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MATHEUS DARBI DA SILVA PASSOS ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO DE UM LABORATÓRIO INSTRUMENTAL DE ACORDO COM AS MELHORES PRÁTICAS DO PMBOK Lorena - SP, 2015 MATHEUS DARBI DA SILVA PASSOS UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena

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MATHEUS DARBI DA SILVA PASSOS

ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO DE UM LABORATÓRIO

INSTRUMENTAL DE ACORDO COM AS MELHORES PRÁTICAS DO PMBOK

Lorena - SP, 2015

MATHEUS DARBI DA SILVA PASSOS

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Engenharia de Lorena

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ELABORAÇÃO DE UM PROJETO BÁSICO DE UM LABORATÓRIO

INSTRUMENTAL DE ACORDO COM AS MELHORES PRÁTICAS DO PMBOK

Trabalho de conclusão de curso

apresentado à Escola de Engenharia de

Lorena (Universidade de São Paulo)

como requisito legal para a conclusão de

graduação no curso de Engenharia

Industrial Química.

Orientador: Professor Dr. Marco Antonio Carvalho Pe reira

Lorena - SP, 2015

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus pela minha vida, trajetória, aprendizado e

oportunidades proporcionadas.

Ao meu pai Benedito Afonso dos Passos, minha mãe Edna Maria da Silva

Passos e à minha irmã Alyne Naite da Silva Passos, motivos de orgulho, pela

educação, carinho, incentivo e suporte material que me deram.

Aos meus avós maternos que sempre intercederam e sonharam com a

conclusão do curso de Engenharia Industrial Química na Universidade de São

Paulo.

À minha namorada, Juliana Paiva Batagini, que esteve presente me

aconselhando e dando toda a força que necessitava, além do apoio prestado

durante todo o curso e na realização deste trabalho.

Ao departamento de engenharia da BASF onde realizei estágio e tive a

oportunidade de trabalho e aprendizado. Aos engenheiros da empresa José do

Patrocínio, José Toledo Fernandes e ao Gerente de departamento Antonio Carlos

Cipolli por me auxiliarem e permitirem a utilização dos dados da empresa nesse

projeto, o que foi de fundamental importância.

Ao querido professor e orientador ,Dr. Marco Antonio Carvalho Pereira,

pelo suporte, orientação e apoio prestado à realização deste trabalho.

Finalmente, aos meus colegas de faculdade, em especial à Natalya Costa,

que me auxiliou em horas de estudos e foi de grande importância na minha

formação acadêmica.

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RESUMO

PASSOS, M. D. S. Elaboração de um projeto básico de um Laboratório

Instrumental de acordo com as melhores práticas do PMBOK. 2015. 57f.

Monografia (Trabalho de Graduação) – Escola de Engenharia de Lorena -

Universidade de São Paulo, Lorena, 2015.

Com a maior competitividade das empresas no mercado, dentro de um contexto

econômico mundial, organizações têm realizado investimentos para atingir as

suas metas econômicas de crescimento. Visando a otimização do uso de seus

recursos, as empresas estão buscando maior planejamento de suas ações para

garantir o retorno financeiro esperado. Quando esses investimentos são feitos em

forma de projetos, as boas práticas criadas para gerenciá-los se tornam

essenciais para a redução dos riscos e minimização dos desvios de custo e

tempo. Visando atingir a meta global de crescimento econômico, a BASF -

empresa onde foi feito esse trabalho - tem realizado investimentos em diversas

áreas para maximizar seus lucros. Com a recente expansão do setor de

agroquímicos da fábrica de Guaratinguetá, através da instalação de duas novas

plantas químicas, a demanda analítica do Laboratório Central de Controle da

Qualidade (LCCQ) foi ampliada. Sendo assim, o laboratório instrumental, que

compõe o LCCQ da fábrica, precisa ser deslocado para uma área maior. Teve-se

como intuito, nesse trabalho, elaborar um projeto básico de engenharia

fornecendo estimativa de custo para o Laboratório Instrumental, afim de que seja

submetido à aprovação para execução no tempo devido. Esse projeto foi

elaborado de acordo com os procedimentos internos da empresa em harmonia

com as boas práticas descritas no guia PMBOK. Para elaborar esse trabalho,

foram utilizados grupos de processos de planejamento de forma a abordar alguns

processos de gerenciamento de escopo, custos e recursos humanos. Como

resultado, foi possível obter o custo total estimado do projeto e validar os

procedimentos da empresa em relação as boas práticas descritas no guia

PMBOK.

Palavras-chave: PMBOK. Projetos. Laboratório.

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ABSTRACT

PASSOS, M. D. S. Elaboration of a basic project of an Instrumental L ab

regarding the PMBOK best practices. 2015. 57p. Thesis (Undergraduate) -

Engineering School of Lorena, University of São Paulo, Lorena, 2015.

Due to the higher competition among companies in the worldwide economical

context, organizations have been investing to achieve their economic goals of

growth. Aiming at minimizing resources, companies are currently looking for better

action planning to ensure the expected financial return. Once those investments

are made as projects, the good practices created to manage them become crucial

to reduce risks and minimize both costs and time variance. In order to meet the

global target of economic growth, BSF has been developed projects in different

areas for maximizing overall profit. As a result of the installation of two new

chemical facilities, there is a recent expansion of agrochemical division located in

Guaratinguetá along with an enlargement of the Central Quality Control Lab. For

this reason, the instrumental lab cell might be relocated to a bigger area and thus,

the available location will be occupied by another analytical cell. This present

projects aims to develop a basic engineering project providing cost estimate for an

instrumental lab and consequently submit it to execution approval. This project

was made according to the internal company procedures and the good practice

described in the PMBOK guide. It should be highlighted that planning process

groups will be emphasized in order to approach processes of scope management,

costs and human resources. As a result, it was possible to obtain the total cost of

the project and validate the company's procedures regarding best practices

described in the PMBOK guide.

Keywords: PMBOK. Projects. Laboratory.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL .................. .................................................. 18 FIGURA 2 - ORGANIZAÇÃO MATRICIAL FRACA ............ ............................................ 18 FIGURA 3 - ORGANIZAÇÃO MATRIZ POR MATRICIAL ....... ....................................... 19 FIGURA 4 - ORGANIZAÇÃO MATRICIAL FORTE ............ ............................................ 19 FIGURA 5 – ORGANIZAÇÃO PROJETIZADA ................ ............................................... 20 FIGURA 6 - GRUPOS DE PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ....... 22 FIGURA 7 - LAYOUT SIMPLIFICADO DO LABORATÓRIO ..... ..................................... 29 FIGURA 8 - ORGANOGRAMA DOS RECURSOS HUMANOS ....... ............................... 34 FIGURA 9 - EAP DO PROJETO ......................... ............................................................ 44 FIGURA 10 - LAYOUT DO MOBILIÁRIO DOS ESCRITÓRIOS .. ................................... 48 FIGURA 11 - LAYOUT 3D DE BANCADAS DO LABORATÓRIO .. ................................ 49 LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - TAXA DE INVESTIMENTO (EM % DO PIB A PRE ÇOS CONSTANTES DE 2010) ....................................................................................................................... 12

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - INFLUÊNCIA DAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAI S NOS PROJETOS ................................................................................................................................ 17

QUADRO 2 - GRUPO DE PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS E MAPEAMENTO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ............................................. 26

QUADRO 3 - DOCUMENTAÇÃO DE REQUISITOS DO PROJETO ............................... 33 LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DO PROJETO DE DETAL HAMENTO ............ 47 TABELA 2 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL .............................. 47 TABELA 3 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DE UTILIDADES ............................................ 48 TABELA 4 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DO MOBILIÁRIO PARA ESCRITÓRIOS E

LABORATÓRIO ...................................................................................................... 49 TABELA 5 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA E LÉTRICA .............. 50 TABELA 6 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DE TECNOLOGIA DA IN FORMAÇÃO E

AUTOMAÇÃO ......................................................................................................... 50 TABELA 7 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DE SEGURANÇA E COMB ATE A INCÊNDIO51 TABELA 8 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DE CLIMATIZAÇÃO E E XAUSTÃO ............... 51 TABELA 9 - ESTIMATIVA DE CUSTOS DE LEGALIZAÇÃO ........................................ 51 TABELA 10 - ESTIMATIVA DO CUSTO TOTAL DO PROJETO .................................... 52

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LISTA DE SIGLAS

PAC - Programa de Aceleração de Crescimento

PETROBRAS - Petróleo Brasileiro S.A.

