universidade do estado da bahia departamento de …rcia-menezes.pdf · o momento do agradecimento...

52
9 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS I MÁRCIA MENEZES DOS SANTOS ESCOLA E FAMÍLIA: BREVE ANALISE DO GUIA DA EDUCAÇÃO EM FAMÍLIA SALVADOR 2012

Upload: duongtuyen

Post on 10-Jan-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

9

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS I

MÁRCIA MENEZES DOS SANTOS

ESCOLA E FAMÍLIA: BREVE ANALISE DO GUIA DA

EDUCAÇÃO EM FAMÍLIA

SALVADOR

2012

10

MÁRCIA MENEZES DOS SANTOS

ESCOLA E FAMÍLIA: BREVE ANALISE DO GUIA DA

EDUCAÇÃO EM FAMÍLIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção de graduação em Licenciatura em Pedagogia Plena do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, Campus I-UNEB. Sob a orientação da Professora Heloisa Lopes

Silva de Andrade.

SALVADOR 2012

MÁRCIA MENEZES DOS SANTOS

11

FICHA CATALOGRÁFICA

Sistema de Bibliotecas da UNEB

Santos, Márcia Menezes dos

Escola e família: breve análise do guia da educação em família / Márcia Menezes

dos Santos. - Salvador, 2012.

51f.

Orientadora: Profª. Heloisa Lopes Silva de Andrade.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade do Estado da Bahia.

Departamento de Educação. Colegiado de Pedagogia. Campus I. 2012.

Contém referências.

1. Educação de crianças - Participação dos pais. 2. Sociologia educacional. 3.

Educação - Finalidades e objetivos. 4. Pais e professores. I. Andrade, Heloisa Lopes

Silva de. II. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação.

CDD: 370.15

12

ESCOLA E FAMÍLIA: BREVE ANALISE DO GUIA DA

EDUCAÇÃO EM FAMÍLIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção da graduação em Licenciatura em Pedagogia Plena do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, , Campus I-UNEB.sob a orientação da Professora Heloisa

Lopes Silva de Andrade.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_______________________/__/___

Prof. Nome do Professor

Universidade do Estado da Bahia

_______________________/__/___

Prof. Nome do Professor

Universidade do Estado da Bahia

_______________________/__/___

13

Dedico à realização desse trabalho monográfico a luz do meu coração a mulher que mim gerou, amou e acima de tudo me educa até hoje. A minha mãe, que é uma mulher de Deus fonte de amor e ternura. Há Rozilda Menezes que me ensinou a trilhar as estradas da vida. E por ter profetizado sobre a minha vida a existência dos meus sonhos. Te amo mãe você pra mim é o melhor exemplo de mulher.

14

AGRADECIMENTOS O momento do agradecimento exigiu muito esforço da minha parte, pois não

posso esquecer-me daqueles que ajudaram nessa caminhada. Primeiramente

quero agradecer ao autor da vida. O Deus que fez o meu sonho se tornar

realidade. Ao meu Deus, que é o meu maior tesouro obrigada Senhor.

Aos meus pais Justos Pereira dos Santos e Rozilda Menezes dos santos, por

todo amor, carinho, cuidado, dedicação que nos momentos difíceis mim

apoiaram.

Aos meus irmãos, Gilson Menezes, Jailson Menezes e Tatiana Menezes pela

amizade e amor que nos une para sempre.

A minha cunhada Gizélia Rocha, pelo amor, carinho suporte e orações, pois

nesses momentos difíceis me ajudou muito.

Aos amigos e irmãos em Cristo Jesus, Aloísio Oliveira, Gracilene Andrade

Alexsandra Araújo, Sidney Silva e Tairine Andrade que durante anos de

convívio. Permitiram que eu desfrutasse de momentos ricos e proveitosos.

Aprendi com vocês que é possível superar as dificuldades e tristezas. A minha

eterna equipe, Raelma Boaventura, Edna Gomes e Juliana Lima o meu

carinho, companheirismo e infinito amor e respeito.

O meu muitíssimo obrigado ao meu grande amigo Carlos Eduardo, pelo

carinho e compreensão nos momentos de escrita monográfica.

Aos meus Pastores Jean Luiz e Nildes Conceição pelo amor, carinho e acima

de tudo estão contribuindo no meu crescimento espiritual.

Um grande abraço e meu muito obrigada a minha professora e orientadora

Heloisa Lopes,pela dedicação e empatia.

A minha família e a todos que contribuíram para que pudesse construir este

trabalho, muito obrigada!

15

‗‘Os psiquiatras tratam do homem doente e os juízes

julgam os réus. E os professores? Eles educam o

homem para que ele não tenha transtorno psíquico e

nem se sente nos bancos dos réus‘‘. (Cury, 2002,

p.28).

16

RESUMO

O trabalho versa sobre escola e família: breve análise do guia da educação em família. A indagação principal consiste em saber de que forma é possível orientar os pais para uma integração com a escola e acompanhamento escolar da criança?Os objetivos são conhecer a origem histórica da família; identificar as tipologias e modelos de família; compreender a participação da escola e família na educação escolar; analisar as orientações do Guia da Educação para pais de escolas publica e particulares do Programa Educar para Crescer. Quanto à metodologia optou se pela abordagem qualitativa, como resultado pode-se considerar que: o Guia analisado apontou sugestões de roteiros de ações para a família de maneira possível de ser colocado em prática ou mesmo reorientar os pais que pela primeira vez depara com criança em idade escolar. Alguns tópicos do guia analisam o ato de ler em família como ponto de partida para a construção do vinculo. O outro aspecto é o ato de acompanhamento nas atividades para casa como elemento articulador escola família. Estudando e identificando os diversos modelos de família.

PALAVRAS CHAVE: Escola-Família - Guia da Educação

17

ABSTRACT The work deals with school and family: a brief review of education in the family guide. The main question is to know how you can guide parents to integration with the school and the schooling of the child? The goals are to know the historical origin of the family, identifying the types and models of family, understanding the participation of school and family in school education, to analyze the guidelines of the Guide to education for parents of public and private schools Educate to Grow Program. Regarding the methodology chosen for the qualitative approach, as a result can be considered that: the Guide analyzed showed tour suggestions of actions for the family so can be put into practice or even redirect the parents who first confronted with child school age. Some topics of analyzing the act of reading as a family as a starting point for the construction of the link. The other aspect is the act of monitoring activities as an organizer for home school family. Studying and identifying the different types of family. KEYWORDS: Family School - A guide to Education

18

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................09

2. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA.........................................................11

2.1. Breve síntese histórica da família..............................................................14

2.2. Funções da família.....................................................................................17

3.DIVERSIDADE ESTRUTURAL MAIS COMUM DE FAMÍLIA.......................18

3.1. Família patriarcal ou matriarcal..................................................................19 3.2. Família matrimonial – casamento.............................................................. 20 3.3. Família informal..........................................................................................21

3.4. Família monoparental.................................................................................22

3.5. Família homoafetiva.................................................................................. 23

3.6. Família anaparental....................................................................................24

3.7. Família pluriperental...................................................................................25

3.8. Família paralela..........................................................................................26

3.9. Família eudemonista..................................................................................27

4. ESCOLA E FAMILIA: PARCERIA

NECESSÁRIA...............................................................................................28

4.1. A participação dos pais na educação escolar............................................35

5. PROGRAMA EDUCAR PARA CRESCER.......................................38

5.1. Breve panorama da cartilha: guia da educação em família para pais de

escola particular. Guia da educação em família para pais de escola

pública...............................................................................................................40

5.2. Ato de ler em família...................................................................................43

5.3. O ato de acompanhamento nas atividades para casa...............................45

5.4.O ato de ser participante das atividades da escola.....................................46

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................48

7.REFERÊNCIAS.........................................................................................51

ANEXO.......................................................................

19

1. INTRODUÇÃO:

A presente monografia trata se da escola e família: breve análise do guia da

educação em família. Através deste trabalho vamos verificar se a participação

da família na escola auxilia para com o desenvolvimento escolar do educando,

para que o mesmo obtenha uma aprendizagem mais significativa.

Existe um entendimento que a base da nossa sociedade é a família e como tal

deve participar do desenvolvimento educacional de seus infantes, mas na

atualidade muito se tem discutido qual o seu real papel diante de uma

sociedade em crise de valores. Nossa sociedade no momento se encontra

desgastada por causa da correria do dia-dia e muitas vezes acabam

esquecendo a educação de seus filhos. No entanto, a família têm se esquecido

da sua principal responsabilidade na formação ética e moral dos filhos. Ao

mesmo tempo da conta do processo de adaptação de seus filhos para o

convívio em sociedade.

A instituição família ao longo do tempo tem passado por transformações, tanto

quanto na estrutura e formação. Podemos afirmar que essas mudanças têm

refletido muito no desenvolvimento estudantil das crianças. É de suma

importância o acompanhamento da família no processo educacional do infante.

Visto que a vida familiar poderá facilita esse processo.

Diante do exposto acima a questão central é saber de que forma é possível

orientar os pais para uma integração com a escola e acompanhamento escolar

da criança? Assim escolheram-se como objetivos conhecer a origem histórica

da família; identificar as tipologias e modelos de família; compreender a

participação da escola e família na educação escolar; analisar as orientações

do Guia da Educação em Família para pais de escolas públicas e particulares

do Programa Educar para Crescer.

A escolha do tema justifica-se pela relevância de pensar a família o

desenvolvimento da criança e a escola como parceira no processo

educacional. O percurso metodológico pautou-se pela abordagem qualitativa

20

por considerá-la adequada para os estudos. Foi realizada uma revisão

bibliográfica com autores do campo da sociologia, do Jurídico, da educação e

da antropologia. Os principais autores foram Osório (1996), Mello (1983),Prado

(1985), Áries (2006), Martins Filho (2007), Brandão (2007), Oliveira (1991),

Paro (2000),Dias (2007), Bordanave (1983).

Este trabalho monográfico está dividido em quatro tópicos, a saber: O primeiro

tópico trata se dos conceitos relevantes sobre a origem e evolução da

instituição familiar, ressaltando uma breve síntese histórica sobre a função da

família.

