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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA “Os Desafios da Transdisciplinaridade do Psicopedagogo e Orientador Pedagógico com alunos Discalcúlicos” Por: Carlos Gomes da Silva Orientadora: Profª Solange Monteiro Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

“Os Desafios da Transdisciplinaridade do Psicopedagogo e Orientador Pedagógico com alunos

Discalcúlicos”

Por: Carlos Gomes da Silva

Orientadora: Profª Solange Monteiro

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

“Os Desafios da Transdisciplinaridade do Psicopedagogo e Orientador Pedagógico com alunos Discalcúlicos”

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em psicopedagogia sendo requisito para a obtenção do título de especialista.

Por: Carlos Gomes da Silva

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AGRADECIMENTOS

Obrigado a todas as pessoas que contribuíram para meu sucesso e para meu crescimento como pessoa. Sou o resultado da confiança e da força de cada um de você. Muito e muito obrigado mesmo para Ana Isabel Zibecchi, Psicóloga, Terapeuta certificada em Análise Bioenergética e minha companheira.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus familiares, professores e amigos de curso que com seus conhecimentos fizeram o possível e o impossível ser cultivado, tornando a sabedoria uma força interior. Sem crescimento interno, é difícil conquistar a autoconfiança e a coragem necessária.

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METODOLOGIA

Tendo vivenciado a área da educação em salas de aula, por mais de

trinta anos, tanto em escolas públicas quanto em particulares, surpreendia-me,

ora entusiasmado pela realização de meus ideais de educador junto a alguns

alunos, ora angustiado por não encontrar caminhos que solucionassem ou, até

mesmo, amenizassem as dificuldades de aprendizagem apresentadas por

outros alunos. Alunos esses que, com certeza, tinham suas potencialidades e

habilidades manifestadas, mas nós, inexperientes e mal informados

professores, não as enxergávamos. Era um tempo em que a busca de

entendimento sobre as causas dos problemas de aprendizagem escolar

concentrava-se na criança, por ser ela a portadora de atraso no

desenvolvimento psicomotor, perceptivo, lingüístico, cognitivo ou emocional.

Essas deficiências a levariam a não ter a prontidão necessária à alfabetização

no momento de ingresso na escola. Levariam, também, a se sair mal nos

testes de inteligência que acusavam, via de regra, um QI muito baixo.

As dificuldades de aprendizagem, nesse contexto, dever-se-iam

basicamente ao fato de que a escola não está levando em conta as diferenças

de desenvolvimento e desempenho de suas crianças. Os professores esperam

classes repletas de crianças idealizadas, quando, na realidade, a clientela que

se encontra nesses locais era outra. Já naquela época, era necessário preparar

a escola e, em especial os professores, para que apresentasse metodologias e

avaliações mais adequadas à realidade dos alunos com dificuldades de

aprendizagem de matemática. No entanto, hoje, as causas das dificuldades de

aprendizagem das crianças estão sendo buscadas em instâncias do processo

educativo, desde a política e a legislação educacional até a situação do

professorado à sua formação profissional e à valorização profissional do

professor e suas condições de trabalho. Entre esses fatores podemos

mencionar as vicissitudes burocráticas, legais e institucionais do trabalho.

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É inaceitável que crianças, jovens e adultos ainda hoje sejam

discriminados por apresentarem dificuldades de aprendizagem (troca de letras,

sílabas, numerais, gráficos etc) alcançando um rendimento inferior aos demais.

Como consequência, tornam-se rebeldes, insatisfeitos, baixa estigma, interação

limitada com os outros alunos, desencadeando depressão em sua vida social. O

pior é que ainda falta informação profissional dos educadores para lidar com

essas diferenças. É exatamente por esse motivo que julgamos fundamental e

necessária a discussão sobre o tema que aqui expomos, levando em

consideração a possibilidade de contribuir para o esclarecimento das questões

que envolvem a aprendizagem de alunos com necessidades educacionais

especiais.

O estudo foi realizado através de uma ampla pesquisa bibliográfica sobre

revistas, livros, consulta à rede mundial de computadores e pela experiência na

sala de aula em que esses alunos com o problema em questão discalcúlicos

passam despercebidos e discriminados e terá somente como intenção uma

contribuição para obtenção de êxito desses alunos nas aprendizagens e na seu

relacionamento social, complementando, o relato à carência de recursos

biológicos e psicológicos necessários para que o aluno aprenda. Problemas

maturacionais de certas estruturas cerebrais serão analisados onde o trabalho

do psicopedagogo, orientador educacional e pedagógico, neurologista,

fonoaudiólogo serão transdisciplinarmente fundamentais nesse trabalho e

pesquisas conceituais desse transtorno específico de aprendizagem, sendo uma

contribuição para a retirada do rótulo desses alunos maldosamente definidos

burros.

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RESUMO

A temática desse estudo buscou discutir a trandisciplinidade do

orientador educacional e do psicopedagogo, suas relevâncias e dificuldades

em exercer suas profissões no âmbito da aprendizagem escolar de um aluno

com discalculia.

Buscando novos conhecimentos, conceitos e aperfeiçoamentos de

suas práticas nos transtornos da discalculia, em especial dando ênfase a

psicopedagogia como mais um instrumento utilizado para o tratamento desse

aluno discalcúlico.

Os pressupostos teóricos e práticos dentro da psicopedagogia, são de

grande contribuição na atuação do orientador educacional, trazendo grande

beneficio ao aluno discalcúlico.

O orientador educacional e o psicopedagogo podem e devem atuar no

âmbito escolar complementando-se em um processo de confiabilidade ética

com ações conjuntas para o bem de uma educação sadia do aluno/aluna que

premia no final a autoestima e o bem estar da família desse aluno/aluna com

transtorno de discalculia. Sendo que, a escola é considerada por excelência o

veículo de difusão do conhecimento e o espaço onde ocorre o desenvolvimento

sócio-cognitivo desses alunos com esses transtornos, garantindo uma

construção saudável de saberes e competências necessárias para o

enfrentamento dos desafios que a atual sociedade lhes apresenta.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I Discalculia: Um Histórico Atual 11

CAPÍTULO II

O orientador pedagógico e o psicopedagogo:

Uma forma de trabalho transdisciplinar 25

CAPÍTULO III O Psicopedagogo e a Discalculia 37 CONCLUSÃO 43 BIBLIOGRAFIA 45

ANEXOS 48

INDICE 49

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho monográfico tem por finalidade traçar algumas

vantagens do percurso conjunto entre o psicopedagogo e o orientador

pedagógico para o tratamento do aluno que sofre de discalculia e essa

correlação transdisciplinar.

Esta, depois de detectada, precisa ser encarada não como limitante da

capacidade do discente, tampouco do professor, muito embora ela seja tratada,

por vezes, como uma barreira à qual poucos confrontam.

O presente escrito elaborará alguns excertos em que se possam

analisar as vantagens desse alinhamento entre os dois profissionais

anteriormente citados. A busca de veredas que possam aliviar o percurso da

criança ou jovem que sofre desse problema nas escolas é o norte que é

ansiado pelos implicados no processo. O decurso da pesquisa se dará em

algumas etapas.

Num primeiro momento, devemos entender o que seria discalculia em

sua completude. Pode-se partir do conceito – teoria e de seu histórico em

relação ao ensino. Sempre atentando para questão de forma ampla, pois

existem muitos alunos que passam por esse problema sem jamais terem sido

diagnosticados corretamente.

Já, num segundo momento, devemos expor as dificuldades de

aprendizagem que estes alunos apresentam para desse modo, elaborarmos

uma abordagem que tenha por princípio, o enquadramento do problema e suas

possíveis variações que nos possam levar às soluções, num processo de

harmonia transdisciplinar entre o orientador educacional e o psicopedagogo no

contexto escolar.

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Comumente, diz-se que alguém aprende quando adquire atitudes,

habilidades, conhecimentos e competências para se adaptar a novas situações

para resolver problemas, para realizar tarefas diárias importantes para sua

sobrevivência e para implementar estratégias em busca de saúde, de

realização pessoal, buscando harmonia social com uma melhor qualidade de

vida.

No terceiro momento cabe aos profissionais das áreas orientação

pedagógica e psicopedagógica, juntamente com o professor e a escola como

um todo, trabalhar o aluno de maneira “distinta”, para fazer com que este

consiga amenizar seu distúrbio de aprendizagem. Através desse caminho,

acredito, sumariamente, que a união do orientador e do psicopedagogo seja de

extrema importância na busca de uma solução, se não definitiva, mas de

relevância no auxílio aos alunos que sofrem desse distúrbio.

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CAPÍTULO I

DISCALCULIA: UM HISTÓRICO

Discalculia vem do grego e latim que significa: "contagem mal". O

prefixo "dis" vem do grego e significa "mal". Calculia vem do latim "calculare",

que significa "contar". A palavra "calculare" vem de " cálculo ", que significa

pedrinha ou um dos contadores em um ábaco.1

Para muitos, sinais de “mais”, “menos”, “maior”, podem parecer um

bicho de sete cabeças. Porém, muitas vezes, o problema não está na criança,

mas nos professores ou na metodologia que a e escola emprega, que não se

adapta ao aluno. Estudos mostram que o desenvolvimento da criança em

termos quantitativos é adquirido gradativamente, mas em alguns casos, a

dificuldade pode ser apenas da pessoa, tratando-se de um transtorno

conhecido como discalculia, e não comodismo ou preguiça como alguns podem

pensar. A discalculia é causada por má formação neurológica, provocando

dificuldade em aprender tudo o que está relacionado a números como:

operações matemáticas; dificuldade em entender os conceitos e a aplicação da

matemática; seguir seqüência; classificar números É importante esclarecer

que, a discalculia não é causada por má escolarização, deficiência mental,

déficits visuais ou auditivos ou qualquer ligação com níveis de QI.

