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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES POS GRADUAÇAO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL NA PREVENÇÃO CONTRA CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO NO ÂMBITO DA INSTITUIÇÃO Por: Roberta Larissa Gonçalves de Sousa Ribeiro Orientador: Prof. Mario Luiz Trindade Rocha Co-Orientadora: Gloria Jesus de Oliveira Goiânia-Go 2015

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES POS GRADUAÇAO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL NA PREVENÇÃO CONTRA

CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO NO ÂMBITO DA INSTITUIÇÃO

Por: Roberta Larissa Gonçalves de Sousa Ribeiro

Orientador: Prof. Mario Luiz Trindade Rocha

Co-Orientadora: Gloria Jesus de Oliveira

Goiânia-Go

2015

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES POS GRADUAÇAO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL NA PREVENÇÃO CONTRA CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO NO ÂMBITO

DA INSTITUIÇÃO

Por: Roberta Larissa Gonçalves de Sousa Ribeiro

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Pública

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DEDICATÓRIA

Ao meu filho Gabriel, minha fonte de alegria.

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RESUMO O objetivo desta monografia é identificar a importância da atuação da unidade de auditoria interna da Caixa Econômica Federal no processo de prevenção e combate à lavagem de dinheiro no âmbito da instituição. Adotou-se como refe-rencial teórico a literatura sobre o crime de lavagem de dinheiro bem como so-bre os conceitos e a finalidade da auditoria interna. Como método foi utilizada a pesquisa bibliográfica, documental, com característica descritiva.Concluiu-se sobre o avanço nas leis de combate à lavagem de dinheiro alcançado pelo Brasil nos últimos anos. Concluiu-se também que os bancos aprimoraram seus mecanismos de controles e auditorias internas. Ao final foi verificado que um trabalho bem realizado pela auditoria interna contribui para a minimização dos riscos legais e de imagem associados ao não cumprimento das obrigações im-postas às instituições financeiras pelas leis e normas que tratam desse crime.

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METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido a partir da análise bibliográfica

descritiva, pesquisando artigos e livros de estudiosos do assunto Prevenção à

lavagem de dinheiro, como a autora Maria Balbina Martins de Rizzo do livro

Prevenção à lavagem de dinheiro nas instituições do Mercado Financeiro, de

2013, bem como autores relacionados ao tema Auditoria Interna,os quais po-

demos citar: Franklin Santos, autor do livro Auditoria de Processos-Metodologia

COSO e Cláudio Marcelo Rodrigues Cordeiro, da obra:Auditoria e Governança

Corporativa, ambos editados em 2012. Foram citados ainda alguns conceitos

encontrados no livro Introdução a Auditoria Operacional de Inaldo da Paixão

Santos Araujo, obra editada em 2004.

O material de uso interno da instituição não será mencionado devido ao

grau de sigilo dos manuais pertinentes ao assunto, portanto, buscou-se pesqui-

sar apenas os manuais, cartilhas, estatutos, relatórios e demais documentos

disponíveis no Portal de downloads do site da Caixa Econômica Federal, todos,

disponíveis ao público, além de cartilhas encontradas na intranet da empresa

cujo teor não é sigiloso.

Encontrou-se dificuldade em localizar obras que abordem o assunto pre-

venção à lavagem de dinheiro com um enfoque mais abrangente, uma vez que,

como se trata de um crime, o assunto é abordado em várias obras destinadas a

estudantes e pesquisadores da área do Direito, assunto que não é o foco deste

trabalho.

Por esse motivo para abordar o tema objeto deste estudo serão utiliza-

dos, além da obra citada acima, artigos e estudos disponíveis nos sites das

instituições que tenham ligação com o mercado financeiro.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

Capítulo I

LAVAGEM DE DINHEIRO 11

1.1 - Origem histórica do termo 11

1.2 - Conceitos do crime de lavagem de dinheiro 12

1.3 - Etapas do processo de lavagem de dinheiro 13

1.3.1- Etapa 1. Colocação dos recursos ilícitos no sistema econômico (place-ment) 13

1.3.2- Etapa 2. Ocultação da origem por meio de difícil rastreamen-to/camuflagem (layering) 14

1.3.3- Etapa 3. Integração formal ao sistema econômico (integration) 15

1.4- As atividades e setores econômicos mais utilizados na lavagem de di-nheiro 16

1.4.1- Quanto aos Bancos e Lotéricas 17

CAPÍTULO II

POLÍTICA DE PREVENÇÃO CONTRA OS CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO 18

2.1 GAFI- Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Fi-nanciamento do Terrorismo 18

2.2- Lei Nº 9.613/98 19

2.3- COAF-Conselho de Controle de Atividades Financeiras 21

2.4- ENCCLA - Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro 23

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2.5- As dificuldades para a implantação das leis e normas 24

CAPÍTULO III

PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 25

3.1- Controle interno-Metodologia COSO 26

3.2- Lavagem de dinheiro e Risco da reputação nas instituições 28

3.3- Qualificação dos Funcionários 29

3.4- Princípios KYC E KYE 30

3.4.1-Princípio Conheça seu cliente (Know Your Customer – KYC) 31

3.4.2-Princípio Conheça seu Funcionário(Know Your Employee) 32

CAPITULO IV

AUDITORIA BREVE HISTÓRICO 33

4.1- Auditoria Definições 33

4.2- Auditoria Externa 34

4.3- Auditoria Interna 36

4.4- Auditoria Interna nas instituições financeiras 36

4.5 Percepção dos auditados sobre a auditoria interna 37

4.6- Diferença entre Auditoria Interna e Compliance 38

CAPÍTULO V

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 40

5.1- Sobre a Caixa 40

5.2 Caixa Breve Histórico 41

5.3- Dos órgãos de Administração da CAIXA: 42

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5.3.1-Comitê de Auditoria-Fórum estatutário 42

5.4-Código de ética 43

5.5-Políticas de atuação da Caixa 44

5.5.1-Política de Gerenciamento de Riscos 45

5.5.2-Política de Prevenção contra os Crimes de Lavagem de Dinheiro 46

5.5.3-Política de Controles Internos e Compliance 47

5.6-Estratégia Empresarial 48

CAPÍTULO VI

AUDITORIA INTERNA DA CAIXA 49

6.1- Auditoria de Processos 51

6.2- O Papel da Auditoria Interna da Caixa na Prevenção à Lavagem de Dinhei-

ro no âmbito da Instituição 54

CONCLUSÃO 55

BIBLIOGRAFIA 57

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INTRODUÇÃO

O tema desta monografia é a prevenção contra o crime de lavagem de

dinheiro na Caixa Econômica Federal e a atuação da auditoria interna na pre-

venção a este crime. Dessa forma a questão central deste trabalho consiste em

focar no que esta instituição está fazendo para prevenir a lavagem de dinheiro

dentro da empresa.

O crime de lavagem de dinheiro representa uma ameaça global que exi-

ge especial atenção não somente das autoridades dos países afetados como

também de toda sociedade, isso porque este tipo de crime facilita o acesso ao

dinheiro ilícito por parte dos traficantes, contrabandistas de armas, terroristas,

políticos corruptos, entre outros.

No Brasil, as instituições financeiras são os setores mais visados pelas

organizações criminosas para realização de operações de lavagem de dinheiro.

Mesmo quando as operações criminosas não são realizadas pelas próprias

instituições financeiras elas não deixam de ser o veículo utilizado para a circu-

lação dos recursos ilegais.

Dessa forma a preocupação com o tema lavagem de dinheiro é de suma

importância e prioridade não só para a instituição objeto deste estudo como

também, no âmbito mundial, a prevenção contra a lavagem de dinheiro é um

passo crucial na coibição de atividades criminosas. É através da lavagem de

dinheiro que os ganhos provenientes de crimes como corrupção, tráfico de dro-

gas e de armas, sequestro e outros, convertem-se em recursos aparentemente

lícitos. Daí a importância de se combater a lavagem de dinheiro.

Os bancos são o principal alvo para a prática de lavagem de dinheiro is-

so porque, com as novas tecnologias é possível movimentar rapidamente re-

cursos entre bancos, inclusive para o exterior, dificultando assim a descoberta

da origem destes recursos.

A prevenção e o combate à lavagem de dinheiro por parte das institui-

ções financeiras são ações de responsabilidade social, pois ao adotar compor-

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tamentos e práticas de controles internos a instituição não somente protege

sua imagem e patrimônio como também beneficia toda uma coletividade, aju-

dando a combater crimes que ameaçam o bem estar social.

São portanto objetivos desta pesquisa apresentar o papel da auditoria in-

terna e a importância da atuação desta unidade no processo de prevenção e

coibição à lavagem de dinheiro na Caixa Econômica Federal .Apresentar os

riscos do crime de lavagem de capitais dentro do território brasileiro e sobretu-

do dentro de uma instituição financeira pública.

Falar sobre as políticas públicas existentes no Brasil, bem como sobre a

legislação nacional, que tornam mais efetivo o combate à lavagem de dinheiro.

Mostrar um breve histórico da auditoria, citar alguns conceitos existentes, e,

sobretudo apresentar a auditoria interna da Caixa Econômica Federal. Mostrar

a importância da adequada capacitação dos empregados da instituição, não

envolvidos com a auditoria interna, para os corretos procedimentos de contro-

les internos com o objetivo de prevenir a lavagem de dinheiro.

