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R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

ALEXANDRE MIGUEL MARQUES DA PIEDADE

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO

EM DESIGN DE EQUIPAMENTO

Dezembro 2013

I

Ficha de identificação

Nome: Alexandre Miguel Marques da Piedade

Nº de aluno: 1009639

Curso: Design de Equipamento

Nome da Empresa: Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas

Especiais e Plásticos (CENTIMFE)

Morada da Empresa: Rua de Espanha, Lote 8 - Zona Industrial Apartado 313,

2431-904 Marinha Grande

Telefone da Empresa: + 351 244 545 600

Fax da Empresa: + 351 244 545 601

E-mail da Empresa: [email protected]

Início do Projecto de Estágio: 22 de Julho de 2013

Fim do Projecto de Estágio: 30 de Setembro de 2013

Supervisor: Nuno Alexandre da Silva Fidélis

Grau académico: Licenciatura em Engenharia de Materiais

Cargo ou função na Empresa: Coordenador da Área Tecnológica de Engenharia

de Produto e Processo

Nome do Orientador na ESTG: Eng.º João Carlos Cerejo Ayres de Miranda

Grau académico: Mestre

II

Agradecimentos

Gostaria de deixar um obrigado à minha família, em especial aos meus pais e

irmão que sempre estiveram presentes apoiando-me em todas as minhas decisões e

tornado possível esta minha caminhada e formação.

Ao meu orientador, professor João Carlos Cerejo Ayres de Miranda que me

acompanhou ao longo desta formação académica contribuindo com os seus

ensinamentos, experiências, e pela sua disponibilidade em me orientar e apoiar neste

estágio.

A todos os docentes do Instituto Politécnico da Guarda com quem trabalhei

durante a minha formação, cada um com a sua personalidade e profissionalismo próprio,

contribuindo para a minha formação pessoal e profissional, proporcionando a

possibilidade de me tornar uma pessoa mais [Sábia, Prudente e Reflectida] e ainda de

me transmitirem qual o objectivo, função, direitos e deveres de um Designer.

Ao CENTIMFE que me deu a possibilidade de realizar o estágio, agradecer ao

supervisor dentro do CENTIMFE Eng.º Nuno Alexandre da Silva Fidélis que me

proporcionou o desenvolvimento do estágio de forma independente e motivadora,

também ao Eng.º Gil Pinheiro, responsável pela prototipagem, pela sua paciência,

apoio, cooperação e explicações sobre a área.

Ainda ao Designer Tiago Fernandes da Design Creativity Lab pela sua

disponibilidade e apoio dado ao longo do estágio no esclarecimento de dúvidas.

A todo o Instituto Politécnico da Guarda por todo o apoio e simpatia.

Por fim, mas não menos importante, aos meus colegas e amigos que estiveram

presentes e me apoiaram com uma força extra nos dias e horas mais difíceis, entre noites

de estudo e de trabalho, pelo carinho e pela amizade que levo no coração e pela força

que me transmitiram para continuar a lutar pelos meus objectivos.

Um Muito Obrigado a Todos.

III

Plano de estágio curricular

Numa reunião prévia com o meu supervisor foram estabelecidos os pontos

fundamentais do estágio, o objectivo da minha actividade no seio do CENTIMFE antes

do seu início e foi idealizado o plano de estágio, sendo posteriormente aprovado pelo

meu professor orientador. Desta forma, o plano foi dividido em dois projectos.

O primeiro projecto teve como tema Design Automóvel, com 180 horas,

cumprindo as seguintes etapas:

- Pesquisa e definição do conceito;

- Esboços;

- Desenvolvimento tridimensional;

- Revisão;

- Aprimorar as Superfícies;

- Elaboração do protótipo.

O segundo projecto consistiu na concepção e desenvolvimento de peça

polimérica, com 100 horas, onde foram cumpridos parâmetros pré estabelecidos para o

propósito:

- Definição do produto;

- Esboços;

- Desenvolvimento 3D;

- Engenharia para moldação por injecção;

- Fabrico do protótipo;

- Revisão;

- Acabamento do protótipo.

IV

É de salientar que para a concepção dos dois projectos mencionados

anteriormente estiveram presentes as disciplinas obtidas durante a minha formação

académica (a metodologia, a ergonomia, a antropometria, a ética, os processos de

fabrico, os custos, entre outras) cumprindo, assim, regras para o desenvolvimento de um

projecto de design, não se tornando uma peça meramente estética mas sim um projecto

exequível.

V

Resumo

Palavras-chave: Automóvel, Ciclismo, Design, Peça polimérica, SADO 550

O Presente relatório refere-se ao estágio curricular realizado no CENTIMFE.

Este fez parte da licenciatura em Design de Equipamento do Instituto Politécnico da

Guarda e decorreu entre o dia 22 de Julho e 30 de Setembro de 2013, com 400 horas

totais (mais do que o previsto no plano de estágio).

A realização do estágio nesta instituição, serviu para solidificar e consolidar a

minha formação em design de equipamento e o meu gosto pessoal em trabalhar

directamente com a indústria. O design de equipamento e industrial estão

intrinsecamente ligados como sendo uma actividade criativa que procura a solução,

incorporando a ciência, a tecnologia, e a engenharia, com o objectivo de tornar um

ambiente coerente.

No relatório é descrito o trabalho desenvolvido durante o período de estágio,

onde foi dividido em dois projectos: o primeiro “Design Automóvel” e o segundo

“Concepção e desenvolvimento de uma peça polimérica”.

O “Design Automóvel” foi um desafio e um incentivo do supervisor Nuno

Fidélis ao propor-me a concepção e idealização de um conceito automóvel. Numa

primeira abordagem foi realizado um Briefing onde se decidiu que o conceito a

trabalhar seria a de um pequeno citadino pois no contexto actual são os veículos com

maior funcionalidade e que têm de ser mais racionados. Chegou-se à conclusão que

seria pertinente pegar no primeiríssimo automóvel moderno nacional SADO 550 que

tinha surgido de um projecto chamado “O Projecto Ximba”. Para realizar este projecto

foram despendidas mais horas devido á sua grande complexidade contextual e de

execução.

Para que este projecto fosse realizado da melhor forma decorreram várias etapas:

a pesquisa sobre o “Projecto Ximba”; perceber as características salientes do veículo

antigo; e ter a percepção do que as marcas actuais desenvolvem no mesmo segmento.

VI

Foram, então, desenhados esboços para conseguir criar uma ideia inicial que

fosse ao encontro da contextualização actual, atribuindo-lhe as características de um

citadino da época.

Para desenvolver a pequena peça polimérica não estava previamente estipulada

qual a peça a realizar, assim sendo, no decorrer do estágio e em pequenos diálogos

propus a realização de uma peça polimérica para o mundo do desporto, mais

concretamente para o ciclismo. Surgiu a ideia de um suporte de bidon com uma pequena

caixa amovível para guardar toda uma panóplia de necessidades desta modalidade,

propondo novas soluções para este desporto.

