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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO – ESAG CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GESTÃO ESTRATÉGICA DAS ORGANIZAÇÕES COM ÊNFASE EM GESTÃO TRIBUTÁRIA
O LANÇAMENTO DE OFÍCIO E O DESEMPENHO DO IPTU
HÉLIA ALMERINDA DA SILVA ADRIANO
Florianópolis (SC) 2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO – ESAG CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GESTÃO ESTRATÉGICA DAS ORGANIZAÇÕES COM ÊNFASE EM GESTÃO TRIBUTÁRIA
O LANÇAMENTO DE OFÍCIO E O DESEMPENHO DO IPTU
HÉLIA ALMERINDA DA SILVA ADRIANO
Dissertação submetida à
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC,
Como requisito final à obtenção do título
Mestre em Administração Tributária
Orientador: Profª Clerilei Aparecida Bier, Drª
Florianópolis (SC) 2005
Esta Dissertação foi julgada APTA para a obtenção do título de Mestre em
Administração (Gestão Estratégica das Organizações com Ênfase em Gestão
Tributária) e aprovada em sua forma final pela Coordenação do Curso de Mestrado
em Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
Professor Mário César Barreto Moraes, Dr.
Coordenador do Mestrado
Apresentada à Banca Examinadora composta pelos Professores:
Profª Clerilei Aparecida Bier, Drª
Orientadora
Profª Graziela Dias Alperstedt, Drª
Membro
Prof. Carlos Araújo Leonetti, Dr.
Membro
Florianópolis (SC), 12 de dezembro de 2005.
AGRADECIMENTOS
À Professora Doutora Clerilei Aparecida Bier, minha Orientadora que me
honrou com sua inteligência, atenção, paciência e cordialidade, que permitiram a
realização desta Dissertação.
À FECAM, na pessoa do Senhor Zaqueu Rogerio Francez, Consultor
Contábil, pela prestimosa colaboração na prestação de informações e documentos
que auxiliaram na elaboração deste trabalho.
Este trabalho dedico:
A Deus, pela grandeza do amor que me sustentou
em todos os momentos da minha vida.
Aos meus pais, Pedro e Lealdina que, apesar de toda a dificuldade
imposta pela vida, demonstraram que a perseverança é o caminho para a felicidade.
Ao meu esposo, Paulo, minha filha Ana Paula, e minha sobrinha Karina pelo carinho, compreensão e sobretudo por terem
assumido esse sonho ao meu lado.
Aos meus irmãos, especialmente
Edvi, Elóia e Eliana pelo apoio sempre presente.
RESUMO
Esta dissertação foi concebida sob a perspectiva de analisar o lançamento de ofício como estratégia para o desempenho da arrecadação do IPTU. O IPTU tem duas funções importantes para os Municípios: sob o ponto de vista da função fiscal, se eficientemente administrado, o IPTU é uma importante fonte de receita; sob o ponto de vista da função extrafiscal, é um importante instrumento para implementação das políticas urbana e social dos Governos Municipais. Contudo, dados de pesquisa revelam um expressivo potencial inexplorado desse tributo. Partindo-se da hipótese de que a causa da ineficiência do desempenho do imposto está no atual critério utilizado no seu lançamento, feito de ofício pela autoridade administrativa com base no cadastro imobiliário e na planta de valores, cujos dados não oferecem condições seguras para determinar corretamente o valor do imposto, sobretudo pela impossibilidade de manter suas informações atualizadas, foram investigadas as principais estratégias utilizadas no lançamento do imposto pelos Municípios Catarinenses. Para essa finalidade, foi pesquisado o desempenho da arrecadação do IPTU dos 293 Municípios do Estado e também a situação do cadastro imobiliário e da planta de valores, no que se refere a sua atualização. Também foi pesquisado o sistema adotado para o gerenciamento e controle do lançamento e da arrecadação do imposto, bem como verificado se o imposto está sendo utilizado como instrumento de aplicação das políticas urbana e social local. A partir desse estudo ficou evidenciado que o lançamento de ofício não constitui uma estratégia eficaz para o desempenho do IPTU, sobretudo para os Municípios de maior porte demográfico, pelas dificuldades administrativas, operacionais e financeiras que têm estes Municípios para manter os cadastros e as plantas de valores permanentemente atualizados. Palavras-chave: IPTU, função fiscal, função extrafiscal, lançamento de ofício, cadastro imobiliário, planta de valores, estratégia eficaz.
ABSTRACT
This dissertation was conceived with the perspective of analyzing the use of a direct registry strategy for the collection performance of the IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) (Urban Property and Land Tax). The IPTU plays two important roles for the Municipalities: if efficiently administered, the IPTU is an important source of revenue from a fiscal role point of view; from the extra-fiscal role point of view, it is an important tool for the implementation of Municipal Government urban and social policies. Notwithstanding, research data reveals that there is an expressive unexplored potential of this tax. The main strategies utilized by Catarinense Municipalities were investigated for the issue of the tax, based on the assumption that the cause of the inefficient performance of the tax is due to the current criterion used for its presentation through written notice by the administrative authority, based on the real estate registry and value plan, where the data does not offer reliable conditions to correctly determine the value of the tax and above all because of the impossibility of keeping the information up to date. In order to do this, the IPTU collection performances of the 293 Municipalities in the State were researched and also the real estate registry situation and value plans, with regard to their up to date status. The system adopted for the management and control of the issue and collection of the tax was also researched and furthermore, if the tax is being used as a means for applying local urban and social policies. It became evident from this study, that the use of direct registry did not constitute an efficient strategy for the performance of the IPTU, especially for the demographically larger Municipalities, due to administrative operational and financial difficulties, which these Municipalities have in maintaining the registers and value plans permanently updated. Keywords: IPTU, fiscal role, extra-fiscal role, direct registry, real estate registry, value plan, efficient strategy.
LISTA DE GRÁFICOS E QUADROS
Gráfico 1 Participação percentual dos governos na receita total das três
esferas
108
Gráfico 2 Participação das receitas de transferências tributárias na
composição dos orçamentos dos municípios em 2002
109
Gráfico 3 Composição da receita orçamentária dos municípios
catarinenses em 2002, segundo as mesorregiões
113
Gráfico 4 Composição da receita tributária dos municípios catarinenses
em 2002
115
Gráfico 5 Distribuição dos municípios catarinenses por tempo de
atualização dos cadastros imobiliários, segundo os grupos de
habitantes em 2002
126
Gráfico 6 Distribuição dos municípios catarinenses por tempo de
atualização da planta de valores, segundo os grupos de
habitantes em 2002
129
Quadro I Ordem de importância do IPTU em relação aos demais tributos
na composição da receita tributária municipal, por grupo de
habitantes
120
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Evolução urbana dos municípios catarinenses por faixa de ano
de fundação.
100
Tabela 2 Distribuição dos municípios catarinenses segundo as
mesorregiões de Santa Catarina.
101
Tabela 3 Distribuição dos municípios catarinenses segundo o número de
habitantes
102
Tabela 4 Distribuição dos municípios catarinenses por grupo de
habitantes e por mesorregiões
103
Tabela 5 Evolução da arrecadação tributária das esferas de governo nos
dez anos pós-reforma tributária de 1988.
105
Tabela 6 Distribuição da participação percentual das esferas de governo
na arrecadação total do país
106
Tabela 7 Participação da receita tributária na composição do orçamento
municipal, por grupo de habitantes em 2002
110
Tabela 8 Participação da receita tributária na composição do orçamento
dos municípios catarinenses, por mesorregião em 2002
112
Tabela 9 Composição da receita tributária municipal em 2002 114
Tabela 10 Composição da receita tributária municipal, por grupo de
habitantes em 2002
116
Tabela 11 Composição da receita tributária municipal, por mesorregião em
2002
117
Tabela 12 Participação relativa do IPTU e demais tributos na composição
da receita tributária municipal, por grupo de habitantes
119
Tabela 13 Comparativo da arrecadação do IPTU e do IPVA de alguns
municípios catarinenses
122
Tabela 14 Demonstrativo da receita per capita do IPTU por grupo de
habitantes
123
Tabela 15 Distribuição dos municípios por ano de atualização do cadastro
imobiliário, segundo os grupos de habitantes
125
Tabela 16 Distribuição dos municípios por ano de atualização do cadastro
imobiliário, segundo as mesorregiões
127
Tabela 17 Distribuição dos municípios por ano de atualização da planta de
valores segundo os grupos de habitantes
128
Tabela 18 Distribuição dos municípios por ano de atualização da planta de
valores, segundo as mesorregiões
130
Tabela 19 Municípios com informatização do IPTU e outros sistemas, por
grupo de habitantes
131
Tabela 20 Municípios com informatização do IPTU e outros sistemas, por
mesorregiões
132
Tabela 21 Municípios com plano diretor, por grupo de habitantes 134
Tabela 22 Municípios com plano diretor, por mesorregião 135
Tabela 23 Municípios com progressividade do IPTU, por grupo de
habitantes
136
Tabela 24 Municípios com progressividade do IPTU, por mesorregião 137
LISTA DE SIGLAS CF/88 Constituição Federal de 1988 36
COSIP Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública 56
CTN Código Tributário Nacional 60
EC Emenda Constitucional 66
FECAM Federação Catarinense de Municípios 100
FPM Fundo de Participação dos Municípios 144
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 109
ICMS Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços 144
IPTU Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana 145
IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 146
ISS Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 152
ITBI Imposto sobre a transmissão Onerosa de Bens Imóveis por Atos
Inter- Vivos
152
ITR Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 14
IVVC Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e
Gasosos
104
LC Lei Complementar 75
STF Supremo Tribunal Federal 141
STJ Superior Tribunal de Justiça 62
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................13 1.1 TEMA E PROBLEMA .....................................................................................13 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................... 17 1.2.1 Objetivo Geral ..............................................................................................17 1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................17 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ....................................................................... 18 1.4 ORGANIZAÇAO DO TRABALHO ................................................................. 18 1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................... 19 1.5.1 Questões da Pesquisa .................................................................................20 1.5.2 Tipo de Pesquisa, Definição da Área de Estudo, Técnicas de Coleta e Análise de Dados.................................................................................................20 1.5.3 Limitações da Pesquisa ............................................................................... 22 1.5.4 Definição dos Termos ..................................................................................23 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................ 25 2.1 O ESTADO, A SOCIEDADE E O TRIBUTO .................................................. 25 2.1.1 Estado Contemporâneo e Sua Função Social ............................................. 25 2.1.2 A Tributação como Instrumento de Realização da Função Social do Estado ...................................................................................................................28 2.1.3 Princípios Constitucionais e as Limitações ao Exercício do Poder de Tributar ..................................................................................................................29 2.1.4 Tributo: Conceito e Espécies ....................................................................... 40 2.2 OS MUNICÍPIOS E A DISCRIMINAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA .......................................................................................49 2.2.1 Os Municípios na Federação Brasileira ....................................................... 49 2.2.2 O Sistema Tributário na Constituição Federal ............................................. 50 2.2.3 A Discriminação das Rendas no Atual Sistema Tributário Nacional ........... 51 2.2.4 Tributos da Competência Municipal ............................................................ 53 2.3 O IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA .............................................................................................................. 57 2.3.1 Breves Considerações Sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU ......................................................................................................................57 2.3.2 Aspectos Básicos da Incidência do IPTU .................................................... 60 2.3.3 A Progressividade do IPTU ......................................................................... 64 2.3.4 O IPTU e a Função Social da Propriedade ................................................. 70 2.4 LANÇAMENTO DO IPTU ...............................................................................77 2.4.1 O Lançamento como Procedimento para Constituição do Crédito Tributário .............................................................................................................. 77 2.4.2 Modalidades de Lançamento Tributário ...................................................... 82 2.4.3 O Lançamento de Ofício e o IPTU .............................................................. 85 2.4.4 Administração Pública e Estratégias na Administração do IPTU ................ 90 3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .................................... 97 3.1 A AUTONOMIA FINANCEIRA DOS MUNICÍPIOS CATARINENSES ......... 97 3.1.1 Organização, Evolução Urbana e Distribuição Espacial dos Municípios Catarinenses ........................................................................................................ 97
3.1.2 A Reforma Tributária de 1988 e a Autonomia Financeira dos Municípios .. 103 3.1.3 Composição da Receita dos Orçamentos dos Municípios Catarinenses .... 109 3.1.4 Composição e Desempenho da Receita Tributária Municipal ..................... 113 3.2 A IMPORTÂNCIA DO IPTU NA COMPOSIÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA MUNICIPAL ......................................................................................................... 119 3.2.1 Participação do IPTU na Composição da Receita Tributária Municipal ...... 119 3.2.2 O Potencial Tributário do IPTU .................................................................... 121 3.3 INSTRUMENTOS DE DESEMPENHO DO LANÇAMENTO E ARRECADAÇÃO DO IPTU ................................................................................. 124 3.3.1 Atualização do Cadastro Imobiliário ............................................................ 124 3.3.2 Atualização da Planta de Valores ................................................................ 128 3.3.3 Informatização do IPTU ............................................................................... 131 3.4 LEGISLAÇÃO URBANA E PROGRESSIVIDADE DO IPTU .......................... 133 3.5 DISCUSSÃO .................................................................................................. 137 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 150 REFERÊNCIA .................................................................................................. 160 ANEXOS ............................................................................................................ 164
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA E PROBLEMA
Dentre os impostos reservados pela Constituição Federal à competência
tributária dos Municípios está o imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana, nacionalmente conhecido sob a sigla IPTU. Esse imposto tem duas funções
importantes na tributação. A primeira é a função fiscal. Refere-se a sua importância
para financiar os serviços públicos a cargo dos Municípios. Se eficientemente
explorado, o IPTU pode gerar uma receita estável e suficiente para assegurar o
equilíbrio financeiro dos governos municipais. A segunda função do IPTU é
parafiscal. A Constituição Federal de 1988 admite o emprego do IPTU como
instrumento de política urbana para assegurar que o imóvel cumpra a sua função
social gerando benefícios à comunidade.
Sob o ponto de vista da justiça fiscal, o IPTU constitui-se num importante
instrumento de distribuição da carga tributária. Esse imposto tem a vantagem de
possibilitar que as parcelas de contribuições individuais sejam proporcionais à
capacidade econômica de cada contribuinte. Essa capacidade econômica se revela
no valor da propriedade tributada. Eqüivale dizer que os proprietários que possuem
melhores condições econômicas devem pagar, proporcionalmente, mais imposto e
dessa forma contribuir para que sejam feitos mais investimentos nas áreas mais
carentes.
Dentre os impostos municipais, o IPTU é o segundo mais importante.
Segundo dados desta pesquisa, no ano de 2002 esse imposto participou com
27,76% do total da receita arrecadada pelo conjunto dos Municípios catarinenses,
contra 32,45% de participação do imposto sobre serviços de qualquer natureza
(ISS).
Diversos estudos revelam que o IPTU é ineficientemente explorado como
fonte de receita. Essa realidade coloca a necessidade de que, no plano local, as
administrações tributárias tenham clareza dos principais problemas limitadores do
pleno exercício de suas atribuições e competências.
É certo que as causas que afetam o desempenho das receitas municipais
situam-se em vários campos e vão desde causas legais e administrativas até causas
econômicas, sócio-culturais, políticas e outras. A identificação desses problemas é
14
condição indispensável à obtenção de resultados nas ações voltadas ao aumento da
arrecadação do IPTU. As soluções, algumas passíveis de apresentarem resultados
no curto prazo, precisam ultrapassar o horizonte temporal imediato, e situar-se num
contexto mais amplo de uma reforma de gestão da receita municipal, com iniciativas
que devem envolver todos os procedimentos de tributação, ou seja, o lançamento, a
fiscalização e o controle da arrecadação do imposto.
O IPTU é um tributo que incide sobre a propriedade imóvel localizada na
zona urbana1 e alcança todos os tipos de imóveis. Portanto, é devido por todos os
proprietários, possuidores a qualquer título e detentores do domínio útil, de imóveis
urbanos. O cálculo e o lançamento do imposto são feitos de ofício pela autoridade
administrativa, com base nos dados constantes do cadastro imobiliário fiscal e da
planta genérica de valores. A determinação do valor do IPTU resulta do valor venal
de cada imóvel multiplicado por uma alíquota. O valor venal é o valor de mercado.
Conforme Cesare (2002, p. 6) “é o preço mais provável pelo qual um imóvel seria
vendido em condições normais de negociação”. Significa afirmar, que a eficiência, a
eficácia e a efetividade da tributação do IPTU dependem de uma base cadastral
permanentemente atualizada como subsidio para a determinação do valor venal e a
correta identificação do contribuinte.
O cadastro imobiliário fiscal é o principal instrumento da tributação do
imposto, por isso, deve conter o registro de todos os dados necessários para a
correta identificação do contribuinte e do imóvel tributado. A existência no Município
de um cadastro imobiliário completo e atualizado é requisito essencial para a
efetividade da tributação do IPTU. Contudo, estudos sobre a situação dos cadastros
municipais têm demonstrado que a quase totalidade das prefeituras não conseguem
administrar seus cadastros imobiliários com o nível de eficiência requerido. Segundo
o levantamento de dados realizado pela Fundação IBGE através da Pesquisa de
Informações Básicas Municipais 2001, do conjunto dos Municípios brasileiros,
51,50% atualizaram o cadastro imobiliário fiscal através do recadastramento dos
imóveis entre 1999 e 2001. Os restantes 48,50% dos Municípios atualizaram o
cadastro há quatro anos ou mais.
A planta genérica de valores fixa os valores médios unitários de metro
quadrado de terreno e de construção, para logradouros, quadras, zonas ou bairros,
1 Os imóveis localizados fora da zona urbana do Município estão sujeitos à incidência do ITR – imposto sobre a propriedade territorial rural, da competência impositiva da União.
15
da área alcançada pela tributação, para a finalidade de apurar a base de cálculo do
imposto. Os valores de metro quadrado, fixados na planta genérica de valores
variam em face do zoneamento e da ocorrência ou não de equipamentos urbanos e
serviços públicos tais como: iluminação pública, rede de telefone, pavimentação,
serviço de limpeza pública e coleta de lixo, transporte coletivo, e outros. A existência
ou não desses fatores determina a valorização ou desvalorização dos imóveis e
conseqüentemente o aumento ou diminuição da base de cálculo do imposto. Por
esta razão, qualquer alteração desses elementos deve ser considerada para a
atualização da planta genérica de valores.
No que se refere à planta genérica de valores existem limitações tanto
administrativas quanto constitucionais que devem ser consideradas na sua
atualização. As de ordem administrativas estão relacionadas aos elevados custos
administrativos e operacionais que envolvem as atividades de acompanhamento e
controle das atualizações. As limitações de ordem constitucionais são mais
complexas por não depender somente de ação ou decisão político-administrativa. As
alterações na planta de valores que resultem aumento da base de cálculo do
imposto sujeitam-se à observância dos princípios constitucionais tributários da
legalidade e da anterioridade. Significa afirmar que, qualquer alteração na planta de
valores só é possível mediante lei publicada no ano anterior ao do lançamento do
imposto.
Todas essas limitações têm contribuído para que grande número de
Prefeituras efetue o lançamento do IPTU sobre uma base de dados desatualizada.
No lançamento de ofício, cuja modalidade é adotada pela totalidade dos
Municípios do País, a autoridade administrativa apura a base de calculo do imposto
pelo valor médio, permitindo-lhe avaliar a propriedade imobiliária de milhares de
contribuintes. De acordo com Baleeiro (2001), esse modo de executar a lei tributária
que permite a aplicação da lei em massa é chamado pelos germânicos de modo de
pensar tipificante. O princípio que o rege é o da praticidade, nome que designa, a
totalidade das condições que garantem a execução da lei de forma eficiente e
econômica.
A legitimidade da técnica da praticidade no lançamento do IPTU divide a
doutrina e a jurisprudência. Na doutrina, a corrente favorável à sua utilização
defende, sobretudo, que a Fazenda Pública não dispõe de recursos, pessoal e
aparato necessário a uma exaustiva e esgotante investigação do caso isolado, mas
16
mesmo assim tem o dever de aplicar a lei (ISENSEE, 1976 apud BALEEIRO;
BALEEIRO, 200, p. 249). Contrariamente à prática da simplificação, Derzi (1988, p.
251), apresenta como objeções ao uso dessa técnica, a ofensa aos princípios
constitucionais da igualdade e da capacidade contributiva.
Na jurisprudência, a técnica de aplicação da lei em massa é analisada à luz
dos princípios constitucionais tributários, sobretudo, o da legalidade e da
anterioridade. O posicionamento dos tribunais superiores é no sentido de que
qualquer modificação na base de cálculo do tributo só pode ser feita mediante lei,
publicada no exercício anterior ao da sua aplicação. Admite-se, somente a
atualização monetária do valor venal, com base em índice oficial de correção
monetária. Sobre o posicionamento do Superior Tribunal Federal (STF), Baleeiro
(2001) esclarece que a polêmica central enfocada pelos tribunais superiores
apresenta-se quando a Fazenda Pública Municipal não procede à avaliação
individual, conforme art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), passando as
plantas de valores a atuar como presunções. Em lugar de servirem apenas de
parâmetros e orientações para avaliação em cada caso isolado, tornam-se as planas
de valores a única avaliação feita.
Além da afronta a princípios constitucionais tributários como da igualdade,
da capacidade contributiva e da justiça fiscal, a técnica da praticidade adotada no
lançamento de ofício do IPTU, pode ser um dos fatores que contribuem para a não
exploração total da capacidade contributiva dos Municípios, por diversas outras
razões tais como: a impossibilidade da Fazenda Pública manter o cadastro
imobiliário e a planta de valores permanentemente atualizados; os dados constantes
do cadastro imobiliário são insuficientes por não refletirem as diferenças individuais
relevantes que devem ser consideradas na apuração do valor venal, tais como:
funcionalidade, conforto ambiental e projeto arquitetônico. Esses fatores, se não
refletirem a realidade do imóvel ou forem ignorados no lançamento, importam
prejuízo para a Fazenda Pública que deixa de exercer com efetividade o seu poder-
dever de tributar.
Ademais, a falta de atualização do cadastro imobiliário e da planta de
valores, pode ocasionar erro na determinação do valor do imposto ou na
identificação do sujeito passivo. Essas situações quando contrárias ao interesse do
contribuinte ensejam a impugnação do lançamento, podendo ocasionar o
cancelamento do crédito tributário por nulidade do ato administrativo.
17
Nesse contexto, a alternativa viável do ponto de vista estratégico para a
tributação do IPTU, pode ser a alteração do critério de lançamento. Aliomar Baleeiro
e Misabel Derzi corroboram esse entendimento esclarecendo que tributos cobrados
em massa, que dependem da apuração complexa de valores, não podem depender
de lançamento de ofício. Para os autores, o lançamento por declaração ou por
homologação é uma alternativa para a aplicação da lei em massa.
O lançamento por homologação também conhecido na doutrina como
“autolançamento”, ocorre quando a legislação tributária atribui ao contribuinte o
dever de apurar o valor do tributo e antecipar o seu pagamento para posterior exame
e, se for o caso, homologação da autoridade administrativa. São muitas as
vantagens dessa espécie de lançamento uma vez que a declaração do contribuinte
supre e dispensa a necessidade de investigação do fato gerador por parte da
fazenda municipal, cuja atuação fica adstrita a casos especiais quando em face de
uma circunstância, se verifique a necessidade do levantamento das peculiaridades
do caso individual.
Este estudo se propõe a analisar o desempenho do IPTU e identificar as
estratégias utilizadas pelas prefeituras no lançamento do imposto para responder a
seguinte pergunta de pesquisa: o lançamento de ofício foi uma estratégia eficaz
para o desempenho da arrecadação do IPTU dos Municípios catarinenses no
ano de 2002?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Verificar se o lançamento de ofício foi uma estratégia eficaz para o
desempenho da arrecadação do IPTU dos Municípios catarinenses no ano de 2002.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) analisar a autonomia financeira dos Municípios catarinenses em face
dos efeitos da reforma tributária de 1988;
b) avaliar a importância do IPTU na composição da receita tributária dos
Municípios catarinenses;
18
c) identificar possível existência de potencial inexplorado do IPTU dos
Municípios catarinenses;
d) verificar se os instrumentos de apoio ao lançamento do IPTU são
permanentemente atualizados pelos Municípios catarinenses, para fins de
lançamento do IPTU;
e) verificar se os Municípios catarinenses utilizam o IPTU como
instrumento de aplicação do princípio da função social da propriedade.
1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
A grave situação financeira dos Municípios é matéria de interesse público
que envolve a totalidade dos Municípios brasileiros. Hoje, no Brasil existem 5.561
Municípios (IBGE, 2001) que necessitam melhorar o desempenho de suas receitas
para atender os anseios da sociedade contemporânea. Por esta razão, considera-se
que a identificação da questão colocada como objeto de pesquisa poderá motivar o
desenvolvimento de novos estudos para encontrar alternativas viáveis ao
lançamento do IPTU, que podem estar relacionadas com a alteração da atual
modalidade de lançamento.
Muitas prefeituras ainda carecem de uma estrutura administrativa moderna e
eficiente capaz de proporcionar a prestação de serviços de qualidade aos cidadãos
contribuintes. No país existem diversos projetos destinados à prestação de apoio
técnico e financeiro aos Municípios. Uma vez conhecida a causa da ineficiência do
desempenho da arrecadação do IPTU, torna-se possível identificar a estratégia
eficaz para melhorar o desempenho da receita municipal.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Este estudo está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo
compreende a introdução, a apresentação do tema e problema de pesquisa, os
objetivos, a justificativa e a metodologia.
No segundo capítulo são feitas breves referências ao Estado
Contemporâneo e a sua função social que tem por finalidade precípua a justiça
social, com uma abordagem sobre a importância da tributação como instrumento de
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aplicação da política social do Estado Contemporâneo e dos princípios
constitucionais tributários como normas asseguradoras da proteção dos
contribuintes contra eventuais excessos do Estado. Neste capítulo também são
feitas considerações sobre a distribuição das rendas contextualizando os Municípios
no sistema de distribuição das competências tributárias, com ênfase especial ao
IPTU. Por ser este imposto o objeto deste estudo, procurou-se reunir todos os
possíveis elementos para proporcionar ao leitor o máximo de informações sobre o
mais tradicional dos impostos brasileiros. Sobre o IPTU são feitas considerações
breves, porém importantes a respeito de sua origem, evolução histórica, e principais
características. São abordados os aspectos da incidência do imposto com destaque
para a base de cálculo e as alíquotas, notadamente quanto às alíquotas
progressivas. Ainda neste capítulo são feitas importantes considerações sobre o
lançamento do IPTU como atividade administrativa necessária para a constituição do
crédito tributário. Faz-se uma breve incursão sobre as diferentes modalidades de
lançamento para permitir a análise do lançamento de ofício do IPTU, que é o tema
dessa pesquisa.
No terceiro capítulo são apresentados o resultado e a análise da pesquisa
sobre o lançamento de ofício e o desempenho do IPTU dos 293 Municípios
catarinenses. No final do capítulo faz-se a discussão dos resultados da pesquisa.
Após o terceiro capítulo são apresentadas as considerações finais, com
críticas e sugestões com vistas ao aperfeiçoamento do atual critério de lançamento
do IPTU, o qual segundo a pesquisa realizada não constitui uma estratégia eficaz
para o bom desempenho do imposto.
Finalmente são apresentadas as referências bibliográficas.
1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia da pesquisa envolve a descrição do método ou delineamento
da pesquisa; a definição da área de estudo; e as técnicas de coleta e análise de
dados a considerar.
Inicialmente, cuida-se da definição das questões da pesquisa que são
colocadas a seguir.
20
1.5.1 Questões da Pesquisa
A presente pesquisa teve por objetivo o levantamento de dados para
investigar o lançamento de ofício como estratégia eficaz de desempenho do IPTU.
Para essa finalidade foram estabelecidas as seguintes questões de pesquisa:
a) como ficou a autonomia financeira dos Municípios após a reforma
tributária de 1988?
b) qual a importância do IPTU na composição da receita tributária dos
Municípios catarinenses?
c) existe potencial inexplorado do IPTU cobrado pelos Municípios
catarinenses?
d) Os instrumentos de apoio ao lançamento do IPTU são
permanentemente atualizados pelos Municípios catarinenses?
e) Os Municípios catarinenses utilizam o IPTU como instrumento de
aplicação do principio da função social da propriedade?
1.5.2 Tipo de Pesquisa, Definição da Área de Estudo, Técnicas de Coleta e Análise de Dados.
Este tópico apresenta a metodologia de pesquisa utilizada no
desenvolvimento deste estudo e tem por finalidade evidenciar o delineamento da
pesquisa, o tipo de pesquisa, a definição da área do estudo e a técnica de análise
utilizada.
Em face do propósito deste estudo que pretende avaliar o lançamento de
ofício como estratégia utilizada pelos Municípios para constituir o crédito tributário do
IPTU optou-se pelo método de pesquisa quantitativa, do tipo descritivo. Esse tipo de
pesquisa é recomendado por Roesch (1999), se o propósito do projeto é obter
informações sobre determinada população: por exemplo, contar quantos, ou em que
proporção seus membros têm certa opinião ou característica, ou com que freqüência
certos eventos estão associados entre si.
O tema abordado nesse estudo é de interesse nacional, porquanto, envolve
todos os Municípios brasileiros, cujo número atual é de 5.561. No entanto, o estudo
foi realizado no âmbito do território do Estado de Santa Catarina e considerou todos
os 293 Municípios catarinenses.
21
Os dados e informações utilizados nesse tipo de pesquisa foram obtidos
através de consulta às seguintes fontes: a) Federação Catarinense de Municípios
(FECAM), através do Guia dos Municípios Catarinenses – Gestão 2005/2008; aos
dados relativos à distribuição dos Municípios por mesorregião e respectivos anos da
fundação; b) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Pesquisa de
Informações Municipais - Gestão 2002, quanto aos seguintes dados: população
estimada para 2004, distribuição da população segundo as áreas urbana e rural,
dados das receitas orçamentária, corrente, tributária, de impostos e taxas dos
Municípios catarinenses, relativos a 2002, e ainda, os dados relativos à existência e
ou atualização de cadastros imobiliários, plantas de valores, informatização de
sistemas de gestão dos tributos, mapas urbanos digitalizados, legislação urbana,
progressividade do IPTU; c) Instituto Brasileiro de Administração Municipal, através
do Periódico Série Estudos Especiais n° 18, dados relativos à evolução das receitas
tributárias das esferas governamentais no período 1989/1998.
As conclusões sobre os resultados deste estudo estão apoiadas nos
fundamentos teóricos de doutrinadores tributários, administrativistas e pensadores
estrategistas da Ciência da Administração, identificados no capítulo da Referência
Bibliográfica.
Segundo Roesch (1999), as principais técnicas de coleta de dados são a
entrevista, o questionário, os testes e a observação. Porém afirma a autora que
“também é possível trabalhar com dados existentes na forma de arquivos, banco de
dados, índices ou relatórios. Estes não são “criados” pelo pesquisador e são
normalmente denominados de dados secundários, em contraste com os dados
primários que são colhidos diretamente pelo pesquisador “. Portanto, nesta pesquisa
foram utilizados dados secundários obtidos através de bancos de dados ou
documentos.
Os dados relativos aos Municípios, às receitas e aos cadastros fiscais,
plantas de valores, informatização dos sistemas de administração dos tributos,
progressividade do IPTU e legislação urbana foram obtidos individualizados por
município. Esses dados foram obtidos junto ao IBGE – banco de dados Pesquisa de
Informações Básicas Municipais 2002, via Internet, mediante pesquisa no site
www.IBGE.gov.br. Esses dados foram relacionados por Município, inicialmente em
ordem alfabética, constituindo uma relação para cada evento pesquisado, os quais,
estão demonstrados nos Anexos I a IX.
22
Os dados pesquisados foram submetidos a tratamento estatístico e com a
ajuda de computador utilizando o Programa Windows Excel foram elaboradas as
tabelas 1 a 24, e Quadro 1, que contém o resultado da pesquisa. De acordo com A.
N. Oppenheim (OPPENHEIM apud ROESCH; ROESCH, 1999, p.149-150), na
pesquisa de caráter quantitativo, o processo de análise de dados normalmente
percorre os seguintes estágios: análise invariada; análise bivariada; análise
multivariada; e estudos a respeitos de certos subgrupos.
A análise univariada, de acordo com Roesch (1999), é a análise de
freqüência de cada questão pesquisada. Através do uso dessa técnica foi possível,
por exemplo, comparar a freqüência de cada questão pesquisada em um grupo de
habitantes, com outros.
A análise bivariada, que segundo Roesch (1999), inclui tabulações cruzadas
e a possibilidade de calcular diferentes medidas de associação entre as variáveis, foi
utilizada na análise das receitas, comparando-se a freqüência de comportamento de
dois ou mais eventos com outros elementos como por exemplo, grupos de habitante
ou mesorregião.
Finalmente, a análise de subgrupos especiais foi utilizada para comparar
situações como a ordem de importância do IPTU e demais tributos em relação aos
grupos de habitantes. Essa análise, de acordo com Roesch (1999), surge após os
principais resultados da pesquisa terem sido tabulados e digeridos, e quando se
deseja levantar novas questões de pesquisa.
Os resultados dos dados pesquisados são apresentados nas tabelas 1 a 24;
gráficos 1 a 6 e quadro 1, com as respectivas descrições dos resultados apurados.
1.5.3 Limitações da Pesquisa
As causas que afetam o desempenho das receitas municipais situam-se em
vários campos e vão desde causas legais e administrativas até causas econômicas,
sócio-culturais, políticas e outras. A identificação dessas causas é condição
indispensável à obtenção de resultados nas ações voltadas ao aumento da
arrecadação do IPTU, notadamente nas cidades de maior porte demográfico. As
soluções, algumas passíveis de apresentarem resultados no curto prazo, precisam
ultrapassar o horizonte temporal imediato e situar-se num contexto mais amplo de
uma reforma de gestão da receita municipal, com iniciativas que devem envolver
23
todos os procedimentos de tributação, ou seja, o lançamento, a fiscalização e o
controle da arrecadação do imposto.
Este estudo está limitado à análise do lançamento do imposto por constituir
etapa essencial à constituição do crédito tributário. As eventuais incorreções no
lançamento ou quando este seja efetuado com vício formal de qualquer espécie são
razões suficientes para comprometer o crédito tributário e conseqüentemente o
desempenho da receita do tributo.
1.5.4 Definição dos termos
São apresentados algumas categorias consideradas importantes nesse
estudo, com seus respectivos conceitos operacionais.
Estado Contemporâneo: aquele que tem por finalidade precípua o
compromisso com o Bem Comum e como característica básica o direito-dever de
intervir nos domínios econômico e social da Sociedade para garantir valores
constitucionais, como as garantias individuais, cidadania e a efetividade dos direitos
humanos.
Alíquota Progressiva: o percentual aplicado sobre a base de cálculo do
imposto, segundo um critério legal utilizado, para aumentar a onerosidade do
imposto segundo a capacidade econômica do contribuinte.
Bem Comum: aqui entendido como o patrimônio social (cultura, tradição,
caráter, anseios, valores, etc) da Sociedade, que determina a sua estrutura, o se
conteúdo e ainda o seu objetivo.
Cadastro Imobiliário: o conjunto de informações sistematizadas e
ordenadas sobre o imóvel (terreno e prédio, e seu proprietário (nome, endereço etc),
para a finalidade de instituir e arrecadar os tributos.
Crédito Tributário: o direito do Estado exigir o tributo cujo lançamento tenha
sido regularmente efetuado.
Função Social: a Função Social do Estado Contemporâneo é aqui
entendida como o dever do Estado perante à Sociedade na prestação de ações de
interesse coletivo, envolvendo a participação de todos os seus integrantes na
realização do Bem Comum, sobre o manto da Justiça Social.
Justiça Social: aquela preconizada no Estado Contemporâneo, que envolve
uma espécie de interação entre o indivíduo, a sociedade e o Estado, onde cada
24
indivíduo contribui para o todo e o todo para cada um, não como uma dádiva
paternalista, mas como um dever inalienável daquele que é parte do todo como
provedor e beneficiário potencial e efetivo.
Lançamento de Ofício: o lançamento tributário efetuado pela autoridade
administrativa competente sempre que tomar conhecimento da ocorrência do fato
gerador do tributo, seja mediante declaração do contribuinte, ou, quando se constata
erro ou omissão no pagamento do tributo anteriormente efetuado, ou ainda, quando
a lei assim o determine.
Lançamento Tributário: o ato administrativo de concretização do crédito
tributário.
Planta de Valores: um instrumento de apoio ao lançamento dos tributos que
têm por base de cálculo o valor venal do imóvel. A planta de valores fixa os valores
médios unitários de metro quadrado de terreno e construção para logradouros,
quadras, zonas ou bairros, da área alcançada pela tributação.
Sociedade: a Sociedade é aqui considerada como aquela que é detentora
de um patrimônio social específico, resultado da construção histórica de um conjunto
de crenças, valores e informações, da humanidade que a compõe.
Tributação: O tema tributação é entendido como uma atividade vinculada
exercida pelo Estado, decorrente do seu direito-dever de intervir na sociedade com o
objetivo de prover recursos para atendimento às demandas sociais de interesse
coletivo e promover a Justiça Social.
25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O ESTADO, A SOCIEDADE E O TRIBUTO
2.1.1 Estado Contemporâneo e sua Função Social
O Estado Contemporâneo, criado pela vontade coletiva expressada na
Assembléia Constituinte, é aqui entendido como aquele que tem por finalidade
precípua o compromisso com a justiça social. Sua característica básica consiste no
poder-dever de intervir nos domínios econômico e social da sociedade para
assegurar condições dignas de vida à população através do atendimento à saúde,
educação, saneamento básico e segurança, em observância a um dos fundamentos
da República que é a dignidade da pessoa humana.
Para aclarar essa idéia busca-se a conceituação dada por César Pasold ao
Estado Contemporâneo.
Conceitualmente propomos que: - O Estado Contemporâneo tenha e exerça uma Função Social que implique em ações que – por dever com a Sociedade – o Estado execute, respeitando, valorizando, e envolvendo o seu SUJEITO, atendendo o seu OBJETO e realizando os seus OBJETIVOS, sempre com a prevalência do social e privilegiando os valores fundamentais do ser humano (PASOLD, 1988, p.70).
A intervenção do Estado na sociedade pode se dar de diferentes formas,
dentre as quais cita-se a regulação econômica, a tributação, a exploração direta de
atividades econômicas, a criação de monopólios e outras. Porém, de acordo com
Pasold (1988, p.76), qualquer que seja a forma adotada será “sempre com a
prevalência do social e privilegiando os valores fundamentais do ser humano”.
Denota-se que a função social é, dentre todas, a que mais se identifica como
característica do Estado Contemporâneo.
Em estudo realizado em 2001, a autora e outros (ADRIANO et al., 2001, p.5)
concluíram que:
A Função Social é, dentre todas, a mais relevante do Estado Contemporâneo. De um certo modo, reúne todas as demais funções, podendo, de uma forma generalizada, ser entendida como a única função do Estado. O fundamento dessa assertiva está na própria razão de ser do Estado, cujo dever para com a Sociedade é o BEM COMUM. Todas as ações do Estado têm como destinatário final, a coletividade. O Estado age no interesse da coletividade, no interesse
26
público. São nulos de pleno direito os atos e ações do Governo que não se revestem do interesse público.
Na lição de César Luiz Pasold, o exercício da Função Social do Estado
Contemporâneo envolve um direito-dever de intervenção nos domínios econômico e
social da sociedade para, no interesse coletivo, realizar a justiça social.
A Justiça Social preconizada no Estado Contemporâneo – do ponto de vista
constitucional –, é melhor compreendida a partir da análise do raciocínio exercitado
por Alceu de Amoroso Lima quando conceitua “Justiça” numa tríplice dimensão. Esta
tríplice dimensão é assim interpretada a partir da análise feita por Pasold (1988,
p.73), nos seguintes termos:
Na primeira2, cada um dá e recebe, em função do próprio dar e receber, na segunda3, cada um contribui para o todo, porque o indivíduo sempre se encontra inserido numa coletividade e, ao dar para o todo, deve omitir-se das exigências de retribuição; e, na terceira, ou seja, na JUSTIÇA SOCIAL, é o todo que contribui para cada um, não como uma dádiva generosa e paternalista, mas como um dever decorrente de sua condição inalienável de parte do todo, provedor e beneficiário potencial e efetivo.
A forma adotada por Amoroso Lima para explicar a Justiça Social sintetiza
com nitidez a interação que se verifica na relação entre o Estado e a Sociedade. Na
tributação, essa tríplice dimensão se manifesta de forma clara e evidente. No
primeiro caso, quando o Cidadão provoca o Estado para, em seu benefício ou por
ato seu, prestar serviços ou realizar atividades, remunerando-lhe os custos
despendidos em razão desses serviços.
No segundo caso, o Estado, usando do seu poder de império,
compulsoriamente, impõe a todos os cidadãos o dever de contribuir com uma
parcela de seu patrimônio ou renda. Os recursos obtidos em razão dessa relação
são administrados pelo Estado e devolvidos à Sociedade na forma de obras e
serviços do interesse coletivo. Aqui, a contribuição é proporcional à riqueza de cada
um. Equivale dizer que as pessoas que possuem melhores condições econômicas
pagam mais impostos, para possibilitar que sejam feitos investimentos públicos nas
áreas mais carentes de serviços.
2 Justiça Comutativa 3 Justiça Distributiva
27
Finalmente, o Estado é a instituição suprema criada pela Sociedade para, no
interesse coletivo, manter a ordem pública, fomentar o Bem Comum e administrar os
negócios públicos, em fim, exercer a sua Função Social.
De acordo com o art. 1º da Constituição Federal, o Brasil é uma República
Federativa constituída por um Estado Democrático de Direito, que tem por
fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político, com poder emanado
do povo e em seu nome exercido, por meio de representantes. Este é o balizamento
do texto constitucional a ser seguido pelo Estado e por toda a Sociedade. É este o
princípio constitucional elementar que deve orientar o agir dos agentes públicos e
políticos na condução da Administração Pública.
Estas considerações dão conta que o Estado não existe sem uma
Sociedade que lhe justifique; também não é um fim em si mesmo. A razão de ser do
Estado é a própria Sociedade que, em última análise, é sua origem e seu fim.
Para cumprir a Função Social que é a sua razão de ser, o Estado deve ter
presente o compromisso de realizar os anseios da Sociedade. Para isso, necessita
de recursos financeiros que são obtidos na própria Sociedade mediante o exercício
do poder de tributar. Esse poder de tributar é outorgado ao Estado pela Constituição
Federal, ou seja, é exercido pelo Estado por delegação do povo.
Discorrendo sobre o tema, Sacha Calmon Navarro Coêlho faz algumas
considerações sobre o poder de tributar do Estado, afirmando que:
O poder de tributar, modernamente, é composto predileto de labor constituinte. A uma, porque o exercício da tributação é fundamental aos interesses do Estado, tanto para auferir as receitas necessárias à realização de seus fins, sempre crescentes, quanto para utilizar o tributo como instrumento extrafiscal, técnica em que o Estado intervencionista é pródigo. A duas porque tamanho poder há de ser disciplinado e contido em prol da segurança dos cidadãos (COÊLHO, 2001, p.37).
Da lição do autor, constata-se que a tributação, além de ser uma das fontes
de receita necessárias para custear os encargos financeiros, é também um
instrumento extrafiscal de que se vale o Estado para realizar a sua função social.
28
2.1.2 A Tributação como Instrumento de Realização da Função Social do Estado
Claro está que o Estado, em princípio, não gera riquezas,
conseqüentemente, não dispõe de recursos para o seu próprio custeio e
atendimento às demandas da Sociedade. Esses encargos são custeados com
recursos dos tributos instituídos e cobrados pelo Estado. Portanto, os tributos são
imprescindíveis para a consecução da Função Social do Estado.
A importância da participação dos tributos nas atividades do Estado é
destacada pela professora Márcia Aguiar Arend.
São os tributos que permitem a uniformidade do tecido social e a consolidação da civilização e da cidadania, cujo empreendimento e realização invejamos, nos países ditos do primeiro mundo. Para produzir civilidade e democracia os países precisam dos tributos e de gastá-los para tais fins. As nossas distâncias sociais, só poderão ser minimizadas com a redistribuição de renda que se opera através dos gastos públicos (AREND, 2001, p.37).
Para a autora, a importância do tributo vai além do financiamento das
atividades do Estado. O tributo é, sobretudo, um instrumento de que se vale o
Estado para promover a redistribuição da renda e consolidar a cidadania. O
prosseguimento desta análise requer o estabelecimento de um conceito operacional
para tributação.
O termo tributação neste estudo é entendido como uma atividade vinculada
exercida pelo Estado, decorrente do seu direito-dever de intervir na sociedade com o
objetivo de prover recursos para atendimento às demandas sociais de interesse
coletivo e promover a justiça social. Este conceito acima mostra a importância da
tributação como instrumento de consecução da função social do Estado.
A tributação se constitui, simultaneamente, no exercício do poder e do dever
de agir do Estado para obter os recursos financeiros necessários à realização dos
seus fins. É um poder-dever, porque o Estado não pode optar entre tributar ou não
tributar. Daí afirmar-se que a tributação é uma atividade vinculada, isto é, regrada,
deve ser feita segundo a lei e nos estritos limites desta.
Os encargos despendidos pelo Estado na prestação de serviços sociais são
repassados à Sociedade na forma de tributação. A Sociedade é, ao mesmo tempo,
beneficiária e provedora dos serviços do Estado. Contudo, essa não se constitui a
única função do tributo, pois, além de assegurar recursos financeiros ao Estado e
29
garantir a justiça fiscal, a tributação possui outra função fundamental de caráter
social — a extrafiscalidade.
A extrafiscalidade é a utilização dos tributos para fins outros que não os da
simples arrecadação de recursos financeiros para o Estado. Na extrafiscalidade o
tributo é instrumento de promoção de políticas econômicas, sociais, culturais etc.
Por meio da tributação, o Estado pode restringir ou incentivar a prática de
atos ou situações consideradas contrárias ou favoráveis ao interesse público,
atendida a finalidade última que é o bem comum. Pode também, desestimular o
latifúndio improdutivo, a especulação imobiliária à revelia do interesse comum e
contrária à função social da propriedade e, de outro lado, estimular a iniciativa
privada por meio de concessão de isenções e outros benefícios fiscais para
incentivar o desenvolvimento econômico, as artes, a educação, a cultura, o esforço
previdenciário particular (seguridade), e também, para atender situações sociais
relevantes.
A tributação pode ainda, orientar a ocupação do solo nas áreas urbana e
rural e direcionar o Plano Diretor do Município, contribuindo para a implementação
de políticas de planejamento e desenvolvimento sustentável do Município.
2.1.3 Princípios Constitucionais e as Limitações ao Exercício do Poder de Tributar
Se por um lado, o poder de tributar é vital para o Estado, por outro, a sua
disciplinação e contenção são essenciais à sociedade civil (COÊLHO, 2001, p.37),
quer dizer, a distribuição da carga tributária na sociedade deve ser feita de forma
eqüitativa, justa, segundo os princípios constitucionais tributários.
Outros autores também buscam entendimentos a esse respeito, como
Elizabeth Nazar Carrazza, para quem a Constituição de um Estado é o conjunto de
normas que indicam quem detém os poderes estatais, quais são estes poderes,
como devem ser exercidos e quais os direitos e garantias que as pessoas têm em
relação a eles. Ao contrário do Estado-Absoluto, em que não havia limites para os
poderes do príncipe, o Estado Constitucional Contemporâneo defende os direitos
30
das pessoas, mesmo diante do Poder Público (CARRAZZA, 2001, p.19-23), isto é
conseguido, basicamente, com a separação dos Poderes.4
Os Poderes do Estado, Executivo, Legislativo e Judiciário são exercidos pelo
Governo que tem por função a condução política dos negócios públicos. O Governo,
por sua vez, desempenha suas funções através da Administração Pública. Pode-se
afirmar então, que a Administração Pública é a atividade concreta do Estado, cujo
objetivo é satisfazer as necessidades coletivas de forma direta, imediata e
permanente. A Administração Pública atua por intermédio de seus órgãos e de seus
agentes.
A Administração Pública pode então ser conceituada como a gestão de bens
e interesses qualificados da Sociedade no âmbito federal, estadual ou municipal,
segundo os preceitos do Direito e da Moral, visando o Bem Comum. Sendo o Estado
detentor do poder de tributar, a atividade tributária é exercida pela Administração
Pública. Neste sentido, os poderes da administração tanto quanto os do Estado, são
submetidos à obediência de princípios constitucionais que limitam o exercício do
poder dos administradores públicos.
A natureza da Administração Pública é a de um encargo de defesa,
conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. O
administrador público tem a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e
da Moral administrativa que regem a sua atuação. Quando investido em função ou
cargo público, o agente do poder assume com a coletividade o compromisso de bem
servi-la, por que é esse o desejo do povo, como legítimo destinatário dos bens,
serviços e interesses administrados pelo Estado.
Na administração particular, o administrador recebe do proprietário as
ordens e instruções de como administrar as coisas que lhe são confiadas; na
4 “A Teoria da Separação dos Poderes também chamada Teoria da Tripartição do poder, embora já conhecida, em suas linhas básicas, desde a Antiguidade Clássica (ARISTÓTELES a ela aludia, em seu livro Da Política), encontrou em MONTESQUIEU seu mais completo expositor. De acordo com este pensador, as pessoas que detém o poder, tendem a dele abusar. É sua a frase: “todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”. A partir desta idéia, querendo acabar com o poder absoluto dos governantes, tripartiu as funções de governo; a saber: a) legislativa (produz as leis, que devem ser gerais, abstratas, iguais para todos, quer amigos, quer inimigos do governante); b) a executiva (que aplica a lei, no interesse do Estado, aos casos concretos); e, c) a judiciária (que aplica a lei com imparcialidade aos que invocam a proteção do Poder Judiciário, a fim de eliminar conflitos entre as pessoas). Com esse engenhoso sistema, pretendia MONTESQUIEU que um Poder, por assim dizer, controlasse o outro. Melhor dizendo, que o Poder Legislativo fizesse a lei, o Poder Executivo aplicasse a lei, o Poder Judiciário julgasse de sua aplicação.” (CARRAZZA, 2001)
31
Administração Pública, essas ordens e instruções estão contidas nas leis,
regulamentos e atos especiais, dentro da moral da instituição.
Os fins da Administração Pública se resumem num único objetivo: o bem
comum da coletividade. Se o administrador se afasta desse objetivo, trai o mandato
de que está investido. Todo ato praticado por administrador ou agente público que
não for do interesse da coletividade, é considerado ilícito e imoral.
As normas constitucionais não têm todas a mesma importância. Dentro da
Constituição existem normas jurídicas mais importantes e menos importantes. As
mais importantes se traduzem nos princípios constitucionais e como tais, têm
supremacia sobre as demais.
Para Roque Antonio Carrazza, princípio “é um enunciado lógico, implícito ou
explícito, que por sua grande generalidade, ocupa posição de preeminência nos
vastos quadrantes do Direito e, por isso mesmo, vincula, de modo inexorável, o
entendimento e a aplicação nas normas jurídicas que com ele se conectam”
(CARRAZZA, 2002, p.33).
Os princípios, por seus fundamentos, traduzem as diretrizes balizadoras dos
procedimentos que devem nortear as atividades das pessoas políticas dotadas de
competência tributária para instituir e cobrar tributos.
A função elementar do principio constitucional é estabelecer limites ao
exercício da competência tributária, para assegurar aos cidadãos a garantia dos
direitos fundamentais consubstanciados na capacidade, liberdade, dignidade
humana, propriedade e igualdade, além de outros valores próprios do regime
federal.
Em matéria tributária, a Constituição Federal contempla um grande número
de princípios que disciplinam a tributação e limitam o exercício do poder de tributar.
São os princípios constitucionais tributários.
Os princípios constitucionais tributários, na sua maioria, estão
expressamente contidos no Capítulo do Sistema Tributário Nacional, e são
considerados por Coêlho (2001, p.179-180) conexos aos direitos fundamentais. Os
princípios constitucionais tributários podem ser resumidos da seguinte forma: a)
princípio da legalidade formal e material da tributação (arts. 5°, II e 150, I); b)
principio da irretroatividade da lei tributária e dos critérios ligados à sua aplicação
administrativa e judicial (arts. 5°, XXXVI e 150, III, “a”); c) princípio da anterioridade
da lei tributária em relação ao fato jurígeno tributário, também denominado princípio
32
da não-surpresa (art. 150, III, “b”); d) princípio da noventena da lei tributária
instituidora ou majoradora de tributos (arts. 150, III, “c” e 195, § 6°); e) princípio da
vedação ao estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
de tributos (art. 150, V); f) princípios da igualdade tributária, também chamado
princípio da isonomia tributária (arts. 5°, I e 150, II); g) princípio da capacidade
contributiva e da pessoalidade dos impostos (art. 145, § 1°); h) princípio do não-
confisco (arts. 5° e 150, IV); i) princípios da generalidade, universalidade e
progressividade do Imposto de Renda (art. 153, § 2°); j) princípio da progressividade
dos impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana e sobre a propriedade
territorial rural (arts. 153, § 4°, e 156, § 1°); l) princípio da não cumulatividade do
ICMS e do IPI (arts. 153, § 3°, II e 155, II).
Também são limitações constitucionais em matéria tributária, alguns
princípios constitucionais derivados do sistema jurídico da Constituição, os quais
Coêlho (2001, p.180), assim enumera:
a) princípio federativo da uniformidade da tributação federal; b) principio do tratamento fiscal privilegiado para regiões economicamente subdesenvolvidas e para as microempresas; c) princípio da unidade nacional e do mercado comum nacional; d) princípio da isonomia entre as pessoas políticas; e) princípio da anualidade orçamentária, influindo nos impostos periódicos; f) princípio do devido processo legal nas esferas administrativa e judicial, em matéria fiscal; g) princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional da lei e do ato administrativo normativo de caráter fiscal; h) princípio do sigilo fiscal, bancário e profissional.
Ainda em matéria tributária, considera-se relevante o princípio da efetividade
do exercício da competência tributária, segundo a norma estabelecida no art. 11 da
Lei Complementar n° 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal.
A par desses princípios constitucionais aparecem os princípios da
Administração Pública que devem ser observados pelos Administradores, sobretudo
no que se refere às atividades tributárias, conforme adiante se verifica.
Esses princípios constitucionais são garantias dos direitos fundamentais do
cidadão, isto é, asseguram ao contribuinte, notadamente, liberdade, dignidade
humana, igualdade, consubstanciados na segurança jurídica e na justiça fiscal e
devem, obrigatoriamente, ser observados pelo Estado e, como tal, pela
Administração Pública.
33
Dentre os princípios constitucionais tributários, verifica-se que alguns são
genéricos e outros específicos a determinados tributos.
Considerando a finalidade deste estudo, cuja área está delimitada no campo
da competência tributária municipal, importa o estudo dos princípios aplicáveis aos
tributos municipais, e mais especificamente daqueles que são próprios ao Imposto
Predial e Territorial Urbano.
Princípio da legalidade. Um dos primeiros princípios constitucionais relativos
aos direitos e garantias fundamentais do cidadão está consagrado no art. 5°, inciso II
da Constituição Federal, segundo o qual, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Em matéria tributária, contudo, esse mandamento se reveste de maior
severidade a partir da norma prescrita no art. 150, inciso I: “Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça.”
Em outras palavras, nenhum tributo pode ser instituído ou majorado sem lei.
A esse respeito, são importantes os estudos de Paulo de Barros Carvalho.
O veículo introdutor da regra tributária no ordenamento há de ser sempre a lei (sentido lato), porém o princípio da estrita legalidade diz mais do que isso, estabelecendo a necessidade de que a lei adventícia traga no seu bojo os elementos descritores do fato jurídico e os dados prescritores da relação obrigacional (CARVALHO, 2002, p.154).
Em outras palavras, qualquer uma das pessoas políticas5 detentoras da
competência tributária somente poderá instituir novos tributos, ou aumentar os
existentes, majorando as respectivas bases de cálculos ou alíquotas, mediante lei.
Princípio da igualdade. A teor da norma consubstanciada no art. 150, II da
Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: “II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
5 As pessoas políticas detentoras da competência tributária são aquelas que formam o Estado Federal. Segundo disposição expressa no art. 1° da Constituição Federal o Brasil é uma República Federativa “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. A principal característica do Estado Federal é a autonomia dos entes federados, entre si, porém cada Estado-Membro está subordinado à Constituição Federal que os domina. A soberania é da Nação. A União os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, entes federados, formam ordens jurídicas parciais, e como tal, recebem diretamente da Constituição Federal o delineamento das suas competências, dentre as quais a competência tributária.
34
profissional ou função por eles exercida independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos e ou direitos.” Considera-se que o princípio da
igualdade, também denominado princípio da isonomia, é um dos que mais se
conforma com a função social preconizada pelo Estado Contemporâneo. Sem
igualdade não se pode falar em justiça social. É princípio constitucional que não
admite derrogação ainda que através de lei.
O princípio da igualdade é explicitado na lição de Francisco Campos nos
seguintes termos:
[...] A lei será igual para todos e a todos se aplicará com igualdade. É um direito incondicional ou absoluto. Não tolera limitações, não admite exceção, seja qual for o motivo invocado; lei alguma, nenhum poder, nenhuma autoridade poderá, direta ou indiretamente, de modo manifesto ou sub-reptício, mediante ação ou omissão, derrogar o princípio da igualdade (CAMPOS apud CARRAZZA; CARRAZZA, 2001, p.25).
Segundo Coêlho (2001, p.244-245), o princípio da igualdade da tributação
impõe ao legislador: a) discriminar adequadamente os desiguais, na medida de suas
desigualdades; b) não discriminar entre iguais, que devem ser tratados igualmente.
Conforme esclarece o autor, o legislador deve fazer isto atento à capacidade
contributiva das pessoas naturais e jurídicas.
Ressalta-se que o princípio da igualdade não se aplica aos casos derivados
de extrafiscalidade e do exercício do poder de polícia.
Princípio da capacidade contributiva. No passado, os impostos eram
exigidos das classes menos favorecidas. A nobreza e o clero não pagavam tributos.
Não havia a consciência da necessidade de todos contribuírem, com parte de seu
patrimônio e rendas para que o Estado pudesse atuar no interesse da coletividade e,
dessa forma, alcançar o bem comum. Com a consolidação do Estado Democrático
de Direito, os encargos do Estado passaram a ser de responsabilidade de toda a
Sociedade. Todos devem contribuir com os encargos sociais na medida justa de
suas capacidades econômicas.
