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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE EM CRIANÇAS
ENTRE 0 A 3 ANOS QUE APRESENTAM LESÃO DE PLEXO
Por: Ingrid Monteiro Bittencourt
Orientador
Profa. Me. Fátima Alves
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DAPSICOMOTRICIDADE EM CRIANÇAS
ENTRE 0 A 3 ANOS QUE APRESENTAM LESÃO DE PLEXO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicomotricidade
Por: Ingrid Monteiro Bittencourt
AGRADECIMENTOS
...Agradeço primeiramente a Deus, por
me acompanhar e guiar em todos os
momentos de minha vida, à aquelas,
quem me deram a educação e
sabedoria de hoje, às minha amigas de
coração e de profissão Anne Rabelo,
Juliana Oliveira e Neiliane Santos a
minha adorável orientadora Fátima
Alves, por seu carinho e dedicação,
meu muito obrigada, em especial meu
companheiro Augusto Miranda, por
estar presente em todos os momentos
de minha vida, me apoiando e
incentivando.
DEDICATÓRIA
....Dedico esta pesquisa à todos aqueles
que de alguma forma me inspiraram à
escolha do assunto e que de alguma
forma a mesma possa ajudá-los quanto a
busca de novos conhecimentos.
RESUMO
O presente trabalho propõe apresentar a importância da
psicomotricidade, no âmbito terapêutico, no desenvolvimento de crianças que
apresentem lesão de plexo braquial com idade entre 0 a 3 ano de idade, por
mediação de seus conceitos, origens e atuação no campo terapêutico, terá
como patologia referencial a ser associada, a lesão de plexo braquial. Através
do método descritivo, será realizada uma análise, delimitação e justificativa dos
princípios básicos utilizados como ferramentas, no âmbito terapêutico. A
importância da psicomotricidade se demonstra fundamental para essas
crianças, pois auxiliam no desenvolvimento de percepções do corpo como um
todo, contribuindo de forma positiva, identificando, solucionando e prevenindo
os déficits no aspecto do desenvolvimento psicomotor, minimizando as
dificuldades causadas pela lesão nessas crianças.
METODOLOGIA
Para a questão levantada nesta pesquisa, será feita, através do modelo
descritivo, utilizando se de análise observacional, registro de atendimentos
prestados no setting terapêutico, tendo como mediador dos atendimentos o
profissional terapeuta ocupacional e por meio de fontes primárias de
informação como livros, dissertações, artigos, entre outros referentes ao
assunto, a fim de estabelecer maiores informações sobre a lesão para que seja
realizada a possível inter-relação com a psicomotricidade e suas possíveis
formas de execução, mostrando sua eficácia na atuação terapêutica, sendo
este o objetivo geral desta pesquisa, tendo como objeto de estudo, crianças
entre 0 a 3 anos que apresentam lesão no plexo braquial.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A Terapia Ocupacional 10 CAPÍTULO II - A Lesão de plexo braquial 15 CAPÍTULO III - A Psicomotricidade 21 CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA 32 ANEXO 33 ÍNDICE 34
8
INTRODUÇÃO
O plexo braquial é uma área do corpo responsável pela inervação
sensitiva e motora dos membros superiores. O mesmo por meio de traumas
diretos ocasionados por armas de fogo ou estiramentos que podem vir a ser
causados por acidentes automobilísticos ou até mesmo na hora do parto. Estes
quando lesionado, causam alterações nos componentes responsáveis pelo seu
eficaz funcionamento.
Através da observação realizada durante os atendimentos de Terapia
Ocupacional com crianças onde apresentavam características ditas como,
paralisia braquial obstétrica ou PBO, em uma clínica de reabilitação, foram
observados e constatados, que as mesmas apresentam alterações
significativas à nível corporal, nos princípios básicos motores, devido a
modificação tônica no membro afetado pela lesão, impossibilitando ou
dificultando o movimento, alterando no equilíbrio, organizações corporais,
percepções, implicando na sua aquisição de lateralidade, coordenações,
equilíbrio e ritmo, gerando atrasos e dificuldades à nível de postura,
locomoção, dentre outros aspectos, que influenciam de forma direta no seu
desenvolvimento.
No decorrer dessa pesquisa será apresentado a “Terapia Ocupacional”,
como primeiro capítulo, sua história, conceitos, metodologia, fundamentações e
formas de atuação, já que por meio da observação de sua clínica surgiu o
interesse pelo assunto abordado.
No segundo capítulo, “A Lesão de plexo braquial”, será abordado sua
definição, passando por uma breve descrição anatômica do plexo, mecanismos
e classificações das lesões, alterações causadas pela lesão e formas de
tratamento.
No terceiro capítulo, “A psicomotricidade”, seguirá com histórico sobre a
psicomotricidade, seus conceitos, objetivos, metodologia, princípios e
componentes utilizados em sua atuação.
Ao término da pesquisa será feito uma análise dos capítulos
anteriormente abordados correlacionando-os com os, expondo a importância
da psicomotricidade no âmbito terapêutico, no desenvolvimento de crianças
9
entre 0 a 3 anos que apresentem lesão de plexo braquial, sendo este objetivo
central desta pesquisa. Será analisado, delimitado e justificado os princípios
básicos norteadores da psicomotricidade, sendo estes objetivos secundários a
serem e pesquisados.