PIB - Produto Interno Bruto

LCCQ - Laboratório Central de Controle de Qualidade

PMBOK - Project Management Body of Knowledge

PMI - Project Management Institute

ANSI - American National Standards Institute

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

EAP - Estrutura Analítica do Projeto

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12

1.1. Contextualização ............................................................................................... 12

1.2. Objetivo .............................................................................................................. 14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 15

2.1. Importância do Gerenciamento de Projetos .................................................... 15

2.2. Influências Organizacionais no Gerenciamento d e Projetos .......................... 16

2.3. PMI e PMBOK ..................................................................................................... 20

2.3.1. Ciclo de Vida de um Projeto ........................................................................ 21

2.3.2. Grupos de Processos de Gerenciamento de Proj etos .............................. 22

2.3.3. Processos de Gerenciamento de Projetos ................................................. 23

2.3.4. Áreas de Conhecimento para Gerenciamento de Projetos ....................... 24

2.4. Características Gerais de Projetos de Engenhar ia .......................................... 27

3. METODOLOGIA ...................................................................................................... 28

3.1. A empresa .......................................................................................................... 28

3.2. O Laboratório Instrumental ............................................................................... 28

3.3. Método de Pesquisa .......................................................................................... 30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 31

4.1. Coleta dos Requisitos do Projeto ..................................................................... 31

4.2. Plano de Gerenciamento de Recursos Humanos ............................................ 33

4.2.1. Gerente do Projeto ....................................................................................... 34

4.2.2. Gerente de Tecnologia ................................................................................. 35

4.2.3. Engenheiro do Projeto ................................................................................. 36

4.2.4. Comitê Diretivo ............................................................................................. 36

4.2.5. Gerente de Operações do Projeto ............................................................... 37

4.2.6. Operação do Laboratório ............................................................................. 37

4.2.7. Gerente de Manutenção ............................................................................... 37

4.3. Definição do Escopo ......................................................................................... 37

4.3.1. Legalização ................................................................................................... 38

4.3.2. Construção Civil ........................................................................................... 39

4.3.3. Mobiliário ...................................................................................................... 39

4.3.4. Climatização e Exaustão .............................................................................. 40

4.3.5. Infraestrutura Elétrica Interna e Externa ..................................................... 40

4.3.6. Tecnologia da Informação e Automação .................................................... 41

4.3.7. Utilidades ...................................................................................................... 42

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4.3.8. Segurança e Combate a Incêndio ............................................................... 42

4.3.9. Exclusões e Premissas ................................................................................ 42

4.4. Elaboração da Estrutura Analítica do Projeto ( EAP) ....................................... 43

4.5. Estimativa de Custos ......................................................................................... 45

4.5.1. Custos do Projeto de Detalhamento ........................................................... 45

4.5.2. Custos de Construção Civil ......................................................................... 47

4.5.3. Custos de Utilidades .................................................................................... 47

4.5.4. Custos de Mobiliário .................................................................................... 48

4.5.5. Custos de Infraestrutura Elétrica ................................................................ 49

4.5.6. Custos de Tecnologia da Informação e Automaç ão .................................. 50

4.5.7. Custos de Segurança e Combate a Incêndio ............................................. 50

4.5.8. Custos de Climatização e Exaustão ............................................................ 51

4.5.9. Custos de Legalização ................................................................................. 51

4.6. Determinação do Custo Total do Projeto ......................................................... 52

4.7. Considerações Finais ........................................................................................ 53

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 56

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

A economia brasileira, nos últimos anos, apresentou fortes indícios de um

alto poder interno e externo de investimento (ONUBR, 2015). Com os grandes

eventos que estão sendo sediados no país, como a Copa do Mundo 2014 e as

Olimpíadas de 2016, altos investimentos nos setores de tecnologia e

infraestrutura vem sendo realizados. Ainda em caráter federal, a Petróleo

Brasileiro S.A. (PETROBRAS), maior empresa nacional, traçou plano de

investimentos bilionários impulsionando os projetos de grande porte no país

(PETROBRAS, 2015). Nesse sentido, visando acelerar o crescimento econômico

do Brasil, o Programa de aceleração de crescimento (PAC), criado em 2007,

proporcionou grande número de obras de infraestrutura, logística e de

desenvolvimento energético em nosso território. A crescente evolução de

investimentos impulsionada por estes fatos pode ser constatada, no gráfico 1,

através da taxa de investimento que relaciona a Formação Bruta de Capital Fixo e

o Produto Interno Bruto (PIB).

Gráfico 1 - Taxa de investimento (em % do PIB a pre ços constantes de 2010)

Fonte: BNDES, 2012

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Tratando de investimentos externos provenientes de indústrias no Brasil,

Bastos e Costa (2010, p.147) escrevem sobre o cenário de investimentos da

indústria química fazendo a seguinte projeção:

Tendo em vista o crescimento projetado para a economia brasileira para os próximos anos, considerando a alta elasticidade da indústria, cria-se grandes possibilidades de expansão para a produção química local, que dependerá, contudo, tanto da ampliação sem precedentes dos níveis de investimentos para aumento da competitividade e expansão de capacidade dos produtos já existentes, quanto da implantação de unidades industriais com vistas à diversificação do parque fabril do país.

Empresas químicas de grande porte têm realizado diversos projetos no

Brasil. Recentemente, a BASF investiu cerca de 1,5 bilhões de reais, tendo como

destaque a construção de um complexo químico no estado da Bahia.

A previsão de investimentos no país era muito otimista, conforme os

elementos discutidos anteriormente. Os grandes projetos, ainda em andamento

no país, foram aprovados mediante aos cenários predecessores ao ano de 2015.

A partir do ano atual, devido ao cenário de instabilidade econômica e política do

Brasil, há previsão de redução de investimentos dos setores de indústria,

serviços, comércio e construção.

Sendo assim, com a alta competitividade no mercado em um cenário

econômico mundial, as empresas e organizações têm buscado garantir eficiência

de investimentos para maximizar a rentabilidade de seus negócios. Dessa

maneira, toda ação deve ser previamente planejada a fim de se obter, através

dela, os resultados almejados e definidos pelas organizações, principalmente em

cenários econômicos instáveis.

Soluções, tais como o aumento de capacidade de produção, inovações

tecnológicas, que visam aumento de produtividade e/ou fornecimento de produtos

e serviços inovadores, são cada vez mais utilizadas para atingir os critérios

empresariais e retorno esperado. Assim, para implementar seus planos de

investimento, as empresas realizam projetos em diversas áreas. Diante disso,

boas práticas de gerenciamento de projetos se fazem necessárias, a fim de

minimizar desperdícios dos recursos disponibilizados para a execução do projeto,

como tempo, tecnologia e verba, por exemplo. As boas práticas em

gerenciamento de projetos são capazes de prever e minimizar os riscos

existentes nessa forma de investimento.

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A gama de tipos de projetos em uma indústria química de grande porte é

muito diversa. Existem projetos que variam de novas plantas químicas, novos

laboratórios e infraestrutura da fábrica, até projetos de segurança patrimonial e da

informação. Nesse ramo de indústria, além da possibilidade de um alto número de

mudanças de escopo, prazos mal estabelecidos, inviabilidade econômica, a falta

de gerenciamento de projetos pode ocasionar a uma empresa, sérios problemas

de meio ambiente, segurança e/ou saúde dos envolvidos.

Tendo como enfoque nesse trabalho o projeto em uma indústria inserida

nesse cenário econômico e industrial dos últimos anos, o tema de gerenciamento

de projetos tornou-se extremamente importante para garantir o sucesso de cada

projeto que venha a ser desenvolvido, independentemente da área de aplicação e

cenário econômico.

1.2. Objetivo

O objetivo geral do trabalho realizado foi de elaborar um projeto básico de

engenharia para reforma de um laboratório instrumental. A elaboração deste

projeto básico seguiu os procedimentos internos da empresa em harmonia com

as boas práticas descritas no guia Project Management Body of Knowledge

(PMBOK), pois nessa empresa, todos os projetos precisam passar por essa fase

para que possam ser aprovados, a fim de que posteriormente possa ser

elaborado o projeto executivo.

Além disso, o trabalho realizado nesta monografia teve os seguintes

objetivos específicos:

- Fornecer estimativa de custo total da reforma do laboratório para colaborar

em decisões gerenciais e estratégia da empresa;

- Aplicar e ampliar os conhecimentos a respeito de gerenciamento de projetos

e validar as boas práticas utilizadas na empresa em relação guia PMBOK.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Importância do Gerenciamento de Projetos

Projeto é definido como sendo um empreendimento que não se repete, que

se caracteriza através de uma sequência lógica de eventos definidos, com início,

meio e fim (PMI, 2013). De acordo com Vargas (2006), outros atributos relevantes

de projeto podem ser destacados:

• Possui metas e objetivos claros a serem atingidos.

• É conduzido por pessoas.

• A não compreensão das variáveis de projeto pode levar o processo de

desenvolvimento a ser altamente desordenado.

• Possui critérios como custos e prazos bem definidos para suas atividades.

• Diversos recursos como pessoas, equipamentos e capital são inseridos no

projeto para realização das atividades.

Primariamente, o sucesso de projetos era verificado exclusivamente na

execução do que foi planejado mediante fatores como custos, prazos e qualidade.

Ao passar do tempo, essa visão foi ampliada de modo que atualmente outros

aspectos são levados em consideração. De acordo com PMI (2013), o sucesso de

um projeto se baseia na entrega bem-sucedida dos produtos, serviços ou

resultados solicitados de modo que as metas, objetivos organizacionais e

satisfação do cliente sejam atingidos.

Nesse contexto, o gerenciamento de projetos surge como aplicação de

ferramentas, técnicas, e conhecimento com aplicação específica que contribuem

para um aumento da probabilidade de sucesso para uma ampla variedade de

projetos (PMI, 2013).

