo lançamento tributário. Quando o tributo é pago pelo contribuinte nas demais hipóteses em que o cumprimento do dever tributário independe de prévia notificação-intimação do lançamento tributário, cabe à autoridade fiscal o poder discricionário de escolher o momento oportuno e conveniente para conferir se o pagamento correspondeu aos ditames legais e produzir o lançamento tributário se descobrir irregularidade no pagamento (SEIXAS FILHO, 2001, p.101).

O entendimento de Aurélio Pitanga Seixas Filho é respaldado por Souto

Maior Borges, para quem:

(...) um ato não deve ser necessariamente regrado ou discricionário na sua totalidade, mas pode ser regrado em alguns aspectos e discricionários noutros. Dado que o estabelecimento do tributo é reservado à lei, é obvio que a administração financeira não pode desfrutar jamais de um poder discricionário com referência aos elementos essenciais da obrigação (sujeitos passivos, individualização do pressuposto e critérios para a fixação da alíquota e parâmetro). Logo, com relação aos restantes aspectos (ex. modo e tempo de pagamento), pode existir, em virtude de silêncio legislativo, uma discricionariedade administrativa (BORGES apud SEIXAS FILHO; SEIXAS FILHO, 2001, p.101).

Confrontando os argumentos dos autores que defendem a prescindibilidade

do lançamento e a possibilidade da discricionariedade em relação a alguns dos seus

aspectos que não tenham sido estabelecidos na lei instituidora do tributo, com as

81

normas prescritas nos arts 147, 149 e 150 do CTN17, é possível concluir que cabe ao

contribuinte o dever de informar à autoridade administrativa responsável pelo

lançamento, a ocorrência do fato gerador e as suas condições fáticas. A lei pode

ainda, atribuir ao sujeito passivo obrigado, o dever de antecipar o pagamento do

tributo, para posterior homologação pela autoridade administrativa.

Quando a lei determinar, ou ainda, quando a declaração não tenha sido

apresentada pelo sujeito passivo nos prazos fixados pela legislação tributária, ou,

quando a autoridade administrativa constatar irregularidades nas declarações

prestadas pelo contribuinte ou terceiro obrigado, o lançamento deve ser efetuado e

revisto de ofício pela autoridade administrativa.

Nestes casos, e somente nesses casos, o lançamento é vinculado e

obrigatório, isto é, tem que ser efetuado pela Autoridade Administrativa que o fará,

nos estritos limites da lei.

17 Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. ............................................................................................................................. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I – quando a lei assim o determine; II – quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, o pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo, ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão em relação a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade essencial. ............................................................................................................................. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa; opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento de atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado, nos termos deste artigo, extingue o crédito sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento .

82

2.4.2 Modalidades de Lançamento Tributário

O CTN, nos artigos art. 147 a 150 faz menção a três modalidades de

lançamento: lançamento por declaração, lançamento de ofício, e lançamento por

homologação.

O lançamento por declaração é aquele em que o sujeito passivo (ou o

terceiro obrigado) informa à administração tributária toda a matéria fática necessária

à realização do lançamento. Com base nessas informações, a autoridade

administrativa competente verifica a incidência normativa, efetua os cálculos

necessários para determinação do valor do tributo devido, e, finalmente, cientifica o

contribuinte mediante a entrega da notificação do lançamento. Esse lançamento é

típico do imposto sobre a transmissão onerosa de bens imóveis por atos inter vivos

(ITBI), da competência dos Municípios.

O lançamento de ofício é aquele em que a própria administração verifica os

elementos fáticos e a constituição da relação jurídica tributária a partir da incidência

normativa, determinando o cumprimento da prestação pelo devedor. O lançamento

de ofício é efetuado com base nos dados cadastrais do contribuinte, ou em outros

elementos que dispuser a Administração Pública, previstos em lei, quando a pessoa

obrigada não tenha apresentado as declarações na forma, condições ou prazos

fixados na lei, ou, quando constatar divergência entre o valor pago pelo contribuinte

e o efetivamente devido. O lançamento de ofício é comumente aplicado em relação

às taxas, à contribuição de melhoria, à contribuição para o custeio do serviço de

iluminação pública, o imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), devido por

profissionais autônomos que prestam serviços na forma de trabalho pessoal do

próprio contribuinte, hipótese em que têm direito ao pagamento do imposto em base

fixa, e nos tributos lançados em massa, como é o caso do IPTU.

O lançamento por homologação ocorre quando a lei atribui ao sujeito

passivo o dever de, quando ocorrer o fato gerador do tributo, aplicar a incidência da

norma, determinar o montante do tributo devido e efetuar o seu pagamento,

independentemente de qualquer atuação da autoridade administrativa. O pagamento

efetuado segundo essa modalidade de lançamento é sujeito a posterior

homologação por parte do sujeito ativo, que se não ocorrer no prazo determinado na

83

lei tributária18, será considerado homologado tacitamente. Essa modalidade de

lançamento pode ser adotada para qualquer espécie de tributo, notadamente para

aqueles que têm por base de cálculo o valor da renda (imposto de renda) ou do

preço do serviço (ISS). Tem sido discutido na doutrina a possibilidade jurídica e

administrativa de adotar o lançamento por homologação, também, para o IPTU.

Segundo Baleeiro, (2001, p.827), alguns autores italianos como Cutera, A.

D. Giannini e Pugliese, admitem três modalidades de lançamento:

a) unilateral, isto é, da autoridade, sem intervenção ou cooperação do sujeito passivo; b) misto, isto é, da autoridade, com a intervenção do sujeito passivo ou colaboração de terceiro; c) espontâneo, Isto é, do sujeito passivo, ou autolançamento.

A expressão autolançamento, talvez originária da Itália, é acolhida também

por autores estrangeiros, dentre os quais, o argentino Giuliani Fonrouge. No Brasil,

Rubens Gomes de Souza, Aliomar Baleeiro e Marcelo Arger, dentre outros, também

adotam o conceito de autolançamento.

Confrontando-se essas três modalidades com as normas do CTN, percebe-

se que a legislação tributária brasileira adota o critério italiano no que respeita à

distinção das diferentes modalidades de lançamento tributário, diferenciando-se tão

somente no que se refere às suas denominações. Assim, o autolançamento dos

italianos corresponde ao lançamento por homologação da lei brasileira. No

autolançamento, como no lançamento por homologação, o próprio contribuinte

apura o valor do tributo devido e efetua o seu pagamento, sem que haja um exame

prévio por parte do órgão fiscal.

O CTN não menciona o autolançamento. Prefere o conceito de lançamento

por homologação que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito

passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade

administrativa, ressalvado o controle posterior desta. Segundo Guimarães (1985,

p.142-143), homologar significa “dizer a mesma coisa, confirmar, ou reconhecer

eficácia originária do ato”. Para Baleeiro (2001, p.828) “se a autoridade

administrativa homologa, isto é, ratifica e convalida o lançamento, este foi ato de

18 Sobre o prazo para homologação do pagamento antecipado do tributo, o § 4° do art. 150 do CTN estabelece: “Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação”.

84

autoria do sujeito passivo, autolançamento, portanto”.

Tem sido constatado nas três esferas de governo, Federal, Estadual e

Municipal, que os tributos lançados por homologação são cada vez mais numerosos.

A preferência do legislador por essa modalidade de lançamento que atribui ao

sujeito passivo o dever de colaborar com a Administração Pública, transferindo-lhe

as funções de apurar o tributo e antecipar o seu pagamento para depois ser

homologado pela autoridade administrativa, tem sido justificada por diversos

doutrinadores tributários, que se apóiam em razões de ordem econômica, política ou

jurídica, como a falta de estrutura administrativa adequada para o eficiente

desempenho das atividades de lançamento, administração e cobrança dos tributos,

notadamente de alguns impostos mais importantes. O elevado custo dessas

atividades, a impossibilidade de se conhecerem os dados próprios de cada

contribuinte, para aplicação da justiça tributária e ainda a necessidade de criar

mecanismos para dar celeridade ao processo de arrecadação, dentre outros, tem

sido alguns dos fundamentos que justificam o lançamento por homologação.

Estevão Horvath discorrendo sobre o tema em sua tese de doutorado

defendida na Universidade Autônoma de Madrid, explica com muita propriedade, a

aplicação do autolançamento:

Já escrevia Blumenstein que o ‘autolançamento’ se aplica geralmente só naqueles impostos nos quais a intervenção administrativa seria inadequada à natureza das coisas (System des Steuerrechts, apud Ruiz Garcia. La liquidación ..., cit, p. 274, nota 20). Deveria ser esta a orientação seguida por todas as legislações que se ocupam do tema. Com efeito, o tipo de lançamento a ser aplicado a um tributo deve ter conexão com seu pressuposto fático, pois podem existir tributos nos quais o lançamento administrativo seja difícil de se efetivar por não dispor a administração dos dados necessários, assim como existirão outros nos quais o contribuinte sozinho não conseguiria obter o montante devido [...]. Acrescentamos a estas considerações aquela segundo a qual o princípio implícito da praticidade do ordenamento jurídico procura uma aplicação mais cômoda, simples, econômica e funcional da lei tributária. A professora brasileira Misabel Derzi define a praticidade com o nome que se dá a todos os meios e técnicas utilizáveis com o objetivo de simplificar e viabilizar a execução das leis (v. Direito Tributário, Direito Penal e Tipo, Ed. RT, São Paulo, 1988). Isso significa apenas que um tributo deve ser lançado da forma que seja mais compatível com sua natureza intrínseca, para que a lei tributária possa ser aplicada concretamente do modo mais econômico e eficaz. Não obstante, parece que os legisladores modernos acham que todos (ou quase todos) os tributos existentes são compatíveis com o lançamento por homologação, já que esta é a forma de lançamento prevista na imensa maioria dos tributos atualmente vigentes. Parece-

85

nos que isso pode ser feito, sempre que se assegurem aos contribuintes formas de corrigir os erros por ele eventualmente cometidos em sua tarefa ‘lançadora’. (HORVATH, 1990 apud BALEEIRO; BALEEIRO, 2001, p.830-831)

São válidos os argumentos de Horvarth quando afirma que os legisladores

modernos defendem a compatibilidade de quase todos os tributos com o lançamento

por homologação. Na prática, muitos dos tributos mais importantes dentre os quais,

o imposto sobre a renda (IR), o imposto sobre produtos industrializados (IPI), o

imposto sobre operações relativas a circulação de mercadorias e serviços de

transportes interestaduais e intermunicipais e comunicações (ICMS), o imposto

sobre a prestação de serviços de qualquer natureza (ISS) e as contribuições

especiais, são autolançados e não apresentam qualquer dificuldade para o

contribuinte ou para a administração tributária. Antes, esse critério aparece como um

instrumento facilitador para a gestão desses tributos.

2.4.3 O Lançamento de Ofício e o IPTU

A Constituição Federal outorgou aos Municípios competência para instituir

imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. Contudo, para que o

Município possa exercer essa competência, duas providências são fundamentais: a

primeira está relacionada com a autorização legislativa para instituir o tributo, isto é,

o imposto somente pode ser exigido dos contribuintes se previamente instituído em

lei local; a segunda providência indispensável consiste na constituição do crédito

tributário, ou seja, constituir as condições necessárias para provar o seu direito. A

exata noção de crédito tributária é melhor compreendida a partir da lição de Fabretti

(1998, p.117), que ao comentar o art. 142 do CTN, esclarece:

Para que seja possível a cobrança do crédito tributário, é necessária a comprovação de sua existência. Todo aquele que é credor, que tem direito a receber uma obrigação, deve possuir provas da sua existência de seu direito. Geralmente, essa prova faz-se por meio de um título ou documento. Em relação ao crédito tributário, idêntica situação acontece com o Estado: a partir do momento em que o sujeito passivo realiza o fato gerador da obrigação tributária, o Poder Público aplica a lei exigindo o crédito correspondente à obrigação. Para tanto, a obrigação do contribuinte e o respectivo direito do Estado devem ser documentados.

86

A documentação da existência da dívida tributária é realizada por um ato

administrativo de constituição do crédito tributário denominado lançamento. Denota-

se que para o Município exigir o IPTU dos proprietários, titulares do domínio útil e

dos possuidores a qualquer título de imóveis localizados na sua zona urbana, deve

ser efetuado o lançamento.

Tradicionalmente, o lançamento do IPTU é feito de ofício pela Autoridade

Administrativa, ou seja, a Administração Municipal verifica a ocorrência do fato

gerador, identifica o contribuinte, calcula o montante do tributo devido e emite a

notificação do lançamento, entregando-a ao contribuinte. O cálculo e o lançamento

do imposto são feitos pela autoridade administrativa competente, com base nos

dados constantes do cadastro imobiliário e da planta de valores. Portanto, no

lançamento de ofício, o cadastro imobiliário e a planta de valores são considerados

elementos essenciais para a constituição do crédito tributário do IPTU.

O cadastro imobiliário contém o registro de todos os dados necessários para

a correta identificação do contribuinte e do imóvel tributado. Assim, para atender a

finalidade de lançamento do imposto, o cadastro imobiliário deve ser completo e

permanentemente atualizado.

A planta de valores fixa os valores médios unitários de metro quadrado de

terreno e de construção, para logradouros, quadras, zonas ou bairros, da área

alcançada pela tributação, para a finalidade de apurar a base de cálculo do imposto.

Os valores de metro quadrado, fixados na planta de valores variam em face do

zoneamento e da existência ou não de equipamentos urbanos e serviços públicos

tais como: iluminação pública, rede de telefone, pavimentação, serviço de limpeza

pública e coleta de lixo, transporte coletivo, etc. Esses fatores determinam a

valorização ou desvalorização dos imóveis e consequentemente aumentam ou

diminuem a base de cálculo do imposto. Por esta razão, sempre que houver

alteração em quaisquer desses elementos a planta de valores deve ser atualizada. A

planta de valores é fixada em lei e qualquer alteração nos seus elementos, que

possam modificar a base de cálculo do imposto, só podem ser consideradas no

lançamento com a prévia autorização da Câmara de Vereadores.

Com base nos dados cadastrais do imóvel e na planta de valores, a

autoridade administrativa apura a base de cálculo pelo valor médio, permitindo-lhe

dessa forma, avaliar a propriedade imobiliária de milhares de contribuintes. De

acordo com Baleeiro (2001), esse modo de executar a lei tributária, que possibilita a

87

aplicação da lei em massa, é chamado pelos germânicos de modo de pensar

tipificante, como uma técnica que torna a lei exeqüível. O princípio que a rege é o da

praticidade, nome que designa, a totalidade das condições que garantem uma

execução legal, eficiente e econômica.

A legitimidade da técnica da praticidade no lançamento do IPTU divide a

doutrina e a jurisprudência. Na doutrina, a corrente favorável à sua utilização

defende, sobretudo, que “a Fazenda Pública não dispõe de recursos, pessoal e

aparato necessário a uma exaustiva e esgotante investigação do caso isolado, mas

mesmo assim tem o dever de aplicar a lei” (ISENSEE, 1976 apud BALEEIRO;

BALEEIRO, 2001, p.249). Contrariamente à prática da simplificação, Derzi (1988)

apresenta como objeções ao uso dessa técnica, a ofensa a princípios constitucionais

tais como: princípio da igualdade e da capacidade contributiva.

Na jurisprudência, a técnica de aplicação da lei em massa é analisada à luz

dos princípios constitucionais tributários, sobretudo, o da legalidade e o da

anterioridade, segundo os quais qualquer modificação na base de cálculo do tributo

só pode ser feita mediante lei, publicada no exercício anterior ao da aplicação. Com

esse entendimento em 1979, o Supremo Tribunal Federal julgou o Recurso

Extraordinário n° 87.763-1, em que foi relator o Ministro Moreira Alves, e decidiu que

as plantas e pautas de valores para fins do IPTU são contrárias à Constituição

Federal, se não aprovadas por lei, admitindo somente a atualização monetária do

valor venal, com base em índice oficial de correção monetária. o posicionamento do

STF, é esclarecido por Aliomar Baleeiro quando assevera que:

(...) a polêmica central enfocada pelos tribunais superiores apresenta-se quando a Fazenda Pública Municipal não procede à avaliação individual, conforme art. 142 do CTN, passando as plantas de valores a atuar como presunções. Em lugar de servirem apenas de parâmetros e orientações para avaliação em cada caso isolado, tornam-se as plantas de valores a única avaliação feita BALEEIRO, 2001, p.250)

Além de afrontar princípios constitucionais tributários como o da igualdade,

da capacidade contributiva e da justiça fiscal, a técnica da praticidade adotada no

lançamento de ofício do IPTU, pode ser um dos fatores que contribuem para a não

exploração total da capacidade contributiva dos municípios, por diversas razões, tais

como: a impossibilidade da Fazenda Pública manter o cadastro imobiliário e a planta

de valores permanentemente atualizados; os dados constantes do cadastro são

insuficientes, por não refletirem as diferenças individuais relevantes que devem ser

88

consideradas na apuração do valor venal, dentre as quais destaca-se a

funcionalidade, o conforto ambiental e projeto arquitetônico. Esses fatores, se não

refletirem a realidade do imóvel ou forem ignorados no lançamento, importam

prejuízo para a Fazenda Pública que deixa de exercer com efetividade o seu poder-

dever de tributar.

Ademais, a falta de atualização do cadastro imobiliário e da planta de

valores, invariavelmente, pode ocasionar erro na determinação do valor do imposto

ou na identificação do sujeito passivo. Essas situações quando contrárias ao

interesse do contribuinte ensejam a impugnação do lançamento, podendo resultar

no cancelamento do crédito tributário por nulidade do ato administrativo.19

Nesse contexto, Baleeiro (2001, p.252) adverte que “os tributos cobrados em

massa, que dependem da apuração complexa de valores, não podem depender de

lançamento de ofício”. Misabel Derzi (1988) e Elizabeth Carrazza (2001) também

defendem a alteração da modalidade do lançamento do IPTU e concordam que o

lançamento do imposto pode ser feito por homologação. Destaca-se que essa

modalidade de lançamento tem sido adotada pelo legislador para outros tributos

como o imposto de renda, o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços e

imposto sobre serviços de qualquer natureza. Conforme anteriormente observado, o

lançamento por homologação, conhecido na doutrina também como

autolançamento, ocorre quando a legislação tributária atribui ao contribuinte o dever

de apurar o valor do tributo e antecipar o seu pagamento, para posterior exame e, se

for o caso, homologação da autoridade administrativa.

No lançamento do IPTU, a administração municipal deve observar alguns

preceitos e cuidados jurídicos para que o imposto possa atender sua dupla

finalidade, como instrumento de aplicação da função social do Estado: garantir a

função social da propriedade e assegurar os recursos necessários para que o

governo municipal possa prestar os serviços públicos e demais encargos requeridos

pela sociedade.

A instituição e cobrança do referido tributo, embora possa parecer simples,

demanda cuidados que devem ser observados pela administração municipal para

19 Segundo Meirelles (1999), ato nulo é o que nasce afetado de vício insanável por ausência ou defeito substancial em seus elementos constitutivos ou no procedimento formativo.

89

evitar vícios que propiciem impugnações judiciais anulatórias do lançamento do

imposto ocasionando graves prejuízos na arrecadação tributária.

Ressalta-se que qualquer alteração na base de cálculo do IPTU, além da

simples atualização monetária, deve ser feita através de lei, seguindo-se o princípio

constitucional da legalidade, consagrado no artigo 150 da Constituição Federal.

Nesse sentido tem sido a orientação do STF, conforme se verifica:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PREQUESTIONAMENTO – AUMENTO DE TRIBUTO – DECRETO. Mostra-se objeto de debate e decisão prévios, tema alusivo ao aumento de tributo via decreto quando conste do acórdão proferido a exigibilidade de lei. TRIBUTO – REAJUSTE X AUMENTO – DECRETO X LEI. Se de um lado é certo assentar-se que simples atualização do tributo, tendo em conta a aspiral inflacionária, independe de lei, isto considerado o valor venal do imóvel (IPTU), de outro não menos correto é que, em se tratando de verdadeiro aumento, o decreto não é veículo próprio a implementá-lo. A teor do disposto no inciso I, do artigo 150 da Constituição Federal, a via própria ao aumento de tributo é a lei em sentido formal e material (STF, 2ª T, AGRRE-176.870/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, 12/03/96).

Nessa linha de entendimento do Supremo Tribunal Federal também segue o

Superior Tribunal de Justiça (STJ) que em reiteradas decisões, tem se posicionado

no sentido de que é vedado aos Municípios atualizarem o IPTU por decreto além dos

parâmetros meramente inflacionários, conforme Súmula 160 daquela Corte Superior.

No que se refere ao aumento da base de cálculo do imposto, há ainda que

se observar o princípio da anterioridade, delineado no art. 150, inciso III, alínea “b”

da Constituição Federal, sob pena de ser declarada a inconstitucionalidade do

imposto. Nesse sentido tem se posicionado a Suprema Corte do Brasil:

TRIBUTÁRIO. IPTU. AUMENTO DA RESPECTIVA BASE DE CÁLCULO MEDIANTE APLICAÇÃO DE ÍNDICES GENÉRICOS DE VALORIZAÇÃO, APLICÁVEIS POR LOGRADOUROS, DITADOS POR LEI. – Caso em que o instrumento normativo não poderia ser aplicado no mesmo exercício em que foi publicado, sem ofensa ao princípio da anterioridade. Acórdão que, para contornar o óbice constitucional, entendeu haverem os referidos índices sido estabelecidos por meio de ato regulamentar, com o que não evitou o vício da inconstitucionalidade que, nesse caso, residiria em violação ao princípio da anterioridade. - Somente por via de lei, no sentido formal, publicada no exercício financeiro anterior, é permitido aumentar tributo, como tal, havendo de ser considerada a iniciativa de modificar a base de cálculo do IPTU, por meio de aplicação de tabelas genéricas de valorização de imóveis, relativamente a cada logradouro, que torna o tributo mais oneroso. Recurso extraordinário conhecido e provido (STF, !ª T., RE-182191/RJ, Rel. Min. Ilmar Galvão, 07/11/95).

90

Portanto, o lançamento do IPTU, de ofício pela Administração Municipal

requer a observância dos princípios constitucionais tributários. Contudo, a questão

não é somente essa, pois as oscilações de ordem econômica e financeira que

freqüentemente ocorrem no País refletem diretamente no valor dos imóveis, ou seja,

no valor de mercado da propriedade, que, segundo o art. 33 do CTN é a base de

cálculo do IPTU. A doutrina não diverge quanto à definição do valor venal do imóvel

como sendo o valor de mercado para venda à vista. Para Baleeiro (2001, p.249), “o

valor de mercado é aquele que o imóvel alcançará para a compra e venda à vista,

segundo as condições usuais do mercado de imóveis”. Segundo Barreto (1998,

p.242), “o valor venal do imóvel para efeitos de tributação é o ‘valor provável’ que o

imóvel atingiria, diante de transação à vista e de mercado imobiliário estável”.

Denota-se que para assegurar a efetividade do imposto e o seu real valor

para efeitos de lançamento, os Municípios devem anualmente: a) promover a

atualização do cadastro imobiliário fiscal, através do recadastramento imobiliário; e

b) aprovar, através de lei, nova planta de valores com as alterações em razão da

oscilação do mercado imobiliário e de outros fatores que, uma vez ocorridos,

possam modificar o valor do metro quadrado dos imóveis.

2.4.4 Administração Pública e Estratégias na Administração do IPTU

A Administração Pública nos três níveis de governo — federal, estadual e

municipal — foi, historicamente, considerada eminentemente burocrática por possuir

um modelo de gestão caracterizado pela falta de planejamento, com uma

organização verticalizada e evidentemente autoritarista, com suas estruturas

piramidais dotadas de rotinas e processos de trabalho excessivamente

regulamentados. Este modelo ainda sobrevive em muitas organizações estatais.

O novo contexto econômico-social impõe às administrações públicas a

adoção de um novo modelo de gestão mais flexível, condizente com as

necessidades de um mundo em contínua transformação, presente nas novas

tendências que vêm norteando a mudança nas organizações: a integração entre

planejamento e execução em todos os níveis organizacionais; a implantação de

estruturas mais horizontalizadas; liderança participativa; comunicação organizacional

multidirecionada, estruturada e integrada em tempo real; ênfase no pensamento

estratégico e na visão do trabalho como forma de realização.

91

O desafio está em transpor a barreira existente entre os modelos de gestão

burocrático e estratégico.

Para muitos, ainda hoje, a Administração Pública é sinônimo de burocracia.

Este preconceito em relação à Administração Pública se justifica em razão de alguns

procedimentos que prevalecem na grande maioria das organizações públicas,

característicos de uma administração excessivamente burocrática.

Não se pode negar que muitos desses procedimentos são necessários e

outros até inevitáveis, em função da vinculação dos atos dos administradores e

demais agentes públicos às normas legais vigentes. São exemplos, a Lei nº

8.666/93, que dispõe sobre licitações e contratos na Administração Pública; e a Lei

4.320/64, que estabelece normas de contabilidade pública. No caso das leis fiscais,

as regras disciplinadoras dos procedimentos administrativos são ainda mais

rigorosas notadamente quando dispõem sobre a responsabilidade dos agentes

administrativos na gestão tributária.

A Lei de Responsabilidade Fiscal, em que pese seus objetivos, impõe uma

série de comportamentos que podem contribuir para o engessamento da máquina

administrativa. No entanto, existem regulamentos, normas e procedimentos

totalmente desnecessários para o serviço público, e que permanecem em uso sem

qualquer justificativa.

Há um consenso quase generalizado no sentido de admitir que praticamente

todos os cidadãos que necessitam dos serviços da Administração Pública já

sentiram na pele os efeitos do excesso de burocracia quando buscam um serviço

público em qualquer dos três níveis de governo.

Mas os efeitos do excesso de burocracia não recaem somente sobre a

sociedade. São sentidos ainda mais dentro da própria Administração Pública, cuja

máquina burocrática, além de mostrar-se emperrada, pesada, dispendiosa, difícil de

ser administrada, desgasta a imagem do órgão e do próprio administrador público.

Em alguns casos, o quadro chega a ser desesperador.

A solução para essa realidade está na modernização das administrações

públicas para desburocratizar o serviço público.

Numa administração preocupada com o respeito ao cidadão, o administrador

público deve ter em mente a necessidade de desburocratizar a relação entre a

Sociedade e o poder público, facilitando o acesso do cidadão às informações do seu

interesse.

92

Desburocratizar é, por tanto, contar com uma estrutura administrativa ágil,

leve e flexível, onde as atribuições e as responsabilidades sejam claras e definidas,

com rotinas mais simples e eficientes.

Muitas prefeituras ainda utilizam os sistemas de planejamento e controles

eminentemente burocráticos, baseados em normas e regulamentos20 muitos dos

quais editados há mais de 35 anos. Um exemplo típico é o Código Tributário

Nacional, publicado em outubro de 1966, cujo diploma legal estabelece normas

gerais de Direito Tributário que regulamentam o Sistema Tributário Nacional. É

curioso, o fato de que o Sistema Tributário em vigor é de 1988, e a lei que lhe

regulamenta é de 1966.

Independente do fato de toda a sociedade estar vivendo os efeitos da era

tecnológica, o modelo de gestão e os critérios de lançamento, arrecadação e

fiscalização dos tributos adotados pela quase totalidade das prefeituras municipais,

são praticamente os mesmos utilizados há mais de 30 anos. No caso do IPTU, o

fenômeno é facilmente constatado. A prefeitura faz o recadastramento dos imóveis,

elabora uma planta de valores, calcula os tributos, emite os carnes e entrega nos

domicílios dos contribuintes. Por outro lado, os problemas também são praticamente

os mesmos de três décadas atrás: excessivo número de imóveis cadastrados sem o

nome do proprietário – comumente batizado de “proprietário desconhecido”;

incorreções nos lançamentos e na identificação dos imóveis; elevados custos de

administração do imposto, excessivo número de processos administrativos de

reclamação do lançamento, e, o conseqüente retardamento na arrecadação do

imposto.

Paradoxalmente, o contribuinte do IPTU que padece toda a sorte de

dificuldades junto à prefeitura é o mesmo que vivencia uma nova era marcada por

revolucionárias e importantes transformações que se disseminam em todos os

setores da vida humana: a chamada era tecnológica, ou ainda, era da informação e

da comunicação, resultante da grandiosa onda de globalização, que vem se

espalhando por todo o planeta e cuja influência se intensifica de maneira cada vez

mais forte em nosso dia a dia.

A internet possibilita o acesso rápido e irrestrito a qualquer material, serviço

ou informação; permite, ainda, que pessoas conectadas à rede mundial de

20 O caráter legal das normas e regulamentos é uma das características da Burocracia de Max Weber

93

computadores possam manter contato umas com as outras, em tempo real,

independentemente da distância que exista entre elas.

Através da rede aberta de tevê ou mesmo das tevês por assinatura, assiste

–se programas de toda parte do mundo, no exato momento em que são

transmitidos. Muitas vezes, essa interatividade faz com que as pessoas que os

assistem compartilhem emoções fortes, como se lá estivessem ou como se

vivessem aquela realidade.

O acesso rápido à informação, viabilizado pela comunicação em tempo real,

torna o cidadão mais consciente e exigente em relação à qualidade e a velocidade

da prestação dos serviços públicos.

As administrações municipais, conscientes da necessidade de adequar-se a

essa nova realidade, têm buscado alternativas para modernizar suas estruturas e

melhorar o nível de eficiência e efetividade dos serviços prestados ao cidadão.

As organizações públicas tanto quanto as empresas precisam ter

capacidade para o aprendizado que ocorre quando os administradores questionam

suas premissas e refletem sobre a teoria segundo a qual vinham operando coerente

com as evidências, as observações e a experiência atuais. Ocasionalmente,

precisam ser capazes de criar novas estratégias para aproveitar novas

oportunidades, ou para neutralizar novas ameaças não previstas quando da

elaboração do plano estratégico inicial.

Mintzberg (1978), identificou os principais aspectos dessa visão emergente

da estratégica: a) as estratégias são incrementais e surgem ao longo do tempo; b)

as estratégias pretendidas podem ser superadas pela realidade; c) a formulação e a

implementação da estratégia se confundem; d) as idéias estratégicas podem surgir

em todos os setores da organização; e d) a estratégia é um processo.

Na prática, a formulação e a implementação da estratégia coexistem, os que

participam do dia-a-dia organizacional implementam os planos anteriormente

formulados, precisando estar atentos às oportunidades que permitam aproveitar

mudanças em clientes, mercado, tecnologia e concorrentes.

A sobrevivência das organizações contemporâneas depende da capacidade

de adaptar o seu modelo de gestão a um novo contexto econômico-social e

tecnológico cada vez mais complexo e instável. As administrações públicas também

estão sujeitas a esta mesma dinâmica, na medida em que a oferta dos serviços se

torna cada vez mais competitiva e diferenciada. Embora nem sempre claramente

94

percebida, a necessidade da mudança impõe a experimentação de novos

instrumentos e modelos, inclusive na área tributária.

Em relação à modernização da administração das prefeituras, em 1998

Afonso et. al. afirmaram que após a Constituição de 1988 houve um forte incremento

da arrecadação própria municipal e muito já se investiu na melhoria da máquina

fazendária, com soluções criativas e localizadas. As soluções implementadas pelas

prefeituras, no dizer dos autores, referem-se à utilização de recursos modernos da

informática como por exemplo, a cobrança de IPTU, taxas e até mesmo o ISS

usando guias de recolhimento com código de barra e leitura ótica. Ainda assim, se

comparadas as prefeituras brasileiras com as de outros países, entendem os

autores que existe um enorme potencial para se elevar a arrecadação municipal e

melhorar a qualidade do sistema tributário do país.

Consciente do potencial de receita própria inexplorada pelos Municípios, o

governo brasileiro tem contribuído com as administrações municipais criando

soluções mediante a disponizabilização de recursos financeiros para investimento

em tecnologia da informação das áreas fazendárias das prefeituras.

Com o objetivo de promover a modernização da administração tributaria e a

melhoria da qualidade do gasto público dentro de uma perspectiva de

desenvolvimento local sustentado, visando proporcionar aos Municípios brasileiros

possibilidades de atuar na obtenção de mais recursos estáveis e não inflacionários

e na melhoria da qualidade e redução do custo praticado na prestação de serviços, o

Banco Nacional de Desenvolvimento Social – BNDES, lançou em 1997, o Programa

de Modernização da Administração Tributária e Gestão dos Setores Sociais Básicos

(PMAT), para atender os Municípios mediante as seguintes ações: a) o

fortalecimento das capacidades gerenciais, normativas, operacionais e tecnológicas

da administração tributária e da gestão pública, dos serviços sociais básicos e

demais ações de natureza fiscal ou racionalizadoras do uso de recursos públicos

disponíveis nos governos locais; b) desenvolvimento e aperfeiçoamento dos

sistemas de informações, serviços e processos voltados ao cumprimento das

atribuições e competências municipais; c) acompanhamento das obrigações

tributárias, maximização do uso de recursos ociosos, melhoria da qualidade e da

oferta desses serviços a um menor custo, controle e gerenciamento da execução do

gasto público; d) cooperação permanente das unidades da federação entre si, com

órgãos da administração federal e com a sociedade civil para atuação conjunta.

95

Muitas prefeituras no Estado de Santa Catarina e no Brasil estão

participando do programa de modernização tributária do BNDES e já implantaram ou

estão implantando sistemas mais modernos na administração e controle dos tributos

municipais e também na prestação de serviços e informações para cidadãos,

fornecedores e servidores.

No sentido de que as três esferas governamentais estão buscando

alternativas para modernização da Administração Pública do país, Fernandes e

Afonso, em 2001, afirmaram que vários estudos indicam que tanto o governo federal

quanto os governos subnacionais já estão consideravelmente envolvidos com a

aplicação das novas tecnologias da informação na Administração Pública.

Portanto, é possível afirmar que em poucos anos praticamente todas as

prefeituras brasileiras já contarão com algum tipo de melhoria na área da informática

e da tecnologia da informação capaz de melhorar a qualidade dos serviços

prestados à população.

Contudo, grandes dificuldades ainda persistem nessa área. Segundo

Fernandes e Afonso (2001), um desses problemas consiste no desafio da ampliação

do acesso da população, inclusive de baixa renda, à internet no país. O outro, está

relacionado à questão da baixa interoperatividade entre os diversos órgãos da

Administração Pública da União, dos Estados e dos Municípios.

Com relação ao primeiro problema, de acordo com Fernandes e Afonso

(2001), o Ministério da Ciência e Tecnologia lançou, no final de 2000, o Livro Verde

que tem como objetivo principal articular e coordenar o desenvolvimento e a

utilização de produtos e serviços avançados de computação, comunicação e

conteúdos, visando à universalização do acesso e à inclusão de todos os brasileiros

na sociedade de Informação. Com relação ao segundo problema, os autores

esclarecem que o aumento da interoperabilidade vem sendo perseguido de diversas

maneiras. Linhas de financiamento foram criadas para fomentar a modernização

administrativa de estados e Municípios, e acrescentam:

(...) pode-se dizer que acesso universal e aumento da interoperabilidade vão de par com um outro aspecto fundamental do e-Governo, que diz respeito à transparência fiscal. O uso da internet na função pública cria possibilidades extraordinárias de ampliar o controle da gestão fiscal por parte da população, facilitando o exercício do que tem se convencionado chamar de accountability, isto é, a obrigatoriedade de prestação de contas ao cidadão (votante, consumidor e financiador dos bens públicos) (FERNANDES; AFONSO, 2001, p.3)

96

Portanto, atualmente as prefeituras municipais de qualquer parte do país

podem contar com o apoio de programas especiais patrocinados pelo governo

federal para obter os recursos financeiros necessários investir em tecnologia e

modernizar suas estruturas tributárias. Como resultado terão aumentadas suas

receitas e estarão aptas para oferecer serviços de melhor qualidade aos seus

contribuintes.

97

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

3.1 A AUTONOMIA FINANCEIRA DOS MUNICÍPIOS CATARINENSES

3.1.1 Organização, Evolução Urbana e Distribuição Espacial dos Municípios Catarinenses

Diversos fatores contribuem para a diversidade da realidade tributária dos

Municípios dentre os quais destacam-se os aspectos políticos, administrativos,

regionais, econômicos e sociais. Para analisar estes aspectos foram pesquisados

dados e informações sobre a autonomia política, a organização administrativa, a

evolução urbana, a distribuição espacial e a autonomia financeira dos Municípios

catarinenses.

Sobre a autonomia político-administrativa dos Municípios, HelY Lopes

Meirelles ensina:

Os Municípios catarinenses, assim como os demais Municípios brasileiros, são entidades estatais integrantes da Federação. Essa integração é uma peculiaridade nossa, pois em nenhum outro Estado Soberano se encontra o Município como peça de regime federativo constitucionalmente reconhecida. Dessa posição singular do nosso Município é que resulta sua autonomia político-administrativa, diversamente do que ocorre nas demais Federações, em que os Municípios são circunscrições territoriais meramente administrativas (MEIRELLES, 1999, p.696).

Segundo Ribas Junior (2005, p.189), “o Município catarinense foi a primeira

estrutura de poder, organizada no espaço geográfico – os portugueses organizavam

o núcleo e mais tarde, ao elevarem-no à categoria de vila, implantavam solenemente

o Pelourinho e a Câmara de Vereadores.” Para o autor, “o Pelourinho simbolizava a

autoridade e a jurisdição de Portugal e a Câmara de Vereadores traduzia a

organização política e o poder sobre a terra”. Mais tarde, já no Império, foram

instituídas as Câmaras Municipais a quem competia exercer o governo econômico

das cidades e vilas, contudo subordinadas politicamente aos presidentes das

províncias.

Ribas Junior assinala, ainda, que:

A evolução da autonomia dos Municípios brasileiros começou em 1934, quando o constituinte, a teor do art. 13 da Carta Federal,

98

admitiu como princípio constitucional a autonomia em tudo quanto respeite ao seu peculiar interesse, e especialmente, a eletividade do Prefeito e dos Vereadores, a decretação dos seus impostos e a organização (RIBAS JÚNIOR, 2005, p.189).

Ainda discorrendo sobre a evolução da autonomia política dos Municípios,

acrescenta o Salomão Ribas Júnior:

Essa autonomia, contudo, foi reduzida em 1937 com o centralismo do Estado Novo, notadamente no que respeita à competência tributária, recuperando-se, em parte com a Constituição de 1946. A Carta de 1967 preservou o espírito centralizador que caracterizou a Constituição de 1946, embora, tenha assegurado a autonomia municipal, ainda que em termos mais restritos do que em 1946 (RIBAS JÚNIOR, 2005, p. 190).

