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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL RENE SCHICK ANÁLISE SOCIOECONÔMICA DA INDÚSTRIA PAPELEIRA NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA EM SANTA CATARINA CANOINHAS (SC) 2017

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC

CURSO MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL

RENE SCHICK

ANÁLISE SOCIOECONÔMICA DA INDÚSTRIA PAPELEIRA NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA EM SANTA CATARINA

CANOINHAS (SC)

2017

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1

RENE SCHICK

ANÁLISE SOCIOECÔNOMICA DA INDÚSTRIA PAPELEIRA NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA EM SANTA CATARINA

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Desenvolvimento Regional, pelo Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado – UnC - Campus Canoinhas, sob orientação do professor Dr. Reinaldo Knorek e coorientação do professor Dr. Jairo Marchesan

CANOINHAS (SC)

2017

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ANÁLISE SOCIOECONÔMICA DA INDÚSTRIA PAPELEIRA NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA EM SANTA CATARINA.

RENE SCHICK

Esta Dissertação foi submetida ao processo de avaliação pela Banca Examinadora

como requisito parcial para a obtenção do Título de: Mestre em Desenvolvimento

Regional. E aprovado na sua versão final em 16 de março de 2017, atendendo às

normas da legislação vigente da Universidade do Contestado – UnC e Coordenação

do Curso do Programa de Desenvolvimento Regional.

Coordenador do Curso

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________

Presidente da banca: Prof. Dr. Reinaldo Knorek

____________________________________________

Membro externo: Prof. Dr. Vilson Cesar Schenato

___________________________________________

Membro: Prof. Dr. Jairo Marchesan

___________________________________________

Membro: Prof. Dr. Daniela Pedrassani

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DEDICATÓRIA

À minha família, esposa Angela e meus filhos Isabel e André: a vocês, a homenagem pela compreensão nos momentos desta etapa.

Amo vocês!

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AGRADECIMENTOS

A DEUS

Pela graça concedida e por estar nos acompanhando.

AOS PROFESSORES

Dr. Reinaldo Knorek e Dr. Jairo Marchesan, pela orientação e co-orientação

desenvolvida e ao incentivo.

À EMPRESA

Cia Canoinhas de Papel, pela ausência nas sextas-feiras de minhas atividades

profissionais para que fosse possível assistir às aulas e apoio financeiro.

AOS PARTICIPANTES

Da pesquisa, por entender e oportunizar a realização deste

AOS COLEGAS

Turma X, pelo ótimo convívio.

À UnC

Pelo apoio financeiro concedido.

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EPÍGRAFE

“Sempre enfatizei que o empreendedor

é o homem que realiza coisas novas e

não, necessariamente, aquele que

inventa”. (Schumpeter)

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RESUMO

O setor de Celulose e Papel tem atividades em mais de 500 municípios, localizados

em 18 Estados do Brasil, gerando mais de 128 mil empregos diretos e 640 mil

empregos indiretos, com saldo de mais de US$5 bilhões na balança comercial. A

presente dissertação tem por objetivo analisar e comparar a atuação

socioeconômica da Indústria Papeleira, e suas contribuições ao Desenvolvimento

Regional nos Territórios da Cidadania no Estado de Santa Catarina, onde foi

possível identificar que, no ano de 2014, a atividade papeleira no Território do

Planalto Norte representou 13,55% no movimento econômico, e 4,89% para o

Território Meio Oeste Contestado. Para tanto, se utilizou de informações obtidas por

meio de aplicação de questionário nas empresas papeleiras identificadas nos

Territórios da Cidadania em Santa Catarina, também, na consulta de informações

disponibilizadas em sites oficias das empresas, na Secretaria da Fazenda de Santa

Catarina, Ministério do Trabalho, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, entre

outros. Foram verificados dados e informações, e descobriu-se, que as empresas

têm importância para o desenvolvimento regional, promoção na geração de postos

de trabalho e renda nos municípios inseridos nos Territórios da Cidadania

Catarinense, sendo responsável por mais de 30,00% do valor adicionado da

atividade, no Estado de Santa Catarina. Logo, cada Território, com suas

particularidades econômicas, sociais e ambientais, busca o crescimento econômico

e o fortalecimento desta atividade, contribuindo e interferindo no local onde estão

inseridos, em torno das atividades desenvolvidas, sejam elas na produção de papéis

para embalagens ou papéis de higiene pessoal. Portanto, a importância da atividade

papeleira faz parte integrante das empresas ao promoverem o emprego. a renda e a

sustentabilidade da atividade papeleira para o desenvolvimento no Território da

Cidadania no Estado de Santa Catarina.

Palavras-chave: Indústria Papeleira, Desenvolvimento Regional, Território da Cidadania.

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ABSTRACT

The Cellulose and Paper sector has activities in more than 500 cities located in 18

States of Brazil, generating more than 128,000 direct and 640,000 indirect jobs, with

a positive balance of more than US$ 5 bi in the balance of trade. The aim of the

present dissertation is to analyse and compare the Paper Industry socio-economic

performance and its contribution to the Regional Development in the Citizenship

Territories of Santa Catarina State, where it was possible to verify that in 2014 the

paper activity in the North Plateau Territory represented 13.55% in the economic flow

and 4.89% for the Middle West Contestado Territory. For that it was used the

information got through a questionnaire applied in the paper mill units identified within

the Citizenship Territories of Santa Catarina and also in the searches available in the

enterprises official websites, in Santa Catarina Secretary of Treasury, in the Labor

Ministry, in the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), among others.

Data and information verified showed the enterprises have importance in the regional

development, generating working posts and income for the cities inserted in the

Citizenship Territories of Santa Catarina, being responsible for more than 30.00% of

the added value in the activity in Santa Catarina State. So, each territory with its

economic, social and environmental particularities search for the economic growth

and the strengthening of that activity, contributing and interfering in the local where

are inserted, around the activities developed, either in the production of corrugated

paper or personal hygiene paper. Therefore the importance of the paper mill acitivity

is part of the enterprises to promote employment and income and the sustainability of

paper activity to the development of the Citizenship Territory of Santa Catarina State.

Key-words : Paper Industry, Regional Development, Citizenship Territory.

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LISTA DE SIGLAS

ABNT -Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRAF -Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas

AFT -Anotação de Função Técnica

BRACELPA -Associação Brasileira de Celulose e Papel

C.E. -Constituição Estadual

CAGED -Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CAI -Certificado de aprovação das Instalações

CEP -Comitê de Ética em Pesquisa

CPA -Cadeia Produtiva Agroindustrial

CRQ -Conselho Regional de Química

CTF -Cadastro Técnico Federal

DIME -Declaração do ICMS e Movimento Econômico

FAT -Fundo de Amparo ao Trabalhador

FEHIDRO -Fundo Estadual de Recursos Hídricos

FGTS -Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FIESC -Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

FIESP -Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

IBÁ -Instituto Brasileiro da Árvore

IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS -Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IDH -Índice de Desenvolvimento Humano

IPEA -Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPI -Imposto sobre Produtos Industrializados

IPM -Índice de Participação dos Municípios

IPVA -Imposto sobre Propriedade Veículos Automotores

LAI -Licença Autorização Instalação

LAO -Licença Autorização Operação

LAP -Licença Autorização Provisória

MDA -Ministério do Desenvolvimento Agrário

MTE -Ministério do Trabalho e Emprego

NBR -Norma Brasileira Regulamentadora

PNUD -Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil

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PR -Paraná

RS -Rio Grande do Sul

SC -Santa Catarina

SCO -Sociedade Civil Organizada

SDT -Secretaria de Desenvolvimento Territorial

SEBRAE -Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas

SEFSC -Secretaria de Estado e Fazenda de Santa Catarina

SENAC -Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI -Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESMT -Serviço Especializado Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho

SFB -Setor Florestal Brasileiro

TCMOC -Território Cidadania Meio Oeste Contestado

TCPN -Território Cidadania Planalto Norte

UnC -Universidade do Contestado

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Ciclo de gestão do programa........................................................... 21

Figura 2 - Geração direta de renda pelo setor brasileiro de árvores plantadas. 27

Figura 3 - Cadeia produtiva de base florestal.................................................. 28

Figura 4 - Processo de reciclagem de papel...................................................... 36

Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva............................. 38

Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC...................................................... 56

Figura 7 - Indústrias papeleiras no TCPN.......................................................... 56

Figura 8 - Escala de classificação IDH.............................................................. 57

Figura 9 - Evolução IDH no Brasil...................................................................... 60

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Direcionamento da expansão da manufatura do papel na Europa 32

Quadro 2 - Classificação Nacional de atividade econômica............................. 34

Quadro 3 - Programas Federais de emprego, trabalho e renda e operantes 46

Quadro 4 - Identificação localização empresa papeleiras por Território......... 54

Quadro 5 - IDH municípios TCMOC.................................................................. 57

Quadro 6 - IDH municípios TCPN..................................................................... 58

Quadro 7 - Opiniões dos entrevistados quanto à importância deste setor........ 70

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Demografia urbana e rural TCMOC em 2010............................. 23

Tabela 2 - Demografia urbana e rural TCPN em 2010................................. 24

Tabela 3 - Evolução principais atividades dos Territórios da Cidadania/SC. 73

Tabela 4 - Repasse impostos para o TCPN no ano de 2015......................... 77

Tabela 5 - Repasse impostos para o TCMOC no ano de 2015..................... 78

Tabela 6 - Representatividade imposto repassado por habitante no TCPN

em 2015.........................................................................................

79

Tabela 7 - Representatividade imposto repassado por habitante no

TCMOC em 2015..........................................................................

80

Tabela 8 - Evolução salário médio indústria de transformação.................... 84

Tabela 9 - Evolução salário médio indústria de transformação em %.......... 84

Tabela 10 - Saldo de vagas formais................................................................. 84

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Produção florestal no Brasil versus outros importantes players

mundiais...........................................................................................

25

Gráfico 2 - Distribuição da área de plantios de eucalyptus e pinus por estado,

2012....................................................................................

26

Gráfico 3 - IDH médio Nacional, Catarinense e nos Territórios da Cidadania

de SC...............................................................................................

60

Gráfico 4 - Constituição do capital.................................................................... 61

Gráfico 5 - Número de colaboradores............................................................... 62

Gráfico 6 - Benefícios que a empresa disponibiliza a seus colaboradores....... 63

Gráfico 7 - Média dos rendimento de seus colaboradores em 31/12/2015....... 63

Gráfico 8 - Classificação do ramo de atividade................................................ 65

Gráfico 09 - Fonte de matéria prima.................................................................... 66

Gráfico 10 - Origem de sua matéria prima.......................................................... 66

Gráfico 11 - Região de atuação........................................................................... 67

Gráfico 12 - Resíduos gerados em seus processos........................................... 68

Gráfico 13 - Qual é o destino dos resíduos......................................................... 68

Gráfico 14 - Valor adicionado por atividade nos Territórios em 2014................. 74

Gráfico 15 - Valor adicionado por atividade no TCPN em 2014.......................... 75

Gráfico 16 - Valor adicionado por atividade no TCMOC em 2014...................... 76

Gráfico 17 - Representatividade do valor adicionado em SC 2006 a 2014........ 81

Gráfico 18 - Valor adicionado das papeleiras entre 2006 e 2014....................... 82

Gráfico 19 - Valor adicionado das papeleiras e de apoio florestal entre 2006 a 2014..............................................................................................

83

Gráfico 20 - Saldo das vagas formais................................................................ 85

Gráfico 21 - Evolução emprego formal com ajuste TCPN................................. 86

Gráfico 22 - Evolução emprego formal com ajuste TCMOC.............................. 86

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LISTA DE ABREVIATURAS

Alim. Alimentação

Anim. Animais

Desdob. Desdobramento

Distrib. Distribuição

Fabr. Fabricações

Fabric. Fabricação

Flor. Florestal

Ind. Industria

Mad. Madeira

Prod. Produtos

Transf. Transformação

Transm. Transmissão

Transp. Transportes

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................. ........................................................ 20

2.2 SETOR FLORESTAL ....................................................................................... 24

2.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................. 29

2.3.1 Destino dos Resíduos Sólidos ................................................................... 31

2.4 INDÚSTRIA PAPEL E CELULOSE .................................................................. 32

2.4.1 A indústria brasileira de papel .................................................................... 34

2.4.2 Reciclagem de papel ................................................................................. 35

2.4.3 Perspectivas da indústria de papel e celulose ........................................... 37

2.4.3 Cadeia Produtiva ....................................................................................... 37

2.5 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO .............................................................. 39

2.5.1 Movimento Econômico ............................................................................... 42

2.5.1.1 Indicadores de Movimento Econômico ................................................... 42

2.5.2 Emprego e Renda ...................................................................................... 43

2.5.2.1 Políticas Públicas .................................................................................... 44

2.5 2.2 Políticas Públicas Sociais ....................................................................... 45

Fonte: IPEA, Adaptado (2006). .............................................................................. 46

2.5.2.3 O papel da Política Social como estratégia para o desenvolvimento ..... 47

2.6 DESENVOLVIMENTO REGIONAL .................................................................. 47

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................. ........................................................ 51

3.1 LOCAL DA PESQUISA. ................................................................................... 53

Fonte: Dados da pesquisa, (2016). ........................................................................ 53

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........... ................................ 54

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA DE SC ................ 54

4.2 INFORMAÇÕES RELATIVAS À APLICAÇÃO AO QUESTIONÁRIO .............. 59

4.2.1 Bloco 1 Informações quanto a identificação da Empresa .......................... 59

4.2.2 Bloco 2 Informações Sociais ...................................................................... 60

4.2.3 Bloco 3 Informações de Produção e Comércio .......................................... 63

4.2.4 Bloco 4 Informações Ambientais ............................................................... 65

4.2.5 Bloco 5 Desenvolvimento Regional ........................................................... 67

4.3 OBSERVAÇÕES QUANTO À APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO .................. 69

4.4 DADOS ECONÔMICOS .................................................................................. 71

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16

4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................ 85

5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 87

6. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ...................... ................................................. 90

APÊNDICES A: QUESTIONÁRIO ......................... ................................................... 96

ANEXO A: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ........... ............................. 101

ANEXO B: TERMOS DE AUTORIZAÇÃO E COMPROMISSO ...... ....................... 104

ANEXO C: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................. 105

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1 INTRODUÇÃO

Esta dissertação tem como tema analisar a atuação da Indústria Papeleira no

Desenvolvimento Regional, quanto à importância econômica, geração de postos de

trabalho e renda, a função social e a repercussão ambiental do destino dos resíduos

sólidos nos Territórios da Cidadania do Planalto Norte e do Meio Oeste Contestado

do Estado de Santa Catarina.

A Indústria papeleira é importante na economia do País, seja com aumento

significativo nas exportações, se tornando um dos maiores produtores mundiais de

Celulose e Papel. O Brasil está entre os 10 maiores produtores, com destaque para

a produção de celulose, na qual o Brasil é o 4º maior produtor.

Em Estado de Santa Catarina e nos Territórios da Cidadania estão

localizadas várias Indústrias papeleiras produtoras de celulose e papel para as mais

variadas finalidades, representando para o Estado fonte de arrecadação de tributos

e de relevância social. Porém, nestes territórios´, estão localizados alguns dos

municípios com indicadores de desenvolvimento humano mais baixos de Santa

Catarina, desta forma, o Estado foi contemplado com o Programa Territórios da

Cidadania: Território Meio Oeste Contestado e do Planalto Norte Catarinense.

O tema em questão está diretamente ligado ao programa de desenvolvimento

econômico, por meio da integração de ações entre Governo Federal, Estadual e

Municipal.

A Indústria papeleira, nesses dois territórios, é atuante e com movimento

econômico significativo.

O Brasil vem se destacando neste segmento, sendo um dos maiores

produtores mundiais de Papel e Celulose. Especificamente, no Estado de Santa

Catarina, encontram-se inúmeras indústrias papeleiras, sendo que algumas destas

estão inseridas nos municípios que fazem parte dos dois territórios da Cidadania do

Estado.

O setor de Celulose e Papel é composto por 220 empresas com atividade em

540 municípios, localizados em 18 Estados do Brasil, gerando 128 mil empregos

diretos e 640 mil empregos indiretos. Em 2013, de acordo com a Associação

Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA), totalizou exportações de US$6,7

bilhões, com saldo de US$4,7 bilhões na balança comercial, e somente nos

primeiros 9 meses de 2014, as receitas de exportação de celulose, painéis de

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madeira e papel totalizou US$5,5 bilhões, o que representa crescimento de 1,9% em

relação ao mesmo período de 2013. Diante desta problemática, levantou-se a

seguinte questão problema: De que forma as Indústrias Papeleiras contribuem

para o desenvolvimento socioeconômico nos Territóri os da Cidadania de

Santa Catarina?

Este estudo se justifica sobre duas relevâncias: uma, teórica e a outra,

prática.

Na relevância teórica este estudo contribuirá para a compreensão do apoio da

indústria papeleira como um dos principais ramos de atividades industriais nestes

dois territórios. Neste contexto, existem dois modelos de empresas papeleiras

inseridas nos territórios: aquelas se utilizam de recursos ambientais de forma direta

(indústrias de celulose) e as que se utilizam destes recursos de forma indireta

(indústrias de reciclagem).

Na relevância prática, quanto ao ramo de atividade das papeleiras, o estudo

contribuirá na análise da questão ambiental, sobretudo nas diferenças destas

indústrias quanto à composição de sua matéria-prima, destacando-se a importância

de se referenciar o destino dos resíduos sólidos produzidos no processo de

fabricação do papel, quanto à geração de emprego e renda.

Tem-se como objetivo geral desta pesquisa, analisar a importância e a

participação socioeconômica das indústrias papeleiras no desenvolvimento dos

Territórios da Cidadania de Santa Catarina.

Assim, para atingir os objetivos, foi necessário caracterizar os Territórios da

Cidadania do Estado de Santa Catarina; analisar a importância econômica da

indústria papeleira nos dois Territórios da Cidadania em Santa Catarina; pesquisar a

função social da Indústria papeleira na geração de emprego e renda nos dois

territórios da Cidadania em Santa Catarina; investigar o impacto ambiental dos

resíduos produzidos no processo de fabricação de papel nos dois territórios da

cidadania em Santa Catarina e analisar, de forma comparativa, a importância das

indústrias papeleiras nos dois territórios da cidadania no Estado de Santa Catarina.

Sobre essas questões, levantou-se a seguinte hipótese: Se a indústria

papeleira cumpre sua função social, de acordo com a Constituição Federal de 1988,

de geração de emprego e renda, e respeito ao meio ambiente, então se pode afirmar

que esse ramo de atividade é um dos principais fomentadores do desenvolvimento

nos territórios analisados.