Discorrer sobre o conceito de Compliance e a importância de cumprir as

políticas institucionais, sobretudo nas atividades de risco. Expor os danos cau-

sados à reputação de uma instituição diante de evidencias ou suspeitas de ati-

vidades ilícitas.

Questiona-se neste trabalho qual é o papel da auditoria interna da Caixa

Econômica na prevenção aos crimes de lavagem de dinheiro e, ainda, qual o

impacto causado pela Lei 9613/98 nas instituições financeiras e, em particular,

na atuação da auditoria interna da instituição. Além disso, busca-se questionar

qual é o grau de conhecimento que os demais funcionários têm quanto aos

procedimentos de controles internos para a prevenção à lavagem de dinheiro

na empresa.

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CAPITULO I

LAVAGEM DE DINHEIRO

1.1 Origem histórica do termo

A versão mais conhecida para o surgimento do termo money laundering

nos países de língua inglesa surgiu nos Estados Unidos, no final da década de

1920, durante o período de vigência da Lei Seca

O lendário mafioso Alphonse Capone (1899-1947), que controlou duran-

te muitos anos o crime organizado na região de Chicago, nos Estados Unidos

teria comprado em 1928, uma cadeia de lavanderias (laundromats), da marca

Sanitary Cleaning Shops. Esta fachada legal permitiu-lhe fazer depósitos ban-

cários de notas de baixo valor, o que era habitual nas vendas de lavanderia, no

entanto, essas notas eram resultantes do comércio de bebidas alcoólicas proi-

bido pela Lei Seca e de outras atividades criminosas como a exploração da

prostituição, do jogo ilegal e da extorsão.

Com a revogação da Lei Seca, no final de 1933, na busca por outras fon-

tes alternativas de negócios ilícitos, houve um aumento da exploração dos jo-

gos, da prostituição e do tráfico de drogas. Os recursos ilegais passaram a ne-

cessitar de novas técnicas de ocultação, que continuaram a ser criadas ao lon-

go dos tempos.

O aumento do consumo de substâncias psicotrópicas a partir da década

de 1970 trouxe como consequência o crescimento dos negócios do tráfico. O

mercado financeiro passou então a ser peça fundamental no processo de lim-

par o dinheiro advindo dessa atividade.

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A partir da década de 1990, o narcotráfico se desenvolveu e adquiriu pe-

so e importância mundiais, como uma das atividades econômicas mais rentá-

veis do mundo.

1.2 Conceitos do crime de lavagem de dinheiro

Em nosso estudo nos deparamos com vários conceitos sobre o que vem

a ser o crime de lavagem de dinheiro, como seguem:

Conforme (COAF 2011) O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a incorpo-ração na economia de cada país, de modo transitório ou per-manente, de recursos, bens e valores de origem ilícita e que se desenvolvem por meio de um processo dinâmico que envolve, teoricamente, três fases independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente.

Já para Rizzo(2013,p 15) " Lavagem de dinheiro é um processo pelo

qual se introduzem no sistema econômico recursos advindos de atividades ile-

gais e criminosas, por meio de artifícios que escondem e dissimulam sua ori-

gem.”

Em 2012, a Lei nº 9.613, de 1998, foi alterada pela Lei nº 12.683, de

2012, esta última trouxe significativos avanços para a prevenção e combate à

lavagem de dinheiro, conforme COAF (2011) tais como:

•a extinção do rol taxativo de crimes antecedentes, admitindo-se agora

como crime antecedente da lavagem de dinheiro qualquer infração penal;

•a inclusão das hipóteses de alienação antecipada e outras medidas as-

securatórias que garantam que os bens não sofram desvalorização ou deterio-

ração;

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•inclusão de novos sujeitos obrigados tais como cartórios, profissionais

que exerçam atividades de assessoria ou consultoria financeira, representantes

de atletas e artistas, feiras, dentre outros;

•aumento do valor máximo da multa para R$ 20 milhões.

1.3 Etapas do processo de lavagem de dinheiro

Como exposto no conceito acima o processo de lavagem de dinheiro

compreende três fases independentes que, com frequência, ocorrem simulta-

neamente.

Rizzo (2013) enumerou as três fases como segue

1.3.1 Etapa 1. Colocação dos recursos ilícitos no sistema eco-

nômico (placement)

É a disposição física dos recursos quando são inseridos no sistema eco-

nômico por meio de técnicas que dificultam a identificação da sua procedência.

Esses valores podem ser introduzidos nos bancos através de depósitos feitos

por diversas pessoas em várias contas, em pequenas quantias, em um deter-

minado período de tempo e que, individualmente, não geram suspeitas. Essa

técnica é conhecida como smurfing, cujo objetivo é driblar o controle dos ban-

cos ao fragmentar os valores depositados a fim de não alcançar o valor que

obrigatoriamente deveria ser comunicado às autoridades. Nesta fase, também

é utilizada a técnica de misturar recursos lícitos, originados por alguma ativida-

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de legítima, com os ilícitos, sem a possibilidade de descobrir quais são os re-

cursos ilegais, uma vez que o dinheiro em espécie não possui “carimbos”, que

atestem sua origem. A técnica chama-se commingling ou mescla. Outras for-

mas podem ser: conversão dos recursos ilícitos em moeda estrangeira, compra

de instrumentos negociáveis e compra de bens móveis e imóveis e serviços.

1.3.2 Etapa 2. Ocultação da origem por meio de difícil rastrea-

mento/camuflagem (layering)

É a fase da lavagem propriamente dita, quando se promove a mudança do

formato dos recursos para ocultar sua fonte. Ocorre por meio da realização de

inúmeras transações e transferências financeiras para diferentes beneficiários,

bancos e países para eliminar o rastro do dinheiro, evitando que seja detectada

a atividade que o gerou. A mudança de formato tem o objetivo de quebrar a

cadeia das evidências, o que dificulta o rastreamento em uma possível investi-

gação. Essa fase pode envolver também a conversão de dinheiro depositado

em instrumentos monetários (títulos, ações, cheques de viagem) e investimen-

tos em imóveis e negócios legítimos, particularmente nos setores de lazer e

turismo. Registradas em paraísos fiscais, as empresas de fachada são opções

comuns como receptadoras dos fundos.

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1.3.3 Etapa 3. Integração formal ao sistema econômico (integra-

tion)

Fase final do processo de lavagem. Os ativos são incorporados formal-

mente ao sistema econômico e contam com o aspecto de legalidade pretendi-

do, como se fossem provenientes de uma atividade lícita. As organizações cri-

minosas investem em empreendimentos que facilitem suas atividades, utilizan-

do-se da cadeia da ilegalidade para ajudarem-se mutuamente. Vendem bens,

sejam eles imóveis ou obras de arte, adquiridos com o dinheiro ilícito a preços

abaixo de mercado, pelo preço cheio ou superfaturado, lavando uma boa quan-

tidade do dinheiro. É muito comum que essas transações sejam realizadas uti-

lizando-se de “laranjas” para manter o contraventor no anonimato. Uma prática

muito utilizada nesta fase é o empréstimo de regresso, que consiste na simula-

ção de empréstimos por empresas nacionais para empresas de fachada em

paraísos fiscais com a utilização de recursos ilícitos já pertencentes ao lavador,

que vem a ser proprietário de ambas as empresas.

Percebe-se pela descrição das etapas o quanto o processo de lavagem

de dinheiro tem se tornado cada vez mais complexo configurando-se como um

desafio para as autoridades dos países que colaboram com a coibição desta

prática.

Para Rizzo (2013,p 16)

O processo de lavagem tem se tornado complexo – fracionado em atos e etapas – e apresenta-se,hoje, com um enorme grau de sofisticação ocasionado pela eficiência tecnológica dos cen-tros financeiros mundiais. A velocidade e a eficiência dos sis-temas eletrônicos de transferências internacionais de fundos, por exemplo, também são fatores de benefício para os crimino-sos na etapa de esconder a origem dos recursos.

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1.4 As atividades e setores econômicos mais utilizados na

lavagem de dinheiro

De acordo com Rizzo (2013) as atividades e setores econômicos mais

utilizados na lavagem de dinheiro são :

1. Agências de turismo e meios de hospedagem

2. Agropecuária

3. Bancos

4. Comércio exterior

5. Comércio de joias, pedras e metais preciosos

6. Comércio de bens móveis de luxo ou de alto valor

7. Comércio de objetos de arte e antiguidades

8. Estruturas empresariais

9. Factorings

10. Futebol

11. Lotéricas

12. Mercado de capitais

13. Mercado imobiliário

14. Mercado segurador

15. Organizações Não Governamentais (ONGs) e instituições filantrópicas

16. Organizações religiosas

17. Paraísos fiscais

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1.4.1 Quanto aos Bancos e Lotéricas

Como estamos tratando aqui de uma instituição financeira não nos cabe

discorrer detalhadamente sobre todos os setores citados acima, dessa forma

citamos apenas os bancos e lotéricas que têm correlação direta com a institui-

ção tema de nosso estudo.

Os bancos são os setores mais utilizados e afetados pelo processo de

lavagem de dinheiro. Na etapa da colocação grande parte dos recursos ilícitos

passa por eles, mudam a forma na fase da ocultação e se integram ao sistema

econômico no final do processo.

De acordo com Rizzo (2013) no Brasil, o Banco Central, protege a ativi-

dade bancária com uma regulação forte e fiscalização sistemática que se utiliza

de padrões de prevenção provenientes de órgãos e convenções internacionais,

incorporados ao ordenamento jurídico interno. tais como, a Circular n.