10
Capítulo I
A Terapia Ocupacional
Através de uma forma sucinta, será apresentada a terapêutica utilizada
para com o objeto desta pesquisa abordada, e brevemente seu histórico,
fundamentação, e seus conceitos e singularidades, tendo como intuito tornar
viável a inter-relação da atuação conjunta com a psicomotricidade, ressaltando
que tal objeto a ser pesquisado se dará por meio de uma observação do setting
terapêutico do profissional Terapeuta Ocupacional.
1.1 Breve histórico sobre a profissão
A profissão Terapia Ocupacional, surgiu na segunda década do século
XX, durante o período da Primeira Guerra Mundial, a qual provocou o aumento
dos incapacitados e neuróticos de guerra. A primeira escola surgiu nos Estados
Unidos, sendo posteriormente, no período da Segunda Guerra Mundial,
inaugurada nos demais países.
Já no Brasil as primeiras instituições brasileiras que atendiam pessoas
com incapacidades físicas, sensoriais ou mentais foram criadas a partir da
segunda metade do século XIX. Os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e
Minas Gerais foram os pioneiros, com a fundação de hospitais (especializados
em atender deficientes visuais e auditivos e doentes mentais) e de escolas
especializadas para deficientes mentais. De Carlo e Bartalotti (2001, p.29)
Na história da utilização das ocupações como forma de tratamento no
Brasil, é importante a referência à vinda da família real portuguesa (século
XIX), que deu impulso à remodelação psiquiátrica, principalmente depois da
Independência. A utilização do trabalho como forma de tratamento, no Brasil,
inicia-se com a fundação do Hospício D.Pedro II em 1852, no Rio de Janeiro.
De Carlo Bartalotti (2001, p.30)
Enquanto o movimento de reabilitação se originava principalmente nos
países que participaram das duas Grandes Guerras, devido à conseqüência do
aumento significativo de incapacitados físicos, no Brasil havia uma maior
preocupação com os pacientes crônicos (como os portadores de tuberculose),
11
deficiências congênitas, acidentados no trabalho, de trânsito, domésticos ou
por doenças ocupacionais, por meio desse contexto que surgem muitos
profissionais, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Embora em nosso país já houvesse experiências de uso das
ocupações com objetivo terapêutico nos manicômios psiquiátricos, houve a
implantação dos cursos de formação de Terapia Ocupacional
preferencialmente na área de reabilitação física, em especial por influência
norte-americana. De Carlo e Bartalotti (2009 p.30)
Contudo, é importante compreender a utilização da atividade em
diferentes épocas, para poder entender a diversidade de características
assumida pela profissão Terapia Ocupacional, em diferentes momentos
históricos e contextos socioculturais.
1.2 Definindo a Terapia Ocupacional
Segundo o curso de Terapia Ocupacional da USP – Universidade de
São Paulo, consta a definição da Terapia Ocupacional como:
“É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde,
educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas
para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões
ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais,
psicológicas e/ou sociais, apresente, temporariamente ou
definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida
social. As intervenções em Terapia Ocupacional dimensionam-
se pelo uso da atividade, elemento centralizador e orientador,
na construção complexa e contextualizada do processo
terapêutico” (2007 p.3)
É uma área da saúde que diz respeito a pessoas com deficiência,
déficit ou incapacidade física ou mental, temporária ou permanente. Ela visa
uma abordagem global sobre o indivíduo, sendo capaz de representar uma
maneira original de compreender as atividades dos seres humanos, as
relações entre o que fazem e o que são, acreditando que, graças as suas
atividades, o ser humano se remodela constantemente e que por meios dessas
12
atividades o mesmo tentará alcançar um equilíbrio entre essas ações de “ser e
agir”, onde a terapia ocupacional funcionará auxiliando no processo de bem
estar e saúde deste individuo, diante de suas limitações.
1.3 Objetivos da Terapia Ocupacional
Segundo, Soares (2007, p.3), entende-se:
“Como objetivo da profissão as metas ou resultados que se
desejam alcançar a partir da intervenção profissional, como
melhorar o desempenho, ampliar a autonomia da pessoa,
superar déficits ou traumas ou garantir uma inserção na
comunidade”
O objetivo de sua ação é encontrar meios para que as pessoas
alcancem sua autonomia, independência e utilizem ao máximo suas
potencialidades. A profissão tem como objetivo geral, favorecer ao indivíduo a
manifestação de seus desejos, estimular iniciativa, participação, autonomia e
independência, seja nas suas atividades diárias, nas atividades de vida pratica
e nas relações sociais e de trabalho.
Os objetivos da terapêutica são alcançados através de técnicas ou
atividades destinadas à: diminuir ou controlar a patologia; restabelecer ou
reforçar a capacidade funcional; facilitar a aprendizagem de habilidades e
funções essenciais para adaptação ou produtividade; promover e manter a
saúde. O principal objetivo de intervenção terapêutica ocupacional, é o de
auxiliar o indivíduo, esteja ele com limitações, permanentes ou não, a
desenvolver suas ocupações significativas que lhe tragam satisfação em suas
ocupações diárias desejadas. Tais ocupações são definidas como, as ABVDs
(Atividades Básicas da Vida Diária) e AIVDs (Atividades Instrumentais da Vida
Diária), que são os componentes primordiais de atuação do terapeuta
ocupacional. O mesmo também pode envolver - se na remoção ou redução de
obstáculos físicos, cognitivos, sociais e emocionais que estejam interferindo no
desempenho dessas ações.