A matemática é uma ferramenta essencial em nossas vidas, por isso a

importância de diagnosticar a discalculia nos primeiros anos de vida. Quando

não reconhecido a tempo, pode dificultar o desenvolvimento da criança,

resultando no medo, comportamentos inadequados, agressividade, apatia e até

o desinteresse.

É comum alunos que possuem discalculia: quando a matemática

começa a se tornar mais abstrata, senti os efeitos no final do ensino

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fundamental. As equações matemáticas eram complicadas, olhava aquelas

expressões X+3 = 5 e gritava como assim português e matemática juntos.1

Existem seis subtipos para a discalculia:

a) Verbal: resistência em nomear números, termos e símbolos;

b) Léxica: problemas para ler os símbolos matemáticos;

c) Practognóstica: dificuldade para enumerar, comparar e/ou

manipular objetos ou imagens matemáticas;

d) Gráfica: dificuldade em escrever símbolos matemáticos;

e) Operacional: resistência para executar operações e cálculo

numéricos;

f) Ideognóstica: dificuldade para mentalizar as operações e para

compreender os conceitos matemáticos.

Apesar das descrições de discalculia remeterem a distúrbios

específicos de aprendizagem da aritmética e/ou da matemática, tal qual

definido pelo CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) e pela APA

(American Psychological Association) não há clareza acerca de quais

dificuldades nessas aprendizagens, manifestadas por diferentes indivíduos no

decorrer da vida, remetem à discalculia. Anteriormente, apontamos a

preocupação de alguns pesquisadores frente a esse aparente consenso, uma

vez que não há acordo quanto às características específicas da discalculia e

aos instrumentos que permitem seu diagnóstico. A controvérsia é extensiva,

1 - http://educacional.cpb.com.br/conteudos/comportamento/o-que-e-discalculia/. Acessado em Fevereiro de 2016. 2 - GRABNER, R.H.; ANSARI, D. Promises and pitfalls of a cognitive neuroscience of mathematics learning. ZDM Internation, pg. 302-310, 2009. 3 - OBERSTEINER, A. et al. Bringing brain imaging to the school to assess arithmetic problem solving: Chances and limitations in combining educational and neuroscientific research. ZDM International Journal on Mathematics Education, 42 (6),pg. 541–554, 2010.

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inclusive, à existência de evidência conclusiva no que diz respeito à causa da

discalculia estar atrelada ao desenvolvimento anormal do cérebro. Estudos

sobre os mecanismos do cérebro envolvidos nos processamentos numéricos

evidenciam que determinadas regiões cerebrais são responsáveis por certas

habilidades numéricas. No entanto, Grabner; Ansari (2010, pg.302-310)2;

defendem que os estudos que se concentram nos jovens indicam que

mudanças dramáticas ocorrem, ao longo do desenvolvimento nos correlatos

neurais das funções cognitivas relacionadas à solução de problemas

aritméticos recentes, tenha produzido avanços a partir de técnicas como a

imagem cerebral. Obersteiner (2010, pg.541–554)3, também coloca que uma

atribuição precisa das funções de cada área do cérebro ainda não foi

determinada e isso, diz respeito a possibilidade de compreender a atenção

como se realiza um processo de aprendizagem, que aponta para a importância

de se criar estratégias de organização do espaço, de dinâmicas interpessoais e

de experiências pessoais que possam ativar os fenômenos que possibilitam um

modo de atenção de caráter mais inventivo.3

Para o professor diagnosticar a discalculia em seu aluno, é

fundamental observar a trajetória da aprendizagem dele. Ficar atento se, com

freqüência, os símbolos são escritos incorretamente, se há incapacidade em

operar com quantidades numéricas, se não reconhece os sinais das

operações. Dificuldade na leitura dos números e em mentalizar as contas

também são sinais da dislexia. É importante que o professor realize atividades

específicas, sem isolá-lo do restante da turma. É regressivo ao tratamento de

discalculia ressaltar as dificuldades, diferenciando o aluno dos demais colegas;

mostrar-se impaciente, interromper ou tentar adivinhar o que a criança quer

dizer; corrigir o aluno freqüentemente diante da turma; ignorá-lo; forçá-lo a

fazer as lições quando nervoso por não ter conseguido. Uma dica é propor

jogos em sala e usar situações concretas nos problemas de matemática.4

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O psicopedagogo é indicado ao tratamento da discalculia, que deve ser

feito em parceria com a escola e com os familiares. Esse profissional contribui

com relação à autoestima e valoriza as atividades realizadas pedagógicas nas

escolas. Também vai descobrir e pesquisar o processo de aprendizagem do

aluno através de instrumentos pedagógicos que irão ajudá-lo no entendimento

da metodologia ideal de aprendizagem, na intervenção para com esse

indivíduo especial.

Os métodos lúdicos ajudam com as habilidades psicomotoras e

espaciais, na contagem e oportuniza a criança a desenvolver capacidades

importantes como concentração, afetividade, imaginação e sensibilidade1 Já um

neurologista representa sua contribuição muito expressiva ao processo ensino-

aprendizagem, pois permitem estabelecer algumas relações entre as funções

psicológicas superiores linguagem, atenção, memória, e a aprendizagem

simbólica (conceitos, escrita, leitura, etc.), ou seja, o modelo neuropsicológico

das dificuldades da aprendizagem preocupa-se em reunir uma amostra de

funções mentais superiores envolvidas na aprendizagem simbólica as quais

estão, obviamente, correlacionadas com a organização funcional do cérebro.

Sem essa condição, a aprendizagem do aluno não se processa normalmente e,

neste caso, podemos nos deparar com uma disfunção ou lesão cerebral.4. As

disfunções cerebrais, bem como as lesões, interferem no processamento da

informação que o aprendizado envolve:

1. De recepção, ocasiona problemas perceptuais;

2. De integração, surgem dificuldades na retenção - memória e elaboração;

3. Na expressão, surgirão distúrbios na ordenação, seqüencialização,

planificação e execução.5

4 - http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862012000100013, Acessado em: Outubro de 2015. 5 – KONKIEWITZ, Elisabete Castelon; Aprendizagem, comportamento e emoções na infância e adolescência uma visão transdisciplinar / organização:– Dourados-MS : Ed. UFGD, pg. 312, 2013, Acessado em: Janeiro de 2016. 6 - http://www.centropsicopedagogicoapoio.com.br/o-que-e-discalculia/, Acessado em Janeiro de 2016.

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Ao confirmar, através de exames específicos a dificuldade do aluno em

aprender, torna-se de intervenção esse diagnóstico das áreas do cérebro

afetadas, sendo necessário encaminhá-lo para um tratamento com formação

multidisciplinar, no qual entre esses profissionais é incluído um psicopedagogo,

profissional de suma relevância no processo.

A maioria das crianças pode não gostar de contas, achar chata, é

difícil. Mas é importante diferenciar a inadaptação do aluno ao ensino da

escola, ou ao professor, do distúrbio que provoca dificuldade com os números.

Caso o aluno/aluna esteja se desenvolvendo normalmente em outras

disciplinas, procure um especialista que possa tirar a dúvida e, dependendo,

começar o tratamento, pois, quanto antes for descoberto, menor o prejuízo

para a criança e melhor ela se adaptará com as questões do cotidiano,

relacionamento, autoconfiança, poder de decisão.6

O professor jamais deve demonstrar impaciência ante a dificuldade

exagerada de um aluno/aluna na solução de problema matemático. Criança

que sofre de discalculia é vítima potencial de bullying. Ela não é burra, nem

ignorante e merece ser tratada com respeito por todos os de mesma classe.

Cabe à professora enfatizar o valor do que é diferente, incentivando o respeito

mútuo.

