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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA ELEONORA THAIS ALVAREZ DE CARVALHO Avaliação de Insumos para Indústria de Cosméticos Lorena 2013

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

ELEONORA THAIS ALVAREZ DE CARVALHO

Avaliação de Insumos para Indústria de Cosméticos

Lorena

2013

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ELEONORA THAIS ALVAREZ DE CARVALHO

Avaliação de Insumos para Indústria de Cosméticos

Trabalho de Graduação apresentado à

Escola de Engenharia de Lorena da

Universidade de São Paulo para obtenção

do título de Engenheira de Bioquímica.

Orientador: Profª Drª Maria Eleonora

Andrade de Carvalho

Lorena

2013

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Dedico este trabalho aos meus pais

e ao meu namorado, pessoas que

sempre estiveram ao meu lado me

incentivando para realização dos

meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Valkiria G. A. Carvalho e Carlos Castilho de Carvalho, que sempre me

apoiam e me incentivam a buscar meus sonhos, e que não mediram esforços para que eu

pudesse chegar onde hoje estou.

À minha orientadora Profª Drª Maria Eleonora Andrade de Carvalho pelo auxílio e

dedicação sobre o andamento dessa monografia de conclusão de curso.

Ao meu gestor, Alan Berlese, por ter me presenteado com a oportunidade de conhecer essa

área de pesquisa com células da pele visando à obtenção de ativos para cosméticos a partir

de extratos de plantas, área a qual me fascinou e me inspirou para essa monografia.

Ao meu namorado, Glauco Dias Paulo, pelo incentivo, paciência e apoio durante toda a

graduação tanto nos momentos bons e, principalmente, nos difíceis. Por não me deixar

desestimular diante das dificuldades encontradas.

À minha amiga Sarah dos Santos Matos, pela amizade sincera, pelos conselhos e

motivações.

À minha amiga Caroline Lima pela amizade sincera que apesar da distância nunca ficou

longe de mim.

A todos os professores da Universidade de São Paulo que contribuíram para a minha

formação.

À Profª Drª Sandra Giacomin Schneider pela orientação nos dois anos de Iniciação

Científica.

À Bárbara Freitas, Pollyana Batista e Thatiany Monfredini, amigas de república, pela

paciência e momentos de descontração que foram fundamentais durante o desenvolvimento

dessa monografia.

Ao Projeto Criança Feliz e todos os seus voluntários pela motivação e ensinamento

concedidos durante os dois últimos anos de graduação.

E a todos que de algum modo colaboraram no meu desenvolvimento e formação.

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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais

voltará ao seu tamanho original”

Albert Eistein

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RESUMO

CARVALHO, E. T. A. Avaliação de Insumos para Indústria de Cosméticos. 2013.

Número de folhas 69f. Monografia (Trabalho de Graduação em Engenharia Bioquímica) –

Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013.

Atualmente a importância dos cosméticos é inegável. Este é um mercado que apresenta

forte crescimento, sobretudo na área dos produtos que visam cuidar da pele, não só

apostando na manutenção e recuperação de uma pele saudável e boa aparência, como

também na prevenção de possíveis alterações a qual está sujeita. Para tal finalidade, os

antioxidantes em cosmetologia são amplamente utilizados, tanto por via tópica como por

via oral. Contudo ainda são necessários estudos que comprovem tanto a segurança do uso

desses compostos a longo prazo, quanto possível existência de sinergismos entre as

moléculas e novas formas de veiculação.

Extratos vegetais ricos em compostos antioxidantes são largamente utilizados na indústria

de cosméticos uma vez que formam compostos que podem proteger a pele contra os danos

da radiação ultravioleta (UV). O presente estudo apresenta uma revisão da literatura sobre

a comprovação e aplicação dos extratos de Chá Verde, Gingko biloba, Portulaca

oleraceae, Alcaçuz e Calêndula que apresentam potencial antioxidante.

Além da finalidade antioxidante, os extratos e óleos vegetais podem ser aplicados em

formulações cosméticas com finalidades, anti-inflamatória, cicatrizante e antimicrobiana

como é o caso dos óleos de Babaçu, Abacate e Azadica indica abordados nesse estudo.

Nessa monografia também são apresentados aspectos introdutórios tais como estrutura da

pele, envelhecimento cutâneo – intrínseco e extrínseco – mecanismos de ação da radiação

ultravioleta na pele e formação de radicais livres, assim como, penetração e

compatibilidade cutânea de formulações cosméticas.

Palavras-chave: Pele, Extratos Vegetais, Óleos Vegetais, Antioxidantes, Cosméticos,

Fotoproteção.

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ABSTRACT

CARVALHO, E. T. A. Avaliation of Inputs for Cosmetics Industry . 2013. Number of

sheets 69. Monograph (Undergraduate Work in Biochesmistry Engineering) – Escola de

Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013.

Currently the importance of cosmetics is undeniable. This is a market with strong growth,

particularly in the area of products aimed skin care, not only focusing on the maintenance

and restoration of healthy skin and good looks, but also in the prevention of possible

changes which are subject. For this purpose, the antioxidants in cosmetology have been

widely used both topically and orally, yet still need to make many other studies not only to

ensure the safety of using these compounds in the long term, but also to discover

synergisms between molecules and new forms of placement.

Plant extracts rich in antioxidant compounds have been widely used in the cosmetics

industry since they form compounds that can protect the skin against damage from

ultraviolet radiation (UV). This study presents an literature review of verification and

application of extracts of Green Tea, Gingko biloba, Portulaca oleracea, Licorice and

Calendula which have antioxidant potential.

Besides the purpose antioxidant, plants extracts and vegetables oils can be applied in

cosmetics formulations for other uses, for example: anti-inflammatory, healing and

antimicrobial which is the case of Babaçu, Abacate and Azardica indica oils, presented in

this study.

This monograph also presents introductory aspects such as structure of the skin, skin aging

- intrinsic and extrinsic - mechanisms of action of ultraviolet radiation on the skin and free

radical formation, penetration and skin compatibility of cosmetic formulations.

Keywords: Skin, Plants Extracts, Plants Oils, Antioxidants, Cosmetics, Photoprotection.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema demonstrativo das camadas da pele....................................................16

Figura 2. Fibra de colágeno............................................................................................... ..20

Figura 3. Diferenças entre envelhecimento crônico (à direita) e fotoenvelhecimento

(à esquerda)..........................................................................................................................22

Figura 4. Estrutura básica de flavonoides...........................................................................28

Figura 5. Redução de radicais livres por flavonoides.........................................................28

Figura 6. Esquema representativo das vias de penetração de substâncias no estrato

córneo...................................................................................................................................32

Figura 7. Folhas de Camellia sinenis (A) e chá verde (B)..................................................37

Figura 8. Estrutura química das catequinas principais do chá verde: (A) – Epicatequina,

(B) – Epigalocatequina, (C) – Epicatequina galato e (D) – Epigalocatequina – 3 – galato

(EGCG)....................................................................................................................... .........38

Figura 9. Folhas de Gingko biloba......................................................................................40

Figura 10. Estruturas químicas dos compostos principais do Gingko biloba: (A) –

quercetina, canferol e rutina; (B) – gingkolídeos (lactonas diterpênicas); (C) – gingketina

(biflavona)............................................................................................................................41

Figura 11. Portulaca Olaraceae..........................................................................................43

Figura 12. Areca catechu....................................................................................................44

Figura 13. Glycyrrhiza glabra............................................................................................46

Figura 14. Molécula de Resveratrol....................................................................................47

Figura 15. Fruto do Babaçu...............................................................................................50

Figura 16. Persea gratissima..............................................................................................52

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Figura 17. Azardica indica..................................................................................................53

Figura 18. Matricaria recutita............................................................................................53

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LISTA DE SIGLAS

O2-• Ânion Superóxido

1O2 Oxigênio Singlete

NO• Óxido Nítrico

H2O2 Peróxido de Hidrogênio

RO• Radical Alcoxil

OH• Radical Hidroxil

ROO• Radical Peroxil

CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

CAT Catalase

COX-2 Ciclooxigenase-2

DEM Dose Eritematógena Mínima

DPPH 2,2’ – difenil – 1 – picrilhidrazil

E Epicatequina

EGC Epigalocatequina

ECG Epicatequina galato

EGCG Epigalocatequina-3-galato

ECM Matriz Extracelular

EROs Espécies Reativas de Oxigênio

GPx Glutationa Peroxidase

GR Glutationa Redutase

GSH Glutationa

ICDRG International Contatc Dermatites Research Group

IL-1 Interleucina – 1

IL-6 Interleucina – 6

Km Coeficiente de Partilha

Kp Coeficiente de Permeabilidade

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MMPs Metaloproteinases de Matriz

OMS Organização Mundial da Saúde

SOD Superóxido Dismutase

TEWL Transepidermal Water Loss

TGF-α Tumor Growth Factor-alpha

TNF-α Tumor Necrosis Factor-alpha

UV Ultravioleta

UVA/B/C Ultravioleta A, B e C

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 14

Capítulo I Estrutura da Pele e Envelhecimento Cutâneo ....................................................... 16

1. Pele ...................................................................................................................... 16

1.1 Epiderme ....................................................................................................... 17

1.2 Derme ............................................................................................................ 18

1.3 Hipoderme ..................................................................................................... 19

1.4 Fibras de Colágeno ....................................................................................... 19

1.5 Funções da Pele ............................................................................................ 20

.... 2. Envelhecimento Cutâneo...................................................................................... 21

2.1 Fotoenvelhecimento e Danos Causados pela Radiação Ultraviloeta 23

2.1.1 Mecanismos de ação da Radiação UV 24

2.1.2 Antioxidantes em Formulações Fotoprotetoras 26

Capítulo II Formulações Cosméticas e Penetração e Compatibilidade Cutânea 29

.... 1. Efeito Fotoprotetor de Formulações Cosméticas 29

.... 2. Liberação e Penetração Cutânea 30

.... 3. Compatibilidade Cutânea 34

Capítulo III Extratos e Oléos Vegetais em Produtos Cosméticos 35

1. Extratos Vegetais 35

1.1 Chá Verde 36

1.2 Gingko biloba 40

1.3 Extrato de Portulaca 42

1.4 Extrato de Areca 44

1.5 Extrato de Alcaçuz 45

1.6 Outros Extratos Vegetais 47

1.6.1 Polygonum capitatum 47

1.6.2 Calendula officinalis 48

2. Óleos Vegetais 49

2.1. Óleo de Babaçu 50

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2.2. Outros Óleos Vegetais 52

2.2.1. Óleo de Abacate (Perseaa gratissima) 52

2.2.2. Azardica indica 52

2.2.3 Camomila (Matricaria recutita) 53

CONCLUSÃO 54

REFERÊNCIAS 56

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Introdução

A palavra cosmético é originária da palavra grega “καλλυνπκά” e significa “hábil

em adornar”. A aplicação dos cosméticos já é conhecida há centenas de séculos, as

evidências arqueológicas datam de 4000 anos antes de Cristo. Os primeiros registros

mostram que os egípcios pintavam os olhos com sais de antimônio com a finalidade de

proteger a pele das altas temperaturas e secura do clima desértico da região. No preparo de

cremes para a pele os egípcios recorriam à gordura animal e vegetal, cera de abelha, mel e

leite.

Gregos e Romanos foram os primeiros a produzir sabão, preparado a partir de

extratos vegetais comuns no Mediterrâneo, como o azeite de oliva e o óleo de pinho por

exemplo. Atores do teatro romano usavam maquiagem para incorporar diferentes

personagens, as pastas eram produzidas misturando óleo com pigmentos naturais extraídos

de vegetais como o açafrão e mostarda ou de rochas. Muitos pigmentos da época

continham chumbo ou mercúrio em sua composição que resultava em mortes nos atores

devido à intoxicação.