Nesse sentido, a lição de José Souto Maior Borges a seguir transcrita:
Todos devem contribuir, na medida de sua capacidade, para satisfação dos encargos públicos. Necessariamente a tributação deve obedecer a uma relação comutativa direta ou indireta com benefícios sociais. Discriminações tributárias, enquanto impliquem num tratamento privilegiado ou de favorecimento de determinadas pessoas, não as tolera o ordenamento constitucional brasileiro (BORGES, 1969 apud CARRAZZA; CARRAZZA, 2001, p.45).
35
Portanto, para haver justiça fiscal é imprescindível que a tributação seja
distribuída de forma eqüitativa, isto é, deve alcançar todos os cidadãos,
proporcionalmente a sua capacidade contributiva. A esse respeito, a Constituição
Federal dispõe em seu art. 145, § 1° que “sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultando à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte”.
A partir da norma constitucional, infere-se que a atual Constituição Federal,
numa demonstração inequívoca do seu compromisso com a justiça social, cita como
fatos passiveis de tributação, via impostos, os que consideram fatos-signos
presuntivos de riqueza: o patrimônio, a renda e as atividades econômicas dos
contribuintes. Estes fatos são considerados manifestações da capacidade
contributiva do cidadão.
Ressalta-se, outrossim, que o texto constitucional fala em capacidade
econômica e não capacidade financeira. Portanto, “não é a disponibilidade financeira
para contribuir o dado relevante para que se possa aferir da existência ou da
inexistência da capacidade contributiva. Tal escolha já foi feita pela Constituição ao
eleger os fatos signos presuntivos de riqueza, passíveis de tributação” (CARRAZZA,
2001, p.49).
Segundo estabelece o art. 145, § 1° da Constituição Federal antes transcrito,
em alguns impostos, a pessoalidade lhes é inerente. É o caso do imposto sobre a
renda e proventos de qualquer natureza, da competência da União. Nele, a lei pode
e deve considerar as características pessoais do contribuinte ao descrever os
aspectos da hipótese de incidência tributária, dentre os quais, o fato gerador, a base
de cálculo e as alíquotas. Ou seja a lei pode estabelecer critérios legais mais
específicos para, tanto quanto possível, tornar mais individualizada a tributação.
Porém, existem impostos em que a característica da pessoalidade não se
aplica. Incluem-se nesse conceito, os impostos reais como os que gravam a
propriedade. Caso, por exemplo, do Imposto sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana (IPTU), de competência dos Municípios. A propriedade do imóvel
tributado é que revela a capacidade contributiva do contribuinte. Nesse caso, são
36
irrelevantes as características pessoais do contribuinte, como por exemplo, a renda
ou a capacidade civil do proprietário do imóvel tributado.
Dentre todos os princípios constitucionais tributários, considera-se que o
princípio da capacidade contributiva e o principio da igualdade são os que mais se
conformam com a justiça fiscal e conseqüentemente, mais se alinham à função
social preconizada no Estado contemporâneo.
Princípio da anterioridade. O princípio da anterioridade é também chamado
de princípio da não-surpresa. Este princípio é explicado por Sacha Calmon Navarro
Coelho, como sendo aquele que:
(...) expressa a idéia de que a lei tributária seja conhecida com antecedência, de modo que os contribuintes, pessoas naturais ou jurídicas, saibam com certeza e segurança a que tipo de gravame estarão sujeitos no futuro imediato, podendo dessa forma organizar e planejar suas atividades (COÊLHO, 2001, p.195).
Dessa forma, a instituição ou majoração de tributos, bem como a extinção ou
redução de isenção ou incentivos fiscais, só podem ser feitas por lei publicada antes
do início do exercício financeiro em que devem vigorar.
Em 31 de dezembro de 2003 foi publicada a Emenda Constitucional nº 42,
que introduziu a alínea “c” ao inciso III do art. 150 da Constituição Federal de 1988,
determinando que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não
poderão cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data de publicação da
lei que os instituiu ou aumentou, sem prejuízo da anterioridade já prevista na CF/88
e à exceção de alguns tributos expressamente indicados.
Esta limitação constitucional não se aplica ao empréstimo compulsório
instituído em casos de calamidade pública, de guerra ou sua iminência; ao imposto
de importação (II); ao imposto de exportação (IE); ao imposto de renda (IR); ao
imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários (IOF); e ao imposto extraordinário instituído no caso de guerra ou
sua iminência. Além disso, a noventena não se aplica à determinação da base de
cálculo do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) e do
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU).
Princípio da irretroatividade da lei tributária. Este princípio tem como
pressuposto assegurar às pessoas a certeza quanto aos seus atos pretéritos em
face da lei.
37
A matéria relativa à vigência das leis em geral é disciplinada na Lei de
Introdução ao Código Civil, cujo art. 1° estabelece que “salvo disposição contrária, a
lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicada”. Desta forma, uma vez publicada a lei, ela passa a produzir efeitos
quarenta e cinco dias após. Entretanto, o legislador pode estabelecer,
expressamente, prazos maiores ou menores para a vigência da lei. Esse prazo pode
ser até mesmo a partir da data de sua publicação, o que, via de regra, ocorre.
Ressalta-se que a data de vigência da lei não determina a data em que se
observam os seus efeitos. O período compreendido entre a data da publicação da lei
e os seus efeitos, é denominado vacatio legis. A vacatio legis pode ser livremente
fixada pelo legislador ou pode ser prescindida por ele.
Contudo, quando se trata de matéria tributária é necessário que se
observem algumas restrições, tanto em relação às leis quanto aos decretos e às
normas complementares6.
Em primeiro lugar, as leis que instituam ou aumentam impostos, bem como
as que venham a extinguir ou reduzir isenções, devem observar os princípios da
anterioridade, da noventena e o da irretroatividade. Estas leis somente produzem
efeitos no ano seguinte ao de sua publicação, considerado ainda a vacatio legis de
noventa dias.
Os atos complementares previstos no art. 100 do Código Tributário Nacional
(CTN) entram em vigor na data da sua publicação; as decisões dos órgãos
singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia
normativa, passam a vigorar 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; os
convênios celebrados entre a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios,
têm sua vigência iniciada na data neles prevista.
A lei tributária nova somente é aplicada aos atos e fatos passados quando
dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte.
A efetividade do exercício da competência tributária. No ordenamento
jurídico o princípio da efetividade do exercício da competência tributária encontra-se
expresso no art. 11 da Lei Complementar n° 101/2000 – Lei de Responsabilidade
Fiscal, segundo o qual, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
devem exercer, com efetividade, a sua competência tributária. O efetivo exercício da
38
competência tributária envolve, dentre outros deveres, a instituição, o lançamento, a
arrecadação e a fiscalização de todos os tributos cuja competência tenha sido
outorgada pela Constituição Federal.
Percebe-se então que o administrador público não pode agir ao seu livre-
arbítrio, antes, deve se comportar conforme o ordenamento pretendido pelo
legislador. Segundo esclarece Seixas Filho (2001, p.3):
O administrador fiscal, como todos os administradores públicos, tem o seu campo de ação perfeitamente delimitado pela lei, não podendo agir fora dos parâmetros fixados pelo legislador, porquanto sua função própria é a de aplicador das leis, é a de fazer as pessoas cumprirem as leis.
Este princípio tributário se conforma com o princípio do poder-dever do
Estado, segundo o qual o Fisco tem o dever legal de exigir que o contribuinte pague
o tributo devido podendo, para o exercício dessa função, utilizar poderes que são
derivados e próprios da norma jurídica. Nesse sentido é esclarecedora a lição de
Celso Antonio Bandeira de Mello.
A ordenação normativa propõe uma série de finalidades a serem alcançadas, as quais se apresentam para quaisquer agentes estatais como obrigatórias. A busca destas finalidades tem o caráter de dever (antes do que poder), caracterizando uma função, em sentido jurídico. Em Direito, esta voz função quer designar um tipo de situação jurídica em que existe, previamente assinalada por um comando normativo, uma finalidade a cumprir e que deve ser obrigatoriamente atendida por alguém, mas no interesse de outrem, sendo que, este sujeito – o obrigado – para desincumbir-se de tal dever, necessita manejar poderes indispensáveis à satisfação do interesse alheio que está a seu cargo prover. Daí uma distinção clara entre a função e a faculdade ou o direito que alguém exercita em seu prol. Na função o sujeito exercita um poder, porém o faz em proveito alheio, e o exercita não porque acaso queira ou não queira. Exercita-o porque é um dever (....) (BANDEIRA DE MELLO, 1992, p.13-14)
Portanto, a Administração Pública, na medida em que tenha uma função
determinada pelo legislador, com atribuições e deveres bem definidos para a
realização do interesse coletivo, não tem liberdade para decidir se deve agir ou não
agir, fazer ou não fazer, porque a sua atuação está adstrita ao dever legal. A ação
dos administradores públicos deve pautar-se segundo o modelo legal,
consubstanciado nos princípios da Administração Pública.
6 As normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos, são aquelas estabelecidas no art. 100 do Código Tributário Nacional (CTN).
39
Os princípios básicos da Administração Pública estão consubstanciados em
seis normas que devem ser observadas de forma permanente e obrigatória:
legalidade, moralidade, impessoalidade, razoabilidade, publicidade e eficiência. Por
esses padrões é que devem se pautar todos os atos administrativos.
A legalidade, como princípio de administração significa que o administrador
público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às
exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de
praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal,
conforme o caso.
A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da
Administração Pública. Assim, cabe ao administrador público distinguir o bem do
mal, o honesto do desonesto. Ao atuar, o administrador público não poderá
desprezar o elemento ético de sua conduta. Considerando o Direito e a Moral, o ato
administrativo não deve obedecer somente à lei jurídica, mas também, à lei ética da
própria instituição, por que nem tudo que é legal é honesto.
O princípio da impessoalidade e finalidade impõe ao administrador público
que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a
norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma
impessoal.
Esse princípio também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas. A
finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo:
o interesse público. Todo ato que se afastar desse objetivo sujeitar-se-á à
invalidação por desvio de finalidade. Portanto, o ato administrativo deve ter sempre a
finalidade pública; não pode ser praticado no interesse próprio ou de terceiros.
O princípio da razoabilidade é também chamado princípio da proibição do
excesso. Objetiva compatibilizar os meios e os fins, de modo a evitar restrições
desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública, com lesão aos
direitos fundamentais.
O princípio da publicidade impõe a divulgação oficial do ato para
conhecimento público e início de seus efeitos externos. Os atos que produzem
conseqüências jurídicas externas para terem validade exigem publicidade. A
publicidade é requisito de eficácia do ato.
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O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida
com presteza, perfeição e rendimento funcional.
2.1.4 Tributo: Conceito e Espécies
Dependendo o contexto em que é utilizado, o vocábulo tributo pode ter
diversos significados. Paulo de Barros Carvalho encontrou os seguintes significados
para o vocábulo tributo:
a) “tributo” como quantia em dinheiro; b) “tributo” como prestação correspondente ao dever jurídico do sujeito passivo7; c) “tributo” como direito subjetivo de que é titular o sujeito ativo8; d) “tributo” como sinônimo de relação jurídica tributária; e) “tributo” como norma jurídica tributária; f) “tributo” como norma, fato e relação jurídica. (CARVALHO, 2002, p.19)
Dentre as proporções semânticas aludidas ao vocábulo tributo, a que o
considera como uma quantia em dinheiro é considerada a mais vulgar. Nesse
sentido, tributo significa uma quantidade de notas. Essa menção corriqueira não é
encontrada somente entre os leigos, mas até mesmo nos textos de lei, como se
verifica da redação do art. 166 do CTN, onde o termo tributo aparece como soma de
dinheiro: a restituição de tributos que comportem (....).
O termo tributo também pode significar a conduta de uma pessoa
consubstanciada no pagamento de uma determinada quantia pecuniária para
cumprir um dever jurídico. A ênfase, nesse caso, não é o dinheiro, mas o
comportamento de alguém para solver um compromisso.
Em sentido antagônico ao anterior, tributo pode significar o direito do Estado
de exigir um comportamento das pessoas que lhe são submetidas. O real sentido do
termo é apresentado por Rubens Gomes de Souza (SOUZA, 1954 apud
CARVALHO; CARVALHO, 2002, p.21), para quem “tributo é a receita derivada que o
Estado arrecada mediante o emprego da sua soberania, nos termos fixados em lei
(...)”.
Como relação jurídica tributária, o tributo não significa um conteúdo
patrimonial, nem um dever jurídico e tão pouco um direito subjetivo, mas, como uma
7 Em matéria tributária, considera-se sujeito passivo a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária a ele correspondente. 8 idem sujeito ativo, a pessoa política titular do direito de cobrar o tributo.
41
relação jurídica complexa que envolve as três grandezas: o objeto da prestação, o
direito subjetivo e o dever jurídico.
O termo tributo é considerado ainda uma regra de direito, um preceito
normativo, ou ainda, uma instituição jurídica. Afirmando que o tributo é um plexo de
normas, Carvalho (2002, p.23) preleciona:
Quem der revista no texto constitucional irá encontrar, à farta, prescrições que aludem àquela realidade jurídica como norma ou plexo de normas, especialmente no capítulo destinado ao Sistema Tributário. [...] Que representa instituir, criar, decretar um tributo? esse instante, a fraseologia jurídica não admite digressões ou equivocidades: instituir um tributo é tarefa legislativa que se contém na edição de normas jurídicas, determinadas e peculiares, cuja estrutura ante-supõe a descrição de um fato a que o legislador associa o surgimento de um vínculo jurídico.
Finalmente, tributo pode imprimir toda a fenomenologia da incidência que
envolve a norma instituidora, o fato gerador da obrigação, o direito subjetivo e a
obrigação jurídica. Esse é o conteúdo expresso no conceito estabelecido no art. 3°
do CTN.
O CTN, em seu art. 3°, conceitua tributo como sendo “toda prestação
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.
De acordo com o CTN, o conceito legal de tributo expressa caráter
compulsório que não se confunde com “sanção de ato ilícito”. A característica da
compulsoriedade distingue os tributos das prestações de caráter contratual, como os
preços.
Segundo Coêlho (2001, p.392), o conceito de tributo no sistema brasileiro é
dos mais perfeitos do mundo. A posição de Coêlho é confirmada na lição de Geraldo
Ataliba, para quem “o Código Tributário Nacional conceitua tributo de forma
excelente e completa” (ATALIBA, 1980 apud COÊLHO; COÊLHO, 2001, p.392).
Ao comentar o conceito de tributo segundo a norma do CTN, Geraldo Ataliba
surpreende o leitor com o grande entusiasmo que expressa, notadamente quando
afirma (ATALIBA, 1980 apud COÊLHO; COÊLHO, 2001, p.392):
É notável a cláusula ‘que não se constitua sanção de ato ilícito’ porque permite extremar o tributo das multas. Se não se fizesse a ressalva, o conceito ficaria ambíguo – e, pois cientificamente inútil –
42
por excessivamente compreensivo, a ponto de abranger entidade tão distinta como é a multa de direito público.
E prossegue o autor:
Merece louvores a comissão elaborada do anteprojeto do código pela incorporação desta inovação, deixando completa e incensurável a noção de tributo, de modo a concorrer decisivamente para o aprimoramento das construções básicas da dogmática do direito tributário.
O tributo nasce da concretização de um fato previsto na lei tributária. Na
terminologia jurídica, a expressão fato gerador do tributo possui duplo sentido. O fato
gerador em abstrato, revela uma hipótese de incidência. Quando a hipótese de
incidência se concretiza, ocorre o fato gerador. Nesse momento, nasce o dever
jurídico de pagar o tributo, isto e, a obrigação tributária.
Denota-se então que o tributo não se enquadra no conceito de imposição do
poder soberano. Antes, é uma obrigação legal e nasce da ocorrência de um fato
antes previsto pelo legislador.
A redação do art. 3° do CTN mostra que o legislador adotou a teoria
segundo a qual o tributo se caracteriza pelo caráter compulsório, e, para distingui-lo
das multas e penalidades, incluiu a cláusula “que não constitua sanção de ato ilícito”.
O caráter compulsório afasta da definição de tributo, também as prestações de
caráter contratual, como os preços, e outras obrigações heterônomas do Direito
Privado, tais como: seguro obrigatório, obrigação alimentar, etc.
O conceito legal de tributo nos exatos termos do art. 3° do CTN sugere o
detalhamento das diferentes cláusulas que o compõem.
a) Tributo é uma prestação pecuniária compulsória
Prestação pecuniária compulsória quer dizer o cumprimento obrigatório de
uma prestação em dinheiro. A norma legal impõe como regra que uma vez
concretizado o fato previsto na lei, nasce o dever de uma prestação pecuniária.
b) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
Considera-se que esta cláusula é prescindível no texto da norma definidora
do termo em estudo, visto que redundante em relação à cláusula anterior, quando
repete o caráter pecuniário da obrigação. Por outro lado, evidencia contradição
quando acrescenta “ou cujo valor nela se possa exprimir”, pois a partir dessa
disposição, ampliou a possibilidade de satisfazer a prestação, não somente
43
mediante dinheiro, mas também de outras formas. É de se observar que quase
todos os bens são passíveis de avaliação pecuniária.
Com base nessa premissa, é comum encontrar nas leis tributárias de
Estados e Municípios, a possibilidade de extinção do crédito tributário mediante
dação em pagamento com bens imóveis. Releva considerar que o instituto da dação
em pagamento de bens imóveis foi admitido como hipótese de extinção do crédito
tributário pela Lei Complementar n° 104, de 10 de janeiro de 2001.
c) Que não constitua sanção de ato ilícito
A obrigação tributária é decorrente da concretização de um fato lícito, ou
seja, da realização de uma situação definida na lei como necessária para o
nascimento da obrigação tributária. Os acontecimentos ilícitos vêm sempre
acompanhados de uma sanção. Pode ocorrer que o acontecimento ilícito seja
relacionado com a falta do pagamento do tributo. Ainda assim, não se confunde com
o tributo. O tributo decorre de uma obrigação principal, a penalidade, pelo não
pagamento do tributo, uma obrigação acessória.
d) instituída em lei
Em que pese o caráter compulsório do tributo, somente há obrigação de
pagar se esta for instituída em lei. “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa, senão em virtude da lei” – esta a diretriz sobre a qual repousa o
princípio da legalidade inscrito no art. 5°, II da Constituição Federal.
Esse mandamento constitucional é reiterado pela Constituição Federal no
enunciado do art. 150, I, quando veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e os
Municípios, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, instituir
ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Esta é a norma balizadora do princípio
da estrita legalidade.
A lei que institui o tributo define também a relação jurídico-tributária que se
estabelece entre o ente tributante e a pessoa sujeira ao pagamento da obrigação
tributária. Portanto, o tributo ou a relação jurídico-tributária é decorrente de lei e
nasce desde que ocorra um fato antes nela previsto. Na terminologia jurídica este
fato é denominado fato gerador do tributo.
e) cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
A cláusula cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada
expressa o caráter vinculado da atividade administrativa que tem por finalidade a
44
constituição do crédito tributário. É vinculada porque há de ser desempenhada
segundo a lei e nos seus estritos limites.
O tributo pode ser compreendido também como obrigação. A noção de
obrigação como dever jurídico é dada por Luciano Amaro da seguinte forma:
Obrigação, porém, além de dever jurídico (a que fica jungida uma parte ou cada uma das partes numa relação jurídica) presta-se a designar a própria relação jurídica expressando o vínculo que enlaça duas (ou mais) pessoas, às quais se atribuem direitos e deveres correspectivos. Ressalta-se a idéia, presente na etimologia do vocábulo, de ligação ou liame, unindo pessoas (credor e devedor) que têm, respectivamente, o poder de exigir e o dever de prestar o objeto da obrigação (dar, fazer ou não fazer) (AMARO, 1999, p.227).
A lição de Luciano Amaro é valorosa. O tributo é uma obrigação que decorre
da lei e envolve pelo menos duas partes, as quais, na relação tributária, situam-se
em pólos distintos e antagônicos. No pólo ativo, encontra-se o Estado como detentor
do direito-dever de instituir/cobrar o tributo; no pólo passivo, está a pessoa que tem
relação pessoal e direta com a situação definida na lei como necessária e suficiente
para constituir o fato gerador da obrigação. Esta pessoa é designada contribuinte. A
relação tributária comporta ainda uma terceira pessoa no pólo passivo. A lei pode
incluir no pólo passivo, o responsável tributário que juntamente com o contribuinte,
ou, no lugar dele, passa a responder pela obrigação tributária, embora não tenha
relação pessoal e direta com o fato gerador.
O tributo é uma obrigação legal subdividida em espécies. As espécies
tributárias, segundo o art. 5° do CTN são: impostos, taxas e contribuição de melhoria
e somente essas espécies são por ele conceituadas. Confrontando-se a norma do
art. 5° do CTN com o art. 145 da Constituição Federal, verifica-se que a atual
Constituição manteve as espécies tributárias do anterior Sistema Tributário e
acrescentou-lhe novas espécies: o empréstimo compulsório (art. 148); as
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais (art. 149)9; e a contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública (art. 149-A)10;
9 As contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias sociais embora já estivessem previstas na Constituição Federal anterior, foi somente nesta Carta Constitucional que passaram a integrar o Capítulo do Sistema Tributário Nacional. 10 O art. 149-A foi acrescentado ao Capítulo do Sistema Tributário Nacional pela Emenda Constitucional n° 39, de 19 de dezembro de 2002.
45
A natureza jurídica de cada uma das espécies tributárias é determinada pelo
fato gerador da respectiva obrigação e não pela denominação do tributo ou
destinação da sua arrecadação.
O imposto é o tributo que uma vez instituído por lei, é devido
independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte.
Portanto, não está vinculado a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito
passivo. o imposto é tributo não vinculado (ATALIBA, 1992, p.121) que se enquadra
no conceito de obrigação unilateral, segundo a teoria de Coêlho (2001, p.394). O
imposto incide sobre uma situação definida na lei como fato gerador do tributo.
Ocorrendo o fato gerador, nasce a obrigação de pagar o tributo. Por exemplo, O
imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) tem como fato gerador a
prestação de serviço constante da lista anexa à Lei Complementar n° 116/2003. A
execução de obra de construção civil consta da lista de serviços como atividade
sujeita à incidência do imposto municipal. Se alguém constrói um prédio, está
prestando serviço sujeito à incidência do imposto. Portanto ocorre o fato gerador do
ISS e o tributo é devido.
Os impostos são de competência privativa dos entes federativos, na forma
distribuída pela Constituição Federal. Os recursos provenientes da arrecadação dos
impostos, em regra, não têm destinação específica, sendo, geralmente aplicados
nos encargos gerais com educação, saúde, assistência social, saneamento básico e
outros, todos de interesse coletivo.
A taxa, diferentemente dos impostos, é tributo vinculado à atividade estatal.
Isto é, somente será devida pelo contribuinte se houver contraprestação por parte do
ente que a instituiu. Essa contraprestação que constitui o fato gerador da taxa, pode
ser o exercício de atividade do poder de polícia administrativo, ou, a prestação de
serviços públicos específicos e divisíveis.
Para Aliomar Baleeiro “taxa é o tributo cobrado de alguém que se utiliza de
serviço público especial e divisível, de caráter administrativo ou jurisdicional, ou o
tem à sua disposição, e ainda quando provoca em seu benefício, ou por ato seu,
despesa especial dos cofres públicos” (BALEEIRO, 1971, p.284).
A taxa é de competência comum. Todos os entes federados podem cobrá-la
desde que instituída por lei específica do ente tributante, mediante a ocorrência do
fato gerador.
46
Segundo se extrai do art. 78 do CTN, o poder de polícia é a atividade da
Administração Pública que limita e disciplina direito, interesse ou liberdade, em razão
do interesse público, concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, à tranqüilidade pública ou ao respeito.à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. A taxa é cobrada para custear os
encargos despendidos pela Administração Pública no exercício da atividade. Ë
exemplo de atividade de poder de polícia, a concessão de licença para localização e
funcionamento de estabelecimento no município. O exercício do poder de polícia
ocorre quando a autoridade administrativa competente, no interesse público, fiscaliza
o estabelecimento para verificar as condições gerais de localização e
funcionamento.
Considera-se prestado o serviço público quando utilizado pelo contribuinte,
efetiva ou potencialmente. Sendo a taxa de natureza tributária, só pode ser cobrada
em relação a serviço público efetivamente prestado ou colocado à disposição do
contribuinte. Como exemplo de prestação de serviço público pode ser citado o
serviço de limpeza pública e coleta de lixo quando prestado pela Administração
Pública. Se prestado o serviço, ou colocado à disposição da população, ainda que
determinada pessoa não aproveite o serviço, ainda assim, considera-se ocorrido o
fato gerador e o tributo é devido.
A contribuição de melhoria é espécie do gênero tributo, cuja característica é
de ser cobrada em razão de obra pública da qual resulte valorização do imóvel.
A contribuição de melhoria é um tributo que, ao contrário da taxa, não requer
a contraprestação de um serviço público como esclarece Aliomar Baleeiro no trecho
a seguir transcrito:
A contribuição de melhoria oferece matiz próprio e específico: ela não é a contraprestação de um serviço público incorpóreo, mas a recuperação do enriquecimento ganho por um proprietário em virtude de obra pública concreta no local da situação do prédio. Daí a justificação do tributo pelo princípio do enriquecimento sem causa, peculiar ao Direito Privado. Se o Poder Público embora agindo no interesse da coletividade, emprega vultosos fundos desta em obras restritas a certo local, melhorando-o tanto que se observa elevação do valor dos imóveis aí situados, com exclusão de outras causas decorrentes da diligência do proprietário, impõe-se que este, por elementar princípio de justiça e de moralidade, restitua parte do benefício originado do dinheiro alheio (BALEEIRO, 1971, p.319).
47
A contribuição de melhoria é de competência comum e, portanto, pode ser
cobrada pelo ente federativo que realiza a obra pública da qual resulte valorização
imobiliária.
Conforme Fabretti (1998, p.67):
Essa contribuição não tem alíquota ou base de cálculo. Como se destina a custear obra pública, o seu limite é o total da despesa realizada, que será rateada entre os beneficiários da valorização imobiliária, no limite individual do acréscimo de valor que dessa obra resultar para o seu imóvel.
Os empréstimos compulsórios previstos no art. 148 da Constituição Federal
são tributos restituíveis e não são permanentes. Em relação a essa espécie
tributária, esclarece Coêlho que, (2001, p.428) “talvez fosse melhor falar em tributo
causal, porque as suas causas podem ocorrer ou não: guerra externa ou sua
iminência, calamidade pública, investimentos relevantes, urgentes, de interesse
nacional.”
Trata-se de uma espécie tributária que tem características especiais, visto
que tanto pode ter fato gerador de taxa quanto de imposto. É o que se denota das
experiências recentes quanto à instituição do empréstimo compulsório para:
consumo de energia elétrica, aquisição de veículos, compra de combustíveis,
obtenção de divisas para viagens ao exterior, compra de passagens aéreas
internacionais etc.
A esse respeito, é importante o que afirma Alfredo Augusto Becker:
(...) nos chamados empréstimos compulsórios coexistem duas relações jurídicas contrapostas. A primeira é de cunho tributário. O sujeito ativo é o Estado, e o passivo, o contribuinte. A segunda decorre da promessa unilateral de restituição vocalizada legalmente na lei de instituição do imposto restituível. Esta relação, de cariz financeiro, tem por sujeito ativo o contribuinte e por sujeito passivo o Estado. Vencido o termo para a restituição, o credor exercerá o seu direito de cobrança mediante ação contra a Fazenda Pública, caso a dívida não seja espontaneamente cumprida, incidindo em mora (BECKER, 1972 apud COÊLHO; COÊLHO, 2001, p.428).
Doutrinariamente tem sido sustentado que além dos impostos, das taxas e
da contribuição de melhoria, também integram o Sistema Tributário Nacional as
chamadas contribuições especiais ou contribuições parafiscais, como também são
chamadas as contribuições citadas nos arts 149, 149-A e 195 da Constituição
Federal de 1988.
48
Dentre os que reconhecem as contribuições especiais como espécie do
gênero tributos, encontra-se Ataliba (1992, p.168), para quem:
A Constituição de 1988 resgatou a boa doutrina tradicional e restaurou a certeza quanto à inquestionabilidade do cunho tributário das contribuições (parafiscais ou não). Nesse plano, não pode desconhecer que toda exigência coativa de cunho patrimonial que o estado faça aos sujeitos à sua ordem jurídica se submete à disciplina constitucional. Se tal exigência traduz-se em dinheiro, então o regime que lhe aplica é o tributário.
Após a edição do CTN em 1966, vários outros tributos da espécie
contribuições foram criados sob os mais variados fundamentos, destinações e
denominações. Neste estudo considera-se somente os que sobrevieram à
Constituição Federal de 1988 e os criados a partir dela e de suas emendas. Também
são referidos os que foram acrescentados ao art. 217 do CTN pelo Decreto-lei n°
27/1966.
O fundamento da instituição dessas contribuições está consubstanciado nas
normas dos arts 149 e 195 da Constituição Federal11.
No atual sistema tributário, as contribuições especiais são três e se destinam
ao financiamento de encargos específicos do Estado, a saber: a da seguridade
social (previdência, saúde e assistência social), a da intervenção no domínio
econômico e social (portos, café, cinema, cultura etc.) e a da manutenção das
entidades representativas das categorias econômicas e de seus órgãos de classe
(contribuições corporativas: sindicatos, conselhos regionais, Ordem dos Advogados
do Brasil, etc).
A doutrina tem questionado a natureza jurídica das contribuições especiais
em face de que somente em alguns casos o fato gerador implica uma atuação
11 Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social. (...) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a Sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I – dos empregadores, incidente sobre a folha e salários, o faturamento e o lucro; II – dos trabalhadores; III – sobre a receita de concursos de prognósticos. (...)
49
estatal referida ao contribuinte. Para Sacha Calmon Navarro Coêlho somente as
contribuições previdenciárias são as verdadeiras contribuições que podem ser
incluídas na espécie dos tributos vinculados a uma atuação específica do Estado, as
demais não. É do autor a seguinte assertiva:
Dentre as sociais ressaltam as previdenciárias, pagas por todos os segurados proporcionalmente aos seus ganhos, para garantirem serviços médicos, auxílios diversos e aposentadorias. Estas são as verdadeiras contribuições que podem ser incluídas na espécie dos tributos vinculados a uma atuação específica do Estado relativamente à pessoa do contribuinte. os fatos geradores são prestações do Estado, eventuais (auxílios diversos, serviços médicos a qualquer momento e, por último, aposentadoria e pensões ad faturam). Para obter tais prestações do Estado, específicas e pessoais, os segurados obrigatórios pagam contribuições compulsórias ao mesmo . A facultatividade aqui é mínima e residual. A contribuição é, v.g., obrigatória para todos os empregados do setor privado e público (os estados e Municípios podem ter sistemas previdenciários próprios conforme o art. 149, parágrafo único, da CF/88). Nas contribuições previdenciárias, o caráter sinalagmático da relação jurídica é irrecusável. Nas demais contribuições, inclusive as sociais, este aspecto inexiste. São idênticas, estas últimas contribuições, aos impostos. São impostos afetados a fins determinados com o nome de contribuições (COÊLHO, 2001, p.404-405).
Segundo o critério adotado pelo Sistema Tributário da atual Constituição
Federal, que classifica os tributos em impostos, taxas, contribuição de melhoria e
contribuições especiais, nesse último grupo, a partir de 2002, foi incluída nova
espécie de contribuição a ser cobrada pelos Municípios e o Distrito Federal para o
custeio do serviço de iluminação pública por eles prestados à população. Trata-se
pois de uma contribuição que reúne as características próprias dos tributos
vinculados a uma atuação específica do Estado em favor do contribuinte.
2.2 OS MUNICÍPIOS E A DISCRIMINAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA
TRIBUTÁRIA
2.2.1 Os Municípios na Federação Brasileira
De acordo com o art. 1° da Constituição Federal, o Brasil é uma República
Federativa formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e o Distrito
Federal”. A atual Constituição inclui no pacto federativo os Municípios e o Distrito
Federal. A participação desses entes políticos como unidade da federação é
50
considerada por diversos autores, fato inusitado em face de que o federalismo
clássico comporta somente a União dos Estados-Membros. Essa característica do
Estado Federal Brasileiro confere aos Municípios e ao Distrito Federal dignidade
constitucional, notadamente em matéria tributária.
Alguns autores sustentam que, diante do preceito constitucional que incluiu o
Município como ente federativo (art. 1°, da CF/88), o problema estaria superado.
Nesta linha, encontram-se Sacha Calmon Navarro Coêlho (COÊLHO, 2001), Adilson
Abreu Dallari (DALLARI, in RDP 97), Carlos Ari Sundfeld (SUNDFELD, in Rev. da
RPGE/SP, vol. 34) e Fernanda Dias Menezes de Almeida (ALMEIDA, 1991), dentre
outros. Tem posicionamento contrário José Afonso da Silva (SILVA, 1990), para
quem não existe federação de Municípios. Esse entendimento está fundamentado
no fato de os Municípios não possuírem representação no Congresso Nacional,
onde os deputados representam o povo e os senadores os Estados. Ademais, os
Municípios também não têm Poder Judiciário.
2.2.2 O Sistema Tributário na Constituição Federal
O Sistema Tributário Nacional é definido por Nogueira (1980, p.128) como
sendo “o conjunto dos tributos existentes no Brasil, tendo em vista não só as
relações e harmonia entre eles, mas também os efeitos que globalmente possam
produzir sobre a vida econômica e social”.
O Sistema Tributário no Brasil foi instituído em 1965 com a Emenda
Constitucional n° 18 que promoveu a primeira reforma constitucional tributária no
País. Segundo Nogueira (1980, p.128) a Comissão da Reforma Constitucional
Tributária da Emenda Constitucional n° 18/65, esclareceu mesmo que para
racionalizar o sistema partiu de duas premissas:
1ª) Consolidação dos impostos de idêntica natureza em figuras unitárias, definidas por via de referência às suas bases econômicas, antes que uma das modalidades jurídicas que pudessem revestir; 2ª) Concepção do sistema tributário como integrado no plano econômico e jurídico nacional, em substituição ao critério histórico, de origem essencialmente política, da coexistência de três sistemas tributários autônomos, federal, estadual e municipal.
O critério adotado pela Comissão da Reforma Constitucional teve por
resultado a excessiva centralização do poder fiscal, que se refletiu na distribuição
51
das rendas entre os entes políticos, pois a maioria dos impostos ficou na
competência da União, embora do resultado da arrecadação de alguns, os Estados
e Municípios tivessem um percentual de participação. Esse fato resultou também
mais centralização do poder político na União.
A estrutura tributária da reforma de 1965, foi praticamente preservada pela
Constituição de 1988, com algumas poucas alterações no que se refere à
distribuição das competências tributárias e também em relação à partilha direta e
indireta do produto da arrecadação dos impostos entre as pessoas políticas da
Federação (participação de uns na arrecadação dos outros), as quais não
modificaram a base do sistema tributário na sua essência.
2.2.3 A Discriminação das Rendas no Atual Sistema Tributário Nacional
Ao dispor sobre o sistema tributário, o legislador constituinte adotou a
técnica de descrever de modo exaustivo as áreas nas quais as pessoas políticas
podem exercer a tributação. Ficou estabelecido na Constituição Federal um sistema
rígido de distribuição de competências. O sistema rígido é definido por Carrazza
(2001, p.81), como sendo “aquele que traça todos os contornos da atividade
tributária. Fixa todas as regras de tributação, evitando, assim que surjam conflitos
entre as pessoas tributantes”.
Ressalta-se que a Constituição Federal quando estabeleceu o sistema rígido
de discriminação de competências tributárias, conforme lembra Carrazza (2001,
p.81-82), visou assegurar a observância dos princípios federativos e da autonomia
municipal e distrital. Acrescenta-se também que a distribuição das competências, de
forma rígida, privativa, para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
é indispensável para o equilíbrio do sistema e o desenvolvimento da economia do
País.
A Constituição Federal dotou a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios de autonomia política, administrativa e financeira. No que respeita aos
municípios, a autonomia política traduz-se na competência legislativa plena para
editar suas leis orgânicas e eleger seus Governos – Executivo e Legislativo. A
autonomia administrativa, refere-se à aptidão para o Município dispor sobre assuntos
de interesse local. Já a autonomia financeira confere aos Municípios a competência
para instituir os tributos cuja competência lhes tenha sido outorgada pela
52
constituição Federal. Dentro do sistema tributário a discriminação constitucional das
rendas tributárias constitui um dos aspectos fundamentais do federalismo, que é, a
autonomia dos entes federados.
Na distribuição das rendas, a Constituição Federal de 1988, a exemplo do
Sistema Tributário que lhe antecedeu, adota discriminação exaustiva e inflexível,
distribuindo a cada ente da federação uma competência privativa12 para instituir e
cobrar tributos.
A teor do art. 145 da Constituição Federal, “a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: impostos; taxas em
razão do exercício regular do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos a sua disposição; e, contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
As taxas e a contribuição de melhoria, são de competência comum, isto é,
tanto a União quanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir e
cobrar taxas e contribuição de melhoria dentro do campo de atuação administrativa
de cada um desses entes. Na distribuição das competências relativas aos impostos,
a Constituição Federal considerou o critério econômico. Desta forma, os signos
presuntivos de riqueza foram agrupados em quatro setores econômicos: patrimônio,
produção e circulação, renda e especial.
Recaem sobre o patrimônio, os seguintes impostos: sobre a propriedade
territorial rural (competência da união); sobre a propriedade predial e territorial
urbana, (competência dos Municípios); sobre a propriedade de veículos automotores
(competência do estado); sobre a transmissão de bens imóveis e direitos a eles
relativos - quando onerosa inter-vivos (competência dos Municípios), se doações ou
causa mortis (competência dos estados).
A produção e circulação envolvem a indústria (competência da União); a
circulação de mercadorias e serviços (competência do Estado) e a circulação de
serviços (competência dos Municípios).
12 A privatividade é uma das qualidades da competência tributária definidas por Roque Carrazza (CARRAZZA, 2001, p 444). Contudo, Paulo de Barros Carvalho (CARVAHO, 2002, p. 216) tem se posicionado no sentido de discordar sobre a privatividade da competência tributária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Para o autor, só a competência da União é privativa, já que ela está credenciada a criar impostos estaduais e municipais para os territórios não divididos em Municípios, impostos estaduais para os territórios divididos em Municípios e quaisquer impostos, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação, conforme art. 154, II da CF/88.
53
No que se refere à tributação da renda e outras espécies, foi, ainda,
reservada competência à União para instituir e cobrar as contribuições econômicas,
sociais e parafiscais.
Sob o ponto de vista do resultado econômico da distribuição das
competências tributárias, é fácil constatar que a União ficou não somente com a
maioria dos impostos, como também reservou para si os impostos de maior
expressão econômica, em detrimento dos Estados e, principalmente dos Municípios,
que ficaram com a menor fatia do bolo tributário.
Ao lado do critério de impostos privativos, a Constituição prevê o da
participação dos Estados e Municípios no produto da arrecadação de certos
impostos.
Esta participação ocorre da seguinte forma: Pertencem aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, o produto da arrecadação do imposto sobre a
renda , que de acordo com a lei federal, são obrigados a reter na fonte.
Cabem aos Municípios 50% da arrecadação do imposto sobre a propriedade
territorial rural incidente sobre os imóveis localizados em seus territórios; 25% da
arrecadação do ICMS, que será rateado entre esses, segundo critério específico;
50% da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores.
Foram criados o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), constituídos por 47% da arrecadação do imposto
sobre produtos industrializados e do imposto sobre a renda e proventos de qualquer
natureza, dos quais: 21,5%, pertencem aos Municípios e 22,5% aos Estados.
Do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, a
união entrega dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao
valor das respectivas exportações de produtos industrializados. Desse montante, os
Estados entregam aos Municípios 25%, segundo critérios específicos.
2.2.4 Tributos da Competência Municipal
De acordo com o modelo constitucional vigente, a receita tributária municipal
é proveniente das seguintes espécies tributárias: impostos, taxas e contribuição de
melhoria.
De acordo com o art. 156 da Constituição Federal de 1988, os Municípios
têm competência para tributar, mediante impostos: a) a propriedade predial e
54
territorial urbana; b) a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; c) serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.
A competência tributária municipal se iniciou com a Constituição de 1934,
vindo a ser reforçada no transcorrer dos anos.
É relevante registrar que a Constituição de 1988, inicialmente, atribuiu aos
Municípios competência para instituir o imposto sobre venda a varejo de
combustíveis líquidos e gasosos, exceto o óleo diesel (IVVC). Entretanto, a Emenda
Constitucional n° 3, de 1993, extinguiu o referido imposto a partir de janeiro de 1996.
O imposto predial e territorial urbano é o mais tradicional dos impostos
municipais, já chegou a pertencer aos Estados. Somente após a promulgação da
Constituição Federal de 1934 é que o IPTU passou para a competência municipal,
em conformidade com o disposto no art. 13, § 2°, II. A partir daí, o IPTU foi mantido
sob a competência municipal em todos as Cartas Constitucionais.
O imposto sobre serviços de qualquer natureza surgiu com esta
denominação a partir da Emenda Constitucional nº 18, de 1965, mantendo-se até os
dias de hoje. Anteriormente, os serviços eram tributados por dois impostos: o
imposto sobre indústrias e profissões e o imposto sobre diversões públicas. O
imposto sobre indústrias e profissões surgiu na Constituição de 1891, sob
competência estadual. Na Constituição de 1934 o imposto ainda era da competência
estadual sendo, entretanto, repassado 50% do seu valor para os Municípios. Este
mesmo critério foi considerado pela Constituição de 1937. A partir da Constituição de
1946, o imposto sobre indústrias e profissões passou à competência municipal,
conforme indicado no seu artigo 29, inciso III.
O imposto sobre diversões públicas surgiu na Constituição de 1934, sob
competência municipal, assim permanecendo nos dispositivos legais seguintes, até
a reforma tributária de 1965.
A partir da Emenda Constitucional nº 18, de 1965, foi instituído o imposto
sobre serviços de qualquer natureza (ISS) cuja competência foi atribuída aos
Municípios.
O imposto sobre a transmissão onerosa de bens imóveis por atos inter vivos,
anteriormente à Constituição de 1988, era cobrado pelo Estado sob a denominação
55
de imposto sobre a transmissão de bens Imóveis, incidindo sobre as transmissões
onerosas entre vivos, inter vivos, nas transmissões de propriedades ocorridas por
motivo de herança (causa mortis), e nas transmissões por doações.
O ITBI, foi criado na Constituição de 1891 e destinado exclusivamente aos
Estados. Em 1961, a Emenda Constitucional nº 5, de 1961, destinou o ITBI causa
mortis para os Estados e atribuiu o ITBI inter vivos para os Municípios. Pela primeira
vez, os Municípios ganhavam a competência tributária sobre o ITBI inter vivos.
Entretanto, pouco depois, com a Emenda Constitucional nº 18, de 1965, o ITBI inter
vivos retornou para a competência estadual, assim permanecendo até a Constituição
de 1988, quando, foi novamente atribuído aos Municípios.
No que se refere às taxas, a possibilidade de cobrança dessa espécie
tributária sobre serviços municipais foi instituída na Constituição de 1934, em seu
artigo 13, parágrafo 2º, inciso V, sendo complementada sua abrangência pelo
Imposto sobre Licenças, contemplado no inciso I deste mesmo dispositivo.
Na Constituição de 1937 foram mantidos estes mesmos dispositivos: as
taxas no artigo 28, inciso IV; e o Imposto sobre Licenças no inciso I deste mesmo
artigo.
A Constituição de 1946 foi um pouco mais abrangente, em seu artigo 30, ao
prever a cobrança de taxas ou rendas que pudessem provir do exercício das
atribuições do Município (inciso II) e da utilização de seus bens e serviços (inciso III),
mantendo o Imposto sobre Licenças em seu artigo 29, inciso II.
A Emenda Constitucional nº 5, de 1961, ainda mantinha o Imposto sobre
Licenças, em seu artigo 29, inciso IV. A Emenda Constitucional nº 18, de 1965, em
seu artigo 18, deu maior precisão à abrangência das taxas. Elas passavam a ocorrer
em função do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados aos contribuintes ou postos à
sua disposição. A partir deste momento uma série de taxas anteriormente cobradas
pelos Municípios, tais como a de iluminação pública, pavimentação de vias urbanas,
limpeza das vias públicas e outras do gênero, passaram a ser inconstitucionais,
dada à impossibilidade de se determinar sua divisibilidade, cujos efeitos práticos,
entretanto, somente começaram a ser sentidos mais de duas décadas depois,
quando findava a era dos regimes militares e se esgotavam as possibilidades de
recursos judiciais. Durante o regime militar havia o receio de acionar judicialmente
56
um ente governamental, sendo que a sociedade “aceitava” a imposição destas
taxas.
Este mesmo detalhamento das espécies de taxas aparece na Constituição
de 1967, em seu artigo 19, inciso II; e na Emenda Constitucional nº 1, de 1969, em
seu artigo 18, inciso I. Na Constituição de 1988, as taxas são especificadas no corpo
do artigo 145, inciso II.
Portanto, as taxas cobradas pelos Municípios podem ser em razão da
utilização de serviços públicos e pelo exercício do poder de polícia.
A contribuição de melhoria é cobrada quando da realização de obras
públicas, das quais decorram valorização imobiliária.
Destaca-se que a partir de 1º de janeiro de 2003 a Emenda Constitucional nº
39, de 2002, permite que os Municípios venham a cobrar a contribuição sobre a
iluminação pública (COSIP).
A contribuição de melhoria é um tributo que foi introduzido através da
Constituição de 1946, em seu artigo 30, inciso I. Naquela época era prevista a
possibilidade de sua cobrança quando se verificasse a valorização do imóvel, em
conseqüência da realização de obras públicas.
A Emenda Constitucional nº 18, de 1965, mantinha em seu artigo 19 estes
mesmos princípios, porém, acrescentava que o ressarcimento do custo da obra não
poderia ultrapassar o limite da despesa total realizada e que haveria um limite
individual de pagamento, regulado pelo acréscimo de valor que a obra resultasse
para cada imóvel beneficiado.
A Constituição de 1967, em seu artigo 19, inciso III, voltava a apresentar um
texto mais genérico, em que a contribuição de melhoria seria cobrada dos
proprietários dos imóveis valorizados pelas obras públicas que os beneficiassem.
A Emenda Constitucional nº 1, de 1969, voltava a explicitar no texto legal,
em seu artigo 18, inciso II, que o ressarcimento do custo da obra se balizaria dentro
dos limites do valor total da obra e dos limites individuais de pagamento de cada
contribuinte. Não resta dúvida que este formato praticamente inviabilizava a
cobrança do tributo.
A Emenda Constitucional nº 23, de 1983, introduzia nova modificação no
texto referente à Contribuição de Melhoria, dizendo que esta seria arrecadada dos
proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas, e que teria como limite
para o ressarcimento da Prefeitura, a despesa total realizada.
57
A Constituição de 1988, em seu artigo 145, inciso III, apresenta um texto
bem enxuto, ao estilo daquele encontrado na Constituição de 1946, quando fala
apenas de que a cobrança da contribuição de melhoria decorrerá de obras públicas.
2.3 O IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA
2.3.1 Breves Considerações Sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU
Entre os tributos da competência dos Municípios está o imposto sobre a
propriedade predial e territorial urbana (IPTU), que constitui a segunda maior fonte
de receita própria municipal. O IPTU é um tributo direto que incide sobre o
patrimônio, isto é, grava a propriedade imobiliária que se destaca dentre os signos
presuntivos de riqueza por sua expressão econômica e, também, por constituir uma
alternativa de investimento com baixo risco.
Em 2002, Cesare desenvolveu estudo sobre a tributação da propriedade
imobiliária e concluiu que, em comparação com outras formas de tributação, existem
diversas características que incentivam a instituição de um tributo sobre a
propriedade imobiliária, dentre as quais destacou: a) alta visibilidade; b)
universalidade do fato gerador, isto é, ampla incidência do tributo; c) geração de
fluxo estável e previsível de receita, independentemente do ciclo econômico; d)
capacidade de produzir níveis razoáveis de receita quando administrado
eficientemente; e) capacidade de alocar a receita que cabe a cada município; f)
possibilidade de usar o próprio imóvel como garantia para incentivar o pagamento; e
g) dificuldade de sonegar.
Acrescente-se a essas características também o fato de que o IPTU é tributo
que se contrapõe aos impostos sobre o consumo. Enquanto estes tendem a
absorver uma parcela cada vez maior da renda das classes menos favorecidas, o
IPTU, tem a capacidade de impor uma carga tributária proporcional à capacidade
econômica da população, exigindo mais de quem tem mais e menos de quem tem
menos. Portanto, o IPTU tem a vantagem de possibilitar que a tributação seja
proporcional à capacidade contributiva de cada proprietário. Com isso, a população
que tem melhores condições econômicas paga mais imposto para financiar os
serviços e investimentos públicos nas áreas mais carentes.
58
Dissertando ainda sobre o IPTU, Cesare corroborando o pensamento de
Youngman, (YOUNGMAN, 1997 apud CESARE; CESARE, 2002, p.3), acrescenta:
Ao lado do grande número de vantagens na tributação do IPTU, existe um senso geral de insatisfação com o imposto por parte dos contribuintes. Uma das causas dessa insatisfação pode estar relacionada com o fato de que o tributo exige pagamento não acompanhado por qualquer movimentação financeira como a venda do imóvel ou a produção de renda. Outra fonte de insatisfação é a potencialidade do imposto para aumentos inesperados. Aumentos significativos nos preços imobiliários quando repassados para a base de cálculo do imposto, podem expor os contribuintes a uma carga tributária inesperada e sobre a qual os proprietários não exercem qualquer controle
Essa necessidade de aumentos astronômicos, segundo Cesare (2002, p.3),
“está muito mais relacionada à infrequência das avaliações do que a taxas de
valorização extraordinárias no mercado de imóveis”. Portanto, se as avaliações para
fins tributários fossem realizadas em curtos intervalos e de forma periódica,
provavelmente os diferenciais no imposto em relação ao ano anterior seriam
aceitáveis.
Em que pese os fundamentos de todas essas considerações, na prática,
verifica-se que a maior causa da insatisfação dos contribuintes em relação à
tributação do IPTU, está muito mais relacionada é com os aspectos da gestão do
imposto, conforme será demonstrado neste estudo.
Para se fazer uma análise de qualquer tributo, o conhecimento de sua
origem e de seu desenvolvimento através dos tempos se torna necessário. Com o
auxílio da História, é possível entender melhor as instituições jurídico-tributárias dos
dias atuais. A informação do passado, com seus acertos e erros constitui um
instrumento imprescindível para o esclarecimento de eventuais problemas que
poderão ser conhecidos no transcorrer de um estudo.
Portanto, inicia-se este Capítulo apresentando o imposto objeto deste
trabalho em seu ângulo histórico. Importa ressaltar que a escassez das fontes
históricas em relação ao IPTU, não permitiu a reunião de muitos subsídios sobre o
seu desenvolvimento histórico. A inexistência de dados e informações mais claras,
faz lembrar a conhecida frase de Mandetta (s/d, p.2), dirigida para a origem dos
impostos em geral: “A criação do imposto remonta às épocas mais antigas da
história da humanidade; distancia-se e desaparece nas sombras incertas do
passado mais longínquo”.
59
Veja-se, assim, quais as principais manifestações do IPTU.
O IPTU foi instituído no Brasil em 1799, pela Rainha Dona Maria, com o
nome de “décima urbana” e tinha por finalidade tributar somente os imóveis
edificados das cidades marítimas (BALEEIRO, 1971). Acredita-se que somente no
fim do período colonial é que o nosso País estava em condições para estabelecer
qualquer tipo de imposto. Antes, inexistiam condições econômicas e de organização
fiscal. Os habitantes do Brasil eram gravados com onerosos e variados tributos, sem
qualquer racionalidade ou sistema, recaindo os mesmos sempre sobre parte da
extração ou produção e também sobre os “direitos”.
Sobre a política tributária que vigorou no período colonial, Bernardo Ribeiro
de Moraes esclarece que:
Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 29 de novembro de 1807, nosso País passou a ser, da noite para o dia, a capital do Reino, fato que acarretou muitas responsabilidades e inúmeras despesas. Como a única fonte de receita da época estava no tributo, recorria-se a ele toda vez que se necessitasse de recursos financeiros. Significa afirmar que os tributos eram criados ou aumentados sem critério algum, sem um real exame das verdadeiras necessidades da nossa Terra. (MORAES, 1984, p.4).
Com relação à tributação do imposto pelos Municípios, segundo Baleeiro
(1971, p.144), “o IPTU é velho na competência dos Municípios brasileiros”. Contudo,
o imposto não pertenceu sempre aos Municípios. De acordo com Machado (1997,
p.283), “na primeira Constituição republicana o IPTU pertencia aos Estados”. Para o
autor, “somente a partir da Constituição de 1934 é que o IPTU passou à
competência dos Municípios”. A partir daí o IPTU foi mantido sob a competência
municipal em todas as Cartas Constitucionais.
Na Constituição de 1937, o imposto era contemplado no art. 28, inciso II; na
Constituição de 1946, no art. 29, inciso I; na Emenda Constitucional n° 5, de 1961,
estava contido no art. 29, incisos I e II; na Emenda Constitucional, n° 18, de 1965, no
art. 10; na Constituição de 1967, no art. 25, inciso I; na Emenda Constitucional n° 1,
de 1969, no art. 24, inciso I; e, finalmente, na Constituição Federal de 1988, a
competência dos Municípios em relação ao IPTU, está expressamente descrita no
art. 156, inciso I.
Portanto, de acordo com o art. 156, I da Constituição Federal de 1988, o
IPTU é tributo da competência privativa dos Municípios. Com relação à competência
impositiva do IPTU, deve ser considerado que o art. 147 da Constituição Federal de
60
1988 confere à União competência para instituir o IPTU em território federal que não
seja dividido em Municípios, assim também o Distrito Federal é detentor da
competência em relação ao imposto municipal.
Destaca-se que o exercício da competência tributária em relação ao imposto
depende de lei local instituidora do tributo. As normas relativas à instituição e
cobrança do IPTU são reguladas segundo as disposições dos arts. 32 a 34 do
Código Tributário Nacional (CTN).
2.3.2 Aspectos Básicos da Incidência do IPTU
Os Municípios receberam diretamente da Constituição Federal competência
para “instituir imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana”. Mas o Código
Tributário Nacional (CTN) amplia o conceito de propriedade quando estabelece que
o fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por
natureza ou acessão física, como definido na lei civil (Código Civil), localizado em
zona urbana do Município. Baleeiro (2001, p. 244), defendendo a plena
compatibilidade entre a norma constitucional e o CTN, afirma que a harmonização
entre os preceitos da Carta vigente e o CTN tanto é possível em razão de
argumentos econômicos, como jurídicos. Segundo o autor:
Não se deve entender que o CTN tenha instituído impostos autônomos sobre o domínio útil e a posse. Ao contrário, o núcleo único e central, em torno do qual giram os demais, como manda a Constituição, é a propriedade. O domínio útil somente é tributável por ser uma quase-propriedade, e a posse, apenas quando é exteriorização da propriedade, que pode vir a se converter em propriedade. Não podem configurar fato gerador do IPTU a posse a qualquer título, a precária ou clandestina, ou a direta do comodatário, do locatário, do arrendatário, do detentor, do usuário e habitador, do usufrutuário, do administrador de bem de terceiro, etc. que jamais se tornarão propriedade. A posse há de ser a ostentação e a manifestação do domínio (BALEEIRO, 2001, p.244).
Portanto, a Constituição Federal estabelece o balizamento da competência
em relação ao imposto, mas o CTN, enquanto lei complementar, define qual o fato
gerador do tributo. O fato gerador de um tributo só pode ser um signo presuntivo de
riqueza que constitua a situação concreta do fato cuja competência tributária está
delineada no texto constitucional.
61
O CTN quando considerou no conceito de propriedade sujeita à incidência
do IPTU, o domínio útil e a posse de bem imóvel, pretendeu incluir no campo de
incidência do imposto todas as hipóteses nas quais a pessoa já é ou pode vir a ser
proprietária do bem imóvel alcançado pela tributação.
Dessa forma, o aspecto material do IPTU considera: a) a propriedade sobre
imóveis, terrenos ou prédios urbanos; b) o domínio útil, como quase propriedade
plena, inclusive o aforamento administrativo que, segundo Leonetti (1998), se dá
sobre os terrenos de marinha; e c) a posse como exteriorização da propriedade ou ,
como assevera Baleeiro (2001) como condição de sua aquisição ad usucapionem.
A zona urbana é definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da
existência de no mínimo dois dos seguintes melhoramentos prescritos no parágrafo
1° do CTN: I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II –
abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação
pública com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; e V – escola primária
ou posto de saúde a uma distância mínima de três quilômetros do imóvel
considerado.
Entretanto, o próprio Código Tributário Nacional estabelece que é permitido
por lei municipal considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana,
constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à
habitação, à industria ou a comércio, ainda que localizados fora da área de
abrangência da zona urbana. Contudo, o loteamento deve ser aprovado pelo órgão
competente do município.
No que se refere ao aspecto pessoal do IPTU, o art. 34 do CTN define o
sujeito passivo do imposto como sendo o proprietário do imóvel, o titular do domínio
útil ou o possuidor a qualquer título. É comum nos contratos de locação atribuir-se
ao locatário a obrigação de pagar, além do aluguel, o IPTU. Esse contrato, contudo,
é inoponível ao Fisco, pois segundo estabelece o CTN, os acordos e convenções
particulares não podem alterar o conteúdo e os efeitos da lei tributária. Portanto, o
locatário, embora considerado detentor da posse do imóvel, não é contribuinte do
imposto.
Nesse sentido tem se posicionado o Superior Tribunal de Justiça, conforme
se observa da ementa extraída do Acórdão relativo no julgamento do Recurso
Especial n. 172.522/SP:
62
Tributário. Imposto Predial e Territorial Urbano. Contribuinte. Locatário. Há um só contribuinte do imposto predial e territorial urbano, que pode ser o proprietário do imóvel, o titular do domínio útil ou o possuidor, nesta ordem; embora possuidor, o locatário é estranho à relação jurídico-tributária, se o Município identificou o proprietário como contribuinte do imposto, e não tem, por isso, legitimidade para litigar a respeito. Recurso especial não conhecido (Ac. da 2ª T. do STJ no Resp. 172.522/SP, Rel. Min. Ari Pargendler, publicado no DJU de 28/06/99).
É oportuno destacar que a Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, que
regulamenta os arts 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, colocou no pólo
passivo da relação jurídico-tributária a figura do “superficiário”, atribuindo-lhe a
responsabilidade pelos tributos incidentes sobre a propriedade superficiária. A norma
está expressamente contida no parágrafo 3° do art. 21 dessa Lei, nos seguintes
termos: “§ 3° O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos que
incidirem sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente à sua
parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da
concessão do direito de superfície, salvo disposição em contrário do contrato
respectivo”.