Outro conceito importante para prosseguir a análise é o que relata

Kleiman (2001):7

A professora, ela própria, precisa dar o exemplo, demonstrando

atenção e paciência especiais com essa criança a cada

oportunidade de explicar um enunciado matemático. O

professor também deve trabalhar com ela de outra forma. É

fundamental diferenciar o ensino para ela, trabalhando a base,

as quatro operações, de preferência, recorrendo a estímulos

visuais mais forte, aconselha a especialista. (KLEIMAN, 2001,

pg 32)

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Pais, ansiosos para apoiar o filho/filha na aprendizagem de

matemática, mas com dificuldade de seguir o modo como essa disciplina é hoje

transmitida, deve pedir ajuda à escola. Não é preciso se sentir constrangido: se

for difícil acompanhar as lições de casa do seu filho, peça imediatamente ajuda

ao professor, o importante é participar desse cotidiano, sempre atento aos

progressos e dificuldades exageradas no relacionamento do seu filho/filha com

a matemática. Também vale a pena dedicar tempo para a leitura dos livros

escolares para observar o grau de dificuldades que os mesmos apresentam

para seus filhos.8

I. Tipos de Discalculia

Os tipos de discalculia foram descritos por Ladislav Kosc (1974, pg.164

-177) que investigou e identificou a discalculia. Este autor descreveu seis tipos

de discalculia, cada uma correspondendo a capacidades específicas e tarefas

da matemática. Estes tipos de discalculia podem ocorrer individual ou

conjuntamente.

a) Discalculia Verbal: Dificuldade em nomear quantidades

matemáticas, números, termos, símbolos e relações matemáticas;

b) Discalculia Lexical: Dificuldades na leitura de símbolos

matemáticos, como numerais;

c) Discalculia Gráfica: Dificuldades na escrita de símbolos

matemáticos, como números ou sinais matemáticos;8

6 - http://www.centropsicopedagogicoapoio.com.br/o-que-e-discalculia/, Acessado em Janeiro de 2016. 7 - KLEIMAN, A. A Formação do Professor: perspectivas da linguística aplicada. São Paulo: Mercado de Letras,pg 32 2001. 8 -KOSC, Ladislav, Developmental dyscalculia, Journal of Learning Disabilitus, v7, pg 164-177, 1974. Texto Por Marion Frank, Acessado em Fevereiro de 2016. 9 - FONSECA, V. (2008). Dificuldades de aprendizagem: Abordagem neuropsicológica e psicopedagógica ao insucesso escolar, nova versão de: Insucesso escolar: Abordagem psicopedagógica das dificuldades de aprendizagem, pg. 73-89, (1999). Lisboa: Âncora Editores. 10. - SILVA, W. C.; COSTA, R. T. Discalculia: uma abordagem à luz da educação matemática. Universidade de Guarulhos: Guarulhos, pg. 55-72, 2008.

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d) Discalculia Operacional: Dificuldades na realização de operações

e cálculos matemáticos;

e) Discalculia Ideognóstica: Dificuldades em fazer operações

mentais e na compreensão de conceitos matemáticos, como

identificar se um número é maior do que outro;

f) Discalculia Practognóstica: Dificuldade tornar prático conceitos

matemáticos teóricos, por exemplo trabalhar equações: Para

saber se tem esta dificuldade de aprendizagem faça o teste de

discalculia online: educamais.com/teste-discalculia.9

Como a medida de tempo é um problema para a pessoa com

transtorno com números (discalculia), ela perde prazos com facilidade, deixa os

trabalhos para a última hora e se atrapalha para ler as horas ou com os dias da

semana e os meses do ano.

Costa Silva (2008, pg.55-72)10 relata que as crianças podem ter

problemas em calcular o tempo que uma tarefa leva para ser feita. Muito

precocemente, ainda na primeira infância (0 a 3 anos), desenvolvemos a linha

numérica, que é uma ordenação rápida e instintiva dos números. Para os que

têm discalculia, essa representação é difícil.

Decorar um número de telefone é uma grande dificuldade. As crianças

com discalculia têm dificuldades para entender a relação entre os números e

sua representação na linha mental numérica. Tarefas simples como memorizar

um número de telefone ou um endereço ou calcular um troco tornam-se muito

difíceis. Muitas crianças com discalculia têm transtornos associados, incluindo

Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.10

Mazzocco (2003, pg.318-344)11 verificou que as habilidades

relacionadas à leitura estão correlacionadas com o desempenho em

matemática, assim como algumas habilidades visuoespaciais. Dislexia é mais

freqüentes em crianças que apresentam discalculia do que em crianças que

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apresentam dificuldades transitórias em matemática. Um estudo mostrou que a

dificuldade na leitura ocorre em cerca de 25% dos alunos com discalculia (ou

seja, déficits persistentes em matemática), mas apenas em 7% daquelas

crianças que apresentavam déficits transitórios em matemática, ou seja, que

melhoravam destes déficits em matemática em um ou dois anos. É importante

avaliar a existência de dislexia em crianças com discalculia e vice-versa, pois o

tratamento de um transtorno sem tratar o outro pode trazer resultados

limitados. Por exemplo, crianças com discalculia e dislexia apresentam

dificuldade na realização de histórias matemáticas, que exigem a

transformação de uma história em um cálculo. Se a discalculia for tratada, mas

a criança permanecer com problemas na leitura, a dificuldade nas histórias

matemáticas permanecerá, apesar da melhora das dificuldades em

matemática.

As causas das dificuldades crônicas e persistentes de aprendizagem

da matemática não associadas a problemas pedagógicos, motivacionais,

intelectuais ou sócio-culturais ainda não estão definitivamente estabelecidas.

As evidências indicam uma disfunção neurológica de origem genética. As

evidências para essas situações são relacionadas como:

a) Comorbidade entre discalculia do desenvolvimento e outros

transtornos cognitivos de origem neurológica;

b) Agregação familiar e herdabilidade elevada das dificuldades de

aprendizagem da aritmética;

c) Presença de discalculia do desenvolvimento como um sintoma

central em muitas síndromes genéticas.12

A possibilidade de algumas formas de discalculia no desenvolvimento

da aprendizagem ser relacionadas ocorrerá variações no código genético

presentes em algumas síndromes genéticas. A hipótese com a qual estamos

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trabalhando é que alguns alunos com formas frustras de síndromes genéticas,

tais como a síndrome de Turner uma anomalia cromossômica cuja origem é a

perda parcial ou total de um cromossomo X. A síndrome é identificada no

momento do nascimento, ou antes da puberdade por suas características

fenotípicas distintivas e síndrome velocardio facial (uma condição genética

caracterizada por desenvolvimento anormal do arco faríngeo que resulta em

defeito no desenvolvimento das glândulas paratireoideas, timo e região

conotruncal do coração. Indivíduos afetados podem apresentar anormalidades

funcionais características faciais únicas, fala anasalada, dificuldades no

aprendizado podem apresentar apenas dificuldades de aprendizagem da

matemática, sem os outros sintomas serem desenvolvidos.13

Existem tratamentos eficazes para a discalculia, idealmente, os

transtornos de aprendizagem devem ser tratados a partir de um conceito

multidisciplinar, biopsicossocial. A avaliação deve ser abrangente e considerar

todos os possíveis fatores que possam estar contribuindo para o problema. O

cerne do atendimento é psicopedagógico, mas outros profissionais podem

contribuir de forma mais significativa.14

O médico neurologista, por exemplo, pode excluir e/ou tratar fatores

agravantes, tais como transtornos de ansiedade, depressão hiperatividade,

epilepsia etc. As psicólogas desempenham um papel importante no diagnóstico

do potencial intelectual, perfil neuropsicológico bem como diagnóstico e

tratamento de fatores motivacionais e afetivos correlatos. Outros profissionais,

como fonoaudiólogas e terapeutas ocupacionais podem contribuir

significativamente no atendimento de dificuldades da linguagem e/ou da

coordenação motora, atenção etc. O ideal é que o plano de tratamento seja

formulado de forma colaborativa entre a criança, os pais, orientador

educacional, as educadoras e os demais profissionais. Uma avaliação

neuropsicológica permite reconhecer os pontos fortes e fracos das crianças, 11 - MAZZOCCO, M. M. M., DEVLIN, K. T.; MCKENNEY, S. J. Is it a Fact? Timed Arithmetic Performance of Children with Mathematical Learning Disabilities (MLD) Varies as a Function of how MLD is Defined.Developmental Neuropsychology, London, vol. 33, no. 3, pg. 318-344, 2008. 12 - LANDERL, K., BEVAN, A.; BUTTERWORTH, B. Developmental Dyscalculia and Basic Numerical Capacities: A Study of 8 - 9-year-old Students.Cognition, Amsterdam, v. 93, no. 2, pg. 99-125, Sept. 2004.

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contribuindo para o planejamento das estratégias mais eficazes de intervenção.

O tratamento deve focalizar os níveis orgânico, educacional e psicológico.

Apesar de o tratamento ser multidisciplinar, nem todas as intervenções devem

ser realizas simultaneamente.13

O tratamento é implementado à longo prazo e envolve um custo enorme

em termos de recursos de trabalho e tempo, emocionais, financeiros etc.

Devem ser estabelecidas prioridades, de comum acordo entre os envolvidos.

Nenhum tratamento será eficaz se não for aceito pelo cliente principal que é a

criança. É preciso considerar também e fazer bom uso dos recursos

disponíveis na comunidade. O atendimento deve ser coordenado por um

profissional de referência, o chamado case manager, no qual a família e o

cliente confiam e o qual conhece a fundo o caso e as necessidades da criança.

Os seres humanos somente se motivam para fazer aquilo que

percebem estar ao alcance da sua competência. Quando a pessoa acredita

que ela consegue realizar uma tarefa com um pequeno esforço, ela irá

despender energia na realização da mesma. Caso a pessoa perceba a tarefa

como estando acima do seu alcance, ela se desmotiva. As dificuldades de

aprendizagem desmotivam e desmoralizam a criança, além de desgastarem as

relações familiares. Crianças, pais, orientadores e educadoras ficam ansiosas e

frustradas em função do mau rendimento escolar. A atenção dos pais e

educadores concentra-se nas dificuldades, desviando-se dos comportamentos

adaptativos das crianças, os quais são dados de barato. O foco nas

dificuldades e negligência dos comportamentos adaptativos constitui uma

forma de reforço diferencial, o qual agrava ainda mais o problema.