Salientando a importância do gerenciamento de projetos, Vargas (2006)

afirma que ele proporciona grandes benefícios no intuito de conseguir os

resultados desejados dentro do prazo e do orçamento definido pela organização,

não se restringindo apenas a grandes e complexos projetos. Ele pode ser

utilizado em empreendimentos com graus de complexidades e custos diversos.

Dentre os principais benefícios, podem-se destacar os seguintes:

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• Reduz imprevistos durante a execução do projeto;

• Prevê possíveis condições adversas, possibilitando assim, ações prévias

de correção;

• Possibilita conhecimento dos orçamentos antes do início dos gastos;

• Facilita na tomada de decisões, tendo em vista que as informações estão

estruturadas e disponibilizadas;

• Confere maior controle gerencial de todas as fases do projeto a serem

implementadas;

• Potencializa a alocação dos recursos;

• Documenta e propicia base e fonte para estimativas de futuros projetos.

2.2. Influências Organizacionais no Gerenciamento d e Projetos

Carvalho e Rabechini Jr. (2005) salientam que o gerenciamento de projetos

é realmente eficiente e agregador de valor se conduzido em um âmbito

organizacional, pelo fato de ser constituído por um processo de mudanças

culturais que envolvem a criação de níveis de competências, elaboração de uma

metodologia própria de gerenciamento, com um projeto de estrutura

organizacional que suporte a área de gestão de projetos e a carreira do

profissional que atua como gerente de projetos.

De acordo com PMI (2013), estrutura, estilo e cultura da empresa atuam no

modo como os projetos são executados. As experiências comuns das empresas,

quanto a forma de desenvolvimento de projetos, podem incluir desde visões

compartilhadas como missão e valores da organização até regulamentos,

métodos e procedimentos comuns.

Freitas (2014) afirma que fatores ambientais da empresa podem ser

definidos como aspectos do ambiente corporativo que impactam diretamente no

projeto, como por exemplo, cultura e estrutura organizacional das corporações. As

estruturas organizacionais podem afetar a disponibilidade dos recursos e

influenciarem como os projetos são conduzidos. Elas variam de funcionais a

projetizadas, tendo como variantes, as estruturas matriciais que diferenciam a

autoridade do gerente do projeto nessas estruturas. (PMI, 2013).

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Através do quadro 1, verifica-se as principais características relacionadas

a projetos dos principais tipos de estruturas organizacionais.

Quadro 1 - Influência das estruturas organizacionai s nos projetos

Fonte: PMI, 2013

É de consenso entre os autores sobre esse tema, o fato de que o gerente

de projetos é a pessoa designada pela empresa para coordenar a equipe

responsável para atingir os objetivos do projeto. A organização funcional clássica

insere o projeto a ser executado na responsabilidade de um dos departamentos

funcionais da empresa. Dessa maneira, o responsável pelo projeto passa a ser o

gerente funcional deste departamento de modo que cada área realize o seu

projeto de maneira independente de outros departamentos (PMI, 2013). Através

da figura 1, é possível verificar esse tipo de organização onde cada funcionário

possui um superior bem definido.

As organizações matriciais são uma mistura de características funcionais e

projetizadas. O PMI (2013) permite classificar as organizações matriciais em

fracas, matricial ou fortes, variando entre elas a influência e autoridade entre os

gerentes funcionais e gerentes de projetos.

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Figura 1 - Organização funcional

Fonte: PMI, 2013

Nesse cenário organizacional, times de projeto lidam com as mesmas

pessoas que pertencem às áreas específicas da empresa. Muitas das

características de uma organização funcional se preservam nas organizações

matriciais fracas. Elas são mais parecidas com a estrutura funcional e os gerentes

funcionais possuem um maior poder em comparação aos gerentes de projeto. Os

gerentes de projetos atuam como facilitadores, não tendo autonomia em todas as

decisões de projetos. Essa estrutura pode ser visualizada na figura 2.

Figura 2 - Organização matricial fraca

Fonte: PMI, 2013

Outro modo das organizações se estruturarem, quanto ao gerenciamento

de projetos, é através da estrutura matricial equilibrada, que embora reconheça a

necessidade de um líder para o projeto, não fornece a ele autoridade na tomada

de decisões e nem sobre o controle dos recursos financeiros. A figura 3 permite

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perceber que de uma maneira simplificada, gerentes de projeto e gerentes

funcionais tem igualdade de influência sobre o trabalho e recursos.

Figura 3 - Organização matriz por matricial

Fonte: PMI, 2013

O terceiro tipo de organização matricial é a forte. Nessa estrutura, como

apresentado na figura 4, os gerentes de projeto podem se dedicar em tempo

integral e possuem autoridade considerável com time administrativo dedicado no

projeto (PMI, 2013).

Figura 4 - Organização matricial forte

Fonte: PMI, 2013

Outra modalidade organizacional a ser destacada é a organização

projetizada. Verifica-se através da figura 5 que nesse sistema organizacional, a

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empresa possui maior parte de seus recursos envolvidos nos projetos onde o

gerente tem alta autoridade e independência (PMI, 2013).

Figura 5 – Organização projetizada

Fonte: PMI, 2013

Muitas organizações utilizam todas as estruturas apresentadas em vários

níveis, podendo originar organizações de caráter híbrido. Capacidade estratégica

do projeto, grau de maturidade em gerenciamento de projetos e importância

estratégica de projetos específicos são fatores que podem determinar sistema

organizacional. O modo de organização irá definir a dinâmica de trabalho do

grupo e afetará a maneira como os recursos humanos dos projetos serão

alocados e seu poder de atuação e decisão no projeto.

2.3. PMI e PMBOK

O gerenciamento de projetos é conceituado como uma das melhores

maneiras de se lidar com as ações no mundo corporativo visando melhor

utilização dos recursos (KERZNER, 2003). Partilhando desta visão e atuando de

maneira global com objetivo de aumentar o sucesso das empresas, a associação

Project Management Institute (PMI), é a uma das maiores associações que atuam

na área de gerenciamento de projetos no mundo (PMI, 2015). O PMI além de

estabelecer e promover procedimentos para os processos gerenciais, orienta os

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profissionais da área a respeito das expectativas que devem ter de si mesmo e

dos outros (PMI, 2013). Essa associação, que conta com mais de 700.000

associados (PMI, 2015), desenvolveu um código de conduta que dita obrigações

básicas de responsabilidade, respeito, justiça e honestidade. Esse código

estabelece, globalmente, que os profissionais devem ter compromisso com as

leis, regulamentos e políticas organizacionais de acordo com as empresas e

regiões em que atuam.

É fato que as indústrias, nas últimas décadas, têm buscado a melhor

performance na execução de seus projetos. Esta busca tem desenvolvido e

aperfeiçoado conceitos ligados ao gerenciamento de projetos. Associações como

PMI têm reunido conhecimentos e boas práticas nessa área e disponibilizado à

comunidade interessada no tema através do Guia PMBOK. Este guia proporciona

orientações quanto a gestão de projetos e fornece também os seus ciclos de vida

e processos gerenciais. Outra vantagem desse guia é o fato de fornecer e

promover vocabulário comum a ser utilizado por profissionais e equipes de

projetos, tendo como princípio o fato de um vocabulário comum ser essencial para

se exercer uma profissão (PMI, 2013). Em 1999, esse guia foi reconhecido como

um padrão de gerenciamento de projetos pelo American National Standards

Institute (ANSI). Por sua imensa importância internacional, se transformou num

padrão que é fonte de inspiração para criação das metodologias e procedimento

de quase todas as grandes empresas na atualidade. (PROJECT BUILDER, 2014).

2.3.1. Ciclo de Vida de um Projeto

PMI (2013) afirma que ciclo de vida de um projeto é a série de fases,

geralmente dadas em sequência, pelas quais um projeto transcorre desde o seu

início até a conclusão. Basicamente, as fases do ciclo de vida de um projeto são:

• Início do Projeto

• Planejamento

• Execução

• Monitoramento e Controle

• Encerramento do projeto

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O ciclo de vida de um projeto pode ser estabelecido ou adaptado em

harmonia com os aspectos organizacionais de cada empresa oferecendo uma

estrutura genérica para o gerenciamento do projeto, independentemente das

atividades envolvidas.

2.3.2. Grupos de Processos de Gerenciamento de Proj etos

Segundo o PMI (2013), é possível dividir o gerenciamento de projetos em 5

grupos de processos conforme figura 6.