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19

Essa dissertação está estruturada em quatro partes: na primeira é

apresentado a introdução, referencial teórico, abordando os Territórios da Cidadania,

Setor Florestal, Legislação Ambiental, Indústria papeleira, Desenvolvimento

Econômico e Desenvolvimento Regional. Na segunda parte, são apresentados a

metodologia utilizada e o local da pesquisa. Na terceira parte, são apresentados os

resultados da pesquisa, através de informações coletadas e a aplicação de um

questionário semiestruturado para a direção das empresas papeleiras dos dois

Territórios da Cidadania do Estado de Santa Catarina. Por fim, na quarta parte são

apresentadas as conclusões acerca de questões socioeconômicas e da importância

das indústrias papeleiras para o desenvolvimento regional nos Territórios da

Cidadania Planalto Norte e Território da Cidadania Meio Oeste Contestado.

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20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 TERRITÓRIOS DA CIDADANIA

Primeiramente, faz-se necessário a distinção entre espaço e território, sendo

que cada categoria possui a identificação de sentidos diferentes e que não são fixas,

podendo sofrer alterações (SAQUET; SILVA, 2008).

“(...) o espaço organizado pelo homem é como as demais estruturas sociais, uma estrutura subordinada-subordinante. É como as outras instâncias, o espaço embora submetido à lei da totalidade, dispõe de uma certa autonomia” (SANTOS, 1978, p. 145).

Para Saquet e Silva (2008, p. 31), “o território pode ser considerado como

delimitado, construído e desconstruído por relações de poder que envolvem uma

gama muito grande de atores que territorializam suas ações com o passar do

tempo”.

Ainda em relação ao espaço, pode-se entender que o espaço geográfico e

espaço econômico, enquanto um considera suas delimitações territoriais e o outro

as suas relações comerciais, não necessariamente devem estar em um mesmo

espaço geográfico (SANTOS, 2013).

Desta forma, para Santos (2013, p. 72), “Na verdade, o espaço geográfico

considerado como uma porção bem delimitada do território é tanto o teatro das

ações da sociedade local como das influências externas e até mesmo estrangeiras,

cujo peso nem sempre é perceptível à primeira vista”.

O programa Territórios da Cidadania é uma política pública do Governo

Federal e tem por objetivo a superação da pobreza e geração de trabalho e renda no

meio rural por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável, e,

em consequência, a inclusão produtiva das populações pobres destes territórios.

Busca também a universalização de programas básicos de cidadania, planejamento

e integração de políticas públicas e a ampliação da participação social.

Tem como elementos conceituais do programa Território da Cidadania a

proposta de desenvolvimento local e regional, combinando a estratégia territorial,

consolidação das relações federativas e integração das políticas públicas com a

participação social.

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21

Figura 1 - Ciclo de gestão do programa

Fonte: (MDA, 2016).

Alguns dados sobre os territórios no Brasil, que representam os 120

Territórios MDA (Ministério Desenvolvimento Agrário) (2016):

• Municípios: 1.852 (32,9% do total do País)

• População: 42,4 milhões de habitantes (23% do total do País)

• População Rural: 13,1 milhões (46% do total do País)

• Agricultura Familiar: 1,9 milhão de famílias (46% do total do País)

• Assentados Reforma Agrária: 525,1 mil famílias (67% do total do País)

• Bolsa Família: 3,9 milhões de famílias (35,6% do total do País)

• Comunidades Quilombolas: 810 (66% do total do País)

• Terras Indígenas: 317 (52% do total do País)

• Pescadores: 210,5 mil famílias (54% do total do País)

Quanto à participação social e à integração de ações entre Governo Federal,

estados e municípios, estas são fundamentais para a construção e execução dessa

estratégia.

O Estado de Santa Catarina possui dois territórios contemplados pelo

Programa Territórios da Cidadania: Território Meio Oeste Contestado e do Planalto

Norte, (MDA 2016).

Segundo Saquet (2004), território é: (...) produzido espaço-temporalmente

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22

pelas relações de poder engendradas por um determinado grupo social. Dessa

forma, pode ser temporário ou permanente e se efetiva em diferentes escalas.

Portanto, não apenas naquela convencionalmente conhecida como o

“território nacional” sob gestão do Estado – Nação.

Partindo desses espaços temporalmente definidos, estabeleceu-se uma

nova configuração territorial denominada de Territórios da Cidadania, cujo objetivo,

de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, é promover o

desenvolvimento econômico e universalizar programas básicos de cidadania por

meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável.

A participação social e a integração de ações entre Governo Federal, estados

e municípios são fundamentais para a construção dessa estratégia. O conceito de

território, presente na política de crédito do MDA, está atrelado à perspectiva da

promoção do desenvolvimento em áreas ou regiões estagnadas e deprimidas

economicamente e socialmente. Nesse contexto, a escala territorial assume a

perspectiva estratégica enquanto unidade de planejamento e intervenção.

Para Knorek et al. (2013), refletir a importância da intervenção do Estado no

Território da Cidadania, requer levar em consideração especificidades históricas,

sociais, políticas, jurídicas, econômicas e culturais, implicadas na constituição do

Estado moderno e, sobretudo, reconhecer singularidades na constituição do Estado

brasileiro.

O Território Cidadania Meio Oeste Contestado (TCMOC) abrange uma área

de 8.288,10 Km² e é composto por 29 municípios: Treze Tílias, Vargeão, Xanxerê,

Água Doce, Catanduvas, Coronel Martins, Entre Rios, Ipuaçu, Lajeado Grande,

Luzerna, Ouro Verde, Passos Maia, Ponte Serrada, Vargem Bonita, Xaxim, Abelardo

Luz, Bom Jesus, Capinzal, Erval Velho, Faxinal dos Guedes, Galvão, Herval

d`Oeste, Ibicaré, Joaçaba, Jupiá, Lacerdópolis, Marema, Ouro e São Domingos. A

população total do território é de 262.484 habitantes, dos quais 27,13% vivem na

área rural (Tabela 1). Possui 13.155 agricultores familiares, 2.105 famílias

assentadas e quatro terras indígenas. Seu IDH médio é 0,731, IBGE (2016 apud

KNOREK, 2016, p. 37).

Page 24: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

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Tabela 1 Demografia urbana e rural TCMOC em 2010 Lugar População Rural População Urbana Total

Abelardo Luz 7.530 9.570 17.100

Água Doce 3.528 3.433 6.961

Bom Jesus 1.031 1.495 2.526

Capinzal 3.015 17.754 20.769

Coronel Martins 1.773 685 2.458

Entre Rios 2.090 928 3.018

Erval Velho 1.510 2.842 4.352

Faxinal dos Guedes 2.943 7.718 10.661

Galvão 1.125 2.347 3.472

Herval do Oeste 2.388 18.851 21.239

Ibicaré 1.816 1.557 3.373

Ipuaçu 5.421 1.377 6.798

Joaçaba 2.096 24.924 27.020

Jupiá 1.104 1.044 2.148

Lacerdópolis 1.039 1.160 2.199

Lageado Grande 842 648 1.490

Luzerna 1.341 4.259 5.600

Marema 1.443 760 2.203

Ouro 2.528 4.844 7.372

Ouro Verde 1.556 715 2.271

Passos Maia 3.326 1.099 4.425

Ponte Serrada 3.407 7.624 11.031

São Domingos 3.178 6.313 9.491

Treze Tilias 1.626 4.715 6.341

Vargeão 1.712 1.820 3.532

Vargem Bonita 2.116 2.677 4.793

Xanxerê 4.985 39.143 44.128

Xaxim 4.746 20.967 25.713

Total do Território 71.215 191.269 262.484

Fonte: Knorek, Adaptado, (2016).

O Território Cidadania Planalto Norte (TCPN) abrange uma área de 10.466,70

Km² e é composto por 14 municípios: Campo Alegre, Canoinhas, Irineópolis,

Itaiópolis, Mafra, Major Vieira, Matos Costa, Monte Castelo, Papanduva, Três Barras,

Bela Vista do Toldo, Porto União, Rio Negrinho e São Bento do Sul. A população total

do território é de 357.039 habitantes, dos quais 23,65% vivem em área rural (Tabela

2). Possui 12.909 agricultores familiares, 460 famílias assentadas e duas terras

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indígenas. Seu IDH médio é 0,719, de acordo com IBGE (2016 apud KNOREK,

2016, p. 31).

Tabela 2 Demografia urbana e rural TCPN em 2010 Lugar População Ru ral População Urbana Total

Bela Vista do Toldo 5.157 847 6.004

Campo Alegre 4.511 7.237 11.748

Canoinhas 13.492 39.273 52.765

Irineópolis 6.929 3.519 10.448

Itaiópolis 9.564 10.737 20.301

Mafra 11.594 41.318 52.912

Major Vieira 4.518 2.961 7.479

Matos Costa 1.374 1.465 2.839

Monte Castelo 3.497 4.849 8.346

Papanduva 8.744 9.184 17.928

Porto União 5.227 28.266 33.493

Rio Negrinho 3.498 36.348 39.846

São Bento do Sul 3.567 71.234 74.801

Três Barras 2.764 15.365 18.129

Total do Território 84.436 272.603 357.039

Fonte: Knorek, Adaptado, (2016).

A economia do TCPN, segundo (Rocha, 2016, p.273), é “baseada em

produção agrícola e na indústria madeireira, constitui um cenário produtivo primário

de baixa agregação de valor e renda.” Este cenário, em alguns municípios, pouco se

altera, introduzindo uma ou outra atividade industrial.

Mas, identifica-se que, nos dois territórios, o movimento econômico do setor

florestal tem uma grande importância, seja na geração de valor econômico ou em

postos de trabalho.

2.2 SETOR FLORESTAL

O setor florestal tem influência significativa para a economia brasileira, devido

à gama de atividades envolvidas. É um setor que gera renda e divisas ao país, e

dentre as atividades de maior volume econômico estão as Indústrias de Papel e

Celulose.

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O Setor Florestal Brasileiro (SFB) é marcado por uma amplitude de indústrias e de produtos, sendo composto, basicamente, por três cadeias produtivas: da madeira industrial (celulose e papel e painéis de madeira reconstituída); do processamento mecânico da madeira (serrados e compensados) e da madeira para energia (lenha, cavaco e carvão vegetal) (VALVERDE, 2015, p. 7).

Os altos níveis de produtividade da base florestal brasileira estão intimamente

ligados ao clima do país, favorável a este tipo de cultura.

As razões para os altos níveis de produtividade nas florestas plantadas alcançados pelo Brasil estão associadas ao clima e ao solo adequados, a pesquisa e desenvolvimento na área de silvicultura, ao alto grau de organização do setor privado e ao crescente uso de mão de obra qualificada. Os principais avanços tecnológicos estão nas áreas da genética, biotecnologia, no manejo florestal e no planejamento socioambiental (COELHO, 2009, p. 206).

No gráfico 1, está representado a produção florestal no Brasil versus outros

importantes players mundiais na produção de Eucalyptus e Pinus, com sua

produção em m³ por ha/ano.

Gráfico 1 - Produção florestal no Brasil versus importantes players mundiais

Fonte: IBÁ, Adaptado, (2015).

Conforme ABRAF (2013), os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia,

Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul se destacam no cenário

nacional no plantio de florestais, representando 87,1% do total (Gráfico 2).

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26

Gráfico 2 – Distribuição - área de plantios de eucalyptus e pinus Estado, 2012

Fonte: ABRAF, Adaptado, (2013).

A cadeia produtiva do setor brasileiro de base florestal associado às florestas plantadas caracteriza-se pela grande diversidade de produtos, compreendendo a produção, a colheita e o transporte de madeira, além da obtenção dos produtos finais nos segmentos industriais de Papel e Celulose, Painéis de Madeira Industrializada, Madeira Processada Mecanicamente, Siderurgia a Carvão Vegetal e Biomassa, entre outros (ABRAF, 2013, p. 23).

Já, em relação aos aspectos sociais, os membros desta cadeia produtiva

tiveram grande participação na geração de empregos, mais de quatro milhões, e nos

programas de inclusão social, educação e meio ambiente, em aproximadamente

1.000 municípios brasileiros, beneficiando mais de um milhão de pessoas (ABRAF,

2013).

De acordo com IBÁ (2014) “(...) a renda gerada diretamente pela atividade em

2013 foi da ordem de R$ 12,2 bilhões, sendo R$ 11,1 bilhões agregados ao

consumo das famílias brasileiras e R$ 1,1 bilhão a poupança nacional” (Figura 2).

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27

Figura 2 - Geração direta de renda pelo setor brasileiro de árvores plantadas

Número de

Empregados X Salário

Líquido – Poupança e

FGTS = Consumo das

Famílias

Geração de Renda

R$ 12,2 Bilhões

R$ 1,1 Bilhão R$11,1 Bilhões

Fonte: IBÁ, Adaptado, (2014).

Destaca-se, na cadeia produtiva de base florestal, a geração de produtos

madeireiros e não madeireiros e, em seu processo produtivo, abrange três escalas

de processamento: processamento primário, secundário e terciário.

Sendo evidenciado, a cada fase, produtos próprios como na primária, a

madeira serrada, lâminas de madeira, carvão vegetal entre outros. Na secundária, a

produção de celulose, papéis, compensado, cortes específicos de madeira serrada.

Já na fase terciária, a produção de papéis especiais, móveis entre outros.

A diversidade de atividades e produtos gerados está bem representada nesta

estrutura da cadeia produtiva da base florestal. Porém, em contrapartida, existem

preocupações relacionadas a questões ambientais, embora existam legislações

pertinentes a estas atividades (Figura 3).

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28

Figura 3 – Cadeia produtiva de base florestal

Fonte: Associação Catarinense de Empresas Florestais, Adaptado, (2016).

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29

Em relação ao quesito ambiental, muito se discute em relação às

monoculturas de base florestal, mas que ainda necessitam de melhores avaliações

de seus impactos.

Os passivos ambientais gerados pela monocultura de eucalipto não são ainda bem conhecidos. Espera-se que o setor possa investir mais na questão da pesquisa ambiental especialmente nos impactos desse tipo de cultivo nos bancos de biodiversidade genética e de espécies das áreas de entorno; bem como avaliando melhor o impacto dessas monoculturas no balanço hídrico das bacias hidrográficas envolvidas (COELHO, 2009, p.205).

Os agentes da cadeia produtiva florestal estão sujeitos a obrigações e

enquadramentos legais quanto à legislação ambiental, pois, em grande parte, se

utilizam de recursos naturais.

A seguir, apresenta-se e discute-se as principais Leis que regulam o setor.

2.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Faz-se necessária a regulamentação das atividades que impliquem em se

utilizar recursos naturais, e dentre estes recursos estão a água e o solo,

frequentemente utilizados para a continuidade da cadeia produtiva florestal e,

consequentemente, da indústria de papel e celulose.

A Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo sobre princípios, objetivos e instrumentos, e sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, as responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Foi regulamentada pelo Decreto 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que também criou o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências (BRASIL, 2010c, 2010a). Se aplica às pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvem ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos (GARCIA, 2012, p.21).

Vinculada à atividade da indústria de papel e celulose, existem leis, decretos,

portarias resoluções e normas referentes à água, efluentes, emissão atmosférica,

produtos florestais e resíduos, algumas aplicadas, tal como segue:

• SC Decreto nº 2648 de 16/02/1998, “Regulamenta o Fundo Estadual de

Recursos Hídricos – (FEHIDRO), criado pela Lei nº 9.748, de 30 de novembro

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30

de 1994”1

• ABNT – NBR nº 9800, de 30/04/1987, “Efluentes de processo industrial,

despejos líquidos provenientes das áreas de processamento industrial,

incluindo os originados nos processos de produção, as águas de lavagem de

operação de limpeza e outras fontes, que comprovadamente apresentem

poluição por produtos utilizados ou produzidos no estabelecimento industrial”2

• ABNT – NBR nº 11966, de 30/07/1989, “Efluentes gasosos em dutos e

chaminés de fontes estacionárias. Determinação da velocidade e vazão”3

• União – IN nº 3 de 08/09/20094,

Art. 1º O plantio e condução de espécies florestais, nativas ou exóticas, com a finalidade de produção e corte em áreas de cultivo agrícola e pecuária alteradas, subutilizadas ou abandonadas, localizadas fora das Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, são isentos de apresentação de projeto e de vistoria técnica. Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá, a qualquer tempo, realizar vistoria técnica nestes plantios. Art. 2º O corte ou a exploração de espécies nativas comprovadamente plantadas serão permitidos quando o plantio ou o reflorestamento tiver sido previamente cadastrado junto ao órgão ambiental competente no prazo máximo de sessenta dias após a realização do plantio ou do reflorestamento (...)

Esses procedimentos são observáveis nas legislações, às quais as empresas,

principalmente da atividade de industrialização de papel e celulose, estão

vinculadas.

Muitas outras são aplicadas, dependendo em qual segmento a empresa está

atuando. Necessário se faz, também, como a Licença Autorização Prévia (LAP),

Licença Autorização Instalação (LAI) e a Licença Autorização Operação (LAO), a

empresa estar licenciada a exercer a sua atividade.

(...) os impactos ambientais dos efluentes líquidos principalmente em termos de sua contribuição para o aumento da eutrofização dos sistemas aquáticos sejam eles lóticos ou lênticos. É necessário também diminuir os impactos da contaminação por metais traços. A questão da emissão de gases causadores do efeito estufa precisa ser melhor avaliada nas indústrias de papel e celulose e espera-se que novas medidas sejam tomadas para

1Disponível em «(http://www.pge.sc.gov.br/index.php/legislacao-estadual-pge). Acesso em janeiro de 2017. 2Disponível em «(http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=5381)» Acesso em janeiro de 2017. 3Disponível em «(https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=6487)». Acesso em janeiro de 2017. 4Disponível em «http://www.mma.gov.br/estruturas/pnf/_arquivos/in_ mma_03_2009_5.pdf)«. Acesso em janeiro de 2017.

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31

diminuir a emissão de gases e partículas finas nessas plantas (COELHO, 2009, p. 208).

2.3.1 Destino dos Resíduos Sólidos

Muitos são os resíduos sólidos gerados em uma planta de papel e celulose,

das mais diversas fontes. Em uma planta de papel e celulose, especificamente,

podem ser gerados, conforme o guia técnico de papel e celulose.