O segundo tópico versa sobre os diversos modelos de família, tais como:

família patriarcal; matrimonial; informal; monoparental; homoafetiva;

anaparental; pluriparental; paralela e eudemonista.

No terceiro tópico abordaremos a questão, isto é, a relação escola e família. A

parceria que se faz necessária para o processo educacional da criança/aluno.

Mostrando que a criação de uma parceria entre escola e família, é importante,

visto que permitirá uma distribuição que pode ser mais de responsabilidades na

educação do educando. Sendo assim, cada uma desenvolve o seu papel, sem

sobrecarregar uma a outra.

No quarto tópico estabelece uma analise dos Guias da Educação em Família

do Programa Educar Para Crescer, financiado pelo Ministério da Educação.

Analisaremos dois guias, o Guia da educação em família para pais de escola

particular e Guia da educação em família para pais de escola pública. Ao

analisarmos as orientações fez- se necessário a construção de um quadro em

tópicos para melhor compreensão.

21

2. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA

Historicamente a família é um elemento em real relação com a dinâmica social.

Sua história é antiga. A palavra família é derivada do latim, significa casa,

servidores, cortejo. Isto é, um conjunto de pessoas que descendem do mesmo

ancestral. Na história mesmo nos tempos mais remotos, podemos observar

que a família ocupou um lugar de acolhimento, entre os indivíduos que

mantinham um vínculo de afinidade.

A discussão sobre a temática família tem despertado interesse de diversos

pesquisadores. Seja no campo da sociologia, psicologia e até mesmo da

educação. As famílias têm a prática de delegar à escola toda a educação dos

filhos, esquecendo que a sua principal função é o ato de educar.

É notório que em todas as sociedades e culturas, os indivíduos têm a sua

história ligada à família. A família é uma instituição social das mais antigas e

como também a mais importante no processo de formação do sujeito. Tal

pensamento é ressaltado por Osório ao afirmar que:

Família é uma unidade grupal onde se desenvolvem três tipos de relações pessoais – aliança, filiação e consangüinidade – e que a partir dos objetivos genéricos de preservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e fornecer-lhe condições para a aquisição de suas identidades pessoais desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de transmissão de valores éticos, estéticos, religiosos e culturais. (OSÓRIO, 1996, p.16).

Assim todo indivíduo faz parte dessa relação legitimamente reconhecida como

família. Segundo a antropologia a família sempre existiu, tendo início com a

existência do primeiro homem. Para Luiz Gonzaga de Mello (1983), a luz da

antropologia, é possível dizer que a família é uma,

Unidade social composta de pessoas unidas por laços de afinidade e de sangue. Na família podem-se distinguir várias instituições familiares tais como: o namoro, o noivado, o casamento e a vida conjugal com todos os seus papéis. No entanto, não se pode esquecer que as instituições familiares são universalmente reconhecidas, embora em cada sociedade

22

elas assumam formas diferentes. (MELLO, 1983p. 326).

Quando pensamos em família automaticamente temos que pensar em toda

uma sociedade, visto que o estudo de uma está unido à outra. A sociedade é

composta por famílias, onde suas particularidades podem ser entendidas

através das relações familiares nela vigentes. Então como devemos conceituar

família? Se pesquisarmos no Minidicionário da Língua Portuguesa, assim

define a família: ―Conjunto de pai, mãe e filhos; pessoas do mesmo sangue;

descendência; linhagem‖. (BUENO, 2004, p.248.).

Essa definição leva em vista a compreensão que para existir uma família não

basta à união corporal do homem e da mulher. Na Bíblia para se compor uma

família faz-se necessário à procriação de filhos. Classificando Família, como

um conjunto no quais os filhos devem e estão presentes. Família, portanto, é

um conjunto onde os filhos devem e estão presentes.

Vieira, 2009, faz referência aos estudos de Giddens, no qual considera que a

família é um grupo de pessoas unidas diretamente por laços de parentesco,

nos quais os adultos assumem as responsabilidades de tomarem conta das

crianças. Juridicamente a família é pensada através da participação dos filhos,

podemos dizer que é um núcleo de convivência, na qual todos estão unidos por

laços afetivos e sanguíneos, compartilhando o mesmo lar.

A noção de família no sentido etimológico ―tem sua origem no vocábulo em

latim famulus, correspondendo assim ao conjunto de servos e dependentes de

um senhor ou chefe‖. (PRADO, 1985, p.12). Ainda com base nos estudos da

autora acima pode se dizer que:

A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresentando até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja sendo observado. (PRADO, 1985, p.12).

Nos nomeados dependentes, estão incluído a esposa e filhos. O modelo de

família greco-romana é composto pelo patriarca, esposa, filhos e até mesmo os

23

seus servos livres e escravos.

Ouvimos falar muita que a família é uma instituição falida, e esquecemos que a

família passa por um processo de mudança ou estado de evolução. Mesmo em

meio às crises geradas por várias circunstâncias, continua crescendo e sendo

o pilar de toda sociedade. Visto que tal afirmativa é expressa por Danda Prado

ao afirmar que:

Fala-se muito em crise da família, mas esquecemos que toda evolução permanente de qualquer fenômeno social implica transformação constante. Isso leva a diminuir o significado do passado, e passamos então a tudo observar, analisar e julgar exclusivamente sob a visão e compreensão atual ou contemporânea. [...] a chamada ‗crise‘ da família está sempre inscrita num contexto amplo de transformações sociais. (PRADO, 1985, p.61, 62,63).

Para Dias (2007), nossa sociedade está permeada por diversas crises como

educação, judiciários, financeira e também familiar, no qual é o nosso foco.

Sendo assim as famílias no atual contexto, têm se apresentado de diversas

formas, havendo transformações significativas. As famílias, apesar de

passarem por seus momentos de crises e evoluções, têm manifestado grande

capacidade de sobrevivência e adaptação, uma vez que ela subsiste sob

múltiplas formas, de modo que a natureza das relações dentro de uma família

vai se modificando através dos tempos.

2.1. Breve síntese histórica da família

Na perspectiva de Dias (2007), a família romana assumia o papel de pilar da

sociedade, visto que a mesma tomava conta o setor social, econômicos,

religiosos, políticos e jurídicos. O poder da família romana era paternal e os

membros da mesma não eram unidos por laços consanguíneos, mas sim pela

religião doméstica e culta aos antepassados.

O membro de maior importância era o pai. O mesmo administrava todos os

24

bens pertencentes à família. Sendo o total responsável pelos os cultos aos

antepassados. Além de tudo, a figura paterna fazia parte do senado romano, o

único membro da família que era sujeito do seu próprio direito. Exercendo

poder absoluto sobre a mulher, filhos e escravos.

A obra ―História Social da Criança e da Família‖ escrita por Philippe Áries

(2006), ressalta que no mundo contemporâneo quando a criança começa a

falar, elas aprendem logo o seu nome e em seguida o nome dos pais e

parentes. Em quanto na família da Idade Média, o nome da pessoa não era tão

valorizado, o que identificava a localidade da pessoa era o sobrenome.

A família na sociedade moderna tem cada vez mais se distanciado dos seus

filhos. A necessidade dos pais trabalharem fora significa pouco tempo em casa

com a família, estudando a história social da criança, percebemos que muitas

sociedades não valorizavam suas infantes.

Na antiguidade havia um grande o desprezo pela criança. Podemos perceber

isso no mito grego de Édipo em, que esse personagem foi abandonado por seu

pai. Na Bíblia sagrada a historia de Moisés que, quando bebê foi abandonado

pela mãe em uma cesta de vime no Rio Nilo. E os fundadores de Roma, os

irmãos Rômulo e Remo que segundo conta a lenda foram abandonadas e

cresceram sendo amamentado por uma loba.

Na idade média a situação também era difícil, visto que o índice de mortalidade

infantil era muito alto. O abandono de bebês não é um fenômeno novo na

humanidade. Embora em cada década tenham suas diferentes causas e

motivos, mas mesmo com o passar do tempo às atitudes se repetem. Por fatos

também variados.

Na sociedade espartana, as crianças a partir dos 7 anos de idade eram

entregues para o começo do treinamento. Com essa idade os Espartanos

consideravam que a criança era um adulto, servindo à vida militar com

treinamentos rígidos.

Somente no ano de 1179, no III Concílio de Latrão ficou esclarecido que nas

25

igrejas deveriam ter uma escola. Sendo assim nascia a educação oficial formal,

ministrada pela igreja. No século V, d.c, foi à igreja a responsável por valorizar

a criança fazendo assim que o abandono da mesma diminuísse. Foi nesse

período que se iniciou a valorização da família e da mãe. Sendo assim, criaram

a roda dos expostos, onde as crianças eram deixadas por suas mães, para

serem cuidadas na vida religiosa. Muitas dessas crianças recebiam o

sobrenome das famílias nobres, que ajudavam à igreja.

No nordeste brasileiro as crianças eram deixadas na roda dos expostos e ainda

não eram batizadas recebiam o nome do santo do dia. A família desfavorecida

economicamente que se disponibilizava para cuidar e educar tais crianças

recebia certa quantia para o sustento do órfão. Mas muitas crianças deixadas

na roda dos expostos, morriam, pouco eram as que conseguiam sobreviver.

Tem autores que classifica a família no século XXI como família

desestruturada. Partindo do modelo da família tradicional composta por pai,

mãe e filho. A família nuclear era tida como estruturada. Já a família

contemporânea era vista como uma instituição estruturada e democrática,

tendo o poder descentralizado.

Deferente da família romana e da indústria a família da modernidade retirou da

família a função de fator de produção e, com isso autoridade do chefe, isto é,

pai soberano sobre sua mulher e filhos. O homem passou a trabalhar nas

fábricas.

Para ajudar no sustento da família, a mulher passou a trabalhar fora, com isso

houve transformações na hierarquia familiar. Dentro das famílias as

transformações são vista com mais clareza. Na maioria das legislações a

mulher adquire os mesmos direitos que os homens. Nesse mesmo contexto o

casamento é visto como união afetiva entre dois indivíduos. Na década de 60,

surge o divórcio. Em torno da década de 70, surgem as famílias

monoparentais.