Segundo o art. 33 do CTN, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do
imóvel. O valor venal do imóvel para fins de incidência do imposto é “aquele que o
imóvel alcançará para compra e venda à vista, segundo as condições usuais do
mercado de imóveis” (BALEEIRO, 2001, p. 249). Acrescenta ainda Baleeiro, que “a
base de cálculo deve ser aquela apurada de acordo com os dados da realidade –
nem ficta, nem presumida”.
A base de cálculo é apurada, via de regra, com base nos dados físicos e
econômicos do imóvel, constantes do cadastro imobiliário fiscal e da planta genérica
de valores que são mantidos pela Administração municipal para essa finalidade.
O cadastro imobiliário fiscal é o principal instrumento da tributação do
imposto, por isso, deve conter o registro de todos os dados necessários para a
correta identificação do contribuinte e do imóvel tributado. A existência no município
de um cadastro imobiliário completo e atualizado é requisito essencial para a
efetividade da tributação do IPTU.
A planta genérica de valores fixa os valores médios unitários de metro
quadrado de terreno e de construção, para logradouros, quadras, zonas ou bairros,
da área alcançada pela tributação, para a finalidade de apurar a base de cálculo do
63
imposto. Os valores de metro quadrado fixados na planta genérica de valores variam
em face do zoneamento e da ocorrência ou não de equipamentos urbanos e
serviços públicos tais como: iluminação pública, rede de telefone, pavimentação,
serviço de limpeza pública e coleta de lixo, transporte coletivo, e outros. A existência
ou não desses fatores determina a valorização ou desvalorização dos imóveis e,
conseqüentemente, o aumento ou diminuição da base de cálculo do imposto. Por
esta razão, qualquer alteração desses elementos deve ser considerada para a
atualização da planta genérica de valores.
No que se refere à planta genérica de valores, existem limitações tanto
administrativas quanto constitucionais que devem ser consideradas na sua
atualização. As de ordem administrativas estão relacionadas aos elevados custos
administrativos e operacionais que envolvem as atividades de acompanhamento e
controle das atualizações. As limitações de ordem constitucionais são mais
complexas por não depender somente de ação ou decisão político-administrativa. As
alterações na planta de valores que resultem aumento da base de cálculo do
imposto sujeitam-se à observância dos princípios constitucionais tributários da
legalidade, anterioridade e da noventena. Significa afirmar que qualquer alteração na
planta genérica de valores só é possível mediante lei publicada no ano anterior ao
do lançamento do imposto.
De acordo com Ferragut (2001, p.135), “as plantas fiscais de valores foram
criadas pela lei, em virtude da impossibilidade fática do Fisco determinar, caso a
caso, o valor venal dos imóveis, base de cálculo do IPTU, sujeito ao lançamento de
ofício”.
Ainda sobre a planta de valores esclarece a autora:
(...) a jurisprudência não costuma discutir a validade da planta de valores fiscais como presunção, mas apenas a necessidade de sua veiculação por meio de lei, já que o princípio da legalidade não permite que nenhum dos critérios da regra-matriz de incidência do imposto seja fixado em veículo infralegal (FERRAGUT, 2001, p.135)
Esse critério de que se vale a administração municipal para apurar a base de
cálculo do imposto que permite avaliar a propriedade imobiliária de milhares de
contribuintes, segundo Baleeiro (2001, p.249), “é chamado pelos germânicos de
modo de pensar “tipificante”, como uma técnica que torna a lei exeqüível”. Observa o
autor que “o princípio que rege essa técnica é o da praticidade, justamente porque
64
propicia a aplicação em massa da lei, através da substituição do caso isolado
concreto, tal como ele se apresenta na realidade, por um padrão médio”.
Apurada a base de cálculo, o valor do imposto é determinado pela aplicação
de uma alíquota sobre o valor venal do imóvel. A alíquota é o percentual que se
aplica sobre o valor venal do imóvel para estabelecer o quanto de imposto deve ser
pago em relação ao valor de mercado do imóvel. A fixação das alíquotas do imposto
deve ser feita com critério, pois é por seu intermédio que o IPTU se define como
instrumento de aplicação da política social do Estado, quer sob o ponto de vista da
função fiscal, ou da função extrafiscal.
2.3.3 A Progressividade do IPTU
Quanto à sua onerosidade, os tributos podem ser regressivos ou
progressivos. Leonetti (1998, p.19), estabeleceu com clareza a distinção entre esses
institutos tributários:
(...) o tributo é regressivo quando sua onerosidade relativa cresce na razão inversa da capacidade econômica (ou contributiva) do contribuinte. Já no tributo progressivo, sua onerosidade cresce na medida em que aumenta a capacidade contributiva do contribuinte.
Depreende-se que na tributação regressiva, quanto mais pobre o
contribuinte maior é o peso do tributo. Por outro lado, na progressividade os mais
ricos pagam proporcionalmente mais do que os mais pobres.
Conforme Leonetti (1998, p.19), “são regressivos todos os tributos indiretos
dentre os quais, o IPI, o ICMS, o ISS, o COFINS e outros, e também a maioria dos
tributos diretos, como o IPVA, o ITBI, e o próprio IPTU”.
A regressividade e a progressividade são determinadas segundo o critério
de fixação das alíquotas aplicadas no cálculo do imposto.
O CTN, ao dispor sobre os aspectos de incidência do IPTU, não fixou as
alíquotas do imposto deixando aos Municípios a competência para o
estabelecimento de suas próprias alíquotas. Com relação à fixação das alíquotas do
IPTU, ensina Leonetti (1998, p.19) que, “em princípio, o Município goza de liberdade
para fazê-lo, condicionado, por óbvio, ao respeito aos princípios constitucionais
tributários, sejam explícitos ou implícitos”.
65
Dentre os princípios que devem ser considerados na tributação do IPTU,
destaca-se o da capacidade contributiva previsto no art. 145, parágrafo 1° da
Constituição de 1988, segundo o qual: “sempre que possível os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultando à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte”.
O princípio da capacidade contributiva só se aplica aos impostos, pois
somente esses tributos incidem sobre fatos econômicos independentes de qualquer
atuação estatal. Este princípio não atua sozinho. O princípio da igualdade tributária
previsto no art. 150, II, da CF, juntamente com outros, influi de maneira substancial
no seu delineamento constitucional.
Para Elizabeth Nazar Carrazza, “não existe igualdade tributária sem que se
respeite a capacidade econômica do contribuinte. Os fatos-signos presuntivos de
riqueza devem, o quanto possível, ser tributados de modo idêntico.” (CARRAZZA,
2001, p.55)
Na mesma linha de entendimento, a lição de Roque Carrazza para quem o
IPTU deve submeter-se ao princípio da capacidade contributiva, por meio da
aplicação de alíquotas progressivas. Nesse sentido, a lição do autor:
Exige obediência ao princípio da capacidade contributiva o IPTU (imposto predial e territorial urbano). Agora, com a vigência da nova Carta, o proprietário de amplo e luxuoso imóvel, situado em bairro residencial, deve proporcionalmente ser mais tributado, por via de IPTU, do que o proprietário de casa modesta, localizada em bairro fabril. Quando dizemos “deve proporcionalmente ser mais tributado”, queremos significar que deve ser submetido a uma alíquota maior. Assim, se o imóvel urbano de “A” vale 1.000 e o imóvel urbano de “B” vale 10.000 e o primeiro paga 1 e o outro, 10, ambos estarão pagando proporcionalmente o mesmo imposto, o que fere o princípio da capacidade contributiva (CARRAZZA, 2002, p.91).
Na seqüência, esclarece o autor:
A Constituição exige, in casu, que “A” pague 1 e “B” pague, por hipótese, 30, já que, só por ser proprietário do imóvel mais caro, revela possuir maior capacidade contributiva do que “A”. Se ambos forem tributados com alíquotas idênticas, estarão sendo tratados desigualmente, porque em desacordo com a capacidade contributiva de cada qual (CARRAZZA, 2002, p.91).
66
Assim, o IPTU só atende ao princípio da capacidade contributiva, se
aplicada a progressividade da alíquota. Quanto maior a base de cálculo, ou seja, o
valor venal, maior deve ser a alíquota.
Com relação a aplicação da progressividade da alíquota do IPTU, destaca-
se que o CTN é silente quanto às alíquotas que podem ser consideradas pelos
Municípios no cálculo do imposto. A Constituição de 1988, contudo, inovou ao prever
a utilização de alíquotas progressivas para o imposto em duas situações: a) para
observar o princípio da capacidade contributiva, previsto no art. 145, parágrafo 1°; e
b) garantir o cumprimento da função social da propriedade.
O critério para o estabelecimento das alíquotas do IPTU está definido no art.
156, § 1° da Constituição de 1988, segundo a redação dada pela EC n.° 29, de
13/09/2000. Antes da EC n.° 29/2000, a progressividade da alíquota do IPTU
obedecia o critério estabelecido na redação original do mencionado dispositivo
constitucional, nos seguintes termos: “O imposto previsto no inciso I (IPTU) poderá
ser progressivo, nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento
da função social da propriedade”.
Pela redação original do § 1° do art. 156 da Constituição Federal de 1988,
que disciplinou a matéria específica das alíquotas do IPTU, denota-se que a única
progressividade antes permitida para o IPTU era aquela destinada a conferir eficácia
ao princípio da função social da propriedade expressamente contido no art. 182,
parágrafo 4° da Carta Constitucional de 1988.
Quanto à progressividade da alíquota em razão da capacidade contributiva,
o critério não foi expressamente considerado no dispositivo constitucional que
disciplinou a matéria específica das alíquotas do imposto. A ausência desse
disciplinamento levou a matéria ao campo da controvérsia, em face das divergências
doutrinárias e jurisprudenciais que se levantaram quanto à possibilidade da
aplicação do princípio da capacidade contributiva no IPTU.
Na doutrina, muitos autores defendem a possibilidade da aplicação da
progressividade do IPTU em relação à capacidade contributiva mesmo antes da
alteração constitucional. Esses autores consideram que a norma constitucional
prevista no § 1° do art. 156 deve ser interpretada de forma combinada com o § 1°
art. 145, que dispõe sobre o principio da capacidade contributiva a ser observado na
tributação. A esse respeito, Sacha Calmon Navarro Coêlho, assevera que no IPTU
67
as alíquotas podem e devem ser progressivas, para realizar o princípio da
capacidade contributiva (COÊLHO, 2001, p.517).
Na linha de Sacha Calmon, também Carlos Araújo Leonetti, para quem não
há razão para o IPTU ficar de fora do alcance da norma insculpida no parágrafo 1°
do art. 145 da Constituição. Nesse sentido esclarece o autor:
Mesmo que se entenda que a expressão sempre que possível se refira tanto ao caráter pessoal dos impostos, como ao respeito à capacidade contributiva (ou econômica) do contribuinte, não se vislumbra óbice a impedir que o Município utilize a progressividade, nas alíquotas do IPTU, a fim de graduar o tributo segundo a capacidade econômica do contribuinte, desde que se julgue apto a fazê-lo (LEONETTI, 1988, p.19).
Elizabete Nazar Carrazza, comunga o mesmo entendimento quando afirma
que “o IPTU – como todo e qualquer imposto – deve obedecer ao princípio da
capacidade contributiva, que vem expresso no art. 145, § 1°, da Constituição
Federal” (CARRAZZA, 2001, p.91).
É da autora, ainda, a seguinte assertiva:
O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana incide sobre o direito de propriedade de imóvel urbano. Por incidir sobre o direito de propriedade, a capacidade contributiva a que alude a Constituição Federal – e que o legislador ordinário deverá levar em conta ao criar o imposto – é de natureza objetiva. Refere-se a uma manifestação objetiva de riqueza do contribuinte (ter um imóvel). Este o fato-signo presuntivo de riqueza, a que se refere Alfredo Augusto Becker (CARRAZZA, 2001, p.92).
Contudo, o entendimento doutrinário que defende a aplicação da
progressividade do IPTU com base no princípio da capacidade contributiva expresso
no art. 145, parágrafo 1° da Constituição de 1988, não prevaleceu na jurisprudência.
O Supremo Tribunal Federal (STF) em reiteradas vezes declarou
inconstitucional o critério da tributação que leva em conta a capacidade contributiva
no IPTU. A posição do STF foi fundamentada na classificação clássica do IPTU
como imposto “real”, ou seja, que incide sobre o objeto da tributação. O STF
considerou esta característica incompatível com a progressividade decorrente da
capacidade contributiva do contribuinte. Adicionalmente, o Ministro do STF Celso de
Mello, fazendo a leitura conjugada dos artigos 156 e 182 da Constituição Federal,
entendeu que a progressividade do IPTU assumia exclusivamente a qualificação
extrafiscal. Ou seja, como a Progressividade Fiscal não estava explicita no art. 156
68
da Constituição Federal como critério para a tributação do imposto municipal, o STF
entendeu que alíquotas progressivas do IPTU só seriam cabíveis em caráter
punitivo, isto é, para penalizar o não cumprimento da função social da propriedade.
É o que se constata a partir do julgamento do Recurso Extraordinário n°
153.771/MG, quando o STF declarou inconstitucional dispositivo da legislação
tributária do Município de Belo Horizonte que contemplava a aplicação da
progressividade fiscal do IPTU, cuja ementa abaixo se transcreve:
IPTU. Progressividade. - No sistema tributário nacional é o IPTU inequivocamente um imposto real. - Sob o império da atual Constituição, não é admitida a progressividade fiscal do IPTU, quer com base exclusivamente no seu artigo 145, § 1°, porque esse imposto tem caráter real que é incompatível com a progressividade decorrente da capacidade econômica do contribuinte, quer com arrimo na conjugação desse dispositivo constitucional (genérico) com o artigo 156, § 1° (específico). - A interpretação sistemática da Constituição conduz inequivocamente à conclusão de o IPTU com finalidade extrafiscal a que alude o inciso II do § 4° do artigo 182 é a explicitação especificada, inclusive com limitação temporal, do IPTU com finalidade extrafiscal aludido no art. 156, I, § 1°. - Portanto, é inconstitucional qualquer progressividade, em se tratando de IPTU, que não atenda exclusivamente ao disposto no artigo 156, § 1°, aplicado com as limitações expressamente constantes dos §§ 2° e 4° do art. 182, ambos da Constituição Federal. - Recurso Extraordinário conhecido e provido, declarando-se inconstitucional o subitem 2.2.3 do setor II da Tabela III da Lei 5.641, de 22/12/89, no Município de Belo Horizonte (STF, RE 153.771/MG, rel: Min. Moreira Alves, set/1999).
Com esse entendimento que considera inconstitucional a norma legal que
dispõe sobre progressividade diferentemente daquela que está contemplada no art.
182, § 4°, II da Constituição Federal, o STF julgou inúmeros outros Recursos,
prevalecendo, assim o posicionamento do Poder Judiciário contrário ao
entendimento doutrinário.
Posteriormente, precisamente em 13 de setembro de 2000 foi editada a
Emenda Constitucional n° 29 que alterou o parágrafo 1° do art. 156, emprestando-
lhe nova redação que se expressa nos termos seguintes: § 1° Sem prejuízo da
progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4°, inciso II, o imposto
previsto no inciso I poderá: I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; II – ter
alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
69
Leandro Paulsen, interpretando a nova redação do dispositivo constitucional,
esclarece:
Progressividade para fins fiscais. Vedada à luz da redação original da Constituição, tanto em função da natureza de imposto real de que se reveste o IPTU como em razão da interpretação do art. 145, § 1°, da CF, conforme extensa jurisprudência do STF, está agora admitida expressamente neste inciso acrescentado pela EC n° 29/2000 (PAULSEN, 2002, p.338).
Destaca-se também, que a nova norma constitucional disciplinadora da
progressividade do IPTU trata, em caráter específico, das diversas formas de
aplicação da progressividade do imposto. Assim, além da progressividade
extrafiscal, asseguradora do atendimento ao princípio da função social da
propriedade, também admite a progressividade fiscal. Esta, por sua vez, comporta a
progressividade em relação à capacidade contributiva e também a possibilidade do
estabelecimento de alíquotas seletivas, isto é, diferenciadas em razão do uso do
imóvel.
Portanto, em relação à capacidade contributiva no IPTU, segundo afirma
Paulsen (2002, p.339), agora expressamente autorizada, não há mais o que discutir.
Em relação à progressividade do IPTU, a atual Constituição admite as
seguintes espécies de progressividade: a) fiscal, em razão do valor do imóvel; e
seletiva, em razão da localização e o uso do imóvel; b) extrafiscal, em atendimento
ao princípio da função social da propriedade, a aplicação da progressividade no
tempo.
A progressividade no tempo, está prevista no parágrafo 4° do art. 182, da
Constituição de 1988 e sua aplicação deve vincular-se às regras estabelecidas na
Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001 que, dentre outras disposições, regulamenta a
matéria.
Sobre a obrigatoriedade da aplicação da progressividade fiscal ou
extrafiscal, Carlos Araújo Leonetti deixa claro que tanto o art. 156, parágrafo 1°,
como o art. 182, parágrafo 4°, inciso II, da Constituição prevêem uma faculdade aos
Municípios que a adotarão ou não, em função de seus interesses e conveniências, à
luz das realidades locais (LEONETTI, 1998, p.22).
70
2.3.4 O IPTU e a Função Social da Propriedade
As primeiras manifestações de caráter social para a tributação da
propriedade imobiliária aparecem na Carta Constitucional de 1934, que, conforme
lembra Leonetti (1998, p.23), “teve vida curta, ceifada pelo advento da Constituição
de 1937, mediante a qual Getulio Vargas implantou o Estado Novo”.
A necessidade do cumprimento da função social da propriedade volta ao
texto constitucional na Carta de 1946, que no dizer de Leonetti (1998, p.23), “fora
redigida sob os ventos da redemocratização, que se seguiu ao final da Segunda
Grande Guerra”13.
Aliomar Baleeiro (s/d, p.2) dissertando sobre a Constituinte e a Constituição
Federal de 1946, assevera:
Na elaboração do projeto da Constituição Federal de 1946 prevaleceu uma tendência restauradora das linhas de 1981 com as inovações aproveitáveis de 1934 concernentes às disposições de proteção aos trabalhadores, à ordem econômica, à educação, à família, etc. Essa característica é explicada pela composição da Comissão do Projeto.
Segundo Baleeiro (s/d, p.2), a “Grande Comissão”, como foi chamada a
Constituinte de 1946, era constituída, em sua grande maioria, por modestos
proprietários de imóveis. Na Grande Comissão, formada por 37 componentes,
preponderavam homens de profissões liberais das classes médias, podendo se
deduzir disso o espírito conservador da maioria deles.
Sobre a composição da Comissão Constituinte de 1946, esclarece Aliomar
Baleeiro:
Juntaram-se ali 31 juristas, vários dos quais eram professores universitários, 2 médicos, 2 sacerdotes (1 dos quais protestantes), 1 militar e apenas 2 não tinham curso superior. (1 deles, Café Filho, veio a exercer a Presidência da República em 1954). (...) Em mais de 4/5 eram modestos proprietários de imóveis. Um era havido como rico. Alguns já haviam sofrido prisão por motivos políticos. No seio de toda a Constituinte, havia, talvez, duas dúzias de milionários, mas estes, pouco pesaram nas deliberações, que partiam em geral, de representantes das classes médias. A predominância, portanto, era de conservadores com tendências liberais e que faziam concessões ao proletariado, desejosos de soluções evolutivas ou por meios democráticos para a luta de classes (BALEEIRO, s/d, 2)
13 Os constituintes de 1946 partiam do princípio filosófico kantiano de que o Estado não é fim em si mesmo mas meio para o fim. Este fim é sempre o homem. O Estado deveria fazer convergir seus esforços, precipuamente para elevar social, física, moral e intelectualmente o homem (BALEEIRO, s/d, p. 5)
71
Alguns dispositivos da Constituição de 1946 evidenciam isso, a exemplo da
norma contida no art. 147 segundo a qual “O uso da propriedade será condicionado
ao bem-estar social.” A lei poderá, com observância do art. 141 § 16,
(desapropriação) promover a justa distribuição da propriedade com igual
oportunidade para todos.
No período que antecedeu o CTN, na legislação dos Municípios também
percebia-se uma tendência a incentivar a utilização do imóvel para fins residenciais.
Tanto que o STF decidiu, à unanimidade, que “não é inconstitucional a lei local que
concedeu redução de 50% do imposto predial ao proprietário que utiliza o imóvel
para sua residência”. (Representação n° 646, GB, 18/11/65, Pleno, rel. Hahnemann,
R.T.J., 35/501; Súmula n° 539).
Com o transcorrer dos anos, essa tendência se fortaleceu tendo alcançado
na atual Constituição Federal a sistematização de normas para assegurar que o
imóvel cumpra a sua função social pela sua efetiva utilização desde que esta seja
compatível com o Plano Diretor do município. A tributação da propriedade que até
então tinha como principal característica a função fiscal, passa assim a ter uma nova
finalidade: a função social.
Pode-se afirmar que o IPTU é importante por duas razões. A primeira por se
constituir numa importante fonte de receita para financiar as despesas do Governo
Municipal provenientes da realização de obras públicas, prestação de serviços nas
áreas da educação, saúde, saneamento básico, e tantas outras que são requeridas
pela população. Apesar da sua ineficiente exploração como receita, o IPTU é a
segunda maior fonte de recursos próprios dos Municípios brasileiros. Se
eficientemente administrado, o IPTU pode gerar uma receita estável e suficiente
capaz de garantir o equilíbrio financeiro das Prefeituras Municipais.
Além da sua importância como fonte de financiamento das ações dos
Governos Municipais, o IPTU destaca-se como importante instrumento de promoção
da política social do Estado. A Constituição Federal de 1988 permitiu o emprego do
IPTU como instrumento de política urbana para promover o uso racional da terra
gerando benefícios sociais à população. Essa permissibilidade está consignada em
diversos dispositivos da Carta constitucional, constituindo verdadeiros princípios
fundamentais.
A Constituição Federal, quando trata dos direitos e garantias fundamentais,
garante o direito de propriedade (art. 5º, XXII) com a ressalva de que esta atenderá
72
a sua Função Social. Denota-se que ao lado da sua finalidade fiscal, o IPTU possui
outra função de caráter ainda mais relevante vinculado à finalidades estrafiscais.
Vale dizer, seus objetivos não são somente arrecadatórios, mas, também prestam-
se a obrigar o proprietário a dar uma função social ao imóvel.
O tema é bem esclarecido por Aliomar Baleeiro quando assevera:
Costuma-se denominar de extrafiscal aquele tributo que não almeja, prioritariamente, prover o Estado dos meios financeiros adequados a seu custeio, mas antes visa a ordenar a propriedade de acordo com a sua Função Social ou a intervir em dados conjunturais (injetando ou absorvendo a moeda em circulação) ou estruturais da economia (BALLEIRO, 2001, p.233-234).
A função social da propriedade é portanto um princípio constitucional que
deve ser observado não somente pelos Municípios mas também pelos proprietários
dos imóveis, no interesse da coletividade. Este princípio constitucional é explicado
por Eros Roberto Grau, nos seguintes termos:
O princípio da função social da propriedade impõe ao proprietário (...) o dever de exercê-lo em benefício de outrem e não, apenas, de não exercer em prejuízo de outrem. Isso significa que a função social da propriedade atua como fonte de imposição de comportamentos positivos – prestação de fazer, portando , e não, meramente, de não fazer – ao detentor do poder que deflui da propriedade... Em razão disso pontualizo é que justamente a sua função justifica e legitima essa propriedade (GRAU, 1990 apud BALEEIRO, 2001, p.235).
O jurista lembra que a Constituição garante o direito de propriedade desde
que esta atenda a sua função social. O art. 182, § 2° estabelece que a propriedade
cumpre a sua função social quando atende as exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no Plano Diretor. O Plano Diretor, aprovado pela
Câmara Municipal, é obrigatório para as cidades com mais de vinte mil habitantes e
se constitui no instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana (art. 182, § 1°). Por sua vez, o § 4° do art. 182, autoriza o Município a adotar
73
medidas severas em relação às propriedades que não estão cumprindo a sua
função social.14
A Constituição estabelece, assim, os critérios que devem nortear o legislador
para ajustar a propriedade imobiliária à política adequada ao pleno exercício da sua
função social. O IPTU é instrumento de aplicação desta política pela possibilidade da
utilização de alíquotas progressivas na determinação quantitativa do imposto. Os
critérios para a aplicação das alíquotas progressivas, são definidos no próprio texto
constitucional: a progressividade no tempo (art. 182, § 4°, inciso II) e a
progressividade em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1°, inciso I). Além da
progressividade, estabelece a Constituição Federal (art. 156, § 1°, inciso II), que a
alíquota do imposto também pode ser diferente de acordo com a localização e o uso
do imóvel.
Os critérios para a aplicação da progressividade no tempo estão definidos na
Lei Federal n° 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183
da
Constituição Federal, estabelecendo diretrizes gerais da política urbana. Esta Lei,
denominada Estatuto da Cidade estabelece as diretrizes para a execução da política
urbana, mediante o ordenamento do desenvolvimento das funções sociais da cidade
e da propriedade urbana. Na forma desta Lei, são instrumentos de promoção da
política urbana, dentre outros, os institutos tributários e financeiros e os institutos
jurídicos e políticos.
14 Art. 182. (...) § 4° É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente de: I – parcelamento ou edificação compulsórios; II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e juros legais.
74
Nesse contexto, o IPTU é utilizado como instrumento de promoção da
política urbana, para assegurar o cumprimento da função social da propriedade,
segundo as disposições dos arts. 5° e 7°, da referida lei15.
No que se refere à progressividade no tempo, o fundamento da sua
aplicação está no princípio da função social da propriedade que assegura o direito
de propriedade desde que esta cumpra a sua função social. Ou seja, a Constituição
Federal ao mesmo tempo em que garante o direito de propriedade, exige que ela
esteja voltada para o atendimento de uma função social. Deste modo, pelo texto
constitucional, o proprietário do imóvel passou a sofrer limitações relativas ao seu
uso. O imóvel cumpre sua função social quando adequadamente utilizado para os
fins a que se destina: produção, habitação, comércio, indústria, prestação de
serviços, ou seja, deve ser utilizado para atender às necessidades da população.
Quando o imóvel não cumprir sua finalidade social, cabe ao Poder Público adotar
medidas no sentido de desestimular tal comportamento por meio de uma tributação
progressiva.
Com esses esclarecimentos fica evidenciado que o IPTU é um instrumento
de extrafiscalidade. Este imposto pode ser utilizado não somente para fins
meramente fiscais, arrecadatórios, mas também, para fins ordinatórios. A alíquota do
IPTU pode variar de acordo com o índice de aproveitamento do terreno, a
destinação ou uso do imóvel e a sua localização. Esta progressividade, em
quaisquer dessas hipóteses, é de natureza extrafiscal e decorre do princípio da
função social da propriedade o qual, segundo Elizabeth Nazar Carrazza, não se
confunde com a que alude o art. 182, § 4°, da Constituição Federal:
15
Art. 5º Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subtilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação. ............................................................................................................... Art. 7º Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do caput do art. 5º desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5º do art. 5º desta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos. § 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o caput do art. 5º desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento. § 2º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8º. § 3º É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva de que trata este artigo.
75
O que em verdade se pretende demonstrar é que a progressividade de natureza extrafiscal, de que ora se trata, tem finalidade meramente ordinatória, visando a aplicação do princípio supra mencionado, à luz do disposto no § 2°, do art. 182, da CF. Objetiva a adequação do uso da propriedade urbana aos interesses locais, delimitados expressamente no Plano Diretor. Do comportamento inadequado do contribuinte não decorre uma sanção, mas, apenas, um agravamento de alíquota, que não pode ser progressivo no tempo. Diferentemente, portanto, daquela (progressiva no tempo, prevista no § 4°, ao art. 182), não objetiva levar o contribuinte à prática, compulsória, de um determinado comportamento (CARRAZZA, 2001, p.97).
A progressividade no tempo vem sendo aplicada no Município de Porto
Alegre com a finalidade de regular o cumprimento da função social da propriedade.
A legislação municipal (LC n° 312/93 e 333/94), estimula o desenvolvimento de
certas áreas estabelecendo prazos para a edificação ou parcelamento compulsórios
compatibilização do uso dos imóveis com o Plano Diretor do Município, sob pena de
aplicação da progressividade de alíquotas no tempo. Até a aprovação do Estatuto da
Cidade (Lei Federal 10.257/2001), a constitucionalidade da lei municipal vinha sendo
questionada nos tribunais. Entretanto, outras vantagens derivadas da experiência
assegurou o sucesso da iniciativa que vem sendo utilizada também em diversos
outros Municípios.
Com efeito, pode-se afirmar que é lícita e legítima a progressividade do
IPTU, nos termos da lei municipal, de modo a garantir o atendimento da função
social da propriedade.
Impende considerar que a progressividade das alíquotas tributárias pode ser
de natureza fiscal ou extrafiscal, segundo o ensinamento de Geraldo Ataliba.
A progressividade fiscal é aquela inerente ao próprio tributo, inserido dentro de uma sistema carregado de preocupação social, como é o nosso. A progressividade extrafiscal tem em vista a promoção de diversos valores constitucionalmente consagrados (dentre os quais, os de cunho social são mais relevantes (ATALIBA, 1991, p.54).
A progressividade fiscal tem seu fundamento no princípio da capacidade
contributiva, segundo o qual quem, em termos econômicos, tem muito, pague,
proporcionalmente, mais imposto do que quem tem pouco. Em outras palavras,
quem tem maior riqueza deve, em termos proporcionais pagar, mais imposto do que
quem tem menor riqueza. No caso do IPTU, a capacidade contributiva do
contribuinte se revela no valor da propriedade, ou seja, na base de cálculo do
76
imposto. Para Ataliba (1991, p.54), “quanto maior a base, mais intensa a alíquota.
Quer dizer: “quanto mais significativa a riqueza tributada, tanto maior a carga
tributária.”
A Constituição Federal ao estabelecer no art. 156, § 1°, inciso I, que o IPTU
poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel, cuidou para assegurar a justiça
fiscal em respeito ao princípio da capacidade contributiva, de forma a assegurar a
igualdade tributária. Defendendo a necessidade da aplicação de alíquotas
proporcionais à capacidade contributiva do contribuinte, salienta Elizabeth Carrazza:
Por outro lado, não há falar em proporcionalidade quando se cobra uma alíquota única de todos os contribuintes, uma vez que, nesta hipótese o mais pobre acabará por pagar mais tributo que o mais rico, apesar de em termos absolutamente numéricos tal não ocorrer. Até porque, “a proporcionalidade é princípio neutro que não objetiva atenuar as grandes disparidades econômicas advindas dos fatos” (CARRAZZA, 2001, p.57).
Por progressividade entende-se a majoração da alíquota, à medida que
cresce o valor da matéria tributável. Em uma iniciativa pioneira, o Município de
Florianópolis vem aplicando desde 1989, a progressividade do IPTU pela
diferenciação de alíquotas com base na área construída e na utilização do imóvel.
Assim enquanto os terrenos com construção pagam o imposto com uma alíquota de
0,5%, os não construídos, sofrem a aplicação de alíquotas que variam entre 2,0 e
4,0%. No caso das construções, as alíquotas são diferenciadas em relação ao uso, e
progressivas em relação à área construída. No caso, os imóveis utilizados para fins
residências sofrem alíquotas proporcionalmente menores que os destinados ao uso
não residencial. Os imóveis com áreas construídas menores, pagam o imposto com
alíquotas inferiores. A alíquota do imposto vai aumentando por faixa de área
construída. Ao estabelecer esse critério para a determinação das alíquotas do
imposto, o Município pretendeu considerar dois princípios constitucionais tributários:
o da capacidade contributiva e da justiça social. A capacidade contributiva se revela
no valor da propriedade – quanto maior a área construída, maior o valor do imóvel; e
no incentivo a destinação dos imóveis para fins residenciais.
77
2.4 LANÇAMENTO DO IPTU
2.4.1 O Lançamento como Procedimento para Constituição do Crédito Tributário
O crédito tributário é a expressão do direito do Estado de exigir o tributo
decorrente de uma obrigação tributária principal do sujeito passivo. A obrigação
tributária principal tem sua origem com a ocorrência do fato gerador. No momento
em que ocorre o fato gerador, nasce a obrigação tributária e, conseqüentemente o
dever jurídico de pagar o tributo ou penalidade pecuniária.
O crédito tributário converte essa obrigação ilíquida em líquida e certa,
exigível na data fixada na lei, mas, o crédito tributário só vem a surgir com o
lançamento, na dicção do art. 142 do CTN16. A norma prescrita na cláusula inicial
do referido artigo estabelecendo que compete privativamente à autoridade
administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, pode induzir a equívoco
e levar o intérprete a atribuir ao lançamento caráter constitutivo e não declaratório
em relação ao crédito tributário. Importa pois que se estabeleça a diferença entre ato
constitutivo e ato declaratório, para reconhecer a natureza jurídica do lançamento
tributário.
A diferença entre esses atos é explicada por Baleeiro (2001, p. 782), nos
seguintes termos:
A noção de ato constitutivo se avizinha do conceito do art. 81 do CC; é todo ato lícito que tem por fim imediato adquirir, modificar ou extinguir direito. Realizados esses fins, os de criar, alterar ou abolir uma situação jurídica, constituindo-a, ele se projeta de sua data em diante, para o futuro (ex nunc). Já o ato declaratório não cria, não extingue, nem altera um direito. Ele apenas determina, faz certo, apura, ou reconhece um direito preexistente, espancando dúvidas e incertezas. Seus efeitos recuam até a data do ato ou fato por ele declarado ou reconhecido (ex tunc).
No que se refere ao lançamento é consensual, no Direito Brasileiro, o
entendimento no sentido do reconhecimento do seu caráter declaratório e não
constitutivo. Significa então que o lançamento não constitui o crédito tributário,
16 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
78
somente declara-o. O conceito de lançamento é dado por Baleeiro nos seguintes
termos:
(...) ato, ou a série de atos, de competência vinculada, praticado por agente do Fisco, para verificar a realização do fato gerador em relação a determinado contribuinte, apurando qualitativa e quantitativamente o fato gerador da matéria tributável; segundo a base de cálculo, e, em conseqüência, liquidando o quantum do tributo a ser cobrado (BALEEIRO, 2001, p.782).
No momento em que o sujeito passivo realiza o fato gerador da obrigação
tributária, o Poder Público tem o poder-dever de aplicar a lei exigindo o crédito
tributário correspondente à obrigação. Para tanto, a obrigação do contribuinte e o
respectivo direito do Estado devem ser documentados mediante a formalização de
um ato administrativo declaratório do crédito tributário.
Na prática, com a ocorrência do fato gerador do tributo, deve o contribuinte
comunicar o evento à Fazenda Pública informando-a das condições em que o
praticou, ou, quando a lei determinar, pagar o tributo para posterior homologação
pelo Fisco. Qualquer que seja a situação cabe à Fazenda Pública examinar a
matéria tributável declarada pelo contribuinte, investigar eventuais erros ou
omissões, enquadrar os fatos na regra jurídica aplicável, calcular o valor do tributo
devido e identificar o sujeito passivo da obrigação, se o contribuinte ou o
responsável tributário. De acordo com o CTN, o ato da autoridade administrativa
que realiza esses procedimentos denomina-se lançamento tributário.
O valor do tributo liquidado pela autoridade administrativa é denominado
crédito tributário.
A lei instituidora do tributo define o fato gerador, o momento da sua
ocorrência e a data em que o lançamento deve ser efetuado.
O parágrafo único do art. 142 do CTN imprime expressamente o caráter
“vinculado e obrigatório” do lançamento, “sob pena de responsabilidade funcional”
da autoridade administrativa a quem a lei tenha atribuído tal competência. Significa
que o lançamento deve ser feito segundo a lei e nos estritos limites desta. Portanto,
não fica ao livre critério do agente público lançar ou não lançar o tributo ou escolher
a oportunidade de fazê-lo.
A função do lançamento tributário, portanto, é a de identificar o fato gerador
ocorrido, aplicar a norma tributária enquadrável e determinar o valor do tributo que
será exigido do contribuinte ou responsável tributário. Trata-se de uma sucessão de
79
procedimentos administrativos desempenhados pela autoridade administrativa com
vistas à efetivação do lançamento, cujo ato só se conclui com a notificação ao sujeito
passivo. A notificação do lançamento é o ato formalizador do lançamento tributário.
Denota-se então que o lançamento é o ato administrativo de aplicação da
norma tributária material praticado por órgão da Administração Pública. Esse dever
tributário que será cumprido pela autoridade administrativa competente, é explicado
por Seixas Filho (2001, p.98) quando afirma:
O fato da autoridade fiscal poder constituir, unilateralmente, um título jurídico com certeza e liquidez para exigir do contribuinte o cumprimento do seu dever tributário não é um privilégio legal, porém a atribuição ao órgão administrativo de uma competência ou função.
Assim, cabe à autoridade administrativa, no lançamento, aplicar a lei
tributária para individualizar o dever tributário de um determinado contribuinte,
seguindo os princípios constitucionais tributários e também os princípios que regem
a função administrativa, dentre os quais, o da legalidade, da formalidade, da
proporcionalidade e o da impessoalidade.
Segundo o CTN, o lançamento é imprescindível e obrigatório para constituir
o crédito tributário e possibilitar o seu pagamento pelo sujeito passivo. Esse
entendimento, porém, não é unânime na doutrina. Para muitos autores, porém, o
lançamento não é indispensável, nem imprescindível e nem essencial.
Carlos da Rocha Guimarães examinando o lançamento tributário para
verificar se este seria um aspecto ontológico da relação jurídico-tributária, concluiu
não ser o mesmo “indispensável, nem imprescindível nem insuprimível”
(GUIMARÃES, 1988 apud SEIXAS FILHO; SEIXAS FILHO, 2001, p.100),
Nessa mesma linha de entendimento, Paulo de Barros Carvalho defende a
tese de que “o lançamento não é essencial” (CARVALHO, 1999 apud SEIXAS
FILHO; SEIXAS FILHO, 2001, p.100-101).
A posição desses e de outros tantos autores favoráveis à tese de que o
lançamento tributário é prescindível, deve ser examinada com cuidado para não se
incorrer em equívocos, sobretudo, em face da norma legal definidora do lançamento
que o considera uma atividade administrativa vinculada e obrigatória.
Nesse sentido, é esclarecedora a lição de Seixas Filho quando afirma:
(...) o lançamento tributário só é imprescindível e insuprimível, quando o único dever imposto pela lei que deve ser cumprido pelo contribuinte, após a ocorrência do fato gerador é o de informar
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(declarar) à autoridade fiscal como se produziu o fato gerador e as suas condições fáticas. Nesta hipótese, prevista no art. 147 do Código Tributário Nacional, o tributo somente poderá ser pago após o contribuinte ser intimado e notificado do seu valor, liquidado pelo lançamento tributário. Quando o tributo é pago pelo contribuinte nas demais hipóteses em que o cumprimento do dever tributário independe de prévia notificação-intimação do lançamento tributário, cabe à autoridade fiscal o poder discricionário de escolher o momento oportuno e conveniente para conferir se o pagamento correspondeu aos ditames legais e produzir o lançamento tributário se descobrir irregularidade no pagamento (SEIXAS FILHO, 2001, p.101).
O entendimento de Aurélio Pitanga Seixas Filho é respaldado por Souto
Maior Borges, para quem:
(...) um ato não deve ser necessariamente regrado ou discricionário na sua totalidade, mas pode ser regrado em alguns aspectos e discricionários noutros. Dado que o estabelecimento do tributo é reservado à lei, é obvio que a administração financeira não pode desfrutar jamais de um poder discricionário com referência aos elementos essenciais da obrigação (sujeitos passivos, individualização do pressuposto e critérios para a fixação da alíquota e parâmetro). Logo, com relação aos restantes aspectos (ex. modo e tempo de pagamento), pode existir, em virtude de silêncio legislativo, uma discricionariedade administrativa (BORGES apud SEIXAS FILHO; SEIXAS FILHO, 2001, p.101).
Confrontando os argumentos dos autores que defendem a prescindibilidade
do lançamento e a possibilidade da discricionariedade em relação a alguns dos seus
aspectos que não tenham sido estabelecidos na lei instituidora do tributo, com as
81
normas prescritas nos arts 147, 149 e 150 do CTN17, é possível concluir que cabe ao
contribuinte o dever de informar à autoridade administrativa responsável pelo
lançamento, a ocorrência do fato gerador e as suas condições fáticas. A lei pode
ainda, atribuir ao sujeito passivo obrigado, o dever de antecipar o pagamento do
tributo, para posterior homologação pela autoridade administrativa.
Quando a lei determinar, ou ainda, quando a declaração não tenha sido
apresentada pelo sujeito passivo nos prazos fixados pela legislação tributária, ou,
quando a autoridade administrativa constatar irregularidades nas declarações
prestadas pelo contribuinte ou terceiro obrigado, o lançamento deve ser efetuado e
revisto de ofício pela autoridade administrativa.
Nestes casos, e somente nesses casos, o lançamento é vinculado e
obrigatório, isto é, tem que ser efetuado pela Autoridade Administrativa que o fará,
nos estritos limites da lei.
17 Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. ............................................................................................................................. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I – quando a lei assim o determine; II – quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, o pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo, ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão em relação a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade essencial. ............................................................................................................................. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa; opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento de atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado, nos termos deste artigo, extingue o crédito sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento .
82
2.4.2 Modalidades de Lançamento Tributário
O CTN, nos artigos art. 147 a 150 faz menção a três modalidades de
lançamento: lançamento por declaração, lançamento de ofício, e lançamento por
homologação.
O lançamento por declaração é aquele em que o sujeito passivo (ou o
terceiro obrigado) informa à administração tributária toda a matéria fática necessária
à realização do lançamento. Com base nessas informações, a autoridade
administrativa competente verifica a incidência normativa, efetua os cálculos
necessários para determinação do valor do tributo devido, e, finalmente, cientifica o
contribuinte mediante a entrega da notificação do lançamento. Esse lançamento é
típico do imposto sobre a transmissão onerosa de bens imóveis por atos inter vivos
(ITBI), da competência dos Municípios.
O lançamento de ofício é aquele em que a própria administração verifica os
elementos fáticos e a constituição da relação jurídica tributária a partir da incidência
normativa, determinando o cumprimento da prestação pelo devedor. O lançamento
de ofício é efetuado com base nos dados cadastrais do contribuinte, ou em outros
elementos que dispuser a Administração Pública, previstos em lei, quando a pessoa
obrigada não tenha apresentado as declarações na forma, condições ou prazos
fixados na lei, ou, quando constatar divergência entre o valor pago pelo contribuinte
e o efetivamente devido. O lançamento de ofício é comumente aplicado em relação
às taxas, à contribuição de melhoria, à contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública, o imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), devido por
profissionais autônomos que prestam serviços na forma de trabalho pessoal do
próprio contribuinte, hipótese em que têm direito ao pagamento do imposto em base
fixa, e nos tributos lançados em massa, como é o caso do IPTU.
O lançamento por homologação ocorre quando a lei atribui ao sujeito
passivo o dever de, quando ocorrer o fato gerador do tributo, aplicar a incidência da
norma, determinar o montante do tributo devido e efetuar o seu pagamento,
independentemente de qualquer atuação da autoridade administrativa. O pagamento
efetuado segundo essa modalidade de lançamento é sujeito a posterior
homologação por parte do sujeito ativo, que se não ocorrer no prazo determinado na
83
lei tributária18, será considerado homologado tacitamente. Essa modalidade de
lançamento pode ser adotada para qualquer espécie de tributo, notadamente para
aqueles que têm por base de cálculo o valor da renda (imposto de renda) ou do
preço do serviço (ISS). Tem sido discutido na doutrina a possibilidade jurídica e
administrativa de adotar o lançamento por homologação, também, para o IPTU.
Segundo Baleeiro, (2001, p.827), alguns autores italianos como Cutera, A.
D. Giannini e Pugliese, admitem três modalidades de lançamento:
a) unilateral, isto é, da autoridade, sem intervenção ou cooperação do sujeito passivo; b) misto, isto é, da autoridade, com a intervenção do sujeito passivo ou colaboração de terceiro; c) espontâneo, Isto é, do sujeito passivo, ou autolançamento.
A expressão autolançamento, talvez originária da Itália, é acolhida também
por autores estrangeiros, dentre os quais, o argentino Giuliani Fonrouge. No Brasil,
Rubens Gomes de Souza, Aliomar Baleeiro e Marcelo Arger, dentre outros, também
adotam o conceito de autolançamento.
Confrontando-se essas três modalidades com as normas do CTN, percebe-
se que a legislação tributária brasileira adota o critério italiano no que respeita à
distinção das diferentes modalidades de lançamento tributário, diferenciando-se tão
somente no que se refere às suas denominações. Assim, o autolançamento dos
italianos corresponde ao lançamento por homologação da lei brasileira. No
autolançamento, como no lançamento por homologação, o próprio contribuinte
apura o valor do tributo devido e efetua o seu pagamento, sem que haja um exame
prévio por parte do órgão fiscal.
O CTN não menciona o autolançamento. Prefere o conceito de lançamento
por homologação que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, ressalvado o controle posterior desta. Segundo Guimarães (1985,
p.142-143), homologar significa “dizer a mesma coisa, confirmar, ou reconhecer
eficácia originária do ato”. Para Baleeiro (2001, p.828) “se a autoridade
administrativa homologa, isto é, ratifica e convalida o lançamento, este foi ato de
18 Sobre o prazo para homologação do pagamento antecipado do tributo, o § 4° do art. 150 do CTN estabelece: “Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação”.
84
autoria do sujeito passivo, autolançamento, portanto”.
Tem sido constatado nas três esferas de governo, Federal, Estadual e
Municipal, que os tributos lançados por homologação são cada vez mais numerosos.
A preferência do legislador por essa modalidade de lançamento que atribui ao
sujeito passivo o dever de colaborar com a Administração Pública, transferindo-lhe
as funções de apurar o tributo e antecipar o seu pagamento para depois ser
homologado pela autoridade administrativa, tem sido justificada por diversos
doutrinadores tributários, que se apóiam em razões de ordem econômica, política ou
jurídica, como a falta de estrutura administrativa adequada para o eficiente
desempenho das atividades de lançamento, administração e cobrança dos tributos,
notadamente de alguns impostos mais importantes. O elevado custo dessas
atividades, a impossibilidade de se conhecerem os dados próprios de cada
contribuinte, para aplicação da justiça tributária e ainda a necessidade de criar
mecanismos para dar celeridade ao processo de arrecadação, dentre outros, tem
sido alguns dos fundamentos que justificam o lançamento por homologação.
Estevão Horvath discorrendo sobre o tema em sua tese de doutorado
defendida na Universidade Autônoma de Madrid, explica com muita propriedade, a
aplicação do autolançamento:
Já escrevia Blumenstein que o ‘autolançamento’ se aplica geralmente só naqueles impostos nos quais a intervenção administrativa seria inadequada à natureza das coisas (System des Steuerrechts, apud Ruiz Garcia. La liquidación ..., cit, p. 274, nota 20). Deveria ser esta a orientação seguida por todas as legislações que se ocupam do tema. Com efeito, o tipo de lançamento a ser aplicado a um tributo deve ter conexão com seu pressuposto fático, pois podem existir tributos nos quais o lançamento administrativo seja difícil de se efetivar por não dispor a administração dos dados necessários, assim como existirão outros nos quais o contribuinte sozinho não conseguiria obter o montante devido [...]. Acrescentamos a estas considerações aquela segundo a qual o princípio implícito da praticidade do ordenamento jurídico procura uma aplicação mais cômoda, simples, econômica e funcional da lei tributária. A professora brasileira Misabel Derzi define a praticidade com o nome que se dá a todos os meios e técnicas utilizáveis com o objetivo de simplificar e viabilizar a execução das leis (v. Direito Tributário, Direito Penal e Tipo, Ed. RT, São Paulo, 1988). Isso significa apenas que um tributo deve ser lançado da forma que seja mais compatível com sua natureza intrínseca, para que a lei tributária possa ser aplicada concretamente do modo mais econômico e eficaz. Não obstante, parece que os legisladores modernos acham que todos (ou quase todos) os tributos existentes são compatíveis com o lançamento por homologação, já que esta é a forma de lançamento prevista na imensa maioria dos tributos atualmente vigentes. Parece-
85
nos que isso pode ser feito, sempre que se assegurem aos contribuintes formas de corrigir os erros por ele eventualmente cometidos em sua tarefa ‘lançadora’. (HORVATH, 1990 apud BALEEIRO; BALEEIRO, 2001, p.830-831)
São válidos os argumentos de Horvarth quando afirma que os legisladores
modernos defendem a compatibilidade de quase todos os tributos com o lançamento
por homologação. Na prática, muitos dos tributos mais importantes dentre os quais,
o imposto sobre a renda (IR), o imposto sobre produtos industrializados (IPI), o
imposto sobre operações relativas a circulação de mercadorias e serviços de
transportes interestaduais e intermunicipais e comunicações (ICMS), o imposto
sobre a prestação de serviços de qualquer natureza (ISS) e as contribuições
especiais, são autolançados e não apresentam qualquer dificuldade para o
contribuinte ou para a administração tributária. Antes, esse critério aparece como um
instrumento facilitador para a gestão desses tributos.
2.4.3 O Lançamento de Ofício e o IPTU
A Constituição Federal outorgou aos Municípios competência para instituir
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. Contudo, para que o
Município possa exercer essa competência, duas providências são fundamentais: a
primeira está relacionada com a autorização legislativa para instituir o tributo, isto é,
o imposto somente pode ser exigido dos contribuintes se previamente instituído em
lei local; a segunda providência indispensável consiste na constituição do crédito
tributário, ou seja, constituir as condições necessárias para provar o seu direito. A
exata noção de crédito tributária é melhor compreendida a partir da lição de Fabretti
(1998, p.117), que ao comentar o art. 142 do CTN, esclarece:
Para que seja possível a cobrança do crédito tributário, é necessária a comprovação de sua existência. Todo aquele que é credor, que tem direito a receber uma obrigação, deve possuir provas da sua existência de seu direito. Geralmente, essa prova faz-se por meio de um título ou documento. Em relação ao crédito tributário, idêntica situação acontece com o Estado: a partir do momento em que o sujeito passivo realiza o fato gerador da obrigação tributária, o Poder Público aplica a lei exigindo o crédito correspondente à obrigação. Para tanto, a obrigação do contribuinte e o respectivo direito do Estado devem ser documentados.
86
A documentação da existência da dívida tributária é realizada por um ato
administrativo de constituição do crédito tributário denominado lançamento. Denota-
se que para o Município exigir o IPTU dos proprietários, titulares do domínio útil e
dos possuidores a qualquer título de imóveis localizados na sua zona urbana, deve
ser efetuado o lançamento.
Tradicionalmente, o lançamento do IPTU é feito de ofício pela Autoridade
Administrativa, ou seja, a Administração Municipal verifica a ocorrência do fato
gerador, identifica o contribuinte, calcula o montante do tributo devido e emite a
notificação do lançamento, entregando-a ao contribuinte. O cálculo e o lançamento
do imposto são feitos pela autoridade administrativa competente, com base nos
dados constantes do cadastro imobiliário e da planta de valores. Portanto, no
lançamento de ofício, o cadastro imobiliário e a planta de valores são considerados
elementos essenciais para a constituição do crédito tributário do IPTU.
O cadastro imobiliário contém o registro de todos os dados necessários para
a correta identificação do contribuinte e do imóvel tributado. Assim, para atender a
finalidade de lançamento do imposto, o cadastro imobiliário deve ser completo e
permanentemente atualizado.
A planta de valores fixa os valores médios unitários de metro quadrado de
terreno e de construção, para logradouros, quadras, zonas ou bairros, da área
alcançada pela tributação, para a finalidade de apurar a base de cálculo do imposto.
Os valores de metro quadrado, fixados na planta de valores variam em face do
zoneamento e da existência ou não de equipamentos urbanos e serviços públicos
tais como: iluminação pública, rede de telefone, pavimentação, serviço de limpeza
pública e coleta de lixo, transporte coletivo, etc. Esses fatores determinam a
valorização ou desvalorização dos imóveis e consequentemente aumentam ou
diminuem a base de cálculo do imposto. Por esta razão, sempre que houver
alteração em quaisquer desses elementos a planta de valores deve ser atualizada. A
planta de valores é fixada em lei e qualquer alteração nos seus elementos, que
possam modificar a base de cálculo do imposto, só podem ser consideradas no
lançamento com a prévia autorização da Câmara de Vereadores.
Com base nos dados cadastrais do imóvel e na planta de valores, a
autoridade administrativa apura a base de cálculo pelo valor médio, permitindo-lhe
dessa forma, avaliar a propriedade imobiliária de milhares de contribuintes. De
acordo com Baleeiro (2001), esse modo de executar a lei tributária, que possibilita a
87
aplicação da lei em massa, é chamado pelos germânicos de modo de pensar
tipificante, como uma técnica que torna a lei exeqüível. O princípio que a rege é o da
praticidade, nome que designa, a totalidade das condições que garantem uma
execução legal, eficiente e econômica.
A legitimidade da técnica da praticidade no lançamento do IPTU divide a
doutrina e a jurisprudência. Na doutrina, a corrente favorável à sua utilização
defende, sobretudo, que “a Fazenda Pública não dispõe de recursos, pessoal e
aparato necessário a uma exaustiva e esgotante investigação do caso isolado, mas
mesmo assim tem o dever de aplicar a lei” (ISENSEE, 1976 apud BALEEIRO;
BALEEIRO, 2001, p.249). Contrariamente à prática da simplificação, Derzi (1988)
apresenta como objeções ao uso dessa técnica, a ofensa a princípios constitucionais
tais como: princípio da igualdade e da capacidade contributiva.
Na jurisprudência, a técnica de aplicação da lei em massa é analisada à luz
dos princípios constitucionais tributários, sobretudo, o da legalidade e o da
anterioridade, segundo os quais qualquer modificação na base de cálculo do tributo
só pode ser feita mediante lei, publicada no exercício anterior ao da aplicação. Com
esse entendimento em 1979, o Supremo Tribunal Federal julgou o Recurso
Extraordinário n° 87.763-1, em que foi relator o Ministro Moreira Alves, e decidiu que
as plantas e pautas de valores para fins do IPTU são contrárias à Constituição
Federal, se não aprovadas por lei, admitindo somente a atualização monetária do
valor venal, com base em índice oficial de correção monetária. o posicionamento do
STF, é esclarecido por Aliomar Baleeiro quando assevera que:
(...) a polêmica central enfocada pelos tribunais superiores apresenta-se quando a Fazenda Pública Municipal não procede à avaliação individual, conforme art. 142 do CTN, passando as plantas de valores a atuar como presunções. Em lugar de servirem apenas de parâmetros e orientações para avaliação em cada caso isolado, tornam-se as plantas de valores a única avaliação feita BALEEIRO, 2001, p.250)
Além de afrontar princípios constitucionais tributários como o da igualdade,
da capacidade contributiva e da justiça fiscal, a técnica da praticidade adotada no
lançamento de ofício do IPTU, pode ser um dos fatores que contribuem para a não
exploração total da capacidade contributiva dos municípios, por diversas razões, tais
como: a impossibilidade da Fazenda Pública manter o cadastro imobiliário e a planta
de valores permanentemente atualizados; os dados constantes do cadastro são
insuficientes, por não refletirem as diferenças individuais relevantes que devem ser
88
consideradas na apuração do valor venal, dentre as quais destaca-se a
funcionalidade, o conforto ambiental e projeto arquitetônico. Esses fatores, se não
refletirem a realidade do imóvel ou forem ignorados no lançamento, importam
prejuízo para a Fazenda Pública que deixa de exercer com efetividade o seu poder-
dever de tributar.
Ademais, a falta de atualização do cadastro imobiliário e da planta de
valores, invariavelmente, pode ocasionar erro na determinação do valor do imposto
ou na identificação do sujeito passivo. Essas situações quando contrárias ao
interesse do contribuinte ensejam a impugnação do lançamento, podendo resultar
no cancelamento do crédito tributário por nulidade do ato administrativo.19
Nesse contexto, Baleeiro (2001, p.252) adverte que “os tributos cobrados em
massa, que dependem da apuração complexa de valores, não podem depender de
lançamento de ofício”. Misabel Derzi (1988) e Elizabeth Carrazza (2001) também
defendem a alteração da modalidade do lançamento do IPTU e concordam que o
lançamento do imposto pode ser feito por homologação. Destaca-se que essa
modalidade de lançamento tem sido adotada pelo legislador para outros tributos
como o imposto de renda, o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços e
imposto sobre serviços de qualquer natureza. Conforme anteriormente observado, o
lançamento por homologação, conhecido na doutrina também como
autolançamento, ocorre quando a legislação tributária atribui ao contribuinte o dever
de apurar o valor do tributo e antecipar o seu pagamento, para posterior exame e, se
for o caso, homologação da autoridade administrativa.
No lançamento do IPTU, a administração municipal deve observar alguns
preceitos e cuidados jurídicos para que o imposto possa atender sua dupla
finalidade, como instrumento de aplicação da função social do Estado: garantir a
função social da propriedade e assegurar os recursos necessários para que o
governo municipal possa prestar os serviços públicos e demais encargos requeridos
pela sociedade.
A instituição e cobrança do referido tributo, embora possa parecer simples,
demanda cuidados que devem ser observados pela administração municipal para
19 Segundo Meirelles (1999), ato nulo é o que nasce afetado de vício insanável por ausência ou defeito substancial em seus elementos constitutivos ou no procedimento formativo.
89
evitar vícios que propiciem impugnações judiciais anulatórias do lançamento do
imposto ocasionando graves prejuízos na arrecadação tributária.
Ressalta-se que qualquer alteração na base de cálculo do IPTU, além da
simples atualização monetária, deve ser feita através de lei, seguindo-se o princípio
constitucional da legalidade, consagrado no artigo 150 da Constituição Federal.
Nesse sentido tem sido a orientação do STF, conforme se verifica:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PREQUESTIONAMENTO – AUMENTO DE TRIBUTO – DECRETO. Mostra-se objeto de debate e decisão prévios, tema alusivo ao aumento de tributo via decreto quando conste do acórdão proferido a exigibilidade de lei. TRIBUTO – REAJUSTE X AUMENTO – DECRETO X LEI. Se de um lado é certo assentar-se que simples atualização do tributo, tendo em conta a aspiral inflacionária, independe de lei, isto considerado o valor venal do imóvel (IPTU), de outro não menos correto é que, em se tratando de verdadeiro aumento, o decreto não é veículo próprio a implementá-lo. A teor do disposto no inciso I, do artigo 150 da Constituição Federal, a via própria ao aumento de tributo é a lei em sentido formal e material (STF, 2ª T, AGRRE-176.870/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, 12/03/96).