Com o aumento do interesse da manutenção da juventude, a indústria cosmética

busca cada vez mais soluções para alcançá-la. Surgem novos princípios ativos para retardar

o envelhecimento cutâneo através do combate aos radicais livres, manutenção da

viscoelasticidade e hidratação da pele. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com a

resolução n° 79 de 28 de Agosto de 2000, define cosméticos como: “Preparações

constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do

corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e

membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los,

perfumá-los ou mantê-los em bom estado” (ANVISA, 2004).

Atualmente existe o termo “cosmecêuticos” para formulações multifuncionais em

que são utilizados ativos com funções terapêuticas diferentes (ZANOLINI, 2011).

A exposição da pele a radiação ultravioleta (UV) é responsável por alterações

cutâneas com sinais imediatos de agressão (hiperemina, ardor e ressecamento) e danos

crônicos e permanentes como aparecimento de rugas, mudanças de textura, comedões,

dermatoses solares e envelhecimento precoce, sendo que a maioria dessas alterações é

resultante da ação das espécies reativas de oxigênio (EROs). As formulações cosméticas

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contem filtros UV, mas estes não proporcionam uma proteção total da pele principalmente

devido aos efeitos crônicos como fotoenvelhecimento e fotocarcinogênese (DAMIANI et

al., 2006)

A fim de proteger a pele dos danos provenientes da exposição solar, existem

diversas classes de produtos que podem ser utilizados antes, durante e após a exposição

solar. Esses produtos são usados como fotoprotetores, sequestradores de radicais livres,

anti-inflamatórios, anti-idade e minimizam a ardência e desidratação cutânea, através da

atuação de ativos hidratantes, anti-inflamatórios, cicatrizantes e antioxidantes (GUMIERO,

2011).

O presente estudo consiste em uma revisão bibliográfica da atuação de extratos e

óleos vegetais em formulações cosméticas com a finalidade de promover efeitos anti-aging

e anti-radicais livres, entre outros.

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16

Capítulo I – Estrutura da Pele e Envelhecimento Cutâneo

1. Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano com uma área de superfície de

aproximadamente 1,7 m2 no indivíduo adulto, o que corresponde a aproximadamente 5,5%

da massa corporal (GOLDSMITH, 1990). Constitui um órgão complexo com função de

revestimento corporal no qual se diferencia a camada epidérmica que está sobre a camada

dérmica, tecido de sustentação, que por sua vez está localizado sobre o panículo adiposo da

camada hipodérmica, a Figura 1 representa o esquema das camadas da pele. A pele exerce

diversas funções como proteção contra os raios ultravioletas, agressões químicas,

mecânicas e térmicas; além disso, possui uma superfície relativamente impermeável que

impede a desidratação em excesso e age como um obstáculo à entrada de bactérias

(DAL`BELO, 2008). A pele exerce ainda funções metabólicas, pois os triglicerídeos

encontrados na hipoderme (tecido adiposo) representam importantes reserva energética,

enquanto que a vitamina D, sintetizada na epiderme, é indispensável para complementar a

quantidade dessa vitamina obtida na dieta alimentar (HALLER, 1989).

Figura 1. Esquema demonstrativo das camadas da pele (GUMIERO, 2011)

.

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17

1.1 Epiderme

A epiderme humana não possui vasos sanguíneos e se renova a cada 20 ou 30 dias.

Conforme as células se distanciam da sua fonte de nutrição, se tornam menores e mais

achatadas e são preenchidas por queratina, proteína insolúvel (PEYREFITTE, MARTINI e

CHIVOT, 1998).

Com exceção da água, substâncias químicas só conseguem permear a pele através

das camadas lipídicas presentes entre as células. Esse mecanismo permite que a epiderme

seja nutrida pela derme por capilaridade, já que é uma camada avascular (BENY, 2000;

HARRIS, 2003). Também atua como repositório de fatores de crescimento, enzimas, entre

outros (IOBST, SANTHANAM e WEINKAUF, 2006).

A epiderme é formada por três camadas básicas: a mais externa denominada

camada córnea composta por células queratinizadas; uma intermediária denominada

camada espinhosa formada por células viáveis; e uma interna denominada camada

germinativa composta por células formadoras das camadas superiores, é a camada que

separa a derme da epiderme (DANGELO E FATTINI, 2005; MONTEIRO, 2008).

A epiderme é subdividida em cinco camadas, que são definidas pela posição,

forma, morfologia, e estado de diferenciação dos queratinócitos (ZANOLINI, 2011).

Estrato córneo: camada mais externa contém 20% de água, formada por células

achatadas e queratinizadas que se descamam continuamente e necessitam de

substituição (ZANOLINI, 2011). O transporte de queratina até a camada superficial

ocorre por meio do processo de queratinização ou corneificação originando a camada

córnea. Esse estrato tem função protetora e possui permeabilidade seletiva, retendo

água, proteínas e eletrólitos e impedindo a entrada de agressores exógenos de natureza

química e biológica (BENY, 2000).

Estrato granuloso: apresenta grânulos de querato-hialina que é uma proteína que auxilia

a agregação da queratina em filamentos paralelos (MENON, 2002). Esse estrato

contém as células em seu último estágio de diferenciação que ao serem totalmente

queratinizadas tornam-se anucleadas e perdem sua capacidade metabólica constituindo

a partir de então o estrato córneo (DAL`BELO, 2008).

Estrato espinhoso: camada formada por cinco a dez camadas de células com citoplasma

amplo e desmossomos responsáveis pela grande coesão celular dos epitélios, além de

organelas típicas e de queratinas, as células d possuem vesículas que contém discos

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18

lipídicos compostos por fosfolipídeos, glicoceramidas e colesterol (ZANOLINI, 2011).

A camada espinhosa produz compostos impermeáveis que torna difícil a passagem de

substâncias presentes no interior do corpo, principalmente a água, para o exterior; e da

mesma forma impede a entrada de muitos compostos no corpo (MENON, 2002;

MONTEIRO, 2008).

Estrato Basal (epitélio germinativo): contém 70% de água e constitui a camada mais

interna sendo formada por queratinócitos e melanócitos. Essa camada é formada por

células com intensa atividade mitótica, tem por função garantir a renovação da

epiderme, compensando assim a descamação constante do estrato córneo (DAL`BELO,

2008; GUMIERO, 2011).

Estrato lúcido: composto por células anucleadas e localizado na palma das mãos e

plantas dos pés, característico de pele espessa (ZANOLINI, 2011)

A epiderme possui uma superfície irregular, com depressões como as rugas que são

as mais profundas e visíveis a olho nu. Apresenta também uma rede microdepressinária de

superfície, visível no microscópio; e impressões digitais. A camada basal forma a junção

dermoepidérmica (PEYREFITTE, MARTINI e CHIVOT, 1998).

1.2 Derme

Localizada abaixo da epiderme sendo separa pelo estrato basal, é formada por

tecido conjuntivo, constituído por vasos e nervos, responsável pelo suporte estrutural da

pele e pela nutrição da epiderme e seus apêndices, além de servir como proteção a lesões

mecânicas. Em seu interior estão presentes glândulas sebáceas, raízes de pêlos e músculos

(HERNANDEZ e FRESNEL, 1999; HARRIS, 2003; MAC-MARY et al., 2006)

A derme é formada por fibroblastos que são células fixas, macrófagos, linfócitos e

granulócitos que são denominados células migratórias e matriz extracelular (ECM). A

ECM é composta de fibras (colágeno e elastina) que se banham de substância fundamental,

que é constituída por água, sais minerais e macromoléculas (glicoaminoglicanos,

mucopolissacarídeos e glicoproteínas de matriz) (IOBST, SANTHANAM e WEINKAUF,

2006).

A célula fixa é o fibroblasto, que possui um corpo achatado, de forma estrelar ou

alongado como um fuso; com finos prolongamentos de citoplasma. Os fibroblastos

sintetizam as diferentes macromoléculas que compõem a matriz extracelular. O colágeno é

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19

formando no interior do fibroblasto sob a forma de uma molécula elementar e

tropocolágeno. No interior dos fibroblastos, as moléculas de tropocolágeno formam fibras

de reticulina que se encontram na derme superficial principalmente. Outros grupos de

fibrilas elementares que conduzem à formação das fibras de colágeno são maiores,

cilíndricas e de grande comprimento, e elas se agrupam em feixes. As fibras elásticas são

fibras isoladas, também produzidas por fibroblastos, que se organizam numa rede de

elastina (PEYREFITTE, MARTINI e CHIVOT, 1998).

Fibras elásticas formadas por elastina interceptam as bandas de colágeno

conferindo propriedades mecânicas para a pele. O colágeno fornece a pele resistência

frente à força mecânica e as fibras elásticas restabelecem a forma após uma deformação,

atuando como suporte físico e fisiológico para epiderme, promovendo firmeza, força e

propriedades elásticas a pele, garantindo suporte para as estruturas anexas, vasculares e

nervosas (HARRIS, 2003; IOBST, SANTHANAM e WEINKAUF, 2006).

1.3 Hipoderme

A hipoderme, também conhecida como tecido subcutâneo é vascularizada e

formada por tecido conjuntivo adiposo; tem a função de amortecimento mecânico,

sobretudo aos órgãos internos, e função de isolamento térmico possibilitando a

termogênese, e consequentemente regulação homeotérmica (STEVENS e LOWE, 1995;

JUNQUEIRA e CARNEIRO, 1999)

A hipoderme está relacionada com a lipogênese, armazenamento de gordura e

lipólise, sendo influenciada por fatores nutricionais e hormonais (HERNANDEZ e

FRESNEL, 1999).

1.4 Fibras de Colágeno

A molécula básica de colágeno é uma fibra constituída de três cadeias de

aminoácidos. Na pele, o colágeno encontra-se organizado em camadas laminares de

fibrilas, traçado em diversos ângulos. Na membrana basal é encontrado principalmente o

colágeno IV, disposto na forma de uma rede entrelaçada, e na derme reticular está disposto

em agrupamentos de feixes paralelos unidos transversalmente (HARRIS, 2003).

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20

A forma mais característica do colágeno é a tripla hélice com um alongamento de

cadeia mais rígida ou menos rígida, formada por meio de glicina contida no meio dessas

cadeias. A prolina fornece ao colágeno resistência às proteases, com exceção das

colagenases, conferindo rigidez, estabilidade e tensão à molécula. Com o envelhecimento a

tripla hélice se contrai e forma uma proteína sem estrutura ordenada, essa força de

contração é maior com o aumento da idade (SCOTTI e VELASCO, 2003).

Figura 2. Fibra de colágeno (HIDROBEM, 2013).

A síntese de colágeno depende da produção de procolágeno, um precursor insolúvel

secretado pelos fibroblastos no meio intracelular, o procolágeno é degradado

enzimaticamente a um monômero solúvel formando três cadeias pró-alfa. Essas cadeias se

diferenciam das cadeias finais de colágeno por possuírem resíduos de polipeptídios nas

suas extremidades (HARRIS, 2003).

A família de colágeno é constituída por mais de 12 tipos, dos quais os tipos I, III,

IV, V, VI, VII participam da composição da pele (HARRIS, 2003).

1.5 Funções da pele

A pele é diferenciada dos demais sistemas epiteliais pelo fato de estar exposta a um

ambiente externo extremamente agressivo, enquanto que os demais sistemas epiteliais

estão protegidos, por exemplo, da radiação solar e das intempéries. Sendo assim, a pele

pode ser descrita como fronteira mediadora entre o organismo e o ambiente (HARRIS,

2003).

A ação protetora contra raios ultravioletas, causadores do fotoenvelhecimento

cutâneo é garantido pelos queratinócitos basais (IOBST, SANTHANAM e WEINKAUF,

2006). Outro ponto importante da função da pele é a sensibilidade ao toque, à dor e à

temperatura que auxilia na manutenção do equilíbrio fisiológico, tal propriedade permite a

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captação de estímulos nervosos, transmitindo-os ao sistema nervoso central, fornecendo ao

organismo as ferramentas para a resposta ao estimulo (SHAI, MAIBACH e BARAN,

2002).