VII

Índice Geral

Ficha de identificação ................................................................................................... I

Agradecimentos ........................................................................................................... II

Plano de estágio curricular ......................................................................................... III

Resumo ........................................................................................................................ V

Índice Geral ............................................................................................................... VII

Índice de Figuras ........................................................................................................ IX

Lista de Abreviaturas ................................................................................................. XI

01 - Introdução .............................................................................................................. 1

02 - Caracterização Sumária da Instituição .................................................................. 3

2.1 Introdução .............................................................................................................. 4

2.2 Cidade .................................................................................................................... 4

2.3 Pontos de Interesse ................................................................................................. 5

2.4 Empresa ................................................................................................................. 6

2.4.1 Organização Interna ............................................................................................ 8

2.4.2 Localização e contactos ...................................................................................... 9

2.4.3 O departamento ................................................................................................... 9

03 - Objectivos ............................................................................................................ 10

04 – Metodologia Utilizada ........................................................................................ 12

05 - Trabalho Desenvolvido no Estágio ..................................................................... 16

5.1 Introdução ............................................................................................................ 17

5.2 Design Automóvel ............................................................................................... 19

5.2.1 Painel de Apresentação ..................................................................................... 30

5.3 Peça Polimérica .................................................................................................... 31

5.3.1 Painel de Apresentação ..................................................................................... 36

5.4 Outros Projectos ................................................................................................... 37

06 – Conclusões .......................................................................................................... 38

Bibliografia e Webgrafia ............................................................................................ 41

Anexos ........................................................................................................................ 45

VIII

Anexo I ...................................................................................................................... 46

Anexo II ..................................................................................................................... 49

Anexo III .................................................................................................................... 50

Anexo IV .................................................................................................................... 52

Anexo V ..................................................................................................................... 53

Anexo VI .................................................................................................................... 54

Anexo VII .................................................................................................................. 56

Anexo VIII ................................................................................................................. 57

Anexo IX .................................................................................................................... 58

Anexo X ..................................................................................................................... 59

Anexo XI .................................................................................................................... 60

IX

Índice de Figuras

Fig. 1 – Brasão da Cidade [2]

........................................................................................ 4

Fig. 2 – Rotunda do Vidreiro [3]

................................................................................... 4

Fig. 3 – Mapa da Marinha Grande [4]

........................................................................... 4

Fig. 4 – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e

Plásticos [5]

........................................................................................................................ 6

Fig. 5 – Organograma do CENTIMFE. ....................................................................... 8

Fig. 6 – Mapa da localização do CENTIMFE. ............................................................ 9

Fig. 7 – Comparação entre o ciclo da vida humana e a metodologia de um designer.

........................................................................................................................................ 13

Fig. 8 – Esboços iniciais. ........................................................................................... 19

Fig. 9 – Fotografias da época do Sado 550.[7]

............................................................ 20

Fig. 10 – Primeiros Esboços ...................................................................................... 21

Fig. 11 – Esboço geral do novo Comcpt Sado 550. ................................................... 22

Fig. 12 – Fotografias dos veículos citadinos atuais. .................................................. 22

Fig. 13 – Tabela das dimensões. ................................................................................ 23

Fig. 14 – Modelação do veículo. ................................................................................ 23

Fig. 15 – Esboços da jante final do veículo. .............................................................. 24

Fig.16 – Modelação final. .......................................................................................... 24

Fig. 17 – Imagem renderizada, aspecto final do novo conceito Sado 550. ............... 25

Fig. 18 – Comparação entre o antigo Sado e o novo conceito. .................................. 25

Fig. 19 – Novo conceito do sado550 na estrada ........................................................ 26

Fig. 20 – Novo conceito do sado550 na cidade ......................................................... 26

Fig. 21 – Estacionamento na perpendicular ............................................................... 27

Fig. 22 – Sado em ambiente fabril ............................................................................. 27

Fig. 23 – Dimensões gerais do veículo. ..................................................................... 28

Fig. 24 - Protótipo da jante. ....................................................................................... 28

Fig. 25 – Protótipo final do novo concept do Sado 550. ........................................... 29

Fig. 26 - Painel de apresentação do projecto “Design Automóvel”. ......................... 30

Fig. 27 - Esboço final da aparência da grade de bidon e caixa. ................................. 32

Fig. 28 – Modelação da grade de bidon. .................................................................... 32

Fig. 29 - Assemblagem dos componentes. ................................................................ 33

Fig. 30 – Visualização do conjunto em ambiente real. .............................................. 33

X

Fig. 31 – Sistema de montagem. ................................................................................ 34

Fig. 32 – Aspecto final da grade de bidon com caixa. ............................................... 34

Fig. 33 – Processo de Montagem. .............................................................................. 34

Fig. 34 – Aspecto final da grade de bidon com caixa ................................................ 35

Fig. 35 – Painel de apresentação do projeto “Peça Polimérica”. ............................... 36

XI

Lista de Abreviaturas

3D Representação Tridimensional

APIP Associação Nacional da Indústria de Plásticos

cc Centímetros Cúbicos

C.D.P. Concepção e Desenvolvimento de Produto

CTT Correios, Telégrafos e Telefones

CEFAMOL Associação Nacional da Indústria de Moldes

CENTIMFE Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais

e Plásticos

IAPMEI Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas

INETI Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial

IPQ Instituto Português da Qualidade

mm Milímetros

SLS Selective Laser Sintering

UMM União Metalo-Mecânica

1

01 - Introdução

2

O estágio curricular realizado permitiu-me reflectir e consolidar sobre tudo o que

apreendi ao longo do meu percurso curricular em quatro anos de Licenciatura em

Design de Equipamento, para que no futuro possa tomar as escolhas e decisões mais

acertadas na minha carreira profissional.

Tenho tudo estudado? Certamente que não.

Tudo isto foi importante na minha formação? Certamente que sim.

Tenho vontade de continuar a aprender? Certamente que sim, pois ao longo da

vida muito ainda tenho para aprender.

Perante toda esta reflexão, é-me permitido compreender todas as coisas sobre o

mundo do design, olhando para trás é fácil perceber o que fiz e como poderia ter feito

melhor e é fácil perceber o que imaginava no início e o que acho agora numa fase final

desta actividade.

Torna-se, assim, mais claro o que quero para o futuro, estar ou não ligado ao

mundo da harmonia, da coerência e da satisfação, e assim perceber que para mim o

design e a forma como ele interage na sociedade não é uma actividade que faz “coisas”

bonitas, mas sim uma actividade que engloba tudo, que tem um interesse comum

trazendo para a sociedade a solução.

Perante isto sei que não poderia ter estudado algo que me deixa mais satisfeito

do que o design, porque desde sempre procurei a solução e a melhoria nas minhas

actividades. Olhando para trás e pensando na minha futura actividade sei que quero

permanecer com a minha atitude crítica, procurar a melhoria como designer

sobrevivendo às adversidades, e procurando sempre a solução tendo em conta as lições

que levo de todo o meu percurso sobre estas “coisas”.

3

02 - Caracterização Sumária da

Instituição

4

2.1 Introdução

O estágio curricular realizado no CENTIMFE concretizou-se no fim do 3º ano

do curso de Design de Equipamento do Instituto Politécnico da Guarda. O CENTIMFE

fica sediado na Cidade da Marinha Grande.

2.2 Cidade

Marinha Grande, distrito de Leiria, região centro Portugal é conhecida pela

ligação á indústria vidreira, onde permanece a frase histórica que faz jus a esta ligação

“quem não sopra, já soprou”.[1]

Fig. 1 – Brasão da Cidade [2]

Fig. 2 – Rotunda do Vidreiro [3]

Fig. 3 – Mapa da Marinha

Grande [4]

Este município está envolvido pelo pinhal do Rei e delimitado a Este pelo rio

Lis, a Norte o concelho de Leiria, a Sul pelo concelho de Alcobaça e a Oeste o Oceano

Atlântico. Tem uma abrangência total de 185km2 incluindo as suas freguesias, Moita e

Viera de Leiria.