Em Santa Catarina, a evolução da autonomia municipal segundo Ribas

Júnior (2005, p.190), começou a acentuar-se com o art. 97 da Constituição Estadual

de 1891, “ao anunciar que o Estado continua a ter a divisão do seu território em

Municípios, que serão autônomos quanto à administração dos interesses que lhe

são peculiares.” A partir da Constituição Federal de 1988, os Municípios

conquistaram a destacada posição de ente federal, com autonomia e dignidade

constitucional.

A autonomia dos Municípios assegurada pela atual Constituição Federal é

explicada por Hely Lopes Meirelles:

A autonomia do Município brasileiro está assegurada na Constituição da República para todos os assuntos de seu interesse local (art 30) e se expressa sob o tríplice aspecto político (composição eletiva do governo e edição das normas locais), administrativo (organização e execução dos serviços públicos locais) e financeiro (decretação, arrecadação e aplicação dos tributos municipais) (MEIRELLES, 1999, p.696).

Em Santa Catarina, a Constituição do Estado de 1989 assegurou que o

Município é parte integrante do Estado, com autonomia política, administrativa e

financeira, nos termos da Constituição Federal e desta Constituição (art. 110).

(RIBAS JUNIOR, 2005, p. 190). Portanto, cada Município catarinense é um ente

autônomo. Tem a sua Lei Orgânica própria e exerce as competências asseguradas

no art. 30 da CF, e nos arts 110 a 113 da CE.

O Governo Municipal é exercido por dois poderes, o Executivo e o

Legislativo. O Prefeito é o Chefe do Poder Executivo. O Poder Legislativo é exercido

99

pelos vereadores (mínimo nove e máximo vinte e um, de acordo com o número de

habitantes de cada Município).

A administração municipal é realizada pela prefeitura, como órgão executivo

e pela Câmara de Vereadores, como órgão legislativo. O Prefeito, o Vice-Prefeito e

os Vereadores são agentes políticos, eleitos conjuntamente, por sufrágio universal,

direto e secreto, para uma legislatura de quatro anos, podendo ser reeleito por igual

período. As atividades da administração municipal são executadas segundo os

princípios constitucionais e submetidas aos princípios gerais da Administração

Pública.

A finalidade do município é o bem comum que traduz o interesse coletivo, ou

seja, todas as ações da administração municipal têm por finalidade atender o

interesse da coletividade. Para isso, o Município tem os seus próprios tributos e o

seu próprio orçamento, aprovado de acordo com as mesmas regras que se

submetem os orçamentos estaduais e federais.

Atualmente, são 293 Municípios em Santa Catarina, sendo a maioria de

pequeno porte, de acordo com a distribuição espacial da população. Sob o ponto de

vista da população, o porte demográfico dos Municípios varia entre 1.573 e 477.971

habitantes.

O processo de urbanização aconteceu de forma lenta até a metade do

século passado. Ribas Junior (2005, p.191) adverte que “isso se deu por efeito de

uma economia agrícola, de mão-de-obra familiar e do regime da pequena

propriedade rural”. Além disso, as dificuldades de transporte e das comunicações em

geral também contribuíram para essa lentidão.

As primeiras cidades em Santa Catarina foram São Francisco do Sul,

fundada em 23/03/1658; Laguna, fundada em 29/07/1676; Nossa Senhora do

Desterro, atual Florianópolis, fundada em 26/03/1726 e Lages, fundada em 1770. No

final do Século XIX, o Estado contava com 19 cidades.

Nos primeiros 50 anos do século passado, começaram a despontar as

cidades-pólos do Estado, assim identificadas por Salomão Ribas Junior:

1) Lages (planalto) polarizando a região de criação de gado; 2) Blumenau e Itajaí – a primeira como núcleo industrial e a segunda como porto da maior importância; 3) Joinville, igualmente centro industrial, dividindo a liderança com a antiga São Francisco do Sul, também uma cidade portuária; 4) Laguna liderava no Sul, como cidade portuária; Florianópolis como centro político-administrativo; e no oeste, Caçador, como centro madeireiro, e Cruzeiro (Joaçaba e

100

Herval d’Oeste), como entroncamento rodo-ferroviário importante. (SALOMÃO RIBAS JUNIOR, 2005, p.191)

A partir da segunda metade do século passado, o quadro da evolução

urbana se modificou de forma lenta até o início dos anos 60 e mais acentuadamente

nos anos 70 e 80. Os anos 60 foram marcados pelo surgimento da agroindústria;

nessa década, o parque industrial consolidou-se, melhoraram as condições de

transporte com reflexos significativos sobre o comércio. No final da década de 60, já

existiam 198 Municípios.

Nas décadas de 70 e 80 ocorreu um novo surto de emancipações políticas,

de tal forma que no final dos anos 80 já existiam 219 Municípios no Estado. Hoje são

293 Municípios instalados no Estado. A evolução urbana dos Municípios

catarinenses está demonstrada na tabela 1.

Tabela 1 Evolução urbana dos Municípios catarinenses

por faixa de ano de fundação

Ano da Fundação N° Acumulado

Até 1800 4 4 ������ÿ— 1850 2 6 ������ÿ— 1900 17 23 ������ÿ— 1920 8 31 ������ÿ— 1940 13 44 ������ÿ— 1960 58 102 ������ÿ— 1980 96 198 ������ÿ— 2000 95 293

Fonte: FECAM. Guia dos Municípios catarinenses

No que se refere à ocupação espacial, os 293 Municípios estão distribuídos

em seis Mesorregiões: Grande Florianópolis, Norte Catarinense, Oeste Catarinense,

Serrana, Sul Catarinense e Vale do Itajaí.

A distribuição dos Municípios nas Mesorregiões de Santa Catarina e o

correspondente total de habitantes registrados na tabela 2, demonstram que o Oeste

Catarinense representa a Mesorregião com maior número de Municípios, porém não

é a que possui o maior contingente populacional. A Grande Florianópolis, por outro

lado, é a menor Mesorregião em número de Municípios e a terceira menor em

101

número de habitantes. Já o Norte Catarinense é a segunda menor Mesorregião em

número de Municípios e a terceira maior em contingente populacional.

Tabela 2

Distribuição dos Municípios segundo as Mesorregiões de Santa Catarina

Mesorregião N° População

Grande Florianópolis 21 897.497 Norte Catarinense 26 1.123.271 Oeste Catarinense 118 1.154.974 Serrana 30 413.650 Sul Catarinense 44 882.063 Vale do Itajaí 54 1.309.950 TOTAL 293 5.781.405

Fonte: FECAM. Guia dos Municípios catarinenses

A Mesorregião da Grande Florianópolis é constituída por 21 Municípios e

concentra um contingente populacional de 897.497 habitantes. Essa região possui

comércio bastante desenvolvido, estações termais e lindas praias. A cultura

predominante é açoriana, destacando-se na arquitetura e na culinária.

A Mesorregião Norte Catarinense concentra 26 Municípios com um

contingente populacional de 1.123.271 habitantes. As três cidades mais importantes

economicamente estão localizadas nesta região, destacando-se Joinville, maior

cidade do Estado e terceiro pólo industrial do sul do Brasil; Jaraguá do Sul, com

suas malharias e fábricas de motores elétricos e São Bento do Sul, um dos mais

importantes centros moveleiros do Brasil.

A Mesorregião Oeste Catarinense apresenta o maior número de Municípios

do Estado. São 118 Municípios com uma população total de 1.154.974 habitantes. O

Oeste Catarinense foi colonizado no início do século XX por imigrantes italianos e

colonos vindos do Rio Grande do Sul. Possui um grande potencial econômico na

atividade agrícola, na extração da madeira e da erva-mate.

A Mesorregião Serrana é formada por 30 Municípios, com um contingente

populacional de 413.650 habitantes. Caracteriza-se como a região mais fria do

Brasil. É o único lugar do país onde ocorre a precipitação de neve. A Serra

Catarinense é ideal para o turismo rural. Lages é a maior cidade da mesorregião,

com uma população de 165.068 habitantes. Nesta cidade está instalada a maior

fábrica de cerveja da América Latina, além de indústrias de papel e celulose e usinas

102

hidrelétricas. A atividade econômica da região é forte na agropecuária e na produção

de frutas, como a maçã de São Joaquim.

A Mesorregião Sul do Estado destaca-se como forte pólo industrial, turístico

e cultural. Cidades como Criciúma, Tubarão e Araranguá estão entre as mais

importantes de Santa Catarina. Esta região é formada por 44 Municípios, que

concentram 882.063 habitantes.

A Mesorregião do Vale do Itajaí também conhecida como Vale Europeu,

devido à arquitetura, à culinária e aos costumes que lembram a Europa, é composta

por 54 Municípios, que possuem juntos 1.309.950 habitantes. É uma das regiões

mais ricas não só de Santa Catarina, mas também do país, devido ao parque

industrial com mais de 4.700 indústrias, sendo considerada também o maior pólo

têxtil da América Latina. As principais cidades são Blumenau e Brusque.

As diferentes realidades dos Municípios não são explicadas exclusivamente

pelas desigualdades regionais, mas também por desigualdades intrarregionais.

Esses diferenciais são evidenciados pela distribuição dos Municípios

segundo o número de habitantes.

A distribuição dos Municípios catarinenses segundo o número de habitantes

está demonstrada na tabela 3.

Tabela 3

Distribuição dos Municípios catarinenses segundo o número de habitantes

Grupo de habitantes (por mil)

Municípios %

Total 23 100 Até 3 49 17 ��1��� 55 19 ��1���� 77 26 ���1���� 58 20 ���1���� 31 11 ���1����� 13 4 ����1����� 7 2 200 e mais 3 1

Fonte: FECAM. Guia dos Municípios catarinenses

A distribuição dos Municípios segundo o número de habitantes mostra que

62% dos Municípios catarinenses possuem menos que 10 mil habitantes; 31%

possuem população entre 10 mil e 50 mil habitantes; 4%, estão na faixa entre 50 mil

103

e 100 mil habitantes e somente 3% possuem contingente populacional acima de 100

mil habitantes.

Os Municípios catarinenses estão distribuídos por Mesorregião e por grupos

de habitante segundo os dados da tabela 4.

Tabela 4

Distribuição dos municípios por grupo de habitantes e por mesorregião

Mesorregião Grupos de habitante (por mil)

Municípios

Total G.Fpolis Norte Oeste Serrana Sul V. Itajaí

Total 293 21 26 118 30 44 54

Até 3 49 2 34 7 3 3

3 �è— 5 55 4 29 9 4 9

5 �— 10 77 6 7 29 4 14 17

10 �èè— 20 58 4 9 14 6 13 12

20 �èè— 50 31 1 5 9 3 6 7

��� è�èè— 100 13 1 3 2 3 4

����è�èè— 200 7 2 1 1 1 1 1

200 e mais 3 1 1 1

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

3.1.2 A Reforma Tributária de 1988 e a Autonomia Financeira dos Municípios

A questão da autonomia financeira dos Municípios deve ser analisada à luz

das transformações ocorridas no Sistema Tributário Nacional desde a promulgação

da Constituição Federal de 1988. A partir daí, os Municípios tiveram reforçada a sua

autonomia, passando a assumir um papel de maior importância na prestação de

serviços de interesse local e também de serviços sociais de âmbito regional,

sobretudo aqueles de maior porte demográfico.

A reforma tributária implementada pela CF/88 fortaleceu financeiramente os

Municípios. Sob o ponto de vista da autonomia financeira, os Municípios obtiveram

um incremento nos seus recursos já a partir do ano seguinte à promulgação do novo

texto constitucional.

Dados de pesquisa sobre a arrecadação e a administração tributária dos

Municípios realizada por técnicos da Secretaria para Assuntos Fiscais do Banco

104

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (AFONSO et al. 1998),

mostram que o fortalecimento financeiro dos Municípios em face das novas regras

tributárias implementadas pela nova Constituição se deu muito mais pelo aumento

da sua participação nas transferências constitucionais, do que pela ampliação da

sua capacidade tributária.

A partir da promulgação da Constituição, os Municípios passaram a receber

25% do imposto sobre a circulação de mercadoria e serviços (ICMS), (antes

recebiam 20% do imposto sobre circulação de mercadorias - ICM); o Fundo de

Participação dos Municípios (FPM), passou de 17% para 20% a partir de outubro de

1988, sendo acrescido mais 0,5% a cada ano até alcançar em 1993, os atuais

22,5%.

Quanto aos tributos próprios, os Municípios tiveram a sua competência

ampliada com mais dois impostos: o imposto a varejo de combustíveis líquidos e

gasosos (IVVC), que acabou sendo extinto pela Emenda Constitucional n° 3, de

1993, e o imposto sobre as transmissões onerosas de imóveis por atos inter-vivos

(ITBI), que antes era partilhado com os Estados (muito embora perdessem sua

participação na parcela referente às transmissões causa-mortis e doações,

correspondente a 50% do produto de suas receitas)

O resultado dos efeitos da reforma tributária de 1988 sobre as receitas

municipais está demonstrado na tabela 5, que registra dados da evolução da

arrecadação tributária das três esferas de governo, nos dez anos seguintes à edição

da Constituição de 1988.

Os dados da tabela 5 revelam nitidamente dois períodos cuja distinção

merece ser analisada. O primeiro período compreende os cinco primeiros anos pós-

reforma (1988 – 1993), no qual o montante de tributos recolhidos pela União evoluiu

positivamente em 10%; o desempenho dos Estados foi de apenas 8%; e os

Municípios registraram um crescimento real nas suas receitas, da ordem de 44%.

No segundo período (1993 a 1997), o quadro é o seguinte: tendo por base o

ano de 1993, o desempenho da receita total da União foi de 31%; os Estados 54% e

os Municípios surpreenderam com um crescimento em termos reais, equivalente a

133%.

105

Tabela 5

Evolução da arrecadação tributária das esferas de governo

nos dez anos pós-reforma tributária de 1988

R$ Milhões de 1997 Ano-base 1998 = 100 Anos

União Estados Municípios União Estados Municípios

1988 116.764 42.955 4.733 100 100 100

1989 123.194 51.135 4.809 106 119 102

1990 141.574 55.955 6.173 121 130 130

1991 117.686 55.118 8.937 101 128 189

1992 117.739 50.269 7.657 101 117 162

1993 128.360 46.194 6.826 110 108 144

1994 142.118 57.297 7.332 122 133 155

1995 151.050 63.464 10.187 129 148 215

1996 159.631 70.046 13.447 137 163 284

1997 168.313 71.079 13.730 144 165 290 Crescimento 1997/1988

Em R$ milhões

51.549 28.123 8.997

Em % 44,1 65,5 190,1 Média anual 4,1 5,8 12,6

Fonte: AFONSO, José Roberto R. e outros (1998)

(*) Valores deflacionados pelo IGP-DI

No período 1988 a 1997, a evolução dos recursos das três esferas

apresentou o seguinte resultado: enquanto a receita total da União evoluiu, em

termos reais 44%, os Estados tiveram um acréscimo em seus recursos de 65% e o

acréscimo dos recursos dos Municípios foi quase três vezes superior, alcançando

um crescimento de 190%.

A média anual de evolução registra, para a União um crescimento de 4,1%;

para os Estados este crescimento foi da ordem de 5,8% e para os Municípios, a

evolução média anual representou 12,6%.

Na tabela 6 são apresentados dados relativos à evolução da participação

percentual das dos níveis de Governo no total dos recursos arrecadados pela União,

pelos Estados e pelos Municípios.

106

Tabela 6

Distribuição da participação percentual das esferas de governo na arrecadação total do país

Participação % Ano Total

União Estados Municípios

1988 100 71,00 26,12 2,88

1989 100 68,77 28,55 2,68

1990 100 69,50 27,47 3,03

1991 100 64,75 30,33 4,92

1992 100 67,02 28,62 4,36

1993 100 70,77 25,47 3,76

1994 100 68,74 27,71 3,55

1995 100 67,22 28,24 4,53

1996 100 65,66 28,81 5,53

1997 100 66,49 28,08 5,42 Fonte: AFONSO, José Roberto R. e outros (1998)

Os dados da tabela 6 mostram que somente depois de operadas as

transferências de recursos constitucionais para os Municípios é que sua participação

relativa no total dos recursos arrecadados pelas três esferas se elevou

significativamente.

Independente do resultado registrado na evolução dos recursos dos

Municípios no período 1988 a 1997 e do aumento da sua participação no total dos

recursos arrecadados no período, os Municípios passaram dos 2,7% em 1988 para

5,4% em 1997.

Contudo, o fortalecimento financeiro em favor dos Municípios provocou uma

redução dos recursos da União e dos Estados. Em conseqüência, estas esferas de

Governo reagiram no sentido de repassar aos Municípios muitos de seus encargos,

notadamente na área social.

A reação da União e dos Estados em face dos efeitos da reforma tributária

promovida pela Constituição de 1988, que fortaleceu financeiramente os Municípios

é assim explicada por Bremaeker:

Os Estados, pura e simplesmente, foram transferindo parte das suas competências para os Municípios, sem a correspondente transferência de recursos, enquanto a União, além de adotar este mesmo procedimento, ainda criou uma série de mecanismos financeiros que viriam a retirar recursos dos Estados e Municípios,

107

tais como: a) a criação de novas contribuições e aumento de alíquotas daquelas existentes, já que elas não seriam compartilhadas; b) a adoção de uma farta renúncia fiscal com os impostos que constituem o FPM; c) a apropriação de importantes recursos através da criação do Fundo Social de Emergência (FSE), depois denominado Fundo de Estabilização Fiscal (FEF); d) a desoneração do ICMS sobre os produtos primários e semi-elaborados, a chamada Lei Kandir; e e) a intensificação do processo de cobrança das dívidas do passado (BREMAEKER, 2000, p.4).

As medidas relativas a transferências de encargos para os Municípios, a

definição de novas fontes alternativas de recursos próprios sem a participação dos

Municípios nos seus resultados, e sobretudo, aquelas que importaram na retirada de

recursos financeiros dos Municípios, tiveram repercussão imediata no resultado dos

recursos arrecadados pelos três níveis de governo, registrando, para os Municípios

uma acentuada queda na sua participação no total dos recursos arrecadados.

Esse fato foi bem demonstrado por Vedana (2005) em palestra proferida no

II Congresso Catarinense de Secretários Municipais e Contadores, realizado pela

Federação Catarinense de Municípios (FECAM), na Cidade de Balneário Camboriú

(SC), quando foram apresentados dados atuais da participação na arrecadação

tributária dos três níveis de Governo. Esses dados são demonstrados no gráfico 1,

cujos resultados evidenciam a evolução da participação relativa dos Municípios no

total dos recursos arrecadados pelas três esferas de governo. Em 1988, os

Municípios participaram com 2,7% do total dos recursos arrecadados no País; em

1997 essa participação foi elevada para 5,4%; em 2000 o nível de participação dos

Municípios foi reduzido para 4,38%; e, em 2004, foi registrado o menor índice desde

1997. Como pode ser observado, a participação dos Municípios no total dos

recursos arrecadados reduziu-se ao longo dos anos, a tal ponto que praticamente

alcançou os níveis existentes antes da reforma tributária de 1988.

108

Gráfico 1

Participação percentual dos níveis de governo na receita total das três esferas

68,80%

28,50%

2,70%

66,50%

28,10%

5,40%

69,43%

26,20%

4,38%

69,72%

26,00%

4,22%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

1988 1997 2003 2004

União

Estados

Municípios

Fontes: Afonso e outros e (1998); Vedana (2005).

Esses dados evidenciam o nível de dependência financeira dos Municípios

ante às demais esferas de Governo.

Para Bremaeker (2000, p.6), “essa dependência é provocada pelo fato de

não ser dado aos Municípios a possibilidade de cobrar tributos de maior valor

arrecadatório”. Os tributos típicos de governos locais, caso do IPTU e das taxas,

são considerados por muitos autores os mais difíceis de administrar e explorar o seu

potencial. Verifica-se que este entendimento também é corroborado por José

Roberto Rodrigues Afonso e outros:

No Brasil, o pouco conhecimento da realidade tributária e, mais ainda, de sua administração é bem mais acentuado no caso dos Municípios. Primeiro, há um certo preconceito em acreditar que todo governo, mesmo de menor escala, deveria se auto-sustentar, o que não ocorre mesmo nos países mais desenvolvidos. Segundo, os tributos típicos de governos locais – incidentes sobre o patrimônio e taxas – não são os mais fáceis para se administrar e explorar o seu potencial (AFONSO et all. 2000).

Releva considerar também que o resultado financeiro positivo registrado

pelos Municípios a partir de 1994, não decorreu somente dos efeitos da reforma

tributária implementada pela CF/88. A partir desse período, muitos Municípios

adotaram novas estratégias para administrar suas receitas. De acordo com Afonso e

outros, (2000, p.2), “muito já se investiu na melhoria da máquina fazendária, com

soluções criativas e localizadas”. Muitas dessas soluções estão relacionadas com a

109

modernização da administração tributária e também pelo uso da informática e da

tecnologia da informação. Conforme afirmam José Rodrigues Afonso e outros (1998,

p.2) “muitos Municípios já cobram há muito tempo IPTU, taxas e até mesmo ISS

usando guias de recolhimento com código de barras e leitura ótica, recursos

modernos da informática que até hoje não são utilizados pela União”.

Ainda sob o ponto de vista da autonomia financeira impende observar o nível

de dependência dos Municípios em relação aos recursos de outras esferas.

3.1.3 Composição da Receita dos Orçamentos dos Municípios Catarinenses

Em 2002, os orçamentos dos Municípios catarinenses apresentaram, em

média, a seguinte composição: a) Receita total: 4.590.842 mil reais; b)

Transferências tributárias e outras: 3.955.546 mil reais; c) Receita tributária: 635.296

mil reais. A participação percentual das transferências na composição dos

orçamentos dos Municípios catarinenses está demonstrada no Gráfico 2.

Gráfico 2

Participação das receitas de transferências tributárias

na composição dos orçamentos dos Municípios em 2002

14%

86%

Receita Tributária

Transf. Tributárias

Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Na composição da receita orçamentária dos Municípios catarinenses, a

receita tributária participa com 14%, contra 86% das transferências tributárias

recebidas da União e do Estado.

110

A composição média da receita dos orçamentos municipais por grupo de

habitantes demonstrada na tabela 7, permite que se façam algumas inferências

sobre a participação das transferências tributárias no total das receitas dos

Municípios catarinenses.

Tabela 7

Participação da receita tributária na composição do orçamento municipal

por grupo de habitantes em 2002

Receita tributária

Receita transferida e outras

Grupo de

habitantes

Receita corrente

(em R$ mil) valor % valor

Total 4.590.842 635.296 13,84 3.955.546 86,16

Até 3 432.766 11.266 2,60 421.501 97,40

3 �— 5 512.039 15.111 2,95 476.713 97,05

5 �— 10 773.744 65.405 8,45 708.339 91,59

10 �— 20 378.250 42.220 11,16 336.030 88,84

20 �— 50 520.973 76.493 14,68 444.480 85,32

50 �—100 353.300 52.178 14,77 301.123 85,23

100 �—200 702.225 122.120 17,39 580.105 82,61

200 e mais 917.544 250.504 27,30 667.040 72,90

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações básicas municipais 2002

Em primeiro lugar, observa-se que os níveis de dependência das receitas de

transferências vão aumentando progressivamente na proporção inversa ao porte

demográfico dos Municípios.

De acordo com os dados da tabela 7, para os Municípios com população até

dez mil habitantes, as transferências tributárias concorrem com percentuais que

variam de 91,59% até 97,40%. Nessa faixa de população encontram-se 62% dos

293 Municípios do Estado.

Os Municípios com população entre 10 mil e 50 mil habitantes, que

representam 31% dos Municípios catarinenses, recebem entre 85% e 89% dos seus

recursos, de outras esferas; para os Municípios com população entre 50 mil e 200

mil habitantes, mais de 80% dos seus recursos são de transferências tributárias.

Os Municípios com população acima de 200 mil habitantes têm o menor

índice de participação das transferências tributárias em seus orçamentos. Neste

111

grupo, estão 03 Municípios: Joinville, com 477.971 habitantes; Florianópolis, com

386.913 habitantes; e Blumenau, com 287.350 habitantes.

Sob o ponto de vista da capacidade arrecadatória, os dados da tabela 7

também evidenciam a participação da receita tributária na composição dos

orçamentos dos Municípios catarinenses.

Os Municípios com população inferior a 5 mil habitantes não conseguem

arrecadar mais do que 2,60% de todos os recursos de que dispõem. Neste grupo

estão 105 Municípios, que correspondem a 35,84% do total de Municípios do

Estado.

Os Municípios com população entre 5 mil e 10 mil habitantes arrecadam

diretamente 8,45% dos recursos de que dispõem. Este grupo é composto de 77

Municípios, que correspondem a 26,28% do total de Municípios do Estado.

Os Municípios com população entre 10 mil e 20 mil habitantes conseguem

arrecadar tão-somente 11,16% dos recursos de que dispõem. Este grupo agrega 56

Municípios que correspondem a 19,11% do total de Municípios do Estado.

Os Municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes conseguem

arrecadar tão-somente 14,68% dos recursos de que dispõem. Este grupo é

constituído por 31 Municípios representando 10,58% do total de Municípios do

Estado.

Os Municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes conseguem

arrecadar tão-somente 14,77% dos recursos de que dispõem. Este grupo é

representado por 13 Municípios que representam 10,58% do total de Municípios.

Os Municípios com população entre 100 mil e 200 mil habitantes conseguem

arrecadar tão-somente 17,89% dos recursos de que dispõem. Este grupo é formado

por 7 Municípios que representam 2,39% do total de Municípios.

Os Municípios com população acima de 200 mil habitantes conseguem

arrecadar tão-somente 27,30% dos recursos de que dispõem. Este grupo agrega 3

Municípios que correspondem a 1,02% do total de Municípios do Estado.

Verifica-se que dos 293 Municípios, somente 3 deles arrecadam mais de

20% dos seus recursos orçamentários. Os 290 Municípios restantes conseguem

arrecadar menos de 20% dos recursos que necessitam.

É relevante demonstrar, também, a participação da receita tributária no

orçamento municipal por mesorregiões, tendo como parâmetro o exercício de 2002.

Os dados estão inseridos na tabela 8.

112

Tabela 8

Participação da receita tributária no orçamento municipal

por mesorregião em 2002

(em R$ 1,00)

Mesorregião Receita

Corrente Receita

Tributária Receita

Transferida e outras

Total 4.590.842 635.296 3.955.546

Grande Florianópolis 507.337 166.051 341.286

Norte Catarinense 758.376 126.596 631.780

Oeste Catarinense 1.011.139 69.810 941.328

Serrana 243.185 23.018 220.167

Sul Catarinense 411.674 44.553 363.120

Vale do Itajaí 1.659.131 201.268 1.457.863

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações básicas municipais 2002

Das seis mesorregiões do Estado, somente duas apresentam participação

acima da média estadual, a Grande Florianópolis, com 32,73% e a Norte

Catarinense, com 16,69%.

As demais regiões tiveram participação abaixo da média estadual. As duas

mesorregiões com melhor desempenho na arrecadação de suas receitas

concentram 47 Municípios, que representam 16,04% do total de Municípios do

Estado.

Verifica-se, então, que mais de 83% dos Municípios catarinenses

arrecadam menos que 13,86% de suas receitas tributárias.

Esses resultados colocam os Municípios catarinenses em situação de

vulnerabilidade financeira e comprometem a sua autonomia. A razão é simples. A

grande maioria dos Municípios depende dos recursos repassados pela União e

Estado para implementar seus planos de Governo. Esses recursos são provenientes

de tributos, cuja competência tributária não é administrada pelos Municípios.

Portanto, os Municípios ficam na dependência das ações políticas e administrativas

dos demais entes para executar seus projetos e atender os interesses de suas

comunas.

113

A participação das receitas tributárias no total da receita dos Municípios,

segundo as mesorregiões, está demonstrada no gráfico 3.

Gráfico 3

Composição da receita orçamentária dos Municípios catarinenses em 2002

segundo as mesorregiões

0%

30%

60%

90%

120%

Norte

Oeste

Serra

na Sul

Receita Tributária

Transf. Tributárias

Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002.

3.1.4 Composição e Desempenho da Receita Tributária Municipal

A receita tributária dos Municípios é constituída pelas seguintes espécies

tributárias: impostos, taxas pela prestação de serviços públicos, taxas pelo exercício

do poder de polícia e contribuição de melhoria. A partir de 2003, os Municípios

passaram a cobrar também a contribuição para o custeio do serviço de iluminação

pública.

O produto da arrecadação desses tributos constitui, basicamente, os

recursos próprios dos Municípios.

Em 2002, a receita tributária dos Municípios catarinenses teve a composição

demonstrada na tabela 9.

114

Tabela 9

Composição da receita tributária municipal em 2002

Receita Valor (R$ 1.000)

%

Receita Tributária 635.296 100,00

IPTU 176.359 27,76

ISS 199.864 32,45

ITBI 47.011 7,39

Taxas e outros 212.062 33,38

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações básicas municipais 2002

Dos R$ 635.296 milhões arrecadados em 2002, o IPTU responde por

27,76%; o ISS participa com 32,45%; o ITBI com 7,39%; e as taxas e a contribuição

de melhoria, juntas, contribuem com 33,38%.

Dentre os impostos, o principal é o imposto sobre serviços de qualquer

natureza (ISS), que sozinho responde por 32,45% do montante da receita tributária

do conjunto dos Municípios. Porém, esse imposto não é a maior fonte de receita dos

Municípios catarinenses, cujo montante arrecadado ainda é inferior à receita das

taxas e da contribuição de melhoria. Basicamente das taxas, visto que o item

contribuição de melhoria tem pouca expressão em termos de arrecadação tributária

para os Municípios.

O ITBI, por sua vez, aparece com uma participação na arrecadação de

7,39%, se constituindo no tributo de menor expressão arrecadatória. Este imposto

tem uma relação direta com o IPTU, visto que os dois impostos se utilizam das

mesmas bases para a determinação do montante do tributo. O valor venal, que

serve de base para o IPTU também aproveita o ITBI e ambos, dependem da planta

de valores, a qual deve estar permanentemente atualizada para evitar perda de

receita.

As taxas, somadas às contribuições de melhoria, representam o melhor

desempenho da arrecadação tributária dos Municípios catarinenses, registrando

33,38% da arrecadação em 2002.

Trata-se de uma situação atípica se comparada com a realidade nacional,

onde o ISS tem despontado como o tributo de maior arrecadação, seguido do IPTU

que na ordem de importância dos tributos municipais ocupa o segundo lugar,

enquanto as taxas se enquadram no terceiro lugar e o ITBI em último.

115

A composição da receita tributária dos Municípios de Santa Catarina está

demonstrada no gráfico 4.

Gráfico 4

Composição da receita tributária dos municípios catarinenses em 2002

Taxas e outras33%

IPTU28%

ITBI7%

ISS32%

Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002.

A receita das taxas é constituída, basicamente, por duas espécies: a taxa de

coleta de lixo e a taxa de licença para localização de estabelecimentos, cobrada

anualmente pela renovação da licença de estabelecimentos comerciais, industriais e

prestadores de serviços instalados no Município.

Em relação à taxa de coleta de lixo, observa-se que em muitos Municípios a

receita desta taxa é maior que a do IPTU. Sua cobrança é feita na mesma guia do

imposto o que torna o montante do lançamento elevado. Como conseqüência inibe a

atualização do IPTU como forma de evitar reclamações.

A taxa de licença para localização de estabelecimentos é cobrada em razão

do exercício do poder de polícia. A sua finalidade é ressarcir o Município pelos

custos administrativos decorrentes da atividade de poder de polícia. O seu valor

deve, portanto, guardar relação com o valor despendido pela Administração

Municipal na prestação do serviço. No entanto, observa-se que o critério utilizado

para o cálculo desse tributo, em muitos Municípios, leva em conta a capacidade

contributiva dos estabelecimentos. Desta forma algumas categorias de contribuintes

116

que revelam maior capacidade econômica, pagam valores excessivamente elevados

a título de taxa de licença para localização e funcionamento.

Destaca-se, também, a composição da receita tributária municipal por grupo

de habitantes, a qual está demonstrada na tabela 10.

Tabela 10

Composição da receita tributária municipal por grupo de habitantes em 2002

Receita Tributária (em R$ mil) Grupos de habitantes (por mil)

Total IPTU ISS ITBI Taxas e outras

Total 635.296 176.358 199.864 47.011 212.061

até 3 11.265 2.211 2.321 1.924 4.809

3 �—5 15.111 2.797 3.725 2.345 6.244

5 �— 10 65.405 17.708 14.313 4.850 28.534

10 �— 20 42.220 16.844 8.503 3.965 12.908

20 �— 50 76.493 25.685 20.408 5.367 25.032

50 �— 100 52.178 16.143 15.181 2.886 17.967

100 �— 200 122.120 29.783 42.705 6.906 42.726

200 e mais 250.504 65.187 92.708 18.768 73.841

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Os dados da receita tributária municipal por grupo de habitantes

demonstram que o ISS é o tributo mais importante para os Municípios com

população acima de 100 mil habitantes. As taxas constituem a maior fonte de receita

própria para os Municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes e até 10

mil habitantes. O IPTU é a fonte de receita mais importante para os Municípios com

população entre 10 mil e 50 mil habitantes.

O ITBI, com o percentual de participação total igual a 7,82%, constitui a

menor fonte de receita tributária dos Municípios.

A receita tributária municipal distribuída por grupo de habitantes tem a

seguinte composição: até 3 mil habitantes, as taxas representam 42,69% da

arrecadação tributária, o ISS participa com 20,61%, o IPTU com 19,63% e o ITBI

com 17,08%.

117

No grupo de Municípios com população entre 3 e 5 mil habitantes, as taxas

participam com 41,32% na composição da receita tributária, seguidas do ISS, com

24,65%, do IPTU com 18,51% e do ITBI com 15,52%.

Os Municípios com população entre 5 e 10 mil habitantes arrecadam de

taxas e outras receitas, em média, 43,63%; de IPTU 27,07%; de ISS e 21,88%; e de

ITBI 7,42%. No grupo de Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes, o

IPTU responde por 39,90% da receita tributária, seguido das taxas e outras receitas

com o percentual de 30,57%; o ISS com 20,14%; e o ITBI com 9,39%.

Nos Municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes, o IPTU participa

com 33,58%; as taxas com 32,72%; o ISS com 26,68%; e o ITBI com 7,02. Nos

Municípios com população entre 50 e 100 mil habitantes, as taxas respondem por

34,43%; o IPTU com 30,94%; o ISS com 29,10; e o ITBI com 5,53%.

O grupo de Municípios com população entre 100 e 200 mil habitantes

arrecada 34,99% de taxas; 34,97% de ISS; 24,39% e IPTU; e 5,65% de ITBI.

Finalmente, os Municípios com população superior a 200 mil habitantes

apresentam a seguinte composição da receita tributária: 29,48% correspondem a

taxas e outras receitas; 37,01% de ISS; 26,02% se refere a IPTU; e 7,49% de ITBI.

A composição da receita tributária municipal, por Mesorregião, está

demonstrada na tabela 11.

Tabela 11

Composição da receita tributária municipal por mesorregião em 2002

Receita Tributária (em R$ mil)

Mesorregião

Total IPTU ISS ITBI Taxas e outras

Total 635.296 176.358 199.864 47.011 212.061

Grande Florianópolis 166.051 46.440 57.232 15.282 47.097

Norte Catarinense 126.596 38.621 43.565 7.204 38.889

Oeste Catarinense 69.810 19.454 19.652 6.622 27.010

Serrana 23.018 5.028 10.390 1.936 5.664

Sul Catarinense 44.553 13.132 13.204 2.053 22.404

Vale do Itajaí 201.268 53.683 55.823 13.915 70.998

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

118

Dos R$ 635 milhões arrecadados em 2002, 31,68% está concentrado na

Mesorregião Vale do Itajaí; a Grande Florianópolis aparece em segundo plano com

26,14%, seguindo-se a Norte Catarinense com 19,93%, a Oeste Catarinense com

11% e bem abaixo encontram-se as mesorregiões Sul Catarinense com 7% e a

Serrana com 3,62%.

O principal item em importância na arrecadação municipal dos Municípios

por Mesorregião é constituído pelas taxas e contribuição de melhoria, que somadas

concentram 33,38% da arrecadação tributária de todos os Municípios do Estado.

O ISS é a maior fonte de receita própria dos Municípios da Grande

Florianópolis e Norte Catarinense.

O IPTU é o terceiro tributo mais importante em todas as mesorregiões.

O ITBI é o terceiro imposto mais importante e ocupa o último lugar entre os

tributos dos Municípios em todas as mesorregiões.

O principal item em importância na arrecadação municipal é constituído

pelas taxas e contribuição de melhoria, que somadas concentram 33,38% da

arrecadação tributária de todos os Municípios do Estado.

Na distribuição da arrecadação tributária entre as mesorregiões, verifica-se

que a Mesorregião Sul arrecadou tributos no montante de R$ 44,5 milhões. Desses,

44,11% correspondem a taxas e contribuição de melhoria; 26% de ISS; 25,85% de

IPTU e 4% de ITBI.

Os Municípios do Oeste Catarinense arrecadam 37,13% de taxas; 27,02%

de ISS; 26,75% de IPTU e 9,10% de ITBI.

Dos R$ 201 milhões arrecadados no ano de 2002 pela Mesorregião Vale do

Itajaí, 36,52% referem-se a taxas e contribuição de melhoria; 28,71% de ISS; 27,61

de IPTU e 7,16% correspondente ao ITBI.

A Mesorregião Norte Catarinense é a terceira mais importante em

arrecadação tributária, tendo arrecadado em 2002 R$ 126,6 milhões, dos quais

33,96% de ISS; 30,32% de taxas; 30,11% de IPTU e 5,62% de ITBI.

A Mesorregião Grande Florianópolis é a segunda arrecadação tributária do

Estado. Em 2002, arrecadou R$ 166 milhões, dos quais 34,47% de ISS; 28,36% de

taxas e contribuição de melhoria; 27,97% de IPTU e 9,20% de ITBI.

Os Municípios da Mesorregião Serrana, em 2002, registraram a menor

arrecadação tributária dos Municípios do Estado. Dos R$ 23 milhões arrecadados,

119

45,14% referem-se a ISS; 24,61% de taxas e contribuição de melhoria; 21,85% de

IPTU e 8,41% de ITBI.