A pele apresenta um mecanismo de eliminação de substâncias nocivas e possui a

capacidade de se regenerar facilmente, além de apresentar ação imunológica devido à

presença das células de Langherans (PYHN e SANTOS, 2002).

As formulações terapêuticas cutâneas podem ser administradas graças à absorção de

fármacos pela camada córnea e pelos folículos polissebáceos. Essa absorção é influenciada

pela integridade e espessura da pele, hidratação do estrato córneo, lipossolubilidade,

vasodilatação, e ações mecânicas e elétricas (HERNANDEZ e FRESNEL, 1999).

A má hidratação da pele altera a função de barreira, deixando-a vulnerável a

esforços externos e internos. A inflamação e irritação da pele estão diretamente

relacionadas ao rompimento da barreira de permeabilidade, em parte por causa da atração

das células inflamatórias que geram radicais livres reativos (DUPONt et al., 2011).

2. Envelhecimento Cutâneo

Dentre tantas teorias que explicam o envelhecimento, uma das mais abrangentes é a

teoria dos radicais livres, outras é a teoria do encurtamento dos telômeros e do

envelhecimento mitocondrial. A teoria do envelhecimento mitocondrial propõe que o

envelhecimento celular é causado por lesões acumuladas principalmente no DNA

mitocondrial, inviabilizando a produção de energia das células (HARRIS, 2003).

Um fenômeno biológico complexo denominado envelhecimento cutâneo, consiste

em dois componentes principais: um ocasionado por fatores genéticos

(cronoenvelhecimento ou envelhecimento intrínseco) e outro gerado por fatores

ambientais, principalmente pela exposição solar (fotoenvelhecimento, envelhecimento

extrínseco ou envelhecimento actínico). Em ambos os casos de envelhecimento se pode

notar a atuação de radicais livres (HARRIS, 2003).

O envelhecimento intrínseco é resultante do declínio “geneticamente programado”

das funções vitais que garantem o bom funcionamento do organismo, com isso há o

afinamento da epiderme e o aumento da sua fragilidade, diminuição da estrutura dérmica,

redução do número de fibroblastos e da sua capacidade metabólica, além de uma reposta

menor a fatores de crescimento (DAL`BELO, 2008). Em geral os tratamentos tópicos não

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podem evitar o envelhecimento intrínseco. Já o envelhecimento extrínseco consiste na

exposição da pele a diversas agressões como radiação ultravioleta, poluição atmosférica,

hábito de fumar e metabólitos de substâncias inaladas ou ingeridas, essas agressões são

causadoras de modificações moleculares que induzem alterações das propriedades

morfológicas e biofísicas da pele causando elastose e atrofia da derme com perda de

colágeno (DAL`BELO, 2008). As manifestações clínicas a essas agressões correspondem a

irregularidades de pigmentação, rugas e um montante de lesões malignas. O

envelhecimento extrínseco é um intensificador do envelhecimento cronológico, sendo esse

o motivo pelo quais áreas expostas à radiação UV costumam apresentar aspectos muito

diferentes (STEINER, 1995; ENGELKE et al., 1997).

Figura 3. Diferenças entre envelhecimento crônico (à direita) e fotoenvelhecimento (à esquerda)

(GORDON e BRIEVA, 2012).

As alterações histológicas da pele cronoenvelhecida incluem o afinamento geral da

pele devido à atrofia da camada espinhosa e da junção dérmica-epidérmica promovendo

uma diminuição da superfície de contato de aproximadamente 35%, o que explica a

fragilidade da pele envelhecida a traumas (SAMS e MORAGAS, 1993)

As células da camada basal se mostram heterogêneas em tamanho e volume

(BRÉGÉGÈRE et al., 2003), possuem a atividade mitótica reduzida, aumentando o tempo

de renovação epidérmica em 50% (ENGELKE et al., 1997). Essa alteração, chamada

discrasia epidérmica, é acentuada na pele fotodanificada (WEST, 1994). O envelhecimento

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também afeta os melanócitos alterando o número, morfologia e função dos mesmos, sendo

esses melanócitos inativos mais abundantes nos folículos pilosos (DAL`BELO, 2008).

As células de Langherans, macrófagos da epiderme, são reduzidas no

envelhecimento cutâneo (BHUSHAN et al., 2002) e sofrem alterações na sua morfologia e

função, que faz com que sua capacidade de capturar o antígeno seja menor, podendo,

então, explicar as alterações da função imune da pele envelhecida (GREWE, 2001). Além

dessas mudanças, tem-se a presença de infiltrados inflamatórios e diminuição da circulação

da derme, muito em função do estreitamento dos vasos sanguíneos e linfáticos, que faz

com que o fornecimento de substâncias importantes para a sobrevivência das células seja

prejudicado, bem como a drenagem linfática do tecido (DAL`BELO, 2008).

A alteração microscópica mais proeminente é a substituição da fibra elástica normal

por uma fibra mais espessa, degradada e não-funcional, formando uma massa amorfa

(KLIGMAN e KLIGMAN, 1986). Além disso, há a perda de colágeno e o enrijecimento

da pele decorrente da formação de ligações cruzadas entre as fibras de colágeno (WULF et

al., 2004).

O achatamento da junção dérmica-epidérmica diminui as trocas nutricionais e a

excreção de produtos metabólicos entre a derme e a epiderme. Essa zona é constituída por

varias fibrilas de ancoragem como o colágeno IV, que é essencial para a estabilidade

mecânica da pele. A diminuição do colágeno IV ocorre a partir dos 35 anos, enfraquecendo

a estrutura da pele e favorecendo a formação de rugas (DUPONT et al., 2011).

2.1 Fotoenvelhecimento e danos causados pela radiação ultravioleta

Por ser a primeira camada de proteção do corpo humano de todos os tipos de

agressões, a pele vai acumulando danos crônicos com o aumento da idade. O sistema

reparador endógeno humano é o responsável pela defesa da pele (BARRY, 2002). A

radiação UV ao reagir com as estruturas celulares promove a formação de espécies reativas

de oxigênio denominadas EROs que resultam em danos profundos no tecido cutâneo.

Apesar do sistema de defesa do organismo possuir antioxidantes capazes de inibir a

formação de EROs, estas defesas se mostram saturadas devido ao estresse oxidativo

decorrente da exposição solar e pela ação de agentes externos.

A radiação ultravioleta corresponde a uma faixa do espectro eletromagnético

emitida pelo sol. Pode ser dividida em três regiões levando em consideração as

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características de propagação e seus efeitos fisiológicos: UVA (320-400 nm), UVB (280-

320 nm) e UVC (100-280 nm). As radiações UVA e UVB não são filtradas pela camada de

ozônio como acontece com a radiação UVC, sendo assim as radiações UVA e UVB tem

recebido maior atenção uma vez que são suficientemente energéticas para causar danos à

pele.

Os principais raios responsáveis pelo fotoenvelhecimento são os UVA, pois podem

atingir a derme, já os raios UVB possuem pequena penetração na pele devido a sua alta

energia. Os raios UVB são os principais responsáveis pelos danos imediatos da radiação

solar e por uma boa parte dos danos tardios (DAL`BELO, 2008), além de provocar

alterações nas fibras de elastina e de colágeno, e ação eritematosa e carcinogênica

(HARRIS, 2005; RIBEIRO, 2010).

2.1.1 Mecanismo de ação da radiação UV

Ao incidir sobre a pele, a radiação UV pode ser absorvida, refletida ou espalhada. A

parte absorvida é capaz de produzir alterações nas moléculas que as absorve, as quais são

chamadas de cromóforos. As alterações sofridas pelos cromóforos são denominadas

reações fotoquímicas que desencadeiam as reações bioquímicas resultando em queimadura,

elastose solar, fotoenvelhecimento e até mesmo câncer de pele (PINNELL, 2003).

Melanina, ácidos nucleicos, aminoácidos e ácido urocânico são exemplos de moléculas

cromóforas.

Os danos cutâneos causados pela radiação podem ser classificados como agudos e

crônicos. A resposta aguda consiste em inflamação (eritema, sensibilidade ao toque,

edema) e bronzeamento (aumento da melanogênese) (MATSUMURA e

ANANTHASWAMY, 2004). Já a exposição crônica pode levar ao fotoenvelhecimento e

ao câncer de pele.

Eritema é a alteração morfológica mais comum causada pela exposição ao sol,

sendo resultado a inflamação que ocorre na pele. A intensidade do eritema está diretamente

relacionada com a quantidade de radiação absorvida pela pele, existe uma quantidade

mínima de radiação abaixo da qual o eritema não é percebido, chamada dose eritematógena

mínima (DEM), essa depende do tipo de pele da pessoa, do comprimento de onda e da

intensidade da onda incidente (DAL`BELO, 2008). Mesmo sendo a radiação UVB a maior

responsável pela formação de eritemas, a radiação UVA também os ocasiona, mas é

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necessária uma intensidade mil vezes maior que a faixa do UVB para causar o mesmo

efeito.

A geração das espécies reativas de oxigênio após radiação UVB e UVA resultam da

absorção de fótons pelas moléculas cromóforas da pele que passam por uma transição

eletrônica a um estado excitado e sofrem reações que geram as diversas EROs, incluindo o

ânion superóxido (O2-•) e o oxigênio singlete (

1O2), estes também são produzidos por

neutrófilos cujo número é aumentado na pele fotodanificada e contribuem para o estado

pró-oxidante global.

A enzima superóxido dismutase (SOD) converte o O2-• em peróxido de hidrogênio

(H2O2) que é capaz de atravessar a membrana celular e reagir com o Fe(II) levando a

formação do radical hidroxil (OH•) que é altamente tóxico (WLASCHEK et al., 2001).

Tanto o oxigênio singlete quanto o radical hidroxil podem iniciar uma peroxidação lipídica

nas membranas celulares, que resulta em alterações na sua fluidez e permeabilidade

(GABORIAU et al., 1993). A radiação UV também causa modificações em estruturas

relacionadas à adesão dos corneócitos resultando em danos na função de barreira da pele,

provocando ressecamento e aceleração do processo de descamação (MEGURO et al.,

1999).

As EROs promovem ativação de diversos receptores de membrana para mediadores

pró-inflamatórios, tais como TNF-α (tumor necrosis factor-alpha) e interleucinas (IL-1 e

IL-6). Essas citocinas atuam como mediadores dos mecanismos de lesões celulares e

teciduais, de modificações das vias metabólicas e de mensageiros secundários

(GUMIERO, 2011).

Os queratinócitos e os fibroblastos são capazes de responder a fatores de

crescimento tumoral (TGF-α), e citocinas (IL-1) e TNF-α, mas a ativação exacerbada

desses mediadores induz a produção de metaloproteinases de matriz (MMPs). As MMPs

são um grupo de enzimas (endopeptidases) responsáveis pela degradação dos componentes

da matriz extracelular e das membranas basais. As MMPs degradam o colágeno

intersticial, a fibronectina, a laminina e a proteoglicana, danificando o tecido dérmico

(NAVARRO et al., 2006). As alterações dos mediadores pró-inflamatórios estão

associadas a alterações em genes que podem promover o fotoenvelhecimento e até mesmo

o câncer de pele (GUARATINI et al., 2009).

Em resposta a exposição solar, a pele tende a ficar mais ressecada que promove os

eventos inflamatórios. Na derme, ocorrem os primeiros indícios da perda de capacidade de

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retenção de água e manutenção das fibras de colágeno e elastina, responsáveis por

sustentar a pele. Os vasos sanguíneos perdem a capacidade de eliminar as toxinas e

também nutrir e oxigenar as células da epiderme. Sendo assim, a renovação celular se

mostra prejudicada (BAENA, 2003; AHSHAWAT e SARAF, 2008; BENNETT et al.,

2008).