3.542/2012, que traz uma enorme relação de operações e situações relaciona-

das aos serviços e relacionamentos bancários que apresentam indícios de liga-

ção com a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, e a Circular n.

3.461/2009, do Banco Central, que concentra as obrigações das instituições

sobrerregulação do Banco Central, no atendimento da lei da lavagem de di-

nheiro.

Já as lotéricas são muito vulneráveis ao uso pelos lavadores, que com-

pram com dinheiro ilícito os bilhetes premiados de pessoas que apostaram em

uma instituição autorizada e pagam valor maior do que o do prêmio.

Segundo Rizzo(2013) a Resolução COAF n. 22, de 20 de dezembro de

2012, em vigor a partir de 1º de junho de 2013, determina maior rigor na manu-

tenção dos registros de toda entrega e pagamentos de prêmios em que haja

identificação do ganhador, como a comunicação ao COAF quando do paga-

mento de mais de um prêmio a uma mesma pessoa ou pagamento do prêmio

com base em aposta máxima, entre outras obrigações.

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CAPÍTULO II

POLÍTICA DE PREVENÇÃO CONTRA OS CRIMES DE

LAVAGEM DE DINHEIRO

Periodicamente são divulgadas diversas recomendações de organismos

internacionais sobre as políticas de prevenção contra crimes de lavagem de

dinheiro. Devido ao alto grau de importância desse assunto o combate à lava-

gem de dinheiro passou a figurar entre as principais preocupações das autori-

dades nos mercados financeiros e de capitais brasileiro, ao lado do financia-

mento ao terrorismo e da corrupção.

2.1 GAFI- Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Di-

nheiro e o Financiamento do Terrorismo

Quando se fala em combate à lavagem de dinheiro não podemos deixar

de falar sobre a luta contra o financiamento ao terrorismo, uma vez que as

grandes organizações terroristas são financiadas pelos recursos obtidos com a

prática da lavagem de dinheiro.

Neste cenário foi criado em 1989 o GAFI/FATF) Grupo de Ação Finan-

ceira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo com o

intuito de elaborar políticas visando gerar a vontade política necessária para

realizar reformas legislativas e regulatórias nessas áreas.

Para cumprir este objetivo, o GAFI elaborou um guia contendo 40 reco-

mendações para que os países membros adotem padrões e promovam a efeti-

va implementação de medidas legais, regulatórias e operacionais para comba-

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ter a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo e o financiamento da

proliferação de armas, além de outras ameaças à integridade do sistema finan-

ceiro relacionadas a esses crimes.

Diz Rizzo (2013) que o terrorismo e lavagem de dinheiro são dois cri-

mes que passaram a ser tratados em conjunto desde 2001 com os ataques

terroristas aos Estados Unidos, isso porque as autoridades perceberam que um

ataque desta magnitude necessitara de financiamento e que bancos do mundo

todo estavam envolvidos na transferência dos recursos até o destino final. Po-

rém ainda segundo Rizzo (2013) o crime de narcotráfico ainda é o que sozinho

detém a maior parcela dos recursos lavados.

Não cabe aqui enumerarmos todos os delitos ligados à lavagem de di-

nheiro, porém podemos citar a corrupção como um crime totalmente atrelado a

esta prática, especialmente no Brasil.

“A corrupção é mais comumente reconhecida quando os servidores pú-

blicos transformam suas obrigações funcionais em “favores pessoais”, que re-

querem pagamentos indevidos em benefício próprio, independentemente de

qual seja a moeda de troca.” (RIZZO, 2013, p.25).

“O crime de corrupção está totalmente atrelado à lavagem de dinheiro,

uma vez que os bens adquiridos por meio dela serão inúteis se não forem colo-

cados e integrados ao sistema financeiro de uma maneira que não levante

suspeita sobre sua origem, promovendo o enriquecimento do corrup-

to”.(RIZZO,2013,p 25,).

2.2 Lei Nº 9.613/98

Com a criação da lei 9.613 , que dava continuidade a compromissos in-

ternacionais assumidos a partir da assinatura da Convenção de Viena de 1988,

o Brasil passou a contar com um dispositivo legal com o objetivo de combater

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os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores além de pre-

venir a utilização do sistema financeiro para esses crimes.

Na Lei nº 9.613 de 1998 estão dispostas as obrigações das instituições

financeiras quanto aos procedimentos de prevenção ao crime de lavagem de

dinheiro, tais como a identificação do cliente (cadastro) e a comunicação de

operações financeiras suspeitas. A lei prevê também que comunicações de

boa-fé não representarão responsabilidade civil ou administrativa ao comuni-

cante.

Compete aos órgãos de supervisão e fiscalização já existentes, em suas

respectivas áreas de competência, a regulamentação da Lei e a aplicação das

penas. No sistema financeiro as instituições financeiras devem comunicar os

casos suspeitos ao Banco Central do Brasil.

De acordo com Rizzo(2013) A introdução da Lei n. 9.613/98, no orde-

namento jurídico brasileiro, resultou na adesão do Brasil a protocolos interna-

cionais o que tem provocado debates sobre seus termos e aplicação.

Ainda para Rizzo(2013) a recentemente edição da Lei n. 12.683, de 9 de

julho de 2012, originada pela aprovação do Projeto de Lei n. 3.443/2003, trouxe

alterações extremamente relevantes, como a extinção do rol de crimes antece-

dentes e a ampliação da lista de pessoas sujeitas ao mecanismo de controle da

lei.

No site do COAF está disponível a seguinte figura com o resumo da Lei

9613/98

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Fonte:COAF- Conselho de Controle de Atividades Financeiras

2.3 COAF-Conselho de Controle de Atividades Financeiras

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) é um órgão

administrativo brasileiro criado no âmbito do Ministério da Fazenda pela lei nº

9.613/98, o qual tem a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas,

receber, examinar e identificar ocorrências suspeitas de atividade ilícitas previs-

tas na Lei 12.683/12, que reforça medidas de prevenção e combate à lavagem

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de dinheiro. Com a nova lei, bancos que circularem recursos de origem ilegal,

mesmo que por negligência, podem ser responsabilizados.

Segundo (COAF 2014)

As comunicações de operações atípicas ou suspeitas feitas pe-los bancos ao COAF vêm registrando crescimento significativo ao longo dos últimos anos.

Entre 2011 e 2013 aumentaram 43,0%, passando de 37.237 para 53.244. As comunicações sobre as operações em espécie superiores a R$ 100 mil registraram no mesmo período aumen-to de 17,9% e passaram de 729.395 para 859.994.

Com relação às pessoas físicas ou jurídicas que exerçam algum tipo de

transação financeira e não são submetidas à regulação de órgão próprio regu-

lador, o COAF publicou a Resolução nº 24 de 16 Janeiro de 2013, que estabe-

lece procedimentos a serem adotados na observância das normas de preven-

ção à lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo, definindo, princi-

palmente, procedimentos e controles de identificação de negócios e operações

realizadas que envolvam compra ou venda de bens ou prestação de serviços.

Segundo essa Resolução as empresas devem adotar diversos procedi-

mentos, entre eles a identificação e a realização de diligência para a qualifica-

ção dos clientes e demais envolvidos em operações realizadas; a obtenção de

informações sobre o propósito e a natureza da relação de negócios; a identifi-

cação do beneficiário final das operações realizadas; a identificação de opera-

ções ou propostas de operações suspeitas.

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2.4 ENCCLA - Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e

à Lavagem de Dinheiro

Criada em 2003 por iniciativa do Ministério da Justiça a ENCCLA ( Estra-

tégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) consiste na

união de diversos órgãos dos três poderes da República, Ministérios Públicos e

da sociedade civil que atuam, direta ou indiretamente, na prevenção e combate

à corrupção e à lavagem de dinheiro, com o objetivo de propor o aperfeiçoa-

mento do combate a essas práticas criminosas

Dentre os trabalhos desenvolvidos pelo ENCCLA, ao longo desses anos,

estão a criação do Programa Nacional de Capacitação e Treinamento para o

Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (PNLD), no qual aproximada-

mente 11 mil agentes foram capacitados em todas as regiões do País; a im-

plementação do Cadastro Nacional de Clientes do Sistema Financeiro (CCS),

sob gestão do BACEN, que faz com que o Brasil seja um dos países mais a-

vançados na área de prevenção à lavagem de dinheiro; e a padronização da

forma de solicitação/resposta de quebras de sigilo bancário e respectivos ras-

treamentos e desenvolvimento do Sistema de Investigação de Movimentações

Bancárias (SIMBA), trazendo celeridade e economicidade nas investigações e

persecuções penais. (Jornal da Caixa, 2014)

A Caixa é integrante da ENCCLA desde a sua primeira edição, há 11

anos, participando não apenas das plenárias que ocorrem anualmente, mas

também dos grupos de trabalho responsáveis por desenvolver as ações esta-

belecidas a cada fórum. (Jornal da Caixa, 2014).

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2.5 As dificuldades para a implantação das leis e normas

Com a implementação das primeiras leis relacionadas ao crime de que

trata este estudo, apareceram dificuldades relacionadas ao acesso às informa-

ções consideradas sigilosas. Havia um conceito inicial de que a troca de infor-

mações com o COAF implicaria em quebra de sigilo.