No Brasil a família sofreu grande influência da Igreja católica, o casamento

religioso era visto como a base de formação da família. Sendo seus princípios

regidos pelos princípios do direito Canônico.

26

Apenas em 1890, após a proclamação da República, com a dissociação dos

poderes, político e religioso. De fato em 24 de janeiro de 1890, através do

Decreto nº 181 o casamento civil é instituído, como o único legalmente válido.

2.2. Funções da família

A extensão e modelo de famílias dependem muito da época e do

desenvolvimento da sociedade assim como suas funções. Se olharmos no

processo biológico, a principal função da família é perpetuar a raça. Mas

sabemos também que cabe a família a proteção, a educação religiosa, e

socialização.

Cabe à família introduzir e socializar o individuo a sociedade em que o mesmo

está inserido. Nesse sentido ―é através da própria família que a criança se

integra no mundo adulto. É nesse meio que aprende a canalizar seus afetos, a

avaliar e selecionar suas relações‖ (PRADO, 1985, p.40).

Sabemos que houve mudanças radicais na família, nesses últimos séculos. E

ainda hoje está em processo de transformação. A família patriarcal que durante

muito tempo frequentou o cenário social brasileiro hoje se encontra em

processo de desaparecimento. Visto que a mulher se ascendeu na sociedade,

o surgimento de mães solteiras tem enfraquecido a figura paterna como centro

da família.

Sabe-se que: ―a função de cada família dependem em grande da faixa que

cada uma delas ocupa na organização social e na economia do país ao qual

pertence‖ (PRADO, 1985, P.35). Com isso asseveramos que a família é a

construtora do cidadão. Diante do exposto pode-se dizer que:

Entre as inúmeras funções da família que correspondem a uma expectativa social, temos, por exemplo: a função da

27

identificação social dos indivíduos, as de reprodução, as de produção de bens alimentação, vestuário, brinquedos, remédios e de consumo destas. (PRADO, 1985, P.36.).

Cabe também à família proteger os seus filhos, permitir o acesso à educação e

ensinar as atividades domésticas. É na família que a criança recebe todo

aparato para ocupar um lugar na sociedade, na qual se encontra inserida. A

família, ainda, tem a função de garantir e proporcionar aos filhos os meios

necessários para participar da vida em sociedade.

3. DIVERSIDADE ESTRUTURAL MAIS COMUM DE FAMÍLIA:

A família é o primeiro grupo social a que o homem pertence. É um tipo de

agrupamento que varia de tempo e espaço. Essa variação pode ocorrer devido

ao número e tipo de casamento. E varia também de acordo com o tipo de

família e sua autoridade maior no meio da mesma. Se olharmos pelo o número

de casamentos a família pode ser monogâmica forma garantida por lei no

Brasil onde o homem pode casar com apenas uma mulher. Nas famílias

poligâmicas o esposo pode ter varias esposas. Desde que o mesmo tenha

como mantê-las.

Podemos encontrar esse modelo de família poligâmica entre algumas tribos

africanas, entre os povos que seguem a religião muçulmana. Nas famílias que

permitem que a esposa tenha dois ou mais maridos, são denominados de

família poliandria. Esse tipo de família existe entre as tribos do Tibet e os

Esquimós.

Quando pensamos em família sempre nos vem lembrar uma estrutura familiar

composta por pai, mãe e filhos. Com a globalização e modernidade do mundo

esse modelo tradicional mudou muito. As mudanças nas estruturas políticas,

sociais e econômicas têm produzido grandes reflexos nas relações jurídico-

familiares. Com o mundo globalizado, houve novas reformulações no conceito

de família:

28

A família é um grupo social fundado essencialmente nos locos de afetividade após o desaparecimento da família patriarcal, que desempenhava funções procriativas, econômicas, religiosas e políticas. (DIAS, 2007. P.41.).

A idéia de família construída pelo elo da afetividade é o que constitui uma

relação qualitativa entre os parceiros da relação familiar. Alias o afeto permeia

todo universo das relações humanas principalmente no ambiente educativo.

Nas relações interpessoais e intrapessoais do infante, permeado entre sua vida

social em casa e na escola.

Dias, 2007, ressaltam que a lei nunca se posicionou em relação ao conceito do

que é família só, apenas a identificava através do casamento. Para a autora

significa que:

O novo modelo da família funda-se sobre os pilares da repersonalização, da afetividade, da pluralidade e do eudemonismo, impingindo nova roupagem axiológica ao direito de família. (DIAS, 2007, p.41.).

Hoje o que realmente importa é o individuo e não os bens construídos pela

família. Segundo Dias: ―a família instituição foi substituída pela família –

instrumento‖ (2007 p41). Esse novo modelo de família contribui muito para a

formação dos seus membros e da sociedade em que o mesmo se encontra

inserido.

3.1. Família patriarcal ou matriarcal

As maiorias das famílias na época não industrializada viviam na economia

agrícola. Época em que as mesmas eram conhecidas como famílias extensas e

patriarcais, isto é, tinha o pai como o centro o líder o detentor do poder dentro

da família.

Segundo Prado, ‖o tipo familiar dominante encontrado nessas sociedades foi

29

chamado tradicional, extenso, patriarcal e doméstico, entre outras

denominações menos difundidas‖. Os casamentos eram arranjados pelos pais,

era um acordo entre famílias. Era uma continuação de submissa na vida da

mulher. Assim,

As mulheres eram subordinavam-se aos homens, assim como os jovens aos mais idosos; o homem mais velho era, portanto o personagem que detinha as mais altas autoridades sobre o resto da família da qual ele era o patriarca. (PRADO, 1985, p. 66).

Nessa época a mulher era submissa ao seu pai e quando casada passa a ser

submissa ao marido. Notoriamente na sociedade moderna a família patriarcal

já não existe. Mas no Brasil Colônia a mulher era totalmente submissa ao seu

marido:

O homem era terrivelmente ciumento, enclausurando a mulher. Só muito excepcionalmente a mulher era apresentada a um visitante ou comparecia à sala em que o marido recebia visita de estranhos. Não se ensinava as jovens a ler e escrever, para que não se correspondessem com os namorados. Como passeio e distração a mulher colonial conhecia, apenas ou quase unicamente, a ida a missa e às festas de igreja, ainda assim coberta de pesada mantilha e sempre acompanhada.(OLIVEIRA Apud MACEDO 1991,p.90).

Na família matriarcal a figura principal detentora do saber e poder era a mãe.

Sendo o elemento de identificação da família. A sua presença e sabedoria tem

um valor inestimável para todos os membros da família.

3.2. Família matrimonial – casamento

Como o vínculo afetivo sempre existiu independente das regras da sociedade.

Antes mesmo do surgimento das religiões e do Estado. Sendo que as

estruturas de poder e a crença das divindades celebraram o acasalamento

tendo como objetivo a perpetuação da espécie humana. A família matrimonial

30

decorre do casamento como ato formal, litúrgico.

A Igreja Católica sempre teve influência na vida da família brasileira. Junta com

o Estado decretou o acasalamento como objetivo de procriar, um pensamento

de perpetuação da espécie. As instituições Igreja e Estado intervinham na vida

da sociedade, assumindo posturas conservadoras visando preservar a moral.

Sendo assim a Igreja instituiu o casamento religioso em sacramento dissolúvel.

Para Maria Berenice Dias:

O Estado solenizou o casamento como uma instituição e o regulamentou exaustivamente. Os vínculos interpessoais passaram a necessitar da chancela estatal É o Estado que celebra o matrimônio mediante o atendimento de enumeras formalidades. Reproduziu o legislador civil de 1916 o perfil da família então existe: matrimonializada, patriarcal, hierarquizada, patrimonializada e heterossexual. (DIAS, 2007, P. 43).

Para o Estado, o casamento era uma instituição. A Constituição de 1988

colocou em vigor o casamento e durante muito tempo o mesmo era a única

forma legítima para a constituição de família. A palavra matrimônio é

compreendida como sinônimo de casamento se referindo exclusivamente à

união entre um homem e uma mulher. A palavra matrimônio deriva de mater,

matris (mãe) no latim clássico.

3.3. Família informal

A família informal é aquela família constituída sem o casamento civil. As uniões

estáveis, isto é, relacionamento entre homem e mulher, sem o vínculo

matrimonial. Judicialmente essa espécie de família só era reconhecida se fosse

constituída pelo matrimonio, isto é, casamento civil. A lei não dava legalidade a

nenhum outro tipo de relacionamento.

A lei também só reconhecia os filhos que fossem nascidos dentro do

casamento, estando os filhos fora do casamento a mercê do estado civil dos

pais. Filhos gerados com as concubinas eram alvos de termos pejorativos e

31

ainda não tinha direito aos bens do pai. Era considerado um bastardo, filho

ilegítimo.

Tal como o filho, a lei também negava qualquer direito a concubina. Mas devido

a muita procura nas portas do judiciário o legislador acabou reconhecendo os

casamentos com as concubinas, dando-lhe o termo companheira ,mesmo

assim esses relacionamentos não eram reconhecidos como família e sim como

relação de trabalho. Sendo assim era concedida à companheira uma

indenização no fim do relacionamento, indenização por serviços domésticos

prestados. Esse tipo de união era conhecido como sociedade de fato. Para

Maria Berenice Dias:

A legislação infraconstitucional que veio regular essa nova espécie de família acabou praticamente copiando o modelo oficial do casamento. Igualmente, o Código Civil impõe requisitos para o reconhecimento as uniões estáveis, geram deveres e cria direitos aos coniventes. Assegura alimentos, estabelece o regime de bens e garante ao convivente direitos sucessórios, Aqui também pouco resta à vontade do par, cabendo afirmar que a união estável transformou-se em um casamento por usucapião. (DIAS, 2007, P.45).

Devido a mudanças na Constituição Federal de 1988, os filhos tidos fora do

casamento, podem ser reconhecidos por qualquer dos pais. A Lei n º 883, de

21 de outubro de 1949, garantiram os direitos dos filhos tidos como bastardos.