Os raios solares aumentam a produção de melanócitos de maneira acelerada,

causando as chamadas manchas senis. Com o envelhecimento da pele, as células de

Langherans sofrem alterações morfológicas e funcionais como foi comentado

anteriormente.

Uma alternativa terapêutica e profilática para os danos causados pela exposição à

radiação UV é o uso de antioxidantes por via oral ou tópica (MARQUELE-OLIVEIRA,

2007). Antioxidantes são compostos que previnem a formação descontrolada de EROs ou

inibem o mecanismo de reação dessas moléculas com estruturas biológicas. Incluem

enzimas como a superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase

(GPx) e glutationa redutase (GR) e antioxidantes não enzimáticos como a glutationa

(GSH), vitamina C e E (HONG et al., 2009).

Em meio aos variados recursos utilizados para cuidados com a pele, a adição de

ativos em formulações cosméticas é um fato bastante frequente, sobretudo quando se trata

de produtos provenientes de fontes naturais. Essas matérias-primas, em geral possuem

vários compostos com propriedades biológicas e podem conter substâncias antioxidantes,

cicatrizantes, anti-inflamatórias, hidratantes e refrescantes podendo ser veiculadas na

forma de géis ou emulsões (KAUR, KAPILA e AGRAWAL, 2007).

Sendo assim, é preocupação constante da Cosmetologia atenuar o

fotoenvelhecimento cutâneo por meio de substâncias ativas eficazes, oferecidas em

produtos cosméticos. A aplicação tópica dos ativos pode reduzir os danos oxidativos

causados pela radiação UV.

2.1.2 Antioxidantes em formulações fotoprotetoras

Acrescentando o que foi dito anteriormente, os radicais livres centrados no

oxigênio, conhecido como EROs incluem superóxido (O2-•), peroxil (ROO

•), alcoxil (RO

•),

hidroxil (OH•) e o óxido nítrico (NO

•) (PIETTA, 2000).

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A pele possui um conjunto de antioxidantes enzimáticos e não-enzimáticos que

possuem função de proteger os espaços intra e extracelulares. As enzimas glutationa

peroxidase e glutationa redutase neutralizam o peróxido de hidrogênio e a glutationa

neutraliza a lipoperóxidos. A catalase reage com o peróxido de hidrogênio e é um

importante antioxidante em peroxissomos. A superóxido dismutase-Cu-Zn e a superóxido

dismutase-Mg protegem as células contra o radical superóxido. Antioxidantes não

enzimáticos incluem o ácido ascórbico, a glutationa presente no compartimento celular, a

vitamina E, presente nas membranas celulares, e o ubiquinol presente nas mitocôndrias

(PODDA e GRUNDMANN-KOLLMANN, 2001).

Como a proteção da pele fornecida pelos bloqueadores não é suficiente para

combater as EROs, associado ao fato de que antioxidantes endógenos diminuem

consideravelmente com a exposição solar observa-se que a utilização de formulações à

base de antioxidantes é promissora para uma ampla fotoproteção (DAL`BELO, 2008).

As vitaminas C e E são usadas em formulações cosméticas como substâncias ativas

antioxidantes, juntamente com os flavonoides isolados e os extratos vegetais ricos em

polifenóis.

A vitamina C apresenta importante atividade na neutralização de radicais livres,

podendo assim, evitar os danos que estes poderiam causar. Sua atividade antioxidante está

associado à capacidade de capturar as EROs protegendo a membrana celular dos danos

degenerativos. É eficaz na eliminação das espécies de oxigênio singlete, superóxido,

hidroxil, peroxil e ácido hipocloroso (SHAPIRO e SALIOU, 2001), podendo trazer

benefícios à pele, como prevenção aos danos causados pela radiação solar e melhoria das

condições da pele fotoenvelhecida. Esta vitamina está localizada na derme e na superfície

da pele, entretanto após a radiação UV os seus níveis são diminuídos bruscamente

(PODDA et al., 1998).

A vitamina E, alfa-tocoferol, tem sido descrita como o mais importante antioxidante

lipossolúvel presente na membrana celular (RANGARAJAN e ZATZ, 1999), atua inibindo

o eritema, reduzindo células de queimadura solar (DARR et al., 1996), reduzindo os danos

ao colágeno, inibindo a formação de radicais superóxido e a peroxidação lipídica

(DAL`BELO, 2008).

Os flavonoides podem ser definidos como uma classe de metabólitos secundários

que geralmente ocorrem nas plantas na forma glicosilada. A estrutura básica consiste de 15

carbonos arranjados em três anéis denominados A, B e C (Figura 4). Dentre as muitas

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classes de flavonoides destacam-se as flavonas, flavonóis, flavanonas, isoflavonas,

flavononóis, flavanóis e antocianidinas, sendo esta subdivisão baseada nas diferenças

encontradas no anel C. Outras classes de flavonoides incluem as biflavonas, chacolnas e

auronas (DAL`BELO, 2008).

Figura 4. Estrutura básica de flavonoides (DAL`BELO, 2008).

Os flavonoides são capazes de atuar inibindo enzimas responsáveis pela produção

do ânion superóxido, como a xantina oxidase e a proteína Kinase-C (DAL`BELO, 2008).

Alguns flavonoides atuam quelando metais que desempenham um papel importante no

metabolismo do oxigênio como ferro e cobre, os quais aumentam a produção de EROs,

atuando na redução do peróxido de hidrogênio com a geração do radical hidroxil e na

oxidação da lipoproteína de alta-densidade (PIETTA, 2000).

Os flavonoides são capazes de reduzir radicais livres como o superóxido e os

radicais peroxil, alcoxil, hidroxil por meio da doação de elétrons a esses radicais (ROBAK

e GRYGLEWSKI, 1988). Essa reação transforma os flavonoides em radical aroxil, que

reagindo com um segundo radical livre forma uma quinona estável (DAL`BELO, 2008).

Figura 5. Redução de radicais livres por flavonoides (DAL`BELO, 2008)

Uma alternativa para os cosméticos tem sido aliar os efeitos antioxidantes dos

flavonoides com o apelo natural de extratos de plantas, com isso muitas formulações com

finalidade de anti-envelhecimento e/ou fotoprotetora tem incluído em sua composição

extratos vegetais ricos em flavonoides. Dentre esses extratos os de chá verde (com alto teor

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de catequinas) e Ginkgo biloba (contem quercetina, rutina, canferol e biflavonas) tem se

destacado devido a sua popularidade já que são tradicionalmente usados como suplementos

alimentares e medicamentos fitoterápicos (DAL`BELO, 2008).

Capítulo II – Formulações Cosméticas e Penetração e Compatibilidade Cutânea

1. Efeito fotoprotetor de formulações cosméticas

As análises possíveis do efeito fotoprotetor de formulações cosméticas incluem

determinação do conteúdo aquoso do estrato córneo, do conteúdo sebáceo, do micro-relevo

cutâneo, da perda transepidérmica de água, do índice de eritema, da anisotropia da pele, do

pH, das propriedades mecânicas, entre outros (DAL`BELO, 2008).

As técnicas de Biofísica são empregadas nas analises “in vivo” das formulações

fotoprotetoras, sendo que as medidas mais utilizadas são a da perda de água

transepidermal, que está diretamente relacionada com a função de barreira da pele; e de

eritema, resultado da inflamação após a radiação UV (GASPAR e MAIA CAMPOS, 2003;

BONINA et al., 2005; HEINRICH et al., 2006; MAIA CAMPOS et al., 2006)

A integridade da função de barreira da pele pode ser avaliada pela perda de água

transepidermal (do inglês transepidermal water loss – TEWL), que representa a

evaporação de água da superfície da pele. Essa medida de água é baseada no principio de

Difusão de Fick, que está relacionada com a pressão formada pela difusão da água no

eletrodo do equipamento. Sendo assim, quanto maiores os valores de TEWL, medido em

g/m2.h, a função de barreira da pele está mais prejudicada (DAL`BELO, 2008).

Foi avaliado por Meguro et al (1999) que após a radiação UVB em camundongos

sem pêlo houve um aumento da TEWL, isso ocorre devido a um enfraquecimento dos

segmentos das lamelas intercelulares do estrato córneo, resultado da redução na secreção

de corpos lamelares e de enzimas responsáveis pela formação de lipídeos que compõem a

barreira cutânea.

Para avaliar a efetividade de uma formulação fotoprotetora, se utiliza o eritema

induzido pela radiação UVB (PATHAK e FITZPATRICK, 1993), e dois princípios

diferentes: o espectrofotométrico (absorção/reflexão em três comprimentos de onda) e o

índice L*a*b que consiste na determinação das cores azul, vermelha e verde refletidas pela

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estrutura da pele determinando o comprimento de onda absorvido. (FULLERTON et al.,

1996; MAIA CAMPOS et al., 2006).

Além das técnicas de Biofísica, para a pesquisa de novos produtos cosméticos, a

avaliação da histológica dos efeitos de substâncias ativas no tecido cutâneo também

apresenta grande importância. Essa avaliação histológica pode orientar as indicações do

uso das formulações e evidenciar possíveis efeitos indesejáveis (DAL`BELO, 2008).

Os estudos histopatológicos e histométricos podem também auxiliar na estimativa

dos danos causados por radiação UV na pele e da proteção contra estes danos com a

aplicação de substâncias ativas, já que permitem análise do tecido epitelial, da derme e das

características celulares (GASPAR e MAIA CAMPOS, 2003; MAIA CAMPOS et al.,

2006).

Para uma avaliação qualitativa das diversas estruturas presentes no tecido cutâneo

se utiliza a análise histopatológica, que consiste numa observação visual de biopsias ao

microscópio ótico. A coloração dos cortes histológicos com hematoxilina e eosina permite

a descrição das fibras colágenas que após a radiação UV se tornam atróficas e

fragmentadas. Também é possível de se verificar a presença de infiltrados inflamatórios na

derme e hiperplasia da epiderme (SOTER, 1990).

Para que se possam quantificar os efeitos observados na análise qualitativa

histopatológica, se usa a histometria que quantifica a espessura da derme e da epiderme,

por exemplo. Sendo assim, os estudos histométricos possibilitam aplicar testes estatísticos

para analisar se as alterações observadas são estatisticamente significativas em relação ao

controle (DAL`BELO, 2008).

Para avaliação das substâncias ativas com finalidade fotoprotetora tem se realizado

a hiperplasia da epiderme induzida pela radiação UV, por meio da medida da espessura da

epiderme viável e contagem de camadas de células nucleadas dessa camada (LU et al.,

1999; EL-ABASERI, PUTTA e HANSEN, 2006)

2. Liberação e penetração cutânea

A função de barreira da pele atua nos dois sentidos, ou seja, evitando a perda de

água e eletrólitos e de outros constituintes do corpo humano e impedindo a penetração de

moléculas provenientes do ambiente. Entretanto, essa função de barreira não é 100% eficaz

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e esta permeabilidade relativa favorece a passagem de substâncias através da pele, o que do

ponto de vista terapêutico é bastante importante (LAFFORGUE e MARTY, 2007).

A barreira para penetração de substâncias é realizada pelo estrato córneo, em que as

células queratinizadas denominadas corneócitos são embebidas numa matriz lipídica,

organizada em bicamadas e composta por ceramidas (45-50%), colesterol (25%), ácidos

graxos (10-15%) e outros lipídeos (5%). Os corneócitos são envolvidos por um envelope

proteico que é composto por várias proteínas estruturais, como a involucrina e a loricrina

(MADISON, 2003). Sendo assim, a composição do estrato córneo e a disposição dos

corneócitos e da matriz lipídica formam um caminho tortuoso, por isso o estrato córneo é a

principal barreira de penetração de substâncias.

A chamada absorção percutânea é o processo que descreve a passagem de um

composto pela pele, em termos gerais. Esse processo pode ser dividido em três passos

(DAL`BELO, 2008).

I. Penetração: entrada de uma substância numa camada cutânea particular ou

estrutura, como por exemplo, a entrada de uma substância no estrato córneo.