As correntes de resíduos do setor irão variar de acordo com as particularidades do processo. Para o Kraft, as principais fontes de resíduos são: • Grits, gerados no processo de apagamento da cal para produção de licor branco (soda caustica); • Dregs, gerados na clarificação do licor verde (carbonato de sódio + sulfeto de sódio); • Lama de cal, gerada nos filtros de lama de cal (carbonato de cálcio); • Casca suja, oriunda do pátio de madeira; • Serragem, oriunda dos picadores; • Rejeito, oriundo da digestão da madeira.; • Cinzas, oriundas dos precipitadores das caldeiras de biomassa e forno de cal; • Lodo da estação de tratamento de efluentes. (FIESP, 2008, p. 36).

O que diferencia a planta de produção de papel e celulose da planta de

papéis reciclados está justamente na sua fonte de matéria-prima, enquanto a

primeira se utiliza de fontes florestais, e a segunda se utiliza de matéria-prima

reciclada como as aparas de papel e, eventualmente, adicionando-se no processo

fontes florestais. E, consequentemente, os seus resíduos sólidos se alteram

também, pois normalmente são resíduos plásticos, cinzas oriundas de suas

caldeiras, e o de maior volume é o lodo da estação de tratamento de efluentes.

No processo de fabricação de papel, o volume gerado é consideravelmente

grande e acaba se tornando um problema para as empresas o destino destes

resíduos.

Os resíduos sólidos gerados diretamente dos processos de fabricação de celulose e papel são geralmente classificados como de Classe IIA ou IIB, de acordo com a norma NBR 10.004/2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, sendo gerados em quantidade significativa. O volume estimado de geração de resíduos para as fábricas brasileiras está em torno de 150 kg/tonelada de produto, com um custo de disposição próximo de US$ 2,00/tonelada; os principais resíduos gerados são as cascas sujas dos pátios de madeira, a lama de cal e os resíduos das plantas de tratamento de efluentes.De uma forma geral, estes resíduos apresentam características propícias para um estudo mais aprofundado

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visando ao aumento de sua reciclagem, tais como a compostagem das cascas para a produção de húmus, a aplicação dos lodos do tratamento secundário como bio-fertilizantes, os rejeitos da caustificação como corretivos de solos, e outros usos (FIESP, 2008, p. 46-47).

Nas indústrias papeleiras, que têm em sua atividade a utilização de matéria

prima aparas de papel, este cuidado é ou deve ser ainda maior. Afinal, gera um

volume muito grande de resíduos sólidos e este material não é apropriado para o

uso como biofertilizante, pois tem na sua composição uma carga muito elevada de

minerais.

2.4 INDÚSTRIA PAPEL E CELULOSE

A história do papel, remonta ao ano 3.000 a.C. Já havia indícios de papiros

nos túmulos egípcios. Mas, até se chegar à forma atual para a representação

gráfica, utilizou-se várias formas de representação gráfica, desde o uso de barro

cozido até finalmente o papel (LIMA; RODÉS; PHILIPP, 1988).

Assim, foram surgindo os moinhos papeleiros europeus, que se utilizavam de

fibras vegetais para a formação do papel, e esta expansão se propagou a partir do

século X.

Quadro 1 - Direcionamento da expansão da manufatura do papel na Europa Local Ano

Toledo 1085

Xativa 1094

Salt 1154

Capelhades 1238

Fabriano 1260

Troyes 1348

Nuremberg 1390

Marly 1400

Jemep 1428

Cracóvia 1491

Hertfordshire 1495

Moscou 1576

Oslo 1698 Fonte: Celulose e Papel Tecnologia de fabricação da pasta celulósica (1988).

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Lima; Rodés e Philipp (1988) mencionam que novos procedimentos surgiram

como a fabricação manual do papel através da utilização de trapos, quando então,

em 1719, sugeriu-se o uso da madeira como sendo a fonte de fibras para a

fabricação de papel. Depois em 1800, o papel passou a ser feito de palha e de

madeira, e no início do século XIX, houve a produção de papel utilizando-se de

papel velho, surgindo aí a reciclagem de papel.

Ainda de acordo com Lima; Rodés; Philipp (1988, pp. 4 - 5)

Na ausência de um método viável de branqueamento, até o fim do século XVIII, o papel branco só podia ser obtido a partir de trapos brancos. Embora esta prática evitasse a deterioração posterior do papel pela ação de resíduos do agente alvejante, restringia sensivelmente a capacidade produtora. No fim daquele século, a descoberta do cloro e a produção de pó alvejante ampliou o círculo das matérias-primas possíveis, incluindo as coloridas que até então tinham sido relegadas a segundo plano. O efeito deteriorador, exercido pelos novos agentes sobre o material, motivou estudos sistemáticos do processo de branqueamento, levando à criação de modos e condições que minimizaram o eventual dano causado ao material.

O setor de papel e celulose é formado por um conjunto de indústrias de:

celulose, de papéis e de artefatos de papéis (Associação Brasileira de Celulose e

Papel – BRACELPA, 1982-2006).

O produto gerado da indústria brasileira de celulose é celulose e pasta de alto

rendimento. Já, na indústria de papéis, que compreende as empresas produtoras,

são assim classificados: papéis de imprensa, de imprimir e escrever, de embalagem,

sanitários, cartão e para outros fins (MONTEBELLO, 2011).

Basicamente, a fonte de matéria-prima para a produção de pasta celulósica,

no Brasil, vem de duas espécies de árvores: eucalipto e pinus. De acordo com Lima;

Jara e Alfonso (1988) estas espécies estão no Brasil desde o século XIX, mas

houve uma maior propagação a partir de 1966, em virtude de aprovação de

incentivos fiscais.

No Brasil, a produção de celulose e papel utiliza basicamente a madeira de uma árvore trazida da Austrália inicialmente para a fabricação de dormentes para as estradas de ferro: o eucalipto. Uma tonelada de papel requer cerca de 20 árvores dessa espécie com idade variando entre 6 e 7 anos. Os grandes avanços da silvicultura e da biotecnologia permitiram que o Brasil se tornasse o maior produtor mundial de celulose branqueada de eucalipto (celulose de fibra curta) e o sétimo produtor mundial de todo tipo de celulose e o décimo segundo produtor mundial de papel (BRACELPA, 2009).

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34

Conforme BRACELPA (2009), a produção e o consumo de papel cresce ano

após ano, e suas taxas mundiais estão sempre superando os 3,00% ao ano.

2.4.1 A indústria brasileira de papel

A atividade de fabricação de papel no Brasil iniciou na cidade do Rio de

Janeiro, no ano de 1809. Já, no Estado de Santa Catarina a 1ª fábrica iniciou no ano

de 1912.

O setor evoluiu muito a partir dos anos de 1950 e 1960, chegando aos anos

de 1990, a representar 12% da produção de celulose do Brasil e de 17% para a

produção de papel (FILHO, 2002).

No Brasil, existem várias classificações para as empresas enquadradas no

ramo de papel e celulose, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades

Econômicas (Quadro 2).

Quadro 2 – Classificação Nacional de atividade econômica Código Descrição

1710-9/00 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel

1721-4/00 Fabricação de papel

1722-2/00 Fabricação de cartolina e papel-cartão

1731-1/00 Fabricação de embalagens de papel

1732-0/00 Fabricação de embalagens de cartolina e papel-cartão

1733-8/00 Fabricação de chapas e de embalagens de papelão ondulado

1741-9/01 Fabricação de formulários contínuos

1741-9/02 Fabricação de produtos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado para uso industrial, comercial e de escritório, exceto formulário contínuo

1742-7/01 Fabricação de fraldas descartáveis

1742-7/02 Fabricação de absorventes higiênicos

1742-7/99 Fabricação de produtos de papel para uso doméstico e higiênico-sanitário não especificados anteriormente

1749-4/00 Fabricação de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado não especificados anteriormente

Fonte: IBGE, Adaptado (2016).

A matéria prima base para a produção da indústria papeleira é a celulose,

obtida através dos reflorestamentos de pinus e eucalipto, como também as aparas

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de papel para aquelas indústrias que têm, em sua atividade, a produção de papel

através do processo de reciclagem (BRACELPA, 2016).

A indústria de papel tem em sua produção vários tipos de papel, e de acordo

com Barrotti (1988), existe a produção de papéis para impressão, papéis para

escrever, papéis para embalagem, papéis para fins sanitários, cartões e cartolinas,

papelão e papéis especiais, e em cada tipo de papel, existem vários acabamentos

diferentes.

A indústria brasileira de papel e celulose apresentou um bom desempenho no período 1980/95, fundamentado basicamente no comércio internacional, uma vez que o consumo aparente do país foi incapaz de absorver todo o crescimento verificado na produção. A produção nacional de celulose e papel elevou-se de 2,87 / 3,36 milhões de toneladas de toneladas em 1980, para 5,44/ 5,85 milhões de toneladas, em 1995, respectivamente. Em 2007, o país produziu 9,0 milhões de toneladas de papel e 12 milhões de toneladas de celulose. Esses números posicionam o país como o sexto maior produtor mundial de celulose e o 12º maior produtor mundial de papel (BRACELPA, 2009).

De acordo com Tissue online (2016), no ano de 2015, a produção de celulose

cresceu 4,5%, atingindo 17,2 milhões de toneladas, já a produção de papel se

manteve praticamente estável, com, 10,3 milhões de toneladas. Na mesma matéria

traz que as vendas de papel no mercado interno somaram 5,5 milhões de toneladas,

com redução de 4,6% em relação a 20145.

Outro segmento desta atividade, a reciclagem de papel, é tratado a seguir.

2.4.2 Reciclagem de papel

Segundo Coelho (2009, p. 207), “A reciclagem é entendida como o

reaproveitamento do papel dito não-funcional para produzir um novo tipo de papel, o

papel reciclado”.

Na reciclagem, o que se aproveita são as fibras celulósicas do papel velho que

está sendo reciclado. De acordo com Bugajer (1988), estas fibras são retiradas de

qualquer tipo de papel usado, e, neste caso, as fibras substituem as de matérias

primas fibrosas.

Ao chegar à fábrica, os fardos de papel descartado são misturados à água em um equipamento chamado hidrapulper – uma espécie de grande

5Disponível em «http://tissueonline.com.br/ industria-de-papel-e-celulose-avalia-que-2016-sera-de-cautela. Acesso 20 agosto de 2016.

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liquidificador –, formando uma espécie de pasta de celulose. Em seguida, essa pasta passa por uma peneira para que sejam retiradas impurezas, como pedaços de papel não desejáveis, fitas adesivas, plástico, arames e outros metais. Na etapa seguinte, são aplicados compostos químicos (água e soda cáustica) para a retirada de tintas. Uma depuração mais fina separa a areia. Depois, em outros equipamentos – chamados refinadores –, a pasta é processada para que as fibras que formam a celulose se abram um pouco mais, melhorando a ligação entre elas, o que garante mais resistência. Finalmente a pasta é branqueada e segue para as máquinas de fazer papel. Conforme sua utilidade final, o papel reciclado recebe diferentes tratamentos que permitem melhor absorção de tinta na impressão, bem como lisura, resistência e cor adequada. No caso de embalagens, o papel é refinado e associado a outros materiais para ter mais resistência. A superfície externa de caixas de papelão é feita com fibras virgens, mais fortes. As fibras recicladas são mais empregadas no forro e miolo que compõem a camada interior do papelão (http://bracelpa.org.br/bra2/?q=node/173 acesso 13/05/2016).

As aparas de papel, grande fonte geradora de papéis a reciclar, são

reincorporadas ao processo através de duas formas, sendo as aparas repassadas

diretamente às empresas processadoras, ou através dos aparistas (Figura 4).

Figura 4 - Processo de reciclagem de papel

Fonte: Portal resíduo sólidos.com, Adaptado, (2016)

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2.4.3 Perspectivas da indústria de papel e celulose

Os estudos da BRACELPA apontam para o aumento no consumo de papel

com crescimento anual de 2,7%. Em 2005, o consumo mundial de celulose foi de

234 milhões de toneladas de celulose e pastas e 117 milhões de toneladas para a

pasta reciclada (BRACELPA, 2009).

Esse aumento deve ser ainda maior para o uso da pasta reciclada e,

considerando as tendências atuais, esse consumo deve manter-se no patamar de

crescimento de 4-5% ao ano (BRACELPA, 2009). Consequentemente em se

confirmando essas estimativas, poderá haver até mesmo um déficit de oferta para o

papel reciclado que pode influenciar o preço final desse tipo de produto.

E isso leva ao fortalecimento e investimento em tecnologia florestal, com as

vantagens que o país tem em seu clima, que favorece a produção de base florestal.

A principal vantagem competitiva do Brasil é a sua tecnologia florestal, onde, após 25 anos, o desenvolvimento genético alcançado para o eucalipto permite o corte para industrialização em apenas sete anos, com alta produtividade. As florestas boreais têm um ciclo de 30 anos, sendo que usualmente corta-se mata nativa. Essa vantagem, entretanto, num médio prazo, é ameaçada por outros países de climas tropical e subtropical, especialmente os asiáticos (BRACELPA, 2009).

O alto investimento em tecnologia feito à produção de base florestal leva ao

fortalecimento e incremento de toda sua cadeia produtiva, desde os fornecedores de

equipamentos industriais até a distribuição.

2.4.3 Cadeia Produtiva

Um conjunto de atividades envolvem desde as matérias-primas até os

produtos a ser comercializados, e deste contexto fazem parte todas as etapas de

processamento, logística, máquinas e equipamentos, produtos intermediários

distribuição, assim um segmento dependente de outro (SOARES, 2010).

Em conjunto com o setor de papel e celulose, as florestas, a indústria de

editoração e gráfica e ainda os segmentos distribuidores vinculados àquelas

indústrias, constituem a cadeia produtiva da celulose e papel (BRACELPA, 2006).

Fazem parte da cadeia produtiva da indústria de papel e celulose, os

produtores de florestas, a silvicultura, seja fornecendo matéria-prima ou energia para

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as caldeiras, as indústrias de máquinas e equipamentos industriais, fornecedores de

insumos e materiais auxiliares, prestadores de serviços que fazem a distribuição

para que o produto esteja disponível ao consumidor seja através do atacadista ou

varejista (Figura 5).

Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva. Ambiente Institucional (leis, regulamentos, políti cas governamentais etc.)

Insumos Produção Processamento Atacado Varejo

Serviços de Apoio (transporte, armazenamento, infor mações de mercado etc.)

Fonte: Soares, Adaptado, (2010)

Para que o produto da base florestal seja transformado em celulose e,

posteriormente, em papel são necessários vários processos de transformação deste

produto.

Para que da madeira seja obtida a celulose, torna-se necessário, ainda, o uso, na indústria, de máquinas, produtos químicos (como soda líquida ou licor branco, licor preto, alvejantes, oxigênio e dióxido de cloro), água e energia. Com a celulose, são produzidos papéis diversos (impressão, cadernos, revistas), absorvente íntimo, papel higiênico, guardanapo, fralda descartável, viscose, tencel (roupas), papel celofane, filamento (pneu), acetato (filmes), ésteres (tintas), cápsulas para medicamentos, espessantes para alimentos e componentes eletrônicos (SOARES, 2010, p. 4).

A comercialização destes produtos é destinada aos mercados interno e

externo, na forma de celulose, papel, ou ainda em produto acabado.

“Quanto ao ambiente institucional o setor florestal e, por consequência, a

cadeia produtiva da celulose e do papel, são disciplinados pela Constituição Federal,

Código Florestal Brasileiro, e por um conjunto de leis, normas e regulamentos”

(SOARES, 2010).

A Cadeia Produtiva Agroindustrial (CPA), segundo Batalha (1995), “possui

duas características importantes: a primeira referente ao espaço de análise que ela

delimita, podendo estar restrita a uma análise microeconômica, a segunda

característica é de que pode ser vista como um sistema aberto, ideia esta

inicialmente desenvolvida no campo da biologia, centrada no estudo das relações

entre as empresas e o meio ambiente”.

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Desta forma, todas as fases que compõem a cadeia produtiva do papel são

essenciais na geração e crescimento do desenvolvimento econômico, como,

trataremos a seguir.

2.5 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

De acordo com Perroux (1964), citado por Andrade et al. (1970, p. 44),

“partindo do conceito econômico de espaço, F. Perroux admite que ele possa ser

encarado sob três ângulos: a) – o espaço econômico como conteúdo de um plano;

b) – o espaço econômico como um campo de forças; c) – o espaço econômico como

um conjunto homogêneo”.

Em todo momento histórico-geográfico dado, uma ou outra dessas lógicas pode predominar. A acumulação do controle sobre territórios como fim em si tem claramente consequências econômicas, que podem ser positivas ou negativas da perspectiva da extração de tributos, dos fluxos de capital, da força de trabalho, das mercadorias etc., Mas o quadro se altera substancialmente numa situação em que o controle territorial (que pode ou não envolver a apropriação e a administração concretas de território) é considerado um meio necessário da acumulação do capital (HARVEY, 2009, p. 36).

O desenvolvimento econômico para que ocorra é necessário um conjunto de

ações que levem à movimentação e acumulação de capital em uma nação, que

acaba se concretizando com a efetivação deste movimento.

O desenvolvimento econômico é um fenômeno histórico que passa a ocorrer nos países ou estados-nação que realizam sua revolução capitalista, e se caracteriza pelo aumento sustentado da produtividade ou da renda por habitante, acompanhado por sistemático processo de acumulação de capital e incorporação de progresso técnico. Uma vez iniciado, o desenvolvimento econômico tende a ser relativamente automático ou autossustentado na medida em que no sistema capitalista os mecanismos de mercado envolvem incentivos para o continuado aumento do estoque de capital e de conhecimentos técnicos. Isto não significa, porém, que as taxas de desenvolvimento serão iguais para todos: pelo contrário, variarão substancialmente dependendo da capacidade das nações de utilizarem seus respectivos estados e sua principal instituição econômica, o mercado, para promover o desenvolvimento (PEREIRA, 2006, p.1).

Para Giambiagi e Schwartsman (2014) existem alguns traços para justificar o

crescimento de um país, sendo eles, investimento, eficiência no gasto público,

controle das contas externas, produtividade, infraestrutura e educação.

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Mesmo em uma nação desenvolvida economicamente, não há garantia que

em todas as suas regiões isto ocorrerá, pois podem ocorrer regiões mais e outras

menos desenvolvidas “Pois o estado econômico de um povo não emerge

simplesmente das condições econômicas precedentes, mas unicamente da situação

total precedente” (SCHUMPETER, 1982, p.44).

Quando uma economia está em pleno processo de crescimento é sinal de que existe uma estratégia nacional de desenvolvimento, que seu governo, seus empresários, técnicos e trabalhadores estão trabalhando de forma consertada na competição econômica com as demais nações. Quando uma economia começa a crescer muito lentamente, senão a estagnar, é sinal de que sua solidariedade interna está em crise e que perdeu a idéia de nação, e, portanto, que já não conta com dois elementos necessários para que se mantenha competitiva e dotada de uma estratégia nacional de desenvolvimento digna desse nome (PEREIRA, 2006, p. 2).