13
1.4 Objeto da Terapia Ocupacional
Segundo Cavalcante e Galvão (2007 p.3), a fim de que se diferencie
das demais profissões, já que as mesmas não podem ser definidas somente
pelo objetivo e objeto, as intervenções se diferenciam através das ferramentas
utilizadas e pela maneira de agir de cada profissional, sendo assim, através de
seus recursos terapêuticos utilizados e a metodologia de trabalho profissional,
se dará a diferenciação entre as mesmas.
Na Terapia Ocupacional, a ação, o fazer humano, o cotidiano têm sido
definidos como objeto da profissão.
Contudo, por meio da atividade, utilizada como ferramenta terapêutica
nos seus diferentes componentes, motores- sensoriais, psicológicos,
socioculturais e pela especificidade de intervenção no contexto do cotidiano,
que o terapeuta ocupacional está apto a trabalhar dentro de uma perspectiva
de readaptação global.
A fim de que essas atividades ocorram com seu melhor desempenho o
terapeuta utilizará, como meio facilitador a realização das atividades, alguns
recursos adaptativos, já que o foco principal do tratamento terapêutico é
aumentar a independência e a função do individuo em todas as atividades que
tenham um significado à vida desse sujeito, buscando sempre a melhora na
qualidade de vida do mesmo. O terapeuta fará uso de dispositivos pré-
fabricados e ou confeccionados pelo próprio terapeuta sob medida para cada
pessoa e a ser utilizados em ocasiões específicas.
1.5 Formas de Atuação
Por meio dessas e demais possíveis intervenções, o terapeuta
ocupacional obterá uma possível melhora no desempenho dessas ações
cotidianas, favorecendo a independência e autonomia desses indivíduos
durante a realização das tarefas diárias e de interação ambiental, que exijam
maior complexidade na execução, garantindo assim sua inserção social e bem
estar deste indivíduo.
O mesmo poderá intervir através de tecnologias e atividades diversas,
com a finalidade de promover a independência e autonomia na vida cotidiana
14
dos indivíduos que apresentem dificuldades em integrar-se a vida social, seja
ela por qualquer tipo de desordem, como referido anteriormente.
Podendo atuar de forma direta em asilos, creches, hospitais,
instituições penais e psiquiátricas, dentre outros, e com indivíduos em qualquer
faixa etária favorecendo sempre a prevenção, promoção e recuperação das
desordens diversas.
15
Capítulo II
Lesão de plexo braquial
No decorrer deste capítulo será levantada a problemática desta
pesquisa, a patologia, abordando sua descrição anatômica, mecanismos,
classificações, e seus acometimentos, diagnósticos e possíveis formas de
tratamento.
2.1 Definição
O plexo braquial é constituído pelas raízes cervicais 5º; 6° 7° e 8º e pela
raiz torácica. As referidas raízes formam três troncos: o superior (C5-C6), o
médio (C7) e o inferior (C8 e T1), responsáveis pela formação dos cordões
lateral, posterior e media que originam os nervos do membro superior, os
mesmo responsáveis pela inervação sensitiva e nervosa dos membros
superiores.
No anexo 1 será apresentando a imagem esquemática da anatomia do
plexo braquial, segundo Santos (2007 p.217).
2.2 Mecanismos
As raízes do plexo braquial podem ser lesadas por cortes, ferimentos
por armas de fogo, traumas diretos ou compressão por tumores ou aneurismas.
No que tange aos traumas, as raízes nervosas estão sujeitas a distensões ou
rupturas devidas a movimentos violentos do ombro em quedas, fraturas e
luxações. Outras causas incluem uma formação neoplásica, um aneurisma, um
câncer de mama, ou a lesão do plexo durante um trabalho de parto dificultoso,
conhecidas estas como Paralisia Braquial Obstétrica. (Leitão 2006 p.138)
Sendo esta ocasionada no momento do parto, em sua maioria há
uma combinação de tração e compressão do plexo causando uma distensão
ou até a ruptura das raízes nervosas, podendo originar uma paralisia flácida
parcial ou total do membro superior lesado.
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Cabendo ressaltar que, alguns fatores devem ser observados como
geradores de risco como, o recém-nato geralmente é grande para seu período
gestacional, alto peso do recém nato, baixa estatura materna, trabalho de parto
em período prolongado, líquido amniótico com volume diminuído.
2.3 Classificação
Segundo, Leitão (2006 p.138), a Paralisia Braquial é caracterizada em:
• Paralisia Alta, ou Erb-Duchenne – Paralisia da raiz nervosa
superior, caracterizada pelo comprometimento da 4°, 5° e 6°
raízes cervicais. O braço é mantido em rotação interna e
pronação, o cotovelo pode ser mantido em extensão ou ligeira
flexão, ocorre flexão dos dedos e polegar, mas não extensão. O
peitoral maior normalmente não é afetado, dando uma aparência
de flexão anterior de ombro. Não há mudança vasomotora, nem
perda da sensibilidade na mão, neste caso, o paciente não
realiza os movimentos de flexão do antebraço, abdução e rotação
externa do braço.