3.2 A IMPORTÂNCIA DO IPTU NA COMPOSIÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA

MUNICIPAL

3.2.1 Participação do IPTU na Composição da Receita Tributária Municipal

O IPTU ocupa, em média, o segundo lugar como tributo de maior

importância no âmbito dos Municípios brasileiros (BREMAEKER, 2002). Contudo no

Estado de Santa Catarina, este imposto ocupa, em média, a terceira posição em

relação aos demais tributos da competência municipal.

Neste tópico são apresentados dados comparativos da participação relativa

do IPTU e demais tributos na composição da receita tributária municipal, com

destaque para a posição do imposto em relação aos demais tributos.

O detalhamento da receita tributária, considerando a participação relativa do

IPTU e demais tributos está demonstrado na tabela 12.

Tabela 12

Participação relativa do IPTU e demais tributos na composição da receita tributária

municipal, por grupos de habitantes

% Grupos de habitantes (por mil)

Receita Tributária (em R$ mil)

IPTU ISS ITBI Taxas e outras

Total 635.296 28,56 30,62 7,82 33,00

Até 3 11.265 19,63 20,61 17,08 42,69

3 �— 5 15.111 18,51 24,65 15,52 41,32

5 �— 10 65.405 27,07 21,88 7,42 43,63

10 �— 20 42.220 39,90 20,14 9,39 30,57

20 �— 50 76.493 33,58 26,68 7,02 32,72

50 �— 100 52.178 30,94 29,10 5,53 34,43

100 �— 200 122.120 24,39 34,97 5,65 34,99

200 e mais 250.504 26,02 37,01 7,49 29,48 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

120

De acordo com os dados da tabela 12, o IPTU participa, em média, com

28,56% da receita tributária municipal. Os dados revelam que nos Municípios com

população até 10 mil habitantes e nos Municípios com população acima de 100 mil

habitantes, a arrecadação do imposto fica abaixo da média estadual. Nos Municípios

com população acima de 10 e até 100 mil habitantes, a receita do imposto é bem

mais representativa ficando acima da média do Estado

Os dados da tabela 12 são transformados em ordem de importância de cada

tributo para permitir uma melhor análise da situação apresentada. Esses dados

estão destacados no quadro I, de acordo com os grupos de habitantes.

Quadro I

Ordem de importância do IPTU em relação aos demais tributos na

composição da receita tributária municipal, por grupo de habitante, em 2002

Grupos de habitante (por mil)

1° lugar

2° lugar

3° lugar

4° lugar

Total Taxas ISS IPTU ITBI

Até 3 Taxas ISS IPTU ITBI

��ÿ— 5 Taxas ISS IPTU ITBI

��ÿ— 10 Taxas IPTU ISS ITBI

10 ÿ— 20 IPTU Taxas ISS ITBI

���ÿ— 50 IPTU Taxas ISS ITBI

�����ÿ— 100 Taxas IPTU ISS ITBI

����ÿ— 200 Taxas ISS IPTU ITBI

200 e mais ISS Taxas IPTU ITBI

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Os dados do quadro I evidenciam que o IPTU é o tributo mais importante

apenas para os Municípios catarinenses com população acima de 10 mil e até 50 mil

habitantes, nos quais ocupa o primeiro lugar.

Nos Municípios com população até 5 mil habitantes e acima de 100 mil

habitantes, o IPTU ocupa o terceiro lugar em relação aos demais tributos; e nos

Municípios com população entre 5 mil e 10 mil e com população acima de 50 mil e

121

até 100 mil habitantes, o IPTU ocupa o segundo lugar dentre os tributos mais

importantes dos Municípios .

3.2.2 O Potencial Tributário do IPTU

A capacidade dos Municípios gerarem recursos para o custeio de seus

encargos está limitada à sua competência tributária definida pela Constituição

Federal. Contudo, dentro desse limite, as Prefeituras podem obter um maior ou

menor desempenho se suas receitas municipais, dependendo do potencial tributário

do Município e da forma como administram as suas receitas.

Há um consenso generalizado entre os pesquisadores das finanças

municipais, no sentido de que os Municípios possuem uma capacidade tributária

inexplorada, que pode se constituir em incremento das suas receitas próprias.

O potencial tributário inexplorado dos Municípios é mencionado no estudo de

José Rodrigues Afonso e outros:

Reconhecendo o potencial de geração de receita própria inexplorada pelos Municípios, o BNDES lançou, em setembro do ano passado, o Programa para Modernização das Administrações Tributárias Municipais (PMAT) e, ao mesmo tempo, firmou um convênio de cooperação e difusão técnica com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Associação Brasileira de Secretarias de Fazendas dos Municípios das Capitais (ABRASF), que levou à criação de um site na internet, (...) para divulgar, com acesso universal, informações, estudos e experiências das finanças públicas do país, dando-lhes maior transparência e procurando estimular a melhoria da gestão fiscal (AFONSO et al. 1988, p.2).

As investigações para conhecer o potencial tributário dos Municípios foram

feitas em relação ao IPTU, em face de ser este tributo o objeto deste estudo.

Neste sentido, optou-se por analisar dados reveladores da capacidade

contributiva da população em relação ao IPTU e também o quanto este imposto

representa em termos de valor despedido por habitante da zona urbana dos

Municípios.

Em relação à administração tributária e a capacidade contributiva da

população, são apresentados os dados relacionados com o desempenho da receita

do IPTU e do IPVA dos Municípios catarinenses. Esses dados são apresentados na

tabela 13.

122

Pelos dados registrados na tabela 13, constata-se que no Município de

Urubici, para cada R$ 1,00 de IPTU o Município arrecada R$ 1,27 de IPVA.

No Município de Sombrio, para cada R$ 1 real de IPTU, são arrecadados R$

6,00 de IPVA. Em Tijucas, para cada R$ 1,00 de IPTU, arrecada-se R$ 4,7 de IPVA.

Em Rio Negrinho, para cada R$ 1,00 de IPTU, o Município arrecada R$ 1,38 de

IPVA.

Tabela 13

Comparativo da arrecadação do IPTU e do IPVA de alguns Municípios catarinenses

Município População Urbana (mil hab.)

IPVA IPTU (Em R$1,00)

IPVA:IPTU

Urubici 10.252 130.647,92 103.023,00 1,27

Sombrio 22.962 665.384,20 110.636,63 6,01

Tijucas 23.499 780.587,68 165.842,94 4,71

Rio Negrinho 37.707 909.803,74 658.724,94 1,38

Mafra 49.940 1.252.707,96 1.144.385,37 1,10

Araranguá 54.706 1.837.526,82 803.457,17 2,29

Palhoça 97.914 1.765.783,14 1.244.951,82 1,42

Lages 157.682 4.463.279,78 2.479.071,81 1,80

São José 175.559 5.094.012,92 5.378.545,59 0,94

Florianópolis 342.315 24.134.969,52 21.463.430,62 1,12

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2001

Em Mafra, para cada R$ 1,00 de IPTU são arrecadados R$ 1,10 de IPVA.

Em Araranguá, para cada R$ 1,00 de IPTU, registra-se R$ 2,29 de IPVA. Em

palhoça, para cada R$ 1,00 de IPTU o Município arrecada R$ 1,42 de IPVA. Em

Lages, para cada R$ 1,00 de IPTU arrecada-se R$ 1,80 de IPVA. Em Florianópolis,

para cada R$ 1,00 de IPTU arrecada-se 1,12 de IPVA. Em São José, para cada R$

1,00 de IPTU arrecada-se R$ 0,99 de IPVA.

Em relação ao potencial tributário, é importante analisar a participação da

população no recolhimento do IPTU, demonstrando o quanto, em espécie,

representa o imposto cobrado em relação a cada contribuinte. Para esse fim foi

calculada a receita per capita do IPTU, por grupos de habitante, cujos dados estão

demonstrados na tabela 14.

Conforme os dados da tabela 14, os Municípios catarinenses cobram, em

média, R$ 43,15 de IPTU por ano e por habitante, que equivale a R$ 3,59 por mês.

123

Tabela 14

Demonstrativo da receita per capita do IPTU por grupo de habitantes

Arrecadação do IPTU Grupo de habitantes (por mil)

População Urbana Total

(em R$ mil) Per Capita

Total 3.770.815 162.701 43,15

Até 3 157.984 5.567 35,24

3 �—5 108.619 2.106 19,39

5 �—10 270.311 12.449 46,05

10 �— 20 372.272 11.702 31,43

20 �— 50 718.885 27.687 38,51

50 �— 100 399.241 14.452 36,20

100 �— 200 583.173 16.110 27,62

200 e mais 1.160.330 72.628 62,59

Fonte: IBGE. IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2001

Os Municípios com população urbana de até três mil habitantes cobram,

anualmente, o equivalente a R$ 35,24 de IPTU por habitante, que representa a R$

2,95 ao mês.

Os Municípios com população entre 3 e 5 mil habitantes da zona urbana

cobram, anualmente, R$ 19,39 de IPTU por habitante, que equivale a R$ 1,62 ao

mês.

Os Municípios com população urbana entre 5 e 10 mil habitantes cobram,

anualmente, R$ 46,05 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a R$

3,80 mensal.

Os Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes arrecadam R$

31,41 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a R$ 2,62 mensais.

Os Municípios com população urbana entre 20 e 50 mil habitantes

arrecadam, anualmente, R$ 38,51 de IPTU por habitante da zona urbana, que

corresponde a R$ 3,20 ao mês.

Os Municípios com população urbana entre 50 e 100 mil habitantes

arrecadam, anualmente, R$ 36,20 de IPTU por habitante da zona urbana, que

corresponde a cerca de R$ 3,00 ao mês.

124

Os Municípios com população urbana entre 100 e 200 mil habitantes

arrecadam, anualmente, R$ 27,62 de IPTU por habitante da zona urbana, que

corresponde a cerca de R$ 2,31 ao mês.

Os Municípios com população urbana acima de 200 mil habitantes

arrecadam, anualmente, R$ 62,59 de IPTU por habitante da zona urbana,

equivalente a R$ 5,21 ao mês.

3.3 INSTRUMENTOS DE DESEMPENHO DO LANÇAMENTO E ARRECADAÇÃO

DO IPTU

Segundo dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002 do

IBGE, os aspectos relacionados aos instrumentos que vão possibilitar um melhor

desempenho da arrecadação do imposto predial e territorial urbano são: a)

atualização e informatização do cadastro imobiliário fiscal; b) a atualização da planta

de valores; c) a atualização e digitalização do mapa da área urbana e��G��D�LQIRUPDWL]Doão

do cadastro imobiliário e do controle da arrecadação do imposto.

3.3.1 Atualização do Cadastro Imobiliário

Neste item são apresentados dados sobre a atualização do cadastro

imobiliário e da planta de valores, bem como sobre os sistemas de gerenciamento e

controle do lançamento e da arrecadação do IPTU. Também são apresentados

dados sobre a utilização do IPTU como instrumento de aplicação das políticas

urbana e social local, pelos Municípios catarinenses.

O cadastro imobiliário é o instrumento de que se vale a administração

municipal para obter os elementos necessários ao lançamento dos tributos que

gravam a propriedade. Entre os tributos que dependem do cadastro imobiliário estão

o IPTU, o ITBI, as Taxas pela prestação de serviços públicos e a contribuição de

melhoria.

Os 293 Municípios do Estado foram pesquisados para identificar o ano da

última atualização do cadastro imobiliário, para possibilitar a análise do desempenho

do IPTU. O resultado da pesquisa está demonstrado na tabela 15.

125

O cadastro imobiliário tem por finalidade manter o registro de todos os

imóveis localizados no Município e também, dos dados necessários para a correta

identificação dos proprietários, titulares do domínio útil e posseiros a qualquer título.

Os dados que devem ser considerados no cadastro são todos aqueles definidos na

legislação tributária do Município. Esses dados são fundamentais para a tributação,

porquanto constituem os elementos caracterizadores da hipótese de incidência dos

tributos. Sem esses dados, ou se existentes não estiverem atualizados, não há como

efetuar o lançamento do tributo. Em vista disso, as Prefeituras devem manter os

seus cadastros completos e atualizados, de forma a assegurar a eficácia do

lançamento dos tributos.

Tabela 15

Distribuição dos Municípios por ano de atualização do cadastro imobiliário, segundo

os grupos de habitantes

Ano da última atualização Grupo de habitantes

Total de Municípios 1984 a

1999 em

2000 em

2001 em

2002 sem

inform ação Total 293 155 15 49 69 5 Até 3 49 20 4 14 10 1

3 �— 5 55 23 4 11 14 3

5 �— 10 77 46 4 9 17 1

10 �—20 58 30 3 11 14

20 �— 50 31 21 3 7

50 �— 100 13 9 1 3

100 �— 200 7 4 3 200 e mais 3 2 1

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

O cadastro imobiliário tem por finalidade manter o registro de todos os

imóveis localizados no Município e também, dos dados necessários para a correta

identificação dos proprietários, titulares do domínio útil e posseiros a qualquer título

de imóveis no Município.

Os dados que devem ser considerados no cadastro são todos aqueles

definidos na legislação tributária do Município. Esses dados são fundamentais para

a tributação, porquanto constituem os elementos caracterizadores da hipótese de

incidência dos tributos. Sem esses dados, ou se existentes não estiverem

126

atualizados, não há como efetuar o lançamento do tributo. Em vista disso, as

Prefeituras devem manter os seus cadastros completos e atualizados, de forma a

assegurar a eficácia do lançamento dos tributos.

Em relação ao cadastro imobiliário percebe-se que dos 293 Municípios

catarinenses, 155 fizeram a última atualização no período de 1984 a 1999; 15

Municípios atualizaram os seus cadastros no ano de 2000; 49 no ano de 2001; 69

Municípios atualizam no ano de 2002 e apenas 5 não informaram.

Os dados revelam que a grande maioria dos Municípios (52,90%) não

atualiza seu cadastro imobiliário desde o ano de 1999.

Considerando o porte demográfico dos Municípios, denota-se que dentre os

que não atualizam o cadastro imobiliário desde 1999, o maior percentual é

representado pelos Municípios com população acima de 20 mil habitantes. Os

Municípios com população inferior a 20 mil habitantes apresentam maior freqüência

no índice de atualização a partir do ano de 2000. Esta situação é melhor

demonstrada no gráfico 5.

Gráfico 5

Distribuição dos Municípios catarinenses por tempo de atualização dos cadastros

imobiliários, segundo os grupos de habitantes em 2002

0%

20%

40%

60%

80%

100%

até 5 mil de 5 a 10mil

de 10 a20 mil

de 20 a50 mil

de 50 a100 mil

mais de100 mil

até 1999 após 1999

Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Denota-se que os Municípios com população acima de 20 mil habitantes

representam o maior percentual daqueles que atualizaram os seus cadastros antes

de 1999.

A tabela 16 contém dados sobre a atualização do cadastro imobiliário fiscal

por mesorregião.

127

Em relação à distribuição dos Municípios segundo as mesorregiões, registra-

se que apesar do oeste catarinense apresentar, em número, maior quantidade de

Municípios que fizeram a última atualização no ano de 2002, não é a região que

apresenta o maior percentual de atualização recente de seu cadastro. Em termos

percentuais, a região serrana ocupa o primeiro lugar, sendo que 33% de seus

Municípios atualizaram o cadastro em 2002, seguida da mesorregião Vale do Itajaí

com 27% e da Grande Florianópolis com 23,81%. A mesorregião Oeste Catarinense

aparece somente em quarto lugar, com 22% dos Municípios enquanto o Norte

Catarinense aparece em último lugar com 15,38%.

Tabela 16

Distribuição dos Municípios por ano de atualização do cadastro imobiliário,

segundo as mesorregiões

Ano da última atualização Messorregião Total de Municípios

1984 a 1999

em 2000

em 2000

em 2000

sem informação

Total 293 155 15 50 67 6

Grande Florianópolis 21 12 2 1 5 1

Norte Catarinense 26 14 2 6 4

Oeste Catarinense 118 58 8 23 27 2

Serrana 30 11 1 8 10

Sul Catarinense 44 32 4 6 2

Vale do Itajaí 54 28 2 8 15 1

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Em relação à distribuição dos Municípios segundo as mesorregiões, registra-

se que apesar do oeste catarinense apresentar, em número, maior quantidade de

Municípios que fizeram a última atualização no ano de 2002, não é a região que

apresenta o maior percentual de atualização recente de seu cadastro. Em termos

percentuais, a região serrana ocupa o primeiro lugar, sendo que 33% de seus

Municípios atualizaram o cadastro em 2002, seguida da mesorregião Vale do Itajaí

com 27% e da Grande Florianópolis com 23,81%. A mesorregião Oeste Catarinense

aparece somente em quarto lugar, com 22% dos Municípios enquanto o Norte

Catarinense aparece em último lugar com 15,38%.

128

3.3.2 Atualização da Planta de Valores

A planta de valores permite fixar previamente os valores básicos unitários

dos terrenos e das edificações, expressos por metro quadrado de área, o que, por

sua vez, possibilita efetuar o lançamento em massa para todos os contribuintes que

se encontram localizados no logradouro ou região, segundo o critério adotado na

sua elaboração.

Além da sua finalidade fiscal, a planta de valores quando atualizada, é um

importante instrumento para o planejamento municipal, na medida em que reflete os

índices de valorização imobiliária e propicia, portanto, a ação regularizadora do

governo municipal quanto ao uso e ocupação do solo.

Manter a planta de valores atualizada é fundamental para a administração

tributária principalmente para o IPTU e o ITBI, pois dessa atualização depende a

justiça fiscal em relação a esses impostos. Ademais, a planta de valores se constitui

um importante instrumento para aumentar o desempenho do IPTU e do ITBI.

A atualização da planta de valores dos Municípios, considerando os grupos

de habitantes, é demonstrada na tabela 17.

Tabela 17

Distribuição dos municípios catarinenses por ano de atualização da

planta de valores segundo os grupos de habitantes

Ano da última atualização Grupo de habitante

Total de Municípios 1984 a

1999 em

2000 em

2001 em

2002 sem

informação Total 293 122 16 48 110 7 Até 3 49 11 4 14 19 1

3 �— 5 55 13 5 10 24 3

5 �— 10 77 30 2 8 34 3

10 �— 20 58 25 5 10 18

20 �— 50 31 18 2 11

50 �— 100 13 10 1 2

100 �— 200 7 4 2 1 200 e mais 3 1 1 1

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Dos 293 Municípios catarinenses, 122 fizeram a última atualização da planta

de valores no período de 1984 a 1999, enquanto que 171 atualizaram a planta de

129

valores no período de 2000 a 2002, sendo que destes, 5,6% atualizaram no ano

2000; 16,38%, no ano de 2001 e 37,54% em 2002. Esses dados demonstram

também que 41,64% dos Municípios catarinenses fizeram a última atualização da

planta de valores entre 1984 e 1999, enquanto que 58,36% atualizaram a planta de

valores no período entre o ano 2000 e 2002.

Esses dados são melhor visualizados no gráfico 6.

Gráfico 6

Distribuição dos Municípios catarinenses por tempo de atualização da planta de

valores, segundo os grupos de habitantes em 2002

0%20%40%60%80%

100%

até 10 milhab.

de 10 a20 milhab.

de 20 a50 milhab.

de 50 a100 mil

hab.

de 100 a200 mil

hab

acima de200 mil

hab.

até 1999 após 1999

Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Comparando a atualização da planta de valores nos períodos de 1984 a

1999 e 2000 a 2002 por grupo de habitantes, tem-se que nos Municípios com

população de até 20 mil habitantes, o percentual de atualização recente da planta

de valores é maior, ou seja, nos Municípios com até 10 habitantes, 43% atualizaram

até 1999 e 57% fizeram atualização recente no período de 2000 a 2002. Nos

Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes, 43% atualizaram a planta

de valores no período de 1984 a 1999 e 57% fizeram atualização mais recente, no

período de 2000 a 2002.

Nos Municípios com população entre 20 e 50 mil, 58% atualizaram suas

plantas de valores entre o período de 1984 a 1999 e 42% fizeram atualização

recente no período de 2000 a 2002. Nos Municípios com população entre 50 mil e

100 mil, 76,92% atualizaram a planta de valores no período de 1984 a 1999 e

130

23,08% fizeram atualização recente no período de 2000 a 2002. Nos Municípios com

população de 100 mil a 200 mil habitantes, 57,14% atualizaram a planta de valores

no período de 1984 a 1999 e 42,86% fizeram atualização recente no período de

2000 a 2002. Nos Municípios com população acima de 200 mil habitantes ocorre o

inverso, ou seja, 33,33% (a minoria) atualizou a planta de valores no período de

1984 a 1999 e 66,67 (a maioria) efetuaram a atualização recente no período de 2000

a 2002.

A atualização da planta de valores, tendo como parâmetro a distribuição dos

Municípios por Mesorregião, é demonstrada na tabela 18.

Tabela 18

Distribuição dos municípios por ano de atualização da

planta de valores, segundo as mesorregiões

Ano da última atualização Mesorregião Total de Municípios 1984 a

1999 em

2000 em

2001 em

2002 sem

informação

Total 293 112 16 48 110 7

Grande Fpolis 21 10 5 6

Norte Catarinense 26 12 2 10 2

Oeste Catarinense 118 31 9 23 53 2

Serrana 30 11 2 5 12

Sul Catarinense 44 26 4 4 10

Vale do Itajaí 54 22 1 9 19 3

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

A distribuição dos Municípios por mesorregião mostra que o maior índice de

atualização recente das plantas de valores é encontrado na mesorregião Oeste

Catarinense, com 72,03% das atualizações feitas entre 2000 e 2002.

A segunda posição é ocupada pela mesorregião Serrana com 63,33% das

atualizações feitas no mesmo período, seguida da Vale do Itajaí com 73,70% e da

Grande Florianópolis com 52,38%. As últimas posições são ocupadas pelas

mesorregiões Norte Catarinense e Sul Catarinense com, respectivamente, 46,15% e

40,91% de atualização da planta de valores no período entre 2000 e 2002.

131

3.3.3 Informatização do IPTU

No que se refere ao gerenciamento e controle do lançamento e da

arrecadação do IPTU, observa-se que o avanço da tecnologia da informação, nos

últimos anos, fez com que as organizações públicas, a exemplo das privadas,

reestruturassem os seus sistemas de gerenciamento e controle de informações para

adequar-se à nova realidade que exige a prestação de serviços públicos eficientes e

eficazes.

Nesse particular deve ser destacado o fato de que a quase totalidade dos

Municípios catarinenses possui sistemas informatizados para o IPTU e o ISS, além

do gerenciamento do mapa urbano em meio digital.

Utilizando os dados da tabela 19 é possível fazer a correlação entre os

Municípios distribuídos por grupo de habitantes e a respectiva utilização de sistemas

informatizados de IPTU, ISS e mapeamento digital.

Do total de 293 Municípios, 273 ou 93% adotam sistemas informatizados de

IPTU; 263 Municípios ou 89,76% possuem sistemas informatizados de ISS e 34

Municípios ou 11,60%, utilizam mapeamento digital.

Tabela 19

Municípios com informatização do IPTU e outros sistemas,

por grupo de habitantes

Informatização Grupo de habitantes (por mil)

Municípios IPTU ISS Mapeamento

digital Total 293 273 263 34 até 3 49 42 43 4 3 |— 5 55 47 43 0 5 |— 10 77 73 71 3 10 |— 20 58 57 53 6 20 |— 50 31 31 30 7 50 |— 100 13 13 13 6 100 |— 200 7 7 7 5 200 e mais 3 3 3 3 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Distribuindo os dados por grupos de habitantes, pode-se observar que dos

49 Municípios com até 3 mil habitantes, 85,71% instituíram sistemas informatizados

132

de IPTU; 87,76% possuem sistemas informatizados de ISS e 8,16% possuem

mapeamento digital. Dos 55 Municípios com população de 3 mil a 5 mil habitantes,

85,45% dos Municípios possuem sistemas informatizados de IPTU; 87,76% adotam

sistemas informatizados de ISS e nenhum possui mapeamento digital. Dos 77

Municípios com população entre 5 mil e 10 mil habitantes, 94,81% trabalham com o

IPTU informatizado; 92,21% instituíram sistema informatizado para o ISS e 3,90%

utilizam mapeamento digital.

Dos 58 Municípios com população entre 10 mil e 20 mil habitantes, 98,28%

possuem sistema informatizado de IPTU; 91,38% adotam sistema informatizado

para o ISS e 1,03% possuem mapeamento digital.

Dos 31 Municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes, 100%

possuem o IPTU informatizado; 96,77% apresentam ISS informatizado e 22,58%

adotam o mapeamento digital. Já em relação aos Municípios com população entre

50 e 100 mil habitantes, 100 mil e 200 mil habitantes e mais de 200 mil, 100%

possuem sistemas informatizados de IPTU e ISS, ficando a diferença apenas em

relação ao mapeamento digital cujos percentuais são os seguintes: de 50 mil a 100

mil habitantes, 46,15% possuem a tecnologia de mapeamento digital; de 100 mil a

200 mil habitantes, 71,43% dos Municípios possuem a mesma tecnologia; e dos

Municípios com mais de 200 mil habitantes, 100% adotam o mapeamento digital.

A tabela abaixo apresenta dados sobre os Municípios que utilizam o

mapeamento digital, considerando a distribuição por Mesorregiões.

Tabela 20

Municípios com informatização do IPTU e outros sistemas, por mesorregiões

Informatização Mesorregião

Municípios IPTU ISS Mapeamento

digital Total 293 273 263 34 Grande Florianópolis 21 18 19 4 Norte Catarinense 26 26 25 5 Oeste Catarinense 118 109 103 7 Serrana 30 29 25 1 Sul Catarinense 44 43 41 4 Vale do Itajaí 54 48 50 13 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

133

Em relação às Mesorregiões, a Grande Florianópolis apresenta 85,71% dos

seus Municípios com IPTU informatizado; 90,48% com informatização do ISS e

19,05% com mapeamento digital. A Norte Catarinense apresenta 100% dos seus

Municípios com IPTU informatizado; 96,15% com informatização do ISS e 19,23%

com mapeamento digital. A Mesorregião Oeste Catarinense possui 92,37% dos seus

Municípios com informatização do IPTU; 87,29% com ISS informatizado e 5,93%

com tecnologia de mapeamento digital. A Serrana apresenta 96,67% dos seus

Municípios com IPTU informatizado; 83,33% dos Municípios com ISS informatizado

e apenas 3,33% dos Municípios possuem mapeamento digital. A Mesorregião Sul

Catarinense utiliza IPTU informatizado em 97,73% dos Municípios que a compõem;

ISS informatizado em 93,18%, e mapeamento digital em 9,09%. E por último, a

Mesorregião do Vale do Itajaí possui 88,89% dos Municípios com IPTU

informatizado; 92,59% com sistemas de ISS informatizado e 24,07% com

mapeamento digital.

3.4 LEGISLAÇÃO URBANA E PROGRESSIVIDADE DO IPTU

O IPTU é um tributo que interessa duplamente para os Municípios: é uma

das mais importantes fontes de receita e ainda se presta como instrumento

viabilizador da Função Social do Estado Contemporâneo.

Foi nesses termos que a Constituição Federal o considerou quando

estabeleceu normas para assegurar o cumprimento da função social da propriedade

utilizando o IPTU como instrumento viabilizador da política urbana e social.

Essa função parafiscal pode ser conseguida pela aplicação da

progressividade do IPTU, segundo os preceitos do art. 182, § 2° da CF/88 que

dispõe sobre a progressividade do imposto no tempo.

A progressividade no tempo, porém, não é a única admitida para o IPTU. A

CF/88, a teor do seu art. 156, § 1°, permite a aplicação de alíquotas progressivas

para o IPTU em relação ao valor venal da propriedade. Trata-se de critério que se

harmoniza com o princípio da capacidade contributiva segundo o qual quem revela

maior capacidade econômica deve pagar proporcionalmente mais imposto.

134

Sob o ponto de vista fiscal, além da progressividade em razão da

capacidade contributiva do proprietário, os Municípios também podem adotar

alíquotas seletivas em razão do uso e da localização da propriedade.

Nesta seção, são apresentados os dados pesquisados junto aos 293

Municípios catarinenses, relativos à utilização do IPTU em sua dupla função: fiscal e

parafiscal.

As tabelas abaixo reproduzem dados sobre os Municípios que possuem

legislação sobre o Plano Diretor e a aplicação da progressividade do IPTU, em

atendimento ao princípio da função social da propriedade, considerando a

distribuição da população por grupos de habitantes e a distribuição dos Municípios

por Mesorregiões.

Tabela 21

Municípios com Plano Diretor, por grupo de habitantes

Municípios Grupo de habitantes

(por mil) Total Planto diretor %

Total 293 119 40,61 até 3 49 7 14,29 3 |— 5 55 8 14,55 5 |— 10 77 27 35,06 10 |— 20 58 30 51,72 20 |— 50 31 24 77,42 50 |— 100 13 13 100,00 100 |— 200 7 7 100,00 200 e mais 3 3 100,00

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Dos 293 Municípios catarinense, 119 possuem Plano Diretor, o que

corresponde a 40,61% do total. Dividindo a população por grupos de habitantes,

tem-se que dos 104 Municípios com população até 5 mil habitantes, 15 possuem

Plano Diretor, o que eqüivale a 14,42% da totalidade destes Municípios. Dos 77

Municípios com população de 5 mil a 10 mil habitantes, 27 possuem Plano Diretor,

correspondendo a 35,06% dos Municípios pertencentes a este grupo. O quadro

começa a inverter a partir dos Municípios com mais de 10 mil habitantes. Dos 58

Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes, 30 possuem Plano Diretor,

ou seja, 51,72%. Dos 31 Municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes, 24

135

possuem Plano Diretor, correspondendo a 77,42%. Todos os Municípios com

população acima de 50 mil habitantes possuem Plano Diretor.

A tabela abaixo apresenta dados sobre os Municípios que possuem Plano

Diretor, considerando a distribuição por mesorregiões.

Tabela 22

Municípios com Plano Diretor, por mesorregião

Municípios

Mesorregião Total Planto diretor %

Total 293 118 40,27

Grande Florianópolis 21 11 52,38

Norte Catarinense 26 14 53,85

Oeste Catarinense 118 42 35,59

Serrana 30 11 36,67

Sul Catarinense 44 15 34,09

Vale do Itajaí 54 25 46,30 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Observando a distribuição dos Municípios por mesorregião, tem-se que a

Norte Catarinense apresenta o maior número de Municípios com Plano Diretor,

correspondendo a 53,85% do total dos Municípios que a integram.

A segunda posição é ocupada pela Grande Florianópolis com 52,38%,

seguida da Vale do Itajaí com 46,30% e da Serrana com 36,67%.

As últimas posições são ocupadas pelas mesorregiões Oeste Catarinense

com 35,59% e Sul Catarinense com 34,09%.

A seguir, apresenta-se dados sobre os Municípios que possuem legislação

disciplinando a progressividade do IPTU, considerando os grupos de habitantes

indicados na tabela 23.

Dos 293 Municípios catarinenses, 69 instituíram a progressividade do IPTU,

o que representa 23,55% do total de Municípios do Estado.

Distribuindo a população em grupos de habitantes, tem-se que dos 49

Municípios com população até 3 mil habitantes, 12 instituíram a progressividade do

IPTU, o que equivale a 24,49% da totalidade destes Municípios. Dos 55 Municípios

136

com população de 3 mil a 5 mil habitantes, 14 cobram IPTU progressivo,

correspondendo a 25,45% dos Municípios pertencentes a este grupo. Percebe-se a

mesma média percentual em relação aos 77 Municípios com população entre 5mil e

10 mil, dos quais 23 cobram o IPTU progressivo, correspondendo a 29,87%. A

utilização da progressividade do IPTU sofre um decréscimo nos Municípios com 10

mil e 50 mil habitantes, onde do total de 89, apenas 15,73% Municípios instituíram a

progressividade do IPTU.

Tabela 23

Municípios com progressividade do IPTU por grupo de habitantes

Municípios Grupo de

habitantes (por mil)

Total IPTU progressivo

%

Total 293 69 23,55

até 3 49 12 24,49

3 |— 5 55 14 25,45

5 |— 10 77 23 29,87

10 |— 20 58 9 15,25

20 |— 50 31 5 16,13

50 |— 100 13 1 7,69

100 |— 200 7 3 42,86

200 e mais 3 2 66,67 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002 A situação se acentua ainda mais em relação aos 13 Municípios com

população entre 50 mil e 100 mil habitantes, onde somente 1 município adota a

progressividade do IPTU para cobrança do imposto, reduzindo o percentual desse

grupo para 7,69%. Nos Municípios com população a partir de 100 mil habitantes

ocorre uma inversão no quadro, sendo que dos Municípios com população entre 100

mil e 200 mil habitantes, 42,86% adotam a progressividade do IPTU, e nos

Municípios com população acima de 200 mil habitantes, a maioria representada por

66,67% dos Municípios utiliza o mesmo sistema de cobrança do imposto.

A tabela 24 apresenta dados sobre os Municípios que utilizam a

progressividade do IPTU, considerando a distribuição por Mesorregiões.

137

Os dados sobre a instituição da progressividade do IPTU pelos Municípios

catarinenses, considerando a distribuição destes por Mesorregião, são apresentados

na tabela 24.

Observa-se que a Mesorregião Oeste Catarinense apresenta o maior

número de Municípios que adota a progressividade do IPTU, representando 29,66%

do total dos Municípios que a compõem.

Tabela 24

Municípios com progressividade do IPTU, por mesorregião

Municípios

Mesorregião Total IPTU progressivo

%

Total 293 59 20,14

Grande Florianópolis 21 5 23,81

Norte Catarinense 26 6 23,08

Oeste Catarinense 118 35 29,66

Serrana 30 5 16,67

Sul Catarinense 44 6 13,64

Vale do Itajaí 54 7 12,96 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002 A segunda posição é ocupada pela Grande Florianópolis com 23,81%,

seguida da Mesorregião Norte Catarinense com 23,08% e da Serrana com 16,67%.

As últimas posições são ocupadas pelas Mesorregiões Sul Catarinense com

13,64% e Vale do Itajaí com 12,96% dos Municípios que instituíram a

progressividade do IPTU.

3.5 DISCUSSÃO

O Estado Contemporâneo na concepção de renomados doutrinadores é

aquele que tem por finalidade precípua o compromisso com a justiça social. Para

promover a justiça social tem o Estado o poder-dever de buscar os meios

necessários para a realização do bem comum. Esse poder-dever permite ao Estado

138

intervir nos domínios econômico e social para assegurar condições dignas de vida à

população.

Nesse contexto, a tributação se presta às finalidades do Estado por duas

razões. A primeira por constituir uma importante fonte de recursos financeiros

necessários para financiar os serviços públicos e encargos diversos com educação,

saúde, saneamento básico, segurança e outros. A segunda, como instrumento de

aplicação da política urbana e social do Estado.

Para essa finalidade a Constituição Federal de 1988 dotou os Municípios e

demais entes federados de competência para instituir os tributos previstos no

Sistema Tributário Nacional, distribuídos entre os respectivos entes políticos nos

termos constitucionais.

Tributo, na definição do art. 3° do Código Tributário Nacional é “toda

prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,

que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante

atividade administrativa plenamente vinculada”.

O exercício da competência tributária na forma prevista pela Constituição

Federal se constitui num poder-dever dos entes políticos que a receberam estando

fora do campo da discricionariedade dos administradores públicos. A

obrigatoriedade do exercício da competência tributária vem reforçada na Lei

Complementar 101/2001 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que consagra no seu art.

11 o princípio da efetividade do exercício da competência. Esse princípio consiste no

dever de instituir, prever (previsão orçamentária) e arrecadar todos os tributos da

competência do ente político que a detém.

Contudo, o exercício do poder tributário não é absoluto, sendo limitado pelos

princípios constitucionais tributários cujas normas visam proteger o cidadão contra

eventual abuso de poder. Dentre os princípios constitucionais tributários destacam-

se o da legalidade, da anterioridade, da irretroatividade, da igualdade, da

capacidade contributiva, e outros.

Os Municípios receberam diretamente da Constituição Federal competência

para instituir imposto sobre: a) a propriedade predial e territorial urbana; b) a

transmissão de bens imóveis por ato oneroso inter vivos; e c) serviços de qualquer

natureza. Também se inserem na competência municipal a instituição de taxas pelo

exercício do poder de polícia e pela prestação de serviços públicos, contribuição de

melhoria e contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.

139

O imposto sobre serviços de qualquer natureza (IPTU) é o mais tradicional

dos impostos cobrados no Brasil. A importância do IPTU como fonte de recursos

financeiros para os Municípios tem sido destacada por estudiosos em virtude das

características que lhe são inerentes, destacando-se a possibilidade de gerar receita

em níveis razoáveis quando bem administrado, aliado ao fato de ser um tributo de

base tributária estável, tendente a afastar a possibilidade de conflitos de

competência na sua cobrança.

Destaca-se que o IPTU é um dos poucos tributos que melhor se harmoniza

com a dupla finalidade da tributação, tendo em vista possuir duas funções bem

distintas: a fiscal e a extrafiscal. A função fiscal se revela na capacidade de produzir

receita para financiar os encargos próprios do Governo no atendimento aos anseios

da sociedade; a função extrafiscal, consagrada no texto constitucional que

reconhece o IPTU como instrumento para assegurar o atendimento ao princípio da

função social da propriedade, mediante a aplicação da progressividade das

alíquotas no tempo.

Dentre os aspectos da incidência do imposto destaca-se a base de cálculo

que está definia no art. 33 do CTN como sendo o “valor venal do imóvel”. O valor

venal do imóvel segundo a doutrina mais abalizada é o valor de mercado do imóvel

para compra e venda à vista. Em obediência aos princípios da igualdade tributária e

da justiça fiscal, o valor venal do imóvel deve ser apurado anualmente para refletir,

tanto quanto possível, o seu preço real que será considerado na tributação.

No que se refere às alíquotas do imposto, a Constituição Federal admite a

aplicação de alíquotas progressivas e seletivas. As alíquotas progressivas podem

ser atribuídas para duas finalidades: a) fiscal, em razão do valor do imóvel; e b)

extrafiscal, em atendimento ao princípio da função social da propriedade. As

alíquotas seletivas podem ser adotadas em razão da localização e do uso do imóvel.

A alíquota progressiva em razão do valor venal do imóvel (fiscal) está em

consonância com o princípio da capacidade contributiva, segundo o qual quem

revela maior capacidade econômica deve pagar proporcionalmente mais imposto.