Nessa linha de entendimento do Supremo Tribunal Federal também segue o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) que em reiteradas decisões, tem se posicionado
no sentido de que é vedado aos Municípios atualizarem o IPTU por decreto além dos
parâmetros meramente inflacionários, conforme Súmula 160 daquela Corte Superior.
No que se refere ao aumento da base de cálculo do imposto, há ainda que
se observar o princípio da anterioridade, delineado no art. 150, inciso III, alínea “b”
da Constituição Federal, sob pena de ser declarada a inconstitucionalidade do
imposto. Nesse sentido tem se posicionado a Suprema Corte do Brasil:
TRIBUTÁRIO. IPTU. AUMENTO DA RESPECTIVA BASE DE CÁLCULO MEDIANTE APLICAÇÃO DE ÍNDICES GENÉRICOS DE VALORIZAÇÃO, APLICÁVEIS POR LOGRADOUROS, DITADOS POR LEI. – Caso em que o instrumento normativo não poderia ser aplicado no mesmo exercício em que foi publicado, sem ofensa ao princípio da anterioridade. Acórdão que, para contornar o óbice constitucional, entendeu haverem os referidos índices sido estabelecidos por meio de ato regulamentar, com o que não evitou o vício da inconstitucionalidade que, nesse caso, residiria em violação ao princípio da anterioridade. - Somente por via de lei, no sentido formal, publicada no exercício financeiro anterior, é permitido aumentar tributo, como tal, havendo de ser considerada a iniciativa de modificar a base de cálculo do IPTU, por meio de aplicação de tabelas genéricas de valorização de imóveis, relativamente a cada logradouro, que torna o tributo mais oneroso. Recurso extraordinário conhecido e provido (STF, !ª T., RE-182191/RJ, Rel. Min. Ilmar Galvão, 07/11/95).
90
Portanto, o lançamento do IPTU, de ofício pela Administração Municipal
requer a observância dos princípios constitucionais tributários. Contudo, a questão
não é somente essa, pois as oscilações de ordem econômica e financeira que
freqüentemente ocorrem no País refletem diretamente no valor dos imóveis, ou seja,
no valor de mercado da propriedade, que, segundo o art. 33 do CTN é a base de
cálculo do IPTU. A doutrina não diverge quanto à definição do valor venal do imóvel
como sendo o valor de mercado para venda à vista. Para Baleeiro (2001, p.249), “o
valor de mercado é aquele que o imóvel alcançará para a compra e venda à vista,
segundo as condições usuais do mercado de imóveis”. Segundo Barreto (1998,
p.242), “o valor venal do imóvel para efeitos de tributação é o ‘valor provável’ que o
imóvel atingiria, diante de transação à vista e de mercado imobiliário estável”.
Denota-se que para assegurar a efetividade do imposto e o seu real valor
para efeitos de lançamento, os Municípios devem anualmente: a) promover a
atualização do cadastro imobiliário fiscal, através do recadastramento imobiliário; e
b) aprovar, através de lei, nova planta de valores com as alterações em razão da
oscilação do mercado imobiliário e de outros fatores que, uma vez ocorridos,
possam modificar o valor do metro quadrado dos imóveis.
2.4.4 Administração Pública e Estratégias na Administração do IPTU
A Administração Pública nos três níveis de governo — federal, estadual e
municipal — foi, historicamente, considerada eminentemente burocrática por possuir
um modelo de gestão caracterizado pela falta de planejamento, com uma
organização verticalizada e evidentemente autoritarista, com suas estruturas
piramidais dotadas de rotinas e processos de trabalho excessivamente
regulamentados. Este modelo ainda sobrevive em muitas organizações estatais.
O novo contexto econômico-social impõe às administrações públicas a
adoção de um novo modelo de gestão mais flexível, condizente com as
necessidades de um mundo em contínua transformação, presente nas novas
tendências que vêm norteando a mudança nas organizações: a integração entre
planejamento e execução em todos os níveis organizacionais; a implantação de
estruturas mais horizontalizadas; liderança participativa; comunicação organizacional
multidirecionada, estruturada e integrada em tempo real; ênfase no pensamento
estratégico e na visão do trabalho como forma de realização.
91
O desafio está em transpor a barreira existente entre os modelos de gestão
burocrático e estratégico.
Para muitos, ainda hoje, a Administração Pública é sinônimo de burocracia.
Este preconceito em relação à Administração Pública se justifica em razão de alguns
procedimentos que prevalecem na grande maioria das organizações públicas,
característicos de uma administração excessivamente burocrática.
Não se pode negar que muitos desses procedimentos são necessários e
outros até inevitáveis, em função da vinculação dos atos dos administradores e
demais agentes públicos às normas legais vigentes. São exemplos, a Lei nº
8.666/93, que dispõe sobre licitações e contratos na Administração Pública; e a Lei
4.320/64, que estabelece normas de contabilidade pública. No caso das leis fiscais,
as regras disciplinadoras dos procedimentos administrativos são ainda mais
rigorosas notadamente quando dispõem sobre a responsabilidade dos agentes
administrativos na gestão tributária.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, em que pese seus objetivos, impõe uma
série de comportamentos que podem contribuir para o engessamento da máquina
administrativa. No entanto, existem regulamentos, normas e procedimentos
totalmente desnecessários para o serviço público, e que permanecem em uso sem
qualquer justificativa.
Há um consenso quase generalizado no sentido de admitir que praticamente
todos os cidadãos que necessitam dos serviços da Administração Pública já
sentiram na pele os efeitos do excesso de burocracia quando buscam um serviço
público em qualquer dos três níveis de governo.
Mas os efeitos do excesso de burocracia não recaem somente sobre a
sociedade. São sentidos ainda mais dentro da própria Administração Pública, cuja
máquina burocrática, além de mostrar-se emperrada, pesada, dispendiosa, difícil de
ser administrada, desgasta a imagem do órgão e do próprio administrador público.
Em alguns casos, o quadro chega a ser desesperador.
A solução para essa realidade está na modernização das administrações
públicas para desburocratizar o serviço público.
Numa administração preocupada com o respeito ao cidadão, o administrador
público deve ter em mente a necessidade de desburocratizar a relação entre a
Sociedade e o poder público, facilitando o acesso do cidadão às informações do seu
interesse.
92
Desburocratizar é, por tanto, contar com uma estrutura administrativa ágil,
leve e flexível, onde as atribuições e as responsabilidades sejam claras e definidas,
com rotinas mais simples e eficientes.
Muitas prefeituras ainda utilizam os sistemas de planejamento e controles
eminentemente burocráticos, baseados em normas e regulamentos20 muitos dos
quais editados há mais de 35 anos. Um exemplo típico é o Código Tributário
Nacional, publicado em outubro de 1966, cujo diploma legal estabelece normas
gerais de Direito Tributário que regulamentam o Sistema Tributário Nacional. É
curioso, o fato de que o Sistema Tributário em vigor é de 1988, e a lei que lhe
regulamenta é de 1966.
Independente do fato de toda a sociedade estar vivendo os efeitos da era
tecnológica, o modelo de gestão e os critérios de lançamento, arrecadação e
fiscalização dos tributos adotados pela quase totalidade das prefeituras municipais,
são praticamente os mesmos utilizados há mais de 30 anos. No caso do IPTU, o
fenômeno é facilmente constatado. A prefeitura faz o recadastramento dos imóveis,
elabora uma planta de valores, calcula os tributos, emite os carnes e entrega nos
domicílios dos contribuintes. Por outro lado, os problemas também são praticamente
os mesmos de três décadas atrás: excessivo número de imóveis cadastrados sem o
nome do proprietário – comumente batizado de “proprietário desconhecido”;
incorreções nos lançamentos e na identificação dos imóveis; elevados custos de
administração do imposto, excessivo número de processos administrativos de
reclamação do lançamento, e, o conseqüente retardamento na arrecadação do
imposto.
Paradoxalmente, o contribuinte do IPTU que padece toda a sorte de
dificuldades junto à prefeitura é o mesmo que vivencia uma nova era marcada por
revolucionárias e importantes transformações que se disseminam em todos os
setores da vida humana: a chamada era tecnológica, ou ainda, era da informação e
da comunicação, resultante da grandiosa onda de globalização, que vem se
espalhando por todo o planeta e cuja influência se intensifica de maneira cada vez
mais forte em nosso dia a dia.
A internet possibilita o acesso rápido e irrestrito a qualquer material, serviço
ou informação; permite, ainda, que pessoas conectadas à rede mundial de
20 O caráter legal das normas e regulamentos é uma das características da Burocracia de Max Weber
93
computadores possam manter contato umas com as outras, em tempo real,
independentemente da distância que exista entre elas.
Através da rede aberta de tevê ou mesmo das tevês por assinatura, assiste
–se programas de toda parte do mundo, no exato momento em que são
transmitidos. Muitas vezes, essa interatividade faz com que as pessoas que os
assistem compartilhem emoções fortes, como se lá estivessem ou como se
vivessem aquela realidade.
O acesso rápido à informação, viabilizado pela comunicação em tempo real,
torna o cidadão mais consciente e exigente em relação à qualidade e a velocidade
da prestação dos serviços públicos.
As administrações municipais, conscientes da necessidade de adequar-se a
essa nova realidade, têm buscado alternativas para modernizar suas estruturas e
melhorar o nível de eficiência e efetividade dos serviços prestados ao cidadão.
As organizações públicas tanto quanto as empresas precisam ter
capacidade para o aprendizado que ocorre quando os administradores questionam
suas premissas e refletem sobre a teoria segundo a qual vinham operando coerente
com as evidências, as observações e a experiência atuais. Ocasionalmente,
precisam ser capazes de criar novas estratégias para aproveitar novas
oportunidades, ou para neutralizar novas ameaças não previstas quando da
elaboração do plano estratégico inicial.
Mintzberg (1978), identificou os principais aspectos dessa visão emergente
da estratégica: a) as estratégias são incrementais e surgem ao longo do tempo; b)
as estratégias pretendidas podem ser superadas pela realidade; c) a formulação e a
implementação da estratégia se confundem; d) as idéias estratégicas podem surgir
em todos os setores da organização; e d) a estratégia é um processo.
Na prática, a formulação e a implementação da estratégia coexistem, os que
participam do dia-a-dia organizacional implementam os planos anteriormente
formulados, precisando estar atentos às oportunidades que permitam aproveitar
mudanças em clientes, mercado, tecnologia e concorrentes.
A sobrevivência das organizações contemporâneas depende da capacidade
de adaptar o seu modelo de gestão a um novo contexto econômico-social e
tecnológico cada vez mais complexo e instável. As administrações públicas também
estão sujeitas a esta mesma dinâmica, na medida em que a oferta dos serviços se
torna cada vez mais competitiva e diferenciada. Embora nem sempre claramente
94
percebida, a necessidade da mudança impõe a experimentação de novos
instrumentos e modelos, inclusive na área tributária.
Em relação à modernização da administração das prefeituras, em 1998
Afonso et. al. afirmaram que após a Constituição de 1988 houve um forte incremento
da arrecadação própria municipal e muito já se investiu na melhoria da máquina
fazendária, com soluções criativas e localizadas. As soluções implementadas pelas
prefeituras, no dizer dos autores, referem-se à utilização de recursos modernos da
informática como por exemplo, a cobrança de IPTU, taxas e até mesmo o ISS
usando guias de recolhimento com código de barra e leitura ótica. Ainda assim, se
comparadas as prefeituras brasileiras com as de outros países, entendem os
autores que existe um enorme potencial para se elevar a arrecadação municipal e
melhorar a qualidade do sistema tributário do país.
Consciente do potencial de receita própria inexplorada pelos Municípios, o
governo brasileiro tem contribuído com as administrações municipais criando
soluções mediante a disponizabilização de recursos financeiros para investimento
em tecnologia da informação das áreas fazendárias das prefeituras.
Com o objetivo de promover a modernização da administração tributaria e a
melhoria da qualidade do gasto público dentro de uma perspectiva de
desenvolvimento local sustentado, visando proporcionar aos Municípios brasileiros
possibilidades de atuar na obtenção de mais recursos estáveis e não inflacionários
e na melhoria da qualidade e redução do custo praticado na prestação de serviços, o
Banco Nacional de Desenvolvimento Social – BNDES, lançou em 1997, o Programa
de Modernização da Administração Tributária e Gestão dos Setores Sociais Básicos
(PMAT), para atender os Municípios mediante as seguintes ações: a) o
fortalecimento das capacidades gerenciais, normativas, operacionais e tecnológicas
da administração tributária e da gestão pública, dos serviços sociais básicos e
demais ações de natureza fiscal ou racionalizadoras do uso de recursos públicos
disponíveis nos governos locais; b) desenvolvimento e aperfeiçoamento dos
sistemas de informações, serviços e processos voltados ao cumprimento das
atribuições e competências municipais; c) acompanhamento das obrigações
tributárias, maximização do uso de recursos ociosos, melhoria da qualidade e da
oferta desses serviços a um menor custo, controle e gerenciamento da execução do
gasto público; d) cooperação permanente das unidades da federação entre si, com
órgãos da administração federal e com a sociedade civil para atuação conjunta.
95
Muitas prefeituras no Estado de Santa Catarina e no Brasil estão
participando do programa de modernização tributária do BNDES e já implantaram ou
estão implantando sistemas mais modernos na administração e controle dos tributos
municipais e também na prestação de serviços e informações para cidadãos,
fornecedores e servidores.
No sentido de que as três esferas governamentais estão buscando
alternativas para modernização da Administração Pública do país, Fernandes e
Afonso, em 2001, afirmaram que vários estudos indicam que tanto o governo federal
quanto os governos subnacionais já estão consideravelmente envolvidos com a
aplicação das novas tecnologias da informação na Administração Pública.
Portanto, é possível afirmar que em poucos anos praticamente todas as
prefeituras brasileiras já contarão com algum tipo de melhoria na área da informática
e da tecnologia da informação capaz de melhorar a qualidade dos serviços
prestados à população.
Contudo, grandes dificuldades ainda persistem nessa área. Segundo
Fernandes e Afonso (2001), um desses problemas consiste no desafio da ampliação
do acesso da população, inclusive de baixa renda, à internet no país. O outro, está
relacionado à questão da baixa interoperatividade entre os diversos órgãos da
Administração Pública da União, dos Estados e dos Municípios.
Com relação ao primeiro problema, de acordo com Fernandes e Afonso
(2001), o Ministério da Ciência e Tecnologia lançou, no final de 2000, o Livro Verde
que tem como objetivo principal articular e coordenar o desenvolvimento e a
utilização de produtos e serviços avançados de computação, comunicação e
conteúdos, visando à universalização do acesso e à inclusão de todos os brasileiros
na sociedade de Informação. Com relação ao segundo problema, os autores
esclarecem que o aumento da interoperabilidade vem sendo perseguido de diversas
maneiras. Linhas de financiamento foram criadas para fomentar a modernização
administrativa de estados e Municípios, e acrescentam:
(...) pode-se dizer que acesso universal e aumento da interoperabilidade vão de par com um outro aspecto fundamental do e-Governo, que diz respeito à transparência fiscal. O uso da internet na função pública cria possibilidades extraordinárias de ampliar o controle da gestão fiscal por parte da população, facilitando o exercício do que tem se convencionado chamar de accountability, isto é, a obrigatoriedade de prestação de contas ao cidadão (votante, consumidor e financiador dos bens públicos) (FERNANDES; AFONSO, 2001, p.3)
96
Portanto, atualmente as prefeituras municipais de qualquer parte do país
podem contar com o apoio de programas especiais patrocinados pelo governo
federal para obter os recursos financeiros necessários investir em tecnologia e
modernizar suas estruturas tributárias. Como resultado terão aumentadas suas
receitas e estarão aptas para oferecer serviços de melhor qualidade aos seus
contribuintes.
97
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
3.1 A AUTONOMIA FINANCEIRA DOS MUNICÍPIOS CATARINENSES
3.1.1 Organização, Evolução Urbana e Distribuição Espacial dos Municípios Catarinenses
Diversos fatores contribuem para a diversidade da realidade tributária dos
Municípios dentre os quais destacam-se os aspectos políticos, administrativos,
regionais, econômicos e sociais. Para analisar estes aspectos foram pesquisados
dados e informações sobre a autonomia política, a organização administrativa, a
evolução urbana, a distribuição espacial e a autonomia financeira dos Municípios
catarinenses.
Sobre a autonomia político-administrativa dos Municípios, HelY Lopes
Meirelles ensina:
Os Municípios catarinenses, assim como os demais Municípios brasileiros, são entidades estatais integrantes da Federação. Essa integração é uma peculiaridade nossa, pois em nenhum outro Estado Soberano se encontra o Município como peça de regime federativo constitucionalmente reconhecida. Dessa posição singular do nosso Município é que resulta sua autonomia político-administrativa, diversamente do que ocorre nas demais Federações, em que os Municípios são circunscrições territoriais meramente administrativas (MEIRELLES, 1999, p.696).
Segundo Ribas Junior (2005, p.189), “o Município catarinense foi a primeira
estrutura de poder, organizada no espaço geográfico – os portugueses organizavam
o núcleo e mais tarde, ao elevarem-no à categoria de vila, implantavam solenemente
o Pelourinho e a Câmara de Vereadores.” Para o autor, “o Pelourinho simbolizava a
autoridade e a jurisdição de Portugal e a Câmara de Vereadores traduzia a
organização política e o poder sobre a terra”. Mais tarde, já no Império, foram
instituídas as Câmaras Municipais a quem competia exercer o governo econômico
das cidades e vilas, contudo subordinadas politicamente aos presidentes das
províncias.
Ribas Junior assinala, ainda, que:
A evolução da autonomia dos Municípios brasileiros começou em 1934, quando o constituinte, a teor do art. 13 da Carta Federal,
98
admitiu como princípio constitucional a autonomia em tudo quanto respeite ao seu peculiar interesse, e especialmente, a eletividade do Prefeito e dos Vereadores, a decretação dos seus impostos e a organização (RIBAS JÚNIOR, 2005, p.189).
Ainda discorrendo sobre a evolução da autonomia política dos Municípios,
acrescenta o Salomão Ribas Júnior:
Essa autonomia, contudo, foi reduzida em 1937 com o centralismo do Estado Novo, notadamente no que respeita à competência tributária, recuperando-se, em parte com a Constituição de 1946. A Carta de 1967 preservou o espírito centralizador que caracterizou a Constituição de 1946, embora, tenha assegurado a autonomia municipal, ainda que em termos mais restritos do que em 1946 (RIBAS JÚNIOR, 2005, p. 190).
Em Santa Catarina, a evolução da autonomia municipal segundo Ribas
Júnior (2005, p.190), começou a acentuar-se com o art. 97 da Constituição Estadual
de 1891, “ao anunciar que o Estado continua a ter a divisão do seu território em
Municípios, que serão autônomos quanto à administração dos interesses que lhe
são peculiares.” A partir da Constituição Federal de 1988, os Municípios
conquistaram a destacada posição de ente federal, com autonomia e dignidade
constitucional.
A autonomia dos Municípios assegurada pela atual Constituição Federal é
explicada por Hely Lopes Meirelles:
A autonomia do Município brasileiro está assegurada na Constituição da República para todos os assuntos de seu interesse local (art 30) e se expressa sob o tríplice aspecto político (composição eletiva do governo e edição das normas locais), administrativo (organização e execução dos serviços públicos locais) e financeiro (decretação, arrecadação e aplicação dos tributos municipais) (MEIRELLES, 1999, p.696).
Em Santa Catarina, a Constituição do Estado de 1989 assegurou que o
Município é parte integrante do Estado, com autonomia política, administrativa e
financeira, nos termos da Constituição Federal e desta Constituição (art. 110).
(RIBAS JUNIOR, 2005, p. 190). Portanto, cada Município catarinense é um ente
autônomo. Tem a sua Lei Orgânica própria e exerce as competências asseguradas
no art. 30 da CF, e nos arts 110 a 113 da CE.
O Governo Municipal é exercido por dois poderes, o Executivo e o
Legislativo. O Prefeito é o Chefe do Poder Executivo. O Poder Legislativo é exercido
99
pelos vereadores (mínimo nove e máximo vinte e um, de acordo com o número de
habitantes de cada Município).
A administração municipal é realizada pela prefeitura, como órgão executivo
e pela Câmara de Vereadores, como órgão legislativo. O Prefeito, o Vice-Prefeito e
os Vereadores são agentes políticos, eleitos conjuntamente, por sufrágio universal,
direto e secreto, para uma legislatura de quatro anos, podendo ser reeleito por igual
período. As atividades da administração municipal são executadas segundo os
princípios constitucionais e submetidas aos princípios gerais da Administração
Pública.
A finalidade do município é o bem comum que traduz o interesse coletivo, ou
seja, todas as ações da administração municipal têm por finalidade atender o
interesse da coletividade. Para isso, o Município tem os seus próprios tributos e o
seu próprio orçamento, aprovado de acordo com as mesmas regras que se
submetem os orçamentos estaduais e federais.
Atualmente, são 293 Municípios em Santa Catarina, sendo a maioria de
pequeno porte, de acordo com a distribuição espacial da população. Sob o ponto de
vista da população, o porte demográfico dos Municípios varia entre 1.573 e 477.971
habitantes.
O processo de urbanização aconteceu de forma lenta até a metade do
século passado. Ribas Junior (2005, p.191) adverte que “isso se deu por efeito de
uma economia agrícola, de mão-de-obra familiar e do regime da pequena
propriedade rural”. Além disso, as dificuldades de transporte e das comunicações em
geral também contribuíram para essa lentidão.
As primeiras cidades em Santa Catarina foram São Francisco do Sul,
fundada em 23/03/1658; Laguna, fundada em 29/07/1676; Nossa Senhora do
Desterro, atual Florianópolis, fundada em 26/03/1726 e Lages, fundada em 1770. No
final do Século XIX, o Estado contava com 19 cidades.
Nos primeiros 50 anos do século passado, começaram a despontar as
cidades-pólos do Estado, assim identificadas por Salomão Ribas Junior:
1) Lages (planalto) polarizando a região de criação de gado; 2) Blumenau e Itajaí – a primeira como núcleo industrial e a segunda como porto da maior importância; 3) Joinville, igualmente centro industrial, dividindo a liderança com a antiga São Francisco do Sul, também uma cidade portuária; 4) Laguna liderava no Sul, como cidade portuária; Florianópolis como centro político-administrativo; e no oeste, Caçador, como centro madeireiro, e Cruzeiro (Joaçaba e
100
Herval d’Oeste), como entroncamento rodo-ferroviário importante. (SALOMÃO RIBAS JUNIOR, 2005, p.191)
A partir da segunda metade do século passado, o quadro da evolução
urbana se modificou de forma lenta até o início dos anos 60 e mais acentuadamente
nos anos 70 e 80. Os anos 60 foram marcados pelo surgimento da agroindústria;
nessa década, o parque industrial consolidou-se, melhoraram as condições de
transporte com reflexos significativos sobre o comércio. No final da década de 60, já
existiam 198 Municípios.
Nas décadas de 70 e 80 ocorreu um novo surto de emancipações políticas,
de tal forma que no final dos anos 80 já existiam 219 Municípios no Estado. Hoje são
293 Municípios instalados no Estado. A evolução urbana dos Municípios
catarinenses está demonstrada na tabela 1.
Tabela 1 Evolução urbana dos Municípios catarinenses
por faixa de ano de fundação
Ano da Fundação N° Acumulado
Até 1800 4 4 ������ÿ— 1850 2 6 ������ÿ— 1900 17 23 ������ÿ— 1920 8 31 ������ÿ— 1940 13 44 ������ÿ— 1960 58 102 ������ÿ— 1980 96 198 ������ÿ— 2000 95 293
Fonte: FECAM. Guia dos Municípios catarinenses
No que se refere à ocupação espacial, os 293 Municípios estão distribuídos
em seis Mesorregiões: Grande Florianópolis, Norte Catarinense, Oeste Catarinense,
Serrana, Sul Catarinense e Vale do Itajaí.
A distribuição dos Municípios nas Mesorregiões de Santa Catarina e o
correspondente total de habitantes registrados na tabela 2, demonstram que o Oeste
Catarinense representa a Mesorregião com maior número de Municípios, porém não
é a que possui o maior contingente populacional. A Grande Florianópolis, por outro
lado, é a menor Mesorregião em número de Municípios e a terceira menor em
101
número de habitantes. Já o Norte Catarinense é a segunda menor Mesorregião em
número de Municípios e a terceira maior em contingente populacional.
Tabela 2
Distribuição dos Municípios segundo as Mesorregiões de Santa Catarina
Mesorregião N° População
Grande Florianópolis 21 897.497 Norte Catarinense 26 1.123.271 Oeste Catarinense 118 1.154.974 Serrana 30 413.650 Sul Catarinense 44 882.063 Vale do Itajaí 54 1.309.950 TOTAL 293 5.781.405
Fonte: FECAM. Guia dos Municípios catarinenses
A Mesorregião da Grande Florianópolis é constituída por 21 Municípios e
concentra um contingente populacional de 897.497 habitantes. Essa região possui
comércio bastante desenvolvido, estações termais e lindas praias. A cultura
predominante é açoriana, destacando-se na arquitetura e na culinária.
A Mesorregião Norte Catarinense concentra 26 Municípios com um
contingente populacional de 1.123.271 habitantes. As três cidades mais importantes
economicamente estão localizadas nesta região, destacando-se Joinville, maior
cidade do Estado e terceiro pólo industrial do sul do Brasil; Jaraguá do Sul, com
suas malharias e fábricas de motores elétricos e São Bento do Sul, um dos mais
importantes centros moveleiros do Brasil.
A Mesorregião Oeste Catarinense apresenta o maior número de Municípios
do Estado. São 118 Municípios com uma população total de 1.154.974 habitantes. O
Oeste Catarinense foi colonizado no início do século XX por imigrantes italianos e
colonos vindos do Rio Grande do Sul. Possui um grande potencial econômico na
atividade agrícola, na extração da madeira e da erva-mate.
A Mesorregião Serrana é formada por 30 Municípios, com um contingente
populacional de 413.650 habitantes. Caracteriza-se como a região mais fria do
Brasil. É o único lugar do país onde ocorre a precipitação de neve. A Serra
Catarinense é ideal para o turismo rural. Lages é a maior cidade da mesorregião,
com uma população de 165.068 habitantes. Nesta cidade está instalada a maior
fábrica de cerveja da América Latina, além de indústrias de papel e celulose e usinas
102
hidrelétricas. A atividade econômica da região é forte na agropecuária e na produção
de frutas, como a maçã de São Joaquim.
A Mesorregião Sul do Estado destaca-se como forte pólo industrial, turístico
e cultural. Cidades como Criciúma, Tubarão e Araranguá estão entre as mais
importantes de Santa Catarina. Esta região é formada por 44 Municípios, que
concentram 882.063 habitantes.
A Mesorregião do Vale do Itajaí também conhecida como Vale Europeu,
devido à arquitetura, à culinária e aos costumes que lembram a Europa, é composta
por 54 Municípios, que possuem juntos 1.309.950 habitantes. É uma das regiões
mais ricas não só de Santa Catarina, mas também do país, devido ao parque
industrial com mais de 4.700 indústrias, sendo considerada também o maior pólo
têxtil da América Latina. As principais cidades são Blumenau e Brusque.
As diferentes realidades dos Municípios não são explicadas exclusivamente
pelas desigualdades regionais, mas também por desigualdades intrarregionais.
Esses diferenciais são evidenciados pela distribuição dos Municípios
segundo o número de habitantes.
A distribuição dos Municípios catarinenses segundo o número de habitantes
está demonstrada na tabela 3.
Tabela 3
Distribuição dos Municípios catarinenses segundo o número de habitantes
Grupo de habitantes (por mil)
Municípios %
Total 23 100 Até 3 49 17 ��1��� 55 19 ��1���� 77 26 ���1���� 58 20 ���1���� 31 11 ���1����� 13 4 ����1����� 7 2 200 e mais 3 1
Fonte: FECAM. Guia dos Municípios catarinenses
A distribuição dos Municípios segundo o número de habitantes mostra que
62% dos Municípios catarinenses possuem menos que 10 mil habitantes; 31%
possuem população entre 10 mil e 50 mil habitantes; 4%, estão na faixa entre 50 mil
103
e 100 mil habitantes e somente 3% possuem contingente populacional acima de 100
mil habitantes.
Os Municípios catarinenses estão distribuídos por Mesorregião e por grupos
de habitante segundo os dados da tabela 4.
Tabela 4
Distribuição dos municípios por grupo de habitantes e por mesorregião
Mesorregião Grupos de habitante (por mil)
Municípios
Total G.Fpolis Norte Oeste Serrana Sul V. Itajaí
Total 293 21 26 118 30 44 54
Até 3 49 2 34 7 3 3
3 �è— 5 55 4 29 9 4 9
5 �— 10 77 6 7 29 4 14 17
10 �èè— 20 58 4 9 14 6 13 12
20 �èè— 50 31 1 5 9 3 6 7
��� è�èè— 100 13 1 3 2 3 4
����è�èè— 200 7 2 1 1 1 1 1
200 e mais 3 1 1 1
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
3.1.2 A Reforma Tributária de 1988 e a Autonomia Financeira dos Municípios
A questão da autonomia financeira dos Municípios deve ser analisada à luz
das transformações ocorridas no Sistema Tributário Nacional desde a promulgação
da Constituição Federal de 1988. A partir daí, os Municípios tiveram reforçada a sua
autonomia, passando a assumir um papel de maior importância na prestação de
serviços de interesse local e também de serviços sociais de âmbito regional,
sobretudo aqueles de maior porte demográfico.
A reforma tributária implementada pela CF/88 fortaleceu financeiramente os
Municípios. Sob o ponto de vista da autonomia financeira, os Municípios obtiveram
um incremento nos seus recursos já a partir do ano seguinte à promulgação do novo
texto constitucional.
Dados de pesquisa sobre a arrecadação e a administração tributária dos
Municípios realizada por técnicos da Secretaria para Assuntos Fiscais do Banco
104
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (AFONSO et al. 1998),
mostram que o fortalecimento financeiro dos Municípios em face das novas regras
tributárias implementadas pela nova Constituição se deu muito mais pelo aumento
da sua participação nas transferências constitucionais, do que pela ampliação da
sua capacidade tributária.
A partir da promulgação da Constituição, os Municípios passaram a receber
25% do imposto sobre a circulação de mercadoria e serviços (ICMS), (antes
recebiam 20% do imposto sobre circulação de mercadorias - ICM); o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), passou de 17% para 20% a partir de outubro de
1988, sendo acrescido mais 0,5% a cada ano até alcançar em 1993, os atuais
22,5%.
Quanto aos tributos próprios, os Municípios tiveram a sua competência
ampliada com mais dois impostos: o imposto a varejo de combustíveis líquidos e
gasosos (IVVC), que acabou sendo extinto pela Emenda Constitucional n° 3, de
1993, e o imposto sobre as transmissões onerosas de imóveis por atos inter-vivos
(ITBI), que antes era partilhado com os Estados (muito embora perdessem sua
participação na parcela referente às transmissões causa-mortis e doações,
correspondente a 50% do produto de suas receitas)
O resultado dos efeitos da reforma tributária de 1988 sobre as receitas
municipais está demonstrado na tabela 5, que registra dados da evolução da
arrecadação tributária das três esferas de governo, nos dez anos seguintes à edição
da Constituição de 1988.
Os dados da tabela 5 revelam nitidamente dois períodos cuja distinção
merece ser analisada. O primeiro período compreende os cinco primeiros anos pós-
reforma (1988 – 1993), no qual o montante de tributos recolhidos pela União evoluiu
positivamente em 10%; o desempenho dos Estados foi de apenas 8%; e os
Municípios registraram um crescimento real nas suas receitas, da ordem de 44%.
No segundo período (1993 a 1997), o quadro é o seguinte: tendo por base o
ano de 1993, o desempenho da receita total da União foi de 31%; os Estados 54% e
os Municípios surpreenderam com um crescimento em termos reais, equivalente a
133%.
105
Tabela 5
Evolução da arrecadação tributária das esferas de governo
nos dez anos pós-reforma tributária de 1988
R$ Milhões de 1997 Ano-base 1998 = 100 Anos
União Estados Municípios União Estados Municípios
1988 116.764 42.955 4.733 100 100 100
1989 123.194 51.135 4.809 106 119 102
1990 141.574 55.955 6.173 121 130 130
1991 117.686 55.118 8.937 101 128 189
1992 117.739 50.269 7.657 101 117 162
1993 128.360 46.194 6.826 110 108 144
1994 142.118 57.297 7.332 122 133 155
1995 151.050 63.464 10.187 129 148 215
1996 159.631 70.046 13.447 137 163 284
1997 168.313 71.079 13.730 144 165 290 Crescimento 1997/1988
Em R$ milhões
51.549 28.123 8.997
Em % 44,1 65,5 190,1 Média anual 4,1 5,8 12,6
Fonte: AFONSO, José Roberto R. e outros (1998)
(*) Valores deflacionados pelo IGP-DI
No período 1988 a 1997, a evolução dos recursos das três esferas
apresentou o seguinte resultado: enquanto a receita total da União evoluiu, em
termos reais 44%, os Estados tiveram um acréscimo em seus recursos de 65% e o
acréscimo dos recursos dos Municípios foi quase três vezes superior, alcançando
um crescimento de 190%.
A média anual de evolução registra, para a União um crescimento de 4,1%;
para os Estados este crescimento foi da ordem de 5,8% e para os Municípios, a
evolução média anual representou 12,6%.
Na tabela 6 são apresentados dados relativos à evolução da participação
percentual das dos níveis de Governo no total dos recursos arrecadados pela União,
pelos Estados e pelos Municípios.
106
Tabela 6
Distribuição da participação percentual das esferas de governo na arrecadação total do país
Participação % Ano Total
União Estados Municípios
1988 100 71,00 26,12 2,88
1989 100 68,77 28,55 2,68
1990 100 69,50 27,47 3,03
1991 100 64,75 30,33 4,92
1992 100 67,02 28,62 4,36
1993 100 70,77 25,47 3,76
1994 100 68,74 27,71 3,55
1995 100 67,22 28,24 4,53
1996 100 65,66 28,81 5,53
1997 100 66,49 28,08 5,42 Fonte: AFONSO, José Roberto R. e outros (1998)
Os dados da tabela 6 mostram que somente depois de operadas as
transferências de recursos constitucionais para os Municípios é que sua participação
relativa no total dos recursos arrecadados pelas três esferas se elevou
significativamente.
Independente do resultado registrado na evolução dos recursos dos
Municípios no período 1988 a 1997 e do aumento da sua participação no total dos
recursos arrecadados no período, os Municípios passaram dos 2,7% em 1988 para
5,4% em 1997.
Contudo, o fortalecimento financeiro em favor dos Municípios provocou uma
redução dos recursos da União e dos Estados. Em conseqüência, estas esferas de
Governo reagiram no sentido de repassar aos Municípios muitos de seus encargos,
notadamente na área social.
A reação da União e dos Estados em face dos efeitos da reforma tributária
promovida pela Constituição de 1988, que fortaleceu financeiramente os Municípios
é assim explicada por Bremaeker:
Os Estados, pura e simplesmente, foram transferindo parte das suas competências para os Municípios, sem a correspondente transferência de recursos, enquanto a União, além de adotar este mesmo procedimento, ainda criou uma série de mecanismos financeiros que viriam a retirar recursos dos Estados e Municípios,
107
tais como: a) a criação de novas contribuições e aumento de alíquotas daquelas existentes, já que elas não seriam compartilhadas; b) a adoção de uma farta renúncia fiscal com os impostos que constituem o FPM; c) a apropriação de importantes recursos através da criação do Fundo Social de Emergência (FSE), depois denominado Fundo de Estabilização Fiscal (FEF); d) a desoneração do ICMS sobre os produtos primários e semi-elaborados, a chamada Lei Kandir; e e) a intensificação do processo de cobrança das dívidas do passado (BREMAEKER, 2000, p.4).
As medidas relativas a transferências de encargos para os Municípios, a
definição de novas fontes alternativas de recursos próprios sem a participação dos
Municípios nos seus resultados, e sobretudo, aquelas que importaram na retirada de
recursos financeiros dos Municípios, tiveram repercussão imediata no resultado dos
recursos arrecadados pelos três níveis de governo, registrando, para os Municípios
uma acentuada queda na sua participação no total dos recursos arrecadados.
Esse fato foi bem demonstrado por Vedana (2005) em palestra proferida no
II Congresso Catarinense de Secretários Municipais e Contadores, realizado pela
Federação Catarinense de Municípios (FECAM), na Cidade de Balneário Camboriú
(SC), quando foram apresentados dados atuais da participação na arrecadação
tributária dos três níveis de Governo. Esses dados são demonstrados no gráfico 1,
cujos resultados evidenciam a evolução da participação relativa dos Municípios no
total dos recursos arrecadados pelas três esferas de governo. Em 1988, os
Municípios participaram com 2,7% do total dos recursos arrecadados no País; em
1997 essa participação foi elevada para 5,4%; em 2000 o nível de participação dos
Municípios foi reduzido para 4,38%; e, em 2004, foi registrado o menor índice desde
1997. Como pode ser observado, a participação dos Municípios no total dos
recursos arrecadados reduziu-se ao longo dos anos, a tal ponto que praticamente
alcançou os níveis existentes antes da reforma tributária de 1988.
108
Gráfico 1
Participação percentual dos níveis de governo na receita total das três esferas
68,80%
28,50%
2,70%
66,50%
28,10%
5,40%
69,43%
26,20%
4,38%
69,72%
26,00%
4,22%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
1988 1997 2003 2004
União
Estados
Municípios
Fontes: Afonso e outros e (1998); Vedana (2005).
Esses dados evidenciam o nível de dependência financeira dos Municípios
ante às demais esferas de Governo.
Para Bremaeker (2000, p.6), “essa dependência é provocada pelo fato de
não ser dado aos Municípios a possibilidade de cobrar tributos de maior valor
arrecadatório”. Os tributos típicos de governos locais, caso do IPTU e das taxas,
são considerados por muitos autores os mais difíceis de administrar e explorar o seu
potencial. Verifica-se que este entendimento também é corroborado por José
Roberto Rodrigues Afonso e outros:
No Brasil, o pouco conhecimento da realidade tributária e, mais ainda, de sua administração é bem mais acentuado no caso dos Municípios. Primeiro, há um certo preconceito em acreditar que todo governo, mesmo de menor escala, deveria se auto-sustentar, o que não ocorre mesmo nos países mais desenvolvidos. Segundo, os tributos típicos de governos locais – incidentes sobre o patrimônio e taxas – não são os mais fáceis para se administrar e explorar o seu potencial (AFONSO et all. 2000).
Releva considerar também que o resultado financeiro positivo registrado
pelos Municípios a partir de 1994, não decorreu somente dos efeitos da reforma
tributária implementada pela CF/88. A partir desse período, muitos Municípios
adotaram novas estratégias para administrar suas receitas. De acordo com Afonso e
outros, (2000, p.2), “muito já se investiu na melhoria da máquina fazendária, com
soluções criativas e localizadas”. Muitas dessas soluções estão relacionadas com a
109
modernização da administração tributária e também pelo uso da informática e da
tecnologia da informação. Conforme afirmam José Rodrigues Afonso e outros (1998,
p.2) “muitos Municípios já cobram há muito tempo IPTU, taxas e até mesmo ISS
usando guias de recolhimento com código de barras e leitura ótica, recursos
modernos da informática que até hoje não são utilizados pela União”.
Ainda sob o ponto de vista da autonomia financeira impende observar o nível
de dependência dos Municípios em relação aos recursos de outras esferas.
3.1.3 Composição da Receita dos Orçamentos dos Municípios Catarinenses
Em 2002, os orçamentos dos Municípios catarinenses apresentaram, em
média, a seguinte composição: a) Receita total: 4.590.842 mil reais; b)
Transferências tributárias e outras: 3.955.546 mil reais; c) Receita tributária: 635.296
mil reais. A participação percentual das transferências na composição dos
orçamentos dos Municípios catarinenses está demonstrada no Gráfico 2.
Gráfico 2
Participação das receitas de transferências tributárias
na composição dos orçamentos dos Municípios em 2002
14%
86%
Receita Tributária
Transf. Tributárias
Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Na composição da receita orçamentária dos Municípios catarinenses, a
receita tributária participa com 14%, contra 86% das transferências tributárias
recebidas da União e do Estado.
110
A composição média da receita dos orçamentos municipais por grupo de
habitantes demonstrada na tabela 7, permite que se façam algumas inferências
sobre a participação das transferências tributárias no total das receitas dos
Municípios catarinenses.
Tabela 7
Participação da receita tributária na composição do orçamento municipal
por grupo de habitantes em 2002
Receita tributária
Receita transferida e outras
Grupo de
habitantes
Receita corrente
(em R$ mil) valor % valor
Total 4.590.842 635.296 13,84 3.955.546 86,16
Até 3 432.766 11.266 2,60 421.501 97,40
3 �— 5 512.039 15.111 2,95 476.713 97,05
5 �— 10 773.744 65.405 8,45 708.339 91,59
10 �— 20 378.250 42.220 11,16 336.030 88,84
20 �— 50 520.973 76.493 14,68 444.480 85,32
50 �—100 353.300 52.178 14,77 301.123 85,23
100 �—200 702.225 122.120 17,39 580.105 82,61
200 e mais 917.544 250.504 27,30 667.040 72,90
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações básicas municipais 2002
Em primeiro lugar, observa-se que os níveis de dependência das receitas de
transferências vão aumentando progressivamente na proporção inversa ao porte
demográfico dos Municípios.
De acordo com os dados da tabela 7, para os Municípios com população até
dez mil habitantes, as transferências tributárias concorrem com percentuais que
variam de 91,59% até 97,40%. Nessa faixa de população encontram-se 62% dos
293 Municípios do Estado.
Os Municípios com população entre 10 mil e 50 mil habitantes, que
representam 31% dos Municípios catarinenses, recebem entre 85% e 89% dos seus
recursos, de outras esferas; para os Municípios com população entre 50 mil e 200
mil habitantes, mais de 80% dos seus recursos são de transferências tributárias.
Os Municípios com população acima de 200 mil habitantes têm o menor
índice de participação das transferências tributárias em seus orçamentos. Neste
111
grupo, estão 03 Municípios: Joinville, com 477.971 habitantes; Florianópolis, com
386.913 habitantes; e Blumenau, com 287.350 habitantes.
Sob o ponto de vista da capacidade arrecadatória, os dados da tabela 7
também evidenciam a participação da receita tributária na composição dos
orçamentos dos Municípios catarinenses.
Os Municípios com população inferior a 5 mil habitantes não conseguem
arrecadar mais do que 2,60% de todos os recursos de que dispõem. Neste grupo
estão 105 Municípios, que correspondem a 35,84% do total de Municípios do
Estado.
Os Municípios com população entre 5 mil e 10 mil habitantes arrecadam
diretamente 8,45% dos recursos de que dispõem. Este grupo é composto de 77
Municípios, que correspondem a 26,28% do total de Municípios do Estado.
Os Municípios com população entre 10 mil e 20 mil habitantes conseguem
arrecadar tão-somente 11,16% dos recursos de que dispõem. Este grupo agrega 56
Municípios que correspondem a 19,11% do total de Municípios do Estado.
Os Municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes conseguem
arrecadar tão-somente 14,68% dos recursos de que dispõem. Este grupo é
constituído por 31 Municípios representando 10,58% do total de Municípios do
Estado.
Os Municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes conseguem
arrecadar tão-somente 14,77% dos recursos de que dispõem. Este grupo é
representado por 13 Municípios que representam 10,58% do total de Municípios.
Os Municípios com população entre 100 mil e 200 mil habitantes conseguem
arrecadar tão-somente 17,89% dos recursos de que dispõem. Este grupo é formado
por 7 Municípios que representam 2,39% do total de Municípios.
Os Municípios com população acima de 200 mil habitantes conseguem
arrecadar tão-somente 27,30% dos recursos de que dispõem. Este grupo agrega 3
Municípios que correspondem a 1,02% do total de Municípios do Estado.
Verifica-se que dos 293 Municípios, somente 3 deles arrecadam mais de
20% dos seus recursos orçamentários. Os 290 Municípios restantes conseguem
arrecadar menos de 20% dos recursos que necessitam.
É relevante demonstrar, também, a participação da receita tributária no
orçamento municipal por mesorregiões, tendo como parâmetro o exercício de 2002.
Os dados estão inseridos na tabela 8.
112
Tabela 8
Participação da receita tributária no orçamento municipal
por mesorregião em 2002
(em R$ 1,00)
Mesorregião Receita
Corrente Receita
Tributária Receita
Transferida e outras
Total 4.590.842 635.296 3.955.546
Grande Florianópolis 507.337 166.051 341.286
Norte Catarinense 758.376 126.596 631.780
Oeste Catarinense 1.011.139 69.810 941.328
Serrana 243.185 23.018 220.167
Sul Catarinense 411.674 44.553 363.120
Vale do Itajaí 1.659.131 201.268 1.457.863
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações básicas municipais 2002
Das seis mesorregiões do Estado, somente duas apresentam participação
acima da média estadual, a Grande Florianópolis, com 32,73% e a Norte
Catarinense, com 16,69%.
As demais regiões tiveram participação abaixo da média estadual. As duas
mesorregiões com melhor desempenho na arrecadação de suas receitas
concentram 47 Municípios, que representam 16,04% do total de Municípios do
Estado.
Verifica-se, então, que mais de 83% dos Municípios catarinenses
arrecadam menos que 13,86% de suas receitas tributárias.
Esses resultados colocam os Municípios catarinenses em situação de
vulnerabilidade financeira e comprometem a sua autonomia. A razão é simples. A
grande maioria dos Municípios depende dos recursos repassados pela União e
Estado para implementar seus planos de Governo. Esses recursos são provenientes
de tributos, cuja competência tributária não é administrada pelos Municípios.
Portanto, os Municípios ficam na dependência das ações políticas e administrativas
dos demais entes para executar seus projetos e atender os interesses de suas
comunas.
113
A participação das receitas tributárias no total da receita dos Municípios,
segundo as mesorregiões, está demonstrada no gráfico 3.
Gráfico 3
Composição da receita orçamentária dos Municípios catarinenses em 2002
segundo as mesorregiões
0%
30%
60%
90%
120%
Norte
Oeste
Serra
na Sul
Receita Tributária
Transf. Tributárias
Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002.
3.1.4 Composição e Desempenho da Receita Tributária Municipal
A receita tributária dos Municípios é constituída pelas seguintes espécies
tributárias: impostos, taxas pela prestação de serviços públicos, taxas pelo exercício
do poder de polícia e contribuição de melhoria. A partir de 2003, os Municípios
passaram a cobrar também a contribuição para o custeio do serviço de iluminação
pública.
O produto da arrecadação desses tributos constitui, basicamente, os
recursos próprios dos Municípios.
Em 2002, a receita tributária dos Municípios catarinenses teve a composição
demonstrada na tabela 9.
114
Tabela 9
Composição da receita tributária municipal em 2002
Receita Valor (R$ 1.000)
%
Receita Tributária 635.296 100,00
IPTU 176.359 27,76
ISS 199.864 32,45
ITBI 47.011 7,39
Taxas e outros 212.062 33,38
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações básicas municipais 2002
Dos R$ 635.296 milhões arrecadados em 2002, o IPTU responde por
27,76%; o ISS participa com 32,45%; o ITBI com 7,39%; e as taxas e a contribuição
de melhoria, juntas, contribuem com 33,38%.
Dentre os impostos, o principal é o imposto sobre serviços de qualquer
natureza (ISS), que sozinho responde por 32,45% do montante da receita tributária
do conjunto dos Municípios. Porém, esse imposto não é a maior fonte de receita dos
Municípios catarinenses, cujo montante arrecadado ainda é inferior à receita das
taxas e da contribuição de melhoria. Basicamente das taxas, visto que o item
contribuição de melhoria tem pouca expressão em termos de arrecadação tributária
para os Municípios.
O ITBI, por sua vez, aparece com uma participação na arrecadação de
7,39%, se constituindo no tributo de menor expressão arrecadatória. Este imposto
tem uma relação direta com o IPTU, visto que os dois impostos se utilizam das
mesmas bases para a determinação do montante do tributo. O valor venal, que
serve de base para o IPTU também aproveita o ITBI e ambos, dependem da planta
de valores, a qual deve estar permanentemente atualizada para evitar perda de
receita.
As taxas, somadas às contribuições de melhoria, representam o melhor
desempenho da arrecadação tributária dos Municípios catarinenses, registrando
33,38% da arrecadação em 2002.
Trata-se de uma situação atípica se comparada com a realidade nacional,
onde o ISS tem despontado como o tributo de maior arrecadação, seguido do IPTU
que na ordem de importância dos tributos municipais ocupa o segundo lugar,
enquanto as taxas se enquadram no terceiro lugar e o ITBI em último.
115
A composição da receita tributária dos Municípios de Santa Catarina está
demonstrada no gráfico 4.
Gráfico 4
Composição da receita tributária dos municípios catarinenses em 2002
Taxas e outras33%
IPTU28%
ITBI7%
ISS32%
Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002.
A receita das taxas é constituída, basicamente, por duas espécies: a taxa de
coleta de lixo e a taxa de licença para localização de estabelecimentos, cobrada
anualmente pela renovação da licença de estabelecimentos comerciais, industriais e
prestadores de serviços instalados no Município.
Em relação à taxa de coleta de lixo, observa-se que em muitos Municípios a
receita desta taxa é maior que a do IPTU. Sua cobrança é feita na mesma guia do
imposto o que torna o montante do lançamento elevado. Como conseqüência inibe a
atualização do IPTU como forma de evitar reclamações.
A taxa de licença para localização de estabelecimentos é cobrada em razão
do exercício do poder de polícia. A sua finalidade é ressarcir o Município pelos
custos administrativos decorrentes da atividade de poder de polícia. O seu valor
deve, portanto, guardar relação com o valor despendido pela Administração
Municipal na prestação do serviço. No entanto, observa-se que o critério utilizado
para o cálculo desse tributo, em muitos Municípios, leva em conta a capacidade
contributiva dos estabelecimentos. Desta forma algumas categorias de contribuintes
116
que revelam maior capacidade econômica, pagam valores excessivamente elevados
a título de taxa de licença para localização e funcionamento.
Destaca-se, também, a composição da receita tributária municipal por grupo
de habitantes, a qual está demonstrada na tabela 10.
Tabela 10
Composição da receita tributária municipal por grupo de habitantes em 2002
Receita Tributária (em R$ mil) Grupos de habitantes (por mil)
Total IPTU ISS ITBI Taxas e outras
Total 635.296 176.358 199.864 47.011 212.061
até 3 11.265 2.211 2.321 1.924 4.809
3 �—5 15.111 2.797 3.725 2.345 6.244
5 �— 10 65.405 17.708 14.313 4.850 28.534
10 �— 20 42.220 16.844 8.503 3.965 12.908
20 �— 50 76.493 25.685 20.408 5.367 25.032
50 �— 100 52.178 16.143 15.181 2.886 17.967
100 �— 200 122.120 29.783 42.705 6.906 42.726
200 e mais 250.504 65.187 92.708 18.768 73.841
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Os dados da receita tributária municipal por grupo de habitantes
demonstram que o ISS é o tributo mais importante para os Municípios com
população acima de 100 mil habitantes. As taxas constituem a maior fonte de receita
própria para os Municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes e até 10
mil habitantes. O IPTU é a fonte de receita mais importante para os Municípios com
população entre 10 mil e 50 mil habitantes.
O ITBI, com o percentual de participação total igual a 7,82%, constitui a
menor fonte de receita tributária dos Municípios.
A receita tributária municipal distribuída por grupo de habitantes tem a
seguinte composição: até 3 mil habitantes, as taxas representam 42,69% da
arrecadação tributária, o ISS participa com 20,61%, o IPTU com 19,63% e o ITBI
com 17,08%.
117
No grupo de Municípios com população entre 3 e 5 mil habitantes, as taxas
participam com 41,32% na composição da receita tributária, seguidas do ISS, com
24,65%, do IPTU com 18,51% e do ITBI com 15,52%.
Os Municípios com população entre 5 e 10 mil habitantes arrecadam de
taxas e outras receitas, em média, 43,63%; de IPTU 27,07%; de ISS e 21,88%; e de
ITBI 7,42%. No grupo de Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes, o
IPTU responde por 39,90% da receita tributária, seguido das taxas e outras receitas
com o percentual de 30,57%; o ISS com 20,14%; e o ITBI com 9,39%.
Nos Municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes, o IPTU participa
com 33,58%; as taxas com 32,72%; o ISS com 26,68%; e o ITBI com 7,02. Nos
Municípios com população entre 50 e 100 mil habitantes, as taxas respondem por
34,43%; o IPTU com 30,94%; o ISS com 29,10; e o ITBI com 5,53%.
O grupo de Municípios com população entre 100 e 200 mil habitantes
arrecada 34,99% de taxas; 34,97% de ISS; 24,39% e IPTU; e 5,65% de ITBI.
Finalmente, os Municípios com população superior a 200 mil habitantes
apresentam a seguinte composição da receita tributária: 29,48% correspondem a
taxas e outras receitas; 37,01% de ISS; 26,02% se refere a IPTU; e 7,49% de ITBI.
A composição da receita tributária municipal, por Mesorregião, está
demonstrada na tabela 11.
Tabela 11
Composição da receita tributária municipal por mesorregião em 2002
Receita Tributária (em R$ mil)
Mesorregião
Total IPTU ISS ITBI Taxas e outras
Total 635.296 176.358 199.864 47.011 212.061
Grande Florianópolis 166.051 46.440 57.232 15.282 47.097
Norte Catarinense 126.596 38.621 43.565 7.204 38.889
Oeste Catarinense 69.810 19.454 19.652 6.622 27.010
Serrana 23.018 5.028 10.390 1.936 5.664
Sul Catarinense 44.553 13.132 13.204 2.053 22.404
Vale do Itajaí 201.268 53.683 55.823 13.915 70.998
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
118
Dos R$ 635 milhões arrecadados em 2002, 31,68% está concentrado na
Mesorregião Vale do Itajaí; a Grande Florianópolis aparece em segundo plano com
26,14%, seguindo-se a Norte Catarinense com 19,93%, a Oeste Catarinense com
11% e bem abaixo encontram-se as mesorregiões Sul Catarinense com 7% e a
Serrana com 3,62%.
O principal item em importância na arrecadação municipal dos Municípios
por Mesorregião é constituído pelas taxas e contribuição de melhoria, que somadas
concentram 33,38% da arrecadação tributária de todos os Municípios do Estado.
O ISS é a maior fonte de receita própria dos Municípios da Grande
Florianópolis e Norte Catarinense.
O IPTU é o terceiro tributo mais importante em todas as mesorregiões.
O ITBI é o terceiro imposto mais importante e ocupa o último lugar entre os
tributos dos Municípios em todas as mesorregiões.
O principal item em importância na arrecadação municipal é constituído
pelas taxas e contribuição de melhoria, que somadas concentram 33,38% da
arrecadação tributária de todos os Municípios do Estado.
Na distribuição da arrecadação tributária entre as mesorregiões, verifica-se
que a Mesorregião Sul arrecadou tributos no montante de R$ 44,5 milhões. Desses,
44,11% correspondem a taxas e contribuição de melhoria; 26% de ISS; 25,85% de
IPTU e 4% de ITBI.
Os Municípios do Oeste Catarinense arrecadam 37,13% de taxas; 27,02%
de ISS; 26,75% de IPTU e 9,10% de ITBI.
Dos R$ 201 milhões arrecadados no ano de 2002 pela Mesorregião Vale do
Itajaí, 36,52% referem-se a taxas e contribuição de melhoria; 28,71% de ISS; 27,61
de IPTU e 7,16% correspondente ao ITBI.
A Mesorregião Norte Catarinense é a terceira mais importante em
arrecadação tributária, tendo arrecadado em 2002 R$ 126,6 milhões, dos quais
33,96% de ISS; 30,32% de taxas; 30,11% de IPTU e 5,62% de ITBI.
A Mesorregião Grande Florianópolis é a segunda arrecadação tributária do
Estado. Em 2002, arrecadou R$ 166 milhões, dos quais 34,47% de ISS; 28,36% de
taxas e contribuição de melhoria; 27,97% de IPTU e 9,20% de ITBI.
Os Municípios da Mesorregião Serrana, em 2002, registraram a menor
arrecadação tributária dos Municípios do Estado. Dos R$ 23 milhões arrecadados,
119
45,14% referem-se a ISS; 24,61% de taxas e contribuição de melhoria; 21,85% de
IPTU e 8,41% de ITBI.
3.2 A IMPORTÂNCIA DO IPTU NA COMPOSIÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA
MUNICIPAL
3.2.1 Participação do IPTU na Composição da Receita Tributária Municipal
O IPTU ocupa, em média, o segundo lugar como tributo de maior
importância no âmbito dos Municípios brasileiros (BREMAEKER, 2002). Contudo no
Estado de Santa Catarina, este imposto ocupa, em média, a terceira posição em
relação aos demais tributos da competência municipal.
Neste tópico são apresentados dados comparativos da participação relativa
do IPTU e demais tributos na composição da receita tributária municipal, com
destaque para a posição do imposto em relação aos demais tributos.
O detalhamento da receita tributária, considerando a participação relativa do
IPTU e demais tributos está demonstrado na tabela 12.
Tabela 12
Participação relativa do IPTU e demais tributos na composição da receita tributária
municipal, por grupos de habitantes
% Grupos de habitantes (por mil)
Receita Tributária (em R$ mil)
IPTU ISS ITBI Taxas e outras
Total 635.296 28,56 30,62 7,82 33,00
Até 3 11.265 19,63 20,61 17,08 42,69
3 �— 5 15.111 18,51 24,65 15,52 41,32
5 �— 10 65.405 27,07 21,88 7,42 43,63
10 �— 20 42.220 39,90 20,14 9,39 30,57
20 �— 50 76.493 33,58 26,68 7,02 32,72
50 �— 100 52.178 30,94 29,10 5,53 34,43
100 �— 200 122.120 24,39 34,97 5,65 34,99
200 e mais 250.504 26,02 37,01 7,49 29,48 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
120
De acordo com os dados da tabela 12, o IPTU participa, em média, com
28,56% da receita tributária municipal. Os dados revelam que nos Municípios com
população até 10 mil habitantes e nos Municípios com população acima de 100 mil
habitantes, a arrecadação do imposto fica abaixo da média estadual. Nos Municípios
com população acima de 10 e até 100 mil habitantes, a receita do imposto é bem
mais representativa ficando acima da média do Estado
Os dados da tabela 12 são transformados em ordem de importância de cada
tributo para permitir uma melhor análise da situação apresentada. Esses dados
estão destacados no quadro I, de acordo com os grupos de habitantes.