II. Permeação: penetração de uma substância de uma camada cutânea para

outra, que é estruturalmente e funcionalmente diferente da primeira camada.

III. Reabsorção: captura da substância pelo sistema vascular (vasos sanguíneos

e/ou linfáticos)

As moléculas ativas que se deseja penetrar na pele raramente estão isoladas, uma

vez que se encontram numa formulação que pode ser um creme, uma pomada ou um gel.

Sendo assim, a molécula ativa necessita deixar o veículo para penetrar no estrato córneo,

com mais ou menos facilidade, que é caracterizado pelo coeficiente de partilha (Km). Com

a penetração da substância ativa ocorre à fase de preenchimento do estrato córneo em que

se observam concentrações decrescentes da molécula ativa em direção às camadas mais

profundas, as quantidades difundidas dependem da afinidade da molécula pelo estrato

córneo. A fase seguinte consiste na absorção percutânea propriamente dita, em que se

estabelece um fluxo constante de certa quantidade da molécula presente no estrato córneo;

esse fluxo é proporcional à diferença de concentração da substância nesta camada da pele e

é caracterizado pelo coeficiente de permeabilidade (Kp). Chegando a epiderme, a molécula

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pode alcançar a derme superficial, neste local ela pode se difundir amplamente ou sofrer

um metabolismo (DAL`BELO, 2008).

Para penetração cutânea duas vias distintas estão disponíveis: por meio dos anexos

cutâneos (folículos pilo-sebáceos e/ou glândulas sudoríparas) ou pelo estrato córneo.

Através do estrato córneo têm-se duas vias também, sendo através dos espaços

intercelulares do estrato córneo (via intercelular) ou através dos corneócitos (via

transcelular). A penetração não se efetua unicamente por uma das vias, todas participam do

evento e a permeação global é produto da passagem através do estrato córneo e dos anexos

cutâneos (DAL`BELO, 2008).

Figura 6. Esquema representativo das vias de penetração de substâncias no estrato córneo (TAVEIRA,

2007).

Três fatores principais e indissociáveis regem a penetração cutânea: a pele, o

principio ativo e o veículo. Em relação à pele vários fatores podem interferir e alterar a

absorção cutânea: a integridade do tecido, a idade, o fluxo sanguíneo, a região (espessura

da camada córnea), a duração do contato entre o local de aplicação e o produto, a

hidratação e a temperatura (DAL`BELO, 2008).

Em relação ao principio ativo, a penetração na pele depende fortemente das suas

características físico-químicas: coeficiente de partilha e solubilidade (afinidade do

princípio ativo com o seu veículo e a camada córnea), massa molecular, estado de

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ionização da molécula, estabilidade e concentração do princípio ativo no veículo

(DAL`BELO, 2008).

A liberação do princípio ativo de uma formulação e consequentemente sua absorção

percutânea dependem também da natureza e da composição do veículo no qual ele se

encontra. É de extrema importância à escolha do veiculo, pois este pode favorecer a

penetração na pele, aumentando a afinidade da molécula pelo estrato córneo ou alterando

reversivelmente a permeabilidade deste (CLÉMENT, LAUGEL e MARTY, 2000).

Durante a fase de desenvolvimento de formulações fotoprotetoras e previamente aos

estudos de permeação cutânea, é necessária a realização de estudo de liberação “in vitro”,

para se avaliar a capacidade das substâncias ativas de serem liberadas na formulação, antes

que estas entrem em contato com estrato córneo. Para esses estudos são utilizadas

membranas sintéticas as quais são barreiras de difusão passiva, em que a taxa de liberação

é determinada avaliando-se a quantidade de substância liberada em função da raiz

quadrada do tempo (CLÉMENT, LAUGEl e MARTY, 2000).

Depois de estudado a liberação “in vitro”, faz-se o estudo da permeação e retenção

cutânea das substâncias, pois, em geral, os componentes da formulação cosmética não

devem atravessar totalmente a pele (absorção sistêmica). Mas, com a finalidade das

substâncias antioxidantes, por exemplo, atuarem como agentes fotoprotetores é necessário

que estas tenham capacidade de penetrar o estrato córneo e atingir a epiderme, já que a

radiação UV atinge as camadas mais profundas do tecido cutâneo (DAL`BELO, 2008).

A fim estudar a permeação e a retenção cutânea, “in vitro”, podem ser utilizados

dois modelos: a pele humana originada de cirurgia plástica e a pele de orelha de porco.

Usa-se a pele de orelha de porco uma vez que esta apresenta propriedades histológicas e

fisiológicas similares à pele humana. Contudo, a vantagem de se utilizar a pele humana

originária de cirurgia plástica em contrapartida à de orelha do porco reside no fato de esta

última ser mais permeável, em alguns casos quando comparada com a pele humana

(BOUDRY et al., 2008).

Em formulações tópicas ao se estudar a permeação e retenção cutânea, deve-se

quantificar as substâncias ativas na solução receptora, na solução de lavagem que remove

os resíduos que não penetraram na pele, na fita adesiva que é utilizada para remoção do

estrato córneo e, também, na derme e na epiderme viável. Para realizar esse estudo utiliza-

se Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (CLAE), que é um método analítico sensível a

pequenas concentrações. O método deve ser sensível de maneira a considerar as diferenças

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de solubilidade das substâncias ativas em cada meio e, também, a existência de efeito

matriz da fita adesiva na pele (DAL`BELO, 2008).

3. Compatibilidade Cutânea

Para que se possa oferecer aos consumidores um produto com o máximo de

segurança com o menor risco e garantindo as melhores condições do produto, é necessário

ser realizados ensaios clínicos em humanos. As informações pré-clínicas coletadas são

importantes para determinar o local e o modo de uso, assim como, as advertências de

rotulagem e orientações para o serviço de atendimento ao consumidor (ANVISA, 2003).

Mas para que um produto seja considerado “dermatologicamente testado” é ainda

necessário que sejam realizados ensaios de compatibilidade cutânea.

Por definição tem-se que a compatibilidade cutânea é a ausência de irritação na pele

sob as circunstâncias normais do uso, e sob as condições de mau uso razoavelmente

previsíveis que consideram reações objetivas assim como respostas subjetivas, como por

exemplo, a sensação de pinicação, coceira e queimadura (COLIPA, 2006).

Como objetivo dos ensaios de compatibilidade tem-se a intenção de comprovar a

inocuidade dos produtos em pele humana. Para o ensaio são realizado apósitos oclusivos e

semi-oclusivos (patch tests) ou modelos abertos (open tests). Estes representam o primeiro

contato do produto acabado com a pele humana, e devido a isso devem seguir premissas de

ordem ética e de boas praticas clínicas (ANVISA, 2003).

O Teste de Irritação Cutânea Primária e Acumulada é o principal teste de

compatibilidade cutânea, neste teste o produto acabado é aplicado de forma aberta, semi-

oclusiva ou oclusiva, de acordo com o produto a ser avaliado. Para este ensaio são

padronizadas a duração do contato e periodicidade das leituras e a interpretação dos

resultados é feita por um dermatologista, de acordo com o ICDRG (International Contact

Dermatitis Research Group) (ANVISA, 2003).

No teste acima citado é possível fazer avaliações comparativas de diversas

formulações no mesmo indivíduo, inclui-se, geralmente, um padrão que não provoca

reação, como a água deionizada. As formulações são aplicadas em pequenas cúpulas de

inox presentes no apósito, e em seguida este é aplicado nas costas ou no antebraço dos

voluntários durante um período de no mínimo 24horas (DAL`BELO, 2008).

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Capítulo III – Extratos e óleos vegetais em produtos cosméticos.

Pra fins de embelezamento têm-se referências cerca de 5000 anos sobre o uso de

produtos de origem vegetal. As primeiras farmacopeias e formulários de produtos surgiram

no Egito, em que se destaca o Papirus Ebers que continha centenas de fórmulas e remédios

populares a base de plantas para cuidados de saúde, higiene e beleza (DAL`BELO, 2008).

Com o desenvolvimento de novas técnicas de extração teve início o uso de extratos

e óleos vegetais em produtos cosméticos industrializados. E essas novas técnicas,

permitiram o uso de derivados de extratos sem que houvesse comprometimento da

qualidade do produto final (ABURJAI e NATSHEH, 2003).

As matérias-primas de origem vegetais foram inicialmente utilizadas em xampus,

tinturas e pomadas, e posteriormente sua aplicação estendeu-se para cremes, loções, géis e

produtos para banho em geral (CORAZZA et al., 1995; ABURJAI e NATSHEH, 2003). O

objetivo principal era atrair o consumidor utilizando o apelo de marketing natural. Essas

matérias-primas são usadas em baixas concentrações em virtude do alto custo, e não havia

uma preocupação específica com a comprovação de seus efeitos (DAL`BELO, 2008).

A Fitocosmética é um segmento da ciência cosmética que se dedica ao estudo e à

aplicação dos conhecimentos da ação dos princípios ativos de extratos de origem vegetal.

Esse segmento tem ocupado espaço de interesse em proveito da higiene, da estética, da

correção e manutenção do estado normal e sadio da pele (VALFRÉ, 1990).

1. Extratos Vegetais

Como exemplos de extratos vegetais já conhecidos têm-se os de Aloe Vera

(DAL`BELO, 2008) aveia e malva com a finalidade de hidratantes; camomila e calêndula

com propriedades anti-inflamatórias e antialérgicas (ABURJAI e NATSHEH, 2003); e os

extratos de hamamélis, que possuem um alto teor de taninos, sendo utilizado com a função

de adstringentes (TÈRAN, 1990; VALFRÉ, 1990). O emprego de extratos vegetais com a

função de proteger a pele contra o fotoenvelhecimento vem crescendo muito nos últimos

anos uma vez que esses extratos apresentam substâncias antioxidantes que atuam

neutralizando os radicais livres formados após exposição à radicação UV (DAL`BELO,

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2008), dentre os extratos que possuem essas características destacam-se o chá verde e o

Gingko biloba.

1.1 Extrato de chá verde

O chá é proveniente das folhas da Camellia sinensis (L.) Kuntze (Theaceae) que é

mostrada na Figura 7, essa planta é nativa da China e da Índia. A Camellia sinensis dá

origem a quatros tipos de chás: branco, verde, oolong e preto. O chá preto é uma bebida

popular consumida em todo o mundo em virtude do seu sabor característico e seus efeitos

benéficos a saúde, da produção total cerca de 80% é consumido na forma de chá preto e

20% na forma de chá verde (HSU, 2005).

Os tipos de processamento servem para distinguir os quatros chás conferindo um

sabor diferenciado. A Camellia sinensis é um arbusto de folhas que necessitam ser colhidas

rapidamente, caso contrário começam a se oxidar, sendo assim as diferentes variedades de

chás diferem entre si em relação ao grau de oxidação de seus compostos e no, processo

chamado de fermentação. Na realidade este, não é o termo correto, pois não se trata de um

processo com uso de microorganismos, e sim de utilização da enzima catecol oxidase,

presente naturalmente na planta, que atua oxidando os flavonoides denominados de

catequinas (DAL`BELO, 2008).

Para comercialização dos chás é feito o preparo das folhas por meio de

beneficiamento ou manufatura, que consistem de uma série de transformações que tem por

objetivo o desenvolvimento de aroma e do sabor que conferem as características peculiares

da infusão. O processo de beneficiamento inicia-se com o murchamento das folhas verdes,

após a colheita, com a finalidade de reduzir a umidade de 75% para 55%. A segunda etapa

do processo consiste na maceração, também denominado enrolamento, que é realizada em

máquinas contendo um rolo compressor que rompe os tecidos, comprime e enrola as

folhas; o tempo de maceração depende do tipo de chá que se deseja obter. Em seguida as

folhas são transportadas para uma sala escura e espalhadas em finas camadas para o início

da “fermentação”, nessa etapa as folhas sofrem alteração na cor passando para um tom

forte de cobre. A última etapa é a tostagem que seca as folhas interrompendo a

“fermentação” (DAL`BELO, 2008).