Por isso, de acordo com COAF(2011) naquele momento inicial,um proje-

to de Lei Complementar tratando da questão do sigilo bancário que estava em

tramitação no Congresso foi modificado para deixar claro, com todas as letras,

o acesso do COAF às informações sigilosas, sem acarretar a quebra do res-

pectivo sigilo.

Dessa maneira as informações continuam protegidas, havendo somente

uma extensão do sigilo, para que, no âmbito da Unidade de Inteligência Finan-

ceira se tenha acesso aos dados e se verifique indícios da pratica de lavagem

de dinheiro. Uma vez confirmados esses indícios, eles são comunicados às

autoridades competentes, que então requerem ao judiciário a quebra do sigilo

bancário(COAF,2011).

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CAPÍTULO III

PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO

NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

O artigo 12 da Lei 9.613/98 prevê sanções impostas as instituições fi-

nanceiras no caso de descumprimento das obrigações. Essas sanções vão da

advertência à cassação para a autorização de funcionamento.

A Circular BACEN 3.461, de 24/7/2009 consolida as regras sobre os

procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades rela-

cionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613/98, de 3 de março de 1998,

nela estão dispostas as políticas e procedimentos internos de controle a serem

adotados pelas instituições, bem como os procedimentos para comunicação ao

COAF dos indícios de ocorrência dos crimes de lavagem de dinheiro.

A Circular nº 3.654 de 27 de Março de 2013 a qual altera a Circular nº

3.461 estabelece que as instituições financeiras devem requerer de seus clien-

tes comunicação prévia, com, no mínimo, um dia útil de antecedência, de sa-

que em espécie, de valor igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais)

As instituições, seus administradores e seus empregados não serão res-

ponsabilizados por registros infundados, mas serão penalizados se não houver

registros de indícios em situações que configurem lavagem de dinheiro. Daí a

importância da manutenção de controles internos adequados.

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3.1 Controle interno-Metodologia COSO

Na medida em que as instituições crescem, se reestruturam ou buscam

novos mercados, produtos e parceiros, criam-se novos riscos.À medida que o

negócio evolui, as organizações aprimoram seus sistemas de controles inter-

nos Um controle interno eficaz pode ajudar a revelar riscos não identificados.O

cumprimento dos requisitos regulatórios locais ou internacionais reduz o espa-

ço para erros.

De acordo com Santos(2012) COSO (Committee of Sponsoring Organi-

zations of the Treadway Commission) é um comitê formado pela reunião de

vários profissionais de Auditoria cuja intenção é ajudar as empresas e outras

organizações a aperfeiçoar e avaliar sistemas de controle interno.

Segundo (COSO, 2013) COSO é uma iniciativa do setor privado, patrocinado e financi-ado por: • American Accounting Association (AAA) • American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) • Financial Executives International (FEI) • Institute of Management Accountants (IMA) • The Institute of Internal Auditor (IIA)

Ainda de acordo com o COSO(2013) com sua publicação Controle Inter-

no -Estrutura Integrada - Sumário Executivo, o COSO pretende constituir um

modelo conceitual para o sistema de controles internos, útil para as organiza-

ções no desenvolvimento e na manutenção de sistemas alinhados aos objeti-

vos do negócio e adaptados às constantes mudanças no ambiente empresarial.

Para Santos (2012), não é intenção desta publicação substituir as estru-

turas de controles internos já existentes ,mas, incorporar-se as estas mesmas

estruturas, atendendo tanto as necessidades de controle interno bem como

estabelecendo um processo completo de gerenciamento de riscos.

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O controle interno é definido pelo COSO (2013) da seguinte forma:

Controle interno é um processo conduzido pela estrutura de governança, administração e outros profissionais da entidade, e desenvolvido para proporcionar segurança razoável com res-peito à realização dos objetivos relacionados a operações, di-vulgação e conformidade.

Para o COSO(2013). a integração dos controles se baseia no uso de

uma estrutura tridimensional (o cubo do COSO ), cujas dimensões compreen-

dem os objetos de avaliação, as categorias de atividade de controle e os com-

ponentes de controle.

Fonte:COSO (2013)

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3.2 Lavagem de dinheiro e Risco da reputação nas institui-

ções

A transparência, um dos princípios básicos da Governança Corporativa,

e um elemento que deixa evidente qual e o papel da instituição na sociedade.

Dessa forma as organizações devem se valer deste princípio para deixar evi-

dente ao público sua marca e identidade, esta última, composta por três fatores

fundamentais: a missão, que é a razão da existência da instituição, a visão, que

diz quais os resultados que ela pretende alcançar e os valores, o terceiro fator

que dará a direção na condução dos negócios e no comportamento institucio-

nal para alcançar os objetivos estabelecidos.

Da identidade faz parte a reputação que é elemento vital para a boa i-

magem de uma instituição.

Para Rizzo(2013,p 14) O fato de uma instituição ser utilizada para legalizar recursos provenientes de atividades ilícitas certamente trará danos à sua reputação. Não ser conivente nem ter conhecimento do ocorri-do não muda o fato. Há legislação, normatização e ferramentas para prevenção, detecção e controle,logo, é compulsório o seu cumprimento na proteção da imagem institucional. Rizzo(2013, p 14) diz ainda que Uma vez que a reputação representa o conceito que uma insti-tuição goza na sociedade em que está inserida, o risco de re-putação caracteriza-se pela possibilidade de ter um conceito negativo, não importando se se baseia em fatos reais ou me-ramente na percepção do público.

Desse modo entendemos que até mesmo boatos, podem afetar a saúde

financeira de uma instituição, especialmente os bancos, uma vez que ninguém

confiaria depositar seu dinheiro em uma instituição com má reputação.

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Portanto, estar ligado a um crime como a Lavagem de Dinheiro, ainda

que não intencionalmente, pode causar graves prejuízos não somente financei-

ros como a imagem e reputação de uma instituição.

Rizzo (2013) acrescenta ainda que é necessário que haja diligência por

parte das instituições, uma vez que, se expostas ao risco as organizações po-

dem sofrer danos e prejuízos incalculáveis perdendo um dos seus ativos mais

importantes, a reputação.

3.3 Qualificação dos Funcionários

Entre outras exigências um adequado sistema de controle interno deve

possuir uma qualificação apropriada dos funcionários além da colaboração e

aderência às normas internas por parte dos mesmos. Cabe, portanto citar a

importância do grau de conhecimento e o nível de aderência dos funcionários

das instituições financeiras quanto aos procedimentos de controles internos

para a prevenção à lavagem de dinheiro nestas instituições.

Santos (2012) sugere que cada um dos colaboradores em uma organi-

zação tem uma parcela de responsabilidade no gerenciamento de riscos corpo-

rativos

Conforme Izumi (1998) nos anos 90, novos desafios passaram a ser im-

postos aos profissionais da indústria bancária, sobretudo devido ao aumento da

concorrência e da reestruturação produtiva.

Ainda segundo Izumi(1998), os bancos brasileiros vêm exigindo de seus

profissionais não só flexibilidade e polivalência no atendimento ao cliente mas

também a capacidade de solução de problemas inéditos.

Em seu artigo Silva; Marques; Teixeira (2011) opinam que quanto maior

for a aderência dos funcionários às ações de prevenção preconizadas, melhor

prevenidas estarão as instituições financeiras contra o crime de lavagem de

dinheiro.Esses autores realizaram uma pesquisa com o objetivo de obter infor-

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mações sobre o grau de conhecimento e nível de aderência dos funcionários

das instituições financeiras quanto aos mecanismos de prevenção à lavagem

de dinheiro.Essa pesquisa destinou-se, à análise do conhecimento dos norma-

tivos e da internalização da política de prevenção ao crime de lavagem de di-

nheiro dos funcionários das agências bancárias selecionadas. Foram enviados

questionários aos funcionários das agências bancárias selecionadas, agrupa-

das entre pertencentes ao banco estatal de varejo e pertencentes ao conjunto

das demais instituições financeiras pesquisadas.

Os autores em questão concluíram em sua pesquisa que os funcionários

das instituições têm conhecimento dos normativos e atuam focados na preven-

ção à lavagem de dinheiro e que os funcionários das agências do banco estatal

pesquisado demonstraram melhor grau de aderência a estes normativos relati-

vamente aos respondentes dos bancos privados.

Silva; Marques; Teixeira (2011) concluíram também que o tempo de

banco e o cargo ocupado influenciam no maior ou menor conhecimento dos

mecanismos de prevenção à lavagem de dinheiro.

É notório, portanto, que os demais funcionários não ligados à área de

auditoria, principalmente os que estão nas chamadas linhas de frente terão que

ser constantemente chamados a colaborar com o trabalho de prevenção a la-

vagem de dinheiro dentro da instituição. Isso requer, de um lado, a continuação

do esforço na leitura dos normativos internos e de outro, a punição permanente

dos empregados que não cumprem suas obrigações de relatar.

3.4 Princípios KYC E KYE

Desde 24 de julho de 2009, quando o Banco Central do Brasil emitiu a

Circular 3.461, as instituições por ele reguladas são obrigadas a manter políti-

cas de prevenção à lavagem de dinheiro que contemplem estabelecer condu-

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tas necessárias à adequada identificação de clientes bem como critérios e pro-

cedimentos de seleção, treinamento e acompanhamento da situação econômi-

co–financeira de seus empregados. São as chamadas políticas de Know Your

Customer(KYC) ou Conheça seu cliente e –“Know Your Employee”(KYE), ou

“Conheça Seu Empregado”.