Confrontada com dificuldades persistentes, com um nível de exigência

percebido como acima das suas possibilidades, percebendo a ansiedade

13 – SIVEIRA, Paulo Roberto, Os Fundamentos de Neurologia e Neurociurgia, ISSN 1806-5821 vol. 2 Julho 2004. 14 - JOHNSON, D.J e Myklebust, H.M. Distúrbios de aprendizagem: princípios e práticas educacionais. Tradução Marília Zanella Sanvincente. 2ª Ed. São Paulo: Pioneira, pg.84-96, 1987.

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comunicada de forma implícita pelos adultos, a criança vai progressivamente

se desmoralizando e se desmotivando para o estudo. O passo seguinte neste

contínuo é o agravamento das dificuldades de aprendizagem acompanhado do

surgimento e/ou agravamento das dificuldades disciplinares e comportamentais

freqüentemente comorbidas com os transtornos de aprendizagem.14

Uma das formas mais eficazes de atenuar as dificuldades

motivacionais e ajudar a resolver os problemas de aprendizagem é

representada pela proposta da aprendizagem sem erro. A aprendizagem sem

erro se baseia no pressuposto de que o erro interfere de diferentes maneiras

com a aprendizagem. Após aprender errado o trabalho é dobrado para

desaprender o errado e aprender o certo. O erro interfere com a aprendizagem,

o fracasso frustra, desmotiva e desmoraliza. O primeiro passo então é realizar

um diagnóstico preciso do perfil de pontos fracos e fortes, do domínio dos

conteúdos curriculares e do estilo de aprendizagem e pensamento do aluno.15

A partir do diagnóstico do nível de domínio curricular, do estilo cognitivo

e do perfil de pontos fortes e fracos é possível programar o grau de dificuldade

das tarefas, de modo tal que elas se situem ao alcance do aluno, com um

pequeno esforço. As técnicas de ensino programado ilustram o processo. O

grau de dificuldade é hierarquizado e a aprendizagem procede passo a passo.

Os novos conteúdos são introduzidos gradualmente. Os pressupostos para a

compreensão dos novos conteúdos foram recentemente exercitados no passo

imediatamente anterior da seqüência. Testes são realizados com freqüência,

para verificar o progresso. As respostas às questões de testes constam na

própria pergunta. O sucesso na realização dos testes com dificuldade

progressiva permite que o aluno acompanhe seu próprio progresso e

desenvolva um auto-conceito de competência para aprendizagem. A redução

da frustração crônica associada ao fracasso promove a motivação, reduz a

ansiedade e extingue progressivamente os comportamentos inadequados.15

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II. Causas da Discalculia

Os primeiros sintomas de discalculia a aparecer é um déficit na

subitizing . Subitizing é a capacidade de conhecer, a partir de um olhar breve e

sem contar, quantos objetos existem em um pequeno grupo. Esta é uma

habilidade inata, presente em bebês humanos desde o nascimento. Homólogos

circuitos existem em primatas, e muitos outros animais têm demonstrado

possuir capacidade similar, obviamente, não há valor de sobrevivência em

saber quantas existem predadores, etc bebês humanos podem tipicamente

subitize três objetos, e este número cresce à medida que a pessoa amadurece

de modo que a maioria dos adultos pode subitize cinco ou mais objetos. No

entanto, as crianças com discalculia pode subitize menos objetos e mesmo

quando correta demorar mais tempo para identificar o número do que seus

pares de mesma faixa etária.

Os cientistas ainda têm de entender as causas da discalculia. Eles têm

investigado em diversos domínios.

Na neurológica a discalculia foi associado com a lesão de supra

marginal e giros angular na junção entre a temporais e lóbulos parietais do

córtex cerebral.16

O déficit de memória em um trabalho é um fator importante na adição

mental. A partir desta base a condução de um estudo que pode sugerir que um

déficit de memória de trabalho é analisado e cabe uma terapia para aqueles

que sofrem de discalculia. No entanto, problemas de memória de trabalho são

confundidos com dificuldades de aprendizagem em geral, portanto, alguns

resultados não podem ser específicos para discalculia mas, podem refletir um

déficit maior de aprendizagem.

15 - http://www.institutoinclusaobrasil.com.br/informacoes_artigos_integra.asp?artigo=241, Acessado em Janeiro de 2016. 16 – ROMAGNOLI, Gislene Coscia; Discalculia: Um desafio na Matemática; CRDA – Centro de Referência em Distúrbios de Aprendizagem, São Paulo pg. 8-10, 2008. 17 - GARCIA, Jesus Nicasio, Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas. Pg.12, 1998.

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Outras causas podem ser diagnosticas, como:

a) Memória de curto prazo sendo perturbada ou reduzida, tornando-

o difícil de lembrar cálculos;

b) Congênita ou hereditária distúrbios. Estudos mostram indícios

disso, mas as provas ainda não são concretas.17

III. Causas Neurológicas da Discalculia

a) Áreas terciárias do hemisfério esquerdo que dificulta a leitura e

compreensão dos problemas verbais, compreensão de conceitos

matemáticos;

b) Lobos frontais dificultando a realização de cálculos mentais

rápidos, habilidade de solução de problemas e conceitualização

abstrat;

c) Áreas secundárias occípito-parietais esquerdos dificultando a

discriminação visual de símbolos matemáticos escritos;

d) Lobo temporal esquerdo dificultando memória de séries,

realizações matemáticas básicas.anexo18

Não nos damos conta de tudo o que o nosso cérebro é capaz de

realizar em um curto tempo. Fazemos tudo com tanta pressa, que nem

percebemos que simplesmente para fazermos uma operação como 2 x 4 = 8,

várias funções de nosso cérebro são ativadas. E, quando simples cálculos não

são possíveis de serem realizados por alguma pessoa, algo pode estar

acontecendo, impossibilitando-a de ter um resultado correto ou até mesmo

impossibilitando-a de descobrir como resolvê-lo.19

18 – ESCOLA,BRASIL DISCALCULIA. Disponível em: http://www.brasilescola.com/discalculia.htm. Acessado em Fevereiro de 2016. 19 - CECATO, Angela Maria Traldi. Discalculia: transtorno específico da habilidade em matemática . 2009. Disponível em < http://www.projetogatodebotas.org.br>.Acessado em Fevereiro de 2016.

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IV. REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA O APRENDIZADO DE

MATEMÁTICA E AS DIFICULDADES CAUSADAS PELA DISCALCULIA20

Faixa Etária

Aptidões Esperadas

Dificuldades

3 a 6 anos

•Ter compreensão dos conceitos de igual e diferente, curto e longo, grande e pequeno, menos que e mais que; • Classificar objetos pelo tamanho, cor e forma; • Reconhecer números de 0 a 9 e contar até 10; •Nomear formas; • Reproduzir formas e figuras.

• Problemas em nomear quantidades matemáticas, números, termo se símbolos; • Insucesso ao enumerar, comparar, manipular objetos reais ou em imagens

6 a 12 anos

•Agrupar objetos de 10 em 10; •Ler e escrever de 0 a 99; •Nomear o valor do dinheiro; •Dizer a hora; •Realizar operações matemáticas como soma e subtração; • Começar a usar mapas; •Compreender metades, quartas partes e números ordinários,

•Leitura e escrita incorreta

dos símbolos matemáticos

12 a 16 anos

•Capacidade para usar números na vida cotidiana; •Uso de calculadoras; •Leitura de quadros, gráficos e mapas •Entendimento do conceito de probabilidade; • Desenvolvimento de problemas.

•Falta de compreensão dos conceitos matemáticos; e •Dificuldade na execução mental e concreta de cálculos numéricos.

20 - http://pedagogiaaopedaletra.com/discalculia-dificuldade-em-calculos-2/. Acessado em Fevereiro de 2016.

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CAPÍTULO II

O orientador pedagógico e o psicopedagogo: Uma forma de trabalho transdisciplinar

Sabe-se que o desenvolvimento de uma criança depende de muitos

fatores. Cunha (2005)22 afirma:

Que o desenvolvimento integral da criança compreende também aspectos referentes a fatores emocionais, sociais e intelectuais dos quais dependerá a qualidade de vida que terá. Essa autora ressalta que a saúde integral, aquela que abrange a saúde emocional e intelectual, precisa ser bem cultivada desde a primeira infância para que o jovem e o adulto cheguem a ser cidadãos felizes e equilibrados. (CUNHA, 2005, pg.46-49)

A partir do processo evolutivo e histórico pelo qual a psicopedagogia

tem se submetido, o psicopedagogo tem a função de influenciar positivamente

o Orientador Educacional.