Figura 6 - Grupos de processos de gerenciamento de projetos

Fonte: PMI, 2013

Os processos de gerenciamento de projetos são inseridos no grupo de

processos em que possui maior ocorrência daquela atividade. A natureza iterativa

do gerenciamento de projetos significa que os processos de qualquer grupo

podem ser usados novamente ao longo do ciclo de vida do projeto

Os cinco grupos possuem dependências claras entre si e não devem ser

confundidos com as fases do ciclo de vida de um projeto. De acordo com PMI

(2013), é possível que todos os grupos de processos ocorram dentro de uma

única fase:

• Iniciação : Processos realizados para esclarecer e definir novo projeto ou

fase de um projeto de modo a obter autorização para iniciar atividades;

• Planejamento : Processos que constituem atividades para estabelecer

escopo total do esforço. Principal benefício desse grupo é promover

estratégia de conclusão do projeto ou fase com sucesso;

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• Execução : Processos realizados com objetivo de concluir o trabalho que

atenderá as especificações e objetivos do projeto;

• Monitoramento e controle : Processos exigidos para acompanhar

performance e progresso do projeto. Esse monitoramento contínuo permite

obter uma visão geral e detectar áreas que precisem de atenção adicional;

• Encerramento : Esse grupo de processos visa verificar se os processos

definidos estão completos em todos os grupos de processos a fim de

encerrar o projeto ou uma fase do projeto, definindo formalmente seu

encerramento.

2.3.3. Processos de Gerenciamento de Projetos

De acordo com PMI (2013), processo é um grupo de medidas e atividades

que estão relacionadas entre si, sendo executadas para criar serviço, produto ou

resultado especificado previamente. Cada processo é determinado por suas

entradas, ferramentas e técnicas a serem utilizadas e suas saídas

correspondentes. De uma maneira simplificada, Freitas (2014) explica que

entradas correspondem ao que precisamos para iniciar o processo, ferramentas e

técnicas correspondem a maneira como trataremos as entradas, e finalmente,

saídas são os resultados desejados de cada processo. O guia PMI (2013), divide

os processos de gerenciamento de projetos em 5 categorias ou grupos, que são:

• Grupo de processos de iniciação: São os processos a serem praticados

para definir novo projeto ou fase de um projeto por meio de autorização de

iniciar as atividades;

• Grupo de processos de planejamento: Agrupa os processos utilizados

para aperfeiçoar o entendimento dos objetivos do projeto que visam

atender os objetivos para o qual o projeto será executado. Consiste em

processos que auxiliam a estabelecer escopo e plano de ação para atingir

o objetivo do projeto;

• Grupo de processos de execução: Reúne os processos realizados que

fazem referência a execução do trabalho que irá atender as especificações

do projeto;

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• Grupo de processos de monitoramento e controle: Associa os

processos necessários para acompanhar e controlar avanço e

desempenho do projeto. Propicia também ações que visam mudanças

necessárias no plano do projeto e iniciação das variações

correspondentes;

• Grupo de processos de encerramento: Visando concluir formalmente o

projeto, este grupo reúne os processos que finalizam todas as atividades e

obrigações contratuais pendentes. (PMI, 2013).

2.3.4. Áreas de Conhecimento para Gerenciamento de Projetos

Todos os processos de gerenciamento de projetos estão reunidos em 10

diferentes áreas de conhecimento descritas nas quinta edição do guia PMBOK

(PMI, 2013). Cada área de conhecimento representa um conjunto completo de

atividades, conceitos e termos que são utilizados de modo apropriado em

projetos. As áreas de conhecimento são:

• Gerenciamento da integração do projeto: Esta área reúne os processos

essenciais para garantir que os elementos do projeto estejam integrados

de maneira correta;

• Gerenciamento do escopo do projeto: Área que une os processos

necessários para garantir que esteja inserido no projeto, todo o trabalho

para garantir que todas as entregas e objetivos sejam cumpridos com

sucesso;

• Gerenciamento do tempo: Área que engloba os processos indicados para

possibilitar que o projeto seja concluído em prazo programado e acordado;

• Gerenciamento dos custos do projeto: Área que reúne processos

necessários para certificar que projeto seja realizado dentro do orçamento

estipulado;

• Gerenciamento da qualidade do projeto: Área que une os processos

requeridos para garantir que o projeto esteja em harmonia com as

solicitações e especificações feitas pelo cliente;

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• Gerenciamento dos recursos humanos do projeto: Área que inclui

todos os processos exigidos para melhor se utilizar os recursos humanos

disponibilizados para um projeto;

• Gerenciamento das comunicações do projeto: Área que engloba os

processos necessários para garantir o correto fluxo e acesso as

informações de um projeto;

• Gerenciamento dos riscos do projeto: Área que reúne processos que

auxiliam a identificar, quantificar e monitorar os riscos, possibilitando

monitoramento e controle;

• Gerenciamento das aquisições do projeto: Área que une os processos

requeridos para adquirir serviços e bens, possibilitando elaboração de

contratos para atender ou realizar as especificações do projeto;

• Gerenciamento das partes interessadas de um projeto : Área que inclui

os processos exigidos para identificar todas as pessoas e organizações

que podem impactar ou serem impactadas pelo projeto.

O quadro 2 apresenta o mapeamento dos processos de gerenciamento de

projetos nos 5 grupos de processos e 10 áreas de conhecimento.

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Quadro 2 - Grupo de processos de gerenciamento de projetos e m apeamento das Grupo de processos de gerenciamento de projetos e m apeamento das

áreas do conhecimento

Fonte: PMTECH (2015)

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Grupo de processos de gerenciamento de projetos e m apeamento das

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2.4. Características Gerais de Projetos de Engenhar ia

De acordo Michalick; Santanna e Coutinho (2008), os projetos de

engenharia se apresentam como sendo compostos por disciplinas ou áreas de

conhecimento específicas, como:

• Engenharia Econômica

• Engenharia de Processo (Químico, Mineral, etc.)

• Engenharia Ambiental

• Engenharia Elétrica

• Engenharia Mecânica

• Engenharia Civil

• Arquitetura

• Engenharia de Automação, Controle e Instrumentação

• Engenharia de Tubulação

• Demais engenharias (Química, Eletrônica, Petroquímica, Ferroviária,

Naval, etc.)

Conforme o Artigo 6o da Lei Federal 8666/93, um projeto básico de

engenharia é um conjunto de elementos que visa caracterizar obras ou serviços

que constituem empreendimento, de modo que especificações básicas

possibilitem realizar estimativa de seu custo e prazo para ser executado. Para

garantir o sucesso dessa fase de projeto, tendo em vista a grande

multidisciplinaridade, um eficiente gerenciamento pode garantir o sucesso e

reduzir impactos nos custos e desvios de escopo durante execução.

No Brasil, várias empresas utilizam a contratação de companhias

especializadas em serviços de gerenciamento e detalhamento de engenharia para

darem suporte na execução de projetos. Visando o maior sucesso dos projetos,

também desenvolvem metodologias próprias que visam garantir cumprimento de

escopo, prazo e orçamento (COUTINHO; NETO, 2009).

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3. METODOLOGIA

3.1. A empresa

O trabalho foi realizado em empresa química líder mundial. A empresa

alemã possui mais de 112.000 colaboradores e 376 fábricas de produção em todo

o mundo. Em 2013, a empresa arrecadou mais de 7.2 bilhões de euros. Aliado ao

seu sucesso econômico, destaca-se também a responsabilidade com a sociedade

e o meio ambiente (BASF, 2015).

A planta estudada situa-se na cidade de Guaratinguetá possuindo 380

hectares, sendo que 10% correspondem a área fabril e o restante a reserva

ambiental. Nessa fábrica, são produzidos mais de 1.500 produtos variados, como

biodiesel, agroquímicos, matérias-primas para adesivos, resinas, tintas,

detergentes e cosméticos. Sua produção corresponde a 40% do faturamento

brasileiro total da empresa (BASF, 2015).

3.2. O Laboratório Instrumental

O Laboratório Instrumental, onde foi realizado o projeto, é um dos

laboratórios do LCCQ. O laboratório possui grande quantidade de equipamentos

de cromatografia liquida e gasosa o que torna esse laboratório essencial para

análises que demandam esse tipo de equipamento analítico. Três técnicos

especializados trabalham neste laboratório sob a supervisão de um químico

responsável. O laboratório Instrumental tem funcionamento de 24 horas, todos os

dias para realizar o controle de qualidade de produtos e matérias-primas

referentes aos processos produtivos da fábrica.

O laboratório atende diversas plantas químicas da fábrica e com a

crescente expansão do setor de agroquímicos, teve sua demanda analítica

acrescida. Atualmente, a área destinada para receber o laboratório encontra-se

desativada, porém as antigas bancadas, vidrarias e infraestrutura encontram-se

nessa área necessitando desmontagem. Visando a condição de operação e

funcionamento analítico do laboratório foi destinada área para alocar as bancadas

e equipamentos. Esse espaço foi chamado de área analítica, onde pretende-se

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instalar bancadas e os equipamentos analíticos como cromatógrafos líquidos e

gasosos. Visando ter um espaço para os supervisores do laboratório, foi separada

uma área para os escritórios. Esses escritórios, para alocação dos responsáveis

técnicos e arquivos, são denominados no layout como Escritórios 1 e 2. O

laboratório Instrumental, dentro do LCCQ, verifica especificações de diversas

matérias primas e produtos antes de serem liberados para distribuição ou

utilização nos processos químicos da fábrica. A figura 7 apresenta um layout

simplificado do Laboratório Instrumental.