3.4.1 Princípio Conheça seu cliente (Know Your Customer –

KYC)

O objetivo desta Política é estabelecer princípios que reduzam os riscos

de uso de seus produtos e serviços para a prática de crimes de Lavagem de

Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo - “LD/FT” e, dessa forma, proteger

administradores, acionistas, funcionários e clientes.

Cabe às instituições estabelecer um processo de prevenção a fim de ini-

bir a utilização das instituições para atividades ilegais ou impróprias

As diretrizes desse processo devem prever: a análise de movimentações

financeiras, detecção de transações que possam configurar indícios da ocor-

rência dos crimes previstos na Lei 9.613, ou relacionadas a eles, e comunica-

ção aos órgãos competentes.

A prática do “Princípio Conheça seu Cliente” é o mecanismo mais eficaz

para a prevenção contra os crimes de lavagem de dinheiro, pois permite a iden-

tificação de situações suspeitas e, portanto, passíveis de comunicações aos

órgãos reguladores.

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3.4.2 Princípio Conheça seu Funcionário(Know Your Employee)

Para lavar seus recursos os criminosos tentam corromper os funcioná-

rios pagando quantias significativas com o objetivo de facilitar essa prática cri-

minosa.

Diante disso, devem também ser adotados procedimentos que visem

proporcionar um adequado conhecimento dos funcionários que trabalham nas

instituições bancárias.

O objetivo do BACEN(Banco Central do Brasil) parece ser a identifica-

ção, antes da contratação ou durante o contrato de trabalho, de empregados

mais suscetíveis ao cometimento de fraudes e outras práticas relacionadas a

lavagem de dinheiro

Esse conhecimento que se inicia com a contratação do funcionário, deve

continuar com os treinamentos e programas de prevenção e combate à lava-

gem de dinheiro, reforçados com a aplicação regular de questionários relacio-

nados a Ética e Conduta e Investimentos Pessoais.

Os gestores devem atentar para alterações repentinas e sem justificati-

vas aparentes no padrão sócio -econômico dos seus empregados, que não

sejam condizentes com a remuneração declarada.

Os gestores devem atentar ainda, para comportamentos do empregado

que demonstrem conivência ou conveniência em relação às situações que a-

presentem indícios de lavagem de dinheiro e para eventuais desvios por ele

praticados.

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CAPITULO IV

AUDITORIA BREVE HISTÓRICO

A partir da Revolução Industrial no século XVIII a auditoria prática conso-

lidou-se, sobretudo na Inglaterra, como forma de garantir a estabilidade eco-

nômica e financeira das empresas que surgiram neste período.

Na medida em que as atividades passaram a se tornar mais complexas,

a administração por parte dos diretores e proprietários começou a apresentar

dificuldades levando as empresas a constituir representantes, em principio,

sem vínculo empregatício, contratados precisamente para verificar a conformi-

dade dos procedimentos executados. Este foi o início da auditoria externa ou

independente.

4.1 Auditoria Definições

A auditoria se desenvolveu ao longo da história, apresentando-se como

atividade importante e necessária para assegurar o desenvolvimento das orga-

nizações.

Opina Araújo (2004) que nos últimos anos tem sido encontrado tanto nos

livros quantos nos debates, seminários, congressos e eventos acadêmicos so-

bre o assunto uma vasta lista de tipos de auditoria.

Não e nossa pretensão classificar a inúmera lista de conceitos relacio-

nados à Auditoria, no entanto, como cita Araujo (2004,p 18), “Todo ramo do

conhecimento , para ser melhor estudado, deve ser classificado”.Neste sentido

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faz -se necessário a conceituação do termo Auditoria que faz parte do tema

deste estudo.

Para Attie apud Cordeiro( 2012) auditoria consiste em uma atividade es-

pecializada da área contábil , que visa testar a eficácia e eficiência dos contro-

les implantados sobre o patrimônio das empresas , com o objetivo de expressar

uma opinião sobre determinado dado ou operação.

Segundo Araújo( 2004, p.13), “A Auditoria é, simplesmente , a compara-

ção imparcial sobre o fato concreto e o desejado , com o intuito de expressar

uma opinião ou de emitir comentários, materializados em relatórios de audito-

ria.”

Em nossa pesquisa verificamos que há autores que descrevem vários ti-

pos de auditoria. Como nosso objeto de estudo é a auditoria interna da Caixa

não cabe aqui esgotar os vários conceitos e tipos de auditoria encontrados.

4.2 Auditoria Externa

Para falar brevemente sobre auditoria externa, temos que, de acordo

com Cordeiro (2012, p.23) “Essa atividade é executada mediante contrato de

prestação de serviço, e os testes de auditoria se espalham por onde haja ne-

cessidade de levantar questões que auxiliem na conclusão dos trabalhos.”’

Ainda segundo Cordeiro(2012) devem ser auditadas por auditores exter-

nos, também conhecidos por auditores independentes,todas as empresas

constituídas sobre a forma de sociedades anônimas, além daquelas reguladas

por controle de fiscalização da CVM(Comissão de Valores Mobiliários), Banco

Central do Brasil (Bacen) e Superintendência de Seguros Privados(Susep)

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Achamos interessante apresentar o seguinte quadro, elaborado por Cor-

deiro(2012), com as diferenças pontuais entre a Auditoria Interna e Auditoria

Externa.

Fonte Cordeiro (2012, p 26)

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4.3 Auditoria Interna

A Auditoria Interna constitui-se diante da necessidade das empresas de

manter um quadro próprio e permanente de auditores dentro da organização, a

fim de assessorar a administração na execução de suas funções e responsabi-

lidades.

A auditoria interna tem o papel de verificar a integridade e eficácia das

informações contábeis, financeiras e dos controles internos operacionais da

empresa que está em processo de auditoria, utilizando métodos adotados pela

própria empresa.

Segundo Ando(2014) a auditoria interna é essencial em todos os setores

da economia sobretudo nas instituições financeiras que, são responsáveis por

coletar, intermediar ou aplicar os recursos financeiros próprios ou de terceiros,

em moeda nacional ou estrangeira.

4.4 Auditoria Interna nas instituições financeiras

De acordo com Ando (2014) a importância da auditoria interna nas insti-

tuições financeiras deve-se à crescente evolução do volume e complexidade

das atividades desempenhadas por elas, adicionado ao desafio constante de

garantir a integridade das informações prestadas, em conformidade com me-

tas, objetivos e normas internas vigentes, estipulados pela área estratégica da

empresa.

A auditoria interna é um instrumento de apoio à gestão, na medida em

que, mediante o fornecimento de informações úteis, mitigação de riscos estra-

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tégicos da empresa, viabilização da eficiência, eficácia e economicidade do

desempenho e da utilização de recursos os auxilia os gestores a atingirem

seus objetivos de controle interno.

4.5 Percepção dos auditados sobre a auditoria interna

Os auditores internos são funcionários da própria instituição auditada,

que devem praticar análises criteriosas e controles dos procedimentos, de for-

ma íntegra e ética, e acima de tudo de forma independente.

A fim de que o trabalho do auditor interno seja eficaz é imprescindível

que haja a colaboração do auditado na apresentação das informações solicita-

das, obtidas mediante uma comunicação clara e harmoniosa entre as partes,

ausente de medo ou receios, pois, opina Cordeiro (2012) que o auditor interno

não é um policial, mas um profissional cuja missão é apontar falhas, aconse-

lhar, os envolvidos na administração sobre os maiores riscos da empresa, além

disso, é sua função implantar as ações corretivas necessárias utilizando técni-

cas de auditoria apropriadas.

Porém para Ando (2014) a atual auditoria interna ainda sofre os resquí-

cios da imagem de anos de controles e práticas policialescas e punitivas, cons-

tituindo empecilhos na comunicação e procedimentos entre a auditoria interna

e os auditados, refletindo na modificação de comportamento e na percepção

dos auditores e auditados.

Ainda de acordo com Ando,( 2014) uma parceria entre auditoria interna e

auditado pode ser criada se a confiança das pessoas for conquistada, o que

pode ser feito mediante a discussão imediata de todos os problemas encontra-

dos, dando a oportunidade de regularizar as falhas encontradas antes da emis-

são do relatório final; ou caso as falhas não possam ser regularizadas no de-

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correr dos trabalhos, serão informadas à administração superior como em fase

de regularização.

Conclui Ando(2014) que mediante treinamentos ou esclarecimentos dos

gerentes, sobre qual o papel do auditor interno e os benefícios do trabalho da

auditoria interna verifica-se ao longo dos anos que essa imagem de ameaça,

presente nos auditados, gradativamente está perdendo suas forças pois muitos

colaboradores passaram a compreender,a importância do trabalho da auditoria,

proporcionando a cooperação e o atendimento dos objetivos organizacionais e

consequentemente a satisfação do auditado.

4.6 Diferença entre Auditoria Interna e Compliance

Quando se fala em grau de aderência às normas somos remetidos ao

termo Compliance e seu significado.Segundo (FEBRABAN, p.11, 2009) Com-

pliance “Vem do verbo em inglês “to comply”, que significa “cumprir, executar,

satisfazer, realizar o que lhe foi imposto”, ou seja, compliance é estar em con-

formidade, é o dever de cumprir e fazer cumprir regulamentos internos e exter-

nos impostos às atividades da instituição.”