Segundo Bossa (2011):23

A função do psicopedagogo na área educativa é cooperar para diminuir o fracasso escolar, influenciando positivamente no desempenho pedagógico do orientador educacional que, irá colher frutos para sua instituição, seja do aluno com problemas ou o que é mais freqüente, de todos os participantes nessa educação. (BOSSA, 2011, pg.16-18)

Essa autora afirma que a psicopedagogia trabalha com uma concepção

de aprendizagem segundo a qual participa desse processo um equipamento

biológico com disposições afetivas e intelectuais que interferem na forma de

relação do sujeito com o meio, sendo que essas disposições influenciam e são

22 - CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedos, desafios e descobertas. – Petrópolis, RJ: Vozes,pg.46-49, 2005. 23 - BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4a.Ed. – Rio de Janeiro: Wak Editora, pg. 16-18, 2011.

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influenciadas pelas condições socioculturais do sujeito e do seu meio. Para

entender melhor sobre a importância de um olhar psicopedagógico na

Orientação Educacional da Educação Infantil é necessário entender e se

preocupar com o p r o b l e m a d e a p r e n d i z a g e m , d e v e o c u p a r - s e

i n i c i a l m e n t e d o p r o c e s s o d e aprendizagem, estudando assim as

características da aprendizagem humana, a metodologia é apenas um

aspecto no processo terapêutico, e o principal objetivo é a

investigação de etiologia da dificuldade de aprendizagem, bem como a

compreensão do processamento da aprendizagem considerando todas

as variáveis que intervêm nesse processo. A psicopedagogia, segundo Bossa

(2011, pg.16-18)23, teve sua origem na Europa, no século XIX. Os educadores

do século XVII se preocupavam em compreender a criança para transformá-la

em um ser racional e cristão, devido ao moralismo da sociedade à época. No

século XVIII, a criança já inserida em um discurso social, predominava o

conceito da disciplina, a racionalidade dos costumes e com a higiene e a saúde

física. Já o século XIX, apresentava uma sociedade mais tecnicista, onde os

indivíduos para sobreviverem economicamente, eram forçados a atualizações

constantes, devido aos progressos técnicos e científicos. Essa autora afirma

que no mundo moderno, a relação entre dominar o saber e ter um lugar nesse

ciclo de produção surge como uma promessa de sucesso. A escola,

reproduzindo o modelo imposto pela sociedade, mostrará diferenças no

tratamento entre as pessoas dentro de uma instituição escolar sejam nas

relações entre orientador educacional-professor-aluno, professor-

psicopedagogo-orientador educacional, aluno-família-psicopedagogo.

Bossa (2000, pg.34-37)24 afirma que quanto mais raro o saber, mais ele

vale. Sabe-se que algumas escolas são completamente excludentes. A elite

estuda nas escolas de altíssimo nível cultural e intelectual, que prometem

carros para os que passarem no vestibular, enquanto outras crianças

enfrentam escolas despreparadas, com péssima qualidade de ensino.

23 - BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4a.Ed. – Rio de Janeiro: Wak Editora, pg. 38-39, 2011. 24 - BOSSA, Nádia Aparecida, A P s i c o p e d a g o g i a n o B r a s i l : C o n t r i b u i ç õ e s a partir da prática, Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2ª. Ed.pg. 34-37, 2000. 25 - BOURDIEU, Pierre e PASSERON, Jean-Claude. A reprodução – elementos para uma teoria do sistema de ensino. Tradução: Reynaldo Bairão. 3ª ed., Rio de Janeiro: Francisco Alves,pg 16-19, 1992.

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Bourdieu (1992, pg.16-19)25, afirma que o trabalho pedagógico

desenvolvido pela escola torna-se claro quando relacionado ao sistema de

relações entre as classes sociais. Então, na perspectiva de Bourdieu a escola

legitima a dominação exercida pelas classes dominantes. Considerando que o

grupo familiar está situado na sociedade, e que seus valores e aspirações

decorrem grandemente dessa posição, tais disposições são significativas na

constituição do indivíduo, e marcam-no muito fortemente.

Continuando a apresentação da evolução histórica da Psicopedagogia

no Brasil, sabe-se que esse movimento está ligado ao processo histórico da

construção do pensamento argentino sobre a Psicopedagogia, que por sua

vez, recebeu forte influência da França. No século XIX iniciou-se o interesse

por compreender e atender portadores de deficiências sensoriais, debilidade

mental e outros problemas que comprometessem a aprendizagem. Bossa

(2011)23 explica que em 1898, Edouard Claparède, professor de psicologia,

juntamente com o neurologista François Neville, introduziu, na escola pública,

as classes especiais, destinadas à educação de crianças com retardo mental.

Entre 1904 e 1908, iniciam-se as primeiras consultas médico-pedagógicas. No

final do século XIX, Maria Montessori, psiquiatra italiana, criou um método de

aprendizagem destinado, inicialmente, às crianças com retardo mental. Outro

psiquiatra que também se preocupou com a educação infantil, foi o Ovidir

Decroly. Esse teórico criou os centros de interesses utilizados ainda hoje em

algumas escolas. Na segunda década do século XX, cresce, nos Estados

Unidos e na Europa, o número de escolas particulares e individualizadas para

crianças consideradas de aprendizagem lenta. Por volta de 1930, surgem na

França os primeiros centros de orientação educacional infantil, com equipes

formadas por médicos, psicólogos, educadores e assistentes sociais.23

Em 1946 foram fundados e chefiados por J. Boutonier e George Mauco

os primeiros centros psicopedagógicos, nos quais se buscava unir

23 - BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4a.Ed. – Rio de Janeiro: Wak Editora, pg. 9-12, 2011.

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conhecimento da Psicologia, da Psicanálise e da Pedagogia para tratar

comportamentos socialmente inadequados de crianças, tanto na escola como

no lar, objetivando sua readaptação. Em 1948, a Pedagogia Curativa,

introduzida no Centro de Psicopedagogia de Estrasburgo, França, era

conduzida individualmente ou em grupo. Esse método pretendia auxiliar o

sujeito a adquirir conhecimentos e desenvolver sua personalidade. Na

Argentina, modelo psicopedagógico que exerce grande influência sobre o

brasileiro, a formação do psicopedagogo passou por três momentos distintos,

devido as alterações nos planos de estudos. O primeiro, de acordo com essa

autora, correspondeu aos planos de estudo de 1956, 1958 e 1961. Nesse

momento, a psicopedagogia orienta o processo educativo, oferecendo

conhecimentos mais profundos dos processos de desenvolvimento, maturidade

e aprendizagem humanos. No segundo momento, a Psicopedagogia na

Argentina é constituída pelos planos de 1963, 1964 e 1969. Nesse período,

torna-se evidente a influência da Psicologia Experimental na formação do

psicopedagogo. Em 1978, configurando-se o terceiro momento do curso de

Psicopedagogia, objetiva valorizar o papel do psicopedagogo enquanto

terapeuta. Na década de 70 criaram-se, em Buenos Aires, os Centros de

Saúde Mental, onde atuavam equipes de psicopedagogos que faziam

diagnósticos e tratamentos. A partir de então, os psicopedagogos começaram a

incluir o olhar e a escuta clínica da Psicanálise, resultando no atual perfil do

psicopedagogo argentino.23

No percurso da Psicopedagogia no Brasil, na década de 70, havia uma

perspectiva patologizante dos problemas de aprendizagem. Afirmava-se que

problemas de aprendizagem teriam como causa uma disfunção neurológica

não detectável em exame clínico, chamada de disfunção cerebral mínima

(DCM). Porém, o rótulo DCM foi apenas um dentre os vários diagnósticos

empregados para camuflar problemas sócios pedagógicos traduzidos

ideologicamente em termos de psicologia individual. Segundo Dorneles (1986,

23 - BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4a.Ed. – Rio de Janeiro: Wak Editora, pg. 9-10, 2011.

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pg.21-23)26, tal ação dissimulava a verdadeira natureza do problema e, ao

mesmo tempo, legitimava as situações de desigualdades de oportunidades

educacionais e seletividade escolar.

No início da década de 80, começa a configurar uma teoria sociopolítica

a respeito do fracasso escolar. Afirmava-se que os fatores sociopolíticos

deveriam ser melhores analisados e levados em consideração porque diziam

respeito à manutenção das más condições de vida da maioria da população

escolar brasileira.

Bossa (2011, pg.9-10)23 aponta que nessa década, precisamente no ano

de 1984, foi um marco decisivo na história da Psicopedagogia, em São Paulo.

Foi realizado, na ocasião, o 1º Encontro de Psicopedagogos, onde profissionais

da área apresentaram trabalhos sobre as atividades dos psicopedagogos em

Porto Alegre. Essa autora explica que a partir do 2º Encontro de

Psicopedagogos em São Paulo é que se pensou em uma formação da

Associação de Psicopedagogos. O que se tinha antes da Associação era

chamado de Grupo Livre de Estudos em Psicopedagogia. Como curiosidade, a

autora lembra que em setembro de 1984 foi organizado pelos integrantes do

Grupo de Estudos em Psicopedagogia, juntamente com o Centro de Estudos

Médico e Psicopedagógico de Porto Alegre, o 1º Seminário de Estudos em

psicopedagogia. Bossa (2011, pg.9-10)23 afirma que essa nova abordagem que

estava sendo estudada, refletiu na mudança de concepção sobre o fracasso

escolar começa, também segundo essa autora, uma busca pela identidade do

profissional brasileiro que amplia seu compromisso assumindo a

responsabilidade com a diminuição dos problemas de aprendizagem nas

escolas e, conseqüentemente, com a redução dos altos índices de fracasso

escolar.