A alíquota extrafiscal pode ser progressiva no tempo segundo a norma

constitucional expressa no art. 182, § 4°, regulamentada pela Lei n° 10.257/2001

(Estatuto da Cidade).

A constituição do crédito tributário do IPTU é feita segundo as regras

definidas no CTN para os demais tributos. De acordo com o art 142 do CTN, a

140

constituição do crédito tributário é precedida do lançamento tributário, que consiste

no procedimento administrativo destinado a verificar a ocorrência do fato gerador da

obrigação tributária, bem como determinar a matéria tributável e calcular o montante

do tributo devido. Pelo lançamento identifica-se o sujeito passivo e propõe-se a

aplicação de penalidades, se for o caso.

O CTN admite três modalidades de lançamento tributário: o lançamento por

declaração; o lançamento de ofício e o lançamento por homologação. O lançamento

por declaração é aquele em que o sujeito passivo informa à Administração Tributária

toda a matéria fática necessária à realização do lançamento. O lançamento de ofício

é aquele em que a própria Administração verifica os elementos fáticos e a

constituição da relação jurídica-tributária, determinando o cumprimento da prestação

pelo devedor. O lançamento por homologação ocorre quando a lei atribui ao sujeito

passivo o dever de apurar o tributo devido efetuar o seu pagamento

independentemente de qualquer atuação da autoridade administrativa que

posteriormente o homologa.

Em relação ao IPTU, os Municípios brasileiros adotam, por tradição, o

lançamento de ofício que é feito anualmente para um exercício, pelo qual a

autoridade administrativa municipal verifica a ocorrência do fato gerador, identifica o

contribuinte, calcula o montante do tributo devido e emite a notificação do

lançamento, entregando-a ao contribuinte. O cálculo e o lançamento do imposto são

feitos com base nos dados constantes do cadastro imobiliário e da planta de

valores. Portanto, no lançamento de ofício, esses dois instrumentos são

considerados elementos essenciais para a constituição do crédito tributário do IPTU,

haja vista que fornecem os dados e informações que serão utilizados para a

determinação do valor do imposto e identificação do contribuinte.

O cadastro imobiliário contém o registro de todos os dados necessários para

a correta identificação do contribuinte e do imóvel tributado. Assim, para atender a

finalidade de lançamento do imposto, o cadastro imobiliário deve ser completo e

permanentemente atualizado.

A planta de valores fixa os valores médios unitários de metro quadrado de

terreno e de construção, para logradouros, quadras, zonas ou bairros, da área

alcançada pela tributação, para a finalidade de apurar a base de cálculo do imposto.

Os valores de metro quadrado, fixados na planta de valores variam em face do

zoneamento e da existência ou não de equipamentos urbanos e serviços públicos

141

tais como: iluminação pública, rede de telefone, pavimentação, serviços de limpeza

pública e coleta de lixo, transporte coletivo, etc. Esses fatores determinam a

valorização ou desvalorização dos imóveis e conseqüentemente aumentam ou

diminuem a base de cálculo do imposto. Por esta razão, sempre que houver

alteração em quaisquer desses elementos a planta de valores deve ser atualizada. A

planta de valores é fixada em lei e qualquer alteração nos seus elementos, que

possam modificar a base de cálculo do imposto, só podem ser consideradas no

lançamento com a prévia autorização da Câmara de Vereadores.

Com base nos dados cadastrais do imóvel e na planta de valores, a

autoridade administrativa apura a base de cálculo pelo valor médio, permitindo-lhe

dessa forma, avaliar a propriedade imobiliária de milhares de contribuintes. Esse

critério de avaliação em massa é conhecido pela doutrina como técnica da

praticidade que assegura o lançamento do tributo de maneira eficiente e econômica.

A legitimidade da técnica da praticidade no lançamento do IPTU divide a

doutrina e a jurisprudência. Na doutrina, a corrente favorável à sua utilização

defende, sobretudo, que a Fazenda Pública não dispõe de recursos, pessoal e

aparato necessário a uma exaustiva e esgotante investigação do caso isolado, mas

mesmo assim tem o dever de aplicar a lei (ISENSEE, 1976 apud BALEEIRO;

BALEEIRO, 2001, p. 249). Contrariamente à prática da simplificação, Derzi (1988, p.

251-254), apresenta como objeções ao uso dessa técnica a ofensa a princípios

constitucionais como o da igualdade e da capacidade contributiva.

Na jurisprudência, a técnica de aplicação da lei em massa é analisada à luz

dos princípios constitucionais tributários, sobretudo, o da legalidade e da

anterioridade, segundo os quais qualquer modificação na base de cálculo do tributo

só pode ser feita mediante lei publicada no exercício anterior ao da sua aplicação.

Com esse entendimento em 1979, o Supremo Tribunal Federal julgou o Recurso

Extraordinário n° 87.763-1, em que foi relator o Ministro Moreira Alves, e decidiu que

as plantas e pautas de valores para fins do IPTU são contrárias à Constituição

Federal, se não aprovadas por lei, admitindo somente a atualização monetária do

valor venal com base em índice oficial de correção monetária. Sobre o

posicionamento do STF, Baleeiro (2001) esclarece que a polêmica central enfocada

pelos tribunais superiores apresenta-se quando a Fazenda Pública Municipal não

procede à avaliação individual, conforme art. 142 do CTN, passando as plantas de

valores a atuar como presunções. Em lugar de servirem apenas de parâmetros e

142

orientações, para avaliação em cada caso isolado, tornam-se as plantas de valores a

única avaliação feita.

Além de afrontar princípios constitucionais tributários como o da igualdade,

da capacidade contributiva e da justiça fiscal, a técnica da praticidade adotada no

lançamento de ofício do IPTU, pode ser um dos fatores que contribuem para a não

exploração total da capacidade contributiva dos Municípios, por diversas outras

razões, destacando-se a impossibilidade da Fazenda Pública manter o cadastro

imobiliário e a planta de valores permanentemente atualizados; insuficiência dos

dados constantes do cadastro imobiliário por não refletirem as diferenças individuais

relevantes que devem ser consideradas na apuração do valor venal, tais como a

funcionalidade, o conforto ambiental e o projeto arquitetônico. Esses fatores, se não

refletirem a realidade do imóvel ou forem ignorados no lançamento, importam

prejuízo para a Fazenda Pública que deixa de exercer com efetividade o seu poder-

dever de tributar.

Ademais, a não atualização do cadastro imobiliário e da planta de valores,

invariavelmente, ocasiona erro na determinação do valor do imposto ou na

identificação do sujeito passivo. Essas situações quando contrárias ao interesse do

contribuinte ensejam a impugnação do lançamento, podendo resultar no

cancelamento do crédito tributário por nulidade do ato administrativo.

Nesse contexto, conhecidos doutrinadores do Direito Tributário como

Aliomar Baleeiro, Misabel Derzi, e Elizabeth Carrazza sustentam que tributos

cobrados em massa que dependem da apuração complexa de valores, não podem

depender de lançamento de ofício, defendendo como alternativa viável do ponto de

vista estratégico para a tributação do IPTU, a alteração do lançamento de ofício do

IPTU, para a modalidade do lançamento por homologação.

No lançamento do IPTU, a Administração Municipal deve observar alguns

preceitos e cuidados jurídicos para que o imposto possa atender sua dupla

finalidade, como instrumento de aplicação da função social do Estado: garantir a

função social da propriedade e assegurar os recursos necessários para que o

Governo Municipal possa prestar os serviços públicos e demais encargos requeridos

pela sociedade.

A instituição do referido tributo, embora possa parecer simples, demanda

cuidados que devem ser observados pela Administração Municipal para evitar vícios

que propiciem impugnações judiciais anulatórias do lançamento do imposto

143

ocasionando graves prejuízos na arrecadação tributária. Ressalta-se, ainda, que

qualquer alteração na base de cálculo do IPTU, além da simples atualização

monetária, deve ser feita através de lei, seguindo-se o princípio constitucional da

legalidade consagrado no artigo 150 da Constituição Federal. No que se refere ao

aumento da base de cálculo do imposto, há ainda dois outros princípios a serem

observados no lançamento do tributo o da anterioridade e da noventena, delineados,

respectivamente, no art. 150, inciso III, alíneas “b” e “c” da Constituição Federal, sob

pena de ser declarada a inconstitucionalidade do imposto.

Com efeito, para assegurar a constitucionalidade do lançamento do imposto,

os Municípios devem anualmente: a) promover a atualização do cadastro imobiliário

fiscal, através do recadastramento imobiliário e b) aprovar, através de lei, nova

planta de valores com as alterações em razão da oscilação do mercado imobiliário e

de outros fatores que, uma vez ocorridos, possam modificar o valor do metro

quadrado dos imóveis.

Contudo, é sabido que, na prática, as Prefeituras não conseguem atender as

determinações constitucionais relativas ao lançamento, por razões de ordem

administrativa, financeira e política, assim resumidas: falta de pessoal qualificado em

recadastramento imobiliário e avaliação de imóveis; falta de recursos financeiros

para a contratação de empresas de consultoria técnica especializada em

recadastramento imobiliário e planta de valores, cujos serviços, são de custos

elevados; dificuldade para aprovação pelo Legislativo, de lei promovendo alterações

na planta de valores que provoquem aumento da carga tributária dos contribuintes.

Esses fatores, quando ocorrem certamente contribuem para que o

lançamento do IPTU seja feito sobre bases desatualizadas que tanto podem induzir

a erro na identificação do contribuinte como a determinação incorreta do montante

do imposto devido. Essas e outras situações, quando ocorrem, prejudicam o

interesse público, por interferir diretamente no resultado da arrecadação. Portanto, o

lançamento efetuado com base num cadastro e planta de valores desatualizados é

prejudicial ao interesse público, por impedir os Municípios de explorar eficientemente

o potencial tributário do seu IPTU.

Essas constatações motivaram o presente estudo que tem por objetivo

analisar o lançamento de ofício para verificar se esta modalidade de lançamento

constitui ou não uma estratégia eficaz para o desempenho da arrecadação do IPTU.

Para esse fim, foi pesquisado o desempenho do IPTU nos 293 Municípios

144

catarinenses, mediante o levantamento de dados e informações que permitiram o

conhecimento da real situação dos Municípios no que se refere aos instrumentos

utilizados no lançamento do imposto.

O resultado da pesquisa está demonstrado a partir do item 3.1; a sua

discussão é feita na seqüência deste estudo, destacando-se os pontos mais

relevantes diretamente relacionados com o tema da pesquisa.

O primeiro aspecto a considerar está relacionado com a autonomia

financeira dos Municípios ante o critério de distribuição das rendas nacionais. Em

relação à atual situação financeira dos Municípios brasileiros, há um consenso

generalizado na classe política favorável à alteração dos atuais critérios de

distribuição das rendas que tem se mostrado prejudicial aos Municípios.

O debate sobre a necessidade de reformulação desses critérios não é

recente, tendo antecedido à promulgação da atual Constituição Federal.

Conforme dados de pesquisa demonstrados na tabela 5 relativos à evolução

da arrecadação tributária das esferas de governo nos dez anos pós-reforma

tributária de 1988, ficou demonstrado que com a promulgação da atual Constituição,

os Municípios obtiveram uma considerável elevação nos seus recursos, cujo

montante que no final do período (1997) representou cerca de 190% de acréscimo

nos seus recursos orçamentários. Contudo, esse acréscimo de recursos na receita

dos Municípios não decorreu, necessariamente, da ampliação de suas competências

tributárias. Foi muito mais em razão da elevação dos índices de participação na

arrecadação do ICMS e do FPM. Em relação à participação no resultado da

arrecadação do imposto do Estado, os Municípios tiveram um acréscimo de cinco

pontos percentuais, aumentando de 20 para 25% a cota de participação na

arrecadação do ICMS. Com relação ao FPM, a participação dos Municípios no

produto da arrecadação do IPI e do Imposto sobre a Renda, passou de 17% para

22,5%.

Conforme ficou demonstrado no gráfico 1, o incremento dos recursos

municipais decorrentes da reforma tributária de 1988 proporcionou uma elevação no

índice de participação dos Municípios no total de renda do País, que em 1988 era de

2,7%, passou para 5,4% em 1997.

Contudo, o ganho financeiro dos Municípios decorrente da reforma

constitucional significou perdas para as outras esferas de governo. E a

conseqüência desse fato foi a transferência aos Municípios também de encargos,

145

que antes pertenciam à União e aos Estados. Além disso, a União adotou

mecanismos de aumento de suas rendas com a criação de novas contribuições e

aumento de alíquotas daquelas existentes; adoção de renúncia fiscal em relação aos

impostos que constituem o FPM; criação do Fundo Social de Emergência,

posteriormente denominado Fundo de Estabilização Fiscal, alocando a eles

importantes recursos federais, e outros.

Essa política adotada pelos Governos Federal e Estaduais provocou

expressiva queda nos índices de participação dos Municípios nas rendas nacionais.

Retornando ao gráfico 1, constata-se que o percentual de participação conquistado

em 1997, de 5,4% caiu para 4,38% em 2003 e para 4,22% em 2004. Esse quadro

coloca os Municípios em situação de instabilidade financeira.

Especificamente em relação aos Municípios catarinenses, outro fato

importante a ser considerado está relacionado com o nível de dependência desses

em relação às transferências tributárias do Estado e da União.

O gráfico 2 revela que 86% dos recursos dos Municípios provêm de

transferências tributárias da União e do Estado. Os recursos próprios municipais

representam, em média, apenas 14% da sua receita orçamentária.

O gráfico 3 mostra que o elevado grau de dependência dos Municípios em

relação às transferências tributárias da União e do Estado é verificado em todas as

mesorregiões, sendo menos acentuado na Grande Florianópolis, cujo percentual é

de 67% e o Norte Catarinense, com 83%.

A realidade constatada a partir desses dados revela que os Municípios

catarinenses estão empobrecendo financeiramente. A questão tem sido avaliada por

estudiosos que advertem para o fato de que os problemas financeiros dos

Municípios são mais de ordem administrativa do que resultantes do critério da

distribuição de rendas do País.

A composição da receita tributária dos Municípios catarinenses também foi

pesquisada e o seu resultado revela uma situação considerada atípica onde as taxas

arrecadadas superam os impostos. De acordo com os dados demonstrados na

tabela 9, as taxas aparecem em primeiro lugar, seguidas do ISS e do IPTU. O ITBI,

ocupa o último lugar.

Esse quadro sugere que os Municípios catarinenses adotem mecanismos

para melhor explorar o seu potencial tributário, notadamente em relação ao IPTU.

146

A análise da importância e do desempenho do IPTU em relação aos demais

tributos demonstrada na tabela 12 revela que o IPTU ocupa, em média, o 3° lugar a

em relação aos demais tributos, somente superando o ITBI. Contudo, nos Municípios

com população acima de 10 mil e até 50 mil habitantes, ocupara o 1° lugar no total

das receitas tributárias. Observa-se que, em nível nacional, o IPTU ocupa o 2° lugar

em relação aos demais tributos.

A capacidade dos Municípios gerar recursos para custear os seus encargos

está limitada à sua competência tributária definida pela Constituição Federal.

Contudo, dentro desse limite, as Prefeituras podem obter um maior ou menor

desempenho das receitas municipais, dependendo do potencial tributário do

Município e da forma como administram as suas receitas.

Na análise do potencial tributário do IPTU levou-se em consideração dados

reveladores da capacidade contributiva da população em relação ao imposto e

considerou-se, também, o quanto este imposto representa em termos de valor

despendido por habitante da zona urbana dos Municípios.

A análise do potencial tributário considerou dois aspectos relacionados com

a arrecadação do IPTU: a relação do valor do imposto cobrado nos Municípios

comparativamente ao do IPVA; e a receita per capita do IPTU nesses Municípios.

Com objetivo de avaliar a relação entre os valores cobrados a titulo de IPTU

como os valores arrecadados do IPVA no mesmo período, foram escolhidos,

aleatoriamente, dez Municípios catarinenses, e comparados os valores cobrados

desses tributos. Os resultados estão demonstrados na tabela 13 e revelam que

invariavelmente o IPVA supera o IPTU, com exceção de um Município. Na média, do

universo pesquisado, para cada R$ 1,00 (um real) arrecadado a título de IPTU, são

cobrados R$ 2,20 (dois reais e vinte centavos) de IPVA.

A distribuição do IPTU pelo número de habitantes da zona urbana, mostra

que cada habitante paga, em média, R$ 43,15 de IPTU por ano, o equivalente a R$

3,60 (três reais e sessenta centavos) ao mês. O valor mensal cobrado a titulo de

IPTU, comparado com o valor do salário mínimo vigente no ano de 2002,

equivalente a R$ 270,00, permite inferir que cada habitante compromete, em média,

1,33% do salário mínimo com o IPTU, para ter acesso à saúde, à educação, ao

saneamento básico e outros serviços.

147

Os resultados da análise comparativa do IPTU com o IPVA e da receita per

capita do IPTU, revelam a existência de potencial tributário em relação ao IPTU

ainda não explorado pelos Municípios.

Por entender que as causas da ineficiência do IPTU podem estar

relacionadas com os instrumentos utilizados pelas prefeituras na administração do

imposto, foi pesquisada a situação dos cadastros imobiliários, das plantas de

valores, dos sistemas de gerenciamento e controle do lançamento e da arrecadação

do imposto, bem como a utilização da progressividade.

O cadastro imobiliário mantém o registro de todos os imóveis e de seus

respectivos proprietários. Sua finalidade é disponibilizar todos os dados físicos das

propriedades para o cálculo do imposto, razão pela qual, deve estar

permanentemente atualizado. Significa dizer que a eficiência do IPTU está

diretamente relacionada ao nível de atualização do cadastro imobiliário.

Os princípios da eficiência tributária da Administração Pública e da justiça

fiscal impõem ao Município o dever de efetuar o lançamento dos tributos em bases

atualizadas, para evitar a cobrança indevida do imposto que importe prejuízo para a

fazenda pública ou para o contribuinte. Com o objetivo de identificar o nível de

atualização dos cadastros imobiliários dos Municípios foi pesquisado o ano da última

atualização pelas prefeituras, considerando como base o lançamento do imposto em

2002.

De acordo com os dados da tabela 15, o resultado da pesquisa revela que

mais de 50% dos Municípios mantém cadastros imobiliários desatualizados. Cerca

de 67% dos Municípios com população acima de 20 mil não atualizam seus

cadastros desde 1999. O maior índice de atualização dos cadastros imobiliários está

nos Municípios com população até 20 mil habitantes.

Esses dados revelam o comprometimento do lançamento do IPTU que vem

sendo feito sobre base cadastral desatualizada.

A planta de valores contém os valores médios do metro quadrado das

propriedades para fins de lançamento do imposto. A base de cálculo do IPTU,

definida no CTN é o valor venal do imóvel. Este, segundo Aliomar Baleeiro (2001), é

o valor de mercado do imóvel, em condições de venda a vista. Portanto, no cálculo

do imposto o Município deve considerar o valor do imóvel na data do lançamento.

Isso exige que a planta de valores esteja permanentemente atualizada.

148

No que se refere à planta de valores, foi pesquisado o ano de sua última

atualização pelos Municípios de Santa Catarina e os resultados estão demonstrados

na tabela 17. Esses dados revelam que em 2002, o IPTU dos 293 Municípios

catarinenses foi lançado com base numa planta de valores cujo ano de atualização,

segundo o resultado da pesquisa, foi o seguinte: em 122 Municípios, a última

atualização da planta de valores ocorreu até 1999; em 16 Municípios, a atualização

da planta de valores foi efetuada em 2000; 48 Municípios atualizaram em 2001; e

para 110 Municípios, a atualização ocorreu em 2000. Do total dos Municípios

catarinenses, somente 37,5% efetuou o lançamento do IPTU com a planta de

valores atualizada.

Outro dado importante a considerar com relação ao cadastro imobiliário e à

planta de valores está relacionado à atualização tendo em vista a distribuição dos

Municípios segundo os grupos de habitante. O resultado da pesquisa evidencia que

o índice de atualização do cadastro e da planta de valores é maior no caso dos

Municípios com população de até 20 mil habitantes.

A pesquisa sobre a utilização de sistemas informatizados para o controle do

imposto e gerenciamento do mapa urbano dos Municípios revelou que dos 293

Municípios existentes no Estado, 273 possuem sistema informatizado para a gestão

do IPTU e 34 possui mapas urbanos digitalizados. Importante registrar que todos os

Municípios com população acima de 20 mil habitantes possuem sistemas

informatizados e aqueles com população acima de 50 mil possuem também mapas

digitalizados.

Nesta análise foram pesquisados dados relativos à situação dos Municípios

catarinenses quanto à utilização do imposto como instrumento de aplicação do

principio da função social da propriedade. Para essa finalidade, foram pesquisados

dados relativos à existência de Plano Diretor para os Municípios legalmente

obrigados, e também sobre a aplicação da progressividade do imposto.

Segundo a legislação federal, os Municípios com população superior a 20

mil habitantes estão sujeitos à aprovação do Plano Diretor da cidade e devem criar

mecanismos legais para obrigar os proprietários de móveis a adequarem suas

propriedades de modo a cumprir a sua função social. Um dos instrumentos legais

para estimular o cumprimento da função social da propriedade é a aplicação da

progressividade do IPTU.

149

Dentre os 293 Municípios do Estado, 54 possuem população acima de 20

mil habitantes, e portanto estão obrigados à aprovação da legislação urbana e

devem criar mecanismos para aplicar a progressividade do IPTU.

A pesquisa revelou que dentre os Municípios obrigados à adequação da

legislação urbanística, 47 possuem Plano Diretor (tabela 21) e somente 5, aplicam a

progressividade do imposto (tabela 23). Por outro lado, 239 Municípios possuem

população inferior a 20 mil habitantes. Desses, 72 têm Plano Diretor, apesar de não

estarem obrigados pela norma constitucional.

150

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria dos Municípios brasileiros não consegue alavancar os recursos

que necessitam para realizar sua finalidade precípua que é o bem comum,

assegurando a todos condições dignas de vida, pelo atendimento à saúde,

educação, saneamento básico, segurança e outros serviços. Essa realidade

financeira dos Municípios tem sido tema de discussão entre a classe política e a

sociedade brasileira que têm considerado como causa o atual critério de distribuição

de rendas do país que coloca os Municípios em situação de desvantagem em

relação às demais esferas governamentais, em especial pela excessiva

centralização dos recursos em nível federal.

Neste estudo, a questão da autonomia financeira dos Municípios foi

analisada à luz das transformações ocorridas no Sistema Tributário Nacional a partir

da reforma tributária implementada pela Constituição Federal de 1988. Os efeitos

práticos que ocorreram nos anos seguintes mostraram que os Muncípios tiveram

um incremento nos seus recursos já a partir do ano seguinte à promulgação do novo

texto constitucional. Com isso, os Municípios tiveram a sua autonomia reforçada,

assumindo um papel de maior importância na prestação de serviços de interesse

local.

De acordo com os dados de pesquisa demonstrados no gráfico 1 deste

estudo, em 1988, os Municípios brasileiros participavam com 2,7% no total dos

recursos arrecadados pelas três esferas de Governo; em 1997, esse percentual foi

elevado para 5,4%.

Contudo, o incremento que se verificou nas finanças municipais foi muito

mais em razão do crescimento na participação das transferências constitucionais do

que pela ampliação da sua capacidade tributária. Em vista disso, os ganhos

financeiros dos Municípios provocaram redução no montante dos recursos da União

e do Estados. Em conseqüência, esses Governos reagiram no sentido de repassar

parte de seus encargos para os Municípios sem a correspondente transferência de

recursos. A União, além da transferência de parcela de suas responsabilidades para

os Municípios, ainda criou uma série de mecanismos financeiros que consistiram na

retirada de receita dos Estados e Municípios.

151

Esses fatos, juntos, tiveram repercussão imediata sobre o resultado dos

recursos arrecadados pelas três esferas de Governo. Se em 1997 a participação dos

Municípios nas receitas disponíveis do país representava 5,4%, esta participação

caiu para 4,38% em 2003 e 4,22% em 2004.

Em relação à autonomia financeira dos Municípios catarinenses, um dado

relevante é o que mostra o nível de dependência dos Municípios em relação às

transferências tributárias provenientes da União e do Estado. A pesquisa revelou

que os Municípios catarinenses arrecadam, em média somente 14% dos seus

recursos orçamentários, sendo que os 86% restantes são provenientes de

transferências tributárias das outras esferas de Governo. Ressalta-se ainda que dos

293 Municípios do Estado, 61,8%, arrecadam anualmente, em média, menos de

10% dos seus recursos orçamentários, e somente 3 Municípios arrecadam mais de

20% dos recursos que necessitam. Portanto, a maior parcela de recursos financeiros

dos Municípios é proveniente de transferências tributárias da União e dos Estados,

através do FPM – Fundo de Participação dos Municípios, da cota-parte do ICMS –

imposto sobre circulação de mercadorias e serviços e da cota-parte do IPVA –

imposto sobre veículos automotores.

A distribuição destes recursos pelas mesorregiões mostra que das seis

mesorregiões do Estado somente duas, a Grande Florianópolis, com 32,73% e a

Norte Catarinense, com 16,69%, conseguem superar a média estadual na

arrecadação dos seus recursos orçamentários. Essas duas mesorregiões

concentram 47 Municípios que representam 16,04% do total do Estado. As demais

mesorregiões tiveram participação abaixo da média estadual, ou seja, mais de 83%

dos Municípios do Estado arrecadam menos de 14% dos seus recursos

orçamentários.

A distribuição destes recursos pelos grupos de habitantes mostra que os

resultados médios são ultrapassados apenas pelos Municípios com população

superior a 20 mil habitantes, que representam em torno de 18% do total de

Municípios do Estado. Para os Municípios com população inferior a 10 mil habitantes

– 62% do total de Municípios – pelo menos 91,59% dos seus recursos são

provenientes de transferências.

Sem dúvida alguma esses resultados colocam os Municípios catarinenses

em situação de vulnerabilidade financeira e comprometem a sua autonomia.

Destaca-se que o fato da arrecadação própria apresentar melhor desempenho nas

152

cidades com maior número de habitantes e, especialmente nas regiões mais

desenvolvidas não significa afirmar que para essas cidades esteja equacionado o

problema da autonomia financeira; muito pelo contrário. Há uma tendência mundial à

crise fiscal nas grandes cidades, à medida que se aproxima do esgotamento da

exploração do potencial para geração local de receita em face da demanda

crescente por gastos com infra-estrutura básica, com custos mais onerosos.

Portanto, afastada a possibilidade de que a centralização dos recursos em

nível federal constitui a única razão do empobrecimento dos Municípios, denota-se

que essa quase total dependência dos recursos federais pode ter sua origem em

problemas relacionados com a administração tributária. Essa possibilidade se mostra

mais evidente quando são analisados os resultados da pesquisa sobre a

composição e o desempenho da receita tributária municipal.

A receita tributária municipal é constituída pelo produto da arrecadação do

IPTU, do ISS, do ITBI, das taxas (pelo exercício do poder de polícia e pela prestação

de serviços públicos) e da contribuição de melhoria. A partir de 2003, os Municípios

passaram a cobrar também a contribuição para o custeio dos serviços de iluminação

pública.

Este estudo se propôs a avaliar a importância do IPTU na composição da

receita tributária dos Municípios catarinenses. Para essa finalidade, uma análise

mais detalhada será feita em relação a esse imposto.

Em 2002, a receita tributária dos Municípios catarinenses teve a seguinte

composição média: as taxas juntamente com a contribuição de melhoria

contribuíram com 33%; o ISS com 32%; o IPTU com 28%; o ITBI com 7%. A partir

desses dados, observa-se que dentre os impostos municipais o IPTU ocupa o

segundo lugar e dentre todos os tributos é o terceiro em importância, superando

apenas o ITBI.

Apesar de ser o IPTU tradicionalmente um tributo mais afeto à esfera local

de governo, este imposto não é o tributo mais importante para os Municípios

catarinenses. Nas mesorregiões do Estado, a maior receita tributária arrecada é

proveniente das taxas e da contribuição de melhoria. Seguem em importância o ISS,

depois o IPTU e por último o ITBI. A distribuição desses recursos pelos grupos de

habitantes mostra que o IPTU é o tributo mais importante somente para os

Municípios com população entre 10 mil e 50 mil habitantes; é o segundo tributo mais

importante para os Municípios com população entre 5 mil e 10 mil habitantes e entre

153

50 mil e 100 mil habitantes. Para os Municípios com população até 5 mil habitantes e

acima de 100 mil habitantes, é o terceiro tributo mais arrecadado.

Em relação a esses dados destaca-se que o IPTU é um imposto urbano e

por essa razão consegue ser melhor cobrado nos Municípios de maior porte

demográfico. Como a maior parte dos Municípios catarinenses é de pequeno porte

demográfico e tem sua economia baseada em atividades rurais, torna-se difícil

arrecadar tributos urbanos, o que explica a pequena expressão desse imposto nos

Municípios com população até 10 mil habitantes. Contudo, o resultado da

arrecadação que coloca o IPTU em terceiro lugar para os Municípios com população

acima de 100 mil habitantes é incompatível com a característica do imposto. A partir

desses resultados denota-se que existe um grande potencial inexplorado do IPTU,

notadamente nos Municípios com população acima de 100 mil habitantes.

Retomando a questão da composição das receitas tributárias dos Municípios

catarinenses em 2002, foi constatado que a arrecadação das taxas é superior a

cada um dos impostos. Trata-se de uma situação atípica que merece ser melhor

investigada. Contudo fica caracterizado que em relação aos impostos existe um

considerável potencial a ser explorado pelos Municípios.

No que se refere ao IPTU, a existência de potencial tributário inexplorado

restou comprovada nesta pesquisa também a partir da análise comparativa da

arrecadação do imposto com o IPVA, demonstrando que para cada R$ 1,00 cobrado

de IPTU, arrecada-se, em média, R$ 2,20 de IPVA.

Um exame mais detalhado da receita do IPTU arrecadado por Município,

permite inferências muito interessantes. Foram escolhidos aleatoriamente um grupo

de 10 Municípios. Foram calculadas as receitas do IPTU per capita em 2001 para

cada um dos Municípios da amostra. O resultado da divisão do IPTU cobrado pelo

número de habitantes da zona urbana, revela que em cada Município um habitante

paga, em média, o equivalente a R$ 43,15 de IPTU por ano, que corresponde a R$

3,60 ao mês. Com esse valor de contribuição o cidadão tem acesso à saúde,

educação, saneamento básico, segurança e outros serviços prestados pela

Administração Pública ao Município. Essa análise simples (que pode ser

aprofundada por meio de tratamento estatístico mais elaborado) confirma o que foi

apontado anteriormente quanto à existência de potencial inexplorado do imposto nos

Municípios catarinenses.

154

Esses dados revelam que o IPTU é ineficientemente explorado como fonte

de receita. Essa realidade coloca a necessidade de que, no plano local, as

administrações tributárias tenham clareza dos principais problemas limitadores do

pleno exercício de suas atribuições e competências.

É certo que as causas que afetam o desempenho das receitas municipais

situam-se em vários campos e vão desde causas legais e administrativas até causas

econômicas, sócio-culturais, políticas e outras. A identificação dessas causas é

condição indispensável à obtenção de resultados nas ações voltadas ao aumento da

arrecadação do IPTU, notadamente nas cidades de maior porte demográfico. As

soluções, algumas passíveis de apresentarem resultados no curto prazo, precisam

ultrapassar o horizonte temporal imediato e situar-se num contexto mais amplo de

uma reforma de gestão da receita municipal, com iniciativas que devem envolver

todos os procedimentos de tributação, ou seja, o lançamento, a fiscalização e o

controle da arrecadação do imposto.

O IPTU é um tributo que incide sobre a propriedade imóvel localizada na

zona urbana e alcança todos os tipos de imóveis. Portanto, é devido por todos os

proprietários, possuidores a qualquer título e detentores do domínio útil, de imóveis

urbanos. O cálculo e o lançamento do imposto são feitos de ofício pela autoridade

administrativa, com base nos dados constantes do cadastro imobiliário e da planta

de valores. A determinação do valor do IPTU resulta do valor venal de cada imóvel

multiplicado por uma alíquota. O valor venal é o valor de mercado. A doutrina

considera que o valor venal é o preço mais provável pelo qual um imóvel seria

vendido em condições normais de negociação. Significa afirmar, que a eficiência, a

eficácia e a efetividade da tributação do IPTU dependem de uma base cadastral

permanentemente atualizada como subsidio para a determinação do valor venal e a

correta identificação do contribuinte. Além do cadastro imobiliário completo e

atualizado e de uma planta de valores atualizada, o desempenho da arrecadação do

imposto depende, também dos recursos da informática e da tecnologia da

informação para permitir mais eficiência na administração e controle do imposto.

Para verificar se os instrumentos de apoio ao lançamento de ofício do IPTU

são permanentemente atualizados para assegurar a eficiência do lançamento do

imposto, foram pesquisados dados sobre o ano da última atualização dos cadastros

imobiliários e das plantas de valores, cujas bases foram utilizados no lançamento do

155

IPTU de 2002. Também foi pesquisado se os Municípios catarinenses utilizam

recursos da informática para a administração e controle do imposto.

O resultado da pesquisa sobre a situação dos cadastros imobiliários e das

plantas de valores, utilizados como instrumento para o lançamento do imposto,

revelou que em relação ao lançamento de 2002, mais de 50% dos Municípios

tinham efetuado a atualização dessas bases antes de 1999, ou seja, naquele ano, o

lançamento do IPTU considerou dados desatualizados há mais de três anos. Esse

fato, comprova que o lançamento do imposto tem sido efetuado sobre uma base

desatualizada, conseqüentemente, com considerável perda de receita para os

Municípios.

Quanto aos sistemas de administração e controle do imposto, ficou

comprovado que a quase totalidade dos Municípios dispõe de sistemas de

informática específicos para a área tributária. Nessa área, os Municípios

catarinenses têm acompanhado a média nacional, que possui algum tipo de sistema

para o lançamento do tributo e o controle da sua arrecadação.

O IPTU não é somente uma importante fonte de recursos financeiros para os

Municípios. Neste estudo ficou demonstrado que este imposto é uma dos tributos

que mais se presta como instrumento de aplicação da Função Social do Estado.

Essa condição de instrumento viabilizador dos interesses do Estado está

caracterizada na própria Constituição Federal ao estabelecer normas para a

utilização do IPTU como instrumento de aplicação do principio social da propriedade.

Essas normas, que devem ser observadas por todos os proprietários de imóveis e

Municípios, considera que o imóvel cumpre a sua função social quando a sua

utilização for compatível com as leis urbanísticas do Município. Para essa finalidade,

todos os Municípios com população superior a 20 mil habitantes devem aprovar em

lei os seus Planos Diretores e adotar medidas no sentido de obrigar os proprietários

a dar a seus imóveis, utilização compatível com os interesses do Município.

Uma dos instrumentos legais que devem ser utilizados pelos Municípios para

assegurar o cumprimento do principio constitucional é a aplicação, no cálculo do

IPTU, de alíquotas progressivas no tempo, quando o imóvel não estiver cumprindo a

sua função social.

Para a finalidade de verificar se os Municípios catarinenses utilizam o IPTU

como instrumento de aplicação do princípio da função social da propriedade, foram

pesquisados dados dos 293 Municípios do Estado para verificar se os Municípios

156

catarinenses com mais de 20 mil habitantes possuem o Plano Diretor e aplicam a

alíquotas progressivas no lançamento do IPTU dos imóveis que não cumprem a

função social da propriedade.

O resultado da pesquisa revelou que nem todos os Municípios do Estado

com população superior a 20 mil habitantes possuem Plano Diretor aprovado na

Câmara. Encontram-se nessa situação 7 Municípios com população entre 20 e 50

mil habitantes. Todos os Municípios com população acima de 50 mil habitantes

possuem o Plano Diretor, porém nem todos os Municípios com Plano Diretor aplicam

a progressividade do IPTU. Dentre os 293 Municípios catarinenses, 54 Municípios

estão legalmente obrigados a observar as normas urbanísticas, destes somente 11

aplicam algum tipo de progressividade da alíquota do IPTU.

Por contrariar o interesse público, a realidade tributária dos Municípios

brasileiros, constatada a partir da análise do desempenho da receita do IPTU, impõe

a revisão dos atuais critérios de lançamento e arrecadação do imposto para a

finalidade de melhorar o desempenho da receita municipal.

O IPTU é um tributo da competência impositiva dos Municípios, que incide

sobre a propriedade imóvel localizada na zona urbana cuja base de cálculo é o valor

venal do imóvel, apurado com base nos dados constantes do cadastro imobiliário e

na planta de valores. O desempenho do imposto depende sobremaneira da

atualização das bases cadastral e financeira, consubstanciadas no cadastro e na

planta de valores.

A pesquisa revelou que em média somente 24% dos Municípios mantém o

cadastro atualizado e 38%, mantém suas plantas de valores atualizadas.

A dificuldade que têm as Prefeituras para manter os cadastros e as plantas

de valores atualizadas pode decorrer de diversas situações. Uma dessas causas

pode ser explicada em face da falta de recursos (pessoal e financeiro), para realizar

esse trabalho com o máximo de eficiência, o qual, exige especialização técnica e

elevados investimentos. Ademais, os Municípios com maior contingente

populacional, possuem cadastros com elevado número de imóveis, tornando

praticamente impossível a revisão anual dos dados cadastrais. Especificamente em

relação às plantas de valores deve ser considerado o fato de que essas, por

constituírem elementos para a base de cálculo do imposto se submetem ao princípio

da legalidade. Em outras palavras, somente podem ser alteradas mediante lei.

Nesse particular, em muitos Municípios, as Administrações Municipais, por questões

157

políticas, têm dificuldades para obter junto às Câmaras de Vereadores, a aprovação

de lei que altera a base de cálculo do IPTU.

Essas dificuldades somadas contribuem para a ineficiência da arrecadação

do imposto, aumento da inadimplência e sobretudo, para a elevação do potencial

inexplorado do imposto, notadamente quanto aos Municípios de maior porte

demográfico.

O problema, no caso, pode estar no critério adotado para o lançamento do

IPTU que é feito de ofício pela Administração Municipal, pois, conforme restou

comprovado esta modalidade de lançamento utiliza bases de dados desatualizadas,

pela impossibilidade que têm as Prefeituras de manter os dados do cadastro

imobiliário e da planta de valores permanentemente atualizados. Ademais, o cálculo

do imposto com base na planta de valores, considera a média de valores dos

imóveis.