Para executar seu trabalho é preciso que o profissional da Auditoria In-

terna esteja inteirado sobre as atividades desenvolvidas pelo “Compliance”,

com o estabelecimento de um trabalho em parceria, coordenado onde, quando

de suas visitas, a Auditoria possa munir-se das informações relevantes, princi-

palmente sobre o resultado da identificação e avaliação dos controles e riscos.

Para Rizzo (2013, p 12 ) “Não há que se tratar de prevenção à lavagem

de dinheiro sem antes fazer uma breve introdução a respeito de Compliance,

especialmente porque as atividades de natureza preventiva encontram-se sob

sua responsabilidade.”

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Segundo Rizzo Compliance trata-se de (2013,p 12) Uma função instituída nas organizações que lhes assegura a aderência a regras legais,regulamentares, às políticas internas e às boas práticas do mercado, evidentemente alinhadas aos objetivos globais da organização. Funciona também como uma ferramenta institucional para identificar riscos e, portanto, miti-gá-los para evitar perdas financeiras por sanções legais e regu-latórias.

Como diz Rizzo( 2013, p 12). “Não existirá Compliance se os riscos, re-

ais ou potenciais, gerados pelos conflitos de interesses, inerentes à atividade,

não tiverem tratamento adequado definido em políticas específicas, objetivas e

transparentes que inibam sua ocorrência.”

Observa-se que para qualquer instituição ter a confiança dos clientes é

um diferencial de mercado, porém, estar em conformidade com as leis não é

suficiente para garantir um ambiente em compliance.“Compliance caminha ao

lado da governança corporativa e da gestão de riscos, e é bem difícil conside-

rar um sem o outro, já que são ligados no conceito e na prática”. (RIZZO 2013,

p 12).

O conceito de compliance, portanto engloba não somente as leis e regu-

lamentos, mas também incorpora princípios de integridade e conduta éti-

ca.Portanto, deve-se ter em mente que, mesmo que nenhuma lei ou regula-

mento seja descumprido,ações que tragam impactos negativos para os “stake-

holders” (acionistas, clientes, empregados etc.) podem gerar risco reputacional

e publicidade adversa, comprometendo a continuidade de qualquer entida-

de.(FEBRABAN 2009).

Rizzo (2013,p 12 ) acrescenta que “[...[Compliance não é simplesmente

o cumprimento das leis e regulamentações, é principalmente um meio de agre-

gar valor à marca institucional protegendo o que lhe é mais caro: a reputação.”

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CAPÍTULO V

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

5.1 Sobre a Caixa

A Caixa é uma empresa 100% pública, também conhecida como Caixa

Econômica ou apenas Caixa. É uma instituição financeira, sob a forma de em-

presa pública do governo federal brasileiro e pessoa jurídica autônoma, com

patrimônio próprio e autonomia administrativa. Tem sede em Brasília (DF) e

filiais em todo o território nacional.

Vinculada ao Ministério da Fazenda, a Caixa é o agente de Integração

Social (PIS) e Seguro-Desemprego. Além disso, a instituição atende às neces-

sidades imediatas da população tais como, poupança, empréstimos, crédito

educativo (FIES),financiamento habitacional, como o Programa Minha Casa

Minha Vida, além dos programas sociais do governo, como o Bolsa Família –

que beneficia mais de 13 milhões de brasileiros.

A Instituição exerce um papel fundamental no desenvolvimento urbano

vez que prioriza setores como habitação, saneamento básico, infraestrutura e

prestação de serviços, contribuindo significativamente para melhorar a vida das

pessoas, principalmente as de baixa renda. Além disso, ela apoia inúmeras

atividades artísticas-culturais, educacionais e desportivas.(CAIXA 2015 ).

A empresa integra o Sistema Financeiro Nacional, auxiliando na política

de crédito do Governo Federal, submetendo-se às suas decisões e à disciplina

normativa, ao Ministro da Fazenda, e à fiscalização do Banco Central do Brasil.

Conta em caráter excepcional com serviços bancários autorizados pelo Conse-

lho Monetário Nacional (CMN). Suas contas e operações estão sujeitas a exa-

me e a julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU).

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5.2 Caixa Breve Histórico

No dia 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro II assinou o Decreto nº 2.723,

que fundou a Caixa Econômica da Corte.

Em 1931 a instituição inaugurou operações de empréstimo por consig-

nação para pessoas físicas; três anos depois, por determinação do governo

federal, assumiu a exclusividade dos empréstimos sob penhor, o que extinguiu

as casas de prego operadas por particulares. No dia 1º de junho do mesmo

ano, foi assinada a primeira hipoteca para a aquisição de imóveis da Caixa do

Rio de Janeiro.

Em 1986 a Caixa incorporou o Banco Nacional de Habitação (BNH) e no

mesmo ano, com a extinção deste banco, tornou-se o principal agente do Sis-

tema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), administradora do FGTS e

de outros fundos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).Em 1990, iniciou

ações para centralizar todas as contas vinculadas do FGTS, que, à época, e-

ram administradas por mais de 70 instituições bancárias.

Constam na carteira de participações da CAIXAPAR as seguintes em-

presas: Caixa Seguradora S.A., Companhia Brasileira de Securitização S.A.

(CIBRASEC), Tecnologia Bancária S.A. (TECBAN), Cielo S.A. e Banco PanA-

mericano S.A. Em dezembro de 2011 foi finalizado o Projeto Holding na em-

presa Caixa Seguradora S.A., tendo em vista a reorganização societária do

Grupo Caixa Seguros e, consequentemente, o crescimento do grupo a partir de

uma nova estrutura societária ágil e moderna, além de melhor atender às exi-

gências regulatórias estabelecidas pelo Banco Central do Brasil - BACEN e

pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.

Atualmente a empresa é presidida por Mirian Aparecida Belchior, ex Mi-

nistra do Planejamento Orçamento e Gestão.

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5.3 Dos órgãos de Administração da CAIXA

São órgãos de Administração da CAIXA :O Conselho de Administra-

ção;A Diretoria, constituída pela Presidência, Conselho Diretor, Vice-

Presidência responsável pela gestão de ativos de terceiros e Vice-Presidência

responsável pela administração ou operacionalização das Loterias Federais e

dos fundos instituídos pelo governo federal, nestes incluído o Fundo de Garan-

tia do Tempo de Serviço (FGTS), que compartilharão a representação orgânica

e a gestão da Caixa.

O Estatuto da CAIXA também prevê a existência de órgãos de apoio à

gestão, os quais, assumem decisões operacionais e administrativas e subsidi-

am a tomada de decisão pelos dirigentes da CAIXA, a exemplo do Comitê de

Auditoria, do Comitê de Remuneração, do Comitê de Prevenção Contra os

Crimes de Lavagem de Dinheiro e da Comissão de Ética, entre outros.

5.3.1 Comitê de Auditoria-Fórum estatutário

O Comitê de Auditoria acompanha e fortalece as atividades de auditorias

interna e externa e de controles internos e externos.

Trata-se de um órgão regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional

e regido pela legislação e regulamentação cabíveis, pelo estatuto da Caixa e

pelo regimento interno.

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Reportando-se diretamente ao Conselho de Administração, o órgão tem

independência em relação aos demais órgãos. O comitê, porém, presta asses-

soria nos assuntos relacionados aos procedimentos adotados na elaboração

das demonstrações contábeis e na efetividade dos trabalhos das auditorias.

Fazem parte do comitê três membros titulares e um suplente, escolhidos

e nomeados pelo Conselho de Administração, sem mandato fixo. Sua renova-

ção, no entanto, se dará a partir do final do terceiro ano de mandato, da seguin-

te forma:

a) o presidente e o suplente nos três anos subsequentes;

b) um dos outros membros nos dois anos subsequentes; e

c) o outro membro no primeiro ano subsequente.

5.4 Código de ética

O Código de Ética da Caixa foi construído com a participação de todos

os empregados da empresa por meio de pesquisa interna. Esse processo per-

mitiu que fossem validados os valores: Respeito; Honestidade; Compromisso;

Transparência e Responsabilidade; (CAIXA 2015).

De acordo com o código de ética da Caixa a instituição tem como Mis-

são e valores:

ü Missão: Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento susten-

tável do País, como instituição financeira, agente de políticas públicas e

parceira estratégica do Estado brasileiro.

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São Valores Empresariais da Caixa:

ü •Nosso trabalho é importante para a sociedade

ü •Temos orgulho de trabalhar na Caixa

ü •Juntos podemos mais

ü •Nossas atividades são pautadas pela ética

ü •Respeitamos as ideias, as opções e as diferenças de toda a sociedade

ü •A liderança se faz pelo exemplo

ü •Somos inovadores no que fazemos

5.5 Políticas de atuação da Caixa

Os princípios básicos das políticas adotadas pela Caixa são seu estatu-

to, sua missão e seus valores.(CAIXA 2015).

Segundo CAIXA (2015) como banco público e agente operador de políti-

cas públicas, a Caixa também precisa elaborar suas políticas em sintonia com

as orientações do governo federal e estar atenta aos marcos regulatórios perti-

nentes.

São portanto políticas de atuação da Caixa:

• Política de Gerenciamento de Riscos;

• Política de Controles Internos e Compliance;

• Política de Prevenção contra os Crimes de Lavagem de Dinheiro;

• Política de Responsabilidade Socioambiental Caixa;

• Política de Reconhecimento e Valorização de Pessoas e Equipes na

Caixa;

• Política de Atendimento a Clientes;

• Política de Canais Caixa;

• Política de Compras Sustentáveis e Relacionamento com Fornecedores.