• Paralisia baixa ou de Klumpke – Paralisia completa. O braço
inteiro fica flácido e a mão é fechada com força. Dificuldades
vasomotoras dão ao membro uma aparência pálida ou de
mármore e a sensibilidade é reduzida. O sinal de Horner
(constrição da pupila, queda da pálpebra e falta de transpiração
no lado afetado, na face no pescoço) pode estar presente. Estão
comprometidas as raízes C8 e T1 e a paralisia está circunscrita a
mão, ao antebraço e ao cotovelo (extensão).
.
17
2.4 Alterações causadas
Segundo Santos (2007 p.218) a manifestação da Erb-Duchene se dará
como:
• O braço que foi acometido permanece do lado do corpo;
• O ombro fica rodado internamente, cotovelo estendido e punho e
dedos ligeiramente fletidos;
• Há perda da abdução do ombro e rotação externa do braço;
• Incapacidade para flexão do cotovelo e supinação de antebraço;
• Ausência do reflexo bicipital e de Moro no lado acometido;
• Tem preservadas a força do antebraço e a capacidade de
preensão;
• Há possibilidade de deficiência sensorial na face externa do
braço.
Ainda segundo a autora, a paralisia alta, tem melhor prognostico e sua
evolução espontânea é favorável.
Segundo Santos (2007, p.218), como forma característica da Klumpke,
são apresentadas:
• Flexão de cotovelo e supinação do antebraço;
• Acometimento dos músculos da mão com ausência do reflexo
palmar;
• Reflexos bicipital e radial, presentes;
• Síndrome de Horner (ptose palpebral, miose pupilar e diminuição
da sudorese), quando há envolvimento das fibras simpáticas e ds
espinhais torácicos.
É mais raramente encontrada, segundo a autora.
A completa, segundo Santos (2007p. 218), manifesta-se como:
• O membro superior acometido está flácido, com reflexos
assimétricos ou ausentes;
18
• Pode-se apresentar também com sinais vasomotores como
palidez ou vermelhidão na pele.
Seu prognóstico é mais desfavorável, assim como sua evolução
espontânea. É o segundo tipo mais encontrado.
2.5 Diagnóstico
Segundo Santos (2007 p. 219), o diagnóstico é realizado pelo exame
físico da criança, história de trauma obstétrico, eletroneuromiografia,
ressonância magnética.
No exame físico são avaliados a mobilidade articular, a força muscular, a
preensão, o reflexo de Moro, os reflexos tendíneos e a sensibilidade.
Na história de relato de trauma obstétrico, há também a sugestão para a
realização concomitante de uma radiografia simples do ombro e tórax para que
possam evidenciar fraturas (úmero proximal ou clavícula) ou paralisia do
diafragma do lado acometido (paralisia do nervo frênico).
A eletroneuromiografia é indicada principalmente na terceira e quarta
semana após o nascimento, objetivando localizar a lesão e definir o
envolvimento doas nervos.
A ressonância nuclear magnética tem sido utilizada na tentativa de
distinguir as avulsões das rupturas extraforaminais, é um exame menos
invasivo e tem uma precisão similar a mielotomografia computadorizada, mas
necessita de sedação ou anestesia, pois se deve obter imobilidade na hora do
exame.
Visto que, tais exames também são realizados em casos onde a lesão
seja originada por meio trauma, decorrente a uma tração violenta de todo o
membro superior, tal uma força de extração e ou por outras etiologias, como
traumas diretos com ou sem fraturas.
2.6 Tratamento
Levando–se em consideração que, o tratamento deverá ter início o
mais precocemente possível, Leitão (2006 p.140), diz que, nas lesões recentes
19
são recomendadas essencialmente, desde o inicio, a prevenção de contraturas,
a conservação da força dos músculos ilesos e os reforço da consciência da
criança sobre o membro afetado, a fim de limitar a influência da desenervação
e agnosia (percepção).
Algumas medidas têm valor significativo ao tratamento, são elas:
• Posicionamento adequado da criança (do membro superior e da
cabeça);
• Proteção para evitar posteriores estiramentos do plexo;
• Mobilizações passivas;
• Estimulação de movimentos ativos;
• Estimulação sensorial;
• Estimulação do desenvolvimento motor;
• Exercícios aquáticos;
• Uso de Órteses;
Segundo Santos (2007 p.219), Atualmente, para os pacientes que não
obtiveram bons resultados com o tratamento conservador, há a proposta de
exploração e reconstrução do plexo.
Através de procedimentos neurocirúrgicos realizados da Paralisia
braquial, são eles:
• Reconstrução do plexo braquial com enxertos, que pode ser o
auto-enxerto ou de outros doadores, como o nervo sural. Por
Leitão (2006 p. 142), que a define como transplantação, é
efetuada quando há descontinuidade anatômica das raízes
cervicais no nível supraclavicular ou infraclavicular. As
estruturas nervosas proximais e distais precisam ser
dissecadas e preparadas para uma ou mais de uma
anastomose. A distância de separação entre as extremidades
proximal e distal é preenchida com um nervo retirado de outra
parte do corpo, como o sural mencionado acima.