Acrescente-se a isso, ainda, o fato de que esse critério de apuração da base

de cálculo do imposto não atende aos princípios da igualdade e da capacidade

contributiva, por não considerar as diferenças e as especificidades próprias de cada

imóvel e de cada proprietário, inclusive no que se refere à capacidade econômica.

Dentre os elementos que não são considerados no cálculo do imposto, por não

constarem do cadastro ou da planta de valores, são exemplos, a funcionalidade, o

conforto ambiental e o projeto arquitetônico, considerados relevantes para a

apuração do valor venal do imóvel. A não utilização desses elementos na avaliação

dos imóveis para fins de determinação da base de cálculo do IPTU, torna a

tributação injusta sob o ponto de vista da justiça fiscal.

Ademais, o lançamento feito sobre bases desatualizadas, pode resultar na

determinação indevida do valor do imposto e, em muitos casos, ocasionar erro na

identificação do sujeito passivo. Essas situações quando contrárias ao interesse do

contribuinte ensejam a impugnação do lançamento, podendo resultar no

cancelamento do crédito tributário por nulidade do ato administrativo.

Nesse contexto, a alternativa viável do ponto de vista estratégico para a

tributação do IPTU, pode ser a alteração da espécie de lançamento. Para Baleeiro

(2001, p. 252), tributos cobrados em massa que dependem da apuração complexa

de valores, não podem depender de lançamento de ofício. Como Aliomar Baleeiro,

também Misabel Derzi, e Elizabeth Carrazza, defendem a alteração da modalidade

do lançamento do IPTU e afirmam que o lançamento do imposto pode ser feito por

158

homologação. Essa modalidade de lançamento tem sido adotada para outros

tributos como o imposto de renda, o imposto sobre circulação de mercadorias e

serviços e imposto sobre serviços de qualquer natureza. No lançamento por

homologação, conhecido na doutrina também como “autolançamento”, a legislação

tributária atribui ao contribuinte o dever de apurar o valor do tributo e antecipar o seu

pagamento, para posterior exame e, se for o caso, homologação da autoridade

administrativa.

No lançamento por homologação o proprietário do imóvel fica obrigado,

legalmente, a declarar, anualmente antes da data fixada para o pagamento do

imposto, a situação factícia e jurídica do imóvel existente na data da ocorrência do

fato gerador. Com base nesses dados, apura o valor do imposto, recolhendo-o à

Fazenda Municipal na data fixada para o seu pagamento.

Os dados declarados pelo sujeito passivo são confrontados pela autoridade

administrativa, com as informações constantes do cadastro imobiliário e a planta de

valores. Constatada divergência entre os valores declarados e os registrados no

cadastro imobiliário, a autoridade administrativa promoverá as necessárias

alterações, efetuando de ofício, se for o caso, o lançamento do imposto

correspondente a diferença apurada, mediante notificação ao sujeito passivo. Não

sendo constatada divergência no valor do imposto devido, o pagamento do crédito

tributário efetuado pelo sujeito passivo é homologado pela autoridade administrativa.

Considera-se que o lançamento do IPTU por homologação, pode trazer

inúmeras vantagens para as Prefeituras, em relação ao lançamento de ofício. Dentre

essas, destacam-se: a) atualização permanente dos dados do cadastro imobiliário e

da planta de valores que passa a ser feita com base nos dados declarados pelos

contribuintes; b) exploração máxima do potencial tributário do Município que contará

com todos os dados para tributar as propriedades considerando a universalidade

dos imóveis e as características próprias de cada uma das unidades sujeitas à

incidência do imposto; c) redução dos custos administrativos e operacionais

relacionados com o recadastramento de imóveis, atualização de plantas de valores,

distribuição dos carnês; d) redução do número de processos de reclamação de

lançamento; e) redução do número de proprietários desconhecidos; f) redução do

número de unidades e montante de débitos inscritos na dívida ativa; e g) aumento

expressivo na arrecadação do imposto.

159

Há que se considerar, contudo que a eficácia, eficiência e efetividade do

critério do lançamento do IPTU por homologação requer o uso de sistemas e

tecnologia adequados para a administração e controle das informações físicas e

financeiras relacionadas aos imóveis, proprietários e aos créditos tributários.

Por outro lado, de acordo com os dados desta pesquisa restou comprovado

que os Municípios de maior porte demográfico possuem maior potencial inexplorado

do IPTU. Esses Municípios, em face da quantidade de imóveis que possuem,

também demonstraram ser os que têm maiores dificuldades para manter os

cadastros imobiliários e as plantas de valores atualizados. Por essas e outras razões

é possível que o lançamento por homologação possa revelar-se mais adequado

para os Municípios com população acima de 50 mil habitantes.

Partindo-se desses aspectos e considerando que no Brasil existem,

atualmente, 5.561 Municípios (IBGE, 2001), que necessitam melhorar o

desempenho de suas receitas para atender os anseios da sociedade

contemporânea, recomenda-se que o lançamento por homologação ou

autolançamento seja estudado como estratégia eficaz para aumentar a eficiência do

IPTU.

RECOMENDACÕES PARA FUTUROS ESTUDOS

Além das considerações apresentadas, a pesquisa suscitou a

recomendação para possíveis estudos, das seguintes questões:

a) investigação das causas do elevado nível de dependência dos Municípios

catarinenses em relação às transferências tributárias da União e do Estado, para a

composição dos seus recursos orçamentários, cujo percentual é superior à media

nacional;

b) investigação dos fatores que podem estar contribuindo para que as taxas

cobradas pelos Municípios catarinenses sejam superiores ao valor de cada um dos

impostos;

c) investigação dos fatores que contribuem para que a receita do IPTU seja

proporcionalmente inferior ao IPVA cobrado pela média dos Municípios catarinenses;

d) investigação das razões pelas quais a maioria dos Municípios

catarinenses não utiliza o IPTU como instrumento de aplicação do princípio da

função social da propriedade.

160

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164

ANEXOS

165

ANEXO I – Distribuição dos Municípios por Mesorregião, População e Ano de Fundação

DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS POR MESORREGIÃO,

POPULAÇÃO E ANO DE FUNDAÇÃO

Municipio Mesorregião Populaçao Ano da

Total Urbana Fundação

Abdon Batista Serrana 2.534 713 1989

Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 7.228 1958

Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 4.634 1962

Agronômica Vale do Itajaí 4.506 872 1964

Água Doce Oeste Catarinense 6.870 3.148 1958

Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 2.202 1962

Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 517 1991

Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 1.715 1961

Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 2.473 1961

Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 522 1995

Anchieta Oeste Catarinense 6.049 2.443 1963

Angelina Grande Florianópolis 5.524 1.015 1961

Anita Garibaldi Serrana 10.077 4.188 1961

Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 1.114 1961

Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 1.760 1963

Apiúna Vale do Itajaí 8.925 3.606 1988

Arabutã Oeste Catarinense 4.204 971 1991

Araquari Norte Catarinense 20.242 22.000 1876

Araranguá Sul Catarinense 60.076 45.052 1880

Armazém Sul Catarinense 7.272 2.625 1958

Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 2.097 1961

Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 411 1992

Ascurra Vale do Itajaí 7.330 6.119 1963

Atalanta Vale do Itajaí 3.289 1.133 1964

Aurora Vale do Itajaí 5.170 1.482 1964

Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 5.876 1995

Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 6.032 1992

Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 73.455 1964

Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 2.977 1995

Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 8.615 1963

Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 741 1995

Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 25.614 1995

Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 14.566 1961

Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 570 1994

Belmonte Oeste Catarinense 2.251 952 1992

Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 4.901 1961

Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 42.907 1833

Blumenau Vale do Itajaí 287.350 241.943 1880

Bocaina do Sul Serrana 3.151 415 1994

Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 2.123 1967

Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 989 1995

Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 376 1995

Bom Restiro Serrana 8.397 5.336 1922

Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 8.716 1992

Botuverá Vale do Itajaí 3.603 803 1962

Braço do norte Sul Catarinense 28.912 17.879 1955

166

Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 1.622 1991

Brunópolis Serrana 3.281 707 1995

Brusque Vale do Itajaí 85.218 73.256 1881

Caçador Oeste Catarinense 69.767 55.542 1934

Caibí Oeste Catarinense 5.803 3.060 1965

Calmon Oeste Catarinense 3.885 1.392 1992

Camboriú Vale do Itajaí 49.469 39.427 1884

Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 6.871 1896

Campo Belo do Sul Serrana 8.068 4.440 1961

Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 5.756 1958

Campos Novos Serrana 28.842 22.556 1881

Canelinha Grande Florianópolis 9.434 4.292 1962

Canoinhas Norte Catarinense 52.647 37.904 1911

Capão Alto Serrana 3.110 604 1994

Capinzal Oeste Catarinense 23.167 15.460 1948

Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 17.436 1992

Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 5.304 1963

Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 2.054 1962

Celso Ramos Serrana 2.529 638 1989

Cerro Negro Serrana 3.553 394 1991

Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 289 1995

Chapecó Oeste Catarinense 165.220 134.592 1917

Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 11.407 1991

Concórdia Oeste Catarinense 65.754 45.254 1934

Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 303 1992

Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 4.494 1961

Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 458 1992

Correia Pinto Serrana 16.992 12.046 1982

Corupá Norte Catarinense 12.592 8.727 1958

Criciúma Sul Catarinense 182.785 153.049 1925

Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 5.287 1958

Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 335 1995

Curitibanos Serrana 37.460 32.438 1869

Descanso Oeste Catarinense 8.356 3.885 1956

Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 8.610 1953

Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 1.368 1962

Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 1.669 1988

Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 751 1995

Ermo Sul Catarinense 2.056 593 1993

Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 2.160 1963

Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 7.044 1958

Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 195 1995

Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 332.185 1726

Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 891 1992

Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 14.556 1989

Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 27.623 1961

Frei Rogério Serrana 3.173 487 1995

Galvão Oeste Catarinense 4.004 2.494 1962

Gapar Vale do Itajaí 51.955 29.601 1961

Garopaba Sul Catarinense 14.829 10.722 1963

Garuva Norte Catarinense 12.716 8.256 1934

Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 10.842 1963

Grão Pará Sul Catarinense 6.167 2.674 1958

167

Gravatal Sul Catarinense 7.210 3.864 1961

Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 12.048 1962

Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 4.365 1961

Guaramirim Norte Catarinense 28.944 19.012 1948

Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 2.271 1961

Guatambú Oeste Catarinense 4.728 983 1991

Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 17.140 1953

Ibiam Oeste Catarinense 1.898 501 1995

Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 1.240 1962

Ibirama Vale do Itajaí 16.923 13.115 1934

Içara Sul Catarinense 54.041 39.570 1961

Ilhota Vale do Itajaí 11.152 6.445 1958

Imaruí Sul Catarinense 12.364 3.909 1890

Imbituba Sul Catarinense 38.141 34.527 1958

Imbuia Vale do Itajaí 5.203 1.955 1962

Imorê Oeste Catarinense 2.660 683 1995

Indaial Vale do Itajaí 45.343 38.382 1934

Ipira Oeste Catarinense 5.228 2.214 1963

Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 2.851 1988

Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 967 1992

Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 2.484 1963

Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 1.222 1989

Irani Oeste Catarinense 9.287 5.058 1963

Irati Oeste Catarinense 2.069 412 1992

Irineópolis Norte Catarinense 9.720 1.964 1962

Itá Oeste Catarinense 6.829 3.422 1956

Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 8.757 1918

Itajaí Vale do Itajaí 161.121 141.950 1859

Itapema Vale do Itajaí 32.894 24.781 1962

Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 5.382 1953

Itapoá Norte Catarinense 11.318 8.191 1989

Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 11.664 1948

Jaborá Oeste Catarinense 4.085 1.362 1963

Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 4.538 1958

Jaquaruna Sul Catarinense 15.608 10.238 1930

Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 96.320 1934

Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 815 1992

Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 21.688 1917

Joinville Norte Catarinense 477.971 414.972 1866

José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 1.466 1989

Jupiá Oeste Catarinense 2.136 671 1995

Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 983 1963

Lages Serrana 165.068 153.582 1770

Laguna Sul Catarinense 48.956 37.284 1676

Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 476 1991

Laurentino Vale do Itajaí 5.440 3.238 1962

Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 9.923 1956

Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 6.980 1958

Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 457 1962

Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 1.321 1989

Lontras Vale do Itajaí 8.793 5.309 1961

Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 2.124 1958

Luzerna Oeste Catarinense 5.699 3.964 1995

168

Macieira Oeste Catarinense 1.712 304 1992

Mafra Norte Catarinense 51.437 37.713 1917

Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 977 1961

Major Vieira Norte Catarinense 6.691 2.199 1960

Maracajá Sul Catarinense 6.002 3.521 1967

Maravilha Oeste Catarinense 18.879 14.226 1958

Marema Oeste Catarinense 2.467 941 1988

Massaranduba Norte Catarinense 13.277 4.629 1961

Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 1.250 1962

Meleiro Sul Catarinense 6.950 3.207 1961

Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 1.158 1991

Modelo Oeste Catarinense 3.781 2.201 1961

Mondaí Oeste Catarinense 8.432 4.049 1953

Monte Carlos Serrana 10.258 7.305 1991

Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 4.573 1962

Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 11.154 1962

Morro Grande Sul Catarinense 2.860 737 1992

Navegantes Vale do Itajaí 47.349 36.650 1962

Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 1.720 1964

Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 425 1991

Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 6.673 1892

Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 7.199 1958

Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 723 1992

Orleans Sul Catarinense 20.026 12.813 1913

Otacílio Serrana 14.660 12.811 1982

Ouro Oeste Catarinense 7.772 4.165 1963

Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 625 1992

Paial Oeste Catarinense 2.001 259 1995

Painel Serrana 2.452 1.142 1994

Palhoça Grande Florianópolis 120.346 97.914 1894

Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 3.192 1961

Palmeira Serrana 2.261 771 1995

Palmitos Oeste Catarinense 15.154 8.006 1953

Papanduva Norte Catarinense 17.125 7.953 1953

Paraíso Oeste Catarinense 4.179 1.302 1992

Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 3.522 1991

Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 748 1991

Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 3.554 1961

Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 865 1961

Penha Vale do Itajaí 20.023 15.993 1958

Peritiba Oeste Catarinense 3.251 1.317 1963

Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 1.811 1962

Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 9.313 1961

Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 1.141 1962

Piratuba Oeste Catarinense 6.275 2.710 1948

Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 739 1991

Pomerode Vale do Itajaí 23.849 18.713 1958

Ponte Alta Serrana 5.381 3.783 1964

Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 233 1992

Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 7.230 1958

Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 9.973 1925

Porto União Norte Catarinense 32.871 26.579 1917

Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 6.368 1958

169

Praia Grande Sul Catarinense 7.136 3.937 1958

Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 457 1963

Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 7.867 1953

Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 776 1961

Princesa Oeste Catarinense 2.470 568 1985

Quilombo Oeste Catarinense 10.188 4.697 1961

Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 1.103 1962

Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 2.226 1958

Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 2.288 1961

Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 2.626 1958

Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 48.418 1930

Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 3.758 1961

Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 1.213 1958

Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 32.650 1953

Rio Rufino Serrana 2.032 553 1991

Riqueza Oeste Catarinense 4.594 1.277 1991

Rodeio Vale do Itajaí 10.898 8.866 1936

Romelândia Oeste Catarinense 5.137 2.120 1963

Salete Vale do Itajaí 7.136 4.583 1961

Saltinho Oeste Catarinense 3.449 899 1995

Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 2.834 1961

Sangão Sul Catarinense 9.347 3.624 1992

Santa Cecília Serrana 15.926 11.617 1958

Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 740 1992

Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 423 1962

Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 3.042 1988

Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 8.945 1991

Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 426 1995

Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 521 1994

Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 12.536 1958

São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 61.826 1883

São Bernadino Oeste Catarinense 2.703 529 1995

São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 682 1962

São Carlos Oeste Catarinense 8.890 5.347 1953

São Cristovão do Sul Serrana 4.913 2.719 1992

São Domingos Oeste Catarinense 8.912 5.430 1962

São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 29.930 1658

São João Batista Grande Florianópolis 15.936 11.273 1961

São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 1.454 1958

São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 1.494 1992

São João do Sul Sul Catarinense 15.936 1.143 1961

São Joaquim Serrana 23.114 16.129 1886

São José Grande Florianópolis 192.679 171.230 1833

São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 6.659 1958

São José do Cerrito Serrana 9.776 2.152 1961

São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 13.407 1958

São Ludgero Sul Catarinense 9.911 5.995 1962

São Martinho Sul Catarinense 3.221 888 1962

São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 331 1992

São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 27.392 1953

São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 2.092 1994

Saudades Oeste Catarinense 7.960 2.897 1961

Schroeder Norte Catarinense 10.975 9.402 1964

170

Seara Oeste Catarinense 17.221 10.263 1953

Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 1.201 1989

Siderópolis Sul Catarinense 12.776 9.103 1958

Sombrio Sul Catarinense 25.274 15.925 1953

Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 744 1991

Taió Vale do Itajaí 16.153 7.887 1948

Tangará Oeste Catarinense 8.234 4.233 1948

Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 213 1995

Tijucas Grande Florianópolis 25.474 18.711 1859

Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 1.683 1967

Timbó Vale do Itajaí 32.207 26.783 1934

Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 2.775 1989

Três Barras Norte Catarinense 17.887 14.223 1960

Treviso Sul Catarinense 3.393 1.561 1995

Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 1.764 1961

Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 2.907 1963

Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 3.154 1958

Tubarão Sul Catarinense 93.238 69.925 1870

Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 1.217 1989

Turvo Sul Catarinense 11.118 5.637 1948

União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 994 1988

Urubici Serrana 10.509 6.661 1956

Urupema Serrana 2.554 1.185 1988

Urussanga Sul Catarinense 19.110 10.650 1900

Vargeão Oeste Catarinense 3.489 1.380 1964

Vargem Serrana 3.203 651 1991

Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 2.199 1992

Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 1.497 1956

Videira Oeste Catarinense 45.699 35.787 1943

Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 1.098 1989

Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 612 1962

Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 32.385 1953

Xavantina Oeste Catarinense 4.118 946 1963

Xaxim Oeste Catarinense 24.432 16.058 1953

Zortéa Serrana 2.804 2.053 1995

Fonte: FECAM - Guia dos Municípios Catarinenses

171

ANEXO II – Distribuição das mesorregiões por Municípios e população

DISTRIBUIÇÃO DAS MESORREGIÕES POR MUNICÍPIOS E POPULAÇÃO Mesorregião Município População

Total Urbana Grande Florianópolis Águas Mornas 5.790 1.715

Grande Florianópolis Alfredo Wagner 8.376 2.473

Grande Florianópolis Angelina 5.524 1.015

Grande Florianópolis Anitápolis 3.065 1.114

Grande Florianópolis Antônio Carlos 6.855 1.760

Grande Florianópolis Biguaçu 55.267 42.907

Grande Florianópolis Canelinha 9.434 4.292

Grande Florianópolis Florianópolis 386.913 332.185

Grande Florianópolis Governador Celso Ramos 12.608 10.842

Grande Florianópolis Leoberto Leal 3.468 457

Grande Florianópolis Major Gercino 2.814 977

Grande Florianópolis Nova Trento 10.227 6.673

Grande Florianópolis Palhoça 120.346 97.914

Grande Florianópolis Paulo Lopoes 6.126 3.554

Grande Florianópolis Rancho Queimado 2.780 1.103

Grande Florianópolis Santo Amaro da Imperatriz 16.896 12.536

Grande Florianópolis São Bonifácio 3.138 682

Grande Florianópolis São João Batista 15.936 11.273

Grande Florianópolis São José 192.679 171.230

Grande Florianópolis São Pedro de Alcântara 3.781 2.092

Grande Florianópolis Tijucas 25.474 18.711

Norte Catarinense Araquari 20.242 22.000

Norte Catarinense Balneário Barra do Sul 7.356 6.032

Norte Catarinense Bela Vista do Toldo 5.719 570

Norte Catarinense Campo Alegre 12.434 6.871

Norte Catarinense Canoinhas 52.647 37.904

Norte Catarinense Corupá 12.592 8.727

Norte Catarinense Garuva 12.716 8.256

Norte Catarinense Guaramirim 28.944 19.012

Norte Catarinense Irineópolis 9.720 1.964

Norte Catarinense Itaiópolis 19.846 8.757

Norte Catarinense Itapoá 11.318 8.191

Norte Catarinense Jaraguá do Sul 124.661 96.320

Norte Catarinense Joinville 477.971 414.972

Norte Catarinense Mafra 51.437 37.713

Norte Catarinense Major Vieira 6.691 2.199

Norte Catarinense Massaranduba 13.277 4.629

Norte Catarinense Monte Castelo 8.222 4.573

Norte Catarinense Papanduva 17.125 7.953

Norte Catarinense Porto União 32.871 26.579

Norte Catarinense Rio Negrinho 42.451 32.650

Norte Catarinense Santa Terezinha 8.945 8.945

Norte Catarinense São Bento do Sul 73.189 61.826

Norte Catarinense São Francisco do Sul 36.743 29.930

Norte Catarinense Schroeder 10.975 9.402

Norte Catarinense Timbó Grande 7.292 2.775

Norte Catarinense Três Barras 17.887 14.223

Oeste Catarinense Abelardo Luz 18.154 7.228

172

Oeste Catarinense Água Doce 6.870 3.148

Oeste Catarinense Águas de Chapecó 5.443 2.202

Oeste Catarinense Águas Frias 2.186 517

Oeste Catarinense Alto Bela Vista 1.913 522

Oeste Catarinense Anchieta 6.049 2.443

Oeste Catarinense Arabutã 4.204 971

Oeste Catarinense Arroio Trinta 3.570 2.097

Oeste Catarinense Arvoredo 2.112 411

Oeste Catarinense Bandeirante 2.900 741

Oeste Catarinense Barra Bonita 2.003 25.614

Oeste Catarinense Belmonte 2.251 952

Oeste Catarinense Bom Jesus 2.069 989

Oeste Catarinense Bom Jesus do Oeste 2.095 376

Oeste Catarinense Caçador 69.767 55.542

Oeste Catarinense Caibí 5.803 3.060

Oeste Catarinense Calmon 3.885 1.392

Oeste Catarinense Campo Erê 8.962 5.756

Oeste Catarinense Capinzal 23.167 15.460

Oeste Catarinense Catanduvas 9.192 5.304

Oeste Catarinense Caxambú do Sul 4.902 2.054

Oeste Catarinense Chapecó 165.220 134.592

Oeste Catarinense Concórdia 65.754 45.254

Oeste Catarinense Cordilheira Alta 3.196 303

Oeste Catarinense Coronel Freitas 10.597 4.494

Oeste Catarinense Coronel Martins 1.905 458

Oeste Catarinense Cunha Porã 9.948 5.287

Oeste Catarinense Cunhataí 1.740 335

Oeste Catarinense Descanso 8.356 3.885

Oeste Catarinense Dionísio Cerqueira 14.522 8.610

Oeste Catarinense Entre Rios 2.820 751

Oeste Catarinense Erval Velho 4.086 2.160

Oeste Catarinense Faxinal dos Guedes 11.537 7.044

Oeste Catarinense Flor do Sertão 1.621 195

Oeste Catarinense Formosa do Sul 2.119 891

Oeste Catarinense Fraiburgo 36.180 27.623

Oeste Catarinense Galvão 4.004 2.494

Oeste Catarinense Guaraciaba 10.393 4.365

Oeste Catarinense Guarujá do Sul 4.655 2.271

Oeste Catarinense Guatambú 4.728 983

Oeste Catarinense Hereval d'Oeste 21.179 17.140

Oeste Catarinense Ibiam 1.898 501

Oeste Catarinense Ibicaré 3.408 1.240

Oeste Catarinense Imorê 2.660 683

Oeste Catarinense Ipira 5.228 2.214

Oeste Catarinense Iporã do Oeste 7.695 2.851

Oeste Catarinense Ipuaçu 6.275 967

Oeste Catarinense Ipumirim 6.729 2.484

Oeste Catarinense Iraceminha 4.010 1.222

Oeste Catarinense Irani 9.287 5.058

Oeste Catarinense Irati 2.069 412

Oeste Catarinense Itá 6.829 3.422

Oeste Catarinense Itapiranga 13.432 5.382

Oeste Catarinense Jaborá 4.085 1.362

173

Oeste Catarinense Jardinópolis 1.867 815

Oeste Catarinense Joaçaba 24.708 21.688

Oeste Catarinense Jupiá 2.136 671

Oeste Catarinense Lacerdópolis 2.221 983

Oeste Catarinense Lajeado Grande 1.633 476

Oeste Catarinense Lebon Régis 12.132 6.980

Oeste Catarinense Lindóia do Sul 4.573 1.321

Oeste Catarinense Luzerna 5.699 3.964

Oeste Catarinense Macieira 1.712 304

Oeste Catarinense Maravilha 18.879 14.226

Oeste Catarinense Marema 2.467 941

Oeste Catarinense Matos Costa 3.646 1.250

Oeste Catarinense Modelo 3.781 2.201

Oeste Catarinense Mondaí 8.432 4.049

Oeste Catarinense Nova Erechim 3.763 1.720

Oeste Catarinense Nova Itaberaba 4.298 425

Oeste Catarinense Novo Horizonte 7.772 723

Oeste Catarinense Ouro 7.772 4.165

Oeste Catarinense Ouro Verde 2.154 625

Oeste Catarinense Paial 2.001 259

Oeste Catarinense Palma Sola 7.872 3.192

Oeste Catarinense Palmitos 15.154 8.006

Oeste Catarinense Paraíso 4.179 1.302

Oeste Catarinense Passos Maia 5.552 748

Oeste Catarinense Peritiba 3.251 1.317

Oeste Catarinense Pinhalzinho 13.219 9.313

Oeste Catarinense Pinheiro Preto 2.911 1.141

Oeste Catarinense Piratuba 6.275 2.710

Oeste Catarinense Planalto Alegre 2.394 739

Oeste Catarinense Ponte Serrada 11.344 7.230

Oeste Catarinense Presidente Castelo Branco 2.082 457

Oeste Catarinense Princesa 2.470 568

Oeste Catarinense Quilombo 10.188 4.697

Oeste Catarinense Rio das Antas 6.322 2.226

Oeste Catarinense Riqueza 4.594 1.277

Oeste Catarinense Romelândia 5.137 2.120

Oeste Catarinense Saltinho 3.449 899

Oeste Catarinense Salto Veloso 4.115 2.834

Oeste Catarinense Santa Helena 2.393 740

Oeste Catarinense Santa Terezinha do Progresso 3.076 426

Oeste Catarinense Santiago do Sul 1.573 521

Oeste Catarinense São Bernadino 2.703 529

Oeste Catarinense São Carlos 8.890 5.347

Oeste Catarinense São Domingos 8.912 5.430

Oeste Catarinense São João do Oeste 5.344 1.494

Oeste Catarinense São José do Cedro 13.112 6.659

Oeste Catarinense São Lousenço do Oeste 20.005 13.407

Oeste Catarinense São Miguel da Boa Vista 1.708 331

Oeste Catarinense São Miguel do Oeste 32.928 27.392

Oeste Catarinense Saudades 7.960 2.897

Oeste Catarinense Seara 17.221 10.263

Oeste Catarinense Serra Alta 3.058 1.201

Oeste Catarinense Sul Brasil 2.728 744

174

Oeste Catarinense Tangará 8.234 4.233

Oeste Catarinense Tigrinhos 1.919 213

Oeste Catarinense Treze Tílias 5.257 2.907

Oeste Catarinense Tunápolis 4.416 1.217

Oeste Catarinense União do Oeste 3.336 994

Oeste Catarinense Vargeão 3.489 1.380

Oeste Catarinense Vargem Bonita 4.835 2.199

Oeste Catarinense Videira 45.699 35.787

Oeste Catarinense Xanxerê 39.812 32.385

Oeste Catarinense Xavantina 4.118 946

Oeste Catarinense Xaxim 24.432 16.058

Serrana Abdon Batista 2.534 713

Serrana Anita Garibaldi 10.077 4.188

Serrana Bocaina do Sul 3.151 415

Serrana Bom Jardim da Serra 4.041 2.123

Serrana Bom Restiro 8.397 5.336

Serrana Brunópolis 3.281 707

Serrana Campo Belo do Sul 8.068 4.440

Serrana Campos Novos 28.842 22.556

Serrana Capão Alto 3.110 604

Serrana Celso Ramos 2.529 638

Serrana Cerro Negro 3.553 394

Serrana Correia Pinto 16.992 12.046

Serrana Curitibanos 37.460 32.438

Serrana Frei Rogério 3.173 487

Serrana Lages 165.068 153.582

Serrana Monte Carlos 10.258 7.305

Serrana Otacílio 14.660 12.811

Serrana Painel 2.452 1.142

Serrana Palmeira 2.261 771

Serrana Ponte Alta 5.381 3.783

Serrana Ponte Alta do Norte 3.531 233

Serrana Rio Rufino 2.032 553

Serrana Santa Cecília 15.926 11.617

Serrana São Cristovão do Sul 4.913 2.719

Serrana São Joaquim 23.114 16.129

Serrana São José do Cerrito 9.776 2.152

Serrana Urubici 10.509 6.661

Serrana Urupema 2.554 1.185

Serrana Vargem 3.203 651

Serrana Zortéa 2.804 2.053

Sul Catarinense Araranguá 60.076 45.052

Sul Catarinense Armazém 7.272 2.625

Sul Catarinense Balneário Arroio do Silva 7.001 5.876

Sul Catarinense Balneário Gaivota 6.298 2.977

Sul Catarinense Braço do norte 28.912 17.879

Sul Catarinense Capivari de Baixo 19.934 17.436

Sul Catarinense Cocal do Sul 14.662 11.407

Sul Catarinense Criciúma 182.785 153.049

Sul Catarinense Ermo 2.056 593

Sul Catarinense Forquilhinha 20.549 14.556

Sul Catarinense Garopaba 14.829 10.722

Sul Catarinense Grão Pará 6.167 2.674

175

Sul Catarinense Gravatal 7.210 3.864

Sul Catarinense Içara 54.041 39.570

Sul Catarinense Imaruí 12.364 3.909

Sul Catarinense Imbituba 38.141 34.527

Sul Catarinense Jacinto Machado 10.620 4.538

Sul Catarinense Jaquaruna 15.608 10.238

Sul Catarinense Laguna 48.956 37.284

Sul Catarinense Lauro Müller 13.434 9.923

Sul Catarinense Maracajá 6.002 3.521

Sul Catarinense Meleiro 6.950 3.207

Sul Catarinense Morro da Fumaça 15.668 11.154

Sul Catarinense Morro Grande 2.860 737

Sul Catarinense Nova Veneza 12.339 7.199

Sul Catarinense Orleans 20.026 12.813

Sul Catarinense Passo de Torres 5.253 3.522

Sul Catarinense Pedras Grandes 4.849 865

Sul Catarinense Praia Grande 7.136 3.937

Sul Catarinense Rio Fortuna 4.395 1.213

Sul Catarinense Sangão 9.347 3.624

Sul Catarinense Santa Rosa de Lima 2.064 423

Sul Catarinense Santa Rosa do Sul 8.109 3.042

Sul Catarinense São João do Sul 15.936 1.143

Sul Catarinense São Ludgero 9.911 5.995

Sul Catarinense São Martinho 3.221 888

Sul Catarinense Siderópolis 12.776 9.103

Sul Catarinense Sombrio 25.274 15.925

Sul Catarinense Timbé do Sul 5.193 1.683

Sul Catarinense Treviso 3.393 1.561

Sul Catarinense Treze de Maio 6.980 1.764

Sul Catarinense Tubarão 93.238 69.925

Sul Catarinense Turvo 11.118 5.637

Sul Catarinense Urussanga 19.110 10.650

Vale do Itajaí Agrolândia 8.133 4.634

Vale do Itajaí Agronômica 4.506 872

Vale do Itajaí Apiúna 8.925 3.606

Vale do Itajaí Ascurra 7.330 6.119

Vale do Itajaí Atalanta 3.289 1.133

Vale do Itajaí Aurora 5.170 1.482

Vale do Itajaí Balneário Camboriú 90.461 73.455

Vale do Itajaí Balneário Piçarras 12.438 8.615

Vale do Itajaí Barra Velha 18.095 14.566

Vale do Itajaí Benedito Novo 9.423 4.901

Vale do Itajaí Blumenau 287.350 241.943

Vale do Itajaí Bombinhas 10.759 8.716

Vale do Itajaí Botuverá 3.603 803

Vale do Itajaí Braço do Trombudo 3.531 1.622

Vale do Itajaí Brusque 85.218 73.256

Vale do Itajaí Camboriú 49.469 39.427

Vale do Itajaí Chapadão do Lageado 2.547 289

Vale do Itajaí Dona Emma 3.151 1.368

Vale do Itajaí Doutor Pedrinho 3.126 1.669

Vale do Itajaí Gapar 51.955 29.601

Vale do Itajaí Guabiruba 14.552 12.048

176

Vale do Itajaí Ibirama 16.923 13.115

Vale do Itajaí Ilhota 11.152 6.445

Vale do Itajaí Imbuia 5.203 1.955

Vale do Itajaí Indaial 45.343 38.382

Vale do Itajaí Itajaí 161.121 141.950

Vale do Itajaí Itapema 32.894 24.781

Vale do Itajaí Ituporanga 19.905 11.664

Vale do Itajaí José Boiteux 4.634 1.466

Vale do Itajaí Laurentino 5.440 3.238

Vale do Itajaí Lontras 8.793 5.309

Vale do Itajaí Luís Alves 8.761 2.124

Vale do Itajaí Mirim Doce 2.647 1.158

Vale do Itajaí Navegantes 47.349 36.650

Vale do Itajaí Penha 20.023 15.993

Vale do Itajaí Petrolândia 6.067 1.811

Vale do Itajaí Pomerode 23.849 18.713

Vale do Itajaí Porto Belo 12.627 9.973

Vale do Itajaí Pouso Redondo 12.607 6.368

Vale do Itajaí Presidente Getúlio 12.826 7.867

Vale do Itajaí Presidente Nereu 2.064 776

Vale do Itajaí Rio do Campo 6.335 2.288

Vale do Itajaí Rio do Oeste 6.609 2.626

Vale do Itajaí Rio do Sul 54.713 48.418

Vale do Itajaí Rio dos Cedros 9.091 3.758

Vale do Itajaí Rodeio 10.898 8.866

Vale do Itajaí Salete 7.136 4.583

Vale do Itajaí São João do Itaperiú 3.398 1.454

Vale do Itajaí Taió 16.153 7.887

Vale do Itajaí Timbó 32.207 26.783

Vale do Itajaí Trombudo Central 5.755 3.154

Vale do Itajaí Vidal Ramos 5.975 1.497

Vale do Itajaí Vitor Meireles 5.330 1.098

Vale do Itajaí Witmarsum 3.091 612

Fonte: FECAM - Guia dos municípios catarinenses

177

ANEXO III – Composição da Receita Municipal

COMPOSIÇÃO DA RECEITA MUNICIPAL

Receita Município

Mesorregião

Corrente Tributária Transf. Tribut Outras Receitas

Abdon Batista Serrana NI NI NI NI

Abelardo Luz Oeste Catarinense NI NI NI NI

Agrolândia Vale do Itajaí 444.647.459,00 46.453.460,00 390.439.753,00 7.754.246,00

Agronômica Vale do Itajaí 335.257.507,00 9.155.532,00 316.340.625,00 9.761.350,00

Água Doce Oeste Catarinense 5.269.320,30 299.150,09 4.771.874,16 198.296,05

Águas de Chapecó Oeste Catarinense 3.634.655,00 130.079,00 3.410.094,00 94.482,00

Águas Frias Oeste Catarinense 300.869.684,00 8.489.267,00 287.648.887,00 4.731.530,00

Águas Mornas Grande Florianópolis NI NI NI NI

Alfredo Wagner Grande Florianópolis 5.767.804,27 271.434,03 4.999.135,47 497.234,77

Alto Bela Vista Oeste Catarinense 3.846.773,72 85.185,11 2.830.752,53 930.836,08

Anchieta Oeste Catarinense 4.786.248,97 309.137,39 4.354.177,05 122.934,53

Angelina Grande Florianópolis 3.678.808,00 186.790,00 3.233.632,00 258.386,00

Anita Garibaldi Serrana 5.342.040,95 978.865,01 4.298.447,26 64.728,68

Anitápolis Grande Florianópolis 3.548.841,58 73.089,97 3.157.976,56 317.775,05

Antônio Carlos Grande Florianópolis 5.523.633,06 291.481,68 4.681.601,57 550.549,81

Apiúna Vale do Itajaí 5.847.850,00 270.442,00 5.443.844,00 133.564,00

Arabutã Oeste Catarinense 3.843.023,98 89.373,48 3.529.003,12 224.647,38

Araquari Norte Catarinense 10.005.523,09 824.573,55 8.152.157,80 1.028.791,74

Araranguá Sul Catarinense NI NI NI NI

Armazém Sul Catarinense NI NI NI NI

Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.938.350,31 133.749,31 3.343.193,83 461.407,17

Arvoredo Oeste Catarinense 3.046.681,88 22.152,52 2.990.909,44 33.619,92

Ascurra Vale do Itajaí 4.241.991,51 330.807,80 3.847.937,33 63.246,38

Atalanta Vale do Itajaí 3.288.905,04 53.865,41 3.134.613,39 100.426,24

Aurora Vale do Itajaí 4.097.353,42 161.662,13 3.818.952,65 116.738,64

Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 4.687.619,42 975.325,56 3.126.275,73 586.018,13

Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 6.557.993,75 923.730,24 5.027.636,55 606.626,96

Balneário Camboriú Vale do Itajaí NI NI NI NI

Balneário Gaivota Sul Catarinense 3.664.857,78 439.538,56 3.048.620,14 176.699,08

Balneário Piçarras Vale do Itajaí NI NI NI NI

Bandeirante Oeste Catarinense 3.339.261,68 77.001,80 3.243.285,00 18.974,88

Barra Bonita Oeste Catarinense 2.991.169,05 70.511,55 2.883.377,10 37.280,40

Barra Velha Vale do Itajaí 10.517.575,97 2.321.702,21 6.947.251,16 1.248.622,60

Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 3.698.343,70 86.036,32 3.536.663,60 75.643,78

Belmonte Oeste Catarinense 2.806.983,83 46.947,69 2.652.565,20 107.470,94

Benedito Novo Vale do Itajaí 5.214.416,16 464.495,24 4.205.824,56 544.096,36

Biguaçu Grande Florianópolis NI NI NI NI

Blumenau Vale do Itajaí 266.024.898,24 49.532.922,27 148.881.466,51 67.610.509,46