5

A história deste município está ligada directamente à plantação do pinhal do Rei

onde numa fase inicial a madeira dai extraída serviu para a concepção de barcos como

comércio marítimo e pescas. Posteriormente, a actividade vidreira onde a madeira e

areia eram as matérias-primas no desenvolvimento desta actividade, veio a tornar-se

uma actividade de grande sustentabilidade económica quer para o município quer para

os seus habitantes.

Com todo este passado histórico, a Marinha Grande é detentora do título de

“capital do vidro“. Apesar deste título esta cidade foi evoluindo devido às necessidades

da indústria vidreira e começou a industrializar-se e a introduzir os moldes nesta

actividade. Com isto, o município melhorou a situação económica e ergueu-se à escala

social adquirindo mais um título “capital dos moldes”, tornando-se num importante e

dinâmico pólo industrial da indústria transformadora como sendo um dos principais

sectores de actividade (vidro, produtos metálicos, moldes e plásticos).

Devido a esta concentração na indústria transformadora, esta cidade poderá vir a

ter mais uma frase carismática “quem não maquina, já maquinou”.

2.3 Pontos de Interesse

No que respeita a este tema, a Marinha Grande é possuidora e detentora de

espaços Arquitectónicos e Culturais onde se destaca: o Museu do vidro, o Museu

Joaquim Correia, a casa do vidreiro e o Museu Santos Barbosa.

Ao nível do artesanato sobressaem o vidro, o cristal, as miniaturas de barcos de

madeira e a empalhação de vasilhame de vidro.

Por fim, inerente a esta cidade, podemos também encontrar as praias de São

Pedro de Moel, de Vieira de Leiria e o Pinhal de Leiria ou Pinhal do Rei, bem como

uma indústria a ela associada.

6

2.4 Empresa

O CENTIMFE foi criado em 1991 como uma organização sem fins lucrativos.

Actualmente conta com mais de 200 organizações associadas, sendo estas empresas

industriais e instituições públicas como o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e

Médias Empresas), o INETI (Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial),

o IPQ (Instituto Português da Qualidade), a Câmara Municipal da Marinha Grande e a

Câmara Municipal da Batalha, assim como organizações privadas de orientação

sectorial, nomeadamente a CEFAMOL (Associação Nacional da Indústria de Moldes) e

a APIP (Associação Nacional da Indústria de Plásticos).

Fig. 4 – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos [5]

O CENTIMFE apresenta-se como provedor de soluções pré-competitivas de

base industrial, tendo como missão posicionar-se sendo um interface de apoio à

inovação, ao desenvolvimento, à aplicação, à implementação, à dinamização, e como

um provedor parceiro tecnológica no sector dos moldes, ferramentas especiais,

plásticos, metalomecânica e aeronáutico funcionando como principal vínculo na

transferência tecnológica entre o sistema científico e tecnológico e as empresas

industriais.

Tendo em conta a sua missão o CENTIMFE tem como objectivo o

desenvolvimento de actividades de investigação de modo a aumentar as suas

competências e capacidades. Por estes motivos o CENTIMFE é detentor de uma

polivalência de recursos e ferramentas que são necessários para a realização de um

7

produto, desde o primeiro esboço ou idealização até á sua materialização. Estes recursos

e ferramentas estão estruturados em várias áreas operacionais designadamente o

desenvolvimento tecnológico, a qualidade, a vigilância tecnológica, as tecnologias de

informação, gestão e formação.

Através das áreas referidas anteriormente o CENTIMFE tem por base uma

politica de excelência prestando serviços de valor acrescentado à indústria e aos

domínios do desenvolvimento de produto através de:

- Prototipagem rápida e Rapid Tooling;

- Engenharia inversa;

- Tecnologias de micro fabricação;

- Tecnologias da informação e trabalho colaborativo;

- Tecnologias avançadas de produção;

- Maquinação a alta velocidade;

- Engenharia de superfícies;

- Transferência de tecnologia;

- Consultoria;

- Reengenharia de processos;

- Processos tecnológicos de corte por arranque de apara convencionais e de alta

velocidade;

- Moldação por injecção de materiais termoplásticos e termoendureciveis;

- Sistemas de gestão da qualidade;

- Saúde e segurança no trabalho;

- Gestão ambiental;

- Diagnóstico tecnológico;

- Reengenharia;

8

- Benchmarking;

- Formação;

- Organização de eventos, entre outros.

Em suma, o CENTIMFE sendo suportado pelo desenvolvimento de actividades

de investigação aplicada, de desenvolvimento experimental, de vigilância tecnológica e

dinamização de redes nacionais e internacionais, tem a capacidade de intervir em áreas

como a prototipagem rápida, maquinação a alta velocidade, acabamentos de superfícies,

tecnologias da informação, ou optimização de moldes de injeção.

2.4.1 Organização Interna

O CENTIMFE apresenta-se estruturalmente organizado de forma a promover a

transferência tecnológica, o suporte técnico e tecnológico, e formação especializada em

áreas “chave” para a indústria que representa. Desta forma, a organização interna do

CENTIMFE está descrita no organograma que se segue:

Fig. 5 – Organograma do CENTIMFE.

9

2.4.2 Localização e contactos

O CENTIMFE fica localizado na Rua de Espanha, Lote 8 - Zona Industrial

Apartado 313, 2431-904 Marinha Grande, com os seguintes contactos: Telefone da

Empresa: + 351 244 545 600; Fax da Empresa: + 351 244 545 601; E-mail da Empresa:

[email protected].

Fig. 6 – Mapa da localização do CENTIMFE.

2.4.3 O departamento

O estágio foi realizado no gabinete de engenharia de produto. Este

departamento, C.D.P. (Concepção e Desenvolvimento de Produto), é constituído por

Engenheiros de Moldes, Mecânicos e de Materiais e também nas oficinas por técnicos

de maquinação e ensaios. Contudo, este departamento não se fica por aqui e tem mais

uma valência, a área de prototipagem rápida sendo constituída por máquinas de SLS

(Selective Laser Sintering), entre outras (Ver Anexo I).

Em suma, é fácil perceber que este departamento, apesar de todas as suas

valências, constitui uma equipa capaz de lançar desafios entre si e solucionar desafios

propostos pelo exterior, pois reúne todas a condições para o sucesso, bem como o

ensaio de produtos inovadores.

10

03 - Objectivos

11

A realização do estágio no CENTIMFE teve como intenção procurar uma nova

experiência no mundo do design de produto/industrial e ao mesmo tempo integrar-me

junto da indústria e perceber como estas duas áreas se complementam, perceber como é

que as metodologias de ambas se conseguem fundir, sendo as duas, a meu ver,

diferentes.

Posso referir que o desenrolar dos meus projectos foram realizados de maneira

autónoma, não estando sujeitos a uma metodologia pré-definida pelo CENTIMFE, o

que me deixou bastante livre para realizá-los, o que me possibilitou testar os

conhecimentos adquiridos, ao longo da minha formação em ambiente de trabalho.