20
• Neurólise – remoção do tecido cicatricial ao redor do nervo
lesado (fibroseintraneurais). Segundo Leitão (2006 p. 142)
indicado quando não há avulsão ou qualquer perda da
continuidade das raízes nervosas, existindo apenas tecido
cicatricial que precisa ser retirado para eliminar a compressão
que determina sobre as estruturas nervosas e o impedimento
da recuperação.
• Neurotização – a extremidade distal do nervo lesado é
anastomosada diretamente ou através de enxerto a uma
extremidade proximal não-correspondente. De acordo com
Leitão (2006 p.142), é usada quando ocorre arrancamento de
todas as raízes do plexo braquial (C5, C6, C7, C8, T1). Este
procedimento encontra dificuldade no limitado número de
nervos apropriados pra os enxertos.
Procedimentos ortopédicos são para a prevenção e correção de
deformidades e melhora funcional, incluindo, assim, alongamentos de tendão e
do ventre muscular, transferências tendinosas e correções de deformidades
ósseas. (Santos 2007 p.220).
Seguindo como forma de tratamento terapêutico, a abordagem
multidisciplinar oferece mais chances de uma intervenção adequada, em que
os profissionais de reabilitação interagem, para, juntos estabelecerem metas e
assim, proporcionar as famílias orientações adequadas quanto ao prognóstico
e às propostas de reabilitação.
21
Capítulo III
Psicomotricidade
No terceiro capítulo, “A psicomotricidade”, será apresentado um breve
histórico sobre a psicomotricidade, seus conceitos, objetivos, metodologia,
princípios e componentes utilizados em sua atuação.
3.1 Breve histórico sobre a Psicomotricidade
Aristóteles (A política) já enunciava um primórdio de pensamento
psicomotor quando analisou a função da ginástica para um melhor
desenvolvimento do espírito. Afirmava que o homem era constituído de corpo e
alma, e que esta deveria comandar. (Oliveira 2012, p.29), passando pelo
Cristianismo, considerando sempre que o corpo é de certo modo negligenciado
em função do espírito, Descartes, e toda a influência do seu pensamento na
evolução científica, levou a considerar o corpo como objeto e fragmento do
espaço visível separado do “sujeito conhecedor”. (Fonseca 2012 p.11).
O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré em
1920, significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento.
Desde 1909 ele já chamava a atenção de seus alunos sobre o desequilíbrio
motor, denominado o quadro de “debilidade motriz”. Verificou que existia uma
relação entre as anomalias psicológicas e as anomalias motrizes, o que o levou
a formular o termo psicomotricidade. (Oliveira 2012 p.28). Ressaltando que
Dupré impulsiona suas idéias visando o âmbito patológico do indivíduo e
psicomotor.
Segundo Wallon (1979 p.17-33), um dos pioneiros no estudo da
psicomotricidade, salienta a importância do aspecto afetivo como anterior a
qualquer tipo de comportamento. O mesmo afirma, que “é sempre a ação
motriz que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações
mentais”. (Oliveira 2012 p.32-33)
22
Sugerindo assim que, durante o período de evolução da criança as
questões relacionadas ao intelecto, afetividade e motora estão intimamente
relacionadas, podendo ser exemplificada em uma de suas frases como, citada
em (In:FONSECA, op.cit., p.30), retirada de (Oliveira 2012 p.33).
“Movimento (ação), pensamento e linguagem,
são uma unidade inseparável.
“O movimento é o pensamento em ato,
e o pensamento é o movimento sem ato”.
Wallon, ao longo de sua obra, esforçou-se por demonstrar a ação
recíproca entre funções mentais e funções motoras (“habilidade manual”),
tentando argumentar que a vida mental não resulta de relações unívocas ou de
determinismo mecanicistas. Quando muito, para Wallon, a vida mental está
sujeita, sim, ao determinismo dialético de ambas as funções. (Fonseca 2012
p.13). Sendo caracterizado como parte fundamental na construção do
psiquismo.
Ressaltando a importância de Piaget, que promoveu a importância do
período sensório-motor e da motricidade, principalmente antes da aquisição da
linguagem, no desenvolvimento da inteligência.
Le Boulch (1984ª, p.21-25) também acredita que a atitude em
psicomotricidade deve ter sua própria identidade, e não relacionar
necessariamente sua metodologia a outra corrente. Ele afirma que a
psicomotricidade recebe contribuições da psicanálise, no tocante à importância
do afeto no desenvolvimento e da concepção comportamental, no sentido de
valorizar o instrumento para um maior desempenho do indivíduo. (Oliveira 2012
p.35). Assim como Le Boulch, Lapierre compartilham da mesma idéia de que a
educação psicomotora deve ser “uma formação de base indispensável a toda
criança”
Ajuriaguerra (1980, p.211) afirma ser um erro estudar a psicomotricidade
apenas sob o plano motor, dedicando-se:
23
[...] exclusivamente ao estudo de um “homem motor”.
Isto conduziria a considerar a motricidade como uma simples função
instrumental de valor puramente efetuador e dependente da
mobilização de sistemas por uma força estranha a eles, quer seja
exterior ou interior aos individuo, despersonalizando, assim,
completamente a função motora.
O mesmo redefine o conceito de debilidade motora, por meio de
subsídios de Wallon, realizando uma comparação entre a evolução do
sensório-motricidade e a evolução da criança.