A Constituição Federal vigente, no art. 226 § 3º, erigiu-a à categoria de

entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento.

Conforme a Constituição Federal brasileira de 1988 destaca no seu art.266 § 3º

que “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o

homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão

em casamento”.

A grande modificação da Constituição Federal foi a dissociação do casamento

como única forma de constituição de uma família legítima, passando-se a

considerar também como entidade familiar a relação extramatrimonial estável,

entre um homem e uma mulher, que antes era tida como pecaminosa, além

daquela formada por qualquer dos genitores e seus descendentes, a família

monoparental.

32

3.4. Família monoparental

Podemos classificar uma família Monoparental a que compreende as pessoas

que estão ligadas uma com a outra por laços da consangüinidade ou afinidade,

e inclui também os estranhos. As principais características da família

monoparental, é a presença de um só genitor. Desempenha o papel no lugar

na criação, convivência, educação e manutenção dos filhos.

A família monoparental tem reconhecimento pela Constituição Federal 1988,

Capítulo VII Art. 226. § 4º. É conhecida como entidade familiar e é conceituada

como ―a comunidade formada por qualquer dos pais e seus

descendentes‖.Esse modelo de família passou a ser aceito na sociedade com

acessão da mulher no mercado de trabalho. Visto que na maioria das vezes a

família monoparental é chefiada por mulheres solteiras, divorciadas ou de

maternidade livre.

A Constituição Federal de 1988, alargando o conceito do que é família,

reconheceu como entidade familiar, a família monoparental. Visto que ressalta

a presença de apenas um dos genitores no vinculo familiar. Com o declínio do

patriarcalismo e a incisão da figura feminina no mercado de trabalho, as

famílias monoparental passaram a ser mais frequente na sociedade.

3.5. Família homoafetiva

Uniões Homoafetivas são as uniões de pessoas do mesmo sexo. É notório que

a homossexualidade é muito antiga. Vem acompanhando a história da

humanidade e ainda que por muitos não tenha sido aceita sempre foi tolerada.

Mesmo com tanta rotulação o legislador reconheceu a esse tipo de

relacionamento o mesmo direito das uniões estável. Dias descreve um pouco

das nuances dessa relação ao afirmar aqui:

Em face do repudio social, fruto da rejeição de origem

33

religiosa, as uniões de pessoas do mesmo sexo receberam, ao longo da história, um sem-números de rotulações pejorativas e discriminatórias. (DIAS, 2007, p.182.).

De modo que durante muito tempo os homossexuais e seus parceiros foram

ignorados pela Constituição Federal, visto que a mesma só admite união

estável entre um homem e uma mulher. Por falta de leis que ampare e

assegure direita a população homossexual, o poder Judiciário a mais ou menos

uma década, passou a admitir os vínculos afetivos, independentemente da

identidade sexual do par, tendo consequências jurídicas.

Inicialmente o relacionamento entre casais homossexuais eram identificados

como mera sociedade de fato, como se os mesmos fossem sócios. Quando a

sociedade acaba se, os lucros eram divididos entre ambos. Mas em muitos

casos se um dos parceiros morresse a família tomava posse de todos os bens

e o viúvo saia do relacionamento sem direito aos bens construídos.

O Supremo Tribunal Federal aprovou as uniões homoafetivas no que podemos

chamar de união estável. Sendo assim os noivos sendo do mesmo sexo pode

requerer o direito ao casamento diretamente ao Registro Civil. Tal como casal

de sexo diferente.

3.6. Família anaparental

Atualmente o conceito de família não se restringe somente ao casamento. A

Constituição Federal de 1988 alargou o conceito de família;

Mas olvidou-se o legislador de regular essas entidades familiares. A convivência entre parentes ou entre pessoas, ainda que não parentes, dentro de uma estruturação com identidade de propósito, impõe o reconhecimento da existência de entidade familiar batizada com o nome de família anaparental. (DIAS, 2007, p.46).

34

Esse tipo de família pode ser constituída por irmãos órfãos de pai e mãe,

parentes ou amigos que convivem na mesma residência unidos pelo laço da

afetividade. Nesse caso DIAS diz que:

Quando inexiste essa hierarquia entre gerações e o convívio não dispõe de interesse sexual, o vínculo familiar que se constitui é de outra natureza: chama-se família anaparental. O exemplo é a família constituída pelos irmãos que surge com a morte dos genitores. (DIAS, 2007, p.194).

Quando não sacralizada a união pelo casamento é reconhecida pela

Constituição Federal como união estável. O que é levado em conta é que

―qualquer estrutura de convívio que forme uma unidade afetiva da qual se

irradiam efeitos que merecem ser tutelado pelo direito‖ (Dias, 2007, p.196).

3.7. Família pluriperental

Depois de um relacionamento frustrado ficam as lembranças e em alguns

casos ficam os bens e os filhos. A esperança e oportunidade de recompor uma

família dão um novo lar aos filhos. Começar um novo casamento, isto é, uma

nova família. Nesse caso segundo Dias, será uma família pluriparental ou

mosaico, quando destaca que:

Família pluriparentais ou mosaica, que resultam da pluralidade das relações parentais, especialmente fomentadas pelo divórcio, pela separação, pelo recasamento, seguidos das famílias não-matrimoniais e das desuniões. As famílias pluriparentais são caracterizadas pela estrutura complexa decorrente da multiplicidade de vínculos, ambigüidade das funções dos novos casais e forte grau de interdependência. A administração de interesses visando equilíbrio assume relevo indispensável à estabilidade das famílias. (DIAS, 2007, p.47-48).

Isso é um resultado da pluralidade das relações parentais. A afetividade na

construção do vínculo dessa nova família é de fundamental importância. Isto é,

o afeto é elo que fundamental na constituição de uma família. Família

35

constituída apenas por mãe ou pai, homoafetiva ou mesmo formada por irmão,

onde o mais velho cuida dos mais novos o importante é que todas essas são

famílias, porque possui o elemento formador primordial, qual seja o afeto. Para

Dias:

A dignidade da pessoa humana encontra na família o solo apropriado para florescer. A ordem constitucional dá-lhe especial proteção independentemente de sua origem. A multiplicação das entidades familiares preserva e desenvolve as qualidades mais relevantes entre os familiares – o afeto, a solidariedade, a união, o respeito, a confiança, o amor, o projeto de vida de vida em comum -, permitindo o pleno desenvolvimento pessoal e social de cada partícipe com base em ideais pluralistas, solidaristas e democráticas. (DIAS, 2009, p. 62).

As famílias pluriparental , assim como as demais famílias, merecem o amparo

legal do Estado. A família pluriparental muitas das vezes é confundida com as

famílias monoparentais, mas enquanto as demais famílias decorrem da

consangüinidade e também do afeto, na pluriparental , mais do que em

nenhuma outra, é indispensável o afeto para que subsista. Já que se unem

debaixo do mesmo teto os filhos de ambos os genitores.

3.8. Família paralela

A família paralela é aquela decorrente de uma relação extraconjugal, onde um

dos integrantes participa como cônjuge de mais de uma família. Esse tipo de

família é também denomina de concubinato as relações não provindas do

casamento religioso e civil.

Conforme consta no Código Civil Art. 1.727. As relações não eventuais entre

o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato. Mas

também denomina- se este concubinato de família paralela. Maria Berenice

Dias ressalta que a união paralela é um relacionamento de afeto, repudiado

pela sociedade. Ao afirmar que:

Os relacionamentos paralelos, além de receberem denominações pejorativas, são condenados à invisibilidade.

36

Simplesmente a tendência é não reconhecer sequer sua existência. Somente na hipótese de a mulher alegar desconhecimento da duplicidade das vidas do varão é que tais vínculos são alocados no direito obrigacional e lá tratados

como sociedades de fato. (DIAS, 2007, P.48).

De fato as famílias paralelas são frutos de um triângulo amoroso. Como é

inegável a existência desse tipo de família, só resta ao legislador, reconhecer a

família paralela como sociedade de fato e em caso de rompimento amoroso a

mulher pode ser indenizada por serviços domésticos prestados.

3.9. Família eudemonista

É denominada Família Eudemonista aquela decorrente do afeto. Eudemonista

é um conceito moderno referindo-se a entidade familiar que busca a realização

plena de seus membros, tendo como principal característica a comunhão de

afeto recíproco, a consideração e o respeito mútuos entre os membros que a

compõe, independente do vínculo biológico. Maria Berenice Dias observa que:

Surgiu um novo nome para essa tendência de identificar a família pelo seu envolvimento efetivo: família Eudemonista, que busca a felicidade individual vivendo um processo de emancipação de seus membros. O Eudemonismo é a doutrina que enfatiza o sentido de busca pelo sujeito de sua felicidade. A absorção do principio Eudemonista pelo ordenamento altera o sentido da proteção jurídica da família, deslocando-o da instituição para o sujeito, como se infere da primeira parte do § 8º do art. 226 da CF: o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos componentes que a integram. (DIAS, 2007, p.52,53).

Como primeira instituição responsável pela formação da personalidade do

indivíduo a família deve ser vista como o lugar de acolhimento, afeto e proteção

satisfazendo as necessidades de seus membros. Esse modelo de família

permite a sua formação de acordo com os laços afetivos entre pessoas de

diferente parentesco ou laços consanguíneos.

37

Como já sabemos a instituição familiar possui um papel de suma importância

na formação do indivíduo como cidadão e como ser humano. A sua importância

não é apenas na sua convivência social e na sua condição de existência no

mundo, mas também na satisfação de seus mais peculiares anseios, na busca

pela felicidade.

4. ESCOLA E FAMILIA: PARCERIA NECESSÁRIA

A parceria família escola deve ser entendida como uma relação de cooperação.