Quadro I
Ordem de importância do IPTU em relação aos demais tributos na
composição da receita tributária municipal, por grupo de habitante, em 2002
Grupos de habitante (por mil)
1° lugar
2° lugar
3° lugar
4° lugar
Total Taxas ISS IPTU ITBI
Até 3 Taxas ISS IPTU ITBI
��ÿ— 5 Taxas ISS IPTU ITBI
��ÿ— 10 Taxas IPTU ISS ITBI
10 ÿ— 20 IPTU Taxas ISS ITBI
���ÿ— 50 IPTU Taxas ISS ITBI
�����ÿ— 100 Taxas IPTU ISS ITBI
����ÿ— 200 Taxas ISS IPTU ITBI
200 e mais ISS Taxas IPTU ITBI
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Os dados do quadro I evidenciam que o IPTU é o tributo mais importante
apenas para os Municípios catarinenses com população acima de 10 mil e até 50 mil
habitantes, nos quais ocupa o primeiro lugar.
Nos Municípios com população até 5 mil habitantes e acima de 100 mil
habitantes, o IPTU ocupa o terceiro lugar em relação aos demais tributos; e nos
Municípios com população entre 5 mil e 10 mil e com população acima de 50 mil e
121
até 100 mil habitantes, o IPTU ocupa o segundo lugar dentre os tributos mais
importantes dos Municípios .
3.2.2 O Potencial Tributário do IPTU
A capacidade dos Municípios gerarem recursos para o custeio de seus
encargos está limitada à sua competência tributária definida pela Constituição
Federal. Contudo, dentro desse limite, as Prefeituras podem obter um maior ou
menor desempenho se suas receitas municipais, dependendo do potencial tributário
do Município e da forma como administram as suas receitas.
Há um consenso generalizado entre os pesquisadores das finanças
municipais, no sentido de que os Municípios possuem uma capacidade tributária
inexplorada, que pode se constituir em incremento das suas receitas próprias.
O potencial tributário inexplorado dos Municípios é mencionado no estudo de
José Rodrigues Afonso e outros:
Reconhecendo o potencial de geração de receita própria inexplorada pelos Municípios, o BNDES lançou, em setembro do ano passado, o Programa para Modernização das Administrações Tributárias Municipais (PMAT) e, ao mesmo tempo, firmou um convênio de cooperação e difusão técnica com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Associação Brasileira de Secretarias de Fazendas dos Municípios das Capitais (ABRASF), que levou à criação de um site na internet, (...) para divulgar, com acesso universal, informações, estudos e experiências das finanças públicas do país, dando-lhes maior transparência e procurando estimular a melhoria da gestão fiscal (AFONSO et al. 1988, p.2).
As investigações para conhecer o potencial tributário dos Municípios foram
feitas em relação ao IPTU, em face de ser este tributo o objeto deste estudo.
Neste sentido, optou-se por analisar dados reveladores da capacidade
contributiva da população em relação ao IPTU e também o quanto este imposto
representa em termos de valor despedido por habitante da zona urbana dos
Municípios.
Em relação à administração tributária e a capacidade contributiva da
população, são apresentados os dados relacionados com o desempenho da receita
do IPTU e do IPVA dos Municípios catarinenses. Esses dados são apresentados na
tabela 13.
122
Pelos dados registrados na tabela 13, constata-se que no Município de
Urubici, para cada R$ 1,00 de IPTU o Município arrecada R$ 1,27 de IPVA.
No Município de Sombrio, para cada R$ 1 real de IPTU, são arrecadados R$
6,00 de IPVA. Em Tijucas, para cada R$ 1,00 de IPTU, arrecada-se R$ 4,7 de IPVA.
Em Rio Negrinho, para cada R$ 1,00 de IPTU, o Município arrecada R$ 1,38 de
IPVA.
Tabela 13
Comparativo da arrecadação do IPTU e do IPVA de alguns Municípios catarinenses
Município População Urbana (mil hab.)
IPVA IPTU (Em R$1,00)
IPVA:IPTU
Urubici 10.252 130.647,92 103.023,00 1,27
Sombrio 22.962 665.384,20 110.636,63 6,01
Tijucas 23.499 780.587,68 165.842,94 4,71
Rio Negrinho 37.707 909.803,74 658.724,94 1,38
Mafra 49.940 1.252.707,96 1.144.385,37 1,10
Araranguá 54.706 1.837.526,82 803.457,17 2,29
Palhoça 97.914 1.765.783,14 1.244.951,82 1,42
Lages 157.682 4.463.279,78 2.479.071,81 1,80
São José 175.559 5.094.012,92 5.378.545,59 0,94
Florianópolis 342.315 24.134.969,52 21.463.430,62 1,12
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2001
Em Mafra, para cada R$ 1,00 de IPTU são arrecadados R$ 1,10 de IPVA.
Em Araranguá, para cada R$ 1,00 de IPTU, registra-se R$ 2,29 de IPVA. Em
palhoça, para cada R$ 1,00 de IPTU o Município arrecada R$ 1,42 de IPVA. Em
Lages, para cada R$ 1,00 de IPTU arrecada-se R$ 1,80 de IPVA. Em Florianópolis,
para cada R$ 1,00 de IPTU arrecada-se 1,12 de IPVA. Em São José, para cada R$
1,00 de IPTU arrecada-se R$ 0,99 de IPVA.
Em relação ao potencial tributário, é importante analisar a participação da
população no recolhimento do IPTU, demonstrando o quanto, em espécie,
representa o imposto cobrado em relação a cada contribuinte. Para esse fim foi
calculada a receita per capita do IPTU, por grupos de habitante, cujos dados estão
demonstrados na tabela 14.
Conforme os dados da tabela 14, os Municípios catarinenses cobram, em
média, R$ 43,15 de IPTU por ano e por habitante, que equivale a R$ 3,59 por mês.
123
Tabela 14
Demonstrativo da receita per capita do IPTU por grupo de habitantes
Arrecadação do IPTU Grupo de habitantes (por mil)
População Urbana Total
(em R$ mil) Per Capita
Total 3.770.815 162.701 43,15
Até 3 157.984 5.567 35,24
3 �—5 108.619 2.106 19,39
5 �—10 270.311 12.449 46,05
10 �— 20 372.272 11.702 31,43
20 �— 50 718.885 27.687 38,51
50 �— 100 399.241 14.452 36,20
100 �— 200 583.173 16.110 27,62
200 e mais 1.160.330 72.628 62,59
Fonte: IBGE. IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2001
Os Municípios com população urbana de até três mil habitantes cobram,
anualmente, o equivalente a R$ 35,24 de IPTU por habitante, que representa a R$
2,95 ao mês.
Os Municípios com população entre 3 e 5 mil habitantes da zona urbana
cobram, anualmente, R$ 19,39 de IPTU por habitante, que equivale a R$ 1,62 ao
mês.
Os Municípios com população urbana entre 5 e 10 mil habitantes cobram,
anualmente, R$ 46,05 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a R$
3,80 mensal.
Os Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes arrecadam R$
31,41 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a R$ 2,62 mensais.
Os Municípios com população urbana entre 20 e 50 mil habitantes
arrecadam, anualmente, R$ 38,51 de IPTU por habitante da zona urbana, que
corresponde a R$ 3,20 ao mês.
Os Municípios com população urbana entre 50 e 100 mil habitantes
arrecadam, anualmente, R$ 36,20 de IPTU por habitante da zona urbana, que
corresponde a cerca de R$ 3,00 ao mês.
124
Os Municípios com população urbana entre 100 e 200 mil habitantes
arrecadam, anualmente, R$ 27,62 de IPTU por habitante da zona urbana, que
corresponde a cerca de R$ 2,31 ao mês.
Os Municípios com população urbana acima de 200 mil habitantes
arrecadam, anualmente, R$ 62,59 de IPTU por habitante da zona urbana,
equivalente a R$ 5,21 ao mês.
3.3 INSTRUMENTOS DE DESEMPENHO DO LANÇAMENTO E ARRECADAÇÃO
DO IPTU
Segundo dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002 do
IBGE, os aspectos relacionados aos instrumentos que vão possibilitar um melhor
desempenho da arrecadação do imposto predial e territorial urbano são: a)
atualização e informatização do cadastro imobiliário fiscal; b) a atualização da planta
de valores; c) a atualização e digitalização do mapa da área urbana e��G��D�LQIRUPDWL]Doão
do cadastro imobiliário e do controle da arrecadação do imposto.
3.3.1 Atualização do Cadastro Imobiliário
Neste item são apresentados dados sobre a atualização do cadastro
imobiliário e da planta de valores, bem como sobre os sistemas de gerenciamento e
controle do lançamento e da arrecadação do IPTU. Também são apresentados
dados sobre a utilização do IPTU como instrumento de aplicação das políticas
urbana e social local, pelos Municípios catarinenses.
O cadastro imobiliário é o instrumento de que se vale a administração
municipal para obter os elementos necessários ao lançamento dos tributos que
gravam a propriedade. Entre os tributos que dependem do cadastro imobiliário estão
o IPTU, o ITBI, as Taxas pela prestação de serviços públicos e a contribuição de
melhoria.
Os 293 Municípios do Estado foram pesquisados para identificar o ano da
última atualização do cadastro imobiliário, para possibilitar a análise do desempenho
do IPTU. O resultado da pesquisa está demonstrado na tabela 15.
125
O cadastro imobiliário tem por finalidade manter o registro de todos os
imóveis localizados no Município e também, dos dados necessários para a correta
identificação dos proprietários, titulares do domínio útil e posseiros a qualquer título.
Os dados que devem ser considerados no cadastro são todos aqueles definidos na
legislação tributária do Município. Esses dados são fundamentais para a tributação,
porquanto constituem os elementos caracterizadores da hipótese de incidência dos
tributos. Sem esses dados, ou se existentes não estiverem atualizados, não há como
efetuar o lançamento do tributo. Em vista disso, as Prefeituras devem manter os
seus cadastros completos e atualizados, de forma a assegurar a eficácia do
lançamento dos tributos.
Tabela 15
Distribuição dos Municípios por ano de atualização do cadastro imobiliário, segundo
os grupos de habitantes
Ano da última atualização Grupo de habitantes
Total de Municípios 1984 a
1999 em
2000 em
2001 em
2002 sem
inform ação Total 293 155 15 49 69 5 Até 3 49 20 4 14 10 1
3 �— 5 55 23 4 11 14 3
5 �— 10 77 46 4 9 17 1
10 �—20 58 30 3 11 14
20 �— 50 31 21 3 7
50 �— 100 13 9 1 3
100 �— 200 7 4 3 200 e mais 3 2 1
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
O cadastro imobiliário tem por finalidade manter o registro de todos os
imóveis localizados no Município e também, dos dados necessários para a correta
identificação dos proprietários, titulares do domínio útil e posseiros a qualquer título
de imóveis no Município.
Os dados que devem ser considerados no cadastro são todos aqueles
definidos na legislação tributária do Município. Esses dados são fundamentais para
a tributação, porquanto constituem os elementos caracterizadores da hipótese de
incidência dos tributos. Sem esses dados, ou se existentes não estiverem
126
atualizados, não há como efetuar o lançamento do tributo. Em vista disso, as
Prefeituras devem manter os seus cadastros completos e atualizados, de forma a
assegurar a eficácia do lançamento dos tributos.
Em relação ao cadastro imobiliário percebe-se que dos 293 Municípios
catarinenses, 155 fizeram a última atualização no período de 1984 a 1999; 15
Municípios atualizaram os seus cadastros no ano de 2000; 49 no ano de 2001; 69
Municípios atualizam no ano de 2002 e apenas 5 não informaram.
Os dados revelam que a grande maioria dos Municípios (52,90%) não
atualiza seu cadastro imobiliário desde o ano de 1999.
Considerando o porte demográfico dos Municípios, denota-se que dentre os
que não atualizam o cadastro imobiliário desde 1999, o maior percentual é
representado pelos Municípios com população acima de 20 mil habitantes. Os
Municípios com população inferior a 20 mil habitantes apresentam maior freqüência
no índice de atualização a partir do ano de 2000. Esta situação é melhor
demonstrada no gráfico 5.
Gráfico 5
Distribuição dos Municípios catarinenses por tempo de atualização dos cadastros
imobiliários, segundo os grupos de habitantes em 2002
0%
20%
40%
60%
80%
100%
até 5 mil de 5 a 10mil
de 10 a20 mil
de 20 a50 mil
de 50 a100 mil
mais de100 mil
até 1999 após 1999
Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Denota-se que os Municípios com população acima de 20 mil habitantes
representam o maior percentual daqueles que atualizaram os seus cadastros antes
de 1999.
A tabela 16 contém dados sobre a atualização do cadastro imobiliário fiscal
por mesorregião.
127
Em relação à distribuição dos Municípios segundo as mesorregiões, registra-
se que apesar do oeste catarinense apresentar, em número, maior quantidade de
Municípios que fizeram a última atualização no ano de 2002, não é a região que
apresenta o maior percentual de atualização recente de seu cadastro. Em termos
percentuais, a região serrana ocupa o primeiro lugar, sendo que 33% de seus
Municípios atualizaram o cadastro em 2002, seguida da mesorregião Vale do Itajaí
com 27% e da Grande Florianópolis com 23,81%. A mesorregião Oeste Catarinense
aparece somente em quarto lugar, com 22% dos Municípios enquanto o Norte
Catarinense aparece em último lugar com 15,38%.
Tabela 16
Distribuição dos Municípios por ano de atualização do cadastro imobiliário,
segundo as mesorregiões
Ano da última atualização Messorregião Total de Municípios
1984 a 1999
em 2000
em 2000
em 2000
sem informação
Total 293 155 15 50 67 6
Grande Florianópolis 21 12 2 1 5 1
Norte Catarinense 26 14 2 6 4
Oeste Catarinense 118 58 8 23 27 2
Serrana 30 11 1 8 10
Sul Catarinense 44 32 4 6 2
Vale do Itajaí 54 28 2 8 15 1
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Em relação à distribuição dos Municípios segundo as mesorregiões, registra-
se que apesar do oeste catarinense apresentar, em número, maior quantidade de
Municípios que fizeram a última atualização no ano de 2002, não é a região que
apresenta o maior percentual de atualização recente de seu cadastro. Em termos
percentuais, a região serrana ocupa o primeiro lugar, sendo que 33% de seus
Municípios atualizaram o cadastro em 2002, seguida da mesorregião Vale do Itajaí
com 27% e da Grande Florianópolis com 23,81%. A mesorregião Oeste Catarinense
aparece somente em quarto lugar, com 22% dos Municípios enquanto o Norte
Catarinense aparece em último lugar com 15,38%.
128
3.3.2 Atualização da Planta de Valores
A planta de valores permite fixar previamente os valores básicos unitários
dos terrenos e das edificações, expressos por metro quadrado de área, o que, por
sua vez, possibilita efetuar o lançamento em massa para todos os contribuintes que
se encontram localizados no logradouro ou região, segundo o critério adotado na
sua elaboração.
Além da sua finalidade fiscal, a planta de valores quando atualizada, é um
importante instrumento para o planejamento municipal, na medida em que reflete os
índices de valorização imobiliária e propicia, portanto, a ação regularizadora do
governo municipal quanto ao uso e ocupação do solo.
Manter a planta de valores atualizada é fundamental para a administração
tributária principalmente para o IPTU e o ITBI, pois dessa atualização depende a
justiça fiscal em relação a esses impostos. Ademais, a planta de valores se constitui
um importante instrumento para aumentar o desempenho do IPTU e do ITBI.
A atualização da planta de valores dos Municípios, considerando os grupos
de habitantes, é demonstrada na tabela 17.
Tabela 17
Distribuição dos municípios catarinenses por ano de atualização da
planta de valores segundo os grupos de habitantes
Ano da última atualização Grupo de habitante
Total de Municípios 1984 a
1999 em
2000 em
2001 em
2002 sem
informação Total 293 122 16 48 110 7 Até 3 49 11 4 14 19 1
3 �— 5 55 13 5 10 24 3
5 �— 10 77 30 2 8 34 3
10 �— 20 58 25 5 10 18
20 �— 50 31 18 2 11
50 �— 100 13 10 1 2
100 �— 200 7 4 2 1 200 e mais 3 1 1 1
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Dos 293 Municípios catarinenses, 122 fizeram a última atualização da planta
de valores no período de 1984 a 1999, enquanto que 171 atualizaram a planta de
129
valores no período de 2000 a 2002, sendo que destes, 5,6% atualizaram no ano
2000; 16,38%, no ano de 2001 e 37,54% em 2002. Esses dados demonstram
também que 41,64% dos Municípios catarinenses fizeram a última atualização da
planta de valores entre 1984 e 1999, enquanto que 58,36% atualizaram a planta de
valores no período entre o ano 2000 e 2002.
Esses dados são melhor visualizados no gráfico 6.
Gráfico 6
Distribuição dos Municípios catarinenses por tempo de atualização da planta de
valores, segundo os grupos de habitantes em 2002
0%20%40%60%80%
100%
até 10 milhab.
de 10 a20 milhab.
de 20 a50 milhab.
de 50 a100 mil
hab.
de 100 a200 mil
hab
acima de200 mil
hab.
até 1999 após 1999
Fonte: IBGE – Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Comparando a atualização da planta de valores nos períodos de 1984 a
1999 e 2000 a 2002 por grupo de habitantes, tem-se que nos Municípios com
população de até 20 mil habitantes, o percentual de atualização recente da planta
de valores é maior, ou seja, nos Municípios com até 10 habitantes, 43% atualizaram
até 1999 e 57% fizeram atualização recente no período de 2000 a 2002. Nos
Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes, 43% atualizaram a planta
de valores no período de 1984 a 1999 e 57% fizeram atualização mais recente, no
período de 2000 a 2002.
Nos Municípios com população entre 20 e 50 mil, 58% atualizaram suas
plantas de valores entre o período de 1984 a 1999 e 42% fizeram atualização
recente no período de 2000 a 2002. Nos Municípios com população entre 50 mil e
100 mil, 76,92% atualizaram a planta de valores no período de 1984 a 1999 e
130
23,08% fizeram atualização recente no período de 2000 a 2002. Nos Municípios com
população de 100 mil a 200 mil habitantes, 57,14% atualizaram a planta de valores
no período de 1984 a 1999 e 42,86% fizeram atualização recente no período de
2000 a 2002. Nos Municípios com população acima de 200 mil habitantes ocorre o
inverso, ou seja, 33,33% (a minoria) atualizou a planta de valores no período de
1984 a 1999 e 66,67 (a maioria) efetuaram a atualização recente no período de 2000
a 2002.
A atualização da planta de valores, tendo como parâmetro a distribuição dos
Municípios por Mesorregião, é demonstrada na tabela 18.
Tabela 18
Distribuição dos municípios por ano de atualização da
planta de valores, segundo as mesorregiões
Ano da última atualização Mesorregião Total de Municípios 1984 a
1999 em
2000 em
2001 em
2002 sem
informação
Total 293 112 16 48 110 7
Grande Fpolis 21 10 5 6
Norte Catarinense 26 12 2 10 2
Oeste Catarinense 118 31 9 23 53 2
Serrana 30 11 2 5 12
Sul Catarinense 44 26 4 4 10
Vale do Itajaí 54 22 1 9 19 3
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
A distribuição dos Municípios por mesorregião mostra que o maior índice de
atualização recente das plantas de valores é encontrado na mesorregião Oeste
Catarinense, com 72,03% das atualizações feitas entre 2000 e 2002.
A segunda posição é ocupada pela mesorregião Serrana com 63,33% das
atualizações feitas no mesmo período, seguida da Vale do Itajaí com 73,70% e da
Grande Florianópolis com 52,38%. As últimas posições são ocupadas pelas
mesorregiões Norte Catarinense e Sul Catarinense com, respectivamente, 46,15% e
40,91% de atualização da planta de valores no período entre 2000 e 2002.
131
3.3.3 Informatização do IPTU
No que se refere ao gerenciamento e controle do lançamento e da
arrecadação do IPTU, observa-se que o avanço da tecnologia da informação, nos
últimos anos, fez com que as organizações públicas, a exemplo das privadas,
reestruturassem os seus sistemas de gerenciamento e controle de informações para
adequar-se à nova realidade que exige a prestação de serviços públicos eficientes e
eficazes.
Nesse particular deve ser destacado o fato de que a quase totalidade dos
Municípios catarinenses possui sistemas informatizados para o IPTU e o ISS, além
do gerenciamento do mapa urbano em meio digital.
Utilizando os dados da tabela 19 é possível fazer a correlação entre os
Municípios distribuídos por grupo de habitantes e a respectiva utilização de sistemas
informatizados de IPTU, ISS e mapeamento digital.
Do total de 293 Municípios, 273 ou 93% adotam sistemas informatizados de
IPTU; 263 Municípios ou 89,76% possuem sistemas informatizados de ISS e 34
Municípios ou 11,60%, utilizam mapeamento digital.
Tabela 19
Municípios com informatização do IPTU e outros sistemas,
por grupo de habitantes
Informatização Grupo de habitantes (por mil)
Municípios IPTU ISS Mapeamento
digital Total 293 273 263 34 até 3 49 42 43 4 3 |— 5 55 47 43 0 5 |— 10 77 73 71 3 10 |— 20 58 57 53 6 20 |— 50 31 31 30 7 50 |— 100 13 13 13 6 100 |— 200 7 7 7 5 200 e mais 3 3 3 3 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Distribuindo os dados por grupos de habitantes, pode-se observar que dos
49 Municípios com até 3 mil habitantes, 85,71% instituíram sistemas informatizados
132
de IPTU; 87,76% possuem sistemas informatizados de ISS e 8,16% possuem
mapeamento digital. Dos 55 Municípios com população de 3 mil a 5 mil habitantes,
85,45% dos Municípios possuem sistemas informatizados de IPTU; 87,76% adotam
sistemas informatizados de ISS e nenhum possui mapeamento digital. Dos 77
Municípios com população entre 5 mil e 10 mil habitantes, 94,81% trabalham com o
IPTU informatizado; 92,21% instituíram sistema informatizado para o ISS e 3,90%
utilizam mapeamento digital.
Dos 58 Municípios com população entre 10 mil e 20 mil habitantes, 98,28%
possuem sistema informatizado de IPTU; 91,38% adotam sistema informatizado
para o ISS e 1,03% possuem mapeamento digital.
Dos 31 Municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes, 100%
possuem o IPTU informatizado; 96,77% apresentam ISS informatizado e 22,58%
adotam o mapeamento digital. Já em relação aos Municípios com população entre
50 e 100 mil habitantes, 100 mil e 200 mil habitantes e mais de 200 mil, 100%
possuem sistemas informatizados de IPTU e ISS, ficando a diferença apenas em
relação ao mapeamento digital cujos percentuais são os seguintes: de 50 mil a 100
mil habitantes, 46,15% possuem a tecnologia de mapeamento digital; de 100 mil a
200 mil habitantes, 71,43% dos Municípios possuem a mesma tecnologia; e dos
Municípios com mais de 200 mil habitantes, 100% adotam o mapeamento digital.
A tabela abaixo apresenta dados sobre os Municípios que utilizam o
mapeamento digital, considerando a distribuição por Mesorregiões.
Tabela 20
Municípios com informatização do IPTU e outros sistemas, por mesorregiões
Informatização Mesorregião
Municípios IPTU ISS Mapeamento
digital Total 293 273 263 34 Grande Florianópolis 21 18 19 4 Norte Catarinense 26 26 25 5 Oeste Catarinense 118 109 103 7 Serrana 30 29 25 1 Sul Catarinense 44 43 41 4 Vale do Itajaí 54 48 50 13 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
133
Em relação às Mesorregiões, a Grande Florianópolis apresenta 85,71% dos
seus Municípios com IPTU informatizado; 90,48% com informatização do ISS e
19,05% com mapeamento digital. A Norte Catarinense apresenta 100% dos seus
Municípios com IPTU informatizado; 96,15% com informatização do ISS e 19,23%
com mapeamento digital. A Mesorregião Oeste Catarinense possui 92,37% dos seus
Municípios com informatização do IPTU; 87,29% com ISS informatizado e 5,93%
com tecnologia de mapeamento digital. A Serrana apresenta 96,67% dos seus
Municípios com IPTU informatizado; 83,33% dos Municípios com ISS informatizado
e apenas 3,33% dos Municípios possuem mapeamento digital. A Mesorregião Sul
Catarinense utiliza IPTU informatizado em 97,73% dos Municípios que a compõem;
ISS informatizado em 93,18%, e mapeamento digital em 9,09%. E por último, a
Mesorregião do Vale do Itajaí possui 88,89% dos Municípios com IPTU
informatizado; 92,59% com sistemas de ISS informatizado e 24,07% com
mapeamento digital.
3.4 LEGISLAÇÃO URBANA E PROGRESSIVIDADE DO IPTU
O IPTU é um tributo que interessa duplamente para os Municípios: é uma
das mais importantes fontes de receita e ainda se presta como instrumento
viabilizador da Função Social do Estado Contemporâneo.
Foi nesses termos que a Constituição Federal o considerou quando
estabeleceu normas para assegurar o cumprimento da função social da propriedade
utilizando o IPTU como instrumento viabilizador da política urbana e social.
Essa função parafiscal pode ser conseguida pela aplicação da
progressividade do IPTU, segundo os preceitos do art. 182, § 2° da CF/88 que
dispõe sobre a progressividade do imposto no tempo.
A progressividade no tempo, porém, não é a única admitida para o IPTU. A
CF/88, a teor do seu art. 156, § 1°, permite a aplicação de alíquotas progressivas
para o IPTU em relação ao valor venal da propriedade. Trata-se de critério que se
harmoniza com o princípio da capacidade contributiva segundo o qual quem revela
maior capacidade econômica deve pagar proporcionalmente mais imposto.
134
Sob o ponto de vista fiscal, além da progressividade em razão da
capacidade contributiva do proprietário, os Municípios também podem adotar
alíquotas seletivas em razão do uso e da localização da propriedade.
Nesta seção, são apresentados os dados pesquisados junto aos 293
Municípios catarinenses, relativos à utilização do IPTU em sua dupla função: fiscal e
parafiscal.
As tabelas abaixo reproduzem dados sobre os Municípios que possuem
legislação sobre o Plano Diretor e a aplicação da progressividade do IPTU, em
atendimento ao princípio da função social da propriedade, considerando a
distribuição da população por grupos de habitantes e a distribuição dos Municípios
por Mesorregiões.
Tabela 21
Municípios com Plano Diretor, por grupo de habitantes
Municípios Grupo de habitantes
(por mil) Total Planto diretor %
Total 293 119 40,61 até 3 49 7 14,29 3 |— 5 55 8 14,55 5 |— 10 77 27 35,06 10 |— 20 58 30 51,72 20 |— 50 31 24 77,42 50 |— 100 13 13 100,00 100 |— 200 7 7 100,00 200 e mais 3 3 100,00
Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Dos 293 Municípios catarinense, 119 possuem Plano Diretor, o que
corresponde a 40,61% do total. Dividindo a população por grupos de habitantes,
tem-se que dos 104 Municípios com população até 5 mil habitantes, 15 possuem
Plano Diretor, o que eqüivale a 14,42% da totalidade destes Municípios. Dos 77
Municípios com população de 5 mil a 10 mil habitantes, 27 possuem Plano Diretor,
correspondendo a 35,06% dos Municípios pertencentes a este grupo. O quadro
começa a inverter a partir dos Municípios com mais de 10 mil habitantes. Dos 58
Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes, 30 possuem Plano Diretor,
ou seja, 51,72%. Dos 31 Municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes, 24
135
possuem Plano Diretor, correspondendo a 77,42%. Todos os Municípios com
população acima de 50 mil habitantes possuem Plano Diretor.
A tabela abaixo apresenta dados sobre os Municípios que possuem Plano
Diretor, considerando a distribuição por mesorregiões.
Tabela 22
Municípios com Plano Diretor, por mesorregião
Municípios
Mesorregião Total Planto diretor %
Total 293 118 40,27
Grande Florianópolis 21 11 52,38
Norte Catarinense 26 14 53,85
Oeste Catarinense 118 42 35,59
Serrana 30 11 36,67
Sul Catarinense 44 15 34,09
Vale do Itajaí 54 25 46,30 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002
Observando a distribuição dos Municípios por mesorregião, tem-se que a
Norte Catarinense apresenta o maior número de Municípios com Plano Diretor,
correspondendo a 53,85% do total dos Municípios que a integram.
A segunda posição é ocupada pela Grande Florianópolis com 52,38%,
seguida da Vale do Itajaí com 46,30% e da Serrana com 36,67%.
As últimas posições são ocupadas pelas mesorregiões Oeste Catarinense
com 35,59% e Sul Catarinense com 34,09%.
A seguir, apresenta-se dados sobre os Municípios que possuem legislação
disciplinando a progressividade do IPTU, considerando os grupos de habitantes
indicados na tabela 23.
Dos 293 Municípios catarinenses, 69 instituíram a progressividade do IPTU,
o que representa 23,55% do total de Municípios do Estado.
Distribuindo a população em grupos de habitantes, tem-se que dos 49
Municípios com população até 3 mil habitantes, 12 instituíram a progressividade do
IPTU, o que equivale a 24,49% da totalidade destes Municípios. Dos 55 Municípios
136
com população de 3 mil a 5 mil habitantes, 14 cobram IPTU progressivo,
correspondendo a 25,45% dos Municípios pertencentes a este grupo. Percebe-se a
mesma média percentual em relação aos 77 Municípios com população entre 5mil e
10 mil, dos quais 23 cobram o IPTU progressivo, correspondendo a 29,87%. A
utilização da progressividade do IPTU sofre um decréscimo nos Municípios com 10
mil e 50 mil habitantes, onde do total de 89, apenas 15,73% Municípios instituíram a
progressividade do IPTU.
Tabela 23
Municípios com progressividade do IPTU por grupo de habitantes
Municípios Grupo de
habitantes (por mil)
Total IPTU progressivo
%
Total 293 69 23,55
até 3 49 12 24,49
3 |— 5 55 14 25,45
5 |— 10 77 23 29,87
10 |— 20 58 9 15,25
20 |— 50 31 5 16,13
50 |— 100 13 1 7,69
100 |— 200 7 3 42,86
200 e mais 3 2 66,67 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002 A situação se acentua ainda mais em relação aos 13 Municípios com
população entre 50 mil e 100 mil habitantes, onde somente 1 município adota a
progressividade do IPTU para cobrança do imposto, reduzindo o percentual desse
grupo para 7,69%. Nos Municípios com população a partir de 100 mil habitantes
ocorre uma inversão no quadro, sendo que dos Municípios com população entre 100
mil e 200 mil habitantes, 42,86% adotam a progressividade do IPTU, e nos
Municípios com população acima de 200 mil habitantes, a maioria representada por
66,67% dos Municípios utiliza o mesmo sistema de cobrança do imposto.
A tabela 24 apresenta dados sobre os Municípios que utilizam a
progressividade do IPTU, considerando a distribuição por Mesorregiões.
137
Os dados sobre a instituição da progressividade do IPTU pelos Municípios
catarinenses, considerando a distribuição destes por Mesorregião, são apresentados
na tabela 24.
Observa-se que a Mesorregião Oeste Catarinense apresenta o maior
número de Municípios que adota a progressividade do IPTU, representando 29,66%
do total dos Municípios que a compõem.
Tabela 24
Municípios com progressividade do IPTU, por mesorregião
Municípios
Mesorregião Total IPTU progressivo
%
Total 293 59 20,14
Grande Florianópolis 21 5 23,81
Norte Catarinense 26 6 23,08
Oeste Catarinense 118 35 29,66
Serrana 30 5 16,67
Sul Catarinense 44 6 13,64
Vale do Itajaí 54 7 12,96 Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002 A segunda posição é ocupada pela Grande Florianópolis com 23,81%,
seguida da Mesorregião Norte Catarinense com 23,08% e da Serrana com 16,67%.
As últimas posições são ocupadas pelas Mesorregiões Sul Catarinense com
13,64% e Vale do Itajaí com 12,96% dos Municípios que instituíram a
progressividade do IPTU.
3.5 DISCUSSÃO
O Estado Contemporâneo na concepção de renomados doutrinadores é
aquele que tem por finalidade precípua o compromisso com a justiça social. Para
promover a justiça social tem o Estado o poder-dever de buscar os meios
necessários para a realização do bem comum. Esse poder-dever permite ao Estado
138
intervir nos domínios econômico e social para assegurar condições dignas de vida à
população.
Nesse contexto, a tributação se presta às finalidades do Estado por duas
razões. A primeira por constituir uma importante fonte de recursos financeiros
necessários para financiar os serviços públicos e encargos diversos com educação,
saúde, saneamento básico, segurança e outros. A segunda, como instrumento de
aplicação da política urbana e social do Estado.
Para essa finalidade a Constituição Federal de 1988 dotou os Municípios e
demais entes federados de competência para instituir os tributos previstos no
Sistema Tributário Nacional, distribuídos entre os respectivos entes políticos nos
termos constitucionais.
Tributo, na definição do art. 3° do Código Tributário Nacional é “toda
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada”.
O exercício da competência tributária na forma prevista pela Constituição
Federal se constitui num poder-dever dos entes políticos que a receberam estando
fora do campo da discricionariedade dos administradores públicos. A
obrigatoriedade do exercício da competência tributária vem reforçada na Lei
Complementar 101/2001 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que consagra no seu art.
11 o princípio da efetividade do exercício da competência. Esse princípio consiste no
dever de instituir, prever (previsão orçamentária) e arrecadar todos os tributos da
competência do ente político que a detém.
Contudo, o exercício do poder tributário não é absoluto, sendo limitado pelos
princípios constitucionais tributários cujas normas visam proteger o cidadão contra
eventual abuso de poder. Dentre os princípios constitucionais tributários destacam-
se o da legalidade, da anterioridade, da irretroatividade, da igualdade, da
capacidade contributiva, e outros.
Os Municípios receberam diretamente da Constituição Federal competência
para instituir imposto sobre: a) a propriedade predial e territorial urbana; b) a
transmissão de bens imóveis por ato oneroso inter vivos; e c) serviços de qualquer
natureza. Também se inserem na competência municipal a instituição de taxas pelo
exercício do poder de polícia e pela prestação de serviços públicos, contribuição de
melhoria e contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.
139
O imposto sobre serviços de qualquer natureza (IPTU) é o mais tradicional
dos impostos cobrados no Brasil. A importância do IPTU como fonte de recursos
financeiros para os Municípios tem sido destacada por estudiosos em virtude das
características que lhe são inerentes, destacando-se a possibilidade de gerar receita
em níveis razoáveis quando bem administrado, aliado ao fato de ser um tributo de
base tributária estável, tendente a afastar a possibilidade de conflitos de
competência na sua cobrança.
Destaca-se que o IPTU é um dos poucos tributos que melhor se harmoniza
com a dupla finalidade da tributação, tendo em vista possuir duas funções bem
distintas: a fiscal e a extrafiscal. A função fiscal se revela na capacidade de produzir
receita para financiar os encargos próprios do Governo no atendimento aos anseios
da sociedade; a função extrafiscal, consagrada no texto constitucional que
reconhece o IPTU como instrumento para assegurar o atendimento ao princípio da
função social da propriedade, mediante a aplicação da progressividade das
alíquotas no tempo.
Dentre os aspectos da incidência do imposto destaca-se a base de cálculo
que está definia no art. 33 do CTN como sendo o “valor venal do imóvel”. O valor
venal do imóvel segundo a doutrina mais abalizada é o valor de mercado do imóvel
para compra e venda à vista. Em obediência aos princípios da igualdade tributária e
da justiça fiscal, o valor venal do imóvel deve ser apurado anualmente para refletir,
tanto quanto possível, o seu preço real que será considerado na tributação.
No que se refere às alíquotas do imposto, a Constituição Federal admite a
aplicação de alíquotas progressivas e seletivas. As alíquotas progressivas podem
ser atribuídas para duas finalidades: a) fiscal, em razão do valor do imóvel; e b)
extrafiscal, em atendimento ao princípio da função social da propriedade. As
alíquotas seletivas podem ser adotadas em razão da localização e do uso do imóvel.
A alíquota progressiva em razão do valor venal do imóvel (fiscal) está em
consonância com o princípio da capacidade contributiva, segundo o qual quem
revela maior capacidade econômica deve pagar proporcionalmente mais imposto.
A alíquota extrafiscal pode ser progressiva no tempo segundo a norma
constitucional expressa no art. 182, § 4°, regulamentada pela Lei n° 10.257/2001
(Estatuto da Cidade).
A constituição do crédito tributário do IPTU é feita segundo as regras
definidas no CTN para os demais tributos. De acordo com o art 142 do CTN, a
140
constituição do crédito tributário é precedida do lançamento tributário, que consiste
no procedimento administrativo destinado a verificar a ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária, bem como determinar a matéria tributável e calcular o montante
do tributo devido. Pelo lançamento identifica-se o sujeito passivo e propõe-se a
aplicação de penalidades, se for o caso.
O CTN admite três modalidades de lançamento tributário: o lançamento por
declaração; o lançamento de ofício e o lançamento por homologação. O lançamento
por declaração é aquele em que o sujeito passivo informa à Administração Tributária
toda a matéria fática necessária à realização do lançamento. O lançamento de ofício
é aquele em que a própria Administração verifica os elementos fáticos e a
constituição da relação jurídica-tributária, determinando o cumprimento da prestação
pelo devedor. O lançamento por homologação ocorre quando a lei atribui ao sujeito
passivo o dever de apurar o tributo devido efetuar o seu pagamento
independentemente de qualquer atuação da autoridade administrativa que
posteriormente o homologa.
Em relação ao IPTU, os Municípios brasileiros adotam, por tradição, o
lançamento de ofício que é feito anualmente para um exercício, pelo qual a
autoridade administrativa municipal verifica a ocorrência do fato gerador, identifica o
contribuinte, calcula o montante do tributo devido e emite a notificação do
lançamento, entregando-a ao contribuinte. O cálculo e o lançamento do imposto são
feitos com base nos dados constantes do cadastro imobiliário e da planta de
valores. Portanto, no lançamento de ofício, esses dois instrumentos são
considerados elementos essenciais para a constituição do crédito tributário do IPTU,
haja vista que fornecem os dados e informações que serão utilizados para a
determinação do valor do imposto e identificação do contribuinte.
O cadastro imobiliário contém o registro de todos os dados necessários para
a correta identificação do contribuinte e do imóvel tributado. Assim, para atender a
finalidade de lançamento do imposto, o cadastro imobiliário deve ser completo e
permanentemente atualizado.
A planta de valores fixa os valores médios unitários de metro quadrado de
terreno e de construção, para logradouros, quadras, zonas ou bairros, da área
alcançada pela tributação, para a finalidade de apurar a base de cálculo do imposto.
Os valores de metro quadrado, fixados na planta de valores variam em face do
zoneamento e da existência ou não de equipamentos urbanos e serviços públicos
141
tais como: iluminação pública, rede de telefone, pavimentação, serviços de limpeza
pública e coleta de lixo, transporte coletivo, etc. Esses fatores determinam a
valorização ou desvalorização dos imóveis e conseqüentemente aumentam ou
diminuem a base de cálculo do imposto. Por esta razão, sempre que houver
alteração em quaisquer desses elementos a planta de valores deve ser atualizada. A
planta de valores é fixada em lei e qualquer alteração nos seus elementos, que
possam modificar a base de cálculo do imposto, só podem ser consideradas no
lançamento com a prévia autorização da Câmara de Vereadores.
Com base nos dados cadastrais do imóvel e na planta de valores, a
autoridade administrativa apura a base de cálculo pelo valor médio, permitindo-lhe
dessa forma, avaliar a propriedade imobiliária de milhares de contribuintes. Esse
critério de avaliação em massa é conhecido pela doutrina como técnica da
praticidade que assegura o lançamento do tributo de maneira eficiente e econômica.
A legitimidade da técnica da praticidade no lançamento do IPTU divide a
doutrina e a jurisprudência. Na doutrina, a corrente favorável à sua utilização
defende, sobretudo, que a Fazenda Pública não dispõe de recursos, pessoal e
aparato necessário a uma exaustiva e esgotante investigação do caso isolado, mas
mesmo assim tem o dever de aplicar a lei (ISENSEE, 1976 apud BALEEIRO;
BALEEIRO, 2001, p. 249). Contrariamente à prática da simplificação, Derzi (1988, p.
251-254), apresenta como objeções ao uso dessa técnica a ofensa a princípios
constitucionais como o da igualdade e da capacidade contributiva.
Na jurisprudência, a técnica de aplicação da lei em massa é analisada à luz
dos princípios constitucionais tributários, sobretudo, o da legalidade e da
anterioridade, segundo os quais qualquer modificação na base de cálculo do tributo
só pode ser feita mediante lei publicada no exercício anterior ao da sua aplicação.
Com esse entendimento em 1979, o Supremo Tribunal Federal julgou o Recurso
Extraordinário n° 87.763-1, em que foi relator o Ministro Moreira Alves, e decidiu que
as plantas e pautas de valores para fins do IPTU são contrárias à Constituição
Federal, se não aprovadas por lei, admitindo somente a atualização monetária do
valor venal com base em índice oficial de correção monetária. Sobre o
posicionamento do STF, Baleeiro (2001) esclarece que a polêmica central enfocada
pelos tribunais superiores apresenta-se quando a Fazenda Pública Municipal não
procede à avaliação individual, conforme art. 142 do CTN, passando as plantas de
valores a atuar como presunções. Em lugar de servirem apenas de parâmetros e
142
orientações, para avaliação em cada caso isolado, tornam-se as plantas de valores a
única avaliação feita.
Além de afrontar princípios constitucionais tributários como o da igualdade,
da capacidade contributiva e da justiça fiscal, a técnica da praticidade adotada no
lançamento de ofício do IPTU, pode ser um dos fatores que contribuem para a não
exploração total da capacidade contributiva dos Municípios, por diversas outras
razões, destacando-se a impossibilidade da Fazenda Pública manter o cadastro
imobiliário e a planta de valores permanentemente atualizados; insuficiência dos
dados constantes do cadastro imobiliário por não refletirem as diferenças individuais
relevantes que devem ser consideradas na apuração do valor venal, tais como a
funcionalidade, o conforto ambiental e o projeto arquitetônico. Esses fatores, se não
refletirem a realidade do imóvel ou forem ignorados no lançamento, importam
prejuízo para a Fazenda Pública que deixa de exercer com efetividade o seu poder-
dever de tributar.
Ademais, a não atualização do cadastro imobiliário e da planta de valores,
invariavelmente, ocasiona erro na determinação do valor do imposto ou na
identificação do sujeito passivo. Essas situações quando contrárias ao interesse do
contribuinte ensejam a impugnação do lançamento, podendo resultar no
cancelamento do crédito tributário por nulidade do ato administrativo.
Nesse contexto, conhecidos doutrinadores do Direito Tributário como
Aliomar Baleeiro, Misabel Derzi, e Elizabeth Carrazza sustentam que tributos
cobrados em massa que dependem da apuração complexa de valores, não podem
depender de lançamento de ofício, defendendo como alternativa viável do ponto de
vista estratégico para a tributação do IPTU, a alteração do lançamento de ofício do
IPTU, para a modalidade do lançamento por homologação.
No lançamento do IPTU, a Administração Municipal deve observar alguns
preceitos e cuidados jurídicos para que o imposto possa atender sua dupla
finalidade, como instrumento de aplicação da função social do Estado: garantir a
função social da propriedade e assegurar os recursos necessários para que o
Governo Municipal possa prestar os serviços públicos e demais encargos requeridos
pela sociedade.
A instituição do referido tributo, embora possa parecer simples, demanda
cuidados que devem ser observados pela Administração Municipal para evitar vícios
que propiciem impugnações judiciais anulatórias do lançamento do imposto
143
ocasionando graves prejuízos na arrecadação tributária. Ressalta-se, ainda, que
qualquer alteração na base de cálculo do IPTU, além da simples atualização
monetária, deve ser feita através de lei, seguindo-se o princípio constitucional da
legalidade consagrado no artigo 150 da Constituição Federal. No que se refere ao
aumento da base de cálculo do imposto, há ainda dois outros princípios a serem
observados no lançamento do tributo o da anterioridade e da noventena, delineados,
respectivamente, no art. 150, inciso III, alíneas “b” e “c” da Constituição Federal, sob
pena de ser declarada a inconstitucionalidade do imposto.
Com efeito, para assegurar a constitucionalidade do lançamento do imposto,
os Municípios devem anualmente: a) promover a atualização do cadastro imobiliário
fiscal, através do recadastramento imobiliário e b) aprovar, através de lei, nova
planta de valores com as alterações em razão da oscilação do mercado imobiliário e
de outros fatores que, uma vez ocorridos, possam modificar o valor do metro
quadrado dos imóveis.
Contudo, é sabido que, na prática, as Prefeituras não conseguem atender as
determinações constitucionais relativas ao lançamento, por razões de ordem
administrativa, financeira e política, assim resumidas: falta de pessoal qualificado em
recadastramento imobiliário e avaliação de imóveis; falta de recursos financeiros
para a contratação de empresas de consultoria técnica especializada em
recadastramento imobiliário e planta de valores, cujos serviços, são de custos
elevados; dificuldade para aprovação pelo Legislativo, de lei promovendo alterações
na planta de valores que provoquem aumento da carga tributária dos contribuintes.
Esses fatores, quando ocorrem certamente contribuem para que o
lançamento do IPTU seja feito sobre bases desatualizadas que tanto podem induzir
a erro na identificação do contribuinte como a determinação incorreta do montante
do imposto devido. Essas e outras situações, quando ocorrem, prejudicam o
interesse público, por interferir diretamente no resultado da arrecadação. Portanto, o
lançamento efetuado com base num cadastro e planta de valores desatualizados é
prejudicial ao interesse público, por impedir os Municípios de explorar eficientemente
o potencial tributário do seu IPTU.
Essas constatações motivaram o presente estudo que tem por objetivo
analisar o lançamento de ofício para verificar se esta modalidade de lançamento
constitui ou não uma estratégia eficaz para o desempenho da arrecadação do IPTU.
Para esse fim, foi pesquisado o desempenho do IPTU nos 293 Municípios
144
catarinenses, mediante o levantamento de dados e informações que permitiram o
conhecimento da real situação dos Municípios no que se refere aos instrumentos
utilizados no lançamento do imposto.
O resultado da pesquisa está demonstrado a partir do item 3.1; a sua
discussão é feita na seqüência deste estudo, destacando-se os pontos mais
relevantes diretamente relacionados com o tema da pesquisa.
O primeiro aspecto a considerar está relacionado com a autonomia
financeira dos Municípios ante o critério de distribuição das rendas nacionais. Em
relação à atual situação financeira dos Municípios brasileiros, há um consenso
generalizado na classe política favorável à alteração dos atuais critérios de
distribuição das rendas que tem se mostrado prejudicial aos Municípios.
O debate sobre a necessidade de reformulação desses critérios não é
recente, tendo antecedido à promulgação da atual Constituição Federal.
Conforme dados de pesquisa demonstrados na tabela 5 relativos à evolução
da arrecadação tributária das esferas de governo nos dez anos pós-reforma
tributária de 1988, ficou demonstrado que com a promulgação da atual Constituição,
os Municípios obtiveram uma considerável elevação nos seus recursos, cujo
montante que no final do período (1997) representou cerca de 190% de acréscimo
nos seus recursos orçamentários. Contudo, esse acréscimo de recursos na receita
dos Municípios não decorreu, necessariamente, da ampliação de suas competências
tributárias. Foi muito mais em razão da elevação dos índices de participação na
arrecadação do ICMS e do FPM. Em relação à participação no resultado da
arrecadação do imposto do Estado, os Municípios tiveram um acréscimo de cinco
pontos percentuais, aumentando de 20 para 25% a cota de participação na
arrecadação do ICMS. Com relação ao FPM, a participação dos Municípios no
produto da arrecadação do IPI e do Imposto sobre a Renda, passou de 17% para
22,5%.
Conforme ficou demonstrado no gráfico 1, o incremento dos recursos
municipais decorrentes da reforma tributária de 1988 proporcionou uma elevação no
índice de participação dos Municípios no total de renda do País, que em 1988 era de
2,7%, passou para 5,4% em 1997.
Contudo, o ganho financeiro dos Municípios decorrente da reforma
constitucional significou perdas para as outras esferas de governo. E a
conseqüência desse fato foi a transferência aos Municípios também de encargos,
145
que antes pertenciam à União e aos Estados. Além disso, a União adotou
mecanismos de aumento de suas rendas com a criação de novas contribuições e
aumento de alíquotas daquelas existentes; adoção de renúncia fiscal em relação aos
impostos que constituem o FPM; criação do Fundo Social de Emergência,
posteriormente denominado Fundo de Estabilização Fiscal, alocando a eles
importantes recursos federais, e outros.
Essa política adotada pelos Governos Federal e Estaduais provocou
expressiva queda nos índices de participação dos Municípios nas rendas nacionais.
Retornando ao gráfico 1, constata-se que o percentual de participação conquistado
em 1997, de 5,4% caiu para 4,38% em 2003 e para 4,22% em 2004. Esse quadro
coloca os Municípios em situação de instabilidade financeira.
Especificamente em relação aos Municípios catarinenses, outro fato
importante a ser considerado está relacionado com o nível de dependência desses
em relação às transferências tributárias do Estado e da União.
O gráfico 2 revela que 86% dos recursos dos Municípios provêm de
transferências tributárias da União e do Estado. Os recursos próprios municipais
representam, em média, apenas 14% da sua receita orçamentária.
O gráfico 3 mostra que o elevado grau de dependência dos Municípios em
relação às transferências tributárias da União e do Estado é verificado em todas as
mesorregiões, sendo menos acentuado na Grande Florianópolis, cujo percentual é
de 67% e o Norte Catarinense, com 83%.
A realidade constatada a partir desses dados revela que os Municípios
catarinenses estão empobrecendo financeiramente. A questão tem sido avaliada por
estudiosos que advertem para o fato de que os problemas financeiros dos
Municípios são mais de ordem administrativa do que resultantes do critério da
distribuição de rendas do País.
A composição da receita tributária dos Municípios catarinenses também foi
pesquisada e o seu resultado revela uma situação considerada atípica onde as taxas
arrecadadas superam os impostos. De acordo com os dados demonstrados na
tabela 9, as taxas aparecem em primeiro lugar, seguidas do ISS e do IPTU. O ITBI,
ocupa o último lugar.
Esse quadro sugere que os Municípios catarinenses adotem mecanismos
para melhor explorar o seu potencial tributário, notadamente em relação ao IPTU.
146
A análise da importância e do desempenho do IPTU em relação aos demais
tributos demonstrada na tabela 12 revela que o IPTU ocupa, em média, o 3° lugar a
em relação aos demais tributos, somente superando o ITBI. Contudo, nos Municípios
com população acima de 10 mil e até 50 mil habitantes, ocupara o 1° lugar no total
das receitas tributárias. Observa-se que, em nível nacional, o IPTU ocupa o 2° lugar
em relação aos demais tributos.
A capacidade dos Municípios gerar recursos para custear os seus encargos
está limitada à sua competência tributária definida pela Constituição Federal.
Contudo, dentro desse limite, as Prefeituras podem obter um maior ou menor
desempenho das receitas municipais, dependendo do potencial tributário do
Município e da forma como administram as suas receitas.
Na análise do potencial tributário do IPTU levou-se em consideração dados
reveladores da capacidade contributiva da população em relação ao imposto e
considerou-se, também, o quanto este imposto representa em termos de valor
despendido por habitante da zona urbana dos Municípios.
A análise do potencial tributário considerou dois aspectos relacionados com
a arrecadação do IPTU: a relação do valor do imposto cobrado nos Municípios
comparativamente ao do IPVA; e a receita per capita do IPTU nesses Municípios.
Com objetivo de avaliar a relação entre os valores cobrados a titulo de IPTU
como os valores arrecadados do IPVA no mesmo período, foram escolhidos,
aleatoriamente, dez Municípios catarinenses, e comparados os valores cobrados
desses tributos. Os resultados estão demonstrados na tabela 13 e revelam que
invariavelmente o IPVA supera o IPTU, com exceção de um Município. Na média, do
universo pesquisado, para cada R$ 1,00 (um real) arrecadado a título de IPTU, são
cobrados R$ 2,20 (dois reais e vinte centavos) de IPVA.
A distribuição do IPTU pelo número de habitantes da zona urbana, mostra
que cada habitante paga, em média, R$ 43,15 de IPTU por ano, o equivalente a R$
3,60 (três reais e sessenta centavos) ao mês. O valor mensal cobrado a titulo de
IPTU, comparado com o valor do salário mínimo vigente no ano de 2002,
equivalente a R$ 270,00, permite inferir que cada habitante compromete, em média,
1,33% do salário mínimo com o IPTU, para ter acesso à saúde, à educação, ao
saneamento básico e outros serviços.
147
Os resultados da análise comparativa do IPTU com o IPVA e da receita per
capita do IPTU, revelam a existência de potencial tributário em relação ao IPTU
ainda não explorado pelos Municípios.
Por entender que as causas da ineficiência do IPTU podem estar
relacionadas com os instrumentos utilizados pelas prefeituras na administração do
imposto, foi pesquisada a situação dos cadastros imobiliários, das plantas de
valores, dos sistemas de gerenciamento e controle do lançamento e da arrecadação
do imposto, bem como a utilização da progressividade.
O cadastro imobiliário mantém o registro de todos os imóveis e de seus
respectivos proprietários. Sua finalidade é disponibilizar todos os dados físicos das
propriedades para o cálculo do imposto, razão pela qual, deve estar
permanentemente atualizado. Significa dizer que a eficiência do IPTU está
diretamente relacionada ao nível de atualização do cadastro imobiliário.
Os princípios da eficiência tributária da Administração Pública e da justiça
fiscal impõem ao Município o dever de efetuar o lançamento dos tributos em bases
atualizadas, para evitar a cobrança indevida do imposto que importe prejuízo para a
fazenda pública ou para o contribuinte. Com o objetivo de identificar o nível de
atualização dos cadastros imobiliários dos Municípios foi pesquisado o ano da última
atualização pelas prefeituras, considerando como base o lançamento do imposto em
2002.
De acordo com os dados da tabela 15, o resultado da pesquisa revela que
mais de 50% dos Municípios mantém cadastros imobiliários desatualizados. Cerca
de 67% dos Municípios com população acima de 20 mil não atualizam seus
cadastros desde 1999. O maior índice de atualização dos cadastros imobiliários está
nos Municípios com população até 20 mil habitantes.
Esses dados revelam o comprometimento do lançamento do IPTU que vem
sendo feito sobre base cadastral desatualizada.
A planta de valores contém os valores médios do metro quadrado das
propriedades para fins de lançamento do imposto. A base de cálculo do IPTU,
definida no CTN é o valor venal do imóvel. Este, segundo Aliomar Baleeiro (2001), é
o valor de mercado do imóvel, em condições de venda a vista. Portanto, no cálculo
do imposto o Município deve considerar o valor do imóvel na data do lançamento.
Isso exige que a planta de valores esteja permanentemente atualizada.
148
No que se refere à planta de valores, foi pesquisado o ano de sua última
atualização pelos Municípios de Santa Catarina e os resultados estão demonstrados
na tabela 17. Esses dados revelam que em 2002, o IPTU dos 293 Municípios
catarinenses foi lançado com base numa planta de valores cujo ano de atualização,
segundo o resultado da pesquisa, foi o seguinte: em 122 Municípios, a última
atualização da planta de valores ocorreu até 1999; em 16 Municípios, a atualização
da planta de valores foi efetuada em 2000; 48 Municípios atualizaram em 2001; e
para 110 Municípios, a atualização ocorreu em 2000. Do total dos Municípios
catarinenses, somente 37,5% efetuou o lançamento do IPTU com a planta de
valores atualizada.
Outro dado importante a considerar com relação ao cadastro imobiliário e à
planta de valores está relacionado à atualização tendo em vista a distribuição dos
Municípios segundo os grupos de habitante. O resultado da pesquisa evidencia que
o índice de atualização do cadastro e da planta de valores é maior no caso dos
Municípios com população de até 20 mil habitantes.
A pesquisa sobre a utilização de sistemas informatizados para o controle do
imposto e gerenciamento do mapa urbano dos Municípios revelou que dos 293
Municípios existentes no Estado, 273 possuem sistema informatizado para a gestão
do IPTU e 34 possui mapas urbanos digitalizados. Importante registrar que todos os
Municípios com população acima de 20 mil habitantes possuem sistemas
informatizados e aqueles com população acima de 50 mil possuem também mapas
digitalizados.
Nesta análise foram pesquisados dados relativos à situação dos Municípios
catarinenses quanto à utilização do imposto como instrumento de aplicação do
principio da função social da propriedade. Para essa finalidade, foram pesquisados
dados relativos à existência de Plano Diretor para os Municípios legalmente
obrigados, e também sobre a aplicação da progressividade do imposto.
Segundo a legislação federal, os Municípios com população superior a 20
mil habitantes estão sujeitos à aprovação do Plano Diretor da cidade e devem criar
mecanismos legais para obrigar os proprietários de móveis a adequarem suas
propriedades de modo a cumprir a sua função social. Um dos instrumentos legais
para estimular o cumprimento da função social da propriedade é a aplicação da
progressividade do IPTU.
149
Dentre os 293 Municípios do Estado, 54 possuem população acima de 20
mil habitantes, e portanto estão obrigados à aprovação da legislação urbana e
devem criar mecanismos para aplicar a progressividade do IPTU.
A pesquisa revelou que dentre os Municípios obrigados à adequação da
legislação urbanística, 47 possuem Plano Diretor (tabela 21) e somente 5, aplicam a
progressividade do imposto (tabela 23). Por outro lado, 239 Municípios possuem
população inferior a 20 mil habitantes. Desses, 72 têm Plano Diretor, apesar de não
estarem obrigados pela norma constitucional.
150
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A maioria dos Municípios brasileiros não consegue alavancar os recursos
que necessitam para realizar sua finalidade precípua que é o bem comum,
assegurando a todos condições dignas de vida, pelo atendimento à saúde,
educação, saneamento básico, segurança e outros serviços. Essa realidade
financeira dos Municípios tem sido tema de discussão entre a classe política e a
sociedade brasileira que têm considerado como causa o atual critério de distribuição
de rendas do país que coloca os Municípios em situação de desvantagem em
relação às demais esferas governamentais, em especial pela excessiva
centralização dos recursos em nível federal.
Neste estudo, a questão da autonomia financeira dos Municípios foi
analisada à luz das transformações ocorridas no Sistema Tributário Nacional a partir
da reforma tributária implementada pela Constituição Federal de 1988. Os efeitos
práticos que ocorreram nos anos seguintes mostraram que os Muncípios tiveram
um incremento nos seus recursos já a partir do ano seguinte à promulgação do novo
texto constitucional. Com isso, os Municípios tiveram a sua autonomia reforçada,
assumindo um papel de maior importância na prestação de serviços de interesse
local.