12

04 – Metodologia Utilizada

13

Na minha modesta opinião, a metodologia de um designer é algo extremamente

difícil de definir, no entanto, posso compará-la ao ciclo da vida humana, em que no

âmbito geral, está predefinida como uma volta de 360º que vai desde:

Fig. 7 – Comparação entre o ciclo da vida humana e a metodologia de um designer.

No entanto, no ciclo da vida humana as coisas nem sempre seguem a volta de

360º, podendo dar origem a ramificações que podem resultar em percursos mais rápidos

ou mais lentos, mais promissores ou menos promissores, resultados finais esperados ou

não esperados…

Baseado nos motivos referidos anteriormente, verifico que no desenvolvimento

de um projecto de design podem-se saltar fases ou etapas, dependendo da complexidade

do projecto, da criatividade do profissional até à experiência ou conhecimento do

mesmo, ao contrário da metodologia da indústria que é mais faseada, tendo avanços e

recuos mais lineares. Porém para que estas duas áreas consigam progredir e evoluir têm

que se aproximar metodologicamente.

Como foi referido, não fui sujeito a uma metodologia, porém com o decorrer dos

projectos fui realizando uma metodologia projectual, com avanços e recuos, lineares ou

14

ramificados que foram sendo necessários para a determinação das etapas dos projectos,

tendo em conta os mesmos e o tempo disponível para cada um.

Logo no início foi realizado um briefing com o supervisor do CENTIMFE onde

foram discutidos os traços gerais, essencialmente do primeiro projecto, e perceber as

fases que devia alcançar. No que diz respeito ao segundo projecto realizou-se somente

nesta fase a troca de breves palavras sobre o mesmo.

Numa segunda fase foi a consciencialização do tipo de projecto que tinha em

mãos, perceber a sua componente histórica (por se tratar de um projecto automóvel

“clássico”), a sua essência face à sua data de surgimento, perceber a quem se destinava

e qual a mensagem que foi transmitida ao consumidor final.

Após esta fase iniciou-se uma pesquisa e recolha de informação mais

aprofundada do mesmo, seguida de uma análise sincrónica e diacrónica para perceber o

que foi e o que poderia vir a ser.

Posteriormente iniciou-se a primeira fase criativa, no projecto design automóvel,

em que resultaram alguns processos criativos e onde surgiram algumas propostas de

solução para que fosse possível definir linhas e formas tendo em conta alguns detalhes

pré-seleccionados anteriormente, sendo que no decorrer desta fase realizaram-se

pequenos briefings e esboços sobre o segundo projecto, a peça polimérica.

Já quase numa fase final surge a representação tridimensional dos projectos com

o intuito de o percepcionar de uma forma mais pormenorizada e real. Para a realização

destas modelações foi utilizado um programa de modelação tridimensional, o

SolidWorks, e programas de renderização, Keyshot. É de salientar ainda que durante a

elaboração dos projectos ambos seguiram a metodologia que tem vindo a ser descrita de

um modo mais linear ou ramificada, como também já foi referido anteriormente, pois

nas fases criativas e de representação tridimensional há a necessidade de se delinear

alguns pormenores para que ambos os projectos surjam de um modo mais coerente e

correto.

De seguida surge a materialização de ambos os projectos, um processo

denominado de prototipagem, onde foi necessário a transformação dos ficheiros

tridimensionais em ficheiros de leitura para as máquinas de prototipagem. Após esta

fase também houve a necessidade de voltar à fase criativa e de modelação

15

tridimensional pois verificaram-se algumas lacunas. Corrigidas as lacunas surgem os

protótipos finais e os retoques finais para que no fim nasça um protótipo ou modelo

99% real.

Na fase final surge a apresentação dos projectos utilizando as imagens realistas

obtidas anteriormente e uma comunicação gráfica que explica de forma clara e objectiva

os mesmos, tendo em conta a sua utilização, os seus materiais e a sua interacção em

ambientes reais.

16

05 - Trabalho Desenvolvido no

Estágio

17

5.1 Introdução

Os projectos desenvolvidos foram um desafio sugerido e proposto na

reunião/“entrevista” pelo supervisor no CENTIMFE, Eng.º Nuno Fidélis, antes do

estágio realizado.

O primeiro desafio consistiu na concepção de um projecto de design automóvel

que na fase inicial (ou pré estágio) não estava definido o público-alvo a atingir. No

entanto, logo no início do estágio, onde cheguei com algumas “Revistas Auto” e ideias

para me poder guiar e discutir o tipo de veículo a trabalhar, realizei um breve briefing

com o supervisor onde sugeri e propus que o tipo de veículo a trabalhar pudesse ser um

citadino. A minha proposta tinha por base ter um gosto especial por este tipo de

veículos e também por achar que são os que têm de ser mais eficientes, desde o seu

aspecto exterior, interior, pormenores de arrumação, conforto, aspectos mais técnicos

(dimensões e mobilidade) e por fim as suas motorizações quer elas fossem de

combustão ou eléctricas e os seus consumos.

O segundo projecto também sugerido na reunião/“entrevista” prévia antes do

estágio passava pela concepção de uma peça polimérica, quer fosse ela simples ou

complexa, deixando-me em total liberdade criativa para realizar o que mais me atraísse

e que fosse mais interessante, sem qualquer tipo de restrição e de público-alvo a atingir.

Porém este projecto foi desde o primeiro dia de estágio deixado para segundo

plano, pelo facto de o primeiro requerer mais horas de trabalho, todavia logo no briefing

do primeiro dia ouve uma troca de ideias sobre o que se poderia realizar.

Nesta troca de ideias surgiram várias propostas sendo elas as seguintes: a

carcaça de um auto-rádio, uns óculos, um suporte para telemóvel para actividades

desportivas, uma carcaça de um telemóvel, entre outras, mas nesta troca de ideias expus

a minha vontade de realizar uma peça polimérica plástica para uma actividade

desportiva (ciclismo) no qual o supervisor me deixou totalmente à-vontade para criar.

Em suma estes projectos foram de encontro aos meus objectivos para o estágio,

pois ambos, de uma maneira ou de outra, são baseados na definição que o Conselho

Internacional das Organizações de Design Industrial atribui para definir design

industrial “uma atividade criativa que consiste na determinação das propriedades

18

formais dos objetos que escolhemos para produzir industrialmente. Por propriedades

formais dos objetos, não devemos apenas considerar as características externas do

objeto; mas ter em conta especialmente as relações estruturais que fazem com que um

objeto, ou um sistema de objetos, sejam uma unidade coerente, tanto do ponto de vista

do produto como do consumidor”.[6]

19

5.2 Design Automóvel

Desde o primeiro briefing que comecei a realizar uma rápida pesquisa e recolha

de informação nos sites das marcas de automóveis como a Toyota, Smart, Aston Martin

Citroën, Fiat, Honda, Mini, Peugeot, Renault, Volkswagen (Ver Anexo II), para saber o

que andavam a fazer no segmento dos citadinos. Procurei também saber quem eram os

autores ou designers das marcas e modelos, para perceber como é que eles pensavam,

projectavam e criavam as suas ideias, mas rapidamente percebi que não era apenas uma

pessoa que desenvolvia a parte do design de um veículo mas sim um conjunto de

pessoas, cada uma responsável por uma parte que forma o veículo, contudo existe um

elemento com mais responsabilidade, um orientador, formando assim um departamento

criativo ou de design.