O chá branco é originado das folhas jovens e dos botões que possuem uma

coloração branca, este passa apenas pelo processo de secagem, ou seja, não é fermentado.

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O chá oolong passa por um processo fermentativo parcial enquanto que o chá preto

apresenta um elevado grau de oxidação, as catequinas são oxidadas e transformadas em

teaflavinas e tearrubiginas (MUTHUMANI e KUMAR, 2007).

Já o chá verde também não passa pela “fermentação” e provém das folhas que são

tratadas com vapor (método japonês) ou dispostas em bandejas quentes (método chinês)

para a inativação da catecol oxidase. Em seguida as folhas passam pela maceração. A

composição polifenólica do chá verde (20 a 40% do peso seco) é similar a das folhas

frescas, em que os constituintes principais também são os flavonoides denominados

catequinas (ALEXIS et al., 1999; HSU, 2005).

(A) (B)

Figura 7. Folhas de Camellia sinenis (A) e chá verde (B) (DAL`BELO, 2008)

Presentes no chá verde estão os seguintes derivados catequinos: a epicatequina (E),

a epigalocatequina (EGC), a epicatequina galato (ECG) e a epigalocatequina-3-galato

(EGCG) que é o derivado mais abundante. Os derivados estão mostrados na Figura 8. O

potencial antioxidante das catequinas se dá na seguinte ordem decrescente de eficiência:

EGCG = ECG > EGC = E (MARTINEZ-FLORES, 2002; PAGANINI e CARVALHO,

2011).

As epicatequinas impedem a penetração da radiação UVB, evitando seus efeitos

sobre as células, inclusive o eritema e a imunossupressão, neutralizam os radicais livres e

são também quelantes de metais (o que reduz a sua absorção) e inibidores de

lipoperoxidação (FONTES, 2013).

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Figura 8. Estrutura química das catequinas principais do chá verde: (A) – Epicatequina, (B) –

Epigalocatequina, (C) – Epicatequina galato e (D) – Epigalocatequina – 3 – galato (EGCG) ( DAL´BELO,

2008)

A propriedade antioxidante do chá verde está relacionada com a capacidade que as

catequinas possuem de prevenir a citotoxicidade induzida pelo estresse oxidativo em

diferentes tecidos. Essas moléculas são “varredoras” de radicais livres, possuem ação

quelante de metais como ferro e cobre, impedindo a formação de radicais livres por

associação de átomos desses metais e possuem ação inibidora da lipoperoxidação

(SENGER, SCHWANKE e GOTTLIEB, 2011).

A ação antioxidante das catequinas está relacionada com a sua estrutura química,

sendo potencializada pela presença de radicais e de grupos hidroxil ligados aos anéis. Essas

moléculas são capazes de capturar os radicais superóxido e hidroxil e o peróxido de

hidrogênio, sendo que o mecanismo de ação dessas moléculas é transferir elétrons para os

radicais livres, estabilizando-os (SENGER, SCHWANKe e GOTTLIEB, 2011).

Segundo Nichols e Katiyar (2010) a aplicação tópica de EGCG antes da exposição

solar, reduz a reposta inflamatória, em que se percebe um decréscimo na infiltração de

leucócitos inflamatórios na pele (que induzem a produção de peróxido de hidrogênio e,

consequentemente, estresse oxidativo), tanto derme quanto epiderme. Além disso, também

foi observada uma diminuição do eritema. Sendo assim, concluiu-se que a aplicação de

EGCG apresenta efeito benéfico na melhoria dos efeitos prejudiciais causados pela

radiação UVB, podendo induzir efeitos preventivos ao atuar em diferentes sítios ativos da

cadeia de oxi-redução, reduzindo, então, o aparecimento de espécies reativas de oxigênio.

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Em outro estudo realizado por Bagatin (2008) utilizando pele humana, demonstrou-

se que uma solução composta por frações de chá verde, nas concentrações de 1-10%,

preveniu o eritema induzido pela radiação UV. Para isso foi feita uma analise de

microscopia em que se verificou a redução no número de células danificadas por

queimadura solar, e o dano às células de Langherans, tendo obtido uma fotoproteção

máxima na concentração de 10%.

Chen, Hu e Wang (2012) em relação à aplicação tópica do EGCG proveniente do

chá verde, demonstraram que essas moléculas possuem propriedades anti-inflamatórias e

anti-carcinogênicas, além de inibir atividade de colagenases que resultam na perda de

elasticidade da pele e, consequentemente, no aparecimento de rugas.

Mais detalhadamente o estudo de Elmets et al. (2001) verificou o efeito da

aplicação tópica de uma solução hidroalcoólica de extrato de chá verde em diferentes

concentrações e de quatro catequinas isoladas na diminuição dos efeitos da radiação UV

em voluntários humanos. Como resultado obteve-se uma redução significativa do eritema

com a aplicação do extrato, essa redução é dose dependente, ou seja, quanto maior a

concentração do extrato maior será o efeito obtido. Foram feitas análises

espectrofotométricas a fim de excluir a possibilidade de o chá verde estar atuando apenas

como fotoprotetor químico. Observando-se que a absorbância máxima foi obtida em 273

nm, constatou-se que o extrato não absorve na faixa de comprimento da radiação UVB,

sendo assim, a proteção contra o eritema foi resultado de um mecanismo diferente da

simples absorção da radiação UV. Segundo a avaliação histológica, o extrato reduziu a

quantidade de células de queimadura solar quando comparada com o controle positivo,

protegeu as células de Langherans e diminuiu os danos ao DNA. Quando comparado o

extrato com as catequinas isoladas, verificou-se que o extrato teve maior eficiência na

proteção contra o eritema; os derivados contendo o grupo galoil na posição 3 da molécula

(EGCG e ECG) foram os mais eficientes na inibição do eritema e os grupos ECG e E

praticamente não apresentaram efeito. Com isso destaca-se a importância de avaliar

formulações de uso tópico contendo o extrato vegetal, já que o efeito final é resultado de

um efeito sinérgico de todos os seus constituintes.

Vayalil et al. (2003) estudaram a aplicação tópica de um creme contendo catequinas

na pele de camundongos sem pêlo antes da exposição à radiação UVB. As catequinas

preveniram a depleção de enzimas antioxidantes endógenas como a glutationa peroxidase,

catalase, bem como diminuiu a lipoperoxidação e a oxidação de proteínas.

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No estudo de Syed et al. (2004) foi avaliado os efeitos anti-envelhecimento da

aplicação tópica de um gel hidrofílico contendo EGCG na pele de voluntárias durante

quatro semanas. A avaliação clínica realizada por dermatologistas mostrou que a textura e

a aparência da pele das voluntárias apresentaram melhoras de até 45% após aplicação do

gel. Outro estudo proposto por Chiu et al. (2005) avaliou os efeitos na pele de voluntárias

que receberam uma associação de suplementação oral e aplicação tópica de um creme

contendo 10% em extrato de chá verde, após análise histológica foi observado um aumento

da elasticidade significativo no tecido elástico do grupo tratado com o creme em

comparação com o grupo que recebeu placebo, entretanto não foram observados efeitos

clínicos qualitativos nem subjetivos na redução de rugas e hidratação da pele.

Outros estudos têm demonstrado que as catequinas apresentam efeitos inibitórios na

indução e atividade das MMPs, enzimas que estão diretamente relacionadas com o

envelhecimento cutâneo (AN et al., 2005). Além disso, alguns estudos destacam que as

catequinas do chá verde estimulam a diferenciação e proliferação de queratinócitos

(CHUNG et al., 2003).

1.2 Gingko biloba

O Gingko biloba é uma árvore chinesa, o único exemplar vivo da família

Gingkoacecae. Foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão, Engelbert Kaempter,

por volta de 1690, contudo despertou o interesse dos pesquisadores após a Segunda Guerra

Mundial quando perceberam que a planta tinha sobrevivido à radiação em Hiroshima. A

palavra Gingko tem origem chinesa e significa damasco prateado enquanto que a palavra

biloba é devida ao formado bilobado das folhas desta planta (DIAMOND et al., 2000).

Figura 9. Folhas de Gingko biloba (DAL`BELO, 2008)

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A patente Egb-761 padroniza o extrato seco das folhas para uso fitoterápico, que é

composto por 24% de flavonoides, 7% de proantocianidinas, 6% de terpenóides, 13% de

ácidos carboxílicos e 2% de catequinas. Dentre os flavonoides tem-se o canferol e a

quercetina conjugados com glicose ou rhamnose e biflavonas (gingketina e isogingketina).

A fração terpênica consiste de lactonas diterpências (gingkolideos A, B, C, J e M) e

sesquiterpências como o composto bilobalídeo (VAN BEEK, 2002).

Figura 10. Estruturas químicas dos compostos principais do Gingko biloba: (A) – quercetina, canferol e

rutina; (B) – gingkolídeos (lactonas diterpênicas); (C) – gingketina (biflavona) (DAL`BELO, 2008)

Os compostos antioxidantes do extrato de Gingko biloba atuam bloqueando os

radicais livres: ânion superóxido, radical hidroxil, radical peróxido e radical óxido nítrico.

A atuação é indireta via diminuição da formação dos radicais livres ao inibir a atividade ou

expressão das enzimas que catalisam a formação desses radicais ou, também, pelo aumento

da expressão dos genes que codificam enzimas antioxidantes como a heme-oxigenase, a

superóxido dismutase mitocondrial e a glutationa peroxidase (DAL`BELO, 2008).

O estudo realizado por Ozkur et al. (2002), observou que a ingestão do extrato de

Gingko biloba imediatamente após a irradiação UVB e cinco dias previamente a essa

irradiação, em pele de camundongos, promoveu a proteção da enzima superóxido

dismutase (SOD), cuja atividade é reduzida após a radiação. Nesse estudo verificou-se

também a proteção contra peroxidação lipídica quando comparado com o grupo de

controle. Outro estudo proposto por Aricioglu et al. (2001) avaliou os efeitos desse extrato

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na atividade da SOD e concluiu que o tratamento com esse extrato aumentou a atividade

dessa enzima após exposição à radiação UVB.

Lim et al. (2006) e Kwak et al. (2002) destacaram a atividade anti-inflamatória do

desse extrato na pele, devido a presença de biflavonas que inibem a produção de

prostaglandinas E2, mediada em parte através redução da enzima ciclooxigenase -2 (COX-

2) .

Outra possível aplicação de extratos de Gingko biloba em formulações anti-

envelhecimento seria devido a estimulação da síntese de colágeno. Kim et al. (1997)

demonstraram os efeitos “in vitro” do extrato de Gingko biloba e de seus flavonoides

isolados (quercetina, canferol, sciadopitisina, gingketina e isogingketina) na proliferação

de fibroblastos “in vitro” e na síntese de colágeno e fibronectina.

O estudo proposto por Dal’Belo (2008) avaliou os extratos de chá verde e Gingko

biloba associados para uma maior atividade fotoprotetora. Dentre os resultados obtidos,

conclui-se que as formulações acrescidas desses extratos isolados e, também da

combinação desses extratos, protegeu a pele dos camundongos contra o eritema e danos na

função de barreira, mas o extrato de Gingko biloba mostrou efeitos mais pronunciados do

que os extratos de chá verde. Em relação à penetração cutânea, foi observado que tanto a

EGCG do extrato de chá verde quanto à quercetina do extrato de Gingko biloba penetraram

na pele, mas não permearam até o líquido receptor, ou seja, ficaram retidas no estrato

córneo e na epiderme viável. Os estudos de segurança mostraram que as formulações

apresentaram ótima compatibilidade cutânea, ou seja, não foi observado um potencial de

irritação primária. Conclui-se que a associação dos extratos de chá verde e Gingko biloba

em formulações cosméticas é de grande valia, já que mostraram efeitos que se

complementam na proteção contras os danos induzidos pela radiação UV, penetração

cutânea e segurança de uso.