Figura 7 - Layout simplificado do laboratório

Fonte: Arquivo Pessoal

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3.3. Método de Pesquisa

A metodologia utilizada nesse trabalho foi de abordagem qualitativa de

forma exploratória através de estudo de caso. A escolha pela realização do

estudo de caso ocorreu devido a necessidade de aplicar a teoria revisada para

desenvolver a proposta desse projeto de curso. Este método é caracterizado

como uma pesquisa baseada em aspectos empíricos que age de forma

participativa no processo. Este método também visa analisar um determinado

fenômeno, geralmente atual onde o contexto em que ele se insere não é

claramente definido (MIGUEL; SOUSA, 2012).

O estudo que dá origem ao caso possuiu objetivo exploratório, onde o

pesquisador se aprofunda seu estudo nos limites de uma realidade específica,

buscando maiores conhecimentos (YIN, 2001). Vale ressaltar que estudos

exploratórios não produzem hipóteses e avaliações delimitando-se a buscar mais

informações ou resultados sobre o tema estudado, de acordo com as propostas

estabelecidas (CERVO e BERVIAN, 2003).

Para execução desse projeto foi necessário o envolvimento de todos os

interessados na reforma do Laboratório Instrumental e time de engenharia da

referida empresa no intuito de se estabelecer as especificações e objetivos do

projeto e executá-lo de acordo com os procedimentos e melhores práticas a

serem seguidas.

A coleta de dados foi feita a partir de documentos da empresa pertinentes

ao laboratório em questão, observações diretas e entrevistas com os

responsáveis técnicos e especialistas envolvidos no projeto. Posteriormente, os

dados foram colocados em planilhas, atas de registro de escopo e também

inseridos em layouts elaborados.

Todo o planejamento das ações do projeto foi feito de acordo com os

procedimentos da empresa alinhados ao guia PMBOK. O custo total do projeto foi

estabelecido de acordo com os itens do escopo e requisitos estabelecidos para

esse projeto.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados do projeto foram referentes aos grupos de processos

necessários para elaborar o custo do projeto para que a gerência da empresa

tivesse conhecimento do porte financeiro do projeto e pudessem inseri-lo no plano

de investimentos da fábrica e submeter posteriormente a aprovação já com

noções reais de viabilidade econômica. Sendo assim, para esse projeto, seis

processos gerenciais do guia PMBOK foram desenvolvidos.

- (5.2) – Coleta de requisitos;

- (9.1) - Plano de gerenciamento dos recursos humanos;

- (5.3) – Definição do escopo;

- (5.4) – Elaboração da EAP;

- (7.2) – Estimativa dos custos e

- (7.3) – Determinação do Orçamento.

4.1. Coleta dos Requisitos do Projeto

Inicialmente, foi necessário coletar os requisitos de solução do projeto para

se obter uma base para definir o escopo. Dessa maneira, foi promovido o

envolvimento ativo das partes interessadas para desenvolver e decompor as

necessidades em requisitos. Os requisitos coletados incluem condições e

capacidades que devem ser atendidas para o laboratório Instrumental. Foram

utilizadas ferramentas e técnicas - como entrevistas, reuniões e grupos de

discussão - para extrair informações das partes interessadas. Ao final, todas

essas atividades foram relatadas em atas.

As entrevistas e grupos de discussão foram realizados através de

perguntas a especialistas experientes nos assuntos tratados, para auxiliarem na

identificação e definição das características e funções das entregas desejadas.

Conjuntamente, foram feitas comparações com outras organizações internas

(outros centros analíticos da empresa), obtendo-se assim, requisitos durante o

benchmarking.

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Os requisitos podem ser avaliados de acordo com o grau de contribuição

às necessidades reais do negócio. Utilizou-se as classificações “mandatório”,

“importante” e “desejável” para determinar as prioridades dos requisitos.

• Mandatório: requisito que necessariamente precisa ser atendido, de forma

que sem sua aceitação, a operação é impedida, devido a inadequação de

normas operacionais da empresa.

• Importante: requisito que caso a solução seja implementada, entra em

funcionamento, porém, sem as devidas condições ideais de operação ou

funcionamento.

• Desejável: requisito que não compromete o funcionamento básico da

solução. No entanto, melhorias nos requisitos já são identificadas, podendo

assim, ser implementadas em outro momento.

Os requisitos do projeto foram obtidos através de diversas reuniões ou

grupos de discussões com o time do projeto, afim de que descrevessem as reais

necessidades de critérios e entrevistas diretas a respeito do projeto com os

diversos setores responsáveis pelos diferentes aspectos do projeto. Todos os

requisitos foram identificados e armazenados para rastreabilidade durante a

elaboração do escopo desse projeto.

Através da documentação de requisitos representada no quadro 3, foi

possível incluir requisitos tecnológicos, de conformidade, de qualidade e que

impactam outras áreas organizacionais.

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Quadro 3 - Documentação de requisitos do projeto

Fonte: Arquivo Pessoal

4.2. Plano de Gerenciamento de Recursos Humanos

Tendo em vista a demanda do projeto (baseada em seus requisitos), foi

necessário identificar recursos humanos com habilidades requeridas para o

sucesso do projeto. Esse planejamento envolve não somente a seleção dos

recursos humanos, mas a determinação dos papéis e responsabilidades e a

definição da estrutura hierárquica.

A empresa possui procedimentos internos que estabelecem os papéis e

responsabilidades, níveis de autoridade para cada projeto e competências

Aspecto Descrição dos requisitos Grau de

Necessidade

1.Legalização 1.1 Atender exigências Prefeitura, CETESB e Corpo de Bombeiros Mandatório

2.Construção Civil

2.1 Aproveitar estrutura existente Importante

2.2 Destinar espaço para sala de supervisores Importante

2.3 Minimizar efeito eletricidade estática Importante

3.Mobiliário 3.1 Disponibilizar bancadas e móveis para trabalho Mandatório

3.2 Apresentar resistência a umidade Importante

4.Climatização e exaustão

4.1 Atender temperatura de 21 +-2 graus Celsius Mandatório

4.2 Climatizar escritórios do laboratório apenas para conforto térmico Importante

4.3 Apresentar sistema de exaustão atendendo especificação de segurança Mandatório

4.4 Promover exaustão nos detectores de CG e solventes HPLC Mandatório

5. Infraestrutura Elétrica e Iluminação

5.1 Interligar equipamentos analíticos em rede de emergência e no-break Mandatório

5.2 Utilizar no-break de 80kVA já adquirido pela equipe do Laboratório Importante

5.3 Seguir normas e padrões técnicos de luminosidade Mandatório

6.Tecnologia da Informação e Automação

6.1 Atender requisitos de segurança da informação Mandatório

6.2 Criar rede de laboratório exclusiva para laboratório Instrumental Importante

6.3 Integrar máquinas e equipamentos na rede de laboratório Mandatório

6.4 Viabilizar acesso da rede de laboratório para Químico responsável Desejável

6.5 Viabilizar possuir acesso a rede administrativa Importante

7.Utilidades 7.1 Fornecer 9 postos de consumo contendo gás He, N2 ,H2 e ar sintético Mandatório

7.2 Fornecer linha de ar seco para instrumental Desejável

7.3 Aproveitar rede de água existe no laboratório Mandatório

8.Segurança e Combate a incêndio

8.1 Ter forro auto extinguível Mandatório

8.2 Instalar detectores de fumaça acima e abaixo do forro Mandatório

8.3 Instalar Exaustão e sistema de aterramento nos armários corta fogo Mandatório

9.Efluente 9.1 Ajustar rede de efluentes junto a face externa do laboratório Mandatório

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necessárias para cada função. A figura 8 apresenta a estrutura dos recursos

humanos de forma visual e hierárquica.

Figura 8 - Organograma dos recursos humanos

Fonte: Arquivo Pessoal

O detalhamento dos cargos/funções apresentado na figura 8 é apresentado

a seguir.

4.2.1. Gerente do Projeto

O gerente de projeto é a autoridade central responsável pelo

desenvolvimento do projeto como prazos, custos e qualidade, durante toda a fase

de execução do projeto. Suas principais tarefas e responsabilidades são:

• Preparar toda a documentação para aprovação do projeto;

• Coordenar a elaboração de editais de contratação;

• Selecionar ou estabelecer critérios para seleção de fornecedores de bens e

serviços;

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• Promover a união e disciplina do time de projeto, provendo condições para

se atingir os objetivos do projeto;

• Fazer o acompanhamento da evolução do projeto em todas as suas fases

e tomar medidas corretivas com antecedência necessária;

• Assegurar a aplicação otimizada dos recursos disponibilizados para o

projeto;

• Assegurar que o projeto seja conduzido de acordo com os princípios da

empresa quanto à saúde, segurança e meio ambiente;

• Assegurar que o escopo e objetivo do projeto permaneçam fiéis ao que foi

aprovado;

• Preparar e divulgar relatórios informativos sobre a evolução durante do

projeto a todos os envolvidos;

• Buscar apoio ou solucionar qualquer problema que não tenha sido previsto

na fase de planejamento do projeto.