Sendo assim ambos concebem os determinantes biológicos e culturais
do desenvolvimento da criança como dialéticos e não como redutíveis uns aos
outros. Daí a sua importância para elaborar uma teoria psicológica que
estabeleça relações entre o comportamento e o desenvolvimento da criança e
a maturação do seu sistema nervoso, pois, só nessa medida, se podem
construir estratégias educativas, terapêuticas e reabilitativas adequadas às
suas necessidades específicas. (Fonseca 2012, p.14)
3.2 Conceitos e Definições
O conceito de psicomotricidade ganhou uma expressão significativa,
uma vez que traduz a solidariedade profunda e original entre a atividade
psíquica e a atividade motora. O movimento é equacionado como parte
integrante do comportamento, a psicomotricidade é hoje concebida como a
integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a
criança e o meio, e tem instrumento privilegiado por meio do qual a consciência
se forma e materializa-se. (Fonseca 2012, p.14)
Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (1999). É a ciência
que tem como objetivo o estudo do homem por meio de seu corpo em
movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas
possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem
das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
24
Segundo Chazaud, (1976, citado por Alves 2012 p.17). A
psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades, dos gestos, das
atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo, realizador e representativo
do “ser – em – ação” e da coexistência “com outrem”.
É, portanto um termo empregado para uma concepção de movimento
organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja
ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.
(Almeida 2009p. 17).
3.3 Áreas de atuação
O psicomotricista como citado por Almeida (2010 p. 17) pode vir a atuar
nas áreas de educação, Clínica (reeducação, Terapia), Consultoria e
Supervisão.
3.4 Metodologia e princípios psicomotores
Segundo Machado (2011 p.31) O desenvolvimento psicomotor abrange
o desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes. Este
desenvolvimento está dividido em vários fatores psicomotores. São nove
fatores, que são divididos na coordenação motora global, na coordenação
motora fina, no equilíbrio, no esquema corporal, na lateralidade, na
estruturação espacial, na estruturação temporal, no ritmo nas percepções. E
são classificadas tais como:
3.4.1 Coordenação motora global - é a ação simultânea de diferentes
grupos musculares e na execução de movimentos voluntários, amplos e
relativamente complexos. (Machado 2011 p.31)
Está relacionada à capacidade de equilíbrio postural do individuo e a
atividade de grandes grupos musculares do corpo, favorecendo a condição de
realização de múltiplos movimentos ao mesmo tempo.
25
3.4.2 Coordenação motora fina e óculo manual - compreende todas
as tarefas motoras finas, onde associa a função de coordenação dos
movimentos dos olhos durante a fixação da atenção e durante a fixação da
atenção e da manipulação de objetos que exigem controle visual, além de
abranger as funções de programação, regulação e verificação das atividades
preensivas e manipulativas mais finas e complexas. (Machado 2011 p.31)
Relaciona-se à habilidade e destreza manual e compõe um aspecto
particular da coordenação global.
3.4.3 Equilíbrio: reúne um conjunto de aptidões estáticas (sem
movimento) e dinâmicas (com movimento), abrangendo o controle postural e o
desenvolvimento das aquisições de locomoção. (Machado 2011 p.32)
O mesmo subdivide-se em:
Equilíbrio estático - caracteriza-se pelo tipo de equilíbrio conseguido
em determinada posição, ou de apresentar a capacidade de manter certa
postura sobre uma base. (Machado 2011 p.32)
Equilíbrio dinâmico - é aquele conseguido com o corpo em movimento,
determinando sucessivas alterações da base de sustentação. (Machado 2011
p.32)
3.4.4 Esquema corporal - é o saber pré-consciente a respeito de seu
corpo e de suas partes, permitindo que o sujeito se relacione com espaços,
objetos e pessoas que o circundam.
É a capacidade que o homem tem de simbolizar seu próprio corpo e
interiorizar a sua imagem.
É a partir do esquema corporal bem formado que o individuo adquiri a
noção do “ter”, referente a seu próprio corpo, é um elemento básico
indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação
relativamente global e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo.
(Machado 2011 p.33).
26
Segundo Alves (2007, p.53), A imagem corporal diz respeito aos
sentimentos do individuo em relação à estrutura de seu corpo como a
bilateralidade, lateralidade, dominância e equilíbrio corporal. As relações entre
o corpo e os objetos situados no espaço ao seu redor referem-se aos conceitos
direcionais do indivíduo e a consciência de si próprio e do desempenho do que
ele cria no espaço.
3.4.5 Lateralidade - é a capacidade de vivenciar os movimentos,
utilizando-se, para isso, os dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado
esquerdo. (Machado 2011 p.33)
Le Boulch (1982, citado em Almeida, 2007, p.61) define que: a
lateralidade é a função da dominância, tendo um dos hemisférios à iniciativa da
organização do ato motor, que incidirá no aprendizado e na consolidação das
praxias. Esta capacidade funciona, suporte de intencionalidade, será
desenvolvida de maneira fundamental nessa época da atividade de
investigação no qual a criança vai confrontar-se com seu meio... Permitir a
criança organizar suas atividades motoras globais é a ação educativa
fundamental. Desse modo, coloca-se a criança em melhores condições para
construir uma lateralidade homogênea e coerente.