26 - DORNELES, Beatriz Vargas. Seletivos de Escola Pública: Um Estudo Etnográfico da Periferia de Porto Alegre. Dissertação de Mestrado em Educação. Porto Alegre, Faculdade de Educação da UFRS, pg. 21-23, 1986. 23 - BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4a.Ed. – Rio de Janeiro: Wak Editora, pg. 38, 2011. 27- PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problema de Aprendizagem, Editora Artes Médicas, 2ª Edição, Porto Alegre, pg. 12-16, 1986.

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Na década de 90, os cursos de especialização em Psicopedagogia lato

sensu, multiplicaram-se. Por um lado, essa grande procura comprova o

interesse da psicopedagogia no crescimento do profissional da educação. No

entanto, é preocupante o fato de que possam proliferar cursos que ofereçam

formações precárias, repetindo a história da educação brasileira das últimas

décadas. A partir desse breve histórico percebe-se a importância da

Psicopedagogia no compromisso de contribuir para a compreensão do

processo de aprendizagem e identificação dos fatores facilitadores e

comprometedores no processo da aprendizagem.

Para Paín (1986):27

O objetivo do tratamento psicopedagógico é o desaparecimento do sintoma e a possibilidade do sujeito aprender normalmente em condições melhores, enfatizando a relação que ele possa ter com a aprendizagem, ou seja, que o sujeito seja o agente da sua própria aprendizagem e que se aproprie do conhecimento. (PAIN, 1986, pg.12-16)

Scoz (1994, pg.6-13)28 define a psicopedagogia como a área que

estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades e que, em

uma ação profissional, deve englobar vários campos do conhecimento,

integrando-os e sistematizando-os. Bossa (2011, pg.38)23 explica que

avaliando as dificuldades impostas pela complexidade do próprio objeto de

estudo da psicopedagogia, a sua recente existência enquanto área de estudos,

as suas origens teóricas e a questão da formação no Brasil, torna-se

importante destacar alguns pontos comuns na história da psicopedagogia no

Brasil e na Argentina. É importante mencionar a Argentina como forte

influenciadora das práticas psicopedagógicas brasileiras. Comparando as

evoluções históricas da Psicopedagogia nos dois países, a autora esclarece

que:

________________

23 - BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4a.Ed. – Rio de Janeiro: Wak Editora, pg. 38, 2011.

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a) A atividade prática iniciou-se antes da criação dos cursos nos dois

países;

b) Em ambos os países, a prática surgiu da necessidade de

contribuir na questão do fracasso escolar;

c) Inicialmente, o exercício psicopedagógico apresentava um caráter

reeducativo, assumindo, ao longo do tempo, um enfoque

terapêutico;

d) A psicopedagogia nasce com o objetivo de um trabalho na clínica

e vai ampliando a sua área de atuação até a instituição escolar,

ou seja, vai da prioridade curativa à preventiva;

e) Encontra terreno fértil nesses dois países, em função da demanda

que lhe originou.

Por isso, por ser tão importante, tanto como prevenção, como para

práxis terapêutica, a psicopedagogia aplicada à orientação educacional,

auxiliará este profissional a olhar de uma forma contextualizada para todos os

integrantes de uma escola. Da comunidade escolar que compõe uma

instituição de ensino, passando pelos profissionais de base, alunos,

professores e equipe diretiva, a psicopedagogia, com sua base enraizada em

vários campos do conhecimento, pode atuar nas alterações de aprendizagem,

buscando sistematizar a forma como a orientação educacional poderá agir

diante da identificação de um diagnóstico trazido por um aluno, por exemplo.

Ela poderá atuar, também, como auxiliador dos pais e professores, orientando

a respeito da maneira como estão conduzindo aquela criança e formas de

ensino que deveriam ser adaptadas a cada criança, evitando, dessa forma, os

problemas pedagógicos e de ensino.29

Concordando com Bossa (2011, pg.38)23 quando essa autora explica

que a psicopedagogia trabalha com uma concepção de aprendizagem segundo

23 - BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4a.Ed. – Rio de Janeiro: Wak Editora, pg. 38, 2011. 28 - SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: O problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, pg. 6-13, 1994. 29- BATALLOSO, Juan Miguel, “Dimensões da Psicopedagogia hoje: Uma Visão Transdisciplinar”, Brasília: Liber Livro,

pg. 23-29, 2011.

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a qual participa desse processo um equipamento biológico com disposições

afetivas e intelectuais que interferem na forma de relação do sujeito com o

meio, sendo que essas disposições influenciam e são influenciadas pelas

condições socioculturais do sujeito e do seu meio. Segundo Bossa (2011,

pg.38)23 a instituição escolar, representada pelo orientador educacional cumpre

uma importante função social: a de socializar os conhecimentos disponíveis,

promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta,

dentro de um projeto social mais amplo. Marina Müller (1988, pg.100)24 afirma

que mediante a aprendizagem, o orientador educacional, busca visualizar cada

indivíduo que administra incorporando-se a esse mundo com uma participação

ativa no mundo do aluno e ao se apropriar dos conhecimentos e técnicas que

lhe compete, vem construir em seu interior o universo de representações

simbólicas na busca do desenvolvimento pedagógico da escola que atua.24

A finalidade da relação orientador educacional e a psicopedagogia pelo

bem da educação é promover o crescimento pessoal, individual e coletivo do

ser aprendente, favorecer o desenvolvimento humano, colaborando para a

evolução de sua consciência e de seu espírito, mediante a participação ativa,

reflexiva, prazerosa e criativa em atividades educacionais de naturezas

diferentes. Isto nos indica que em todo processo educacional convergem,

relacionam-se e interagem, de forma interdependente, ao menos três tipos de

processos. De um lado, processos de ensino aprendizagem, de outro,

processos de orientação-desenvolvimento e, integrados profundamente a

ambos, processos vitais-espirituais, criativos e de construção de sentido. Estes

três processos, simultâneos, integrados e contextualizados nas relações e

interações ocorrentes no ciclo indivíduo/sociedade/natureza, são os que fazem

da educação, não apenas uma necessidade vital a ser atendida e garantida

pelos Direitos Humanos Universais, mas também um fenômeno

biopsicossocial, já que unicamente educando-nos permanentemente é que

poderemos preservar a vida na Terra e assegurar nossa sobrevivência como

espécie, desenvolvendo-nos plenamente como seres humanos.

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A partir desta perspectiva, uma concepção ecossistêmica e

transdisciplinar da psicopedagogia e da orientação educacional,

necessariamente tem que ir muitíssimo mais além das visões míopes,

unilaterais, estreitas, especializadas e clínicas que tem sido e segue sendo, em

grande parte, as que predominam no cenário educacional da maioria dos

sistemas escolares nacionais e internacionais. Necessitamos, portanto, de um

novo olhar capaz de recuperar e reconstruir aqueles valores humanos e sociais

que deram origem à psicopedagogia e orientação educacional e pedagógica

para que possamos situá-las novamente a partir de perspectivas mais

coerentes às funções sociais e culturais emergentes, exigindo por parte dos

profissionais da educação, funções mais globais e sistêmicas do que aquelas

de natureza diagnóstica, técnica e terapêutica tradicionalmente trabalhada.29

O trabalho transdisciplinar entre o psicopedagogo e o orientador

educacional exige, mais do que nunca, uma análise critica de ambos em suas

problemáticas, pois precisam explicar as razões pelas quais, mesmo tendo

alcançado em nosso país índice de atendimento educacional nunca imaginado,

constatamos que ainda não se resolveram os velhos problemas educacionais

relacionados à qualidade do ensino, à evasão e à repetência. Muito pelo

contrário, esses estão aumentando e dando origem a outros novos, os quais

não podem ser resolvidos apenas com regras viciadas e já fracassadas.

Portanto, se faz necessário profissionais buscando olhares mais sistêmicos,

ecológicos e transdisciplinares, como também, tratamentos mais humanos e

éticos.29

Na vida e na educação tudo está aberto, tudo o que nos acontece, o

que sentimos, pensamos, fazemos e aprendemos está em processo, está em

movimento permanente de construção e reconstrução, de mudança e

transformação. Esse dinamismo e abertura exigem a partir da convicção de

que nada do que dissemos até agora, nem do que proporemos a seguir, pode

ser considerado como preceito, como fortalecimento à norma PI (Proposta 24 - MÜLLER, Marina. Orientação Vocacional - contribuições clínicas e educacionais. Porto Alegre:Artes Médicas, 1988. 29 - BATALLOSO, Juan Miguel, “Dimensões da Psicopedagogia hoje: Uma Visão Transdisciplinar”, Brasília: Liber Livro, pg 31-36, 2011.