4.2.2. Gerente de Tecnologia

O gerente de tecnologia é o líder da área operacional que irá receber o

investimento após a sua conclusão. Suas principais responsabilidades são:

• Estabelecer as metas e objetivos do projeto;

• Providenciar a correta justificativa para o investimento;

• Fornecer informações aos aprovadores e requerer as aprovações

necessárias para o investimento;

• Fornecer as informações corretas para o estudo de viabilidade econômica

para o projeto;

• Fornecer todas as informações técnicas necessárias para a correta

especificação de equipamentos, sistemas e serviços necessários ao

projeto;

• Fornecer todas as informações relativas ao processo e às matérias primas

aplicadas quando necessário.

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4.2.3. Engenheiro do Projeto

O engenheiro do projeto é um especialista por qualquer uma das

disciplinas técnicas envolvidas no projeto. Suas principais responsabilidades são:

• Fornecer estimativas de custos dentro de sua disciplina técnica para a

composição do orçamento de investimento;

• Dar suportar técnico para o gerente de projeto na definição das tecnologias

corretas para se atingir os objetivos do projeto;

• Assegurar correta aplicação de recursos técnicos necessários e suficientes

para os objetivos do projeto;

• Acompanhar e validar os trabalhos de detalhamento do projeto junto aos

executantes contratados;

• Emitir ou providenciar as requisições de materiais e serviços no tempo, nas

quantidades e qualidade necessárias para o projeto;

• Manter sempre o gerente do projeto informado sobre a evolução do projeto

em relação a sua disciplina ou sobre qualquer outra disciplina ou atividade

que interfira com a sua.

4.2.4. Comitê Diretivo

Todos os projetos devem ter seu comitê diretivo claramente nominado em

cada projeto. Esse comitê deve conter no mínimo um representante da unidade

de negócio e o responsável pela unidade de engenharia. Seus principais

encargos são:

• Monitorar, direcionar objetivos, metas e tarefas decorrentes do projeto;

• Aprovar ou não mudanças nas metas do projeto;

• Inicializar auditorias, caso necessário;

• Registrar riscos;

• Alocar recursos humanos;

• Analisar o andamento do projeto;

• Aprovar ações corretivas em: cronograma, custos, segurança, qualidade;

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4.2.5. Gerente de Operações do Projeto

Responsável de maior nível hierárquico da área técnica solicitante dos

serviços, que se reportará diretamente ao comitê diretivo. É o encarregado por

disponibilizar e designar os recursos humanos do laboratório para o projeto em

questão.

4.2.6. Operação do Laboratório

Pessoa que tem íntimo contato com os processos e rotina do laboratório.

Pode contribuir com informações técnicas e opinião especializada, sugerindo

melhorias de operabilidade de equipamentos e manuseio de produtos, como por

exemplo, técnicos especializados, analistas e químicos.

4.2.7. Gerente de Manutenção

Pessoa responsável pela manutenção das instalações e equipamentos do

laboratório. Após realização do projeto, é a responsável por manter o correto

funcionamento do laboratório. Deve estar envolvida nessa fase do projeto, pois

possui conhecimento específico da área e pode contribuir com informações e

conceito.

4.3. Definição do Escopo

Com o aumento da demanda analítica do setor de agroquímicos da

empresa, identificou-se a necessidade de expansão do Laboratório Instrumental,

a fim de evitar um acúmulo nas análises de matérias-primas e produtos.

Iniciou-se o processo de definição do escopo para verificar quais seriam as

entregas do projeto. Esse processo é de grande importância, pois descreve os

limites do projeto baseados nos requisitos coletados. Nem todos os requisitos do

projeto foram selecionados, apenas os finais, a fim de se ter uma descrição

detalhada do que será realizado e entregue.

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Opiniões especializadas de engenheiros, consultores, químicos e

integrantes do time do projeto foram utilizadas para analisar as informações e

demandas auxiliando no desenvolvimento da especificação do escopo do projeto.

Dessa maneira, o escopo foi documentado, com a descrição detalhada das

entregas e o trabalho necessário para realizá-las, gerando um entendimento

comum entre todas as partes interessadas do projeto.

Após a definição do escopo, a descrição do escopo do projeto foi registrada

em uma ata durante realização de uma reunião, chamada de “Reunião de

congelamento de conceito”, para ocorra uma aceitação formal do projeto por

todos os envolvidos. Tem-se adiante nesse trabalho, uma descrição completa do

escopo baseada nas entregas totais do projeto.

De maneira geral, as principais entregas que contém os pacotes de

trabalho são: ações de legalização, atividade de construção civil, fornecimento de

mobiliário, sistema de climatização e exaustão, infraestrutura elétrica interna e

externa, tecnologia da informação e automação, fornecimento de utilidades e

gases necessários e adequações de segurança e combate a incêndio.

4.3.1. Legalização

Em consulta ao departamento de legalização da empresa, foi definido quais

ações de legalização eram necessárias. Para projetos de infraestrutura, é

necessário cumprir as exigências requeridas dos órgãos da prefeitura, CETESB e

corpo de bombeiros.

• Prefeitura: É requerida atualização dos desenhos e plantas do prédio com

as modificações físicas e do layout do laboratório.

• CETESB: Não é exigida a ação de legalização, pois a natureza do

empreendimento continua sendo laboratório químico, utilizando as mesmas

redes de efluentes e gerando os mesmos resíduos.

• Corpo de Bombeiros: É solicitado apenas um documento de Projeto

Simplificado de Combate Contra Incêndio para fins de atualização,

devendo ser validado pelo corpo de Bombeiros da empresa. O pavimento

superior inteiro do prédio será contemplado na atualização.

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4.3.2. Construção Civil

A atividade de construção civil do projeto inclui a desmontagem da

estrutura existente, quebra de bancadas atuais, reforma civil e construção de uma

sala para alocar dois supervisores para o laboratório.

A reforma civil possui área total de 131,4m2 referente a área do laboratório

existente. O local de reforma constitui-se de maneira geral de 4 ambientes:

Escritório1 (7,13m2), Escritório2 (7,35m2), Área de Circulação (3m2) e Área de

Análise Instrumental (109,21m2). As atividades de construção civil são:

• Revestimento de todos os ambientes com piso vinílico e cantos de rodapé

boleados;

• Revestimento do piso do laboratório do tipo condutivo para redução do

efeito de eletricidade estática;

• Revestimento da parede com gesso de pintura lavável;

• Disposição do forro do tipo termo acústico (forro extinguível);

• Elaboração de rede de descarte das cubas (rede de efluentes) pela face

externa no lado externo do prédio (fachada);

• Reparo das portas existentes;

• Instalação de novas portas.

4.3.3. Mobiliário

O mobiliário para os escritórios deve atender a necessidade dos

supervisores e analistas para o armazenamento de livros, procedimentos e

materiais pessoais. Quanto a área analítica do laboratório, deve-se utilizar

empresas de excelência no mercado para compra de armários e bancadas, sendo

solicitadas propostas avaliadas pelo cliente. Os materiais para as áreas de

escritório são:

a) Escritório Instrumental 1:

• 1 mesa reta;

• 1 gaveteiro volante com 3 gavetas;

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• 3 armários alto fechados;

• 1 Armário suspenso fechado;

• 1 poltrona giratórias tecido azul.

b) Escritório Instrumental 2:

• 2 mesas retas;

• 2 gaveteiras com 3 gavetas;

• 1 armário alto fechado;

• 1 armário baixo fechado;

• 3 armários suspensos fechado;

• 2 poltronas giratórias tecido azul.

c) Laboratório Instrumental

• Bancadas;

• 7 poltronas giratórias com tecido azul.

4.3.4. Climatização e Exaustão

A aquisição e instalação de equipamentos de ar condicionado com

infraestrutura elétrica foi necessária para climatização das áreas novas e as já

existentes. Foi incluído no projeto, inversores para sistemas de exaustão do

Laboratório Instrumental. A temperatura adequada para realização dos

procedimentos do laboratório deve estar entre 19 e 23 graus Celsius. Um

especialista foi consultado para fazer um levantamento da carga térmica do

laboratório. A climatização dos Escritórios 1 e 2 foi feita apenas para o conforto

térmico. O controle de umidade não é necessário.

4.3.5. Infraestrutura Elétrica Interna e Externa

Foi realizado um estudo pelo engenheiro eletricista da empresa para definir

o escopo desse tema, visando atender toda a demanda elétrica dos

equipamentos e fornecer pontos de energia para as necessidades de rotina do

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laboratório. Para esse laboratório, serão transferidos equipamentos analíticos de

última geração e alto valor agregado. Todos os equipamentos analíticos devem

estar interligados em um no-break - aparelho que filtra a energia elétrica que

chega aos equipamentos, impedindo interrupções caso ocorra uma queda de

energia não programada. Além disso, essa ligação deve ser feita através da linha

de emergência da fábrica, garantindo a alimentação das cargas dos laboratórios

através de geradores em caso de falta de energia.

Os serviços do laboratório foram estabelecidos alinhados aos requisitos do

cliente. Seguem abaixo as entregas da infraestrutura elétrica do laboratório:

a) Escritórios 1 e 2:

• Substituição do sistema de iluminação existente.

b) Laboratório:

• Substituição do sistema de iluminação existente;

• Distribuição das tomadas na parte traseira das bancadas laterais. Alguns

pontos de energia podem ser alocados na parede, nas bancadas que

estiverem rente a alvenaria;

• Instalação de tomadas montadas em pedestais nas bancadas centrais;

• Instalação de dutos com septo-divisor para separação de

encaminhamentos de cabos elétricos e de rede.