Ainda para Pereira (2006 p. 6), “Para que haja desenvolvimento é essencial

que haja um processo de crescimento da renda por habitante, ou do produto

agregado por habitante, ou da produtividade”.

E nesta condição surge uma figura essencial para o contexto econômico, o

empresário; para Schumpeter (1982, p. 58), “Portanto, finalmente, os empresários

são um tipo especial, e o seu comportamento um problema especial, a força motriz

de um grande número de fenômenos significativos”.

A busca pela acumulação de capital em uma economia competitiva onde o

avanço tecnológico se torna peça importante do processo acaba trazendo reflexos

contrários ao desenvolvimento com o acúmulo das desigualdades. Para Sachs

(2002, p. 83), “Outra provável razão da distância crescente entre ricos e pobres é

que uma grande parte do processo de desenvolvimento econômico – a inovação

tecnológica – é caracterizada por retornos crescentes em escala”.

É da movimentação econômica que gera-se a circulação, o envolvimento e

traz a busca pela satisfação, e “A atividade econômica pode ter qualquer motivo, até

mesmo espiritual, mas seu significado é sempre satisfação de necessidades”

(SCHUMPETER, 1982, p.14).

Talvez a crença mais básica para o desenvolvimento econômico seja a aceitação de que a prosperidade depende da produtividade, e não do controle de recursos, de escala, de fatores governamentais ou do poderio militar e de que o paradigma da produtividade é benéfico para a sociedade (PORTER, 2002, p. 62).

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Pouco provável a existência de desenvolvimento econômico sem que haja

aumento de produtividade, e a necessidade deste incremento produtivo passa

também pela satisfação dos agentes econômicos.

Para Schumpeter (1982, p. 16) “Considerando-se tanto econômica quanto

tecnologicamente, produzir significa combinar as forças e coisas ao nosso alcance. ”

No processo de desenvolvimento econômico existe um objetivo geral claro por parte das nações, de suas elites e de seus governos: a melhoria do padrão de vida da população. O desenvolvimento econômico, portanto, é um processo histórico voltado para um objetivo claro. Um objetivo que não é meramente retórico, ainda que, em cada país, os ricos e a classe média estejam mais preocupados com o seu padrão de vida do que com o de toda a população. Por isso mesmo, o objetivo do bem-estar não significa uma distribuição de renda mais igual. Dificilmente ela o será. Existe uma ampla corrente de pessoas de boa vontade que inclui no conceito de desenvolvimento econômico a melhoria na distribuição de renda”. (PEREIRA, 2006, p. 10)

Fatos que devem andar lado a lado em um processo de desenvolvimento,

produção e renda, sendo que ambos devem crescer, com isso tem-se a satisfação

dos agentes propulsores do desenvolvimento, e para Pereira (2006, p. 9), “Não

existe desenvolvimento sem que a produção e a renda média cresçam”.

A crítica dirigida às teorias econômicas não é de forma alguma nova. Desde 1930 até 1950 os antropólogos e sociólogos têm afirmado que as leis gerais da economia estavam baseadas em pressupostos como o "homem racional", a "maximização dos lucros", etc. que não eram válidos para qualquer sociedade, nem mesmo nas consideradas sociedades onde predomina uma economia de mercado (PASTORE, 1967, p. 30).

De acordo com Schumpeter (1982, p. 54), “Chamamos “empreendimento” à

realização de combinações novas; chamamos “empresários” aos indivíduos cuja

função é realizá-las”, e esses agentes devem estar constantemente empenhados em

realizar novas combinações, para que não haja processos de estagnação.

O processo de desenvolvimento econômico entra em crise quando o país passa de um estágio para o seguinte. É nesse momento que as tentações aparecem. Se o país consegue resistir a essas tentações, alcançará o desenvolvimento; caso contrário, terá apenas curtos períodos de enriquecimento (GRONDONA, 2002, p. 89).

A busca pela maximização de lucros, a redução de custos, uma guerra

desenfreada com todos querendo o desenvolvimento econômico, traz resultados

nem sempre os esperados, “especialmente numa economia de concorrência, na

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qual combinações novas signifiquem a eliminação das antigas pela concorrência,

explica, por um lado, o processo pelo qual indivíduos e famílias ascendem e decaem

economicamente e socialmente” (SCHUMPETER, 1982, p.49).

Para Harvey (2009, p.79), “comerciantes e negociantes sobrevivem

estabelecendo seus próprios códigos de honra e de ação (...)” desta forma

estabelecendo condições próprias para proteger suas atividades.

A importância da mão-de-obra no processo de desenvolvimento é destacada,

visto que se tornou fonte propulsora de empreendimentos com o crescimento

econômico, “a participação do trabalho aumentou simplesmente porque o trabalho

se tornou mais importante no processo de produção” (PIKETTY, 2014, p. 219).

2.5.1 Movimento Econômico

Para Schumpeter (1982, p. 9), “os fatos econômicos resultam do

comportamento econômico”, assim toda a movimentação existente, e aqui

relacionando esta movimentação à movimentação de produtos, a qual é a base para

arrecadação de impostos pelos governos Municipais, Estaduais e Federais.

No Sistema de Administração Tributária da Fazenda Estadual de SC existe

uma ferramenta denominada de Movimento Econômico ou Cota-Parte, um módulo

que permite o acompanhamento pelas Associações de Municípios e pelas

Prefeituras Municipais, via internet, do movimento econômico e a consequente

formação do índice de retorno do ICMS aos municípios (SEFSC, 2016).

O sistema permite consultar dados da DIME das empresas do município, ou

de município da Associação, dos dados das notas fiscais de produtor inseridas, dos

valores adicionados que cabem ao município e o respectivo índice. Possibilita ainda

emitir relatórios e obter arquivos eletrônicos (SEFSC, 2016).

2.5.1.1 Indicadores de Movimento Econômico

Através da indicação da movimentação econômica dos municípios e de seus

agentes econômicos (industriais, comerciais ou prestadores de serviços), constitui-

se neste momento a maior fonte de recursos para o retorno da arrecadação de

impostos aos municípios, valores estes que retornam a seus cofres por meio de

repasse aos Municípios de acordo com o artigo 133, da C.E./89.

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Art. 133. Pertencem aos Municípios: I - Cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; II - Vinte e cinco por cento: a) do produto da arrecadação do imposto sobre operações relativas a circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; b) dos recursos que, nos termos do disposto no art. 159, inciso II, da Constituição Federal, o Estado receber da União. § 1° É vedada a retenção ou qualquer restrição a entrega e ao emprego dos recursos atribuídos aos Municípios. EC/20 “Art. 3º O § 1º do art. 133 passa a vigorar com a seguinte redação: § 2º Na quantificação das participações municipais serão considerados os valores do principal e dos acessórios que a ele acrescerem, inclusive penalidades pecuniárias. § 3º As parcelas de receitas pertencentes aos Municípios mencionados no inciso II serão creditadas conforme os seguintes critérios: I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços realizadas em seus territórios; II- até um quarto de acordo com o que dispuser a lei estadual. § 4º Os índices de rateio das parcelas previstas no inciso II serão calculados com a participação dos Municípios, através de suas associações representativas, sendo-lhes assegurado livre acesso a todos os elementos utilizados no processo. § 5º O Estado divulgará, até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os valores de origem tributária entregues e a entregar, e a expressão numérica dos critérios de rateio. § 6º Os dados divulgados serão discriminados por Município, no que couber.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é o principal

imposto de competência Estadual e, destes, 25% retornam para os Municípios, de

acordo com seu índice de participação no movimento econômico.

De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina o

índice de participação dos municípios no produto da arrecadação do ICMS é

formado pelo somatório resultante:

a) Do rateio de 15% (quinze por cento) em partes iguais entre todos os

municípios do Estado; e

b) Da participação do município no valor adicionado em relação ao valor

adicionado do Estado, considerando-se a média dos dois últimos anos e peso

equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento).

2.5.2 Emprego e Renda

Desde a II Guerra Mundial, e com o desenvolvimento das grandes economias

mundiais houve a estruturação de seus sistemas públicos de emprego. No Brasil,

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esta experiência ocorreu muito mais recentemente, pode-se dizer a partir de 1960

(IPEA, 2006).

Fatos históricos importantes e necessários ocorreram para que a legislação

pública no Brasil, na área do trabalho, pudesse consolidar as políticas públicas de

emprego, trabalho e renda.

Alguns recortes históricos importantes, foi o caso da criação do Ministério do Trabalho em 1930; da consolidação das Leis Trabalhistas em 1943; do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços em 1966;, do Sistema Nacional de Emprego em 1976 e o Seguro Desemprego em 1986. A intervenção estatal de fôlego deu-se na década de 1990 com a regulamentação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) (SERRA, 2010, p. 93).

Estas condições estão ligadas diretamente com a necessidade de realização

de políticas públicas voltadas à geração de emprego e renda.

2.5.2.1 Políticas Públicas

Todas as ações que os Governos, nas suas três esferas, realizam, a fim de

solucionar problemas da sociedade, podem ser consideradas como Políticas

Públicas.

Dito de outra maneira, as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. É certo que as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade. Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não pela sociedade. Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de forma integral (Sebrae/MG, 2008, p. 5).

E neste contexto, como um todo, a existência de atores podem estar na

função de reivindicadores ou executores destas ações, que posteriormente serão

transformadas em Políticas Públicas, que podem fazer parte de dois grupos de

atores, os estatais (oriundos do Governo ou do Estado) e os privados (oriundos da

Sociedade Civil), (SEBRAE/MG, 2008).

Os atores estatais são aqueles que exercem funções públicas no Estado, tendo sido eleitos pela sociedade para um cargo por tempo determinado (os políticos), ou atuando de forma permanente, como servidores públicos (que

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operam a burocracia) (...) já os atores privados são aqueles que não possuem vínculo direto com a estrutura administrativa do Estado. Fazem parte desse grupo: • A imprensa; • Os centros de pesquisa; • Os grupos de pressão, os grupos de interesse e os lobbies; • As Associações da Sociedade Civil Organizada (SCO); • As entidades de representação empresarial; • Os sindicatos patronais; • Os sindicatos de trabalhadores; • Outras entidades representativas da Sociedade Civil Organizada

(SCO). (SEBRAE/MG, 2008, p. 8 – 9).

Para Benedito e Menezes (2013, p 58), “Políticas Públicas são a forma de

execução das decisões tomadas em sede de planejamento econômico, isto é, o

mecanismo de implementação (execução das decisões sobre os rumos do

crescimento de país ou outro ente federado”.

2.5 2.2 Políticas Públicas Sociais

Entre as diversas Políticas Públicas estabelecidas pelos governos como a

econômica, a ambiental, a de ciência e tecnologia entre outras, está a Política

Social, cuja expressão se dá através de um conjunto de princípios, diretrizes,

objetivo e normas, de caráter permanente e abrangente, que orientam a atuação do

poder público em uma determinada área (CUNHA, 2003).

A gestão dos sistemas das políticas sociais implica numa relação de cooperação e complementariedade entre União, estados e municípios no desenvolvimento de ações compartilhadas com a sociedade civil por meio das redes de serviço de atenção a população (saúde, educação, assistência social, proteção à criança e ao adolescente, e outros) (CUNHA, 2003, p.18).

Uma das situações bastante discutidas é quanto ao financiamento destas

políticas sociais, e aí se fazem necessários ajustes fiscais para a sua manutenção,

em função do gasto excessivo ou mal direcionado dos entes públicos.

O ajuste sempre pelo lado do gasto ignora que as próprias políticas de ajuste, centradas no monetarismo ortodoxo, levam a situações de recessão econômica que reduzem a arrecadação e provocam uma situação deficitária do setor público. O remédio para o “déficit Público” passa a ser um brutal endividamento financeiro que leva a mais ajuste fiscal, com mais corte de gastos, inviabilizando a expansão do gasto público em investimentos que, de alguma maneira, pudessem reduzir a margens de desigualdade. (SOARES, 2014, p. 8).

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E dentre as políticas pública sociais estão as relacionadas ao emprego,

trabalho e renda (Quadro 3).

Quadro 3 - Programas Federais de emprego, trabalho e renda e operantes Nome Descrição Ano de Início Abono Salarial Benefício no valor de 1 SM anual, assegurado

aos empregados que percebem até 2 SMs de remuneração mensal, desde que cadastrados há cinco anos ou mais no PIS/PASEP e que tenham trabalhado pelo menos 30 dias em um emprego formal no ano anterior.

1989 (1970 para contas individuais)

Intermediação de mão-de-obra/Sine

Captação de vagas junto a empresas e encaminhamento de trabalhadores em busca de emprego.

1977

Seguro-Desemprego

Assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado, em virtude da dispensa sem justa causa. Concedido em parcelas mensais, que variam de três a cinco, dependendo do número de meses trabalhados nos últimos 36 meses, para um período aquisitivo de 16 meses, ou seja: • Três parcelas se trabalharam pelo menos

seis dos últimos 36 meses; • Quatro parcelas se trabalharam pelo menos

12 dos últimos 36 meses; Cinco parcelas se trabalharam pelo menos 24 dos últimos 36 meses

1986: trabalhador formal

1992: pescador artesanal

2001: trabalhador doméstico

2003: trabalhador resgatado

Qualificação Profissional

Oferta de cursos de qualificação profissional para trabalhadores desempregados ou em risco de desemprego e para microempreendedores.

1995

Geração de emprego e renda

Concessão de crédito produtivo assistido a micro e pequenas empresas, cooperativas e trabalhadores autônomos

1995

Primeiro emprego para a juventude

Promoção do ingresso do jovem no mundo do trabalho por meio de qualificação profissional, estimulo financeiro às empresas contratantes, parceiras para contratação de aprendizes e apoio à constituição de empreendimentos coletivos pelos jovens

2003

Economia solidária Apoio à formação e divulgação de redes de empreendimentos solidários pelo fomento direto, mapeamento das experiências e constituição de incubadoras.

2003

Fonte: IPEA, Adaptado (2006).

No quadro 3, estão alguns programas federais direcionadas a Trabalho,

Emprego e Renda operantes hoje.

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2.5.2.3 O papel da Política Social como estratégia para o desenvolvimento

Imaginar o desenvolvimento é pensar em bem estar social, pois em um

cenário de desigualdade estrutural ou social não é possível imaginar o

desenvolvimento, porque não vai acontecer. As políticas neoliberais, que trazem

medidas de curto prazo para o combate a esta desigualdade, fazem pensar que o

que se pretende no futuro deve ser cultivado no presente (SOARES, 2014).

Pensar a Política Social como parte integrante do Desenvolvimento significa assumir que seus projetos, programas, e ações constituem um investimento necessário, indispensável e prioritário. Trata-se de inverter a equação de que o desenvolvimento social decorre naturalmente do crescimento econômico, retirando a política social de sua posição tradicionalmente subordinada à política econômica. Nesta perspectiva, seria preciso inverter a “ordem” dos fatores crescimento-distribuição. Existem evidências suficientes na nossa história que demonstram que a distribuição da renda mostra uma enorme resistência a alterar seu elevado grau de concentração, mantendo as enormes disparidades sociais mesmo em situações de crescimento econômico. (SOARES, 2014, p. 6).

Por anos, a busca pelo desenvolvimento esteve direcionada na aplicação de

esforços nas políticas sociais, que vêm sofrendo nos últimos anos.

2.6 DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Para Knorek, (2014), conceitua-se desenvolvimento a partir de adjetivos

como: o econômico, humano, social, regional, local, global, territorial, de projetos,

físico e muitos outros, o que faz da aberta missão de intelectuais buscarem,

sobretudo, conceituar o termo desenvolvimento, porém, é necessário, nesse viés de

discussões, que sejam nas mais alternadas formas de conhecimentos: tanto inter,

como multidisciplinar.

Nesse sentido, para cada área do conhecimento e atividade humana, o termo

desenvolvimento teria suas especificidades e especialidades inerentes ao contexto

percebido pelos autores.

Como exemplo, alguns adjetivos podem ser conexos ao tema: o

desenvolvimento econômico, ambiental, rural, social, psicológico, urbano,

empresarial, cultural, territorial rural, os citados anteriormente, enfim entre outros

termos. Pode-se, ainda, adjetivar o termo para se consolidar numa análise de qual

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situação, texto, contexto se está raciocinando, refletindo e referindo: nesse caso o

conceito de desenvolvimento (KNOREK, p. 143).

Para Rocha (2016, p. 61), o termo desenvolvimento é tido, no meio

acadêmico, como uma generalização, podendo ser explicado e utilizado por várias

ciências.

Desenvolvimento, como definir o termo que pode ter sua aplicabilidade para

várias dimensões, desenvolvimento econômico, social, ambiental, humano,

educacional entre outros, mas, o que se tentará é uma definição de

Desenvolvimento Regional.

Até a Segunda guerra Mundial, a questão regional era predominantemente tratada como uma questão de localização das atividades agrícolas e industriais, conforme comprovam os clássicos trabalhos de Von Thunen (1817, p. 1966), weber (1907, p. 1969) e Losch (1933, p. 1954) ou da oferta de serviços e da consequente hierarquia das centralidades urbanas (...) (DINIZ, 2009 p. 188).

Por muito tempo, as teorias sobre o desenvolvimento tinham abordagens

econômicas relacionadas à localização de indústrias, para uma dimensão maior,

tratando como potencialidades e efeitos multiplicadores sobre uma determinada

produção, fazendo assim ligações setoriais.

As divisões territoriais e espaciais do trabalho (sendo a distinção entre cidades e campo uma das mais evidentes modalidades iniciais) surgem desses processos interativos de troca no espaço. Assim, a atividade capitalista produz o desenvolvimento geográfico desigual, mesmo na ausência de diferenciação geográfica em termos de dotação de recursos e de possibilidades, fatores que acrescentam seu peso a lógica das diferenciações e especializações espaciais e regionais (HARVEY, 2009, p. 82 - 83).

A ideia da região polarizada, ao contrário, resulta da observação da

interdependência existente entre várias áreas, às vezes pertencentes a regiões

homogêneas diversas, devido à irradiação da influência comercial das aglomerações

urbanas (ANDRADE, 1970, p. 44).

Na América Latina, tem-se a informação de que, desde o ano de 1947,

existem políticas públicas mais expressivas quanto ao desenvolvimento regional,

conforme (BOSIER, 1999).

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49

Termo sendo aplicado recentemente para definir o desenvolvimento de uma

região, desenvolvimento este nem sempre vinculado ao crescimento econômico da

mesma, mas vinculando este pensamento ao bem-estar.