De acordo com os dados de pesquisa demonstrados no gráfico 1 deste
estudo, em 1988, os Municípios brasileiros participavam com 2,7% no total dos
recursos arrecadados pelas três esferas de Governo; em 1997, esse percentual foi
elevado para 5,4%.
Contudo, o incremento que se verificou nas finanças municipais foi muito
mais em razão do crescimento na participação das transferências constitucionais do
que pela ampliação da sua capacidade tributária. Em vista disso, os ganhos
financeiros dos Municípios provocaram redução no montante dos recursos da União
e do Estados. Em conseqüência, esses Governos reagiram no sentido de repassar
parte de seus encargos para os Municípios sem a correspondente transferência de
recursos. A União, além da transferência de parcela de suas responsabilidades para
os Municípios, ainda criou uma série de mecanismos financeiros que consistiram na
retirada de receita dos Estados e Municípios.
151
Esses fatos, juntos, tiveram repercussão imediata sobre o resultado dos
recursos arrecadados pelas três esferas de Governo. Se em 1997 a participação dos
Municípios nas receitas disponíveis do país representava 5,4%, esta participação
caiu para 4,38% em 2003 e 4,22% em 2004.
Em relação à autonomia financeira dos Municípios catarinenses, um dado
relevante é o que mostra o nível de dependência dos Municípios em relação às
transferências tributárias provenientes da União e do Estado. A pesquisa revelou
que os Municípios catarinenses arrecadam, em média somente 14% dos seus
recursos orçamentários, sendo que os 86% restantes são provenientes de
transferências tributárias das outras esferas de Governo. Ressalta-se ainda que dos
293 Municípios do Estado, 61,8%, arrecadam anualmente, em média, menos de
10% dos seus recursos orçamentários, e somente 3 Municípios arrecadam mais de
20% dos recursos que necessitam. Portanto, a maior parcela de recursos financeiros
dos Municípios é proveniente de transferências tributárias da União e dos Estados,
através do FPM – Fundo de Participação dos Municípios, da cota-parte do ICMS –
imposto sobre circulação de mercadorias e serviços e da cota-parte do IPVA –
imposto sobre veículos automotores.
A distribuição destes recursos pelas mesorregiões mostra que das seis
mesorregiões do Estado somente duas, a Grande Florianópolis, com 32,73% e a
Norte Catarinense, com 16,69%, conseguem superar a média estadual na
arrecadação dos seus recursos orçamentários. Essas duas mesorregiões
concentram 47 Municípios que representam 16,04% do total do Estado. As demais
mesorregiões tiveram participação abaixo da média estadual, ou seja, mais de 83%
dos Municípios do Estado arrecadam menos de 14% dos seus recursos
orçamentários.
A distribuição destes recursos pelos grupos de habitantes mostra que os
resultados médios são ultrapassados apenas pelos Municípios com população
superior a 20 mil habitantes, que representam em torno de 18% do total de
Municípios do Estado. Para os Municípios com população inferior a 10 mil habitantes
– 62% do total de Municípios – pelo menos 91,59% dos seus recursos são
provenientes de transferências.
Sem dúvida alguma esses resultados colocam os Municípios catarinenses
em situação de vulnerabilidade financeira e comprometem a sua autonomia.
Destaca-se que o fato da arrecadação própria apresentar melhor desempenho nas
152
cidades com maior número de habitantes e, especialmente nas regiões mais
desenvolvidas não significa afirmar que para essas cidades esteja equacionado o
problema da autonomia financeira; muito pelo contrário. Há uma tendência mundial à
crise fiscal nas grandes cidades, à medida que se aproxima do esgotamento da
exploração do potencial para geração local de receita em face da demanda
crescente por gastos com infra-estrutura básica, com custos mais onerosos.
Portanto, afastada a possibilidade de que a centralização dos recursos em
nível federal constitui a única razão do empobrecimento dos Municípios, denota-se
que essa quase total dependência dos recursos federais pode ter sua origem em
problemas relacionados com a administração tributária. Essa possibilidade se mostra
mais evidente quando são analisados os resultados da pesquisa sobre a
composição e o desempenho da receita tributária municipal.
A receita tributária municipal é constituída pelo produto da arrecadação do
IPTU, do ISS, do ITBI, das taxas (pelo exercício do poder de polícia e pela prestação
de serviços públicos) e da contribuição de melhoria. A partir de 2003, os Municípios
passaram a cobrar também a contribuição para o custeio dos serviços de iluminação
pública.
Este estudo se propôs a avaliar a importância do IPTU na composição da
receita tributária dos Municípios catarinenses. Para essa finalidade, uma análise
mais detalhada será feita em relação a esse imposto.
Em 2002, a receita tributária dos Municípios catarinenses teve a seguinte
composição média: as taxas juntamente com a contribuição de melhoria
contribuíram com 33%; o ISS com 32%; o IPTU com 28%; o ITBI com 7%. A partir
desses dados, observa-se que dentre os impostos municipais o IPTU ocupa o
segundo lugar e dentre todos os tributos é o terceiro em importância, superando
apenas o ITBI.
Apesar de ser o IPTU tradicionalmente um tributo mais afeto à esfera local
de governo, este imposto não é o tributo mais importante para os Municípios
catarinenses. Nas mesorregiões do Estado, a maior receita tributária arrecada é
proveniente das taxas e da contribuição de melhoria. Seguem em importância o ISS,
depois o IPTU e por último o ITBI. A distribuição desses recursos pelos grupos de
habitantes mostra que o IPTU é o tributo mais importante somente para os
Municípios com população entre 10 mil e 50 mil habitantes; é o segundo tributo mais
importante para os Municípios com população entre 5 mil e 10 mil habitantes e entre
153
50 mil e 100 mil habitantes. Para os Municípios com população até 5 mil habitantes e
acima de 100 mil habitantes, é o terceiro tributo mais arrecadado.
Em relação a esses dados destaca-se que o IPTU é um imposto urbano e
por essa razão consegue ser melhor cobrado nos Municípios de maior porte
demográfico. Como a maior parte dos Municípios catarinenses é de pequeno porte
demográfico e tem sua economia baseada em atividades rurais, torna-se difícil
arrecadar tributos urbanos, o que explica a pequena expressão desse imposto nos
Municípios com população até 10 mil habitantes. Contudo, o resultado da
arrecadação que coloca o IPTU em terceiro lugar para os Municípios com população
acima de 100 mil habitantes é incompatível com a característica do imposto. A partir
desses resultados denota-se que existe um grande potencial inexplorado do IPTU,
notadamente nos Municípios com população acima de 100 mil habitantes.
Retomando a questão da composição das receitas tributárias dos Municípios
catarinenses em 2002, foi constatado que a arrecadação das taxas é superior a
cada um dos impostos. Trata-se de uma situação atípica que merece ser melhor
investigada. Contudo fica caracterizado que em relação aos impostos existe um
considerável potencial a ser explorado pelos Municípios.
No que se refere ao IPTU, a existência de potencial tributário inexplorado
restou comprovada nesta pesquisa também a partir da análise comparativa da
arrecadação do imposto com o IPVA, demonstrando que para cada R$ 1,00 cobrado
de IPTU, arrecada-se, em média, R$ 2,20 de IPVA.
Um exame mais detalhado da receita do IPTU arrecadado por Município,
permite inferências muito interessantes. Foram escolhidos aleatoriamente um grupo
de 10 Municípios. Foram calculadas as receitas do IPTU per capita em 2001 para
cada um dos Municípios da amostra. O resultado da divisão do IPTU cobrado pelo
número de habitantes da zona urbana, revela que em cada Município um habitante
paga, em média, o equivalente a R$ 43,15 de IPTU por ano, que corresponde a R$
3,60 ao mês. Com esse valor de contribuição o cidadão tem acesso à saúde,
educação, saneamento básico, segurança e outros serviços prestados pela
Administração Pública ao Município. Essa análise simples (que pode ser
aprofundada por meio de tratamento estatístico mais elaborado) confirma o que foi
apontado anteriormente quanto à existência de potencial inexplorado do imposto nos
Municípios catarinenses.
154
Esses dados revelam que o IPTU é ineficientemente explorado como fonte
de receita. Essa realidade coloca a necessidade de que, no plano local, as
administrações tributárias tenham clareza dos principais problemas limitadores do
pleno exercício de suas atribuições e competências.
É certo que as causas que afetam o desempenho das receitas municipais
situam-se em vários campos e vão desde causas legais e administrativas até causas
econômicas, sócio-culturais, políticas e outras. A identificação dessas causas é
condição indispensável à obtenção de resultados nas ações voltadas ao aumento da
arrecadação do IPTU, notadamente nas cidades de maior porte demográfico. As
soluções, algumas passíveis de apresentarem resultados no curto prazo, precisam
ultrapassar o horizonte temporal imediato e situar-se num contexto mais amplo de
uma reforma de gestão da receita municipal, com iniciativas que devem envolver
todos os procedimentos de tributação, ou seja, o lançamento, a fiscalização e o
controle da arrecadação do imposto.
O IPTU é um tributo que incide sobre a propriedade imóvel localizada na
zona urbana e alcança todos os tipos de imóveis. Portanto, é devido por todos os
proprietários, possuidores a qualquer título e detentores do domínio útil, de imóveis
urbanos. O cálculo e o lançamento do imposto são feitos de ofício pela autoridade
administrativa, com base nos dados constantes do cadastro imobiliário e da planta
de valores. A determinação do valor do IPTU resulta do valor venal de cada imóvel
multiplicado por uma alíquota. O valor venal é o valor de mercado. A doutrina
considera que o valor venal é o preço mais provável pelo qual um imóvel seria
vendido em condições normais de negociação. Significa afirmar, que a eficiência, a
eficácia e a efetividade da tributação do IPTU dependem de uma base cadastral
permanentemente atualizada como subsidio para a determinação do valor venal e a
correta identificação do contribuinte. Além do cadastro imobiliário completo e
atualizado e de uma planta de valores atualizada, o desempenho da arrecadação do
imposto depende, também dos recursos da informática e da tecnologia da
informação para permitir mais eficiência na administração e controle do imposto.
Para verificar se os instrumentos de apoio ao lançamento de ofício do IPTU
são permanentemente atualizados para assegurar a eficiência do lançamento do
imposto, foram pesquisados dados sobre o ano da última atualização dos cadastros
imobiliários e das plantas de valores, cujas bases foram utilizados no lançamento do
155
IPTU de 2002. Também foi pesquisado se os Municípios catarinenses utilizam
recursos da informática para a administração e controle do imposto.
O resultado da pesquisa sobre a situação dos cadastros imobiliários e das
plantas de valores, utilizados como instrumento para o lançamento do imposto,
revelou que em relação ao lançamento de 2002, mais de 50% dos Municípios
tinham efetuado a atualização dessas bases antes de 1999, ou seja, naquele ano, o
lançamento do IPTU considerou dados desatualizados há mais de três anos. Esse
fato, comprova que o lançamento do imposto tem sido efetuado sobre uma base
desatualizada, conseqüentemente, com considerável perda de receita para os
Municípios.
Quanto aos sistemas de administração e controle do imposto, ficou
comprovado que a quase totalidade dos Municípios dispõe de sistemas de
informática específicos para a área tributária. Nessa área, os Municípios
catarinenses têm acompanhado a média nacional, que possui algum tipo de sistema
para o lançamento do tributo e o controle da sua arrecadação.
O IPTU não é somente uma importante fonte de recursos financeiros para os
Municípios. Neste estudo ficou demonstrado que este imposto é uma dos tributos
que mais se presta como instrumento de aplicação da Função Social do Estado.
Essa condição de instrumento viabilizador dos interesses do Estado está
caracterizada na própria Constituição Federal ao estabelecer normas para a
utilização do IPTU como instrumento de aplicação do principio social da propriedade.
Essas normas, que devem ser observadas por todos os proprietários de imóveis e
Municípios, considera que o imóvel cumpre a sua função social quando a sua
utilização for compatível com as leis urbanísticas do Município. Para essa finalidade,
todos os Municípios com população superior a 20 mil habitantes devem aprovar em
lei os seus Planos Diretores e adotar medidas no sentido de obrigar os proprietários
a dar a seus imóveis, utilização compatível com os interesses do Município.
Uma dos instrumentos legais que devem ser utilizados pelos Municípios para
assegurar o cumprimento do principio constitucional é a aplicação, no cálculo do
IPTU, de alíquotas progressivas no tempo, quando o imóvel não estiver cumprindo a
sua função social.
Para a finalidade de verificar se os Municípios catarinenses utilizam o IPTU
como instrumento de aplicação do princípio da função social da propriedade, foram
pesquisados dados dos 293 Municípios do Estado para verificar se os Municípios
156
catarinenses com mais de 20 mil habitantes possuem o Plano Diretor e aplicam a
alíquotas progressivas no lançamento do IPTU dos imóveis que não cumprem a
função social da propriedade.
O resultado da pesquisa revelou que nem todos os Municípios do Estado
com população superior a 20 mil habitantes possuem Plano Diretor aprovado na
Câmara. Encontram-se nessa situação 7 Municípios com população entre 20 e 50
mil habitantes. Todos os Municípios com população acima de 50 mil habitantes
possuem o Plano Diretor, porém nem todos os Municípios com Plano Diretor aplicam
a progressividade do IPTU. Dentre os 293 Municípios catarinenses, 54 Municípios
estão legalmente obrigados a observar as normas urbanísticas, destes somente 11
aplicam algum tipo de progressividade da alíquota do IPTU.
Por contrariar o interesse público, a realidade tributária dos Municípios
brasileiros, constatada a partir da análise do desempenho da receita do IPTU, impõe
a revisão dos atuais critérios de lançamento e arrecadação do imposto para a
finalidade de melhorar o desempenho da receita municipal.
O IPTU é um tributo da competência impositiva dos Municípios, que incide
sobre a propriedade imóvel localizada na zona urbana cuja base de cálculo é o valor
venal do imóvel, apurado com base nos dados constantes do cadastro imobiliário e
na planta de valores. O desempenho do imposto depende sobremaneira da
atualização das bases cadastral e financeira, consubstanciadas no cadastro e na
planta de valores.
A pesquisa revelou que em média somente 24% dos Municípios mantém o
cadastro atualizado e 38%, mantém suas plantas de valores atualizadas.
A dificuldade que têm as Prefeituras para manter os cadastros e as plantas
de valores atualizadas pode decorrer de diversas situações. Uma dessas causas
pode ser explicada em face da falta de recursos (pessoal e financeiro), para realizar
esse trabalho com o máximo de eficiência, o qual, exige especialização técnica e
elevados investimentos. Ademais, os Municípios com maior contingente
populacional, possuem cadastros com elevado número de imóveis, tornando
praticamente impossível a revisão anual dos dados cadastrais. Especificamente em
relação às plantas de valores deve ser considerado o fato de que essas, por
constituírem elementos para a base de cálculo do imposto se submetem ao princípio
da legalidade. Em outras palavras, somente podem ser alteradas mediante lei.
Nesse particular, em muitos Municípios, as Administrações Municipais, por questões
157
políticas, têm dificuldades para obter junto às Câmaras de Vereadores, a aprovação
de lei que altera a base de cálculo do IPTU.
Essas dificuldades somadas contribuem para a ineficiência da arrecadação
do imposto, aumento da inadimplência e sobretudo, para a elevação do potencial
inexplorado do imposto, notadamente quanto aos Municípios de maior porte
demográfico.
O problema, no caso, pode estar no critério adotado para o lançamento do
IPTU que é feito de ofício pela Administração Municipal, pois, conforme restou
comprovado esta modalidade de lançamento utiliza bases de dados desatualizadas,
pela impossibilidade que têm as Prefeituras de manter os dados do cadastro
imobiliário e da planta de valores permanentemente atualizados. Ademais, o cálculo
do imposto com base na planta de valores, considera a média de valores dos
imóveis.
Acrescente-se a isso, ainda, o fato de que esse critério de apuração da base
de cálculo do imposto não atende aos princípios da igualdade e da capacidade
contributiva, por não considerar as diferenças e as especificidades próprias de cada
imóvel e de cada proprietário, inclusive no que se refere à capacidade econômica.
Dentre os elementos que não são considerados no cálculo do imposto, por não
constarem do cadastro ou da planta de valores, são exemplos, a funcionalidade, o
conforto ambiental e o projeto arquitetônico, considerados relevantes para a
apuração do valor venal do imóvel. A não utilização desses elementos na avaliação
dos imóveis para fins de determinação da base de cálculo do IPTU, torna a
tributação injusta sob o ponto de vista da justiça fiscal.
Ademais, o lançamento feito sobre bases desatualizadas, pode resultar na
determinação indevida do valor do imposto e, em muitos casos, ocasionar erro na
identificação do sujeito passivo. Essas situações quando contrárias ao interesse do
contribuinte ensejam a impugnação do lançamento, podendo resultar no
cancelamento do crédito tributário por nulidade do ato administrativo.
Nesse contexto, a alternativa viável do ponto de vista estratégico para a
tributação do IPTU, pode ser a alteração da espécie de lançamento. Para Baleeiro
(2001, p. 252), tributos cobrados em massa que dependem da apuração complexa
de valores, não podem depender de lançamento de ofício. Como Aliomar Baleeiro,
também Misabel Derzi, e Elizabeth Carrazza, defendem a alteração da modalidade
do lançamento do IPTU e afirmam que o lançamento do imposto pode ser feito por
158
homologação. Essa modalidade de lançamento tem sido adotada para outros
tributos como o imposto de renda, o imposto sobre circulação de mercadorias e
serviços e imposto sobre serviços de qualquer natureza. No lançamento por
homologação, conhecido na doutrina também como “autolançamento”, a legislação
tributária atribui ao contribuinte o dever de apurar o valor do tributo e antecipar o seu
pagamento, para posterior exame e, se for o caso, homologação da autoridade
administrativa.
No lançamento por homologação o proprietário do imóvel fica obrigado,
legalmente, a declarar, anualmente antes da data fixada para o pagamento do
imposto, a situação factícia e jurídica do imóvel existente na data da ocorrência do
fato gerador. Com base nesses dados, apura o valor do imposto, recolhendo-o à
Fazenda Municipal na data fixada para o seu pagamento.
Os dados declarados pelo sujeito passivo são confrontados pela autoridade
administrativa, com as informações constantes do cadastro imobiliário e a planta de
valores. Constatada divergência entre os valores declarados e os registrados no
cadastro imobiliário, a autoridade administrativa promoverá as necessárias
alterações, efetuando de ofício, se for o caso, o lançamento do imposto
correspondente a diferença apurada, mediante notificação ao sujeito passivo. Não
sendo constatada divergência no valor do imposto devido, o pagamento do crédito
tributário efetuado pelo sujeito passivo é homologado pela autoridade administrativa.
Considera-se que o lançamento do IPTU por homologação, pode trazer
inúmeras vantagens para as Prefeituras, em relação ao lançamento de ofício. Dentre
essas, destacam-se: a) atualização permanente dos dados do cadastro imobiliário e
da planta de valores que passa a ser feita com base nos dados declarados pelos
contribuintes; b) exploração máxima do potencial tributário do Município que contará
com todos os dados para tributar as propriedades considerando a universalidade
dos imóveis e as características próprias de cada uma das unidades sujeitas à
incidência do imposto; c) redução dos custos administrativos e operacionais
relacionados com o recadastramento de imóveis, atualização de plantas de valores,
distribuição dos carnês; d) redução do número de processos de reclamação de
lançamento; e) redução do número de proprietários desconhecidos; f) redução do
número de unidades e montante de débitos inscritos na dívida ativa; e g) aumento
expressivo na arrecadação do imposto.
159
Há que se considerar, contudo que a eficácia, eficiência e efetividade do
critério do lançamento do IPTU por homologação requer o uso de sistemas e
tecnologia adequados para a administração e controle das informações físicas e
financeiras relacionadas aos imóveis, proprietários e aos créditos tributários.
Por outro lado, de acordo com os dados desta pesquisa restou comprovado
que os Municípios de maior porte demográfico possuem maior potencial inexplorado
do IPTU. Esses Municípios, em face da quantidade de imóveis que possuem,
também demonstraram ser os que têm maiores dificuldades para manter os
cadastros imobiliários e as plantas de valores atualizados. Por essas e outras razões
é possível que o lançamento por homologação possa revelar-se mais adequado
para os Municípios com população acima de 50 mil habitantes.
Partindo-se desses aspectos e considerando que no Brasil existem,
atualmente, 5.561 Municípios (IBGE, 2001), que necessitam melhorar o
desempenho de suas receitas para atender os anseios da sociedade
contemporânea, recomenda-se que o lançamento por homologação ou
autolançamento seja estudado como estratégia eficaz para aumentar a eficiência do
IPTU.
RECOMENDACÕES PARA FUTUROS ESTUDOS
Além das considerações apresentadas, a pesquisa suscitou a
recomendação para possíveis estudos, das seguintes questões:
a) investigação das causas do elevado nível de dependência dos Municípios
catarinenses em relação às transferências tributárias da União e do Estado, para a
composição dos seus recursos orçamentários, cujo percentual é superior à media
nacional;
b) investigação dos fatores que podem estar contribuindo para que as taxas
cobradas pelos Municípios catarinenses sejam superiores ao valor de cada um dos
impostos;
c) investigação dos fatores que contribuem para que a receita do IPTU seja
proporcionalmente inferior ao IPVA cobrado pela média dos Municípios catarinenses;
d) investigação das razões pelas quais a maioria dos Municípios
catarinenses não utiliza o IPTU como instrumento de aplicação do princípio da
função social da propriedade.
160
REFERÊNCIAS
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165
ANEXO I – Distribuição dos Municípios por Mesorregião, População e Ano de Fundação
DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS POR MESORREGIÃO,
POPULAÇÃO E ANO DE FUNDAÇÃO
Municipio Mesorregião Populaçao Ano da
Total Urbana Fundação
Abdon Batista Serrana 2.534 713 1989
Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 7.228 1958
Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 4.634 1962
Agronômica Vale do Itajaí 4.506 872 1964
Água Doce Oeste Catarinense 6.870 3.148 1958
Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 2.202 1962
Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 517 1991
Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 1.715 1961
Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 2.473 1961
Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 522 1995
Anchieta Oeste Catarinense 6.049 2.443 1963
Angelina Grande Florianópolis 5.524 1.015 1961
Anita Garibaldi Serrana 10.077 4.188 1961
Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 1.114 1961
Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 1.760 1963
Apiúna Vale do Itajaí 8.925 3.606 1988
Arabutã Oeste Catarinense 4.204 971 1991
Araquari Norte Catarinense 20.242 22.000 1876
Araranguá Sul Catarinense 60.076 45.052 1880
Armazém Sul Catarinense 7.272 2.625 1958
Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 2.097 1961
Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 411 1992
Ascurra Vale do Itajaí 7.330 6.119 1963
Atalanta Vale do Itajaí 3.289 1.133 1964
Aurora Vale do Itajaí 5.170 1.482 1964
Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 5.876 1995
Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 6.032 1992
Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 73.455 1964
Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 2.977 1995
Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 8.615 1963
Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 741 1995
Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 25.614 1995
Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 14.566 1961
Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 570 1994
Belmonte Oeste Catarinense 2.251 952 1992
Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 4.901 1961
Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 42.907 1833
Blumenau Vale do Itajaí 287.350 241.943 1880
Bocaina do Sul Serrana 3.151 415 1994
Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 2.123 1967
Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 989 1995
Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 376 1995
Bom Restiro Serrana 8.397 5.336 1922
Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 8.716 1992
Botuverá Vale do Itajaí 3.603 803 1962
Braço do norte Sul Catarinense 28.912 17.879 1955
166
Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 1.622 1991
Brunópolis Serrana 3.281 707 1995
Brusque Vale do Itajaí 85.218 73.256 1881
Caçador Oeste Catarinense 69.767 55.542 1934
Caibí Oeste Catarinense 5.803 3.060 1965
Calmon Oeste Catarinense 3.885 1.392 1992
Camboriú Vale do Itajaí 49.469 39.427 1884
Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 6.871 1896
Campo Belo do Sul Serrana 8.068 4.440 1961
Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 5.756 1958
Campos Novos Serrana 28.842 22.556 1881
Canelinha Grande Florianópolis 9.434 4.292 1962
Canoinhas Norte Catarinense 52.647 37.904 1911
Capão Alto Serrana 3.110 604 1994
Capinzal Oeste Catarinense 23.167 15.460 1948
Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 17.436 1992
Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 5.304 1963
Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 2.054 1962
Celso Ramos Serrana 2.529 638 1989
Cerro Negro Serrana 3.553 394 1991
Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 289 1995
Chapecó Oeste Catarinense 165.220 134.592 1917
Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 11.407 1991
Concórdia Oeste Catarinense 65.754 45.254 1934
Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 303 1992
Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 4.494 1961
Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 458 1992
Correia Pinto Serrana 16.992 12.046 1982
Corupá Norte Catarinense 12.592 8.727 1958
Criciúma Sul Catarinense 182.785 153.049 1925
Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 5.287 1958
Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 335 1995
Curitibanos Serrana 37.460 32.438 1869
Descanso Oeste Catarinense 8.356 3.885 1956
Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 8.610 1953
Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 1.368 1962
Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 1.669 1988
Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 751 1995
Ermo Sul Catarinense 2.056 593 1993
Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 2.160 1963
Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 7.044 1958
Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 195 1995
Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 332.185 1726
Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 891 1992
Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 14.556 1989
Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 27.623 1961
Frei Rogério Serrana 3.173 487 1995
Galvão Oeste Catarinense 4.004 2.494 1962
Gapar Vale do Itajaí 51.955 29.601 1961
Garopaba Sul Catarinense 14.829 10.722 1963
Garuva Norte Catarinense 12.716 8.256 1934
Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 10.842 1963
Grão Pará Sul Catarinense 6.167 2.674 1958
167
Gravatal Sul Catarinense 7.210 3.864 1961
Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 12.048 1962
Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 4.365 1961
Guaramirim Norte Catarinense 28.944 19.012 1948
Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 2.271 1961
Guatambú Oeste Catarinense 4.728 983 1991
Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 17.140 1953
Ibiam Oeste Catarinense 1.898 501 1995
Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 1.240 1962
Ibirama Vale do Itajaí 16.923 13.115 1934
Içara Sul Catarinense 54.041 39.570 1961
Ilhota Vale do Itajaí 11.152 6.445 1958
Imaruí Sul Catarinense 12.364 3.909 1890
Imbituba Sul Catarinense 38.141 34.527 1958
Imbuia Vale do Itajaí 5.203 1.955 1962
Imorê Oeste Catarinense 2.660 683 1995
Indaial Vale do Itajaí 45.343 38.382 1934
Ipira Oeste Catarinense 5.228 2.214 1963
Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 2.851 1988
Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 967 1992
Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 2.484 1963
Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 1.222 1989
Irani Oeste Catarinense 9.287 5.058 1963
Irati Oeste Catarinense 2.069 412 1992
Irineópolis Norte Catarinense 9.720 1.964 1962
Itá Oeste Catarinense 6.829 3.422 1956
Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 8.757 1918
Itajaí Vale do Itajaí 161.121 141.950 1859
Itapema Vale do Itajaí 32.894 24.781 1962
Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 5.382 1953
Itapoá Norte Catarinense 11.318 8.191 1989
Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 11.664 1948
Jaborá Oeste Catarinense 4.085 1.362 1963
Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 4.538 1958
Jaquaruna Sul Catarinense 15.608 10.238 1930
Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 96.320 1934
Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 815 1992
Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 21.688 1917
Joinville Norte Catarinense 477.971 414.972 1866
José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 1.466 1989
Jupiá Oeste Catarinense 2.136 671 1995
Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 983 1963
Lages Serrana 165.068 153.582 1770
Laguna Sul Catarinense 48.956 37.284 1676
Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 476 1991
Laurentino Vale do Itajaí 5.440 3.238 1962
Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 9.923 1956
Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 6.980 1958
Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 457 1962
Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 1.321 1989
Lontras Vale do Itajaí 8.793 5.309 1961
Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 2.124 1958
Luzerna Oeste Catarinense 5.699 3.964 1995
168
Macieira Oeste Catarinense 1.712 304 1992
Mafra Norte Catarinense 51.437 37.713 1917
Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 977 1961
Major Vieira Norte Catarinense 6.691 2.199 1960
Maracajá Sul Catarinense 6.002 3.521 1967
Maravilha Oeste Catarinense 18.879 14.226 1958
Marema Oeste Catarinense 2.467 941 1988
Massaranduba Norte Catarinense 13.277 4.629 1961
Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 1.250 1962
Meleiro Sul Catarinense 6.950 3.207 1961
Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 1.158 1991
Modelo Oeste Catarinense 3.781 2.201 1961
Mondaí Oeste Catarinense 8.432 4.049 1953
Monte Carlos Serrana 10.258 7.305 1991
Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 4.573 1962
Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 11.154 1962
Morro Grande Sul Catarinense 2.860 737 1992
Navegantes Vale do Itajaí 47.349 36.650 1962
Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 1.720 1964
Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 425 1991
Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 6.673 1892
Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 7.199 1958
Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 723 1992
Orleans Sul Catarinense 20.026 12.813 1913
Otacílio Serrana 14.660 12.811 1982
Ouro Oeste Catarinense 7.772 4.165 1963
Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 625 1992
Paial Oeste Catarinense 2.001 259 1995
Painel Serrana 2.452 1.142 1994
Palhoça Grande Florianópolis 120.346 97.914 1894
Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 3.192 1961
Palmeira Serrana 2.261 771 1995
Palmitos Oeste Catarinense 15.154 8.006 1953
Papanduva Norte Catarinense 17.125 7.953 1953
Paraíso Oeste Catarinense 4.179 1.302 1992
Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 3.522 1991
Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 748 1991
Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 3.554 1961
Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 865 1961
Penha Vale do Itajaí 20.023 15.993 1958
Peritiba Oeste Catarinense 3.251 1.317 1963
Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 1.811 1962
Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 9.313 1961
Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 1.141 1962
Piratuba Oeste Catarinense 6.275 2.710 1948
Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 739 1991
Pomerode Vale do Itajaí 23.849 18.713 1958
Ponte Alta Serrana 5.381 3.783 1964
Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 233 1992
Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 7.230 1958
Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 9.973 1925
Porto União Norte Catarinense 32.871 26.579 1917
Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 6.368 1958
169
Praia Grande Sul Catarinense 7.136 3.937 1958
Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 457 1963
Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 7.867 1953
Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 776 1961
Princesa Oeste Catarinense 2.470 568 1985
Quilombo Oeste Catarinense 10.188 4.697 1961
Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 1.103 1962
Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 2.226 1958
Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 2.288 1961
Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 2.626 1958
Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 48.418 1930
Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 3.758 1961
Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 1.213 1958
Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 32.650 1953
Rio Rufino Serrana 2.032 553 1991
Riqueza Oeste Catarinense 4.594 1.277 1991
Rodeio Vale do Itajaí 10.898 8.866 1936
Romelândia Oeste Catarinense 5.137 2.120 1963
Salete Vale do Itajaí 7.136 4.583 1961
Saltinho Oeste Catarinense 3.449 899 1995
Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 2.834 1961
Sangão Sul Catarinense 9.347 3.624 1992
Santa Cecília Serrana 15.926 11.617 1958
Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 740 1992
Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 423 1962
Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 3.042 1988
Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 8.945 1991
Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 426 1995
Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 521 1994
Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 12.536 1958
São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 61.826 1883
São Bernadino Oeste Catarinense 2.703 529 1995
São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 682 1962
São Carlos Oeste Catarinense 8.890 5.347 1953
São Cristovão do Sul Serrana 4.913 2.719 1992
São Domingos Oeste Catarinense 8.912 5.430 1962
São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 29.930 1658
São João Batista Grande Florianópolis 15.936 11.273 1961
São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 1.454 1958
São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 1.494 1992
São João do Sul Sul Catarinense 15.936 1.143 1961
São Joaquim Serrana 23.114 16.129 1886
São José Grande Florianópolis 192.679 171.230 1833
São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 6.659 1958
São José do Cerrito Serrana 9.776 2.152 1961
São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 13.407 1958
São Ludgero Sul Catarinense 9.911 5.995 1962
São Martinho Sul Catarinense 3.221 888 1962
São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 331 1992
São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 27.392 1953
São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 2.092 1994
Saudades Oeste Catarinense 7.960 2.897 1961
Schroeder Norte Catarinense 10.975 9.402 1964
170
Seara Oeste Catarinense 17.221 10.263 1953
Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 1.201 1989
Siderópolis Sul Catarinense 12.776 9.103 1958
Sombrio Sul Catarinense 25.274 15.925 1953
Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 744 1991
Taió Vale do Itajaí 16.153 7.887 1948
Tangará Oeste Catarinense 8.234 4.233 1948
Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 213 1995
Tijucas Grande Florianópolis 25.474 18.711 1859
Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 1.683 1967
Timbó Vale do Itajaí 32.207 26.783 1934
Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 2.775 1989
Três Barras Norte Catarinense 17.887 14.223 1960
Treviso Sul Catarinense 3.393 1.561 1995
Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 1.764 1961
Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 2.907 1963
Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 3.154 1958
Tubarão Sul Catarinense 93.238 69.925 1870
Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 1.217 1989
Turvo Sul Catarinense 11.118 5.637 1948
União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 994 1988
Urubici Serrana 10.509 6.661 1956
Urupema Serrana 2.554 1.185 1988
Urussanga Sul Catarinense 19.110 10.650 1900
Vargeão Oeste Catarinense 3.489 1.380 1964
Vargem Serrana 3.203 651 1991
Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 2.199 1992
Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 1.497 1956
Videira Oeste Catarinense 45.699 35.787 1943
Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 1.098 1989
Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 612 1962
Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 32.385 1953
Xavantina Oeste Catarinense 4.118 946 1963
Xaxim Oeste Catarinense 24.432 16.058 1953
Zortéa Serrana 2.804 2.053 1995
Fonte: FECAM - Guia dos Municípios Catarinenses
171
ANEXO II – Distribuição das mesorregiões por Municípios e população
DISTRIBUIÇÃO DAS MESORREGIÕES POR MUNICÍPIOS E POPULAÇÃO Mesorregião Município População
Total Urbana Grande Florianópolis Águas Mornas 5.790 1.715
Grande Florianópolis Alfredo Wagner 8.376 2.473
Grande Florianópolis Angelina 5.524 1.015
Grande Florianópolis Anitápolis 3.065 1.114
Grande Florianópolis Antônio Carlos 6.855 1.760
Grande Florianópolis Biguaçu 55.267 42.907
Grande Florianópolis Canelinha 9.434 4.292
Grande Florianópolis Florianópolis 386.913 332.185
Grande Florianópolis Governador Celso Ramos 12.608 10.842
Grande Florianópolis Leoberto Leal 3.468 457
Grande Florianópolis Major Gercino 2.814 977
Grande Florianópolis Nova Trento 10.227 6.673
Grande Florianópolis Palhoça 120.346 97.914
Grande Florianópolis Paulo Lopoes 6.126 3.554
Grande Florianópolis Rancho Queimado 2.780 1.103
Grande Florianópolis Santo Amaro da Imperatriz 16.896 12.536
Grande Florianópolis São Bonifácio 3.138 682
Grande Florianópolis São João Batista 15.936 11.273
Grande Florianópolis São José 192.679 171.230
Grande Florianópolis São Pedro de Alcântara 3.781 2.092
Grande Florianópolis Tijucas 25.474 18.711
Norte Catarinense Araquari 20.242 22.000
Norte Catarinense Balneário Barra do Sul 7.356 6.032
Norte Catarinense Bela Vista do Toldo 5.719 570
Norte Catarinense Campo Alegre 12.434 6.871
Norte Catarinense Canoinhas 52.647 37.904
Norte Catarinense Corupá 12.592 8.727
Norte Catarinense Garuva 12.716 8.256
Norte Catarinense Guaramirim 28.944 19.012
Norte Catarinense Irineópolis 9.720 1.964
Norte Catarinense Itaiópolis 19.846 8.757
Norte Catarinense Itapoá 11.318 8.191
Norte Catarinense Jaraguá do Sul 124.661 96.320
Norte Catarinense Joinville 477.971 414.972
Norte Catarinense Mafra 51.437 37.713
Norte Catarinense Major Vieira 6.691 2.199
Norte Catarinense Massaranduba 13.277 4.629
Norte Catarinense Monte Castelo 8.222 4.573
Norte Catarinense Papanduva 17.125 7.953
Norte Catarinense Porto União 32.871 26.579
Norte Catarinense Rio Negrinho 42.451 32.650
Norte Catarinense Santa Terezinha 8.945 8.945
Norte Catarinense São Bento do Sul 73.189 61.826
Norte Catarinense São Francisco do Sul 36.743 29.930
Norte Catarinense Schroeder 10.975 9.402
Norte Catarinense Timbó Grande 7.292 2.775
Norte Catarinense Três Barras 17.887 14.223
Oeste Catarinense Abelardo Luz 18.154 7.228
172
Oeste Catarinense Água Doce 6.870 3.148
Oeste Catarinense Águas de Chapecó 5.443 2.202
Oeste Catarinense Águas Frias 2.186 517
Oeste Catarinense Alto Bela Vista 1.913 522
Oeste Catarinense Anchieta 6.049 2.443
Oeste Catarinense Arabutã 4.204 971
Oeste Catarinense Arroio Trinta 3.570 2.097
Oeste Catarinense Arvoredo 2.112 411
Oeste Catarinense Bandeirante 2.900 741
Oeste Catarinense Barra Bonita 2.003 25.614
Oeste Catarinense Belmonte 2.251 952
Oeste Catarinense Bom Jesus 2.069 989
Oeste Catarinense Bom Jesus do Oeste 2.095 376
Oeste Catarinense Caçador 69.767 55.542
Oeste Catarinense Caibí 5.803 3.060
Oeste Catarinense Calmon 3.885 1.392
Oeste Catarinense Campo Erê 8.962 5.756
Oeste Catarinense Capinzal 23.167 15.460
Oeste Catarinense Catanduvas 9.192 5.304
Oeste Catarinense Caxambú do Sul 4.902 2.054
Oeste Catarinense Chapecó 165.220 134.592
Oeste Catarinense Concórdia 65.754 45.254
Oeste Catarinense Cordilheira Alta 3.196 303
Oeste Catarinense Coronel Freitas 10.597 4.494
Oeste Catarinense Coronel Martins 1.905 458
Oeste Catarinense Cunha Porã 9.948 5.287
Oeste Catarinense Cunhataí 1.740 335
Oeste Catarinense Descanso 8.356 3.885
Oeste Catarinense Dionísio Cerqueira 14.522 8.610
Oeste Catarinense Entre Rios 2.820 751
Oeste Catarinense Erval Velho 4.086 2.160
Oeste Catarinense Faxinal dos Guedes 11.537 7.044
Oeste Catarinense Flor do Sertão 1.621 195
Oeste Catarinense Formosa do Sul 2.119 891
Oeste Catarinense Fraiburgo 36.180 27.623
Oeste Catarinense Galvão 4.004 2.494
Oeste Catarinense Guaraciaba 10.393 4.365
Oeste Catarinense Guarujá do Sul 4.655 2.271
Oeste Catarinense Guatambú 4.728 983
Oeste Catarinense Hereval d'Oeste 21.179 17.140
Oeste Catarinense Ibiam 1.898 501
Oeste Catarinense Ibicaré 3.408 1.240
Oeste Catarinense Imorê 2.660 683
Oeste Catarinense Ipira 5.228 2.214
Oeste Catarinense Iporã do Oeste 7.695 2.851
Oeste Catarinense Ipuaçu 6.275 967
Oeste Catarinense Ipumirim 6.729 2.484
Oeste Catarinense Iraceminha 4.010 1.222
Oeste Catarinense Irani 9.287 5.058
Oeste Catarinense Irati 2.069 412
Oeste Catarinense Itá 6.829 3.422
Oeste Catarinense Itapiranga 13.432 5.382
Oeste Catarinense Jaborá 4.085 1.362
173
Oeste Catarinense Jardinópolis 1.867 815
Oeste Catarinense Joaçaba 24.708 21.688
Oeste Catarinense Jupiá 2.136 671
Oeste Catarinense Lacerdópolis 2.221 983
Oeste Catarinense Lajeado Grande 1.633 476
Oeste Catarinense Lebon Régis 12.132 6.980
Oeste Catarinense Lindóia do Sul 4.573 1.321
Oeste Catarinense Luzerna 5.699 3.964
Oeste Catarinense Macieira 1.712 304
Oeste Catarinense Maravilha 18.879 14.226
Oeste Catarinense Marema 2.467 941
Oeste Catarinense Matos Costa 3.646 1.250
Oeste Catarinense Modelo 3.781 2.201
Oeste Catarinense Mondaí 8.432 4.049
Oeste Catarinense Nova Erechim 3.763 1.720
Oeste Catarinense Nova Itaberaba 4.298 425
Oeste Catarinense Novo Horizonte 7.772 723
Oeste Catarinense Ouro 7.772 4.165
Oeste Catarinense Ouro Verde 2.154 625
Oeste Catarinense Paial 2.001 259
Oeste Catarinense Palma Sola 7.872 3.192
Oeste Catarinense Palmitos 15.154 8.006
Oeste Catarinense Paraíso 4.179 1.302
Oeste Catarinense Passos Maia 5.552 748
Oeste Catarinense Peritiba 3.251 1.317
Oeste Catarinense Pinhalzinho 13.219 9.313
Oeste Catarinense Pinheiro Preto 2.911 1.141
Oeste Catarinense Piratuba 6.275 2.710
Oeste Catarinense Planalto Alegre 2.394 739
Oeste Catarinense Ponte Serrada 11.344 7.230
Oeste Catarinense Presidente Castelo Branco 2.082 457
Oeste Catarinense Princesa 2.470 568
Oeste Catarinense Quilombo 10.188 4.697
Oeste Catarinense Rio das Antas 6.322 2.226
Oeste Catarinense Riqueza 4.594 1.277
Oeste Catarinense Romelândia 5.137 2.120
Oeste Catarinense Saltinho 3.449 899
Oeste Catarinense Salto Veloso 4.115 2.834
Oeste Catarinense Santa Helena 2.393 740
Oeste Catarinense Santa Terezinha do Progresso 3.076 426
Oeste Catarinense Santiago do Sul 1.573 521
Oeste Catarinense São Bernadino 2.703 529
Oeste Catarinense São Carlos 8.890 5.347
Oeste Catarinense São Domingos 8.912 5.430
Oeste Catarinense São João do Oeste 5.344 1.494
Oeste Catarinense São José do Cedro 13.112 6.659
Oeste Catarinense São Lousenço do Oeste 20.005 13.407
Oeste Catarinense São Miguel da Boa Vista 1.708 331
Oeste Catarinense São Miguel do Oeste 32.928 27.392
Oeste Catarinense Saudades 7.960 2.897
Oeste Catarinense Seara 17.221 10.263
Oeste Catarinense Serra Alta 3.058 1.201
Oeste Catarinense Sul Brasil 2.728 744
174
Oeste Catarinense Tangará 8.234 4.233
Oeste Catarinense Tigrinhos 1.919 213
Oeste Catarinense Treze Tílias 5.257 2.907
Oeste Catarinense Tunápolis 4.416 1.217
Oeste Catarinense União do Oeste 3.336 994
Oeste Catarinense Vargeão 3.489 1.380
Oeste Catarinense Vargem Bonita 4.835 2.199
Oeste Catarinense Videira 45.699 35.787
Oeste Catarinense Xanxerê 39.812 32.385
Oeste Catarinense Xavantina 4.118 946
Oeste Catarinense Xaxim 24.432 16.058
Serrana Abdon Batista 2.534 713
Serrana Anita Garibaldi 10.077 4.188
Serrana Bocaina do Sul 3.151 415
Serrana Bom Jardim da Serra 4.041 2.123
Serrana Bom Restiro 8.397 5.336
Serrana Brunópolis 3.281 707
Serrana Campo Belo do Sul 8.068 4.440
Serrana Campos Novos 28.842 22.556
Serrana Capão Alto 3.110 604
Serrana Celso Ramos 2.529 638
Serrana Cerro Negro 3.553 394
Serrana Correia Pinto 16.992 12.046
Serrana Curitibanos 37.460 32.438
Serrana Frei Rogério 3.173 487
Serrana Lages 165.068 153.582
Serrana Monte Carlos 10.258 7.305
Serrana Otacílio 14.660 12.811
Serrana Painel 2.452 1.142
Serrana Palmeira 2.261 771
Serrana Ponte Alta 5.381 3.783
Serrana Ponte Alta do Norte 3.531 233
Serrana Rio Rufino 2.032 553
Serrana Santa Cecília 15.926 11.617
Serrana São Cristovão do Sul 4.913 2.719
Serrana São Joaquim 23.114 16.129
Serrana São José do Cerrito 9.776 2.152
Serrana Urubici 10.509 6.661
Serrana Urupema 2.554 1.185
Serrana Vargem 3.203 651
Serrana Zortéa 2.804 2.053
Sul Catarinense Araranguá 60.076 45.052
Sul Catarinense Armazém 7.272 2.625
Sul Catarinense Balneário Arroio do Silva 7.001 5.876
Sul Catarinense Balneário Gaivota 6.298 2.977
Sul Catarinense Braço do norte 28.912 17.879
Sul Catarinense Capivari de Baixo 19.934 17.436
Sul Catarinense Cocal do Sul 14.662 11.407
Sul Catarinense Criciúma 182.785 153.049
Sul Catarinense Ermo 2.056 593
Sul Catarinense Forquilhinha 20.549 14.556
Sul Catarinense Garopaba 14.829 10.722
Sul Catarinense Grão Pará 6.167 2.674
175
Sul Catarinense Gravatal 7.210 3.864
Sul Catarinense Içara 54.041 39.570
Sul Catarinense Imaruí 12.364 3.909
Sul Catarinense Imbituba 38.141 34.527
Sul Catarinense Jacinto Machado 10.620 4.538
Sul Catarinense Jaquaruna 15.608 10.238
Sul Catarinense Laguna 48.956 37.284
Sul Catarinense Lauro Müller 13.434 9.923
Sul Catarinense Maracajá 6.002 3.521
Sul Catarinense Meleiro 6.950 3.207
Sul Catarinense Morro da Fumaça 15.668 11.154
Sul Catarinense Morro Grande 2.860 737
Sul Catarinense Nova Veneza 12.339 7.199
Sul Catarinense Orleans 20.026 12.813
Sul Catarinense Passo de Torres 5.253 3.522
Sul Catarinense Pedras Grandes 4.849 865
Sul Catarinense Praia Grande 7.136 3.937
Sul Catarinense Rio Fortuna 4.395 1.213
Sul Catarinense Sangão 9.347 3.624
Sul Catarinense Santa Rosa de Lima 2.064 423
Sul Catarinense Santa Rosa do Sul 8.109 3.042
Sul Catarinense São João do Sul 15.936 1.143
Sul Catarinense São Ludgero 9.911 5.995
Sul Catarinense São Martinho 3.221 888
Sul Catarinense Siderópolis 12.776 9.103
Sul Catarinense Sombrio 25.274 15.925
Sul Catarinense Timbé do Sul 5.193 1.683
Sul Catarinense Treviso 3.393 1.561
Sul Catarinense Treze de Maio 6.980 1.764
Sul Catarinense Tubarão 93.238 69.925
Sul Catarinense Turvo 11.118 5.637
Sul Catarinense Urussanga 19.110 10.650
Vale do Itajaí Agrolândia 8.133 4.634
Vale do Itajaí Agronômica 4.506 872
Vale do Itajaí Apiúna 8.925 3.606
Vale do Itajaí Ascurra 7.330 6.119
Vale do Itajaí Atalanta 3.289 1.133
Vale do Itajaí Aurora 5.170 1.482
Vale do Itajaí Balneário Camboriú 90.461 73.455
Vale do Itajaí Balneário Piçarras 12.438 8.615
Vale do Itajaí Barra Velha 18.095 14.566
Vale do Itajaí Benedito Novo 9.423 4.901
Vale do Itajaí Blumenau 287.350 241.943
Vale do Itajaí Bombinhas 10.759 8.716
Vale do Itajaí Botuverá 3.603 803
Vale do Itajaí Braço do Trombudo 3.531 1.622
Vale do Itajaí Brusque 85.218 73.256
Vale do Itajaí Camboriú 49.469 39.427
Vale do Itajaí Chapadão do Lageado 2.547 289
Vale do Itajaí Dona Emma 3.151 1.368
Vale do Itajaí Doutor Pedrinho 3.126 1.669
Vale do Itajaí Gapar 51.955 29.601
Vale do Itajaí Guabiruba 14.552 12.048
176
Vale do Itajaí Ibirama 16.923 13.115
Vale do Itajaí Ilhota 11.152 6.445
Vale do Itajaí Imbuia 5.203 1.955
Vale do Itajaí Indaial 45.343 38.382
Vale do Itajaí Itajaí 161.121 141.950
Vale do Itajaí Itapema 32.894 24.781
Vale do Itajaí Ituporanga 19.905 11.664
Vale do Itajaí José Boiteux 4.634 1.466
Vale do Itajaí Laurentino 5.440 3.238
Vale do Itajaí Lontras 8.793 5.309
Vale do Itajaí Luís Alves 8.761 2.124
Vale do Itajaí Mirim Doce 2.647 1.158
Vale do Itajaí Navegantes 47.349 36.650
Vale do Itajaí Penha 20.023 15.993
Vale do Itajaí Petrolândia 6.067 1.811
Vale do Itajaí Pomerode 23.849 18.713
Vale do Itajaí Porto Belo 12.627 9.973
Vale do Itajaí Pouso Redondo 12.607 6.368
Vale do Itajaí Presidente Getúlio 12.826 7.867
Vale do Itajaí Presidente Nereu 2.064 776
Vale do Itajaí Rio do Campo 6.335 2.288
Vale do Itajaí Rio do Oeste 6.609 2.626
Vale do Itajaí Rio do Sul 54.713 48.418
Vale do Itajaí Rio dos Cedros 9.091 3.758
Vale do Itajaí Rodeio 10.898 8.866
Vale do Itajaí Salete 7.136 4.583
Vale do Itajaí São João do Itaperiú 3.398 1.454
Vale do Itajaí Taió 16.153 7.887
Vale do Itajaí Timbó 32.207 26.783
Vale do Itajaí Trombudo Central 5.755 3.154
Vale do Itajaí Vidal Ramos 5.975 1.497
Vale do Itajaí Vitor Meireles 5.330 1.098
Vale do Itajaí Witmarsum 3.091 612
Fonte: FECAM - Guia dos municípios catarinenses
177
ANEXO III – Composição da Receita Municipal
COMPOSIÇÃO DA RECEITA MUNICIPAL
Receita Município
Mesorregião
Corrente Tributária Transf. Tribut Outras Receitas
Abdon Batista Serrana NI NI NI NI
Abelardo Luz Oeste Catarinense NI NI NI NI
Agrolândia Vale do Itajaí 444.647.459,00 46.453.460,00 390.439.753,00 7.754.246,00
Agronômica Vale do Itajaí 335.257.507,00 9.155.532,00 316.340.625,00 9.761.350,00
Água Doce Oeste Catarinense 5.269.320,30 299.150,09 4.771.874,16 198.296,05
Águas de Chapecó Oeste Catarinense 3.634.655,00 130.079,00 3.410.094,00 94.482,00
Águas Frias Oeste Catarinense 300.869.684,00 8.489.267,00 287.648.887,00 4.731.530,00
Águas Mornas Grande Florianópolis NI NI NI NI
Alfredo Wagner Grande Florianópolis 5.767.804,27 271.434,03 4.999.135,47 497.234,77
Alto Bela Vista Oeste Catarinense 3.846.773,72 85.185,11 2.830.752,53 930.836,08
Anchieta Oeste Catarinense 4.786.248,97 309.137,39 4.354.177,05 122.934,53
Angelina Grande Florianópolis 3.678.808,00 186.790,00 3.233.632,00 258.386,00
Anita Garibaldi Serrana 5.342.040,95 978.865,01 4.298.447,26 64.728,68
Anitápolis Grande Florianópolis 3.548.841,58 73.089,97 3.157.976,56 317.775,05
Antônio Carlos Grande Florianópolis 5.523.633,06 291.481,68 4.681.601,57 550.549,81
Apiúna Vale do Itajaí 5.847.850,00 270.442,00 5.443.844,00 133.564,00
Arabutã Oeste Catarinense 3.843.023,98 89.373,48 3.529.003,12 224.647,38
Araquari Norte Catarinense 10.005.523,09 824.573,55 8.152.157,80 1.028.791,74
Araranguá Sul Catarinense NI NI NI NI
Armazém Sul Catarinense NI NI NI NI
Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.938.350,31 133.749,31 3.343.193,83 461.407,17
Arvoredo Oeste Catarinense 3.046.681,88 22.152,52 2.990.909,44 33.619,92
Ascurra Vale do Itajaí 4.241.991,51 330.807,80 3.847.937,33 63.246,38
Atalanta Vale do Itajaí 3.288.905,04 53.865,41 3.134.613,39 100.426,24
Aurora Vale do Itajaí 4.097.353,42 161.662,13 3.818.952,65 116.738,64
Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 4.687.619,42 975.325,56 3.126.275,73 586.018,13
Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 6.557.993,75 923.730,24 5.027.636,55 606.626,96
Balneário Camboriú Vale do Itajaí NI NI NI NI
Balneário Gaivota Sul Catarinense 3.664.857,78 439.538,56 3.048.620,14 176.699,08
Balneário Piçarras Vale do Itajaí NI NI NI NI
Bandeirante Oeste Catarinense 3.339.261,68 77.001,80 3.243.285,00 18.974,88
Barra Bonita Oeste Catarinense 2.991.169,05 70.511,55 2.883.377,10 37.280,40
Barra Velha Vale do Itajaí 10.517.575,97 2.321.702,21 6.947.251,16 1.248.622,60
Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 3.698.343,70 86.036,32 3.536.663,60 75.643,78
Belmonte Oeste Catarinense 2.806.983,83 46.947,69 2.652.565,20 107.470,94
Benedito Novo Vale do Itajaí 5.214.416,16 464.495,24 4.205.824,56 544.096,36
Biguaçu Grande Florianópolis NI NI NI NI
Blumenau Vale do Itajaí 266.024.898,24 49.532.922,27 148.881.466,51 67.610.509,46
Bocaina do Sul Serrana 3.329.702,84 103.932,19 3.192.666,35 33.104,30
Bom Jardim da Serra Serrana 3.319.107,47 109.421,80 3.126.921,60 82.764,07
Bom Jesus Oeste Catarinense 3.176.628,35 113.243,24 3.014.143,57 49.241,54
Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.868.252,91 78.818,32 2.752.048,62 37.385,97
Bom Retiro Serrana 4.661.269,73 373.382,27 4.166.505,90 121.381,56
Bombinhas Vale do Itajaí 11.931.822,46 5.777.505,13 3.982.998,13 2.171.319,20
Botuverá Vale do Itajaí 3.322.685,54 96.748,89 2.986.575,73 239.360,92
Braço do norte Sul Catarinense 13.673.537,85 1.400.169,98 11.554.566,29 718.801,58
Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.805.662,00 243.880,00 3.440.239,00 121.543,00
Brunópolis Serrana 3.315.886,54 67.266,36 3.214.669,76 33.950,42
178
Brusque Vale do Itajaí 67.725.833,41 10.579.016,92 38.044.019,01 19.102.797,48
Caçador Oeste Catarinense NI NI NI NI
Caibi Oeste Catarinense NI NI NI NI
Calmon Oeste Catarinense 3.729.775,79 49.993,18 3.679.782,61
Camboriú Vale do Itajaí 17.538.871,43 2.295.233,34 13.192.794,29 2.050.843,80
Campo Alegre Norte Catarinense 7.267.225,76 708.170,50 5.826.525,07 732.530,19
Campo Belo do Sul Serrana NI NI NI NI
Campo Erê Oeste Catarinense 6.821.828,41 542.254,41 5.942.714,35 336.859,65
Campos Novos Serrana 20.257.813,63 2.936.637,27 14.548.569,43 2.772.606,93
Canelinha Grande Florianópolis 4.476.596,07 335.656,36 3.899.133,01 241.806,70
Canoinhas Norte Catarinense 26.087.538,95 2.749.606,24 22.107.856,22 1.230.076,49
Capão Alto Serrana NI NI NI NI
Capinzal Oeste Catarinense 14.490.582,86 799.454,64 11.345.915,79 2.345.212,43
Capivari de Baixo Sul Catarinense 15.751.394,43 2.024.543,74 13.187.629,82 539.220,87
Catanduvas Oeste Catarinense 7.299.488,53 312.487,68 6.665.204,80 321.796,05
Caxambu do Sul Oeste Catarinense 4.118.091,99 138.526,69 3.884.412,05 95.153,25
Celso Ramos Serrana NI NI NI NI
Cerro Negro Serrana NI NI NI NI
Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.815.247,14 43.241,23 2.756.889,50 15.116,41
Chapecó Oeste Catarinense 102.527.498,22 20.617.390,36 71.188.869,60 10.721.238,26
Cocal do Sul Sul Catarinense NI NI NI NI
Concórdia Oeste Catarinense 48.468.398,40 5.513.596,73 36.702.161,66 6.252.640,01
Cordilheira Alta Oeste Catarinense 4.301.621,83 197.789,15 3.982.842,03 120.990,65
Coronel Freitas Oeste Catarinense NI NI NI NI
Coronel Martins Oeste Catarinense 3.133.466,93 93.505,42 2.879.464,84 160.496,67
Correia Pinto Serrana 14.892.930,16 871.781,03 13.361.421,94 659.727,19
Corupá Norte Catarinense NI NI NI NI
Criciúma Sul Catarinense 108.100.800,24 18.837.311,29 80.578.321,09 8.685.167,86
Cunha Porã Oeste Catarinense 5.375.397,02 401.366,18 4.581.991,27 392.039,57
Cunhataí Oeste Catarinense 2.916.687,86 74.183,72 2.753.047,98 89.456,16
Curitibanos Serrana 17.758.119,72 2.359.169,96 13.281.069,63 2.117.880,13
Descanso Oeste Catarinense 6.200.638,46 245.535,23 5.736.171,49 218.931,74
Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 7.042.132,61 479.860,61 616.783,18 5.945.488,82
Dona Emma Vale do Itajaí 3.170.767,65 184.621,29 2.805.653,34 180.493,02
Doutor Pedrinho Vale do Itajaí NI NI NI NI
Entre Rios Oeste Catarinense 3.459.350,73 58.802,68 3.356.116,31 44.431,74
Ermo Sul Catarinense 3.104.476,42 59.125,80 2.967.406,63 77.943,99
Erval Velho Oeste Catarinense 3.534.499,48 116.759,47 3.226.493,65 191.246,36
Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 7.097.378,89 233.119,86 6.738.592,15 125.666,88
Flor do Sertão Oeste Catarinense 2.731.367,02 61.964,08 2.631.701,68 37.701,26
Florianópolis Grande Florianópolis 282.899.758,94 128.878.824,03 118.973.451,06 35.047.483,85
Formosa do Sul Oeste Catarinense 3.157.359,56 82.486,34 3.012.330,76 62.542,46
Forquilhinha Sul Catarinense 14.578.805,37 830.615,20 12.611.120,00 1.137.070,17
Fraiburgo Oeste Catarinense 22.612.005,04 2.105.368,77 18.730.526,88 1.776.109,39
Frei Rogério Serrana 3.082.477,34 50.401,78 2.966.718,19 65.357,37
Galvão Oeste Catarinense 3.662.026,82 137.782,35 3.395.761,11 128.483,36
Garopaba Sul Catarinense 8.074.017,51 1.683.200,31 5.510.828,04 879.989,16
Garuva Norte Catarinense NI NI NI NI
Gapar Vale do Itajaí 27.409.081,48 3.922.670,24 16.827.076,71 6.659.334,53
Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 6.689.759,49 1.382.505,56 4.605.943,62 701.310,31
Grão Pará Sul Catarinense 4.619.859,07 260.734,16 4.019.673,49 339.451,42
Gravatal Sul Catarinense NI NI NI NI
Guabiruba Vale do Itajaí 6.637.617,02 522.021,74 5.815.390,81 300.204,47
179
Guaraciaba Oeste Catarinense 5.571.910,70 270.462,48 4.930.078,26 371.369,96
Guaramirim Norte Catarinense 17.288.333,09 1.562.700,27 14.717.981,93 1.007.650,89
Guarujá do Sul Oeste Catarinense 3.451.700,18 165.294,75 3.138.792,71 147.612,72
Guatambú Oeste Catarinense 4.120.005,56 108.139,20 3.964.565,82 47.300,54
Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 10.972.068,92 762.376,36 8.931.375,60 1.278.316,96
Ibiam Oeste Catarinense 3.092.185,00 47.207,00 2.966.538,00 78.440,00
Ibicaré Oeste Catarinense 3.332.707,97 127.640,23 3.151.511,89 53.555,85
Ibirama Vale do Itajaí 8.734.724,49 1.237.461,31 6.784.744,26 712.518,92
Içara Sul Catarinense 23.678.978,33 2.913.381,53 18.593.364,50 2.172.232,30
Ilhota Vale do Itajaí 7.490.951,27 274.625,79 7.016.674,66 199.650,82
Imaruí Sul Catarinense 6.287.571,30 172.239,68 5.412.023,04 703.308,58
Imbituba Sul Catarinense 16.161.903,96 2.105.220,49 13.015.425,65 1.041.257,82
Imbuia Vale do Itajaí 3.849.541,63 138.185,82 3.585.607,82 125.747,99
Indaial Vale do Itajaí 26.113.861,28 3.211.445,12 18.602.604,92 4.299.811,24
Imorê Oeste Catarinense 4.201.282,17 284.251,41 3.772.115,10 144.915,66
Ipira Oeste Catarinense 3.821.167,72 241.001,06 3.484.693,53 95.473,13
Iporã do Oeste Oeste Catarinense 4.986.980,56 412.959,92 4.404.289,04 169.731,60
Ipuaçu Oeste Catarinense 4.797.980,72 204.408,92 4.532.622,13 60.949,67
Ipumirim Oeste Catarinense 5.280.356,90 148.828,51 5.048.834,15 82.694,24
Iraceminha Oeste Catarinense 2.925.431,04 100.255,42 2.712.742,75 112.432,87
Irani Oeste Catarinense 5.512.697,28 390.903,02 4.985.691,73 136.102,53
Irati Oeste Catarinense 2.817.537,72 57.137,36 2.703.872,64 56.527,72
Irineópolis Norte Catarinense 4.658.590,62 220.575,21 4.341.960,21 96.055,20
Itá Oeste Catarinense 7.084.420,78 365.605,87 5.763.133,22 955.681,69
Itaiópolis Norte Catarinense 10.255.820,91 485.404,03 8.720.339,57 1.050.077,31
Itajaí Vale do Itajaí 145.717.383,80 24.792.285,19 86.807.147,77 34.117.950,84
Itapema Vale do Itajaí 25.004.440,36 10.491.453,86 11.311.653,72 3.201.332,78
Itapiranga Oeste Catarinense 10.088.927,46 533.909,02 8.449.710,74 1.105.307,70
Itapoá Norte Catarinense 11.921.921,00 3.566.226,00 4.087.481,00 4.268.214,00
Ituporanga Vale do Itajaí 9.014.445,02 1.142.667,06 7.589.739,38 282.038,58
Jaborá Oeste Catarinense 4.270.084,29 158.386,11 4.014.107,90 97.590,28
Jacinto Machado Sul Catarinense NI NI NI NI
Jaquaruna Sul Catarinense NI NI NI NI
Jaraguá do Sul Norte Catarinense 114.190.755,24 16.397.043,34 67.924.714,16 29.868.997,74
Jardinópolis Oeste Catarinense NI NI NI NI
Joaçaba Oeste Catarinense 24.844.796,03 3.633.899,37 14.039.796,89 7.171.099,77
Joinville Norte Catarinense 368.619.374,14 72.091.888,48 224.046.530,73 72.480.954,93
José Boiteux Vale do Itajaí 3.329.376,41 102.826,58 3.153.395,59 73.154,24
Jupiá Oeste Catarinense 2.857.325,31 52.920,78 2.758.057,47 46.347,06
Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.867.983,36 67.834,80 2.746.977,31 53.171,25
Lages Serrana 97.286.184,45 12.225.758,24 68.459.368,13 16.601.058,08
Laguna Sul Catarinense 18.101.008,36 2.902.884,24 13.224.150,94 1.973.973,18
Lajeado Grande Oeste Catarinense 3.016.105,88 108.350,43 2.833.927,67 73.827,78
Laurentino Vale do Itajaí 3.555.026,78 213.848,52 3.237.977,68 103.200,58
Lauro Müller Sul Catarinense 7.009.650,81 326.373,70 5.574.722,30 1.108.554,81
Lebon Régis Oeste Catarinense 6.548.494,57 189.008,65 6.215.790,25 143.695,67
Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.436.691,86 82.085,15 3.100.890,57 253.716,14
Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.508.784,01 118.184,39 4.059.525,46 331.074,16
Lontras Vale do Itajaí 4.550.233,76 319.254,41 3.972.128,37 258.850,98
Luís Alves Vale do Itajaí NI NI NI NI
Luzerna Oeste Catarinense 4.404.083,82 446.896,68 3.854.633,41 102.553,73
Macieira Oeste Catarinense 2.896.086,99 57.816,75 2.825.088,90 13.181,34
Mafra Norte Catarinense 19.778.935,69 2.688.829,47 14.307.945,72 2.782.160,50
180
Major Gercino Grande Florianópolis 2.894.494,23 48.986,44 2.792.687,38 52.820,41
Major Vieira Norte Catarinense 4.221.347,71 121.777,89 3.552.375,08 547.194,74
Maracajá Sul Catarinense 4.456.952,68 188.775,99 3.936.995,53 331.181,16