3.4.6 Estruturação espacial - a noção espacial se desenvolve a partir
do corpo da própria criança. Toda a nossa percepção de mundo é uma
percepção espacial, o corpo é a nossa referencia. A noção espacial inicia do
concreto para o abstrato; do objetivo para o subjetivo; do corporal para o
externo. Toda a informação relacionada a espaço precisa ser interpretada por
meio do corpo. (Machado 2011 p.34)
3.4.7 Estruturação temporal - a noção de tempo se desenvolve a partir
da audição. Temos o tempo rítmico, que é aquele que demarca o compasso de
tudo que fazemos e é individual, como o ritmo do nosso batimento cardíaco,
respiração... temos também a noção de tempo cronológico que diz respeito às
idéias temporais, como ontem, hoje, amanhã...e ainda há a noção de tempo
subjetivo que está diretamente ligado a questão afetiva quando, dependendo
27
do grau de ansiedade e motivação que colocamos nos fatos, estes parecem
durar mais ou menos tempo. (Machado 2011 p.35)
3.4.8 Ritmo - diz respeito à movimentação própria de cada um. Existem
ritmo lento, moderado, acelerado, cadenciado e noção de duração e sucessão,
no que diz respeito à percepção de sons no tempo. (Machado 2011 p.35)
3.4.9 Percepções – Segundo Machado (2011 p.36) é a capacidade de
obter informações sobre um ambiente, distinguindo as diferenças que cada
formação contém, envolvem a discriminação de formas, tamanhos, cores sons,
etc. Para compreendermos melhor as percepções, iremos abordar três tipos:
Percepção auditiva - perceber, discriminar e interpretar os diversos
tipos de sons; (Machado 2011 p.36)
Percepção visual - desenvolve a capacidade visual, para responder
com êxito a uma informação sensorial. Identificação, organização e
interpretação dos dados sensoriais captados pela visão (MATTOS, 2005, p.203
citado em Almeida 2009 p.36
Percepção tátil - perceber discriminar e identificar objetos pelo tato.
MATTOS (2005, p.202 citado em Almeida 2009 p.36 afirma que a percepção
tátil é o sistema perceptual que dá informação a respeito de estímulos em
contato com a pele, originando a maior parte dos receptores cutâneos.
3.5 Recursos Psicomotores
O psicomotricista utiliza como recurso avaliativo, a BPM (Bateria
Psicomotora) com o intuito de avaliar o desenvolvimento psicomotor da criança,
descrevendo suas potencialidades e dificuldades, proporcionando uma
captação da personalidade psicomotora da criança e favorecendo uma
otimização funcional das mesmas.
28
Segundo Fonseca (2012 p. 8) a BPM (Bateria Psicomotora) é um
dispositivo diferente das escalas de desenvolvimento motor. Trata-se de um
instrumento baseado em um conjunto de tarefas que permite detectar déficits
funcionais (ou substanciar a sua ausência) em termos psicomotores, cobrindo a
integração sensorial e perceptiva que se relaciona com o potencial de
aprendizagem da criança.
Ainda segundo o autor, a BPM consiste em uma série de simples tarefas
distribuídas em sete fatores psicomotores: Tonicidade, equilibração,
lateralização, noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia global e
praxia fina.
Ajuriaguerra (1972 citado por Alves 2012 p.69) relata que “o tônus que
prepara e guia o gesto é simultaneamente a expressão da realização ou
frustração do indivíduo”. O tônus apresenta-se como uma tensão que regula e
controla a atividade postural como suporte do movimento.
Sherrington (1909, citado por Fonseca 2012, p.111) refere-se a
tonicidade como um função integrada do sistema nervoso, pois seu
pensamento “é a atividade postural dos músculos que fixa as articulações em
posições determinadas, solidárias umas com as outras, que no seu conjunto
compõe a atitude”.
Já a equilibração reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas,
abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das aquisições de
locomoção (Fonseca 2012, p.131).
Lateralização compreende uma conscientização integrada da
experiência sensorial e motora, um mecanismo de orientação intracorporal
(proprioceptiva) e extracorporal (exteroceptiva). (Fonseca 2012, p.156).
Noção do corpo compreende a recepção, a análise e o armazenamento
das informações vindas do corpo, reunidas sobre a forma de uma tomada de
29
consciência estruturada e armazenada somatotipicamente. (Fonseca 2012,
p.164)
Estruturação espaço temporal emerge da motricidade, da relação com
os objetos localizados no espaço, da posição relativa que ocupa o corpo, enfim
das múltiplas relações integradas da tonicidade, da equilibração, da
lateralização e da noção do corpo. (Fonseca 2012, p.184).
Visto que a estruturação rítmica se encaixa como subitem do quesito
espaço-temporal na BPM.