(...) o desenvolvimento de um território organizado, como a província de Valdivia no Chile, ou o departamento Del Valle na Colômbia, depende da existência, da articulação e das condições de manejo de seis elementos, que normalmente estão presentes em qualquer território organizado. Esses elementos são: a) atores, b) instituições, c) cultura, d) procedimentos, e) recursos, e f) entorno. Esses elementos interagem de um modo denso ou difuso, de forma aleatória ou então de uma forma inteligente e estruturada. O desenvolvimento resultará apenas de uma interação densa e inteligente articulada, mediante um projeto coletivo ou um projeto político regional (BOISIER, 1996 p. 133).

Para Bosier (2001, p. 14), “Qualquer processo de desenvolvimento

endógeno está ligado ao desenvolvimento local de forma assimétrica:

desenvolvimento local é sempre um desenvolvimento endógeno, mas pode ser

encontrado supra escalas locais, tais como a escala regional, por exemplo.”

São muitos os fatores impulsionadores do Desenvolvimento Regional, os

quais estão, na grande maioria das regiões, vinculados ao fortalecimento de

organizações locais provedoras de tecnologias e acordos coletivos.

(...) em que todas se beneficiam, seja em termos de ganhos mútuos advindos de suas próprias interações (como trocas comerciais) ou do aumento de seu poder coletivo diante da natureza, mediante, por exemplo, a criação e transferência de novas tecnologias, formas organizacionais e arcabouços infra-estruturais (como redes de comunicação e estruturas de direito internacional) (HARVEY, 2009, p.39).

Já, Schumpeter (1985), “considera a inovação tecnológica como o principal

dinamizador da atividade econômica e fator determinante do desenvolvimento”.

A confiança e a cooperação componentes da formação do capital social são

também fatores preponderantes do desenvolvimento, e estudos já realizados

apontam a existência do capital social em regiões desenvolvidas.

O capital social pode ser definido simplesmente como um conjunto de valores ou normas informais partilhados por membros de um grupo que lhes permitem cooperar entre si. (...) partilhar valores e normas não produz, por si só, capital social, porque os valores podem ser valores errados (FUKUYAMA, 2002, p.155).

Page 51: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

50

O simples fato de existir a cooperação, a confiabilidade em uma sociedade

não traz a garantia que será uma região desenvolvida, a diferença então entre estas

sociedades está na formação do capital social, e identificar que tipo de capital social

esta região possui acaba se tornando essencial, aquele que pode ser compartilhado

por grupos ou aquele que não é observado entre esses grupos. (FUKUYAMA, 2002).

A condição de hegemonia de uma região passa pela condição de supremacia

de um povo com a finalidade de unir forças na busca para proporcionar mais

benefícios a uma determinada região, esta é a qualidade para a promoção de um

interesse geral (HARVEY, 2009).

Bem, o desenvolvimento endógeno pode ser entendida como uma propriedade emergente de um sistema territorial que tem um alto estoque de bens intangíveis e do capital sinergético, após a última proposta Boisier (1999, op.cit. ) neste item. Noutros palavras, o desenvolvimento endógeno é o resultado de um processo de forte articulação de atores locais e várias formas de capital intangível, dentro de preferência de um projeto político coletivo de desenvolvimento do território em questão (BOSIER, 2001 p.14).

Aspectos culturais também são identificados quando se aborda a questão do

Desenvolvimento Regional, mas de difícil vinculação.

O modo de tratar o papel da cultura na prosperidade econômica tende a concentrar-se nos atributos culturais genéricos que se consideram desejáveis, como a capacidade de trabalho, a iniciativa, a crença no valor da educação, e em fatores tirados da macroeconomia, como a propensão a economizar e investir. Sem dúvida tudo isso é relevante para a prosperidade, mas nenhum desses atributos genéricos está inequivocamente relacionado com o progresso econômico (PORTER, 2002, p. 53 – 54).

Assim, o processo de desenvolvimento necessita de integração entre

entidades e pessoas. Desta forma, estes agentes devem estar imbuídos nesta

perspectiva. De acordo com Oliveira (2002), “este é um processo complexo de

mudanças e transformações de ordem econômica, política e principalmente humana

e social”.

Page 52: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

51

3 MATERIAIL E METÓDOS

A pesquisa está estruturada pelos seguintes procedimentos metodológicos:

Quanto à corrente filosófica de investigação, a pesquisa é do tipo positivismo;

pois serão trabalhados dados estatísticos referentes às indústrias papeleiras

localizadas nos dois territórios da cidadania do Estado de Santa Catarina.

Quanto ao método de investigação, o tipo de pesquisa é indutivo, pois com

esse método entendemos que, ao serem pesquisados os dois Territórios de SC,

poder-se subtrair que a indústria papeleira, na sua estrutura e forma organizacional,

cumprindo ou não a sua função social na geração de emprego e renda, seus

resultados se estenderiam a todos os Territórios da Cidadania da mesma forma.

Quanto à natureza da pesquisa, esta é aplicada, pois será investigada a

importância e a função socioeconômica da indústria papeleira nos dois territórios da

Cidadania do Estado de Santa Catarina.

Quanto aos objetivos, a pesquisa é do tipo exploratório e descritiva, e na fase

preliminar serão exploradas as informações sobre os indicadores de emprego e

renda, com os dados econômicos, sociais a ambientais dos dois territórios e da

indústria inseridos nos mesmos.

Na fase seguinte, serão descritos todos os fatos observáveis na coleta dos

dados analisados e apresentados de forma descritiva à importância e função social.

Com relação ao objetivo, Caracterizar os Territórios da Cidadania do Estado de

Santa Catarina, será através de levantamento de dados relacionados aos territórios

nas fontes como MDA, IBGE, portal do Território da Cidadania e BRACELPA,

indicando onde estão localizadas as papeleiras. Algumas informações para esta

caracterização serão obtidas através das questões 3 a 8 do questionário aplicado.

Quanto ao objetivo, analisar a importância econômica da indústria papeleira

nos dois Territórios da Cidadania em Santa Catarina; após, serão tabulados os

dados econômicos e as informações obtidas com a Secretaria da Fazenda de SC,

movimento econômico e Receita Federal do Brasil. Em relação ao objetivo da

pesquisa, quanto à função social da Indústria Papeleira na geração de emprego e

renda nos dois territórios da Cidadania em Santa Catarina, os dados serão coletados

com o Ministério do Trabalho, IBGE, CAGED e se utilizando de informações obtidas

com a aplicação do questionário com os administradores das empresas, onde se

contemplam questões específicas à função social, questões 9 a 18.

Page 53: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

52

Quanto ao objetivo investigar a questão ambiental dos resíduos produzidos no

processo de fabricação de papel nos dois territórios da cidadania em Santa Catarina,

foram trabalhados os dados, principalmente, com as respostas obtidas por meio da

aplicação do questionário com referência às questões 19 a 27.

E por fim, quanto ao objetivo analisar de forma comparativa a importância das

indústrias papeleiras nos dois territórios da cidadania de Santa Catarina, se pretende

entender de que forma estas empresas contribuem ou não para o desenvolvimento

dos territórios e em que proporção isso acontece.

Quanto à abordagem, a pesquisa é do tipo quantitativa, pois serão

trabalhados dados estatísticos e comparativos da importância da indústria papeleira

nos dois Territórios da Cidadania.

Quanto aos procedimentos a pesquisa é do tipo levantamento de dados com

procedimento survey, sendo que através deste procedimento, serão investigados

dados das indústrias papeleiras quanto a informações: do tipo de empresa;

classificação de matéria-prima; dados relacionados à mão-de-obra e benefícios

sociais e também informações pertinentes à questão ambiental que estas

informações serão analisadas, através de aplicação do questionário Google Drive

Formulário.

Quanto ao local a ser realizada a pesquisa, foi nos dois Territórios da

Cidadania do Estado de Santa Catarina (Planalto Norte – TCPN, e o Território da

Cidadania Meio Oeste Contestado – TCMOC) onde estas empresas atuam. Tais

Indústrias são produtoras de papéis (para embalagens e papéis para fins sanitários)

que têm em sua fonte de matéria-prima as diferenciações a seguir: aquelas que se

utilizam de matéria-prima florestal e aquelas que se utilizam de matéria-prima

reciclável (aparas de papel).

Quanto à técnica de coleta de dados da pesquisa, foi por meio de

questionário, pois foram investigados dados secundários produzidos por institutos

como IBGE, CAGED, dos Ministérios da Fazenda, do Trabalho e da indústria. Com

relação a dados primários, foi desenvolvido questionários com os atores envolvidos

nos municípios dos dois Territórios como: empresários do ramo papeleiro.

Quanto à amostragem, foi realizado um censo, pois foram pesquisadas todas

as empresas do segmento papeleiro, localizadas nos dois Territórios da Cidadania

de Santa Catarina.

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53

Esta pesquisa foi submetida ao CEP (Comitê de Ética e Pesquisa) UnC –

Universidade do Contestado e recebeu parecer favorável (nº 1.694.131) (Anexo A).

Durante o desenvolvimento da pesquisa, foram identificadas 13 empresas;

destas, sete participaram respondendo os questionários e de três foram coletadas

informações através do próprio site das empresas, sendo que três empresas não

aceitaram participar, uma do TCMOC e duas do TCPN, (Quadro 4).

3.1 LOCAL DA PESQUISA.

O Território da Cidadania do Planalto Norte possui 14 municípios e tem, em

sua área de abrangência, 9 Empresas papeleiras, e o Território Meio Oeste

Contestado possui 29 municípios e tem, em sua área de abrangência, 4 Empresas

papeleiras, sendo elas:

Quadro 4 – Identificação localização empresa papeleiras por Território Território Planalto Norte Território Meio Oeste Contestado

Município Empresa Município Empresa

Campo Alegre 01 Capinzal 01

Canoinhas 02 Faxinal dos Guedes 01

Porto União 02 Ponte Serrada 01

Rio Negrinho 02 Vargem Bonita 01

Três Barras 02

Total de empresas 09 Total de empresas 04

Fonte: Dados da pesquisa, (2016).

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54

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA DE SC

O Estado de Santa Catarina possui dois territórios contemplados pelo

Programa Territórios da Cidadania: Território Meio Oeste Contestado e do Planalto

Norte, (MDA 2016).

Estão inseridas no TCMOC quatro empresas papeleiras, concentradas em

quatro municípios: Capinzal, Faxinal dos Guedes, Ponte Serrada e Vargem Bonita,

sendo do ramo de celulose, embalagens e produtos de higiene pessoal (Figura 6).

No TCPN, tem-se a identificação de nove empresas papeleiras, concentradas

em cinco municípios: Campo Alegre, Canoinhas, Porto União Rio Negrinho e Três

Barras sendo do ramo de celulose, embalagens e produtos de higiene pessoal

(Figura 7).

Figura 6 – Industrias papeleiras no TCMOC

Fonte: Waskiewic, (2017).

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55

Figura 7 – Industrias papeleiras no TCPN

Fonte: Fonte: Waskiewic, (2017).

Na figura 8, tem-se a identificação das faixas de enquadramento do

Desenvolvimento Humano Municipal, que nos dá parâmetros para enquadrarmos a

situação dos dois territórios da cidadania do Estado.

Figura 8 – Escala de classificação IDH

Fonte: PNUD Atlas do Desenvolvimento 2000 - 2010

Posição de cada município no cenário Estadual e Nacional, quanto ao seu

IDH, nos anos de 1991, 2000 e 2010, (Quadro 5).

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Quadro 5 – IDH municípios TCMOC

Município

1991

2000

2010

Posição Estadual

em 2010

Posição Nacional

em 2010 Abelardo Luz 0,443 0,579 0,696 242º 2.028º

Água Doce 0,446 0,627 0,698 237º 1.969º

Bom Jesus 0,380 0,549 0,718 185º 1.362º

Capinzal 0,504 0,628 0,752 95º 508º

Catanduvas 0,496 0,622 0,714 198º 1.486º

Coronel Martins 0,385 0,588 0,696 242º 2.028º

Entre Rios 0,367 0,487 0,657 281º 2.964º

Erval Velho 0,495 0,634 0,723 175º 1.217º

Faxinal dos Guedes 0,477 0,656 0,758 76º 400º

Galvão 0,423 0,626 0,708 207º 1.665º

Herval d’Oeste 0,527 0,654 0,758 76º 400º

Ibicaré 0,499 0,688 0,708 207º 1.665º

Ipuaçu 0,413 0,514 0,660 278º 2.898º

Joaçaba 0,635 0,741 0,827 3º 8º

Jupiá 0,381 0,582 0,719 183º 1.331º

Lacerdópolis 0,524 0,700 0,781 26º 119º

Lageado Grande 0,457 0,667 0,771 48º 220º

Luzerna 0,516 0,697 0,789 19º 71º

Marema 0,459 0,634 0,743 115º 695º

Ouro 0,491 0,655 0,774 42º 185º

Ouro Verde 0,315 0,636 0,695 245º 2.059º

Passos Maia 0,403 0,543 0,659 279º 2.924º

Ponte Serrada 0,445 0,566 0,693 250º 2.105º

São Domingos 0,462 0,661 0,765 59º 289º

Treze Tílias 0,511 0,668 0,795 14º 56º

Vargeão 0,497 0,640 0,686 259º 2.282º

Vargem Bonita 0,458 0,596 0,718 185º 1.362º

Xanxerê 0,527 0,674 0,775 39º 178º

Xaxim 0,490 0,652 0,752 95º 508º

Média do Território 0,463 0,626 0,731

Fonte: Knorek, (2016).

Verifica-se a situação dos 29 municípios do TCMOC em relação ao seu IDH,

e nota-se que 41,38% dos municípios estão entre os 100 melhores municípios do

Estado de SC, de acordo com seu IDH e, neste mesmo sentido, 34,38% entre os

500 melhores municípios, em se analisando o País; com destaque especial para o

município de Joaçaba que ocupa a 3ª posição no Estado e a 8ª Nacional (Quadro 5).

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57

Já de acordo com a escala de enquadramento dos municípios, verifica-se que

31,03% estão na faixa de Desenvolvimento Humano Médio, 65,52% Alto e 3,45%

como muito alto, não tendo nenhum município deste território enquadrado nas faixas

de baixo ou muito baixo (Quadro 5).

Quadro 6 – IDH municípios TCPN

Município

1991 2000 2010 Posição Estadual

em 2010

Posição Nacional

em 2010

Bela Vista do Toldo 0,316 0,491 0,675 264º 2.545º

Campo Alegre 0,447 0,582 0,714 198º 1.486º

Canoinhas 0,506 0,640 0,757 79º 420º

Irineópolis 0,370 0,533 0,699 233º 1.934º

Itaiópolis 0,428 0,562 0,708 207º 1.665º

Mafra 0,538 0,652 0,777 36º 157º

Major Vieira 0,420 0,582 0,690 253º 2.182º

Matos Costa 0,433 0,512 0,657 281º 2.964º

Monte Castelo 0,435 0,571 0,675 264º 2.545º

Papanduva 0,441 0,564 0,704 222º 1.776º

Porto União 0,536 0,666 0,786 21º 87º

Rio Negrinho 0,517 0,616 0,738 132º 823º

São Bento do Sul 0,564 0,679 0,782 25º 113º

Três Barras 0,457 0,598 0,706 215º 1.720º

Média do território 0,458 0,589 0,719

Fonte: Knorek, (2016).

Assim, com relação aos 14 municípios do TCPN, no quadro 6, nota-se que

28,57% dos municípios estão entre os 100 melhores municípios do Estado de SC,

de acordo com seu IDH.

De acordo com a escala de enquadramento dos municípios, verifica-se que

35,71% estão na faixa de Desenvolvimento Humano Médio e 64,29% Alto, não

havendo nenhum município deste território enquadrado nas faixas de baixo ou muito

baixo ou muito alto (Quadro 6).

No Gráfico 3, as informações apresentadas se referem ao IDH médio dos

municípios brasileiros, catarinenses e dos dois territórios da cidadania de SC, e

percebe-se que, em ambas as situações, está ocorrendo uma evolução destes

índices de 1991 a 2010.

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Gráfico 3 - IDH médio Nacional, Catarinense e Territórios da Cidadania de SC

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016)

Esta evolução não está ocorrendo nas mesmas proporções, sendo que na

média nacional, comparando-se 1991 com 2010, houve uma evolução neste índice

de 47,46%; em SC, a evolução foi de 42,54%, no TCPN foi de 56,99% e, finalmente,

no TCMOC, de 57,88%.

Desta forma, os dois territórios da cidadania estão tendo uma melhora em seu

IDH acima da média Estadual e, principalmente, da média Nacional, curiosamente

foi o Estado de SC que teve o menor acréscimo, comparado com os demais dados

apresentados.

Figura 9 – Evolução IDH no Brasil

Fonte: PNUD Atlas do Desenvolvimento 2000 - 2010

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Na figura 9 está demonstrado a evolução histórica do IDH no Brasil, onde

comparando as informações de 1991 para 2010 verifica-se que existe uma

significativa melhora dos municípios, de acordo com as faixas de Desenvolvimento

Humano.

No ano de 1991, no Brasil 85,84% dos municípios estavam na faixa de muito

baixo, já os municípios dos TCMOC com 75,86% e TCPN com 64,29% de seus

municípios nesta mesma faixa.

Em 2010, no Brasil, apenas 0,58% dos municípios estavam na faixa de IDH

muito baixo e 24,56% na faixa baixo, e os TCMOC e TCPN não tinham municípios

figurando nestas faixas; a faixa de IDH Médio, no Brasil, era de 40,13%, enquanto a

do TCMOC 31,03% e do TCPN 35,71%, um pouco abaixo da média nacional. Em

contrapartida, na faixa de IDH alto, no Brasil, estão 33,94% dos municípios, já no

TCMOC, temos 65,52% e, no TCPN, 64,29%, bem acima da média nacional.

Verifica-se aí uma evolução mais significativa no IDH dos municípios dos dois

territórios comparando com a evolução da média nacional.

4.2 INFORMAÇÕES RELATIVAS À APLICAÇÃO AO QUESTIONÁRIO

4.2.1 Informações quanto à identificação da Empresa

Vale ressaltar, neste primeiro bloco a qualificação dos respondentes que, na

sua totalidade, foi formada por Diretores, Gerentes ou Administradores com um

tempo considerável de empresa.

Gráfico 4 - Constituição do capital

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

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60

No gráfico 4, quanto à constituição do Capital das Empresas, verificou-se que

quase na sua totalidade são formadas por capital nacional e destes, 40% é de

capital Catarinense.