1.3 Extrato de Portulaca

No Brasil a espécie Portulaca oleracea, da família Portulacaceae, é mais conhecida

como beldroega. Comumente, a planta é dividida em pequenas partes e as folhas são

ingeridas para fins medicinais, é uma planta rica em ácido linoleico e β-caroteno, possui

flavonoides, glicosídeos monoterpenos e cumarinas (CHAN et al., 2000; DI STASI e

HIRUMA-LIMA, 2002; KUMAR et al., 2008). A Portulaca possui óleos voláteis que

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podem ser muito úteis para fabricação de cosméticos, e, também, pode ser utilizada nas

indústrias alimentícia e química.

Figura 11. Portulaca oleraceae (PORTULACA, 2013).

De acordo com estudos o extrato dessa planta apresenta características anti-

inflamatória, analgésica, anti-alérgica, antibacteriana, relaxante muscular e cicatrizante. No

Oriente é usada, tradicionalmente, para tratar furúnculos, eczemas, picadas de insetos e

cobras, também pode ser usada topicamente em pele edemaciada (KUMAR et al., 2008).

Chan et al. (2000) avaliaram o extrato etanólico a 10%, provenientes das partes

áreas (caule e folhas). O estudo demonstrou que o extrato possui significativo efeito anti-

inflamatório e analgésico após administração intraperitoneal e tópica em ratos, quando

comparado com a droga sintética, diclofenato de sódio.

Estudos de Rashed, Afifi e Disi (2003) mostrou que o extrato de Portulaca

oleraceae foi capaz de acelerar o processo de cicatrização de maneira significativa em

feridas cutâneas de camundongos quando comparado com o grupo de controle. Com o

aumento da contração e resistência a tração, pode-se comprovar o aceleramento da

cicatrização. O aumento da contração e resistência à tração se deve, principalmente, pelo

aumento da síntese e estabilização das fibras de colágeno na região ferida.

Yang et al. (2009) avaliaram em cérebros de rato o potencial antioxidante de três

alcaloides extratidos da Portulaca (oleraceina A, B, e E) em relação ao radical DPPH e

peróxido de hidrogênio. A atividade antioxidante desses alcaloides foi superior ao ácido

ascórbico e α-tocoferol, porém inferior ao ácido cafeico, sendo que a oleraceina B foi a

mais potente. Esses resultados sugerem o potencial antioxidante desse extrato.

Com esse potencial antioxidante e de aumentar a síntese e estabilização das fibras

de colágeno, o extrato de Portulaca oleraceae pode ser aplicado em formulações

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cosméticas com a finalidade de proteger contra o fotoenvelhecimento. Na linha Renew da

empresa cosmética AVON, essa planta é utilizada com o apelo de anti-idade devido à

atuação em linhas de expressão causadas pela contração muscular.

1.4 Extrato de Areca

Pertencente à família Arecaceae, a Areca catechu é nativa da Malásia, mas é muito

cultivada na Índia, Sri Lanka, Tailândia e Filipinas. O cultivo dessa planta é de grande

interesse socioeconômico nos setores alimentício, de energia elétrica e combustível,

produção de papel e cosméticos (CROUCHER e ISLAM, 2002).

Figura 12. Areca catechu (ARECA, 2013)

A seiva é utilizada topicamente para pruridos, queimaduras e feridas na pele, mas

também pode ser incorporada na formulação de xampus (AHMAD e HOLDSWORTH,

2003). Apesar disso, a semente é a parte dessa planta que é mais estudada por possuir

características anti-helmínticas, antifúngica, antibacteriana, anti-inflamatória e antioxidante

(WETWITAYAKLUNG et al., 2006; YENJIT et al., 2010).

Estudos demonstram que o extrato metanólico da semente tem capacidade de inibir a

ação das enzimas elastase e colagenase, as quais são responsáveis pela flacidez e perda de

elasticidade da pele no processo de envelhecimento. Além disso, tem função anti-

hialuronidase, inibe a melanogênese e estimula a proliferação de fibroblastos, fazendo com

que esse extrato possa ser utilizado em produtos para pele acneica e com finalidade anti-

idade (LEE E CHOI, 1999; LEE et al., 1999; ADHIKARI et al., 2008).

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Lee et al. (1999) avaliaram 150 plantas com função anti-idade por inibição da

elastase (enzima que degrada as fibras de elastina importantes na constituição da matriz

celular da pele) e, observaram que, o extrato de areca possui um efeito inibitório

significativo dessa enzima e da inflamação cutânea. O extrato, também, inibiu a enzima

hialuronidase devido aos seus compostos fenólicos, sendo assim sugere-se que essa planta

pode ser utilizada para formulações anti-idade devido à proteção do tecido conjuntivo da

pele, ou seja, por proteger as proteínas da matriz celular, ativar a reconstrução delas e,

indiretamente, melhorar o tônus das paredes capilares. Portanto, é possível sugerir a

aplicação tópica de cosméticos contendo o extrato dessa planta para benefícios para pele

seca ou irradiada por UV.

Em um estudo posterior Lee e Choi (1999) analisaram “in vitro” e “in vivo” o

extrato de areca como ativo anti-idade. Os resultados do estudo mostraram que o extrato

inibiu a ação da elastase de 37 a 85%, aumentou a síntese de colágeno e, também,

favoreceu a proliferação de fibroblastos em 85% comparada ao controle, sendo superior ao

ácido ascórbico. Conclui-se que o tratamento com o extrato promoveu maior hidratação,

elasticidade e reduziu rugas.

Extratos etanólicos de sementes de areca e Glycyrrhiza glabra promoveram melhora

significativa da hidratação e propriedades mecânicas da pele e, também, baixo potencial

irritativo conforme estudo apresentado por Ahshawat e Saraf (2008). Os autores acreditam

que esses resultados se devem ao sinergismo dessas plantas quando aplicados em cremes

avaliados em relação às atividades anti-inflamatória, antioxidante e fotoprotetora.

1.5 Extrato de Alcaçuz

Pertencente à família Fabaceaea, a espécie alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) é uma

árvore perene nativa da região do Mediterrâneo. Atualmente, é também muito cultivada na

Europa, Oriente Médio e Ásia, e tem sido é utilizada medicinalmente desde 500 a.C (ASL

e HOSSEINZADEH, 2008).

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Figura 13. Glycyrrhiza glabra (GLYCYRRHIZA, 2013)

Estudos relatam que extratos da raiz do alcaçuz possuem atividade anti-

inflamatória, anti-alérgica, adstringente, antioxidante e inibidora de melanogênese,

podendo ser utilizado em produtos para pele acneica e anti-idade. Gupta et al. (2008)

demonstraram que o extrato também possui atividade antimicrobiana contra bactérias

Gram-negativas e positivas.

A característica antioxidante do extrato da raiz de alcaçuz se deve a presença de

vários isoflavonoides, incluindo a glabridina e seus derivados (KONOVALOVA,

THIKAZE e LANKIN, 2000). Esses extratos apresentam essa atividade antioxidante

contra as espécies reativas de oxigênio: radicais hidroxil, peroxil e íons superóxido,

desempenhando um papel importante no tratamento de doenças relacionadas com as EROs

ou em mecanismos de fotoenvelhecimento. Os flavonoides atuam quelando metais tais

como os íons de cobre do sitio ativo da enzima tirosinase, inibindo a sua atividade

(ADHIKARI et al., 2008).

Reszko, Berson e Lupo (2009) demonstraram que a glabridina, em cultura de

células de melanoma B16, inibiu a ação da enzima tirosinase sem causar alteração na

síntese de DNA. Ebanks, Wickett e Boissy (2009) concluíram que a glabridina reduziu a

pigmentação induzida por radiação UVB e eritema na pele de porcos após uso tópico,

sugere-se, então, que quando combinado com outros agentes clareadores pode se obter

excelentes resultados clínicos em humanos.

A melanina tem papel importante no mecanismo de defesa da pele contra a radiação

UV, mas o surgimento de melasma, sardas e manchas senis podem causar sérios problemas

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estéticos. Devido a isso muitas empresas cosméticas buscam extratos vegetais com

propriedade de clareamento cutâneo. Adhikari et al. (2008) estudaram cinquenta e dois

extratos metanólicos de plantas utilizadas pela população do sudoeste da Ásia para essa

finalidade, dentre todos os extratos estudados, os autores concluíram que o extrato de

alcaçuz demonstrou promover a maior inibição da tirosinase, cerca de 80%.

No mercado de cosméticos, a empresa AVON utiliza na linha Renew o extrato de

alcaçuz com a finalidade de previnir/combater a hiperpigmentação e o envelhecimento da

pele (AVON, 2013).

1.6 Outros extratos vegetais

1.6.1 Polygonum capitatum

O resveratrol é um estilbeno encontrado em diversos alimentos como a casca da uva

preta, vinho tinto, amoras, amendoim, entre outros. Essa molécula confere proteção contra

bactérias, fungos e outros agressores externos (FONTES, 2013).

Figura 14. Molécula de Resveratrol (FONTES, 2013).

Essa molécula já é sintetizada e comercializada sob diversas formas de produtos, é

proveniente do Polygonum capitatum, que contém cerca de 187mg/Kg, e que constitui a

fonte de maior quantidade e facilidade de extração deste composto. Na natureza essa

molécula está apresentada na forma dos dois isômeros cis e trans, sendo a forma trans-

resveratrol é a mais frequente. A dose diária de resveratrol ideal seria 400mg o que

corresponderia a um equivalente de 1000L de vinho, sendo assim, é necessário

investimento e desenvolvimento de novas técnicas para isolar esse composto de modo que

possa ser administrado isoladamente e em diversos tipos de formulações (FONTES, 2013).

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Essa molécula possui propriedades terapêuticas, pois primeiramente foi estudada a

capacidade antioxidante e protetora em doenças cardiovasculares. Mais tarde, Ndiaye et al.

(2011) demonstraram a propriedade quimiopreventiva (por ação antioxidante e

antimutagência) no que diz respeito as três maiores fases da carcinogênese (iniciação,

promoção e progressão). Foi ainda verificado que essa molécula também desempenha

importante papel na prevenção de doenças degenerativas, como o Alzheimer, e no

fortalecimento do sistema imunitário (VINGTDEUX et al., 2008).

O resveratrol está envolvido na ativação da família de genes (SIRT1) que são

responsáveis por codificar as proteínas que têm papel fundamental na reparação do DNA,

metabolismo e carcinogênese. Essa família de genes regula diversos processos celulares:

proliferação, diferenciação e apoptose celular. A aplicação tópica do resveratrol, antes da

exposição à radiação UVB, resulta numa inibição significativa do edema cutâneo, na

diminuição da resposta hiperplástica, infiltração de leucócitos e COX-2 (envolvida na

resposta inflamatória) e atividade da descarboxilase ornitina enzima envolvida no

aparecimento de cranco da pele associado a exposição ao UVB (FONTES, 2013).

Há relatos que o resveratrol evita, também, a peroxidação dos lipídeos da

membrana, reduz os efeitos tóxicos dos intermediários de oxigênio reativos, na produção

de peróxido de hidrogênio e neutraliza radicais livres impedindo a oxidação de colágeno,

que tem função de suportar a pele retardando, assim, o aparecimento de rugas. Por fim, o

resveratrol é um importante composto com atividade antienvelhecimento (FONTES,

2013).

1.6.2 Calendula officinalis

A Calendula officinalis é nativa do centro e sul da Europa, Ásia ocidental e

América do Norte, essencialmente climas temperados. Estudos relaram que os

triterpenoides, provenientes dos capítulos florais secos, apresentam ação anti-inflamatória

e anti-edematosa. Segundo Ćetković et al. (2004) o extrato aquoso de calêndula apresenta

atividade antioxidante e demonstra uma forte ação anti-radicalar pela presença do β-

caroteno; além disso pode auxiliar na cicatrização de feridas, promovendo o crescimento

epitelial e melhorando as respostas imunológicas quando aplicado por via tópica.