A quem cabe a responsabilidade de construir a relação escola família? Muitos

professores acreditam que os pais devem ir á escola, procurando saber da vida

escolar do seu filho, mas alguns autores: Como Reali (2002), Tancredi (2002) e

Caetano (2002) vão mais além ao afirmarem que:

Acreditam que a construção da parceria entre escola e família é função inicial dos professores, pois eles são elementos-chave no processo de aprendizagem. Dada à formação profissional específica que têm, as tentativas de aproximação e de melhoria das relações estabelecidas com as famílias devem partir, preferencialmente, da escola, pois ―transferir essa função à família somente reforça sentimentos de ansiedade, vergonha e incapacidade aos pais, uma vez que não são eles os especialistas em educação. (TANCREDI, REALI 2002 apud CAETANO, 2004, p. 58).

Sabemos que a família tem função social, que são determinadas no meio ao

qual se insere o infante, uma delas é garantir e manter as necessidades

básicas da criança. Também cabe a família propagar a educação moral e Ética

compatível com a cultura onde está inserida a criança. Sendo assim, Oliveira

(2002) resume a função da família dizendo que ―a educação moral, ou seja, a

transmissão de costumes e valores de determinada época torna-se, nesta

perspectiva, seu principal objetivo‖ (2002, p.16).

Incluir a criança no universo da língua cultural é função do seio familiar.

Socializando e incluindo a criança na sua cultura. Embora para que tudo isso

aconteça à família e a escola tem que saber o que é educação. O que Segundo

38

Brandão:

Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante. (2007.p.9).

A educação ocorre na colaboração família e escola. Pois a educação acontece

em vários espaços e sociedades diferentes. À família compete; Dialogar com a

criança sobre, suas amizades e laços desenvolvidos na escola, discutir sobre o

conteúdo que está vivenciando na escola; ensinar a criança a cumprir as regras

estabelecidas pela escola; ensinar a criança a valorizar a escola, professores,

alunos e funcionários; os pais devem se informar das dificuldades

apresentadas pela criança e seu desempenho.

A escola compete; o cumprimento das atividades escolares propostas

pedagógicas apresentadas aos pais; promover ao aluno liberdade para

manifestar-se na comunidade escolar; receber e convidar os pais a

participarem da vida escolar do seu filho; promover eventos na escola para que

os pais possam participar de atividades culturais, esportivas, entre outras que a

Instituição venha a oferecer.

A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o processo

de aprendizagem da criança ou de qualquer individuo. Por isso, pais e

educadores necessitam serem grandes e fiéis companheiros nessa nobre

caminhada da formação educacional daquele ser que irá ser humano na nossa

sociedade que muitas vezes é desumana.

Ao refletimos em cidadania devemos pensar acerca dos direitos e deveres que

cada indivíduo possui no convívio social, e Pensando em educação nos remete

a refletir sobre educação, compreender como e onde a mesma acontece e de

quem é o dever de educar. Segundo Brandão (2007): ―a educação é, como

outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam. E recriam,

entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade‖ (2007, p.10).

39

A educação não se dar apenas entre os muros da escola. Para o Sociólogo

Pérsio Oliveira, a educação pode ser formal e informal.

A educação assistemática, difusa ou informal é o que acontece, no correr da vida diária, pelo aprendizado das tarefas normais de cada grupo social, pela observação do comportamento dos mais velhos, pela convivência entre os membros de uma sociedade. É realizada sem qualquer plano, sem local ou hora determinada. (OLIVEIRA, 1991, p.128).

Esse exemplo de educação, toda sociedade participa dessa forma de

educação. Em seu livro o que é educação, Brandão descreve sobre a

educação informal nas tribos indígenas.

Os meninos observam os homens quando fazer arco e flechas; os homens os chamam para perto de si e eles se vêem obrigados a observá-lo.As mulheres,pro outro lado ,levam as meninas para fora de casa,ensinando –as a conhecer as plantas boas para confeccionar cestas e a argila que serve para fazer potes.E,em casa,as mulheres tercem os cestos,costuram os mocassins e curtem a pele de cabrito diante das meninas ,dizem-lhes,enquanto estão trabalhando ,que observem cuidadosamente ,para que,quando forem grandes,ninguém as possa chamar de preguiçosas e ignorantes.Ensinam-nas a cozinhar e aconselham –nas sobre a busca de bagas e outros frutos,assim como sobre a colheita de alimentos.(BRANDÃO,1984,P.21.).

De fato em algumas comunidades isoladas, onde ainda não existem escolas a

educação é de forma informal, os saberes são passados no convívio diário.

Como exemplo dessa forma de educação tem as comunidades indígenas. Nas

sociedades mais complexas a educação é formal, transmitida pela a escola. É

a educação formal:

Esta é, portanto, a que é dada na escola e visa apenas à transmissão de determinados legados culturais, isto é,de determinados conhecimentos ,técnicas ou modos de vida.É uma forma seletiva de educação.Dentro da cultura,escolhem-se elementos considerados essenciais ou mais necessários para serem transmitidos na escola,por pessoas especializadas.(OLIVEIRA,1991,p.129).

40

A família e a escola exercem grandes influencias no processo educacional dos

indivíduos. E a escola, é a instituição podemos dizer que organizada para

transmitir ao aluno a herança cultural da sociedade em que o mesmo está

inserido.

A responsabilidade de educar a criança é atribuída por lei as duas instituições

de estrema importância, na vida psicológica e social da criança. A família é o

primeiro grupo social no qual o indivíduo faz parte e logo depois ele vai

frequentar a comunidade escolar que é o segundo maior grupo na vida do

individuo.

A obrigação de educar recai, moralmente e legalmente sobre essas duas

instituições responsáveis pela formação cidadã do aluno-filho. Conforme a

Constituição Federal, 2008, preceitua no seu artigo 205 que:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Para oferecer uma educação de qualidade os Estados mantêm nas escolas

profissionais da educação, especializados e capacitados, a escola cabe a

função de transmitir saberes socialmente validos. Em quanto à família

desempenha seu papel educacional na vida da criança no campo sociocultural.

É de estrema importância que escola e família reconheçam e cumpram suas

responsabilidades faz-se necessário para que ocorra a interação escola-

família.

A Escola cabe procurar conhecer a realidade de cada aluno porque é

importante e necessário, pois as diferenças, étnicas, sociais, culturais e físicas

são reais e o conceito de igualdade não cabe nessas características, visto que

a classe escolar não será homogenia nas características citadas acima. Mas o

conceito de resiliência e de respeito na relação eu e o outro cabe no tempo e

nos espaços escolares.

Em termos legais o Estado é responsável primário pela oferta da educação

escolar. A escola é um lugar de transmissão da cultura é um espaço onde o

41

aluno constrói sua identidade. A escola oferece subsidio para o processo de

desenvolvimento das habilidades dos seus alunos. O seu currículo e projeto

pedagógico são estruturados de maneira que contemple a realidade do corpo

discente.

A escola comprometida com a educação se preocupa em desenvolver

subsídios para que os alunos desenvolvam suas capacidades. A mesma deve

ajustar seu modo de ensinar, selecionando cuidadosamente os conteúdos que

devem ser trabalhados de maneira que significativamente auxilie o aluno a se

inserir e desenvolver-se em seu universo cultural e sócio afetivo e dentro das

suas habilidades educativas.

Um dos papeis de fundamental importância da escola é oferecer aos alunos

suporte para que os mesmos possam refletir de modo coerente perante os

problemas da sociedade ao qual estão inseridos. À escola cabe o dever de

trabalhar no sentido de transformar o educando para o convívio em sociedade.

Por cerca de muitos anos família e escola viveram uma relação muito estreita,

mas durante algum tempo essa relação tem se alargado,Isso ocorreu por

vários motivos, tais como os pais da atualidade estão mais informados na área

de educação, sendo assim conseguem detectar com mais facilidade as falhas

da escola, o que muitas vezes acaba fazendo com que a escola se afaste dos

pais. Muitas famílias não têm ocupado o seu lugar na educação de seus filhos,

com isso a relação entre as duas instituições tem entrado em processo de

falência.

Sabemos que o ambiente familiar é o primeiro espaço de disseminação de

valores e regras. Sendo assim o papel da família é de fundamental importância

na educação da criança. O que ocorre atualmente na sociedade é que a família

tem colocado nas mãos dos professores a responsabilidade de ensinar valores

que são ensinados no seio familiar.

Acontece que quando a família não vai bem, esse conflito acaba refletindo no

desenvolvimento escolar da criança. É nesse momento que o professor entra

em ação, para amenizar ou até mesmo solucionar as dificuldades enfrentadas

pela família.

42

A construção da parceria entre a família e a escola é algo de fundamental

importância. Visto que a relação entre família e escola tem passado por um

processo turbulento. Os professores, sempre ressaltam a importância, isto é, a

necessidade de acompanhamento dos pais na vida escolar de seus filhos,

embora pais e educadores não estejam sabendo como aproximar essas duas

instituições tão necessárias na vida educacional da criança. Na visão do

pesquisador Paro:

Parece haver, por um lado, uma incapacidade de compreensão por parte dos pais, daquilo que é transmitido na escola; por outro lado, uma falta de habilidade dos professores para promoverem essa comunicação. (PARO, 2000, p.68).

A verdade é que a escola não tem se importado com o que ocorre na vida da

criança fora da instituição escolar, e tão somente tem se importado para o que

acontece dentro da escola. Há quem diga que a escola não tem se mobilizado

para aproximar a família da mesma.

Vários são os fatores que afetam essa relação: a falta de conhecimento de

alguns educadores; o pouco interesse dos pais para com a educação dos

filhos; as negligencias dos pais; as questões sócias- econômicas –histórica em

que se fundamenta a família, e até mesmo a violência doméstica. E o fato de

muitas famílias terem na Escola um alento para a educação dos filhos, uma vez

que eles já perderam o controle e o respeito dos filhos.

Sendo assim, a escola necessita de uma relação de cooperação com a família,

os professores devem fazer parte do universo sócio-cultural vividos pelos seus

educandos, para que assim possam ser empáticos, respeitando e acima de

tudo compreendendo-os, para que assim possam imbricar de maneira

significativa na vida de seus alunos.