Bocaina do Sul Serrana 3.329.702,84 103.932,19 3.192.666,35 33.104,30

Bom Jardim da Serra Serrana 3.319.107,47 109.421,80 3.126.921,60 82.764,07

Bom Jesus Oeste Catarinense 3.176.628,35 113.243,24 3.014.143,57 49.241,54

Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.868.252,91 78.818,32 2.752.048,62 37.385,97

Bom Retiro Serrana 4.661.269,73 373.382,27 4.166.505,90 121.381,56

Bombinhas Vale do Itajaí 11.931.822,46 5.777.505,13 3.982.998,13 2.171.319,20

Botuverá Vale do Itajaí 3.322.685,54 96.748,89 2.986.575,73 239.360,92

Braço do norte Sul Catarinense 13.673.537,85 1.400.169,98 11.554.566,29 718.801,58

Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.805.662,00 243.880,00 3.440.239,00 121.543,00

Brunópolis Serrana 3.315.886,54 67.266,36 3.214.669,76 33.950,42

178

Brusque Vale do Itajaí 67.725.833,41 10.579.016,92 38.044.019,01 19.102.797,48

Caçador Oeste Catarinense NI NI NI NI

Caibi Oeste Catarinense NI NI NI NI

Calmon Oeste Catarinense 3.729.775,79 49.993,18 3.679.782,61

Camboriú Vale do Itajaí 17.538.871,43 2.295.233,34 13.192.794,29 2.050.843,80

Campo Alegre Norte Catarinense 7.267.225,76 708.170,50 5.826.525,07 732.530,19

Campo Belo do Sul Serrana NI NI NI NI

Campo Erê Oeste Catarinense 6.821.828,41 542.254,41 5.942.714,35 336.859,65

Campos Novos Serrana 20.257.813,63 2.936.637,27 14.548.569,43 2.772.606,93

Canelinha Grande Florianópolis 4.476.596,07 335.656,36 3.899.133,01 241.806,70

Canoinhas Norte Catarinense 26.087.538,95 2.749.606,24 22.107.856,22 1.230.076,49

Capão Alto Serrana NI NI NI NI

Capinzal Oeste Catarinense 14.490.582,86 799.454,64 11.345.915,79 2.345.212,43

Capivari de Baixo Sul Catarinense 15.751.394,43 2.024.543,74 13.187.629,82 539.220,87

Catanduvas Oeste Catarinense 7.299.488,53 312.487,68 6.665.204,80 321.796,05

Caxambu do Sul Oeste Catarinense 4.118.091,99 138.526,69 3.884.412,05 95.153,25

Celso Ramos Serrana NI NI NI NI

Cerro Negro Serrana NI NI NI NI

Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.815.247,14 43.241,23 2.756.889,50 15.116,41

Chapecó Oeste Catarinense 102.527.498,22 20.617.390,36 71.188.869,60 10.721.238,26

Cocal do Sul Sul Catarinense NI NI NI NI

Concórdia Oeste Catarinense 48.468.398,40 5.513.596,73 36.702.161,66 6.252.640,01

Cordilheira Alta Oeste Catarinense 4.301.621,83 197.789,15 3.982.842,03 120.990,65

Coronel Freitas Oeste Catarinense NI NI NI NI

Coronel Martins Oeste Catarinense 3.133.466,93 93.505,42 2.879.464,84 160.496,67

Correia Pinto Serrana 14.892.930,16 871.781,03 13.361.421,94 659.727,19

Corupá Norte Catarinense NI NI NI NI

Criciúma Sul Catarinense 108.100.800,24 18.837.311,29 80.578.321,09 8.685.167,86

Cunha Porã Oeste Catarinense 5.375.397,02 401.366,18 4.581.991,27 392.039,57

Cunhataí Oeste Catarinense 2.916.687,86 74.183,72 2.753.047,98 89.456,16

Curitibanos Serrana 17.758.119,72 2.359.169,96 13.281.069,63 2.117.880,13

Descanso Oeste Catarinense 6.200.638,46 245.535,23 5.736.171,49 218.931,74

Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 7.042.132,61 479.860,61 616.783,18 5.945.488,82

Dona Emma Vale do Itajaí 3.170.767,65 184.621,29 2.805.653,34 180.493,02

Doutor Pedrinho Vale do Itajaí NI NI NI NI

Entre Rios Oeste Catarinense 3.459.350,73 58.802,68 3.356.116,31 44.431,74

Ermo Sul Catarinense 3.104.476,42 59.125,80 2.967.406,63 77.943,99

Erval Velho Oeste Catarinense 3.534.499,48 116.759,47 3.226.493,65 191.246,36

Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 7.097.378,89 233.119,86 6.738.592,15 125.666,88

Flor do Sertão Oeste Catarinense 2.731.367,02 61.964,08 2.631.701,68 37.701,26

Florianópolis Grande Florianópolis 282.899.758,94 128.878.824,03 118.973.451,06 35.047.483,85

Formosa do Sul Oeste Catarinense 3.157.359,56 82.486,34 3.012.330,76 62.542,46

Forquilhinha Sul Catarinense 14.578.805,37 830.615,20 12.611.120,00 1.137.070,17

Fraiburgo Oeste Catarinense 22.612.005,04 2.105.368,77 18.730.526,88 1.776.109,39

Frei Rogério Serrana 3.082.477,34 50.401,78 2.966.718,19 65.357,37

Galvão Oeste Catarinense 3.662.026,82 137.782,35 3.395.761,11 128.483,36

Garopaba Sul Catarinense 8.074.017,51 1.683.200,31 5.510.828,04 879.989,16

Garuva Norte Catarinense NI NI NI NI

Gapar Vale do Itajaí 27.409.081,48 3.922.670,24 16.827.076,71 6.659.334,53

Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 6.689.759,49 1.382.505,56 4.605.943,62 701.310,31

Grão Pará Sul Catarinense 4.619.859,07 260.734,16 4.019.673,49 339.451,42

Gravatal Sul Catarinense NI NI NI NI

Guabiruba Vale do Itajaí 6.637.617,02 522.021,74 5.815.390,81 300.204,47

179

Guaraciaba Oeste Catarinense 5.571.910,70 270.462,48 4.930.078,26 371.369,96

Guaramirim Norte Catarinense 17.288.333,09 1.562.700,27 14.717.981,93 1.007.650,89

Guarujá do Sul Oeste Catarinense 3.451.700,18 165.294,75 3.138.792,71 147.612,72

Guatambú Oeste Catarinense 4.120.005,56 108.139,20 3.964.565,82 47.300,54

Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 10.972.068,92 762.376,36 8.931.375,60 1.278.316,96

Ibiam Oeste Catarinense 3.092.185,00 47.207,00 2.966.538,00 78.440,00

Ibicaré Oeste Catarinense 3.332.707,97 127.640,23 3.151.511,89 53.555,85

Ibirama Vale do Itajaí 8.734.724,49 1.237.461,31 6.784.744,26 712.518,92

Içara Sul Catarinense 23.678.978,33 2.913.381,53 18.593.364,50 2.172.232,30

Ilhota Vale do Itajaí 7.490.951,27 274.625,79 7.016.674,66 199.650,82

Imaruí Sul Catarinense 6.287.571,30 172.239,68 5.412.023,04 703.308,58

Imbituba Sul Catarinense 16.161.903,96 2.105.220,49 13.015.425,65 1.041.257,82

Imbuia Vale do Itajaí 3.849.541,63 138.185,82 3.585.607,82 125.747,99

Indaial Vale do Itajaí 26.113.861,28 3.211.445,12 18.602.604,92 4.299.811,24

Imorê Oeste Catarinense 4.201.282,17 284.251,41 3.772.115,10 144.915,66

Ipira Oeste Catarinense 3.821.167,72 241.001,06 3.484.693,53 95.473,13

Iporã do Oeste Oeste Catarinense 4.986.980,56 412.959,92 4.404.289,04 169.731,60

Ipuaçu Oeste Catarinense 4.797.980,72 204.408,92 4.532.622,13 60.949,67

Ipumirim Oeste Catarinense 5.280.356,90 148.828,51 5.048.834,15 82.694,24

Iraceminha Oeste Catarinense 2.925.431,04 100.255,42 2.712.742,75 112.432,87

Irani Oeste Catarinense 5.512.697,28 390.903,02 4.985.691,73 136.102,53

Irati Oeste Catarinense 2.817.537,72 57.137,36 2.703.872,64 56.527,72

Irineópolis Norte Catarinense 4.658.590,62 220.575,21 4.341.960,21 96.055,20

Itá Oeste Catarinense 7.084.420,78 365.605,87 5.763.133,22 955.681,69

Itaiópolis Norte Catarinense 10.255.820,91 485.404,03 8.720.339,57 1.050.077,31

Itajaí Vale do Itajaí 145.717.383,80 24.792.285,19 86.807.147,77 34.117.950,84

Itapema Vale do Itajaí 25.004.440,36 10.491.453,86 11.311.653,72 3.201.332,78

Itapiranga Oeste Catarinense 10.088.927,46 533.909,02 8.449.710,74 1.105.307,70

Itapoá Norte Catarinense 11.921.921,00 3.566.226,00 4.087.481,00 4.268.214,00

Ituporanga Vale do Itajaí 9.014.445,02 1.142.667,06 7.589.739,38 282.038,58

Jaborá Oeste Catarinense 4.270.084,29 158.386,11 4.014.107,90 97.590,28

Jacinto Machado Sul Catarinense NI NI NI NI

Jaquaruna Sul Catarinense NI NI NI NI

Jaraguá do Sul Norte Catarinense 114.190.755,24 16.397.043,34 67.924.714,16 29.868.997,74

Jardinópolis Oeste Catarinense NI NI NI NI

Joaçaba Oeste Catarinense 24.844.796,03 3.633.899,37 14.039.796,89 7.171.099,77

Joinville Norte Catarinense 368.619.374,14 72.091.888,48 224.046.530,73 72.480.954,93

José Boiteux Vale do Itajaí 3.329.376,41 102.826,58 3.153.395,59 73.154,24

Jupiá Oeste Catarinense 2.857.325,31 52.920,78 2.758.057,47 46.347,06

Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.867.983,36 67.834,80 2.746.977,31 53.171,25

Lages Serrana 97.286.184,45 12.225.758,24 68.459.368,13 16.601.058,08

Laguna Sul Catarinense 18.101.008,36 2.902.884,24 13.224.150,94 1.973.973,18

Lajeado Grande Oeste Catarinense 3.016.105,88 108.350,43 2.833.927,67 73.827,78

Laurentino Vale do Itajaí 3.555.026,78 213.848,52 3.237.977,68 103.200,58

Lauro Müller Sul Catarinense 7.009.650,81 326.373,70 5.574.722,30 1.108.554,81

Lebon Régis Oeste Catarinense 6.548.494,57 189.008,65 6.215.790,25 143.695,67

Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.436.691,86 82.085,15 3.100.890,57 253.716,14

Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.508.784,01 118.184,39 4.059.525,46 331.074,16

Lontras Vale do Itajaí 4.550.233,76 319.254,41 3.972.128,37 258.850,98

Luís Alves Vale do Itajaí NI NI NI NI

Luzerna Oeste Catarinense 4.404.083,82 446.896,68 3.854.633,41 102.553,73

Macieira Oeste Catarinense 2.896.086,99 57.816,75 2.825.088,90 13.181,34

Mafra Norte Catarinense 19.778.935,69 2.688.829,47 14.307.945,72 2.782.160,50

180

Major Gercino Grande Florianópolis 2.894.494,23 48.986,44 2.792.687,38 52.820,41

Major Vieira Norte Catarinense 4.221.347,71 121.777,89 3.552.375,08 547.194,74

Maracajá Sul Catarinense 4.456.952,68 188.775,99 3.936.995,53 331.181,16

Maravilha Oeste Catarinense NI NI NI NI

Marema Oeste Catarinense 3.678.333,37 74.101,36 3.497.843,89 106.388,12

Massaranduba Norte Catarinense 7.643.813,27 538.559,74 6.629.979,58 475.273,95

Matos Costa Oeste Catarinense 3.185.231,44 80.611,57 2.880.872,66 223.747,21

Meleiro Sul Catarinense 4.875.531,84 241.615,75 4.545.422,57 88.493,52

Mirim Doce Vale do Itajaí 3.095.738,26 54.478,10 2.952.270,07 88.990,09

Modelo Oeste Catarinense 3.596.357,68 209.109,92 3.325.775,61 61.472,15

Mondaí Oeste Catarinense 6.131.415,70 303.029,93 5.596.024,49 232.361,28

Monte Carlo Serrana NI NI NI NI

Monte Castelo Norte Catarinense 3.710.190,77 170.269,02 3.467.258,75 72.663,00

Morro da Fumaça Sul Catarinense 8.927.899,22 532.269,90 8.139.275,82 256.353,50

Morro Grande Sul Catarinense 3.360.794,74 71.829,04 3.213.080,58 75.885,12

Navegantes Vale do Itajaí 20.423.896,87 3.098.838,99 15.831.235,73 1.493.822,15

Nova Erechim Oeste Catarinense 3.842.771,52 172.658,55 3.522.074,45 148.038,52

Nova Itaberaba Oeste Catarinense NI NI NI NI

Nova Trento Grande Florianópolis 6.123.180,40 650.900,00 4.578.234,12 894.046,28

Nova Veneza Sul Catarinense NI NI NI NI

Novo Horizonte Oeste Catarinense 3.364.429,84 64.115,95 2.983.772,26 316.541,63

Orleans Sul Catarinense 11.666.236,94 816.432,37 9.592.003,26 1.257.801,31

Otacílio Costa Serrana 12.450.145,36 833.039,20 11.324.401,67 292.704,49

Ouro Oeste Catarinense 4.543.933,62 150.260,74 4.275.806,65 117.866,23

Ouro Verde Oeste Catarinense NI NI NI NI

Paial Oeste Catarinense 2.740.407,62 57.396,90 2.631.999,96 51.010,76

Painel Serrana 3.024.356,28 80.500,58 2.922.486,87 21.368,83

Palhoça Grande Florianópolis 37.190.350,95 7.748.834,72 22.741.361,40 6.700.154,83

Palma Sola Oeste Catarinense 4.959.054,04 163.650,72 4.644.544,96 150.858,36

Palmeira Serrana 2.657.230,88 48.312,24 2.563.727,92 45.190,72

Palmitos Oeste Catarinense 8.379.110,60 679.836,02 7.379.638,43 319.636,15

Papanduva Norte Catarinense 7.390.318,14 396.950,48 6.515.042,26 478.325,40

Paraíso Oeste Catarinense 3.407.044,29 116.335,95 3.193.734,79 96.973,55

Passo de Torres Sul Catarinense NI NI NI NI

Passos Maia Oeste Catarinense 4.020.352,96 119.393,87 3.643.007,67 257.951,42

Paulo Lopes Grande Florianópolis 3.969.233,07 203.465,19 3.495.504,95 270.262,93

Pedras Grandes Sul Catarinense 3.388.790,10 91.425,87 3.244.030,29 53.333,94

Penha Vale do Itajaí 12.004.894,88 3.017.186,49 7.578.941,57 1.408.766,82

Peritiba Oeste Catarinense 3.391.751,84 103.260,81 3.089.370,65 199.120,38

Petrolândia Vale do Itajaí 4.001.336,97 93.173,79 3.838.111,16 70.052,02

Piçarras Vale do Itajaí NI NI NI NI

Pinhalzinho Oeste Catarinense 8.158.284,43 1.153.803,13 6.522.709,13 481.772,17

Pinheiro Preto Oeste Catarinense 3.446.419,59 56.702,87 3.047.738,66 341.978,06

Piratuba Oeste Catarinense 4.745.840,44 723.142,89 3.400.303,47 622.394,08

Planalto Alegre Oeste Catarinense 3.077.896,58 109.484,98 2.888.293,76 80.117,84

Pomerode Vale do Itajaí 20.096.332,17 2.893.596,99 13.147.036,91 4.055.698,27

Ponte Alta Serrana 3.530.407,17 151.314,49 3.303.356,63 75.736,05

Ponte Alta do Norte Serrana 3.606.973,00 139.286,00 3.416.319,00 51.368,00

Ponte Serrada Oeste Catarinense 6.534.486,58 283.639,33 6.167.053,65 83.793,60

Porto Belo Vale do Itajaí 7.726.046,31 2.202.895,35 4.726.913,79 796.237,17

Porto União Norte Catarinense 15.141.169,43 3.018.767,25 9.584.563,82 2.537.838,36

Pouso Redondo Vale do Itajaí 6.177.250,49 342.758,49 5.553.181,14 281.310,86

Praia Grande Sul Catarinense 3.789.848,00 109.539,00 3.657.726,00 22.583,00

181

Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 3.538.879,96 33.352,79 3.429.172,11 76.355,06

Presidente Getúlio Vale do Itajaí 7.209.127,78 963.576,92 6.044.754,60 200.796,26

Presidente Nereu Vale do Itajaí 3.224.942,89 54.902,69 2.852.221,88 317.818,32

Princesa Oeste Catarinense NI NI NI NI

Quilombo Oeste Catarinense 8.498.359,38 357.411,83 7.972.818,62 168.128,93

Rancho Queimado Grande Florianópolis 3.010.804,46 139.947,97 2.590.470,65 280.385,84

Rio das Antas Oeste Catarinense 5.804.573,61 189.740,67 4.892.984,28 721.848,66

Rio do Campo Vale do Itajaí 3.883.913,83 136.789,33 3.534.971,60 212.152,90

Rio do Oeste Vale do Itajaí 4.437.709,58 299.524,68 3.992.187,74 145.997,16

Rio do Sul Vale do Itajaí 39.257.675,18 6.796.851,17 26.507.182,83 5.953.641,18

Rio dos Cedros Vale do Itajaí 5.304.900,75 429.022,90 4.457.246,31 418.631,54

Rio Fortuna Sul Catarinense 3.656.555,73 112.298,64 3.446.163,54 98.093,55

Rio Negrinho Norte Catarinense NI NI NI NI

Rio Rufino Serrana NI NI NI NI

Riqueza Oeste Catarinense 3.835.666,84 97.237,22 3.624.112,84 114.316,78

Rodeio Vale do Itajaí 5.107.879,32 364.017,08 4.546.992,94 196.869,30

Romelândia Oeste Catarinense 3.719.898,25 120.908,04 3.532.874,16 66.116,05

Salete Vale do Itajaí 5.158.364,60 313.114,29 4.522.838,19 322.412,12

Saltinho Oeste Catarinense 3.208.223,78 62.532,38 3.054.604,12 91.087,28

Salto Veloso Oeste Catarinense 4.871.935,00 105.804,00 4.619.700,00 146.431,00

Sangão Sul Catarinense 4.023.633,00 148.863,03 3.796.475,95 78.294,02

Santa Cecília Serrana NI NI NI NI

Santa Helena Oeste Catarinense 3.019.087,86 66.265,96 2.865.447,90 87.374,00

Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 3.052.787,73 37.975,23 2.930.026,76 84.785,74

Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 4.244.946,99 141.635,21 3.778.011,31 325.300,47

Santa Terezinha Norte Catarinense 4.685.127,28 82.041,70 4.528.439,40 74.646,18

Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense NI NI NI NI

Santiago do Sul Oeste Catarinense NI NI NI NI

Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 9.351.943,62 1.384.915,15 3.828.509,12 4.138.519,35

São Bento do Sul Norte Catarinense 58.388.318,81 9.392.981,88 35.649.675,63 13.345.661,30

São Bernardino Oeste Catarinense 3.186.580,95 71.164,70 2.970.431,41 144.984,84

São Bonifácio Grande Florianópolis 2.866.508,20 73.277,56 2.672.309,43 120.921,21

São Carlos Oeste Catarinense 5.398.075,00 282.234,00 4.912.941,00 202.900,00

São Cristovão do Sul Serrana 4.362.493,41 117.015,42 3.971.055,72 274.422,27

São Domingos Oeste Catarinense 6.176.776,19 498.779,48 5.352.055,57 325.941,14

São Francisco do Sul Norte Catarinense 46.909.886,88 9.913.864,65 20.644.193,56 16.351.828,67

São João Batista Grande Florianópolis 9.450.477,98 974.358,33 7.364.185,69 1.111.933,96

São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.162.731,33 68.948,46 3.061.107,73 32.675,14

São João do Oeste Oeste Catarinense 4.563.864,57 404.586,37 4.047.697,50 111.580,70

São João do Sul Sul Catarinense 3.910.427,59 91.322,01 3.751.924,83 67.180,75

São Joaquim Serrana 12.383.510,91 939.811,98 9.709.358,48 1.734.340,45

São José Grande Florianópolis 97.211.745,19 21.501.313,25 65.137.472,54 10.572.959,40

São José do Cedro Oeste Catarinense 7.277.972,42 593.555,50 6.454.315,23 230.101,69

São José do Cerrito Serrana 5.254.373,38 128.361,28 5.026.143,50 99.868,60

São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 12.370.201,94 1.056.850,37 10.905.915,79 407.435,78

São Ludgero Sul Catarinense 6.267.319,19 333.233,24 5.780.257,17 153.828,78

São Martinho Sul Catarinense 2.925.374,00 64.950,00 2.840.142,00 20.282,00

São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 2.760.463,91 51.864,40 2.670.893,03 37.706,48

São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 15.491.113,13 2.481.492,78 11.243.735,33 1.765.885,02

São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.509.649,01 307.322,09 2.942.570,16 259.756,76

Saudades Oeste Catarinense 5.661.326,91 291.518,96 5.155.377,49 214.430,46

Schroeder Norte Catarinense 6.439.348,00 501.998,62 5.717.361,46 219.987,92

Seara Oeste Catarinense 12.740.354,69 657.175,72 11.863.967,60 219.211,37

182

Serra Alta Oeste Catarinense 3.243.860,39 141.685,05 2.926.684,11 175.491,23

Siderópolis Sul Catarinense 8.547.024,90 825.473,26 7.546.414,55 175.137,09

Sombrio Sul Catarinense 10.933.328,18 556.429,10 9.533.953,45 842.945,63

Sul Brasil Oeste Catarinense 3.219.298,87 76.364,90 2.987.009,81 155.924,16

Taió Vale do Itajaí 9.595.039,01 985.239,46 7.965.333,30 644.466,25

Tangará Oeste Catarinense 6.838.946,72 326.703,82 6.094.348,58 417.894,32

Tigrinhos Oeste Catarinense NI NI NI NI

Tijucas Grande Florianópolis 15.736.372,42 1.515.378,12 13.083.830,55 1.137.163,75

Timbé do Sul Sul Catarinense 3.964.788,00 74.244,00 3.696.104,00 194.440,00

Timbó Vale do Itajaí 22.680.472,46 4.111.190,00 14.095.891,77 4.473.390,69

Timbó Grande Norte Catarinense 3.516.560,00 154.147,00 3.294.979,00 67.434,00

Três Barras Norte Catarinense NI NI NI NI

Treviso Sul Catarinense 5.062.990,69 113.007,02 4.895.646,61 54.337,06

Treze de Maio Sul Catarinense 3.885.008,52 104.812,93 3.714.018,77 66.176,82

Treze Tílias Oeste Catarinense 5.043.255,77 325.979,11 4.606.780,69 110.495,97

Trombudo Central Vale do Itajaí 4.608.939,93 361.706,42 4.079.789,58 167.443,93

Tubarão Sul Catarinense 42.505.679,01 7.620.652,69 31.964.790,21 2.920.236,11

Tunápolis Oeste Catarinense 4.158.428,18 147.376,34 3.745.615,15 265.436,69

Turvo Sul Catarinense 6.967.130,02 462.431,25 6.248.163,77 256.535,00

União do Oeste Oeste Catarinense NI NI NI NI

Urubici Serrana 5.709.983,66 379.200,28 5.128.146,58 202.636,80

Urupema Serrana NI NI NI NI

Urussanga Sul Catarinense 13.766.018,57 883.239,40 11.268.031,30 1.614.747,87

Vargeão Oeste Catarinense 3.879.252,60 157.752,82 3.609.543,94 111.955,84

Vargem Serrana 3.194.468,81 124.606,90 3.020.261,91 49.600,00

Vargem Bonita Oeste Catarinense 5.889.710,43 365.109,67 5.270.220,48 254.380,28

Vidal Ramos Vale do Itajaí 3.948.928,93 137.197,54 3.736.974,79 74.756,60

Videira Oeste Catarinense NI NI NI NI

Vitor Meireles Vale do Itajaí 3.758.724,77 148.845,18 3.507.530,67 102.348,92

Witmarsum Vale do Itajaí 3.410.428,21 60.135,33 3.119.663,45 230.629,43

Xanxerê Oeste Catarinense 21.494.512,98 3.438.975,23 16.068.504,24 1.987.033,51

Xavantina Oeste Catarinense 4.437.904,46 113.762,67 4.197.958,84 126.182,95

Xaxim Oeste Catarinense 14.239.390,84 1.413.163,56 12.371.780,28 454.447,00

Zortéa Serrana NI NI NI NI

TOTAL TOTAL 4.577.075.688,14 635.296.168,45 3.425.052.859,40 516.726.660,29

Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002

183

ANEXO IV – Composição da Receita Tributária Municipal

COMPOSIÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA

Receita Tributária Municípios

População

IPTU ISS ITBI Outros

TOTAL

Abdon Batista NI NI NI NI NI NI

Abelardo Luz NI NI NI NI NI NI

Agrolândia 8.133 11.827.240,00 10.800.835,00 2.801.604,00 21.023.781,00 46.453.460,00

Agronômica 4.506 1.512.102,00 2.310.984,00 1.683.303,00 3.649.143,00 9.155.532,00

Água Doce 6.870 51.456,59 22.443,80 81.797,23 143.452,47 299.150,09

Águas de Chapecó 5.443 23.844,00 18.822,00 13.800,00 73.613,00 130.079,00

Águas Frias 2.186 1.830.689,00 1.831.981,00 1.570.733,00 3.255.864,00 8.489.267,00

Águas Mornas NI NI NI NI NI NI

Alfredo Wagner 8.376 77.351,89 44.441,54 55.837,84 93.802,76 271.434,03

Alto Bela Vista 1.913 14.233,71 21.455,90 3.357,17 46.138,33 85.185,11

Anchieta 6.049 52.852,28 38.436,49 26.397,50 191.451,12 309.137,39

Angelina 5.524 29.347,00 21.708,00 20.653,00 115.082,00 186.790,00

Anita Garibaldi 10.077 43.965,42 770.066,78 94.138,78 70.694,03 978.865,01

Anitápolis 3.065 15.169,50 19.409,35 7.795,08 30.716,04 73.089,97

Antônio Carlos 6.855 72.549,07 121.079,08 21.944,88 75.908,65 291.481,68

Apiúna 8.925 82.571,00 37.248,00 22.143,00 128.480,00 270.442,00

Arabutã 4.204 34.284,32 14.709,77 8.735,40 31.643,99 89.373,48

Araquari 20.242 95.609,32 282.727,20 49.252,85 396.984,18 824.573,55

Araranguá NI NI NI NI NI NI

Armazém NI NI NI NI NI NI

Arroio Trinta 3.570 37.070,84 11.178,86 8.357,57 77.142,04 133.749,31

Arvoredo 2.112 3.299,26 7.399,32 8.028,27 3.425,67 22.152,52

Ascurra 7.330 71.624,78 31.363,07 17.599,99 210.219,96 330.807,80

Atalanta 3.289 12.080,62 9.367,72 6.277,11 26.139,96 53.865,41

Aurora 5.170 10.883,41 15.801,02 73.306,51 61.671,19 161.662,13

Balneário Arroio do Silva 7.001 507.684,06 52.916,60 107.267,33 307.457,57 975.325,56

Balneário Barra do Sul 7.356 663.127,75 56.008,20 3.937,42 200.656,87 923.730,24

Balneário Camboriú NI NI NI NI NI NI

Balneário Gaivota 6.298 339.019,12 9.310,51 36.834,66 54.374,27 439.538,56

Balneário Piçarras NI NI NI NI NI NI

Bandeirante 2.900 6.228,37 20.882,89 12.568,37 37.322,17 77.001,80

Barra Bonita 2.003 4.842,12 14.864,74 4.976,87 45.827,82 70.511,55

Barra Velha 18.095 1.446.665,29 153.735,95 186.000,93 535.300,04 2.321.702,21

Bela Vista do Toldo 5.719 8.066,30 20.249,50 9.423,77 48.296,75 86.036,32

Belmonte 2.251 12.829,28 5.891,49 7.927,30 20.299,62 46.947,69

Benedito Novo 9.423 108.131,52 73.765,58 40.704,73 241.893,41 464.495,24

Biguaçu NI NI NI NI NI NI

Blumenau 287.350 10.991.982,09 19.438.895,01 2.819.804,96 16.282.240,21 49.532.922,27

Bocaina do Sul 3.151 6.762,08 35.917,04 20.532,93 40.720,14 103.932,19

Bom Jardim da Serra 4.041 41.891,16 19.444,68 11.885,71 36.200,25 109.421,80

Bom Jesus 2.069 13.029,94 11.271,67 695,90 88.245,73 113.243,24

Bom Jesus do Oeste 2.095 13.750,24 17.465,58 14.987,08 32.615,42 78.818,32

Bom Restiro 8.397 55.971,41 35.789,42 86.732,57 194.888,87 373.382,27

Bombinhas 10.759 3.159.911,62 608.159,84 775.468,71 1.233.964,96 5.777.505,13

Botuverá 3.603 18.872,16 18.872,16 9.234,74 49.769,83 96.748,89

Braço do norte 28.912 389.746,18 349.677,88 76.496,59 584.249,33 1.400.169,98

Braço do Trombudo 3.531 71.760,00 19.436,00 13.352,00 139.332,00 243.880,00

Brunópolis 3.281 2.865,30 22.851,24 8.492,63 33.057,19 67.266,36

184

Brusque 85.218 2.369.124,60 2.245.646,69 638.617,51 5.325.628,12 10.579.016,92

Caçador NI NI NI NI NI NI

Caibí NI NI NI NI NI NI

Calmon 3.885 2.287,15 16.207,01 9.821,66 21.677,36 49.993,18

Camboriú 49.469 559.293,88 392.360,12 127.347,06 1.216.232,28 2.295.233,34

Campo Alegre 12.434 205.083,77 146.572,34 69.908,74 286.605,65 708.170,50

Campo Belo do Sul NI NI NI NI NI NI

Campo Erê 8.962 170.137,45 70.170,52 43.385,34 258.561,10 542.254,41

Campos Novos 28.842 350.683,74 1.871.364,02 131.095,05 583.494,46 2.936.637,27

Canelinha 9.434 84.302,56 53.262,41 23.986,02 174.105,37 335.656,36

Canoinhas 52.647 1.239.778,85 750.920,56 262.298,97 496.607,86 2.749.606,24

Capão Alto NI NI NI NI NI NI

Capinzal 23.167 358.725,85 144.473,14 84.975,94 211.279,71 799.454,64

Capivari de Baixo 19.934 441.536,92 1.194.131,85 65.811,63 323.063,34 2.024.543,74

Catanduvas 9.192 101.317,32 87.944,14 23.887,51 99.338,71 312.487,68

Caxambú do Sul 4.902 37.103,21 17.503,04 24.243,68 59.676,76 138.526,69

Celso Ramos NI NI NI NI NI NI

Cerro Negro NI NI NI NI NI NI

Chapadão do Lageado 2.547 9.644,69 10.134,83 12.883,73 10.577,98 43.241,23

Chapecó 165.220 5.573.894,56 6.513.523,07 1.094.798,41 7.435.174,32 20.617.390,36

Cocal do Sul NI NI NI NI NI NI

Concórdia 65.754 1.638.520,57 2.074.428,35 359.760,32 1.440.887,49 5.513.596,73

Cordilheira Alta 3.196 33.168,08 73.328,54 13.664,06 77.628,47 197.789,15

Coronel Freitas NI NI NI NI NI NI

Coronel Martins 1.905 11.672,08 14.617,12 4.259,00 62.957,22 93.505,42

Correia Pinto 16.992 94.602,63 373.621,60 78.032,60 325.524,20 871.781,03

Corupá NI NI NI NI NI NI

Criciúma 182.785 2.449.422,68 3.875.156,03 140.096,30 12.372.636,28 18.837.311,29

Cunha Porã 9.948 154.808,36 66.525,26 59.107,02 120.925,54 401.366,18

Cunhataí 1.740 4.474,88 24.665,86 9.807,51 35.235,47 74.183,72

Curitibanos 37.460 649.478,29 503.405,86 345.547,93 860.737,88 2.359.169,96

Descanso 8.356 66.018,15 40.292,53 35.329,24 103.895,31 245.535,23

Dionísio Cerqueira 14.522 131.161,85 77.651,05 55.807,47 215.240,24 479.860,61

Dona Emma 3.151 42.555,57 49.754,63 12.325,23 79.985,86 184.621,29

Doutor Pedrinho NI NI NI NI NI NI

Entre Rios 2.820 6.056,15 8.575,28 1.582,32 42.588,93 58.802,68

Ermo 2.056 8.098,94 16.013,79 12.268,46 22.744,61 59.125,80

Erval Velho 4.086 25.030,58 15.895,90 15.670,09 60.162,90 116.759,47

Faxinal dos Guedes 11.537 53.025,49 77.032,49 13.259,92 89.801,96 233.119,86

Flor do Sertão 1.621 4.023,19 15.627,57 5.978,00 36.335,32 61.964,08

Florianópolis 386.913 34.916.093,88 47.250.795,56 11.956.162,43 34.755.772,16 128.878.824,03

Formosa do Sul 2.119 26.754,54 16.892,01 10.550,39 28.289,40 82.486,34

Forquilhinha 20.549 198.365,29 332.127,02 70.272,42 229.850,47 830.615,20

Fraiburgo 36.180 434.950,54 760.673,08 123.807,66 785.937,49 2.105.368,77

Frei Rogério 3.173 6.708,42 13.851,42 9.622,62 20.219,32 50.401,78

Galvão 4.004 16.827,06 23.084,83 28.124,74 69.745,72 137.782,35

Gapar 51.955 725.798,39 1.514.409,36 217.839,59 1.464.622,90 3.922.670,24

Garopaba 14.829 786.450,47 103.867,58 269.201,62 523.680,64 1.683.200,31

Garuva 12.716 NI NI NI NI NI

Governador Celso Ramos 12.608 867.329,60 117.032,77 150.847,70 247.295,49 1.382.505,56

Grão Pará 6.167 82.207,93 32.626,67 22.997,00 122.902,56 260.734,16

Gravatal NI NI NI NI NI NI

Guabiruba 14.552 227.269,97 29.314,78 31.148,10 234.288,89 522.021,74

185

Guaraciaba 10.393 96.511,97 47.335,90 31.482,87 99.131,74 270.462,48

Guaramirim 28.944 425.780,80 406.962,15 251.228,57 478.728,75 1.562.700,27

Guarujá do Sul 4.655 37.324,37 26.512,41 18.011,92 83.446,05 165.294,75

Guatambú 4.728 10.831,53 19.156,98 22.774,00 55.376,69 108.139,20

Hereval d'Oeste 21.179 140.092,68 85.826,90 55.980,98 480.475,80 762.376,36

Ibiam 1.898 11.506,00 12.009,00 6.567,00 17.125,00 47.207,00

Ibicaré 3.408 35.313,38 5.376,08 9.594,68 77.356,09 127.640,23

Ibirama 16.923 484.026,09 256.127,92 50.757,12 446.550,18 1.237.461,31

Içara 54.041 1.244.266,06 576.700,58 374.331,66 718.083,23 2.913.381,53

Ilhota 11.152 88.400,10 61.346,59 35.245,51 89.633,59 274.625,79

Imaruí 12.364 24.074,80 65.919,49 31.007,29 51.238,10 172.239,68

Imbituba 38.141 628.677,44 989.444,05 87.347,03 399.751,97 2.105.220,49

Imbuia 5.203 39.898,50 14.621,85 27.384,90 56.280,57 138.185,82

Imorê 2.660 11.392,52 36.243,08 8.751,98 227.863,83 284.251,41

Indaial 45.343 970.176,13 680.278,71 233.211,25 1.327.779,03 3.211.445,12

Iouaçu 6.275 18.852,62 68.602,07 47.358,88 69.595,35 204.408,92

Ipira 5.228 74.673,15 38.350,56 24.256,16 103.721,19 241.001,06

Iporã do Oeste 7.695 120.711,05 93.990,58 46.391,76 151.866,53 412.959,92

Ipumirim 6.729 55.027,84 26.616,62 20.313,36 46.870,69 148.828,51

Iraceminha 4.010 10.069,64 20.463,29 21.292,85 48.429,64 100.255,42

Irani 9.287 69.241,65 111.316,77 24.426,99 185.917,61 390.903,02

Irati 2.069 6.284,42 5.531,31 7.831,84 37.489,79 57.137,36

Irineópolis 9.720 65.941,61 30.513,89 31.509,77 92.609,94 220.575,21

Itá 6.829 57.394,43 191.831,21 12.356,90 104.023,33 365.605,87

Itaiópolis 19.846 235.320,38 47.186,60 53.571,92 149.325,13 485.404,03

Itajaí 161.121 5.120.989,00 12.745.607,52 1.481.064,16 5.444.625,51 24.792.285,19

Itapema 32.894 5.397.634,12 521.336,31 1.425.818,03 3.146.665,40 10.491.453,86

Itapiranga 13.432 150.079,09 137.426,19 64.846,36 181.557,38 533.909,02

Itapoá 11.318 2.366.402,00 85.347,00 297.232,00 817.245,00 3.566.226,00

Ituporanga 19.905 595.962,04 215.134,04 101.295,00 230.275,98 1.142.667,06

Jaborá 4.085 27.767,67 16.157,77 1.061,14 113.399,53 158.386,11

Jacinto Machado NI NI NI NI NI NI

Jaquaruna NI NI NI NI NI NI

Jaraguá do Sul 124.661 4.366.044,28 5.550.208,69 790.923,36 5.689.867,01 16.397.043,34

Jardinópolis NI NI NI NI NI NI

Joaçaba 24.708 1.227.135,64 1.250.555,63 254.376,46 901.831,64 3.633.899,37

Joinville 477.971 19.279.203,38 26.018.357,25 3.991.680,20 22.802.647,65 72.091.888,48