Maravilha Oeste Catarinense NI NI NI NI
Marema Oeste Catarinense 3.678.333,37 74.101,36 3.497.843,89 106.388,12
Massaranduba Norte Catarinense 7.643.813,27 538.559,74 6.629.979,58 475.273,95
Matos Costa Oeste Catarinense 3.185.231,44 80.611,57 2.880.872,66 223.747,21
Meleiro Sul Catarinense 4.875.531,84 241.615,75 4.545.422,57 88.493,52
Mirim Doce Vale do Itajaí 3.095.738,26 54.478,10 2.952.270,07 88.990,09
Modelo Oeste Catarinense 3.596.357,68 209.109,92 3.325.775,61 61.472,15
Mondaí Oeste Catarinense 6.131.415,70 303.029,93 5.596.024,49 232.361,28
Monte Carlo Serrana NI NI NI NI
Monte Castelo Norte Catarinense 3.710.190,77 170.269,02 3.467.258,75 72.663,00
Morro da Fumaça Sul Catarinense 8.927.899,22 532.269,90 8.139.275,82 256.353,50
Morro Grande Sul Catarinense 3.360.794,74 71.829,04 3.213.080,58 75.885,12
Navegantes Vale do Itajaí 20.423.896,87 3.098.838,99 15.831.235,73 1.493.822,15
Nova Erechim Oeste Catarinense 3.842.771,52 172.658,55 3.522.074,45 148.038,52
Nova Itaberaba Oeste Catarinense NI NI NI NI
Nova Trento Grande Florianópolis 6.123.180,40 650.900,00 4.578.234,12 894.046,28
Nova Veneza Sul Catarinense NI NI NI NI
Novo Horizonte Oeste Catarinense 3.364.429,84 64.115,95 2.983.772,26 316.541,63
Orleans Sul Catarinense 11.666.236,94 816.432,37 9.592.003,26 1.257.801,31
Otacílio Costa Serrana 12.450.145,36 833.039,20 11.324.401,67 292.704,49
Ouro Oeste Catarinense 4.543.933,62 150.260,74 4.275.806,65 117.866,23
Ouro Verde Oeste Catarinense NI NI NI NI
Paial Oeste Catarinense 2.740.407,62 57.396,90 2.631.999,96 51.010,76
Painel Serrana 3.024.356,28 80.500,58 2.922.486,87 21.368,83
Palhoça Grande Florianópolis 37.190.350,95 7.748.834,72 22.741.361,40 6.700.154,83
Palma Sola Oeste Catarinense 4.959.054,04 163.650,72 4.644.544,96 150.858,36
Palmeira Serrana 2.657.230,88 48.312,24 2.563.727,92 45.190,72
Palmitos Oeste Catarinense 8.379.110,60 679.836,02 7.379.638,43 319.636,15
Papanduva Norte Catarinense 7.390.318,14 396.950,48 6.515.042,26 478.325,40
Paraíso Oeste Catarinense 3.407.044,29 116.335,95 3.193.734,79 96.973,55
Passo de Torres Sul Catarinense NI NI NI NI
Passos Maia Oeste Catarinense 4.020.352,96 119.393,87 3.643.007,67 257.951,42
Paulo Lopes Grande Florianópolis 3.969.233,07 203.465,19 3.495.504,95 270.262,93
Pedras Grandes Sul Catarinense 3.388.790,10 91.425,87 3.244.030,29 53.333,94
Penha Vale do Itajaí 12.004.894,88 3.017.186,49 7.578.941,57 1.408.766,82
Peritiba Oeste Catarinense 3.391.751,84 103.260,81 3.089.370,65 199.120,38
Petrolândia Vale do Itajaí 4.001.336,97 93.173,79 3.838.111,16 70.052,02
Piçarras Vale do Itajaí NI NI NI NI
Pinhalzinho Oeste Catarinense 8.158.284,43 1.153.803,13 6.522.709,13 481.772,17
Pinheiro Preto Oeste Catarinense 3.446.419,59 56.702,87 3.047.738,66 341.978,06
Piratuba Oeste Catarinense 4.745.840,44 723.142,89 3.400.303,47 622.394,08
Planalto Alegre Oeste Catarinense 3.077.896,58 109.484,98 2.888.293,76 80.117,84
Pomerode Vale do Itajaí 20.096.332,17 2.893.596,99 13.147.036,91 4.055.698,27
Ponte Alta Serrana 3.530.407,17 151.314,49 3.303.356,63 75.736,05
Ponte Alta do Norte Serrana 3.606.973,00 139.286,00 3.416.319,00 51.368,00
Ponte Serrada Oeste Catarinense 6.534.486,58 283.639,33 6.167.053,65 83.793,60
Porto Belo Vale do Itajaí 7.726.046,31 2.202.895,35 4.726.913,79 796.237,17
Porto União Norte Catarinense 15.141.169,43 3.018.767,25 9.584.563,82 2.537.838,36
Pouso Redondo Vale do Itajaí 6.177.250,49 342.758,49 5.553.181,14 281.310,86
Praia Grande Sul Catarinense 3.789.848,00 109.539,00 3.657.726,00 22.583,00
181
Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 3.538.879,96 33.352,79 3.429.172,11 76.355,06
Presidente Getúlio Vale do Itajaí 7.209.127,78 963.576,92 6.044.754,60 200.796,26
Presidente Nereu Vale do Itajaí 3.224.942,89 54.902,69 2.852.221,88 317.818,32
Princesa Oeste Catarinense NI NI NI NI
Quilombo Oeste Catarinense 8.498.359,38 357.411,83 7.972.818,62 168.128,93
Rancho Queimado Grande Florianópolis 3.010.804,46 139.947,97 2.590.470,65 280.385,84
Rio das Antas Oeste Catarinense 5.804.573,61 189.740,67 4.892.984,28 721.848,66
Rio do Campo Vale do Itajaí 3.883.913,83 136.789,33 3.534.971,60 212.152,90
Rio do Oeste Vale do Itajaí 4.437.709,58 299.524,68 3.992.187,74 145.997,16
Rio do Sul Vale do Itajaí 39.257.675,18 6.796.851,17 26.507.182,83 5.953.641,18
Rio dos Cedros Vale do Itajaí 5.304.900,75 429.022,90 4.457.246,31 418.631,54
Rio Fortuna Sul Catarinense 3.656.555,73 112.298,64 3.446.163,54 98.093,55
Rio Negrinho Norte Catarinense NI NI NI NI
Rio Rufino Serrana NI NI NI NI
Riqueza Oeste Catarinense 3.835.666,84 97.237,22 3.624.112,84 114.316,78
Rodeio Vale do Itajaí 5.107.879,32 364.017,08 4.546.992,94 196.869,30
Romelândia Oeste Catarinense 3.719.898,25 120.908,04 3.532.874,16 66.116,05
Salete Vale do Itajaí 5.158.364,60 313.114,29 4.522.838,19 322.412,12
Saltinho Oeste Catarinense 3.208.223,78 62.532,38 3.054.604,12 91.087,28
Salto Veloso Oeste Catarinense 4.871.935,00 105.804,00 4.619.700,00 146.431,00
Sangão Sul Catarinense 4.023.633,00 148.863,03 3.796.475,95 78.294,02
Santa Cecília Serrana NI NI NI NI
Santa Helena Oeste Catarinense 3.019.087,86 66.265,96 2.865.447,90 87.374,00
Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 3.052.787,73 37.975,23 2.930.026,76 84.785,74
Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 4.244.946,99 141.635,21 3.778.011,31 325.300,47
Santa Terezinha Norte Catarinense 4.685.127,28 82.041,70 4.528.439,40 74.646,18
Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense NI NI NI NI
Santiago do Sul Oeste Catarinense NI NI NI NI
Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 9.351.943,62 1.384.915,15 3.828.509,12 4.138.519,35
São Bento do Sul Norte Catarinense 58.388.318,81 9.392.981,88 35.649.675,63 13.345.661,30
São Bernardino Oeste Catarinense 3.186.580,95 71.164,70 2.970.431,41 144.984,84
São Bonifácio Grande Florianópolis 2.866.508,20 73.277,56 2.672.309,43 120.921,21
São Carlos Oeste Catarinense 5.398.075,00 282.234,00 4.912.941,00 202.900,00
São Cristovão do Sul Serrana 4.362.493,41 117.015,42 3.971.055,72 274.422,27
São Domingos Oeste Catarinense 6.176.776,19 498.779,48 5.352.055,57 325.941,14
São Francisco do Sul Norte Catarinense 46.909.886,88 9.913.864,65 20.644.193,56 16.351.828,67
São João Batista Grande Florianópolis 9.450.477,98 974.358,33 7.364.185,69 1.111.933,96
São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.162.731,33 68.948,46 3.061.107,73 32.675,14
São João do Oeste Oeste Catarinense 4.563.864,57 404.586,37 4.047.697,50 111.580,70
São João do Sul Sul Catarinense 3.910.427,59 91.322,01 3.751.924,83 67.180,75
São Joaquim Serrana 12.383.510,91 939.811,98 9.709.358,48 1.734.340,45
São José Grande Florianópolis 97.211.745,19 21.501.313,25 65.137.472,54 10.572.959,40
São José do Cedro Oeste Catarinense 7.277.972,42 593.555,50 6.454.315,23 230.101,69
São José do Cerrito Serrana 5.254.373,38 128.361,28 5.026.143,50 99.868,60
São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 12.370.201,94 1.056.850,37 10.905.915,79 407.435,78
São Ludgero Sul Catarinense 6.267.319,19 333.233,24 5.780.257,17 153.828,78
São Martinho Sul Catarinense 2.925.374,00 64.950,00 2.840.142,00 20.282,00
São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 2.760.463,91 51.864,40 2.670.893,03 37.706,48
São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 15.491.113,13 2.481.492,78 11.243.735,33 1.765.885,02
São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.509.649,01 307.322,09 2.942.570,16 259.756,76
Saudades Oeste Catarinense 5.661.326,91 291.518,96 5.155.377,49 214.430,46
Schroeder Norte Catarinense 6.439.348,00 501.998,62 5.717.361,46 219.987,92
Seara Oeste Catarinense 12.740.354,69 657.175,72 11.863.967,60 219.211,37
182
Serra Alta Oeste Catarinense 3.243.860,39 141.685,05 2.926.684,11 175.491,23
Siderópolis Sul Catarinense 8.547.024,90 825.473,26 7.546.414,55 175.137,09
Sombrio Sul Catarinense 10.933.328,18 556.429,10 9.533.953,45 842.945,63
Sul Brasil Oeste Catarinense 3.219.298,87 76.364,90 2.987.009,81 155.924,16
Taió Vale do Itajaí 9.595.039,01 985.239,46 7.965.333,30 644.466,25
Tangará Oeste Catarinense 6.838.946,72 326.703,82 6.094.348,58 417.894,32
Tigrinhos Oeste Catarinense NI NI NI NI
Tijucas Grande Florianópolis 15.736.372,42 1.515.378,12 13.083.830,55 1.137.163,75
Timbé do Sul Sul Catarinense 3.964.788,00 74.244,00 3.696.104,00 194.440,00
Timbó Vale do Itajaí 22.680.472,46 4.111.190,00 14.095.891,77 4.473.390,69
Timbó Grande Norte Catarinense 3.516.560,00 154.147,00 3.294.979,00 67.434,00
Três Barras Norte Catarinense NI NI NI NI
Treviso Sul Catarinense 5.062.990,69 113.007,02 4.895.646,61 54.337,06
Treze de Maio Sul Catarinense 3.885.008,52 104.812,93 3.714.018,77 66.176,82
Treze Tílias Oeste Catarinense 5.043.255,77 325.979,11 4.606.780,69 110.495,97
Trombudo Central Vale do Itajaí 4.608.939,93 361.706,42 4.079.789,58 167.443,93
Tubarão Sul Catarinense 42.505.679,01 7.620.652,69 31.964.790,21 2.920.236,11
Tunápolis Oeste Catarinense 4.158.428,18 147.376,34 3.745.615,15 265.436,69
Turvo Sul Catarinense 6.967.130,02 462.431,25 6.248.163,77 256.535,00
União do Oeste Oeste Catarinense NI NI NI NI
Urubici Serrana 5.709.983,66 379.200,28 5.128.146,58 202.636,80
Urupema Serrana NI NI NI NI
Urussanga Sul Catarinense 13.766.018,57 883.239,40 11.268.031,30 1.614.747,87
Vargeão Oeste Catarinense 3.879.252,60 157.752,82 3.609.543,94 111.955,84
Vargem Serrana 3.194.468,81 124.606,90 3.020.261,91 49.600,00
Vargem Bonita Oeste Catarinense 5.889.710,43 365.109,67 5.270.220,48 254.380,28
Vidal Ramos Vale do Itajaí 3.948.928,93 137.197,54 3.736.974,79 74.756,60
Videira Oeste Catarinense NI NI NI NI
Vitor Meireles Vale do Itajaí 3.758.724,77 148.845,18 3.507.530,67 102.348,92
Witmarsum Vale do Itajaí 3.410.428,21 60.135,33 3.119.663,45 230.629,43
Xanxerê Oeste Catarinense 21.494.512,98 3.438.975,23 16.068.504,24 1.987.033,51
Xavantina Oeste Catarinense 4.437.904,46 113.762,67 4.197.958,84 126.182,95
Xaxim Oeste Catarinense 14.239.390,84 1.413.163,56 12.371.780,28 454.447,00
Zortéa Serrana NI NI NI NI
TOTAL TOTAL 4.577.075.688,14 635.296.168,45 3.425.052.859,40 516.726.660,29
Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002
183
ANEXO IV – Composição da Receita Tributária Municipal
COMPOSIÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA
Receita Tributária Municípios
População
IPTU ISS ITBI Outros
TOTAL
Abdon Batista NI NI NI NI NI NI
Abelardo Luz NI NI NI NI NI NI
Agrolândia 8.133 11.827.240,00 10.800.835,00 2.801.604,00 21.023.781,00 46.453.460,00
Agronômica 4.506 1.512.102,00 2.310.984,00 1.683.303,00 3.649.143,00 9.155.532,00
Água Doce 6.870 51.456,59 22.443,80 81.797,23 143.452,47 299.150,09
Águas de Chapecó 5.443 23.844,00 18.822,00 13.800,00 73.613,00 130.079,00
Águas Frias 2.186 1.830.689,00 1.831.981,00 1.570.733,00 3.255.864,00 8.489.267,00
Águas Mornas NI NI NI NI NI NI
Alfredo Wagner 8.376 77.351,89 44.441,54 55.837,84 93.802,76 271.434,03
Alto Bela Vista 1.913 14.233,71 21.455,90 3.357,17 46.138,33 85.185,11
Anchieta 6.049 52.852,28 38.436,49 26.397,50 191.451,12 309.137,39
Angelina 5.524 29.347,00 21.708,00 20.653,00 115.082,00 186.790,00
Anita Garibaldi 10.077 43.965,42 770.066,78 94.138,78 70.694,03 978.865,01
Anitápolis 3.065 15.169,50 19.409,35 7.795,08 30.716,04 73.089,97
Antônio Carlos 6.855 72.549,07 121.079,08 21.944,88 75.908,65 291.481,68
Apiúna 8.925 82.571,00 37.248,00 22.143,00 128.480,00 270.442,00
Arabutã 4.204 34.284,32 14.709,77 8.735,40 31.643,99 89.373,48
Araquari 20.242 95.609,32 282.727,20 49.252,85 396.984,18 824.573,55
Araranguá NI NI NI NI NI NI
Armazém NI NI NI NI NI NI
Arroio Trinta 3.570 37.070,84 11.178,86 8.357,57 77.142,04 133.749,31
Arvoredo 2.112 3.299,26 7.399,32 8.028,27 3.425,67 22.152,52
Ascurra 7.330 71.624,78 31.363,07 17.599,99 210.219,96 330.807,80
Atalanta 3.289 12.080,62 9.367,72 6.277,11 26.139,96 53.865,41
Aurora 5.170 10.883,41 15.801,02 73.306,51 61.671,19 161.662,13
Balneário Arroio do Silva 7.001 507.684,06 52.916,60 107.267,33 307.457,57 975.325,56
Balneário Barra do Sul 7.356 663.127,75 56.008,20 3.937,42 200.656,87 923.730,24
Balneário Camboriú NI NI NI NI NI NI
Balneário Gaivota 6.298 339.019,12 9.310,51 36.834,66 54.374,27 439.538,56
Balneário Piçarras NI NI NI NI NI NI
Bandeirante 2.900 6.228,37 20.882,89 12.568,37 37.322,17 77.001,80
Barra Bonita 2.003 4.842,12 14.864,74 4.976,87 45.827,82 70.511,55
Barra Velha 18.095 1.446.665,29 153.735,95 186.000,93 535.300,04 2.321.702,21
Bela Vista do Toldo 5.719 8.066,30 20.249,50 9.423,77 48.296,75 86.036,32
Belmonte 2.251 12.829,28 5.891,49 7.927,30 20.299,62 46.947,69
Benedito Novo 9.423 108.131,52 73.765,58 40.704,73 241.893,41 464.495,24
Biguaçu NI NI NI NI NI NI
Blumenau 287.350 10.991.982,09 19.438.895,01 2.819.804,96 16.282.240,21 49.532.922,27
Bocaina do Sul 3.151 6.762,08 35.917,04 20.532,93 40.720,14 103.932,19
Bom Jardim da Serra 4.041 41.891,16 19.444,68 11.885,71 36.200,25 109.421,80
Bom Jesus 2.069 13.029,94 11.271,67 695,90 88.245,73 113.243,24
Bom Jesus do Oeste 2.095 13.750,24 17.465,58 14.987,08 32.615,42 78.818,32
Bom Restiro 8.397 55.971,41 35.789,42 86.732,57 194.888,87 373.382,27
Bombinhas 10.759 3.159.911,62 608.159,84 775.468,71 1.233.964,96 5.777.505,13
Botuverá 3.603 18.872,16 18.872,16 9.234,74 49.769,83 96.748,89
Braço do norte 28.912 389.746,18 349.677,88 76.496,59 584.249,33 1.400.169,98
Braço do Trombudo 3.531 71.760,00 19.436,00 13.352,00 139.332,00 243.880,00
Brunópolis 3.281 2.865,30 22.851,24 8.492,63 33.057,19 67.266,36
184
Brusque 85.218 2.369.124,60 2.245.646,69 638.617,51 5.325.628,12 10.579.016,92
Caçador NI NI NI NI NI NI
Caibí NI NI NI NI NI NI
Calmon 3.885 2.287,15 16.207,01 9.821,66 21.677,36 49.993,18
Camboriú 49.469 559.293,88 392.360,12 127.347,06 1.216.232,28 2.295.233,34
Campo Alegre 12.434 205.083,77 146.572,34 69.908,74 286.605,65 708.170,50
Campo Belo do Sul NI NI NI NI NI NI
Campo Erê 8.962 170.137,45 70.170,52 43.385,34 258.561,10 542.254,41
Campos Novos 28.842 350.683,74 1.871.364,02 131.095,05 583.494,46 2.936.637,27
Canelinha 9.434 84.302,56 53.262,41 23.986,02 174.105,37 335.656,36
Canoinhas 52.647 1.239.778,85 750.920,56 262.298,97 496.607,86 2.749.606,24
Capão Alto NI NI NI NI NI NI
Capinzal 23.167 358.725,85 144.473,14 84.975,94 211.279,71 799.454,64
Capivari de Baixo 19.934 441.536,92 1.194.131,85 65.811,63 323.063,34 2.024.543,74
Catanduvas 9.192 101.317,32 87.944,14 23.887,51 99.338,71 312.487,68
Caxambú do Sul 4.902 37.103,21 17.503,04 24.243,68 59.676,76 138.526,69
Celso Ramos NI NI NI NI NI NI
Cerro Negro NI NI NI NI NI NI
Chapadão do Lageado 2.547 9.644,69 10.134,83 12.883,73 10.577,98 43.241,23
Chapecó 165.220 5.573.894,56 6.513.523,07 1.094.798,41 7.435.174,32 20.617.390,36
Cocal do Sul NI NI NI NI NI NI
Concórdia 65.754 1.638.520,57 2.074.428,35 359.760,32 1.440.887,49 5.513.596,73
Cordilheira Alta 3.196 33.168,08 73.328,54 13.664,06 77.628,47 197.789,15
Coronel Freitas NI NI NI NI NI NI
Coronel Martins 1.905 11.672,08 14.617,12 4.259,00 62.957,22 93.505,42
Correia Pinto 16.992 94.602,63 373.621,60 78.032,60 325.524,20 871.781,03
Corupá NI NI NI NI NI NI
Criciúma 182.785 2.449.422,68 3.875.156,03 140.096,30 12.372.636,28 18.837.311,29
Cunha Porã 9.948 154.808,36 66.525,26 59.107,02 120.925,54 401.366,18
Cunhataí 1.740 4.474,88 24.665,86 9.807,51 35.235,47 74.183,72
Curitibanos 37.460 649.478,29 503.405,86 345.547,93 860.737,88 2.359.169,96
Descanso 8.356 66.018,15 40.292,53 35.329,24 103.895,31 245.535,23
Dionísio Cerqueira 14.522 131.161,85 77.651,05 55.807,47 215.240,24 479.860,61
Dona Emma 3.151 42.555,57 49.754,63 12.325,23 79.985,86 184.621,29
Doutor Pedrinho NI NI NI NI NI NI
Entre Rios 2.820 6.056,15 8.575,28 1.582,32 42.588,93 58.802,68
Ermo 2.056 8.098,94 16.013,79 12.268,46 22.744,61 59.125,80
Erval Velho 4.086 25.030,58 15.895,90 15.670,09 60.162,90 116.759,47
Faxinal dos Guedes 11.537 53.025,49 77.032,49 13.259,92 89.801,96 233.119,86
Flor do Sertão 1.621 4.023,19 15.627,57 5.978,00 36.335,32 61.964,08
Florianópolis 386.913 34.916.093,88 47.250.795,56 11.956.162,43 34.755.772,16 128.878.824,03
Formosa do Sul 2.119 26.754,54 16.892,01 10.550,39 28.289,40 82.486,34
Forquilhinha 20.549 198.365,29 332.127,02 70.272,42 229.850,47 830.615,20
Fraiburgo 36.180 434.950,54 760.673,08 123.807,66 785.937,49 2.105.368,77
Frei Rogério 3.173 6.708,42 13.851,42 9.622,62 20.219,32 50.401,78
Galvão 4.004 16.827,06 23.084,83 28.124,74 69.745,72 137.782,35
Gapar 51.955 725.798,39 1.514.409,36 217.839,59 1.464.622,90 3.922.670,24
Garopaba 14.829 786.450,47 103.867,58 269.201,62 523.680,64 1.683.200,31
Garuva 12.716 NI NI NI NI NI
Governador Celso Ramos 12.608 867.329,60 117.032,77 150.847,70 247.295,49 1.382.505,56
Grão Pará 6.167 82.207,93 32.626,67 22.997,00 122.902,56 260.734,16
Gravatal NI NI NI NI NI NI
Guabiruba 14.552 227.269,97 29.314,78 31.148,10 234.288,89 522.021,74
185
Guaraciaba 10.393 96.511,97 47.335,90 31.482,87 99.131,74 270.462,48
Guaramirim 28.944 425.780,80 406.962,15 251.228,57 478.728,75 1.562.700,27
Guarujá do Sul 4.655 37.324,37 26.512,41 18.011,92 83.446,05 165.294,75
Guatambú 4.728 10.831,53 19.156,98 22.774,00 55.376,69 108.139,20
Hereval d'Oeste 21.179 140.092,68 85.826,90 55.980,98 480.475,80 762.376,36
Ibiam 1.898 11.506,00 12.009,00 6.567,00 17.125,00 47.207,00
Ibicaré 3.408 35.313,38 5.376,08 9.594,68 77.356,09 127.640,23
Ibirama 16.923 484.026,09 256.127,92 50.757,12 446.550,18 1.237.461,31
Içara 54.041 1.244.266,06 576.700,58 374.331,66 718.083,23 2.913.381,53
Ilhota 11.152 88.400,10 61.346,59 35.245,51 89.633,59 274.625,79
Imaruí 12.364 24.074,80 65.919,49 31.007,29 51.238,10 172.239,68
Imbituba 38.141 628.677,44 989.444,05 87.347,03 399.751,97 2.105.220,49
Imbuia 5.203 39.898,50 14.621,85 27.384,90 56.280,57 138.185,82
Imorê 2.660 11.392,52 36.243,08 8.751,98 227.863,83 284.251,41
Indaial 45.343 970.176,13 680.278,71 233.211,25 1.327.779,03 3.211.445,12
Iouaçu 6.275 18.852,62 68.602,07 47.358,88 69.595,35 204.408,92
Ipira 5.228 74.673,15 38.350,56 24.256,16 103.721,19 241.001,06
Iporã do Oeste 7.695 120.711,05 93.990,58 46.391,76 151.866,53 412.959,92
Ipumirim 6.729 55.027,84 26.616,62 20.313,36 46.870,69 148.828,51
Iraceminha 4.010 10.069,64 20.463,29 21.292,85 48.429,64 100.255,42
Irani 9.287 69.241,65 111.316,77 24.426,99 185.917,61 390.903,02
Irati 2.069 6.284,42 5.531,31 7.831,84 37.489,79 57.137,36
Irineópolis 9.720 65.941,61 30.513,89 31.509,77 92.609,94 220.575,21
Itá 6.829 57.394,43 191.831,21 12.356,90 104.023,33 365.605,87
Itaiópolis 19.846 235.320,38 47.186,60 53.571,92 149.325,13 485.404,03
Itajaí 161.121 5.120.989,00 12.745.607,52 1.481.064,16 5.444.625,51 24.792.285,19
Itapema 32.894 5.397.634,12 521.336,31 1.425.818,03 3.146.665,40 10.491.453,86
Itapiranga 13.432 150.079,09 137.426,19 64.846,36 181.557,38 533.909,02
Itapoá 11.318 2.366.402,00 85.347,00 297.232,00 817.245,00 3.566.226,00
Ituporanga 19.905 595.962,04 215.134,04 101.295,00 230.275,98 1.142.667,06
Jaborá 4.085 27.767,67 16.157,77 1.061,14 113.399,53 158.386,11
Jacinto Machado NI NI NI NI NI NI
Jaquaruna NI NI NI NI NI NI
Jaraguá do Sul 124.661 4.366.044,28 5.550.208,69 790.923,36 5.689.867,01 16.397.043,34
Jardinópolis NI NI NI NI NI NI
Joaçaba 24.708 1.227.135,64 1.250.555,63 254.376,46 901.831,64 3.633.899,37
Joinville 477.971 19.279.203,38 26.018.357,25 3.991.680,20 22.802.647,65 72.091.888,48
José Boiteux 4.634 18.520,34 25.864,96 8.290,38 50.150,90 102.826,58
Jupiá 2.136 4.570,97 3.926,35 12.525,02 31.898,44 52.920,78
Lacerdópolis 2.221 19.438,02 3.408,35 2.900,66 42.087,77 67.834,80
Lages 165.068 2.965.824,81 5.868.651,20 801.936,44 2.589.345,79 12.225.758,24
Laguna 48.956 1.235.559,45 419.662,44 112.318,60 1.135.343,75 2.902.884,24
Lajeado Grande 1.633 12.470,67 7.862,68 6.891,90 81.125,18 108.350,43
Laurentino 5.440 56.535,29 39.827,83 13.121,69 104.363,71 213.848,52
Lauro Müller 13.434 136.288,64 75.679,20 7.055,78 107.350,08 326.373,70
Lebon Régis 12.132 9.192,69 15.931,52 106.736,23 57.148,21 189.008,65
Leoberto Leal 3.468 12.624,98 5.225,03 8.046,37 56.188,77 82.085,15
Lindóia do Sul 4.573 27.411,95 21.982,49 26.656,17 42.133,78 118.184,39
Lontras 8.793 66.052,07 38.948,89 22.529,79 191.723,66 319.254,41
Luís Alves NI NI NI NI NI NI
Luzerna 5.699 90.648,17 72.826,01 29.991,13 253.431,37 446.896,68
Macieira 1.712 4.228,17 13.339,19 15.680,17 24.569,22 57.816,75
Mafra 51.437 1.282.432,61 864.658,25 52.143,52 489.595,09 2.688.829,47
186
Major Gercino 2.814 3.581,37 3.359,20 9.069,75 32.976,12 48.986,44
Major Vieira 6.691 43.455,71 8.588,39 22.678,47 47.055,32 121.777,89
Marajá 6.002 35.733,13 27.258,20 29.695,78 96.088,88 188.775,99
Maravilha NI NI NI NI NI NI
Marema 2.467 7.107,51 7.989,70 7.800,92 51.203,23 74.101,36
Massaranduba 13.277 130.291,39 132.602,89 42.700,00 232.965,46 538.559,74
Matos Costa 3.646 15.434,98 15.246,53 7.881,16 42.048,90 80.611,57
Meleiro 6.950 89.646,84 66.431,46 51.083,43 34.454,02 241.615,75
Mirim Doce 2.647 26.855,04 4.899,69 1.518,06 21.205,31 54.478,10
Modelo 3.781 124.235,86 14.906,91 25.362,79 44.604,36 209.109,92
Mondaí 8.432 93.671,15 103.313,58 27.790,14 78.255,06 303.029,93
Monte Carlos NI NI NI NI NI NI
Monte Castelo 8.222 46.654,49 31.566,97 10.040,80 82.006,76 170.269,02
Morro da Fumaça 15.668 161.540,33 72.512,75 27.746,61 207.470,21 532.269,90
Morro Grande 2.860 10.767,91 34.320,65 6.754,13 19.986,35 71.829,04
Navegantes 47.349 1.077.793,96 547.404,10 0,00 1.473.640,93 3.098.838,99
Nova Erechim 3.763 48.413,48 20.294,78 17.442,20 86.508,09 172.658,55
Nova Itaberaba NI NI NI NI NI NI
Nova Trento 10.227 232.499,33 46.766,43 69.732,21 301.902,03 650.900,00
Nova Veneza NI NI NI NI NI NI
Novo Horizonte 7.772 9.077,04 7.866,77 21.783,32 25.388,82 64.115,95
Orleans 20.026 428.776,68 144.918,83 75.969,00 166.767,86 816.432,37
Otacílio 14.660 85.719,66 313.108,82 83.868,24 350.342,48 833.039,20
Ouro 7.772 45.965,37 22.346,46 18.273,84 63.675,07 150.260,74
Ouro Verde NI NI NI NI NI NI
Paial 2.001 5.973,51 12.331,73 5.918,00 33.173,66 57.396,90
Painel 2.452 9.720,20 13.179,82 15.429,63 42.170,93 80.500,58
Palhoça 120.346 1.866.259,55 1.194.279,32 638.722,82 4.049.573,03 7.748.834,72
Palma Sola 7.872 47.385,50 9.326,59 30.514,22 76.424,41 163.650,72
Palmeira 2.261 2.669,88 21.850,81 9.626,25 14.165,30 48.312,24
Palmitos 15.154 202.629,55 106.858,04 64.775,31 305.573,12 679.836,02
Papanduva 17.125 159.295,23 116.494,22 38.788,41 82.372,62 396.950,48
Paraíso 4.179 13.553,51 21.184,66 25.675,84 55.921,94 116.335,95
Passo de Torres NI NI NI NI NI NI
Passos Maia 5.552 16.581,82 20.663,96 33.881,01 48.267,08 119.393,87
Paulo Lopoes 6.126 29.601,00 129.789,67 8.174,00 35.900,52 203.465,19
Pedras Grandes 4.849 11.944,33 28.256,76 5.314,09 45.910,69 91.425,87
Penha 20.023 1.344.466,45 212.015,39 185.765,29 1.274.939,36 3.017.186,49
Peritiba 3.251 40.497,99 15.081,78 10.250,65 37.430,39 103.260,81
Petrolândia 6.067 40.543,19 15.766,13 13.048,77 23.815,70 93.173,79
Pinhalzinho 13.219 252.743,88 245.725,27 66.853,25 588.480,73 1.153.803,13
Pinheiro Preto 2.911 12.272,79 2.412,24 6.362,54 35.655,30 56.702,87
Piratuba 6.275 163.871,21 413.834,51 25.835,04 119.602,13 723.142,89
Planalto Alegre 2.394 12.325,12 3.375,12 9.385,30 84.399,44 109.484,98
Pomerode 23.849 822.851,33 819.664,00 83.542,10 1.167.539,56 2.893.596,99
Ponte Alta 5.381 45.678,86 37.531,75 31.392,96 36.710,92 151.314,49
Ponte Alta do Norte 3.531 30.379,00 47.492,00 19.098,00 42.317,00 139.286,00
Ponte Serrada 11.344 50.809,41 114.915,04 18.483,16 99.431,72 283.639,33
Porto Belo 12.627 996.549,21 120.116,10 196.704,97 889.525,07 2.202.895,35
Porto União 32.871 1.168.983,72 501.223,84 118.989,80 1.229.569,89 3.018.767,25
Pouso Redondo 12.607 127.524,15 47.063,93 48.293,53 119.876,88 342.758,49
Praia Grande 7.136 52.288,00 6.579,00 13.492,00 37.180,00 109.539,00
Presidente Castelo Branco 2.082 9.692,98 7.704,27 6.004,65 9.950,89 33.352,79
187
Presidente Getúlio 12.826 309.726,73 163.001,60 95.838,67 395.009,92 963.576,92
Presidente Nereu 2.064 10.687,44 14.366,91 6.238,75 23.609,59 54.902,69
Princesa NI NI NI NI NI NI
Quilombo 10.188 91.266,78 69.426,55 49.099,81 147.618,69 357.411,83
Rancho Queimado 2.780 28.802,82 18.988,40 49.919,45 42.237,30 139.947,97
Rio das Antas 6.322 52.722,62 29.425,79 22.055,61 85.539,65 189.740,67
Rio do Campo 6.335 45.232,73 15.443,82 21.676,62 54.439,16 136.789,33
Rio do Oeste 6.609 81.213,59 43.665,53 47.514,84 127.130,72 299.524,68
Rio do Sul 54.713 1.793.005,39 2.156.507,53 357.650,57 2.489.687,68 6.796.851,17
Rio dos Cedros 9.091 206.961,59 75.849,93 20.282,04 125.929,34 429.022,90
Rio Fortuna 4.395 48.593,97 8.062,66 11.225,31 44.416,70 112.298,64
Rio Negrinho NI NI NI NI NI NI
Rio Rufino NI NI NI NI NI NI
Riqueza 4.594 25.172,49 8.684,34 13.520,51 49.859,88 97.237,22
Rodeio 10.898 140.223,38 57.054,55 26.951,61 139.787,54 364.017,08
Romelândia 5.137 11.100,55 22.363,35 17.939,41 69.504,73 120.908,04
Salete 7.136 46.094,51 61.424,50 20.401,68 185.193,60 313.114,29
Saltinho 3.449 7.978,14 23.078,94 9.328,90 22.146,40 62.532,38
Salto Veloso 4.115 37.594,00 27.602,00 8.373,00 32.235,00 105.804,00
Sangão 9.347 52.399,23 14.056,84 3.282,40 79.124,56 148.863,03
Santa Cecília NI NI NI NI NI NI
Santa Helena 2.393 3.986,72 21.781,51 9.260,60 31.237,13 66.265,96
Santa Rosa de Lima 2.064 6.555,24 8.103,74 5.483,89 17.832,36 37.975,23
Santa Rosa do Sul 8.109 49.227,33 31.472,59 14.011,37 46.923,92 141.635,21
Santa Terezinha 8.945 8.391,18 15.378,18 13.657,99 44.614,35 82.041,70
Santa Terezinha do Progresso NI NI NI NI NI NI
Santiago do Sul NI NI NI NI NI NI
Santo Amaro da Imperatriz 16.896 166.701,57 605.089,02 91.493,24 521.631,32 1.384.915,15
São Bento do Sul 73.189 3.218.651,82 2.877.093,94 402.997,58 2.894.238,54 9.392.981,88
São Bernarinho 2.703 7.475,54 7.936,81 13.223,74 42.528,61 71.164,70
São Bonifácio 3.138 12.660,72 21.963,81 9.928,52 28.724,51 73.277,56
São Carlos 8.890 74.460,00 44.275,00 26.915,00 136.584,00 282.234,00
São Cristovão do Sul 4.913 32.387,06 26.763,35 10.766,27 47.098,74 117.015,42
São Domingos 8.912 150.576,96 89.346,90 124.254,91 134.600,71 498.779,48
São Francisco do Sul 36.743 2.567.230,68 5.386.130,57 343.968,10 1.616.535,30 9.913.864,65
São João Batista 15.936 224.045,69 139.871,19 104.810,32 505.631,13 974.358,33
São João do Itaperiú 3.398 6.887,01 8.175,44 9.817,02 44.068,99 68.948,46
São João do Oeste 5.344 38.845,41 26.572,76 22.446,65 316.721,55 404.586,37
São João do Sul 15.936 30.536,53 15.617,27 12.994,81 32.173,40 91.322,01
São Joaquim 23.114 445.563,83 220.974,82 95.100,41 178.172,92 939.811,98
São José 192.679 7.440.498,59 6.957.529,37 1.958.081,30 5.145.203,99 21.501.313,25
São José do Cedro 13.112 179.104,39 76.716,93 35.562,57 302.171,61 593.555,50
São José do Cerrito 9.776 13.420,06 53.116,77 18.553,20 43.271,25 128.361,28
São Lousenço do Oeste 20.005 338.075,14 132.609,57 135.527,90 450.637,76 1.056.850,37
São Ludgero 9.911 141.269,70 33.375,41 14.448,16 144.139,97 333.233,24
São Martinho 3.221 5.379,00 14.201,00 2.657,00 42.713,00 64.950,00
São Miguel da Boa Vista 1.708 5.019,27 6.800,99 13.518,98 26.525,16 51.864,40
São Miguel do Oeste 32.928 782.759,03 811.417,62 192.410,70 694.905,43 2.481.492,78
São Pedro de Alcântara 3.781 61.918,62 154.145,56 15.767,12 75.490,79 307.322,09
Saudades 7.960 42.505,99 47.736,93 32.439,89 168.836,15 291.518,96
Schroeder 10.975 234.624,63 97.908,19 40.292,74 129.173,06 501.998,62
Seara 17.221 198.201,38 193.201,38 51.310,33 214.462,63 657.175,72
Serra Alta 3.058 32.318,14 29.503,88 17.284,00 62.579,03 141.685,05
188
Siderópolis 12.776 71.170,90 582.919,46 36.109,80 135.273,10 825.473,26
Sombrio 25.274 210.904,07 124.868,65 48.951,30 171.705,08 556.429,10
Sul Brasil 2.728 8.517,97 11.829,34 6.505,21 49.512,38 76.364,90
Taió 16.153 412.531,97 183.845,34 56.720,79 332.141,36 985.239,46
Tangará 8.234 170.005,11 44.946,15 21.520,85 90.231,71 326.703,82
Tigrinhos NI NI NI NI NI NI
Tijucas 25.474 298.869,56 326.880,91 80.704,23 808.923,42 1.515.378,12
Timbé do Sul 5.193 18.760,00 20.452,00 8.796,00 26.236,00 74.244,00
Timbó 32.207 1.609.137,06 907.548,09 195.503,91 1.399.000,94 4.111.190,00
Timbó Grande 7.292 24.040,00 34.317,00 37.739,00 58.051,00 154.147,00
Três Barras NI NI NI NI NI NI
Treviso 3.393 26.699,63 31.484,30 11.946,88 42.876,21 113.007,02
Treze de Maio 6.980 32.281,75 33.300,54 7.437,43 31.793,21 104.812,93
Treze Tílias 5.257 158.268,76 40.228,88 19.614,12 107.867,35 325.979,11
Trombudo Central 5.755 111.747,42 113.493,11 24.603,74 111.862,15 361.706,42
Tubarão 93.238 2.631.677,66 2.121.046,78 220.416,50 2.647.511,75 7.620.652,69
Tunápolis 4.416 28.844,16 34.160,60 25.605,14 58.766,44 147.376,34
Turvo 11.118 172.277,51 81.704,54 20.770,81 187.678,39 462.431,25
União do Oeste NI NI NI NI NI NI
Urubici 10.509 137.932,52 63.123,95 53.819,75 124.324,06 379.200,28
Urupema NI NI NI NI NI NI
Urussanga 19.110 433.050,34 199.024,12 62.307,01 188.857,93 883.239,40
Vargeão 3.489 46.758,60 25.428,41 16.692,20 68.873,61 157.752,82
Vargem 3.203 6.245,50 77.783,16 9.843,09 30.735,15 124.606,90
Vargem Bonita 4.835 11.186,28 212.190,11 27.003,16 114.730,12 365.109,67
Vidal Ramos 5.975 36.277,00 27.614,90 33.199,53 40.106,11 137.197,54
Videira NI NI NI NI NI NI
Vitor Meireles 5.330 26.286,89 15.667,39 11.021,89 95.869,01 148.845,18
Witmarsum 3.091 9.120,24 11.335,66 13.282,11 26.397,32 60.135,33
Xanxerê 39.812 1.008.414,42 867.384,58 274.527,29 1.288.648,94 3.438.975,23
Xavantina 4.118 16.140,32 15.152,77 14.110,20 68.359,38 113.762,67
Xaxim 24.432 519.446,98 414.131,39 107.584,41 372.000,78 1.413.163,56
Zortéa NI NI NI NI NI NI
Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002
189
ANEXO V – Receita IPU per capita
RECEITA IPTU PER CAPITA
População Receita Receita IPTU Município
Mesorregião
Total Urbana IPTU Per Capita
Abdon Batista Serrana 2.534 NI NI NI
Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 NI NI NI
Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 NI NI NI
Agronômica Vale do Itajaí 4.506 872 1.512.102,00 1.734,06
Água Doce Oeste Catarinense 6.870 3.148 51.456,59 16,35
Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 2.202 23.844,00 10,83
Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 NI NI NI
Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 NI NI NI
Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 2.473 77.351,89 31,28
Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 522 14.233,71 27,27
Anchieta Oeste Catarinense 6.049 2.443 52.852,28 21,63
Angelina Grande Florianópolis 5.524 1.015 29.347,00 28,91
Anita Garibaldi Serrana 10.077 4.188 43.965,42 10,50
Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 1.114 15.169,50 13,62
Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 1.760 72.549,07 41,22
Apiúna Vale do Itajaí 8.925 3.606 82.571,00 22,90
Arabutã Oeste Catarinense 4.204 971 34.284,32 35,31
Araquari Norte Catarinense 23.645 22.000 95.609,32 4,35
Araranguá Sul Catarinense 60.076 NI NI NI
Armazém Sul Catarinense 7.272 NI NI NI
Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 2.097 37.070,84 17,68
Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 411 3.299,26 8,03
Ascurra Vale do Itajaí 7.330 6.119 71.624,78 11,71
Atalanta Vale do Itajaí 3.289 1.133 12.080,62 10,66
Aurora Vale do Itajaí 5.170 1.482 10.883,41 7,34
Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 5.876 507.684,06 86,40
Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 6.032 663.127,75 109,93
Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 NI NI NI
Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 2.977 339.019,12 113,88
Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 NI NI NI
Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 741 6.228,37 8,41
Barra Bonita Oeste Catarinense 2.118 256 4.842,12 18,91
Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 14.566 1.446.665,29 99,32
Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 570 8.066,30 14,15
Belmonte Oeste Catarinense 2.251 952 12.829,28 13,48
Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 4.901 108.131,52 22,06
Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 NI NI NI
Blumenau Vale do Itajaí 287.350 241.943 10.991.982,09 45,43
Bocaina do Sul Serrana 3.151 415 6.762,08 16,29
Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 2.123 41.891,16 19,73
Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 989 13.029,94 13,17
Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 376 13.750,24 36,57
Bom Restiro Serrana 8.397 5.336 55.971,41 10,49
Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 8.716 3.159.911,62 362,54
Botuverá Vale do Itajaí 3.603 803 18.872,16 23,50
Braço do norte Sul Catarinense 28.912 17.879 389.746,18 21,80
Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 1.622 71.760,00 44,24
Brunópolis Serrana 3.281 707 2.865,30 4,05
190
Brusque Vale do Itajaí 85.218 73.256 2.369.124,60 32,34
Caçador Oeste Catarinense 69.767 NI NI NI
Caibí Oeste Catarinense 5.803 NI NI NI
Calmon Oeste Catarinense 3.885 1.392 2.287,15 1,64
Camboriú Vale do Itajaí 49.469 39.427 559.293,88 14,19
Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 6.871 205.083,77 29,85
Campo Belo do Sul Serrana 8.068 NI NI NI
Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 5.756 170.137,45 29,56
Campos Novos Serrana 28.842 22.556 350.683,74 15,55
Canelinha Grande Florianópolis 9.434 4.292 84.302,56 19,64
Canoinhas Norte Catarinense 52.647 37.904 1.239.778,85 32,71
Capão Alto Serrana 3.110 NI NI NI
Capinzal Oeste Catarinense 23.167 15.460 358.725,85 23,20
Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 17.436 441.536,92 25,32
Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 5.304 101.317,32 19,10
Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 2.054 37.103,21 18,06
Celso Ramos Serrana 2.529 NI NI NI
Cerro Negro Serrana 3.553 NI NI NI
Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 289 9.644,69 33,37
Chapecó Oeste Catarinense 165.220 134.592 5.573.894,56 41,41
Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 NI NI NI
Concórdia Oeste Catarinense 65.754 45.254 1.638.520,57 36,21
Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 303 33.168,08 109,47
Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 NI NI NI
Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 458 11.672,08 25,48
Correia Pinto Serrana 16.992 12.046 94.602,63 7,85
Corupá Norte Catarinense 12.592 NI NI NI
Criciúma Sul Catarinense 182.785 153.049 2.449.422,68 16,00
Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 5.287 154.808,36 29,28
Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 335 4.474,88 13,36
Curitibanos Serrana 37.460 32.438 649.478,29 20,02
Descanso Oeste Catarinense 8.356 3.885 66.018,15 16,99
Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 8.610 131.161,85 15,23
Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 1.368 42.555,57 31,11
Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 NI NI NI
Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 751 6.056,15 8,06
Ermo Sul Catarinense 2.056 593 8.098,94 13,66
Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 2.160 25.030,58 11,59
Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 7.044 53.025,49 7,53
Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 195 4.023,19 20,63
Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 332.185 34.916.093,88 105,11
Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 891 26.754,54 30,03
Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 14.556 198.365,29 13,63
Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 27.623 434.950,54 15,75
Frei Rogério Serrana 3.173 487 6.708,42 13,77
Galvão Oeste Catarinense 4.004 2.494 16.827,06 6,75
Gapar Vale do Itajaí 51.955 29.601 725.798,39 24,52
Garopaba Sul Catarinense 14.829 10.722 786.450,47 73,35
Garuva Norte Catarinense 12.716 NI NI NI
Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 10.842 867.329,60 80,00
Grão Pará Sul Catarinense 6.167 2.674 82.207,93 30,74
Gravatal Sul Catarinense 7.210 NI NI NI
Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 12.048 227.269,97 18,86
191
Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 4.365 96.511,97 22,11
Guaramirim Norte Catarinense 28.944 19.012 425.780,80 22,40
Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 2.271 37.324,37 16,44
Guatambú Oeste Catarinense 4.728 983 10.831,53 11,02
Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 17.140 140.092,68 8,17
Ibiam Oeste Catarinense 1.898 501 11.506,00 22,97
Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 1.240 35.313,38 28,48
Ibirama Vale do Itajaí 16.923 13.115 484.026,09 36,91
Içara Sul Catarinense 54.041 39.570 1.244.266,06 31,44
Ilhota Vale do Itajaí 11.152 6.445 88.400,10 13,72
Imaruí Sul Catarinense 12.364 3.909 24.074,80 6,16
Imbituba Sul Catarinense 38.141 34.527 628.677,44 18,21
Imbuia Vale do Itajaí 5.203 1.955 39.898,50 20,41
Imorê Oeste Catarinense 2.660 683 11.392,52 16,68
Indaial Vale do Itajaí 45.343 38.382 970.176,13 25,28
Iouaçu Oeste Catarinense 6.275 967 18.852,62 19,50
Ipira Oeste Catarinense 5.228 2.214 74.673,15 33,73
Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 2.851 120.711,05 42,34
Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 2.484 55.027,84 22,15
Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 1.222 10.069,64 8,24
Irani Oeste Catarinense 9.287 5.058 69.241,65 13,69
Irati Oeste Catarinense 2.069 412 6.284,42 15,25
Irineópolis Norte Catarinense 9.720 1.964 65.941,61 33,58
Itá Oeste Catarinense 6.829 3.422 57.394,43 16,77
Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 8.757 235.320,38 26,87
Itajaí Vale do Itajaí 161.121 141.950 5.120.989,00 36,08
Itapema Vale do Itajaí 32.894 24.781 5.397.634,12 217,81
Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 5.382 150.079,09 27,89
Itapoá Norte Catarinense 11.318 8.191 2.366.402,00 288,90
Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 11.664 595.962,04 51,09
Jaborá Oeste Catarinense 4.085 1.362 27.767,67 20,39
Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 NI NI NI
Jaquaruna Sul Catarinense 15.608 NI NI NI
Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 96.320 4.366.044,28 45,33
Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 NI NI NI
Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 21.688 1.227.135,64 56,58
Joinville Norte Catarinense 477.971 414.972 19.279.203,38 46,46
José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 1.466 18.520,34 12,63
Jupiá Oeste Catarinense 2.136 671 4.570,97 6,81
Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 983 19.438,02 19,77
Lages Serrana 165.068 153.582 2.965.824,81 19,31
Laguna Sul Catarinense 48.956 37.284 1.235.559,45 33,14
Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 476 12.470,67 26,20
Laurentino Vale do Itajaí 5.440 3.238 56.535,29 17,46
Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 9.923 136.288,64 13,73
Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 6.980 9.192,69 1,32
Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 457 12.624,98 27,63
Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 1.321 27.411,95 20,75
Lontras Vale do Itajaí 8.793 5.309 66.052,07 12,44
Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 NI NI NI
Luzerna Oeste Catarinense 5.699 3.964 90.648,17 22,87
Macieira Oeste Catarinense 1.712 304 4.228,17 13,91
Mafra Norte Catarinense 51.437 37.713 1.282.432,61 34,01
192
Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 977 3.581,37 3,67
Major Vieira Norte Catarinense 6.691 2.199 43.455,71 19,76
Maracajá Sul Catarinense 6.002 3.521 35.733,13 10,15
Maravilha Oeste Catarinense 18.879 NI NI NI
Marema Oeste Catarinense 2.467 941 7.107,51 7,55
Massaranduba Norte Catarinense 13.277 4.629 130.291,39 28,15
Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 1.250 15.434,98 12,35
Meleiro Sul Catarinense 6.950 3.207 89.646,84 27,95
Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 1.158 26.855,04 23,19
Modelo Oeste Catarinense 3.781 2.201 124.235,86 56,45
Mondaí Oeste Catarinense 8.432 4.049 93.671,15 23,13
Monte Carlos Serrana 10.258 NI NI NI
Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 4.573 46.654,49 10,20
Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 11.154 161.540,33 14,48
Morro Grande Sul Catarinense 2.860 737 10.767,91 14,61
Navegantes Vale do Itajaí 47.349 36.650 1.077.793,96 29,41
Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 1.720 48.413,48 28,15
Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 NI NI NI
Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 6.673 232.499,33 34,84
Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 NI NI NI
Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 723 9.077,04 12,55
Orleans Sul Catarinense 20.026 12.813 428.776,68 33,46
Otacílio Serrana 14.660 12.811 85.719,66 6,69
Ouro Oeste Catarinense 7.772 4.165 45.965,37 11,04
Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 NI NI NI
Paial Oeste Catarinense 2.001 259 5.973,51 23,06
Painel Serrana 2.452 1.142 9.720,20 8,51
Palhoça Grande Florianópolis 120.346 97.914 1.866.259,55 19,06
Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 3.192 47.385,50 14,85
Palmeira Serrana 2.261 771 2.669,88 3,46
Palmitos Oeste Catarinense 15.154 8.006 202.629,55 25,31
Papanduva Norte Catarinense 17.125 7.953 159.295,23 20,03
Paraíso Oeste Catarinense 4.179 1.302 13.553,51 10,41
Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 NI NI NI
Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 748 16.581,82 22,17
Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 3.554 29.601,00 8,33
Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 865 11.944,33 13,81
Penha Vale do Itajaí 20.023 15.993 1.344.466,45 84,07
Peritiba Oeste Catarinense 3.251 1.317 40.497,99 30,75
Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 1.811 40.543,19 22,39
Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 9.313 252.743,88 27,14
Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 1.141 12.272,79 10,76
Piratuba Oeste Catarinense 6.275 2.710 163.871,21 60,47
Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 739 12.325,12 16,68
Pomerode Vale do Itajaí 23.849 18.713 822.851,33 43,97
Ponte Alta Serrana 5.381 3.783 45.678,86 12,07
Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 233 30.379,00 130,38
Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 7.230 50.809,41 7,03
Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 9.973 996.549,21 99,92
Porto União Norte Catarinense 32.871 26.579 1.168.983,72 43,98
Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 6.368 127.524,15 20,03
Praia Grande Sul Catarinense 7.136 3.937 52.288,00 13,28
Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 457 9.692,98 21,21
193
Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 7.867 309.726,73 39,37
Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 776 10.687,44 13,77
Princesa Oeste Catarinense 2.470 NI NI NI
Quilombo Oeste Catarinense 10.188 4.697 91.266,78 19,43
Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 1.103 28.802,82 26,11
Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 2.226 52.722,62 23,68
Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 2.288 45.232,73 19,77
Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 2.626 81.213,59 30,93
Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 48.418 1.793.005,39 37,03
Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 3.758 206.961,59 55,07
Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 1.213 48.593,97 40,06
Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 NI NI NI
Rio Rufino Serrana 2.032 NI NI NI
Riqueza Oeste Catarinense 4.594 1.277 25.172,49 19,71
Rodeio Vale do Itajaí 10.898 8.866 140.223,38 15,82
Romelândia Oeste Catarinense 5.137 2.120 11.100,55 5,24
Salete Vale do Itajaí 7.136 4.583 46.094,51 10,06
Saltinho Oeste Catarinense 3.449 899 7.978,14 8,87
Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 2.834 37.594,00 13,27
Sangão Sul Catarinense 9.347 3.624 52.399,23 14,46
Santa Cecília Serrana 15.926 NI NI NI
Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 740 3.986,72 5,39
Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 423 6.555,24 15,50
Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 3.042 49.227,33 16,18
Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 8.945 8.391,18 0,94
Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 NI NI NI
Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 NI NI NI
Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 12.536 166.701,57 13,30
São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 61.826 3.218.651,82 52,06
São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 529 7.475,54 14,13
São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 682 12.660,72 18,56
São Carlos Oeste Catarinense 8.890 5.347 74.460,00 13,93
São Cristovão do Sul Serrana 4.913 2.719 32.387,06 11,91
São Domingos Oeste Catarinense 8.912 5.430 150.576,96 27,73
São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 29.930 2.567.230,68 85,77
São João Batista Grande Florianópolis 15.936 11.273 224.045,69 19,87
São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 1.454 6.887,01 4,74
São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 1.494 38.845,41 26,00
São João do Sul Sul Catarinense 15.936 1.143 30.536,53 26,72
São Joaquim Serrana 23.114 16.129 445.563,83 27,63
São José Grande Florianópolis 192.679 171.230 7.440.498,59 43,45
São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 6.659 179.104,39 26,90
São José do Cerrito Serrana 9.776 2.152 13.420,06 6,24
São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 13.407 338.075,14 25,22
São Ludgero Sul Catarinense 9.911 5.995 141.269,70 23,56
São Martinho Sul Catarinense 3.221 888 5.379,00 6,06
São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 331 5.019,27 15,16
São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 27.392 782.759,03 28,58
São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 2.092 61.918,62 29,60
Saudades Oeste Catarinense 7.960 2.897 42.505,99 14,67
Schroeder Norte Catarinense 10.975 9.402 234.624,63 24,95
Seara Oeste Catarinense 17.221 10.263 198.201,38 19,31
Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 1.201 32.318,14 26,91
194
Siderópolis Sul Catarinense 12.776 9.103 71.170,90 7,82
Sombrio Sul Catarinense 25.274 15.925 210.904,07 13,24
Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 744 8.517,97 11,45
Taió Vale do Itajaí 16.153 7.887 412.531,97 52,31
Tangará Oeste Catarinense 8.234 4.233 170.005,11 40,16
Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 NI NI NI
Tijucas Grande Florianópolis 25.474 18.711 298.869,56 15,97
Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 1.683 18.760,00 11,15
Timbó Vale do Itajaí 32.207 26.783 1.609.137,06 60,08
Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 2.775 24.040,00 8,66
Três Barras Norte Catarinense 17.887 NI NI NI
Treviso Sul Catarinense 3.393 1.561 26.699,63 17,10
Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 1.764 32.281,75 18,30
Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 2.907 158.268,76 54,44
Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 3.154 111.747,42 35,43
Tubarão Sul Catarinense 93.238 69.925 2.631.677,66 37,64
Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 1.217 28.844,16 23,70
Turvo Sul Catarinense 11.118 5.637 172.277,51 30,56
União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 NI NI NI
Urubici Serrana 10.509 6.661 137.932,52 20,71
Urupema Serrana 2.554 1.185 433.050,34 365,44
Urussanga Sul Catarinense 19.110 NI NI NI
Vargeão Oeste Catarinense 3.489 1.380 46.758,60 33,88
Vargem Serrana 3.203 651 6.245,50 9,59
Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 2.199 11.186,28 5,09
Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 1.497 36.277,00 24,23
Videira Oeste Catarinense 45.699 NI NI NI
Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 1.098 26.286,89 23,94
Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 612 9.120,24 14,90
Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 32.385 1.008.414,42 31,14
Xavantina Oeste Catarinense 4.118 946 16.140,32 17,06
Xaxim Oeste Catarinense 24.432 16.058 519.446,98 32,35
Zortéa Serrana 2.804 NI NI NI
Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002
195
VI – Ano de Atualização da Planta de Valores
ANO DE ATUALIZAÇÃO DO CADASTRO IMOBILIÁRIO
Município Mesorregião População Ano Atualização
Abdon Batista Serrana 2.534 2001
Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 2001
Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 2002
Agronômica Vale do Itajaí 4.506 2002
Água Doce Oeste Catarinense 6.870 1992
Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 2002
Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 2000
Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 1994
Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 1995
Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 2001
Anchieta Oeste Catarinense 6.049 1998
Angelina Grande Florianópolis 5.524 1998
Anita Garibaldi Serrana 10.077 1999
Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 2002
Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 1991
Apiúna Vale do Itajaí 8.925 1989
Arabutã Oeste Catarinense 4.204 1998
Araquari Norte Catarinense 20.242 1998
Araranguá Sul Catarinense 60.076 2002
Armazém Sul Catarinense 7.272 1995
Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 1998
Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 2002
Ascurra Vale do Itajaí 7.330 1998
Atalanta Vale do Itajaí 3.289 1983
Aurora Vale do Itajaí 5.170 1998
Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 1999
Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 2001
Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 1997
Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 1998
Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 2001
Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 NI
Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 1997
Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 2002
Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 1997
Belmonte Oeste Catarinense 2.251 1994
Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 1991
Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 1999
Blumenau Vale do Itajaí 287.350 1998
Bocaina do Sul Serrana 3.151 1998
Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 2001
Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 1998
Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 2002
Bom Retiro Serrana 8.397 2002
Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 2001
Botuverá Vale do Itajaí 3.603 1999
Braço do norte Sul Catarinense 28.912 1995
Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 2002
Brunópolis Serrana 3.281 1998
196
Brusque Vale do Itajaí 85.218 1990
Caçador Oeste Catarinense 69.767 1996
Caibí Oeste Catarinense 5.803 2000
Calmon Oeste Catarinense 3.885 1993
Camboriú Vale do Itajaí 49.469 1997
Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 2001
Campo Belo do Sul Serrana 8.068 2002
Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 2002
Campos Novos Serrana 28.842 2001
Canelinha Grande Florianópolis 9.434 2000
Canoinhas Norte Catarinense 52.647 1990
Capão Alto Serrana 3.110 2002
Capinzal Oeste Catarinense 23.167 1999
Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 1993
Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 2002
Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 1998
Celso Ramos Serrana 2.529 1996
Cerro Negro Serrana 3.553 2001
Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 2001
Chapecó Oeste Catarinense 165.220 1999
Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 1998
Concórdia Oeste Catarinense 65.754 1998
Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 1996
Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 2001
Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 2002
Correia Pinto Serrana 16.992 1999
Corupá Norte Catarinense 12.592 2001
Criciúma Sul Catarinense 182.785 2002
Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 1985
Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 2001
Curitibanos Serrana 37.460 2002
Descanso Oeste Catarinense 8.356 1991
Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 2002
Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 2002
Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 2002
Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 2001
Ermo Sul Catarinense 2.056 1998
Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 1991
Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 2002
Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 2001
Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 1998
Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 2001
Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 1997
Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 1998
Frei Rogério Serrana 3.173 2000
Galvão Oeste Catarinense 4.004 1992
Garopaba Sul Catarinense 14.829 1999
Garuva Norte Catarinense 12.716 2000
Gaspar Vale do Itajaí 51.955 2002
Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 2002
Grão Pará Sul Catarinense 6.167 1989
Gravatal Sul Catarinense 7.210 2001
Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 1994
197
Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 1998
Guaramirim Norte Catarinense 28.944 2002
Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 2002
Guatambú Oeste Catarinense 4.728 1999
Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 1998
Ibiam Oeste Catarinense 1.898 1998
Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 1997
Ibirama Vale do Itajaí 16.923 1998
Içara Sul Catarinense 54.041 2001
Ilhota Vale do Itajaí 11.152 2000
Imaruí Sul Catarinense 12.364 1999
Imbituba Sul Catarinense 38.141 2001
Imbuia Vale do Itajaí 5.203 2002
Indaial Vale do Itajaí 45.343 1998
Iomerê Oeste Catarinense 2.660 1999
Ipira Oeste Catarinense 5.228 1993
Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 1998
Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 1997
Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 2001
Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 2001
Irani Oeste Catarinense 9.287 1998
Irati Oeste Catarinense 2.069 2002
Irineópolis Norte Catarinense 9.720 1998
Itá Oeste Catarinense 6.829 2002
Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 2002
Itajaí Vale do Itajaí 161.121 2002
Itapema Vale do Itajaí 32.894 1997
Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 2002
Itapoá Norte Catarinense 11.318 2001
Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 1998
Jaborá Oeste Catarinense 4.085 1999
Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 1998
Jaguaruna Sul Catarinense 15.608 1990
Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 1999
Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 2001
Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 199
Joinville Norte Catarinense 477.971 2002
José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 1999
Jupiá Oeste Catarinense 2.136 2000
Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 1994
Lages Serrana 165.068 1980
Laguna Sul Catarinense 48.956 1996
Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 1998
Laurentino Vale do Itajaí 5.440 1998
Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 1993
Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 1989
Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 2000
Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 2001
Lontras Vale do Itajaí 8.793 1993
Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 1998
Luzerna Oeste Catarinense 5.699 1999
Macieira Oeste Catarinense 1.712 2000
Mafra Norte Catarinense 51.437 1991
198
Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 1996
Major Vieira Norte Catarinense 6.691 1993
Maracajá Sul Catarinense 6.002 2002
Maravilha Oeste Catarinense 18.879 2000
Marema Oeste Catarinense 2.467 1998
Massaranduba Norte Catarinense 13.277 1994
Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 2002
Meleiro Sul Catarinense 6.950 2001
Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 2001
Modelo Oeste Catarinense 3.781 NI
Mondaí Oeste Catarinense 8.432 2002
Monte Carlo Serrana 10.258 1998
Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 2000
Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 1994
Morro Grande Sul Catarinense 2.860 1998
Navegantes Vale do Itajaí 47.349 2002
Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 2001
Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 2001
Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 2002
Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 2002
Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 2000
Orleans Sul Catarinense 20.026 1995
Otacílio Costa Serrana 14.660 1993
Ouro Oeste Catarinense 7.772 1981
Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 1996
Paial Oeste Catarinense 2.001 1997
Painel Serrana 2.452 2002
Palhoça Grande Florianópolis 120.346 1998
Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 1983
Palmeira Serrana 2.261 2002
Palmitos Oeste Catarinense 15.154 2002
Papanduva Norte Catarinense 17.125 2001
Paraíso Oeste Catarinense 4.179 2001
Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 1998
Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 1998
Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 NI
Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 2002
Penha Vale do Itajaí 20.023 1994
Peritiba Oeste Catarinense 3.251 2000
Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 2002
Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 2001
Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 2001
Piratuba Oeste Catarinense 6.275 1998
Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 1998
Pomerode Vale do Itajaí 23.849 2002
Ponte Alta Serrana 5.381 2001
Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 2001
Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 1990
Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 1997
Porto União Norte Catarinense 32.871 1998
Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 2002
Praia Grande Sul Catarinense 7.136 2002
Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 2001
199
Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 1999
Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 2000
Princesa Oeste Catarinense 2.470 1998
Quilombo Oeste Catarinense 10.188 2002
Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 1999
Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 2002
Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 2001
Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 1995
Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 1991
Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 2001
Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 1996
Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 1998
Rio Rufino Serrana 2.032 2002
Riqueza Oeste Catarinense 4.594 1999
Rodeio Vale do Itajaí 10.898 2001
Romelândia Oeste Catarinense 5.137 2002
Salete Vale do Itajaí 7.136 1999
Saltinho Oeste Catarinense 3.449 2002
Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 1998
Sangão Sul Catarinense 9.347 1995
Santa Cecília Serrana 15.926 2001
Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 1999
Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 1997
Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 1999
Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 2001
Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 1999
Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 2001
Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 1995
São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 1994
São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 2002
São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 2002
São Carlos Oeste Catarinense 8.890 1995
São Cristovão do Sul Serrana 4.913 2001
São Domingos Oeste Catarinense 8.912 1995
São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 1998
São João Batista Grande Florianópolis 15.936 1994
São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 1999
São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 1993
São João do Sul Sul Catarinense 15.936 2002
São Joaquim Serrana 23.114 1994
São José Grande Florianópolis 192.679 2002
São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 1991
São José do Cerrito Serrana 9.776 2002
São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 2002
São Ludgero Sul Catarinense 9.911 1999
São Martinho Sul Catarinense 3.221 1999
São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 2002
São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 2001
São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 2001
Saudades Oeste Catarinense 7.960 1999
Schroeder Norte Catarinense 10.975 2002
Seara Oeste Catarinense 17.221 1996
Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 2001
200
Siderópolis Sul Catarinense 12.776 1990
Sombrio Sul Catarinense 25.274 1990
Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 2001
Taió Vale do Itajaí 16.153 2002
Tangará Oeste Catarinense 8.234 1991
Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 2001
Tijucas Grande Florianópolis 25.474 1998
Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 1993
Timbó Vale do Itajaí 32.207 1991
Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 1994
Três Barras Norte Catarinense 17.887 1998
Treviso Sul Catarinense 3.393 1998
Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 1994
Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 2002
Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 2001
Tubarão Sul Catarinense 93.238 2002
Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 NI
Turvo Sul Catarinense 11.118 1993
União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 2002
Urubici Serrana 10.509 1997
Urupema Serrana 2.554 2002
Urussanga Sul Catarinense 19.110 1989
Vargeão Oeste Catarinense 3.489 1997
Vargem Serrana 3.203 2002
Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 2000
Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 1992
Videira Oeste Catarinense 45.699 1998
Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 2002
Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 NI
Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 2002
Xavantina Oeste Catarinense 4.118 2002
Xaxim Oeste Catarinense 24.432 2002
Zortéa Serrana 2.804 1997
Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002
201
VII – Ano de Atualização da Planta de Valores
ANO DE ATUALIZAÇÃO DA PLANTA DE VALORES
Municipio Mesorregião Populaçao Ano da atual.