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Pedagógica de uma Instituição) proposta unilateral e/ou fechada, não apenas

por razões de humildade e prudência, mas, principalmente, porque a visão

transdisciplinar da psicopedagogia e da orientação educacional é algo que está

atualmente sendo feita e concretizada nas mais variadas atividades e

programas de intervenção educacional onde o professorado e esses

profissionais estão unidos em busca de soluções.29

Os serviços de orientação educacional, por sua própria natureza,

podem em nenhum caso, ser fator de discriminação social ou pessoal, mas,

pelo contrário, devem se constituir em um conjunto de ações e processos que

contribuam para democratizar a educação, para ajudar àqueles que demais

necessitam e para assegurar o direito a ela por todas as pessoas, sem

exceção. Qualquer intervenção psicopedagógica, isolada e egocêntrica de seu

contexto e/ou centrada, única e exclusivamente, no tratamento clínico das

dificuldades ou dos transtornos individuais não somente é contraditória com o

princípio de normalização inerente a toda intervenção educacional, como

também se constitui um fator de desigualdade, tanto no desenvolvimento da

instituição escolar que possui o problema, como no orientador educacional

vivenciador de problemas.

A orientação educacional e a psicopedagogia constituem, antes de

tudo, processos de ajuda ao desenvolvimento das pessoas em todos os

aspectos individuais, sociais, educativos, acadêmicos e profissionais. É a partir

daí que a orientação e a educação se identificam.29

Em relação à legislação, o decreto Federal 72.846 de 26/09/1873, que

regulamenta a Lei de 5.540 de 21 de dezembro de 1968, determina as

atribuições do orientador educacional regulando-lhe o exercício profissional,

nos principais itens do Artigo 8 dessa lei:

29 - BATALLOSO, Juan Miguel, “Dimensões da Psicopedagogia hoje: Uma Visão Transdisciplinar”, Brasília: Liber Livro, pg 31-36, 2011.

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a) Planejar e coordenar a implantação do Departamento de Serviço

de Orientação Educacional em nível de Escola e Comunidade;

b) Planejar e coordenar a implantação do funcionamento de Serviços

de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público

Federal, Estadual, Municipal e Autárquico, das sociedades de

Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas;

c) Coordenar a Orientação Vocacional do educando , incorporando-o

ao processo educativo global;

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e

habilidades do educando;

e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional

com vistas à Orientação Educacional;

f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações

necessárias ao conhecimento global do educando;

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos,

encaminhamento a outros especialistas aqueles que exigem

assistência especial;

h) Coordenar o acompanhamento pós escolar;

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação

Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica do

ensino.

Rubstein (2004, pg.3-5)30 relata que em relação à profissão do

psicopedagogo, a regulamentação tem ocorrido em duas instâncias: Federal e

Estadual. A nível Estadual, pelo Estado de São Pulo, foi aprovado em 4 de

Setembro de 2001 o Projeto de Lei no 128/2.000, o qual estabelece assistência

psicológica e psicopedagógica em todas as instituições de ensino básico. A

nível Federal, em 5 de Fevereiro de 2016,a Comissão de Assuntos Sociais

(CAS) aprovou o projeto de lei da Câmara dos Deputados PLC 31/2010 que

regulamenta a atividade de Psicopedagogia. Pelo texto, a profissão poderá ser

exercida por graduados e também por portadores de diploma superior em

Psicologia, Pedagogia ou Licenciatura que tenham concluído curso de

especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e 80%

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da carga horária dedicada a essa área, com a regulamentação da atividade,

cria-se uma identidade e exige-se dos profissionais a ética e a formação

necessárias para que possam desempenhar com competência seu ofício.

A transdisciplinidade entre o psicopedagogo e o orientador educacional

têm funções complexas e específicas que podem atuar de forma integrada,

mas sabemos que um não pode substituir o outro.30

Tanto o psicopedagogo quanto o orientador educacional têm que gerar

um ambiente onde tende evitar o surgimento de rivalidades e de receios, assim

como a imposição das ideias da escola aos pais e a desvalorização de suas

competências educacionais. Paralelamente, os pais respeitam a tarefa

educacional da escola, criando-se assim um contexto de relação cômodo para

todos.31

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CAPÍTULO III

O Psicopedagogo e a Discalculia

Segundo Freitas (2006, pg.43)32 a atuação do psicopedagogo é uma

busca constante ladeada por diversos teóricos, visando a maior capacitação e

compreensão do cliente/paciente discalcúlico. Essa busca de técnicas e

estratégias de trabalho visa ao que mais fará sentido ao discalculia; objetiva,

em suas sessões, conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto

junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas

pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento. A abordagem de trabalho

associa o estímulo e o desenvolvimento através de métodos multisensoriais,

que partem da linguagem oral à estruturação do pensamento, da leitura

espontânea à discussão temática, da elaboração crítica e gerativa das ideias à

expressão escrita, incorporando o processo da aprendizagem.

Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes

e, até, geniais, experimentarem dificuldades paralelas em seu caminho

diferencial do aprendizado, é um desafio para a ciência. Assim, o olhar e o

escutar psicopedagógicos, entendem a discalculia sob um viés integrativo, os

quais importam os aspectos orgânicos e psicodinâmicos do indivíduo, bem

como a instituição família e o sistema educacional, na figura da escola. A

atuação psicopedagógica almeja auxiliar a que o sujeito se beneficie com um

processo de aprendizagem que lhe seja significativo e prazeroso, num nível

compatível às suas reais potencialidades.

Todo diagnóstico psicopedagógico é uma investigação, é uma pesquisa

do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta não esperada, ou

seja, o esclarecimento de uma queixa do próprio aluno, da família e da escola.

Trata-se do não aprender, do aprender com dificuldade ou lentamente, do não

revelar o que aprendeu, do fugir de situações de possível aprendizagem e com

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essa investigação, pretende-se obter uma compreensão global da forma de

aprender do sujeito e dos desvios que estão ocorrendo nesses processos.32

O aluno em desenvolvimento engloba vários aspectos: psicológico,

biológico e social, que se desdobram em cognitivo, sexual, ético, moral,

linguagem, cultura; fatores que compõem o seu contexto evolutivo. Várias

teorias abordam essas questões em perspectivas diferentes. Dentre estas

teorias, destacam-se a Epistemologia genética de Piaget (1961, pg.663-665)36

e Vygotsky (1984, pg.38)37, simultaneamente, a psicogênese e a sociogênese.

Ambas abordam o sujeito epistêmico, não passivo que se relaciona com o

mundo na construção do conhecimento. Uma depende da outra para explicar

essa relação e compreender como individuo chega ao mais complexo nível de

pensamento. Partindo desses pressupostos, considero de suma importância

que intervenção psicopedagógica seja respaldada nas bases teóricas que

dispõem as ciências que buscam explicar o desenvolvimento e o

comportamento humano no processo de aquisição do conhecimento, uma vez

que, a psicopedagogia não possui um referencial próprio para o estudo e

análise do sujeito neste processo.

Os recursos que vêm sendo utilizado num diagnóstico e na intervenção

psicopedagógica são construídos a partir dos conhecimentos teoricamente

comprovados e nas suas inter-relações.33

Por fim, o psicopedagogo, conclui seu sistema de hipóteses, levantando

as causas das dificuldades de aprendizagem, como a discalculia e logo em

seguida ajudando aos pais, indicando o melhor método corretor para o bem do

aluno. O psicopedagogo deve estar preparado para lidar com possíveis 32 -FREITAS,Tânia Maria de Campos, Tratamento Psicopedagógico do Jovem Disléxico, pg 43, 2006. Acessado em: Fevereiro 2016. disponível em: http://www.dislexia.org.br. 33 – http://docslide.com.br/documents/o-pensamento-logico-matematico-e-psicopedagogia.html, Aparecida dos,Elieuza Santos, Psicopedagogia Institucional e Clínica na Faculdade Guanambi, Acessado em Março de 2016. 36 – PIAGET, J. BETH, C.W. Epistélogie Mathématique et Psychologie, Essai sur les relations entre logique formelle et la pensée réelle, Paris: Press Universitaire de France, pg. 663-665, 1961. 37 - VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Editora Martins Fontes, pg. 38, 1984. 38– FREUD, S. Los dos princípios del funcionamento mental, In obras completas. Traducciónde Luiz Lopez Ballesteros y Torres 4 Ed. Madri: Biblioteca Nueva, d, ev. pg. 1638-1642, 1981.

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reações frente às tarefas, como reações sentimentais, lapsos e etc e não parar

de buscar conhecimento, para compreender esses alunos já tão criticados por

não corresponderem às expectativas das escolas, dos pais e professores.

Existem crianças e adolescentes que têm dificuldades matemáticas, ou

dificuldades com leitura, e gradualmente adquirem uma imagem muito negativa

de si mesmos. Sua auto-estima e confiança são quebrados. Alguns expressam

até pensamentos suicidas. Estas crianças devem ser a razão de se justificar a

necessidade para diagnósticos exatos e específicos, o que faz com que as

intervenções multidisciplinares no âmbito escolar com a presença de um

psicopedagogo é rara, porque as escolas não possuem uma consciência

pedagógica de investimento de longo prazo e em sua maioria lutam com

problemas sérios como a defasagem de alunos e um sistema de atendimento

fora da escola superficial e falho o que, quebra o elo de ligação e de um

acompanhamento dos professores em relação aos alunos.