A sociedade tem um modelo de homem no seu ponto de vista mental, físico,

intelectual e moral tendo assim esse ideal de homem como norteador da

educação. Existindo assim na sociedade uma homogeneidade. É por meio da

educação, que o ser individual passa pelo processo que se transforma em um

ser social.

43

Foi no século XVI e XVII, que ocorreu uma mudança significativa na relação da

família com a criança. Nessa época na Inglaterra os pais entregavam seus

filhos de 6-7 anos para serem criados por outras famílias, com a finalidade de

fazerem os serviços pesados. E vivendo com essa nova família até os 18 anos,

e sendo chamado de aprendizes.

Assinando assim um contrato de aprendizagem, as famílias confiavam os seus

filhos aos mestres, que tinha como função ensinar a criança a servi-lo e servir

bem, isto é, serviços domésticos. Acreditavam assim que tais serviços eram

educação. Com as práticas domesticas que o mestre transmitia a criança do

outro, os valores humanos e seus conhecimentos de vida.

Assim, toda a educação se fazia através da aprendizagem, e dava-se a essa noção um sentido muito mais amplo do que o que ela adquiriu mais tarde. As pessoas não conservavam as próprias crianças em casa: enviavam-nas a outras famílias, com ou sem contrato, para que com elas morassem e começassem suas vidas, ou, nesse novo ambiente, aprendizagem as maneiras de um cavaleiro ou um ofício, ou mesmo para que freqüentassem uma escola e aprendessem as letras latinas. (ARIÈS, 1981, p.226-227).

O contrato de aprendizagem era uma tradição, seguida pelos nobres e não

nobres. Sendo assim os conhecimentos da família só era transmitida a criança

no contato com os adultos de geração a geração.

Podemos perceber que na atualidade a instituição escolar tem muito reclamado

da ausência da família na escola. As famílias tem se distanciado cada vez mais

da escola, e conseqüentemente da vida escolar de seus filhos. A família é

essencial para o desenvolvimento do indivíduo, independentemente de sua

formação. Seja ela Monoparental, anaparental, homoafetiva. Sendo constituída

pelo laço da afetividade tendo responsabilidade para com o educando.

O educando que têm o acompanhamento familiar tem uma boa convivência,

onde há o respeito nos relacionamentos e nas regras, entre outros têm bom

rendimento escolar. O acompanhamento familiar na vida do educando pode

evitar uma possível reprovação e possibilitando assim uma aprendizagem

significativa. Muitos pais delegam a escola a responsabilidade da educação

44

dos filhos, esquecendo que a educação moral e cívica vem da família. A

transmissão de valores, a formação do caráter, além da carência afetiva é um

papel dos pais.

4.1. A participação dos pais na educação escolar

Antes de falarmos sobre a participação dos pais na educação escolar de seus

filhos, devemos conceituar o que é participação. Para Bordanave participação

―é o caminho natural para o homem exprimir sua tendência inata de realizar,

fazer coisas, afirma-se a si mesmo e dominar a natureza e o mundo‘(1983,

p.16). De fato participar envolve também a satisfação de outras necessidades,

tais como a interação com o outro, o prazer de criar e recriar coisas.

Segundo o Minidicionário da Língua Portuguesa, participação é ―Ato de

participar; atividade; aço; comunicação.‖ (BUENO, 2004, p.419.). Participar é

estar presente nas atividades acadêmicas da criança, comunicar se com os

agentes que promove esse aprendizado.

Quando a criança entra na escola, conta com certa quantidade de experiências

que foram adquiridas no convívio com seus familiares. Informações estas que

lhe permitirão formar uma determinada visão sobre ela mesma. Quando a

mesma vai à escola ocorre uma ampliação na sua esfera de relações. Pois a

criança conhecerá outras crianças irá compartilhar uma parte considerável de

sua vida, além de estabelecer relações com outros adultos, além de seus pais.

Ainda segundo a Bordanave:

(...), a participação não mais consiste na recepção passiva dos benefícios da sociedade, mas na intervenção ativa na sua construção, o que é feito através da tomada de decisões e das atividades sociais em todos os níveis. (1983, p.20).

Notoriamente que, depois da família, as crianças permanecem mais tempo é

na escola, fazendo com que os pais participem mais do processo educacional

45

da criança. Pois há certas expectativas em relação ao seu desempenho

escolar. Mas sabemos que não compete apenas à escola a função de educar,

mas também à família em primeiro lugar.

A participação dos pais conta muito para o aprendizado. Primeiro por que as

crianças precisam de ajuda para manter disciplina nos estudos. A presença dos

pais contribui muito no processo de adaptação manter a rotina. Outro papel

muito importante e decisivo da família é ajudar a despertar no educando o

interesse pela escola e pela leitura. Segundo Macedo:

Com a participação da família no processo de ensino aprendizagem, a criança ganha confiança vendo que todos se interessam por ela, e também porque você passa a conhecer quais são as dificuldades e quais os conhecimentos da criança. (MACEDO 1994, p.199).

Estão pensando nesse sentido, a família deve manter uma relação ativa no

processo educacional de seus filhos valorizando o educando, mostrando-se

sempre interessada, ajudando os filhos em tarefas escolares. O que a família

deve compreender é que assume um papel relevante na vida escolar dos

filhos, esse acompanhamento vai refletir no comportamento escolar dos

infantes. A escola traz a premissa de educar para o convívio em sociedade,

para educação e o trabalho, mas objetiva que haja uma co-participação da

família.

A Família é essencial para o desenvolvimento da criança, independente de seu

grau de instrução, formação e situação econômica. Notoriamente que é no seio

familiar que a criança tem seus primeiros contatos com a sociedade, em que a

mesma se encontra inserida. É no seio familiar que a criança encontra o

suporte afetivo.

As escolas têm um papel importante na aproximação dos pais com os assuntos

acadêmicos. Para a escola o envolvimento da família no desenvolvimento

escolar é visto na participação dos pais nas reuniões de pais e mestres,

atenção nos comunicados vindos da escola para casa. O acompanhamento

nos deveres de casa e das notas. São atitudes positivas que fortalece a relação

nessa parceria tão necessária entre escola e família.

46

Podemos assim dizer que esse acompanhamento se baseia na obrigação

natural dos pais, para com a vida escolar dos filhos. É notório que quanto maior

o envolvimento das famílias no desenvolvimento educacional da criança, maior

será o rendimento escolar do educando.

A criança tem sido o centro da família. Desse modo também passou a ser o

foco principal do sistema educativo. A carta Internacional dos Direitos da

Criança, de 1987, registra o acesso da criança ao estatuto de sujeito de direitos

e à dignidade de pessoa. No Brasil, os direitos infanto-juvenis são amparados

pela Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),Lei

nº. 8.069/90.

A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 1996,

ressalta que os responsáveis pelo processo de aprendizagem, são os

profissionais da educação em parceria com a família. A LDB prevê as

seguintes ações para entregar a escola com as famílias.

“Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

(...) VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando

processos de integração da sociedade com a escola; (...)

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

(...) VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

(...) II - participação das comunidades escolar e local em

conselhos escolares ou equivalentes‖.

Assim como a LDB se preocupa em estreitar os laços de relacionamento entre

47

a escola e a família o Estatuto da Criança e do Adolescente, trás no seu

Capitulo IV Art.55 e 56 que:

Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III - elevados níveis de repetência.

Podemos assim afirmar que tanto na LDB quanto no ECA, o direito da

educação a criança e adolescentes deve contar com a ajuda dos pais e

responsáveis,visto que os laços de afetividade que os unem também o

responsabiliza quanto o direito de educar.

5. PROGRAMA EDUCAR PARA CRESCER

Com o propósito de fundamentar o papel da família e escola como elo

estruturador da educação da criança, esta pesquisa buscou também analisar

as cartilhas Guias da Educação do programa Educar para Crescer, 2009. A

escolha justifica diante da característica apresentada pela cartilha, no qual

orienta as famílias no acompanhamento e desenvolvimento escolar da criança.

O Projeto Educar para crescer, é um movimento sem fins lucrativos que vem

estimulando boas práticas e sempre destacando a importância da Educação

para o crescimento do Brasil e de seus cidadãos. Sendo uma iniciativa da

editora Abril e dos grupos Laureate e Malwee, conta com o apoio do Ministério

da Educação MEC junto ao movimento social Todos Pela Educação, Instituto

Unibanco, Conselhos Federais e Regional de Educação Física

CONFEF/CREFS dentre outros grupos.

O programa estimula boas práticas ressaltando a importância da parceria da

48

família junto à educação dos seus filhos. Destacando sempre que uma boa

educação faz a nação crescer melhor. Segundo o programa o sistema de

ensino brasileiro só melhorará no dia em que todos os cidadãos se sentirem

responsáveis pela qualidade do ensino do país.

Um dos objetivos é sensibilizar as famílias, pais, mães professores e

profissionais da educação, empresários, eleitores e governantes. Sensibilizar

sobre a importância de uma educação de qualidade para todos. O programa

tem como objetivo também; Estimular o envolvimento dos pais e responsáveis

na educação de seus filhos; conscientizar a sociedade que uma educação de

qualidade é a chave para o crescimento pessoal e do país.

A idéia de multiplicar essas iniciativas contou com a criação do Guia da

Educação em família. Criada em 2009, as cartilhas voltadas para os pais que

possuem filhos em escolas publicas e particulares. Voltadas também para

executivos e empresários, educadores e profissionais da educação. Na cartilha

contem orientações praticas e simples sobre o que cada leitor pode fazer para

acompanhar e ajudar na educação dos seus filhos e até mesmo do país.

As mesmas são distribuídas gratuitamente nas escolas, empresas e locais de

grande circulação, e em algumas revistas a cartilhas vão encartadas para que

todos tenham acesso. Caso o leitor deseje baixar as cartilhas em PDF, a

mesma se encontra disponível no Portal Educar para Crescer no endereço

eletrônico http://educarparacrescer.abril.com.br.

O Educar para Crescer desenvolveu Guias da Educação, contendo dicas e

idéias para que toda família, educadores, empresários e cidadãos se envolvam

na melhoria do ensino brasileiro. As cartilhas foram desenvolvidas pela redação

do Educar para Crescer com a consultoria do movimento Todos pela Educação

e da Fundação Victor Civita.