• Participação em outras sociedades

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Das políticas citadas acima cabe neste trabalho falar sobre a Política de

Gerenciamento de Riscos , a Política de Controles Internos e Compliance; e a

Política de Prevenção contra os Crimes de Lavagem de Dinheiro.

5.5.1 Política de Gerenciamento de Riscos

O adequado gerenciamento do risco operacional está diretamente rela-

cionado ao conhecimento dos produtos, processos, atividades e sistemas exis-

tentes na instituição. Consiste na identificação, avaliação, monitoramento, con-

trole e mitigação do risco operacional.

A CAIXA, desde 2004, adota como definição de risco operacional a con-

tida no Novo Acordo de Basiléia (NACB): “risco de perda resultante de pesso-

as,sistemas e processos internos inadequados e deficientes, ou de eventos

externos”.(CAIXA,2007)

De acordo com CAIXA (2007) a estrutura de gerenciamento de risco o-

peracional na CAIXA é representada por um conjunto de iniciativas e ações,

que incluem em seu eixo os recursos materiais, organograma, linhas de repor-

te, responsabilidades, políticas, procedimentos, as ferramentas e metodologias

de mensuração e de apoio à gestão.

Ainda segundo Caixa (2007) esse modelo de estrutura tem como fun-

damento o documento “Sound Practices for Operational Risk”, publicado pelo

BIS, é composto de três grupos interdependentes e inter-relacionados, deno-

minados:

• Ambiente adequado de gerenciamento;(como ilustrado na seguinte figu-

ra )

• Processos de gerenciamento;

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• Divulgação e capacitação.

Fonte: CAIXA,2007

5.5.2 Política de Prevenção contra os Crimes de Lavagem de

Dinheiro

Essa política como o nome diz tem como objetivo evitar que a CAIXA se-

ja utilizada na prática dos crimes de lavagem de dinheiro e do financiamento ao

terrorismo

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A CAIXA possui, ainda, o Comitê de Prevenção contra os Crimes de La-

vagem de Dinheiro, órgão autônomo e deliberativo instituído para opinar e deli-

berar sobre matérias que tratem do tema no âmbito da Instituição. Não há peri-

odicidade definida para atualização da Política de PLD; sua atualização ocorre

em função de mudanças na legislação ou diante da necessidade de readequar

seus princípios e diretrizes.

5.5.3 Política de Controles Internos e Compliance

A Política de Controles Internos e Compliance da Instituição tem o esco-

po de adotar princípios e diretrizes que promovam condições para assegurar a

efetividade do Sistema de Controles Internos da Caixa, estruturada de acordo

com os cinco componentes do COSO (Committee of Sponsoring Organizations

of the Treadway Commission): ambiente de controle, avaliação de risco, ativi-

dades de controle e compliance, monitoramento, informação e comunicação.

O cumprimento da Política de Controles Internos e Compliance é verifi-

cado através do monitoramento do Sistema de Controles Internos da CAIXA

(SCI CAIXA), que consiste na avaliação de um conjunto de indicadores, desen-

volvidos a partir dos princípios e diretrizes da Política, mensurados e pontuados

de forma a evidenciar o grau de maturidade dos controles internos da Institui-

ção.

O processo de registro de informações sobre as atividades de Controles

Internos, desenvolvidas pelas diversas unidades da Instituição, encontra-se

automatizado, subsidiando o monitoramento do sistema e a elaboração dos

relatórios de controles internos para atendimento à Resolução CMN

2.554/1998, à Circular BACEN 3.467/2009 e ao Comunicado Técnico IBRA-

CON 003/2010, bem como à Instrução CVM 505/2011.

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5.6 Estratégia Empresarial

A CAIXA não é somente um banco, mas um conglomerado, que inclui

empresas onde ela possui participação societária direta ou por meio de suas

subsidiárias. Trabalham na instituição quase 100 mil pessoas, de diferentes

culturas e gerações, ou seja, uma organização deste porte não pode deixar de

ser preparar para atuar num ambiente cada dia mais competitivo no mercado.

Em junho de 2012, a CAIXA encerrou o processo de revisão do seu Pla-

no Estratégico referente ao período 2012-2022. A visão de futuro foi redefinida,

evidenciando o lugar que a CAIXA pretende ocupar no mercado até 2022: “Es-

tar entre os três maiores bancos brasileiros até 2022, mantendo a liderança

como agente de políticas públicas”.(CAIXA,2012)

Tudo isso, sem dúvida, tem reflexo nas atividades da Auditoria Interna

da CAIXA, que precisa compreender como a organização está estruturada, ou

seja, sua arquitetura. Daí, a necessidade de consistentes estudos e planeja-

mento sobre o assunto para realização de auditorias em uma organização de

grande porte como a CAIXA.

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CAPÍTULO VI

AUDITORIA INTERNA DA CAIXA

Como a auditoria interna integra o campo estratégico de uma organiza-

ção não serão dadas aqui informações classificadas como sigilosas pela institu-

ição.

A Auditoria Interna da Caixa foi instituída com base no Decreto nº

93.216/86, substituído pelo Decreto nº 3.591/00 e alterações e tem sua ativida-

de disciplinada pela Instrução Normativa 01/2001 da SFC, que regulamentou a

Lei 10.180/01 e legislação complementar e se sujeita às orientações e determi-

nações dos órgãos federais de controle e de fiscalização conforme legislação

específica.

A Auditoria Interna observa as normas do IIA Brasil (Instituto dos Audito-

res Internos do Brasil;), e, no que for aplicável, as normas e procedimentos de

auditoria do CFC.( Conselho Federal de Contabilidade;).É responsável por rea-

lizar, com periodicidade mínima anual, testes de avaliação dos sistemas e pro-

cedimentos implantados para medir, monitorar, controlar e reportar a exposição

aos riscos de crédito, mercado, liquidez, operacional e de modelagem.

Na Caixa o regulamento da Auditoria Interna é indicado pelo Manual

Normativo AE001 013 cujo teor, não será divulgado neste trabalho devido ao

grau de sigilo deste documento. O regulamento estabelece os objetivos, a auto-

ridade e responsabilidade da atividade. O regulamento é uma recomendação

do The Institute of Internal Auditors (IIA), uma associação profissional interna-

cional, voz global da profissão de auditoria interna, que propõe normas e certi-

ficações, defesa da atividade e educação do auditor interno.

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Segundo o Jornal da Caixa(2014)

Ao estabelecer para a auditoria interna políticas alinhadas aos padrões internacionais mais avançados, a empresa avança no fortalecimento da governança corporativa. A publicação do re-gulamento cumpre, junto ao IIA, um dos requisitos para a ob-tenção da certificação de qualidade “Quality Assurance Revi-ew”. Além disso, corrobora o apoio da Caixa ao papel e às prerrogativas da auditoria interna, e ainda contribui para a ima-gem da empresa junto aos órgãos de controle e de fiscaliza-ção.

De acordo com CAIXA(2013), através do Sistema de Controles Internos

da CAIXA (SCI CAIXA), a Instituição mantém, fornece e gerencia informações

operacionais e financeiras, além de monitorar se todas as atividades realizadas

estão em conformidade com leis e normas, internas e externas. Ferramentas e

procedimentos sistematizados permitem a detecção, o controle e a análise de

ocorrências com indícios de lavagem de dinheiro, o que permite verificar a

compatibilidade entre a capacidade financeira e as movimentações e opera-

ções realizadas, bem como sua fundamentação econômica.

No planejamento do SCI CAIXA, destacam-se a Política de Controles In-

ternos e Compliance – cuja estrutura se baseia nas diretrizes do Committee of

Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (Coso) –; a área de

Controles Internos, responsável pela gestão do Sistema e pelo monitoramento

e validação dos modelos usados pela CAIXA para cobrança e avaliação dos

riscos operacional, de mercado e de crédito; o Comitê de Prevenção Contra os

Crimes de Lavagem de Dinheiro; e a Auditoria Interna, vinculada ao Conselho

de Administração.

A investigação de irregularidades e a identificação de responsabilidades

são realizadas na CAIXA por meio da apuração de responsabilidade disciplinar

e civil, incluindo etapas de análise preliminar e processo.

Com relação à prevenção de lavagem de dinheiro e relacionamento com

pessoas politicamente expostas, a Auditoria Interna realizou, em 2013, 74 tra-

balhos de verificação para avaliar a eficiência e eficácia de controles pelas á-

reas responsáveis pela apreciação de casos e denúncias. (CAIXA 2013)

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Outra medida de combate à corrupção foi a implantação da Política de

Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) e ao Financiamento do Terrorismo,

disponível na intranet, bem como de uma área técnica especializada no tema,

com o objetivo de evitar que a Instituição seja utilizada para fins ilícitos. Todos

os princípios e diretrizes relacionados à PLD foram aprovados pelo Conselho

de Administração da Empresa.

Por meio de mecanismos e procedimentos sistematizados, são localiza-

das, identificadas, monitoradas e analisadas as ocorrências com indícios de

lavagem de dinheiro, possibilitando verificar a compatibilidade entre a capaci-

dade financeira e as movimentações e operações realizadas, bem como a sua

fundamentação econômica.