Planta de Valores
Abdon Batista Serrana 2.534 2001
Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 2001
Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 2001
Agronômica Vale do Itajaí 4.506 2002
Água Doce Oeste Catarinense 6.870 2002
Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 2002
Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 2002
Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 1994
Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 1995
Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 2001
Anchieta Oeste Catarinense 6.049 1998
Angelina Grande Florianópolis 5.524 2002
Anita Garibaldi Serrana 10.077 1999
Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 2001
Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 2002
Apiúna Vale do Itajaí 8.925 1989
Arabutã Oeste Catarinense 4.204 1999
Araquari Norte Catarinense 20.242 1996
Araranguá Sul Catarinense 60.076 1997
Armazém Sul Catarinense 7.272 2002
Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 2001
Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 2002
Ascurra Vale do Itajaí 7.330 1998
Atalanta Vale do Itajaí 3.289 1994
Aurora Vale do Itajaí 5.170 2002
Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 1998
Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 2001
Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 1998
Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 1998
Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 1998
Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 NI
Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 2001
Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 2002
Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 1997
Belmonte Oeste Catarinense 2.251 2002
Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 1991
Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 1999
Blumenau Vale do Itajaí 287.350 1990
Bocaina do Sul Serrana 3.151 2001
Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 2001
Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 1998
Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 2002
Bom Retiro Serrana 8.397 1998
Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 2002
Botuverá Vale do Itajaí 3.603 NI
Braço do norte Sul Catarinense 28.912 1994
Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 2002
Brunópolis Serrana 3.281 1998
202
Brusque Vale do Itajaí 85.218 1997
Caçador Oeste Catarinense 69.767 1997
Caibí Oeste Catarinense 5.803 1997
Calmon Oeste Catarinense 3.885 1999
Camboriú Vale do Itajaí 49.469 1997
Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 2002
Campo Belo do Sul Serrana 8.068 2002
Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 2002
Campos Novos Serrana 28.842 1993
Canelinha Grande Florianópolis 9.434 1999
Canoinhas Norte Catarinense 52.647 1999
Capão Alto Serrana 3.110 2002
Capinzal Oeste Catarinense 23.167 1998
Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 2000
Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 2002
Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 2001
Celso Ramos Serrana 2.529 1999
Cerro Negro Serrana 3.553 2002
Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 2001
Chapecó Oeste Catarinense 165.220 1999
Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 2002
Concórdia Oeste Catarinense 65.754 1998
Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 2002
Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 2002
Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 2002
Correia Pinto Serrana 16.992 1999
Corupá Norte Catarinense 12.592 2001
Criciúma Sul Catarinense 182.785 1995
Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 2000
Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 2001
Curitibanos Serrana 37.460 2002
Descanso Oeste Catarinense 8.356 1994
Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 2001
Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 2002
Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 2002
Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 2001
Ermo Sul Catarinense 2.056 1998
Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 2002
Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 1999
Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 2001
Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 2001
Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 2001
Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 1997
Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 2002
Frei Rogério Serrana 3.173 2000
Galvão Oeste Catarinense 4.004 2002
Garopaba Sul Catarinense 14.829 2002
Garuva Norte Catarinense 12.716 2002
Gaspar Vale do Itajaí 51.955 1994
Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 2002
Grão Pará Sul Catarinense 6.167 1989
Gravatal Sul Catarinense 7.210 2001
Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 1994
203
Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 2001
Guaramirim Norte Catarinense 28.944 2002
Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 2002
Guatambú Oeste Catarinense 4.728 1999
Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 2002
Ibiam Oeste Catarinense 1.898 2002
Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 2002
Ibirama Vale do Itajaí 16.923 2001
Içara Sul Catarinense 54.041 2001
Ilhota Vale do Itajaí 11.152 2000
Imaruí Sul Catarinense 12.364 1999
Imbituba Sul Catarinense 38.141 2001
Imbuia Vale do Itajaí 5.203 2002
Indaial Vale do Itajaí 45.343 1990
Iomerê Oeste Catarinense 2.660 1997
Ipira Oeste Catarinense 5.228 2002
Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 1998
Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 1997
Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 2002
Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 2001
Irani Oeste Catarinense 9.287 1998
Irati Oeste Catarinense 2.069 2002
Irineópolis Norte Catarinense 9.720 1999
Itá Oeste Catarinense 6.829 2001
Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 2002
Itajaí Vale do Itajaí 161.121 2002
Itapema Vale do Itajaí 32.894 1998
Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 2002
Itapoá Norte Catarinense 11.318 2002
Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 2001
Jaborá Oeste Catarinense 4.085 2002
Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 1998
Jaguaruna Sul Catarinense 15.608 1990
Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 1994
Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 1998
Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 2002
Joinville Norte Catarinense 477.971 2002
José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 2002
Jupiá Oeste Catarinense 2.136 2002
Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 2002
Lages Serrana 165.068 2001
Laguna Sul Catarinense 48.956 1998
Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 1998
Laurentino Vale do Itajaí 5.440 1998
Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 1998
Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 1992
Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 1996
Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 2000
Lontras Vale do Itajaí 8.793 1993
Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 1998
Luzerna Oeste Catarinense 5.699 2002
Macieira Oeste Catarinense 1.712 2000
Mafra Norte Catarinense 51.437 1998
204
Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 2001
Major Vieira Norte Catarinense 6.691 NI
Maracajá Sul Catarinense 6.002 2002
Maravilha Oeste Catarinense 18.879 2000
Marema Oeste Catarinense 2.467 1997
Massaranduba Norte Catarinense 13.277 1994
Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 2001
Meleiro Sul Catarinense 6.950 2002
Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 2001
Modelo Oeste Catarinense 3.781 NI
Mondaí Oeste Catarinense 8.432 2002
Monte Carlo Serrana 10.258 1994
Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 NI
Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 1994
Morro Grande Sul Catarinense 2.860 2000
Navegantes Vale do Itajaí 47.349 2001
Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 2001
Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 2002
Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 1997
Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 1997
Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 2001
Orleans Sul Catarinense 20.026 2002
Otacílio Costa Serrana 14.660 1994
Ouro Oeste Catarinense 7.772 2002
Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 2002
Paial Oeste Catarinense 2.001 1997
Painel Serrana 2.452 2002
Palhoça Grande Florianópolis 120.346 2001
Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 2002
Palmeira Serrana 2.261 2002
Palmitos Oeste Catarinense 15.154 2002
Papanduva Norte Catarinense 17.125 2002
Paraíso Oeste Catarinense 4.179 2001
Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 1998
Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 1999
Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 2002
Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 1994
Penha Vale do Itajaí 20.023 1997
Peritiba Oeste Catarinense 3.251 2000
Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 2002
Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 2001
Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 2001
Piratuba Oeste Catarinense 6.275 1998
Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 2000
Pomerode Vale do Itajaí 23.849 1994
Ponte Alta Serrana 5.381 2002
Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 2002
Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 1994
Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 1998
Porto União Norte Catarinense 32.871 2002
Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 2002
Praia Grande Sul Catarinense 7.136 2002
Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 2001
205
Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 2001
Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 1998
Princesa Oeste Catarinense 2.470 2002
Quilombo Oeste Catarinense 10.188 2002
Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 2002
Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 2002
Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 2001
Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 NI
Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 2002
Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 2002
Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 2000
Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 2002
Rio Rufino Serrana 2.032 2002
Riqueza Oeste Catarinense 4.594 2002
Rodeio Vale do Itajaí 10.898 2002
Romelândia Oeste Catarinense 5.137 2000
Salete Vale do Itajaí 7.136 2002
Saltinho Oeste Catarinense 3.449 2002
Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 1998
Sangão Sul Catarinense 9.347 1995
Santa Cecília Serrana 15.926 2000
Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 2000
Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 1999
Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 2001
Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 1999
Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 1999
Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 2001
Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 1995
São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 1997
São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 2002
São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 2002
São Carlos Oeste Catarinense 8.890 2002
São Cristovão do Sul Serrana 4.913 1999
São Domingos Oeste Catarinense 8.912 2002
São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 1999
São João Batista Grande Florianópolis 15.936 1994
São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 1998
São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 2002
São João do Sul Sul Catarinense 15.936 1993
São Joaquim Serrana 23.114 1994
São José Grande Florianópolis 192.679 1999
São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 2000
São José do Cerrito Serrana 9.776 2002
São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 2002
São Ludgero Sul Catarinense 9.911 2002
São Martinho Sul Catarinense 3.221 1995
São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 2002
São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 1997
São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 2001
Saudades Oeste Catarinense 7.960 1998
Schroeder Norte Catarinense 10.975 2002
Seara Oeste Catarinense 17.221 2001
Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 2002
206
Siderópolis Sul Catarinense 12.776 1990
Sombrio Sul Catarinense 25.274 1990
Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 2002
Taió Vale do Itajaí 16.153 2002
Tangará Oeste Catarinense 8.234 1998
Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 2001
Tijucas Grande Florianópolis 25.474 1999
Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 2002
Timbó Vale do Itajaí 32.207 1998
Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 1998
Três Barras Norte Catarinense 17.887 1998
Treviso Sul Catarinense 3.393 2000
Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 1994
Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 2002
Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 2001
Tubarão Sul Catarinense 93.238 2002
Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 NI
Turvo Sul Catarinense 11.118 1994
União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 2002
Urubici Serrana 10.509 2001
Urupema Serrana 2.554 2002
Urussanga Sul Catarinense 19.110 1976
Vargeão Oeste Catarinense 3.489 1998
Vargem Serrana 3.203 2002
Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 2002
Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 2002
Videira Oeste Catarinense 45.699 1998
Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 2002
Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 NI
Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 2002
Xavantina Oeste Catarinense 4.118 2002
Xaxim Oeste Catarinense 24.432 2002
Zortéa Serrana 2.804 1997
Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002
207
VIII – Distribuição dos Municípios quanto a Existência de Plano Diretor,Lei de Zoneamento e Alíquota Progressiva do IPTU DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUANTO A EXISTÊNCIA DE PLANO DIRETOR, LEI DE ZONEAMENTO E ALÍQUOTA PROGRESSIVA DO IPTU
Municipio Mesorregião Populaçao Plano Diretor Lei de Zoneamento Alíquota Progressiva
Abdon Batista Serrana 2.534 Não Não Não
Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 Sim Sim Não
Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 Sim Sim Não
Agronômica Vale do Itajaí 4.506 Sim Sim Não
Água Doce Oeste Catarinense 6.870 Não Não Sim
Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 Não Sim Não
Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 Não Não Não
Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 Não Não Não
Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 Não Não Não
Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 Não Não Não
Anchieta Oeste Catarinense 6.049 Sim Sim Não
Angelina Grande Florianópolis 5.524 Não Não Não
Anita Garibaldi Serrana 10.077 Não Não Não
Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 Sim Não Sim
Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 Sim Sim Sim
Apiúna Vale do Itajaí 8.925 Não Não Não
Arabutã Oeste Catarinense 4.204 Não Não Não
Araquari Norte Catarinense 20.242 Não Não Não
Araranguá Sul Catarinense 60.076 Sim Sim Não
Armazém Sul Catarinense 7.272 Não Não Não
Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 Não Não Não
Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 Não Não Sim
Ascurra Vale do Itajaí 7.330 Não Não Não
Atalanta Vale do Itajaí 3.289 Não Não Sim
Aurora Vale do Itajaí 5.170 Não Não Não
Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 Sim Sim Não
Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 Não Não Não
Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 Sim Sim Não
Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 Não Não Não
Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 Não Não Não
Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 Não Não Não
Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 Não Não Não
Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 Não Não Não
Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 Não Não Não
Belmonte Oeste Catarinense 2.251 Não Não Sim
Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 Não Não Não
Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 Sim Sim Não
Blumenau Vale do Itajaí 287.350 Sim Sim Sim
Bocaina do Sul Serrana 3.151 Não Não Não
Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 Sim Não Não
Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 Não Sim Não
Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 Não Não Sim
Bom Retiro Serrana 8.397 Sim Sim Sim
Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 Sim Sim Não
Botuverá Vale do Itajaí 3.603 Não Não Não
Braço do norte Sul Catarinense 28.912 Sim Não Sim
Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 Não Não Não
208
Brunópolis Serrana 3.281 Não Não Não
Brusque Vale do Itajaí 85.218 Sim Sim Não
Caçador Oeste Catarinense 69.767 Sim Sim Não
Caibí Oeste Catarinense 5.803 Não Não Sim
Calmon Oeste Catarinense 3.885 Não Não Não
Camboriú Vale do Itajaí 49.469 Não Não Não
Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 Sim Sim Não
Campo Belo do Sul Serrana 8.068 Não Não Não
Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 Não Não Sim
Campos Novos Serrana 28.842 Sim Sim Não
Canelinha Grande Florianópolis 9.434 Sim Sim Não
Canoinhas Norte Catarinense 52.647 Sim Sim Não
Capão Alto Serrana 3.110 Não Não Não
Capinzal Oeste Catarinense 23.167 Sim Sim Não
Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 Sim Sim Não
Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 Não Não Não
Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 Não Não Sim
Celso Ramos Serrana 2.529 Não Não Não
Cerro Negro Serrana 3.553 Sim Não Não
Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 Sim Sim Não
Chapecó Oeste Catarinense 165.220 Sim Sim Sim
Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 Não Sim Não
Concórdia Oeste Catarinense 65.754 Sim Sim Não
Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 Não Sim Não
Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 Não Sim Não
Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 Sim Sim Não
Correia Pinto Serrana 16.992 Sim Sim Não
Corupá Norte Catarinense 12.592 Sim Sim Não
Criciúma Sul Catarinense 182.785 Sim Sim Não
Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 Não Não Sim
Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 Não Não Não
Curitibanos Serrana 37.460 Sim Sim Não
Descanso Oeste Catarinense 8.356 Sim Sim Sim
Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 Sim Sim Não
Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 Não Não Não
Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 Não Não Não
Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 Não Não Não
Ermo Sul Catarinense 2.056 Não Não Não
Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 Não Não Sim
Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 Sim Sim Não
Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 Não Não Não
Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 Sim Sim Sim
Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 Não Não Não
Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 Não Não Não
Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 Sim Sim Sim
Frei Rogério Serrana 3.173 Não Sim Não
Galvão Oeste Catarinense 4.004 Não Sim Não
Garopaba Sul Catarinense 14.829 Sim Sim Não
Garuva Norte Catarinense 12.716 Sim Sim Sim
Gaspar Vale do Itajaí 51.955 Sim Sim Não
Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 Sim Sim Não
Grão Pará Sul Catarinense 6.167 Não Não Não
Gravatal Sul Catarinense 7.210 Sim Sim Não
209
Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 Não Não Não
Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 Sim Sim Sim
Guaramirim Norte Catarinense 28.944 Sim Sim Não
Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 Sim Sim Não
Guatambú Oeste Catarinense 4.728 Não Não Não
Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 Sim Sim Não
Ibiam Oeste Catarinense 1.898 Sim Sim Não
Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 Não Não Não
Ibirama Vale do Itajaí 16.923 Sim Sim Não
Içara Sul Catarinense 54.041 Sim Sim Não
Ilhota Vale do Itajaí 11.152 Não Não Não
Imaruí Sul Catarinense 12.364 Não Não Não
Imbituba Sul Catarinense 38.141 Sim Sim Não
Imbuia Vale do Itajaí 5.203 Não Não Sim
Indaial Vale do Itajaí 45.343 Sim Sim Não
Iomerê Oeste Catarinense 2.660 Sim Sim Não
Ipira Oeste Catarinense 5.228 Não Não Não
Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 Não Sim Não
Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 Não Não Sim
Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 Sim Sim Não
Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 Não Não Sim
Irani Oeste Catarinense 9.287 Sim Sim Sim
Irati Oeste Catarinense 2.069 Não Não Não
Irineópolis Norte Catarinense 9.720 Não Não Não
Itá Oeste Catarinense 6.829 Sim Não Sim
Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 Não Sim Sim
Itajaí Vale do Itajaí 161.121 Sim Sim Não
Itapema Vale do Itajaí 32.894 Não Sim Não
Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 Sim Sim Não
Itapoá Norte Catarinense 11.318 Não Não Sim
Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 Sim Sim Não
Jaborá Oeste Catarinense 4.085 Não Não Sim
Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 Não Não Não
Jaguaruna Sul Catarinense 15.608 Não Não Não
Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 Sim Sim Sim
Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 Sim Não Sim
Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 Sim Sim Não
Joinville Norte Catarinense 477.971 Sim Sim Não
José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 Não Não Não
Jupiá Oeste Catarinense 2.136 Não Sim Sim
Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 Não Não Não
Lages Serrana 165.068 Sim Sim Sim
Laguna Sul Catarinense 48.956 Sim Sim Não
Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 Não Não Não
Laurentino Vale do Itajaí 5.440 Não Não Não
Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 Não Não Não
Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 Não Não Sim
Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 Não Não Não
Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 Não Não Não
Lontras Vale do Itajaí 8.793 Sim Sim Sim
Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 Não Não Não
Luzerna Oeste Catarinense 5.699 Não Não Sim
Macieira Oeste Catarinense 1.712 Não Não Sim
210
Mafra Norte Catarinense 51.437 Sim Sim Sim
Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 Não Não Não
Major Vieira Norte Catarinense 6.691 Sim Sim Não
Maracajá Sul Catarinense 6.002 Não Não Não
Maravilha Oeste Catarinense 18.879 Sim Sim Não
Marema Oeste Catarinense 2.467 Não Sim Sim
Massaranduba Norte Catarinense 13.277 Sim Sim Não
Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 Sim Sim Sim
Meleiro Sul Catarinense 6.950 Não Não Sim
Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 Não Não Não
Modelo Oeste Catarinense 3.781 Sim Sim Sim
Mondaí Oeste Catarinense 8.432 Sim Sim Não
Monte Carlo Serrana 10.258 Não Não Não
Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 Não Não Não
Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 Sim Sim Sim
Morro Grande Sul Catarinense 2.860 Não Não Não
Navegantes Vale do Itajaí 47.349 Sim Sim Não
Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 Não Não Não
Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 Não Sim Não
Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 NI NI NI
Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 Sim Não Não
Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 Não Não Não
Orleans Sul Catarinense 20.026 Sim Sim Não
Otacílio Costa Serrana 14.660 Não Não Não
Ouro Oeste Catarinense 7.772 Não Não Não
Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 Não Não Sim
Paial Oeste Catarinense 2.001 Não Não Não
Painel Serrana 2.452 Não Não Sim
Palhoça Grande Florianópolis 120.346 Sim Sim Não
Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 Não Não Não
Palmeira Serrana 2.261 Não Não Não
Palmitos Oeste Catarinense 15.154 Sim Sim Não
Papanduva Norte Catarinense 17.125 Não Não Não
Paraíso Oeste Catarinense 4.179 Não Não Sim
Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 Sim Sim Não
Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 Sim Sim Não
Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 Não Não Não
Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 Não Não Não
Penha Vale do Itajaí 20.023 Sim Sim Não
Peritiba Oeste Catarinense 3.251 Sim Sim Não
Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 Sim Sim Não
Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 Não Sim Não
Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 Não Não Não
Piratuba Oeste Catarinense 6.275 Sim Sim Não
Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 Não Não Não
Pomerode Vale do Itajaí 23.849 Sim Sim Não
Ponte Alta Serrana 5.381 Sim Sim Sim
Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 Não Não Não
Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 Não Não Não
Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 Sim Sim Sim
Porto União Norte Catarinense 32.871 Sim Sim Não
Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 Sim Sim Sim
Praia Grande Sul Catarinense 7.136 Sim Sim Sim
211
Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 Não Não Não
Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 Sim Sim Não
Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 Não Não Não
Princesa Oeste Catarinense 2.470 Sim Sim Sim
Quilombo Oeste Catarinense 10.188 Sim Sim Não
Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 Sim Sim Não
Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 Sim Sim Sim
Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 Não Não Não
Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 Não Não Não
Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 Sim Sim Não
Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 Sim Sim Não
Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 Não Não Não
Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 Não Não Não
Rio Rufino Serrana 2.032 Não Não Não
Riqueza Oeste Catarinense 4.594 Não Não Não
Rodeio Vale do Itajaí 10.898 Não Sim Não
Romelândia Oeste Catarinense 5.137 Não Não Sim
Salete Vale do Itajaí 7.136 Não Sim Não
Saltinho Oeste Catarinense 3.449 Não Não Não
Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 Não Sim Não
Sangão Sul Catarinense 9.347 Não Não Sim
Santa Cecília Serrana 15.926 Não Não Não
Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 Não Não Não
Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 Não Não Não
Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 Não Não Sim
Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 Não Não Não
Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 Não Não Não
Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 Não Não Não
Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 Sim Não Não
São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 Sim Sim Não
São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 Não Sim Não
São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 Não Não Sim
São Carlos Oeste Catarinense 8.890 Sim Sim Não
São Cristovão do Sul Serrana 4.913 Não Não Não
São Domingos Oeste Catarinense 8.912 Sim Sim Não
São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 Sim Não Não
São João Batista Grande Florianópolis 15.936 Não Não Não
São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 Não Não Não
São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 Não Sim Não
São João do Sul Sul Catarinense 15.936 Não Não Não
São Joaquim Serrana 23.114 Sim Não Não
São José Grande Florianópolis 192.679 Sim Sim Não
São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 Sim Sim Sim
São José do Cerrito Serrana 9.776 Sim Sim Não
São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 Sim Sim Não
São Ludgero Sul Catarinense 9.911 Não Não Não
São Martinho Sul Catarinense 3.221 Não Não Não
São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 Não Não Sim
São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 Sim Sim Sim
São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 Não Não Não
Saudades Oeste Catarinense 7.960 Não Sim Sim
Schroeder Norte Catarinense 10.975 Sim Sim Não
Seara Oeste Catarinense 17.221 Sim Sim Não
212
Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 Não Não Sim
Siderópolis Sul Catarinense 12.776 Não Não Não
Sombrio Sul Catarinense 25.274 Não Não Não
Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 Não Não Não
Taió Vale do Itajaí 16.153 Sim Sim Não
Tangará Oeste Catarinense 8.234 Sim Sim Sim
Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 Não Não Sim
Tijucas Grande Florianópolis 25.474 Sim Sim Sim
Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 Não Não Não
Timbó Vale do Itajaí 32.207 Sim Sim Não
Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 Não Não Sim
Três Barras Norte Catarinense 17.887 Não Não Não
Treviso Sul Catarinense 3.393 Não Não Não
Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 Não Não Não
Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 Não Não Não
Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 Sim Sim Não
Tubarão Sul Catarinense 93.238 Sim Sim Não
Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 Não Não Não
Turvo Sul Catarinense 11.118 Não Não Não
União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 Não Não Não
Urubici Serrana 10.509 Sim Sim Não
Urupema Serrana 2.554 Não Não Não
Urussanga Sul Catarinense 19.110 Não Não Não
Vargeão Oeste Catarinense 3.489 Não Não Sim
Vargem Serrana 3.203 Não Sim Sim
Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 Não Sim Não
Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 Não Não Não
Videira Oeste Catarinense 45.699 Sim Sim Não
Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 Não Não Não
Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 Não Não Sim
Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 Não Sim Não
Xavantina Oeste Catarinense 4.118 Não Não Não
Xaxim Oeste Catarinense 24.432 Sim Sim Sim
Zortéa Serrana 2.804 Não Não Não
FONTE: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002
213
IX – Distribuição dos Municípios quanto a Existência de Sistemas Informatizados de IPTU, ISS e Mapeamento Digital
DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUANTO A EXISTÊNCIA DE SISTEMAS INFORMATIZADOS DE IPTU, ISS E MAPEAMENTO DIGITAL
Municipio Mesorregião Populaçao ISS IPTU Mapeamento Digital
Abdon Batista Serrana 2.534 Sim Sim Não
Abelardo Luz Oeste Catarinense 18.154 Sim Sim Não
Agrolândia Vale do Itajaí 8.133 Sim Sim Não
Agronômica Vale do Itajaí 4.506 Sim Não Não
Água Doce Oeste Catarinense 6.870 Sim Sim Não
Águas de Chapecó Oeste Catarinense 5.443 Sim Sim Não
Águas Frias Oeste Catarinense 2.186 Sim Não Não
Águas Mornas Grande Florianópolis 5.790 Sim Sim Não
Alfredo Wagner Grande Florianópolis 8.376 Sim Sim Não
Alto Bela Vista Oeste Catarinense 1.913 Sim Sim Não
Anchieta Oeste Catarinense 6.049 Sim Sim Não
Angelina Grande Florianópolis 5.524 Sim Sim Não
Anita Garibaldi Serrana 10.077 Sim Sim Não
Anitápolis Grande Florianópolis 3.065 Sim Sim Não
Antônio Carlos Grande Florianópolis 6.855 Sim Sim Não
Apiúna Vale do Itajaí 8.925 Sim Sim Não
Arabutã Oeste Catarinense 4.204 Sim Sim Não
Araquari Norte Catarinense 20.242 Sim Sim Não
Araranguá Sul Catarinense 60.076 Sim Sim Não
Armazém Sul Catarinense 7.272 Sim Sim Não
Arroio Trinta Oeste Catarinense 3.570 Sim Sim Não
Arvoredo Oeste Catarinense 2.112 Sim Sim Não
Ascurra Vale do Itajaí 7.330 Não Não Não
Atalanta Vale do Itajaí 3.289 Sim Sim Não
Aurora Vale do Itajaí 5.170 Sim Sim Não
Balneário Arroio do Silva Sul Catarinense 7.001 Sim Sim Não
Balneário Barra do Sul Norte Catarinense 7.356 Sim Sim Não
Balneário Camboriú Vale do Itajaí 90.461 Sim Sim Sim
Balneário Gaivota Sul Catarinense 6.298 Sim Sim Não
Balneário Piçarras Vale do Itajaí 12.438 Sim Sim Não
Bandeirante Oeste Catarinense 2.900 Sim Não Não
Barra Bonita Oeste Catarinense 2.003 Sim Sim Não
Barra Velha Vale do Itajaí 18.095 Sim Sim Sim
Bela Vista do Toldo Norte Catarinense 5.719 Sim Sim Não
Belmonte Oeste Catarinense 2.251 Sim Sim Não
Benedito Novo Vale do Itajaí 9.423 Sim Sim Não
Biguaçu Grande Florianópolis 55.267 Sim Sim Não
Blumenau Vale do Itajaí 287.350 Sim Sim Sim
Bocaina do Sul Serrana 3.151 Sim Sim Não
Bom Jardim da Serra Serrana 4.041 Sim Sim Não
Bom Jesus Oeste Catarinense 2.069 Sim Sim Não
Bom Jesus do Oeste Oeste Catarinense 2.095 Sim Sim Não
Bom Retiro Serrana 8.397 Sim Sim Não
Bombinhas Vale do Itajaí 10.759 Sim Sim Sim
Botuverá Vale do Itajaí 3.603 Sim Sim Não
Braço do norte Sul Catarinense 28.912 Sim Sim Não
214
Braço do Trombudo Vale do Itajaí 3.531 Sim Sim Não
Brunópolis Serrana 3.281 Não Sim Não
Brusque Vale do Itajaí 85.218 Sim Sim Não
Caçador Oeste Catarinense 69.767 Sim Sim Sim
Caibí Oeste Catarinense 5.803 Sim Sim Não
Calmon Oeste Catarinense 3.885 Não Sim Não
Camboriú Vale do Itajaí 49.469 Sim Sim Não
Campo Alegre Norte Catarinense 12.434 Sim Sim Não
Campo Belo do Sul Serrana 8.068 Sim Sim Não
Campo Erê Oeste Catarinense 8.962 Sim Sim Não
Campos Novos Serrana 28.842 Não Sim Sim
Canelinha Grande Florianópolis 9.434 Sim Sim Não
Canoinhas Norte Catarinense 52.647 Sim Sim Não
Capão Alto Serrana 3.110 Sim Sim Não
Capinzal Oeste Catarinense 23.167 Sim Sim Sim
Capivari de Baixo Sul Catarinense 19.934 Sim Sim Não
Catanduvas Oeste Catarinense 9.192 Sim Sim Não
Caxambú do Sul Oeste Catarinense 4.902 Sim Sim Não
Celso Ramos Serrana 2.529 Não Não Não
Cerro Negro Serrana 3.553 Sim Sim Não
Chapadão do Lageado Vale do Itajaí 2.547 Sim Sim Não
Chapecó Oeste Catarinense 165.220 Sim Sim Sim
Cocal do Sul Sul Catarinense 14.662 Sim Sim Não
Concórdia Oeste Catarinense 65.754 Sim Sim Sim
Cordilheira Alta Oeste Catarinense 3.196 Sim Sim Não
Coronel Freitas Oeste Catarinense 10.597 Sim Sim Não
Coronel Martins Oeste Catarinense 1.905 Não Sim Não
Correia Pinto Serrana 16.992 Sim Sim Não
Corupá Norte Catarinense 12.592 Não Sim Não
Criciúma Sul Catarinense 182.785 Sim Sim Sim
Cunha Porã Oeste Catarinense 9.948 Sim Sim Não
Cunhataí Oeste Catarinense 1.740 Sim Sim Não
Curitibanos Serrana 37.460 Sim Sim Não
Descanso Oeste Catarinense 8.356 Sim Sim Não
Dionísio Cerqueira Oeste Catarinense 14.522 Sim Sim Não
Dona Emma Vale do Itajaí 3.151 Sim Sim Não
Doutor Pedrinho Vale do Itajaí 3.126 Sim Sim Não
Entre Rios Oeste Catarinense 2.820 Sim Não Não
Ermo Sul Catarinense 2.056 Não Não Não
Erval Velho Oeste Catarinense 4.086 Sim Sim Não
Faxinal dos Guedes Oeste Catarinense 11.537 Sim Sim Não
Flor do Sertão Oeste Catarinense 1.621 Sim Sim Sim
Florianópolis Grande Florianópolis 386.913 Sim Sim Sim
Formosa do Sul Oeste Catarinense 2.119 Sim Sim Não
Forquilhinha Sul Catarinense 20.549 Sim Sim Não
Fraiburgo Oeste Catarinense 36.180 Sim Sim Não
Frei Rogério Serrana 3.173 Sim Sim Não
Galvão Oeste Catarinense 4.004 Sim Sim Não
Garopaba Sul Catarinense 14.829 Sim Sim Não
Garuva Norte Catarinense 12.716 Sim Sim Não
Gaspar Vale do Itajaí 51.955 Sim Sim Sim
215
Governador Celso Ramos Grande Florianópolis 12.608 Sim Sim Não
Grão Pará Sul Catarinense 6.167 Sim Sim Sim
Gravatal Sul Catarinense 7.210 Sim Sim Não
Guabiruba Vale do Itajaí 14.552 Sim Sim Não
Guaraciaba Oeste Catarinense 10.393 Sim Sim Não
Guaramirim Norte Catarinense 28.944 Sim Sim Sim
Guarujá do Sul Oeste Catarinense 4.655 Não Sim Não
Guatambú Oeste Catarinense 4.728 Sim Sim Não
Hereval d'Oeste Oeste Catarinense 21.179 Sim Sim Não
Ibiam Oeste Catarinense 1.898 Sim Sim Não
Ibicaré Oeste Catarinense 3.408 Não Não Não
Ibirama Vale do Itajaí 16.923 Sim Sim Sim
Içara Sul Catarinense 54.041 Sim Sim Sim
Ilhota Vale do Itajaí 11.152 Sim Sim Sim
Imaruí Sul Catarinense 12.364 Sim Sim Não
Imbituba Sul Catarinense 38.141 Sim Sim Não
Imbuia Vale do Itajaí 5.203 Sim Sim Não
Indaial Vale do Itajaí 45.343 Sim Sim Sim
Iomerê Oeste Catarinense 2.660 Sim Sim Sim
Ipira Oeste Catarinense 5.228 Sim Sim Não
Iporã do Oeste Oeste Catarinense 7.695 Sim Sim Não
Ipuaçu Oeste Catarinense 6.275 Sim Sim Não
Ipumirim Oeste Catarinense 6.729 Sim Sim Não
Iraceminha Oeste Catarinense 4.010 Sim Sim Não
Irani Oeste Catarinense 9.287 Sim Sim Não
Irati Oeste Catarinense 2.069 Sim Sim Não
Irineópolis Norte Catarinense 9.720 Sim Sim Não
Itá Oeste Catarinense 6.829 Sim Sim Não
Itaiópolis Norte Catarinense 19.846 Sim Sim Não
Itajaí Vale do Itajaí 161.121 Sim Sim Não
Itapema Vale do Itajaí 32.894 Sim Sim Sim
Itapiranga Oeste Catarinense 13.432 Sim Sim Não
Itapoá Norte Catarinense 11.318 Sim Sim Sim
Ituporanga Vale do Itajaí 19.905 Sim Sim Não
Jaborá Oeste Catarinense 4.085 Sim Sim Não
Jacinto Machado Sul Catarinense 10.620 Sim Sim Não
Jaguaruna Sul Catarinense 15.608 Sim Sim Não
Jaraguá do Sul Norte Catarinense 124.661 Sim Sim Sim
Jardinópolis Oeste Catarinense 1.867 Sim Sim Não
Joaçaba Oeste Catarinense 24.708 Sim Sim Não
Joinville Norte Catarinense 477.971 Sim Sim Sim
José Boiteux Vale do Itajaí 4.634 Sim Sim Não
Jupiá Oeste Catarinense 2.136 Sim Sim Não
Lacerdópolis Oeste Catarinense 2.221 Sim Sim Não
Lages Serrana 165.068 Sim Sim Não
Laguna Sul Catarinense 48.956 Sim Sim Não
Lajeado Grande Oeste Catarinense 1.633 Sim Sim Não
Laurentino Vale do Itajaí 5.440 Sim Sim Não
Lauro Müller Sul Catarinense 13.434 Sim Sim Não
Lebon Régis Oeste Catarinense 12.132 Não Sim Não
Leoberto Leal Grande Florianópolis 3.468 Sim Sim Não
216
Lindóia do Sul Oeste Catarinense 4.573 Sim Sim Não
Lontras Vale do Itajaí 8.793 Sim Sim Não
Luís Alves Vale do Itajaí 8.761 Sim Sim Não
Luzerna Oeste Catarinense 5.699 Sim Sim Não
Macieira Oeste Catarinense 1.712 Não Sim Não
Mafra Norte Catarinense 51.437 Sim Sim Não
Major Gercino Grande Florianópolis 2.814 Sim Não Não
Major Vieira Norte Catarinense 6.691 Sim Sim Não
Maracajá Sul Catarinense 6.002 Sim Sim Não
Maravilha Oeste Catarinense 18.879 Sim Sim Não
Marema Oeste Catarinense 2.467 Sim Sim Não
Massaranduba Norte Catarinense 13.277 Sim Sim Não
Matos Costa Oeste Catarinense 3.646 Não Sim Não
Meleiro Sul Catarinense 6.950 Sim Sim Sim
Mirim Doce Vale do Itajaí 2.647 Sim Não Não
Modelo Oeste Catarinense 3.781 Sim Sim Não
Mondaí Oeste Catarinense 8.432 Não Não Não
Monte Carlo Serrana 10.258 Sim Sim Não
Monte Castelo Norte Catarinense 8.222 Sim Sim Não
Morro da Fumaça Sul Catarinense 15.668 Sim Sim Não
Morro Grande Sul Catarinense 2.860 Sim Sim Não
Navegantes Vale do Itajaí 47.349 Sim Sim Não
Nova Erechim Oeste Catarinense 3.763 Sim Sim Não
Nova Itaberaba Oeste Catarinense 4.298 Sim Sim Não
Nova Trento Grande Florianópolis 10.227 NI NI NI
Nova Veneza Sul Catarinense 12.339 Sim Sim Não
Novo Horizonte Oeste Catarinense 7.772 Sim Sim Não
Orleans Sul Catarinense 20.026 Sim Sim Não
Otacílio Costa Serrana 14.660 Sim Sim Não
Ouro Oeste Catarinense 7.772 Sim Sim Não
Ouro Verde Oeste Catarinense 2.154 Sim Sim Não
Paial Oeste Catarinense 2.001 Sim Sim Não
Painel Serrana 2.452 Sim Sim Não
Palhoça Grande Florianópolis 120.346 Sim Sim Sim
Palma Sola Oeste Catarinense 7.872 Sim Sim Não
Palmeira Serrana 2.261 Sim Sim Não
Palmitos Oeste Catarinense 15.154 Sim Sim Não
Papanduva Norte Catarinense 17.125 Sim Sim Não
Paraíso Oeste Catarinense 4.179 Sim Sim Não
Passo de Torres Sul Catarinense 5.253 Sim Sim Não
Passos Maia Oeste Catarinense 5.552 Sim Sim Não
Paulo Lopoes Grande Florianópolis 6.126 Sim Sim Não
Pedras Grandes Sul Catarinense 4.849 Sim Sim Não
Penha Vale do Itajaí 20.023 Sim Sim Não
Peritiba Oeste Catarinense 3.251 n Sim Não
Petrolândia Vale do Itajaí 6.067 Sim Sim Não
Pinhalzinho Oeste Catarinense 13.219 Sim Sim Não
Pinheiro Preto Oeste Catarinense 2.911 Sim Sim Não
Piratuba Oeste Catarinense 6.275 Sim Sim Não
Planalto Alegre Oeste Catarinense 2.394 Sim Sim Não
Pomerode Vale do Itajaí 23.849 Sim Sim Sim
217
Ponte Alta Serrana 5.381 Sim Sim Não
Ponte Alta do Norte Serrana 3.531 Sim Sim Não
Ponte Serrada Oeste Catarinense 11.344 Sim Sim Não
Porto Belo Vale do Itajaí 12.627 Não Sim Não
Porto União Norte Catarinense 32.871 Sim Sim Não
Pouso Redondo Vale do Itajaí 12.607 Sim Sim Não
Praia Grande Sul Catarinense 7.136 Sim Sim Não
Presidente Castelo Branco Oeste Catarinense 2.082 Não Sim Não
Presidente Getúlio Vale do Itajaí 12.826 Sim Sim Sim
Presidente Nereu Vale do Itajaí 2.064 Sim Sim Não
Princesa Oeste Catarinense 2.470 Sim Sim Não
Quilombo Oeste Catarinense 10.188 Sim Sim Não
Rancho Queimado Grande Florianópolis 2.780 Sim Sim Sim
Rio das Antas Oeste Catarinense 6.322 Sim Sim Não
Rio do Campo Vale do Itajaí 6.335 Sim Sim Não
Rio do Oeste Vale do Itajaí 6.609 Sim Sim Sim
Rio do Sul Vale do Itajaí 54.713 Sim Sim Não
Rio dos Cedros Vale do Itajaí 9.091 Sim Sim Não
Rio Fortuna Sul Catarinense 4.395 Sim Sim Não
Rio Negrinho Norte Catarinense 42.451 Sim Sim Não
Rio Rufino Serrana 2.032 Sim Sim Não
Riqueza Oeste Catarinense 4.594 Sim Sim Não
Rodeio Vale do Itajaí 10.898 Sim Sim Não
Romelândia Oeste Catarinense 5.137 Não Não Não
Salete Vale do Itajaí 7.136 Sim Sim Não
Saltinho Oeste Catarinense 3.449 Sim Não Não
Salto Veloso Oeste Catarinense 4.115 Sim Sim Não
Sangão Sul Catarinense 9.347 Sim Sim Não
Santa Cecília Serrana 15.926 Sim Sim Não
Santa Helena Oeste Catarinense 2.393 Sim Sim Não
Santa Rosa de Lima Sul Catarinense 2.064 Sim Sim Não
Santa Rosa do Sul Sul Catarinense 8.109 Sim Sim Não
Santa Terezinha Norte Catarinense 8.945 Sim Sim Não
Santa Terezinha do Progresso Oeste Catarinense 3.076 Sim Sim Não
Santiago do Sul Oeste Catarinense 1.573 Sim Sim Não
Santo Amaro da Imperatriz Grande Florianópolis 16.896 Sim Sim Não
São Bento do Sul Norte Catarinense 73.189 Sim Sim Sim
São Bernarinho Oeste Catarinense 2.703 Sim Sim Não
São Bonifácio Grande Florianópolis 3.138 Não Não Não
São Carlos Oeste Catarinense 8.890 Sim Sim Não
São Cristovão do Sul Serrana 4.913 Sim Sim Não
São Domingos Oeste Catarinense 8.912 Sim Sim Não
São Francisco do Sul Norte Catarinense 36.743 Sim Sim Não
São João Batista Grande Florianópolis 15.936 Sim Sim Não
São João do Itaperiú Vale do Itajaí 3.398 Não Não Não
São João do Oeste Oeste Catarinense 5.344 Não Sim Não
São João do Sul Sul Catarinense 15.936 Sim Sim Não
São Joaquim Serrana 23.114 Sim Sim Não
São José Grande Florianópolis 192.679 Sim Sim Sim
São José do Cedro Oeste Catarinense 13.112 Sim Sim Não
São José do Cerrito Serrana 9.776 Sim Sim Não
218
São Lousenço do Oeste Oeste Catarinense 20.005 Sim Sim Não
São Ludgero Sul Catarinense 9.911 Sim Sim Não
São Martinho Sul Catarinense 3.221 Não Sim Não
São Miguel da Boa Vista Oeste Catarinense 1.708 Sim Sim Não
São Miguel do Oeste Oeste Catarinense 32.928 Sim Sim Não
São Pedro de Alcântara Grande Florianópolis 3.781 Sim Sim Não
Saudades Oeste Catarinense 7.960 Sim Sim Não
Schroeder Norte Catarinense 10.975 Sim Sim Não
Seara Oeste Catarinense 17.221 Sim Sim Não
Serra Alta Oeste Catarinense 3.058 Sim Sim Não
Siderópolis Sul Catarinense 12.776 Não Sim Não
Sombrio Sul Catarinense 25.274 Sim Sim Não
Sul Brasil Oeste Catarinense 2.728 Sim Sim Não
Taió Vale do Itajaí 16.153 Sim Sim Não
Tangará Oeste Catarinense 8.234 Não Sim Não
Tigrinhos Oeste Catarinense 1.919 Sim Sim Sim
Tijucas Grande Florianópolis 25.474 Sim Sim Não
Timbé do Sul Sul Catarinense 5.193 Sim Sim Não
Timbó Vale do Itajaí 32.207 Sim Sim Sim
Timbó Grande Norte Catarinense 7.292 Sim Sim Não
Três Barras Norte Catarinense 17.887 Sim Sim Não
Treviso Sul Catarinense 3.393 Sim Sim Não
Treze de Maio Sul Catarinense 6.980 Sim Sim Não
Treze Tílias Oeste Catarinense 5.257 Sim Sim Não
Trombudo Central Vale do Itajaí 5.755 Sim Sim Não
Tubarão Sul Catarinense 93.238 Sim Sim Não
Tunápolis Oeste Catarinense 4.416 Não Não Não
Turvo Sul Catarinense 11.118 Sim Sim Não
União do Oeste Oeste Catarinense 3.336 Sim Sim Não
Urubici Serrana 10.509 Sim Sim Não
Urupema Serrana 2.554 Não Sim Não
Urussanga Sul Catarinense 19.110 Sim Sim Não
Vargeão Oeste Catarinense 3.489 Não Não Não
Vargem Serrana 3.203 Não Sim Não
Vargem Bonita Oeste Catarinense 4.835 Sim Sim Não
Vidal Ramos Vale do Itajaí 5.975 Não Não Não
Videira Oeste Catarinense 45.699 Sim Sim Não
Vitor Meireles Vale do Itajaí 5.330 Sim Sim Não
Witmarsum Vale do Itajaí 3.091 Sim Não Não
Xanxerê Oeste Catarinense 39.812 Sim Sim Não
Xavantina Oeste Catarinense 4.118 Sim Sim Não
Xaxim Oeste Catarinense 24.432 Sim Sim Não
Zortéa Serrana 2.804 Sim Sim Não
Fonte: IBGE Pesquisa de Informações Básicas 2002