4.3.6. Tecnologia da Informação e Automação

O laboratório necessita de uma fonte segura e prática de armazenamento,

de maneira que os funcionários possam ter fácil visualização dos dados

provenientes de seus processos analíticos. Dessa maneira, todos os

computadores e equipamentos analíticos deverão estar interligados a essa rede.

O cenário atual não possui portas disponíveis no switch existente no prédio. Para

isso, foi requisitado aquisição de dois novos switches para a demanda dos pontos

de rede envolvidos (como ramais, impressoras, antena wifi, aparelhos estrela para

teleconferência e máquinas em gerais) para todas as áreas (instrumental e

escritórios administrativos).

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A realocação e instalação dos equipamentos, máquinas e ponto de rede

foram requisitadas, conforme inventário realizado com acompanhamento do

supervisor da área. As máquinas devem estar protegidas a fim de garantir a

integridade das informações. Para isso, todas as máquinas ficarão abaixo das

bancadas com a proteção de cabines específicas de acordo com o layout

apresentado.

Foi prevista a aquisição de um notebook para o químico responsável para

ter acesso remoto às máquinas e ter a possibilidade de verificar possíveis

problemas operacionais do laboratório fora da empresa.

4.3.7. Utilidades

Para o funcionamento adequado dos equipamentos analíticos do

laboratório é necessário o fornecimento de utilidades industriais. As utilidades

fundamentais para esse projeto são:

• Linha de ar comprimido com secador de ar por adsorção;

• Gases especiais (He, N2 ,H2 e ar sintético).

4.3.8. Segurança e Combate a Incêndio

É mandatório cumprir os requisitos e exigências da empresa quanto a

segurança e combate a incêndio do laboratório. Para estar de acordo com as

conformidades previstas, serão necessários:

• Detectores de fumaça no teto e abaixo de forro;

• Dois extintores de incêndio (tipo pó Químico e CO2);

• Armário corta-fogo com exaustão e sistema de aterramento abaixo da

capela;

• Luminárias de emergência.

4.3.9. Exclusões e Premissas

Faz parte da definição do escopo explicitar as restrições e premissas que

afetam o projeto. Restrição do projeto é um fator limitador que afeta a execução

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do projeto ou processo, já a premissa é um elemento do projeto considerado

verdadeiro ou real que não necessita de prova ou demonstração. Estes são:

• Mobiliário para outras áreas existentes no prédio;

• Sistema de alarmes e monitoramento por câmeras de segurança;

• Novos computadores;

• Instalações de gases especiais para laboratório Instrumental;

• Instalação de equipamentos e interligação em no-break referentes a outros

laboratórios do prédio;

• Bancadas que não tenham interface com laboratório Instrumental;

• Espaço para Laboratório Instrumental não estará em funcionamento

durante período de reforma;

• Não está contemplado reforma na área atual e nem na área externa do

laboratório instrumental.

4.4. Elaboração da Estrutura Analítica do Projeto ( EAP)

Foi realizada uma decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a

ser executado pela equipe do projeto a fim de alcançar os objetivos dos projetos e

criar as entrega requeridas. Todo o trabalho necessário é contido dentro dos

componentes de nível mais baixo da EAP, que são chamados de pacotes de

trabalho.

Em posse da documentação dos requisitos e especificação do escopo do

projeto foi possível elaborar a EAP. A estrutura analítica do projeto realizada

expressa os produtos de trabalho ou entregas - que são os resultados das

atividades necessárias - e não o detalhamento das atividades propriamente

descritas. O nível de decomposição realizado foi orientado pelo grau de controle

necessário para realizar a estimativa de custo para a reforma do laboratório.

Segue a EAP do projeto, representada na figura 9.

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A estrutura analítica do projeto, além de auxiliar na decomposição do

projeto, serviu como comunicação sobre as entregas do projeto para

interessados. A EAP foi elaborada de tal maneira que os pacotes de trabalho

pudessem ser diretamente relacionados com os contratos e fornecedores

cadastrados na empresa.

modo que todo o trabal

EAP. A estrutura foi montado de tal maneira que

laranja, está descrito o nome do projeto

se os produtos principais de entrega

as entregas principais do projeto.

processo, foi possível efetuar estimativa dos custos.

Figura 9 - EAP do projeto

Fonte: Arquivo Pessoal

A estrutura analítica do projeto, além de auxiliar na decomposição do

projeto, serviu como comunicação sobre as entregas do projeto para

interessados. A EAP foi elaborada de tal maneira que os pacotes de trabalho

pudessem ser diretamente relacionados com os contratos e fornecedores

s na empresa. A estrutura está organizada de maneira hierárquica de

modo que todo o trabalho planejado esteja contido nos níveis mais baixos da

A estrutura foi montado de tal maneira que no primeiro

está descrito o nome do projeto; em verde, no segundo nível

os produtos principais de entrega; em azul e laranja os subprodutos referente

as entregas principais do projeto. Após a elaboração da estrutura analítica do

processo, foi possível efetuar estimativa dos custos.

44

A estrutura analítica do projeto, além de auxiliar na decomposição do

projeto, serviu como comunicação sobre as entregas do projeto para todos os

interessados. A EAP foi elaborada de tal maneira que os pacotes de trabalho

pudessem ser diretamente relacionados com os contratos e fornecedores

A estrutura está organizada de maneira hierárquica de

ho planejado esteja contido nos níveis mais baixos da

no primeiro nível da EAP, em

no segundo nível, encontram-

e laranja os subprodutos referente

Após a elaboração da estrutura analítica do

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4.5. Estimativa de Custos

Considerando os requisitos das partes interessadas sobre as entregas do

projeto, foi possível realizar as estimativas dos custos totais. As estimativas

incluem a identificação e confirmação dos custos para iniciar e terminar o projeto.

Os custos foram obtidos a partir dos pacotes de trabalhos individuais obtidos

através da EAP.

Detalhamentos de engenharia e estimativas de custos de construção civil,

elétrica, tubulações e documentos para legalização são feitos através do suporte

de uma empresa terceira. Para os demais serviços e produtos, são feitas

consultas no mercado para se obter propostas juntos aos fornecedores

qualificados na empresa.

Os custos foram estimados levando em consideração mão-de-obra direta,

materiais, equipamentos, serviços, instalações, tecnologia da informação e

reserva de custos de contingência. Todos os valores do projeto foram orçados em

moeda local, onde os custos possuem nível de exatidão entorno de 25%.

Os procedimentos da empresa indicam que as estimativas - obtidas através

de documentos simplificados de engenharia e por meio da descrição do escopo

fundamentado apenas nos requisitos solicitados - devem possuir a exatidão

mencionada acima. Outro fator para que este margem seja adotada é o fato de

que não foram realizados processos de registro, qualificação e quantificação dos

possíveis riscos para essa fase do projeto. Dessa maneira serão apresentados a

seguir as estimativas de custos referentes a todas entregas do projeto.

4.5.1. Custos do Projeto de Detalhamento

a) Detalhamento de Engenharia Civil

Os custos de engenharia civil foram obtidos através de estimativa de

trabalho a ser realizado pela empresa de engenharia parceira. Este pacote de

trabalho contempla o detalhamento do projeto e memorial de cálculo, confecção

de desenhos e plantas, elaboração de editais necessários, equalização e parecer

técnico das propostas enviadas pelas empresas prestadoras de serviço no âmbito

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de construção civil. A demanda foi baseada na descrição de escopo e no layout

definido pela equipe do LCCQ. Sendo assim, sob orientação do engenheiro de

projeto dessa disciplina, foi possível obter o custo necessário para essa atividade.

b) Detalhamento de Engenharia Elétrica

Com auxílio de recurso especializado no projeto, foram definidos

documentos essenciais para o detalhamento de todo o projeto elétrico para

cumprir os requisitos e fornecer condições para operacionabilidade adequada do

laboratório. Os documentos são:

• Diagrama unifiliar e esquema de comando elétrico;

• Planta de iluminação e força elétrica;

• Cálculo de iluminação;

• Memorial de cálculo e lista de cabos elétricos;

• Detalhes de montagem elétrica.

c) Detalhamento de Tubulação

No intuíto de disponibilizar as utilidades necessárias para o laboratório, foi

necessário obter os custos para o projeto. Com suporte do engenheiro de

tubulação do projeto, foi definido quais seriam os documentos e serviços

necessários para detalhar o projeto para execução, que são:

• Fluxograma das utilidades;

• Planta de tubulação;

• Elaboração de isométricos para montagem;

• Listas de material.

O custo de todo o serviço de detalhamento foi obtido através da empresa

parceira de engenharia em custo por hora de trabalho. Para não expor o valor da

hora de trabalho comercial da empresa parceira, será descrito adiante nesse

trabalho apenas o valor total dos serviços do projeto, como mostra a tabela 1.