Após esta recolha de informação comecei a esboçar os primeiros esboços

procurando as primeiras formas do veículo que iria desenvolver tendo em mente sempre

o segmento dos citadinos.

Fig. 8 – Esboços iniciais.

20

Após as pesquisas e os esboços, mostrei-os ao supervisor e realizámos uma

breve troca de ideias sobre os mesmos e, quase nas entre-linhas surge uma nova ideia de

projecto, pegar num veículo português, Sado 550, que teve origem em 1978. Após esta

troca de ideias, fiquei entusiasmado e pensativo sobre este veículo e fui recolher

informações sobre o mesmo (Ver Anexo III). Assim pude reflectir sobre qual seria o

projecto mais interessante para realizar, um veículo citadino sem qualquer base de

partida e sem contextualização histórica ou um veículo citadino made in Portugal e que

hoje em dia pode ser considerado um clássico.

Foto da época 1 Foto da época 2

Fig. 9 – Fotografias da época do Sado 550.[7]

Esta pesquisa fez com que ficasse bastante apaixonado pelo projecto original do

Sado 550, pela forma como uma pequena equipa sonhadora conseguiu desenvolver e

criar este pequeno veículo, que já na altura despertava a atenção de quem se cruzava

com ele atribuindo-lhe nomes caricatos como Super Mini, Botinha com rodas, Micro

carro português, entre outros, e também por ser um pioneiro da actual tendência de

pequenos citadinos. Assim expus de imediato a vontade de agarrar esta oportunidade de

criar um novo conceito e redesenhar o antigo Sado 550, pois a semelhança conjuntural

das dificuldades pelo qual passa o País agora e antes torna esta decisão também

interessante, podendo com este projecto mobilizar interesses na indústria nacional

ligada ao automóvel.

21

Definido de vez o projecto, com as premissas para um aumento geral no seu

habitáculo, mantiveram-se as suas duas portas laterais, na ocupação permanecem dois

lugares, a bagageira aumentou sendo o seu acesso feito através do vidro traseiro, por fim

mantiveram-se também os seus pára-choques como identidade mas também como

utilidade pois trata-se de um citadino e está mais exposto a pequenos sinistros.

Perante estas premissas comecei a esboçar mais alguns esboços, desta feita tendo

já como base as 5 versões do original Sado 550 (Ver Anexo IV).

Nestes esboços comecei por dar umas formas mais orgânicas e fluídas, porém

após reflectir sobre estes percebi de imediato que me estava a afastar drasticamente da

sua originalidade e perdendo a sua essência (Ver Anexo V).

Fig. 10 – Primeiros Esboços

Assim e ainda neste processo criativo manual executei uma nova apreciação do

projecto original ao que me saltou à vista algumas características mais patentes, os pára-

choques salientes, as linhas da porta, as ópticas e as linhas gerais rectilíneas. Perante

estas evidências comecei a esboçar novas ideias utilizando o papel milimétrico de modo

a ter uma pré-dimensão e o papel vegetal para ir afinando as suas linhas.

22

Este processo criativo e os esboços foram divididos pelas vistas lateral, frontal e

traseira, sendo que a vista lateral serviu para definir as linhas gerais e as vistas frontal e

traseira serviram para definir os aspectos mais marcantes (Ver Anexo VI).

Fig. 11 – Esboço geral do novo Comcpt Sado 550.

As dimensões surgem das medidas originais do Sado 550, mas também das

medidas dos veículos citadinos atuais Smart Fortwo e Toyota IQ, por considerar que são

nesta nova geração de citadinos o que mais se aproxima do antigo.

Smart Fortwo Toyota IQ

Fig. 12 – Fotografias dos veículos citadinos atuais.

23

Sado550 [8]

Smart Fortwo [9]

Toyota IQ [10]

Novo Conceito

Sado 550

Comprimento total 2365mm 2695mm 2985mm 2870mm

Largura máxima 1345mm 1559mm 1680mm 1600mm

Altura máxima 1402mm 1558mm 1500mm 1553mm

Distância entre eixos 1402mm 1867mm 2000mm 1768mm

Via dianteira 1200mm 1783mm 1480mm 1400mm

Via traseira 1200mm 1385mm 1460mm 1400mm

Distância ao solo 120mm - 122/135mm 120/186mm

Perante isto e depois de mostrar os esboços ao supervisor e a alguns

colaboradores do CENTIMFE passei então para a modelação em 3D no software

SolidWorks para ter uma melhor percepção das formas e do seu aspecto final (esta

modelação foi realizada através das ferramentas de superfícies). Durante este processo

como era mais perceptível alguns pormenores também surgiram algumas alterações.

Devido a estas alterações foram surgindo várias modelações para não perder a

modelação inicial e atribuir mais valor ao veículo.

1ª Modelação. 2ª Modelação. 3ª Modelação.

Fig. 14 – Modelação do veículo.

Fig. 13 – Tabela das dimensões.

24

No decorrer de todos estes processos foram também realizados estudos para as

jantes do veículo, para que se mantivesse a homogeneidade e o classicismo. Estes

estudos serviram essencialmente para a realização de esboços de jantes o mais

compactas e fechadas possíveis para que se preservasse o mais próximo do original (Ver

Anexo VII).

Fig. 15 – Esboços da jante final do veículo.

Assim, após um grande período de tempo dedicado a este projecto, que

inicialmente seria de 180 horas mas pela sua complexidade expandiu-se para o dobro,

surge o novo conceito do Sado550.

Na realização deste conceito e baseado numa cuidada observação e medição de

diversos veículos, foram tidos em conta cuidados gerais de ergonomia, mais

concretamente a área do campo visual. No que respeita a antropometria também foram

tidos em conta cuidados gerais, tais como a altura da frente do veículo, a altura ao aceso

à bagageira, a altura e largura das portas laterais, e as alturas das óticas. [11]

No entanto todo o tempo dedicado a este projecto só me foi possível realizar a

parte exterior, mas ainda surgiram alguns esboços para o seu interior (tablier) e para os

seus bancos (Ver Anexo VIII).

Fig. 16 – Modelação final.

25

Este modelo surge com um aspeto mais atual e desportivo, mantendo o

classicismo e com umas linhas mais desportivas (aspecto que os actuais rivais também

evidenciam).

Fig. 17 – Imagem renderizada, aspecto final do novo conceito Sado 550.

Apesar de ter sofrido algumas alterações visuais, este continua a ser um citadino

compacto com a capacidade de estacionar perpendicularmente à via o que se torna numa

vantagem para um veículo pensado para circular pela cidade.

Fig. 18 – Comparação entre o antigo Sado e o novo conceito.

26

Fig. 19 – Novo conceito do sado550 na estrada

Fig. 20 – Novo conceito do sado550 na cidade

27

Fig. 21 – Estacionamento na perpendicular

Fig. 22 – Sado em ambiente fabril

28

Em termos dimensionais teve um aumento geral, 30cm em comprimento, 25cm

na largura, 10cm em altura, 20cm entre vias e 36cm entre eixos, evidenciando assim um

aumento no seu habitáculo indo de encontro à realidade actual, de maior volume,

conferindo benefícios no conforto e na estabilidade, não perdendo a sua genética de

pequeno citadino. Sofreu também um aumento bastante visível nas suas jantes que

passaram de 8” para 15” sendo que esta alteração vai proporcionar maior estabilidade,

velocidade e a transposição de pequenos obstáculos nas cidades com maior facilidade,

tendo em conta a sua altura ao solo que vai de 120mm a 186mm.