4.2.2 Informações Sociais

Neste bloco, identifica-se informações de cunho social, relativas à

participação da empresa na sociedade em que está inserida, bem como a relação

dela com seus colaboradores, a importância dada a estes, bem como a relevância

econômica que pode gerar a seus Territórios.

Gráfico 5 - Número de Colaboradores

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

No gráfico 5, tem-se a identificação do número de colaboradores que as

empresas têm em seu quadro funcional; 40% das empresas possuem entre 501 e

1.000 colaboradores em seu quadro, 30,00%, acima de 1.001, e 30% possuem até

100 colaboradores.

É possível afirmar que, no mínimo, mais de 5.000 empregos diretos são

gerados por estas empresas em seus Territórios

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61

Gráfico 6 - Benefícios que a Empresa disponibiliza a seus colaboradores

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

As informações apresentadas no gráfico 6, são referentes aos benefícios

disponibilizados pelas empresas a seus colaboradores. É possível visualizar, neste

gráfico, que o número de benefícios concedidos a seus colaboradores é

considerável, com destaque a Refeitório, Cesta básica, Auxílio Educação,

Transporte e Plano de Saúde. Destes, 90% fornecem refeitório a seus

colaboradores, auxílio educação, 80%, e Plano de Saúde, 60%.

Vale ressaltar ainda que alguns dos benefícios não ficam limitados aos

colaboradores, mas se estendem a seus dependentes como plano de saúde e

auxílio educação.

Gráfico 7 - Média dos rendimentos de seus colaboradores em 31/12/2015

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

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62

As informações do gráfico 7 se referem ao valor médio dos rendimentos

disponibilizados a seus colaboradores. Observa-se, neste gráfico, informações

relevantes para a economia regional, pois se verifica que 50% das empresas têm

como média de rendimentos valores superiores a R$2.751,00, no ano de 2015, 40%

com valores médios entre R$1.751,00 a R$2.250,00 e 10% com valores entre

R$1.201,00 a R$1.750,00.

Estas informações são relevantes economicamente para os territórios, pois se

comparado com a média da Indústria de Transformação do Sul do Brasil são valores

bem superiores.

Esta superioridade pode ser observada na tabela 8, que apresenta a média

Nacional e do Sul do Brasil, na indústria de transformação, na qual as indústrias

papeleiras estão inseridas.

Dentre outras informações, referente a este bloco social, que remetem a

benefícios a seus colaboradores, destacam-se:

• 100% das Empresas pesquisadas mantêm convênios com instituições como:

Senac/Senai, Universidades, Escolas Técnicas e Outros;

• 100% das Empresas são apoiadoras de projetos sociais;

• 70% das Empresas possuem clube de associados ou associação de

funcionários;

• 100% das Empresas possuem, em seu quadro, colaboradores advindos de

municípios vizinhos de sua sede, na qual as mesmas estão instaladas, em 8

municípios nos dois Territórios da Cidadania, e 17 municípios são

beneficiados com a empregabilidade destas empresas;

• Todas as Empresas possuem em seu quadro um número significativo de

colaboradores com nível técnico e também nível superior; dentre estas duas

categorias, destacam-se 2 empresas com mais de 90% de seu quadro de

colaboradores com curso técnico e nível superior;

• 100% das Empresas fornecem capacitação aos seus colaboradores;

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63

4.2.3 Informações de Produção e Comércio

Neste bloco, apresentam-se informações quanto ao segmento papeleiro das

empresas, Fonte de matéria-prima e origem desta matéria-prima, bem como a

Região de atuação comercialmente.

Gráfico 8 - Classificação do ramo de atividade

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

No gráfico 8, visualiza-se em qual tipo de atividade papeleira estas empresas

estão inseridas. Percebe-se também que algumas das empresas têm, em sua

atividade, mais do que um tipo de atividade desenvolvida.

Destas, 70% se classificaram como indústria de Papel e Celulose, 40% como

Indústria de produtos de Higiene Pessoal, 20% têm em sua atividade a produção de

embalagens e 10% como outras atividades.

E dependendo da atividade desenvolvida, varia a sua fonte de matéria prima,

como é apresentado no gráfico 9.

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64

Gráfico 09 - Fonte de matéria prima

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

De acordo com o tipo de produção que a empresa possui, utiliza um tipo de

matéria-prima específica. Constatou-se que 70% das empresas se utilizam de

matéria-prima Florestal e Reciclado, ou seja, conseguem alternar o tipo de matéria-

prima, e já 30% se utilizam apenas de matéria reciclada.

Das empresas pesquisadas, nenhuma utiliza exclusivamente matéria prima

Florestal.

E quanto à origem desta matéria-prima, tem-se esta identificação através do

gráfico 10, como segue.

Gráfico 10 - Origem de sua matéria prima

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

No gráfico 10, 90% das empresas, conseguem obter sua matéria-prima no

Estado de SC, assim como nos demais Estados, para 80%, esta matéria-prima é

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adquirida nos Estados vizinhos do Paraná e Rio Grande do Sul, e para apenas 10%

esta matéria-prima é adquirida através de importação.

Em relação às transações comerciais destas empresas, verifica-se, através

do gráfico 11, qual é o campo de atuação comercial.

Gráfico 11 - Região de atuação

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Para 80% das empresas, sua região de atuação é o Brasil, de forma geral,

mantendo relações comerciais com todos os Estados da Federação; para 50% das

empresas, além das relações internas possuem também relações com Exportação; a

10% das empresas possuem relações com apenas o Sul do Brasil e também para

10% das empresas, as relações são apenas com clientes catarinenses.

Outras informações ainda em relação à produção e ao comércio vale destacar

que 70% das empresas possuem reflorestamento, mantendo assim, fonte própria de

matéria-prima, ou ainda produtos geradores de energia.

4.2.4 Informações Ambientais

Neste bloco, são tratadas informações quanto à geração de resíduos, tipo e

destino. Alem disso, informações relevantes quanto às licenças ambientais

necessárias para a atividade, certificações, programas de gestão ambiental,

informações necessárias para o devido controle ambiental.

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66

A primeira questão levantada neste bloco foi a identificação se a empresa

gera ou não resíduos em seus processos. Para 90% das empresas existe a geração

de resíduos em seus processos de produção.

Gráfico 12 - Resíduos gerados em seus processos

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

No gráfico 12, tem-se a identificação de quais são os tipos de Resíduos

gerados. Para algumas empresas, esta geração não se restringe a apenas um tipo

de resíduo, desta forma para 90% das empresas existe a geração de resíduos

sólidos. Já, para 80%, resíduos líquidos, 30% resíduos gasosos, 20% subprodutos e

para apenas 10% das empresas, não existe a geração de resíduos.

Com a geração de resíduos existe a necessidade de se dar o destino correto

destes. Assim, o gráfico 13 identifica a situação.

Gráfico 13 - Qual é o destino dos resíduos

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

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67

Neste gráfico 13, é apresentado qual o destino dos resíduos gerados por

estas empresas; 60% das empresas possuem aterro Industrial próprio, 60% dão

como destino o Reprocessamento dos resíduos, 30% destinam seus resíduos para

aterro industrial de terceiros e em 20% das empresas é dado outros destinos de

seus resíduos industriais.

Outras informações relevantes, quanto às questões ambientais, são

referentes a suas licenças, certificações e sistemas de gestão ambiental.

• Todas possuem as licenças necessárias de suas atividades;

• 40% das Empresas possuem Certificação de Gestão;

• 60% das Empresas possuem Sistema de Gestão Ambiental;

• 50% das Empresas possuem algum tipo de Indicador de Desempenho

Ambiental;

• 70% das Empresas possuem Estação de Tratamento de Efluentes;

• 60% das Empresas possuem Aterro Industrial;

Informações não menos importantes, mas que não foram abordadas pelos

questionários, mas identificadas nas pesquisas feitas nas mídias eletrônicas, são

quanto aos prêmios Ambientais recebidos por estas empresas.

Prêmios concedidos a algumas empresas pesquisadas: Prêmio Fritz Muller,

Empresa Cidadã, Expressão Ecológica, Prêmio ABTCP, na categoria

Sustentabilidade e Certificação de Responsabilidade Sócio Ambiental (SC).

4.2.5 Desenvolvimento Regional

Neste Bloco, foram questionados quanto à empresa possuir projetos de

inovação tecnológica e processos; assim, foi identificado que 50% das empresas

possuem projetos de inovação tecnológica e processos.

Foi abordado também sobre o pensamento da empresa quanto à importância

do setor papeleiro para o Desenvolvimento Regional, ou da Região onde atua, e,

neste sentido, estão apresentadas as observações no quadro 7, que segue.

Page 69: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

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Quadro 7 – Opiniões dos entrevistados quanto a importância deste setor O Setor de Papel/Celulose/ Produtos de Higiene em nossa região caracteriza-se por ser um dos

mais importantes na geração de renda, de emprego e tributos, sendo o principal carro chefe para a

cadeia produtiva ligada ao segmento (como: reflorestamento - transportes - etc). Com isto, sendo

empresas perpetuadas e em constante crescimento, tanto na capacidade produtiva ou tecnológica, o

setor tem fundamental importância no desenvolvimento da região, gerando riquezas, contribuindo

com melhor qualidade de vida da população.

A região é muito voltada a indústria madeireira, portanto, a indústria de papel tem uma grande

importância na diversificação do uso da madeira também para biomassa industrial (energia) e

fabricação de celulose. Com isso, a economia da região se fortalece e ganha um dinamismo tanto

para o mercado interno, quanto ao mercado externo.

A região é muito voltada a indústria madeireira, portanto, a indústria de papel tem uma grande

importância na diversificação do uso da madeira também para biomassa industrial (energia) e

fabricação de celulose. Com isso, a economia da região se fortalece e ganha um dinamismo tanto

para o mercado interno, quanto ao mercado externo.

O setor contribui positivamente no desenvolvimento socioeconômico e ambiental

O Setor de base Florestal é um dos impulsores da economia regional bem como gerador de

emprego e renda. Atua de forma sustentável, respeitando o meio ambiente e busca o contínuo

desenvolvimento da produtividade florestal e industrial. É um setor que ainda tem espaço para

crescer, principalmente na região, a mais favorável do mundo para o cultivo de Pinus. É necessário

que o Governo continue dedicando foco no investimento em infraestrutura de estradas da região, tal

como recente anúncio de investimentos na BR 116, mas não apenas estradas, deve-se olhar

também para modais ferroviários, trazer opção de gás natural para a região e investir em melhorias

na infraestrutura de comunicação (internet e telefonia)

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Observa-se, pelos relatos das empresas, que existe a percepção da

importância da atividade ou do setor de base florestal ou ainda de Papel e Celulose

na economia Regional, seja na geração de emprego e renda ou na arrecadação de

impostos. Assim, a geração de riquezas contribui com a qualidade de vida da

população.

Mas, por outro lado, entendem da necessidade de investimentos por parte

dos Governos Federal, Estadual ou Municipal em infraestrutura que favoreça o

crescimento e a perpetuação destas empresas.

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4.3 OBSERVAÇÕES QUANTO À APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Quanto às informações coletadas por meio dos questionários daquelas sete

Empresas que o responderam e também das três Empresas pesquisadas através de

seu site, têm-se algumas considerações e observações.

Apenas uma Empresa possui capital Estrangeiro, quatro são de Capital

Catarinense e cinco com capital Nacional.

Em relação ao número de colaboradores das três empresas que possui até

100 funcionários, uma empresa é produtora de Embalagens, uma produz outros

produtos e uma produz produtos de higiene pessoal. Das quatro empresas que

estão entre 501 e 1.000 funcionários, três são produtoras de produtos de higiene

pessoal e uma é produtora de embalagens. Finalizando, das três empresas que

possuem mais de 1.001 colaboradores, duas são produtoras de papéis para

embalagens e uma é produtora de produtos de higiene pessoal.

Quando tratado a questão de benefícios aos colaboradores, não existe

distinção entre o tipo de produção das empresas, sejam elas produtoras de papéis

para embalagens ou produtos de higiene pessoal. Todas as empresas afirmaram

fornecer uma série de benefícios a seus colaboradores e, em algumas situações, se

estendendo a seus familiares.

Sobre a remuneração dos colaboradores, uma empresa tem como

remuneração média até R$1.750,00, é produtora de embalagens, quatro entre

R$1.751,00 a R$2.250,00 e destas, três são produtoras de produtos de higiene

pessoal e uma de outros produtos de papel; quanto à remuneração média acima de

R$2.751,00, temos três produtoras de papéis para embalagens e duas produtoras

de produtos de higiene pessoal.

Não existe distinção entre as atividades quanto ao fornecimento de

capacitação de seus colaboradores, apoio a projetos sociais, colaboradores

advindos de municípios vizinhos ou ainda possuir clube social ou associação de

funcionários.

Ao ramo de atividade, uma empresa se identificou como outros, quatro como

produtos de higiene pessoal, duas como produtos de embalagem e sete como ramo

de atividade de papel e celulose.

Em relação à matéria-prima, três empresas se utilizam exclusivamente de

material reciclado e sete empresas de base florestal e material reciclado.

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Apenas uma empresa se utiliza de matéria prima importada, nove de SC, oito

do PR/RS e nove dos Demais Estados da Federação.

A Região de atuação mostra que oito empresas atuam em todo o Brasil, cinco

têm como destino de seus produtos também a Exportação, uma Sul do Brasil e uma

somente em SC.

Sete empresas possuem reflorestamento. No entanto, apenas três destas se

utilizam de suas florestas como geração de matéria-prima. As outras quatro

empresas se utilizam destas florestas como fins de geração de energia ou ainda

como outra fonte de receita.

Em relação à geração de resíduos, apenas uma empresa relatou não gerar

resíduos, esta é produtora de outros produtos de papel, nove empresas geram

resíduos sólidos independente do tipo de produção, oito geram resíduos líquidos.

Sendo cinco produtoras de produtos de higiene pessoal e três produtoras de

papéis para embalagens, três empresas geram resíduos gasosos, todas produtoras

de papéis para embalagens e duas empresas geram subprodutos e também são

todas produtoras de papéis para embalagens.

Na questão do destino destes resíduos, das seis empresas que possuem

aterro industrial próprio, três são produtoras de papéis para embalagens e três

produtoras de produtos de higiene pessoal.

Destas, seis empresas reprocessam parte de seus resíduos, sendo quatro

produtoras de produtos de higiene pessoal e duas de papéis para embalagens, e

delas, três empresas destinam seus resíduos a aterro industrial de terceiros, sendo

uma empresa produtora de papéis de higiene e duas de papéis de embalagem e

duas empresas têm como destino de seus resíduos, outros.

Quanto às licenças, 100% das empresas possuem as licenças necessárias

para o seu funcionamento, quatro empresas possuem certificação de gestão, sendo

todas elas produtoras de papéis para embalagens; seis empresas possuem

sistemas de gestão ambiental, sendo 50% para cada tipo de atividade, produção de

produtos de higiene e produção de papéis para embalagens.

No item, se possuem estação de tratamento de seus efluentes; dos

entrevistados, sete possuem, sendo que quatro empresas produzem produtos de

higiene pessoal e três empresas são produtoras de papéis para embalagens.

Foram identificados que ambos os segmentos já foram contemplados com

premiações ambientais tais como: Prêmio Fritz Muller, Empresa Cidadã, Expressão

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Ecológica, Prêmio ABTCP, na categoria Sustentabilidade e Certificação de

Responsabilidade Sócio Ambiental (SC).

4.4 DADOS ECONÔMICOS

Com relação à evolução das principais atividades das empresas, nos dois

Territórios da Cidadania, destaca-se, na tabela 3, esta evolução para os periodos de

2006 a 2014.

Tabela 3 - Evolução principais atividades dos Territórios da Cidadania/SC

Atividades TCPN TCMOC

2006 2014 2006 2014

Produção Primária 21,51% 23,74% 40,16% 42,12%

Desdob.Madeira e Fabric.Móveis 19,13% 10,03% 1,39% 0,71%

Papel e Apoio Florestal 9,70% 13,55% 4,32% 4,89%

Laticínios e Alim.Animal 1,31% 1,36% 4,65% 6,01%

Abate e Produção Carne 0,37% 2,01% 12,45% 11,09%

Geração Transm.e Distrib.Energia 4,38% 3,32% 4,91% 6,03%

Transporte 3,80% 3,69% 4,23% 3,75%

Comércio em Geral 16,64% 17,42% 15,14% 13,76%

Fabricações Diversas 16,86% 20,28% 5,03% 6,97%

Outros 6,28% 4,58% 7,72% 4,67%

Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Por meio das informações apresentadas na tabela 3, é possível identificar

que, em ambos os territórios, a atividade de produção primária é a que tem maior

representatividade no movimento econômico dos municípios.

Destacam-se, no TCPN as atividades de produção primária, desdobramento

de madeira e fabricação de móveis, papel e apoio florestal, comércio em geral além

de fabricações diversas, ocorrendo, no último período, um incremento em todas

estas atividades, com exceção no desdobramento de madeira e fabricação de

móveis em que houve uma redução considerável.

No TCMOC, destacam-se as atividades de produção primária, abate e

produção de carne, além de comércio em geral, por sua vez, no último período,

houve um acréscimo nas fabricações diversas e decréscimo no comércio em geral.

Page 73: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

72

Gráfico 14 – Valor adicionado por atividade em 2014

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Dos percentuais apresentados do gráfico, 14 são em referência à participação

de cada atividade desenvolvida nos TCMOC e TCPN, no ano de 2014. A justificativa

pela apresentação deste ano se dá por ser o período base para os repasses aos

municípios, durante o ano de 2016.

Verifica-se que, em ambos os territórios, a produção primária tem a maior

representatividade; em relação à atividade papeleira, no TCPN, foi a 4ª atividade

com uma representatividade de 13,55% do valor adicionado total neste período, já

no TCMOC, esta atividade é a 7ª atividade com uma representatividade de 4,89%.

Justifica-se esta diferenciação do valor adicionado da atividade papeleira

maior no TCPN, onde se encontram 6 indústrias efetivas de produção de papel, seja

ela para embalagem ou para fins sanitários. Existem outras empresas desta

atividade mas, com fins de conversão deste papel em embalagens ou produtos de

higiene pessoal.

Já, no TCMOC, este número de empresas é menor, assim representando

para todo o território uma importância menor, tendo maior efetividade aos municípios

onde estão inseridas.

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73

Gráfico 15 – Valor adicionado - atividade no TCPN 2014

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

No gráfico 15, temos a identificação das atividades e sua importância no valor

adicionado para cada município do TCPN, e as variações que ocorrem entre os

municípios é considerável, mas na atividade de produção primária é a mais

significativa para a maioria dos municípios, com algumas exceções, como no

município de Três Barras, onde a atividade papeleira representa 71,53% do valor

adicionado do município.