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Tabela 1 - Estimativa de custos do projeto de detal hamento

Fonte: Arquivo Pessoal

4.5.2. Custos de Construção Civil

Os custos de construção civil foram elaborados e agregados de forma que

todo o trabalho tivesse seus valores estimados para consolidar a entrega. Os

custos de construção civil são exibidos na tabela 2

Tabela 2 - Estimativa de custos de construção civil

Fonte: Arquivo Pessoal

4.5.3. Custos de Utilidades

Os custos referentes as utilidades de água potável, ar comprimido e

nitrogênio, foram estimadas de modo a interligar as tubulações de fornecimento

para laboratórios às fontes existentes mais próximas. Foi feita uma cotação

orçamentária junto a empresa que abastece os tanques do laboratório com os

gases especiais do processo analítico (hélio, hidrogênio, ar sintético e nitrogênio

puro) de modo que fornecessem os materiais e serviços para o perfeito

funcionamento. Os custos das utilidades são exibidos na tabela 3.

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Tabela 3 - Estimativa de custos de utilidades

Fonte: Arquivo Pessoal

4.5.4. Custos de Mobiliário

Os custos do mobiliário total foram orçados para área analítica do

laboratório e escritórios. Tendo como base a definição de escopo do projeto, foi

elaborado layout mobiliado para os escritórios e laboratório, como ilustrado nas

figuras 11 e 12:

Figura 10 - Layout do mobiliário dos escritórios

Fonte: Arquivo Pessoal

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Figura 11 - Layout 3D de bancadas do laboratório

Fonte: Arquivo Pessoal

Sendo assim, os valores dos produtos e serviços foram obtidos através de

propostas comerciais de fornecedores de bancadas de laboratório, móveis para

escritório e cadeiras. Os custos do mobiliário estão apresentados na tabela 4.

Tabela 4 - Estimativa de custos do mobiliário para escritórios e laboratório

Fonte: Arquivo Pessoal

4.5.5. Custos de Infraestrutura Elétrica

Todos os custos referentes a estrutura elétrica necessária para o

funcionamento adequado do laboratório, incluindo materiais e serviços de

montagem e instalação foram estimados e são exibidos na tabela 5.

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Tabela 5 - Estimativa de custos de infraestrutura e létrica

Fonte: Arquivo Pessoal

4.5.6. Custos de Tecnologia da Informação e Automaç ão

Os custos para implementação da rede de laboratório na nova área a ser

reformada e acesso remoto as informações foram calculadas, como mostra a

tabela 6.

Tabela 6 - Estimativa de custos de tecnologia da in formação e automação

Fonte: Arquivo Pessoal

4.5.7. Custos de Segurança e Combate a Incêndio

Foram calculados os custos dos requisitos mínimos solicitados e inseridos

no escopo do projeto quanto à segurança e combate a incêndio, como indica a

tabela 7.

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Tabela 7 - Estimativa de custos de segurança e comb ate a incêndio

Fonte: Arquivo Pessoal

4.5.8. Custos de Climatização e Exaustão

Os custos de climatização e exaustão foram obtidos junto a fornecedores

especializados no mercado em climatização de ambientes. O custo contempla o

detalhamento térmico do ambiente, materiais, equipamentos e serviços de

instalação. Os custos estimados desse entrega são apresentados na tabela 8.

Tabela 8 - Estimativa de custos de climatização e e xaustão

Fonte: Arquivo Pessoal

4.5.9. Custos de Legalização

Os itens necessários para cumprir os requisitos de legalização para

reforma do laboratório junto a prefeitura e corpo de bombeiros estão destacados

na tabela 9.

Tabela 9 - Estimativa de custos de legalização

Fonte: Arquivo Pessoal

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4.6. Determinação do Custo Total do Projeto

Foi realizado processo de agregação dos custos estimados das entregas

ou pacotes de trabalho para se obter o custo total do projeto. Em adicional, foi

necessário contabilizar a carga de horas para execução, gerenciamento e

supervisão dos profissionais do departamento de engenharia da empresa.

O procedimento da companhia indica que a estimativa de custo deve incluir

reservas de contingência para considerar os custos das incertezas. Vale salientar

que todos os valores do projeto foram orçados em moeda local, onde os custos

possuem nível de exatidão entorno de 25%. Para garantir a proteção quanto a

possíveis incertezas, é recomendado nessa fase do projeto, incluir 8% do valor

total do projeto como contingência orçamentária. Na empresa, à medida que são

obtidas mais informações sobre o projeto e os custos se tornam mais exatos, a

reserva de contingências deve ser diminuída. Dessa maneira, segue a

composição do custo total do projeto apresentada na tabela 10.

Tabela 10 - Estimativa do custo total do projeto

Fonte: Arquivo Pessoal

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4.7. Considerações Finais

A realização desse trabalho teve enfoque na aplicação de alguns

processos da fase de planejamento do projeto, baseado nas instruções e boas

práticas do PMBOK. Após obter-se os resultados e entregas que compõe o

objetivo desse trabalho, verifica-se que a metodologia proposta pelo PMBOK é

realmente eficaz, pois organizou as ações, permitindo o eficaz cumprimento de

toda demanda necessária de planejamento do projeto.

Quanto a organização onde o trabalho foi realizado, observa-se nesse caso

que a empresa direciona esforços para realização da fase de planejamento de um

projeto. Na BASF o gerenciamento de projetos é cada vez mais priorizado, onde a

competência em gestão de projetos é de grande importância para a organização.

Verifica-se que, para se obter um projeto básico com informações suficientes que

possibilitem sua aprovação ou conhecimento de seu custo total, é necessário

coordenar, gerenciar e controlar suas atividades seguindo as boas práticas

disponíveis.

O processo de planejamento dos recursos humanos é extremamente útil,

pois, em projetos multidisciplinares é fundamental alocar as pessoas e, suas

respectivas competências, em cada área para garantir o cumprimento dos

requisitos, propor alternativas para escopo e validar os custos das entregas do

projeto. As informações e definições de escopo e requisitos são melhor

estabelecidos ao longo da fase de planejamento quando se sabe os papéis e

responsabilidades e quando se tem uma distribuição hierárquica dentro de cada

projeto. É importante ressaltar que a BASF possui ferramentas e técnicas para

disponibilizar e planejar adequadamente a gestão de seus recursos humanos

para cada projeto conforme indicação das boas práticas do PMBOK.

É possível verificar que a obtenção e registro dos requisitos dos projetos

são essenciais para o sucesso da fase de planejamento de um projeto. O

processo de definir o escopo exigiu diversas reuniões até que todos os envolvidos

constatassem que todas as entregas contidas nesse trabalho eram suficientes

para atender o objetivo do projeto. Só foi possível estimar os custos com clareza e

objetividade após ter coletado todos os requisitos e ter validado o escopo do

projeto com todos os interessados. É de suma importância que todos tenham

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conhecimento das entregas e a razão de cada uma delas para o projeto. Os

orçamentos de produtos ou serviços, onde foi promovida uma definição completa

do escopo, podem minimizar a inexatidão da estimativa e reduzir retrabalhos

nesse processo. Vale ressaltar que, para a composição total de custos, foi exigido

a inserção de reservas gerenciais para imprevistos que podem afetar o projeto, de

acordo com procedimento da empresa.

Por fim, é importante destacar a importância deste projeto na minha

formação de Engenheiro, tendo em vista a aplicação de conceitos de

gerenciamento de projeto em uma das maiores industriais químicas do mundo.

Atualmente, conhecer sobre gerenciamento de projetos é cada vez uma

necessidade maior para engenheiros no mercado de trabalho. Sendo assim, esse

trabalho englobou importantes grupos de processos de planejamento, trazendo

para minha formação uma intensa relação entre a teoria e prática. Tal experiência

traz experiência inicial nessa área de projetos, sendo de grande valia em minha

carreira profissional.

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5. CONCLUSÃO

Conclui-se que todos os objetivos propostos com esse trabalho foram atingidos e

discutidos ao longo desse trabalho. Grupos de processos de planejamento do

guia PMBOK foram aplicados verificando grande utilidade para esse caso. As

boas práticas disponíveis na empresa foram utilizadas e validadas durante a

realização desse trabalho, tendo a possibilidade de se obter conhecimento mais

profundo dos procedimentos da empresa e do guia em gerenciamento em

gerenciamento de projetos. Foi definido nesse trabalho o conjunto de elementos e

serviços de escopo necessários para realizar estimativa de seu custo para ser

executado Para a BASF, esse trabalho tem grande importância, pois de posse de

uma estimativa de custo e de um projeto básico para a reforma do laboratório é

possível planejar, verificar a viabilidade econômica do projeto e inserir o custo

total em seu plano de investimentos, e quando aprovado, iniciar o projeto

executivo. Para a reforma completa do laboratório chegou-se à conclusão de que

se trata de um investimento de R$ 2.319.624,00 onde estão inseridos todos os

custos necessários para atender os requisitos adotados e necessidades de

operacionalidade indicados no decorrer desse projeto. Sendo assim, apesar do

trabalho servir de consulta para outros projetos de mesmo segmento, os

resultados obtidos não podem ser automaticamente aplicáveis a todas as

organizações que estiverem planejando projetos de laboratórios devido a

especificidade dos requisitos e do ramo da empresa.

.

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