Devido ao extrato aquoso apresentar atividade antioxidante e ação anti-radicalar,

pesquisadores decidiram investigar a capacidade dos extratos, aquoso e metanólico, da

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Calendula officinalis na absorção da radiação UV, tendo em vista o seu potencial como

filtro solar natural.

Gediya et al. (2011) e Mishra, Mishra e Chattopadhyay (2011) o estudo acima

citado, como resultados demonstram a tendência de ambos os extratos, aquoso e

metanólico, absorverem a radiação UV no intervalo de 200 a 400 nm. Comparando a

absorção dos extratos tem-se que o extrato metanólico apresenta maior tendência em

absorver a radiação UVB (intervalo de 290 a 320 nm), com isso comprova-se a sua

potencial aplicação em protetores solares, loções e géis, uma vez que a radiação UVB

representa o principal tipo de radiação responsável por queimaduras solares,

imunossupressão e cancro de pele.

Em outros estudos foi demonstrada a capacidade das flavonas e compostos

relacionados de absorver radiação na região UV, assim como neutralizar os radicais livres.

Essas tendências fazem com que a calêndula possa ser usada para aplicação em várias

afecções cutâneas, em sua maioria devido à formação de radicais livres (RUIVO, 2012).

Conclui-se que a aplicação da Calendula officinalis em cosmética como filtro solar

natural pode representar uma alternativa ecológica, segura e econômica comparativamente

aos filtros solares químicos comumente utilizados.

2. Óleos vegetais

Os óleos vegetais apresentam uma grande demanda no mercado mundial de

produtos cosméticos muito em função do interesse dos consumidores em produtos

oriundos de fontes naturais. Tradicionalmente, são utilizados nas indústrias de cosméticos,

alimentícia e farmacêutica (HETTIARACHCHI et al., 2010).

Para a indústria de cosméticos é necessário que o óleo possua elevada estabilidade

contra oxidações, seja insípido e inodoro. Devido a presença de diversos componentes

químicos em um óleo pode-se favorecer a presença de inúmeras atividades biológicas

dessa matéria-prima e, também, aumentar a vida útil da formulação (AHSHAWAT e

SARAF, 2008; HETTIARACHCHI et al., 2010).

Muitos óleos vegetais apresentam propriedades biológicas para uso tópico como

antioxidantes, fotoprotetora, anti-microbianas e anti-inflamatórias e devido a isso, são

utilizados em tratamentos dermatológicos. Como aplicação cosmética, atenuam linhas de

expressão e rugas, mantêm a hidratação da pele, garantem resultados efetivos nos

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tratamentos de fotoenvelhecimento, cicatrizes cirúrgicas e queloides, escaras produzidas

pela psoríase, acnes ou queimaduras, pele seca e eczemas. São, principalmente, extraídos

de sementes e de frutos, esses óleos elevam a proteção da pele contra a perda excessiva de

líquidos e são menos oclusivos. E mais, os óleos apresentam boa penetração cutânea e

capacidade de transportar agentes terapêuticos, são capazes também de fornecer nutrientes

como tocoferóis, carotenoides e ácidos graxos essenciais (BLOISE, 2003; OYEDEJI e

OKEKE, 2010).

Em relação à constituição lipídica dos óleos vegetais pode-se dizer que são

semelhantes entre si, contudo a composição centesimal de cada ácido graxo é variável o

que explica as propriedades determinantes da boa aceitação dos óleos para uso tópico.

Outra característica importante dos óleos é que são biodegradáveis, não poluem e não

agridem o meio ambiente (GIOIELLI et al., 1998; DE CAMARGO, 2008; PEREIRA,

2008).

2.1 Óleo de Babaçu

Nome genérico dado as palmeiras oleaginosas, o Babaçu pertence à família

Palmaceae e integrantes dos gêneros Attalea e Orbignya. O gênero Orbignya inclui

espécies predominantemente nativas da região norte do Brasil (Maranhão, Piauí, Pará e

Tocantins), tais como: Orbignya phalerata Martins, Orbignya oleifera, Orbignya

teixeirana e Orbignya microcarpa Martins. A espécie Orbignya phalerata é a maior em

distribuição, mas a espécie Orbignya oleifera produz a maior quantidade de frutos, sendo,

portanto, a responsável pela maior extração do óleo (ANDERSON e BALICK, 1998;

TEIXEIRA, 2008).

Figura 15. Fruto do Babaçu (PEREIRA, 2008).

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O óleo de babaçu apresenta grande utilidade nas indústrias de lubrificantes e

alimentícias, é considero um dos maiores recursos oleíferos nativos do mundo (DE

MAGALHÃES, 2008). A extração do óleo possui rendimento mínimo de 68% e possui

concentração de aproximadamente 40% de ácido láurico (URIOSTE et al., 2008;

ABOISSA, 2013). A presença do ácido láurico faz com que os óleos possuam resistência a

oxidação não-enzimática e, em oposição aos óleos saturados, apresentam temperatura de

fusão baixa e bastante definida (MACHADO, CHAVES e ANTONIASSI, 2006).

Para aplicação em cosméticos a presença do ácido láurico é de grande importância,

mas também outros componentes do óleo de babaçu são importantes: ácido mirístico,

palmítico e oleico (SILVA et al., 2000). Atua como emoliente e pode ser aplicado em

formulações cosméticas para cuidados da pele e do cabelo. Com vantagem em relação a

outros óleos vegetais tem-se a capacidade de não se rancificar facilmente (ATHAR e

NASIR, 2005; MACHADO, CHAVES e ANTONIASSI, 2006)

Muitos estudos comprovaram as atividades anti-inflamatória, anti-tumoral e

cicatrizante do óleo de babaçu. Na indústria cosmética, esse óleo pode ser empregado em

cremes faciais e corporais e emulsões de limpeza. Para formulações de cuidados para o

cabelo, o óleo de babaçu pode ser utilizado já que o ácido láurico, presente no óleo, auxilia

a reposição de lipídeos e na elasticidade da fibra capilar (GUMIERO, 2011).

Em relação a veiculação de fármacos, a via tópica de administração oferece vários

benefícios, principalmente a diminuição dos efeitos colaterais sistêmicos. Entretanto, o

estrato córneo forma uma excelente barreira contra a permeação de fármaco. Estudos

comprovaram que a adição de ácido láurico com propilenoglicol na proporção de 1:9

promoveu uma melhora significativa na permeação de vários opiodes, esses resultados

demonstram que o tratamento tópico com ácidos graxos aumenta significativamente a

permeabilidade de substancias na pele (GUMIERO, 2011).

Martins et al. (2006) estudaram a atividade anti-inflamatória e cicatrizante da

espécie Orbignya phalerata em camundongos. Esses autores demonstraram a capacidade

dessa planta em aumentar a produção de óxido nítrico, liberação de histamina e do

processo de cicatrização.

Amorim et al. (2006) observaram que o extrato aquoso da Orbignya phalerata

apresentou atividade anti-inflamatória por uso tópico e também contribuiu positivamente

para o processo de cicatrização. O processo de cicatrização apresentou resultados tanto no

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nível microscópico quando no macroscópico das feridas cutâneas em ratos, a diferença em

relação ao controle foi mais expressiva no 7º dia de tratamento.

2.2 Outros Óleos Vegetais

2.2.1 Óleo de Abacate (Persea gratissima)

Estudos demonstraram que o creme de vitamina B12 com óleo de abacate possui

potencial para tratar a psoríase é bem tolerado e pode ser utilizado topicamente por longos

períodos de tempo (STUCKER et al., 2001).

Figura 16. Persea gratissima (ABACATE, 2013).

2.2.2 Azardica indica

O óleo da Azardica indica contém substâncias ativas que auxiliam no processo de

cicatrização de feridas da pele e conseguem manter a elasticidade da pele durante o

processo de cura da ferida. O óleo também possui ácidos graxos essenciais, que mantêm o

local umedecido e confere textura suave a pele durante a cicatrização. Estudos revelam que

o extrato das folhas e o óleo das sementes da Azardica indica possuem efeito

antimicrobiano e, por meio de estudos clínicos, inibem a inflamação tão eficazmente

quando o acetato de cortisona, que é considerado o controle positivo para o estudo

(RAJINDER et al., 2008).

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53

Figura 17. Azardica indica (AZARDICA, 2013)

2.2.3 Camomila (Matricaria recutita)

Devido aos componentes dos óleos essenciais, α-bisabolol e flavonoides, apresenta

propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e cicatrizantes. O bisabolol é responsável

pela formação de tecido granuloso durante o processo de cicatrização e os flavonoides

atuam inibindo a liberação de histamina (BEDI e SHENEFELT, 2002). Estudos recentes

sugerem que a camomila pode cicatrizar uma ferida mais rapidamente que corticosteroides,

entretanto, ainda são necessários mais estudos para ser considerada de utilidade clinica

(PINTO, 2013).

Figura 18. Matricaria recutita (CAMOMILA, 2013)

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54

Conclusão

A cosmetologia tem preocupação em estudar maneiras de atenuar o

fotoenvelhecimento cutâneo por meio do uso de substâncias ativas eficazes, oferecidas em

produtos cosméticos. Essas substâncias ativas são provenientes de extratos vegetais e,

dependendo da formulação utilizam-se óleos vegetais.

O envelhecimento cutâneo é divido em dois tipos, o envelhecimento crônico e o

fotoenvelhecimento. Naturalmente, o organismo está “geneticamente programado” para

um declínio das funções vitais, com isso há o afinamento da epiderme e o aumento da sua

fragilidade, diminuição da estrutura dérmica, entre outras consequências, devido a isso os

tratamentos tópicos não conseguem evitar o envelhecimento intrínseco. Entretanto, os

tratamentos tópicos são utilizados para evitar o fotoenvelhecimento que consiste na

exposição da pele a diversas agressões sendo a radiação ultravioleta a mais significativa,

uma vez que as moléculas cromóforas são capazes de absorver as radiações UVA e UVB e

formar radicais livres que resultam em danos profundos nos tecidos cutâneos.

Com isso, há o interesse na utilização de extratos vegetais ricos em flavonoides que

são capazes de reagir com as espécies reativas de oxigênio formando uma quinona estável

e inibindo a ação desses radicais que degradam o tecido cutâneo, formando depressões

como as rugas, por exemplo. Os extratos de Chá Verde, Gingko biloba, Portulaca

oleraceae, Alcaçuz e Calêndula podem ser utilizados como a finalidade de antioxidantes

devido a presença dos flavonoides, além desses extratos pode-se utilizar o óleo de

Calêndula que também é rico em flavonoides. Esses extratos são principalmente

incorporados em formulações cosméticas com claim anti-idade e fotoprotetor.

Outras moléculas além dos flavonoides possuem característica antioxidante como as

vitaminas C e E. O extrato de Areca, também pode ser utilizado em formulações

fotoprotetoras e/ou anti-idade, devido aos compostos fenólicos presentes em sua

composição atuar como antioxidantes. O extrato de Polygonum capitatum apresenta a

molécula resveratrol que é capaz de reagir com as EROs.

Os óleos vegetais são mais utilizados para promover a hidratação da pele que ajuda

a manter a função de barreira da pele, importantíssima no processo de penetração de

substâncias ativas na pele. Os óleos possuem boa penetração cutânea e são capazes de

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transportar agentes terapêuticos uma vez que o tratamento tópico com ácidos graxos

aumenta significantemente a permeabilidade de substâncias na pele. Além disso, os óleos

atuam como cicatrizantes, anti-inflamatórios e antimicrobianos como é o caso dos óleos de

Babaçu, Abacate e Azardica indica.

Por fim, tem-se que com o aumento o interesse na manutenção da juventude a

indústria cosmética busca cada vez mais alcançá-la e concomitantemente a isso é capaz de

utilizar produtos de origem natural que é de interesse dos consumidores atualmente.

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