Com o intuito de propagar o conhecimento interno para empregados e

colaboradores, a CAIXA possui diversos treinamentos anticorrupção. Em 2013,

foram registradas mais de 54 mil participações, realizadas por 34.114 empre-

gados (34%, do total de 98.198), em iniciativas desse tipo. (CAIXA 2013).

Ainda com relação aos casos de corrupção, foram identificadas e con-

firmadas três ocorrências em 2013. Todas resultaram em processo administra-

tivo disciplinar e rescisão contratual dos empregados. (CAIXA 2013).

6.1 Auditoria de Processos

O Modelo de gestão da CAIXA adotou a Gestão por processos. Para is-

so desenvolveu uma Metodologia de Gestão por Processos CAIXA (MGPC)

baseada nas melhores práticas do mercado. (UNIVERSIDADE CAIXA, 2015).

A nova proposta para atuação da auditoria foi baseada na atual declara-

ção de posicionamento emitida pelo IIA – The Institute of Internal Auditors –

que atribui à Auditoria Interna a atuação na terceira linha de defesa, para ma-

nutenção de elevado nível de independência e objetividade nas avaliações so-

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bre a eficácia da gover

ternos.(UNIVERSIDADE

No modelo de “L

ternal Auditors são ado

primeira linha de defes

controle de riscos e su

são a segunda linha de

quema abaixo observa

Fonte

De acordo com

Universidade Caixa, o

CAIXA são:

Ø 1ª. Linha d

Controle realizad

zados ou exercidos pel

e suporte), visando gara

governança, do gerenciamento dos riscos e d

IDADE CAIXA, 2015).

de “Linhas de Defesa”, sugerido pelo IIA – Th

o adotados três linhas ,em que o controle d

defesa no gerenciamento de riscos, as diver

supervisão de conformidade estabelecida

ha de defesa e a avaliação independente é a

serva-se a atuação da auditoria interna na 3ª li

Fonte: Declaração de Posicionamento - IIA

com a Cartilha Auditoria de Processos dispo

, os conceitos adotados para as “linhas d

inha de Defesa:

alizado na execução das atividades sejam aq

pelos gestores operacionais (clientes, negó

o garantir o cumprimento das normas estabele

52

os e dos controles in-

The Institute of In-

trole da gerência é a

diversas funções de

lecidas pela gerência

te é a terceira. No es-

a 3ª linha.

disponível no site da

has de defesa” pela

am aqueles automati-

negócios, operações

tabelecidas.

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A gerência operacional identifica, avalia, controla e mitiga os riscos, gui-

ando o desenvolvimento e a implementação de políticas e procedimentos inter-

nos e garantindo que as atividades estejam de acordo com as metas e objeti-

vos.

Ø 2ª. Linha de Defesa:

Compreende o monitoramento contínuo das atividades, resultados e

grau de exposição a riscos de todas as áreas do banco.

Conforme expresso pelo IIA (2013), em um mundo ideal a primeira linha

de defesa deveria bastar,no entanto, não é o que acontece, por isso é necessá-

rio que a organização possua uma segunda linha de defesa, com funções es-

pecíficas de gerenciamento de riscos e conformidade que auxiliem o desenvol-

vimento e/ou monitoramento dos riscos e conformidade da primeira linha de

defesa.

O modelo de gestão CAIXA prevê ampliação e estruturação de uma rede

de filiais responsável pela 2ª linha de defesa.

Ø 3ª. Linha de Defesa:

É a atuação independente da Auditoria Interna, realizada com o objetivo

de avaliar a execução dos controles de 1ª e 2ª linhas de defesa.

Ainda de acordo com IIA(2013) na terceira linha de defesa os auditores

internos fornecem ao órgão de governança e à alta administração avaliações

sobre a eficácia da governança, do gerenciamento de riscos e dos controles

internos baseadas no maior nível de independência e objetividade dentro da

organização. Esse alto nível de independência não está disponível na segunda

linha de defesa.

Desse modo a auditoria interna contribui significativamente para a go-

vernança organizacional, desde que haja uma função independente de audito-

ria interna aliada à uma equipe adequada e competente que atue de acordo

com as normas internacionais reconhecidas.

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6.2 O Papel da Auditoria Interna da Caixa na Prevenção à La-

vagem de Dinheiro no âmbito da Instituição

Por tudo o que foi estudado até aqui podemos dizer do papel fundamen-

tal que a Auditoria Interna cumpre na instituição, tanto no que diz respeito à

realização de testes de avaliação dos sistemas e procedimentos de controle de

riscos operacionais implementados pela área de risco operacional como para

as demais áreas da instituição, sinalizando para a unidade gestora de Preven-

ção a Lavagem de Dinheiro eventuais fragilidades identificadas no processo de

PLD/FT durante a realização de auditorias.

Para Cordeiro(2012) a auditoria está fundamentada na confiança de

quem contratou os serviços do auditor para o exame dos documentos e regis-

tros contábeis e administrativos nas organizações, para que após essa análise

ele possa emitir uma opinião sobre a validade desses documentos e registros.

Neves(2003) acrescenta ainda que para que a Alta Administração da

instituição tenha ciência da existência de controles internos é de fundamental

importância as conclusões da Auditora Interna sobre a avaliação do processo

de prevenção e combate à lavagem de dinheiro, para minimizar a possibilidade

de que a inobservância dos preceitos legais (Lei 9.613/98 e regulamentação

dela decorrente) comprometa os resultados, ou o alcance dos objetivos, da ins-

tituição.

Cordeiro (2012) enfatiza que a possibilidade de haver um conluio entre

empregados ou fraude cometida pela própria administração configuram num

risco inevitável de que distorções relevantes, resultantes de fraude, e em me-

nor grau de erro, possam deixar de ser detectadas.

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CONCLUSÃO

Nos últimos quinze anos, o Brasil avançou muito no combate à lavagem

de dinheiro. Primeiro, aprovou uma legislação inovadora, compatível com os

padrões internacionais e ajustada ao sistema jurídico brasileiro. Segundo, con-

seguiu estruturar um órgão inteiramente novo na vida pública, como o COAF, e

desenvolver metodologia para o exercício adequado do trabalho e montar uma

base tecnológica de avaliação e cruzamento de dados, frequentemente citada

como modelo entre os países de renda média. Terceiro, começou a criar uma

cultura em vários segmentos privados de adesão aos esforços públicos de

combate à lavagem de dinheiro.

Faltava, porém uma visão estratégica de como agir, envolvendo de for-

ma integrada as entidades públicas, foi quando surgiu ao final de 2003 a ENC-

CLA Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro.

Alguns exemplos importantes de ações promovidas pela estratégia são a minu-

ta de alteração da Lei 9.613/98, que se tornou a Lei 12.683, de 9/7/2012, e a

criação do Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro, do Banco Central.

É notório o que os bancos brasileiros avançaram na identificação de o-

perações suspeitas. Desde o advento da Lei 9.613/98 os bancos, começaram a

desenvolver seus sistemas de controle e metodologias de trabalho. No entanto

nota-se a importância de aprimoramento dos mecanismos voltados às políticas

de “conheça seu cliente” e da supervisão dos controles e auditorias internas

que permitam a identificação de situações de risco de prática de atividades ilíci-

tas.

Circula no sistema de combate à lavagem de dinheiro uma gama consi-

derável de informações As leis são rigorosas no tratamento de informações

restritas, como o movimento de contas bancárias, por exemplo. Não há como

interpretá-las com uma flexibilidade que não está nelas embutida.

A Caixa Econômica Federal como instituição financeira tem a obrigação

e o compromisso de adotar procedimentos padronizados de prevenção e com-

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bate à lavagem de dinheiro, alinhados às melhores práticas de mercado, a fim

de evitar o uso da empresa para atividades ilícitas, além de contribuir para pre-

servar a confiança no sistema financeiro.

Pela natureza especial de suas atividades, sobretudo quanto à gestão

dos jogos das loterias federais a empresa precisa também observar com rigor a

regulação nacional e internacional relativa ao controle e prevenção à lavagem

de dinheiro, a fim de zelar pela lisura do negócio, pela proteção dos apostado-

res e pela geração de recursos para as causas sociais.

A auditoria interna da Caixa auxilia a organização a alcançar seus objeti-

vos de conformidade e gestão estratégica de riscos, que são ações relaciona-

das à prevenção à lavagem de dinheiro. Através de uma abordagem sistemáti-

ca e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos processos de ges-

tão de risco, controle e governança corporativa o Comitê de Auditoria da CAI-

XA, um dos órgãos de apoio à gestão na empresa, age integradamente com

outros órgãos subsidiando a tomada de decisão pelos dirigentes da CAIXA.

Por tanto, por tudo o que foi exposto sobre o papel da auditoria interna

da Caixa Econômica Federal na prevenção e combate à lavagem de dinheiro

dentro da empresa, conclui-se que um trabalho bem realizado por essa área é

de extrema importância para a instituição, na medida em que permite apresen-

tar conclusões e sugestões à Alta Administração sobre os riscos associados ao

não cumprimento das obrigações legais impostas pelas leis e normas que tra-

tam deste crime e, sobretudo colabora para a minimização dos riscos legais e

de imagem associados ao não cumprimento destas obrigações.

Desse modo é possível também concluir que para que a auditoria interna

possa contribuir de fato para a governança organizacional da empresa é ne-

cessário que haja uma função independente de auditoria interna somada à uma

equipe adequada e competente que atue de acordo com as normas internacio-

nais reconhecidas

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