49

5.1. Breve panorama da cartilha: guia da educação em família para pais de

escola particular. Guia da educação em família para pais de escola pública Quadro nº 01, Descrição dos comandos contidos na cartilha Guia da Educação

em Família para pais de escola particular.

TÓPICOS PAIS RESULTADOS

ESPERADOS

1. Levantamento das

dificuldades.

Pergunte se ele tem

dificuldades em alguma

matéria.

Proponha que ele lhe ensine

algo que aprendeu na escola.

Esta é uma boa maneira para ele fixar o conteúdo A tarefa de casa tem essa função reforçar o que foi estudado na escola. Confira se ele faz a lição de casa diariamente.

Criar a cultura do estudo em

casa diário.

2. Criar a pratica de

frequentar as aulas.

Não deixe seu filho faltar às

aulas sem necessidade.

Garanta que ele vá

à escola na hora certa

Faltar aula dificulta o

processo de aprendizagem

do aluno.

Quanto mais aulas um aluno

perder,

Maiores serão as chances de ele Tirar notas ruins e repetir o ano.

3. Definir os horários de

estudos.

Combine com o seu filho um

horário para os estudos.

Separe um lugar da casa

para a lição — deve ser o

mais tranquilo possível.

O horário da leitura tem que

ser o mais proveitoso

possível. Ler freqüentemente

auxilia e muito com

conhecimento de mundo e da

escrita.

A proximidade com o mundo

da escrita, por sua vez,

facilita a alfabetização

ajudando a criança em todas

as disciplinas.

4. Desenvolver as

habilidades em

Aos 8 anos, ele deve saber

ler e escrever com facilidade.

Acompanhar as tarefas

semanais de matemática

50

Matemática.

Aos 10 anos, deve saber

somar, subtrair, multiplicar e

dividir.

Aos 14 anos, deve resolver.

uma equação de 10 grau

com duas

variáveis (X e Y) e

identificando os conteúdos e

exercícios.

5. Desenvolver as

habilidades de leitura e

argumentação.

Aos 14 anos, deve interpretar

textos com diferentes

opiniões.

Acompanhar os conteúdos

dos textos.

Desenvolver a competência

linguísticas textuais e

argumentativas.

6. Desenvolver a pratica da

leitura.

Estimule atividades que

usem a leitura: jogos,

receitas, mapas.

Faça da leitura um momento

de prazer — pode até

estourar pipoca.

Seja um exemplo de leitor.

Leia sempre é bom para

você e para o seu filho, que

seguirá o seu exemplo.

Converse com ele sobre o

livro, a revista ou o jornal que

estiver lendo. Deixe seus

livros ao alcance das mãos

dele. Livro é para ser lido,

não é para enfeitar a

Desenvolvimento textual,

argumentativo o prazer de ler

e escrever.

7. Criar a cultura de

frequentar a Biblioteca,

livrarias, sebos, bancas de

jornal.

Ensine-o a emprestar livros

aos amigos e a pedir

emprestado.

Leve-o para explorar as

bibliotecas e livrarias

próximas de sua casa.

Incluir visitas a biblioteca é

uma das maneiras de

incentivar a leitura. Faça uma

ficha para seu filho na

biblioteca mais próxima da

Desenvolver nesses

ambientes a possibilidade de

desenvolver uma cultura de

lazer e conhecimento de

relações com as pessoas.

51

sua casa.

8. Busca por uma

educação de qualidade.

Conheça a proposta

pedagógica. Não acredite

que a escola

do seu filho oferece um

ensino de qualidade só por

ser particular.

Isso é mito. Há colégios

privados muito ruins, assim

como públicos bons. Informe-

se. Informe-se sobre os

índices de repetência e de

evasão da escola.

Espera-se desenvolver uma

rede de relações cordiais

com a escola participação e

compromisso criação de

atividades, cursos, palestras,

oficinas e reuniões.

Verifique se a escola

oferece reforço para

os alunos com

mais dificuldades nas disciplinas.

9. Acompanhamento nas

atividades lições de casa.

Ofereça sempre ajuda, mas

não faça as lições por seu

filho.

Combine com o seu filho um

horário para os estudos.

acompanhe a lição de casa.

Isso é uma maneira dos pais

auxiliares na educação

escolar do filho.

O dever de casa reforça

aprendizagem,

desenvolvendo assim a

responsabilidade dos alunos

para com o seu aprendizado.

*10. Educação Moral e ética Ensine seu filho a ouvir o

professor e a respeitá-lo.

Educação moral e ética é

papel dos pais e da família.

Fonte: Guia da educação em família, Programa Educar para Crescer. 2009. Elaborado: Márcia Menezes dos Santos *Este item foi sinalizado apenas na no Guia da Educação em Família para Pais de Escola Pública

Observa-se no guia as seguintes orientações dez comandos tais como:

levantamento de dificuldades; Criar a pratica de freqüentar as aulas; Definir os

horários de estudos; Desenvolver as habilidades em Matemática; Desenvolver

as habilidades de leitura e argumentação; Desenvolver a pratica da leitura;

Criar a cultura de freqüentar a Biblioteca, livrarias, sebos, bancas de jornal;

Busca por uma educação de qualidade; Acompanhamento nas atividades

lições de casa; Educação Moral e ética.

52

5.2. Ato de ler em família

Da idéia de receituário o Guia coloca com sugestões e roteiros de ações para

os pais maneira possível de ser colocado em pratica ou mesmo reorientar os

pais que pela primeira vez depara com criança em idade escolar. Alguns

tópicos do guia merecem algumas considerações, um deles é o ato de ler em

família. Quanto ao ato de ler em família é relevante perceber essa relação que

a cartilha coloca com os escritos do educador Paulo Freire.

Segundo Paulo Freire, ―a leitura do mundo precede a leitura da palavra‖. (1993,

p, 11), os gestos, olhares das pessoas, a natureza, os espaços sociais em fim

tudo que esta em nossa volta é possível realizar uma leitura. Embora não seja

uma leitura de livro, mas é uma leitura de mundo. Sabe se que a prática da

leitura esta presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a

compreender e perceber o mundo à nossa volta.

Vale destacar que ler não é uma atividade que corresponde a uma simples

decodificação das letras, mas significa interpretar e compreender tudo o que se

lê. Além da possibilidade de dar significados, permiti ao homem abrir as portas

para a sua percepção. Fazendo com que o mesmo se torne apto a estar no

mundo, consciente da sua realidade social.

Para que a leitura seja prazerosa e significativa, o leitor tem que ter desejo e

curiosidade de ler, pois quando torna a leitura obrigatória, a mesma se resume

em fardo levando a preguiça. Assim como todo cidadão o leitor também tem

direito. Direitos de escolher o que quer ler, qual é o livro que mais o agrada,

têm direito de ler no local que o agrada.

Motivar a leitura não é tarefa fácil, mas também não é das mais difíceis. É

papel dos professores promoverem um espaço interativo na sala de aula, no

qual o convívio com a leitura e os livros seja realmente efetivo e significativo

para todos. Outro aspecto que faz a diferença é a motivação do sujeito quanto

leitor. Tanto o professor quanto os pais, cabe o papel de potencializar o gosto

53

pela leitura.

A leitura é necessária em todos os contextos sociais e em todas as formas e

por isso é necessário que se fale do papel da família neste contexto. Quando a

criança ganha um livro ou revista de presente dos pais sua primeira leitura é

sensorial, pois a criança observa de imediato as cores, as ilustrações e o

formato do livro. Nesse momento é necessário que os pais explorem na criança

tudo que a mesma esta vendo no livro.

A leitura não pode ser encarada como uma obrigação principalmente dentro do

seio familiar. A leitura deve ser prazerosa, deve ser um momento que servirá

para criando um vínculo maior entre pais e filhos. Cantar cantigas de ninar ou

até mesmo ler um livro com ilustrações de historia para dormir, faz com que a

criança sinta se a vontade de também contar ou ler suas próprias histórias.

No espaço familiar é fundamental criar uma cultura de leitura de livro, revistas,

quadrinhos, jornais, panfletos, além de outros textos e imagens. Promover no

seio familiar passeios em museus, teatros, bibliotecas, livrarias.

5.3. O ato de acompanhamento nas atividades para casa

Outro ponto relevante é o dever de casa. O dever de casa é uma prática diária

de todos educador de todos os níveis escolares. Os pais não têm como saber,

no seu cotidiano, como seu filho está indo na escola. Visto que o mesmo não

tem acesso à sua sala de aula diariamente. Mas a tarefa de casa é um meio

dos pais observarem se seu filho esta realmente aprendendo.

Para os educadores, os principais objetivos para a aplicação do dever de casa

são para: Reforçar da aprendizagem; fixar a disciplina estudada em sala de

aula; desenvolver a responsabilidade dos alunos para com os estudos; auxilia a

54

fixar o hábito de estudo; pode ser usada como meio de integração entre a

escola e a família.

Também vale indagar se ―fixar a matéria‖ ainda é um objetivo adequado para

tempos em que o próprio conhecimento não tem tempo para fixar-se a si

próprio, dada à velocidade com que se produzem pesquisas que derrubam as

certezas mais rapidamente do que conseguimos delas tomar conhecimento.

5.4. O ato de ser participante das atividades da escola

Em casa que se começa uma boa educação onde garante uma formação

sólida e segura em contato com as adversidades culturais e sociais. Hoje á

ausência da família tem gerado consequências graves na formação do

individuo isso tem alimentado valores egocêntricos que tem levado os jovens

ao mundo do vício e das futilidades.

Contudo, desde o início da industrialização, a sociedade vem passando por

transformações que resultam em uma postura cada vez mais individual por

parte da maioria dos adultos. E também o ingresso da mulher no mercado de

trabalho gerou a diminuição do tempo disponível para se dedicar a seus filhos.