Nos municípios de São Bento do Sul e Campo Alegre, a atividade de maior

representatividade é a de fabricações diversas, tendo uma importância de 52,16% e

49,81% respectivamente, e nestes municípios a atividade de desdobramento e

madeira e fabricação de produtos de madeira e móveis tem uma importância

significativa com 15,53% e 11,18% respectivamente assim como Rio Negrinho em

que esta atividade representa 25,41% do seu valor adicionado.

Na atividade papeleira, além de Três Barras, onde esta atividade representa

71,53% do valor adicionado, temos ainda outros municípios que têm nesta atividade

uma participação importante como Canoinhas com 16,48%, Porto União com

24,52% e Rio Negrinho com 19,58% do valor adicionado dos municípios, e são

justamente nestes municípios que estão inseridas as industrias do segmento.

Page 75: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

74

Gráfico 16 - Valor adicionado - atividade no TCMOC-2014

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Nas informações apresentadas no gráfico 16, em referência ao TCMOC, é

significativa a importância da atividade de produção primária em praticamente todos

os municípios, tendo sua maior participação em Marema 95,33%, Entre Rios

91,56%, Coronel Martins 87,13%, Ouro Verde 86,68%, Galvão 85,58%, Lageado

Grande 83,22%, Lacerdópolis 82,43%, Ouro 82,06% e Ibicaré 81,13%, mas com

duas exceções, os municípios de Joaçaba e Vargem Bonita, que têm em suas

atividades a produção papeleira, representando 65,46% para Vargem Bonita e a

atividade de comérgio geral, representando 34,40% para o município de Joaçaba.

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75

Ainda existe, no município de Faxinal dos Guedes, a atividade papeleira,

representando 23,59% do valor adicionado do município.

Outra atividade significativa para alguns municípios do TCMOC é a geração,

transmissão e distribuição de energia que, para os municípios de Água Doce,

Ipuaçu, Passos Maia e São Domingos representa 33,30%, 24,65%, 22,40% e

16,55%, respectivamente, do valor adicionado dos municípios.

Já para os municípios de Catanduvas e Treze Tilias, a atividade de laticínios e

moagem de alimentos animais representa 55,88% e 39,63% do valor adicionado.

É perceptível que, para este Território, a atividade papeleira tem uma

participação menos significativa.

Mediante a identificação do valor adicionado dos municípios, a Secretaria de

Estado da Fazenda/SC apura os valores de repasse do ICMS, apresenta-se a seguir

a composição dos repasses impostos efetuados aos municípios no ano de 2015.

Tabela 4 – Repasse impostos para o TCPN no ano de 2015

Municípios ICMS IPI IPVA TOTAL

Bela Vista do Toldo 4.451.736,16 56.192,30 319.760,64 4.827.689,10

Campo Alegre 6.825.135,66 86.145,81 942.716,83 7.853.998,30

Canoinhas 22.322.651,26 281.731,13 5.139.472,09 27.743.854,48

Irineópolis 6.074.814,28 76.673,39 676.837,20 6.828.324,87

Itaiópolis 13.952.620,16 176.118,89 1.404.405,94 15.533.144,99

Mafra 22.725.372,43 286.820,51 5.312.230,20 28.324.423,14

Major Vieira 5.266.677,35 66.476,59 478.326,16 5.811.480,10

Matos Costa 2.573.045,94 32.475,45 105.575,57 2.711.096,96

Monte Castelo 3.799.099,09 47.950,05 410.413,59 4.257.462,73

Papanduva 9.485.764,31 119.729,91 1.177.357,45 10.782.851,67

Porto União 9.744.356,31 122.995,80 2.828.054,54 12.695.406,65

Rio Negrinho 17.005.509,97 214.625,24 3.892.326,18 21.112.461,39

São Bento do Sul 46.053.789,67 581.258,96 8.011.981,21 54.647.029,84

Três Barras 15.605.607,46 196.994,65 1.232.803,39 17.035.405,50

TOTAL 185.886.180,05 2.346.188,68 31.932.260,99 220.164.629,72 Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda, adaptado (2016).

Por meio da tabela 4, é possível identificar os valores de ICMS, IPI e IPVA

repassados aos municípios do TCPN durante o ano de 2015, valores estes que tem

sua maior representatividade no ICMS e que são apurados de acordo com o valor

adicionado de cada município.

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No TCPN, os municípios com maior valor recebido através destes repasses

são: São Bento do Sul, Mafra, Canoinhas e Rio Negrinho, nesta ordem, sendo que

São Bento do Sul apresenta valores bem superiores aos demais.

Tabela 5 – Repasse impostos para o TCMOC no ano de 2015

Municípios ICMS IPI IPVA TOTAL

Abelardo Luz 13.364.730,56 168.684,53 1.395.847,60 14.929.262,69

Água Doce 9.091.625,90 114.758,42 683.016,39 9.889.400,71

Bom Jesus 3.655.125,05 46.126,06 250.157,63 3.951.408,74

Capinzal 18.756.655,63 236.728,59 2.013.507,29 21.006.891,51

Catanduvas 8.924.999,01 112.642,94 1.203.849,81 10.241.491,76

Coronel Martins 3.027.515,31 38.210,46 114.136,44 3.179.862,21

Entre Rios 3.327.795,90 42.004,08 109.894,17 3.479.694,15

Erval Velho 4.803.317,38 60.622,36 326.996,20 5.190.935,94

Faxinal dos Guedes 12.175.017,68 153.665,97 1.117.671,94 13.446.355,59

Galvão 3.423.238,48 43.204,14 242.684,34 3.709.126,96

Herval d'Oeste 10.290.025,73 129.875,72 1.605.903,63 12.025.805,08

Ibicaré 4.235.109,88 53.451,47 503.987,01 4.792.548,36

Ipuaçu 8.254.968,71 104.196,51 320.606,37 8.679.771,59

Joaçaba 17.520.339,30 221.105,39 4.307.255,82 22.048.700,51

Jupiá 2.774.087,50 35.012,01 134.369,99 2.943.469,50

Lacerdópolis 4.428.420,64 55.893,48 306.385,60 4.790.699,72

Lajeado Grande 3.675.767,34 46.390,20 115.900,33 3.838.057,87

Luzerna 5.073.936,83 64.038,59 684.006,49 5.821.981,91

Marema 4.754.220,49 60.004,31 188.151,37 5.002.376,17

Ouro 6.831.809,86 86.225,41 757.856,47 7.675.891,74

Ouro Verde 4.228.917,04 53.374,77 195.543,32 4.477.835,13

Passos Maia 5.107.670,80 64.472,60 266.541,46 5.438.684,86

Ponte Serrada 6.177.798,78 77.968,20 45.655,42 6.301.422,40

São Domingos 6.929.918,08 87.462,53 895.060,82 7.912.441,43

Treze Tílias 10.833.956,00 136.754,65 1.192.270,24 12.162.980,89

Vargeão 4.803.935,95 60.629,44 402.337,07 5.266.902,46

Vargem Bonita 11.245.748,01 141.927,05 434.187,44 11.821.862,50

Xanxerê 24.278.669,21 307.673,26 5.940.022,58 30.526.365,05

Xaxim 15.548.058,17 196.199,68 3.008.519,28 18.752.777,13

TOTAL 237.543.379,22 2.999.302,82 28.762.322,52 269.305.004,56 Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda, adaptado (2016).

No TCMOC, da mesma forma, na tabela 5, estão identificados os municípios

que tiveram como recebimentos valores referente aos repasses de ICMS, IPI e

IPVA, que foram: Xanxerê, Joaçaba, Capinzal e Xaxim.

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Tabela 6 – Representatividade dos impostos por habitante no TCPN em 2015

Municípios Repasses Impostos População Imp.p/habitante

Bela Vista do Toldo 4.827.689,10 6.248 772,68

Campo Alegre 7.853.998,30 11.992 654,94

Canoinhas 27.743.854,48 54.188 511,99

Irineópolis 6.828.324,87 10.989 621,38

Itaiópolis 15.533.144,99 21.263 730,52

Mafra 28.324.423,14 55.313 512,08

Major Vieira 5.811.480,10 7.899 735,72

Matos Costa 2.711.096,96 2.690 1.007,84

Monte Castelo 4.257.462,73 8.475 502,36

Papanduva 10.782.851,67 18.793 573,77

Porto União 12.695.406,65 34.882 363,95

Rio Negrinho 21.112.461,39 41.602 507,49

São Bento do Sul 54.647.029,84 80.936 675,19

Três Barras 17.035.405,50 18.945 899,20

TOTAL 220.164.629,72 374.215 588,34 Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Na tabela 6, apresentam-se os impostos per capta de cada município do

TCPN, no ano de 2015, neste caso, visualizamos, no mínimo, uma situação que vale

uma observação, pois municípios com uma população menor têm valor per capta

maior, e quanto ao cálculo do valor adicionado aos municípios para repasse do

ICMS, pois 25,00% do valor total do ICMS do Estado volta aos municípios, sendo

que, deste montante, 15,00% é dividido de forma igualitária entre todos os

municípios e 85,00% de acordo com o seu valor adicionado.

Desta forma, mesmo aqueles municípios menores e de pouca atividade

industrial ou comercial acabam recebendo repasses do ICMS, o que, para estes,

acaba sendo um valor considerável.

Estes valores repassados, em 2015, aos municípios são referentes ao ano de

2013, de acordo com IPM de cada município.

Os valores referente ao IPI que é o imposto federal, da cota parte destinada

ao Estado segue o mesmo critério de repasse do ICMS, 25,00% volta ao município,

sendo que 15,00% de forma igualitária e 85,00% de acordo com o valor adicionado

de cada um.

Com relação ao IPVA, este volta para o município 50,00% do valor

arrecadado.

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Tabela 7 - Representatividade dos impostos por habitante no TCMOC em 2015

Municípios Repasses Impostos População Imp.p/habita nte

Abelardo Luz 14.929.262,69 17.717 842,65

Água Doce 9.889.400,71 7.132 1.386,62

Bom Jesus 3.951.408,74 2.821 1.400,71

Capinzal 21.006.891,51 22.129 949,29

Catanduvas 10.241.491,76 10.374 987,23

Coronel Martins 3.179.862,21 2.534 1.254,88

Entre Rios 3.479.694,15 3.151 1.104,31

Erval Velho 5.190.935,94 4.464 1.162,84

Faxinal dos Guedes 13.446.355,59 10.771 1.248,39

Galvão 3.709.126,96 3.217 1.152,98

Herval d'Oeste 12.025.805,08 22.204 541,61

Ibicaré 4.792.548,36 3.313 1.446,59

Ipuaçu 8.679.771,59 7.262 1.195,23

Joaçaba 22.048.700,51 29.008 760,09

Jupiá 2.943.469,50 2.142 1.374,17

Lacerdópolis 4.790.699,72 2.246 2.132,99

Lajeado Grande 3.838.057,87 1.470 2.610,92

Luzerna 5.821.981,91 5.701 1.021,22

Marema 5.002.376,17 1.999 2.502,44

Ouro 7.675.891,74 7.399 1.037,42

Ouro Verde 4.477.835,13 2.263 1.978,72

Passos Maia 5.438.684,86 4.314 1.260,71

Ponte Serrada 6.301.422,40 11.452 550,25

São Domingos 7.912.441,43 9.516 831,49

Treze Tílias 12.162.980,89 7.237 1.680,67

Vargeão 5.266.902,46 3.590 1.467,10

Vargem Bonita 11.821.862,50 4.674 2.529,28

Xanxerê 30.526.365,05 48.370 631,10

Xaxim 18.752.777,13 27.630 678,71

TOTAL 269.305.004,56 286.100 941,30 Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Da mesma forma que, no TCPN, na tabela 7 do TCMOC, verifica-se que os

impostos per capto de cada município, com relação aos municípios menores são os

que apresentam o maior valor e a justificativa para tal é a mesma: 25,00% do valor

total do ICMS do Estado volta aos municípios, sendo que deste, 15,00% é dividido

de forma igualitária entre todos os municípios e 85,00% de acordo com seu valor

adicionado.

No gráfico 17, sobre a representatividade de valor adicionado em Santa

Catarina, de 2006 a 2017, observa-se que as informações apresentadas são

referentes às atividades de apoio florestal.

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Gráfico 17 - Representatividade do valor adicionado em SC 2006 a 2014

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Verifica-se que os valores adicionados dos Territórios da Cidadania, em Santa

Catarina, representam em média 10,00% de todo o valor do Estado. No entanto,

observam-se variações entre os períodos analisados, sendo que, em 2006,

representava 10,35%, e 9,67%, no ano de 2014.

A atividade de indústria de papel, da mesma forma, pouco variou na sua

totalidade no valor adicionado do Estado, sendo que, em 2006, representava 2,53%

e 2,46%, em 2014, e esta atividade desempenhada nos Territórios, em 2006,

representava 0,58% e 0,80%, em 2014, isto comparando com o valor adicionado

geral do Estado, tendo aí um acréscimo.

Na atividade de apoio florestal, representava para o Estado 0,36%, em 2006,

e 0,22%, em 2014; nos Territórios, esta atividade, em 2006, representava 0,14% e

0,07%, em 2014.

Assim, no gráfico 18, temos as informações de representatividade apenas

para os TCPN e TCMOC.

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Gráfico 18 - Valor adicionado das papeleiras entre 2006 e 2014

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

No TCPN, a atividade papeleira se apresenta crescente com significativo valor

adicionado. Afinal, no ano de 2006, representava 7,24% e, no ano de 2014, passou

para 12,20%. Isto representa incremento considerável na arrecadação econômica do

território.

Já, no TCMOC, esta atividade manteve-se com valores próximos nos

períodos analisados, sendo 4,06%, em 2014 e 4,75% para o ano de 2014.

A atividade de apoio florestal, no TCPN, representou em 2,47%, em 2006, e

1,35% para o ano de 2014. Da mesma forma, houve redução da representatividade

desta atividade no valor adicionado do TCMOC, sendo 0,25%, em 2006 e 0,14%, em

2014.

Com isso, é possível identificar que a atividade papeleira tem significância

maior no valor adicionado do TCPN do que para o TCMC, sendo que

individualmente, para os municípios onde estão instaladas, têm uma função

econômica essencial, independente de em qual território estão inseridas.

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Gráfico 19 – Valor adicionado das papeleiras entre 2006 a 2014

Fonte: Dados da Pesquisa, (2016).

Com o gráfico 19, identifica-se a importância das atividades papeleira e de

apoio florestal, comparando com as mesmas atividades no Estado de Santa

Catarina.

De toda atividade de apoio florestal desenvolvida do Estado, em média um

terço desta atividade é desenvolvida no TCPN, sendo valores representativos, pois,

em 2006, representava 34,80%, e 27,66%, em 2014; para o TCMOC, estes valores

são menores, sendo 3,78%, em 2006, e 3,23%, em 2014.

Com relação à atividade papeleira, esta representatividade do segmento no

TCPN, vem se elevando em comparação ao Estado, pois, em 2006, representava

14,39%, passando para 22,75%, em 2014, de toda atividade papeleira desenvolvida

do Estado de Santa Catarina.

No TCMOC estes valores vêm se mantendo, em 2006, pois representava

8,54% passando para 9,84%, em 2014, ou seja, juntas, as empresas papeleiras dos

dois territórios representaram 32,59% do valor adicionado das indústrias papeleiras

do Estado de Santa Catarina.

O valor médio dos salários da indústria de transformação no Brasil, ao se

comparar com o Sul do País, tem uma redução em sua diferença.

Ou seja, o valor médio do salário na indústria de transformação no Sul do

País foi mais valorizado nos últimos anos do que na média nacional.

Page 83: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

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Tabela 8 – Evolução salário médio indústria de transformação

2010 2011 2012 2013 2014

Brasil 1.585,45 1.745,59 1.904,87 2.074,74 2.236,68

Sul 1.288,90 1.429,52 1.566,86 1.719,86 1.893,50

Diferença 296,55 316,07 338,01 354,88 343,18

Diferença em % 23,01% 22,11% 21,57% 20,63% 18,12% Fonte: Schick, (2016, p.157).

Percebe-se uma diminuição da diferença entre os salários médios na indústria

de transformação no Brasil com a Região Sul, mas que ainda a indústria papeleira

destoa desta realidade (Tabela 8).

Tabela 9 - Evoluções salário médio ind. transformação em %

2010 2011 2012 2013 2014

Brasil 0,00% 10,10% 9,12% 8,92% 7,81%

Sul 0,00% 10,91% 9,61% 9,76% 10,10% Fonte: Schick, (2016, p.158 ).

Identifica-se, na tabela 9, de acordo com Schick (2016), que justamente estas

variações em percentual ocorreram nos salários médios na indústria de

transformação no Brasil e também no Sul.

Tabela 10 - Saldo de vagas formais

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Brasil Geral 2.629.827 2.026.571 1.372.594 1.138.562 420.690 -1.542.371

Brasil Transf. 554.316 224.409 92.809 122.798 -163.817 -608.878

SC Geral 114.640 82.977 63.763 75.852 53.017 -58.599

SC Transf. 41.341 13.378 14.814 19.463 5.084 -36.316

T.P.N. Geral 2.270 2.134 4.928 3.799 2.314 -2.842

T.P.N. Transf 947 273 2.155 1.276 304 -1.741

T.M.O.C Geral 2.493 3.652 1.169 2.268 3.919 -545

T.M.O.C. Transf. 820 1.766 -230 583 1.900 -708

Ind.Papel 18.012 5.726 2.050 -1.231 -4.279 -24.732 Fonte: Schick, (2016, p.153 ).

De acordo com Schick (2016), na tabela 10, apresenta-se o saldo ajustado

entre admissões e demissões entre os períodos de 2010 e 2015, vagas estas com

indicação para toda as atividades no Brasil, do Estado de Santa Catarina, bem como

dos dois Territórios da Cidadania do Planalto Norte e do Meio Oeste Contestado; da

mesma forma, para as atividades envolvendo somente a indústria de transformação

e também a indústria de papel, esta última apenas com informações do Estado

Page 84: UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO … · Figura 5 - Diagrama esquemático de uma cadeia produtiva..... 38 Figura 6 - Indústrias papeleiras no TCMOC

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Brasileiro.

Gráfico 20 - Saldo das vagas formais

Fonte: Schick, (2016, p. 153).

Com a Tabela 10, conforme Schick (2016), detêm-se no gráfico 20 estas

informações e percebe-se uma semelhança nas curvas, com exceção para as vagas

de forma geral do Estado Brasileiro e a linha da atividade de Transformação no

Brasil, em que a atividade de transformação teve, no período de 2014 para 2015,

uma redução de -7,45% e ainda apresentando redução no período anterior de 2013

para 2014 de -1,47%, enquanto as atividades gerais apresentaram uma redução de

-3,74%, sendo o primeiro período com redução de vagas formais.