Fig. 23 – Dimensões gerais do veículo.

Quanto às cores da carroçaria, manteve-se a originalidade do branco e também

o azul por terem sido comercializados alguns em cor azul destinados aos distribuidores

de correio dos CTT.

Na fase final deste projecto ouve ainda a possibilidade de criar um protótipo da

jante à escala 1:5 para verificar se era necessário fazer algumas alterações, o que se veio

a verificar.

Fig. 24 - Protótipo da jante.

29

Também foi produzido um protótipo à escala 1:20 em tecnologia SLS do novo

conceito Sado 550 de modo a verificar se seria necessário a revisão de algum aspecto,

mas também a materialização e o finalizar de todo o trabalho desenvolvido. Este

protótipo recebeu depois os acabamentos finais de pintura, de modo a ter um aspeto

mais real (Ver Anexo IX).

Fig. 25 – Protótipo final do novo concept do Sado 550.

Em suma, foi um projecto muito interessante e pertinente que tive o prazer de

realizar por se tratar de um projecto português com sucesso no passado, pela sua

contextualização e pela motivação que me transmitiu, pelo trabalho árduo, pelo apoio e

liberdade que o supervisor Eng.º Nuno Fidélis me transmitiu durante o processo e ainda

por ter uma grande margem de progressão.

30

5.2.1 Painel de Apresentação

Nesta fase foi a elaboração de um painel gráficos, utilizados os esboços e as imagens

foto realista de modo a compilar todos os passos necessários para a elaboração deste

projecto, porem a sua principal função e explicar de uma maneira rápida o projecto.

Fig. 26 - Painel de apresentação do projecto “Design Automóvel”.

31

5.3 Peça Polimérica

Ainda no desenrolar do primeiro projecto fui realizando alguns esboços de

possíveis peças a desenvolver (Ver Anexo X), sendo que em pequenas trocas de ideias

pontuais com o supervisor fui expondo a minha vontade de criar uma peça para um

desporto, mais concretamente para o ciclismo, modalidade que tem vindo a sofrer uma

grande evolução nos últimos anos e também por nutrir uma grande paixão por esta

actividade desportiva.

Por estes motivos, poderia realizar um bom projecto de design, pelo simples

facto de estar ligado a esta actividade desportiva e conhecer algumas das suas lacunas,

mas também por perceber onde é que se poderia criar mais uma evolução.

Voltei a expor a vontade de criar uma peça simples, mas que ao mesmo tempo

fosse bastante útil. Surge assim uma grade de bidon com uma nova funcionalidade, a

possibilidade de integrar uma pequena caixa amovível com apertos por pressão e

oposição e que conseguisse armazenar algumas das necessidades básicas da

modalidade, tais como:

- Câmaras-de-ar

- Chaves multiuso

- Alimentação (em percursos longos)

- Corta-vento

Perante os objectivos que pretendia atingir fiz pesquisas pelas grandes marcas do

mundo do ciclismo para verificar se alguma andava a realizar um projecto semelhante

ao que iria concretizar. Tal não se verificou o que fez com que o meu projecto pudesse

vir a ser inovador neste desporto.

32

Após estas premissas de base e já quase no final do estágio esbocei alguns

esboços para definir a forma da grade (ver Anexo XI) tendo em conta a sua

aerodinâmica, fiabilidade, e o peso. No que diz respeito à sua forma e volume, da caixa

adicional, estava condicionado aos objectos ou necessidades que nela iriam ser

colocados.

Fig. 27 - Esboço final da aparência da grade de bidon e caixa.

Ao fim de alguns esboços defini a forma final da grade e da respectiva caixa

passando de seguida para a modelação 3D (também ela realizada com ferramentas de

superfície no software SolidWorks) para alguns retoques e melhor percepção da sua

forma tendo em conta o aspecto final.

Nesta fase ouve também uma troca de informação com o supervisor no sentido

de perceber, de uma maneira geral, a engenharia da peça para a obtenção de moldes por

injecção, sendo que o que me foi transmitido e que tinha de ter em mente, era que a peça

teria de ter “canais de entrada e de saída” e não poderia ser muito vincada pois poderia

não sair do molde.

Fig. 28 – Modelação da grade de bidon.

33

Seguiu-se a assemblagem de ambas as peças de modo a percepcionar o seu

funcionamento, podendo ser denominado de protótipo virtual.

Fig. 29 - Assemblagem dos componentes.

Posteriormente, passou-se para a obtenção de imagens foto realistas em

programas de renderização para melhor visualização do seu aspecto final e ainda em

ambiente real.

Fig.30 – Visualização do conjunto em ambiente real.

34

A montagem da caixa á grade é realizada através de uma forma em X, que existe

quer na caixa quer na grade, sendo na grade exterior e na caixa interior. Em seguida

realiza-se um movimento rotativo de 45º onde se garante a fixação final devido aos

apertos por pressão e oposição que foram criados fazendo com que ambos não se

desprendam.

Fig.31 – Sistema de montagem.

Fig.33 – Processo de Montagem.

Fig. 32 – Aspecto final da grade de bidon com caixa.

45º

35

Na fase final realizou-se o protótipo e todo o processo que o envolve e também

se realizou o painel de apresentação e explicação deste novo produto com bastante

pertinência, uma vez que se trata de um produto inovador pela sua funcionalidade.

Devido ao local onde se situa na bicicleta ser perto do centro da gravidade, este

proporciona mais estabilidade à mesma; está colocado numa zona protegida do vento, o

que não afecta a aerodinâmica do conjunto e ainda está ao alcance da visão do ciclista.

Foto protótipo A Foto protótipo B

Fig. 34 – Aspecto final da grade de bidon com caixa

36

5.3.1 Painel de Apresentação

Nesta fase foi a elaboração de um painel gráfico compilado, com as imagens foto

realista para explicação do projecto

Fig. 35 – Painel de apresentação do projeto “Peça Polimérica”.

37

5.4 Outros Projectos

Tive também a possibilidade de, no decorrer do estágio, colaborar em outros

projectos não incluídos no plano de estágio, na área de prototipagem rápida, realizando

os acabamentos necessários aos modelos, que aí se produziam para entidades exteriores

ao CENTIMFE.

Os acabamentos que realizava era a separação das peças da restante matéria

prima, a extracção dos excessos dos modelos e por fim os aperfeiçoamentos finais

através da passagem de uma lixa fina

Contudo, não me é permitido mencionar nem especificar os trabalhos realizados

pois estavam sob sigilo industrial.

38

06 – Conclusões

39

A realização deste estágio foi sem dúvida a transição do mundo académico para

a realidade do mundo profissional, pois é a primeira vez que se desperta para esta

realidade. Tal como em qualquer despertar, tropeçamos, fazemos escolhas menos

acertadas, e estamos mais vulneráveis, porém todas estas adversidades fazem com que

nos tornemos mais fortes e que consigamos delinear melhor o nosso rumo.