Em virtude da pouca convivência dos pais com os filhos faz-se com que a

responsabilidade do ensino básico da criança fique relegado a escola. Se a

escola só desempenhava ação de educadora profissional, hoje desenvolve

também o papel de formadora crucial da consciência cidadã dos seus

educandos.

Como a escola é considerada a extensão da família, por isso trabalhando

juntas escolas e famílias podem desempenhar o papel de educadores na

construção de uma sociedade humana. E como a escola é um espaço onde os

alunos ampliam as suas relações sociais, no entanto, através da participação

dos pais possam ampliar suas ações e que as repercussões surtam efeito.

55

De fato a família deve participar do ambiente escolar, pensando em

participação, participar segundo Bordanave (1983): o uso frequente da palavra

participação nos remete a aspiração dos setores cada vez mais numerosos da

população que querem assumir o controle do próprio destino. Mas de fato

como ocorre essa participação? Inúmeras indagações permeiam o termo em se

tratando da palavra participação vemos que muitas vezes o termo se encontra

banalizado sem sentido e seu conceito acaba perdendo sua essência na

construção de uma sociedade justa e participativa. A participação consiste a

construção de uma sociedade justa e igualitária.

Então participamos para quê?Para Bordanave ‘‘ as pessoas participam em sua

família, em comunidade, no trabalho, na luta política. Os países participam nos

foros internacionais, onde tomam decisões que afetam os destinos do mundo‘‘.

(Bordanave, 1983, p.11). Então participar significa dizer que às vezes tem altos

e baixos, isso em virtude de formas históricas que a vida social se desenha. E

na atualidade há uma urgência em intensificar os processos participativos e a

escola tende a seguir esse caminho.

Todavia, a participação é vista como uma forma de liberação, mas para a

manutenção de uma situação de controle de muitos sobre alguns. Mas qual o

real papel da escola diante desse aspecto?A escola junto com a família

fortalece a consciência da população e prepara os seus alunos para adquirir

mais senso crítico perante a sociedade. ‘‘Quando a população participa da

fiscalização dos serviços públicos, estes tendem a melhorar em qualidade e

oportunidade‘‘. (Bordanave, 1983, p.13).

Por outro lado é necessário salientar o papel reforçador da escola no intuito de

aproximar as famílias da escola e para que a as famílias possam perceber sua

importância na formação sócio moral de seu filho. E a escola é canal

viabilizado para essa formação humana.

56

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A família é um elemento fundamental na dinâmica social. É uma relação que

pressupõe vínculos e afinidade. Em todas as sociedades e culturas os

indivíduos têm a sua história ligada à família. Juridicamente a família é

reconhecida como um núcleo de convivência nos quais todos estão unidos por

laços consangüíneos, compartilhando o mesmo lar.

A família não é apenas um fenômeno natural ela é uma instituição social

variando através da história apresentando formas e afinidades diversas na

mesma época e lugar. A família é uma instituição social importante na

formação do sujeito. Cabe a mesma introduzir e socializar a criança a se

entregar no mundo do adulto. Cabe também a família proteger os seus filhos,

promovendo o acesso a educação.

Sabemos que a família tem função social, que são determinadas no meio ao

qual se insere o infante, uma delas é garantir e manter as necessidades

básicas da criança. Também cabe a família propagar a educação moral e ética

compatível com a cultura onde está inserida a criança.

A instituição familiar varia também de acordo com seus tipos, modelos e sua

autoridade maior no meio da mesma. Se olharmos pelo o número de

casamentos a família pode ser monogâmica forma garantida por lei no Brasil.

Judicialmente os novos modelos de família fundam-se sobre os pilares da

repersonalização e da afetividade.

Quando pensamos em família sempre nos vem lembrar uma estrutura familiar

composta por pai, mãe e filhos. Com a globalização e modernidade do mundo

esse modelo tradicional mudou muito. As mudanças nas estruturas políticas,

sociais e econômicas tem produzido grandes reflexos nas relações jurídico-

familiares. Com o mundo globalizado, houve novas reformulações no conceito

de família.

57

Nas diversidades de família encontramos a: família patriarcal; matrimonial;

informal; monoparental; homoafetiva; anaparental; pluriparental; paralela e

eudemonista. Família homoafetiva é derivada das uniões de pessoas do

mesmo sexo. É notório que a homossexualidade vem acompanhando a história

da humanidade e ainda que por muitos não tenha sido aceita sempre foi

tolerada. As uniões de pessoas do mesmo sexo receberam, ao longo da

história, um sem-números de rotulações pejorativas e discriminatórias.

Em relação ao desenvolvimento escolar qual é a função da família. À família

compete; Dialogar com a criança sobre, suas amizades e laços desenvolvidos

na escola, discutir sobre o conteúdo que está vivenciando na escola; ensinar a

criança a cumprir as regras estabelecidas pela escola; ensinar a criança a

valorizar a escola, professores, alunos e funcionários; os pais devem se

informar das dificuldades apresentadas pela criança e seu desempenho.

A escola compete; o cumprimento das atividades escolares propostas

pedagógicas apresentadas aos pais; promover ao aluno liberdade para

manifestar-se na comunidade escolar; receber e convidar os pais a

participarem da vida escolar do seu filho; promover eventos na escola para que

os pais possam participar de atividades culturais, esportivas, entre outras que a

Instituição venha a oferecer

Na relação escola e família podem afirmar que é uma questão debatida na

atualidade. A escola é um lugar onde as crianças desenvolvem suas aptidões,

conhece outras pessoas começa a se socializar com outras crianças. A

instituição escolar durante muito tempo foi vista como a detentora do saber

assim como o professor, por isso há uma necessidade na parceria entre a

escola e a família, parceria essa que é desejada por todos que fazem parte da

educação.

Na analise dos guias foi possível perceber o papel da família e escola como elo

estruturador da educação da criança, analisamos os Guias da Educação em

Família do programa Educar para Crescer, 2009. No guia contem comando

orienta os pais no acompanhamento escolar da criança. Orientando como criar

a pratica de freqüentar as aulas, desenvolver a pratica da leitura, criar a cultura

58

de freqüentar a Biblioteca, livrarias, sebos, bancas de jornal,

O tópico é o ato de ler em família. Motivar a leitura não é tarefa fácil, mas

também não é das mais difíceis. No espaço familiar é fundamental criar uma

cultura de leitura de livro, revistas, quadrinhos, jornais, panfletos, além de

outros textos e imagens. Promover no seio familiar passeios em museus,

teatros, bibliotecas, livrarias.

É papel dos professores promoverem um espaço interativo na sala de aula, no

qual o convívio com a leitura e os livros seja realmente efetivo e significativo

para todos. Outro aspecto que faz a diferença é a motivação do sujeito quanto

leitor.

Outro ponto de fundamental importância é o dever de casa. O dever de casa é

uma prática diária de todos educador. A tarefa de casa é um meio dos pais

observarem se seu filho esta realmente aprendendo.

Na relação escola família é necessário salientar o papel reforçador da escola

no intuito de aproximar as famílias da escola e para que a as famílias possam

perceber sua importância na formação sócio moral de seu filho. E a escola é

canal viabilizado para essa formação humana.

59

7. REFERENCIAS:

ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Philippe; tradução de Dora Flaksman. 2. Ed. - Rio de Janeiro: Guanabara, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023.

Informação e documentação: referências / elaboração, Rio de Janeiro, ABNT 2002. ________ NBR 10520. Citações em documentações: apresentação, Rio de

Janeiro, ABNT 2002. BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. Editora FTD, 2004. BRANDÃO, Carlo Rodrigues. O que é educação / Carlos Rodrigues Brandão. São Paulo: Brasiliense, 2007. - - (Coleção primeiros passos; 20). BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado

Federal, 1988. BRASIL. Estatuto da criança e do Adolescente. Lei nº 8069, de julho de 1990. BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação. Lei nº 9424, de dezembro de

1996. BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é participação? São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros Passos). CURY, Augusto Jorge. O mestre do amor / Augusto Jorge Cury - São Paulo:

Academia de inteligência, 2002. DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias/Maria Berenice Dias. -4. Ed. rev. atual. E ampl. -São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007. Guia da Educação em Família para pais de escola Particular: 77 idéias para melhorar o desempenho escolar do seu filho Disponível em:< http://educarparacrescer.abril.com.br > Acesso em 20 de dezembro de 2011. Guia da Guia da Educação em Família para pais de escola Pública Disponível em:< http://educarparacrescer.abril.com.br > Acesso em 05 de Janeiro de 2011. MACEDO, R.M. A Família diante das dificuldades escolares dos filhos. Petrópolis: Vozes, 1994.

60

MARTINS FILHO, José. A criança terceirizada: Os descaminhos das relações familiares no mundo contemporâneo / José Martins Filho. –

Campinas, SP: Papiros, 2007. MELLO, Luiz Gonzaga de. . Antropologia cultural: iniciação, teoria e temas. 2. Ed Petrópolis (RJ): Vozes, 1983, 526p.

OSÓRIO, Luiz Carlos. Família hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. --5º edição. Editora Ática - São Paulo, 1991. OLIVEIRA, José Sebastião de. Fundamentos Constitucionais do Direito da família. São Paulo: Revista Tribunal dos Tribunais, 2002.

PARO V. H. Qualidade do ensino: A contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000. PRADO, Danda. O que é Família. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

Revista da FAEEBA/Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Faculdade de Educação do Estado da Bahia - Ano 1.nº1 (jan./jun.,1992)-Salvador:UNEB,1992.

REALI, A. M. M. R., & Tancredi, R. M. S. P. (2002). Interação escola-famílias: concepções de professores e práticas pedagógicas. In M. G. N. Mizukami &

A. M. M. R. Reali (Orgs.), Formação de professores, práticas pedagógicas e escola (2004, p.74-98). São Carlos: EDUFSCAR. VIEIRA, Maria Cecília dos Santos. Famílias de acolhimento. Cuidar e proteger em tempos de dificuldades. Universidade de Aveiro. Departamento de Ciências da Educação. Ano 2009. Disponível em:<http://biblioteca.sinbad.ua.pt/teses > Acesso em 15 de Janeiro de 2012.