José Boiteux 4.634 18.520,34 25.864,96 8.290,38 50.150,90 102.826,58

Jupiá 2.136 4.570,97 3.926,35 12.525,02 31.898,44 52.920,78

Lacerdópolis 2.221 19.438,02 3.408,35 2.900,66 42.087,77 67.834,80

Lages 165.068 2.965.824,81 5.868.651,20 801.936,44 2.589.345,79 12.225.758,24

Laguna 48.956 1.235.559,45 419.662,44 112.318,60 1.135.343,75 2.902.884,24

Lajeado Grande 1.633 12.470,67 7.862,68 6.891,90 81.125,18 108.350,43

Laurentino 5.440 56.535,29 39.827,83 13.121,69 104.363,71 213.848,52

Lauro Müller 13.434 136.288,64 75.679,20 7.055,78 107.350,08 326.373,70

Lebon Régis 12.132 9.192,69 15.931,52 106.736,23 57.148,21 189.008,65

Leoberto Leal 3.468 12.624,98 5.225,03 8.046,37 56.188,77 82.085,15

Lindóia do Sul 4.573 27.411,95 21.982,49 26.656,17 42.133,78 118.184,39

Lontras 8.793 66.052,07 38.948,89 22.529,79 191.723,66 319.254,41

Luís Alves NI NI NI NI NI NI

Luzerna 5.699 90.648,17 72.826,01 29.991,13 253.431,37 446.896,68

Macieira 1.712 4.228,17 13.339,19 15.680,17 24.569,22 57.816,75

Mafra 51.437 1.282.432,61 864.658,25 52.143,52 489.595,09 2.688.829,47

186

Major Gercino 2.814 3.581,37 3.359,20 9.069,75 32.976,12 48.986,44

Major Vieira 6.691 43.455,71 8.588,39 22.678,47 47.055,32 121.777,89

Marajá 6.002 35.733,13 27.258,20 29.695,78 96.088,88 188.775,99

Maravilha NI NI NI NI NI NI

Marema 2.467 7.107,51 7.989,70 7.800,92 51.203,23 74.101,36

Massaranduba 13.277 130.291,39 132.602,89 42.700,00 232.965,46 538.559,74

Matos Costa 3.646 15.434,98 15.246,53 7.881,16 42.048,90 80.611,57

Meleiro 6.950 89.646,84 66.431,46 51.083,43 34.454,02 241.615,75

Mirim Doce 2.647 26.855,04 4.899,69 1.518,06 21.205,31 54.478,10

Modelo 3.781 124.235,86 14.906,91 25.362,79 44.604,36 209.109,92

Mondaí 8.432 93.671,15 103.313,58 27.790,14 78.255,06 303.029,93

Monte Carlos NI NI NI NI NI NI

Monte Castelo 8.222 46.654,49 31.566,97 10.040,80 82.006,76 170.269,02

Morro da Fumaça 15.668 161.540,33 72.512,75 27.746,61 207.470,21 532.269,90

Morro Grande 2.860 10.767,91 34.320,65 6.754,13 19.986,35 71.829,04

Navegantes 47.349 1.077.793,96 547.404,10 0,00 1.473.640,93 3.098.838,99

Nova Erechim 3.763 48.413,48 20.294,78 17.442,20 86.508,09 172.658,55

Nova Itaberaba NI NI NI NI NI NI

Nova Trento 10.227 232.499,33 46.766,43 69.732,21 301.902,03 650.900,00

Nova Veneza NI NI NI NI NI NI

Novo Horizonte 7.772 9.077,04 7.866,77 21.783,32 25.388,82 64.115,95

Orleans 20.026 428.776,68 144.918,83 75.969,00 166.767,86 816.432,37

Otacílio 14.660 85.719,66 313.108,82 83.868,24 350.342,48 833.039,20

Ouro 7.772 45.965,37 22.346,46 18.273,84 63.675,07 150.260,74

Ouro Verde NI NI NI NI NI NI

Paial 2.001 5.973,51 12.331,73 5.918,00 33.173,66 57.396,90

Painel 2.452 9.720,20 13.179,82 15.429,63 42.170,93 80.500,58

Palhoça 120.346 1.866.259,55 1.194.279,32 638.722,82 4.049.573,03 7.748.834,72

Palma Sola 7.872 47.385,50 9.326,59 30.514,22 76.424,41 163.650,72

Palmeira 2.261 2.669,88 21.850,81 9.626,25 14.165,30 48.312,24

Palmitos 15.154 202.629,55 106.858,04 64.775,31 305.573,12 679.836,02

Papanduva 17.125 159.295,23 116.494,22 38.788,41 82.372,62 396.950,48

Paraíso 4.179 13.553,51 21.184,66 25.675,84 55.921,94 116.335,95

Passo de Torres NI NI NI NI NI NI

Passos Maia 5.552 16.581,82 20.663,96 33.881,01 48.267,08 119.393,87

Paulo Lopoes 6.126 29.601,00 129.789,67 8.174,00 35.900,52 203.465,19

Pedras Grandes 4.849 11.944,33 28.256,76 5.314,09 45.910,69 91.425,87

Penha 20.023 1.344.466,45 212.015,39 185.765,29 1.274.939,36 3.017.186,49

Peritiba 3.251 40.497,99 15.081,78 10.250,65 37.430,39 103.260,81

Petrolândia 6.067 40.543,19 15.766,13 13.048,77 23.815,70 93.173,79

Pinhalzinho 13.219 252.743,88 245.725,27 66.853,25 588.480,73 1.153.803,13

Pinheiro Preto 2.911 12.272,79 2.412,24 6.362,54 35.655,30 56.702,87

Piratuba 6.275 163.871,21 413.834,51 25.835,04 119.602,13 723.142,89

Planalto Alegre 2.394 12.325,12 3.375,12 9.385,30 84.399,44 109.484,98

Pomerode 23.849 822.851,33 819.664,00 83.542,10 1.167.539,56 2.893.596,99

Ponte Alta 5.381 45.678,86 37.531,75 31.392,96 36.710,92 151.314,49

Ponte Alta do Norte 3.531 30.379,00 47.492,00 19.098,00 42.317,00 139.286,00

Ponte Serrada 11.344 50.809,41 114.915,04 18.483,16 99.431,72 283.639,33

Porto Belo 12.627 996.549,21 120.116,10 196.704,97 889.525,07 2.202.895,35

Porto União 32.871 1.168.983,72 501.223,84 118.989,80 1.229.569,89 3.018.767,25

Pouso Redondo 12.607 127.524,15 47.063,93 48.293,53 119.876,88 342.758,49

Praia Grande 7.136 52.288,00 6.579,00 13.492,00 37.180,00 109.539,00

Presidente Castelo Branco 2.082 9.692,98 7.704,27 6.004,65 9.950,89 33.352,79

187

Presidente Getúlio 12.826 309.726,73 163.001,60 95.838,67 395.009,92 963.576,92

Presidente Nereu 2.064 10.687,44 14.366,91 6.238,75 23.609,59 54.902,69

Princesa NI NI NI NI NI NI

Quilombo 10.188 91.266,78 69.426,55 49.099,81 147.618,69 357.411,83

Rancho Queimado 2.780 28.802,82 18.988,40 49.919,45 42.237,30 139.947,97

Rio das Antas 6.322 52.722,62 29.425,79 22.055,61 85.539,65 189.740,67

Rio do Campo 6.335 45.232,73 15.443,82 21.676,62 54.439,16 136.789,33

Rio do Oeste 6.609 81.213,59 43.665,53 47.514,84 127.130,72 299.524,68

Rio do Sul 54.713 1.793.005,39 2.156.507,53 357.650,57 2.489.687,68 6.796.851,17

Rio dos Cedros 9.091 206.961,59 75.849,93 20.282,04 125.929,34 429.022,90

Rio Fortuna 4.395 48.593,97 8.062,66 11.225,31 44.416,70 112.298,64

Rio Negrinho NI NI NI NI NI NI

Rio Rufino NI NI NI NI NI NI

Riqueza 4.594 25.172,49 8.684,34 13.520,51 49.859,88 97.237,22

Rodeio 10.898 140.223,38 57.054,55 26.951,61 139.787,54 364.017,08

Romelândia 5.137 11.100,55 22.363,35 17.939,41 69.504,73 120.908,04

Salete 7.136 46.094,51 61.424,50 20.401,68 185.193,60 313.114,29

Saltinho 3.449 7.978,14 23.078,94 9.328,90 22.146,40 62.532,38

Salto Veloso 4.115 37.594,00 27.602,00 8.373,00 32.235,00 105.804,00

Sangão 9.347 52.399,23 14.056,84 3.282,40 79.124,56 148.863,03

Santa Cecília NI NI NI NI NI NI

Santa Helena 2.393 3.986,72 21.781,51 9.260,60 31.237,13 66.265,96

Santa Rosa de Lima 2.064 6.555,24 8.103,74 5.483,89 17.832,36 37.975,23

Santa Rosa do Sul 8.109 49.227,33 31.472,59 14.011,37 46.923,92 141.635,21

Santa Terezinha 8.945 8.391,18 15.378,18 13.657,99 44.614,35 82.041,70

Santa Terezinha do Progresso NI NI NI NI NI NI

Santiago do Sul NI NI NI NI NI NI

Santo Amaro da Imperatriz 16.896 166.701,57 605.089,02 91.493,24 521.631,32 1.384.915,15

São Bento do Sul 73.189 3.218.651,82 2.877.093,94 402.997,58 2.894.238,54 9.392.981,88

São Bernarinho 2.703 7.475,54 7.936,81 13.223,74 42.528,61 71.164,70

São Bonifácio 3.138 12.660,72 21.963,81 9.928,52 28.724,51 73.277,56

São Carlos 8.890 74.460,00 44.275,00 26.915,00 136.584,00 282.234,00

São Cristovão do Sul 4.913 32.387,06 26.763,35 10.766,27 47.098,74 117.015,42

São Domingos 8.912 150.576,96 89.346,90 124.254,91 134.600,71 498.779,48

São Francisco do Sul 36.743 2.567.230,68 5.386.130,57 343.968,10 1.616.535,30 9.913.864,65

São João Batista 15.936 224.045,69 139.871,19 104.810,32 505.631,13 974.358,33

São João do Itaperiú 3.398 6.887,01 8.175,44 9.817,02 44.068,99 68.948,46

São João do Oeste 5.344 38.845,41 26.572,76 22.446,65 316.721,55 404.586,37

São João do Sul 15.936 30.536,53 15.617,27 12.994,81 32.173,40 91.322,01

São Joaquim 23.114 445.563,83 220.974,82 95.100,41 178.172,92 939.811,98

São José 192.679 7.440.498,59 6.957.529,37 1.958.081,30 5.145.203,99 21.501.313,25

São José do Cedro 13.112 179.104,39 76.716,93 35.562,57 302.171,61 593.555,50

São José do Cerrito 9.776 13.420,06 53.116,77 18.553,20 43.271,25 128.361,28

São Lousenço do Oeste 20.005 338.075,14 132.609,57 135.527,90 450.637,76 1.056.850,37

São Ludgero 9.911 141.269,70 33.375,41 14.448,16 144.139,97 333.233,24

São Martinho 3.221 5.379,00 14.201,00 2.657,00 42.713,00 64.950,00

São Miguel da Boa Vista 1.708 5.019,27 6.800,99 13.518,98 26.525,16 51.864,40

São Miguel do Oeste 32.928 782.759,03 811.417,62 192.410,70 694.905,43 2.481.492,78

São Pedro de Alcântara 3.781 61.918,62 154.145,56 15.767,12 75.490,79 307.322,09

Saudades 7.960 42.505,99 47.736,93 32.439,89 168.836,15 291.518,96

Schroeder 10.975 234.624,63 97.908,19 40.292,74 129.173,06 501.998,62

Seara 17.221 198.201,38 193.201,38 51.310,33 214.462,63 657.175,72

Serra Alta 3.058 32.318,14 29.503,88 17.284,00 62.579,03 141.685,05

188

Siderópolis 12.776 71.170,90 582.919,46 36.109,80 135.273,10 825.473,26

Sombrio 25.274 210.904,07 124.868,65 48.951,30 171.705,08 556.429,10

Sul Brasil 2.728 8.517,97 11.829,34 6.505,21 49.512,38 76.364,90

Taió 16.153 412.531,97 183.845,34 56.720,79 332.141,36 985.239,46

Tangará 8.234 170.005,11 44.946,15 21.520,85 90.231,71 326.703,82

Tigrinhos NI NI NI NI NI NI

Tijucas 25.474 298.869,56 326.880,91 80.704,23 808.923,42 1.515.378,12

Timbé do Sul 5.193 18.760,00 20.452,00 8.796,00 26.236,00 74.244,00

Timbó 32.207 1.609.137,06 907.548,09 195.503,91 1.399.000,94 4.111.190,00

Timbó Grande 7.292 24.040,00 34.317,00 37.739,00 58.051,00 154.147,00

Três Barras NI NI NI NI NI NI

Treviso 3.393 26.699,63 31.484,30 11.946,88 42.876,21 113.007,02

Treze de Maio 6.980 32.281,75 33.300,54 7.437,43 31.793,21 104.812,93

Treze Tílias 5.257 158.268,76 40.228,88 19.614,12 107.867,35 325.979,11

Trombudo Central 5.755 111.747,42 113.493,11 24.603,74 111.862,15 361.706,42

Tubarão 93.238 2.631.677,66 2.121.046,78 220.416,50 2.647.511,75 7.620.652,69

Tunápolis 4.416 28.844,16 34.160,60 25.605,14 58.766,44 147.376,34

Turvo 11.118 172.277,51 81.704,54 20.770,81 187.678,39 462.431,25

União do Oeste NI NI NI NI NI NI

Urubici 10.509 137.932,52 63.123,95 53.819,75 124.324,06 379.200,28

Urupema NI NI NI NI NI NI

Urussanga 19.110 433.050,34 199.024,12 62.307,01 188.857,93 883.239,40

Vargeão 3.489 46.758,60 25.428,41 16.692,20 68.873,61 157.752,82

Vargem 3.203 6.245,50 77.783,16 9.843,09 30.735,15 124.606,90

Vargem Bonita 4.835 11.186,28 212.190,11 27.003,16 114.730,12 365.109,67

Vidal Ramos 5.975 36.277,00 27.614,90 33.199,53 40.106,11 137.197,54

Videira NI NI NI NI NI NI

Vitor Meireles 5.330 26.286,89 15.667,39 11.021,89 95.869,01 148.845,18

Witmarsum 3.091 9.120,24 11.335,66 13.282,11 26.397,32 60.135,33

Xanxerê 39.812 1.008.414,42 867.384,58 274.527,29 1.288.648,94 3.438.975,23

Xavantina 4.118 16.140,32 15.152,77 14.110,20 68.359,38 113.762,67

Xaxim 24.432 519.446,98 414.131,39 107.584,41 372.000,78 1.413.163,56

Zortéa NI NI NI NI NI NI

Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002

189

ANEXO V – Receita IPU per capita

RECEITA IPTU PER CAPITA

População Receita Receita IPTU Município

Mesorregião

Total Urbana IPTU Per Capita

Abdon Batista Serrana 2.534 NI NI NI

Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 NI NI NI

Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 NI NI NI

Agronômica Vale do Itajaí 4.506 872 1.512.102,00 1.734,06

Água Doce Oeste Catarinense 6.870 3.148 51.456,59 16,35

Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 2.202 23.844,00 10,83

Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 NI NI NI

Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 NI NI NI

Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 2.473 77.351,89 31,28

Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 522 14.233,71 27,27

Anchieta Oeste Catarinense 6.049 2.443 52.852,28 21,63

Angelina Grande Florianópolis 5.524 1.015 29.347,00 28,91

Anita Garibaldi Serrana 10.077 4.188 43.965,42 10,50

Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 1.114 15.169,50 13,62

Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 1.760 72.549,07 41,22

Apiúna Vale do Itajaí 8.925 3.606 82.571,00 22,90

Arabutã Oeste Catarinense 4.204 971 34.284,32 35,31

Araquari Norte Catarinense 23.645 22.000 95.609,32 4,35

Araranguá Sul Catarinense 60.076 NI NI NI

Armazém Sul Catarinense 7.272 NI NI NI

Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 2.097 37.070,84 17,68

Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 411 3.299,26 8,03

Ascurra Vale do Itajaí 7.330 6.119 71.624,78 11,71

Atalanta Vale do Itajaí 3.289 1.133 12.080,62 10,66

Aurora Vale do Itajaí 5.170 1.482 10.883,41 7,34

Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 5.876 507.684,06 86,40

Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 6.032 663.127,75 109,93

Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 NI NI NI

Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 2.977 339.019,12 113,88

Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 NI NI NI

Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 741 6.228,37 8,41

Barra Bonita Oeste Catarinense 2.118 256 4.842,12 18,91

Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 14.566 1.446.665,29 99,32

Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 570 8.066,30 14,15

Belmonte Oeste Catarinense 2.251 952 12.829,28 13,48

Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 4.901 108.131,52 22,06

Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 NI NI NI

Blumenau Vale do Itajaí 287.350 241.943 10.991.982,09 45,43

Bocaina do Sul Serrana 3.151 415 6.762,08 16,29

Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 2.123 41.891,16 19,73

Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 989 13.029,94 13,17

Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 376 13.750,24 36,57

Bom Restiro Serrana 8.397 5.336 55.971,41 10,49

Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 8.716 3.159.911,62 362,54

Botuverá Vale do Itajaí 3.603 803 18.872,16 23,50

Braço do norte Sul Catarinense 28.912 17.879 389.746,18 21,80

Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 1.622 71.760,00 44,24

Brunópolis Serrana 3.281 707 2.865,30 4,05

190

Brusque Vale do Itajaí 85.218 73.256 2.369.124,60 32,34

Caçador Oeste Catarinense 69.767 NI NI NI

Caibí Oeste Catarinense 5.803 NI NI NI

Calmon Oeste Catarinense 3.885 1.392 2.287,15 1,64

Camboriú Vale do Itajaí 49.469 39.427 559.293,88 14,19

Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 6.871 205.083,77 29,85

Campo Belo do Sul Serrana 8.068 NI NI NI

Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 5.756 170.137,45 29,56

Campos Novos Serrana 28.842 22.556 350.683,74 15,55

Canelinha Grande Florianópolis 9.434 4.292 84.302,56 19,64

Canoinhas Norte Catarinense 52.647 37.904 1.239.778,85 32,71

Capão Alto Serrana 3.110 NI NI NI

Capinzal Oeste Catarinense 23.167 15.460 358.725,85 23,20

Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 17.436 441.536,92 25,32

Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 5.304 101.317,32 19,10

Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 2.054 37.103,21 18,06

Celso Ramos Serrana 2.529 NI NI NI

Cerro Negro Serrana 3.553 NI NI NI

Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 289 9.644,69 33,37

Chapecó Oeste Catarinense 165.220 134.592 5.573.894,56 41,41

Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 NI NI NI

Concórdia Oeste Catarinense 65.754 45.254 1.638.520,57 36,21

Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 303 33.168,08 109,47

Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 NI NI NI

Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 458 11.672,08 25,48

Correia Pinto Serrana 16.992 12.046 94.602,63 7,85

Corupá Norte Catarinense 12.592 NI NI NI

Criciúma Sul Catarinense 182.785 153.049 2.449.422,68 16,00

Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 5.287 154.808,36 29,28

Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 335 4.474,88 13,36

Curitibanos Serrana 37.460 32.438 649.478,29 20,02

Descanso Oeste Catarinense 8.356 3.885 66.018,15 16,99

Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 8.610 131.161,85 15,23

Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 1.368 42.555,57 31,11

Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 NI NI NI

Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 751 6.056,15 8,06

Ermo Sul Catarinense 2.056 593 8.098,94 13,66

Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 2.160 25.030,58 11,59

Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 7.044 53.025,49 7,53

Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 195 4.023,19 20,63

Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 332.185 34.916.093,88 105,11

Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 891 26.754,54 30,03

Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 14.556 198.365,29 13,63

Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 27.623 434.950,54 15,75

Frei Rogério Serrana 3.173 487 6.708,42 13,77

Galvão Oeste Catarinense 4.004 2.494 16.827,06 6,75

Gapar Vale do Itajaí 51.955 29.601 725.798,39 24,52

Garopaba Sul Catarinense 14.829 10.722 786.450,47 73,35

Garuva Norte Catarinense 12.716 NI NI NI

Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 10.842 867.329,60 80,00

Grão Pará Sul Catarinense 6.167 2.674 82.207,93 30,74

Gravatal Sul Catarinense 7.210 NI NI NI

Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 12.048 227.269,97 18,86

191

Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 4.365 96.511,97 22,11

Guaramirim Norte Catarinense 28.944 19.012 425.780,80 22,40

Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 2.271 37.324,37 16,44

Guatambú Oeste Catarinense 4.728 983 10.831,53 11,02

Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 17.140 140.092,68 8,17

Ibiam Oeste Catarinense 1.898 501 11.506,00 22,97

Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 1.240 35.313,38 28,48

Ibirama Vale do Itajaí 16.923 13.115 484.026,09 36,91

Içara Sul Catarinense 54.041 39.570 1.244.266,06 31,44

Ilhota Vale do Itajaí 11.152 6.445 88.400,10 13,72

Imaruí Sul Catarinense 12.364 3.909 24.074,80 6,16

Imbituba Sul Catarinense 38.141 34.527 628.677,44 18,21

Imbuia Vale do Itajaí 5.203 1.955 39.898,50 20,41

Imorê Oeste Catarinense 2.660 683 11.392,52 16,68

Indaial Vale do Itajaí 45.343 38.382 970.176,13 25,28

Iouaçu Oeste Catarinense 6.275 967 18.852,62 19,50

Ipira Oeste Catarinense 5.228 2.214 74.673,15 33,73

Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 2.851 120.711,05 42,34

Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 2.484 55.027,84 22,15

Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 1.222 10.069,64 8,24

Irani Oeste Catarinense 9.287 5.058 69.241,65 13,69

Irati Oeste Catarinense 2.069 412 6.284,42 15,25

Irineópolis Norte Catarinense 9.720 1.964 65.941,61 33,58

Itá Oeste Catarinense 6.829 3.422 57.394,43 16,77

Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 8.757 235.320,38 26,87

Itajaí Vale do Itajaí 161.121 141.950 5.120.989,00 36,08

Itapema Vale do Itajaí 32.894 24.781 5.397.634,12 217,81

Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 5.382 150.079,09 27,89

Itapoá Norte Catarinense 11.318 8.191 2.366.402,00 288,90

Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 11.664 595.962,04 51,09

Jaborá Oeste Catarinense 4.085 1.362 27.767,67 20,39

Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 NI NI NI

Jaquaruna Sul Catarinense 15.608 NI NI NI

Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 96.320 4.366.044,28 45,33

Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 NI NI NI

Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 21.688 1.227.135,64 56,58

Joinville Norte Catarinense 477.971 414.972 19.279.203,38 46,46

José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 1.466 18.520,34 12,63

Jupiá Oeste Catarinense 2.136 671 4.570,97 6,81

Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 983 19.438,02 19,77

Lages Serrana 165.068 153.582 2.965.824,81 19,31

Laguna Sul Catarinense 48.956 37.284 1.235.559,45 33,14

Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 476 12.470,67 26,20

Laurentino Vale do Itajaí 5.440 3.238 56.535,29 17,46

Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 9.923 136.288,64 13,73

Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 6.980 9.192,69 1,32

Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 457 12.624,98 27,63

Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 1.321 27.411,95 20,75

Lontras Vale do Itajaí 8.793 5.309 66.052,07 12,44

Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 NI NI NI

Luzerna Oeste Catarinense 5.699 3.964 90.648,17 22,87

Macieira Oeste Catarinense 1.712 304 4.228,17 13,91

Mafra Norte Catarinense 51.437 37.713 1.282.432,61 34,01

192

Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 977 3.581,37 3,67

Major Vieira Norte Catarinense 6.691 2.199 43.455,71 19,76

Maracajá Sul Catarinense 6.002 3.521 35.733,13 10,15

Maravilha Oeste Catarinense 18.879 NI NI NI

Marema Oeste Catarinense 2.467 941 7.107,51 7,55

Massaranduba Norte Catarinense 13.277 4.629 130.291,39 28,15

Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 1.250 15.434,98 12,35

Meleiro Sul Catarinense 6.950 3.207 89.646,84 27,95

Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 1.158 26.855,04 23,19

Modelo Oeste Catarinense 3.781 2.201 124.235,86 56,45

Mondaí Oeste Catarinense 8.432 4.049 93.671,15 23,13

Monte Carlos Serrana 10.258 NI NI NI

Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 4.573 46.654,49 10,20

Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 11.154 161.540,33 14,48

Morro Grande Sul Catarinense 2.860 737 10.767,91 14,61

Navegantes Vale do Itajaí 47.349 36.650 1.077.793,96 29,41

Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 1.720 48.413,48 28,15

Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 NI NI NI

Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 6.673 232.499,33 34,84

Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 NI NI NI

Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 723 9.077,04 12,55

Orleans Sul Catarinense 20.026 12.813 428.776,68 33,46

Otacílio Serrana 14.660 12.811 85.719,66 6,69

Ouro Oeste Catarinense 7.772 4.165 45.965,37 11,04

Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 NI NI NI

Paial Oeste Catarinense 2.001 259 5.973,51 23,06

Painel Serrana 2.452 1.142 9.720,20 8,51

Palhoça Grande Florianópolis 120.346 97.914 1.866.259,55 19,06

Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 3.192 47.385,50 14,85

Palmeira Serrana 2.261 771 2.669,88 3,46

Palmitos Oeste Catarinense 15.154 8.006 202.629,55 25,31

Papanduva Norte Catarinense 17.125 7.953 159.295,23 20,03

Paraíso Oeste Catarinense 4.179 1.302 13.553,51 10,41

Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 NI NI NI

Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 748 16.581,82 22,17

Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 3.554 29.601,00 8,33

Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 865 11.944,33 13,81

Penha Vale do Itajaí 20.023 15.993 1.344.466,45 84,07

Peritiba Oeste Catarinense 3.251 1.317 40.497,99 30,75

Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 1.811 40.543,19 22,39

Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 9.313 252.743,88 27,14

Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 1.141 12.272,79 10,76

Piratuba Oeste Catarinense 6.275 2.710 163.871,21 60,47

Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 739 12.325,12 16,68

Pomerode Vale do Itajaí 23.849 18.713 822.851,33 43,97

Ponte Alta Serrana 5.381 3.783 45.678,86 12,07

Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 233 30.379,00 130,38

Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 7.230 50.809,41 7,03

Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 9.973 996.549,21 99,92

Porto União Norte Catarinense 32.871 26.579 1.168.983,72 43,98

Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 6.368 127.524,15 20,03

Praia Grande Sul Catarinense 7.136 3.937 52.288,00 13,28

Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 457 9.692,98 21,21

193

Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 7.867 309.726,73 39,37

Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 776 10.687,44 13,77

Princesa Oeste Catarinense 2.470 NI NI NI

Quilombo Oeste Catarinense 10.188 4.697 91.266,78 19,43

Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 1.103 28.802,82 26,11

Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 2.226 52.722,62 23,68

Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 2.288 45.232,73 19,77

Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 2.626 81.213,59 30,93

Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 48.418 1.793.005,39 37,03

Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 3.758 206.961,59 55,07

Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 1.213 48.593,97 40,06

Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 NI NI NI

Rio Rufino Serrana 2.032 NI NI NI

Riqueza Oeste Catarinense 4.594 1.277 25.172,49 19,71

Rodeio Vale do Itajaí 10.898 8.866 140.223,38 15,82

Romelândia Oeste Catarinense 5.137 2.120 11.100,55 5,24

Salete Vale do Itajaí 7.136 4.583 46.094,51 10,06

Saltinho Oeste Catarinense 3.449 899 7.978,14 8,87

Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 2.834 37.594,00 13,27

Sangão Sul Catarinense 9.347 3.624 52.399,23 14,46

Santa Cecília Serrana 15.926 NI NI NI

Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 740 3.986,72 5,39

Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 423 6.555,24 15,50

Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 3.042 49.227,33 16,18

Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 8.945 8.391,18 0,94

Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 NI NI NI

Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 NI NI NI

Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 12.536 166.701,57 13,30

São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 61.826 3.218.651,82 52,06

São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 529 7.475,54 14,13

São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 682 12.660,72 18,56

São Carlos Oeste Catarinense 8.890 5.347 74.460,00 13,93

São Cristovão do Sul Serrana 4.913 2.719 32.387,06 11,91

São Domingos Oeste Catarinense 8.912 5.430 150.576,96 27,73

São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 29.930 2.567.230,68 85,77

São João Batista Grande Florianópolis 15.936 11.273 224.045,69 19,87

São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 1.454 6.887,01 4,74

São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 1.494 38.845,41 26,00

São João do Sul Sul Catarinense 15.936 1.143 30.536,53 26,72

São Joaquim Serrana 23.114 16.129 445.563,83 27,63

São José Grande Florianópolis 192.679 171.230 7.440.498,59 43,45

São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 6.659 179.104,39 26,90

São José do Cerrito Serrana 9.776 2.152 13.420,06 6,24

São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 13.407 338.075,14 25,22

São Ludgero Sul Catarinense 9.911 5.995 141.269,70 23,56

São Martinho Sul Catarinense 3.221 888 5.379,00 6,06

São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 331 5.019,27 15,16

São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 27.392 782.759,03 28,58

São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 2.092 61.918,62 29,60

Saudades Oeste Catarinense 7.960 2.897 42.505,99 14,67

Schroeder Norte Catarinense 10.975 9.402 234.624,63 24,95

Seara Oeste Catarinense 17.221 10.263 198.201,38 19,31

Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 1.201 32.318,14 26,91

194

Siderópolis Sul Catarinense 12.776 9.103 71.170,90 7,82

Sombrio Sul Catarinense 25.274 15.925 210.904,07 13,24

Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 744 8.517,97 11,45

Taió Vale do Itajaí 16.153 7.887 412.531,97 52,31

Tangará Oeste Catarinense 8.234 4.233 170.005,11 40,16

Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 NI NI NI

Tijucas Grande Florianópolis 25.474 18.711 298.869,56 15,97

Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 1.683 18.760,00 11,15

Timbó Vale do Itajaí 32.207 26.783 1.609.137,06 60,08

Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 2.775 24.040,00 8,66

Três Barras Norte Catarinense 17.887 NI NI NI

Treviso Sul Catarinense 3.393 1.561 26.699,63 17,10

Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 1.764 32.281,75 18,30

Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 2.907 158.268,76 54,44

Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 3.154 111.747,42 35,43

Tubarão Sul Catarinense 93.238 69.925 2.631.677,66 37,64

Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 1.217 28.844,16 23,70

Turvo Sul Catarinense 11.118 5.637 172.277,51 30,56

União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 NI NI NI

Urubici Serrana 10.509 6.661 137.932,52 20,71

Urupema Serrana 2.554 1.185 433.050,34 365,44

Urussanga Sul Catarinense 19.110 NI NI NI

Vargeão Oeste Catarinense 3.489 1.380 46.758,60 33,88

Vargem Serrana 3.203 651 6.245,50 9,59

Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 2.199 11.186,28 5,09

Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 1.497 36.277,00 24,23

Videira Oeste Catarinense 45.699 NI NI NI

Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 1.098 26.286,89 23,94

Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 612 9.120,24 14,90

Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 32.385 1.008.414,42 31,14

Xavantina Oeste Catarinense 4.118 946 16.140,32 17,06

Xaxim Oeste Catarinense 24.432 16.058 519.446,98 32,35

Zortéa Serrana 2.804 NI NI NI

Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002

195

VI – Ano de Atualização da Planta de Valores

ANO DE ATUALIZAÇÃO DO CADASTRO IMOBILIÁRIO

Município Mesorregião População Ano Atualização

Abdon Batista Serrana 2.534 2001

Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 2001

Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 2002

Agronômica Vale do Itajaí 4.506 2002

Água Doce Oeste Catarinense 6.870 1992

Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 2002

Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 2000

Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 1994

Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 1995

Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 2001

Anchieta Oeste Catarinense 6.049 1998

Angelina Grande Florianópolis 5.524 1998

Anita Garibaldi Serrana 10.077 1999

Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 2002

Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 1991

Apiúna Vale do Itajaí 8.925 1989

Arabutã Oeste Catarinense 4.204 1998

Araquari Norte Catarinense 20.242 1998

Araranguá Sul Catarinense 60.076 2002

Armazém Sul Catarinense 7.272 1995

Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 1998

Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 2002

Ascurra Vale do Itajaí 7.330 1998

Atalanta Vale do Itajaí 3.289 1983

Aurora Vale do Itajaí 5.170 1998

Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 1999

Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 2001

Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 1997

Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 1998

Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 2001

Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 NI

Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 1997

Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 2002

Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 1997

Belmonte Oeste Catarinense 2.251 1994

Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 1991

Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 1999

Blumenau Vale do Itajaí 287.350 1998

Bocaina do Sul Serrana 3.151 1998

Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 2001

Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 1998

Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 2002

Bom Retiro Serrana 8.397 2002

Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 2001

Botuverá Vale do Itajaí 3.603 1999

Braço do norte Sul Catarinense 28.912 1995

Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 2002

Brunópolis Serrana 3.281 1998

196

Brusque Vale do Itajaí 85.218 1990

Caçador Oeste Catarinense 69.767 1996

Caibí Oeste Catarinense 5.803 2000

Calmon Oeste Catarinense 3.885 1993

Camboriú Vale do Itajaí 49.469 1997

Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 2001

Campo Belo do Sul Serrana 8.068 2002

Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 2002

Campos Novos Serrana 28.842 2001

Canelinha Grande Florianópolis 9.434 2000

Canoinhas Norte Catarinense 52.647 1990

Capão Alto Serrana 3.110 2002

Capinzal Oeste Catarinense 23.167 1999

Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 1993

Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 2002

Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 1998

Celso Ramos Serrana 2.529 1996

Cerro Negro Serrana 3.553 2001

Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 2001

Chapecó Oeste Catarinense 165.220 1999

Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 1998

Concórdia Oeste Catarinense 65.754 1998

Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 1996

Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 2001

Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 2002

Correia Pinto Serrana 16.992 1999

Corupá Norte Catarinense 12.592 2001

Criciúma Sul Catarinense 182.785 2002

Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 1985

Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 2001

Curitibanos Serrana 37.460 2002

Descanso Oeste Catarinense 8.356 1991

Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 2002

Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 2002

Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 2002

Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 2001

Ermo Sul Catarinense 2.056 1998

Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 1991

Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 2002

Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 2001

Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 1998

Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 2001

Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 1997

Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 1998

Frei Rogério Serrana 3.173 2000

Galvão Oeste Catarinense 4.004 1992

Garopaba Sul Catarinense 14.829 1999

Garuva Norte Catarinense 12.716 2000

Gaspar Vale do Itajaí 51.955 2002

Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 2002

Grão Pará Sul Catarinense 6.167 1989

Gravatal Sul Catarinense 7.210 2001

Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 1994

197

Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 1998

Guaramirim Norte Catarinense 28.944 2002

Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 2002

Guatambú Oeste Catarinense 4.728 1999

Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 1998

Ibiam Oeste Catarinense 1.898 1998

Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 1997

Ibirama Vale do Itajaí 16.923 1998

Içara Sul Catarinense 54.041 2001

Ilhota Vale do Itajaí 11.152 2000

Imaruí Sul Catarinense 12.364 1999

Imbituba Sul Catarinense 38.141 2001

Imbuia Vale do Itajaí 5.203 2002

Indaial Vale do Itajaí 45.343 1998

Iomerê Oeste Catarinense 2.660 1999

Ipira Oeste Catarinense 5.228 1993

Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 1998

Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 1997

Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 2001

Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 2001

Irani Oeste Catarinense 9.287 1998

Irati Oeste Catarinense 2.069 2002

Irineópolis Norte Catarinense 9.720 1998

Itá Oeste Catarinense 6.829 2002

Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 2002

Itajaí Vale do Itajaí 161.121 2002

Itapema Vale do Itajaí 32.894 1997

Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 2002

Itapoá Norte Catarinense 11.318 2001

Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 1998

Jaborá Oeste Catarinense 4.085 1999

Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 1998

Jaguaruna Sul Catarinense 15.608 1990

Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 1999

Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 2001

Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 199

Joinville Norte Catarinense 477.971 2002

José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 1999

Jupiá Oeste Catarinense 2.136 2000

Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 1994

Lages Serrana 165.068 1980

Laguna Sul Catarinense 48.956 1996

Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 1998

Laurentino Vale do Itajaí 5.440 1998

Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 1993

Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 1989

Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 2000

Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 2001

Lontras Vale do Itajaí 8.793 1993

Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 1998

Luzerna Oeste Catarinense 5.699 1999

Macieira Oeste Catarinense 1.712 2000

Mafra Norte Catarinense 51.437 1991

198

Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 1996

Major Vieira Norte Catarinense 6.691 1993

Maracajá Sul Catarinense 6.002 2002

Maravilha Oeste Catarinense 18.879 2000

Marema Oeste Catarinense 2.467 1998

Massaranduba Norte Catarinense 13.277 1994

Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 2002

Meleiro Sul Catarinense 6.950 2001

Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 2001

Modelo Oeste Catarinense 3.781 NI

Mondaí Oeste Catarinense 8.432 2002

Monte Carlo Serrana 10.258 1998

Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 2000

Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 1994

Morro Grande Sul Catarinense 2.860 1998

Navegantes Vale do Itajaí 47.349 2002

Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 2001

Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 2001

Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 2002

Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 2002

Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 2000

Orleans Sul Catarinense 20.026 1995

Otacílio Costa Serrana 14.660 1993

Ouro Oeste Catarinense 7.772 1981

Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 1996

Paial Oeste Catarinense 2.001 1997

Painel Serrana 2.452 2002

Palhoça Grande Florianópolis 120.346 1998

Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 1983

Palmeira Serrana 2.261 2002

Palmitos Oeste Catarinense 15.154 2002

Papanduva Norte Catarinense 17.125 2001

Paraíso Oeste Catarinense 4.179 2001

Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 1998

Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 1998

Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 NI

Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 2002

Penha Vale do Itajaí 20.023 1994

Peritiba Oeste Catarinense 3.251 2000

Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 2002

Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 2001

Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 2001

Piratuba Oeste Catarinense 6.275 1998

Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 1998

Pomerode Vale do Itajaí 23.849 2002

Ponte Alta Serrana 5.381 2001

Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 2001

Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 1990

Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 1997

Porto União Norte Catarinense 32.871 1998

Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 2002

Praia Grande Sul Catarinense 7.136 2002

Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 2001

199

Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 1999

Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 2000

Princesa Oeste Catarinense 2.470 1998

Quilombo Oeste Catarinense 10.188 2002

Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 1999

Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 2002

Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 2001

Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 1995

Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 1991

Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 2001

Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 1996

Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 1998

Rio Rufino Serrana 2.032 2002

Riqueza Oeste Catarinense 4.594 1999

Rodeio Vale do Itajaí 10.898 2001

Romelândia Oeste Catarinense 5.137 2002

Salete Vale do Itajaí 7.136 1999

Saltinho Oeste Catarinense 3.449 2002

Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 1998

Sangão Sul Catarinense 9.347 1995

Santa Cecília Serrana 15.926 2001

Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 1999

Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 1997

Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 1999

Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 2001

Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 1999

Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 2001

Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 1995

São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 1994

São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 2002

São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 2002

São Carlos Oeste Catarinense 8.890 1995

São Cristovão do Sul Serrana 4.913 2001

São Domingos Oeste Catarinense 8.912 1995

São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 1998

São João Batista Grande Florianópolis 15.936 1994

São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 1999

São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 1993

São João do Sul Sul Catarinense 15.936 2002

São Joaquim Serrana 23.114 1994

São José Grande Florianópolis 192.679 2002

São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 1991

São José do Cerrito Serrana 9.776 2002

São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 2002

São Ludgero Sul Catarinense 9.911 1999

São Martinho Sul Catarinense 3.221 1999

São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 2002

São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 2001

São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 2001

Saudades Oeste Catarinense 7.960 1999

Schroeder Norte Catarinense 10.975 2002

Seara Oeste Catarinense 17.221 1996

Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 2001

200

Siderópolis Sul Catarinense 12.776 1990

Sombrio Sul Catarinense 25.274 1990

Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 2001

Taió Vale do Itajaí 16.153 2002

Tangará Oeste Catarinense 8.234 1991

Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 2001

Tijucas Grande Florianópolis 25.474 1998

Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 1993

Timbó Vale do Itajaí 32.207 1991

Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 1994

Três Barras Norte Catarinense 17.887 1998

Treviso Sul Catarinense 3.393 1998

Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 1994

Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 2002

Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 2001

Tubarão Sul Catarinense 93.238 2002

Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 NI

Turvo Sul Catarinense 11.118 1993

União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 2002

Urubici Serrana 10.509 1997

Urupema Serrana 2.554 2002

Urussanga Sul Catarinense 19.110 1989

Vargeão Oeste Catarinense 3.489 1997

Vargem Serrana 3.203 2002

Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 2000

Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 1992

Videira Oeste Catarinense 45.699 1998

Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 2002

Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 NI

Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 2002

Xavantina Oeste Catarinense 4.118 2002

Xaxim Oeste Catarinense 24.432 2002

Zortéa Serrana 2.804 1997

Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002

201

VII – Ano de Atualização da Planta de Valores

ANO DE ATUALIZAÇÃO DA PLANTA DE VALORES

Municipio Mesorregião Populaçao Ano da atual.