Praxia global é a expressão da informação do córtex moto, como
resultado da recepção de muitas informações sensoriais, táteis, quinestésicas,
vestibulares, visuais, etc., ou seja, como resultado integrado dos fatores
psicomotores apresentados. (Fonseca 2012, p.204)
Praxia fina evidencia a velocidade e a precisão dos movimentos finos e a
facilidade de reprogramação de ações, à medida que as informações tátil-
perceptivas se ajustam às informações visuais. (Fonseca 2012, p.225)
30
CONCLUSÃO
Ao término desta pesquisa, foi possível observar, primeiramente a
atuação do profissional, terapeuta ocupacional e sua prática clínica e sua
importância como uma ciência terapêutica, passando pela patologia de base
desta pesquisa, com o intuito de identificar a verdadeira problemática causada
por esta lesão, e por fim, foi abordada a ciência primordial desta pesquisa sua
metodologia e princípios utilizados a qual será relacionada com a patologia a
ser analisada.
Diante da clientela abordada, sabemos que a criança descobre o mundo
através do corpo, e através dele que a criança experimenta e demonstra as
sensações. O desenvolvimento da criança começa através dos movimentos
que são influenciados diretamente por suas capacidades motoras, cognitivas e
afetivas.
A construção da maturidade, por meio desses movimentos, se dará de
forma mais completa se levarmos em consideração as etapas do
desenvolvimento cronológico das mesmas. No referido caso, crianças de 0 a 3
anos, onde o maior predomínio do desenvolvimento está nas relações sensório
motoras.
No decorrer desta pesquisa foi possível observar os principais aspectos
defasados nessas crianças devido a sua patologia, de forma psicomotora foi
possível constatar que são eles: esquema corporal, equilíbrio, coordenação
motora global, lateralização, estruturação corporal, ritmo, tais aspectos
utilizados como princípios norteadores de atuação em psicomotricidade, estes
utilizados no âmbito terapêutico desta ciência para o melhor desenvolvimento
de crianças entre 0 a 3 anos com lesão no plexo braquial.
A intervenção psicomotora precoce contribui significativamente na
melhora do desempenho psicomotor, organizando e harmonizando-os de
maneira a impedir ou minimizar distúrbios psicomotores, depreciando os efeitos
disfuncionais nas crianças com atraso do desenvolvimento psicomotor que é o
caso das crianças estudadas nesta pesquisa.
A importância da psicomotricidade se demonstra fundamental para
essas crianças, pois auxiliam no desenvolvimento de percepções do corpo
31
como um todo, contribuindo de forma positiva, identificando, minimizando e
prevenindo os déficits no aspecto do desenvolvimento psicomotor, reduzindo
as dificuldades causadas pela lesão nessas crianças.
Desta forma podemos concluir que, a psicomotricidade quando utilizada
de forma consciente por profissionais orientados, possibilitará uma melhor
contribuição no trabalho e prevenção das dificuldades apresentadas por estas
crianças, podendo haver ajuda de outros profissionais, favorecendo ainda mais
o processo de desenvolvimento e a melhora na qualidade de vida dessas
crianças.
32
BIBLIOGRAFIA ALVES, F. Psicomotricidade: Corpo, ação e Emoção. Rio de Janeiro: Wak, 2003 ALMEIDA P.G: Teoria e prática em Psicomotricidade: Jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro. Editora wak 2009 5° edição CAVALCANTI, A GALVÃO, C: Terapia Ocupacional Fundamentação e prática. Editora Guanabara koogan, 2007 DE CARLO, M.M.R, BARTALOTTI, C.C: Terapia Ocupacional no Brasil Fundamentos e perspectivas. Plexus Editora, 2001 FERLAND, F: O Brincar, a Criança com Deficiência Física e a Terapia Ocupacional. São Paulo. Editora Roca, 2006 FONSECA, V: Manual de observação Psicomotora: Significação Psiconeurológica dos fatores Psicomotores. Editora Wak 2012 2° edição. LEITÃO, R.E.A, LEITÃO, A.V.A – Medicina de reabilitação –Manual prático. Editora Revinter, 2006 MACHADO, J.R.M, NUNES, M.V. da .S 100 jogos psicomotores: Uma pratica relacional na escola. Rio de Janeiro, 2011 Editora Wak 2° Edição. OLIVEIRA, G. C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis. Editora Vozes, 2000.
33
ANEXO
Fonte: CAVALCANTI (2007, p.217)
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A Terapia Ocupacional 10
1.1 - Breve histórico sobre a profissão 10
1.2 - Definindo a Terapia Ocupacional 11
1.3 - Objetivos da Terapia Ocupacional 12
1.4 - Objetos da Terapia Ocupacional 13
1.5 - Formas de Atuação 13
CAPÍTULO II
A lesão de Plexo Braquial 15
2.1 – Definição 15
2.2 – Mecanismos 15
2.3 – Classificação 16
2.4 - Alterações causadas 17
2.5 – Diagnóstico 18
2.6 – Tratamento 18
CAPÍTULO III
A Psicomotricidade 21
3.1- Breve histórico sobre a Psicomotricidade 21
3.2- Conceitos e Definições 23
3.3 - Áreas de atuação 24
35
3.4 - Metodologia e princípios psicomotores 24
3.4.1 Coordenação motora global 24
3.4.2 Coordenação motora fina e óculo- manual 25
3.4.3 Equilíbrio 25
3.4.4 Esquema corporal 25
3.4.5 Lateralidade 26
3.4.6 Estruturação espacial 26
3.4.7 Estruturação temporal 26
3.4.8 Ritmo 28
3.4.9 Percepções 28
3.5 - Recursos Psicomotores 28
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA 32
ANEXO 33
ÍNDICE 34