Contudo, na escolha deste estágio não tive um despertar atribulado, pois tive a

possibilidade de colocar em prática várias disciplinas e técnicas que me foram

transmitidas na minha formação. No entanto, no seu decorrer foram surgindo algumas

dificuldades onde me questionei muitas vezes, perante a realidade que estava a

enfrentar, entre pensamentos próprios, se a minha formação seria suficiente para vencer

esta batalha. Mas entre estes pensamentos também me ia lembrando de uma expressão

que muitas vezes me foi transmitida na minha formação “quem não tem cão caça com

gato” dando-me ânimo para vencer algumas dificuldades que iam surgindo, sendo

essencialmente o tempo de resposta na modelação em 3D, devido à complexidade

geométrica dos projectos (design automóvel e peça polimérica, grade de bidon) e ainda

uma melhor e mais rápida resposta á comunicação gráfica e visual dos projectos. Apesar

de tudo isto, a expressão anteriormente mencionada deu-me alento e vontade de vencer.

Termino satisfeito e com muito agrado de ter privado com esta área e de ter elos

de ligação com a entidade que me recebeu, pois sempre me deixou à vontade e de

“portas abertas” para as minhas dúvidas e questões e para o meu desenvolvimento

profissional

Posso ainda afirmar que este estágio foi bastante gratificante porque permitiu-me

trabalhar e realizar projectos numa área onde o interesse pelas mesmas tinha sido

despertado durante a formação, o design de produto e a engenharia de produto, pois

partilho desta afirmação:

“(…) o design industrial e a engenharia mecânica são duas disciplinas projectuais

diferentes que não devem ser praticadas desfasadas ou independentemente uma da outra

mas sim em colaboração, num colectivo para o desenvolvimento dos produtos.” [12]

(Gui Bonsiepe in Teoria e Prática do Design Industrial)

40

A palavra “coisas” que está mencionada na introdução foi sem dúvida a palavra

que mais usei numa fase inicial para transmitir de uma forma breve quando me

questionavam “o que é isso que andas a estudar do design?”, ao qual eu respondia o

design é uma abrangência de “coisas”.

Hoje e depois de ter assimilado toda a informação que me foi transmitida, e com

o culminar deste estágio quando me questionam sobre: “o que é isso que andas a estudar

do design?” respondo com mais clareza e certeza de que é uma actividade que contribui

para uma harmonia na sociedade, que desperta e trabalha com os cinco sentidos do ser

humano (audição, olfacto, palato, tato e visão) e que está permanentemente atenta a tudo

o que a rodeia, questionando tudo, procurando saber o porquê de tudo, em permanente

pensamento, idealizando, procurando, concretizando e esboçando a solução para tudo

perante e para a sociedade, não sendo uma actividade que faz “coisas” bonitas. Em

suma resume-se a uma multidisciplinariedade onde temos de perceber um pouco de

tudo.

Concluo referindo que o design, na minha modesta opinião, não é tão recente

como se possa pensar pois se resumirmos a umas breves palavras (a procura da solução

para tudo) acabamos por perceber que é uma actividade que vem já da pré-história pois

os homens primitivos pensavam e procuravam já a solução para os seus entraves …

41

Bibliografia e Webgrafia

42

REFERÊNCIAS ESCRITAS

[11] Panero, Julius; Zelnik, Martin. Human dimension & interior space. ISBN 84-252-

1835-7, Barcelona: editorial Gustavo Gili,87-89

[12] BONSIEPE, Gui. Teoria y practica del diseño industrial. Barcelona, Gustavo Gili,

1979

REFERÊNCIAS DIGITAIS

[1] Município da Marinha Grande, http://ww2.cm-mgrande.pt/, acedido em Setembro

2013

[2] Ikipedia, http://pt.ikipedia.org/iki/Marinha_Grande, acedido em Setembro de 2013

[3] Município da Marinha Grande http://www.panoramio.com/photo/93241129, acedido

em Setembro de 2013

[4] Viajar, Marinha grande – Mapas,

http://viajar.clix.pt/mapas.php?c=164&lg=pt&w=marinha_grande, acedido em

Setembro de 2013

[5] CENTIMFE, https://plus.google.com/100914616645117714824/photos?hl=pt-PT,

acedido em Setembro 2013

[6] Design de Produto, http://pt.wikipedia.org/wiki/Design_de_produto acedido em

Setembro 2013

[7] Sado 550, http://jcle.pt/sado550/images/acp2.jpg, acedido em Agosto 2013

[8] Sado 550, http://jcle.pt/sado550/, acedido em Agosto 2013

[9] Smart, http://www.smart.pt/pt/pt/index/smart-fortwo/pulse.html, acedido em Agosto

2013

[10] Toyota, http://www.toyota.pt/cars/new_cars/iq/index.tmex, acedido em Agosto

2013

43

[13] http://www.infopedia.pt/$sinterizacao;jsessionid=jQnRMNcKT7MjTFcPd2Wfw

__,acedido em Setembro de 2013

[14] The Aston Martin Cygnet, http://www.astonmartin.com/cars/aston-martin-cygnet,

acedido em Agosto de 2013

[15] Mini, http://www.mini.pt/mini_new/index.html, acedido em Agosto de 2013

[16] Autofans, http://www.autofans.pt/forum/showthread.php/10376-Honda-EV-N-

concept, acedido em Agosto de 2013

[17] Citroen, http://www.citroen.pt/home/#/citroen-c1/exterior/, acedido em Agosto de

2013

[18] Fiat, http://www.fiat.pt/pt/500?status=0, acedido em Agosto de 2013

[19] Peugeot, http://www.peugeot.pt/showroom/107/5-

portas/#!multimediagallery/pictures/photo0, acedido em Agosto de 2013

[20] Volkswagen,

http://www.volkswagen.pt/pt/models/up/gallery.html#/flash=84f6adb208dd6818df5

f6cad92c10cd7@mediaLists_medialist_mediaItems_medialist_mediaitem, acedido

em Agosto de 2013

[21] Renault, http://www.renault.pt/gama/veiculos-de-

passageiros/twingo/twingo/galeria-multimedia/, acedido em Agosto de 2013

[22] A história da Marinha, Grande,http://mgrande.com/mg/?os_historia=origens-

localiza cao-geografica-e-evolucao, acedido em Setembro de 2013

[23] Dados importantes sobre a Marinha Grande,

http://www.aportugal.com/marinhagrande/index.htm, acedido em Setembro de 2013

[24] Expresso XL, http://expresso.sapo.pt/automoveis-antigos-clube-de-guimaraes-

restaura-sado-550-o-primeiro-carro-em-serie-portugues-com-foto=f344554, acedido

em Agosto de 2013

[25] Espaços Culturais da Marinha Grande, http://www.igogo.pt/espacos-culturais-

marinha-grande/, acedido em Setembro de 2013

44

[26] Gastronomia da Marinha Grande, http://www.rt-

leiriafatima.pt/site/frontoffice/default.aspx?module=Article/Article&ID=410,

acedido em Setembro de 2013

[27] Marinha Grande Museus,

http://www.portugalsemfim.com/culturaelazer/index.php?option=com_restaurante&

Itemid=&task=detail&id=31, acedido em Setembro de 2013

[28]Município da Marinha Grande, http://ww2.cm-

mgrande.pt/Site/Frontoffice/default.aspx?module=Article/Article&ID=456, acedido

em Setembro de 2013

[29] Município da Marinha Grande, http://ww2.cm-

mgrande.pt/Site/Frontoffice/default.aspx?module=Article/Article&ID=456, acedido

em acedido em Setembro 2013

[30] Município da Marinha Grande,http://ww2.cm-

mgrande.pt/Site/FrontOffice/default.aspx?module=Article/Article&ID=198 acedido

em Setembro 2013

[31] Município da Marinha Grande, http://ww2.cm-

mgrande.pt/Site/Frontoffice/default.aspx?module=Article/Article&ID=209

[33] Município da Marinha Grande,

http://www.portugalcentro.pt/distritos/concelhos.php?id=112&concelho=true&conc

elhos=Marinha%20Grande, acedido em Setembro de 2013

[ 34] Sado 550, http://rodasdeviriato.blogspot.pt/2013/06/sobre-as-conversas-arquivo-

sado550-na.html, acedido em Agosto de 2013

45

Anexos

46

Anexo I

SLS (Selective Laser Sintring)