Planta de Valores

Abdon Batista Serrana 2.534 2001

Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 2001

Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 2001

Agronômica Vale do Itajaí 4.506 2002

Água Doce Oeste Catarinense 6.870 2002

Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 2002

Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 2002

Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 1994

Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 1995

Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 2001

Anchieta Oeste Catarinense 6.049 1998

Angelina Grande Florianópolis 5.524 2002

Anita Garibaldi Serrana 10.077 1999

Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 2001

Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 2002

Apiúna Vale do Itajaí 8.925 1989

Arabutã Oeste Catarinense 4.204 1999

Araquari Norte Catarinense 20.242 1996

Araranguá Sul Catarinense 60.076 1997

Armazém Sul Catarinense 7.272 2002

Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 2001

Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 2002

Ascurra Vale do Itajaí 7.330 1998

Atalanta Vale do Itajaí 3.289 1994

Aurora Vale do Itajaí 5.170 2002

Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 1998

Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 2001

Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 1998

Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 1998

Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 1998

Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 NI

Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 2001

Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 2002

Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 1997

Belmonte Oeste Catarinense 2.251 2002

Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 1991

Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 1999

Blumenau Vale do Itajaí 287.350 1990

Bocaina do Sul Serrana 3.151 2001

Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 2001

Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 1998

Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 2002

Bom Retiro Serrana 8.397 1998

Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 2002

Botuverá Vale do Itajaí 3.603 NI

Braço do norte Sul Catarinense 28.912 1994

Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 2002

Brunópolis Serrana 3.281 1998

202

Brusque Vale do Itajaí 85.218 1997

Caçador Oeste Catarinense 69.767 1997

Caibí Oeste Catarinense 5.803 1997

Calmon Oeste Catarinense 3.885 1999

Camboriú Vale do Itajaí 49.469 1997

Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 2002

Campo Belo do Sul Serrana 8.068 2002

Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 2002

Campos Novos Serrana 28.842 1993

Canelinha Grande Florianópolis 9.434 1999

Canoinhas Norte Catarinense 52.647 1999

Capão Alto Serrana 3.110 2002

Capinzal Oeste Catarinense 23.167 1998

Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 2000

Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 2002

Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 2001

Celso Ramos Serrana 2.529 1999

Cerro Negro Serrana 3.553 2002

Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 2001

Chapecó Oeste Catarinense 165.220 1999

Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 2002

Concórdia Oeste Catarinense 65.754 1998

Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 2002

Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 2002

Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 2002

Correia Pinto Serrana 16.992 1999

Corupá Norte Catarinense 12.592 2001

Criciúma Sul Catarinense 182.785 1995

Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 2000

Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 2001

Curitibanos Serrana 37.460 2002

Descanso Oeste Catarinense 8.356 1994

Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 2001

Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 2002

Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 2002

Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 2001

Ermo Sul Catarinense 2.056 1998

Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 2002

Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 1999

Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 2001

Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 2001

Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 2001

Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 1997

Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 2002

Frei Rogério Serrana 3.173 2000

Galvão Oeste Catarinense 4.004 2002

Garopaba Sul Catarinense 14.829 2002

Garuva Norte Catarinense 12.716 2002

Gaspar Vale do Itajaí 51.955 1994

Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 2002

Grão Pará Sul Catarinense 6.167 1989

Gravatal Sul Catarinense 7.210 2001

Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 1994

203

Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 2001

Guaramirim Norte Catarinense 28.944 2002

Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 2002

Guatambú Oeste Catarinense 4.728 1999

Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 2002

Ibiam Oeste Catarinense 1.898 2002

Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 2002

Ibirama Vale do Itajaí 16.923 2001

Içara Sul Catarinense 54.041 2001

Ilhota Vale do Itajaí 11.152 2000

Imaruí Sul Catarinense 12.364 1999

Imbituba Sul Catarinense 38.141 2001

Imbuia Vale do Itajaí 5.203 2002

Indaial Vale do Itajaí 45.343 1990

Iomerê Oeste Catarinense 2.660 1997

Ipira Oeste Catarinense 5.228 2002

Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 1998

Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 1997

Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 2002

Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 2001

Irani Oeste Catarinense 9.287 1998

Irati Oeste Catarinense 2.069 2002

Irineópolis Norte Catarinense 9.720 1999

Itá Oeste Catarinense 6.829 2001

Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 2002

Itajaí Vale do Itajaí 161.121 2002

Itapema Vale do Itajaí 32.894 1998

Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 2002

Itapoá Norte Catarinense 11.318 2002

Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 2001

Jaborá Oeste Catarinense 4.085 2002

Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 1998

Jaguaruna Sul Catarinense 15.608 1990

Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 1994

Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 1998

Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 2002

Joinville Norte Catarinense 477.971 2002

José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 2002

Jupiá Oeste Catarinense 2.136 2002

Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 2002

Lages Serrana 165.068 2001

Laguna Sul Catarinense 48.956 1998

Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 1998

Laurentino Vale do Itajaí 5.440 1998

Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 1998

Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 1992

Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 1996

Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 2000

Lontras Vale do Itajaí 8.793 1993

Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 1998

Luzerna Oeste Catarinense 5.699 2002

Macieira Oeste Catarinense 1.712 2000

Mafra Norte Catarinense 51.437 1998

204

Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 2001

Major Vieira Norte Catarinense 6.691 NI

Maracajá Sul Catarinense 6.002 2002

Maravilha Oeste Catarinense 18.879 2000

Marema Oeste Catarinense 2.467 1997

Massaranduba Norte Catarinense 13.277 1994

Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 2001

Meleiro Sul Catarinense 6.950 2002

Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 2001

Modelo Oeste Catarinense 3.781 NI

Mondaí Oeste Catarinense 8.432 2002

Monte Carlo Serrana 10.258 1994

Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 NI

Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 1994

Morro Grande Sul Catarinense 2.860 2000

Navegantes Vale do Itajaí 47.349 2001

Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 2001

Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 2002

Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 1997

Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 1997

Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 2001

Orleans Sul Catarinense 20.026 2002

Otacílio Costa Serrana 14.660 1994

Ouro Oeste Catarinense 7.772 2002

Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 2002

Paial Oeste Catarinense 2.001 1997

Painel Serrana 2.452 2002

Palhoça Grande Florianópolis 120.346 2001

Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 2002

Palmeira Serrana 2.261 2002

Palmitos Oeste Catarinense 15.154 2002

Papanduva Norte Catarinense 17.125 2002

Paraíso Oeste Catarinense 4.179 2001

Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 1998

Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 1999

Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 2002

Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 1994

Penha Vale do Itajaí 20.023 1997

Peritiba Oeste Catarinense 3.251 2000

Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 2002

Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 2001

Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 2001

Piratuba Oeste Catarinense 6.275 1998

Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 2000

Pomerode Vale do Itajaí 23.849 1994

Ponte Alta Serrana 5.381 2002

Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 2002

Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 1994

Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 1998

Porto União Norte Catarinense 32.871 2002

Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 2002

Praia Grande Sul Catarinense 7.136 2002

Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 2001

205

Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 2001

Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 1998

Princesa Oeste Catarinense 2.470 2002

Quilombo Oeste Catarinense 10.188 2002

Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 2002

Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 2002

Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 2001

Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 NI

Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 2002

Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 2002

Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 2000

Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 2002

Rio Rufino Serrana 2.032 2002

Riqueza Oeste Catarinense 4.594 2002

Rodeio Vale do Itajaí 10.898 2002

Romelândia Oeste Catarinense 5.137 2000

Salete Vale do Itajaí 7.136 2002

Saltinho Oeste Catarinense 3.449 2002

Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 1998

Sangão Sul Catarinense 9.347 1995

Santa Cecília Serrana 15.926 2000

Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 2000

Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 1999

Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 2001

Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 1999

Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 1999

Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 2001

Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 1995

São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 1997

São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 2002

São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 2002

São Carlos Oeste Catarinense 8.890 2002

São Cristovão do Sul Serrana 4.913 1999

São Domingos Oeste Catarinense 8.912 2002

São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 1999

São João Batista Grande Florianópolis 15.936 1994

São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 1998

São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 2002

São João do Sul Sul Catarinense 15.936 1993

São Joaquim Serrana 23.114 1994

São José Grande Florianópolis 192.679 1999

São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 2000

São José do Cerrito Serrana 9.776 2002

São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 2002

São Ludgero Sul Catarinense 9.911 2002

São Martinho Sul Catarinense 3.221 1995

São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 2002

São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 1997

São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 2001

Saudades Oeste Catarinense 7.960 1998

Schroeder Norte Catarinense 10.975 2002

Seara Oeste Catarinense 17.221 2001

Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 2002

206

Siderópolis Sul Catarinense 12.776 1990

Sombrio Sul Catarinense 25.274 1990

Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 2002

Taió Vale do Itajaí 16.153 2002

Tangará Oeste Catarinense 8.234 1998

Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 2001

Tijucas Grande Florianópolis 25.474 1999

Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 2002

Timbó Vale do Itajaí 32.207 1998

Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 1998

Três Barras Norte Catarinense 17.887 1998

Treviso Sul Catarinense 3.393 2000

Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 1994

Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 2002

Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 2001

Tubarão Sul Catarinense 93.238 2002

Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 NI

Turvo Sul Catarinense 11.118 1994

União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 2002

Urubici Serrana 10.509 2001

Urupema Serrana 2.554 2002

Urussanga Sul Catarinense 19.110 1976

Vargeão Oeste Catarinense 3.489 1998

Vargem Serrana 3.203 2002

Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 2002

Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 2002

Videira Oeste Catarinense 45.699 1998

Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 2002

Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 NI

Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 2002

Xavantina Oeste Catarinense 4.118 2002

Xaxim Oeste Catarinense 24.432 2002

Zortéa Serrana 2.804 1997

Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002

207

VIII – Distribuição dos Municípios quanto a Existência de Plano Diretor,Lei de Zoneamento e Alíquota Progressiva do IPTU DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUANTO A EXISTÊNCIA DE PLANO DIRETOR, LEI DE ZONEAMENTO E ALÍQUOTA PROGRESSIVA DO IPTU

Municipio Mesorregião Populaçao Plano Diretor Lei de Zoneamento Alíquota Progressiva

Abdon Batista Serrana 2.534 Não Não Não

Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 Sim Sim Não

Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 Sim Sim Não

Agronômica Vale do Itajaí 4.506 Sim Sim Não

Água Doce Oeste Catarinense 6.870 Não Não Sim

Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 Não Sim Não

Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 Não Não Não

Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 Não Não Não

Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 Não Não Não

Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 Não Não Não

Anchieta Oeste Catarinense 6.049 Sim Sim Não

Angelina Grande Florianópolis 5.524 Não Não Não

Anita Garibaldi Serrana 10.077 Não Não Não

Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 Sim Não Sim

Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 Sim Sim Sim

Apiúna Vale do Itajaí 8.925 Não Não Não

Arabutã Oeste Catarinense 4.204 Não Não Não

Araquari Norte Catarinense 20.242 Não Não Não

Araranguá Sul Catarinense 60.076 Sim Sim Não

Armazém Sul Catarinense 7.272 Não Não Não

Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 Não Não Não

Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 Não Não Sim

Ascurra Vale do Itajaí 7.330 Não Não Não

Atalanta Vale do Itajaí 3.289 Não Não Sim

Aurora Vale do Itajaí 5.170 Não Não Não

Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 Sim Sim Não

Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 Não Não Não

Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 Sim Sim Não

Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 Não Não Não

Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 Não Não Não

Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 Não Não Não

Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 Não Não Não

Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 Não Não Não

Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 Não Não Não

Belmonte Oeste Catarinense 2.251 Não Não Sim

Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 Não Não Não

Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 Sim Sim Não

Blumenau Vale do Itajaí 287.350 Sim Sim Sim

Bocaina do Sul Serrana 3.151 Não Não Não

Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 Sim Não Não

Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 Não Sim Não

Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 Não Não Sim

Bom Retiro Serrana 8.397 Sim Sim Sim

Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 Sim Sim Não

Botuverá Vale do Itajaí 3.603 Não Não Não

Braço do norte Sul Catarinense 28.912 Sim Não Sim

Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 Não Não Não

208

Brunópolis Serrana 3.281 Não Não Não

Brusque Vale do Itajaí 85.218 Sim Sim Não

Caçador Oeste Catarinense 69.767 Sim Sim Não

Caibí Oeste Catarinense 5.803 Não Não Sim

Calmon Oeste Catarinense 3.885 Não Não Não

Camboriú Vale do Itajaí 49.469 Não Não Não

Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 Sim Sim Não

Campo Belo do Sul Serrana 8.068 Não Não Não

Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 Não Não Sim

Campos Novos Serrana 28.842 Sim Sim Não

Canelinha Grande Florianópolis 9.434 Sim Sim Não

Canoinhas Norte Catarinense 52.647 Sim Sim Não

Capão Alto Serrana 3.110 Não Não Não

Capinzal Oeste Catarinense 23.167 Sim Sim Não

Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 Sim Sim Não

Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 Não Não Não

Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 Não Não Sim

Celso Ramos Serrana 2.529 Não Não Não

Cerro Negro Serrana 3.553 Sim Não Não

Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 Sim Sim Não

Chapecó Oeste Catarinense 165.220 Sim Sim Sim

Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 Não Sim Não

Concórdia Oeste Catarinense 65.754 Sim Sim Não

Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 Não Sim Não

Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 Não Sim Não

Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 Sim Sim Não

Correia Pinto Serrana 16.992 Sim Sim Não

Corupá Norte Catarinense 12.592 Sim Sim Não

Criciúma Sul Catarinense 182.785 Sim Sim Não

Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 Não Não Sim

Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 Não Não Não

Curitibanos Serrana 37.460 Sim Sim Não

Descanso Oeste Catarinense 8.356 Sim Sim Sim

Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 Sim Sim Não

Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 Não Não Não

Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 Não Não Não

Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 Não Não Não

Ermo Sul Catarinense 2.056 Não Não Não

Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 Não Não Sim

Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 Sim Sim Não

Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 Não Não Não

Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 Sim Sim Sim

Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 Não Não Não

Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 Não Não Não

Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 Sim Sim Sim

Frei Rogério Serrana 3.173 Não Sim Não

Galvão Oeste Catarinense 4.004 Não Sim Não

Garopaba Sul Catarinense 14.829 Sim Sim Não

Garuva Norte Catarinense 12.716 Sim Sim Sim

Gaspar Vale do Itajaí 51.955 Sim Sim Não

Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 Sim Sim Não

Grão Pará Sul Catarinense 6.167 Não Não Não

Gravatal Sul Catarinense 7.210 Sim Sim Não

209

Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 Não Não Não

Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 Sim Sim Sim

Guaramirim Norte Catarinense 28.944 Sim Sim Não

Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 Sim Sim Não

Guatambú Oeste Catarinense 4.728 Não Não Não

Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 Sim Sim Não

Ibiam Oeste Catarinense 1.898 Sim Sim Não

Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 Não Não Não

Ibirama Vale do Itajaí 16.923 Sim Sim Não

Içara Sul Catarinense 54.041 Sim Sim Não

Ilhota Vale do Itajaí 11.152 Não Não Não

Imaruí Sul Catarinense 12.364 Não Não Não

Imbituba Sul Catarinense 38.141 Sim Sim Não

Imbuia Vale do Itajaí 5.203 Não Não Sim

Indaial Vale do Itajaí 45.343 Sim Sim Não

Iomerê Oeste Catarinense 2.660 Sim Sim Não

Ipira Oeste Catarinense 5.228 Não Não Não

Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 Não Sim Não

Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 Não Não Sim

Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 Sim Sim Não

Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 Não Não Sim

Irani Oeste Catarinense 9.287 Sim Sim Sim

Irati Oeste Catarinense 2.069 Não Não Não

Irineópolis Norte Catarinense 9.720 Não Não Não

Itá Oeste Catarinense 6.829 Sim Não Sim

Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 Não Sim Sim

Itajaí Vale do Itajaí 161.121 Sim Sim Não

Itapema Vale do Itajaí 32.894 Não Sim Não

Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 Sim Sim Não

Itapoá Norte Catarinense 11.318 Não Não Sim

Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 Sim Sim Não

Jaborá Oeste Catarinense 4.085 Não Não Sim

Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 Não Não Não

Jaguaruna Sul Catarinense 15.608 Não Não Não

Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 Sim Sim Sim

Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 Sim Não Sim

Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 Sim Sim Não

Joinville Norte Catarinense 477.971 Sim Sim Não

José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 Não Não Não

Jupiá Oeste Catarinense 2.136 Não Sim Sim

Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 Não Não Não

Lages Serrana 165.068 Sim Sim Sim

Laguna Sul Catarinense 48.956 Sim Sim Não

Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 Não Não Não

Laurentino Vale do Itajaí 5.440 Não Não Não

Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 Não Não Não

Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 Não Não Sim

Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 Não Não Não

Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 Não Não Não

Lontras Vale do Itajaí 8.793 Sim Sim Sim

Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 Não Não Não

Luzerna Oeste Catarinense 5.699 Não Não Sim

Macieira Oeste Catarinense 1.712 Não Não Sim

210

Mafra Norte Catarinense 51.437 Sim Sim Sim

Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 Não Não Não

Major Vieira Norte Catarinense 6.691 Sim Sim Não

Maracajá Sul Catarinense 6.002 Não Não Não

Maravilha Oeste Catarinense 18.879 Sim Sim Não

Marema Oeste Catarinense 2.467 Não Sim Sim

Massaranduba Norte Catarinense 13.277 Sim Sim Não

Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 Sim Sim Sim

Meleiro Sul Catarinense 6.950 Não Não Sim

Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 Não Não Não

Modelo Oeste Catarinense 3.781 Sim Sim Sim

Mondaí Oeste Catarinense 8.432 Sim Sim Não

Monte Carlo Serrana 10.258 Não Não Não

Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 Não Não Não

Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 Sim Sim Sim

Morro Grande Sul Catarinense 2.860 Não Não Não

Navegantes Vale do Itajaí 47.349 Sim Sim Não

Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 Não Não Não

Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 Não Sim Não

Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 NI NI NI

Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 Sim Não Não

Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 Não Não Não

Orleans Sul Catarinense 20.026 Sim Sim Não

Otacílio Costa Serrana 14.660 Não Não Não

Ouro Oeste Catarinense 7.772 Não Não Não

Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 Não Não Sim

Paial Oeste Catarinense 2.001 Não Não Não

Painel Serrana 2.452 Não Não Sim

Palhoça Grande Florianópolis 120.346 Sim Sim Não

Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 Não Não Não

Palmeira Serrana 2.261 Não Não Não

Palmitos Oeste Catarinense 15.154 Sim Sim Não

Papanduva Norte Catarinense 17.125 Não Não Não

Paraíso Oeste Catarinense 4.179 Não Não Sim

Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 Sim Sim Não

Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 Sim Sim Não

Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 Não Não Não

Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 Não Não Não

Penha Vale do Itajaí 20.023 Sim Sim Não

Peritiba Oeste Catarinense 3.251 Sim Sim Não

Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 Sim Sim Não

Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 Não Sim Não

Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 Não Não Não

Piratuba Oeste Catarinense 6.275 Sim Sim Não

Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 Não Não Não

Pomerode Vale do Itajaí 23.849 Sim Sim Não

Ponte Alta Serrana 5.381 Sim Sim Sim

Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 Não Não Não

Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 Não Não Não

Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 Sim Sim Sim

Porto União Norte Catarinense 32.871 Sim Sim Não

Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 Sim Sim Sim

Praia Grande Sul Catarinense 7.136 Sim Sim Sim

211

Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 Não Não Não

Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 Sim Sim Não

Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 Não Não Não

Princesa Oeste Catarinense 2.470 Sim Sim Sim

Quilombo Oeste Catarinense 10.188 Sim Sim Não

Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 Sim Sim Não

Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 Sim Sim Sim

Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 Não Não Não

Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 Não Não Não

Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 Sim Sim Não

Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 Sim Sim Não

Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 Não Não Não

Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 Não Não Não

Rio Rufino Serrana 2.032 Não Não Não

Riqueza Oeste Catarinense 4.594 Não Não Não

Rodeio Vale do Itajaí 10.898 Não Sim Não

Romelândia Oeste Catarinense 5.137 Não Não Sim

Salete Vale do Itajaí 7.136 Não Sim Não

Saltinho Oeste Catarinense 3.449 Não Não Não

Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 Não Sim Não

Sangão Sul Catarinense 9.347 Não Não Sim

Santa Cecília Serrana 15.926 Não Não Não

Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 Não Não Não

Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 Não Não Não

Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 Não Não Sim

Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 Não Não Não

Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 Não Não Não

Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 Não Não Não

Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 Sim Não Não

São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 Sim Sim Não

São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 Não Sim Não

São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 Não Não Sim

São Carlos Oeste Catarinense 8.890 Sim Sim Não

São Cristovão do Sul Serrana 4.913 Não Não Não

São Domingos Oeste Catarinense 8.912 Sim Sim Não

São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 Sim Não Não

São João Batista Grande Florianópolis 15.936 Não Não Não

São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 Não Não Não

São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 Não Sim Não

São João do Sul Sul Catarinense 15.936 Não Não Não

São Joaquim Serrana 23.114 Sim Não Não

São José Grande Florianópolis 192.679 Sim Sim Não

São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 Sim Sim Sim

São José do Cerrito Serrana 9.776 Sim Sim Não

São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 Sim Sim Não

São Ludgero Sul Catarinense 9.911 Não Não Não

São Martinho Sul Catarinense 3.221 Não Não Não

São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 Não Não Sim

São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 Sim Sim Sim

São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 Não Não Não

Saudades Oeste Catarinense 7.960 Não Sim Sim

Schroeder Norte Catarinense 10.975 Sim Sim Não

Seara Oeste Catarinense 17.221 Sim Sim Não

212

Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 Não Não Sim

Siderópolis Sul Catarinense 12.776 Não Não Não

Sombrio Sul Catarinense 25.274 Não Não Não

Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 Não Não Não

Taió Vale do Itajaí 16.153 Sim Sim Não

Tangará Oeste Catarinense 8.234 Sim Sim Sim

Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 Não Não Sim

Tijucas Grande Florianópolis 25.474 Sim Sim Sim

Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 Não Não Não

Timbó Vale do Itajaí 32.207 Sim Sim Não

Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 Não Não Sim

Três Barras Norte Catarinense 17.887 Não Não Não

Treviso Sul Catarinense 3.393 Não Não Não

Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 Não Não Não

Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 Não Não Não

Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 Sim Sim Não

Tubarão Sul Catarinense 93.238 Sim Sim Não

Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 Não Não Não

Turvo Sul Catarinense 11.118 Não Não Não

União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 Não Não Não

Urubici Serrana 10.509 Sim Sim Não

Urupema Serrana 2.554 Não Não Não

Urussanga Sul Catarinense 19.110 Não Não Não

Vargeão Oeste Catarinense 3.489 Não Não Sim

Vargem Serrana 3.203 Não Sim Sim

Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 Não Sim Não

Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 Não Não Não

Videira Oeste Catarinense 45.699 Sim Sim Não

Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 Não Não Não

Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 Não Não Sim

Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 Não Sim Não

Xavantina Oeste Catarinense 4.118 Não Não Não

Xaxim Oeste Catarinense 24.432 Sim Sim Sim

Zortéa Serrana 2.804 Não Não Não

FONTE: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002

213

IX – Distribuição dos Municípios quanto a Existência de Sistemas Informatizados de IPTU, ISS e Mapeamento Digital

DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUANTO A EXISTÊNCIA DE SISTEMAS INFORMATIZADOS DE IPTU, ISS E MAPEAMENTO DIGITAL

Municipio Mesorregião Populaçao ISS IPTU Mapeamento Digital

Abdon Batista Serrana 2.534 Sim Sim Não

Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 Sim Sim Não

Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 Sim Sim Não

Agronômica Vale do Itajaí 4.506 Sim Não Não

Água Doce Oeste Catarinense 6.870 Sim Sim Não

Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 Sim Sim Não

Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 Sim Não Não

Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 Sim Sim Não

Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 Sim Sim Não

Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 Sim Sim Não

Anchieta Oeste Catarinense 6.049 Sim Sim Não

Angelina Grande Florianópolis 5.524 Sim Sim Não

Anita Garibaldi Serrana 10.077 Sim Sim Não

Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 Sim Sim Não

Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 Sim Sim Não

Apiúna Vale do Itajaí 8.925 Sim Sim Não

Arabutã Oeste Catarinense 4.204 Sim Sim Não

Araquari Norte Catarinense 20.242 Sim Sim Não

Araranguá Sul Catarinense 60.076 Sim Sim Não

Armazém Sul Catarinense 7.272 Sim Sim Não

Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 Sim Sim Não

Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 Sim Sim Não

Ascurra Vale do Itajaí 7.330 Não Não Não

Atalanta Vale do Itajaí 3.289 Sim Sim Não

Aurora Vale do Itajaí 5.170 Sim Sim Não

Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 Sim Sim Não

Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 Sim Sim Não

Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 Sim Sim Sim

Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 Sim Sim Não

Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 Sim Sim Não

Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 Sim Não Não

Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 Sim Sim Não

Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 Sim Sim Sim

Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 Sim Sim Não

Belmonte Oeste Catarinense 2.251 Sim Sim Não

Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 Sim Sim Não

Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 Sim Sim Não

Blumenau Vale do Itajaí 287.350 Sim Sim Sim

Bocaina do Sul Serrana 3.151 Sim Sim Não

Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 Sim Sim Não

Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 Sim Sim Não

Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 Sim Sim Não

Bom Retiro Serrana 8.397 Sim Sim Não

Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 Sim Sim Sim

Botuverá Vale do Itajaí 3.603 Sim Sim Não

Braço do norte Sul Catarinense 28.912 Sim Sim Não

214

Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 Sim Sim Não

Brunópolis Serrana 3.281 Não Sim Não

Brusque Vale do Itajaí 85.218 Sim Sim Não

Caçador Oeste Catarinense 69.767 Sim Sim Sim

Caibí Oeste Catarinense 5.803 Sim Sim Não

Calmon Oeste Catarinense 3.885 Não Sim Não

Camboriú Vale do Itajaí 49.469 Sim Sim Não

Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 Sim Sim Não

Campo Belo do Sul Serrana 8.068 Sim Sim Não

Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 Sim Sim Não

Campos Novos Serrana 28.842 Não Sim Sim

Canelinha Grande Florianópolis 9.434 Sim Sim Não

Canoinhas Norte Catarinense 52.647 Sim Sim Não

Capão Alto Serrana 3.110 Sim Sim Não

Capinzal Oeste Catarinense 23.167 Sim Sim Sim

Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 Sim Sim Não

Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 Sim Sim Não

Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 Sim Sim Não

Celso Ramos Serrana 2.529 Não Não Não

Cerro Negro Serrana 3.553 Sim Sim Não

Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 Sim Sim Não

Chapecó Oeste Catarinense 165.220 Sim Sim Sim

Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 Sim Sim Não

Concórdia Oeste Catarinense 65.754 Sim Sim Sim

Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 Sim Sim Não

Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 Sim Sim Não

Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 Não Sim Não

Correia Pinto Serrana 16.992 Sim Sim Não

Corupá Norte Catarinense 12.592 Não Sim Não

Criciúma Sul Catarinense 182.785 Sim Sim Sim

Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 Sim Sim Não

Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 Sim Sim Não

Curitibanos Serrana 37.460 Sim Sim Não

Descanso Oeste Catarinense 8.356 Sim Sim Não

Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 Sim Sim Não

Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 Sim Sim Não

Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 Sim Sim Não

Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 Sim Não Não

Ermo Sul Catarinense 2.056 Não Não Não

Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 Sim Sim Não

Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 Sim Sim Não

Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 Sim Sim Sim

Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 Sim Sim Sim

Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 Sim Sim Não

Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 Sim Sim Não

Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 Sim Sim Não

Frei Rogério Serrana 3.173 Sim Sim Não

Galvão Oeste Catarinense 4.004 Sim Sim Não

Garopaba Sul Catarinense 14.829 Sim Sim Não

Garuva Norte Catarinense 12.716 Sim Sim Não

Gaspar Vale do Itajaí 51.955 Sim Sim Sim

215

Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 Sim Sim Não

Grão Pará Sul Catarinense 6.167 Sim Sim Sim

Gravatal Sul Catarinense 7.210 Sim Sim Não

Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 Sim Sim Não

Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 Sim Sim Não

Guaramirim Norte Catarinense 28.944 Sim Sim Sim

Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 Não Sim Não

Guatambú Oeste Catarinense 4.728 Sim Sim Não

Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 Sim Sim Não

Ibiam Oeste Catarinense 1.898 Sim Sim Não

Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 Não Não Não

Ibirama Vale do Itajaí 16.923 Sim Sim Sim

Içara Sul Catarinense 54.041 Sim Sim Sim

Ilhota Vale do Itajaí 11.152 Sim Sim Sim

Imaruí Sul Catarinense 12.364 Sim Sim Não

Imbituba Sul Catarinense 38.141 Sim Sim Não

Imbuia Vale do Itajaí 5.203 Sim Sim Não

Indaial Vale do Itajaí 45.343 Sim Sim Sim

Iomerê Oeste Catarinense 2.660 Sim Sim Sim

Ipira Oeste Catarinense 5.228 Sim Sim Não

Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 Sim Sim Não

Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 Sim Sim Não

Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 Sim Sim Não

Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 Sim Sim Não

Irani Oeste Catarinense 9.287 Sim Sim Não

Irati Oeste Catarinense 2.069 Sim Sim Não

Irineópolis Norte Catarinense 9.720 Sim Sim Não

Itá Oeste Catarinense 6.829 Sim Sim Não

Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 Sim Sim Não

Itajaí Vale do Itajaí 161.121 Sim Sim Não

Itapema Vale do Itajaí 32.894 Sim Sim Sim

Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 Sim Sim Não

Itapoá Norte Catarinense 11.318 Sim Sim Sim

Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 Sim Sim Não

Jaborá Oeste Catarinense 4.085 Sim Sim Não

Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 Sim Sim Não

Jaguaruna Sul Catarinense 15.608 Sim Sim Não

Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 Sim Sim Sim

Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 Sim Sim Não

Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 Sim Sim Não

Joinville Norte Catarinense 477.971 Sim Sim Sim

José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 Sim Sim Não

Jupiá Oeste Catarinense 2.136 Sim Sim Não

Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 Sim Sim Não

Lages Serrana 165.068 Sim Sim Não

Laguna Sul Catarinense 48.956 Sim Sim Não

Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 Sim Sim Não

Laurentino Vale do Itajaí 5.440 Sim Sim Não

Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 Sim Sim Não

Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 Não Sim Não

Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 Sim Sim Não

216

Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 Sim Sim Não

Lontras Vale do Itajaí 8.793 Sim Sim Não

Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 Sim Sim Não

Luzerna Oeste Catarinense 5.699 Sim Sim Não

Macieira Oeste Catarinense 1.712 Não Sim Não

Mafra Norte Catarinense 51.437 Sim Sim Não

Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 Sim Não Não

Major Vieira Norte Catarinense 6.691 Sim Sim Não

Maracajá Sul Catarinense 6.002 Sim Sim Não

Maravilha Oeste Catarinense 18.879 Sim Sim Não

Marema Oeste Catarinense 2.467 Sim Sim Não

Massaranduba Norte Catarinense 13.277 Sim Sim Não

Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 Não Sim Não

Meleiro Sul Catarinense 6.950 Sim Sim Sim

Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 Sim Não Não

Modelo Oeste Catarinense 3.781 Sim Sim Não

Mondaí Oeste Catarinense 8.432 Não Não Não

Monte Carlo Serrana 10.258 Sim Sim Não

Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 Sim Sim Não

Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 Sim Sim Não

Morro Grande Sul Catarinense 2.860 Sim Sim Não

Navegantes Vale do Itajaí 47.349 Sim Sim Não

Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 Sim Sim Não

Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 Sim Sim Não

Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 NI NI NI

Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 Sim Sim Não

Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 Sim Sim Não

Orleans Sul Catarinense 20.026 Sim Sim Não

Otacílio Costa Serrana 14.660 Sim Sim Não

Ouro Oeste Catarinense 7.772 Sim Sim Não

Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 Sim Sim Não

Paial Oeste Catarinense 2.001 Sim Sim Não

Painel Serrana 2.452 Sim Sim Não

Palhoça Grande Florianópolis 120.346 Sim Sim Sim

Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 Sim Sim Não

Palmeira Serrana 2.261 Sim Sim Não

Palmitos Oeste Catarinense 15.154 Sim Sim Não

Papanduva Norte Catarinense 17.125 Sim Sim Não

Paraíso Oeste Catarinense 4.179 Sim Sim Não

Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 Sim Sim Não

Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 Sim Sim Não

Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 Sim Sim Não

Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 Sim Sim Não

Penha Vale do Itajaí 20.023 Sim Sim Não

Peritiba Oeste Catarinense 3.251 n Sim Não

Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 Sim Sim Não

Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 Sim Sim Não

Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 Sim Sim Não

Piratuba Oeste Catarinense 6.275 Sim Sim Não

Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 Sim Sim Não

Pomerode Vale do Itajaí 23.849 Sim Sim Sim

217

Ponte Alta Serrana 5.381 Sim Sim Não

Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 Sim Sim Não

Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 Sim Sim Não

Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 Não Sim Não

Porto União Norte Catarinense 32.871 Sim Sim Não

Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 Sim Sim Não

Praia Grande Sul Catarinense 7.136 Sim Sim Não

Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 Não Sim Não

Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 Sim Sim Sim

Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 Sim Sim Não

Princesa Oeste Catarinense 2.470 Sim Sim Não

Quilombo Oeste Catarinense 10.188 Sim Sim Não

Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 Sim Sim Sim

Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 Sim Sim Não

Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 Sim Sim Não

Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 Sim Sim Sim

Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 Sim Sim Não

Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 Sim Sim Não

Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 Sim Sim Não

Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 Sim Sim Não

Rio Rufino Serrana 2.032 Sim Sim Não

Riqueza Oeste Catarinense 4.594 Sim Sim Não

Rodeio Vale do Itajaí 10.898 Sim Sim Não

Romelândia Oeste Catarinense 5.137 Não Não Não

Salete Vale do Itajaí 7.136 Sim Sim Não

Saltinho Oeste Catarinense 3.449 Sim Não Não

Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 Sim Sim Não

Sangão Sul Catarinense 9.347 Sim Sim Não

Santa Cecília Serrana 15.926 Sim Sim Não

Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 Sim Sim Não

Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 Sim Sim Não

Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 Sim Sim Não

Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 Sim Sim Não

Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 Sim Sim Não

Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 Sim Sim Não

Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 Sim Sim Não

São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 Sim Sim Sim

São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 Sim Sim Não

São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 Não Não Não

São Carlos Oeste Catarinense 8.890 Sim Sim Não

São Cristovão do Sul Serrana 4.913 Sim Sim Não

São Domingos Oeste Catarinense 8.912 Sim Sim Não

São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 Sim Sim Não

São João Batista Grande Florianópolis 15.936 Sim Sim Não

São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 Não Não Não

São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 Não Sim Não

São João do Sul Sul Catarinense 15.936 Sim Sim Não

São Joaquim Serrana 23.114 Sim Sim Não

São José Grande Florianópolis 192.679 Sim Sim Sim

São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 Sim Sim Não

São José do Cerrito Serrana 9.776 Sim Sim Não

218

São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 Sim Sim Não

São Ludgero Sul Catarinense 9.911 Sim Sim Não

São Martinho Sul Catarinense 3.221 Não Sim Não

São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 Sim Sim Não

São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 Sim Sim Não

São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 Sim Sim Não

Saudades Oeste Catarinense 7.960 Sim Sim Não

Schroeder Norte Catarinense 10.975 Sim Sim Não

Seara Oeste Catarinense 17.221 Sim Sim Não

Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 Sim Sim Não

Siderópolis Sul Catarinense 12.776 Não Sim Não

Sombrio Sul Catarinense 25.274 Sim Sim Não

Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 Sim Sim Não

Taió Vale do Itajaí 16.153 Sim Sim Não

Tangará Oeste Catarinense 8.234 Não Sim Não

Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 Sim Sim Sim

Tijucas Grande Florianópolis 25.474 Sim Sim Não

Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 Sim Sim Não

Timbó Vale do Itajaí 32.207 Sim Sim Sim

Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 Sim Sim Não

Três Barras Norte Catarinense 17.887 Sim Sim Não

Treviso Sul Catarinense 3.393 Sim Sim Não

Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 Sim Sim Não

Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 Sim Sim Não

Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 Sim Sim Não

Tubarão Sul Catarinense 93.238 Sim Sim Não

Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 Não Não Não

Turvo Sul Catarinense 11.118 Sim Sim Não

União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 Sim Sim Não

Urubici Serrana 10.509 Sim Sim Não

Urupema Serrana 2.554 Não Sim Não

Urussanga Sul Catarinense 19.110 Sim Sim Não

Vargeão Oeste Catarinense 3.489 Não Não Não

Vargem Serrana 3.203 Não Sim Não

Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 Sim Sim Não

Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 Não Não Não

Videira Oeste Catarinense 45.699 Sim Sim Não

Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 Sim Sim Não

Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 Sim Não Não

Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 Sim Sim Não

Xavantina Oeste Catarinense 4.118 Sim Sim Não

Xaxim Oeste Catarinense 24.432 Sim Sim Não

Zortéa Serrana 2.804 Sim Sim Não

Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002