Esta diminuição das vagas formais ocorrera de forma acentuada no ano de

2015. É possível identificar, no gráfico 21, as linhas da evolução do emprego formal

com ajustes, entre contratações e demissões das atividades gerais e, também, das

indústrias de transformação no TCPN, na qual a atividade papeleira está inserida.

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Gráfico 21 - Evolução emprego formal com ajuste TCPN

Fonte: Schick, (2016, p. 155).

De acordo com Schick (2016), no gráfico as linhas dos saldos de vagas estão

apresentando uma semelhança entre o item geral e de transformação. Vale ressaltar

que, no TCPN, houve uma redução das vagas no item geral de -2.842 vagas que

representa -4,85% e das vagas do item transformação uma redução nas vagas de -

1.741 o que representa uma redução de -4,79% das vagas de Santa Catarina.

Gráfico 22 - Evolução emprego formal com ajuste TCMOC

Fonte: Schick, (2016, p.157).

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No gráfico 22, conforme Schick (2016), as linhas dos saldos de vagas estão

apresentando uma variação semelhante entre os períodos de 2010 e 2015, mas o

item geral teve uma redução de -545 que representa -0,93% das vagas e o item

transformação com uma redução de -708 que representa -1,95%, quando

comparado com as reduções do Estado de Santa Catarina.

4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Verifica-se, através dos dados levantados que em ambos os Territórios há

municípios com IDH muito baixo, figurando entre os mais baixos do Estado de Santa

Catarina, estes municípios estão entre as faixas de Desenvolvimento Humano

Municipal de Médio, Alto e Muito Alto, sendo a maior representatividade para Alto.

Destacam-se os municípios de Joaçaba como 8º colocado na Posição

Nacional, Luzerna 71º e Porto União 87º, estes figurando entre os primeiros 100

municípios.

Quanto à média do IDH Nacional, em 2010, é de 0,727, sendo que no TCPN

é de 0,719 e no TCMOC, 0,731, sendo superior à média Nacional, mas ambos

abaixo da média Estadual de 0,774.

Na aplicação do questionário, identificou-se a preocupação destas empresas

em relação a aspectos sociais e ambientais, e praticamente todas as empresas são

formadas por capital Nacional/Estadual.

Possuem número expressivo de colaboradores, o que representa um dado

relevante pelo aspecto social, mantendo estas pessoas nos Territórios, não

necessariamente são colaboradores oriundos apenas das cidades sedes, mas dos

municípios vizinhos.

Verificou-se que a média salarial para estas empresas, na grande maioria,

está pouco acima da média nacional para a indústria de transformação, o que

representa maior movimentação econômica para estes Territórios.

Não se limita apenas aos salários, mas também aos benefícios concedidos

aos colaboradores, que além de ter uma importância social, existe todo um aspecto

econômico envolvido, incrementando outras atividades como Universidades,

serviços hospitalares, entre outros.

Para o aspecto ambiental, constatou-se que todas as empresas têm uma

preocupação com esta questão, pois, informaram dar o destino adequado para os

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resíduos. Assim, habilitam-se adequadamente para exercerem suas atividades, de

acordo com a legislação ambiental. Além disso, justificam-se os prêmios recebidos.

Observou-se também a existência da percepção da importância da atividade

na economia Regional, assim se tornando ainda mais importante a manutenção

destas empresas.

Em relação às informações econômicas, verifica-se a importância, para os

Territórios, da atividade papeleira, com maior relevância para o TCPN, onde em

2014, houve uma participação de 13,55% no movimento econômico deste Território,

já para o TCMOC, esta participação representou 4,89% do movimento econômico.

Em ambos os Territórios, a atividade de maior representatividade no

movimento econômico foi a Produção Primária.

Vale destacar a importância do setor papeleiro para alguns municípios como

Três Barras, no TCPN, em que esta atividade representa 71,53% do valor

adicionado no município. Já no TCMOC no município de Vargem Bonita há uma

representatividade de 65,46%, e o município de Faxinal dos Guedes com 23,59% do

valor adicionado.

Este indicador tem relação direta com o repasse de impostos tal como, por

exemplo, de ICMS aos municípios.

Foi possível identificar que, para o TCMOC, a atividade papeleira vem se

mantendo ou com um leve incremento do valor adicionado do Território na faixa de

5,00%, no período 2006 a 2014. Já para o TCPN, este incremento é significativo,

passando da faixa de 7,00% para 13,00%, neste mesmo período.

Isso demonstra a importância econômica e social para o desenvolvimento

destes Territórios e também do Estado de SC, com a introdução de marcas sólidas

para todo o mercado nacional, que é o grande foco destas empresas.

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5. CONCLUSÕES

Estas empresas estão inseridas nos dois Territórios de Santa Catarina, tendo

uma maior presença no TCPN com nove empresas em 5 municípios. Já, no

TCMOC, são quatro empresas em 4 municípios.

A necessidade de tecnologia mais sofisticada de produção é exigida para a

atividade na busca por produtos de qualidade, o que se traduz no faturamento

elevado das mesmas, tornando-as enquadradas como empresas de grande porte

pela legislação.

O alto volume de faturamento resulta em grandes valores econômicos

recolhidos aos cofres Estadual e Federal que, em contrapartida, retornam quantias

parciais aos seus municípios de origem, através da cota parte dos municípios. Estes

valores dependem da movimentação econômica dos municípios catarinenses nos

quais as indústrias papeleiras estão inseridas.

A atividade, que envolve as indústrias papeleiras, no TCPN, no período de

2006 a 2014, teve um crescimento, passando de 7,24% para 12,20% do valor

adicionado deste Território, e se comparado à importância desta atividade no Estado

passou sua representatividade de 14,39% para 22,75%, ou seja, esta atividade no

âmbito Estadual está fortalecida.

A participação da atividade, no TCMOC, passou de 4,06%, em 2006, para

4,75%, em 2014, e a representatividade no Estado de 8,54% para 9,84%.

Em ambos os Territórios aconteceu aumento nas atividades no movimento

econômico, mas com maior ênfase no TCPN. Isto posto, além de incrementar a

economia Regional, tem influência na importância no retorno de impostos para os

municípios onde as empresas estão inseridas.

Estas empresas identificadas são responsáveis por mais de 5.000 empregos

diretos e muito provavelmente um número próximo deste de empregos indiretos.

Várias atividades estão interligadas às indústrias papeleiras, sejam elas de extração,

transporte, manutenções, segurança, treinamento entre outras.

Levando em consideração o número de famílias envolvidas por estes

empregos diretos e indiretos, se torna impossível calcular o montante de pessoas

beneficiadas pela atividade. Pessoas estas que mantêm os convívios familiares no

Território.

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Percebeu-se a preocupação social destas empresas, quando estas mantêm a

empregabilidade, concedendo a seus colaboradores e familiares benefícios como

auxílio educação, plano de saúde, auxílio odontológico, cesta básica, refeitório,

transporte e outros, além de buscar a qualificação de seus colaboradores.

Outro fator relevante e não menos importante é quanto aos salários médios,

que, desta atividade, estão acima da média nacional da indústria de transformação,

tendo uma maior valoração nos últimos anos.

Se existe um crescimento econômico, a qualificação profissional de seus

colaboradores e a preocupação social, por outro lado, há necessidade de se reduzir

qualquer impacto ambiental através de seus resíduos, o que ficou evidente na

pesquisa.

Em praticamente todas as empresas pesquisadas existe a geração de

resíduos, independentemente de qual tipo, mas em todas, sem exceção, ficou

evidenciado que têm destino apropriado.

Foi possível identificar empresas com processos altamente inovadores com

tecnologia de ponta, a fim de reduzir o volume de resíduo, já que nesta atividade é

muito grande este volume e, consequentemente, reduzir um passivo ambiental.

Em análise comparativa da importância desta atividade, nos Territórios da

Cidadania em Santa Catarina, percebe-se, nos aspectos econômicos, no TCPN, a

evidente representatividade, no número de empresas do segmento.

Quanto à relevância social e ambiental, percebe-se apresentar a mesma

representatividade, pois seguem os mesmos conceitos, e se têm uma mesma

configuração na concessão de benefícios, uma mesma percepção da importância de

mão-de-obra qualificada necessária para a atividade.

A preocupação e a necessidade de cuidar das questões ambientais são

primordiais, por isso os dois Territórios devem atender a mesma legislação.

E a fim de responder o problema, é possível identificar que as indústrias

papeleiras contribuem ao desenvolvimento socioeconômico dos Territórios da

Cidadania de Santa Catarina por meio da execução de suas atividades produtivas,

procurando sempre a melhoria contínua, que leva a investimentos e incrementos na

produção, com a consequente melhoria de processos produtivos.

Dá-se ênfase ao aprimoramento de seus colaboradores e familiares, pois é a

base no desenvolvimento desta atividade, e o fato de manter estas pessoas em seus

locais, já é uma garantia de qualidade de vida.

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Assim, a atividade papeleira é um dos principais fomentadores do

desenvolvimento regional nos territórios analisados, com maior proporção para o

TCPN .

E, por fim, nas sugestões para trabalhos futuros citam-se alguns itens a

serem investigados na atividade papeleira como: destinos dos resíduos gerados,

investimentos, entre tantos outros tópicos que fazem parte desta imensa cadeia que

é a indústria papeleira em Santa Catarina. E com relação à política pública dos

Territórios da Cidadania, muitas questões problemas podem ser investigadas como

investimentos, área de produção, educação, desenvolvimento e geração de

emprego e renda, dentre outros temas.

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6. REFERÊNCIAS

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APÊNDICES A: QUESTIONÁRIO

INDÚSTRIA PAPELEIRA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA SOCIOECONÔMICA NO

DESENVOLVIMENTO REGIONAL NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA DO

ESTADO DE SC, que faz parte integrante do processo de pesquisas do programa de

Mestrado em Desenvolvimento Regional. Sou o mestrando Rene Schick,

responsável pela pesquisa, sob a orientação do professor Dr. Reinaldo Knorek.

Este questionário está dividido em 5 blocos, sendo o 1º de identificação, 2º de

informações Sociais, 3º informações de produção/comércio, 4º com informações

ambientais e 5º questões sobre desenvolvimento regional.

BLOCO 1 – IDENTIFICAÇÃO

1- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - Convidamos o (a) Sr (a) para participar da Pesquisa INDÚSTRIA PAPELEIRA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA SOCIOECONÔMICA NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA DO ESTADO DE SC, sob a responsabilidade do pesquisador Rene Schick, a qual pretende analisar a participação das indústrias papeleiras no desenvolvimento dos Territórios da Cidadania de Santa Catarina.

Sua participação é voluntária e se dará por meio de respostas ao questionário formulado a fim de atender a pesquisa.

A sua participação é isenta de despesas e tem direito a tomar conhecimento e informações referentes aos resultados da pesquisa em questão.

A pesquisa se justifica pela compreensão do apoio da indústria papeleira com um dos principais ramos de atividades industriais nestes dois territórios, sendo os riscos mínimos com o desconforto ao responder.

Se depois de consentir em sua participação o Sr (a) desistir de continuar participando, tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua pessoa.

O (a) Sr (a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não será divulgada, sendo guardada em sigilo. Para qualquer outra informação, o (a) Sr (a) poderá entrar em contato com o pesquisador Rene Schick, pelo telefone (47) 9966 2999, ou poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/UnC, na Av. Presidente Nereu Ramos, 1071, Jardim do Moinho, Mafra-SC, telefone (47) 3641-5500 e/ou e-mail [email protected].

Eu, “Abaixo identificado”, fui informado sobre o que o pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por

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isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso desistir quando quiser, sem qualquer explicação. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós. Sim Não

2- Identificação da Empresa: _____________________________________________

3- Nome do Respondente ___________________Cargo__________________ Email ________________________Tempo de Empresa____________

4- Constituição do Capital Catarinense Nacional Estrangeiro Nacional/Estrangeiro

BLOCO 2 – INFORMAÇÕES SOCIAIS

5- A Empresa Mantém convênios com: Senac/Senai Universidades Escolas Técnicas Outros

6- A Empresa é apoiadora de projetos Sociais? Sim Não

7- A Empresa possui clube de associados ou Associação de Funcionários? Sim Não

8- Número de Colaboradores Até 100 De 101 a 300 De 301 a 500 De 501 a 1000 Acima de 1001

9- A Empresa tem em seu quadro, colaboradores advindos de municípios vizinhos?

Sim Não

10-Se sim, de quais municípios? __________________________________________

11-A Empresa fornece capacitação a seus colaboradores? Sim Não

12-Percentual de Colaboradores com: Curso Técnico _____% Nível Superior _____% Outros_____%

13-Assinale quais benefícios a Empresa disponibiliza a seus colaboradores:

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Plano de Saúde Auxilio Odontológico Transporte Refeitório Auxilio Educação Creche Cesta Básica Outros

14-Qual foi a média do rendimento de seus colaboradores em 31/12/2015? Até R$1.200,00 De R$1.201,00 a R$1.750,00 De R$1.701,00 a R$2.250,00 De R$2.251,00 a R$2.750,00 Acima de R$2.751,00

BLOCO 3 – INFORMAÇÕES DE PRODUÇÃO/COMÉRCIO

15-Qual é a classificação do Ramo de Atividade Papel e Celulose Produtos de Embalagem Produtos de Higiene Pessoal Outros

16-Fonte de Matéria Prima Florestal Reciclado Florestal e Reciclado Outros

17-Origem de sua Matéria Prima: SC PR e RS Demais Estados Importação

18-A Empresa possui Reflorestamento Sim Não

19-Qual é a área reflorestada pela Empresa em (ha)? _________________________________

20-Região de Atuação: SC Sul do Brasil Brasil Exportação Exclusivamente exportação

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BLOCO 4 – INFORMAÇÕES AMBIENTAIS

21-Sua Empresa Gera Resíduos em seus processos? Sim Não

22-Quais são os Resíduos? Sólidos Gasosos Líquidos Subprodutos Não gera Resíduo Outros

23-A Empresa possui Licenças, quais? LAP LAI LAO CTF Cadastro Técnico Federal Licença para aquisição de Prod Químicos (Polícia Federal)

Licença para aquisição de Prod Químicos (Polícia Civil) Licença para aquisição de Prod Químicos (Exército – Casos excepcionais) Licença de Funcionamento da Segurança Orgânica (Policia Federal) Registro do SESMT no Ministério do Trabalho CAI. Da Empresa (Certificado de aprovação das Instalações MTE) Responsável Técnico no CRQ (AFT)

Outras

24-A Empresa possui Certificações de Gestão? Sim Não

25-A Empresa possui um sistema de Gestão Ambiental? Sim Não

26-A Empresa utiliza algum indicador de Desempenho Ambiental? Sim Não

27-A Empresa possui Estação de Tratamento de Efluentes? Sim Não

28-A Empresa possui aterro industrial? Sim Não

29-Qual é o destino de seus resíduos: Aterro Industrial Próprio Aterro Industrial de Terceiros Reprocessamento Sem Destino Outros

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BLOCO 5 – DESENVOLVIMENTO REGIONAL

30-A empresa possui projetos de inovação tecnológica e de processos? Sim Não

31-Qual é o pensamento da Empresa quanto a importância do setor para o Desenvolvimento Regional, ou da região onde atua? _______________________________________________________

32-TERMO DE AUTORIZAÇÃO E COMPROMISSO - Eu “Acima identificado”, responsável pela(o) empresa já identificada, autorizo a realização do estudo INDUSTRIA PAPELEIRA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA SOCIOECONÔMICA NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA DO ESTADO DE SC, a ser conduzido pelos pesquisadores abaixo relacionados. Fui informado pelo responsável do estudo sobre as características e objetivos da pesquisa, bem como das atividades que serão realizadas na instituição a qual represento. Declaro ter lido e concordar com a execução deste projeto nesta Instituição. Pesquisadores Envolvidos: Rene Schick Sim Não

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ANEXO A: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

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ANEXO B: TERMOS DE AUTORIZAÇÃO E COMPROMISSO

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA,

PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

TERMO DE AUTORIZAÇÃO E COMPROMISSO

Eu......................................................................., abaixo assinado, responsável

pela(o) ..........................................................................................................................,

autorizo a realização do estudo INDÚSTRIA PAPELEIRA: UMA ANÁLISE

COMPARATIVA SOCIOECONÔMICA NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL NOS

TERRITÓRIOS DA CIDADANIA DO ESTADO DE SC, a ser conduzido pelos

pesquisadores abaixo relacionados. Fui informado pelo responsável do estudo sobre

as características e objetivos da pesquisa, bem como das atividades que serão

realizadas na instituição a qual represento.

Declaro ter lido e concordar com a execução deste projeto nesta Instituição.

Pesquisadores Envolvidos: Rene Schick

.............................................,........ de .......................de 20.......

__________________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional

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ANEXO C: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA,

PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convidamos o (a) Sr (a) para participar da Pesquisa INDÚSTRIA PAPELEIRA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA SOCIOECONÔMICA NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL NOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA DO ESTADO DE SC, sob a responsabilidade do pesquisador Rene Schick, a qual pretende Analisar a participação das indústrias papeleiras no desenvolvimento dos Territórios da Cidadania de Santa Catarina.

Sua participação é voluntária e se dará por meio de respostas ao questionário formulado a fim de atender a pesquisa.

A sua participação é isenta de despesas e tem direito a tomar conhecimento e informações referentes aos resultados da pesquisa em questão.

A pesquisa se justifica pela compreensão do apoio da indusria papeleira como um dos principais ramos de atividades industriais nestes dois territórios, sendo os riscos mínimos com o desconforto ao responder.

Se depois de consentir em sua participação o Sr (a) desistir de continuar participando, tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua pessoa.

O (a) Sr (a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não será divulgada, sendo guardada em sigilo. Para qualquer outra informação, o (a) Sr (a) poderá entrar em contato com o pesquisador Rene Schick, pelo telefone (47) 9966 2999, ou poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/UnC, na Av. Presidente Nereu Ramos, 1071, Jardim do Moinho, Mafra-SC, telefone (47) 3641-5500 e/ou e-mail [email protected]

Eu,___________________________________________________________, fui informado sobre o que o pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso desistir quando quiser, sem qualquer explicação. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós.

Data: ___/ ____/ _____ ________________________________ Assinatura do participante __________________________________ Assinatura do professor Responsável Profissão: Contador/Professor CPF: 659.796.219-20 Impressão do dedo polegar

Caso não saiba assinar