A Prototipagem em SLS (Selective Laser Sintring), em português sinterização

selectiva por lazer, é um processo de prototipagem que consiste numa “operação de

aglutinação, de pós ou partículas finas, por aquecimento a temperaturas relativamente

altas…” [12]

para realização de Modelos

Neste caso, a matéria-prima da máquina do CENTIMFE é Poliamida Duraform

sendo colocada na máquina de sinterização (impressora 3D) para se desenrolar todo o

processo de construção dos Modelos.

A máquina de prototipagem é composta essencialmente por duas zonas de

alimentação, uma zona de construção, um rolo de alisamento e o laser, funcionando da

seguinte forma:

- As zonas de alimentação sobem e a zona de construção desce uma cota

equivalente à espessura da camada que é 0,1mm;

- O rolo é o elemento responsável pelo transporte da matéria-prima da zona de

alimentação para a zona de construção;

- Depois actua um laser de CO2 de 70W que faz a sinterização da zona

correspondente à geometria a produzir.

47

Fig. 1 – Máquina de SLS.

No entanto existe um processo prévio antes da máquina conceber o Modelo que

passa por:

- Preparação da matéria-prima (reciclagem através de uma peneira fina para

separar os grãos mais grossos dos finos, aproveitando os últimos);

- Colocar a matéria-prima nas zonas de alimentação da máquina;

- Análise e validação dos ficheiros STL num software (MAGICS);

- Orientação das geometrias na plataforma de construção;

- Remoção da matéria-prima extra (de forma manual e de jacto de grenalha

polimérica);

- Acabamentos finais dos protótipos (lixar, colar…);

- Pintura dos protótipos.

Fig. 2 – Interior da máquina SLS. Fig. 3 – Tina de limpeza dos modelos.

48

49

Anexo II

Veículos de inspiração

Aston Martin Cygnet [13]

Toyota IQ [10]

MINI [14]

Honda EV N Comcet [15]

Citroën C1 [16]

Fiat 500 [17]

Smart Fortwu [9]

Peugeot 107 [18]

Volkswagen Up [19]

Renault Twingo [20]

50

Anexo III

Contexto histórico e surgimento do Sado 550

Este projecto nasceu na empresa “Farrel” em Águeda, mas foi concretizado

pelos técnicos da empresa “Entreposto Comercial”, porém esta estava mais centrada no

comércio, distribuição, fabrico de atrelados, caravanas e reboques.

Após o 25 de Abril em 1974 foi recebido nas suas enormes instalações de

Setúbal a produção e desenvolvimento do primeiro automóvel moderno nacional para

fazer face às dificuldades económicas sentidas pela galopante inflação de preços e da

redução de vendas.

Nesta altura a empresa decidiu construir um veículo antecipando a tendência de

fabricar carros de pequenas dimensões (vantajosos pela economia e mobilidade em

zonas urbanas) utilizando material nacional e que conseguisse ser atractivo perante os

que realizavam pequenas deslocações em zonas urbanas.

Assim surge o “Projecto Ximba” sendo constituído por uma equipa de

engenheiros mecânicos e electricistas formando uma total de 11 pessoas que até 1978

consistiu no teste de vários motores para implementação num veículo. Começaram por

testar os motores nacionais de 50cc até ao Casal de 125cc no entanto, a resposta não era

a pretendida tendo de ir para uma esfera internacional, motores japoneses 360cc. Após

vários testes verificaram que todos os motores anteriormente mencionados não

apresentavam os requisitos pretendidos concluindo então que era necessário um motor

standard de um automóvel, sendo o escolhido um bicilíndrico de 547cc de origem

Daihatsu.

Entretanto passaram cerca de 4 anos sobre o início do projecto mas todo este

tempo perdido em experiências não foi desperdiçado, servindo assim para consolidar

algumas opções técnicas, como a definição de um chassi tubular em aço, uma carroçaria

em poliéster reforçada a fibra de vidro para garantir mais rigidez, resistência a corrosão

e mesmo uma melhor economia de produção. Posto isso entrou-se noutra fase onde se

teria de decidir e pensar sobre todo um conjunto de peças para garantir a qualidade e a

execução viável, decidindo-se que a melhor opção seria ir desenvolvendo vários

51

protótipos para que se fosse melhorando alguns aspectos entre eles. Foram realizadas 5

versões incluindo 3 protótipos, em que as alterações foram essencialmente na sua

dimensão e espaço interior, aumento das portas, remodelações nos vidros laterais, vidro

dianteiro e traseiro e nas últimas versões, as remodelações foram fundamentalmente no

painel de instrumentos e na climatização do habitáculo.

É de salientar ainda alguns pormenores como o seu nome Sado, que

provavelmente foi influenciado pelo local onde foi fabricado e a proximidade ao Rio

Sado; o início da sua comercialização que começou no ano de 1982; o número de

veículos que foram produzidos (cerca de 500 unidades); os seus consumos que

rondavam 4litros; o autor do desenho ou design do projecto Sado, o arquitecto Carlos

Galamba, que foi quem desenhou também o famosíssimo Jipe Português UMM (União

Metalo-Mecânica); para verificar como o Sado era um carro extremamente acolhedor e

versátil, foram vistos alguns nas empresas CTT; na zona norte de Portugal, nas

empresas de elevadores Alcodi, os funcionários que os utilizavam aquando da sua

substituição agradados com o seu desempenho acabavam por os comprar; e ainda o

Sado foi além fonteiras, sendo visto um exemplar na primavera de 1986 em Londres na

zona de Paddington.

Em suma e para terminar, o seu custo era de 262.125$00 contos, enquanto que

na mesma altura, alguns dos seus rivais, como por exemplo Fiat 127, custava

435.001$00 contos, e o Ligier JS4, um citadino também de dois lugares, custava

310.616$00 contos. Conclui-se assim que o Sado era um citadino com óptima

qualidade, com um preço competitivo e que se permanecesse na actualidade fazia frente

aos atuais citadinos

52

Anexo IV

Protótipos e versões do Sado 550

Primeiros protótipos [8]

1ª Série [8]

2ª Série [8]

3ª Série [8]

5ª e última série [8]

53

Anexo V

Primeiros esboços do novo Sado

54

Anexo VI

Segundos esboços do novo Sado

55

56

Anexo VII

Estudos das Jantes

57

Anexo VIII

Esboços do Tablier e Bancos

58

Anexo IX

Protótipo Final

59

Anexo X

Primeiros estudos de peça polimérica

60

Anexo XI

Esboços para a definição da forma da grade