Em virtude disso, faz-se necessário a intervenção psicopedagógica em

meio escolar para que os distúrbios de aprendizagem, como a discalculia

venham a ser socializados para que os professores, os pais e os alunos

possam se informar e assim auxiliar de maneira correta os alunos que venham

a sofrer deste ou qualquer outro distúrbio de aprendizagem.34

Vieira (2004, pg.109–119)35 comenta que a disciplina matemática não

pode ser vista como um bicho papão por esses alunos e que os professores

tenham a consciência de que nem todos os alunos aprendem no mesmo ritmo

e que não é porque um aluno não aprende na primeira instância que ele é

incapaz de aprender.35

Segundo Vygotsky (1984, pg.38)36 em suas experiências, demostrou que

a criança quando se confronta com um problema mais complicado, apresenta

ótima variedade complexa de respostas que incluem tentativas diretas de

atingir o objetivo, uso de instrumentos, fala dirigidas as pessoas ou que

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simplesmente acompanha a ação e apelos verbais diretos ao objeto de

atenção. O desenvolvimento da percepção e da atenção, o uso de

instrumentos e da fala afeta várias funções psicológicas: Operações sensório-

motoras e atenção, cada uma das quais é parte de um sistema dinâmico de

comportamento.

Para o desenvolvimento da criança principalmente na primeira infância,

o que se reveste de importância primordial são as interações com os adultos

(assimétricas), portadores de todas as mensagens de cultura. Nessa interação

o papel essencial corresponde aos diferentes sistemas semióticos seguida de

uma função individual começa a ser utilizado como instrumento.36

Freud relata que (1981):37

Desde a infância, as crianças possuem curiosidades e partem em busca do conhecimento tentando desvendar seus enigmas. A maior motivação para esse movimento vem portanto da vivencia pessoal com seu semelhante, a partir de curiosidades desafiadoras que são inerentes as crianças, basta motivá-las. Esses primeiros enigmas geram as primeiras descobertas, os primeiros desafios em busca da formação da personalidade através de fantasias e testes das para suas realidades. As crianças não se convencem com as respostas dadas, desconfiam dos adultos e, secretamente continuam suas investigações. Essas curiosidades e perguntas são geralmente dirigidas aos pais primeiros na análise de seu semelhante que, na maioria das vezes, não lhes respondem de formas satisfatórias, se desviam das perguntas, chegando, muitas vezes, a reprovarem essas curiosidades, fazendo a criança ser reprimida e insegura em suas vidas. (FREUD,1981, pg.1638-1642)

O adquirir do conhecimento, faz no sujeito com formação cognitiva

fortalecer-se sobre si e sobre o meio obtendo aquisição, conservação e gestão

34 - SAMPAIO, Samaia; Discalculia; Psicopedagogia no Brasil, Disponível em: http://www.psicopedagogiabrasil.com.br /disturbios.htm, Acessado em Fevereiro de 2016. 35 - VIEIRA, Elaine, Transtornos na aprendizagem da matemática: Número Discalculia. Revista Ciências e Letras, no 35, pg. 109 – 119, 2004. 36 - VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Editora Martins Fontes, pg. 38, Ed.1984. 37– FREUD, S. Los dos princípios del funcionamento mental, In obras completas. Traducciónde Luiz Lopez Ballesteros y Torres 4 Ed. Madri: Biblioteca Nueva, d, ev. pg. 1638-1642, 1981.

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desse conhecimento, gerando um sujeito afetivo, de onde a energética que

impele o sujeito psicológico para determinar sua ação, é quem recebe as

impressões dessa ação será sob forma de emoções, sentimentos ou efeitos

das relações estabelecidas. A repercussão dos efeitos produzidos por esse

meio, vão contribuir para colorir, formar e modelar sua personalidade. Esse

sujeito poderá agir com competência, condições de julgar, avaliar, ponderar

para solucionar problemas ou decidir entre opções. Para isso, precisa em sua

formação reunir e receber subsídios para agir ou proceder, bem como enfrentar

com sucesso uma determinada situação no seu cotidiano social, familiar e

trabalhista.38

O processo de formação de identidade do ser humano, de um modo

geral se destaca pelo meio social, o principal fator determinante para o

conhecimento do indivíduo enquanto sujeito. Transpondo essa relação para a

realidade de uma sala de aula, podemos observar que estamos nós, enquanto

educadores, juntamente com o ambiente escolar, a todo o momento intervindo

na identidade dos educandos, apresentando informações positivas ou

negativas, mensagens subliminares, gestos implícitos e explícitos, e, em alguns

casos mais graves, se está rotulando discentes, nos momentos em que

pronunciamos discursos que intervêm no comportamento discente. Nós,

educadores, assumimos o dever de mediar o processo de construção de

conhecimento do aluno. Sendo assim, temos uma atividade profissional

diretamente relacionada à construção da identidade desse discente, a partir do

momento nos propomos a vivenciar com os nossos alunos um processo de

ensino e aprendizagem, por meio do qual o educando se depara com novas

informações, novos textos, novas percepções, novos desafios e novos conflitos

vivenciados no convívio social do ambiente escolar.39

Sabe-se que nem sempre é dessa forma que acontece o ensino nas

instituições escolares, que se torna para muitos alunos um local em que seus

medos, angústias, frustrações, sonhos, objetivos, criando problemas nas suas

vidas e surgimento das dificuldades de aprendizagem frustrando a finalidade

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que é uma escola. Surge nesse cenário a psicopedagogia que tem por objetivo

compreender, estudar e pesquisar a aprendizagem nos aspectos relacionados

com o desenvolvimento e ou problemas de aprendizagem. A aprendizagem é

entendida aqui como decorrente de uma construção, de um processo o qual

implica em questionamentos, hipóteses, reformulações, enfim, implica um

dinamismo. A psicopedagogia tem como meta compreender a complexidade

dos múltiplos fatores envolvidos neste processo.

Para muitos alunos essa convivência escolar é prazerosa, mas para

muitos é dolorosa, pois encontram dificuldade para aprender. Às vezes não são

compreendidos, são rotulados e deixados para trás no processo da

aprendizagem, mas o que muitas vezes eles necessitam é de um olhar

diferente, alguém que perceba seus problemas, que deixe de lado os (pré)

conceitos e os rótulos que lhes deram no decorrer da sua vida escolar.40

__________________________________

38– FREUD, S. Los dos princípios del funcionamento mental, In obras completas. Traducciónde Luiz Lopez Ballesteros y Torres 4 Ed. Madri: Biblioteca Nueva, d, ev. pg. 1638-1642, 1981. 39 - http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2009/anais/arquivos/1241_1359_01.pdf, acessado em Março de 2016. 40 - FREIRE, Pulo. A psicopedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. 16 edição,.pg.127-148. 1996.

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CONCLUSÃO

A discalculia é um transtorno de aprendizagem de alto impacto na vida

escolar e acadêmica. Quando não diagnosticado e realizado um tratamento

adequado pode interferir também na vida pessoal e no futuro profissional do

cidadão. Diante disso, o diagnóstico precoce pode auxiliar as práticas

interventivas visando à melhoria do desempenho escolar e social.

Uma intervenção multiprofissional dos profissionais psicopedagogo e

orientador educacional que venham promover uma psicoeducação dos pais,

escola e aluno/aluna, bem como desenvolver habilidades necessárias para

superar as dificuldades desse transtorno, tornam-se práticas imprescindíveis

para o sucesso em seu tratamento. A escola mostra-se como um ambiente de

extrema importância nesse processo, o qual deve refletir sobre sua relação de

ensino aprendizagem. Permeando os trabalhos terapêuticos e escolares, estão

os pais e a família peças-chave de uma aliança favorável à criança.

Portanto, pensar em intervenções na discalculia é pensar em uma

reestruturação ambiental e profissional capaz de promover pontes para o

desenvolvimento de habilidades por meio de métodos, de materiais e de

intervenções específicas à realidade de cada aluno/aluna.

Observou-se também a necessidade da consciência de que, se um

aluno/aluna mais tarde tiver problemas, os anos perdidos não podem ser

recuperados. A intervenção precoce é provavelmente o fator mais importante

na recuperação dos alunos discalcúlicos. Existem alguns sinais que podem

indiciar dificuldades futuras como foram relatados nessa monografia. Se esses

sinais forem observados e se persistirem ao longo de vários meses os pais

e/ou professores, orientador educacional e psicopedagogo cognitivamente

devem procurar uma avaliação especializada, onde aparece a competência do

profissional psicopedagogo em fortalecimento de um processo transdisciplinar.

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É preciso levar o tema para dentro dos governos, escolas e das famílias,

não como um assunto pontual, mas uma discussão ampla e permanente,

contemplando as diversas dimensões da vida do aluno/aluna, como mais um

instrumento para seu desenvolvimento integral, colocando em primeiro plano

que as dificuldades de aprendizagem é o lampejo de um sinal para uma

intervenção para um tratamento desse transtorno e um futuro na melhora da

sua vida social, profissional e familiar.

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Anexo18

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Discalculia: Um Histórico Atual 11

I. Tipos de Discalculia 16

II. Causas da Discalculia 21 III. Causas Neurológicas da Discalculia 23 IV. Requisitos necessários para o aprendizado de matemática e as

dificuldades causadas pela discalculia 24

CAPÍTULO II

O orientador pedagógico e o psicopedagogo: Uma forma de

trabalho transdisciplinar 25

CAPÍTULO III O Psicopedagogo e a Discalculia 37

CONCLUSÃO 43 BIBLIOGRAFIA 45 WEBGRAFIA 47 ÍNDICE 48 ANEXO 49